De quantos m2 sua amizade precisa para ser eterna?
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A Revista Leal Moreira 31 traz conteúdo exclusivo nas matérias sinalizadas com QR code.
entrevista
índice
Aos 39 anos, com 30 de carreira, Selton Mello é um homem de vários atributos: ator, diretor, dublador e produtor. Declaradamente apaixonado pelo Cinema, ele fala sobre cultura e planos para o futuro.
Machu Picchu ficou “escondida” por quase cinco séculos. A cidade perdida dos Incas guarda segredos e revela suas belezas aos viajantes bem dispostos e a sensação – a 2.560 metros acima do nível do mar – é a de estar perto do céu.
Kadu Niemeyer é herdeiro de um dos sobrenomes mais importantes do país. O neto do respeitado arquiteto Oscar Niemeyer fala sobre como as obras do avô influenciaram em seu olhar fotográfico.
destino
galeria
Ver-O-Peso da Cozinha Paraense 2012: o maior e mais tradicional festival de Gastronomia do Norte do país chega à sua décima edição maior, celebrando a riqueza da culinária local e o legado de seu idealizador, o saudoso chef Paulo Martins.
Especial
capa Selton Mello Daryan Dornelles
perfil O discurso sólido e o orgulho da própria origem são traços perceptíveis na forte personalidade de Gaby Amarantos, o furacão da música paraense. Reescrevendo a própria história, ela foi muito além do que o destino lhe reservara.
especial Oriundi Eles saíram da Itália, em busca de uma nova vida, com melhores perspectivas de trabalho e aportaram no Brasil, no começo do século XIX. No Pará, eles chegaram atraídos pela Política de Colonização de Áreas Agrícolas, executada pelos – então – governadores Lauro Sodré e Paes de Carvalho.
especial Casais em Casas separadas Eles se amam e juraram fidelidade. Até aí, tudo de acordo com o manual. Mas esses casais decidiram viver em casas separadas. O motivo? Preservar o amor e fugir da devastadora rotina.
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PDG Vendas: Rua dos Mundurucus, 3.100 – Sala 2004 – 20º andar – Ed. Metropolitan Tower – Belém-PA – CRECI J-383 – Diariamente, das 9h às 19h, de segunda a sábado. CIA Belém Lançamentos Imobiliários: Rua dos Mundurucus, 3.100 – 20º andar – Ed. Metropolitan Tower – Belém-PA – CRECI J-300 – Diariamente, das 8h às 18h, inclusive aos sábados e domingos. Leal Moreira Imobiliária: Rua dos Mundurucus, 3.100 – Sala 13 – Térreo – Ed. Metropolitan Tower – Belém-PA – CRECI 305-J – Diariamente, das 8h às 18h, aos
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editorial Caro leitor, Chega às suas mãos a primeira Revista Leal Moreira de 2012. Nesta edição, o ator Selton Mello – um dos mais talentosos de sua geração – fala sobre o começo precoce, a longa carreira, projetos vindouros e da paixão pelo Cinema. Outro talento que está nas páginas a seguir é a paraense Gabriela Amaral dos Santos. Você certamente já ouviu falar desta jurunense, que é mais conhecida como o “furacão” Gaby Amarantos. Gaby é atualmente a maior representante do tecnobrega paraense e que caiu nas graças dos mais importantes nomes da música brasileira e indústria fonográfica nacional. Convidamos você a viajar conosco para Machu Picchu, a Cidade Perdida dos Incas, lugar misterioso e igualmente deslumbrante aos olhos. No retorno desta jornada, uma parada obrigatória: o Ver-O-Peso, a maior feira livre a céu aberto da América Latina, com seus encantos e mistérios. É com prazer que anunciamos aos nossos clientes e leitores a 10ª edição do maior e mais tradicional evento de Gastronomia do Norte do Brasil: o Ver-O-Peso da Cozinha Paraense 2012, lançado no último dia 13 de fevereiro. Serão três meses de festival, com programação variada; de exposição fotográfica, passando por aulas, mesas-redondas, jantares com a presença de alguns dos maiores chefs do Brasil, dividindo conhecimento, somando experiências com os profissionais do Pará. Na RLM32 você conhecerá as histórias dos oriundi, italianos que deixaram a “bota” em direção ao Brasil, onde decidiram iniciar suas vidas, sob a promessa de perspectivas melhores. Você também vai ler histórias de casais que optaram por morar em casas separadas, em um saudável paradoxo de manter a chama do amor acesa e viva. O que você acha? O melhor de ler a Revista Leal Moreira é que esse prazer não termina na última página dela. Em nosso site www.revistalealmoreira.com. br, você encontrará conteúdos exclusivos, vídeos e surpresas. Um grande abraço e excelente leitura! André Moreira
expediente Tiragem e distribuição auditadas por
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Revista Leal Moreira
A Leal Moreira dispõe de atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 12 h e das 14h às 18:30h
Criação Madre Comunicadores Associados Coordenação Door Comunicação Ilimitada Realização Publicarte Editora Diretor editorial André Leal Moreira Diretor geral Juan Diego Correa Diretor de criação e projeto gráfico André Loreto Gerente de conteúdo Lorena Filgueiras Editora-chefe Lorena Filgueiras Produção editorial Camila Barbalho Fotografia Dudu Maroja Reportagem: Anderson Araújo, Arthur Nogueira, Catarina Barbosa, Camila Barbalho, Fábio Nóvoa, Leonardo Santos, Luiza Cabral, Thiago Freitas, Vanessa Libório. Colunistas Celso Eluan, Edyr Proença, Glauco Lima, Nara Oliveira, Rodrigo Aguilera e Saulo Sisnando. Assessoria de imprensa Elianna Homobono Revisão José Rangel e André Melo Agradecimentos: Crowne Plaza, Armazém das Festas, Secretaria de Estado de Cultura, Chef Daniela Martins (restaurante Lá em Casa)
Telefone: João Balbi, 167. Belém - Pará f: [91] 4005-6800 www.lealmoreira.com.br Construtora Leal Moreira Diretor Presidente: Carlos Moreira Diretor Financeiro: João Carlos Leal Moreira Diretor de Novos Negócios: Maurício Moreira Diretor de Marketing: André Leal Moreira Diretor Executivo: Paulo Fernando Machado Diretor Técnico: José Antonio Rei Moreira Gerente Financeiro: Dayse Ana Batista Santos Gerente de Marketing: Ana Paula Guedes Gerente de Clientividade: Murilo Nascimento Gerente de RH: Waldemarina Normando revistalealmoreira.com.br
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Online: Conheça um pouco mais sobre a construtora acessando o site www.lealmoreira.com.br. Nele, você fica sabendo de todos os empreendimentos em andamento, novos projetos e ainda pode fazer simulações de compras.
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Gráfica Santa Marta Tiragem 12 mil exemplares Comercial Diretor comercial Hilbert (Binho) do Nascimento Anna Paula • 91 3321.6879 Thiago Vieira • 91 8113.1745 comercial@editorapublicarte.com.br Fale conosco: (91) 3321-6864 revista@lealmoreira.com.br
revistalealmoreira.com.br facebook.com/revistalealmoreira Revista Leal Moreira é uma publicação trimestral da Publicarte Editora para a Construtora Leal Moreira. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.
Belém
Remanso do Bosque
Uma casa de dois andares ao lado do Bosque Rodrigues Alves representa o bom momento vivido pelos irmãos Thiago e Felipe Castanho. O Remanso do Bosque – irmão mais jovem do já tradicional Remanso do Peixe – está de portas abertas desde o fim do ano passado e segue a fórmula que rendeu o reconhecimento ao seu chef idealizador. O ambiente é intimista e aconchegante. A Gastronomia, regional e com ares contemporâneos, além do bom atendimento. O espaço é amplo e envidraçado, com design que possibilita ver a cozinha. O andar superior é reservado para recepções, eventos e minicursos. Na recepção funciona um pequeno empório, onde é possível comprar doces, compotas, ervas, especiarias e licores artesanais. Sugerimos degustar os Camarões Empanados em Farinha de Tapioca, enquanto o Filé Marajoara com Queijo do Marajó Gratinado ao Molho Rôti não chega.
Avenida Rômulo Maiorana, 2350 • 91 3347.2829
Cité
Extremamente cosmopolita. Essa é a proposta do Cité – um mix de lounge, bar e restaurante localizado na sempre movimentada avenida Almirante Wandenkolk. A decoração é cheia de personalidade, com cadeiras penduradas no teto e os grafites da artista plástica Dri-k Chagas nas paredes. Chama atenção o bom gosto em tudo: do cardápio à programação musical. Sugerimos chegar cedo para pegar lugar em um dos confortáveis sofás no fundo da casa. Para comer, a Leal Moreira indica o Tours: torres de filé ao molho de gorgonzola, acompanhado de risoto milanês. O prato merece ser degustado com uma cerveja importada, dentre as mais de 40 que a casa oferece.
Avenida Almirante Wandekolk, 195 • 91 8141.8461 revistalealmoreira.com.br
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Tasca Mercado Funcionando nas instalações do antigo Armazém Santo Antônio, o Tasca Mercado é um espaço clean e sofisticado, que adota o conceito de cafeteria-gourmet. O cardápio é recheado de pães artesanais, sanduíches elaborados (podendo ser personalizados), confeitaria, petit fours e pratos internacionais – assinados pelo belga Frederic Maeyer e pelo francês Frederic Monnier. Outro ponto alto é a linha exclusiva de café, fruto da parceria com a Unique Café, do vale do Carmo de Minas, considerado o melhor terroir de café do Brasil. Perfeito para o fim de tarde. Travessa Quintino Bocaiuva, 1696-A • 91 3224.0502
Brasil
Aos Democratas Inaugurado em 2003, o inusitado Aos Democratas é um bar que parece ter saído diretamente da Lapa, reduto da boemia carioca, com chopp, samba e futebol – só que em Curitiba. O casarão já passou por quatro ampliações e hoje recebe até 700 pessoas em suas noites mais concorridas. São quatro ambientes temáticos, que recebem atrações musicais diariamente. A cozinha é típica de boteco: petiscos, sanduíches e outras delícias desse universo. Recomendamos o (sensacional) bolinho de abóbora com carne seca. O lugar também é uma boa pedida para quem gosta de acompanhar os maiores campeonatos esportivos – é lá que fica o maior telão (em bares) do Sul do Brasil, com 24 metros quadrados. Além de tudo, é premiadíssimo – quinze honrarias à estrutura e aos serviços.
Rua Dr. Pedrosa, 485 – Batel, Curitiba-PR • 41 3024.4496 • www.aosdemocratas.com.br
Tordesilhas Uma homenagem à brasilidade e todos os seus temperos. Essa é a grande bandeira do Tordesilhas. Localizado em uma aconchegante casa da rua Bela Cintra, no coração da capital paulistana, o ambiente é estiloso e descontraído – dividido em dois pavimentos e mais um terraço, nos fundos, onde é possível comer ao ar livre. No cardápio, há espaço para os clássicos da culinária nacional, com o ar contemporâneo. Tudo assinado pela inventiva chef Mara Salles. A Revista Leal Moreira sugere o Medalhão de carne-de-sol com risoto de pupunha – acompanhado de caipirinha, só para manter o clima de brasilidade. Todos os anos, na última semana de agosto, o restaurante organiza a Semana da Cozinha Regional Brasileira, quando cada dia é dedicado a uma região. Vale a pena conferir.
Rua Bela Cintra, 465 – Cerqueira César, São Paulo-SP • 11 3107.7444 • www.tordesilhas.com revistalealmoreira.com.br
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mundo
Alice in Wonderland Adentrar o Alice in Wonderland é, para dizer o mínimo, se perder na própria imaginação. Livremente inspirado no livro homônimo de Lewis Carroll, o lugar remete aos elementos mais marcantes da obra: mesas feitas com cartas de baralho, lustres em forma de coração, livros gigantes, corredores cujas paredes são páginas e outros ambientes extremamente lúdicos – tudo com design sofisticado e elegante. O cardápio segue a mesma linha, fazendo referência a famosos personagens da narrativa, como o gato de sorriso enigmático – aqui retratado em fatias de pizza. Nesse restaurante totalmente inusitado e de inspirações psicodélicas, a refeição é só um toque (para lá de) especial.
5F Taiyo Building, 8-8-5 Ginza, Chuo-ko - Tokyo • +81 3-3574.6980 • www.diamond-dining.com/alice
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Comer um simples pão – um dos alimentos mais antigos da humanidade – ganha novos significados e vira experiência de luxo em uma boulangerie como a VyTA. Com um conceito bem diferente e minimalista de design de interiores, a obra da renomada arquiteta Daniela Colli acrescenta requinte e modernidade a um lanche corriqueiro. Nas estufas, pães, pizzas e outras delícias de forno – produzidas de modo artesanal. E o melhor de tudo: próximo à Porta Nuova Train Station, o símbolo da vida agitada de Turin. Vale a pena experimentar o Napoli, pão suave recheado de presunto de Parma, provolone defumado e berinjela grelhada.
Via Marsala, Edificio D, Stazione Termini, 00185 - Turin • +39 06.477861 • www.vyta.it/
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Leal Moreira Imobiliária: Rua dos Mundurucus, nº 3100, Sala 13 - Ed. Metropolitan Tower - Belém - PA - CRECI 305-J. Diariamente das 8h às 18h, sábados e domingos no estande de vendas. Os materiais e os acabamentos integrantes estarão devidamente descritos nos documentos de formalização de compra e venda das unidades. Plantas e perspectivas ilustrativas como sugestão de decoração. Os móveis e o acabamento representados nas plantas não fazem parte integrante do contrato. As medidas são internas e de face a face das paredes. Torres Acácia: Memorial de Incorporação perante o 1º Oficio de Registro de Imóveis e Notas de Ananindeua/PA, conforme R.02 da matricula 26.911, aos 30/09/201. Torres Cenário: Registro de Imóveis no Cartório de 2º Ofício de Belém-PA – Livro 2-G.L. (RG) – Matrícula 402 – R.18, Protocolo nº 197.617 de 20 de dezembro de 2011. Torre Solazzo: Registro de Imóveis no Cartório de 2º Ofício de Belém-PA – Matrícula 14138; Livro 2-KC, Protocolo nº 197.329, em 9/12/2011. Torre Breeze: Registro de Imóveis do 2º Ofício Belém - Pa Livro 2 - JW. Matricula 12.223. Protocolo nº 191.609 de 24 de Junho de 2011.
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Camila Barbalho
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Do Jurunas para o mundo: Gaby Amarantos fala sobre a boa fase, desafios e conquistas ao longo de suas trajetórias pessoal e profissional. Com simplicidade.
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inha tudo para ter a carga dramática de uma ópera italiana: ao centro do palco, a cantora negra, pobre e nascida na periferia viveria a própria trajetória ao largo dos olhos da sociedade até o último agudo – que, tal qual a árvore do dilema de George Berkeley, jamais saberíamos se fez barulho ou não. Mas aqui, a protagonista é autora da sua própria história, e soube escolher que palco seria sua casa. Gabriela Amaral dos Santos comprimiu seus sobrenomes e virou Gaby Amarantos, reescrevendo não só seus rumos pessoais, mas também os de uma música que, ora marginalizada, revolucionou a produção fonográfica e ganhou o país. No palco do Theatro da Paz, o maior templo da cultura paraense, Gaby conversou com a Revista Leal Moreira. De discurso sólido e muito consciente do papel que escolheu para si, a cantora vive seu melhor momento – queridinha de Nelson Motta, do produtor Carlos Eduardo Miranda e eleita “artista da semana” pelo jornal inglês The Guardian, em meados de fevereiro – de um jeito muito tranquilo. Aos 33 anos, com 10 de carreira e um filho de 2, Gaby faz barulho sim, e está visivelmente em paz. No palco e consigo. Você começou a cantar na igreja e foi afastada pelos padres por usar roupa curta e ser animada demais. Olhando pra trás, você acha que já era artista desde pequena? Já. Minha mãe era meio mãe de miss e eu era cobaia dela. Eu usava umas botas de croché,
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e até onde lembro eu era a única criança que usava. Ela fazia de lã rosa. Imagina isso no nosso clima? Quente pra caramba e eu com essas botas até o joelho (risos). Eu tinha um caderno de desenho, só com figuras que eu dividia como estilista, criava vários figurinos... Sempre tive esse pezinho na arte. Na escola, quando tinha encenação ou dança, eu queria sair na apresentação de todas as salas. Eu sempre fui muito “apresentada”. Qual a primeira recordação que você tem do desejo de transformar a música em uma profissão? Como tudo começou? Cantando na igreja. Acabava a missa, a gente pegava os instrumentos e ia pra pracinha tocar música popular. Eu queria fazer isso da vida, mas não pensava em sair da igreja. Talvez se não tivessem me afastado, nada disso tivesse acontecido. Um dia eu fiquei triste e fui com uma amiga a um bar, que nem existe mais no Jurunas (bairro de Belém). Lá encontrei um conhecido tocando violão. Dei uma canja e ele me convidou pra tocar com ele: “Eu toco todo dia, eles dão comida, 30 reais...”. Fiquei toda empolgada (risos). Meu primeiro cachê foi um prato de sopa. Foi aí que começaram a dizer: “Devias cantar em festival” ou “ah, se o Nilson Chaves (cantor paraense) produzisse um disco teu...”. Queriam me colocar com flor no cabelo e vestidão, mas eu não era aquilo. Foi quando montei a minha primeira banda de tecnobrega, a Tecnoshow. »»»
Dudu Maroja
A camaleoa Gaby Amarantos. No detalhe, cena do clipe “Xirley Xarque�, sucesso que ganhou o Brasil.
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Queria ser cientista, para manipular elementos coloridos e descobrir curas para milhares de coisas
Como você chegou à identidade visual que tem hoje? Levou tempo. Quando eu cantei na Pororoca (casa de show, em Belém) pela primeira vez, pensei: “vou já fazer uns figurinos pro povo me olhar”. Fiz minha primeira bota de papel camurça. Costurei num sapato de cano alto, coloquei o zíper... Quando eu entrei de bota, todo mundo estranhou. Aí vi o que o figurino causava nas pessoas e comecei a inventar um look novo toda semana. Fazia peruca de cabelo de boneca, passava glitter na boca. O Hermano Vianna me conheceu na casa de uma das bailarinas da minha banda. Eu estava sentada no chão com todos os meus figurinos espalhados. Ele sentou do meu lado e disse que eu era meio super-herói misturada com não-sei-o-quê de asteca e eu não sabia que isso seria alguma referência. Hoje eu já posso ter mais acesso à moda, então posso dialogar com pessoas do quilate do Valério Araújo, André Lima... Enfim, descobrir novos estilistas... Hoje é mais consciente. Você exalta seu bairro, o Jurunas, aonde quer que vá. É sua maneira de manter os pés no chão? Quem nasce no Jurunas cresce no meio da feira, da caixa de som anunciando a festa de brega, do bar tocando música regional o dia inteiro... Você cresce sem preconceito musical algum. É multicultural. Teve um show meu lá e na plateia tinha pai de família com esposa e filho, criança junto com homossexual, playboyzinho junto com vigia... As pessoas são muito livres na periferia. As mulheres não estão preocupadas se não entram na calça 36 ou se a raiz do cabelo tá escura e o resto tá loiro. Não têm medo de ir pra aparelhagem, depois sair na escola de samba e dançar quadrilha no mês de junho. Eu quero que
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meu filho cresça lá. Aquele lugar me formou, junto com a educação que a minha mãe me deu, com a igreja que eu frequentei. Recentemente, recebi uma equipe da BBC de Londres, e eles ficaram encantados com o que viram. Só o belenense que não vê isso. A gente tem mania de depreciar nossa cultura e só valorizar quando ela é valorizada por alguém de fora. O tecnobrega está nos festivais independentes, nas festas de aparelhagem e nos programas de TV. Que fronteiras ainda falta romper? Ganhar o país. O Brasil tá começando a compreender esse movimento, porque ele traz muita novidade. Eu, como representante que já carrega isso há dez anos, também causo estranheza. Sou uma artista nova, com um figurino e um timbre de voz diferentes, que tem um discurso, traz um movimento... É muita informação. Eu sei que é um processo lento, mas que está sendo solidificado. Lá fora estão começando a entender que não somos só carnaval, então é um momento muito especial para música paraense estar em evidência. Como o Brasil entende o tecnobrega? O Brasil entende que é uma cena nova e que é diferente de todas as fases que a música paraense já protagonizou. Teve aquele momento muito forte da Fafá (de Belém), teve a Leila (Pinheiro), depois veio o momento da banda Calypso, que foi muito importante porque veio avisando: “Isso e muito mais você só vai encontrar no Pará”. Fez com que as pessoas tivessem essa curiosidade. Eu sei que hoje sou a ponta de lança desse movimento, então eu procuro falar de outros artistas aonde eu vou, porque eu acredito que precisa haver continuidade. »»»
A artista paraense Gaby Amarantos em três momentos diferentes
Qual era a primeira coisa que você pensava antes de subir ao palco no início da carreira, e qual a primeira coisa que você pensa hoje? Era diversão e um negócio que me completava. Hoje a paixão continua, mas agora tem o compromisso de ser uma agente divulgadora dessa cultura. Eu me vejo como alguém que tem uma missão: a de fazer com que as pessoas entendam essa sonoridade, que tenham vários festivais e a gente consiga entrar no mercado de verdade, independente de iniciativas do governo. Que a gente consiga ser independente e fazer as pessoas curtirem esse movimento.
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Novas conquistas trazem novas responsabilidades. Quais são as suas? Eu tenho uma voz muito forte que me diz que essa é a minha missão: difundir minha cultura. Me sinto meio predestinada. É como se eu tivesse que fazer isso. Quando eu viajo pra participar de programas e apresentações, eu levo discos dos artistas daqui, quero que as pessoas conheçam. Aí tem um lado de mim que diz “mas, Gaby, ninguém nunca fez isso por ti”. E o outro responde “mas você vai fazer. Porque você simplesmente tem que fazer”. Hoje você está em festas high society, amanhã na aparelhagem. Como é pra você transitar entre tantos ambientes diferentes? Pra mim é tranquilo, por eu tratar as pessoas de um jeito só. Se eu vou almoçar peixe frito com açaí no Ver-o-Peso ou se eu vou à noite num restaurante chique, isso não muda quem eu sou. Do jeito que eu vou tocar num festival, vou a uma feira agropecuária. Hoje canto no show do Zezé di Camargo e do Luciano, amanhã canto com a Orquestra Imperial, no show da Tulipa Ruiz, do Mó-
veis Coloniais de Acaju... O respeito que eu tenho por todos eles é igual. Eu gosto de transitar, pra mostrar pras pessoas que a gente tem que acabar com essa segregação de música. É música brasileira. Todos nós fazemos música brasileira, cada um do seu jeito. O tecnobrega começa a ser apontado por alguns como música cult. A que se deve essa nova visão? A uma série de fatores muito complexos. Por isso eu digo que o tecnobrega é um fenômeno. Ele consegue transitar de um jeito que eu não vejo acontecer com nenhum outro estilo. Eu sou uma dos que mantêm a palavra “brega”, porque não tenho preconceito com ela. As pessoas vão compreender que, pra gente, não é um adjetivo pejorativo, e sim uma ramificação da nossa música. A maneira de você falar do seu sentimento sem frescura, sem vergonha. Além dos efeitos profissionais, como você lida emocionalmente com a ideia de cair nas graças de nomes como Nelson Motta e Miranda? Fico tranquila, não sou de ficar deslumbrada. Hoje em dia eu vou pro Rio e almoço junto com o Nelson, tomo café na casa dele. A Marília Gabriela fez uma entrevista comigo, eu sou fã dela e de repente eu estava ali e pensei “que legal”. Mas era isso, era legal. É muito tranquilo esse momento que eu estou vivendo. Eu sei que é uma fase, e não vou ficar me preocupando. Pra mim, o mais importante é mostrar a arte. Tudo é sobre a arte, sobre a música. Não é sobre quanto tempo eu vou estar na mídia, se vou ter que disputar com a cantora tal ou matar um leão por dia pra continuar aparecendo. É sobre a cultura paraense, que é tão incrível e da qual eu tenho tanto orgulho. Ela é que é importante e é ela que tem que aparecer.
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ilustração Leandro Bender
Clóvis
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O carnaval chegando e a Vera Lucia começando a ficar incomodada. É que o Carlos Eduardo, seu namorado (e que ela pensava ser bem normal, do tipo chegar em casa na hora, ir à missa aos domingos, jantar fora na sexta ou no sábado, cineminha antes, enfim, essas coisas que todo mundo faz) tinha um problema. O problema era o carnaval. Antes que vocês pensem que no, digamos, “período momesco”, Carlos Eduardo ficava louco, caía na farra três dias seguidos, se vestia de mulher e se intitulava Carmem Miranda (o que seria motivo suficiente para a Vera Lucia se aborrecer, do jeito que vocês já perceberam que ela é), devo dizer que no carnaval, o Carlos Eduardo saía de “Clóvis”. Sim, de “Clóvis”, aquele palhaço, com a cabeça toda coberta e no lugar da boca, um apito. Ele disse que era uma tradição de família. O pai, seu Carlão, já falecido, saía fantasiado – primeiro pelo Boulevard, ali na frente da Estação das Docas, depois pela Presidente Vargas, brincando com as pessoas. Tudo de maneira bem inocente, ingênua, brincadeira, na boa. Quando o Carlos Eduardo fez oito anos, o pai deixou que ele o acompanhasse. Ninguém sabia quem eram os dois palhaços. O segredo era parte da coisa. Mas quando chegou perto do carnaval, ele contou. Ela não acreditou. Ele jurou. Ela achou tão bonitinho que se apaixonou mais ainda. Quando o pai morreu, ele continuou com a tradição. Mas os tempos são outros. O carnaval está acabando em Belém. A violência, aumentando. Houve um ano em que bateram no Carlos Eduardo. Ele estava brincando com uma criança. Acho que pensaram ser um pedófilo. Que maldade. Logo com o Carlos Eduardo... Aí veio a vontade de ir para Salinas, durante o carnaval. O Carlos Eduardo não queria. E como ficaria a homenagem? Mas não tem mais carnaval... Ficou triste, chateado, até chorou. E o pai? Ah, faz lá esse teu palhaço, né? Iluminou o rosto. Isso mesmo. Mas será que os amigos não vão ri-
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Edyr Augusto escritor
dicularizar? Ai meu Deus, logo agora que nós estamos fazendo amizade com os Dantas Chagas, os irmãos Lima, e aquela mulher do Renato, com nariz empinado. Puxa vida, escuta, Carlos Eduardo, não dá pra deixar pra lá essa homenagem? Já foram tantas vezes! Conformou-se. No sábado, quando chegou no Atalaia, estava todo mundo. A turma. Perguntaram pelo Carlos Eduardo. Começou a contar, até mesmo para avisar, para argumentar. Era uma homenagem ao pai, algo bem poético, para as crianças, mas também para os adultos, sabem? Você tem certeza que o Carlos Eduardo vem de palhaço? Não é bem um palhaço, é um “Clóvis”... O que é “Clóvis”? Carlos Eduardo havia descido no começo da praia, e iria andando até onde estava Vera Lúcia. Era o combinado. Daria seu passeio e homenagearia o pai. Levou algumas vaias. Outros aplaudiram. As crianças vinham brincar. Um jogou água. Areia. Tolo. Os ambulantes começaram a se aproximar, aproveitando que já se constituía um pequeno cortejo atrás. Começou a encontrar pessoas conhecidas. Nem sonhavam quem estava por trás da máscara. Acostumara-se com isso desde que saía com o pai. Que saudade. Lagrimou. Foi quando algo chamou sua atenção. Uma “Clóvis”. Uma “Clóvis”? Mulher, com certeza. Pelo corpo, leveza. Mas que corpo tinha essa “Clóvis”! Chegou próximo e começou a brincar. Respondeu. Dançaram. Palmas. E vão brincando. Essa “Clóvis” é o máximo, pensou. Tão distraído estava que nem percebeu que o cortejo chegara ao ponto onde estavam os amigos. Vera Lúcia. Eles chegaram próximo. As crianças. Carlos Eduardo começou as brincadeiras. O problema foi quando a mulher do Renato, sempre ela, fez o comentário sobre a “Clóvis”... Não prestou. Primeiro o marido vestido de palhaço e agora, a seu ver, fazendo-a de palhaça, com aquela sirigaita, ao lado, fantasiada? Que história é essa? Confusão. A Vera Lúcia não parava de falar. Vocês sabem como é... A Vera Lúcia é barraqueira... Entraram no carro. Onde havia ido parar a “Clóvis”? Parece que a viu, de relance. Havia uma expectativa, pensava, em sua máscara. Olhou para Vera Lúcia, à sua frente, os braços feito um açucareiro, esculhambando, esculhambando... E a “Clóvis”, lá adiante, dançando, linda, fazendo uns sinais. Vem... Vem... . Às vezes a sorte te solta um cisne na noite. O que fazer?
comportamento
Bolsas sĂŁo sĂmbolos femininos, que ganham adeptos entre os homens e representam Ăcones de status e poder.
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Thiago Freitas
Dudu Maroja
Os
ombros suportam
o
mundo
Elas são consideradas companheiras inseparáveis a grande parte da população, mas há quem dispense o peso das bolsas. A seguir, confira o que descobrimos sobre esses pequenos universos particulares.
E
las existem em diferentes estilos, tamanhos, cores e formatos e são consideradas indispensáveis no dia a dia de qualquer pessoa – seja no trabalho, em ocasiões sociais ou em descompromissados passeios nos fins de semana. As bolsas, acessórios cobiçados por nove entre dez mulheres (e mais recentemente alvo de consumo da classe masculina, também) refletem diretamente a personalidade de seus proprietários e guardam muito mais do que celulares, agendas e chaves. Não seria exagero afirmar que as bolsas são verdadeiros refúgios para segredos e mistérios e, por isso mesmo, há quem opte por tipos mais discretos. Um olhar mais atento perceberá que a moda nas ruas é democrática: o desfile urbano é generoso, há bolsas para todos os gostos – e bolsos –, dos modelos que privilegiam a praticidade, em sintonia com a correria do cotidiano, aos de apelo fashion, criativo. No mundo da moda, este acessório é símbolo de status e as mais renomadas grifes lançam coleções exclusivas e luxuosas, que viram objetos de desejo. Acompanhando tendências, as bolsas sofreram uma transformação significativa em relação ao tamanho. No comecinho da década passada, as maxi-bags eram sucesso e nelas cabiam, além dos objetos essenciais, o computador, a maquiagem e ainda sobrava espaço. Com a revolução tecnológica (smartphones, tablets, e ultrabooks – finíssimos e levíssimos netbooks), elas vêm diminuindo consideravelmente, “obrigando” seus usuários a organizar os pertences em um espaço um pouco menor.
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Surpreendente, sempre Não importa o tamanho da bolsa ou o espaço disponível: o conteúdo, na maioria das vezes, é inusitado. Nunca se sabe o que será descoberto nestes pequenos “universos”. Pensando nisso, a Revista Leal Moreira se aventurou invadir a intimidade de algumas pessoas para descobrir a relação delas com esse acessório. Mais de 60 peças A empresária Mara Pinheiro, 40 anos, confessa (sem a menor culpa) sua paixão incontrolável por esse artefato. “Não sei o número exato, mas estimo que na minha coleção tenha mais de 60 peças. Elas são de diferentes estilos, cores e tamanhos e gosto de cada uma delas”. No dia a dia, Mara possui três bolsas oficiais: duas com itens de necessidades básicas e a outra para eventuais emergências. “Como eu trabalho com eventos, sempre guardo uma bolsa no carro e se, por ventura, aparecer algum compromisso inesperado, estarei preparada”, diz. Entre agendas, iPads, estojo de maquiagem, remédios, cartões de crédito, talão de cheque, contas, chaves, celular, bloco de notas e chicletes, a empresária conta que a organização nas bolsas é quase impecável. “Nunca ando com uma só. Elas são a solução dos meus problemas, tudo de que eu preciso está lá. Algumas são reservadas para determinadas ocasiões e já estão com os itens específicos”. Para Mara, a bolsa não é somente um simples acessório que complementa o visual, pois nela está contida praticamente uma parte de »»»
A empresária Mara Pinheiro possui mais de sessenta bolsas, das quais três a acompanham diariamente. “Nelas estão contidas parte da minha vida”.
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sua vida. “Trabalho no centro e moro em Ananindeua e muitas vezes não tenho tempo de voltar em casa, então elas estão sempre comigo”. No imaginário popular, um bordão ainda é constantemente invocado: “Nunca abra a bolsa de uma mulher, nem olhe dentro, muito menos mexa nela”. Segundo a empresária, a bolsa de uma mulher é um mundo só dela e é possível “encontrar de tudo um pouco”. “Ninguém mexe nas minhas. Além dos meus objetos, elas carregam alguns segredos”. Ela explica ainda que apesar do número excessivo de bolsas, o apego a elas é mínimo. “Quando elas não me servem mais, eu repasso. Para mim, elas precisam ser utilizáveis. Cada uma tem seu ciclo”, finaliza. Mínimo indispensável Mas não são todas as mulheres que cedem à vaidade de colecionar inúmeras bolsas. A modelo Giovana Pimentel, por exemplo, passa longe desse vício. Ela vive (muito bem, obrigada) sem este acessório. “Não uso qualquer tipo de bolsa; só em ocasiões especiais, como um jantar, por
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exemplo. Mesmo assim, só a levo se souber que vou ficar sentada a maior parte do tempo”, afirma. Nem sempre foi desse jeito: há algum tempo, as bolsas faziam parte do cotidiano de Giovana, mas eram sempre desorganizadas. “Minhas bolsas eram desordenadas e eu perdia muitas coisas. Em média, ‘desapareciam’ uns oito celulares por ano”, confessa entre risos. Depois de simplificar sua vida, a modelo garante que somente dois itens são indispensáveis ao dia a dia: um porta-cédula e o celular. “Tenho um que salva minha vida e nele estão todos os meus documentos. Às vezes eu até sinto falta de andar com uma bolsa, mas sem elas tudo fica muito mais simples”, comenta. Por outro lado, Giovana conta que em determinadas ocasiões fica embaraçoso pedir para os amigos levarem seus pertences. “Minha melhor amiga já está acostumada. Antes de sairmos, ligo e pergunto com qual bolsa ela vai sair para eu saber o que posso levar a mais”, diz. E complementa: “Quando a companhia não é uma amiga, o namorado fica responsável pela tarefa”.
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Além de modelar, Giovana também cursa a faculdade de Direito e ambas as profissões exigem um cuidado maior com o visual, seja pela formalidade ou pelo estilo. A estudante confessa que ainda não se preocupa com este tipo de pressão. “Sei que um dia vou precisar usá-las, mas por enquanto, estou satisfeita sem elas”.
Algumas dicas
Eles também usam Em meio à rotina do Fórum Criminal, o Defensor Público Daniel Sabbag revela que as bolsas organizam e otimizam sua vida. “Não vivo sem elas”, pontua. Ao todo são quatro mochilas diferentes que servem para propósitos específicos. “Uma para academia, outra para o tênis, uma para o clube e a maior, para o dia a dia”, detalha, acrescentando que os modelos precisam ser práticos, com compartimento para diversos itens. Ele explica que a praticidade é mais do que essencial. “Procuro ponderar custo e benefício, pois elas precisam ser funcionais”. O defensor já perdeu a conta de quantas bolsas já fizeram parte da sua vida e frisa que desde »»»
• Primeiramente, verificar se os objetos que você colocará em sua bolsa são realmente úteis à sua rotina. Se não, escolher os que forem necessários; • Procurar alternar entre os ombros a bolsa para uma sustentação melhor. Evitar carregá-la de um só lado; • Se possível, optar por bolsas que possuem alças transversais; • Dê preferência para objetos com embalagens pequenas, como produtos de higiene e maquiagem, para economizar espaço e não pesar na bolsa.
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Estilo e segurança
Para o fisioterapeuta Júnior Furtado, membro da SONAFE (Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva), o risco de usar uma bolsa com sobrecarga é real. “O perigo está no peso que a bolsa faz sobre as articulações e nas compensações executadas pela musculatura estabilizadora da coluna vertebral, afetando áreas como o ombro e acrômio-clavicular”, pontua. Alguns critérios precisam ser levados em consideração na hora de escolher o acessório, entre eles a proporção do tamanho da bolsa em relação à altura da pessoa. “As de duas alças são mais interessantes que as de apenas uma (alça), mas se você optar por uma bolsa de alça única, ela deve ser usada preferencialmente transpassada, de modo a evitar muita sobrecarga na coluna”, completa Furtado.
E se for inevitável levar muito peso, as mochilas com as duas alças são as melhores opções e conseguem preservar a coluna vertebral. “No uso de mochilas com duas alças, é importante medir o tamanho das alças para que fiquem de forma proporcional, adequadas. Para as crianças e adolescentes em fase de crescimento, o melhor seria evitar a sobrecarga, mantendo o material escolar em armários nas escolas”, comenta.
Ainda segundo o especialista, o peso ideal varia de indivíduo para indivíduo. Estudos referendam o equivalente a 10% da massa corporal como pesagem máxima de carga em bolsas e mochilas. “É preciso também levar em consideração o fator idade (crianças e adolescentes em fase de crescimento)”, frisa. O fisioterapeuta aconselha alguns exercícios que ajudam a melhorar eventuais dores. “Os alongamentos dos grupos musculares da região escapular, além da musculatura estabilizadora da coluna cervical e dorsal são recomendados”.
“Somente o mínimo e indispensável”, para Giovana Pimentel
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sempre elas têm sido suas fiéis companheiras, independentemente do destino escolhido. A maior delas, segundo Daniel, é uma extensão de seu escritório e os objetos que ela carrega são inúmeros: computador, canetas, carregador, livro, cadernos, documentos e um videogame portátil. “Sei que encontrarei nela todos os itens, devidamente arrumados“, justifica. Apesar de possuir quatro mochilas diferentes, Daniel fica sempre atento se por acaso acontecer algum acidente com uma delas. “Sempre tenho uma substituta em vista. Pesquiso o preço e se ela é compatível com as minhas necessidades”, diz, pontuando que elas duram 3 anos, em média. O defensor público tem duas filhas, de 2 e 6 anos, e ambas já herdaram a compulsão do pai por este acessório. “Apesar de ter apenas 2 anos, a caçula já guarda todos os brinquedos na mochila e os leva para onde for. A mais velha é um pouco mais desligada, mas mesmo assim não larga a mochila”.
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entrevista
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Leo Santos e Camila Barbalho
O é
nome
dele
Selton Mello
Menino-prodígio, apaixonado, plural. Não faltam definições e adjetivos ao ator – e diretor – mais inquieto de sua geração. Nas páginas seguintes, Selton Mello fala sobre como a própria vida parece ter saído de um grande roteiro de Cinema.
U
ma carreira longa e um início precoce. Uma inquietude constante e um ar resoluto. Uma voz mansa e compassada. Isoladas, nenhuma dessas características definiria Selton Mello. Seguindo à risca o que se espera de grandes artistas, o mineiro é um e é muitos. Saído de Passos (MG) ainda criança, o ator-diretor-dublador-produtor cresceu em tamanho diante dos nossos olhos na tela habitual da sala. Depois, de lá sumiu – para crescer em conceito e tornar-se um dos nomes mais promissores de sua geração. Longe das novelas desde 1999, quando atuou em “A Força de um Desejo”, o mineiro dedicou boa parte da última década à sétima arte. A postura engajada o fez recusar inúmeros papéis na televisão para participar de filmes que se tornariam memoráveis no cenário nacional – dos menos acessíveis, como o denso “Lavoura Arcaica”; aos mais carismáticos, como “O Auto da Compadecida”. A recompensa acompanhou a intensidade do empenho: Selton escreveu seu nome no imaginário do grande público e na lista de queridinhos da crítica cultural. O longo caminho – mais de trinta anos na dramaturgia, iniciados aos sete – culminou no momento especial que o (ainda) jovem ator vive hoje, como grande debutante do baile que é a retomada do cinema nacional. Hoje, aos 39 anos, Selton segue multiplicando-se, sempre fiel àquelas qualidades que, juntas, o consagraram. Ele continua recusando trabalhos grandes – como um papel na próxima novela das
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oito e outro no hollywoodiano “Star Trek II”, do celebrado J.J. Abrams – em defesa da sua prioridade: o amor às telas grandes. Porém, o nível da aposta agora é outro. Seu último filme, “O Palhaço” (onde atua como protagonista e diretor), foi agraciado com mais de 1,4 milhão de espectadores – a quinta maior bilheteria nacional do ano passado. Ciente de que, quanto mais se anda, menos se pode regredir, o menino do interior quer mais. E não diminui a marcha nunca - só no primeiro semestre emplaca duas novas produções nas telonas: “Billi Pig” e “Reis e Ratos”, ambos promessas de blockbuster para 2012. Em entrevista exclusiva à Leal Moreira, o mineiro deixa claro que não é do tipo que se perde. A voz continua mansa e compassada, assim como inquietude e determinação não perderam suas proporções. Selton continua sendo muitos, e sendo exatamente quem é. Confira toda essa pluralidade nas próximas páginas. Vamos começar falando sobre o filme “O Palhaço”. Foi uma surpresa para você a grande bilheteria de mais de um milhão de ingressos vendidos? Não fiquei surpreso. Sei bem que o público espera algo assim, delicado, que o faça sonhar. Temos que ter a capacidade de produzir filmes com essa ‘pegada’ também. Fiz um filme que pudesse se comunicar com muita gente sem abrir mão de ser refinado esteticamente. Fiquei bem feliz que a aposta tenha dado certo. »»»
Daryan Dornelles / divulgação
Sucesso e fracasso andam lado a lado, separados por uma linha tênue, então não me deslumbro facilmente, nem me deprimo tão violentamente num mau momento.
Aos 39 anos de idade, com três décadas de carreira, o ator já viveu papeis inesquecíveis na TV e no cinema revistalealmoreira.com.br
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Ao lado de Paulo José, Selton Mello protagonizou – e dirigiu – “O Palhaço”, a quinta maior bilheteria do cinema nacional em 2011
As produções brasileiras vêm ganhando cada vez mais espaço na grade dos cinemas nacionais. Você vê isso como um processo irreversível que tende a crescer mais? Sem dúvida, o público gosta de ir ao cinema e se ver, ouvir sua própria língua, suas histórias. A tendência é só crescer. Nos últimos anos o Brasil voltou a entrar na rota de set de filmagens e produções hollywoodianas e tem sido cenário de lançamentos dessas superproduções. Como avalia este momento? O Brasil está na moda, tem potencial artístico e financeiro. Por isso cada vez mais o mundo se aproximará de nossos talentos e de nossa cultura e isso é muito bom, em minha opinião. É bastante saudável em vários aspectos. Você também declarou recentemente a um grande jornal que não se vê, neste momento, numa carreira no exterior, falando outra língua e vivendo cultura estrangeira. Por que? Não lhe atrai a possibilidade de participar de uma grande produção de Hollywood? Você não gostaria de ter maior projeção internacional? Tenho muita vontade de participar de filmes estrangeiros, desde que não desvirtuem dos meus caminhos aqui no Brasil. Não penso em parar tudo aqui pra começar do zero em outro país. Sou imensamente grato ao que consegui aqui. Se eu fizer
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algo aqui, que venha a reverberar lá fora e isso renda algum convite do exterior, receberei com alegria. Alice Braga e Rodrigo Santoro são exemplos de artistas brasileiros extremamente requisitados em produções de Hollywood. O ator Wagner Moura também participa atualmente de uma grande produção no exterior. Você vê isso como o ápice de uma carreira? Sem dúvida! É importante poder levar sua arte para outras culturas, mas não pode ser tratado como algo vital. Emocionar e divertir o público de meu país é algo comovente e que me traz grande realização pessoal. Em sua opinião, qual o ápice na carreira de um artista? Um Oscar, uma grande bilheteria ou um papel que marque a sua vida? Não sei te responder porque o conceito de arte é algo subjetivo. Às vezes você pode se sentir muito gratificado, altamente realizado por algo que foi pouco visto. O ápice, o momento mais memorável depende muito dos trabalhos. Ainda falando sobre Oscar, o Brasil nunca levou o seu na categoria melhor filme. Como você vê esta lacuna? Alguma hora isso vai acontecer naturalmente e não ter acontecido até agora não é demérito pelas coisas belas que produzimos. »»»
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Atuações
1990 - Uma Escola Atrapalhada 1993 - Lamarca 1995 - Flora 1995 - Razão Pra Crer 1996 - Guerra de Canudos 1996 - O Que É Isso, Companheiro? 2000 - O Auto da Compadecida 2001 - Lavoura Arcaica 2001 - Caramuru - A Invenção do Brasil 2003 - Lisbela e o Prisioneiro 2004 - O Coronel e o Lobisomem 2004 - Garotas do ABC 2004 - Nina 2006 - Árido Movie
2006 - Tarantino’s Mind 2007 - O Cheiro do Ralo 2007 - Os Penetras 2008 - Feliz Natal 2008 - A Erva do Rato 2008 - Meu Nome não É Johnny 2008 - Os Desafinados 2009 - Reflexões de um Liquidificador 2009 - Reis e Ratos 2009 - A Mulher Invisível 2009 - Jean Charles 2010 - Lope 2010 - Federal 2011 - O Palhaço
Qual foi o personagem que mais te marcou? O personagem mais popular de toda minha história sem dúvida foi o Chicó de “O Auto da Compadecida”. Até hoje sinto o carinho das pessoas por conta desse trabalho luminoso. Qual foi a cena mais difícil que você protagonizou? Talvez tenha sido a morte de Jean Charles, em um metrô de Londres. Foi algo estranho e desconfortável de viver. Tive pesadelos com isso na época. Muito triste a história dele. Você contracenou, ao longo de sua carreira, com atores mais experientes, com histórias fantásticas. Com qual ou quais deles você se sentiria à vontade para chamar de “mestre”? Paulo José é um mestre, um artista inquieto, apaixonado e apaixonante. Depois da experiência com ele em “O Palhaço” saí um ator modificado. Rodrigo Santoro declarou recentemente que foi convencido por você a atuar no filme “Reis e Ratos”. Parece que você mesmo estava encantado com seu personagem... Por que estar nesse filme, como um agente da CIA (que veio a trabalho para o Brasil às vésperas do golpe de 64) foi tão atraente para você? Foi atraente a maneira com que o Mauro (Lima, diretor do filme) conduziu o filme. Ele conseguiu falar de coisas sérias, mas com uma linguagem que flerta com os filmes noir dos anos 40, 50. Achei o tom escolhido muito curioso e instigante. O filme está sendo apontado como uma das grandes apostas do cinema brasileiro para este verão. Qual a sua expectativa? Nunca dá para saber! Espero que seja bastante visto, mas realmente não dá para apostar. Billi Pig (filme de José Eduardo Belmonte, em que Selton contracena com Grazi Massafera), outro filme que fiz e que estreia agora, em março, também tem potencial de ser recorde de público. Espero que eles façam muito sucesso!
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Como foi trabalhar novamente com o diretor Mauro Lima (Reis e Ratos), com quem você já havia trabalhado nos filmes “Lisbela e o Prisioneiro” (Mauro Lima foi um dos produtores) e “Meu Nome não é Johnny” (Lima dirigiu e co-roteirizou o longa)? Tenho muita afinidade com o Mauro e foi um prazer retomar a parceria com ele. “Meu Nome Não é Johnny” foi um sucesso gigante em nossas carreiras e sempre é um prazer quando trabalhamos juntos. No começo do ano você recebeu uma homenagem durante a 15ª Mostra de Cinema de Tiradentes (que ocorreu de 20 a 28 de janeiro deste ano), em Minas Gerais. Como você viu esse reconhecimento ao seu trabalho? Foi bastante emocionante. É a hora em que você se dá conta de sua trajetória, que consegue ver em perspectiva tudo o que já produziu. Senti-me bastante honrado pela homenagem em um festival tão cheio de prestígio. Esse evento (Mostra de Cinema de Tiradentes) também foi palco para debates, inclusive o da busca de novos talentos. Como você avalia o surgimento desses novos nomes? Você acha que ainda há uma dependência grande da visibilidade dada pela TV ou acredita que o Cinema nacional tem mais força para fazer seus próprios nomes? Perfeita sua colocação! Existem sim grandes chances de alguém tão novo conseguir visibilidade sem estar atrelado a um trabalho na TV. Vivemos um período democrático do audiovisual. Pode-se produzir algo e exibir no youtube, por exemplo, e isso virar um grande acontecimento. A Internet tem mudado cada vez mais os parâmetros de audiência pelo mundo – não apenas no Brasil – e isso é excelente. Houve uma época em que a qualidade técnica do áudio era o principal desafio do cinema brasileiro? Como diretor, para você qual é hoje o principal desafio? O grande desafio não é mais o técnico, há bas- »»»
Dublagens
tante tempo. Para mim o desafio maior é chegar ao público, fazer com que ele saiba o que está sendo produzido, tocá-lo. Que se apaixone pela história que está sendo contada; que queira sair do conforto de sua casa para ver algo que saiu do meu coração, da minha mente. Você se afastou das novelas há cerca de dez anos para se dedicar ao Cinema. Pensa em voltar a atuar em novela? Penso sim, mas não tem nada em vista por ora. Já pintou algum convite, recentemente, de emissoras para novelas? Fui sondado para a próxima novela das 8,mas não tinha nenhum personagem que se encaixasse em meu perfil.
Charlie Brown (versão Herbert Richers) Ralph Macchio - Karate Kid 1, 2 e 3 Josh Brolin - Goonies Kiefer Sutherland - Linha Mortal Asnésio - Duck Tales River Phoenix - Indiana Jones e a Última Cruzada Jones - Loucademia de Polícia Teddy Ruxpin David - Dinosaucers Kusco - A Nova Onda do Imperador Gato - Sete Vidas Kenai - Irmão Urso Lutas Ned - Sexta-Feira 13
Que tipo de projeto o inquietaria e o faria voltar à Televisão? Gostaria de dirigir algo em TV, mas adoraria fazer o que o Guel Arraes fazia nos anos 90. Adaptações de obras literárias brasileiras. Isso me encantaria muito. E além dos novos projetos para o Cinema, Teatro e Televisão podem ter algum espaço na sua agenda? No momento estou começando a tatear o que posso fazer num futuro próximo, mas não cheguei a conclusão alguma. Agora é o momento de se alimentar, ler tudo, ver tudo e já, já algo se apresenta com uma força suficientemente grande para virar um projeto que me apaixone.
Direções
Já são cerca de trinta anos de carreira. Você começou ainda criança... A grande coisa de ter começado tão cedo foi a dimensão real de minha profissão. Hoje posso ser apontado como o melhor ator do ano e amanhã, o mais lamentável intérprete de minha geração. Hoje posso ser o “homem do ano” e na semana seguinte, ser considerado o pior ator de todos os tempos (risos). Sucesso e fracasso andam lado a lado, separados por uma linha tênue, então não me deslumbro facilmente, nem me deprimo tão violentamente num mau momento. Apenas sigo trabalhando, criando, exercendo minha imaginação... Enfim, sigo fazendo o que sei fazer. Você ainda lembra como foi o início? Comecei tão cedo que nem me lembro como era antes de fazer isso (risos). Com sete anos de idade já estava em um estúdio de gravação. Aos 10, fiz minha primeira novela que foi “Dona Santa” na Tv Bandeirantes... Desde sempre, minha vida se mistura com a Arte.
2005 - Quando o Tempo Cair 2005 – Flerte Fatal, clipe da banda Ira! 2006 – Corpo Fechado, clipe de Nasi 2006 – Wolverine Blues, clipe de Nasi 2007 – Mariana Foi pro Mar, clipe da banda Ira! 2007 – Eu Vou Tentar, clipe da banda Ira! 2008 - Feliz Natal 2009 - Esconderijo, clipe de Ana Cañas 2011 - O Palhaço 2012 - Billi Pig 2012 - Reis e Ratos
Qual a maior dificuldade que o diretor Selton Mello teria ao dirigir o ator Selton Mello hoje? Isso aconteceu em “O Palhaço”. Eu era diretor de mim mesmo, mas o ator foi bem obediente ao diretor e tudo correu sem grandes percalços (risos).
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Cultura
Celso Eluan empresário celsoeluan@ig.com.br
da
ilustração Leandro Bender
Paz
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Alguns definem paz como o período entre duas guerras. A natureza animal do homem é conflitiva, uma permanente demarcação de espaço como para qualquer outro animal. Dotados de racionalidade, fomos, ao longo da evolução, percebendo as desvantagens e prejuízos do conflito. Foi um longo e penoso aprendizado que ainda não cessou e talvez nunca cesse. É o eterno conflito entre o racional e o irracional, o instinto e a razão, o primitivo e a civilidade, entre o médico e o monstro, que tão bem retratou Robert Louis Stevenson, no século XIX. Essa também é a disputa entre a guerra e a paz no nosso interior. Cada um tem dentro de si o seu anjo e seu demônio, disputando espaço pela primazia das nossas ações. Quando vemos as guerras ocorrerem, somos tentados a imaginá-las como fruto de almas perversas que as provocaram, os grandes líderes que encarnam o Mal. Até os apóstolos e profetas definiram essa personificação do que de pior pode existir, o Demo, Satanás ou qualquer outro nome que lhe seja atribuído. Ocorre que estas encarnações do espírito maligno não agem sorrateiramente e isolados, manipulando seres inocentes como no comando de uma grande máquina de guerra. O Big Brother não é uma entidade única, mas a representação de uma coletividade. Se Hitler conduziu a Alemanha para a pior das guerras, como deixar de perceber que ele detinha mais de 90% de aprovação do povo alemão? Como não perceber que até o Papa Pio XII e muitos chefes de Estado como Stalin e outros, aceitaram durante muito tempo as ações planejadas e expansionistas do III Reich?
Como advogar que a culpa foi de Mao pela Revolução Cultural em que filhos denunciavam pais e os condenavam à morte? Milhões morreram nos gulags soviéticos e podemos em sã consciência dizer que isso se deveu apenas à visão de Stalin? Quando o mundo está em chamas é tarde para avaliar os estragos – estes foram causados muito antes, nos corações e mentes das pessoas. Mesmo o líder mais carismático, mesmo os mais fanáticos não são capazes de mover milhões de pessoas sem que essas o permitam ou incentivem. Se não percebemos a gestação da serpente no ovo não adianta depois lamentar. A paz é uma conquista diária e isolada de cada um. Se não trouxermos pra nossa família, pra nossa pequena comunidade, pro nosso círculo de amigos uma cultura de tolerância, de harmonia, de boa convivência, de aceitação das diferenças (desde que essas não impliquem o rompimento dos laços de união) estaremos contribuindo involuntariamente para um ambiente de conflito. Conflitos que começam pequenos, como uma briga de vizinhos, disputas comerciais, rixa de torcidas, inflamados debates políticos e podem degenerar em algo muito maior. Uma guerra não começa grande, ela é gestada ao longo de anos de pequenas rusgas e intolerância. Se de fato você for a favor da paz, não basta afirmá-la em prosa e verso, tem que vivenciá-la no seu dia a dia com pequenas ações e gestos que confirmem sua vocação pacifista. No contato com filhos, cônjuge, irmãos, amigos, parceiros em geral é que se plantam as sementes da paz. Depois, nas conferências da ONU, já é tarde e custaram muitas vidas.
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Siamo tutti oriundi Da Bota ao Brasil: a marcante trajetória dos italianos em terras paraenses e a perfeita integração deles à terra que os acolheu
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o final do século, eles desembarcaram na Amazônia, vindo de uma Itália em crise e aqui adicionaram cores e sabores únicos à nossa terra. E agora, pouco mais de um século depois, os italianos ganharam espaço e se tornaram parte importante da cultura local. Em 2012 continuam as comemorações do Ano da Itália no Brasil, iniciadas no ano passado. A imigração italiana tem início na crescente migração, a partir do capitalismo europeu em direção à América. Na Amazônia, a rota do movimento migratório concentrou-se nas grandes plantações de café, logo após a abolição da escravatura, e nas oportunidades de comércio a partir do início do período áureo da borracha, quando o estado começava a experimentar os primeiros sinais de desenvolvimento a partir da Belle Époque. Aqui acabaram conseguindo se estabelecer, especialmente em duas áreas: na Agricultura e no Comércio. O primeiro comércio italiano de que se tem notícia data de 1888. Ficava em Santarém e pertenceu a Giuseppe Maria Miléo e Vincenzo Calderaro. À época, por meio de imigração subsidiada, muitos italianos vieram povoar colônias agrícolas da estrada de ferro Belém-Bragança e no Outeiro, como as colônias Ianetama e Anita Garibaldi. “Os países europeus vivenciaram ao longo do século XIX diferentes processos de transição demográfica, caracterizados pelo contemporâneo aumento das taxas de natalidade e o decréscimo das taxas de mortalidade, trazendo
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como consequência a aceleração do crescimento demográfico”, explica a socióloga e professora da Universidade Federal do Pará, Marília Ferreira Emmi, que escreveu o livro “Italianos na Amazônia (1870-1950)”. “O excesso populacional, a falta de trabalho, o acentuado empobrecimento da população motivavam a busca por melhores condições de vida na América”, diz. Assim, diferentes estados brasileiros registraram diferentes fatores de atração dos imigrantes: em São Paulo, o café; no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo, as colônias agrícolas; na Amazônia, a economia da borracha. Mas o país também trouxe religiosos e artistas para a nossa região. “Um grupo significativo foi formado por religiosos que vinham atender determinações de suas respectivas congregações. Eles deixaram marcas de sua presença em estabelecimentos de ensino e em hospitais.Outro grupo importante era composto por arquitetos, pintores, músicos e outros artistas”, enumera a pesquisadora. Entre esses ela cita Giuseppe Antonio Landi, Domenico de Angelis, Giovanni Capranesi, Sperindio Aliverti, o engenheiro Filinto Santoro e o maestro Ettore Bosio. Emmi explica que sua pesquisa direcionou-se para as famílias de imigrantes italianos que escolheram o Pará como lugar de destino e aqui se fixaram e se integraram à economia e sociedade paraense. “Eu identifiquei dois principais fluxos migratórios: o grupo composto de aproximadamente 80 famílias, que veio em 1898 para povoar as »»»
Dudu Maroja
Uma vez no Pará, os imigrantes seguiram para as colônias agrícolas Ianetama e Anita Garibaldi, situadas ao longo da estrada de ferro de Bragança.
O Rio Umberto – antes de chegar a Belém – fez paradas no Porto de Santos e no Rio de Janeiro, para só então, aportar na capital paraense.
colônias agrícolas Anita Garibaldi e Ianetama localizadas ao longo da Estrada de Ferro de Bragança (nas proximidades do atual município de Castanhal). Esse grupo era subsidiado pelo governo do Pará com o objetivo de fornecer produtos agrícolas para Belém. Mas, foi uma imigração que não teve continuidade”, lembra. O outro grupo pesquisado foi a da chegada (a Belém) de grupos do sul de Itália, vindos principalmente de 3 regiões: Basilicata, Calábria e Campânia. “Em minha pesquisa identifiquei descendentes de cerca de 100 famílias que vieram do sul da Itália e se radicaram em Belém e outras cidades amazônicas. Em menor número vieram italianos de outras regiões como Veneto, Lombardia, Emilia Romagna, Piemonte, Liguria,Toscana e da Sicilia”, afirma. Marília diz ainda que os primeiros a chegar na capital, quando bem-sucedidos economicamente, mandavam buscar seus parentes na Itália utilizando as “cartas de chamada”. Já estabelecidos aqui, os italianos inseriram-se em vários setores da economia. “O crescimento urbano propiciava condições favoráveis e criava um mercado de prestação de serviços que atraiu boa parte dos imigrantes que chegavam às cidades”, reitera a professora. A partir daí foram criadas as fábricas de sapatos em Belém (como a Boa Fama, a Italiana e a Libonati) ou a criação de
A bordo dos dois navios vieram, aproximadamente, 60 famílias italianas. Todas foram acomodadas na 3ª classe. A viagem durou pouco mais de um mês. Em condições precárias de higiene, acomodados em pequenos espaços, muitos não chegaram ao destino: o Brasil.
alfaiatarias e ourivesarias. “Ao lado destes, alguns permaneceram exercendo atividades de menor qualificação como engraxates, jornaleiros, pedreiros, marceneiros, entre outras”, diz Emmi. Mesmo após o fim do ciclo da borracha, os imigrantes continuaram chegando e se fixando na cidade. Na década de 1920, os Oriundi (como são chamados os imigrantes italianos e seus descendentes), já eram o terceiro maior grupo de migrantes europeus, atrás apenas de portugueses e espanhóis. “A imigração de italianos diminuiu no pós-guerra, mas Belém até hoje continua recebendo italianos que rapidamente se integram à sociedade local”, reitera. Não há um numero certo de italianos que vivem em Belém, mas estima-se que chegue apenas próximo de duzentos registrados no vice-consulado de Belém. O interesse para o estudo desse fluxo migratório tem viés acadêmico, mas também pessoal. “Na vasta literatura que trata da imigração italiana no Brasil, são raras as referências sobre a imigração italiana na Amazônia. Essa constatação me motivou a estudar a presença dos italianos na região. Outra motivação foi o fato de eu ser neta de italianos e ter casado com um filho de imigrantes italianos, portanto uma convivência diária com italianos e descendentes”, informa. Hoje, paraenses de coração
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Rei Umberto e Rio Amazonas saíram do porto de Gênova em 1898, com destino ao Brasil.
Alguns imigrantes se instalaram em cidades do Baixo Amazonas como Santarém, Alenquer e Óbidos. É o caso da família do engenheiro civil Berardino Priante. Dino Priante, como é mais conhecido nasceu em terras obidenses, mas mora em Belém. É Engenheiro Civil e estuda Direito. “Óbidos foi a cidade escolhida pelos italianos que imigraram para o interior do Pará, que tinha a maior concentração desse povo europeu, ficando apenas atrás da capital Belém”, afirma. “Era a cidade mais italiana depois de Belém”. Um dos primeiros italianos a chegar à cidade foi o tio-avô dele Pasquale Savino, em 1904, mesmo ano em que fundou a firma “Ítalo-Brazileira”. Savino vinha da província de Nápoles. Já aqui, mandou buscar o avô materno Silvestro Savino, em 1908. Silvestro fundou outra empresa. Já o avô paterno, Berardino Priante, chegou a Óbidos em 1905, retornando pela primeira vez à Itália em 1911 e depois vindo para o Brasil novamente em 1913. Em 1918, de volta à Itália novamente, foi convocado para a Primeira Grande Guerra, já no seu ano final. Ele só retornou ao Pará em 1921 para continuar a tocar a firma, à beira da falência. Em 1931 trouxe o resto da família, incluindo o pai, para ajudá-lo no comércio. Pesquisador da história da família, Berardino conta a história com muito orgulho. “Dessa imigração italiana para o interior do Pará, eu nasci e tenho bastante orgulho. Quando viajo, principalmente
No final do século XIX, a Política de Colonização de Áreas Agrícolas, executada pelos – então – governadores Lauro Sodré e Paes de Carvalho subsidiou a vinda dos italianos, que deixaram a “bota” em dois navios: Rei Umberto e Rio Amazonas (ambos da Companhia La Ligure Brasiliana, pertencente ao armador italiano Gustavo Gavotti). Os navios faziam linha direta Gênova-Belém-Manaus.
pelo Sul/Sudeste do Brasil, digo que nasci em uma cidade que fica à margem esquerda do rio Amazonas. Aí indagam: ‘Com essa cara?’ Tenho que explicar minha descendência”, diz, divertindo-se. Já o empresário e professor Guido Oddenino, 45 anos, encontrou na música e nas salas de aula a maneira de continuar a expressar seu amor pela terra natal. Dono de uma escola de Língua Italiana, ele se divide entre o ensino e a paixão musical. Tanto talento o conduziu a apresentações musicais e em CDs que gravou. Já são quatro: “Volare”, “Emozioni”, “Boleros” e “Per Amore”. Nascido em Turim, ele tem três filhos – dois nasceram na Itália e um é paraense. E foi o amor que o trouxe para o calor tropical. Em 1992, Guido veio visitar um tio no Maranhão e lá conheceu a esposa, Maria Cleude. Quando voltou para a Itália, ficou trocando cartas com ela e acabaram se apaixonando. Em 1996, casaram na Itália e decidiram voltar para o Brasil, fixando residência em Belém, onde Maria possui família. Guido diz que a adaptação foi tranquila. “Já tinha vindo aqui em 1984 e conheci um pouco da cidade”, explica. “Belém é uma cidade acolhedora e com muitas oportunidades de trabalho. Logo, fiz muitas amizades aqui. Além disso, o português é próximo do italiano na língua, então não tive dificuldade de aprender também”, garante. E quem pensa que o clima quente da nossa re- »»»
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Italianos ilustres no Pará Domenico De Angelis e Giovanni Capranesi Pintores italianos foram os executores da pintura do teto do salão do Theatro da Paz e da Igreja da Sé; Antonio Landi O maior e mais conhecido arquiteto da região. É dele os projetos dos Palácios Lauro Sodré e Antonio Lemos; As Igrejas do Carmo, Santana e das Mercês assim como o Colégio Santo Alexandre. Luigi Zoia Padre Barnabita que veio para Belém em 1908 e quando retornou à Itália, chegando a Genova, contatou os arquitetos italianos Coppedè e Pedrasso, que projetaram a Basílica de Nazaré, que seria uma réplica da Basílica de São Paulo de Roma. Em 24 de outubro de 1909, com a presença do governador Augusto Montenegro e do prefeito Antonio Lemos, foi lançada a pedra fundamental sob a bênção do arcebispo D. Santino Coutinho. Ettore Bosio Em 1888 chegava ao Brasil o maestro-compositor italiano, diplomado em 1887 no Liceo Musicale de Bologna. Depois de passar pelo Rio e São Paulo, fixa-se em Belém. Em 1895 Carlos Gomes, o imortal maestro brasileiro, após conhecer suas obras, fez grandes elogios ao maestro Bosio. Em 1893, a companhia lírica italiana, apresenta no Theatro da Paz, com enorme sucesso a ópera de sua autoria em três atos, denominada: Duque de Vizeu. No Liceo de Bologna é apresentado pela primeira vez outro trabalho seu: Ideale. Semele, La Coppa d’Oro, Alessandra são outras obras de sua autoria. Posteriormente, Ettore Bosio veio a ser diretor do Instituto Carlos Gomes em Belém, onde foi professor e grande incentivador do grande maestro paraense Waldemar Henrique. Hoje, nomeia uma sala de apresentação do Instituto. Antonio Vita Montou uma construtora em 1901 e foi um dos responsáveis pela construção da atual Basílica de Nazaré.
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gião incomodou o recém-chegado, engana-se. “Eu adoro o clima quente. Eu gosto assim aqui. A gente passeia e trabalha mesmo no sol ou na chuva”, diz. A mãe e os irmãos de Guido ainda moram na Itália e ele lembra as diferenças e semelhanças entre Belém e Turim. “Lá e aqui, as pessoas são muito musicais. Adoram boa música para dançar”, afirma. Apesar das similaridades, ele cita a insegurança como o maior problema da capital paraense. “Antes era mais tranquilo. Hoje, está muito perigoso. Precisamos ainda de limpeza nas ruas, organizar o trânsito. Na Itália é mais organizado”. Mesmo assim, ele reitera que é um paraense com orgulho. “Aqui temos um interesse grande pela cultura e pela comida italiana. Sinto-me em casa”. Para o publicitário e especialista em linguagem corporal Giovanni Mileo, a descendência influenciou na sua escolha profissional. “Descendente de italianos eu só poderia ter me especializado em gestos. Em todo o mundo os italianos são conhecidos por falarem alto e gesticularem bastante”, afirma. O bisavô dele, Giovanni Battista Milleo, nasceu em Constantino de Rivello (Potenza), região da Itália – em 1885. Aos 10 anos de idade, veio para Santarém com o pai José Maria Miléo. “Por ocasião da Primeira Grande Guerra ele precisou voltar à Itália para defender seu país. Fez parte da cavalaria italiana. Por lá, conheceu minha bisavó, com quem casou e retornou ao Brasil. Aqui, naturalizou-se e passou a se chamar João Batista Miléo”, conta. Como era especialista na arte de fazer panelas de metal, uma raridade à época, em Santarém, acabou fazendo sucesso com os utensílios. “Assim, construíram um dos maiores patrimônios comerciais do oeste do Pará na época”, garante. Giovanni foi proprietário da casa comercial JB Miléo e Calderaro e CIA, da Ouvidor e Cia; da farmácia D Velloso e Cia. Todas empresas de importação de látex, tecidos, calçados e demais artigos de vestuário. Ele afirma que alguns costumes permanecem na família. “Como toda família ítalo-brasileira, vez ou outra nos reunimos para uma bela macarronada. Minha família faz um molho de macarrão inacreditável. Não há nada parecido no mundo”, aposta. Para ele, o povo paraense é um dos mais acolhedores do mundo. “Uma parte dessa característica se deve à herança de italianos com toda certeza”, reitera. Quem também se adaptou com facilidade aqui foi Irene Martinelli Castelli, 72 anos. O então namorado, Umberto, foi trabalhar em uma empresa multinacional do ramo madeireiro em São Paulo, onde chegou em 1965. “Em 1967, ele voltou à Itália para
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se casar comigo, depois de 7 anos de namoro e então fomos, os dois, morar definitivamente, em São Paulo”, lembra. Lá, nasceram as duas filhas, Renata e Alessandra. Até o ano de 1990, eles viveram na capital paulista, quando surgiu uma oferta de trabalho para dirigir uma fábrica em Belém e Umberto prontamente aceitou o desafio. “Chegamos ao Pará, com toda a família e nos adaptamos rapidamente. A cultura, o povo, a cidade, com suas praças, principalmente a Batista Campos, onde moramos, e que eu adoro e suas mangueiras... Tudo nos encantou!”, afirma. “A receptividade das pessoas é incrível, fizemos muitos amigos aqui. E por sermos uma família muito religiosa, o Círio de Nazaré pra nós foi uma linda descoberta”. Irene ainda guarda a cultura italiana em casa. “Falamos a língua quando estamos em família e ensinamos às nossas filhas. E, claro, mantemos a culinária no nosso dia a dia. Não conseguimos viver sem um bom prato de macarrão”, diz. “Eu mesma sempre cozinhei para a minha família, o que também é uma característica das mulheres italianas. Além disso, ainda continuamos em contato com familiares e amigos na Itália. E meu marido segue, diariamente, os noticiários italianos pelos canais da TV por assinatura”. Ela diz que toda a família vive na Itália e as filhas em São Paulo e Londres, mas nem pensa em deixar Belém, “que nos acolheu tão bem”. Para a professora Marília Emmi, a presença italiana é reconhecida pela importância econômica e cultural que representa. “Sendo um grupo pequeno, se comparado com o que se deslocou da Itália para o Sul e Sudeste, os italianos no Pará não constituíram núcleos fechados nas cidades e rapidamente passaram a fazer parte delas”, garante. “Novos hábitos foram introduzidos, principalmente na culinária com uso de massas e o consumo de verduras e legumes, produto de suas hortas caseiras. Chama atenção o número expressivo de restaurantes italianos, cantinas e pizzarias existentes em Belém, constituindo um forte traço da imigração italiana no Pará”. A professora cita ainda que, do ponto de vista cultural, merece registro uma tradicional festa italiana, a Festa di San Gennaro, que durante 12 anos foi realizada em Belém. A festa promovida pela Associação Cultural Ítalo-Brasileira de Belém consistia numa amostra de música, dança e gastronomia italiana e contava com intensa participação da população de Belém. A última celebração foi em 2008.
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Arthur Nogueira
Kadu Niemeyer
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Niemeyer Herdeiro legítimo do talento e de um dos sobrenomes mais respeitados da Arquitetura, Kadu Niemeyer aprendeu com o avô os segredos da fotografia
“Quando a minha música sai boa, penso que parece música do Tom Jobim. Música do Tom, na minha cabeça, é a casa do Oscar.” A famosa declaração de Chico Buarque faz referência a um presente que a família dele recebeu de Oscar Niemeyer: o anteprojeto de uma casa, a ser construída no Rio de Janeiro. A obra nunca saiu do papel, mas foi como a representação, na infância de Chico, de um lugar ideal para viver. Mas, que lugar seria esse? Sabe-se, pois, que a música, da mesma forma que a arquitetura, é pura matemática. No entanto, pelas mãos de Oscar e Tom, ambas foram capazes de alcançar uma dimensão possível, entre a racionalidade, a técnica e a emoção. A respeito de Oscar Niemeyer, o mundo conhece primeiro o grande arquiteto, autor de mais de 500 projetos, que se tornaram cartões-postais. Poucos conhecem, porém, o homem sensível, ligado à família, humanista e solidário. A respeito do segundo, o fotógrafo Kadu Niemeyer sabe bastante. O ‘dindo’, como ele o chama, foi quem o ensinou, desde muito cedo, a apurar o olhar sobre o mundo e as pessoas. “Meu avó foi o mesmo que um pai. Ele me criou, me ensinou tudo”, conta. Kadu Niemeyer entrou em contato com o fazer artístico no ambiente familiar. “Aos 14, 15 anos, eu fui induzido à arte pelo meu avô”, recorda. Para incentivar a leitura do neto, Oscar o presenteou »»»
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com toda a coleção de Monteiro Lobato. “Ele me pagava por página lida. Para receber, eu tinha que fazer um resumo dos textos”, conta aos risos. Profissionalmente, a fotografia se impôs a partir da arquitetura. “Ganhei uma máquina e o meu avô me encarregou de fotografar as maquetes dele”, lembra Kadu, salientando que dessa experiência ficou a lição: “Você deve estar o mais próximo possível da realidade. Uma maquete não se trata de um produto. A imagem deve traduzir a obra com apuro e fidelidade”. O começo em Paris Durante a década de 1960, Oscar Niemeyer deixou o Brasil, em protesto à política universitária implantada pelo governo militar. Impedido de trabalhar por aqui fixou residência em Paris. Na Europa, dentre os projetos que realizou, estão: a sede do Partido Comunista Francês; a Editora Mondadori, na Itália; e a Universidade de Constantine, na Argélia. Em 1971, a convite do próprio, Kadu foi morar com o avô. A experiência em Paris foi muito significativa para ele, então com 17 anos. “Meu avô me incentivou a sair às ruas para fotografar. Foi assim que tomei gosto”, revela. Kadu trabalhou no escritório de Oscar Niemeyer, na Avenida Champs-Élysées, e aprimorou a sua técnica. Ao mesmo tempo, é claro, em que assistiu ao desenvolvimento de projetos que mais tarde se tornariam clássicos da arquitetura moderna internacional. A primeira exposição fotográfica de Kadu Niemeyer, no entanto, não foi voltada à arquitetura. Ele estreou em 1974, na Maison de France, com imagens sobre o cotidiano de Paris. Em seguida, no Rio de Janeiro, desenvolveu trabalhos publicitários. Ainda assim, jamais se desligou do avô. “Eu sempre fui muito preso a ele. Sempre que precisava de um fotógrafo, era a mim que ele recorria”, lembra.
Ângulo reto Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas nuvens do céu, no corpo da mulher amada. De curvas é feito todo o universo. O universo curvo de Einstein.
Curvas Em homenagem a Oscar Niemeyer, Kadu se prepara para lançar um livro. Intitulado “Curvas”, o projeto faz um apanhado da carreira do arquiteto, com ênfase na fotografia. A edição reúne cerca de 100 imagens, incluindo trabalhos inéditos de Kadu. Uma iniciativa, garante o fotógrafo, baseada em admiração e carinho. “Quero retribuir todo o amor que recebi desde sempre”, diz. »»»
Oscar Niemeyer (Fev/1988)
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O livro tem como ponto de partida um poema de Oscar Niemeyer, onde ele declara não se atrair pelo ângulo reto, criação do homem, mas pelas curvas que estão na natureza. Formas presentes nas montanhas do país, no curso sinuoso dos rios, “nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida”. O livro levou dois anos para ficar pronto. Na primeira parte, Kadu expõe o ensaio fotográfico baseado em desenhos do avô sobre a figura feminina. Personalidades como Isabeli Fontana, Ana Furtado, Angélica, Letícia Sabatella, Glória Maria, Luana Piovani, Deborah Secco, Giovanna Antonelli, Letícia Spiller e Ingrid Guimarães aceitaram o desafio de dar vida às mulheres de Niemeyer. “Apresentei uma gama de desenhos para cada uma. Elas escolheram quais gostariam de representar”, conta Kadu. As fotos foram feitas na residência de Oscar, no bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro. “Foi muito gratificante ver o carinho que todas elas têm pelo meu avô. Não tivemos nenhum patrocínio, todas toparam sem cachê”, orgulha-se. Responsável pelas exposições de Oscar Niemeyer ao redor do mundo, Kadu também incluiu no livro “Curvas” uma seção voltada à arquitetura, com o registro de obras importantes, incluindo desenhos originais do arquiteto. “Para escolher as obras que entraram, segui o critério do meu avô nas exposições. As coisas que ele gosta mais”, conta. O fotógrafo garante que Oscar Niemeyer faz questão de definir pessoalmente os textos e as fotos de todas as mostras sobre o seu trabalho. Em “Curvas”, há também letras de músicas pouco conhecidas, compostas por Oscar. “Meu avô tocava cavaquinho”, revela Kadu. Textos de personalidades a respeito da obra do arquiteto também compõem o livro. Há depoimentos de Chico Buarque, Pablo Neruda, José Saramago, Darcy Ribeiro, entre outros. De Fidel Castro, a publicação estampa a seguinte frase: “Penso como Niemeyer que se deve ser consequente até o final”. Hoje com 104 anos, o mito Oscar Niemeyer ainda se mantém interessado no trabalho e na família. “Ele quer saber se o meu filho está estudando, se foi à academia, se emagreceu, se engordou. Tem, também, o interesse em aprender coisas novas todos os dias”, conta Kadu. O fotógrafo revela que o avô faz questão de manter a família e os amigos o mais próximo possível. “Quando você conhece a grandiosidade do ser humano Oscar Niemeyer, o arquiteto deixa de existir”, garante. Será possível?
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De encher os olhos - a decoração de mesas ajuda a dar o tom desejado às ocasiões especiais revistalealmoreira.com.br
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Luiza Cabral
Dudu Maroja
Beleza
mesa põe
Refeições corriqueiras ou momentos especiais. Seja qual for a ocasião, a expressão “sentar à mesa” pode ganhar contornos intimistas ou extremamente sofisticados. Tudo depende da décor.
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uando Leonardo da Vinci concluiu com maestria o quadro “A Última Ceia”, em 1497, talvez não soubesse que naquele momento eternizava um dos costumes mais celebrados da humanidade. Na obra-prima, Jesus e seus apóstolos comungam a derradeira refeição em grupo, todos dispostos em torno de um grande altar. De lá para cá, o ato de sentar-se à mesa para apreciar o alimento – e as boas companhias – se fortaleceu e ganhou novos contornos. Desfrutar deste hábito vai além de uma ação cotidiana e corriqueira. Trata-se do momento em que o homem alia Gastronomia aos prazeres do convívio em uma ritualística cheia de significados. Por sua importância simbólica e relevância no mundo prático, fez-se necessário reinventar o hábito. A saída foi atribuir cada vez mais beleza ao ato de pôr a comida à mesa. Hoje, existem várias formas de arrumar uma mesa. Para o lanche da tarde, o almoço em família ou o jantar a dois, técnicas simples se encarregam de deixar o momento corriqueiro charmoso e elegante. A reportagem da Revista Leal Moreira ouviu espe-
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cialistas no assunto para saber quais são as tendências e alternativas que possibilitam unir os preceitos da etiqueta ao requinte da decoração. E antecipamos: sempre há uma forma de fazer deste acontecimento comum uma grande ocasião. Ocasiões diferentes pedem estilos diferentes Regra geral: para cada caso, uma decoração. Como o universo de uma mesa de jantar é bastante restrito, é preciso atentar-se aos detalhes. São eles que fazem a diferença. Cores, tecidos, arranjos e a disposição de objetos decorativos sobre a mesa devem combinar com o motivo da ocasião. Alguns elementos externos, como a iluminação e o posicionamento do móvel no espaço em que ele fica, também ajudam na composição estética. O empresário Alberto Serruya, que possui mais de 30 anos de experiência com a área de eventos, sugere algumas dicas para cada momento. Na hora de preparar um jantar intimista, por exemplo, a iluminação ajuda a criar o clima. Luzes baixas sobre a mesa sugerem a aproximação das pessoas. “Se a proposta é »»»
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Na decoração de mesas são os detalhes que fazem a diferença
algo mais sensual, cores quentes – como laranja e vermelho – são ideais. Agora, se a intenção é compor um ambiente romântico, priorize os tons suaves de cores como branco e marfim”, indica Serruya. Nas duas possibilidades, o empresário sugere que sejam servidos pratos bem elaborados, com sobremesas individualizadas, para combinar com a temática. Reunir a família inteira em torno de uma mesa sempre é um grande desafio. São pessoas de todas as idades, com personalidades e gostos distintos. A principal dica é valorizar o clima de descontração. “Opte pelo colorido, mas seja suave. É um momento que pede menos formalidade, então é possível experimentar mais”, sugere Serruya. Toalhas de mesa em tecidos lisos ou floral caem bem. Para um visual mais romântico o tecido bordado também é propício. Se o almoço for realizado em um domingo, arranjos com flores e frutas dão o toque especial à arrumação. Se possível, prepare uma mesa para os adultos e outra para as crianças. “Em um caso como este esqueça as convenções da etiqueta. Quanto mais informal e natural for a arrumação da mesa, mais o evento se mostra sutil”.
Se o almoço em família permite extravagâncias, já um encontro de colegas de trabalho sugere mais sobriedade. Mesmo que seja uma confraternização, é importante ter alguns cuidados. “Se a festa não for temática é essencial observar alguns pontos: a arrumação da mesa deve ser clássica, com cores neutras e arranjos mais moderados. Dependendo do nível dos funcionários, faz-se necessária a aplicação de algum tipo de serviço mais solene, ou então apenas um serviço simples já resolve”, completa o empresário. Harmonia, sempre! Independente de qual seja a proposta do encontro ao redor da mesa, há que se ter clareza quanto ao motivo do evento. Na hora de preparar um jantar ou um almoço, é essencial preparar um menu de acordo com a ocasião. A decoração se encarrega de proporcionar o cenário perfeito, atribuindo os elementos certos para dar o clímax ao encontro – seja ele de uma grande família, de um grupo de amigos ou de um casal apaixonado. “Acima de qualquer regra de etiqueta ou convenção so- »»»
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Na busca pela composição perfeita, além da decoração, os tipos de serviço também são esenciais
cial, o principal é a harmonia que deve existir entre o que é o evento e quem são os convidados. É preciso sempre sugerir leveza, suavidade, e deixar os convidados à vontade, sem constrangimentos”, pontua Serruya, que após tantos anos trabalhando com eventos e recepções, tornou-se um especialista sensível e atento aos detalhes que seu ofício exige. A dedicação à área o fez compreender algumas regras gerais que não deixam ninguém errar na hora de pôr a mesa. “Outra coisa importante: os tipos de serviço, que fazem parte dos preceitos da etiqueta, quando podem ser aplicados dão um charme a mais à arrumação. Então, se for possível, sempre recorra a eles”. Na hora de servir, estilos variam Se existem diversos truques de decoração para deixar a mesa mais vistosa, os tipos de serviço também são ferramentas essenciais na busca pela composição perfeita. Usados para atribuir mais elegância a um jantar ou almoço, eles estipulam regras de organização dos pratos, talheres e copos sobre a mesa. Para a gerente de eventos de uma grande rede hoteleira Ellen Prado, a composição desses elementos é mais uma “carta na manga” para quem deseja fazer da refeição um grande espetáculo. “Os diversos tipos de serviço sugerem uma arrumação interessante na mesa de jantar. Se você souber aproveitar o requinte destas convenções, poderá transformá-las em peças a seu favor”, considera. A composição dos objetos na mesa obedece a uma regra simples. Sob a ótica de quem está sendo servido: facas à direita, sempre com as serras voltadas no sentido do centro da mesa; garfos e colheres à esquerda; e talheres de sobremesa acima do prato, que permanece no centro da arrumação. Os guardanapos podem ser arranjados
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tanto sobre o prato, como em algum espaço inutilizado da mesa, mas sempre próximo de quem vai usá-lo. “Uma alternativa interessante é fazer o arranjo com o guardanapo dentro de uma das taças que serão usadas. Isso dá um efeito bem bonito à mesa”, indica Ellen. A ordem dos talheres é determinada pela sequência dos pratos. À medida que eles são servidos, devem, gradativamente, corresponder a um dos talheres, que serão dispostos de dentro para fora. Serviços o talher da entrada deve ser o primeiro de cada fileira. A cada prato servido, o talher conveniente será o próximo, no sentido do centro da mesa. “Essa arrumação é prática. A ideia é que você use sempre o primeiro talher de cada fileira, para que logo depois o garçom possa retirá-lo e você já saiba que o da sequente é o próximo a ser usado. Por isso é importante lembrarmos: só devem ser colocados à mesa os talheres e copos que forem ser usados”, alerta a gerente de eventos. Quanto ao serviço, a escolha deve ser pelo mais apropriado à ocasião. Sempre deve-se considerar os três mais clássicos. À francesa é o mais requintado. Neste serviço o garçom deve trazer a bandeja à esquerda do convidado, para que ele mesmo se sirva. No serviço à inglesa, o garçom também se posiciona à esquerda do convidado, só que fica por sua conta servi-lo. Já no serviço à americana, o prato vem decorado da cozinha e cabe ao convidado servir-se à vontade. Independente de qual seja a sua escolha, o importante é ter bom senso e sutileza na hora de organizar um encontro em torno da mesa. Com estas dicas em mãos, só resta aproveitar aqueles que muitos consideram os melhores momentos da vida. No mais, bonappetit!
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EVOLUINDO COM
VOCÊ.
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horas vagas • cinema DVD
Marlon Brando está magistral no papel de Don Corleone, chefe de uma mafiosa família italiana de Nova York. Do original em inglês, o nome “The Godfather” (“O Padrinho”, em tradução literal) dá o tom do personagem: Vitto Corleone apadrinha generosamente várias pessoas, em troca de “pequenos” favores futuros. Baseado no livro homônimo de Mário Puzo, “O Poderoso Chefão” ganhou outras duas continuações: em 1974 (com Robert De Niro, no papel do jovem Vito e Al Pacino no papel de Michael Corleone, sucessor do pai nos negócios da famiglia) e em 1990 (com Al Pacino). Box de aniversário: “O Poderoso Chefão” chega às lojas em versão totalmente restaurada, acompanhado dos outros dois filmes que fecham a trilogia.
destaque 70 anos de CASABLANCA “Nós sempre teremos Paris”. A inesquecível frase que marcou a despedida de Rick Blaine (Humphrey Bogart) e de Ilsa Lund (vivida pela belíssima atriz Ingrid Bergman), em Casablanca, completa 70 anos. Casablanca era o penúltimo ponto da rota rumo aos Estados Unidos. O local era tomado por refugiados, que ali residiam, e que buscavam um visto para Portugal, de onde embarcariam para a América. Rick Blaine era proprietário do bar mais concorrido da cidade, ponto de encontro e negociações das Letter of transit (visto) e é justamente no Bar do Rick, que o casal (em fuga para os EUA) Victor Lazlo e Ilsa Lund vai parar. Coincidências do destino, porque Ilsa e Rick viveram um romance no passado... Romance que fora embalado pela imortal “As time goes by” (interpretada por Sam, o pianista do bar). Em 1989, “Casablanca” foi uma das películas selecionadas para preservação no Registro Nacional de Filmes (National Film Registry, mantido por uma diretoria ligada ao Congresso norte-americano) dos Estados Unidos por ter sido considerado “culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo”. As honrarias não pararam aí: em 2005 foi eleito um dos melhores 100 filmes do mundo pela Revista Time. Em 2006, críticos americanos elegeram Casablanca o melhor filme de todos os tempos (em uma lista de 101 roteiros indispensáveis ao cinema mundial). Curiosidade: há uma versão do clássico, que foi colorizada por computador na década de 80 e que não emplacou. Os fãs fizeram críticas e a Warner lançou boxes em P&B, somente.
DICA
40 anos de “O Poderoso Chefão – parte 1”
Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios Lavínia, Cauby... e o marido de Lavínia. O cenário é a Amazônia, uma cidadezinha no Pará. Inspirado na obra homônima do escritor Marçal Aquino, o filme conta a história de um triângulo amoroso que envolve o fotógrafo Cauby (com “y”, igual ao do cantor), a bela e instável Lavínia (Camila Pitanga) e seu marido, o pastor Ernani (Zecarlos Machado). O livro, um verdadeiro sucesso de vendas e crítica, promete bastante na telona.
INTERNET
O Oscar homenageou no pôster oficial de sua 84ª edição, clássicos do cinema. Ao lado da estatueta dourada estão imagens dos filmes “A Noviça Rebelde”, “ ... E o Vento Levou”, “Forrest Gump - O Contador de Histórias”, “O Poderoso Chefão”, “Conduzindo Miss Daisy”, “Casablanca”, “Assim Caminha a Humanidade” e “Gladiador”. Com o tema “Vida. Câmera. Ação e Celebrando os filmes dentro de todos nós”, a festa aconteceu no último dia 26 de fevereiro, em Los Angeles. And the Oscar goes to... A Noviça Rebelde (1965): 5 Oscar ... E O vento Levou (1939): 8 Oscar Forrest Gump (1994): 6 Oscar O Poderoso Chefão (1972): 3 Oscar Conduzindo Miss Daisy (1989): 4 Oscar Casablanca (1942): 3 Oscar Assim Caminha a Humanidade (1956): 1 Oscar Gladiador (2000): 5 Oscar revistalealmoreira.com.br
Clássicos
Oscar
iPod Videos BR Um blog entre amigos que virou um site com uma variada e extensa lista de filmes (lançamentos em cartaz, inclusive) para iPad e iPod. E o melhor: de graça. Além dos vídeos, o site disponibiliza tutoriais, dicas e comunidades exclusivas. http://www.ipodvideosbr.net/
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horas vagas • música Vídeo Adele Live at The Royal Albert Hall
DICA
Adele é o nome mais comentado do momento. A britânica, considerada a maior revelação de 2011 (o último disco – 21 – vendeu mais de 12 milhões de cópias, além de ter arrebatado 6 prêmios Grammy e dois Brit Awards) chega em formato vídeo às casas dos fãs. O primeiro DVD da cantora “Live At The Royal Albert Hall” traz todos os seus sucessos, em 90 minutos inesquecíveis, além dos bastidores filmados durante todo aquele dia. O motivo para ouvir todos os hits da cantora e as melhores canções, além de brilhantes gravações de “I Can´t Make You Love Me” (Bonnie Raitt), “If It Hadn´t Been For Love” (The Steeldrivers), “Rolling In The Deep” e “Someone Like You”.
Cesária Évora Nascida em Cabo Verde, a “diva dos pés descalços”, como Cesária Évora ficou conhecida, despontou para o sucesso tardiamente, aos cinquenta anos de idade. E nos deixou prematuramente. Duas vezes: em outubro de 2011, logo após seu aniversário, quando anunciou que estava abandonando definitivamente os palcos (a decisão foi motivada por problemas de saúde) e em dezembro do mesmo ano, quando morreu. A ex-cantora de bares na cidade de Mindelo ganhou fama internacional com seu terceiro disco, “Miss Perfumado” (1992), que lhe valeu dois shows marcantes em Paris. A alcunha “diva dos pés descalços” veio do título de seu primeiro disco (1988). O hábito de cantar sem sapatos, dizia, “era uma homenagem aos mais pobres”.
CONFIRA
INTERNET BJÖRK A cantora islandesa vem ao Brasil, para o festival Sonar São Paulo, nos dias 11 e 12 de maio deste ano. O festival foi criado em 1994, em Barcelona e ocorre anualmente na capital catalã. Desde 2002, o evento se consolidou em diversas outras cidades do mundo. Neste ano, a islandesa Björk lançou seu oitavo disco de estúdio, o “Biophilia”, sucessor de “Volta” (2007). O disco ganhou atenção da crítica por ter partes gravadas em iPad, aparelho em que teve lançamento com aplicativos exclusivos do disco. http://www.sonarsaopaulo.com.br/pt/
CLÁSSICO
HypeMachine A dica da Revista Leal Moreira 32 é imperdível para os que vivem procurando novidades: o site HypeMachine. Ele tem um mecanismo que vasculha blogs (dos caseiros aos mais profissionais), rádios on-line, reviews, lojas virtuais, sites de busca... Não há limites para a “curiosidade” do HypeMachine. Criado pelo russo (criado em New York) Anthony Volodkin (que frequentou o MIT), o HypeMachine especializou-se em antecipar tendências e mexeu com o mundo da música. O site nasceu em 2005 e seu criador é considerado uma das pessoas mais influentes da música on-line (Blender). http://hypem.com/
Durval Discos - Trilha sonora do filme Uma década após seu lançamento, o filme brasileiro “Durval Discos” coleciona fãs e a trilha sonora do longa-metragem é elaborada. O filme narra a trajetória de uma loja de discos que resiste aos novos tempos vendendo apenas antigos LPs da década de 70. No repertório do disco, estão presentes ícones da MPB, como Gal Costa, Novos Baianos, Jorge Ben Jor, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Rita Lee, que também faz uma participação como atriz. revistalealmoreira.com.br
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horas vagas • literatura
DICA
DESTAQUE A Primavera do Dragão Nelson Motta
CLÁSSICO
Delírios Cotidianos Charles Bukowski Um clássico em quadrinhos. Essa é dica da RLM, mas não se deixe enganar: não são quadrinhos quaisquer. São histórias de Bukowsvi - o universo de Charles Bukowski está nos traços do aclamado quadrinista alemão Matthias Schultheiss. O subúrbio, a falta de ética, o alcoolismo, bêbados, perdedores, prostitutas e marginais. Os desenhos traduzem o que há de mais genial nas histórias do velho safado. Oito contos foram ilustrados e publicados na década de 80. Os dois volumes voltam, em edição mais elaborada, às livrarias.
LANÇAMENTO
Nelson Motta volta ao universo das biografias. Em seu mais novo trabalho, o escritor conta a história de Glauber Rocha, um dos maiores nomes do cinema brasileiro. Em “A Primavera do Dragão - A Juventude de Glauber Rocha” (Editora Objetiva), o escritor revisita a juventude e as inquietações do cineasta baiano e a criação do Cinema Novo, que revolucionou a estética cinematográfica brasileira. O período relatado, entre 1939 e 1964, antecede o sucesso de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, a obra-prima do Cinema Novo. Sem perder a viagem, Motta ainda traz histórias interessantes e fatos bem humoradíssimos da vida do cineasta.
Rumo ao Farol Virginia Wolf Histórias contadas por meio das recordações dos personagens. O “fluxo da consciência”, técnica marcante na obra de Virginia Wolf, conduz esse romance. O leitor é apresentado ao Sr. Ramsay, filósofo racional e frio e à esposa dele, Sra. Ramsay, com personalidade oposta à do marido. São eles os anfitriões de uma pintora, Lily Briscoe; um poeta, Augustus Carmichael; um cientista, William Bankes; e um jovem acadêmico, Charles Tansley. O desejo de James, filho mais novo do casal, é fazer uma viagem de barco até o Farol. O cenário é a ilha de Skye, na Escócia. A visita ao farol deflagra tensões e particularidades da família.
O Vício do Amor Mario Sabino Jornalista de formação, com passagem por grandes jornais brasileiros, Mario Sabino estreou na Literatura em 2004 com o romance “O dia em que matei meu pai”. Em 2005, lançou seu segundo livro, “O antinarciso” (coletânea de contos, ganhador do prêmio Clarice Lispector). O terceiro livro de Sabino, “A Boca da Verdade” (2009), também trazia narrativas curtas. “O Vício do Amor” chega às lojas, após ganhar ótimas críticas e já figura entre os mais vendidos. Narrado em primeira pessoa e dividido em três partes, Mario Sabino fala sobre ruínas e construções do amor. O narrador revisita seu passado e as mulheres que fizeram parte de sua vida. Imperdível.
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CONFIRA O Festim Dos Corvos As Crônicas de Gelo e Fogo - Volume 4 Considerada a saga mais criativa (e ambiciosa) desde “O Senhor dos Anéis”, chega ao Brasil – traduzido – o quarto volume de “As Crônicas de Gelo e Fogo”, de George R.R. Martin. Neste livro, a fantasia épica (inspirada em guerras reais e no romance Ivanhoé) e a disputa pelo trono continuam. A terra está dividida; os traidores crescem, enquanto a rainha regente Cersei tenta se manter no posto, em Porto Real. Estão todos dispersos, envolvidos no perigoso jogo de chegar ao trono. É nesse contexto que surgem outras histórias – vindas do outro lado do mar – sobre dragões vivos, fogo e “O Olho do Corvo”.
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Where´s My Water O aplicativo, que destaca a primeira aparição de um personagem original da Disney para dispositivos móveis, é um puzzle baseado na Física. O objetivo é ajudar um simpático crocodilo (Swampy) a tomar banho, enchendo sua banheira com água limpa. Mas não basta apenas abrir a torneira para atingir essa meta: é preciso lidar com resíduos tóxicos e outros desafios que podem impedir Swampy de tomar o seu banho. O Puzzy apresenta 120 níveis de quebra-cabeças desafiadores, gráficos de alta qualidade, muito humor, trilha sonora original e uma história que se desenrola ao longo do jogo. A água flui no jogo conforme as leis da Física, com os jogadores guiando-a por camadas subterrâneas da terra, pedras e canos - até a banheira de Swampy. Pelo caminho, há ainda bônus e surpresas, que revelam a personalidade única de Swampy (incluindo alguns segredos). “Where´s My Water?” marca a expansão da Disney no mundo digital dos aplicativos. Custo: Versão Full US$ 0,99
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TuneIn Radio Embora o iPad não tenha um receptor de rádio embutido, se ele estiver conectado à internet, pode-se ter acesso às emissoras que transmitem áudio pela rede. O TuneIn Radio permite pesquisar 50 mil emissoras pelo nome, localização ou tipo de programação e ouvir as transmissões. Há opções de música e programas para todos os gostos. A lista inclui mais de uma centena de emissoras brasileiras. Elas são mostradas por padrão logo que o aplicativo é aberto, já que ele usa o recurso de localização do iPad para descobrir onde o usuário está. O programa ainda funciona como despertador, tocando música no horário especificado. Além da versão básica, gratuita, existe o TuneIn Radio Pro que permite gravar os programas transmitidos. Custo: Versão Pro US$ 0,99
Doc To Go Documents to Go é o Office no iPad. Para quem usa Mac, é natural adotar, no iPad, os aplicativos da série iWork, da Apple, que incluem o editor de textos Pages, o programa de planilhas Numbers e o software de apresentações Keynote. Mas, se você está acostumado com o pacote Office, da Microsoft, o Documents to Go poder ser uma opção melhor. O pacote da DataViz permite editar documentos do Word, do Excel e do PowerPoint. Também permite visualizar arquivos do iWork e documentos no formato PDF. A interface não é tão elegante quanto a dos aplicativos da Apple, mas é prática. Além disso, o Documents to Go tem a vantagem de trabalhar com os formatos de arquivos da Microsoft. A DataViz oferece um programa gratuito para Windows e Mac que permite a transferência dos arquivos entre o computador e o iPad, via Wi-Fi. Essa operação também pode ser feita por meio do iTunes ou por e-mail. O Documents to Go é vendido em duas versões, Regular e Premium. Esta última oferece suporte à edição de documentos do PowerPoint e acesso a serviços de armazenamento na nuvem como Dropbox e Google Docs, itens ausentes da versão Regular.
Instagram Com mais de 7 milhões de usuários, o Instagram é um dos mais bem-sucedidos aplicativos para tratamento e compartilhamento de fotos no iPad/iPhone. Foi criado por brasileiros, que se inspiraram nas antigas câmeras instantâneas da Polaroid. O aplicativo permite aplicar filtros que dão uma aparência envelhecida ou artística à foto. Mesmo fotos um pouco ruins acabam sendo valorizadas pelos efeitos. Além disso, o Instagram tem funções de rede social. Ele permite compartilhar as imagens no Flickr, no Facebook, no Twitter e no site Instagr.am. Os usuários também podem “seguir” os amigos e ver as fotos publicadas por eles.
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O Brasil é o país do futebol. Essa é uma marca reconhecida mundialmente. Mas a realização pela segunda vez de um campeonato mundial do esporte mais popular da Terra aqui no nosso país está revelando que também somos cada vez mais o país da demagogia. E quem está batendo um bolão neste campo não são só os políticos, como seria de se esperar. A Copa do Mundo de 2014 no Brasil está revelando grandes craques da demagogia e da distorção em todos os setores da mídia e na dita inteligência brasileira. O que mais se vê e se ouve é gente falando ou brigando pelos direitos dos estudantes de pagarem meia entrada nos jogos. Há ainda os que exigem que as pessoas da chamada ‘terceira idade’ tenham algum tipo de gratuidade. Ocupa-se grande espaço no noticiário falando da “paixão do nosso
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povo pelo futebol” e coisas do gênero. Não nos esqueçamos também dos que clamam pela soberania nacional e protestam contra a venda de cerveja nos estádios nacionais durante os jogos no Brasil. Essa visão populista é muito útil pra quem quer fazer média com a galera, passar por defensor dos fracos e oprimidos ou revela uma enorme ignorância sobre o papel de um evento desta magnitude num país com as necessidades do Brasil. É claro que para um menino humilde ou para um aposentado, assistir a um jogo do mundial de futebol é uma experiência de vida inesquecível, uma emoção linda e memorável. Mas espera-se um olhar muito bem ampliado, além de responsabilidade, de quem diz defender os interesses da população mais carente numa oportunidade histórica, como esta. Muito mais importante do que pagar meia entrada ou até mesmo ganhar uma cortesia pra ver as seleções em campo, é ganhar obras inteiras. Para a população das grandes regiões metropolit a -
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nas que vão servir de cidades-sede, o importante é que o sistema de trens urbanos seja implantado ou ampliado, onde já existe. É importante que a mobilidade melhore muito, que o saneamento passe a existir, que estádios sejam feitos, criando alternativas de lazer gratuito em suas dependências e que tenham equipamentos para a formação de atletas, durante este século que está só começando. A Copa tem que ajudar a diminuir o distanciamento e distância entre o centro e a periferia. Essa é a vitória, essa é goleada. O drible no atraso. O campeonato de futebol é apenas um detalhe num evento chamado Copa do Mundo no Brasil. O importante neste momento, a grande luta, é brigar por um legado de grande alcance social, urbanístico e ambiental, que gere benefícios para o maior número possível de famílias em 2014, 2015, 2020, 2040. O futebol mudou muito, hoje a arquibancada é a televisão. As populações das cidades cresceram muito e os estádios diminuíram bastante. Futebol deixou de ser esporte e passou a ser um grande produto de entretenimento de massas, numa cadeia de negócio que envolve TV aberta, TV paga, internet, marcas globalizadas e mercados consumidores. Se eu fosse um menino do subúrbio de Salvador ou do Rio de Janeiro em 2014, adoraria estar na arquibancada de um jogo do mundial, mas vamos todos vibrar muito mais se soubermos que a Copa deixou realizações que vão mudar para muito melhor o cotidiano das pessoas. É evidente que terá que existir algum tipo de cota para facilitar o ingresso da população local nos estádios. Mas não é essa a grande bandeira a ser levantada agora. Nem o futebol regional será beneficiado com a Copa. Ninguém pense que o ABC de Natal ou o São Raimundo de Manaus vão ganhar expressão nacional e sul-americana só porque a Copa foi jogada em suas cidades. A Copa do Mundo vai chegar, vai passar, milhares de estrangeiros vão entrar no país, fazer turismo, talvez até ver um ou mais jogos e depois vão voltar pra casa, carregando sacolas cheias de souvenirs. Mas o mundial de 2014 tem que deixar algo bem mais valioso do que a lembrança de um gol, de uma grande defesa, de festas ou de uma foto na arquibancada. Se a Copa de 2014 não deixar um legado efetivo de obras e novos serviços urbanos, o evento não terá valido nada, mesmo que a seleção brasileira seja campeã mundial invicta com o estádio cheio de estudantes e velhinhos que entraram sem pagar nada.
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ilustração Talita Lobato
especial
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Catarina Barbosa
Dudu Maroja
Separados por opção,
Unidos pelo coração
Casados perante a lei, mas vivendo em casas separadas. Conheça a história de casais que decidiram dividir uma vida, mas não uma casa. “Amor, você pode tirar a toalha molhada de cima da cama?”, pergunta candidamente – mas já sem paciência – a mulher descrente de que seu quinto pedido naquela semana (para que o parceiro não deixasse a toalha encharcada sobre o móvel), fosse atendido. “Querida, por favor, não use meu barbeador para depilar as pernas, sim?”, pede o marido, que na noite anterior tinha falado com a esposa sobre o mesmo assunto. Os dois engolem as indiferenças e saem para mais um dia de trabalho. “Você vai poder almoçar comigo?”, pergunta ele, pegando as chaves do carro. Ela responde, já entrando no elevador: “Claro, te ligo quando ficar livre”. Não, o casal retratado acima não é bipolar. Trata-se, apenas, de uma situação pela qual você possivelmente já passou. Que casal nunca discutiu sobre as contas do final do mês, a louça suja na pia ou a necessidade (ou não) de um móvel novo para o lar. Uma relação a dois é movida por várias minúcias e uma delas – você queira admitir ou não – são brigas, afinal, as relações são constituídas por duas pessoas com personalidades totalmente diferentes. Convivência é uma arte Antes de embarcar em uma relação conjugal, a primeira experiência – similar – que muitos de nós tivemos foi a convivência familiar. Puxe pela memória
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e recorde quantas vezes você brigou com o seu pai, sua mãe ou com seus irmãos por coisas banais? Sem contar primos e tios. Então não é incomum que duas pessoas que se amam, e que dividem o mesmo teto, acabem discutindo sobre coisas triviais. Quando se trata de convivência, o assunto não se restringe somente ao amor, mas também ao cuidado com a individualidade, respeito e compreensão. Com base nesses valores e possíveis desentendimentos que a convivência diária pode causar, há casais que decidem avançar na relação, sem incluir a etapa de “juntar os trapos”, como anuncia o velho ditado. Especialista em terapia familiar, a Gestalt terapeuta Natasha Mello explica que os casais que optam por se casar, mas morando em casas separadas, são comumente pessoas maduras, que já experienciaram o casamento tradicional e não estão nem um pouco preocupadas com o que os outros vão pensar e sim no que realmente as deixa feliz. Os dois lados Ser feliz. A funcionária pública Mônica Barbalho, 48, foi casada durante dezesseis anos. Em 1997, ela se separou e depois de dedicar um tempo só para si, começou um relacionamento com o engenheiro elétrico João Fonseca, 56, também divorciado. Unidos pela mesma condição, em 1998, o casal »»»
Mônica e João: firmes e fortes, mas em casas separadas.
resolveu dar uma nova chance para o amor e passou da fase da paquera para o namoro, em curto espaço de tempo. Curtíssimo, por sinal – apenas um ano. Apaixonados, os dois decidiram morar juntos, mesmo com a experiência do primeiro casamento. Inicialmente, a decisão pareceu uma boa ideia – e afinal eles não se arrependem. Contudo, depois de cinco anos dividindo o mesmo espaço, eles passaram a ter algumas divergências e uma franca conversa culminou com a decisão de continuarem firmes e fortes na relação, mas não compartilhando o mesmo ambiente. Com a decisão, Mônica voltou para a casa dos pais. João voltou para o antigo apartamento e o local em que eles viviam juntos foi vendido. “Diante das circunstâncias, a decisão foi a mais correta”, garante João com o consentimento de Mônica. Acreditem. A difícil decisão de morar em casas separadas chega a se tornar um detalhe irrisório, ante a firmeza de decisão dos dois e quando ouvimos de ambos as palavras “fidelidade”, “cumplicidade” e “duradouro” com tanta frequência e veracidade. Mônica e João possuem uma visão simples e prática do relacionamento. “Experimentamos os dois lados e de acordo com a nossa realidade essa foi a maneira que encontramos para continuar juntos”, sintetiza Mônica. A tentativa de manter a relação deu certo. O ca-
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sal não cogita – nem de longe – a possibilidade de acabar. Quando indagada sobre a hipótese de se viveria em casas separadas com o primeiro marido, em uma tentativa de salvar a primeira relação, Mônica responde de prontidão. “Nunca passou pela minha cabeça. São situações totalmente distintas. O que eu tenho com o João é diferente”, diz ela com sorriso no rosto. Quando moravam no mesmo apartamento, o casal cultivava o hábito de almoçar e jantar junto todos os dias e atualmente eles continuam fazendo a mesma coisa. “Confesso que a nossa vida não mudou muito. O João me pega todos os dias no trabalho para almoçarmos e à noite, antes de ir para a casa dele, ele vem jantar comigo em casa. A gente só não dorme mais junto todos os dias”, brinca a funcionária pública com humor. Além dos almoços e jantares, no fim de semana eles ficam “full time”, como denomina o João. “Somos um casal que quer as mesmas coisas e isso inclui nos ver com o máximo de frequência. Mesmo morando longe, pensamos sempre no coletivo. O detalhe da casa é só uma forma de mantermos uma relação longa e duradoura”, defende. Excluindo os inevitáveis conflitos cotidianos, resta aos dois aproveitar os lucros do relacionamento. “Onde não existe rotina, o namoro é constante. Entre
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os benefícios posso destacar a privacidade que temos, já que morando em casas separadas não há como um invadir o espaço do outro”, declara. Mas como nada no mundo é totalmente bom ou totalmente mau, há empecilhos de morar em casas distintas. “O ruim é quando a saudade e a solidão apertam, aí eu ligo para ela e procuramos nos encontrar”, soluciona o engenheiro. Mente aberta Pressão social. É inevitável praticá-la ou ser vítima dela. Casais que namoram há certo tempo se defrontam com a cobrança do casamento. Casados há certo tempo, com a cobrança dos filhos, ou seja, se você nunca cobrou essas atitudes de alguém possivelmente já foi cobrado. A terapeuta Natasha Mello afirma que essa preponderância vem desde os bens de consumo que adquirimos, passando pelos costumes, regras, normas chegando até os padrões de relacionamento. Os casais que optam por estar comprometidos, mas morar em casas separadas, normalmente são pessoas que deixam os padrões sociais um pouco de lado e colocam em prática – com base em relacionamentos passados – o que funcionou e o que não funcionou para eles. Ou seja, “é a soma de contingências aliada às experiências que fazem com que
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as pessoas optem por manter a relação, mas em casas isoladas”. Se tomarmos por “mente aberta” quem abre mão dos padrões, essas pessoas podem ser enquadradas nessa categoria. Contudo, Mello faz uma ressalva. “Esta opção de relacionamento não deve ser confundida com uniões abertas a experiências amorosas paralelas, uma vez que os mesmos compartilham a ideia do compromisso”, esclarece. Longe dos padrões A professora Ruth Elias, 65 anos, afirma não sofrer e muitos menos se importar com pressões por parte da família, parentes ou amigos. Há 26 anos em uma relação estável com o professor e também advogado José Costa, 59, o casal nunca dividiu o mesmo teto, aumentando o grupo de casais que não usou a técnica de morar separados como forma de manter a relação. Mello esclarece que no caso da Ruth, ou seja, dos casais que não passaram pela experiência do casamento tradicional, mas optaram por morar em casas isoladas, pode-se dizer que são pessoas mais maduras, que desejam um relacionamento estável, sem abrir mão do seu espaço, da sua individualidade. “É possível que este tipo de relacionamento proporcione menos crescimento ao casal, uma vez »»»
A terapeuta Natasha Mello: “morar em casas separadas minimiza os atritos entre os casais” que existe a opção de adiar o conflito, indo cada um para sua casa. Porém para alguns casais, talvez essa alternativa funcione, seja saudável, pois se tem a opção de esfriar a cabeça e depois se conversar”, explica. Além da surpresa de nunca ter pensado em morar junto, o casal admite nunca ter brigado durante esses 26 anos de relacionamento. Logo, desgastes por brigas banais não estão incluídos na vida do casal, que preza antes de tudo pelo respeito. “Parece engraçado, mas antes de sermos parceiros, somos amigos e dividimos gostos sobre diversos assuntos, desde temas decorativos, preferências musicais, locais para viajar, ideias sobre outras pessoas, passeios, programas e até visitas”, explica Ruth. Viver sem se preocupar com rótulos ou com o próximo passo. Aproveitar o que realmente importa em uma relação a dois: a vontade de um estar junto ao outro. Esse é o motivo de Ruth e João para definir por que eles nunca se preocuparam com questões como morar junto ou separado. “Nós fomos simplesmente vivendo a relação como uma característica dos anos 80. Era comum naquela época namorar sem se preocupar com o casamento. Quando vimos estávamos dentro de um tempo e espaço adquiridos pela força do hábito e do prazer”, argumenta a professora.
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Se o tópico passa a ser fórmulas para salvar a relação, José argumenta. “Quando pensamos na gente e em uma possível separação, nosso medo não tem nada a ver com convivência. Preocupamos-nos se um dia o sentimento de gostar um do outro for embora, acabar. Encontrar-se com menos frequência pode até fortalecer o relacionamento, já que isso indica que sempre haverá algo novo entre nós, mas presença ou distância não são o centro ou a base de nosso amor”, defende. Como todo casal apaixonado, eles se encontram várias vezes todos os dias. O que aparenta ser uma rotina estabelecida pelos horários de trabalho e almoços pode ser facilmente modificado, segundo Ruth. “Como moramos longe um do outro temos mais liberdade e opções de novidades, ou seja, dá para fazer umas surpresas cotidianas”, provoca. Sobre morar juntos, o casal afirma que só fala sobre isso na brincadeira, porque a vida está muito boa como está – “e se está boa, por que mudar”? Mas confessa que se um dia a velhice se tornar uma necessidade na vida de ambos, eles se amam o suficiente para dar esse passo em prol do bem-estar dos dois. É o amor junto com o respeito e a vontade de estar junto um do outro, que faz com que esses casais apostem em novas formas de convivências ou
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Conheça algumas celebridades que se casaram, mas moravam em endereços diferentes: Frida Kahlo e Diego Rivera Diferente dos nossos casais, que prezam pela fidelidade, a pintora mexicana Frida Kahlo e o muralista Diego Rivera se casaram, mas também moravam em casas separadas. Contudo, ambos viveram múltiplas aventuras amorosas fora do casamento. Ambos moravam em casas separadas, mas curiosamente interligadas por uma ponte. Helena Bonham Carter e Tim Burton
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Casas separadas
A insônia e o ronco do diretor Tim Burton podem ser alguns dos motivos, mas não as causas, para que ele e sua esposa, Helena Bonham Carter – que gosta de dormir em silêncio – morem em casas separadas; os argumentos vão desde privacidade até decoração da casa. Os dois vivem em Londres, em uma mansão interconectada. Além disso, eles têm acesso a uma terceira residência, ocupada pelos dois filhos do casal, Billy Ray, Nell e mais uma babá. Rita Lee e Roberto de Carvalho Quando morava na mesma casa com o marido, a cantora e o companheiro dormiam em quartos separados. Segundo ela, quando o casal divide tudo o tempo todo não sobra espaço para o romance. Hoje, eles não dividem nem o mesmo quarto e nem o mesmo endereço. Woody Allen e Soon Yi Desde o casamento com a atriz Mia Farrow, o diretor Woody Allen já era adepto de casar, mas morar longe da esposa. Hoje, marido de Soon Yi – filha adotiva de Allen com Farrow –, o diretor continua apostando no relaciona-
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mento em casas distintas.
modelos de vida. De forma geral, não há fórmulas e nem subterfúgios que garantam o sucesso ou o fracasso de uma relação conjugal. Cada casal, que está disposto a se amar, respeitar, compartilhar uma vida e rir dela junto sabe o seu limite. O essencial é olhar para alguém e querer estar com essa pessoa. É ter alguma faísca de certeza de que você não seria feliz de outra forma. Diante disso, a louça é um detalhe irrisório, assim como as contas no fim do mês ou a cor do tecido do sofá. O que virá além do sentimento de querer estar com alguém, deve ser um pormenor diante do que te faz feliz.
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destino
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Vanessa Libório
Arquivo pessoal
tesouro
Inca
Machu Picchu, a Cidade Perdida dos Incas, revela sua beleza e segredos aos que desejam aventura e autoconhecimento. E o melhor: o paraíso é perto daqui.
H
á quem acredite que existe muito mais além do que já foi descoberto, outros preferem não arriscar… Certo mesmo é que, em meio a tantas incertezas, quando se fala de Machu Picchu, o comentário é uníssono: “Privilegiados são os que um dia estiveram ali!” Pode dar um ‘ok’ naquela lista dos ‘20 lugares que não podemos deixar de conhecer no mundo’. A “Velha Montanha” na linguagem Quéchua, ou “Cidade Perdida dos Incas” como também é chamada, é um lugar cheio de mistérios, de luz espiritual e de encantamentos. Tem a imponência comum a todas as montanhas e um ‘quê’ de paz. A 2.560 metros acima do nível do mar, a sensação é de estar perto do céu… Esse templo de reflexões ficou escondido por praticamente cinco séculos e mesmo depois de tanto tempo, continua intacto! É de arrepiar! Depois da construção, os historiadores dizem que os incas fecharam as vias de acesso a Machu Picchu – não se sabe exatamente o motivo. Em 2011 o mundo comemorou os 100 anos da descoberta da montanha. Machu Picchu é um lugar onde os questionamentos tomam conta da mente e a perfeição, dos olhos. Tudo parece um grande labirinto, mas logo percebemos que a cidade construída na área mais inacessível dos Andes, escondida dentro da floresta tropical, parece ter sido feita sob medida, em pleno século XV. Logo descobrimos que o tal labirinto é
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mais organizado e mais preciso que muita obra moderna do século XXI. Não importa quantos minutos ou quantas horas se passa ali: duas viagens inevitavelmente vão acontecer: uma no tempo e outra (mais longa ainda) para dentro de nós mesmos. Existem várias maneiras de chegar lá. A mais tradicional é de trem de Cuzco até Águas Calientes e depois de micro-ônibus de Águas Calientes ao topo da montanha. As mais aventureiras e desbravadoras não incluem nenhum veículo motorizado. Antes de decidir como você prefere ir, primeiro é preciso chegar na cidade de Cuzco a 1.165 km de Lima, capital do Peru. Cuzco é linda! A cidade inteira parece ter sido tingida em marrom, tom que predomina em função do uso de madeira envelhecida, antiga, nas obras. Num contraste contagiante, há jardins coloridos e bem cuidados por todos os lados e sempre cheio de gente dos cinco continentes do mundo circulando pelas ruas estreitas. É uma cidade pequena, que sobrevive do turismo. As temperaturas normalmente são muito baixas. Todas as pessoas que vão a Machu Picchu passam por Cuzco. É lá que tudo começa. Basta andar um pouquinho pelas ruas para encontrar dezenas de pessoas com panfletos – são as centenas de agências de viagens, oferecendo pacotes para ir a Machu Picchu. É preciso buscar algumas informações antes, para não cair em ar- »»»
Cuzco parece ter sido tingida em tons de marrom, cor que predomina na paisagem, em função do uso de madeira envelhecida nas construções
madilhas do tipo: viagens caras, trajetos óbvios. Viagens muito baratas, perigo à vista. Para os bem dispostos, aventura é palavra de ordem. Você pode optar por um passeio confortável ou pode fazer a trilha Inca, ou Inka Trail, a pé. A pé? Sim, exatamente isso! A mesma por onde os Incas passaram carregando pedras nas costas para construir Machu Picchu! Percorrer a trilha leva quatro dias, em mais ou menos 150 quilômetros de trajeto. Longe de qualquer luxo e tecnologia durante essa empreitada, o encontro é entre você e... você mesmo, ainda que esteja em meio a um grupo de treze pessoas de todos os cantos do mundo. São holandeses, australianos, chilenos, suecos, alemães, franceses e brasileiros convivendo em perfeita harmonia, é claro! As longas andanças trazem uma certa tranquilidade aos viajantes que mesmo em meio ao cansaço, logo têm o semblante suave e cheio de satisfação. O objetivo é um só: andar, andar e andar até chegar no topo da montanha. Os caminhos são apaixonantes; um misto de prazer e sacrifício. Há momentos, é claro, em que a gente acha que não vai aguentar… Muito altitude, cansaço. Porém
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somos embalados por paisagens que só a retina humana consegue registrar… nem a melhor das câmeras fotográficas é capaz de transmitir o que se vê durante essa caminhada. É um presente da natureza! Montanhas, cachoeiras, rasgos no meio da montanha com a nascente de um rio, um silêncio que convida à reflexão. Somos orientados pelo staff da agência a levar o mínimo de coisas possível, afinal, não há onde deixar a mochila. Durante todo o trajeto ela está ali, nas costas dos viajantes. É preciso levar peças para o frio e para o calor já que a temperatura varia muito durante o percurso. Ah, o passaporte é indispensável! Machu Picchu é um Patrimônio da Humanidade e um Santuário Histórico. Para entrar, tem que carimbar! Diário de viagem Primeiro dia Um micro-ônibus leva o grupo de Cuzco até o vilarejo de Ollantaytambo, em uma viagem que leva uma hora e meia. A partir daí, esqueça qualquer tipo de conforto. É hora de pedalar: quatro horas entre descidas e subidas de montanha até a cidade de Santa Maria. Haja fôlego e disposi-
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ção! Um baita frio e uma adrenalina gostosa nos acompanham durante o percurso. Santa Maria é um pequeno vilarejo entre montanhas. Os peruanos que vivem ali já estão acostumados com esse entra e sai de viajantes. Estão sempre sorridentes e dispostos a ajudar os aventureiros. Passamos a noite lá na maior simplicidade. Segundo dia É preciso não desviar o foco! São oito horas de caminhada até outro vilarejo, o de Santa Tereza. São aproximadamente 50 km de distância. As montanhas são bem mais íngremes, o terreno irregular e o cansaço é um companheiro constante até para os que têm bom condicionamento físico. Em alguns trechos estamos a 4.200 metros do nível do mar. O ar fica rarefeito e a folha de coca, comum e permitida na região, ajuda a normalizar a respiração. Para esquecer o cansaço nada como levantar a vista e observar as molduras que nos cercam… No meio do nada, como pequenas formigas, estamos rodeados de gigantescas e belas montanhas! Esplêndido! Minutos antes de chegar a Santa Tereza somos presenteados com magníficas piscinas termais. As bordas são montanhas e os holofotes, a lua cheia!
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Terceiro dia São seis horas de caminhada até Águas Calientes. Os pés estão cansados, cheios de calos, a musculatura da perna treme, a respiração começa aos poucos a se adaptar à altitude… Estamos cada vez mais perto do objetivo. O guia aponta para o lado e diz: “Machu Picchu está quatro montanhas atrás dessa aqui!” O grupo se arrepia! E pensa: “Como os incas conseguiram fazer todo esse trajeto a pé, com toneladas e toneladas de pedras nas costas? Como isso foi possível?” Por 15 quilômetros do trecho a caminhada chega a ser perigosa. Um deslize pode ser fatal… Imagina fazer isso várias vezes no dia carregando pedras de granito? É realmente impressionante… Para chegar em Águas Calientes é preciso caminhar pelos trilhos do trem, o mesmo que transporta de forma clássica outros viajantes. Neste trecho há menos montanhas e muitas pedras. É possível ver o topo de Machu Picchu. O grupo para… e admira! A chegada em Águas Calientes é comemorada por todos como uma grande conquista! Mas só a primeira etapa foi cumprida. Águas Calientes é uma pequena cidade já bem mais estruturada do que as outras por onde passamos, que serve para »»»
Como chegar e onde ficar Para os mochileiros: Loki (Hostel) Endereço: Calle Santa Ana, nº 601 - Centro Histórico Tel: 00 (XX) 51 8424-3705 E-mail: cusco@lokihostel.com Diárias variam de: U$$ 8 a U$$ 120 Site: www.lokihostel.com/es/cusco Wild Rover (Hostel) Endereço: Calle Matara, nº 261 Tel: 00 (XX) 51 8423-2300 ou 8422-1515 Diárias variam de U$$ 7 a U$$ 30 E.mail: cusco@wildroverhostels.com Site: www.wildroverhostel.com Sonesta Hotel/Cuzco Endereço: Av. El Sol, nº 954
A caminho do vilarejo de Santa Tereza, os aventureiros são surpreendidos com enormes piscinas termais
Tel: 00 (XX) 51 8458-1200 Diárias a partir de R$185 Site: www.sonesta.com/Cusco Para chegar a Cuzco saindo de Belém: Belém/São Paulo/Lima/Cuzco A única companhia aérea brasileira que faz voos para lá é a TAM www.tam.com.br A Lan Airlines também opera com saídas de São Paulo em voos diretos. São Paulo/Cuzco www.lan.com Quem preferir pode ir até Lima de avião e depois pegar um ônibus até Cuzco. São em média 18 horas de viagem, 1.165 km. A Companhia Aérea TACA faz voos diários Lima/Cuzco www.taca.com revistalealmoreira.com.br
os visitantes de Machu Picchu dormirem, e fazerem as refeições. É bem pequena, mas oferece o apoio de que os viajantes necessitam. Quarto e último dia O cansaço chega ao extremo, mas a ânsia de chegar ao destino impulsiona… Ainda de madrugada, um frio de 10ºC nos acompanha. Quanto mais em cima estamos, mais calor vai ficando e aos poucos vamos nos descascando. Uma hora e meia depois, chegamos finalmente a Machu Picchu, antes de o Sol nascer, às 06h30 da manhã. Um forte nevoeiro escondia as belezas do templo. Às 08h, o Astro-Rei apareceu e as nuvens abriram alas. Somos atraídos como ímãs a explorar aquilo… É impressionante a quantidade de áreas existentes para a agricultura. Após a construção total da “Cidade Inca”, eles passaram a viver ali e para não ter que subir e descer tantas vezes em
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busca de alimentos fizeram o próprio terreno para garantir a sobrevivência. Machu Picchu recebe em média 500 mil turistas por ano. No complexo, existe ainda outra montanha chamada ‘Huyana Picchu’. Nesta montanha só entram 400 pessoas por dia. O primeiro grupo de 200, às 07h da manhã. O segundo às 10h. Ao meio-dia, a montanha é fechada. O objetivo é contemplar “A Velha Montanha” de frente. Do topo, observamos o desenho de Machu Picchu de frente, é como um condor… Chegar lá exige mais preparo físico, atenção e foco. A montanha é cheia de armadilhas e bem mais alta do que Machu Picchu. Antes de sair do complexo, admire, registre tudo! Reflita, volte no tempo… Avance o relógio… Observe, se contagie pela determinação dos Incas e saia de lá com a deliciosa sensação de que o impossível é apenas um desafio!
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enquanto isso
Odense
O
dense é mundialmente famosa por ser a cidade natal de Hans Christian Andersen, autor de contos de fadas, que povoaram a imaginação de gerações. Ele escreveu clássicos como “O patinho feio”, “A pequena sereia”, “A roupa nova do rei”. Na casa onde ele nasceu, no centro de Odense, foi fundando um grande museu, com exposições sobre a vida do autor. Essa é, sem dúvida, uma das grandes atrações da cidade – e o lugar mais visitado também. Cheguei a Odense (pronuncia-se “Ùlese”) em julho de 2006, para cursar o doutorado na Syddansk Universitet e me apaixonei. O que eu mais gosto na cidade é a organização e a possibilidade de ir a todos os lugares de bicicleta. Odense tem a maior rede cicloviária de toda a Dinamarca. Faça chuva, sol ou até mesmo neve, estão indo de um lugar para o outro de bicicleta! O verão é geralmente ameno, com temperaturas muito boas, por volta dos 25°C. É comum que as pessoas se encontrem, neste período, em um parque no centro da cidade. A pedida é fazer um churrasco com amigos ou simplesmente tomar sorvete. Já no inverno tudo muda. Em geral as
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Ângela Rocha Bioquímica
temperaturas ficam por volta de -5°C, o que é encarado com muita naturalidade pelos dinamarqueses: “O frio não existe. Você é que está mal agasalhado”. O guarda-roupa do dinamarquês tem que ser dinâmico: no verão dá para usar roupas leves, dos tipos que estamos acostumados em Belém. No outono e na primavera, um casaco é suficiente. Já no inverno nem pense em andar sem uma bota ou casaco apropriado. O frio é inclemente! Dar uma volta no centro de Odense é uma volta ao passado. São muitos os restaurantes, pubs e casas, que datam de antes de 1600. Há diversos museus que contam um pouco da história de Odense, do tempo em que reis e rainhas passavam por suas ruas, como simples mortais. É possível identificar os lugares que inspiraram Hans Christian Andersen a escrever suas obras. A parte noturna fica por conta dos pubs. Há um bar – talvez o mais famoso – de inspiração viking chamado “Anden”. As pessoas dançam e cantam batendo suas canecas nas mesas e é uma questão de tempo até que alguém comece a dançar sobre elas. Vale a pena conferir!
O café da manhã é a refeição mais importante do dia. Nosso almoço também. Venha conhecer o novo buffet do famiglia
• CARTA DE VINHOS • CULINÁRIA INTERNACIONAL • CARTA DE CERVEJAS PREMIUM • BUFFET NO ALMOÇO
Benjamin Constant, 1415 (entre Brás e Nazaré)
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Adaptador LED para torneira Moderno e elegante. Assim fica o visual de qualquer banheiro com o adaptador LED para torneira. O pequeno aparelho transforma qualquer fluxo de água em correntes coloridas em verde, azul ou vermelho. A cor muda de acordo com a temperatura do líquido, graças a um sensor já incluso. É feito de alumínio cromado e não requer baterias. A própria pressão da água gera a energia necessária para o seu funcionamento. Acompanha adaptadores universais para funcionar com o padrão usado no mundo inteiro. Disponível no site www.kinkyland.com por 99 reais.
Dungeons & Dragons Board Game Ser nerd hoje é motivo de orgulho, e nada prova isso de modo mais eficaz que a adaptação dos role-playing games para os jogos de tabuleiro – dos mais sofisticados, diga-se de passagem. Foi o que aconteceu com o famoso Dungeons & Dragons. Inspirado no RPG que o consagrou, o jogo recria os ambientes do Castelo Ravenloft. Heróis, monstros e vilões (de design impecável em plástico) caminham pelas trilhas do tabuleiro, que muda a cada rodada – graças ao modo como ele foi projetado: pedaços de cartão em forma de quebra-cabeça com encaixe idêntico, que podem ser montados em qualquer sequência. Dá para jogar sozinho ou com até quatro amigos. Ideal tanto para geeks veteranos quanto para iniciantes, o D&D Board Game vem com livro-cenário, dodecaedro (o dado de 20 lados) e as regras bem explicadinhas em um caderno.
Zero Scale
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Uma balança que guarda seus dados para si, deixando entrever apenas os quilos que você ganhou ou perdeu. Esse é o conceito da Zero Scale. De design moderno e elegante, a balança mantém a pesagem total em segredo desde a primeira vez que se sobe nela, e pode mostrar tanto o ganho ou perda de peso desde a última medição quanto a diferença em relação ao primeiro dado coletado – o que facilita o foco no progresso diário. Sua tecnologia permite armazenar os dados de até quatro usuários por vez, além de dispor do “guest mode” – modo que exibe o peso total, como as balanças comuns. Tem display de 1.3 polegada e capacidade para até 180 quilos. A configuração é simples e a garantia é de 10 anos.
Coca-Cola Retro Fridge São poucos os que não gostam de Coca-Cola. Não é à toa que a marca há muito deixou de se limitar aos refrigerantes e virou grife de moda, design, entre outros. Não é diferente com a Retro Fridge. A geladeirinha de estilo vintage é bonita, decorativa e funcional. Tem capacidade para até doze latas. Ideal para carros, barcos e residências, o frigobar possui um microcomputador interno que gerencia o sistema de refrigeração – que é confiável, supersilencioso e resfria as bebidas em até 18ºC abaixo da temperatura ambiente. Além de tudo, tem sistema dissipador de calor externo e é totalmente livre de CFC. Mais cool, impossível.
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confraria
Quanto
ganham eo que buscam os executivos de nosso
ilustração Leandro Bender
país
Nara Oliveira Consultora empresarial
equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho. Nas úl-
tro lado, quem atua perto do dono tem condições
timas posições aparece remuneração. O brasileiro
de negociar bônus e salário indireto de forma mais
procura desenvolvimento e segurança.
customizada.
Nas
O Pará ingressou no mundo da busca desen-
No step de gerentes de processos em áreas
últimas
freada por profissionais qualificados – mais forte-
meio – marketing, administrativo financeiro - estes
décadas
a
mente – no final da década de 90. Em um primeiro
salários circulam à média de R$ 6.800,00. Nes-
remuneração
de
momento, os profissionais pretendidos eram para
te nível já se encontram muitos profissionais com
presidentes, diretores e
compor equipes, fossem nos níveis operacional ou
formação acadêmica interessante, inglês fluente e
demais executivos deu um sal-
administrativo. Nesta primeira etapa importavam-
mais de uma pós. Contudo, a formação prática ain-
to monumental. Em países como a In-
-se os executivos. Hoje existe uma busca severa
da deixa a desejar. Os males que afetam a dinastia
glaterra e Estados Unidos a remuneração destes
por profissionais que tenham intimidade com o
acima citada acometem este segundo grupo de
profissionais gerou discussões acaloradas frente à
‘custo Pará’ e que tenham forte network na região.
forma mais atenuada.
realidade de desigualdade nas organizações cria-
Hoje procuram-se executivos paraenses.
Eis aí um espaço a ser ocupado, uma oportuni-
das. Esta discussão tomou lugar no mundo – e no
Quem forma bons profissionais são boas empre-
dade a ser perseguida. Daqui a 10 anos esta lacu-
Brasil – após a crise de 2008, que colocou freio no
sas. Como não tínhamos o ‘encarreiramento’ na re-
na certamente estará preenchida por uma turma
estado de humor ‘maníaco’ da economia. Peter
gião, vivemos o apagão de mão de obra também
de jovens vitaminados e motivados, dispostos a
Drucker afirma que o máximo de diferença salarial
neste step da pirâmide. A geração de profissionais
trilhar este caminho. São profissionais que se for-
que pode existir em uma empresa é de 25x1. Nos
maduros, bem colocados, liberais, compõe a se-
maram cedo e buscaram se especializar. Sem a
EUA a diferença chega a 325x1 e no Brasil 195x1.
gunda ou terceira geração dos negócios da família
sedução dos concursos públicos na década de 90
Esses dados foram publicados em um quinzenário
(ou são funcionários públicos). Pouquíssimos tive-
e começo dos anos 2000, muita oferta de trabalhos
de negócios.
ram a chance de crescer, aprender e desenvolver-
nas empresas locais em expansão ou implantação,
Em meio a metas audaciosas e remuneração
-se em uma empresa com processos bem implan-
eles vêm executando um plano de ação que os le-
estratosférica, uma informação divulgada recente-
tados de Gestão de Pessoas. O resultado é que
vará a estas posições. Até lá, a safra de leilões por
mente por uma consultoria do Sudeste revela uma
procuram-se executivos paraenses.
executivos locais encontra-se aberta. Boa sorte!
face desconhecida do perfil de executivos brasilei-
Há muito que o mercado do Pará, mesmo as
ros. Nesta pesquisa a consultoria conclui que a em-
empresas locais, já aprendeu a remunerar. No as-
presa dos sonhos destes profissionais assemelha-
pecto de direção, um profissional sênior consegue
-se à Petrobrás. A pesquisa revela o porquê desta
em média R$ 25.000,00 mensais. A diferença en-
escolha: em primeiro lugar os executivos gostam
tre os grupos locais e os nacionais ou globalizados
de empresas com produtos reconhecidos; em se-
é o pacote de benefícios. Os segundos possuem
gundo lugar, aprendizado contínuo e o tão sonhado
políticas mais agressivas de salário indireto. Por ou-
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gourmet
A receita da culinĂĄria local ĂŠ simples: basta unir talento, frescor, diversidade e muito amor pelo ofĂcio
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Lorena Filgueiras
Dudu Maroja e divulgação
O gosto
terra da
Presença confirmada no Ver-O-Peso da Cozinha Paraense – Ano 10, a chef Helena Rizzo mostra toda a força de um prato delicado com ingredientes regionais
A
os dezoito anos, ela se viu em uma encruzilhada profissional: recém-aprovada no curso de Arquitetura, trabalhando como modelo, a gaúcha Helena Rizzo estava insatisfeita. Aproveitou uma viagem para São Paulo e trocou – sem titubear – o esquadro e os cálculos pelas panelas e livros de receitas. “Desde criança já gostava de cozinhar e comer e tenho até hoje guardados recortes de revistas e jornais falando sobre receitas e chefs, quase todos de São Paulo. Então, quando cheguei aqui, dividia meu tempo entre castings e estágios em restaurantes. Fui me apaixonando pelo trabalho nas cozinhas e aos poucos, largando o trabalho como modelo”, conta Helena Rizzo. A decisão não podia ter sido mais acertada e, em pouquíssimo tempo, ela foi morar na Itália. Aos vinte e um anos, idade em que cruzou o Atlântico, já chefiava o “Na Mata Café”, na capital paulistana, e prestava assessorias em restaurantes e jantares particulares. “Sabia que tinha muito a ver e aprender. Foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. Morei um ano na Itália e passei outros três na Espanha. Trabalhei e estagiei em 8 lugares diferentes. Restaurantes mais simples, restaurantes mais sofisticados, caterings (serviço de buffet) e até num spa. Aprendi sobre disciplina, humildade, companheirismo e persistência”, diz. Foi nesta época que conheceu Daniel Redondo, seu marido. Ou como ela prefere definir, “marido, namorado e parceiro”. A experiência na Europa foi determinante para a jovem chef. “Sentia uma falta danada do feijão com arroz, da farofinha, das saladas, das frutas, do prato feito” e a distância de casa a fez perceber semelhanças
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nas culinárias dos dois continentes. “É difícil olhar para a cozinha brasileira e não ver um ‘dedinho’, às vezes a mão inteira, do europeu. Para o bem ou para o mal, a influência europeia deixou marcas profundas na nossa Gastronomia. Mas acho que acabamos criando, com toda essa mistura (não só europeus, como também negros, índios, orientais...), um jeito bem nosso de comer, de preparar o alimento e de descrevê-lo”. Na volta ao Brasil e no retorno à capital paulistana, abriu um novo restaurante, o Mani (junto com o marido, o chef Daniel Redondo). Sabores do Norte “Conheci alguns ingredientes amazônicos através de chefes e amigos aqui em São Paulo, como a Mara (Salles) e o Alex (Atala). Nunca estive na Amazônia, mas me encantei na primeira colherada com o tucupi. Depois descobri o bacuri, o pirarucu, os vários tipos de farinhas... E foi irresistível não incorporar os ingredientes (ao cardápio do Mani) desse lugar não conhecido, mas muito imaginado”. Lacuna a ser preenchida Helena Rizzo é uma das chefs convidadas a participar do “Ver-O-Peso da Cozinha – Ano 10”. “Nunca estive em Belém e pretendo conhecer bem a cidade, o mercado e o que quiserem me mostrar! (risos) Gosto da proposta do “Ver-O-Peso da Cozinha Paraense” e acho importante este formato de congresso focado no produto local. Outras regiões poderiam repetir a dose e festejar o melhor de suas culturas”.
receita
Peixe a baixa temperatura no tucupi Ingredientes [4 pessoas]: • 160g de filé de robalo • 80g de banana da terra • 10g de tucupi • 60g de espuma de tucupi • 40g de migalhas do Maní • 5g de brotos • 5ml de azeite de oliva • Sal • 1g de coentro Procedimento: Colocar a vácuo o robalo, tucupi, um fio de azeite e sal. Cozinhar no roner por aproximadamente 8 min (vai depender da espessura do peixe). Dourar a banana numa frigideira antiaderente com um fio de azeite. Colocar um pouco de sal e coentro picado. Reservar. Retirar o peixe do banho-maria e marcá-lo rapidamente dos dois lados na chapa. Cobri-lo com as migalhas e esquentar na salamandra. Servir o peixe sobre a banana da terra com espuma de tucupi ao redor. Finalizar com brotos, flores, flor de sal e azeite de oliva.
Migalhas do Mani Ingredientes [4 pessoas]: • 500g de polentinha • 500g de farinha de milho • 600g de bacon • 200g de biscoito de polvilho • 200g de pão • 130g de cebola • 100g de azeite • Sal Procedimento: Torrar e triturar o pão e o polvilho, reservar. Numa frigideira a fogo brando derreter bem a gordura de bacon. Retirar a carne, acrescentar o azeite e a cebola. Dourar e agregar as farinhas. Manter em fogo bem baixo mexer sempre até as migalhas ficarem douradas e crocantes. Ajustar sal e reservar.
Espuma de tucupi Ingredientes [4 pessoas]: • 500ml de leite de coco • 500ml de tucupi • 5g de azeite de trufas • Sal Procedimento: Levar ao fogo o leite de coco e o tucupi, até ferver. Retirar do fogo, acrescentar o fio de azeite e ajustar o sal. Juntar a lecitina (ou claras em neve) e mixar bem. Reservar.
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vinho
Rodrigo Aguilera empresário
Para começar (de fato) 2012 o crescimento econômico no país e cada vez mais as pessoas estão comendo fora de casa. Viajar? Muito fácil também. Cada vez mais paraenses viajam para Miami e descobrem os fantásticos restaurantes e lojas de vinhos da cidade – e já sabem muito bem das regras para trazer alguns rótulos que infelizmente ainda possuem preços proibitivos por aqui, devido, entre outros fatores, à alta carga tributária em nosso país. Muitos vêm comigo para saber como podem “entender de vinho”, fazer um curso etc. Os caminhos são variados, mas além dos cursos e eventos que têm acontecido pela cidade, sugiro que procurem boas referências.
Produtor Ruggeri Região Veneto-Itália Uva(s) Prosecco Álcool 11% Preço R$ 65 Importador Grand Cru
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A adega foi fundada em 1950 Ruggeri de Giustino Bisol, cuja família tem uma longa tradição, bem como profundas raízes na cultura do vinho da região de Valdobbiadene. NOTAS DE DEGUSTAÇÃO Cor amarelo palha com verde. Aroma profumo notas de maçã dourada maduros e flores de acácia. Gosto suave e frutado.
Livro para iniciantes: Atlas Mundial do Vinho (Ed. Nova Fronteira Livros, R$124), de Hugh Johnson e Jancis Robinson – uma aula completa sobre tudo que você precisa para começar; Livro de consulta: The Oxford Companion to Wine (terceira edição; inglês, sem tradução, Ed. Oxford Press, $39,72 na amazon.com) da inglesa Jancis Robinson. Se você não tem problemas com a língua inglesa, este é o livro de referência de A-Z, não deixa nenhuma dúvida. Do resto, aproveite, sem pressa e da sua maneira. E já que todos dizem que o ano só começa depois do Carnaval, para começar a aproveitar 2012, seguem algumas sugestões:
É na região-berço de alguns dos mais afamados vinhos do mundo, na sub-região do Cima Corgo - Região Demarcada do Douro, que se localiza a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo. É uma das mais belas propriedades que traduz o caráter da paisagem e o verdadeiro espírito do vale. Aqui, a memória está na terra, nos aromas e saberes que os homens guardaram através de gerações e gerações. NOTAS DE DEGUSTAÇÃO De cor vermelha cereja, com boa intensidade, este vinho apresenta um aroma jovem, com frutos vermelhos maduros. Tênue presença de aromas (baunilha e tosta) confere personalidade ao conjunto, que é intenso e fresco. Paladar macio, taninos aveludados e de boa persistência resultam num vinho muito atual.
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Remhoogte Pinotage 2010
Produtor Quinta Nova Região Douro Uva(s) Touriga Franca, Touriga Nacional Tinta Roriz Álcool 13,5% Preço R$ 44 Importador Grand Cru
Quinta Nova Pomares DOC 2008
Ruggeri Giall’Oro Prosecco di Valdobbiadene DOCG Superiore Extra Dry
É incrível como a cada ano que passa, vejo que o interesse pelo vinho apresenta crescimentos expressivos em nosso país e, principalmente, em nossa Região Norte, onde até pouco tempo, poucas eram as opções. Por meio de informações publicadas pela OIV (Organisation Internationale de la Vigne et du Vin) e, também de forma mais subjetiva, por meio de amigos e clientes, posso falar de maneira assertiva que ainda vamos continuar a experimentar e ouvir falar cada vez mais do mundo de Baco por aqui. A gastronomia paraense continua em voga e apresenta um sopro de frescor num segmento ávido por novidades e tendências. O consumo de vinho na região também acompanha
Produtor Rolland Collection - África do Sul Região Simonsberg-Stellenbosch Uva(s) Pinotage Álcool 15% Preço R$ 78 Criado em 1812, Remhoogte é Importador uma propriedade de 60 hectaGrand Cru res, a sudeste de Simonsberg, perto de Stellenbosch – uma das melhores regiões de vitivinicultura na África do Sul. Dany e Michel Rolland, que tinham se apaixonado pela África do Sul, assinaram em 2001, um acordo de parceria com a propriedade de Remhoogte. Fazem um vinho com grande potencial em terroir altamente qualificado. NOTAS DE DEGUSTAÇÃO Este vinho apresenta uma variedade de frutas, no nariz com correntes dominante, apoiados por taninos picantes e tabaco fresco. O resultado é uma sensação de gosto que você não esquecerá.
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especial
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Anderson Araújo
Dudu Maroja
Ver-o-Peso
cozinha paraense da
O maior e mais tradicional evento da Gastronomia regional celebra o legado do chef Paulo Martins e mostra a diversidade da culinária local
O
gosto, o aroma, a textura e a variedade estão nas ruas, nas feiras, nos mercados, na panela fumegante em cima do fogão, na memória afetiva de cada um que nasceu por essas bandas. A pupunha, o beiju, tapioca, o tucupi, o tucumã, o camapu, a castanha, os peixes como o tamuatá, o mapará, o pirarucu e o filhote, o sinestésico jambu, o perfumado cupuaçu e o já badalado açaí são velhos conhecidos do inesgotável caldeirão gastronômico paraense que o mundo começou a conhecer, de fato, há pouco tempo, há uns 14 anos, quando o saudoso chef Paulo Martins mostrou com seus melhores genes e talento o que o Pará tinha de mais saboroso para outros grandes profissionais da alta cozinha. Paulo pôs sistematicamente à mesa, para os grandes nomes da gastronomia nacional e internacional, sabores que antes tinham um tratamento menos nobre, de menor importância, no que se considerava Gastronomia com G maiúsculo. Afinal, quem imaginaria que sair de casa para degustar sabores tão familiares fosse um sinal de sofisticação? Quase ninguém. Dando vazão à tradição familiar e à própria militância na cozinha desde o início dos anos 1970, o dono do “Lá em Casa” decidiu traduzir uma parte do país, tão desconhecida em muitos aspectos quanto
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na época de Cabral, em receitas de derramar um rio Guamá inteiro das papilas gustativas. A técnica apurada, o bom gosto e a consciência de estar em um dos celeiros mais saborosos e de maior variedade do mundo, colocaram Paulo Martins na vanguarda e na posição natural de embaixador da cozinha paraense. Dos primeiros passos, inspirados na mãe Ana Maria, à escolha sincera pela arte de cozinhar, passando pela ousadia de criar o “Lá em Casa” até o sonho de juntar as delícias do Pará em uma identidade regional nossa, foi um pulo. Com o apreço (e presença) dos grandes chefs como Alex Atala, Flávia Quaresma, Bel Coelho e Andrea Tinoco e a atração e interesse da imprensa especializada, o primeiro festival gastronômico “Ver-O-Peso da Cozinha Paraense” foi um sucesso incontestável. As sementes do evento germinam até hoje, mundo afora nas mãos de outros mestres que usam condimentos, ardumes, doçuras, asperezas, maciez e todo artifício delicioso que o Pará maturou em sua história antes e depois dos portugueses em forma de pratos feitos com elementos da cultura de todos os povos que já passaram por essas terras amazônicas, sem ignorar os sabores próprios dos fundos de quintal, das florestas, dos rios, da invenção de quem vive essa realidade. »»»
O lançamento oficial do “Ver-O-Peso da Cozinha Paraense - Ano 10” aconteceu no restaurante “Lá em Casa” da Estação das Docas
Hoje, já sem a presença física de Paulo Martins, falecido em 2010, a 10ª edição do Festival se renova, agrega novos talentos, expande sua atuação a outros excelentes restaurantes de Belém, revive o sonho e tenta popularizar a ideia pregada pelo seu idealizador de que o mundo deve conhecer o sabor do Pará e o Pará reconhecer sua gastronomia singular como uma expressão legítima da sua cultura. A 10ª edição Joanna Martins, filha de Paulo, está à frente da nova edição do Festival do Ver-O-Peso da Cozinha Paraense. E conta com o reforço da Door Comunicação, que assina também a organização do evento. Há dois anos na função de comandar o evento, Joanna conta que no ano passado, quando assumiu de vez a coordenação fez um evento menor, intimista, ainda por receio de ousar e para entender melhor o mecanismo que o pai dominava com facilidade antes de adoecer e se afastar das tarefas. Já neste ano, a coordenadora assegura que a programação será extensa e com muitas novidades. Joanna assinala que serão três meses de programação,
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contando com o lançamento oficial, realizado no último dia 13 de fevereiro, no Restaurante “Lá em Casa” da Estação das Docas. A saborosa maratona deste ano inclui ainda exposição fotográfica, o Concurso “Paulo Martins”, um mês inteiro de circuito gastronômico pelos restaurantes mais charmosos de Belém e o Festival propriamente dito, que traz à cidade os grandes mestres da cozinha nacional e internacional. Joanna Martins explica que a décima edição do festival quer estimular mais sentidos, além do paladar e, sobretudo, entregar o evento à cidade, para que ele seja apropriado por quem mora em Belém. A exposição fotográfica “Comida Nossa”, sob a curadoria do presidente da Associação Brasileira dos Jornalistas de Turismo (Abrajet), o fotógrafo João Ramid, é um passo nessa direção. Cinco grandes fotógrafos vão mostrar o universo da Gastronomia do Pará em detalhes de ingredientes, ambiente, preparo e quem se dedica a essa arte. As imagens ficam expostas no Shopping Boulevard, de 8 de março a 15 de abril. Já o Concurso Gastronômico “Chef Paulo Martins”, detalha Joanna, vai premiar talentos amadores e profissionais, sendo
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que as receitas inscritas serão avaliadas por uma comissão técnica formada por profissionais de gastronomia e jornalistas da imprensa especializada. Uma das fases mais interessantes da extensa programação deste ano será o Circuito Gastronômico, o qual deve atrair um público de 20 mil pessoas para os restaurantes que participam do evento. Durante o mês precedente ao Festival, de 8 de março a 8 de abril, os chefs locais mostram sua criatividade preparando pratos especialmente criados para o Ver-O-Peso da Cozinha Paraense. Até agora estão incluídos no circuito o Lá em Casa, a Cantina Italiana, o La Madre, o Restaurante Benjamin, o Famiglia Sicilia, o Tutto Risttorantte, o Sushi Ruy Barbosa, o Famiglia Trattoria e o Remanso do Peixe. Os grandes chefs O momento mais esperado do Festival Ver-O-Peso da Cozinha Paraense, de fato, ocorre entre os dias 11 e 15 de abril, quando as feras da alta gastronomia se encontram e trocam experiências, técnicas e usam os ingredientes tão conheci-
dos das mesas paraenses para elaborar receitas de sofisticação ímpar que vão compor, em muitos casos, o cardápio dos restaurantes mais importantes do mundo. Estão confirmados no Festival os chefs Alex Atala (D.O.M./ SP), Helena Rizzo (MANI/SP), Mara Salles (Tordesilhas/SP), Almir da Fonseca (CIA/USA) e André Saburó (Quina do Futuro/ PE), Monica Rangel (Gosto com Gosto/RJ), Carlos Bertolazzi (Zenna Café/SP) e Beth Beltrão (Viradas do Largo, MG). Já os grandes chefs da cozinha paraense no evento são Daniela Martins (Lá em Casa), Thiago Castanho (Remanso do Peixe) e Fabio Sicilia (Famiglia Sicilia). Nesse período, os craques da gastronomia nacional e local devem fazer a tradicional visita ao Mercado do Ver-o-Peso e a população da cidade deve participar também seja nos jantares beneficentes ou nas aulas populares de cozinha com o luxuoso auxílio dos grandes mestres da culinária convidados para o festival. Será o “Jantar das Boeiras” que vai encerrar a programação do evento, misturando alta gastronomia com o conhecimento prático de longos anos das mulheres que cozinham e ganham a vida vendendo refeições no Ver-o-Peso.»»»
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restaurantes do circuito gastronômico
A Forneria Avenida Benjamim Cantina Italiana Famiglia Familia Sicília Lá em Casa La Madre Remanso do Peixe Sushi Ruy Barbosa Tutto
Convidados, autoridades e patrocinadores estiveram no lançamento oficial do Ver-O-Peso da Cozinha Paraense 2012. O festival tem organizaçao do restaurante Lá em Casa e da Door Comunicação Ilimitada.
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Daniela, Fabio e Thiago O Festival Ver-O-Peso da Cozinha Paraense é feito por gente como Daniela Martins, 35 anos, que por anos ignorou um talento que estava no sangue, no ambiente onde cresceu, nos atos do pai, nada menos do que Paulo Martins, o próprio. Apesar de estar envolvida no evento desde a segunda edição, acompanhando tudo de perto, a hoje chef só foi comandar a equipe de cozinheiros do Lá em Casa, em 2008, quando o embaixador da gastronomia do Pará quedou doente e não pôde mais tocar os negócios. Daniela zanza entre os convidados na abertura do Festival. Olhos atentos, arregalados, mais agitados do que os do pai Paulo, quase sempre serenos. De uniforme branco, exibindo o nome e a função “chef”, ela para para falar com os repórteres e conta sua saga de não saber nem fazer um simples picadinho com purê até se tornar a sucessora do maior divulgador da gastronomia paraense da história. “Quando éramos crianças, ninguém almoçava em casa. Comíamos no restaurante sempre, então eu nunca cozinhei para valer, a não ser doces que faço bem desde os oito anos.
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Na primeira vez que fui para a cozinha, foi para fazer um jantar simples para o meu marido. Experimentei fazer um picadinho com batatas. Ficou horrível. Reclamei com papai e ele disse que me ensinaria. Foram três meses ligando sempre para ele me dar as coordenadas e acabei pegando gosto. Às vezes, você nem sabe que sabe de certas coisas. Aprendi coisas de cozinha sem nem saber que estava aprendendo. Acabei pegando muito coisa por osmose”, conta Daniela. Desde então foi um longo processo de ensinamentos, assistindo às aulas com o pai, ajudando em cursos e acompanhando Paulo nas viagens pelo Brasil e mundo afora para ensinar sobre os sabores do Pará e aprender novas técnicas gastronômicas. Sem perceber, Daniela saltou de aprendiz a profissional na alquimia dos sabores, tendo como mestre o embaixador e idealizador do Ver-O-Peso da Cozinha Paraense, o qual ela figura nesta edição orgulhosamente como chef e já pensa em um prato com peixe, excluindo a pescada e o filhote como escolhas. “Ainda estou pensando no que eu posso fazer”, conta. Daniela é da mesma geração de outro talentoso chef para-
APRESENTAÇÃO Leal Moreira PDG
REVISTA OFICIAL Prazeres da Mesa
REALIZAÇÃO: Restaurante Lá em Casa Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança
RECEPTIVO OFICIAL Alucar OPERADORA DE TURISMO OFICIAL Turismo Consciente
ORGANIZAÇÃO Door Comunicação
APOIO INSTITUCIONAL Governo do Estado do Pará Paratur Prefeitura de Belém
PARCERIA Assembleia Paraense Imagem Comunicação Síbaris Produções Gastronômicas Delta Gráfica e Editora
MEDIA PARTNER Jornal O Liberal TV Liberal
APOIO Boulevard Shopping Tramontina
ense que reforça o time dos jovens entusiastas da gastronomia do Estado: Fábio Sicilia. Foi ele o primeiro a reconhecer o genuíno feeling para a chefia de cozinha da filha de Paulo Martins. Hoje é um dos mais respeitados chefs brasileiros e um árduo defensor da qualificação do mercado profissional gastronômico do Pará. Fábio esteve também no lançamento do Festival e falou que o Pará precisa se profissionalizar, criar uma faculdade de Gastronomia, a exemplo do que já ocorre em outras praças do Brasil, como em Brasília, onde há uma instituição recente, mas de excelente qualidade. Ele conta que para se qualificar teve que sair do País e hoje é mais simples conquistar essa qualificação em terras brasileiras, mas o ideal seria ter a profissionalização no território paraense. O chef defende a catalogação da culinária paraense, como forma de manter perpetuadas as tradições do Estado dentro do rigor formal da ciência. “Já imaginou o quanto temos que pesquisar, descrever e experimentar em termos de gastronomia aqui no Pará? Quantos fungos comestíveis podemos descobrir ainda? Como saber qual a receita de maniçoba é a
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mais correta? E, principalmente, o quanto o Estado ganharia em capital social, econômico e turístico com a qualificação desse setor?”, questiona. Para ele, o Pará tem ingredientes exclusivos para serem usados em todos os pratos de qualquer gastronomia do mundo. Para ilustrar, Sicilia conta que descobriu na Itália, onde se qualificou, um ingrediente fantástico chamado phisalys. “Cheguei em São Paulo e comprei um quilo a 50 reais e saí feliz e satisfeito achando que havia economizado dez vezes do que pagaria na Europa. Cheguei na minha cozinha e mostrei o tal phisalys para o meu pessoal. Eles olharam e disseram “ah, é camapu”. Descobri que o phisalys estava aqui embaixo do meu nariz. Fui ao Ver-o-Peso e encontrei o quilo do camapu sendo vendido a um real”. Outro jovem talento paraense que estará no Festival também tem seu trabalho inspirado em Paulo Martins. Thiago Castanho, 24 anos, o homem dos peixes, aprendeu tudo sobre os frutos mais saborosos dos nossos rios com o pai, seu Francisco Santos, mas viu no embaixador um espelho para moldar a forma de pensar sua arte culinária e associá-la ao »»»
foto Claudio Gatti
CRONOGRAMA* 13 de Fevereiro Lançamento Oficial do Evento e Convite aos fotógrafos que desejarem participar da Exposição Fotográfica 08 de Março a 08 de Abril Circuito gastronômico com a participação dos principais restaurantes de Belém 08 de Março a 15 de Abril Exposição Fotográfica que há de mais legítimo da cultura. “As pessoas querem o ‘terruá’ (terroir), querem experimentar o que há de melhor no local, na região. Paulo Martins entendeu isso há muitos anos e influenciou muita gente, como eu, a trabalhar nesse modo, sem vergonha de suas referências, entendendo que são sim sofisticados os nossos peixes, o nosso tempero”, repete a lição Thiago Castanho, já pensando no que vai apresentar no Festival, em abril. “Estou pensando em brincar com elementos do Mercado do Ver-o-Peso, fazer uma homenagem ao Paulo. Ainda não sei bem como vai ser, mas estou entusiasmado”.
11 a 15 de Abril Festival “Ver-o-Peso da Cozinha Paraense” 15 de Maio Lançamento do Livro “Ver-o-Peso Ano 10” *Programação sujeita a alterações
AGENDA DO FESTIVAL QUARTA Noite - Jantar de abertura (com novos chefs paraenses)
Leal Moreira e PDG É de gente inteligente, interessada em cultura e na boa comida que a 10ª Edição do Festival Ver-O-Peso da Cozinha Paraense está sendo construída. O diretor de marketing da Leal Moreira, André Leal Moreira, diz que a empresa está apoiando o evento pela credibilidade do nome de Paulo Martins e de toda a família Martins, lembrando as figuras da viúva Tânia e das filhas Daniela e Joanna, e por ser uma iniciativa que “sustenta a boa causa da cultura paraense, como coisa nossa, a ser reconhecida fora e por nós mesmos”. André Moreira, Diretor de Marketing da Leal Moreira, explica que a decisão do apoio ao Festival acompanha uma diretriz do Grupo de ajudar eventos do porte e simbologia do “Ver-O-Peso da Cozinha Paraense”. “Somos uma empresa genuinamente paraense. Estamos há 25 anos no mercado. Esse tipo de iniciativa combina muito com a história que construímos de valorizar, o que é nosso, de não deixar que se apropriem dessas riquezas que temos aqui. O Festival tem muito disso, por isso que demos apoio de pronto e vamos ajudá-lo a ser um sucesso”, argumentou. O gerente de marketing da incorporadora PDG, Luiz Sérgio de Araújo, também ressaltou a importância do apoio ao Festival. “É, de fato, uma iniciativa com a cara do Pará. É uma celebração. O paraense adora celebrar e tudo quase sempre é feito em volta de uma mesa farta, com comidas deliciosas. O Festival tem também a grata coincidência de atrair gente que também é o nosso público, gente que está interessada em viver bem, em comer bem, em qualidade de vida, como os clientes da PDG e da Leal Moreira”, observou Luiz.
QUINTA Manhã - Visita ao VER-O-PESO Tarde - Visita a Mosqueiro Noite - Jantar Beneficente SEXTA Manhã – Aulas Sociais Tarde – Aulas Sociais Noite – Jantar Beneficente SÁBADO Manhã – Aulas de gastronomia Tarde – Aulas de gastronomia Noite - Mesa-redonda DOMINGO Manhã – Gincana dos garçons e final do Concurso Gastronômico Chef Paulo Martins (categoria profissional) Tarde – Aulas de Gastronomia Noite – Jantar das Boieiras e final do Concurso Gastronômico Chef Paulo Martins (categoria amador) 112
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institucional
Uma
maravilha
de
cenário
U
al
Institucion
ma tela de beleza natural. Assim pode ser definida a visão que os clientes Leal Moreira terão de seus apartamentos no “Torres Cenário”, novo empreendimento da Leal Moreira, com vista para a Baía de Guajará. Como um portal entre a agitada vida urbana, e uma realidade verdadeira amazônica, o mais novo lançamento da Leal Moreira alia conforto e excelente localização a uma bela vista. Fixado em um dos pontos de maior valorização na capital paraense, na Djalma Dutra, próximo à Municipalidade, o empreendimento de 6 mil m² concretiza um antigo sonho dos clientes Leal Moreira: uma vista panorâmica para a baía de Guajará, com toda qualidade e conforto que só a Leal Moreira tem. São apartamentos de 125m² que reproduzem o estilo de vida que as pessoas tanto buscam atualmente, conforto, lazer, segurança e próxima a áreas de serviços. Com três suítes e uma sala que se estende até uma varanda gourmet, o projeto oferece a combinação de elementos que agrada desde jovens casais até uma família constituída por crianças e adolescentes – estes terão motivos de sobra para aproveitar a completa área de lazer do empreendimento, entregue com os todos os itens descritos no projeto. Haverá salão de festa com janelas que darão vista para a paisagem da baia de Guajará; sala de jogos, academia fitness, piscinas, sendo uma infantil com borda de areia que remete à uma pequena praia; brinquedoteca, playground, salão de festas infantil, churrasqueira A região escolhida para o empreendimento também reserva o criterioso estudo da Leal Moreira das áreas que mais crescem e que mais oferecem serviços como bancos, supermercados e lazer. Para o diretor de engenharia da Leal Moreira, Paulo Machado, neste empreendimento, o endereço atende as expectativas de mercado, que tem privilegiado áreas que ofereçam variedade de serviços. “Apostamos na região que tem uma infraestrutura muito boa, proximidade com bancos, Praça Brasil e serviços. Apostamos muito no local, por facilidades e por uma excelente área condominial”, afirmou. Família Seguindo o padrão de conforto e qualidade, a Leal Moreira também comemora o sucesso de lançamento do Torre Solazzo. Com área privativa de 112m², a construtora leva à Tv. Humaitá este projeto de linhas contemporâneas. Situado em uma via de acesso que atende tanto para a Almirante Barroso, como para o centro da cidade, o empreendimento conquistou a preferência dos clientes e largou com 42% de unidade vendidas, no primeiro mês de seu lançamento.
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al
Institucion
Torre
Vert C
ombinando traços modernos em um projeto de vanguarda, a Leal Moreira em parceria com a PDG entrega seu mais novo empreendimento: o Torre Vert. A construtora aposta novamente na tradição que faz do Bairro de Nazaré um dos lugares mais procurados da cidade e, desta vez, entrega um projeto que guarda certa peculiaridade. Logo na entrada, o casarão centenário (propriedade preservada pelo patrimônio histórico) resgata a memória de um tempo áureo, dando um toque especial ao empreendimento. Outros dois projetos da Leal Moreira também agregam este inovador conceito de conservar o patrimônio histórico em harmonia com torres modernas, a exemplo do que pode ser visto no Torre de Toledo e Torre Saverne. Os novos proprietários recebem uma área completa, com toda a garantia e qualidade da construtora. Na entrega das chaves do imóvel, cada cliente ganhará uma adega climatizada para aproveitar o conforto do novo lar. Localizado em uma das áreas mais nobres de Belém, o Torre Vert conquista pelo acesso facilitado a inúmeros pontos de cultura, entretenimento e gastronomia. Com conforto e mais espaço para receber os amigos, os apartamentos têm 156 m² privativos com três suítes, incluindo opção a com Living Ampliado. A área comum possui sala de ginástica, piscina, bar tropical, sala de jogos e quadrapoliesportiva. Para Mauro Cleber Santos, presidente da Associação de Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil – seção Pará (ADVB-Pa), proprietário de uma unidade do Torre Vert, essa aquisição é a realização de um sonho. “Possuir a marca Leal Moreira era uma sonho de consumo antigo”, conta. Com dois filhos, o empresário destaque as principais vantagens do condomínio. “Fiquei surpreso pela qualidade dos equipamentos e excelente área de lazer, além da localização única. O investimento valeu a pena“, finaliza.
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GASTRONOMIA A Leal Moreira é uma empresa genuinamente paraense e apoia ações que divulgam a força dos sabores e temperos regionais. A Agenda Leal Moreira 2012 veio recheada de histórias e receitas típicas: seis chefs - novos talentos da Gastronomia local - toparam o desafio de produzir releituras de clássicos e pratos inéditos com ingredientes nossos. O lançamento aconteceu no restaurante Benjamin, durante um jantar para convidados seletos. O Grupo Leal Moreira também é patrocinador oficial do “Ver-o-Peso da Cozinha Paraense - Ano 10”, maior evento de Gastronomia do Norte, apostando novamente na culinária amazônica. Já a Leal Moreira Imobiliária (LMI) está entre as parceiras do Visita Gourmet, que acontece em março, sempre no Remanso do Bosque. Desta vez, o evento mensal acontece com o Chef Rodrigo Oliveira, do prestigiado Mocotó/SP.
Visita Gourmet Acreditando no potencial da Gastronomia Paraense e no intercâmbio necessário para sua divulgação, a Leal Moreira Imobiliária fecha parceria com o Remanso do Bosque para a realização, em março, do ‘Visita Gourmet’. O projeto criado pelo Chef Thiago Castanho trás a Belém um grande Chef brasileiro a cada mês para mesclar culturas e técnicas culinárias com os profissionais daqui. No mês de março, o Chef Rodrigo Oliveira, do badalado Restaurante Mocotó, aporta em terras paraenses. Rodrigo recebeu, em 2012, o troféu de Chef Talento no 6º Prêmio Destaque FoodService, referência no universo gastronômico.
A Leal Moreira Imobiliária começou o ano com nova Campanha de Valorização dos Corretores. No projeto está confirmada a premiação dos destaques da equipe que alcançarem metas de vendas. Já em fevereiro a corretora deu início ao programa com o evento de premiação dos cinco melhores corretores de 2011, que contou com a participação dos diretores da Leal Moreira Imobiliária Fernando Nicolau da Costa e Zé Ângelo Miranda. A ação premiou Ivan Portal, Maria Cecília Monteiro, Clarisse Bacelar, Eliane Fernandes e Socorro Maia com cheque prêmios em dinheiro. Em dezembro, o melhor corretor de 2012 vai ganhar um carro 0km.
ON-LINE Àqueles que desejam conhecer os produtos da construtora ou tem interesse em adquirir um imóvel com praticidade, está no ar o Corretor On-line. A ferramenta está hospedada no site da Leal Moreira Imobiliária e funciona em horário comercial para atender ao público, sem que precisem sair de casa ou do trabalho. Para os que já são clientes, a construtora oferece o Clientividade On Line com chat interativo para esclarecimentos ou informações, em tempo real. O serviço, hospedado no site Leal Moreira, disponibiliza extratos de compra, documentação relacionada aos imóveis, acompanhamento de obras e a lista atualizada dos produtos promocionais do Cartão Fidelidade Leal Moreira.
CORRETOR ON-LINE
TORRE BREEZE Um sopro de sofisticação pode ser sentido nos jantares que acontecem, periodicamente, no apartamento decorado do Torre Breeze. O ambiente requintado, assinado pela arquiteta Patrícia Anastassiadis, dá aos convidados a ideia sublime do conceito de viver traduzido nos 352m² deste apartamento. Com duas varandas, sendo uma gourmet e outra, uma sacada com vista para a Baía de Guajará, é fácil entender por que este projeto tem encantado os clientes durante os mini eventos. Os jantares são assinados pelos Chefs mais badalados da cidade, e ao som de suaves notas de sax.
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VALORIZAÇÃO
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Está no ar o Corretor On-line, nova aposta da Leal Moreira Imobiliária nas facilidades e praticidade oferecidas na internet. A ferramenta está hospedada no site da corretora e funciona em horário comercial para atender todos os interessados em empreendimentos da Leal Moreira. No formato de chat on-line, o espaço tem legitimidade para fornecer desde informações necessárias até a finalização de compra do imóvel. O canal criado para atender os clientes, onde quer que eles estejam, já concretizou a venda de imóveis no Torre Breeze, Torre Parnaso, Torre Solazzo e Torre Farnese.
lançamento
fundação
estrutura
alvenaria
revestimento acabamento onal
Instituci
Torre Cenário 3 suítes • 125m² • Baía do Guajará • Trav. Djalma Dutra, 361 (próximo à Municipalidade) Torre Solazzo 3 suítes • 112m² • Humaitá • Trav. Humaitá (entre Visconde de Inhaúma e Marquês de Herval) Torres Acácia 3 quartos (1 suíte) • 82, 104 m² • Ananindeua • Rua Thenry-BR 316 (atrás da UNAMA) Torre Breeze 4 suítes • 352m² • Umarizal • Trav. Dom Romualdo Coelho, 1132 (entre Bernal do Couto e Diogo Moia) Torre Parnaso 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 58,40m² e 79,20m² • Cremação • Av. Generalíssimo Deodoro, 2037 (com a Rua dos Pariquis) Torres Dumont 2 e 3 dorm. (1 e 2 suítes) • 64m² a 86m² • Pedreira • Av. Doutor Freitas, 1228 (entre Av. Pedro Miranda e Marquês de Herval). Torre Domani 3 e 4 suítes • 187,15m² • Nazaré • Av. Governador José Malcher, nº 1655 (entre 14 de março e Alcindo Cacela) Torres Liberto 3 suítes • 122 m² e 260 m² • Batista Campos • Rua dos Tamoios, (esquina com Tv. Honório José dos Santos). Torre Vitta Office Salas comerciais (31,73 a 42m²) • 5 lojas (61 a 299,62 m²) • 31,73 a 42m² (sala comercial) • de 61 a 299,62m² (lojas) • Marco • Av. 25 de setembro, 2115 Torre Vitta Home 2 dorm. 1 suíte (58,02m²) • 3 dorm. 1 suíte (78,74 m²) • 58 m² e 78 m² • Marco • Travessa Humaitá, 2115 (entre 25 de Setembro e Almirante Barroso) Torre Triunfo 3 e 4 suítes (170,34 m²) • cobertura (335,18m²) • 170m² a 335,18m² • Marco • Trav. Barão do Triunfo, 3183 (entre 25 de Setembro e Almirante Barroso) Torres Floratta 3 e 4 dormitórios • 112,53m² a 141,53m² • Marco • Av. 25 de Setembro, 1696 (entre Travessas Angustura e Barão do Triunfo) Torres Trivento 2 e 3 dorm • 65,37m² a 79,74m² • Sacramenta • Av. Senador Lemos, 3253 Torre Résidence 2 ou 3 suítes (174m²) • Cobertura (361m²) • Cremação • TV. 3 de maio, 1514 (entre Magalhães Barata e Gentil) Torres Ekoara 3 suítes (138m²) • Cobertura (267 ou 273m²) • Utinga • Tv. Enéas Pinheiro, 1700 (entre Av. Alm. Barroso e Av. João Paulo II) Torre Umari 2 ou 3 dorm. sendo 1 suíte (107m²) • Umarizal • Rua Dom Romualdo de Seixas, 1500 (entre Antonio Barreto e Domingos Marreiros) Torre Vert 3 suítes (156m²) • Cobertura 312m² • Nazaré • Av. Gentil Bittencourt, 1014 (entre Quintino Bocaiúva e Generalíssimo Deodoro) Sonata Residence Uniplex (71m² a 72m²) e Duplex (118m² a 129m²) • Umarizal •João Balbi, 1291 (entre 9 de Janeiro e Alcindo Cacela) Torre de Farnese 4 suítes (200 m²) • Umarizal • Av. Senador Lemos, 500 (entre Dom Romualdo de Seixas e Dom Romualdo Coelho)
Veja fotos do andamento das obras no site: lealmoreiraimobiliaria.com.br 117
em andamento
concluído
Check List das obras Leal Moreira
projeto
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Institucion
Fotos do apartamento decorado do Jardim Aquarela, no Júlia Seffer
A
vida em
cores
ELO Incorporadora aposta em novos empreendimentos nas áreas de expansão da cidade, sem abrir mão das facilidades e da qualidade de vida.
I
magine o cenário: uma região em plena expansão, perto de Bancos, escolas, centros de compras. Ao alcance das mãos, facilidades e comodidade. A área é urbana, cercada de uma generosa e extensa área verde. Esses são alguns dos atrativos do mais recente empreendimento da ELO e PDG: o Jardim Aquarela, que leva o selo de qualidade e conforto do Grupo Leal Moreira para o segmento econômico. Localizado em Águas Lindas, o Jardim Aquarela encanta seus visitantes. “Os clientes ficaram satisfeitos com a localização, implantação e tudo o que o condomínio oferece. Sem contar com a facilidade de pagamento oferecida pela ELO Incorporadora. No estande de vendas também temos um apartamento totalmente decorado, para que os clientes possam conhecer melhor o projeto e realmente se sentir
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em seu futuro lar”, disse Fábio Paiva, Gerente Comercial da ELO Vendas. “Este empreendimento conquistou, especialmente, os moradores que já residem na região”, explica Paloma Massoud, gerente de marketing da incorporadora. “O sucesso do Jardim Aquarela trouxe uma certeza: Belém está em expansão e na hora de escolher onde morar, nossos clientes optam por unidades localizadas fora do centro, igualmente ao alcance de facilidades, sem abrir mão da qualidade de vida”, afirma. Lançado em dezembro de 2011, o volume de vendas surpreendeu. Tanto sucesso foi determinante na escolha do mesmo local para receber um novo empreendimento. “Assim como o Jardim Aquarela, logo teremos outro grande sucesso de vendas na região”, conclui Massoud. Com três linhas de produtos, a ELO e PDG le-
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varam para o Júlia Seffer a categoria “Jardins de viver”. Fazem parte dele o “Jardim Bella Vida” e “Jardim Independência”, que oferecem opções diversificadas de área privativa (no apartamento), como suíte e pátio. “Eles se destacam pela qualidade do acabamento e pela variedade nas opções de lazer, como campo de futebol, piscinas adulto e infantil, playground com pista de skate, salão de festas e goumert, clube da bola e praças”, explica Paiva. No Jardim Aquarela, o cliente terá a chance de optar entre as plantas que oferecem apartamentos com 1, 2 ou 3 quartos, com área privativa e sacada. Localizado na Rua da Cohaspa, o empreendimento tem a BR 316, principal via de acesso e, futuramente, deverá contar com a extensão da Av. João Paulo II como opção para a entrada e saída do condomínio.
É carnaval!
nal
o Instituci
Durante a Folia de Momo, a ELO Incorporadora, em parceria com a PDG, realizou uma ação que animou os clientes nos estandes de vendas. Em fevereiro, confetes e serpentinas deram o tom da brincadeira e encantaram os visitantes dos empreendimentos. Além de bandas de fanfarra e palhaços para a criançada, a cantora Mariza Black soltou a voz para os adultos. Em cada estande, houve sorteio de uma TV LCD 32’’.
Parceria BIG BEN
Colaboradores do Grupo Big Ben têm descontos exclusivos na aquisição de produtos da ELO Incorporadora. A novidade foi anunciada aos funcionários da rede de farmácias durante um treinamento. Os 1.200 participantes puderam conhecer de perto os empreendimentos da ELO Incorporadora e as condições especiais de financiamento da Caixa Econômica. Ao final do encontro, o Gerente da ELO Vendas, Rodrigo Barbosa, divulgou as condições exclusivas para a BIG-BEN e a vendedora Rafaela Pinheiro dos Santos foi contemplada com uma câmera digital.
Comodidade A fim de proporcionar aos clientes mais conforto na hora de realizar o sonho da casa própria, a ELO, uma empresa Leal Moreira, investe em dois canais de atendimento. O atendimento gratuito pelo 0800-7212929 disponibiliza um corretor sempre pronto para dar as informações e esclarecimentos sobre os produtos da incorporadora. Já o canal de atendimento “Corretor On-line” permite que o cliente converse com o corretor via chat com total praticidade e, assim, obtenha as informações necessárias para a compra do imóvel. Ligue e visite o site: www.eloincorporadora.com.br
Check List das obras ELO e PDG projeto
lançamento
fundação
estrutura
alvenaria
revestimento acabamento
Jardim Aquarela 1,2 e 3 quartos • 33,8m² / 42,98m2 e 68,15m² • Rua Cohaspa, S/N - Ananindeua (próximo BR 316 - Julia Seffer)
Città Miriti 1 e 2 dormitórios • 34m² e 43m² • Marituba • BR 316, KM 11
Ville Solare 2, 3 e 4 dorm. (1 suíte) e cobertura duplex com 3 e 4 quartos • 53,22m², 62,42m², 106,63m², 106,83m² e 115,95m² • Parque Verde • Rod Augusto Montenegro S/N
Città Maris 2 e 3 dorm. • 34,12m², 43, 35m², 44,37m² e 55,35m² • Marituba • BR 316, KM 11
Ville Ametista 2, 3 e 4 dorm. (1 suíte) e cobertura duplex com 3 e 4 quartos • 53,22m², 62,42m², 106,83m² e 115,95m² • Guanabara • Tv. São Paulo nº 4, BR 316, KM 3 (na entrada ao lado do Hospital Metropolitano)
Ville Laguna 2, 3 e 4 dorm. (1 suíte) e cobertura duplex com 3 e 4 quartos • 53,22m², 62,42m², 106,63m², 106,83m² e 115,95m² • Parque Verde • Rodovia Augusto Montenegro S/N
Jardim Independência 2 e 3 dorm. • 42m² a 58m² • Ananindeua • Rodovia do 40 Horas, nº 48, próximo à Arterial 18
Jardim Bela Vida 2 quartos • 42m² a 58m² • Tapanã • Estrada do Tapanã S/N (a 500m da Augusto Montenegro)
Veja fotos do andamento das obras no site: eloincorporadora.com.br 120
em andamento
concluído informações atualizadas em 10/02/2012
Saudade em
tempos de
Saulo Sisnando Escritor
ilustração Leandro Bender
*Para meus amigos que sentem saudade
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Antes eu me perguntava o porquê de sentir tanta saudade. Saudade de tomar banho de mangueira no quintal, pois agora moro em apartamento. Saudade do cheiro do chá de camomila e do colo de minha avó. Saudade de quando meu avô saía de casa e trazia balas de café e de quando ele falava italiano comigo, mesmo sem eu entender nada. Mas um dia desses, descobri que eu nasci no dia da Saudade - 30 de janeiro. E numa dessas obras do acaso, meu pai me registrou com o nome de Saulo. O que faz com que mais da metade do meu nome seja dominado pela saudade. Sau(lo)dade. E hoje a saudade, que sempre foi três de minhas cinco letras, tomou conta de todo o meu alfabeto. E desde que tu te foste de mim, eu fiquei sem nada. Afinal saudade é coisa que ninguém tem. Saudade é não ter. Posto que não se relaciona com o amor que ainda tenho, mas com o sentimento que tu tinhas por mim... Mas não tens mais. Saudade era o lugar onde habitavam teus gestos, teu toque, teu carinho. Saudade é um ambiente dentro de mim onde a luz apagou e tudo se petrificou; um cavo escuro que não ouso tocar, mesmo estando tão perto. Saudade é voltar pra casa e encarar todos os objetos, e móveis, e quadros, e descobrir que tudo agora tem dois lados. O que os objetos realmente são... E o que eles eram quando tu existias no meu mundo. Saudade é sonhar que tu retornes ao nosso lar e dê sentido à margem direita da minha cama, e traga a vida de volta aos porta-retratos, e aos livros da estante, e aos peixes do aquário. Saudade é ver os comerciais de filmes na TV e lembrar que vimos estes filmes juntos. E saudade é nunca mais assistir certo filme do Woody Allen porque foi a última vez em que fomos ao cinema. Saudade é manter o teu telefone na minha agenda mesmo sabendo que teu número mudou... E ainda assim discar, sabendo que ninguém vai atender. Saudade é desconhecer teu novo número e fazer milhões de combinações absurdas começando com oito. E saudade... É sentir falta de ti, mesmo sabendo que teu número começa com oito só para ser mais barato falar com teu novo amor. Saudade é saber que tu nunca mais vais me mandar um
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SMS dizendo “boa semana”. Ou “boa prova”. Ou “não importa o que aconteça, eu estarei do teu lado.” Saudade é retornar a ligação para todos os números estranhos que me ligam num desesperado sonho de que possa ser tu. Saudade é esperar por um contato teu no dia do meu aniversário. E passar o dia todo agoniado... Pedindo a Deus para que me mandes um simples Tweet dizendo “feliz aniversário @saulosisnando.” E saudade é chorar às 2h00 da manhã do outro dia, quando descubro que tu me mandaste esse tweet. Saudade é escrever este texto e o meu playlist colocar aleatoriamente aquela música que tanto significava para nós... Saudade é me pegar fazendo coisas, que antes odiava, mas agora faço com prazer e te imaginar dando risada e dizendo: “não te disse que assim era melhor?” Saudade é te bloquear no facebook. E dias depois criar um fake só para ver a fotinho do teu profile. E lembrar como teus olhos pretos são lindos. Saudade é entrar no Orkut para ler os teus antigos depoimentos apaixonados, que ainda estão lá, e que eu tenho tanto medo que tu, um dia, apagues. Saudade é beijar outros lábios... Para esquecer os teus. E mentir para todos dizendo que já te esqueci. Saudade é ter uma caixinha cheia de lembranças que trouxe de Londres e não ter coragem de entregar. Saudade é sair de casa, torcendo para que alguma coincidência faça teu carro parar ao lado do meu... E eu possa te cumprimentar de longe e teus lábios inaudíveis desenhem um “eu te amo” no vento. Saudade é o choro que surge enquanto eu digito estas palavras e a desesperada esperança de que as letras sejam fortes a ponto de te trazerem de volta. Porque ainda te amo. E saudade é a vontade de que o leitor arranque a página desta revista e entregue para aquele amor de quem ainda sente saudade, pois no meu sonho de escritor, já que eu não posso trazer meu grande amor de volta, que estas palavras – agora tuas – te devolvam aquele que tu nunca esqueceste. Que o teu volte para ti. E o meu volte para mim. E que o buraco no meu peito se feche. E a saudade seja algo que habite apenas os meus textos passados. Que tu sejas meu futuro.