Living nº 25 GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA
ano 6 número 25
R$ 12,00
Nassar
Radicado em Sampa, artista plástico Emmanuel Nassar faz das cores fortes do cotidiano sua fonte de inspiração
Leal Moreira
Carol Ribeiro Copa do Mundo Decoração Ganso Mendoza Moda Tecnologia
Double M
É como uma árvore que cresce, mas se mantém sempre perto. A Le Leal al M Mor orei or eira ei ra,, ne ra ness sses ss es s2 24 4a an nos o , nu nunc n a par nc pa aro rou rou de c cre resc re scer sc er. E se er semp mp pre c com om map pre re eoc o up upaç ação aç ão ã o de se s mant ma nter nt er pró róxi xima xi ma às pe pess ssoa ss oas. Porr iss oa sso o se sepa paro pa rou ro u su suas ua as s ati t vi v da dade de d es em trê rês s di divi visõ vi sõ ões es:: IIn nco corp rpor rp orad or ador ad ora or a, En Enge nge enhar nh har aria ia e Imo obi bili liár li árria a. É as assi sim si m qu que e a Le Leal all M re Mo eir i a cr cres esce es ce e e mel elho hora hora ho a cad a a ve vez z ma m is o rela re la aci cion onam on amen am ento en to com om seu eus s pa p rc cei eiro r s, forrne ece cedo dore do re res es e pr prin prin inci cipa ci pa alm men ente te cli lien e te en tes, s, pa s, para r q ra que ue e con onti tinu ti nue nu e se emp mpre re e dan ndo d bon ns fr f ut utos os a tod dos os.
Plan Pl anej an eja ej a e rre eal aliz i a os iz e pr em pree eend ee n im nd i en e to tos s do o Gru rupo po. po
Cons Co n trrói ns ói edi difí ifíci fííci cios os os de e qu ua ali lida ida dade de para arra a su ua vi vida vida da. da.
Co ome merc cia iali liza liza li za os empr em mp prree eend end ndim imen im ento nto tos s pa para para a a en at e de der os os seus eus so eu sonh nhos nh hos os. s.
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É como uma árvore que cresce, mas se mantém sempre perto. A Le Leal al M Mor orei or eira ei ra,, ne ra ness sses ss es s2 24 4a an nos o , nu nunc n a par nc pa aro rou rou de c cre resc re scer sc er. E se er semp mp pre c com om map pre re eoc o up upaç ação aç ão ã o de se s mant ma nter nt er pró róxi xima xi ma às pe pess ssoa ss oas. Porr iss oa sso o se sepa paro pa rou ro u su suas ua as s ati t vi v da dade de d es em trê rês s di divi visõ vi sõ ões es:: IIn nco corp rpor rp orad or ador ad ora or a, En Enge nge enhar nh har aria ia e Imo obi bili liár li árria a. É as assi sim si m qu que e a Le Leal all M re Mo eir i a cr cres esce es ce e e mel elho hora hora ho a cad a a ve vez z ma m is o rela re la aci cion onam on amen am ento en to com om seu eus s pa p rc cei eiro r s, forrne ece cedo dore do re res es e pr prin prin inci cipa ci pa alm men ente te cli lien e te en tes, s, pa s, para r q ra que ue e con onti tinu ti nue nu e se emp mpre re e dan ndo d bon ns fr f ut utos os a tod dos os.
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editorial Caro leitor,
Esta edição da revista Leal Moreira Living é especial. E é especial por várias razões. A primeira delas: com esta revista, completamos seis anos de estrada no mercado paraense. Não é pouca coisa. De 2004 pra cá, a aposta em um produto diferenciado e de qualidade se mostrou acertada, e o retorno junto a leitores e clientes mostrou que é possível realizar um trabalho de qualidade, com bom conteúdo, cuidado na apresentação gráfica e fiel aos seus princípios e manter-se vivo ao longo dos anos. A segunda é porque é tempo de festa. Não bastasse o fato de ser junho, com as tradicionais festas que acompanham a época - comidas, danças, alegria -, ainda vivemos neste 2010 o período que a Copa do Mundo de Futebol será disputada. O maior evento esportivo do planeta, que este ano está sendo disputado pela primeira vez no continente africano, mais precisamente na África do Sul, não poderia ficar de fora de uma edição que se dispõe a festejar. Nesta Leal Moreira Living, preparamos um material especial para que gente do quilate de Carlos Alberto Torres, capitão do time que conquistou o mundo em 1970, no México, desse sua opinião sobre Seleção Brasileira, favoritos e a importância do mundial para a afirmação da identidade do povo brasileiro. Ainda nos gramados, corremos atrás da maior revelação do futebol brasileiro nas últimas temporadas. Paulo Henrique Chagas de Lima, ou simplesmente Ganso, que saiu das categorias de base de clubes paraenses para brilhar na carreira vestindo a camisa 10 do Santos e, ao lado de Neymar, encantar amantes ou nem tanto do esporte com passes refinados e finalizações precisas. Ouvimos, num bate-papo, histórias sobre as dificuldades do começo, a ida para o centro do país e o sucesso recente, que gerou uma quase comoção nacional pela sua ida para o Mundial da África - que acabou não acontecendo. Mas, claro, nem só de futebol se fez a 25ª edição da Leal Moreira Living. Mendoza, no oeste da Argentina, um dos roteiros mais indicados por especialistas para os apreciadores de vinhos de boa cepa, é esmiuçada em uma reportagem que apresenta as boas razões para conhecer esse pedaço da terra dos hermanos argentinos. O trabalho do artista plástico Emmanuel Nassar, radicado em São Paulo e um dos talentos de sua geração, a simpatia de Caroline Ribeiro, modelo que saiu de Belém para ganhar as passarelas internacionais, reportagens sobre como a tecnologia afeta irremediavelmente - para o bem e para o mal - nosso cotidiano e até como os papeis de parede se transformaram em sucesso junto aos designers de interiores são assuntos abordados nas próximas páginas. É isso. Parabéns a todos. Um grande abraço e boa leitura. André Moreira
expediente Representante comercial | Rede Holms
Revista Leal Moreira Living
João Balbi, 167. Belém - Pará f: [91] 4005-6800 www.lealmoreira.com.br
Construtora Leal Moreira Diretor Presidente: Carlos Moreira Diretor Financeiro: João Carlos Leal Moreira Diretor de Novos Negócios: Maurício Moreira Diretor de Marketing: André Leal Moreira Diretor Executivo: Paulo Fernando Machado Diretor Técnico: José Antonio Rei Moreira Gerente Financeiro: Dayse Ana Batista Santos Gerente de Marketing: Ana Paula Guedes Gerente de Clientividade: Murilo Nascimento
Criação e coordenação Double M Comunicação Realização Publicarte Editora Diretor editorial André Leal Moreira Diretor executivo Hilbert Nascimento (Binho) Diretor comercial Juan Diego Correa Diretor de criação e projeto gráfico André Loreto Editor-chefe Elvis Rocha Produção editorial Tyara de La-Rocque Ilustrações e design Gabriel “Gabiru” Cavalcante Fotografia Luiza Cavalcante Reportagem Alan Bordallo, Arthur Nogueira, Gil Sóter, Leonardo Santos, Marcelo Damaso, Mayara Luma, Lucas Berredo e Tyara de La-Rocque. Colunistas Arthur Dapieve, Álvaro Jinkings, Celso Eluan, Marcelo Viegas, Nara Oliveira e Saulo Sisnando. Revisão José Rangel e André Melo Gráfica Santa Marta
Tiragem 12 mil exemplares Comercial Belém Emília Rodrigues F. 55 91 4005-6880 comercial@editorapublicarte.com.br
Fale conosco: (91) 4005-6868 / 4005-6878 editorapublicarte@gmail.com
Leal Moreira Living é uma publicação trimestral da Publicarte Editora para a Construtora Leal Moreira. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.
São Paulo Rua Geraldo Flausino Gomes, 78 – cjto.33/34 Brooklin Novo – São Paulo – SP – CEP.04575-060 F.11-3464-6464 Sócio Diretor: Antonio Manuel Silva manoel@holms.com.br Diretor Comercial: Isidro de Nobrega nobrega@holms.com.br F. 11 3464 – 6464 Cel: 11 8288 – 6489 Brasília SQN – 305 – BLOCO “L” – APTº.208 – 2ºANDAR ASA NORTE – Brasília – DF – CEP 70737-120 F.61 – 3328 – 2644 Diretor Comercial: Odair Carneiro brasília@holms.com.br Rio de Janeiro Rua Voluntários do Pátria 292/602 Botafogo Rio de Janeiro RJ – CEP 22270-010 Diretor Comercial: Maurilo Senna rio@holms.com.br Tiragem e distribuição auditadas por
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Eles são a tendência da hora no mercado de decoração. Os papeis de parede, com suas opções de textura, conforto e durabilidade, estão ganhando cada vez mais a preferência de quem busca requinte e praticidade na decoração de ambientes. Entenda o porquê de tudo isso.
destino
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Localizada no oeste da Argentina, Mendoza é ponto obrigatório para os amantes de bons vinhos do mundo inteiro. Além de suas belas paisagens, a província reúne, entre outras atrações, mais de mil e duzentas vinícolas. Acompanhe in loco a produção, deguste vinhos inesquecíveis e se apaixone.
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Há pouco mais de um ano, só os mais fanáticos por futebol sabiam quem era Paulo Henrique Chagas de Lima. Hoje em dia, o simples mencionar da palavra “Ganso” já diz, para todos, quem é esse paraense, astro do Santos e a um passo de conquistar o mundo com seu talento dentro dos gramados.
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Emmanuel Nassar é, há muitos anos, uma referência. Radicado em São Paulo, para onde se mudou em meados de 2009, o artista plástico paraense segue expondo e fazendo do cotidiano sua principal matéria-prima.
decor
capa Emmanuel Nassar Obras fotografadas por Fernanda Brito
entrevista
índice
perfil A empresária Renata Saboya passou breves três anos em Belém, mas a experiência a inspirou, tempos mais tarde, a fundar a Mil Frutas, rede de sorveterias carioca que aposta nos sabores regionais os paraenses em destaque - como trunfo. Uma história de sucesso.
dicas
pg 10
Celso Eluan
pg 36
comportamento
pg 38
tech
pg 44
moda
pg 46
confraria
pg 56
horas vagas
pg 66
Arthur Dapieve
pg 70
especial
vinhos
pg 78
Carol Ribeiro virou estrela meio que por acaso. Foi numas férias em Salinas que a paraense foi descoberta e, adolescente, viu-se lançada no frenético mercado de moda nacional. Hoje, aos 30 anos, a top curte um novo momento na carreira. E não para de fazer planos.
gourmet
pg 80
institucional
pg 91
sex & sábado
pg 98
futebol De quatro em quatro anos, o planeta é tomado por uma febre chamada Copa do Mundo de Futebol. Fomos atrás de personalidades, campeões do mundo e jornalistas para ouvir opiniões sobre o torneio, Seleção Brasileira, favoritos e muito mais.
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Conectada com voc .
Uma cadeira prática, moderna e versátil. Assim é a Link. Em material resistente, é facilmente empilhável e se adapta a qualquer ambiente. Link. Para você ficar conectado ao seu mundo.
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belém
Casa México
Um pedacinho da cultura e culinária mexicana chegou recentemente à Cidade das Mangueiras. Em parceria com o Viva México, primeiro restaurante mexicano do Brasil, o restaurante Casa México trouxe a Belém o melhor da cozinha tradicional do país de Frida Kahlo e Diego Rivera e criou no local um ambiente com referências originais mexicanas. Na decoração, as cores fortes e quentes dão mais verossimilhança com o universo que compõe o México. Os objetos utilizados na festa do dia dos mortos e uma trilha sonora tipicamente mexicana reforçam a autenticidade do restaurante. O carro chefe do cardápio são os tacos, tortillas de milho que acompanham qualquer bom bate-papo e podem ser degustadas com tequilas puras, trazidas do México e encontradas apenas no Viva México, em São Paulo e no Casa México, em Belém. O restaurante é aberto de terça a sábado para jantar e nos domingos para almoço.
Rua dos Mundurucus 1728 • Batista Campos • (91) 3212.8119 • casamexicobel@hotmail.com
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Le Massilia Para os amantes da gastronomia francesa, o restaurante Le Massilia, no bairro do Reduto, é a boa dica. Aconchegante, bonito e agradável, o Le Massilia oferece as especialidades da cozinha da França como escargots, coxas de rã, paté da casa, filé ao molho de pimenta-do-reino verde, cassoulet (feijoada francesa), medaillon de atum com molho de vinho tinto e filé de filhote com creme de aioli. As sobremesas são os famosos profiteroles ao chocolate e o crepe suzette. As paredes decoradas com fotografias da cidade de Marseille e os funcionários que falam o idioma francês fazem com que o cliente se sinta em um cantinho da França.
Rua Henrique Gurjão, 236 • Reduto • (91) 3222.2834 • www.massilia.com.br
Restaurante Benjamin
Travessa Benjamin Constant, 1361 • Nazaré • (91) 3343.3758 • contato@restaurantebenjamin.com.br Quem chega ao restaurante Benjamin sente presentes os ares do passado. Localizado num sobrado, no bairro de Nazaré, o espaço une beleza, contemporaneidade e sofisticação sem perder o estilo clássico de um casarão de época. O restaurante oferece um ambiente de bar-espera, duas salas de modelos clássicos e um espaço com características de varan-
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da e visão para a cozinha envidraçada. O local tem a proposta de cozinha de autor, com pratos criados pelo próprio chef ou reinterpretações de pratos internacionais. Além do atendimento e ambiente diferenciados, os clientes do Benjamin contam com mais uma vantagem: um estacionamento próprio do restaurante com 30 vagas disponíveis.
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brasil
Boodah Sushi Lounge Para quem está em solo carioca e deseja degustar a culinária oriental, o Boodah Sushi Lounge, em Ipanema, é uma ótima pedida. No cardápio, o melhor da comida asiática e japonesa, com pratos que oferecem mini- polvo, água-viva, massagô, tobicô, peixes, ostras, todos sempre frescos, além de uma boa carta de vinhos, sakês e um excelente atendimento. O Futari personalizado é o prato mais famoso e um dos mais pedidos do restaurante, pois é criado na hora por um sushiman. O estilo moderno e peculiar na decoração, com móveis que trazem um viés oriental e iluminação com velas dão um charme especial ao local. Estes são os motivos pelos quais o Boodah Sushi Lounge é, hoje, um dos ambientes mais badalados da noite carioca. Rua Teixeira de Melo, loja 30 A, Ipanema • (21) 2522.1894
Rua Santa Rita Durão, 1000, Funcionários • (31) 3261.6446 • www.restaurantesantafe.com.br
Rua do Atlântico, 102, Boa Viagem • (81) 3465.4000 • http://www.mingus.com.br
Restaurante Santa Fé
Mingus Batizado com o sobrenome do contrabaixista e compositor Charles Mingus, o restaurante Mingus é destaque na gastronomia pernambucana. Localizado em Boa Viagem, bairro litorâneo do Recife, o local é uma excelente combinação de música e culinária, além de ser referência em sofisticação e requinte. A cozinha contemporânea francesa é a grande especialidade da casa. Na decoração, refe-
rências ao jazz podem ser vistas nos seis painéis com fotos em preto e branco de artistas do gênero como Charles Mingus, Chet Baker e Astor Piazzolla e nas peças antigas como saxofones e obras de arte como um bandoneón suspenso no teto. O restaurante também oferece um ambiente para eventos, área externa para fumantes e serviço de manobrista. Ótima opção para quem está em Recife!
Localizado na área nobre de Belo Horizonte, o restaurante Santa Fé oferece em três ambientes pratos diversificados da culinária nacional e internacional, em especial da cozinha mediterrânea, farta em peixes e frutos do mar. O local também é conhecido pelo famoso buffet de salada com mais de 60 opções, além de pratos à la carte e petiscos. Há 16 anos no mercado, o Santa Fé é uma excelente opção para quem deseja saborear uma boa comida, bater um papo descontraído e não dispensa agregar a isso um ambiente bonito, discreto e agradável. O restaurante funciona de segunda a domingo e feriados.
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mundo
Livraria Lello Porto
Impossível entrar na livraria Lello Porto e não se apaixonar pelo local. Com um estilo neogótico, uma fachada formada por um amplo arco abatido dividida na porta central, a Lello Porto respira cultura e arte. Referência na Europa, a livraria é um dos tesouros da cidade do Porto, em Portugal e considerada uma das mais bonitas do mundo. Quem chega ao local, sente logo os ares do século XIX, um ambiente acolhedor, com uma vista magnífica que tem nos livros os seus principais elementos decorativos. Conhecida também como livraria Chardon, nome do seu fundador francês, o lugar conta ainda com espaços para exposições, café, seção de CDs, gravuras, além de periódicos e um rico acervo. Para os apaixonados por arquitetura, adeptos de uma boa leitura e consumidores assíduos de arte, a Lello Porto é parada obrigatória no Porto.
Rua das Carmelitas, 144 - 4050 -161, Porto • 351 222 002 037
Almacén Del Sur
Zanichelli 709, Maipu 5515, Argentina • 00 54 261 4975802 O ambiente elegante, cálido e íntimo do restaurante Almacén Del Sur é um convite para experimentar a variada e excelente carta de vinhos e a qualidade de uma gastronomia singular que o lugar oferece. O teto de cana e álamo achuelado, a carpintaria original de pinho oregón e pinotea e os pisos calcários que remetem ao século XIX dão todo o charme e beleza ao local. Os visitantes podem apreciar as qualidades de uma cozinha à vista do cliente e contam com a peculiaridade de um ambiente aconchegante e bucólico na área externa do restaurante. Quem está na Argentina, não pode deixar de percorrer 15 km e conhecer o Almacén Del Sur, em Maipu, no oeste argentino.
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perfil
O pouco tempo que passou na capital paraense marcou a empresรกria Renata Saboya para o resto da vida
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Leonardo Santos
Wagner Meier
saudade Sabor de
Após breve passagem por Belém na adolescência, empresária Renata Saboya criou, no Rio de Janeiro, rede de sorveterias inspirada nas boas memórias
A
passagem pelo Pará foi rápida. A empresária carioca Renata Saboya morou em Belém entre 1968 e 1971, quando era adolescente, mas é deste breve período que ela traz até hoje uma agradável lembrança: o início da paixão pelos sorvetes, especialmente de frutas amazônicas. Renata tem o seu sabor preferido na ponta da língua: “Açaí”. Essas boas recordações não ficaram apenas na memória e foram a principal inspiração para a criação de um negócio que já é um sucesso há mais de vinte anos. Renata é dona de uma das maiores redes de sorveterias do Rio de Janeiro: a Mil Frutas. “Foi fundamental, imagina eu chegando lá com quatorze, quinze anos. Fiquei fascinada pelos sabores. A Mil Frutas iniciou com Belém, com a memória da minha adolescência”, conta.
Filha única, Renata se mudou para a capital paraense com a família. O pai, Leopoldo Saboya, foi transferido para assumir o comando da Base Naval de Belém. Ela lembra com saudosismo de um de seus passeios preferidos na época: ir até a sorveteria Santa Marta, no centro da cidade. “As frutas de lá eram diferentes de tudo que eu já tinha conhecido e foi assim o maior prazer eu poder trabalhar com elas aqui no Rio de Janeiro.” A primeira sorveteria da Mil Frutas foi aberta no bairro Jardim Botânico em 1988. Desde a primeira máquina de sorvetes até hoje, já são sete lojas no Rio de Janeiro. As sorveterias estão espalhadas por bairros tradicionais como Leblon e Ipanema e chegaram a Búzios e a Angra dos Reis. São Paulo também já tem duas lojas em shoppings (Cidade Jardim e Iguatemi). »»»
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Luiza Cavalcante
Sabores de todo o Brasil compõem o mosaico de delícias oferecido pela Mil Frutas, com destaque para as frutas típicas do Pará. Marcela Machado (abaixo) provou e aprovou a sorveteria.
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Amazônia A Mil Frutas abriga no seu rol de sorvetes sabores amazônicos. Açaí, cupuaçu, taperebá e bacuri estão entre as dezenas de frutas encontradas na sorveteria. As receitas da casa valorizam a essência das frutas. Os “sorbets”, como são chamados os sorvetes de frutas, são produzidos apenas com a polpa, água e pouco açúcar. A sorveteria tem outras opções, como os sabores mesclados, lights e cremosos: brownie, banana caramelada, tapioca e chocolate com castanha-do-pará e pistache estão entre as mais de duzentas opções. Os sabores de doces brasileiros como canjica e pé-de-moleque também ganham vitrine. “A Mil Frutas valorizou o Brasil antes do Brasil estar na moda. Eu estou falando de 1988 quando era chiquérrimo valorizar as marcas estrangeiras.” Tudo é produzido na fábrica da Mil Frutas, que fica em Benfica, na Zona Norte do Rio, onde trabalham dez funcionários. Renata revela alguns dos segredos da casa: os sabores são testados à exaustão e a estocagem não pode ser muito longa. No máximo quarenta e cinco dias, a 22º negativos. A seleção dos fornecedores das polpas de frutas é rigorosa. “Você usa o melhor material, você terá o melhor produto. Eu acho que tem que ser por aí. Você ser fiel ao seu cliente e ao seu princípio da qualidade. Qualidade acima de tudo.” O resultado já rendeu elogios até no Jornal New York Times. “Descobrimos o que uma criadora de sorvetes apaixonada pode fazer. O sabor de pitanga era incrível assim como o de jaboticaba. Melão cantaloupe, maracujá e abacaxi com hortelã eram pequenas obras de arte”, relatou o jornal norte-
Cupuaçu, taperebá, bacuri e, claro, açaí fazem parte do enorme acervo de sabores
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Renata em frente a uma das sorveterias da rede que montou no Rio de Janeiro. Jornalista por formação, ela abandonou tudo para investir no sonho. E se deu bem.
americano em 2001. A gestão da empresa é familiar. Hoje, Renata conta com a ajuda das filhas Juliana e Paula na administração do negócio. O princípio da empresa é crescer, mas sem colocar em risco a marca. Isso passa por manter um número controlado dos pontos de venda com franquias. “Perfil descolado” O primeiro contato com a empresária já dá uma boa pista sobre o estilo de vida que leva. Aguardávamos Renata Saboya para a entrevista numa das mesas na calçada em frente à sorveteria. E ela chegou numa bicicleta, quase se confundindo com os clientes que entravam na loja e com o perfil que ela define a Mil Frutas. “Uma coisa meio descolada.” Mais tarde ela confirmou: assim como os sorvetes, ama andar de bicicleta e ficar perto da natureza. As pedaladas pelas áreas verdes do Rio de Janeiro – como a Floresta da Tijuca – são um dos hobbies preferidos da empresária. E Renata garante que esses passeios resultam até na diversificação do cardápio da sorveteria. “Sempre surgem ideias novas, o que ajuda muito na criação.” Apesar de ser “alucinada” pelo Rio de Janeiro, vem de longe uma das principais referências para ela. “O Pará foi fundamental na minha formação. Os paraenses eram muito autênticos e fiéis a sua identidade. Quer coisa mais original que a maniçoba e o pato no tucupi?” Renata é jornalista por formação acadêmica. Trabalhou no Jornal do Brasil e no Estado de São Paulo. Mas decidiu abandonar
a carreira para se dedicar ao próprio negócio. E juntou a paixão pelos sorvetes e uma boa dose de coragem para mudar de profissão e investir todo o dinheiro que guardava na poupança. Uma mudança arrojada dos textos para a criação de sabores, que hoje faz Renata sentir-se uma empresária realizada e feliz. “A inteligência passa pelas coisas sensoriais. Se você não arrisca, a vida não tem graça.” Aprovados A estudante belenense Marcela Borborema, de 13 anos, também é uma amante de sorvetes. E virou fã da sorveteria Mil Frutas quando passou as últimas férias no Rio de Janeiro no início do ano com os pais e a irmã Fernanda, de 17 anos. Marcela conheceu a sorveteria por acaso num passeio no shopping Leblon. No início, foi a presença das frutas paraenses que chamou a atenção, mas ela também aprovou os outros sabores. “Chocolate com pedaços de chocolate é um dos meus preferidos. Eu adorei”, conta. Ir até a sorveteria virou um roteiro quase diário, até em Búzios, onde ela também encontrou uma loja. Ela garante que foram pelo menos dez visitas em duas semanas de férias. “Tinha dia que ia duas vezes. Eu achei diferente e os meus pais sempre queriam provar outros sabores.” Experimentar os sorvetes da Mil Frutas será um passeio que Marcela diz que não deixará de fazer quando voltar ao Rio de Janeiro. Uma surpresa para quem achava que só as praias e as paisagens encantavam na cidade.
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Laduma , *
* Expressão sul-africana que, entre outros significados, é usada quando um gol é marcado
Alan Bordallo
Brasil!
Tempo de Copa do Mundo de Futebol é pra festa, confraternização, torcida e muito palpite. Vamos a eles.
A
Copa do Mundo chegou. Depois de quatro anos de expectativa, os fanáticos por futebol respiram aliviados e comemoram um mês inteiro dedicado ao esporte mais popular do planeta. E o que é melhor: o jogo é em alto nível e reúne os grandes craques mundiais, as partidas são disputadas e as velhas rivalidades entram em campo novamente. Tantos ingredientes são capazes até de fazer com que aquelas pessoas que não suportam futebol se permitam o prazer de extravasar os problemas diários nos jogos da Seleção, seja torcendo ou, como agora virou praxe, xingando o técnico que não levou tal jogador. Não importa: Copa do Mundo mobiliza muita gente. E até quem não é especialista tem direito de palpitar, afinal, no Brasil, como sabemos, somos mais de 190 milhões de técnicos. Entre tanta gente escolhemos três dos nossos “treinadores” nadores” para falar sobre as expectativas para a primeira meira Copa do Mundo sediada no continente africano. o. E para dar o toque especial, um sul-africano também ém passará suas impressões. »»»
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Nunca na história do Brasil uma Seleção Brasileira teve tantos volantes. Gilberto Silva, Josué, Felipe Melo, Ramires, Kleberson e Elano – mesmo que os dois últimos costumem fazer a função de meias – são jogadores que se destacaram pelo bom desempenho protegendo a zaga. Sobram para o meio-campo os nomes de Julio Baptista, este ainda contestado, e o de Kaká, que preocupa os brasileiros com as notícias de uma suposta pubalgia crônica. Os meias Paulo Henrique Ganso e Ronaldinho Gaúcho ficaram na lista de suplentes, frustrando as expectativas de quem esperava o escrete canarinho jogando um futebol vistoso, condizente com as tradições. Porém, a lista é essa, e é preciso acatá-la e torcer, como sempre. Esse é o recado que manda alguém que sabe o peso de vestir a camisa da Seleção e que ainda ostentou a braçadeira de capitão na seleção que até hoje é lembrada pela genialidade de seus jogadores: Carlos Alberto Torres, capitão do tricampeonato mundial brasileiro, em 70, no México. Ou simplesmente “Capita”. “Concordando ou não, essa é a lista, esse é o time.”, diz Torres, lembrando que a responsabilidade de não ter atendido ao clamor popular pela convocação de alguns craques é do técnico Dunga. “Nesse momento acho que temos que torcer para que tudo dê certo, que o time se ajeite nos treinamentos e o Brasil possa fazer uma grande Copa do Mundo. Ganhar é consequência. É um torneio curto, são apenas sete jogos. Pode acontecer de perder um jogo em um momento que não pode, como a Seleção de 2006”, completa. Torres acredita que o trabalho deve ser feito visando colocar o Brasil entre os quatro primeiros colocados, e pede que o brasileiro mude a mentalidade de valorizar apenas os vencedores. “Um time que faz uma grande campanha tem que ser reconhecido, como por exemplo foi em 82”, diz, sem deixar de frisar que, pela tradição e o fato de ter participado de todas as edições do torneio, o Brasil mais uma vez chega à Copa com status de favorito. A relação de Torres com a “amarelinha” é longa e nos remete ao primeiro título conquistado pelo Brasil. Torres ouviu cada jogo
da Copa do Mundo de 58, na Suécia, competição em que, enfim, o Brasil se livrou do que o dramaturgo e cronista Nelson Rodrigues chamava de “complexo de vira-latas”. Depois de protagonizar o Maracanazzo, frustrando quase 200 mil brasileiros em 50, e decepcionar em 54, os brasileiros superaram os suecos, donos da casa, e trouxeram o primeiro dos nossos cinco títulos mundiais. “Tinha 13 para 14 anos e já entendia um pouco mais sobre futebol. Lembro que a alegria era grande a cada gol que o rádio anunciava, os locutores vibravam. Como hoje, a cada jogo o povo saía para as ruas para comemorar”, diz. Naquela Copa o Brasil apresentou ao mundo um certo garoto de 17 anos. Abusado, chapelou o zagueiro sueco e anotou um dos gols na final. Pelé seria companheiro de Torres na seleção 12 anos depois. Mas ele não era o único craque daquele time memorável. Ao todo, havia cinco jogadores que em seus clubes usavam a camisa 10, número que, depois do Rei, virou sinônimo de talento. Não havia, porém, estrelismo algum, segundo o capitão. O futebol era solidário e os atletas se destacavam pelo profissionalismo. “Não era difícil lidar com eles. Todos eram grandes jogadores, grandes profissionais, em busca do mesmo objetivo que era ganhar a Copa do Mundo, já que aquela era a última para a maioria daqueles jogadores. Todo mundo queria muito”, lembra o Capita. Até hoje, a Seleção de 70 é apontada por especialistas como um dos mais brilhantes times de futebol já formados. Fica fácil imaginar então o que representa para o ex-lateral direito ter jogado naquele time. “Foi realmente uma satisfação, uma alegria muito grande ter participado de 70, pelo trabalho que foi realizado. A Seleção é apontada até hoje como a mais brilhante e não chegamos a essa condição por acaso. Foi muito trabalho, concentração, treinamento e disposição de todos para alcançar o objetivo. Tudo foi feito com muito sacrifício. E para mim, que participei dos jogos da Seleção desde o início das eliminatórias, foi uma alegria. Tive o privilégio de jogar no time e ter sido o capitão daquela seleção.”
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“Teimoso” A mentalidade apresentada por um ex-campeão mundial difere em muito do torcedor comum. Enquanto Torres se mostra resignado com as escolhas de Dunga e declara sua confiança ao sucesso brasileiro em solo sul-africano, o jornalista, escritor e crítico musical Arthur Dapieve afirma não conseguir enxergar as características que consagraram nosso futebol na seleção do teimoso Dunga. Torcedor fanático do Botafogo, time brasileiro que mais cedeu jogadores para a Seleção, Dapieve tem como referência justamente a seleção de 70 – “cuja base e esquema tático eram do Botafogo” –, que Torres liderou, e associada sempre ao futebol bonito. Por isso não esconde a decepção pelo “material humano” escolhido por Dunga para levar à Africa do Sul. Para Dapieve, a Seleção se daria bem na Copa se ousasse e armasse um time com Daniel Alves jogando como segundo volante. “É a única chance de apresentarmos algo próximo de um futebol brasileiro. Mas teríamos que torcer para ninguém se contundir e a dupla de técnicos ser abençoada”, diz. Mas, nem sob essas condições, o jornalista acredita no título mundial. “Não creio que dê Brasil. Não apenas pela mediocridade dos 23 convocados, mas também pelo fato de a Copa de 2014 ser aqui e fica mais bonito sermos hexa em casa. Desde a estranhíssima final de 1998 não acredito mais que certos resultados não possam ser ajeitados em prol de interesses maiores que os esportivos”, completa. Muita gente criticou a postura e a teimosia de Dunga. Miraildes Mota, a Formiga da Seleção Brasileira Feminina, passou longe disso. Medalhista de ouro em dois Pan-americanos e prata em duas Olimpíadas, a jogadora, que joga de volante, confessa ser fã do futebol que Dunga jogava. O ex-capitão da Seleção Brasileira chamou a atenção de Formiga principalmente na Copa de 94, depois que o Brasil levantou sua quarta Copa do Mundo. Hoje, ela considera a Seleção Brasileira, de longe, a mais forte do mundo, motivo pelo qual acredita que o sexto mundial virá na África do Sul. “Sempre sonhei em vestir a camisa da Seleção Brasileira. Me considero uma pessoa feliz por causa disso”, diz »»»
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ela, que só lamentou a ausência do dentuço Ronaldinho Gaúcho da lista divulgada pelo treinador da Seleção. Em casa A primeira Copa do Mundo no continente africano dá aos donos da casa uma sensação de nostalgia. Em 1995, em um país que ainda tentava construir sua identidade nacional e experimentava o fim da segregação pós-apartheid, um esporte, também bretão, foi o elemento catalisador do espírito coletivo na África do Sul: o rúgbi. Na ocasião, inspirados pelo recém-eleito presidente Nelson Mandela, os sul-africanos conseguiram superar adversários tecnicamente mais fortes e sagraram-se campeões mundiais em seu próprio país. A saga dos Springboks, como o time nacional de rúgbi é chamado, foi reconstruída pelo cineasta Clint E é nesse exemplo que o sul-africaEastwood no filme Invictus. In no Robert Weich espera que os “Bafana-Bafana” se inspirem o país, e agora em 2010. “A Copa de Rúgbi em 1995 unificou un Porém, acho que a Copa de 2010 vai unificar mais ainda”, diz. d nesse roteiro, será preciso um pouco mais que superação. “Vou torcer pela África do Sul, claro, mas tenho certeza que não passa da 1ª fase. O time não tem muita experiência, fora um ou
dois jogadores que jogam na Europa, como Piennar (capitão do time, que joga no Everton-ING). Vou torcer muito para o Brasil também, pois morei 14 anos no Brasil”, diz ele, que é casado com a jornalista brasileira Renata Castelli. “Só que ela torce para a Itália”, completa. Apesar de declarar paixão pelo rúgbi, Robert diz que sempre gostou de futebol. Ele lembra bem das Copas de 82 e 86, inclusive tem boas recordações da final entre Inglaterra e Argentina. Nessa Copa do Mundo, aponta Argentina, Holanda e Espanha como grandes favoritas, ao lado do Brasil. “Acho que o Brasil tem tudo para chegar na final e ganhar. É o que quase o mundo inteiro está esperando”, diz. O sul-africano só lamenta o fato de não poder acompanhar a Copa do Mundo no próprio país. Como se mudou recentemente para Londres, não haverá tempo na agenda para comparecer aos jogos, algo que, segundo ele, aconteceria se a Copa de 2006 não tivesse sido “roubada” pela Alemanha. “Era para a África do Sul ter a Copa em 2006, mas foi ‘roubada’ pela Alemanha, que ofereceu ‘brindes’ para agentes da FIFA votarem a seu favor. O mundo vai ver que é uma país maravilhoso, onde as pessoas de todas as raças, religiões e culturas conseguem viver juntas, se respeitando. A Copa vai valorizar o futebol na África do Sul”, conclui.
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entrevista
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Sandro Galtran
Ricardo Saibun
Menino da
Vila
Paulo Henrique Ganso, um paraense prestes a conquistar o mundo
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á cerca de cinco meses, apenas os fãs mais ardorosos de futebol sabiam quem era Paulo Henrique Chagas de Lima. Hoje, um título paulista pelo Santos e uma quase convocação para a Seleção Brasileira depois, o país inteiro não tem dúvidas de quem se trata ao soar de uma única palavra: Ganso. Nascido em 12 de outubro de 1989, em Ananindeua, uma das coqueluches do futebol brasileiro no momento teve um longo caminho até, enfim, brilhar no Santos de Pelé, Coutinho e Cia. Das primeiras jogadas, no campo da Petrobras, empresa em que o pai Julio trabalhava, ao futsal da Tuna Luso Brasileira, foi um pulo. Aos 13, já dividia seu tempo entre as quadras lusas e o futebol de campo no Paysandu. Com 15 anos, por indicação de Giovanni – outro paraen-
se que fez história no time da Vila Belmiro – foi chamado para um teste no Alvinegro Praiano. Aprovado, deixou a família em Belém e foi atrás do sonho. Apontado como uma das maiores revelações do futebol brasileiro nas últimas décadas e desejado pelos maiores clubes do planeta, Paulo Henrique Ganso estava em regime de concentração para uma partida do Brasileirão 2010 quando conversou por telefone, com exclusividade, com a Revista Leal Moreira Living. Confira. Você saiu de Belém muito jovem para tentar a carreira fora do Estado. Poderia contar um pouco dessa trajetória até chegar ao time principal do Santos? Eu comecei no futsal da Tuna, que foi o clube »»»
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No Campeonato Paulista deste ano, Ganso ajudou o Santos a derrubar os maiores rivais e conquistar o título
Somos amigos e temos a cabeça tranquila. O sucesso não vai nos subir à cabeça.
que me acolheu aos sete anos de idade. A partir dos meus 9 anos comecei a jogar futebol de campo, mas continuei no futsal – ganhando títulos – até a Tuna acabar com a categoria Sub-15, que foi quando eu me transferi para o Paysandu. Em 2005, o Giovanni (paraense e maior ídolo da torcida do Santos nos anos 1990) voltou para o Brasil e foi contratado pelo Santos. Um amigo, o professor Márcio Guedes, conseguiu falar com a irmã dele (Giovanni) e o convenceu a conseguir um teste para mim. Aí eu cheguei ao Santos e fiz o meu papel, que é jogar futebol. Fui aprovado e depois de muitas dificuldades aqui, como uma cirurgia no joelho e voltar duas vezes para a base por falta de oportunidades, estou tendo todo esse sucesso agora. Existe uma história que, quando você treinava no futebol de salão da Tuna Luso, o Capitão, seu técnico, marcava falta todas as vezes que você dava passes com a esquerda, para incentivá-lo a também usar a perna direita. Essa história é verdadeira? O que esse tipo de “método” ajudou no seu desenvolvimento como jogador? O Capitão foi o cara que me ensinou praticamente tudo de técnica, passe, finalização, aprimorar a perna direita, a esquerda. Como eu sou canhoto, só chutava com a esquerda, pouco chutava com a perna direita. Ele fez um treinamento
no qual eu só poderia usar a perna direita para iniciar jogadas, chutar, dar passes, senão ele parava o treino e marcava falta. E graças ao Capitão aprendi a usar a perna direita. Hoje em dia quando faz um gol com a direita, você costuma comemorar batendo na perna. É uma homenagem? Não só ao Capitão, mas também ao meu pai, que sempre me incentivou. Quando eu era criança ele pedia pra eu fazer 50 embaixadinhas só com a perna direita e depois me dava 10, 20 reais (risos). Uma das cenas mais fortes da decisão do Campeonato Paulista deste ano foi o momento em que você se recusou a ser substituído quando o time estava com três jogadores a menos em campo. O que aquele tipo de atitude revela sobre a relação de vocês com o Dorival Júnior, que depois do jogo até o elogiou pela atitude? Revela que nós sabemos que um pode ajudar o outro. Naquele momento, não foi diferente. Como eu estava dentro de campo, estava sentindo e vendo melhor a partida do que ele, que estava de fora, tive a percepção de falar na hora e decidir. Ainda bem que deu tudo certo e nós conquistamos o título »»» paulista, aliás, meu primeiro título como jogador profissional.
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André, Neymar e Ganso. A descontração é uma das marcas registradas dos Meninos da Vila, que viraram moda entre a garotada e os amantes do bom futebol.
Você acha que teria liberdade suficiente para tomar a mesma atitude caso o técnico fosse um Vanderlei Luxemburgo, por exemplo, que é um técnico de perfil muito mais personalista? Sim. Quando o Luxemburgo esteve aqui, ano passado, me dava toda a liberdade para jogar e falar. Se fosse ele o técnico, eu poderia ter feito a mesma coisa. Só não sei qual seria a reação e nem que decisão ele tomaria naquele momento. Os “Meninos da Vila” viraram moda e estão na boca tanto de jornalistas quanto da garotada, que tem adotado, por exemplo, até os “moicanos” como estilo. Como vocês fazem para lidar com o sucesso e não deixar que o assédio atrapalhe o foco nas competições que você tem disputado com destaque até o momento? Além de sermos amigos, temos a cabeça muito tranquila. Ainda podemos ganhar muitas coisas sem que isso suba à nossa cabeça. Também contamos com a ajuda dos nossos pais e a estrutura familiar que temos tem nos ajudado muito. Você quase foi envolvido na negociação entre o Santos e o Manchester City, que culminou na volta do Robinho. Por que você preferiu não ir para a Inglaterra?
Não quis ir para o Manchester City porque acho que posso chegar a um grande clube da Europa. Claro que quero jogar em um grande centro do futebol mundial como a Europa, mas o que posso dizer é que o Manchester City não é a minha preferência. Seu contrato vai até 2015 com o Santos, mas com o sucesso do time na temporada, acredito que as propostas para tê-lo devem estar batendo à porta da diretoria santista a todo momento (depois desta entrevista, rumores de que o Real Madrid e o Milan estariam interessados no jogador começaram a pular nos jornais). Você tem alguma preferência para deixar o país? A preferência é jogar em um grande clube, como eu falei. Milan, Real Madrid, Barcelona... O Chelsea também. Mas tem que ser um desses gigantes europeus. Na partida que você disputou em Belém, fez questão de dar a sua camisa para o Gian, do Remo, e na final do Paulista abriu mão de ficar com a camisa 10 para que o Giovanni a usasse. Quais são os seus grandes ídolos no futebol, aqueles em que você se espelhou para montar seu estilo de jogo? »»»
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Neymar e Ganso na final do Paulistão deste ano, quando conduziram o time ao título. Foi a primeira conquista da carreira do paraense
Eu sempre gostei muito do Alex, do Fenerbaçe (Turquia). Hoje gosto muito do Kaká (Real Madrid). Dei minha camisa pro Gian porque, quando eu morava em Belém, sempre estava torcendo por ele nos estádios quando jogava pelo Remo e era o “Príncipe do Baenão”. Quis mostrar o carinho que tenho por ele dando a minha camisa naquele momento. O clamor pela sua convocação à Seleção Brasileira foi muito intenso nos últimos meses (O jogador foi incluído na lista de “suplentes” de Dunga para o Mundial da África do Sul). Você acha que já teria maturidade suficiente para encarar uma Copa do Mundo, que é um torneio totalmente diferente de todos os outros em termos de pressão, importância? Sei que a responsabilidade e a pressão são em dobro quando se fala em Copa do Mundo e Seleção Brasileira, que mexe com a paixão do povo, com a pátria, mas já tenho maturidade de assumir essa coisa grande que é vestir a camisa da seleção em uma Copa. Claro que não estou torcendo para nenhum companheiro se contundir, mas se eu vier a ser convocado, estou pronto para honrar a camisa do meu país.
Apesar de ser paraense, você nu nca havia jogado profissionalmente no Mangueirão, o que aconteceu na partida em que o Santos goleou o Remo por 4 a 0 pela Copa do Brasil. Como foi a experiência de jogar pela primeira vez na terra natal? Foi uma experiência maravilhosa, muito especial para mim. Fiquei muito feliz em jogar na minha terra natal. Fui bem recebido por todos. Foi um dos grandes momentos da minha carreira ter jogado no Mangueirão lotado e com a torcida paraense me aplaudindo quando fui substituído. O Santos já teve Sócrates (1988-1989), Giovanni (1994-1996) e agora você. É coincidência ou o jogador paraense cai bem com a camisa do Santos? É muita coincidência. Ainda bem que o Santos é um time que lança paraenses. Aqui somos três: eu, Giovanni e o Pará. Espero que o Santos lance outros depois de mim e que eles sejam muito felizes, como eu sou. Aliás, tendo saído de Belém tão cedo, qual é hoje a sua relação com a cidade e o Estado?
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Fotos: Antônio Cícero
Contra o Remo, pela Copa do Brasil, o meio-campista finalmente pode mostrar seu futebol para a torcida paraense
Sempre que tenho folga aqui no Santos vou pra Belém me divertir e mato a saudade dos familiares. Sou apaixonado pela cidade e tenho orgulho de ser paraense. Nos últimos anos os clubes paraenses têm sofrido com sucessivos rebaixamentos e perderam um pouco da expressão que vinham tendo em décadas passadas. O que você, que vem conseguindo brilhar em outras praças, acha que é preciso fazer para que essa realidade seja outra? Acho que os clubes paraenses deveriam tratar o futebol com mais profissionalismo, evoluindo as estruturas, melhorando para os jogadores se sentirem mais à vontade, como se estivessem em suas casas para que possam desempenhar melhor o seu papel dentro de campo Pra finalizar, em suas visitas a Belém, quais são os programas tipicamente paraenses que não podem faltar na sua agenda? Quando vou a Belém procuro tomar sorvete, comer comidas típicas, visitar os parentes e amigos e curtir a cidade da melhor maneira possível.
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Direitos vou ver!
Celso Eluan empresário celsoeluan@ig.com.br
Ao tempo que começa a esquentar uma campanha eleitoral, o nível do debate despenca na mesma proporção. Não é coincidência apenas, é necessidade de sobrevivência política. Não adianta jogarmos a culpa nos políticos, sempre inconsequentes nas suas promessas e delírios utópicos. Acredito que o problema está nas regras do jogo democrático. Primeiramente, não consigo conceber um regime democrático em que o voto seja obrigatório, sob pena de sanções cívicas. Ora, faz parte do jogo democrático não querer participar, se sou obrigado já não é tão democrático assim. Escondido sob o véu de um direito que deve ser exercido, a legislação nos obriga a votar. Se é direito, cada um o exerce como lhe convém, inclusive não votando. Um dos resultados dessa obrigação é que vota quem quer e quem não quer. Como a grande maioria não quer e não tem o menor interesse em participar, vota por obrigação em qualquer um que os ventos do destino (ou algo mais consistente como um cabo eleitoral ou um favor de ocasião) lhe designem. Assim turva-se o resultado de um pleito, pois os eleitos não necessariamente são os que mais conseguiram influenciar o resultado com suas ideias de gestão da máquina pública, mas aqueles que mais sopraram cantigas sonolentas para acalentar um eleitorado bocejante. E dá-lhes petardos alvissareiros como: “Nosso compromisso é com a saúde e a educação”, “Vamos gerar um milhão de empregos”, “Nunca antes na história desse país”, “Lugar de bandido é na cadeia” e por aí vai. Outro caminho é o da agressão mútua e, nesse caso, como o povo
gosta de sangue e os termos de baixo calão não são bem-vindos, lança-se mão de adjetivos cheios de eufemismos e neologismos: neoliberal, direitista, radical, comunista, e até alguns mais prosaicos como ladrão, canalha, safado. O que não quer dizer absolutamente nada, só encenação. Ao fim de um debate a mídia avalia quem foi o vencedor, atuam como jurados num ringue. Analisa-se quem melhor respondeu aos questionamentos, quem mais soube se esquivar, quem atacou mais, quem aplicou golpes fatais, enfim, fica a luta em primeiro plano e as ideias de gestão que se danem. Nesse circo eleitoral não há espaço para análise de competências, isso é coisa pra headhunter, o que importa é quem melhor se sai no picadeiro. O jogo democrático acaba turvando os objetivos. Não importa quem tem competência pra gerir o Estado, importa quem melhor se sai no jogo. Então, a culpa não é dos jogadores, a estirpe de políticos que vem tocando o país, estados e municípios há mais de 120 anos. O problema está no jogo. E usa-se a democracia como escudo para legitimar a escolha feita pela maioria, que não queria participar, foi obrigada por lei e escolheu qualquer um apenas como obrigação. Eis uma maioria amorfa e sem representação. Então, ou mudam-se as regras ou quero meu direito de não participar do jogo. Como no pôquer, se vejo que não tenho cartas boas, abandono a rodada, é um direito, faz parte das regras. Ou sigo blefando e tento enganar todos e ganho o jogo. Também faz parte das regras. Moralmente prefiro abandonar esse jogo!
PS: Pesquisa recente do Datafolha divulgada após este texto ter sido elaborado, mostra que o país está dividido: 48% são contra e o mesmo percentual é a favor do voto facultativo. O Brasil é um dos 30 países em que o voto nas eleições nacionais é obrigatório. Dos entrevistados, 55% dizem que votariam se ele fosse facultativo; 44% optariam por não votar. É um índice similar ao de países onde o voto não é obrigatório. Não estou fazendo apologia do voto facultativo como solução dos nossos problemas políticos. Está muito longe disso. Apenas prego coerência com os princípios democráticos de respeito aos direitos e que não sejam confundidos com deveres. PS2: (isto não é um vídeo game, é um post scriptum II): No dia 08/06/10 a CCJ do Senado aprovou projeto de lei que determina o fim das punições a quem não comparecer às eleições. Segue agora para análise da Câmara dos Deputados. Se passar, na prática é quase o fim do voto obrigatório (ficará apenas a multa de 5 a 20% do salário mínimo). Já é um ótimo começo!
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Lucas Berredo
Tudo ao
mesmo tempo
agora
Como as novas tecnologias afetam tempo, espaço e a nossa própria noção de indivíduos nesses tempos de web 2.0
“U
m campo aberto, conflituoso e parcialmente indeterminado, no qual nada está decidido a priori.” Usada pelo filósofo franco-tunisiano Pierre Lévy para definir as novas tecnologias, a frase, cunhada ainda na década de 1990, abre um enorme espaço de reflexão tanto aos entusiastas dos gadgets (equipamentos eletrônicos) quanto aos que observam uma padronização ou algo de sombrio por trás do desenvolvimento tecnológico, como o autor norte-americano Nicholas Carr, em “The Shallows: What the Internet is Doing to Our Brains” (“O Que a Internet Está Fazendo com o Nosso Cérebro”). “Estamos nos tornando mais como bibliotecários, capazes de encontrar informações rapidamente e perceber quais são as melhores, do que acadêmicos, aptos a digerir e interpretar algo”, afirmou o autor, que argumenta que os últimos avanços da tecnologia nos tornaram menos capazes de pensamentos aprofundados e precisou
abandonar as contas no Facebook e no Twitter para fechar seu livro. Ao encarar uma constelação de textos, fotos, vídeos, músicas, links para outras páginas, tweets, mensagens de texto, e-mails e mensagens SMS, nossa mente se acostumou a escanear informações. Assim, segundo Carr, fomos capazes de nos tornar melhores em decisões rápidas. Mas, agora, a maioria dos que usam a internet, os celulares de nova geração e as TVs de alta definição lê livros com pouca frequência, ensaios longos ou artigos que nos ajudam a ser mais contemplativos. “Se você não exercita habilidades particularmente cognitivas, você vai acabar perdendo-as”, profetiza o pessimista Carr. Há, no entanto, um aspecto positivo, ao menos do ponto de vista prático, para as novas tecnologias. Com o advento da internet, tornou-se mais fácil o acesso a bancos, supermercados, restaurantes, farmácias, entre outras facilidades do co- »»»
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tidiano, sem sair de casa. Não é mais necessário fazer caras ligações de telefone ou esperar por uma carta, já que podemos simplesmente usar o MSN, ou mesmo o Skype, para conversar com alguém que está longe, com áudio e vídeo. O telefone fixo, antes a principal comunicação, dá lugar ao celular, que hoje atende a todas as necessidades básicas antes apenas possíveis pelo computador, como gravar vídeos, conectar-se à internet, ouvir músicas e sintonizar a rádio. “Estamos falando de um mundo inteiramente novo, em que a ideia é experimentar várias funções ao mesmo tempo: ao mesmo tempo em que você troca uma mensagem SMS com alguém, fala com um outro amigo no MSN e baixa uma música”, define a especialista em novas tecnologias e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Kalynka Cruz. A internet e a Web 2.0 Dia 4 de junho de 2010. Na faixa central inferior de seu website, às 8h33, o site brasileiro da ESPN, em sua seção destinada à Copa do Mundo, destaca: “Rio Ferdinand machuca o joelho e pode ficar fora do Mundial”. O zagueiro/capitão da seleção inglesa havia desfalcado seu clube, o Manchester United, durante boa parte da tem-
porada pelo mesmo problema e, por tal razão, especialistas no tema já o colocavam, mesmo alguns meses antes do início do Mundial, como carta fora do baralho no English Team de 2010. Três horas depois, às 11h31, a notícia então surge na principal faixa central do website, com um título atualizado: “Após exames, zagueiro Ferdinand sai de muletas de hospital e está fora da Copa”. Pouco tempo se passou para que os que acompanham a seleção inglesa no Brasil soubessem não apenas as informações atualizadas sobre o corte do defensor do Manchester United, mas a confirmação de seu substituto, o depoimento do técnico Fabio Capello sobre a exclusão e, minutos depois, pela emissora de televisão e rádio ligada ao website, a opinião de comentaristas acerca do tema. Também disponível no portal estavam a ficha técnica completa de Ferdinand (altura, peso, histórico de clubes, nome completo, retrospecto da carreira, estatísticas), e seus melhores momentos pela seleção inglesa, Leeds United e Manchester United, retratados em um vídeo de cinco minutos. Na relação de convocados da Inglaterra na enciclopédia digital, a Wikipedia, alguém já havia atualizado, às 12h, a troca de Ferdinand pelo zagueiro Mick Dawson, do Tottenham Hotspur. Tudo
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isso em um espaço de três horas e meia: especulação, apuração, confirmação e repercussão sobre o episódio, divulgada em todo tipo de mídia – à exceção do jornal impresso. O rápido desenrolar do caso Ferdinand é um exemplo de como funciona o tráfego de informações no atual estágio da internet, a Web 2.01. Conceito criado em 2004 pela empresa norteamericana O’Reilly Media para designar a “segunda geração” da internet, a interatividade da Web 2.0 com o usuário é baseada em Tecnologia da Informação, redes sociais, sites de compartilhamento (como YouTube, Flickr e Gmail), mercados digitais de colaboração (como o eBay e o MercadoLivre, aqui no Brasil) e blogs. Entenda-se que a cada cinco ou dez minutos, o site do jornal inglês “The Guardian” soltava uma nota sobre o corte de Rio Ferdinand e os portais brasileiros aproveitavam-se do conteúdo e o reproduziam. Antes, sem a disponibilidade da internet, o acompanhamento da notícia no Brasil nunca seria atualizado com tal agilidade, por recursos de comunicação limitados ou questões de prioridade (os jornalistas enviados às Copas privilegiavam, como hoje, a cobertura da seleção brasileira, e não tinham, na maioria das vezes, tempo para apurar informações sobre outro time).
Assim, com a Web 2.0, o público acostumado à televisão e os pequenos intervalos diários para o acompanhamento de notícias se viu obrigado a mudar seu dia-a-dia, assim como os próprios jornalistas. “Há dez anos, tínhamos uma relação quase cartesiana com o ciberespaço2”, comenta a professora Kalynka Cruz, mestranda em Tecnologias da Inteligência e Designer Digital pela PUCSP. “Os sites eram meramente descritivos e o nível de interação era primário: por exemplo, se você tinha alguma dúvida sobre o material postado, você clicava naquela ferramenta ‘Fale Conosco’, ou preenchia um formulário. Hoje, todos os usuários são geradores de conteúdo. Isso porque ele não é um meio de comunicação, e sim de convivência”, conclui. Na perspectiva de Kalynka, a partir da geração Web 2.0, o internauta ganha um poder de informação e propagação de ideias tão forte quanto um jornalista. A apropriação acontece porque este tipo de plataforma na internet permite que o usuário crie uma relação de “vivência” no mundo digital, diferente da geração anterior, em que havia uma separação estabelecida entre o ciberespaço e o mundo real. “O ciberespaço é uma extensão do mundo real. Não há mais a relação utilitarista em que o »»»
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ciberespaço é apenas um objeto do pensamento humano. Em novembro de 2009, quando houve aquele grande blecaute em vários Estados do Brasil, os usuários do Twitter foram os primeiros a fornecer notícias sobre o fato”, explica Kalynka. “Sem eletricidade para entrar no ar, grande parte das emissoras de tevê não pôde repercutir o episódio. Assim, os internautas, com um lastro de bateria nos computadores, começaram a twittar, dando informações relativas ao trânsito, ou seja, a rua mais segura a se pegar, em qual avenida tal sinal estava quebrado, etc. Isto é uma prova que estamos vivenciando uma inversão na edição de informações.” As redes sociais e a geração Y Em março deste ano, a internet foi uma das indicadas ao Prêmio Nobel da Paz. A indicação foi feita pela revista “Wired” italiana, cuja campanha pelo laureio foi motivada pelo “potencial (da internet) para incentivar o ‘diálogo, debate e consenso’”. Grande parte deste “diálogo” citado pela “Wired” se deve aos canais on-line de troca de conteúdo como o Twitter, o Facebook, o Orkut, o LinkedIn ou o YouTube, as redes sociais. Uma das primeiras foi o SixDegrees, o pioneiro em possibilitar a criação de um perfil com registro e publicação de contatos. A partir de 2000, vieram o LiveJournal, o Blackplanet e o Fotolog – o primeiro a emplacar no Brasil. No entanto, as redes sociais, com milhões de usuários, como conhecemos hoje, foram o MySpace e o Orkut, em
2003, e o Facebook, o mais famoso, em 2004. “As redes sociais foram projetadas como um mecanismo de reunir um determinado número de pessoas por um objetivo em comum”, conceitua Kalynka Cruz. “Elas são uma rede social digital, mas representam algo que já existe no real.” Redes sociais podem se conectar ao contexto do “mundo real” por vários motivos. Políticos, por exemplo, têm se aprimorado em interagir com os usuários no Twitter, enquanto empresas têm sido obrigadas a criar perfis no Facebook ou no Orkut, para acompanhar os gostos dos clientes – leiase: a geração Y3, justamente os jovens entre 18 e 30 anos que dominam as redes sociais. O Google, por exemplo, com a intenção de rivalizar o poderio de comunicação aberta com o Twitter e o Facebook, lançou no início deste ano o Buzz, integrado ao e-mail e o Orkut. O objetivo é facilitar ainda mais a comunicação entre amigos e o compartilhamento de vídeos, fotos e músicas. “Os jovens que convivem usualmente no ciberespaço romperam com o pensamento cartesiano”, explica Kalynka. “Eles largaram o modo metódico e seguem um processo alinear: ou seja, ele raciocina de forma abdutiva e não de maneira dedutiva. Há uma pesquisa que prova que esse jovem dos anos 2000 é 50% mais rápido do que alguém que não está integrado ao ciberespaço. Ou seja, como ele foi ‘treinado’ a vários estímulos, assim ele raciocina na vida real. Ele não pensará como o pai ou o avô, que viviam em uma sociedade linear.”
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Grande parte do entretenimento na vida da estudante Fernanda Martins, 28, é proporcionada pela internet, com downloads de seriados e filmes. “Meus seriados e filmes vão diretamente para o PC com tela de alta definição”, explica. “Posso também baixar e imprimir livros ainda não publicados no Brasil e conversar em áudio e vídeo com amigos que estão distantes. Profissionalmente, ter um telefone celular com teclado Qwerty, que cria e edita arquivos de texto, além de uma câmera com cinco megapixels, que filma com qualidade de DVD, ajuda bastante a vida de uma comunicadora.” O interesse de Fernanda em tecnologia começou com o surgimento da máquina de fotografia digital, no início dos anos 2000. “Apaixonei-me pela capacidade de preview das fotos, além da facilidade de não precisar revelar”, explica Fernanda, que atualmente cursa o último semestre de jornalismo. “Minhas aquisições mais recentes são um netbook e um blu-ray player. O netbook vai comigo para todo canto, é o meu ‘xodó’. E o blu-ray eu uso para assistir vídeos do YouTube, já que os discos desta plataforma são caros aqui no Brasil.” Autêntico modelo da geração Y, Fernanda costuma acompanhar os últimos lançamentos em tecnologia de telefonia móvel por blogs e sites. Quando uma atualização é lançada no mercado, a estudante prontamente já procura novos protótipos e deixa o modelo anterior de mão. “Antes do lançamento real do produto, há uma série
de fases: rumores, anúncios e ‘vazamentos’ de modelos. Quando o produto é lançado, os loucos já estão prontos com o dinheiro na mão. Admito que, quando se tem uma nova versão, a antiga perde um pouco da graça. Por exemplo, eu tenho um telefone celular Nokia N95, com funcionamento perfeito. No entanto, desde que saiu o N97 (a atualização), não é a mesma coisa. Já olho para ele como se fosse um radinho de pilha”, brinca. A tecnologia para celulares A tecnologia 3G é a usada atualmente pela terceira geração de telefonia celular. Ao proporcionar uma transmissão de dados mais veloz, esse tipo de tecnologia torna possível às empresas oferecer pacotes de serviços complexos aos usuários de telefonia móvel a custos acessíveis. Para se ter uma ideia, enquanto um antigo aparelho celular de tecnologia 2G demorava cerca de 18 minutos para baixar uma música, o aparelho 3G baixa em apenas 60 segundos. Entre os serviços disponíveis para aparelhos 3G, estão jogos tridimensionais, tevê no celular, download de músicas e vídeos e internet banda larga. No Brasil, a primeira operadora a oferecer o 3G foi a Vivo, em 2004, com a tecnologia CDMA, que atinge velocidades de até 2 MB (megabytes) por segundo. Em breve, haverá IPTV, jogos multiplayers em tempo real e outros serviços que demandam maiores velocidades. É esperar (pouco), para ver.
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tech
Portabilidade O novo notebook MSI Slim X-340 é tão fino que pesa apenas 1,3kg com a bateria instalada. Perfeito para quem precisa checar arquivos, mostrar trabalhos e levar o aparelho para vários lugares, conta com 2gb de memória RAM, um processador intel core2 solo e 320GB de HD. Praticidade para quem não precisa da tecnologia para as coisas práticas do dia-a-dia. Preço: R$ 1.899,00 www.intersol.com.br
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Tyara de La-Rocque
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Made in
Pará
Aos poucos, mercado de moda paraense vai construindo sua identidade, revelando novos e redescobrindo antigos talentos
Q
uem enxerga o universo da moda apenas como um simples mercado de consumo pode começar a ampliar os horizontes. Antes de tudo, moda é um estilo de vida! A moda comunica. É cultura. Comportamento. Fala sobre quem somos e os símbolos do nosso corpo. E na hora de escolher que vestimentas usar, a composição da roupa nunca está dissociada do estado de espírito e de como você quer ser visto. No corpo, os produtos ganham vida e refletem a maneira como nos comportamos em determinado momento. Com o olhar de quem já percorreu a América Latina para estudar moda e identidade, a jornalista, consultora e professora de comunicação e negócios de moda em São Paulo, Carol Garcia, não titubeia em afirmar: o colorido nas estampas e a sensualidade na maneira de se vestir são característicos do povo paraense – e por consequência, da moda produzida por aqui.
Apesar de um pouco tímido, se comparado às outras capitais do país, o mercado de moda no Pará tem caminhado a passos largos. Se antes da década de 70 não existiam lojas em Belém e as primeiras boutiques da cidade eram todas inspiradas nas tendências de moda do Rio de Janeiro, hoje podemos nos orgulhar e dizer que a autonomia para produzir, sem maiores interferências de outros centros, já é uma realidade, como diz a especialista em Moda e coordenadora do Amazônia Fashion Week, Felícia Asmar Maia, autora do livro “Fibras da Amazônia na produção de moda”, que lembra que boa parte do que é produzido hoje em Belém e nos arredores já é confeccionada com os recursos naturais peculiares da região amazônica, como fibras, tururi, sementes e outros, materiais que já conquistaram espaço de destaque nos grandes centros urbanos do Brasil e até mesmo fora do país. »»»
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Eventos como o Amazônia Fashion Week e produções como as apresentadas durante o Caixa de Criadores ajudam a fomentar um mercado de moda emergente no Estado
Interatividade Estar inteirado sobre o mundo da moda hoje é muito mais fácil, e a internet tornou-se uma forte aliada para o crescimento dos mercados, inclusive o de moda, com a divulgação de notícias, dicas por meio de sites, blogs e redes sociais como orkut, twitter e facebook – que também podem ser ótimas pontes para atividades empresariais. A loja “Eu Belém”, do designer Junior Oliveira, é uma das que utilizam bem essas ferramentas no espaço virtual para fazer a divulgação dos produtos oferecidos, ganhar novos clientes e expandir seus horizontes. “Atualizamos com frequência o blog, temos fotos das roupas e acessórios no orkut e postamos no twitter o que estamos produzindo e o que está rolando no mercado da moda em Belém”, comenta. Junior é também um dos organizadores do “Caixa de Criadores”, evento que, ao completar quatro anos, já se tornou uma das principais referências para a moda da região Norte,
apresentando tendências e estilos da chamada “moda alternativa” paraense. A chegada da graduação em Moda em Belém também deu um empurrão para que o assunto moda ganhasse força por esses lados. Duas faculdades já oferecem cursos voltados para a área: Design de Moda na Faculdade do Pará (FAP) e Bacharelado em Moda na Universidade da Amazônia (UNAMA) – que formou recentemente a sua primeira turma e se prepara para iniciar, no segundo semestre, a primeira pós-graduação. Apesar de acreditar que o mercado de moda no Pará está mais movimentado nos últimos tempos, Júnior ressalta que a fase ainda é de consolidação. “Já vemos nas ruas, – pessoas com menos medo de ousar nas vestimentas e desenvolvendo um estilo próprio. Belém, apesar de ser uma metrópole, ainda possui uma mentalidade provinciana e um povo muito ligado às tradições”, observa.
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Modelo exportação
Entre os modelos paraenses que despontam no mercado da moda nacional e internacional, está Kalil Campos, 28. O que no início era encarado muito mais como diversão, com o tempo ganhou seriedade e proporções inesperadas. O modelo nunca tinha pensado na ideia de desfilar e muito menos de ser um dia modelo fotográfico de grandes grifes. O convite para ingressar no universo da moda surgiu quando o seu primo, que também era modelo, soube que profissionais da área procuravam por alguém com o perfil de Kalil e o indicou. Ele abraçou o destino, deu uma chance para sorte, investiu no talento descoberto e não nega que a profissão caiu como uma pluma em sua vida. A primeira parada foi no Rio de Janeiro. Posteriormente, o jovem modelo se instalou na Terra da Garoa. E o voo realmente foi alto! Hoje, Kalil conquista seu espaço fora do Brasil. Morando atualmente em Shanghai, na Ásia, o modelo já fez fotos para marcas de renome como a D’uomo e participou de desfiles em Istambul, na Turquia, Taiwan e Shanghai. Em entrevista para a revista Leal Moreira Living, Kalil Campos fala sobre a profissão, sonhos, planos para o futuro e, claro, sobre sua saudosa Belém.
Como está sendo a experiência fora do país? Está sendo muito boa. Já fiz desfiles em alguns países e isso, além de me proporcionar um crescimento profissional, também me enriquece como pessoa. Estou tendo a oportunidade de conhecer vários locais do mundo, ter contato com outras culturas e idiomas, pessoas e modos de vida. Você deixou a advocacia para se dedicar à vida de modelo. O que foi decisivo para essa escolha? As oportunidades que esta profissão te proporciona. Isso é o que mais me encanta neste universo da moda. Adoro desfilar e fotografar! É divertido e você trabalha brincando, mas a experiência de vida que toda essa “brincadeira” traz é algo imensurável. Jamais pensei em gastar meu próprio dinheiro vindo para a China, por exemplo. E hoje estou aqui, muito feliz e vivendo coisas fantásticas! Viajo muito, falo inglês fluentemente e até já arrisco algumas palavras em chinês, russo. É um aprendizado diário. Qual o principal trabalho que você realizou até o momento? As campanhas da D’uomo, sem dúvida, foram as de maior expressão e repercussão no Brasil. Costumo dizer que a D’uomo foi uma bênção na minha vida. A minha própria mudança do Rio para São Paulo ocorreu por causa da D’uomo, pois foi em uma das viagens que fiz para desfilar pela marca que fui atrás de agências por lá. A D’uomo foi, é e sempre será o meu trabalho mais importante. Quais os planos para o futuro? Pretendo ainda fazer muitas viagens e explorar o campo de trabalhos em variados lugares do mundo. Aprendi que tudo muda o tempo todo e por isso é sempre bom não planejar tanto e, sim, deixar as coisas acontecerem. Hoje quero estar aqui
em Shanghai e continuar vivendo tudo isso, mas pode ser que amanhã me canse de tudo e queira de volta o conforto da família e dos amigos. Não sou um cara metódico ou programado, procuro viver o momento. O meu próximo desfile será em Guang Zhou, na China, agora em junho. Você ainda pretende retornar ao Pará? Até o momento não faço ideia se retornarei um dia para ficar de vez na minha terra. Voltarei sempre para rever a minha família e amigos. A maior parte das pessoas que amo está em Belém, e o elo afetivo que tenho com essas pessoas e com a cidade não será rompido nunca. Que conselhos você daria para quem está iniciando nesta profissão? Para permanecer neste meio, é preciso estar certo do que se quer, ou seja, ser uma pessoa decidida e correr atrás dos seus objetivos. É importante agir e acima de tudo acreditar que tudo pode dar certo. Ter confiança e segurança no seu “taco” são imprescindíveis. As pessoas ao nosso redor costumam prestar atenção nessas duas qualidades. Para os que têm esse tipo de postura, as portas podem se abrir com mais facilidade. O que você acha sobre o mercado de moda no Pará? Quando saí de Belém o mercado de moda paraense ainda estava no começo. Com o surgimento do curso de moda e do projeto “Caixa de criadores” houve um crescimento considerável no ramo de moda na cidade. Temos excelentes profissionais, talentosos e com ideias bem criativas, mas que precisam de incentivo e investimento. Antes o mercado era viciado pela mesmice e acomodação das grandes lojas de varejo. Acredito que, agora, com esses projetos crescendo, o mercado irá expandir mais e o investimento nesse setor também. Dessa forma, a moda no Pará será mais reconhecida e valorizada.
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Living ampliado
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Terraรงo
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entrevista
Das passarelas para a televisão, as coisas aconteceram de forma “rápida” e inesperada para a paraense Caroline Ribeiro, que soube aproveitar muito bem as oportunidades na carreira
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Estrela por
acaso
Top de renome, Caroline Ribeiro conta como chegou, quase sem querer, ao universo das passarelas internacionais
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um primeiro momento, a beleza é o que atrai os olhares admirados. Mas a simpatia e delicadeza são as verdadeiras armas de sedução da modelo paraense Caroline Ribeiro. Com 1,80m de altura e dona de um biotipo exótico, mistura de índia e portuguesa, Caroline deixou a marca de seu trabalho registrada em vários locais do mundo e conquistou – muito bem – um lugar no disputado universo da moda brasileira. Amante declarada da terra natal, Caroline tenta manter firme o elo com a Cidade das Mangueiras e não esconde que, em sua geladeira, alimentos da culinária paraense nunca faltam. Casada, mãe de João Pedro, a top internacional vive, aos 30 anos, um momento de plenitude profissional e pessoal. O segredo do êxito: determinação, foco, humildade e nunca esquecer as origens. Num bate-papo descontraído com a revista Leal Moreira Living, Carol Ribeiro falou sobre a carreira, fama, preconceitos, Belém, a atual paixão por televisão e o antigo amor pela leitura. Confira.w
A maioria das meninas passa pela fase de desejar ser modelo um dia. Antes de se tornar top model, você sonhava em seguir essa profissão? Nunca planejei nada. Pelo contrário. A profissão de modelo entrou muito por acaso na minha vida. Estava em Salinas quando fui convidada para desfilar, fotografar e fazer parte de uma agência em Belém. Aceitei e comecei a participar de concursos. Nessa época eu tinha 13 anos. Um pouco antes de completar 15, me mudei para São Paulo. Na ocasião, a minha mãe foi transferida para trabalhar lá e ficou por um tempo comigo. O apoio familiar é fundamental nessas horas. Foi tudo muito rápido, as situações foram acontecendo e quando eu vi já estava envolvida na carreira de modelo. As propostas para trabalhar fora do país demoraram a acontecer? Não, mas inicialmente eu só fazia desfiles em poucos países do exterior. Quando fui morar em São Paulo ainda fazia o segundo grau e por isso só aceitei trabalhar fora do Brasil, no »»»
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Gui Paganini
“A maior dificuldade que tive foi meu biotipo exótico tanto no Brasil quanto no exterior.”
caso no Japão e em Milão, no período das minhas férias escolares. Não admitia, em hipótese alguma, largar os estudos por causa da profissão. Essa cobrança era muito mais minha do que da minha mãe. Foi após ter concluído o meu segundo grau que comecei a viajar para outros lugares e me dedicar mais integralmente à profissão e em setembro de 1999, me mudei para Nova York. Você sentiu muita dificuldade e algum tipo de preconceito quando foi tentar a carreira fora de Belém? Quando trabalhamos com a imagem, definimos um público para vender. A maior dificuldade que eu tive foi o meu biotipo exótico tanto no Brasil quanto no exterior. O mais comum é a procura pelo padrão de beleza com traços europeus. O meu estilo é muito mais requisitado e bem aceito em países asiáticos, por exemplo. Mas isso também não foi nenhum trauma na minha vida e nem senti que chegava a ser um grande problema. Apenas entendi como as coisas funcionam neste universo e deixei que as coisas fluíssem. Fiz trabalhos muito gratificantes. Como surgiu a proposta de ser apresentadora do canal MTV? A MTV também foi outro trabalho que surgiu sem planejamento. Estavam rolando uns testes para selecionar um novo VJ para a emissora e me ligaram para falar sobre a seleção.
Aceitei o convite e fiz o teste. Eles gostaram e me deram logo um retorno. Foi o primeiro contato com TV que eu tive. Estreei com o programa “Arquivo Luau”, que falava sobre música. Não era muito familiarizada com o estilo, tinha que decorar textos, mas decidi encarar o desafio e ver como eu iria me sair. Gostei da experiência e aprendi bastante. Depois rolou de eu apresentar o “A fila anda”, que também não era a minha praia. Mesmo assim, topei novamente, pois estava gostando de trabalhar com televisão. O “IT MTV”, que é o que eu apresento no momento, tem mais a minha cara. É um programa que fala sobre tendências de moda e estilo. Gosto muito! Por conta das gravações do programa na TV, os trabalhos como modelo devem ter diminuído, não? Sim. Não tem como ficar no mesmo ritmo, porque, agora, além do trabalho na TV, sou mãe e aí os horários vão apertando cada vez mais. Tenho que conciliar a minha carreira com a maternidade. Ainda faço desfiles, gosto de estar nas passarelas, de fotografar, mas atualmente, por causa da agenda, não faço com a mesma frequência. Além disso, renovei o contrato com a C&A até o fim do ano e por isso estou somente com esta campanha no momento. Do que você mais sente falta do Pará? Costumo dizer que os paraenses sempre acham que tudo na sua cidade é melhor. Sinto falta de muitas coisas da mi-
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É importante ter jogo de cintura para as situações que a carreira vai te colocar
A sorte pode ajudar, mas talento e dedicação são fundamentais, diz a modelo
nha terra e lembrar da nossa cultura me deixa muito saudosa. Gosto dos bares com música ao vivo no estilo MPB, o que, sinceramente, tenho dificuldades de encontrar algo igual aqui em São Paulo. Além disso, temos uma mistura de ritmos sensacional no Pará. A culinária, então, nem se fala! Só não sinto tanta falta porque minha geladeira é sempre cheia de açaí, cupuaçu e outras comidas típicas da região Norte. Também falo com a minha mãe constantemente e pelo menos uma vez ao ano visito a minha cidade. Tento encurtar a distância ao máximo.
Acredito que é preciso ter sorte e talento na mesma proporção. E o talento não se restringe apenas a saber desfilar e ser fotogênica, e, sim também, a ter jogo de cintura para as variadas situações que a carreira de modelo vai te colocar. Em momentos difíceis, ter esse tipo de postura nem sempre é tão simples. É importante também aprender sobre o meio em que você está trabalhando, sobre a história da moda, cultura e arte. Isso tudo influencia bastante na qualidade do seu trabalho. E quanto à sorte, é aquela velha história... Conhecer as pessoas certas na hora certa faz toda a diferença.
Você começou bem nova a carreira de modelo e provavelmente teve um amadurecimento precoce. O que de mais valioso aprendeu com esta profissão? Aprendi a importância de ser uma pessoa responsável e a manter os pés no chão. Mexer com a imagem é algo delicado. Sempre tive em mente que não podemos esquecer quem nós somos e as nossas raízes. Isso para mim é fundamental. Dizem que a coisa mais fácil é ficar famoso. Mas a fama no mercado de moda é pequena e passa muito rápido. Quanto menos se der vazão à fama e se focar no trabalho, melhor. Ser modelo é um trabalho como outro qualquer.
Além de ter se mostrado uma pessoa que sempre se preocupou com os estudos, você tem o hábito da leitura. Que tipo de literatura você gosta? Eu não tenho predileção por um tipo de leitura específico e gosto de variar nos estilos. Adoro escritores como João Ubaldo Ribeiro, Clarice Lispector e sou adepta das biografias e best sellers. Muitas pessoas têm preconceitos com os best sellers. Acho que podemos aprender sempre com a leitura, independente de qual seja. No momento leio “Guia politicamente incorreto da História do Brasil”, do jornalista Leandro Narloch e estou amando conhecer um pouco mais sobre a história do nosso país sob um olhar menos comum. Quando termino de ler um livro me bate uma tristeza. Tenho uma relação bem afetuosa com as minhas leituras.
Em sua opinião, nesta profissão, o quanto de sorte e o quanto de talento uma pessoa precisa?
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O inusitado do cotidiano mesclado com influĂŞncias eruditas e pop arte faz do trabalho de Emmanuel Nassar um dos mais significativos das artes plĂĄsticas paraenses
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Mayara Luma
Fernanda Brito
Íntimo e
verdadeiro
Em São Paulo, artista plástico paraense Emannuel Nassar segue fazendo do cotidiano sua principal matéria-prima
“A
cho que tenho uma interpretação muito livre de trabalho, porque penso que estar vivo já dá tanto trabalho que não queremos fazer mais nada.” A frase é de Andy Warhol, mas poderia, perfeitamente, ter sido dita pelo artista plástico paraense Emmanuel Nassar, com a diferença de que é este trabalho de estar vivo que dá a ele a vontade de trabalhar. E, no fundo, era isso também que estimulava Warhol a pegar seus pincéis. Com o título, cunhado pela crítica e muito bem aceito pelos admiradores de sua obra, de “representante da pop art brasileira”, Emmanuel encontra nas banalidades que sempre permaneceram no anonimato da vida cotidiana do cidadão comum terreno fértil para sua inspiração. Emmanuel nasceu em Capanema, no nordeste do Pará. Antes dos cinco anos, por conta do trabalho de seu pai, já tinha vivido em Bragança e Santarém, quando sua família decidiu
mudar de vez para a capital do estado, onde o artista cresceu. Sem ter ainda descoberto sua veia artística, prestou vestibular para Engenharia Civil. Ingressou na faculdade e foi quando, finalmente, nas suas primeiras férias de julho, teve uma grande oportunidade, algo que mudou sua vida completamente: uma viagem à Europa. No antigo continente, Emmanuel entrou em sintonia com a arquitetura, com a arte, sentiu alguma coisa que sabia nunca ter sentido antes e voltou às terras brasileiras com uma inquietação, com uma enorme necessidade de mudar profundamente, de transformar sua vida, e percebeu que a engenharia não teria lugar nos novos planos. Decidiu, intuitivamente, quase que inconscientemente, mudar para o curso de arquitetura e foi, então, que começou a trajetória deste grande artista. “Foi na escola de arquitetura que tive contato com as primeiras noções de arte, conheci também colegas que já eram artis- »»»
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tas, que já estavam envolvidos com esse mundo; e fui ficando muito à vontade com tudo isso. Era o meu caminho que, aos poucos, fui tomando”. Quando foi em busca do primeiro emprego, uma nova surpresa na vida de Emmanuel: a publicidade. Trabalhou como redator em uma agência e acredita que esta experiência tenha, também, enorme influência sobre suas obras, pois foi assim que teve contato com o pop, com o que havia de mais contemporâneo e “moderninho” no mundo de então. “Acho que foi por meio dessas duas experiências (a publicidade e arquitetura) que eu fui descobrindo a arte. E acho também que elas explicam muito a minha obra artística. A minha noção de espaço vem da arquitetura, e a presença de elementos da pop art, da publicidade.” Mas quando Emmanuel resolveu virar artista de vez? No auge dos loucos anos 70 e de seus jovens 20 e poucos anos. E, como com essa idade ninguém sabe ao certo o que quer
mesmo da vida, o artista costuma estabelecer como início real de sua trajetória artística a década seguinte, já que nos primeiros dez anos não houve uma produção regular e muitas obras foram destruídas ou bastante modificadas posteriormente. Em 1984, expôs pela primeira vez fora do Pará, no Rio de Janeiro, e, a partir de então, a caminhada de Emmanuel é ascendente, sempre. Pop arte Um tabuleiro de jogo de um parque de diversão que quase ninguém mais frequenta, placas de ferro abandonadas em um lixão qualquer, engrenagens de uma antiga fábrica, o ato cotidiano de acordar, comer e dormir... O que existe de mais anódino nesta vida é o que há de mais importante e profundo para Emmanuel. “Acho que reproduzo um pouco a maneira de viver. Basta que eu aja como eu sou para revelar a maneira como as coisas acontecem no dia-a-dia. Não preciso me de-
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dicar a observar a vida de ninguém, basta que eu reproduza a minha vida. Não quero viver como pesquisador, não quero viver com olhos de observador”, afirma categoricamente. Para o artista que existe em Emmanuel, a vida cotidiana de qualquer cidadão comum possui elementos suficientes para inspirar criações artísticas e, considerando-se um alguém como qualquer outro, Emmanuel vai cada vez mais fundo em si mesmo para criar. Sua estética está profundamente ligada ao fazer humano, às questões humanas, embora pouco faça uso da figura humana. Pode-se dizer que seu trabalho tem algo do modernista Volpi ou do escultor e artista plástico Alexander Calder, mas é a rua, para ele, como era para os artistas da pop art norte-americana, sua maior influência, a maior das inspirações. Como brasileiro, paraense, procura passar em suas obras as dificuldades e adversidades que qualquer cidadão, em especial os artistas, precisa enfrentar. “Transporte é um problema
para qualquer um no Brasil inteiro, agora imagine o transporte intermunicipal de obras de arte. Eu não tinha escolha, precisava incorporar essa questão ao meu trabalho”, explica Emmanuel. E, como em uma espécie de crítica – mas também para facilitar e viabilizar suas idas e vindas –, o artista decidiu que suas obras não mais viajariam com embalagens protetoras; e o que quer que aconteça pelo caminho acaba incorporado como conceito. “Essa medida é uma resposta à minha realidade e funciona como um elemento de continuidade do meu trabalho”, explica. Emmanuel conta, com toda a naturalidade que lhe é própria, que, certa vez, uma obra sua foi furada por um descuido em uma quina de mesa e, em vez de inutilizá-la, preferiu fazer um remendo, algo grotesco, uma prótese bastante visível. E garante que isso faz parte da sua estética, da sua liberdade no fluxo da criação. “O que poderia ver como uma adversidade, preferi ver como uma possibilidade de construção contínua”, »»»
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Radicado em São Paulo, o paraense continua produzindo e expondo suas obras, agora para um novo público
explica o artista, que garante que possui outras tantas histórias para contar como essa. Com uma estética tão peculiar, Emmanuel acaba por produzir algo muito interessante: é difícil conseguir identificar o que foi feito por ele, o que já foi recolhido pronto da rua ou do lixo e o que foi sendo incorporado por meio do manejo descuidado dos transportadores e arrumadores de exposições. É como se todos nós participássemos um pouquinho da construção de seu trabalho. E é mesmo dessa forma que ele pensa. “Eu sou apenas um instrumento. O que eu faço não é de responsabilidade exclusiva minha, não me pertence”, diz Nassar, com um quê de reflexão. “É íntimo, é pessoal, é verdadeiro.” Hoje, Emmanuel vive com um grande amor no litoral paulista. Aliás, foi esse amor que o fez sair de Belém há três anos. É claro que houve também uma forte influência de contratos firmados com galerias de São Paulo, era um bom momento para mudar de cidade, mas o artista faz sempre questão de enfatizar que foi por esse amor que deixou a capital paraense.
E alguém tão emotivo, tão passional, não poderia jamais ter uma estética racional, consciente demais. Emmanuel nunca cansa de repetir que suas criações são produzidas de forma inconsciente, são construções que vão, assim, surgindo, meio que espontaneamente. Elementos que dele vão se apoderando e, pouco a pouco, incorporando-se em sua estética e, então, só depois é que o artista consegue identificá-los e ter alguma noção do que foi feito. Por isso, Emmanuel se deixa levar cada vez mais fundo dentro de si mesmo, deixa aflorar suas raízes amazônicas para misturálas com os comportamentos que foi adquirindo ao longo da vida, em outras cidades, em outras situações. Para ele, o que é pessoal é verdadeiro, profundamente verdadeiro. “Acho que a minha chance de atingir uma autenticidade e uma desejável aproximação com a nossa realidade é me aprofundar em mim mesmo, nas minhas coisas, no que me cerca mais próximo, na minha vida”. “Se eu for muito no meu pessoal, acho que consigo estabelecer uma comunicação com as pessoas. No íntimo, temos maior chance de nos tocar, de conversar sobre coisas essenciais que nos envolvem.”
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Livros
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Alvaro Jinkings Jornalista
A linguagem do império – léxico da ideologia estadunidense. Domenico Losurdo • Boitempo. Em recente visita ao Brasil, o filósofo italiano Domenico Losurdo qualificou seu novo livro, A linguagem do império – léxico da ideologia estadunidense (Boitempo, 2010) como uma reação às armas de “estupidificação de massa” do Império. Estudioso de Nietzsche e Heidegger e também crítico do pensamento liberal, o autor busca neste livro definir raízes, bases e fronteiras do discurso ideológico estadunidense, que atualmente dirige suas armas para o chamado Oriente. Losurdo destrincha e desconstrói conceitos como “terrorismo”, “fundamentalismo” e “Ocidente”, para buscar os efeitos políticos de tais definições, utilizadas de maneira unilateral, sem fronteiras definidas e com fins políticos de se contraporem a um outro que incomoda no cenário geopolítico. Contrário a maniqueísmos, idealismos e definições estanques, o italiano baseia-se no concreto das relações materiais para traçar um panorama do discurso que legitima a dominação estadunidense no plano internacional.
*da redação
Caim de José Saramago
Os Espiões Luis Fernando Veríssimo
O Berro Impresso das Manchetes Nelson Rodrigues
Capitão América - A Escolha David Morrell e Mitch Breitweiser
Em Caim, José Saramago reinventa uma linguagem para falar de um tema antigo. Baseado no Antigo Testamento, Caim é uma narrativa rica em polêmicas, mas primorosamente carregada do talento e da arte de bem contar. Saramago leva o personagem Caim, filho de Adão e Eva e que teria assassinado o irmão Abel, em seu jegue para uma jornada. A dupla tenta encontrar um rumo entre as armadilhas do tempo, que insistem em atrai-los. Por meio da narrativa, do Jardim do Éden ao dilúvio, personagens conhecidos, como Abraão, Jó e Noé são apresentados e reapresentados ao leitor de forma bem humorada e breve. A admirável prosa de Saramago mostra a capacidade de tornar nova e atual uma história que todos nós conhecemos, revelando com mordacidade o que se esconde nas frestas dessas antigas lendas.
Neste livro, Luís Fernando Veríssimo constrói uma alegoria híbrida de mitologia, humor e mistério. Lançado em 2009 pela editora Alfaguara, Os Espiões é uma história deliciosamente brasileira, narrada em primeira pessoa pelo próprio protagonista, o funcionário de uma pequena editora. A trama inicia quando a personagem principal recebe o manuscrito do primeiro capítulo de um livro de confissões escrito por Ariadne, que promete contar sua história com um amante secreto e depois suicidar-se. Intrigado, o editor, que vive uma rotina maçante e um casamento frustrado, une-se aos amigos de bar para tentar desvendar o mistério e encontrar Ariadne. Com épicas discussões sobre literatura, o livro é recheado de ações cotidianas relatadas com um humor peculiar – e por vezes negro – de um dos maiores escritores do país.
Em tempos de Copa do Mundo nada melhor que uma leitura sobre o universo futebolístico. O Berro Impresso das Manchetes é uma coletânea de todas as crônicas publicadas por Nelson Rodrigues no jornal Manchete Esportivo no período de 1955 a 1959, época em que o futebol despontava como um esporte nacional. Nesse tempo o Brasil conquista sua primeira Copa do Mundo, em 1958, quando uma seleção inicialmente desacreditada trouxe o título e encantou o país. Na coletânea, Nelson retrata, de maneira peculiar, o quadro épico de glórias e derrotas, os episódios e incidentes que envolvem os atletas dentro e fora do campo de competição e a atmosfera que permeia todo o ambiente do futebol. Esta obra é uma leitura obrigatória para aqueles que amam futebol e querem aprender um pouco mais sobre a história deste esporte nacional.
A edição da graphic novel, escrita por David Morrell – o criador de Rambo - é a última história do velho Steven Rogers, impressa em 150 páginas. Na trama, o leitor acompanha duas histórias independentes que num determinado momento se cruzam: de um lado um soldado norte-americano no Afeganistão; do outro, o Capitão América em seus últimos dias. Durante a batalha, o soldado norte-americano começa a ter visões do herói, onde Steve surge como companheiro e conselheiro do combatente. É nesse momento que a história se cruza. Com desenhos de Mitch Breitweiser e cores pintadas por Brian Reber, “Capitão América: A escolha” traz variados tipos de narrativas e a história do surgimento da figura do herói. Uma boa leitura para os que gostam de histórias com doses de ficção, aventura e emoção.
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Música Marcelo Viegas Músico
Baden Powell: seis cordas para a eternidade Baden Powell dispensa apresentações. Quem nunca o viu (melhor dizendo, o escutou) com o violão em mãos, provavelmente ouviu uma de suas canções sendo interpretada por vários artistas de nossa música. São tantas interpretações que perder a conta não seria difícil. De Cauby Peixoto a Paulo Bellinati. Sem contar os vários duos, trios e quartetos que não deixam de interpretá-lo sempre que a abordagem musical passa pelos sons populares. Com uma produção extensa e variada, Baden fez história na música por mesclar o que já havia sido feito no violão brasileiro (começando pelo grande Garoto), às variadas e maravilhosas linguagens que não paravam de se desenvolver à época de seu início – bossa nova, samba, jazz. Apesar das diversas influências, Baden não deixa de tocar com simplicidade, buscando sempre o enfoque maior na expressividade. Algo que muitos violonistas deixam um pouco para trás quando optam mergulhar no estudo de peças virtuosísticas. Aluno de Moacir Santos, encontrou nas parcerias o ponto alto de sua música e composição. A mais famosa seria com Vinícius de Moraes. O ponto máximo desse encontro seria o disco “Os Afro-Sambas” (abaixo resenhado), no qual o sam-
ba funde raízes com as expressões musicais africanas da umbanda, candomblé, dos cantos de roda, gerando o chamado “samba de terreiro”. A fim de explorar novas sonoridades e fundir seu violão brasileiro a outras linguagens mundiais, Baden viveu uma temporada na França – onde gravou vários discos por selos europeus – e difundiu a cultura violonística do Brasil. A essa altura, a Europa toda já havia encantado-se com a bossa nova de Tom Jobim, as parcerias de João Gilberto com Stan Getz, e as interpretações de Charlie Bird de temas da música brasileira ainda maravilhavam. No violão de Baden, esses mesmos compositores brasileiros – interpretados mundialmente – também ganharam voz. Canções de Tom Jobim, Johnny Alf, Billy Blanco e vários outros músicos brasileiros ganharam versões pelo mestre do violão. Músicos de jazz como Thelonius Monk, Django Reinhardt também foram interpretados pelo violonista carioca. Interpretações expressivas e marcantes. Simples de ouvir, fácil de se encantar. O peso de Baden Powell para a música brasileira é difícil de mensurar. O importante não é tentar entender essa medida, mas sim maravilhar-se com sua bela música.
À vontade (1963)
Os Afro-Sambas (1966)
Tempo Feliz (1966)
Solitude On Guitar (1971)
Gravado em 1963, “À Vontade” traz canções famosas e marcantes do repertório popular.Do início, com uma versão bela e suingada de “Garota de Ipanema”, passando por “Berimbau” e “Samba Triste”, o disco apresenta uma certa malemolência, e o violão de Baden caminha livre, preenchendo todos os espaços com beleza e certeza. “Samba do Avião”, famosa canção de Tom Jobim, com pegada e bastante dinâmica, é um destaque. “Sorongaio” - com uma interessante percussão por trás do violão de Baden- também não deixa de encantar. “Conversa de Poeta”, destaca a excelente condução rítmica do violonista no samba. Mas com certeza, é “Consolação” que resume , em maravilhosa versão instrumental, o disco ao pé da letra. Grande álbum.
Um clássico da música brasileira. Disco mais famoso da parceria Vinícius/Baden, “Os Afro-Sambas”, com sua mistura de música africana e samba de roda, levou a criatividade da dupla ao extremo. “Canto de Ossanha” começa o disco com letra profunda e profética. “Canto de Xangô” apresenta instrumentação típica das rodas de candomblé e uma bela melodia cantada por Vinícius. “Bocochê” e seu clima de cantiga de roda apresenta uma impecável participação do Quarteto em Cy. “Canto de Iemanjá”, a mais bonita de todas as músicas temáticas do disco, mostra a bela sintonia de Vinícius de Moraes para musicar as melodias de Baden. Disco riquíssimo na fusão de elementos de duas culturas ricas e interligadas (africana e brasileira).
Acompanhado por Edilson Lobo (baixo), Chico Batera (bateria) e, tendo como convidado especial, Maurício Einhorn (gaita), “Tempo Feliz” é um disco maravilhoso do início ao fim. O título do álbum se refere exatamete ao clima dos músicos durante as gravações. O clima de improviso predomina durante todo o disco, com Baden alternando solos inspiradíssimos junto à gaita de Einhorn – que participa de quatro faixas. A faixa de abertura, “Vou Por Aí”, com bela melodia e clima nostálgico, mostra toda a graça e harmonia do encontro violão versus gaita. “Consolação” é talvez a melhor versão instrumental que Baden já gravou. “Tempo Feliz”, mais focado no trabalho de banda e no desenvolvimento instrumental, rendeu um estupendo resultado.
Gravado em Frankfurt, Alemanha, “Solitude On Guitar ” data da época em que o vilonista gozava de grande prestígio internacional. Com doze faixas um tanto desconhecidas e com metade delas jamais revisitada em discos posteriores, o álbum revela vários lados do artista brasileiro. Participam do disco o baterista Joaquim Paes Henrique juntamente com o alemão Ebehard Weber - que executa um belíssimo solo de contrabaixo em “Bassamba “e participa da sentimental “Márcia, Eu Te Amo”. Grandes destaques também ficam por conta da versão de “Por Causa de Você”, de Tom Jobim, e “The Shadow of Your Smile”, de Johnny Mendel. “Solitude On Guitar” não recebeu o devido destaque, mas nem por isso deixa de ser um grande disco.
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INTERP
A família Dicasa tem um segredo. Construiu em 5 anos uma marca forte, não apenas pensando, mas vivendo novas ideias. Apostou na valorização de informações, praticou ações inovadoras, fortaleceu relacionamento com clientes e conquistou parcerias duradouras.
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Piando,
feliz
Fugi das redes sociais na internet o quanto pude. Não era nenhuma tecnofobia. Era compromissofobia mesmo. A vida mais ou menos real – escrever, ler, ouvir e assistir para escrever (ou não), preparar e dar aulas, corrigir trabalhos, participar de reuniões, responder emails, além de comer, tomar banho e dormir, claro – já toma um tempo considerável do meu antiquado dia de 24 horas. Parece que a Apple, ou seria a Microsoft?, já está vendendo uma versão melhorada, ponto dois, de 72 horas, mas ainda não encontrei aí para comprar. E a ideia de ter Orkut ou Facebook só por ter, para brincar com eles um tempo e depois abandoná-los, feito criança, sem fazer o dever de casa, sem deixar a correspondência em dia, sem mantê-lo em atividade constante, parecia-me um contrassenso. Na verdade, continua me parecendo. Porque não entrei em nenhum desses sites e sim no Twitter, a rede de microblogs que, por princípio, pergunta “o que está acontecendo?” Reinterpretei a pergunta como “o que está acontecendo no seu toca-discos?”, dou umas dicas de música, coisa que menos ignoro nessa vida, acho, e pio feliz já há algumas semanas. Foi a forma encontrada de humildemente retribuir à comunidade do Twitter o que de melhor ela me proporcionou no tempo em que fiquei quieto, observando-a piar: informação com ponto de vista, em apenas 140 caracteres, para não jogar conversa fora. Pelo Twitter, eu consigo acompanhar numa mesma tela, em tempo real, as manchetes dos jornais e revistas que, de outra forma, no papel, em visita ao seu site ou via newsletter por e-mail, eu não teria como acompanhar: New York Times, Guardian, Independent, Le Monde, El Pais, Corriere della Sera, Público, Expresso, Mojo, Q, New Musical Express. Para
um jornalista mais ou menos especializado em cultura, isso não tem preço. Desculpe-me se pareço deslumbrado, qual um novo rico tecnológico. Mas é que me lembro do Jornal do Brasil nos anos 80, em que eu e mais uns três colegas praticamente nos estapeávamos quando um exemplar em papel do extinto jornal musical inglês Melody Maker dava o ar de sua graça. Outro dia encontrei uma entrevista do Morrissey ao saudoso MM na minha pasta de recortes. E pesquisa, só em livros ou no arquivo do JB, mantido por uma equipe briosa e beminformada (além disso, duas das moças que lá trabalhavam eram umas gatas, o que não prejudicava em nada a sede dos marmanjos por informação). Em 1986, quando lá comecei a trabalhar, sequer existiam computadores na redação daquele que então era um dos principais jornais do país. Eles começaram a ser implantados pouco
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Arthur Dapieve jornalista
a pouco – e, a princípio, como meros processadores de texto – nos anos seguintes. Fui um dos primeiros e orgulhosos “proprietários”. Ou cobaias, na perspectiva de alguns veteranos jornalistas que ainda desconfiavam até da máquina de escrever. A partir daí as inovações tecnológicas deslancharam em velocidade crescente. Pouco tempo depois, em 1993, surgiu o protocolo WWW e, com ele, páginas na internet que podiam ser consultadas em busca de informações. Dois anos depois, tínhamos internet no Brasil. O fato de hoje os sites serem banais como um picolé de limão e a operação do computador ser familiar a crianças de cinco anos não deve nos cegar para o que há de maravilhoso nesse acesso nunca dantes visto à informação e à cultura. Desde, claro, que se saiba direito onde procurar. Não me iludo. Essa democratização é parcial, pois o acesso ao computador e à indispensável banda larga ainda é caro no Brasil. Nenhum romantismo, também, de que a internet é um território livre, anárquico, alternativo. Ora, os executivos das duas corporações americanas citadas no primeiro parágrafo estão entre os homens mais ricos do mundo, e elas batalham pelo monopólio no ramo. Capitalismo de ponta, isso sim. Para quem, como eu, é fascinado por música e pela vida em torno dela, a nova cultura do computador permite não apenas ler sobre o assunto, mas ouvi-lo, vê-lo, comentá-lo (naturalmente, igual coisa é válida para o cinema, por exemplo). A facilidade com que se faz isso não deve nos ensurdecer ao prodígio. Claro, nada na vida vem sem sua dose de paradoxo, e algo que me preocupa bastante é que, se nunca se ouviu tanta música no mundo, talvez nunca se tenha de fato escutado tão pouca música, com a devida atenção. É um preço a pagar pela popularização em qualquer área. No passado, ao se aumentar a base de pessoas alfabetizadas, ninguém poderia se iludir de que todas elas leriam com o nível de entendimento e fruição dos melhores leitores na praça. Tem o cara que lê com lupa, o que só lê
no metrô, o que lê pulando as partes chatas... Com a música se dá o mesmo. Claro, nem tudo são flores e passarinhos piando no Twitter. A contrapartida das pessoas e das publicações (ou “publicações”, virtuais) trocando informação com ponto de vista está na multidão que nos dá mais informação do que necessitamos, praticando uma evasão de privacidade desinteressante. “Estou com fome, vovó fritou bolinhos de aipim, dormi mal com medo da prova de Matemática, o engarrafamento me irrita, ó vida, ó dor” estão entre os pronunciamentos prototípicos e descartáveis na rede de microblogs. Na verdade, decepcionei-me com algumas pessoas que decidi seguir. Mas, esperançoso, estou lhes dando tempo para se recuperarem. Porque, se alguém já disse – Millôr Fernandes? Caetano Veloso? Caetano citando Millôr? Dê uma googlada aí, meu rei – que “de perto ninguém é normal”, o Twitter me pôs a pensar se de perto todo mundo não seria é banal.
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destino
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Gil Sóter
Rodrigo Aguilera
Las
~ de vinas
Mendoza Se você aprecia vinhos de boa cepa e não dispensa os grandes prazeres culinários, Mendoza, no oeste argentino, é a sua pedida
U
ma província com belas paisagens bucólicas e que
mundial da uva Malbec. Mas nem só de vinho vive o turismo
reúne mais de mil e duzentas vinícolas, além de restaurantes de alta gastronomia. Repleta de sabores e com traços arquitetônicos de sofisticação europeia, não
local. Por estar localizada ao pé da Cordilheira dos Andes, Mendoza, com seu clima seco e céu quase sempre ensolarado, é também sede de estações de esqui como Los Peni-
à toa, Mendoza, localizada no oeste da Argentina, entrou para o roteiro de viagem dos amantes de vinhos e prazeres culinários.
tentes, uma das maiores do país. Sua capital, igualmente batizada de Mendoza, é repleta de parques, bares e restaurantes. A cidade conta com uma
Como a principal vitivinicultora do país hermano, na província são fabricados 70% dos vinhos da Argentina, que ocupa o quinto lugar no ranking mundial dos maiores produtores da bebida, com um consumo médio anual de 28 litros por habitante. E Mendoza representa com louvor esse novo ce-
ampla infraestrutura comercial, serviços de hotelaria de primeiro nível, agências de câmbio, de turismo e uma ampla rede de transporte urbano. Mendoza possui diversas opções de hotéis, de vários tipos e para todos os bolsos, inclusive pousadas dentro das
nário construído desde a década de 1980, quando o país deixou de fabricar exclusivamente bebidas em larga escala e de baixa qualidade, e passou a investir na produção de vi-
próprias vinícolas. Ficar hospedado no centro da cidade é a melhor escolha para quem pretende visitar as vinícolas durante o dia e depois aproveitar a vida noturna nos melhores
nhos finos, voltados para exportação, prontos para competir com outras grandes regiões produtoras de vinhos. Com aproximadamente 140 mil hectares plantados, a
bares e restaurantes da cidade. Apesar de não cultivar um fervor noturno como a boemia de Buenos Aires – distante 1.080 quilômetros, Mendoza,
província de Mendoza possui 18 departamentos em uma área de 148.827 km². Desde 2006, o lugar faz parte das “Grandes Capitais de Vinho” (GWC) e é o maior produtor
cidade média com pouco mais de um milhão de habitantes, oferece uma série de opções turísticas pela manhã. Talvez por sua riqueza arbórea, pelas praças e pelos parques, »»»
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Do bucolismo de suas paisagens às vinícolas nas quais o visitante pode acompanhar alguns dos processos de produção, Mendoza oferece muito aos visitantes
além das visitas a locais históricos e a energia necessária para tudo isso, Mendoza priorize por manhãs mais movimentadas que suas noites.
moços regados ao melhor do vinho mendocino. A maioria das vinícolas oferece opções variadas de degustação, desde os vinhos mais simples até os mais sofis-
Para facilitar as visitações, há ainda o serviço de remis (espécie de motorista que pode cobrar por hora), que pode
ticados. Além disso, há casas que disponibilizam cursos de culinária, e até mesmo passeios de balão e charrete. Geral-
ser uma boa opção se você for passar pouco tempo ou for visitar poucas vinícolas. A cidade disponibiliza também carros para aluguéis – todas as grandes empresas de aluguel
mente as vinícolas têm horários de visitas pré-determinados durante todo o dia. Mas algumas não abrem aos sábados e domingos, então uma boa dica é agendar as visitas com
como Hertz e Localiza têm escritórios em Mendoza –, a opção é ideal para quem fizer uma curta passagem pela província e desejar percorrer regiões mais distantes. A maioria
certa antecedência. Entre as centenas de vinícolas mendocinas, a bodega Alta Vista, localizada em um antigo prédio histórico do final do
das vinícolas fica no caminho da rota nacional 7 (Luján de Cuyo) ou da RN 40 (Valle de Uco), e as mais conhecidas possuem sinalização nas estradas. Nos “Caminhos do Vinho” – que contam com bodegas tradicionais e centenárias, algumas mais artesanais, e ou-
séc. 19 (1890), localizada em Chacras de Coria, uma área residencial dentro da região de Lujan de Cuyo, a aproximadamente 20 minutos de carro do centro de Mendoza. Desde 1998 a vinícola pertence ao grupo francês Edonia, da família d’Aulan que possui tradição de sobra na produção de vinhos
tras mais tecnológicas –, é possível degustar os mais diferentes tipos da bebida e conhecer o processo de sua fabricação. Há também o museu “San Felipe”, onde se conhece
em Bordeaux, Champagne e Tokaj na Hungria. Durante a visita, é apresentado o processo de produção dos prestigiados vinhos de Alta Vista, começando pela se-
a história da bebida. As visitas são gratuitas e conduzidas por guias turísticos locais. O museu também serve belos al-
leção manual dos cachos, que são desengaçados e os bagos, levemente esmagados, são depositados em recepien-
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tes de aço inox, onde posteriormente serão colocados para fermentar em um dos seus 29 modernos tanques de aço inox de 140 hectolitros (utilizados para os vinhos mais jovens), ou em tanques de cimento selados com epóxi (caso do Alto, vinho de maior prestígio da casa). A equipe de enólogos da casa é formada por profissionais franceses e argentinos, que utilizam conceitos de produção típicos franceses, porém adaptados ao terroir de Mendoza. Um reflexo desta filosofia é que a vinícola foi a primeira a utilizar o conceito de “Single Vineyard” em Mendoza, ou seja, vinhos elaborados com uvas provenientes de um único vinhedo. Posteriormente, a vinícola autorizou o uso da expressão para que outros produtores pudessem utilizá-la, ajudando assim a difundir o conceito de qualidade e transparência na origem do terroir do vinho. Em Mendoza, os vinhedos estão localizados em Luján de Cuyo e no Valle de Uco, em alturas de até 1.100m. Em Salta, a bodega possui vinhedos em Cafayate de onde chegam as uvas para elaborar seus rótulos com torrontés. Na degustação, vinhos como Alta Vista Classic Torrontés 2009, branco bem elaborado e equilibrado; seguido pelo »»»
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Os programas em Mendoza, pelas características do povo e da natureza do lugar, são realizados em sua maioria durante o dia, quando é possível apreciar imagens como esta
Alta Vista Premium Torrontés 2008, um vinho mais rico em
tinos, consegue imprimir finesse em seus rótulos, fruto de
aromas, que mantêm boa acidez e frescor da fruta. Sendo a Argentina a principal produtora de Malbec do
anos de experiência e pesquisa de seus empreendedores.
mundo, vinhos dos varietais desse estilo fazem parte da degustação, iniciando pelo Alta Vista Classic Malbec 2008, para ser bebido jovem, com estágio de seis meses em barri-
É difícil voltar de Mendoza sem ao menos comprar uma garrafa. Os preços são convidativos e em algumas lojas como a Winery é possível ter o tax free. A grande maio-
ca de carvalho americano, trazendo típicos aromas de baunilha e taninos redondos. Já o Alta Vista Malbec Premium 2007 (87RP) apresenta aromas de frutas negras maduras e
ria das vinícolas vende seus rótulos, com a possibilidade de comprar algumas linhas exclusivas e de produção limitada que não são encontradas em outros lugares.
pimenta; um vinho com final persistente e mais estruturado, com doze meses entre carvalho francês (80%) e americano (20%). Em seguida, o Alta Vista Terroir Selection Malbec 2007, onde a proposta é “balancear” a bebida com o melhor de cada vinhedo, buscando assim equilíbrio e estilo únicos.
Culinária Com restaurantes sofisticados e com preços atrativos para os brasileiros, pelo câmbio que nos favorece, o cardápio de Mendoza oferece a preferência nacional argenti-
Encerrando o passeio pelos sabores da bodega, Alta Vista Alto 2006 (95WS), primeiro vinho produzido pelo grupo em 1998, corte de malbec e cabernet sauvignon – pode mudar
na: saborosos cortes de carnes marmorizados, como Ojo de Bife, Assado de tira e Lomo. Tudo regado com um bom chimichurri (uma espécie de vinagrete com alho, orégano,
a proporção dependendo da safra – , este vinho é elaborado com as melhores uvas e fermentado em pequenos tanques de concreto. Elegante, com taninos macios, notas de bauni-
pimenta vermelha e outras especiarias) e acompanhado de batatas ou salada – diferente do Brasil, come-se pouco arroz na Argentina. De entrada, sempre as deliciosas empanadas,
lha e frutas maduras, com 15 meses em barrica de carvalho 100% francês. A bodega Alta Vista produz vinhos equilibrados e bem fei-
que podem ser de carne, cebolas, queijo, entre outros. Nas sobremesas, encontramos as tradicionais, à base de doce de leite como os típicos alfajores, até outras mais sofistica-
tos. Sem abandonar o estilo marcante dos vinhos argen-
das e não menos saborosas.
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Degustação de vinhos, bons restaurantes, carnes argeniinas... um quase paraíso
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vi nhos
Rodrigo Aguilera empresário
Coadjuvando com Cabernet Sauvignon Creio que não existe outra variedade de uva tinta tão conhecida quanto a Cabernet Sauvignon. Talvez o primeiro vinho que muita gente bebeu foi um vinho feito com Cabernet Sauvignon, somente – pode ser que tenha sido também um Riunite Lambrusco ou um Liebfraumilch (vinho da garrafa azul), admitam. De qualquer forma, esta clássica cepa possui uma cor tinta profunda, aromas fortes que podem lembrar frutas negras, pimenta-do-reino e mentol; os taninos e acidez vêm com bastante intensidade para dar estrutura, garantindo uma longa guarda para os melhores vinhos que a utilizam como base em seus cortes. Geralmente utilizam-se barricas de carvalho, adicionando assim, notas de baunilha, defumado e café.
Tendo adaptado-se muito bem em praticamente todas as regiões produtoras no mundo, desenvolve-se melhor em climas quentes e moderados. No “Novo Mundo”, acostumamo-nos a tomar os vinhos ditos como varietais (vinhos que contêm mais de 85% de um tipo de uva). Porém, a “Rainha das Uvas Tintas” “reina” quando sabiamente utilizada junto com outras variedades como: Malbec, Merlot, Petit Verdot, Cabernet Franc e Shiraz. Os franceses que o digam com seus grandes Bordeaux, os argentinos com Malbec e, na Austrália, Shiraz. Para esta edição selecionei alguns excelentes exemplares de rótulos, onde se a Cabernet Sauvignon não é a atriz principal, provavelmente tem um papel de coadjuvante digno de Oscar – ou para os franceses é claro, Cannes.
Pulenta Estate 2007
Santa Rita Triple C 2005
Origem: Argentina | Mendoza Produtor: Pulenta Estate
Origem: Chile – D.O. Valle Del Maipo Produtor: Santa Rita Uva [s]: Cabernet Sauvignon e Malbec G.A: 14,5% Preço: R$ 244,00
Uva [s]: Cabernet Sauvignon e Malbec G.A: 14% Preço: R$ 85,00 Vermelho intenso, com notas azuladas. Um corte perfeito. Complexo no nariz, com notas de ameixas, cerejas e cassis. Vinho de grande harmonia na boca com taninos maduros e redondos. Uma bodega boutique, com pequena e bem cuidada produção.
Rubi intenso. Rica combinação de frutas maduras, groselha preta e toques minerais associados à canela e notas de especiarias. Nuances de baunilha, tabaco e chocolate. Elegante e bem estruturado, tem final longo e boa persistência.
Bonne Nouvelle 2003 Remhoogte Este Wine
Château Bois Pertuis Bourdeaux 2006
Origem: África do Sul Produtor: Remhoogte Uva [s]: Cabernet Sauvignon e Malbec G.A: 14,5% Preço: R$ 216,00
Origem: França - Bordeaux Produtor: Bernard Magrez Uva[s]: Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc G.A: 13% Preço: R$ 85,00
Criado em 1812, Remhoogte é uma propriedade de 60 hectares, a sudeste de Simonsberg, perto de Stellenbosch. Uma das melhores regiões de vitivinicultura na África do Sul. Dany e Michel Rolland, que tinham se apaixonado pela África do Sul, assinaram em 2001, um acordo de parceria com a propriedade de Remhoogte. Fazem um vinho com grande potencial em terroir altamente qualificado. Com estágio de 20 meses em barricas de carvalho francês.
Tabaco, frutas pretas e leves toques de terra. Encorpado e envolvente, com taninos marcantes. Um belo exemplar do clássico corte bordalês.
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Arthur Nogueira
Luiza Cavalcante
Santa marta
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gourmet
gourmet
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Marcelo Damaso
Luiza Cavalcante
Monalisa
particular
Chef Ray Monteiro ensina como preparar risoto de lagosta com manteiga de scargot, sua obra-prima
D
e um simples e simpático garçom a um chef dispu-
gue ainda fazer uma fusão destes elementos com a cozinha
tado pelos restaurantes mais requisitados de Belém. No meio dessa trajetória de vida pelos últimos 20
paraense. “O tucupi cabe nos pratos mais leves e mais pesados, basta saber como tratá-lo”, diz.
anos de Raimundo Carlos Dias Monteiro, o Chef Ray, ele desenvolveu um dom que estava até então adormecido, o de cozinheiro. Ray começou com comida italiana no restaurante
No Grand Cru ele é o chef oficial quando a casa oferece um jantar especial, em seus cursos e eventos, como a série de jantares temáticos em homenagem aos vinhos e à gas-
Cantina Italiana, onde trabalhava como garçom. De lá pra cá, já foi chef de restaurantes como Capone e La Madre e ajudou a compor o cardápio de diversos bares e restaurantes
tronomia de Portugal, Itália, França e Espanha. O evento foi realizado de fevereiro a maio. Em cada mês, vinhos e pratos típicos daqueles países eram servidos aos clientes. E para o
da cidade. E nesse percurso ele descobriu que tinha um prato que era sua grande obra de arte, o risoto, sua Monalisa. A receita foi desenvolvida no restaurante Capone, em que o risoto acompanhava todos os pratos. Ele conta que o Capone foi o primeiro restaurante de Belém a oferecer o
Dia dos Namorados, os pratos especiais que acompanharão uma noite regada a um trio de jazz e pró-secos, vinhos e sobremesas, terão o toque do Chef Ray. Aos 47 anos de idade, Ray diz que sonha em conhecer Bolonha, na Itália, para descobrir novos segredos e recei-
acompanhamento em seus cardápios. Sua busca pelo “risoto perfeito” o levou até o Rio de Janeiro em um dos maiores eventos gastronômicos do país, o Boa Mesa Rio, onde aper-
tas. E diz que se tivesse oportunidade conheceria também a França e todos aqueles pratos deliciosos que aprendeu a fazer, como o carré de cordeiro e o magret de cana. Ele conta
feiçoou algumas técnicas de preparo que já vinha trabalhando em Belém. Atualmente, Ray é chef do Armazém Belém, no Boulevard
também que foi em outro evento gastronômico de São Paulo correr atrás de técnicas da comida francesa para o aperfeiçoamento de molhos.
Shopping, e é o cozinheiro oficial dos eventos e cursos da Grand Cru, loja especializada em vinhos de boa safra. Passeando pela cozinha francesa e italiana, Ray diz que conse-
E como um artista esculpindo sua principal obra de arte, Ray mostra o passo a passo do preparo de um delicioso Risoto de lagosta com manteiga de escargot.
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receita
Risoto de lagosta com mateiga de escargot Ingredientes • • • • • • • •
Lagosta de 250 g 100 g de arroz arbório 50 ml de vinho branco seco 20 g de cebola 150 g de manteiga 1,5 l de caldo de frango 50 g de salsa picada 100 g de parmesão
Para a manteiga de escargot • 150 g de manteiga sem sal • 3 dentes de alho • 30 g de salsa picada • 1 colher de licor de anis • 1 colher de vinho tinto seco
preparo RISOTO Frite metade da cebola na manteiga. Jogue o arroz arbório, refogue e acrescente vinho branco. Coloque caldo de frango aos poucos sem parar de mexer de 10 a 15 minutos. Conforme for secando, acrescente mais caldo de frango. Separe.
LAGOSTA Tempere com sal e pimenta, um pouco de manteiga, e leve ao forno por 10 minutos até ficar rosada.
MANTEIGA DE ESCARGOT Junte o tempero e bata no liquidificador até ficar cremoso, depois deixe na geladeira descansando de 10 a 15 minutos.
PARA MONTAR O PRATO O risoto vai para o fogo, acrescente parmesão e manteiga. Mexa até ficar cremoso. Coloque o risoto no centro do prato. Ponha a lagosta assada em cima do risoto. Depois é só aquecer a manteiga de escargot e jogar por cima.
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Papel de parede
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decor
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Arthur Nogueira
Luiza Cavalcante
Tendênciada
hora
Com novas texturas e conceitos, o papel de parede passa a ser o hit do momento na decoração de ambientes
O
s anos vão, vêm e ele continua ali. Mudando de
o papel de parede agora é vendido em diversas opções de
cor, textura e conceito, mas sempre ali. Se o assunto é papel de parede, você pode se reportar aos anos 1970, quando os temas florais e surrealistas pre-
textura, que imitam – com fidelidade impressionante – materiais como palha, seda, couro, pedra, mármore e cortiça. Uma alternativa àqueles que buscam praticidade, conforto
encheram as paredes com cores berrantes; aos anos 80, no imaginário dos desenhos animados e seus ambientes
e durabilidade na hora de decorar ou redecorar sua casa, deixando de lado o quebra-quebra da reforma e o risco de
multicoloridos; ou à moda atemporal dos quartos de bebês, em tons pastéis e estampas lúdicas. Mas a verdade é que novamente o produto se reinventou e, em pleno sé-
intoxicação por tintas. Segundo a arquiteta Gisele Zouein, o sucesso do produto está relacionado à diversidade e à possibilidade de uso em
culo XXI, continua a ditar moda. Considerado a nova tendência do mercado de decoração,
todos os ambientes. “Os papéis de parede se adaptam bem a salas, quartos, lavabos, halls de entrada, copa, cozinha e »»»
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Da praticidade para a instalação até a facilidade para limpeza, não são poucas as razões para que os papeis de parede venham reconquistando a preferência dos que querem decorar seus ambientes
gabinetes, não há discriminação”, explica. O cliente tem à sua disposição uma sorte de modelos, com estilos, cores e
de acordo com Gisele Zouein, observa-se que enquanto um pintor demora de 3 a 4 dias para revestir um espa-
texturas bem marcadas. “É um recurso que atende a todos os gostos”, assegura. Produzidos no exterior e fornecidos por empresas ameri-
ço de 80m², os papéis de parede e borders podem ser aplicados na mesma área num período de 24 horas. Isso se dá devido à praticidade do acabamento. “Você coloca
canas, italianas e belgas, os papéis de parede são revestimentos vinílicos ou vinilizados, fabricados com substrato de
durante o dia e à noite um bebê já pode dormir naquele ambiente”, garante a profissional.
papel e expostos a tratamentos de lavabilidade e resistência à luz. Por conta disso, não acumulam poeira, não propagam chamas e são aplicados na parede com cola inodora e à
Outro fator que conspira a favor dos papéis de parede é a durabilidade. “Quando bem conservado, ele tem vida útil de até 20 anos, enquanto que a pintura precisa ser refeita a
base d’água. A aplicação é feita num curto espaço de tempo, sem sujeira ou contato com substâncias tóxicas. Traçando um paralelo entre o papel e as tintas sintéticas,
cada três anos em média”, compara Gisele. E a manutenção é ainda mais simples que a aplicação. Basta garantir que não haverá infiltrações na parede ou o uso de produtos
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químicos. “A limpeza deve ser feita apenas com um pano úmido”, observa.
ras opções de cores e texturas. Segundo os proprietários, a procura pelo papel de parede aumentou bastante na cidade
Ao mesmo tempo em que protege e revigora os ambientes com praticidade e durabilidade, o papel de parede também pode ser considerado uma alternativa ecologi-
e o perfil dos clientes é variado. Mesmo assim, não é difícil apontar as preferências do público. “Os listrados suaves e horizontais são os de maior aceitação e o composé de cores
camente correta. De acordo com Telma e Pepeu Garcia, proprietários da loja Spazio Del Bagno, em Belém, a ma-
e estampas também é largamente utilizado”, revela o casal.
téria-prima do produto é cem por cento reciclável e, por conta disso, ele não acarreta riscos à natureza. “Todos os modelos de que dispomos possuem esse caráter socio-
Do papel para a parede... A empresária Iracema Castro é um exemplo de consumidora que apostou no papel de parede e comprovou o dife-
ambiental”, enfatizam. Líder de mercado, a loja Spazio Del Bagno disponibiliza cerca de 100 catálogos de tipos, que apresentam inúme-
rencial do produto. Ela se mudou recentemente e investiu num projeto de decoração baseado em listras, estampas e texturas. Em seu apartamento, no bairro do Marco, pratica- »»»
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Versátil, o papel de parede é uma boa opção para os que pretendem dar um toque diferenciado nos ambientes da casa, apartamento ou escritório
mente todos os ambientes foram decorados dessa maneira. “É a melhor opção para revestir as paredes, porque você elimina de imediato os problemas que a pintura
por decorar dessa maneira”, explica. Gisele Zouen, responsável pelo design de interiores do apartamento de Iracema Castro, acrescenta que investiu
apresenta”, garante. Na casa dela, salas de estar e jantar, quarto, banheiros e cozinha possuem papéis de parede, que vão do branco até
no produto em praticamente todos os projetos que idealizou recentemente. “Tem a ver com o que já foi dito sobre praticidade, confor-
o preto, em uma combinação de cores e listras que garante aos ambientes um clima de elegância e sofisticação. “A ra-
to, durabilidade, sem contar os custos que são vantajosos, tanto em termos de mão-de-obra quanto em tempo de tra-
pidez da aplicação também contribuiu para que eu optasse
balho”, assegura.
Gisele Zouein | Arquiteta Trav. Benjamin Constant, 1813 (091) 8128.2222 zouein@superig.com.br
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Dia das Mães Para homenagear as mães funcionárias do Grupo Leal Moreira, foi realizado um evento no Espaço Café Leal Moreira no dia 07 de maio. As mães presentes foram homenageadas com uma mensagem especial e canecas personalizadas com fotos ao lado dos filhos. É a Leal Moreira homenageando as mulheres mais importantes das nossas vidas.
Amizade premiada A promoção “Amizade Premiada” foi um sucesso. Ao adquirir um apartamento no empreendimento Torres Trivento, o cliente indicava um amigo; se ele também comprasse um apartamento, ambos ganhavam uma televisão LCD de 26”. As TV´s estão sendo entregues para que os contemplados possam curtir os jogos da Copa do Mundo de Futebol.
Novo escritório A Leal Moreira Imobiliária terá um novo endereço, no Metropolitan Tower, para atender aos clientes de forma ainda mais confortável e conveniente. Com mais espaço e uma área diferenciada, o endereço muda, mas a qualidade dos serviços só tende a melhorar. Endereço: Rua dos Mundurucus, 3100 – Metropolitan Tower, sala 13. Segunda a sexta, de 8h às 18h30.
Prédio administrativo Leal Moreira A partir de junho o prédio do Grupo Leal Moreira, localizado na Rua João Balbi, 167, esquina com a Visconde de Souza Franco, passará a abrigar apenas a Leal Moreira. O objetivo é melhor atender seus clientes, parceiros e fornecedores.
Consultoria A Leal Moreira Engenharia contratou recentemente o Projeto de consultoria “Produtividade” realizado pelo Engenheiro Frederico Martinelli, Mestre em engenharia pela escola Politécnica da USP e sócio gerente da “F Martinelli”, uma empresa de consultoria e construção que tem se dedicado à pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, que incorporados aos processos da Leal Moreira, buscarão incrementar a produtividade e conferir ganhos de qualidade e custos aos processos e produtos da construtora.
Um sonho leva a outro A promoção “Um sonho leva a outro”, uma parceria da Leal Moreira e Agre Incorporadora, na qual as primeiras 60 (sessenta) pessoas que comprarem um apartamento ganham um carro, está sendo um sucesso. A promoção vai do dia 13 de maio a 30 de junho e é válida para a aquisição dos empreendimentos Torres Trivento e Torres Floratta.
SIPAT Os canteiros de obras não são apenas locais voltados para o trabalho. Como parte do programa de conscientização dos seus funcionários, a Leal Moreira promoveu o SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho) em todos os seus canteiros de obra, no período de 7 a 11 de junho, com palestras, jogos interativos e peças teatrais.
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Geração Y:
prazer em conhecer Mundo em busca de competitividade, ciclos de
nizacional que estimule a criatividade, que seu estilo
inovação diminutos, informação na velocidade do
de vida seja respeitado proporcionando qualidade
pensamento. Este novo mundo vem dando à luz
de vida e conciliação de interesses. Estes elementos
uma nova geração: um grupo específico nascido en-
são mais fortes do que a remuneração em si.
tre 1984 e 1991, denominado Geração Y.
Nara Oliveira Consultora empresarial
Como diz David Cohen: “Você não tem escolha,
Este grupo de seres humanos possui um alto grau
não tem para onde fugir. O mundo vai lhe alcançar
de educação formal, frequentaram faculdade, fize-
de uma forma ou de outra”. A era da informação e
ram pós, falam mais de um idioma. Possuem cultura
o mundo globalizado nunca mais vão produzir espe-
diversificada: viajaram muito, possuem experiência
cialistas focados na estrutura, a economia; o tem-
internacional e a visão de mundo do Y é bastante ex-
po como vantagem competitiva pede outro tipo de
pansiva: eles veem muito e construíram visão crítica
profissional. A geração Y vai evoluir cada vez mais
alargada.
nos contornos deste novo mundo onde habitamos.
Estes jovens não pediam bênção aos pais antes
Nos resta o desafio de trabalhar nossos gestores
de dormir, questionavam as ordens dos mesmos e
e nossa estrutura para atender à demanda destes
os “porquês” eram desafiados a serem esmiuçados.
novos profissionais que compõem nossos quadros.
Assim, eles cresceram sem reverenciar a hierarquia.
Os ganhos de se ter uma massa crítica consistente
Se o pai era questionado, o chefe é simplesmente
são certamente fantásticos, contudo o gerenciamen-
uma fonte de referência. Com a facilidade de comu-
to certamente exige mais do gestor: tempo alocado
nicação e informação, sua visão de mundo é múltipla
para ouvir e interpretar, um constante refletir sobre o
e seu desenvolvimento se deu de forma interativa e
contorno dos grupos e como os atender melhor, foco
cooperativa. Assim, o profissional Y possui uma inata
na conciliação de interesses sem esquecer regras
habilidade de realizar tarefas simultâneas de forma
e procedimentos organizacionais, ocupar o lugar de
rápida e precisa. Você lembra que seu filho fazia o
facilitador em vez de chefe obedecido.
dever de casa ouvindo seu Ipod, com a TV ligada e respondendo ao MSN? Estes rapazes e moças encontram-se hoje ocupando as vagas de trainee e juniores das organizações e as empresas não entendem o que eles querem. Por outro lado, eles não entendem o que as empresas solicitam. Estes jovens entram nas organizações e estão sendo gerenciados por gestores formados na velha economia, onde conciliação de interesses não era a tônica da gestão de pessoas. São filhos da geração militar onde o “obedece quem tem juízo” ainda é a verdade básica. Assim, os questionamentos e posicionamentos críticos da geração Y são vistos como falta de capacidade de lidar com autoridade e insubordinação. Esta geração tem no trabalho um prazer real. Na verdade a concepção de trabalho como um mal necessário é um estigma da velha economia não encontrado na cultura dos Y. Para eles, trabalhar é um lazer. As melhores estratégias de retenção para um profissional Y são proporcionar um ambiente orga-
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projeto
lançamento
fundação
estrutura
alvenaria
revestimento acabamento
Torre Triunfo Torres Floratta
Check List das obras Leal Moreira
Torres Trivento Torre Résidence Torres Ekoara Torre Umari Torre Vert Torre de Farnese Sonata Residence Torre de Belvedere
em andamento concluído 96 9 6
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fotos tiradas em junho de 2010
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O melhor
amigo
Amar é um horror! Desculpem-me a acidez. Sei que deve haver muito rapaz romântico e muita menina apaixonada lendo este texto. Mas, sei lá!, é assim que eu me sinto hoje. Ora, nada é pior do que estar apaixonada… Mesmo quando você é correspondida! Porque o amor, embora seja entre duas pessoas, é um sentimento solitário. Você sempre ama só. Não importa há quanto tempo você está casada. Não interessa se você namora há 20 anos ou se está com o casamento marcado e a casa comprada. Acorde, filhinha, você está sozinha nessa! Você nunca vai saber se ele te ama de volta ou, pior!, você nunca vai saber ‘o quanto’ ele te ama de volta. E se você o amar mais do que ele te ama? E se ele te amar só um tiquinho e, na verdade, ele é apenas um cara carinhoso e generoso e você uma iludida? E se ele parou de te amar e você ainda não se tocou? É terrível… Mesmo que você esteja certíssima de que ele é o homem da sua vida e que vai amá-lo por toda eternidade, jamais, JAMAIS, poderá garantir o mesmo dele. Eu, por exemplo, tenho uma amiga que foi casada por 10 anos e, um belo dia, saiu de férias com os filhos e quando voltou, descobriu que o marido tinha se apaixonado por outra. Assim... Daquelas paixões arrebatadoras! Se é ruim amar e ser correspondida, pior ainda é amar e não ter o ser desejado. Eu estou assim. Completamente apaixonada pelo meu melhor amigo. Quando estou perto dele, me sinto como se estivesse na quinta série, quando o Felipe (meu ídolo naquela época) ia estudar na minha casa e eu deixava minhas pernas soltas sob a mesa e, quando ele as embalava, meus pés tocavam suas pernas… Com aqueles pelinhos, que começavam a nascer. E aquilo doía! Hoje, novamente eu estou apaixonada pelo meu melhor amigo. E sei que, embora ele me ame, nunca o terei como namorado… Visto que mais uma vez constato que amor é uma coisa que sinto independente do outro. Não importa o que faça, não importa quantas cartas eu escreva, quantas crônicas eu produza em sua homenagem. Não importa… Ele, simplesmente, não vai me amar. Semana passada, fomos todos a uma boate e eu fiquei olhando para ele a noite inteira, sonhando que ele me tirasse para dançar e, no meio da pista, me desse um beijo. Mas ele não moveu um músculo sequer… Ficou parado. Petrificado. Olhando-me de longe com olhos de pena. Mas, ao revés, outro rapaz me tirou para dançar (era lindo também!), mas não importava o que esse novo e disposto rapaz fizesse, eu não iria desejá-lo. Porque eu amo meu melhor amigo.
Saulo Sisnando Escritor
Na saída da boate mandei, para o meu amigo, uma mensagem de celular: “Sinto-me como alguma heroína de filme romântico, Dividida entre Paris e NY, entre o mocinho e o bandido. Cá estou eu, entre o homem que eu amo… e o amo que me quer!” Ele leu a mensagem. E não respondeu. Continua sendo meu melhor amigo. E, neste fim de semana, iremos ao cinema. E eu ainda sonho que, no escuro da sala, ele deixe sua mão escorregar pelo meu colo e toque meus dedos ansiosos. Mas sei que não ocorrerá! Pois ele não me ama. Mas, como sou dura na queda, preciso dizer uma coisa, pois se ele é meu melhor amigo, nalgum momento lerá esta crônica: “Meu melhor amigo, eu não desisto! E embora você não me queira… Eu te amo muito! E ainda vou amar por algum tempo! Sozinha!”
como Maria Eduarda
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É como uma árvore que cresce, mas se mantém sempre perto. A Le Leal al M Mor orei or eira ei ra,, ne ra ness sses ss es s2 24 4a an nos o , nu nunc n a par nc pa aro rou rou de c cre resc re scer sc er. E se er semp mp pre c com om map pre re eoc o up upaç ação aç ão ã o de se s mant ma nter nt er pró róxi xima xi ma às pe pess ssoa ss oas. Porr iss oa sso o se sepa paro pa rou ro u su suas ua as s ati t vi v da dade de d es em trê rês s di divi visõ vi sõ ões es:: IIn nco corp rpor rp orad or ador ad ora or a, En Enge nge enhar nh har aria ia e Imo obi bili liár li árria a. É as assi sim si m qu que e a Le Leal all M re Mo eir i a cr cres esce es ce e e mel elho hora hora ho a cad a a ve vez z ma m is o rela re la aci cion onam on amen am ento en to com om seu eus s pa p rc cei eiro r s, forrne ece cedo dore do re res es e pr prin prin inci cipa ci pa alm men ente te cli lien e te en tes, s, pa s, para r q ra que ue e con onti tinu ti nue nu e se emp mpre re e dan ndo d bon ns fr f ut utos os a tod dos os.
Plan Pl anej an eja ej a e rre eal aliz i a os iz e pr em pree eend ee n im nd i en e to tos s do o Gru rupo po. po
Cons Co n trrói ns ói edi difí ifíci fííci cios os os de e qu ua ali lida ida dade de para arra a su ua vi vida vida da. da.
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