Revista Clínica - Edição V8N5 Outubro e Novembro de 2009

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Ortodontia R ev i s t a Clín ic a d e

Volume 8 - Número 5 - outubro / novembro 2009

Editorial............................................... 3 Pergunte a um Expert ................... 6 Dica Clínica..................................... 18 Acontecimentos ........................... 22 Eventos............................................. 24 Ortodontia Forense ..................... 26 Arquitetura ..................................... 28 Marketing........................................ 30 Abstracts ....................................... 101 Controvérsias............................... 104 Instruções aos autores ............. 111

Dental Press

18

Moldagem de transferência: simplificação e otimização da técnica

68

Desenho estético do sorriso: identificação de parâmetros de normalidade

33

Avaliação longitudinal das ATMs, com ressonância magnética, em adolescente tratado com aparelho de Herbst e Ortodontia fixa

76

Sistema Ertty para distalização de molares. Relato de casos clínicos

O componente vertical na face

90

O tipo facial e a morfologia do arco dentário no planejamento ortodôntico

Matheus Melo Pithon, Márlio Vinícius de Oliveira, Eduardo Franzotti Sant’Anna, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas

TMJs longitudinal assessment, by means of magnetic resonance, of a adolescent treated with Herbst appliance and fixed Orthodontics Luís Antônio de Arruda Aidar, Gladys Cristina Dominguez, Hélio K. Yamashita, Emílio Carlos Zanatta, Márcio Abrahão

49

The vertical component in the face Omar Gabriel da Silva Filho, José Roberto Alves Moreira, Osmar Aparecido Cuoghi, Francisco Antônio Bertoz

Aesthetic smile design: parameters of normality Ives Lopes Cardoso

Ertty system for molar distalizing. Clinical cases reports Fernando Rayes Manhães, Mário Vedovello Filho, Mayury Kuramae, Adriana Simoni Lucato, Heloísa Cristina Valdrighi

Facial type and dental arch morphology in orthodontic treatment plan Alexandre de Almeida Ribeiro

ISSN 1676-6849 Rev. Clín. Ortodon. Dental Press

Maringá

v. 8

n. 5

p. 1-112

out./nov. 2009


EDITOR Omar Gabriel da Silva Filho EDITOR ASSISTENTE Danilo Furquim Siqueira Rosely Suguino

HRAC-USP UNICID-SP CESUMAR-PR

PUBLISHER Laurindo Furquim

UEM-PR

CONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO Adilson Luiz Ramos Hélio Hissashi Terada

UEM-PR UEM-PR

CONSULTORES INTERNACIONAIS Björn U. Zachrisson Jeffrey P. Okeson Jesús Fernández Sánchez Júlia Harfin Larry White Lorenzo Franchi Ravindra Nanda Roberto Justus Tiziano Baccetti Vincent G. Kokich CONSULTORES CIENTÍFICOS Ademir Roberto Brunetto Arno Locks Ary dos Santos-Pinto Carlo Marassi Cristina Feijó Ortolani Daniela Gamba Garib Carreira David Normando Eduardo Dainesi Fábio Bibancos Francisco Ajalmar Maia Henrique Mascarenhas Villela José Fernando C. Henriques José Nelson Mucha Julio de Araújo Gurgel Jurandir Antonio Barbosa Leopoldino Capelozza Filho Luciano da Silva Carvalho Marcio Rodrigues de Almeida Marden Bastos Ricardo Nakama Roberto Hideo Shimizu Sebastião Interlandi Weber José da Silva Ursi

Universidade de Oslo / Noruega Universidade de Kentucky / Estados Unidos Universidade de Madrid / Espanha Universidade de Maimonides / Buenos Aires - Argentina AAO Dallas / EUA Universidade de Florença / Itália University of Connecticut Orthodontics - EUA Universidade Tecnológica do México / Cidade do México - México Universidade de Florença / Itália Universidade de Washington / EUA UFPR-PR UFSC-SC UNESP-SP CPO SLMANDIC-SP UNIP-SP HRAC-USP-SP UFPA/ABO-PA USC-SP Clínica particular-SP UFRN-RN ABO-BA FOB-USP-SP UFF-RJ FOB-USP-SP ACDC-SP HRAC-USP-SP APCD-SP UNIMEP-SP EAP-ABO-MG Clínica particular-PR UTP-PR USP-SP FOSJC/UNESP-SP

DIRETORA Teresa Rodrigues D'Aurea Furquim ANALISTA DA INFORMAÇÃO Carlos Alexandre Venancio PRODUÇÃO GRÁFICA E ELETRÔNICA Andrés Sebastián Pereira de Jesus Gildásio Oliveira Reis Júnior Tatiane Comochena INTERNET Carlos Eduardo de Lima Saugo BANCO DE DADOS Adriana Azevedo Vasconcelos Cléber Augusto Rafael E-COMMERCE Soraia Pelloi DEPARTAMENTO DE CURSOS E EVENTOS Ana Claudia da Silva Rachel Furquim Scattolin DEPARTAMENTO COMERCIAL Roseneide Martins Garcia SUBMISSÃO DE ARTIGOS Simone Lima Lopes Rafael BIBLIOTECA Jéssica Angélica Ribeiro NORMALIZAÇÃO Marlene Gonçalves Gurty REVISÃO/COPyDESK Ronis Furquim Siqueira DEPARTAMENTO FINANCEIRO Roseli Martins Márcia Cristina Plonkóski Maranha RECEPÇÃO Luana Gouveia

A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press (ISSN 1676-6849) é uma publicação bimestral (seis edições por ano), com tiragem de 4.000 exemplares, da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. - Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá - Paraná - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas

CIRURGIA ORTOGNÁTICA Eduardo Sant’Ana

FOB-USP-SP

OCLUSÃO Paulo Cesar Rodrigues Conti

FOB-USP-SP

PATOLOGIA Alberto Consolaro

FOB-USP-SP

não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: revclinica@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.

Dados internacionais de catalogação na Publicação (ciP) Revista Clínica de Ortodontia Dental Press. – v. 1, n. 1 (fev./mar. 2002). – Maringá : Dental Press International, 2002-. Bimestral. ISSN 1676-6849. 1. Ortodontia – Periódicos. I. Dental Press International. CDD 21.ed. 617.643005

INDEXAÇÃO: Revista Clínica de Ortodontia Dental Press é indexada pela BIREME, nas bases BBO e LILACS - 2003.


Editorial Omar Gabriel

As cores da ciência O passado sempre é outro quando retornamos a ele. Mas um fato soberbo não perde a sua grandeza mesmo revisto a partir do futuro. Há 40 anos, o homem pisava o solo da Lua. A cantada lua de São Jorge, nobre porcelana sobre a seda azul. Provavelmente nessa época, muitos, não acreditando no que contemplavam, tentavam melhorar a imagem da TV em preto e branco adaptando chumaços de BomBril no topo de sua antena, ao som dos, então irreverentes, Beatles e Rolling Stones. Essa é uma das magníficas imagens em preto e branco que povoam o subconsciente coletivo da história da humanidade. Em se falando de imagens em preto e branco e de emblemas, nada é mais emblemático na Ortodontia do que a telerradiografia lateral. Desde o seu advento, na década de 1930, a cefalometria se construiu rapidamente por meio das análises cefalométricas clássicas – de autores notórios idealistas como Tweed, Steiner e Ricketts – e passou a ser condição básica necessária para o exercício e estudo da Ortodontia. É o mais interessante registro já feito sobre a arte da Ortodontia e sobre as alterações espontâneas do crescimento facial. Enfim, a cefalometria já reúne um legado colossal e constitui a linguagem contemporânea com a qual os ortodontistas continuam se comunicando e construindo a Ortodontia. Na seção Pergunte a um Expert constata-se que, nesse terceiro milênio, a tecnologia digital instaura novas possibilidades de trabalhar e arquivar imagens e nos remete, com modernidade, à imagem tradicional que fez história e faz ciência, a telerradiografia. Ainda em preto e branco, as imagens espetaculares da ressonância eletromagnética tranquilizam a abordagem

de avanço mandibular ortopédico no que se refere ao comportamento das ATMs. Essas imagens sugerem remodelação sem iatrogenia. Com certeza, esse secular e desafiador procedimento extragenético de estimular crescimento tem provocado jorros de eloquência e de dúvidas reais sobre seu efeito no osso e suas consequências futuras na ATM. Assuntos maiúsculos, que não cabem em explicações fáceis e rápidas. À semelhança de uma paleta de tintas, cores diversificadas emergem das páginas da presente edição. O preto e o branco dão lugar à vibração cromática das fotografias faciais e intrabucais coloridas da maior parte dos artigos, abrangendo a Ortodontia, a Ortopedia e a Cirurgia Ortognática. Aliás, conteúdo com pluralidade temática vital para uma leitura democrática, o que não deixa de ser reflexo da observação aguda do mundo ortodôntico contemporâneo nesses tempos ricos de informação. Iniciei esse editorial ruminando um mergulho nostálgico em preto e branco na explosiva década de 1960. O homem pisava na Lua e os hippies dançavam sob a chuva e a lama em Woodstock. Um universo anterior aos iPods e aos cobiçados sites de pesquisa e consumo cultural Google e YouTube. Uma reflexão acerca da ciência nos confirma que estamos sempre no limiar de um mundo novo. Imagens pretéritas transgressoras transformam-se em nostalgia. Só o presente nos pertence. O futuro? Que seja mais do que perfeito. Que continue sendo alumiado pela clara lua de São Jorge, lua deslumbrante. Há muito, o preto e o branco se transformaram em luz e cores infinitas de um Henri Matisse. De resto, é ler e pintar o mundo, caros leitores, pois a Terra é azul.

Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009

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Pergunte a um Expert

Qual a diferença entre uma radiografia convencional e uma radiografia digital?

Eduardo Kazuo Sannomiya*

reSumo O desenvolvimento da informática tem possibilitado grandes avanços na área da Saúde, em especial pela radiografia digital. Como exame complementar, a radiografia

digital contribui com melhorias na qualidade das imagens, redução da dose de raios X e preservação do meio ambiente. O presente trabalho apresenta os sistemas digitais e suas aplicações na Ortodontia.

PALAVRAS-CHAVE: Radiologia. Radiografia digital.

* Mestre e doutor em Radiologia Odontológica – Faculdade de Odontologia Unesp / São José dos Campos. Professor titular da disciplina de Imaginologia I e II da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp). Professor doutor do programa de pós-graduação em Odontologia da Umesp.

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Eduardo Kazuo Sannomiya

o auxílio das ferramentas de programas específicos. Atualmente as imagens digitais são protegidas pela certificação digital por meio de autoridades certificadoras. Com a certificação digital pode-se garantir a autenticidade, a integridade e a confidencialidade, principalmente nas radiografias odontológicas, pois as mesmas podem ser utilizadas por diferentes profissionais e, se manipuladas, sua violação será detectada17. ConSIderaçõeS FInaIS A resposta à pergunta inicialmente formulada está de acordo com a necessidade e objetivos das práticas odontológicas

individuais. Como as práticas profissionais e tecnológicas mudam com o tempo, as respostas também mudarão. A tendência de uma crescente adoção de imagens digitais e a contínua inovação tecnológica fazem desse recurso o futuro certo na Odontologia. agradeCImentoS Aos professores Monica Costa Armond (Professora da Universidade Vale do Rio Verde e Diretora Clínica responsável pela Radiosul – Instituto de Radiologia) e Rodrigo Generoso (Professor e Coordenador do Programa de Pós-graduação em Ortodontia da Universidade Vale do Rio Verde).

What is the difference between digital and conventional radiographs? Abstract

The Informatics’ development made possible great advances in health area, specially in digital radiography. As a complementary exam the digital radiography contributes with

improvement in images quality, radiation dose reduction and environment protection. The present paper presents the digital systems and its applications in Orthodontics.

KEywORDS: Radiology. Digital radiography.

RefeRênciAs 1.

ABRAHÃO, T. S. K.; GOLDENBERG, F. C.; TACOLA, C. G.; SANNOMIYA, E. K. Avaliação entre as radiografias cefalométricas digital e convencional. R. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 14, n. 3, p. 60-68, maio/jun. 2009. 2. AKDENIZ, B. G.; GRÖNDAHL, H. G. Degradation of storage phosphor images due to scanning delay. Dentomaxillofac. Radiol., Houndsmills, v. 35, no. 2, p. 74-77, Mar. 2006. 3. ANALOUI, M.; BUCKWALTER, K. Digital radiographic image archival, retrieval and management. Dent. Clin. North Am., Philadelphia, v. 44, no. 2, p. 339-358, Apr. 2000. 4. AZEVEDO-MARQUES, P. M. Implantação de um mini-PACS: sistema de arquivamento e distribuição de imagens em hospital universitário. Radiol. Bras., São Paulo, v. 34, n. 4, p. 221-224, 2001. 5. BRIAN, J. N.; WILLIAMSON, G. F. Digital radiography in Dentistry: A survey of Indiana dentists. Dentomaxillofacial Radiol., Houndsmills, v. 36, no. 1, p. 18-23, Jan. 2007. 6. DUARTE, H. E. M. Avaliação da compressão da imagem digital da telerradiografia lateral na reprodutibilidade da marcação de pontos cefalométricos. 2008. Dissertação (Mestrado)-Faculdade de Odontologia, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2008. 7. FALCÃO, L. M. R. Avaliação da reprodutibilidade de pontos cefalométricos nas telerradiografias digitais em norma lateral nos formatos DICOM, TIFF e JPEG. 2009. Dissertação (Mestrado)-Faculdade de Odontologia, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2009. 8. FIDLER, A.; LIKAR, B.; SKALERIC, U. Lossy JPEG compression: Easy to compress hard to compare. Dentomaxillofacial Radiol., Houndsmills, v. 35, no. 2, p. 67-73, Mar. 2006. 9. GRAHAM, R. N. J.; PERRISS, R. W.; SCARSBROOK, A. F. DICOM demystified: A review of digital file formats and their use in radiological practice. Clin. Radiol., Oxford, v. 60, no. 11, p. 1133-1140, Nov. 2005. 10. KOENIG, L.; PARKS, E.; ANALOUI, M.; ECKERT, G. The impact of image compression on diagnostic quality of digital images for detection of chemically-induced periapical lesions. Dentomaxillofacial Radiol., Houndsmills, v. 33, no. 1, p. 37-43, Jan. 2004. 11. MARTINS, M. G. B. Q.; WHAITES, E. J.; AMBROSANO, G. M. B.; HAITER NETO, F. What happens if you delay scanning digora phosphor storage plates for up to 4 hours? Dentomaxillofacial Radiol., Houndsmills, v. 35, no. 3, p. 143-146, May 2006.

12. McDONELL, D. Digital dental imaging: A review. Radiology, Easton, v. 61, no. 11, p. 962- 964, Nov. 1995. 13. MOL, A. Image processing tools for dental applications. Dent. Clin. North Am., Philadelphia, v. 44, no. 2, p. 299-318, Apr. 2000. 14. NASLUND, E. B.; KRUGER, M.; PETERSSON, A.; HANSEN, K. Analysis of low dose digital lateral cephalometric radiographs. Dentomaxillofacial Radiol., Houndsmills, v. 27, no. 3, p. 136-139, May 1998. 15. PASLER, F. A.; VISSER, H. Radiologia odontológica. 2. ed. São Paulo: Artmed, 2006. 16. SAEZ, D. M. Avaliação da influência dos formatos DICOM e JPEG na reprodutibilidade de pontos cefalométricos em telerradiografia digital em norma frontal. 2009. Dissertação (Mestrado)-Faculdade de Odontologia, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2009. 17. SOARES, M. G.; MORAES, M. E. L.; MORAES, L. C.; MEDICI FILHO, E.; CASTILHO, J. C. M.; TAKESHITA, M. T. Arquivos digitais na Odontologia. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent., São Paulo, v. 60, n. 4, p. 281-284, 2006. 18. WESTPHALEN, V. P.; GOMES, I. M. de; WESTPHALEN, F. H.; MARTINS, W. D.; SOUZA, P. H. C. Conventional and digital radiographic methods in the detection of simulated external root resorptions: A comparative study. Dentomaxillofac. Radiol., Houndsmills, v. 33, no. 4, p. 233-235, July 2004. 19. WHITE, S. C.; PHAROAH, M. J. Radiologia oral: fundamentos e interpretação. 1. ed. Rio de Janeiro: Mosby Elsevier, 2007.

Endereço para correspondência Eduardo Kazuo Sannomiya Av. Lacerda Franco, 1180 CEP: 01.536-000 – São Paulo / SP E-mail: eduardosannomiya@hotmail.com

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Dica Clínica

Moldagem de transferência: simplificação e otimização da técnica Matheus Melo Pithon*, Márlio Vinícius de oliveira**, Eduardo Franzotti Sant’anna***, antônio Carlos de oliveira ruellas****

É comum, na clínica ortodôntica, o ortodontista deparar-se com a necessidade de realização de moldagem de transferência para a confecção de dispositivos ortodônticos em ambiente laboratorial. Durante o processo de transferência da banda para a moldagem, erros podem ser cometidos, comprometendo o correto posicionamento da banda no modelo, impossibilitando a confecção e adaptação do dispositivo ortodôntico. O erro mais comumente relatado é o deslocamento da banda durante o processo de vazamento do gesso, quando da utilização do vibrador1,2. Alguns mecanismos para manter a banda adaptada no molde consistem na fixação da banda por cervical, com fio ortodôntico ou alfinetes, e no vazamento inicial apenas dos dentes que possuem bandas, com o auxílio de um pincel. Apesar desses mostrarem resultados satisfatórios, quando bem executados, o presente artigo propõe a colagem da banda ortodôntica ao molde de alginato, com o auxílio do éster de cianoacrilato (SuperBonder®, LocTite, EUA). Os seguintes passos devem ser seguidos para a realização do método proposto: 1) realização da moldagem;

* ** *** ****

18

2) remoção das bandas dos dentes; 3) apreensão da banda com pinça clínica; 4) aplicação do éster de cianoacrilato (SuperBonder®) nas laterais das bandas (Fig. 1); 5) inserção e posicionamento das bandas no molde de alginato (Fig. 2); 6) inserção do gesso com auxílio de pincel (Fig. 3A, B); 7) vazamento do gesso nos demais dentes (Fig. 3C); 8) inserção do gesso no molde após terem sido vazados os dentes (Fig. 3D);

Figura 1 - Aplicação do éster de cianoacrilato (Super Bonder®) na lateral da banda.

Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal). Mestre e doutorando em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Especialista em Ortodontia pela Unifal. Doutor em Ortodontia pela UFRJ. Professor adjunto de Ortodontia da UFRJ. Doutor em Ortodontia pela UFRJ. Professor adjunto de Ortodontia da UFRJ. Professor do curso de especialização em Ortodontia da Unifal.

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Moldagem de transferência: simplificação e otimização da técnica

9) após a cristalização do gesso, procede-se à remoção do molde de alginato com auxílio de um instrumento tipo Lecron (Fig. 4); 10) verificação do modelo após remoção do alginato (Fig. 5A); 11) remoção do composto de éster de cianoacrilato (SuperBonder®) associado ao alginato que ficou aderido à banda (Fig. 5B);

a

12) modelo pronto para ser utilizado na confecção do aparelho ortodôntico (Fig. 6). Com a utilização desse método, consegue-se um posicionamento correto das bandas ortodônticas, otimizando os procedimentos laboratoriais.

C

B

Figura 4 - a) Após a remoção da moldeira; B) recorte do alginato para facilitar a remoção e C) remoção parcial do alginato, sem danificar as estruturas moldadas.

a

B

Figura 5 - a) Aspecto do modelo após a remoção do alginato; B) remoção do éster de cianoacrilato (Super Bonder®) que se uniu ao alginato.

RefeRênciAs 1. 2.

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LISENBY, W. C.; BOWMAN, S. J. Accurate band positioning in impressions. J. Clin. Orthod., Boulder, v. 36, no. 9, p. 500, Sept. 2002. ROMANO, F. L; PEREIRA NETO, J. S.; MAGNANI, M. B. B. A.; NOUER, D. F.; SIQUEIRA, V. C. V. Moldagem ortodôntica. Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 4, n. 1, p. 15-22, fev./mar. 2005.

Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009

Figura 6 - Aspecto do modelo pronto para ser utilizado na confecção do aparelho ortodôntico.

Endereço para correspondência Matheus Melo Pithon Av. Otávio Santos, sala 705 CEP: 45.020-750 – Vitória da Conquista / Bahia E-mail: matheuspithon@bol.com.br


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FIOS


ACONTECIMENTOS

26ª reunião anual SBpqo A 26ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesqui-

a apresentação de painéis, cursos, Simpósios e Projetos de

sa Odontológica (SBPqO), realizada de 9 a 13 de setembro

Pesquisa. O Evento também ofereceu a oportunidade de

no Hotel Vacance em Águas de Lindóia/SP, teve em sua

interação com vários professores e pesquisadores renoma-

programação atividades focadas em novas propostas, com

dos, além da confraternização nas atividades sociais.

Conselho diretor: Célio Percinoto, Kátia Martins Rode, Luiz Alberto Plácido Penna.

O presidente do evento Célio Percinoto e o secretário Osmar Aparecido Cuoghi.

Carine Cousin e Éverton Gomes.

Mariana S. Dalla Porta e Bibiana Bastos.

Adriana Carvalho, Thatiane R. Aguiar e Sandrini B. Berger.

Rachel D. Furquim, Sigmar de Mello Rode e Gustavo C. Sella.

Letícia C. A. G. de Almeida e Ana Paula Albuquerque Guedes.

Aparecida Maia e Ana Luiza Lima.

Francisco E. N. Araújo.

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Acontecimentos

Marília P. Rippe e Caiane Petry.

Yésselin M. Zamalloa, Rodrigo C. Sella, Pedro M. Tondelli, Mauro Busato e José Roberto Moreira.

Eliane Barroso e Raphael Lia.

Egbert Toledo.

Regina Lima e Renata D. Morgental.

Daniel R. Herrera e Lidia Yileng Tay Chu Jon.

Ludmila Pedroso, Nádia Costa, Karla de F. Vasconcelos e Karine Arruda.

Mauro Ferrer, Kátia Ferrer e Douglas L. Flores.

Ana Carolina Fracalossi e Camila Rodini.

Vista parcial da apresentação dos painéis.

Priscilla do M. R. Busato, Karina Fancio Sella e Rachel D. Furquim.

Anne Caroline Oenning e Saulo Leonardo.

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EVENTOS EFICIÊNCIA NO TRATAMENTO ORTODÔNTICO DE ADULTOS DATA: 21 a 24 de outubro de 2009 LOCAL: Hotel Vila Gale Fortaleza / CE INFORMAÇÕES: (85) 3242-3036 - Dra. Fadua Cavalcante (85) 3226-9172 - Dr. Marcelo Moraes

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ENCONTRO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR DATA: 26 e 27 de fevereiro de 2010 LOCAL: Belo Horizonte / MG INFORMAÇÕES: (31) 3287-3267 contato@cgcursos.com.br

CONGRESSO STRAIGHT-WIRE BRASIL COORDENAÇÃO: Jurandir Barbosa DATA: 12 e 13 de março de 2010 LOCAL: Campinas / SP INFORMAÇÕES: (11) 4586-8133

XI ENCONTRO INTERNACIONAL DE ORTODONTIA DA ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL - APRO DATA: 16 e 17 de abril de 2010 LOCAL: Curitiba / PR INFORMAÇÕES: (41) 3223-7893 www.aprorto.org.br / secretaria@aprorto.org.br

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ORTODONTIA FORENSE

rança* F e il t t o S a n le e H Beatriz

Muitas têm sido as queixas dos colegas cirurgiões-dentis-

sua condição de saúde bucal e, quando lhe são passadas

tas a respeito das reclamações dos pacientes em relação às

as orientações a respeito do plano de tratamento, ele aceita,

suas insatisfações com detalhes que são condições impostas

sem restrições, tudo o que possa melhorar essa sua condição.

pelas técnicas, que, mesmo corretas, a ciência ainda não de-

Com o passar do tempo e o avanço do tratamento, o seu nível

senvolveu um modo de realizar de outra forma.

de exigência tende, progressivamente, a aumentar e o que foi

Outras vezes, as insatisfações se relacionam com as condições de saúde bucal próprias do paciente. Em todos os

planejado anteriormente já não o satisfaz, acarretando, então, em insatisfação.

casos, impõe-se ao profissional a obrigação de informar ao

Nos casos concretos, a atitude dos profissionais tem sido a

paciente sobre os riscos desses detalhes, que poderão no fu-

de mostrar ao paciente os registros das informações relatadas

turo aborrecê-lo.

à época da elaboração e discussão do plano de tratamento e

O que ocorre é que o paciente, ao buscar os serviços

nos quais se encontra a sua anuência para que o tratamen-

profissionais, quase sempre se encontra insatisfeito com a

to fosse realizado, apesar dos riscos. Atitude, essa, correta.

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Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009


Beatriz Helena Sottile França

Porém, ainda assim, os pacientes demonstram seu inconfor-

ao modo como se apresenta (mais bem cuidado, retirada

mismo diante da concretização dos riscos sobre os quais ha-

do bigode (que usava para esconder seus dentes), o aban-

viam sido informados, e isso tem causado uma série de con-

dono do tabagismo, melhora do humor, etc. Esses aspectos

flitos entre as partes.

demonstram que o aspecto psicológico do paciente também

O que ocorre, infelizmente, é que, com o avançar do tratamento, os pacientes se esquecem das condições em que

está sofrendo alterações e que essas estão sendo causadas pelo tratamento odontológico ao qual está sendo submetido.

chegaram ao consultório, quando buscaram o tratamento.

Daí, quando o paciente se esquecer de como se apresen-

Sobre isso, até aqui, as orientações aos profissionais, para a

tava no momento da primeira consulta e o seu nível de exigên-

resolução desses conflitos, têm sido no sentido de que façam

cias começar a gerar conflitos, mostre-lhe, além dos registros

registros das tais condições, antes do início do tratamento. E

das informações que lhe forneceu e de suas imagens antes

esses os têm feito por meio de imagens (fotografias).

e depois do tratamento, os registros das transformações que

Lembrando-se que o paciente da Odontologia não o é só

veio sofrendo durante todo esse processo.

no aspecto físico, e que a profissão não é só mecânica – pois a

Os registros realizados quando da anamnese comparados

Odontologia além do físico cuida dos aspectos funcional, psí-

com os registros realizados durante o tratamento mostrarão,

quico e social –, é que recomenda-se que, além dos registros

claramente, ao paciente, toda a sua transformação – que não

por meio de imagens das condições físicas que o paciente se

foi somente física, foi muito além disso.

encontrava quando buscou os serviços do profissional, vale,

Vale mostrar ao paciente, por meio de imagens, as suas

também, o registro de seu psicológico em relação à sua saúde

condições físicas antes e depois do tratamento realizado.

bucal. Daí, sugere-se a inclusão, no questionário de anamnese,

Vale, mais ainda, demonstrar que, devido a essa melhora, o

de algumas poucas perguntas sobre suas condições psicológi-

seu aspecto psicológico também sofreu alteração para me-

cas, sobre aspectos de seu comportamento, tais como: “Como

lhor. Vale demonstrar que, em consequência desses fatores

você se sente hoje em relação à sua boca e dentes?”, “Você

todos, sua qualidade de vida também se modificou.

conversa próximo e tranquilamente com as pessoas?”, “Você

Na realidade, tudo que está escrito, até aqui, neste arti-

sorri abertamente?”, “Existe alguma queixa em relação a isso?”.

go, não tem nada de novidade: a maioria dos profissionais

As respostas a esses questionamentos darão ao profissio-

ouve e percebe todas as insatisfações de seus pacientes já

nal uma ideia de como as condições de saúde bucal estão

na primeira consulta. E ouve e percebe, também, em certos

interferindo, como fator psicológico, nos relacionamentos so-

momentos, as suas transformações e satisfações. Percebe e

ciais de seu paciente.

ouve, mas não registra! Por isso a sugestão de se incluir as

Do mesmo modo, valem, durante o tratamento, novos re-

perguntas no questionário de anamnese e repeti-las durante

gistros sobre as mesmas questões abordadas na anamnese;

o tratamento. Só assim existirão os registros e, com eles, será

registros de comentários de satisfação feitos pelo paciente,

possível mostrar ao paciente tudo o que ele já esqueceu e

ou mudanças de hábitos e/ou, ainda, mudanças em relação

precisa lembrar.

* Professora doutora em Odontologia Legal e Deontologia/FOP Unicamp. Professora titular da graduação e pós-graduação da PUCPR. Professora adjunta doutora da UFPR.

Endereço para correspondência Beatriz Helena Sottile França Rua Professor Arnaldo Alves de Araújo, 31 - Seminário CEP: 80.740-430 – Curitiba / PR E-mail: bhfranca@gmail.com

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ARQUITETURA

NEGÓCIOS & DESCANSO A utilização do escritório dentro de uma clínica odontológica Maria Augusta Paes de Mello*

Levando-se em conta a quantidade de horas que passamos em nosso ambiente de trabalho – a maior parte do nosso dia –, a necessidade de um projeto funcional e bem resolvido torna-se ainda mais evidente, visando entre outras coisas um local de extremo conforto e bem-estar para o profissional. Nas clínicas odontológicas atuais, é importante que o profissional tenha um ambiente em que ele possa descansar entre os atendimentos, usar o computador, resolver assuntos particulares, fazer ligações e receber pessoas. Ao mesmo tempo, esse ambiente pode servir para apresentar aos pacientes o diagnóstico, o plano de tratamento e as formas de pagamento. No planejamento desse espaço, alguns pontos devem ser considerados. O primeiro ponto é sua localização dentro da clínica: (1) incorporado à sala de atendimento mas com algum tipo de separação; (2) em um ambiente separado, sem qualquer ligação com a sala de atendimento ou (3) em um ambiente separado mas com uma ligação com a sala de atendimento. No primeiro caso, quando incorporado à sala de atendimento, é importante a separação com algum tipo de divisão. Essa poderá ser feita em alvenaria, gesso acartonado, madeira, tijolos de vidro (no caso da luminosidade ficar bloqueada), entre outros. Essa parede poderá ir até o teto ou até uma altura que bloqueie a visão entre os dois ambientes. No segundo caso, quando em um ambiente separado sem qualquer ligação com a sala de atendimento, o escritório deve estar localizado de tal maneira que o profissional tenha acesso a ele independentemente do acesso principal usado pelos pacientes. Portanto, deverá ter duas entradas, que estarão posicionadas em circulações diferentes (social e de serviço). Assim, o profissional poderá entrar no escritório por um acesso particular. A circulação de serviço também é muito importante para que o profissional possa entrar na clínica sem passar pela sala de espera. O terceiro e último caso seria o ambiente separado mas com uma ligação à sala de atendimento através de uma porta, que poderá ser de um material opaco, como madeira ou vidro temperado jateado ou com uma película, para bloquear a visão. Essa porta poderá ser de abrir ou de correr, com uma

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Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009

ou duas folhas, ou até mesmo sanfonada. As portas de correr permitem uma maior utilização interna do ambiente. Nesse caso, o ambiente poderá ter duas aberturas também, como no segundo caso, mas sendo que uma delas tem entrada direta para a sala de atendimento e a outra vinda da circulação, para a entrada do paciente. Independentemente da localização, alguns pontos como a iluminação, a ventilação e a insolação devem ser observa-

Escritório em ambiente separado da sala de atendimento. Ao fundo, a entrada da dentista por uma circulação diferente da dos pacientes. luminárias pendentes iluminam a mesa de trabalho.


Maria Augusta Paes de Mello

dos para que o ambiente seja o mais confortável possível. Observe sempre as dimensões necessárias, de acordo com o mobiliário que será usado, para que os movimentos possam ser amplos e livres, evitando que tanto você quanto o seu paciente fiquem trombando nos móveis. Em relação à iluminação, quanto mais luz natural melhor. Caso não seja possível ter iluminação natural, a iluminação artificial poderá ser geral, realizada com lâmpadas no teto, ou direcionada para a área da mesa, através de spots embutidos no gesso, trilhos com spots externos ou luminárias pendentes sobre a mesa. É possível ter ambas, mas separe-as em interruptores diferentes, para possibilitar várias opções de iluminação, criando diferentes atmosferas. Quanto ao piso a ser utilizado, opte pelos de fácil manutenção. Pisos frios para locais onde o clima é quente; e madeira ou laminados quando se busca aconchego. Para escritórios incorporados à sala de atendimento, existem algumas restrições quanto ao piso a ser usado, que deverá seguir as normas de biossegurança. Como a maioria das cadeiras possuem rodízios, é importante que o piso escolhido tenha resistência – para que esse tipo de atrito não cause danos com o tempo. Para as paredes e o teto existem as mais diversas opções. Algumas opções para o teto: poderá ter rebaixamentos em gesso nas laterais ou ao meio, seguindo o desenho da mesa – dessa forma, poderão ser posicionados spots, dando uma boa iluminação à área de trabalho. As paredes poderão receber pinturas normais, ter aplicação de papel de parede, ser revestidas com madeira (apenas alguma delas, pois revestir todas tornaria o ambiente muito pesado) ou receber alguma textura, isso de acordo com a atmosfera que se pretende criar. Um ponto muito importante é em relação à acústica. Quando o escritório se encontrar em um ambiente separado da sala de atendimento, mas com acesso a essa, o isolamento deve ser perfeito, para proporcionar privacidade. Quando se usa portas de vidro temperado separando os ambientes, geralmente não há bloqueio total do som, pois essas possuem pequenos vãos. Para o mobiliário, procure algo que acomode bem tudo que irá precisar nesse ambiente. Para a mesa, é interessante que o computador não fique posicionado à frente, muitas vezes obstruindo sua visão. Procure uma mesa em forma de “L”, pois assim o computador poderá ficar na lateral. Sob a mesa, deixe espaço livre para movimentar a cadeira. Posicione a CPU do computador no chão, sobre uma base com rodízios, pois assim a fiação ficará toda atrás do móvel, sobrando mais espaço sobre a mesa. Um móvel com gavetas que tenha rodízios é muito útil, pois, além de suprir as necessidades com gavetas, poderá ser posicionado em lugares diferentes de acordo com a conveniência. Para os livros, revistas e portaretratos, dentre outros objetos, poderá ser feito um móvel com prateleiras atrás da mesa, em algum canto, ou até mesmo prateleiras soltas fixadas na parede, com dimensões de acordo

A aplicação do papel de parede em uma das paredes cria uma atmosfera mais informal. Além da mesa, foram posicionadas duas poltronas, criando um segundo ambiente dentro do escritório.

com a necessidade. Atrás das cadeiras, tanto a sua quanto a dos pacientes, procure deixar um espaço livre de 1 metro, assim elas poderão ser movimentadas com folga. Caso você tenha espaço suficiente, crie um ambiente com um sofá ou duas cadeiras – para conversas informais, sem que haja necessidade de se sentar à mesa. Coloque ao lado algum vaso com plantas ou até mesmo uma mesinha de apoio com algum objeto de decoração. Ali, você poderá ler o jornal e descansar com um conforto maior. Com essas dicas você poderá criar em sua clínica um ambiente multiuso para descanso e para negócios, aproveitando ao máximo o espaço existente.

* Graduada em Arquitetura com especialização em Arquitetura de Interiores: Projeto de Ambientes e Qualidade de Vida pela Unifil - Londrina. Desenvolve projetos para clínicas e consultórios.

Endereço para correspondência Maria Augusta Paes de Mello E-mail: gutamel@gmail.com

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MARKETINg

Alinhamento de Marketing Ricardo Nakama*

reFlexão

púBlICo

Alguns dados sobre o número de dentistas no Brasil mos-

Todos nós temos necessidades ou desejos a serem satis-

tram um cenário de saturação do mercado de trabalho, onde a

feitos: preciso de pão e leite para o meu café da manhã, então

tão falada “diferenciação” do profissional se torna um imperati-

vou à padaria; preciso de um tênis adequado para caminhar,

vo, e não apenas uma opção.

vou a uma loja de artigos esportivos; quero corrigir meus den-

Nesse cenário, o aprimoramento técnico é um pré-requisito

tes tortos, procuro um ortodontista.

importante, porém a gestão profissional do consultório ou da

O comércio busca atender a essa demanda de forma ime-

clínica se torna, cada vez mais, uma necessidade premente

diata: por isso existem a padaria, que vende pão e leite, e a

na Odontologia.

loja de artigos esportivos, que vende tênis. O ortodontista, no

Dentre os temas de gestão, o marketing é um dos mais im-

entanto, não tem como vender, de imediato, dentes alinhados.

portantes e sensíveis, sob qual-

Ele vende um serviço para que o

quer ponto de vista. Neste artigo,

cliente consiga ter dentes alinha-

vamos enfocar uma questão que

dos.

consideramos crucial para a me-

Temos, então, que trabalhar

lhora de resultados no consultório

com necessidades, desejos e

ou na clínica odontológica: o ali-

demandas. A necessidade existe quando existe um problema ou situação que precise de solução ou melhoria, mesmo que a pessoa não tenha consciência desse problema ou dessa situação. Quando ela toma consciência do problema e quer resolvêlo, a necessidade passa a ser um desejo.

nhamento de marketing.

perCepçõeS Marketing não é uma batalha de produtos ou serviços. Marketing é uma batalha de percepções3 E o que é percepção? Conforme o dicionário Houaiss: ato ou efeito de perceber, isto é, adquirir conhecimento (de algo) por meio dos sentidos; ter consciência. Podemos inferir, portanto, que a percepção varia de pessoa para pessoa, e até na mesma pessoa, conforme o momento que está vivendo. Se o marketing é uma batalha de percepções, está na frente quem consegue fazer com que o cliente perceba – isto é, tenha consciência – de que o serviço odontológico que lhe é oferecido tem um valor diferente daquele da concorrência.

Demanda é, portanto, a capacidade de se pagar pelos desejos. Tenho, então, que transformar a necessidade em desejo, e o desejo em demanda, mas criando uma demanda diretamente relacionada ao meu público-alvo.

produto/ServIço Posso definir quais os serviços que vou oferecer (especialidades odontológicas), adequando-os ao público definido.

Sabemos que as ações de marketing precisam levar em

Tenho que ficar atento àquilo que o público definido valoriza:

consideração os tão falados 5 Ps: público, produto (serviço),

facilidade de agendamento (por telefone, por internet ou pes-

pessoas, ponto e preço2. No entanto, essas ações só trarão

soalmente); atendimento emergencial; facilidade de estaciona-

resultado quando conseguirmos alinhar os 5 Ps, o que não é

mento; rapidez no atendimento; instalações modernas e con-

tão fácil ou óbvio quanto parece.

fortáveis; pacotes de serviços, etc.

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Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009


Henrique Nakama

peSSoaS As pessoas que vão compor a minha equipe têm que ter

percebe esse valor, a negociação fatalmente será em cima do preço.

uma formação compatível com o público a ser atendido. Tenho

Vale a pena considerar a tabela abaixo com atenção, para

que definir, portanto, o nível de escolaridade, a formação e ex-

lembrar do impacto que uma política de preços (ou de descon-

periência profissional, e o perfil comportamental.

tos) mal elaborada pode produzir em seus rendimentos:

Para montar essa equipe, preciso definir como fazer o recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento dessas

Para um desconto de

Deve-se aumentar as vendas (serviços) em

O senso comum diz que o problema são as pessoas. Cabe

4%

11%

ao líder (no caso, o dentista) saber montar (definir o lugar de

10%

33%

cada pessoa) e conduzir (motivar) a equipe. A equipe sempre

16%

67%

vai ter a cara do seu líder.

pessoas.

20%

100%

Vale lembrar o que disse Peter Drucker**: “O maior exercício

25%

167%

de liderança é a auto-liderança”. Isto é, o líder tem que ter auto-

30%

300%

conhecimento suficiente para poder liderar com segurança.

65%

não recuperável

ponto

Fonte: BROOKS1, 2004.

O ponto diz respeito à localização do consultório: centro ou bairro; cidade pequena ou grande; facilidade de localização e de acesso; térreo ou prédio; instalações e decoração.

Importante: o ponto deve estar localizado onde o públicoalvo está, ou ser de fácil acesso a ele. Evidentemente, se o público-alvo valoriza, por exemplo, a privacidade no atendimento, o consultório e as instalações têm que considerar essa característica.

alInhamento Embora os 5 Ps sejam teoricamente simples de se entender, a prática mostra que o alinhamento de marketing – isto é, uma linha de trabalho que mostre claramente a harmonia entre público, produto (serviço), pessoas, ponto e preço – não é tão fácil de se atingir. Mesmo quando chegamos ao alinhamento desejado, ainda é fundamental um trabalho de comunicação eficaz, direcio-

preço Existem alguns mitos com relação a esse item tão sensível: - preço é o problema; - o mercado fixa o preço; - é preciso reduzir os preços para ter clientes; - é possível ser vencedor numa guerra de preços. No entanto, uma pesquisa realizada pelo Dentalklan constatou que 61% dos clientes pagariam até 15% a mais se confiarem no dentista e 73% dos clientes não mudariam de dentista

nado para a percepção do cliente, isto é, fazer com que ele

perceba o que a clínica tem de diferente em relação às outras. Esse alinhamento de marketing exige, portanto, que o dentista tenha um autoconhecimento real das próprias fortalezas e limitações. Que esteja sempre antenado com a evolução das ideias e aberto a mudanças. Que saiba aonde quer chegar, em termos profissionais. Que tenha metas concretas e persistência para alcançá-las. Que tenha paciência para esperar resultados. Mas, sobretudo, que tenha paixão pela profissão que escolheu.

mesmo que outro profissional cobrasse 20% a menos. A grande questão sobre o preço é: se o dentista não agre-

No próximo artigo, abordaremos outro importante P do

ga valor ao seu consultório e, principalmente, se o cliente não

marketing: a promoção do serviço odontológico.

RefeRênciAs

* Cirurgião-dentista, doutor em Ortodontia Unesp-Araraquara, MBA em gestão empresarial pela FGV, autor do Ortosoft, programa de gerenciamento de clínicas odontológicas. ** Peter Drucker é o “pai da administração moderna” e o mais renomado dos pensadores de administração.

1. 2. 3.

BROOKS, I. Seu cliente pode pagar mais: como valorizar o que você faz. 1. ed. Curitiba: Fundamento, 2004. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing: a bíblia do Marketing. 12. ed. São Paulo: Prentice Hall Brasil, 2006. TROUT, J.; RIES, A. Posicionamento: a batalha por sua mente. 20. ed. São Paulo: Makron Books, 2002.

Endereço para correspondência Ricardo Nakama E-mail: ricardonakama@dentalklan.com.br

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Melhor custo-benefício, consultas mais curtas, tratamentos rápidos e qualidade estética: conforto e satisfação para o ortodontista e paciente.

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Caso Clínico

Avaliação longitudinal das ATMs, com ressonância magnética, em adolescente tratado com aparelho de Herbst e Ortodontia fixa luís antônio de arruda aidar*, gladys Cristina Dominguez**, Hélio K. Yamashita*** Emílio Carlos Zanatta****, Márcio abrahão*****

reSumo O objetivo do presente artigo clínico foi avaliar, por meio de imagens de ressonância magnética (IRMs), os efeitos nas articulações temporomandibulares (ATMs) provocados pelo tratamento, com aparelho de Herbst e aparelho fixo total, de uma má oclusão Classe II, divisão 1, associada ao retrognatismo mandibular. As IRMs foram realizadas em cinco tempos: imediatamente antes da colocação do aparelho de Herbst (T1), dez semanas após a colocação do aparelho de Herbst (T2), após seis meses de tratamento com o aparelho de Herbst (T3), no final de 12 meses da terapia com Herbst (T4) e imediatamente após a remoção do aparelho ortodôntico fixo (T5). A avaliação qualitativa das IRMs mostrou, em T1, os côndilos e discos dentro dos padrões de normalidade. Em T2, devido ao avanço mandibular

assimétrico ocasionado pelo aparelho de Herbst, os côndilos estavam fora da fossa mandibular, com maior evidência na ATM direita, e os discos articulares assumiram posição retrusiva. Em T3, os côndilos retornaram parcialmente para o interior da fossa mandibular, porém, ainda mantendo uma ligeira assimetria entre as ATMs direita e esquerda. Em T4 e T5, os côndilos e discos articulares ficaram dentro dos padrões fisiológicos. Em T2, as IRMs apresentaram, nas regiões posterossuperior dos côndilos e supradiscal, uma área com hipersinal, sugerindo acúmulo de líquido na região supradiscal e início de remodelação nos côndilos. Com base nos resultados obtidos, pôde-se concluir que, em uma avaliação a curto prazo, não ocorreram efeitos adversos nas ATMs após o tratamento com Herbst e aparelho ortodôntico fixo.

PALAVRAS-CHAVE: Ortopedia. Ressonância magnética. Articulação temporomandibular. Má oclusão Classe II de Angle.

* Professor doutor responsável pela disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Santa Cecília (Unisanta). Coordenador do curso de especialização em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Unisanta. ** Professora livre-docente da disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP-SP). *** Professor doutor do departamento de Diagnóstico por Imagem (Setor de Cabeça e Pescoço / ORL) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp-EPM). **** Professor doutor do curso de especialização em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Unisanta. ***** Professor livre-docente da disciplina de Otorrinolaringologia da Unifesp-EPM.

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Luís Antônio de Arruda Aidar, Gladys Cristina Dominguez, Hélio K. Yamashita, Emílio Carlos Zanatta, Márcio Abrahão

uma área ativa de crescimento condilar. Embora as IRMs não permitam realizar diferenciação histológica, essa hipótese é bastante enfatizada25. Com relação à fossa mandibular, os resultados de nosso estudo1 mostraram, nas IRMs adquiridas em T2 (tempo de relaxação transversal), aumento da intensidade de sinal (área brilhante) no espaço discal superior, sugerindo um acúmulo de água nessa área. No presente caso clínico, essa região com hipersinal também foi mais evidente na ATM direita, em razão do avanço assimétrico já comentado anteriormente (Fig. 31). As mudanças na fossa mandibular parecem ocorrer em um período mais avançado do tratamento25,26. Essa diferença no período de visualização da resposta adaptativa da fossa mandibular pode ser atribuída à ossificação periostal que ocorre no osso temporal e à ossificação endocondral que ocorre no côndilo. A ossificação periostal não está associada com o aumento do conteúdo de água no tecido e não resulta em mudança marcante na intensidade de sinal observada nas IRMs. Por isso, a aposição óssea ao longo da espinha pós-glenoide é diagnosticada mais tarde nas IRMs, isto é, no momento em que o osso neoformado fica consolidado25.

ConSIderaçõeS FInaIS Em uma má oclusão com discrepância sagital severa, a utilização do aparelho de Herbst ganha importância fundamental ao favorecer a remodelação do côndilo e da fossa mandibular durante o crescimento, mantendo o conjunto côndilo-disco das ATMs dentro de padrões fisiológicos, como confirmado pelas IRMs. Diante dos avanços dos meios de diagnóstico, que permitiram chegar até as IRMs, dispomos, hoje em dia, desse excelente recurso para diagnosticar fatos que até pouco tempo só supúnhamos estarem acontecendo. Com isso, podemos cada vez mais estar embasados nas nossas atividades clínicas, norteados em evidências científicas e conseguindo, com elas, tratar os nossos pacientes com a excelência que merecem. ConCluSão Após a terapia ortopédica realizada com o aparelho de Herbst, seguida pelo refinamento da oclusão com o aparelho ortodôntico fixo, pode-se concluir que, no paciente avaliado, não foram observados, em uma avaliação a curto prazo, efeitos adversos nas posições dos côndilos e discos articulares das ATMs.

TMJs longitudinal assessment, by means of magnetic resonance, of a adolescent treated with Herbst appliance and fixed Orthodontics Abstract

The objective of this clinical study was to evaluate, by means of magnetic resonance images (MRIs), the effects on temporomandibular joint (TMJ) caused by treatment with the Herbst appliance and total fixed appliance in a Class II division 1 malocclusion, associated with mandibular retrognathism. The MRIs were performed on five different moments: immediately before placing the Herbst appliance (T1), ten weeks after placement of the Herbst appliance (T2), within six months of treatment with the Herbst appliance (T3), at the end of 12 months of therapy with Herbst (T4) and immediately after removal of fixed orthodontic appliance (T5). The qualitative assessment of the MRIs showed, in T1, the condyles and discs within normal limits. In T2, due to asymmetric mandibular

advancement caused by Herbst appliance, the condyles were out of the glenoid fossa, most evidently in the right TMJ, and the articular disks took a retrusive position. In T3, the condyles partially returned into the glenoid fossa, however, still maintaining a slight asymmetry between the right and left TMJ. In T4 and T5, the condyles and articular discs were within physiological standards. In T2, the MRIs showed, in the posterossuperior and supradiscal regions of the condyles, an hyper signal area, suggesting accumulation of fluid in the supradiscal region and start of remodeling of the condyles. Based on these results, we concluded that in a short-term assessment, there were no adverse effects on the TMJs after treatment with Herbst and fixed orthodontic appliance.

KEywORDS: Orthopedics. Magnetic resonance. Temporomandibular joint. Malocclusion, Angle Class II.

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Avaliação longitudinal das ATMs, com ressonância magnética, em adolescente tratado com aparelho de Herbst e Ortodontia fixa

RefeRênciAs 1.

2.

3.

4.

5. 6. 7. 8. 9. 10.

11. 12. 13. 14.

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Endereço para correspondência Luís Antônio de Arruda Aidar Rua Dr. Luis Suplicy, 35 CEP: 11.055-330 – Santos / SP E-mail: luisaidar@uol.com.br

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artigo inédito

O componente vertical na face omar gabriel da Silva Filho*, José roberto alves Moreira**, osmar aparecido Cuoghi***, Francisco antônio Bertoz****

reSumo O presente artigo endossa o diagnóstico clínico do excesso vertical na face. A percepção do componente vertical na morfologia facial se faz pela análise clínica da face, independentemente do comportamento sagital, se Padrão I, II ou III. O diagnóstico do componente vertical no Padrão I leva em consideração três aspectos, a saber: (1) o selamento

labial; (2) o comportamento do lábio superior em relação aos incisivos superiores, em repouso e no sorriso, e (3) a tonicidade do músculo mentoniano. No Padrão II, o diagnóstico considera o comportamento do lábio e a tonicidade do músculo mentoniano com a posição sagital da mandíbula corrigida. No Padrão III, o comprimento da sínfise é o elemento importante.

PALAVRAS-CHAVE: Face longa. Excesso maxilar vertical. Cirurgia Ortognática.

* Ortodontista do HRAC-USP. Coordenador do curso de Ortodontia Preventiva e Interceptiva da PROFIS (Sociedade de Promoção Social do Fissurado Lábio-Palatal) - Bauru/SP. Professor do curso de especialização em Ortodontia da PROFIS. ** Mestrando em Ortodontia na Faculdade de Odontologia de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Especialista em Ortodontia PUC/RJ. *** Professor doutor do departamento de Odontologia Infantil e Social, Disciplina de Ortodontia, da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - Unesp. **** Professor titular da disciplina de Ortodontia Preventiva e professor do programa de pós-graduação em Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba da Unesp.

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O componente vertical na face

The vertical component in the face Abstract

The current paper describes the clinical diagnosis of the facial vertical excess. The perception of the facial vertical component is based on the clinical analysis of the face regardless of the sagittal component, either Pattern I, II or III. The diagnosis of the vertical component in Pattern I comprises three aspects: (1) lip

sealing; (2) behavior of the upper lip in relation to the upper incisors and (3) tonus of the mentalis muscle. In Pattern II, diagnosis considers the behavior of the lip and the mentalis muscle with the sagittal position of the mandible corrected. In Pattern III the behavior of the symphysis is the most important element.

KEywORDS: Long face. Vertical maxillary excess. Orthognathic Surgery.

RefeRênciAs 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18.

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ANGELILLO, J. C.; DOLAN, E. A. The surgical correction of vertical maxillary excess: Long face syndrome. Ann. Plast. Surg., Boston, v. 8, no. 1, p. 64-70, Jan. 1982. ARNETT, G. W. et al. Soft tissue cephalometric analysis: Diagnosis and treatment planning of dentofacial deformity. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 116, no. 3, p. 239-253, Sept. 1999. BAILEY, L. J.; COLLIE, F. M.; WHITE, R. P. Long-term soft tissue changes after orthognathic surgery. Int. J. Adult Orthod. Orthognath. Surg., Chicago, v. 11, no. 1, p. 7-18, 1996. BELL, W. H.; CREEKMORE, T. D.; ALEXANDER, R. G. Surgical correction of the long face syndrome. Am. J. Orthod., St. Louis, v. 71, no. 1, p. 40-67, Jan. 1977. BISHARA, S. E.; JAKOBSEN, J. R. Longitudinal changes in three normal facial types. Am. J. Orthod., St. Louis, v. 88, no. 6, p. 466-502, Dec. 1985. CAPELOZZA FILHO, L. Diagnóstico em Ortodontia. Maringá: Dental Press, 2004. CAPELOZZA FILHO, L.; MARTINS, A.; MAZZOTINI, R.; SILVA FILHO, O. G. da. Effects of dental decompensation on the surgical treatment of mandibular prognathism. Int. J. Adult Orthod. Orthognath. Surg., Chicago, v. 11, no. 2, p. 165-180, 1996. CARDOSO, M. A. et al. Estudo das características oclusais em portadores de padrão face longa com indicação de tratamento ortodôntico-cirúrgico. R. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 7, n. 6, p. 63-70, nov./dez. 2002. CARDOSO, M. A. Estudo das características cefalométricas do padrão face longa. 2003. Dissertação (Mestrado)–Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Araçatuba, 2003. CARLOTTI, A. E.; ASCHAFFENBURG, P. H.; SCHENDEL, S. A. Facial changes associated with surgical advancement of the lip and maxilla. J. Oral Maxillofac. Surg., Philadelphia, v. 44, no. 8, p. 593-596, 1986. EPKER, B. N. Superior surgical repositioning of the maxilla: Long term results. J. Maxillofac. Surg., Stuttgart, v. 9, no. 4, p. 237-246, Nov. 1981. FISH, L. C.; WOLFORD, L. M.; EPKER, B. N. Surgical-orthodontic correction of vertical maxillary excess. Am. J. Orthod., St. Louis, v. 73, no. 3, p. 241-257, Mar. 1978. JACOBSON, A. Planning for orthognathic surgery: art or science? Int. J. Adult Orthod. Orthognath. Surg., Chicago, v. 5, no. 4, p. 217-224, 1990. MOLONEY, F.; WEST, R. A.; McNEILL, R. W. Surgical correction of vertical maxillary excess: A re-evaluation. J. Maxillofac. Surg., Stuttgart, v. 10, no. 2, p. 84-91, May 1982. NANDA, S. K. Patterns of vertical growth in the face. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 93, no. 2, p. 103-116, Feb. 1988. NGAN, P. W. et al. Treatment response and long term dentofacial adaptations to maxillary expansion and protraction. Semin. Orthod., Philadelphia, v. 4, no. 3, p. 255-264, Dec. 1997. POLIDO, W. D.; BELL, W. H. Long-term osseous and soft tissue changes after large chin advancements. J. Craniomaxillofac. Surg., Stuttgart, v. 21, no. 2, p. 54-59, 1993. SCHENDEL, S. A.; CARLOTTI JR., A. E. Variations of total vertical maxillary excess. J. Oral Maxillofac. Surg., Philadelphia, v. 43, no. 8, p. 590-596, Aug. 1985.

Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 8, n. 5, out./nov. 2009

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Endereço para correspondência Omar Gabriel da Silva Filho Rua Rio Branco 20-81 – Altos da Cidade – Bauru / SP CEP: 17.014-037 – Bauru / SP E-mail: ortoface@travelnet.com.br



artigo inédito

Desenho estético do sorriso: identificação de parâmetros de normalidade ives lopes Cardoso*

reSumo Seria conveniente que as especialidades odontológicas comprometidas com a Odontologia Estética pudessem utilizar parâmetros estéticos dentários comuns a todos os profissionais, considerando que a estética do sorriso constitui um dos fatores mais relevantes pela procura de tratamento odontológico e ortodôntico.

Presume-se que, para ampliação dos conhecimentos acerca do assunto, possam ser utilizadas informações práticas que mostrem visualmente a relação dos dentes com os lábios e a gengiva. Buscando contribuir nesse aspecto, é proposto um desenho do sorriso (Desenho Estético do Sorriso), como forma de avaliação estética.

PALAVRAS-CHAVE: Desenho do sorriso. Odontologia estética. Ortodontia.

* Mestre e doutor em Ortodontia pela FOP-Unicamp. Coordenador do curso de especialização em Ortodontia da Academia Norte-Rio-Grandense de Odontologia.

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Ives Lopes Cardoso

• Tipos de sorriso: basicamente, podem ser enumerados dois tipos de sorriso – o cordial e o espontâneo (Fig. 9A e 9B, respectivamente). Nem sempre é fácil diferenciá-los. Alguns músculos necessários para sorrir podem ser controlados, como o zigomático maior, que puxa os cantos do lábio para cima, contraindo-o. Os músculos responsáveis pelo sorriso espontâneo não podem ser controlados, como o orbicular ocular, que fica ao redor dos olhos1. Quando esse músculo se contrai, formam-se rugas na região, há um semicerramento dos olhos, as bochechas se elevam e pequenas bolsas se formam embaixo dos olhos. Alguma exposição de gengiva, ao sorrir, é aceita esteticamente, caracterizando mais jovialidade à face12. Em outros casos, o sorriso gengival está relacionado com o excesso vertical anterior da maxila, sendo necessária a cirurgia ortognática para correção do problema.

ConCluSão O desenho estético do sorriso (DES) representa um recurso auxiliar que ilustra suas características, facilitando a visualização e a “percepção estética” dos componentes dentofaciais durante o planejamento e execução de procedimentos odontológicos estéticos integrados. agradeCImentoS Aos Drs. Aproniano Martins de Oliveira Jr. e Ênio de Sá Saldanha, e à fotógrafa Fátima Melo, pelo registro e auxílio no trabalho digital das imagens.

Aesthetic smile design: parameters of normality Abstract

It would be convenient that the dental specialties committed to Aesthetic Dentistry could use dentofacial aesthetic parameters common to all professionals, considering that the aesthetics of the smile is one of the most relevant factors for the ones that search for dental and orthodontic treatment. It is assumed that, for expanding knowledge

about this subject, can be used practical information to visually show the relationship of the teeth with the lips and gums. Seeking help in this respect, it is proposed a drawing of the smile (Aesthetic Design of the Smile) as a form of aesthetic evaluation.

KEywORDS: Smile design. Aesthetic Dentistry. Orthodontics.

RefeRênciAs 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

8. 9.

BOLENDER, C. J.; GAY, R. Anatomie du sourise. Rev. Orthop. Dento Faciale, Paris, v. 21, no. 1, p. 29-43, 1987. CAETANO, S. R. O.; TELLES, C. S. Estética do sorriso: relação dos lábios com os dentes e a linha do sorriso. J. Bras. Ortodon. Ortop. Facial, Curitiba, v. 10, n. 58, p. 421-429, jul./ago. 2005. CÂMARA, C. A. L. P. Estética em Ortodontia: diagramas de referência estéticas dentárias (DRE) e faciais (DREF). R. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 11, n. 6, p. 130-156, nov./dez. 2006. CARDOSO, I. L. Desenho estético do sorriso. In: FERREIRA, C. F. A.; SAKAI, E. Nova visão em Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares. São Paulo: Ed. Santos, 2008. p. 15-19. CONCEIÇÃO, E. N.; MASOTTI, A. S. Princípios de Estética aplicados à Dentística. In: CONCEIÇÃO, E. N. Dentística: saúde e estética. Porto Alegre: Artmed, 2007. p. 299-319. GOLDSTEIN, R. E. Estética em Odontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1980. KOKICH, V. G.; SPEAR, F. M.; KOKICH JR., V. O. Maximizing anterior esthetics: An interdisciplinary approach. In: McNAMARA JR., J. A. Frontiers in dental and facial esthetics. Ann Arbor: Center for Human Growth and Development, University of Michigan, 2001. p. 1-18. Craniofacial Growth Series. KYRILLOS, M.; MOREIRA, M. Sorriso modelo. São Paulo: Ed. Santos, 2004. PECK, S.; PECK, L.; KATAJA, M. The gengival smile line. Angle Orthod., Appleton, v. 62, no. 2, p. 91-100, 1992.

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Endereço para correspondência Ives Lopes Cardoso Manoel Machado, 366 CEP: 59.012-320 - Natal / RN E-mail: ivescardoso@gmail.com

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1º CURSO DE IMERSÃO EM

ORTODONTIA LINGUAL Teórico, laboratorial e typodont Ministradores Dr. Alexander Macedo (SP) Dra. Andréia Ferreira (SP) Dra. Carla Melleiro (SP) Dra. Graça Guimarães (SP) Dr. Henrique Bacci (SP) Dr. Júlio Cal Neto (RJ) Dr. Luiz Fernando Eto (MG) Dr. Marcelo Marigo (MG) Dr. Marcos Prieto (MS) Dr. Peter Taylor (SP) Dra. Rita Thurler (SP) Dr. Valter Arima (PR)

Técnica Lingual Características Laboratório Sistemas de montagem de bráquetes Materiais Colagem indireta Mecânica Biomecânica Casos clínicos

Coordenador Dr. Luiz Fernando Eto

Local Belo Horizonte/MG

Carga Horária 80 horas/aula

Horário 8:00 às 18:00h

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Data 1º módulo 9 a 13 de novembro/2009

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Caso Clínico

Sistema Ertty para distalização de molares. Relato de casos clínicos Fernando rayes Manhães*, Mário Vedovello Filho**, Mayury Kuramae***, adriana Simoni lucato***, Heloísa Cristina Valdrighi***

reSumo Inúmeras técnicas e aparelhos auxiliares têm sido desenvolvidos com o intuito de corrigir a má oclusão de Classe II, seja ela de origem esquelética ou dentária. O Sistema Ertty representa um desses sistemas intrabucais de forças biomecânicas para distalização de molares superiores. O objetivo do presente artigo foi relatar

casos clínicos tratados com sucesso por meio dessa técnica. Concluiu-se que a distalização do molar ocorreu sem efeitos colaterais clinicamente significativos, levando à correção da relação de Classe II. O sistema movimentou todo o segmento posterior do lado que sofreu distalização com consequente correção da linha média superior.

PALAVRAS-CHAVE: Ortodontia corretiva. Má oclusão Classe II de Angle. Biomecânica.

* Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Unesp/São José dos Campos. Mestrando em Ortodontia pelo Centro Universitário Hermínio Ometto – Uniararas/SP. ** Coordenador e professor doutor do programa de pós-graduação em Odontologia (área de concentração Ortodontia) do Centro Universitário Hermínio Ometto – Uniararas/SP. *** Mestres e doutoras em Ortodontia e Ortopedia Facial pela FOP/Unicamp. Professoras doutoras do programa de pós-graduação em Odontologia (área de concentração Ortodontia) do Centro Universitário Hermínio Ometto – Uniararas/SP.

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Sistema Ertty para distalização de molares. Relato de casos clínicos

ConCluSõeS • A distalização do molar ocorreu sem efeitos colaterais, conduzindo à correção da relação de Classe II.

• O sistema acarretou o movimento de todo o segmento posterior do lado que sofreu distalização, com consequente correção da linha média.

Ertty system for molar distalizing. Clinical cases reports Abstract Many technics and auxiliary appliances have been developed in order to correct the Class II malocclusion, whether it have dental or skeletal origin. Ertty System represents one of these intraoral systems with biomechanical forces to distalization of the molars. The purpose of this article was to report clinical cases successfully treated with this

technique. It was concluded that the molar distalization occurred without clinically significant side effects, leading to the correction of Class II relationship. The system moved all the posterior segment of the side that was submitted to distalization with subsequent correction of the upper midline.

KEywORDS: Orthodontics, corrective. Malocclusion, Angle Class II. Biomechanics.

RefeRênciAs 1. 2. 3. 4. 5.

6. 7. 8. 9.

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Endereço para correspondência Mário Vedovello Filho Pós-Graduação – Mestrado em Ortodontia Av. Maximiliano Baruto, 500 - Jd. Universitário CEP: 13.607-339 - Araras / SP E-mail: vedovelloorto@terra.com.br

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Coordenação Eduardo Januzzi - MG Omar Gabriel - SP Jeffrey P. Okeson - EUA

Palestrantes Confirmados Antonio Wilson Salum - SP Omar Gabriel - SP Jeffrey P. Okeson - EUA Leopoldino Capelozza Filho - SP Newton Fahl Jr. - PR Nuno Brás - Portugal Marcos Janson - SP Leonardo Alcântara - RJ Eduardo Januzzi - MG Antonio A. Brito - MG Wellington C. Bonachela - SP Silvia Reis - MG Frederico Mota - MG E outros grandes nomes da Odontologia Nacional e Internacional

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Caso Clínico

O tipo facial e a morfologia do arco dentário no planejamento ortodôntico alexandre de almeida ribeiro*

reSumo A morfologia do arco dentário está relacionada diretamente com as demais partes que formam o complexo craniofacial, que juntas determinam o tipo facial de cada indivíduo. Reconhecer as características do arco dentário é essencial para a manutenção, ao final do tratamento, do estado de equilíbrio entre os dentes e os tecidos musculares. Anomalias como a agenesia dentária podem induzir alterações alveolares na base óssea, masca-

rar a sua verdadeira morfologia e causar confusão no diagnóstico. No caso clínico apresentado, as alterações indesejáveis no início do tratamento foram causadas por um diagnóstico incorreto, decorrente da não-observação das partes que compunham o complexo craniofacial do paciente. Felizmente, tal situação pôde ser revertida, o que evidencia ainda mais o papel de destaque de um planejamento correto como aspecto fundamental de um bom tratamento ortodôntico.

PALAVRAS-CHAVE: Morfologia. Arco dentário. Tipo facial.

* Mestre e especialista em Ortodontia pela URFJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

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Alexandre de Almeida Ribeiro

Facial type and dental arch morphology in orthodontic treatment plan Abstract

The morphology of the dental arch is directly related to the other parts that form the craniofacial complex, which together determine the facial type of each individual. Recognize the characteristics of the arch is essential for the maintenance, at the end of treatment, of the equilibrium state between the teeth and muscle tissues. Abnormalities such as tooth agenesis can induce alveolar changes in the bone basis, masking their true morphology

and cause confusion in diagnosis. In the case presented, the undesirable changes in the beginning of treatment were caused by an incorrect diagnosis, due to the nonobservation of the component parts of the patient´s craniofacial complex. Fortunately, this situation could be reversed, which further highlights the important role of a correct planning as a fundamental aspect of a good treatment.

KEywORDS: Morphology. Dental arch. Facial type.

RefeRênciAs 1. 2. 3. 4. 5. 6.

BOLTON, W. A. Disharmony in tooth size and its relation to the analysis and treatment of malocclusion. Angle Orthod., Appleton, v. 28, p. 113-130, 1958. CAPELOZZA FILHO, L. C. Diagnóstico em Ortodontia. 1. ed. Maringá: Dental Press, 2004. ENLOW, D. H. Crescimento facial. 3. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1993. MOYERS, R. E. Ortodontia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. PROFITT, W. R. Contemporary Orthodontics. 3rd ed. St. Louis: C. V. Mosby, 1999. RAMOS, A. L.; SUGUINO, R.; TERADA, H. H.; FURQUIM, L. Z.; SILVA FILHO, O. G. da. Considerações sobre a análise da discrepância dentária de Bolton e a finalização ortodôntica. R. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 1, n. 2, nov./ dez. 1996.

7. 8, 9.

ROSA, M.; ZACHRISSON, B. U. Integração da Ortodontia: fechamento de espaço e da Odontologia estética no tratamento de pacientes com agenesia. Rev. Clín. Ortodon. Dental Press, Maringá, v. 1, n. 1, p. 41-55, fev./mar. 2002. SOUZA, R. A. et al. Interação entre Ortodontia e Dentística em um caso clínico com discrepância de Bolton. R. Dental Press Estét., Maringá, v. 3, n. 4, p. 42-49, out./dez. 2006. VELINI, F. Ortodontia: diagnóstico e planejamento clínico. 3. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1999.

Endereço para correspondência Alexandre de Almeida Ribeiro Rua Belisário Távora 221 / 303 CEP: 22.245 070 – Rio de Janeiro / RJ E-mail: alexandre.ribeiro@espacoorto.com

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Literatura ortodôntica mundial Resumos, em Português, de artigos publicados em importantes revistas de Ortodontia de todo o mundo. Informação qualificada e oportuna para a melhoria de sua prática clínica.

reSpoSta eSquelÉtICa à protração maxIlar Com e Sem expanSão da maxIla: um eStudo Com elementoS FInItoS Skeletal response to maxillary protraction with and without maxillary expansion: A finite element study Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop., v. 135, no. 6, p. 723-728, June 2009 Pawan Gautam, Ashima Valiathan, Raviraj Adhikari Introdução: o objetivo do presente estudo baseado em elementos finitos consistiu em avaliar biomecanicamente duas modalidades de tratamento – protração maxilar isolada e protração maxilar associada à expansão maxilar – comparando o deslocamento de várias estruturas craniofaciais. métodos: dois modelos analíticos tridimensionais foram desenvolvidos a partir de imagens sequenciais de tomografias computadorizadas, obtidas com intervalos de 2,5mm de um crânio seco jovem. Foram utilizados os softwares AutoCAD (versão 2004, Autodesk, San Rafael, Calif.) e ANSYS (versão 10, Belcan Engeneering Group, Cincinnati, Ohio). O modelo consistiu de 108.799 elementos compactos de 10 nós, 193.633 nós e 580.899 graus de liberdade. Na primeira modalidade de tratamento, as forças de protração maxilar foram simuladas aplicando-se 1kg de força no sentido anterior, 30° abaixo do plano palatino. Na segunda modalidade de tratamento foram simuladas uma abertura de 4mm da sutura palatina mediana e a protração maxilar. resultados: a protração maxilar isolada provocou um deslocamento do complexo nasomaxilar para a frente, associado a uma rotação para cima e para a frente. Nenhuma tendência rotacional foi observada quando a protração foi realizada em associação com a expansão transversal de 4mm. Ficou evidente, também, uma tendência de constrição maxilar anterior após a protração maxilar. A magnitude do deslocamento nas direções sagital, vertical e lateral foi maior quando realizada a abertura da sutura palatina mediana. O deslocamento do complexo nasomaxilar para frente e para baixo, como consequência da protração e expansão maxilar associadas, se aproximou mais da direção natural de crescimento da maxila. Conclusões: os deslocamentos das estruturas craniofaciais foram mais favoráveis ao tratamento da Classe III esquelética com retrognatismo maxilar quando a protração maxilar foi realizada junto com a expansão maxilar. Tradução: Vicente Dias Piccoli Conheça o acervo de Abstracts da Dental Press, acesse: www.dentalpress.com.br/abstracts

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Abstracts

eFeItoS ImedIatoS e póS-Contenção da expanSão rápIda da maxIla avalIada medIante tomograFIa ComputadorIzada em paCIenteS em CreSCImento Immediate and post-retention effects of rapid maxillary expansion investigated by computed tomography in growing patients Angle Orthod., v. 79, no. 1, p. 24-29, 2009 Fabiana Ballanti, Roberta Lione, Ezio Fanucci, Lorenzo Franchi, Tiziano Bacceti, Paola Cozza objetivo: determinar, mediante um protocolo de tomografia computadorizada de baixa exposição, os efeitos dentários e periodontais da expansão rápida de maxila (ERM). material e métodos: a amostra consistiu de 17 indivíduos (7 do gênero masculino e 10 do feminino), com idade média de 11,2 anos na primeira avaliação. Cada paciente foi submetido à expansão de 7mm. As tomografias computadorizadas multislice foram obtidas antes da ERM (T0), no final da fase ativa da expansão (T1) e após o período de contenção de seis meses (T2). Nas imagens obtidas, as medidas foram realizadas em nível dentário e periodontal. As diferenças médias entre as medidas em T0, T1 e T2 foram examinadas através da análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas com teste post-hoc. resultados: todas as medidas transversais interdentárias foram significativamente aumentadas nos tempos T1 e T2 em relação ao T0. Na avaliação das mudanças entre T0 e T1, as medidas periodontais foram significativas na superfície vestibular dos dentes bandados, com redução na espessura do osso alveolar correspondendo às raízes mesial (-0,5mm; p < 0,05) e distal (-0,4mm; p < 0,05) do primeiro molar direito e à raiz mesial do primeiro molar esquerdo (-0,3mm; p < 0,05). Na avaliação das mudanças totais entre T0 e T2, a espessura óssea palatina de ambos os primeiros molares foi significativamente aumentada (+0,6mm; p < 0,05). Conclusões: de acordo com as imagens de tomografia computadorizada, a ERM induz um aumento significativo na dimensão transversal do arco dentário superior de pacientes em crescimento, sem causar iatrogenia permanente ao osso periodontal de suporte dos dentes utilizados como ancoragem. palavraS-Chave: Expansão rápida da maxila. Tomografia computadorizada. Dimensão transversal. Tecido periodontal. Tradução: Vanessa Barbosa da Silva eFeItoS preventIvoS do ozônIo no deSenvolvImento de leSõeS BranCaS durante o tratamento ortodôntICo Com aparelho FIxo Preventive effect of ozone on the development of white spot lesions during multibracket appliance therapy Angle Orthod., v. 79, no. 1, p. 64-69, 2009 Otmar Kronenberg, Adrian Lussi, Sabine Ruf objetivo: testar as hipóteses nulas de que (1) não existem diferenças no efeito de proteção contra cáries com ozônio e com o protetor com flúor/ Cervitec durante o tratamento com aparelho fixo (MB), e (2) o Diagnodent e a luz florescente induzida quantitativamente (QLF) não são superiores na avaliação visual das lesões cariosas iniciais. material e métodos: vinte pacientes, destros com higiene bucal muito pobre e que necessitavam de tratamento ortodôntico com aparelho fixo foram analisados durante 26 meses. No desenho experimental, os quatro quadrantes de cada paciente foram tratados ou com ozônio ou com uma combinação de Cervitec e protetor com flúor, ou como grupo controle não-tratado. O índice de placa visível e a formação de lesões brancas foram analisados clinicamente. Diagnodent e QLF foram utilizados para a análise quantitativa da formação de manchas brancas. resultados: a média do índice de placa visível nos quatro quadrantes do arco dentário atingiu 55,6% e foi independente do método preventivo submetido. Nos quadrantes tratados com Cervitec/ protetor com flúor, apenas 0,7% das áreas desenvolveram novas lesões cariosas brancas clinicamente visíveis. Isso foi significativamente (p < 0,05) menor nos quadrantes tratados com ozônio (3,2%). As lesões detectadas com QLF corresponderam apenas a uma parte das manchas brancas detectadas clinicamente, enquanto o Diagnodent provou ser ineficaz para

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detectar quaisquer mudanças. Conclusão: o efeito protetor contra cáries do Cervitec/flúor durante o tratamento com aparelho fixo foi superior ao do ozônio, e a avaliação visual das lesões de cáries iniciais foi superior tanto com o Diagnodent quanto com QLF. palavraS-Chave: Ortodontia. Desmineralização. Lesões brancas. Ozônio. Diagnodent. QLF. Tradução: Vanessa Barbosa da Silva. dIStalIzação doS molareS SuperIoreS Com a utIlIzação de anCoragem Com mInI-ImplanteS na regIão Inter-radICular por veStIBular Distal movement of maxillary molars using miniscrew anchorage in the buccal interradicular region Angle Orthod., v. 79, no. 1, p. 78-84, 2009 Kazuyo Yamada, Shingo Kuroda, Toru Deguchi, Teruko Takano-Yamamoto, Takashi Yamashiro objetivo: quantificar os efeitos do tratamento usando ancoragem com mini-implantes inter-radiculares e confirmar a efetividade do seu uso clínico na distalização de molares superiores em tratamentos sem extração. material e métodos: vinte e quatro molares superiores foram distalizados utilizandose mini-implantes instalados no espaço inter-radicular entre o segundo prémolar e primeiro molar em um ângulo oblíquo de 20 a 30 graus em relação ao longo eixo do dente proximal. Os molares foram avaliados com o uso de telerradiografias laterais e modelos de gesso. resultados: os molares superiores foram distalizados em 2,8mm com uma inclinação distal de 4,8 graus e intruíram 0,6mm. Os incisivos superiores foram distalizados cerca de 2,7mm com uma inclinação palatina de 4,3 graus. Não foi observado, em nenhum dos pacientes, extrusões dos molares e/ou consequente rotação mandibular. Conclusão: os mini-implantes instalados no espaço inter-radicular superior fornecem distalização molar de 2,8mm sem cooperação do paciente e sem efeitos secundários indesejáveis, como a protusão dos incisivos, a rotação horária da mandíbula ou a reabsorção radicular. palavraS-ChaveS: Mini-implantes. Ancoragem. Maxila. Distalização de molar. Tradução: Vanessa Barbosa da Silva. uma reação Severa aoS aparelhoS ortodôntICoS Contendo níquel A severe reaction to ni-containing orthodontic appliances Angle Orthod., v. 79, no. 1, p. 186-192, 2009 Olga Elpis Kolokitha, Evangelia Chatzistavrou A exposição aos aparelhos ortodônticos contendo níquel pode causar alergias com reações intra e extrabucais. O níquel é o antígeno mais comumente implicado na causa de dermatite alérgica de contato, que é uma resposta imune de hipersensibilidade tardia do Tipo IV. Este relato clínico descreve uma reação incomum ao níquel durante o tratamento de uma paciente adulta do gênero feminino. A paciente não apresentava história prévia de alergia e utilizou o aparelho de metal fixo superior no tratamento ortodôntico para auxiliar na irrupção de dentes retidos. As reações de hipersensibilidade ocorreram somente após a exposição cirúrgica e envolveram sinais severos eczematosos e urticária na face com eritema, irritação, coceira, eczema, dor, fissura, descamação e também zonas difusas de eritema intrabucal. Os testes de diagnóstico foram realizados por alergistas e revelaram sensibilidade ao níquel (escore ++++). O tratamento foi realizado com aparelhos sem liga de níquel. palavraS-Chave: Reação alérgica. Alergia ao níquel. Sensibilidade ao níquel. Dermatite alérgica de contato. Aparelhos ortodônticos. Tradução: Vanessa Barbosa da Silva.


Abstracts

ruptura daS SuturaS CIrCum-maxIlareS medIante expanSõeS rápIdaS e ContraçõeS alternadaS da maxIla Opening of circumaxillary sutures by alternate rapid maxillary expansions and constrictions Angle Orthod., v. 79, no. 2, p. 230-234, 2009 Yu-Chi Wang, Peter M.S. Chang, Eric Jein-Wein Liou objetivo: analisar quantitativamente a abertura das suturas circummaxilares após as expansões rápidas e contrações alternadas da maxila (Alt-RAMEC). material e métodos: doze gatos foram agrupados aleatoriamente em dois grupos iguais para uma semana de expansão rápida da maxila (RME) (1mm/dia) ou cinco semanas de expansões rápidas e contrações alternadas da maxila Alt-RAMEC (1mm/dia). Ao final do experimento, o esqueleto craniofacial de cada gato foi dissecado. Cada sutura circum-maxilar foi sondada em três locais com uma sonda periodontal pontiaguda de 0,5mm. Uma sondagem sem penetração significou uma abertura ineficiente da sutura (<0,5mm), enquanto uma sondagem com penetração significou uma abertura efetiva da sutura (>0,5mm). A quantidade de abertura de cada sutura (%) foi calculada pela abertura efetiva da sutura dividida pela abertura efetiva + abertura não-efetiva da sutura. As diferenças entre os grupos foram analisadas pelo teste quiquadrado (p < 0,05). resultados: o procedimento de Alt-RAMEC (cinco semanas) abriu significativamente mais as suturas circum-maxilares do que uma semana de RME convencional. A Alt-RAMEC afetou as suturas circum-maxilares coronais articulando diretamente com a maxila (56,9% vs 36,1%, p < 0,001), as suturas sagitais articulando indiretamente com a maxila (94,4% vs 64,8%, p < 0,001), e as suturas coronais articulando indiretamente com a maxila (58,3% vs 33,3%, p < 0,01). As suturas sagitais foram abertas significativamente mais (94,4%-100,0%) do que as suturas coronais (56,9%-58,3%), independentemente se estavam articuladas direta ou indiretamente com a maxila. Conclusões: o procedimento de Alt-RAMEC abre ambas as suturas circum-maxilares, coronais e sagitais, quantitativamente mais do que a RME convencional. Entretanto, seria necessário mais de cinco semanas de Alt-RAMEC para aumentar a abertura das suturas circum-maxilares coronais. palavraS-ChaveS: Expansão rápida da maxila. Suturas. Tradução: Priscila Vaz Ayub. opInIõeS doS ortodontIStaS amerICanoS e SueCoS SoBre o papel doS terCeIroS molareS em Irrupção Como CauSa de apInhamento Opinions of American and Swedish orthodontists about the role of erupting third molars as a cause of dental crowding Angle Orthod., v. 79, no. 6, p. 1139-1142, 2009 E. T Vfekçi, D. Svensk, J. Kallunki, J. Huggare, S. J. Lindauer, D. M. Laskin objetivo: comparar as opiniões dos ortodontistas suecos e americanos sobre a associação entre a irrupção dos terceiros molares e o apinhamento. material e métodos: foi distribuído um questionário entre os ortodontistas suecos (n = 230) perguntando suas opiniões sobre a força exercida por terceiros molares em irrupção, sua relação com o apinhamento e suas recomendações para a remoção profilática. Os resultados foram

comparados com os dados obtidos em um estudo similar conduzido nos Estados Unidos. A análise Qui-quadrado foi utilizada para determinar as diferenças nas respostas às questões entre os ortodontistas suecos e americanos. resultados: tanto os ortodontistas suecos quanto os americanos acreditaram que os terceiros molares inferiores são mais propensos do que os superiores a causar força (65% e 58% para suecos e americanos, respectivamente) e apinhamento (42% e 40%, respectivamente). Não houve diferença estatisticamente significativa entre as respostas dos ortodontistas suecos e americanos a respeito do papel exercido pelos terceiros molares superiores e inferiores no apinhamento. Apesar de apenas 18% dos ortodontistas suecos “geralmente” ou “às vezes” recomendarem a remoção profilática dos terceiros molares inferiores, 36% dos ortodontistas americanos “geralmente” ou “às vezes” recomendam a extração dos mesmos (p < 0,0001). Conclusões: a maioria dos ortodontistas nos Estados Unidos e na Suécia acreditam que os terceiros molares inferiores em irrupção exercem força anterior; no entanto, eles também acreditam que esses dentes “raramente” ou “nunca” causam apinhamento. A razão pela qual mais ortodontistas americanos recomendaram a remoção profilática dos terceiros molares inferiores não está clara. palavraS-ChaveS: Terceiros molares. Apinhamento. Forças anteriores. Tradução: Vicente Dias Piccoli. InFluênCIa da extração doS prImeIroS prÉ-molareS na angulação doS terCeIroS molareS InFerIoreS Influence of first premolar extraction on mandibular third molar angulation Angle Orthod., v. 79, no. 6, p. 1143-1148, 2009 Suruchi Jain, Ashima Valiathan objetivo: comparar as mudanças na angulação dos terceiros molares em desenvolvimento em casos com e sem extração dos primeiros prémolares e determinar se a extração dos pré-molares resulta num maior movimento mesial do segmento posteroinferior, causando mudanças rotacionais favoráveis na inclinação dos terceiros molares inferiores, o que poderia potencializar a subsequente irrupção desses dentes. material e métodos: foram obtidas radiografias panorâmicas pré-tratamento (T1) e pós-tratamento (T2) de 25 indivíduos que foram tratados com extração de todos os primeiros pré-molares e 25 indivíduos que foram tratados sem extração. O plano de referência horizontal foi utilizado para medir e comparar as mudanças nas angulações dos terceiros molares inferiores em desenvolvimento. resultados: a média de verticalização dos terceiros molares inferiores observada no grupo com extração foi de 8,2 ± 5,4 graus no lado esquerdo e 6,3 ± 6,5 graus no lado direito após o tratamento (T2 – T1). Para o grupo sem extração, a diferença média foi de 1,3 ± 4,3 graus no lado esquerdo e 1,7 ± 5,4 graus no lado direito. Houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p = 0,012 no lado direito p = 0,001 no lado esquerdo). Conclusões: a extração de pré-molares induziu uma influência positiva na angulação dos terceiros molares em desenvolvimento. O tratamento sem extração não causou nenhum efeito adverso. palavraS-ChaveS: Extração de pré-molar. Angulação do terceiro molar. Tradução: Vicente Dias Piccoli.

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Controvérsias

Distúrbios do desenvolvimento: a precisão dos termos é essencial alberto Consolaro*

Cada palavra tem seus significados. Muitas palavras carregam em si mesmas um conceito, um pensamento, uma mensagem. Uma palavra pode mudar todo um contexto. O cuidado com o uso correto das palavras faz parte da busca por uma comunicação precisa e inteligente entre pessoas altamente civilizadas. A forma como usamos as palavras denota os limites do nosso pensamento. O uso inadequado de palavras advém de pensamentos e conceitos equivocados, defeituosos e incompletos. Ao se referir aos distúrbios do desenvolvimento e do crescimento utiliza-se de muitos termos que carregam em si mesmos conceitos previamente estabelecidos. Na Ortodontia, o uso dessas palavras relacionadas aos distúrbios do desenvolvimento e crescimento faz parte da linguagem diária. Embora cada especialidade do conhecimento humano tenha especificidades que geram o chamado jargão técnico, isso não significa que cada área tenha sua própria língua. Por exemplo, não existe o “Ortodontês” ou o “Patologês”, todos devem respeitar o significado real de cada palavra e as regras ortográficas. Uma demonstração dessa forma limitada de encarar o real significado de cada palavra pode ser a seguinte frase: “Ah! na Ortodontia utilizamos desta forma e com este significado”. Isso pode denotar falta de cultura geral, por ignorar regras gerais e conceitos estabelecidos nas ciências básicas. Para contribuir com o uso adequado de alguns termos, propusemo-nos a discorrer sobre a nomenclatura,

* Professor Titular em Patologia da FOB-USP e da Pós-graduação na FORP-USP.

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terminologia e palavras relacionadas aos distúrbios do desenvolvimento e crescimento1-9. Infelizmente, em muitos projetos de pesquisa, conteúdos programáticos, artigos de pesquisa, livros e palestras, encontramos erros primários pelo emprego inadequado dessas palavras. Algumas instituições, sites e hospitais têm até nomes oficiais conceitualmente equivocados! Todo aquele que se dispõe a mencionar e pesquisar deve conhecer profundamente os termos básicos referentes ao assunto em questão. É isso que difere o leigo do erudito. A superficialidade do conhecimento conceitual de termos leva a erros que desqualificam o interlocutor. E é a erudição que confere credibilidade e respeitabilidade a quem se refere a determinado assunto. emBrIão não É SInônImo de Feto! Parece elementar, mas poucas pessoas aprenderam a diferenciar embrião de feto. O embrião representa o ser em formação que, individualmente, ainda não nos permite reconhecer a qual espécie pertence. No homem, o embrião é assim chamado até o início do terceiro mês de gestação (Fig. 1, 2). A partir desse período, o ser em formação lembra a espécie humana e por isso recebe o nome de feto até o momento do seu nascimento. Após a fecundação, ao redor do 7º dia, tem-se a implantação e fixação da célula-ovo na parede uterina (Fig. 1). Em seguida, tem-se a gastrulação, quando se


Distúrbios do desenvolvimento: a precisão dos termos é essencial

dIFerença entre dIStúrBIoS do deSenvolvImento e dIStúrBIoS do CreSCImento Celular Frequentemente se confunde termos como atrofia, hipertrofia e hiperplasia com distúrbios do desenvolvimento, quando na verdade são distúrbios do crescimento celular. Os distúrbios do desenvolvimento ocorrem durante a formação do indivíduo ou de um determinado órgão ou estrutura, enquanto os distúrbios do crescimento celular ocorrem em tecidos, órgãos ou estruturas completamente formados. Por exemplo: (1) quando o atleta aumenta sua massa muscular, isso ocorre graças ao aumento de volume e estrutura das células musculares esqueléticas e cardíacas, e a isso denomina-se hipertrofia; (2) quando uma glândula, como a tireoide, aumenta sua atividade, ela compensa aumentando o número de células, um processo conhecido como hiperplasia; (3) por sua vez, quando um tecido, órgão ou estrutura diminui sua demanda funcional, as células reduzem seu volume e/ou diminuem seu número, e a isso dá-se o nome de atrofia. Nos tecidos completamente formados ocorrem os distúrbios do crescimento celular. Um exemplo dessa

confusão pode ser a citação comum de que a maxila, e até a mandíbula, está atrófica ou atrofiada. Para essa afirmação ser correta a maxila deveria ter um dia chegado ao seu tamanho normal e depois ao longo dos anos ter reduzido seu volume, por desuso ou outra causa qualquer. Se, na realidade, ela desenvolveu-se pouco e assumiu uma forma final menor, essa maxila é hipoplásica, e não atrófica. ConSIderação FInal Em todos os idiomas, em boa parte das apresentações orais em congressos e nas comunicações escritas de trabalhos publicados detecta-se o uso inadequado de termos relacionados aos distúrbios do desenvolvimento. Isso pode indicar erros conceituais importantes, que podem dificultar a comunicação entre e com pesquisadores e clínicos conhecedores do assunto. Em cada palavra podem estar embutidos conceitos, definições e classificações próprias desta área de estudo. O uso impróprio desses termos pode também depor contra a credibilidade da comunicação e comprometer a compreensão da mensagem inicialmente proposta.

RefeRênciAs 1. 2. 3. 4. 5.

COSTEIRA, O. Termos e expressões da prática médica. Rio Janeiro: Farmoquímica, 2001. CUNHA, A. G. Dicionário etimológico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lexikon, 2007. DAMJANOV, I.; LINDER, J. Anderson’s pathology. 13rd ed. St. Louis: C. V. Mosby, 1999. GARDNER, D. G. The concept of hamartomas: Its relevance to the pathogenesis of odontogenic lesions. J. Oral Surg., Chicago, v. 45, no. 6, p. 884-886, 1978. GUIMARÃES, S. A. C. Patologia básica da cavidade bucal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982.

6. 7. 8. 9.

HERMAN, J.; OPTIZ, J. M. Naming and nomenclatura of syndromes. Birth Defects Orig. Artic. Ser., New York, v. 10, no. 7, p. 69-86, 1974. RUBIN, E.; FARBER, J. L. Pathology. 3rd ed. Philadelphia: Lippincott, 1999. SALVAT EDITORES. Diccionario médico. Barcelona: Salvat, 1972. SKINNER, H. A. The origin of medical terms. 2nd ed. Baltimore: Williams & Wilkins, 1961.

Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br

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INSTRUÇÕES AOS AUTORES A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS, dirigida à classe odontológica, destina-se à publicação de relatos de casos clínicos e de técnicas, artigos de interesse da classe ortodôntica, comunicações breves e atualidades. Os artigos serão submetidos ao parecer do Corpo Editorial da Revista, que decidirá sobre a conveniência ou não da publicação, avaliando como favorável, indicando correções e/ou sugerindo modificações. Site para submissão de artigos: www.dentalpress.com.br/pubartigos A REVISTA, ao receber os artigos, não assume o compromisso de publicá-los. Os artigos não selecionados serão novamente apreciados por ocasião das edições seguintes. Decorridos dois anos sem que tenham sido selecionados, os mesmos poderão ser devolvidos aos autores. A cada edição, o Corpo Editorial selecionará, dentre os artigos considerados favoráveis para publicação, aqueles que serão publicados imediatamente. Os artigos podem ser retirados a qualquer momento, antes de serem selecionados pelo Corpo Editorial. TEXTO • Os textos devem ser acompanhados do resumo em Português e Inglês que não ultrapasse 250 palavras, bem como de 3 a 5 palavras-chave em Português e em Inglês. • Os textos devem ter na primeira página identificação do autor (nome, título, endereço, e-mail) que não ultrapasse 5 linhas. • Por motivo de isenção na avaliação dos trabalhos pelo Corpo Editorial, a segunda página deve conter apenas o título, o resumo e as palavras-chave (Português e Inglês). • As afirmações assinadas são de responsabilidade integral dos autores. • Os textos devem ser apresentados em duas cópias impressas e uma em CD, quando não submetidos pelo site da revista. • As notas explicativas devem ser restritas ao número indispensável e apresentadas no final do texto. • A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação. • Todos os autores citados no texto devem constar na lista de referências e todos os autores que constam na lista de referências devem ser citados no texto. • As referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às normas da ABNT 6023/2002 e arranjadas em ordem alfabética, não ultrapassando o limite de 30 (exceto a seção Pergunte a um Expert), conforme os exemplos a seguir: • Livro com um autor LOPES, L. N. F. Modelos e troquéis metalizados. São Paulo: CID, 1994. • Livros com até três autores HENDERSON, D.; McGIVNEY, G. P.; CASTLEBERRY, D. J. McCraken’s removable partial Prosthodontics. 7th ed. St. Louis: C. V. Mosby, 1985.

• Livro com mais de três autores APRILE, H. et al. Anatomia odontológica orocervicofacial. 5. ed. Buenos Aires: El Ateneo, 1975. • Capítulo de livro GONÇALVES, N. Técnicas radiográficas para o estudo da articulação temporomandibular. In: FREITAS, A.; ROSA, J. E.; FARIA, S. I. Radiologia odontológica. 2. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1988. p. 247-258. • Tese e dissertação PEREIRA, A. C. Estudo comparativo de diferentes métodos de exame, utilizados em Odontologia, para diagnóstico da cárie dentária. 1993. Dissertação (Mestrado)-Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993. • Artigo de revista CAPELOZZA FILHO, L. Uma variação no desenho do aparelho expansor rápido da maxila no tratamento da dentadura decídua ou mista precoce. Rev. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 4, n. 1, p. 69-74, jan./fev. 1999. STEPHAN, R. M. Effect of different types of human foods on dental health in experimental animals. J. Dent. Res., Alexandria, v. 45, no. 3, p. 1551-1561, 1966. FIGURAS E ILUSTRAÇÕES As imagens serão submetidas ao parecer do Corpo Editorial da Revista, que decidirá sobre a conveniência ou não da publicação, relevando os seguintes fatores: cor, brilho, enquadramento, formatação, identificação, resolução, etc. Imagens digitalizadas • configuradas com um tamanho mínimo de 8 x 5cm; • digitalizadas com no mínimo 300 dpi; • salvas nos formatos TIFF ou JPG, com resolução máxima; • enviadas em CD, quando não postadas pelo site; • se as fotografias forem realizadas com máquina digital, fazê-las utilizando a mais alta resolução disponível. Slides • os slides originais podem ser enviados para a revista devidamente identificados, para posterior digitalização e devolução ao autor. Fotografias em papel • as fotografias devem ser apresentadas em papel brilhante colorido e identificadas. Desenhos e gráficos • os desenhos e gráficos enviados poderão ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial.

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REgISTRO DE ENSAIOS ClíNICOS Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da Saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da Saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS. Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/ index.html), com interface que permite a busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que

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integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical Trials Registry), www. clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho da amostra pretendido, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal, somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal. Posicionamento da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http:// www.wame.org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/ clin_trialup.htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje. org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.


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