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GABRIEL CUPIM
Como você descobriu o skate e o que te motivou a começar a praticar?
Minha jornada no mundo do skate começou quando a prefeitura ergueu uma mini rampa na pracinha do meu bairro. No dia da inauguração, testemunhei a animação das pessoas andando por ali. Cada vez que alguém entrava na pista, o entusiasmo tomava conta, todos aplaudiam e incentivavam. Foi algo único, bem diferente dos outros esportes. O que me impulsionou a entrar nessa foi o Laurinho, também conhecido como Lauro Sales. Ele foi a chave que abriu as portas para o meu início. Eu pedia para andar no skate dele, mesmo sem ter qualquer noção do esporte na época. Ele me deu um par de tênis e estabelecia encontros regulares para andarmos juntos. Até que um dia, para a minha surpresa, ele apareceu com um skate novinho para mim. Ele me pediu para avaliá-lo, como se eu fosse dar a opinião para outra pessoa. Olhei aquele skate com olhos brilhantes e disse que certamente a pessoa iria adorar. Então, ele sorriu e disse: "Que bom, agora ele é seu. Faça bom uso." Foi assim que encontrei minha motivação no skate.
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Quais foram os principais desafios que você enfrentou no começo da sua trajetória como skatista amador?
No início, as barreiras eram signi cativas. Enfrentei discriminação e falta de aceitação por parte da sociedade. Éramos rotulados como "vagabundos" que não tinham ambições na vida. Lembro-me das vizinhas conversando com minha mãe, questionando por que ela permitia que eu passasse tanto tempo com aquilo. "Coloque-o para trabalhar, para ter uma vida direita", diziam. Porém, elas nunca compreenderam que o skate não nos afasta do caminho, ele, na verdade, nos resgata.
Como você equilibra a prática do skate com outras responsabilidades, como trabalho ou estudos?
Com o tempo, surgiram mais responsabilidades em minha vida. No entanto, o skate sempre caminhou lado a lado com elas. Levo meu skate para o trabalho, facilitando a locomoção. Meus colegas entendem que o skate é meu escape, minha fonte de alegria e minha salvação. Isso me permite coordenar eventos com os dias de trabalho. Quando há viagens, eles estão lá para me apoiar.
Quem são suas principais fontes de inspiração no universo do skate? iago Lemos é uma grande inspiração para mim. Sua humildade e maestria no skate são admiráveis. Além disso, busco inspiração em manobras pesadas e criativas. O skate é uma linguagem própria e cada skatista traz algo único. Quais foram os momentos mais marcantes de sua trajetória como skatista amador até o momento?
Dois momentos que nunca sairão da minha memória foram minhas participações em edições do Campeonato Brasileiro de Skate Street Am. Um foi na Bahia, em Lauro de Freitas, e o outro em Cascavel, no Paraná. Nestes eventos, estava cercado por atletas de todo o Brasil, com a oportunidade de exibir minha paixão pelo skate. É algo incrível.
Como você enfrenta o medo e os desafios ao tentar manobras mais difíceis?
O medo é uma constante, mas mantenho a calma e abordo uma etapa de cada vez. O primeiro passo é sempre o mais desa ador, mas superá-lo é essencial. Persistência é a chave. Encaro a manobra inicial para dissipar o medo e, a partir daí, é uma questão de perseverança. Manter a calma é crucial, pois agir impulsivamente é imprudente.
Quais habilidades você busca desenvolver no skate e como se esforça para aprimorá-las?
Corrimãos são o meu alvo. São manobras técnicas, elaboradas e exigem concentração. Assisto a vídeos constantemente para aprimorar minha técnica e tento explorar meu repertório de manobras sempre que estou na pista. A prática constante é fundamental para o progresso.
Como é sua relação com outros skatistas amadores e profissionais em sua comunidade?
Houve tempos de rivalidade e zombarias, mas com o passar dos anos, nos unimos. Embora a cena de skate em nosso estado não seja a mais forte, nos apoiamos mutuamente. Claro, ainda há alguns que se consideram "estrelinhas", mas isso é comum em qualquer lugar.
Quais competições ou eventos de skate você participou ou gostaria de participar?
Participei de duas edições do Campeonato Brasileiro de Skate Street Am e tenho o desejo de participar do STU, um evento renomado no Brasil.
Quais conselhos você daria para quem está começando sua jornada como skatista amador?
Persista e não desista. O skate é mais do que um esporte, é um estilo de vida. Lembre-se, se você está andando para trás, é apenas para ganhar impulso.
Qual é o seu maior sonho ou objetivo como skatista amador? Meu sonho é estabelecer um projeto social em minha comunidade, para ajudar os jovens que estão se perdendo. Além disso, almejo trazer sustento para casa através do skate.
Por fim, que mensagem você gostaria de deixar para os skatistas amadores e quem você gostaria de agradecer?
SKATISTA: GABRIEL CUPIM - 23 ANOS, 13 ANOS DE SKATE
VITÓRIA – (ES) / INSTAGRAM: @CUPIMGABRIEL
Primeiramente, sou grato a Deus e aos orixás por me guiarem. Um agradecimento especial ao Laurinho, que foi o ponto de partida de toda essa jornada. A mensagem que deixo é: siga seus sonhos com o skate. Lute todos os dias e não permita que alguém duvide de sua capacidade. Eu provei para todos que questionavam, viajando pelo Brasil com meu skate. Obrigado, skate, por salvar e transformar minha vida.
Como foi que você descobriu o skate e o que te inspirou a começar a praticar? Minha trajetória com o skate começou quando eu morava próximo a uma pista de skate. Passava por lá todos os dias e um dia, vi um amigo realizando manobras incríveis. Aquilo me instigou a tentar descer uma rampa, mas acabei caindo. No entanto, esse tombo despertou em mim uma paixão pela adrenalina que o skate proporciona.
Quais foram os principais obstáculos que você enfrentou no início da sua jornada como skatista amador?
Os primeiros desa os foram mais emocionais do que físicos. O medo de não ser bom o su ciente se destacava, e essa insegurança na verdade me impulsionou a buscar constantemente a evolução.
Como você equilibra a prática do skate com outras responsabilidades, como trabalho ou estudos?
Encontrar esse equilíbrio é um desa o, já que trabalho das 6h às 17h. Porém, o skate é minha paixão, então dedico todo o tempo livre após o trabalho para me dedicar a ele.
Quem são suas maiores fontes de inspiração no universo do skate?
Nomes como Algusto Fumaça, Nicolas Dias e Tiago Lemos são minhas verdadeiras inspirações. Eles provam que o skate é muito mais que manobras, é uma forma de arte e expressão.
Poderia nos contar sobre os momentos mais memoráveis da sua trajetória como skatista amador até agora?
Uma das memórias mais marcantes foi no meu primeiro campeonato, organizado pela @ skateviradouro, onde conquistei o segundo lugar na categoria Amador. Foi uma validação do meu empenho e dedicação.
Como você enfrenta o medo e os desafios ao tentar realizar manobras mais complexas?
Enfrentar o medo é fundamental. Encaro cada desa o me jogando na manobra e analisando os erros, buscando incessantemente até nalmente dominá-la.
Quais habilidades específicas você deseja aprimorar no skate e como trabalha para alcançá-las?
Estou focado em aperfeiçoar minhas habilidades em corrimãos. Para isso, observo outros skatistas executando manobras e busco aplicar essas técnicas em minhas próprias performances.
Como é sua relação com outros skatistas, tanto amadores quanto profissionais, em sua comunidade?
Nossa comunidade é incrivelmente unida. Estamos sempre nos apoiando e incentivando uns aos outros a crescer constantemente.
Você já participou de competições de skate? Quais são as que participou ou sonha em participar?
Participo principalmente de campeonatos regionais, mas meu sonho é competir em eventos de nível internacional, como o Stu Open, para testar minha habilidade em um palco global.
Que conselho você daria aos iniciantes que estão começando sua jornada como skatistas?
Nunca desistam e busquem sempre superar a si mesmos. A jornada é desa adora, mas cada evolução é recompensadora.
Qual é o seu grande sonho ou objetivo como skatista amador?
Meu maior sonho é me tornar um skatista pro ssional reconhecido e respeitado na cena.
Por fim, deixe uma mensagem para os skatistas amadores e compartilhe seus agradecimentos.
Um abraço gigante para a nossa incrível família do skate. Obrigado por tudo que o skate trouxe para a minha vida. Vamos continuar evoluindo juntos!