Revista CrossFitter

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ATÉ ONDE VAI SEU LIMITE?



Olá CrossFitters! O ano de 2013 foi embora e nos deixou um gostinho de quero mais. Observamos ao longo do tempo o crescimento gigantesco do CrossFit no Brasil. Por aqui inúmeros ginásios surgiram, a quantidade de atletas praticamente triplicou e devido a esse crescimento hoje podemos nos orgulhar com a inúmera quantidade de novos talentos, coachs muito mais experientes e diversas conquistas pessoais alcançadas. 2014 chegou, e estamos de volta nesta 2ª edição trazendo assuntos variados sobre CrossFit, Powerlifting e Exercícios de alta intensidade. E se você precisa de inspiração e motivos para praticar CrossFit ou outra modalidade, você irá se surpreender com as matérias que preparamos para lhe dar essa ajuda. Nosso ensaio fotográfico deste mês traz um treino simples e eficiente para as férias com toda a leveza e a atmosfera do verão. Trouxemos também dicas de Nutrição Funcional, que é a base para uma vida saudável que precisamos para suportar o dia dia com muita saúde e disposição. Desde o nascimento de nossa Revista, temos pesquisado e trabalhado bastante para encontrar temas específicos e informações verdadeiras com a qualidade que você merece. 2014 contará com diversos Torneios e Challenges no decorrer do ano. Este mês de Fevereiro já podemos contar com o Torneio Verão CrossFit Brasil no litoral sul Guarujá-SP - Summer Games em Goiânia - em breve o 3º CrossFit Jundiaí Girls Challenge e o mais badalado e aguardado por todos, o Open Games. Onde todo e qualquer praticante de CrossFit terá oportunidade de participar e testar seus limites, o Regionais Latin America e o Reebok CrossFit Games. Mas não se preocupe, pois nossa equipe está preparada para receber e transmitir a todos vocês leitores, tudo o que virá neste ano. Nenhuma imagem ou texto são colocados nesta revista sem dar valor agregado que ela mereça e representa. Aqui nós falamos muito de CrossFit, Powerlifting, Esportes de Força, Corridas, e muito treino. Sejam sempre bem vindos! Desejamos a todos uma ótima leitura e que 2014 seja um enorme sucesso a todos nós.

Revista CrossFitter - Onde seu wod vira nossa história. revistacrossfitter.com.br

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Quem fez a revista Diretor

Denis Diegas

Diretora de Fotografia Tatiana Mello

Diretor de Arte

Alexandre Lopes de Santana

Colaboradores:

A Revista CrossFitter é uma revista de estilo de vida e aptidão funcional. Cada edição oferece informações educacionais de especialistas nas áreas de fitness, nutrição e psicologia do esporte, bem como histórias de sucesso motivacionais.

Colunistas:

A Revista CrossFitter está sediada em São Paulo, Brasil, e é uma empresa de mídia dedicada a promover um estilo de vida ativo, através da formação CrossFit e alimentação saudável.A Revista será de publicação bimestral e poderá ser visualizada em nosso site: www.revistacrossfitter.com.br

CrossFit Brasil CrossFit SP CrossFit Jundiaí CrossFit Santo André CrossFit Jam Tiago Heck Marília Coutinho Tiago Lopes Luiz Eduardo Neves Andreia Naves Marcelo Blumenfeld Marcelo Braga Diego Figueroa Marcelo Abrusio “Mex” Sandra Alamino

Coach:

Tiago Lopes Tiago Heck Eliseu Quintiliano Antonelli Nicole

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A Revista CrossFitter é uma revista independente, sem filiação com o CrossFit Inc. Não pertence a CrossFit Inc. ou qualquer de suas subsidiárias, incluindo CrossFit Journal, CrossFit Kids ou CrossFit Games. As opiniões expressas na Revista CrossFitter, podcasts ou revistacrossfitter.com.br não são as do CrossFit Inc. ou seus fundadores.



MUITO MAIS QUE UM BOX, MUITO MAIS QUE CROSSFIT!

TOGETHER WE ARE STRONGER


rua alvorada

1084, vila olĂ­mpia - sĂŁo paulo-sp - cep 04550-00 - fone (11) 37748372 facebook.com/crossfitsp


volume 2, edição 2

21 de fevereiro, 2014

Sumário

Até onde vai seu limite? Cleuton, Marcelo e Paulo.

Os atletas cadeirantes do CrossFit Brasileiro. Descubra a força da mudança interior de suas vidas e saibam como eles encontraram o caminho para superar seus desafios. página 20

Iron Race

TOP #5

A 2ª colocação para nós vale e muito porque sempre seremos vitoriosos naquilo que fazemos com determinação, superação, força e foco. Descubra mais sobre os 5 melhores atletas do Torneio CrossFit Brasil de 2013. Nesta edição: Os segundos campeões. página 31

A corrida de obstáculos que chegou para ficar. Saiba como foi e o que está programado para este ano de 2014! NÃO FIQUE FORA DESSA! página 12

CrossFitter Verão

O Verão chegou!! Fizemos um ensaio fotográfico e um wod de 15 minutos pra lembrar que férias e treinos andam juntos. página 52

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CrossFit Open Games 2014

chegou, e com ele muito mais cobrança e atenção nos movimentos que serão executados. Mas e a e, REP ou não REP? Go go go página 16

Aula Prática

Aprenda a fazer Pull Up Kipping com Tiago Lopes, Head Coach do CrossFit SP. página 46



Iron Race No dia 15 de Dezembro de 2013 foi realizado na cidade de São Paulo, próximo ao Joquei Clube, o evento IRON RACE - Primeira corrida de obstáculos realizada na capital.

O Pódium foi bem dividido entre corredores e atletas de CrossFit. Foi uma corrida cansativa mas bem divertida, cheia de surpresas durante o percurso

O Evento contou com a colaboração de diversas empresas e o apoio da prefeitura de SP e CET.

Ainda este ano teremos no mês de Março, a segunda edição desta corrida - O IRON RACE CAVEIRA - com obstáculos mais complexos e com um toque a mais de aventureira.

Foram 5 baterias compostas por uma media de 150 pessoas que percorreram o trajeto de 5km e mostraram que estavam ali para testar seus limites. Com mais de 10 obstáculos distribuídos por todo o trajeto esse Circuito de Rua desafiou a paciência, experiência e a força de vontade dos atletas. Eles tiveram que rastejar, escalar, se desenroscar de fitas entrelaçadas, subir corda, correr com pneus sobre os ombros, se pendurar e vários outros obstáculos interessantes. Muitos corredores acostumados com as convencionais corridas de ruas, se surpreenderam com evento mas não desanimaram, superaram suas estatísticas e foram até o fim. Em todas as baterias presenciamos atletas de CrossFit representando diversos Boxes da cidade. Foi muito gratificante flagrar essa galera provando que o treinamento de CrossFit possibilita mesmo aos não adeptos a corridas, irem super bem na travessia dos obstáculos.

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Estaremos novamente presente na cobertura deste evento e convidamos a todos para participar dessa experiência. Vamos pra lá? Para mais informações, detalhes e como foi esta primera corrida de obstáculos, confira diretamente no site: todas as fotos: http://www.flickr.com/photos/revistacrossfitter ou revistacrossfitter.com.br


Fotografia: Tatiana Mello / Alexandre Brotto

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Open 2014

Matéria: Luiz Eduardo Neves Loureiro Fotografia: Courtesy of CrossFit, Inc.

O OPEN CHEGOU, FOI BOM TER TREINADO TANTO. Chegou a hora. O Open 2014 do CrossFit Games é um grande momento para os CrossFitters de todo o mundo. É o momento de se colocar a prova e verificar o resultado de todo o empenho individual, da disciplina com alimentação, com o sono e com o estilo de vida que os atletas competitivos devem ter. É o momento também de colher os frutos do comprometimento com o box, com os colegas de treino e com os coaches. Poucas modalidades esportivas propiciam um momento tão especial aos praticantes como os CrossFit Games. Imaginem que qualquer atleta, atendendo ao regulamento, pode se inscrever e participar dessa competição que, ao final de suas três fases, conhece os campeões mundiais do esporte em cada categoria de disputa. Isso é lindo. Olhar as planilhas de pontuação e ver que os resultados de todos os atletas estão sendo mostrados para todos os competidores e interessados em CrossFit no mundo todo é emocionante.

Mais emocionante ainda é saber que muitos atletas de CrossFit, que hoje levam o esporte muito a sério e têm grandes resultados, começaram a praticá-lo quase por acaso. Alguns para perder peso, outros para melhorar a resistência cardiorrespiratória, por curiosidade, porque abriram um box perto da sua casa, ou ainda porque estavam entediados com a musculação e outras modalidades de preparação física. Pergunto para alguns atletas o porquê da “paixão” pelo CrossFit e as respostas são sempre variações do mesmo tema: Pelo resultado no condicionamento físico geral; pela dinâmica e intensidade dos treinos; pelo espírito de equipe e companheirismo reinante nos boxes e – principalmente – pela competitividade. Eis um grande paradoxo. Geralmente, quando as pessoas falam em melhorar a qualidade de vida, raramente incluem a competição como um de seus desejos, mas não tem jeito, se houver lealdade, regras bem definidas e ambiente propício, a


Fotografia: Tatiana Mello / Alexandre Brotto

grande maioria dos seres humanos gostam de competir. E o CrossFit, ainda que sem querer, introduz a competição de forma escalonada na medida em que sobe o nível de dificuldade no treinos: primeiro o grande desafio é conseguir executar alguns movimentos estranhos à maioria das pessoas - mesmo para atletas de outras modalidades - como os exercícios ginásticos e os de LPO; em seguida a competição é com o cronometro e com as próprias marcas, PRs e RMs devem ser batidos; aí começa a competição contra os colegas de treino e a busca pela “posição na lousa”... Pronto, depois disso o atleta está irremediavelmente contaminado... Beneficamente contaminado... Competir contra outros boxes, contra outras modalidades esportivas, contra policiais e militares, tudo vale, mas nada disso se compara ao Open. Para o Open há uma motivação adicional e todas as fases da “autocompetição” citadas acima são colocadas em ação. É a hora de aprender ou aprimorar aquele movimento que nos aterroriza e atrapalha nosso WOD. Double Unders, Handstand Push Up, Pistols entre outros são exaustivamente treinados para que não nos pegue de surpresa na competição. Nossas melhores marcas, que nem sempre são as atuais, são buscadas, repetidas e superadas. Buscamos um atleta como referência, no box ou fora dele, que nos sirva de parâmetro

ou meta. A competição informal começa muito antes do primeiro WOD do Open... O grande barato disso tudo é que participar do Open, a etapa inicial do CrossFit Games, é acessível a todos, porém muito desafiador. Não é recomendável treinar só para disputálo, ele deve ser o ápice de uma temporada de treinamento específico e de desenvolvimento de algumas das principais características dos grandes atletas e da maioria das pessoas que sabem o que querem na vida pessoal e profissional. É necessário a definição do objetivo, foco e determinação, disciplina, um grupo de apoiadores (família, amigos, colegas de treino, coaches, etc.) e certa dose de “autopressão” pelo resultado... Sim, é isso mesmo, aprendemos que é importante saber conviver com a pressão externa, mas a pressão que nós mesmos nos impomos é a que nos leva a vitória. Por isso prefiro chamá-la de automotivação. E, se é emocionante competirmos contra nossas próprias limitações, contra nossas marcas e contra “aquele” colega de box, imagine como é poder competir, ainda que a quilômetros de distância, com os melhores atletas brasileiros e com e com as maiores feras mundiais. Se você se preparou e esperou muito por esse momento, vá e vença a “sua” competição! Isso é o Open, isso é o CrossFit Games, isso é CrossFit! revistacrossfitter.com.br

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A 1ª Brasileira no CrossFit Games Larissa Branson Costa, 34 anos residente em Miami USA,

mãe de Laura Branson e Luiz César, treina CrossFit a 6 anos. Primeira brasileira a participar em um CrossFit Games no ano de 2011. Quando você começou a fazer atividades esportivas em sua vida e desde quando você pratica o CrossFit? O que te levou a fazer CrossFit? Sempre gostei de praticar esportes. Desde criança gostava de fazer danças na escola onde eu adorava jogar volêi, queimada, correr e participar de competições. Conheci o CrossFit em 2007, quando ainda não existia academia de CrossFit em Miami através do meu namorado Sergio Alcântara, que me levou pra fazer uma aula em Júpiter, Florida recomendado pelo nosso amigo Eric, um dos treinadores do lutador George Saint Pierre. Foi amor a primeira vista (risos)! Foi super difícil e muito diferente. Logo nosso amigo Marcio Pizzanelli que também é brasileiro, abriu o primeiro box de CrossFit em Miami chamada CrossFit Miami e foi lá que comecei a praticar as minhas primeiras aulas e aprender um pouco mais sobre CrossFit. Quantas vezes vc treina CrossFit por semana e onde voce treina? Treino 5-6 dias por semana na CrossFit Miami. Qual o seu exercício preferido do CrossFit? Meu exercício preferido é o “Thruster” e o “pull up” Qual o seu exercicio menos favorito? Snatch Voce é uma atleta que compete bastante. O que muda na sua rotina, quando você esta aproximando o dia de competir? 18

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Os treinos se tornam bem mais intenso treinamos 3-4 horas por dia sendo alguns dias da semana 2x por dia. Qual foi a maior competição de CrossFit de sua vida? Elabore sobre essa experiência “CrossFit Games 2011”. Não tem como explicar a experiência, só mesmo participando é que podemos entender. Foi a melhor experiência da minha vida. Fui com o meu time e saber que vc esta lá competindo com os melhores do mundo depois de muita dedicação, treino e sour, é sem dúvida muito gratificante. Se vc pudesse escolher 3 atletas para formar um time para competir CrossFit, quem vc escolheria?


Matéria: Marcelo Braga Fotografia: Edwin Londono @photobyjurassic

Qual seria o nome do time? Eu fico com meu time sempre! Treino com 3 atletas, duas delas, Daniella Estrella Sadie Wells, estão indo comigo para o Summer Games e a outra infelizmente não pode ir, mas treinar com elas e me faz melhor a cada dia. O nosso nome e “ReebokCrossFitMiamiBeach” Voce pode compartilhar conosco parte de sua nutricao e dar algumas dicas de saude? Não sigo nemhuma dieta!Procuro fazer uma alimentaçao saudavel sempre e quando sinto vontade como algo diferente. Qual a sua recomendacao para as pessoas que estao iniciando no CrossFit? Procure sempre uma boa academia,com coaches qualificados e o mais importante respeitemos etapas do CrossFit.

desta competicao? Acho que vai ser uma experiência maravilhosa podendo pela 1vez competir CrossFit no meu própio país. E tabmem por ser uma competição que promete uma estrutura de muita qualidade! Vc pode listar suas conquistas (competicoes, certificados, diplomas, etc? CrossFit games 2011(Team Vida Brickell) Regionals 2012-2013 (4th-5thplace) Participated in local competitions CrossFit level 1 CrossFit Weight Lifting Cert CrossFit Gymnastic Cert CrossFit rowing Cert CrossFit mobility Cert CrossFit Strongman Cert ACSM(American College of Sports Medicine certified)

Voce esta indo para o Brasil em fevereiro competir no Summer Games em Goiania. O que vc espera

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ATÉ ONDE VAI SEU LIM


MITE?

Fotografia: Tatiana Mello

CLEUTON CrossFit - SP


M

eu nome é Cleuton Miranda Nunes, sou Professor de Educação Física, Professor de Tae-kwon-do, Atleta de Canoagem Velocidade, Atleta de Crossfit e Dee Jay.

Mais nem sempre foi assim, tive uma carreira muito promissora como atleta de Taekwon-do, conquistei mais de 180 títulos, dentre eles Campeão Mundial de Artes Marciais. Na Educação Física todos os projetos que eu me propus a fazer consegui concretizar, cheguei ao posto mais alto dentro do Fitnness Less Mills, (Treinador Profissional). Me tornei um dos melhores treinadores do Brasil e fiz parte de um time que fez e faz muita diferença na vida das pessoas e em suas empresas (Academias). Formei inúmeros professores e mudei o comportamento de centenas de pessoas e quando estava no auge da minha carreira e com novas metas para conquistar algo aconteceu. No dia 25 de maio, comecei meu dia como todos os outros, levantei bem cedo, dei mamadeira para minha filha

Pietra, e fui para academia ministrar minhas aulas, completei meu trabalho treinei, e voltei para casa. Brinquei com minha pequena, me preparei para a segunda etapa do meu dia que era ir ministrar aulas de Tae-kwon-do em Sorocaba. Ao sair me despedi da minha família, dei um beijão nela e disse: - “Papai vai trabalhar, papai vai mais papai volta”. Lembro-me de dizer a mãe da minha filha (Cibelle) que iria mais cedo, pois minha moto não estava muito boa e eu não queria andar muito rápido. Foi então que sai em direção a empresa de Dobok (Uniformes de Tae-kwon-do), para retirar os uniformes para meus alunos, então algo aconteceu! Minutos após a minha saída um motoqueiro passou o farol vermelho no cruzamento e me acertou em cheio, foi tudo muito rápido e quando dei por mim o motoqueiro já estava em cima de mim. Uma chuva de lembranças invadiu minha cabeça, não foi um filme de toda minha vida mais um relato de tudo que já fiz e deixei de fazer, e dali em diante só flash. Já no hospital e sem noção de quanto tempo eu já estava ali, tive que tomar a maior decisão da minha vida. Autorizar a amputação da minha perna direita onde os médicos já havia tentado de tudo. Já havia passado por três grandes cirurgias de vascularização em que eles conseguiram salvar meu braço direito que havia sido todo destruído no acidente. Ali naquele momento ou eles amputavam minha perna ou eu correria risco de vida. O medico chegou e disse: Teremos que amputar sua perna. Eu vou viver doutor? Achamos que sim! Então pode cortar, o que é uma perna diante de uma vida inteira! 10 minutos depois entrei em coma e fiquei assim por mais de 40 dias. Durante meu coma ouve muitas complicações, adquiri uma infecção generalizada, meus rins pararam 100%, minha perna esquerda tinha sido esmagada no acidente e como eu tinha uma musculatura muito grande não perceberam na hora e devido à infecção tive uma síndrome compartimental. Tentaram salva-la por quase 20 dias, mais como eu estava muito fraco isso não foi possível, e mais uma vez tiveram alem de amputar minha outra perna tiveram que subir ainda mais a amputação da outra. Durante todo este processo eu lutava pela minha vida e pessoas fora de lá oravam por ela.

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Acordei no dia 3 de julho com toda consciência de estava sem minhas pernas, mais não sabia o que me aguardava aqui fora, só pensava de como eu iria viver, como eu ia cuidar da minha filha. Sabia que muitas coisas mudariam, mais eu não queria mudar nada, continuar fazendo o que eu fazia, e de la pra cá descobri que muitas coisas eu teria que adaptar e outras infelizmente não poderia mais fazer. Sabia que teria muitos desafios e desistir não era uma opção. Comecei a me preparar mentalmente e fisicamente, conheci muitas pessoas que passaram por situações semelhantes e com elas aprendi e aprendo muito. Durante este período de autodescoberta, um grande amigo, e hoje parceiro e irmão, me apresentou a canoagem velocidade. De inicio eu recusei pelo pavor e respeito que tenho pela água, mais quando sentei no caiaque e dei minhas primeiras remadas, me vi remando igual a todos na água sem diferença, e mesmo sendo diferente na configuração, olhei para o céu respirei fundo e disse “Obrigado Deus, por estar vivo”

Depoimento

Head Coach - Tiago Lopes CrossFit SP

O Cleuton já treina na SP praticamente a 1 ano e meio e tem total autonomiía de treino dentro do Box, Atualmente acompanho seus workouts e o oriento a possíveis adaptações quando treina em grupo. Más já criou a capacidade de treinar sozinho. Com intuito de melhoría em sua potência de quadril devido à prática de canoagem, a força de membros superios e fortalecimento o do core é necessário. Ele utiliza muito o remo para o fortalecimento geral. Assim consegue melhorar e transferir essa melhora para o esporte que ele pratica. No começo ele fez algumas aulas paticulares e muita adaptação Hoje ele treina com a galera tranquilamente.

Abracei este desafio e nele propus não ser o melhor, e sim fazer o melhor, pois a força mental que a canoagem me dá e a liberdade são coisas que eu sempre procurava nas minhas atividades. Foi então que eu me disse quero conquistar na canoagem tudo que conquistei no Tae-kwon-do e mudar o comportamento das pessoas através do esporte como eu mudava com a Educação Física na sala de ginastica e em meus treinamentos. No caminho eu precisava de algo para me completar e desafiar mais e mais, e me dar as condições para novas conquistas, pois eu não sabia como iam me receber, tão pouco se iriam me aceitar. Mas quando entrei em contato e me deixaram conhecer o templo (Box), foi aí que eu senti e me perguntei: Por que que eu não conheci isto antes? Agradeci a Deus, por me apresentar o CrossFit, onde muito mais do que loucos treinando e se treina em FAMÍLIA! E foi quando minha paixão por ensinar retornou, e pretendo assim que ganhar as olimpíadas, E EU VOU GANHAR!, abrir um Box extremamente adaptado e inclusivo no treinamento e na reabilitação. E assim pretendo representar o Brasil nos mundiais e nos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, em 2016. Rumo a mais conquistas tenho três anos de treinos até lá. Pois a minha maior conquista eu já possuo que é a vida! revistacrossfitter.com.br

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MARCELO

Š Tatiana Mello

CrossFit - Brasil


Como foi o processo até chegar no CrossFit, como você comecou a treinar CrossFit? Comecei no CrossFit faz um pouco mais de 40 dias. Antes disso eu já praticava musculação e natação em outra academia. Mas ainda faltava alguma coisa. Como eu ja conhecia o Joel Fridman, Head Coach da CrossFit Brasil, bem antes dele abrir o box, por coincidência encontrei com ele em um casamento e ele conversou comigo sobre o CrossFit Brasil, e fui conhecer. Após a primeira aula experimental aquilo mexeu comigo e me apaixonei. Foi um bichinho que me picou e me incentivou a querer mais. O CrossFit melhorou muito meu condicionamento físico. Melhorou meu rendimento na natação e ainda da um combustível no dia-a-dia, como sou autônomo, estou na correria entrando e saindo do carro como uma pessoa normal. Hoje faço dos meus braços as minhas pernas e tendo um bom condicionamento eu não precisarei depender dos outros para me locomover e fazer as coisas básicas como me vestir ou colocar um sapato por exemplo. E com foco nos treinos terei esse condicionamento que preciso para daqui 4 ou 5 anos ter essa independência.

Depoimento

Coach - Tiago Heck CrossFit Brasil

Marcelo é um aluno que já veio com um preparo físico bom, pois praticava triatlon e musculação. O desafio nesse caso foi adaptar os treinos do CrossFit a um cadeirante partindo, desde os movimentos, até a intensidade; o que foi possível através de criatividade aliada ao conhecimento das limitações dele. Buscamos colher o máximo de informações possíveis para adaptar cada movimento e tentar fazer com que o treino proporcionasse os estímulos semelhantes aos recebidos pelos demais alunos. Isso, além do fato de poder colocar o Marcelo fazendo o mesmo WOD com todo mundo; que é um dos aspectos mais interessantes do CrossFit: TREINAR JUNTO. Acredito que está sendo possível fazê-lo sentir o treinamento como ele realmente é: intenso, variado, e com movimentos funcionais. Ao final dos treinos, ao questioná-lo sobre como foi, ele costuma dizer que foi um treino bem forte, e isso é maravilhoso! Saber que um aluno com “necessidades especiais” tem essa oportunidade de treinar o verdadeiro CrossFit.

Até a cabeça é outra. Você sai cansado, morto mas feliz. E como é o treino com a galera, vocês treinam separados ou juntos? Sim, é sensacional, eles me dão muito apoio. E de certa forma virei incentivo para as outras pessoas treinarem. Na academia as pessoas me dizem que o maior incentivo deles para treinar e me ver treinando. Isso pra mim é muito gratificante. O CrossFit me completou, depois do acidente minha vida mudou. De certa forma melhorei muito profissionalmente e sentimentalmente. Só tenho a agradecer a minha vida. E cada dia é um degrau que subo e um motivo de orgulho. Tem tanta gente que reclama da vida e não corre atrás para melhorar. Eu digo de cabeça erguida, que hoje eu não reclamo de nada da minha vida, só tenho a agradeço. Todo dia acordo feliz por estar bem fisicamente e espiritualmente para enfrentar mais uma batalha diaria. revistacrossfitter.com.br

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PAULO

© Fabiano Meneghelli

CrossFit - Santo André


Me chamo Paulo, tenho 33 anos, sou cadeirante a 11 anos por um tiro que levei quando ia para o trabalho por um simples farol alto. A bala acertou a medula na altura da vertebra T5, T6. Mas isso não me abalou. Ergui a cabeça e segui em frente. Comoo já praticava atividade física e musculação bem antes do acidente a convite de uma amiga fui conhecer o CrossFit. Me senti em casa. Nunca tinha feito nada igual. Pedi para o coach me deixar subir na corda. Ele nem pensou duas vezes e disse “bóra”. Subi de boas como se já fizesse aquilo a anos. O coach ficou doido e se empolgou, me ofereceu um treinamento adaptado, e desde então estou praticando Treinar CrossFit está sendo muito bom pra minha saúde, pois trabalho no box minha parte neuromuscular que na s academias de musculação não consigo atingir com a mesma intensidade. Essa experiência está sendo bem legal e diferente. Espero continuar sempre!

Depoimento

Head Coach - Fabio Agrela CrossFit Santo André

O atleta Paulo treina 4 vezes na semana, faço um trabalho de força e muito abdominal e lombar pois ele não tem nenhuma contração nesta região e com estes trabalhos já esta começando a ter a contração nos paravertebrais e ele esta sentindo músculos nas costas que ele não sentia antes o mesmo acontece com o abdômen trabalho vários tipos mas o que mais trouxe efeito foi o abmat, ele nunca tinha sentido o abdômen antes e com o abmat ele sente dor após o treino. Trabalho os levantamentos snatch e clean and jerk adaptados e faço bastante exercícios de estabilização com kettlebell e barra acima da cabeça, em pouco tempo ele melhorou muito principalmente o controle do tronco. Faço wod com tração, subida na corda, remo, pular corda ou seja, ele faz praticamente tudo dentro de suas limitações. Um atleta muito determinado e que em pouco tempo já conseguimos muitos resultados acredito que a longo prazo os resultados serão ainda maiores. Tenho que tomar muito cuidado na periodização para não desgastar, fadigar muito os ombros por causa do risco de lesão. Falo pra ele fazer gelo após o treino para recuperar e quando ele está cansado treinamos apenas outras capacidades, abdômen, lombar e técnica.

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CrossFit adaptado O impacto de uma atividade física vigorosa em pessoas com deficiência é o mesmo que para pessoas com capacidade física normal, exceto pelo fato de ser mais significativo pois algumas necessidades são maiores. Os benefícios fisiológicos são extremamente favoráveis, uma vez que a população com deficiência física é considerada sedentária, o que faz aumentar complicações secundárias como Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica e Dislipidemia. A proposta de atividade física para esse grupo de pessoas é adequada para prevenção de morbidade e mortalidade. Ha também o benefício psico-social da atividade, uma vez que aumenta a auto estima, ganho de auto conhecimento e ajuda o indivíduo a focar em suas habilidades em lugar da deficiência. Porém o treinamento físico da pessoa com deficiência não é isento de risco. No caso da lesão medular, a pessoa apresenta déficit no controle motor e de sensibilidade. A resposta a atividade física e sua capacidade de realizar exercícios, estão diretamente relacionadas ao nível e grau da lesão, que classificamos de acordo com ASIA (American Spinal Injury Association). Ha também o risco de lesão de membros superiores, o qual deve ser tomado a devida atenção, uma vez que o cadeirante independente realiza a propulsão de sua cadeira. Pessoas com lesão medular completa de T6 (6ª vértebra torácica), para cima, apresentam limitações para atividade física devido a diminuição do débito cardíaco e maior risco de disreflexia autonômica*, que pode ser desencadeada pelo exercício. As recomendações para atividade física não variam muito em comparação a pessoa sem deficiência. Para que lesões de membros superiores sejam evitadas, é necessário manter o equilíbrio da musculatura no manguito rotador (ombro), 28

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a musculatura anterior deve ser alongada frequentemente e a musculatura posterior deve ser fortalecida, em especial rotadores externos e adutores da escápula. Outras complicações que não devem ser esquecidas ao treinar uma pessoa com lesão medular são os de disreflexia autonômica; risco de fratura devido a diminuição da densidade óssea abaixo do nível de lesão, o que leva a osteoporose; espasticidade muscular, que leva a contração ou extensão muscular involuntária abaixo do nível da lesão e a desregulação térmica. Seguindo as recomendações e tomando os devidos cuidados, a atividade física tráz incontáveis benefícios à pessoa que executa, ajudando também no processo de reabilitação

Referências: DELISA J. A., Tratado de Medicina de Reabilitação terceira edição, volume 1, 2002. JACOBS PL, NASH MS. Exercise recommendations for individuals with spinal cord injury. Sports Med. 2004;34(11):727-51. Review. PubMed PMID: 15456347. http://www.asia-spinalinjury.org

Matéria: Dra. Sandra Alamino - Médica Fisiatra Atleta do box CrossFit Brasil e colunista da Revista CrossFitter.


© Tatiana Mello

CrossFit Brasil

Condicionamento Físico

A PRIMEIRA CROSSFIT DO BRASIL CURSOS DE LEVANTAMENTO DE PESO OLÍMPICO CURSOS DE POWERLIFTING CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL CROSSFIT BRASIL ORGANIZAÇÃO DE COMPETIÇÕES

www.crossfitbrasil.com.br



TOP #5 Eliseu Quintilano

25 anos - 1,79m - 90 kg Natural de São Paulo Atleta e Coach do CrossFit SP Treina CrossFit a 1 ano e meio.

2º lugar

Entrevista: Denis Diegas Fotografia: Alexandre Brotto

Qual foi o seu primeiro Wod? O 1º Wod foi que fiz foi com Deadlift e Burpee, não me recordo o nome, mas foi o pior da minha vida. Como conheceu o CrossFit? Conheci o CrossFit através do meu amigo e Coach Marcelo Lima, estávamos em outra academia onde ele aplicava os métodos e alguns exercícios do CrossFit e achei muito interessante, e foi aí que conheci o Coach Raffa Black e fui treinar no CrossFit SP onde estou até hoje. Quantos campeonatos participou, quais os resultados e o mais expressivo para você? Já tive oportunidades de participar de algumas competições. No Chile fiquei em 2º lugar, no Brasileiro de Powerlifting fiquei em 2º lugar, no Campeonato Brasileiro de Weightlifting, 2º lugar e por último, o Brasileiro de CrossFit, também 2º lugar (rs). Qual a sua recomendação a quem esta iniciando ou pretende começar no CrossFit? Recomendo a quem está iniciando no CrossFit, não visar tanto em cargas no início, e sim prestar muita atenção nas técnicas que os treinadores passarem. Treinar apenas em Box licenciado e autorizado pelo CrossFit Inc. e com professores capacitados e que tenham bastante tempo de treino, que conheçam muito sobre a modalidade e visa muito a técnica em relação a qualidade de aula. O CrossFit se resume ao tempo, não tenha pressa nos movimentos, não pule as aulas educativas e prestem muita atenção em melhorar suas técnicas para depois aumentarem as cargas. Vc se alimenta antes ou apos o treino com alguma suplementacao ou dieta? Minha alimentação não é muito regrada devido a correria do dia a dia na faculdade, aulas no CrossFit em excesso e muito treino, mas me alimento bem antes dos treinos, quando posso, após os treinos mas muita suplementação, óleos de peixes e aminoacidos. Durante o periodo dos Torneios vc muda sua dieta ou alimentacao? Durante o torneio não fiz nenhuma mudança alimentar, eu sigo a dieta paleo em torno de 60 a 70% da forma revistacrossfitter.com.br

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Eliseu Quintilano Coach - CrossFit SP




que ela se aplica , mas não faço nenhuma alteração ou plano de alimentação antes das competições.

não podem ser generalizadas, elas devem ser bem pesquisadas antes da divulgação.

No CrossFit ouvimos falar muito em comunidade. Durante os torneios você ve esse tipo de união entre os participantes ou isso não existe? Isso acontece sim, mas a maior comunidade esta dentro do Box onde você treina, afinal de contas devido a rotina de trabalho e treinos dentro da academia, você acaba não tendo tanto contato externo. São muitas aulas e afazeres particulares. Mas existe sim um espírito de comunidade entre os boxes.

Voce se inspira em algum atleta? Qual o atleta que me inspiro, ah! Essa é fácil. Acompanho essa pessoa desde o começo e chamo ela de “Mamuska”, porque ela é como uma mãe pra mim, pois desde que entrei no box ela cuidou de mim, e com muito respeito. Essa pessoa é a Debora Diegas. Aqui no Box todos a chamam de “Mamuska”! é uma inspiração para mim, pois vem de gravidez e é muito dedicada, vem se superando em relação a algumas limitações e acredito que temos a mesma inspiração que é outro grande atleta de porte avantajado: Jason Kalipha, que devido o tamanho, prova que não importa se você e muito grande, gordo, fraco fisicamente ou visualmente. Então esses são os 2 atletas que me inspiram no CrossFit.

Qual o seu WOD favorito? Difícil falar de um wod eu gosto mais, mas enfim, gosto muito do new CrossFit Total, por incrível que pareça eu gosto de fazer o Murph, que é um wod muito intenso, mas gosto de fazer porque ele me permite trabalhar aumentando e diminuindo o ritmo, acho muito bom para trabalhar minha cabeça as vezes. Gosto muito da Diana, Grace, Helen enfim todos esses Wods eu gosto muito. Como voce enxerga o futuro do CrossFit no brasil? Acha que falta algo para acelerar o crescimento ? Eu vejo um futuro promissor, hoje já podemos observar em torno de 100 box espalhados no pais, e o CrossFit traz uma abordagem diferente em todos os aspéctos sejam eles motores ou psicológicos. O grande diferencial é a variada abordagem de exercícios que permitem qualquer tipo de pessoa praticar, seja atleta ou não. E essa é a grande sacada do CrossFit, permitir que qualquer pessoa independente de raça e sexo, a treinar. E por esse motivo o CrossFit vai crescer muito ainda. Algumas formas de mídia denigrem o conceito e a imagem do CrossFit. Como são pessoas formadoras de opniões, que tal antes de transmitir uma informação buscar saber e conhecer sobre o que está falando? Muitas revistas e mídias televisivas acabam passando informações erradas, prejudicando o nosso trabalho. Ao invés de procurar um Box ou um Treinador para se informarem, buscam em nutricionistas, médicos e pessoas na maioria das vezes não vivenciam o CrossFit diariamente E da mesma forma que podemos encontrar médicos ruins, pastores ruins, advogados ruins, também encontramos professores ruins que sempre acabam falando alguma besteira. Portanto as informações

Este ano voce obteve o segundo lugar no Torneio CrossFit Brasil, Você esta planejando alguma estrategia para tentar conseguir ser campeao da proxima edicao? Sendo sincero nem esperava alcançar, mas Graças a Deus, devido a muito treino e ajuda dos meus treinadores eu consegui me superar, superei inclusive a falta de tempo. Este ano o foco como sempre é o 1º lugar, então vou continuar meus treinos e utilizar a mesma tática do ano passado, junto com meu Coach Tiago Lopes que me ajuda muito, e levar comigo “fé e foco” Fé em Deus e Foco no objetivo” e dessa forma irei chegar onde Deus reservar pra mim. O que pretende para os próximos anos ? Continuar a competir? Abrir um box ? Investir na sua carteira? Pretendo continuar competindo por muitos anos e acho que todas as pessoas que treinam CrossFit ou educadoras pensam em abrir um Box, então pretendo continuar na carreira sendo treinador. Primeiramente eu quero agradecer a Deus, por ter me colocado onde estou e as pessoas que me ajudaram a chegar ate aqui são elas, Tiago Lopes meu Head Coach, Debora Diegas, Marcelo Lima, a primeira pessoa a me apresentar o CrossFit, o Raffa Black um dos Coach que me ensinou muita coisa, ao Danilo Vecchio, Rodrigo Rocha, Tarsio, Marcel Ligeiro, que trabalhei muito tempo e me ensionou muita coisa. A Dani, a Paulinha minha namorada que me aguenta, suporta meu mal humor as vezes e sempre esta do meu lado. E a minha familia, meus pais e irmãos que mesmo longe sempre estão me apoiando. E uma das coisas mais importantes é sua vida espiritual e sua familia do seu lado. É isso ! revistacrossfitter.com.br

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Š Tatiana Mello


Antonelli Nicole

28 anos - 1,53m - 57 kg Natural de Salesópolis - SP Atleta e Coach do CrossFit Brasil Treina CrossFit a 1 ano e 9 meses. Qual foi o seu primeiro Wod? Foi um Tabata. Como conheceu o CrossFit? Conheci através do curso de capacitação profissional para professores de educação física da CrossFit Brasil, ministrado pelo Joel Fridman. Quantos campeonatos participou, quais os resultados e o mais expressivo para você? Participei de 6 campeonatos: Competições: 1ª competição: CROSSFIT GIRLS CHALLENGE | CrossFit Jundiaí em junho de 2012. Colocação: 1º lugar. 2ª competição: Torneio CrossFit Brasil 2012. Colocação: 3º lugar. 3ª competição: Open 2013. Colocação: 11º lugar. 4ª competição: Regionais 2013. realizado no Equador. Colocação: 6º lugar. 5ª competição: TorneioCrossFit Brasil. Colocação: 2º lugar. 6ª competição: Campeonato 3,2,1...de LPO 2013, integrado com CrossFit pelo Técnico Dragos Stanica. Colocação: 1o lugar na categoria por peso e 1º lugar na categoria absoluta pelo Coeficiente Sinclair. O resultado mais expressivo para mim, foi com certeza, a colocação nos regionais da America Latina. Por muitos motivos: foi meu primeiro Regional com 1 ano e 1 mês de CrossFit. Eu estava com uma lesão grave na época, no ombro direito, Um mês antes dos regionais tive que diminuir o ritmo de treino por conta dessa lesão e, principalmente, baixar cargas. E quem sabe como funciona os campeonatos de CrossFit, sabe que tem muito peso...rs! Fiz muita fisioterapia, antiinflamátorios e muita disciplina nos treinos. A lesão limitava bastante a execução de qulaquer

exercício com cargas altas acima dos ombros. Barra e muscle up, era impossível. Fui melhorando aos poucos, e com apenas uma semana antes da competição comecei a levantar mais peso, a me pendurar e realizar barras e muscle up sem dor. Viajei para o Equador confiante, meu ombro já estava bem melhor, mas sabia que não estava 100%. E lá fomos nós, muita adrenalina, ansiedade e muita, mas muita vontade de fazer o que tinha que fazer, que era vencer a mim mesma. Ficar em 6º lugar no geral e ainda no último dia de competição, ganhar a primeira prova do dia, foi emocionante!!!!!! Sabia que era uma prova boa para mim, fazia todos movimentos com uma certa facilidade, o que me trazia mais confiança, mas não imaginei ganhar essa prova. Fui bem tranquila, e quer saber, essa tranquilidade me ajudou, e muito!!! Sendo que nessa prova, apenas três competidoras conseguiram acabar dentro do time cap. Foi muito emocionante mesmo, quando percebi que tinha chance de ganhar, passou o cansaço, dores, fadiga, tudo. Pensei, agora vai, é a sua chance, agarra. E foi demais, acabar aquela prova e ver todas aquelas pessoas gritando, sendo que nem sabiam quem eu era, foi inexplicável! E não posso deixar de ressaltar, todos meus amigos da CrossFit Brasil que estavam lá, gritaram meu nome do começo ao fim dessa prova, isso foi um combustível para mim. E quando acabei a prova, eles pareciam de uma torcida organizada de futebol, gritando igual malucos...rsrs, jamais vou esquecer! Qual a sua recomendação a quem esta iniciando ou pretende começar no CrossFit? A recomendação que faço é que pesquisem antes de começar, saiba se o box é um box oficial e se seus treinadores são realmente capacitados. Garantido isso, boa sorte e bons treinos! Vc se alimenta antes ou apos o treino com alguma suplementacao ou dieta? Sim, faço dieta e suplemento. Alimentar-se corretamente é parte fundamental do treinamento. Durante o periodo dos Torneios vc muda sua revistacrossfitter.com.br

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dieta ou alimentacao? Sim, tem muitas coisas que podem ser alteraradas perto das competições, mas isso depende de cada um, cada corpo precisa de um estímulo, e da quantidade correta. Não é uma receita de bolo. Por isso é importante fazer exames, passar com especialistas, para que você consiga um melhor resultado. No CrossFit ouvimos falar muito em comunidade. Durante os torneios vc ve esse tipo de união entre os participantes ou isso não existe? Com certeza existe, é um dos motivos que a comunidade é tão grande e tem crescido tão rápido. O que não podemos confundir é que, competição é competição em quaquer lugar. Todos que entram para competir, querem fazer o seu melhor. E é claro que você pode acabar ganhando ou perdendo de um amigo ou colega, mas isso faz parte. Não podemos ou não deveriamos levar isso para o lado pessoal. Dentro de uma competição somos todos adversários sim, e todos sabemos disso, isso não quer dizer que você não possa torcer para seus colegas, ficar feliz com um peso nunca levantado, achar um movimento bonito, admirar sua técnica, até mesmo ser fã de uma atleta que está competindo com você, isso não quer dizer, que quer perder para ele. Qual o seu WOD favorito? Não tenho um Wod favorito, mas gosto de wods que tenham peso. Como voce enxerga o futuro do CrossFit no brasil? Acha que Falta algo para acelerar o crescimento ? Acredito que o futuro do CrossFit no Brasil é muito promissor, e seu crescimento depende de nós profissionais de Educação Física, que estamos a frente de um box como um proprietário, head- coach, coach, não importa. O que importa é como você vai expandir isso, qual a maneira, como vai tratar seus alunos, saber qual o objeitvo que ele foi procurar você, saber passar da melhor maneira possível sua experiência para todo tipo de pessoa. É isso que torna um profissional bom ou não. E acredito que dessa maneira você terá bons frutos e o crescimento será inevitável. 40

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E com esse crescimento tão rápido que vem ocorrendo no Brasil, de uns meses para cá, precisamos ter responsabilidade e fazer com que esse crescimento seja positivo para o CrossFit no Brasil e para todos nós que trabalhamos com isso, porque infelizmente com em toda área, existem profissionais bons e ruins. Como somos uma comunidade muito forte, acredito que podemos juntos, fazer com que esses profissionais não passem uma imagem ruim do CrossFit. Em relação a acelerar o crescimento no Brasil, como citei acima, temos que fazer nossa parte, e muito bem feita. Mas vamos supor que fizéssemos 100% do que se pode fazer, estamos no Brasil. O país do esporte? não, o país do futebol. E todos estamos cansados de saber, que não temos apoio nenhum para nada em nenhum outro esporte, se um medalhista de ouro em uma olimpíada precisa ele mesmo limpar o ginásio para fazer seus treinamentos, e se precisar descansar depois de um longo treino, para fazer um próximo, ele tem que dormir ali mesmo, em cima dos colchões de “última geração” que seria apenas para os treinamentos, o que esperar para nós? Não, não é pessimismo, é a realidade. Então isso falta e muito para acelerar qualquer esporte em potêncial no Brasil, e tenho certeza que o CrossFit é um deles. Temos que rezar, para que investidores particulares, marcas, lojas, empresários façam parcerias, porque nosso país, não irá se importar. Muitos meios de midia por desconhecimento acabam denegrindo a imagem enfatizando lesoes e gravidades que podem ocorrer a quem pratica. Em especial a mulheres gravidas o que vc acha disso? Acredito que exatamente por causa do desconhecimento do esporte,os meios de mídia, acabam muitas vezes divulgando informações sem o devido aprofundamento, sem a análise de estudos, pesquisas, etc., o que muitas vezes acaba realmente denegrindo a imagem do Crossfit. Em relação às mulheres grávidas, acredito que qualquer atividade física sendo orientada por bons profissionais, só tem a beneficiá-las. De novo, o grande problema é o desconhecimento que as


Voce se inspira em algum atleta? O que seriamos de nós sem inspirações, me inspiro em vários na verdade, de CrossFit, que claro, é o que eu faço e são muitos os que tenho em quem me inspirar. E também atletas de outros esportes, por suas posturas e como caminham para chegar onde querem. Este ano voce obteve o segundo lugar no Torneio CrossFit Brasil, Você esta planejando alguma estrategia para tentar conseguir ser campeao da proxima edicao? Estratégia é fundamental em uma competição, para melhorar sua estratégia, você tem que treinar muito, e de muitas maneiras possíveis. E sim, estou fazendo isso desde o primeiro dia que voltei a treinar depois do Torneio CrossFit Brasil 2013. Não só para o próximo torneio, mas para todos os desafios que vierem pela frente. Para você se tornar um atleta com menos erros, menos falhas, você precisa errar e falhar muito...Como diz o Bernardinho (técnico da seleção brasileira de vôlei masculino do Brasil) em seu livro: “A vontade de se preparar tem que ser maior do que a vontade de vencer. Vencer será conseqüência da boa preparação.” E tenho muita vontade de me preparar, no caminho certo sei que estou. O que pretende para os próximos anos ? Continuar a competir? Abrir um box ? Investir na sua carteira? Pretendo competir até o resto da minha vida, até meu corpo me permitir, eu amo isso, me preparar, ter um objetivo, quebrar barreiras, vencer a dor, o limite, a cabeça, todos os sentimentos que uma competição traz, até mesmo a falha, aprendo muito com elas. Abrir um Box, posso estar enganada, mas acho que é o sonho da maioria dos treinadores de CrossFit que amam o que fazem, e sim estou no meio dessa maioria.

© Tatiana Mello

pessoas tem, e infelizmente falam o que querem, tudo que é novo é tratado com desconfiança por pessoas mal informadas.


Algum recado ou agradecimento? Tenho sim, um recado e alguns agradecimentos. Para quem ainda não sabe: Dia 1 e 2 de feveireiro da início o inédito Torneio CrossFit Brasil de Verão. Dias 1 e 2 – Órgão Oficiais: competição com equipes de 4 pessoas cada uma formada por uma entidade militar brasileira diferente, além de duas equipes de CrossFiteiros. Dias 8 e 9 – Verão CrossFit Brasil: competição entre equipes mistas de 4 atletas representando cada ginásio de CrossFit que esteve presente no Torneio CrossFit Brasil 2013. Dias 15 e 16 – Abertos CrossFit Brasil: competição entre equipes mistas de 6 pessoas representando ginásios de CrossFit de cada canto do país. Você não pode perder essa!!! Para mais informções: http://www.torneiocrossfitbrasil.com.br/ http://instagram.com/torneiocrossfitbrasil https://www.facebook.com/torneiocrossfitbrasil E tenho a agradecer muita gente. Agradeço a minha família, que é a base de tudo para mim. A todos os alunos da CrossFit Brasil por me fazerem ser uma profissional melhor a cada dia, por me desafiarem, por me fazerem pensar em uma melhor maneira de ensiná-los e, por todo o carinho e respeito. Muito Obrigada! Aos meu amigos de fora do CrossFit, que mesmo de longe são presentes, obrigada pela torcida e 42

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Antonelli Nicole Coach - CrossFit Brasil © Tatiana Mello

Mas ainda quero aprender mais, ter mais experiência, bagagem mesmo e muita prática, para fazer uma coisa de que me orgulhe e orgulhe as pessoas que me ensinaram tudo que aprendi e aprenderei ainda. Investir na carreira, é o que estou fazendo desde que comecei a praticar e trabalhar com CrossFit. Aliás, patrocinadores e investidores, estou aberta a propostas para acelerar esse meu investimento, rs!


pela amizade. Aos meu amigos que construí no CrossFit, não só da CrosFit Brasil mas das outras CrossFits também, que me ajudam, apoiam, ensinam, me motivam, me aguentam...rs!! Obrigada! E queria fazer um agradecimento especial aos amigos mais próximos, que já conviveram ou convivem praticamente todos os dias comigo: Guto, Carô, Gu, Thales, Lupa, Lu, Figer, Paulinha, Dedinhos, Fábio e Menino maluquinho. Obrigada por tudo, gosto, aprendo, choro, brigo, admiro e me divirto MUITO com vocês!!! Quero agradecer aos meus apoiadores, Lotus Fitness e Smart Foods Muscle Gourmet, obrigada pela confiança e parceria. E por último, o responsável por eu ter chegado até aqui. O cara mais teimoso e rabugento que eu já conheci, porém uma pessoa boa, humilde, profissional e que me ensina muito todos os dias, dentro e fora dos treinos. Estou falando do Joel Fridman, o pioneiro do CrossFit no Brasil, meu treinador. Jô, muito obrigada por tudo, e espero que você não fique mais rabugento e teimoso com 90 anos...não vai ser fácil te aguentar...rs!

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AULA PRĂ TICA Pull Up Kipping!

Entrevista: Denis Diegas Fotografia: Alexandre Brotto

com Tiago Lopes - CrossFit SP

Educativo

O primeiro educativo para o Pull Up Kipping, chama-se Ring Row e consiste na primeira fase da remada na argola.

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O segundo passo agora é com os joelhos mais flexionados, em uma posição mais vparalela ao solo para tornar o exercício mais intenso e desenvolver mais a força.

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Terceiro educativo com os joelhos esticados, a fim de aumentar a progeção e aprimorar a resistência muscular.

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Já na barra, para um bom desenvolvimento de força, o atleta começa executando o movimento sem balanço com utilização de band “elástico” para facilitar a execução do movimento.

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Strict Pull Up, na barra sem utilização do Band para desenvolver o exercício de suspensão na força, preliminar para desenvolvimento do Pull Up kipping. O Atleta deve no mínimo executar 10 movimentos de barras fixas na força para assim aprimorar a aprendizagem do Pull Up Kipping sem risco ou probabilidade de uma lesão.

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Mais 2 exercícios complementares para o desenvolvimento do core, e controle na aprendizagem do Pull Up Kipping. Saõ eles:. 1º - Rollow Rock “Canoinha”.

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E o 2º exercício Canoinha invertida.

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Beat Swing Para executar o beat swing é necessário muito controle do Core “centro do corpo”, da musculatura dos ombros e dorsair, para que você consiga desenvolver o pull up com segurança. e técnica.

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Pull Up Kipping!

Finalmente Pull Up kipping , enfase na primeira fase, a puxada firma para arremessar o corpo para cima, e a sugunda fase que é o retorno, a puxada rapida descendo em diagonal em relação a barra para retomada do balanço para realizar diversas execuções com consistencia e segurança.

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Erros comuns

A Pegada falsa (ex:1), torna o exercicio não muito seguro devido não ter pressão em toda mão, o que pode perder a pegada e pode escapar ou escorregar e você cair. Um dos maiores erros, é a não ativação da musculatura dorsal (ex:2), durante o Pull Up Kipping, a foto demonstra o atleta relaxando na fase descendente e outra foto que exemplifica o atleta mantem a fase de controle na descida mantendo ativo os ombros e a musculatura dorsal inibindo que o impacto gerado pelo movimento de potência ocasione uma lesão nas articulações do ombro com os musculos estando ativos. 50

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ex: 1

Pegada falsa

ex: 2

n達o ativar musculatura

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CrossFitter Ver達o

Fotografia: Tatiana Mello Modelo: Consuelo Fernandes









Treino Indoor Porque férias também é sinônimo de treino!


FOR TIME

20 Push up 15 Air squat 10 HSPU 5 Pistol





Agradecimentos: M么nica Puglia/ Fabiano Oliveira/ DanielaWatanabe





CrossFit x Técnica

O

lá amantes da intensidade! Chegamos ao Open de 2014, uma competição oficial da CrossFit Inc. realizada via web, que acredito ser uma das maiores do mundo em número de participantes - em 2013 foram quase 140 mil. Não me lembro de outra competição que tenha gerado um número tão grande! Devido ao tamanho do evento, que terá duração de cinco semanas (uma prova por semana), será necessário um controle de avaliação muito bem organizado como grande desafio para seu sucesso, pois muito se falará

sobre “movimentos válidos e não válidos”, os famosos “NO REP”. Mas o que isso tem a ver com a técnica perfeita? Na verdade não muito neste caso, pois um movimento válido numa competição não exige a técnica perfeita, “bonita”, e sim a amplitude de movimento, ou seja, os movimentos nas competições de CrossFit geralmente têm uma posição inicial e principalmente final para serem validados. Assim, se a técnica não for aquela que consideramos ideal, não se preocupe, pois o que valerá são as regras; e competir é algo bem diferente do que treinar. Mas é claro que


se você executar da maneira mais eficiente, com a técnica correta, provavelmente renderá mais, economizará mais energia, poupará suas articulações e poderá se prevenir de possíveis lesões. Outro ponto sobre a técnica é que, a considerada ideal para realizar muitas repetições do mesmo movimento, pode ser um pouco diferente da ideal para realizar uma repetição máxima, por exemplo, no caso dos levantamentos de peso. Fazer 30 arremessos (clean & jerk) o mais rápido possível, não exige passar por todas as etapas do movimento quando realizamos uma repetição máxima do mesmo (não precisaríamos, por exemplo, fazer o agachamento, “pegar embaixo” como falamos, pois a carga não é elevada e estamos lutando contra o tempo. Agachar nos faria, neste caso, perder tempo. O mesmo em relação ao afastamento lateral dos pés; que também pode atrasar o movimento na competição). As regras de competição do nosso “esporte” 70

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são diferentes das regras dos esportes específicos como, por exemplo, no já citado levantamento olímpico (arranco e arremesso), na ginástica olímpica, levantamento básico (terra, agachamento e supino), etc. Apesar de treinarmos também as repetições máximas, buscando a técnica ideal, numa competição, o que importa, na maioria das vezes, é a amplitude do movimento e não a perfeição na sua execução. Aí está a explicação de vermos tantos atletas com técnicas questionáveis competindo, porém, atletas com muita vontade de vencer, de se superar, de se saírem bem às provas; algo que é muito valorizado na nossa comunidade, pois eles dão o seu máximo e fazem o básico exigido. Além disso, temos o fato de realizarmos movimentos multiarticulares sempre, o que torna sua execução muito mais segura, pois, perfeita ou não, sempre implicará uma distribuição de carga entre as articulações. È claro que assistir aos atletas realizando movimentos bem executados é muito mais


interessante e mais agradável de vermos, pois a execução mais próxima da correta também é muito valorizada pelo público expectador. Porém, cumpre salientar que somos um “esporte” ainda “novo” por aqui; o que requer muita prática e estudo na busca de constante atualização através de cursos especializados, tanto para os coaches, como para os alunos. Acredito que estamos no caminho certo, pois já temos muitos especialistas de outras áreas adaptando suas didáticas de ensino ao CrossFit, e disponibilizando, além de cursos, também palestras e workshops; e isso ajuda muito a melhorar qualidade dos treinos, aumentando a segurança dentro dos nossos boxes e nos próprios torneios e campeonatos que participamos. Fiquem atentos pois em 2014 teremos muitas competições acontecendo, e acredito que muitos novos atletas surgirão, o que torna importante o dia a dia de um CrossFitter, durante os treinos normais, para buscar melhorar sua técnica (o que deveria ser uma questão unanime entre os coaches), pois além de prevenir possíveis

problemas articulares, podem promover uma constante evolução pessoal, o que nos mantém motivados. Acredito que essas correções têm que ser feitas sempre, pois trabalhamos com vários movimentos diferentes, desde os diversos tipos de levantamentos, até os diversos tipos de movimentos ginásticos e movimentos cíclicos: a própria corrida, se executada da forma ideal, pode prevenir diversas lesões. Para todos esses movimentos existem inúmeros educativos que se devem realizar diariamente: seguir progressões, respeitar os limites do seu corpo, realizar às vezes somente treinos de mobilidade, etc. Pois é meus amigos... Tudo isso exige muita dedicação e disciplina; e que fique bem claro que nunca falamos que é fácil ser um bom CrossFitter: “ser competitivo e ainda não se machucar é onde está a arte da coisa”. Na verdade, em todos os esportes existe uma linha tênue entre chegar ao máximo de rendimento e sobrecarregar o corpo, e para evitar a segunda opção, coloque na cabeça que treinar não é só fazer o mais intenso possível


todo dia, mas também realizar movimentos controlados, para assim melhorar a execução quando eles estiverem presentes em um WOD, por exemplo. Por isso temos a parte técnica dentro de um treino; preste atenção nela. Perceba seu corpo durante o movimento, sinta as costas estendidas, sinta os pés “empurrando” o chão, perceba sua região do abdômen contraindo na hora de agachar... Tudo isso ajuda a melhorar sua técnica. Então surge a dúvida se é possível atingir a técnica perfeita de todos estes movimentos, e a resposta é: não tem como! Precisaríamos ter um histórico vencedor no alto nível em todos estes esportes acima, tudo ao mesmo tempo; o que é praticamente impossível para qualquer ser humano, e no CrossFit, mesmo os atletas de ponta não possuem um domínio total de cada técnica, pois algo que nunca

escondemos é que “nossa especificidade é não ser especifico”! O que existe são atletas com uma técnica muito boa em vários movimentos que os permitem grandes chances de dar-se bem nas competições. Quanto menos pontos fracos tiverem, mais chances de ganharem em competições no CrossFit; pelo menos é o que temos observado nos atuais campeões! Por mais que nos pareça que estes atletas possuem a técnica perfeita, é bem complicado avaliar o que é essa tal de “técnica perfeita”... Será que ela realmente existe? Para mim, a técnica perfeita é a técnica mais SEGURA e não a mais bonita! Portanto, o que existe, em minha opinião, é a possibilidade de se chegar a uma TÉCNICA IDEAL PARA CADA PRATICANTE INDIVIDUALMENTE, pois somos diferentes e nunca iremos reproduzir um movimento idêntico ao de outra pessoa, nem mesmo iremos reproduzir um movimento idêntico a outro que nós mesmos executamos, pois nenhum é igual ao outro. Não tem como! Eles são parecidos, mas nunca serão idênticos! Poderíamos filmar e tirar a prova!!! Mesmo quando fazemos um wod com vários arrancos (snatch), por exemplo, e eles são muito parecidos, nunca serão idênticos. E, se buscarmos imitar os atletas que têm as melhores técnicas, temos que fazê-lo com a consciência de que, para o atleta em questão, aquela pode ser a ideal, mas para nós, talvez não seja. Por exemplo: no jerk, ou segundo tempo de arremesso, qual a técnica mais indicada: a tesoura (split jerk) ou o afastamento lateral (power jerk)? Depende das características de cada um: braços longos, braços curtos, flexibilidade na cintura escapular, coordenação motora, força, velocidade, etc. São estes e muitos outros aspectos a serem avaliados para encontrarmos a melhor maneira de executar cada movimento!


bem feito, que foi “fácil” (como costumamos dizer), mas por alguma razão ele se machucou.

É uma arte descobrir isso em cada aluno, uma tarefa nada fácil e que exige uma análise individual: problema do seu coach; ele que se vire. Justamente por isso penso que não se pode julgar se o praticante de CrossFit está fazendo algum movimento com uma técnica ruim ou boa. É complicado saber se aquilo é ou não o ideal e mais seguro que ele consegue realizar, e quem está “de fora” pode se enganar feio ao fazer tal análise e achar que aquele atleta irá se machucar. Ainda assim, caso apareçam lesões, temos algumas possíveis causas como por exemplo: não respeitar o descanso necessário, não escutar as orientações ou não ser bem orientado, não ser bem avaliado no inicio, ou até mesmo não ter noção dos princípios básicos de cada movimento; e por aí vai! Agora, acidentes acontecem, como vimos recentemente, com o atleta que lesionou a coluna em uma competição, fazendo o arranco ou snatch. Muitos treinadores pelo mundo disseram que o movimento dele pareceu muito

Acredita-se que já havia uma fratura no local, mas como eu já disse, é difícil fazer tais avaliações sem o devido acompanhamento. Enfim, não acredito que foi a falta de técnica que o machucou, pois estamos falando aqui de um atleta de alto nível, experiente, que tem consistência nos seus movimentos. O que aconteceu foi um acidente, uma fatalidade, como acontece em qualquer esporte infelizmente. Se existe algo importante para deixar de recado aqui, é que a ansiedade de se buscar resultados pode fazer com que nós, praticantes de CrossFit, pulemos etapas de aprendizado e acabemos viciando em movimentos não adequados para nosso corpo. Sim; existe uma progressão para tudo, e quanto mais respeitada essa progressão (quando digo respeitar é deixar o Ego de lado sem se preocupar com resultados no começo, e sim em adquirir consistência nos movimentos que estamos aprendendo), mais poderá ser aumentada sua intensidade. Essa é uma premissa básica de um CrossFitter que quer prolongar sua vida nos treinos. Não existe mágica! Existe sim paciência e dedicação em aprender coisas novas que não dominamos, para realizarmos com a técnica quase perfeita (segura), especificamente para nosso corpo, os complexos movimentos que o CrossFit engloba. A sua missão como aluno é apenas encontrar um bom coach que te ajude a chegar nesse nível de aprendizado! Com “técnica perfeita” ou não, QUE VENHA O OPEN 2014!!! Matéria: Tiago Heck Coach e colunista da Revista CrossFitter. Fotografia: © Bruno Ribeiro

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Nutrição

Esportiva Funcional

A importância das frutas vermelhas (berries), no exercício!

Durante a prática do exercício de alta intensidade produzimos uma grande quantidade de substâncias tóxicas, entre elas os radicais livres, que ficam quase que 100% acima dos níveis basais. Essa produção excessiva é uma resposta fisiológica importante para a adaptação ao exercício para que os processos bioquímicos relacionados à performance física aconteçam. No entanto, o acúmulo dessa produção excessiva, sem um aporte adequado de nutrientes, deixará o organismo desse atleta/praticante de atividade física mais vulnerável a lesões, com o sistema imunológico mais enfraquecido, com maior risco de infecções e diversos desequilíbrios orgânicos que podem culminar em diferentes doenças. 74

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O excesso na produção de radicais livres também pode ser induzido, por exemplo, pela má alimentação, sedentarismo, fumo, poluição, etc., funcionando como um gatilho para o aparecimento de diversas doenças. Porém, no exercício apesar de necessária não deve deixar de ser modulada. Assim, é de extrema importância o consumo de nutrientes antioxidantes que auxiliem na modulação deste processo e proporcionem um equilíbrio orgânico essencial para a performance esportiva e estética. Dentre os alimentos mais antioxidantes, destacamse as frutas vermelhas como a amora, framboesa, morango, cereja, mirtilo, açaí, goji berry, cranberry e groselha. São também chamadas de berries, pequenas frutas de coloração vermelha ou


arroxeada, mundialmente reconhecidas por seu alto valor nutricional atribuído à elevada concentração de vitaminas e compostos bioativos essenciais para a manutenção de uma boa saúde. Dentre seus nutrientes podemos destacar a vitamina C, as antocianinas (responsáveis pela coloração vermelha-arroxeada destas frutas), os flavonóides e elagitaninos, que possuem importante efeito antioxidante, anti-inflamatório e imunomodulador no organismo. Alguns estudos científicos corroboram estas afirmações, como o de McAnulty e colaboradores, 2011, o qual encontrou que o consumo de mirtilo por indivíduos bem treinados reduziu o estresse oxidativo e melhorou o suporte ao sistema imunológico após o consumo agudo de 350g uma hora antes da atividade. Howatson e colaboradores, 2010 encontraram que o consumo de suco de cereja por corredores recreativos de maratona auxiliou na recuperação pós-exercício extenuante, aumentou a capacidade antioxidante e reduziu a inflamação, o que, segundo os autores, contribuiu para a recuperação da função muscular. Outro estudo, do mesmo autor, mostrou que a ingestão de extrato de groselha foi relacionada à redução no estresse oxidativo causado pelo exercício, podendo otimizar a capacidade anti-inflamatória. Com estes dados podemos verificar que o consumo de frutas vermelhas, ricas em nutrientes e compostos bioativos com atividade antioxidante, pode contribuir para modulação do estresse oxidativo e da inflamação, induzida pelo exercício, oferecendo, principalmente, um grande suporte ao sistema

imunológico. Assim, as berries, que podem fazer parte de um plano alimentar saudável, equilibrado e individualizado, sendo aliadas à manutenção da saúde e otimização do desempenho em atletas e praticantes de atividade física. Algumas dicas práticas: •Tome diariamente 200 ml de suco de uva integral orgânico, pode utilizá-lo para diluir os suplementos pré e pós-treino; •Utilize polpa de frutas vermelhas congeladas em uma vitamina com açaí e cubos de couve pela manhã; •Faça lanchinhos da tarde com cranberry seca ou goji berry e oleaginosas; •Enriqueça sua salada com mirtilo; •Coloque amora, mirtilo e framboesa frecas em saladas de frutas ou nos shakes-pós treino. Matéria: Andréia Naves - Diretora da VP Nutricional Nutricionista e colunista da Revista CrossFitter.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • DEL RIO, D.; BORGES, G.; CROZIER, A. Berry flavonoids and phenolics: bioavailability and evidence of protective effects. Br J Nutr; 104:S67-90, 2010. • JOHNSON, M.H.; MEJIA, I.G.; FAN, J. et al. Anthocyanins and proanthocyanidins from blueberry–blackberry fermented beverages inhibit markers of inflammation in macrophages and carbohydrate-utilizing enzymes in vitro. Mol Nutr Food Res; 57(7): 1182-97, 2013. • GUNZER, W.; KONRAD, M.; PAIL, E. Exercise-induced immunodepression in endurance athletes and nutritional intervention with carbohydrate, protein and fat-what is possible, what is not? Nutrients; 4(9):1187-212, 2012. • MCANULTY, L.S.; NIEMAN, D.C.; DUMKE, C.L. et al. Effect of blueberry revistacrossfitter.com.br

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Mãe, quero me inscrever nesse curso de

levantamento de peso!Eu posso? Olá galera da revista CrossFitter! Quem lhes escreve aqui é o treinador Diego, a letra D da equipe MAD Powerlifting!

Agora, se vocês derem uma lida no projeto do BNDES sobre a situação e desenvolvimento do esporte no Brasil, poderão ler coisas do tipo (5):

Vamos abordar no presente texto, um pouco sobre as vantagens que os atletas de podem ter ao investir em cursos de levantamento de peso.

“O setor de entretenimento e lazer tem sido apontado como uma das indústrias que vai apresentar maior crescimento nos próximos anos...”. “agente capaz de contribuir para a superação de problemas sociais e econômicos apresentados pelo Brasil”.

O estabelecimento do CrossFit como modalidade esportiva e prática corporal, reacendeu a “chama” pelo treinamento livre (e livre das máquinas)! Na verdade, esse movimento tem acontecido nos EUA antes do aparecimento do CrossFit e nunca deixou de existir no leste europeu, especialmente Rússia. Dessa forma, o número de praticantes de levantamentos de peso, aumentou quase exponencialmente! Para ter uma ideia, em 2000, a primeira afiliada da CrossFit foi CrossFit North, em Seattle. Em 2005, haviam 13 afiliados e em 2012, 3.400 afiliados em todo mundo (1) e em 2014 8.356, se é que eu não errei a conta (eu fui no affiliate locater map e CONTEI). (2) Isso porque estamos falando somente em praticantes de CrossFit, pois na outra ponta, os atletas, temos os seguintes números: Em 2011, no debut do CrossFit Open, houve inscrição de mais de 26.000 atletas. Em 2012, 69.240, se inscreveram para o Open e em 2013... 138.000 pessoas se inscreveram para participar do Open, um aumento de 166% e 99% respectivamente para cada ano (3) Ai pensem comigo: Todos esse milhares de praticantes eram/são atletas? E a resposta é? NÃO! Não são, não eram e bem provável que não serão! A maioria compartilha de um treinamento físico de alta intensidade, contudo isso não os torna atletas e sim praticantes de treinamento de alta intensidade (Só esclarecendo entraves sociais). Agora, falando dos atletas! A cultura desportiva no Brasil, com certeza não é uma das desenvolvidas e inseridas nas esferas de importância da maior parte da população do território nacional brasileiro.

“No âmbito social, o esporte tem função pedagógica no processo de formação do indivíduo, ressaltando a disciplina, o respeito à hierarquia e às “regras do jogo”, solidariedade, o espírito de equipe e outros fatores do desenvolvimento humano”. “Constitui meio de vida para milhares de pessoas em todo o mundo, pois é uma atividade de grande geração de empregos que envolve desde médicos, professores, técnicos, dirigentes, fisiologistas, nutricionistas, dirigentes até pessoal de apoio que trabalha em rouparia, lavanderia e comércio de artigos esportivos, entre outros...”. Lindo de ler isso não é? Escreverem tudo isso, mas nem sequer citaram a educação!!! Uma das coisas grandemente incompreendidas em nosso país é a correlação que existe entre função e desenvolvimento cognitivo com desempenho esportivo (e desempenho de vida) e que a compartimentalização do desenvolvimento das crianças é um grave erro (6)! O professor de educação física desenvolvimentista David Gallahue já dizia e escreveu sobre isso (6), o técnico da seleção brasileira de levantamento olímpico, Dragos Doru Stanica também e nós da MAD, especialmente Marília, já dissemos sobre a importância dessa correlação. “Numa época de sua vida, Marília se incorporou e formalizou um projeto social esportivo na favela de Paraisópolis, onde jovens em situação de vulnerabilidade eram introduzidos ao powerlifting e levados a competir. Ela percebeu o quanto o rendimento e desenvolvimento motor e esportivo eram comprometidos pelo baixo nível educacional e aspectos cognitivos comprometidos. Em contra partida, países como os EUA, tem melhores revistacrossfitter.com.br

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programas de desenvolvimento motor e esportivos desde a segunda infância, sendo que estão inseridos nos programas educacionais escolares (nas escolas públicas TAMBÉM). Nesses programas, os alunos podem vivenciar uma gama de iniciação esportiva em diversas modalidades. Para vocês terem uma ideia mais concreta do que me refiro, assistam o filme “Coach Carter” – A relação esporte e educação (ou a busca pela educação) fica evidente! Ai, vocês todos sentados lendo o texto, param e se perguntam “Mas o que tem a ver o que você está escrevendo com as vantagens dos atletas em fazer cursos de levantamento?”. E a resposta é? TUDO, tem tudo a ver! POR QUÊ? Porque considerando os argumentos acima, a maior parte dos adultos e até mesmo atletas adultos brasileiros, de diversas modalidades apresentam deficiências na constituição do acervo motor e o treinamento de força realizado com levantamentos básicos (powerlifting), levantamentos de potências (LPO) e peso corporal/ ginástica já se demonstrou eficaz em melhorar a performance ou condicionamento dos atletas. Nós da MAD powerlifting, criamos um modelo de ensino que abrange a todos. Em nossos cursos, recebemos atletas e ex-atletas de várias modalidades esportivas, dessa forma criamos um ambiente de troca de experiências e vivências motoras. Nesse ambiente, você pode observar diferentes esquemas corporais executando os levantamentos, você pode observar diferente formas de correção postural para cada atleta. Em nosso ambiente de curso, garantimos que vocês recebam o estado da arte, em termos de conhecimento sobre treinamento e os levantamentos em si. Isso se chama “Building the bridge between science and practice” e nós honramos esse compromisso. Todo levantamento de peso, apresenta riscos inerentes quando executados e principalmente quando as cargas são magnificadas para se alcançar o máximo, Porém, conosco, colocamos sua segurança em primeiro lugar e buscamos ensinar técnicas de segurança que minimizem esses riscos, desde se colocar embaixo de uma barra para agachar, até guarda-la. Em nossos cursos, ensinamos os atletas a entender um pouco mais sobre o significado e a função de se periodizar o treinamento de levantamento de peso, criando uma relação mais próxima com as ideias que seus técnicos tem durante a formulação dos treinamentos. 78

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De maneira concisa, essas são as vantagens que CrossFitters, ou qualquer outro atleta que faça levantamentos ou que queira aprender, podem ter ao investir num curso de levantamento de peso, como o nosso! Grande abraços a todos! Bibliografia HYPERLINK “http://www.theboxmag.com/crossfitbox-101/origins-of-crossfit/”http://www.theboxmag. com/crossfit-box-101/origins-of-crossfit/ HYPERLINK “http://games.crossfit.com/what-iscrossfit/find-an-affiliate-map”http://games.crossfit. com/what-is-crossfit/find-an-affiliate-map HYPERLINK “http://www.tabatatimes.com/how-fastare-the-crossfit-games-growing-the-numbers-tell-thestory/”http://www.tabatatimes.com/how-fast-are-thecrossfit-games-growing-the-numbers-tell-the-story/ HYPERLINK “http://pt.wikipedia.org/wiki/Esporte_no_ Brasil”http://pt.wikipedia.org/wiki/Esporte_no_Brasil ESPORTES NO BRASIL: SITUAÇÃO ATUAL E PROPOSTAS PARA DESENVOLVIMENTO. Angela Maria Medeiros Martins Santos, Luiz Carlos Perez Gimenez, Carlos Enout Rebouças, Sérgio Leite Schmitt, Tania Rennó. HYPERLINK “http://www.bndespar.gov.br/SiteBNDES/ export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/ conhecimento/bnset/esporte.pdf”http://www. bndespar.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/ bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/bnset/ esporte.pdf GALLAHUE, D. L. (1996) Developmental physical education for today’s children. Dubuque, IA: Brown & Benchmark.



3, 2, 1 GO!

Orlando Trejo

© Ismael Lopez

Conheça um pouco mais do único latino americano que superou seus limites e chegou a disputar no CrossFit Games.


1- Você irá competir no Open 2014? Como esta se sentindo? Orlando Trejo: Sim. Estou muito ansioso para participar.

.12- Qual é a sua frequência de treino? OT: Treino de segunda a sábado. Domingo nem penso em Crossfit.

2- Como se sente sendo o numero 1 da América Latina? OT: É muito importante e é uma motivação para continuar treinando

13- Fale sobre seu coach. Quão importante é ter um treinador? OT: Eu não tenho um coach, mas eu tenho amigos que treinam comigo e me ajudam.

3- Você faz os wods do Open mais de uma vez? OT: Sim eu repito mais de uma vez para ver o quão longe eu posso ir.

14- Quais são seus pontos fracos? OT: Eu tenho muitos, e eu acho que todo mundo sabe disso.

4- Você monitora o desempenho de outros atletas durante o Open? OT: Sim. O Open é muito importante saber quem está treinando duro.

15- Quem é seu maior concorrente para 2014? OT: Acho que todo mundo. Todos estão melhorando gradualmente.

6- Quais são maiores diferenças do Crossfit no EUA e do Crossfit no Peru? OT: O Crossfit nos EUA é muito mais popular do que no Peru, abrir um box de Crossfit no Peru é muito mais complicado do que em outros lugares e adquirir o material é mais caro ainda. 7- Sua vida mudou depois da sua participação no Games? As pessoas te reconhecem na rua? OT: Eu sempre fui uma pessoa comum. Eu não acredito que tenha feito nada que nenhum outro latino não possa fazer. 8- Qual é o seu tipo preferido de treino? OT: Crossfit é tudo o que eu faço todos os dias, mas o que eu gosto mesmo de fazer é levantamento de peso olímpico. 9- Qual é o seu benchmark preferido? OT: Gosto de Fran e Angie. 10- Como você conheceu o Crossfit? OT: Conheci o Crossfit em outubro de 2010 graças a um amigo que ensinava LPO para CrossFitters. 11- Quais são as principais mudanças que você vê no Crossfit nos últimos anos? OT: A cada ano as provas se tornam mais difíceis e os atletas mais fortes

17- Você já foi para o Brasil? Pretende visitar? OT: Eu nunca tive a oportunidade de viajar para o Brasil.

© Ismael Lopez

5- Você acha que alguns atletas enviarão suas pontuações do wod só no domingo? OT: Acredito que muitos atletas seguram para enviar a pontuação para dar mais emoção à competição.

16- O que você acha dos atletas brasileiros? OT: O Brasil tem um número muito grande de praticantes de Crossfit e não seria uma surpresa para mim que este ano venham muito mais preparados.


a Lesão e a

Matéria: Marilia Coutinho

pessoa atleta A

lguns leitores estranharão a expressão “pessoa atleta”. Em geral, refere-se a este grupo de indivíduos apenas como atletas – e assim o farei daqui para frente. O título, no entanto, chama atenção para o fato de que a condição de atleta confere uma identidade própria e irredutível. Assim como dizemos que a “pessoa indígena” ou a “pessoa adolescente” têm uma complexa construção de identidade, assim também a “pessoa atleta” constroi sua representação de si mesma em referência ao seu pertencimento ao esporte que lhe define.

Isso parace óbvio, mas não é. A maioria dos atletas teve o aterrorizante encontro com algum médico que levianamente comunicou a ele que jamais competiria novamente. Sabemos que na imensa maioria das vezes (não há um estudo sistemático para quantificar o erro) o médico estava errado. O atleta desafiou o prognóstico e voltou a competir. Um colega meu, strongman profissional nos Estados Unidos, sofreu uma cirurgia da coluna e o cirurgião lhe disse: “encontre um novo hobby”. Uma bailarina profissional sendo reabilitada por um amigo meu teve o prognóstico de que nunca mais dançaria na vida, dito com quase indiferença. Eu tive isso dito sem nenhuma indiferença, e sim com raiva e ódio, porque reagi e disse que eu faria qualquer coisa, tomaria qualquer coisa e voltaria ao tablado. Por que nos dizem isso? Puro sadismo? Ignorância? Estupidez? Pode ser um pouco de tudo, mas antes de mais nada é uma falta de compreensão, pela sociedade como um todo, da qual o médico é uma parte, de que para o atleta de alto rendimento seu 82

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esporte não é um hobby, uma ocupação temporária e nem mesmo um “serviço”: é a essência de sua existência. É a maneira como o indivíduo concebe a si mesmo e as suas relações com o mundo, as outras pessoas e as ideias. Isso se chama identidade. Identidade não vem de fábrica e nem de inspiração divina. Identidade é construída de forma multi-fatorial, processo dinâmico no tempo e sincronicamente, onde interagem a história pessoal e cultural, as expectativas construidas ao longo dela, as interações fortuitas que qualquer trajetória humana proporciona e o tão controvertido talento. A identidade é uma invenção – tanto pessoal, quanto coletiva.

É dentro desta perspectiva que discutiremos a lesão esportiva. No período imediatamente recente, quatro lesões catastróficas em atletas me marcaram a ponto de promover esse mergulho no mundo escuro da perda ou quase perda da identidade. A primeira foi a de Kevin Ogar, atleta de crossfit, a segunda de Lais Souza, esquiadora, a terceira de Brandon Lilly, powerlifter, e a quarta a minha. Discutirei as três primeiras e a minha, da qual ainda me recupero, por último. Kevin Ogar, um dos competidores de elite da Crossfit mundial, sofreu um acidente dia 11 de janeiro enquanto executava um arranco. A barra caiu da posição baixa do arranco, com braços


estirados, no meio da coluna do atleta. O resultado foi uma lesão irreversível da coluna e da medula, resultando em paraplegia. Aparentemente, Ogar tem exibido uma atitude positiva, sorridente, e milhares de dólares já foram arrecadados entre praticantes e apreciadores de crossfit mundo afora para apoiá-lo. Mas quem é Kevin Ogar agora?

Atleta: Kevin Ogar - Fotografia © Marie Lyssa

Sochi e se chocou com uma árvore esquiando. O acidente causou um deslocamento da terceira vértebra cervical. Lais foi operada e as notícias subsequentes à cirurgia eram as piores possíveis: tetraplégica, provavelmente presa a um sistema artificial de respiração pela vida inteira e incapaz da falar. Hoje as notícias já comunicam que um tubo fino introzido na traquéia operada de Lais permitiu que se compreendesse algumas palavras dela. Dizse também que um marca-passo no diafragma pode permitir que ela respire. Lais não “gostava de esportes”, como o ignorante médico que me atendeu sugeriu a mim: como todos os quatro casos aqui citados, Lais definiase pelo seu fazer. Como ginasta, participou das Olimpíadas de Atenas, em 2004 e de Pequim, em 2008. Não pode participar da de Londres, em 2012, em função de uma lesão. Em seguida aceitou o convite da Confederação Brasileira de Desporteos de Neve e se tornou esquiadora. Como atletas têm uma alta transferência de competências, logo se tornou proficiente ao ponto de participar de jogos olímpicos novamente. Quem é Lais agora?

Atleta: Kevin Ogar - Fotografia © Arquivo pessoal

Lais Souza, ex-ginasta e esquiadora, sofreu uma queda quando esquiava dia 27 de janeiro. Lais se preparava para os Jogos Olímpicos de Inverno de

Atleta: Lais Souza - Fotografia © Ricardo Bufolin/Divulgação revistacrossfitter.com.br

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Atleta: Brandon Lilly - Fotografia © jsstrength.com

Atleta: Lais Souza - Fotografia © Ricardo Bufolin/Divulgação

A resposta a esta perguna nos dois casos anteriores depende da capacidade e vontade destas pessoas em se re-inventar. Brandon Lilly, powerlifter de elite, competia no LA Fit Expo, oranizado pela USPA, no dia 26 de janeiro, quando, num agachamento, colapsou sob uma barra carregada com 337kg (agachamento raw, sem faixa). O acidente causou ruptura nos tendões patelares e do quadríceps em ambas as pernas, ruptura de ligamento medial e menisco também em ambas, e na perna esquerda houve ruptura do ligamento anterior cruzado, tendão do femural e uma fratura completa na patela. Foram cinco horas e meia de cirurgia para reconstrução dos ligamentos, reparo dos tendões e prótese de patela. Todos, entre atletas e o próprio Brandon Lilly, estão seguros quanto à volta dele ao tablado sem perda de performance.

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Atleta: Brandon Lilly - Fotografia © Arquivo pessoal

Eu, Marilia, powerlifter de elite, campeã e recordista mundial por diversas federações, sofri uma lesão na região da L3/L4 durante a conexão aérea Miami-Las Vegas, rumo ao campeonato mundial da IPL. Com muita dor e muitos analgésicos opióides, consegui me pesar e competi, venci na categora absoluta, quebrei dois recordes mundiais open (absolutos) e quando cheguei no terceiro round, de terra, senti que estava no meu limite. Mesmo sim fiz a primeira pedida e garanti o título. Os


dias subsquentes a um campeonato são altamente imunosupressivos. Provavelmente foi neste período que contraí o que veio a ser a doença mais grave da minha vida: uma discite bacteriana. Trata-se de uma infecção na coluna vertebral que destroi discos e parcialmente os ossos das vértebras (osteólise). Quando, dois meses depois disso, fui à emergência hospitalar com dor insuportável e febre, fui muito bem tratada pela equipe de dor, pela equipe de infectologia e, a despeito de ser um dos melhores hospitais do país, só tive maus tratos e incompetência da ortopedia até que a equipe de psiquiatria foi trazida ao caso e controlou a relação com os ortopedistas ávidos por colocar um fim na minha carreira esportiva. No dia em que um deles, devidamente expulso do caso, gritou comigo dizendo que eu jamais levantaria peso novamente, que ficaria seis meses imobilizada com uma cânula na carótida para administração intra-venosa de antibiótico, eu até consegui reagir. No entanto, quando ele se retirou do meu quarto, eu respondi a pergunta que fiz antes sobre Ogar e Lais: quem é Marilia se ela não puder levantar mais peso? Ninguém.

Atleta: Marilia Coutinho - Fotografia © Helena Coutinho

Atleta: Marilia Coutinho - Fotografia © Laerte Coutinho

Nada ocuparia este lugar. Por uma hora e pouco só o que me ocorria era uma enorme vontade de morrer. Até que outras equipes entraram e me asseguraram a volta ao

tablado. Por um tempo tudo era hostil e aterrorizante. Eu me encolhia, tentando me agarrar à minha identidade que estava sob risco de ser usurpada ali. Boa parte das pessoas morre apenas uma vez. Uma parte, no entanto, morre duas ou mais: a destruição da estrutura identitária de uma pessoa pode levar à morte, em geral por suicídio. Pode levar também a um renascimento. Este renascimento é a re-invenção pessoal. É um esforço tão mais hercúleo quanto mais madura for a pessoa e mais visceral sua relação com a estrutura identitária anterior. Citei quatro exemplos dramáticos, onde, em dois casos, a identidade esportiva foi catastroficamente destruida e, nos outros dois, foi seriamente ameaçada. Respondo por mim e por outros atletas: quanto mais ameaçada é esta identidade, mais agressivos somos na volta à condição competitiva, frequentemente superando nossa performance anterior. Toda lesão séria faz com que o atleta percorra uma série de etapas. A primeira é o choque, que dura pouco. A segunda pode ser ou a negação ou o catastrofismo: ou o atleta se recusa a aceitar a gravidade ou mesmo ocorrência da lesão, ou ele leva suas consequências ao extremo. Em seguida vêm uma sequência de emoções que se alternam, como frustração, revolta, raiva e finalmente depressão. Existe um depois, seja na recuperação completa ou na re-invenção de uma identidade. É a fase da redescoberta, da reconstrução da motivação esportiva ou de vida. Neste depois, pode não haver redescoberta e teremos, então, um deprimido crônico. A lesão é o evento mais duro da vida de um atleta porque é o único que ataca diretamente sua identidade. Um atleta, no entanto, é um guerreiro e a luta para preservação ou recuperação desta identidade é uma luta até a morte. Leia mais: Tracey, Jill (2003) ‘The Emotional Response to the Injury and Rehabilitation Process’, Journal of Applied Sport Psychology, 15: 4, 279 — 293 Loss of identity linked to suicide. Belfast Telegraph.co.uk. 20 SEPTEMBER 2012. http://www.belfasttelegraph. co.uk/news/local-national/republic-of-ireland/loss-ofidentity-linked-to-suicide-28865719.html Johnston, M. Identity loss tied to Maori suicide. The New Zeland Herald. Monday Jan 23, 2006 Durkheim, E. Suicide: A Study in Sociology. Taylor & Francis, 21/02/2002 revistacrossfitter.com.br

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Você treina para quem? Sobre nossa liberdade e estilo de vida. É inegável o beneficio do Crossfit em nossas vidas. Com ele, nossos corpos, as máquinas, são mais fortes, mais rápidos, mais saudáveis e mais condicionados. Nossos corpos são provas vivas de nossa disciplina, esforço e dedicação. Com isto, o resultado de nossas extenuantes rotinas geralmente são corpos esculpidos, dignos de deuses do Olimpo. Mas diante destes tantos atrativos, será que estamos treinando pelos motivos certos? Ou então tornamo-nos devotos de nosso próprio resultado, confundindo meios por fins em uma prisão que nem mesmo estamos vendo? Para quem mesmo estamos treinando? Mesmo que as fotos de Rich Froning e Camille LeBlanc nos façam pensar o contrário, o Crossfit é sobre nós, os meros mortais, em nossa busca por uma vida melhor com a prática diária da excelência. Trata-se de viver mais e estar apto a aproveitar exatamente a vida que fazemos mais facil. É sobre superação sobre o ontem, cooperação com o outro, e dedicação a algo maior que si mesmo. É isto que nos tornam deuses em nossas proprias rotinas, onde dia após dia trabalhamos nossas virtudes. É isto, e não o corpo digno de estátua, que nos faz valê-la. Porém, o corpo é a maçã do Éden. É a prova mensurável de nossos valores, do suor derramado e da mão calejada. Mas também é o alimento da vaidade que nos cega em nosso senso de importância, e distorce mestre por criatura, e nos faz escravos de nossa própria imagem. A frase comum que se fala por aí aos quatro ventos é que meu corpo é meu templo. Não é. Meu corpo é minha ferramenta. Templos são lugares de devoção, de crença cega e inquestionável. Templos são lugares de cultos, 86

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defanatismo a dogmas inexplicados, baseados na projeção de nossos valores sobre os outros. E é assim que muitos agem em nosso meio, aqui jápisando nos calos de alguns e fazendo inimizades com muitos. Trocam os meios pelos fins, e devotam-se à causa do Crossfit em troca apenas do sub-produto do corpo e da opinião alheia. Obviamente, o corpo bonito é legal e todos gostam de ter, ainda mais com a saúde tão boa quanto. Mas até onde este pedaço toma conta do todo? Até onde


Fotografia: Courtesy of CrossFit, Inc.

nossa dedicação é para nós mesmos e não para a admiração dos outros? Uma frase que sempre repito é que liberdade é poder fazer ou não algo e ser igualmente feliz. É ser dono de si mesmo, mestre das próprias decisões, e escolher ações e atividades apenas pela verdadeira concordância com seus benefícios e valores.

redor? Há de se refletir sobre isso. Passamos muito tempo vivendo a vida que achamos precisar viver ao invés de realmente viver de acordo com aquilo que nos faz completos. É treinar para melhorar a si mesmo, e não ascender na opinião alheia. É fazer dieta para viver mais e melhor, e não para sucumbir aos padrões sociais.

Mas será que as escolhas são mesmonossas e não dos outros? Será que nossas escolhas são por gosto ou por cobrança sobre nossa imagem aos olhos ao

Que fique claro que tenho orgulho de ser crossfitter e de dedicar boa parte dos meus dias a ele. Também admiro os resultados do nosso esporte, e assim como todo mundo acho bonito um corpo sarado. Porém muito me amedronta o quanto muitos aprisionam-se em suas proprias imagens, e tornamse escravos de suas projeções nos outros. Vejo vidas sendo perdidas PARA o Crossfit, e não vidas ganhas PELO Crossfit, como a própria modalidade se apresenta. Sejamos livres em nossas escolhas, para que possamos aproveitar os beneficios de cada segundo de treino pelo que são por si só. Deixemos os subprodutos do nosso esporte exatamente onde são, uma consequência das nossas virtudes maiores de disciplina, perseverança e companheirismo. Isso sim é Crossfit. Os corpos são apenas as máquinas com os quais conquistamos a nossa excelência. Autor. Marcelo Blumenfeld

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CrossFitter

em foco


Fotografia: Tatiana Mello


NOME: Marina Barros Gaspar IDADE: 34 BOX: CrossFit Jam BENCHMARK FAVORITO: Grace FRASE INSPIRADORA: “O pior inimigo será sempre você mesmo” MÚSICA PARA TREINAR: Walk - Pantera ATLETA QUE ADMIRO: Francisco Javier

Depois de ter jogado vôlei a vida toda, me afastei e operei os dois joelhos. Fiz enxerto e ouvi que não conseguiria mais praticar nenhuma atividade de alta intensidade. Por algum tempo acreditei nisso, pocurei outros esportes e quando fui apresentada ao CrossFit descobri não só um estilo de vida, mas a melhor forma de me reabilitar! Hoje faço todas as atividades que o esporte propõe, sempre no meu limite e com a alegria de me superar a cada dia!

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Marina Atleta - CrossFit Jam




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