APRESENTAÇÃO DO PROJETO
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MUSEU DA PESSOA
CONEXÃO E REQUALIFICAÇAO AO EIXO CULTURAL DA LUZ
O trabalho propõe um espaço cultural na região da Luz, apoiado no acervo montado por anos pelo Museu da Pessoa, cuja atividade principal é transformar a história de vida de toda e qualquer pessoa em fonte de conhecimento, compreensão e conexão entre pessoas e povos. Além de projetar uma sede adequada para o Museu e promover uma conexão com o entorno imediato, é abordado também a relação com os outros espaços públicos e culturais do distrito Luz, com o intuito de potencializar e demostrar como uma instituição pode contribuir para a construção da identidade e apropriação da área. Para isso é proposto um pavilhão que percorrerá os espaços externos da região de modo a trazer maior articulação social, culminando em uma legado social mais forte, inclusive relacionados a construção coletiva, a memória coletiva ou mesmo à gestão da intervenção.
O projeto também apresenta grande pesquisa a respeito da sustentabilidade, dos mais diversos assuntos, abordando economia de energia, ventilação natural e uso de materiais para obter maior economia energética. LUGAR O lugar que o projeto do Museu da Pessoa se localiza possui uma boa oferta em infraestrutura, cuja área envoltória tem duas estações do Metrô (Luz, da linha amarela e da linha azul do Metrô), duas estações de trem (Estação da Luz e Estação Júlio Prestes) e 14 linhas de ônibus, o que dispensa o uso do automóvel para grande parte dos visitantes e já contribui significativamente para a redução da pegada ecológica do edifício em cerca de 30,7% (Jourda, 2013, p.03). O edifício foi concebido em um perímetro já urbanizado, cujo lote se encontra vazio em uma área rica do ponto de vista cultural, social e econômico e é relevante mencionar a importância da ocupação e utilização das áreas vazias do centro da cidade de São Paulo, contribuindo-se com uma maior dinamização destes, atraindo maior densificação e inibindo a expansão urbana. MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
CENTRO DE SÃO PAULO
Perspectiva da praça olhando para o projeto do Museu da Pessoa. N
ÁREA EXPOSITIVA
N
Praça Estação da Luz
memória empresarial e ÁREA EXPOSITIVA SUBSOLO educativa do Museu museologia do Museu JARDIM DA LUZ
ESTAÇ
ÃO DA
ÁREA AUDITÓRIO
bias
iro To
ade a Brig
ÁREA MIDIATECA
Ru área expositiva temporária
Rua
Mau
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r Líb
áspe Av. C
Circulação vertical por meio de rampas e acesso ao subsolo por uma série de escadarias.
ÁREA ADMINISTRATIVA
LUZ
LOTE MUSEU DA PESSOA
Acesso metrô
Distribuição programática do Museu da Pessoa.
Pavimento térreo articula a transição entre as dependências do Museu e a Praça da Estação da Luz.
1 - APRESENTAÇÃO DO PROJETO
CONFORTO TÉRMICO
2
O projeto priorizou a entrada de luz natural através de uma pele de vidro em seu teto e na fachada, esta última guarnecida por uma chapa metálica perfurada filtrando a incidência solar.
MUSEU DA PESSOA
CONEXÃO E REQUALIFICAÇAO AO EIXO CULTURAL DA LUZ Fachada Norte - até 21 de junho
Fachada Norte - após 21 de junho
N
L
Foi premissa do projeto também garantir uma ventilação controlada e obter um controle passivo de temperatura capaz de trazer maior bem estar aos ocupantes da forma mais natural possível.
O orientação do projeto em relação a rosa dos ventos.
chapa perfurada
A chapa perfurada furo redondo metálica foi optada no projeto por esp: 2 mm conseguir filtrar grande parte da área aberta: 52% incidência solar presente na fachada norte (inverno) e permitir ao mesmo tempo a vizualização do exterior de vidro modo muito equilibrado e nítido. A chapa e a rampa da fachada formam conjuntamente rampa - circulação uma grande estrutura que se articula vertical do edifício como um brise e uma eficiente solução térmica.
Fachada Norte (seção 1) - brise uso: átrio do edifício escala 1:100
Fachada Norte (seção 2) - brise horizontal metálico uso: espaço de trabalho escala 1:100
Perspectiva do átrio do museu dando destaque apara a iluminaçaõ natural.
Fachada Leste - até 21 de junho
Cartas solares elaboradas a partir do programa SOL-AR
FACHADA OESTE - até 21 de junho
Fachada Leste - após 21 de junho
Fachada Leste - brise horizontal metálico uso: espaço expositivo escala 1:100
FACHADA OESTE - após 21 de junho
Fachada oeste - brise horizontal metálico uso: espaço de trabalho escala 1:100
2 -TÉRMICO
CONFORTO TÉRMICO
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MUSEU DA PESSOA
AR QUENTE EXAUSTORES
CONEXÃO E REQUALIFICAÇAO AO EIXO CULTURAL DA LUZ
EFEITO CHAMINÉ
VENTOS DE INVERNO
No verão (imagem à esquerda), a fachada norte recebe insolação indireta por reflexão (setas amarelas onduladas) corroborando para o aquecimento do átrio. Assim como em uma grande chaminé, o ar quente do átrio puxa o ar dos ambientes, fazendo entrar ar do jardim e do subsolo (naturalmente com clima mais ameno). Além de renovar o ar internamente, permite uma ventilação natural, reduzindo muito a necessidade de ar condicionado. São previstos também quatro exaustores industriais na cobertura que podem ser acionados para sugar mais rapidamente o calor.
CALOR CHAPA PERFURADA
CALOR
No inverno, quando o sol está mais baixo, a fachada recebe maior incidência de raios , aquece rapidamente e a chapa perfurada filtra parte dos raios solares que chegam no interior do edifício. Com a exaustão fechada e ventos frios vindos do jardim e do subsolo, o calor gerado aquece o espaço deixando-o confortável. Caso o ambiente aqueça excessivamente, pode-se abrir a cobertura para a retirada do ar quente.
AR FRIO
DIAGRAMA VERÃO.
AR FRIO
DIAGRAMA INVERNO.
MODULAR
Os espaços internos do Museu possuem áreas predominantemente compartilhadas e potencializadas através de grandes vãos da malha estrutural, sem distinção entre um ambiente e outro, o que contribui para a interação e comunicação dos usuários, além de possibilitar economia de espaço e consequentemente de recursos. A planta livre é capaz de realocar instalações expositivas e organizá-las da maneira que desejar além de permitir fácil uso e manutenção das mesmas.
ESPAÇO COMPARTIMENTADO - esquema de ângulo de visão do usuário no espaço.
Assim diferentemente do que acontece na maior parte dos museus, que possuem espaços expositivos compartimentados, o projeto para o Museu da Pessoa se propõe a ter um espaço interno contínuo, sem barreiras, favorecendo uma multiplicidade de atividades (figura ao lado). Outro ponto com flexibilidade de uso é o acesso ao espaço expositivo do subsolo, cujas escadarias podem ser usadas como arquibancadas para eventos e até oficinas externas ( terceira figura ao lado). PERSPECTIVA INTERNA DO MUSEU - espaço expostivo sem barreiras.
PERSPECTIVA EXTERNA DO MUSEU - acesso ao espaço expositivo do subsolo.
ESPAÇO PROPOSTO - esquema das possibilidades de visão a partir das diversas cotas de níveis do espaço criado.
Fonte: Elaboração própria
3 - MODULAR
ACÚSTICA
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MUSEU DA PESSOA
CONEXÃO E REQUALIFICAÇAO AO EIXO CULTURAL DA LUZ
DIVISÓRIAS PARA AMBIENTE DE TRABALHO DO MUSEU
O projeto do Museu da Pessoa possui uma série de atividades que exige cuidado em relação à acústica. São eles: espaço de trabalho administrativo com cerca de 500 m², estúdio de gravação com 80 m² e o auditório para um público de 305 pessoas, utilizado para palestras.
ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO O estúdio de gravação, onde é gravado o programa “Conte Sua História” , necessita de um ambiente totalmente isolado do ruído sonoro. Para isso, a área técnica se posiciona como intermediário entre o estúdio e a área comum. São previstos também paredes não paralelas afim de obter menor reverberação.
As divisórias com acústica são propostas nos ambientes em que é necessário isolamento acústico para permitir melhor concentração durante o expediente.
Buscou-se o maior conforto acústico dentro desses ambientes em meio a tantos outros com diversas atividades distintas. Para isso, utilizou a lei ‘massa-mola-massa’ que abrabgeu desde gesso acartonado a lã mineral especificados devidamente nessa prancha. O auditório trouxe um desafio a mais já que este, encontra-se integrado ao corpo do edifício. Propôs-se o isolamento do meio externo à partir de uma base elástica (ver corte esquemático do auditório), trabalhou-se a absorção interna para garantir a qualidade acústica (tempo de reverberação) além de, com o isolamento não transmitir ruído aos ambiente contíguos.
01
01 - gesso acartonado 12,5 mm 02 - lã mineral de baixa densidade 25 mm
02
1
01
AUDITÓRIO ISOLAMENTO ACÚSTICO DAS PORTAS DO AUDITÓRIO
porta madeira maciça 3 cm juntas de feltro porta madeira maciça 3 cm
Fonte: Desempenho acústico em sistemas drywall - 2a Edição Associação Brasileira do Drywall
vidros duplos 8 e 10 mm
3
piso em granito e tabeiras em madeira
parede de concreto celular sob o piso flutuante
PISO FLUTUANTE PARA ESTRUTURA METÁLICA
Piso elevado
RUÍDO ESTRUTURAL
Tabuado
O piso flutuante foi necessário ser incorporado, pois o auditório se encontra sob um piso com atividades de trabalho constante.
Ethafoam 5 mm Base Painel Wall 40 mm Lã de vidro E= 25 mm, D= 100 Kg/m³ Steel Deck
MATERIAIS APLICADOS
NÍVEL DE RUÍDO PARA CONFORTO ACÚSTICO SEGUNDO NBR 10.152, 1987 LOCAIS
dB (A)
NC
AUDITÓRIOS Salas de conferência, Cinemas, Salas de uso múltiplo edicício
35 - 45
portas duplas composta por painéis de MDF 18 mm sobre lã de vidro (e = 25 mm - D = 20 Kg/m³)
2 escala 1:175 1 - Técnica 2 - Depósito 3 - Estúdio de gravação
ISOLAMENTO DE APROXIMADAMENTE 32dB
Descontinuidade dos meios pertencente ao eficiênte sistema massa-mola-massa.
parede de gesso acartonado com lã mineral
30 - 35
ISOLAMENTO DO RUÍDO AÉREO
caixa isolada sons
01 - placas de gesso acartonado 12,5 mm 02 - lã de vidro 50 mm
INTERNO
CAIXA “DENTRO” DA CAIXA - BASE ELÁSTICA
Fonte da imagem: SIMÕES, Flávio Maia. Acústica Arquitetônica. Rio de Janeiro, 2011. Pag. 49
Painel difusor de gesso esp: 25 mm
Painel absorvente de madeira esp: 25 mm
EXTERNO 80 dB
39 dB
Fonte da imagem: elaboração própria. Ao lado, índice de isolamento acústico, em função da frequência para paredes de gesso acartonado com paínés de lã de vidro.
Painel difusor Vicoustic Multifusor Wood esp: 150 mm
Carpete esp: 5 mm
41 dB
1
02
1
Contrapiso esp: 40 mm
AUDITÓRIO - 305 assentos Tempo Ótimo de Reverberação do ambiente (Tot) : 0,8s
escala 1:175 Lã de rocha - base elástica esp: 20 mm
4 - ACÚSTICA
VISUAL
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MUSEU DA PESSOA
CONEXÃO E REQUALIFICAÇAO AO EIXO CULTURAL DA LUZ
O equilíbrio entre a luz artificial e natural é garantido no projeto. Os espaços de circulação e o átrio são priorizados pela luz natural assim como os espaços expositivos. Para se obter um maior controle da incidência solar no ambiente interno, permitindo maior flexibilidade de usos para os ambientes expositivos quando necessário, é usada uma tecnologia da startup Gauzy chamada “Smart Blinds”, em traduçao livre, persianas inteligentes. A novidade consiste em uma película de cristal líquido aplicada sobre o vidro capaz de mudar a organização molecular desta, bloqueando a passagem de luz. A mudança é manipulável através de um controle remoto que controla o impulso eletromagnético enviado para o vidro (imagem ao lado) Uma outra utilidade para este tipo de produto é sua capacidade de transformar o vidro em uma vitrine personalizável, cujo projeto do Museu da Pessoa pode utilizar como proveito e utilizá-lo para divulgar seu acervo. digital (imagem abaixo). Diversas possibilidades apresentadas na imagem acima. Fonte da imagem: http://goenoeng.com/smart-window-blinds/smart-window-blinds-fanciful-is-it-curtains-for-curtains-glass-eliminates-coverings-decorating-ideas/
Smart Blinds como vitrines personalizáveis. Fonte da imagem: https://www.showmetech.com.br/smart-blinds-transforma-vidro-em-persianas-intelegentes-vitrines-personalisaveis-e-muito-mais/
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Corte do projeto Museu da Pessoa, com destaque para a iluminação natural zenital.
Perspectiva interna do projeto do Museu da Pessoa.
5 - VISUAL
SAÚDE
6
MUSEU DA PESSOA
CONEXÃO E REQUALIFICAÇAO AO EIXO CULTURAL DA LUZ VENTILAÇÃO - COBERTURA Para obter maior eficiência no efeito chaminé do edifício, está previsto o fechamento de parte do átrio no perímetro marcado, de maneira a evitar a entrada dos ventos predominantes (em azul).
Fonte: tabela obtida a partir do programa MDIAPP.
Ventos predominantes da cidade de São Paulo.
Fonte: imagem obtida a partir do programa MDIAPP
N
Com uma das fachadas orientada no norte e nordeste, os ventos nessa orientação são relevantes, em média 3m/s, (ver figura à esquerda superior) e permitem explorar ao máximo a ventilação visto que o edifício está inserido em uma área altamente adensada. Por ter uma praça adjacente ao lado (figura ao lado esquerdo), a área livre permite maior circulação de ar incidindo no projeto.
Desenho esquemático da cobertura.
N
Direção dos ventos incidindo no projeto a partir da área livre da praça.
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O espaço do átrio tem um papel central na eficiência da ventilação natural dos ambientes internos do museu (ver figura ao lado), pois sua grande dimensão propicia pontos de exaustão que corroboram com taxas de movimento de ar nos ambientes internos, o efeito chaminé e ventilação cruzada.
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Circulação de ar interna potencializada pelo efeito chaminé.
6 - SAÚDE
SUSTENTABILIDADE
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MUSEU DA PESSOA
CONEXÃO E REQUALIFICAÇAO AO EIXO CULTURAL DA LUZ
A partir de medições realizadas no bairro da Luz por Shinzato (Shinzato, 2012) para se compreender quais são os efeitos da vegetação no ambiente urbano, verificou-se que a densidade das copas das árvores é o principal fator de qualidade de sombreamento e sua influência na temperatura do ar e das superfícies, assim, quanto maior a densidade e distribuição das folhas melhor para a área. A partir dessa observação buscou-se criar uma massa vegetativa abundante (segunda figura ao lado) no entorno do projeto, principalmente na praça adjacente. Devido ao metrô passar debaixo da praça, uma área considerável se tornou inviável para o plantio de mudas procurando-se compensar em outras áreas onde fosse possível plantar.
N
Diagrama do espelho d’água proposto.
Assim, para aumentar as trocas úmidas dentro desse perímetro urbanizado e seco, procurou-se criar um espelho d’água (maior taxa de evaporação - figura ao lado), aumentar a superfície com solo exposto e criar massa vegetativa expressiva. MATERIALIDADE O edifício é composto por estrutura mista em concreto armado (subsolo) e estrutura metálica (demais pavimentos). A proposta da utilização de laje nervurada no subsolo se justifica nos grandes vãos que são alçados, na economia de aço e concreto, redução no desperdício da obra e a possibilidade de fixação direta de instalações, dispensando o uso do forro. A intenção é alcançar uma arquitetura com linguagem que expõe o material bruto, sem revestimentos, em contraposição com os demais espaços do Museu. Diferentemente do subsolo, os demais pavimentos possuem estrutura metálica por ser mais coerente com os grandes vãos e com a transparência e fluidez volumétrica adotadas. Além dessa vantagem, são estruturas mais leves, precisas, rápidas de serem montadas, tem alta maleabilidade e permitem um canteiro de obras muito mais limpo. REAPROVEITAMENTO DA ÁGUA E ENERGIA FOTOVOLTAICA
Perspectiva do térreo do Museu da Pessoa dando destaque para a massa vegetativa.
Diagrama com a massa vegetativa proposta.
1
Irrigação de áreas verdes externas
2
Captação e transformação de energia solar em energia elétrica
3
Coleta água pluvial
4
Caixa-d’água específica para armazenamento de água da chuva
5
Caixa-d’água comum
6
Uso de água pluvial filtrada nos banheiros
7
Reservatório
8
Filtro fino: retém as impurezas menores
9
Bomba
2 3
4
5 ANDAR TÉCNICO
1
1
PRAÇA ESTAÇÃO DA LUZ
6
O projeto prevê reaproveitamento das águas pluviais, visto que é um museu de grande porte e se faz necessária tal proposta. A água coletada servirá para irrigação da vegetação e nas descargas de bacias sanitárias pertencentes ao edifício. Foram previstas também células fotovoltaicas orientadas à norte para captar os raios solares e transformá-los em energia elétrica para as dependências internas do museu.
TÉRREO PAVILHÃO
SUBSOLO
8 Corte esquemático do projeto com as estratégias fundamentais para se obter um edifício ‘verde’.
7
9
7 - SUSTENTABILIDADE
INOVAÇÃO
8
MUSEU DA PESSOA
chapa metálica perfurada
rampa circulação
CONEXÃO E REQUALIFICAÇAO AO EIXO CULTURAL DA LUZ
clarabóia átrio
porca sextavada
shed
Além de se utiizar a Smart Blinds, outra inovação no projeto é a utiização da rampa mais a chapa perfurada para a fachada norte filtrando a incidência solar no ambiente. Além de ser um instrumento eficiente do ponto de vista térmico, sua iluminação natural também incentiva os usuários a preferir usá-las ao invés dos elevadores e promove uma conexão visual com a praça da Estação da Luz e os outros equipamentos culturais e de lazer da região.
chapa perfurada furo redondo esp: 2 mm área aberta: 52% rebite
Para viabilizar a chapa metálica perfurada em toda a fachada, utilizou-se a própria estrutura deste por meio de um encaixe “L” que corrobora para o enrijecimento e sustentação de todas as peças (segunda figura ao lado).
haste estojo
Para a clarabóia do átrio do Museu a solução mais eficiente para lidar com os ganhos solares restantes da radiação difusa foi a especificação do vidro simples com transmissão total da radiação inferior a 45%, vidro chamado em inglês de ‘solar performance’. Especificação esta baseada no projeto One Airport Square de Mario Cucinella Architects, que possui condições de clima semelhante ao deste projeto.
chapa metálica
laje
Perspectiva explodida destacando-se elementos de abertura.
Detalhe - enrijecimento e fixação da chapa perfurada. escala 1:5
MEMORIAL DESCRITIVO TÉRMICO: prevalência da iluminação natural; controle passivo da temperatura através do efeito chaminé. materiais: brises metálicos, chapa metálica perfurada, exaustores. ACÚSTICO: utilização da lei “ massa-mola-massa”; trabalho nos dois fenômenos acústicos: absorção e transmissão; isolamento do ruído aéreo e estrutural. materiais: lã mineral; gesso acartonado; MDF; Ethafoam; Carpete; Lã de rocha; painel de cimento amianto. VISUAL: utilização da chapa metálica como filtro da incidência solar do edifício e utilização de vidro inteligente materiais: chapa metálica perfurada; Smart Blinds (persianas inteligentes) SAÚDE: garantir a qualidade do ar de forma natural, através de ventilação cruzada potencializado pelo efeito chaminé, priorização de vegetação, espelho d’água. materiais: divisórias a meia altura, vegetação nativa, água. MODULAR: planta livre; espaços expositivos não compartimentados materiais: uso de estruturas temporárias destinadas à exposição, acabamento neutro permitindo sua fácil adaptação. INOVAÇÃO: além da utilização de Smart Blinds para adequar a luminosidade do ambiente permitindo maior flexibilização dos seus espaços, a utilização do conjunto rampa e chapa metálica perfurada como barreira térmica também é um dos destaques inovadores do projeto. SUSTENTABILIDADE: o projeto baseia-se em estrutura mista, composta por laje nervurada em sua base, o que gera economia de aço e concreto, e estrutura metálica no corpo do edifício restante, promovendo uma alta velocidade de montagem, um canteiro de obras muito mais limpo e sua posterior reutilização. Outros pontos importantes são a utilização da vegetação como principal instrumento mitigador da temperatura baseada em pesquisas e a captação da água da chuva para os banheiros do Museu e irrigação da massa verde presente na praça adjacente ao projeto. Perspectiva da rampa de circulação do Museu da Pessoa.
tubo retangular aluminínio 40 x 30 mm
BIBLIOGRAFIA
BARBIRATO, G. M.; TORRES, S.C.; SOUZA, L. C. L. Clima Urbano e Eficiência Energética nas Edificações. Rio de Janeiro, 2011. BARROSO-KRAUSE, Cláudia. Desempenho Térmico e Eficiência Energética em Edificações. Rio de Janeiro, 2011. BITTENCOURT, L. e CÂNDIDO, C. Ventilação Natural em Edificações. Rio de Janeiro, 2010. CARVALHO, Régio Paniago. Acústica Arquitetônica. São Paulo: Thesaurus, 2010. JOURDA, Françoise-Hélène. Pequeno manual do projeto sustentável; [tradução ao português Cristina Reis]. 1. Ed. São Paulo: Gustavo Gili, 2013. MORIKAWA, S.M. Refurbishing of underused buildings in central São Paulo. Dissertation (M. Sc.) – AA School of Architecture, Environment and Energy Programme, Sustainnable Environmental Design. London, 2012. SHINZATO, P.; DUARTE, D. Microclimatic Effect of Vegetation for Different Leaf Area Index – LAI. In: PLEA 2012 – PASSIVE AND LOW ENERGY ARCHITECTURE CONFERENCE. Opportunities, Limits & Nedds. Proccedings... Lima: PUC Per, 2012. V. 1. P.1-6. SHINZATO, P.; DUARTE, D. Quantificação da intensidade e a distribuição espacial dos efeitos microclimáticos da vegetação. IN: XI ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO / VII ENCONTRO LATINO-AMERICANO DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO. 2011, Búzios. Anais... Conforto Ambiental na Arquitetura e no Urbanismo: Uma reflexão além da Técnica, 2011. SIMÕES, Flávio Maia. Acústica Arquitetônica. Rio de Janeiro, 2011. GONÇALVEZ, Joana C. S. e BODE, Klaus, organizadores. Edifício Ambiental. São Paulo: Oficina de textos, 2015. Vários autores
8 - INOVAÇÃO