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RLM nº 40

Revista Leal Moreira. 10 anos. Inovação, história e arte.

ano 7 número 26

GENTE DESIGN ESTILO IDÉIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

ano 7 número 28 ano 4 número 16 março 2008

ano 4 número 13 junho 2007

Bassi Conheça a história de Marcos Bassi, o grande “artesão da carne” do Brasil

Distribuição gratuita

Distribuição gratuita

ano 5 número 17 junho 2008

Berlim Edyr Proença Fernando Pires Marcelo Rosenbaum Kamilla Salgado

Camila Pitanga Bom momento na televisão, estreia nos cinemas e planos para um ano inteiro de dedicação ao teatro capa_RLM26.indd 1

Amyr Klink

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Azulejaria Claudia Jaguaribe Edyr Augusto Istambul Música Ophir Cavalcante

Dispensando a imagem de herói solitário, o navegador diz, em entrevista exclusiva, que seu interesse é conhecer as pessoas.

Inclassi¿cável

Distribuição gratuita

Depois de emendar o atrapalhado Foguinho com o bem intencionado Evilásio, Lázaro Ramos esbanja versatilidade, diz que não aceita rótulos e se con¿rma como um dos destaques da tevê brasileira.

Bem-vindo à Catalunha Cenários medievais e góticos, natureza estonteante e efervescência cultural fazem dessa região espanhola um roteiro imperdível

ano 7 número 27

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21/6/2007 17:10:25

Veríssimo Um papo sobre literatura, futebol, política e internet com um dos grandes nomes da cultura brasileira contemporânea

Áustria Edyr Augusto Elieni Tenório Gourmet Ipad Tatuagem

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29/12/2010 11:20:24

GENTE COMPORTAMENTO DESIGN ESTILO IDÉIAS TECNOLOGIA CULTURA ARQUITETURA

ano 4 número 14 setembro 2007

ano 8 número 31

ano 8 número 30

revistalealmoreira.com.br

www.revistalealmoreira.com.br

Buena Vista Social Club Distribuição gratuita

A maior expressão musical cubana visita o Brasil e fala com exclusividade à Revista Leal Moreira

Alexandre Sequeira Saint Martin Tulipa Ruiz

Casa Cor Pará Maior mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas alia tecnologia e meio ambiente

Dri-K Chagas Fafá de Belém Saara

Luana Piovani “Não estou preocupada com a forma” Aos 31 anos de idade, atriz inaugura novo ciclo em sua vida pessoal e na carreira

ano 6 número 24

R$ 12,00

Bruno Mazzeo Aos 32 anos, ator e roteirista colhe os frutos de muito trabalho com reconhecimentos vindos do teatro, da Tv e do cinema.

GENTE DESIGN ESTILO IDÉIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA GENTE DESIGN ESTILO IDÉIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

Adegas África do Sul Eduardo Kobra Fotogra¿a Lorena Lobato

ano 5 número 19 dezembro 2008

ano 5 número 18 setembro 2008

capa_living24.indd 1

18/11/2010 10:53:42

ano 6 número 23

ano 6 número 25

R$ 12,00

Distribuição gratuita

Distribuição gratuita

R$ 12,00

Menina baiana

Com três discos e sucesso no Brasil inteiro, a baiana Pitty viaja pelo país num ritmo alucinante e planeja o futuro regado a jazz e literatura

GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

GENTE COMPORTAMENTO DESIGN ESTILO IDÉIAS TECNOLOGIA CULTURA ARQUITETURA

GENTE COMPORTAMENTO DESIGN ESTILO IDÉIAS CULTURA TECNOLOGIA ARQUITETURA

Erasmo Carlos Quase cinco décadas de música nas con¿ssões do Tremendão

Arte inclusiva Arthur Dapieve Céu Gourmet Jordânia Música Paraense Restauração Silvia Mecozzi

Ana Botafogo Primeira dama do balé brasileiro estuda uma nova carreira nos palcos, agora como atriz

Requinte

Nassar Radicado em Sampa, artista plástico Emmanuel Nassar faz das cores fortes do cotidiano sua fonte de inspiração

Carol Ribeiro Copa do Mundo Decoração Ganso Mendoza Moda Tecnologia

O chef francês Claude Troisgros foi a estrela do jantar oferecido pela Construtora Leal Moreira e pela Agra aos clientes do Torres Ekoara capa_living23.indd 1

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ano 10 número 40

Tons de Blues & Jazz Os ritmos e a atmosfera de New Orleans inspiram a Leal Moreira na Casa Cor Pará 2013.

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Leal Moreira


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desde 2011 e, desde então, amplia sua participação no evento. O diretor financeiro da construtora, João Carlos Moreira, ressalta a relevância dessa parceria. “A Leal Moreira, em essência, se identifica com questões como funcionalidade, segurança, beleza e, principalmente conforto. Era natural para nós que estivéssemos juntos com a Casa Cor Pará. Para nós é motivo de orgulho e satisfação estar na Casa Cor Pará.” E para complementar, Maurício Moreira, diretor de novos negócios da construtora, disse que “a Leal Moreira tem muito orgulho em ser patrocinadora da Casa Cor Pará. Pelo terceiro ano consecutivo renovamos um compromisso muito saudável de garantir um espaço bonito e democrático para os novos talentos da arquitetura e para os nomes já consolidados. Os propósitos da Leal Moreira e da Casa Cor têm muitas afinidades”. Ana Paula Guedes, uma das franqueadas e diretora executiva da Casa Cor Pará, explica a importância em ter empresas como a Leal Moreira patrocinando o evento. “A Leal Moreira é uma das construtoras mais sólidas no mercado e a união de duas marcas consolidadas e respeitadas engradece o evento, melhora a visibilidade e dá mais credibilidade para as pessoas visitarem. Quando você une marcas fortes, não tem como o evento não ser um sucesso.”

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André Moreira, o outro franqueado da Casa Cor Pará e diretor de marketing da Leal Moreira, fez questão de lembrar que a construtora sempre investiu em projetos com a proposta da Casa Cor. “Não é novidade que nós sempre apostamos em eventos que aliassem arquitetura, arte, design, música, cultura, com formatos que visavam prestigiar todos esses segmentos. Como em 2013 foi oferecida a oportunidade de gerir a Casa Cor Pará, aceitei porque acredito que isso tem a ver com o que nós, da Leal Moreira, sempre fizemos. A Casa Cor é um pólo de ideias.” As empresas parceiras da Leal Moreira nessa edição são as renomadas Wood Design, Spaço Casa, Metallo, Design da Luz, Salt Engenharia e Automação, Sol Informática, Ebbel, Marmobraz Home Center, Deca, Leinertex, Ateliê de Cortinas Odete Farias, Horizonte Mobile, Angela Belei Decorações, DR Modulados, Galeria Marmobraz, Saccaro, Habitat, Fátima Petrola Arquitetura de Eventos, Intercouro, Jardim Secreto, Márcia Lima Paisagismo, além da participação de Paulo Azevedo e Fernando Almeida. Casa Cor 2013 “Um olhar muda tudo”, esse é o tema da Casa Cor 2013, a maior e mais completa mostra de arquitetura, »»»


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01_Heluza Sato e Maurício Toscano 02_Michell Fadul 03_Larissa Chady 04_Laildo Mendes 05_Helder Coelho 06_Conceição Barbosa 07_Vanessa Martins 08_Tatiane Madeiro, Maria Antonia e Ana Paula Furtado 09_Patricia Matos e Ana Cecília Lima 10_Andrea, Ana Claudia e Sergio Andrade 11_Carlos Alves 12_Caíque Lobo 13_Fabio Seixas, Marcos Loureiro e Fernando Navarro 14_Aurélio Meira, Emanuel Franco e Vitor Blanco 15_Marcelo Gomes e Margô Saldanha 16_Wallace Almeida 17_Jr. e Perlla 18_Raissa Bonna Colares e Kamila Consuelo Baleixo 19_Arnaldo Ribeiro Jr. e Herlon Pereira Castro 20_Keyla Henriques e Leila Coringa 21_Karen Casseb e Beth Gaby 22_Harianne Braga e Zinda Lobato 23_Margareth Maroto 24_Linda Schweidzon e Marcia Lima 25_Henry Harada 26_Linda Schweidzon, Taina Schweidzon e Felipe 27_Alana Miranda, Natalia Jacob e Elisa Cardoso 28_Suyane Macedo 29_Chris Longhi e Socorro Ribeiro 30_Vanessa Maia 31_Débora Rodrigues 32_Isolda Contente, Albina Cruz, Aniela Karif e Manoel Correa Jr. 33_Ana Cristina Iudice, Paulo Morelli e Daniel Vinhas.

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A Revista Leal Moreira 40 traz conteúdo exclusivo nas matérias sinalizadas com QR code.

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índice

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LEAL MOREIRA NA CASA COR PARÁ 2013 Do Blues e do Jazz vieram as inspirações para a Leal Moreira na mostra deste ano.

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entrevista

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ANDRÉ LEAL MOREIRA Na 6ª entrevista da série sobre os 400 anos da capital paraense, o empresário fala da Belém de sua infância, de liberdade e do desejo que tem de mostrar ao filho uma cidade que não existe mais.

perfil Leo Gandelman - ele apresenta seu novo trabalho e mostra como o jazz surpreendentemente influenciou alguns dos melhores músicos do Brasil.

destino Nova Orleans é uma festa! Fomos à Louisiana, berço do Blues e do Jazz e berço da inspiração para a Leal Moreira na Casa Cor Pará 2013.

especial Eles trocaram carreiras sólidas por seus hobbies e não se arrependeram. Conheça histórias de quem decidiu se reinventar na profissão e na vida.

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FERREIRA GULLAR A vida não basta e cabe à arte garantir-lhe mais significado. Gullar é sempre polêmico e igualmente certeiro.

Belém| 400 anos

THIAGO CASTANHO “Filho de peixe...”. Thiago Castanho bem que tentou fugir ao rótulo, mas os aromas que exalavam da cozinha do pai e os mistérios da culinária paraense o encantaram.

gourmet

capa Louis Armstrong ilustração por Talitha Lobato

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dicas perfil Lia Sophia Anderson Araújo perfil Sammliz Celso Eluan especial amor aos livros comportamento tech especial esporte horas vagas confraria Felipe Cordeiro galeria enquanto isso Gabriel Vidolin vinhos decor perfil Felipe Cordeiro especial 10 anos RLM institucional Nara Oliveira

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editorial

Caro leitor, Enquanto trabalhávamos na produção deste edição especial da Revista Leal Moreira, um filme passou na minha cabeça: uma década se passou. Dez prazerosos anos - de muito esforço, é verdade, mas de belas imagens e tantas entrevistas inesquecíveis. Dez anos de união, de pessoas que passaram por nós, de equipe e de consolidação. A Revista Leal Moreira é um somatório de centenas de pessoas e o maior patrimônio desta publicação, é sem dúvida, é a confiança que você, leitor, nossos entrevistados e clientes depositam nela. Não há palavras para agradecer tamanho privilégio. Depois de 40 edições, é muito renovador perceber que a Revista Leal Moreira está mais jovem, mais bonita. Este exemplar que chega às suas mãos é triplamente especial porque celebramos uma década de existência, nossa presença na Casa Cor Pará 2013 e a conquista, mais uma vez, do prêmio Top de Negócios, como a empresa preferida pelos paraenses. Estou emocionado, confesso. Quando pensei a Revista Leal Moreira, há mais de dez anos, já conseguia vislumbrá-la exatamente do jeito que ela é hoje. Desejo, portanto, como todo pai zeloso e orgulhoso, que ela fique ainda mais encantadora nos anos que virão. Este é um editorial diferente, mas espere muitas surpresas nas páginas a seguir. E muito obrigado. Sem você, nada disso seria possível. Um grande abraço e boa leitura!

André Moreira

expediente Tiragem auditada por

Atendimento presencial:

João Balbi, 167. Belém - Pará f: 91 4005.6800 • www.lealmoreira.com.br Construtora Leal Moreira Diretor Presidente: Carlos Moreira Diretor de Auditoria: João Carlos Leal Moreira Diretor de Novos Negócios: Maurício Moreira Diretor de Marketing: André Leal Moreira Diretor Executivo: Paulo Fernando Machado Diretor Técnico: José Antonio Rei Moreira Diretor de Incorporação: Thomaz Ávila Diretor Financeiro: Drauz Reis Gerente Financeiro: Dayse Ana Batista Santos Gerente de Controladoria: Ana Vitória de Oliveira Gerente de Planejamento: Carlos Eduardo Costa Gerente de Relacionamento com Clientes: Alethea Assis Gerente de Marketing: Mateus Simões Leal Moreira Engenharia Diretor: William Chamas Juniyor

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Revista Leal Moreira Criação Madre Comunicadores Associados Coordenação Door Comunicação, Produção e Eventos Realização Publicarte Editora Diretor editorial André Leal Moreira Diretor de criação e projeto gráfico André Loreto Editora-chefe Lorena Filgueiras Editora assistente e produção Camila Barbalho Fotografia Dudu Maroja Reportagem: Anderson Araújo, Ana Carolina Valente, Bianca Borges, Bruna Valle, Camila Barbalho, Carolina Menezes, Dina Santos, Leonardo Aquino, Letícia Azevedo, João Neves Leivas, Lorena Filgueiras, Lucas Ohana e Tyara de La-Rocque. Colunistas Anderson Araújo, Celso Eluan, Felipe Cordeiro, Gabriel Vidolin, Nara Oliveira e Raul Parizotto. Assessoria de imprensa Lucas Ohana Conteúdo multimídia: Max Andreone e Bruna Valle Versão Digital: Brenda Araújo, Guto Cavalleiro, Fabrício Bezerra Revisão José Rangel e André Melo Gráfica Santa Marta Tiragem 18 mil exemplares

• segunda a quinta-feira: 9h às 12h e das 14h às 18h. • sexta: 9h às 12h e das 14h às 17h30.

Atendimento telefônico:

• segunda a quinta-feira: 9h às 18h. • sexta: 9h às 17h30.

Telefone:

++55 91 4005 6868

On-line:

Conheça um pouco mais sobre a construtora acessando o site www.lealmoreira.com.br. Nele, você fica sabendo de todos os empreendimentos em andamento, novos projetos e ainda pode fazer simulações de compras.

Redes sociais:

Siga: twitter.com/lealmoreira Curta: facebook.com/lealmoreira Veja: instagram.com/lealmoreira

Escreva para: atendimento@lealmoreira.com.br Rua João Balbi, 167 • Nazaré • Belém/PA - Brasil cep: 66055-280

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Comercial Gerente comercial Danielle Levy • (91) 8128.6837 daniellelevy@revistalealmoreira.com.br Contato comercial Thiago Vieira • (91) 8148.9671 thiago@revistalealmoreira.com.br Ana Carolina Valente • (91) 4005.6874 anacarolina@revistalealmoreira.com.br Ingrid Rocha • (91) 8802.3857 ingrid@revistalealmoreira.com.br Financeiro (91) 4005.6888 Fale conosco: (91) 4005.6874 revista@door.net.br revista@lealmoreira.com.br www.revistalealmoreira.com.br facebook.com/revistalealmoreira Revista Leal Moreira é uma publicação bimestral da Publicarte Editora para a Construtora Leal Moreira. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.



editorial equipe

A Revista Leal Moreira é feita por pessoas apaixonadas. E determinadas. Apaixonamo-nos a cada edição. Cada exemplar (ainda que seja da mesma revista) é folheado com olhar de novidade. Buscamos incessantemente nos superar, ultrapassar limites e cada um de nós tem uma história muito singular para contar - mas, sobretudo, somos uma equipe. Uma equipe que se entrega, que vibra a cada conquista e que torna cada dia de trabalho uma festa - sem exageros. “Tenha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia” é uma máxima que rege nossos dias. O estresse, a pressão, o deadline são parte do ofício (sem dúvida!), mas eles são diminutos ao ver o resultado final. Quando uma publicação comemora dez anos de existência, é impossível não olhar para trás para vislumbrar o quanto já caminhamos até chegar onde chegamos. O passado nos serve de alicerce, certamente, mas é o futuro que vemos da nossa janela. Estamos particularmente felizes demais com essa “quarentona”, a RLM40. Tivemos o privilégio de entrevistar o poeta Ferreira Gullar, Leo Gandelman, Lia Sophia, Felipe Cordeiro, Sammliz e Thiago Castanho. Falamos sobre o amor aos livros, sobre gente que decidiu levar seu hobby a sério e trocou de carreira, as diferenças do retrô x vintage, viajamos para Nova Orleans - o berço do Jazz e do Blues e inspiração da Leal Moreira na Casa Cor Pará e convidamos você a viver conosco um dia dentro da Revista Leal Moreira. Venha viver essa festa conosco. Entre e fique à vontade! Um grande abraço (tamanho equipe).



10 anos

Daryan Dornelles FOTÓGRAFO “A RLM é uma revista que me surpreendeu - de uma maneira muito positiva. As entrevistas são super bem feitas, e a publicação é caprichosa no design. Desejo mais dez anos de vida.”

Teresa Salgueiro

CANTORA • CAPA DA RLM37 “Olá a todos. Aproxima-se a data da partida para o Brasil! Aqui vos deixo a entrevista que fiz para a Revista Leal Moreira. São uma simpatia :) Um abraço Teresa.” (via Fanpage facebook.com/teresa.salgueiro)

Eriberto Leão ATOR • RLM 34 “Uma revista singular, que deveria ser lida do Oiapoque ao Chuí. Muita qualidade gráfica e de conteúdo.”

Angela Sicilia CHEF FAMIGLIA SICILIA “A Revista Leal Moreira possui um charme, um encanto todo particular. O resultado da entrevista foi mágico. Adorei a experiência e recomendo sua elegância e conteúdos incríveis para todos.”


É melhor ir admirando agora. Na hora de tomar, vai ser difícil ficar de olhos abertos.

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K SHAK IL

O Milkshake de Negresco N EG CO da Brigaderie é lindo de ver, R ES mas muito, muito mais gostoso de tomar. Com maravilhoso sorvete de flocos, pitadas de Negresco em pó , cremosa cobertura de chocolate, e claro, os inesquecíveis e deliciosos biscoitos Negresco, o milkshake mais original da cidade promete ser a nova sensação entre os amantes de doces.

Venha provar e se apaixonar.

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Belém

Feito à Mão

Em uma casa centenária, decorada elegantemente em estilo provençal, funciona a Feito à Mão. Inaugurada há pouco tempo, a loja de doces já coleciona clientes, elogios e sabores de brigadeiro gourmet – diversidade que é fruto tanto da experiência anterior de Karla Jardim, que já recebia encomendas há mais de três anos, quanto do empreendedorismo dos demais sócios, Max e Marisa. Além dos brigadeiros (sempre à base de chocolate belga), o cardápio é composto de macarons, cupcakes doces e salgados, sanduíches e lanches finos. Entre as delícias que se destacam, recomendamos o sabor leve do brigadeiro de crème brulée, o macaron de champanhe e a Francesinha - sanduíche português levemente apimentado, cujo molho é preparado com cerveja e vinho do Porto.

Travessa Almirante Wandenkolk, 751 • 91 3241.6691

Cosanostra Caffé

Travessa Benjamin Constant, 1499 • 91 3241.1068 www.revistalealmoreira.com.br

Os quase 30 anos de vida não deixam mentir: o Cosanostra Caffé está entre os lugares mais amados da boemia paraense. Reformado este ano, o lugar preservou a atmosfera que o tornou famoso: a luz baixa, a estética kitsch e o ar retrô chamam a atenção de cara. Entre os pontos fortes da casa, destacam-se a boa música, o chope servido em canecas refrigeradas e a excelente cozinha. O pub abre de domingo a domingo, e apresenta shows ao vivo todos os dias a partir das 23h. Para acompanhar o happy hour, indicamos o delicioso carpaccio com mostarda. Chamado carinhosamente de “Cosa” pelos habitués, o bar é boa pedida desde o almoço até o fim da noite.

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Belém

Cheff’s Burguer O grande letreiro de néon prenuncia o que será encontrado no interior do Cheff’s Burguer: o clima das hamburguerias americanas dos anos 50 e 60. No ponto exato entre saudosismo e modernidade, a decoração assume a influência retrô e a combina com um sopro de jovialidade. Muitas cores compõem o ambiente, que é leve e descontraído. No cardápio, como o nome sugere, o sanduíche é a vedete. São diversas opções de sabores, todos produzidos artesanalmente. Sugerimos experimentar o Felixburguer – e tentar descobrir os ingredientes secretos – e tomar o inesquecível milk-shake de Nutella.

Travessa Almirante Wandenkolk, 709 • 91 3223.7110

Rua Boaventura da Silva, 1070 • 91 3222.3956

Eti Mariqueti Consagrada em Belém pelos apaixonados por doce desde 2004, a Eti Mariqueti acabou de inaugurar mais uma loja – a terceira. Localizado em uma área nobre da cidade, o lugar é bonito e confortável, ideal para um lanche no fim da tarde com os amigos. Lá, é possível encontrar todos os produtos artesanais que tornam a marca tão celebrada: doces, bolos, tortas e salgados de fabricação diária. O plus fica por conta do toque caseiro, das receitas próprias e da qualidade impecável. Quando passar por lá, experimente os cupcakes de pistache e de frutas vermelhas, ambos deliciosos. www.revistalealmoreira.com.br



Brasil

Esquina Mocotó Cozinha brasileira artesanal, com produtos locais de alta qualidade, de caráter urbano, com a assinatura do chef Rodrigo Oliveira. A partir destas bases, o “Esquina Mocotó” apresenta um cardápio sucinto, variado e sazonal, que poderá, por exemplo, incluir sanduíches, carnes silvestres e charcutaria. A coquetelaria segue os mesmos preceitos e conta com uma seleção de cachaças, cervejas e vinhos de produtores de qualidade controlada. Um brunch dominical baseado nas delícias nordestinas é outra das novidades. Localizado ao lado do restaurante original (Nossa Senhora do Loreto com Gustavo Adolfo), a Esquina Mocotó nasce com uma estrutura ideal, equipamentos de última geração e equipe treinada no próprio Mocotó, até o ambiente moderno e confortável.

Av. Nossa Senhora do Loreto, 1104 – Vila Medeiros • São Paulo, SP - Brasil - CEP 02219-001 • 11 2949.7049 • www.esquinamocoto.com.br

Paris 6 – 24 horas O nome vem do 6º distrito de Paris, bairro boêmio de Saint-Germain-des-Prés onde foi fundado o primeiro Café do país, em 1686. Com cardápio amplo e diversificado, o Paris 6 funciona 24 horas, todos os dias do ano e é um badalado ponto de encontro. Ao longo das horas, a casa vai recebendo um público diversificado. Começa com o café da manhã, servido no sistema de buffet, os lanches de meio do dia para os desportistas. O almoço executivo atrai um grande número de pessoas que trabalham na região. No decorrer da tarde, aparecem os consumidores do croque madame, tradicional sanduíche francês que vem acompanhado de salada e batatas fritas. Depois segue o movimento do jantar e da madrugada. Isaac Azar, proprietário da casa, é o primeiro brasileiro diplomado pela associação italiana de degustadores de azeite de oliva e busca inspiração em Alain Ducasse para assinar sua culinária francesa com azeites de oliva especiais. Rua Haddock Lobo , 1240 - Jardim Paulista • 11 3085.1595 • segunda a domingo, 24 horas • www.paris6.com.br www.revistalealmoreira.com.br

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mundo

The Library at the Public Theatre Dentro do Teatro Público de Nova Iorque, um dos pontos mais celebrados entre os amantes das artes, há uma biblioteca pouco convencional. Repleta de títulos marcantes da literatura mundial – e da aura que só livros podem dar a um lugar -, a sala não possui as regras comuns de templos da leitura. Falar, comer, beber... Nada disso é desencorajado. The Library at the Public Theatre encontra aí a razão de seu sucesso: é biblioteca e restaurante. Um restaurante onde se lê; uma bibloteca onde se bate um papo com os amigos – tudo isso dentro de um dos maiores celeiros de elevada produção cultural da cidade. Não à toa, os maiores frequentadores são artistas, intelectuais e fãs de teatro. O menu é contemporâneo e descontraído, organizado em “atos”. Prove a salada de rúcula com maçã é amêndoas. É memorável.

425 Lafayette Street (at Astor Place) - New York, NY 10003 • 212 539.8777 • thelibraryatthepublic.com

Galvin – La Chapelle

Grande, sofisticado, elegante, formal. Assim é La Chapelle, o terceiro restaurante que leva a célebre assinatura Galvin. Localizado no histórico bairro londrino de Spitalfields, o espaço é surpreendentemente pouco conhecido – e, por isso mesmo, frequentado principalmente por entusiastas da alta gastronomia e leitores da crítica especializada. A magnitude do lugar é fascinante: catedralesco, o pé-direito é de 30 metros de altura. O teto é abobadado, e adornado com enormes lustres, conferindo iluminação especial ao ambiente. A inspiração vitoriana também é facilmente perceptível. Para quem prefere maior privacidade, ainda há uma bonita sala de jantar no mezanino. Na cozinha, a especialidade é a gastronomia francesa. Sugerimos iniciar o jantar com o Consommé Navarin – à base de caldo de carne rica e lagostas. O tradicional Foie Gras também merece menção.

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35 Spital Square, London, E1 6DY • 020 7299.0444 • galvinrestaurants.com

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perfil

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Letícia Azevedo

Dudu Maroja

Aqui,lá,em qualquer

lugar

Entre o regionalismo e a universalidade, a cantora Lia Sophia colhe os frutos de uma ótima fase na carreira – e experimenta a sensação de estar no lugar certo onde quer que esteja.

R

adiante: esta é Lia Sophia. O sorriso fácil e o brilho nos olhos são fruto, em parte, do bom momento que a cantora vive – seu quarto disco acaba de ser lançado, em meio a muita expectativa, inclusive de um mercado pouco acessível à sonoridade nortista até pouco tempo atrás. A outra parte dessa felicidade se deve à consciência do trajeto percorrido. Talentosa e com uma carreira consistente, Lia sabe que foi longo o caminho antes de ela se tornar um dos nomes mais fortes da música paraense atual e ganhar lugar garantido no cenário nacional de grandes cantoras. Num passado nem tão distante, a artista passou por experiências pouco convencionais: foi frentista de posto, vendedora de enciclopédia e graduou-se em psicologia. O chamado da música não tardou a soar, e ela emplacou no circuito boêmio da capital paraense como uma artista pop. Passam anos e surge, não sem certa surpresa, uma Lia redesenhada. É outra sonoridade,

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outro ritmo, embora ainda seja perceptível a atmosfera que a tornou celebrada na cena musical de Belém. A voz rouca da cantora agora se combina não a violões, mas aos batuques de um carimbó moderno – onipresente nas rádios e na televisão. As outras faixas de seu novo disco obedecem à mesma estética, um inteligente ponto equidistante entre o regional e o universal. A consequência disso é cair nas graças do público e da crítica; dos bailes tropicais e das festas cults do Centro-Sul. Mais uma vez, sorrisos – pela própria persistência e pelas escolhas acertadas na vida e no trabalho. Nascida na Guiana Francesa e criada em Macapá, Lia Sophia não hesita em se considerar paraense: a cultura local é a dona de seu coração, o que se percebe cada vez mais em seu trabalho. Se mostrando plena e muito feliz, ela vai vivendo um dia de cada vez e festejando. Cheia de determinação e histórias para contar, a cantora fala de sua trajetória e do momento vibrante de sua carreira. »»»


Como a música entrou na tua vida? O meu primeiro contato com música foi com uns seis anos de idade, e isso foi em uma igreja evangélica em Macapá, onde tinha um coral de crianças. Eu cantava nesse coral e também fazia dupla com o meu irmão. Minha segunda lembrança é de quando eu tinha nove anos, e minha mãe me deu meu primeiro violão. Eu me lembro de ter ficado muito decepcionada com aquele presente. Eu queria uma boneca, uma bicicleta... Não queria aquele violão que eu nem sabia tocar. E quando tu começaste a gostar daquele violão? Foi uma obrigação. Minha mãe me deu a missão de aprender a tocar. Eu ficava com raiva do violão, porque ele machucava os dedos. Até que eu aprendi a tocar uma musiquinha – “Pobre Menina”, da dupla Leno e Lilian – e minha mãe sempre me chamava pra tocar para as visitas. Isso começou a me empolgar, e comecei a gostar de tocar violão, de ver que eu era capaz de seduzir as pessoas com aquilo. Criei uma paixão tão grande pelo violão, que eu dormia com ele. E depois? Decidiste logo que querias ser cantora? Até meus 17 anos, ser cantora era a última coisa que eu queria na minha vida. Isso não foi colocado pra mim como uma coisa legal. Meus

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pais eram contra. Então foi muito ruim pra mim quando, com 16 anos, eu vim pra Belém fazer faculdade [Lia é formada em Psicologia pela Universidade Federal do Pará]. Morávamos só eu e meu irmão aqui, e meu pai tinha dificuldades de mandar dinheiro. Então surgiu a necessidade de trabalhar. Mas o que eu sabia fazer? Nada. Só sabia tocar violão e cantar. Aí começaste a cantar na noite? Não. Antes de aceitar que eu podia fazer isso pra ganhar dinheiro, eu fui ser frentista em um posto. Eu ganhava sessenta reais por mês. Consegui trabalhar três meses lá e depois não aguentei mais. Depois disso eu fui tentar vender enciclopédia, mas ganhava uma mixaria. Então eu abri um barzinho, o “Carpe Diem”, e comecei a tocar lá para os meus amigos. Daí em diante, não parei mais. As pessoas começaram a me ver e surgiram os convites pra tocar em outros lugares. O primeiro lugar que ganhei cachê como artista era um bordel. Eu ganhava lá cinquenta reais por duas horas de música. Em comparação, era uma grana maravilhosa. E ter liberdade financeira e ainda ser elogiada, encantar as pessoas por isso, começou a me dar certo prazer. Nessa época já começaste a compor? Teve um momento importante nos meus 16 anos, em Belém. Uma amiga me apresentou »»»


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dois CDs que eu não conhecia, de dois grandes artistas de cuja existência eu não sabia, e que hoje têm uma importância muito grande na minha história musical: João Gilberto e Marisa Monte. Isso mudou tudo na minha vida, no meu olhar em relação à música. Marisa Monte era compositora, e eu senti que também podia fazer isso. Comecei a compor as minhas coisas e a tocar nos bares, ingenuamente, e as pessoas foram gostando, elogiando. Antes de lançares o teu primeiro disco, já eras bem conhecida na cidade, né? Tinhas um grande público. Fiquei uns quatro anos tocando em bares até lançar esse primeiro disco, então começaram a acontecer várias coisas bacanas na minha vida. Comecei a ser convidada para abrir shows de grandes artistas que vinham pra cá, tudo isso graças a um produtor local, conhecido como Dom King. Ele abriu pra mim o espaço no teatro, então comecei a levar meu público, que era de bar, pra me assistir no teatro. Meu primeiro show solo no teatro foi antes de lançar disco, no [teatro] Margarida Schivasappa lotado, com pessoas sentadas no chão. Como minhas composições começaram a ser muito bem aceitas, surgiu a ideia de fazer meu primeiro disco, que foi em 2005, o “Livre”. Esse disco já veio com sucessos maravilhosos e cheio de felicidades pra mim. O teu segundo disco “Castelo de Luz” (2009), foi muito elogiado, inclusive pelo Nelson Motta, que é um dos nomes mais respeitados da música no Brasil. Como tua música chegou nele? Qual a relação de vocês? Eu buscava os contatos de jornalistas e produtores pra onde eu pudesse mandar os discos. E eu mandei pra ele, pro programa de rádio que ele tinha, o Sintonia Fina. Um belo dia, eu vejo a capa do meu disco no informativo do programa, como uma indicação do Nelson Motta e com vários elogios. Eu queria chorar, rir, foi uma festa. Quando lancei um EP, antes desse meu quarto disco de agora, Nelson Motta me mandou um e-mail quando recebeu: “Querida, seu disco está lindo! Poderoso! Amei ‘Amor de Promoção’. Quando vieres ao Rio, venha tomar um cappuccino em minha casa”. A primeira chance que tive fui à casa dele, e aí nunca mais nos se-

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paramos. Ele participou na escolha de repertório do quarto disco, trocamos várias ideias. Hoje é ele é uma figura muito importante na minha vida, nós temos uma relação de amizade. É um cara em quem eu tenho a maior confiança. Ele é um mentor, um cara com quem eu aprendo. Antes de falar desse quarto trabalho, queria te perguntar por que resolveste gravar um disco só de regravações de clássicos do brega paraense – o teu terceiro, o “Amor, amor” (2010)... Não existia o projeto de fazer um disco. O público é uma voz muito presente na minha vida. Eu formatei um show pra fazer uma homenagem aos meus pais, pelos bregas que eles ouviam na minha infância inteira, e fiz esse show em 2009. Aí o público saiu de lá dizendo que queria aquele CD, que queria levar aquele show pra casa. Eu dizia que não tinha CD, e o povo pedia. Fiz o CD, e foi um sucesso aqui na região, porque até quem torcia o nariz pro brega ficou feliz com as releituras. Algumas pessoas não entenderam, achavam que eu ia virar “bregueira”. Sinto que esse trabalho te puxou mais um pouco para a música regional paraense, e isso se vê claramente no teu quarto disco, o “Lia Sophia”(2013). Foi isso mesmo que aconteceu? Meu trabalho sempre foi muito pop. Antes as influências tanto do Pará, quanto do Amapá e da Guiana eram uma presença mais sutil. Esses elementos entravam de maneira mais delicada que hoje, mas o som continua a ser pop. No “Amor, amor”, eu fiz uma pesquisa muito profunda e longa sobre o brega pra determinar também o repertório. Como ouvi muita coisa, lembrei minha infância, as festas em casa, toda essa coisa da música feliz, da música feita pra dançar. Isso com certeza deixou uma semente enorme pra produção desse quarto trabalho. E como foi que surgiu todo o sucesso da música “Ai, Menina”, um carimbó que foi parar na trilha sonora de uma novela da Globo e te projetou nacionalmente? Compus a música ainda sem a intenção de gravar o quarto disco, me lembrando das coisas que meus pais gostavam de ouvir. Eu sempre tive muita vontade de fazer uma homenagem a esse ritmo, porque sempre tive uma paixão muito grande por essa cultura. “Ai, Menina” surgiu mui- »»»

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to em função disso, em uma brincadeira muito boba. Imaginei um gringo que vinha pra cá e se apaixonava por uma menina que dançava carimbó. Aí na sequência fiz outras duas músicas – “Amor de Promoção” e “Salto Mortal” – e gravamos. Lancei na internet, fiz um EP com as três faixas e comecei a fazer aquele trabalho de formiguinha, mandando pra produtor, jornalista, pra rádio e todos os lugares. Aí recebi a notícia que a Rede Globo queria “Ai, Menina” na trilha da novela “Amor Eterno Amor”. Foi um susto, porque, até então, essa música não tinha sido lançada em nenhum disco. Como eles descobriram a música? Quando participei de uma cena da novela, conheci o produtor que apresentou a minha música lá. Ele contou que, pesquisando na internet, ouviu a música e já levou pra lá dizendo que era a música pra personagem da Andreia Horta, a Valéria – e todo mundo concordou. Às vezes o artista não tem essa noção de como é importante espalhar essa semente por aí. Até hoje eu faço isso e dá certo. Com a música na novela, veio uma visibilidade enorme, puxando os meus outros três trabalhos. Quem ia pesquisar sobre mim, descobria que já existia uma artista pronta, e isso puxou pro quarto disco. Então, apresenta o “Lia Sophia”, esse teu quarto trabalho. Esse disco é uma festa, porque eu estou vivendo tanta coisa feliz que, pra mim, esse trabalho é uma celebração. Ele tem carimbó, zouk, merengue, cúmbia. É um disco que vem com essa intenção festiva, que não é muito reflexivo. Eu tive a alegria de ter um parceiro maravilhoso, o Félix Robatto, que produziu o disco comigo. Esse disco é patrocinado pela Natura Musical, por meio da Lei Semear, e tem quatorze músicas. Dez são composições minhas em parceria com alguns artistas. Das outras quatro, uma é da Dona Onete, outra do Mestre Curica, tem uma parceria do Carlos Santos com o Alípio Martins e outra do Claudio Zoli, que é “Noite do Prazer” – e foi uma sugestão do Nelson Motta, que me viu tocando essa música no programa Som Brasil. A minha ideia, presente também no projeto gráfico, é dizer que a minha floresta, o lugar de onde venho, é diferente, é pop, é vibrante, é quente. Ela tem uma coisa especial. É um disco quente, pulsante.

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Anderson Araújo, jornalista

Complexo de vira-lata A palavra saiu de casa chutando lata, sem nenhum trocado no bolso.

livros bons, muito requisitadas por estudantes, doutores, rapazes e moças delica-

Pensava no rango, a palavra. A fome doía, o cinto apertava.

das com óculos de aro grosso.

Nada no bolso ou nas mãos. Sem lenço, sem documento.

Valiam uma nota, passeavam por aí embaixo de sovacos perfumados, descansa-

E com mais dois ou três chutes na lata, pensou-se barata.

vam em estantes de design moderno com direito a antimofo.

Rima difusa, abstrata.

Além da inveja, veio o estalo: sozinha não conseguiria nada.

Como não era dia doce de poesia, seguiu pensando à dura prosa.

Era preciso se unir. Criar um grupo. Uma associação. Um sindicato. Um partido.

Viu-se barata. Horrorosa.

Um exército caso fosse preciso.

Horrorosamente, barata.

Decidida, saiu à rua, postou-se em tamborete na maior praça da cidade e iniciou

Não das que sobrevivem à hecatombe nuclear e fazem as mulheres subir pelas

um discurso histórico.

paredes, pelas cadeiras, longe do chão.

Logo, logo, outras palavras de mesmo naipe pararam para ouvir a defesa elo-

Era barata pelo preço, quase nada, coitada.

quente da união de todas as palavras que se sentiam menosprezadas e estavam

Parou defronte da vitrine do grande magazine e se olhou: rota.

em situação precária.

Para não confundir com o caminho, preferiu um advérbio e um adjetivo para me-

Palavras baratas, uni-vos.

lhor qualificação: mal ajambrada.

Uma multidão vernacular de valores semânticos diversos embarcou na ideia e

Pelo menos, a sonoridade era mais bonita.

sem demora deram as mãos para formar frases, períodos, parágrafos e, mais

Ajeitou a gola, suspendeu a calça, passou a mão nos cabelos.

adiante, dissertações, artigos, crônicas, contos, o escambau.

Nada.

As mais audazes enveredaram para a poesia marginal só para chocar. Outras

Continuava “chinfrim”, sem valor de mercado.

para a concreta para não serem entendidas nem incomodadas.

Deu um duro danado para se enquadrar num estrangeirismo.

As mais afoitas correram para a novela.

Quem sabe assim parava num letreiro de salão de beleza, num neon de casa

As radicais se abrigaram em romances massudos, enormes, enfadonhos.

noturna e até na fachada de um condomínio chique, se tirasse a sorte grande.

As elitistas preferiram as enciclopédias, os textos científicos e os manuais de vinho.

Realinhou aqui, misturou ali, pintou a juba de loiro, deu uma bicuda numa vogal

Fez-se a revolução, como estava escrito nas estrelas.

e pronto.

A palavra barata, a primeira e idealizadora de todo o rebuliço, foi declarada hero-

Mas a mexida não funcionou muito bem, o tiro saiu pela culatra e ela quase cai em

ína nacional, condecorada com medalhas e festejada pela imprensa progressista

desuso e perde o benefício sagrado do dicionário, um dos últimos recursos dos

e os badalados da cidade.

vocábulos à beira do sumiço fatal.

Viveu tempos de glória. Acabou o perrengue. Nem sinal da dureza de outrora.

Cabisbaixa, entrou no shopping para espairecer, sem se dar conta de que ali o

Hoje, cansada de guerra, dentro de um e-book de autoajuda de R$ 2,90, ela olha

valor venal de tudo estava mais ainda medido, mais na cara de todo mundo.

as ruínas do seu apogeu, entre orgulhosa e incrédula e, embora totalmente im-

A luz amena, o ar refrigerado, as moças bonitas, porém, deram uma aliviada na

possibilitada pelo asilo tecnológico que lhe coube, ainda sonha.

tensão.

Não mais com a luta contra opressão das palavras da elite.

Viu nas lojas os primos números, estrelas do lugar. Observou os letreiros enormes,

Almeja, de coração, descansar num velho sebo empoeirado e jogar conversa fora

bem empregados, chamando atenção dos fregueses. Irmãos que deram certo.

com o pessoal das antigas, aqueles que ainda se cumprimentam cordiais quando

Passou por livrarias e encontrou suas semelhantes bem-sucedidas, morando em

se cruzam por aí e ainda escrevem farmácia com Ph.

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PARÁ

VENHA CONHECER O ESPAÇO LEAL MOREIRA NA CASA COR PARÁ. VIVA UMA EXPERIÊNCIA INESQUECÍVEL EM UM AMBIENTE COM TONS DE BLUES E JAZZ.


especial Leal Moreira na Casa Cor

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Lucas Ohana

Dudu Maroja

Leal Moreira na

Casa Cor Pará 2013 Construtora participa da mostra, pelo terceiro ano, com dois espaços surpreendentes e inspiradores.

Q

ue a música é uma linguagem universal, disso ninguém tem dúvidas. Quando fala-se no Jazz e Blues, somos convidados a viver um pouco da história dos negros norte-americanos e de descendência creole que, por meio de canções falavam da vida, amores e de suas tristezas. Basta perceber a serenidade de Charlie Parker ao tocar sax, a emoção de Chet Baker com seu trompete, o entusiasmo de Thelonious Monk ao piano, a intensidade de Billie Holiday ou a leveza de B.B.King e sua Lucille. A cadência ritmada e as notas aparentemente improvisadas desses gêneros deram origem a ritmos intensos, igualmente agradáveis e envolventes. A Leal Moreira buscou inspiração nesse clima musical e transformou seu espaço na Casa Cor Pará 2013 em um ambiente único, de homenagem aos grandes nomes do Jazz e do Blues e seu legado para a música mundial. Intitulado “Leal Moreira em Tons de Blues e Jazz”, o ambiente foi elaborado pelos arquitetos José Jr. e Ana Perlla, renovando uma parceria que iniciou em 2011, quando os mesmos assinaram o espaço da construtora. O lounge, que tem 212m², tem com um palco para apresentações de artistas e um bar temático. “Criamos ‘movimentos’ no forro para favorecer a acústica

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e criamos algumas ilustrações de artistas mundiais”, conta José Jr. Ana Perlla e José Jr. também foram vencedores, em 2011 e 2012 respectivamente, do prêmio de “projeto mais ousado da mostra” e estão ansiosos com a possibilidade de encantar o público, pelo terceiro ano consecutivo. “É um presente e um enorme prazer exercitar a nossa criatividade para uma construtora de tanto destaque no mercado”, disse José Jr. Diferente da edição passada, em que o ambiente era mais fechado, esse ano um dos diferenciais são as características de terraço com uma praça aberta, repleta de árvores e plantas de pequeno e grande porte. A paisagista Márcia Lima explica como elaborou essa área: “A proposta é integrar bastante verde para que as pessoas se sintam à vontade e para proporcionar o clima de acolhimento, que as vegetações proporcionam. Isso é uma tendência mundial. É uma tendência muito atual, por exemplo, que as coberturas sejam ecológicas e os prédios tenham áreas de vegetações. O verde pode ser colocado em qualquer espaço, desde que seja trabalhado e projetado para isso”. O ambiente é composto de vários detalhes que trazem significados importantes para o resultado final »»»


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da decoração: mesas feitas de troncos de árvores, além de móveis assinados por grandes designers, como Eero Saarinen e Jader Almeida, garantem um charme a mais. Outro ponto interessante são as telas do artista paraense Paulo Azevedo, conhecido por suas obras abstratas. Para apreciar todas essas referências estéticas, pode-se sentar em uma das confortáveis poltronas e conferir tudo com calma. O lounge é perfeito para reunir amigos e degustar vinhos da Grand Cru, que renova a parceria com a Leal Moreira. E o melhor: ao som de uma selecionada trilha sonora de grandes clássicos do jazz e do blues. A Leal Moreira elaborou também outro espaço exclusivo, com a mesma proposta de encantar as pessoas, para surpreender os visitantes com tecnologia e criatividade. Com uma área de 103m², ele leva as assinaturas dos arquitetos Maurício Toscano e Heluza Sato. O público é conduzido do começo ao fim por um trajeto repleto de elementos modernos e inspiradores. Um dos destaques é a pirâmide holográfica, onde pode-se visualizar de diversos ângulos a fachada do empreendimento Torre Unitá. Outra atração é um local adaptado para projeções em 3D,

que possibilita uma imersão virtual por apartamentos decorados da construtora. Heluza Sato explica a proposta do ambiente. “A gente pensou em um projeto para reproduzir sensações de bem estar aos visitantes e a ferramenta para essa interatividade é a tecnologia. Nós trabalhamos o layout para permitir o fluxo desses momentos e utilizamos o projeto arquitetônico para complementar a estrutura”. A sala que simula um mergulho em uma piscina por meio de vídeos atraentes é um bom exemplo de como os arquitetos conseguem despertar a satisfação do público. Ainda no espaço, o visitante encontra o ambiente perfeito para pesquisar todos os empreendimentos da construtora, cujas unidades variam entre 57 m² e 335 m², com opções para famílias ou pessoas que queiram morar sozinhas. Maurício e Heluza são parceiros há quase dez anos da Leal Moreira e estão muito felizes em participar de mais um projeto com a construtora. “Trabalhar com a Leal Moreira é sempre uma satisfação. Ter nosso nome junto ao da construtora, a maior do estado, é motivo de orgulho”, disse Maurício. A Leal Moreira é patrocinadora da Casa Cor Pará »»»

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desde 2011 e, desde então, amplia sua participação no evento. O diretor financeiro da construtora, João Carlos Moreira, ressalta a relevância dessa parceria. “A Leal Moreira, em essência, se identifica com questões como funcionalidade, segurança, beleza e, principalmente conforto. Era natural para nós que estivéssemos juntos com a Casa Cor Pará. Para nós é motivo de orgulho e satisfação estar na Casa Cor Pará.” E para complementar, Maurício Moreira, diretor de novos negócios da construtora, disse que “a Leal Moreira tem muito orgulho em ser patrocinadora da Casa Cor Pará. Pelo terceiro ano consecutivo renovamos um compromisso muito saudável de garantir um espaço bonito e democrático para os novos talentos da arquitetura e para os nomes já consolidados. Os propósitos da Leal Moreira e da Casa Cor têm muitas afinidades”. Ana Paula Guedes, uma das franqueadas e diretora executiva da Casa Cor Pará, explica a importância em ter empresas como a Leal Moreira patrocinando o evento. “A Leal Moreira é uma das construtoras mais sólidas no mercado e a união de duas marcas consolidadas e respeitadas engradece o evento, melhora a visibilidade e dá mais credibilidade para as pessoas visitarem. Quando você une marcas fortes, não tem como o evento não ser um sucesso.”

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André Moreira, o outro franqueado da Casa Cor Pará e diretor de marketing da Leal Moreira, fez questão de lembrar que a construtora sempre investiu em projetos com a proposta da Casa Cor. “Não é novidade que nós sempre apostamos em eventos que aliassem arquitetura, arte, design, música, cultura, com formatos que visavam prestigiar todos esses segmentos. Como em 2013 foi oferecida a oportunidade de gerir a Casa Cor Pará, aceitei porque acredito que isso tem a ver com o que nós, da Leal Moreira, sempre fizemos. A Casa Cor é um pólo de ideias.” As empresas parceiras da Leal Moreira nessa edição são as renomadas Wood Design, Spaço Casa, Metallo, Design da Luz, Salt Engenharia e Automação, Sol Informática, Ebbel, Marmobraz Home Center, Deca, Leinertex, Ateliê de Cortinas Odete Farias, Horizonte Mobile, Angela Belei Decorações, DR Modulados, Galeria Marmobraz, Saccaro, Habitat, Fátima Petrola Arquitetura de Eventos, Intercouro, Jardim Secreto, Márcia Lima Paisagismo, além da participação de Paulo Azevedo e Fernando Almeida. Casa Cor 2013 “Um olhar muda tudo”, esse é o tema da Casa Cor 2013, a maior e mais completa mostra de arquitetura, »»»


Agradecimentos • Modelos: Ana Carolina Valente e Yago • Produção by Cassius Martins • Make up by Otávio • Costumes by Euforia • Climatização SOL Informática • Lojas Keuffer: Trompete

decoração e paisagismo das Américas. Após ser realizada em estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, ela chega ao Pará pelo terceiro ano e acontecerá até o dia 1º de dezembro no mesmo local de onde foi realizada, em 2012, ao lado do Espaço São José Liberto. Uma das novidades é o projeto arquitetônico da mostra, desenvolvido pelo arquiteto Aurélio Meira, pensado para que o público visite todos os 40 espaços – como o Loft High Tech, o Home Office do Arquiteto e o Studio do Empresário –, proporcionando, assim, que todos os profissionais participantes tenham a mesma visibilidade. “O público pode esperar uma Casa Cor com ambientes bem maiores dos que tivemos nos outros dois anos. O evento mudou no Brasil e passou a ser dirigido pelo Grupo Abril, valorizando cada vez mais os profissionais envolvidos (...). A Casa Cor Pará é um evento com as melhores tendências da arquitetura, paisagis-

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mo e decoração”, explica Ana Paula Guedes. Além de apresentar dicas e tendências, o evento conta com uma ótima programação de divertimento e lazer com shows, desfiles, exposições e muito mais para todas as idades; sem contar as lojas e restaurantes conceituados. Para facilitar a circulação dos visitantes e valorizar alguns dos principais pontos turísticos de Belém, a mostra está dividida em setores como “Estação das Docas”, “Feliz Lusitânia”, “Mangal das Garças”, “Parque da Residência” e “Espaço São José Liberto” – em uma espécie de circuito. A escolha dos nomes dos pavilhões é em homenagem ao arquiteto e Secretário de Cultura do Estado, Paulo Chaves. Ele e personalidades como o chef Thiago Castanho, a cantora Gaby Amarantos e o artista Antar Rohit (homenagem póstuma) são os nomes celebrados dessa edição e ganharam espaços personalizados no evento.


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perfil

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Camila Barbalho

Dudu Maroja

Sob o signo

destino do

Dona de uma voz inesquecível e marcante, Sammliz mostra que sabe o que quer. Sempre soube. Coube à vida satisfazer seus desejos, decididos desde menina: seria artista.

D

o alto de um prédio em construção, no centro de Belém, Sammliz destoa da paisagem. Destoa e parece sempre ter sido parte do cenário, já que ela mesma está em construção também. Nem todos têm a sorte de um caminho convicto entre quem se quer ser e já, de fato, sê-lo. De um ponto a outro, não raro, há percalços, tropeços, dúvidas. Não para Sammliz, porém. Nascida para o que é, ela traz à mente a ideia de predestinação. Difícil para a cantora é pensar em algum momento em que a arte de combinar sons não a envolvesse por completo. E pouco importava a referência: o clarinete do avô, os cultos com a tia evangélica, os discos de samba com a mãe, as fitas de rock compradas pelo pai... O rock. Foi no esbarrão com as guitarras distorcidas que ela simplesmente soube seu papel no mundo. Por simpatia, o destino abençoou o sonho de ser artista e não houve passo que contradissesse seu rumo. Basta vê-la no palco, à frente do Madame Saatan – seu “conjunto de metal”, como ela chama. A voz é forte, a presença é imponente. O sorriso da cantora esbarra nas orelhas. Sammliz não precisa da cara de mau que personifica o heavy metal. A razão é simples: não há personagens em frente aos muitos fãs, conquistados ao longo de dez anos de trabalho. Também é sem máscaras que Sammliz recebe a reportagem da Revista Leal Moreira. Desmitificando outra vez os estereótipos de rockstar, ela fala baixo, sorri muito, olha nos olhos. Nenhuma resposta é ensaiada, nenhum discurso é pronto. Às vezes até se perde nas memórias misturadas da infância, de tantos palcos visitados, das dores e delícias de estar na estrada fazendo o que se ama. “Como foi isso? Como foi aquilo? Em que momento?”... Não sabe. “Foi acontecendo”, e

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sorri. O sorriso, dá pra ver, é honesto. É reflexo da satisfação de ter abraçado com tal naturalidade cada empurrão da vida rumo àquela máxima nietzschiana. “Torna-te quem tu és” é um conselho que Sammliz jamais deixaria de seguir. Quando os gravadores são desligados, ela solta no ar – e confirma, meio sem querer, meio para si: “a gente não pode abrir mão de ser feliz”. Confira a conversa, onde ela compartilha a trajetória, lembranças, aforismos e planos para o futuro. Como surgiu sua relação com a música? Minhas lembranças mais remotas da infância estão conectadas de alguma forma com a música. Tenho nítidas lembranças de minha mãe cantando para mim e meus irmãos na hora de dormir – e tempos depois era eu quem fazia meu irmão mais novo dormir na rede, cantando pra ele. A vitrola vermelha, os vinis que tinha em casa nos quais eu gostava de mexer – escondida da minha mãe, que não queria que eu estragasse nenhum... Minha mãe escutava sambas, músicas francesas, Burt Bacharach. E ela tinha o disco da trilha sonora do Hair, que eu adorava. Só tive acesso ao rock de fato quando meu pai passou a comprar fitas K7 pra ouvir nas nossas viagens de carro. Ele não tinha muito critério, mas comprava coisas como Queen, Pink Floyd... Tudo “para as crianças” (risos). Eu ficava paralisada ouvindo aquilo. Felicíssima. Você consegue lembrar em que momento surgiu algo que lhe dissesse que você seria cantora? Eu sempre soube. Quando eu era criança, eu e minha irmã passávamos férias na casa de uma tia em Santa Isabel. Ela levava a gente aos cultos evangélicos onde ela morava. A gente, ape- »»»


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sar de adorá-la, detestava aquela programação. Curiosamente, a vontade de estar em um palco surgiu fortemente enquanto eu via aquelas pessoas cantando fervorosamente ali na frente. Lembro também a primeira vez que vi o Ney Matogrosso, ainda na infância. Fiquei chocada. Perguntei pra minha mãe o que ele era (risos). Ela disse “ele é artista”. Isso ficou na minha cabeça. Depois, isso se acentuou realmente na temporada que passei no Rio de Janeiro, na época do primeiro Rock in Rio. Eu tinha uns oito anos e acompanhei tudo ao vivo pela tevê. Fiquei louca vendo todas aquelas bandas, Queen, AC/DC... A Nina Hagen estava com um visual muito absurdo, e mais uma vez eu perguntei o que ela era. Mamãe respondeu igual, que ela era “artista”. Na minha cabeça, ficou aquilo: “ah, é isso que é ser artista... É isso que eu quero fazer!”. Quando veio a necessidade de começar a compor? Eu lia muito. Lia todo tipo de livros, incluindo os impróprios, que eu dava um jeito de surrupiar da biblioteca de casa. Aí chega um momento em que você quer fechar esse ciclo: lê, depois escreve. E sempre gostei de escrever. Tinha diários que eu jurava que eram secretos, escrevia histórias fantásticas... Quando eu botei na cabeça que eu iria montar minha primeira banda, lá pelos 14 anos, eu comecei as minhas primeiras tentativas de escrever algo pensando em música. Era uma banda de punk, hardcore, formada só por garotas, chamada Morganas, com temas politizados e feministas. Era um mundo novo – de ideias, música, fanzines, revistas e pessoas diferentes – que se abria pra mim. Comecei tocando baixo, mas eu tocava muito mal (risos)... Aos poucos as coisas foram me empurrando para o vocal, e eu também fui me empurrando. Aí veja a situação: eu era uma menina de classe média que ensaiava na periferia... Como eu, que nunca tinha vivido aquilo, poderia escrever sobre aquela realidade? Isso me deixava profundamente angustiada. Daí surgiram minhas primeiras letras. Eu tinha a necessidade daquilo pra me expressar. Como foi o processo de surgimento do Madame Saatan? Eu e Ícaro Suzuki – baixista original do Madame Saatan, meu parceiro na época – estávamos caçando novos músicos para um projeto. Queríamos uma banda de rock que pudesse agregar elementos da nossa região, e passamos um bom tempo em Belém atrás das pessoas com as referências certas para somar com as nossas. Achamos Ivan Vanzar, Ed Guerreiro e Zé Mário, que fazia faculdade comigo. Eu estava estagiando no setor de Artes Cênicas da Unama. O Paulo Santana, que coordenava o departamento, ia fazer uma montagem inspirada no Alfred Jarry – o espetáculo “Ubu, Uma Odisseia em Bundalelê”. Ele disse »»»

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que precisava de alguém pra fazer a trilha sonora. Não pensei duas vezes: “eu! Já até tenho a trilha na cabeça”. Não tinha absolutamente nada (risos). Já estávamos ensaiando nossas primeiras músicas, mas a banda nem tinha esse nome. Quando ele viu a banda, achou que deveria incorporá-la ao espetáculo. Assim fizemos nossa estreia: tocando ao vivo a trilha da peça. Viemos com essa pegada forte, tensa. Não houve nenhuma preocupação com como devíamos soar. Simplesmente fizemos. A temporada acabou em dois meses, e foi sensacional. Aí de lá, não paramos mais. Não tinham muitas mulheres na cena roqueira de Belém na época. Fez alguma diferença ser mulher, nova, bonita, num circuito extremamente masculino? Não senti a menor diferença. Eu simplesmente nunca parei pra pensar nisso. Eu sempre estive nesse meio. Da infância pra adolescência, eu era espectadora; e logo em seguida, comecei a carreira. Nunca me coloquei nesse papel de raridade. Pensando agora, realmente não tinha muita mulher logo que eu comecei a vida no rock. Eram poucas, mesmo na plateia. Mas eu sempre imaginei que eu estaria no palco. Como foi a vivência com o grupo quando vocês foram pra São Paulo? Foi lindo e terrível (risos). A gente viveu algo que nunca mais vai se repetir nas nossas vidas. Foi uma vivência muito intensa, pessoal e musicalmente. Passamos seis anos em São Paulo, sendo que, durante três deles, moramos todos juntos. Foi uma época maravilhosa, que nos trouxe muitas felicidades – e que, claro, também teve seus momentos difíceis. Não havia nada que nos prendesse a Belém e sabíamos que, se ficássemos aqui, iríamos estagnar. Queríamos mais, queríamos a estrada. Fomos para São Paulo para participar de um projeto no Sesc Pompeia, e para uma curta temporada de três meses. Acabou se estendendo porque as coisas foram acontecendo... Durante esse tempo, produzimos um disco que adoramos e que nos rendeu muitos frutos, viajamos por quase todo o Brasil conhecendo e trabalhando com gente incrível, tocando para todo tipo de público em pequenos e enormes festivais. Aprendemos muito viajando, trabalhando com quem trabalhamos. A vida na estrada é uma loucura. Por que vocês voltaram? Voltamos pelas circunstâncias. Ivan recebeu uma proposta de trabalho muito boa no Sul do país, e nós demos todo o apoio, mas quebrou um pouco as pernas. Depois, o Ícaro sofreu um acidente, quando estava de férias aqui. Foi quando decidimos nos recolher e repensar. Decidimos voltar. Nem circulamos o disco novo como gostaría- »»»

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mos por conta dessas coisas. Ficamos frustrados, claro, tivemos que cancelar praticamente um ano de shows. Passamos por processos, ajustes, mudamos a formação. Mas a vida é assim. A gente aprendeu a não dramatizar as coisas. Não tem tempo pra ficar se lamentando. Aproveitei a volta pra cá pra tocar meu projeto solo, que era uma coisa que eu já tinha vontade de fazer há tempos. No fim das contas, voltar foi a melhor coisa que a gente fez. Estamos em movimento. O que vem nesse novo projeto? O que ele fala de você? Esse projeto solo é algo que sempre acalentei. Sinto que chegou a hora de dar vazão a muito mais daquilo tudo o que gosto e quero experimentar. Coisas que sou eu também, mas que não cabiam no Madame. O meu trabalho solo sou eu despida, eu indo ao encontro de um novo ciclo. Estou compondo há bastante tempo, e este disco vai ser feito sem pressa. Já estou trabalhando as primeiras músicas em estúdio e chamando músicos com quem tenho sintonia, para gravar e ensaiar. Já estive muito ansiosa pra ver o trabalho pronto, e agora estou muito tranquila e feliz com o rumo que as coisas estão tomando. Não poderia imaginar melhor momento e lugar para trabalhar nele. Tô experimentando. É um momento de construir. Começar de novo... [cantarola a música de Ivan Lins] O que você sente quando está no palco? Palco é um lugar onde me sinto à vontade e feliz. Uma das coisas mais gostosas é aquele sentimento minutos antes de subir, misto de ansiedade e prazer. Ainda é o mesmo sentimento do início. Eu não consigo me imaginar no palco sem sentir as coisas. É quente, é uma coisa muito intensa, muito única. Eu me lembro de subir no palco a primeira vez, tímida, insegura, mas muito feliz de estar ali. Sempre foi assim. O palco é um lugar para se divertir, trocar energia e ser o que se é. E isso é completamente viciante. É um momento em que estamos exatamente na nossa função. Logo que acaba, você quer de novo. Até hoje me choca ouvir uma multidão cantando uma música que eu escrevi. Arrepia, me emociona, me impressiona.

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Agradecimentos

Salão Cassius Martins Produtora de moda • Ana Carolina Valente Leal Moreira • Torres Floratta

O que você vê no seu futuro? Muitos filhos e muita riqueza (risos). Tocar, tocar muito. Madame tem show pra fazer, eu tenho esse projeto pra fazer. Vamos articular essa turnê internacional, que provavelmente vai rolar. Fui convidada para outras coisas muito legais, mas que ainda não posso anunciar... Tô cercada de gente que eu amo, na cidade que eu amo – que tem muitos problemas, mas não há nada como nosso lar. Então quero meus filhos, discos, meus gatos... E quando eu estiver velhinha, com as tatuagens todas enrugadas, eu ainda estarei fazendo a mesma coisa que sempre quis fazer. Desde quando eu era só uma criancinha.


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BelĂŠm 400 anos

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Da redação

Dudu Maroja

O futuro já

começou

André Leal Moreira virou personagem em sua própria publicação. Na sexta entrevista sobre os 400 anos da capital paraense, convidamos o empresário e diretor editorial da Revista Leal Moreira a falar de sua infância, do presente e seus planos e desejos para a Belém que habita nossos sonhos.

O

paraense André Moreira, por natureza, é um homem inquieto e de pensamento voltado para o futuro. “Gosto de pessoas que acreditam que realizar é possível”, costuma dizer. Não por acaso. O engenheiro, formado pela Universidade Federal do Pará, ergueu, junto com o pai e os irmãos, João Carlos e Maurício, a maior e mais respeitada construtora do Norte do Brasil: a Leal Moreira. Apaixonado pelo universo da comunicação, não tardaria a enveredar por outro caminho: o das ideias criativas de negócios que expressou por meio da propaganda e marketing. Fez pós-graduação na área e cursos de gestão. Há dez anos, enquanto capitaneava sua recém-aberta agência de publicidade, veio-lhe à mente uma ideia: uma revista inovadora, diferente de tudo que o mercado editorial havia visto até então. Nascia a Revista Leal Moreira (então chamada de Living), uma publicação que refletia o estilo de vida de quem vivia um Leal Moreira. Nesta conversa, que ocupou uma tarde inteira na concorrida agenda do empresário, conseguimos ter contato com o André que poucos conhecem: um homem que fala de sua intimidade – o que é raro de acontecer –, de sua paixão pela família e de sua infância. Como nada, no que tange à trajetória deste sagitariano inquieto é óbvio (e nem ele preferiria que assim fosse), o convidamos a falar sobre Belém (já que dele nasceu a ideia desta série de entrevistas que, até 2016, falará sobre os quatro séculos de nossa cidade) e a dividir alguns de seus pensamentos para com a “cidade das mangueiras” e foi nosso privilégio saber que a conversa, que você lê a seguir, é a semente inicial de um “Fórum Permanente de Ideias para Belém”, desejo há muito

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acalentado por ele. Eu queria que falasses da tua relação com Belém... Gostas da cidade onde vives? Gosto muito de Belém. Sempre fui muito crítico com o aspecto de “o que fazer em Belém?”. Eu lembro que até uns quinze anos atrás, quando eu viajava, eu convidava as pessoas a visitar Belém e te confesso que pensava: “o que eu vou mostrar de Belém que esteja bonito para ser mostrado?”. Não porque faltassem lugares para conhecer, mas preciso confessar que pensei muito, à época, em morar fora daqui. Florianópolis, Rio... nessas cidades havia muita liberdade de andar tranquilamente, ver o pôr do sol... havia aquele sentimento de “cidades sem amarras”. Foi quando Belém começou a mudar. Digo também sem receio que o Paulo Chaves (arquiteto e atual Secretário de Estado de Cultura de Governo) foi um divisor de águas nesse processo: quando as portas para o rio começaram a ser (re)abertas – o que era um anseio muito grande da população. Não havia como Belém continuar de costas para seu rio. Foi nesse momento que as minhas “próprias janelas” também foram escancaradas. Quando olhei a visão que a orla me proporcionava, pensei: “que beleza encantadora!”. Belém precisava (e precisa) de projetos ousados, que revelem seu potencial, que exibam sua beleza. Daí começaram a surgir pontos revitalizados que nos permitiram um outro olhar sobre a cidade. Acho, inclusive, que essa “visão“ demorou a chegar. Talvez ainda tivéssemos o Grande Hotel e tantos outros lugares que hoje habitam nossos pensamentos e saudades. Belém, depois do [Antônio] Lemos, nunca mais teve »»»


um gestor disposto a abraçá-la, a amá-la com vigor e disposição para devolver a ela a condição de metrópole da Amazônia. E com o tempo, esse desejo amenizou, se perdeu... Manaus, nossa vizinha, administrou muito melhor seus potenciais – investiu pesado para tornar a cidade a metrópole; a porta de entrada da Amazônia. Um sonho seu para Belém... Que Belém seja uma referência para o restante do Brasil. Respeitando suas particularidades e potencialidades. É um sonho antigo – e pelo que sei há um projeto – que Belém tenha um grande aquário, em padrões internacionais, amazônico. Sempre sonhei com um grande parque indígena do outro lado do rio – que proporcionasse uma experiência inesquecível aos seus visitantes – voltado à preservação da cultura desses povos. Imaginem para o turista passar um dia em uma aldeia (algo que se assemelhasse a uma “disney” indígena) provando a culinária, pintando seus corpos, dançando e brincando de atirar com zarabatanas. Precisamos incentivar a iniciativa privada a abraçar esses projetos ousados. Se fosse possível, por exemplo, ao empresariado local aproveitar uma estrutura governamental com essa finalidade, certamente isso seria um estímulo a mais. Belém teria muito mais a oferecer do ponto de vista arquitetônico, como a “francesinha do norte”, que já foi um dia; o Marajó precisa ter acesso mais facilitado – aquele pedaço de chão é um pedaço do paraíso na Terra...

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Falamos até agora em aspectos arquitetônicos, de beleza... Acho que a beleza é o que salta aos olhos, não tenho dúvidas. Mas uma cidade realmente bela tem de ser saudável. Precisamos de saúde de qualidade para todos. Precisamos de segurança! Essa é, aliás, uma questão relacionada ao nosso cotidiano que muito me preocupa. O que estou tentando dizer é que saúde e segurança precisam ser olhados de maneira muito séria. Mas nossas riquezas também precisam de cuidado... a arquitetura, nossa herança indígena, nossa herança portuguesa, além de outras tantas etnias que por aqui aportaram e tanto contribuíram para nosso povo e cidade. Mas somos amazônidas em essência. Estamos no coração da Amazônia. Nós já fomos porta de entrada da região – e essa referência, penso eu, que tem de ser resgatada, por meio de políticas sérias. Somos a Belém da Gastronomia – única, respeitada no mundo inteiro! A “Meca” dos chefs de cozinha! Esse turismo gastronômico e mesmo os produtos made in Pará precisam ser potencializados. Ah, não posso deixar de mencionar o cenário musical paraense... O Pará definitivamente entrou no setlist nacional... Eu lembro de quando o Pará produzia lambada para exportação (risos) e como virou febre no país. E agora os olhos da música brasileira se voltam para Belém como a única coisa realmente nova, a única novidade... a coisa mais original dos últimos


tempos. É muito bom você ver a Lia Sophia, a Gaby Amarantos – talvez a maior expressão neste momento – Felipe Cordeiro, que tem uma pegada sensacional – gosto de ouvi-lo enquanto dirijo. A inovação nos shows da Gang do Eletro. Ver todos esses e muitos outros fazendo sucesso dá um orgulho danado! Só lamento o preconceito com o “brega”, já que no restante do país, a palavra era vista como algo depreciativo, fora de moda. Que bom que o “treme” é melhor aceito! (risos) Pontuaste aspectos muito importantes e gostaria de voltar à Gastronomia. Por uma razão natural: porque a própria Leal Moreira é parceira do Ver-O-Peso da Cozinha Paraense, o maior e mais antigo festival do gênero do Norte do Brasil. Foi esse desejo pelo reconhecimento da culinária paraense que motivou essa decisão? Sim. Sempre fui muito fã do festival, do Paulo Martins – que levou nossa cultura gastronômica para muito além das fronteiras físicas do Pará e do Brasil. E elevou o nível da gastronomia paraense. A nossa gastronomia é sem dúvida uma das nossas grandes riquezas. E o Paulo era de uma humildade... quando levava consigo ou enviava, a pedidos, os isopores com tucupi, jambu – foi ele quem espalhou nossas sementes por aí. E o VOP sempre foi conduzido muito aguerridamente pelo Paulo. A Tânia [Martins, viúva do chef e presidente do Instituto Paulo Martins], em nosso primeiro contato, contou que muitas vezes o Paulo realizou o

festival “na raça”, sem quase apoio algum... Infelizmente o Paulo se foi e admito que dava uma dor ver um festival tão bonito sem a merecida expressão e divulgação... É um privilégio somar forças com a família Martins e quero – e desejo – que o VOP fique cada vez maior, porque a cultura paraense se fortalece e cresce como ícone da cultura gastronômica nacional. O André Moreira vai ao mercado do Ver-O-Peso? Vai, mas gostaria de ir mais. O Ver-O-Peso precisa passar por uma gigantesca reestruturação – da sanitária, passando por um reforço emergencial na segurança, até a própria revitalização arquitetônica da feira. O Ver-O-Peso, ao meu ver, tinha de ser um centro gastronômico maior ainda do que ele já é – passar por uma padronização; desviar a rota dos ônibus dali, ampliar o calçadão, reestruturar o Solar da Beira, capacitar os feirantes, os vendedores, as boieiras... A exemplo do La Boqueria [o mercado], em Barcelona, o Ver-O-Peso poderia ser um centro gastronômico muito, muito melhor do que ele é. E mais seguro: até para que os turistas queiram e possam estar lá tranquilamente. E essa reestruturação tem que ser ampliada para seu entorno também. E não posso deixar de falar do mercado de São Braz... Aquele lugar é o nosso Covent Garden [distrito de Londres e um mercado que lembra muito o de São Braz] e ali deveria ser um Polo Gastronômico, com alguns feirantes, mas que fosse eminentemente um local onde pudessem acontecer cursos de culinária, »»»

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qualificação. Eu acho que o SEBRAE-PA, por exemplo, tem tanta oportunidade de trabalhar ali, quanto no Ver-O-Peso. Você já pensou se aquela praça, em frente ao mercado de São Braz, abrigasse inúmeros restaurantes e ali houvesse várias mesas, mercado ao ar livre de venda de especiarias? Tenho certeza de que as pessoas adorariam passar o dia inteiro ali. Tua formação como engenheiro te faz ter um olhar muito apurado para aspectos arquitetônicos e tua atuação como publicitário te faz ser um observador da cultura cotidiana, mas preciso te perguntar o que achas da autoestima do paraense... Acho que muitas vezes o paraense, apesar de muito orgulho de sua cultura, ele a discrimina. Mas....? Acho uma pergunta complexa de responder. Percebo que a criança e o idoso sofrem muito em Belém. Falas de acessibilidade? Não. Falo de falta de opções que nos permitam exercer a liberdade. E um povo que não pode se sentir liberto – por falta de opções ou por falta de segurança – não pode se sentir parte integrante da sua cidade. Eu acho que o paraense não vive em plenitude tudo que Belém tem a oferecer. E acho que nós temos orgulho do que nossa capital é. E

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não como está. E isso, sequencialmente, deve-se à falta de gestão, de governo. Falta saúde, falta segurança... Belém é uma cidade mal iluminada, escura. As praças são sujas. E acho que dignidade passa muito por aí: garantir o mínimo de direito à segurança para que a população possa frequentar suas praças... que as crianças possam correr ao ar livre, onde os idosos pudessem sentar, conversar. Dá para andar tranquilamente em Belém? Houve uma inversão, de fato: cada vez mais o cidadão paraense está “preso” dentro de casa... É o que eu acho. E lamento que nossas crianças e idosos sequer possam sair de casa. Isso me entristece demais. Você não faz ideia. Pela falta de segurança e por questões de preservação, mesmo. As calçadas de Belém são ingratas com todos seus cidadãos... que dirá com seus idosos. Deixa eu te dizer: o povo de Belém é de uma hospitalidade ímpar. Somos um povo carinhoso, afetuoso, “chegado” [risos], respeitando o nosso vocabulário. O povo quer receber... mas precisamos de mais investimentos. Em suma, a maior riqueza de Belém é o povo de Belém. Cresceste na Cidade Velha, não é? Cresci! E posso dizer, com muito orgulho, que eu fui um “menino de rua” da Cidade Velha. Eu saía da minha casa, na Tamandaré, com mais alguns amiguinhos e ia andando pelo Porto do Sal, até o Forte

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do Castelo. Sem medo, sem nenhum adulto tendo que nos acompanhar. Íamos “catando” maços de cigarro, para transformá-los em “dinheirinho” – brincadeira de criança que nem existe mais. Eu lembro que o maço do Luiz XV valia 15 cruzeiros [risos]. A gente ia procurando as embalagens vazias de Gaivota, Carlton, Minister. Eu fui moleque de procurar minhoca no quintal de casa, colocar em uma lata, para levar pro Porto do Sal para pescar. Eu vivi isso! Tomava banho de chuva no meio da rua, banho de bica, de calha d’água. Ficas preocupado que teu filho não viva as mesmas experiências que viveste? Pois é... Eu queria muito que o Pedro tomasse banho de rio, que ele pudesse viver a orla (e a expansão dela) de Belém. Eu gostaria de poder levá-lo para Icoaraci... a Icoaraci que vivi na minha infância. A Augusto Montenegro inibe muito quem deseja ir para lá... o trânsito é um caos e falta segurança. Lamento profundamente porque Icoaraci é uma pequeno oásis, um refúgio a alguns quilômetros do centro de Belém... Em relação aos projetos pensados para Belém, torço que o da ponte (ligando a região das ilhas a Belém) – e essa não é uma ideia minha, o Aurélio Meira falou sobre isso [edição 36], é um projeto do Dr. Alcyr Meira, saia do papel. Se o Zenaldo conseguir colocar em atividade os táxis de rio, à semelhança dos vaporettos, Belém viverá plenamente sua vocação marítima, como cidade à

beira do rio, voltada para as águas. Espero que o projeto da orla seja concluído, que chegue à UFPA. Quero muito levar meu filho, no cair da tarde, à beira do rio – como ela merece ser vista. Preciso te fazer uma provocação necessária. Como lidas com as críticas de que Belém está se tornando uma selva de pedra, que é justamente o setor da construção civil que está contribuindo tanto para “enfeiar” a cidade? Ao mesmo tempo em que preciso também te perguntar como a iniciativa privada, o empresariado pode ajudar Belém a ser uma cidade melhor? Primeiro, deixa eu te dizer que o crescimento vertical é inexorável. Por quê? Belém não tem mais para onde crescer, faltam áreas, falta segurança. Veja bem: eu mesmo morei em casa por muitos anos – foi o período mais feliz da minha vida, mas por motivos de segurança, minha família optou por um apartamento. E é esse sentimento que norteia nossa filosofia de trabalho: que os apartamentos que construímos assemelhem-se a uma casa, em espaço, conforto e diferenciais. Nossos empreendimentos respeitam as políticas públicas, respeitamos distâncias e a legislação. Em relação às boas iniciativas, podemos pensar em maneiras de padronizar as calçadas de Belém; podíamos pensar em reformar praças... Volto a bater na mesma tecla: onde levar nossas crianças e idosos? Em qual lugar de Belém podemos dar liberdade a esses entes – »»»

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foto Rogério Uchôa

diga-se: é um direito constitucional, o de ir e vir. Por que não ampliamos a Estação das Docas? Ali não cabe mais um porto – na minha humilde opinião, afinal Belém tem outras portas de entrada e saída. O empresariado é parte fundamental nesse processo de melhoria e embelezamento da cidade. Precisamos nos unir mais. Trazendo nossa discussão para a Revista Leal Moreira, qual foi teu objetivo em instituir a série “Belém – 400 anos”? Tentar, por meio de opiniões diversificadas, provocar o pensamento coletivo sobre Belém. Que entendamos que nossa cidade tem muitos defeitos e inúmeras virtudes e que pode ser diferente – para melhor. Mas para tal, precisamos de ideias, de projetos, de políticas e, principalmente, pessoas corajosas. E insisto: Belém tem de ser entendida como aquela cidade que gosta de receber, mas que esteja preparada para receber. Sabe o que eu acho? No que diz respeito a Belém e à ousadia que nos falta? Que falta dar asas a quem deseja voar... Por isso eu tenho muito orgulho do que o Paulo Chaves fez por Belém. Também tenho orgulho dos gestores que acreditaram nele. O que tu mais gostas em Belém? Fora algumas coisas que citei aqui...? Sim. [André Moreira fica emocionado] Gosto de mostrar Belém para meu filho. Especialmente a cida-

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de que eu vivi e que adoraria – do fundo do meu coração – que ele pudesse viver. E tenho essa saudade no meu peito. Esse é teu desejo maior? Como homem público, como pai? Que teu filho pudesse ter uma infância tão ingênua e liberta quanto a tua? Meu filho e meus pais. É meu maior desejo que meu pai [Carlos Moreira, diretor-presidente da Leal Moreira], que é um apaixonado pela Cidade Velha, onde ele religiosamente passeia todo domingo, pudesse, em vez de ser de carro, caminhar com minha mãe pelas ruas do bairro. Sem medo, sem insegurança... que ele pudesse ver casas e logradouros preservados. É difícil mudar essa realidade, esse ciclo vicioso. Nossos gestores precisam investir pesado na educação de nossas crianças, porque a mudança de Belém vai acontecer nas próximas décadas. Investimentos em saúde precisam acontecer logo e mais. Belém precisa ser pensada para ter (e mostrar) horizonte. E o que esperas ver em Belém, daqui a dez anos? Sabe o que falta? Um fórum sério, permanente, de ideias para Belém, que pudesse nortear ações para Belém... e, principalmente, executá-las ou buscar parcerias e meios por onde fazer isso. Tenho que dizer, em primeira mão, que quero viabilizá-lo, realizá-lo. Esse é um projeto que olharei com carinho: procurar pessoas com as quais pensar coletivamente ideias para nossa Belém.


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perfil

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João Neves Leivas

Sopros do

mundo

Em seu novo trabalho, o saxofonista Leo Gandelman mostra como o jazz influenciou os nossos melhores músicos.

A

lguns poucos músicos (os melhores, geralmente) conseguem que seus nomes sejam imediatamente associados ao instrumento e à música que tocam. Quem pensa em Chopin, pensa em piano. Da mesma forma que o nome de Luiz Gonzaga lembra a sanfona. Assim é com Leo Gandelman. Pensar nele é pensar em saxofone, e no jazz, na boa música brasileira. Depois de tocar com todo mundo que é importante na música, Leo está lançando um novo álbum, “Ventos do Norte”, no qual trata de um assunto pouco estudado: como grandes saxofonistas do Nordeste brasileiro influenciaram os músicos no restante do país e como estes gênios foram influenciados pelo jazz americano. Em tempos idos, falar de nordestinos era falar de “gente do Norte”. Os próprios imigrantes referiam-se à sua origem como “quando eu vim do Norte” quando, na verdade, tinham vindo do Nordeste. À época, para os moradores do Sudeste e Sul brasileiros, então ainda mais fortes e predominantes no país do que hoje, o “Norte” era uma grande área que englobava tudo, dos mistérios amazônicos à seca da caatinga. Convidados a tocar nas grandes orquestras do Sudeste e atraídos pelo movimentado mercado

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criado a partir do desenvolvimento do rádio, estes músicos foram se chegando e se espalhando pelo país. Eles mesmos influenciados por ventos vindos ainda mais do norte. Da América do Norte. Pelo rádio, estes primeiros virtuoses ouviam os músicos americanos e ficavam encantados com a nova melodia e os novos acordes e, sobretudo, com a arte da improvisação trazida pelas bandas, grupos e orquestras de jazz, o maior legado desse estilo musical e dessa cultura musical. Assim, nomes como Luiz Americano, Severino Araújo, K-Ximbinho, Moacir Santos, Netinho, Zumba e Duda trouxeram para o Sudeste esta influência. A mistura foi tão favorável para os brasileiros que engrandeceu ainda mais a canção nacional, fazendo com que, em alguns casos, os instrumentistas brasileiros suplantassem alguns dos grandes nomes do jazz americano. É um tanto desconhecida, mas extraordinária, a história de quando a orquestra de Tommy Dorsey veio ao Brasil, em 1951. Na inauguração dos estúdios da extinta TV Tupi, do Rio de Janeiro, a Orquestra Tabajara – de Severino Araújo (um dos homenageados de Leo em seu novo disco), »»»

distribuição


foi convidada para participar das festividades musicais da emissora, junto com a Orquestra de Tommy Dorsey, uma das maiores de seu tempo. Um duelo lendário. Dorsey já era à época um deus das orquestras, bandleader reconhecido mundialmente, um dos maiores nomes do jazz e da música para dançar. Cada um deveria interpretar uma peça musical. Dorsey reuniu seus rapazes e, cheios de si, atacaram com “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso. Um dos nossos hinos nacionais. Nos ensaios, já dava para se ver que era o estilo brilhante de Dorsey. Severino reuniu sua orquestra e escolheu interpretar “Rhapsody in Blue”, de George Gershwin, clássico americano, clássico do jazz, clássico universal. Quando Tommy Dorsey ouviu os primeiros sons da orquestra de Severino Araújo para a composição ficou surpreso. Severino tinha feito uma combinação de jazz com samba absolutamente extraordinária, dando um ritmo brasileiro à música tão associada à cultura americana. Dorsey ficou entusiasmado com o talento do colega e o parabenizou, impressionado. Outro bom exemplo como, na prática, o jazz se misturou aos ritmos brasileiros é o do saxofonista Luiz Americano. O sergipano foi o primeiro a chegar ao Rio de Janeiro vindo “do norte”, em

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1921, e logo depois já estava tocando na principal gravadora da época, a Odeon. Em 1928, Luiz fez temporada na Argentina tocando no conjunto do baterista americano Gordon Stretton, um pioneiro do jazz. K-Ximbinho também, que era colega de Severino Araújo na Orquestra Tabajara, foi um mestre em harmonia e na fusão entre os ritmos brasileiros e o jazz, principalmente o choro. Este é o segundo trabalho de Leo Gandelman com o objetivo de resgatar o trabalho de nossos músicos pioneiros, um verdadeiro mapeamento do sax em nossa cultura. O primeiro foi “Radamés e o sax”, de 2006, que enfocava a obra do brilhante maestro Radamés Gnatalli. Em seu novo disco, você resgata um grupo importante de saxofonistas nordestinos que enriqueceram a música brasileira e que foram enriquecidos pelo jazz. Como esses músicos foram influenciados pelo ritmo americano? Foram influenciados por ventos musicais que sopraram da América do Norte em direção ao Brasil. Através de pesquisas e depoimentos de figuras importantes como Severino Araújo e K-Ximbinho, a música norte-americana, ouvida nas cidades do Nordeste pelas ondas curtas »»»

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do rádio e depois pelas bandas militares que atuavam nas bases que os Estados Unidos construíram no litoral nordestino, às vésperas da Segunda Grande Guerra, marcaram muito fortemente na formação desses músicos e ajudaram a misturar elementos do choro, do jazz e do frevo. Para quem toca saxofone, sofrer a influência do jazz parece natural. O instrumento é muito usado nas composições jazzísticas. Mas qual o tamanho da influência do jazz americano na música brasileira como um todo? A sonoridade do sax ficou muito associada ao jazz, mas, na verdade, a nossa música tem uma sonoridade mais ampla, rica, muito diferente. A contribuição do jazz hoje é muito grande em todas as linguagens da nossa música popular, sobretudo no que diz respeito à arte do improviso, maior legado desse estilo musical e dessa cultura musical. Acha possível produzir música brasileira legítima, de qualidade, mesmo influenciado por um ritmo tão marcante e identificado com a cultura americana quanto o jazz? Com certeza existe hoje uma música genuinamente brasileira e de grande qualidade,

com reconhecimento mundial, e que tem vida e características absolutamente próprias. Nossa música hoje é o maior produto de exportação cultural do país! Que vento do norte foi mais forte, o vento que soprou das orquestras americanas ou o que soprou trazido pelos virtuoses nordestinos que tivemos? “Ventos do Norte” é, sem dúvida alguma, uma homenagem aos músicos e compositores virtuoses nordestinos, que contribuíram de forma definitiva com a construção de uma linguagem própria para o sax brasileiro. A música brasileira deve agradecer também ao jazz – e não só à modinha portuguesa, ao tango e aos ritmos europeus – por sua riqueza? Por causa do improviso ou algo mais? Sim, nossa música deve agradecer a todos os estilos acima citados e também ao jazz pelos ventos que trouxeram inspiração musical para o Brasil. Com certeza, o improviso é um elemento importante, mas outros elementos, como harmonia e suingue, também contam. Mas o jazz tem muito a agradecer também à musica brasileira por toda a inspiração que os “ventos do sul” têm levado para o norte.

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Democracia

não é mole

Celso Eluan empresário celsoeluan@ig.com.br

Democracia não é mole. Se você é um ditador, usa armas químicas, explode uma bomba, invade territórios alheios, pinta e borda... ainda sai com fama de valente. Já na democracia você é obrigado a consultar o Congresso, que ouve a voz da opinião pública, pede autorização para organismos internacionais, negocia, negocia e... negocia de novo até cansar e desistir. Se você é um ditador e tem adversário que está te atrapalhando, basta tachá-lo de “inimigo do povo”, arrumar uma acusação qualquer e mandar prender. Numa democracia, de novo, tem que negociar, argumentar, convencer e até cooptar. Um agradozinho aqui, uma verba acolá, um cargo ali e a coisa se resolve. Mas demora e até aliados de plantão se posicionam como adversários pra ter um agradozinho aqui, uma verba acolá, um cargo ali. Então resolve com um, aí vem outro e depois aquele um quer de novo. Ufa! Dá logo vontade de tachar de inimigo de povo e mandar prender. Mas não é só no âmbito político que essa questão se levanta. Nas empresas até o velho bordão “manda quem pode, obedece quem tem juízo”

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está sendo questionado. A hierarquia está se horizontalizando; as decisões estão sendo tomadas em comitês; os sindicatos pressionam cada vez mais por direitos, o cliente é quem manda e por aí vai. Nas relações familiares, o patriarcado está em baixa e não vai ser substituído por uma nova era matriarcal, mas o poder está se diluindo entre as partes, inclusive os filhos, que no passado, calados já estavam errados. Na vida social também esse efeito democratizante se faz notar: as minorias estão acumulando mais voz que daqui a pouco teremos que ter leis para proteger a maioria. E por que tudo isso está ocorrendo? A evolução das relações sociais provoca pressões pela divisão do poder. Parece que tudo começou com a “Revolução Gloriosa” na Inglaterra do século XVII, quando as reformas na legislação retiraram do rei o poder divino sobre todas as decisões e estabeleceram as bases de uma constituição nos moldes que hoje conhecemos nas modernas democracias. Um bom exemplo dessa evolução é avaliar a origem da palavra ‘fuck’ que em inglês era a sigla para ‘Fornication Under Consent of King’, ou seja, até

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para um casal fazer sexo tinha que haver consentimento real. Com a constante evolução social e, consequentemente da própria linguagem, um espelho da sua época, o termo ‘Rainha da Inglaterra’ se aplica hoje a alguém que tem o poder de fachada e que nada decide de fato. Estamos analisando apenas 300 anos de evolução social, alguns segundos no calendário evolutivo da espécie, mas podemos perceber nesse átimo o quanto mudamos nosso comportamento e como o poder se diluiu. Sem dúvidas era muito mais fácil governar quando se era um faraó ou um rei, em que opinião pública era um termo que nem havia sido gestado. No entanto, como diria o filósofo, a democracia é o pior dos regimes, só não temos alternativa melhor. Se em algum momento você julgar que tudo é muito complicado, ficar em dúvidas sobre os Obamas ou Assads e que o certo seria a volta dos militares ou qualquer outro regime de exceção, lembre-se de que talvez você precise pedir autorização do rei para, digamos assim, brincadeiras adultas. Fuck!


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Bianca Borges

buscapelo A

paraíso

Os apaixonados por livros têm entre seus hábitos o de colecionar mais volumes do que conseguem ler ou abrigar na própria casa. Não resistem a um exemplar, se entregam com paixão a cada capítulo e se sentem em um lugar mágico, especial quando estão em uma livraria.

U

ma espécie de loucura mansa, prazerosa e incurável. Era assim que José Mindlin, o maior bibliófilo brasileiro, definia a paixão pelos livros. Curiosamente, um dos maiores romances da literatura universal conta justamente a saga de um homem que enlouqueceu por ter lido livros em demasia – todos eles sobre cavalaria. Não tardou para que, alguns capítulos depois, o insaciável leitor se tornasse, ele mesmo, um cavaleiro errante e destemido que travava lutas contra moinhos de vento. E foi desta forma que o cinquentão Alonso Quijana autointitulou-se fidalgo Dom Quixote de La Mancha, pelas mãos do espanhol Miguel de Cervantes, em 1605. Já o escritor francês Gustave Flaubert, em seu primeiro conto, Bibliomania (publicado em 1836, quando ele tinha apenas 15 anos), relata a história de um homem que, de tão louco pelos livros, chega a assassinar um rival na disputa pela posse de uma obra rara. Falecido em 2010, Mindlin formou, ao lado de sua mulher, Guita, a mais impressionante biblioteca colecionada por uma pessoa física no Brasil, com cerca de 40 mil volumes. Os livros hoje fazem parte do acervo da Universidade de São Paulo, sob o nome de “Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin”. Mas o casal é apenas um dos representantes mais famosos de uma tribo universal e antiga: a dos devoradores de livros. O nascimento de uma legítima representante desse grupo de obcecados é retratado no conto “Felicidade Clandestina”, de Clarice Lispector:

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uma menina que, ao conseguir um exemplar de “Reinações de Narizinho”, clássico infantil assinado por Monteiro Lobato, passa a comportar-se não mais como “uma menina e seu livro”, e sim como “uma mulher e seu amante”. É comum que os apaixonados pela leitura, como a personagem de Clarice, tenham uma fascinação pelo livro como objeto. De volume em volume, formam-se bibliotecas que muitas vezes se tornam maiores que a casa de seus proprietários. É o caso do economista Carlos Lessa, ex-presidente do Banco Central. Ao perceber que os 20 mil livros da coleção que mantém ao longo de toda sua vida já ocupavam um andar inteiro da casa onde mora com a família no bairro do Cosme Velho, no Rio de Janeiro, ele então decidiu alugar um sobrado exclusivamente para guardar sua biblioteca particular. Outro leitor convicto, o jornalista e escritor Ruy Castro, tem as paredes de seu apartamento quase totalmente ocupadas por dez estantes “temáticas”, organizadas a partir de seus maiores interesses, entre eles a cidade do Rio de Janeiro, Cinema, Literatura e Música. Numa tentativa de explicar essa paixão em uma de suas recentes colunas para o jornal Folha de São Paulo, Ruy afirma que a fascinação de folhear volumes que têm décadas ou séculos de existência é resultado da oposição entre a finitude do homem e a eternidade dos livros. O poeta Carlos Drummond de Andrade – ele mesmo um apaixonado por livros que chegou a »»»


sofrer, muitas vezes, com a insuficiência de recursos para comprar todos os volumes que gostaria – descreve os frequentadores crônicos de livrarias de livros usados, os famosos sebos, como peculiares: “falam baixo, andam devagar. Uns têm a ponta dos dedos ressecada e gretada devido à alergia à poeira, mas, que remédio, se a poeira é o preço de uma alegria bibliográfica?”. Para Drummond, o sebo era uma verdadeira democracia. “Saio deles com a sensação de que visitei não um cemitério de papel, mas o território livre do espírito contra o qual não prevalecerá nenhuma forma de opressão”. Não é preciso voltar muito no tempo ou ir mais longe para encontrar outros exemplos. Em Belém, um lendário devorador de livros em torno do qual se juntavam diversos outros, foi o escritor Haroldo Maranhão, que, ao longo da vida, organizou uma biblioteca de preciosidades das literaturas brasileira e portuguesa e um acervo excepcional de documentos raros e obras de arte. Proprietário da livraria extinta Dom Quixote, localizada na Avenida Presidente Vargas, logo abaixo do famoso Palácio do Rádio, Haroldo a transformou num ponto de encontro de intelectuais, nos idos da década de 1940, chegando a receber a visita de ilustres como o filósofo francês Jean Paul Sartre. Entre os viciados em livros que por lá circulavam estavam o poeta Mário Faustino e o filósofo Benedito Nunes. Benedito, por sua vez, juntamente com sua esposa, Maria Sylvia, formou uma espetacular biblioteca – ou melhor, bibliotecas, no plural – em sua casa na travessa Estrela (hoje, Mariz e Barros), no bairro do Marco, onde recebiam generosamente quem os procurasse até a morte de Benedito, em 2011.

Templos dos adoradores de livros Fundação Cultural Tancredo Neves Sede da biblioteca Arthur Vianna, com um acervo de mais de 700 mil itens e que, no setor de obras raras, abriga a biblioteca do escritor Haroldo Maranhão. Também conta com uma excepcional coleção de obras sobre o Pará. A coleção de jornais é considerada uma das mais completas do Brasil. Biblioteca Nacional A Biblioteca Nacional do Brasil é uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo e também a maior da América Latina. Seu acervo é calculado, atualmente, em cerca de nove milhões de itens. O núcleo inicial da biblioteca chegou ao Brasil juntamente com a família real portuguesa, em 1808. Real Gabinete Português de Leitura O Real Gabinete Português de Leitura, com acervo de 350 mil volumes, possui a maior e a mais valiosa biblioteca de obras de autores portugueses fora de Portugal. Destaca-se pela beleza do prédio, que remete a uma verdadeira viagem no tempo e pelo empréstimo de livros. Biblioteca Mário de Andrade Fundada em 1925, é a maior biblioteca pública da cidade de São Paulo e a segunda maior biblioteca pública do país, superada, apenas, pela Biblioteca Nacional. A Biblioteca Mário de Andrade possui um dos maiores acervos do país, formado por livros, periódicos, mapas e multimeios. Universidade de Coimbra Considerada uma maravilha arquitetônica, a biblioteca da Universidade de Coimbra completou 500 anos de fundação em fevereiro deste ano. No seu acervo de mais de um milhão de livros, especialmente em português e latim, um dos maiores tesouros é um dos exemplares da primeira edição de Os Lusíadas. Boekhandel Selexyz Dominicanen e El Ateneo Tidas como as duas mais belas livrarias do mundo. A primeira se localiza em Maastricht, na Holanda, dentro de uma igreja dominicana do século XII que teve a estrutura gótica conservada, e estantes adicionadas para acomodar os milhares de livros. A outra, em Buenos Aires, foi construída no Teatro Grand Splendid, famoso pelas apresentações de tango.

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Você é Movido a Novidades e Qualida Qualidade!

A tribo de adoradores de livros é, no entanto, formada em sua maioria por anônimos. Pessoas que passam a vida orbitando em torno de bibliotecas e livrarias – com exemplares novos ou usados – ou qualquer outro ambiente onde haja livros à vista. Gente que, ao ser recebida na casa de alguém, já na entrada inevitavelmente lança um longo e analítico olhar para as estantes em busca de títulos familiares, desconhecidos, surpresas e descobertas. Ou que, caminhando despretensiosamente na rua, é capaz até de sentir o “cheiro dos livros” antes de, na esquina mais próxima, dar de cara com uma livraria – um lugar considerado pelos amantes dos livros como uma espécie de “paraíso”, conforme definiu Jorge Luis Borges. É bom lembrar, todavia, que a maioria dos apaixonados por livros está longe de ter a destreza de um José Mindlin ou Benedito Nunes. A livreira Lilian Dorea reuniu no blog (e depois no livro de mesmo nome) “Manual Prático de Bons Modos em Livrarias”, uma série de histórias anedóticas e curiosas sobre as trapalhadas de leitores distraídos, esquecidos ou apenas muito teimosos. São casos de obras com nomes trocados e enredos de livros que não existem, entre outras situações engraçadíssimas, que ajudam a reforçar a ideia de que essa é, realmente, uma tribo de loucos. Mas, também é fato, um dos maiores prazeres que um devorador de livros pode ter é exatamente o de contagiar o maior número possível de pessoas com essa encantadora obsessão e com suas, na maioria das vezes, divertidas consequências. Transmitir, como disse José Mindlin, essa “loucura mansa” e torná-las também parte desse bando de loucos.

O CELEIRO frutos da lavoura

O CELEIRO frutos da lavoura

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ELA É A SANTA.

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NÓS, O MANTO.

GRIFFO

É Círio. Em cada um, em todos nós. Homenagem do Governo do Estado à maior festa do Pará e uma das mais bonitas do Brasil.

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entrevista

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Lorena Filgueiras e Lucas Ohana

vidanão A

basta

Ferreira Gullar é um homem de palavras certas, certeiras. Com seis décadas de produção literária, ele conserva o olhar de novidade sobre o mundo, sem fazer planos.

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erta feita, Rilke, em carta a um jovem poeta, afirmou que “obras de arte são de uma solidão infinita: nada pior do que a crítica para as abordar. Apenas o amor pode captá-las, conservá-las, ser justo em relação a elas”. E continuou: “As coisas estão longe de ser todas tão tangíveis e dizíveis quanto se nos pretenderia fazer crer; a maior parte dos acontecimentos é inexprimível e ocorre num espaço em que nenhuma palavra nunca pisou”. Não por acaso, o poeta – considerado um dos mais importantes e influentes da língua alemã – teve influência sobre o jovem Ferreira Gullar – ele mesmo um contemplador, por natureza. Logo, a Arte, ocupava um espaço maior que a própria vida; tão essencial quanto o ar. Nascido no maranhão, em 1930, José Ribamar Ferreira não tardaria a reinventar-se. “Gullar é um dos sobrenomes de minha mãe – Alzira Ribeiro Goulart – e Ferreira é o sobrenome da família, eu então me chamo José Ribamar Ferreira. Como todo mundo no Maranhão é Ribamar, decidi mudar meu nome e o fiz: usei o Ferreira,

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que é do meu pai e o Gullar que é de minha mãe. Só um pequeno ajuste teve de ser feito: mudei a grafia porque o Gullar de minha mãe é o Goulart francês – é um nome inventado, como a vida é inventada eu inventei o meu nome”, declarou sobre o nome que adotaria para todo o sempre. Um homem liberto de regras – essa foi nossa conclusão, após a conversa um tanto surpreendente. Aos 83 anos [recém-completos e entrevista concedida à Revista Leal Moreira um dia após seu aniversário, no último dia 10 de setembro], Gullar nos brinda com críticas, lucidez, diz que tudo ao seu redor o emociona e que a vida é um eterno improviso. No poema “Primeiros anos” você fala de sua vida que, pelo que pude observar, foi bem humilde. Como foi o início de sua vida no Maranhão? Eu era um garoto “de rua”. Naturalmente, de uma família com muitos irmãos e eu era um deles. Muitos meninos e meninas... e eu vivia pela rua – quando não estava no colégio, estudando. A coisa literária surgiu inesperadamente. Eu ja- »»»

Daryan Dornelles


mais imaginei na vida, que eu fosse me tornar escritor; nunca sonhei com isso. De repente, me vi atraído pela literatura, pela poesia e aí comecei a me envolver, a ler. Como foi a experiência, a sensação de ter recebido o prêmio do concurso do Jornal de Letras com o poema “O galo” em 1950? Para mim realmente foi uma surpresa, porque eu, evidentemente, tinha escrito aquele poema... era um dos primeiros poemas modernos, que eu escrevi, porque até bem pouco tempo, eu era um poeta que fazia sonetos, fazia decassílabos e não fazia poesia moderna. Descobri a poesia moderna e comecei a me envolver com a nova visão da poesia, a nova concepção da poesia e escrevi “O Galo”, que para minha surpresa ganhou um prêmio nacional – uma surpresa muito agradável, diga-se. Mal acreditei, num primeiro momento, que tinha ganho o prêmio. E foi esse acontecimento que me estimulou a ir para o Rio de Janeiro – é claro que não foi só isso, mas um dos fatores que influíram em minha decisão foi ter ganho esse prêmio, que significava que a minha poesia despertava o interesse das pessoas da grande cidade, do centro cultural mais importante do país daquela época, que era o Rio de Janeiro. Ruy Castro escreveu uma crônica que cita você e João Cabral como mestres da palavra simples e exata. Quais são as suas maiores influências literárias e quais autores você gosta ler hoje em dia? É difícil dizer qual o autor de minha maior referência. Quando jovem, quando me voltei para a literatura, a minha fome de leitura era enorme e eu lia tudo! Eu lia romance, eu lia poesia – brasileira e espanhola, e lia poetas franceses e traduções de poetas alemães e russos. Enfim (ele gargalha), eu não sei dizer o que, de fato, influiu. Agora uma coisa, certamente, teve importância decisiva: quando eu li a poesia moderna. Li Drummond, que é uma poesia econômica, com economia de palavras, mas o que influiu muito nessa precisão, nessa economia, foi o fato de eu ser jornalista e de ter me formado, como jornalista, numa linguagem nova do jornalismo, a partir do Diário Carioca, um jornalismo moderno, que surgia nos anos 50 no Brasil, em especial no Rio de Janeiro. E essa nova escola, a de fazer jornalismo com poucas palavras, em oposição à prática do jornalismo do passado, de longos

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Veja mais

discursos e toda aquela conversa “fiada”, era o jornalismo do lead, do sublead, era o jornalismo da objetividade e da economia. Isso, sem dúvida, influiu muito no meu trabalho. Por que você se interessou pela história da médica Nise da Silveira? O interesse pela história dela nada tem a ver com o problema pessoal, com o fato de ter um filho meu que teve problemas psíquicos. Nada a ver. Quando conheci a Nise, eu sequer era casado. Eu tinha chegado ao Rio de Janeiro havia um ano. E foi por meio do Mário Pedrosa [crítico de arte e literatura. Foi crítico titular do Correio da Manhã (de 1945 a 1951) e depois do Jornal do Brasil (em 1957)] que eu tomei conhecimento do trabalho que ela realizava lá no Centro Psiquiátrico Nacional. Foi movido pela arte que o Mário Pedrosa era o único crítico a reconhecer que o trabalho de pintores como o Emygdio de Barros, o Diniz... e a reconhecê-los como artistas, embora fossem doentes mentais. Eles eram artistas! Tinham criatividade, tinham imaginação, enfim, as qualidades que um artista tem que ter. Logo, meu interesse pelo trabalho da Nise nada tem a ver com Psquiatria, propriamente dita; tem a ver com arte. Uma de suas frases conhecidas é “A arte existe porque a vida não basta”. Por que você diz isso? Porque é verdade! Não sou homem de fazer frases de efeito. Cada frase que eu escrevo incorpora uma verdade. Por que a Arte existe? Porque ela traz beleza para nossas vidas, além de fantasia, sonhos, criatividade... Quando você lê um poema do Drummond, do Rilke [Rainer Maria Rilke, poeta da língua alemã) você enriquece sua vida. Algo é acrescido à sua vida quando você vê um quadro de Van Gogh ou uma obra de Leonardo Da Vinci. As obras deles muito acrescentaram ao mundo. As noites estreladas que existem já estavam aí, mas Van Gogh criou uma “noite estrelada” que só existe na pintura dele e quando você vê essa obra, sua vida amplia. Quer dizer, o mundo tem várias noites estreladas e aquela, que Van Gogh inventou. O mesmo se aplica aos romances, às peças de teatro. Eu discordo da tese de que “a arte revela a verdadeira realidade” – ela simula, a arte inventa a realidade. Faz a realidade ficar mais rica. Você acha que ainda há chances para os ideais socialistas? Não, não. Escute: o Socialismo deu uma gran-

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de contribuição ao mundo moderno. Depois do Manifesto [Comunista], de 1848, de Marx, e de toda a luta que a partir daí se desenvolveu, em defesa do direito dos trabalhadores, o mundo mudou! O Socialismo acrescentou essas conquistas à relação capital-trabalho. Sobre isso não há dúvidas. O Socialismo mudou o mundo! Com conquistas para o trabalhador e para a sociedade. E, cumprindo o papel dele, ele se esgotou e acabou. Não tem cabimento que vai começar tudo de novo. Imagina! Se naquela época, a União Soviética era a segunda potência econômica e política do mundo, se acabou, por que é que recomeçaríamos tudo agora? Não tem cabimento. Isso acabou! Agora, tampouco o capitalismo é a salvação da sociedade. Veja os Estados Unidos... A maior economia do mundo tem boa parte da sociedade americana vivendo em condições precárias! Dia desses eu assistia televisão e vi a entrevista de um cientista político sul-coreano. A Coreia do Sul é um dos países mais desenvolvidos do mundo e, no entanto, registra altíssimas taxas de suicídio. E ele explicava isso: que o capitalismo demite funcionários com qualificação para contratar outros, sem qualquer qualificação, por metade do salário. O capitalismo é terrível! Ele ganhou a batalha contra o Socialismo, porque ele é superprodutivo! E o Socialismo tinha o equívoco de botar meia dúzia de burocratas para dirigir essa mania do país e isso, evidentemente, não funciona. Já o capitalismo está no mundo e a cada momento, produzindo pequenas empresas, médias, grandes empresas, sem parar. O Capitalismo não é um produto burocrático de meia dúzia de teóricos. O Capitalismo é o produto de milhões de pessoas que trabalham todos os dias para melhorar de vida e isso faz com que o sistema Capitalista tenha a vitalidade que ele tem. Mas justo, ele não é, não. Com toda a sua experiência na luta contra a ditadura e contra problemas sociais do país, como você avalia o momento atual do Brasil – de protestos e revoltas populares? O que aconteceu em junho, quando aquela multidão foi às ruas protestar, exigir dos políticos integridade, responsabilidade, honestidade e trabalho em função da sociedade, foi altamente positivo. E eu espero que isso não pare! Que isso se desenvolva e prossiga. Lamento que uma quantidade de pessoas que querem apenas fazer baderna, se aproveitem da situação para ficar quebrando bancos, lojas e criando situações »»»


de conflito com a polícia que impedem os outros de participar da luta em favor da sociedade. O que esses baderneiros estão fazendo é contrário ao interesse da maioria; contrário aos interesses de quem quer um Brasil melhor. Eles estão, na verdade, a favor dos corruptos, dos safados, porque eles estão impedindo que as pessoas de bem vão às ruas reivindicar o que é de direito delas. Você fez aniversário recentemente e preciso perguntar se aos 83 anos ainda há algo que você ainda não realizou e que pretende fazer... Preste atenção ao que vou lhe dizer: a minha vida não é planejada. Nunca planejei nada. De modo que essa pergunta, que tem cabimento para outras pessoas, para mim não tem. Eu não vivo pensando que “está faltando fazer isso” ou não. Nunca pensei nada disso. Eu descubro as coisas, eu me apaixono e me entrego. Mas eu não planejo, de modo que eu não sei se vai acontecer algo mais na minha vida – eu espero que aconteça –, mas eu não tenho nenhum plano com relação ao futuro. Nunca tive e nem tenho. Seus dias são de labor literário constante? O que você permite fazer em dias “livres”? (risos) Eu não vivo dia e noite escrevendo, tomando nota, eu não vivo assim. Em grande parte do meu dia, eu estou fazendo colagens, desenhando, fazendo outras coisas. Converso com meus amigos, caminho. As coisas que me ocupam hoje são as crônicas que eu produzo para a Folha [de São Paulo] toda semana. Esse é um compromisso que tenho e ao qual me dedico seriamente e enquanto eu não faço, eu não fico sossegado. Mas fora daí, eu vou improvisando meu dia. Não vivo dia e noite ligado, obsessivo com trabalho. O que o comove? Qualquer coisa pode me comover. A minha gatinha, que fica brincando aqui na sala, me comove. As pessoas da rua, as crianças... as mulheres bonitas. O céu azul, logo de manhã cedinho, me comove. Quando vou à praia, fico muito emocionado. É impossível enumerar tudo.

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foto Bianca Viegas

Ana Carolina Valente

volta ao De

passado

Tendências indiscutíveis dos últimos anos, o vintage e o retrô permanecem em alta. Mas você sabe diferenciar os dois estilos? Conheça pessoas que entendem do assunto e não perdem a oportunidade de dar um charme de outros tempos ao seu dia a dia.

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uando temos um passado que traga alguma adorável lembrança, ele se torna tão vigoroso quanto o presente – às vezes, mais. De fato, existem muitas maneiras para que o nosso subconsciente possa trazê-lo de volta. Desejos dos doces da mamãe, brinquedos não mais fabricados, a vitrola do seu tio-avô ou aquele camafeu que sua avó deu com muito carinho. E a partir daí, desse ar saudosista, todo um processo começou a girar. As pessoas adotaram estilos que trazem, por meio da moda ou decoração, essa nostalgia. A maneira de fazer isso varia: pode ser desde a forma mais tradicional até a mais moderna. Tomada a decisão de reviver outros tempos, chega-se a uma linha tênue que separa opções estilísticas. É justamente esta linha que, para muitos, fica confusa: seria eu adepta do vintage? Identifico-me mais com o retrô? Sim, engana-se quem acredita que estas terminologias são sinônimas. Derivado do latim “vindêmia” (palavra que significava que o vinho era de uma boa safra), o vintage é algo tradicional, clássico, original, que permanece hoje como sempre foi. Já o retrô é uma adaptação: traz a modernidade camuflada no aspecto antigo. Para desmitificar ambas as escolas e diferenciá-las melhor, convidamos pessoas que fazem desses gêneros verdadeiros estilos de vida. Converso primeiramente com Alessandra Lourenço, cake designer e planejadora de eventos. Totalmente adepta à trama old school, ela personifica

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esse contexto: suas escolhas ao se vestir e até mesmo seu trabalho estão totalmente ligados ao estilo vintage. Ela nem mesmo sabe localizar no espaço-tempo onde tudo começou, mas pensa inclusive que nasceu na época errada, tamanha é a paixão. Ultimamente, devido ao trabalho, sente com mais força a preferência. “Sempre providencio um ambiente decorado na exposição que tenha esse toque vintage bem presente, desde o coquetel de lançamento até mesmo às apresentações de música nesse estilo durante o evento. Tudo da minha cabeça!”, afirma. Quanto à moda, por considerar o estilo atemporal, Alessandra acredita que seu estilo preferido pode aparecer no seu visual o tempo todo – mesmo que seja apenas em detalhes do look escolhido. Quando pergunto como fazer essas opções sem ser over, ela dispara: “Essa parte não é tão difícil. Normalmente, quem adota esse estilo tem muito bom gosto, e o usa com razoabilidade. Mesmo assim, o bom senso deve prevalecer. Onde e quando usar deve ser o ponto de partida, junto com o cuidado que se tem para se arrumar entre rendas, camafeus e pérolas – que são, pra mim, uma combinação perfeita”. Para além de uma deliciosa mania atrelada ao seu gosto, o vintage ultrapassa seu vestuário e invade sua escolha de leituras, filmes, lugares para passear, músicas e até mesmo a decoração da casa. Alessandra transparece extrema felicidade quando chega à conclusão de que o estilo ga- »»»


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foto Lucas Escócio

foto Lucas Escócio

nha cada vez mais espaço – apesar de tempos atrás confessar que só o veria em revista, pelo menos no Norte do país. Sem chance alguma de mudar, o vintage domina o relacionamento entre a cake designer e a moda. “Por mais que pareça ‘esnobe’ ou um tanto ‘fresca’, dentro do que for razoável eu não abro mão do meu estilo. É público e notório!”, comenta entre risos. Pergunto se existe algum tipo de encontro entre pessoas que têm a mesma preferência: “Não que eu saiba”, ela pondera, “mas seria ultradivertido se acontecesse algo do tipo. Amei a ideia!”, empolga-se. Amanda Lourenço, filha de Alessandra, também nutre grande simpatia pela estética “de antigamente”. Porém, diferente da mãe, adotou o retrô para si. A tendência é marcada por seguir em direção ao futuro com um olho nostálgico do passado. Não sem certa (e, ao mesmo tempo, apesar da) influência de Alessandra, aos poucos a jovem foi trazendo o gênero para o guarda-roupa e para a maneira em maquiar-se. Quando tinha 18 anos, decidiu assumir isso. “Sempre achei muito charmosos os penteados, as maquiagens e principalmente os figurinos das atrizes dos anos 50, 60... Mas me faltava coragem de aderir a eles”, confessa. Apesar de ser um ponto em comum entre os amigos que também usam a mesma linguagem de vestuário, a jovem admite que a moda retrô possa passar, mas deixa claro que sempre irá usar o estilo tão charmoso. Para ter as peças desejadas, Amanda escolhe modelos em revistas e na internet, compra os tecidos e manda fazer, adaptando ao seu gosto. Apesar de não se sentir dominada pelo estilo, ela tampouco o mistu-

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ra. “Quando o uso, o faço por completo. Acho que fica mais puro assim, mais especial. Eu sou dessas: uso o que me atrai, o que acho que fica bom em mim, e que combina comigo e com os lugares aonde vou”, defende orgulhosamente. Um mundo (e um tempo) à parte Almofadas, luminárias e poltronas são alguns itens de decoração que absorveram o estilo da década de 60, presente nas últimas temporadas de grandes marcas, como Louis Vuitton e Marc Jacobs. As estampas geométricas, listradas e psicodélicas aparecem nos acessórios de casa. Quem gosta do retrô não ignora esse tipo de tendência. E para tornar-se adepto ao estilo, nada melhor que trocar figurinha com Milene Fonseca, empresária. Com a paixão escancarada por história, é por meio dos objetos decorativos que ela viaja no tempo: “Adoro imaginar quem usou tal peça, como era sua casa e o ambiente que a envolvia”. Desde o casamento, aos 16 anos, ela trouxe de herança alguns móveis de família. Tinha tudo para ser vintage... Mas com certos toques, sem interferir muito nas peças para que elas não percam seu valor, Milene trabalha bem com a customização e dá aos itens uma nova vida. Isso fez com que sua casa sempre tivesse uma personalidade forte e marcante, naturalmente. “Pura intuição”, ela sorri. Para não exagerar, a empresária diz que a mistura é um dos grandes segredos. Sobre ambientes retrô, conta: “Em vários lugares, a gente consegue perceber esse retorno ao aconchego da casa da vovó, aquele lugar que traz a magia de abraçar cada pessoa, quem entrar nele, e que se sente que faz parte daquele universo... Res- »»»


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taurante, lojas, bares...”, suspira ela. Não sendo colecionadora, Milene explica que são aquisições soltas. “São todos objetos garimpados aqui e ali, de oportunidades, paixão à primeira vista... É um encontro, e isso quando cabem na mala ou numa caixinha! Acho que cada um tem seu lugar distinto... Estou respondendo às suas perguntas no meu iPad, sentada confortavelmente numa poltrona retrô anos 60... Completamente feliz!”, brinca. Após um bombardeio de modernidade no papo com a Milene, subo escadas com corrimão de madeira Acaú e sento no centro de um salão repleto de castiçais e lampadários em cristal e prata, ânforas de porcelana azul, vasos de alcobaça (porcelana terracota), louças europeias e imagens barrocas invejáveis para qualquer colecionador ou proprietário de antiquário. Volto no tempo diante daquela magnitude de peças – e concluo estar no lugar mais vintage dos últimos tempos. Diante do simpático e fleumático “empresário e proprietário de casa de show e recepção para eventos sociais e empresariais” – como o próprio se define – Atanagildo Martins, pergunto, de cara, como tudo aquilo foi parar em suas mãos. Ele conta: “Comprei da família Salame esse conjunto de casas antigas aqui no Reduto, que são do ano de 1904. Estavam em ruínas e abandonadas. Tentei ao máximo manter o original que ainda existia. É quase um patrimônio histórico... Contam muito do nosso passado”. A coleção de seu interior veio naturalmente com o estilo da casa, para dar harmonia. “Elas pediam por isso, é amplitude demais para serem destru-

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ídas e esquecidas. Elas têm a mesma essência”, defende. O empresário trabalha para que as peças não fiquem isoladas, e tenta criar efeitos interessantes com os conjuntos de época: “A porcelana espanhola e inglesa estão uma ao lado da outra, porque se complementam em beleza e história”. Fico curiosa se tamanho zelo é solitário. De fato é, mas Atanagildo não reclama: “Faço tudo sozinho, com muito prazer. É pra resgatar uma época bela, e só quem gosta muito consegue fazer isso. Vou atrás de informação pelos livros. Para comprar, é preciso conhecer. Adquiro tudo pela sua delicadeza e sensibilidade, e não pelo preço”, já que alguns de seus apetrechos são de acervo familiar e outros adquiridos em leilões montados por antiquários locais. Os clientes gostam. “Foi uma boa sacada para o negócio! Antigamente, ninguém se preocupava em arrumar um bar para a noite. Sou pioneiro neste segmento. Hoje, existem vários e isso é ótimo pra cidade. O cliente se sente num lugar aconchegante e agradável. Na minha casa de recepção, eles não precisam gastar com decoração, normalmente só trazem uma iluminação. É um lugar pronto!”, afirma, empolgado. De peito aberto, Martins revela: “Essas peças me trazem, muito além de números, emoção. Uma vez o filho do artista e pintor local Benedito Melo encontrou a obra dele na minha casa. Ele não tinha nada de acervo do pai. Repassei para ele e sua tia, que saíram felizes e emocionados daqui, e fiquei muito realizado com isso”. Triste, ele afirma que já perdeu peças. “Não é comum, mas acontece com as peças menores.” Para »»»


evitar que o prejuízo se repita, seus funcionários são treinados sempre para entenderem o contexto histórico e saberem naturalmente valorizar a peça – que não tem como substituir. Funciona, segundo ele. Quando questiono até quando essa paixão vai durar, serenamente ele responde: “Vamos ver se a família vai ter amor por isso também. Eu espero que sim”. Nós também, Atanagildo, acredite. E então, afinal, o vintage e o retrô são amigos ou inimigos? Nem uma coisa nem outra: são quase parentes. Andam até pertinho um do outro, lado a lado, encantando, abraçando e envolvendo todos os seus adeptos, mesmo que discretamente. Prova disso, aliás, é que ainda que eu não finalize esse texto com o charmoso tec-tec de uma máquina de escrever, termino de digitá-lo ao som do tilintar das pérolas do meu colar. Onde encontrar Para quem tem pouco tempo, mas quer estar por dentro de onde encontrar roupas, acessórios e peças decorativas de ambos estilos, seguem alguns sites de compra e troca: www.vintagechicbrecho.com.br www.certascoisasvintage.com.br www.fashionretro.com www.retro63.com.br www.fashionretro.com

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Nossa homenagem Ă maior festa do povo paraense.




especial esporte

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Bruna Valle

Dudu Maroja

Rompendo

fronteiras

Sabe aquele esporte que você só vê nas transmissões internacionais dos canais fechados? Ele pode não estar mais tão distante. Conheça entusiastas de modalidades celebradas mundo afora – e em franco crescimento no Brasil.

E

m terra onde o futebol impera soberano no gosto popular, não há espaço para práticas esportivas que não estejam enraizadas na cultura brasileira. Será? Talvez não seja bem assim. Aqui e ali, esportes até então pouco mencionados no Brasil ganham espaço e adeptos – e começam a deixar de parecer coisa de um mundo tão, tão distante. Começa sempre de um jeito parecido. Alguém viu na TV, outro ouviu falar com um amigo, tem um parente que pratica... Aos poucos, os entusiastas acabam se encontrando. É desse jeito que desportos saem das competições internacionais transmitidas apenas pelos canais a cabo e passam a ser exercidos ali mesmo, no seu bairro, na praça mais próxima, na rua que passa atrás da sua casa. Em Belém não é diferente: atletas encaram a missão de treinar e apresentar as modalidades, essas ilustres desconhecidas, a cada vez mais interessados. Assim, o mundo esportivo cresce – e permanece em movimento. De cara, os pormenores dos estilos causam estranhamento. Perigosos empurrões, força física versus velocidade, contato, equilíbrio, deslizamentos estratégicos sobre pranchas... Tudo isso faz parte das situações corriqueiras na vida de quem pratica esportes como Roller Derby, Rugby e Longboard. Você já ouviu falar em algum deles? A Revista Leal Moreira foi conhecer os praticantes, acompanhar os treinos e saber mais sobre essas modalidades em ascensão. Conheça-as você também.

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Sobre rodas Sabe aqueles patins da época dos nossos pais? Pois é, eles são um dos equipamentos necessários para praticar o Roller Derby. Um esporte de contato coletivo, lá dos idos anos 40 época em que começou a se popularizar para além de seu país de origem, os Estados Unidos. A ideia, a princípio, era simples: basicamente, se tratava de uma corrida de resistência em círculos, que tinha o empurrão e a agressão como algo aceitável e necessário para tirar os adversários do caminho. Em 1970, por ser considerado um espetáculo teatral ultraviolento (e por vários outros motivos indiretos), ele foi perdendo o respeito e o público. Somente em 2001 é que o Roller Derby foi ressurgir com uma nova roupagem – e, principalmente, com regras mais sólidas contra a “selvageria”. Aqui em Belém, o esporte chegou pelas mãos (e pés) da designer Amanda Monteiro. Foi ela quem deu a “patinada” inicial, criando sua liga – a “Vixens from Jungle Hell”. Mas o que é uma liga? Amanda explica: “é um grupo de pessoas que deseja organizar, gerenciar e jogar Roller Derby. As ligas não têm número mínimo nem máximo de pessoas, e é de dentro dela que são organizados os times”. O esporte não é de difícil compreensão. Adaptado da sua versão original para possibilitar o confronto entre equipes, ele é disputado por dois times de cinco jogadoras – sim, é um esporte praticado essencialmente por mulheres. Uma dessas jogadoras é a atacante, »»»


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também chamada de jammer. As demais são consideradas bloqueadoras. O objetivo do jogo é a atacante passar pelas bloqueadoras, dar uma volta na quadra e retornar ao grupo. A cada volta efetuada, um ponto é marcado. Por isso, cabe às bloqueadoras impedir que a atacante do time adversário ultrapasse a marca – e abrir caminho para que a atacante do seu próprio time consiga ultrapassar. Soa bagunçado? Não é. “O jogo é baseado em regras e sempre deve ser acompanhado por juízes, para que essas regras sejam respeitadas”, destaca Amanda. O formato do jogo é bem diferente dos mais populares, como os que envolvem bolas, por exemplo. Mas se tem uma coisa que chama a atenção de imediato no tal desporto, essa coisa é o visual. Sim, as jogadoras dos times primam por uma produção bem chamativa, combinando temas, ou se destacando com seu estilo pessoal – não raro, o esporte é visto, inadvertidamente, como entretenimento para o sexo oposto. Amanda não se incomoda. Ao contrário: vê o esporte como uma forma de empoderamento da mulher. “Por ser um ambiente predominantemente feminino, vemos as mulheres assumindo muitos papéis e sendo proativas, e isso é muito interessante”. E segue nomeando os méritos da prática: “também tem a ver com dedicação, persistência

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e realização pessoal, fruto do reconhecimento dos resultados. Você se empenha e consegue perceber muito bem o seu avanço sobre os patins”. Empenho, aliás, é palavra de ordem. As meninas treinam pesado, entre abdominais, flexões e outros exercícios de fortalecimento muscular. Tudo para encarar as trombadas e baques do intenso contato com as adversárias. Por conta dos esbarrões comuns à modalidade, ainda é comum observar o Roller Derby com uma sobrancelha levantada. A ideia que se tem é que há muitos riscos na prática, por ser um esporte aparentemente violento. Amanda defende. “Claro que um jogo pode se tornar agressivo, como muitos esportes. E acidentes acontecem, por se tratar de um esporte sobre rodas. Mas se você treina respeitando seus limites e com todos os itens de proteção indicados, dificilmente irá sofrer um machucado”. O esporte não tem restrição de idade, não demanda tipo físico específico nem habilidade especial. A única característica obrigatória é ter dedicação para aprender as regras do jogo – e, claro, a andar de patins. “Ficar longe da preguiça, ter disposição de treinar no final de semana e humildade. Não é preciso mais nada para uma aspirante a jogadora de Roller Derby ter sucesso na empreitada”, vaticina a líder do grupo. »»»


Alto impacto Se andar de patins não faz sua cabeça, o Rugby pode ser uma boa opção para você. Os pés ficam no chão – e o esporte até parece um bocado com aqueles já inseridos na nossa cultura. Só tem um detalhe: não ver problema em colidir – literalmente! – com outras pessoas é um dos principais requisitos para quem quer jogar. A modalidade coletiva é de intenso contato físico, e a princípio foi tida como uma variação do futebol. A origem mais difundida é de que este teria sido criado na Inglaterra em 1823. Reza a lenda que a invenção foi por acaso: um homem chamado William Webb Ellis teria apanhado a bola com as mãos durante um jogo de futebol, e corrido com ela até a linha de fundo do time adversário. É a conquista do território do oponente, inclusive, o grande objetivo. A ideia é marcar o “try” – cruzar a linha de fundo e tocar a bola no chão –, sempre passando a bola com as mãos para os membros do time que estiverem atrás. Para lançar a bola para frente, só se for com os pés. Para jogar, é preciso estar com o preparo físico em dia, e ter muita velocidade em campo. Em terras paraenses, a modalidade tem sua liga formada – e times masculinos e femininos. O Acemira Rugby Belém escolheu a subdivisão olímpica do esporte, chamada “seven a side” (sete jogadores por equipe). Luísa Matos, uma das representantes do time feminino, conta como foi o início. “O time foi criado por aman-

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tes deste esporte, pessoas que viam os jogos na televisão, estudavam suas regras, mas não tinham a oportunidade de jogar”. O que era uma brincadeira passou a envolver profissionais, e foi crescendo com o tempo. “Era uma diversão, a princípio. Aí começaram a chegar pessoas experientes, vindas de outros times. Foi o caso do Caio Maximino, nosso ex-técnico; do Guilherme Santana, que jogou nos Sertões, respeitada equipe de Rugby; e Gonzalo Teixeira, que era jogador no Uruguai e hoje é nosso treinador. As coisas foram ficando cada vez mais sérias”. Mas tem espaço para mulheres em um esporte como esse? Tem. “O time feminino ainda está se consolidando. Muitas pessoas ainda desconhecem o Rugby, e por ser um esporte de contato, elas se assustam um pouco no início. Mas ajuda bastante o fato de que as pessoas que conhecem o jogo se apaixonam, querem fazer parte dele, procuram aprender. Vira um vício”, empolga-se Luísa. Engana-se quem pensa que a equipe paraense de Rugby ainda está engatinhando. Além de já terem participado de vários campeonatos, os times masculino e feminino do Acemira Rugby Belém já colecionam prêmios – e se preparam para um novo circuito interestadual, marcado para acontecer em Belém no dia 16 de novembro. Irão participar da disputa, além do Acemira, times de Teresina e São Luís. Para o evento, ainda virão como convidados especiais »»»


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os Centuriões (CE) e o Grua (AM), equipes celebradas dentro desse universo. É provável que a programação conte também com a presença de atletas da seleção brasileira. Para Luísa, o objetivo é um só: visibilidade. “O intuito é mostrar que os times do Norte e Nordeste são organizados e que têm total capacidade de participação em campeonatos maiores, como o campeonato brasileiro de ‘seven a side’”. Surf no asfalto Agora se você se identifica mesmo é com esportes individuais com uma pegada radical, o Longboard foi feito para você. O esporte nasceu nos Estados Unidos, mais especificamente na Califórnia. Em tempos de maré baixa e seca, a única possibilidade de continuar praticando o surfe seria treinando em terra firme. Por volta dos anos 70, a ideia foi ficando cada vez mais popular. Com o crescimento do público apreciador, também surgiram vários campeonatos e subcategorias. A categoria que mais utiliza o Longboard se chama “Downhill Slide”. Nela, os praticantes descem ladeiras e fazem manobras arriscadas em que o skate deslize. Para isso, eles podem enfatizar qualquer parte do equipamento, e ainda apostam em explorar bastante a extensão de madeira do “shape” – prancha onde o adepto da modalidade se equilibra. Sociólogo e consultor da indústria farmacêutica, José Ohana pratica o esporte desde 2006 e é atleta na categoria Skatista Master (para membros acima de 36 anos). Ele ganhou recentemente a segunda posição em um campeonato na cidade de São Luís, no Maranhão. E garante, inclusive, que existem outros atletas paraenses com boa representatividade fora do estado. “Não sou só eu. Tem caras muito talentosos aqui, que estão indo lá fora e trazendo medalhas para Belém, fortalecendo a cultura de Longboard na cidade”. O esporte ainda esbarra na falta de apoio: não há uma instituição que patrocine ou organize eventos voltados para o estilo em Belém. Embora haja associações de skate e mesmo uma federação estadual coletiva, não existe nada voltado exclusivamente para a prática do Longboard. “Os eventos que aconteceram em Belém até hoje foram realizados por grupo »»»

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de parceiros interessados em mobilizar a galera do ‘skatão’, como costumamos chamar. É assim que tem funcionado, por meio da união das forças”, conta. A estimativa é que há pelo menos uma centena de pessoas praticando o esporte com intuito de se aperfeiçoar para competir – isso sem contar com os muitos adeptos da modalidade pelo puro entretenimento. A procura, segundo Ohana, é muito grande. “Tem mais de 100 atletas com aspirações profissionais em Belém, e mais um monte no interior do estado. O Longboard está crescendo em todo o mudo, e não seria diferente aqui no Pará. Antes tínhamos relatos de alguém andando aqui e acolá, de forma isolada. De 2006 pra cá, estamos ganhando cada vez mais força”. Como se não bastassem as dificuldades naturais que uma atividade importada enfrenta para ganhar espaço em uma cultura da qual não faz parte, os praticantes de Belém encontram mais um pequeno problema para treinar: o aspecto plano da cidade. Para o estilo mais praticado, o “Downhill”, é essencial que haja descidas – o que não é muito comum no relevo da capital. Mesmo assim, os amantes do esporte não desistem. “Não tem espaço pra Downhill. Temos pouquíssimas ladeiras, então tiramos leite de pedra e treinamos nas ruas comuns mesmo”. Todas as dores em prol da fomentação do estilo uniram cada vez mais os entusiastas. “Criamos um grupo no facebook onde marcamos reunião, ‘rolês’, viagens, discutimos, brigamos, nos amamos... Inclusive conversamos com interessados, iniciantes, damos dicas. Tudo em função do Longboard”. A melhor coisa de andar de “Long” - como eles costumam dizer – é que ele pode ser praticado por qualquer pessoa. Não existe regra quanto à idade, ao peso ou qualquer outro limitador. Basta ter perseverança. José é um exemplo nesse sentido. “Eu ando de skate desde pequeno, quando ainda eram tempos difíceis. Passei muito tempo afastado do esporte, e em 2006 decidi voltar a andar. A partir daí, nunca mais parei. Passei a ir a eventos nacionais pra competir e levar o nome de Belém para ‘fora’”, ele relata. E finaliza: “Acredito que qualquer pessoa pode andar de skate. Só precisa ter muita vontade. E coragem!”.

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horas vagas • cinema

DVD

O CAVALEIRO SOLITÁRIO DICA

Tonto (Johnny Depp), o espírito guerreiro nativo americano narra as histórias não contadas que transformaram John Reid (Armie Hammer), um homem-da-lei, em uma lenda da justiça. Reid é um homem-da-lei deixado para morrer, após uma emboscada ao lado de cinco patrulheiros do Texas. Encontrado e tratado pelo índio Tonto, ele passa a usar a máscara do Cavaleiro Solitário para vingar o assassinato de seus companheiros e aplicar a justiça nas terras sem lei.

DIANA O longa aborda o relacionamento de Lady Di com o cirurgião paquistanês Hasnat Khan, que é descrito no livro “As Crônicas de Diana”, de Tina Brown, como o grande amor da vida dela. Os dois se conheceram em 1995, quando Diana visitou um amigo que havia sido operado no Hospital Royal Brompton, onde Khan trabalhava, e ficaram juntos por dois anos. A relação terminou poucos meses antes do acidente que vitimou a Princesa de Galles, em agosto de 1997. Na ocasião, ela já estava se relacionando com o milionário Dodi Fayed, que também morreu no acidente.

DESTAQUE

CLÁSSICOS

Cinebiografia de Linda Lovelace (Amanda Seyfried), a protagonista do clássico do gênero pornô “Garganta Profunda”. Seu relacionamento com os maridos Chuck Traynor (Peter Sarsgaard) e Larry Marchiano (Wes Bentley) e o modo como lidava com o súbito estrelato, até abandonar de vez o cinema erótico. O filme (“Garganta Profunda”) levou milhões de espectadores aos cinemas do mundo todo, arrecadou surpreendentes 600 milhões de dólares (a produção consumiu menos de US$ 30 mil) e foi o filme erótico mais visto de toda história – além de ter promovido uma verdadeira revolução de costumes,, nos anos 70.

INTERNET

LOVELACE

REVISTA EM FOCO DISQUE “M” PARA MATAR DISQ Alfred Hitchcock

A Foco é uma das melhores revistas, dedicada ao cinema e à cinefilia, do Brasil. Seu site traz verdadeiros dossiês e textos belíssimos de ler. Totalmente on-line: http://www.focorevistadecinema.com.br

O longa foi o 39º do diretor, que o filmou em apenas 36 dias, com uma nova tecnologia que estava fazendo muito sucesso naquela época (1954): o 3D. Exatamente: 3D já existia na década de 50 do século passado... Com a diferença que, à época, para se fazer 3D, o diretor precisava ser muito hábil. Tendo Grace Kelly (antes de se tornar princesa) no papel de Margot, o enredo trata sobre um casal, em crise. Margot está tendo um caso

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e seu marido, Tony, descobre o adultério e decide contratar um ex-colega de colégio para assassiná-la, em um plano aparentemente perfeito. Você poderia pensar “que óbvio”, não fosse a genial direção do mestre do Suspense. Ah, e sempre tem Grace Kelly para dar um show de beleza aos nossos olhos. Recentemente, o filme foi totalmente remasterizado e restaurado para a versão em Blu-ray 3D.


horas vagas • literatura

DESTAQUE

DICA BLACK SABBATH DESTRUIÇÃO DESENCADEADA

Martin Popoff

Ao lado do Led Zeppelin e do Deep Purple, o Black Sabbath compõe a celebrada tríade de precursores do heavy metal. Muitos de seus álbuns figuram entre os melhores de todos os tempos, e influenciaram boa parte do que foi feito no rock dos anos seguintes. São mais de 40 anos de história, envolvendo guitarras distorcidas, multidões desenfreadas e muitas lendas urbanas. Um grupo com tanta coisa para contar – e ainda liderado pelo lendário Ozzy Osbourne – precisava de uma biografia à altura, honesta e visceral. Foi o que fez Martin Popoff em “Black Sabbath – Destruição desencadeada”. O livro narra, com detalhes, os pontos altos (e os menos dignos de orgulho) de uma das bandas mais relevantes da música mundial, por meio de entrevistas raras e inéditas, documentos e imagens que abrangem toda a sua carreira – além de esmiuçar as músicas e desconstruir o que há por trás de cada turnê. Fonte: Livraria Saraiva

GENESIS Sebastião Salgado Celebrado pela maestria com que alinha rigores técnicos – como enquadramento e luz – e poesia, o fotógrafo Sebastião Salgado homenageia a natureza em seu estado puro no livro “Genesis”. A publicação condensa oito anos e mais de trinta viagens em fotografias memoráveis, todas em preto e branco – característica forte de seu trabalho. As imagens captam a aura de partes inalteradas do planeta, que conseguiram passar ao largo do progresso irrefreável. São mais de 500 páginas, divididas em cinco capítulos: “Extremo Sul do Planeta”, “Extremo Norte do Planeta”, “África”, “Amazônia/Pantanal” e “Santuários do Planeta”. Nas fotos, animais selvagens, vulcões, icebergs, tribos distantes e outros elementos convivem, comovem e sinalizam a urgência que há em se olhar para o meio ambiente com mais atenção. Fonte: Livraria Saraiva

CLÁSSICO A MISTERIOSA CHAMA DA RAINHA LOANA Umberto Eco

O MUNDO INSONE E OUTROS ENSAIOS Stefan Zweig

CONFIRA

LANÇAMENTO

Um homem de meia-idade, comerciante de livros antigos, acorda e percebe que perdeu a memória pessoal, embora tenha preservado a coletiva. Ele consegue se recordar de quase tudo que leu – trechos extensos da Divina Comédia, por exemplo –, mas não faz ideia de quem é ou dos rumos que sua vida tomou. Por recomendação médica, Giambattista volta à casa de campo da família, onde passou parte de sua infância. Lá, ele passa a reconstruir suas emoções e lembranças a partir das coisas que leu: contos juvenis, quadrinhos, cadernos escolares e outros marcos culturais. Com a narrativa poderosa de Umberto Eco, o romance convida o leitor a acompanhar o protagonista rumo à redescoberta da própria identidade – além de refletir sobre todas as coisas que, somadas, fazem com que cada um seja quem de fato é. Fonte: Livraria Cultura

FILHOS DO JACARANDÁ Sahar Delijani Romance de estreia da iraniana Sahar Delijani, “Filhos do Jacarandá” se passa em 1983, e tem como protagonista a menina Neda. Nascida em uma prisão de Teerã, ela é levada à força para longe da mãe, uma prisioneira política, com poucos meses de vida. A partir daí, desenrola-se a história de três gerações de homens e mulheres em busca de justiça. A narrativa – sobre amor, idealismo, repressão e família – se mistura com a vida de Sahar: ela passou seus primeiros 45 dias na penitenciária de Evin, na capital iraniana. O livro tem muito das vivências dos pais e tios da autora, vítimas da violenta revolução que o país viveu em 1979. Khaled Hosseini, autor de “O Caçador de Pipas”, foi um dos que se comoveram com a obra. Ele declarou recentemente que o romance é “um tributo comovente àqueles que carregam as cicatrizes de tempos sombrios, e uma celebração da eterna procura do homem pela liberdade”. Fonte: Globo Livros

Embora o nome Stefan Zweig não seja muito popular no Brasil, o escritor teve uma sólida relação de amor com o país – tanto que viveu seus últimos anos aqui, até cometer suicídio ao lado de sua esposa, em Petrópolis. É dele o livro “Brasil, o país do futuro”, cujo título ficou cravado no inconsciente coletivo brasileiro. Famoso no mundo inteiro por suas obras de ficção, Zweig também foi relevante na dramaturgia, na poesia e nos ensaios. E é justamente sua verve ensaísta que se destaca no recém-lançado “O Mundo Insone”. Organizado pelo jornalista Alberto Dines (biógrafo de Stefan e um dos maiores conhecedores de seu trabalho em solo nacional), a coletânea traz uma importante marca do austríaco: as análises ágeis e criativas, bem amarradas em textos muito celebrados no meio literário – alguns deles inéditos no Brasil. Fonte: Editora Zahar www.revistalealmoreira.com.br

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horas vagas • música

VÍDEO

THE SMITHS – COMPLETE Há dois anos, à época do lançamento do boxset “The Smiths – Complete”, um delicioso (e curtinho, infelizmente) documentário sobre a banda foi descoberto. Com apenas 17 minutos de duração, o minidocumentário foi disponibilizado na internet pela gravadora Rhino. O vídeo, supostamente produzido para celebrar o lançamento da coletânea dupla “The Best Of The Smiths”, em 1992, teria sido distribuído apenas para a imprensa inglesa, na época. A gravadora decidiu resgatar o documentário e usá-lo para impulsionar o “The Smiths-Complete”, que reúne todo o material construído pelo quarteto.

DICA PAUL MCCARTNEY New CONFIRA LIGHTNING BOLT Pearl Jam O mais novo álbum do Pearl Jam foi recentemente lançado oficialmente, mas os fãs da banda já estão se familiarizando com as músicas, desde julho, quando o primeiro single “Mind your Manners” foi apresentado ao público. O albúm foi produzido por Brendan O”Brien, que trabalhou com a banda em outros discos. Entre as faixas está “Sleeping by Myself”, lançada por Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, em seu disco solo “Ukelele Songs”, de 2011.

Outra novidade que também chega ao mercado fonográfico é o novo trabalho do eterno beatle Paul McCartney, “New” – seu décimo sexto álbum solo. O novo disco de Sir Paul tem 12 canções inéditas, produzidas por Mark Ronson, Paul Epworth, Giles Martin e Ethan Johns.

INTERNET

CLÁSSICO

MISTERY GIRL Roy Orbinson

DEEZER O Deezer chegou ao Brasil este ano e se você nunca ouviu falar sobre ele, a gente explica: trata-se de um serviço francês de streaming de músicas que já possui atuação em diversos países do mundo e que está em forte expansão. O Deezer possui três planos de acesso. O pacote Premium permite escutar música apenas no computador com 320 kbps de bitrate ao custo de R$ 8,90 por mês. Já o pacote Premium+ custa R$ 14,90 por mês e deixa você escutar música no computador, smartphone e tablet por meio do aplicativo do Deezer, permitindo também que você salve as músicas no dispositivo para ouvir sem precisar gastar seu pacote de dados 3G. Como cortesia, o Deezer ainda presenteia – como teste – novos clientes com 15 dias de acesso gratuito nos planos Premium e Premium+ para você testar o serviço. Existem aplicativos do Deezer para Android, iPhone, iPad, BlackBerry e Windows Phone. No ambiente desktop, o acesso é feito apenas pelo navegador, e não existem aplicativos para Windows, Mac ou Linux.

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1988 – Roy Orbison estava em alta demanda para shows e entrevistas, mais uma vez, e ficou emocionado com isso. Ele começou a escrever canções e fez parcerias com muitos músicos de seu passado e também seus fãs mais novos para desenvolver um álbum solo intitulado “Mystery Girl”. O vocalista do U2, Bono Vox, com The Edge escreveu “She’s A Mistery To Me para ele”. Em novembro de 1988, “Mystery Girl” foi concluído, enquanto o disco “The Traveling Wilburys Vol. 1” continuava subindo sem parar nas paradas. O corpo não acompanhava a agenda tão cansativa, mas Orbinson seguiu firme. Finalmente, exausto, ele voltou para sua casa, em Hendersonville, para descansar por alguns dias antes de voar novamente para Londres e filmar mais dois vídeos para “The Traveling Wilburys”. Em 6 de dezembro de 1988, ele morreu de uma síncope cardíaca, aos 52 anos. Postumamente lançado pela Virgin, em 1989, Mistery Girl é o último álbum feito por Roy Orbinson. O disco foi considerado, à época, uma pequena joia e atingiu a 5ª posição na Billboard 200. E postumamente subiu para o número 9 nos Estados Unidos e número 3 no Reino Unido.


horas vagas • New York

B.B. KING

O “Rei do Blues”, como B.B. King é reverenciado em todo o mundo, faz uma série de apresentações (limitadas e concorridas) em seu próprio clube, na Big Apple. Só uma sugestão, já que o lugar não trabalha com venda de assentos numerados: chegue antes para garantir um lugar na frente do palco. A promessa é de emoção com B.B.King e sua inseparável Lucille. Data: 22/10/13, às 20h. B.B. King Blues Club and Grill, New York, NY. 237 W 42 St, New York Tickets: US$150,00 Vendas e informações www.ticketmaster.com

WICKED O musical, um dos mais famosos em todo o mundo, foi composto por Stephen Schwartz e adaptado do livro de Winnie Holzman. A obra é baseada no romance de 1995 de Gregory Maguire, “Wicked: The Life and Times of the Wicked Witch of the West”, uma paródia do filme de 1939 “O Mágico de Oz”, que foi inspirado no livro escrito por L. Frank Baum, The Wonderful Wizard of Oz. O musical é contado da perspectiva das bruxas da Terra de Oz; seu enredo começa antes e continua após a chegada de Dorothy em Oz vinda do Kansas e inclui diversas referências ao filme de 1939 e ao livro de Baum. Wicked conta a história de duas amigas improváveis, Elphaba, a Bruxa Malvada do Oeste e Glinda, a Bruxa Boa do Norte, que se relacionam mesmo com personalidades opostas e diferentes pontos de vista; a rivalidade em relação ao interesse amoroso por um mesmo homem; a reação ao governo corrupto do Mágico de Oz e, finalmente, a queda de Elphaba nas graças dos Ozzianos. Gershwin Theatre 222 West 51st Street, NY De Terça a domingo, em horários diferenciados. Consulte, para venda e informações, o site oficial: www.boxoffice.broadway.com www.revistalealmoreira.com.br


Conselheiro Furtado com Rui Barbosa.

(91) 3224-4500.

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As programações a seguir foram cedidas e podem ser modificadas, sem qualquer aviso prévio.

horas vagas • Rio & Sampa

TEARS FOR FEARS A dupla formada por Curt Smith e Roland Orzabal foi responsável por alguns dos maiores (e inesquecíveis) hits dos anos 90. Tire a poeira dos LPs (ou dos CDs) e ensaie as letras das músicas, porque em novembro você tem um encontro marcado com os Tears for Fears. Dia 22/11/12, às 22h30, no Espaço das Américas – São Paulo/SP Ingressos: Pista: R$ 200,00 Pista Premium: R$ 300,000 Vendas/Informações: www.ticket360.com.br

KISS O Kiss, considerado um dos maiores nomes do rock mundial, volta ao Brasil após 3 anos com sua “Monster Tour”. Os fãs – alucinados – esperam ansiosamente. Em terras brasileiras, os dinossauros visitarão Rio de Janeiro e São Paulo. Confiram: Dia 17/11, na Arena Anhembi (São Paulo – SP). Ingressos custarão aproximadamente R$ 150,00. Informações: www.livepass.com.br Já no Rio de Janeiro, o show será no dia 18/11, no HSBC Arena. Ingressos custarão entre R$110,00 e R$325,00. Vendas e informações: www.livepass.com.br

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horas vagas • iPad

HOW TO MAKE ORIGAMI Solar Walk 3D O Solar Walk mostra um modelo 3D animado do Sistema Solar. Também exibe estrutura interna dos planetas e inclui asteroides, cometas e planetas anões. O app oferece informações da Organização Europeia de Pesquisa Astronômica (ESO) e da Agência Espacial Europeia (ESA). Há, ainda, uma série de marcadores que permitem fazer passeios guiados pelo espaço. Pode-se ver o nascer e o por do sol da Estação Espacial Internacional, por exemplo.

Este belo aplicativo é interessante principalmente para crianças e para os pais encarregados de entretê-las. Como o nome sugere, ele ensina a fazer as tradicionais dobraduras de papel japonesas. Há desde dobraduras muito simples até uma complicadíssima aranha que pode ser construída em 78 passos. O app para iOS vem com oito lições, mas o usuário pode baixar dezenas de outras gratuitamente. No iOS, pagando-se 1,99 dólar, o app deixa de exibir anúncios.

Raul Parizotto empresário parizotto@me.com

Custo: Free

Custo: $2.99

Garageband O elegante GarageBand, da Apple, transforma o iPad em estúdio para criação musical. O app oferece instrumentos virtuais, gravador multipistas e uma variedade de efeitos sonoros. Há um teclado que pode ser timbrado como piano, órgão ou sintetizador, além de um programador de ritmos de bateria. Quem não tem habilidades musicais pode brincar com o que a Apple chama de Smart Instruments. Eles simulam o som dos instrumentos reais, mas oferecem uma interface que simplifica a maneira de tocar. Custo: $ 4,99

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A música do Cazuza sempre sempr foi a que apontou pra liberdade. Um dos primeiros prime artistas brasileiros r a assumir tão francamente francam a situação de soropositivo, s opositivo, Agenor de Miranda sor so M Araújo Neto, aos a 32 anos, já tinha, quando qu morreu, uma história marcante na música brasileira, sobretudo s naquela cena c impulsionadora r do chamado “rock nacional”. O “poeta do rock” rock fez o que quis na vida vid vi v i a e na música, mús o amor, a loucura, c a, o re cur remorso, o país, o comportamento, comporta são alguns dos seus ttemas. Como artista

com mais maturidade. Tudo com muita idiossincrasia, coragem, crítica e força. Com tantos caminhos abertos é natural que Cazuza seja sempre lembrado em tributos e regravações. É no ensejo de mostrar o poeta para novas e antigas gerações, num formato de absoluta liberdade de criação, com artistas do mercado independente brasileiro, que o DJ Zé Pedro idealizou o “Projeto Agenor – Canções de Cazuza”, lançado pelo selo “Joia Moderna” que mostra músicas pouco conhecidas do artista. A ideia de Zé Pedro era dar total autonomia para as criações, chegando assim em versões improváveis

liberdad trafegou sem dida liberdade, ficuld fic uldade pelo samba tradificuldade ciona do Rio de Janeiro, c cional

da obra de Cazuza, e assim foi. Assim foi que Wado, SILVA, Kassin, China, Do Amor, Domênico, Mombojó e muitos outros, além de mim (para minha alegria), fizeram versões com excessos de pessoalidade, “despersonificando” o “Cazuza clássico”, mantendo basicamente aquilo que lhe é mais essencial, a saber, as letras. O projeto teve curadoria da jornalista Lorena Calábria, capa de Omar Salomão e foi gravado, em geral, em estúdios pequenos. Foi exibido no Multishow, pouco antes do Rock in Rio prestar sua homenagem ao Cazuza, um documentário do “projeto Agenor”, mostrando o processo de criação e gravação das faixas, além de comentários dos artistas. O disco está disponível para download gratuito na internet. Lírico, inquieto e exagerado, Cazuza marcou uma época e será sempre revisitado, gerando surpresas e bons sustos, com uma obra irregular, mas vasta, intensa e atemporal. Agenor apostou todas as fichas “por um segundo mais feliz”. A poesia venceu, já que o poeta romântico é aquele que sempre aposta pra perder.

pelo p o pop e por temas pel mel me melosos (com cara de no nove novela). Talvez por isso, te h sido gravado por tten tenha m muitos outros cantores da mpb que não são ligados ao rock, como Ângela Maria, Luiz Melodia ou João Gilberto. C tor da contradição – e Can Cantor nã da tradição – Cazuza n não abriu ca abriu caminhos e deixou o rock brasileiro um pouco ro bra m s tropical, mai t mais com imag s d gen gens de um país que se demo democratizava, enfrent a c tav tava crises econômicas a das após a farra dos agu agudas gove governos militares e começava a se pensar come

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Figura muito conhecida pelos paraenses nas décadas de 80 e 90, por suas pinturas em seda e gravuras, Rohit retratava Belém de uma forma peculiar.

S

wami Antar Rohit nasceu em Los Angeles, em 1960, e mudou-se para Belém aos cinco anos de idade. O nome verdadeiro era Thomas Lee Mahon – que foi modificado anos depois. Desde muito cedo, teve contato com uma capacidade criativa ainda latente na infância: em casa, o incentivo vinha da mãe, Dona Élida. E o filho correspondia – tudo o que via, queria aprender a fazer. Fazia e vendia. Assim, entre infância e adolescência, Antar Rohit fez pulseiras com arame, bijuterias, talha de madeira, gravação de metal com ácido, bolsinhas de couro, velas, tintura de amarrar até chegar ao Batik, aos 16 anos, uma técnica de tingimento de tecidos com cera e pigmentos. A irmã, Laura Calhoun, lembra que na casa sempre havia espaço para criar, uma área onde podiam colar, recortar, pregar, queimar, pintar e experimentar. E a bagunça podia ficar por dias, contanto que não se espalhasse pelos outros cômodos. A Casa tinha espaço, suporte e incentivo também, com ferramentas e materiais. “Em casa, tínhamos muita liberdade, mas com responsabilidade. Nossa mãe acreditava em nós e apoiava, dava força sempre que precisávamos. Ela comprava muito material de artes e nós pagávamos o que ela gastava, depois: vendendo o que produzíamos”, recorda Laura Calhoun. “Na escola que ele estudou havia mui-

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ta aula de arte naquela época. Lembro que o Rohit pintou uma aquarela da nossa casa e ganhou um prêmio no colégio. São essas pequenas vitórias que ajudam a acreditar em você mesmo”. E foi na pintura que o artista encontrou uma outra forma de recriar a realidade em que vivia. Coerente com o ser curioso que era, Antar Rohit não se contentou em fazer uma pintura tradicional. A aprovação no vestibular, que veio por duas vezes (primeiro no curso de Administração, depois em Comunicação) não resultou em uma formação acadêmica. Os cursos foram logo abandonados em troca de um emprego numa plataforma de petróleo, como intérprete, com a complementação da pintura, nos dias de folga. Aos 19 anos, fez a primeira exposição individual na Galeria Ângelus, do Teatro da Paz, quando já apresentou trabalhos em Pintura sobre Seda, técnica que o artista viria a desenvolver durante toda sua carreira. “Cheguei a brincar com acrílica, com óleo, com pastel, com aquarela, mas nenhuma técnica eu me apaixonei. E até hoje eu penso, antes de começar uma exposição, que vou fazer alguma coisa com acrílica e tela, mas, sempre volto para a seda”, dizia o próprio Antar Rohit ao falar de sua arte. Com a venda dos quadros e os salários guardados, embarcou para a América para estudar teatro, outra paixão. »»»

divulgação


Citações de Antar Rohit “Eu caminho para que cada vez mais meu trabalho seja o reflexo da minha essência e menos da minha personalidade”. “Sem ser político, empresário e nem líder comunitário, restavam-me as delicadas armas de pincéis e tintas, além, é claro, da força imaginária de criar e recriar a cidade”. “Eu sempre tive um sonho, de um dia, quando ficasse velhinho, fazer um trabalho que retratasse Belém de uma maneira mais ampla, o seu patrimônio, a sua arquitetura”.

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Das tintas para os palcos Das experiências com marionetes e peças escolares na infância às montagens de teatro profissional, o artista aprendeu a ser seu próprio instrumento, a usar o corpo e a voz como matéria-prima que precisam ser trabalhados, assim como as emoções e pensamentos, numa espécie de catarse semelhante à meditação que mais tarde viria surgir em sua vida. “Nós todos somos multifacetados, e o Rohit não era diferente”, explica Laura Calhoun. “Para ser total, ele precisava realizar tudo: a pintura, o teatro, um pouco de cinema, o ser espiritual, a meditação e terapia o movimento de crescer, o realizador empresarial. Ao mesmo tempo eram atividades independentes. Meu irmão não tirava férias, ele estava sempre produzindo algo”, conta Laura. A inquietação, marca registrada da personalidade de Antar Rohit, trouxe o artista de volta ao Brasil, para Belém, que passaria a ser uma referência, um porto seguro entre as idas e vindas pelo mundo. A mãe havia falecido durante o período em que ele estava nos EUA. A relação com o mundo já tinha mudado, mas o foco continuava sendo a arte. Aqui, foi morar com dois amigos em uma ilha, onde pintava diariamente para mais uma exposição, e novamente, uma mudança. Com o dinheiro da venda dos quadros, Rohit foi morar no Rio de Janeiro. Foram quatro anos de dedicação ao teatro. Em 1983, em um dos retornos a Belém, encontrou a cidade envolvida com a produção do filme “Floresta das Esmeraldas” de John Boorman. Foi a primeira experiência em cinema, mas continuava pintando. Ao final das filmagens, mais uma exposição com as obras produzidas no período e mais uma viagem. Desta vez, para conhecer a filosofia do mestre Osho,

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no Festival Anual da comunidade no Oregon - USA. Anos depois, Antar Rohit também estrelou o filme “Corpos Celestes”, produzido no Paraná. Em busca do autoconhecimento As novas descobertas sobre a filosofia de Osho deslumbravam o artista, então com apenas 23 anos. Para ser discípulo do mestre Osho eram necessárias quatro coisas: mudar de nome, usar o mala, usar as cores do sol nascente e meditar uma hora por dia. Ele estava ensaiando um novo espetáculo teatral no Rio de Janeiro quando recebeu uma carta da Índia dizendo: “seu novo nome é Swami Antar Rohit, Antar significa interior e Rohit, sol nascente” - Sol Nascente do Interior. Foi a última peça como ator profissional no Rio de Janeiro. O teatro havia cedido lugar de destaque para o autoconhecimento e a meditação, que se refletiam também em sua pintura de cores fluidas. Os próximos 10 anos marcaram um período de constantes mudanças, investigações, experimentações, riscos, descobertas e transformações. Esta trajetória passou por vários continentes, tendo Belém como ponto de referência onde vinha processar as mudanças e estar com a família. Nesta busca incessante pelo conhecimento interior, Antar Rohit foi para o Havaí, e novamente, a pintura se impôs. Sem trabalho, pintava e os quadros interessaram a Stones Gallery – Kauai Hawaii, galeria que expôs as obras e tornaram o artista reconhecido. Do Havaí, voltou a Los Angeles, nos EUA, em 1987, onde participou de um grande salão de Artes Plásticas em Laguna Beach. Em 1987, foi morar na Índia, onde conheceu várias comunidades filosóficas, até chegar na Holan-


da para estudar na Human University Psicology - a Humanversity. Rohit se tornou doutor e a carreira de terapeuta passou a fazer parte das inúmeras atividades do artista. Empreendedorismo nas artes A volta definitiva para Belém foi em 1993. Conciliando as atividades de terapeuta com a pintura, Antar Rohit conquistou o mercado empresarial. Cultivava contatos que quase sempre se tornavam patrocinadores de seus projetos. “O setor empresarial de Belém deu muita força ao trabalho do meu irmão, além de patrocinar projetos, compravam os quadros, davam suas obras como presentes aos clientes, e assim criavam um lindo movimento circular com a arte”, avalia Laura Calhoun. A visão empreendedora também resultou na sociedade com Ely Ribeiro. Juntos, abriram uma loja em 2005, a Amazônia Zen, com uma proposta inovadora na época. A comercialização de camisas com ilustrações das obras de arte criadas por Rohit. Sempre retratando elementos simbólicos de Belém e pontos turísticos do patrimônio histórico da cidade. “A casa dele era o nosso ponto de encontro para decidir o lado criativo da sociedade”, lembra Ely Ribeiro. “Rohit cuidava do lado criativo, das ideias inovadoras, e me apoiava nas decisões administrativas. Nós tínhamos muita facilidade de relação, deixou muitas saudades”, diz Ely. O artista plástico Simões conheceu Antar Rohit desde jovem e destaca a capacidade de empreendedor do amigo. “Ele tinha um modo de fazer as coisas com um estilo próprio, se dedicava à arte e também a outros projetos”, lembra. “Ele conseguia ir atrás de mercado, era uma pessoa de realizações,

com um pique muito grande de trabalho, tinha muita disposição”, ressalta Simões. Paraense em movimento Para Roseane Nogueira, que foi produtora das exposições de Antar Rohit e parceira nos projetos na área terapêutica durante 30 anos de amizade, ele era um apaixonado por Belém, por isso, pintava a cidade. Com ela, Antar Rohit criou, em 1997, o Criar - Programa de Desenvolvimento da Expressão Criativa, que proporcionava treinamento em Criatividade que se estendeu, renovou e acabou se transformando num projeto de Crescimento Pessoal e que deu origem à Osho Multiversity Criar, em Belém, que aliava todo o conhecimento filosófico adquirido, ao amor pela cidade, expresso em forma de arte. São poucos os artistas plásticos que, na sua arte de pintar Belém, conseguiram criar uma identidade tão forte com a cidade antiga, os bairros históricos, casarios, catedrais e elementos simbólicos tão marcantes. Rohit soube inventar a imagem de um lugar que todos viveram de alguma forma, um lugar que ele sonhava sem as marcas da modernização, demarcando os lugares poéticos da cidade em seus 400 anos de história e preservá-la. “Eu sempre tive um sonho, de um dia, quando ficasse velhinho, fazer um trabalho que retratasse Belém de uma maneira mais ampla, o seu patrimônio, a sua arquitetura”, dizia o próprio Rohit, quando desenvolveu o projeto Amorocidade, de 1995 a 1999. “Senti que tinha cumprido uma meta, uma missão com a cidade”, declarou no vídeo de divulgação do projeto. A partir daí, o artista expandiu o trabalho e passou a retratar a Amazônia, onde Belém estava inserida. »»»

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Exposições e prêmios Realizou exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior em diversas Galerias e museus, entre elas: Galeria Teodoro Braga - Belém; Stones Gallery – Kauai Hawaii; Salão Carioca – Rio e Janeiro – RJ; Ettinger Gallery – Art Institute of Southern; Bowers Museum, Santa Ana – Califórnia; Casa de Cultura Mario Quintana – Galeria Xico Stockinger – Porto Alegre; Galeria Municipal de Belém, Galeria Rômulo Maiorana entre outros. Prêmios: Santa Cruz Spring Fair – Primeiro Lugar Têxtil – Califórnia-USA – 1980; Aquisição – Salão Arte Pará, Belém-Pa – 1988. Em 2013, Antar Rohit será o homenageado pela Casa Cor Pará, em sua 3ª edição. A galeria de arte da Casa homenageará um dos grandes expoentes artísticos paraenses, o artista plástico Antar Rohit, falecido em 2007. Ele dará nome à galeria de arte da mostra, espaço que está sendo planejado pelos arquitetos Aurélio Meira e Vitor Blanco e que será aberto com exposição e curadoria de Emanuel Franco.


Os elementos da Amazônia, como a folha, a canoa, os pássaros e peixes, eram retratados de uma maneira simbólica, que representam o sentimento do artista do que é a Amazônia, mas como emblemas. “A região e a cidade de Belém têm um movimento, único, forte, independente de expressão artística, que é diferente do resto do Brasil. Isso inspirava Rohit e dava a ele uma identidade maravilhosa com a região amazônica, de ser paraense, belenense”, afirma a irmã, Laura. Antar Rohit deixou este plano em novembro de 2007, quando morava em Porto Alegre, vítima de câncer. Quase um ano após sua morte, foi fundada em Belém a Casa Antar Rohit, no mesmo lugar onde ele morava. No espaço cultural, ficavam expostas suas obras mais significativas com o objetivo de despertar o público para as práticas artísticas e de autoconhecimento através de cursos e oficinas. “Era uma proposta excelente, unia terapia, meditação e arte, que eram as coisas mais importantes para meu irmão.”, explica Laura Calhoun. Apesar dos esforços, a casa foi vendida um ano depois para uma amiga da família que ainda preserva várias obras de Antar Rohit. Outras obras do acervo dele foram doadas ao Museu da UFPA. Mas Laura Calhoun acredita que o irmão tenha deixado um legado para o cenário artístico de Belém e do Brasil. “Em seu caminho, ele retratou a cidade de Belém com um olhar muito amoroso. A gente se criou em uma casa antiga e aquela casa, o piso, as janelas, a cama dele são imagens recorrentes em sua obra. Acho que um grande legado dele é o mergulho intenso no trabalho, com foco. Não era apenas pintar, representar ou outras atividades. Rohit demonstrava o que tinha dentro dele, um plano. Ele sempre tinha um projeto de curto e longo alcance. E fazia tudo usando todas as suas qualidades, para demonstrar o que sentia e o que tinha para dividir com o mundo. Ele foi muito cedo, mas sonhou e realizou muito, deixou muitas saudades. Às vezes eu faço algo ou realizo um projeto e penso: ‘isso é pra você, mano! Você ficaria orgulhoso de mim’. Isso ajuda a amenizar a dor da perda”, conclui Laura.

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Berço do jazz, Nova Orleans é fonte de inspiração, além de encantar com arquitetura e culinária típicas... e histórias de arrepiar.

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oite de uma sexta-feira de setembro em Nova Orleans. O French Quarter, bairro mais antigo e tradicional da cidade, está repleto de turistas caminhando atrás de música, diversão e alguns (talvez muitos) drinks – até o momento em que são surpreendidos por um inusitado cortejo. À frente, um grupo de músicos tocando standards de jazz. Logo atrás, um casal de noivos a caráter, obviamente recém-saídos da igreja. Atrás deles, dezenas de convidados que acompanhavam a cerimônia. Todos erguem lenços brancos com as mãos e cantam junto com a banda. A fama dos funerais de Nova Orleans (em que cortejos regados a jazz prestam tributos aos músicos que morreram) é conhecida, mas um casamento nesse estilo realmente é novidade. É a prova de que a cidade, uma das mais musicais e multiculturais dos Estados Unidos, sempre pode guardar surpresas incríveis para seus visitantes. A música está por toda parte na capital do estado da Louisiana. O cantor e trompetista Louis Armstrong, conhecido pelo sorriso largo (que rendeu-lhe o apelido de “satchmo”) e por ter imortalizado alguns clássicos, dentre eles a bela “What a wonderful world”, batiza o aeroporto internacional e um dos principais parques da cidade. Cartazes que saúdam os turistas nas avenidas mais movi-

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mentadas estampam a mensagem “we´re jazzed that you´re here” (um neologismo que quer dizer algo como “estamos jazzificados por você estar aqui”). Na fachada de um hotel de uma rede internacional, a pintura gigante de um clarinete se destaca em meio aos demais prédios. Isso sem falar nos músicos de rua, que não têm hora para aparecer com improvisos e virtuosismos à espera (e em troca) de alguns trocados no chapéu. O epicentro de tudo o que acontece em Nova Orleans é a Bourbon Street, a mais famosa do French Quarter. Mas a fama não se deve exatamente à música. A rua está repleta de clubes de striptease e bares que servem drinks “para viagem”, o que é um atrativo, já que Nova Orleans é um dos poucos lugares dos Estados Unidos em que não é proibido consumir bebida alcoólica na rua. Por isso, turistas (desinibidos) de todas as idades circulam ali. A maioria é de jovens, e muitos vão para fazer despedidas de solteiro. Mas também é possível ver casais idosos, mães com crianças de colo e pessoas em cadeira de rodas em meio a mulheres fazendo pole dance, hosts de bares oferecendo cerveja em jarras enormes e um homem fantasiado de Homer Simpson bêbado. Há música, claro. Mas a maioria dos clubes com música ao vivo tem como atrações bandas que tocam »»»

Leonardo Aquino


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covers de pop e rock. Os moradores da cidade (principalmente os músicos) condenam o processo de “disneyficação” da Bourbon Street, evidenciado pela grande quantidade de lojas de souvenirs em todas as quadras. Para eles, o lugar a se ir no French Quarter é outro: a Frenchmen Street, rua que fica a uma curta caminhada de distância da Bourbon. É lá que os moradores da cidade se divertem e ouvem novos talentos e bandas conhecidas da cidade. A programação não costuma se restringir ao jazz. Blues, R&B, soul e até música latina pode ser conferida por lá. Bares como o The Maison e o d.b.a não cobram ingresso, mas é de bom tom que o público contribua com uma gorjeta. Em alguns shows, os próprios artistas vão de mesa em mesa pedir o dinheirinho pra garantir a noite. Independente do seu estilo musical favorito, o French Quarter tem um atrativo: a arquitetura. O bairro foi o ponto inicial da ocupação da cidade, fundada pelos franceses em 1718. Mas, apesar do nome, grande parte das casas e prédios que se veem na vizinhança tem estilo espanhol. É que dois grandes incêndios no final do século XVIII destruíram muitos exemplares da arquitetura colonial que havia antes. A reconstrução ficou por conta dos espanhóis, que administraram o estado da Louisiana na época. As casas são exuberantes,

com paredes espessas, varandas em ferro forjado e fachadas de tijolo. Outro destino em Nova Orleans para os amantes da arquitetura é o Garden District, que está separado do French Quarter por cerca de três quilômetros e um século. O Garden District foi criado para abrigar famílias americanas ricas que administravam as plantations (sistemas de cultivo de produtos como cana de açúcar e algodão, típicos dos anos 1800) que não queriam morar junto com os negros no French Quarter. Eles acabaram construindo mansões de diversos estilos: francês, grego, gótico e vitoriano, entre outros. Algumas das casas são históricas. Uma delas, no número 2301 da Saint Charles Avenue, foi a residência da escritora Anne Rice durante a infância. Outras celebridades que ainda moram no Garden District são o ator John Goodman e o jogador de futebol Archie Manning, um dos astros do New Orleans Saints, o time local que disputa a NFL. Se a arquitetura de Nova Orleans é um mix de referências, a culinária da cidade não fica atrás. Circulando pelos restaurantes da cidade, você vai se deparar com dois nomes que eventualmente batizam os cardápios: cajun e creole. São palavras que remetem aos primeiros habitantes da região da Louisiana nos séculos XVII e XVIII: exploradores franceses, imigrantes de outras regiões da Euro- »»»

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pa e os nativos, fossem eles brancos ou negros. A cozinha cajun-creole utiliza ingredientes disponíveis em abundância na região, como feijão, arroz, tomate, frutos do mar e até carne de crocodilo. Entre os pratos típicos mais famosos, estão o gumbo (uma sopa com crustáceos e tomate) e o jambalaya (uma espécie de mistura entre paella e baião de dois). Tudo com muito tempero e pimenta, o que é a marca registrada da gastronomia local. Quem gosta de sanduíches não pode deixar de experimentar uma especialidade da cidade: o po’boy, que existe em diversas versões, com recheios que vão de almôndegas a linguiça de crocodilo, de camarão empanado a rosbife. Sustos e lendas urbanas Além de agradar aos ouvidos e ao paladar, Nova Orleans também pode ser fonte de histórias assustadoras. Costuma-se dizer que a cidade é uma das mais mal assombradas dos Estados Unidos. E, como a música e a culinária, o terror também é capitalizado para o turismo. Muitas agências oferecem passeios pelas casas do French Quarter que foram palcos de casos escabrosos. Um deles é a

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do Príncipe Suleyman, um turco que se dizia sultão de um país no Oriente Médio e alugou uma mansão no French Quarter no século XVII. A casa virou um harém repleto de mulheres e de eunucos para realizar festas regadas a música alta e jogos sexuais. Um dia, todos foram encontrados mortos e mutilados dentro da mansão, à exceção do suposto sultão, cujo corpo estava inteiro dentro de uma cova, onde parecia ter sido enterrado vivo. Além de histórias como essa, Nova Orleans tem lendas de vampiros, passeios em cemitérios (onde os mortos são sepultados sobre a terra e não debaixo dela, numa técnica pouco convencional) e onde há referências ao vodu por toda parte, já que a região teve muita influência africana no sincretismo religioso. Esteja você disposto ou não a encarar o lado sobrenatural da cidade, Nova Orleans é puro encantamento para qualquer turista. Seja pela história, pela cultura, pela hospitalidade e pelo bom humor dos moradores, sempre há motivos para levar ao pé da letra o título de uma famosa canção que virou uma espécie de lema da cidade: “let the good times roll”. E em Nova Orleans, os bons tempos rolam sem parar.

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foto reprodução

Sempre há música no ar

foto reprodução

Ver música ao vivo é um programa obrigatório em Nova Orleans. Uma das principais casas de shows da cidade é a House Of Blues (http://www.houseofblues.com ), que fica no French Quarter. A programação não se limita apenas ao ritmo que ajuda a batizar o local, já que também há shows de comédia e até noites de karaokê com bandas ao vivo. Para certeza de música mais tradicional, não deixe de ir ao Preservation Hall (http://www.preservationhall. com/), um santuário do jazz de Nova Orleans. Os shows acontecem de domingo a domingo e geralmente têm como protagonistas alguns dos músicos mais veteranos (e talentosos) da cidade. Já a programação da Maison (http:// www.maisonfrenchmen.com/) geralmente está cheia de novos talentos locais. A casa também tem um ótimo restaurante. Colecionadores de discos também têm cantinhos para se divertir e abastecer na cidade. Para raridades de jazz, blues, R&B e soul, procure a Louisiana Music Factory (http://www.louisianamusicfactory.com/). Além de um bom acervo de música local e pop em geral, a Peaches Records (http://www.peachesrecordsneworleans.com/) também tem ótimos souvenirs musicais, como camisetas e canecas.

Entre um gole e outro O French Quarter está repleto de lugares para se experimentar os sabores da culinária cajun-creole. Um deles é o Famous Gumbo Pot (Decatur Street, 600), que fica quase às margens do rio Mississippi. O restaurante serve frutos do mar e pratos típicos da cozinha creole desde o café da manhã. Para provar os po’boys, sanduíches típicos de Nova Orleans, o mais famoso local é o Johnny´s (http://johnnyspoboys.com/). Fora do French Quarter, uma opção é o Parkway Bakery and Tavern (http://www.parkwaypoorboys.com/). Os de camarões empanados são os melhores. Um po´boy bem inusitado é o de linguiça de crocodilo servido pela Crescent City Brewhouse (http://www. crescentcitybrewhouse.com/). Para acompanhar, escolha um dos cinco tipos de cerveja produzidos pela casa ou, quem sabe, uma degustação de todos. Depois do jantar, vale a pena tomar alguns drinks no Lafitte´s Blacksmith Shop (http://www.lafittesblacksmithshop.com). O bar, que tem uma atmosfera de taverna, chama para si o título de mais antigo dos Estados Unidos: está em atividade desde 1772.

A vida após o Katrina A alegria e o alto astral de Nova Orleans foram abalados por uma tragédia, em 2005. O furacão Katrina inundou 80% da cidade, destruiu milhares de casas e matou aproximadamente duas mil pessoas. Estima-se que 124 mil moradores que deixaram a cidade na época, nunca mais voltaram. Muitas cicatrizes continuam abertas, especialmente em bairros que foram quase totalmente arrasados como o Ninth Ward. Há muitas casas danificadas, lotes inteiros desocupados e poucos serviços como transporte público e escolas. Por outro lado, a esperança de um futuro melhor foi semeada com a ajuda do pianista Harry Connick Jr. e do saxofonista Branford Marsalis. Eles se juntaram para bancar a construção de um bairro planejado para abrigar os músicos da cidade que perderam suas casas com o furacão. Marcado por habitações multicoloridas, o Musician’s Village virou uma atração à parte em Nova Orleans e também simbolizou o esforço para que a cidade não perdesse a tradição da música. Além das casas, o Musician´s Village também abriga o Ellis Marsalis Center for Music, uma espécie de híbrido entre escola e centro cultural.



enquanto isso

Kaê Ferreira administrador

Luanda

Meu nome é Kaê, tenho 23 anos e sempre fui aficionado por viagens – não à toa, me formei em Administração com ênfase em Comércio Exterior. Durante esse período de faculdade, um tio e um primo meu vieram desbravar o mercado do continente africano, montaram um negócio e as coisas começaram a dar certo. Desde então, os dois sempre me chamavam. Quando me formei – no final de 2011, com 21 anos –, não pensei duas vezes e abracei a oportunidade. Foi quando vim parar em terras angolanas. O que me trouxe para cá foi justamente a possibilidade de estar em outro país, conviver com outra cultura, outro povo – e, claro, trabalhar junto com minha família. Assim, eu seria uma pessoa de confiança para meu primo, que até então estava sozinho em Angola, e poderia crescer pessoal e profissionalmente. O que me encantou aqui em Luanda, de cara, foi o povo. A recepção, o respeito, a educação, o patriotismo absoluto, o orgulho de ser angolano... E, com certeza, a alegria! O modo como são alegres, mesmo com todos os problemas do país (que não são poucos), com uma guerra que aca-

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bou há pouco tempo, é encantador. Eles sempre estão sorrindo, cantando e dançando. Depois, ao longo dos dois anos em que estou aqui, passei a conhecer melhor os atrativos da cidade. Luanda é um lugar muito bonito. Há vários lugares obrigatórios para se conhecer por aqui. Por exemplo, a Ilha de Luanda, ligada à cidade por um istmo; e a avenida beira-mar, com restaurantes, boates e um pôr do sol sensacional que faz a felicidade dos estrangeiros. Nas proximidades de Luanda, também temos uma praia bem famosa: a Cabo Ledo, muito procurada pelos surfistas. Vale a visita. A Ilha do Mussulo é outro ponto muito especial. Um lugar, tranquilo, bonito, que lembra bastante Algodoal. É muito frequentada por aqueles que querem fugir da confusão da cidade. O clima daqui é leve e fácil de se habituar. Dependendo da época, entre junho e agosto principalmente, fica um pouco frio. Mas no geral, é um clima muito agradável. Lembra um pouco o clima de Belém, embora não seja tão quente. De qualquer forma, não há muito com o que se preocupar na hora de arrumar as malas. Não há necessidade de trazer roupas específicas.

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Entre as coisas que acho curiosas aqui, destaco a maneira como os angolanos encaram a morte. Eles fazem uma festa. Os familiares, amigos e conhecidos de outros estados viajam apenas para comparecer. O festejo pode chegar a durar até mesmo sete dias! Enquanto isso, o corpo fica lá, em sua casa, e eles obviamente choram a perda durante o período – mas também cantam, dançam, sorriem e até mesmo se divertem durante o rito de passagem. É muito diferente da nossa cultura, mas muito interessante. Além dos atrativos turísticos mais famosos, como as praias e parques na região de Luanda e nas outras províncias próximas, ainda há aqueles atrativos cotidianos. Luanda tem ótimas festas nos finais de semana – algumas em resorts nas praias ou mesmo na Ilha do Mussulo. Também temos jogos de Basquete, que é o esporte número um em Angola, seguido pelo hóquei de patins. Eu, particularmente, costumo aproveitar o pouco tempo que me sobra para ir até a Ilha de Luanda e pegar alguma balada na beira do mar. Mas há muitas outras opções para desfrutar a cidade de uma maneira inesquecível.


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especial

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foto Bob Menezes

Carolina Menezes

Trabalhar porprazer vice-versa e

Já imaginou fazer da diversão aquilo que abastece de cifras a sua conta bancária? Ter uma profissão tão gostosa que até as segundas-feiras parecem sextas? Eles imaginaram. E conseguiram.

N

o início da década de 70, os irmãos José de Lima Sobrinho e Durval Lima estavam prestes a desistir da ideia de transformar a paixão pela música em ganha-pão. De família humilde e nascidos no interior do Paraná, eles tocavam suas músicas onde podiam pela noite, em qualquer lugar onde quisessem ouvi-los, e durante o dia, se revezavam em “bicos” para conseguir pagar as contas que não paravam de chegar. Muito esforço e pouco retorno fizeram com que eles chegassem à conclusão, dentro do carro, a caminho de casa depois de mais um show muitíssimo mal pago, em 1975, de que era a hora de deixar para trás o sonho e encarar a amarga realidade do emprego de 8h às 18h para bancar as necessidades que a vida lhes exigia. Eis que o radinho do mequetrefe veículo lhes presenteia com “Tente Outra Vez”, de Raul Seixas, e uma coragem de insistir mais um pouquinho. Ainda demorou, mas em 1982, “Fio de Cabelo” era sucesso nacional e a dupla, que resolvera adotar o nome artístico de Chitãozinho & Xororó, entrava de vez para a história da Música Brasileira como uma das duplas sertanejas mais bem-sucedidas do país – até hoje. Fazer da diversão, do hobby, daquilo que se chama de lazer, um emprego, uma profissão, uma rentável fonte de renda, ora, quem não quer? Largar o paletó, o uniforme e fazer da folga um expediente indolor é o sonho de muitos. Difícil? Questão

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de sorte? Dedicação extrema? Talvez sim, talvez não. Talvez tudo isso junto. Mas uma coisa é certa: é possível, sim. E tem mais gente que trocou o, digamos, “certo pelo duvidoso”, e acertou na escolha, do que a gente imagina. Que trocou a cadeira de dentista pelo palco, a bandeja pela máquina fotográfica e, olha só, os códigos legais pela fantasia de um dos maiores ícones da música mundial. O advogado Hely Jr. se formou em Direito no meio da década de 90, aos 22 anos – e no mesmo ano em que deu vazão, pela primeira vez, e em frente a um grande público, ao seu desejo de homenagear seu maior ídolo: Elvis Presley. “O primeiro show, em 1995, já foi pra muita gente e com um retorno de público que surpreendeu. E eu ainda nem me caracterizava de Elvis; eu homenageava o estilo, na verdade, dos cantores dos anos 50, 60. Por estar prestes a me formar, eu fazia, a partir desse show, um ou outro, a advocacia exigia um comprometimento meu que permitia apenas apresentações esporádicas. E foram oito anos assim”, recorda. É difícil dizer que o Direito veio primeiro para Hely porque a admiração pelo cantor apareceu na infância, aos seis, sete anos de idade. “Vi aquela imagem na capa do LP e perguntei para minha mãe quem era. ‘É o Elvis Presley, meu filho’. E pedi para ela comprar pra mim. Chamou a atenção a roupa, a voz, a música. Lembro de mim, criança, »»»


foto Váleria Carvalho

me embalando na rede ao som dos LPs”, conta. Na adolescência veio com a ajuda de filmes, mais discos e documentários que o fizeram realmente conhecer Elvis Presley, passou a admirá-lo ainda mais. “Nessa altura eu já usava costeletas, as pessoas me diziam que eu parecia com ele”, lembra. Os shows esporádicos que Hely conseguia fazer entre um caso e outro agradaram tanto que, by popular demand, o one night only passou a ser pouco. “Os convites começaram a aumentar, a agenda começou a encher e eu vi que era a hora de me dedicar a isso de forma mais profissional, então há dez anos eu escolhi viver isso intensamente”, explica. Hely Jr. se transformou então em Elvis da Amazônia, faz hoje cerca de quatro shows por semana em Belém – em locais fixos, e ainda em eventos fechados –, tem no currículo apresentações em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e chegou até a participar de um concurso de sósias do Rei do Rock promovido pelo programa global Altas Horas, comandado por Serginho Groismann. “Tenho shows agendados até o ano que vem, fazer o Elvis me dá um excelente retorno”, admite. O segredo do sucesso Hely credita não só ao fato de ser muito fã, mas também ao respeito enorme que tem pela pessoa, e não só pelo artista que foi o cantor. “Eu não sou caricato. No palco eu faço um tributo, uma homenagem. Sou fã do ser humano que ele era, e também por isso eu profissionalizei ao máximo. Os shows têm um formato fechado,

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com banda, com caracterização. Não tem desfile, não tem ninguém cantando junto, eu faço questão de manter o formato. Deu certo por isso, eu acho, e também por eu achar que ser capaz de interpretá-lo é um dom que Deus me deu”, analisa. Engana-se quem acha que, apesar da agenda lotada, a advocacia ficou de lado. “Eu tenho o meu escritório, meus investimentos. Não me arrependo de ter passado oito anos para priorizar o Elvis, pelo contrário, me considero um privilegiado por ter duas profissões que eu gosto muito e que consegui abraçar. Mas o Elvis é o meu carro-chefe, eu não consigo ainda me ver longe dos palcos”, confirma Hely. No caso da cantora e compositora Sandra Duailibe, independente da escolha profissional, a música também chegou primeiro. Nascida no Maranhão (e em berço artístico, o que a ajudou a compor uma formação musical ainda bem jovem), veio morar em Belém, onde a Odontologia apareceu como escolha por afinidade e desejo de uma vida organizada, economicamente falando, principalmente. “E deu certo! Tanto que, depois de me graduar pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e passar oito anos exercendo a profissão em Brasília (DF), me organizei financeiramente para poder me dedicar exclusivamente à música, sem ter que fazer do canto um sacrifício. Isso foi fundamental pra mim, pois consigo realizar o sonho de cantar o que quero, sem me preocupar com a venda da

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foto Vladimir Koenig

minha arte. Meu público é seleto e me dá o que preciso para prosseguir. É uma troca, repleta de emoção”, detalha. Depois de morar nos EUA, voltar para morar no Rio de Janeiro (onde está até hoje) e ter bem-sucedidas experiências como empresária, Sandra decidiu, em 2005, fazer da música o seu projeto de vida. De lá para cá, já são quatro discos gravados. “Entendo que nada seja definitivo na vida, mas também confesso que nada é tão prazeroso para mim como cantar, interpretar. Sendo assim, acredito que, mesmo que eu desenvolva outras atividades, a música permanecerá na minha vida, à frente de tudo. Digo, ainda, que já estabeleci um compromisso com meus fãs, e isso é muito forte, é fortíssimo”, garante. “Eu repetiria meu trajeto de vida, pois precisava amadurecer, viver, para chegar onde estou agora. Não sinto falta de nada do passado. Trago a experiência vivida pro presente e aplico o conhecimento adquirido no meu dia a dia. Ao perceber que cantar é um dom e que eu recebi essa graça, libertei-me das amarras formais dessa vida para me entregar à música, estabelecendo essa troca entre meu palco (eu e minha banda) e minha plateia. É pura energia feliz!”, comemora a cantora. Sabe o cara que está no local certo na hora certa? Foi mais ou menos assim com Gitano Lima, que há nove anos empunhou a máquina fotográ-

fica nas mãos e não largou mais. Antes disso, um tio proprietário de um pequeno jornal já lhe confiava ainda os modelos analógicos para um serviço ou outro. Gitano fazia, mas sem vislumbrar nada adiante. “Achava que não tinha talento pra isso”, justifica. “Eu estava trabalhando como garçom uma época e perto do trabalho tinha um estúdio, deixei o currículo lá, mas para trabalhar com slides de imagens. Só que um dia faltou fotógrafo e o patrão resolveu me testar. Deu tudo certo e minha carreira começou”, resume. O gostar do ofício foi descoberto aos poucos, em meio à labuta. “Tinha época em que eu fotografava mais de um casamento por dia. E descobri que eu não só tinha habilidade, mas que eu também amava fazer aquilo. Meu emprego de garçom durou cinco anos, era algo temporário, só até aparecer uma oportunidade melhor, e posso dizer que eu quero fotografar até o último dia da minha vida”, confessa Gitano. “A fotografia apareceu na hora certa, quando eu já tinha um aprendizado comigo. Dois anos depois de eu começar a trabalhar só com isso, fiz faculdade e me tornei Tecnólogo em Design Gráfico, montei meu próprio estúdio. Estou sempre pesquisando, procurando inovar. Já fotografei na chuva, no meio da rua entre os carros. A ideia de poder fazer algo diferente, especial, a cada situação, a cada evento, me move, me desafia”, afirma o fotógrafo.

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O que eu nunca disse para minha mãe Gabriel Vidolin Chef de cozinha

Nestas palavras, declaro todo meu amor por minha mãe. Declaro que ela não me fez mal e que se sacrificou muito, para que eu pudesse ser um artista hoje. Ela morreu em seus sonhos e ideais para que eu pudesse nascer em poesia. Ela sofreu com os pais, que não a entendiam; ela lutou pelo homem que amava e assumiu as responsabilidades. Não estou dizendo que ela está sempre correta, mas que ela é uma heroína. Ela acredita em uma política honesta, íntegra e igualitária. Ela sofreu. Já foi agricultora, pecuarista, artesã de queijos e sorvetes, já fez linguiças, vendeu leite, em um furgão pelas ruas da cidade... Mas preparou um berço feito de vime, que ela acomodou entre os latões de leite, e forrou com um velho cobertor de gatinhos estampados, para que eu não estivesse sozinho e sempre perto dela. E foi assim, que eu a acompanhei nessa caminhada. E quando, logo aos seis anos, eu já sabia ler, ela me colocava para dormir em sua cama, com

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as mãos dadas às dela, por debaixo do travesseiro. E eu ficava seguro de que o peso de minha mão (que apertava a dela com força) não a deixaria sair para trabalhar. Mesmo assim, ela saía (sem me acordar). Deixava sobre a mesa de café da manhã um bilhete e eu chorava de tristeza. Todos os dias. Mas as coisas iriam melhorar. E assim, o tempo foi passando. Os meses viraram anos e eu aprendi a cozinhar. Eu preparava os bolos, para que ela levasse para comer nos intervalos. Ela já não era mais agricultora. Ela, agora, além de fazer sorvetes, levava, em uma van escolar, alguns estudantes para a faculdade noturna que ficava na cidade vizinha. Mais uma vez, eu ficava sozinho e com medo, confortado pelo velho cobertor de gatinhos estampados e na companhia de uma bela cadelinha, que me seguia pela casa. A cadela foi a primeira a experimentar os meus chocolates e brioches. Eu me imaginava na França (ou na Itália), buscando as raízes de minha família e imaginava parentes que me receberiam de braços abertos e felizes, com uma mesa farta ou um bom licor. Eu sonhava com a Inglaterra e com possibilidades fantasiosas de Oxford, seus livros e jardins. Os personagens masculinos dos livros desempenhavam o papel masculino de “pais”. Os mesmos de Harry Potter. Aslan se tornou uma visão de Deus em meus sonhos. À noite, a lua na minha janela me consolava e o cobertor me protegia. À noite, eu estava feliz, com um pedaço de bolo de chocolate na barriga e uma cadelinha branca como um cordeiro dormindo junto a meus pés. Eu admirava a neblina misturada à garoa, que me fazia sentir especial. O cobertor me protegia e nada de mal podia me acontecer. Eu era amado, e esse amor me protegia. Eu olhava as montanhas, iluminadas pelo luar, desejando que dias melhores viessem. Imaginando que eu, um dia, viveria entre elas e seria um bom “bruxo”. Esses dias estão chegando, e esses sonhos são só o começo de uma grande aventura.



gourmet

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Anderson Araújo

o

poderoso chefão

Alçado à condição de um dos chefs mais influentes da América Latina, Thiago Castanho mostra que suas raízes estão bem fincadas no chão e que, ao seu lado, a família continua sendo sua maior referência.

É

sábado em Belém e o sol castiga quem resolveu sair de casa, como em qualquer dia da semana. Mas, atrás do Bosque Rodrigues Alves a temperatura é amena. A pequena reserva vegetal alivia a inclemência do Astro Rei. A amostra mínima de floresta contrasta com o trânsito caótico do principal corredor viário da capital paraense. Na rua de trás, a Avenida Romulo Maiora, o movimento é mais lento no coração da cidade. Sob o mormaço, os últimos clientes do Remanso do Bosque se despedem entre si diante do restaurante. O chef Thiago Castanho está atrasado para a entrevista, marcada para 16 horas. A espera se dá na sala de visitas, confortável como um pátio para receber amigos íntimos. Num jardim pequeno, ao lado, uma amostra de ingredientes conhecidos e bem usados pelo nome de maior proeminência no momento na Gastronomia da Amazônia: mandioca, batata ariá, cajarana, alfavaca, tudo cresce e floresce nos minicanteiros. Mais à frente, uma cuia cheia de farinha d’água com quatro colheres enfiadas, um convite despudorado para a degustação. Não é. É a instalação com a assinatura do amigo artista plástico Armando Sobral.

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Outros artistas se fazem presentes com suas criações. Há fotos de Walda Marques; telas de Marinaldo, Alexandre Sequeira, grafites do coletivo Gotazkaen e até um quadro pintado pelo próprio Thiago. Não por coincidência, a cantora Lia Sophia, natural da Guiana Francesa, mas criada no Pará, solfeja nos autofalantes, embalando o ambiente. Thiago Castanho cruza a porta. Olhos grandes, sorriso franco e algumas desculpas pelo contratempo. Saiu do Remanso do Peixe, o primeiro restaurante da família, para o Remanso do Bosque apressado. Está vestido de chef de cozinha. No dólmã branco, o jovem de 25 anos se adequa à imagem que a imprensa especializada e outros chefs de talento e renome têm descrito. O hábito faz o monge. É ele o homem que tem levado o paladar da Amazônia para além da linha traçada pelos rios imensos da região. Em uma ascensão meteórica, Castanho, junto com o irmão Felipe, recentemente, elevou seu Remanso do Bosque à condição de 38º melhor restaurante na América Latina, no último “Festival Mistura”, ocorrido na Meca da Gastronomia sul-americana, a capital do Peru, Lima. De lambuja, ele e Felipe levaram o prêmio “One to watch”, indicando que a ascen- »»»

Dudu Maroja


são do estabelecimento deve continuar nas próximas edições, assim como o prestígio dos irmãos. Ao chegar no Remanso, Thiago adentra num sonho. O Remanso foi planejado por ele, o pai, Franscisco Santos, a mãe Carmem e o irmão para oferecer aconchego a quem busca a boa comida. Tudo está ali conforme eles imaginaram quando o Remanso do Peixe nem tinha nome ainda, na pequena vila do bairro do Marco, onde começaram as atividades. A fama do sabor incrível dos peixes de “Chicão” forçou a casa a virar um restaurante de verdade, mas ainda não era o ideal para o que a família sonhava. O ano de 2009 marcou a inauguração do novo Remanso, atrás do Bosque Rodrigues Alves, restaurante em que a ambientação foi cuidadosamente pensada para que a comida paraense fosse exaltada da melhor forma. É uma experiência que remete a um conjunto harmônico para uma experiência de imersão na cultura paraense. Daí, as músicas e as obras de artes de grandes artistas da terra. A cozinha é preparada não apenas para as refeições de formo e fogão, mas também os assados, antes impensáveis no espaço onde tudo começou. O chef está à vontade dentro de sua vestimenta. É como se a parte de fora estivesse em perfeita sintonia fina com o que há dentro do homem. Nessa sincronicidade, Castanho compreende que o desafio de sua vida está numa pequena sentença: descobrir o que somos por meio do alimento. “Nunca foi nossa intenção ganhar fama ou ficar ricos. A gente quer um trabalho que nos dê prazer e que sirva para alguma coisa, não apenas individualmente. Acredito que a partir da Gastronomia é possível descobrir a nossa verdadeira identidade”, diz. Há firmeza nas palavras de Castanho. Daquelas que são ditas por quem sabe sua função ou, de maneira mais mística, pelos predestinados. E a velocidade com que os acontecimentos na vida profissional do chef vêm ocorrendo, sua estrela pessoal e o talento evidente apontam que ele é, de fato, um predestinado. Nem sempre foi assim, porém. Thiago Castanho começou a trabalhar em casa, ainda na pizzaria sem nome que o pai e a mãe montaram, o embrião da marca Remanso, conhecida pela excelência nos pratos à base de peixes, iguaria farta em qualidade e quantidade, na Amazônia. Aos

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12 anos, ele servia os pratos e observava Francisco na cozinha, ajudando aqui e ali sem muita pretensão. Com a adolescência avançando, a pressão do momento para se decidir profissionalmente, a correria entre panelas, mesas, clientes e o dinheiro curto no final das contas, o filho quis renegar a tradição paterna. Na cabeça do menino, o futuro era incerto. Resolveu deixar as dificuldades e incertezas da cozinha para depois e investir no que muitos rapazes de sua geração sonharam: a Ciência da Computação. Passou no vestibular no Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa). Nas aulas com os intrincados algoritmos, aprofunda-se no mundo estranho da informática? Não. Lia sobre Gastronomia entre uma desatenção e outra dos professores. A negativa à cozinha era a freudiana negação do pai, a “quase encarnação” de Michael Corleone se recusando a ocupar o lugar do combalido Godfather para, mais adiante, entender que era a única e melhor posição que a vida lhe reservaria. Mas, nem Francisco era um mafioso, muito menos estava moribundo, tampouco Castanho precisou testemunhar um atentado para seguir os instintos. A retomada do gosto por cozinhar veio ligeira em uma das edições do Festival Ver-o-

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-peso da Cozinha Paraense, idealizado pelo saudoso e grande gastrônomo Paulo Martins. Em 2004, no meio do turbilhão do evento, a vocação de chef falou mais alto. A desorganização da cozinha, o passa-passa de gente, a troca de informação entre os que amavam o mesmo que ele amava e o prazer de se manter atento para manter incólume a alquimia entre os ingredientes foram muito mais atrativos. Castanho desistiu de vez da enfadonha organização das Ciências Exatas e caiu no mundo da criação, abraçando o que ele mais gostava: cozinhar. Partiu para o curso em São Paulo, definitivo para confirmar que a intuição de sua escolha estava certa. Lá conheceu com profundidade suas possibilidades criativas e construiu a ponte de interações sociais para levá-lo a Portugal. Na Europa, estagiou com o mestre Vitor Sobral, que lhe ensinou o ritmo frenético dos estabelecimentos europeus e, principalmente, valorizar a cozinha tradicional de sua terra. “Foi ele quem abriu meus olhos para a possibilidade da comida tradicional do Pará, que eu conhecia bem desde criança, ser reinventada de uma maneira moderna, com alguma sofisticação, com a minha maneira própria de fazer”, recorda. »»»


Sentado à mesa, perto do jardim, Castanho lembra quando voltou para Belém, em 2007. “Eu estava cheio de ideias, estava acelerado. Queria botar em prática tudo que tinha aprendido. Queria mostrar como eu havia crescido. Comecei a fazer umas mudanças bruscas no cardápio. Foi quando começaram as primeiras brigas com meu pai. Era a tradição dele contra o que eu achava de mais moderno e queria aplicar na nossa cozinha”, relata. As “diferenças” entre os dois exímios bruxos da cozinha paraense da mesma família foram resolvidas na base da conciliação lenta e gradual. Não sem antes Thiago receber uma lição de Francisco: “certa vez, eu disse que o peixe dele não tinha nada demais, que estava muito simples. E ele, sabiamente, me respondeu: ‘então tente sustentar uma família inteira, com água, peixe e tempero’. Nunca me esqueci dessa frase”. A guerra entre o moderno e o tradicional continua na mesa, porém, hoje, Castanho sabe que o ponto mais desafiador do seu trabalho é usar a pesada carga de conhecimento que absorveu do pai sem descaracterizá-la em sofisticações desnecessárias. A lição de Francisco está no cardápio dos dois Remansos; está na persistência do chef em pesquisar ingredientes para revelar a mais profunda identidade da Amazônia; está

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na forma reverente em que ele homenageia o pai ao contar sua história e na importância que dá à posição da mãe Carmem e do irmão Felipe em cada decisão sobre os dois restaurantes e também sobre a carreira. Diante do Bosque, sob o calor escaldante da terra natal, Thiago Castanho adentra no próprio sonho que há tempos se tornou a realidade escolhida por ele. São vinte e cinco anos apenas de existência. Ele tem uma vida inteira pela frente. É possível mudar o rumo de tudo a qualquer hora. É perfeitamente compreensível tomar outra estrada. Contudo, ele não dá nenhum sinal de que vá desviar o destino. A estrada é longa, mas as promessas são as melhores. A trilha escolhida não poderia ser outra. É fresca como um caminho coberto pela floresta que vai dar num idílio, num esperado e inevitável remanso. Castanho entendeu o recado há algum tempo, e agora se prepara absorvendo o melhor do seu lugar para que possa entregar também o melhor de si. Está aprendendo a cada dia sobre suas qualidades, limitações e responsabilidades. E, ao mesmo tempo, seguro das possibilidades de desenvolvimento individual e da capacidade de transformar o próprio mundo a partir da reinterpretação da tradição sem fugir jamais de suas raízes mais profundas.

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O brinde com saquê incluiu a tradição japonesa na festa de inauguração da Thai.

Diretores da Thai e da Toyota plantam uma bacabeira nos jardins da revendora, mantendo a tradição das lojas da marca.

Uma grande concessionária merecia uma grande festa para comemorar sua inauguração oficial. Funcionando no Km 2,5 da BR-316, ao lado do Hospital Metropolitano, a mais nova concessionária Toyota de Ananindeua recebeu aproximadamente 400 convidados no último dia 24 de setembro para celebrar essa nova conquista do Grupo EBD, do qual a concessionária faz parte. Como anfitrião, Djalma Bezerra, presidente do grupo EBD, fez um discurso onde exaltou a parceria com a montadora japonesa, da qual ele já obteve três concessões de revenda. “O Grupo EBD já é parceiro da Toyota desde 2005, e hoje comemoro um dos dias mais importantes dessa parceria, com o nascimento dessa nova revenda, que certamente vai estreitar ainda mais os laços de amizade e comprometimento que temos com a Toyota”, ressaltou. A diretoria da Toyota também estava presente no evento, representada pelo Sr. Luiz Carlos Andrade Jr., vice-presidente sênior da Toyota Mer-

(91) 3346-7900.

A antiga parceria com a Toyota foi destaque do discurso de Djalma Bezerra na festa que lotou os salões da Thai.

cosul; pelo Sr. Luiz Carlos Bueno, gerente geral de Vendas; Márcio dos Santos Pinto, gerente geral de Pós-Venda; Pedro Schwambach, diretor presidente da Associação Brasileira de Distribuidores Toyota – Abradit; Luiz Montenegro, presidente do Banco Toyota; e Venício Carvalho, superintendente comercial do Banco Toyota. Apesar de só estar sendo inaugurada em setembro, a concessionária já funciona desde abril com toda a imponência dos seus 12.500 m² de área, além das amplas vagas de estacionamento, estrutura completa de vendas e serviços e oficina com padrão Toyota, sempre com as atenções voltadas para a satisfação dos clientes, que aliás é o principal diferencial competitivo da empresa. Venha conhecer. Thai, Toyota é aqui.

R o d o v i a B R -3 1 6, s / n º , km 2 , 5.

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www. t hai v ei cu l o s. co m. br


receita Filhote na brasa com vinagrete de jambo e cuscuz de farinha d’água Rendimento: 2 porções INGREDIENTES Filhote na brasa • 80ml de vinho branco seco • Suco de dois limões • 1 litro de água • 20g de sal • 1 colher (chá) de pimenta-do-reino moída • 400g de lombo de filhote • 1 colher (sopa) de manteiga • 1 pedaço de folha de bananeira Vinagrete de jambo • 200g de jambo sem caroco • 50ml de suco de limão • 100g de água • Sal (a gosto) • Pimenta-do-reino (a gosto) • 1 un. de pimenta-de-cheiro • 100ml de azeite de castanha Cuscuz de farinha d’água • 100g de farinha d’água • 20ml de suco de limão • 60ml de água mineral gelada • Sal (a gosto) • 40g de cebola roxa bem picada • 1 jambo fatiado • 5g de chicória bem picada • 5g de coentro picado • 1 unid. de pimenta cumari picada sem sementes MODO DE FAZER Marinada do filhote 1. Em uma tigela, junte o vinho branco, limão, água, sal e a pimenta-do-reino. Junte o lombo de filhote e deixe marinando por duas horas na geladeira. 2. Escorra a marinada, enrole o peixe na folha de bananeira e acomode em uma grelha própria para assar peixes e asse em brasa de carvão a 40cm de distância da brasa, por 10 minutos de ambos os lados, até queimar a folha de bananeira e o peixe adquirir cor dourada e consistência macia. Vinagrete de jambo 1. processe em um liquidificador todos os ingredientes exceto o azeite. 2. retire do liquidificador e junte o azeite. Reserve. Cuscuz de farinha d’água 1. Misture todos os ingredientes, deixando hidratar a farinha. Reserve.

MONTAGEM DO PRATO/APRESENTAÇÃO: 1. em um prato fundo, coloque o vinagrete de jambo, o cuscuz de farinha d’água e o peixe sem a folha de bananeira. Decore com fatias de jambo e regue com azeite de castanha.

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Hotel Regente. Desde o seu café da manhã até a hora de dormir, o nosso negócio é cuidar bem de você.

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PRODUTOR: Ferrari REGIÃO: Trentino - Vinhedos próprios ao redor de Trento, entre 300 e 600m de altitude, com exposição sudeste e sudoeste. CLASSIFICAÇÃO LEGAL: Trento D.O.C. COMPOSIÇÃO DE CASTAS: 100% Chardonnay. GRADUAÇÃO ALCOÓLICA: 12,5° GL ELABORAÇÃO: Colheita exclusivamente manual em setembro. Fermentação a 20-22°C dos vinhos base em inox. Malolática completa. Assemblaggio dos vinhos para segunda fermentação. Adição do licor de tiragem com leveduras e açúcar. Tomada da espuma na garrafa, com longo envelhecimento “sulle fecce” de 42 meses. Processo manual de “remuage” ou “rimozione”. Desgargalamento “sboccatura” com congelamento do depósito. Adição do licor de expedição, BRUT. Colocação da rolha e do arame de proteção. AMADURECIMENTO: 70 meses “sobre as leveduras” na garrafa. ESTIMATIVA DE GUARDA: 10 anos CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS: Palha intenso, brilhante, perlage finíssimo e persistente. O bouquet é excitante, com zeste de tangerina confitada e pêssegos brancos, avelãs e pain grillé. Boca cremosa, corpo sinuoso, com delicadeza e incrível persistência. TEMPERATURA DE SERVIÇO: 8-10°C. PREMIAÇÃO: WINE ENTHUSIAST – 91 Pontos ONDE COMPRAR: Decanter Indicação: consultora Luana Vieira www.revistalealmoreira.com.br

PRODUTOR: Barnautt REGIÃO: Champagne – Montagne de Reims - vinhedo Grand Cru de Bouzy. CLASSIFICAÇÃO LEGAL: Champagne Grand Cru A.O.C., RM (récoltant-manipulant, vinhedos próprios) COMPOSIÇÃO DE CASTAS: 67% Pinot Noir, 33% Chardonnay. GRADUAÇÃO ALCOÓLICA: 12,5° GL ELABORAÇÃO: Colheita manual com tris seletiva de cachos. Os cachos são colocados inteiros nas velhas prensas Coquard, com separação do jus em 4 ou 5 frações, diferenciando o de vinhas jovens do de vinhas velhas. Fermentação alcoólica em tanques de inox a 17,5°C, com malolática encorajada e permanência sur lie. Assemblage perpétuel do vinho base para segunda fermentação, empregando-se vinhos de anos anteriores vins de réserve (3 anos em média) e deixando o dobro do volume engarrafado para o ano seguinte. Adição do licor de tiragem com leveduras e açúcar. Tomada da espuma na garrafa, com longo envelhecimento sur lattes, nas frias e escuras adegas escavadas na craie, pedra calcária. Processo de remuage com gyropalette (mecânico). Desgargalamento com prévio congelamento de depósito, dégorgement à la glace. Licor de expedição com dosagem final de 6g/l de açúcar, BRUT. Colocação da rolha e do arame de proteção muselet. AMADURECIMENTO: 2 anos sobre as lias nas frias adegas escavadas na craie. ESTIMATIVA DE GUARDA: 6 anos CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS: Coloração amarelo-palha intenso e brilhante. Bolhas muito finas, numerosas e persistentes. Rico bouquet de frutas secas e frutas silvestres vermelhas, maçã ao forno e tostado. Volume e vinosidade, impacto e frescor, perfeito desdobrar da espuma. CARTA DE VINHO SINTÉTICA: Rico bouquet de frutas secas e frutas silvestres, maçã ao forno e tostado. Volume, impacto e frescor, perfeito desdobrar da espuma. TEMPERATURA DE SERVIÇO: 8°C PREMIAÇÕES: LA REVUE DU VIN DE FRANCE: nota máxima 5 estrelas. WINE & SPIRITS: 92 pontos. JANCIS ROBINSON: 17 em 20. ONDE COMPRAR: Decanter Indicação: consultora Luana Vieira

GOSSET GRAND MILLÉSSIME 2004 - AOC CHAMPAGNE PRODUTOR: MaisonGosset REGIÃO: França COMPOSIÇÃO DE CASTAS: Uvas 55 % Chardonnay e 45% PinotNoir GRADUAÇÃO ALCOÓLICA: 12° GL Os franceses quando querem sublinhar a unicidade e a impossibilidade de imitação dos champagnes dizem “il n’y a de Champagne que dans la Champagne” (Só existe champagne em Champagne), e sobre isso eles têm toda razão, por mais que muitos outros países produzam ótimos espumantes e até mesmo grandes espumantes com o método champenoise, nada se compara à magia típica dos champagnes. Para poder entender melhor os encantos de um champagne Grand Milléssime ou Cuvée de Prestigie é necessário que entendamos a classificação de elaboração dos mesmos. Existem os Non millésimes (não safrados) que representam 85% da inteira produção e são os champagnes que não têm a indicação da safra na etiqueta; o corte típico geralmente é feito com uma parte maior de uvas tintas (Pinot Noir e Pinot Meunier) e uma parte menor de uva branca, nesse caso a Chardonnay. A maioria dos Non millésimes envelhecem de dois anos e meio a três (o mínimo que a legislação permite é 15 meses). Essa escolha de envelhecer ainda mais esses poderosos espumantes faz toda a diferença e serve para amplificar os aromas e a rara complexidade dos mesmos. Os Millésimés (safrados) são elaborados nos anos propícios, com uvas de uma única safra, acima da média e de grande qualidade. Em geral são elaborados com as PinotNoir e Chardonnay, mas isso depende do estilo e da seriedade da Maison. O Pinot Meunier é utilizado normalmente nos cortes dos não-safrados. O envelhecimento mínimo para deixá-los ainda mais complexos, com aromas intensos, corpo e a persistência final longa é de 3 anos. No Gosset Grand Milléssime 2004, a cor é amarelo ouro luminoso e amplo, o perlage não é muito abundante porém infinito, vivaz. O nariz é rico e complexo com notas de mel, amêndoas torradas, baunilha e crosta de pão. Um jogo sutil e envolvente de contrastes entre ¨doce e salgado¨. A boca é perfeitamente equilibrada e redonda sem perder a boa acidez e o frescor. Uma carícia crocante e sedosa no paladar. ONDE COMPRAR: Grand Cru Indicação da Sommelière Ana Luna Lopes

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LES PAGODES DES COS L´ELEPHANT 2007

FERRARI PERLÈ BRUT 2004

GRANDE RÉSERVE BRUT GRAND CRU

vinho

PRODUTOR: ChâteauCos d´Estournel REGIÃO: França COMPOSIÇÃO DE CASTAS: Uvas 40% Cabernet Sauvignon 58% Merlot 2% Cabernet Franc Denominação AOC Saint Estèphe (HautMédoc) Bordeaux GRADUAÇÃO ALCOÓLICA: 13° GL Tradição, história e uma grande paixão, a de Monsiuer Louis Gaspard Lacoste Maniban Marques d´ Estournel, por um lugar: Saint Estèphe. Tendo recebido como herança alguns vinhedos, e reconhecendo a qualidade dos vinhedos que herdou, em 1811 decidiu produzir vinhos. Rapidamente a fama desses vinhos conquistou até mesmo a de vinhos mais prestigiosos. Muitos são exportados até para a Índia. Exotismo, fantasia e dívidas exageradas, contraídas para a construção e ampliação de sua propriedade, o “Marajá de Estournel”, como era conhecido, teve que vender o Cos para banqueiros ingleses em 1852. Morrerá em 1853, sem poder presenciar a suprema consagração de seu trabalho. A inclusão na ¨Classification de 1855¨, estabelecida durante a Exposição Universal pelos agentes de comércio de Bordeaux, na famosa e importante classificação o Cos d´Estournel foi incluído no grupo Seconds Cru (são 5 no total). A ¨Classification de 1855¨ foi revista em 1973 e é válida até hoje. Les Pagodes são, estritamente falando, a segunda linha de vinhos do Château; os vinhedos são mais recentes e, portanto, esses vinhos são muito aromáticos e potentes, com final longo, vivíssima composição e integração. Frutas vermelhas e tabaco, couro e chocolate. A boca é potente sem excesso; o álcool está bem integrado, o final é longo e elegante, a composição é muito interessante sem ser excessiva. Um vinho com pedigree. ONDE COMPRAR: Grand Cru Indicação da Sommelière Ana Luna Lopes


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dĂŠcor

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da redação consultoria: Aretusa Remor

Reais

perspectivas Arquitetura e design de interiores não são mais os mesmos. Nos últimos dez anos, a tecnologia tem sido uma grande aliada dos profissionais quando o propósito é apresentar – com definição e precisão – projetos dos sonhos dos clientes.

O

mundo passou por revoluções significativas na última década – do surgimento dos smartphones e tablets aos softwares que prometem, entre tantas outras benesses, simplificar o cotidiano das pessoas. Não poderia ser diferente com a Arquitetura, o paisagismo, design de interiores e decoração de ambientes, com foco – exclusivo – no bem-estar dos clientes, buscando atender suas necessidades, satisfazer seus desejos. Nos últimos dez anos a rotina profissional também mudou muito! Passa-se tanto tempo no ambiente de trabalho que, não raros são os casos, o pedido é que a casa seja um ambiente acolhedor, que reúna ambientes distintos e que haja áreas de convergência, de convivência. Para permitir que o cliente possa vivenciar seu sonho muito antes de ele tornar-se realidade, os profissionais das áreas envolvidas utilizam perspectivas tão realistas, que muitas delas chegam a desafiar nossos sentidos. “É fotografia?” – é a pergunta que mais ouço. “Não, não ainda. Mas já é o seu sonho, porque depois de pronto, é exatamente assim que sua casa/seu ambiente vai ficar”, costumo responder. Para chegar

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a essa apresentação, o arquiteto/designer/decorador/ paisagista procura estabelecer um paralelo entre os desejos de seu cliente e as tendências de mercado. O primordial é que o cliente seja ouvido e compreendido – ainda que ele tenha apenas uma vaga ideia do que quer. Uma maquete eletrônica, digital ou virtual é criada utilizando um software de modelagem 3D, para que o cliente possa antever o resultado vindo de uma ideia inicial, trazendo-o para o mais próximo da realidade. Para isso se utilizam recursos que manipulam cores, texturas, luz, volume entre outros diminuindo assim o risco de “erro”, evitando, desta forma, surpresas desagradáveis. Nesta estreia que marca um novo modelo da seção “Décor”, dentro da Revista Leal Moreira, você – leitor e convidado especial desta bela edição de 10 anos – será conduzido aos projetos de três times, com estilos e propostas diferentes. Observe quão realistas são as perspectivas e o resultado final. Esperamos que vocês gostem! Até a próxima edição! »»»

Dudu Maroja


Buscamos fazer um projeto moderno e atual (e ao mesmo tempo acolhedor), conforme as solicitações do morador. Para isso, analisamos todos os pedidos do proprietário do apartamento. Fizemos várias intervenções no apartamento e o deixamos muito diferente do original (entregue pela construtora). Como os ambientes eram muito pequenos e o morador precisava de espaço e amplitude, optamos por retirar a sacada, integrando-a a sala de estar, e também retiramos a parede da cozinha, criando assim, uma cozinha americana, mais adequada ao estilo de vida do dono. Originalmente, o apartamento possuía três quartos – sendo dois deles suítes. Retiramos o quarto simples para aumentar uma das suítes e o banheiro principal da casa – e ainda houve espaço suficiente para criar um closet.Já a outra suíte (a dos filhos) ganhou mais espaço ao ser integrada à sacada. Ah, outro aspecto que vale a pena enfatizar é o elemento predominante no apartamento: as pedras naturais – que podem ser encontradas nas áreas sociais, sala e o lavabo. Em relação à paleta de cores utilizada, na suíte máster, o local de descanso do morador, por exemplo, a base é o cinza, mas com matizes mais escuras para proporcionar aconchego e acolhimento. Podemos perceber essa característica até no espelho, que é fumê. Para quebrar um pouco a frieza dos materiais, colocamos um painel de madeira de demolição atrás da cama.

Elisa Cardoso e Natalia Jacob

Milena Farag, Alessandra Cavalcante e Raysa Silveira

Para nós, arquitetos, conceber um espaço em duas dimensões e conseguir visualizá-lo em volumetria – apenas olhando a planta baixa é parte de um aprendizado que vem desde a graduação e só se aprimora com o exercício profissional. Porém, para o cliente, pode ser mais difícil entender a concepção global do projeto apenas olhando sua planta. Neste sentido, a maquete eletrônica é uma ferramenta maravilhosa para que o cliente possa visualizar o ambiente final antes de sua execução e ter mais segurança nas escolhas feitas. Além disso, podemos fazer ajustes no projeto, solucionando problemas de composição que não puderam ser percebidos no projeto em 2D.

Caique Lobo Esse foi o projeto de uma suíte desenvolvida para uma jovem de 26 anos. Levando em conta o estilo clássico da residência, optou-se por manter a mesma linha na suíte - sempre levando em consideração os desejos e predileções da cliente pelos tons pasteis. Como anteriormente a suíte era dividida por duas irmãs, a proposta foi trabalhar de forma que pudéssemos explorar mais os espaços que ‘sobraram’ com a retirada de uma cama e uma bancada de estudos. Com isso foi possível aumentar a dimensão da cama e da área de trabalho e, automaticamente, ganhamos um espaço mais confortável para a jovem, onde a amplitude do ambiente ficou como o foco do projeto - além do espelhamento na parede lateral. Como a mudança no quarto foi bem radical, permanecendo apenas o piso, a maquete foi utilizada para dar garantia do resultado final do projeto proposto... facilitando ainda mais a visualização e entendimento do mesmo”. Caíque Lobo, arquiteto

Utilizo como ferramenta fundamental a maquete eletrônica: ela possibilita que todos os detalhes arquitetônicos e de decoração sejam definidos com mais precisão, dando ao cliente uma segurança maior. Depois de ouvi-lo/la, apresentamos opções de estilos de decoração e de acordo com as suas opiniões determinamos um conceito. Neste projeto, o perfil da cliente era de uma pessoa sofisticada, que desejava um ambiente limpo, toques de fibras regionais e tecidos crus. O conceito foi definido como rústico chique. Como o piso entregue pela construtora era cerâmico, utilizamos um recurso de aplicar sobre ele um outro piso vinílico, com padrão amadeirado. Escolhemos um tom de madeira e o utilizamos em todos os compartimentos. Demos destaque para os acabamentos rústicos, como o painel em pedra. Outro recurso utilizado foi a colocação de espelhos em pontos estratégicos – inclusive utilizando-o de maneira irreverente, como foi no caso de ser “revestimento” do forro da cozinha. A iluminação foi outro ponto marcante: demos destaque as luminárias em fibras naturais. Todo o mobiliário escolhido teve como maior preocupação o conforto e a elegância do linho e da camurça.

Gabrielle Vieira

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10 anos

Rachel Horiguchi GRUPO YAMADA “A RLM ao longo destes 10 anos de trajetória firmou-se como um veículo de credibilidade e qualidade editorial o que agrega valor aos nossos anúncios e nos garante visibilidade junto aos nossos clientes Gente Boa.”

Miro Gomes CIA ATHLÉTICA

“A Revista Leal Moreira chegou num nível que não deixa nada a desejar, pois traz uma diversidade de notícias, a qualidade gráfica esplendida e uma tiragem de dar inveja a muitas outras revistas que começaram no mesmo período. É por isso que mantemos essa parceria entre a Cia Athletica e a Revista Leal Moreira há anos, já que é o alto nível de revista que atende ao mesmo público que frequenta a academia.”

Roger Loureiro e Carol Azevedo DESIGN DA LUZ “Destaque em todo o país a revista Leal Moreira reúne informações internacionais, nacionais e locais em alto estilo e com alta qualidade. Não é à toa que nós da Design da Luz, que nascemos no mesmo ano da revista, estamos juntos desde sua fundação. Nosso novo projeto para o ano de 2013 será a inauguração da Todeschini Belém, que com certeza estará fazendo parte das páginas desse meio de comunicação cujo todos nós paraenses devemos nos orgulhar.”

Taiana Laiun BRIGADERIE GOURMET & DELICATESSEN “É impossível não ler a Revista legal Moreira quando estamos em algum lugar, tomando um café ou aguardando alguém, é um ótimo entretenimento com boa leitura. E é com muito orgulho que agora posso dizer que também fazemos parte desses 10 anos com anúncios melhor retorno inacreditável!”

Pepeu Garcia GPD - Grupo Paraense de Decoração • (S.C.A., SPAZIO DEL BAGNO, PORTOBELLO, SACCARO e +DESIGN) “Comemorar aniversários é sinônimo de alegria. Comemorar o aniversário de um veículo como a Revista Leal Moreira então é festa total! Nós do GPD-Grupo Paraense de Decoração temos o privilégio de viver uma parceria forte com essa Revista que faz sucesso absoluto. A variedade de assuntos, a seriedade editorial, a qualidade das matérias veiculadas, a impressão, tudo isso e muito mais é que faz a RLM como a mais respeitada

revista de variedades do Norte do Brasil. O segmento de decoração, do qual fazemos parte através de nossas cinco lojas (S.C.A., SPAZIO DEL BAGNO, PORTOBELLO, SACCARO e +DESIGN), se sente privilegiado pelas matérias apresentadas, pois dessa forma podemos contribuir na finalização dos belos empreendimentos da LM. Depois dessa primeira década, com certeza muitos outros anos de sucesso virão pela frente. Parabéns, RLM!”

Luis Eduardo Werneck MÉDICO E FÃ DA LEAL MOREIRA “Sonho acalentado há tempos, estar aqui nas páginas da Revista Leal Moreira representa, para mim e para minha equipe na Oncológica /BRASIL - Tratamento do Câncer, mais uma etapa no desafio de aproximar a Medicina ética, responsável e de vanguarda, de nossa gente do Pará. Parabéns pelo sucesso e vamos juntos por mais 10, 100 anos!”

Cassius Martins SALÃO CASSIUS MARTINS “É uma conquista ser um objeto de desejo de leitores e anunciantes! A revista enfeita meu ambiente, com bom gosto! A publicação tem um formato delicioso, imagens fantásticas e boas dicas, entrevistas inspiradoras. A Revista Leal Moreira é um oásis.”

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Chuva combina com Belém, que combina com tacacá, que combina com fim de

tarde, que combina com happy hour, que combina com

sexta-feira, que combina com sábado, que combina com cinema, que combina com

pipoca, que combina com manteiga, que combina com

pão, que combina com hambúrguer, que combina com maionese, que combina com

salada, que combina com molho, que combina com

macarrão, que combina com Itália, que combina com história, que combina com tradição, que combina com excelência, que combina com

Leal Moreira, que combina com ELO.

Para combinar com mais pessoas, a Leal Moreira lançou a ELO, uma Incorporadora que já nasceu com a qualidade e experiência de 27 anos de mercado. Voltada para o segmento de imóveis econômicos, a ELO traz a possibilidade de realizar sonhos. Uma missão desafiadora que combina com desenvolvimento e combina com você.

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perfil

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Tyara de La-Rocque

Imerso

mundo no

Felipe Cordeiro espera deixar sua contribuição na música brasileira – nada além da missão que lhe foi designada. Na conversa com a revista Leal Moreira, ele fala sobre filosofia, cinema, sonhos, ídolos, Belém, São Paulo, e – claro – música.

N

a infância, ele achou que o seu destino era ser jogador de futebol. Quando entrou na faculdade de Filosofia pensou que seria professor universitário. Filho, sobrinho e neto de músicos, o paraense Felipe Cordeiro não escapou de dar continuidade à linhagem musical da família. Abraçou a música como profissão. A convivência no meio artístico começou cedo. Entre uma lembrança e outra de quando era menino, estão as frequentes idas aos estúdios de gravação acompanhando o pai, o produtor e instrumentista Manoel Cordeiro, um dos pioneiros da lambada no Pará. Antes dos 10 anos já colecionava discos e tinha como ídolos Chico Buarque, Raul Seixas, Titãs e Michael Jackson. Aos 11, por vontade própria, pediu aos pais para entrar na Escola de Música da Universidade Federal do Pará, onde estudou piano durante cinco anos. Saiu do universo erudito, entrou nas rodas de samba, aprendeu a tocar bandolim, violão e começou a compor canções que foram gravadas na voz de vários intérpretes da MPB no Pará. O interesse pela guitarra já veio na fase adulta, basicamente pela vontade e necessidade de tocar guitarrada. Se algum dia o instrumento nas mãos tiver que ser a bateria, será. Isso também serve para o baixo, o charango [pequeno violão sul-americano, geralmente feito da carapaça da costa do tatu] e qualquer outro instrumento. Não por se considerar um grande instrumentista, pelo contrário, sente-se muito mais um compositor. Porém, acredita que a necessidade faz o artista. E para certos resultados artísticos, é preciso criar possibilidades e alternativas, sem medo do novo, sem receio de ousar. E ousou! Em 2011, lançou o

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álbum Kitsch Pop Cult, disco que marcou a transição de uma nova etapa na carreira artística de Cordeiro. Nesse momento ele assumiu o palco como cantor/compositor e apresentou a mistura de carimbó, rock e a estética Kitsch numa sonoridade rítmica e inventiva. Numa breve pausa durante a entrevista, Felipe lembrou de uma frase importante que o músico Paulo André Barata lhe disse: “Felipinho, tens mais a aprender com o teu pai do que comigo”. Foi aí que a ficha caiu. Começou a mergulhar na linguagem de música que o pai assinou nos anos 80, a música popular dançante da Amazônia com influência do Caribe. Naturalmente, o Kitsch Pop Cult foi dedicado ao pai. Naturalmente Manoel Cordeiro se integrou à banda do filho, o que naturalmente fez toda a diferença. O disco, produzido por André Abujamra, esteve na lista dos 20 melhores discos do ano de 2012, eleito pela revista Rolling Stone e foi aclamado pela crítica da revista Bravo! como um dos mais importantes lançamentos desta década. Não parou mais: shows pelo país, participação em importantes festivais de música, aparições em alguns programas de TV de rede nacional, como “Altas Horas”, “Som Brasil”, ambos da Rede Globo, e “Experimente”, do canal fechado MultiShow. Este ano realizou o primeiro tour pela Europa, colaborou na trilha sonora do filme “Serra Pelada”, o novo longa-metragem do cineasta Heitor Dhalia, que será lançado no Brasil e em Cannes, gravou uma música em parceria com o ex-titã Arnaldo Antunes, participou do projeto “Agenor – canções de Cazuza, – CD que lançou obras menos conhecidas do Cazuza na versão de artistas da nova »»»

Julia Rodrigues


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geração –, e recentemente finalizou o segundo disco de carreira. Ainda não acabou! Perto dos 30 anos, o músico se divide entre as viagens de trabalho, a casa em São Paulo, onde mora há pouco mais de um ano, as responsabilidades de ser “dono de casa”, e ainda assim garante que leva uma vida simples e tranquila, caminhando no seu ritmo, sem enlouquecer com a velocidade hiperbólica de SP. O novo CD “Se Apaixone Pela Loucura do Seu Amor” está saindo do forno, um disco que segundo Felipe é mais simples, menos conceitual, com canções que falam de amor e mergulha pouco no universo kitsch (a new wave oitentista e o brega) se aproximando mais do que ele acredita ser a essência da sua música, o pop tropical. Com o patrocínio do programa Natura Musical, por meio da Lei Semear, “Se Apaixone” tem a produção de Carlos Eduardo Miranda e Kassin, será lançado pela gravadora YB Music e traz parcerias com os músicos Betão Aguiar, Luê, Lia Sophia, Saulo Duarte, Iva Rothe, Manoel Cordeiro e Arnaldo Antunes. Com um percurso musical tão heterogêneo, as referências, claro, são abundantes e variadas, dos clássicos aos contemporâneos. Na lista dos veteranos preferidos estão Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Science, Arto Lindsay, Lanny Gordin, Mestre Vieira, Manoel Cordeiro; da nova safra de músicos ele cita o trio Metá Metá, Siba e Gustavo Ruiz. Independente do gênero, para Felipe o que realmente importa é o artista encontrar o seu processo de fazer música, ter autenticidade, liberdade de criação, pois não lhe resta dúvida de que o processo é tão importante quanto o resultado. Música se faz com sons, arte se faz com ideias, defende. A música parece ter escolhido Felipe, e não o contrário. Mais do que uma herança genética, a música está em sua alma, é perceptível em sua fala segura, leve e determinada de quem reconhece o valor que tem, sabe onde quer chegar com o dom inerente. Você é um apaixonado declarado por filosofia, é formado em Filosofia pela Universidade Federal do Pará, mas escolheu a música como profissão logo após concluir a graduação. Optar pela música e não pela filosofia foi uma decisão difícil? Nessa época eu admirava e me espelhava em caras como José Miguel Wisnik, Luiz Tatit e Arthur Nestrovski, pessoas que têm uma relação com o universo acadêmico e paralelamente têm discos gravados, fazem shows. Eu tinha o sonho de exercer a atividade de professor e ao mesmo tempo fazer música. Quando optei por ser músico profissional, estava no final do meu curso de filosofia. Percebi que, no meu caso, ou eu me dedicava a

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uma coisa ou outra. Pensei: “se hoje eu tenho uma vida dividida entre filosofia e música e já acontecem coisas legais, se eu me dedicar por completo, será melhor ainda”. E, desde então, sigo a minha vida com dedicação integral à música. É perceptível que a filosofia está presente no seu trabalho. De que maneira você busca fazer com que a filosofia e a música dialoguem nas produções? Eu abandonei a filosofia, mas ela não me abandonou (risos). Na verdade, larguei o lado mais acadêmico, pois a filosofia continua me interessando. Não é necessariamente proposital que a filosofia esteja no meu trabalho, e sim um reflexo. Ficava instigado, me perguntando como soaria para as pessoas um cara sair da faculdade de filosofia e começar a flertar artisticamente com o Alípio Martins (cantor de lambada e brega dos anos 80). Fiz o Kitsch Pop Cult pouco tempo depois do término da graduação, e quis trazer a seguinte reflexão: “Até que ponto a cultura que chamamos de erudita, não depende necessariamente dos melhores momentos criativos da cultura popular”? Até que ponto os chamados bom gosto e o mau gosto não são dois lados da mesma moeda? Esse questionamento deu origem a todo o percurso temático e estético do Kitsch Pop Cult. A filosofia como raciocínio criativo e crítico está sempre presente, mas muito pouco como conhecimento acadêmico. No final do semestre passado você fez a sua primeira turnê pela Europa. Como a sua música foi recebida pelos europeus? A primeira vez que estive na Alemanha foi em novembro do ano passado, tocando em Berlim no Festival Wordtronics. A recepção foi ótima, tanto que após o show já fui sondado para voltar. Em junho deste ano realizei uma turnê de 25 dias pela Europa fazendo shows em Roskilde (Dinamarca), Bonn, Köln e Berlim (Alemanha). A recepção em todos os lugares foi a melhor possível. Foi uma experiência única e que ficará na memória afetiva para sempre. Recebi propostas para lançar o meu disco em selos internacionais, de voltar com uma nova tournée e começar outras nos EUA e América Latina. Mas ainda são só propostas. Você declarou que o disco novo traz uma sonoridade diferente do Kitsch Pop Cult e abandona, quase que por inteiro, a perspectiva eletrônica. O que podemos esperar? Quando eu comecei a fazer o disco, achei que seria menos dançante e no final das contas saiu mais dançante que o outro. Uma parte do CD dialoga com Kitsch Pop Cult e a outra é bem diferen- »»»


te. É como se a metade pertencesse ao caminho do disco anterior, que é mais ligado às tradições paraenses, e a outra metade está ligada ao pop brasileiro em geral, mais particularmente com o pop brasileiro oitentista. É um disco mais simples, menos conceitual. O nome do disco é “Se apaixone pela loucura do seu amor”. As canções todas falam de amor. Por que essa temática? Achei que era uma boa hora para falar sobre amor, tanto por questões pessoais quanto sociais. O disco se insere no contexto das coisas simples da vida e o amor é a coisa mais simples, como diz o Vital Lima (na canção“Das Coisas Simples da Vida”). As músicas foram nascendo desse universo, as letras falam de diversas situações, ora tem uma coisa mais lírica e pessoal, ora é uma crônica de baile, como é o caso de “Ela é Tarja Preta”. Percebo que a média das pessoas tende a ter um pouco de preconceito com as músicas que falam de amor, por acharem que é um tema mais corriqueiro, careta e menor para a música. No final das contas é a temática mais importante para a arte e para a canção popular. Tentei falar de amor de um jeito simples e honesto, procurando escapar do lugar-comum. Já no seu segundo disco de carreira você tem entre os parceiros de música, o Arnaldo Antunes, ex-integrante do Titãs, um grupo que você era fã na infância. Como é isso pra você? É uma honra, né? O Arnaldo é um cara muito simples, generoso, aberto ao novo, sempre interessado em trocar ideias. Ele é um pensador da canção, um multimídia, poeta, cantor, showman, um artista que trafega com naturalidade desde a arte experimental até a arte pop. É uma referência que vem da infância mesmo, da época do

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Titãs. A carreira solo do Arnaldo é marcada por uma ampla experimentação da palavra na canção popular, o que pra mim, faz dele um dos mais importantes autores brasileiros dos últimos tempos. Fazer parceria com ele foi uma grande alegria, além de muito instigante. Como foi a aproximação entre vocês? Foi bem natural e se deu muito por causa do Betão Aguiar, produtor e baixista do Arnaldo (e baixista da minha banda também). O Arnaldo já tinha escutado o Kitsch Pop Cult e gostou muito do disco. Ele manifestou vontade de fazer parceria e eu adorei a ideia. “Ela é Tarja Preta” está também no disco novo do Arnaldo que será lançado este ano. Gravei a guitarra da versão dele e participei também como coarranjador. Já estou tocando essa canção nos meus shows e tem sido muito celebrada pela plateia. É uma música que tem um carisma especial. Que diferenças você sente em termos de amadurecimento profissional e pessoal do Kitsch Pop Cult para o novo trabalho? O fato de eu ter viajado bastante nos últimos tempos, ter conhecido muita gente no meio do caminho, me trouxe outro olhar sobre o meu trabalho, me obrigou a ter uma visão mais desapegada e ajudou a ampliar os horizontes. Inevitavelmente isso aparece no meu trabalho. Fiz o Kitsch Pop Cult com certa despretensão e hoje já existe uma expectativa graças à boa aceitação do disco anterior. Foi a primeira vez na vida que fiz um CD sob pressão. Não foi um disco em que eu parei para me dedicar totalmente a ele; fiz em meio às turnês. O segundo disco é o mais difícil porque sempre existe uma expectativa maior. Mas também não entrei em desespero, tentei lidar da forma mais tranquila com a situação. »»»

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Recentemente você também colaborou com a trilha sonora do filme “Serra Pelada”, o novo longa-metragem do cineasta Heitor Dhalia, gravado no Pará. Como foi a sua participação? O Dhalia é um dos meus cineastas brasileiros preferidos, por isso além de ter sido uma grande responsabilidade participar desse projeto, foi um superaprendizado. Quando ele foi fazer a pré-produção do Serra Pelada em Belém ocorreu de ele assistir a um show meu. Depois, ele me chamou para conversar e disse que o show tinha mudado o roteiro do filme. E aí veio o convite para eu compor músicas originais em parceria com o Antonio Pinto (que assinou a trilha sonora de Cidade de Deus e Central do Brasil), e que assina a de Serra Pelada também. Além das composições, gravei guitarras e ajudei o Antonio na sonoridade de algumas músicas. A minha música sempre foi influenciada pelo cinema, então, participar de um trabalho desse porte foi muito importante. Então a sua música também é inspirada pelo cinema... Sim! Gosto muito de cinema porque ele consegue unir diversas linguagens artísticas: música, teatro e fotografia. Sempre busquei referências nas trilhas sonoras, especialmente nas de Gyorgio Ligeti, Ennio Morricone, Emir Kusturica e Nino Rota. Quando faço música penso cinematograficamente, imagino a cena. Tenho vontade de ir a fundo nesses projetos de música e cinema. Como é a sua relação com São Paulo? Sinto-me em casa. Já tinha morado em São Paulo na adolescência durante um ano e criei um vínculo com a cidade. É uma cidade que gira em torno da produtividade e de intensas movimentações culturais e isso me motiva bastante. Apesar de eu trabalhar muito em São Paulo, tenho uma vida mais calma, tento viver no meu tempo, sem entrar no ritmo frenético da cidade. Longe de Belém, o que faz você sentir mais saudade? Ah, dos amigos e da família. Sinto falta também de estar perto de parceiros da música e de algumas comidas típicas. Sempre que posso, trago açaí no isopor. (Risos)

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especial 10 anos

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Lucas Ohana

Dudu Maroja

Uma

década de

sucesso

Quarenta edições, dezenas de belas entrevistas e incontáveis momentos especiais – ao longo de dez anos, a Revista Leal Moreira consolida-se como a publicação mais respeitada e elegante da Região Norte.

E

m 2003, a China enviava pela primeira vez um homem ao espaço, Arnold Schwarzenegger foi eleito governador da Califórnia, Daiane dos

Santos brilhava na ginástica olímpica mundial, Kaká começava a emplacar no futebol internacional e Lula assumia a presidência do país. No Pará, Simão Jatene era empossado governador do estado. Fãs geeks corriam aos cinemas da cidade, em expectativa pelos lançamentos de “Harry Potter e a Câmara Secreta” e “O Senhor dos Anéis: As duas Torres” – ambos exibidos no cinema “Nazaré”. O Remo era sagrado campeão paraense e a banda Calypso estava em ascensão nacional. Esse foi o contexto do surgimento da Revista Leal Moreira (chamada, no começo de sua trajetória, de “Living”), que completa dez anos. À mesma época, a construtora Leal Moreira, então com 17 anos de existência, já era referência no mercado com diversos

sionalismo. Bina Jares, um dos criadores da publicação e, na época, editor e diretor de arte, explica como foi esse processo. “Depois que a revista foi apresentada e adquirida pela Leal Moreira, entramos e saímos de várias reuniões até chegarmos num modelo que consideramos na época o ideal. André Moreira, André Loreto e eu chegamos a uma conclusão depois de três meses e a revista foi então pra rua. Era a Living”. A revista – que já nasceu com formato de capa de vinil e layout inspirado em discos de jazz – começou com uma tiragem inicial de aproximadamente 5.000 exemplares e com um modelo gráfico e editorial estabelecido, mas sempre aberto a mudanças visando o seu desenvolvimento, como conta André Moreira. “No primeiro ano ainda, ouvi da equipe que, em vez de a revista ser de quem vivia um Leal Moreira, devíamos fazê-la para quem vivia e para quem deseja um Leal Moreira. Isso foi uma sugestão conceitual que fez mui-

empreendimentos imobiliários. Com um projeto gráfico diferenciado, a publicação chegou ao mercado com a proposta de inovar e encantar os leitores. “Quando eu comecei a pensar na revista, já pensei nela como é hoje: grande e sendo

ta diferença. A partir daí mudaram os personagens e a forma de abordá-los. Essa alteração aconteceu lá pelo quinto número e essa modificação foi, realmente,

um agente transformador. Dificilmente invisto esforços

à amizade e parceria entre os colaboradores. André Loreto, diagramador e diretor de arte, que está desde o começo da revista, explica melhor: “O início da revis-

imaginando algo que não vá fazer diferença”, afirma André Moreira, diretor de marketing da Leal Moreira, idealizador e diretor editorial da publicação. Fazer algo dessa grandiosidade logo nas primeiras edições exigiu da equipe bastante dedicação e profis-

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muito boa para a revista”. O êxito da publicação também sempre foi atribuído

ta foi o meu maior desafio”. Carioca, recém-chegado a Belém, ele conta que estava numa cidade nova, ninguém o conhecia, “muito menos o meu estilo”, afirma. »»»


“Mas tive muita sorte de estar no lugar certo e com as pessoas certas. O Bina foi uma dessas pessoas. O André Moreira também, que acreditou no que eu poderia fazer. Ele foi uma pessoa muito importante nesse processo, pois nos dava liberdade para criar”. Com profissionais talentosos e entrevistados ilustres, a revista não poderia ter seguido outro caminho senão o do sucesso – e ela destacou-se não só por trazer nomes como Camila Pitanga, Marcelo Tas, Sérgio Groisman, Erasmo Carlos, Paulinho da Viola e várias outras celebridades, mas também por buscar relacioná-los com a nossa região. Um bom exemplo disso foi a entrevista com o chef Alex Atala. Ao ser indagado sobre o que a culinária amazônica tem de diferente, ele respondeu: “Esses sabores típicos que você não consegue explicar. Por exemplo, o que é cupuaçu? Se você não botar na boca, não dá para descrever. São características únicas que encantam”. Outro grande entrevistado foi Nelson Motta, na edição 35, que fez questão de exaltar a cultura paraense. “O Pará tem músicos incríveis, levadas diferentes, ritmos variados, forte influência caribenha. Eles têm um frescor e uma vitalidade! É atualmente a cena musical mais interessante do Brasil.” O escritor e jornalista Ruy Castro também não poupou elogios à Cidade das Mangueiras. “Adoro Belém, já fui aí várias vezes desde 1983 e, quando vou, não deixo de comer maniçoba. Se não vou mais, é por falta de tempo mesmo. É uma das cidades fora do Rio em que me sinto mais em casa – gosto da arquitetura, do calor úmido, e acho o máximo estar cercado de tantos torcedores do Flamengo”. Tal qual uma família, a Revista Leal Moreira foi se

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expandindo e ganhando novos membros, como a jornalista Lorena Filgueiras, editora desde 2011. Ela resume em uma palavra sua relação com a revista: “Amor. Não tem como definir melhor o sentimento e a relação com a RLM. Tem uma frase do Confúcio que resume bem essa relação: ‘Escolhe um trabalho que ames e não terás de trabalhar um único dia’. Até hoje me emociono ao me lembrar da primeira revista que editei. Foi a que tem o Selton Mello na capa. Havia acabado de perder meu pai, mas tinha de fechar a revista... O trabalho me ajudou muito a manter os pés no chão. Tanto que essa edição (a RLM32), ao lado da revista que traz a Larissa (vôlei) e a Teresa Salgueiro são minhas preferidas. Acho que posso falar pela equipe quando digo que há um misto de ansiedade para vê-la, quando volta da gráfica. Vibramos como se fosse a primeira. É uma equipe apaixonada. Bom, né? (risos)”. Outra que também passou a fazer parte dessa família foi a jornalista Camila Barbalho, produtora editorial e editora-assistente. “Passei a integrar a equipe em junho de 2011. De cara, tive a certeza de estar entre amigos – e, sobretudo, entre gente muito competente e apaixonada pelo que faz. A primeira impressão foi se confirmando com o passar do tempo. Todos nós gostamos e nos importamos muito uns com os outros. Talvez por isso tenhamos resultados tão bons. No início de 2013, passei a ser editora-assistente, e o nível de comprometimento, de responsabilidade e de carinho só fez aumentar – tanto com a publicação quanto com a equipe.” A cada edição, as expectativas dos profissionais envolvidos em sua produção se renovam para a sua »»»

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chegada. “Toda edição é como se fosse a primeira. Ainda sinto um frio na barriga quando ela vai para a gráfica. Ver algo que você cria no computador virar realidade é algo realmente incrível, mas ver a revista que sai religiosamente dentro dos prazos por 10 anos, e sempre evoluindo a cada edição, não tem preço. Ela é como um filho; e, como tal, é uma grande responsabilidade estar junto, ajudando a cada ano em seu desenvolvimento”, disse André Loreto. Jansen Barros, da Madre Comunicadores – agência responsável pela publicidade da Leal Moreira –, ressalta que “é sensacional que, depois de 10 anos, a cada edição eu tenha mais orgulho dela. Se as pessoas soubessem o carinho com que essa revista é feita, em todos os níveis – comercial, editorial, publicitário... Isso se reflete em um produto bem acabado. O prestígio veio logo no início da RLM, em que tivemos um prêmio latino em uma das capas e temos também o selo de publicidade de Design Gráfico do Festival de Gramado”. A atual gerente comercial, Danielle Levy, ressalta que toda essa ótima repercussão é constatada pelo reconhecimento que os anunciantes veem na revista. “Ela é muito bem posicionada no mercado e é vista como um excelente veículo de comunicação. Estar nela traz status e agrega valor ao produto e à marca. O veículo é extremamente respeitado e benquisto. As portas estão sempre abertas para nós, e isso é maravilhoso”. Mateus Simões, gerente de marketing da construtora há um ano, diz que o marketing da Leal Moreira tem uma relação muito próxima com a publicação. “Falando como leitor, sempre considerei a Revista Leal Moreira a mais bonita, de conteúdo mais completo de toda a região. Ela é uma publicação especial porque nosso maior desafio é fazer uma revista corporativa que não seja ‘chapa branca’. O objetivo dela é refletir o estilo de vida de quem vive a Leal Moreira; e isso, por si, já é um diferencial sem igual. Além dos outros aspectos que a tornam única: o tratamento fotográfico, o layout preciso, milimétrico, as matérias, os nomes famosos que já passaram por suas páginas. A RLM foi precursora de um estilo singular. E os clientes que agregam à Revista Leal Moreira sentem isso – é um investimento com retorno garantido.” Jansen Barros complementa dizendo que “a RLM, como instrumento de divulgação, branding de marca da Leal Moreira, é uma ferramenta absurdamente especial. Ela consegue ser aceita, assimilada, consegue arrancar elogios de pessoas ligadas à Leal Moreira tanto direta quanto indiretamente, e até mesmo de gente que não tem contato nenhum com a marca. Estou falando de mercados externos. Já tivemos algumas experiências no Sudeste e ela foi bem aceita e elogiada”. »»»

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10 anos de RLM André Moreira – Diretor editorial Está aí um grande orgulho que eu tenho: a Revista Leal Moreira. Espero para os próximos dez anos que ela esteja com muita saúde, feliz, e que ela se transforme em uma ferramenta de ideias novas. Eu me considero um homem de ideias e gosto mesmo é de quem pensa diferente e de quem acredita no que pensa. Lorena Filgueiras – Editora-Chefe A RLM é um somatório de experiências, de profissionais de quilate que passaram por ela, que estão nela. Somos uma equipe – e isso faz toda a diferença. Não existe “eu”. Sempre há “nós”. Todos, sem exceção, colaboraram fundamentalmente para que a publicação fosse o que é hoje e falo sem exageros: talvez a mais bonita e mais cuidadosa de nossa região. Desejo à RLM uma vida longeva – cada vez melhor! André Loreto – Diagramação e direção de arte Esses 10 anos foram sensacionais, conheci muitos profissionais que me ajudaram a construir a RLM, pois é impossível fazer uma publicação desse nível sem uma grande equipe. E essas mesmas pessoas me ajudaram a evoluir no que faço – logo, só tenho a agradecer. Com certeza o desafio continua, pois mais difícil do que fazer a revista chegar onde ela chegou é mantê-la onde está. Acredito que a evolução tem que ser constante e, pensando assim, gostaria de ver a RLM com circulação nacional. Bina Jares – Criador/editor/diretor de arte. Como vejo a revista? Todas as mudanças foram necessárias pra atender as exigências dos leitores. Essa adequação é obrigatória quando baseada no sentimento e desejo do leitor, ou possível leitor. Ainda a acho uma publicação única e fico feliz em ver sua longevidade num mercado muito difícil para esse tipo de produto. Não tenho acesso a todas, mas já formou seu público e tem como maior trunfo a sua adaptação ao gosto do leitor. Espero outros muitos dez anos. Danielle Levy – Gerente Comercial Sempre fui fã da revista e estar agora à frente do comercial dela é um enorme passo na minha carreira profissional. Aqui dentro, amamos o que fazemos. Quando isso acontece, o trabalho flui e o resultado é sempre satisfatório! Além disso, o comercial tem uma equipe muito forte, focada, responsável e que acredita no produto também. Visitar um cliente e ele dizer que sempre foi seu sonho anunciar na revista... É como realizar um sonho de alguém. E receber o feedback dele, dizendo que houve um estrondoso retorno após seu anúncio, é melhor ainda! Jansen Barros – Madre Comunicadores Você vê hoje, claramente, uma revista melhor, mais bonita, evoluída. Ela, hoje, está além-papel: você já tem interatividade, olha que fantástico! Você já pode ter outro tipo de impacto na matéria, pode ir para o vídeo, para o áudio, por meio das páginas da revista. Este conteúdo mais interativo impactando outras mídias, tudo pela revista, é uma coisa fantástica. Acho que, nos próximos dez anos, a gente tende a acompanhar e evoluir muito mais neste sentido. Mateus – Marketing da Leal Moreira A Revista Leal Moreira, sem exageros, foi um divisor de águas no mercado editorial paraense. Falo isso sem medo de errar. E comercialmente falando, investir nela é um diferencial... Que tem retorno garantido. Desejo que a RLM fique cada vez melhor. E vou te contar um segredo: gostaria que ela fosse mensal. A editora-chefe vai me matar... (risos). Camila Barbalho – Produtora e editora-assistente da RLM São dez anos de capas lindas, gente interessante, boas histórias... Isso tudo é fruto do excelente material humano que a revista sempre teve, desde muito antes de chegarmos à equipe que temos hoje. Cada profissional, cada colaborador que passou pela RLM deixou sua marca e contribuiu profundamente pra que ela seja o que é hoje. Com o passar do tempo, a revista só fez crescer, ganhar mais e mais consistência. Sem dúvida alguma, a Revista Leal Moreira é uma das publicações mais bem feitas, mais bonitas e com tratamento editorial mais cuidadoso do Brasil. Para o futuro, desejo cada vez mais capas lindas, gente interessante, boas histórias... Por muitas e muitas décadas. E se eu puder estar por perto pra acompanhar, melhor ainda.

Ao longo de sua primeira década, a publicação

cimento número após número, comercial e edi-

nunca estagnou. Ao contrário: ela continua inovando e surpreendendo a cada nova edição – tanto que encerrar seu conteúdo nas páginas da versão impressa deixou de ser o bastante há algum tempo. Por isso, a RLM – como a chamamos, carinhosamente – acompanhou as tendências digitais e passou a investir em conteúdo exclusivo para seu

torialmente, motivou outra mudança no início de 2013: sua bimestralidade – antes ela era trimestral. Atualmente, a tiragem da publicação é de 12 mil exemplares (e de 15 mil exemplares em épocas especiais, como o Círio, por exemplo). Para comemorar todo esse sucesso, será realizada em breve uma grande festa para marcar o seu aniversário. Os grandes responsáveis por nós chegarmos a

site, que possui aproximadamente 15 mil visualizações por mês; e para suas redes sociais, nas quais também marca presença com atualizações

esse patamar de excelência são os nossos colaboradores e, principalmente, os nossos leitores,

diárias. A utilização do QR code veio no fim de

que nos acompanham e nos motivam nessa tra-

2011. Com a função de redirecionar os leitores ao site por meio das páginas sinalizadas, a tecnologia uniu revista impressa e conteúdo digital. O cres-

jetória desde o começo. Por isso, nós gostaríamos de agradecê-los imensamente e dizer que, sem vocês, nada disso seria possível.

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Institucio

INICIATIVA SOLIDÁRIA Leal Moreira contribuiu para reforma da sede do curso da ONG Missão Friuli Amazônia. Marcos Sousa se mudou de Vigia para Belém ainda jovem com a família para tentar melhorar de vida. Seu sonho era cursar uma faculdade de comunicação, mas não pôde realizá-lo, porque tinha que ajudar na renda de casa. Certo dia, leu no jornal que tinham vagas para o “Curso Técnico em Rádio e Televisão”, da ONG Missão Friuli Amazônia e se inscreveu para o processo seletivo. Para sua felicidade, ele foi aprovado. “Há muito tempo eu vinha batalhando para fazer uma faculdade em comunicação, mas a minha condição social dificultava o acesso à faculdade. As aulas [da Missão Friuli Amazônia] são gratuitas e uma oportunidade única. A gente abraça com todo empenho. Todos aqui são pessoas carentes e essa é uma porta que abre para entrarmos no mercado de trabalho”, disse Marcos. O curso atende aproximadamente 35 pessoas por ano e conta com uma ótima estrutura com estúdio e salas. No entanto, como o espaço precisava de reformas para atender os alunos e a ONG não tinha como arcar com esses custos, a Leal Moreira, buscando incentivar a iniciativa, apoiou as obras. “Nós sustentamos o projeto com doações e a Leal Moreira foi importante para fazer a reforma”, disse o padre Cláudio Pighin, fundador e diretor do curso. A inauguração oficial foi no dia 16/10. Assim o projeto continuará colaborando para a formação social e profissional de pessoas de baixa renda. Marcos, que entrou na turma em março, disse que as aulas estão superando as expectativas. “Cada dia a gente aprende algo diferente e é bem proveitoso para o nosso conhecimento. A gente não tem que deixar as oportunidades da vida passar. Tem que lutar por aquilo e fazer das dificuldades uma escada para alcançar seus objetivos. Graças a Deus eu estou fazendo isso, aproveitando cada detalhe e cada momento no curso.” Outra aluna que também é exemplo de dedicação e força de vontade é a Vera Brito. Ela tem 49 anos e viu na iniciativa a possibilidade de investir em sua qualificação profissional. “A gente nunca pode parar de ir em busca de conhecimento. Sempre digo aos jovens daqui que sou um exemplo para eles porque eu não parei de estudar e pretendo ir mais longe ainda. Acho que o ser humano precisa se engrandecer com seus conhecimentos e suas vivências. Isso que faz a pessoa chegar aos seus objetivos.”

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TOUR VIRTUAL A Leal Moreira disponibiliza em seu site um tour virtual pelos apartamentos decorados dos dois grandes lançamentos da construtora de 2013: o Torre Unitá e o Torres Devant. Basta clicar no link do empreendimento e acessar “Tour Virtual”. É simples e prático. Confira: www.lealmoreira.com.br

LEAL MOREIRA É A CONSTRUTORA PREFERIDA PELOS PARAENSES A Leal Moreira conquistou novamente o maior reconhecimento que uma empresa pode almejar: ser lembrada como referência no mercado. A pesquisa “Top de Negócios”, que premia as empresas mais citadas/ lembradas e vencedoras de diversos segmentos econômicos, é divulgada anualmente pelo jornal Diário do Pará e o resultado de 2013 foi impresso na edição do dia 08/09/13. A Leal Moreira foi a primeira colocada no setor “Construtora imobiliária” - posição que reflete as qualidades e prioridades da construtora, que zela pelo alto padrão de seus empreendimentos, sem abrir mão da segurança, além da conhecida satisfação de seus clientes.

nal Institucio

Realizada pelo Bureau de Marketing e Pesquisa (BMP), a pesquisa Top de Negócios é baseada na opinião de aproximadamente mil pessoas, em Belém e Ananindeua, de todas as classes econômicas. As idades delas

GOVERNANÇA CORPORATIVA

variam entre 13 e 20 anos (teen) e de mais de 21 anos (adulto), de ambos os sexos. Os entrevistados responderam espontaneamente a seguinte

A Leal Moreira é uma empresa inovadora, à frente de seu tem-

pergunta: “Na sua opinião, qual a empresa do segmento onde você prefere comprar com maior regularidade, a que você considera a melhor do mercado?”

po e que busca sempre as melhores estratégias para cumprir seu objetivo principal: satisfazer seus clientes. Pensando nisso, a construtora está dando mais um grande passo: a adoção do modelo de

O diretor do BMP, Renato Condurú, ressaltou que a premiação é um grande reconhecimento. “Quando o consumidor aponta a marca da em-

governança corporativa. O consultor empresarial Alberto Soares explica a importância do novo processo: “Um processo de governança corporativa visa assegurar o estabelecimento de diversas normas, padrões e proces-

presa como sua favorita, sinaliza que todo o esforço que a empresa faz, para divulgar a marca, está dando certo e que o seu produto é bem falado. A premiação mostra que a Leal Moreira vem consolidando sua marca no decorrer dos anos e que ela não deixa cair seu padrão de qualidade.” Com 27 anos de atuação, a Leal Moreira já entregou 28 empreendimentos, tem dez obras em andamento, um lançamento e terá mais uma no-

sos, que regem como uma empresa é dirigida e controlada. Pressupõe normalmente a criação de um Conselho de Administração que, de forma independente, participará de todas as tomadas de decisões, no âmbito estratégico. Em um processo de governança, são estabelecidos códigos de conduta evitando conflitos de interesse e sempre visando o bem comum da empresa”.

vidade até o fim do ano. Só este ano (2013) dois prédios foram entregues aos clientes, além de outros dois, que foram lançados. O Torres Devant, por exemplo, é um sucesso de vendas. Antes mesmo de ser apresentado

Com esse novo modelo, a Leal Moreira continuará crescendo cada vez mais e oferecendo aos seus clientes grandes opções de empreendimentos, além do seu tradicional atendimento diferenciado. Drauz Reis, diretor financeiro da Leal Moreira, ressalta que “dentre diversas contribuições, a governança permite que a

oficialmente, em agosto/’13, ele já havia alcançado a incrível marca de mais de 50% de seus apartamentos comercializados. Outro grande destaque é o Torre Unitá, que já contabiliza mais de 70% de suas unidades vendidas até o fechamento desta edição da Revista Leal Moreira. Localizado em um ótimo perímetro, no Umarizal, possui aparta-

empresa cresça de forma sustentável e profissional, por meio do Conselho de Administração, que passa a ser peça-chave na estratégia do negócio, acompanhamento da gestão, monitoramento de

mentos de 143 m² e área de lazer completa, com 24 opções como playground, salões de festas adulto e infantil, piscinas, churrasqueiras, quadra

riscos e resultados”.

de esporte, academia, sala de lutas e muito mais.

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nal

Institucio

TORRES DEVANT É APRESENTADO A CLIENTES E CONVIDADOS Para celebrar a apresentação oficial do Torres De-

“a Leal Moreira tem oportunizado a possibilidade

churrasqueiras, quadra de esportes, pet place, mini

vant, a Leal Moreira realizou um coquetel especial no dia 27/08, no estande de vendas do empreendimento. O evento contou com a presença de clientes e parceiros, que puderam aproveitar uma noite agradável e conhecer melhor o lançamento. A psicóloga Thais Naif explicou os motivos para adquirir um apartamento no empreendimento. “Eu já conhecia a construtora e comprei por ser um Leal Moreira. A localização e a área de lazer foram decisivas para a minha escolha. O que eu estava ven-

de desenvolvermos projetos modernos de uma forma em que você elabora uma espacialidade que dá conforto às pessoas (...). A Leal Moreira chegou a um nível de excelência na apresentação de seus produtos que não poderia ser diferente no Devant. Estou muito feliz em fazer parte disso.” A arquiteta Beth Gaby também foi ao evento e contou como elaborou o decorado de 68 m². “Imaginei moradores que gostam de receber amigos e adaptei os ambientes com essa proposta. A saca-

camping, academia, sala de lutas e muito mais. Antes mesmo de ser lançado, O Torres Devant já registrava mais de 50% de suas unidades comercializadas. Todo esse sucesso de vendas justifica a escolha do nome do empreendimento, inspirado na palavra francesa “devant” – que remete à ideia de

do no mercado não me agradava e, quando veio o

da, por exemplo, é um espaço de socialização com

dimento, a localização e as facilidades para aquisi-

Torres Devant, concluí que era exatamente o que eu queria.”

adega bar. Foi um prazer enorme ser convidada para fazer esse apartamento”.

ção. A soma desses fatores contribui para fortalecer ainda mais a marca Leal Moreira como sinônimo de

Durante o coquetel, os convidados conferiram em primeira mão os elegantes apartamentos decorados. O arquiteto Aurélio Meira, do escritório M2P - Arquitetura e Engenharia, responsável pelo projeto do decorado de 92m² e pela ambientação das áreas de lazer do empreendimento, ressaltou que

Pirajá (próximo à Av. Marquês de Herval – com acesso rápido à saída e entrada da cidade e perto de centros comerciais), o Torres Devant tem opções de 68 e 92 m² – ambas com terraço gourmet - e área de lazer com playground, salões de festas, piscinas,

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Localizado em um perímetro privilegiado da Trav.

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seguir em frente e buscar sempre o melhor. O diretor financeiro da Leal Moreira, Drauz Reis, destacou três pontos que foram determinantes para essa ótima repercussão. “A proposta do empreen-

confiança, qualidade e valorização.” Informações

Torres Devant da Leal Moreira Estande de vendas e apartamentos decorados na Tv Pirajá, nº 520, próximo à Av. Marquês de Herval Vendas: 3351-5011


TNCOM Foto: Mario Grisolli | Produção: Maurício Nóbrega

Coleção Armårios Leather.

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Institucio

O PODER DO CONHECIMENTO Leal Moreira investe na formação de seus operários com aulas no canteiro de obras. Antônio Sérgio de Jesus parou de estudar aos 17 anos porque não conseguia conciliar a escola com sua rotina de servente na construção civil. “Quando chegava no colégio [após o trabalho] eu tinha certeza que ia entrar atrasado na sala. Aí eu era chamado à atenção”, conta. Como ainda estava na terceira série, viu seu sonho de concluir os estudos distanciar-se cada vez mais. Após duas décadas, a Leal Moreira, construtora onde ele trabalha atualmente, abriu em 2011 uma turma de ensino fundamental para os operários no próprio canteiro de obras. No dia 14 de agosto de 2013 os primeiros formandos receberam seus certificados do curso e, entre eles, o Antônio. Com o diploma em mãos, ele foi promovido ao cargo de operador de grua e voltou a ter esperança de prosseguir seus estudos. “Minha vida mudou para melhor porque antigamente eu não sabia ler direito e hoje já sei bem mais. Sempre tive desejo de me formar no ensino fundamental, mas não podia. Agora espero dar continuidade aos meus estudos e, se aparecerem outras oportunidades, a gente aproveita.” Outro que também se formou na mesma turma de Antônio foi Manoel da Conceição dos Santos Farias. “Eu tinha o objetivo de crescer dentro da empresa e graças a Deus esse conhecimento foi bom porque fui reconhecido. Eu trabalhava como carpinteiro e agora sou encarregado de obras (funcionário que coordena as equipes de carpinteiros). Futuramente pretendo chegar a mestre de obras.” Assim como Antônio, Manoel também teve que interromper seus estudos ainda jovem para ajudar os pais e viu nas aulas da Leal Moreira a chance de evoluir em sua carreira profissional. “Isso é a melhor coisa que uma empresa pode fazer pelo funcionário dela. Fazer com que a pessoa adquira conhecimento. A gente ficou muito feliz de saber que conseguimos aquilo que queríamos. Eu me considero um vencedor.” Segundo a professora da turma, Waldiza Gama, do SESI – órgão parceiro do curso –, o projeto foi uma experiência única. “Quando o aluno entra em sala de aula a gente não se preocupa apenas em passar o conteúdo, mas também com a formação dele como cidadão. Parabenizo pela iniciativa da Leal Moreira por investir no trabalho de seus funcionários.” O diretor de engenharia da Leal Moreira, William Chamas, ressaltou a importância da iniciativa da empresa. “Acho muito importante esse crescimento profissional e humano para o funcionário, além de ser uma maneira de cativar e fidelizar os nossos colaboradores. A previsão agora é de abrir uma turma de ensino médio para dar continuidade ao projeto.”

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Institucio

Check List das obras Leal Moreira projeto

lançamento

fundação

estrutura

alvenaria

revestimento

fachada

acabamento

Torres Devant 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 68m2 e 92m2 • Travessa Pirajá, 520 (entre Av. Marquês de Herval e Av. Visconde de Inhaúma) Torre Unitá 3 suítes • 143m2 • Rua Antônio Barreto, 1240 (entre Travessa 9 de janeiro e Av. Alcindo Cacela). .

Torre Parnaso 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 58m² e 79m² • Av. Generalíssimo Deodoro, 2037 (com a Rua dos Pariquis). Torres Dumont 2 e 3 dorm. (1 suíte) • 64m² e 86m² • Av. Doutor Freitas, 1228 (entre Av. Pedro Miranda e Av. Marquês de Herval). Torre Vitta Office Salas comerciais (32m2 a 42m²) • 5 lojas (61m2 a 254m²) • Av. Rômulo Maiorana, 2115 (entre Travessa do Chaco e Travessa Humaitá). Torre Vitta Home 2 e 3 dorm. (1 suíte) • 58m² e 78m2 • Travessa Humaitá, 2115 (entre Av. Rômulo Maiorana e Av. Almirante Barroso). Torre Triunfo 3 e 4 suítes (170m²) • cobertura 4 suítes (335m²) • Trav. Barão do Triunfo, 3183 (entre Av. Rômulo Maiorana e Av. Almirante Barroso). Torres Floratta 3 e 4 dorm. (1 ou 2 suítes)• 112m² e 141m² • Av. Rômulo Maiorana, 1670 (entre Travessa Barão do Triunfo e Travessa Angustura). Torres Trivento 2 e 3 dorm. (1 suíte)• 65m² e 79m² • Av. Senador Lemos, 3253. (entre Travessa Lomas Valentinas e Av. Dr. Freitas). Torre Résidence 3 suítes (174m²) • cobertura 4 dorm. (3 suítes - 361m²) • TV. 3 de Maio, 1514 (entre Av. Magalhães Barata e Av. Gentil Bittencourt). Torres Ekoara 3 suítes (138m²) • cobertura 3 suítes (267m2 ou 273m²) • Tv. Enéas Pinheiro, 2328 (entre Av. Almirante Barroso e Av. João Paulo II).

Veja fotos do andamento das obras no site: www.lealmoreira.com.br

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em andamento

concluído


Sonata Residence

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Faça

um trabalho

maravilhoso e

Nara Oliveira Consultora empresarial

aproveite todas as

oportunidades Esta dica é válida também para quem tem dúvida em empreender uma nova jornada. Não há outro método para ganhar espaço e confiança em uma nova posição, uma nova empresa, enfim, em um novo job, do que fazer entregas redondas. O Brasil é um país aberto à economia globalizada há pouco mais de 20 anos. A geração de profissionais seniores, que ocupa os espaços organizacionais, formou suas personalidades como trabalhadores em um

Esta é a dica para crescer

modelo de “manda quem pode”, em um universo de em-

e aparecer no ambiente cor-

presas públicas, viúvas, onde todos sonhavam trabalhar no

porativo: “faça um trabalho

Banco do Brasil. Estamos falando de uma massa de profis-

aproveite

sionais que tiveram que parametrizar fortemente seus perfis

todas as oportunidades”.

para sobreviver e ter um espaço ao sol na última década.

Para ingressar, manter-se

Do conteúdo dos Estudos de Problemas Brasileiros- EPB,

ou redesenhar sua carrei-

ao foco no cliente, muito esforço teve de ser empreendi-

ra todas as receitas são

do. Tudo o que as empresas buscam hoje são profissionais

válidas, mas o que real-

que façam seus “para casa“ bem feitos, ou seja, consigam

maravilhoso

e

mente fará a diferença é

responder com rapidez e qualidade a um mercado voraz.

a qualidade de seu tra-

Ainda não é fácil formar equipes no Brasil com este per-

balho e as oportunida-

fil, além da formação de cultura de trabalho questionável

des que você vai criar

que tivemos, na última década houve um crescimento ver-

para si mesmo. Mesmo

tiginoso de postos de trabalho que sugou toda a colheita

que você tenha uma

dos últimos tempos. Apesar de em 2013 termos um ritmo

percepção acurada da

menos aquecido, a oferta que já era pouca diminuiu muito.

cultura organizacional e

Por outro lado, este “plantio“ é de longo prazo: o profissio-

das intrincadas redes de

nal gasta em graduação, em uma pós alguns anos depois,

poder,

a

informação

que vale a pena é pre-

além do desenvolvimento de competências que merecem tempo e dedicação.

cisamente o que a orga-

Toda análise acima vem corroborar com a teoria de que

nização espera como resultado do

quem faz um trabalho bem feito e cria suas oportunidades

seu trabalho; como ela gostaria que o mesmo

terá uma carreira recompensadora, pois no Brasil ainda

fosse processado e, com muita personalidade, o

somos terra de cegos. No Pará este cenário é ainda mais

modo como será entregue seu produto final com

acentuado: pouca oferta de graduação e de pós na década

o máximo de aderência possível ao paladar da

passada e um número diminuto de empresas resultaram

casa. Esta valendo participar das festas restritas da

em uma massa de profissionais bem formados, igualmente

casa, mas acredite no Sr. Diniz, personagem do blog de

pequena. Assim, aqueles que possuem uma postura pró-ativa no trabalho e o encaram não somente como forma

Lucilia Maria Diniz:

de provento conseguem se diferenciar. Contudo, aqueles - Sr. Diniz, como faço para as pessoas me curtirem

que vão além e percebem uma forma de realização e di-

na internet?

versão estarão entregando às suas empresas sua melhor

- Seja você mesma e compartilhe!

performance, fazem toda a diferença e estão escolhendo onde querem estar.

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