RLM 31

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RLM nº 31 GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

ano 8 número 31

Buena Vista Social Club A maior expressão musical cubana visita o Brasil e fala com exclusividade à Revista Leal Moreira

Leal Moreira

Alexandre Sequeira Saint Martin Tulipa Ruiz

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De quantos m2 seu amor precisa para se expressar?


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A Revista Leal Moreira 31 traz conteúdo exclusivo nas matérias sinalizadas com QR code.

índice revistalealmoreira.com.br

entrevista

ano 8 número 31

Buena Vista Social Club A maior expressão musical cubana visita o Brasil e fala com exclusividade à Revista Leal Moreira

Alexandre Sequeira Saint Martin Tulipa Ruiz

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A força de Cuba se traduz na história, no esporte e no povo hospitaleiro e forte. Representação maior desses símbolos, a música se destaca por simbolizar a expressão fiel de uma nação que gera influências, tradição presente em cada canção do Buena Vista Social Club, que fala em entrevista exclusiva nesta edição.

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galeria

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O Caribe nunca esteve tão próximo do Brasil. Não, não foi o mapa que você conhece que mudou sua configuração. O êxodo brasileiro à ilha da América Central ganhou força nos últimos anos, como mostramos nesta ida ao paraíso de praias e muitos sabores de Saint-Martin.

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O artista plástico Alexandre Sequeira apresenta nesta edição dois trabalhos que ganharam o mundo com a proposta de promover a interação entre pessoas de lugares distintos e ricas experiências para criar imagens que são o nosso próprio retrato.

destino

Reconhecida internacionalmente como uma das culinárias mais originais e saborosas do mundo, a gastronomia paraense vem se renovando e ganhando novos ingredientes pelas mãos de jovens e talentosos chefs. A Leal Moreira convida seis desses expoentes para ilustrar seu calendário e agenda de 2012.

gourmet

capa Buena Vista Social Club Divulgação

perfil A simplicidade e originalidade fazem do som da cantora paulista Tulipa Ruiz um sopro de renovação na música popular brasileira. Saiba como essa flor rara e artista premiada, que arrebatou o público em Belém, conquistou seu espaço no jardim de cores da canção.

especial Antônio Lemos Dezembro é mês de festas e também uma boa oportunidade para voltar os olhos para a cidade, inundada pelas luzes do Natal. Convidamos você a olhar Belém além das luzes, numa visita à história da urbanização, fruto do talento de um empreendedor chamado Antônio Lemos.

especial Steve Jobs O legado que o gênio da Apple Steve Jobs deixou após sua morte é inegável. Da maneira como nos relacionamos com a tecnologia à nova forma de ouvir música e assistir a filmes de animação, o executivo que mordeu a maçã era uma máquina de boas ideias.

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dicas Edyr Proença comportamento Celso Eluan tech decor horas vagas Glauco especial drinks enquanto isso confraria Nara vinho especial fim do mundo institucional sex & sábado

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pdg.com.br lealmoreira.com.br CIA Belém Lançamentos Imobiliários: Rua dos Mundurucus, 3100 – 20º andar – Ed. Metropolitan Tower – Belém-PA – CRECI J-300 – Diariamente das 8h às 18h, inclusive sábados e domingos. Leal Moreira Imobiliária: Rua dos Mundurucus, 3100 – Sala 13 – Térreo – Ed. Metropolitan Tower – Belém-PA – CRECI 305-J – Diariamente das 8h às 18h, sábados e domingos no estande de vendas. PDG Vendas: Rua dos Mundurucus, 3100 – Sala 2004 – 20º andar – Ed. Metropolitan Tower – Belém-PA – CRECI J-383 – Diariamente, das 9h às 19h, de segunda a sábado. Os materiais e os acabamentos integrantes estarão devidamente descritos nos documentos de formalização de compra e venda das unidades. Plantas e perspectivas ilustrativas como sugestão de decoração. Os móveis e o acabamento representados nas plantas não fazem parte integrante do contrato. As medidas são internas e de face a face das paredes. As vendas das unidades autônomas estão condicionadas ao registro do Memorial de Incorporação no cartório de registro de imóveis competente.



SEM SABER QUE É IMPOSSÍVEL ELES VÃO LÁ E FAZEM. Existe um tipo de gente inquieta, ousada, atrevida, sonhadora e muito responsável. Eles estão aí pela vida. CRIANDO, INVENTANDO, CORRENDO RISCO, fazendo surgir novos produtos, novos serviços, novas marcas, novas oportunidades, novos sonhos. São OS EMPREENDEDORES. Tem empreendedor de todo tipo. Tem os micro, tem os pequenos, os médios, os grandes ou super mega power. Mas todos têm em comum essa agonia boa, essa coragem, esse destemor sem o qual a roda do mundo não giraria. Uns fabricam esmaltes para as unhas das mulheres, outros fabricam fraldas, papel higiênico, toalhas de papel para cozinha. Outros fabricam refrigerantes. Outros são comerciantes, vendem notebooks, smartphones, televisores, automóveis. Tem uns que constroem apartamentos, escritórios e casas. Uns prestam serviços, desde telefonia celular até o ensino da dança. Todos PROCURAM FAZER O MELHOR. Fazer diferente. Colocar em seus produtos e em suas marcas aquilo que acreditam ser especial, único, encantador. Empreendedores enfrentam toda carga de problemas, desde a famosa carga tributária, até a sobrecarga de trabalho, os fatos inesperados, o imponderável, as variações cambiais, sociais, culturais, locais e mundiais. Mas, pra quem tem a vocação empreendedora isso não é barreira. Eles sabem que se forem ficar calculando os perigos vão ficar parados e perder as chances que a vida oferece.

ELES FAZEM SEUS PLANOS, uns planejados mais tecnicamente, outros mais no sentimento pessoal e vão em frente. Inspirados. Inventivos. Apaixonados. Quando a gente vê estão aí, abrindo mais lojas, mais fábricas, gerando mais empregos, pagando mais impostos, oferecendo preços mais acessíveis, aquecendo a economia, animando a vida, INOVANDO, CONTRARIANDO OS PESSIMISTAS E SURPREENDENDO OS OTIMISTAS. Estes são os verdadeiros criativos. São os responsáveis pelo conteúdo, são os criadores, os pais e mães das ideias que fazem

A COMUNICAÇÃO mexer com o coração e a cabeça das pessoas. Nosso ofício é cuidar destas marcas, fazer a gestão da imagem de tudo o que DIZ RESPEITO AO TRABALHO DESTES AUTORES GENIAIS. De um cartão de visitas a um filme na televisão. De uma embalagem a uma estratégia de atuação nas redes sociais na internet. É MUITO BOM TRABALHAR COM ISSO. Mas é uma responsabilidade gigantesca. Porque a gente sabe o quanto da vida e de vidas estão envolvidas nisso. É POR ISSO QUE A GENTE

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editorial Caro leitor,

André Moreira

Chegamos ao fim de um ano de muitas conquistas e realizações. A Leal Moreira dá as boas-vindas a 2012 com a certeza de ter feito o melhor para seus clientes, uma missão cumprida com afinco e o apoio de nossos colaboradores e parceiros. Nesta edição, fazemos um balanço de projetos importantes e prospectamos desafios, sempre levando em consideração a jornada, que nos faz crescer. Para trazer boas vibrações no fim de um ano e prenúncio de outro, apresentamos uma entrevista exclusiva com o Buena Vista Social Club, expoentes da atual música cubana cuja história se confunde com a do próprio país. No meio de uma turnê mundial, os veteranos músicos pararam para conversar com a gente sobre cultura, política e, claro, música. Confira nas próximas páginas essa conversa cheia de encanto e emoção. Apresentamos para nossos clientes e parceiros os expoentes da nova gastronomia paraense, seis chefs de cozinha que foram convidados a ceder sua imagem e talento para que pudéssemos fazer nossa agenda de 2012. O making of desse trabalho – e as personalidades e receitas múltiplas desses mestres-cucas – você confere aqui. O cardápio desta edição está recheado. Temos uma entrevista com a cantora Tulipa Ruiz, nova sensação da música popular brasileira; a arte de beleza ímpar do artista plástico paraense Alexandre Siqueira; o legado do gênio da Apple Steve Jobs, um visionário que redefiniu a maneira como o ser humano se aliaria à tecnologia; e as origens da urbanização de Belém, quando a Belle Époque e o intendente Antônio Lemos mudaram para sempre a cara da cidade. Também fazemos um apanhado geral sobre como foi a Casa Cor Pará e a Vila Leal Moreira, sucesso absoluto de visita e design, que mostrou por que é o maior evento de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas. E como o assunto é 2012, a gente pergunta: você acredita que este será mesmo o ano do fim? Ouvimos especialistas nos astros e cientistas para saber o que eles acham dessa teoria, levantada há muito tempo pelo povo Maia e tão explorada pelo cinema americano. Se a profecia não se concretizar – e assim esperamos –, teremos muito assunto para este ano que chega. O Grupo Leal Moreira deseja a todos os seus clientes, parceiros e colaboradores boas festas e que 2012 venha para representar um novo começo! Abraços e boa leitura

expediente Tiragem e distribuição auditadas por

Atendimento: A Leal Moreira dispõe de atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 12 h e das 14h às 18:30h

Revista Leal Moreira

Criação Madre Comunicadores Associados Coordenação Door Comunicação Ilimitada Realização Publicarte Editora Diretor editorial André Leal Moreira Diretor geral Juan Diego Correa Diretor de criação e projeto gráfico André Loreto Gerente de conteúdo Lorena Filgueiras Editor chefe Luiz Carlos Santos Produção editorial Camila Barbalho Fotografia Diego Ventura Reportagem Arthur Nogueira, Catarina Barbosa, Camila Barbalho, Elck Oliveira, Fábio Nóvoa, Luiza Cabral, Marcelo Damaso, Tyara de La-Rocque, Tylon Maués. Colunistas Celso Eluan, Edyr Proença, Glauco Lima, Nara Oliveira, Rodrigo Aguilera e Saulo Sisnando. Assessoria de imprensa Elianna Homobono Revisão José Rangel e André Melo

Telefone: João Balbi, 167. Belém - Pará f: [91] 4005-6800 www.lealmoreira.com.br Construtora Leal Moreira Diretor Presidente: Carlos Moreira Diretor Financeiro: João Carlos Leal Moreira Diretor de Novos Negócios: Maurício Moreira Diretor de Marketing: André Leal Moreira Diretor Executivo: Paulo Fernando Machado Diretor Técnico: José Antonio Rei Moreira Gerente Financeiro: Dayse Ana Batista Santos Gerente de Marketing: Ana Paula Guedes Gerente de Clientividade: Murilo Nascimento

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Fale conosco: (91) 3321-6864 revista@lealmoreira.com.br Revista Leal Moreira é uma publicação trimestral da Publicarte Editora para a Construtora Leal Moreira. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.



Belém

Royal Bar Aliando um ambiente rústico à atmosfera descontraída, o Royal Bar figura entre os locais mais concorridos da noite da cidade. Localizado nos altos do Armazém Santo Antônio – o antigo prédio que hoje reúne várias opções gastronômicas – e com seus ares de Belle Époque, o espaço proporciona uma bonita vista para quem senta na varanda e um ambiente moderno e à meia-luz para os que preferem ficar na parte interna. O carro-chefe do cardápio é o Filé da Braz, criado pelo chef A. Santos. Combina com a cerveja Stella Artois bem gelada.

Travessa Quintino Bocaiuva, entre avenidas Braz de Aguiar e Nazaré.• 91 3223.6089

Sky Lounge Bar O sofisticado Sky Lounge é uma ótima opção para os mais moderninhos. Com pouco mais de um mês desde sua inauguração, o lugar promete ser o novo reduto da música eletrônica em Belém, com festas diferenciadas semanais e a participação ocasional de DJs de fora do Estado. A decoração é moderna, assim como a infraestrutura – destaque para a tecnologia de som e iluminação de ponta. Para os menos festeiros, há também ambiente externo, onde funciona o restaurante.

Avenida Almirante Wandenkolk, 703 • 91 3088.2271 revistalealmoreira.com.br

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Avenida Gentil Bittencourt, 1393 • 91 3241.3216

Decanter Fundada em Blumenau, em 1997, a Decanter tornou-se uma das maiores e mais destacadas importadoras de vinhos finos do Brasil. O maior atrativo é a esmerada seleção de rótulos da distribuidora, que tem mais de 50 filiais pelo país, além da política de preços convidativos. Em Belém, a loja da Decanter fica nos altos da Delicidade, em um espaço aconchegante e agradável. No local ainda há um wine bar, onde é possível degustar vinhos em taça e harmonizá-los com petiscos e pratos deliciosos.

Largo da Trindade, rua Padre Prudêncio, próximo à avenida Almirante Tamandaré, s/n

Café Trindade

Um retorno à Belle Époque. Esta é a sensação causada pela atmosfera do Café Trindade, o charmoso restaurante localizado no largo da Trindade que oferece a suave decoração alusiva aos famosos cafés que tanto fizeram sucesso em Belém no início do século XX. Com o piso ladrilhado de lajotas portuguesas, as paredes decoradas com fotos de mulheres da década de 20 e as janelas que dão vista para a pequena praça da Trindade, fica fácil viajar no tempo e aproveitar uma boa noite com o melhor da gastronomia contemporânea. No cardápio, vale a pena começar com o carpaccio de salmão.


Brasil

The Orleans Bar Inaugurado em 2010, o The Orleans Bar já é considerado um dos lugares mais elegantes de São Paulo. A arquitetura e a decoração remetem às antigas construções da cidade americana cujo nome batiza a casa, em particular o French Quartier – famoso bairro de ares parisienses. Unindo requinte, gastronomia internacional e boa música no movimentado bairro da Vila Madalena, o clube de jazz recebe em seu palco grandes artistas nacionais e internacionais de terça-feira a domingo. A capacidade da casa varia entre 300 e 500 pessoas, divididas em cinco ambientes: balcão, mezanino, pista, lounge e espaço ao ar livre. No cardápio, são boas pedidas as BB King Ribs (costela suína grelhada e regada ao molho barbecue) e o tradicional Jambalaia Rice (arroz típico da região de Louisiana com tempero marcante, acompanhado de frutos do mar).

Rua Girassol, 398 - Vila Madalena • 11 3031.1780 • www.theorleans.com.br

Cabaña del Primo A autenticidade da parrilla no clima tropical de Fortaleza. Essa é a mistura presente no restaurante Cabaña del Primo. Especializado em carnes com cortes especiais de altíssima qualidade, preparadas no tradicional estilo argentino e uruguaio, o lugar preza pela atmosfera aconchegante e pelo bom gosto na decoração, iluminação e na trilha sonora cuidadosamente selecionada para manter o ambiente latino, como tango, jazz, new flamengo e música cubana. Destaque para o bife de chorizo, clássico corte argentino da parte central do contrafilé.

Rua Maria Tomásia, 503 – Aldeota • 85 3244.3691 • www.cabanadelprimo.com.br revistalealmoreira.com.br

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mundo

Bistro Moderne Localizado no centro de Manhattan, a poucos passos da Times Square, o DB Bistro Moderne é a interpretação nova-iorquina do reconhecido chef Daniel Boulud para os famosos restaurantes parisienses. Casual e contemporâneo, o lugar que reuniu as tradições do sabor francês ao agitado mercado americano rapidamente virou hit entre os modernos. A decoração é arrojada e aconchegante, e o cardápio, recomendado em diversas premiações especializadas em gastronomia. Perto do grande polo teatral da cidade, o bistrô é o lugar ideal para jantar antes ou depois de assistir a um espetáculo. O chef Laurent Kalkotour, discípulo de Boulud, recomenda experimentar o cordeiro assado na crosta de ervas provençais, acompanhado de um vinho tinto selecionado pelo sommelier da casa.

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Kais

Nascido da recuperação de um velho armazém à beira do Tejo, o restaurante Kais incorpora a ideia de ambiente-conceito. Paredes com tijolos à vista, pé-direito altíssimo e correntes industriais dão o tom da decoração, que manteve a atmosfera industrial e a ela adicionou uma grande dose de sofisticação, valorizada pelas luzes de velas espalhadas por todo o salão principal. Também há no andar inferior uma adega, onde são servidas, além dos vinhos, receitas tipicamente portuguesas – como a exótica salada de polvo. Segue na mesma linha o cardápio rico e elaborado, mesclando a culinária internacional ao toque português. Recomenda-se provar os escalopes de vieiras e camarões em molho de champagne.

Cais da Viscondessa - Rua da Cintura, 1200/109 • www.kais-k.com

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Marcelo Damaso

O jardim

Tulipa

de

Tulipa Ruiz, uma das maiores revelações da nova música brasileira, fala de inspirações, preferências e sobre sua recente (e já consagrada) carreira musical

H

ouve um momento em que a música pop brasileira se perdeu. Rompeu muitas barreiras e correu atrás de tanto prestígio e dinheiro que acabou criando subprodutos cada vez mais repetitivos e com fórmulas esgotadas. Como toda a categoria musical, porém, se reinventa e floresce com uma bela novidade, no jardim da música pop nasceu uma Tulipa. No coração da grande metrópole das novidades, em que tendências e propostas musicais se perdem dentro de tanto conceito, a simplicidade, a leveza e o pop bem dosado da cantora paulistana Tulipa Ruiz conquistaram o Brasil em um curto espaço de tempo, fazendo dela a grande promessa pop dos últimos anos. Na TV, rádios, blogs, revistas especializadas, iPods e MP3 players de cada canto do Brasil a voz doce da cantora santista emanou a poesia cantada de seu disco de estreia, “Efêmera”, produzido por Gustavo Ruiz, seu irmão, e com composições e parcerias de outro integrante da banda, seu pai, Luiz Chagas. Tulipa chegou com sua família. Luiz era guitarrista da banda Isca de Polícia, a banda de Itamar Assumpção, e foi um dos grandes responsáveis pela educação musical da cantora, como ela re-

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vela nesta entrevista exclusiva à Revista Leal Moreira durante sua passagem por Belém, no projeto “Se Rasgum Apresenta”, durante o Círio de Nazaré. Um show chamado “Novos Paulistas” uniu Tulipa a outros novos nomes consagrados do cenário musical da capital paulista, como Thiago Petit, Tiê, Dudu Tsuda e Tatá Aeroplano (os dois últimos da banda Cérebro Eletrônico), para um show especial no Sesc Vila Mariana. Foi junto a outro nome dessa turma, contudo, que ela começou a se aventurar e investir em sua carreira musical. Simpatia e sutileza Marcelo Jeneci, que também vem colhendo belos frutos de seu trabalho de estreia, o disco “Feito pra acabar”, surgiu no mesmo estúdio e cercado dos mesmos amigos, tanto que Jeneci e Tulipa fizeram diversos shows juntos e têm músicas compostas em parceria. Gustavo Ruiz, guitarrista de Tulipa, foi quem produziu os primeiros trabalhos dos dois artistas. Com mais de dez mil cópias vendidas apenas no circuito independente de shows, a cantora, seu irmão e o pai preparam o novo disco, que será »»»

Diego Ventura


Simplicidade, leveza e talento fazem o pop da paulistana Tulipa Ruiz, que aposta nos temas do cotidiano para criar cançþes cheias de arranjos simples e bonitos

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lançado ano que vem. Enquanto isso, Tulipa aproveita e faz shows arrebatadores, cheios de simpatia e sutilezas, contagiando com seu carisma e uma sensualidade ímpar em cima do palco. Em pouco mais de um ano ela já coleciona coisas como Rock in Rio, Jô Soares, os maiores festivais independentes do país, apresentações internacionais, jogo de videogame e até prêmio de melhor cantora pelo canal de TV fechado Multishow. A leveza de Tulipa se reflete no que ela canta, em temas leves, cotidianos e em canções cheias de arranjos simples e bonitos. Canções que falam sobre passarinhos, bordados, tardes de domingo e sessões de cinema. Canções de amor que não falam de amor e sobre as rotinas de um músico por São Paulo. Temas simples em canções doces, mas que não soam bobas e encantam pela verdade. É sobre isso que a cantora revela novidades, inspirações, preferências, comparações e sobre a arte de ser simples. Mesmo vindo de um berço musical você optou por outro começo de carreira, como jornalista. O lance de artista frustrado virar jornalista foi exatamente o oposto com você? Acho que não, porque sou filha de jornalista-guitarrista. Na minha cabeça meu pai sempre “escreveu e tocou”, nunca separei muito as duas funções. Sempre gostei de escrever, desenhar e cantar. Gosto de exercitar cada uma dessas coisas. Não optei por começar como jornalista, aconteceu, assim como a música. Suas primeiras experiências musicais sempre foram entre família? Cresci ouvindo os discos do meu pai, vendo minha mãe cantar e meu irmão descobrir o violão. A experiência com a música sempre foi estimulada

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dentro de casa e fazia parte do nosso cotidiano. Acordar, escovar os dentes, ferver água, colocar um disco, tomar café. Achava estranho um lugar sem violão. Comecei a cantar em casa, com o meu irmão, Gustavo Ruiz, e até hoje a gente faz música junto. Li em alguma matéria uma comparação sua como uma mistura de Gal Costa com Björk. O que acha dessa observação? Achei divertido. Mesmo se não fosse eu ficaria curiosa em saber quem era a cantora que é “mistura de Gal com Björk”. Que combinação maluca e interessante, né? Entendo e não me assusto com a necessidade que as pessoas têm em fazer comparações, é natural. É uma necessidade de decupar o outro para poder entendê-lo. Só que às vezes as comparações viram cruzamentos gozados, como esse. E eu só me divirto. Quais os cinco discos que você definiria como os mais influentes para a decisão de se tornar uma cantora? Podem ser seis? “Court and Spark”, da Joni Mitchell, “Rumo aos Antigos”, do Grupo Rumo, “Wild Life”, do Wings, “Cantar”, da Gal, “Feminina”, da Joyce e “O que vier eu traço”, da Baby Consuelo. O segredo é ser leve e sincera? Acho que o segredo é curtir, no sentido de degustar, de estar muito presente no que está sendo cantado, tocado e falado. E compartilhar isso tudo com quem está vendo. Em que categoria musical você se encaixaria? Novos Paulistas? Não, Novos Paulistas nem é uma categoria musical, é apenas o nome de um show que acon- »»»


Queria ser cientista, para manipular elementos coloridos e descobrir curas para milhares de coisas

teceu duas vezes em São Paulo. Prefiro chamar de “Música Popular feita no Brasil de agora”. Às vezes chamo de Pop Florestal, mas é mais uma brincadeira exatamente sobre essa necessidade de catalogar uma música. Quando a gente sai do Brasil, vira World Music. Aqui chamam de pop, rock, MPB, indie. Esses dias disseram que sou samba-rock. Achei estranho, mas depois entendi que gênero musical de um artista é uma coisa absolutamente mutante. Você passou poucas horas em Belém, mas viveu uma experiência que, aos olhos do público, pareceu verdadeiramente intensa. Existem lugares em que se sente um astral diferente ou sua música e a simpatia proporcionam isso? Sim, existem lugares em que você sente o astral diferente. Tem lugares mais quentes, outros nem tanto. Em Belém as pessoas estavam com vontade de desfrutar o show. Foi um público muito intenso e generoso. Cantaram todas as músicas. Isso aquece o show, energiza. É uma troca, né? Como tem sido a experiência no exterior? Tem sido ótima! O disco foi lançado na Europa e na Argentina e a música “Efêmera” saiu no game Fifa 11, o que ajudou bastante a não ficarmos limitados aos termos “MPB” ou “World Music”. Passamos por Paris, Lisboa, Itália, Londres, Washington, Nova York e Buenos Aires. Em alguns lugares as pessoas cantam as músicas, como em Paris e Buenos Aires. Já em Lisboa o público é atento, porque a língua nos aproxima demais.

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As entrevistas sempre são fluidas, com perguntas interessantes. Em Londres a gente ganhou uma crítica superpositiva do “The Guardian”. Então aos poucos tenho conseguido viajar com a banda para lugares novos e temos sido bem recebidos. É tão legal sair do Brasil com música e ver a recepção das pessoas. O primeiro disco, “Efêmera”, é uma coleção de hits, que nasceu de um momento muito espontâneo do surgimento de sua carreira, junto com o cantor e compositor Marcelo Jeneci. Você teme uma certa pressão para que o segundo álbum soe tão natural quanto o primeiro? Quando fui gravar a música “Efêmera”, chamei a Céu para fazer coro, ao lado da Anelis Assumpção e da Thalma de Freitas. A Céu chegou primeiro e começamos a conversar sobre a grande maratona que é fazer um disco. No final ela me disse: “No segundo disco você vai se divertir muito mais!” Isso ficou na minha cabeça de um jeito bom. Estou cheia de vontade de gravar coisas frescas, que eu já inventei ou ainda vou inventar. Claro que as pessoas têm expectativa sobre o meu próximo trabalho, mas isso não me pressiona, posso dizer até que me estimula. E que venha o próximo disco! Se pudesse ser bem-sucedida em outra profissão na vida, seria o quê? Cientista. Queria ter um laboratório para ficar manipulando elementos coloridos dentro de tubos de ensaios, descobrindo curas para milhares de coisas.

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A artista disse que sentiu no show em Belém um astral diferente. “Foi um público intenso e muito generoso”.

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Você merece a tranquilidade e a sofisticação de um Leal Moreira.

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Condor

No final dos anos 60, eles todos eram adolescentes, entre 14 e 16 anos de idade. Passavam o dia no colégio e aos finais de semana semana, n , encontravam para os primeiros flertes, com as meninas, em clubes da cidade. Reuniam-se antes na casa de um. Comentavam entre si as possibilidades, as pretensões. Claro, nem todos já tinham aquele olhar “matador” dos gaviões que pensavam em ser. Saíam com hora marcada para voltar e alguns trocados para o refrigerante. Lá fora, faziam coleta e uma vez no clube, dividiam garrafa de rum misturado com Coca Cola, a Cuba Libre, para dar mais coragem. Dançavam, não dançavam, beijavam, suspiravam e então tocam a última música e eles todos vão saindo porque hoje é domingo e amanhã tem aula. Muitos saíram antes, mais ajuizados. E na rua, antes da despedida, vem um e convida “vamos dar uma volta na Condor”, e todos sentem, sem demonstrar, o frio na espinha. Com rapidez, respondem que não têm dinheiro para o táxi para pagar a mulher, mulher mas o amigo logo diz táxi, que tem uma sobra e dá para os quatro irem de táxi. Claro, todos respondem. A Condor era ou é um pedaço entre Guamá e Jurunas, onde chegou a funcionar uma estação de recepção de passageiros que chegavam no hidroavião. Naquele tempo, ao redor da Praça Princesa Isabel, funcionavam boates populares onde prostitutas atendiam até na rua. A iniciação sexual dos rapazes era, quase sempre, com prostitutas, quase sempre entre 14 e 16 anos. Quase sempre.

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Edyr Augusto escritor

E ali, todos eram virgens. Aceitar o convite para ir à Condor era um desafio que os deixava ao mesmo m tempo com os cabelos em pé e outros órgãos também. O amigo que convidou foi sentado no ta banco da frente. O motorista pergunta o endereb ço e ele diz: Condor! Todos nos entreolhamos. O motora abre um sorriso. Assim é que é bom. Tem m que começar na sacanagem desde cedo. O amiq go g concorda e ele passa a contar suas próprias aventuras, deliciado. Não damos uma palavra. Só av o amigo da frente. Há uma tensão crescente no banco de trás. Súbito, passamos de decorar frab ses se para garotas tão virgens quanto nós para um encontro com as prostitutas. A fronteira entre a e criança e o adulto em questão de minutos. Você cr revê todos os seus gestos, pensa no que dizer, re lembra de fotos, filmes, causos, sonhos, masturle bação e pergunta a si mesmo se está preparado b para aquilo. A primeira resposta é NÃO. Naquele p instante preferíamos, estranhamente, ser crianin ças ça inocentes, mas não podemos externar para não nã passar vergonha diante dos outros. Nem sequer nos consultamos. O silêncio pesa toneladas q no banco de trás enquanto o motora prossegue o seu se relato e ri com sua própria história. Chegamos. À nossa frente, a Praça Princesa Isabel, redonda, cercada por homens e mulheres que conversam, ce bebem, namoram, combinam e entram nas bob ates ou desaparecem por aqui e por ali. Frio no at estômago. Onde eu paro? Dê a volta na Praça! Ah, es já sei, querem dar uma olhada nas mulheres logo aqui aq do carro. Eu acho bom, acho muito bom. Tem que olhar antes a mercadoria, não é? Vocês, moq leques... Damos a volta. E agora? Paro aqui? Não. Pode voltar para o lugar onde nos apanhou! O motorista olha, incrédulo, para o amigo que está na frente. Olha para nós, atrás. Dá de ombros, retoma o volante e retorna. Em silêncio, ele. Em silêncio, nós. Descemos, nos despedimos e voltamos a falar do assunto apenas no dia seguinte, no colégio. Bem, o assunto foi resolvido pouco tempo depois mas, naquela noite, fiz minha primeira visita à Condor.


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comportamento

Foi-se o tempo em que usar 贸culos era coisa da vov贸 ou de nerd. Lojas especializadas investem em um quinh茫o que s贸 faz crescer. revistalealmoreira.com.br

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Tylon Maués

Diego Ventura

Eu uso

Óculos

Mais do que necessidade para quem tem problemas de visão, os óculos são acessórios indispensáveis e que definem estilos para muita gente

U

ma coisa em comum à maioria das óticas e lojas que trabalham com óculos é que, geralmente, os vendedores parecem ter uma paciência de Jó. Há uma clara orientação aos atendentes, em todos os lugares, de que ali está um cliente diferenciado, alguém que vai escolher um adereço que será constante sobre aquilo que mais nos apresenta pelo lado de fora, nossos rostos. Quem já teve de comprar óculos, seja por estética ou por necessidade por causa da vista, sabe que a escolha tem que ser feita com calma, de preferência com visitas a mais de uma loja, para que conforto, beleza e praticidade sejam aliados ao máximo possível. Ali está um objeto que pode nos definir num primeiro momento. “Essa sua armação é clássica, vintage, bem ao estilo do que os mais jovens estão procurando hoje em dia”, comenta Samanta Lima, auxiliar de trade marketing da rede de óticas paraense Ana Maria, apontando para os óculos desse repórter. “É uma tendência recente a procura por modelos antigos, e as grandes marcas têm lançado modelos desse jeito”, completa ela, sem saber que a escolha dos meus óculos nada teve de muito elaborado. Eles foram escolhidos por serem os únicos que cabiam em um rosto demasiadamente redondo – isso depois de visitas a várias lojas. Mal sabia eu que estava em alguma moda, alguma tendência. Em tempo, descobri que os modelos que uso são os “wayfare”, que têm formato mais quadrado e que começaram a ser produzidos em 1952. Se alguns, como eu, vão por esse lado por puro acidente, o que não falta são os que têm nos óculos um companheiro fiel, um pedaço de si.

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Aproveitando-se do provérbio português, Alexander Lowen, psicanalista de orientação freudiana, costumava dizer que “os olhos são o espelho da alma porque refletem diretamente o processo de energia do corpo”. É por essa linha que vai a professora universitária Mirna Guapindaia. A relação dela com os óculos vai além da estética ou necessidade. Bom colesterol “Os óculos para mim são meus sinais iluminados. Sem eles não percebo a vida como ela é. Sem eles não consigo enxergar a energia e a luz das coisas e das pessoas”, conta Mirna, com o entusiasmo e a alegria que a caracterizam tanto falando de lentes quanto ministrando suas aulas de língua portuguesa ou história da literatura na Universidade Federal do Pará (UFPA) e na Universidade da Amazônia (Unama). “Os óculos são meu colesterol bom”, completa. Para passear, dar aula ou estar em qualquer lugar, a professora Mirna Moraes – Guapindaia, ou “Grande Guerreiro”, nomenclatura de uma etnia indígena amazônica que foi um nome adotado por parte da família – encara com muito bom humor o sentimento que tem pelos óculos, mas ela começou de um jeito traumático. A mãe teve glaucoma e perdeu a visão, o que deixou uma mulher ativa ficar mais abatida. Por conta disso, Mirna e as irmãs passaram a se consultar constantemente com oftalmologista para terem o maior controle do bem-estar da visão. Desde então, ela passou a adotar os óculos como adereço, mesmo antes de começar a desenvolver a necessidade que hoje já »»»


A oftalmologista Patrícia Capela lembra que o uso de óculos exige cuidados; ao lado, a professora Mirna Guapindaia, com alguns de seus modelos

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chega a dois graus e meio de miopia. “Acho horrível o aluno me ver todos os dias com os mesmos óculos. É como se eu não trocasse de roupa”, brinca Mirna, que nas aulas e em todos os lugares que frequenta já é conhecida por essa predileção. “Minhas alunas adoram meus óculos. Alguns dos alunos também e fico encantada quando algum deles nota que estou usando um modelo diferente”, diz, não dispensando nem óculos de segurança no trabalho. “Trabalho com alunos de vários cursos e o pessoal de engenharia civil foi apresentar um trabalho. Eles usavam aqueles óculos de proteção, que adorei. No final eles me presentearam com um modelo e passei a usá-los normalmente em algumas aulas”, revela. O bom humor parece ser inerente à relação dela com as lentes. “Olhei os modelos da Restart (banda adolescente que usa roupas e óculos multicoloridos), achei-os bonitos e comprei pares verde e vermelho. Meu filho nem acreditou quando viu e meus alunos adoraram. Quando viajo sempre levo muitos modelos e já sei onde procurar nas cidades que já conheço. Ganho muitos de presente

também. A maioria dos meus amigos e conhecidos já sabe do meu gosto, inclusive do meu grau”, diverte-se Mirna. Cuidados Essa ida constante ao médico, que no caso da professora é a recomendada visita a cada seis meses, é algo defendido por todos os especialistas. A oftalmologista Patrícia Capela perdeu a conta de quantas pessoas já atendeu que não precisavam de óculos, mas queriam usá-los. O que para muitos causa estranheza, para ela é o caminho certo. Se alguém por motivos estéticos quer usar um objeto que tem incidência sobre uma das partes mais sensíveis do corpo, melhor que seja com supervisão médica. “É muito comum encontrar pessoas que usam óculos sem a menor necessidade. Mesmo essas têm de ir a um especialista, porque há lentes neutras que têm que ser indicadas. Não haverá problema algum desde que seja uma lente tratada e de boa qualidade”, diz a médica. “Muitas lentes podem causar prejuízo à córnea. Dependendo da

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forma, podem até causar dano à retina. Já atendi várias pessoas que queriam usar óculos, mesmo sem ter nenhuma necessidade. Esse é o procedimento certo”, completa. O alerta é feito em boa hora. Não raro se encontram óculos de grau vendidos nas bancas de camelô como um produto qualquer, sem nenhum tipo de controle. Além de danos permanentes aos olhos depois de um uso contínuo, podem provocar incômodos, como dor de cabeça, cansaço na leitura, sonolência, imagens borradas, tontura e visão dupla. Esses óculos comprados sem receita têm o mesmo grau nas duas lentes e um tamanho padrão, não sendo indicados para quem enxerga melhor por um olho do que pelo outro. Sem falar que eles podem não se ajustar a rostos mais largos ou mais estreitos. O mesmo cuidado vale também para os óculos de sol. Com diversos formatos e cores, eles muitas vezes trazem lentes cuja procedência é duvidosa. Usar óculos falsificados, aqueles comprados em vendedores ambulantes, pode custar caro para a visão. Quem tem problemas como

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miopia, astigmatismo e hipermetropia, deve fazer um exame antes. Assim como os filtros solares, usados na pele para bloquear os efeitos nocivos do sol e principalmente evitar o câncer, os óculos escuros cumprem a função de proteger os olhos dos raios ultravioletas. Protegem o cristalino e a retina. Ficar em contato com o sol, sem proteção para os olhos ou com óculos de material inadequado, pode ocasionar vários tipos de doenças relacionadas aos olhos. “Tem muita gente que faz da obrigação de usar óculos um prazer. Hoje a variedade de armações faz com que algumas pessoas queiram ter vários modelos. O importante nisso é que se tenha cuidado com a vista”, vaticina Patrícia Capela. Personalização De olho neste mercado, grandes empresas e marcas mundiais investem pesado em tecnologia e design, sem deixar de lado as últimas tendências de moda. Sabendo disso, até o fim do ano deve ser inaugurada, na travessa Tiradentes, a outlet da Ótica Ana Maria, com atenção voltada ao público »»»


Sem meus óculos não consigo enxergar a energia e a luz das coisas e das pessoas

interessado em produtos diferenciados. “Temos notado essa procura cada vez maior por armações clássicas, vintages dos anos 60, 70, daí a necessidade de um espaço diferenciado. Queremos atender todos os públicos”, afirma Samanta Lima, explicando que essa preocupação é acompanhada de um estudo constante do público-alvo. “Fazemos estudos constantes quanto ao público, seja do bairro ou da cidade em que está a loja. Temos que saber a necessidade do consumidor para poder satisfazê-lo melhor”, completa. Até o fechamento desta edição, eram 26 lojas no Pará e no Amapá. A intenção é, até o fim do ano, chegar a 30 unidades, levando a Ana Maria ao Nordeste, mais especificamente a Recife (PE) e João Pessoa (PB). Na capital paraibana será implantada a nova menina dos olhos da empresa. Na matriz em Belém, na travessa Padre Eutíquio, será instalado um novo maquinário, com os laboratórios mais avançados do Norte e do Nordeste. As Óticas Ana Maria têm laboratório próprio e laboratórios de montagem em cinco lojas, as quais fazem o serviço diferenciado. Com o novo laboratório, o tempo de entrega das encomendas deve diminuir consideravelmente. “Antigamente os óculos eram apenas algo necessário, hoje também são acessórios. Por isso também esse investimento. Com essa nova tecnologia podemos ter modelos com formas exclusivas, logicamente dentro do que o grau possibilita”, explica o gerente técnico da rede,Guilherme Moraes. Samanta Lima lembra que itens sempre procurados são aqueles que estão em evidência por causa de algum artista, em especial nas novelas. Aí, explica ela, entra a sensibilidade dos vendedores – ou melhor, consultores – em orientar o cliente. “As pessoas veem os óculos no rosto de um artista e acham que vão ficar iguais se os usarem. Lógico que o formato do rosto é diferente de um para o outro e isso tem que ser levado em conta. É nessas horas que os consultores entram, explicando todas essas nuances que fazem um visual. Nem sempre o que se vê na televisão, no cinema ou numa revista é o melhor para o formato do rosto de cada um e, em alguns casos, do grau que se tem”.

Cores, formatos e material são os itens observados por quem vê nos óculos acessórios de beleza

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entrevista

Realeza

cubana

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Tyara de La-Rocque

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Divulgação


Orquestra foi recebendo a adição de novos integrantes desde a união dos veteranos para o projeto que resultou no premiado álbum de estreia do grupo

É

quase impossível ouvir a canção “Guantanamera” e não mexer ao menos o dedão do pé. Quando “Chan Chan” é a batida na vitrola, fica difícil recusar uma dança a dois no salão. E se Ibrahim Ferrer estiver cantando “Candela”, é muito fácil se deixar hipnotizar. O compasso alegre e contagiante da música de Cuba é sempre um convite a viver momentos de pura emoção. A mistura de vários ritmos, herdados dos colonizadores espanhóis e dos escravos negros da África, como a salsa, o merengue, mambo e rumba, por exemplo, faz da música cubana uma das mais sinestésicas, charmosas e envolventes. Com tanta efervescência e diversidade cultural presente em Cuba, manter uma classificação exata para o estilo de música deste país seria extremamente injusto. Referência no cenário musical cubano, os artistas da Orquestra Buena Vista Social Club ganharam espaço e destaque, além de darem visibilidade mundial à arte e cultura da Cuba natal de Fidel Castro. Com carisma e simplicidade de sobra, o Buena Vista, até hoje, encanta e arranca aplau-

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sos de pé por onde passa. Na década de 1940, em Havana, Buena Vista Social Club era o nome de uma antiga casa de shows onde os músicos locais se encontravam, tocavam e dançavam. Sem grandes pretensões iniciais, mas com muita propriedade em termos musicais, talentos como Omara Portuondo, Rúben González, Ibrahim Ferrer, Compay Segundo, entre outros nomes de peso da música cubana, puderam revelar nesse ambiente preciosidades artísticas em instrumentos, vozes e composições. Admirador ferrenho da música cubana, Ry Cooder, guitarrista e produtor musical, teve o desejo de reunir músicos cubanos de vanguarda para gravar um disco. Dado o passo, mal ele imaginava que pouco depois a ideia em ação seria o portal de exposição da música cubana para o mundo e a formação consolidada do Buena Vista Social Club, que na verdade nunca havia existido concretamente. Retrato em celuloide Quarenta anos após o famoso clube fechar as

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Os shows da orquestra Buena Vista Social Club encantam pela emoção, história e forte apelo de uma cultura rica e reconhecida no mundo inteiro

portas, o diretor alemão Wim Wenders, outro fascinado pela música popular cubana, resolveu documentar o momento histórico, com as cenas das gravações em estúdio, depoimentos dos músicos sobre suas vidas em Cuba e os momentos emocionantes das apresentações do grupo em Amsterdã e Nova York. Considerado um dos principais trabalhos de Wenders, o documentário recebeu indicações ao Oscar de melhor documentário e ganhou o prêmio Cinema Brasil de Melhor Filme Estrangeiro, em 1999. A cadência da música cubana se espalhou pelo mundo, os ouvidos e corpos cederam ao magnetismo percussivo da sua sonoridade e o mercado pop não fez diferente. Em 2005, o projeto Rhythms del Mundo – o último com a participação de Ibrahim, que faleceu naquele ano – uniu os músicos do Buena Vista e as vozes de Ferrer e Omara em rearranjos de hits do mainstream mundial. U2, Maroon 5, Quincy Jones e os modernos Radiohead, Franz Ferdinand e Arctic Monkeys se renderam às peculiaridades do balanço cubano e viram suas obras ganharem outros ares, provando

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que a tipicidade latina extrapolou o caráter folclórico e tornou-se referência cosmopolita. É difícil dimensionar aos menos atentos à história recente da música no mundo a grandeza de um grupo que, com o seu som, rompeu fronteiras políticas e tornou-se um cartão-postal mais luminoso que a ensolarada Havana. Representando a linguagem sonora de um povo que viveu revoluções, as dores de um sistema político hermético – sobre o qual ainda hoje é incômodo conversar, mesmo para o grupo – e outras limitações decorrentes desse período, o grupo de artistas que somou seus talentos representa também a soma de tantos sentimentos e memórias afetivas cubanas, que nunca sucumbiram ao ranço dos momentos mais difíceis. Falar de Buena Vista é passear pela história cultural de um país inteiro. Em uma breve e concorrida entrevista concedida à Revista Leal Moreira, o Buena Vista Social Club (em especial o trompetista Manuel “Guajiro” Mirabal, da formação original da banda) falou sobre a última passagem pelo Brasil, em outubro e novembro de 2011, Amazônia, diversidade musical e, claro, cultura e música cubanas. »»»


A cantora Omara Portuondo, remanescente da orquestra original, é reverenciada pelo que representa na música latino-americana. Aqui, ela recebe o carinho da brasileira Vanessa da Mata.

Set list do disco

A capa do álbum “Buena Vista Social Club” (1997) mostra o músico Ibrahim Ferrer em uma caminhada descompromissada pelas ruas de Havana. A foto, do arquivo pessoal do artista, foi feita na época em que a casa de dança Buena Vista Social Club era a sensação na capital cubana, nos idos da década de 1940. Win Wenders ficou fascinado pela imagem e a usou para compor o cartaz do filme homônimo, lançado em 1999. O apelo histórico e a elegância do retratado foram decisivos na escolha.

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A música cubana é marcante, revela um povo que a vê como formadora de sua própria identidade, não há como desvinculá-la disso. O estilo afro-caribenho mundialmente conhecido da Orquestra Buena Vista Social Club mostrou ao mundo, de forma intensa e poética, não apenas o ritmo musical cubano, mas a história e cultura do povo de Cuba. Vocês poderiam explicar, brevemente, a relação que existe entre a música, cultura e história cubanas no Buena Vista Social Club? Achamos que a música e a história cubanas são muito ricas; mostra disso é o projeto Buena Vista Social Club, como um grupo de músicos reunidos, que em uma sessão de gravação puderam resumir em um CD parte do nosso talento, da nossa variedade de gêneros, grandeza musical e, além disso, contar parte da história de Cuba também, desde a dança até o som. Mostramos nossa música e história em forma de acordes e sons que, em conjunto, dão ao mundo de presente o Buena Vista.

1. Chan Chan 2. De Camino A La Vereda 3. El Cuarto De Tula 4. Pueblo Nuevo 5. Dos Gardenias 6. Y Tú Qué Hs Hecho 7. Veinte Años

Uma das principais características da música e cultura cubana é a diversidade. O Brasil também é um país de muita diversidade musical e cultural. Nessa última turnê de vocês no Brasil, em outubro passado, vocês passaram por centros urbanos brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Recife e Porto Alegre. O que chama mais atenção de vocês na cultura e música brasileiras? Brasil e Cuba são dois países que têm muita riqueza cultural e um dos pontos de encontro é a música. Tanto os brasileiros como os cubanos são muito rítmicos; o cubano com a clave, o brasileiro com o pandeiro, o bumbo. Tudo isso pudemos comprovar em nossas apresentações no gigante da América do Sul, com muitos coros, aplausos e ovações. O Buena Vista Social Club foi um espaço de música e dança onde se reunia a boemia de Havana. Apesar de ter durado poucos anos, entre as décadas de

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8. El Carretero 9. Candela 10. Amor De Loca Juventud 11. Orgullecida 12. Murmullo 13. Buena Vista Social Club 14. La Bayamesa


Redescoberta da música cubana após lançamento de disco e filme levou o grupo a turnês mundiais, como a que passou pelo Brasil no último mês

Formação original do grupo Ibrahim Ferrer Juan de Marcos González Rubén González Compay Segundo Ry Cooder Joachim Cooder Manuel “Puntillita” Licea

Orlando “Cachaito” López Manuel “Guajiro” Mirabal Eliades Ochoa Omara Portuondo Barbarito Torres Amadito “Tito” Valdés Pio Leyva

Perdas

Solos

• Em 2003, o Buena Vista perdeu dois de seus integrantes mais famosos, o pianista Rubén Gonzáles e o violonista e clarinetista Compay Segundo. • Ibrahim Ferrer, talvez o mais conhecido dos músicos do grupo, morreu aos 78 anos, em 2005. • Em 2009, nova perda, dessa vez do baixista Orlando “Cachaito” López. • Em julho deste ano, o grupo perdeu mais um integrante, o violonista Manuel Galbán.

Muitos dos integrantes do Buena Vista aproveitaram o disco e filme para voltar à música. Destacam-se Ibrahim Ferrer, que lançou dois trabalhos individuais, Compay Segundo (que durante 40 anos trabalhou como agricultor) e Omara Portuondo, cantora conhecida do público brasileiro pela parceria recente com Maria Bethânia. Site oficial da banda: www.buenavistaosocialclub.com.

1940 e 1950, o local está até hoje vivo na memória dos cubanos. Qual a principal influência negativa para a cena musical cubana com o fechamento do clube, ordenado pelo presidente de Cuba Fidel Castro, na época? A verdade é que entendemos mais de música que de política... Muitos de nós não vivemos esse momento... No Rio, vocês chegaram a visitar a velha guarda de escolas de samba, que são uma espécie de Buena Vista do samba carioca. Como foi esse encontro histórico e de ritmos, com direito até a feijoada? No Rio, tivemos mesmo a oportunidade de visitar uma escola de samba. Foi impressionante, pois pudemos ver, viver e sentir toda a energia reunida naquele lugar: a bateria, as bailarinas, a famosa feijoada. Foi um encontro muito fraternal entre duas culturas próximas, pois tanto eles como nós temos variedade de ritmos, cadências,

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formas de harmonizar. Achamos isso uma grande experiência, pois vivemos bem de perto uma parte muito importante da cultura brasileira, pois uma das razões pelas quais o Brasil é mundialmente conhecido, e especificamente o Rio de Janeiro, são os desfiles das escolas de samba. A região Norte do Brasil, onde está localizada a Amazônia, também tem bastante riqueza cultural e diversidade nos estilos musicais. Algum de vocês já teve a oportunidade de conhecer a Amazônia? Pensam em fazer algum show no Norte do país? Não estivemos na Amazônia e sempre gostamos de viajar a lugares novos. Ficaríamos encantados de poder descobrir este pedaço do Brasil. A performance ao vivo da Orquesta Buena Vista Social Club é sempre elogiada pela imprensa de todo o mundo. Mesmo após 14 anos do lançamento do documentário “Buena Vista Social Club”, ainda »»»


Baluartes de uma música reconhecida internacionalmente, artistas ficaram 50 anos separados

hoje o DVD é muito comentado pelo público, tanto pela qualidade e conteúdo da produção, quanto pelo som da orquestra. O que vocês acham dessa repercussão positiva existente até os dias atuais? Acreditamos que a ideia da realização do documentário apoiando o lançamento do disco foi genial, pois o filme explicou um pouco ao mundo a carreira desenvolvida pelos membros originais, sua vida, como se reuniram. O fato de tudo isso ter sido registrado na tela grande foi muito importante, pois confirma as grandezas como artistas e pessoas de cada um dos integrantes da orquestra. Atualmente, além de todos os sons, é como uma identidade mundial. Atualmente, a orquestra une músicos cubanos veteranos e novos integrantes. Como é o trabalho dos artistas mais antigos com os novatos? Para todos nós é, primeiramente, um grande privilégio compartilhar o cenário com grandes artistas, virtuosos em seus instrumentos. Desde o primeiro momento, os membros veteranos do grupo brindaram os mais novos com muito apoio e conselhos. O fato de os integrantes mais recentes continuarem o trabalho que vem sendo feito há um tempo é uma tarefa muito difícil, pois apesar das gerações serem distintas, é preciso manter o selo, a originalidade, a tradição de nossa música, que é a essência da nossa orquestra. E no caso dos mais atuais, acrescentar também o pequeno grão de areia ao longo dos espetáculos.

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Por que sou

contra?

Celso Eluan empresário celsoeluan@ig.com.br

ilustração Leandro Bender

Ora, com mais duas unidades federativas, os custos da máquina aumentam e só restam duas alternativas: ou aumentam-se impostos, elevando o já absurdo patamar de 40% do PIB, ou reduz-se o montante para investimentos. É o fogo ou a frigideira. Os novos Estados não terão condições de se custear e precisarão de apoio indefinido da União para suas despesas. Ex-territórios como Acre, Amapá e Roraima até hoje ainda vivem de verbas federais. Aliás, excetuando-se os estados do Sul

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Independente do resultado do plebiscito quero deixar minha opinião. A princípio quero dizer que acho legítima a aspiração de um povo ter mais autonomia, afinal as lutas pela independência das nações são a prova inconteste disso. Regiões que a geografia isola e cria dificuldades de toda ordem sentem-se naturalmente rejeitadas. Assim é a Amazônia em relação ao Brasil, assim é nosso país em relação aos países mais desenvolvidos, assim são as regiões que se pretendem autônomas em relação ao Pará. Portanto, não questiono a legitimidade da aspiração separatista. No entanto, distante dos olhares apaixonados que gritam pela unidade do Pará, sou contra a separação por uma questão de princípios. Não acredito no Estado como solução, não acredito que aumentar a participação do Estado possa efetivamente resolver nossos problemas de infraestrutura. É uma questão de princípios e teimo em tentar racionalizá-la. Criar mais dois estados significa criar duas novas estruturas de poder público: dois executivos, dois legislativos e dois judiciários. Mesmo não havendo nenhuma obra relevante, como construção de novas cidades, como foi o caso de Palmas no Tocantins, já que a proposta é aproveitar Santarém e Marabá como novas capitais, isso certamente vai implicar em aumento de custos da máquina do Estado. Hoje o poder público, o Estado em suas três esferas, municipal, estadual e federal, já consome quase 40% de tudo o que o país produz na forma de impostos que retira da economia. Dessa montanha de dinheiro, praticamente 95% é usado para custeio dessa máquina, principalmente despesas de pessoal ativo e, pior ainda, inativos, e pagamento da dívida. Somente cerca de 5% de tudo que se arrecada podem ser usados em investimentos como estradas, portos, escolas, hospitais, etc.

e Sudeste, todos os demais são deficitários e dependem de repasses federais pra fechar suas contas. Se assim o é, por que aumentar ainda mais o déficit público, por que deixar pras gerações futuras o peso da nossa irresponsabilidade fiscal? Entendo a angústia de quem vive nessas regiões e sente-se desprestigiado, mas não é com novos estados que teremos esses graves problemas resolvidos. O máximo que conseguiremos é uma nova elite de funcionários públicos e políticos, pois continuaremos a ter os mesmos problemas de falta de recursos, ou melhor, da má gestão de recursos, pois não é a falta deles, já que quase 40% de tudo que produzimos são destinados ao governo, mas a forma irresponsável como se gasta. E não estou falando apenas de corrupção, esse mal endêmico que nos assola como praga há séculos, mas de falta de instrumentos de gestão que possibilitem o recurso chegar onde é necessário e não ser carcomido numa máquina antiquada, inadequada, corrupta, ineficiente. Se fizermos uma comparação com qualquer sistema físico de geração de energia vamos entender melhor. Se uma máquina consome 95% do combustível pra colocar o motor em funcionamento e apenas 5% para sua atividade fim, imaginem o custo desse monstro que se arrasta e não anda. Assim é o Estado no Brasil, consome 95% de todo o combustível que colocamos nele apenas pra colocar o motor em funcionamento e 5% pra andar alguns míseros quilômetros. Você vai continuar colocando gasolina nesse pangaré velho que não anda nada e só queima óleo? O que precisamos é melhorar a eficiência dessa máquina e não colocar mais combustível nessa caldeira que só consome e muito pouco produz. Pior, tem mais seis projetos de divisão de outros estados em trâmite no Congresso. Se passar a divisão do Pará outros ficarão mais estimulados, como Piauí, Maranhão, Amazonas, São Paulo, Mato Grosso (de novo) e Bahia. Haja dinheiro pra sustentar essa máquina que pouco produz pra quem paga seu combustível. Portanto, sou contra a criação de mais estados, não apenas no Pará, não falo como paraense ou com argumentos emocionais, falo como brasileiro. Não aceito queimar mais combustível numa máquina velha e descompensada.


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Budista, hippie, midas da tecnologia. O gênio de Steve Jobs será lembrado pelas realizações, jeito excêntrico e olhar visionário.

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Catarina Barbosa

Admirável

mundo novo Determinação, inteligência e uma revolução na forma como nos relacionamos com a tecnologia. Veja pessoas que usam o legado de Steve Jobs como exemplo de vida.

“C

ontinue sedento, continue ingênuo”. Essas foram as palavras com que Steve Jobs encerrou o seu discurso, dia 12 de junho de 2005, para formandos da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Nesse dia, Jobs contou um pouco da sua história e deixou aos ouvintes um discurso inspirador e uma semente capaz de gerar mudanças. As histórias falam basicamente de três coisas: acreditar em si, buscar fazer o que se ama e ter noção de que o nosso tempo é curto. Tão curto que Steve Jobs morreu jovem, aos 56 anos, dia 5 de outubro deste ano. Suas realizações incluem: computadores pessoais, uma nova maneira de adquirir arquivos digitais na internet, de ler livros, revistas e de se comunicar pelo telefone. A experiência não se encerra no contato com iPods, iPhones e iPads, entre outras revoluções da tecnologia. Este é o ponto de partida para a mudança, o início do experimento. Fanboys – sim, a Apple tem fãs obcecados – afirmam em uníssono: compre um iPhone, um Mac, um iPod e não se preocupe com mais nada: fotos, vídeos, chamadas, apps, está tudo ali, mostrando a melhor integração software/ hardware do mercado, embora haja quem discorde. Apesar das críticas, porém, não se pode negar a influência da Apple para a forma como você se relaciona hoje com a tecnologia. Esse visionário nasceu no dia 24 de fevereiro de 1955 e foi entregue por seus pais biológicos para

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adoção. Aos 5, foi adotado por Clara e Paul Jobs, uma contadora e um salva-vidas, que o criaram em Mountain View, na Califórnia. Cresceu na região denominada Vale do Silício, formada por empresas que atuam com o intuito de gerar inovações científicas e tecnológicas. Era o ponto de partida da mudança. O economista e intelectual Karl Marx teorizava sobre o homem ser produto do meio em que vive, fruto das suas relações sociais: a história de Steve Jobs com o Vale do Sílicio comprova essa teoria. Conversão Caminho trilhado, escolhas feitas, era hora de ingressar na faculdade. Em 1972, Jobs entrou na Universidade Reed College onde cursou apenas seis meses – ainda não era a escolha certa, não sabia realmente se era aquilo que queria e percebeu que estava gastando a economia de uma vida inteira dos seus pais. Abandonou a faculdade. Continuou frequentando, por 18 meses, algumas aulas, como por exemplo, caligrafia, conhecimento que acabaria sendo usado no futuro para a elaboração das fontes do Macintosh (computador pessoal da Apple). Estava tecendo pontos. Depois de uma viagem em 1974 para a Índia, na companhia de Daniel Kottke, um amigo, voltou budista convertido. Essa espiritualidade serviu de base para que, dois anos depois, ele fundasse a Apple junto com Steve Wozniak, também seu amigo. Era o momento de mostrar que, apesar de não »»»

Dudu Maroja


1976 Foi desenhado e construído o Apple I, primeiro computador da marca. Steve Wozniak foi o responsável pelo desenvolvimento da ideia. Steve Jobs se desfez de seu carro para financiar e comercializar a criação.

1977

Logo da Apple é desenhado por Rob Janoff. No mesmo ano, é lançado o Apple II, um dos primeiros microcomputadores fabricados em larga escala. Também foi o primeiro sucesso da empresa.

1980

Nesse ano, chegou ao mercado o Apple III, para atender uma demanda corporativa. Foi criado para ser o sucessor da série Apple II, mas foi considerado um grande fracasso.

ter curso superior, tinha feito as escolhas certas: lançou o primeiro computador da empresa, o Apple I, basicamente uma placa com cerca de 30 chips, que para funcionar precisava de um gabinete, fonte de energia, teclado e monitor. Alguns afirmam que o computador é criação de Wozniak e Jobs teve apenas a ideia de vendê-lo. O fato é: o Apple I foi o primeiro computador vendido pela maçã, a um preço bastante curioso: US$ 666,66. Obstinado, sedento pela perfeição, um ano após o lançamento do Apple I, lançou o Apple II, que foi um sucesso, mesmo com seu preço: US$ 10 mil. O computador surpreendia, porque ao ligar já era possível começar a programar ou a carregar programas. A Apple foi ganhando espaço e Jobs aprendendo a lidar com o cargo de liderança. Lançou o primeiro computador pessoal da empresa em homenagem a sua filha mais velha, Lisa. Por ter algumas complicações e preço elevado, o Lisa é considerado um dos fracassos de Jobs. Concorrência Com uma campanha baseada no livro “1984”, de George Orwell, que descreve uma sociedade opressora em todos os níveis, inclusive intelectual e emocional, a Apple lançou, em 1984, o Macintosh. O comercial provocava as pessoas a conhecer o novo, a pensar diferente, a libertar-se dos padrões mercadológicos, e como Jobs era polêmico, também era uma forma de cutucar a IBM,

1983

É desenvolvido o Apple Lisa, primeiro computador com uma interface gráfica, que permitia que os usuários interagissem com a máquina por meio de imagens É considerado por muitos o precursor do Macintosh, cujo projeto contou com o desenvolvimento de Jobs.

que nesse caso seria o “grande irmão”, ou seja, o grande manipulador. Apesar de a campanha ter sido um sucesso, era raro encontrar usuários de Mac em solo paraense. Por volta de 1988, o médico Carlos Barretto, 49 anos, soube da existência do Macintosh por meio do namorado de uma amiga. “Estávamos em plenos anos 1980, e o cara era visto como um estranho. Arrisco-me a dizer que ele era o único em Belém que usava Mac. Sem contar que ele era vítima de muita gozação, porque na época havia poucos softwares populares compatíveis, jogos principalmente”, afirma, recordando a supremacia dos PCs (sigla para computador pessoal em inglês) na época. Apesar do domínio dos PCs, a Apple se diferenciava por ter consumidores fiéis. Em pleno auge do Macintosh, Jobs foi afastado da Apple. Então, quando Carlos Barretto ouviu falar da maçã, Jobs não era o CEO da empresa. Apesar de continuar recebendo salário, o empresário não ficou parado. Nesse entretempo criou a NeXT Computers e a Pixar, responsável por alguns dos filmes de animação mais bem-sucedidos da indústria do cinema, como “Toy Story”, “Monstros S. A.” e “Os incríveis”. Ao retornar para a Apple, em 1988, Jobs lançou o iMac, produto que simbolizou sua volta à empresa. Notória por lançar tendência, a Apple manteve a tradição. Ao lançar os iMacs coloridos, tudo o que você pode imaginar na época era transpa-

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1987

Chega ao mercado, por mais de 5 mil dólares, o Macintosh II, primeiro computador da série de mesmo nome e que, pela primeira vez, tinha suporte para monitor colorido.


1990

Macintosh Classic é lançado e, pela primeira vez entre os produtos da linha, é vendido por menos de mil dólares.

1997

1998

Lançamento do PowerBook G3, o primeiro notebook da Apple com o processador PowerPC G3, que foi produzido pela empresa até o ano de 2000.

rente, entre os mais diversos aparelhos, como telefones, cafeteiras e liquidificadores. Jobs já era conhecido pelo bom design, acabamento e por entregar ao consumidor algo pronto para usar. Música no bolso Outra de suas grandes invenções foi o iPod. Na apresentação do produto, Steve Jobs disse: “Finalmente você poderá carregar mil músicas no seu bolso”. Em uma época em que os downloads ilegais reinavam e a indústria fonográfica temia um colapso – em função de sites como o Napster, que forneciam álbuns inteiros de graça –, a Apple lançou o iTunes. As vendas do iPod foram um sucesso e as gerações, aperfeiçoadas, tanto que o primeiro produto comprado pelo médico Carlos Barretto foi um iPod Nano da terceira geração. “Eu o usava conectado a um PC. Era fã dos PCs nesta época. Montava-os em casa, comprando item a item e integrando-os manualmente”, recorda, sem saudade, a época em que os computadores pessoais ainda reinavam em sua casa. Após seis meses, ao escolher o seu terceiro computador portátil Carlos Barretto foi estimulado por um amigo entusiasta do Linux a comprar um MacBook Branco, de plástico, e se rendeu de vez aos encantos dos produtos da maçã. “Apesar de ter enfrentado algumas dificuldades iniciais – que hoje denomino ironicamente de “síndrome pós-Windows” – encantei-me não só com o belo de-

Após passar por uma crise financeira, a Apple lança o primeiro iMac, um computador que unia monitor e torre num só objeto, com design inovador, cores vivas e atrativos suficientes para atrair um público mais jovem.

Planeje. Construa.

sign, mas também pela descoberta de que poderia fazer tudo o que fazia com o PC, sem precisar instalar um antivírus”, brinca, dizendo que a inicialização da máquina (conhecida como boot) também foi um grande atrativo. Hoje, toda a família de Barretto usa Mac. Não há como negar: os aparelhos da Apple envolvem o consumidor de maneira particular, desde a abertura da embalagem até o primeiro contato com o produto, e esse envolvimento era meticulosamente pensado por Steve Jobs e sua equipe. Além disso, antes de apresentar um Iphone ou Ipod, Jobs o testava por meses. O resultado é uma experiência completa. “Sem dúvida Steve Jobs era um gênio, desses que aparecem raramente. Ele não inventou o MP3 Player, mas com o iPod, transformou a indústria do entretenimento para sempre. Além disso, com os Macs, deu aos usuários finais a possibilidade de usar um computador, da forma como ele deveria ter sido desde o início. Simples, fácil de usar e seguro”, defende o médico paraense. Se você acha que a opinião é exagerada, pense rapidamente: quais são as configurações do seu computador, do seu telefone celular ou do MP3 Player? Antes da contribuição de Steve Jobs, a tecnologia tinha um único público: os nerds. Ele fez tudo sozinho? Claro que não. Bill Gates, por exemplo, é responsável pela popularização dos PCs, mas, apesar do que se afirma, os produtos da Ap- »»»

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2001

É lançado o PowerBook G4 Titanium, Também chega ao mercado o Mac OS X – sistema operacional desenvolvido, fabricado e vendido pela Apple para os computadores Macintosh – e o iPod, o hoje famoso player de áudio, fotos e vídeos. Equipado com o também recente reprodutor de música iTunes e com capacidades diferentes de armazenamento, o aparelho mudou a forma do mundo de consumir os diferentes tipos de mídias.

2003

2006

Ano de lançamento do primeiro iPhone, um telefone celular com tela sensível a múltiplos toques, câmera digital, acesso à internet e funções de mídia players encontradas no já existente iPod. Também foi o ano de lançamento do primeiro iPod Touch, que tinha tela sensível ao toque, Wi-fi e acessos à iTunes Store e à App Store, a loja de aplicativos da Apple.

É lançada a iTunes Music Store, um serviço de música e vídeos online da Apple, no qual os usuários podem comprar seu conteúdo. No mesmo ano de lançamento, foram vendidas nada menos que 25 milhões de músicas.

Chega ao mercado o MacBook Pro, substituto definitivo dos iBooks e PowerBooks, que saíram de linha. Equipado com os processadores Intel Core 2 Duo, o MacBook Pro superou seus antecessores em velocidade e consumo de energia.

ple são simples, intuitivos e justamente pela simplicidade podem ser usados por todos os públicos.

Leia mais

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2007

De fã a vendedor O empresário Raul Parizotto, 45 anos, mais conhecido como “Sr. iPhone”, está na classe de fanboys, tanto que seu primeiro produto da Apple foi um iPod da primeira geração de 5GB, uma relação de amor ao primeiro contato. Dessa experiência, apenas uma é sua tristeza: não ter guardado o aparelho que hoje é uma relíquia. Depois do primeiro contato, ele comprou outro iPod, dessa vez da segunda geração, de 20GB. Devido a essa admiração e interesse – e em função da maioria das pessoas estar acostumada a usar produtos de outras marcas –, Parizotto acabou se tornando um especialista em produtos da Apple. “Sempre procurei participar de fóruns pela internet, lia tudo o que achava, cheguei a ir várias vezes a São Paulo para encontros com participantes de fóruns e fiz até alguns cursos. Então, sempre que alguém tinha um problema, me procurava e eu ajudava”. Foi assim que o que era apenas um hobby, uma admiração, se transformou em profissão. Parizotto é do tipo que não larga o iPhone,

por isso, quem não sabia o seu nome acabou apelidando-o de Sr. iPhone. Hoje, o empresário também trabalha com iPads e todos os acessórios relacionados a iPhone/ iPad/ iPod, já que todos usam a plataforma do iOS, o sistema operacional móvel da Apple. Para dar conta dos exigentes usuários da maçã, ele procura manter-se sempre bem informado. “Leio em média 15 blogs por dia que falam de produtos da Apple, pois gosto de estar à frente. Por sinal, já tenho em mãos um iPhone 4S, que ainda nem foi lançado no Brasil. E claro que fui conferir o que mudou com relação ao antigo”, afirma, dizendo que, além disso, continua ativo nos fóruns, buscando informações sobre novos aplicativos e gasta, em média, US$ 100 por semana comprando e testando apps. Vida em aplicativos Uma das coisas mais divertidas para quem tem um produto da Apple é poder entrar na Apple Store e se acabar comprando aplicativos, conhecidos como apps. Existem aqueles, porém, que gostam de burlar as regras do sistema e fazem o jailbreak, um desbloqueio, que dá liberdade ao usuário de

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2010

Chega ao mercado o iPad, um tablet com funções parecidas com as do iPhone, porém com uma tela um pouco maior do que a do celular, alcançando 9,7 polegadas. No mesmo ano foi apresentado com a versão Wi-Fi, no primeiro semestre, e na versão com 3G semestre seguinte.Também chega ao mercado o iPhone 4 que, entre muitas inovações, apresenta uma câmera frontal, ideal para video-conferências.


O empresário Raul Parizotto, o estudante Hitoshi Yanaguibashi e o médico Carlos Barretto compartilham a admiração pelo trabalho de Jobs

instalar aplicativos não oficiais e usar o aparelho na operadora de telefonia e no país que quiser. O estudante de ciência da computação Hitoshi Seki Yanaguibashi, 21 anos, já se aventura no desenvolvimento de aplicativos e é a favor do jailbreak como forma de explorar o aparelho e aprofundar conhecimentos. “Antes era até considerado ilegal fazer o desbloqueio, mas fiquei sabendo que o governo dos Estados Unidos legalizou essa prática. O único ponto negativo é que como o jailbreak tem acesso a qualquer recurso do dispositivo, alguns programas podem danificar ou afetar de alguma forma o funcionamento do aparelho”, afirma. Dilemas à parte, Yanaguibashi fez seu primeiro app desbloqueado por uma necessidade: apresentar um trabalho de curso. O guia de banco de dados Oracle foi ideia do seu orientador, Diógenes Carneiro, e construído em parceria com o amigo José de Sousa Ribeiro Filho. “Nesse momento, passei de usuário da Apple para desenvolvedor. Desde então, tenho me dedicado à criação destes aplicativos”, alegra-se. O estudante cita entre as dificuldades encontradas para um desenvolvedor primeiramente comprar um Mac, isso porque os programas usados para criar aplicativos só funcionam no Mac OS. Em novembro de 2010 – quando começou a desenvolver o aplicativo –, o estudante já tinha um, então, a dificuldade passou a ser aprender o iOS Software Development Kit (iOS SDK), uma espécie de conjunto de tecnologias de desenvolvimento

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necessárias para se criar aplicativos. O trabalho valeu a pena, quando o seu app foi aprovado pela Apple. “Fiquei muito feliz, pois o app foi aprovado de primeira para ser publicado e vendido na App Store, o que para mim era quase impossível de se conseguir, já que eu era um iniciante”, diz. Hoje, o estudante já desenvolveu quatro aplicativos tanto para iOS, quanto para Android, o sistema operacional móvel do Google. “A minha maior motivação em criar para ambas as empresas é porque o Google Android é o maior concorrente da Apple no mundo das apps. Então, se faço um app para iPhone, não custa nada fazer o mesmo para Android e deixar o produto à venda para mais alguns milhões de usuários. O processo de vendas nas duas lojas é um sonho: você desenvolve o aplicativo, manda para avaliação, o aplicativo é publicado na App Store ou no Android Market, você tem o mundo inteiro como cliente e pronto, deixa lá vendendo e vai dormir”, brinca o desenvolvedor, que já fundou uma empresa especializada em desenvolver apps. Seja desenvolvendo apps, trabalhando com produtos da Apple ou sendo médico intensivista, o mais importante é descobrir o que você quer fazer. Jobs não parou de fazer o que amava e provocou uma mudança em grande escala: uma nova forma de consumir música, ler em aparelhos portáteis, usar mídias locativas, fazer vídeos e fotos, inspirar pessoas. O resultado pode vir de várias formas: reconhecimento, dinheiro ou fanboys, mas deve, principalmente, ser motivo de satisfação.


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Arthur Nogueira

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Olhar de reflexos No trabalho do artista plástico Alexandre Sequeira a busca pelo outro representa um encontro com a própria individualidade

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rimeiro, a imagem imponente da casa, um raro exemplar da arquitetura moderna brasileira no centro de Belém. Em seguida, do lado de dentro, um lance de escadas, até uma antessala cujas paredes abrigam trabalhos de artes plásticas. Mais adiante, no escritório, estantes enfileiram dicionários e títulos de fotografia, estética, antropologia. Elementos que, não por acaso, ambientam e elucidam o universo de um andarilho chamado Alexandre Sequeira. Formado em arquitetura durante a década de 1980, na mesma turma que revelou nomes como Luiz Braga e Emanuel Nassar, ele aposta em uma produção cuja base é o encontro com o outro. “O meu trabalho reúne”, sentencia. O paraense, que também estudou publicidade e design, faz uso, especialmente, da fotografia, de maneira a torná-la um “vetor de interação” entre pessoas e formas distintas de produção artística. Ele diz crer, sobretudo, na imagem como “um instrumento de aproximação”. Esse aspecto é notável em trabalhos como “Nazaré do Mocajuba” (2004/ 05), com nome emprestado de uma pequena vila de pescadores localizada no município de Curuçá, no nordeste do Pará. In loco, Alexandre explorou fotografia e serigrafia, a fim de reproduzir a figura dos moradores do local em objetos pessoais, como lençóis, cortinas e mosquiteiros. Ele conheceu o lugarejo por intermédio de um amigo e se interessou em voltar »»»

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lá sozinho, alguns meses depois, para vivenciar o cotidiano do interior. “Foi uma aproximação natural: os moradores me reconheciam como fotógrafo, por causa da máquina no pescoço, e pediam para ser fotografados. Muitos nunca haviam visto a própria imagem”, recorda. “Passei a ser conhecido como ‘o retratista’ e comecei a frequentar a casa deles. Aí notei o quanto aqueles objetos representavam a vida, a memória de cada um”. O resultado da experiência, depois de dois anos de pesquisa em Nazaré do Mocajuba, a 150 quilômetros de Belém, foi um total de dez peças. “Funcionava assim: eu fotografava as pessoas e solarizava as imagens no computador. Em seguida, calculava o tamanho real do retratado, imprimia a imagem em uma tela de seda e a reproduzia sobre um objeto pessoal dele”, detalha. Ao fim do processo, o artista expôs as obras na vila, às margens do rio Mocajuba, e rodou países como França, Inglaterra, Bélgica, Canadá, Cuba, China. Mais recentemente, em novembro de 2011, a mostra integrou o Festival de Fotografia de Montevidéu, no Uruguai. Relações humanas Com referência a pensadores como Nicolas Bourriaud, no que diz respeito à teoria da estética relacional, Alexan-

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dre Sequeira garante que as experiências e repertórios individuais estão a serviço da construção de um significado coletivo. “É preciso se ‘contaminar’ com a realidade, confundir pesquisador e pesquisado, cultivar as relações humanas. Nesse sentido, a fotografia no meu trabalho atravessa o campo da arte”, teoriza ele, que não se considera um fotógrafo, mas alguém que “lança mão da fotografia”. Uma experiência semelhante à desenvolvida em Nazaré do Mocajuba se deu em Minas Gerais, em um lugarejo chamado Lapinha da Serra. O trabalho, intitulado “Entre Lapinha da Serra e o Mata Capim”, foi a dissertação de mestrado de Alexandre, em arte e tecnologia, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Como na experiência anterior, o artista estabeleceu laços afetivos com os moradores. Dessa vez, em Minas, os personagens foram um senhor de 84 anos, chamado Juquinha, e seu neto, Rafael, de 13. A intenção, novamente, foi investigar a experiência de viver naquele vilarejo, porém sob duas perspectivas radicalmente diferentes. O adulto trouxe como referência a própria história, exaltando a fotografia como um documento do que viveu. O garoto, por sua vez, fez jus ao universo infantil, demonstrando entusiasmo com as lendas do imaginário »»»


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Em “Nazaré de Mocajuba”, o artista colocou os personagens – pescadores de uma vila em Curuçá – sobre objetos que eles mesmos usam no cotidiano

coletivo da vila e o desejo de investigá-las. Para ele, a máquina fotográfica, nessa saga, se tornou uma grande aliada, encurtando as fronteiras entre o real e o imaginário. Discos voadores Não só como um observador, mas parte da história, Alexandre compartilhou, com os dois, momentos que considera edificantes. Foi ouvinte atento das histórias de Seu Juquinha, de anos atrás, e o ajudou a recuperar álbuns de família. Além disso, incentivou nele a prática artística. O avô de Rafael compunha toadas, que cantava acompanhado da banda O batuque. Certa noite, munido de equipamento digital de captação sonora, Alexandre gravou uma apresentação do grupo, posteriormente editada e masterizada, que foi lançada em CD – o primeiro registro sonoro do compositor. Paralelamente, com o menino Rafael, o paraense construiu uma armadilha para apanhar discos voadores, varou a noite para fotografar a mítica “Mulher do Pé de Manga” e produziu postais, com fotos feitas pelo menino, que se tornaram os cartões de visita da cidade. Passados dois anos em Lapinha da Serra, o resultado da experiência, mais uma vez, não se limitou apenas aos

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registros fotográficos. “A cada novo trabalho que desenvolvo, me distancio do ato de fotografar propriamente, para tratar de questões que surgem das relações que estabeleço com as pessoas ou grupos”, explica o artista em sua dissertação, cujos anexos incluíram produtos decorrentes da temporada no lugarejo. Correspondências Da mesma forma, outros trabalhos de Alexandre Sequeira, como “Meu mundo teu” (2007/ 08), seguem a linha de aproximar a etnografia, método que se baseia no contato do pesquisador com o seu objeto de estudo e a arte. Nesse outro caso, o artista possibilitou que dois adolescentes, que não se conheciam, trocassem impressões sobre as suas realidades, por meio de cartas e imagens. Tayana Wanzeler, moradora do bairro do Guamá, em Belém, e Jefferson Oliveira, morador da Ilha do Combu, se corresponderam pelo período de um ano. “Presenteei os dois com um bloco de cartas e uma máquina fotográfica artesanal. Semanalmente, pedia que escrevessem um ao outro, contando como era o ambiente em que viviam, com fotografias para ilustrar. Eu me en- »»»


contrava com ela às quintas e com ele, aos sábados”, relembra o artista. Na segunda etapa do processo, os adolescentes chegaram a usar a mesma câmera, disparando duas vezes no mesmo filme, “cruzando” os dois ambientes. “Propus, com isso, a resignificação da realidade de um pelo outro”, explica. No final, os jovens se conheceram pessoalmente e participaram de uma exposição, que reuniu 15 trabalhos resultantes da experiência. Desde muito novo, Alexandre Sequeira conviveu com a arte. “Meus pais me presenteavam com coleções literárias de museus e enciclopédias”, relembra. “Quando olho para as escolhas que fiz, percebo o quanto algumas experiências de minha infância foram determinantes”, diz ele, que engendrava tramas com figuras de barro, em uma espécie de teatro com bonecos. Não por acaso, brincadeira que se assemelha ao trabalho que desenvolve hoje, como artista e teórico. Em um poema chamado “Templo”, o poeta carioca Antonio Cícero exalta as características da Memória, deusa que, segundo ele, “não é a guardiã do passado”, como creem os néscios, mas aquela que “canta o imorredouro”. Nesse sentido, repousa a satisfação de Alexandre Sequeira com o trabalho que desenvolve. “Sobretudo, imagino que as pessoas vão lembrar essas experiências para sempre. Se marquei a vida delas, cumpri o meu papel”.

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decor

Casa Cor Pará

Ponto de encontro da Casa Cor Pará, o Bistrô do Carlito foi uma das atrações da Vila Leal Moreira na mostra, oferecendo opções de lazer e gastronomia revistalealmoreira.com.br

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Luiza Cabral

Diego Ventura

Maior evento de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas coloca o Pará na rota das tendências mundiais do setor

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ouco antes da estreia da Casa Cor Pará, em entrevista concedida ao site da Revista Leal Moreira, o franqueado Isan Anijar declarou: “Nossa meta é realizar a melhor edição já feita neste país”. A afirmação revelou-se como um prelúdio do que viria pela frente. O evento terminou dia 16 de novembro com saldo positivo: de um lado, elogios do público e da crítica; do outro, satisfação da organização e dos 140 expositores – profissionais das áreas de arquitetura, design, decoração e urbanismo. Os números justificam o sucesso. Durante os 45 dias em que a mostra esteve aberta ao público, mais de 30 mil pessoas visitaram os 70 ambientes de exposição. No palco central, localizado na esplanada do prédio do 2° Batalhão da Polícia Militar, dez atrações musicais, entre locais e nacionais, deram o ritmo à Casa Cor Pará. Sabores e cheiros

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também invadiram o evento em quatro seções de degustação e videoaula, cada uma direcionada por um chef de cozinha, entre eles, o renomado francês Claude Troisgros. Convidados especiais, atrações musicais de primeira qualidade e espaços à altura da marca Casa Cor. Para finalizar com classe, após o fim da mostra dois dias foram dedicados ao “Special Sale” com mais de três mil peças, entre objetos e móveis, disponíveis para venda. “Conseguimos movimentar mesmo o setor. Todos os profissionais envolvidos puderam divulgar bem seus trabalhos e as empresas que apostaram no evento também conseguiram cumprir suas metas”, considera Isan Anijar, com a sensação de dever cumprido. Com índices tão satisfatórios para uma primeira edição, a Casa Cor Pará abriu as portas com o pé direito, colocando a capi- »»»


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No ambiente sofisticado e aconchegante da Vila Leal Moreira, visitantes conferiram uma programação especial. Ao lado, o empresário Carlos Moreira vê a bela homenagem que recebeu.

tal paraense no restrito grupo de metrópoles que determinam e direcionam as novas tendências do mercado nacional de arquitetura, design e áreas afins. “Trata-se de uma mostra que indica novos caminhos aos profissionais e apresenta ao público as novidades do setor. É uma vitrine que dá visibilidade à produção local, integrando-a a um fluxo que percorre todo o país”, analisa Anijar. Arriscar em uma iniciativa que agrega novos conceitos a estes segmentos é ter uma postura visionária. A Leal Moreira acreditou na ideia e se posicionou como parceira estrutural da Casa Cor Pará, em que também atuou como expositora, responsável por três espaços na mostra. Um investimento que valeu a pena. Ousadia Investir é um verbo que combina bem com o espírito da Leal Moreira. Segundo o diretor de Marketing da empresa,

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André Moreira, é este ímpeto que nutre quase todos os projetos encabeçados e apoiados pelo grupo – por isso a aposta na Casa Cor Pará. “A Leal Moreira tem uma história de fomentar iniciativas relacionadas à arquitetura e design. Estamos sempre incentivando projetos de bom gosto, que tragam entretenimento ao Estado, e somos uma das poucas empresas que fazem isso para a classe média e alta no Pará”, considera André. Ele aponta o Living, projeto com duas edições em que era apresentado ao público um apartamento decorado com uma programação diferenciada, como o pontapé do grupo neste tipo de evento. “A realização da terceira edição do Living foi engavetada exatamente para nos doarmos à Casa Cor Pará”, conta André, revelando que o investimento foi alto. Como patrocinadora estrutural local da mostra, a empresa dispôs a mão de obra para a »»»


No Bistr么 do Carlito e Boteco do Silvio, descontra莽茫o e homenagens a personagens que fazem a hist贸ria da Leal Moreira revistalealmoreira.com.br

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realização deste projeto inovador, cedendo colaboradores para a reforma do 2° Batalhão da Polícia Militar, onde a Casa Cor Pará aconteceu. Além de apoiar a iniciativa, a construtora também administrou três ambientes de exposição na mostra: a “Casa de Vidro”, espaço institucional assinado pelo arquiteto Henry Harada; o “Bistrô do Carlito” e o “Boteco do Silvio”, ambos de responsabilidade dos arquitetos Ana Perlla e José Júnior. Carrinhos de mão e bicicletas nas paredes, grafites decorando móveis e objetos. Por trás do conceito dos espaços, a história dos colaboradores que sedimentam a base dos empreendimentos da Leal Moreira. A proposta inusitada de homenagear os trabalhadores dos canteiros de obras deu tão certo que rendeu aos arquitetos Ana Perlla e José Júnior o prêmio de projeto mais ousado da mostra pelo espaço “Boteco do Silvio”. Para André Moreira, essa premiação traduz a relação de confiança que a Leal Moreira tem com os profissionais da área. “Nosso relacionamento com arquitetos é algo interessante. Um ótimo exemplo é o José Júnior e a Ana Perlla, que se sentiram à vontade para trazer suas ideias. O Henry Harada, responsável pelo espaço institucional, também pôde experimentar no nosso ambiente. A Leal Moreira acredita nos talentos e aposta nessas ideias inusitadas”, assevera. Bom gosto Além de pensar um espaço diferenciado – que impressionou por trazer elementos tão diversos para um projeto arquitetônico – a Leal Moreira também impressionou pelas atrações e presentes aos visitantes da mostra. A cada semana, atrações musicais de bom gosto subiam ao palco do Boteco do Silvio. A chef Ilca Carmo, que comandou o Bistrô do Carlito com pratos inspirados na cultura paraense, e Leonardo Cals, com sua coquetelaria gourmet exclusiva, deram um show à parte com suas experimentações. O cliente Leal Moreira teve tratamento especial nos espaços do grupo. Recebeu 30% de desconto no consumo de pratos e bebidas e ganhou um drinque de presente. Além disso, qualquer pessoa que tenha passado pela “Vila Leal Moreira” levou para casa um kit, com a edição 30 da Revista Leal Moreira, que teve um número considerável de distribuição dentro da mostra, dez mil exemplares. “Pensamos em facilidades e presentes como uma forma de aproximar os clientes da nossa empresa, e também o público em geral da mostra, a este projeto ousado que é a Casa Cor Pará”, assinala André Moreira. Para Isan Anijar, a participação da Leal Moreira como patrocinadora estrutural da Casa Cor Pará foi fundamental para o sucesso da mostra. “Esta grande parceria foi extremamente importante. A Leal Moreira desenvolveu seu trabalho com maestria em mais de 70 ambientes, nos cedendo mão de obra para realizar esta grande reestruturação do prédio. Ter um nome como este associado à nossa marca é um imenso prazer”, complementa. Em contrapartida, a Leal Moreira também só tem a comemorar. “O grupo Leal Moreira ficou feliz de ter feito esta aposta no talento paraense e ninguém deixou a desejar em nada. Os arquitetos, designers, decoradores e urbanistas mostraram estar antenados com as novidades e prontos para o mercado nacional. A Casa Cor Pará, na minha opinião, foi a melhor do Brasil”, considera André Moreira, endossando as opiniões que comprovam a profecia de Isan Anijar.

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horas vagas • cinema DVD Bonequinha de luxo Edição do 50º aniversário

DICA

Um cult indiscutível que chega revestido de tecnologia e muitos mimos para deixar fãs e colecionadores em polvorosa. Assim é a caixa que comemora os 50 anos de lançamento de “Bonequinha de luxo”, com a imortal Audrey Hepburn. Além da versão do filme em DVD e Blu-ray, a edição tem uma cópia do roteiro – com as anotações feitas durante as filmagens –, três fotos em preto e branco e o item que talvez seja o mais valioso, pela raridade: uma carta do diretor Blake Edwards para sua estrela. Indispensável na estante de cinéfilos.

DESTAQUE My week with Marilyn Marilyn Monroe pode enfim ganhar um Oscar, após ter sido ignorada pela Academia de Hollywood durante toda sua carreira. Não se trata de uma homenagem póstuma, contudo, e sim de um filme que conta um episódio bastante particular da diva. Cotado para diversas categorias da premiação de 2012, “My week with Marilyn” traz Michelle Williams no papel da deusa no ano de 1956, quando ela foi para a Inglaterra filmar “O príncipe encantado”, sob a batuta de sir Laurence Olivier. O assistente de filmagens Colin Clark aproveitou o contato para escrever o livro em que se baseia o filme. Williams se destaca e vem liderando as apostas para o prêmio. A previsão de estreia no Brasil é neste mês.

A pele que habito Seguramente “A pele que habito”, o 31º longa do diretor Pedro Almodóvar, não está entre seus melhores filmes, mas o primeiro suspense dirigido pelo mestre espanhol merece uma espiada, ao menos pela curiosidade causada por tantas referências juntas – do terror clássico ao suspense no estilo Hitchcock. Fãs podem se sentir traídos, já que a estética kitsch tão presente no ninho almodovariano fica, aqui, superposta por uma tentativa (frustrada) de navegar no filme de gênero. Mesmo assim, é um Almodóvar, cineasta que tem crédito para experimentar e, às vezes, errar.

CLÁSSICOS

INTERNET

The TCM Movie Database

Laranja Mecânica Os 40 anos de “Laranja mecânica”, comemorados este ano, felizmente não passaram despercebidos. Depois de integrar praticamente todas as mostras de cinema do país – e de ser exibido no circuito alternativo local –, a obra-prima de Stanley Kubrick e talvez seu filme mais emblemático virou alvo do documentário “Era uma vez... Laranja mecânica”, do francês Antoine de Gaudemar, lançado este ano e que analisa o impacto e as polêmicas que o longa causou quando de sua estreia. Uma bela homenagem à obra, que foi banida dos cinemas ingleses até o ano de 2000, após a morte de Kubrick. revistalealmoreira.com.br

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Os fãs de filmes clássicos ganham um site decente com uma abrangente e confiável base de dados sobre o gênero. O Database da TCM, canal de TV por assinatura especializado em películas antigas, está recheado de listas para todos os gostos, desde a de estrelas mais procuradas em seu banco de informações até a de obras que nunca chegaram sequer a ter uma versão em DVD. O usuário pode se cadastrar para receber notícias e usufruir de serviços como a compra de produtos ou de seções divertidas, dentre elas jogos que testam sua memória e se você é realmente fã. Acesse: http:// www.tcm.com/tcmdb/.


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horas vagas • música VÍDEO

A Calber Music lança neste fim de ano uma das mais memoráveis apresentações capturadas em filme do inesquecível Louis Armstrong. A apresentação ao vivo em Estocolmo, na Suécia, em 1962, mostra o artista no esplendor daquela que é considerada a primeira fase de sua carreira, quando ele ainda liderava a legendária banda All Stars. A formação aqui não é a original, mas o mestre está acompanhado dos melhores músicos da época. O DVD traz doze faixas e outras sete músicas bônus de um som que remete às raízes do jazz e do blues em Nova Orleans.

CONFIRA

DICA

Louis Armstrong Live in Stockholm 1962

David Guetta Nothing but the beat Figura carimbada em álbuns dos artistas pop de maior sucesso da atualidade, David Guetta recebe muitas retribuições neste “Nothing but the beat”, seu primeiro álbum de inéditas depois de “One love” (2009), que vendeu nada menos que doze milhões de cópias em todo o mundo. Akon, Chris Brown, Timbaland e Will.I.Am, dentre outros, participam deste novo trabalho, colaborando nas doze faixas que refletem a sonoridade de uma época e trazem a marca registrada do produtor. O CD, duplo, traz ainda um disco somente de eletrônicas.

INTERNET

Chico Buarque em turnê A volta de Chico Buarque aos palcos após quatro anos sem fazer uma turnê é um alento para fãs de todo o país. Embora não venha a Belém, o show “Chico”, baseado no disco homônimo lançado este ano, mescla bem as novas e as clássicas. Na estreia, em Belo Horizonte, o compositor de 67 anos fez uma bela homenagem ao músico Criolo, nova sensação da música popular brasileira, cantando uma versão atualizada de “Cálice”. O maior alvoroço, porém, é causado pelo bloco das canções femininas, algumas consagradas pelas maiores intérpretes brasileiras. Os shows continuam no Rio de Janeiro e São Paulo, em janeiro e março, respectivamente.

CLÁSSICO

Live 365 Para conhecer o som que toca no mundo inteiro, basta acessar o Live 365 (www.live365.com/index.live), site que tem nada menos que 365 rádios online tocando todos os estilos, dos mais conhecidos, como rock e blues, aos mais alternativos, como ethnic fusion e inspirational. Basta selecionar sua preferência para ser direcionado a estações localizadas nas mais diversas partes do mundo, incluindo muitas especializadas em música brasileira. Se você tem aparelhos como tablets e smartphones equipados para a função, pode baixar aplicativos para levar as estações aonde for. Fazendo uma assinatura, ainda é possível se livrar dos sempre indesejados anúncios.

Nevermind (1991) – Nirvana Talvez nem mesmo Kurt Cobain imaginasse a revolução que ia causar quando o Nirvana lançou, em setembro de 1991, seu segundo álbum, “Nevermind”. Vinte anos e 30 milhões de cópias vendidas depois, o fenômeno ganhou uma nova edição, remasterizada e cheia de extras, incluindo as demos das músicas gravadas com o produtor Butch Vig em seu estúdio, no Wisconsin; gravações caseiras dos ensaios dos clássicos “Smells like teen spirit” e “Comes as you are”; e registros de aparições do Nirvana na BBC Radio, entre 1989 e 1991. O material é inédito e raro, o que deixou fãs em polvorosa e fez o CD se esgotar em muitas lojas na semana do lançamento. revistalealmoreira.com.br

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horas vagas • literatura

DICA

DESTAQUE Cemitério de Praga, de Umberto Eco

Biografias Jobs, Piaf e Tyler Três biografias que chegaram ao mercado editorial brasileiro no último mês merecem estar na sua estante (ou na cabeceira da cama). “Steve Jobs – a biografia” (Companhia das Letras) é um dos livros mais vendidos do momento, graças ao interesse sobre o gênio da Apple que cresceu após sua morte, ocorrida no começo de outubro. Em “O barulho na minha cabeça te incomoda? – Uma memória feita de rock ‘n’ roll” (Benvirá), o líder do Aerosmith, Steven Tyler, conta detalhes de sua vida, incluindo os episódios mais polêmicos. Outro título que deve ser lido é “Piaf – Uma vida” (Leya Brasil), retrato cru sobre a cantora que virou um ícone francês.

CLÁSSICO

Lançado este ano, o romance “Cemitério de Praga” (Record) traz Umberto Eco no melhor estilo policial, usando personagens históricas para criar uma história de complôs, enganos, falsificações e assassinatos. Na trama, estão o jovem médico Sigmund Freud (que prescreve terapias à base de hipnose e cocaína), o escritor Ippolito Nievo, judeus que querem dominar o mundo, uma satanista, missas negras, os documentos falsos do caso Dreyfus e jesuítas que conspiram contra maçons. A única figura inventada é o protagonista Simone Simonini. É o descanso do autor, que promete para ano que vem um gigantesco projeto sobre a Idade Média.

LANÇAMENTO Um conto de Natal Charles Dickens Uma das marcas de Charles Dickens é a crítica social. Um apreço pelo homem comum enfrentando situações e injustiças numa época em que o assunto não era o favorito entre os escritores ingleses modernos, especialmente os da Inglaterra vitoriana. Graças a ele, que viveu uma juventude de privações e escassez, o herói subjugado por problemas tão cotidianos, como a pobreza, a fome e a ruptura familiar ganhou voz. Assim é em “Um conto de Natal”, obra que deve ser revisitada por todos que, nesta época de confraternizações, acreditam em valores que levam à simplicidade da vida. A história do sovina e rabugento Scrooge é sempre adequada para causar a reflexão necessária em tempos de individualismo exagerado.

O olho Vladimir Nabokov Mais conhecido por “Lolita”, transformado em filme pelo mestre Stanley Kubrick, Vladimir Nabokov tem uma obra extensa em que se percebe um discurso político pouco atribuído ao autor russo. Isso pode ser visto mais claramente no romance “O olho” (Objetiva), que chega às livrarias para revelar como o escritor via a União Soviética após a Revolução Russa. Ele não poupa ironias fortes a Lênin e Marx, descrito como um “rabugento burguês” que escreveu “O Capital”, livro que nada mais é do que o “fruto da insônia e da enxaqueca”. O título, por si só, é uma ironia ao regime totalitário que vigorou no país durante anos, onde a vida do cidadão era vigiada sem pudores.

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CONFIRA

Clarabóia, de José Saramago O primeiro livro póstumo de José Saramago chega às livrarias pouco mais de um ano após sua morte. “Clarabóia” (Companhia das Letras) foi escrito em 1953 e ficou 30 anos guardado até o autor receber um telefonema da mesma editora que o recusara três década antes. Magoado, o escritor decidiu que nunca publicaria o romance em vida. Assim o manuscrito ficou novamente guardado para sair este ano, simultaneamente no Brasil e em Portugal. O estilo inconfundível, que se prenunciava, pode ser visto claramente, especialmente na maneira de construir com perfeito domínio o espaço narrativo. A nova ortografia da língua portuguesa, porém, tira o efeito de muitos recursos, o que vem causando polêmica entre fãs da obra do português.

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horas vagas • iPad

#JUMP OUT Viciei no jogo. É praticamente uma mistura do “Cut The Rope” com “Angry Birds”. Não tem como não gostar. É muito divertido e as fases mais difíceis contêm vários apetrechos curiosos. Vale muito a pena. Típico app que faz você ficar jogando por horas sem perceber que o tempo passou. “Jump Out” é bem intuitivo. Na abertura, aparece um menu simples em que se pode escolher o áudio e, em seguida, já ir a uma das fases, que ao todo são 75. Elas estão divididas em vários temas e o jogo traz quatro personagens além de oito objetos extras para apimentar

a diversão. Como um bom app, vários updates serão fornecidos, e o próximo virá com mais 30 fases. Quem gosta do estilo “Cut The Rope” sem dúvida alguma vai amar esse jogo. Com belos gráficos, temos apenas que jogar a formiga na saída. Ela fica rodando em uma tampa de refrigerante, bastando arrastá-la para o local desejado. Obviamente alguns empecilhos aparecem. De preferência, pegue todas as estrelas. Custo: $ 0,99

#PHOTOFORGE2

Seguindo o sucesso da sua primeira edição, o Photo Forge 2 chega ao iPad oferecendo muito mais do que os usuários estavam habituados a ver em termos de edição de imagens para iPads e iPhones. Completamente reconstruído, o aplicativo traz uma nova interface e uma infraestrutura avançada para lidar com manipulações e efeitos avançados. O aplicativo agora permite que você trabalhe com camadas em modos diferentes e trate fotos em resolução máxima, usando gestos para obter a precisão de pixels necessária para fazer tratamentos de cor. Por meio do novo conceito de docks, os usuários podem ter acesso a todas as ferramentas de edição na parte inferior da tela e visualizar todas as opções

de compartilhamento no topo – incluindo não apenas redes sociais, mas também Dropbox e servidores FTP. Entre os filtros disponíveis no Photo Forge 2, estão níveis e curvas (com precisão similar à do Photoshop), brilho, contraste, redução de ruído e suavização, além de efeitos para ajustar o tipo de lente e o flash da câmera do seu gadget – estes últimos, disponíveis em um pacote extra de US$ 2. Trata-se de um aplicativo que impressionará usuários comuns e profissionais, especialmente no iPad. Custo: $ 1,99

# DJAY

A versão 1.2 do aplicativo Djay para iPad chegou. Como na versão de estreia, o aplicativo é totalmente integrado à biblioteca do iTunes (o que facilita a busca e seleção de músicas), tem identificador de BPM, grava as performances, faz scratchs e até toca sozinho, com a função Automix. Agora a brincadeira está ficando séria e funções bem profissionais foram implementadas. Time Stretching, Key Lock, Beat Loops e uma melhor análise do áudio (que possibilita navegar pela música sem sair do tempo dela) são as principais melhorias. É possível também ouvir a música antes de aumentar o volume, com um adaptador stereo/ mono, que também pode dividir a saída de

áudio entre fone e alto-falantes. Algumas funções só podem ser usadas no iPad 2, como Key Lock, que altera a velocidade da música sem alterar o Pitch. Mas os Beat Loops, por exemplo, funcionam no iPad antigo. Para quem gosta de brincar de fazer músicas nas festinhas de fim de semana eis um exelente aplicativo. Pena que o preço ainda é um pouco salgado.

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#BUSCAR MEU IPHONE Aplicativo indispensável em qualquer iGadget, desde que seja configurado – o que muitos usuários só se lembram de fazer depois de perderem seus aparelhos. O Find My iPhone é um serviço gratuito fornecido pela Apple que, ao ser ativado no iPad ou iPhone (ou em outros iGadgets que funcionem com o iOS, incluindo o iPod touch), permite rastrear a localização do aparelho. O processo funciona da seguinte maneira: depois de ativar o serviço nos ajustes do gadget, você pode visualizar a localização do seu aparelho assim que ele se conectar com a internet, tendo em vista que, uma vez que o serviço é inicializado pelo site do iCloud, o aparelho fica enviando

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constantemente sua localização para os servidores da Apple, o que pode ser visualizado pelo dono da conta configurada no aparelho em tempo real. Da mesma maneira que é possível rastrear o aparelho pelo site do iCloud, é possível rastreá-lo de outro gadget da Apple que também rode o iOS, pelo aplicativo oficial do Find My iPhone. A imprensa já noticiou diversos casos de dispositivos recuperados das mãos dos gatunos usando esse aplicativo. Recomendo que você o tenha no seu iPad - e, claro, configurado. Custo: zero

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É preciso

ilustração Leandro Bender

marketar Uma empresa faz estudos e constata: a dona de casa, além de fazer um enorme esforço para lavar o chão, ainda tem que fazer outro para encerar este mesmo chão. A partir disto, a decisão é chamar seus químicos e outros técnicos para desenvolver um produto que limpe e ao mesmo tempo dê brilho. E mais, usa tecnologias para que este produto tenha preço acessível e desenvolve um sistema de distribuição para este produto ser encontrado facilmente em todos os supermercados e mercearias. Esta empresa está fazendo marketing. Está sendo marketeira, no melhor sentido da expressão. A forma como todo este trabalho é comunicado, que pode ser um filme na TV com mulheres sorridentes usando o tempo para fazer atividades mais prazerosas, é apenas a ponta do iceberg de um grande esforço de mercado. Como todos podem concordar, o marketing feito assim, preocupado em oferecer soluções honestas e criativas que conquistem e mantenham clientes, é uma atividade de grande valor para a sociedade por todos os desdobramentos positivos que gera. Entretanto o que existe cada vez mais nos nossos tempos é uma distorção da expressão “marketing”, percebida crescentemente como engodo, jogo de cena, conversa fiada ou presepada para aparecer. É comum a gente ouvir coisas do tipo “este político está fazendo marketing”, que bom seria se todos os políticos fizessem marketing mesmo. Seria sensacional ver mais políticos buscando soluções criativas para os problemas da sociedade, fazendo obras, criando novos serviços e criando leis que facilitassem a vida das pessoas. Soluções com custo menor, acessíveis para a grande maioria e sem ruins efeitos colaterais. A sociedade precisa ler anúncios, ver comerciais de TV ou placas na rua, anunciando um novo avanço, a superação de dificuldades, algo diferente para melhor. A população precisa deste marketing e destes marketeiros. Esta confusão que se faz hoje em dia entre marketing e presepada, acaba prejudicando uma atividade

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Glauco Lima Publicitário glauco@ideiasmadre.com.br

decisiva para os avanços econômicos, sociais e ambientais. A ideia de marketing está cada vez mais associada à propaganda, quando na verdade a base do marketing, toda sua consistência está no produto ou serviços e no investimento em recursos humanos. Os publicitários são mais vistos como criativos do que os verdadeiros criativos desta história, o empreendedor que cria um produto diferente, um serviço diferenciado, algo antenado com o seu tempo, que vem para atender anseios e por vezes surpreender o consumidor. Sem produto criativo, sem um diferencial, sem uma verdade comovente, não existe marketing, não existe propaganda criativa. Quem faz propaganda que não parte de um produto de verdade, não está fazendo marketing, está fazendo conversa fiada. A chamada mídia está cheia de distorções que afastam as pessoas do entendimento do verdadeiro marketing. Artistas quando fazem exigências absurdas em seus camarins são acusados de estar fazendo marketing. Isso não é marketing. É exigência absurda. O artista faz marketing quando trabalha num produto cultural, quando sua criação transmite uma visão de mundo que consegue arrebatar paixões. Isso é marketing. Exigir travesseiros com penas de ganso alimentados com ervas do Gabão, é capricho ou exotismo charmoso para obter visibilidade. O mesmo vale para outras celebridades, como jogadores de futebol, para os quais o marketing mesmo é jogar bem e conquistar títulos, posar com loiras seminuas é tudo, menos marketing. O Brasil e principalmente a Amazônia precisam de marketing. Gente inventiva, inovadora, com ousadia empresarial e social. Precisamos de médicos que façam marketing, professores, cientistas, empresários, engenheiros, industriais, cozinheiros, gente que observe a vida e trabalhe na formulação de inovações, de atributos positivos, em boas novas que respeitem as pessoas e proporcionem a alegria que elas buscam. Uma vez desenvolvidos estes produtos, entra o trabalho dos comunicadores, achando as formas de “como dizer” sobre as marcas que têm “o que dizer”. Porque quanto melhor um produto, quanto mais diferente, quanto mais cheio de qualidades, mais ele precisa de propaganda. Precisa “marketar”.


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especial

O Pipperibe, uma das criações de Leonardo, traz a harmonização do rum caribenho com especiarias tropicais, como a pimenta dedo-de-moça e o gengibre revistalealmoreira.com.br

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Luiza Cabral

Diego Ventura

Fina Mistura Leonardo Cals, bartender da Vila Leal Moreira na Casa Cor Pará, mostra por que a bebida certa pode dar um sabor inesquecível ao momento mais especial Há quem acredite que para fazer um drinque basta misturar uma bebida alcoólica, pedacinhos de frutas e gelo. O que nem todo mundo sabe é que a coquetelaria é uma arte complexa, cuja data e local de criação são imprecisos: pode ter vindo da Grécia Antiga ou do México colonizado. Desconsiderando as divergências nas pesquisas históricas, o que se sabe, de fato, é que alguém lá atrás pensou em harmonizar sabores dentro de um copo e assim surgiram as misturas que se popularizaram na década de 50 do século XX, em pubs por todos os lugares do mundo. Esta história mágica, cheia de alquimias, percorreu o tempo e passou por vários lugares até chegar a Belém, onde hoje os drinques deixam muita gente com água na boca. À frente do bar do Boteco do Silvio, espaço Leal Moreira na Casa Cor Pará, Leonardo Cals mostrou por que é considerado um dos maiores bartenders do Estado ao oferecer no evento um menu de 20 drinques irresistíveis, entre tradicionais e exclusivos. A busca por gostos inusitados por meio de misturas de ingredientes sempre guiou a vida de Leonardo. O incessante desejo de criar novos sabores o levou aos estudos culinários, mas logo o bartender descobriu seu caminho. “Sempre gostei de experimentações. Cresci em uma família muito ligada à gastronomia – minha mãe administrou vários restaurantes – e acreditava que ali encontraria a profissão ideal. Quando conheci a arte por trás do balcão do bar, porém, me encantei”, relembra

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Leonardo, que já se dedica à coquetelaria há sete anos. A paixão foi levada a sério desde o começo. Assim que descobriu a cultura dos drinques, Leonardo buscou cursos profissionalizantes – motivo que o leva regularmente a São Paulo – e se associou à Internacional Bartender Association (IBA), entidade mundial que regulamenta o ofício. O currículo dele, que já contabiliza mais de 50 drinques criados, permite ao bartender paraense reproduzir qualquer coquetel tradicional, mas seu maior interesse é a novidade. “Acredito que minha profissão seja semelhante à de um mago. Não gosto de simplesmente reproduzir drinques, prefiro criar novas composições, descobrir quais ingredientes juntos podem render sabores inigualáveis”, diz. Assim, nasce o desejo de criar uma coquetelaria autoral, o diferencial do trabalho deste apaixonado pela arte dos drinques. Coquetelaria gourmet Regras passam longe das fusões propostas por Leonardo. Frutas cítricas harmonizam com geleias doces e bebidas destiladas, sem maiores problemas. “Meus estudos me mostraram que só se peca pelo excesso. Não fico com dedos na hora de experimentar, é uma coisa instintiva mesmo. O importante é saber dosar cada ingrediente”, ensina o bartender, que acredita que desconstruir combinações é um dos melhores caminhos de sua profissão. »»»


Dudu Maroja

A prática de misturar ingredientes pouco prováveis com tanta precisão, inevitavelmente, lembra a gastronomia. “Acredito que fazer coquetéis é estar na cozinha e preparar um prato”, resume Leonardo, explicando que, por isso, batizou seu método de “Coquetelaria gourmet”. “A alta coquetelaria gourmet é um trabalho que venho desenvolvendo há cerca de um ano para associar com pratos da alta gastronomia, em que você pode sentir a harmonização de tal forma que não prevaleça o gosto do álcool”, explica. Sabor tropical Cores vivas, sabores refrescantes. Leonardo busca em seu trabalho assumir uma identidade que remeta ao clima de um país tropical. O último drinque criado por ele – insight que aconteceu enquanto estava comandando o bar do Boteco do Silvio, na Casa Cor Pará – exemplifica bem a linha de estudos do bartender. Seguindo os preceitos da coquetelaria gourmet, o Pipperibe traz a harmonização do rum caribenho com especiarias tropicais, como a pimenta dedo-de-moça e o gengibre. A bebida refrescante é para quem prefere apreciar sabores durante uma boa conversa. Um dos maiores interesses de Leonardo é participar da criação de uma coquetelaria local, que, junto com a gastronomia, enalteça as especiarias da Região Amazônica. “Assim como temos uma culinária respeitada em todo o país, podemos ter também uma coquetelaria de primeira qualidade”, compara. No bar do alquimista, hortifruti, geleias, xaropes e ervas que conhecemos bem. Cupuaçu, açaí e castanha-do-pará saltam aos olhos na bancada do bartender e se misturam em sabores singulares no copo do drinque. Sabores comuns ao paladar de um paraense, outros nem tanto. Assim como o processo criativo de outras artes, na coquetelaria o que vale mais é a intuição. Para Leonardo, a teoria e o legado já constituído da cultura dos drinques são importantes, mas experimentar, criar novas composições é o grande ofício de um bartender. “Já trabalhei em muitos eventos, em que a produção de drinques era feita em longa escala, mas isso não me satisfaz mais. Pelo contrário. Hoje prefiro dar consultorias e fazer eventos pequenos e fechados, em que eu possa fazer com que as pessoas tenham uma relação íntima com a bebida e entendam que não se trata de simples entretenimento, mas de apreciação de uma arte”, observa. Leonardo Cals: combinações para criar uma experiência única e cheia de personalidade

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especial

O Mercado de São Brás está entre as obras que tiveram projeto arquitetônico do intendente Antônio Lemos: riqueza nos detalhes e traços revistalealmoreira.com.br

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Elck Oliveira

Diego Ventura

Gênese

urbana

Amazônia

na

Redescubra como Antônio Lemos mudou para sempre a paisagem de Belém numa época em que a cidade vivia o esplendor da Belle Époque

O

fim de ano é sempre uma época para voltar os olhos para a cidade, que ganha uma cara especial com as decorações natalinas e luzes em casas, fachadas de prédios e empresas. Belém, que tem o mesmo nome da cidade onde nasceu o menino Jesus, é também tema de uma exposição que, este mês, coloca em evidência sua riqueza e complexidade. Trata-se da mostra “Janelas do passado, espelhos do presente: Belém do Pará, arte, imagem e história”, em cartaz no Museu de Arte de Belém (Mabe), que marca a reabertura do Salão Verde, fechado por um longo período para uma recuperação. É a oportunidade de ver a metrópole de hoje em sua gênese, a partir do trabalho do político e intendente Antônio Lemos. Na exposição, é possível refazer o percurso artístico de quase quatro séculos de história da capital paraense e ver, de perto, obras como “Últimos dias de Carlos Gomes”, de Domenico de Angelis e Giovanni Capranesi, e “A fundação da cidade de Belém”, de Theodoro Braga. O valor dos trabalhos está não apenas na sua qualidade artística, mas também na importância do contexto histórico em que foram produzidos: a virada do século XIX para o século XX, momento em que Belém vivia a áurea fase conhecida como Belle Époque (Bela Época, na tradução do francês), período em que Antônio Lemos teve des-

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tacada atuação. Responsável por um amplo projeto de modernização da capital do Pará, ele administrou a cidade entre os anos de 1897 e 1910 e foi quem encomendou as duas telas citadas acima. Maranhense de nascimento, Antônio Lemos lutou na Guerra do Paraguai (1864-1870) e veio para o Pará, onde começou suas atividades como jornalista, passando, em seguida, para a carreira política. Foi com ela e, mais especificamente, como intendente de Belém, que Lemos fez uma série de transformações no espaço urbano da cidade, tais como a “pavimentação de ruas, a construção de praças, jardins e de usinas de incineração de lixo e limpeza urbana”, tudo isso controlado por um código de posturas, baseado em ideias liberais, nas palavras da historiadora, mestre, doutora em história e professora da Faculdade de História da Universidade Federal do Pará (UFPA) Maria de Nazaré Sarges, autora do livro intitulado “Belém: riquezas produzindo a Belle Époque (1870-1912)”, cuja terceira edição foi publicada ano passado. Olhar visionário Segundo a especialista, Lemos preocupou-se em cuidar de “certos aspectos da vida urbana, como saneamento, saúde pública, estética da cidade”, vislumbrando não apenas o momento que se vivia, »»»


A praça Frei Caetano Brandão, que já foi o Largo da Sé, e o mercado de ferro do Ver-o-Peso, principal cartão-postal da capital: apogeu da prosperidade econômica

mas a cidade no futuro também. Este é, para o historiador, mestre e doutor em história e professor da Faculdade de História da UFPA Aldrin Figueiredo talvez o maior mérito do político no seu trabalho como gestor urbano. “O fato é que Lemos teve um projeto de cidade, coisa que não se vê nem nos dias de hoje. Ele não conseguiu executar tudo o que planejou, o que, por um lado, foi bom, já que uma das suas ideias era exterminar, por exemplo, a Cidade Velha, já que desejava acabar com essa face portuguesa, colonial, de Belém”, diz. Se não conseguiu fazer isso, Antônio Lemos realizou o que há de melhor em termos de ligações na cidade até hoje, destaca o historiador. Foi o intendente – o equivalente a prefeito na época – quem abriu, por exemplo, o Marco da Légua, que seria o que hoje são os bairros do Marco e Pedreira, com ruas como a Vinte e Cinco de Setembro, a Almirante Barroso – antiga Tito Franco e a Duque de Caxias. Para dar cabo a esses projetos, Lemos articulou, em torno de si, uma equipe de grandes profissionais, brasileiros e estrangeiros. Gente como os engenheiros e construtores José Sidrim (cearense) e Felinto Santori, além do arquiteto Francisco Bolonha e do artista plástico Domenico de Angelis (italianos). Essas pessoas foram responsáveis, por exemplo,

por obras como a igreja dos Capuchinhos, o colégio Nazaré, o mercado de São Brás, além de inúmeras residências e palacetes particulares. “Fazendo novamente uma comparação com os dias atuais, a gente vê que a maioria dos nossos políticos, gestores, procura se afastar, se esconder dos intelectuais. O Lemos não, muito pelo contrário. Ele reuniu em torno de si um grupo fortíssimo, de gente da melhor qualidade, entre intelectuais e artistas. Se formos olhar, por exemplo, a equipe que trabalhou na ‘Província do Pará’ na época dele, vai ver que era lá que estavam os grandes críticos de arte, muitos viajantes estrangeiros que por aqui estiveram, escritores. Ele se cercou disso, de intelectuais, de gente capaz de pensar, não só na Imprensa, como também no seu trabalho como administrador”, destaca Aldrin Figueiredo. Em seu livro, a professora Maria de Nazaré Sarges resume o que o trabalho de Lemos representou: “Os objetivos que direcionaram a transformação estética da cidade se entrelaçavam com as propostas políticas, ideológicas e até mesmo com o gosto dos novos grupos econômicos da região. Embora Lemos não tenha destruído as marcas de uma cidade colonial portuguesa, a configuração de uma nova estética pautou-se pelos símbolos que identificavam

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uma ‘cidade civilizada’, ao mesmo tempo que criava significados que seriam cristalizados na memória dos habitantes da pretensa ‘Paris Tropical’”. Efervescência cultural O período conhecido como Belle Époque diz respeito à fase compreendida entre os anos de 1871 – que marcou o fim da última guerra do século XIX na Europa, a Guerra Franco-Prussiana – e 1914, quando teve início a Primeira Guerra Mundial. Esse, portanto, foi um momento de longa paz na Europa, que coincidiu com o avanço do capitalismo internacional e, consequentemente, com o fortalecimento de um modelo de burguesia e o avanço dos grandes centros, como Londres, considerada a capital econômica do mundo, e Paris, tida como a capital cultural do mundo. É exatamente a partir desses locais que novas formas de produzir arte brotam. No campo da arquitetura, por exemplo, os franceses criam o chamado Art Noveau (Nova Arte), que, na Inglaterra, ganha o nome de Modern Style (Estilo Moderno). Esse movimento, caracterizado, principalmente, pela preferência dada às linhas curvas, amplificou-se muito, saindo da arquitetura propriamente dita e ganhando ressonância na produção de talheres, pratos, azulejos, ferro, entre outros

elementos. No terreno da pintura, por exemplo, é preciso destacar o caráter contestador do Art Noveau, que, embora tenha surgido em um período de riqueza na Europa, não deixou de notar e expor as mazelas e as figuras pitorescas que circulavam entre uma boa parcela da população. Nesse sentido, artistas como Édouard Manet e Vincent Van Gogh tiveram papel preponderante. “Não é à toa que Manet chocou muito a sociedade da época ao pintar uma tela batizada de ‘Olympia’ (1863), a qual exibia uma mulher, uma prostituta, que parecia fitar o espectador nos olhos, muito diferente das mulheres retratadas até então, sempre muito distantes da realidade, com ares de Vênus”, explica Aldrin Figueiredo. Segundo ele, todo esse universo teve grande repercussão no Brasil e, em especial, em Belém do Pará. “Se os brasileiros gostaram muito, os paraenses gostaram mais ainda. Então, tivemos essa influência, tanto pelo lado da arquitetura, com a chamada arquitetura de ferro, que pode ser vista, por exemplo, na construção do Ver-o-Peso e nos chalés de ferro de Belém, quanto pelo gosto dedicado aos produtos de casa, como jogos de talheres, jogos de pratos e relógios, que são puro Art Noveau”, detalha. »»»

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A Paris N’América, um dos símbolos da Belle Époque, tem arquitetura em art-nouveau e lembra os traços das famosas Galeries Lafayette francesas

Antônio Lemos em Belém • Política saneadora preventiva e uma estratégia sanitária, que envolveram, por exemplo, a desodorização dos espaços • Construção de prédios e pavimentação de ruas • Construção de redes de esgotos e de água, coleta de lixo, drenagem de pântanos e criação de um Departamento Sanitário Municipal • Ordenamento do espaço urbano com o disciplinamento dos hábitos da população e o emprego de mecanismos de controle, como a fiscalização, a polícia municipal e as leis e posturas municipais • Arborização da cidade, instalação de bosques e construção de boulevards e quiosques • Embelezamento de praças e construção de monumentos • Calçamento de ruas e instalação de sistema de iluminação elétrica e bondes • Concentração da venda de alimentos em mercados • Recolhimento de mendigos a asilos

Leituras recomendadas “Memórias do velho intendente”, de Maria de Nazaré Sarges, publicado em 2002, pela editora Paka-Tatu. “Belém: riquezas produzindo a Belle Époque (1870-1912)”, da mesma autora e editora, com a terceira edição publicada no ano passado.

Economia em alta Vale lembrar, que, nessa época, Belém vivia uma situação economicamente privilegiada. Detinha o quarto porto mais importante da América do Sul (ficando atrás apenas dos portos das cidades de Santos, em São Paulo, do Rio de Janeiro, no Estado de mesmo nome, e de Buenos Aires, na Argentina), chegando, inclusive, em muitos momentos, a disputar diretamente com o porto de Santos. Isso ocorreu porque, naquele período, os dois principais itens da pauta de exportações do Brasil eram o café e a borracha, esta última o mais importante produto da economia amazônica, conforme observa Maria de Nazaré Sarges, em “Belém: riquezas produzindo a Belle Époque (1870-1912)”. Na obra, a especialista mostra ter sido exatamente nesse momento que Belém experimentou “todo um processo de modernização da cidade”, muito associado “aos valores estéticos de uma classe social em ascensão (seringalis-

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tas, comerciantes, fazendeiros) e às necessidades de se dar a determinados segmentos da população da cidade segurança e acomodação, além da colocação em prática da ideia positivista de progresso enfatizada pelo novo regime republicano”. Dessa época de prosperidade observam-se prédios históricos que hoje são símbolo da Belle Époque. Entre essas edificações, estão o Theatro da Paz, o mercado de ferro do Ver-o-Peso, o mercado de São Brás e a loja Paris N’América – não à toa, o apelido que Belém ganhou na fase áurea da exploração da borracha. Fundada em 1870, a loja foi a primeira empresa a se registrar na Junta Comercial do Pará. O projeto arquitetônico tem traços claros das Galeries Lafayette, em Paris. A escada principal, em estilo art-nouveau, com traços sinuosos e motivos florais, conduz ao mezanino, sustentado por estrutura de ferro inglês. O belo prédio hoje convive com a paisagem do comércio desordenado da cidade.


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destino

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Fábio Nóvoa

Divulgação

paraíso seus

O

a

pés

Conheça a ilha de Saint Martin, no Caribe, um dos destinos preferidos dos brasileiros que procuram as delícias da América Central nas férias

N

unca os brasileiros estiveram tão próximos do Caribe. O crescimento da economia do país, associado à baixa do dólar, vem permitindo que muitos optem pelo sol e mares caribenhos na hora de escolher o destino das férias. Uma das opções preferidas dos turistas – e também uma das mais em conta – é a ilha de Sint Maarten (ou Saint Martin), uma das pequenas ilhas paradisíacas que circundam o território da América Central e que se caracterizam pela quantidade de opções de passeios não só para quem gosta do sossego das praias, mas também para quem opta por um circuito mais radical. Um paraíso que, enfim, está sendo redescoberto por nós. Sint Maarten é uma ilha curiosa. Trata-se de um pequeno território dividido entre duas nações. De um lado, o governo holandês, do outro, um território influenciado e governado pelos franceses. Essa divisão cultural e econômica já é curiosamente notada no aeroporto. Ali, na saída do avião, no Princess Juliana, as boas-vindas estão assinadas das duas maneiras. Esses dois mundos não convivem apenas na grafia. Os dois países compartilham os idiomas oficiais, embora os moradores também falem crioulo e papiamento. Quem fala espanhol ou inglês, porém, se comunica ali com facilidade.

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O críquete é o esporte mais popular entre a população local, mas quando reconhecem brasileiros, os moradores citam logo o futebol. São muitos jovens nas ruas: 60% da população têm de 0 a 35 anos. Os dois lados do minúsculo território têm moradias e leis diferentes. Do lado francês, por exemplo, a exploração de cassinos é proibida, mas pelo lado holandês, é permitida e até estimulada. Todos os hotéis têm sua rede de jogos para quem gosta desse passatempo. Nas ruas, há grandes cassinos iluminados por chamativos painéis em neon. Por outro lado, na parte francesa, reina o bucolismo dos pequenos bares e restaurantes. Gastronomia variada As moedas oficiais são o euro, na parte francesa, e o florim, na holandesa, mas o dólar é aceito em quase todos os lugares. Você pode alugar um carro ou bicicleta para apreciar a paisagem e percorrer todo o território em duas horas. Fazer um tour é conhecer duas culturas diferentes. No lado francês, existe a capital Marigot, que emula o bucolismo e o charme francês. Ideal para quem procura descanso. A capital holandesa, Phillipsburg, é ideal para quem quer desbravar a vida noturna. São 14 cassinos e várias danceterias. Opções gastronômicas também »»»


Em 95 quilômetros quadrados, a ilha de cerca de 100 mil habitantes oferece um litoral deslumbrante formado por 37 praias e opções variadas de lazer, de caminhadas a esportes radicais. Centro de consumo livre de impostos, Saint Martin é destino certo também para quem vai às compras.

não faltam. Você pode escolher entre cerca de 400 restaurantes, de sushis à boa comida italiana. Como é muito difícil conhecer todos os restaurantes, você pode fazer seu próprio roteiro por gostos e nacionalidades. Chama a atenção o tamanho dos pratos, por vezes exagerados, em alguns estabelecimentos. É sempre muita comida nos locais mais populares e, nos mais refinados, o sabor e a delicadeza dos pratos agradarão, com certeza. Aqui o importante é a vasta opção para os turistas. A ilha tem 95 quilômetros quadrados, com cerca de 100 mil habitantes. Mesmo pequena, é um paraíso para o veraneio: são 37 praias, uma mais bonita e limpa que a outra. A ilha é também um centro de compras totalmente livre de impostos e o único destino do Caribe a ter um Spa Dior. Por isso, se você é do tipo turista consumista, pode ir preparando o bolso. Muitos produtos são bem mais baratos que nos Estados Unidos, por serem livres de impostos e pela baixa do dólar. Em Marigot e em Phillipsburg há de tudo: eletrô-

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nicos, joias de luxo, roupas, perfumes de marcas famosas e muito mais. Como a maioria das lojas pertence aos indianos, comerciantes natos, é possível conseguir boas pechinchas. Por todas as partes, é possível encontrar lojas e produtos exclusivos de grifes famosas, como Prada, Cartier, Bulgari, Armani e Louis Vuitton. Praias e aviões Como estamos falando de Caribe, existem obviamente as belas praias. Em Orient Bay, está uma das mais procuradas: a Orient Beach, que é um point de nudistas. A concentração de naturalistas é no lado da extrema direita da praia. Aqui, filmar e fazer fotos são coisas terminantemente proibidas. Já em Oyster Bay existe uma variedade de bons restaurantes na beira da praia. O local lembra algumas praias do Nordeste brasileiro, onde você pode apreciar a paisagem comendo um peixe ou tomando um drinque após um mergulho. Alguns locais se destacam por ter música caribenha ao vivo e onde é possível escolher a lagosta que será

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go de se ficar no local. Carros são impedidos de continuar. Mesmo assim, muitos preferem arriscar serem jogados contra a água. Se você tiver paciência de esperar, os bares próximos têm afixados nas paredes os horários de chegadas e partidas das aeronaves. Esportes radicais Sint Maarten não é só recanto dos que preferem o bucolismo. O local tem uma boa programação para quem gosta ainda de esportes radicais. Uma das mais divertidas opções é a 12 Meter Regatta, um passeio de veleiro que simula uma final da America’s Cup, competição mundial que reúne os maiores velejadores do planeta. Os turistas são levados para o meio do mar, embarcam em um desses barcos competitivos grandes e são divididos em várias tarefas pelos instrutores. O divertido aqui é trabalhar em cooperação, movimentando velas, puxando cordas e controlando a direção, enquanto tenta vencer o barco adversário. Hotéis também oferecem, nos pacotes, aulas »»»

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bbordalogesso@uol.com.br

Tel: 91 8412.2772 Fax: 913224.1203 cozida e servida na sua mesa. Chegamos ao principal ponto de turistas de Sint Maarten. A praia de Maho Beach é mundialmente conhecida por uma peculiaridade. Os cerca de dois quilômetros de areia ficam encostados no Aeroporto Princess Juliana. Daí, o principal atrativo e a euforia, que incluem movimentação de banhistas, câmeras fotográficas e celulares. Da areia, é possível avistar já ao longe, se aproximando, o motivo de tanta comoção: os grandes aviões comerciais que passam rente à praia para aterrissagem. É possível ter um jumbo sobrevoando nossas cabeças a pouco mais de 100 metros do chão. O barulho é ensurdecedor, mas a imagem é impressionante. Nas decolagens, mais corre-corre, dessa vez por quem quer mais emoção. Como a pista de decolagem é voltada para o lado oposto do balneário, quando as turbinas começam a funcionar, a força do vento gerado é capaz de empurrar banhistas para dentro d’água. Alguns chegam a sair do chão. Uma placa indica o peri-


Próxima do aeroporto Princess Juliana, a praia Maho é mundialmente famosa por proporcionar a seus frequentadores a emoção de avistar aviões a poucos metros da areia. Ao lado, resort que recebe celebridades. Como chegar e onde ficar História Saint Martin era habitada pela tribo Arawaks. Ficou conhecida pela chegada de Cristóvão Colombo, em 11 de novembro de 1493. A ilha pertenceu à Holanda, Inglaterra, França e Espanha. Em 23 de março de 1648, holandeses e franceses a dividiram pacificamente. Viagem Desde 2010, a Gol iniciou a operação de voos regulares do Brasil para a ilha (nas Antilhas Holandesas), semanalmente aos sábados. Estima-se que haja um aumento de 40% a 50% no número de turistas brasileiros. Os turistas que fecham os pacotes se hospedam em dois dos mais importantes hotéis de Saint Martin, Sonesta Maho Beach (de frente para a praia do Maho) e o Sonesta Great Bay (que oferece mergulho e shows para os hóspedes). Pacotes Geralmente, os pacotes oferecem sete dias e sete noites, que incluem transporte aéreo Brasil/ St. Maarten/ Brasil, traslados de chegada e saída, sete noites de hospedagem no Sonesta Great Bay Resort & Casino, em apartamento duplo, com café da manhã. Dependendo da cotação do dólar, o pacote mais barato fica em torno de R$ 3 mil. Uma dica importante é programar sua viagem para os meses de junho a agosto. Por causa da baixa estação, tudo é mais barato e tranquilo. De dezembro a abril, a ilha fica entupida de americanos, devido ao Ano-novo e o carnaval local. Mais informações O site www.vacationstmaarten.com tem versão em português com descrição de hospedagem, serviços e calendário de eventos para o ano todo. Mais sobre a ilha você encontra em: http://www.st-maarten.com.

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de mergulho e canoagem. E se você tiver disposição, não deixe de praticar arvorismo em Loterie Farm. As descidas de tirolesa exigem coragem e a travessia entre os obstáculos das árvores, preparo físico. Não se esqueça de comprar uma foto de lembrança da sua cara de medo na Tirolesa, que os instrutores fazem. A criançada vai gostar também da Butterfly Farm. Criado em 1994, o borboletário que fica no lado francês da ilha permite a observação de plantas e mais de 30 espécies de borboletas que voam livremente entre os visitantes. Um imenso parque a céu aberto. Céu estrelado Saint Martin não é a única ilha próxima que atrai turistas de todas as partes do mundo. Perto dali, existem pelo menos duas que pedem para ser conhecidas. Para ir a ambas é preciso ter visto, então, vá com o passaporte no bolso. A primeira é a Ilha de Saba, onde o clima de montanha e o ar bucólico dominam a paisagem. Aqui não existem praias. Nesse caso, as pessoas desembarcam no povoado para fazer trilhas (das mais tranquilas até as mais perigosas) e mergulho. A vista do mar é magnífica. O passeio de barco, saindo do porto de Sint Maarten, dura uma hora e é cheio de fortes emoções. Além do forte balanço que o mar causa na embarcação, é possível ver golfinhos nadando bem perto. Por sua vez, St. Barth – abreviação de St. Barthélemy – é o paraíso dos milionários. Administrado pelo governo francês, o pequeno território, a que

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se chega em 40 minutos de barco, é um deleite para os olhos. St. Barth tem 24 praias, todas as maiores lojas de grife, carrões luxuosos nas ruas e uma fileira de iates no porto. Se você não se importa de circular por entre celebridades e ricos do mundo todo, a parada é obrigatória. Com sorte, é possível até atravessar o caminho de famosos que vivem no local, como a modelo Gisele Bundchen, o ex-jogador Ronaldo Fenômeno ou o cantor Justin Bieber. Aqui, muitas celebridades americanas têm mansões suntuosas, como a apresentadora Oprah Winfrey e o diretor de cinema Steven Spielberg. Os hotéis são chiques e com vistas espetaculares, mas pesquisando é possível encontrar opções mais em conta, em ambientes simples e acolhedores. Voltando a Sint Maarten, avistamos o porto, o terceiro mais importante do Caribe, que tem entrada restrita e suporta até seis navios de cruzeiro ao mesmo tempo. Obras de calagem foram feitas para receber o Oasis of The Sea, maior navio de cruzeiro do mundo, que aporta lá a cada 15 dias. O local recebe 1,4 milhão de visitantes por ano. Indo para o passeio histórico, temos o Fort Amsterdam, localizado em Philipsburg, na península entre Great Bay e Little Bay. O espaço foi construído em 1631 pelos holandeses, tornando-se a primeira fortaleza militar do Caribe. Dali, temos uma visão espetacular das praias de Great Bay. Um bom local para fazer fotos panorâmicas e fechar a visita com chave de ouro.


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enquanto isso

São

Petersburgo

E

m uma viagem à Escandinávia, em 2010, pude estender o trajeto até a Rússia, onde conheci Moscou e São Petersburgo. Apesar das belezas da capital russa, fiquei mesmo encantada pela cidade que, em 1712, foi nomeada por Pedro, o Grande, a nova capital da Rússia. Os fatos históricos já são, por si, os grandes motivos (e atrativos) para visitar a cidade. Há os locais, que foram os palcos desses fatos, como o Hotel Astoria, onde Hitler ia comemorar com uma grande festa a conquista da cidade (o que felizmente acabou não acontecendo). Os convites foram encontrados quando o Exército Vermelho chegou a Berlim. Basta atravessar a praça, em frente ao Astoria, para chegar à catedral de São Isaac e ao Palácio Mariínsky. Às margens do rio Neva fica um dos maiores museus do mundo, o Hermitage, que primeiramente foi residência de inverno dos imperadores russos. Para abrigar as coleções de arte da imperatriz Catarina II, foram incorporados ou-

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tros prédios ao Palácio de Inverno. Hoje o conjunto destes edifícios dá lugar ao importante museu. Meu maior desejo em conhecer o Hermitage era ver de perto as obras de Leonardo da Vinci “A virgem da flor” e “Madonna Litta”. Não me contentei com apenas uma visita e voltei dia seguinte à Catedral da Ressurreição de Cristo, onde Alexandre II foi ferido mortalmente. O monumento é de arquitetura ortodoxa, muito característico da Catedral de São Basílico na Praça Vermelha em Moscou. Na minha opinião, é mais bonita, suntuosa e colorida, principalmente por dentro, que a Catedral de Moscou. Outro lugar surpreendente e imperdível é Peterhof, um monstruoso conjunto de edificações e jardins, ornados com centenas de esculturas e seus famosos chafarizes. A lista de lugares para conhecer em São Petersburgo é enorme e vale muito a pena, como a Sala de Âmbar, do Palácio de Catarina, a Fortaleza de Pedro e Paulo, a vista da avenida Nevski (do alto

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Etienne Arruda Empresária

do Edifício da Companhia Singer) e a Catedral da Virgem de Kazan. Não perca a oportunidade de assistir a uma noite de balé no Teatro Mariínski, onde dançou Anna Pavlova. Depois do balé, estique o passeio e aproveite para jantar num típico restaurante russo e apreciar as deliciosas vodkas locais. São Petersburgo tem um inverno muito longo e rigoroso e a melhor época para visitá-la é no Verão, entre os meses de julho e agosto, quando também ocorrem as famosas Noites Brancas, que não passam de um crepúsculo. É durante a noite também que a cidade se encontra, na minha opinião, na sua forma mais bela. Todos os palácios, pontes e monumentos são muito iluminados. No fim da noite, as grandes pontes são abertas e deixam passar por algumas horas barcos em direção ao golfo. Para mim foi um momento emocionante ver da margem oposta barcos cruzando o rio Neva e de fundo o Hermitage, imponente e iluminado.


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iWing Para quem tem o celular como melhor amigo, o iWing é um ótimo acessório. O case, ideal para o iPhone 4, tem um par de asas que permite que o aparelho fique de pé, tornando a exibição de filmes e séries possível sem a necessidade de segurar o aparelho, e que pode ser embutido de volta a qualquer momento. A capa é feita de policarbonato e vem com um ótimo acabamento. Acompanha película frontal e pano de limpeza. Custa em média 45 reais e está disponível no site www.kinkyland.com

Yellow Submarine Perfeita para beatlemaníacas, a Yellow Submarine bag é uma réplica fiel do cartoon que ganhou o mundo em 1968. Colorida, alegre e descolada, a bolsa imita o submarino amarelo tal qual o do filme e do disco dos rapazes de Liverpool, mantendo no design a atmosfera hippie da época. Ela é 100% lã, possui zíper superior, forro e alça regulável, medindo aproximadamente 50 cm de comprimento. Curiosamente, a fabricação do item é russa, mas pode ser comprada pelo site www.etsy.com por 170 dólares.

Conjunto Nala Quartos de bebê com pouco espaço agora têm a solução ideal. O Conjunto Nala, da Sleeper, alia conforto e praticidade para o bebê em um único móvel. Possui berço amplo, com grade de segurança sem cantos vivos e pintura atóxica para evitar alergias no bebê, além de cama de babá retrátil e mini cômoda com gavetas espaçosas e puxadores ergonômicos, tudo de madeira maciça e MDF, com certificação INMETRO. Está disponível no Empório Piracola por R$1.312.

Relógio LED De design arrojado e peso leve, o relógio de pulso LED é uma ótima opção para quem gosta de aliar sofisticação e modernidade. Nele, as horas são mostradas por quatro LEDs, cuja luz vaza através dos gomos de metal especialmente projetados para esse fim. O aparelho possui dois botões para ajustar hora, minuto, dia, mês e ano. O corpo todo feito em metal, totalizando 22 cm de comprimento. O tamanho pode ser ajustado em qualquer relojoeiro, assim como a troca de bateria. Pode ser adquirido no site www.kinkyland.com, por 99 reais.

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Os preços e disponibilidade dos produtos são de responsabilidade dos anunciantes

confraria


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ilustração Leandro Bender

Desafios e

oportunidades no

Pará

Quando se fala do atual cenário brasileiro diz-se

oportunidades, sempre de ordem logística ligadas a

muito que chegou o momento do povo exigir que o

geografia do estado. E o desafio é lidar com essa di-

Estado seja mais eficiente e menos “gastador”, com

ficuldade geográfica e conseguir evoluir ao longo dos

resultados mais visíveis. Este será um dos grandes

anos em toda a cadeia de consumo.

desafios do país para os próximos anos. O que se

Uma outra situação desafiadora que precisa ser

vê hoje é um Brasil que gasta muito com a máquina

contornada, continua sendo a questão fundiária. Mais

e pouco em investimentos públicos. Por isso que um

de 70% do Pará há uma ingerência, ou seja, uma in-

dos principais pontos para alcançar a tão sonhada

tervenção do Governo Federal através do INCRA nes-

eficiência estatal no Brasil, é uma parceria entre esta-

te percentual de terras. Os 30% restantes de área são

do e setor privado.

administrados pelo ITERPA. Este cenário fundiário

No mesmo patamar de importância encontra-se a questão da educação. Sem profissionais qualificados

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Nara Oliveira Consultora empresarial

gera insegurança no empresariado, impactando fortemente nas decisões de investimento no Pará.

para sustentar o crescimento econômico teremos

Agora não podemos deixar de falar sobre as opor-

o fôlego diminuído para atender as demandas que

tunidades que surgem. Apesar de termos uma indús-

surgem no mercado brasileiro. Somente na Região

tria de base muito boa, ou seja, uma boa construção

Norte, nos últimos 12 meses (Set/10-Ago/11), houve

civil, serviços especializados, um pacote completo

um saldo positivo de 120.904 postos de trabalhos,

para implantar os projetos. é preciso investir no de-

deste total cerca de 38% (46.232 postos de trabalhos)

senvolvimento de um “know-how” para manutenção

foram gerados no Pará.

dos projetos, pois percebemos que empresas de fora

Atendo-se ao varejo no Pará é perceptível que lidar

do estado vêm para cá oferecer esse tipo de serviço,

com um consumidor cada vez mais exigente ainda é

pois faltam empresas especializadas aqui. Esse de-

um grande desafio. “O consumidor paraense viaja,

safio também sugere uma grande oportunidade, já

conhece tudo que há de melhor em tecnologia, en-

que a fase de operação é aquela que tem a maior

tretenimento, e quando retorna traz esse nível de exi-

duração. Um projeto para ser implantado leva apenas

gência”. Para o varejista paraense ainda é um desafio

alguns anos, mas sua manutenção é praticamente

trazer toda essa tecnologia para o estado. Tecnologia

eterna, e lá se encontram as maiores oportunidades.

essa que sempre avança muito rápido. “As vanta-

É preciso que o empresário paraense conheça

gens competitivas estão entrando em um processo

quais são as riquezas que o estado possui, o que

de erosão velozmente e quem ganha com isso é o

pode surgir de bom dali e, acima de tudo, que os

consumidor”.

mesmos participem desse processo. Ainda é preci-

A face mais perversa de nossos desafios encon-

so aproveitar o bom momento econômico, não só do

tra se na infra-estrutura, esta uma deficiência não só

Pará, mas do Brasil, que em 2010 alcançou pela pri-

do Pará, mas de todo o Brasil. No Pará encontramos

meira vez bônus demográfico, quando a maior parte

um agravante, a localização geográfica, somos iso-

da população está economicamente ativa, isso por si

lados o que dificulta a logística. Paradoxalmente as

só gera crescimento de 1% ao ano no PIB e demons-

dificuldades do Pará são as mesmas que sugerem

tra o bom momento que vive o país.

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A Família Leal Moreira está aumentando. Aguarde. A Leal Moreira está em clima de expectativa pelos três lançamentos que estão sendo preparados para acontecer em breve. São empreendimentos Leal Moreira e PDG, em localizações variadas, com 1, 2 ou 3 suítes feitos para você e sua

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A receita da culinĂĄria local ĂŠ simples: basta unir talento, frescor, diversidade e muito amor pelo ofĂ­cio

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Camila Barbalho

Diego Ventura

Saboresda

nova

cozinha

A Leal Moreira convida seis dos chefs que representam a renovação da gastronomia paraense para ilustrar seu calendário e agenda 2012 Inúmeros sabores e incontáveis histórias. É esse o saldo na bagagem de quem ainda muito novo decidiu viver de explorar e reunir paladares, sentimentos e experiências em nome de fazer a si e ao outro um pouco mais feliz – mesmo que essa plenitude dure apenas a degustação de um prato. Pensando nesse turbilhão sensitivo, a Leal Moreira escolheu seis dentre os mais prestigiados jovens chefs paraenses para ilustrar as edições de 2012 do calendário e do caderno confeccionados pelo grupo anualmente. Saboreie nas próximas páginas a memória desse processo, acompanhada de uma deliciosa prévia do que poderá ser conferido no ano que vem. Foram duas semanas de convívio intenso que estreitaram ainda mais os laços entre Daniela Martins, Sophia Honda, Enzo Luzi, Solange Sabóia, Ilca Almeida e Felipe Gemaque. Nossa reportagem visitou cada um deles em seu ambiente, ouviu um pouco da história, dos anseios e das dificuldades de ser chef na Amazônia, degustou as maravilhas que eles criaram e prepararam exclusivamente para o projeto e ainda conseguiu reuni-los todos ao fim da jornada em um descontraído jantar na casa de Felipe, com o cardápio idealizado e conduzido pelo grupo. Panela de brigadeiro Em busca dos amores e dissabores da carreira, a primeira profissional que visitamos foi Daniela Martins, que nos recebeu no restaurante Lá Em Casa, na Estação das Docas. Ativa, bem humorada e atenta ao funcionamento de cada detalhe de sua cozinha, ela preparou sua receita enquanto contava

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como foi o seu imprevisível início na culinária. Apesar de ter crescido no restaurante sob o atento olhar de seu pai, o saudoso e celebrado Paulo Martins, estava bem longe dos planos de Daniela viver em meio às receitas. “A primeira vez que precisei cozinhar para o meu marido, o picadinho tinha gosto de sangue e o purê de batatas não amassava de jeito nenhum. Jantamos uma panela de brigadeiro”, diverte-se. “Na semana seguinte, papai me orientou por telefone e disse ‘quando quiser cozinhar, me liga’”, relembra a chef, que hoje viaja o país levando a gastronomia paraense aonde vai. Quando questionada sobre as dificuldades que enfrentou, Daniela lamenta a falta de incentivos para o ramo da culinária. “Nunca tivemos apoio de nada, sempre brigamos muito sozinhos. Por isso é tão importante uma iniciativa como essa de reunir seis meninos e montar um trabalho desses. Quando alguém acredita na gente, dá mais vontade de trabalhar”, afirma. Cozinha mundial Sophia Honda foi quem nos recebeu em seguida, na sala da sua casa, ao som do último disco dos Strokes. Elétrica, de riso fácil, com a impulsividade dos 22 anos, ela revelou que a opção pela gastronomia veio na adolescência, contrariando a expectativa de que ela faria administração. “Para me convencer, meus pais contrataram um chef para me dar aula em casa, com a intenção de que eu percebesse que aquilo não era para mim e eu desistisse, mas não teve jeito”, ri. Decidida a seguir carreira, ela saiu de casa aos 17 anos »»»


Ilca, Felipe e Enzo, e na outra página Daniela, Solange e Sofia: união de talentos para criar delícias que prospectam um futuro promissor para a gastronomia local

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para morar em Campos do Jordão (SP), onde se formou pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Depois de passar um mês em Paris, para vivenciar o idioma e os sabores de uma feira, transformou a admiração pela culinária europeia na sua especialidade e trouxe o sotaque franco-mediterrâneo para visitar a casa de cada um de seus clientes, virando personal chef. No nosso encontro, Sophia contou que estava em processo de mudança para os Estados Unidos. “Vou passar cinco meses trabalhando em um resort na temporada de inverno. Depois estou com planos de passar um tempo na China em um programa de aprendizado e em seguida paro tudo e vou estudar na França”, planeja. Sem medo de partir e cheia de vontade de crescer, ela diz que a única grande dificuldade de seguir a carreira gastronômica aqui é a necessidade constante de ir embora e se afastar de família e amigos. “Ter que morar longe faz com que seja difícil ficar longe da família, dos amigos, e às vezes eles não entendem. Sei que sou muito jovem, mas acontece. O que me assusta é não realizar nada nem fazer algo de útil”, resume.

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Tempero italiano Desafiando os dogmas da física, nosso próximo visitado consegue habitar dois lugares a um só tempo. Itália e Brasil se confundem e misturam em Enzo Luzi, seja no sotaque ou no falar gesticulado. Ele nos recebeu na Cantina Italiana, o tradicional e familiar restaurante cuja cozinha ele chefia. “Eu devo ter sido feito aqui”, brinca ele, que cresceu assando pizzas e preparando massas junto com o pai. Com um jeito franco, Enzo revela-se sensível quando o assunto é a sua ascendência italiana. “Trago as duas culturas, a brasileira e a italiana, enraizadas dentro de mim. Foram elas que me ensinaram a ser um cara apaixonado pela arte, pela música”, acredita. Para compreender melhor suas origens e seus sabores, mudou-se para a Itália, onde se formou. Lá, conviveu com um ingrediente perigoso quando mal dosado: o temperamento dos chefs. “Voltei com esse ensinamento de que o chef precisa ser meio louco, meio agressivo. Na primeira semana depois de estar de volta, as cozinheiras daqui pediram demissão e eu vi que não era por aí”, relembra. Apesar de dominar toda a sofisticação da gastronomia italiana, Enzo conta que seu


prato preferido é mesmo a simples pasta ao sugo. “É todo o sabor da Itália em um só prato. Ele reúne muitas lembranças, muitos olhos, muito do que eu vivi”, aduz. Empório do sabor Solange Sabóia foi a quarta jovem chef a nos receber. De personalidade marcante e postura incisiva em todas as suas opiniões, ela conta que, apesar de gostar do mundo da culinária desde sempre, esbarrou no problema de não haver escola especializada no Pará. Por isso, experimentou outros conhecimentos: cursou arquitetura, trancou e acabou se formando em gestão de saúde. Em meados de 2007, consciente de que a carreira para sua vida era mesmo a gastronomia, mudou-se para São Paulo. Lá, estudou, fez estágio e tomou a decisão de ir embora para a Espanha, em busca de emprego e dos sabores de lá. “Minha ida coincidiu com a crise econômica do país, e ficou difícil manter o plano, mas como eu já estava lá, aproveitei a oportunidade de estudar em uma escola de gastronomia espanhola”, relata. Unindo seus aprendizados na Europa e sua paixão pela co-

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zinha brasileira, Solange não se considera filiada a nenhuma escola. “Eu gosto é de misturar. Essa é a minha escola”, diz ela, com sua sinceridade peculiar. Hoje, ela investe seu tempo e seus ideais em levar a qualidade de seu paladar ao público em geral, através da criação de um empório. “Lá, vamos vender massas, azeites e outros artigos artesanais, para que as pessoas possam consumir essas coisas que não se encontram em todo lugar”, explica. O empório, onde também funcionará uma escolinha de cozinha para iniciantes, é uma parceria com a amiga e também chef Ilca Almeida, a quinta profissional a receber a nossa reportagem. Mistura de gostos Ilca nos recebeu na cozinha da Vila Leal Moreira na Casa Cor. Enquanto cozinhava e contava sobre sua carreira, seus olhos percorriam todo o ambiente, observando e orientando os funcionários sob seu comando, tudo com o tom de voz doce e gentil que lhe são característicos. Ela conta que a atenção é fruto de sua própria experiência na cozinha. “Antes, eu ia assar um pão de alho e ficava lá, esperando na frente do »»»


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fogão. O mundo podia cair e eu ficava lá. Hoje, se eu vou cortar uma cebola, não fico de costas para o resto da cozinha nem um segundo”, resume. Sua tendência natural a misturar gostos e linguagens vem de sua formação em engenharia de alimentos, complementada pela graduação na escola de culinária italiana para estrangeiros, em Flores da Cunha (RS), pelo estágio em restaurante português e pelo grande apreço pela culinária nacional. Quanto às dificuldades vividas, Ilca acredita que a mudança total no cotidiano de quem opta por essa carreira acaba selecionando quem irá permanecer nela. “Você se habitua a um padrão de vida. Você sai quando quer, está o tempo todo com os amigos. Aí quando você vira chef isso muda. As pessoas ligam e você tem que dizer não, almoço de família vira um sonho impossível. Quem não é da área dificilmente entende”, desabafa. “No fim das contas, a paixão pela profissão fala mais alto e tudo isso é superável”, garante. Cozinheiro nato Nossa última parada é a casa de Felipe Gemaque, um jovem bem humorado, receptivo e sincero, que desanda a falar sem hesitação ou pudores sobre qualquer assunto. Em meio a temperos e gargalhadas, Felipe relembra como começou na cozinha. Apaixonado pela cozinha desde garoto, Felipe era levado pela mãe aos eventos gastronômicos. “Quando estive, aos 15 anos, no Ver-o-Peso da Cozinha Paraense, perguntei ao Alex Atala o que eu precisava fazer para chegar onde ele estava. Ele me disse ‘não procure ser chef, procure ser cozinheiro’. Nunca esqueci o conselho”, rememora. Antes mesmo de mudar-se para Santa Catarina, onde se formou pela Univale, começou a frequentar a cozinha de grandes chefs paraenses para ir criando familiaridade. Hoje, Felipe é especialista em personal chef e em consultoria. Ele conta que hoje o acesso ao mundo gastronômico é muito mais simples. “Antes não era tão abordado quanto agora. Hoje a profissão está na novela, em programa de TV. Quando eu comecei, não era assim”, avalia. Para ele, a maior dificuldade coincide com a maior beleza da profissão: o desprendimento. “Cozinhar é aprender a atender a expectativa do outro, a deixar o outro feliz. Você pode saber um ponto de filé que é incrível na sua opinião, mas de nada vai adiantar se esse não for o melhor ponto de filé para o paladar da pessoa a quem você está servindo”, acredita. Todas essas vidas, histórias e linguagens diferentes se refletem no modo de cozinhar, e esses diferentes modos estarão presentes no calendário e no caderno do grupo Leal Moreira de 2012. A seção Gourmet dessa edição vai deixar você provar um pouquinho desse universo, experimentando as receitas exclusivas criadas por eles em duplas, no jantar que finalizou essa expedição – de muitos paladares e uma só paixão – em busca dos novos sabores e novos rostos da gastronomia paraense.

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receita Tartar com salada de salsão

Cheesecake de cupuaçu e castanha-do-Pará com calda de acerola

Ingredientes [4 pessoas]: • 400g de filé bovino • 1 cebola roxa picada • 1 maço de salsão • Sal e pimenta a gosto • 10 g de senapé • 20 g de gergelim preto • Azeite de oliva extra virgem a gosto Procedimento: triture a carne, coloque em um recipiente fundo, tempere com sal, pimenta e o senapé. Acrescente o gergelim preto e a cebola picada e o azeite. Reserve.Corte o salsão bem fino e coloque em uma vasilha funda. Cubra com água e gelo deixando-o crocante. Reserve.

Filhote ao molho de acerola

Para a salsa de Gruyére: • 100ml de creme de leite • 50ml de leite • 200g de Gruyére

Para a redução do balsâmico: • 200 ml de balsâmico

Para a mostarda de tucupi: 500 ml de tucupi 80 gr de goma 1 colher de sopa de chicória 1 colher de sopa de cheiro 1 colher de chá de mostarda em grão 1 colher de chá de cominho em grão 1 colher de chá erva doce Sal e pimenta a gosto Procedimento: • Levar o tucupi para ferver com as especiarias, para só então acrescentar as ervas, • Diluir a goma em um pouco de tucupi e deixar engrossar até o ponto de mostarda. • Coe e reserve Montagem do prato: Prepare um cubo de tartar e decore com a salsa de Gruyére, redução de balsâmico e a mostarda de tucupi.

Ingredientes para a saladinha de feijão: • 200g de feijão Santarém • 50g de camarão regional • 50g de cebola picada • 50g de tomate picado • 1 dente de alho picado • 1 pimentinha de cheiro picada • 20g de pimentão picado • Cheiro verde picado • Suco de 1 limão • 25 ml de azeite de oliva • Sal Ingredientes para o molho de acerola: • 200g de acerola fresca • 10g de cebola • 1 dente de alho pequeno • 10 ml de azeite Ingredientes para o filhote: • 1 filé de filhote, com mais ou menos 250g • 20g de manteiga Modo de preparo da saladinha de feijão: • Cozinhe o feijão com 1 folha de louro até que fique macio, sem desmanchar. • Salteie o camarão em um pouco de azeite. • Misture todos os ingredientes. Modo de preparo do molho de acerola: • Bata todos os ingredientes no liquidificador, exceto o azeite, com um pouco de água, suficiente para ajudar a bater. • Passe por uma peneira. • Adicione o azeite. Modo de preparo do Filhote: • Aqueça uma frigideira antiaderente, acrescente a manteiga e frite o filé até que doure e cozinhe por completo.

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Modo de Preparo: Em uma vasilha, coloque a farinha, o açúcar e a manteiga. Forme uma “farofa” bem solta. Coloque o ovo e o leite aos poucos, misture somente até incorporar. Temperatura do forno: 160ºC. Rendimento: 1 forma (15 cm). Recheio Ingredientes: • 400 gr. cream cheese • 120 gr. de ovos • 20 gr. de gemas • 100 gr. açúcar • 20 gr. de farinha de trigo • 300 gr. leite • essência de baunilha a gosto

Procedimento: junte todos os ingredientes e leve ao fogo brando, mexa até derreter o Gruyére e formar uma salsa cremosa. Reserve.

Procedimento: Em uma panela leve ao fogo brando deixando reduzir em ¼ do volume inicial.

Massa Ingredientes: • 300 gr. farinha de trigo • 150 gr. manteiga • 80 ml. leite • 30 gr. ovo • 30 gr. de açúcar • 2 gr. de sal

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Modo de Preparo: Misture primeiramente o cream cheese com os ovos e com o fouet. Depois acrescente o açúcar e a farinha. Acrescente o leite devagar e a essência. Coloque na massa pré-assada. Temperatura do forno: 140ºC. Tempo: 25 minutos. Cobertura: • 500g polpa de cupuaçu • 500g açúcar • 200g de castanha picada em pedaços grandes Modo de Preparo: Cozinhar tudo junto em uma panela até dar o ponto. Calda de acerola: • 300 g de polpa de acerola • 150 açúcar Modo de Preparo: Cozinhar em uma panela até dar o ponto de calda fina.


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vinho

Rodrigo Aguilera empresário

O Shiraz australiano

Produtor Torbreck Região Barossa Valley Uva(s) 92% Shiraz 8% Viognier Álcool 14,5% Preço R$ 655 Importador Grand Cru

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Elaborado com uvas de Langhorne Creek (64%) e Limestone Coast (36%), este 100% Shiraz apresenta uma cor intensa rubi violeta, com notas de chocolate, pimenta e tabaco no nariz. Groselha negra, ruibarbo e notas de anis enchem o paladar em perfeito equilíbrio com taninos finos e suaves.

Este não é somente um vale fértil para a produção de bons vinhos, mas é também o berço de homens ousados que buscam inovar e deixar sua marca na produção de grandes jóias admiradas em todo o mundo. Foi neste vale que David Powell, em 1994, encontrou vinhedos antigos, para produzir o melhor vinho. David é destacado por Robert Parker como um dos melhores enólogos do mundo. Cor densa, aromas de amoras e pimentas. Na boca é pleno e suave. Elegante, bem estruturado, caracterizado por aromas complexos, baixo PH e alta acidez, resultado da alta altitude em que a Shiraz foi plantada, em Barossa Valley (vinhedos de 80 anos) e Éden Valley (vinhedos de 44 anos).

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Os vinhedos antigos de Shiraz, das regiões Hunter Valley e Barossa Valley, podem produzir vinhos especiais e caros, com características terrosas, com especiarias e notas de couro variando com a idade. Nas regiões mais frescas, como Margaret River, encontram-se vinhos mais delicados e menos encorpados. A Shiraz pode ser usada também para blends com Cabernet Sauvignon, amaciando-a e dando mais corpo. Um corte clássico na Austrália. Enfim, uma região para ser conhecida e degustada em toda sua plenitude e variedade e, de preferencia com um grelhado de Red Angus, raça muito comum na região. Abaixo, indico ótimos vinhos australianos.

Produtor Glaetzer Wines Região Barossa Valley Uva(s) 80% Shiraz 20% Cabernet Sauvignon Álcool 14,5% Preço R$ 256 Importador Grand Cru

Glaetzer Godolphin 2005 RP93

Produtor Heartland Região Langhorne Creek Limestone Coast Uva(s) Shiraz Álcool 14,5% Preço R$ 73 Importador Grand Cru

Torbreck Descendant 2006 RP95

internacional, às vezes com preços agressivos — o que acabou prejudicando alguns produtores — para fazer frente a regiões mais tradicionais. Hoje, pode-se dizer que a Austrália figura facilmente no catálogo de qualquer importadora de vinhos no Brasil, apesar do seu consumo não ser tão elevado como deveria. No geral — e com muito cuidado — podemos dizer que o clima é mediterrâneo. Em ordem descendente de importância, temos as seguintes uvas tintas: Shiraz, Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinto Noir, Petit Verdot e Grenache; e as brancas: Chardonnay, Semillon, Sauvignon Blanc, Riesling e Verdelho. Nos tintos a clássica e onipresente Shiraz domina.

Heartland Shiraz 2008

Você ainda pode ter a impressão que a Austrália produz somente vinhos elaborados com a uva Shiraz — a mesma Syrah —, sempre muito concentrados, alcóolicos e com madeira excessiva. Acredito que esta generalização não condiz com a atual variedade de estilos. A valorização de novas regiões mostra que o país pode produzir vinhos estilosos, frescos e de corpo médio também. A Austrália tem cerca de 151.789 hectares de vinhedos plantados, e desses, um terço, são da uva Shiraz. Mais da metade da produção é destinada à exportação. Com um mercado interno consumidor pequeno e praticamente estático, a indústria local viu-se forçada a atuar no já competitivo mercado

Quando, em 1888, a família Glaetzer, emigrada da Alemanha para a Austrália, se estabeleceu no Vale Barossa, criando uma das primeiras experiências com o cultivo da vinha naquele continente, não poderia fazer ideia da repercussão da iniciativa. A mais nova geração, através de Ben Glaetzer, jovem enólogo da casa, conheceria os píncaros da glória, conseguindo, entre outros tantos louvores, 100 pontos de Robert Parker, com seu Amon-Ra 2006. Ben é filho de outro grande ícone na enologia da Austrália, Colin Glaetzer, fundador da Vinícola em 1995 e autor do legendário vinho E&E Black Pepper Shiraz.Violeta escuro. Apresenta notas de chocolate e ervas, cedro e defumados. Na boca, vinho de grande densidade, com um final fresco e vivo.


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especial

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Alexandre Nascimento

Ilustrações Rodrigo Cantalício

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próximo

Teorias diversas apontam 2012 como o ano em que o planeta Terra deixará de existir. O cinema se diverte com o tema e os cientistas dizem tudo ficará como está. Será?

A

quela noite seria especialmente iluminada no planeta Terra. Além das luzes do Natal, que aconteceria dali a quatro dias, as auroras boreais pintariam novas cores no céu. O belo cenário seria o anúncio do enfraquecimento do campo magnético do planeta, permitindo a entrada de raios solares que elevariam a temperatura do núcleo terrestre, movimentando intensamente as placas tectônicas sob os continentes e provocando terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas por todo o globo. Coincidentemente na mesma data, um planeta descoberto há menos de um ano se chocaria contra a superfície da Terra, resultando em mais um show pirotécnico. Completando a paisagem, as luzes radiantes de naves alienígenas surgiriam por entre as nuvens para resgatar um seleto grupo de humanos da destruição iminente do planeta, deixando os demais para comprovar a veracidade das profecias que detalharam há milênios estes acontecimentos. Este seria o retrato do turbulento dia 21 de dezembro de 2012, caso estejam corretas as principais profecias, previsões, premonições e presságios referentes a esta data. Ou pior ainda: pode ser um dia tão comum e frustrante quanto qualquer outro.

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O ano de 2012 se tornou uma espécie de consenso entre várias teorias da conspiração que profetizam o fim do mundo, e a cerca de um ano da data, ainda não há qualquer indício concreto de um apocalipse, nem mesmo o risco de um. Até agora, só se confirmou o tsunami de livros, revistas, filmes e páginas na internet sobre o tema, assim como os milhares de argumentos que, sem qualquer embasamento científico, disseminam em larga escala o “Terrorismo Catastrófico”, como define o físico paraense Sandro Aléssio, professor da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e do Planetário. “Os físicos têm o papel de esclarecer a população sobre o que realmente há de concreto. Nada impede um físico de pesquisar assuntos tidos como sobrenaturais ou apocalípticos, mas fazer afirmações a respeito desse assunto é algo bem diferente” afirma o professor, chamando atenção para a infinidade de teorias que preveem o fim do mundo. “Vários foram os que profetizaram a respeito do fim do mundo, isso sempre chamou atenção da sociedade, pois a manutenção da vida é inerente ao instinto de sobrevivência humana. Como era de se esperar, todas as profecias apocalípticas naturalmente falharam”, analisa. »»»


FILMES SOBRE O FIM DO MUNDO Como o cinema vê a catástrofe maior do planeta Terra

2012 (2009), de Rolland Emmerich

O dia em que a Terra parou (2009), de Scott Derrickson

Em 2008, o presidente dos Estados Unidos convoca uma reunião de emergência com as principais potências para conversar sobre um grande perigo para a humanidade. Os anos passam e, com a proximidade de 2012, as autoridades decidem que não é mais possível conter o perigo eminente que pode significar o fim do mundo. Com isso, colocam em prática o plano iniciado anos atrás, sob o comando de cientistas.

Os 12 macacos (1995), de Terry Gilliam

Helen Benson é uma cientista que mantém contato com Klaatu, um alienígena que veio à Terra para alertar sobre uma crise global. Ele deseja conversar com os líderes globais, mas por ser considerado hostil, passa a ser ameaçado pela humanidade. Enquanto isso, uma criatura alienígina aparentemente indestrutível começa a aterrorizar o planeta. Refilmagem do clássico homônimo da década de 1950.

Explosão solar Sandro explica que os dois eventos mais relevantes aguardados pelos cientistas para o ano de 2012 são baseados em observações e previsões teóricas concretas: o alinhamento galáctico e o máximo solar. “O primeiro se refere a um alinhamento que ocorre a cada 26 mil anos, do Sol com o centro da nossa galáxia. O segundo se refere ao ciclo de onze anos em que o Sol atinge seu período máximo de emissões de partículas carregadas ao espaço, afetando eletromagneticamente a Terra”, explica. Esta segunda possibilidade foi usada como mote para o filme “2012”, que abriu as portas dos cinemas e das pautas da grande imprensa para o tema. No enredo da superprodução, o planeta sofre uma série de tragédias naturais provocadas por uma intensa atividade solar que interferiu na movimentação do núcleo terrestre, e o auge da catástrofe coincide com o fatídico dia 21 de dezembro de 2012, como vários povos antigos teriam previsto, incluindo os Maias. Na contramão do apocalipse, o professor Sandro Aléssio prevê um cenário positivo para a ciência. “Espero que o ano de 2012 seja uma ótima oportunidade para que a ciência possa esclarecer todo esse misticismo infundado que de tempos em tempos se faz repercutir de forma negativa sobre a população. Além disso, que a população seja mais alfabetizada também cientificamente”, diz.

No ano de 2035, James Cole aceita a missão de voltar ao passado para tentar decifrar mistério envolvendo vírus mortal que levou à morte da maior parte da humanidade. Tomado como louco, no passado, ele tenta provar sua sanidade a uma médica, sua única esperança de mudar o futuro. A médica coleta evidências que demonstram que a história contada por James pode ser real e tenta ajudá-lo na sua missão.

O exterminador do futuro 2 (1991), de James Cameron Uma criança destinada a ser líder já nasceu, mas é infeliz por viver com pais adotivos. A mãe foi considerada louca quando falou de um exterminador vindo do futuro. Neste contexto, um andróide volta ao presente, para proteger o garoto, mas vai enfrentar o mais avançado da espécie no futuro, um modelo T-1000, que não pode ter nenhum dano permanente e pode assumir a forma que desejar.

Nasa responde Para conter a curiosidade gerada em torno do tema, a agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa, criou em sua página na internet um espaço para esclarecer dúvidas sobre 2012 dentro da sessão “Pergunte a um Astrobiólogo”, que o órgão mantém na internet para responder as perguntas dos internautas mais afoitos. Logo na página inicial, consta um aviso de que a sessão já recebeu mais de cinco mil perguntas sobre a existência de um planeta em rota de colisão com a Terra e sobre o fim do mundo em 2012. As mais de 400 respostas sobre o tema apontam sempre na mesma direção: não acontecerá nada catastrófico, muito menos o dia do juízo final em 2012. David Morrison, cientista sênior do Instituto de Astrobiologia da Nasa, responde aos internautas desconsiderando a existência de um planeta ainda não descoberto, que se chocaria contra a superfície da Terra: “Não há nenhuma base factual para estas alegações, e a maioria delas são ridículas”. O astrobiólogo segue derrubando mais algumas teorias apocalípticas, esclarecendo que as pessoas associam a inversão de pólos aguardada para 2012 a uma possível mudança no eixo de rotação da Terra. “Algumas pessoas estão confundindo esta mudança com a inversão dos pólos magnéticos na Terra, que acontece regularmente a cada centenas

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Eu sou a lenda (2007), de Francis Lawrence Um terrível vírus incurável, criado pelo homem, dizimou a população de Nova York. Robert Neville é um cientista brilhante que, sem saber como, tornou-se imune ao vírus. Há três anos ele percorre a cidade enviando mensagens de rádio, na esperança de encontrar algum sobrevivente. Robert é sempre acompanhado por vítimas mutantes do vírus, que aguardam o momento certo para atacá-lo.

Extermínio (2002), de Danny Boyle

O dia depois de amanhã (2004), de Rolland Emmerich

Após invadirem um laboratório de pesquisas em macacos, um grupo de ativistas encontra chimpanzés presos em gaiolas diante de telas que exibem continuamente cenas de extrema violência. Ignorando os avisos de um cientista que trabalha no local de que os macacos estariam infectos, os ativistas decidem libertá-los. Assim que são soltos os animais atacam todos aqueles à sua volta, em ataques ensandecidos.

de milhares de anos. Mas não há nenhuma evidência de que isso poderia acontecer em breve, e mesmo que o fizesse, a mudança seria gradual magnética e provavelmente não haveria conseqüência para o planeta”. Astrologia A observação dos astros, no entanto, pode apontar outros desdobramentos, como afirma o astrólogo Mayas Filho, do Central Nacional de Astrologia. “O mapa do dia 21 de dezembro de 2012 aponta um período de dificuldades, com momentos coletivos difíceis a serem superados e a necessidade de mudanças em nosso planeta. As alterações climáticas já são evidentes, pólos derretendo, avanços dos mares, terremotos, etc”, destaca. Não seria este, porém, o cenário do fim do mundo, segundo Mayas. “O que os astros pedem é que mudemos nossas atitudes e que façamos algo ativa e conscientemente em nome de nosso planeta, que não irá acabar em 2012”, assevera. Com mais de 20 anos de atuação na área, Mayas Filho afirma com segurança que o fim do mundo é apenas uma especulação. “A Astrologia não mostra um cataclismo que colocaria fim à humanidade. Inclusive 2012 é um dos anos mais tranquilos dentro do contexto astrológico que se forma de agora em diante. O que tendemos a viver é uma fase de

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A Terra sofre alterações climáticas que modificam drasticamente a vida da humanidade. Com o norte se resfriando cada vez mais e passando por uma nova era glacial, milhões de sobreviventes rumam para o sul, mas o paleoclimatologista Jack Hall segue o caminho inverso e parte para Nova York, já que acredita que seu filho Sam ainda está vivo. Começa uma luta pela sobrevivência contra as catástrofes naturais.

Guerra dos mundos (2005), de Steven Spielberg Ray Ferrier é um homem divorciado que trabalha nas docas e não se sente à vontade no papel de pai, mas precisa cuidar dos dois filhos quando eles lhe visitam. Os três presenciam um evento que mudará para sempre suas vidas: o surgimento de uma gigantesca máquina de guerra, que emerge do chão e incinera tudo o que encontra. Trata-se do primeiro golpe de um devastador ataque alienígena à Terra.

transição rumo a um novo momento e nesse sentido podemos falar de fim e recomeço. Vamos encarar 2012 como um ano de constatações, em que perceberemos as mudanças feitas nos anos de 2010 e 2011 e as que já estamos começando a fazer. E então devemos recomeçar uma nova fase para a humanidade, possivelmente mais unidos e em maior busca pela harmonia e pela paz”, aconselha. Previsão maia Curiosamente, toda a polêmica ao redor do ano de 2012 veio à tona através de outros “maias”. A civilização que viveu em um território compreendido hoje entre México, Belize e El Salvador teria “previsto” o fim do mundo em seu calendário, cujo final coincide com o dia de 21 de dezembro de 2012. A civilização maia ficará marcada na história como um povo pioneiro, que desenvolveu um sistema de escrita, praticava esportes e presenteou as gerações futuras com o cultivo do cacau. Mesmo assim, seu maior mérito na atualidade parece ser a suposta profecia sobre o fim do mundo de acordo com o seu calendário. Primeiramente, os maias não usavam apenas um calendário. Para regular as atividades agrícolas e culturais, era usado o Haab, de contagem equivalente ao ano solar. O calendário Tzolkin tinha 13 meses de 20 dias, e era usado exclusivamen- »»»


te para fins religiosos. O alvo da polêmica foi o calendário de Contagem Longa, principal sistema de contagem de tempo para fins históricos, baseado em ciclos de 144 mil dias. Segundo a contagem longa dos maias, estaríamos vivendo o 12º ciclo, cujo final supostamente coincide com o dia 21 de dezembro de 2012, e após esta data não haveria nada. Essa foi a interpretação de pesquisadores sobre um calendário encontrado em um sítio arqueológico da civilização Maia, e deu início aos boatos sobre o fim do mundo. Depois de todas as especulações, o famigerado calendário foi trazido a público pelo subdiretor do Instituto Nacional de Antropologia e História do México, José Luis Romero, em fevereiro de 2011. Especialista no assunto, o antropólogo Romero explica que em dezembro 2012 há apenas o encerramento do 12º ciclo, e uma interpretação errada associou este encerramento a uma possível profecia. Assim como nosso mundo ocidental não termina com nossos calendários no dia 31 de dezembro, a única coisa prevista pelos maias em sua contagem cíclica do tempo foi o início de um 13º ciclo, sem qualquer previsão de apocalipse nesta data. Revelações Levando em consideração a origem da própria palavra “apocalipse”, que não tem qualquer relação com o fim do mundo, já podemos prever a frustração de alguns profetas. “Apocalipse” vem do grego, e significa literalmente “o véu tirado”, ou seja, algo “revelado”. A associação do termo ao fim do mundo ocorre devido aos acontecimentos narrados no último livro do Velho Testamento da Bíblia cristã. Em alguns países o título do livro é traduzido, ou seja, chama-se Revelação. Portanto, não há qualquer consenso sobre um final devastador de nosso planeta profetizado por civilizações antigas, e muito menos sobre um final devastador em 21 de dezembro de 2012. Os únicos acontecimentos que podemos antecipar para esta data dizem respeito às chuvas de fim de ano sobre Belém, ao trânsito lento e aos milhares de conspiradores remarcando novas datas para o fim do mundo.

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Leal Moreira lança o Torres Acácia, o primeiro dos cinco edifícios da Reserva das Samaúmas, aliando conforto e contato com o verde

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ada melhor do que estar em contato com o meio ambiente, para relaxar e abstrair da rotina estressante. É com o objetivo de fazer com que seus clientes sintam esse prazer e usufruam do conforto do lar que a Leal Moreira lança o seu mais novo empreendimento: Torres Acácia, os dois primeiros prédios dos cinco que compõem a “Reserva das Samaúmas”. O projeto foi feito sob medida para os clientes que valorizam o bem-estar e segurança, sem abrir mão da qualidade e sofisticação, marcas registradas da construtora. Um dos diferenciais do “Torres Acácia” é a sua localização. Fica na rodovia BR-316, proporcionando aos seus futuros moradores calmaria, mesmo sem perder o horizonte da modernidade e tecnologia dos grandes centros urbanos. Com mais de70 mil metros quadrados de terreno, a “Reserva das Samaúmas” fica atrás da Universidade da Amazônia (Unama) e a alguns metros de shopping centers, bancos, supermercados e tantas outras facilidades. Com 14 andares, os apartamentos terão duas opções de planta: duas suítes ou três quartos (sendo uma suíte master). Cuidadosamente planejados, os apartamentos do “Torres Acácia” têm uma generosa varanda – protegidas por brise-soleil (mecanismo que diminui o desconforto térmico) e com espaço gourmet (com churrasqueira), além do terraço térmico (para abrigar as centrais de ar-condicionado). Além dos confortáveis apartamentos, o cliente terá 21 opções de lazer na área condominial, com uma quadra recreativa, churrasqueiras, pista de caminhada para quem gosta de se exercitar, além de praças para convivência. Para a recreação: duas opções de playground, brinquedoteca e duas opções de salão de jogos. Ainda compondo a área de lazer, o espaço mulher, redário e lan house deixam o empreendimento completo para toda a família.


DESIGN COM PERSONALIDADE.

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Leal Moreira lançará empreendimento em uma das áreas mais familiares e aconchegantes de Belém, unindo bem-estar e segurança

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modernidade das grandes cidades em sintonia com aquela sensação de antiguidade. Essa combinação é o que define o sentimento de quem chega ao bairro da Pedreira. Ainda no “bairro do samba e do amor”, é possível ver pessoas sentadas nas portas das casas e crianças correndo soltas pelas calçadas. Oferecer qualidade de vida aos clientes, com uma excelente relação custo e benefício: esse é o objetivo do novo empreendimento da Leal Moreira, no coração de uma das áreas mais queridas da cidade das Mangueiras. Toda a revitalização da avenida Marquês de Herval, agora também conhecida como “avenida Parque”, foi considerada na hora de desenvolver o projeto, já que umas das prioridades da Leal Moreira é garantir que os moradores estejam sempre confortáveis não só com o espaço interno do seu condomínio, mas com a área externa. O aparato público – que contém praças, academias de ginástica ao ar livre e uma avenida arborizada e urbanizada – valoriza ainda mais o empreendimento. Opções variadas O novo empreendimento da Leal Moreira dá ao futuro morador a possibilidade de desfrutar não só do charme e funcionalidade da avenida Marquês de Herval, como da variada gama de opções de supermercados, farmácias e todas as conveniências necessárias. O apartamento, feito com plantas planejadas para toda a família viver bem, tem 112 metros quadrados, distribuídos em três suítes, uma delas master, com varanda e closet, salas de jantar e estar espaçosas, além de uma ampla varanda gourmet, com churrasqueira. Para o lazer, as opções são variadas. O empreendimento terá um belo salão de festas com gourmet, um divertido salão de festas infantil, com as duas opções também para os salões de jogos. Fora isso, o playground e as piscinas encantarão a criançada e devem animar os fins de semana em família.

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Ação social

premiada A Leal Moreira conquista o Top Socioambiental da ADVB Pará com a reforma e ampliação da Casa do Menino Jesus III

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Leal Moreira foi uma das empresas vencedoras do prêmio concedido anualmente pela seção Pará da Associação de Dirigentes de Vendas do Brasil (ADVB). A conquista, na categoria Top Socioambiental, é um reconhecimento pelo projeto de reforma e ampliação da Casa do Menino Jesus III. A solenidade de premiação reuniu, em dezembro, no Amazônia Hall, representantes da construtora, do Banco do Estado do Pará (Banpará) e da empresa parceira, que tornaram possível a realização do sonho da congregação “Obra das Filhas do Amor em Jesus Cristo”, administradora do espaço. A Casa do Menino Jesus III é uma entidade sem fins lucrativos que presta assistência a famílias de crianças de diversas partes do Pará que lutam contra o câncer. O antigo prédio anexo ao espaço, com 420 metros quadrados, foi totalmente reformado. O diretor executivo do Grupo Leal Moreira, Paulo Machado, trabalhou na iniciativa desde o início. “A Leal Moreira é uma empresa que preza pela responsabilidade social. Para nós, é uma forma de estarmos ativamente envolvidos na contribuição para atenuar os problemas sociais”, diz. A reforma e ampliação da Casa do Menino Jesus III foi tocada em parceria. As empresas parceiras dividiram os custos e a responsabilidade de estabelecer tarefas para a viabilização do serviço. Além de parte do financiamento, a Leal Moreira também assumiu o

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controle da obra e articulou a participação dos parceiros, arquitetos e fornecedores. “Além disso, com a aproximação que ocorreu e o entusiasmo todo, os próprios funcionários da construtora passaram a dar sua contribuição pessoal e espontânea ao trabalho da casa”, reforça. No total, foram oito arquitetos e 59 parceiros envolvidos. O resultado deixou orgulhosos tanto os profissionais quanto a direção da Casa. Após dois anos de trabalho, a entidade renascia com um espaço ampliado para oito ambientes – entre sala de estar, dormitórios, brinquedoteca, consultório médico e até uma capela. Um resultado final caprichoso e digno da grandeza do trabalho da instituição, que hoje recebe, com muito mais aconchego, famílias oriundas de todas as partes do Estado. Como um espaço de acolhimento, a Casa do Menino Jesus III apresenta uma rotatividade grande de hóspedes, cujo período de permanência varia de acordo com as necessidades dos tratamentos individuais, feitos em instituições especializadas no combate aos problemas. Hoje, é possível que as mães – por regulamento interno da Casa, as únicas autorizadas ao acompanhamento – permaneçam ao lado de suas crianças com a certeza de que precisarão oferecer apenas aquilo em que costumam ser as melhores: paciência e amor. Um trabalho humano que recebeu a mão da Leal Moreira, cujo apoio ganha agora reconhecimento do mercado local.


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Leal Moreira recebe medalha comemorativa Depois de 46 dias de Casa Cor Pará, a Leal Moreira se despede do evento comemorando o sucesso da Vila Leal Moreira, espaço que homenageou o operário mais antigo do grupo, Silvio Evangelista, e o presidente da construtora, Carlos Moreira. Além disso, o diretor de Marketing do grupo, André Moreira, recebeu da organização do evento uma medalha comemorativa, como forma de agradecimento pelo esforço e empenho na contribuição que faz da Casa Cor o maior evento de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas.

Vinho e requinte na Decanter A Leal Moreira Imobiliária esteve presente em um jantar e degustação de uma das empresas com que faz parceria. A Decanter, uma das principais importadoras de vinho do país, ofereceu aos convidados um refinado jantar com o melhor da culinária francesa, além, é claro, da degustação de alguns dos mais de mil vinhos de que a casa dispõe. O evento teve a presença do somellier da importadora, Igor Maia.

Estande Leal Moreira Imobiliária A equipe Leal Moreira Imobiliária só tem crescido, conquistado, assim, espaço e sucesso no mercado. A empresa tem comemorado as vendas com um grande almoço, toda quinta-feira. Para continuar atendendo aos clientes da melhor forma possível, a Leal Moreira abre um estande de vendas no shopping Boulevard, que funcionará nos mesmos horários do espaço. Quem quiser pode visitar o estande de segunda a sábado, de 10 às 22 horas, ou aos domingos, das 14 às 22 horas.

Breeze recebe convidados com vinho Um seleto grupo de clientes Leal Moreira foi convidado para uma noite especial: apreciar o cardápio assinado pela chef Ilca Carmo, harmonizado com os vinhos escolhidos pelo enólogo Rodrigo Aguillera. O cenário foi mais especial ainda: o decorado do Torre Breeze. Ao som do sax de Toninho Abenatar, os convidados puderam conhecer melhor os 350 metros quadrados do apartamento, além de tirar dúvidas sobre o empreendimento.

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Cartão de Facilidades O Cartão Leal Moreira só tem vantagens aos clientes. Com ciclos de ofertas no site da Leal Moreira, é possível aproveitar as melhores lojas de arquitetura, urbanismo e decoração para dar o tom de sofisticação que o imóvel da construtora merece. Essas ofertas estão disponíveis a todos os compradores de um empreendimento Leal Moreira, que, automaticamente, se tornam um portador do cartão de exclusividade. Se o imóvel estiver no nome do casal, os dois recebem. Em breve, será lançado o cartão “Kids”, para a criançada também ter direito às vantagens de ser um mini-cliente.

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Check List das obras Leal Moreira projeto

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lançamento

fundação

estrutura

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revestimento acabamento

Torre Breeze 4 suítes • 352m² • Umarizal • Trav. Dom Romualdo Coelho, 1132 (entre Bernal do Couto e Diogo Moia) Torre Parnaso 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 58,40m² e 79,20m² • Cremação • Av. Generalíssimo Deodoro, 2037 (com a Rua dos Pariquis) Torres Dumont 2 e 3 dorm. (1 e 2 suítes) • 64m² a 86m² • Pedreira • Av. Doutor Freitas, 1228 (entre Av. Pedro Miranda e Marquês de Herval). Torre Domani 3 e 4 suítes • 187,15m² • Nazaré • Av. Governador José Malcher, nº 1655 (entre 14 de março e Alcindo Cacela) Torres Liberto 3 suítes • 122 m² e 260 m² • Batista Campos • Rua dos Tamoios, (esquina com Tv. Honório José dos Santos). Torre Vitta Office Salas comerciais (31,73 a 42m²) • 5 lojas (61 a 299,62 m²) • 31,73 a 42m² (sala comercial) • de 61 a 299,62m² (lojas) • Marco • Av. 25 de setembro, 2115 Torre Vitta Home 2 dorm. 1 suíte (58,02m²) • 3 dorm. 1 suíte (78,74 m²) • 58 m² e 78 m² • Marco • Travessa Humaitá, 2115 (entre 25 de Setembro e Almirante Barroso) Torre Triunfo 3 e 4 suítes (170,34 m²) • cobertura (335,18m²) • 170m² a 335,18m² • Marco • Trav. Barão do Triunfo, 3183 (entre 25 de Setembro e Almirante Barroso) Torres Floratta 3 e 4 dormitórios • 112,53m² a 141,53m² • Marco • Av. 25 de Setembro, 1696 (entre Travessas Angustura e Barão do Triunfo) Torres Trivento 2 e 3 dorm • 65,37m² a 79,74m² • Sacramenta • Av. Senador Lemos, 3253 Torre Résidence 2 ou 3 suítes (174m²) • Cobertura (361m²) • Cremação • TV. 3 de maio, 1514 (entre Magalhães Barata e Gentil) Torres Ekoara 3 suítes (138m²) • Cobertura (267 ou 273m²) • Utinga • Tv. Enéas Pinheiro, 1700 (entre Av. Alm. Barroso e Av. João Paulo II) Torre Umari 2 ou 3 dorm. sendo 1 suíte (107m²) • Umarizal • Rua Dom Romualdo de Seixas, 1500 (entre Antonio Barreto e Domingos Marreiros) Torre Vert 3 suítes (156m²) • Cobertura 312m² • Nazaré • Av. Gentil Bittencourt, 1014 (entre Quintino Bocaiúva e Generalíssimo Deodoro) Sonata Residence Uniplex (71m² a 72m²) e Duplex (118m² a 129m²) • Umarizal •João Balbi, 1291 (entre 9 de Janeiro e Alcindo Cacela) Torre de Farnese 4 suítes (200 m²) • Umarizal • Av. Senador Lemos, 500 (entre Dom Romualdo de Seixas e Dom Romualdo Coelho)

Veja fotos do andamento das obras no site: lealmoreiraimobiliaria.com.br

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em andamento

concluído


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Fachada do Jardim Bela Vida

Fachada do Ville Laguna

Piscina Città Maris

Quem compara

compra

ELO

A busca pela qualidade tornou a ELO, a incorporadora que oferece qualidade padrão com preços únicos

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oucas conquistas na vida são tão marcantes quanto o primeiro imóvel. Poder, pela primeira vez, encaixar a chave na porta do próprio apartamento tem sido uma emoção alcançada cada vez mais cedo no país. São famílias inteiras, casais iniciando uma vida a dois ou mesmo solteiros em plena fase de emancipação adquirindo a casa própria, que deixa de ser apenas um sonho e passa a ser uma realidade. É neste contexto que se firma a ELO Incorporadora, uma empresa do Grupo Leal Moreira que nasceu para levar a um número maior de Paraenses a possibilidade de ter um imóvel próprio alinhando alto padrão de qualidade a preços acessíveis. E, tratando de uma empresa do grupo Leal Moreira não foi difícil alcançar a fórmula para este sucesso. Com projetos estrategicamente localizados nos pontos mais nobres da nova Belém e região metropolitana, os sete empreendimentos

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lançados nesses dois anos de atividade, demonstraram ser bem mais que um sonho realizado, concretizando-se em um ótimo investimento com alta rentabilidade. Para o diretor da ELO Incorporadora, Thomaz Ávila Neto, a grande recepção do público se justifica no fato da ELO fazer parte do grupo econômico de maior prestigio na construção civil do estado do Pará, referência em qualidade e segurança de entrega. “A gente busca aliar o padrão de qualidade, confiança e o respeito que o grupo Leal Moreira têm, a solidez econômica e financeira de nosso parceiro a PDG, a maior incorporadora do Brasil, onde oferecemos empreendimentos abrangidos pelo programa Minha casa, Minha vida, com a garantia de entrega da Caixa Econômica Federal. O cliente quando compra um empreendimento ELO ele tem a certeza de estar adquirindo um imóvel de alta qualidade e preço justo,”, justifica.

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Com três linhas de produtos, Jardim, Ville e Città, a ELO conquistou uma cartela diversa de clientes. “Hoje nós temos apartamentos para atender todas as necessidades do mercado local. O Citta é composto por uma unidade de térreo mais quatro pavimentos. Com opções de 1, 2 e 3 quartos, é um produto que tem encontrado muita adesão entre os jovens, que buscam a independência, mas também por famílias recém constituída, com poucos filhos. Hoje temos o Città Maris e Miriti, recém lançado, em Marituba. O Jardim é um empreendimento intermediário, também com opções de 1 a 3 quartos e alguns com quintal exclusivo. E o Ville, que é um produto diferenciado, com Torres de 10 pavimentos, com acabamento em pastilhas cerâmicas, com opções de 2 e 3 quartos e 4 quartos na cobertura duplex. Em todas as linhas oferecemos área de lazer completa para a família”, disse.


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Sucesso Em 2011, a ELO Incorporadora completou dois anos no mercado paraense com números que superam todas as expectativas. São cerca de 4,5 mil unidades lançadas, das quais 60% já foram vendidas, entre elas os empreendimentos Jardim Bela Vida I e Jardim Bela Vida II, cujas unidades estão esgotadas. Até o primeiro trimestre de 2012, a incorporadora ainda planeja lançar mais três projetos inovadores, que juntos somam 2,5 mil imóveis. Em 2012, também estão previstas as entregas de dois empreendimentos, todos dentro do prazo. É um novo capítulo para o segmento econômico em Belém.

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Città Miriti A ELO Incorporadora lançou o Città Miriti, em Marituba, na Região Metropolitana de Belém, com a recepção ao som de ritmo paraense. Com muito carimbó e referências da cultura popular, os visitantes puderam conhecer o apartamento decorado e as facilidades de pagamento no estande de vendas, com atendimento dos corretores da ELO Vendas. A alegria ficou por conta dos personagens que encantaram os clientes: dançarinos, “cabeçudos” e pierrôs de São Caetano de Odivelas, além, é claro, dos artesãos de Abaetetuba, responsáveis pela produção dos brinquedos de Miriti, que dão nome ao empreendimento. O Città Miriti conta com apartamentos de um e dois quartos de 34 a 43 m2 e sete pontos comerciais.

Slogan Com novo slogan, a ELO Incorporadora define seu perfil no mercado imobiliário paraense. Com a frase “Quem compara compra ELO”, a empresa resume o alcance da marca, que oferece os melhores produtos a preços únicos. São imóveis entregues com toda a qualidade de acabamento, o que torna a Leal Moreira líder na preferência do público. Junte-se a isso a experiência da parceira PDG e a garantia de entrega da Caixa Econômica Federal. A soma de todos os fatores resulta neste fenômeno que a ELO se tornou. São apartamentos bem localizados, com exelentes ofertas de serviços no entorno, área de lazer completa e equipadas, e alguns produtos com possibilidade de cobertura duplex. Com tantas vantagens, quem compara, compra ELO.

Vendas A ELO Vendas é a equipe mais preparada para atender os clientes e apresentar o diferencial de empreendimentos da incorporadora. Trata-se de um grupo de corretores preparados com informações específicas de cada produto e prontos para apresentar as formas e facilidades de pagamento que só a ELO oferece no mercado. Hoje, a ELO Vendas está localizada em todos os estandes de vendas da incorporadora e, para conforto, praticidade e segurança dos clientes, tem uma equipe de atendimento no terceiro piso de lojas do shopping Pátio Belém, seguindo o horário de funcionamento do espaço: segunda-feira a sábado, das 10 às 22 horas, e domingo de 14 às 22 horas. 0800 721 2929.

Check List das obras ELO e PDG projeto

lançamento

fundação

estrutura

alvenaria

revestimento acabamento

Città Miriti 1 e 2 dormitórios • 34m² e 43m² • Marituba • BR 316, KM 11

Ville Solare 2, 3 e 4 dorm. (1 suíte) e cobertura duplex com 3 e 4 quartos • 53,22m², 62,42m², 106,63m², 106,83m² e 115,95m² • Parque Verde • Rod Augusto Montenegro S/N

Città Maris 2 e 3 dorm. • 34,12m², 43, 35m², 44,37m² e 55,35m² • Marituba • BR 316, KM 11

Ville Ametista 2, 3 e 4 dorm. (1 suíte) e cobertura duplex com 3 e 4 quartos • 53,22m², 62,42m², 106,83m² e 115,95m² • Guanabara • Tv. São Paulo nº 4, BR 316, KM 3 (na entrada ao lado do Hospital Metropolitano)

Ville Laguna 2, 3 e 4 dorm. (1 suíte) e cobertura duplex com 3 e 4 quartos • 53,22m², 62,42m², 106,63m², 106,83m² e 115,95m² • Parque Verde • Rodovia Augusto Montenegro S/N

Jardim Independência 2 e 3 dorm. • 42m² a 58m² • Ananindeua • Rodovia do 40 Horas, nº 48, próximo à Arterial 18

Jardim Bela Vida 2 quartos • 42m² a 58m² • Tapanã • Estrada do Tapanã S/N (a 500m da Augusto Montenegro)

Veja fotos do andamento das obras no site: eloincorporadora.com.br 132

em andamento

concluído


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As moléculas. O amor. E as estrelas cadentes. ilustração Leandro Bender

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Saulo Sisnando Escritor

Sempre soube que não duraria muito tempo. De fato, durou bem pouco. Mas a verdade é que o tempo do amor não é o mesmo tempo da vida. Este se mede em minutos, dias, anos; e aquele se conta em batidas cardíacas. E neste rápido tempo que passamos juntos, meu coração bateu tão forte e tão ligeiro, que sinto como se te amasse antes de te conhecer... Antes mesmo de começar a rodar o cronômetro da vida... Como se nosso amor fosse (e é) uma invenção de outra era, de outra vida. Como se o nosso sentimento fosse mais do que um simples afeto, porém a energia cósmica que mantinha as estrelas no céu... O teu toque em mim era o imã que ativava a conexão invisível entre a transcendência e o universo; e entre o artista e sua obra. E nós – eu e tu – éramos o passo do bailarino, a palavra do escritor e a explosão de uma supernova a anos-luz de distância. Mas no nosso último enlace, enquanto estávamos unidos em lágrimas acesas, minha essência se dissipou pelos teus braços e minha alma se dissolveu em moléculas, para vagar a esmo por entre os prédios desta cidade ou no vazio da galáxia, buscando novamente uma força que as una derradeiramente em um só corpo. E tudo que tenho. Tudo que tu tiveste. Todos os objetos que existem no cosmo perderam a razão de ser na tua ausência e tendem a despencar do infinito, rasgando o céu como estrelas cadentes. E só então entendo para onde vão as alianças de um amor perdido e em que dimensão estão as cartas de amor de uma paixão que não existe mais. E, em brasa, descubro como destruir a memória da dança que as estrelas faziam no céu toda vez que tu seguravas a minha mão. E imagino os livros que te dei, as roupas, as joias e as minhas esperanças derrotadas explodindo em faíscas coloridas e brilhando nos céus das noites mais escuras; nossa paixão falida, sendo estrelas mortas, mas fazendo sonhar os novos amantes. E nesta queda, eu te chamo. E sei que tu me ouves... Porque a minha voz é a voz de tudo. É a voz da tua solidão. É a voz do infinito. Que os meus objetos signifiquem por mim... Que tu nunca me esqueças... Que os pássaros sejam a música que guia teus passos de ballet e o universo vazio seja a inspiração para eu continuar escrevendo nessa vida... Que as estrelas parem de despencar... E que meus dedos dilacerem o tempo e, numa outra dimensão, minhas moléculas consigam se unir novamente. Que minha alma te acompanhe na tua dança... E tua voz sussurre as belas frases dos meus textos... E que eu continue te amando de longe... Até o dia em que uma chuva de meteoros faça brilhar em ti novamente a estrela repetida de uma paixão que já morreu há tempos. Saulo Sisnando definitivamente escrevendo como Saulo Sisnando

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De quantos m2 seu amor precisa para se expressar?


RLM nº 31 GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

ano 8 número 31

Buena Vista Social Club A maior expressão musical cubana visita o Brasil e fala com exclusividade à Revista Leal Moreira

Leal Moreira

Alexandre Sequeira Saint Martin Tulipa Ruiz

revistalealmoreira.com.br


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