Estudos cinesioterapia

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C'JlcoRRE10<IEMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - - - - - - Projeto de Ergonomia Relatório Síntese do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral

DR – RS

2009


CINESIOTERAPIA LABORAL

Projeto de Ergonomia Relatório Síntese do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral

DR – RS Trabalho elaborado pelo grupo de empregados da ECT, com especialização na área de ergonomia, composto por: Alan Faller

DR/RS

Daniel Castro Sales

DESEN

Irapuan Malta Medeiros

DR/RS

Maria Cristina Brandão Queiroz DR/MG Sandro Ferreira Caldeira

DR/SPI

Simotea Hoffmeister

DESEN

E a equipe participante da implantação do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral na DR/RS, os empregados: Diane Beatris Porto Guimarães Agente de Correios – Atividade Suporte Gilmara Ávila Martinez

Técnica em Segurança do Trabalho

Luiz Henrique Palermo

Médico do Trabalho

Maria Lucide Meyer Vogel

Analista de Correios – Nutricionista

Tiago Hassmann de Souza

Analista de Correios – Psicólogo

Os profissionais da empresa contratada Health Care – Núcleo Integrado de Aptidão Física e Saúde Ltda: Adriana Torres de Lemos

Fisioterapeuta

Daniel Carlos Garlipp

Educador Físico

Thiago Del Corona Lorenzi

Educador Físico

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Sumário 1. PREFÁCIO .............................................................................................................. 6 2. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6 3. POPULAÇÃO ESTUDADA...................................................................................... 8 3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DO SUBGRUPO GE1: ....................................... 10 3.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DO SUBGRUPO GE2: ....................................... 11 4. DURAÇÃO DA SESSÃO DE CAPACITAÇÃO FÍSICA .......................................... 12 5. RESULTADOS ...................................................................................................... 13 5.1 AVALIAÇÃO FÍSICA ........................................................................................ 13 5.1.1 PESO CORPORAL .................................................................................... 13 5.1.2 DOBRAS CUTÂNEAS ............................................................................... 14 5.1.3 ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA – IMC ................................................... 16 5.1.4 CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA ............................................................ 17 5.1.5 TESTE DE FORÇA .................................................................................... 18 5.1.6 TESTE DE FLEXIBILIDADE ...................................................................... 20 5.2 QUALIDADE DE VIDA ..................................................................................... 22 5.2.1 CAPACIDADE FUNCIONAL ...................................................................... 23 5.2.2 LIMITAÇÃO POR ASPECTOS FÍSICOS ................................................... 24 5.2.3 DOR ........................................................................................................... 26 5.2.4 ESTADO GERAL DE SAÚDE.................................................................... 27 5.2.5 VITALIDADE .............................................................................................. 28 5.2.6 LIMITAÇÃO POR ASPECTOS EMOCIONAIS .......................................... 29 5.2.7 SAÚDE MENTAL ....................................................................................... 30 6. AVALIAÇÃO POSTURAL ...................................................................................... 32 7. AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA ....................................................................... 34 7.1 QUEIXAS DE DOR .......................................................................................... 37 7.2 QUANTIDADE E INTENSIDADE DE DOR ...................................................... 43

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7.3 PALPAÇÃO DOLOROSA................................................................................. 44 7.4 ENCURTAMENTO DE FLEXORES DE QUADRIL .......................................... 47 8. AVALIAÇÃO MÉDICA ........................................................................................... 49 9. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA ................................................................................ 51 10. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ............................................................................... 60 11. CUSTOS ............................................................................................................. 64 12. PRODUTIVIDADE ............................................................................................... 67 13. CONCLUSÃO...................................................................................................... 68 14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 70 15. ANEXOS ............................................................................................................. 74

LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Empregados avaliados e que desistiram do Projeto Piloto ....................... 9 Quadro 2 – Valores de referência de IMC ................................................................. 16 Quadro 3 – Variação percentual do IMC nos grupos ................................................ 16 Quadro 4 - Histórico resumido dos empregados atendidos na fisioterapia ............... 35

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LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - População estudada ................................................................................. 9 Gráfico 3 - Comparação GE x GC ............................................................................ 15 Gráfico 4 - Flexibilidade média nos grupos .............................................................. 22 Gráfico 5 - Avaliação fisioterápica ............................................................................ 36 Gráfico 6 - Queixa de dor - GE ................................................................................. 38 Gráfico 7 - Queixa de dor – GC ................................................................................ 39 Gráfico - 8 - Palpação dolorosa - GE ....................................................................... 46 Gráfico 9 - Palpação dolorosa – GC......................................................................... 46 Gráfico 10 - Encurtamento de flexores do quadril .................................................... 48 Gráfico 11 - Avaliação nutricional ............................................................................. 63 Gráfico 12 - Custos totais da Cinesioterapia ............................................................ 64 Gráfico 13 - Custos ECT .......................................................................................... 65 Gráfico 14 - Quantidade e Custos DR/RS ................................................................ 66

LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Distribuição do GE em grupos ................................................................. 12 Tabela 2 - Variação do peso corporal nos grupos ..................................................... 13 Tabela 3 - Variação percentual de dobras cutâneas ................................................. 15 Tabela 4 – Circunferência da cintura nos grupos ...................................................... 18

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1. PREFÁCIO O Projeto de Ergonomia no Processo dos Centros de Tratamento Automatizado, desenvolvido no período de abril de 2005 a novembro de 2006 teve como objetivo investigar os processos de trabalho em unidades distintas sob vários aspectos, tais como: percepção do empregado, adequação dos processos organizacionais, conhecimento das atividades e o seu impacto no ser humano (relação adoecimento x trabalho).

Dentre as recomendações indicadas na conclusão do trabalho, estão o Rodízio Operacional (piloto em São Paulo – SP) e a Cinesioterapia Laboral (piloto concluído em Porto Alegre – RS), cujas ações são inter-relacionadas e foram aprovadas pela DIOPE para pilotagem, visando obter, principalmente, a preservação da sua saúde física e mental, associada também as características das atividades desenvolvidas, a manutenção do empregado no trabalho e a recuperação dos adoecidos.

2. INTRODUÇÃO O Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral foi elaborado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e implementado pela Health Care – Núcleo Integrado de Aptidão Física e Saúde Ltda., com o acompanhamento e a supervisão da Gerência de Saúde da Diretoria Regional do Rio Grande do Sul, no período compreendido entre 10 de março de 2008 e 09 de março de 2009. Esse Projeto Piloto contou com a ação conjunta de médicos, fisioterapeutas, educadores físicos, psicólogos, nutricionistas, técnicos em segurança do trabalho e profissionais do ErgoECT, com o objetivo de implantar melhorias na política de práticas preventivas e de condicionamento físico, por meio de um programa para a adoção de um estilo de vida saudável por parte dos empregados da ECT.

A Cinesioterapia é a terapia ou tratamento através do movimento e engloba recursos e técnicas variadas, incluindo: mobilização ativa e passiva, alongamento, exercícios

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respiratórios, exercícios para fortalecimento muscular, reeducação da postura, coordenação motora, equilíbrio, dentre outros. Um dos seus principais aspectos é englobar através da realização de exercícios estáticos e dinâmicos associados à respiração e à reeducação da postura e do movimento; a conscientização corporal, o resgate da auto-imagem e a orientação de condutas para as atividades da vida diária.

A Cinesioterapia é individual, comportando exercícios executados de forma manual, com movimentos e exercícios que podem ser realizados ao ar livre ou na água (hidroterapia) utilizando-se também bolas, pranchas, therabands, barras, pesos e outros recursos para se alcançar os objetivos propostos.

O programa desenvolvido para o Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral dos Correios é um tipo de modelo transteórico, ou seja, um modelo geral de modificação intencional de comportamento, onde a mudança de conduta é vista como um processo dinâmico que ocorre através de uma série de estágios inter-relacionados (Howley e Franks, 2000). Nesse programa, a disposição do indivíduo em mudar é enfatizada através de ações direcionadas à modificação do seu estilo de vida, e consequente percepção de bem estar físico e mental.

Neste relatório serão apresentados os aspectos mais importantes quanto ao desenvolvimento do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral e possíveis mudanças ocorridas nas variáveis do programa relacionadas ao condicionamento físico e aspectos fisioterápicos.

No início é apresentada a metodologia utilizada para o desenvolvimento do estudo, onde é feita a abordagem da população, detalhada a amostra, além de referenciar o tratamento estatístico utilizado. Em seguida, é apresentada a formatação dos horários de treinos e a apresentação das bases fundamentais para a elaboração do

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sistema de treinamento utilizado pela Health Care, que justificam o protocolo do programa.

O estudo prossegue com a apresentação das análises intragrupos, além das comparações entre o Grupo Experimental e o Grupo Controle, referentes à avaliação física, a avaliação da qualidade de vida, a avaliação postural, além da avaliação fisioterapêutica.

Em seguida são apresentadas as sínteses dos relatórios médico, psicológico, nutricional e custos da implantação do Projeto Piloto.

Na sequência estão os anexos que trazem na íntegra os trabalhos que compõem o relatório final. E finalmente, estão indicadas as referências bibliográficas consultadas para a fundamentação dos trabalhos e das decisões tomadas, apresentadas neste estudo.

3. POPULAÇÃO ESTUDADA O Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral tem uma abordagem metodológica do tipo quase experimental. Esse tipo de estudo é realizado quando existe um Grupo Experimental – GE (submetido ao Projeto Piloto) e um Grupo Controle – GC (não submetido ao Projeto Piloto). Entretanto, a amostra não pode ser caracterizada como aleatória. Além disso, essa abordagem é utilizada quando o pesquisador não tem o total controle das variáveis intervenientes, tais como: alimentação, sono, carga de trabalho, atividades físicas diárias, dentre outras (GAYA, 2008).

Inicialmente, foram avaliados 86 empregados, dos quais 44 fazem parte do Grupo Experimental (GE) por terem permanecido no Projeto ao longo de todo tempo proposto para o estudo Piloto. Dos 42 restantes, 24 compõem o Grupo Controle (GC), pois optaram por não participar diretamente das atividades do Projeto. Ainda para integrar o Grupo Controle, foram avaliados 6 empregados do CTC Porto Alegre ErgoECT – Relatório Síntese

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– Gturn2. Importante ressaltar o ganho em ter-se conseguido a maior parte da amostra do GC entre os empregados do próprio Gturn1, por estes apresentarem características ainda mais semelhantes aos do GE. O Quadro 1 especifica a situação dos 41 empregados que, apesar de avaliados inicialmente, não aderiram as atividades do Projeto Piloto:

Número de empregados 8 4 1

Causas Realizaram a avaliação e nunca praticaram a Cinesioterapia. Pararam de frequentar devido à atestado médico e, mesmo retornando ao trabalho, não voltaram à Cinesioterapia. Frequentou por certo tempo, mas optou por fazer exercício em academia externa.

2

Licenças maternidade.

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Transferidos de turno.

21

Abandonaram o Projeto Piloto após frequentarem por algum tempo por motivos diversos (desgosto pelo exercício, falta de ânimo para a prática, sentir-se mais cansado após os exercícios, insatisfação com o programa).

Quadro 1 - Empregados avaliados e que desistiram do Projeto Piloto

Para totalizar os 86 inicialmente avaliados, há mais um empregado que iniciou participando do Projeto, mas afastou-se por diagnóstico de hérnia inguinal, seguido de cirurgia. Embora o mesmo tenha retornado às práticas da Cinesioterapia, não foi considerado em nenhum dos dois grupos do estudo. A população estudada é composta por 74 empregados do Centro de Tratamento de Cartas de Porto Alegre – CTC PAE – DR/RS, vinculados ao Gturn1 e Gturn2.

Gráfico 1 - População estudada

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A amostra é do tipo não probabilístico intencional, ou seja, composta por indivíduos que atendem aos critérios de inclusão e que são de fácil acesso do investigador (GAYA, 2008). A amostra foi dividida em dois grupos, ver Gráfico 1, ou seja, um Grupo Experimental (GE) e um Grupo Controle (GC). O GE foi formado por 44 trabalhadores do CTC PAE – DR/RS – Gturn1, sendo 24 do sexo masculino e 20 do sexo feminino. O GC foi formado por 30 trabalhadores do mesmo CTC, do Gturn1 e do Gturn2, sendo 18 do sexo masculino e 12 do feminino. O número de trabalhadores necessários para compor o GC foi calculado através da “regra do polegar” (rules of thumb). Conforme Gaya (2008) o objetivo da “regra do polegar” é estimar o tamanho mínimo da amostra para que seja possível efetuar uma análise estatística adequada dos dados. Para o desenvolvimento do trabalho foi ainda realizada uma subdivisão do Grupo Experimental em GE1 e GE2. O subgrupo GE1 foi submetido às seguintes intervenções: (a) musculação; (b) ginástica funcional e (c) fisioterapia preventiva. Já o subgrupo GE2 foi submetido: (a) fisioterapia curativa; (b) treinamento funcional e (c) fisioterapia preventiva. Abaixo seguem os critérios de inclusão nos subgrupos GE1 e GE2:

3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DO SUBGRUPO GE1: 

Diagnóstico médico de higidez;

Apresentar somente dores episódicas ou eventuais;

Apresentar somente desconfortos musculares;

Não apresentar dores que impossibilitem a execução dos exercícios sugeridos no protocolo de treino;

Apresentar sobrepeso e obesidade, porém sem restrições articulares;

Apresentar doença ortopédica crônica que esteja estabilizada/controlada;

Não apresentar contra indicação médica à Cinesioterapia.

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3.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DO SUBGRUPO GE2: 

Apresentar doença ortopédica aguda/subaguda;

Apresentar doença ortopédica crônica agudizada e doença ortopédica crônica estabilizada/controlada associada ao relato de dor importante;

Apresentar limitação de amplitude de movimento – ADM – e dor durante a ADM e palpação dolorosa positiva;

Apresentar dor causando limitação de ADM e dor durante a ADM;

Apresentar contra-indicação médica à Cinesioterapia;

Apresentar relato de dor importante em um ou mais segmentos do corpo, mesmo não havendo limitação de ADM.

Para a análise descritiva foram utilizados a média, o desvio-padrão e os valores percentuais. Para as análises inferenciais foram utilizados os seguintes testes estatísticos: 

Teste t pareado: para fazer as comparações intragrupo das médias pré e pós intervenção do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral;

Teste t para amostras independentes: para fazer as comparações entre grupos das médias entre GE e GC;

Utilização da estatística Δ (delta) para avaliar possíveis alterações entre grupos, em algumas variáveis analisadas.

O nível de significância adotado será o de 5%. Todas as análises estatísticas foram realizadas no Programa Estatístico SPSS for Windows 13.0.

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4. DURAÇÃO DA SESSÃO DE CAPACITAÇÃO FÍSICA O sistema de treinamento desenvolvido pela Health Care seguiu os princípios que norteiam todo o processo do treinamento físico. Além disso, acrescentou-se um período inicial para ambientação tendo em vista que a maioria dos participantes do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral nunca havia sido treinada.

O período de duração das sessões foi definido em 40 minutos, tendo em vista que no CTC PAE – DR/RS, o Espaço Cinesioterapia Laboral é contíguo ao próprio ambiente de trabalho. Com o acréscimo de apenas 10 minutos para o trânsito e preparação, perfazia o total de 50 minutos de ausência do empregado no posto de trabalho.

Cabe destacar que os participantes foram distribuídos em escalas de acordo com a Tabela 1, evitando-se assim, sobrecargas de trabalho. DIA HORA

SEGUNDA

TERÇA

1

1

QUARTA

QUINTA

1

1

SEXTA 1

7h30

G1

G7

G1

G7

G1

8h30

G2

G8

G2

G8

G2

9h30

G3

10h30

G4

G10

G4

G10

G4

11h30

ALMOÇO

ALMOÇO

ALMOÇO

ALMOÇO

ALMOÇO

12h30 1

13h30

G5 G6

1

li

G9

G11 G12

li

li

G3

G5 G6

li

li

G9

G11 G12

1

1

G3

G5 G6

Tabela 1 - Distribuição do GE em grupos

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5. RESULTADOS Os resultados foram obtidos de análises das avaliações fisíca, médica, fisioterápica, postural, qualidade de vida, psicológica e nutricional que foram realizadas em duas fases: antes da implantação do Projeto Piloto e após decorrido o prazo de 12 meses.

As formas de apresentação desses dados são tanto em valores absolutos quanto em percentuais, comparando-se os resultados do Grupo Experimental e Grupo Controle. 5.1 AVALIAÇÃO FÍSICA A avaliação física compreende: análise de peso corporal, dobras cutâneas, índice de massa corporal – IMC, circunferência da cintura, teste de flexibilidade e teste de força - escapular, lombar e manual.

As alterações ocorridas da primeira para a segunda avaliação foram consideradas como mudanças intragrupos.

As alterações ocorridas nas médias dos aspectos físicos da primeira para a segunda avaliação tanto no GE como no GC foram: 5.1.1 PESO CORPORAL PESO CORPORAL GRUPOS

GE

SEXO

Ref media ECT (altura/peso)

Inicial %

Final %

Resultado %

Masculino

1,71 - 65,75

79,70

79,54

-0,20

Feminino

1,67 - 56,75

73,14

72,51

-0,86

Masculino

1,71 - 65,75

77,77

76,58

-1,53

Feminino

1,67 - 56,75

69,28

69,22

-0,09

GC Tabela 2 - Variação do peso corporal nos grupos

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Ao se analisar as variações do peso corporal apontadas na Tabela 2, da avaliação inicial para a avaliação final, em ambos os sexos não é possível identificar mudanças significativas tanto no Grupo Experimental como no Grupo Controle. Por inferência, ter ou não participado do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral não representou efeito significativo sobre a redução de peso corporal dos trabalhadores do CTC Porto Alegre, o que também não era o objetivo principal do Projeto Piloto.

5.1.2 DOBRAS CUTÂNEAS As dobras cutâneas são utilizadas com a finalidade de calcular o percentual de gordura corporal. Para evitar erros associados à escolha de equações inadequadas, utilizam-se os valores absolutos das dobras cutâneas individuais ou em somatórias de grupos de dobras, que podem ser comparados longitudinalmente ou a padrões estabelecidos e fornecer um indicativo da quantidade de gordura corporal.

Acompanhar as alterações na quantidade de gordura corporal somente através da avaliação do peso corporal pode acarretar em erros. Quando um indivíduo é submetido a treinamento de força espera-se uma diminuição da massa corporal gorda e um aumento da massa corporal magra (principalmente massa muscular) podendo ocorrer pequena redução do peso corporal, ou até mesmo causar um aumento de peso.

Sendo assim, acompanhar as alterações do somatório de dobras cutâneas é um bom indicativo quanto ao conhecimento das alterações da gordura corporal.

No caso dos empregados do CTC Porto Alegre, foi utilizado o somatório das seguintes dobras cutâneas: tríceps, subescapular, supra-ilíaca, abdominal, coxa e perna.

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DOBRAS CUTÂNEAS GRUPOS GE GC

SEXO

Inicial %

Final %

Resultado %

Desempenho %

Masculino

120,28

96,30

23,98

-19,94

Feminino

143,48

115,46

28,02

-19,53

Masculino

102,63

107,00

-4,37

4,26

Feminino

164,42

160,54

3,88

-2,36

Tabela 3 - Variação percentual de dobras cutâneas

Ao se analisar as variações do somatório de dobras da avaliação inicial para a avaliação final foram identificadas reduções dos valores percentuais no Grupo Experimental. Já no Grupo Controle as variações não foram significativas. Sendo assim, pode-se dizer que ter participado do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral ocasionou redução da gordura corporal. Importante salientar que essa mudança da composição corporal pode ter sido resultado da prática dos exercícios, bem como, pela mudança de comportamento resultado das orientações recebidas. Na visualização do Gráfico 2, percebe-se que o percentual de variação de dobras cutâneas dos homens e das mulheres teve uma redução de 19% no Grupo Experimental. No Grupo Controle, entre as mulheres ocorreu pouca variação e entre os homens houve aumento do percentual. Com isso, o resultado esperado de redução do percentual de dobras cutâneas ocorreu apenas entre os empregados do Grupo Experimental.

Reduziu

f GE

Rtduziu

t

4,26%

GE

f

GC

-2,36%

GC

-19,53% -19,94%

Gráfico 2 - Comparação GE x GC

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5.1.3 ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA – IMC O IMC é um padrão internacional adotado pela Organização Mundial da Saúde – OMS, que indica se um adulto está acima do peso, se está obeso ou abaixo do peso ideal considerado saudável.

O método desenvolvido pelo belga Lambert Quételet no fim do século XIX é a forma mais fácil de saber se uma pessoa está com o peso ideal ou não (WHO, 1995). Para o cálculo do índice basta dividir o peso da pessoa pela sua altura ao quadrado: IMC = peso / (altura)2. A OMS adota um critério simples que aponta os graus de obesidade: Condição

IMC Adultos

Abaixo do peso

abaixo de 18,5

Peso normal

entre 18,5 e 25,0

Acima do peso

entre 25,0 e 30,0

Obeso

acima de 30,0

Quadro 2 – Valores de referência de IMC

A seguir, o Quadro 3 demonstra as variáveis percentuais dos critérios de IMC encontrados nos GE e GC, da avaliação inicial para a final:

ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA – IMC GRUPOS

SEXO Masculino

GE Feminino Masculino GC Feminino

Referencial

Inicial - %

Final %

Resultado %

Normal Acima Peso Obeso Normal Acima Peso Obeso Normal Acima Peso Obeso Normal Acima Peso Obeso

29,20 54,20 16,70 42,10 36,80 21,10 38,90 44,40 16,70 41,70 41,70 16,70

25,00 58,30 16,70 45,00 25,00 30,00 38,90 44,40 16,70 41,70 41,70 16,70

-14,38 7,56 6,89 -32,07 42,18 -

Quadro 3 – Variação percentual do IMC nos grupos

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Na análise do Quadro 3 verifica-se que no GE – sexo masculino, houve a migração de empregados com IMC - peso normal para o grupo IMC - sobrepeso. Enquanto que no sexo feminino, houve o aumento do percentual das empregadas com IMC peso normal e obesidade.

Nesse mesmo Quadro, em relação ao GC, verifica-se que houve permanência dos avaliados dentro de cada critério da avaliação inicial para a avaliação final, o que está coerente.

Esses resultados já eram esperados, tendo em vista que muitas pessoas, pelo fato de estarem fazendo exercícios, acabam não tendo cuidado com a alimentação, contando que o exercício resolva a questão da perda de peso corporal. Quanto ao IMC nota-se que houve uma substituição da massa gorda por massa magra, ou seja, massa muscular, inferindo-se manutenção ou aumento de peso, acrescido do descuido alimentar citado no parágrafo anterior.

5.1.4 CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA A OMS preconiza o uso da circunferência da cintura no ponto de corte de 94 cm para homens e 80 cm para mulheres, como medida de risco metabólico aumentado, no desenvolvimento de doenças coronarianas. A circunferência da cintura é um dado de fácil e rápida obtenção, que associa-se tanto com o IMC como com a relação cintura-quadril, sendo capaz de detectar indivíduos com excesso de peso e outros fatores de risco cardiovascular com alta acurácia (LEAN ET AL, 1995; HAN ET AL, 1995; HAN ET AL, 1996).

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CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA GRUPOS GE

SEXO Masculino Feminino Masculino

GC Feminino

Referencial Baixo Risco Alto Risco Baixo Risco Alto Risco Baixo Risco Alto Risco Baixo Risco Alto Risco

Inicial % 62,50 37,50 47,40 52,60 66,70 33,30 50,00 50,00

Final % 70,80 29,20 60,00 40,00 72,20 27,80 41,70 58,30

Resultado % 13,28 -22,13 26,58 -23,95 8,25 -16,52 -16,60 16,60

Tabela 4 – Circunferência da cintura nos grupos

A Tabela 4 identifica que no GE – sexo masculino houve a migração de empregados categorizados como Alto Risco para o de Baixo Risco, em 13,28%. No sexo feminino também se identifica a migração de empregadas do grupo categorizado como Alto Risco para o de Baixo Risco, em 26,58%. Na mesma tabela, no GC – tanto no sexo masculino como no sexo feminino, há elevação do percentual de empregados categorizados como Baixo Risco e consequente redução do percentual caracterizado como de Alto Risco.

Na análise da circunferência da cintura constata-se que houve mudança na classificação de risco, ou seja, de um nível maior para um nível menor, significando um ganho na redução do risco coronariano.

5.1.5 TESTE DE FORÇA A avaliação da força faz parte do controle do treinamento. O controle tem como objetivo proporcionar informações constantes sobre os efeitos do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral sobre o estado físico dos empregados: 

Determinar a importância relativa da força para o rendimento durante o dia-a-dia;

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Conhecer a natureza ou o tipo de manifestação de força requerida;

Desenvolver o perfil do trabalhador, ressaltando os seus pontos fortes e fracos;

Reconduzir o processo de treinamento.

No Projeto Piloto foi utilizada a dinamometria como forma de avaliação da força muscular, método que engloba todos os tipos de medidas de força e pressão. Os dinamômetros, instrumentos utilizados para este tipo de coleta de dados, têm o objetivo de mensurar a força isométrica do indivíduo, por meio de testes

GE GC

SEXO

GRUPOS

dinamométricos - manuais, de tórax e lombares.

TESTE DE FORÇA DINAMOMETRIA Manual Ref.

Inicial

Final

M

35 42,81 43,89

Escapular Análise %

Ref.

Inicial

Final

2,52

35

34,65 36,95

Lombar Análise %

Ref.

Inicial

Final

6,64

90 127,82 144,17 81,00

Análise %

12,79

F

30 27,87 29,01

4,09

30

21,37 24,45

14,41

80

90,09

11,22

M

35 41,43 37,73

-8,93

35

30,94 27,80

-10,15

90 116,75 101,16

-13,35

F

30 24,74 24,54

-0,81

30

16,50 14,25

-13,64

80

-4,09

65,33

62,66

Tabela 5 – Teste de força - Dinamometria manual, escapular e lombar

Pode-se identificar no GE, consultando a Tabela 5 que para ambos os sexos houve um ganho dos valores percentuais da força de preensão manual, escapular e lombar, com destaque para a Dinamometria Escapular entre as empregadas do sexo feminino em 14,41%. No GC em ambos os sexos, houve uma redução nos valores percentuais da força de preensão manual, escapular e lombar. Assim, pode-se deduzir que a prática da Cinesioterapia Laboral pelo GE foi positiva frente ao GC. A importância dos resultados apontados está nas perdas de força dos empregados que não participaram do Projeto Piloto, uma vez que a característica da

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atividade desenvolvida no CTC exige este requisito e o efeito esperado pelo Projeto nessa avaliação é o aumento da força.

5.1.6 TESTE DE FLEXIBILIDADE A flexibilidade, variável cineantropométrica, é um componente da saúde relativo à forma física, e é altamente treinável.

Vários são os métodos para aferição dos níveis de flexibilidade, geralmente utilizando movimentos de flexão e extensão dos segmentos articulares. Marins e Giannichi (1998) apresentam três tipos de testes, que podem ser divididos em angulares, lineares e adimensionais. Os testes angulares fornecem de forma direta resultados em ângulos; os lineares – como o teste de sentar e alcançar – caracterizam-se por expressar seus resultados em uma escala de distância métrica, comumente usados para aferir de forma indireta a flexibilidade da coluna lombossacra e articulação do quadril, muito utilizado devido ao seu baixo custo e simples aplicação (JÚNIOR E BARROS, 1998) e os adimensionais, como o Flexiteste (GHORAYEB E BARROS, 1999). No Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral utilizou-se para medir a flexibilidade, o teste de sentar e alcançar. O padrão de análise da flexibilidade com base no „percentil 20‟ foi traçado a partir de uma avaliação com um grande número de adultos, os quais foram divididos em percentis a partir da análise de suas flexibilidades. O padrão de flexibilidade passou assim a ser o „percentil 20‟ – Tabela 6 – ou seja, foram identificados os 20% de indivíduos com menor flexibilidade. Aqueles indivíduos que se enquadram acima desse padrão são considerados com boa flexibilidade, enquanto aqueles que se enquadram abaixo desse padrão são considerados com uma flexibilidade muito ruim.

ErgoECT – Relatório Síntese

20


CINESIOTERAPIA LABORAL

Condição

Boa Flexibilidade

Baixa Flexibilidade

Percentil

99 95 90 80 70 60 50 40 30 20 10 5 1

Valores em Centímetros Homens Mulheres ≤ 35 36 – 49 ≥ 50 ≤ 35 36 – 49 ≥ 50 anos anos anos anos anos anos 62,7 49,5 45,5 43,2 40,1 38,1 36,6 34,3 33,0 29,5 23,4 20,1 17,8

48 46,2 40,9 37,1 35,3 34,0 32,0 29,5 27,4 25,1 21,1 17,8 13,0

41,1 40,1 38,1 33,8 31,2 29,2 25,9 24,6 23,6 22,4 19,8 18,2 10,2

50,3 47,5 45,5 42,4 41,1 40,1 37,6 36,8 34,8 32,0 25,7 20,6 6,6

50,3 48,8 44,2 41,1 38,6 36,8 34,3 32,5 31,0 27,9 24,6 21,6 5,1

43,7 39,9 38,1 36,1 34,5 31,2 28,2 25,7 23,4 21,1 19,1 9,4 3,8

Tabela 6 – Padrão de flexibilidade

Ao analisar a Tabela 7 e o Gráfico 3, observa-se ganho no quesito flexibilidade nos empregados que participaram do Projeto Piloto, o que é um importante requisito para o desempenho das atividades diárias do OTT, por proporcionar a execução dos movimentos sem sobrecarga na coluna vertebral. Ressalta-se ainda, que há evidências de perda de flexibilidade com o passar do tempo naqueles sem prática de atividade física supervisionada, principalmente entre as mulheres do GC.

TESTE DE FLEXIBILIDADE GRUPOS GE

GC

FLEXIBILIDADE MÉDIA

SEXO

Referencia média (cm)

Inicial (cm)

Final (cm)

Resultado %

Masculino

25,1

29,55

33,47

13,27

Feminino

27,9

32,55

38,50

18,28

Masculino

25,1

24,61

23,83

-3,17

Feminino

27,9

24,25

19,25

-20,62

Tabela 7 – Média teste de flexibilidade

ErgoECT – Relatório Síntese

21


CINESIOTERAPIA LABORAL

EigoE T

lVleU1or

Abaixo1lo t e~11erndo -3, 17%

A b aixo 1lo e~11tra1l o

t

t

Gráfico 3 - Flexibilidade média nos grupos

5.2 QUALIDADE DE VIDA Qualidade de vida é a condição humana que reflete um conjunto de parâmetros individuais, sócio-culturais e ambientais que caracterizam as condições em que vive o ser humano (NAHAS, 1997), ou seja, qualidade de vida é a percepção individual relativa às condições de saúde e a outros aspectos gerais da vida pessoal (GILL & FEINSTEIN, 1994).

No Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, o perfil de Qualidade de Vida foi medido através do Questionário de Qualidade de Vida SF-36 Adaptado, que avalia os fatores: capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, limitação por aspectos emocionais e saúde mental. Na sequência, serão apresentados os resultados divididos por fatores e sexo.

ErgoECT – Relatório Síntese

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CINESIOTERAPIA LABORAL

5.2.1 CAPACIDADE FUNCIONAL Essa variável foi medida por meio da capacidade do indivíduo em caminhar, correr, carregar objetos, subir escadas, entre outros.

CAPACIDADE FUNCIONAL GRUPOS

SEXO Masculino

GE Feminino

Masculino GC Feminino

Referencial

Inicial %

Final %

Resultado - %

Ruim Moderada Boa Ruim Moderada Boa Ruim Moderada Boa Ruim Moderada Boa

9,10 50,00 40,90 13,60 40,90 45,50 0,00 27,80 72,20 0,00 66,70 33,30

13,60 59,10 27,30 4,50 68,20 27,30 5,60 38,90 55,60 16,70 75,00 8,30

49,45 18,20 -33,25 -66,91 66,75 -66,67 5,60 39,93 -22,99 16,70 12,44 -75,08

Tabela 8 – Capacidade funcional

Da análise da Tabela 8 não é possível abstrair tendências significativas, pois se verifica que o comportamento do GC e GE são semelhantes. Os dados para os homens são parecidos em todas as avaliações. Já para as mulheres observou-se redução do conceito ruim para o GE e elevação para o GC, o que é positivo, embora para o GE tenha ocorrido sensível redução no conceito Boa, provavelmente com migração para o conceito moderada. Para o referencial “Ruim” a percepção foi positiva para 49,45% dos homens e reduzida para 66,91% das mulheres. Dentro das variáveis do questionário aplicado, para o parâmetro “Boa”, em ambos os sexos, a percepção foi de perda (33,25% Masculino e 66,67% - Feminino). Já no GC, o referencial “Boa” aponta perdas em ambos os sexos (22,99% - homens e 75,08% mulheres), com a consequente migração para os referenciais “Moderada” (12,44% mulheres e 39,93% homens) e “Ruim” (16,70% mulheres e 5,60% homens).

ErgoECT – Relatório Síntese

23


CINESIOTERAPIA LABORAL

Num contexto amplo, considerando as diversas variáveis que se apresentam no diaa-dia de trabalho e que impactam na percepção dos empregados, pode-se constatar que a participação do GE no Projeto Piloto proporcionou o prolongamento do bemestar funcional, diferentemente do GC, onde as alusões de perdas da capacidade laborativa são constatadas na maioria dos parâmetros referenciais.

5.2.2 LIMITAÇÃO POR ASPECTOS FÍSICOS Essa variável foi medida por meio da incapacidade do indivíduo – nas últimas quatro semanas – em se dedicar ao trabalho e à realização de tarefas.

Na análise da Tabela 9 verifica-se que houve uma melhoria na performance dos empregados do Grupo Experimental em ambos os sexos, quando da execução das atividades atribuídas, enquanto que no Grupo Controle os participantes tiveram, numa análise global da amostra, perda da capacidade laborativa.

LIMITAÇÃO POR ASPECTOS FÍSICOS GRUPOS

SEXO

Referencial

Inicial %

Muita Limitação Masculino

Limitação Moderada

GE Feminino

Masculino

GC Feminino

Final %

Resultado %

22,70

9,10

-59,91

31,80

22,70

-28,62

Pouca Limitação

45,50

68,20

49,89

Muita Limitação

27,30

18,20

-33,33

Limitação Moderada

27,30

22,70

-16,85

Pouca Limitação

45,50

59,10

29,89

Muita Limitação

22,20

5,60

-74,77

Limitação Moderada

11,10

27,80

150,45

Pouca Limitação

66,70

66,70

-

Muita Limitação

25,00

25,00

-

Limitação Moderada

25,00

41,70

66,80

Pouca Limitação

50,00

33,30

-33,40

Tabela 9 – Limitação por aspectos físicos

Infere-se, portanto, que os empregados que tiveram a intervenção da Cinesioterapia Laboral mantiveram ou superaram a produtividade coletiva. Entre os homens do GE

ErgoECT – Relatório Síntese

24


CINESIOTERAPIA LABORAL

da avaliação inicial para a final, o percentual de empregados com Muita Limitação apresenta uma redução de 59,91% e com Limitação Moderada, de 28,62%. No entanto, entre os que apresentam Pouca limitação a variação de 49,89% é positiva, considerando principalmente os impactos da redução dos empregados com Muita Limitação e Limitação Moderada. Para o GC na avaliação inicial e final entre os homens, a variação Muita Limitação tem redução de 74,77%, porém para Limitação Moderada o aumento foi de 150,45% e os com Pouca Limitação se manteve estável.

A análise do quadro feminino mostra que o GE na avaliação inicial e final tem o mesmo desempenho verificado com os homens, ou seja, avaliação positiva com a redução entre as avaliadas com Muita Limitação (33,33%) e Limitação Moderada (16,85%) com consequente migração para a variável Pouca Limitação (29,89%). Quanto ao GC na avaliação inicial e final para as mulheres, o item Muita Limitação se manteve estável, já na Limitação Moderada, tem-se um crescimento de 66,80% e por fim, as empregadas com Pouca Limitação têm uma redução de 33,40%.

ErgoECT – Relatório Síntese

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CINESIOTERAPIA LABORAL

5.2.3 DOR Essa variável foi medida por meio da quantidade de dor sentida pelo indivíduo nas últimas 4 semanas, bem como da limitação ao trabalho devido à dor.

DOR GRUPOS

SEXO Masculino

GE Feminino

Masculino GC Feminino

Referencial Muita Dor Dor Moderada Pouca Dor Muita Dor Dor Moderada Pouca Dor Muita Dor Dor Moderada Pouca Dor Muita Dor Dor Moderada Pouca Dor

Inicial % 9,10 68,20 22,70 22,70 77,30 0 5,60 61,10 33,30 25 75 0

Final % 9,10 63,60 27,30 4,50 86,40 9,10 11,10 77,80 11,10 33,30 58,30 8,30

Resultado % -6,74 20,26 -80,18 11,77 9,10 98,21 27,33 -66,67 33,20 -22,27 8,30

Tabela 10 - Dor

Na análise da Tabela 10 verifica-se que houve mudança em um número expressivo de empregados do Grupo Experimental na classificação do nível de “Pouca Dor” (M: 20,26% – F: 9,10%), redução de 6,74% da “Dor Moderada” para o sexo masculino e aumento de 11,77% para o sexo masculino. Quanto ao aspecto “Muita Dor”, a percepção manteve-se estável para os homens e reduziu em 80,18% do referencial inicial para as mulheres. Para a amostra do Grupo Controle os participantes tiveram aumentos consideráveis na classificação de “Muita Dor” (M: 98,21% – F: 33,20%), aumento da “Dor Moderada” para 27,33% dos empregados do sexo masculino e redução de 22,27% das colaboradoras do sexo feminino. Já para a percepção de “Pouca Dor”, a constatação dos homens teve queda de 66,67% e para as mulheres foi aumentada em 8,30% do grupo.

Dessa forma os empregados que tiveram a intervenção da Cinesioterapia Laboral apontaram melhora no desenvolvimento de suas atividades profissionais, com

ErgoECT – Relatório Síntese

26


CINESIOTERAPIA LABORAL

impacto no bem-estar pela redução do desconforto causado pela dor, o que também tem repercussão na qualidade de vida.

5.2.4 ESTADO GERAL DE SAÚDE

Essa variável foi medida pelo levantamento da percepção do empregado quanto à própria saúde.

ESTADO GERAL DE SAÚDE GRUPOS

SEXO Masculino

GE Feminino

Masculino GC Feminino

Referencial Ruim Moderada Boa Ruim Moderada Boa Ruim Moderada Boa Ruim Moderada Boa

Inicial % 13,60 54,50 31,80 13,60 40,90 45,50 0 100 0 8,30 75 16,70

Final % 4,50 45,50 50 4,50 45,50 50 5,60 94,40 0 8,30 66,70 25

Resultado % -66,91 -16,51 57,23 -66,91 11,25 9,89 5,60 -5,60 -11,07 49,70

Tabela 11 – Estado geral de saúde

Na análise da Tabela 11 constata-se que houve mudança no quadro sensorial de percepção do estado geral de saúde para um número expressivo de participantes do Grupo Experimental, com o arranjo positivo na classificação do nível “Boa” (de 31,80% para 50% no sexo masculino e de 45,50% para 50% no feminino) no nível “Moderada” com redução de 16,51% para os homens e aumento para 11,25% das mulheres e no “Ruim” com redução em ambos os sexos num mesmo referencial (66,91%).

Já na avaliação dos integrantes do Grupo Controle, identifica-se um aumento no referencial “Ruim” (de 0% para 5,60%) para os empregados do sexo masculino e

ErgoECT – Relatório Síntese

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CINESIOTERAPIA LABORAL

entre as mulheres uma estabilidade nessa variável, mas percebe-se a redução na classificação “Moderada” (para 5,60% dos homens e 11,07% das mulheres) e um aumento no estado geral de saúde como sendo “Boa” de 16,70% para 25% das empregadas do sexo feminino e indiferente para os empregados do sexo masculino.

Como já era esperado, os empregados que tiveram a intervenção da Cinesioterapia Laboral melhoraram o estado geral de saúde. Além disso, os membros do GC tiveram a saúde deteriorada, o que revela uma tendência preocupante em relação ao grande grupo de empregados que se encontra fora do Estudo.

5.2.5 VITALIDADE Essa variável foi levantada por meio de questionário presencial em que o empregado mensura a sua energia e cansaço físico.

VITALIDADE GRUPOS

SEXO Masculino

GE Feminino

Masculino GC Feminino

Referencial Pouca Moderada Boa Pouca Moderada Boa Pouca Moderada Boa Pouca Moderada Boa

Inicial % 9,10 77,30 13,60 18,20 72,7 9,10 0 66,70 33,30 8,30 75 16,70

Final % 4,50 45,50 50 0 63,60 36,40 5,60 50 44,40 25 66,70 8,30

Resultado % -50,55 -41,14 267,65 100 -12,52 300 5,60 -25,04 33,33 201,20 -11,07 -50,30

Tabela 12 – Vitalidade

Na análise da Tabela 12 constata-se que houve melhora na performance do Grupo Experimental quanto a “Boa” vitalidade física (267,65% dos homens e de 300% das

ErgoECT – Relatório Síntese

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CINESIOTERAPIA LABORAL

mulheres) enquanto que no Grupo Controle os participantes do sexo masculino tiveram aumento de apenas 33,33% e as do sexo feminino reduziu em 50,30%. Dentro do referencial “Moderada”: entre os homens a redução foi de 41,14% e para as mulheres foi de 12,52% - Grupo Experimental; no Grupo Controle o comportamento foi de redução de 25,04% para o sexo masculino e de 11,07 para o feminino. Na avaliação de “Pouca” vitalidade a experiência do GE ficou demonstrada pela redução em 50,55% para os empregados do sexo masculino e em 100% das empregadas do sexo feminino. Já no GC a percepção dessa variável foi positiva para 5,60% dos homens e para 201,20% das mulheres.

Tais apontamentos permitem inferir que a Cinesioterapia Laboral é importante para a manutenção da vitalidade em elevado nível o que pode se refletir na melhora da produtividade.

5.2.6 LIMITAÇÃO POR ASPECTOS EMOCIONAIS

Essa variável foi medida por meio de problemas devido aos aspectos emocionais no trabalho e atividades de vida diária.

ErgoECT – Relatório Síntese

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CINESIOTERAPIA LABORAL

LIMITAÇÃO POR ASPECTOS EMOCIONAIS GRUPOS

SEXO Masculino

GE Feminino

Masculino GC Feminino

Referencial Muita Limitação Limitação Moderada Pouca Limitação Muita Limitação Limitação Moderada Pouca Limitação Muita Limitação Limitação Moderada Pouca Limitação Muita Limitação Limitação Moderada Pouca Limitação

Inicial % 22,70 27,30 50 36,40 27,30 36,40 11,10 33,30 55,60 25 16,70 58,30

Final % 27,30 22,70 50 13,60 45,50 40,90 11,10 33,30 55,60 16,70 50 33,30

Resultado % 20,26 -16,85 -62,64 66,67 12,36 -33,20 199,40 -42,88

Tabela 13 - Limitação por aspectos emocionais

A análise da Tabela 13 indica que a percepção dos aspectos emocionais representa apenas uma variável no quesito qualidade de vida e a sua relevância em relação aos demais aspectos não compromete o resultado do Projeto Piloto.

5.2.7 SAÚDE MENTAL Essa variável foi medida através da percepção individual em relação à calma, nervosismo, felicidade e abatimento.

ErgoECT – Relatório Síntese

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CINESIOTERAPIA LABORAL

SAÚDE MENTAL GRUPOS

SEXO Masculino

GE Feminino

Masculino GC Feminino

Referencial Ruim Moderada Boa Ruim Moderada Boa Ruim Moderada Boa Ruim Moderada Boa

Inicial % 4,50 50 45,50 9,10 54,50 36,40 5,60 50 44,40 0 66,70 33,30

Final % 4,50 31,80 63,60 4,50 40,90 54,50 11,10 44,40 44,40 8,30 58,30 33,30

Resultado % -36,40 39,78 -50,55 -24,95 49,73 98,21 -11,20 8,30 -12,59 -

Tabela 14 - Saúde mental

Na análise da tabela 14 constata-se que houve mudança em um número expressivo de participantes de ambos os sexos do GE na classificação do nível Boa saúde mental (de 45,50% para 63,60% para os homens e de 36,40% para 54,50% para as mulheres) enquanto que no GC os empregados de ambos os sexos tiveram perdas, conforme constatação diante do aumento da percepção da saúde mental como Ruim (de 5,60% para 11,10% para os homens e de 0% para 8,30% para as mulheres). Os resultados indicam que os empregados que participaram do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral melhoraram o estado geral de saúde mental, que reflete em outros indicadores, como o de qualidade de vida.

ErgoECT – Relatório Síntese

31


CINESIOTERAPIA LABORAL

6. AVALIAÇÃO POSTURAL A postura pode ser definida como o arranjo relativo das partes do corpo, sendo que a boa postura é caracterizada pelo estado de equilíbrio muscular e esquelético. Nessa concepção, a postura “ideal” é a posição na qual um mínimo de estresse é proporcionado a cada articulação (KENDALL et. al., 1995). Além disso, está presente a ideia de que o corpo deve ter mobilidade, sendo capaz de prontamente mudar de posição. Devido à necessidade de padrão de referência, por meio do qual é possível avaliar a postura na posição ortostática, Kendall et al. (1995) sugere a utilização de pontos anatômicos de referência. Por estes passa o centro de gravidade e essa é a posição em que o corpo se mantém mais equilibrado. No alinhamento padrão, o fio de prumo passa pelos seguintes pontos: (a) vista lateral: através da articulação calcâneocuboidéa, levemente anterior ao eixo da articulação do joelho, levemente posterior ao eixo da articulação do quadril, corpos das vértebras lombares, articulação do ombro, corpos da maioria das vértebras cervicais e meato auditivo externo; (b) vista posterior: ponto equidistante entre os calcâneos, linha média do corpo e da cabeça. A avaliação postural realizada seguiu os procedimentos sugeridos e avaliou os indivíduos nas vistas posterior, anterior, lateral direita e esquerda. A avaliação postural tem como objetivo detectar as alterações visualmente observáveis. A partir dessa detecção é possível direcionar exercícios específicos a cada tipo postural, além de auxiliar na melhoria da percepção corporal, quando necessário. Na população adulta, abrangência do presente estudo, o que se pretende a partir dos diagnósticos gerados, é minimizar as compensações e tensões posturais, e não há a pretensão de “corrigir” os desvios detectados. Por consequência, serão apresentados os resultados das avaliações posturais realizadas somente no início da implantação, por que não faria sentido avaliar a postura tanto do Grupo Controle, como do Grupo Experimental ao final do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral.

ErgoECT – Relatório Síntese

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CINESIOTERAPIA LABORAL

A seguir, na Tabela 15, são apresentados os resultados percentuais somente do Grupo Experimental referentes à avaliação da coluna vertebral, na vista lateral e à avaliação dos ombros, nas vistas anterior e lateral. Optou-se pela apresentação do perfil apenas da coluna vertebral e dos ombros, pois estes, devido às atividades desenvolvidas no CTC PAE – DR/RS, são os segmentos mais suscetíveis às lesões. Assim, a avaliação postural desses segmentos possibilita um melhor entendimento das causas de lesão, agregando informação ao estudo.

AVALIAÇÃO POSTURAL GRUPO EXPERIMENTAL - % COLUNA VERTEBRAL

OMBROS

VISTA LATERAL VISTA LATERAL

VISTA ANTERIOR

Hiperlordótica

Retificada

Neutra

Hipercifóse

Neutra

Hiperlordótica

Retificada

Neutro

Protuso

Simétrico

Direito mais alto

Esquerdo mais alto

LOMBAR

Neutra

DORSAL

SEXO

CERVICAL

M

63,60

13,60

22,70

72,70

27,30

40,90

50

9,10

59,10

40,90

45,50

31,80

22,70

F

70

10

20

90

10

35

60

5

80

20

30

45

25

Tabela 15 - Avaliação postural do Grupo Experimental

ErgoECT – Relatório Síntese

33


CINESIOTERAPIA LABORAL

7. AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA De acordo com os critérios definidos pelo Projeto Piloto no que diz respeito ao perfil clínico encontrado na população, foram criadas divisões em subgrupos, sendo que 20 empregados – 6 (30%) homens e 14 (70%) mulheres – foram inicialmente encaminhados para participar do GE2 (Grupo Experimental que realiza fisioterapia). Dos 20 anteriormente citados, somente 14 empregados iniciaram o tratamento fisioterápico. O Quadro 4 apresenta um histórico resumido sobre o(s) período(s) de tratamento, o(s) segmento(s) acometido(s) e a situação de cada empregado em fevereiro de 2009. Nº

Período

Segmento(s) Acometido(s)

Situação fevereiro 2009

01

12/09/08 a 19/01/09

Cotovelo esquerdo

Grupo musculação

02

11/08/08 a 03/12/08

Braço e antebraço direito

Grupo musculação

03

30/06/08 a 11/07/08

Ombro esquerdo

Abandonou o Projeto

04

02/06/08 a 03/11/08 04/02/08 – atual

Joelho esquerdo Coxa direita

Em tratamento

05

27/08/08 – atual

Região dorsal

Em tratamento Em tratamento

06

06/06/08 – atual

Cotovelos

02/06/08 – 22/09/08 22/09/08 – atual 20/08/08 a 13/03/09 13/03/09 – atual 04/08/08 a 17/11/08 05/01/09 a 04/02/09

Ombro, cotovelo e polegar direitos Joelhos e polegar Cotovelo direito Ombro direito Coluna lombar e ombros Trapézios superiores

10

02/06/08

Coluna dorsal

Abandonou o Projeto

11

18/11/08 a 20/12/08

Ombro direito

Grupo musculação

12

02/06/08 a 16/06/08

Coluna cervical

Grupo musculação

13

02/06/08 a 30/06/08

Coluna cervical

Abandonou o Projeto

14

02/06/08 a 14/07/08

Coluna cervical

Abandonou o Projeto

15

02/06/08 a 14/07/08 14/10/08 a 09/12/08

Coluna lombar e punhos Coluna cervical

Grupo musculação

16

02/06/08 a 15/09/08

Coluna cervical

Grupo musculação

17

01/09/08 a 10/12/08

Joelhos

Grupo musculação

18

02/06/08 a 12/08/08

Ombros, cotovelos e mãos

Abandonou o Projeto

19

02/06/08 a 23/06/08 13/01/09 a 03/02/09

Coluna cervical Coluna lombar

Grupo musculação

20

24/09/08 a 19/01/09

Joelhos

Em tratamento

21

02/06/08 a 09/08/08

Coluna cervical

Abandonou o Projeto

07 08 09

Em tratamento Em tratamento Grupo musculação

ErgoECT – Relatório Síntese

34


CINESIOTERAPIA LABORAL

22

02/06/08 a 01/09/08

Coluna lombar

Grupo musculação

23

02/06/08 a 01/08/08

Coluna cervical, punhos e mãos

Abandonou o Projeto

24

02/06/08

Quadris

Abandonou o Projeto

25

02/06/08 a 02/09/08

Punho e indicador direito

Grupo musculação

26

16/06/08 a 05/09/08

Coluna lombar

Grupo musculação

27

19/08/08 a 28/08/08

Coluna lombar

Grupo musculação

28

02/06/08 a 04/09/08 10/02/09 – atual

Coluna cervical, lombar e ombros Coluna lombar

Em tratamento

29

09/08/08 a 17/11/08

Ombros e trapézios superiores

Grupo musculação

30

02/06/08

Coluna dorsal, cervical e ombros

Abandonou o Projeto

31

05/02/09 a 06/03/09

Trapézios superiores

Grupo musculação

32

02/06/08 a 01/08/08

Quadril e coluna lombar

Grupo musculação

Quadro 4 - Histórico resumido dos empregados atendidos na fisioterapia

É importante ressaltar que o Quadro 4 não se refere à amostra total do Grupo Experimental, mas apenas àqueles que são ou foram atendidos pela fisioterapia. Sendo assim, 32 empregados, dentro do período de estudo, necessitaram de atendimento fisioterapêutico.

Os resultados apresentados são oriundos da Avaliação Fisioterapêutica elaborada para este estudo, sendo constituída pelos itens: 1. Dados de identificação do empregado; 2. Motivação para a participação no Projeto Piloto; 3. Uso de medicação diária e diagnóstico médico; 4. Histórias: familiar, social, doenças pregressas e da doença atual; 5. Exame físico; 6. Testes complementares.

Ressalta-se que o item 2, que se refere à motivação para participação, foi um dos critérios utilizados inicialmente para selecionar o Grupo Experimental e o Grupo Controle. Os dados oriundos do item 4, quanto à história social e de doenças pregressas, foram utilizados para delinear o perfil do GE e do GC. A história familiar foi coletada na intenção de se obter informações sobre as tendências de doenças

ErgoECT – Relatório Síntese

35


CINESIOTERAPIA LABORAL

familiares, possibilitando maior rigor no acompanhamento daqueles que apresentam mais riscos. Esses dados, bem como os referentes à história da doença atual, não serão descritos nesse relatório, pois serviram apenas para aprimorar o atendimento e auxiliar no diagnóstico fisioterapêutico e (de forma geral) estão englobados nos demais resultados apresentados.

Do grupo que inicialmente ingressou no GE2, apenas 5 empregados continuam em tratamento conforme especificação na sequência:  1 empregado mantém a queixa inicial;  3 empregados apresentaram novas queixas;  1 empregado após período de alta, retornou com a mesma queixa.

No decorrer do Projeto Piloto, 12 empregados (5 homens e 7 mulheres) que inicialmente pertenciam ao GE1, precisaram de atendimento fisioterapêutico e foram incluídos no GE2. Destes, 9 já receberam alta médica e retornaram ao grupo da musculação, enquanto 2 permanecem em atendimento e 1 abandonou o Projeto Piloto, obtendo assim um percentual de 78,20%, conforme gráfico 4, que representa o alcance de um dos objetivos esperados da Cinesioterapia Laboral, que é o aumento da alta do tratamento fisioterápico. Sendo assim, atualmente 7 empregados estão em atendimento fisioterapêutico.

Em

Alta do tratame nto

tr-atamento

79%

21%

Gráfico 4 - Avaliação fisioterápica

ErgoECT – Relatório Síntese

36


CINESIOTERAPIA LABORAL

Além

dos

atendimentos

regulares,

a

fisioterapia

também

atende

casos

“emergenciais”, ou seja, empregados que procuram o serviço de fisioterapia apresentando contraturas, traumatismos ou processos agudos que podem ser minimizados através do imediato atendimento. Esses geralmente se dão em decorrência do levantamento de peso ou de movimentos inadequados executados na área operacional ou em atividades extra laborais.

7.1 QUEIXAS DE DOR

Dor é a combinação de sensações subjetivas que acompanham a ativação dos receptores. Estas sensações variam em termos de qualidade, e podem ter efeitos sérios no bem-estar físico e emocional do indivíduo.

As sensações dolorosas podem variar de uma irritação leve até uma dor intensa, incapacitante. A despeito disso, a dor é uma sensação necessária para o funcionamento normal do corpo; a dor exerce função protetora, ao proporcionar informações concernentes à localização e intensidade dos estímulos nocivos e potencialmente lesivos aos tecidos do organismo (WOOD, 1998).

No Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, a dor foi avaliada por meio de entrevista realizada por um fisioterapeuta, através de uma escala de percepção de dor. Na avaliação, o item “queixa principal” se destinava ao(s) relato(s) de queixa de dor. Todas as queixas foram registradas, mas para fins do estudo, se levou em consideração as quatro principais, ou seja, aquelas que o empregado julgou como mais intensas e incômodas.

ErgoECT – Relatório Síntese

37


CINESIOTERAPIA LABORAL

QUEIXAS DE DOR – GE Referencial Ausência de Dor

Inicial % 13,60

Final % 38,60

Resultado % 183,82

Dor em uma região

20,50

43,30

111,22

Dor em duas regiões

38,60

13,60

-64,77

Dor em três regiões

20,50

2,30

-88,78

Dor em quatro regiões

6,80

2,30

-66,18

Tabela 16 – Queixas de dor do Grupo Experimental

Na análise da Tabela 16 e do Gráfico 5 observa-se que houve um aumento de 183,82% de empregados que não apresentaram relatos de dor na avaliação final comparado à avaliação inicial. Também na avaliação final, houve aumento de 111,22% na ocorrência de empregados que se queixaram de dor em apenas uma região. E houve respectivamente, um declínio de 64,77%, 88,78% e 66,18% nos relatos de dor em duas, três ou quatro regiões do corpo.

183,82

liiil I n icial %

liiil Final %

Res u ltad o%

111,22

38,6

20,5 6,8 2,3

Ausência de Dor

Dor em uma região -64,77

-66, 18 -88, 78

Dor em duas regiões

Dor em três regiões

Dor em quatro regiões

Gráfico 5 - Queixa de dor - GE

ErgoECT – Relatório Síntese

38


CINESIOTERAPIA LABORAL

É importante salientar que esses resultados são bastante satisfatórios, uma vez que demonstram que houve redução no número de regiões com dor entre os empregados do Grupo Experimental. Ou seja, aqueles que apresentavam queixas em diversas regiões reabilitaram a maioria das suas dores. QUEIXAS DE DOR – GC Referencial Ausência de Dor

Inicial % 20

Final % 23,3

Resultado % 16,50

20

16,7

-16,50

Dor em duas regiões

23,3

20

-14,16

Dor em três regiões

16,7

26,7

59,88

20

13,3

-33,50

Dor em uma região

Dor em quatro regiões Tabela 17 – Queixas de dor do Grupo Controle

Na análise do Grupo Controle através da Tabela 17 e do Gráfico 6, observa-se que houve um aumento de 16,50% de empregados que não relataram dor na avaliação final comparados com a avaliação inicial. Quanto as queixas de dor por região, constata-se a evolução de 59,88% para os relatos de dor em três regiões e o consequente declínio das queixas em uma, duas e quatro regiões, respectivamente de 16,50%, 14,16% e 33,50%.

Inicial %

• Final%

• Resultado !>9,9

23,3 20

-33,S

Gráfico 6 - Queixa de dor – GC

ErgoECT – Relatório Síntese

39


CINESIOTERAPIA LABORAL

QUEIXAS DE DOR GRUPOS

SEXO

Masculino GE

Feminino

Masculino

GC

Feminino

Referencial Ausência Uma Região Duas Regiões Três Regiões Quatro Regiões Ausência Uma Região Duas Regiões Três Regiões Quatro Regiões Ausência Uma Região Duas Regiões Três Regiões Quatro Regiões Ausência Uma Região Duas Regiões Três Regiões Quatro Regiões

Inicial % 21,70 21,70 30,40 21,70 4,30 5 20 50 20 5 33,30 16,70 22,20 11,10 16,70 0 25 25 25 25

Final % 39,10 43,50 13 0 4,30 40 45 10 5 0 33,30 11,10 16,70 22,20 16,70 8,30 25 25 33,30 8,10

Resultado % 80,18 100,46 -57,24 100 700 125 -80 -75 100 -33,53 -24,77 100 8,30 33,20 -67,60

Tabela 18 – Queixas de dor

Na análise do Grupo Controle através da Tabela 18 observa-se que no inicialmente no sexo masculino havia um percentual semelhante de queixas em uma, duas ou três regiões, bem como daqueles com ausência de dor. Na avaliação final, verificouse um acréscimo do percentual de homens com ausência de dor (80,18%) ou com dor em apenas uma região do corpo (100,46%) devido à migração de empregados com dor em duas ou três regiões. No sexo feminino, constata-se comportamento idêntico, porém os percentuais semelhantes ocorrem entre as queixas em uma e três regiões do corpo, sendo ressaltado o aumento de 700% dos relatos de ausência de queixas de dor da avaliação inicial para a final.

No Grupo Controle observa-se que os valores se mantêm semelhantes na avaliação inicial e final em ambos os sexos, com destaque apenas para o aumento em 100% e

ErgoECT – Relatório Síntese

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CINESIOTERAPIA LABORAL

33,20% dos relatos de dor em três regiões, respectivamente entre os empregados do sexo masculino e feminino.

QUEIXAS DE DOR – GE AVALIAÇÃO Articulação/segmento Ombro Cervical Dorsal Lombar Trapézio Cotovelo Punho Mão Joelho Tornozelo Perna Calcâneo

Inicial % 12,60 25 8,40 33,50 29,10 16,70 8,40 8,30 12,50 4,20 4,20 8,40

Masculino Final % Resultado% 32,54 16,70 -50 12,50 -100 0 -37,61 20,90 -85,57 4,20 -25,15 12,50 -50 4,20 -100 0 -66,40 4,20 -100 0 4,20 -50 4,20

Inicial % 30 30 15 55 10 25 15 5 5 5 0 5

Feminino Final % Resultado % -16,67 25 -66,67 10 -33,33 10 -81,82 10 10 -80 5 -100 0 -100 0 5 -100 0 5 5 -100 0

Tabela 19 - Segmentos/articulações das principais queixas de dor no GE

Na análise da Tabela 19 observa-se que as regiões mais citadas pelo Grupo Experimental como sendo dolorosas foram: coluna lombar, trapézio, coluna cervical, cotovelo, ombro e joelho. No caso do sexo masculino, percebe-se a redução dos percentuais em todas as regiões, exceto em ombro, onde houve um aumento de 32,54% e perna que manteve-se estável. Cabe salientar que isso não significa uma piora, pois como demonstrado anteriormente na Tabela 16 (Queixas de dor – GE) houve uma redução no número de articulações dolorosas. Esse aumento pode representar nova queixa de dor, que é esperado dentro da rotina do participante, como já apresentado no Quadro 4 - Histórico resumido dos empregados atendidos na fisioterapia.

ErgoECT – Relatório Síntese

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QUEIXAS DE DOR - GC AVALIAÇÃO Masculino Articulação/segmento

Feminino

Inicial %

Final %

Resultado %

Inicial %

Final %

Resultado %

27,90 16,70 5,60 38,90 46,70 5,60 22,30 5,60 5,60 5,60 0 5,60 5,60

16,70 27,90 0 5,60 11,20 22,40 38,90 0 0 5,60 8,30 16,70 5,60

-40,14 67,07 -100 -85,60 -76,02 300 74,44 -100 -100 8,30 198,21 -

25 16,70 16,70 41,60 33,30 16,70 16,70 24,90 0 8,30 0 8,30 0

25 49,90 8,30 24,90 16,70 8,30 8,30 16,70 8,30 8,30 8,30 8,30 8,30

198,80 -50,30 -40,14 -49,85 -50,30 -50,30 -32,93 8,30 8,30 8,30

Ombro Cervical Dorsal Lombar Trapézio Cotovelo Punho Mão Joelho Tornozelo Perna Calcâneo Quadril

Tabela 20 - Segmentos/articulações das principais queixas de dor no GC

Na análise da Tabela 20 observa-se que as regiões corpóreas mais citadas pelo Grupo Controle na avaliação inicial foram: trapézio, coluna lombar, ombro, mão, punho e coluna cervical.

Na avaliação final, entre os empregados do sexo masculino a maioria das regiões continua sendo referenciada, à exceção da coluna lombar, que teve uma redução de 85,60%, bem como do trapézio com redução de 76,02%. Por outro lado, cotovelos e calcâneos que foram pouco referenciados na avaliação inicial foram mais citados na avaliação final.

Na observação da avaliação final do sexo feminino, destaca-se o aumento de 198,80% das queixas de dor na coluna cervical e as queixas em segmentos que na avaliação inicial não foram (ou foram pouco) citados – joelho, perna e quadril.

A análise das Tabelas 19 e 20 permite deduzir que houve uma melhora no GE, enquanto que no GC, no que se refere às queixas de dor, a situação se manteve semelhante nas avaliações inicial e final, como esperado.

ErgoECT – Relatório Síntese

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CINESIOTERAPIA LABORAL

7.2 QUANTIDADE E INTENSIDADE DE DOR

Dores musculares e articulares, principalmente as dores nas costas, estão entre os problemas de saúde mais comuns (NAHAS, 2001).

Virtualmente cada adulto tem dores musculares ocasionais de algum tipo, e milhões são atingidos, principalmente por dores lombares, sendo impedidos de realizar mesmo as mais simples tarefas em casa e no trabalho.

A grande maioria dos casos de dores não está relacionada a problemas estruturais, mas, ao contrário, resultam da debilidade e pouca elasticidade dos músculos, da má postura e da tensão nervosa.

A prática de exercícios físicos é a intervenção mais utilizada na prevenção e tratamento das dores musculares. Entre as atividades mais recomendadas estão o alongamento e o fortalecimento muscular. Desta forma, no Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral também foram medidas a quantidade e a intensidade da dor sentida pelos empregados, da primeira para a última avaliação, sendo que para isso recorreu-se ao teste t para amostras pareadas.

QUANTIDADE DE DOR GRUPOS

SEXO

GE

Masculino Feminino Masculino Feminino

GC

INICIAL Média Desvio-padrão 4,41 3,94 5,95 3,68 2,72 2,74 5,58 3,47

Média 3,05 3,82 3,50 5,08

FINAL Desvio-padrão 2,78 3,58 2,40 2,96

Tabela 21 – Comparação dos valores da quantidade de dor

ErgoECT – Relatório Síntese

43


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INTENSIDADE DA DOR GRUPOS

SEXO

GE

Masculino Feminino Masculino Feminino

GC

INICIAL Média Desvio-padrão 5,33 2,60 5,61 1,71 5,05 3,25 6,63 2,85

Média 3,80 3,63 4,20 5,84

FINAL Desvio-padrão 2,37 2,01 2,28 2,59

Tabela 22 – Comparação dos valores de intensidade da dor

Na análise da Tabela 21 – Comparação dos valores da quantidade de dor observase que para o sexo masculino não existe diferença entre as avaliações finais do Grupo Experimental em relação ao Grupo Controle. Entretanto, na Tabela 22 – Comparação dos valores de intensidade da dor pode-se notar que a média de intensidade da dor é maior no GC quando comparado ao GE. Já para o sexo feminino existe diferença entre as avaliações finais do GE em relação ao GC.

Desta forma, pode-se dizer que ter participado do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral causou uma redução significativa quanto à intensidade da dor entre as empregadas do sexo feminino.

7.3 PALPAÇÃO DOLOROSA A palpação é uma técnica importante de avaliação. A dor à palpação muitas vezes capacita o examinador a detectar o tecido acometido e a extensão da lesão. Na palpação, devem-se observar aspectos relacionados às diferenças de tensão e textura dos tecidos, anormalidades, dor à palpação, variação de temperatura, sensibilidade anormal, ressecamento ou umidade excessiva, entre outros aspectos (MAGEE, 2002).

Os aspectos referenciados foram observados para auxiliar no tratamento, quando necessário. Para fins de pesquisa, foi evidenciado o ponto que se refere à palpação

ErgoECT – Relatório Síntese

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CINESIOTERAPIA LABORAL

dolorosa, que determina se há dor à palpação articular pela aplicação de pressão firme na articulação. A partir da informação da região corpórea referenciada como dolorosa pelos empregados, a fisioterapeuta realizou a palpação e verificou se havia pontos de dor. Esse procedimento auxilia no diagnóstico fisioterapêutico e na determinação dos procedimentos de atendimento.

PALPAÇÃO DOLOROSA GRUPOS GE

SEXO Masculino Feminino Masculino

GC Feminino

DOR Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Inicial % 30,40 69,60 60 40 33,30 66,70 41,70 58,30

Final % 13 87 35 65 33,30 66,70 33,30 66,70

Resultado % -57,24 25 -41,67 62,50 -20,14 14,41

Tabela 23 - Palpação dolorosa

A análise da Tabela 23 que apresenta os percentuais de ocorrência de palpação dolorosa no GE e no GC confirma que esse quesito foi bem avaliado e que com isso teve-se significativos ganhos, ou seja, é possível verificar que houve uma redução de 57,24% de trabalhadores com dores – da avaliação inicial para a final – no sexo masculino e de 25% no sexo feminino, integrantes do GE.

No GC se observa no sexo masculino que os números se mantiveram na primeira e segunda avaliação, demonstrando que não houve melhora. Já no sexo feminino, a redução apresentada deve-se ao fato de apenas uma empregada que tinha palpação dolorosa positiva na primeira avaliação, não manter esse ponto de dor na avaliação final.

ErgoECT – Relatório Síntese

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A análise do Gráfico 7 nos permite extrair dos resultados a melhora dos integrantes do GE, pois observamos que entre os empregados do sexo masculino e feminino que inicialmente indicavam queixa de dor de 30,40% e 60% respectivamente, na análise final esse percentual foi reduzido para 13% e 35%.

• liill

-

Gráfico - 7 - Palpação dolorosa - GE

.

-

Gráfico 8 - Palpação dolorosa – GC

ErgoECT – Relatório Síntese

46


CINESIOTERAPIA LABORAL

7.4 ENCURTAMENTO DE FLEXORES DE QUADRIL Dentre os problemas posturais e dores músculo-esqueléticas, a coluna lombar se destaca por ser uma das regiões mais acometidas. De acordo com Magee (2002) em virtude da localização estratégica, a coluna lombar deve ser incluída em qualquer exame da coluna vertebral ou no exame das articulações a esta relacionada. Os músculos flexores de quadril exercem importante influência na posição da coluna lombar e apresentam uma tendência à tensão. É necessário que haja um equilíbrio dos músculos envolvidos na região lombopélvica para assegurar a manutenção da função de estabilidade da coluna e a ausência de dor (CHAPMAN e DEFRANCA, 2002).

Tendo em vista as atividades laborais exercidas pelos empregados participantes do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, nas quais a coluna lombar é quase sempre um segmento bastante solicitado, optou-se por avaliar o encurtamento de flexores de quadril. Esse grupo, composto principalmente pelo iliopsoas e reto femoral, está associado à ocorrência de dor na coluna lombar, quando encurtado. Por outro lado, quando não encurtado, facilita o equilíbrio da região, podendo diminuir as dores.

ENCURTAMENTO DE FLEXORES DO QUADRIL GRUPOS GE

SEXO Masculino Feminino Masculino

GC Feminino

Referência Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Inicial % 60,90 39,10 80 20 38,90 61,10 58,30 41,70

Final % 30,40 69,60 35 65 50 50 58,30 41,70

Resultado % -50,08 78,01 -56,25 225 28,53 -18,17 -

Tabela 24 - Encurtamento de flexores do quadril

ErgoECT – Relatório Síntese

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Na análise da Tabela 24, comparando-se os resultados encontrados no GE com os do GC, há uma notável diferença. Enquanto o GE apresentou queda do percentual de empregados que permanecem com encurtamento, de 50,08% para os homens e de 56,25% para as mulheres, o GC se manteve com percentuais muito semelhantes nas avaliações inicial e final.

Final

Sem encurtamento

j

Com encurtamento

Gráfico 9 - Encurtamento de flexores do quadril

O Gráfico 9 demonstra as avaliações de encurtamento dos flexores do quadril realizadas no início e no final do Projeto Piloto, onde verifica-se então a considerável evolução desse quesito.

O anexo I - Relatório Health Care detalha com maiores informações as análises realizadas.

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8. AVALIAÇÃO MÉDICA A avaliação médica constituiu-se de um levantamento realizado nos prontuários médicos dos empregados participantes do Projeto Piloto, apurando-se o histórico ocupacional, número de atestados médicos e dias perdidos no período de seis meses anteriores ao início (setembro/2007 a fevereiro/2008) e após decorridos seis meses de práticas, iniciada nova medição por mais seis meses (setembro/2008 a fevereiro/2009), somados aos resultados da avaliação ortopédica e pesquisas nos sistemas de informação da empresa, relativas à utilização do convênio CorreiosSaúde.

O relatório médico foi desenvolvido com a finalidade de avaliar o resultado do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, focando no absenteísmo por causas médicas, no reflexo da capacidade funcional dos empregados do Grupo Experimental, no controle e melhoria de seu estado de saúde e na repercussão sobre a utilização da rede de atendimento médico credenciado.

Nas análises dos prontuários médicos, destacam-se os diagnósticos pré-existentes e a incidência de empregados reabilitados. Nos diagnósticos pré-existentes, as patologias de maior prevalência foram de doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo com predominância de patologias de membros superiores e coluna, respectivamente. Nos empregados reabilitados, observa-se uma incidência maior de patologias de membros inferiores.

A opção pela avaliação especializada por profissional ortopedista, assim como um enfoque pormenorizado do histórico ocupacional relacionado a essa área na revisão dos prontuários, decorre dos riscos ergonômicos a que estão expostos os empregados e ao fato de serem as patologias osteomusculares as maiores determinantes de restrições laborais e reabilitações profissionais entre a população da unidade estudada.

ErgoECT – Relatório Síntese

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O resultado da análise epidemiológica no GE, no que se refere à incidência de atestados médicos no semestre posterior a implantação, evidenciou uma redução de 9,76% no número de atestados e 17% no número de dias perdidos no mesmo período do Projeto Piloto. Para a avaliação do impacto sobre a utilização dos serviços médicos credenciados da ECT, se procedeu ao levantamento de todas as guias médicas relacionadas à ortopedia, faturadas no período de setembro de 2007 a fevereiro de 2009. Tendo em vista que a expectativa de repercussão seria sobre a área ortopédica, o levantamento foi realizado nas consultas ortopédicas, tratamentos fisioterápicos, exames de imagem (ecografia, radiologia) e tratamento conservador (contensões, imobilizações, infiltrações).

No estudo verificou-se a redução na frequência da utilização da rede prestadora de serviços médicos na área de ortopedia, fisioterápica e nos exames de imagem e do tratamento conservador (contensões, imobilizações, infiltrações).

O anexo II - Relatório Médico detalha com maiores informações as análises realizadas.

ErgoECT – Relatório Síntese

50


CINESIOTERAPIA LABORAL

9. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA A análise de percepção foi possível por meio de aplicação de questionário e entrevistas com os empregados. Procurou-se investigar o sentimento dos participantes no Projeto Piloto e escutar os coordenadores do turno envolvido. Em destaque, os principais aspectos da pesquisa:

Significação do Trabalho/atividade: aborda as significações atribuídas pelos profissionais ao próprio trabalho, que dão sustentação subjetiva aos sujeitos pesquisados;

Conceito de Saúde e Conceito de Cuidado: aborda as crenças dos sujeitos pesquisados em relação à saúde e ao cuidado, visando reconhecer a problemática para a implantação de uma cultura do auto-cuidado, proposta nos objetivos do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral;

Adoção de Práticas de Prevenção: aborda os sujeitos quanto a como se processam, na realidade percebida por eles, as iniciativas já deflagradas pela Empresa para a promoção da saúde, prevenção de doenças, principalmente as práticas ergonômicas no trabalho; Percepção Final sobre o Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral: verifica as melhorias no desempenho e no bem-estar, percebidas pelos sujeitos da pesquisa, ao fim de um ano de experiência. O questionário constou tanto de perguntas objetivas, quanto de dissertativas, abordando questões relacionadas aos temas citados no item anterior. Buscou-se após sua aplicação, estimular uma reflexão no grupo e para tanto, os participantes nos 15 minutos iniciais responderam ao questionário e nos 35 minutos restantes trocaram percepções uns com os outros. O papel dos pesquisadores foi o de facilitar o debate, acreditando no papel operativo de uma reflexão coletiva. Este momento considerou-se como próprio da pesquisa-intervenção, utilizando-se da técnica de

ErgoECT – Relatório Síntese

51


CINESIOTERAPIA LABORAL

grupo focal, em entrevista semi-dirigida. O registro das falas foi também analisado neste trabalho, significando possíveis interpretações, embora não contabilize quantitativamente.

Escuta dos Coordenadores: o grupo de psicologia realizou intervenção junto aos coordenadores do Gturn1 – CTC PAE. Foram 7 encontros, com o objetivo de abrir espaço para uma ressignificação de sua vida no trabalho, oportunidade em que se esperou também, “revolver” o terreno para viabilizar uma implantação da Cinesioterapia Laboral definitiva. Depois disso, 4 meses após o final dos encontros durante a realização da pesquisa final com os participantes - os gestores (gerente e coordenadores do Gturn1 – CTC PAE) sugeriram a realização de um grupo de discussão somente com eles. É uma demanda que pode ser acolhida e com possibilidade de introduzir elementos e perspectivas interessantes no que se está engendrando em termos de conhecimento.

Outras leituras: auxiliam na composição deste estudo a interpretação de outros relatórios, anotações „de campo‟, leitura de documentos e atas.

A partir destes procedimentos de coleta/intervenção foi possível realizar um levantamento quantitativo e qualitativo, no qual foram explicitados os conceitos e as idéias que a população em questão manifestou no que se refere às temáticas pesquisadas.

Resultado da pesquisa referente à Significação do trabalho/atividade: 

A predominância de uma avaliação das atividades laborais relacionada

a desgastes físicos e mentais (44%). Nessa categoria, o trabalho foi descrito a partir de adjetivos tais como cansativo, árduo, insalubre, doloroso, estressante. A partir daí, percebe-se a incidência da organização do trabalho e seus processos sobre o corpo e a mente do trabalhador.

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CINESIOTERAPIA LABORAL

Por outro lado, e de forma menos significativa estatisticamente (16%) o

trabalho também foi mencionado como fonte de prazer e bem-estar, oportunizando crescimento e aprendizagem. 

As atividades foram apontadas em 17% das respostas como essenciais

para o funcionamento da empresa, bem como importantes para a sociedade. É importante ressaltar que tal resposta veio, em geral, acompanhada pela percepção dos empregados de que não há a devida valorização do trabalho por eles desenvolvidos, o que se evidenciou em 6% das respostas. 

O restante dos sujeitos pesquisados definiram seu trabalho com „mera

descrição‟ de suas atividades concretas, o que pode evidenciar o quanto o trabalho, no cotidiano, tem sido tomado como „sem possibilidades‟ de abstração e atribuição de um significado subjetivo ao trabalho. 

Habilidades exigidas no cargo (pré-requisitos): nesta categoria, alguns

destacaram que se precisa ter atenção, condicionamento físico, boa vontade, etc., para o exercício da atividade. Ressaltaram demandas do processo de trabalho, de sua natureza.

ErgoECT – Relatório Síntese

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Considerações:

A questão que aborda como está concebida a responsabilidade sobre a saúde do empregado é importante devido à necessidade de que se construa com consistência a incorporação de hábitos saudáveis e práticas ergonômicas no trabalho.

Está

expressa na percepção dos trabalhadores uma maturidade e uma visão realista: saber que a responsabilidade da busca pela saúde é de cada um e que, em se tratando de trabalhadores, uma organização deve viabilizar uma estruturação saudável em seus processos e na organização do trabalho (temas trazidos sobre tudo nas discussões em grupo).

Todos os empregados participantes do Projeto Piloto responderam que a partir da experiência da Cinesioterapia Laboral, mudaram a própria concepção quanto ao cuidado com a saúde.

Significado da Atividade/Trabalho:

Essa percepção dominante da atividade no CTC como desgastante, estressante, pensada também com outros aspectos trazidos neste item como uma possível ausência de significado do trabalho, que não encontra também reconhecimento, se sustentando na sua essencialidade para o funcionamento da empresa e valorização perante a sociedade, nos coloca algumas questões, entre elas: 

As incidências de determinada forma de organização do trabalho parecem

construir um lugar para o trabalhador que o depara muito mais com o real do trabalho, ao qual apenas seu corpo é entregue a um uso que não requer uma maior implicação de si (por exemplo, pouco mobiliza de suas funções intelectuais e criativas).

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Tendo isso em vista, quais as possibilidades de se considerar essa

demanda de forma mais vigorosa para as transformações em curso? Existe essa demanda por parte dos operadores? E por parte dos vários níveis de gestão, vislumbra-se disponibilidade para modificações na organização do trabalho que modulem a constituição de outro lugar (ou papel) para os trabalhadores? Sendo que os operadores apontaram criticamente como vêem seu modo de trabalhar, neste item e também nas discussões em grupo, parece haver uma demanda viva expressa aí. 

Pode-se começar investigando aquele percentual de 16% que encontra

significações diversas, e afirma prazer, crescimento e bem-estar no trabalho.

Saúde e Cuidado com a Saúde:

Todos os pesquisados responderam que, a partir da experiência da Cinesioterapia Laboral, mudaram a própria concepção quanto ao cuidado com a saúde. Este tema, já pesquisado no início do Projeto Piloto, foi abordado novamente com base em afirmativas que oferecem uma atualização, tendo-se percorrido um ano de experiência com a Cinesioterapia Laboral. Este percurso já permite interpretar como está se processando a incorporação no dia-a-dia, bem como fornece indicativos sobre qual a concepção dominante em relação aos temas.

Adoção de Práticas de Prevenção:

Esta questão abordou a percepção dos empregados quanto à adoção de práticas ergonômicas no CTC, ou seja, com que frequências são adotadas corretamente.

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Descrição e análise:

Partindo da consideração de que práticas ergonômicas devem ser amplamente adotadas e sempre, vê-se que na percepção dos empregados o quadro de adesão a estas práticas ainda não é satisfatório, uma vez que 48,50% afirmam perceber a realização das tarefas adequadamente apenas ‘às vezes’ e 27% indicam que ‘raramente’ ou ‘nunca’ percebem a execução adequada. Contudo, a experiência de um ano do Projeto Piloto aponta para uma melhoria significativa, subiu em 14% a percepção de que sempre ou frequentemente estão adotando práticas corretas e ergonômicas no desempenho das atividades e reduziram-se os índices negativos. Pode-se verificar ainda, que de fato a diferença percentual na percepção de trabalhadores que estão se empenhando em adotar posturas corretas e dos que não fazem isso, é de algo em torno de 21,18%.

Perspectivas na Adoção de Práticas de Prevenção:

Verifica se os participantes acreditam que após um ano de experiência do Projeto Piloto é possível um grande avanço na adesão de práticas de prevenção de lesões e doenças do trabalho no CTC.

Descrição e análise:

Separando as alternativas em perspectivas mais otimistas (acreditam extremamente ou muito) e em mais pessimistas (razoavelmente e pouco) nota-se que mais da metade (66%) expressa acreditar numa adoção ampla de práticas ergonômicas.

Considerações sobre a percepção da adoção de práticas ergonômicas:

As falas dos sujeitos pesquisados expressam que a dificuldade em realizar práticas ergonômicas corretas reside, em grande parte, na carência de equipamentos

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adequados (falta de caixetas menores, paleteiras e manipuladores de triagem com defeito, etc.). Falta esta que, na equação com a produtividade, resulta em descuido ergonômico.

Uma interpretação possível parece ser que no decorrer de um ano descobriu-se um caminho, o da educação, da transformação cultural, da conscientização, do investimento no condicionamento físico – percurso este que precisa continuar. Deparou-se também com restrições concretas que impedem avanços neste campo da melhoria ergonômica, que precisam ser superadas, como a carência de equipamentos adequados.

Outra questão que se pode levantar é a de se, enquanto equipamentos adequados faltam, existe real impossibilidade de cuidados ergonômicos que se moldem a cada realidade.

Pode-se supor que as melhorias alcançadas neste fator devem-se as variadas intervenções educativas, da equipe multidisciplinar e de gestores, trabalho diário dos profissionais da Empresa Health Care, somados aos resultados concretos da Cinesioterapia Laboral. Tudo isso parece ter influenciado positivamente, bem como encontrado essa disponibilidade dos trabalhadores e gestores para essas melhorias no modo de trabalhar, articulado ao cuidado com a saúde.

Considerações sobre as perspectivas na adoção de práticas ergonômicas:

Ressalta-se que neste ano de experiência, uma perspectiva positiva cresceu significativamente, possivelmente calcada na percepção das melhorias concretas e na incorporação gradativa de uma cultura de cuidado à saúde do trabalhador.

Em síntese: a expectativa de melhorias e transformações que impactassem também no modo de trabalhar também cresceu. Ficou evidenciado nas discussões grupais

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que o que ressaltam como positivo está mais do lado de uma disposição do grupo de trabalhadores para a adoção de práticas ergonômicas, mesmo diante de restrições nos equipamentos, etc. O “saldo”, de qualquer forma, é bastante positivo, no sentido de que os índices de crença positiva melhoraram.

Percepção final sobre o Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral:

Nesta questão perguntou-se sobre a influência positiva no desempenho das tarefas.

Descrição e análise:

Percebem de modo bastante positivo a Cinesioterapia Laboral e sua influência no desempenho. 90% consideram boa e muito boa a melhoria no desempenho das tarefas. Nas falas dos grupos são enfáticos em afirmar melhorias significativas no desempenho das tarefas. Associam a este tema a „impressão‟ de que diminuiu o número de afastamentos.

Considerações sobre o item melhoria no desempenho das tarefas:

Essas percepções podem e devem ser confrontadas com os dados operacionais de produtividade, individual e da unidade, bem como, com o levantamento médico no que se refere aos afastamentos, já que diminuindo o absenteísmo teremos também indicadores de produtividade. Frisamos aqui, que foram bastante enfáticos na percepção desta melhoria.

Considerações sobre item melhorias no bem-estar:

A percepção do bem-estar aparece muitas vezes articulada a um beneficiamento que se produz na „auto-imagem‟ corporal, como resultado da adesão à Cinesioterapia Laboral. As discussões também atestam que esse bem-estar é

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associado a uma espécie de regozijo coletivo diante da incorporação desta atividade na rotina. Nesse sentido relataram o quanto aconteceram aproximações com alguns colegas, um processo mútuo de incentivo ao despertar para o cuidado de si. Deram indicativos também de que essas aproximações na equipe de trabalho, durante o trabalho, viabilizam tratar do tema de posturas ergonômicas de forma produtiva, entre os pares. Isso parece extremamente positivo – é a forma como tem se processado a implantação de uma cultura de auto-cuidado e ampliado a satisfação no trabalho, resultando em provável aumento da produção e redução de absenteísmo.

Percepção quanto ao bem-estar:

Nesta questão perguntou-se sobre a influência positiva no bem-estar físico e mental:

Descrição: 91% dos pesquisados percebem como „boa‟ e „muito boa‟ a influência da Cinesioterapia Laboral no bem-estar. No Anexo III – Relatório de Psicologia estão relatados detalhadamente todos os resultados da pesquisa de Percepção.

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10. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

Trabalhos de avaliação nutricional realizados na Diretoria Regional do Rio Grande do Sul apontaram índices elevados de obesidade entre os empregados. Dados obtidos na Semana da Saúde em abril de 2002 indicaram que 45% dos empregados estavam com excesso de peso e 13% com obesidade (n=187). Em 2003, com a pesquisa de avaliação nutricional realizada na Feira de Qualidade de Vida no Centro de Cartas e Encomendas – CCE – em Porto Alegre, 47% da amostra apresentava sobrepeso, 18% algum grau de obesidade e somente 35% apresentou peso saudável, pela classificação do IMC de acordo com OMS 1995,1997 (n=257).

Outro trabalho realizado em 2006 com 58 OTT do CTC PAE constatou que apenas 21 dos trabalhadores avaliados apresentaram peso normal (36%), 27 apresentaram sobrepeso (47%) e 10 apresentaram obesidade (17%). Considerando o aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade decorrentes de hábitos alimentares inadequados e o consumo exagerado de calorias, constata-se a necessidade de avaliação e de intervenção nutricional dos trabalhadores participantes do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. Os resultados deste estudo foram obtidos através de amostra constituída por adultos, homens e mulheres, operadores de triagem e transbordo contemplados pelo Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral desenvolvido pela ECT na DR/RS. Os resultados mostram uma alta prevalência de sobrepeso - 42,70% - e de obesidade - 30,60% - na população avaliada no inicio do Projeto Piloto. Na avaliação final foi constatado uma prevalência de sobrepeso de 41,65% e de 23,35% de obesidade, semelhante aos valores encontrados por Gigante et al (1997) ou seja, 40% de sobrepeso e 21% de obesidade. Em relação aos hábitos alimentares, é importante ressaltar o reduzido número de refeições realizadas pelos OTT, conferindo um risco para as altas concentrações de ErgoECT – Relatório Síntese

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colesterol sanguíneo. Segundo Khaw et al (2002) os indivíduos que realizam mais de 6 refeições, comparados aos que fazem até 3 refeições diárias, as concentrações de colesterol mostraram-se 5% menores. Outros estudos também recomendam o consumo de 5 porções de frutas e vegetais por dia pelo seu alto teor de fibras, como estratégia de prevenção para doenças crônicas, especialmente o câncer. É importante salientar que a maioria dos trabalhadores avaliados ainda não realiza a quantidade ideal de refeições, ou seja, de 5 a 6 refeições diárias. Quanto ao consumo de frutas, verduras e legumes (FVL) pela população estudada, observa-se ainda uma inadequação quanto a esta recomendação de acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS (2002). Um total de 55% dos trabalhadores não consome frutas ou consome apenas uma por dia e 73% da população não tem o hábito de consumir vegetais ou consome apenas de 1 a 4 colheres de sopa diariamente. O baixo consumo de frutas e vegetais também aumenta o risco de cardiopatias, alguns tipos de câncer e obesidade, como mencionado anteriormente. A OMS também estima que o baixo consumo de FVL seja responsável por 31% das isquemias cardíacas, 11% dos AVC em todo o mundo, de 5-12% de todos os tipos de câncer e de 20-30% dos casos de câncer do Trato Gastro Intestinal. Considerando o resultado do acompanhamento da subamostra, pode-se constatar que houve um aumento de 25% do percentual de trabalhadores que realiza o número adequado de refeições/dia em relação ao início do acompanhamento individual, e uma melhora no hábito de consumir frutas e vegetais/dia, confirmando que a reestruturação do comportamento alimentar se dá por atividades de educação alimentar baseada em consultas individuais. São processos pelos quais os participantes

são

efetivamente

auxiliados

a

selecionar

e

implementar

comportamentos desejáveis de nutrição e estilo de vida (CHAPMAN et al., 1995). A prática de atividade física – AF – regular, ou seja, 3 vezes ou mais por semana, não foi alcançada pelos avaliados, em média, 70% dos OTT não faz AF regular.

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Gomes et al (2001) referem que os exercícios realizados de forma regular representam um fator importante entre os poucos que podem contribuir para evitar o ganho de peso. Já Ciolac & Guimarães (2004) concordam que a prática regular de atividade física previne e reabilita os indivíduos com doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas como hipertensão arterial, resistência a insulina, diabetes, dislipidemia e obesidade. Quanto à necessidade de espaço para prática de AF monitorada no local de trabalho, a resposta foi quase unânime (96,30%) mostrando a influência positiva do ambiente de trabalho para a prática da atividade física regular, auxiliando assim, na prevenção de doenças relacionadas com excesso de peso, tendo em vista a dificuldade que as pessoas têm em conciliar a jornada de trabalho com a prática de Atividade Física. Quanto à participação nas atividades da Cinesioterapia Laboral, na avaliação final 42,90% relataram ter participado da atividade em algum momento. Em relação ao grupo focal, trata-se de um tipo especial de grupo em termos do seu propósito, tamanho, composição e dinâmica. Basicamente, o grupo focal pode ser considerado uma espécie de entrevista de grupo, embora não no sentido de ser um processo onde se alternam perguntas do pesquisador e resposta dos participantes. Diferentemente, a essência do grupo focal consiste justamente em se apoiar na interação entre seus participantes para colher dados a partir de tópicos que são fornecidos pelo pesquisador. Pela análise do fator hábito alimentar do presente estudo, pode-se concluir que houve uma pequena melhora dos hábitos alimentares dos trabalhadores em geral após as intervenções realizadas, indicando que estas foram insuficientes para a efetiva mudança do padrão alimentar destes trabalhadores, sendo necessárias mais ações e por um período mais longo.

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Quanto aos resultados dos atendimentos individuais da subamostra, o programa de orientação nutricional mostrou-se eficaz na melhoria e manutenção da saúde destes trabalhadores, proporcionando uma redução considerável do percentual de obesidade e mudanças nos hábitos alimentares, demonstrando alto nível motivacional para mudança de hábito alimentar e boa aderência ao tratamento, favorecido pela realização das consultas no próprio ambiente de trabalho. Aproveitando os atendimentos nutricionais para esclarecimentos de eventuais dúvidas quanto ao seguimento do seu plano alimentar.

• Inicial

-2,46%

Final

Variação

'#.

cn

'°MN .. 1

Gráfico 10 - Avaliação nutricional

De acordo com o Gráfico 9, que demonstra a qualidade nutricional dos empregados do CTC, nota-se pequenas evoluções, ou seja, redução dos empregados com sobrepeso e de obesidade, que implicaram na migração de empregados com parâmetro normal, passando então para 30%.

O Anexo IV - Relatório de Avaliação Nutricional detalha com maiores informações as análises realizadas.

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11. CUSTOS Para a concretização do Projeto Piloto foi necessária a contratação de uma empresa especializada para suporte aos estudos técnicos propostos e a realização das práticas de cinesioterapia. Tal contratação apresentou o custo anual de R$ 213.900,00, sendo aditado ao final do período de pilotagem em 25% para a ampliação dos horários de atendimento, baseando-se no dimensionamento de 300 empregados – CTC, CTE, CTO, CEE JARDIM SÂO PEDRO – gerando então uma elevação do custo total no valor de R$ 267.375,00 para o segundo ano.

DR/RS

Total

Custo da Health

Custo Equipamentos*

!* Comodato com o SESI/RS Gráfico 11 - Custos totais da Cinesioterapia

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Outro ponto a destacar é a aquisição dos aparelhos e dos equipamentos no valor de R$ 105.000,00, viabilizada mediante contrato de comodato firmado com o Serviço Social da Indústria – SESI – de fornecimento e manutenção dos mesmos, com previsão de renovação anual automática.

A título de ilustração, em face da deficiência de informações pontuais da Área médica, em buscar os números reais despendidos especificamente das amostras desse estudo, foi inserido, na seqüência, o Gráfico 11 que traz o comparativo dos custos globais da ECT com os tratamentos relacionados à ortopedia e fisioterapia nos anos de 2007 e 2008, apresentando uma redução em 4,85% no valor pago por Ortopedia e aumento de 1,57% sobre o valor pago por Fisioterapia. Em que pese a influência de outros fatores exógenos não considerados, observa-se que no período considerado, os grandes números são aderentes aos objetivos do Projeto.

ECT

1

RS

RS

7 .060.749, 59

7 .1711.389,5'6

2007

2008

li

V a ria ç ã ,o

Gráfico 12 - Custos ECT Fonte: SASMED

Com relação aos valores pagos especificamente pela DR/RS, o Gráfico 12 compara a quantidade e os custos de tratamentos relacionados com as especialidades ortopedia e fisioterapia nos anos de 2007 a 2008, onde constata-se a redução de 4,75% do valor pago por Fisioterapia e de 1,57% por Ortopedia.

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Gráfico 13 - Quantidade e Custos DR/RS Fonte: SASMED

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12. PRODUTIVIDADE

A produtividade do Centro de Tratamento de Cartas baseia-se nas diversas variáveis existentes, controláveis ou não, dentre as quais pode-se destacar a demanda dos clientes, a quantidade de carga, qualidade dos insumos (suas categorias e formatos) prioridades estabelecidas para cada equipe produtiva, características do efetivo, efetivo existente, grau de capacitação do efetivo, janela de tratamento disponível, tempo de permanência do efetivo em atividade no turno, etc. As planilhas de produtividade individual para os objetos formato semi-embaraçoso dos empregados avaliados demonstram o cumprimento das metas previstas para os mesmos, durante o ano de 2008. Da mesma forma, as planilhas de produção dos empregados em triagem de objetos formato normal, atingiram 98% da meta estabelecida.

Considerando que o Centro de Tratamento de Cartas não dispunha mais em seus bancos de dados as informações relativas às metas do ano anterior, inviabilizou-se o estabelecimento de parâmetros de medição relativa.

Na produção das máquinas e postos de abertura, o trabalho é executado em grupos dificultando a parametrização de coeficientes específicos para as medições.

Segundo informações obtidas em entrevistas com os gestores do Centro de Tratamento de Cartas, mesmo havendo o afastamento diário em média de 16 empregados durante 50 minutos de seus postos de trabalho para a prática de Cinesioterapia Laboral, não houve queda na produção, pois manteve-se estável o total de carga tratada, inferindo-se que houve um ganho real na produtividade do Centro.

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13. CONCLUSÃO O Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral é uma ação resultante do Projeto de Ergonomia no Processo dos Centros de Tratamento Automatizados desenvolvido pela ECT, o qual concluiu que há adoecimentos de empregados por patologias do sistema músculo-esquelético e uma maior sobrecarga nos segmentos corpóreos, que acarretaram a implementação de medidas preventivas por parte da Empresa.

Considerando os objetivos propostos e os resultados alcançados, observa-se que houve ganho em relação ao aspecto físico e emocional dos empregados, ou seja, a redução da gordura corporal, aumento da flexibilidade, ganho de força muscular, melhora das queixas de dores musculares, ganho da sensação de bem-estar e consequentemente melhora da qualidade de vida. Destaca-se ainda a manutenção do condicionamento físico - de fundamental importância - evitando perdas de massa muscular que ocorrem naturalmente com o passar da idade. Pode-se extrair que os ganhos apresentados pelos empregados são de extrema importância para o desenvolvimento das atividades nos Centros Operacionais, tendo em vista a exigência de força e flexibilidade para a execução das atividades nesses locais e que, em síntese, caracterizam o trabalho do Operador de Triagem e Transbordo. No âmbito da assistência fisioterápica, a desmistificação do processo patológico, o desenvolvimento de uma consciência individual e coletiva em cada empregado e o tratamento imediato na instauração de quadro sintomatológico e em casos iniciais de patologia, garantiram o retorno gradativo do empregado às atividades laborais. E ressalta-se que a prévia análise feita das atividades desempenhadas pelos empregados e o atendimento dos mesmos nas dependências da Empresa direcionou a reabilitação funcional do empregado, evitando-se a reincidência dos sintomas.

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Como consequência direta, tem-se o ganho de produtividade, a redução do absenteísmo, a redução dos custos assistenciais com CorreiosSaúde, e a melhora na resolutividade do tratamento fisioterápico, fator esse de grande importância para a ECT, em virtude do perfil de saúde do seu quadro de empregados. Comprova-se no Grupo Experimental a diminuição de intensidade de dor, de apalpações dolorosas e nos encurtamentos de flexores, bem como mudança no estilo de vida, como inicialmente esperado por ocasião da proposição do Projeto Piloto. Pela análise das fichas individuais de treinamento dos empregados, nas quais constam informações da área de fisioterapia (limitações de movimento, exercícios aconselháveis, movimentos a se evitar, queixa principal, diagnósticos) e o modelo de treino proposto, constatam-se observações importantes quanto à evolução no estado de saúde do empregado, mudanças de treinos e de tratamentos, possibilitando a personalização do treinamento, sendo obedecidos individualmente os incrementos de carga de acordo com a característica individual. Os resultados existentes nas fichas evidenciam os ganhos aqui relatados.

Tudo isso representa um aumento de eficiência do trabalho, redução da fadiga muscular e do desconforto físico, diminuição do gasto energético na execução das tarefas, com consequente redução do estresse psicológico e mudança no estilo de vida com a adoção de hábitos saudáveis e prática de atividades físicas.

E em relação à logística do atendimento dos empregados no Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, o objetivo de não interferência na operação e produção dos centros operacionais também foi atingido.

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ErgoECT – Relatório Síntese

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CINESIOTERAPIA LABORAL

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15. ANEXOS

ANEXO I – Relatório Health Care ANEXO II – Relatório Médico ANEXO III – Relatório de Psicologia ANEXO IV – Relatório de Avaliação Nutricional

ErgoECT – Relatório Síntese

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•

Ergo


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Projeto Rodízio Operacional nos Processos dos Centros de Tratamento de Encomendas - CTE

Rodízio Operacional

2014

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ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Trabalho elaborado por um Grupo de Empregados da ECT composto por:

Alcidemir Bosa

DR/SC

Daniel Castro Sales

DESAP

Fatima Aparecida do Nascimento

DR/PR

Fernanda Cristina Mazzo

DR/SPM

Leonardo de Sousa Gomes

DESAP

Marcia Benicia da Cunha

DESAP

Helton Célio dos Santos

DR/MG

Heron Rosa Flores

DR/RS

Maria Cecília Feliciano Maciel

DR/MG

Maria Cristina Brandão de Queiroz

DR/MG

Marcelo Jacobi

DR/RS

Reny Davi de Gois Bourguignon

DENCO

Simotea Hoffmeister

DESAP

2


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 6 2. OBJETIVO .................................................................................................................................. 7 3. METODOLOGIA ......................................................................................................................... 8 3.1. Metodologia do Estudo ................................................................................................... 8 3.1.1. Levantamento Manual de Cargas ............................................................................. 8 3.1.1.1. Etapas para a realização dos cálculos da carga limite recomendada (CLR) e do Índice de levantamento (IL) ....................................................................................... 8 3.1.1.2. Cálculo da Carga Limite Recomendada – CLR ..................................................... 9 3.1.1.3. Critério de Interpretação do Índice de Levantamento – IL ................................. 10 3.1.1.4. Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas............................................................ 10 3.1.1.5. Posições de Trabalho ........................................................................................... 13 3.1.1.5.1 O método OWAS ................................................................................................. 14 3.1.1.6. Etapas do método OWAS, quando realizado manualmente .............................. 15 3.1.1.7. Analise Fisiológica................................................................................................ 17 4. DESENVOLVIMENTO .............................................................................................................. 20 4.1. Trabalho Preparatório................................................................................................. 20 4.1.1. Levantamento Manual de Cargas ........................................................................... 20 4.1.2 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas ............................................................... 20 4.1.3 Método OWAS ........................................................................................................... 20 4.1.4 Análise Fisiológica ................................................................................................... 21 4.1.4.1 Demanda Fisiológico ............................................................................................. 21 4.2. Recebimento de Carga ............................................................................................... 21 4.2.1. Levantamento Manual de Cargas ........................................................................... 22 4.2.2 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas ............................................................... 23 4.2.3 Método OWAS ........................................................................................................... 23 4.2.4 Análise Fisiológica ................................................................................................... 25 4.2.4.1 Demanda Fisiológico ............................................................................................. 25 4.3. Abertura e Pré-Triagem .............................................................................................. 26 4.3.1. Levantamento Manual de Cargas ........................................................................... 26 4.3.2 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas ............................................................... 27 4.3.3 Método OWAS ........................................................................................................... 27 4.3.4 Análise Fisiológica ................................................................................................... 28 4.3.4.1 Demanda Fisiológico ............................................................................................. 28 4.4. Indução na Máquina ................................................................................................... 29 4.4.1. Levantamento Manual de Cargas ........................................................................... 29 4.4.2 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas ............................................................... 30 4.4.3 Método OWAS ........................................................................................................... 30 4.4.4 Análise Fisiológica ................................................................................................... 31 4.4.4.1 Demanda Fisiológico ............................................................................................. 31 4.5. MAI ............................................................................................................................... 31 4.5.1. Levantamento Manual de Cargas ........................................................................... 31 4.5.2 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas ............................................................... 32 4.5.3 Método OWAS ........................................................................................................... 32 4.5.4 Análise Fisiológica ................................................................................................... 33 4.5.4.1 Demanda Fisiológico ............................................................................................. 33 4.6. Tratamento Manual de Encomendas com a Utilização do STES ............................. 33

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4.6.1. Levantamento Manual de Cargas ........................................................................... 34 4.6.2 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas ............................................................... 34 4.6.3 Método OWAS ........................................................................................................... 35 4.6.4 Análise Fisiológica ................................................................................................... 35 4.6.4.1 Demanda Fisiológico ............................................................................................. 35 4.7. Desabastecimento Deslizadores ............................................................................... 36 4.7.1. Levantamento Manual de Cargas ........................................................................... 36 4.7.2 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas ............................................................... 37 4.7.3 Método OWAS ........................................................................................................... 37 4.7.4 Análise Fisiológica ................................................................................................... 37 4.7.4.1 Demanda Fisiológico ............................................................................................. 37 4.8. Recondicionamento .................................................................................................... 38 4.8.1. Levantamento Manual de Cargas ........................................................................... 38 4.8.2 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas ............................................................... 39 4.8.3 Método OWAS ........................................................................................................... 39 4.8.4 Análise Fisiológica ................................................................................................... 39 4.8.4.1 Demanda Fisiológico ............................................................................................. 39 4.9. Tratamento Manual de Envelopes ............................................................................. 40 4.9.1. Levantamento Manual de Cargas ........................................................................... 40 4.9.2 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas ............................................................... 41 4.9.3 Método OWAS ........................................................................................................... 41 4.9.4 Análise Fisiológica ................................................................................................... 42 4.9.4.1 Demanda Fisiológico ............................................................................................. 42 4.10. Desabastecimento de Manipuladores ..................................................................... 42 4.10.1. Levantamento Manual de Cargas ......................................................................... 42 4.10.2 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas ............................................................. 42 4.10.3 Método OWAS ......................................................................................................... 43 4.10.4 Análise Fisiológica.................................................................................................. 43 4.10.4.1 Demanda Fisiológico ........................................................................................... 43 4.11. Encaminhamento de Carga ...................................................................................... 43 4.11.1 Carregamento Veículos Pesados........................................................................... 43 4.11.1.1 Levantamento Manual de Cargas ....................................................................... 43 4.11.1.2 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas........................................................... 44 4.11.1.3 Método OWAS ...................................................................................................... 44 4.11.1.4 Análise Fisiológica............................................................................................... 44 4.11.1.4.1 Demanda Fisiológico ........................................................................................ 44 4.11.2 Montagem dos Palets Aeronáuticos ...................................................................... 45 4.11.2.1 Levantamento Manual de Cargas ....................................................................... 45 4.11.2.2 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas........................................................... 45 4.11.2.3 Método OWAS ...................................................................................................... 46 4.11.2.4 Análise Fisiológica............................................................................................... 46 4.11.2.4.1 Demanda Fisiológico ........................................................................................ 46 5. RECOMENDAÇÕES ................................................................................................................. 47 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 50 7. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 54

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1. INTRODUÇÃO O Rodízio Operacional nos Centros de Tratamento de Encomendas foi desenvolvido pela Gerência de Ergonomia do DESAP, contando com a efetiva participação de empregados da Área Operacional e de algumas regionais. A sua elaboração se deveu à necessidade de implementação de medidas para a redução do índice de absenteísmo, principalmente devido aos afastamentos do trabalho motivados por doenças ocupacionais. Como o foco do trabalho é a saúde dos empregados, foram utilizadas algumas ferramentas científicas, desenvolvidas no campo da ergonomia, com a finalidade de ampliar a compreensão em torno da percepção e da complexidade da carga de trabalho, da localização da carga exercida sobre o trabalhador, dos riscos e das evidências de processos de adoecimento, com objetivo de configurar o rodízio das atividades próprias dos CTEs. A partir dos dados coletados, e após tabulação e análise, foi possível conhecer a complexidade das atividades em cada posto, em que a alternância de posições se faz essencial para o bem estar psíquico e fisiológico dos empregados, de modo a possibilitar nova configuração, adequando a exposição às condições favoráveis à saúde e contribuindo para a redução do índice de absenteísmo. A alternância dos empregados nos postos de trabalho, definida em função do nível de exigência física e mental de cada um, além de proporcionar menor desgaste físico e mental, proporcionará o enriquecimento das tarefas diárias, bem como uma visão sistêmica na unidade, utilizando de forma adequada os vários grupos musculares, evitando a fadiga e consequentemente as doenças ocupacionais. A configuração foi feita mediante a caracterização da carga de trabalho presente nos diversos postos de trabalho, de modo a compor uma matriz de compatibilidade que permita a combinação deles, numa jornada, conforme o nível de exigência, objetivando intercalar postos de maior com os de menor exigência postural. O uso do Rodízio Operacional facilita a avaliação da efetividade das ações de melhoria propostas pelas análises ergonômicas do trabalho, além de fortalecer e consolidar a cultura prevencionista na Empresa, melhorando a qualidade de vida no trabalho. Com isso, a empresa cumprirá, ainda, as normas previstas no Programa Nacional de Readaptação e Reabilitação Profissional.

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2. OBJETIVO Configurar sistematicamente o Rodízio das atividades para o CTE com o intuito de reduzir os índices de absenteísmo, acidente do trabalho, doença ocupacional e reabilitação profissional, proporcionando condições para a manutenção do empregado no cargo.

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3. METODOLOGIA

3.1 Metodologia do Estudo

3.1.1 Levantamento Manual de Cargas

Nos CTEs, o levantamento, o transporte e a deposição das cargas se constituem em atividades presentes praticamente em todos os postos de trabalho. O esforço físico realizado pelo empregado deverá ser compatível com sua capacidade de força e não deve comprometer a sua saúde ou a sua segurança. As atividades relacionadas ao levantamento, ao transporte e descarregamento individual de carga devem estar sempre em conformidade com as regras que definem as condições, a infraestrutura e os equipamentos adequados para este tipo de trabalho. A Norma Regulamentadora (NR) 17 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) utiliza os conceitos ergonômicos para determinar os parâmetros do transporte manual de carga. Para a manipulação individual de cargas é importante que se tenha muita atenção às regras de segurança. A NR 17, em consonância com a Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) 127, estabelece que o peso máximo para o transporte manual de cargas não poderá comprometer, em hipótese alguma, a saúde ou a segurança do empregado e no caso de mulheres e de trabalhadores jovens, menores de 18 anos, o peso deverá ser, consideravelmente, inferior ao admitido para os homens. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelece o peso de 60 quilos como limite que um trabalhador pode deslocar individualmente. Além disso, é vedado que mulheres e jovens menores de 18 anos sejam designados a serviços que demandam uma força muscular superior a 20 quilos, para trabalhos contínuos ou 25 quilos para os postos que ocasionalmente exijam o transporte manual de cargas. O método National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) surgiu nos Estados Unidos em 1980 com o propósito de determinar a carga máxima a ser manuseada e/ou movimentada manualmente no ambiente de trabalho, levando em consideração quatro aspectos básicos: Epidemiológico (que estuda os fenômenos relacionados à Saúde/Doença), Biológico (que estuda tudo que acontece relacionado aos seres vivos), Psicológico (que estuda os comportamentos dos seres vivos) e Fisiológico (que estuda as funções mecânicas, físicas e bioquímicas). (OKIMOTO, 2002).

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Com isso, ficou estabelecido que o peso máximo a ser levantado seria de 23 kg, uma vez que 90% dos homens e 75% das mulheres podem levantar sem problemas. Em 1992, o método foi revisto, sendo proposto o Limite de Peso Recomendado (LPR) e o Índice de Levantamento (IL). (OKIMOTO, 2002). Para o cálculo do limite de peso a ser levantado em condições seguras, será utilizado neste trabalho o Método NIOSH. Esse Método permite ainda determinar para cada situação de trabalho a carga limite a ser levantada em condições seguras. Essa avaliação consiste em: 

verificar se o posto de trabalho oferece algum tipo de risco ao trabalhador, principalmente para a sua coluna vertebral;

definir qual a carga ideal para a situação em estudo;

estabelecer modificações para melhorar os postos de trabalho analisados.

Situações em que as cargas levantadas são maiores que a carga limite são consideradas situações inaceitáveis, porque podem trazer risco de lesão à coluna vertebral. Em situações ideais, o NIOSH indica 23 kg como peso limite, podendo diminuir esse limite de acordo com as situações apresentadas no momento da execução do levantamento. A aplicação desse Método tem algumas restrições. Segundo Couto 2007, não se pode aplicá-la nas seguintes situações de levantamento e de abaixamento de cargas: a) com apenas uma mão; b) em jornadas maiores que 8 horas; c) assentado ou ajoelhado; d) em espaço de trabalho limitado; e) no manuseio de objetos instáveis; f)

enquanto estiver carregando, empurrando ou puxando;

g) com carrinho de mão ou usando pá; h) em alta velocidade; i)

com baixo coeficiente de atrito entre os pés e o piso;

j)

em ambientes muito quentes ou muito frios.

9


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Na coleta de dados para a sua aplicação, é necessário identificar cada situação de trabalho, onde o levantamento de carga é a atividade principal e a carga limite recomendada. Para isso, é necessário considerar fatores como: a) distância horizontal; b) frequência de levantamento da carga; c) condição da pega. 3.1.1.1 Etapas para a realização dos cálculos da carga limite recomendada (CLR) e do Índice de levantamento (IL) O método se fundamenta em dois índices: CLR (carga limite recomendada) e no IL (Índice de levantamento). As figuras 1 e 2 mostram de forma esquematizada algumas variáveis a serem levantadas.

Vcl

Figura 1:

levar)taotc,~u, d e cargas

Figura 01: Representação Gráfica da Posição das Mãos

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ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Frontal

PONTO DE PROJEÇAO Figura 2: Rotação do tronco no levantamento de cargas Figura 02: Representação Gráfica do Ângulo de Assimetria

3.1.1.2 Cálculo da Carga Limite Recomendada – CLR A fórmula empregada para calcular a CLR é a seguinte: CLR (Kg) = 23 * fH*fV*fD*fF*fA*fI ou CLR (Kg) = 23 x 25/H x [1-(0,003*½V-75½)] x (0,82+4,5/D) x fF x {1-(0,0032*A)] x fI Onde: 

fH= fator corretivo para a posição horizontal da carga;

fV= fator corretivo para a posição vertical da carga;

fD= fator corretivo para a posição vertical carga;

fA = fator corretivo para o ângulo de rotação do tronco;

fF= fator corretivo para a freqüência de levantamento;

fI= fator corretivo levando em conta a interface mão-carga.

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Para o Método o peso limite “ideal”, isto é, aquele que pode ser erguido sem risco particular se dá quando a carga está idealmente colocada a H=25cm, V=75cm, D=25cm, A=0; a frequência de levantamento é menor que uma vez a cada 5 minutos e que a preensão da carga seja fácil e confortável. Este peso ideal está fixado em 23 Kg.

3.1.1.3 Critério de Interpretação do Índice de Levantamento – IL1

O IL é definido pela fórmula IL = Peso Real da Carga/ CLR. Nesse trabalho foi adotado o seguinte critério2 de interpretação: 

Para IL ≤ 0,7 – levantamento se risco ergonômico.

Para o intervalo 0,7 < IL ≤ 1,2 – improvável a ocorrência de lesão, porém possível, em circunstâncias de maior predisposição individual.

Para o intervalo 1,2 < IL ≤ 2,5 - risco ergonômico.

Para IL < 2,5 – alto risco ergonômico.

3.1.1.4 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas

Pode-se definir ciclo de trabalho como uma sequência de movimentos executados, durante certo intervalo de tempo que, uma vez finalizado, volta sucessivamente ao seu início. Desse modo, ressalta-se que a jornada é composta por um conjunto de ciclos, cuja quantidade varia em função de sua duração. Segundo Couto (1995), há repetitividade quando o ciclo for menor que 30 segundos, ou quando, mesmo maior que 30 segundos, mais que 50% do ciclo for ocupado com apenas um tipo de movimento. (Ergonomia Aplicada ao Trabalho, Hudson de Araújo Couto, p. 36). Corroborando proposição de SILVERSTEIN (1985). No entanto, ao sugerir que o ciclo de trabalho de duração menor que 30 segundos seria altamente repetitivo; ressalva que, mesmo em situações de ciclos maiores

1

Quanto maior o IL maior a chance de lesão.

2

A classificação acima corresponde à criada por Hudson de Araújo Couto, a partir de discussão técnica pessoal mantida com o principal autor da equação do NIOSH. Segundo Hudson, tem sido encontradas situações de IL acima de 2,0 com pouca existência de queixas, especialmente quando a taxa de ocupação real está abaixo da taxa de ocupação máxima.

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que 30 segundos, poderia ser caracterizado como altamente repetitivo, caso um mesmo elemento do trabalho ocupe mais que 50% do ciclo. Além desse entendimento, para Guimarães (1998): “Trabalhos com tempo de ciclo longo podem ser altamente repetitivos se as mãos estão em constante movimento sem tempo de recuperação e trabalhos com tempos de ciclo curtos podem ser considerados pouco repetitivos se as mãos não se movimentam a maior parte do tempo”. Grandjean (1998) sugere uma pausa de 10 a 15 minutos durante o turno da manhã e outra à tarde para trabalhos com carga física ou mental média. Para trabalhos com maior exigência mental (alta demanda de atenção, ritmo puxado, pequeno tempo de espera), além das duas pausas grandes pela manhã e pela tarde, deve haver outras duas pausas curtas de 3 a 5 minutos de duração. Outro ponto importante em relação ao fator repetitividade evidenciado pelos achados empíricos é que lesões, em geral, ocorrem quando a tarefa repetitiva é executada durante toda a jornada. Daí deduzir que tarefas desenvolvidas somente em parte do dia geralmente não trazem lesão (KILBOM, 1994). No entanto, deve-se atentar para o fato de não haver suporte científico para se considerar tarefas de duração maior que 30 segundos como seguras; isso se aplica especialmente pela potencialização de riscos existentes na associação de fatores biomecânicos. Por essa razão, atualmente os pesquisadores tendem a trabalhar preferencialmente com o conceito de número de movimentos na unidade de tempo. Sobre esse tema KILBOM (1994) fez uma meta-pesquisa dos estudos empíricos e científicos existentes sobre o assunto e concluiu que, considerando todas as evidências disponíveis e após estudos científicos feitos em animais por Obolenskaja, a repetição de 25 a 33 movimentos por minuto não deveria ser excedida, caso se desejasse evitar transtornos para os tendões. Para a tarefa de digitação ele define como limite a quantidade de 12.000 movimentos por hora. Esse limite é bem superior ao estabelecido pela NR-17 brasileira, que é de 8.000. Essa mudança conceitual, de se avaliar o número de movimentos na unidade de tempo, é a responsável pela tendência da Associação Internacional de Ergonomia (IEA) em estabelecer um critério numérico para se avaliar o risco do trabalho para os membros superiores, só que transformando a linguagem de movimentos em ações técnicas. Segundo a minuta da IEA, redigida por GRIECO, COLOMBINI e OCCHIPINTI (1997), o trabalhador pode desenvolver até 30 ações técnicas por minuto desde que não

13


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

haja postura inadequada, nem força excessiva, nem vibração ou compressão mecânica, e desde que haja o tempo suficiente para que os tecidos se recuperem. Deve-se destacar, por fim, que muitas pessoas tendem a fazer associação entre trabalho repetitivo e trabalho monótono, o que nem sempre acontece. Trabalhos monótonos podem não ter qualquer componente de repetitividade de movimentos enquanto que outros altamente interessantes podem exigir repetitividade de movimentos. Em relação à repetitividade as operações realizadas com rodízios, caso sejam biomecanicamente críticas, está evidenciado que minimizam os riscos de incidência de lesões. O rodízio atua como redutor dos efeitos da sobrecarga existente nas diversas operações. As mesmas operações, se realizadas com o eficiente uso desse recurso, costumam ser feitas sem que haja a manifestação de lesões. Em casos de tarefas percebidas como de alta repetitividade, deve-se promover o rodízio de modo a atenuar a solicitação do organismo. É importante que o rodízio seja feito em combinação com outras tarefas em que aquele tipo de movimento exista em pequena intensidade. Uma alternativa indicada é fazer o revezamento em situações de trabalho semelhante, porém com solicitação do lado oposto do corpo, pois alterna os esforços decorrentes dos movimentos. Na lição de Couto, para que os rodízios funcionem bem, é necessário ter em mente os seguintes cuidados:3 

Deve existir uma isonomia salarial entre os trabalhadores;

Deve-se cuidar para que não existam problemas de qualidade;

Deve-se prestar atenção ao tipo de rodízio, para que, ao realizar o mesmo, o trabalhador tenha, efetivamente, padrões diferentes de movimentos;

Deve-se cuidar para que aqueles que disponham de plenitude de condições passem igualmente pelas posições mais difíceis;

Deve-se sinalizar o rodízio, em alguns casos, indicando as tarefas seguintes àquelas que o trabalhador está executando.

Ainda segundo esse autor, como regra geral pode se adotar a orientação seguinte:4

3 4

Couto, Hudson de Araujo – Como Implantar Ergonomia na Empresa. Pág. 27. Couto, Hudson de Araujo – Ergonomia no Corpo e do Cérebro no Trabalho. Pág. 66.

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ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Se a tarefa é classificada como de risco moderado, um revezamento diário é suficiente;

Se a tarefa é classificada como de alto risco, após duas horas deve-se mudar para outra que seja totalmente diferente, permanecendo nesta por duas horas. Na quinta e sexta horas volta-se à tarefa de risco e na sétima e oitava horas, nova permuta para tarefas diferentes;

Se a tarefa é considerada de altíssimo risco, ninguém deve trabalhar mais que duas horas por dia, sem que se faça o rodízio.

Há situações em que a aplicação de rodízio é impraticável, pela natureza e pouca diversidade do ramo da atividade. Quando isso ocorrer, torna-se imperativa a adoção de medidas que possam assegurar a saúde e a segurança do trabalhador. Esse objetivo também pode ser atingido com a inserção de pausas para descanso. Durante esse intervalo, os trabalhadores devem ser orientados para a execução de atividades que não sobrecarreguem o conjunto músculo/esquelético usado no desempenho das atividades. Quanto aos tempos necessários para uma boa recuperação da fadiga, Couto faz as seguintes recomendações3: 

A duração e frequência devem ser somente as necessárias;

Não devem coincidir com o horário imediatamente anterior ao da refeição, pois o trabalhador terá um tempo próximo em que deverá sair do local para um repouso de seus agrupamentos musculares.

É recomendável que tenha a duração mínima de 10 minutos a cada 2 horas trabalhadas do que uma pausa de 5 minutos a cada hora, salvo quando houver algum fator específico, de dificuldade prática, para a primeira opção. Isso porque, em pausas frequentes perde-se o ritmo de trabalho.

3.1.1.5 Posições de trabalho Para se efetuar uma análise mais apurada das posições de trabalho foi realizada análise por meio do Método Owas (item 3.1.1.6.1.). Porém, objetivando ampliar a avaliação adotou-se, concomitantemente a diretriz estabelecida por Guimarães (2004): “se o trabalho é efetuado de pé, parado, é importante alternar com a posição sentada. Se o trabalho é efetuado sentado, é importante alternar com a posição de pé, ou andando”. Também foi

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ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

considerado o mobiliário existente, bem como as ferramentas e utensílios utilizados na atividade.

3.1.1.5.1 O Método Owas O Owas é um método utilizado para avaliar posturas desfavoráveis no ambiente de trabalho. Inicia-se mediante observação em uma amostra da atividade coletando a frequência e do tempo gasto em cada postura e, após, classificam-se as posturas conforme um modelo pré-determinado. Desta forma as posturas observadas são classificadas em quatro categorias: Categoria 1: postura normal; nenhuma ação se faz necessária. Categoria 2: a carga da postura é levemente prejudicial; ações para mudar a postura devem ser tomadas em um futuro próximo. Categoria 3: a carga da postura é claramente prejudicial; ações para mudar a postura devem ser tomadas o mais breve possível. Categoria 4: a carga da postura é extremamente prejudicial; ações para mudar a postura devem ser realizadas imediatamente. Basicamente o Método consistente na avaliação de situações tomando uma amostra da atividade considerando intervalos constantes ou variáveis, verificando-se a frequência e o tempo gasto em cada postura. Em tais amostragens são consideradas as posições das costas, braços e pernas, o uso de força e a fase da atividade. Para cada conjunto de dados determina-se um código de seis dígitos, conforme a figura 2 e a figura 3.

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ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Figura 2: Posições das costas, braços e pernas.

1º Dígito - Costas 1 - ereta 2 - inclinada para frente ou para trás 3 - torcida ou inclinada para os lados 4 - inclinada e torcida ou inclinada para frente e para os lados 2º Dígito - Braços 1 - ambos os braços abaixo do nível dos ombros 2 - um braço no nível dos ombros ou abaixo 3 - ambos os braços no nível dos ombros ou abaixo 3º Dígito - Pernas 1 - sentado 2 - de pé com ambas pernas esticadas 3 - de pé com o peso em uma das pernas esticadas 4 - de pé ou agachado com ambos os joelhos dobrados 5 - de pé ou agachado com um dos joelhos dobrados 6 - ajoelhado em um ou ambos os joelhos 7 - andando ou se movendo 4º Dígito - Levantamento de carga ou uso de força 1 - peso ou força necessária é 10 Kg ou menos 2 - peso ou força necessária excede 10 Kg, mas menor que 20 Kg 3 - peso ou força necessário excede 20 Kg 5º e 6º Dígitos - Fase do trabalho Dois dígitos são reservados para fase da atividade variando de 00 a 99, selecionados a partir da subdivisão de tarefas.

Figura 3: Categorização das posições dos membros superiores, do peso a ser erguido e das fases de trabalho.

3.1.1.6 Etapas do Método OWAS, quando realizado manualmente.

Consiste em registrar as posturas adotando como procedimento a observação direta do trabalho, podendo fazer uso de fotografias ou filmagens, como dispositivos auxiliares. 1a etapa - Para categorizar as posturas deve-se: a) definir a posição do tronco e preencher o campo correspondente ao 1º dígito; b) definir a posição dos braços e preencher o campo correspondente ao 2º dígito; c) definir a posição das pernas e preencher o campo correspondente ao 3º dígito; d) definir o peso ou a força empregado (a) e preencher o campo correspondente ao 4º dígito; e) determinar a fase do trabalho correspondente ao 5º e 6º dígitos;

17


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

f) cronometrar o tempo de permanência de cada postura.

2a etapa - Para avaliar as posturas deve-se empregar as figuras 1, 3, 4 e 5. Figura 4: Determinação da classe de constrangimento da postura instantânea. 2

3

4

5

6

7

pernas

1

3

1

2

3

1

2

3

1

2

3

1

2

3

1

2

3

1

2

3 FORÇA

2

Braços

Costas

1

2 0

1 2 1

3

2

1 2 3 1 2

3

3 1 2

4

3

LEGENDA

<10 kg

>10kg <20 kg

1

Não são necessárias medidas corretivas

3

2

Serão necessárias correções no futuro

4

< 20 Kg e <30 kg São necessárias correções logo que possível São necessárias correções imediatas

Fonte: WILSON E CORLETT: 1995

18


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Figura 5: Determinação da classe de constrangimento da sequência de posturas no tempo (10 segmentos de tempo)

PERNAS

BRAÇOS

COSTAS

% do tempo da atividade

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

1 - Reto

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

2 - Inclinado

1

1

1

2

2

2

2

2

3

3

3 - Reto e torcido

1

1

2

2

2

3

3

3

3

3

4 - Inclinado e torcido

1/2 2

2

3

3

3

3

4

4

4

1 - Dois braços para baixo

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

2 - Um braço para cima

1

1

1

2

2

2

2

2

3

3

3 - Dois braços para cima

1

1

2

2

2

2

2

3

3

3

1 - Sentado

1

1

1

1

1

1

1

1

1

2

2 - De pé duas pernas retas

1

1

1

1

1

1

1

1

2

2

3 - De pé em uma perna

1

1

1

2

2

2

2

2

3

3

4 - Duas pernas flexionadas

1/2 2

2

3

3

3

3

4

4

4

5 - Uma perna flexionada

1/2 2

2

3

3

3

3

4

4

4

6 - Ajoelhado

1

1

2

2

2

3

3

3

3

3

7 - Andando

1

1

1

1

1

1

1

1

2

2

1

Não são necessárias medidas corretivas

3

2

Serão necessárias correções no futuro

4

São necessárias correções logo que possível São necessárias correções imediatas

3.1.1.7 Análise Fisiológica

Entende-se por demanda fisiologia, o gasto de energia, para a realização de uma tarefa. Segundo Grandjean (1998), o consumo energético é maior em trabalhos dinâmicos com o envolvimento de vários e grandes grupos musculares, porém trabalhos estáticos demonstram ser mais cansativos. Além disso, há que se levar em consideração a lição de Guimarães (1998) de que o trabalho com demanda fisiológica acima do recomendado provoca o aumento da frequência dos acidentes, redução da produtividade e da qualidade do trabalho.

19


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Dentro das atividades realizadas no cotidiano operacional dos Correios, preponderam aquelas em que há a exigência de força dinâmica e força estática para o levantamento e manuseio de cargas, em condições que demandam as diversas posições corporais. A medição da Frequência Cardíaca (FC) é um método de simples aplicação e de custo baixo. Mostrou-se adequado para medição da demanda fisiológica de trabalho, a qual foi mensurada por meio do método indireto, ou seja, através da medida da frequência cardíaca do sujeito, com a utilização de frequencímetro da marca Timex®, com a seguinte metodologia: - Medição da Frequência Cardíaca de Repouso (FCR), com o indivíduo na posição sentada, com tempo de quinze minutos para a estabilização do sistema cardiorespiratório. - Medição da Frequência Cardíaca média de Trabalho (FCT), obtida mediante 20 tomadas da FC, armazenada de três em três minutos durante uma hora, atribuindo como medida a média das leituras coletadas. - Medição do tempo gasto para o retorno à FC de repouso, tomando como parâmetro o valor considerado adequado segundo Grandjean é de até 15 minutos. Após a medição da FCR e FCT calculou-se o Pulso de Trabalho, o qual consiste na seguinte fórmula:

FCT – FCR = Pulso de Trabalho Que deve obedecer aos seguintes parâmetros: - Pulso de Trabalho para homens, deve ser inferior a 35 batimentos por minuto (BPM) em trabalhos contínuos de 8 horas diárias; - Pulso de Trabalho para mulheres, deve ser inferior a 30 BPM, para trabalhos contínuos de 8 horas; - O parâmetro utilizado para classificação de intensidade de carga de trabalho foi o seguinte: 

Pulso de Trabalho  0 a 10 = leve

Pulso de Trabalho  10 a 20 = moderado

Pulso de Trabalho  20 a 30 = pesado

20


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

4. DESENVOLVIMENTO

4.1 Trabalho Preparatório

Esta etapa é realizada com a finalidade de otimizar o desenvolvimento das rotinas de tratamento de carga. Consiste em preparar as estações de trabalho para o início da operação, desde a organização dos equipamentos e unitizadores, conforme o leiaute previamente definido, bem como a preparação dos rótulos necessários àquela operação. Além disso, é feita a verificação do funcionamento das máquinas, de modo a assegurar a normalidade e a funcionalidade das atividades quando do seu início. 4.1.1 Levantamento manual de cargas

Sendo esta etapa uma fase que antecede ao início da operação, não se observa a atividade de levantamento manual de cargas. 4.1.2 Ciclo de trabalho/repetitividade/pausas

O Anexo l - Ficha de Caracterização n.º1 contém o ciclo completo dessa atividade onde pode ser verificado na íntegra que não há repetitividade. Verifica-se, também que é realizada sem dificuldades posturais, bem como com baixa exigência física. Por essa razão, não há necessidade de pausas. 4.1.3 Método Owas

O Método Owas é utilizado para avaliar posturas desfavoráveis no ambiente de trabalho. Não foi identificado nessa fase esforço postural passível de aferição por meio desse método.

21


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

4.1.4 Análise Fisiológica

Na execução dos trabalhos preparatórios os dados coletados conduziram aos resultados inseridos na sequência.

4.1.4.1 Demanda Fisiológica

a)

Feminino

Posto de Trabalho Trabalhos Preparatórios Parâmetros

b)

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT- PR

62

68

0:04:00

6

FC Repouso

Média Adequada até 15mim

Adequado até 30 BPM para mulheres

Masculino

Posto de Trabalho

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT- PR

78

0:09:25

6,25

Trabalhos Preparatórios Parâmetros

FC Repouso

Média Adequada até 15mim

Adequado até 35 BPM para Homens

A demanda fisiológica requerida nesse posto de trabalho foi classificada como leve para ambos os sexos, sendo considerada como baixo o esforço despendido durante o desenvolvimento da atividade. 4.2 Recebimento de Carga

Nessa etapa ocorre o recebimento da carga de encomendas/malotes, no ponto de transferência, de forma consolidada. São verificados nos rótulos dos unitizadores se a carga recebida foi encaminhada corretamente pela Unidade que a encaminhou e se é prioritária para o tratamento. Recebe a carga em Contêiner desmontável leve – CDL, Contêiner aramado fixo - CAF, Malas, Caixetas, Malotes e Encomendas avulsas (esta quando o volume não permite a unitização), que chegam em veículos leves (Vans e Fiorinos, por exemplo) e pesados (caminhão). 22


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4.2.1 Levantamento manual de cargas

Nesse posto de trabalho a ferramenta aplicada refere-se somente ao levantamento manual de peso, sem a utilização de equipamentos, tais como: paleteiras, empilhadeiras e transpaleteiras. A interpretação dos dados coletados resultou na classificação de grave, em função não apenas do peso, mas também de um conjunto de fatores que compõem a fórmula da NIOSH. Há a necessidade de adequações. Nesse sentido, o plano de trabalho deve ser reposicionado, de forma que o esforço físico demandado seja minimizado na execução da atividade. Sobre a atividade de descarregamento de malas, PAC e SEDEX, recomenda-se que o trabalho seja realizado em dupla, sempre que o peso do objeto for maior que 23 kg. Posto de Trabalho Veículos Leves Pacote

Estatura

IL

LPR

Alto

2,859

1,399

Grave

Baixo

2,761

1,449

Grave

Avaliação

Adequado <0,7 Posto de Trabalho

1

Veículos Leves – Caixeta 1

Posto de Trabalho

1

Veículos Leves – Mala (PAC) 1

Estatura

IL

LPR

Alto

7,863

1,399

8,675

1,268

Estatura

IL

LPR

Alto

15,094

1,325

Baixa

Baixa

1 1 Adequado <0,7

1

16,653

1

1,201

Avaliação Grave 1

Grave

Avaliação Grave 1

Grave

Adequado <0,7 Posto de Trabalho Veículos Leves – Mala (SEDEX)

Estatura

IL

LPR

Alto

11,321

1,325

Grave

Baixa

12,49

1,201

Grave

Avaliação

Adequado <0,7 Posto de Trabalho Desmontagem dos paletes aeronáuticos descarregamento - Pacotes

Estatura

IL

LPR

Médio

3,861

1,036

Avaliação

Grave

Adequado <0,7

23


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Posto de Trabalho Desmontagem dos paletes aeronáuticos descarregamento - Malas 1

Estatura

IL

LPR

Médio

15,291

0,981

1

1

Avaliação

Grave 1

1

Adequado <0,7 Posto de Trabalho Desmontagem dos paletes aeronáuticos descarregamento - Caixeta 1 1

Estatura

IL

LPR

Médio

10,618

1,036

1

1

Avaliação

Grave 1

1

Adequado <0,7

4.2.2 Ciclo de trabalho/repetitividade/pausas

O ciclo dessa atividade se encontra detalhado no Anexo I, Ficha de Caracterização Nº 03 a 06. Verifica-se que não há repetitividade, no entanto, dependendo do tipo de carga (caixeta, pacote e mala) as exigências físicas e posturais se alteram. A sua duração máxima não ultrapassa 2 horas. Quando da execução do Rodízio Operacional, deverá ser mesclada com outra que seja de menor demanda física no trabalho.

4.2.3 Owas Os Postos das Docas que recebem as linhas de transporte executadas por veículos Leves referem-se respectivamente, ao trabalho para descarregamento manual de caixetas/outros objetos e malas SEDEX/PAC. Já os postos das Docas que recebem as linhas de transporte executadas por Veículos Pesados é referente aos dados obtidos para o trabalho com descarregamento e transporte de unitizadores com auxílio de equipamentos. A aplicação desta ferramenta retornou um resultado considerado grave, devido ao esforço postural ser realizado por apenas um operador. O ideal é que a atividade, ou pelo menos parte dela, seja executada por duas pessoas no momento da pega das malas, onde o há maior solicitação em face da envergadura inapropriada da coluna, bem como a superfície de trabalho se encontrar em um plano muito inferior ao recomendado. Quanto ao restante das tarefas executadas nesta atividade, o resultado obtido foi considerado Sem Riscos Ergonômicos - SRE. Posto de Trabalho

Exigência Postural

Classificação

24


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

_ I -----+I--------li Veículos Leves Pacotes

3 - São necessárias correções tão logo quanto possível 1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

i-----3 - São necessárias correções tão logo quanto possível

Posto de Trabalho Veículos Leves Malas

Moderado

Moderado

Exigência Postural

Classificação

3 - São necessárias correções tão logo quanto possível

Moderado

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

13 - São necessárias correções tão logo quanto possível 1

Moderado

Exigência Postural

Classificação

Posto de Trabalho

2 - São necessárias correções em um futuro próximo

Leve

Veículos Pesados 1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

Posto de Trabalho

1

Exigência Postural

Classificação

3 - São necessárias correções tão logo quanto possível

Moderado

1 - Não são necessárias medidas corretivas Desmontagem de 1 - Não são necessárias medidas corretivas Pallets Aeronáuticos 1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE SRE

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

SRE

3 - São necessárias correções tão logo quanto possível

Moderado

1

4.2.4 Análise Fisiológica

4.2.4.1 Demanda Fisiológica

a) Feminino Posto de Trabalho Veículos Leves Caixetas Parâmetros

FC Repouso 79 FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

114

0:14:62

35,5

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 30 BPM para Mulheres

25


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

b) Masculino Posto de Trabalho

FC Repouso

Veículos

Tempo de Repouso

PT-PR

90

0:03:00

15,05

75

Leves - Caixetas Parâmetros

Média

FC Repouso

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 35 BPM para Homens

c) Masculino

Posto de Trabalho Veículos Pesados – com Paleteira Parâmetros

Posto de Trabalho Desmontagem de Pallet Aeronáutico - RPN Parâmetros

FC Repouso 74 FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

94

0:5:30

19

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 35 BPM para Homens

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

68

84

0:2:00

16

FC Repouso

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 35 BPM para Homens

A demanda fisiológica exigida nestes postos de trabalho foi classificada como pesada para o sexo feminino, sendo o esforço despendido considerado alto. Porém, não se configurou como risco de fadiga excessiva, uma vez que a duração da atividade é de no máximo 1 hora e 30 mim. Assim, para as mulheres, no Rodízio Operacional, deverá ser mesclada com outra leve e com pouca exigência de demanda fisiológica. Já em relação ao sexo masculino, foi classificada como adequada. sendo o esforço despendido considerado moderado.

26


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

4.3 Abertura e Pré-Triagem Neste posto, no ponto de transferência, é feito o recebimento da carga de forma unitizada. É verificada: a integridade física dos unitizadores; as informações dos rótulos antes da abertura da carga, se a carga recebida foi encaminhada corretamente e se é prioritária para o tratamento. Também ocorre a movimentação para a área de armazenagem da carga que não é prioritário o tratamento naquele plano ou turno.

4.3.1 Levantamento Manual de Cargas

Posto de Trabalho Abertura/PréTriagem - Mala (PAC)

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Baixo

3,139

6,372

Grave

Alto

3,296

1

6,068

Grave

1

Adequado <0,7

Posto de Trabalho Abertura/Pré Triagem - Mala (SEDEX)

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Baixo

2,354

6,372

Moderado

Alto

2,472

1

6,068

1

Moderado

Adequado <0,7

Posto de Trabalho Abertura/PréTriagem - Pacotes (PAC)

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Baixo

4,386

1,368

Grave

Alto

4,386

1

1,368

Grave

1

Adequado <0,7

Posto de Trabalho Abertura/PréTriagem Pacotes (SEDEX)

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Baixo

2,924

1,368

Grave

Alto

3,086

1

1,296

1

Grave

Adequado <0,7

Nesse posto de trabalho, a análise dos dados coletados indicou que a atividade também é considerada de risco grave. Da mesma forma que o posto anterior (recebimento de carga), a manipulação de malas, deve ser realizada observando-se os critérios mínimos de peso para o levantamento individual. Caso as características gerais da carga do centro ultrapassem o limite indicado de 23 kg, deve-se organizar a equipe em duplas para a execução dos trabalhos. Nesse posto, deverá ser feita intervenção no sentido de melhorar a disposição do plano de trabalho, principalmente no momento da pega dos objetos, tendo em conta a situação postural extrema, melhor identificada no item seguinte. Desta forma, também se obterá um Limite de Peso Recomendado - LPR mais favorável para a atividade.

27


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

4.3.2 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas

A atividade é realizada por dois empregados na posição em pé, caracterizada por pouca deambulação, utilização dos membros superiores para a retirada dos objetos do unitizador, pegando e soltando objetos sobre a mesa de múltiplo uso. O ciclo é de aproximadamente 60 segundos. Não há a realização de movimentos considerados repetitivos, conforme se pode verificar no conteúdo constante do Anexo l - Ficha de Caracterização Nº 13 a 19. Porém, devido à postura, conjugada com o peso, é recomendada a introdução de pausas curtas, de 10 minutos, a cada 2 horas trabalhadas ou, a implantação do rodízio, a cada duas horas trabalhadas. Tais pausas são muito importantes para redução do stress, de modo que o empregado tenha no retorno à atividade melhor disposição para o trabalho e consiga manter a produtividade ao longo da jornada. 4.3.3 Owas A aplicação desta ferramenta retornou resultado moderado de esforço postural para o trabalho realizado por um operador. Entretanto, a postura inicial, ou seja, o momento da pega necessita de revisão em razão da combinação de fatores, como: frequência de execução, dimensão das malas e peso manipulado. O desejável é que a atividade, ou pelo menos parte dela, pudesse ser executada por duas pessoas no momento da pega das malas, onde o esforço e a postura empregada são extremas, devido à envergadura inapropriada da coluna, agravada pela altura da superfície de trabalho que se situa em um plano muito inferior ao recomendado. Com uma elevação adequada do plano de trabalho, a exigência da retirada de peso do unitizador proporcionará melhores condições posturais. Quanto ao restante das tarefas executadas nesta atividade, o esforço postural aferido não resultou em situação de riscos.

Posto de Trabalho

Exigência Postural 3 - São necessárias correções tão logo quanto possível

Abertura (PAC e SEDEX)

1 - Não são necessárias medidas corretivas

Classificação Moderado

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE SRE

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

28


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

4.3.4 Análise Fisiológica

4.3.4.1 Demanda Fisiológica

a) Feminino Posto de Trabalho Abertura e Pré Triagem de Objetos

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT- PR

97

105

0:5:00

15

Parâmetros

FC Repouso

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 30 BPM para Mulheres

b) Masculino Posto de Trabalho Abertura e Pré Triagem de Objetos

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT- PR

82

97

0:1:20

8

Parâmetros

FC Repouso

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 35 BPM para Homens

c) Masculino Posto de Trabalho Abertura de Malas PAC

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

82

105

0:2:00

22,67

Parâmetros

FC Repouso

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 35 BPM para Homens

A demanda fisiológica exigida no posto de trabalho de abertura de caixetas e encomendas está adequada para ambos os sexos. O esforço despendido foi considerado como leve para homens e moderado para as mulheres. Já em relação à abertura de malas PAC a demanda foi classificada como inadequada para o sexo masculino, pois o esforço despendido foi considerado alto o que pode ocasionar o risco de fadiga excessiva em trabalho de até oito horas. O trabalho realizado pelo sexo feminino não foi mensurado, tendo em conta a obviedade do resultado, dados os resultados para o sexo masculino. 4.4 Indução na Máquina

29


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Nesta etapa, é realizada a indução das encomendas na máquina com a etiqueta de registro voltada para cima, para leitura automática do código de barras. Pode ocorrer, em alguns casos, que seja necessária a separação do objeto, para posterior indução no modo manual, caso o código de registro esteja posicionado de forma que não permita a leitura pelo escâner elevado. 4.4.1 Levantamento Manual de Cargas

Posto de Trabalho

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Indução - Pacotes (PAC)

Médio

7,989

0,751

Grave

Médio

8,097

0,741

Grave

Adequado <0,7 Posto de Trabalho

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Indução - Pacotes (SEDEX)

Alto

5,326

0,751

Grave

Baixo

5,398

0,741

Grave

Adequado <0,7

O peso médio dos objetos induzidos na máquina é de 2,5 kg. Neste caso, o peso em si não é tão grave se considerado como fator isolado. Entretanto, a fórmula da NIOSH, remete ao conjunto de variáveis que compõem o plano de trabalho. O início da atividade em que ocorre a pega do pacote é o ponto crítico do posto. Conforme descrito no item abaixo, o ciclo repetitivo que se configura, conjugado com a alta exigência postural, qualifica-o com grau de risco grave para a saúde ocupacional. A mudança de configuração física do posto deverá ser realizada com prioridade, pois esta é uma das atividades de maior duração na jornada de trabalho.

4.4.2 Ciclo de Trabalho/Repetitividade/Pausas

Os ciclos avaliados nessa atividade tem curtíssima duração, variando entre 0 e 10 segundos. Tal duração caracteriza a situação classificada como de alta repetitividade. Em função disso, deve ser intercalada com outras atividades consideradas não repetitivas ou/e a introdução de pausas de 10 minutos a cada duas horas trabalhadas. 4.4.3 OWAS

Posto de Trabalho

Exigência Postural

Classificação

30


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Indução

4 - São necessárias correções imediatas

Grave

2 - São necessárias correções em um futuro próximo

Leve

A análise apresentou resultado considerado grave para este posto devido à exigência postural, em especial à carga imposta à coluna vertebral, que realiza inclinação e torção ao extremo. Esta situação de exposição no trabalho, por si só, já incorre em alto risco de doenças ocupacionais, ao longo do tempo. Verifica-se a aglutinação do fator postural grave com o ciclo de alta repetitividade no trabalho. Neste caso, os riscos para a saúde do empregado são evidentes e de fácil comprovação. A elevação gradual do plano de trabalho e/ou a automação da atividade são pontos de melhoria que devem ser introduzidos tão logo quanto possível, de modo a atenuar a situação encontrada.

4.4.4 Análise Fisiológica 4.4.4.1 Demanda Fisiológica

a) Feminino Posto de Trabalho

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

Indução de Máquina

72,5

94,5

0:12:05

Parâmetros

FC Repouso

33,5 Adequado até 30 BPM para Mulheres

Média

Adequada até 15mim

b) Masculino Posto de Trabalho

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

Indução de Máquina

78,8

90,8

0:6:06

Parâmetros

FC Repouso

12 Adequado até 35 BPM para Homens

Média

Adequada até 15mim

A demanda fisiológica requerida nesse posto de trabalho foi classificada como pesada para sexo feminino, sendo muito alto o esforço despendido na realização da atividade. Para os homens, foi considerado adequado com um esforço moderado, sem risco de fadiga excessiva, em jornada de até oito horas diárias.

31


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

4.5 Estação de Não Lidos (MAI): Nesse posto é realizado o tratamento dos objetos cujos registros não foram identificados pela máquina de triagem. As leituras dos dados do Código de Endereçamento Postal - CEP e do registro são realizadas com a utilização de escâner manual.

4.5.1 Levantamento manual de cargas

Posto de Trabalho MAI - Indução Manual de Objetos – Pacote (PAC) 1 1

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Baixo

5,994

1,001

Grave

Alto

6,283

0,955

1

1

Grave 1

1

Adequado <0,7 Posto de Trabalho MAI - Indução Manual de Objetos – Pacote( SEDEX) 1 1

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Alto

4,188

0,955

Grave

Baixo

3,996 1

1,001 1 Adequado <0,7

Grave 1

1

Nesse posto, o trabalho realizado individualmente em relação ao levantamento de peso não é caracterizado como grave. Entretanto, esse fator, combinado com a grande frequência de rotações da coluna e o ciclo repetitivo de trabalho, abaixo descritos, incorrem numa combinação gravosa e exigente de rodízio entre os empregados.

4.5.2 Ciclo de trabalho/repetitividade/pausas Os ciclos avaliados da atividade tem duração curta variando entre 6 e 10 segundos, contudo, permite ao empregado certa flexibilidade na regulação, ocorrendo mesmo pequenas pausas eventuais decorrentes da falta de objetos para leitura. No entanto, o posto pode ser classificado como repetitivo. As exigências dos membros superiores e do tronco demandam a realização de esforço físico. A atividade com a máquina de triagem e o computador, sequencialmente, além da carga física, demandam parcela de carga cognitiva o que favorece a manifestação de fadiga do empregado. Assim, a quebra do ciclo e das cargas é necessária e a solução para minimizar os esforços é intercalar a atividade com outras de menor solicitação. 4.5.3 Owas

32


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Posto de Trabalho MAI

Exigência Postural 1 - Não são necessárias medidas corretivas

Classificação SER

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SER

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SER

A atividade é realizada em pé, praticamente parado com a alta exigência dos membros superiores em movimentos de adução e abdução dos ombros devido à necessidade de manipulação dos objetos. Por isso, configura situação de risco alto que, conjugado com outros fatores deve ser objeto de rodízio.

4.5.4 Análise Fisiológica

4.5.4.1 Demanda Fisiológica

a) Feminino Posto de Trabalho MAI

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

60

70

0:03:00

10

Parâmetros FC Repouso Média

Adequada até 15mim Adequado até 30 BPM para Mulheres

b) Masculino Posto de Trabalho MAI Parâmetros

FC Repouso 83 FC Repouso

Média 89 Média

Tempo de Repouso 0:04:00 Adequada até 15mim

PT-PR 6 Adequado até 30 BPM para Mulheres

A demanda fisiológica desse posto foi considerada como leve para ambos os sexos.

4.6 Tratamento de Encomendas com a Utilização do STES:

Nesse posto são realizadas a triagem e expedição dos objetos que extrapolam as dimensões e o peso para tratamento por meio da máquina no modo automático ou semiautomático. Recebe os objetos com formato cilíndricos, frágeis, dimensões e peso fora do

33


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

padrão para processamento manual, bem como os não lidos recolhidos no posto MAI. Nos Centros que não possuem máquina de triagem de encomendas é a principal estação de triagem e expedição dos Objetos. 4.6.1 Levantamento Manual de Cargas

Posto de Trabalho

Estatura

IL

LPR

Avaliação

STES Triagem (PAC)

Baixo

7,382

2,032

Grave

Alto

7,382

2,032

Grave

Posto de Trabalho

Estatura

IL

LPR

Avaliação

STES Triagem (SEDEX)

Baixo

4,921

2,032

Grave

Alto

4,921

2,032

Grave

Adequado <0,7

Adequado <0,7

O trabalho de levantamento manual do objeto é desgastante, pois o tempo de exposição na sua realização dura toda a jornada, que é de 8 horas. Para sua execução, o operador se depara com uma série de dificuldades, como a do peso dos pacotes, que tem uma larga gama de variação, muitas vezes em correspondência inversa com as dimensões. Por exemplo, existem pacotes grandes que são leves e pequenos que são pesados. Além disso, a disposição de tais objetos, quando situados no fundo dos unitizadores, pode obrigar o empregado a adotar posturas prejudiciais, como alta exigência de toda a coluna e membros superiores. Outro aspecto relevante é que devido a essas condições e às dimensões de alguns objetos postais. É comum a movimentação ser realizada com apenas uma das mãos, o que sobrecarrega todo o seguimento físico, desde os dedos até a região escapular.

4.6.2 Ciclo de trabalho/repetitividade/pausas

34


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

O ciclo de trabalho possui características de repetitividade, com variação de 5 a 15 segundos, a depender das dimensões dos pacotes e distância a ser percorrida. No entanto, o operador tem autonomia para ditar o ritmo e adotar micro pausas durante a sua realização. 4.6.3 Owas

Posto de Trabalho

Exigência Postural

Classificação

4 - São necessárias correções imediatas

Grave

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

3 - São necessárias correções tão logo quanto possível

Moderado

STES (PAC e SEDEX)

O posto demanda, em algumas fases da retirada dos objetos dos contêineres, grande exigência física e postural. O comprometimento se dá na retirada dos primeiros objetos e na parte final, devido à altura inicial e o progressivo rebaixamento do plano de trabalho, além da já citada variação de peso/dimensões dos objetos, que por vezes extrapolam o limite, situação em que se requer o auxílio de outro operador. Além disso, a atividade se processa de modo contínuo. Ilustrando melhor o modus operandi, em certo momento da execução da atividade o empregado necessita realizar o sustentar do objeto com uma das mãos e com a outra operar o aparelho de scanner, exigindo a postura das mãos em posição de garra e desvio ulnar, aglutinado com movimento constante dos dedos. 4.6.4 Análise Fisiológica

4.6.4.1 Demanda Fisiológica

a)

Feminino

Posto de Trabalho Triagem Utilizando - STEs (Centro Automatizado)

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT- PR

80

100

0:05:70

20

Parâmetros

FC Repouso

Adequada até 15mim

Adequado até 30 BPM para Mulheres

Tempo de Repouso

PT- PR

Média

b) Masculino Posto de Trabalho

FC Repouso

Média

35


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Triagem UtilizandoSTES – (Centro Automatizado)

67

Parâmetros

FC Repouso

81 Média

0:08:40

15,25

Adequada até 15mim

Adequado até 35 BPM para Homens

a) Feminino Posto de Trabalho Triagem PAC/SEDEX (Centro Manual)

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT- PR

69

89

0:2:00

20

Parâmetros

FC Repouso

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 30 BPM para Mulheres

b) Masculino Posto de Trabalho Triagem PAC/SEDEX (Centro Manual)

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

84

104

0:3:00

20

Parâmetros

FC Repouso

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 35 BPM para Homens

A demanda fisiológica requerida nesse posto de trabalho foi classificada como adequada para ambos os sexos, uma vez que o esforço despendido foi considerado moderado, o que não configura risco de fadiga excessiva em trabalho com duração de até 8 horas.

4.7 Desabastecimento de Deslizadores:

Nesta etapa, os objetos são retirados dos deslizadores, confrontando-se o CEP de destino com a faixa de CEP especificada no Plano de Triagem (fixado no deslizador), com a finalidade de separá-los, em contêineres, em conformidade com os respectivos de destinos.

4.7.1 Levantamento Manual de Cargas

Posto de Trabalho

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Desabastecimento de rampas (PAC)

Baixo

0,891

6,731

Leve

Alto

0,929

6,462

Leve

Posto de Trabalho

Estatura

LPR

Avaliação

Adequado <0,7

IL

36


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Desabastecimento de rampas (SEDEX)

Baixo

0,594

6,731

SRE

Alto

0,619

6,462

SRE

Adequado <0,7

Com relação à altura do plano de trabalho para a pega da carga, a configuração do posto é boa e a média de peso fornecida, de 2,5kg para as máquinas, não ultrapassa os limites permitidos pelas normas. Entretanto, o problema encontrado incorre no fator repetitivo e acelerado do trabalho. 4.7.2 Ciclo de Trabalho/repetitividade/pausas

Esta atividade foi considerada com sobrecarga de trabalho, devido à grande exigência postural, fisiológica e à movimentação contínua de carga. Para compensar tais fatores, há a necessidade de pausa de 10 minutos a cada 2 horas trabalhadas para repouso das estruturas exigidas, ou a execução de rodízio a cada duas horas com outras de menor demanda física e fisiológica. 4.7.3 Owas

Posto de Trabalho Exigência Postural Desabastecimento 2 - São necessárias correções em um futuro próximo de máquinas de 1 - Não são necessárias medidas corretivas triagem 3 - São necessárias correções tão logo quanto possível

Classificação Leve SRE Moderado

A demanda postural fica comprometida no momento da pega dos pacotes no deslizador, pela extensão dos membros superiores e ao depositar a carga dentro do unitizador de destino pela execução de ampla flexão da coluna. 4.7.4 Análise Fisiológica

4.7.4.1 Demanda Fisiológica

a) Feminino

37


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Posto de Trabalho Desabastecimento de Deslizadores

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

83

132

0:6:00

49

Parâmetros

FC Repouso

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 30 BPM para Mulheres

b) Masculino Posto de Trabalho Desabastecimento de Deslizadores

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

77

122

0:13:00

45

Neste posto, a demanda fisiológica foi considerada muito alta para ambos os sexos, o que configura riscos de fadiga excessiva e de lesões em trabalho com duração de até 8 horas.

4.8 Recondicionamento Nesse posto, é realizado o recondicionamento dos objetos postais com embalagens danificadas mediante restauração do envoltório com a aplicação de fita adesiva plástica para empacotamento, que sofreram danos no fluxo operacional.

4.8.1

Levantamento manual de cargas

Posto de Trabalho Recondicionamento Abastecimento da Mesa Pacotes

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Alto

1,262

4,754

Moderado

Baixo

1,074

5,584

Leve

Adequado <0,7

Posto de Trabalho Recondicionamento Abastecimento do Contêiner - Pacotes

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Baixo

0,959

6,255

Leve

Alta

0,959

6,255

Leve

Adequado <0,7

Segundo a avaliação, a solicitação do posto é considerada leve e atividade é menos intensa que em outras posições. Ressalve-se que a altura do plano de trabalho é considerada inadequada no início e no final do ciclo. Assim, da mesma forma que em outros postos, o layout deverá ser melhorado em relação à altura dos unitizadores, o que contribuirá com a melhora no LPR.

38


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

4.8.2 Ciclo de trabalho/repetitividade/pausas

A atividade não demanda repetitividade para execução do trabalho. O ciclo é longo e o empregado trabalha de acordo com a sua capacidade individual. 4.8.3 Owas

Posto de Trabalho Recondicionamento Abastecimento de Mesa

Exigência Postural 3 - São necessárias correções tão logo quanto possível 1 - Não são necessárias medidas corretivas 1 - Não são necessárias medidas corretivas

Posto de Trabalho

Exigência Postural

Recondicionamento Abastecimento Contêiner

Classificação Moderado SRE SRE

Classificação

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

1 - Não são necessárias medidas corretivas 3 - São necessárias correções tão logo quanto possível

SRE Moderado

Verificou-se que a postura fica comprometida no momento de pegar e soltar os objetos. Considera-se que, com a elevação do plano de trabalho, elimina-se esse risco de comprometimento da coluna.

4.8.4 Análise Fisiológica

4.8.4.1 Demanda Fisiológica

a) Feminino Posto de Trabalho

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

Recondicionamento

63

70

0:04:00

Parâmetros

FC Repouso

7 Adequado até 30 BPM para Mulheres

Média

Adequada até 15mim

d) Masculino Posto de Trabalho

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

Recondicionamento

56

61

0:04:00

Parâmetros

FC Repouso

Média

5 Adequado até 35 BPM para Homens

Adequada até 15mim

39


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

A demanda fisiológica requerida no posto foi considerada leve para ambos os sexos.

4.9 Tratamento Manual de Envelopes:

Refere-se ao tratamento de objetos no formato de envelope. Esse processo envolve abertura de caixetas e triagem nos manipuladores.

4.9.1 Levantamento Manual de Cargas

Posto de Trabalho

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Triagem de envelopes - abastecimento de mesa - caixeta

Baixo

1,515

7,261

Moderado

1

Alta

1

1,75

1

6,284

1

Moderado

1

Adequado <0,7 Posto de Trabalho

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Triagem de envelopes - abastecimento do suporte de caixetas - caixeta

Baixo

1,426

7,716

Moderado

1

Alta

1

1,723

1

6,385

1

Moderado

1

Adequado <0,7 Posto de Trabalho

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Tratamento Envelopes (SEDEX) - Triagem de envelopes

Baixo

1,504

7,315

Moderado

1

Alto

1

2,005

1

5,486

1

Moderado

Adequado <0,7 Posto de Trabalho

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Tratamento Envelopes (SEDEX) – desabastecimento de envelopes

Baixo

2,026

5,43

Moderado

Alto

2,026

5,43

Moderado

Adequado <0,7

Está caracterizado que a maior exigência física se dá no início do ciclo.

4.9.2 Ciclo de Trabalho/repetitividade/pausas

Embora a atividade tenha um ciclo longo, foi considerada repetitiva; além de incluir a busca e movimentação das caixetas contendo envelopes para triagem.

40

1


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

4.9.3 Owas

Posto de Trabalho

I_

Triagem Envelopes Abertura Caixeta

Exigência Postural 3 - São necessárias correções tão logo quanto possível

I_

Moderado

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

i--------____j__________

Posto de Trabalho

Triagem Envelopes Abastecer Suporte Caixeta

Classificação

Exigência Postural

Classificação

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

i--------____j__________

Posto de Trabalho

Exigência Postural

Classificação

I_ I_ _ _I_ I Triagem Envelopes Registro/leitura

1 - Não são necessárias medidas corretivas

Posto de Trabalho

SRE

Exigência Postural

Classificação

2 - São necessárias correções em um futuro próximo Tratamento Envelopes - pós - Triagem 1 - Não são necessárias medidas corretivas 2 - São necessárias correções em um futuro próximo

1

1

Posto de Trabalho Expedição da Carga Envelopes

1

Leve -

1

Leve

1

Exigência Postural

Classificação

3 - São necessárias correções tão logo quanto possível

Moderado

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

1

1 - Não são necessárias medidas corretivas

1

SRE

1

4.9.4 Análise Fisiológica

4.9.4.1 Demanda Fisiológica

41


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

a) Feminino Posto de Trabalho Triagem de Envelopes

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

72

76

0:11:02

3,75

Parâmetros

FC Repouso

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 30 BPM para Mulheres

b) Masculino Posto de Trabalho Triagem de Envelopes

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

72

76

0:11:02

3,75

A análise fisiológica foi considerada leve para ambos os sexos. 4.10

Desabastecimento de Manipuladores

Esse processo refere-se ao desabastecimento de objetos no formato de envelope dos manipuladores, consolidação e fechamento das caixetas para expedição.

4.10.1 Levantamento manual de cargas

4.10.2 Ciclo de trabalho/repetitividade/pausas

Ficou caracterizado que o ciclo não configura repetitividade para execução da atividade. Embora o trabalho seja contínuo envolvendo o manuseio de carga. 4.10.3 Owas

4.10.4 Análise Fisiológica

4.10.4.1 Demanda Fisiológica

a) Feminino Posto de Trabalho Desabastecimento de Manipuladores

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

78

92

0:7:22

14

Parâmetros

FC Repouso

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 30 BPM para Mulheres

42


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

b) Masculino Posto de Trabalho Desabastecimento de Manipuladores

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

76

93

0:4:50

12.5

Parâmetros

FC Repouso

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 35 BPM para Homens

A demanda fisiológica requerida nesse posto de trabalho foi classificada como adequada, uma vez que o esforço despendido foi considerado moderado, não configurando risco de fadiga excessiva em trabalho com duração de até 8 horas.

4.11 Encaminhamento de Carga

4.11.1 Carregamento de Veículo Pesado

4.11.1.1 Levantamento Manual de Cargas Não se aplica, pois não foi encontrado levantamento manual de cargas na execução desta atividade.

4.11.1.2 Ciclo de Trabalho/repetitividade/pausas

Pela análise, o ciclo não se configura como repetitivo para execução da atividade, embora o trabalho seja contínuo.

4.11.1.3 Owas

Posto de Trabalho Entreposto - veículos pesados

Exigência Postural 2 - São necessárias correções em um futuro próximo 1 - Não são necessárias medidas corretivas

Classificação

1 - Não são necessárias medidas corretivas

SRE

Leve SRE

O esforço postural é classificado como leve, pois conta com o apoio de equipamentos para movimentação da carga.

43


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

4.11.1.4. Análise Fisiológica

4.11.1.4.1 Demanda Fisiológica

Posto de Trabalho

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

Carregamento de Caminhão Paleteira Manual

80

106,4

0:11:30

26,5

Parâmetros

FC Repouso

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 35 BPM para Homens

A demanda fisiológica requerida nesse posto foi classificada como alta, uma vez que o esforço despendido foi considerado pesado. A demanda física é de resistência para realização da atividade. Não foram coletados dados para o sexo feminino, pois não havia mulheres trabalhando no local.

4.11.2 Montagem de Palete Aeronáutico

4.12.1.1 Levantamento Manual de Cargas

Posto de Trabalho

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Montagem dos Paletes Aeronáuticos Carregamento - Pacotes

Médio

3,68

1,087

Grave

Adequado <0,7

Posto de Trabalho

1

Montagem dos Paletes Aeronáuticos Carregamento - Malas

Posto de Trabalho

1

Montagem dos Paletes Aeronáuticos Carregamento - Caixetas

Estatura

IL

LPR

Avaliação

Médio

5,413

2,771

Grave

Estatura

IL

I_ I_ I_ I_ Adequado <0,7

LPR

I

Avaliação

I_ I_ I_ I_ I Médio

3,761

2,925

Grave

Adequado <0,7

44


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Constatou-se que o levantamento manual de cargas está comprometido em razão da altura inadequada do layout, pois está fora da faixa recomendada. Com o palete aeronáutico localizado sobre o Dolly, e com os objetos sendo depositados em cima de unitizadores fechados, existe a demanda de que o empregado faça excessiva abdução/flexão dos membros superiores portando peso. De acordo com a ferramenta, isto torna a classificação do posto grave.

4.12.2 Ciclo de Trabalho/repetitividade/pausas

Não há repetitividade no ciclo. Trata-se de atividade de curta duração, porém com a exigência de rapidez na execução, em razão do reduzido prazo para expedição da carga. 4.12.3 Owas

Posto de Trabalho

Exigência Postural 3 - São necessárias correções tão logo quanto possível

1 - Não são necessárias medidas corretivas Montagem de Palete Aeronáutico 1 - Não são necessárias medidas corretivas

Classificação Moderado SRE SRE

2 - São necessárias correções em um futuro próximo

Leve

2 - São necessárias correções em um futuro próximo

Leve

As posturas adotadas são, em sua maioria, altamente inadequadas em razão do plano de trabalho, na origem e no destino, demandar posições corporais extremas, porém de curta duração. A elevação do plano de trabalho na origem da carga e da base de trabalho do empregado em relação ao palete diminuiria o esforço postural da atividade.

4.11.4 Análise Fisiológica

4.12.4.1 Demanda Fisiológica

a) Masculino

45


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

Posto de Trabalho

FC Repouso

Média

Tempo de Repouso

PT-PR

Montagem de Palete Aeronáutico

84

106

0:5:05

22

Parâmetros

FC Repouso

Média

Adequada até 15mim

Adequado até 35 BPM para Homens

A demanda fisiológica requerida nesse posto foi classificada como alta para o sexo masculino. O esforço despendido foi considerado pesado. No entanto, é amenizado por ser de curta duração.

46


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

5. RECOMENDAÇÕES

O Rodízio Operacional no CTE tem o objetivo a redução da fadiga muscular do empregado, proporcionando o intervalo para a recuperação das estruturas orgânicas envolvidas no desempenho das atividades. A fadiga pode ser entendida como o desequilíbrio reversível entre a exigência e a capacidade de recuperação, (Luczak & Mueller, 1994) citado por Otton (2000), provocando uma redução reversível da capacidade do organismo e uma degradação qualitativa do trabalho (Iida, 1997). A fadiga muscular ocorre quando os processos metabólicos e contráteis das fibras musculares são incapazes de proporcionar as condições para efetuar o trabalho, ou seja, a demanda energética for maior que o poder de regeneração (Guimarães, 1998), sendo que o músculo gasta as reservas energéticas na contração, e as refaz no relaxamento. Essa situação causa redução da capacidade muscular, aumentando os tempos de contração, descontração e do período de latência, redução da força produzida (parcialmente compensado pelo aumento do número de fibras musculares acionadas), e redução da habilidade e da precisão. Nos casos mais severos ocorre dor localizada, contratura muscular (contração contínua) e até exaustão (Guimarães, 1998). No estado de fadiga, surge a sensação de cansaço, que é um mecanismo de proteção do corpo para evitar maiores sobrecargas. A fadiga muscular pode ser medida pelo aumento do consumo do oxigênio, da respiração e da pulsação, pelos traços de albumina na urina, pela sensação de fadiga, pela redução da quantidade e qualidade da produção, testes psicomotores, etc. (Grandjean, 1998). Luczak & Mueller (1994) citados por Otton (2000), apresentam os mecanismos de fadiga muscular, conforme o tipo de trabalho: o

Trabalho Estático: a contração prolongada comprime os vasos e reduz o fluxo sanguíneo, impedindo a chegada de oxigênio e açúcar do sangue. Ocorre alta necessidade de sangue e baixo suprimento, causando dor aguda. Acarreta aumento do consumo energético, da frequência cardíaca e demanda períodos de descanso mais longos;

47


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

o

Trabalho Dinâmico Concentrado: atividade repetitiva de ciclo curto (mais de 15 contrações por minuto), que ocupam menos de 1/7 da massa muscular (exemplo: martelar, grampeadora pneumática);

o

Trabalho Dinâmico Pesado: trabalho dinâmico que ocupa mais de 1/7 da massa muscular pode provocar a restrição do suprimento de sangue por incapacidade do sistema cardiovascular (exemplo: transporte manual de peças pesadas). Quando grandes grupos musculares estiverem com fadiga, o problema aparece na respiração e na circulação.

Os mesmos autores afirmam também que para reduzir a fadiga física devem-se inserir intervalos regulares para descanso ou mudança de tarefas (multifuncionalidade ou rotação do trabalho). Para o trabalho estático e para o dinâmico concentrado, é recomendável aplicar os princípios de otimização do trabalho e melhoraria das condições ergonômicas do posto de trabalho. A regra geral para a lógica da troca de posto do ponto de vista fisiológico é: a variação de postura e dos grupos musculares, mas deve respeitar a capacidade de adaptação do organismo, em mudanças gradativas. Critérios relacionados à variação de postura: tipo de trabalho (dinâmico e estático), características das contrações musculares (velocidade, precisão e movimento) e tipos de movimento (precisão, ritmo, reto/curvo, terminações). A variação de postura permite recuperação e descanso muscular, redução da monotonia, evita sobrecarga em determinados grupos musculares e reduz a possibilidade de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). O Rodízio apresenta vantagem em relação ao posto estático tradicional devido às mudanças de tarefas, dos grupos musculares acionados e do tipo e intensidade de concentração. Postos de trabalho com alto grau de fadiga tem no Rodízio Operacional uma oportunidade de prover descanso e recuperação, além de dividir a exigência causadora de fadiga entre mais pessoas. No caso do CTE, a maioria das atividades apresenta posturas estáticas e repetitivas dos movimentos, além de levantamento e movimentação manual de cargas. Devido a essa configuração do trabalho, é recomendável a alternância entre postos de trabalho e ou pausas regulares a cada duas horas trabalhadas. A alternância entre as atividades está sendo proposta de acordo com os dados obtidos das análises de cada posto. Segue, na sequência, o quadro contendo a Matriz “De – Para”, demonstrando a relação de afinidade entre os postos, onde:

48


Trabalhos Preparatórios Recebimento de Carga Abertura e Pré-Triagem Movimentação (MIC) Indução na Máquina e Codificação Estação de Não Lidos (MAI) Tratamento de Encomendas com a Utilização do STES (pacote) Desabastecimento (deslizadores) Recondicionamento Tratamento Manual de Envelopes Estação de Registro Manual (ERM) Preparação para Encaminhamento de Carga Desabastecimento (manipuladores) Triagem de Unitizados

Quadro1: Relação de afinidade

D

Relações adequadas devem ser feitas combinações entre os postos de trabalho; Relações restritas podem ser feitas combinações entre os postos de trabalho; Relações não adequadas não podem ser feitas combinações entre os postos de trabalho.

49

Triagens de Unitizados

Desabastecimento (manipuladores)

Tratamento Manual de Envelopes

Recondicionamento

Desabastecimento (deslizadores)

Estação de Não Lidos (MAI) Tratamento de Encomendas com a utilização do STES (pacote)

Indução na Máquina e Codificação

Movimentação (MIC)

Abertura e Pré-Triagem

De

Recebimento de Carga

Trabalhos Preparatórios

Para

Preparação para Encaminhamento de Carga

ERGOECT – Rodízio Operacional CTE


ERGOECT – Rodízio Operacional CTE

CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho foi desenvolvido com o objetivo de configurar o rodizio para o CTE, portanto, ao longo dos estudos detectaram-se alguns pontos de inadequações físicas que deverão ser objeto de estudo específico para complementação deste trabalho com o objetivo de alteração/aperfeiçoamento do mobiliário dos postos de trabalho. Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que as atividades desenvolvidas no CTE demandam maior carga osteomuscular na coluna lombar e nos membros superiores. Isso é decorrente das posturas exigidas, principalmente, as estáticas, de movimentos repetitivos gerados pelos postos de trabalho e o levantamento/carregamento de cargas. Dessa forma, consideram-se necessárias pausas regulares para a recuperação da capacidade física e mental dos empregados. A definição dos tempos para as pausas deve ser baseada no tipo de atividade, na cadência do trabalho, na repetitividade das tarefas e no desgaste físico durante o trabalho (Gontijo et al, 1995). Assim, seguem as situações em que devem ter pausas estabelecidas ou alternância entre os postos de trabalho, de acordo com os critérios avaliados, a partir das análises realizadas: 

Recebimento de Carga – Essa atividade foi considerada pesada para as mulheres e moderada para os homens. Em função disso, recomenda-se pausa ou rodízio com outra mais leve, a cada duas horas trabalhadas. 

Enfatiza-se que a paleteira manual, deve ser empurrada com as duas mãos de forma simétrica, puxando-a apenas em caso de pequenas manobras para evitar a rotação das articulações do ombro e movimentos de protrusão escapular; evitar flexões frontais e manobras bruscas.

Com relação à transpaleteira, deve-se evitar o excesso de velocidade e as manobras bruscas. Ambos os equipamentos devem ser utilizados unicamente para o transporte de cargas operacionais; em hipótese alguma para quaisquer outros fins.

Abertura e Pré-Triagem – Essa atividade foi considerada moderada para ambos os sexos. Porém, quando há a abertura de malas transmuta-se para

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pesada, devendo ser realizada em dupla.

Por isso, é recomendada a

realização de pausa ou rodízio com outra mais leve, a cada duas horas. 

Por se tratar de atividade estática em pé, deve-se utilizar o tapete antifadiga para minimizar os impactos nos membros inferiores. Ao realizar o manuseio das malas, com peso superior à 23Kg, a pega deverá ser realizada sempre em dupla. Os objetos deverão ser manipulados sobre a mesa múltiplo uso para manter uma boa postura durante a operação, evitando ao máximo as flexões frontais do tronco com peso e os movimentos bruscos em rotação.

Indução na Máquina e Codificação – Da análise dos dados, ficou demonstrado que essa atividade é considerada pesada para homens e mulheres. 

Recomenda-se a introdução de pausa ou rodízio com outra atividade, excetuando-se nas máquinas, ambos a cada duas horas.

Por se tratar de uma atividade estática e realizada em pé, deve-se utilizar tapete antifadiga para minimizar os impactos nos membros inferiores, reduzindo assim a ocorrência de fadiga e desconforto.

Alteração do leiaute na indução da máquina para manter uma melhor postura devido à flexão e rotação da coluna com peso colocando os unitizadores na perpendicular à direita do operador.

Estação de Não Lidos (MAI) – É recomendada a introdução de pausa ou do rodízio com outra atividade, excetuando-se nas máquinas, a cada duas horas.

Desabastecimento (Deslizadores) - Esta atividade foi considerada com sobrecarga de trabalho devido à elevada exigência biomecânica, fisiológica e a movimentação contínua de peso.

Para compensar os fatores de alta

exigência, há necessidade de introduzir pausas de 10 minutos, a cada 2 horas trabalhadas, ou o rodízio, excetuando-se nas máquinas. 

Tratamento de Encomendas com a utilização do STES (Pacote) – Atividade considerada moderada. Recomenda-se a introdução de pausa ou do rodízio com outra mais leve.

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Enfatiza-se a necessidade de seguir o leiaute prescrito no manual do MANENC, bem como da necessidade de utilização do scanner sem fio, possibilitando a otimização do processo.

Preparação para Encaminhamento de Carga – Essa atividade foi considerada pesada para as mulheres e moderada para os homens. Por isso, é recomendada para ambos os sexos a introdução de pausa ou do rodízio com outras mais leves, a cada duas horas. 

Enfatiza-se que a paleteira manual, deve ser empurrada com as duas mãos de forma simétrica, puxando-a apenas em caso de pequenas manobras para evitar a rotação das articulações do ombro e movimentos de protrusão escapular; evitar flexões frontais e manobras bruscas.

Com relação à transpaleteira, deve-se evitar o excesso de velocidade e as manobras bruscas. Ambos os equipamentos devem ser utilizados unicamente para o transporte de cargas operacionais; em hipótese alguma para quaisquer outros fins.

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7. BIBLIOGRAFIA 

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CORREIO< EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS

Projeto de Ergonomia no Processo dos Centros de Tratamento Automatizado

Anexo 7 – Rodízio Operacional

2006



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SUMÁRIO

1.

Introdução................................................................................................ 1

1.1. Repetitividade das atividades laborais e posturas corporais versus lesões ............................................................................................................. 2 1.2. Variabilidade das atividades laborais e posturas corporais versus prevenção de Lesões ..................................................................................... 3 2.

Objetivo ................................................................................................... 4

3.

Metodologia de Implantação.................................................................... 4

3.1. Gestão do Rodízio Operacional............................................................... 4 3.1.1.Nivelamento dos operadores ................................................................. 5 3.1.2.Mapeamento do número de postos de trabalho por setor ..................... 6 3.1.3.Freqüência do Rodízio Operacional....................................................... 7 3.1.3.1. Micro Rodízio (diário) ..................................................................... 10 3.1.3.2. Macro Rodízio (semestral) ............................................................. 12 3.2. Aspectos críticos para aplicação do Rodízio Operacional ..................... 12 3.3. Criação do Grupo de Implantação......................................................... 12 4.

Validação............................................................................................... 13

5.

Considerações finais ............................................................................. 14

6.

Referências Bibliográficas: .................................................................... 15

Anexo 1 - Questionário de capacitação do operador. ...................................... 17 Anexo 2 - Ficha individual de acompanhamento da capacitação para rodízio operacional....................................................................................................... 17 Anexo 3 - Cronograma de implantação do projeto piloto do rodízio operacional ......................................................................................................................... 18


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1. Introdução A transformação ocorrida no trabalho a partir da metade do século XX desvendou uma realidade cada vez mais presente no ambiente de muitas profissões, ou seja, as doenças ocupacionais. O Capitalismo, tendo como características principais à competitividade, o estabelecimento de metas e grande produtividade com baixos custos, não considerando os limites físicos e psicossociais dos trabalhadores, trouxe à tona essa realidade, que nesse momento tomou características de relevância social. Segundo a instrução normativa INSS/DC, Nº98 de 5 de dezembro de 2003, “Há uma exigência de adequação dos trabalhadores às características organizacionais

das

empresas,

com

intensificação

do

trabalho

e

padronização dos procedimentos, impossibilitando qualquer manifestação de criatividade e flexibilidade, execução de movimentos repetitivos, ausência e impossibilidade de pausas espontâneas, necessidade de permanência em determinadas posições por tempo prolongado, exigência de informações específicas, atenção para não errar e submissão a monitoramento de cada etapa dos procedimentos, além de mobiliário, equipamentos e instrumentos que não propiciam conforto (pg. 01)”.

A forma de organização e o modo de produção de algumas empresas, citados na norma do INSS, mostram uma relação forte com os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças ocupacionais, dessa forma será abordado neste trabalho, as posturas inadequadas e a repetitividade de movimentos nas atividades laborais e posturas adotadas durante a jornada do trabalhador. “Por postura podemos entender, praticamente – a posição otimizada mantida com características automática e espontânea, de um organismo em perfeita harmonia com a força gravitacional e predisposto a passar do estado de repouso ao estado de movimento”.(Tribastone, 2001, pg. 20).

Durante a execução das suas tarefas, o trabalhador permanece em constante processo de regulação da sua postura, isso demanda um custo energético, influenciando na fadiga do trabalhador e conseqüentemente na sua produtividade. Portanto, a postura adotada deve ser a mais favorável possível para que o 1


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trabalhador possa se sentir confortável para a execução de suas tarefas. Além das posturas inadequadas a manutenção por prolongado tempo trás prejuízos devido à sobrecarga estática sobre um mesmo grupo muscular. Segundo Iida (1997), “o trabalho estático é altamente fatigante e, sempre que possível, deve ser evitado. Quando isso não for possível, pode ser aliviado, permitindo mudanças de posturas” (pg. 84).

1.1. Repetitividade das atividades laborais e posturas corporais versus lesões

São apontados como fatores desencadeadores de lesões, a ocupação do trabalhador, as solicitações cumulativas excessivas e repetitivas e os fatores organizacionais (Orso, Murofuse, Matias, Marziale, 2001). O trabalho, cada vez mais especializado trás consigo a estagnação dos trabalhadores em seus postos, tendo um relacionamento restrito dentro de sua empresa, porém esta especialização pode trazer prejuízos tanto para o trabalhador quanto para a empresa que por motivos de afastamentos, devido às doenças ocupacionais, perde temporária ou definitivamente seus funcionários. As doenças do trabalho (LER, Lesões por Esforços Repetitivos – LTC, Lesão por Traumas Cumulativos – DORT, Distúrbio Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) segundo Joanna Bawa, citada por Orso, Murofuse, Matias, Marziale (2001) não possuem causas específicas e são atribuídas a fatores biomecânicos, fisiológicos, psicológicos e sociais. Dentre esses fatores, há situações de risco que são apontados pela instrução normativa do INSS/DC, Nº98 de 5 de dezembro de 2003, como possíveis causadores das doenças ocupacionais: 

Grau de adequação dos postos de trabalho à zona de atenção e a visão;

O frio, as vibrações e as pressões locais sobre os tecidos;

As posturas inadequadas;

A carga osteomuscular;

A carga estática;

A invariabilidade da tarefa;

As exigências cognitivas;

Os fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho. 2


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Conforme Chiavegato (2004), dentre as possíveis causas das lesões relacionadas ao trabalho podemos citar os fatores de origem psicológica, social, biomecânicos e também fatores organizacionais.

O modelo biomecânico aborda as ocorrências de trabalho de alta exigência de força com as mãos, a repetição do mesmo padrão de movimento ao longo da jornada, as posturas forçadas e estáticas, a compressão mecânica de delicadas estruturas dos membros superiores e a vibração, sem o necessário período de repouso para a recuperação da integridade física das estruturas (Couto, 2003).

1.2.

Variabilidade das atividades laborais e posturas corporais versus prevenção de Lesões

A variabilidade de movimentos e posturas vem da variabilidade dos postos de trabalho. Assim, com a alternância das atividades executadas, os trabalhadores terão menos contato com os riscos ergonômicos encontrados nos ambientes de trabalho, tais como movimentos repetitivos, mobiliários inadequados, posturas desequilibradas, e poderão diminuir os riscos de afastamento por motivo de doenças relacionadas com o trabalho.

O Rodízio dos Postos durante a jornada de trabalho é apontada por Kuizer, Visser e Kamper (1994) citado por Moura (2001), como modo de evitar posições estáticas do corpo e movimentos repetitivos. Iida (1997) sugere o Rodízio destes Postos com o intuito de diminuição da fadiga e da monotonia, passando por um processo de treinamento dos funcionários para o nivelamento do conhecimento. Esse rodízio trará vantagens não só para o trabalhador, mas também a empresa que além de otimizar a produção terá seus trabalhadores mais presentes em suas funções.

Biehl (1995) citado por Otton (2000), define como o revezamento entre as pessoas envolvidas nas tarefas de um processo produtivo. Spur, Specht & Herter (1994) citado por Otton (2000), definem como a rotação planejada entre vários ciclos de trabalho de diferentes atividades, onde o operador iria repetir o mesmo ciclo de 3


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trabalho por um determinado período de tempo. A rotação do trabalho ocorre quando o operador move-se entre os vários postos de trabalho, o qual exige conhecimento, habilidades técnicas e sociais, como a cooperação e comunicação.

2. Objetivo

A introdução da prática do rodízio dos postos de trabalho se mostra como um possível benefício à integridade física de trabalhadores expostos a riscos ergonômicos, pois estarão em menor contato com os mesmos, devido ao menor tempo em cada posto de trabalho podendo assim variar seus movimentos e posturas. Tendo em vista a possibilidade de diminuição dos riscos ergonômicos, nesse trabalho será feita a inserção de um rodízio dos postos de trabalho em Centros de Tratamento de Cartas (CTC). Para a configuração do rodízio, foram utilizadas análises acerca das posturas adotadas durante o expediente dos Operadores de Triagem e Transbordo (OTT), além de métodos que avaliam a repetitividade, custo energético, levantamento de peso, as alturas e posições de trabalho e a percepção de dor/desconforto sentida pelo operador (Caderno de Encargos).

3. Metodologia de Implantação 3.1. Gestão do Rodízio Operacional

Os aspectos relacionados à gestão da produção serão descritos a seguir, considerando como referência o anexo Caderno de Encargos, base da modelagem do Rodízio Operacional.

Muitas adaptações de nível organizacional são necessárias para a implantação de um programa de Rodízio Operacional, e isto deve-se à rede de relacionamentos que integram a produção com os setores de apoio e gestão. Estabelecem-se novos patamares de competências e sucesso individual no trabalho (Agra, 1998), e algumas diferenças em relação à postura e a colocação do operador inserido do Rodízio Operacional. 4


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Agra (1998) expõe aspectos relacionados ao indivíduo no processo de gestão de rodízio de postos de trabalho, e sobre os aspectos relacionados à organização, identificados no processo de implantação do mesmo. Os aspectos relacionados ao indivíduo são, a saber: • Indivíduo e a multifuncionalidade: trata do espaço do indivíduo na organização e sua autonomia; • Treinamento técnico e gerencial: sentimentos da equipe devido às mudanças de habilidade no processo de implantação da multifuncionalidade; • Encontros para sensibilização: processo de comunicar os objetivos, identificar resistências e planejar ações para reduzi-las; • A participação da força de trabalho: processo de captar as estratégias de envolvimento da força de trabalho utilizadas pelas gerências; • A identidade profissional: processo de descaracterização das categorias profissionais de cada operador, sensação de perda de identidade profissional, perda de status.

E os aspectos relacionados à organização são:

• Papel da gerência, supervisão e relação entre a equipe: atitudes e comportamentos, envolvimento e mudança de estilo de gerência, sistema de coordenação direta, atuação para viabilizar a implantação da multifuncionalidade; • Sistemas técnicos: mudanças na base técnica dos processos produtivos para reorganizar o trabalho; • Movimentação da força de trabalho: transferência interna de operadores, retreinamento; • Avaliação de desempenho: critério de avaliação individual;

3.1.1. Nivelamento dos operadores O treinamento é o processo intencional de fornecer os meios para possibilitar a aprendizagem (Chiavenato, 1989), atividades organizadas para melhorar as habilidades de uma pessoa (aumentar a velocidade e a qualidade dos movimentos

5


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necessários), e pode ser considerado como um meio para aumentar a confiabilidade humana no sistema homem-máquina (Iida, 1997).

A execução de treinamento teórico e prático para nivelamento dos conhecimentos operacionais entre os operadores tem como objetivo que todos os empregados envolvidos no Rodízio Operacional obtenham índice de produtividade de 90% após 20 dias de aplicação do treinamento. Os postos de trabalho considerados gargalos devem ser os últimos a serem capacitados.

A capacitação para o Rodízio Operacional é relatada por Mondem (1983) citado por Otton (2000), na Toyota. Na matriz de qualificação (cruzamento de operadores x processos), cada par de operador/processo pode ter quatro status diferentes: operador treinado, operador em treinamento, planejado para treinar no ano, não treinado, e cada operador tem um índice de multifuncionalidade, definido pelo percentual do número de processos que o operador domina dividido pelo total de processos do setor.

Tendo em vista o exposto a cima, será utilizado o questionário para avaliação do grau de capacitação do empregado (anexo 1), bem como deverá ser preenchida a ficha de capacitação de cada empregado pelo gestor responsável (anexo 2). Através deste deverá ser traçado o perfil do operador, o qual deverá ser utilizado para restringir a dimensão da rotatividade que executará (confecção de software de gerenciamento do Rodízio Operacional).

A cada dia que passa, uma pessoa em treinamento melhora sua coordenação muscular e os movimentos tornam-se mais suaves e harmoniosos, reduzindo o consumo de energia e a fadiga, e aumentando a produtividade (Iida, 1997). O período em que ocorrem estes fenômenos chama-se curva de aprendizagem, (Wild, 1990) citada por Otton (2000), que será abordado no item 3.1.3. 3.1.2. Mapeamento do número de postos de trabalho por setor Consiste no levantamento da quantidade de postos de trabalho por setor/faixa horária, sendo que o número de operadores destinados ao respectivo setor deverá suprir a demanda esperada. 6


ERGOECT – Rodízio Operacional

3.1.3. Freqüência do Rodízio Operacional Para determinar a freqüência do Rodízio Operacional, foram considerados dois aspectos:

-

Memorização ou automatização das tarefas (aprendizagem)

Os fatores que influenciam a curva de aprendizagem são: a duração da tarefa (mais longa é mais difícil), complexidade da tarefa, capacidade do operador, familiaridade do operador com a atividade, características pessoais, motivação, condições físicas (Wild, 1990) citado por Otton (2000). Devido às características pessoais, certas pessoas apresentam maior velocidade de aprendizagem, enquanto outras não conseguem ultrapassar determinados limites de redução (Iida, 1997).

Em cada troca de posto ou de tarefa, o operador tem que passar por parte da curva de aprendizagem, equivalente a uma espécie de ajuste no ser humano. Ocorre o ajuste dos canais sensoriais e dos padrões motores, feitos sobre a tarefa anterior do operador, e a redução da atenção consciente, que ocorrerá conforme a experiência na tarefa. O tempo deste ajuste será inversamente proporcional ao nível de aprendizagem do operador na tarefa, devido ao tempo de seu Set up mental.

Set up mental é um “ajuste” que o cérebro faz, compreendido pelo tempo necessário para que haja a percepção, o reconhecimento e a preparação para efetuar a movimentação (Otton, 2000). O tempo do set up mental é função da complexidade entre as tarefas a serem executadas (quantidade de escolhas que o operador tem que fazer) o mesmo aumenta conforme o número de escolhas (variáveis), a diferença entre os postos, e o treinamento. O Rodízio Operacional é melhor aplicável entre postos que tenham menor grau de complexidade, ou pelo menos, que um dos postos seja de baixa complexidade. Desta maneira, haverá menos variáveis, o treinamento será mais breve e não haverá grande diferença entre os postos. O tempo ideal de troca de operador é proporcional ao nível de complexidade dos postos, ou seja, maior tempo de operação nas atividades mais complexas.

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Desconsiderando os aspectos pessoais, o Rodízio do Operacional é mais facilmente aplicado em atividades com curva de aprendizagem mais curtas, ou seja, atividades de curta duração, pouco complexas, similares às demais executadas.

Sendo o trabalho executado, em CTC automatizados, muito diversificado, necessita-se de um período de adaptação médio, por volta de vinte dias para que o operador possa ter produtividade próxima a 90% do esperado. Levando-se em conta as atividades administrativas, executadas pela coordenação operacional, por exemplo, o Gerenciamento das Competências e Resultados (GCR), sugere-se seis meses como período de rotação entre as estações de trabalho. Esse período pode variar também em três meses, porém dessa forma teremos maiores quebras por adaptação no processo produtivo. A regra geral para a lógica da troca de posto sob o ponto de vista cognitivo é: o limite de atividades que um operador multifuncional poderá desempenhar depende da complexidade da tarefa, do nível de padronização das tarefas e entre as tarefas, e do nível de habilitação do operador, sendo que, quanto maior for a habilitação do operador, melhor será sua condição dentro do Rodízio Operacional.

-

Fadiga muscular

A fadiga pode ser entendida como o desequilíbrio reversível entre a exigência e a capacidade de recuperação, (Luczak & Mueller, 1994) citado por Otton (2000), provocando uma redução reversível da capacidade do organismo e uma degradação qualitativa do trabalho (Iida, 1997). A fadiga muscular ocorre quando os processos metabólicos e contráteis das fibras musculares são incapazes de proporcionar as condições para efetuar o trabalho, ou seja, a demanda energética for maior que o poder de regeneração (Guimarães, 1998), sendo que o músculo gasta as reservas energéticas na contração, e as refaz no relaxamento. A fadiga muscular causa redução da capacidade muscular, aumentando os tempos de contração, descontração e do período de latência, redução da força produzida (parcialmente compensado pelo aumento do número de fibras musculares acionadas), e redução da habilidade e da precisão. Nos casos mais severos ocorre dor localizada, contratura muscular (contração contínua) e até exaustão (Guimarães, 8


ERGOECT – Rodízio Operacional

1998). No estado de fadiga, surge a sensação de cansaço, que é um mecanismo de proteção do corpo para evitar maiores sobrecargas. A fadiga muscular pode ser medida pelo aumento do consumo do oxigênio, da respiração e da pulsação, pelos traços de albumina na urina, pela sensação de fadiga, pela redução da quantidade e qualidade da produção, testes psicomotores, etc. (Grandjean, 1998).

Luczak & Mueller (1994) citados por Otton (2000), apresentam os mecanismos de fadiga muscular, conforme o tipo de trabalho: • trabalho estático: a contração prolongada comprime os vasos e reduz o fluxo sanguíneo, impedindo a chegada de oxigênio e açúcar do sangue. Ocorre alta necessidade de sangue e baixo suprimento, causando dor aguda. Causa aumento do consumo energético, da freqüência cardíaca e demanda períodos de descanso mais longos; • trabalho dinâmico concentrado: atividade repetitiva de ciclo curto (mais de 15 contrações por minuto), que ocupam menos de 1/7 da massa muscular (exemplo: martelar, grampeadora pneumática); • trabalho dinâmico pesado: trabalho dinâmico que ocupa mais de 1/7 da massa muscular pode provocar a restrição do suprimento de sangue por incapacidade do sistema cardiovascular (exemplo: transporte manual de peças pesadas). Quando grandes grupos musculares estiverem com fadiga, o problema aparece na respiração e na circulação.

Os mesmos autores afirmam também que para reduzir a fadiga física deve-se inserir intervalos regulares para descanso (3 minutos por hora, por exemplo) ou mudança de tarefas (multifuncionalidade ou rotação do trabalho). Para o trabalho estático e para o dinâmico concentrado, é recomendável aplicar os princípios de otimização do trabalho e melhorar as condições ergonômicas do posto de trabalho.

Em resumo, o Rodízio Operacional apresenta-se em vantagem em relação ao posto estático tradicional devido às mudanças de tarefas, dos grupos musculares acionados e do tipo e intensidade de concentração. Postos de trabalho com alto grau de fadiga têm no Rodízio Operacional uma oportunidade de prover descanso e recuperação, além de dividir a exigência causadora de fadiga entre mais pessoas. 9


ERGOECT – Rodízio Operacional

A regra geral para a lógica da troca de posto do ponto de vista fisiológica é: a variação de postura e dos grupos musculares é vantajosa, mas deve respeitar a capacidade de adaptação do organismo, em mudanças gradativas.

Critérios relacionados à variação de postura: Tipo de trabalho (dinâmico e estático), características das contrações musculares (velocidade, precisão e movimento) e tipos de movimento (precisão, ritmo, reto/curvo, terminações). A variação de postura permite recuperação e descanso muscular, redução da monotonia evita sobrecarga em determinados grupos musculares e reduz a possibilidade de LER;

Apesar da diversidade operacional em um CTC automatizado, percebe-se na maioria dos postos, posturas estáticas e repetitividade dos movimentos, além do levantamento manual de cargas e da exigência cognitiva das tarefas. Devido a essa configuração do trabalho, sugere-se a alternância entre postos de trabalhos diariamente. Tendo em vista que o valor do trabalho em um CTC se dá pelo prazo da correspondência, deve-se utilizar o intervalo como marco para a alternância diária, diminuindo assim as perdas com movimentação dos funcionários. Portanto o Rodízio Operacional se dá em dois momentos distintos, um diário e outro semestralmente, contemplando as necessidades físicas e operacionais, como segue:

3.1.3.1.

Micro Rodízio (diário)

Sugere-se a alternância entre os postos de trabalho de acordo com a tabela abaixo. A análise utilizada para avaliação entre as afinidades entre os setores contou com a comparação das Posições de Trabalho, Repetitividade dos Movimentos e Posturas, Levantamento Manual de Carga, Demanda Fisiológica, Posturas de Trabalho e Nível de Dor/desconforto, tais análises compõem o Caderno de Encargos de CTC Automatizados.

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Matriz “De – Para”, demonstra a relação de afinidade entre os postos de trabalho, onde:

trabalho;

Desabastecimento SMIC

Triagem Manual Formato Embaraçoso

Triagem Manual Formato Normal

Desabastecimanto FSS

Desabastecimanto Préseparadora

Triagem Manual Formato Semiembaraçoso

De

Alimentação Pré-Separadora

Abertura

..........................................Para

Alimentação FSS

- relação restrita, podem ser feitas combinações entre os postos de trabalho;

Desabastecimanto Separadora Final

-

-relação adequada, devem ser feitas combinações entre os postos de

Alimentação Separadora Final

-

-

Abertura Alimentação Pré-Separadora Desabastecimanto Pré-separadora Alimentação Separadora Final Desabastecimanto Separadora Final Alimentação FSS Desabastecimanto FSS Triagem Manual Formato Normal Triagem Manual Formato Semi-embaraçoso Triagem Manual Formato Embaraçoso Desabastecimento SMIC

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ERGOECT – Rodízio Operacional

O

3.1.3.2.

Macro Rodízio (semestral)

Rodízio

semestral

ocorrerá

com

o

intuito

de

alargamento

dos

conhecimentos das tarefas dos operadores, bem como o enriquecimento das experiências profissionais, aproximando os clientes internos do CTC. Deve ocorrer semestralmente, porém em dois ou três momentos: -

A equipe deve ser fracionada para que a produtividade do setor não seja comprometida;

-

Sugere-se dois ou quatro grupos, sendo que cada operador altera seu posto de trabalho a cada seis meses, porem as equipes alteraram sua composição a cada seis ou três meses, respectivamente de acordo com o número de grupos formados.

3.2. Aspectos críticos para aplicação do Rodízio Operacional -

Restrições Laborais;

-

Gênero;

-

Adaptabilidade dos postos de trabalho;

-

Territorialidade, ou seja, o operador trabalha por longo período no mesmo posto, pode personalizar o espaço, considerando um turno de trabalho, em condições normais, o operador não divide seu posto com ninguém.

3.3. Criação do Grupo de Implantação O grupo de implantação deve contar com representantes das seguintes áreas:

-

DESAU (ergonomia);

-

Área de Saúde das Regionais;

-

CECOR (psicologia/GCR);

-

Área Operacional das Regionais;

-

Coordenador de Unidade de Tratamento;

-

Operadores.

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ERGOECT – Rodízio Operacional

O grupo terá como função coordenar a implantação e disseminar os objetivos do projeto, por meio de reuniões e treinamentos acerca dos benefícios do Rodízio Operacional e também para nivelamento dos conhecimentos operacionais, bem como manter a integração entre a ergonomia (Rodízio Operacional) e a produtividade da empresa (GCR).

4. Validação

O objetivo desta etapa é avaliar se a aplicação do Rodízio Operacional foi vantajosa sob o ponto de vista da ergonomia. Tendo em vista as avaliações que deram origem a sistemática (Caderno de Encargos), será adotada a seguinte metodologia: Antes da implantação e dois meses após a implantação do Rodízio dos Postos de Trabalho, devem ser feitas as seguintes avaliações: -

Demanda Fisiológica;

-

Nível de Dor/desconforto (protocolo de Corllet)

Após comparação dos resultados será realizada a reavaliação da sistemática do Rodízio, bem como do cumprimento dos requisitos de implantação, a partir disso será dada a validação do sistema e implantação do Rodízio dos Postos de Trabalho.

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ERGOECT – Rodízio Operacional

5. Considerações finais A meta do Rodízio Operacional é dimensionar a carga de trabalho respeitando a capacidade das pessoas. A multifuncionalidade coloca uma nova dimensão para o desenvolvimento dos projetos de trabalho, ou seja, os postos de trabalho passam a ter “usuários” e não um usuário, esses passam a ter “locais de trabalho” e não um local de trabalho, e a carga de trabalho, que é o resultado da interação dos fatores ergonômicos, passam a ter uma nova configuração. A aplicação do Rodízio Operacional é aqui colocada como uma possível alternativa vantajosa, sob o ponto de vista da ergonomia. Busca-se um modelo ergonômico simplificado para manter a performance operacional, baseado nos aspectos significativos para o resultado ergonômico e produtivo.

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ERGOECT – Rodízio Operacional

6. Referências Bibliográficas: ABRAHÃO, Júlia Issy. Reestruturação produtiva e variabilidade do trabalho: uma abordagem da ergonomia. Psic.: Teor. e Pesq., Abr 2000, vol.16, no.1, p.4954. ISSN 0102-3772 AGRA, Caio. As perspectivas do trabalho multifuncional em processos de restruturação produtiva. Dissertação de Mestrado em Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1998. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 1.ed. São Paulo: Atlas, 1989. COUTO, H.A; MORAES, L.F.R. Novas Perspectivas na Prevenção dos Distúrbios Dolorosos dos Membros Superiores: O Entendimento dos Fatores de Organização do Trabalho e Psicossociais Envolvidos em sua Origem. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, Belo Horizonte, V. 1, Nº 1, p 40 – 55, jul-set, 2003. CHIAVEGATO, Luiz Gonzaga Filho. LER/DORT: multifatorialidade etiológica e modelos explicativos. Revista Interface, Comunic, Saúde, Educação, v.8, n.14, p149-162, set 2003-fev 2004. GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia. Porto Alegre: Bookman, 1998. GUIMARÃES, Lia B. M. Ergonomia do produto e do processo. Porto Alegre: UFRGS, 2000. v.1. GUIMARÃES, L. B. de M. ; FISCHER, Daniela ; BITTENCOURT JÚNIOR, Paulo Ivo Homem de . Avaliação da carga de trabalho de eletricistas em três sistemas para subida em poste.. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ERGONOMIA. 13, 2004, Fortaleza. CONGRESSO BRASILEIRO DE ERGONOMIA. 13. - ABERGO 2004. Recife : Associação Brasileira de Ergonomia - ABERGO, 2004. GUIMARÃES, L. B. de M. ; PORTICH, Paulo ; SAURIN, Tarcisio Abreu . Análise fisiológica e psicofísica da carga de trabalho em três centrais de produção em canteiro de obra. In: VI CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE ERGONOMIA, XI CONGRESSO BRASILEIRO DE ERGONOMIA, III ENCONTRO ÁFRICA BRASIL DE ERGONOMIA E III FÓRUM SUL BRASILEIRO DE ERGONOMIA. 2001, Gramado. VI CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE ERGONOMIA, XI CONGRESSO BRASILEIRO DE ERGONOMIA, III ENCONTRO ÁFRICA BRASIL DE ERGONOMIA E III FÓRUM SUL, 2001.

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ERGOECT – Rodízio Operacional

GUIMARÃES, Lia B.M. Ergonomia de Processo 1. Apostila do curso de mestrado em Ergonomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1998. GUIMARÃES, Lia B.M. Ergonomia de Processo 2. Apostila do curso de mestrado em Ergonomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1998. GUIMARÃES, Lia B.M., SELL, Ingeborg, FOGLIATTO, Flávio S. Ergonomia de Produto 1. Apostila do curso de mestrado em Ergonomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1998. INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/DC, Nº98 DE 5 DE DEZEMBRO DE 2003 Atualização clínica das lesões por esforços repetitivos (LER) distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). http://www.anamt.org.br/downloads/IN98.pdf IIDA, Itiro. Ergonomia: Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 4ª ed., 1997 LAVILLE, Antoine. Ergonomia. Tradução: Márcia Maria das Neves Teixeira. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1977. MOURA, Paulo Roberto Cidade. Metodologia ergonômica para realizar rotações de postos de trabalho. 2001. 0 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, . Orientador: Fernando Gonçalves Amaral. OTTON, Márcio Ludwig. Avaliação Ergonômica da Multifuncionalidade - Trabalho de Conclusão do Curso de Mestrado Profissionalizante em Engenharia – UFRGS – Porto Alegre; 2000. ORSO, Paulino José et All. Reflexões acerca das Lesões por Esforços Repetitivos e a Organização do Trabalho. 2001.Revista Online Biblioteca Prof. Joel Martin, Campinas, SP, V.2, N.2, pág 47-58, fev.2 TRIBASTONE, F. Tratado de Exercícios Corretivos: aplicados á reeducação motora postural. Traduzido por: Daniela Heffer da Costa de Luna Alencar Moreira. São Paulo: Manole, 2001.Tradução de: Compendio di Gimnastica Correttiva.

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ERGOECT – Rodízio Operacional

Anexo 1 - Questionário de capacitação do operador.

Nome: Matrícula: Restrição Laboral: (deverão ser atualizados os laudos dos funcionários); Posto com capacitação – no qual já tem conhecimento prévio: Próximo posto a capacitar: Tempo de capacitação provável – Índice de capacitação 90% Data de início da capacitação: Data de término da capacitação:

Anexo 2 - Ficha Individual de Acompanhamento da Capacitação para Rodízio Operacional Dados Funcionais do Empregado Nome: Matrícula: Lotação: Tempo de Empresa: Tempo na Unidade: Dados do Empregado Sexo: Peso: Altura: Dados Restritivos Restrição Laboral Médica: Restrição por Gênero: Restrição por Altura: Restrição Produtiva:

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ERGOECT – Rodízio Operacional

Anexo 3 - Cronograma de implantação do Projeto Piloto do Rodízio Operacional

Etapa

Ação

Objetivo

Onde

Metodologia

Responsáveis

1

1

Definir parâmetros iniciais do Rodízio Criar software/método de controle do rodízio Elaborar material de treinamento Escolher local de Implantação Mapear número de postos de trabalho

Porto Alegre

Caderno de Encargos

Avaliar Demanda Fisiológica e Nível de Dor/Desconforto (Corllet) Treinar e capacitar gestores e operadores Capacitação dos operadores Aplicação do Rodízio

CTC de Implantação

10

Acompanhamento do Rodízio

CTC de Implantação

11

Reavaliar Demanda Fisiológica e Nível de Dor/Desconforto (Corllet) 1ª Rotação dos Postos de Trabalho

CTC de implantação

13

Análise dos resultados Operacionais

CTC de Implantação

14 15

Corrigir aplicativo Corrigir material de treinamento Compilar resultados obtidos / elaboração do relatório final Apresentar Relatório

2 3 4 2

5

6

7 3

8

4

9

5

6

12

16

17

Prazo final

Alan

Prazo inicial 19/06/06

Porto Alegre

Heron e Alan

19/06/06

30/07/06

Porto Alegre

Alan

19/05/06

14/07/06

PCAUT

Simotea

10/07/06

07/07/06

Presencial / contagem / QEDT Medição FC e Protocolo de Corlett Reunião Gestores TLT / TS

Grupo de Implantação

24/07/06

26/07/06

Grupo de Implantação

26/07/06

28/07/06

Alan, Heron, Simotea Gestores locais

24/07/06

25/07/06

31/0706

26/08/06

Aplicação / acompanhamen to Acompanhame nto

Grupo de Implantação

28/08/06

01/09/06

Grupo de Implantação/CTC Implantação Alan

04/09/06

29/09/06

04/09/06

15/09/06

Grupo de Implantação

02/10/06

06/10/06

Grupo de Implantação/CTC Implantação

02/10/06

06/10/06

Porto Alegre Porto Alegre

Heron Heron

09/10/06 09/10/06

20/10/06 20/10/06

Porto Alegre

Grupo de Implantação

09/10/06

20/10/06

Grupo de Implantação

23/10/06

27/10/06

CTC de Implantação

CTC de Implantação CTC de implantação CTC de Implantação

CTC de Implantação

Medição FC e Protocolo de Corlett Aplicação / acompanhamen to RTD / questionário de avaliação gestores e operadores

Obs.: deve passar pela aprovação do PCAUT e DR dos envolvidos.

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~

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS TELÉGRAFOS !CORREIO< \_ _ __ _E_ _

CINESIOTERAPIA LABORAL

2009


CINESIOTERAPIA LABORAL

Projeto de Ergonomia Relatório Cinesioterapia Laboral

Trabalho elaborado por Grupo de Empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, com especialização na área de ergonomia, composto por:

Alan Faller

DR/RS

Daniel Castro Sales

DESEN

Irapuan Malta Medeiros

DR/RS

Maria Cristina Brandão de Queiroz

DR/MG

Sandro Ferreira Caldeira

DR/SPI

Simotea Hoffmeister

DESEN

E a equipe participante da implantação do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral na DR/RS, os Empregados:

Diane Beatris Porto Guimarães

Agente de Correios – Atividade Suporte

Gilmara Ávila Martinez

Técnica em Segurança do Trabalho

Luiz Henrique Palermo

Médico do Trabalho

Maria Lucide Meyer Vogel

Nutricionista

Tiago Hassmann de Souza

Psicólogo

Os profissionais da empresa contratada Health Care – Núcleo Integrado de Aptidão Física e Saúde Ltda:

Adriana Torres de Lemos

Fisioterapeuta

Daniel Carlos Garlipp

Educador Físico

Thiago Del Corona Lorenzi

Educador Físico

Relatório final – Anexo II

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CINESIOTERAPIA LABORAL

Projeto de Ergonomia Relatório Cinesioterapia Laboral

ANEXO II RELATÓRIO MÉDICO

Elaborado por Luiz Henrique Palermo Médico do Trabalho Smes/Gesau – DR/RS

Relatório final – Anexo II

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CINESIOTERAPIA LABORAL

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................5 2 POPULAÇÃO E METODOLOGIA ...........................................................................5 3 DADOS OBTIDOS ...................................................................................................6 3.1 Avaliação Geral dos Grupos..................................................................................6 3.1.1 Gênero ...............................................................................................................6 3.1.2 Idade ..................................................................................................................6 3.1.3 Tempo de Empresa ............................................................................................7 3.1.4 Reabilitados........................................................................................................7 3.1.5 Peso Corporal ....................................................................................................7 3.2 Absenteísmo nos Grupos ......................................................................................8 3.2.1 Grupo Experimental............................................................................................8 3.2.2 Grupo Controle...................................................................................................8 3.3 Absenteísmo nos Subgrupos ................................................................................9 3.3.1 Absenteísmo por Gênero ...................................................................................9 3.3.1.1 Grupo Experimental.........................................................................................9 3.3.1.2 Grupo Controle..............................................................................................10 3.3.2 Absenteísmo por Faixa Etária ..........................................................................11 3.3.2.1 Grupo Experimental.......................................................................................11 3.3.2.1.1 População Masculina .................................................................................11 3.3.2.1.2 População Feminina...................................................................................12 3.3.2.2 Grupo Controle..............................................................................................14 3.3.2.2.1 População Masculina .................................................................................14 3.3.2.2.2 População Feminina...................................................................................15 3.3.3 Absenteísmo por Tempo de Empresa ..............................................................16 3.3.3.1 Grupo Experimental.......................................................................................16 3.3.3.1.1 População Masculina .................................................................................16 3.3.3.1.2 População Feminina...................................................................................18 3.3.3.2 Grupo Controle..............................................................................................19 3.3.3.2.1 População Masculina .................................................................................19 Relatório final – Anexo II

3


CINESIOTERAPIA LABORAL

3.3.3.2.2 População Feminina...................................................................................20 3.4 Absenteísmo de Empregados Reabilitados.........................................................21 3.4.1 Grupo Experimental..........................................................................................21 3.4.2 Grupo Controle.................................................................................................22 3.5 Diagnósticos........................................................................................................25 3.5.1 Grupo Experimental..........................................................................................26 3.5.2 Grupo Controle.................................................................................................26 3.6 Utilização dos Serviços de Saúde .......................................................................29 4 CONCLUSÃO ........................................................................................................29

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Resumo absenteísmo – grupo, gênero e faixa etária ...............................23 Quadro 2: Resumo absenteísmo – tempo de empresa.............................................24 Quadro 3: Resumo absenteísmo – reabilitados ........................................................25 Quadro 4: Resumo de afastamentos com diagnósticos ............................................28 Quadro 5: Utilização dos serviços de saúde .............................................................29

Relatório final – Anexo II

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CINESIOTERAPIA LABORAL

1 INTRODUÇÃO

Esse relatório apresenta a intenção de avaliar os resultados do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, focando no absenteísmo por causas médicas, melhoria das condições físicas dos empregados e repercussão sobre a utilização da rede credenciada do Correios Saúde. É a expressão de formas objetivas de analisar o impacto do ensaio sobre a capacidade funcional e melhoria do estado de saúde da população de trabalhadores do Centro de Tratamento de Cartas de Porto Alegre – DR/RS – CTC PAE/RS, Unidade Operacional dos Correios.

2 POPULAÇÃO E METODOLOGIA

A população objeto desse estudo foi composta por 74 trabalhadores do Centro de Tratamento de Cartas de Porto Alegre – Gturn1 – D/RS.

A avaliação médica constituiu-se de um levantamento do histórico ocupacional realizado nos prontuários médicos, avaliação ortopédica realizada por especialista designado especificamente para essa tarefa e pesquisas nos sistemas de informação da Empresa. A opção pela avaliação especializada por profissional ortopedista, assim como um enfoque mais pormenorizado no histórico relacionado a essa área (revisão dos prontuários médicos) decorre dos riscos ergonômicos que estão expostos os trabalhadores e do fato de serem as patologias ósteo-musculares as maiores determinantes de restrições laborais e reabilitações profissionais entre a população da Unidade.

A população estudada foi dividida em dois grupos designados de Grupo Experimental e Grupo Controle. O Grupo Experimental composto de 44 empregados realizou as atividades de fisioterapia e de condicionamento físico durante o período de março de 2008 a fevereiro de 2009 Já o Grupo Controle, constituído de 30 empregados, foi utilizado para referência em relação às características da primeira

Relatório final – Anexo II

5


CINESIOTERAPIA LABORAL

população. No entanto, foram conhecidos todos os diagnósticos de patologias determinantes de incapacidade, em ambos os grupos de empregados estudados.

Para avaliar o impacto da Cinesioterapia Laboral sobre o absenteísmo, apurou-se o número de atestados médicos e dias perdidos no período de seis meses anteriores a implantação do projeto (de setembro de 2007 a fevereiro de 2008) e em período semelhante, seis meses após o seu início (de setembro de 2008 a fevereiro de 2009).

Para a avaliação do impacto sobre a utilização dos serviços médicos credenciados da Empresa, se procedeu ao levantamento de todas as guias médicas relacionadas à ortopedia, ou seja, consultas, exames de imagem, tratamentos fisioterápicos e tratamentos conservadores, que foram faturadas no período de setembro de 2007 a fevereiro de 2009.

3 DADOS OBTIDOS

3.1 Avaliação Geral dos Grupos

3.1.1 Gênero

O Grupo Experimental tinha em sua composição 24 homens (55%) e 20 mulheres (45%) e o Grupo Controle tinha em sua composição 18 homens (60%) e 12 mulheres (40%).

3.1.2 Idade

A média de idade verificada no Grupo Experimental foi de 41,7 anos, sendo a media de 43,5 anos na população masculina e 39,6 anos na feminina.

Relatório final – Anexo II

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CINESIOTERAPIA LABORAL

A média de idade verificada no Grupo Controle foi de 41,5 anos, sendo a media de 43,8 anos na população masculina e 37,9 anos na feminina.

3.1.3 Tempo de Empresa

Os empregados do Grupo Experimental apresentam média de tempo de empresa de 15 anos. Entre os homens, 16,3 anos e 13,3 anos entre as mulheres. No Grupo Controle a média de tempo de empresa foi de 11 anos, sendo 13,5 anos entre os homens e 7,3 anos entre as mulheres.

3.1.4 Reabilitados

No Grupo Experimental, 03 (6,80%) dos empregados passaram por reabilitação profissional. Todos eram Carteiros e foram reabilitados devido a patologias ósteomusculares, 02 em decorrência de transtornos da coluna e um devido à patologia do joelho.

No Grupo Controle, 05 (16,60%) dos empregados concluiu o processo de reabilitação profissional. Todos eram Carteiros e foram reabilitados por transtornos ósteo-musculares, 02 em decorrência de patologia do joelho, um por alteração na coluna, um por lesão em articulação coxofemoral e outro por doença na região plantar.

3.1.5 Peso Corporal

No Grupo Experimental 15 (34%) empregados apresentavam peso corporal dentro do que é considerado adequado, 19 (43,20%) apresentavam sobrepeso e 10 (22,80%) apresentavam obesidade.

Relatório final – Anexo II

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CINESIOTERAPIA LABORAL

No Grupo Controle 12 (40%) empregados apresentavam peso corporal dentro do que é considerado adequado, 13 (43,30%) evidenciaram sobrepeso e cinco (16,70%) obesidade.

3.2 Absenteísmo nos Grupos

3.2.1 Grupo Experimental

No semestre anterior à realização do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, se observou um total de 82 atestados médicos emitidos, que geraram 225 dias de afastamento do trabalho. Dividindo esses números pela população de 44 empregados integrantes do grupo, constatamos que houve uma média de 1,9 atestados e 5,1 dias de trabalho perdidos no período por participante.

No semestre posterior à implantação do Projeto Piloto, se observou um total de 74 atestados médicos emitidos, que geraram 186 dias de afastamento do trabalho. Dividindo esses números pela população de 44 empregados integrantes do grupo, constatamos que houve uma média de 1,7 atestados e 4,2 dias de trabalho perdidos no período por participante.

Pelo exposto, se observa uma redução de 9,76% no número total de atestados emitidos e de 17,33% no número de dias perdidos no semestre posterior a implantação do Projeto Piloto.

3.2.2 Grupo Controle

No semestre de setembro de 2008 a fevereiro de 2009, se observou um total de 146 atestados médicos emitidos, que geraram 255 dias de afastamento do trabalho. Dividindo esses números pela população de 30 empregados integrantes do grupo,

Relatório final – Anexo II

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CINESIOTERAPIA LABORAL

constatamos que houve uma média de 4,9 atestados e 8,5 dias de trabalho perdidos no período por participante.

No semestre de setembro de 2008 a fevereiro de 2009, se observou um total de 144 atestados e 280,5 dias de afastamento do trabalho. Dividindo esses números pela população de 30 empregados integrantes do grupo, constatamos que houve uma média de 4,8 atestados e 9,4 dias de trabalho perdidos no período por participante.

Pelo exposto, se observa uma redução de 1,37% no número de atestados emitidos e um aumento de 10% no número de dias perdidos nesse segundo período.

3.3 Absenteísmo nos Subgrupos

Tendo em vista as diferenças observadas entre o número de atestados e dias de afastamento nos dois grupos, foi realizada uma avaliação acerca do absenteísmo nos subgrupos, na intenção de melhor avaliar a repercussão da Cinesioterapia Laboral.

3.3.1 Absenteísmo por Gênero

3.3.1.1 Grupo Experimental

Os homens (24) tiveram 48 atestados emitidos no semestre anterior ao início do Projeto Piloto. Isso implicou em 159 dias de afastamento do trabalho, e representa uma média de dois atestados e 6,6 dias de afastamento do trabalho por cada participante. No semestre posterior ao início do Projeto Piloto, esse mesmo subgrupo teve 36 atestados emitidos, gerando 87 dias de afastamento do trabalho. O que representa uma média de 1,5 atestados e 3,6 dias de afastamento do trabalho por cada participante.

Relatório final – Anexo II

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CINESIOTERAPIA LABORAL

Dessa forma, houve uma redução de 25% de atestados e 45,28% de dias de trabalho perdidos na comparação entre os períodos.

As mulheres do Grupo Experimental (20) tiveram 34 atestados emitidos no semestre anterior ao início do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. Isso implicou em 66 dias de afastamento do trabalho. O que representa uma média de 1,7 atestados e 3,3 dias de afastamento do trabalho por cada participante. No semestre posterior ao início do Projeto Piloto, esse mesmo subgrupo teve 38 atestados emitidos, gerando 99 dias de afastamento do trabalho. O que representou uma média de 1,9 atestados e 5 dias de afastamento do trabalho por cada participante. Pelo exposto, se observa um aumento de 11,76% no número de atestados e 50% no número de dias perdidos.

3.3.1.2 Grupo Controle

Os homens do Grupo Controle (18) tiveram 100 atestados emitidos no semestre de setembro de 2007 a fevereiro de 2008. Isso implicou em 136 dias de afastamento do trabalho, representando uma média de 5,5 atestados e 7,5 dias de afastamento por cada participante. No semestre de setembro de 2008 a fevereiro de 2009, esse subgrupo teve 77 atestados, gerando 107,5 dias de afastamento do trabalho, representando uma média de 4,3 atestados e seis dias perdidos de trabalho para cada participante.

Dessa forma, se observou uma redução de 23% do número de atestados e 20,96% dos dias perdidos na comparação entre os dois períodos.

As mulheres do Grupo Controle (12) tiveram 46 atestados emitidos no semestre de setembro de 2007 a fevereiro de 2008. Isso implicou em 119 dias de afastamento do trabalho, representando uma média de 3,8 atestados e 10 dias de afastamento por cada participante. No semestre de setembro de 2008 a fevereiro de 2009, esse subgrupo teve 67 atestados, gerando 173 dias de afastamento do trabalho,

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CINESIOTERAPIA LABORAL

representando uma média de 5,6 atestados e 14,4 dias perdidos de trabalho para cada participante.

Dessa forma, se observou um aumento de 45,65% no número de atestados, assim como 45,38% de dias perdidos na comparação entre os dois períodos.

3.3.2 Absenteísmo por Faixa Etária

3.3.2.1 Grupo Experimental

3.3.2.1.1 População Masculina

Entre os 4 homens de idade entre 20 e 30 anos, tivemos 12 atestados e 40 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. Isso representou uma média de 3 atestados e 10 dias de afastamento para cada participante. No semestre posterior ao Projeto Piloto, o número de atestados desse subgrupo foi de 5, com um total de 16,5 dias perdidos de trabalho e representando uma média de 1,2 atestados e 4,1 dias perdidos de trabalho por participante.

Dessa forma, se observou uma redução de 58,33% no número de atestados e dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre os 10 homens de idade entre 31 e 40 anos, tivemos 23 atestados e 44,5 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto, o que representou uma média de 2,3 atestados e 4,5 dias de afastamento para cada participante. No semestre posterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, o número de atestados desse subgrupo foi de 17, com um total de 36 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 1,7 atestados e 3,6 dias perdidos de trabalho por participante.

Relatório final – Anexo II

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CINESIOTERAPIA LABORAL

Dessa forma, se observou uma redução de 26,09% no número de atestados e de 19,10% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre os 3 homens com idade entre 41 e 50 anos, tivemos 1 atestado e 10 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto, que representou uma média de 0,33 atestado e 3,3 dias de afastamento para cada participante. No semestre posterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, o número de atestados desse subgrupo foi de 6, com um total de 16 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 2 atestados e 5 dias perdidos de trabalho por participante.

Dessa forma, se observou um aumento de 500% no número de atestados e de 60% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre os 7 homens com idade maior que 51 anos, tivemos 12 atestados e 64,5 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto, o que representou uma média de 1,7 atestados e 9,2 dias de afastamento para cada participante. No semestre posterior ao Projeto Piloto, o número de atestados desse subgrupo foi de 8, com um total de 18,5 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 1,1 atestados e 2,6 dias perdidos de trabalho por participante.

Dessa forma, se observou uma redução de 33,33% no número de atestados e de 71,32% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

3.3.2.1.2 População Feminina

Entre as 4 mulheres com idade entre 20 e 30 anos, tivemos 4 atestados e 13,5 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. Isso representou uma média de 1 atestado e 3,4 dias de afastamento para cada participante. No semestre posterior ao Projeto Piloto, o número de atestados desse subgrupo foi de 8, com um total de 18,5 dias perdidos de trabalho,

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CINESIOTERAPIA LABORAL

representando uma média de 2 atestados e 4,6 dias perdidos de trabalho por participante.

Dessa forma, se observou um aumento de 100% no número de atestados e de 37,04% nos dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre as 9 mulheres com idade entre 31 e 40 anos, tivemos 19 atestados e 14,5 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto, o que representou uma média de 2,1 atestados e 1,6 dias de afastamento para cada participante. No semestre posterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, o número de atestados desse subgrupo foi de 23, com um total de 59 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 2,5 atestados e 6,5 dias perdidos de trabalho por participante.

Assim, se observou um aumento de 21,05% no número de atestados e de 306,90% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre as 3 mulheres com idade entre 41 e 50 anos, tivemos 4 atestados e 17 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, o que representou uma média de 1,33 atestados e 5,6 dias de afastamento para cada participante. No semestre posterior ao Projeto Piloto, o número de atestados desse subgrupo foi de 3, com um total de 14 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 1 atestado e 4,6 dias perdidos de trabalho por participante.

Dessa forma, se observou redução de 25% no número de atestados e uma redução de 17,65% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre as 4 mulheres com idade maior que 51 anos, tivemos 7 atestados e 21 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto, o que representou uma média de 1,8 atestados e 5,3 dias de afastamento para cada participante. No semestre posterior ao Projeto Piloto, o número de atestados desse subgrupo foi de

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CINESIOTERAPIA LABORAL

4, com um total de 7,5 dias perdidos de trabalho, o que representou uma média de 1 atestado e 1,9 dias perdidos de trabalho por participante.

Assim, se observou uma redução de 42,86% no número de atestados e de 64,29% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

3.3.2.2 Grupo Controle

3.3.2.2.1 População Masculina

Entre os 2 homens com idade entre 20 e 30 anos, tivemos 3 atestados e 2,5 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, o que representou uma média de 1,5 atestados e 1,3 dias de afastamento para cada participante. No semestre posterior ao Projeto Piloto, o número de atestados desse subgrupo foi de 6, com um total de 4,5 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 3 atestados e 2,3 dias perdidos de trabalho por participante.

Dessa forma, se observou um aumento de 100% no número de atestados e 80% de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre os 3 homens com idade entre 31 e 40 anos, não tivemos atestados ou afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto. Já no semestre posterior, o número de atestados desse subgrupo foi de 2, com um total de 3,5 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 0,7 atestado e 1,2 dias perdidos de trabalho por participante. Assim, observa-se um aumento no número de atestados e de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre os 9 homens com idade entre 41 e 50 anos, tivemos 91 atestados e 119,5 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto, o que representou uma média de 10 atestados e 13,2 dias de afastamento para cada

Relatório final – Anexo II

14


CINESIOTERAPIA LABORAL

participante. Já no semestre posterior, o número de atestados desse subgrupo foi de 61, com um total de 81 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 6,7 atestados e 9 dias perdidos de trabalho por participante.

Dessa forma, se observou uma redução de praticamente 32,97% no número de atestados e 32,22% de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre os 4 homens com idade maior que 51 anos, tivemos 6 atestados e 14 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, o que representou uma média de 1,5 atestados e 3,5 dias de afastamento para cada participante. No semestre posterior ao Projeto Piloto, o número de atestados desse subgrupo foi de 8, com um total de 18,5 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 2 atestados e 4,6 dias perdidos de trabalho por participante.

Assim, se observou um aumento de 33,33% no número de atestados e de 32,14% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

3.3.2.2.2 População Feminina

Entre as 4 mulheres com idade entre 20 e 30 anos, tivemos 33 atestados e 81,5 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. Isso representou uma média de 8,3 atestados e 20,3 dias de afastamento para cada participante. No semestre posterior ao Projeto Piloto, o número de atestados desse subgrupo foi de 23, com um total de 62,5 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 5,8 atestados e 15,6 dias perdidos de trabalho por participante.

Dessa forma, se observou uma redução de 30,30% no número de atestados e 23,31% nos dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Relatório final – Anexo II

15


CINESIOTERAPIA LABORAL

Entre as 4 mulheres com idade entre 31 e 40 anos, tivemos 8 atestados e 20,5 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. Isso representou uma média de 2 atestados e 5 dias de afastamento para cada participante. No semestre posterior ao Projeto Piloto, o número de atestados desse subgrupo foi de 25, com um total de 67,5 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 6 atestados e 16,8 dias perdidos de trabalho por participante.

Assim, observa-se um aumento de 212,50% no número de atestados e de 229,27% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre as 4 mulheres com idade entre 41 e 50 anos, tivemos 5 atestados e 17 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. Isso representou uma média de 1,3 atestados e 4,3 dias de afastamento para cada participante. Já no semestre posterior, o número de atestados desse subgrupo foi de 19, com um total de 43 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 4,8 atestados e 10,8 dias perdidos de trabalho por participante. Dessa forma, se observou um aumento de 280% no número de atestados e de 152,94% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

3.3.3 Absenteísmo por Tempo de Empresa

3.3.3.1 Grupo Experimental

3.3.3.1.1 População Masculina

Entre os 7 homens com menos de 5 anos de empresa, tivemos 12 atestados e 40 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. Isso representou uma média de 1,7 atestados e 5,7 dias de afastamento para cada participante. No semestre posterior ao Projeto Piloto, o número de atestados desse subgrupo foi de 13, com um total de 22,5 dias perdidos

Relatório final – Anexo II

16


CINESIOTERAPIA LABORAL

de trabalho, representando uma média de 1,9 atestados e 3,2 dias perdidos de trabalho por participante.

Assim, observa-se um aumento de 8,80% no número de atestados e uma diminuição de 44% nos dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre os 8 homens com tempo de empresa de 6 a 15 anos, tivemos 23 atestados e 44,5 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, o que representou uma média de 2,9 atestados e 5,5 dias de afastamento para cada participante. Já no semestre posterior, o número de atestados desse subgrupo foi de 14, com um total de 45 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 1,8 atestados e 5,6 dias perdidos de trabalho por participante.

Dessa forma, se observou uma redução de 39% no número de atestados e um aumento de 1% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Apenas um trabalhador tinha entre 16 e 25 anos de empresa, e teve 1 atestado de 10 dias no semestre anterior ao Projeto Piloto. Já no semestre posterior, esse trabalhador não teve nenhum atestado.

Dessa forma, não foi possível definir percentual de redução no número de atestados e de dias perdidos.

Entre os 8 homens com mais de 25 anos de empresa, tivemos 12 atestados e 64,5 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. Isso representou uma média de 1,5 atestados e 8 dias de afastamento para cada participante. No semestre posterior, o número de atestados desse subgrupo foi de 9, com um total de 19,5 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 1,1 atestados e 2,4 dias perdidos de trabalho por participante.

Relatório final – Anexo II

17


CINESIOTERAPIA LABORAL

Assim, se observou uma redução de 27% no número de atestados e de 69,50% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

3.3.3.1.2 População Feminina

Entre as 5 mulheres com menos de 5 anos de empresa, tivemos 9 atestados e 20,5 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. Isso representou uma média de 1,8 atestados e 4,1 dias de afastamento para cada participante. Já no semestre posterior, o número de atestados desse subgrupo foi de 11, com um total de 25,5 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 2,2 atestados e 5,1 dias perdidos de trabalho por participante.

Dessa forma, se observou um aumento de 22% no número de atestados e de 24% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre as 14 mulheres com tempo de empresa de 6 a 15 anos, tivemos 25 atestados e 41 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto, o que representou uma média de 1,8 atestados e 2,9 dias de afastamento para cada participante. Já no semestre posterior, o número de atestados desse subgrupo foi de 27, com um total de 73,5 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 1,9 atestados e 5,3 dias perdidos de trabalho por participante.

Assim, observa-se um aumento de 8% no número de atestados e de 79% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Não havia mulheres com tempo de empresa entre 16 a 25 anos, e apenas uma trabalhadora tinha mais de 25 anos, sendo que a mesma não apresentou atestado no semestre anterior ao Projeto Piloto e houve apenas 1 atestado emitido, com 1 dia perdido de trabalho.

Relatório final – Anexo II

18


CINESIOTERAPIA LABORAL

3.3.3.2 Grupo Controle

3.3.3.2.1 População Masculina

Entre os 3 homens com menos de 5 anos de empresa, tivemos 39 atestados e 37 dias de afastamento do trabalho no semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. Isso representou uma média de 13 atestados e 12,3 dias de afastamento para cada participante. Já no semestre posterior, o número de atestados desse subgrupo foi de 30, com um total de 27 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 10 atestados e 9 dias perdidos de trabalho por participante.

Dessa forma, observa-se uma redução de 23% no número de atestados e de 27% nos dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre os 8 homens com tempo de empresa de 6 a 15 anos, tivemos 35 atestados e 24,5 dias de afastamento do trabalho no semestre de setembro de 2007 a fevereiro de 2008, o que representou uma média de 4,4 atestados e 3 dias de afastamento para cada participante. No semestre compreendido entre setembro de 2008 e fevereiro de 2009, o número de atestados desse subgrupo foi de 36, com um total de 45 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 4,5 atestados e 5,6 dias perdidos de trabalho por participante.

Assim, observa-se um aumento de 2% no número de atestados e de 84% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre os 4 homens com tempo de empresa de 16 a 25 anos, tivemos 14 atestados e 46 dias de afastamento do trabalho no semestre compreendido entre setembro de 2007 e fevereiro de 2008. Isso representou uma média de 3,5 atestados e 11,5 dias de afastamento para cada participante. No semestre de setembro de 2008 a fevereiro de 2009, o número de atestados desse subgrupo foi de 7, com um total de

Relatório final – Anexo II

19


CINESIOTERAPIA LABORAL

22,5 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 1,8 atestados e 5,6 dias perdidos de trabalho por participante.

Dessa forma, observa-se uma redução de 50% no número de atestados e de 51% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Entre os 3 homens com mais de 25 anos de empresa, tivemos 12 atestados e 19,5 dias de afastamento do trabalho no semestre compreendido entre setembro de 2007 e fevereiro de 2008. Isso representa uma média de 4 atestados e 6,5 dias de afastamento para cada participante. No semestre compreendido entre setembro de 2008 e fevereiro de 2009, o número de atestados desse subgrupo foi de 4, com um total de 13 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 1,3 atestados e 4,3 dias perdidos de trabalho por participante.

Assim, observa-se uma redução de 66% no número de atestados e de 33% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

3.3.3.2.2 População Feminina

Entre as 4 mulheres com menos de 5 anos de empresa, tivemos 26 atestados e 54,5 dias de afastamento do trabalho no semestre de setembro de 2007 a fevereiro de 2008. Isso representou uma média de 6,5 atestados e 13,6 dias de afastamento para cada participante. No semestre compreendido entre setembro de 2008 e fevereiro de 2009, o número de atestados desse subgrupo foi de 24, com um total de 68,5 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 6 atestados e 17 dias perdidos de trabalho por participante.

Dessa forma, observa-se uma redução de 8% no número de atestados e um aumento de 26% nos dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Relatório final – Anexo II

20


CINESIOTERAPIA LABORAL

Entre as 8 mulheres com tempo de empresa de 6 a 15 anos, tivemos 20 atestados e 64,5 dias de afastamento do trabalho no semestre de setembro de 2007 a fevereiro de 2008. Isso representou uma média de 2,5 atestados e 8 dias de afastamento para cada participante. No semestre compreendido entre setembro de 2008 e fevereiro de 2009, o número de atestados desse subgrupo foi de 43, com um total de 104,5 dias perdidos de trabalho, representando uma média de 5,4 atestados e 13 dias perdidos de trabalho por participante.

Assim, observa-se um aumento de 115% no número de atestados e de 62% no de dias perdidos de trabalho nesse subgrupo.

Não tivemos mulheres com tempo de empresa entre 16 e 25 anos ou mais.

3.4 Absenteísmo de Empregados Reabilitados

3.4.1 Grupo Experimental

Observa-se que os 3 reabilitados foram responsáveis por 5 atestados e 27 dias de afastamento durante o semestre anterior a implementação do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, representando uma média de 1,6 atestados e 9 dias perdidos por participante. No semestre posterior, foram 6 atestados e 15 dias de afastamento, representando uma média de 2 atestados e 5 dias perdidos por participante.

Dessa forma, observa-se um aumento de 20% de atestados e diminuição de 45% dias de trabalho perdidos.

Os 41 empregados não reabilitados do Grupo Experimental foram responsáveis por 77 atestados e 198 dias de trabalho perdidos no semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, representando uma média de 1,9 atestados e 4,8 dias perdidos por participante. No semestre posterior a implantação do Projeto Piloto,

Relatório final – Anexo II

21


CINESIOTERAPIA LABORAL

houve a apresentação de 68 atestados e 171 dias perdidos, representando uma média de 1,7 atestados e 4,2 dias de trabalho perdidos por participante.

Assim, observa-se uma redução de 12% nos atestados e 14% nos dias de trabalho perdidos nesse subgrupo.

3.4.2 Grupo Controle

Observa-se que os 5 reabilitados presentes no grupo, foram responsáveis por 8 atestados e 34 dias de afastamento do trabalho no semestre de setembro de 2007 a fevereiro de 2008, representando uma média de 1,6 atestados e 6,8 dias perdidos por participante. No semestre de setembro de 2008 a fevereiro de 2009, esse subgrupo foi responsável por 21 atestados e 62,5 dias de afastamento do trabalho, representando uma média de 4,2 atestados e 12,5 dias perdidos por participante.

Dessa forma, observa-se um aumento de 162% no número de atestados e de 84% de dias perdidos de trabalho.

Os 25 empregados não reabilitados do Grupo Controle foram responsáveis por 138 atestados e 221 dias de trabalho perdidos no semestre de setembro de 2007 a fevereiro de 2009, representando uma média de 5,5 atestados e 8,8 dias perdidos por participante. No semestre de setembro de 2008 a fevereiro de 2009, foram observados 123 atestados e 218 dias perdidos nesse subgrupo. Representando uma média de 4,9 atestados e 8,7 dias de trabalho perdidos por participante.

Assim, observa-se uma redução de 11% nos atestados e 1% nos dias de trabalho perdidos nesse subgrupo.

Relatório final – Anexo II

22


CINESIOTERAPIA LABORAL

1

QUADRO RESUMO ABSENTEÍSMO SEMESTRE I

SEMESTRE II

DIFERENÇA

ATESTADOS

82

74

9,76%

DIAS

225

186

17,33%

ATESTADOS

146

144

1,37%

DIAS

255

280,5

-10,00%

ATESTADOS

48

36

25,00%

DIAS

159

87

45,28%

GRUPO

EXPERIMENTAL

CONTROLE

HOMENS (24) EXPERIMENTAL GÊNERO

MULHERES (20)

HOMENS (18)

1

CONTROLE

. MULHERES (12)

1

20 - 30 ANOS (04)

===~ ATESTADOS

34

38

-11,76%

DIAS

66

99

-50,00%

ATESTADOS

100

77

136

1-107,5

23,00%

DIAS

ATESTADOS

46

67

1 -DIAS - - 1 - - -119- - - l -173- -

20,96%

-45,65%

-45,38%

ATESTADOS

12

5

58,33%

ATESTADOS

23

17

26,09%

DIAS

44,5

36

19,10%

ATESTADOS

1

6

-500%

l------1-----1-DIAS 40 16,5

58,75%

31 - 40 ANOS (10) HOMENS

EXPERIENTAL

41 - 50 ANOS (03) DIAS

10

16

-60,00%

ATESTADOS

12

8

33,33%

MAIS DE 51 ANOS (07) DIAS

64,5

18,5

71,32%

ATESTADOS

4

8

-100,00%

20 - 30 ANOS (04) DIAS

13,5

18,5

-37,04%

ATESTADOS

19

23

-21,05%

31 - 40 ANOS (09) DIAS

14,5

59

-306,90%

ATESTADOS

4

3

25,00%

MULHERES

FAIXA ETÁRIA

41 - 50 ANOS (03) DIAS

17

14

17,65%

ATESTADOS

7

4

42,86%

MAIS DE 51 ANOS (04) DIAS

21

7,5

64,29%

ATESTADOS

3

6

-100,00%

DIAS

2,5

4,5

-80,00%

ATESTADOS

0

2

#

20 - 30 ANOS (02)

31 - 40 ANOS (03) DIAS

0

3,5

#

ATESTADOS

91

61

32,97%

DIAS

119,5

81

32,22%

ATESTADOS

6

8

-33,33%

HOMENS 41 - 50 ANOS (09)

CONTROLE

MAIS DE 51 ANOS (04) DIAS

14

18,5

-32,14%

ATESTADOS

33

23

30,30%

20 - 30 ANOS (04)

31 - 40 ANOS (04)

DIAS

81,5

62,5

23,31%

ATESTADOS

8

25

-212,50%

ATESTADOS

5

19

-280,00%

DIAS

17

43

-152,94%

ATESTADOS

#

#

#

DIAS

#

#

#

1-----l-----1-----DIAS 20,5 67,5

-229,27%

MULHERES 41 - 50 ANOS (04)

MAIS DE 51 ANOS (00)

L

1

7

Quadro 1: Resumo absenteísmo – grupo, gênero e faixa etária Relatório final – Anexo II

23


CINESIOTERAPIA LABORAL

[

-,

QUADRO RESUMO ABSENTEÍSMO 1

SEMESTRE I

1

SEMESTRE II

1

DIFERENÇA

-

-

1

1

1

1

1

ATÉ 05 ANOS (07)

ATESTADOS

12

13

-8,33%

DIAS

40

22,5

43,75%

ATESTADOS

23

14

39,13%

DIAS

44,5

45

-1,12%

ATESTADOS

1

0

100%

DIAS

10

0

100%

ATESTADOS

12

9

25,00%

DIAS

64,5

19,5

69,77%

ATESTADOS

9

11

-22,22%

DIAS

20,5

25,5

-24,39%

ATESTADOS

25

27

-8,00%

DIAS

41

73,5

-79,27%

ATESTADOS

#

#

#

DIAS

#

#

#

ATESTADOS

0

1

#

DIAS

0

1

#

ATESTADOS

39

30

23,08%

DIAS

37

27

27,03%

ATESTADOS

35

36

-2,86%

ATESTADOS

14

7

50,00%

1 - - -1 - - -1 - - -1------

-

~

6 - 15 ANOS (08) HOMENS

1------ 1------ 1 - - - f-------

-

~

16 - 25 ANOS (01)

1 - - -1 - - -1-----1 - - -

-

EXPERIMENTAL

L__

MAIS DE 25 ANOS (08)

1 -1 -1-----1 -

..__ ATÉ 05 ANOS (05)

1 - - -1 - - -1-----1 - - -

'--

6 - 15 ANOS (14) MULHERES

~

TEMPO DE EMPRESA

.__ MAIS DE 25 ANOS (01)

-

1------ f------- 1-----1 -

~

16 - 25 ANOS (00)

-

-

L-

-

~

ATÉ 05 ANOS (03)

-

~

.__ 6 - 15 ANOS (08) HOMENS

-1-----1 1- -1 DIAS 24,5 45 -83,67% 1------ -

1- - f------22,5 51,09%

DIAS

46

ATESTADOS

12

4

66,67%

DIAS

54,5

68,5

-25,69%

20

43

-115,00%

DIAS

64,5

104,5

-62,02%

ATESTADOS

#

#

#

'--

CONTROLE

-

~

16 - 25 ANOS (04)

MAIS DE 25 ANOS (03) ~

ATÉ 05 ANOS (04)

6 - 15 ANOS (08)

-

1 - - -1------1-----1 - - DIAS 19,5 13 33,33% ATESTADOS 26 24 7,69% 1 -1------1 - - -t - - -

L__

MULHERES

-

.__ATESTADOS

~

-

1 - - - f------~ f---------1-----DIAS # # # 1ATESTADOS # -1 -# - # 1 1 --MAIS DE 25 ANOS (00) 16 - 25 ANOS (00)

L__

L

1

DIAS

# 1

# 1

# 1

-

Quadro 2: Resumo absenteísmo – tempo de empresa

Relatório final – Anexo II

24


CINESIOTERAPIA LABORAL

QUADRO RESUMO ABSENTEÍSMO SEMESTRE I

SEMESTRE II

DIFERENÇA

ATESTADOS

5

6

-20,00%

DIAS

27

15

44,44%

ATESTADOS

77

68

11,69%

DIAS

198

171

13,64%

ATESTADOS

8

21

-162,50%

DIAS

34

62,5

-83,82%

ATESTADOS

138

123

10,87%

DIAS

221

218

1,36%

SIM (03) EXPERIMENTAL NÃO (41) REABILITADOS SIM (05) CONTROLE NÃO (25)

Quadro 3: Resumo absenteísmo – reabilitados

3.5 Diagnósticos

Como não há uma sistemática na Diretoria Regional do Rio Grande do Sul para a coleta dos diagnósticos das patologias que afastam os empregados do trabalho por problemas de saúde, muitos dos afastamentos não tiveram um esclarecimento acerca de suas causas.

Particularmente os afastamentos mais curtos, de até três dias, que dispensam a homologação no serviço médico da Empresa, não tiveram seus diagnósticos identificados. No entanto, mesmo os afastamentos com quatro ou mais dias, por vezes, não apresentaram o diagnóstico ou o informaram de forma ambígua.

Sendo assim, após a revisão dos atestados e informações dos prontuários, foi possível identificar alguns dos diagnósticos e classifica-los por sistema e aparelho orgânico acometido.

Relatório final – Anexo II

25


CINESIOTERAPIA LABORAL

3.5.1 Grupo Experimental

No semestre anterior ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, esclarecemos o diagnóstico de 24 atestados que resultaram em 123,5 dias de afastamento do trabalho. Os transtornos ortopédicos foram responsáveis por 14 desses atestados e 68,5 dias de afastamento, representando 55,5% dos dias perdidos. As patologias dermatológicas foram responsáveis por 3 atestados, 17 dias de ausência e 14% dos dias perdidos. Uma causa traumática (acidente doméstico) gerou 1 atestado de 15 dias de afastamento, representando 12% dos dias de trabalho perdidos. Uma patologia reumatológica gerou 1 atestado de 12 dias, representando 10% dos dias de trabalho perdidos. Outros 5 atestados decorreram de problemas oftalmológicos, respiratórios, digestivos e problemas do sistema nervoso central, o que determinam 11 dias de afastamento do trabalho e representam 9% dos dias perdidos.

Em relação ao semestre posterior ao Projeto Piloto, identificamos o diagnóstico de 25 atestados que determinaram 109 dias de afastamento do trabalho. Novamente, os problemas ortopédicos foram os maiores responsáveis por afastamentos, determinando 12 atestados, 69 dias de trabalho perdidos, o que representa 63% do total do período. Dois atestados emitidos devido a causas traumáticas determinam 19 dias de afastamento do trabalho e representam 17,40% dos dias perdidos no período. Os transtornos digestivos, dermatológicos, respiratórios e problemas do sistema nervoso central, em partes proporcionais de dias perdidos, determinam 11 atestados, 21 dias de afastamento do trabalho e representam 20% do total do período.

3.5.2 Grupo Controle

Houve a identificação de 38 atestados, que resultaram em 126,5 dias de afastamento do trabalho, no período de setembro de 2007 a fevereiro de 2008. Desses, 12 atestados de patologias ortopédicas determinaram 64 dias de afastamento, 50,50% do total. As causas traumáticas determinaram 2 atestados,

Relatório final – Anexo II

26


CINESIOTERAPIA LABORAL

somando 18 dias de afastamento, e representando 14,20% dos dias perdidos no período. Os transtornos psiquiátricos, não evidenciados no Grupo Experimental, determinaram 19 atestados, 17,5 dias de afastamento do trabalho, e representaram 13,80% dos dias perdidos no período. As patologias digestivas geraram 2 atestados e 14,5 dias de afastamento do trabalho, responsabilizando-se por 11,40% dos dias perdidos no período. As patologias respiratórias e oftalmológicas determinaram 3 atestados e 12,5 dias de afastamento do trabalho, representando 10% dos dias perdidos no período.

Esclarecemos as causas de 44 atestados, que resultaram em 175,5 dias de afastamento do trabalho, no período de setembro de 2008 a fevereiro de 2009. De maneira única até aqui, os transtornos psiquiátricos foram os mais frequentes, determinando 23 atestados, 60 dias de afastamento do trabalho e representando 34% dos dias perdidos no período. Os problemas ortopédicos determinaram 12 atestados, 54,5 dias de afastamento e representam 31% do total. Os problemas traumáticos determinaram 2 atestados e 15 dias de afastamento do trabalho. Mesmo número de dias dos transtornos digestivos e ginecológicos que, no entanto, apareceram apenas com 1 atestado, e representam individualmente, 8,50% dos dias perdidos no período. Os problemas respiratórios, oftalmológicos, cardiovasculares e referentes ao sistema nervoso central responderam por 5 atestados, 16 dias de afastamento do trabalho e representam 9% do total de dias perdidos no período.

Relatório final – Anexo II

27


CINESIOTERAPIA LABORAL

SEMESTRE I

SEMESTRE II

ATESTADOS

1

0

DIAS

4 (3,20%)

0

ATESTADOS

2

3

DIAS

3 (2,40%)

6 (5,50%)

ATESTADOS

3

1

DIAS

17 (14%)

4 (3,60%)

ATESTADOS

1

5

DIAS

1 (0,80%)

5 (4,60%)

ATESTADOS

1

2

DIAS

3 (2,40%)

6 (5,50%)

ATESTADOS

14

12

DIAS

68,5 (55,50%)

69 (63%)

ATESTADOS

1

0

DIAS

12 (9,70%)

0

ATESTADOS

1

2

DIAS

15 (12%)

19 (17,40%)

ATESTADOS

24

25

DIAS

123,5 (100%)

109 (100%)

ATESTADOS

0

1

DIAS

0

7 (4%)

ATESTADOS

2

1

DIAS

8,5 (6,70%)

3 (1,70%)

DOENÇAS OFTALMOLÓGICAS

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

PATOLOGIAS DERMATOLÓGICAS

EXPERIMENTAL

TRANSTORNOS DIGESTIVOS

TRANSTORNOS NEUROLÓGICOS

TRANSTORNOS ORTOPÉDICOS

TRANSTORNOS REUMATOLÓGICOS

ATESTADOS COM DIAGNÓSTICO

TRAUMAS

TOTAL DE AFASTAMENTOS COM DIAGNÓSTICO

DOENÇAS CARDIOVASCULARES

DOENÇAS OFTALMOLÓGICAS

ATESTADOS

1

2

DIAS

4 (3%)

5 (2,80%)

ATESTADOS

2

1

DIAS

14,5 (11,40%)

15 (8,50%)

ATESTADOS

0

1

DIAS

0

15 (8,50%)

ATESTADOS

0

1

DIAS

0

1 (0,60%)

ATESTADOS

12

12

DIAS

64 (50%)

54,5 (31%)

ATESTADOS

19

23

DIAS

17,5 (13,80%)

60 (34%)

ATESTADOS

2

2

DIAS

18 (14,20%)

15 (8,50%)

ATESTADOS

38

44

DIAS

126,5 (100%)

175,5 (100%)

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

CONTROLE

TRANSTORNOS DIGESTIVOS

TRANSTORNOS GINECOLÓGICOS

TRANSTORNOS NEUROLÓGICOS

TRANSTORNOS ORTOPÉDICOS

TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS

TRAUMAS

TOTAL DE AFASTAMENTOS COM DIAGNÓSTICO

Quadro 4: Resumo de afastamentos com diagnósticos

Relatório final – Anexo II

28


CINESIOTERAPIA LABORAL

3.6 Utilização dos Serviços de Saúde

Para avaliar a repercussão do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral sobre a utilização dos serviços de saúde prestados aos empregados, se realizou uma revisão das guias faturadas no período de setembro de 2007 até fevereiro de 2009.

Tendo em vista que a expectativa de repercussão seria sobre a área ortopédica, o levantamento foi realizado nas consultas ortopédicas, tratamentos fisioterápicos, exames de imagem (ecografia, radiologia) e tratamento conservador (contensões, imobilizações, infiltrações).

Apresentamos a seguir, os quadros resumos desses itens verificados:

UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE

CONTROLE

EXPERIMENTAL

SEMESTRE ANTERIOR

SEMESTRE I SEMESTRE II

CONSULTAS ORTOPÉDICAS

36

68

15

FISIOTERAPIAS

132

22

44

EXAMES DE IMAGEM

32

34

13

TRATAMENTO CONSERVADOR

10

10

3

CONSULTAS ORTOPÉDICAS

32

53

19

FISIOTERAPIAS

108

33

50

EXAMES DE IMAGEM

16

31

14

TRATAMENTO CONSERVADOR

10

13

9

Quadro 5: Utilização dos serviços de saúde

4 CONCLUSÃO

Pelo exposto, percebe-se que houve uma redução de 9,76% no número de atestados apresentados e de 17,33% nos consequentes dias de trabalho perdidos do grupo que foi submetido ao programa de Cinesioterapia Laboral através do Projeto Piloto de que se trata nesse relatório – Grupo Experimental. Quanto ao Relatório final – Anexo II

29


CINESIOTERAPIA LABORAL

Grupo Controle, os números de atestados e de dias perdidos mantiveram-se estabilizados.

O estudo dos subgrupos deve ser analisado com cuidado, uma vez que as menores amostras facilitam a ocorrência de desvios. Porém, evidencia-se também uma redução no número de atestados e dias perdidos em praticamente todas as faixas de idade e tempo de serviço na empresa dentre a população masculina.

Ressalta-se que, os grupos foram determinados por adesão simples, dentro da população do CTC PAE – Gturn1 (manhã) o que talvez tenha propiciado que empregados com uma postura mais ativa tenham buscado o Grupo Experimental na intenção de melhorarem os seus cuidados pessoais.

No Grupo Experimental, o motivo de afastamentos por patologia psiquiátrica em ambos os períodos não foi representativa. Entretanto, no Grupo Controle o afastamento por patologias psiquiátricas foi representativa principalmente no segundo semestre, inclusive em proporções que determinaram serem essas as patologias de maior frequência nesse grupo.

O estudo também verificou uma redução na frequência da utilização da rede prestadora de serviços médicos na área de ortopedia pelo grupo que participou do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. De forma peculiar, se observou um aumento no número de consultas ortopédicas e exames no período de implantação do Projeto Piloto, inclusive no grupo controle. Algo já esperado, uma vez que os empregados de ambos os grupos foram submetidos às avaliações para o início do estudo. No semestre posterior a implantação do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, as consultas ortopédicas e exames se apresentaram em frequência menor em relação ao semestre anterior, e a fisioterapia evidenciou uma diminuição já no momento da implantação do Projeto Piloto.

As modalidades de tratamento conservador (contensões, imobilizações, infiltrações) apresentaram uma redução em frequência no semestre posterior à implantação do

Relatório final – Anexo II

30


CINESIOTERAPIA LABORAL

Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, dentre os empregados pertencentes ao Grupo Experimental e continuam sendo realizados em frequências semelhantes, para os empregados que compõem o Grupo Controle.

Relatório final – Anexo II

31


~

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS TELÉGRAFOS !CORREIO< \_ _ __ _E_ _

CINESIOTERAPIA LABORAL

2009


CINESIOTERAPIA LABORAL

Projeto de Ergonomia Relatório Cinesioterapia Laboral

Trabalho elaborado por Grupo de Empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, com especialização na área de ergonomia, composto por:

Alan Faller

DR/RS

Daniel Castro Sales

DESEN

Irapuan Malta Medeiros

DR/RS

Maria Cristina Brandão Queiroz

DR/MG

Sandro Ferreira Caldeira

DR/SPI

Simotea Hoffmeister

DESEN

Equipe participante da implantação do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral na DR/RS, os Empregados:

Diane Beatris Porto Guimarães

Agente de Correios – Atividade Suporte

Gilmara Ávila Martinez

Técnica em Segurança do Trabalho

Luiz Henrique Palermo

Médico do Trabalho

Maria Lucide Meyer Vogel

Nutricionista

Tiago Hassmann de Souza

Psicólogo

Os profissionais da empresa contratada Health Care – Núcleo Integrado de Aptidão Física e Saúde Ltda:

Adriana Torres de Lemos

Fisioterapeuta

Daniel Carlos Garlipp

Educador Físico

Thiago Del Corona Lorenzi

Educador Físico

Relatório final – Anexo III

1


CINESIOTERAPIA LABORAL

Projeto de Ergonomia Relatório Cinesioterapia Laboral

ANEXO III RELATÓRIO DE PSICOLOGIA

Elaborado por Thiago Hassmann de Souza Analista de Correios Psicólogo SCRH/ Cecor – DR/RS

Relatório final – Anexo III

2


CINESIOTERAPIA LABORAL

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................6 1.1 Relatório Comparativo entre Percepção Inicial e Final..........................................6 1.1.1 Pesquisador Responsável- DR/RS SCRH/CECOR ...........................................6 1.1.2 Colaboradores....................................................................................................6 1.1.3 Período...............................................................................................................6 1.1.4 Local...................................................................................................................6 1.1.5 Participantes.......................................................................................................7 2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA .............................................................................7 3 METODOLOGIA ......................................................................................................8 4 SIGNIFICAÇÃO DO TRABALHO/ATIVIDADE......................................................10 4.1 Considerações sobre o Item Significado da Atividade/Trabalho .........................12 4.2 Saúde e Cuidado com a Saúde...........................................................................13 4.3 Considerações sobre o Tema Saúde e Cuidado com a Saúde...........................15 5 ADOÇÃO DE PRÁTICAS DE PREVENÇÃO.........................................................16 5.1 Considerações sobre a Percepção da Adoção de Práticas Ergonômicas...........18 6 PERSPECTIVAS NA ADOÇÃO DE PRÁTICAS DE PREVENÇÃO......................19 6.1 Considerações sobre as Perspectivas na Adoção de Práticas Ergonômicas......20 7 PERCEPÇÃO FINAL SOBRE O PROJETO PILOTO DE CINESIOTERAPIA LABORAL..............................................................................................................21 7.1 Considerações sobre o Item Melhoria no Desempenho das Tarefas..................22 8 PERCEPÇÃO QUANTO AO BEM-ESTAR............................................................22 8.1 Considerações sobre Item Melhorias no Bem Estar ...........................................24 9 PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA CINESIOTERAPIA LABORAL...........25 9.1 Anotações de Questões Levantadas pelos Coordenadores do CTC – Gturn1 em 12-05-2009 ....................................................................................................26 Relatório final – Anexo III

3


CINESIOTERAPIA LABORAL

10 CONCLUSÕES ....................................................................................................26 11 SÍNTESE DOS INDICATIVOS DA PESQUISA....................................................27 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................28 13 A CONSIDERAÇÃO DO TRABALHO .................................................................28 13.1 Qual será o status da cinesioterapia laboral na sua implantação definitiva nos centros operacionais?.................................................................................30 13.2 Aprendizado ......................................................................................................31 13.3 Sobre a Tensão Cuidar da Saúde x Produção (“Liberação” para a Prática da Cinesioterapia Laboral) ................................................................................32 13.4 A partir de quais noções é proposto pensar a questão da saúde do trabalhador? ......................................................................................................34 13.5 Suporte para as Equipes Técnicas e Equipes de Gestores das Diretorias Regionais onde será Implantada a Cinesioterapia Laboral ...............................36 14 REFERÊNCIAS....................................................................................................37 15 ANEXOS ..............................................................................................................37 15.1 Questionário de Percepção Final – Aplicado em Abril/2009..............................37 15.2 Pontos Positivos e Negativos da Cinesioterapia Laboral ..................................39

Relatório final – Anexo III

4


CINESIOTERAPIA LABORAL

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Trabalho do agente de correios ................................................................11 Gráfico 2: A saúde do empregado.............................................................................14 Gráfico 3: Cuidado com a saúde do empregado .......................................................14 Gráfico 4: Prática de exercícios físicos .....................................................................15 Gráfico 5: Práticas de cuidados com a saúde ...........................................................16 Gráfico 6: Comparação de práticas de exercícios.....................................................17 Gráfico 7: Adoção de posturas corretas por meus colegas .......................................18 Gráfico 8: Otimismo com a prática ............................................................................19 Gráfico 9: Evolução da perspectiva...........................................................................20 Gráfico 10: Percepção nos desempenhos das tarefas..............................................21 Gráfico 11: Evolução no desempenho da tarefa 2008 e 2009 ..................................21 Gráfico 12: Percepção do bem estar.........................................................................22 Gráfico 13: Evolução 2008 e 2009 ............................................................................23 Gráfico 14: Outra melhorias ......................................................................................23 Gráfico 15: Avaliação de estado emocional ..............................................................24

Relatório final – Anexo III

5


CINESIOTERAPIA LABORAL

1 INTRODUÇÃO

PESQUISA DE PERCEPÇÃO – Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral – CTC – Centro de Tratamento de Cartas – Gturn1.

1.1 Relatório Comparativo entre Percepção Inicial e Final

1.1.1 Pesquisador Responsável- DR/RS SCRH/CECOR

Tiago Hassmann de Souza – Analista de Correios Pl. – Psicólogo

1.1.2 Colaboradores

Cibele Vargas Machado – Analista de Correios Jr. - Psicóloga Débora Finkler – estudante de Psicologia UFRGS Felipe Araldi - Técnico de Correios Jr. – Suporte

1.1.3 Período

Dias 13, 16 e 17 de abril de 2009

1.1.4 Local

Centro de Tratamento de Cartas – CTC PAE – Gturn1 – DR/RS Av. Sertório, 4222, Porto Alegre, Rio Grande do Sul

Relatório final – Anexo III

6


CINESIOTERAPIA LABORAL

1.1.5 Participantes

Participaram da experiência 33 empregados de um total de 44, dentre eles Operadores e Coordenadores, os quais fazem parte do Grupo Experimental do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. Esses participantes realizaram a experiência durante todo o período avaliado. Não foi possível aplicar a pesquisa com 11 empregados, pois alguns estavam em férias, outros foram demitidos e alguns desligados no Plano de Desligamento Voluntário. O presente relatório apresenta somente a medição referente ao Grupo Experimental. A formação deste grupo (detalhada no relatório integrado) deve-se também ao atendimento de critérios definidos e avaliados pelos educadores físicos e pela medicina, que visaram determinar o tipo de treino para cada participante e se os mesmos estariam aptos para realizá-los. Deve-se considerar também que ocorreram desistências dentre os inicialmente inscritos (a população de inscritos, inicial, todos do Gturn1 do CTC PAE, era de 86 empregados).

2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Com os estudos realizados pelo ErgoECT e o Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, evidencia-se em seus Centros de Tratamento de Cartas, um processo de reconhecimento da complexidade que se produz como resultado do encontro dos trabalhadores com as atividades lá desenvolvidas, considerando-se a natureza das mesmas.

O aumento da produtividade e a diminuição do absenteísmo causado por afastamentos por licença-saúde consistem nas principais ligações do Projeto Piloto com as demandas empresariais mais urgentes. Contudo, acredita-se que transformações desta magnitude precisam acontecer num plano de consistência em que se deve estar sensível a multiplicidade de fatores implicados.

Relatório final – Anexo III

7


CINESIOTERAPIA LABORAL

Como forma de produzir conhecimento que possa impulsionar e sustentar estas transformações objetivas e subjetivas em curso, as várias disciplinas envolvidas (Medicina do Trabalho, Educação Física, Fisioterapia, Nutrição e Psicologia) fizeram pesquisas com o público que está participando do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. À Psicologia coube trabalhar os aspectos relacionados abaixo, que propiciaram, além do fornecimento de subsídios para a equipe técnica, a indicação de ações que facilitassem a concretização dos objetivos do Projeto Piloto.

Os principais aspectos abordados na pesquisa foram: ●

Significação do Trabalho/atividade: aborda as significações atribuídas pelos

profissionais ao próprio trabalho, que dão sustentação subjetiva aos sujeitos pesquisados; ●

Conceito de Saúde e Conceito de Cuidado: aborda as crenças dos sujeitos

pesquisados em relação à saúde e ao cuidado, visando reconhecer a problemática para a implantação de uma cultura do auto-cuidado, proposta nos objetivos do ErgoECT; ●

Adoção de Práticas de Prevenção: aborda os sujeitos quanto a como se

processam, na realidade percebida por eles, as iniciativas já deflagradas pela empresa para a promoção da saúde, prevenção de doenças, principalmente as práticas ergonômicas no trabalho; ●

Percepção Final sobre o Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral: verifica as

melhorias no desempenho e no bem-estar, percebidas pelos sujeitos da pesquisa, ao fim de um ano de experiência.

3 METODOLOGIA

Objetivo central: verificar as repercussões e os possíveis efeitos na subjetividade que foram produzidas a partir daqueles que vivenciaram a experiência da Cinesioterapia Laboral.

Relatório final – Anexo III

8


CINESIOTERAPIA LABORAL

Tipo: o Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral possui um desenho longitudinal do tipo painel, ou seja, quando a mesma amostra é analisada ao longo do tempo. O tipo de estudo representado neste relatório – procurando se adequar ao Projeto Piloto é, assim, longitudinal.

A aplicação: para a aplicação da pesquisa procedeu-se da mesma forma que na pesquisa de percepção inicial em abril de 2008: foram utilizados os pequenos grupos subdivididos pela empresa contratada para a execução do programa de Cinesioterapia Laboral adotado pela ECT. Sendo assim, aproveitou-se o próprio horário em que os participantes estariam no Espaço Cinesioterapia, para a nossa intervenção (50 minutos). Foi um total de 06 grupos; distribuídos nos dias 13, 16 e 17 de abril de 2009.

Instrumento: o questionário (em anexo) é composto tanto de perguntas objetivas quanto de dissertativas, abordando questões relacionadas aos temas citados no item anterior. Quanto ao questionário, foi informado que não solicitava a identificação pessoal dos pesquisados. Ressalta-se que nem todos os dados coletados foram objeto de análise e tratamento neste relatório de pesquisa, por considerar-se, em alguns casos, que os mesmos não contribuíam para a concretização dos objetivos principais da Pesquisa de Percepção. Buscou-se, após a aplicação deste instrumento, estimular uma reflexão no grupo. Para tanto, os participantes, nos 15 minutos iniciais, responderam ao questionário, e nos 35 minutos restantes trocaram percepções uns com os outros. O papel dos pesquisadores foi o de facilitar o debate, acreditando no papel operativo de uma reflexão coletiva. Este momento foi considerado como próprio da pesquisaintervenção, utilizando-se a técnica de grupo focal, em entrevista semi-dirigida. O registro das falas também foi analisado neste trabalho, significando possíveis interpretações, embora não quantificado.

Tratamento estatístico: foi utilizada a análise descritiva através de tabelas de frequências, com o auxílio de planilhas Excel, e valores percentuais.

Relatório final – Anexo III

9


CINESIOTERAPIA LABORAL

Escuta dos coordenadores: no decorrer dos meses de setembro a dezembro de 2008, a psicologia realizou intervenções junto aos coordenadores do CTC PAE – Gturn1. Foram 7 encontros, com o objetivo de abrir espaço para uma ressignificação de suas vidas no trabalho, oportunidade em que se esperou também, “revolver” o terreno para viabilizar uma implantação da Cinesioterapia Laboral. Depois disso, em abril de 2009, 4 meses após o encerramento dos encontros, durante a realização da pesquisa final com os participantes do Projeto Piloto, os gestores (gerente e coordenadores do

CTC PAE – Gturn1) sugeriram a formação de um grupo de

discussão formado por eles próprios. Entendeu-se como uma demanda a ser acolhida com a possibilidade da introdução de elementos e perspectivas interessantes no que se está buscando em termos de conhecimento.

Outras leituras: auxiliaram na composição deste estudo a interpretação de outros relatórios (citados), anotações “in loco”, leitura de documentos e atas.

A partir destes procedimentos de coleta/intervenção, foi possível realizar um levantamento quantitativo e um qualitativo, no qual foram explicitados os conceitos e as idéias manifestados pela população em questão no que se refere às temáticas pesquisadas.

O relatório da Pesquisa de Percepção Inicial encontra-se anexo, contudo, na descrição dos dados para este relatório, foram estabelecidas comparações com os dados iniciais, de abril de 2008.

4 SIGNIFICAÇÃO DO TRABALHO/ATIVIDADE

A fim de abordar o significado do trabalho para os empregados, no que diz respeito especificamente às atividades por eles desempenhadas, foi solicitado que respondessem a uma pergunta aberta, definindo seu trabalho em uma frase. A escolha pela questão dissertativa surge atrelada à idéia de possibilitar maior

Relatório final – Anexo III

10


CINESIOTERAPIA LABORAL

liberdade aos participantes para fazer uma análise sobre sua percepção em relação ao trabalho.

O que é o trabalho do Agente de Correios/Tratamento? Causa de desgaste físico e mental Causa de bem-estar e satisfação Importante para a empresa e sociedade Descrição de atividades concretas Pouco valorizado Pré-requisitos do cargo Não respondida 0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Gráfico 1: Trabalho do agente de correios

Descrição e Análise: A partir das respostas constantes nos questionários, foram constatados: •

A predominância de uma avaliação das atividades laborais relacionada a desgastes físicos e mentais (44%). Nessa categoria, o trabalho foi descrito a partir de adjetivos tais como cansativo, árduo, insalubre, doloroso e estressante. A partir daí, percebeu-se a incidência da organização do trabalho e seus processos sobre o corpo e a mente do trabalhador.

Por outro lado, de forma menos significativa estatisticamente (16%) o trabalho também foi mencionado como fonte de prazer e bem-estar, proporcionando crescimento e aprendizagem.

As atividades foram apontadas em 17% das respostas como essenciais para o funcionamento da empresa, bem como importantes para a sociedade. É importante ressaltar que tais respostas vieram, em geral, acompanhadas pela percepção dos empregados de que não há a devida Relatório final – Anexo III

11


CINESIOTERAPIA LABORAL

valorização ao trabalho por eles desenvolvido, o que se evidenciou em 6% das respostas. •

Alguns sujeitos pesquisados definiram seu trabalho com ‘mera descrição’ de suas atividades concretas, o que pode evidenciar o quanto o trabalho tem sido tomado como ‘sem possibilidades’ de abstração e atribuição de um significado subjetivo ao trabalho.

Habilidades exigidas no cargo (pré-requisitos): nesta categoria, alguns destacaram que é necessário ter atenção, condicionamento físico, boa vontade, etc., para o exercício da atividade. Ressaltaram ainda demandas do processo de trabalho.

Apenas um questionário não respondeu à questão proposta.

4.1 Considerações sobre o Item Significado da Atividade/Trabalho

Das percepções dominantes da atividade no CTC, desgastante e estressante, pensada também com outros aspectos trazidos neste item, como: uma possível ausência de significado do trabalho, a falta de reconhecimento se sustentando na sua essencialidade para o funcionamento da empresa e a valorização perante a sociedade, nos coloca algumas questões, entre elas: •

As incidências de determinada forma de organização do trabalho, parecem construir um lugar para o trabalhador que o depara muito mais com o real do trabalho, ao qual apenas seu corpo é entregue a um uso que não requer maior implicação de si (por exemplo, pouco mobiliza de suas funções intelectuais e criativas).

Tendo isso em vista, quais as possibilidades de se considerar essa demanda de forma mais vigorosa para as transformações em curso? Existe essa demanda por parte dos Agentes? E por parte dos vários níveis de gestão, vislumbra-se disponibilidade para modificações na organização do trabalho que modulem a constituição de outro lugar (ou papel) para os trabalhadores? Sendo que os Agentes apontaram Relatório final – Anexo III

12


CINESIOTERAPIA LABORAL

criticamente como vêem seu modo de trabalhar, neste item e também nas discussões em grupo, nos parece haver uma demanda viva expressa aí. •

Pode-se começar investigando aquele percentual de 16% que encontra significações diversas, afirmando prazer, crescimento e bem-estar no trabalho.

4.2 Saúde e Cuidado com a Saúde

Todos (100%) dos pesquisados responderam que, a partir da experiência da Cinesioterapia Laboral, mudaram a própria concepção quanto ao cuidado com a saúde (item 1 do questionário).

Este tema, já pesquisado em 2008, foi abordado novamente, com base em afirmativas, oferecendo aqui uma atualização, tendo-se percorrido 01 ano de experiência com o Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral. Este percurso já nos permite interpretar como está se processando a incorporação deste programa no dia a dia, bem como, fornece indicativos sobre qual a concepção dominante em relação aos temas:

O gráfico a seguir evidencia uma avaliação equilibrada por parte dos sujeitos: uma idealização do compartilhamento de responsabilidades do trabalhador e da empresa, quando é visto que 37,50% Concorda/Discorda com a afirmativa. Vêse ainda uma leve tendência a respostas mais para o lado de não considerar como responsabilidade exclusiva da empresa.

Relatório final – Anexo III

13


CINESIOTERAPIA LABORAL

A s aúde do e mpre gado é re sponsabilidade e xclusiv a da e mpre sa 3 7,50 %

4 0,0 0%

D 5 -Concordo totalmen te

3 5,0 0% 3 0,0 0%

25, 00%

2 5,0 0% 18, 75%

2 0,0 0% 1 5,0 0% 1 0,0 0%

9 ,38%

9, 38%

4 -Concordo na m aior p arte D 3 -Concordo /Disco rdo

D 2 -Discordo na ma ior p arte 1 -Discordo to talm ente

5,0 0% 0,0 0%

Gráfico1 2: A saúde do empregado

As afirmações computadas no Gráfico 3 indicam uma incorporação de hábitos de cuidado com a saúde, de modo que se pode interpretar como integral, “no trabalho e

em casa”. Nas discussões, os empregados se referem a alguns cuidados que começaram a se desenvolver mais intensamente, na alimentação, nas posturas para realizar as tarefas, etc.

Hoje em dia, cuidar da minha saúde faz parte da minha rotina, no trabalho e em casa 70,00% 60,00%

57,58% D 5-Concordo totalmente

50,00%

36,36%

30,00%

4-Concordo na maior parte D 3-Concordo/Discordo

20,00%

D 2-Discordo na maior parte

40,00%

10,00%

6,06%

0,00% 1

Gráfico 3: Cuidado com a saúde do empregado

Relatório final – Anexo III

14


CINESIOTERAPIA LABORAL

Posso dizer que estou habituado com a prática de condicionamento físico no meu dia-a-dia na empresa 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00%

42,42% 39,39% 39,39%

D 5-Concordo totalmente

• 18,18%

0,00%0,00%

4-Concordo na maior parte

D 3-Concordo/Discordo

D 2-Discordo na maior parte 1-Discordo totalmente

1

Gráfico 4: Prática de exercícios físicos

As afirmações descritas no gráfico acima indicam uma incorporação de hábitos de cuidado com a saúde, especificamente o Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, em andamento na empresa. Poder-se-ia qualificar esta incorporação do processo sendo percebida como efetiva, tendo se tornado hábito neste período de experiência, naqueles que parecem ter aderido efetivamente ao projeto.

4.3 Considerações sobre o Tema Saúde e Cuidado com a Saúde

A questão que aborda como está concebida a responsabilidade sobre a saúde do empregado, é importante devido à necessidade de que se construa com consistência a incorporação de hábitos saudáveis e práticas ergonômicas no trabalho. Está expressa na percepção dos trabalhadores uma maturidade e uma visão realista: saber que a responsabilidade da busca pela saúde é de cada um e que, em se tratando de trabalhadores, uma organização deve viabilizar uma estruturação saudável em seus processos e na organização do trabalho (temas que trouxeram, sobretudo, nas discussões em grupo).

Relatório final – Anexo III

15


CINESIOTERAPIA LABORAL

Ressalta-se também que, nesta experiência piloto, encontrou-se terreno fértil para uma efetivação do processo produtivo com os sujeitos, disponilizando-se a isso na direção da saúde como um processo, ligado também à implicação de cada um.

Essa informação poderá ser interessante também para se pensar na fundamentação conceitual da Cinesioterapia Laboral nessas áreas da ECT: poderá ser incorporada como um dever do empregado? O campo é propício para adesão espontânea? Contudo, os indicativos aqui não são suficientes para concluir algo a respeito. Entende-se ser necessária uma investigação mais exaustiva a este respeito.

5 ADOÇÃO DE PRÁTICAS DE PREVENÇÃO

Esta questão abordou a percepção dos empregados quanto à adoção de práticas ergonômicas no CTC, ou seja, com que frequência são adotadas corretamente.

PRÁTICAS DE CUIDADO COM A SAÚDE

3%

6%

24%

18%

SEMPRE

FREQÜENTEMENT E ÀS VEZES RARAMENTE

49%

Gráfico 5: Práticas de cuidados com a saúde

A seguir, vê-se o comparativo da percepção inicial com a final, sobre evolução da adoção de práticas corretas.

Relatório final – Anexo III

16


CINESIOTERAPIA LABORAL

..

60,0% 54,7%

,

--

48,5%

50,0% 35,9% 40,0%

27,3% 24,2%

---

30,0% 20,0%

Sempre/Frequentemente Às vezes Raramente/Nunca

10,0% 0,0% 2008

2009

Gráfico 6: Comparação de práticas de exercícios

Partindo-se da consideração de que práticas ergonômicas devem ser amplamente adotadas, vê-se que, na percepção dos empregados o quadro de adesão a estas práticas ainda não é satisfatório, uma vez que 48,50% afirmam perceber a realização das tarefas adequadamente apenas ‘às vezes’, e 27% indicam que ‘raramente’ ou ‘nunca’ percebem a execução adequada. Contudo, a experiência de um ano com o

Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, aponta para uma melhoria significativa: subiu em 14% a percepção de que sempre ou frequentemente estão adotando práticas corretas e ergonômicas no desempenho das atividades e reduziram-se os índices

negativos, conforme o gráfico comparativo.

Pode-se verificar ainda no gráfico a seguir que, retomada a questão, de fato, a diferença percentual na percepção de trabalhadores que estão se empenhando em adotar posturas corretas e dos que não fazem isso, é de algo em torno de 21,18%. Ou seja, parece ter havido um crescimento significativo, considerando que a afirmativa expressava uma idéia de ‘tendência’.

Relatório final – Anexo III

17


CINESIOTERAPIA LABORAL

Percebo que meus colegas estão procurando adotar as posturas corretas na execução das atividades 60,00% 48,48%

50,00%

D 5-Concordo totalmente

40,00%

30,30%

4-Concordo na maior parte

D 3-Concordo/Discordo

30,00%

D 2-Discordo na maior parte

20,00% 12,12% 10,00%

6,06%

1-Discordo totalmente

3,03%

0,00% 1 Gráfico 7: Adoção de posturas corretas por meus colegas

5.1 Considerações sobre a Percepção da Adoção de Práticas Ergonômicas

As falas dos sujeitos pesquisados expressam que a dificuldade em realizar práticas ergonômicas corretas reside, em grande parte, na carência de equipamentos adequados (falta de caixetas menores, paleteiras, manipuladores de triagem com defeito, etc.). Déficit este que, na equação com a produtividade, resulta em descuido ergonômico.

Uma interpretação possível parece ser que, no decorrer de um ano, descobriu-se um caminho, o da educação, da transformação cultural, da conscientização, do investimento no condicionamento físico – percurso este que precisa continuar. Deparou-se também com restrições concretas que impedem avanços neste campo da melhoria ergonômica, que precisam ser superadas, como a carência de equipamentos adequados e manutenção dos mesmos.

Outra questão que se pode levantar é a de se, enquanto equipamentos adequados faltam, existe real impossibilidade de cuidados ergonômicos que se moldem a cada realidade. Relatório final – Anexo III

18


CINESIOTERAPIA LABORAL

Pode-se supor que as melhorias alcançadas neste fator devem-se às intervenções educativas da equipe multidisciplinar e de gestores, e do trabalho diário dos instrutores da empresa Health Care, somado aos resultados concretos da Cinesioterapia Laboral. Tudo isso parece ter influenciado positivamente, bem como encontrado essa disponibilidade dos trabalhadores e gestores para essas melhorias no modo de trabalhar articulado ao cuidado com a saúde.

6 PERSPECTIVAS NA ADOÇÃO DE PRÁTICAS DE PREVENÇÃO

A questão cujas respostas são representadas no gráfico a seguir verifica se os participantes acreditam se, após um ano de experiência do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, é possível um grande avanço na adesão de práticas de prevenção de lesões e doenças do trabalho no CTC.

OTIMISMO COM PRÁTICAS

0%

12%

33% EXTREMAMENTE

•e

MUITO RAZOAVELMENTE

e POUCO 55%

Gráfico 8: Otimismo com a prática

A seguir pode-se verificar a evolução desta perspectiva:

Relatório final – Anexo III

19


CINESIOTERAPIA LABORAL

54,5%

60,0% 50,0% 40,6% 40,0% 31,3%

33,3%

30,0% 20,0% 12,5%

12,1%

10,0%

---

Pouco Razoavelmente Muito Extremamente

0,0%

0,0% 1

Gráfico 9: Evolução da perspectiva

2

Separando as alternativas em perspectivas mais otimistas (acreditam extremamente ou muito) e em mais pessimistas (razoavelmente e pouco), nota-se que mais da metade (66%) expressa acreditar numa adoção ampla de práticas ergonômicas.

Contudo, caso considere-se importante esta expectativa positiva, deve-se atentar para o fato de que quase 33,30% não são tão otimistas (acreditam razoavelmente em avanços).

6.1 Considerações sobre as Perspectivas na Adoção de Práticas Ergonômicas

Ressalta-se que, neste ano de experiência, uma perspectiva positiva cresceu significativamente, possivelmente calcada na percepção das melhorias concretas e na incorporação gradativa de uma cultura de cuidado à saúde do trabalhador.

Em síntese: a expectativa de melhorias e transformações que impactassem no modo de trabalhar também cresceu. Testemunhou-se nas discussões grupais que o que é ressaltado como positivo, está mais do lado de uma disposição do grupo de trabalhadores para a adoção de práticas ergonômicas, mesmo diante de restrições nos equipamentos, etc. O “saldo”, de qualquer forma, é bastante positivo, no sentido de que os índices de crença positiva melhoraram.

Relatório final – Anexo III

20


CINESIOTERAPIA LABORAL

7 PERCEPÇÃO FINAL SOBRE O PROJETO PILOTO DE CINESIOTERAPIA LABORAL

Nesta questão perguntou-se sobre a influência positiva do Projeto Piloto no desempenho das tarefas:

PERCEPÇÃO NO DESEMPENHO DAS TAREFAS 10%

0% 39%

• •

51%

MUITO BOA BOA RAZOÁVEL RUIM MUITO RUIM

Gráfico 10: Percepção nos desempenhos das tarefas

Abaixo, a evolução de 2008 para 2009, na percepção sobre a melhoria no desempenho das tarefas:

100,00%

21,9% 37,5%

50,00%

54,7%

0,00%

21,9% 1,6% 1

53,1% 9,4% 0,0%

Muito Boa Boa Razoável Ruim Muito Ruim

2

Gráfico 11: Evolução no desempenho da tarefa 2008 e 2009 Relatório final – Anexo III

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CINESIOTERAPIA LABORAL

Vê-se que os empregados percebem de modo bastante positivo a Cinesioterapia Laboral e sua influência no desempenho. 90% consideram boa e muito boa a melhoria no desempenho das tarefas. Nas falas dos grupos, estes são enfáticos em

afirmar melhorias significativas no desempenho das tarefas. Associam a este tema a ‘impressão’ de que diminuiu o número de afastamentos.

7.1 Considerações sobre o Item Melhoria no Desempenho das Tarefas

Essas percepções podem e devem ser confrontadas com os dados operacionais de produtividade, individual e da unidade, bem como, com o levantamento médico no que se refere aos afastamentos, já que diminuindo o absenteísmo terão também indicadores de produtividade. Frisa-se aqui, que foram bastante enfáticos na percepção desta melhoria.

8 PERCEPÇÃO QUANTO AO BEM-ESTAR

Nesta questão perguntou-se sobre a influência positiva da Cinesioterapia Laboral no bem estar físico e mental:

PERCEPÇÃO NO BEM-ESTAR

3% 6% 0% MUITO BOA

47%

BOA RAZOÁVEL

1 1

n RUIM 44%

MUITO RUIM

Gráfico 12: Percepção do bem estar

Relatório final – Anexo III

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CINESIOTERAPIA LABORAL

Abaixo, a evolução de 2008 para 2009, na percepção sobre a melhoria no bem estar:

100,00% 80,00%

35,9%

Muito Boa L Boa

46,9% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00%

e Razoável

43,8% 17,2% 3,1% 1

• Ruim Muito Ruim

43,8% 6,3% 0,0% 3,1% 2 Gráfico 13: Evolução 2008 e 2009

A maioria, 91% dos pesquisados perceberam como ‘boa’ e ‘muito boa’ a influência da Cinesioterapia Laboral no bem estar.

30,00%

27,27%

27,27%

Fora o fato de estar melhor fisicamente, não percebo outras melhorias no meu estado, na minha satisfação em trabalhar

D 5-Concordo totalmente

15,15%

15,15%

20,00%

15,15%

25,00%

15,00%

4-Concordo na maior parte

D 3-Concordo/Discordo D 2-Discordo na maior parte

10,00%

5,00%

1-Discordo totalmente

0,00%

Gráfico 14: Outra melhorias Relatório final – Anexo III

23


CINESIOTERAPIA LABORAL

O Gráfico 14 indica por um lado, discordâncias, totalmente ou na maior parte, da afirmação de que não existem outras melhorias além do estado físico, ou seja, percebem que a prática da Cinesioterapia Laboral resulta numa maior satisfação em trabalhar. Contudo, observa-se em menor percentual embora expressivo, concordâncias em parte e totalmente, ou seja, situam apenas os benefícios físicos, permanecendo inalterada a satisfação em trabalhar como Agente.

Posso afirmar que meu estado de espírito, de humor, o meu estado emocional, está melhor desde que iniciamos com a Cinesioterapia Laboral

45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00%

42,42% 36,36%

D5-Concordo totalmente

4-Concordo na maior parte D 3-Concordo/Discordo D 2-Discordo na maior parte 1-Discordo totalmente

18,18%

0,00%

3,03%

Gráfico 15: Avaliação de estado emocional

No gráfico acima, os empregados evidenciam a sua percepção de que, em grande parte, os resultados do Projeto Piloto afetam seu estado emocional, melhora seu humor, para além de benefícios físicos.

8.1 Considerações sobre Item Melhorias no Bem Estar

A percepção do bem estar aparece muitas vezes articulada a um beneficiamento que se produz na ‘auto-imagem’ corporal, como resultado da adesão à Cinesioterapia Laboral. As discussões também atestam que esse bem estar é associado a uma espécie de regozijo coletivo diante da incorporação desta atividade

Relatório final – Anexo III

24


CINESIOTERAPIA LABORAL

na rotina. Nesse sentido relataram o quanto aconteceram aproximações com alguns colegas, um processo mútuo de incentivo ao despertar para o cuidado de si. Deram indicativos também de que essas aproximações na equipe de trabalho, durante o trabalho, viabilizam tratar do tema de posturas ergonômicas de forma produtiva, entre os pares. Isso parece extremamente positivo – é a forma como tem se processado a implantação de uma cultura de auto-cuidado e ampliado a satisfação no trabalho, resultando em prováveis aumentos da produção e redução de absenteísmo.

Todos esses aspectos positivos ressaltados neste item sintetizado no conceito de bem estar podem apontar para um resultado pretendido, embora secundário aos objetivos da Cinesioterapia Laboral: de que as melhorias na saúde física dos empregados são acompanhadas de melhorias no aspecto psicossocial.

9 PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA CINESIOTERAPIA LABORAL

Foi solicitado no questionário da pesquisa, que os empregados listassem livremente o que consideravam em relação à Cinesioterapia Laboral: aspectos positivos e negativos (item 10 do questionário). Foi relacionada à totalidade dos pontos trazidos no Anexo 2. Devido ao surgimento de uma grande diversidade, não houve tanto interesse em algum agrupamento em categorias e tratamento quantitativo. A leitura serve, sobretudo, para ilustrar informações já tratadas, classificadas e tabuladas nos

itens

anteriores,

ou

ainda,

traz

algumas

percepções

sem

grande

representatividade. Observa-se que a mesma é interessante, devido à possibilidade de relação com outros pontos, ao gosto do leitor.

Relatório final – Anexo III

25


CINESIOTERAPIA LABORAL

9.1 Anotações de Questões Levantadas pelos Coordenadores do CTC – Gturn1 em 12-05-2009

Mostram, na grande maioria, estarem convencidos da importância da Cinesioterapia Laboral;

Percebem melhorias na ‘atmosfera coletiva’, no humor, na rotina de trabalho;

Alguns (3) participam do Projeto Piloto (são 9 Gestores ao todo no Gturn1);

Ressaltaram a necessidade de ajustes, por exemplo: segunda-feira é um dia de maior carga de trabalho, as liberações para a Cinesioterapia Laboral necessitam de uma otimização que considere este fator;

Não negam que, mesmo que sutilmente, acabam transmitindo muitas vezes aos participantes da Cinesioterapia Laboral, que a ausência no setor de trabalho é sentida (empregados relataram as expressões faciais sutis que deixam isso ser percebido);

Discutiu-se o fato das práticas serem realizadas em horário de trabalho, alguns favoráveis, outros poucos, considerando que por se tratar de benefício ao empregado deveria ser fora.

10 CONCLUSÕES

No quadro a seguir se procurou descrever sinteticamente os indicativos da pesquisa, as principais conclusões e interpretações que arriscadas, bem como, a indicação de ações ou recomendações visando à implementação de propostas. Incluíram-se também as ações principais realizadas na experiência do Projeto Piloto. Desta forma procurou-se tornar possível uma análise mais completa e fácil.

Relatório final – Anexo III

26


11 SÍNTESE DOS INDICATIVOS DA PESQUISA TEMA ABORDADO

RESULTADO DA PESQUISA

CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÃO

RECOMENDAÇÃO/AÇÃO

REALIZAÇÃO NO PILOTO Durante a realização dos grupos de pesquisa/intervenção, foram testemunhadas demanda para ressignificação dos modos de trabalhar; Trabalho em grupo com gestores do Gturn1 conduzido pela psicologia (realizados 7 encontros); Contudo, trata-se de viabilizar concretamente modificações, que assim requerem a decisão/envolvimento dos níveis de gestão.

As diversas palestras e reuniões da equipe técnica surtiram efeito positivo, desenvolvendo uma cultura de auto-cuidado;

Significação do Trabalho

Trabalho percebido como fonte de desgaste físico e mental; rotineiro, não exige intelecto e criatividade.

Existência de demanda para modificações/melhorias no modo de trabalhar que configure um enriquecimento da ‘vida laboral’, visando mais sentido no trabalho e exercício intelectual e criativo, ligado ao trabalho.

Necessária intervenção que ressignifique os modos de trabalhar e viabilize a construção coletiva de novas formas de gerir o trabalho (nos vários níveis da área) (Referencial: Intervenção em Análise Institucional e Clínica da Atividade, Ives Clot). Sistematização de método de gestão onde quem executa também planeja, desde a rotina diária, como tática e estratégica. (Referencial: PES – Método de Planejamento Estratégico Situacional, de Carlos Matus)

Saúde e AutoCuidado

Idealização de um compartilhamento de responsabilidade trabalhador/empresa; Incorporação de hábitos de cuidado no trabalho e em casa, bem como da Cinesioterapia Laboral

Encontrou-se terreno fértil para uma efetivação do processo com os sujeitos, disponilizando-se na direção da saúde como um processo ligado também à implicação de cada um.

Sistematizar as ações palestras, reuniões)

Adoção de Práticas Ergonômicas

O quadro de adesão a estas práticas ainda não é satisfatório, uma vez que 48,50% afirmam perceber a realização das tarefas adequadamente apenas ‘às vezes’, e 27% indicam que ‘raramente’ ou ‘nunca’ percebem a execução adequada. Contudo, aponta para uma melhoria significativa: subiu em 14% a percepção de que sempre ou frequentemente estão adotando práticas corretas e ergonômicas no desempenho das atividades e reduziram-se os índices negativos, conforme o gráfico comparativo.

Os índices melhoraram, possivelmente, efeito das várias ações da Cinesioterapia Laboral. Contudo há grande margem para melhoria: os equipamentos precisam ser os adequados e, também, podemos questionar se, enquanto equipamentos adequados faltam, existe real impossibilidade de cuidados ergonômicos que se moldem a cada realidade.

Sistematizar ações que já aconteceram no Piloto; Intervenção nos locais de trabalho (SMES) orientando trabalhadores às posturas corretas mesmo que os equipamentos adequados estejam em falta; Aquisição dos equipamentos adequados. Avaliação por GCR, incluindo metas de acompanhamento ergonômico.

Treinamento em ergonomia aos gestores (16 horas - realizado); TLTs aos Agentes (realizado parcialmente); Intervenção dos educadores físicos nos locais de trabalho; (intervenção que visou o link da exigência no trabalho justificando a Cinesioterapia Laboral e ao mesmo tempo indicando a necessidade de cuidado ergonômico).

Perspectivas na Adoção de Práticas Ergonômicas

Mais da metade (66,70%) expressa acreditar numa adoção ampla de práticas ergonômicas.

O “saldo” é bastante positivo, no sentido de que os índices de crença positiva melhoraram. Esta positividade pode ser importante, pois atesta uma tendência de crescimento que acompanha o Projeto Piloto e que diz respeito ao quanto estão disponíveis para essa melhoria e percebem margem para isso.

Melhorias neste tema acompanham ações listadas no item anterior.

Verificar ações listadas acima.

Efeito da Cinesioterapia Laboral no desempenho

Percebe-se de modo bastante positivo a Cinesioterapia Laboral e sua influência no desempenho. Nas falas dos grupos, estes são enfáticos em afirmar melhorias significativas no desempenho das tarefas. Associou-se a este tema a ‘impressão’ de que diminuiu o número de afastamentos.

Foram bastante enfáticos na percepção desta melhoria.

Confrontar com os dados operacionais de produtividade, individual e da unidade, bem como com o levantamento médico no que se refere aos afastamentos, já que diminuindo o absenteísmo terão também indicadores de produtividade. Sistematizar acompanhamento que verifique sempre esta relação Cinesioterapia Laboral X Produção.

Referência aos 44 empregados que corresponde a presente medição e que foram efetivos na Cinesioterapia Laboral (treinos ‘sob medida’, musculação, fisioterapia e massagem).

Efeito da Cinesioterapia Laboral no bem estar

Em torno de 86% indicam boas e muito boas melhorias no bem estar; Afeta estado emocional, melhora humor, para além de benefícios físicos; Foi percebido que as ações resultam numa maior satisfação em trabalhar.

Extremamente positivo: é a forma como tem se processado a implantação de uma cultura de autocuidado, e ampliado a satisfação no trabalho, resultando em prováveis aumentos da produção e redução de absenteísmo.

Nenhuma ação extra ao próprio programa que objetive exclusivamente a saúde mental. As ações devem ampliar a compreensão da necessidade da Cinesioterapia, ligando-a ao trabalho e à qualidade de vida.

Referência aos 44 empregados que corresponde a presente medição e que foram efetivos na Cinesioterapia Laboral (treinos ‘sob medida’, musculação, fisioterapia e massagem).

educativas

(oficinas,


CINESIOTERAPIA LABORAL

12 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Serão consideradas, brevemente, algumas questões que são transversais aos indicativos e conclusões destacadas anteriormente.

Visou-se articular o apontado na pesquisa, levantar novas questões buscando referencias teóricas, assinalar indicativos importantes e ensaiar algumas críticas e propostas.

13 A CONSIDERAÇÃO DO TRABALHO

Um breve comentário sobre o Trabalho e sua central importância (e como se articula aos objetivos do ErgoECT): poder-se-ia separar em duas formas clássicas de se conceber a análise das relações entre o trabalhador e o seu trabalho: a primeira prioriza determinações macro sociais, de cunho econômico, sobre a ação dos trabalhadores; a segunda procura sustentação, principalmente, nas análises de cunho psicológico individualizantes, historicamente associadas ao campo da motivação e dos comportamentos no trabalho. Propõe-se amplamente, na atualidade, o redimensionamento destas análises. Nem macrossocial, procurando um sujeito moldado/vitimado por um ambiente externo, nem o objeto-indivíduo, autônomo e livre a arcar com seu destino. A superação dessas análises tradicionais se dá a partir da temática Subjetividade e Trabalho, campo que se constrói no tensionamento entre as dicotomias indivíduo-coletivo e objetivo-subjetivo. Nesse tensionamento, abrem-se novas possibilidades de análise. Aparece um sujeito que se constitui nas tramas sociais – nas conexões com discursos, com a técnica, com relações de poder, etc – do qual nunca serão tidos mais do que recortes (refutam-se teses totalizantes). Este sujeito em constante produção, concebido como modos de subjetivação, que podem ser os modos dominantes de determinada época, abre-se à consideração de uma complexidade própria à vida. Como afirma Ives Clot, desde o campo da complexidade do trabalho:

Relatório final – Anexo III

28


CINESIOTERAPIA LABORAL

Pois é impossível, para a produção, absorver toda atividade pessoal do sujeito em operações elementares. Ninguém tem o poder de aniquilar a atividade pessoal do trabalhador. Na melhor das hipóteses, ela é deslocada ou alienada, mas possui sua autonomia e nunca é a simples medida das ações exteriores que hoje se exercem sobre ela. A atividade é a apropriação das ações passadas e presentes de sua história pelo sujeito, fonte de uma espontaneidade indestrutível. Mesmo brutalmente proibida, nem por isso é ela abolida. (CLOT, 2006, p. 14)

Este autor procura conceituar a temática da Clínica da Atividade, que traz novas perspectivas, superando uma “não mais profícua” simples “oposição” entre trabalho prescrito e trabalho real. Ele afirma: “Sem lei comum para dar-lhe um corpo vivo, o trabalho deixa cada um de nós diante de si mesmo. Trata-se exatamente do contrário do que é necessário ao advento de uma mobilização subjetiva” (CLOT, 2006, p. 18). Este autor acusa que o trabalho nunca é organizado somente pelos projetistas e diretrizes – ele é reorganizado por aqueles que o realizam. E esta reorganização comporta prescrições indispensáveis à realização do trabalho real. O que importaria segundo esse autor, seria a consideração desta reorganização, que, se enfraquecida ou inexistente, está na origem mesmo da perda de sentido e de eficácia do trabalho.

O nosso interesse nesse desenvolvimento teórico deve-se ao que é apontado no primeiro tema pesquisado: os sujeitos não denotando significação importante ao próprio trabalho de Agente de Correios – Atividade Tratamento, no CTC. Quanto a isso o que já se fez? Todas as intervenções/análises testemunhadas ou até participadas nestas áreas da ECT até então, estiveram, na maioria das vezes, em busca de melhorias nas relações humanas lá estabelecidas, ou pretendendo desenvolver habilidades comportamentais em líderes. Outras vezes, pôde-se perceber que o lugar oferecido àquela coletividade de trabalho nas análises e julgamentos cotidianos na empresa, era o de representante de uma experiência de opressão, onde a tensão capital-trabalho preponderava – isto paralisava, afinal, como transformar tal realidade? O que é importante apontar neste percurso é que as questões que articulam o trabalho (a natureza daquele trabalho e a forma como ele se organiza) com a subjetivação das existências, sempre foram no máximo cercadas, mas nunca consideradas crucialmente, em sua singular complexidade. E

Relatório final – Anexo III

29


CINESIOTERAPIA LABORAL

essas questões não são pouco importantes para uma empresa, pois constituem uma processualidade que às vezes conduz ao adoecimento ou a ineficácia. Uma aproximação com as intervenções da administração da produção, nestas áreas da ECT, parece importante para esses aspectos serem considerados, uma vez que incidem mais diretamente numa normatização da vida no trabalho. Por exemplo, nas padronizações dos processos. Estas questões, levantadas neste ponto, não se relacionam diretamente com a Cinesioterapia Laboral, referem-se à organização do trabalho, sendo levantadas aqui porque se articulam ao tema da Saúde e da Qualidade na empresa. Contudo, a Cinesioterapia Laboral surge como um elemento novo e que vem dar sustentação crucial pela consideração da singularidade deste trabalho realizado na ECT.

13.1 Qual será o status da cinesioterapia laboral na sua implantação definitiva nos centros operacionais?

Faz-se necessário levantar algumas questões referentes às discussões já “em curso”, nas quais a equipe técnica deve contribuir formalmente. Supondo-se que venha a ser considerada um Benefício ao empregado. Nesse caso, apesar não ter sido essa a experiência realizada aqui, a Cinesioterapia Laboral tenderia, por exemplo, a ser realizada fora do horário de trabalho. Para isso, a concepção de condicionamento físico para os Agentes seria de que é algo aleatório: aqueles que quisessem se utilizar deste benefício o faria, reconhecendo que precisam, a partir de motivações muitas vezes ligadas a auto-estima, etc. Parece bem possível que trará satisfação aos empregados. Contudo, atentando-se para o reconhecimento da natureza das atividades da área de Tratamento na empresa – e os estudos já realizados atestam a necessidade de condicionamento físico – depara-se com uma demanda, mais empresarial; dito de outra forma, uma demanda extremamente ligada a algo que uma organização de trabalho tem que ‘dar conta’: uma sustentação objetiva e subjetiva do Trabalho. Com isso, ressalta-se que existem motivos suficientes para incorporar a Cinesioterapia como parte indissociável na ‘rotina Laboral’ dos Agentes (melhor encontrar a demanda e desejar ‘dar conta’ dela

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CINESIOTERAPIA LABORAL

do que ficar na situação de ‘justificar custos’ nas obrigações legais e ajustes de conduta determinados pelos órgãos externos fiscalizadores do Trabalho – apesar de uma coisa não excluir a outra). Aliás, como pensar o fato de que os Agentes de Correios – Atividade Tratamento da ECT, para serem contratados a partir do Concurso Público, têm que passar por rigorosas provas físicas, ligado a este outro fato que é a demanda por manter o Condicionamento Físico no decorrer da vida laboral?

Caso se escolha essa segunda alternativa, de incorporar o Condicionamento Físico como parte indissociável da rotina laboral, precisa-se escolher uma estratégia que consiga envolver todos os níveis, dos Agentes às Diretorias, num processo de reconhecimento desta demanda articulada à natureza do trabalho e à qualidade de vida. Talvez tenha que ser um processo gradativo, pois questões de relações de trabalho, que tensionam o campo de forças, relação com sindicato, entre outras resistências importantes e previsíveis, precisam ser consideradas.

13.2 Aprendizado

Vê-se que se partiu de algumas conclusões já experimentadas, “aprendidas”, como o fato de que não existem praticamente contra-indicações, pois os treinos da Cinesioterapia Laboral se adaptam à condição de cada pessoa; a ausência de 55 minutos para o treino não prejudica a produtividade, ao contrário, quem pratica Cinesioterapia, aumenta sua produtividade e diminui também o absenteísmo. Essas informações reunidas, decorrentes dos estudos realizados, são insumo para esse investimento que visa justificar a incorporação disto na rotina. É importante também considerar alguns indicativos da pesquisa de Percepção, que levam a crer que um convencimento, uma justificação mesmo quanto à efetividade da Cinesioterapia Laboral se dá com muito mais força para quem a realiza efetivamente. Muitas das resistências tem sido dirimidas ou por quem experimentou ou assistiu de perto esse processo e constatou o efeito dele nas pessoas. No âmbito da organização, o receio que se tem, de que um elemento novo assim poderá desorganizar “as coisas” e a

Relatório final – Anexo III

31


CINESIOTERAPIA LABORAL

Produção, vai se vendo com o tempo que ele desorganiza mais “as coisas” do que a produção. Quer dizer, como tudo na vida, com novidades que se apresentam, precisa-se de certo percurso para um novo arranjo e novas certezas.

13.3 Sobre a Tensão Cuidar da Saúde x Produção (“Liberação” para a Prática da Cinesioterapia Laboral)

Qual lugar é ocupado historicamente e discursivamente, pelos intervalos na produção? Há pouco tempo atrás, anterior à implantação do Projeto Piloto, havia uma discussão séria sobre intervalo de 15 minutos para cafezinho, etc;

Como isso tem aparecido em relação a esses (55) cinquenta e cinco minutos de “ausência” para a Cinesioterapia Laboral, 2 ou 3 vezes por semana? Interessante que, anterior a alguma comprovação matemática, alguns gestores vinham afirmando um déficit para a produção e os Agentes, ao contrário, acréscimos produtivos;

Mas, se essa uma hora de Cinesioterapia Laboral, não impactou negativamente na produção, significaria que havia tempos não contabilizados? Que encaminhamento era dado a esses tempos não contabilizados?

Ou, eram

déficits nos desempenhos individuais

decorrentes da falta de Condicionamento Físico? Esses tempos eram ocupados para estratégias defensivas dos trabalhadores? Bom, de qualquer forma, a “descoberta” destes tempos, é positiva. Não se deve observá-lo como falha na engenharia da Produção (o que poderia ser a tendência) diferente disso deve-se entender que esses tempos vividos “em segredo” estavam certamente a serviço de uma normalidade do cotidiano, de uma estratégia de saúde. Um bom espaço/tempo, sim, para ser ocupado pela Cinesioterapia Laboral. É como dizer que já havia espaço/tempo reservado para ela, para fazer sua parte na estruturação do cotidiano da vida no trabalho.

Relatório final – Anexo III

32


CINESIOTERAPIA LABORAL

Em relação à saúde mental, pode-se concluir, a partir dos indicativos da pesquisa, que a influência da Cinesioterapia Laboral é bastante positiva, no estabelecimento de um processo em direção à saúde. A articulação com a saúde mental pode ser verificada em todos os pontos pesquisados na percepção dos sujeitos: •

Pode-se dizer que o projeto piloto fez com que uma concepção de saúde amadurecesse, passando de uma concepção mais passiva, onde a responsabilidade não é compartilhada com a organização, para uma concepção onde a implicação de cada um é preponderante em relação ao cuidado com a saúde;

Um aumento gradativo do engajamento no cuidado com a saúde durante a jornada de trabalho na realização das tarefas, com um sensível aumento da percepção de pessoas adotando práticas ergonômicas, são também indicativos de beneficiamento dos aspectos psicológicos;

Reunidos no tema bem estar, vê-se indicativos de grandes melhorias que se associam a aspectos psicológicos, para quem realiza a Cinesioterapia Laboral.

Cabe uma referência à pesquisa realizada pela Helth Care, que abordou também o tema, indicando, da mesma forma, melhorias na percepção das pessoas quanto à própria saúde mental. Como esta pesquisou também um Grupo Controle (que não realizou as práticas da Cinesioterapia Laboral) puderam-se comparar os resultados com quem realizou. O Grupo Experimental apresentou melhorias, ou seja, pessoas deixando de indicar limitações emocionais ou afirmando saúde mental. Já o grupo de pessoas que não realiza permaneceu inalterado ou indicou piora.

Relatório final – Anexo III

33


CINESIOTERAPIA LABORAL

13.4 A partir de quais noções é proposto pensar a questão da saúde do trabalhador?

Segundo Nardi in Catani (1997, p. 220), o que “diferencia a Saúde do Trabalhador, em seu modelo teórico, é a afirmação do trabalhador como sujeito ativo do processo de saúde-doença (incluindo-se aí a participação efetiva nas ações de saúde) e, não simplesmente, como objeto da atenção à saúde (...).” Isso de certa forma, assinala a implicação deste sujeito como aquilo que move tanto um processo em direção à saúde, como a produção de conhecimento – mesmo essa produção a que se propõe no presente estudo.

Esses elementos de análise - no momento em que se escolheram como referência os modos de subjetivação - permitem redimensionar a dicotomia normal-patológico.

Um esclarecimento importante deste percurso de estudo (pesquisa): pode-se esclarecer o como esse posicionamento teórico reflete na prática, exemplificando com a forma como foi tratado um dos pedidos recebidos no início do trabalho multidisciplinar. Um pedido apresentado de fato durante a estruturação do trabalho multidisciplinar de investigação, foi de que coubesse à Psicologia apontar os quadros psicopatológicos existentes (fazendo avaliação psicológica) nos indivíduos e, a seguir, investigasse se a Cinesioterapia Laboral estaria trazendo algum benefício, ou melhor, intervindo no que se consideraria doença mental. Embora esta solicitação tenha fundamentação lógica, não se procedeu desta forma. Entendeu-se que, por um lado, a intervenção principal em questão, ou seja, a Cinesioterapia, não comporta em seus objetivos e ferramentas uma intervenção que permita discernir o foco entre doença e saúde mental, assim, consequentemente, seria dificultada a possibilidade de verificar qual a relação entre a Cinesioterapia e a saúde mental. E por essa via, talvez se possa preservar a hipótese de que essas dicotomias (normalpatológico e também a corpo-mente) é que não se sustentam, caso sejam verificados elementos de uma produção na direção da “saúde mental”, a partir da Cinesioterapia Laboral. Em nossa estratégia, contudo, isso pode/deve ser um ganho secundário, que não pode ser pautado de início junto aos sujeitos da pesquisa. Por

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que não deve ser ‘pautado’ desde o início (por exemplo, fazendo avaliação psicológica para verificar patologias a acompanhar melhorias no final)? Porque isso posiciona os sujeitos de forma a se tornarem objetos de uma avaliação que lhes absorveria da responsabilidade/possibilidade de incidirem em uma produção outra e mais legítima do encontro que se dá com a Cinesioterapia Laboral. Por exemplo: um indivíduo com o diagnóstico de depressão, ao pautar com ele a hipótese de que a doença da qual se apresenta acometido poderá ou não ser erradicada com a sua inserção nas atividades propostas, isto de início, retira-o de um processo de implicação que qualquer direção da cura, em se tratando de subjetividade, requer. Assim, sua posição tende a ser mais a de aguardar esses resultados prescritos do que realizar o ‘trabalho’ de elaboração subjetiva que essa espécie de cura demanda.

Nesse sentido, quando se afirma que a noção de Subjetividade e Trabalho redimensiona, superando a dicotomia normal-patológico, indica-se que o crivo deve recair não mais sobre uma suposta saúde ou doença absolutas e, sim, nos modos de estruturação/subjetivação da vida cotidiana do sujeito. A atenção recai, por exemplo, em de que forma os processos de trabalho, a organização do trabalho e, agora, a Cinesioterapia Laboral, modulam a subjetividade. Desta forma será falado de uma direção da cura ou do adoecimento, preservando a idéia de continuidade topológica dos processos subjetivos no campo da saúde do trabalhador. E isto difere bastante de uma investigação que procure a caracterização dos sintomas e/ou as classificações nosológicas dos indivíduos, em referência à saúde mental.

Com isso, deve-se pontuar o seguinte em relação à saúde mental, visando a estruturação futura da Cinesioterapia Laboral em outras Diretorias Regionais: •

Não se recomenda inserir instrumentos, como parte do programa da Cinesioterapia Laboral, que intervenham objetivando uma suposta saúde mental (por exemplo, realizar avaliação psicológica de todos os participantes antes de iniciar e no final; propor dentro da programação terapias em grupo ou individual dentro da empresa, etc.). O programa deve insistir nos seus objetivos pragmáticos e no tema da Qualidade de Vida; Relatório final – Anexo III

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CINESIOTERAPIA LABORAL

Mas com as implantações da Cinesioterapia Laboral e as mudanças de atitude que ocorrem, os empregados se mobilizam para cuidar de seu estado emocional e psicológico - o que fazer? A área de saúde da DR deve estar atenta para acolher esta demanda, se acaso ocorrer, na rede credenciada, além dos profissionais da equipe técnica da Diretoria Regional,

conhecer

a

rotina

e

estratégias

de

acolhimento

e

encaminhamento; •

As pesquisas da empresa contratada Health Care que sondaram junto aos trabalhadores a questão da saúde mental e sintomas indicativos de limitações neste aspecto, para estudá-los em referência à epidemiologia existente, justificam-se por dar consistência ao estudo. Por ser o “estudo piloto” buscaram-se mais subsídios e toda gama de informação sobre efeitos e contra-indicações possíveis. Concluído o estudo, não se vê sob ótica da discussão sobre o conceito de Saúde do Trabalhador, tratada acima, a necessidade de repetir tal abordagem em próximas implantações;

Parece importante sistematizar um procedimento de acompanhamento dos indicadores que ligam a Cinesioterapia aos objetivos principais da organização, relativos ao absenteísmo e produtividade, relacionando com

a

adesão/presença

na

Cinesioterapia

Laboral,

dados

de

acompanhamento médico, e algum outro fator que se veja como importante.

13.5 Suporte para as Equipes Técnicas e Equipes de Gestores das Diretorias Regionais onde será Implantada a Cinesioterapia Laboral

Sugere-se que seja definido um referencial teórico básico e/ou a elaboração de material instrucional. Acredita-se que as implantações da Cinesioterapia Laboral, por intervirem em um campo complexo e se tratar de um elemento novo a se incorporar na organização, precisam ser sustentadas conceitualmente, de forma consistente. Assim, ao se definir um referencial em torno de alguns conceitos fundamentais, Relatório final – Anexo III

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CINESIOTERAPIA LABORAL

também não se fica sujeito a uma variabilidade de abordagens que podem levar a equívocos.

14 REFERÊNCIAS

CLOT, Yves. A Função Psicológica do Trabalho. Petrópolis: Vozes, 2007.

CATTANI, Antonio David (org.). Trabalho e Tecnologia: Dicionário crítico. Porto Alegre: UFRGS, 1997.

15 ANEXOS

15.1 Questionário de Percepção Final – Aplicado em Abril/2009

ACOMPANHAMENTO PROJETO ERGOECT PESQUISA – PERCEPÇÃO FINAL

Tempo de ECT: ___.

Setor de trabalho: CTC/_________.

Sexo Masculino ( ) Feminino ( )Reabilitado: ( )sim ( )não. Gestor: ( )sim ( )não

Idade: ___.

Para mim, o trabalho/atividade do Agente de Correios - Tratamento é (defina em uma frase): __________________________________________________________________________ Saúde e Cuidado: 1) No decorrer deste ano, desde quando iniciou o Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, considera que mudou sua concepção quanto ao cuidado com a própria saúde? ( ) sim

( ) não

Relatório final – Anexo III

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CINESIOTERAPIA LABORAL

Classifique de acordo com a sua concepção as afirmativas abaixo: 1- discordo totalmente; 2 – discordo na maior parte; 3 – às vezes concordo às vezes discordo; 4 – concordo na maior parte; 5 – concordo totalmente. (assinale as lacunas abaixo com a classificação acima): ( ) Hoje em dia, cuidar da minha saúde(a) faz parte da minha rotina, no trabalho e em casa. ( ) A saúde do empregado é responsabilidade exclusiva da empresa. ( ) Posso afirmar que meu estado de espírito, de humor, o meu estado emocional, está bem melhor desde que iniciamos com a Cinesioterapia Laboral. ( ) Fora o fato de estar melhor fisicamente, não percebo outras melhorias no meu estado, na minha satisfação em trabalhar. ( ) Percebo que meus colegas estão procurando adotar as posturas corretas na execução das atividades. ( ) Posso dizer que estou habituado com a prática de condicionamento físico no meu dia-dia na empresa. ( ) Com a prática de condicionamento físico pretendo manter-me saudável. ( ) Com a prática de condicionamento físico pretendo recuperar a saúde. Ergonomia: (neste tópico queremos conhecer sua visão sobre o modo correto de executar as tarefas de forma que não resulte em acidentes ou doenças do trabalho) 6) Na sua visão, as práticas de cuidado com a saúde (posturas corretas, movimentos adequados, etc.) adotadas na sua Unidade de trabalho estão sendo, atualmente, realizadas como deveriam? ( ) Sempre;

( ) Freqüentemente; ( ) Às vezes; ( ) Raramente; ( ) Nunca.

7) A partir dessa experiência de Cinesioterapia Laboral e outras mudanças que tenham acontecido, você acredita com otimismo que é possível um grande avanço na adoção de práticas (modo correto de trabalhar) que previnam adoecimento e lesões em função do trabalho no CTC? ( ) Extremamente;

( ) Muito;

( ) Razoavelmente; ( ) Pouco;

( ) Nada.

8) O que mais mudou no dia-a-dia no CTC que você pode destacar enquanto transformações significativas (em relação à gestão, ao modo de trabalhar seu e dos colegas, etc) __________________________________________________________________________ 9) Qual o maior problema que você percebe, ainda, dificultar essa melhoria: ( ) o ritmo de produtividade exigido impede práticas corretas; ( ) a falta de treinamento e conhecimento quanto às práticas corretas; ( ) não há compromisso de gestores e Agentes de Correios – Atividade Tratamento, já que consideram algo a mais a se preocupar; ( ) o fato de que essas práticas não trazem resultados imediatos faz com que não sejam adotadas;

Relatório final – Anexo III

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CINESIOTERAPIA LABORAL

( ) a cobrança dos gestores é exclusivamente dirigida aos resultados da operação; ( ) Outra.: _________________________________________________________________ Adesão à Cinesioterapia Laboral e Percepção dos resultados: 10) Liste livremente o que considera em relação ao Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral: Pontos Positivos: Pontos Negativos 11) Depois deste período de atividades de Cinesioterapia Laboral no CTC, sua avaliação quanto aos resultados positivos no dia-a-dia de trabalho é: (assinale nas alternativas abaixo) a) No desempenho das tarefas (no alcance de melhores resultados): ( ) Muito boa; ( ) Boa; ( ) Razoável; ( ) Ruim; ( ) Muito Ruim. b) No bem estar físico-mental: ( ) Muito boa; ( ) Boa; ( ) Razoável; ( ) Ruim; ( ) Muito Ruim.

15.2 Pontos Positivos e Negativos da Cinesioterapia Laboral

Foi solicitado aos empregados no questionário da pesquisa, que listassem livremente o que consideravam, em relação à Cinesioterapia Laboral, aspectos positivos e negativos. (constou como item 10 do questionário). Foi relacionada à totalidade dos pontos trazidos na tabela abaixo. Uma vez que apareceu uma grande diversidade, não há tanto interesse em algum agrupamento em categorias e tratamento quantitativo. Além do que a leitura serve, sobretudo, para ilustrar na maioria, informações já tratadas, classificadas e tabuladas nos itens anteriores. Ou ainda, traz algumas percepções sem grande representatividade, mas que a leitura é interessante, devido à possibilidade de relação com outros pontos, ao gosto do leitor.

Relatório final – Anexo III

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CINESIOTERAPIA LABORAL

PONTOS POSITIVOS

PONTOS NEGATIVOS

‘Bem estar fisicamente.’ ‘Prevenção de lesões, menos afastamentos.’ ‘Recuperação do corpo na prática de trabalho. Exercita o corpo para o trabalho já que a função de exerço exige esforço físico.’ ‘Reforço muscular, exercícios, preocupação com alimentação, saúde’.

‘Na minha opinião o único ponto negativo que gostaria de citar é que se deveria ter mais cuidados com hipertensos. Pois antes de iniciar os exercícios deveria se ter um acompanhamento da pressão arterial.’

‘Perda de peso, reforço muscular necessário para a atividade, nenhum custo para o empregado, maior disposição no dia-a-dia.’ “Duração de fisioterapia (se fazer fora ela dura 40 minutos) aqui dura no máximo 15 minutos. Falta de exercícios direcionados a quem já tinha problema.’

‘Poder fazer no horário de trabalho.’ ‘Aliviou muito as dores que sentia, aprendi muitas coisas positivas, por exemplo, a importância de um bom alongamento.’ ‘Este projeto piloto foi e continua sendo para mim o maior incentivo para rever meus hábitos alimentares e desportivos. Com o auxílio da equipe modifiquei completamente minha rotina, obtendo resultados muito positivos para minha saúde, tais como: diminuição de peso, aumento de massa muscular, diminuição de medidas, melhor relação laboral.’ ‘Mais força para realização de tarefas; mais disposição para tudo; menos dores localizadas; dentro de horário de trabalho (o que gera maior adesão).’ ‘Bem estar geral, maior força, mais disposição, maior flexibilidade, emagrecimento, ganho de massa muscular.’ ‘Disposição, relaxamento.’ ‘Melhora física e, com isso, qualidade de vida.’ ‘Qualidade de vida, disposição, mais energia.’ ‘Realmente a Cinesioterapia nos ajuda e, principalmente em nosso local de trabalho, nos dá ânimo e esperanças quanto à saúde.’ ‘Maior disposição, melhor postura.’ ‘Melhor condicionamento físico, alívio de dores já existentes e principalmente fisioterapia mais próxima da realidade.’ ‘Sentir-se melhor para fazer exercícios e afazeres domésticos.’ ‘Saúde, bem estar físico e psicológico. ’ ‘Melhoramento físico, melhor qualidade de vida, tanto particular como profissional.’ ‘Aproximação de empregados de setores diferentes, melhor qualidade de vida.’ ‘Melhora em todos os aspectos físicos e mentalmente e trazem satisfação, melhorando também a auto-estima.’ ‘Melhor preparo físico, diminuição de dores e lesões musculares, menos absenteísmo.’ ‘Sem dúvida a melhora é indiscutível, fisicamente muito melhor condicionada ao trabalho, suportando muito melhor a rotina, isso que é abertura, o tempo todo em pé e abrindo carga.’ ‘Resgatou aquela vontade de cuidar da saúde. E o melhor que é no horário de trabalho assim não se tem desculpa que não tem tempo.’ ‘Melhoria na disposição física, aumento de auto-estima, o ambiente e as pessoas são agradáveis.’ ‘Mobilidade, resistência.’ ‘Para algumas pessoas o programa deu resultado.’ ‘Não tenho tanta dor nos braços na perna.’ ‘Faz muito bem ao corpo e mente.’ ‘Trabalhar áreas do corpo que são exigidas no dia-a-dia; propicia fortalecimento muscular e emagrecimento, se a pessoa quiser. Uso de aparelhagem caso a pessoa sinta dor, bem como massagem e relaxamento.’ ‘Recuperação rápida da cirurgia de coluna; pouco sinto dores nos braços; bem fisicamente e mentalmente, melhorou auto-estima.’ ‘Reeducação postural’. ‘Só vejo pontos positivos; colegas bem dispostos; para mim uma melhora considerável.’ ‘Dá condições de desempenhar melhor as atividades, já que teu corpo aguenta melhor a carga de trabalho. Proporciona um bem estar; as pessoas sempre relatam que sentem-se melhor após fazerem a cinesioterapia.’ ‘Disposição, bom humor, vida saudável.’

‘Não tenho pontos negativos a citar.’

‘Pouco tempo (45 min). Falta de material, equipamentos desgastados e sem manutenção (corda usada para tríceps na roldana arrebentando).’ ‘Para uma empresa: a perda de mão de obra, por um determinado período.’ ‘Nenhum’. ‘Ainda falta comprometimento dos gestores e também o entendimento correto por parte deles, de que o programa trará bons resultados e eles serão melhores ainda se a chefia coopera.’ ‘Falta tempo (poderia ser todos os dias, pelo menos para alongamento’. ‘Sobrecarga para os colegas que não estão em horário de Cinesioterapia.’ ‘Dores nos músculos após ter feito os exercícios.’ ‘Falta estudo ergonométrico, para tornar melhor a atividade laborativa.’ ‘Pelo fato de ser durante a jornada de trabalho, interfere na produtividade do CTC. Uma (1) hora é um tempo pequeno para se adquirir melhores resultados.’ ‘As vezes os exercícios não são bem acompanhados pelos orientadores.’ ‘Nenhum.’ ‘Poderia ter um incentivo maior da chefia e um tempo de uma hora fechada.’ ‘A única coisa que poderia colocar sobre esse ponto, é o tempo que poderia ser um pouco maior.’ ‘Pouco tempo para realizar os exercícios.’ ‘Os gestores mais autoritários, cobradores acham que se perde tempo de trabalho. ’ ‘Para outras pessoas não houve melhora, só piorou! Resultado da falta de flexibilidade dos responsáveis, infelizmente!’ ‘Nada a declarar.’ ‘No início da atividade houve problemas quanto ao peso a ser trabalhado, mas após algum tempo chegou-se a um consenso, tanto de peso quanto aos aparelhos a serem usados.’ ‘Deveria ser uma hora e não 45 min.’

‘Não praticá-la.’

Relatório final – Anexo III

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~

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS TELÉGRAFOS !CORREIO< \_ _ __ _E_ _

CINESIOTERAPIA LABORAL

2009


CINESIOTERAPIA LABORAL

Projeto de Ergonomia Relatório Cinesioterapia Laboral

Trabalho elaborado por Grupo de Empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, com especialização na área de ergonomia, composto por: Alan Faller

DR/RS

Daniel Castro Sales

DESEN

Irapuan Malta Medeiros

DR/RS

Maria Cristina Brandão Queiroz

DR/MG

Sandro Ferreira Caldeira

DR/SPI

Simotea Hoffmeister

DESEN

Equipe participante da implantação do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral na DR/RS, os empregados: Diane Beatris Porto Guimarães Agente de Correios – Atividade Suporte Gilmara Ávila Martinez

Técnica em Segurança do Trabalho

Luiz Henrique Palermo

Médico do Trabalho

Maria Lucide Meyer Vogel

Analista de Correios – Nutricionista

Tiago Hassmann de Souza

Analista de Correios – Psicólogo

Os profissionais da empresa contratada Health Care – Núcleo Integrado de Aptidão Física e Saúde Ltda: Adriana Torres de Lemos

Fisioterapeuta

Daniel Carlos Garlipp

Educador Físico

Thiago Del Corona Lorenzi

Educador Físico

Estagiárias de Nutrição que participaram da elaboração deste anexo: Luciana Carvalho de Azambuja Ruchelli França de Lima Relatório final – Anexo IV

1


CINESIOTERAPIA LABORAL

Projeto de Ergonomia Relatório Cinesioterapia Laboral

ANEXO IV RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

Elaborado por Maria Lucide Meyer Vogel Nutricionista Analista de Correios SSSC/Gerec – DR/RS

Relatório final – Anexo IV

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CINESIOTERAPIA LABORAL

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................6 2 OBJETIVO ...............................................................................................................9 2.1 Geral......................................................................................................................9 2.2 Específicos ............................................................................................................9 3 METODOLOGIA ....................................................................................................10 3.1 Delineamento do Estudo .....................................................................................10 3.2 Amostra e Amostragem.......................................................................................10 3.3 Instrumentos........................................................................................................10 3.4 Avaliação Nutricional Amostra Final (n = 78) ......................................................12 4 LOGÍSTICA............................................................................................................12 4.1 Amostra Inicial (n = 82) .......................................................................................12 4.2 Amostra Final (n = 78).........................................................................................13 4.3 Sub-Amostra (n = 8) ............................................................................................13 4.4 Significação do Trabalho .....................................................................................14 5 RESULTADOS.......................................................................................................14 5.1 Amostra Inicial (n = 82) .......................................................................................14 5.2 Comorbidades Relatadas pelos Trabalhadores ..................................................17 5.3 Amostra Final (n= 78)..........................................................................................18 5.4 Sub-Amostra (n= 8) .............................................................................................21 6 HÁBITOS ALIMENTARES SUB-AMOSTRA.........................................................21 6.1 Grupo Experimental (n= 44) ................................................................................23 6.1.1 Hábitos Alimentares .........................................................................................23 6.2 Características Gerais da População Inicial X Final............................................27 6.3 Grupo Focal.........................................................................................................29 6.3.1 Participação do nutricionista em equipe de saúde do trabalhador ...................30

Relatório final – Anexo IV

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CINESIOTERAPIA LABORAL

6.3.2 Influência da educação alimentar na qualidade de vida no trabalho ................30 6.3.3 Conhecimento sobre obesidade e fatores de risco para o desenvolvimento de doenças.......................................................................................................30 6.3.4 Influência do excesso de peso na produtividade..............................................30 7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................................................................31 8 CONCLUSÃO ........................................................................................................34 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................35 10 ANEXOS ..............................................................................................................37 10.1 Questionário de Pesquisa – Avaliação Inicial – Nutrição ..................................37 10.2 Termo de Consentimento ..................................................................................39 10.3 Questionário de Pesquisa – Avaliação Final – Nutrição....................................40

Relatório final – Anexo IV

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CINESIOTERAPIA LABORAL

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Características gerais dos OTT – CTC PAE – Gturn1 – Amostra Inicial ...15 Tabela 2: Hábito alimentar dos OTT – CTC PAE – Gturn1 – Amostra Inicial............16 Tabela 3: Estado nutricional, segundo classificação do IMC.....................................17 Tabela 4: Herança de obesidade nos OTT – CTC PAE – Gturn1 .............................17 Tabela 5: Características gerais da amostra dos OTT – CTC PAE – Gturn1............19 Tabela 6: Hábito alimentar dos OTT – CTC PAE – Gturn1 – Amostra Final .............20 Tabela 7: Hábitos alimentares sub-amostra ..............................................................21 Tabela 8: Hábitos alimentares do Grupo Experimental – Cinesioterapia Laboral .....24 Tabela 9: Classificação do Grupo Experimental quanto à IMC e gordura abdominal..................................................................................................25 Tabela 10: Características gerais do Grupo Experimental e demais empregados do Gturn1 ................................................................................................26 Tabela 11: Características gerais das amostras inicial e final...................................27 Tabela 12: Quanto à herança da obesidade .............................................................28 Tabela 13: Hábitos alimentares dos trabalhadores ...................................................29

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Doenças referidas pelos OTT – CTC PAE – Gturn1.................................18 Gráfico 2: Classificação do estado nutricional (IMC).................................................22 Gráfico 3: Circunferência da cintura sub-amostra .....................................................23

Relatório final – Anexo IV

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CINESIOTERAPIA LABORAL

1 INTRODUÇÃO

A qualidade de vida no trabalho (QVT) está se tornando uma das prioridades das organizações brasileiras, devido à percepção de seu impacto em indicadores de saúde e produtividade. Na perspectiva de avaliar os efeitos adversos sobre a saúde do trabalhador e dos processos produtivos investigados nos ambientes de trabalho, foi crescendo gradativamente a consciência da importância da relação do trabalho com a saúde da população trabalhadora. Dentro desse pressuposto é importante o conhecimento das metodologias e tecnologias para a avaliação e controle dos riscos originados a partir dos ambientes de trabalho (TAMBELLINI; CÂMARA, 1998).

Os programas de QVT visam, entre outros, a prevenção de doenças, promoção da auto-estima e a criação de um ambiente agradável de trabalho. A qualidade de vida nas empresas é caracterizada como uma importante atitude de responsabilidade social com seus colaboradores. Investindo em saúde e qualidade de vida, os resultados trazem benefícios tanto para a empresa quanto para os empregados, como: maior produtividade, aumento do desempenho, diminuição do absenteísmo, melhora das relações interpessoais e do ambiente de trabalho e diminuição dos custos com assistência médica.

Entende-se por Saúde do Trabalhador as práticas teóricas interdisciplinares, sociais, humanas e interinstitucionais, desenvolvidas para um objetivo comum, baseadas na conquista de direitos elementares de cidadania e consolidação do direito à livre organização dos trabalhadores. Porém esta questão ainda é um desafio e está vinculada às políticas mais gerais, de caráter econômico e social (MINAYO-GOMES; THEDIM-COSTA, 1997).

Como política voltada à saúde dos trabalhadores, pode-se citar o Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, instituído pela Lei n° 6.321, de 14 de abril de 1976, que tem como objetivo principal a melhoria da situação nutricional dos trabalhadores, visando promover a saúde e prevenir as doenças profissionais, através da prática de hábitos alimentares saudáveis. Atualmente o excesso de peso

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CINESIOTERAPIA LABORAL

e a obesidade são questões que preocupam as empresas e a classe médica, comprometendo a saúde e qualidade de vida da classe trabalhadora, tornando ainda mais importante a questão da educação alimentar como um fator de prevenção da obesidade, bem como das comorbidades associadas.

Segundo Pinheiro et al (2004), a obesidade é o acúmulo excessivo de gordura corporal que causa prejuízos à saúde dos indivíduos, como dificuldades respiratórias, problemas dermatológicos e distúrbios do aparelho locomotor, além de favorecer o surgimento de outras enfermidades como dislipidemias, doenças cardiovasculares, diabetes e certos tipos de câncer. A obesidade é considerada uma doença integrante do grupo de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) e a mais importante desordem nutricional nos países desenvolvidos devido ao aumento de sua incidência.

Dentre as causas da obesidade, são apontados os fatores genéticos, endócrinos, neurológicos, psicológicos e ambientais que podem desempenhar, em diferentes indivíduos, papéis importantes na sua patogênese, dificultando a definição exata dos fatores que contribuem para seu aparecimento em determinado indivíduo. Está comprovado que não se trata de uma doença única e sim um grupo heterogêneo de desordens manifestadas pelo excesso de gordura corporal (CARVALHO, 2002).

O sobrepeso e a obesidade estão presentes na população em geral, relacionam-se não apenas com a elevação dos índices bioquímicos, mas também com a diminuição da capacidade para o esforço físico, fadiga no desempenho de tarefas e um sentimento geral de frustração e insatisfação que tem influência direta no bem estar psicológico e na motivação do indivíduo. Dessa forma, defende-se aqui sua inclusão entre os fatores que afetam a qualidade de vida no trabalho.

A obesidade abdominal é considerada um importante fator de risco para diversas morbidades, representando risco diferenciado quando comparada com outras formas de distribuição de gordura corporal. Estudos apontam a circunferência da cintura (CC) como a medida antropométrica melhor correlacionada à quantidade de tecido

Relatório final – Anexo IV

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CINESIOTERAPIA LABORAL

adiposo visceral. O acúmulo de tecido adiposo na região abdominal associa-se aos fatores de risco para doenças cardiovasculares como hipertensão arterial, diabetes, dislipidemias e síndrome metabólica.

Com relação às propostas de controle do sobrepeso e da obesidade, a população parece conduzir ao equilíbrio da ingestão energética somado ao aumento da atividade física, sem, no entanto, haver consenso sobre os tipos, duração e níveis de exercício e de dieta mais adequados às diversas situações. Nesse contexto, a principal etapa do tratamento da obesidade deve consistir numa reestruturação do comportamento do indivíduo, em busca de um estilo de vida saudável. A reestruturação do comportamento se dá por atividades de educação alimentar, baseada em consultas nutricionais individuais. São processos pelos quais os participantes

são

efetivamente

auxiliados

a

selecionar

e

implementar

comportamentos desejáveis de nutrição e estilo de vida. O objetivo do acompanhamento nutricional é definir problemas, sugerir comportamentos para lidar com os mesmos e facilitar a compreensão e controle da situação.

A seleção do alimento é parte de um sistema comportamental complexo. O conhecimento sobre como

se alimentar é um

degrau na

influência do

comportamento alimentar saudável que não instiga a mudança, mas funciona como um instrumento quando as pessoas desejam mudar (CHAPMAN et al. ,1995).

A empresa Roche realizou no ano de 2001, uma pesquisa para avaliar o índice de massa corpórea de um grupo de empregados das 200 maiores empresas brasileiras. Pôde-se constatar que 46% dos empregados pertencentes ao grupo de amostragem estavam com algum grau de excesso de peso (REVISTA VEJA 2001).

Trabalhos de avaliação nutricional realizados na Diretoria Regional do Rio Grande do Sul apontaram para índices elevados de obesidade entre os empregados. Dados obtidos na Semana da Saúde, em abril de 2002, indicaram que 45% dos empregados estavam com excesso de peso e 13% com obesidade (n= 187). Em 2003, a pesquisa de avaliação nutricional (n= 257) realizada na Feira de Qualidade

Relatório final – Anexo IV

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CINESIOTERAPIA LABORAL

de Vida, no Centro de Cartas e Encomendas – CCE, em Porto Alegre, apontou que 47% da amostra apresentava sobrepeso, 18% algum grau de obesidade e somente 35% com peso saudável, pela classificação do IMC (OMS 1995 e 1997).

Outro trabalho realizado em 2006, pela estagiária de nutrição Daiane dos Santos Schneider, com 58 OTT do CTC PAE, constatou que apenas 21 dos trabalhadores avaliados (36%) apresentaram peso normal, 27 apresentaram sobrepeso (47%) e 10 apresentaram obesidade (17%).

Considerando o aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade decorrentes de hábitos alimentares inadequados e o consumo exagerado de calorias, constata-se a necessidade de avaliação e de intervenção nutricional dos trabalhadores participantes do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral.

2 OBJETIVO

2.1 Geral

Conhecer os hábitos alimentares e promover a sensibilização da população alvo para a mudança do seu comportamento alimentar.

2.2 Específicos • Avaliar os hábitos alimentares da população alvo no início e no final do estudo; • Classificar o estado nutricional de acordo com o Índice de Massa Corporal – IMC e medir a circunferência abdominal do grupo de trabalhadores do CTC PAE – Gturn1; • Medir prevalência de doenças crônicas.

Relatório final – Anexo IV

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CINESIOTERAPIA LABORAL

3 METODOLOGIA

3.1 Delineamento do Estudo

Foi conduzido um estudo transversal, de caráter quantitativo, realizado em dois momentos, incluindo uma amostra inicial (n= 82) e final (n= 78) composta por empregados do Centro de Tratamento de Cartas de Porto Alegre – CTC PAE – DR/RS, vinculados ao Gturn1. Através de uma sub-amostra (n= 8) foi conduzido um estudo longitudinal, de caráter quantitativo e qualitativo.

3.2 Amostra e Amostragem

A amostra inicial foi composta por 82 Operadores de Triagem e Transbordo – OTT, sendo 41 mulheres e 41 homens, lotados no CTC de Porto Alegre, vinculados ao Gturn1. A amostra final foi composta por 78 trabalhadores, 37 mulheres e 41 homens do mesmo turno e local acima citado, fazendo parte desta um Grupo Experimental de 44 trabalhadores, 24 homens e 20 mulheres, praticantes da Cinesioterapia Laboral. A sub-amostra foi composta por 8 trabalhadores, com IMC igual ou superior a 30, pertencentes ao mesmo turno e local, que foram acompanhados através de atendimentos individuais de nutrição.

3.3 Instrumentos

Os instrumentos utilizados no estudo incluem um questionário padronizado, com entrevistas

semi-estruturadas

como

questões

sociais,

comportamentais,

ocupacionais, antropométricas e de hábitos alimentares, aplicados antes e após a

Relatório final – Anexo IV

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CINESIOTERAPIA LABORAL

intervenção da equipe multidisciplinar (fisioterapia, atividade física, psicologia e nutrição).

Para a avaliação nutricional da amostra inicial (n= 82), os dados foram coletados no próprio local de trabalho. O peso foi medido em quilogramas, utilizando-se uma balança digital plena, modelo Wind, tipo plataforma, com escala de 100g, com capacidade máxima de 150 kg. Os trabalhadores foram pesados sem sapatos, descartando-se vestes mais pesadas e objetos tais como: relógios, celulares, carteiras e outros que podem influenciar no peso. A altura foi medida em metros, utilizando-se um estadiômetro, marca Seca, modelo 206, com escala de 0 a 220 cm, subdividida em1 mm, afixado em parede lisa, sem rodapé. • Para complementar a avaliação antropométrica, foi realizado o cálculo do índice de massa corporal – IMC, razão do peso em quilogramas pelo quadrado da estatura em metros (kg/m²). O diagnóstico nutricional foi sugerido pela Organização Mundial da Saúde (WHO, 1995), como: Adequado IMC 18,5 – 24,9; Sobrepeso IMC 25 – 29,9 e Obesidade IMC >30. • Considerando que a localização da gordura é um dado importante para a avaliação dos riscos decorrentes da obesidade, também foi medida a Circunferência Abdominal, sendo efetuada na posição frontal ao examinado, utilizando-se uma fita métrica não extensível de 150 cm, posicionando-a ao redor da cintura, localizada entre a última costela e a crista ilíaca (CUPPARI, 2002). Considerada aumentada ≥94 cm e muito aumentada ≥102 cm para homens, e para mulheres aumentada ≥ 80 cm e muito aumentada ≥ 88 cm. Para fins deste relatório, não foram considerados os dados intermediários, uma vez que houve muita variação do público alvo, transferências, desligamentos do referido turno, dentre outras intercorrências. Para tal, baseou-se na coleta de informações da avaliação nutricional da amostra inicial (n= 82) tendo como critérios de exclusão: não Relatório final – Anexo IV

11


CINESIOTERAPIA LABORAL

realização da avaliação nutricional inicial, transferidos ou desligados do referido turno de trabalho e estar grávida.

3.4 Avaliação Nutricional Amostra Final (n = 78) • A coleta de dados foi realizada através das entrevistas semi-estruturadas, após as intervenções da equipe multidisciplinar. • Para a avaliação nutricional da amostra final (n= 78) os dados foram coletados no próprio local de trabalho. As variáveis coletadas foram hábitos alimentares e características gerais da população. • Para a avaliação nutricional da amostra final (n= 78) foram consideradas as medidas antropométricas coletadas pela equipe da empresa contratada (Health Care) para o desenvolvimento do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral.

4 LOGÍSTICA

4.1 Amostra Inicial (n = 82)

Após aplicação dos questionários semi-estruturados junto a amostra inicial, foram realizadas atividades de intervenção tais como: distribuição de material informativo, folder sobre nutrição relacionado à atividade física, folder sobre como prevenir índices de colesterol elevado (dislipidemia) pirâmide de alimentos e tabela de porções de alimentos, palestra sobre os 10 passos para uma alimentação saudável, publicação em boletim interno sobre hábitos alimentares saudáveis X hipertensão e diabetes melittus tipo 2 e apresentação dos resultados da pesquisa da avaliação inicial. Após as intervenções, os questionários foram novamente aplicados.

Relatório final – Anexo IV

12


CINESIOTERAPIA LABORAL

4.2 Amostra Final (n = 78)

A coleta dos dados da amostra final foi realizada com 78 trabalhadores, sendo 37 mulheres e 41 homens, do mesmo turno e local acima citado. Fez parte desta amostra um Grupo Experimental de 44 trabalhadores, com 24 homens e 20 mulheres, praticantes da Cinesioterapia Laboral, porém 15% destes não participaram de nenhuma ação de nutrição, sendo considerados para efeito de análise, os dados relativos aos hábitos alimentares de todos os trabalhadores em atividade.

4.3 Sub-Amostra (n = 8)

A partir da anamnese nutricional foram coletados dados de identificação, patologias, medicação utilizada, parâmetros bioquímicos, histórico familiar, rotina diária, inquérito recordatório de 24h, preferência alimentar. Realizou-se uma avaliação nutricional medindo-se peso, altura e circunferência da cintura. O acompanhamento foi realizado com os 8 trabalhadores que compõem a subamostra (5 homens e 3 mulheres) através de consultas clínicas individuais dos empregados com IMC >30 kg/m², pertencentes ao mesmo grupo e turno de trabalho da população objeto do presente estudo. Os acompanhamentos individuais aconteceram em dois momentos no primeiro mês, sendo a primeira consulta direcionada para a avaliação nutricional e coleta das informações necessárias para fins de elaboração do plano alimentar, visando a redução do peso o e controle de eventuais patologias associadas à obesidade. Após o primeiro mês, as consultas foram realizadas com periodicidade mensal, com o objetivo de avaliar os dados antropométricos (peso, cálculo do IMC e medida da circunferência abdominal) e esclarecer eventuais dúvidas do paciente, no sentido de auxiliar na promoção da mudança do seu comportamento alimentar.

Na sub-amostra, também foi conduzido um grupo focal, formado por um moderador, um co-moderador e um observador responsável pelo equipamento de gravação e Relatório final – Anexo IV

13


CINESIOTERAPIA LABORAL

controle do tempo. Para a aplicação no grupo foi elaborado um roteiro com os seguintes tópicos: atividade da nutricionista, educação alimentar, obesidade, qualidade de vida no trabalho e produtividade.

A conversa entre o grupo foi gravada mediante permissão dos participantes. Para realização da análise foi transcrito o material gravado na íntegra, sendo posteriormente realizada a Análise de Conteúdo, conforme Bardin (1979).

4.4 Significação do Trabalho Considerando a amostra inicial (n= 82) os dados foram analisados através do Programa Epi-info, versão 6.0 em dupla entrada e posterior comparação, visando corrigir erros de digitação. Posteriormente os dados foram transferidos para o Programa SPSS13 for Windows para análise simples das variáveis. Na amostra inicial, os resultados foram divididos em 2 tópicos: avaliação do hábito alimentar e avaliação antropométrica.

Na descrição dos resultados das demais avaliações (sub-amostra e amostra final) foram levados em consideração os dados mais relevantes, com foco na avaliação nutricional.

As análises das variáveis foram realizadas em dois momentos, após as coletas de dados iniciais e na conclusão do Projeto Piloto, com a utilização do programa Excel.

5 RESULTADOS 5.1 Amostra Inicial (n = 82)

Quanto aos dados obtidos no estudo, verifica-se na Tabela 1 que 41 dos OTT (50%) são do sexo masculino, o que retrata a realidade brasileira, onde as mulheres estão dividindo os mais diversos tipos de postos de trabalho, inclusive aqueles que exigem força física. Relatório final – Anexo IV

14


CINESIOTERAPIA LABORAL

Em relação ao estado civil, 52,40% dos avaliados são casados ou em união estável. Quanto ao número de pessoas por domicílio, há maior densidade (84,10%) na faixa entre 2 e 4 pessoas em cada casa.

Quanto à faixa etária, pode ser observado que a maior parte concentra-se na faixa entre 30 e 49 anos de idade (64,60%). Dentre o total da amostra, apenas 19 deles (23,20%) praticam atividade física regular.

Em relação a afastamento por problemas de saúde, 48%, ou seja, 40 trabalhadores já se afastaram por este motivo.

Variáveis Sexo

n

%

Homem

41

50

Mulher

41

50

Idade

n

%

23 a 29 anos

18

22

30 a 39 anos

28

34,10

40 a 49 anos

25

30,50

50 anos ou +

11

13,40

Estado Civil

n

%

Casado ou em união estável

43

52,40

Solteiro, viúvo ou divorciado

39

47,60

Número de pessoas que moram com você

n

%

1 pessoa

8

9,80

2 a 4 pessoas

69

84,10

5 ou + pessoas

5

6,10

Atividade física fora empresa

n

%

Adequada

19

23,20

Não adequada

63

76,80

Afastamento do trabalho

n

%

Não

42

51,20

Sim

40

48,80

Tabela 1: Características gerais dos OTT – CTC PAE – Gturn1 – Amostra Inicial

Relatório final – Anexo IV

15


CINESIOTERAPIA LABORAL

Quanto ao número de refeições realizadas, observa-se que a maioria dos OTT (69,50%) realiza entre 3 e 4 refeições por dia e 13,40% faz entre 1 e 2 refeições diariamente.

Observando o consumo de frutas desta população, constata-se que 53,70% não come frutas ou come apenas uma por dia e somente 46,30% deles consome de 2 a 4 frutas por dia.

Variáveis Número de refeições por dia

n

%

1 – 2 refeições

11

13,40

3 – 4 refeições

57

69,50

5 – 6 refeições

13

15,90

+ 6 refeições

1

1,20

Costuma trocar almoço por lanche

n

%

Não

50

61

Sim

18

22

Às vezes

14

17,10

Consumo de frutas

n

%

Come entre 2 a 4 frutas por dia ou mais

38

46,30

Não come ou come até 1 fruta por dia

44

53,70

Consumo de verduras e legumes

n

%

Não come verduras e legumes

6

7,30

Come de 1 a 4 colheres de sopa

43

52,40

Come de 5 a 8 colheres de sopa

20

24,40

Come mais de 9 colheres de sopa

13

15,90

Tabela 2: Hábito alimentar dos OTT – CTC PAE – Gturn1 – Amostra Inicial

De acordo com a classificação do IMC, a prevalência de sobrepeso e obesidade da população estudada inicialmente foi de 42,70% e 30,60%, respectivamente. Quando somados os 3 níveis de obesidade, a mais representativa está entre as mulheres, com 39,10%.

Relatório final – Anexo IV

16


CINESIOTERAPIA LABORAL

HOMENS

MULHERES

n

%

n

%

Eutrofia

13

31,10

9

22

Sobrepeso

19

46,30

16

39

Obesidade I

6

14,60

12

29,30

Obesidade II

1

2,40

2

4,90

Obesidade III

2

4,90

2

4,90

Tabela 3: Estado nutricional, segundo classificação do IMC

Variáveis Seus pais são ou eram obesos

n

%

Não

55

67,10

Pai

8

9,80

Mãe

14

17,10

Ambos

5

6,10

Tabela 4: Herança de obesidade nos OTT – CTC PAE – Gturn1

Conforme tabela acima, 17% das pessoas referiram que a mãe era obesa, enquanto que 9,80% relataram obesidade no pai.

5.2 Comorbidades Relatadas pelos Trabalhadores

Quanto à ocorrência de comorbidades, o colesterol elevado foi referido por 21% dos avaliados, hipertensão por 7% dos trabalhadores e doenças osteomusculares, por 23,20%.

Relatório final – Anexo IV

17


CINESIOTERAPIA LABORAL

N° de casos de doenças crônicas entre empregados

Colesterol; 21 Outras; 29

HAS; 7 DCV; 4 Osteoartrite; 19

DM; 2 Osteoporose; 4

D Colesterol

HAS D DCV D DM • Osteoporose D Osteoartrite

Outras

Gráfico 1: Doenças referidas pelos OTT – CTC PAE – Gturn1

5.3 Amostra Final (n= 78)

Quanto aos dados obtidos no estudo, verifica-se que 41 dos OTT (52%) são do sexo masculino e 48% do sexo feminino.

Quanto ao número de pessoas por domicílio, há maior densidade (77%) na faixa entre 2 a 4 pessoas.

Quanto à faixa etária, podemos observar que a maior parte concentra-se na faixa entre 30 a 39 anos de idade (37%). E um percentual considerável (26%) de empregados com 50 anos ou mais. Dentre o total da amostra, apenas 22 deles (30%) praticam atividade física regular.

Em relação a problemas de saúde, houve o afastamento de 65% da amostra, ou seja, de 51 participantes do estudo.

Quanto à prática das atividades físicas da Cinesioterapia Laboral, 70% destes mencionaram ter participado em algum momento do programa elaborado.

Relatório final – Anexo IV

18


CINESIOTERAPIA LABORAL

Variáveis Sexo

n

%

Homem

41

52

Mulher

37

48

Idade

n

%

23 a 29 anos

11

14

30 a 39 anos

29

37

40 a 49 anos

18

23

50 anos ou +

20

26

Número de pessoas que moram com você

n

%

Nenhuma

5

6

1 pessoa

7

9

2 a 4 pessoas

60

77

5 ou + pessoas

6

8

Pratica atividade física fora empresa

n

%

Sim

22

30

Não

54

70

Afastamento do trabalho

n

%

Não

51

65

Sim

27

35

Pratica Cinesioterapia Laboral

n

%

Sim

55

70

Não

23

30

Tabela 5: Características gerais da amostra dos OTT – CTC PAE – Gturn1

Quanto ao número de refeições realizadas, observa-se que na amostra final a maioria dos trabalhadores (75%) continuou realizando de 3 a 4 refeições por dia e 15% entre 5 e 6 refeições diárias.

Observando o consumo de frutas, nota-se que a maioria dos empregados do CTC PAE – Gturn1 (55%) não consome ou consome apenas 1 fruta por dia, enquanto (45%) consome a quantidade recomendada.

Relatório final – Anexo IV

19


CINESIOTERAPIA LABORAL

Quanto ao consumo diário de verduras e legumes, pode-se observar que 65% consome de 1 a 4 colheres de sopa por dia, ou seja, em quantidade insuficiente, e apenas 19% consome a quantidade mínima recomendada, que é de 5 a 8 colheres de sopa por dia.

Quanto à troca do almoço por lanche, pode-se constatar que 39% às vezes troca o almoço por lanche e 12% costuma fazê-lo de forma habitual, o que sugere a adoção de refeições desequilibradas em nutrientes, com alta concentração de açúcar e gorduras.

Variáveis Número de refeições por dia

n

%

1 – 2 refeições

7

9

3 – 4 refeições

58

75

5 – 6 refeições

12

15

+ 6 refeições

1

1

Costuma trocar almoço por lanche

N

%

Não

38

49

Sim

9

12

Às vezes

31

39

Consumo de frutas

N

%

Come entre 2 a 4 frutas por dia ou mais

35

45

Não come ou come até 1 fruta por dia

43

55

Consumo de verduras e legumes

N

%

Não come verduras e legumes

6

8

Come de 1 a 4 colheres de sopa

50

65

Come de 5 a 8 colheres de sopa

15

19

Come mais de 9 colheres de sopa

7

8

Tabela 6: Hábito alimentar dos OTT – CTC PAE – Gturn1 – Amostra Final

Relatório final – Anexo IV

20


CINESIOTERAPIA LABORAL

5.4 Sub-Amostra (n= 8) No decorrer do acompanhamento, foram excluídos desta sub-amostra, para efeitos desta pesquisa, 3 trabalhadores: 2 mulheres por gravidez e 1 homem por desistência do tratamento, resultando assim, uma sub-amostra de 8 trabalhadores, 3 mulheres e 5 homens. A média do número de atendimentos foi de 7 consultas individuais e o mínimo, de 4 consultas. A média de idade desta sub-amostra foi de 34 anos para as mulheres e 48 para os homens. Doenças referidas: dislipidemias (3), Hipertensão Arterial Sistêmica (3), Apnéia do sono (1), Gota (1) e outras patologias (3).

6 HÁBITOS ALIMENTARES SUB-AMOSTRA Avaliação Variáveis Inicial

Final

Número de refeições por dia

n

%

n

%

1 a 2 refeições

0

0

0

0

3 a 4 refeições

7

87,50

5

62,50

5 a 6 refeições

1

12,50

3

37,50

+ de 6 refeições

0

0

0

0

Consumo de verduras e legumes por dia

n

%

n

%

Não consome

0

0

0

0

1 a 4 colheres de sopa

5

62,50

6

75

5 a 8 colheres de sopa

1

12,50

1

12,50

9 ou + colheres de sopa

2

25

1

12,50

Consumo de frutas por dia

n

%

n

%

Não consome

1

12,50

0

0

1 fruta

2

25

1

25

2 frutas

3

37,50

3

37,50

3 frutas

1

12,50

3

37,50

4 frutas

1

12,50

1

12,50

Tabela 7: Hábitos alimentares sub-amostra

Relatório final – Anexo IV

21


CINESIOTERAPIA LABORAL

Quanto ao número de refeições realizadas por estes indivíduos, observa-se que houve um aumento de 25% no percentual dos trabalhadores que realizam o número adequado de refeições diárias, passando de 12,50 para os 37,50% apontados.

Quanto a ingestão de frutas e de verduras e legumes, verifica-se que passou de 62,50 para 75% o percentual que consome entre 1 a 4 colheres de sopa de vegetais por dia, e houve um aumento de 25% no consumo de 3 frutas diariamente, o que indica uma melhora no percentual do consumo destes alimentos, quando comparados os dados iniciais e finais.

Peso/IMC 100

80 62,50% 60

40 25, 00%

20 12,50%

0

D Diminui ram

Mant iveram

D Aument aram

Gráfico 2: Classificação do estado nutricional (IMC)

A partir da sub-amostra (n= 8) observa-se que 62,50% dos indivíduos perderam peso e 25% mantiveram o peso durante o acompanhamento nutricional, conforme gráfico 2.

Relatório final – Anexo IV

22


CINESIOTERAPIA LABORAL

Circunferência da cintura

100

80

75,00%

60

40

20 12,50%

12, 50%

0

Dimin uiram

Mant vi eram _J Aument aram

Gráfico 3: Circunferência da cintura sub-amostra

No gráfico 3 observa-se que na variável da circunferência da cintura, 75% dos indivíduos tiveram a circunferência diminuída, 12,50% mantiveram a medida no período do acompanhamento e 12,50% apresentaram aumento.

Relacionando a

circunferência abdominal com a perda de peso, destacam-se as pessoas que mantiveram o peso (25% da sub-amostra) pois 50% delas tiveram a circunferência abdominal reduzida.

6.1 Grupo Experimental (n= 44)

6.1.1 Hábitos Alimentares

Quanto ao número de refeições realizadas, observa-se que no Grupo Experimental a maioria dos trabalhadores (75%) continuou realizando de 3 a 4 refeições por dia e 16% de 5 a 6 refeições.

Relatório final – Anexo IV

23


CINESIOTERAPIA LABORAL

Quanto ao consumo de frutas, 57% do grupo não consome a quantidade adequada, e com relação à ingestão diária de verduras e legumes, o percentual de trabalhadores que não consome é de 57%.

Quanto à mudança do hábito alimentar pelas intervenções realizadas, 58% dos trabalhadores informaram que as ações promoveram mudanças, para 22% dos indivíduos isto ocorreu de forma parcial, enquanto que 13% do grupo não participou de nenhuma intervenção de nutrição.

Variáveis Número de refeições por dia

n

%

1 a 2 refeições

4

9

3 a 4 refeições

33

75

5 a 6 refeições

7

16

+ de 6 refeições

0

0

Consumo de verduras e legumes por dia

n

%

Não consome

3

7

1 a 4 colheres de sopa

27

62

5 a 8 colheres de sopa

9

20

9 ou + colheres de sopa

5

11

Consumo de frutas por dia

n

%

Não consome ou come só 1 fruta

25

57

Consome de 2 a 4 frutas

19

43

Mudança de hábito alimentar, após ações de intervenção

n

%

Sim

26

58

Não

3

7

Parcialmente

9

22

Não participei de nenhuma intervenção de nutrição

6

13

Tabela 8: Hábitos alimentares do Grupo Experimental – Cinesioterapia Laboral

Relatório final – Anexo IV

24


CINESIOTERAPIA LABORAL

Variáveis

Homens

Mulheres

Índice de massa corporal

n

%

n

%

Eutrofia

6

25

9

45

Sobrepeso

14

58,30

5

25

Obesidade

4

16,70

6

30

Circunferência da cintura

n

%

n

%

Baixo risco

17

70,80

12

60

Alto risco

7

29,20

8

40

Tabela 9: Classificação do Grupo Experimental quanto à IMC e gordura abdominal

Na tabela 8 verifica-se que apenas 25% dos homens e 45% das mulheres apresentam peso saudável e um elevado grau de obesidade em 16,70% dos homens e em 30% das mulheres. Quanto à circunferência da cintura, 29,20% dos homens e 40% das mulheres apresentam um alto risco para doenças cardiovasculares. Na tabela a seguir constam dados relativos ao Grupo Experimental do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral e demais trabalhadores do CTC PAE – Gturn1, em atividade por ocasião da coleta dos dados relativos aos hábitos alimentares. Para a composição do Grupo Experimental, foram considerados os critérios adotados pela Health Care (empresa contratada para desenvolvimento do Projeto Piloto) formando uma amostra final de 44 empregados, sendo 24 homens e 20 mulheres. Não foi possível realizar um estudo longitudinal dos hábitos alimentares do Grupo Experimental, uma vez que alguns dos integrantes desta amostra não realizaram a avaliação inicial dos hábitos alimentares. Quanto ao consumo do álcool é possível afirmar que cerca de 25% da população estudada faz uso desta substância toda semana.

Quanto ao fumo, observa-se pela tabela que nenhuma mulher do Grupo Experimental fuma, cerca de 90% nunca fumou e que 10% declararam ser exfumantes. Embora sendo o grupo mais significativo o de fumantes do sexo masculino, esse percentual é inferior à média nacional que é em torno de 25%.

Relatório final – Anexo IV

25


CINESIOTERAPIA LABORAL

Quanto aos demais dados, analisou-se que a maioria dos trabalhadores traz a sua refeição de casa.

Nota-se ainda que a maioria dos empregados, tanto do Grupo Experimental quanto os demais trabalhadores do Gturn1, não tem costume de adicionar sal na comida, bem como costuma retirar a gordura visível das carnes. Quanto ao consumo de açúcar mensal, constata-se que cerca de 60% dos trabalhadores, relataram consumir até 1,5 kg de açúcar mensalmente.

Variáveis Quanto ao local do almoço Restaurante Casa Traz de casa TOTAL Substituição de almoço por lanche Não Sim Ás vezes TOTAL Consumo mensal de óleo Sem resposta Até 1,5 latas 2 latas 3 ou mais latas TOTAL Consumo mensal de açucar Sem resposta Até 1,5 kg Mais de 1,5 kg TOTAL Adição de sal Não Sim Às vezes TOTAL Retira gordura visível das carnes Não Sim TOTAL Freqüência do consumo de bebidas alcoólicas Diariamente Semanalmente Mensalmente Raramente Nunca TOTAL Hábito de fumar Nunca fumou Ex-fumante Fumante TOTAL

Avaliação Grupo Experimental Feminino Masculino (n= 20) (n= 24) n % n % 10 50 9 37,50 2 10 0 0 8 40 15 63,50 20 100 24 100 n % n % 12 60 14 58 2 10 0 0 6 30 10 42 20 100 24 100 n % n % 0 0 0 0 13 65 14 58 4 20 6 25 3 15 4 17 20 100 24 100 n % n % 0 0 0 0 17 85 11 46 3 15 13 54 20 100 24 100 n % n % 18 90 21 88 2 10 1 4 0 0 2 8 20 100 24 100 n % n % 6 30 9 38 14 70 15 62 20 100 24 100 n % n % 1 5 3 12 2 10 7 29 2 10 3 13 9 45 6 25 6 30 5 21 20 100 24 100 n % n % 18 90 13 54 2 10 8 33 0 0 3 13 20 100 24 100

Demais empregados Gturn1 Feminino Masculino (n= 17) (n= 17) n % n % 6 35 9 53 0 0 2 12 11 65 6 35 17 100 17 100 n % n % 5 29 7 41 3 18 4 24 9 53 6 35 17 100 17 100 n % n % 0 0 3 18 8 47 8 47 6 35 4 23 3 18 2 12 17 100 17 100 n % n % 1 6 3 18 10 59 8 47 6 35 6 35 17 100 17 100 n % n % 16 94 10 59 0 0 1 6 1 6 6 35 17 100 17 100 n % n % 6 35 6 36 11 65 11 64 17 100 17 100 n % n % 0 0 0 0 2 12 8 47 1 6 1 6 7 41 6 35 7 41 2 12 17 100 17 100 n % n % 12 70 13 76 4 24 2 12 1 6 2 12 17 100 17 100

Tabela 10: Características gerais do Grupo Experimental e demais empregados do Gturn1

Relatório final – Anexo IV

26


CINESIOTERAPIA LABORAL

6.2 Características Gerais da População Inicial X Final

Variáveis

Avaliação Inicial

Avaliação Final

Sexo

n

%

n

%

Homem

41

50

41

52,56

Mulher

41

50

37

47,44

Idade

n

%

n

%

20 a 29 anos

16

22

19

24,36

30 a 39 anos

28

34,10

25

32

40 a 49 anos

25

30,50

20

15,60

50 anos ou +

11

13,40

14

17,94

Número de pessoas que moram com você

n

%

n

%

1 pessoa

8

9,80

14

17,94

2 a 4 pessoas

69

84,10

58

74,35

5 ou + pessoas

5

6,10

6

7,69

Pratica atividade física fora empresa

n

%

n

%

Sim

19

23,20

25

32,05

Não

63

76,80

53

67,94

Afastamento do trabalho

n

%

n

%

Sim

42

51,20

51

65,39

Não

40

48,80

27

34,61

Pratica Cinesioterapia Laboral

n

%

n

%

Sim

0

0

55

42,90

Não

0

0

23

29,48

Tabela 11: Características gerais das amostras inicial e final

Pela tabela acima se observa que a quantidade de mulheres permaneceu igual no início e no final do estudo; já quanto à idade, percebe-se um aumento no percentual de trabalhadores com mais de 50 anos e uma diminuição no percentual de trabalhadores na faixa etária entre os 40 e 49 anos.

Relatório final – Anexo IV

27


CINESIOTERAPIA LABORAL

Quanto ao número de pessoas por residência, é notória a redução do número de famílias compostas de 2 a 4 pessoas e o aumento do percentual de famílias compostas por uma pessoa, e 5 ou mais pessoas por domicilio.

Quanto à participação no Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, a maioria (65,38%) de alguma forma, participou das atividades.

Quanto ao afastamento do trabalho, um percentual maior de trabalhadores relatou ter se afastado do trabalho no final do estudo, que passou de 51 para 65,38%.

Variáveis

Inicial

Final

Seus pais são ou eram obesos

n

%

n

%

Não

55

67,50

61

78,20

Pai

8

9,80

2

2,57

Mãe

14

17,10

11

14,10

Ambos

5

6,10

4

5,13

Tabela 12: Quanto à herança da obesidade

Quanto à herança da obesidade, no estudo final registra-se o aumento do número de trabalhadores que mencionam não ter pais obesos passando de 67,50 para 78,20%. Com relação aos que mencionam ter pai obeso, o índice passou de 9,80 para 2,57%, ou seja, uma redução significativa no percentual.

Ao compararmos os dados da avaliação inicial e final, constata-se que quanto ao número de refeições diárias, não houve muita variação, ou seja, uma diminuição de 5% do percentual que realizava somente de 1 a 2 refeições diárias que passaram a realizar de 3 a 4 refeições por dia, permanecendo inalteradas as demais alternativas.

Quanto à troca do almoço por lanche, verifica-se que houve uma diminuição de 10% nesta prática e um aumento de 22% de trabalhadores que eventualmente trocam seu almoço por lanche.

Relatório final – Anexo IV

28


CINESIOTERAPIA LABORAL

Quanto ao consumo de frutas e de verduras e legumes, permaneceram praticamente inalterados os dados da avaliação inicial para final.

Variáveis

Avaliação Inicial

Avaliação Final

Número de refeições por dia

n

%

n

%

1 a 2 refeições

11

13,40

7

9

3 a 4 refeições

57

69,50

58

75

5 a 6 refeições

13

15,90

12

15

+ de 6 refeições

1

1,20

1

1,50

Consumo de verduras e legumes por dia

n

%

n

%

Não consome

6

7,30

6

8

1 a 4 colheres de sopa

43

53

50

65

5 a 8 colheres de sopa

20

24

15

19

9 ou + colheres de sopa

13

16

7

8

Não consome ou come só 1 fruta

44

54

43

55

Consome de 2 a 4 frutas

38

46

35

45

Sim

50

61

38

49

Não

18

22

9

12

Às vezes

14

17

31

39

Consumo de frutas por dia

Costuma trocar almoço por lanche

Tabela 13: Hábitos alimentares dos trabalhadores

6.3 Grupo Focal

Foi realizada esta técnica de intervenção na sub-amostra, classificada por conveniência e constituída por 5 OTT, sendo 3 indivíduos do sexo feminino e 2 do sexo masculino, com IMC > 30 kg/m², classificados como Obesidade Grau I e Obesidade Grau II, e participantes dos atendimentos nutricionais individuais do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral.

Relatório final – Anexo IV

29


CINESIOTERAPIA LABORAL

Os empregados foram questionados quanto:

6.3.1 Participação do nutricionista em equipe de saúde do trabalhador

Avaliado como muito importante. Considerado espaço para orientação e esclarecimento nutricional. Demonstram alto nível motivacional para mudança de hábito alimentar e maior aderência ao tratamento quando realizado no ambiente de trabalho.

6.3.2 Influência da educação alimentar na qualidade de vida no trabalho

Fortemente associada por resultar em significativa mudança na saúde dos trabalhadores. Afirmou-se aumento na resistência física, agilidade, auto-estima, melhora no relacionamento interpessoal e consequentemente num melhor ambiente de trabalho.

6.3.3 Conhecimento sobre obesidade e fatores de risco para o desenvolvimento de doenças

Todos participantes afirmaram ter algum tipo de conhecimento sobre a obesidade e doenças associadas. Foram aproveitados os atendimentos nutricionais para esclarecimentos.

6.3.4 Influência do excesso de peso na produtividade.

Diretamente associado, pacientes que diminuíram o IMC ao longo dos atendimentos nutricionais alegam ter mais agilidade, e melhorado a qualidade das atividades desenvolvidas no trabalho.

Relatório final – Anexo IV

30


CINESIOTERAPIA LABORAL

Demonstram alto nível motivacional para mudança de hábito alimentar e maior aderência ao tratamento quando realizado no ambiente de trabalho de forma associada, aproveitando os atendimentos nutricionais para esclarecimentos.

Os resultados deste trabalho confirmam que a nutrição, uma vez inserida na empresa na forma de atividades de promoção, manutenção e tratamento à saúde, é uma condição essencial para a saúde do trabalhador, e que pode auxiliá-la a alcançar seus objetivos básicos de gestão: aumento da produtividade, melhoria da qualidade do trabalho, diminuição do absenteísmo, redução das despesas médicas, do número de acidentes de trabalho, dentre outros benefícios.

7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados deste estudo foram obtidos através de amostra constituída por OTT (homens e mulheres) participantes do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral na DR/RS.

Os resultados mostram uma alta prevalência de sobrepeso (42,70%) e de obesidade (30,60%) na população avaliada no início do Projeto Piloto. Na avaliação final, sobrepeso de 41,65% e de 23,35% de obesidade, semelhante aos valores encontrados por Gigante et al (1997), ou seja, 40%, de sobrepeso e 21% de obesidade.

Dividindo os gêneros, constata-se inicialmente entre os homens, um percentual de 46,30% de sobrepeso e 21,90% de obesidade. No final do estudo, 58,30% de sobrepeso e 16,70% de obesidade. Pontes et al (2006) publicaram valores de 52,50% e 12,50% de sobrepeso e obesidade respectivamente, em indivíduos do gênero masculino. Constata-se um número superior de obesidade entre os OTT.

Com relação às mulheres, inicialmente constata-se sobrepeso em 39%, e obesidade em 31,90%. No final do estudo, 25% de sobrepeso e 30% de obesidade. No Brasil,

Relatório final – Anexo IV

31


CINESIOTERAPIA LABORAL

segundo o IBGE (2004) observa-se um índice inferior de obesidade para este gênero (13,10%).

Em relação à circunferência da cintura, pode-se notar que no início do Projeto Piloto, 39% dos homens possuíam esta medida maior que 94 cm, considerada de risco para doenças cardiovasculares e, no final do estudo, 29,20%, mostrando uma diminuição da adiposidade abdominal, indicando que as ações de intervenção do Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral são um fator de prevenção de problemas cardiovasculares, visto que, esta medida é preditora destas patologias.

As mulheres por sua vez, no início mostraram valores superiores, 65,90% delas tinham a circunferência da cintura igual ou maior que 80 cm. Este ponto de corte é mais sensível tendo como nível de ação a prevenção. No final do Projeto Piloto, 40% delas apresentaram circunferência da cintura acima de 88 cm, mostrando ainda um alto risco para doenças cardiovasculares, embora este percentual tenha diminuído.

Em relação aos hábitos alimentares, é importante ressaltar o reduzido número de refeições realizadas pelos OTT, conferindo um risco para as altas concentrações de colesterol sanguíneo. Segundo Khaw et al (2002) os indivíduos que realizam mais de 6 refeições, comparados aos que fazem até 3 refeições diárias, as concentrações de colesterol mostraram-se 5% menores. Outros estudos também recomendam o consumo de 5 porções de frutas, verduras e legumes por dia pelo seu alto teor de fibras, como estratégia de prevenção para doenças crônicas, especialmente o câncer. É importante salientar que a maioria dos trabalhadores avaliados ainda não realiza a quantidade ideal de refeições, ou seja, de 5 a 6 diariamente.

Quanto ao consumo de frutas, verduras e legumes (FVL) pela população estudada, observa-se ainda uma inadequação quanto a esta recomendação de acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS (2002). Um total de 25,60% dos trabalhadores não consome frutas e 28% consome apenas uma por dia. O baixo consumo de frutas e vegetais também aumenta o risco de cardiopatias, alguns tipos de câncer e obesidade, como mencionado anteriormente. A OMS também estima

Relatório final – Anexo IV

32


CINESIOTERAPIA LABORAL

que o baixo consumo de FVL seja responsável por 31% das isquemias cardíacas, 11% dos AVC em todo o mundo, de 5 à 12% de todos os tipos de câncer e de 20 à 30% dos casos de câncer do Trato Gastro Intestinal.

Considerando o resultado do acompanhamento da sub-amostra, pode-se constatar que houve um aumento de 25% do percentual de trabalhadores que realiza o número adequado de refeições por dia em relação ao início do acompanhamento individual, e, uma melhora no hábito de consumir frutas e vegetais, confirmando que a reestruturação do comportamento alimentar se dá por atividades de educação alimentar baseada em consultas individuais. São processos pelos quais os participantes

são

efetivamente

auxiliados

a

selecionar

e

implementar

comportamentos desejáveis de nutrição e estilo de vida (CHAPMAN et al., 1995).

A prática de atividade física (AF) regular fora da empresa, de 3 vezes ou mais por semana, não foi alcançada pelos avaliados. Em média, 70 % dos OTT não faz AF regular. Gomes et al (2001) referem que os exercícios realizados de forma regular representam um fator importante, entre os poucos que podem contribuir para evitar o ganho de peso. Já Ciolac & Guimarães (2004) concordam que a prática regular de atividade física previne e reabilita os indivíduos com doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas como hipertensão arterial, resistência à insulina, diabetes, dislipidemia e obesidade.

Quanto à necessidade de espaço para prática de AF monitorada no local de trabalho, a resposta foi quase unânime (96,30%) mostrando a influência positiva no ambiente de trabalho, da prática de atividade física regular auxiliando na prevenção de doenças relacionadas ao excesso de peso. Isso ocorre devido à dificuldade que as pessoas têm em conciliar a jornada de trabalho com a prática de atividade física.

Quanto à participação no Projeto Piloto de Cinesioterapia Laboral, 42,90% dos empregados avaliados relataram ter participado da atividade em algum momento.

Relatório final – Anexo IV

33


CINESIOTERAPIA LABORAL

Com relação ao grupo focal, tratando-se de um tipo especial de grupo em termos do seu propósito, tamanho, composição e dinâmica, pode ser considerado como uma espécie de entrevista de grupo, embora não no sentido de ser um processo onde se alternam perguntas do pesquisador e respostas dos participantes. Diferentemente, a essência do grupo focal consiste justamente em se apoiar na interação entre seus participantes para colher dados a partir de tópicos que são fornecidos pelo pesquisador.

8 CONCLUSÃO

Pela análise do fator hábito alimentar, pode-se concluir que houve uma pequena melhora dos trabalhadores em geral, após as intervenções realizadas, indicando que estas foram insuficientes para a efetiva mudança do padrão alimentar, apontando para a necessidade de mais ações e por um período mais longo.

A adoção de refeições equilibradas e o consumo de frutas e vegetais ainda continua abaixo do considerado ideal, que é respectivamente de 3 a 5 porções de frutas dia e no mínimo de 5 a 8 colheres de sopa de vegetais por dia, favorecendo assim o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, hipertensão, diabetes, osteoporose e dores osteomusculares.

Quanto aos resultados dos atendimentos individuais da sub-amostra, o programa de orientação nutricional mostrou-se eficaz na melhoria e manutenção da saúde destes trabalhadores, proporcionando uma redução considerável do percentual de obesidade e mudanças nos hábitos alimentares, demonstrando alto nível motivacional para mudança de hábito alimentar e boa aderência ao tratamento, favorecido pela realização das consultas no próprio ambiente de trabalho. Foram aproveitados os atendimentos nutricionais para esclarecimentos de eventuais dúvidas quanto ao seguimento do seu plano alimentar.

Relatório final – Anexo IV

34


CINESIOTERAPIA LABORAL

Os resultados deste trabalho confirmam que a nutrição uma vez inserida na empresa, na forma de atividades de promoção, manutenção e tratamento à saúde, é condição essencial para a saúde do trabalhador e que pode auxiliá-la a alcançar seus objetivos básicos: aumento da produtividade, melhoria da qualidade do trabalho, diminuição do absenteísmo, redução das despesas médicas, de acidentes de trabalho, entre outros benefícios.

Tendo em vista a alta prevalência de sobrepeso e obesidade dos trabalhadores, torna-se pertinente ressaltar o reflexo da transição nutricional abordada por diversos autores, que reforça a idéia da implantação de ações de saúde para este público.

Considerando que a ECT já possui práticas de prevenção e promoção da saúde destinada aos seus empregados, faz-se necessária a sensibilização mais efetiva e ações mais abrangentes quanto à importância que as mesmas têm para a manutenção da saúde e qualidade de vida no trabalho.

É importante ressaltar ainda, que o ambiente de trabalho vem sendo apontado pelos especialistas como um local privilegiado para a realização de programas de saúde, por ter mais participação, melhor disseminação de informações, acompanhamento dos fatores de risco e dos resultados, bem como o apoio necessário para as mudanças de comportamento.

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Relatório final – Anexo IV

35


CINESIOTERAPIA LABORAL

CIOLAC, E.G.Guimarães. Exercício Físico e Síndrome Metabólica, Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, V.4, p.319-324, 2004 CONTRIM, BC. Qualitative research methods in drug abuse research: discussing the potential use of focus group in Brazil. Rev. Saúde Pública vol.30, São Paulo, June 1996. CUPPARI, L. Guia de Medicina Ambulatorial e Hospitalar: Nutrição Clínica no Adulto, 2ª edição Editora Manole, 2002 -Barueri –SP. GIGANTE DP, Barros FC, Post CLA, Olinto MTA. A prevalência de obesidade em adultos e seus fatores de risco. Rev Saúde Pública. 1997; 31:236-46. GOMES, VB; SIQUEIRA, KS; SICHIERI,R. Atividade física em uma amostra proba bilística da população do Município do Rio de Janeiro. Cad. Saúde Pública vol.17 no. 4 - Rio de Janeiro Jul/Ago. 2001 HOSSNE, WS; VIEIRA, S. Metodologia Científica para a área da Saúde. Rio de Janeiro; Campos, 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Pesquisa de orçamentos familiares – Análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil. Rio de Janeiro, 2004 KHAW et al, Niveis de colesterol diminuem em indivíduos que tomam mais refeições in; Revista nutrição brasil, v. 1 maio/junho, 2002) MINAYO-GOMEZ, C; THEDIM-COSTA, S M F. A construção do campo da saúde do trabalhador: percursos e dilemas. Cad. Saúde Pública. Vol13, 1997, Rio de Janeiro MINAYO-GOMEZ, C; THEDIM-COSTA, S M F. Incorporação das ciências sociais na produção de conhecimentos sobre trabalho e saúde. Ciênc. saúde coletiva v.8 n.1 Rio de Janeiro, 2003 MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Manual de legislação do Programa de Alimentação do trabalhador. Secretaria da segurança e saúde do trabalhador Brasília, 1993 OLINTO, MTA et al. Níveis de intervenção para obesidade abdominal: prevalência e fatores associados. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol. 22, nº 6, p.1207-15, jun. 2006 PINHEIRO, A R et al. Uma abordagem epidemiológica da obesidade. Rev. Nutr v.17 n.4, 2004, Campinas PONTES, LM. Perfil dietético, estado nutricional e prevalência de obesidade centralizada em praticantes de futebol recreativo. Rev Bras Med Esporte v.12 n.4 Niterói, jul./ago. 2006

Relatório final – Anexo IV

36


CINESIOTERAPIA LABORAL

RIBEIRO FILHO FF et al. Gordura visceral e síndrome Metabólica: mais que um asimples aassociação. Arq Bras Endocrinol Metab, 2006; Vol. 50,nº 2 ,p.3 - ISSN 0004-2730 TAMBELLINI, AT, CÂMARA, V M. A temática saúde e ambiente no processo de desenvolvimento do campo da saúde coletiva: aspectos históricos, conceituais e metodológicos. Ciênc. saúde coletiva, v.3 n.2 Rio de Janeiro 1998 STEFANI, MP. A avaliação e acompanhamento nutricional como suporte à saúde e qualidade de vida do trabalhador. PPGEP, UFRGS, 1999 VOGEL, MARIA LUCIDE MEYER. Prevalência de Sobrepeso e obesidade em carteiros e sua relação com dores osteomusculares. Monografia – Programa de Pós-graduação em Clínica Terapêutica Nutricional, Instituto Pesquisa, Capacitação e Especialização. Porto Alegre, 2004 WHO. Physical status: the use anda interpretacion of antropometry. Technical report, Geneva, s 54, 1995 WHO. Consultation na obesity. Obesity: prevention and managing: the global epidemie. Report of a Eho consultation on obesity. Geneva p. 3-5, june, 1997.

10 ANEXOS

10.1 Questionário de Pesquisa – Avaliação Inicial – Nutrição DADOS PESSOAIS Nº do questionário: Nuquest Data: __/ __/ __ Nome do entrevistado: Idade Posto de trabalho: 1.Idade:

Sexo

2.Sexo: (1) Homem (2) Mulher Estdciv 3.Estado civil: (1) Solteiro(a) (2) Casado(a) (3) em união (4) Divorciado(a) (5) Viúvo(a) (6) Outra situação Numpes 4.Quantas pessoas moram com você?

Relatório final – Anexo IV

37


CINESIOTERAPIA LABORAL

DADOS ANTROPOMÉTRICOS 5.Altura:

Altura

6.Peso:

Peso Imc

7.Seus pais são ou eram obesos? (1) não

Se sim, quem? ( 2) pai (3) mãe (4) ambos

Obesidade

DADOS SOBRE OCUPAÇÃO/ATIVIDADES 8.Tempo de atividade no cargo: Tempcar (1) até 2 anos (2) 2 - 5 anos (3) 5 -10 anos (4) + 10 anos Tempost

9.Tempo no posto de trabalho: 10.Pratica alguma atividade física ?

(1) sim (2) não Ativid

11.Qual a freqüência desta atividade? (1) diariamente (2) 2 - 3 vezes na semana (3) + de 3 vezes na semana Freqativ 12.Qual o tipo de atividade? 13.Você vê a necessidade de um espaço para prática de atividade física rada dentro do local de trabalho? Espaço (1) sim (2) não

DADOS SOBRE SAÚDE E DOENÇAS REFERIDAS 14.Possui alguma doença diagnosticada? 5. Hipertensão 6. Doenças do coração 7. Colesterol e/ou triglicérides elevados 8. Osteoporose 9. Diabetes 10. Osteoartrite 11. Outra

Não (0) (0) (0) (0) (0) (0) (0)

sim (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1)

Hipert Dcv Colest Osteop Diabe

15.Já te afastou do trabalho em função de problemas de saúde? Ostartr (1) sim (2) não Odoenca 16.Qual o motivo? Afast 17.Qual foi o tempo de afastamento?

Relatório final – Anexo IV

38


CINESIOTERAPIA LABORAL

AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES/FUMO 18.Quantas refeições você faz por dia?

Numref

(1)1 - 2 refeições (2) 3 - 4 refeições (3) 5 - 6 refeições (4) +6 refeições 19.Você costuma trocar o almoço por lanches?

Almoço

(0) não (1) sim (3) às vezes 20.Quantas latas de óleo são consumidas na sua casa mensalmente?

Óleo

(1) até 1,5 lata (2) 2 latas (3) 3 ou + latas 21.Quantos quilos de açúcar são consumidos na sua casa mensalmente? (1) até 1,5 Kg (2) + de 1,5 Kg

Açúc

22.Você costuma colocar mais sal na comida que está no seu prato? (0) não (1) sim (3) às vezes

Sal

23.Quando você come carne costuma tirar a gordura visível? (1) não (2) sim

Carne

24.Quantas frutas você come por dia? (1)não como fruta (2)uma (3)duas (4)três (5)quatro ou mais

Fruta

25.Quantas colheres de sopa de verduras ou legumes você consome por dia? (1) não como verduras ou legumes (2) uma a quatro colheres de sopa (3) cinco a oito colheres de sopa

(4) nove ou mais colheres de sopa

Verdura

26.Com que freqüência você costuma consumir bebidas alcoólicas? (1) diariamente (2) semanalmente (3) mensalmente Bebida

(4) raramente (5) nunca 27.Você já fumou ou ainda fuma? (1) nunca fumei (2) sim, ex-fumante (3) sim, fumo.

Fumo

10.2 Termo de Consentimento

A Avaliação do Estado Nutricional dos operadores de triagem e transbordo visa determinar a prevalência de sobrepeso e obesidade nestes empregados. Para tanto, serão avaliadas medidas antropométricas como peso, altura, circunferência da cintura, e realizadas entrevistas para obtenção de dados pessoais, de saúde e de hábitos alimentares.

As atividades serão realizadas no próprio local de trabalho, dentro da carga horária estabelecida.

Relatório final – Anexo IV

39


CINESIOTERAPIA LABORAL

Eu,___________________________________________________________, concordo em participar da avaliação acima mencionada, que visa identificar meu estado nutricional e perfil alimentar, relacionando os resultados obtidos com as questões inerentes a minha atividade laboral. Porto Alegre,_____________________________________ Assinatura:_______________________________________

10.3 Questionário de Pesquisa – Avaliação Final – Nutrição

DADOS PESSOAIS Nº do questionário:

Nuquest

Data: __/ __/ __

Data__/__/__

Nome do entrevistado: Idade

Posto de trabalho: 1.Idade:

Sexo

2.Sexo: (1) Homem (2) Mulher 3.Quantas pessoas moram com você?

Numpes

DADOS SOBRE OCUPAÇÃO 4.Tempo de atividade no cargo: (1) até 2 anos

(2) 2 – 5 anos (3) 5 – 10 anos (4) 10 anos ou mais

Tempcar

5.Tempo no posto de trabalho: Tempost 6.Você vê a necessidade de um espaço para prática de atividade física monitorada dentro do local de trabalho? Local (1) sim (2) não

Relatório final – Anexo IV

40


CINESIOTERAPIA LABORAL

DADOS SOBRE ATIVIDADES FÍSICAS 7. Pratica (ou) as atividades desenvolvidas de Cinesioterapia Laboral? (1) Sim (2) Não (3) Há quantos meses:

Ativicin

8. Pratica atividade física fora da empresa? (1) Sim (2) Não (3) Quantas vezes por semana?

Atividfo

DADOS SOBRE SAÚDE E DOENÇAS REFERIDAS Hipert

9. Possui alguma doença diagnosticada? 6. Hipertensão 7. Doenças do coração 8. Colesterol e/ou triglicérides elevados 9. Osteoporose 10. Diabetes 11. Osteoartrite 12. Outra

Não (0) (0) (0) (0) (0) (0) (0)

sim (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1)

10.Já se afastou do trabalho em função de problemas de saúde? (1) sim (2) não 11.Qual o motivo? 12.Qual foi o tempo de afastamento?

Dcv Colest_ Osteop Diabe Ostartr Outra Afast

DADOS ANTROPOMÉTRICOS 13.Altura

Altura

14.Peso

Peso

15. IMC

IMC

16. Circunferência Abdominal

CA

17. Circunferência do Quadril

CQ

18. Relação cintura/quadril

RelCQ

19.Seus pais são ou eram obesos? (1) não

Obesid

Se sim, quem? (2) pai (3) mãe (4) ambos

Relatório final – Anexo IV

41


CINESIOTERAPIA LABORAL

AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES/FUMO 20.Quantas refeições você faz por dia? (1) 1-2 refeições (2) 3-4 refeições (3) 5-6 refeições (4) +6 refeições 21. Quanto ao seu almoço, normalmente você? (2) Almoça em casa (1) Almoça em restaurante

Nuref

(3) Traz seu almoço de casa Lugalmoç

22.Você costuma trocar o almoço por lanches? (1) não (2) sim (3) às vezes

Troalmoç

23.Quantas latas de óleo são consumidas na sua casa mensalmente? (1) até 1,5 lata (2) 2 latas (3) 3 ou + latas

Óleo

24.Quantos quilos de açúcar são consumidos na sua casa mensalmente? (1) até 1,5 Kg (2) + de 1,5 Kg

Açúcar

25.Você costuma colocar mais sal na comida que está no seu prato? (1) não (2) sim (3) às vezes 26.Quando você come carne costuma tirar a gordura visível? (1) não (2) sim

Sal

27.Quantas frutas você come por dia? (1)não como fruta (2)uma (3)duas (4)três (5)quatro ou mais

Carne

28.Quantas colheres de sopa de verduras ou legumes você consome por dia? (1)não como verduras ou legumes (2)uma a quatro colheres de sopa (3)cinco a oito colheres de sopa (4)nove ou mais colheres de sopa

Fruta

29.Com que freqüência você costuma consumir bebidas alcoólicas? (1) diariamente (2) semanalmente (3) mensalmente (4) raramente (5) nunca

Verdura

Bebida

30.Você já fumou ou ainda fuma? (1) nunca fumei (2) sim, ex-fumante (3) sim, fumo. Fumo 31.As palestras e atividades de nutrição realizadas proporcionaram mudança do seu hábito alimentar? (1)Sim (2)Não (3) Parcialmente (4) Não participei de nenhuma Hábito palestra/atividade.

Relatório final – Anexo IV

42


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