E porque hoje é sábado

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Bob Menezes

E porque hoje é sábado

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fotos Bob Menezes


Bob Menezes

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E porque hoje é sábado Copyright © Bob Menezes Fotos Bob Menezes Arte da capa André de Loreto Melo Projeto gráfico e diagramação André de Loreto Melo Textos de apresentação Celso Eluan, Renato Condurú Textos das separativas Vasco Cavalcante Revisão Aline Monteiro Realização Sol Informática Publicarte Editora Rua João Balbi, 167 - 3º andar - Nazaré Belém - PA - Brasil - CEP 66055-280 f: (91) 4005-6868



E porque hoje é sábado Disse o poetinha: “Deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação”. Mas, se assim o fosse, aqui não estaríamos. Nem pra ler, muito menos para escrever. E já que assim se coloca, vamos saudá-lo! Sábado das pequenas orgias, Sábado das noites frias, Sábado que não se esgota, Sábado das vidas tortas. Quem sou eu pra ficar tentando parodiar o saudoso poeta? Muito menos num livro de fotos do Bob Menezes, seu fã confesso. Então, já que eliminamos essa veia criacionista pra explicar o sábado, vamos tentar pelos caminhos de Darwin. Tudo começou por volta de 1996 quando, numa reforma em nossa loja da Dr. Moraes, resolvemos colocar um pequeno café para ser um ambiente descontraído de negociação. Aos poucos foram chegando os amigos para um dedo de prosa no final da tarde. Aquela conversa mole foi crescendo e já havia uma espécie de “senadinho”, todos ali se encontravam pra jogar conversa fora. Antes disso, é bom lembrar, começamos a colocar música ao vivo, sempre instrumental. Quando? Aos sábados, claro. E porque era sábado, meio expediente (naqueles tempos trabalhava-se só até uma da tarde), todo mundo ia de bermuda, uma meia calça para um meio dia. A mistura da descontração dos sábados com o senadinho do café diário culminou no projeto de loja da Doca. Ali tinha que haver um espaço maior para abrigar aquela confraria. E a música? Bem, não cabia mais só no sábado, todo dia é dia de música. Instrumental é claro. O happy hour agora tinha um senhor espaço, o cafezinho não precisava mais ser de pé no balcão. O senadinho ampliou-se e virou plenária. Mas e os sábados? Sim, senhores, porque hoje é sábado tinha que continuar a ser especial. Então, tome música de manhã e no happy hour. E assim, com a luz do sol a nos banhar, o sábado virou a referência do nosso café. Ponto de encontro, local onde as afinidades se expõem, a descontração dos sábados criou uma legião de fiéis seguidores, a Trupe dos Desalmados. Por que esse nome? Sei lá, venha conferir, afinal hoje é sábado e tudo pode! Celso Eluan



Acho que foi sábado Até os ateus dizem que Deus descansou num dia da semana após seu trabalho de criar, moldar e inventar o mundo, e com absoluta certeza esse dia foi o sábado. O domingo jamais, pois é o primeiro dia da semana, na sequência vem a segunda, terça e por aí vai. O sábado é o feriado eterno das semanas que passaram e das que virão, é o dia perfeito para: parar, pensar, dormir, ver, rever, rir, chorar, transgredir, ir de um extremo ao outro. Poucas pessoas morrem no sábado, (quem por azar morre no sábado, é enterrado no domingo, por falta de coveiro no enterro). Sábado é assim, é reunião de amigos, de amantes, inimigos, políticos e artistas. De mudos atentos ao som do jazz, de gritos, sussurros e segredos. Da elegância, do chapéu panamá e beleza feminina. Aos sábados rara vezes amanhece chovendo, quase sempre vem ensolarado, trazendo luzes e cores. Não há quem resista ficar sob as cobertas, mesmo coberto de engov das extravagâncias da noite anterior. Paradoxalmente é o dia das extravagâncias: feijoada, caipirinha, cerveja, riso, namoro, beijo, desejo de amar. Sábado é a cara do Bob, que tem a sensibilidade da luz. É também a cara da Sol, que congrega amigos e conhecidos no espaço de felicidade. Sábado foi o dia que Deus escolheu para apreciar essa beleza que a Sol e o Bob resolveram criar, para no domingo descansar.

Renato Condurú



Receita para viver bem Cultivar as grandes e as pequenas amizades também. Vez por outra se entregar prazerosamente à preguiça. Olhar a chuva. Sentir o sol. Manter ótima relação com o padeiro, jornaleiro, jardineiro, principalmente garçons e etc, etc... Contar e ouvir boas estórias, com uma pitadinha de exagero. Não se importar com a quantidade, jamais abrir mão da qualidade. Ver os outros se matando nas academias (ver). Amar sempre de forma incondicional. Ouvir Tom Jobim e Billie Holiday. Beijar na boca todos os beijos. Ler livros - melhor, os bons. Ir ao cinema. Aprender a beber vinho. Não ter raiva. Sentir, ver e ouvir o mar. Dar longos passeios de mãos dadas. Beber água bem gelada. Pensar um pouco antes, para evitar remorsos. Não comer comida light. Só fazer sexo com amor. Fazer fotografia. Imprescindível ouvir as seleções musicais do Renato Condurú. E dormir bem, mesmo que pouco. Bob Menezes


Rose



Geraldo e Tamara



Luna, Daniel e Silvana



Fernando & ValĂŠria Jatene




A música subverte o tempo e plaina entre metais e vidro fumê, mentes evasivas, sedentos corações que almejam destilar as tardes, o verbo, a vida.


Bob Freitas e Iva Rothe


Iva Rothe e Bob Freitas


MC Calibre



Careca Braga



Dadadรก




Um raio de luz difuso da urbe que range o dia distrai olhares reflexos refinando mestres, geniais criadores, reinventores de outras vidas vislumbradores...


Jorge Eir贸


Geraldo Teixeira


Luiz Maneschy



Jorane Castro



Lúcio Flávio




“O paraíso é aqui...” Por entre o tilintar de copos, fremem lábios no langor da espuma-cevada cafés rodopiando em ciclos enquanto bailam musas de olhares atentos espreitando gestos pequenos detalhes na dança fria das cadeiras


NĂ­dia


DĂŠbora


Roberta e Gisele



Rildo



Presi




artesãos do espaço reféns do prazer do estar

a precisão da linha o traço mais justo entre o caos e o conforto sob as réstias do rio na orla do asfalto feérico

reféns do espaço, artesãos do prazer do estar


Carlos Ferreira


Paulo Ribeiro


Jaime Bibas



Roberto Ferreira



AurĂŠlio Meira




贸pios alimentares tragando olhos afeitos aflitos no degustar o raro prazer de um pecado


Sara Aguiar


CĂ­ntia


Rosana



Luciana



Ire




arte bela Belas Artes momento uno pixel do tempo entre o tudo/nada o eu imagem em simbiose Arte(ego) em cada fotograma sob o olho mago vislumbra(n)do (-se)


Alberto Bitar


Abdias Pinheiro


Euzeny Bayma



Geraldo Ramos



Carlos Guedes



Octรกvio e Beatriz Cardoso




paixões sob a égide (c)oração sustentáculo dos dias vãos enche tardes/noites reduzindo abismos sonhos risos euforias brados ao vento lágrimas de amor e ódio no belo prazer de despejar paixões em cada nota, cada vôo no espaço o som exposto ideogramas


Celso Eluan e Os贸rio Jr


Celso Eluan e Zeca Baleiro


Zé Maria Condurú



Renato CondurĂş



Luiz Amorim




nas dobras do tempo formam-se outros acordes outros ouvidos outros gerações encadeando notas espelhos esteios musicais de futuras vibrações novos rumos outros...


Roberto Ferreira e Adriel


Pardal e Jade


Mizael, Claudionor,Yuri Guedelha, Paulo Assunção



Toninho Abenatar, Marquinho Outeiro e Robenare



Delcley




digitalizando em páginas de vidro pedaços de muitas rimas várias sendas tantas ilhas constelações de imagens refletidas abrigo de numerosas cores

belas tardes, belos dias tantas notas SOL releio aqui minhas arestas


Octรกvio Cheyse


Guilherme


Paulo MaurĂ­cio



AndrĂŠ Moreira



Paulo Assunção



Edgar Augusto



O comeรงo


Roberto e Celso


A latinha


Toninho Abenatar e Nego Nelson


Dadadรก, Minni Paulo, Careca Braga


Rodolfo Ferreira


Risete & Gley


Aniversรกrio


Patrick Pardini, Paulo Amorim, Carlos Guedes


Mário Menezes, Jorge Murilo, Luís Braga, Euzeny Bayma, Miguel Chikaoka


“Este livro é dedicado a todos os bons e maus amigos” Bob Menezes

E porque hoje é sábado Este trabalho teve a captura das imagens 100% em película. Foram usados filmes Ilford e Kodak (P&B) e Fuji (Cor). As câmeras usadas foram Nikon FM2 e Leica M6. Sobre o fotógrafo Uma exposição individual, 2001. A ilha e a luz. Quatro mostras individuais. Nove mostras coletivas. Participação em sete salões (duas premiações). Dois livros publicados (Por toda minha vida e E porque hoje é sábado).


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