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RLM nº 43

Você consegue ver mais em um Leal Moreira. GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

ano 10 número 43

Marcelo Jeneci Novo disco, nova fase de vida e a convicção de que felicidade é uma questão de ser.

Leal Moreira

Mais valor com nome e sobrenome.

Ana Mokarzel Casa Cor Pará 2014 Juliana Sinimbu Parmigiano Reggiano

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SALÃO IMÓVEIS LEAL MOREIRA.

VAMOS COMEMORAR.

De 02/05/2014 a 11/05/2014 - 2º piso do Boulevard Shopping.


VIVA SEU SONHO. VIVA SUA VITÓRIA.






A Revista Leal Moreira 43 traz conteúdo exclusivo nas matérias sinalizadas com QR code.

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perfil

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EMANUEL MATTOS O sociólogo e poeta é nosso convidado na 9ª entrevista da série sobre os 400 anos de Belém.

gourmet

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PARMIGIANO REGGIANO De sabor levemente adocicado e marcante, o mais famoso queijo parmesão do mundo obedece a padrões rígidos de qualidade.

galeria Ana Mokarzel e suas “pinturas de luz” - conheça a fotógrafa e artista plástica, que vive a reinvenção do próprio trabalho.

especial O chocolate made in Pará é a nova vedete nos menus dos chefs mais respeitados do Brasil e em nada deixa a dever para as delícias europeias

especial A Casa Cor Pará 2014 terá local novo, além de surpresas que prometem surpreender o público visitante.

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MARCELO JENECI Em nova fase, Jeneci lança disco e fala sobre sua maturidade musical.

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JULIANA SINIMBÚ A cantora paraense lança seu UNA e fala sobre maternidade e o melhor momento de sua carreira

Belém| 400 anos

capa Marcelo Jeneci Daryan Dornelles

capa

índice

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dicas confraria Anderson Araújo comportamento especial rotas tech especial casamento Celso Eluan especial pick ups horas vagas Felipe Cordeiro destino enquanto isso Gabriel Vidolin vinhos decor institucional Nara D’Oliveira

pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg

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editorial

Amigos, É um prazer reencontrá-los aqui, na Revista Leal Moreira. Nas folhas a seguir, você vai conferir uma conversa leve, descontraída com Marcelo Jeneci, considerado uma das grandes revelações na música brasileira da atualidade. Sabe o que descobrimos? Que ele adora Belém! Quem também adora Belém é o nosso entrevistado na série “Belém 400 anos”, o sociólogo e poeta Emanuel Matos, que por aqui desembarcou, vindo de Santarém há algumas décadas. Você certamente vai se emocionar. Juliana Sinimbu nos encantou no lançamento de seu sonhado “UNA”. Ah, você conhecerá a nova cadeia produtiva do chocolate e vai se surpreender: o cacau produzido no Pará serve de matéria prima aos mais finos chocolates belgas. Ainda com toda a doçura do mundo, conheça mães que são as melhores amigas de seus filhos. Mergulhe também no universo dos ensaios fotográficos de noivos - cada vez mais inusitados e surpreendentes. Tem ainda tanta coisa bacana pela frente! Esperamos que você goste desta edição. Um grande abraço e boa leitura!

André Moreira

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expediente Errata Nas edições da revista Leal Moreira, publicadas entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2014, foi divulgado que a PwC fez a auditoria de tiragem. Contudo, esclarecemos que a empresa PwC não foi responsável pelo procedimento de auditoria nas edições informadas. Pedimos desculpas pelo ocorrido e ressaltamos a continuidade da auditoria a partir da edição atual.

Tiragem da edição 43 da Revista Leal Moreira auditada por PwC

Revista Leal Moreira

Criação Madre Comunicadores Associados Coordenação Door Comunicação, Produção e Eventos Realização Publicarte Editora Diretor editorial André Leal Moreira Diretor de criação e projeto gráfico André Loreto Editora-chefe Lorena Filgueiras Editora assistente e produção Camila Barbalho Fotografia Dudu Maroja Reportagem Ana Carolina Valente, Aycha Nunes, Bruna Valle, Camila Barbalho, Carolina Menezes, Dominik Giusti, Elk Oliveira, Fábio Nóvoa, Lorena Filgueiras, Lucas Ohana, Sara Magnami e Tyara De La-Rocque Colunistas Anderson Araújo, Celso Eluan, Felipe Cordeiro, Gabriel Vidolin, Nara Oliveira e Raul Parizotto. Assessoria de imprensa Lucas Ohana Conteúdo multimídia Max Andreone e Bruna Valle Versão Digital Brenda Araújo, Guto Cavalleiro, Ivan Siqueira Revisão José Rangel e André Melo Gráfica Halley Tiragem 12 mil exemplares

Errata Jardim de Luxemburgo - capa da RLM42

João Balbi, 167. Belém - Pará f: 91 4005.6800 • www.lealmoreira.com.br

Fundador / Presidente Carlos Moreira Conselho de Administração Maurício Leal Moreira [Presidente] André Leal Moreira João Carlos Leal Moreira Luis Augusto Lobão Mendes Rubens Gaspar Serra Diretoria Executiva Diretor Executivo / CEO Drauz Reis Filho Diretor de Engenharia José Antônio Rei Moreira Diretor Administrativo e Financeiro Thomaz Ávila Diretor Comercial e de Relacionamento José Ângelo Miranda

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Gerências Gerente Financeiro Dayse Ana Batista Santos

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Gerente de Marketing Mateus Simões

Conheça um pouco mais sobre a construtora acessando o site www.lealmoreira.com.br. Nele, você fica sabendo de todos os empreendimentos em andamento, novos projetos e ainda pode fazer simulações de compras.

Coordenador de Incorporação Patrick Viana

On-line:

Comercial Gerente comercial Danielle Levy • (91) 8128.6837 daniellelevy@revistalealmoreira.com.br Contato comercial Thiago Vieira • (91) 8148.9671 thiago@revistalealmoreira.com.br Ana Carolina Valente • (91) 4005.6874 anacarolina@revistalealmoreira.com.br Ingrid Rocha • (91) 8802.3857 ingrid@revistalealmoreira.com.br Distribuição Flávia Albuquerque • (91) 4005.6874 distribuicao@revistalealmoreira.com.br Financeiro (91) 4005.6888 Fale conosco: (91) 4005.6874 revista@door.net.br revista@lealmoreira.com.br www.revistalealmoreira.com.br facebook.com/revistalealmoreira Revista Leal Moreira é uma publicação bimestral da Publicarte Editora para a Construtora Leal Moreira. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.



Belém

Travessa 9 de Janeiro, 1683 (entre Gentil Bittencourt e Magalhães Barata) • 91 3352.3500

Gourmeteria Villa Toscana Aconchegante e charmosa, a Gourmeteria Villa Toscana é um presente para quem gosta de comer bem. Bolos, sanduíches, cupcakes, doces e salgados de forno são algumas das delícias do lugar – que também oferece eventos de arte e entretenimento aos seus frequentadores, como show de música e programação infantil. O café, especialidade da casa, é preparado por baristas treinados. Para maior conforto dos clientes, a Gourmeteria tem fraldário e ambientes adaptados à acessibilidade. Aos domingos, há serviço de café colonial pela manhã. Recomendamos experimentar a torta de limão siciliano. Ideal para um fim de tarde com a família ou os amigos.

Ver-o-Peso da Cozinha Paraense 2014

A 12ª edição do maior festival de culinária da Amazônia começa em Belém no dia primeiro de maio. Por um mês, a cidade reunirá alguns dos maiores chefs daqui e do Brasil inteiro. O objetivo ainda é o mesmo de quando o evento foi idealizado pelo saudoso Paulo Martins: explorar e propagar os sabores paraenses, tanto em suas versões conhecidas quanto em novas experimentações. A programação deste ano inclui jantares beneficentes, fórum, exposição e aulas temáticas – além do tradicional circuito gastronômico, onde os restaurantes participantes apresentam receitas inéditas que tenham em sua base ingredientes regionais. Imperdível para os amantes da boa cozinha.

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Mais informações: veropesodacozinhaparaense.com.br



Brasil

POSITANO Novinho em folha, com um cardápio bem elaborado (e enxuto) e preços razoáveis – essas são só algumas das qualidades do “Positano”, restaurante na capital paulistana, no bairro do Jardins, que homenageia o luxuoso balneário italiano da Costa Amalfitana. A cozinha tem no comando o chef italiano Boris Melon, responsável por criações deliciosas como “ravioli de Burrata” e a “Mousse de Vinho Marsala”.

Alameda Tietê, 665. São Paulo-SP. • 11 3061.9639

CRAZY FOR CAKES

A missão da empresa, já avisa: “todo bolo, mesmo que não seja para comemorar alguma coisa, tem algo de festivo”. As formas, ricas em detalhes milimétricos e em formatos inusitados, dão origem a bolos que comemos com os olhos. Mas se intimide: à primeira garfada, você também vai se apaixonar. Experimente o bolo de iogurte (levíssimo) ou o crisântemo (uma decoração para a mesa). A Crazy for cakes só opera por pedidos pelo site ou telefone: crazyforcakes.com.br e (11)99144.8512 www.revistalealmoreira.com.br

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mundo

The NoMad Além de ser um luxuoso hotel localizado em uma das regiões mais badaladas de Nova Iorque, o The NoMad também tem feito fama graças a seu restaurante. Ir jantar no local é uma experiência e tanto – a começar pela possibilidade de escolher entre sete ambientes. A Biblioteca, um dos espaços mais disputados, permite que os clientes disfrutem da refeição enquanto folheiam um exemplar da eclética coleção literária disponível. A decoração é impecável: móveis feitos sob medida, luz baixa e uma escada em espiral (importada do sul da França) interligando os dois níveis. A gastronomia é contemporânea e traz elementos da cultura fusion. Recomendamos experimentar os rabanetes com manteiga, acompanhados de brioches de maçã, leite e mel. Para beber, escolha um vinho – a carta é impressionante, e celebra as maiores e mais inovadoras regiões vinícolas do mundo.

: 1170 Broadway, cross street at 28th St. Chelsea, New York • 347 472.5660 • thenomadhotel.com

Central Perk

616, Bldg A, Chaowai SOHO | CBD, Chaoyang Distrtict, Beijing, China • 186 0119.1315 www.revistalealmoreira.com.br

Os fãs mais entusiasmados de Friends – uma das sitcoms mais populares da cultura pop, mesmo depois de dez anos de sua temporada final – irão adorar a possibilidade de tomar um café no Central Perk de Beijing. O lugar recria com precisão a cafeteria que acompanhou os personagens ao longo de toda a trama, trazendo inclusive itens icônicos – como uma réplica do sofá alaranjado onde Rachel, Phoebe, Monica, Joey, Ross e Chandler passaram boa parte de seu tempo. Um grande trabalho de pesquisa, feito de fã para fã. Naturalmente, além do entretenimento, o espaço também é de fato uma aconchegante e carismática lanchonete, onde é possível fazer uma refeição descontraída e ainda bater um papo com o proprietário. Vale a visita.

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perfil

foto Blur Fotografia

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Camila Barbalho

O mundo

em si

Plantar uma árvore, ter um filho e... lançar um disco. Em entrevista intimista, Juliana Sinimbú revela seus planos, fala do momento atual e sonha... afinal, o universo não é grande o bastante.

C

abe muita coisa dentro do que Juliana Sinimbú representa. Cabem os fortes laços familiares, que desenharam boa parte do rumo que ela seguiu. Cabe a coragem de deixar para trás os planos mais confortáveis e seguir sorrindo ao desconhecido. Cabe o palco e os amigos que a conduziram até ele. Cabe a educação musical construída dentro de casa – sobretudo os conselhos e determinações dos pais sobre como ouvir e respeitar as canções. Canções, aliás, cabem várias, de maneiras diferentes. Nela, estão aquelas músicas que foram descobertas graças à vontade de aprender cada vez mais; assim como também figuram as que a própria vida colocou dentro dela. Sim – ela se descobriu uma compositora e tanto. E das mais honestas: a inspiração para tantas melodias é fruto dos sentimentos que também a habitam. Tudo cabe. Cabem inclusive seu marido e Flora, sua filha de um ano – a obra da qual a artista mais se orgulha por ter feito. Fosse só caber, já estava tudo certo. Mas é bem mais que isso. Dentro da cantora, tudo convive. Dialoga. Por si só, ela se completa e se extrapola. Desde sua tendência ao drama, valorizada por seus boleros cheios de um ar confessional, até o riso solto e o jeito falante. É impressionante como o muito que é Juliana faz sentido quando visto assim, em conjunto. É na soma de todo o mundo que há em si que ela se revela. Única – ou UNA, como atesta o título

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de seu disco, recém-lançado e festejadíssimo. Foi na infância que a compositora ouviu do pai que os vinis precisavam ser apreciados do início ao fim. Mal sabia que o ensinamento era uma premonição e tanto: Juliana Sinimbú é um disco, uma coletânea – e como tal, só pode ser compreendido se ouvido por inteiro. A sua família tem uma relação muito forte com a música. Como isso influenciou os seus caminhos? A minha família é dividida assim: a parte Sinimbú é toda daqui do Pará; e a família Oliveira – que é a por parte de mãe – é toda paraibana e do Rio Grande do Sul. Acho que só de ter o sangue nordestino, a gente já gosta dos tambores e dos sons de lá. Os costumes amarram muito a gente àquela sonoridade. Aqui, a família do meu pai é toda musical. Todos são músicos empíricos, que aprenderam sozinhos. Meu pai morou na mesma casa que o Pinduca, na infância e na adolescência; então, o Pinduca é como se fosse meu tio. Minhas tias cantam, e todos os amigos de Igarapé-Miri também. Acabou que eu sempre fui acostumada a estar no meio das rodas de seresta, a ver meus tios todos cantando e tocando... Eu era a mais tímida, e fui uma das poucas que seguiu a carreira. E a influência direta dos seus pais? Eles eram bons ouvintes. Implementaram na »»»

Dudu Maroja


O Theatro da Paz foi o cenário do lançamento do UNA, trabalho de Juliana Sinimbú. Acima, a cantora na passagem de som.

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Veja mais

nossa educação – minha e do meu irmão mais velho – que a gente tinha que escutar discos inteiros. Se a gente não escutasse daquele vinil o lado A e o lado B, a gente não conseguiria compreender a obra nem conversar sobre ela. E a nossa rotina era sempre voltada pra música. Éramos deixados no colégio ao som do Roberto Carlos – e tínhamos que ir prestando atenção nas canções. Após o almoço, a gente fazia a sesta escutando um disco. Na hora de votar no que seria ouvido em uma viagem de carro, meu pai e minha mãe tinham peso duplo. Era sempre a fita do papai, depois a da mamãe, e – se desse tempo – tocava um pouquinho da nossa. De início, nós não gostávamos... Mas foi importantíssimo pra nossa formação. Meu irmão é dentista, mas toca cavaquinho tão bem que tocou com a Velha Guarda da Mangueira a convite deles. Todo mundo é mesmo agarrado com música. Eu que chutei mesmo o balde, e preferi ser feliz que me apegar à razão, ter aquele diploma. Você demorou a se assumir cantora. Por quê? Por conta dessa necessidade da vida moderna mesmo, de estabilidade. Eu sempre fui meio ovelha negra, aquela que só estudava o que queria... E eu sou de uma família “normal” (risos), não venho propriamente de um clã de artistas. Tem muitos envolvidos com música, mas

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que possuem carreiras mais convencionais. Não tinha ninguém que tivesse optado por ser um profissional, pra que eu pudesse ver como é a vida de quem provê um projeto cultural, de quem segue com ele. Só agora eu pude fazer isso, com meu disco. E qual foi o momento em que essa decisão aconteceu? Teve um dia em que eu já não aguentava mais a faculdade de Arquitetura. Escolhi o curso pela relação com a arte, mas acabei me identificando muito pouco, e isso me frustrou. Em paralelo a isso, a música continuava me chamando. Havia umas reuniões que aconteciam na varanda de casa; nelas, eu ia conhecendo os músicos. Conheci lá o Vital Lima, o Salomão Habib, várias pessoas de quem eu era fã e com quem eu acabava me deparando. Foi ótimo, porque eu já andava bem interessada (risos). Numa dessas rodas, alguém puxou uma música do Tom Jobim em parceria com o Aloísio de Oliveira que só eu sabia cantar. Fui me arredando, arredando (risos)... Cantei. O Salomão gostou e me convidou para fazer a abertura de um projeto dele. Conversei com a minha mãe e pedi a ajuda dela. Foi um grande susto pros meus pais, que achavam que eu seria uma superarquiteta. Que nada. Hoje eu sou muito feliz, e eles são bem felizes comigo também. »»»


foto Blur Fotografia

Juliana Sinimbú comemora o momento único de sua carreira e da própria vida pessoal e dividiu a felicidade com o público que foi prestigiá-la no lançamento do UNA.

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Você começou cantando samba e bossa nova. Foi surpreendente quando você apareceu tão próxima dos ritmos latinos. Como foi essa transição?

Compor influenciou de alguma maneira seu jeito de cantar? Influenciou bastante. Compor é cantar o que você tem pra dizer. É legal demais. As minhas

Quando comecei a cantar, precisei partir do repertório que eu tinha dentro da minha memória – que era o caso do samba e da bossa, que eu adoro, e que já trazia por causa dos meus pais. A partir daí, comecei a estudar, pesquisar artistas que eu achava que precisava ouvir, independente de gostar. Fui conhecer Rita Lee, Novos Baianos, a Vanguarda Paulista, Itamar Assumpção... Fiquei fascinada com tudo que ainda tinha pra ouvir e cantar. Comecei a procurar outras pessoas para tocar, e foi aí que conheci o Renato Torres. Foi um encontro perfeito. Hoje, ele é um irmão muito amado. O Felipe Cordeiro também me ajudou bastante. No início da carreira, fazíamos umas noites no Café Imaginário. Foi quando eu cantei pros maiores artistas da cidade, e sempre uns repertórios muito malucos. Agora, a relação com a música latina... Primeiro, foi graças ao tempo que eu convivi com o Pinduca. Também já tinha o vínculo com o bolero, que é o estilo com o qual eu flerto mais. Eu amo boleros. Tô numa fase de composição que me leva muito por esse caminho. Parece que eu sou teletransportada para as serestas, com meu pai e meus tios. Eu só faço refinar e dar a minha cara pra eles.

músicas soam todas autobiográficas. Tem até uma história ótima da minha médica. Ela me ligou pra contar que tinha visto o clipe de Arrocha [faixa do disco Una], que tinha adorado, mas que ela e o marido estavam preocupados comigo. Eu perguntei por que motivo, e ela disse “porque você passou por uma decepção amorosa muito grande, e isso pode influenciar a sua questão hormonal” (risos). E o pior é que tudo aconteceu com essa música. Eu fiz e esqueci depois. Saí ligando pros amigos: “eu cantei ela pra vocês!”; aí o Arthur Espíndola disse “eu gravei!” (risos). Uma loucura. Transformar tudo em música é uma maravilha. E quando a gente vê alguém cantando nossas músicas? Mana, são mil desmaios (risos). Outro dia, um amigo me mandou um vídeo de uma festa em Bragança, em que o DJ colocou o clipe de Arrocha na TV, direto do YouTube. Aparecem as pessoas dançando e cantando a minha música. Gente, chorei! É a hora em que se vê que tudo valeu. E a maternidade? Como está a vida quase um ano depois da chegada da Flora? A Flora é demais. É como se ela fosse um botão na minha vida, que foi apertado e tudo »»»


mudou. Desde o momento que eu soube que estava grávida, é como se algo tivesse me dizendo “deixe de ser metida à besta, que agora você vai cuidar de outra pessoa”. Pra mim foi o máximo. Quando eu vi que ela parecia comigo... Nossa, que legal. Ela é fantástica, é feliz, é um amor louco. Eu fico repetindo “é minha filha”. É muito bom dizer isso. Ela foi um presente, seja de Deus, dos deuses, do destino ou de qualquer coincidência da vida. E ela foi um pé de coelho, porque depois dela tudo deu muito certo: eu consegui fazer meu disco, minha carreira se ajeitou da melhor maneira, eu consegui resolver o que eu queria fazer. E o pai dela é incrível. Eu não consigo nem dizer o nível da nossa parceria. Ele organizou minha vida, junto com a Flora. Como foi a produção do Una?

Não foi tão fácil. Quando eu estava no sexto mês de gravidez, soube que tinha sido contemplada pelo Natura Musical, e que eu tinha um prazo a cumprir. No sétimo mês, entrei em estúdio pra fazer a pré-produção. Quando a Flora tinha um mês, entrei em estúdio de novo; quando tinha dois, precisei viajar pra gravar. O disco ficou pronto antes de ela fazer um ano. Mesmo assim, tudo foi muito bom. O Donatinho, produtor do disco, teve um papel fundamental. A princípio, eu só gravaria duas músicas minhas. Ele fez com que eu gravasse sete. Agregou muita gente que acreditou no trabalho, como o Otto – que hoje é uma figura queridaça, com quem eu adoro compor –; o Kassin, que também participou; os cordistas da Orquestra Municipal do Rio de Janeiro tocaram numa música minha, e eu fiquei muito emocionada... O João Donato, meu ídolo da vida, gravou comigo – e

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eu devo participar de um trabalho dele também. Quando o velhinho chegou, eu pensei “me segura” (risos). E o Donatinho, que tomou o projeto pra ele, vestiu a camisa. O CD é tão dele quanto meu. Você se envolveu muito no processo? Muito. Artisticamente, eu e ele cuidamos de tudo. E executivamente, meu marido tomou a frente, junto com a Carla Cabral. Eles me deram muita liberdade pra criar. Nós já aprovamos a circulação, e temos coisas pré-agendadas: Rio, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba... Vamos dar umas voltinhas. Estamos arrumando as malas. O que ainda falta acontecer pra você? Menina... Emagrecer mais uns cinco quilos, aí eu tô bem (risos). Mentira. Não falta nada.



BATTLESTAR GALACTICA Inspirado na celebrada série de TV homônima, o jogo de tabuleiro Battlestar Galactica ambienta os jogadores na espaçonave onde a trama se passa. Cada participante joga com um dos personagens da série, divididos em grupos – líder político, líder militar, piloto e suporte. Assim como no programa do canal Sci-Fi, tudo ocorre em razão da famigerada “ameaça Cylon” – que possui pelo menos um jogador infiltrado na nave, com o objetivo de impedir a chegada dos humanos no planeta Kobol. Então, os demais devem tentar expor o impostor e devolver à humanidade a esperança. Misturando intriga, habilidade e batalha por sobrevivência, a brincadeira exige dos envolvidos certo senso estratégico e cooperativo. Onde Onde: thinkgeek.com Preço sugerido: US$ 49,99

CANECAS PARA FONDUE INDIVIDUAL A Maxwell & Williams, empresa australiana presente no mundo todo, individualizou o fondue em canecas bonitas e cheias de estilo. O kit da marca vem com seis peças feitas de porcelana, mais garfos próprios. Elas podem ser levadas ao forno micro-ondas e à máquina de lavar louça. As canecas possuem design elegante – com espaço para a vela na parte inferior, para manter o chocolate aquecido – e alta durabilidade. Disponível em branco, preto e vermelho, a coleção é ideal para receber os amigos. Onde: spicy.com.br Preço sugerido: R$ 44

IMPOSSIBLE INSTANT LAB Há imagens que são boas demais para ficarem perdidas dentro de seu smartphone, e que merecem ser eternizadas à moda antiga. Foi com esse pensamento que Florian “Doc” Kaps e André Bosman deram início ao Impossible Instant Lab. O projeto é um conjunto de aplicativo, gadget e impressora que permite o escaneamento da imagem na tela do iPhone e sua impressão em formato de polaroide. O aplicativo é fácil de usar, assim como o equipamento. A marca vende também o filme compatível. É a perfeita união entre a mobilidade do digital e o charme do analógico. Onde: the-impossible-project.com Preço sugerido: US$ 200

HANDPRESSO AUTO Foi pensando nos apaixonados por café que o Handpresso nasceu. O gadget é projetado para preparar a bebida no carro. Portátil, o equipamento tem formato cilíndrico – ideal para o porta-copos do veículo. O item ainda conta com conexões que se encaixam no plug de força do veículo, responsáveis por manter o café na temperatura desejada. O preparo é muito simples: basta adicionar um sachê de café e água. Fica pronto em questão de segundos. Onde: handspresso.com Preço sugerido: € 149

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entrevista

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Tyara De La-Rocque

Íntimo e pessoal A “intensidade da vida” conduz o trabalho de Marcelo Jeneci e sua mensagem é clara: Viver o que há pra ser vivido! Se desestruturando para se reestruturar. Com a Revista Leal Moreira, o músico conversou sobre o recente disco De Graça, o novo momento da carreira, cinema, saudade, amadurecimento e o encantamento por Belém.

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o pai pernambucano, apaixonado por Roberto Carlos e instrumentos musicais, o paulistano Marcelo Jeneci herdou o fascínio pela música. Cresceu embalado pelas estações de rádio populares e trilhas sonoras de novelas. Aos 15 anos já tocava sanfona na banda do cantor Chico César. Desde então, construiu uma carreira marcada por parcerias com Arnaldo Antunes, Zé Miguel Wisnik, Paulo Neves, Zélia Duncan e Vanessa da Mata – com quem compôs o hit “Amado”. Ao lado de Tulipa Ruiz, Karina Buhr, Criolo, ele faz parte da safra de artistas que tem sido chamada de “a nova MPB”. No entanto, diferente destes músicos, geralmente relacionados ao circuito alternativo e a selos independentes, Jeneci assinou com uma grande gravadora e se propõe a ser um cantor popular. “Não quero ser hype”, ele diz. Estreou o primeiro disco, o “Feito para Acabar”, pela Som Livre, eleito um dos melhores discos de 2010, de acordo com a revista Rolling Stone. Fez turnês pelo Brasil e EUA, recebeu prêmios e após anos de dedicação aos instrumentos, descobriu-se como cantor, firmou-se como compositor e assumiu a frente dos palcos. No final de 2013, lançou o segundo álbum De Graça, com a produção de Kassin,

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coprodução de Adriano Cintra e patrocínio do projeto Natura Musical. O semblante já é diferente do daquele artista novato. O rosto que encara o público de frente na capa do de “De Graça” evidencia a nova postura, menos tímida, mais segura. Sem medo da música, do novo, do não explorado e principalmente, sem medo de si. Acredita que a arte é afirmação da vida. E se a vida tem sofrimento, vai aparecer na canção. A experiência do segundo disco foi mais densa, reclusa, sofrida. Por outro lado, trouxe aprendizados, amadurecimento e renovação. Dessa mescla de tantas vivências e sentimentos, nasceram letras que falam sobre os contrastes da existência, do amor e refletem sobre o quão saborosa é a redescoberta dos prazeres mais simples da vida, que são de graça. “É extraordinário viver, com sofrimento ou sem. Esse é o mote do disco, positivar as coisas”. O músico largou a sonoridade despojada do primeiro álbum, Feito pra Acabar, enveredou por outros caminhos, mas manteve-se no tronco da música pop. Das 13 faixas do novo disco, todas autorais, seis são coassinadas por Isabel Lenza, atual namorada de Jeneci, três são assinadas só por Jeneci, Arnaldo Antunes aparece em duas e outros »»»

Daryan Dornelles



Jeneci afirma que entre um trabalho e outro, sente-se mais seguro e até menos tímido. O novo disco, “De Graça”, é mais pessoal e nele o cantor assume seu lado compositor.

parceiros incluem Luiz Tatit, Arthur Nestrovski, Raphael Costa e Laura Lavieri – dona da voz feminina de quase todas as faixas do primeiro disco do músico. A canção “Um de nós”, do De Graça, compõe a trilha sonora da novela global Em Família, marcando a estreia de uma música autoral sem parceiros e na voz do próprio Jeneci. O cinema, outra grande paixão do músico e fonte de inspiração, é também herança deixada pelo pai Manoel, cinéfilo. Não por acaso, o cinema está sempre presente em seu universo, seja nos arranjos de orquestra, momentos melódicos nas canções, no lúdico, na imaginação, nas cores, ideias, e no sonho de fazer trilha para as telonas. Com os pés firmes no chão, entregue de corpo e alma à carreira solo, o momento é de colheitas, descobertas, de melhorar a percepção, a vida! Seguindo, espalhando a ideia de que a alegria pode estar nas pequenezas da vida, em um jardim pronto para florescer de novo, nos recomeços. Afinal, diz ele, as melhores coisas da vida não são coisas. E são de graça. Ouça mais

Você sempre teve uma carreira dedicada aos instrumentos musicais. Desde que lançou o primeiro trabalho solo passou a assumir a frente dos palcos. Atualmente você se dedica exclusivamente à carreira solo. Como você vive esse momento? O desdobramento foi naturalmente. Conforme o trabalho cresce, é redimensionado, vamos tendo que nos dedicar mais a ele, pelo menos nesse começo. Agora está rolando essa

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fase, sem estar na banda de mais ninguém, totalmente livre para me dedicar ao meu trabalho solo. É bom, um momento de mais segurança artisticamente, de melhorar a percepção, a vida! Sinto saudades do Arnaldo e de outros amigos músicos, mas ao mesmo tempo sinto a necessidade de direcionar a minha carreira. Mas que bom que há a saudade, né? É legal sentir saudades também! Você parecia mais tímido. Hoje, parece bem mais tranquilo no palco. Sente a diferença? Sim! Aprendi muita coisa entre um álbum e o outro, inclusive a ter mais segurança. A interatividade da música com o público, a necessidade de fazer uma música ou cantar de um jeito que ocupe um espaço inteiro, fazer a voz chegar mais longe. Me vejo diferente, tudo vai mudando, né? Sinto o ano diferente, a minha barba está maior, estou mais magro, menos tímido... mudam até os restaurantes que você frequenta e as viagens que você quer fazer. É como uma nova fotografia: vejo uma foto mais recente de mim e do que eu vivo. O “De Graça” é um álbum muito mais pessoal e você está mais assumidamente compositor. A vontade de compor é recente? A minha ligação com a música existe desde cedo, mas a proximidade com a palavra veio depois da música. É algo novo e estou adorando essa relação com as letras! Posso dizer o que eu quiser e qualquer coisa pode virar canção. É um lugar bacana o da pessoa que »»»


No “De Graça”, Jeneci fez questão de acompanhar tudo, dos arranjos à edição final do álbum.

diz, é interessante, precioso, uma fatia do povo concorda, se identifica, outra parte não. Mas o legal mesmo é dividir, trocar e aprender junto! Estou fascinado com isso! Apesar das parcerias todas, as canções são muito minhas, pessoais, desenvolvemos juntos, meus parceiros como interlocutores. Senti-me à vontade pra botar minha cara na capa porque eu estou mais convicto de todas as palavras ali. Durante o processo de gravação do “De Graça” você esteve recluso no Rio de Janeiro intencionalmente, focado apenas no trabalho. Essa reclusão fez a diferença no resultado? Foi necessária. Quis fazer um disco muito desenhado por mim musicalmente, sabe. Então, tive uma tortura diferente. No primeiro a ideia era uma criação mais coletiva e no segundo, ao

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contrário, a minha criação, o meu olhar prevaleceu. Quis acompanhar tudo, desde gravar os arranjos, mixar, editar, cuidando também dos detalhes. Mantive o tronco da música pop, que é inevitável aparecer, só que o acabamento foi mais ambicioso, mais elaborado, mais cheio de camadas musicais. Nesse disco a importância que eu dei pras canções foi igual a que eu dei pros detalhes musicais, pros efeitos, pros acabamentos estéticos. Fiquei três meses indo para o estúdio quase todos os dias, foi bastante artesanal o processo, muito meu. Foi até um pouco chato da minha parte, mas foi necessário. Hoje vejo que é um retrato da complexidade musical que eu queria criar, eu precisava disso. Rolou um surto, foi sofrido. Mas digo que me fez um bem horrível! (risos).

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E chegou ao resultado idealizado? Sim, graças à Natura Musical. Para poder realizar um disco desse porte, só com patrocínio mesmo! Mas eu também investi, queria mais e por isso fui dando acabamentos mais impactantes. Sinto um amadurecimento profissional. A segunda obra de um artista costuma exigir cobranças e pressões maiores, tanto dos bastidores quanto do público, especialmente pela comparação com o trabalho anterior. Houve esse processo pra você? É claro que é um pouco mais tenso fazer o segundo álbum por causa das cobranças, mas acho que quando fazemos algo com a proposta de “você com você mesmo” ou “esse é o máximo que poderia fazer”, quando é legítimo, importa menos a opinião do outro porque a ideia é »»»


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o diálogo e não o monólogo. Nesse disco me entreguei mesmo, de corpo e alma! A música parece também ligar você ao seu pai... Na verdade a gente sempre é a continuação de algo que vem antes da gente, seja o pai ou qualquer outra figura que a gente se identifique. Sou músico, primeiramente, por uma vontade do meu pai. E quando finalizei o “De Graça”, saí com a primeira cópia do álbum e fui escutar com os meus pais. Meu pai ouvia e concordava. É legal, gosto de ver isso! Acho que é raro realizar um trabalho que você possa mostrar e compartilhar dessa forma com o pai e ainda ter a aprovação dele. Meu pai é um cara que cresceu apaixonado por música e cinema, então cheguei a um ambiente que respirava as duas coisas. Acho que daí vem a vontade de ir para o ambiente cinematográfico nos meus trabalhos. E você manifesta o seu interesse pelo cinema no seu trabalho... ... sim! Cresci vendo muito filme com meu pai, era meu sonho fazer trilha para cinema. Achava que era isso que ia rolar. Na verdade ainda acho que em algum momento vai acontecer. Identifico-me com as narrativas roteirizadas, curto essa coisa lúdica, inversões de cores, hiperdimensão, o lance da grandiosidade, instrumentais com sintetizadores, cordas, o épico dentro das canções, coisa de cinema. Não é coincidência, gosto mesmo de ter proximidade com o cinema no meu trabalho. Os arranjos de orquestra são uma maneira de aproximar a música do cinema, essa minha vontade de ter momentos melódicos nas canções e que busquem a imagem sonora da orquestra. Em Belém você se apresentou em um festival, em 2011. Quando pretende voltar? Adoro Belém! De tanto que gostei, já voltei apenas para visitar a cidade. Achei um lugar singular: as mangueiras, aquela chuva de todo dia, o Ver-o-Peso, o sotaque, a culinária. É possível que eu volte em breve, pois a ideia é a turnê do “De Graça” estar em todas as capitais ainda neste primeiro semestre. [sobre Belém] “Já voltei apenas para visitar a cidade. Achei um lugar singular”. www.revistalealmoreira.com.br

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Anderson Araújo jornalista

Era a primeira entrevista real. Não só. Era o pri-

A palavra. Mencionou de novo. Agora de propó-

meiro encontro com um escritor. Ela exacerbava a

sito. Mexeu no cabelo, pensou como ele era mui-

figura, idealizava. Mas, na esquina, a ilusão des-

to mais feio. Esqueceu-se do nervosismo inicial.

milinguiu quando o entrevistado surgiu.

Sentia-se mais velha. Ele descontraiu o semblan-

Ele se sentou. Sorriu apenas com as bochechas e a expressão comprimiu os olhos, ressaltou as

um gole. Ela amarrou um rabo de cavalo.

rugas e escondeu a ausência de um dos caninos.

Entre uma mão esbarrada na outra e o convi-

A mocinha contraiu-se para esconder o nervo-

te, ninguém entendeu muito bem o percurso. Não

sismo, abriu o caderninho e empunhou a caneca.

estavam embriagados. Não pelo álcool. Migraram

Abriu o sorriso límpido e não percebeu o ajeitar

sem escalas para o fetiche vulgar do escritor pela

dos óculos com um movimento simultâneo dos

leitora e vice-versa.

músculos da testa e do lábio superior.

Minutos depois, estavam no quarto. Ela na bei-

E então?

ra da cama. A postura expectante de quem quer

Ela começou a explicar. O descontrole do corpo

entender os próximos capítulos. Ele pensando na

cessou e surgiu em um princípio de gagueira. Ele

maldita linearidade, no bagunça do dormitório. Ela

não prestou atenção em nada. Até que a moça

desatou os cabelos, cortinas de um último pudor.

pronunciou a palavra. A palavra! Pela primeira vez,

Um beijo nas mãos. Deitaram-se, lado a lado. O

olhou para ela de verdade.

teto, a respiração, nenhuma pergunta. Nenhuma

Ela queria compreender os mecanismos mne-

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te, pareceu mais moço, menos enfezado. Mais

objeção, constrangimento, obrigação.

mônicos usados no parto cansativo dos livros. Sa-

Dentro, o calor, a novidade para ela. Fora, a sur-

bia que a obra era cosida linearmente, embora ele

presa, a espera até outro tempo para ele. Entre, a

se envergonhasse dessa linearidade. Sim, era ela

palavra. Sussurrada. Espremida entre os amantes

a sua única leitora de verdade.

recentes.

Ele começou pela infância. Ela estimulava. Mo-

Estiveram os dois suspensos por horas por

lhava os beiços de saliva entre uma questão e

aquela palavra que disparou todos os gatilhos

outra. A gagueira passou sem ninguém registrar.

imagináveis entre eles.

Havia um interesse real. O homem respondia por

Perderam-se tarde afora.

vontade. Falava pelos cotovelos.

Ela voltou na quarta-feira seguinte. No sábado,

Ela observou a falta do dente, o cabelo fino no

também. Retornou repetidas vezes por três anos,

cocuruto, a perda de água no corpo, as olheiras

sete meses, 12 dias até se despedirem em um

penduradas, o esforço para juntar os cacos e as

réveillon qualquer numa praia, sem branco, sem

coincidências que o levaram ao buraco da lite-

festa, numa conversa travosa, difícil, pausada,

ratura mirrada. Disfarçou a comiseração numa

quase um soluço.

pergunta seguinte sem vigor algum. Esqueceu as

Lembrariam cada um a seu modo – sem jamais

anotações. Ele pediu uma cerveja. Acendeu um

mencionar a ninguém – o primeiro encontro, o

cigarro. Ofereceu outro a ela que, de pronto, acei-

apego à linearidade, a festa naquele cômodo aba-

tou. A brasa acendeu a brasa. Ela riu.

fado e a palavra. Bendita, doce e única palavra.

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Bruna Valle

Dudu Maroja

O novo ouro negro Dos primeiros registros até hoje, o chocolate sempre foi sinônimo de valor e pureza. Sagrado para as civilizações pré-colombianas, de alto valor comercial para os europeus, ele está sendo redescoberto pelos brasileiros – que começam a exportar sua receita de sucesso para o mundo inteiro.

D

esde seu descobrimento, cujas circunstâncias exatas são desconhecidas, as sementes de cacau já exerceram diversos papéis – a maioria deles relacionados à nobreza. O que se sabe é que antigas tribos Maias, Incas e Astecas já conheciam e faziam uso das sementes do cacau para o que logo depois foi considerado um líquido sagrado: o “xocoatl” ou “tchocolath”. Dizem as lendas que o imperador Montezuma considerava o chocolate mais valioso do que o próprio ouro e prata. Por esse motivo, ele tomava a bebida em cálices de ouro e depois os descartava – já que o mais valioso era o seu conteúdo. As amêndoas de cacau foram parar nas mais suntuosas mesas de banquete, nas relações comerciais e ainda nos ritos religiosos. O desbravador Hernán Cortez foi o “passaporte” das valiosas

sementes para a Espanha. Ele ofereceu a iguaria ao Rei, que ficou maravilhado com a bebida sagrada. Assim, o chocolate ia galgando seu caminho no mundo – cheio de honrarias e com lugar cativo na mesa das mais nobres figuras da Antiguidade. No Brasil, esse “fruto dos deuses” chegou – segundo a ABICAB (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) – primeiro por aqui, pelo estado do Pará, em 1746, pelas mãos do colonizador francês Louis Frederic Warneaux. As sementes também caíram nas mãos de Antônio Dias Ribeiro, dando início ao plantio da amêndoa na Bahia, hoje o maior produtor de cacau do Brasil. Mas essa história sobre as preciosas amêndoas que conquistaram o mundo não está encerra- »»»


Medicilândia é o principal polo cacaueiro do Pará, segundo dados da CEPLAC. Ao lado, Dona Nena (como Izete dos Santos Costa é conhecida) produz chocolate no Combu.

da nos livros. Elas continuam “seduzindo” muita gente por aí. A trajetória do chocolate ainda está sendo contada. Mais personagens estão surgindo nessa trama – o Pará, por exemplo, está no centro das atenções neste momento e, por isso, a Revista Leal Moreira saiu em busca dessas personalidades que estão elevando o cacau do Pará e do Brasil a um novo patamar, e conversou com elas sobre essa doce revolução. Atualmente, segundo a Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira), o Pará tem como principal polo cacaueiro o município de Medicilândia, localizado na região da Transamazônica, no sudoeste do estado. A produção, que é formada por agricultores cooperados, conta com uma exportação de aproximadamente 60 toneladas/ano para a Áustria. Somente uma pequena parcela desta produção de amêndoas secas fica no Estado, e rende a produção de 800 quilos de chocolate. Esse feito já faz de nós o segundo principal produtor brasileiro de cacau, com participação de 37% da produção nacional no ano passado. Além da produção em massa, também há a fabricação doméstica de baixa escala. É o que fazem os produtores de vários munícipios – como, por exemplo, os da ilha do Combu. Entre eles está Izete dos Santos Costa, mais conhecida como www.revistalealmoreira.com.br

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Dona Nena. Em um lugar onde as referências para endereço são furos de rio, em vez de ruas, ela é moradora da beira do igarapé central da ilha. Nascida e criada dentro de uma realidade onde o fruto é comum na rotina – o que lembra as velhas origens do cacau, bem no tempo do seu descobrimento – era tradição (e ainda é) tomar o suco puro do néctar de cacau todas as tardes com a família. Talvez por isso hoje seu chocolate seja 100% cacau. Dona Nena conta que, desde garota, via e ajudava na colheita do fruto – que não se transformava em chocolate ainda, já que as amêndoas eram sempre passadas a um atravessador, e este as comercializava em seu estado puro. O chocolate só se fazia presente em sua casa em determinadas datas comemorativas, ou quando se intentava presentear os visitantes. “Desde pequena eu participava da produção fazendo a coleta, tirando da casca, ajudando na secagem nos tendais, reparando do sol e da chuva... Eu já via a preparação das amêndoas do cacau sendo feita pelos meus pais. Elas eram secas e vendidas para o atravessador. Sempre trabalhamos com cacau, mas não beneficiando a matéria-prima. Minha família só produzia chocolate mesmo no Natal, na Páscoa ou quando os amigos nos visitavam”. Isso foi mudando quando Dona Nena conheceu »»»



A chef Ângela Sicilia também produz o chocolate utilizado nas sobremesas de seu restautrante. Chocólatra assumida, ela afirma que o chocolate orgânico, made in Pará, em nada deixa a desejar ao de procedência europeia.

seu sogro, Sebastião dos Santos Quaresma. Ele não só produzia o fruto, mas tinha verdadeira afeição por ele. “Compartilhávamos da mesma tradição familiar, mas ele fazia chocolate e eu percebia nele uma paixão verdadeira pelo cacau. Ele acreditava que um dia seu valor seria reconhecido aqui. Ele era muito apaixonado por essa cultura”. Embora, no começo, a ribeirinha tenha ido pelo caminho da biojoia como fonte de renda de seu trabalho artesanal ligado à floresta, logo percebeu que sua verdadeira preciosidade a acompanhara desde a infância. Foi assim que em 2006 ela começou a produzir seu chocolate, mas com uma nova proposta: banir o açúcar da preparação em busca de um chocolate 100% cacau – resultado que até o próprio sogro duvidava ser possível. “Comecei a trabalhar o chocolate fora do pilão. Ele só dava a textura satisfatória com o açúcar, e eu não queria isso. Então fui pesquisando a melhor forma de alcançar esse objetivo, e fiz várias experiências até que cheguei ao moinho. Meu sogro dizia: Se não colocar açúcar não dá a ‘liga’ e não vira ‘pasta’. Mas eu consegui”, conta, bem-humorada. E não foi só isso que Dona Nena conseguiu. Ela também ganhou espaço, destaque e caiu nas graças de chefs renomados como Thiago Castanho – que usa sua matéria-prima para suas receitas gourmet – e em lojas de produtos naturais em Belém e

em São Paulo. Isso, além da sua participação na feira de produtos orgânicos que foi seu ponto de partida, onde pode ser encontrada até hoje. Quem também viu no chocolate orgânico mais liberdade para criar novos sabores e sensações foi Ângela Sicilia, chef consagrada do restaurante Famiglia Sicilia. Chocólatra e fã de uma boa receita com o nobre ingrediente, Ângela acredita no potencial do produto regional – que, segundo ela mesma, “não deixa nada a desejar em comparação a chocolates internacionais, como os belgas”. “Nosso chocolate orgânico é maleável e com ele é possível conseguir diversas texturas diferentes. Dá mais trabalho, obviamente, que pegar uma barra pronta e derreter – mas, em compensação, dá mais liberdade para criar”, explicou. Toda essa versatilidade tem um motivo específico para existir. A chef explica que o chocolate feito aqui não apresenta “uma série de misturas, não leva gordura hidrogenada, tem menos açúcar – ou nem tem... Assim, você pode usar a quantidade de açúcar que achar melhor. Pode até trabalhar com o mascavo, que é mais saudável que o comum [o refinado]. Quando você prepara o ‘seu’ chocolate, existem inúmeras formas de fazê-lo. E isso é muito mais interessante, porque é possível chegar à textura ou ao sabor que se quer”. Como em toda a sua história o chocolate foi si-»»»

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O chocolate de Dona Nena ganhou o paladar de alguns dos maiores [e mais exigentes] chefs brasileiros e começa a ganhar destaque nas cartas de sobremesa.

nônimo de tradição, ele se tornou também memória afetiva – o que faz com que ele esteja em um eterno ciclo, onde quem o consome relembra bons momentos já vividos. Tal característica é encontrada em um conceito chamado “comfort food”. Segundo Ângela, é a sensação de experimentar sabores que relembram a infância, “o que você comia na casa da avó, da tia. O chocolate é um grande protagonista disso. Todo mundo tem história com chocolate. No Famiglia Sicilia, nós buscamos essa ligação afetiva em todas as receitas que fazemos. Além disso, na Itália o chocolate é sinônimo de amor, carinho... É uma das primeiras opções quando se quer conquistar alguém. Tem um chocolate famoso na Itália que se chama Bacio (cuja tradução em português é “beijo”), porque o sabor é de carinho, doçura, aproximação. Lá se trabalha muito o chocolate assim”. Quem pensa que o chocolate de fora é melhor que o daqui está bem enganado. A chef alerta que, por um tempo, também pensou assim. Até que seu irmão, Fábio Sicilia, em uma de suas viagens para estudar os segredos da culinária internacional, descobriu que um dos chocolates mais famosos do mundo – o belga – usava a matéria-prima produzida no Brasil. “O Fabio jurava que o chocolate era belga, mas na verdade ele saía do Brasil para a Bélgica, para ser trabalhado e depois voltar de outra forma. O nosso chocolate trabalhado artesanalmente – como é feito pela Dona Nena, por exemplo – não

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deixa a desejar em nada a nenhum chocolate belga puro. Pelo contrário: o nosso ainda é mais puro, porque o cacau tem que ir daqui pra lá, e o nosso está sendo feito aqui. Aqui, você come um chocolate que acabou de ser preparado. Por isso é muito mais saboroso e tem muito mais tempo de perfume”. Quem acredita nesse potencial e é um grande incentivador dessa ideia é o publicitário – que também é o idealizador do Festival Internacional do Chocolate na Bahia e no Pará – Marco Lessa. Para ele, era e é impensável que as regiões que mais produzem cacau no Brasil não transformassem sua produção no maravilhoso e sedutor chocolate. “Antes mesmo de criar o festival, não entendia como tinham regiões do Brasil fazendo eventos de chocolate – sendo polos produtores e vendedores de cacau – sem ter interesse em ver isso transformado no produto final”, relembra. “A intenção na primeira edição do festival na Bahia foi congregar todos os setores envolvidos com a produção do cacau, e com isso potencializar e criar uma demanda para o chocolate. A partir do momento em que montei os atores e organizei os produtores, trouxe grandes nomes do chocolate para falar de como empreender e tratar. Nós tivemos uma grande ascensão, de uma ou duas marcas de chocolate para quase quinze marcas na última edição. Chocolate de verdade, com muito cacau”. Esse, aliás, é o mais forte argumento de Marco na


defesa do chocolate: sua pureza, benefícios e seu sabor real ligado à fruta. Para ele, a maioria das pessoas tinha uma ideia de chocolate ligada à versão ao leite, que no geral tem muito açúcar e baixo teor de cacau. Isso já dá sinais de mudança. “No Brasil, o chocolate sempre foi muito doce. O que percebo é que, depois que algumas pessoas perceberam que é um alimento funcional e que faz bem à saúde, começaram a buscar o chocolate estrangeiro – com um teor maior de cacau, e principalmente com o sabor do cacau mais presente. Isso é uma mudança de hábito muito positiva”. Segundo ele, essa mudança de valores já pode ser vista nas lojas, onde é possível não só comprar um chocolate com alto teor de cacau, mas também verificar o quanto da matéria-prima existe no produto. “É possível perceber facilmente na prateleira do supermercado embalagens com o percentual de chocolate estabelecido, assim como o aumento na quantidade de marcas de chocolates e pequenas lojas de chocolate surgindo. Chocolate de origem, gourmet, fino”. Atualmente, quem consome mais chocolate no mundo é a Europa. O continente é um exemplo a ser seguido pelo Brasil, já que em países como Alemanha e Inglaterra o chocolate ao leite é fiscalizado, e respeita à risca a legislação de percentual de cacau de 33% – porcentagem que também era adotada pelo Brasil no passado. “Hoje, a taxa per capita de consumo de chocolate no Brasil é de dois quilos e meio/ano – bem distante dos quatorze, quinze quilos da Europa. Os maiores consumidores de chocolate

do mundo são a Alemanha e a Inglaterra. Nesses países, a legislação é mais rígida na fiscalização dos 33% de cacau. Aqui, reduziu-se para 25% – e ninguém sabe se de fato é cumprido”. Soma-se a isso o fato de que, lá fora, já se entendeu a importância da produção do cacau ligado à preservação ambiental e da mão de obra. “O povo alemão, por exemplo, se preocupa bastante com a preservação ambiental. Esse é um critério diferencial no qual eles prestam atenção. O produto deve, ainda, ser feito onde não se utiliza mão de obra escrava ou infantil. Isso deveria ser levado em consideração também por nós brasileiros, na hora de comprar um produto com mais qualidade”. Os motivos para valorizar nossa produção local? São muitos, segundo Marco. Entre eles, fatores ambientais e sociais – além de termos “a faca e o queijo na mão” para produzir o melhor chocolate do mundo. “O potencial do Brasil está na diversidade de cacau. Nós temos mais de 35 tipos de cacau, que geram chocolates diferentes. Estamos produzindo chocolate em um país produtor de cacau, o que possibilita benefícios no âmbito social e na preservação da natureza”. Para quem ainda tem dúvida se vale a pena arriscar neste novo – com raízes antigas – sabor, ele deixa um recado claro em relação à diferença entre o chocolate industrial e o artesanal/orgânico: “É como passar de um suco de laranja de caixa para um da própria polpa. Você percebe a indubitável diferença”.

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comportamento

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Aycha Nunes

Dudu Maroja

A vida

nunca mais será a mesma Sabe tudo o que sempre nos contaram sobre a maternidade? Ela é melhor ainda! Com a proximidade do dia das mães, a Revista Leal Moreira mergulhou na intimidade e rotina de três mulheres que se tornaram muito mais que mães: as melhores amigas de seus filhos.

A

prender a cozinhar, decorar, consertar; devorar livros, revistas e sites sobre maternidade; aumentar, reduzir ou até mesmo eliminar o volume de trabalho e fazer tudo isso enquanto amamenta, acalenta e conduz a vida de um pequeno ser completamente dependente. As novidades agregadas à maternidade não são poucas ou fáceis, mas não há mãe que não encha os olhos de amor ao falar sobre elas. Mãe das gêmeas Giovana e Giulia, 10, e de Marcela, de 8 anos, Aretusa tem, como maior aliado da rotina familiar, a proximidade do trabalho com a casa onde a família vive. E é graças a este privilégio que ela consegue administrar a profissão, a família e preservar rituais, como fazer as principais refeições com a família inteira em volta da mesa. “Amo ser mãe. É um prazer sem igual dividir com as meninas a minha vida e todos os momentos das nossas. Hoje tenho uma grande vantagem: o fato de morarmos perto do local onde eu trabalho e de onde as meninas estudam. Graças

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a isso consigo estar sempre com elas. Nós cinco sempre tomamos café e almoçamos juntos e, na maioria das vezes, Marcelo (esposo) e eu as deixamos e apanhamos – juntos – na escola. Adoro colocá-las na cama. Este é o momento que rezamos juntos. Somos pais presentes, não por obrigação e sim pelo imenso prazer que é estar com elas”, declara. O modo como fala sobre a rotina com as crianças, faz a vida de mãe “de três” parecer simples, simplíssima. Contudo, Aretusa explica que manter o companheirismo com as meninas é resultado de um esforço diário e constante. “As mudanças começaram desde que descobri que teria gêmeos, porque a preparação incluiu um enxoval dobrado, o desafio de arrumar o quarto (superpequeno) com dois berços e a inevitável leitura diária para “aprender” a ser mãe de gêmeos. Com a chegada da Marcela (um segundo susto, já que a gravidez não fora planejada e as gêmeas ainda não tinham dois anos) precisamos fazer uma ginástica »»»


Acima e ao lado – Aretusa e suas meninas Giovana, Giulia e Marcela no programa das tardes de sábado: salão de beleza.

para colocar a terceira criança no pequeno quarto. E eu tive que aprender a dividir meu tempo entre a bebê e as maiores que queriam e precisavam de atenção”. “Os malabarismos para estar presente na vida dos filhos são diários. Não somem com o passar dos anos. Conciliar tantas funções não é fácil, ainda mais com elas estudando em turnos diferentes. É um desafio diário. No carnaval, por exemplo, tive que me desdobrar para atender as três. Fui ao comércio várias vezes. No final, elas ficaram lindas e eu quebrada, porém, feliz e realizada”, lembra. “À medida em que elas crescem, o ritmo vai mudando e tudo vai se ajustando. Hoje as meninas já não dormem às 20h, como antes, mas entre 21 e 21h30. Vemos filmes juntos e curtimos refeições ‘a cinco’. Elas adoram dormir no nosso quarto e nos fins de semana fazemos ‘um acampamento’. Agora estão na fase de querer ir ao salão comigo, adoram fazer as unhas e eu adoro a companhia delas”, conclui. Dotes “Estou aprimorando meus dotes culinários”, revela, entre risos, a estilista Vivianne Huhn. A

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revelação, que escapa quase como uma piada quando o assunto é a rotina com os filhos, desnuda uma faceta pouco conhecida da vida da designer: Vivianne não pensa duas vezes na hora de trocar o atelier pela cozinha quando se trata de um pedido dos filhos. Há pouco tempo, a estilista revelou a amigos que saíra de casa em uma noite de domingo, para comprar os ingredientes necessários para a materialização do desejo de seu filho mais velho, Roger, 11 anos: um bolo bem-casado. “Como minha rotina é puxada, inclusive pelas viagens a trabalho, eu procuro atendê-los sempre. As crianças são apreciadoras de uma boa cozinha e eu não gosto muito de sair, então tenho aprimorado meus dotes culinários para ficarmos mais juntos e em casa. Além disso, eles curtem muito e sempre falam que a mamãe é ‘a melhor cozinheira do mundo’. Ultimamente eles também começaram a planejar as refeições: pesquisam as receitas na internet e eu as executo”, conta Vivianne que também é mãe de Lina, 9 anos. O aumento da frequência com que pisa na cozinha não foi a única mudança que a estilista se impôs. “Eu não consigo estar muito presente – não tanto quanto eu gostaria – e não me


A estilista Vivi Hühn é mãe de Lina e Roger. Pelos filhos, ela reinventa a própria rotina. “Levamos os colchões para a sala ou durmo no quarto deles”, conta entre gargalhadas.

culpo por isso, mas faço dos nossos momentos, especiais. Tento propor formas diferentes de estarmos juntos. Recentemente descobri que voltar a pé da escola pode ser muito proveitoso. Deixo o carro estacionado no trabalho e vou buscá-los. Este é um momento em que entro no mundinho deles. Aproveitamos para fazer um resumo das atividades, das pendências. Tomamos sacolé, comemos bobagem... É uma delícia”. Diminuir o ritmo ou parar de exercer a profissão nunca foi uma opção para a estilista, no entanto, ela acredita ter encontrado a sua fórmula para o equilíbrio entre a profissional e a “melhor cozinheira do mundo” e nesta receita não faltam diálogo e paciência. “Acho que toda mãe moderna vive na corda bamba quando o assunto é rotina da casa e dos filhos. Estou o tempo todo conversando com eles para que entendam que minha ausência não é abandono – é uma fase pela qual eles também passarão. Dou aos meus filhos os meus melhores momentos e quando estou com eles, sou deles, de verdade. Na cozinha temos momentos maravilhosos, mas acho que são as quebras de rotina que garantem nossos

momentos mais legais, como por exemplo, levar colchões para a sala, dormir no quarto deles, fazer pipoca com brigadeiro, são algumas das nossas peripécias” revela. E mesmo após fazer parecer natural a correria diária, Vivianne surpreende e é enfática ao declarar que não nasceu para ser mãe. “Não, definitivamente não. Eu aprendi a ser, na verdade estou aprendendo. Todo dia aprendo algo diferente com meus filhos. Ninguém nasce pronto, vamos nos moldando, vamos nos aprimorando e estes dois filhos me ensinam especialmente a arte da paciência e da resignação”, pondera. Projeto Na vida da farmacêutica Ana Claudia Eluan, mãe de Gustavo, 2 anos, a maternidade foi muito bem planejada, assim como a decisão de deixar para trás a carreira consolidada e ser mãe em tempo integral. O único elemento desta equação que não estava nos planos da família era o preconceito que surgiria a partir da mudança. “Sempre me imaginei mãe, mas confesso que busquei outras realizações antes de colo- »»»

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car em prática este projeto. Eu sabia que viveria a maternidade de forma intensa, então a protelei. Casei, viajei, me estabeleci profissionalmente, comprei meu apartamento, emagreci, cuidei de mim... e só depois de quase sete anos de casada, ‘engravidamos’. Fui mãe aos 34 anos, bastante madura e certa do que queria”, afirma. A preparação para a chegada do bebê foi intensa. “Criei muita expectativa em relação à maternidade. Eu não imaginava que fosse brincar de boneca e por isso tive nove longos meses de muitas dúvidas e questionamentos. Seria uma boa mãe? Suportaria as noites sem dormir? Saberia cuidar? Como seriam as cólicas? E quando ele nasceu, foi tudo tão mais simples do que eu esperei e não sofri tanto assim com as mudanças”, conta. Ela confessa também que a principal mudança após o nascimento do Gustavo foi o sono. “Eu começava a trabalhar às 10h, então sempre pude dormir até um pouco mais tarde e ter um café da manhã tranquilo – o que foi impossível manter, obviamente. Gustavo era madrugador e despertava cedíssimo. O resto todo veio junto: acordar cedo, café corrido, pouco tempo pra mim, noites mal dormidas... Mas passou rápido, logo tínhamos uma nova rotina estawww.revistalealmoreira.com.br

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belecida, à qual nos adaptamos e que muda sempre, de modo a se ajustar a cada nova fase dele”. E foi em meio a tantos ajustes de rotina, que chegou o momento de voltar ao trabalho, com o fim da licença-maternidade. A necessidade de se doar por completo ‘gritou’ nos ouvidos da farmacêutica. “Acho que intuitivamente e inconscientemente eu pensava em não voltar a trabalhar quando decidi engravidar. Durante a gravidez isso passou repetidamente pela minha cabeça, mas eu não externava. Não falava. Sempre fui centralizadora e dedicadíssima aos meus projetos. Ter um filho e ‘deixá-lo’ aos cuidados de terceiros não era algo que me agradava. Do outro lado eu tinha 13 anos de trabalho duro na mesma empresa e um cargo excelente. Era difícil pensar em abandonar isso. A guerra travada comigo mesma foi dura, mas tudo ficou claro quando o Gustavo nasceu”. Preconceito “Sou inquieta, por natureza. Não consigo ficar sem trabalhar. O que eu não podia era trabalhar tanto quanto antes”, afirma Ana Claudia. A frase, que poderia ser uma justificativa, estava longe de ser. A decisão de sair do emprego e


Anderson Araújo Ilustrações: Rodrigo Cantalício

A farmacêutica Ana Cláudia Eluan não hesitou entre trocar a carreira estável e ser mãe. O filho, Gustavo, ganhou uma companheira inseparável.

abraçar a maternidade foi tomada de forma serena, que não permitiu [e ainda não permite] espaço para arrependimento, no entanto as críticas e o preconceito disfarçado de curiosidade sempre tentam, em vão, acabar com a serenidade da mãe de Gustavo. “Sempre ganhamos e perdemos algo com as nossas escolhas. Quando decidi sair do emprego, estava consciente do que perderia e muito mais do que ganharia. Para algumas pessoas, no entanto, minha escolha foi uma derrota. Para essas, minha opção era uma demonstração de fraqueza, visto que eu não conseguia fazer algo que muitas mães fazem há séculos. Pra mim, porém, foi uma vitória. Uma vitória contra o preconceito – incluindo o meu – sofrido pelas mães que simplesmente escolhem estar mais tempo com o filho”, desabafa, e mesmo hoje, dois anos após a saída da empresa onde trabalhava, palavras como “louca” e “dondoca” ainda teimam em perseguir Ana Claudia. “Meu marido apoiou completamente a minha decisão. Também tive

apoio dos meus pais, irmãos e alguns amigos. Mas para a grande maioria eu estava cometendo a maior loucura da minha vida. Ouvi e ainda ouço coisas do tipo: “Vais ser dondoca”, “Assistes televisão a tarde toda ?”, enumera. Ela conta que a maior preocupação das pessoas agora é saber o que Ana Claudia faz enquanto o Gustavo está na escola. “Também perguntam se eu abandonei a profissão ou se vou ter outro filho para justificar tamanha loucura e isso me entristece porque eu nunca julguei ou condenei alguém que tenha escolhido ou precisado voltar a trabalhar. Logo, não acho justo que a decisão de não voltar ao trabalho seja julgada como algo negativo”, lamenta. Diante das críticas e dos olhares de reprovação, Ana Claudia tem uma certeza: A de que fez a escolha certa. “Nunca me arrependi desta decisão. Tenho um filho fantástico, seguro, companheiro e que me mostra com sua personalidade o quanto minha presença foi e é importante para ele”, conta sorrindo.

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especial 400 anos

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Carolina Menezes

de

Belém

as todas tribos

N

osso entrevistado ligou, avisando que chegaria muito atrasado. Quando chegou, muito docemente, ao mesmo tempo em que se desculpava, rindo, perguntava: mas por que eu para falar sobre o assunto? Não sou engenheiro ou arquiteto, sou poeta...! Emanuel Matos, também sociólogo, e atualmente, assessor na Secretaria de Estado de Promoção Social (Sepros), leva toda a conversa nesse ritmo, brinca, fala sério, brinca de novo, descreve, com brilho nos olhos, a sensação de descer em Belém pela primeira vez, ainda na década de 60, desembarcando de uma navegação vinda de sua terra natal, Santarém. Mas em momento algum, ele se prende ao saudosismo frequente de sua geração, que costuma repetir o bordão “bom era no meu tempo”. “Sentir saudade não é ficar preso ao passado e esquecer de olhar para a frente, mas as pessoas costumam confundir isso...”, lamenta. Em uma lucidez de interpretações extremamente sensíveis, ele não hesita em dizer que Belém é, sim, do ‘Treme’. Do Tecnobrega. De todo mundo que se vale de fazer revoluções em suas ruas, nos bairros, no intento de gritar diante de autoridades que ainda fazem “ouvido de mercador” para a Belém nova que já nasceu, já cresceu e que chega até um pouco tarde para a grande virada de seu quarto século de existência. “A Belém de hoje é a de todas as tribos, não é preciso ter medo disso! Se nós tivermos juízo, encontraremos as coisas em meio a essas transformações. Eu sopraria as velas do bolo pedindo para que a cidade tenha a

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capacidade de se repensar”, diz Emanuel. Confira a entrevista: Belém ainda tem o título de Metrópole da Amazônia? Ou está voltando a ter, ou nunca teve...? Eu penso que esse título, atribuído à cidade, precisa ser compreendido em várias dimensões. Em algumas, nunca vai deixar de ser. É porta de entrada da Amazônia, do bom e do ruim. Mas não é mais se considerarmos como modelo de cidade, do ponto de vista de sua organização urbana. Manaus (AM) hoje é muito mais bem elaborada e pensada do que Belém. Se a capital paraense, do século XIX para o XX, foi o modelo de planejamento urbano, hoje não é mais. O que houve? Exatamente, o que houve...? Acho que a grande crise da gestão pública de Belém se deu pela diminuição ininterrupta e constante e decadente de seus gestores e elite dominante. Esta é a minha visão, ainda que muito questionada. Esta elite que toma conta, com o tempo, foi perdendo a sua capacidade de ver Belém. Então houve essa capacidade? Houve. Na passagem do século XIX para o XX. Belém só teve um grande administrador como “homem das luzes”: Antônio Lemos. De lá para cá, Belém foi gradativamente perdendo o vínculo com os gestores de ideais iluministas, científicos, tecnológicos. A ideia de urbanidade, a ideia da »»»

Dudu Maroja


cidade, como a maior invenção da modernidade. Nós precisamos entender que a cidade é a síntese para se compreender o que é a modernidade. Se alguém quiser compreender a modernidade tem que entender o que são as cidades, porque é seu melhor exemplo, para o bem e para o mal, mas é sua melhor síntese. Quando a gente fala de urbano hoje, é muito engraçado, porque o urbano não se refere mais só à cidade. Você vai ao campo e os elementos da urbanidade já chegaram. Urbano é elemento típico da modernidade. Tem a ver com conforto, progresso, possibilidades da tecnologia. Das riquezas, acúmulo de capital, desenvolvimento. Daí é que está linkado o urbano, como exemplo mais contundente de modernidade. E Belém teve, em um passado recente da História do Brasil, esta característica. ‘Ah, é por causa dos vínculos com a economia da borracha, que facilitou’. Sem dúvida, mas sem homens iluminados, adeptos das ideias iluministas teria dado no mesmo. Na ditadura havia recursos, e mesmo assim estagnou. Por quê? Por ausência de leitura, de visão e ideias sobre o desenvolvimento da cidade. Então ficamos nisso: é metrópole, não pela cidade que é, mas por ser portal; é local de idas e vindas e isso tem de ser compreendido. Repare na quantidade de pessoas que vêm morar aqui um tempo para ficar ricos com as riquezas do Estado e depois vão embora. Extraordinário. Uma pesquisa que precisa ser feita. Quantas famílias vieram com a Transamazônica, com a BR-316? Belém é essa espécie de local de

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passagem, os filhos ficam e os pais vão às fazendas, indústria madeireira... ganham dinheiro e vão embora. A ausência de propostas para Belém é gritante. Você procura nos governos recentes planos e ideias de reconstrução... E tanto se falou que um alinhamento partidário entre prefeitura e Governo faria a diferença... Essa é uma outra questão. O que me causa espanto é que todos estão calados. A desordem urbana de Belém, a ausência de critérios para as construções dos grandes edifícios, a desobediência às leis, o descaso pelo Patrimônio Histórico... Belém é uma cidade desobediente? É, e por isso o Lemos foi execrado: porque lutava, desde a passagem do século XIX para o século XX, contra a ausência de urbanidade das pessoas. Das famílias, que achavam que podiam mandar e desmandar em tudo... Belém é cidade de pessoas sem urbanidade então? Belém tocou as ideias iluministas, mas delas se perdeu. Ou as recuperamos ou vamos para a pior. Estamos nos tornando, do ponto de vista do tráfico [de drogas], por exemplo, insuportável. E não se vê a saída porque não se pensou na redistribuição da posse da terra. Falta interesse público em redistribuir as áreas que eram de Marinha, da Aeronáutica, do Exército. Por que uma sociedade que está assistindo a um desmoronamento de seu modelo de gestão não consegue rever a sua condição territorial? Coisa básica para uma cidade! ‘Ah, mas é difícil desapropriar, muito caro fazer um plano agora...’ Porque não fizeram em tempo hábil! Porque deixaram que as instituições se ossificassem, ficassem caducas. O que justifica forças militares tomarem terrenos tão grandes em Belém? Por que não se expande pra região da Alça [Viária]? Ou espaços urbanos fora do eixo entre o Entroncamento e a Cidade Velha?

so, à medida em que as oportunidades foram aparecendo, e como não poderia deixar de ser, as empresas também tomaram conta do que foi oportunizado. Não posso esperar que as empresas façam diferente. A responsabilidade por esse freio é do Poder Público! Uma coisa que eu devo deixar claro: não acho que isso seja problema de partidos ou de mandatos: é de gestão. É um problema estrutural, de 150 anos, que ninguém consegue resolver. Da queda do ciclo da borracha, Belém começa a padecer, e em decorrência disso a política começa a perder o compromisso com a coisa pública. Você chegou a brincar no início da entrevista sobre não ter entendido o convite para participar da Série Belém 400 Anos da RLM, afinal, você não é engenheiro ou arquiteto, mas sociólogo e poeta. E a poesia em meio ao caos urbano, tem lugar para ela? Eu não sou de Belém. Nasci em Santarém. Cheguei de navio pela primeira vez, jovem, e minha primeira impressão [de Belém] foi o de deparar com uma senhora inglesa, mas que recebia à francesa. Com seus blocados de ferro, aparentemente feitos à mão, um encantamento extraordinário e um desejo enorme de descoberta. Minha primeira saída rumo ao Ver-o-Peso... quando vi aquele personagem, sim porque eu chamo de personagem, já que são quatro torres como quatro braços levantados para o céu, raízes profundas dentro da água... isso me deu uma impressão extraordinária de estar em cidade de primeiro mundo, de não ser possível não ser admirada, de não ter como se apaixonar.

Mas há um crescimento para outros lados, como para a Avenida Augusto Montenegro, mesmo de-

Estamos falando da década de 60? Sim, 1965, 1966... estamos falando de ontem! Para mim é ontem. E essa ideia de Belém não se deu só nessa primeira impressão. Deu-se pelas grandes avenidas, grandes praças. Você quer ver como Belém perde em decorrência de sua própria elite? Quando eu cheguei aqui, andei por uma avenida chamada Independência [hoje, Avenida Magalhães Barata, no centro da cidade] que depois mudou para nome de general. Eu brincava: perdi

sordenado... Você disse: desordenado. Porque foi ao aca-

a independência para um general. É o mau gosto. O oportunismo dos interesses de grupos que não »»»

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percebem que Avenida Independência não é só um nome; era uma compreensão de mundo, de cidade, um modelo urbano de vida. E aí eu me deixo levar pelo nome de um general porque eu preciso homenagear os grandes vultos! Assim vamos perdendo os grandes ideais, a capacidade de sonhar. De estar pensando em coisas mais bonitas. Essa poesia que descia pelo nome das ruas, pelas sombras, pelo tronco das mangueiras como se fossem meias soquetes, que davam a ideia de que se estava em uma cidade limpa, isso foi se perdendo e hoje te dá medo de andar na cidade. Perdeu-se tudo. Ok, podemos dizer que isso é inevitável com o crescimento, inchamento e concentração da vida urbana. Então qual é o desafio de hoje? Eu não posso mais ter a Belém dos anos 60, bucólica. Então vamos descobrir qual é a Belém de hoje? ‘Vâmo’ trabalhar ciente desses desafios que a pós-modernidade nos coloca hoje? Se Belém não é mais a da classe média que se sentava nas portas, que Belém é essa? Tu achas que falta mais curiosidade de ver o novo em detrimento daquela Belém da saudade...? Este sentimento de saudade eu também condeno. Porque nós achamos que sentir saudade é sentir necessidade de voltar atrás. E nos esquecemos de olhar para frente! O mote que Belém precisaria pegar para valer e desenvolver é, de uma vez por todas, ser a cidade de todas as tribos, e sem medo. E o que seria isso? Dar a oportunidade e criar condições e espaços públicos para que as pessoas possam se manifestar, seja nas artes, na cultura, nas oportunidades econômicas, mas, sobretudo, que deixasse de pensar na Belém dos poetas românticos e líricos para se abrir à nova poesia e nova perspectiva que a juventude está trazendo hoje, que inclusive é diferente da minha. E são elas que indicarão esses caminhos, então precisa dar voz a essa juventude. Precisa não ter medo da turma do ‘Treme’. Da turma do Tecnobrega. Não se pode ter medo das manifestações, independente do bairro de origem. Se eu não abrir a possibilidade de ouvir todas as tribos eu não terei o caminho de Belém. A elite gerencial que faz a gestão de Belém é como um cachorro que corre atrás do próprio rabo. E não consegue sair disso porque não se abriu e não teve a coragem de dizer ‘olha, aquele modelo de Belém tradicional, bela, que eu também, Emanuel, en-

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contrei e me apaixonei, não tem mais’. Não tem mais. E que Belém é essa que está brotando? A mim faz um mal terrível, mas não faz mal às novas gerações porque elas estão fazendo a nova Belém, e isso precisa ser compreendido! Disseste que condenas o sentimento de saudade, então eu te pergunto, o que celebras desse novo? Eu ainda não celebraria algo que poderia ser chamado de referência. Mas celebraria a possibilidade de dar voz a todos. A coragem que a turma e as tribos de periferia estão se dando, ao se apresentarem como alternativas independentes da cultura dominante. E com força. O que eu não celebro é a incapacidade das pessoas que fazem a gestão de se abrir para isso. Mas não tem apoio? Governo do Estado contribui, tem o Terruá Pará, por exemplo, o reconhecimento da grande mídia. Quem ainda fecha a porta para eles? Eu acho que precisa ir além do trabalho da cultura, enquanto bem de consumo – o que já é feito maravilhosamente bem. Eu quero ver a organização da cultura, enquanto bem de produção. Onde é que eu crio oportunidade para essas expressões se transformarem em investimento, em “empreendedorismo”? – que é uma palavra terrível. Veja o Nordeste dos anos 70. O Fagner, o Belchior não tiveram apenas chance de se mostrar. Deram condições e estrutura para que se apresentassem como reprodução da cultura nordestina. O que é que nós estamos aqui fazendo é patinar entre o saudosismo de uma Belém lírica contra uma Belém violenta, que está aí com suas características. Eu não posso celebrar a violência enquanto violência, e nem achar que eu posso extirpar da sociedade a violência, que é uma realidade própria e inerente da existência humana e que se manifesta ante a ausência de propostas concretas para a sociedade. Belém para mim é a Belém feita pelo [arquiteto Antônio] Landi (1713-1791), com seus traços imprecisos e retos, com capacidade de ver a organização do espaço. Hoje não tenho mais isso, e o pior, ou melhor, o que eu tenho hoje é uma desorganização que tem a sua voz! E a organização não tem? Ou tem voz mais baixa...? Mais baixa... e também ouvida como opressora. Com incapacidade de ver a possibilidade de abertura para o outro. A opressão não é o caminho; ela »»»


só enfraquece a voz, inclusive a da ordem. Quando penso em Belém, penso em duas realidades: eu penso nas manifestações que Belém tem, como o Círio de Nazaré, ritual como poucas cidades têm. E de outro lado eu tenho este caos que está posto aí. Que eu não enfrentarei nunca mais com os velhos instrumentos. Eu só as enfrentarei se tiver capacidade de ir ao encontro delas. Por isso falo em Belém de todas as tribos. É preciso ir à periferia e ouvir as pessoas. É preciso chamar as pessoas... Eu tinha um projeto, no final dos anos 90, chamado “O Centro é a Periferia”, quando eu era presidente da Ação Social, na época do governo [estadual] de Almir Gabriel (1932-2013), e me lembro que, em uma reunião junto com o pessoal da área da trânsito eu disse: é preciso começar a pensar que hoje o centro das nossas atenções é a periferia. Que fizemos? Inchamos o centro! Não existe referência, Belém perde suas referências históricas, e perde suas perspectivas de futuro. Ou terá um futuro caótico, puro e simples, no “’vamo’ ver como é que fica”. Quem manda em Belém não é o bom senso, ideias ou planejamento, são os interesses. Então o que nos falta acontecer? Ainda não apareceram, mas eu espero que apareçam, pessoas com porte social, moral, ca-

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pacidade de articulação para dar o grito de ‘basta’ para a cidade. A população quer falar, quer ter voz e autoridades precisam perceber isso. Houve processo de desqualificação das lideranças. Eu, nos anos 90, fiz uma canção e nunca imaginei que a realidade fosse mais séria do que eu havia descrito. Chamava “Outubro” e eu dizia que “tudo o que foi para sempre, para sempre em Belém não será”. Essa cidade que parece ser feita para os transeuntes, para quem quer comer, dormir e ir embora. Não nego que prefeitos ou governadores se esforçam. Mas eu insisto na necessidade de luzes. Eu não acharei novos caminhos, se não der ouvidos a todos. Não tem salvador da pátria. Não tem iluminado. Precisa chamar nova luz, que está justamente nas novas tribos. Só mesmo dá para celebrar as manifestações, que se impõem, à revelia do poder. Manifestações não só na área cultural? Não! Urbana também, dos bairros. Belém não se conscientizou de que não é só reclamar do tráfego do centro, é cuidar para que a periferia não tenha de vir ao centro. Quem planeja os novos shopping centers, as áreas de lazer, tem que pensar nisso, de criar a não necessidade da pessoa se deslocar sempre até o centro porque na periferia não tem isso ou aquilo. Belém precisa de bairros prazero-

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Outubro (Emanuel Matos) Tudo o que foi para sempre Pra sempre em Belém não será Mostra um rio de dores e sonhos Deságua nas ruas das vidas de lá E vem no jeito de cobra arrastando Remando um barco querendo chegar Em uma terra que seja Belém Como outubro faz acreditar

ÚLTIMA ORAÇÃO (Emanuel Matos) Quando eu for morrer Vou pedir pra ser Outubro No meio daqueles anjos Do Círio de Nazaré. Lá estarei tranquilo Com meu cigarro de palha As dores todas vencidas Nas ondas do rio-mar. E quando chegar a hora Bem antes do partir Pedirei à Virgem asas Feitas de miriti.


sos de se frequentar. Vou a São Paulo e sempre visito o bairro do Bixiga e a Vila Mariana, porque lá acho ‘N’ coisas que me atraem. Belém tem o centro... e o quê mais? Freud [Médico e fundador da Psicanálise, Sigmund,1856-1939] diz que em todas as cidades existem várias outras, em um livro maravilhoso sobre o processo civilizatório. Eu carrego Belém e Santarém. Mas é relação de amor e, não ódio, mas de temor pelo que falta acontecer. É a casa que cai, ou fica só fachada, e não tem ninguém punindo. E o problema não é legislação, é vontade política. Como é que o Maranhão, com todas as suas dificuldades, manteve o centro histórico? Como Belém não consegue? Por que hoje se discute a flexibilização dos gabaritos de construção nas áreas históricas quando o crescimento poderia ser estimulado a seguir em outras direções. Mesmo assim, eu não moraria em outra cidade, não mesmo. Ao chegar no Bixiga, por exemplo, e alguém te perguntar se vale a pena morar em Belém, o que você diria? Não sei se eu recomendaria, mas eu não saio! Não tenho coragem, é algo existencial mesmo. Tive a sorte de ter o poema “Última Oração” musicado pelo Edyr Proença, e nele eu digo que “quando eu for morrer eu vou pedir pra ser outu-

bro, no meio daqueles anjos do Círio de Nazaré. Lá estarei tranquilo, com meu cigarro de palha. As dores todas vencidas nas ondas do rio-mar, e quando chegar a hora, bem antes do partir, pedirei à Virgem asas feitas de miriti”. Que relação essa sua com Belém, hein? Sim! Independente do que eu disse, ela continua linda. Ando muito a pé. Com medo, mas vou. Rezo e vou. Sonho para Belém que autoridades e elites tenham a capacidade de ter a coragem de repensar a cidade, além dos problemas pontuais. Que chegue alguém e diga ‘pare, agora vamos fechar a torneira porque é preciso discutir um novo e melhor caminho’. Dentro da noite escura, no caos, em vez de andar em giro, em círculo, é melhor sentar debaixo da árvore e esperar que a manhã clareie o caminho. Não estamos mais no período da Lei de Segurança Nacional e nem nos tempos da ditadura, então por que não sentamos para repactuar tudo? Olhar no rosto, fazer fóruns com a cidade participando do processo. Não é nos gabinetes que estão as respostas. Se tivermos juízo, as coisas se acham nas transformações. Estamos a dois anos dos 400 anos de Belém. É chegada a hora da grande virada? Acho que estamos é atrasados para essa vira- »»»

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da. Falta a efervescência, criatividade. Estou cansado do politicamente correto de Belém, que é pobre, limitado, que tira a libido de pensar o novo, a possibilidade de sonhar. Eu não vejo os gestores abrindo-se à sociedade, e em um reconhecimento singelo, dizendo ‘vocês não sabem como fazer e eu também não, então vamos conversar?’. Mas não. Existe o enorme medo de perda de poder, porque as autoridades acham que se voltar ao povo e ouvi-los pode significar perda de poder. Nosso modelo civilizatório vem ruindo desde os anos 50, de modo que hoje não há como gerir sem ouvir a sociedade. O que faz a sociedade ir para frente é o desejo de construir algo melhor. Quem não está em sintonia? Belém? Seus governantes? A população? Atravessamos uma crise geral das elites gestoras do mundo, em particular, na América Latina. ‘Tá tudo parado! Eu tenho o direito de fazer o ‘rolezinho’. Mas o ‘rolezinho’ assusta. Qual o direito de assustar o outro? De criar o pânico? Alguém precisa dizer isso. Não é ser moralista, é ser inteligente. Estamos diante de um poder econômico paralelo às gestões públicas, que não sabem enfrentá-lo. Um poder que ainda não encontrou seu grande rival. Descaso pelo exercício do poder também é perder poder! Se você fosse soprar as velinhas daquele enorme e tradicional bolo de aniversário de Belém, aquele lá do Ver-o-Peso, o que você pediria? Meu sonho para Belém, nos seus 400 anos, é que a festa seja de reconstrução, de repensar. Com fóruns para discutir cultura, transporte, desenvolvimento, educação. Não é ser populista, mas vamos dar uma parada, ver o que é possível e o que não é. Ver o que é minha responsabilidade, o que é sua responsabilidade, do prefeito, do governador. Fazer com que todos sejam partícipes desse processo, sem perder tempo achando que o problema é só consumo, ou só pobreza, ou só esquerda ou só direita. Dizer aos novos e velhos ricos que ninguém sabe tudo, fazer um convite a todos para que saiam da excentricidade e entendam que o novo construir é coletivo. E sem ser abrupto. Paulinho da Viola canta: faça como um velho marinheiro, que durante o nevoeiro, leva o barco devagar.

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Elck Oliveira

Por rotas outras

De uma localização diferente da atual capital à existência de um campo de concentração – conheça histórias que pouca gente conhece e que reescreveram os rumos de nossa trajetória.

Q

ue a história do Pará é uma das mais ricas e intrigantes deste pedaço de chão, que acabou se tornando o Brasil, não há como negar. Mas o que também não podemos deixar de ver é que, muitas vezes, fatos importantes – e/ou pitorescos – dessa incrível trajetória acabam ficando esquecidos, ou, pelo menos, relegados ao segundo plano da nossa memória coletiva, pelos mais diferentes motivos. A Revista Leal Moreira saiu a campo, com o objetivo de investigar e resgatar alguns desses episódios que, embora nem sempre tenham sido decisivos para mudar ou transformar o rumo das coisas, certamente contribuíram para que chegássemos onde estamos e para a construção da nossa identidade. Você sabia, por exemplo, que a nossa capital poderia ter sido instalada em outro local, onde hoje é a cidade de Salinópolis ou mesmo na Ilha de Marajó, e não em Belém? É o que explica o historiador Alírio Carvalho Cardoso, professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), doutor em História pela Universidad de Salamanca (Espanha), e especialista em temas como “os primeiros anos da ocupação portuguesa da Amazônia”.

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Segundo ele, por volta de 1656, o então governador André Vidal de Negreiros instalou uma fortaleza na região onde atualmente está a cidade de Salinópolis. Os objetivos do governante eram melhorar a proteção da região e a comunicação entre o comércio de Belém e o de São Luís, em um período delicado, que corresponde ao final da invasão holandesa ao Brasil. “A fundação de novos núcleos de povoamento na região atendia aos mais diversos interesses. Alguns locais, outros regionais e mesmo internacionais. No caso da região Amazônica, a fundação de novas vilas e capitanias depois dos anos de 1640 está muito ligada às guerras europeias, principalmente depois da invasão holandesa ao Brasil. A ocupação da região que bem mais tarde viria a ser “batizada” Salinópolis tem, entre outras coisas, relação com esse contexto internacional. A costa das Salinas, como era chamada, era parte da capitania do Caeté, uma rica área de extração de sal, um produto caro em certos lugares da Europa”, descreve o historiador. O professor Alírio acredita que a ideia de “transferir” a capital para outro ponto tenha sido uma »»»


proposta do próprio André Vidal de Negreiros, considerado um herói da guerra contra a ocupação holandesa do Brasil e, talvez até por isso, um homem excessivamente preocupado com a questão da segurança. “Desde o início da fundação de Belém, houve polêmicas exatamente sobre a falta de segurança do local. Belém tinha um porto de fácil acesso. Isso era bom para o comércio, mas ruim para a segurança em tempos de guerra. Ao longo dos anos surgiram propostas para a mudança da capital. Sabemos que Negreiros achava que a ilha de Marajó, por exemplo, seria uma sede melhor que Belém. Por ser uma ilha, seria mais defensável. Precisamos entender também que as mudanças de capitais nessa época eram comuns e, às vezes, necessárias. Em 1673, a própria capital do antigo Estado do Maranhão e Grão-Pará mudou de São Luís para Belém”, completa, acrescentando que, ao contrário do que podemos pensar, os homens daquele momento não se consideravam “brasileiros” nem muito menos “paraenses”. “Eles se consideravam portugueses e faziam um uso às vezes bem pragmático das cidades localizadas fora da Europa. Se as cidades não correspondiam mais, se não recebiam mais

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comerciantes, se não tinham bons portos, ou se eram atacadas com frequência, então o melhor era mudar”. Avançando um pouco mais no tempo, vamos descobrir outro ponto curioso da nossa história: a visita de um imperador à nossa capital, Belém. O ano era 1876, portanto, já quase no final do século XIX. A monarquia passava por uma crise e o imperador D. Pedro II – o segundo e último da nossa história – buscava fortalecer o seu poder e robustecer as alianças políticas com um grupo que vinha crescendo, que era o dos produtores de borracha, item que, logo a seguir, propiciaria um desenvolvimento fantástico à região, durante a chamada Belle Époque. Assim, o imperador aproveita uma viagem que estava fazendo para os Estados Unidos, juntamente com a imperatriz Teresa Cristina, e encosta no porto de Belém, que se preparou de maneira cuidadosa para recebê-lo. “Pedro II veio a Belém de passagem. Ele seguia para uma feira internacional em que o Brasil ia se apresentar, na Filadélfia, e também levava a imperatriz, que estava doente, para fazer um tratamento nos Estados Unidos. Mas, além disso, naquele momento,

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dois fatos importantes ocorriam: a abertura do rio Amazonas à navegação internacional e o começo do ciclo da borracha, o que acaba incentivando que ele passe por aqui. Foram apenas algumas horas, o que parece pouco, mas que foi o suficiente para gerar uma mudança significativa na cidade, que já estava em processo de alteração por uma série de razões e que começava a juntar muito dinheiro com a borracha”, explica a historiadora Magda Maria de Oliveira Ricci, professora da Faculdade de História da Universidade Federal do Pará (UFPA), doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A professora lembra que, nesse período, o Brasil tinha acabado de sair da guerra do Paraguai e o Theatro da Paz estava prestes a ser inaugurado (1878). Para receber o monarca, Belém ganhou uma série de melhorias, como a reforma na praça que hoje é a Praça da República; a construção de mais uma torre na igreja de Sant’Ana em homenagem ao imperador, e a elevação de um enorme frontispício no porto da cidade, onde a embarcação que trazia D. Pedro II atracou. “Essa é uma passagem do período imperial que merece ser lembrada, já que, muitas vezes, es-

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ses fatos ficam esquecidos justamente porque a República foi muito forte no Pará e o período da monarquia ficou taxado como revoltoso, principalmente porque nessa época aconteceu a Cabanagem. Então, acredito que houve um apagamento da memória do que a monarquia construiu depois da Cabanagem, que foi muita coisa, e a vinda do imperador foi apenas um ícone dessa construção”, opina. Segundo Magda, outras provas desse “apagamento” foram as mudanças trazidas pelos republicanos após a queda da monarquia. Muitas ruas de Belém, por exemplo, tiveram seus nomes alterados pelo novo regime. “A avenida que hoje é chamada de Generalíssimo Deodoro, antes se chamava Dois de Dezembro, em alusão à data de nascimento do imperador. O próprio Theatro da Paz, construído ainda no período imperial, permaneceu vivo um pouco por sorte, já que, posteriormente, havia um plano do intendente Antonio Lemos de construir um outro teatro, maior, o que acabou não acontecendo. Assim, por sorte, restou esse importante monumento do império”, pontua. E já que citamos o período da borracha, tam- »»»


bém vale a pena lembrar que o Pará foi palco de uma importante experiência relacionada a esse famoso item: a primeira grande tentativa de se criar uma cidade planejada com objetivo produtivo na Amazônia. Estamos falando agora já do século XX, entre as décadas de 20 e 30, quando o empresário norte-americano Henry Ford tentou instalar aqui no Pará uma company town, que viria a ser denominada Fordlândia, hoje, Belterra. A cidade surgiu no contexto da decadência da borracha produzida na Amazônia, que não conseguia mais competir em iguais condições com a concorrência feita pelos britânicos na Malásia, uma das suas possessões. Naquele momento, Henry Ford, que disputava o mercado automobilístico com os ingleses, sofria com as óbvias vantagens dos britânicos, que, além de dominar os conhecimentos para a produção de automóveis, também estavam comandando a produção de borracha, que eles, sabiamente, haviam importado da Amazônia anos antes. “Quando falamos dessa questão, precisamos voltar ao início do século XX, quando o Pará e o Amazonas eram os grandes fornecedores de borracha em nível global, graças às seringueiras

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nativas da floresta. Esse é o momento em que o capitalismo está se implantando na Europa e, principalmente, na Inglaterra, que começa o processo de fabricação de carros. O problema é que os nossos governantes não atentaram para o fato de que a seringueira podia se esgotar e não investiram em pesquisa científica sobre isso. Os ingleses, contudo, sim. Eles fizeram, talvez, o que se pode considerar hoje como o primeiro roubo ecológico da nossa história, já que levaram mudas de seringueiras para a Europa, onde estudaram a planta por mais de dez anos e, embora não tenham conseguido reproduzir a seringueira nas terras da própria Inglaterra, conseguiram na Malásia, que era possessão britânica”, ressalta a professora da Faculdade de História da UFPA, Edilza Joana Oliveira, doutora em História pela Unicamp. Com a expansão e o sucesso das plantações britânicas de seringueiras, a borracha brasileira começa a perder mercado, entrando em declínio a partir de 1910. Na década seguinte, Henry Ford, então, preocupado com a situação, recorre aos governos brasileiro e paraense para tentar plantar seringueiras na Amazônia, mais precisamente no Pará. “Ford negocia então uma extensa faixa de


terra no Pará, onde ele tenta criar uma cidade planejada, estabelecer uma disciplina de trabalho, e até impor hábitos alimentares aos seus trabalhadores, o que acaba não dando certo. O grande problema é que as seringueiras plantadas acabaram sendo atacadas por um mal, o chamado mal das folhas, e, como ainda não havia conhecimento biológico para combater o problema, a experiência acaba falhando”, observa. Mais tarde, com o insucesso, Ford vende novamente essas terras para o governo brasileiro e, aquele povoamento fundado como uma company town culmina com o surgimento de uma nova cidade. “O que fica desse episódio para nós é a importância de conhecermos mais a nossa floresta e o que ela pode nos dar de riqueza. A partir disso, podemos ver que a saída não é desenvolver com a floresta no chão, mas com a floresta em pé. Esse debate serve para nos fazer pensar qual o modelo de desenvolvimento que nos interessa”, frisa a historiadora. Anos mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, com a entrada do Brasil no confronto, ao lado das tropas aliadas, voltou a se pensar na ideia de retomar a produção de borracha na

Amazônia, perspectiva apoiada pelo então presidente Getúlio Vargas, que chegou a trazer mais de 100 mil nordestinos para a Amazônia – os chamados soldados da borracha, homens que vieram para cá com o ideal de trabalhar nos seringais e melhorar de vida. Mas esse é um outro capítulo da história. Contudo, como fizemos referência à segunda guerra mundial, é interessante destacar um fato ocorrido nesse período, talvez não muito conhecido da maioria das pessoas, mas que também merece a nossa atenção: a existência de um campo de concentração no interior paraense, na cidade de Tomé-Açu, nordeste do Estado. Segundo o médico, professor do programa de pós-graduação em Antropologia da UFPA e doutor em Antropologia/Bioantropologia pela Universidade de Ohio (Estados Unidos), Hilton Pereira da Silva, um dos autores do livro “Por terra, céu e mar – Histórias e memórias da Segunda Guerra Mundial na Amazônia” [lançado em janeiro deste ano] naquele momento, o governo brasileiro havia criado diversos campos de concentração no país para onde foram enviados ou se mantiveram isolados imigrantes japoneses, italianos e alemães, »»»


que, de alguma forma pudessem repassar informações para as tropas do Eixo ou mesmo serem agredidos. “No Pará, as pessoas e famílias consideradas potencialmente perigosas (ou em perigo de agressões, o que se tornou comum em Belém) foram recolhidas a uma área de difícil acesso onde está situado hoje o município de Tomé-Açu (então Acará), em que se localizava a Companhia Nipônica de Plantação do Brasil”, diz um trecho do livro que leva assinatura do professor Hilton. Porém, como explicam os autores no livro e reitera o historiador e mestre em Comunicação, Linguagens e Cultura pela Universidade da Amazônia (Unama), Jaime Cuellar Velarde, a denominação “campo de concentração” talvez nem seja a mais adequada para esse espaço, já que esses lugares, no Brasil, não se pareciam com os campos de concentração europeus. “Tomé-Açu abrigava um grande número de japoneses na colônia agrícola Jamic e o governo brasileiro determinou que estes não pudessem sair de lá até o término da guerra. Entretanto, isso não foi uma imposição que cerceou a liberdade daquelas pessoas, uma vez que elas sequer tinham a intenção de sair de lá. É claro que havia exceções e alguns quiseram voltar para a pátria mãe. Não foi um campo de concentração nos moldes como se via, por exemplo, nos campos alemães. Nunca houve violência. Pelo contrário”, afirma. O professor Hilton acredita que esse é um tema que ainda carece de estudos mais amplos, uma vez que as fontes são escassas. “Existe muito pouca coisa escrita sobre a participação amazônica na segunda guerra mundial e o campo de concentração de Tomé-Açu é um desdobramento dessa história, que chamou muito a nossa atenção durante a pesquisa que resultou no livro e em um vídeo. Esperamos que, a partir desse trabalho, outros pesquisadores possam se interessar pelo tema e buscar aprofundar esses conhecimentos”, conclui.



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Ana Carolina Valente

Na

memória Ensaios de casamento: os registros da vida a dois não são mais os mesmos. Conheça a revolução dos ensaios e empresas que só trabalham com a proposta de ousar [em figurinos e locações] nas lembranças dos casais, antes do tão sonhado “sim”.

F

otografia é a técnica de criar imagens por exposição luminosa em uma superfície fotossensível, tecnicamente explicando. Mas ela vai além, se transmuta. Torna-se o meio pelo qual o indivíduo prolonga um momento, reavivando-o, sempre que desejado. Em tempos de comunicação ágil e de muito apelo visual, a fotografia ganha status, podendo ser ou não arte – tudo depende do contexto, do momento, dos ícones envolvidos na reprodução. Cabe ao observador interpretar a imagem, acrescentar a ela seu repertório e sentimento. Do outro lado, atrás da lente, é preciso ter sensibilidade para registrar um momento único, singular. O fotógrafo recria o mundo externo por meio de uma realidade estética, onde fotografar é colocar – na mesma linha de mira – a cabeça, o olho e o coração. É justamente dessa emotividade que se alimentam os ensaios fotográficos de noivos. A prática se tornou uma tradição, um item a mais na lista de tantos outros igualmente indispensáveis nas preparações para o grande dia, com o intuito de registrar [e eternizar] a cumplicidade, a intimidade, a troca de olhares, os carinhos a dois. Buscando um resultado diferente e único, esse momento especial está assumindo apresentações

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diferentes do que o que era corrente alguns anos atrás. Conectada à busca pelo novo, moderno e diferente, pouco a pouco, a “eternização” deste momento vem deixando o clássico estúdio para trás – e privilegiando cenários ao ar livre, buscando inspirações em trajes épicos, estilos musicais ou até mesmo em personagens de filmes, desenhos animados e quadrinhos. A busca é por uma maior identidade, por meio do sentimento que os uniu. Com alguns anos de “estrada”, o fotógrafo e engenheiro civil Gustavo Quintela crê que é possível inovar na fotografia, torná-la tendência, fugir do lugar comum. Ele assegura, entretanto, que todos os casais são, em sua essência, diferentes entre si – e que isso deve ser respeitado. “Acho que na fotografia, como em qualquer outra arte, nossa mente deve estar sempre aberta ao novo e ser criativa. Lógico, dentro do bom senso”. Por mais que o figurino e locações sejam escolhas excêntricas, Quintela considera que estes ainda sejam detalhes menos relevantes. “O principal é o humor e a espontaneidade dos noivos que serão fotografados. O astral das pessoas envolvidas pode facilmente tornar o todo divertido. Ou monótono”, analisa. Dos ensaios, o mais diferente foi realizado há poucos meses: os noivos, adeptos do rock ‘n’roll, »»»


foto Walda Marques foto Walda Marques

decidiram que todos os elementos referentes ao casório teriam ícones referentes ao heavy metal. Às vezes, para fazer com que os protagonistas incorporem seus personagens fictícios, o fotógrafo lança mão de estratégias menos ortodoxas. “Lembro de uma vez que até comprei umas latinhas de cerveja para o noivo. Funcionou!”, ri. Tamanho compromisso tem seu preço: “Meus finais de semana são sem dormir. Mil coisas podem dar errado. Fico na supervisão de tudo isso, e só me tranquilizo totalmente quando as fotos já estão devidamente salvas nos três sistemas de backup que possuímos. Nem gosto de pensar em perder fotos de um cartão de memória”. O foco, o entusiasmo e o fascínio permanecem. “O principal é a inspiração, e a atenção de não deixar escapar nenhum momento importante. Realmente uma loucura, mas satisfatória”. A fotógrafa Walda Marques também atua na arte de eternizar momentos especiais. Ela iniciou sua trajetória por influência do pai e do padrinho; e desde então, registrou os passos de gerações de famílias. “Tenho trabalhos em que fotografei mães grávidas para, alguns anos depois, fotografar moças lindas, já nos seus 15 anos”, conta emocionada. Trabalhando há 25 anos nesse campo, ela cresceu profissionalmente em contato com as oficinas de Miguel Chikaoka, na Fotoativa. Ele a orientou definitivamente em seu caminho e na briga por um ideal. Hoje Walda tem muita consciên-

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cia do que quer realizar em seus ensaios. “Acho sempre que o trabalho tem que trazer um grande envolvimento com a pessoa que vai ser fotografada. A sutileza é o ‘x’ da questão. Esse trabalho jamais pode ficar vulgar; o objetivo é a delicadeza. Procuro conhecer bem quem vou fotografar. Gosto dessa aproximação”, revela Envolvida com a poética do retrato, ela conta que sua verdadeira afinidade vai contra a última moda de tomadas externas: “Gosto, amo fazer estúdio. Sei lá, fico mais à vontade! A produção é divertida. Normalmente já se tem uma história se desenrolando, então a brincadeira de fazer uma cena é muito legal”. Mesmo tendo suas predileções, outra proposta a realiza: “Quando consigo mudar o rumo e levar esses ensaios encomendados para uma galeria. Isso me fascina. Acho que é realmente eternizar!”. Na interrogação sobre outros lugares e outros padrões, a fotógrafa avalia que é no clássico que se obtém melhores resultados – embora tenha construído boas memórias fora do ateliê: “Adorei a experiência de quando maquiei e fotografei uma marajoara linda que casaria em casa. A Camilla Grello abriu as portas de sua futura residência e tornou cada detalhe do espaço algo visceral”, rememora. E confessa: “No externo, também é encantadora a cena. O inesperado te dá uma adrenalina; Fico com o coração apertado”. Retratos despojados em meio à urbe realmente


da década de 20 nas ruas da Cidade Velha, em Belém. Quando o noivo me mostrou um carro de 1920, eu explodi de felicidade! Ficou lindo”, lembra. Carol Marques, aliás, é a única fotógrafa credenciada do Norte na categoria Street Wedding. No processo de amadurecimento dessa linguagem, a jovem realizou ensaios na Austrália com Everton Rosa, mestre mundialmente respeitado. Tamanhas técnicas trouxeram inovações para o mercado paraense, proporcionando mais confiança aos seus clientes para ir além do tradicional. Segundo ela, é na satisfação deles que o esforço se justifica. “Sinto-me poderosa diante dessa responsabilidade, pois a magia que envolve o resultado é revelada ao casal. Eles ficam tão realizados quanto nós, apesar de todo o peso projetado diante de tantas inovações e expectativas”. Iniciada na fotografia graças a um curso no Curro Velho, Diva Nassar é apaixonada pelo seu trabalho, sobretudo pela autonomia que ele proporciona e pela possibilidade de conhecer diversas pessoas e lugares. Sobre seus ensaios diferenciados, ela acredita que o grande segredo é conseguir deixar os fotografados soltos o suficiente para posar sem constrangimento. “Eles devem estar confortáveis. Afinal, se estiverem incomodados com qualquer coisa, vai ficar visível nas suas expressões durante as fotos”. Diva revela que, assim como os temas dos registros são os mais diversos, o comportamento e o grau de envolvimento »»»

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foto Carol Marques

foto Carol Marques

são inspiradores para os casais adeptos dos ensaios nos centros urbanos. A temática também encantou a fotógrafa Carol Marques. Apaixonada pela fotografia desde que ganhou uma câmera semiprofissional de presente do marido, Carol fez do talento descoberto a sua carreira. Especializada em ensaios cheios de personalidade, ela conta que é comum que os noivos a procurem quando estão abertos a várias possibilidades – mas também cheios de dúvidas e de ansiedade. Para converter isso em bons resultados, Marques procura criar um vínculo de confiança com os pombinhos. “Procuramos estabelecer uma sintonia, e tentamos alcançar a espontaneidade em uma conversa bem descontraída. Eles expõem suas ideias, suas fantasias, seus sonhos e suas emoções, e trazem ainda algumas indecisões. Cabe a nós direcionar, pôr em ordem as sugestões, as técnicas e os planejamentos, capturando a substância do casal”, explica. A inventividade, para Carol, também é fundamental: “Sempre tenho ideias para pôr em prática. Quando recebo clientes que se encaixam na proposta, eu lanço a inovação e o sucesso é garantido”, festeja. Quando o assunto é promover ensaios temáticos, os lugares e figurinos devem acompanhar a proposta. Dentre os projetos mais ousados que a fotógrafa realizou, ela elege um como o que a surpreendeu mais – e que também proporcionou a realização de um sonho. “Reproduzimos um casal


foto Diva Nassar foto Diva Nassar

dos contratantes com a ideia também podem variar: “tem gente que vem com várias ideias, foto de referência... E também tem gente que não fala nada”, diverte-se. Dos projetos mais diferentes que já fez, ela traz consigo três especiais: “Um foi em Paranapiacaba, cidade perto de São Paulo que é conhecida pelos trens abandonados e pelo clima de cidade cinematográfica fantasmagórica. Outro foi em Burle Marx, um parque de São Paulo que tem as ruínas de uma mansão, um jardim na frente, e muitas árvores ao redor. Esse foi bom porque esse parque é menos frequentado, então não tivemos tanto problema com muitas pessoas passando atrás das fotos, por exemplo. O terceiro foi com um casal de descendentes de japoneses em uma chácara. As famílias fizeram tudo, desde a comida, até a decoração”, relembra. Nassar se orgulha de sua sorte quanto a não ir de encontro ao piegas: “Nunca me deparei com alguém ativamente ‘brega’. Sempre fiz o meu trabalho com liberdade estética e com muita responsabilidade, o que chega a tirar meu sono”, diz, entre a brincadeira e a sinceridade. E quem procura por esse novo? Quem tem essa sede pela inovação, o que pode nos dizer? É o que Filipe Lâredo e Camila Numazawa, casados há dois anos, nos contam. Eles acreditam que o casamento simboliza o comprometimento de duas pessoas que se amam, e que querem se divertir e festejar essa decisão tão importante. A união dos dois começou inusitada desde o pedido

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de oficialização, feito por Camila, Filipe disse sim, sabendo há tempos do estilo decidido da namorada: “Estávamos deitados na cama assistindo a um filme, quando a Camila virou pra mim e disse que não esperaria muito tempo para colocar uma aliança no dedo”, conta Filipe. No final de semana seguinte, compraram os anéis. Divididos entre a mente aberta e as formalidades, o jovem casal optou por mesclar as opções: antes do dia do “sim”, fizeram um ensaio de locação externa. A experiência não poderia ter sido melhor. A ideia surgiu devido à necessidade de colocar fotos no site criado para o evento, que contava a história do casal, apresentava seus padrinhos, revelava curiosidades e detalhes da festa... Tudo para que os amigos e familiares fossem saboreando junto à espera do evento. Para tais fotos, os noivos escolheram o estilo Trash the dress. “Para isso, seria necessário um ensaio bem legal e descolado, que não ficasse brega ou piegas. Foi então que surgiu a ideia de chamar a Diva, que é minha prima e fotógrafa profissional. Como ela é superligada nas tendências mais recentes, nos ofereceu esse ensaio como o seu presente de casamento”, relata Larêdo. Para que o ar místico e romântico desejado por ambos estivesse presente, o local escolhido foi a pulsante e encantadora Paranapiacaba, onde funcionava o centro operacional e de uma companhia de trens ingleses. Recentemente foi inaugurado um Museu Ferroviário no local, onde também há um cemitério de trens. »»»


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sociais, é natural que compartilhemos essa felicidade com os amigos mais próximos, que normalmente percebem o carinho que sentimos um pelo outro. Tanto as fotos tiradas quanto tudo o que passamos naquele dia estão guardados em lugares especiais em nossos corações. Queríamos poder olhar para trás, para o momento que estivemos juntos numa estação de trem abandonada, e lembrar o quanto foi – e ainda é – especial o nosso amor”. Assim sendo, eis que o amor e a modernidade entrelaçam as mãos e começam a caminhar juntos. As demonstrações de romantismo tomam formas diferentes, mas ainda se fazem presentes – em um pacto silencioso com a força de manter as coisas enraizadas. Os registros criados pelo homem têm a intenção de estabelecer um lugar na história. e transmitir uma mensagem para a posteridade. Com a fotografia não poderia ser diferente: ela faz com que as pessoas se conectem ao seu passado e fiquem conscientes de quem são. Os ensaios fotográficos pré-casamento – além de provar que duas pessoas que se amam são melhores juntas que sós – podem ser um registro dessa memória em construção. Mais ainda quando se encara a aventura de ousar – seja para compartilhar gostos ou personagens marcantes em suas histórias, seja pelo simples prazer de brincar e se divertir em duo. O melhor disso é que, por mais silenciosas que imagens como essas aparentem ser, há sempre muitos sorrisos e histórias sendo guardados (e contados) por elas.

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foto Diva Nassar

Para que tudo dê certo, é preciso ter precaução e paciência. “Existem questões que não podemos controlar – como o clima, por exemplo. Mas se tudo for bem organizado, principalmente pela equipe de produção, fica mais fácil para quem vai ser fotografado. O local tem que ter o mínimo de vínculo com o casal, representar algo para ele. Do contrário, corre o risco de, ao olhar as fotos, questionar quais motivos o levaram para aquele local”, pondera Filipe. O clima de espontaneidade conta para que o ensaio seja de fato uma compilação de momentos do casal, diferenciando de um cenário armado. Para a então noiva, tal fator foi crucial para um resultado satisfatório. “Descontração! Como conhecíamos a fotógrafa, fazíamos brincadeiras, conversávamos, agíamos como se estivéssemos fazendo algo de comum. A cidade inteira parou para olhar, desejar felicidades, e até para fazer fotos conosco. Teve até uma menina que me desenhou enquanto eu andava pelas ruas”, sorri Camila. Apesar da timidez, Larêdo conseguiu entrar no clima das fotos. Hoje, ambos trazem consigo uma lembrança positiva, que se estende a todos os queridos que os cercam: “esse ensaio é um dos momentos mais lindos do nosso relacionamento. Todo o ambiente estava perfeito naquele dia. Essa mensagem é retransmitida a nós a todo instante, uma vez que emolduramos algumas delas em nossa casa, assim como nas casas de nossos pais. E como todos somos seres


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Celso Eluan empresário celsoeluan@ig.com.br

Darwin nos Campos do Senhor Fui convidado a abrir um seminário de extensão sobre a interação empresa e escola. Não podia me estender, nem querer ensinar Padre-Nosso ao vigário, então tive que fazer escolhas. Aliás, o cotidiano da administração, da gestão de qualquer empresa, escola, clube, condomínio, cidade ou país é ter que decidir, fazer escolhas. Nesse aspecto, todos nós temos motivações bem distintas para decidir, desde que não estejamos com a responsabilidade da decisão. É o caso do torcedor no futebol, essa paixão inebriante que nos cega. Até criamos um termo para isso, é o peru, aquele que fica na galera gritando: “tira esse jogador, ele é um cabeça de bagre”. “Ô técnico burro, fica só defendendo e nunca ataca”. “Tudo parece tão fácil, é só colocar o diabo da bola dentro da trave do outro time”, “por que esses pernas de pau não conseguem?” Seria oportuno, para o bem do futebol, se todo torcedor fosse técnico por um dia. Daria até um quadro num programa de TV, um reality show de futebol. Ora bolas, no país do futebol e do BBB ainda não inventamos isso? Acho que não inventaram porque seria um desastre. De fora, tudo parece simples. O problema, como diria o filósofo Garrincha, “é acertar com os russos”. Para os pouco afeitos aos trejeitos da pelota, reza a lenda que na Copa de 58 o técnico Feola, na preleção da partida contra a extinta URSS, dava orientações sobre como vencer a partida, quando o notável Garrinha saiu-se com essa pérola: “mas combinaram com os russos?” Esse é o problema, na vida como no futebol, há sempre o outro lado que não faz exatamente como nós prevíamos. Seja num jogo, numa guerra, na gestão de negócios ou na sua própria casa, temos que tomar decisões diante de um cenário de incertezas e com múltiplas variáveis impossíveis de prever. Já vimos muitos comentaristas de futebol se tornarem técnicos e terem a carreira fulminada por maus resultados. Muitos gurus de administração não se-

riam executivos ou empresários de sucesso, não porque não saibam o que fazer, mas porque o jogo é extremamente complexo e com as regras sendo alteradas a todo momento. O que a academia faz, e faz muito bem, é determinar alguns modelos e conceitos que não ferem o bom senso e submetidos a provas mostram-se eficientes. Isso é ciência e ajuda muito na tomada de decisões, mas não é suficiente, pois o jogo está mudando a toda hora, tanto com novos jogadores quanto novas regras. Se houvesse uma única e eficiente fórmula, nenhuma empresa afundaria, todos seriam empresários de sucesso. Mas, haveria espaço para tantas iniciativas de sucesso? Não há como fugir da comparação, o mundo dos negócios é uma selva e nela Darwin já destacou os pontos nevrálgicos da sobrevivência das espécies: a adaptação. Não é o maior nem o mais forte; sobrevive quem melhor se adapta ao meio. E o meio está em permanente mutação. Como na natureza, há uma cadeia alimentar e os recursos são finitos. Todos os seres vivos disputam esses recursos e desenvolvem estratégias de sobrevivência próprias. Como disse Lavoisier, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. E, nessa constante transformação, nesse limite de recursos, os seres e as empresas têm que aprender como sobreviver. Para isso devem a todo instante observar o ambiente ao redor, entender os sinais, estudar alternativas, avaliar escolhas, desenvolver um plano e seguir em busca do alimento ou fugir de um predador. Para as empresas, o alimento é o lucro, este é o combustível que movimenta e a faz seguir em frente. Contra as correntes do pensamento politicamente correto, uma empresa tem que perseguir constantemente o lucro, sob pena de definhar e desaparecer. E, nessa selva, o lucro se esconde e é difícil persegui-lo. Além disso, os predadores estão em todos os lugares, sejam eles concorrentes, o governo ou até mesmo qualquer outra empresa

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que dispute o bolso do consumidor, matéria-prima do lucro. Foi-se o tempo em que se definia lucro como “o resultado do preço de venda menos o custo”. Hoje parte-se do preço que o mercado balizou, que o cliente está disposto a pagar e diminuindo-se o custo tem-se o lucro. A sobrevivência das espécimes corporativas está em estruturar custos para se obter lucro. Ou seja, como qualquer organismo vivo, tem que ter maior eficiência energética, gastar menos energia, portanto, ter menos custos, para que possa sobreviver com menor lucro, menos alimento. Isso é se adaptar é desenvolver estratégia de sobrevivência e cada espécie, a seu modo, desenvolve seu meio. O camelo criou um depósito de água interno para sobreviver até 15 dias sem beber, dado o ambiente hostil em que vive. As abelhas, formigas, cupins desenvolveram uma inteligência social em que cada indivíduo não tem praticamente inteligência alguma, mas o coletivo desenvolve um trabalho maravilhoso, inigualável na natureza. Os ursos hibernam e assim economizam energia no inverno quando escasseia o alimento. Cada animal, cada ser vivo desenvolveu sua estratégia ao longo da evolução. Algumas são similares, outras consagradas, mas só importam as estratégias que deram certo, as outras ficaram pelo caminho e não é porque a natureza é má. É o ciclo da vida, não há eternidade, tudo é passageiro. Você pode apenas alongar sua permanência e da sua espécie. Então, como empresa, temos que pensar como elementos da natureza que a cada dia buscam alongar sua permanência entendendo como alcançar os poucos recursos que todos disputam. Para isso, estamos sempre estudando e entendendo o ambiente à nossa volta para tomar as decisões oportunas, não as certas, não as definitivas, mas aquelas que o momento e todas suas variáveis impõem. E a vitória é a longevidade, não a eternidade. Pragmatismo darwiniano.



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Lucas Ohana

Casa Cor Pará novidades para2014 No quarto ano da mostra, um dos grandes destaques é o local: no Boulevard Shopping, aliando conforto e sofisticação para todos.

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conceito de morar bem é baseado em aspectos subjetivos, como conforto, elegância e bom gosto; podendo ir desde a simplicidade extrema - como a de Rubem Braga, na crônica “Vem uma pessoa”, ao citar que a casa dos seus sonhos é um local onde “a gente nunca tenha a impressão de que antes de fazê-la foi preciso traçar um plano (...)” - até projetos com equipamentos e mobiliário de última geração. Tudo depende das preferências – e referências – de cada pessoa. Com o intuito de atender tamanha diversidade, os profissionais da área - como arquitetos, paisagistas e designers - devem estar sempre antenados às tendências para oferecerem as melhores opções aos seus clientes. A Casa Cor é considerada a mais completa mostra de arquitetura, paisagismo e decoração das Américas [e a segunda maior do mundo, ficando somente na retaguarda da mostra de Milão] e uma das maiores referências para os interessados no assunto, tanto para profissionais quanto para o público que quer ficar por dentro do que há de melhor e mais atual no mercado. A edição do Pará chega ao seu quarto ano consecutivo e vem com diversas novidades para surpreender e encantar os visitantes. A escolha da sede desta edição será um dos fatores determi-

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nantes para que o sucesso de público supere as edições anteriores: o cenário será um ambiente exclusivo no 4º Piso do Boulevard Shopping. O conceito de vitrine nunca esteve tão bem associado à mostra. Enquanto os clientes passeiam e fazem suas compras, eles terão a oportunidade de visitá-la, de 30 de setembro a 15 de novembro, e o resultado será uma visibilidade muito maior. Outra novidade é que a Casa Cor terá um espaço “Casa de Praia”, onde os arquitetos terão a oportunidade de elaborar projetos com a temática praiana em ambientes como cozinha, varanda, suíte do casal, sala íntima e suíte dos hospedes. Patrícia Póvoa, arquiteta que, juntamente com Luciane de Lucena e Láyza Meireles, participará da Casa Cor Pará deste ano, já tem um projeto garantido. Ela e as sócias responderão pelo projeto da sala de estar da “Casa de Praia” e estão satisfeitas com as novidades deste ano. “Este é o terceiro ano em que participamos e achei bem interessante o fato de ser no shopping, porque agregará valor à mostra. Teremos várias facilidades, como acessibilidade e segurança. A Casa Cor sempre traz experiências muito positivas e conseguimos muitos clientes.” As arquitetas Ana Cláudia Peres e Andréa Riccio também confirmaram presença na mostra e as- »»»

Dudu Maroja


Cadeira Squeleto - Pedro Paulo Franco

Poltrona Egg, criada por Arne Jacobsen.

sinarão juntas um ambiente. “O shopping é bastante interessante pelo grande fluxo de pessoas e, consequentemente, pela excelente vitrine, porque proporcionará a exposição dos espaços dos arquitetos e terá uma ótima divulgação. O período da Casa Cor também é outro destaque, porque, como será antes do Natal, as pessoas estão motivadas a fazer compras. São muitas vantagens e estamos empolgadas para participar”, ressaltou Ana Cláudia. Para a arquiteta Márcia Nunes, que também estará na mostra este ano, “a Casa Cor é uma oportunidade para fazer grandes negócios tanto para os franqueados, os arquitetos, os lojistas do shopping, quanto para os clientes. É um evento de tendências e apresenta para o mercado o trabalho de cada arquiteto.” Márcia trabalhará, na elaboração do espaço, em parceria com a arquiteta Débora Rodrigues, que destacou que “a ideia de fazer no shopping é muito boa, pois estaremos mais próximas do público do que nos anos anteriores”. Durante o evento de lançamento desta edição, realizado no dia 20/03 no Boulevard Shopping, o franqueado e diretor executivo da Casa Cor Pará, André Moreira, explicou que “a parceria com o Boulevard Shopping será muito boa para todos: para a Casa Cor, para o Boulevard Shopping, para o público, para os lojistas e para os arquitetos”. “Troquei muitas experiências com franqueados que realizaram a mostra em estacionamentos de

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shoppings e todos falaram da boa visitação que tiveram. Se no estacionamento foi bom, imagina dentro do shopping. Tenho certeza que será um grande sucesso”. Ana Paula Guedes, também franqueada da mostra, apresentou algumas das novidades desta edição, durante o lançamento. “Serão 36 ambientes e a ideia de circuito – em que o público poderá visitar todos os espaços – continuará. O shopping fez uma parceria conosco em que os arquitetos poderão trabalhar a qualquer hora, não só no horário comercial. Além disso, há várias outras vantagens, como estacionamento e segurança. Se ano passado foi bom, esse ano será melhor ainda”, disse Ana Paula, que informou também que o projeto arquitetônico da Casa Cor Pará foi desenvolvido pelo escritório dos arquitetos José Jr e Ana Perlla. O superintendente do Boulevard Shopping, Fernando Severino, destacou que “é um prazer muito grande para o shopping ter um evento como a Casa Cor. Nós nos identificamos, não só em termos de público, mas em bom gosto também. Trazer esse evento era um sonho antigo nosso, que agora estamos realizando. Ficamos muito felizes também pela integração da mostra dentro shopping, onde os nossos clientes estarão circulando”. Leal Moreira na Casa Cor Pará Patrocinadora estrutural da Casa Cor Pará pelo


Banco Pão de Açúcar, criado por Gilson Martins em 2002. quarto ano consecutivo, a Leal Moreira acredita e investe cada vez mais no evento. O diretor executivo da Leal Moreira, Drauz Reis, destacou a relevância da parceria. “Nós acreditamos que o modelo da Casa Cor tem muita sinergia com os valores da Leal Moreira. Mais do que um privilégio, é uma responsabilidade – e um prazer - para nós que faremos parte, pelo quarto ano consecutivo, como patrocinadora estrutural. A nossa maior expectativa é superar o sucesso da edição de 2013”. O diretor comercial e de relacionamento da Leal Moreira, José Ângelo, ratificou que o shopping é uma localização estratégica para o evento. “É importante estar em um local de grande circulação de pessoas. Para nós, será um casamento perfeito, pois irá aproximá-las cada vez mais da Leal Moreira, mostrando os bons produtos que temos”. Desde 2011, quando a Casa Cor ganhou sua versão no Pará, a Leal Moreira é participante e patrocinadora estrutural. Na primeira edição, os grandes destaques do espaço da construtora foram o Bistrô do Carlito e o Boteco do Silvio, que homenagearam respectivamente o presidente da construtora e seu mais antigo funcionário. Já em 2012, a Leal Moreira surpreendeu o pú-

blico e parceiros com um ambiente moderno, pensado para representar o espírito da empresa. “Mundo Leal Moreira”, como foi chamado, era uma grande celebração à década de oitenta - período que a construtora foi fundada - e aos seus ícones marcantes. Para tirar essa ousada ideia do papel, os arquitetos José Jr. e Ana Perlla repetiram a exitosa experiência do ano anterior e garantiram à Leal Moreira pela segunda vez o prêmio de “ambiente mais criativo” de toda a mostra. Em 2013, com o tema “Leal Moreira em tons de Blues e Jazz”, a Leal Moreira conquistou o prêmio de melhor projeto da Casa Cor Pará. O ambiente, de 212 m², foi novamente assinado pelos arquitetos José Jr. e Ana Perlla. Diferente da edição de 2012, em que o espaço era mais fechado, “Leal Moreira em tons de Blues e Jazz” ganhou um terraço e praça aberta com árvores e plantas de pequeno e grande porte. No mesmo ano, outro espaço exclusivo da construtora, com a mesma proposta de encantar as pessoas, foi o “Leal Moreira Experience”. Com uma área de 103m², ele levou as assinaturas dos arquitetos Maurício Toscano e Heluza Sato e contou com elementos modernos e inspiradores, com interatividade digital e hologramas.

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Drauz Reis, Ana Paula, Carlos, Cassilda e André Moreira e Mônica Guimarães

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Baviera Madureira, Pedro Secco e Gabriella Bouth

André Moreira, Marcos e Larissa Eluan, Mônica Guimarães, Luiza Borborema, Paulo Machado e Ana Paula Guedes

Ana Paula, Ana Cláudia Peres, André Moreira e Andréa Riccio

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especial

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Fábio Nóvoa

A revolução das pick-ups Há 30 anos, eles fizeram parte de uma geração que explorou novos caminhos da noite de Belém. No tempo em que eram chamados apenas de “discotecários”, eles não imaginavam o alcance que teriam em décadas, quando a internet lhes ofereceu novas possibilidades e ferramentas para criação e difusão dos seus trabalhos.

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oje, os DJs paraenses já usam a tecnologia da rede mundial de computadores para a criação de rádios e programas independentes, que servem de vitrine para a criatividade e versatilidade deles. Um desses pioneiros na criação de rádios na web é Roberto Penna. Ele começou a tomar gosto pela discotecagem aos 14 anos, em 1983. Desde criança, ele já demonstrava seu interesse pelo mundo musical gravando suas fitas K7 de programas dançantes e então nunca mais parou. Hoje, aos 44 anos, já tocou em grande parte dos clubes da cidade e participou de vários programas de rádio. Atualmente é DJ no Projeto oitentista PAC 80´s. Penna lembra a diferença entre ser DJ há 20 anos e hoje. “Para um DJ conseguir tocar, era necessário que tivesse um bom acervo. As pessoas não toleravam que o DJ chegasse em uma festa com a sequência pronta (fitas k7). Então, gastava-se muito dinheiro para conseguir comprar os discos de vinil (a maioria, importados). Só era DJ de destaque quem tinha aptidão e técnica avançada”, afirma. “Com o advento da internet e do formato mp3, ficou fácil conseguir material. Nos dias de hoje, qualquer um monta o seu playlist com extrema facilidade e a custo zero”.

Em 2011, Penna criou, junto com Antonio Maria, a Chic WebRadio, que possui 24 horas de programação com transmissão digital. “Acredito que as pessoas procuram na radio web o que não encontram nas rádios AM ou FM. Conseguindo, dessa forma, acessar o tipo de música/ rádio que mais lhe agrada, já que existem mais possibilidades”, reitera. “Quanto ao alcance, podemos ser ouvidos em países que antes não tínhamos ideia que gostariam de nos ouvir. Ja tivemos acesso de 72 países diferentes desde o início da Chic. Destaques para os EUA, Japão e Portugal”, relembra. “Já recebemos e-mail de pessoas de quase todo o Brasil e alguns pedidos inusitados como o de um russo que pedia qualquer tipo de brinde da RADIO CHIC já que ele é fã incondicional. Enviamos uma camisa para ele sem custos”. Penna diz que é característica dos profissionais procurarem espaços para mostrar seu trabalho. “Como sempre foi muito difícil fazer um programa nas rádios FMs, muitos não conseguiram. Com a entrada das radios web, temos uma maior possibilidade. Na Chic, a ideia foi pegar os DJs mais antigos e consagrados e fazer uma rádio com vários ritmos e estilos. A programação diária fica sob minha responsabilidade, porém a partir das 18h, são os outros DJs que coman- »»»


dam. Cada um com seu programa e ritmo”, garante. Atualmente, a rádio é comandada por DJs de Belém , São Paulo e Rio de Janeiro. Feedback O DJ Fábio Yamada começou a trabalhar com as pick-ups aos 13 anos, em 1983. Hoje, aos 44, relembra como era mais difícil ser um bom profissional naquela época. “O que mudou bastante foi o status. Quando comecei, não existia a palavra DJ; éramos ‘discotecários’. Era o cara que não tinha nada pra fazer de dia e só trabalhava tocando à noite, segundo os estereótipos da época. Hoje, a profissão tem status. E com a internet, isso ficou mais fácil”, garante. Fábio explica que a grande rede de computadores dá a visibilidade que o profissional pode precisar. “Nós, por exemplo, temos a homepage, a web radio, Facebook, Twitter... Tudo isso ajuda a divulgar o nosso trabalho. Antes, a gente dependia de uma notinha no jornal, de um flyer para divulgar”, lembra. “Hoje, eu mesmo divulgo o meu trabalho. No instagram, por exemplo, eu mesmo tiro a foto da festa, para mostrar que ela está bombando, na hora. A gente torna tudo mais palpável”. Sobre a rádio na internet, a Chic, na qual trabalha em parceria com Penna, Fábio diz que é um sistema prático para trabalhar. “Como não dá pra ser ao vivo, a gente grava e faz como uma rádio normal. Assim, o ouvinte escolhe o programa e o horário para acompanhar”, reitera. Assim, o feedback (retorno) do público é maior. “A gente faz um programa legal, a galera elogia, pergunta onde pode comprar um CD. Quando é uma rádio web, o feedback é muito rápido. Na rádio, o feedback também é rápido”, completa Yamada, que também trabalha na Jovem Pan. Como um veterano, Fábio diz que o mercado profissional é cada vez mais abrangente. “Existem dois tipos de DJ: de Boate, que em Belém já têm os espaços destinados e os DJs de eventos. Considero-me um DJ de eventos, e estes são poucos. Somos 4 ou 5 pra todos os eventos de Belém. Por isso, tem muito mercado. Mas, ele precisa entender que é uma profissão; não apenas um hobby. Num evento, por exemplo, ele não pode tocar o que ele gosta, mas o que o público quer ouvir. Ele tem que ter responsabilidade com as festas, com os donos do clube. Tem que encarar como trabalho”, aconse- »»»

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lha. “Acredito que a verdadeira missão do DJ é a de tocar o sentimento das pessoas com a música. Para tal, ele precisa ter o principal: conhecimento musical! Como é possível alguém se dizer DJ e sequer saber quem foram os grandes intérpretes da era Disco? Ou do Rock?”, indaga Penna. Equipamentos Outro veterano das pistas e que aderiu aos navegadores de internet é o DJ Duda, que começou a carreira também muito cedo: aos 15 anos. Segundo ele, na época da Disco, tocando muito Barry White, Donna Summer, Bee Gees e outros, passando por todas as tendências da Dance Music até o mundo eletrônico. Hoje, afirma tocar DeepHouse, House e ProgressiveHouse. Inclusive, já lançou 5CDs de House Music e fez vários trabalhos para Clubes de Belém e outros estados, junto com outros profissionais do Brasil e do mundo. Para Duda, a tecnologia permitiu a facilidade de pegar material novo. “Hoje não tem mais exclusividade. Existe muito material novo para pegar e compartilhar na internet, basta ter tempo para pesquisar, pois sempre há novidades”, afirma. “A internet permite maior contato entre DJs, para trocar conhecimentos e repertórios”. Ele explica que a criação da Rádio Conceito, sua rádio web, serviu como vitrine para o seu trabalho. “O público participa muito mandando e-mails, nos aproximando das pessoas. Na rádio, temos DJs participando do mundo todo e o público fica curioso em conhecer um pouco mais do profissional que está fazendo o programa na rádio”. Duda destaca ainda o pioneirismo de Belém quando o assunto é discotecagem. “Belém sempre esteve no topo quando se fala em música. Sempre tivemos bons DJs e casas noturnas”, lembra.


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horas vagas • cinema

De Ron Howard, duas vezes ganhador do Oscar, chega em blu-ray a espetacular recriação da cruel rivalidade entre os pilotos James Hunt e Niki Lauda na Fórmula 1 dos anos 1970, década considerada “dourada” na F1. Acompanhando a trajetória deles dentro e fora das pistas, Rush – no limite da emoção, detalha a temporada de 1976, quando Lauda (vivido por Daniel Brühl) havia vencido cinco provas e liderava o Mundial de Fórmula 1 com folga, até ter problemas na suspensão de sua Ferrari e chocar-se contra o muro em Nurburgring. O piloto ficou preso no cockpit enquanto o carro pegava fogo e sofreu graves queimaduras no rosto, além de inalar gases tóxicos. Símbolo de superação, Lauda teve uma recuperação incrível e ficou fora do campeonato por apenas duas corridas. Ele voltou às pistas já no GP da Itália, ainda usando bandagens no rosto, mas viu James Hunt (Chris Hemsworth) se aproximar na classificação. Dali para frente, os dois brigaram prova a prova pelo título, em uma das temporadas mais emocionantes de todos os tempos.

DICA

RUSH – NO LIMITE DA EMOÇÃO

CAPITÃO PHILLIPS Richard Phillips (Tom Hanks) é um comandante naval experiente, que aceita trabalhar com uma nova equipe na missão de entregar mercadorias e alimentos para o povo somaliano. Logo no início do trajeto, ele recebe a mensagem de que piratas têm atuado com frequência nos mares por onde devem passar. A situação não demora a se concretizar, quando dois barcos chegam perto do cargueiro, com oito somalianos armados, exigindo todo o dinheiro a bordo. Uma estratégia inicial faz com que os agressores recuem, apenas para retornar no dia seguinte. Embora Phillips utilize todos os procedimentos possíveis para dispersar os inimigos, eles conseguem subir a bordo, ameaçando a vida de todos. Quando pensa ter conseguido negociar com os piratas, o comandante é levado como refém em um pequeno bote. Começa uma longa e tensa negociação entre os sequestradores e os serviços especiais americanos, para tentar salvar o capitão antes que seja tarde. Concorreu em seis categorias do Oscar 2014.

DESTAQUE

FROZEN UMA AVENTURA CONGELANTE

CLÁSSICOS

INTERNET

Incansável quando o assunto é dar vida a princesas inesquecíveis, em “Frozen – uma aventura congelante”, a Disney foi atrás de outro clássico da literatura infantil (“A Rainha da Neve”, de Christian Andersen) e nos apresenta Arandelle, cujo poder de gerar neve e gelo é uma diversão, até o dia em que ela – acidentalmente – acerta sua irmãzinha, que quase morre congelada. De castigo, imposto pelos pais, ela tem de aprender a controlar seus próprios poderes, mas muita água... ou ç Ganhador do Oscar de Melhor Animação ç este ano. neve ainda vai rolar até o dia de sua coroação.

Cinema Em Cena Um portal completo com blogs atualizadíssimos sobre a sétima arte. http://www.cinemaemcena.com.br/

O CINEMA DE MIZOGUCHI O cinema de Mizoguchi é uma preciosidade: box com 3 DVDs que reúne 5 clássicos restaurados de Kenji Mizoguchi (1898-1956), um dos grandes mestres do cinema japonês ao lado de Yasujiro Ozu e Akira Kurosawa. A caixa traz Contos da Lua Vaga, um dos maiores filmes da história, e mais de uma hora de extras, incluindo um depoimento do crítico de cinema Sérgio Alpendre.

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horas vagas • literatura

LANÇAMENTO

DESTAQUE

Títulos disponíveis na Livraria FOX.

DICA

ALMANAQUE 1964 Ana Maria Bahiana Em 1964, o mundo fervia. No Brasil, os militares tomavam o poder e instauravam uma ditadura. No Globo, a tensão pela Guerra do Vietnã. Grandes potências brigavam e exibiam seu potencial bélico e atômico. Nos Estados Unidos, o povo ia às ruas pelos direitos civis. A cultura, igualmente, vivia sua revolução com a quebra de paradigmas e a ruptura com antigos valores. E é sobre a efervescência desse período que Ana Maria Bahiana trata em seu “Almanaque 164” – recuperando com rigor e inteligência fatos, filmes, músicas e modas da época.

CONFIRA

A DITADURA MILITAR E OS GOLPES DENTRO DO GOLPE Carlos Chagas

HOMENS DIFÍCEIS Brett Martin Sucessos de crítica e público no mundo inteiro, Breaking Bad, Família Soprano, Mad Men, Dexter, The Wire e Game of Thrones trouxeram ao público e ao mercado uma nova fórmula para conquistar e mesmo renovar a audiência, por meio de histórias mais complexas, personagens multifacetados (alguns politicamente incorretos, inclusive) e produções dignas de cinema. ‘Homens difíceis’ não se limita somente às tramas dos seriados – ele proporciona ao leitor um “inside the movies” e ainda entrevista seus produtores, showrunners e personalidades.

As célebres [e festejadas] imagens de Sebastião Salgado já rodaram o mundo. A história pessoal deste mestre das fotografias, entretanto, é pouco conhecida do grande público. Em “Da minha terra à Terra”, o próprio Salgado divide, como seu próprio narrador, fatos de suas trajetória, as raízes políticas, éticas e existenciais de seu engajamento fotográfico. A autenticidade de um homem que sabe como poucos combinar militância, profissionalismo, talento e generosidade

CLÁSSICO THE BEATLES: HISTÓRIA, DISCOGRAFIA, FOTOS E DOCUMENTOS. Terry Burrows O músico e escritor Terry Burrows debruçou-se sobre a história dos Beatles e o resultado é um livro repleto de fragmentos raros da carreira dos rapazes de Liverpool. Com discografia completa e 26 fac-símiles, flyers, ingressos, setlists de shows, documentos e anúncios publicitários. A edição conta ainda com três pôsteres e fotografias avulsas. Item de colecionador.

Depois do sucesso e da fórmula consagrada nos dois volumes de “O Brasil sem retoque” (2001), Carlos Chagas mais uma vez explora a história contada por jornais e jornalistas para destrinchar, com cores e vozes da época, num ritmo que só mesmo a pena de um grande narrador poderia imprimir, não apenas o espinhoso e sombrio período entre 1964 e 1969 como também os dez delicados anos que precederam a tomada de poder pelos militares. Indispensável para entender os rumos do Brasil.

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DA MINHA TERRA À TERRA Sebastião Salgado

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horas vagas • música

VÍDEO SOUND CITY O vocalista do Foo Fighters, Dave Grohl, é quem assina a produção e direção do documentário Sound City. Nele, Grohl faz um apanhado histórico de um dos mais importantes estúdios americanos de gravação analógica – por onde passaram Fleetwood Mac, Tom Petty, Guns ‘n’ Roses, Nirvana e uma série de outros grandes nomes. Durante quase duas horas de filme, é possível reviver os tempos de glória do Sound City, acompanhar sua decadência e ressurgimento, e ainda ouvir histórias especiais de quem gravou e trabalhou lá. Um registro emocionante para apaixonados por música de todos os tempos.

DICA BOY Mutual Friends A cantora suíça Valeska Steiner e a baixista alemã Sonja Glass se conheceram em 2005, num curso de música. Dois anos depois, nascia o BOY – um carismático duo pop. Mutual Friends, seu primeiro disco, foi lançado em 2011. Aqui no Brasil, elas só aconteceram de verdade no ano passado, graças ao hit Little Numbers. O trabalho de lançamento brinca bastante com a linguagem do folk e com certa atmosfera eletrônica. As músicas, cantadas em inglês, são suaves e falam de amor, corações partidos, anseios e decepções. Excelente para ser a trilha de viagens de carro.

CONFIRA FERNANDA TAKAI Na Medida do Impossível

CLÁSSICO

INTERNET

Há 22 anos como vocalista do Pato Fu, Fernanda Takai consegue manter uma carreira solo consistente em paralelo ao trabalho na banda. Sinal disso é que ela acabou de lançar o quarto álbum sob sua própria assinatura – depois de dois em homenagem a Nara Leão e um em parceria com Andy Summers, ex-The Police. Batizado de “Na Medida do Impossível”, o disco traz composições da mineira, além de várias versões inspiradas: Reginaldo Rossi, George Michael e até música religiosa. O lançamento conta com várias participações interessantes, seja dividindo os vocais com Fernanda ou a autoria de algumas canções. Entre eles, Samuel Rosa, Zélia Duncan, Marcelo Bonfá e Marina Lima.

WINGS Band on the Run THESIXTYONE.COM Ideal para quem está disposto a conhecer músicas novas, o thesixtyone.com é uma plataforma para audição em streaming. Inspirado pela Highway 61 (importante estrada que liga alguns dos estados mais musicais dos EUA), o portal apresenta faixas de artistas independentes, associadas a drops de informação sobre as mesmas, seguindo a lógica da experiência radiofônica – não se sabe o que tocará a seguir. Há no site uma sutil referência a jogos virtuais, já que pequenas missões e pontuações incentivam o usuário a descobrir músicas novas e a navegar pelos recursos apresentados. Além de tudo, o thesixtyone passou por uma reformulação de design em 2010, o que rendeu ao endereço um belo visual focado em fotografia de alta resolução.

Já se vão mais de 40 anos desde que Band on the Run foi lançado. O disco foi a grande volta de Paul McCartney às paradas, depois de momentos pouco festejados por crítica e público após o fim do FabFour. O lançamento fez com que olhos do mundo inteiro atentassem para o Wings, banda que trazia influências de rock progressivo e melodias marcantes. O ex-Beatle concentrou a parte mais expressiva do trabalho criativo: além de compor, assinou a produção e gravou quase todos os instrumentos. O resultado foi um álbum primoroso, que deu ao mundo hinos como Jet, Let Me Roll It e Nineteen Hundred and Eighty Five. Não à toa, as canções continuam entre as mais executadas nas turnês de McCartney. Band on the Run é atemporal, e um clássico indiscutível no museu do rock.


horas vagas • Rio & Sampa

MARILLION A banda Marillion volta ao Brasil em 2014 e já tem data marcada em São Paulo: os ingleses fazem show no HSBC Brasil no dia 9 de maio. A apresentação faz parte da turnê “Greatest Hits Tour”, com as músicas que marcaram a carreira do grupo. O público poderá conferir canções como “Beautiful”, “Lavender” e “Pseudo Silk Kimono”, entre outras, dos álbuns “Of Both Worlds” e “Misplaced Childhood”.

As programações a seguir foram cedidas e podem ser modificadas, sem qualquer aviso prévio.

Os ingressos custam de R$150 a pista normal até R$350 o camarote e estão à venda pelo site do HSBC Brasil: www.hsbcbrasil.com.br ou pelo fone 11 4003.1212

ONE DIRECTION O One Direction faz sua estreia em palcos brasileiros este ano. A produtora Time For Fun anunciou as datas da turnê brasileira: dia 8 de maio na Apoteose, no Rio de Janeiro; dias 10 e 11 de maio no Estádio do Morumbi, em São Paulo. A boy band britânica surgiu em 2010, no reality X-Factor. Com dois álbuns lançados, o One Direction já acumula centenas de milhões de visualizações no YouTube e hits como “Gotta be You”, “Live While We’re Young”, “One Thing” e “What Makes You Beautiful”. A venda de ingressos para as duas apresentações do One Direction no Brasil será por meio do site ticketsforfun.com.br ou pelo telefone 4003-5588. Os valores variam de R$ 130 a R$ 600 em São Paulo, e R$ 140 a R$ 600 no Rio de Janeiro.

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horas vagas • New York

CHER A deusa do Pop em um retorno triunfal, após 12 anos de um hiato, na turnê “Dressed to kill”. Os ingressos (que estão esgotando) custam entre US$142 e US$1.994. Dia 10 de maio, Izod Center. Informações pelo site: www.newyorkcitytheatre.com Há outros lugares onde Cher se apresentará. Para ter acesso ao calendário completo, basta acessar o site oficial da turnê: http://tour.cher.com/

ZOMBIE RUN Nova Iorque guarda peculiaridades – como toda metrópole – e uma das mais curiosas, no que diz respeito à sua intensa e diversificada vida cultural é, sem dúvida, a “Zombie Run” (ou “Corrida de zumbis”, em livre tradução). Já tradicional por lá, a corrida é uma “questão de vencer obstáculos e... os mortos vivos” e já tem data: 10 de maio. Site oficial da corrida: thezombierun.com www.revistalealmoreira.com.br


horas vagas • iPad

Threes! Pacemaker DJs amadores ou profissionais vão curtir o Pacemaker, um serviço gratuito de mixagem e edição de músicas em tempo real. Apostando em uma interface bastante dinâmica e intuitiva, o aplicativo tem todos os efeitos dignos de uma mesa de som, sendo capaz de produzir modificações incríveis com poucos toques na tela. Para finalizar, ele sincroniza listas de reprodução com as bibliotecas do iTunes e do Spotify.

Que tal colocar a cabeça para funcionar enquanto passa o tempo jogando no tablet ou celular? Essa é a proposta de Threes!, um jogo de raciocínio matemático para iOS. Tudo o que você precisa fazer é combinar os cartões de números entre si, mas cada bloco possui uma regra e cada fase fica mais difícil. Se você não se viciar na fórmula, ao menos passará um bom tempo apenas curtindo a trilha sonora.

Raul Parizotto empresário parizotto@me.com

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Tengami Lendas japonesas são a base de Tengami, um jogo de aventura com cenários tão bonitos que parecem tirados diretamente de quadros ou pinturas. O jogo é devagar e imita um livro pop up daqueles com dobraduras dentro da obra. Para avançar, é preciso resolver quebra-cabeças e solucionar um mistério sobre uma árvore local. Custo: US$ 4,99

Easy Taxi Pedir um táxi nem sempre é a tarefa mais simples que você pode realizar. Linhas telefônicas ocupadas e até mesmo a demora no atendimento são problemas que desanimam qualquer pessoa. Mas com o Easy Taxi sua vida pode ficar mais fácil, pois ele permite a rápida chamada para um táxi e ainda permite o acompanhamento da rota em tempo real. Por enquanto, ele só funciona nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.

OneDrive

Custo: Free

O SkyDrive, serviço de armazenamento na nuvem da Microsoft, agora se chama OneDrive. A mudança no nome, motivada por questões de patentes, veio acompanhada de algumas novidades, como o backup automático de fotos e vídeos no app do iOS, além de mais espaço para armazenamento. Se você usa a nuvem, vale a pena dar uma olhada. Para iPhone e iPad. Custo: Free

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JUÇARA MARÇAL

o triunfo do ruído Felipe Cordeiro Músico

Quando Zé Miguel Wisnik, um dos principais (senão o principal) teóricos e pensadores da canção brasileira, em seu longo ensaio “O Som e o Sentido” ressaltou que uma das grandes marcas da música contemporânea é a valorização do ruído, trazendo-o para o centro da composição moderna, derrubou todo um mundo. Um mundo, por exemplo, onde a MPB tradicional se ergueu e isso se torna claro quando se ouve de um Chico Buarque a seguinte anacronia: “a canção acabou”. Chico, profundamente equivocado, argumentou corretamente, mas o que, na verdade, estava acabando era um “tipo de canção”, enquanto nasciam vários outros na inclassificável música popular brasileira dos tempos atuais. Assim como a canção, também estava “acabando” e/ou perdendo relevância um “tipo de cantora” [o tipo musa, para dar espaço a espécies de antimusas]. Antimusas são aquelas que cantam todas as camadas do desconforto, do incômodo e da liberdade. Eis as três flores nítidas no álbum “Encarnado”, de Juçara Marçal, o primeiro solo da cantora. Apesar de ser o primeiro álbum que a carioca, erradicada em São Paulo, assina sozinha, ela já tem longa trajetória e participou ativamente de projetos e grupos muito importantes, como é o caso do Metá Metá, junto de Kiko Dinucci e Thiago França. O álbum passeia por um repertório que evoca o tema da morte, da vingança e da crueldade existencial. Um disco, que desde a sonoridade pouco confortável, com guitarras ríspidas, influenciadas pelo fuzz de um The Stooges, traz uma beleza cruel e avassaladora: “quero morrer num dia breve / quero morrer num dia azul / quero morrer na América do Sul”. Disponibilizado gratuitamente no seu site ofical, o “Encarnado” já obteve a marca surpreendente (em pouco mais de 1 mês) de mais de 10.000 downloads, provando que a música brasileira atual não depende tanto de rádio para ser relevante e com público fiel. Juçara e seu “Encarnado” já é obrigatório pra quem quiser entender e sentir a música do Brasil atual sem cosméticos. www.revistalealmoreira.com.br



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Camila Barbalho

Ana Mokarzel

Pinturasde

Luz

A fotógrafa Ana Mokarzel trilhou um caminho inusitado na fotografia. Coisa do destino, que ainda reservaria surpreendentes revelações – e técnicas – ao longo de sua trajetória.

H

á muitas versões daquilo que aprendemos a chamar de destino. Pode-se considerá-lo uma sina, tomada pelas curvas do inevitável. Dá para entendê-lo como uma dádiva, que, por sua natureza, não é passível de questionamento. E há a variável mais liberta, que é a que considera o destino um chamado. Sim, porque é quando se lê a sorte como um aceno dos planos da vida que se toma para si a decisão de acenar ou não de volta. Foi o que a fotógrafa Ana Mokarzel fez: devolveu conscientemente o cumprimento feito pelo destino – e em seu próprio tempo. Embora tenha reconhecido de cara sua vocação para a linguagem artística à qual se dedica hoje, foi preciso um longo caminho – e um reencontro despretensioso – para que o mundo das imagens se tornasse também o seu. Ainda menina, Ana se deixou fascinar ao ver o pai com a câmera na mão. “Ele saía pra fotografar. Usava uma câmera, que inclusive ficou pra mim, junto com rolos de filme, tripé, fotômetro. Eu adorava

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acompanhá-lo, e queria brincar de fotografar. Ele me emprestava a câmera e eu fazia o book das minhas amigas”, conta. Da época, permaneceu o equipamento – que rendeu uma tatuagem-tributo –, assim como o vestígio do que se tornaria sua percepção de arte. “Quando vejo, acho engraçado perceber que eu já trazia um pouco do olhar que tenho hoje – embora tenha sido aprimorado. Uso a câmera até hoje, e inclusive a trago tatuada em mim. Esse foi o meu marco”. Apesar do encantamento precoce, o interesse pela Administração e o próprio desenrolar da vida a afastaram das lentes. O lado profissional a encaminhou para a criação de sua própria empresa de Recursos Humanos, e aquele primeiro sinal de amor pela fotografia foi engavetado. Tudo poderia ter ficado assim mesmo, não fosse seu filho também ter se interessado pela grafia com a luz, há sete anos. Quando ele decidiu se mudar do país, Ana comprou dele sua câmera analógica e retomou a relação adormecida. Foi um caminho sem »»»


volta. “Era como se o bichinho tivesse me mordido novamente. Recomecei com a câmera dele, depois comprei uma digital. Comecei a aprender com os amigos dele. Iniciei um processo muito autodidata, aprendendo com os amigos, pesquisando na internet... Não parei mais”, relembra. De hobby a trabalho, a fluência foi bem natural. Amigos passaram a pedir que Mokarzel fizesse books, ensaios fotográficos e coisas do tipo. “A partir daí fui evoluindo: comecei a fazer algumas coisas na área de jornalismo, a ser convidada pra expor meu trabalho... Quando fiz o primeiro curso de fotografia, já fotografava há algum tempo. Hoje, tem uma agência em São Paulo que vende minhas fotos. Já é uma parte da minha renda. Eu partilho esse tempo como posso. Os fins de semana, as noites, as folgas todas são voltadas para a fotografia”. A primeira grande inspiração para Ana foram as pessoas. Delas, sobretudo de crianças, veio a paixão por retratos e a identificação com o universo de cada um. “Essa troca é o que me fascina: poder chegar, conversar, compreender o mundo delas... E poder registrar isso sob minha ótica, sob minha percepção”, ela diz. A partir daí, outras vertentes se mostraram espontaneamente. “O abandono da cidade é uma coisa que me intriga – o urbano, a agitação... São coisas que gosto muito. E mais recente, comecei a fazer um trabalho com light painting – pintura com a luz, por meio da lanterna”. O light painting, aliás, tem sido o sabor da estação em seu trabalho. Descoberta graças ao trabalho do carioca Renan Cepeda, a técnica ficou na memória de Ana até ela resolver contatar o fotógrafo. “Fui bater em Minas, fazendo um acompanhamento num processo em que ele levava uns fotógrafos para o Vale do Jequitinhonha. Passei dez dias lá, e então o convidei para vir fazer esse mesmo trabalho no »»»

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Marajó. Ele topou e foi uma experiência maravilhosa”, explica. “Reunimos um grupo de fotógrafos num misto de oficina e vivência nesse processo. A gente ficou lá por um período, e eu particularmente fiquei lá mais duas semanas acompanhando ele nessa experiência. Ele adorou, ficou encantado”. À medida em que vem se aprimorando no aprendizado do light painting, Mokarzel se interessa ainda mais pelo que a técnica pode proporcionar. “A experiência está sendo uma enorme descoberta. É uma paixão antiga, e hoje me vejo capaz de fazer. Antes, me via muito distante dela. Hoje não, me vejo fazendo com certa tranquilidade. Fico feliz, porque não é uma técnica fácil. Mas também não quero usar a técnica pela técnica, porque isso não quer dizer nada. Eu quero colocar a minha assinatura”. A artista conta que sua estrutura familiar exerce uma influência inegável em seus caminhos – tanto os que a trouxeram até aqui quanto aqueles que a conduzirão adiante. O filho, que a recolocou em contato com esse universo, ainda hoje possui esse papel – mesmo de longe, morando nos Estados Unidos. “Quando estamos nós dois, é comum que a discussão se volte para a fotografia. É até engraçado: quando eu comecei a fotografar, ele não acreditava muito nem tinha toda aquela paciência de me ensinar certas coisas. E é muito bonito que, depois de um tempo, ele tenha passado a me procurar para tirar dúvidas comigo”. A simbiose entre os dois ainda é muito forte e frutífera. “A gente sempre troca informações. Quando ele lê alguma coisa, me manda; quando vejo algo, mando pra ele. Às vezes, fazemos fotos noturnas juntos, fazemos exercícios... A fotografia se tornou um elo”. Além dele e de sua atuação mais efetiva, a irmã »»»

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a i c n ê i r e p x e a m u . é a i a r t s ó e m e m a Toda f n a d ade a d i z l i a i n c pe eter r. ossa es

sabo ue n q e r d o o p i che isso d o t s n o e m m mo Sabe e s s e r o. é torna nalizad perso o ç i v r e s nosso a ç a festa e u h s n . a o c ventos ato e o com t e d n r s o o e c c d a n m tica de ala para gra Entre e á m e t o c Criaçã m grande es ução e e prod

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e o pai foram muito importantes na construção de seu apreço pelo mundo artístico. “Minha irmã é artista plástica, se formou em História e hoje é curadora. Ela é uma grande estimuladora. Meu filho é arquiteto, então ele tem essa coisa da beleza, da plasticidade. Meu pai, mesmo sendo engenheiro e não tendo essa obrigação profissional, era muito ligado às artes desde que eu me entendo por gente. Ele era pintor e fotógrafo amador, e era excelente. De alguma forma, então, a família toda tem essa relação e tudo acabou me influenciando”. Todas essas fontes fizeram com que Ana se tornasse uma pessoa muito atenta ao que está ao seu redor, e muito disposta a compreender as diferentes manifestações. “Tudo de maneira geral, no que diz respeito à arte, me interessa. Tudo que é atrelado à sensibilidade. E me interessa porque me influencia. Tudo pode gerar algum insight”, considera. E em sua troca com o mundo, também vê o caminho contrário: “tudo nosso é um autorretrato, traz a nossa assinatura. É a forma de eu ver, é o que é influenciado pelo meu sentimento, pela minha emoção”. O lado empreendedor da fotógrafa tem grande relevância para a maneira como ela cuida da circulação de seu trabalho. Além da agência paulista que vende suas fotos, ela também o faz em suas exposições – além de fechar parcerias interessantes. “Às vezes, as pessoas se interessam e eu faço a negociação direta;

a Paratur também compra... Eventualmente, demandam meu trabalho para compor banco de imagens. São várias formas de comercializar. Por exemplo, já prestei serviço para a Reuters, que é uma agência inglesa”. Mas não é só aí que ser uma administradora em seu ramo auxilia em seu crescimento dentro da outra profissão. Segundo Mokarzel, as duas se complementam. “Como eu trabalho na gestão de pessoas dentro da minha empresa, isso me dá a veia para ser minha própria empresária na fotografia. Eu me organizo, me planejo, mostro meu trabalho de maneira mais elaborada. E lidar com grupos na minha empresa me ajudou a chegar às pessoas para fotografá-las. Eu lido com elas, com os conflitos, seus processos... Isso fez muita diferença. Por outro lado, a fotografia me ensinou a olhar para a minha empresa com mais leveza e criatividade”. A única coisa negativa, de acordo com Ana, é o tempo. Aqui e ali, é necessário que ela abra mão de atuar em uma de suas áreas de aptidão, porque as agendas coincidem. “Quando não dá pra negociar, preciso perder um lado. Quase sempre é o da fotografia”, desabafa. Mesmo assim, ela não pensa em optar por um segmento em detrimento de outro. “Gosto tanto das duas coisas que não me vejo fazendo uma escolha. Talvez precise fazer um dia, mas hoje uma carreira alimenta a outra. Às vezes, o trabalho da fo- »»»

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XVIII Feira Pan-Amazônica do Livro 30 de maio de 2014 - Abertura às 19h de 31 de maio a 8 de junho de 2014 - Diariamente de 10 às 22h - Entrada Franca Hangar Convençþes & Feiras da Amazônia - BelÊm, Parå

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tografia também é estressante, e eu preciso respirar na outra profissão; e vice-versa”. Sobre a democratização da fotografia – a explosão de smartphones e aplicativos voltados para o tema –, Ana Mokarzel adota uma visão libertária. Para ela, o instrumento é feito por quem o utiliza, e não o contrário. Além disso, ela defende que a pluralidade das maneiras de comunicar também não deve ser restringida. “Eu acho que é extremamente limitador, de todas as formas, nós sermos obrigados a escolher uma única forma de expressão. Quem diria que o fotógrafo poderia virar videomaker? Quem diria que cineastas poderiam ser fotógrafos?”, questiona. “Com o telefone, eu me sinto invisível. Se eu estou fazendo fotojornalismo, e estou com uma câmera com uma lente enorme, todo mundo olha pra mim. Cadê a naturalidade que eu quero? Eu perdi. Com o telefone, as pessoas não estão nem percebendo e eu tô fotografando – quando eu quero esse tipo de foto, claro. Às vezes, a gente quer chegar perto, entrar na intimidade de quem registra. Aí não posso ter uma lente grande, preciso ter uma lente curta”, enumera. Ela ainda vai além, quando derruba a barreira existente entre aquele que se profissionalizou e o que optou por outro caminho. “Eu não posso restringir dizendo que só é fotógrafo quem tem uma câmera profissional.

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Temos fotógrafos amadores divinos, que são talentosos, que expõem... Temos fotógrafos profissionais que trabalham hoje com o iPhone, e não deixam de ser profissionais por isso. A gente não pode querer limitar o outro. Temos excelentes fotógrafos que nunca ganharam nada com a fotografia”, analisa. Depois de argumentar em prol da expressão livre, ela entra na questão nevrálgica de sua própria concepção artística: a importância da profundidade e do significado, que ultrapassa a habilidade por si. “A técnica vazia não significa muita coisa. Não dá pra querer dizer que é só borrar uma imagem e ela vira artística. Não é só borrar. É tudo que aquela foto borrada passa de sentimento, de emoção. Cor, luz, sombra. Fotografia é isso”. O ponto final de Ana no assunto é de uma beleza abnegada. Ela não quer o mérito restritivo do domínio da arte. O seu interesse é no sentimento – e este não é nada exclusivista. “Eu fico aflita quando vejo alguém dizer ‘isso não é fotografia’. Não é sob a ótica de quem? O que é fotografia? Eu quis entender de fotografia, de luz, técnica, justamente pra quebrar todas as regras. Quando eu as aplico, eu sei o que estou fazendo. Tem gente que escolhe não estudar nada, e que só quer se expressar. Não acho que essa pessoa seja menos fotógrafa que eu”.

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destino

No fim do mundo – leþes-marinhos e pinguins ajudam a quebrar a gÊlida paisagem.

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Dominik Giusti

divulgação/internet

fim mundo No

do

Se você já ouviu “já estive no fim do mundo”, saiba, ele tem localização precisa no mapa e é um lugar interessantíssimo de se conhecer.

A

imponência da Cordilheira dos Andes impressiona. Na chegada de avião a Ushuaia, na província de Tierra del Fuego, no extremo sul da Argentina, é possível ver as montanhas de perto. São quatro horas de voo, partindo de Buenos Aires. Única, após este monumento da natureza, a pequena cidade de 56 mil habitantes oferece em toda sua extensão, vista para a cordilheira, em plena região da Patagônia. No verão, há pouca neve; no inverno ficam totalmente brancas, cobertas de gelo. Mesmo com as temperaturas gélidas e os dias nublados durante a maior parte do ano, algo místico encanta: estar na cidade mais austral do planeta, que recebeu a alcunha de “Fin del Mundo”. Com este apelo, o lugar tornou-se um dos principais destinos turísticos da Argentina. Poder chegar até as montanhas, explorar a paisagem e sentir baixas temperaturas. Fazer trekking e esquiar são os maiores atrativos da cidade. Para quem deseja fazer passeios carregados de aventura e busca contato com a natureza, Ushuaia oferece bons passeios. Mas é necessário

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ter preparo físico e estar disposto a fazer longas caminhadas e percursos com subidas e descidas constantes. Entre os lugares imperdíveis, estão o Parque Nacional Tierra del Fuego, com trilhas delimitadas para caminhadas em grupo e até mesmo com infraestrutura para acampamento, e o Glaciar Martial, localizado apenas a sete quilômetros do centro da cidade, onde é possível subir a montanha. No local também há um teleférico, temporariamente fechado, três lanchonetes e uma loja de souvenirs. Das montanhas para o mar, para quem deseja passear pelo Canal de Beagle, várias empresas oferecem o serviço, com preços e lugares distintos. Além disso, Ushuaia ficou conhecida também para quem gosta de esquiar, mas as estações só funcionam no inverno. O mais conhecido é o Cerro Castor, distante 26 quilômetros da cidade, que este ano terá início no próximo dia 20 de junho e encerra em 5 de outubro. O centro conta com uma escola de esqui e snowboard, lojas de aluguel de equipamentos para praticar o esporte, restaurante, shopping. »»»


Aos desbravadores (e corajosos, por conta das baixíssimas temperaturas e ventos cortantes), o passeio de barco pelo Canal de Beagle é obrigatório.

Para quem gosta de fazer compras, Ushuaia também tem muita opções de lojas. A avenida San Martin, paralela à avenida Maipu, onde fica o porto, é bastante movimentada. Há muitas marcas famosas por lá, mas como a cidade atrai muitos turistas, os preços são equivalentes aos do Brasil. No entanto, se deseja algo mais barato, também há outlets multimarcas. Agora cuidado com o horário: em Ushuaia existe a sesta, logo a maioria dos estabelecimentos abre às 10h e fecha às 13h ou 14h e só reabrem às 15h30 ou 16h, e permanecem abertas até 21h. Alguns restaurantes também costumam fechar às 15h. Quase todos os estabelecimentos aceitam Real, dólar e euro. Navegação pelo Canal de Beagle Pelo mar, há ainda passeios de barco pela Baía Ushuaia e pelo Canal de Beagle. Muitas empresas fazem este passeio, em iates ou veleiros – estes mais usados no verão. São três horas percorrendo as ilhas onde ficam os leões-marinhos de várias espécies, aves típicas da região, como o alakush (o pato voador), e ainda pelo arquipélago Les Eclaireurs, ícone da cidade mais austral do mundo. Algumas empresas oferecem ainda trekking de uma hora por uma das ilhas do arquipélago. Os passeios mais completos oferecem passeio pelas ilhas de pinguins.

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O frio nas ilhas é assustador por conta da velocidade dos ventos. No caminho, também é possível ver vários tipos de algas marinhas da região, algumas comumente usadas para alimentação e para cosméticos, como por exemplo a macrocystis integrifolia, muito abundante na costa. Com auxilio de um guia, os turistas também conhecem um pouco mais sobre a história da região: vestígios arqueológicos dos Yamanas, povo nativo da região antes da chegada dos europeus, ainda podem ser vistos. Eles viviam no local sem proteção para o corpo, apenas com o óleo de leões-marinhos, usado para passar na pele. Se o vento estivesse forte, protegiam-se entre as pedras. A temperatura corporal era de 38 graus Celsius, o que ajudava a manterem-se aquecidos. O próprio nome da província, “Tierra del Fuego”, surgiu quando dos embates entre os dois povos. Os Yamanas, ao avistarem os europeus em suas embarcações, começaram a atear fogo no que havia disponível, fazendo com que a área costeira ficasse tomada de fumaça. O primeiro nome então, para o local, foi de “Tierra del Humo”. Mas se onde há fumaça, há fogo, o nome foi posteriormente alterado. Parque Nacional Tierra del Fuego O lugar preferido dos aventureiros é o Parque »»»


A Leal Moreira completa 28 anos Neste ano tão especial, queremos agradecer a você, que nos acompanha e nos escolheu, em todas as pesquisas*, sua construtora favorita.

*FONTES: ORM/ACP E TOP DE NEGÓCIOS/BMP.


O king crab, ou Centolla (abaixo), é um caranguejo gigante que vive no fundo do oceano e cujo sabor encanta turistas.

Nacional Tierra del Fuego, que possui 68 mil hectares e trilhas delimitadas para longas caminhadas. Distante 11 quilômetros do centro da cidade, para chegar até lá é preciso pegar uma van chamada “Linea regular”, na avenida Maipu, próximo ao porto de Ushuaia, que custa 150 pesos argentinos, ida e volta. Na entrada do parque, brasileiros pagam 80 pesos para entrar, valor reduzido para habitantes do Mercosul. O valor normal é de 110 pesos. Na entrada do parque todos os visitantes recebem um mapa do local e um informativo com todas as dicas necessárias. A van oferece descidas em quatro pontos e dependendo de quantos quilômetros se deseja percorrer a pé, é possível escolher o ponto de descida. Há quatro possibilidades de trilhas: a primeira, chamada “Pampa Alta Trail”, tem nível de dificuldade moderada e 4,9 quilômetros de extensão, com tempo estimado para percorrê-la de uma hora. A vista é para o Canal de Beagle, com caminhada por dentro do bosque, com árvores e outras espécies da flora da Patagônia. A segunda trilha, “Costera Trail”, exige mais preparo: tem aproximadamente oito quilômetros e dura, em média, três horas. No caminho, percorre-se entre os bosques e áreas costeiras da baía Enseada, com vistas belíssimas para as montanhas, o mar e a floresta.

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Já na “Hito XXIV Trail”, a caminhada é pela área do Lago Roca, em uma caminhada de sete quilômetros, com tempo estimado de três horas. A quarta trilha “Cerro Guanaco Trail” é para quem já tem habilidades com trekking, já que é considerada de nível extremo. São quatro quilômetros de caminhada até o topo da montanha. Esta trilha inicia no Lago Roca. Ao final das trilhas, há uma grande cafeteria chamada “Alakush”, onde há também um pequeno museu sobre a fauna e flora da Patagônia, e a sala “Maia-Ku”, com a história ilustrada da Patagônia, com seus povos, os glaciares, além de mostra das espécies animal e vegetal. Andando mais quatro quilômetros, chega-se ao final da cidade, o ponto mais ao sul de Ushuia, no final da Baía Lapataia, onde se tem as distâncias para o Alaska e para Buenos Aires. Glaciar Martial Distante sete quilômetros do centro da cidade, o Glaciar Martial está localizado no complexo de montanhas de mesmo nome, uma homenagem ao francês Louis Ferdinand Martial, comandante de uma expedição científica francesa, que teve início em 1882. Para chegar até lá, também é necessário pegar uma van na avenida Maipu, ao custo de 60 pesos, ida e volta. »»»



Dicas • Em qualquer estação, invista em sapatos impermeáveis, roupas térmicas, luvas e casaco para chuva. Em Ushuaia, é normal amanhecer ensolarado, chover, nevar e o tempo ficar nublado em apenas um dia. • Se deseja andar pela cidade, fique em hotel na avenida San Martin ou em uma das ruas que cortam a avenida. É possível ir às lojas, restaurantes, museus, ao porto, somente caminhando. • Leve dólares, já que o Real costuma variar mais de um local para outro. • Não deixe de comer o “King crab” ou centolla, um caranguejo das profundezas do oceano, que se come com tesoura!

No verão e no outono, a subida é feita ainda com as pedras aparentes. À medida que se avança em direção ao topo, a neve aparece mais acumulada. O vento muito forte aumenta a sensação do frio. A magnitude das montanhas é algo arrebatador: estar no meio da cordilheira é emocionante. A altitude também aumenta a sensação de cansaço. No local há um teleférico, porém está fechado. Duas casas de chá oferecem serviços gastronômicos para os visitantes. Além disso, há uma loja de souvenirs, onde é possível encontrar também chás e comidas típicas dos Andes.

Hospedagem • Las Hayas Resort Hotel – Cerro Le Martial, 1650. • Hotel Lennox - Av San Martín, 776. • Hotel Alto Andino - Gobernador Paz, 868. Restaurantes • Andino – Avenida San Martín, 600. • Banana Bar Café – Avenida San Martín, 273. • Villagio Restaurant - Avenida San Martín, 326.

Museus Para contar a história do lugar, há diversos museus pela cidade. O Museo del Fin del Mundo apresenta aspectos da vida em Ushuaia desde a época pré-colombiana até o século XX. Já o Museo Maritimo de Ushuaia é um complexo de museus que reúne ainda o Museo del Presidio, o Museo Antartico e o Museo de Arte Marino. Sobre os povos nativos, há também o Museo Yamana.

Como chegar • De avião, pelas companhias Lan e Aerolineas Argentinas, partindo de Buenos Aires. • De carro, pela rota 3 ou rota 40.

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Luana Klautau social media

Córdoba Eu moro em Córdoba, na Argentina. Vim para cá por causa de um desejo antigo de sair de Belém por um tempo, conhecer outra cultura, outras pessoas. Eu não queria um destino muito comum como São Paulo, principalmente porque queria viver outra realidade e aprender outra língua. Precisava respirar outras coisas, e principalmente me conhecer um pouco mais. Viver em outro país me pareceu a melhor opção no momento. Por ser uma cidade universitária, diversidade é uma coisa que se encontra com certeza em Córdoba. Gente de todo lugar do mundo, todos os tipos de idioma e culturas; tudo em um só lugar. Por ser uma cidade cheia de jovens, você tem tranquilidade para andar pelas ruas vestindo o que quiser e sendo você mesmo, sem isso ficar em evidência. Córdoba é uma cidade pequena, que é grande. Não tem aquela pressão e pressa de uma metrópole, mas tem um pouquinho de tudo: lugares pra conhecer, bares, pessoas, informação e cultura. Existe aqui a noite dos museus, que acontece oficialmente duas vezes por ano – o que ocorre mais vezes, na verdade. Nelas, é possível visitar todos os museus daqui (que não são poucos e todos lindos) de graça. Existem até ônibus que a própria cidade oferece, também gratuitos, para levar de um museu para o outro. Os lugares mais visitados são as serras e seus pequenos vilarejos, com vistas de montanhas e rios. Nestes, a maioria das pessoas vem de uma cultura italiana ou alemã. Aqui acontece também o

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maior Oktoberfest da Argentina, na Villa General Belgrano. O clima aqui me assustou muito, porque as estações são bem certinhas – e certa também é a confusão que fica quando começam as transições entre elas. Cheguei aqui no final do inverno, no início de setembro. Houve dias em que a temperatura estava em -1°C e no dia seguinte fazia quase 40 graus. Era uma confusão escolher o que vestir. Mas foram poucos dias. Chegou a primavera, e que bonito que fica! Aqui é bem arborizado, então a cidade é tomada pelo verde e pelo sol, e sem calor. Quando chegou o verão, eu sofri bastante. Pensei que, como vinha de Belém, ia passar o verão tranquila... mas que calor! Aqui, as pessoas não são tão acostumadas com o verão – primeiro, porque passa muito rápido; e segundo, porque normalmente todo mundo viaja. A cidade fica vazia e nenhum lugar tem sequer um ventilador pra ajudar. Nunca vi tanta gente saindo de loja com ventilador de uma vez só. Agora começou o outono. Já choveu bastante e está bem mais fresquinho. Algo surpreendentemente bom é que tudo aqui se faz caminhando. É muito forte o costume de se achar que “tudo é aqui do lado”. Outra coisa legal é que é um lugar onde as pessoas andam falando e mexendo no celular independente do horário e de onde estejam. É muito seguro. Todos vão para as praças e ficam usando seus computadores sem problemas. Achei isso maravilhoso. Também gostei

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do fato de homens se cumprimentarem se beijando no rosto, achei a coisa mais linda. Também existem os Kioskos, que é algo entre uma pequena loja de conveniência e um mercadinho. Eles estão em todos os cantos, esquinas, ruas etc., e vendem um pouquinho de tudo. Ah, precisei me acostumar com a regra de que não se pode tomar bebida alcoólica na rua, e também não se vende álcool depois da meia-noite. Depois desse horário, só em boates – que, aqui, chamam de boliches. As empanadas, os assados e choripan são três coisas que uma pessoa tem que comer aqui, com certeza. Empanadas são como os salgados aqui. Tem de carne, queijo, frango etc. O assado é o churrasco deles, que se come com salada ou babatas – nada de arroz e feijão. Choripan é a junção de pão, linguiça e um monte de outras coisas que não sei especificar. Aqui era caminho dos jesuítas, então a cultura religiosa é bem presente. Há muitas igrejas, centros históricos e museus. Existe aqui o Paseo de las Artes, que acontece durante os fins de semana. É onde você pode encontrar de tudo um pouco, de todo lugar do mundo, sempre com um preço acessível. Existe também o Paseo del Buen Pastor, que fica bem no centro, onde tem uma fonte de “dança das águas”. O lugar é rodeado de bares e fica bem na área noturna da cidade. É ótimo pra começar a noite. De lá, é só emendar – e sair caminhando até qualquer balada ou restaurante da cidade.


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Ele me deixou um presente, junto às pedras do vale do Sol. Uma caixa de ouro e rubis, pequena, protegida por uma grossa camada de madeira, feita de Amendoeiras Cristais. Onde estavam guardados todos meus erros. O Centauro estava no vale, guardando o antigo Dolmen. Ele fitou meus olhos, com a rusticidade e bondade natural de sua espécie. Sua voz macia e perfumada como avelãs recém-torradas, cantava para mim. “Bem vindo, filho de Adão, Responsável pela concepção, No fundo do Dolmen, o grande Leão, Vos espera para que complete a sua missão” Eu caminhei em direção à mesa de madeira, na sala da árvore. As paredes traziam desenhos feitos pelos sátiros que contavam sobre a minha jornada sobre a Luz. E lá no fundo, a mesa estava posta. E o grande Leão, solene, sorria para mim. - Bem-vindo, meu filho! Sente-se, a mesa está posta para você. Uvas, pêssegos, água fresca e o pão sagrado. Você veio de longe, mas seu destino está além. Jamais me abandone. Jamais me abandonará. - Meu Pai, vindo do meu próprio coração, eu estou pronto para carregar seu mundo. Estou pronto para transformar-me em Atlas. Estou pronto para tal prazerosa eterna responsabilidade, de carregar seu mundo e o meu mundo em minhas costas. Eu estou pronto para lutar, arrancar o coração daqueles que desejarem o seu fim. - Meu filho, você carregará meu mundo. - Eu carregarei seu mundo, suas dores e minhas feridas. Eu me transformarei em um Titã, eu serei seu Atlas.

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AcerbiMoretti Photography

O nobre

vermelhoe a pureza do branco Ele é encontrado no mundo inteiro – das cozinhas da alta gastronomia às pequenas tabernas e tascas. Não há uma única família italiana que não tenha, na geladeira de casa, um pouco de queijo parmesão. O privilégio, outrora pertencido aos clãs italianos, caiu no gosto dos que têm morada fora da Grande Bota. Assim como o azeite de oliva e o próprio sal, o parmesão se tornou um item indispensável a ter em casa. Deixemos que o Parmigiano Reggiano fale por si.

A

s vacas holandesas, como popularmente são conhecidos os espécimes da raça Holstein-Frísia, lotam os estábulos da Emilia Romagna (região no Norte da Itália). São as clássicas “manchadas” em preto e branco. Até a Segunda Guerra Mundial, entretanto, outra raça “habitava” essas terras: as Reggiane rojas, também chamadas de “vacas vermelhas” – que de “vermelhas”, tinham muito pouco: seus pelos se assemelhavam, em cor, ao trigo maduro. Um ou outro animal distingue-se pelo focinho, sempre rosado e nunca negro, como o da raça holandesa. Há tempos, as vacas vermelhas eram usadas para arar campos, puxar carroças. Delas ainda provinham o leite e a carne, até que se decidiu misturá-las a outras raças, com a finalidade de obter mais leite. Começava aí a história da escassez das vacas vermelhas – tanto que ao final do século XX, havia menos de mil exemplares delas. Descobriu-se, então, que seu leite possuía uma proteína que o tornava mais doce e saboroso, portanto perfeito para a produção de queijo parmesão. O Parmigiano Reggiano, feito a partir do leite da vaca vermelha, é considerado um dos melhores queijos parmesão do mundo. De onde vêm? Aparentemente, o primeiro espécime da vaca vermelha nasceu por volta do ano 1000, na região onde hoje é a Hungria, e foi para a Itália com as invasões lombardas, de 1200. Atualmente, na Ucrânia e na Rússia central, ainda é possível encontrar exem-

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plares cujas pelagens são vermelhas, muito similares às da Reggio Emilia. Desta forma, a raça que estava em perigo de extinção lentamente volta a repovoar tais regiões. Segundo produtores europeus, atualmente eles contabilizam 2.500 animais, distribuídos em 177 granjas italianas. A tradição do leite bovino A transformação do leite em queijo é feita há aproximadamente cinco mil anos, segundo uma inscrição suméria do século III a.C., exposta no Museu de Bagdá. Ainda de acordo com estudos, o queijo parmesão seria mais jovem, com aproximadamente 450 anos. Percorrendo os caminhos dessa verdadeira “via-láctea” (sem falsos trocadilhos), fomos convidados a visitar uma queijaria na Reggio Emilia, onde a matéria-prima do parmesão é o leite proveniente de vacas vermelhas. Para fazer uma forma de parmesão, são necessários de 500 a 600 litros de leite. As vacas vermelhas produzem leite, tanto no frio, quanto no calor, não sendo afetadas pela mudança de clima e temperaturas. O importante, dizem os produtores, “é que não haja vento, senão elas se sentem envergonhadas e não produzem leite”. A vaca é normalmente ordenhada duas vezes ao dia – à noite e pela manhã. O produto da ordenha da noite é colocado em grandes tanques de aço, para »»»


No período de “guarda”, os queijos ficam em uma sala – cuja temperatura é rigidamente controlada – por, no mínimo, 24 meses.

que descanse e seja resfriado – e ainda para a gordura subir à superfície, de modo que possa ser retirada. Este é o leite semidesnatado, mais leve. Já o da manhã é colocado em uma grande caldeira, com cobre no interior. Os dois são misturados e aquecidos juntos para dar vida ao que será o leite perfeito para produção de queijo. Enquanto isso, o soro do leite ácido, rico em bactérias (produzidas pelo próprio leite) e usado para controlar justamente a acidez, é adicionado. “Eis um produto artesanal”, nos contam, “muito importante porque cada um carrega consigo uma característica particular (de cada leiteria) e, portanto, o sucesso do queijo parmesão”. Uma vez que o leite atinge a temperatura desejada (26 Réamur ou, aproximadamente, 33°C), é hora de adicionar o coalho – substância que é obtida a partir do estômago de bezerros – e deixá-lo descansar, esperando apenas a “coalhada”, uma espécie de gelatina branca espumosa. “Houve um tempo em que essa mistura era feita à mão. Hoje, naturalmente, há mecanismos para isso”, explica Glicério, fazendo-nos imaginar por um segundo quão cansativo e esgotante era o ofício de queijeiro. Há quarenta anos, Glicério trabalha na indústria de laticínios. É queijeiro, tal qual fora seu pai. A “via láctea” Quando a coalhada está pronta, inicia-se a fase de “spinatura” [chamada assim por causa do “spino”, uma

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ferramenta que “quebra” o requeijão uniformemente]. Nos tempos antigos, o cipó-de-Judas (também conhecido como “tripa-de-Judas”, no Brasil) era usado nesse processo. Aos poucos, a caseína é separada do líquido, para, em seguida, aumentar-se a velocidade de mistura, que levará à consistência desejada: nem muito fino nem muito espesso, com a aparência de uma cerâmica branca. Depois de tantos anos de experiência, o queijeiro sabe a hora certa, o ponto certo de parar de mexer. E assim, no fundo da caldeira, a forma – ainda – sem forma: uma aglomeração de queijo, uma bola albina. Em uma hora, ela poderá ser retirada da cadeira. Do outro lado, no celeiro, oitenta vacas dividem um confortável espaço. Um animal produz aproximadamente 60 quilos de leite ao ano. Deve-se considerar que o ano de lactação tem a duração de 305 dias – os sessenta restantes são dedicados ao repouso, para que o animal se recupere e produza leite de qualidade. No celeiro, cada animal tem sua própria “cama”. As vacas são alimentadas com grama, cevada, sais minerais, vitaminas e soja. Cada uma tem sua própria dieta – rígida, elaborada de acordo com seu peso, necessidade e características. A procura pelo queijo é enorme e chegam pedidos de todo o globo: eles vêm do Japão, China, Canadá, Austrália, Suécia e também de toda a Europa para

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comprar o parmesão produzido pelas “vacas vermelhas”. Voltando à queijaria Pouquíssimo tempo se passou desde que a massa ficou repousando no fundo do tacho – aproximadamente meia hora. Todos os dias são assim – o mesmo procedimento, já que o Consórcio do Parmigiano Reggiano também não pode parar. E segundo suas rígidas normas de produção, é proibido guardar leite de um dia para o outro. Eis um trabalho que [ainda] não pode ser feito por uma máquina: o produto deve ser ouvido, tocado, cheirado, cortado. É emocionante ver a forma ser levantada e o queijo que está ali, ainda sem forma, ser cortado em dois, com um facão; e com habilidade e maestria ser envolvido delicadamente em panos de linho, para logo em seguida, pendurá-los – como roupas em um varal – e esperar escorrer. O resultado será uma forma de aproximadamente 40 kg cada um. Após essa fase, esses “pedaços” são colocados nas “passere” – responsáveis por garantirem a forma final ao queijo, que pode ser maior ou menor, dependendo da quantidade de produto que é colocado em seu interior. Em seguida, os vasilhames são cobertos com uma roda de madeira, que ajudará a drenar o soro. Os queijeiros nos explicam que as “passere” só ficarão ali até o cair da noite, quando as redes são

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removidas e será possível “imprimir” a marca do frescor do parmesão: mês e ano de produção, além do número da leiteria no Consorcio del Parmigiano Reggiano. Logo também será colocado o selo DOP (denominação de origem protegida), outra marca registrada do consórcio, que registra a fazenda produtora do leite, a queijaria, o ano da forma etc. Depois de dois dias a forma é levada a uma sala onde outras formas de queijo parmesão estão imersas em salmoura – uma mistura equilibrada de água e sal (o sal é o único produto que é usado para preservar o queijo), onde ficarão por, no mínimo, seis meses. Como saber se a água salgada ainda está bem equilibrada ao longo deste período? Os queijeiros desenvolveram uma técnica muito particular, em oposição às novas tecnologias disponíveis: eles colocam um ovo de galinha e se a salmoura estiver imprópria, o ovo não flutua. Finalizando os dias sob salmoura, as formas, de uma brancura brilhante, são colocadas em recipientes de aço no armazém de maturação. A forma agora tem de ser mantida a uma temperatura entre 16 e 18 graus – e ainda ficar sob essas condições por, no mínimo, 24 meses. Durante a maturação, de acordo com as regras, seguem-se diferentes procedimentos para verificar se a forma está no padrão exigido. Uma agulha – utilizada para perfurar o queijo, de modo que seja possível sentir seu aroma – e um martelo (com o qual »»»


“O barulho provocado pela batida no queijo deve ser um som homogêneo ou, do contrário, existem defeitos”

é possível ouvir “a música da verdadeira bondade”, brinca o mestre queijeiro) são usados durante este processo. Sobre este teste, aliás, Glicério vaticina: o barulho provocado pela batida no queijo “deve ser um som homogêneo, ou do contrário existem defeitos”. O maior defeito é o “inchaço” da forma, resultado de uma fermentação que obriga o queijeiro a perfurar mais fundo dentro do queijo. Se houver problemas, a culpa sempre é do leite, nunca do queijeiro! Curiosamente, o queijo parmesão pode ser consumido até mesmo por aqueles que são alérgicos à lactose. “Nos 24 meses de forma, são eliminados todos e quaisquer resíduos – já que, com a fermentação, a lactose é transformada em ácido”, explicam os mestres. Vacas vermelhas têm de ser alimentadas corretamente e em quantidade certa, para produzir o leite perfeito. O leite transforma-se em soro, que é adocicado e utilizado como ingrediente em vários itens: cosméticos e cremes antirrugas, bolos e tortas, sorvete... Ele também é usado para alimentar os porcos – e, claro, por sua vez, ajudará na produção de salsichas, presuntos e outras carnes. Também dele se faz a ricota – quente, macia e suculenta. E com o leite e o queijo, segue-se também uma vida de tradições e de um amadurecimento importante: faz-se o Parmigiano Reggiano…

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foto Dudu Maroja A chef Luciana Yano, à frente da cozinha de “A Forneria”, considera o Regiano Parmiggiano uma joia da culinária. “Embora ele seja comumente utilizado na finalização de pratos, o queijo pode surpreender em sobremesas e na combinação com frutas e geleias”.

Cruzando o Atlântico Como qualquer produto “DOC”, o queijo Regiano Parmiggiano segue rígidas regras de importação até chegar à mesa do consumidor final. O Brasil, segundo dados do próprio Consórcio, é um dos principais importadores da “joia” da Emilia Romagna. No Pará, onde a culinária italiana é uma paixão entre os paraenses, o parmesão também é um item muito comum à mesa. Exagero? Vá em frente e abra sua geladeira. Certamente ali, no canto, timidamente, há um pedaço de parmesão desejoso por um encontro saboroso. O queijo, de sabor levemente adocicado, é a estrela do Gourmet da Revista Leal Moreira 43. Para falar dele, convidamos a jovem chef Luciana Yano, que está à frente da cozinha do restaurante “A Forneria”, especializado em cozinha ítalo-paraense (fusion). E ela confirma: o Parmigiano Reggiano é um caso de amor à “primeira degustação”. Paulistana, formada pelo SENAC Campos do Jordão, Luciana Yano chegou a Belém em 2007, após passar pelo D.O.M (chef Alex Atala), para trabalhar com o chef Paulo Martins. Completamente apaixonada pelo Pará e pelos ingredientes locais, Yano promoveu uma reformulação no cardápio de “A Forneria” e incluiu novidades e aumentou a carta de massas e a carta de risotos. “Vou brincar com risotos gratinados”, ela adianta, além de revelar que as saladas também ganharão mais espaço e garante a entrada de mais cortes nobres, como T-Bone e paleta de cordeiro. Voltando ao Parmigiano Reggiano, Luciana conta ainda que o queijo, de sabor mais forte – embora adocicado – é muito usado em finalizações de pratos salgados (massas e risotos). “Na Itália, onde as refeições são verdadeiros rituais, é muito comum comer o Parmigiano Reggiano com morangos, por exemplo. Os italianos adoram a mistura agridoce, o que evidencia a versatilidade deste queijo”. A combinação do queijo com morangos, foi, aliás, a grande inspiração de Yano, na receita que apresentamos. “Para fugir das obviedades, pensei em um mil-folhas de morango ao balsâmico, com pimenta e creme de Parmigiano Reggiano”, ela conta.


receita Mil-folhas de morango ao balsâmico com pimenta e creme de Parmigiano Reggiano (receita exclusiva de “A Forneria” para a Revista Leal Moreira – rende para duas pessoas) INGREDIENTES Mil-folhas • Você vai precisar de 150 gr. massa folhada (à venda nos supermercados) (asse a massa folhada cortada em quadrados não muito pequenos 180 graus por 3, 4 minutos) Creme • 120 gramas de cream cheese • 30 gramas de Parmigiano Reggiano em pepitas (pedacinhos) • 50 gramas de creme de leite • 70 gramas de leite condensado • suco de 1/3 de limão siciliano (misture tudo até obter um creme homogêneo. Leve à geladeira, enquanto você faz o restante da receita) Compota de morango • 250 gramas de morango (lavados e secos) • 100 gramas de açúcar refinado • 3 colheres de sopa de vinho • 1 colher de sopa de aceto balsâmico • 1 pitada de pimenta calabresa (faça um caramelo com o açúcar, tendo o cuidado de não deixar queimar, e junte os morangos. Quando estiverem cozinhando, junte o vinho e o aceto balsâmico. Quando estiver em ponto de compota, desligue e deixe esfriar)

MONTAGEM Misture a compota de morango (fria) ao creme (que ficou na geladeira). Reserve uma colher da compota para decorar a sobremesa. Em um prato alterne as mil folhas (massa folhada já assada) com o esse “novo” creme. Finalize com a compota no topo e um fio de azeite.

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A Forneria O restaurante abre de terça a domingo para o jantar. Aos domingos, a casa abre para o almoço também. Horários: terça a domingo, de 19h às 23:30h; domingos, de 12h às 15:30h. Endereço: Antônio Barreto, 948. Belém - PA. Telefone: (91) 3223.1280 Site: www.aforneria.com.br

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O Gravner Ribolla Gialla Anfora 2005 é o maior nome dos orange wines. Como o nome mesmo diz, são vinhos brancos de cor alaranjada, feitos com uvas sobremaduras, com longas macerações com suas cascas e longos amadurecimentos em madeira e, no caso de Gravner, fermentado em ânforas de barro, como faziam os antigos romanos. “Faço o vinho para mim, o que sobra eu vendo”, segreda Josko Gravner, proprietário da vinícola. Ele só lança seus vinhos ao mercado aos 7 anos de idade e diz que faz vinhos para durarem 49 anos (7×7). Segundo ele, mandar uma criança à escola aos 6 anos seria tolher-lhe um ano de infância. Sua paixão pela Ribolla vem de seu pai. Gravner colhe sua Ribolla muito tardiamente – em novembro – algo bem ousado, com risco de perda da colheita pela chegada do inverno. Eis um vinho inesquecível: fruto de um respeitoso terroir, com solos perfeitos, atento às fases da lua, às forças da natureza, e, antes de tudo, seguidor do seu sonho de deixar ao mundo uma grande contribuição, por meio de um grande vinho natural, genuíno e emocionante. Notas: Decantado por aproximadamente 1 hora, primorosa coloração alaranjada cristalina e viscosa. Distinta riqueza olfativa que mescla ervas (sálvia, orégano), damasco seco, cera e casca de cítricos cristalizados. Untuosa incursão gustativa, moderada por tensa mineralidade, frutado volumoso, com longuíssima persistência. Um vinho para quem não tem boca boba! Incrível e prazerosa experiência Estimativa de guarda: 15 anos Premiação mais relevante: GAMBERO ROSSO 2010: 3 Bicchier DUEMILAVINI A.I.S. 2010: 5 grappoli PARKER: 94 Pontos Onde comprar: Decanter Indicação da consultora Luana Vieira

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ANAPERENNA BY BEN GLAETZER 2009 Produtor: Colomé Casta: Malbec (85 %) Tannat (8%), Cab. Sauvignon(3%), Syrah(2%) e Petit; Verdot (2%) Graduação alcoólica: 14.5 %GL Estimativa de guarda: 10 anos O Colomé Estate é o vinho que deu mais prestígio à vinícola, uma das mais tradicionais da Argentina. Já esteve diversas vezes presente na lista dos Top 100 Of The Year da revista americana Wine Spectator. É produzido a partir de vinhedos que ficam entre 2.300m e 3.100m de altitude. Estagiou 15 meses em barricas francesas, 30% novas e o restante de 2ª passagem. Apesar de levar Malbec no rótulo, não é um varietal. É um corte com base de Malbec (85%), tem ainda Tannat, Cabernet Sauvigon e Syrah – todas colhidas em fins de abril. Amalolática é feita em 50% do vinho e tanque de inox para os outors 50%. É uma versão muscular e suculenta do Malbec, porém elegante e delicada. À vista apresenta uma profunda e escura cor granada. Revela em nariz um aroma licoroso cheio de frutos pretos e notas de noz moscada e pimenta preta. É corpulento em boca, mas aveludado onde se destacam sua fineza e enorme caráter. Notas: rubi intensa e sem reflexos. Os aromas remetem a frutas negras em geleia, pimenta negra, couro, terra molhada, chocolate, café, baunilha e uma discreta nota de mineralidade. Um painel de ótima complexidade! Premiação mais relevante: PARKER: 92 Pontos / WS 90 Onde comprar: Decanter Indicação da consultora Luana Vieira

Produtor GLAETZER WINES Castas: 75% Shiraz e o restante de Cabernet Sauvignon Região: Barrosa Valley Austrália Graduação alcoólica: 14,5% Envelhecimento: 14 meses em barriques de carvalho francês e americano. Não filtrado. Célebre por seu repertório de vinhos maciços, afirmados e audaciosos, a produção australiana continua trilhando seu caminho sem cessar de se adaptar às evoluções do mercado internacional. Já se passaram mais de dois séculos desde 24 de janeiro de 1791 quando foram vindimados os primeiros cachos de uva australiana de um vinhedo plantado no centro de Sidney. Desde então começou a ascensão de um dos mais significativos fenômenos enológicos da era moderna. A Austrália em pouco tempo soube impor-se no clube fechado dos países que contam no segmento de vinhos, de forma tão presente que chegou a pôr em crise produtores históricos. Situado no sul, o Barrosa Valley é a maior área de produção de vinhos do país, o Vale se beneficia de condições geográficas ideais para o cultivo de vinhas: generosamente ensolarado, uma idade baixa, correntes marítimas, sinuosas colinas, os solos pobres de argila e areia que recebem vinhas velhíssimas de Syrah ou Shiraz como eles preferem chamar e grenache, as vinhas mais jovens são de cabernet sauvignon prevalentemente. A família Glaetzer é uma das mais antigas família do vinho da Austrália, com coragem, energia e espírito pioneiro chegaram na Austrália, vindos da Alemanha em 1888 e se estabeleceram no fértil Vale Barrosa. O patriarca Colin Glaetzer é um dos enólogos mais famosos do país e seus dois filhos não deixam por menos. O Anaperanna é uma criação de Ben Glaetzer, “jovem enólogo do ano 2004” cofundador e coproprietário da Glaetzer Wines, em 2006 recebeu a máxima pontuação concebida por Robert Parker a um vinho, os famosos 100 pontos com o esplêndido Amon-Ra 2006 (100% Syrah). Premiações mais relevantes: 94 pts. Robert Parker 90 pts. Wine Spectator 94 pts. The Wine Front Onde comprar: Grand Cru Indicação da sommelière Ana Luna Lopes

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MUNDO DE YUNTERO TEMPRANILLO BIO 2012

Produtor: Gravner Casta: Ribolla Gialla Graduação alcoólica: 13 %GL Amadurecimento: 3 anos em botti de carvalho da Eslavônia.

COLOMÉ ESTATE MALBEC

GRAVNER RIBBOLA GIALLA 2005

vinho

Produtor COOP. JESÚS DEL PERDÓN Classificação legal: D.O. La Mancha Castas: Uvas 85% Tempranillo e 15% Syrah Região: Manzanares - Espanha Graduação alcoólica: Vol. 13% Em tempos de defesa do meio ambiente e sustentabilidade, os vinhos Biodinâmicos ou ecológicos, estão se tornando cada vez mais conhecidos. Em poucas palavras os biodinâmicos são vinhos ecologicamente corretos, pois não possuem, nem na fase de cultivo da uva, nem na fase de vinificação, aditivos químicos, dispensando fertilizantes, adubos químicos, herbicidas e fungicidas. A teoria da Biodinâmica, porém é bem mais complexa, se baseia nos preceitos de Rudolph Steiner, cientista e filósofo austríaco, e do “Equilíbrio da Natureza” misturando astronomia, tratamentos homeopáticos e agricultura, com uma abordagem direta na qual o vinhedo se torna um organismo vivo e integrado no meio. Respeito ao solo e integração total com o ambiente, as forças da natureza e os animais. A cultura “bio” na Espanha explodiu nos últimos anos, com a superfície de vinhedos cultivados em “bio” triplicada; vários prêmios em concursos internacionais como o importantíssimo “Mundus Vini Biofach 2013”, na Alemanha, onde a Espanha ganhou três medalhas de ouro, ficando à frente da França e da Itália. O Mundo de Yuntero é um exemplo dessa nova geração de vinhos, elaborado 100% com uvas bio, passa sete dias macerando em temperaturas controladas, sem nenhum estágio em madeira é um vinho simples, mas extremamente agradável e franco. Premiações mais relevantes: 90 pts. Robert Parker Onde comprar: Grand Cru Indicação da sommelière Ana Luna Lopes



decor

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da redação

O quesalta

aos olhos

Pisos e revestimentos diferentes e ousados estão muito em alta e prometem ser forte tendência! Volume e texturas são as palavras da vez, para dar vida aos ambientes internos e externos – é o chamado efeito 3D na decoração e na arquitetura.

H

ouve uma época em que paredes e pisos passavam despercebidos, seguindo a linha “puro branco” ou papéis de parede em tons pastel, em uma tentativa de dar destaque ao mobiliário. Até que houve um momento em que um olhar [ou vários] diferenciado percebeu que todos paredes e pisos monocromáticos eram grandes telas “em branco”, perfeitas para receber intervenções e ideias – e não somente dentro de casa, como

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fora dela, nas áreas comuns ou mesmo no papel “coadjuvante” de revestimentos. Neste Decor, fomos atrás de algumas novidades, do que está fazendo a cabeça dos profissionais da área e mesmo dos clientes. Encontramos, ao longo do caminho percorrido, muita cor – ou melhor, muitas cores –, texturas, formatos e ilusões. Ilusões? Sim. Falamos do efeito 3D e dos belíssimos resultados que podem ser conquistados com eles.

Dudu Maroja


As pastilhas, consideradas um dos produtos mais versáteis da decoração, são encontradas largamente em tamanhos diferentes e em cores diversificadas. A indústria oferece pastilhas para aplicações internas, externas; para todos os fins imaginados: da piscina aos painéis decorativos; das salas de banho até pisos de restaurantes. Podem ser encontradas em vidro, mármore e tantas outras matérias-primas (até PET). O fundamental é usá-las conforme sua imaginação permitir.

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Os painéis em madeira de demolição e/ou PET são suntuosos, não há como negar. Eles dão vida ao ambiente e são luxuosos. Com motivos ou lisos, aposte neles para quebrar a monocromia e garantir a sofisticação merecida. www.revistalealmoreira.com.br

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Os painéis e revestimentos em 3D são para os que não têm medo de ousar. Dão a sensação de volume e em alguns casos, de movimento. Há os que optam por substituir sancas por esses painéis (no teto!!!).

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Particularmente, adoramos pisos! Hoje, sabe-se que há aqueles que são de encaixe. Já pensou em quão fácil vai ser levar seu piso favorito, com você, onde quer que você vá? Atenção às sutis [e, por vezes, impercepetíveis] diferenças entre eles. Pisos de madeira são requintados, destacam o decor e são resistentes; de fácil manutenção. Chegam prontos à sua casa, para pronta montagem. O piso vinílico [ou o piso que não é piso] reproduz fielmente os padrões amadeirados. Conforto e naturalidade estão garantidos. Por fim, o piso laminado é perfeito porque é moderno, é prático e combina com tudo! A instalação é feita pelo sistema “click” [ou de encaixe].

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LEAL MOREIRA INVESTE NA SAÚDE DOS SEUS COLABORADORES A prevenção é um dos grandes mecanismos em prol da saúde e por conta da proximidade do Carnaval, a Leal Moreira realizou, no período de 24 a 28 de fevereiro, uma campanha educativa para seus colaboradores nas obras sobre doenças sexualmente transmissíveis. A iniciativa contemplou palestras e distribuição de preservativos. O projeto, que teve parceria do SESI, atingiu aproximadamente 600 pessoas de cinco obras. O carpinteiro José Roberto Nascimento, 40, aprovou a ideia. “A palestra foi maravilhosa porque abriu a nossa mente e despertou para algo importante que muitas vezes é deixado de lado. Várias pessoas se esquecem de se prevenir no Carnaval”. O servente hidráulico Evandro Nazareno, 31, também participou da campanha. “Achei fundamental para alertar as pessoas sobre doenças sexualmente transmissíveis. A saúde é tudo em nossas vidas”. Assim como ele, o servente habilitado Cristson Sacramenta, 20, esteve em uma das palestras e destacou que “muitas pessoas não sabiam sobre as doenças que foram apresentadas”. Rosanny Nascimento, gerente de Gestão de Pessoas da Leal Moreira, ressaltou que “campanhas de prevenção, tanto na área da saúde quanto da segurança, são um dever nosso e nossa contribuição cidadã. A Leal Moreira em 2014 tem um projeto de comunicação muito forte e abrangente. Levaremos informação para que as pessoas possam fazer opções seguras e acertadas sobre diversos assuntos”.

28 ANOS No dia 21 de fevereiro, a Leal Moreira completou 28 anos de história e tradição no mercado paraense. Nossa maior satisfação durante esse período foi ter conquistado a sua confiança. Agradecemos a todos que nos acompanham há quase três décadas e que nos escolheram em todas as pesquisas de opinião* como a “construtora favorita dos paraenses”. (*) Fontes: ORM/ACP e Top de Negócios/BMP

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Institucio

HOMENAGEM ÀS MULHERES As mulheres que trabalham no prédio sede da Leal Moreira foram recebidas, na manhã do dia 10 de março, de maneira no mínimo surpreendente: ao som de música ao vivo, tapete vermelho e cupcakes. Jéssica Macedo, que trabalha no departamento de Relacionamento com o cliente ficou emocionada com a iniciativa da construtora. “Ser recebida com tapete vermelho e saxofone, faz o dia de qualquer pessoa ser ainda mais lindo”, contou entre sorrisos indisfarçados. O mesmo sorriso foi compartilhado por Ana Carolina Valente, backoffice da Revista Leal Moreira. “É muito gostoso saber que a empresa sempre reserva belas surpresas aos seus funcionários”. A homenagem também chegou à Leal Moreira Imobiliária e aos canteiros de obras: colaboradoras que trabalham nas construções da Leal Moreira ganharam cupcakes e carinho dos colegas de ofício.

NOVOS PONTOS DE VENDAS A Leal Moreira Imobiliária inaugurou central de vendas no edifício Palladium Center (Av. Gov. José Malcher, 815), que conta com todo conforto e praticidade para receber você. A partir de maio a imobiliária terá também outro ponto de vendas: no lounge do 2º Piso do Boulevard Shopping, em frente à livraria Saraiva.

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LEAL MOREIRA REALIZA CURSO PARA COLABORADORES Um bom líder é sinônimo de exemplo para as outras pessoas. Pensando nisso, a Leal Moreira busca frequentemente investir em profissionais que ocupam cargos de liderança. No dia 08/03, a construtora realizou o curso “Relacionamento Interpessoal e Liderança”, voltado para encarregados e mestres de obra. O encarregado Ezequiel Reis participou do curso. “Foi muito bom e espero que tenham outros. Dá para usar esses conhecimentos no nosso cotidiano, como, por exemplo, tendo um melhor entendimento com os operários”. Outro participante foi o encarregado Cristiano Ferreira. “Foi bastante gratificante ouvir coisas que eu não conhecia sobre relacionamento e liderança. Além de absorver tudo o que foi ensinado, nós iremos repassar o que aprendemos para os colaboradores”. A responsável por ministrar o curso, a psicóloga Adelina Santana, explicou a proposta da iniciativa. “Nós precisamos investir não só na parte técnica, mas também na comportamental para que eles tenham um relacionamento melhor com as equipes que lideram. Eles passam boa parte do dia na empresa e nós temos que investir para

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que o ambiente de trabalho seja bom e que eles sintam-se felizes”. O primeiro treinamento de 2014 com esse tema foi realizado no dia 01/02, para profissionais das obras do Torres Dumont, Torre Unitá, Torres Floratta e Torre Triunfo.

LEAL MOREIRA CONFIRMA PARTICIPAÇÃO E PATROCÍNIO DA CASA COR PARÁ 2014 www.revistalealmoreira.com.br

A Leal Moreira confirmou pelo quarto ano consecutivo o patrocínio na Casa Cor Pará e já está planejando o seu espaço na mostra, que surpreenderá mais uma vez os visitantes. O lançamento do evento foi realizado no dia 20/03, no Boulevard Shopping, e contou com a presença de renomados arquitetos do estado, que se encantaram com as novidades desta edição.

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Na dúvida, assista os dois. Palestra: Vencendo desafios e construindo o futuro!

Workshop: A Empresa voltada para o cliente.

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acabamento

Torres Devant 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 68m2 e 92m2 • Travessa Pirajá, 520 (entre Av. Marquês de Herval e Av. Visconde de Inhaúma) Torre Unitá 3 suítes • 143m2 • Rua Antônio Barreto, 1240 (entre Travessa 9 de janeiro e Av. Alcindo Cacela). .

Torre Parnaso 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 58m² e 79m² • Av. Generalíssimo Deodoro, 2037 (com a Rua dos Pariquis). Torres Dumont 2 e 3 dorm. (1 suíte) • 64m² e 86m² • Av. Doutor Freitas, 1228 (entre Av. Pedro Miranda e Av. Marquês de Herval). Torre Vitta Office Salas comerciais (32m2 a 42m²) • 5 lojas (61m2 a 254m²) • Av. Rômulo Maiorana, 2115 (entre Travessa do Chaco e Travessa Humaitá). Torre Vitta Home 2 e 3 dorm. (1 suíte) • 58m² e 78m2 • Travessa Humaitá, 2115 (entre Av. Rômulo Maiorana e Av. Almirante Barroso). Torre Triunfo 3 e 4 suítes (170m²) • cobertura 4 suítes (335m²) • Trav. Barão do Triunfo, 3183 (entre Av. Rômulo Maiorana e Av. Almirante Barroso). Torres Floratta 3 e 4 dorm. (1 ou 2 suítes)• 112m² e 141m² • Av. Rômulo Maiorana, 1670 (entre Travessa Barão do Triunfo e Travessa Angustura). Torres Trivento 2 e 3 dorm. (1 suíte)• 65m² e 79m² • Av. Senador Lemos, 3253. (entre Travessa Lomas Valentinas e Av. Dr. Freitas). Torre Résidence 3 suítes (174m²) • cobertura 4 dorm. (3 suítes - 361m²) • TV. 3 de Maio, 1514 (entre Av. Magalhães Barata e Av. Gentil Bittencourt). Torres Ekoara 3 suítes (138m²) • cobertura 3 suítes (267m2 ou 273m²) • Tv. Enéas Pinheiro, 2328 (entre Av. Almirante Barroso e Av. João Paulo II). mês de referência: março de 2014

Veja fotos do andamento das obras no site: www.lealmoreira.com.br

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em andamento

concluído


EKO

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Cozinha caseira é sempre

Nara D’Oliveira Consultora empresarial

melhor

Após solucionados os primeiros desafios: divulgar a

marca, equacionar o fluxo de caixa, melhorar a estrutura da loja/produção, é hora de profissionalizar. A resposta certa à pergunta “trago de fora ou invisto na prata da casa?” é: invista na prata da casa. Várias implicações positivas concorrem para esta escolha – quem está dentro de casa já possui familiaridade com o negócio, conhece a cultura da empresa e, se esta for sua escolha, muito provavelmente já se identifica com ela. A transição poderia ser realizada em etapas, possibilitando, desta forma, que os sócios deixem o dia a dia gradualmente, passando de forma seletiva ao novo Gestor, o controle dos processos. Um processo lento diminui a ansiedade e o medo dos donos, bem como do sucessor. Afinal, responder para o dono do bolso, não é fácil. É fundamental “calçar” o escolhido com atividades de treinamento, focadas na fase de desenvolvimento em que se encontra, tendo os mesmos sempre foco nos resultados esperados para o novo Gestor. Afinal, para que o escolhido possa entrar na guerra é preciso dar-lhe ferramentas. O mais indicado é um dia a dia acompanhado, um suporte de coach para ensiná-lo a lidar com conflitos, fazer leituras e posicionar-se. Do ponto de vista técnico os MBAs e as visitas técnicas são as melhores opções. Um oferta fundamental: espaço. Mas isto merece um parágrafo. A história conta que é muito difícil para o sucessor deixar a rotina e este mesmo “livro” coleciona muitos contos corporativos de programas de sucessão que não foram levados a cabo, em função da dificuldade da “passagem de bastão”. São pais que ainda veem os filhos como crianças, sucessores que não foram consensados por todos os sócios, sócios diretores calcados em modelos mentais ultrapassados, enfim. O desafio da sucessão é de todos acionistas, do próprio sucessor e do corpo gerencial como um todo que deverá dar apoio para os dois recomeços.

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RLM nº 43

Você consegue ver mais em um Leal Moreira. GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

ano 10 número 43

Marcelo Jeneci Novo disco, nova fase de vida e a convicção de que felicidade é uma questão de ser.

Leal Moreira

Mais valor com nome e sobrenome.

Ana Mokarzel Casa Cor Pará 2014 Juliana Sinimbu Parmigiano Reggiano

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