volume 9, nĂşmero 3, junho / julho 2010
Dental Press International
volume 9, nĂşmero 3, junho / julho 2010
Dental Press
Rev ClĂn Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):1-112
ISSN 1676-6849
volume 9, número 3, junho / julho 2010
Dental Press
47
47
Integração Ortodontia e Dermatologia na busca da excelência na estética labial
61
Etiologia das más oclusões: perspectiva clínica (parte II) – fatores ambientais
76
A utilização do Diagrama Individual Anatômico Objetivo (DIAO) no contorneamento de arcos ortodônticos
88
Avaliação 3D de reabsorção radicular por caninos superiores ectópicos: relato de caso em gêmeos monozigóticos
96
Utilização dos arcos seccionados para o tratamento da má oclusão de Classe II, divisão 2
Integrating Orthodontics and Dermatology for the optimal lip aesthetics Andre Wilson Machado, Tarsila Carvalho dos Santos, Telma Martins de Araujo, Luiz Gonzaga Gandini Júnior
Etiology of malocclusions: Clinical perspective (Part II) – environmental factors Daniela G. Garib, Omar Gabriel da Silva Filho, Guilherme Janson
The use of individualized diagram in contouring of orthodontic arches Tulio Silva Lara, Lilian Maria Brisque Pignatta, Francisco Antônio Bertoz, Eduardo César Almada Santos
61
3D evaluation of root resorption related to ectopic maxillary canines: case report in monozygotic twins Felipe de Assis Ribeiro Carvalho, Rhita Cristina Cunha Almeida, Alexandre Trindade Motta, Ronald Seaman Penido, Marco Antonio de Oliveira Almeida, Catia Cardoso Abdo Quintão
The use of sectioned archs for treatment of Class II, division 2 malocclusion Marília Ferreira Aranha, Artênio José Isper Garbin, Francisco Antônio Delgado Grieco, Eduardo Guedes-Pinto, Marcos Rogério de Mendonça
26
96
105
Editorial ................................................ 5 Pergunte a um Expert ........................... 7 Dica Clínica ......................................... 26 Acontecimentos ................................. 36 Arquitetura ......................................... 38
88
Marketing ........................................... 42 Ortodontia Forense ............................ 44 Abstracts ........................................... 103
76
Controvérsias ......................................105 Instruções aos autores ...................... 111
EDITOR Omar Gabriel da Silva Filho EDITOR ASSISTENTE Danilo Furquim Siqueira Rosely Suguino PUBLISHER Laurindo Furquim
DIRETORA Teresa Rodrigues D'Aurea Furquim
HRAC-USP
ANALISTA DA INFORMAÇÃO Carlos Alexandre Venancio
UNICID-SP CESUMAR-PR
PRODUTOR EDITORIAL Júnior Bianchi
UEM-PR
PRODUÇÃO GRÁFICA E ELETRôNICA Andrés Sebastián Pereira de Jesus Fernando Truculo Evangelista Gildásio Oliveira Reis Júnior Tatiane Comochena
CONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO Adilson Luiz Ramos UEM-PR Hélio Hissashi Terada UEM-PR CONSULTORES INTERNACIONAIS Björn U. Zachrisson Jeffrey P. Okeson Jesús Fernández Sánchez Júlia Harfin Larry White Lorenzo Franchi Ravindra Nanda Roberto Justus Tiziano Baccetti Vincent G. Kokich CONSULTORES CIENTÍFICOS Ademir Roberto Brunetto Arno Locks Ary dos Santos-Pinto Carlo Marassi Cristina Feijó Ortolani Daniela Gamba Garib David Normando Eduardo Dainesi Fábio Bibancos Francisco Ajalmar Maia Henrique Mascarenhas Villela José Fernando C. Henriques José Nelson Mucha Julio de Araújo Gurgel Jurandir Antonio Barbosa Leopoldino Capelozza Filho Luciano da Silva Carvalho Marcio Rodrigues de Almeida Marden Bastos Ricardo Nakama Roberto Hideo Shimizu Sebastião Interlandi Weber José da Silva Ursi
Universidade de Oslo / Noruega Universidade de Kentucky / Estados Unidos Universidade de Madrid / Espanha Universidade de Maimonides / Buenos Aires - Argentina AAO Dallas / EUA Universidade de Florença / Itália University of Connecticut - EUA Universidade Tecnológica do México / Cidade do México - México Universidade de Florença / Itália Universidade de Washington / EUA
UFPR-PR UFSC-SC UNESP-SP CPO SLMANDIC-SP UNIP-SP HRAC-USP-SP UFPA/ABO-PA USC-SP Clínica particular-SP UFRN-RN ABO-BA FOB-USP-SP UFF-RJ FOB-USP-SP ACDC-SP HRAC-USP-SP APCD-SP UNIMEP-SP EAP-ABO-MG Clínica particular-PR UTP-PR USP-SP FOSJC/UNESP-SP
INTERNET Carlos Eduardo de Lima Saugo BANCO DE DADOS Adriana Azevedo Vasconcelos E-COMMERCE Soraia Pelloi DEPARTAMENTO DE CURSOS E EVENTOS Ana Claudia da Silva Rachel Furquim Scattolin DEPARTAMENTO COMERCIAL Roseneide Martins Garcia SUBMISSÃO DE ARTIGOS Simone Lima Lopes Rafael BIBLIOTECA Alessandra Valeria Ferreira NORMALIZAÇÃO Marlene Gonçalves Curty REVISÃO/COPyDESK Ronis Furquim Siqueira DEPARTAMENTO FINANCEIRO Roseli Martins Márcia Cristina Plonkóski Maranha
A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press (ISSN 1676-6849) é uma publicação bimestral (seis edições por ano), com tiragem de 4.000 exemplares, da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. - Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá - Paraná - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas
CIRURGIA ORTOGNÁTICA Eduardo Sant’Ana
FOB-USP-SP
OCLUSÃO Paulo Cesar Rodrigues Conti
FOB-USP-SP
PATOLOGIA Alberto Consolaro
FOB-USP-SP
não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: revclinica@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Revista Clínica de Ortodontia Dental Press. – v. 1, n. 1 (fev./mar. 2002). – Maringá : Dental Press International, 2002-.
INDEXAÇÃO:
Bimestral. ISSN 1676-6849.
Revista Clínica de Ortodontia Dental Press
1. Ortodontia – Periódicos. I. Dental Press International.
é indexada pela BIREME, nas bases
CDD 21.ed.
617.643005
BBO e LILACS - 2003.
editorial
Disciplina e DNA Omar Gabriel
Bauru, localizada no centro do estado de São Paulo, no segundo final de semana de maio deixou de ser lembrada como a Meca da Odontologia brasileira. Nessa ocasião, sediou com o glamour necessário uma das maiores competições de tênis, o esporte de raquetes e bola-oca, num confronto entre Brasil e Uruguai pela Copa Davis. Na delegação brasileira, o “superstar” Thomaz Bellucci, tenista número 1 do Brasil e o 26º do mundo, no auge de sua forma, e o cultuado Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros e o maior tenista brasileiro da história, ostentando o largo sorriso dos vitoriosos, despertaram entusiasmo esportivo em uma cidade já rotulada como a capital do voo à vela e que é a principal campeã em competições de volovelismo no país. Soberanos, os tenistas brasileiros encantaram os bauruenses. Um colosso! Digamos que foi um aperitivo para o clima de euforia que o planeta viverá entre 11 de junho e 11 de julho, na 19ª edição da Copa do Mundo de Futebol, na África do Sul, quando o pendão verde-amarelo poderá sagrar-se hexacampeão. Basta lembrar que a final do mundial de 2006, um espetáculo entre França e Itália, foi assistida por 608 milhões de telespectadores de 214 países. Temos que admitir, o futebol é uma paixão planetária. O delírio pela incerta mas esperada vitória na Copa que se aproxima é grande, mas o que inflama a partida é a magia de ganhar e perder a bola, de acertar ou errar um passe, de tocar com a direção e a força necessárias para provocar o estouro na trave. Uma bela partida é um conjunto que exige disciplina e DNA. Pelé que o diga! Como bem definiu Carlos Drummond de Andrade: “O difícil, o extraordinário, não é fazer mil gols como Pelé. É fazer um gol como Pelé”. Por sorte, DNAs extraordinários sempre estiveram espalhados entre os homens de boa vontade, abraçando arte e ciência. O ortodontista pioneiro no mundo, Dr. Angle, publicou o primeiro tratamento em adultos, numa senhora de 38 anos de idade, como divulgado na edição abril/maio de 2009 dessa revista. Imagine, prezado leitor, induzir o movimento ortodôntico em adultos com a tecnologia disponível em 1901. O avanço
tecnológico e científico responde pelo retumbante retorno dos pacientes adultos, cerca de 30% de uma clínica atual de Ortodontia. Claro que, em 2010, continua sendo difícil tratar pacientes adultos. A dificuldade pode ainda aumentar devido à expectativa dos próprios pacientes, que tende a ser alta. Não precisamos ser dotados de um dom profético para descobrir que o paciente adulto exige cuidados que extrapolam a Ortodontia. O aumento da altura das coroas, as recessões gengivais e a ampliação dos pontos de contato, transformando-se em superfícies de contato, são constâncias na adultícia. O uso promove a atrição dos dentes permanentes e criam-se facetas nas bordas incisais e oclusais, efeito cumulativo com a idade. Isso sem contar com os hábitos parafuncionais de bruxismo e apertamento, que potencializam o efeito de atrição. Além da atrição, abrasão, erosão e abfração. E, para ser chato, a indecifrável DTM. Designações que vão se tornando frequentes com a idade, à medida que se incorporam à má oclusão. E que, obviamente, merecem orientações e/ou tratamentos específicos. Infelizmente, o aspecto juvenil de flor-de-lis desaparece, e isso é só o começo. Falando de adultos, a presente edição conta com profissionais de alta patente. Na seção Pergunte a um Expert, a mineira Sílvia Reis, criteriosa e criativa como sempre, organiza com coerência o tratamento em adultos. Profissionais baianos associam Ortodontia e Dermatologia para dar um sopro de vigor e juventude ao sorriso e, por que não dizer, à face, já que a indústria cosmética acena com produtos que prometem interromper o envelhecimento e resgatar o tônus muscular de homens e mulheres. Na contramão da inércia, caminha a ciência. E por falar em juventude preservada, os cientistas estão felizes com Barack Obama, que permitiu que os EUA retomassem as pesquisas com células-tronco embrionárias. Sou devoto da ciência porque acredito que não há metafísica nas respostas. Não se pode negar que a boa ciência é investigativa. Os artigos científicos realizados com critério metodológico e os relatos clínicos alicerçados em experiência com autocrítica dão o tom da boa ciência. Como iniciei em clima atlético, finalizo esse editorial parafraseando o magnífico jornalista Armando Nogueira, um mestre da crônica esportiva escrita brasileira, quando definiu o passe numa partida de futebol: “Estreita as almas, aproxima, é diálogo, metáfora de solidariedade”. De resto, é passar a informação.
Omar Gabriel Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):5
5
Disponível nas Seguintes Prescrições: Damon Low Torque Damon Standard Damon Super Torque Roth MBT
Consulte o Guía Fácil EasyClip em nosso site para informações mais detalhadas do sistema de Bráquetes e Arcos.
® Agende seu Curso sobre o Sistema EasyClip
®
Acesse o site e assista vídeo demonstrativo
Inovando sorrisos
0800-0159520 - info@aditek.com.br - www.aditek.com.br
pergunte a um expert
Considerações estéticas no diagnóstico e planejamento ortodôntico de pacientes adultos Sílvia Augusta Braga Reis
iNtroDução A possibilidade da Ortodontia beneficiar os pacientes adultos remonta a 1880, quando Kingsley7 observou que há somente alguns limites para a idade em relação ao tratamento ortodôntico. Segundo Graber e Vanarsdall4, alguns autores foram responsáveis pelo paradigma do tratamento ortodôntico ser exclusivo para crianças e adolescentes. Esse preconceito estendeu-se até o final do século XX, quando a demanda de pacientes adultos nos consultórios de Ortodontia aumentou significativamente e tem sido cada vez maior. Vários fatores justificam esse fenômeno, entre eles a utilização de medidas preventivas na Medicina, que aumentaram a expectativa de vida dos brasileiros de 69,3 anos em 1997 para 72,7 anos em 2007, com a previsão de alcançar 81,3 anos em 205015. A população adulta dos países em desenvolvimento e industrializados vive mais e envelhece com melhor qualidade de vida. Outros fatores que justificam a maior demanda de adultos nos consultórios de Ortodontia são as medidas preventivas da Odontologia, que aumentam a longevidade das dentições saudáveis; o aumento da exigência estética da sociedade; o maior acesso à informação pela população sobre as vantagens estéticas e funcionais desse tratamento; além da modernização dos aparelhos ortodônticos, mais estéticos e confortáveis3. A principal motivação dos pacientes adultos que procuram o tratamento ortodôntico é a expectativa da melhora estética do sorriso6,9 e os principais fatores que desmotivam os adultos a utilizarem os aparelhos ortodônticos são a aparência antiestética deles e o tempo prolongado de tratamento6. Esses pacientes desejam, portanto, um tratamento rápido e que elimine suas queixas. Enquanto o tratamento de crianças e adolescentes exige conhecimento do crescimento e desenvolvimento craniofacial, o tratamento de pacientes adultos demanda o domínio das alterações histológicas, faciais e do sorriso decorrentes do envelhecimento.
O envelhecimento vem acompanhado de uma maior prevalência de doença periodontal, a qual, segundo Zachrisson18, acomete 7 a 15% da população adulta dos países em desenvolvimento e industrializados. Segundo estudos realizados por Huang, King e Kapila5, o módulo de elasticidade do ligamento periodontal aumenta com a idade, exigindo a utilização de forças mais leves para evitar a hialinização do ligamento e a reabsorção à distância. Esses autores observaram ainda que mesmo os pacientes adultos saudáveis apresentam redução da capacidade proliferativa de células como fibroblastos, osteoblastos e cementoblastos, reduzindo o potencial reparador e biossintético do ligamento periodontal e alongando a fase de latência do tratamento ortodôntico. Se a busca da excelência na prática ortodôntica deve ser o objetivo de qualquer profissional que deseja sucesso, a preocupação com os detalhes para o aumento da eficiência e a redução do tempo de tratamento e do custo biológico nos adultos torna-se imperativa. Para tanto, atenção especial deve ser dada: no diagnóstico, considerando as características do envelhecimento; na definição dos objetivos de tratamento, nem sempre ideais; e na mecânica utilizada, a qual muitas vezes necessita de recursos pouco convencionais.
CoNSiDErAçÕES EStÉtiCAS No DiAGNÓStiCo E PLANEJAMENto ortoDÔNtiCo O estudo detalhado das observações clínicas e dos exames ortodônticos dos pacientes é fundamental para a definição do diagnóstico e do plano de tratamento. Segundo Kokich e Kokich8, o paciente adulto necessita, geralmente, de tratamento multidisciplinar, onde o planejamento integrado deve ser realizado antes do início de qualquer intervenção, por toda a equipe envolvida no tratamento, potencializando o resultado final. Devem-se estabelecer objetivos de tratamento realistas, em termos econômicos, oclusais, periodontais e protéticos.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):7-22
7
Reis SAB
correção da mordida cruzada. A mordida cruzada do molar foi corrigida em apenas 4 meses de tratamento. Enquanto o sobrefio corrigia a mordida cruzada do dente 36, realizamos a colagem cervical dos incisivos superiores e a colagem passiva dos dentes 16 e 26 para o nivelamento cervical anterior superior. A evolução do nivelamento evidenciou os desgastes presentes (Fig. 32). Após a correção da mordida cruzada do dente 36, retiramos os braquetes dos dentes 34 e 35 e realizamos a colagem passiva dos dentes 46 e 43 e ativa nos incisivos inferiores, para realizar o nivelamento inferior e, com auxílio da mola aberta, mesializar inicialmente o dente 33 e, posteriormente, os dentes 34 e 35, transferindo o espaço presente na região anterior inferior para a mesial do dente 36. A mola deve ser utilizada em arcos com ômegas justos e amarrados, a fim de evitar a vestibularização dos dentes anteriores inferiores. A mola aberta foi ativada entre os dentes 33 e 36. Após a mesialização do dente 33, esse foi conjugado ao segmento anterior e o dente 34 foi colado. A mola foi, então, ativada entre os dentes 34 e 36, e assim por diante, até localizar o espaço na mesial do dente 36. Após a remoção dos aparelhos ortodônticos, o paciente fez as resinas nos incisivos superiores e inferiores, restabelecendo as proporções e formas dentárias adequadas, além da prótese definitiva no dente 36, cuja mordida cruzada e dimensões deficientes foram satisfatoriamente corrigidas (Fig. 33). A guia pelos caninos foi estabelecida do lado esquerdo. Ao final do tratamento, a estética do sorriso foi bastante beneficiada (Fig. 34).
CoNCLuSÕES Oitenta porcento (80%) dos pacientes adultos que buscam o tratamento ortodôntico têm queixas estéticas relacionadas, principalmente, ao sorriso. A satisfação das expectativas dos pacientes depende, portanto, não só da correção da oclusão, mas também do aumento da exposição dos dentes anteriores superiores no repouso e no sorriso, da correção do arco do sorriso e do corredor bucal, e do restabelecimento da forma dos dentes anteriores superiores. A consideração dos aspectos relacionados à estética do sorriso no planejamento ortodôntico define, muitas vezes, o plano de tratamento, com a escolha daquele que traga o máximo de benefício estético e funcional para os pacientes, com o menor custo biológico e no menor tempo possível. Esse pode ser considerado o plano de tratamento mais eficiente para um dado paciente adulto.
Devido à maior prevalência de doenças periodontais, às perdas dentárias e do suporte periodontal frequentemente presentes, à menor vitalidade do ligamento periodontal e à menor capacidade de envolvimento com um tratamento longo, os objetivos de tratamento ideais nem sempre devem ser propostos para o paciente adulto. O tratamento deve eliminar as áreas de oclusão patológica, estabelecer guias satisfatórias, sempre que possível nos caninos, e solucionar as queixas estéticas dos pacientes. Para obter o máximo de resultado estético, a integração com outras especialidades odontológicas é indispensável. O planejamento multidisciplinar deve ser realizado antes do início de qualquer tratamento, e cada profissional deve opinar sobre como sua atuação pode potencializar o resultado final do tratamento. Todos os profissionais envolvidos no tratamento do paciente devem receber o planejamento completo, com as intervenções detalhadas de todas as especialidades nos momentos oportunos. O planejamento deve contemplar, ao máximo, as possibilidades financeiras, funcionais e estéticas do paciente, considerando todas as limitações presentes, a fim de evitar planejamentos e expectativas utópicas dos pacientes e profissionais, que podem resultar em decepções ao final do tratamento. Ao paciente deve ser apresentada a possibilidade de obter o máximo de benefício estético e funcional, com a melhor relação custo-benefício, ou seja: para grandes tratamentos, longos e com alto custo biológico, espera-se grandes mudanças estéticas e funcionais; quando poucos benefícios são esperados, os tratamentos devem ser curtos e com pequeno custo biológico. Para a condução eficiente de tais tratamentos, o ortodontista deve se familiarizar com alternativas mecânicas pouco ortodoxas, relacionadas a nivelamentos parciais, colagens passivas, sobrefios, extrações atípicas, além de recursos da mecânica segmentada e de ancoragem esquelética. Esses recursos permitem que dentes bem posicionados ao início do tratamento não sejam movimentados durante a correção de outros dentes, reduzindo o custo biológico da intervenção e o tempo de tratamento.
Sílvia Augusta Braga Reis Graduada em Odontologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1993). Especialista em Ortodontia pela PROFIS – USP – Bauru (1999). Mestre em Ortodontia pela Universidade Metodista de São Paulo (2001). Doutora em Odontologia – Ortodontia, pela Universidade de São Paulo (2008). Coordenadora do Curso de Tratamento Ortodôntico em Adultos – Ortoadultos/SP. Coordenadora do Curso de Especialização em Ortodontia/Filosofia Capelozza – São Leopoldo Mandic – Belo Horizonte/MG.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):7-22
21
pergunte a um expert
Considerações estéticas no diagnóstico e planejamento ortodôntico de pacientes adultos
REFERêNCIAS 1.
2.
3.
4. 5.
6. 7. 8.
9.
Câmara CALP. Estética em Ortodontia: diagramas de referências estéticas dentárias (DRED) e faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 novdez;11(6):130-56. Capelozza Filho L, Silva Filho OG, Ozawa TO, Cavassan AO. Individualização de bráquetes na técnica Straight-Wire: revisão de conceitos e sugestões de indicação para uso. Rev Dental Press Ortod Ortop Maxilar. 1999 jul-ago;4(4):87-106. Capelozza Filho L, Reis SAB, Cavassan AO, Ozawa TO. Tratamento ortodôntico em adultos: uma abordagem direcionada. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2001 set-out;6(5):63-80. Graber TM, Vanarsdall Jr RL. Ortodontia: princípios e técnicas atuais. 3ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara; 2002. p. 920. Huang JC, King G, Kapila S. Mecanismos biológicos no movimento dentário ortodôntico. In: Nanda R. Estratégias biomecânicas e estéticas na clínica ortodôntica. São Paulo: Ed. Santos; 2007. p. 17-37. Khan RS, Horrocks EM. A study of adult orthodontic patients and their treatment. Br J Orthod. 1991;18(3):183-94. Kingsley NW. A treatise on oral deformities as a branch of mechanical surgery. New York: D. Appleton and Company; 1880. Kokich VG, Kokich VO. Inter-relação da ortodontia com a periodontia e a reabilitação oral. In: Nanda R. Estratégias biomecânicas e estéticas na clínica ortodôntica. São Paulo: Ed. Santos; 2007. p. 348-72. McKiernan EX, McKiernan F, Jones ML, McKierman EXF, McKierman F, Jones ML. Psychological profiles and motives for adults seeking orthodontic treatment. Int J Adult Orthodon Orthognath Surg. 1992;7(3):187-98.
10. Peck S, Peck L, Kataja M. Some vertical lineaments of lip position. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1992 Jun;101(6):519-24. 11. Proffit WR, Fields Jr HW, Sarver D. Contemporary orthodontics. 4th ed. St. Louis: Mosby Year Book; 2007. 751 p. 12. Reis SAB, Abrão J, Capelozza Filho L, Claro CAA. Análise facial subjetiva. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 set-out;11(5):159-72. 13. Sarver DM. Principles of cosmetic dentistry in orthodontics: Part 1. Shape and proportionality of anterior teeth. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004 Dec;126(6):749-53. 14. Tjan AH, Miller GD, The JG. Some esthetic factors in a smile. J Prosthet Dent. 1984 Jan;51(1):24-8. 15. Valle-Corotti KM, Valle CVM, Neves LS, Henriques JFC, Pinzan A. A Ortodontia na atuação odontogeriátrica. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2008 marabr;13(2):84-93. 16. Vig RG, Brundo GC. The kinetics of anterior tooth display. J Prosthet Dent. 1978; 39:502-4. 17. Vigorito JW, Moresca R, Dominguez GC, Tortamano A. Influence of the convexity of the upper central incisor on the torque expression of pre-adjusted brackets. J Clin Orthod. 2006 Jan;40(1):42-6. 18. Zachrisson BU. Clinical implications of recent orthodontic-periodontic research findings. Semin Orthod. 1996 Mar;2(1):4-12. 19. Zachrisson BU. Estética na exposição dos dentes e desenho do sorriso. In: Nanda R. Estratégias biomecânicas e estéticas na clínica ortodôntica. São Paulo: Ed. Santos; 2007. p. 110-30.
ENdEREçO PARA CORRESPONdêNCIA Sílvia Augusta Braga Reis E-mail: silviabreis@hotmail.com
22
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):7-22
dica clínica
Confecção e montagem do set-up ortodôntico Confection and assembly of orthodontic set-up
Betina Grehs PoRto* Dirceu Barnabé Raveli** Cecília Helena Soares PoRto*** Diego Cardoso Pendenza**** Lidia Parsekian MaRtins*****
Abstract
Resumo O diagnóstico e o planejamento constituem etapas fundamentais para o sucesso do tratamento ortodôntico, nas quais o ortodontista deve ter inúmeros elementos que contribuem na tomada das decisões mais acertadas. O set-up, ou montagem de diagnóstico em modelo, é um importante recurso no planejamento da terapia ortodôntica corretiva. Consiste no reposicionamento dos dentes previamente removidos dos modelos de estudo e remontados sobre a base remanescente dos mesmos. Quando corretamente confeccionado, o set-up permite uma
visualização tridimensional prévia dos problemas e limitações do caso, auxiliando na tomada de decisões quanto às exodontias em casos com problemas de espaços, à quantidade de perda de ancoragem, extensão e tipo de movimentação dentária, discrepância de perímetro do arco, discrepância do volume dentário interarcadas, entre outros, indicando a melhor opção para o tratamento. Este trabalho expõe etapas importantes para sua confecção, sistema de avaliação e sua aplicação na elaboração de planos de tratamento ortodôntico.
Diagnosis and planning stages are critical to the success of orthodontic treatment, in which the orthodontist should have many elements that contribute to the most appropriate decision-making. The orthodontic set-up is an important resource in the planning of corrective orthodontics therapy. It consists of the repositioning of the teeth previously removed from the study dental casts and reassembled on its remaining basis. When properly made, the set-up allows a threedimensional preview of problems and limitations of the case, assisting in decision-making regarding tooth
extractions in cases with problems of space, amount of anchorage loss, extent and type of tooth movement, discrepancy of dental arch perimeter, discrepancy of inter-arch tooth volume, among others, indicating the best option for treatment. This paper outlines the most important steps for its confection, an evaluation system and its application in the preparation of orthodontic treatment planning.
Palavras-chave:
Keywords:
Modelos de gesso. Diagnóstico ortodôntico. Set-up.
Plaster casts. Orthodontic diagnosis. Set-up.
* Mestre em Ortodontia pela FOAR-UNESP/SP. ** Professor Adjunto do Departamento de Clínica Infantil FOAR-UNESP/SP. *** Mestre em Ortodontia pela FOAR-UNESP/SP. **** Protético. ***** Professora Doutora do Departamento de Clínica Infantil FOAR-UNESP/SP.
26
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):26-34
dica clínica
Confecção e montagem do set-up ortodôntico
A
Figura 29 Set-up finalizado.
B
C
D
E
de ancoragem, de extrações assimétricas ou para opção entre diferentes propostas de extração. 3. Importante para casos de má oclusão de Classe I com apinhamento severo anteroinferior e útil em tratamentos ortodôntico-cirúrgicos. 4. O resultado final do planejamento em set-up aumenta a previsibilidade do planejamento e possibilita a avaliação sistemática dos efeitos do tratamento proposto.
CoNCLuSão 1. O set-up auxilia no diagnóstico e na tomada de decisões para uma melhor opção de planejamento do tratamento ortodôntico. 2. É utilizado em análises de casos limítrofes, que apresentem assimetrias, alterações de número, volume ou forma dos dentes; em análises do grau de necessidade
REFERêNCIAS 1. 2. 3. 4.
Bolognese AM, Mucha JN, Mangim VCN, Moreira TC, Goraieb SM, Menezes LM. Set-up: uma técnica de confecção. Rev Soc Bras Ortod. 1995; 2(8):245-9. Grubb EJ. Computer assisted orthognathic surgical treatment planning: a case report. Angle Orthod. 1992 Fall;62(3):227-34. Kesling HD. The diagnostic “Set up” with consideration of the third dimension. Am J Orthod. 1956 Oct;42(10):740-7. Moyers RE. Ortodontia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1991. p. 196-8
5. 6. 7.
Proffit WR, Fields HW. Contemporary orthodontics. 3rd ed. St. Louis: C. V. Mosby; 2000. p. 163-5. Ruellas ACO. Montagem de diagnóstico ortodôntico simplificado (Set up). J Bras Ortodon Ortop Facial. 2000 nov-dez; 5(30):57-60. Tavares CAE, Zanini LKA confecção do “Set up” de diagnóstico ortodôntico. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 1999 set-out;4(5):20-3.
ENdEREçO PARA CORRESPONdêNCIA Betina Grehs Porto Rua Cap. Adão de Pereira e Souza Cabral, 766 13.561-000 – São Carlos / SP E-mail: begrehs@terra.com.br
34
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):26-34
acontecimentoS
10 ANoS orto-uFBA A reforma na disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi iniciada em 1990, com a transferência da Profa. Telma Martins de Araujo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, para a UFBA. Essa, ao lado do Prof. Rogério Frederico Alves Ferreira e, posteriormente, com a colaboração do Prof. Fernando Habib, procurou fazer alterações didáticas e pedagógicas no programa que era aplicado até então. Mais tarde, incorporaram-se ao grupo os Profs. Marcos Alan Vieira Bittencourt, Fernanda Catharino Menezes Franco, Márcio Costa Sobral, Marcelo Castellucci, Rivail Almeida Brandão, Myrela Cardoso Costa, Lucianna Gomes e André Machado, o que permitiu criar, no ano de 2000, o Curso de Especialização em Ortodontia da UFBA. E foi com muita alegria que essa equipe recebeu os Profs. Carlos Jorge Vogel, José Nelson Mucha, Roberto Lima, Flavia Artese, Jorge Faber, Roberto Brandão e Ricardo Cruz para participar da celebração dos 10 anos de existência desse Curso e do Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial Professor José Édimo Soares Martins. Paralelo a esse evento, ocorreu, também, a realização do 13º Seminário do Centro de Estudo e Pesquisa em Ortodontia da Bahia e o 3º Encontro dos ex-alunos da Ortodontia-UFBA. Ao final da concorrida solenidade de comemoração, a plateia foi brindada com o show Caymmi em Três Tempos, em memória ao cantor, compositor e violonista baiano
Dorival Caymmi, com apresentações musicais dos artistas Marilda Santanna, Neto Costa e Simone Mota. Nas canções apresentadas, pôde-se desfrutar dos três pilares que inspiraram o compositor: a cidade, os amores e o mar. Para finalizar a noite, todos, juntos, cantaram parabéns para a ORTO-UFBA, desejando-lhe vida longa.
Equipe ORTO-UFBA: Rivail Brandão, Lucianna Gomes, André Machado, Fernanda Franco, Rogério Ferreira, Carlos Jorge Vogel, Telma Martins de Araujo, Marcos Alan Bittencourt, Márcio Sobral, Fernando Habib, Myrela Costa e Marcelo Castellucci.
DEFESA DE tESE DE DoutorADo Defesa de tese de doutorado do Dr. Antonio Geraldo de Oliveira, do Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic. O trabalho intitulado “Análise de fatores preditivos da reabsorção dentária radicular no tratamento ortodôntico” foi orientado pelos Profs. Dr. Alberto Consolaro e Dr. José Luiz Cintra Junqueira.
Profa. Dra. Silvia Vedovello, Prof. Dr. José Luiz Cintra Junqueira, Dr. Antônio Geraldo de Oliveira, Prof. Dr. Alberto Consolaro, Profa. Dra. Vera Cavalcanti Araújo e Prof. Dr. Nei Araújo.
36
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):36-7
Acontecimentos
Vii ENCoNtro iNtErNACioNAL DE EDitorES E AutorES Nos dias 27 e 28 de maio, a cidade do Rio de Janeiro sediou o VII Encontro Internacional de Editores e Autores de Periódicos Científicos da área de Odontologia. Promovido pela Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o evento recebeu palestrantes de diversas instituições, que discutiram normas e procedimentos para a publicação de trabalhos científicos.
Com o foco voltado para o incentivo à discussão sobre os desafios e as estratégias para garantir a sustentabilidade dos periódicos científicos de Odontologia, foram apresentadas as experiências de revistas com diferentes perfis e trajetórias de indexação, bem como a interação entre a avaliação da pós-graduação e a qualificação dos periódicos nacionais.
Cátia Quintão e Maria Fidela de Lima Navarro.
Maria Isabel Souza, Ricardo Fischer, Anne Caroline Oliveira e Mario Sérgio Carneiro.
Sigmar de Rode Melo, Cassiano Rossing, Isabela Pordeus e David Normando.
Luciane Macedo de Menezes e Flavia Artese.
Eliane Raye Cruz e Michele Machado Lenzi.
Vista geral de uma das palestras.
Jorge Faber, Leo T’jaderhane e David Normando.
Sérgio Luiz Mota Jr., Robert Willer Farinazzo Vitral e Marco Abdo Gravina.
Fernanda Coutens de Menezes e Cristiane Soares Mota.
Alexandre Suarez, Eduardo Rodrigues e Irma Cunha Matos.
Letícia Peixoto, Bianca Vimercati e Saul de Paiva.
Teresa Furquim, Telma Martins de Araujo, Flavia Artese e Jorge Faber.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):36-7
37
arquitetura
É tempo de inovar As novidades para sua reforma, produtos sustentáveis, novas tecnologias e designs inovadores Maria Augusta Paes de Mello*
Cada vez mais o mercado exige novas ideias e novos lançamentos para os ambientes internos. Novas cores, texturas e materiais podem transformar seu consultório em um ambiente mais moderno, aconchegante e renovado, dando um novo ânimo para seu trabalho. Nos dias 9 a 12 de março aconteceram em São Paulo a Revestir/Feira Internacional de Revestimento e a Kitchen & Bath, que trouxeram novidades e ótimas ideias para quem está construindo ou reformando e busca qualidade e inovação. Com o assunto preservação do meio ambiente em alta, também aumentou a disponibilidade de revestimentos ecológicos no mercado. Ao longo desta edição, iremos expor ideias para que você possa renovar e ficar por dentro do que há de mais
recente em pisos, revestimentos, louças e metais para sua clínica, transformando os ambientes do seu consultório. Os porcelanatos se apresentaram finos, sofisticados e sustentáveis. A novidade está em sua espessura, aparecem bem mais finos variando de 3,5mm até 6mm, podendo ser assentados sobre pisos e revestimentos já existentes sem a necessidade de retirá-los, e também em áreas onde há necessidade de materiais mais leves, como nas fachadas. As cerâmicas e os porcelanatos também aparecem com aspecto igual ao da madeira e das pedras naturais, usando uma tecnologia de impressão moderna, sendo imperceptível a diferença, podendo ser usados em áreas que precisam de limpeza constante, como a sala clínica e os lavabos.
Figura 2 Porcelanato TecnoStone Reale da Eliane (60 x 60cm), reproduz a riqueza de tons e detalhes do mármore travertino, disponível nas cores crema e noce.
Figura 1 Da coleção extra fino da Portobello, o porcelanato Ecodecor tem espessura de 4,7mm e o visual da madeira, nas dimensões 15x120cm e 20x120cm, disponível em 5 tonalidades.
Figura 3 Piso Villano da Santorino, reproduz as características do cimento queimado, sem brilho, garante elegância ao ambiente e é indicado para áreas internas, disponível em vários tamanhos e em 11 cores.
38
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):38-41
Mello MAP
A
Figura 12 A Deca traz também novos modelos de cubas desenvolvidas exclusivamente para pequenos lavabos e banheiros, redondas, quadradas e retangulares, como a cuba L 195 da Linha Unic.
B
Figura 13 A Bergan lançou novos modelos de cubas de vidro com acabamento e design diferenciado, como as cubas em vidro 19mm colorido (A) ou incolor (B).
Figura 14 A Bergan também apresentou sua linha exclusiva de lavatórios, com design arrojado e diferenciado, como o Primus Still com diâmetros de 58 e 48cm, que se encaixa perfeitamente em pequenos espaços.
* Graduada em Arquitetura com especialização em Arquitetura de Interiores – Projeto de Ambiente e Qualidade de Vida pela Unifil - Londrina. Desenvolve projetos para clínicas e consultórios.
ENdEREçO PARA CORRESPONdêNCIA Maria Augusta Paes de Mello E-mail: gutamel@gmail.com
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):38-41
41
marketing
Sobre Valor e Preço Ricardo nakaMa*
Quando um cliente chega em nosso consultório, ele está predisposto a realizar uma troca: entregar uma quantia de dinheiro e, em contrapartida, receber um procedimento clínico odontológico que resolva um problema, seja um desalinhamento dentário, uma dor de dente, a reposição de dentes perdidos ou um acompanhamento para manter sua saúde bucal em dia. A quantia de dinheiro envolvida nesta troca chama-se PREÇO. Ao negociar dinheiro pelo procedimento odontológico, o cliente estará disposto a pagar um preço maior ou menor dependendo do VALOR que ele atribui àquilo que está recebendo em troca. Neste artigo, discutiremos a relação entre o VALOR e o PREÇO dos procedimentos odontológicos. Vou contar uma experiência que ilustra esta relação. Antes de entrar no curso de Odontologia, resolvi conhecer a terra dos meus ancestrais e fui trabalhar no Japão em uma linha de montagem de câmbios automáticos para carros. Dizem que, para realizar sua jornada nesta vida, todo japonês deve subir o Monte Fuji, montanha símbolo da terra do sol nascente. Então, para cumprir meu carma, pus-me a escalar os 3.776 metros deste vulcão adormecido. Após horas de dura escalada, cheguei ao cume do Monte Fuji e, com o espírito em paz com tamanha beleza, resolvi cuidar do corpo e fui buscar algo para beber. Estavam vendendo refrigerantes no ponto de apoio aos montanhistas. O preço da latinha? Cinco doláres por 200ml de Coca-Cola®. Isto é 900% (!!!!) mais caro do que eu pagaria na máquina de refrigerantes do meu alojamento. Mas, paguei os 5 dólares sem pestanejar, afinal, se refrescar contemplando o Japão do topo do Monte Fuji não tem preço! Paguei com satisfação um preço que considerei justo, ainda que tenha sido 9 vezes mais alto que o de outras lojas.
Moral da história: considerando o momento e o contexto, foi o VALOR que dei àquela compra que tornou muito barato o PREÇO de 5 dólares por 200ml de Coca-Cola. O mesmo ocorre em nossos consultórios quando propomos um plano de tratamento. Ainda mais se considerarmos que a determinação do valor de um serviço de saúde tem um componente ainda mais subjetivo, muito diferente de se fazer uma cotação de produtos como latinha de Coca, fogão ou geladeira, que saem da mesma linha de produção e ainda podem ser devolvidos ou repostos se algo der errado. Portanto, se é o VALOR que os clientes atribuem aos nossos serviços que determina o PREÇO que consideram justo pagar, vale a pena abordar a discussão sobre os preços de procedimentos odontológicos a partir da construção de proposta de valor para o cliente.
...o valor que o cliente atribui ao dentista é a soma do que ele percebe do atendimento odontológico, mais a sua imagem/reputação, e mais o seu relacionamento.
42
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):42-3
CoNStruiNDo VALor PArA o SErViço oDoNtoLÓGiCo
Considerando a formação profissional do cirurgião-dentista, é natural que o foco esteja nos aspectos técnicos do negócio, buscando aperfeiçoamentos para o melhor alinhamento dentário, as melhores guias de oclusão, a melhor estética facial... Afinal, o aprimoramento dos resultados de tratamento é a essência da Odontologia, e isto está absolutamente correto. No entanto, não podemos nos furtar ao fato de que os dentistas que trabalham nos próprios consultórios estão inseridos em um contexto de negócio e, além do aspecto técnico, precisam ter a visão ampliada para outros dois pilares que sustentam o valor do consultório. Assim, o valor que o cliente atribui ao dentista é a soma do que ele percebe do atendimento odontológico mais a sua imagem/reputação e mais o seu relacionamento (Fig. 1)1.
ortodontia forenSe
Velhos costumes e a odontologia do século xxi Beatriz Helena Sottile fRança*
Velhos e arraigados costumes no exercício clínico da Odontologia estão trazendo prejuízos consideráveis aos profissionais que hoje atuam no mercado. Por muito tempo, esses mesmos costumes auxiliaram os profissionais, de modo concreto, a conduzir de forma tranquila os relacionamentos com seus pacientes. Mas alguns deles já estão ultrapassados. Isto porque o perfil do paciente mudou. Hoje, ele é considerado consumidor dos serviços odontológicos e, como tal, não pode receber informações que gerem dúvidas, mal entendidos ou interpretações outras. As informações devem ser claras e objetivas. A esse respeito, as orientações aos cirurgiões-dentistas têm sido sempre de atualizá-los sobre fatos que vêm ocorrendo no dia a dia do exercício da profissão, para que, preparados, tenham condições de se preservar, evitando aborrecimentos que podem ser facilmente evitados. Nesse sentido, a orientação ao cirurgião-dentista ortodontista tem sido sempre a de valorizar a sua especialidade. E é com esse objetivo que se orienta não mencionar ao paciente, ao lhe apresentar o plano de tratamento e o seu custo, as expressões: “cobrança do aparelho” e “valor da manutenção”, pois essas frases denotam, claramente, que ele estará pagando o aparelho, e o que ele entende como aparelho é o que lhe colocam em seus dentes: bandas, braquetes e fios ortodônticos. E, diga-se, ele não pode entender de modo diferente, não por ser leigo, mas porque a informação foi mais do que clara: cobra-se o “aparelho”, e nada mais do que o “aparelho”. Do mesmo modo, quando se lhe informa que o que se cobra, mensalmente, é a “manutenção do aparelho”, a sua ausência no consultório para a consulta de manutenção, de que não precisa, é perfeitamente justificável.
O raciocínio do paciente, nessas circunstâncias, é correto: no mês em que ele percebe que o seu aparelho não sofreu nenhuma avaria que justifique a sua ida ao consultório para receber o serviço de manutenção, conclui que não tem nada a desembolsar, já que não houve a prestação do serviço. É muito antiga a reclamação dos colegas sobre a falta de pagamento da tal “manutenção”. Mas, atualmente, os colegas ortodontistas estão reclamando de mais outra situação (e, diga-se de passagem, criada pelos próprios profissionais) que é a seguinte: o paciente comparece no consultório para a consulta clínica inicial com hora marcada e é submetido ao exame de suas arcadas dentárias; recebe informações de suas condições dentárias ortodônticas e, após, lhe é solicitada a documentação ortodôntica (como de costume, a maioria dos profissionais não cobra por esse serviço). Nessa mesma ocasião, fica marcada a próxima consulta, que será o momento de apresentar ao paciente o seu Plano de Tratamento, com seus devidos custos, já que, até lá, o profissional já recebeu a documentação solicitada e terá tempo hábil para diagnosticar e planejar (trabalho intelectual) o tratamento indicado ao seu paciente. Na data marcada, o profissional informa ao paciente o seu Plano de Tratamento, com os detalhes necessários e obrigatórios e, também, o “custo do aparelho” e o valor da tal “manutenção do aparelho”. Nessa ocasião, marcase o próximo encontro, no qual se dará o início do tratamento planejado. E, aí, o paciente não comparece e nem presta nenhuma satisfação ao profissional. Some do consultório! Logo em seguida, vem alguém em seu lugar, buscar toda a documentação que lhe pertence.
... O cuidado com as palavras que serão utilizadas nas informações dadas aos pacientes é condição obrigatória ao profissional...
44
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):44-5
Melhor custo-benefício, consultas mais curtas, tratamentos rápidos e qualidade estética: conforto e satisfação para o ortodontista e paciente.
Clipes Interativos Clipe passivo
G&M representante oficial no Brasil Clipe ativo
GERMAN PRECISION IN ORTHODONTICS
Vendas e Showroom: Av. Angélica, 1996 - cj. 1101 Higienópolis - São Paulo/SP - Brasil - Telefax: (11) 3661-8100 E-mail: vendas@gm-orthodontics.com.br www. gm-orthodontics.com.br
Clipe totalmente ativo
caSo clínico
integração ortodontia e Dermatologia na busca da excelência na estética labial Integrating Orthodontics and Dermatology for the optimal lip aesthetics
Andre Wilson Machado* Tarsila Carvalho dos santos** Telma Martins de aRaUjo*** Luiz Gonzaga Gandini júnioR****
Abstract
Resumo A busca pela excelência na estética facial tem sido uma realidade na sociedade contemporânea. Dentre os aspectos procurados pelos pacientes, destaca-se o aumento do volume e contorno dos lábios, cada vez mais realizado e pesquisado por dermatologistas e cirurgiões-plásticos. Embora a Ortodontia, através de mudanças no posicionamento dentário e maxilomandibular, alcance bons resultados estéticos, os tratamentos demandam tempo
e, muitas vezes, apresentam limitações anatômicas e biológicas. Uma alternativa viável que pode otimizar os resultados ortodônticos são as técnicas dermatológicas de aumento do contorno e volume dos lábios. Este artigo discute as principais abordagens dermatológicas existentes na literatura, além de ilustrar, por meio de um caso clínico, a importância da abordagem multidisciplinar na conquista da excelência na estética labial.
In recent years, the number of adult patients who seek esthetic treatments has increased. Among the patients main concern, lip augmentation has increased, and this procedure has been very well performed and studied by dermatologists and plastic surgeons. Although Orthodontics can achieve good esthetic results through teeth and jaw proper positioning it is a time consuming approach and it discloses some anatomical and biological limitations. Dermatology
may be an excellent alternative to enhance orthodontic results through lip augmentation. The aim of this paper is to discuss some dermatology techniques currently available to augment the lips as well as describe a case report highlighting the need for interdisciplinary approach to enhance facial esthetics goals.
Palavras-chave:
Keywords:
Estética. Lábio. Ortodontia. Dermatologia. Cirurgia cosmética.
Esthetics. Lip. Orthodontics. Dermatology. Esthetic surgery.
* Mestre em Ortodontia pela PUC Minas. Doutorando em Ortodontia pela UNESP/Araraquara. Professor do curso de especialização em Ortodontia da UFBA. ** Médica formada pela Faculdade de Medicina da UFBA. *** Doutora e Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Professora Titular de Ortodontia da FO-UFBA. Coordenadora da Especialização de Ortodontia da FO-UFBA. Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia. **** Professor Livre Docente/Adjunto da Disciplina de Ortodontia do Departamento de Clínica Infantil da UNESP/ Araraquara. Pós-doutorado e Professor Assistente Adjunto Clínico do Departamento de Ortodontia da Baylor College of Dentistry (Dallas/EUA).
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):47-56
47
caSo clínico
Integração Ortodontia e Dermatologia na busca da excelência na estética labial
do resultado, como demonstrado no caso clínico1,15. Em contrapartida, as mudanças labiais decorrentes dos tratamentos ortodônticos propiciam alterações permanentes. Vale lembrar ainda que, antes da realização de qualquer tipo de preenchimento dermatológico, é necessária a investigação de sensibilidade cutânea aos produtos utilizados, podendo-se lançar mão, nos casos duvidosos, de testes alérgicos15,16. Ademais, ressalta-se que, enquanto existem efeitos colaterais nesses procedimentos dermatológicos — como processos inflamatórios, reações de corpo estranho e formação de nódulos6,10,14 —, na Ortodontia, embora com etiologia multifatorial, existe a possibilidade de alterações periodontais e reabsorções radiculares. Sendo assim, percebe-se que não existe o melhor procedimento ou a técnica perfeita para efetivar o aumento dos lábios. A alternativa ideal é a atuação coordenada e
conjunta de especialistas médicos e odontólogos no diagnóstico e no planejamento de cada caso, buscando otimizar o resultado estético e diminuir a indicação de procedimentos inadequados, o que pôde ser demonstrado no relato do caso clínico apresentado.
CoNSiDErAçÕES FiNAiS Dentre os procedimentos procurados pelos pacientes para o aprimoramento da estética facial, o aumento do contorno dos lábios tem se destacado. Para a obtenção do sucesso clínico nesses casos, ressalta-se que, embora a Ortodontia atue rotineiramente nessa área, a atuação em conjunto com o dermatologista pode otimizar sobremaneira os resultados estéticos alcançados.
REFERêNCIAS 1. Ali MJ, Ende K, Maas CS. Perioral rejuvenation and lip augmentation. Facial Plast Surg Clin North Am. 2007 Nov;15(4):491-500. 2. Anderson RD, Lo MW. Lip augmentation. Aesthet Surg J. 1999;19(3):239-41. 3. Auger TA, Turley PK. The female soft tissue profile as presented in fashion magazines during the 1900s: a photographic analysis. Int J Adult Orthodon Orthognath Surg. 1999;14(1):7-18. 4. Barnett JG, Barnett CR. Silicone augmentation of the lip. Facial Plast Surg Clin North Am. 2007 Nov;15(4):501-12. 5. Bills DA, Handelman CS, BeGole EA. Bimaxillary dentoalveolar protrusion: traits and orthodontic correction. Angle Orthod. 2005 May;75(3):333-9. 6. Braun M, Braun S. Nodule formation following lip augmentation using porcine collagen-derived filler. J Drugs Dermatol. 2008 Jun;7(6):579-81. 7. Coleman WP, Cunningham BL, Donofrio LM, Gold MH. A multicenter, evaluatormasked study to assess the effectiveness of a diepoxyoctane cross-linked nonanimal derived hyaluronic acid dermal gel/lidocaine for lip augmentation. J Am Acad Dermatol. 2009;60(3):AB186. 8. De Boulle K, Swinberghe S, Engman M, Shoshani D. Lip augmentation and contour correction with a ribose cross-linked collagen dermal filler. J Drugs Dermatol. 2009 Mar;8(3 Suppl):1-8. 9. Donofrio LM, Cunningham BL, Gold MH, Coleman MP. Comparative effectiveness of two nonanimal derived hyaluronic acid dermal gels (NADGs): Diepoxyoctane crosslinked NADG/lidocaine versus 1,4-butandiol diglycidylether cross-linked NADG for nasolabial fold augmentation. J Am Acad Dermatol. 2009;60(3):AB187. 10. Edwards PC, Fantasia JE, Iovino R. Foreign body reaction to hyaluronic acid (Restylane): an adverse outcome of lip augmentation. J Oral Maxillofac Surg. 2006 Aug;64(8):1296-9.
11. Jamiliana A, Dariush G, Toliat M, Safaeian S. Changes in facial profile during orthodontic treatment with extraction of four first premolars. Orthodontic Waves. 2008;67(4):157-61. 12. Kusnoto J, Kusnoto H. The effect of anterior tooth retraction on lip position of orthodontically treated adult Indonesians. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2001 Sep;120(3):304-7. 13. Nguyen DD, Turley PK. Changes in Caucasian male facial profile as depicted in fashion magazines during the twentieth century. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998 Aug;114(2):208-17. 14. Sankar V, McGuff HS. Foreign body reaction to calcium-hydroxylapatite after lip augmentation. J Am Dent Assoc. 2007 Aug;138(8):1093-6. 15. Sarnoff DS, Saini R, Gotkin RH. Comparison of filling agents for lip augmentation. Aesthet Surg J. 2008 Sep-Oct;28(5):556-63. 16. Segall L, Ellis DA. Therapeutic options for lip augmentation. Facial Plast Surg Clin North Am. 2007 Nov;15(4):485-90. 17. Scott CR, Goonewardene MS, Murray K. Influence of lips on the perception of malocclusion. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006 Aug;130(2):152-62. 18. Talass MF, Talass L, Baker RC. Soft tissue profile changes resulting from retraction of maxillary incisors. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1987 May;91(5):385-94. 19. Werschler WP, Beddingfield FC, Brandt FS, Gables C. Lip augmentation with 24 mg/ml hyaluronic acid gel: an open-label, multicenter study. J Am Acad Dermatol. 2009;60(3):AB188. 20. Yehezkel S, Turley PK. Changes in the African American female profile as depicted in fashion magazines during the 20th century. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004;125(4):407-17.
ENdEREçO PARA CORRESPONdêNCIA Andre Wilson Machado Rua Eduardo José dos Santos, 147 – Sl. 810/811 41.940-455 – Salvador / BA E-mail: andre@andrewmachado.com.br
56
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):47-56
Mais de 15 000 produtos Confira alguns em destaque:
057024000
Turbina Century 105 saca broca - Kavo R$ 860,00 em 1+5 de R$ 143,33 057025000
Turbina Century 105C press button - Kavo R$ 1060,00 em 1+5 de R$ 176,70 Características: Potência: 13W Rolamento: Esfera em cerâmica Rotação máxima: 370.000 rpm
Cartela Roth Max - Morelli R$ 115,88 cada 340058000
Fotopolimerizador Poly Wireless - Kavo R$ 1100,00 em 1+5 de R$ 183,35
Potência: 1100mW/cm²; Ponteira de fibra ótica autoclavável - Giro 360º; Opera com o tempo de 10, 20, 40 e 60 segundos.
Faça suas compras pelo Televendas: 0800
602 1717*
*Cascavel (45) 4063-9217 | Londrina (43) 4052-9617 Ponta Grossa (42) 4063-9417 | Outras localidades: 0800 602 1717
Prescrição: Roth Slot 018 e 022" Código Morelli: 10.15.912 10.15.913 10.15.914 10.15.915 Contém 100 bráquetes
ou compre online: www.suryadental.com.br REG. ANVISA/AFE Nº GPYWM77XW56M - REG. ANVISA Nº 1.07.026-4 Promoção válida até 10/07/2010 ou enquanto durar o estoque.
DEIXE A SUA MARCA NA MAIOR FEIRA DE MEDICINA DENTÁRIA DE PORTUGAL
A Expo-Dentária é a maior feira de medicina dentária realizada em Portugal, registando na sua anterior edição uma participação superior a 5.800 visitantes. O seu êxito crescente confirma que é o lugar certo para gerar as melhores oportunidades de negócio e de visibilidade internacional para a sua empresa. Deixe a sua marca na Expo-Dentária 2010. Para mais informações visite: www.omd.pt
caSo clínico
Etiologia das más oclusões: perspectiva clínica (parte ii) – fatores ambientais Etiology of malocclusions: Clinical perspective (Part II) – environmental factors
Daniela G. GARIB* Omar Gabriel da SILVA FILHO** Guilherme JANSON***
Abstract
Resumo Os fatores etiológicos ambientais, via de regra, são mais facilmente identificados pelo ortodontista, e até pelos leigos, por terem uma relação causa-efeito clara e indiscutível com as más oclusões. Simplificando, enquadram-se aqui todos os fatores
etiológicos que não são genéticos. Eles foram agrupados na seguinte ordem: Traumatismo; Perda precoce de dentes decíduos; Perda de dentes permanentes; Hábitos bucais deletérios de sucção; Pressionamento lingual atípico; e Respiração bucal.
The environmental etiological factors can be easily identified by orthodontists and even for lay people once show a clear cause-effect relationship with malocclusions. Simplifying, the environmental factors may include all non-genetic etiological factors
and they are presented in the following topics: Traumatism; Early loss of deciduous teeth; Loss of permanent teeth; Deleterious oral habits; Tongue thrust; and oral breathing.
Palavras-chave:
Keywords:
Etiologia. Má oclusão. Hábito. Ambiente.
Etiology. Malocclusion. Habits. Environment.
* Professora Doutora de Ortodontia, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais e Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. ** Ortodontista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo. Coordenador do Curso de Ortodontia Preventiva e Interceptiva da Sociedade de Promoção Social do Fissurado Labiopalatal (PROFIS). *** Professor Titular e Chefe do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):61-73
61
caSo clínico
Etiologia das más oclusões: perspectiva clínica (parte II) – fatores ambientais
respiração predominantemente nasal (60 a 100% do fluxo respiratório nasal). Por outro lado, pacientes face longa e respiradores bucais, ao resgatar um padrão respiratório nasal, mantêm essencialmente a mesma morfologia facial e o padrão de crescimento primordial9,10. A etiologia da face longa tem na genética o seu fator principal. Pode-se concluir que não existe uma relação causa-efeito consistente entre respiração bucal e face longa. É mais convincente acreditar que a anatomia da face longa predispõe o indivíduo à respiração bucal. E por que a literatura sempre atrelou a face longa com a respiração bucal? Três motivos concorreram para o estabelecimento dessa associação: 1) Os estudos em humanos e animais mostraram que, de fato, a respiração bucal contribui para acentuar um vetor vertical de crescimento da face9,19. 2) A observação de uma prevalência mais elevada da respiração bucal dentre os pacientes dolicofaciais, comparada à dos demais tipos faciais, meso e braquifacial. Essa última assertiva se justifica pela constatação de que pacientes dolicofaciais, incluindo os pacientes face longa, apresentam dimensões faciais mais reduzidas no sentido transversal e em profundidade (anteroposterior). A morfologia da nasofaringe e bucofaringe acompanha esse padrão e mostra-se menos ampla no sentido sagital5. Quanto mais estreita a faringe, mais facilmente ela impõe resistência à passagem de ar diante de alterações anatômicas como a hipertrofia das tonsilas faríngeas e palatinas, ou de hiperplasias crônicas da mucosa devido às alergias. Porém, não é impossível um paciente mesofacial apresentar um padrão respiratório bucal e isso não determina a alteração de seu tipo facial ao longo do crescimento. 3) O diagnóstico da respiração bucal baseado exclusivamente na morfologia dentofacial. Sem dúvida, isso leva a uma interpretação equivocada da “respiração bucal”.
O tratamento ortodôntico das más oclusões ocasionadas por hábitos bucais deletérios vislumbra uma atuação multidisciplinar, com participação do ortodontista, do otorrinolaringologista ou alergista, da fonoaudióloga e, às vezes, do psicólogo. Nessa equipe, o papel do ortodontista consiste em corrigir as alterações morfológicas e encaminhar o paciente para as demais especialidades, quando necessário. O otorrinolaringologista e o alergista cuidam das obstruções das vias aéreas. O fonoaudiólogo reeduca a postura e a função lingual e ensina o paciente a respirar corretamente. O psicólogo atua auxiliando as crianças que apresentam dependência do hábito e dificuldade de desvencilhar-se dele. Torna-se oportuno salientar que a mordida aberta anterior e a mordida cruzada posterior não apresentam etiologia exclusivamente ambiental. A mordida aberta anterior pode estar relacionada a um padrão de crescimento facial vertical, a chamada mordida aberta anterior esquelética. Nesses casos, muitas vezes é difícil fazer o diagnóstico diferencial da participação da língua: a língua está causando a mordida aberta anterior ou a língua está se adaptando ao problema esquelético? Independentemente da resposta, o prognóstico de tratamento nesses casos é muito sombrio. Podemos, inclusive, considerar que a língua é um dos fatores determinantes do prognóstico de tratamento. Da mesma maneira, a mordida cruzada posterior pode ser observada em pacientes com erro esquelético geneticamente determinado. No Padrão esquelético Classe III, mesmo na ausência de atresia da arcada dentária superior, pode-se observar uma inversão da relação transversa interarcadas, simplesmente devido à posição sagital relativa da arcada dentária inferior em relação à arcada superior. Na má oclusão de Classe III, a arcada dentária inferior oclui anteriormente em uma região transversalmente menor da arcada superior, podendo definir uma mordida cruzada posterior.
REFERêNCIAS 1. Almeida RR de, Almeida Pedrin RR, Almeida MR de, Garib DG, Almeida PCMR de, Pinzan A. Etiologia das más oclusões - causas hereditárias e congênitas, adquiridas gerais, locais e proximais: hábitos bucais. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2000 nov-dez;5(6):107-29. 2. Azevedo CM. Tempo de amamentação e hábitos de sucção não-nutritivos em três grupos de crianças brasileiras. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2008. 3. Cozza P, Baccetti T, Franchi L, Mucedero M, Polimeni A. Transverse features of subjects with sucking habits and facial hyperdivergency in the mixed dentition. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007 Aug;132(2):226-9. 4. Fields HW, Warren DW, Black K, Phillips CL. Relationship between vertical dentofacial morphology and respiration in adolescents. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1991 Feb;99(2):147-54.
72
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):61-73
5. Freitas MR, Alcazar NM de, Janson G, Freitas KM de, Henriques JF. Upper and lower pharyngeal airways in subjects with Class I and Class II malocclusions and different growth patterns. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006 Dec;130(6):742-5. 6. Graber T. Ortodoncia: teoria y práctica. Mexico: Nueva Editorial Interamericana; 1977. 7. Ito C, Sato VCB, Scavone-Jr H, Garib DG, Ferreira RI. Associação entre hábitos de sucção não nutritivos e as relações oclusais ântero-posteriores em crianças nipo-brasileiras. Ciênc Odontol Bras. 2008 jan-mar;11(1):19-26. 8. Kobayashi HM, Scavone H Jr, Ferreira RI, Garib DG. Relationship between breastfeeding duration and prevalence of posterior crossbite in the deciduous dentition. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 Jan;137(1):54-8.
Garib DG, Silva Filho OG, Janson G
9. Linder-Aronson S. Adenoids. Their effect on mode of breathing and nasal airflow and their relationship to characteristics of the facial skeleton and the dentition. A biometric, rhino-manometric and cephalometro-radiographic study on children with and without adenoids. Acta Otolaryngol Suppl. 1970;265:1-132. 10. Linder-Aronson S, Woodside DG, Lundström A. Mandibular growth direction following adenoidectomy. Am J Orthod. 1986 Apr;89(4):273-84. 11. Luz CL, Garib DG, Arouca R. Association between breastfeeding duration and mandibular retrusion: a cross-sectional study of children in the mixed dentition. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006 Oct;130(4):531-4. 12. McNamara JA. Influences of respiratory pattern on craniofacial growth. Angle Orthod. 1981;51:269-300. 13. Proffit WFJ, Fields HW, Sarver DM. A etiologia dos problemas ortodônticos. In: Proffit WFJ, Fields HW, Sarver DM, editors. Ortodontia contemporânea. Rio de Janeiro: Elsevier; 2007. p. 121-49. 14. Scavone H Jr. Amamentação: conceitos fundamentais e sua importância para a prevenção de maloclusões. In: Lubiana NG, Garib DG, Silva Filho OG, editores. Pro-Odonto Ortodontia. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2009. p. 123-79.
15. Silva Filho OG, Gomes Gloncalves RJ, Maia FA. Sucking habits: clinical management in dentistry. J Clin Pediatr Dent. 1991 Spring;15(3):137-56. 16. Silva Filho OG, Cavassan AO, Rego MVNN, Silva PRB. Hábitos de sucção e má oclusão: epidemiologia na dentadura decídua. Rev Clín Ortod Dental Press. 2003 out-nov;2(5):57-74. 17. Silva VV. Associação entre o tempo de amamentação e a relação ântero-posterior entre os arcos dentários decíduos. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2007. 18. Van der Linden FPGM, Boersma H. Etiology. In: Van der Linden FPGM, Boersma H, editors. Diagnosis and treatment planning in dentofacial orthopedics. London: Quintessence; 1987. cap. 1, p. 17-38. 19. Woodside DG, Linder-Aronson S, Lundstrom A, McWilliam J. Mandibular and maxillary growth after changed mode of breathing. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1991 Jul;100(1):1-18.
ENdEREçO PARA CORRESPONdêNCIA daniela G. Garib Al. Octávio Pinheiro Brisola 9-75 17.012-901 Bauru / SP E-mail: dgarib@uol.com.br
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):61-73
73
Experimente você também o sucesso clínico de
Venha fazer parte deste time! Acesse:
www.invisalign.com.br/curso
caSo clínico
A utilização do Diagrama individual Anatômico objetivo (DiAo) no contorneamento de arcos ortodônticos The use of a individualized diagram in contouring of orthodontic arches
Tulio Silva laRa* Lilian Maria Brisque PiGnatta* Francisco Antônio BeRtoz** Eduardo César Almada santos***
Resumo A morfologia das arcadas dentárias sobre as bases ósseas é conseguida utilizando-se fios ortodônticos, os quais detêm o potencial de correção das irregularidades dentárias. O presente artigo discute conceitos acerca da morfologia das arcadas dentárias, bem como demonstra a utilização do Diagrama Individual Anatômico Objetivo (DIAO). A premissa básica para o contorneamento
Abstract dos arcos de nivelamento reside na individualização da forma da arcada dentária, que deve considerar as bases ósseas e o relacionamento entre elas, bem como os objetivos terapêuticos. O contorneamento dos arcos de nivelamento baseado no diagrama individualizado torna prática a rotina ortodôntica por favorecer a constância de forma e garantir a simetria da arcada dentária.
The dental arch shape is achieved with orthodontic archwires which have the potential for correction of dental irregularities. This article discusses concepts about the morphology of the dental arch and presents the use of the Objective Anatomic Individual Diagram (DIAO). The basic premise for the orthodontic archwire contouring is individualization of the dental arch shape that should consider the bone base and its relationship with
the therapeutic goals. The contouring of archwires based on individualized diagrams facilitates the orthodontic practice as it encourages the constancy of shape and ensures the symmetry of the dental arch.
Palavras-chave:
Keywords:
Arcada dentária. Oclusão dentária. Ortodontia.
Dental arch. Dental occlusion. Orthodontics.
* Alunos do curso de Doutorado do Programa de Pós-graduação em Odontologia - Área de Concentração: Ortodontia - da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. ** Professor Titular da Disciplina de Ortodontia do Departamento de Odontologia Infantil e Social da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP. Professor do Programa de Pós-graduação em Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP. *** Professor Adjunto da Disciplina de Ortodontia do Departamento de Odontologia Infantil e Social da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP. Professor do Programa de Pós-graduação em Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP.
76
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):76-85
Lara TS, Pignatta LMB, Bertroz FA, Santos ECA
CoNCLuSão Independentemente da escolha do profissional pelo uso de um ou de outro diagrama, o importante é que se tenha em mente o conceito da individualização. A forma da arcada não deve ser aleatória e, sim, obedecer a parâmetros objetivos no tocante à forma do osso basal, relacionamento entre as bases apicais e metas terapêuticas. O normal é a variação
e não existe uma morfologia “ideal”, que seja adequada a todos os pacientes. Definida a forma da arcada dentária para o paciente no momento do diagnóstico, o diagrama de contorneamento é selecionado e seguido durante toda a mecânica ortodôntica, como demonstrado, no presente artigo, para o DIAO. Sua utilização torna prática a rotina clínica, perpetuando a morfologia adequada e garantindo simetria e coordenação interarcadas durante todo o tratamento.
REFERêNCIAS 1. Andrews LF. Straight Wire: o conceito e o aparelho. San Diego: LA Wells; 1989. 2. Andrews LF. The six keys to normal occlusion. Am J Orthod. 1972 Sep;62(3):296-309. 3. Azevedo LR, Peruzzo CD. Estudo comparativo do grau de angulação dos caninos permanentes em pacientes com má oclusão de Classe III: análise ortopantomográfica e computadorizada de modelos. [Monografia]: Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Pará, Belém; 2003. 4. BeGole EA, Fox DL, Sadowsky C. Analysis of change in arch form with premolar expansion. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998 Mar;113(3):307-15. 5. Boley JC, Mark JA, Sachdeva RC, Buschang PH. Long-term stability of Class I premolar extraction treatment. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Sep;124(3):277-87. 6. Bonwill WGA. The scientific articulation of the human teeth as founded on geometrical, mathematical and mechanical laws. Dent Items Interest. 1885; 21(9): 617-43. 7. Braun S, Hnat WP, Fender DE, Legan HL. The form of the human dental arch. Angle Orthod. 1998 Feb;68(1):29-36. 8. Burris BG, Harris EF. Maxillary arch size and shape in American blacks and whites. Angle Orthod. 2000 Aug;70(4):297-302. 9. Capelozza Filho L, Capelozza JAZ. DIAO: Diagrama individual anatômico objetivo. Uma proposta para escolha da forma dos arcos na técnica de Straight-Wire, baseada na individualidade anatômica e nos objetivos de tratamento. Rev Clín Ortod Dental Press. 2004 dez-jan; 3(5):84-92. 10. Capelozza Filho L, Silva Filho OG, Ozawa TO, Cavassan AO. Individualização de braquetes na técnica Straight wire: revisão de conceitos e sugestão de indicações para uso. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 1999 jul-ago; 4(4):87-106. 11. Capelozza Filho L. Diagnóstico em Ortodontia. Maringá: Dental Press; 2004. 12. De la Cruz A, Sampson P, Little RM, Artun J, Shapiro PA. Long-term changes in arch form after orthodontic treatment and retention. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1995 May;107(5):518-30. 13. Felton JM, Sinclair PM, Jones DL, Alexander RG. A computerized analysis of the shape and stability of mandibular arch form. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1987 Dec;92(6):478-83. 14. Hawley CA. Determination of the normal arch and its application to Orthodontia. Dental Cosmos. 1905;47(5):541-52. 15. Heiser W, Niederwanger A, Bancher B, Bittermann G, Neunteufel N, Kulmer S. Three-dimensional dental arch and palatal form changes after extraction and nonextraction treatment. Part 1. Arch length and area. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004 Jul;126(1):71-81. 16. Housley JA, Nanda RS, Currier GF, McCune DE. Stability of transverse expansion in the mandibular arch. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Sep;124(3):288-93. 17. Hrdlicka A. The normal dental arch. Dental Cosmos; 1916;58(9):1029-32. 18. Interlandi S. Diagrama para contorneamento do arco de canto individual. Rev Assoc Paul Cir Dent. 1964 jan-fev;18(1):3-6. 19. Interlandi S. New method for establishing arch form. J Clin Orthod. 1978 Dec;12(12):843-5.
20. Interlandi S. Ortodontia: bases para a iniciação. 4ª ed. São Paulo: Artes Médicas; 1999. 21. Lang G, Alfter G, Göz G, Lang GH. Retention and stability: taking various treatment parameters into account. J Orofac Orthop. 2002 Jan;63(1):26-41. 22. Maltagliati LA, Montes LAP, Bastia FMM, Bommarito S. Avaliação da prevalência das seis chaves de oclusão de Andrews, em jovens brasileiros com oclusão normal natural. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 jan-fev;11(1):99-106. 23. Maltagliati LA, Montes LAP. Análise dos fatores que motivam os pacientes adultos a buscarem o tratamento ortodôntico. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2007 novdez;12(6):54-60. 24. Noroozi H, Nik TH, Saeeda R. The dental arch form revisited. Angle Orthod. 2001 Oct;71(5):386-9. 25. Proffit WR, Fields HW. Aparelhos fixos contemporâneos. In: Proffit WR, Fields HW, editors. Ortodontia contemporânea. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. cap. 12; p. 362-91. 26. Raberin M, Laumon B, Martin JL, Brunner F. Dimensions and form of dental arches in subjects with normal occlusions. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1993 Jul;104(1):67-72. 27. Scott JH. The shape of the dental arches. J Dent Res. 1957;36(6):996-1003. 28. Silva Filho OG, Ferrari FM Jr, Ozawa TO. Dimensões dos arcos dentários na má oclusão Classe II, divisão 1, com deficiência mandibular. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2009 mar-abr;14(2):120-30. 29. Taner TU, Ciger S, El H, Germeç D, Es A. Evaluation of dental arch width and form changes after orthodontic treatment and retention with a new computerized method. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004 Oct;126(4):464-75. 30. Triviño T, Siqueira DF, Scanavini MA. A forma do arco dentário inferior na visão da literatura. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2007 nov-dez;12(6):61-72.
ENdEREçO PARA CORRESPONdêNCIA Tulio Silva Lara Rua Rio Branco, 20-81 17.014-037 – Bauru / SP E-mail: tuliolara@hotmail.com
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):76-85
85
O melhor da Ortodontia internacional ao alcance dos melhores especialistas do Brasil. De 14 a 16 de outubro, no Anhembi em São Paulo, a maior e mais completa edição já realizada do Congresso Brasileiro de Ortodontia – Orto 2010-SPO – espera por você. Junte-se aos melhores especialistas do Brasil e garanta mais de 200 horas de atualização profissional de excelente nível. Programação científica, adesões on-line e inscrição de trabalhos em: www.ortociencia.com.br Mais de 2.000 pré-inscritos até 30 de abril e 70 empresas expositoras.
Promoção
Realização
Apoio Institucional
Patrocinadores
Informações – Secretaria Executiva: (11) 2168-3400 • secretaria@ortociencia.com.br
• www.ortociencia.com.br
caSo clínico
Avaliação 3D de reabsorção radicular por caninos superiores ectópicos: relato de caso em gêmeos monozigóticos 3D evaluation of root resorption related to ectopic maxillary canines: case report in monozygotic twins
Felipe de Assis Ribeiro caRvalho* Rhita Cristina Cunha alMeida** Alexandre Trindade Motta*** Ronald Seaman Penido**** Marco Antonio de Oliveira alMeida***** Catia Cardoso Abdo QUintão******
Abstract
Resumo A erupção ectópica e a impacção de caninos superiores são achados relativamente comuns em Ortodontia e Odontopediatria. O diagnóstico e planejamento do tratamento normalmente envolve exames radiográficos complementares no intuito de avaliar o posicionamento dos caninos e o possível grau de reabsorção nos elementos adjacentes. Modelos virtuais tridimensionais gerados
a partir de tomografia computadorizada podem ser úteis, já que geram informações precisas e intuitivas em relação à morfologia dentária e sua localização espacial. O objetivo deste relato de caso foi descrever como a utilização dessa tecnologia auxiliou no diagnóstico de reabsorção radicular decorrente da erupção ectópica de caninos superiores em gêmeos monozigóticos.
Ectopic eruption and impaction of maxillary canines are quite common findings in orthodontics and pediatric dentistry. The diagnosis and treatment planning usually involves an extensive radiographic examination in order to evaluate the position of the canine and the root resorption status of the adjacent elements. Threedimensional virtual dental casts generated by computed tomography can be useful in such situation since it
provides accurate and intuitive information regarding tooth morphology and spatial localization. The purpose of this case report was to describe how the use of this system helped in the diagnosis and treatment planning of ectopic maxillary canine eruption in monozygotic twins.
Palavras-chave:
Keywords:
Reabsorção da raiz. Dente impactado. Gêmeos monozigóticos. Imagem
Root resorption. Impacted tooth. Monozygotic twins. Three-dimensional
tridimensional. Tomografia computadorizada espiral.
imaging. Spiral computed tomography.
* Doutorando, Mestre e Especialista em Ortodontia (Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ). Especialista em Radiologia Oral (ABORJ). ** Doutoranda, Mestre e Especialista em Ortodontia (UERJ). *** Professor Adjunto de Ortodontia (Universidade Federal Fluminense - UFF/Niterói). Doutor, Mestre e Especialista em Ortodontia (UERJ). **** Mestre em Odontopediatria, Clínica privada em Odontopediatria, Rio de Janeiro. ***** Professor Titular de Ortodontia (UERJ). Pós-doutor em Ortodontia (University of North Carolina). ****** Professora Adjunta de Ortodontia (UERJ). Doutora e Mestre em Ortodontia (UFRJ).
88
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):88-94
caSo clínico
Avaliação 3D de reabsorção radicular por caninos superiores ectópicos: relato de caso em gêmeos monozigóticos
REFERêNCIAS 1. Otto RL. Early and unusual incisor resorption due to impacted maxillary canines. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003;124:446-9. 2. Ericson S, Kurol J. Incisor resorption caused by maxillary cuspids. A radiographic study. Angle Orthod. 1987;57:332-46. 3. Ericson S, Kurol PJ. Resorption of incisors after ectopic eruption of maxillary canines: a CT study. Angle Orthod. 2000;70:415-23. 4. Ericson S, Kurol J. Incisor root resorptions due to ectopic maxillary canines imaged by computerized tomography: a comparative study in extracted teeth. Angle Orthod. 2000;70:276-83. 5. Bjerklin K, Ericson S. How a computerized tomography examination changed the treatment plans of 80 children with retained and ectopically positioned maxillary canines. Angle Orthod. 2006;76:43-51. 6. Walker L, Enciso R, Mah J. Three-dimensional localization of maxillary canines with cone-beam computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2005;128:418-23. 7. Yushkevich PA, Piven J, Hazlett HC, Smith RG, Ho S, Gee JC, et al. User-guided 3D active contour segmentation of anatomical structures: Significantly improved efficiency and reliability. Neuroimage. 2006;31:1116-28.
8. Neville BW, Damm DD, Allen CM, Bouquot JE. Oral & Maxillofacial Pathology. 1st ed. Philadelphia: WB. Saunders; 1995. p. 481-8. 9. Cherrik HM. Radiology in the diagnosis of oral pathology in children. Pediatr Dent. 1981;3:423-32. 10. Goultschin J, Nitzan D, Azaz B. Root resorption: review and discussion. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1982;54:586-90. 11. Arens DE. An alternative treatment for severely resorbed maxillary lateral incisor: a sequela of ectopic eruption. J Endod.1995;21:95-100. 12. Ericson S, Kurol J. Resorption of maxillary lateral incisors caused by ectopic eruption of the canines. A clinical and radiographic analysis of predisposing factors. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1988;94:503-13. 13. Sorensen HB, Artmann L, Larsen HJ, Kjaer I. Radiographic assessment of dental anomalies in patients with ectopic maxillary canines. Int J Paediatr Dent. 2008 Mar;19(2):108-14. 14. Vlaskalic V, Boyd RL, Baumrind S. Etiology and sequelae of root resorption. Semin Orthod. 1998 Jun;4(2):124-31.
ENdEREçO PARA CORRESPONdêNCIA Alexandre Trindade Motta Av. das Américas, 3500 – Bloco 7/sala 220 22.640-102 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro/RJ E-mail: alemotta@rjnet.com.br
94
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):88-94
u
iq F o ã N
e
t s e d a e For
O T VEN
E
4 de
3e1 Dias 1
O T S O AG 10 de 20
l a n o i s fis o r P a i na c s n a ê i r i r e e “Exp pondo barr diátrica” trans dontope O a c i n í l C
caSo clínico
utilização dos arcos seccionados para o tratamento da má oclusão de Classe ii, divisão 2 The use of sectioned archs for treatment of Class II, division 2 malocclusion
Marília Ferreira aRanha* Artênio José Isper GaRBin** Francisco Antônio Delgado GRieco*** Eduardo GUedes-Pinto**** Marcos Rogério de Mendonça*****
Abstract
Resumo A má oclusão de Classe II divisão 2 é caracterizada pela verticalização dos incisivos superiores. Nesse tipo de má oclusão, é comum a presença de sobremordida profunda e curva de Spee inferior acentuada.
O presente artigo ilustra que o tratamento dessa má oclusão pode ser facilitado com o emprego dos arcos seccionados, como por exemplo, o arco utilidade, segundo a técnica Bioprogressiva de Ricketts.
The Class II division 2 malocclusion is characterized by the retroinclination or palatally inclination of the maxillary incisors. In this kind of malocclusion it is common the presence of a deep bite and an
accentuated Spee curve. The present article illustrates that the treatment of this kind of malocclusion can be facilitated using sectioned arches, like the utility arch according to Ricketts´ Bioprogressive technique.
Palavras-chave:
Keywords:
Classe II divisão 2. Arco utilidade. Bioprogressiva.
Class II division 2. Utility arch. Bioprogressive.
* Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela ABO Araçatuba, campus avançado Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL - São Paulo). Professora do curso de Atualização em Ortodontia e Ortopedia Facial da ABO Araçatuba. ** Mestre e Doutor em Ortodontia e Ortopedia Facial pela UNICAMP - Piracicaba. Livre docente pelo departamento de Odontologia Infantil e Social da UNESP - Araçatuba. Professor adjunto do departamento de Odontologia Infantil e Social da UNESP - Araçatuba. Professor convidado dos cursos de Atualização e Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da ABO Araçatuba e UNICSUL. *** Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE - Presidente Prudente). Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Universidade Cidade de São Paulo (UNICID - São Paulo). Professor dos cursos de Atualização e Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da ABO Araçatuba e UNICSUL. **** Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial pela UNICAMP - Piracicaba. Doutor em Odontopediatria pela USP - São Paulo. Professor dos cursos de graduação de Ortodontia e Ortopedia Facial da UNICSUL. Professor dos cursos de Atualização e Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da ABO Araçatuba e UNICSUL. ***** Mestre e Doutor em Ortodontia pela UNICAMP - Piracicaba. Professor assistente doutor da disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP.
96
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):96-102
caSo clínico
Utilização dos arcos seccionados para o tratamento da má oclusão de Classe II, divisão 2
Verificou-se o incisivo inferior com uma inclinação de 6º para vestibular e 1mm de intrusão, enquanto o molar inferior mesializou 1mm e não houve nenhuma extrusão (Fig. 15). O incisivo superior intruiu 3mm e inclinou 10º para vestibular, ficando paralelo ao Eixo Facial, o que é uma evidência cefalométrica na técnica Bioprogressiva para a estabilidade e ótima função4. O molar superior extruiu 4mm e mesializou 5mm (Fig. 16). Nota-se também que o lábio inferior avançou 1mm e o Plano Oclusal abaixou 10º em direção ao ponto Xi (Fig. 17).
CoNCLuSão No presente caso, foi possível corrigir a sobremordida profunda com a utilização dos arcos utilidade preconizados por Ricketts e observou-se que, após a correção do trespasse vertical, a mandíbula se deslocou no sentido horizontal, melhorando a estética facial do paciente.
REFERêNCIAS 1. Angle EH. Classification of malocclusion. The Dental Cosmos. 1899;41:248-64. 2. Bench RW, Gugino CF, Hilgers JJ. Terapia bioprogressiva. 3ª ed. São Paulo: Ed. Santos; 1996. 3. Benvenga MN. Ortodontia clínica biointegrada. Ribeirão Preto: Tota; 2008. 4. Garbin AJI, Grieco FAD, Guedes-Pinto E. Bioprogressiva e reabilitação neuro-oclusal: a evolução da Ortodontia. 1ª ed. Araçatuba: Ed. Somos; 2009. 5. Langlade M. Diagnóstico ortodôntico. São Paulo: Ed. Santos; 1993. 6. Lapatik BG, Mager AS, Schulte-Moenting J, Jonas IE. The importance of the level of the lip line and resting lip pressure in Class II, division 2 malocclusions. J Dent Res. 2002;81(5):323-8. 7. McIntyre GT, Millett DT. Lip shape and position in Class II, division 2 malocclusion. Angle Orthod. 2006 Sep;76(5):739-44. 8. Pancherz H, Zieber K, Hoyer B. Cephalometric characteristics of Class II division 1 and Class II division 2 malocclusions: a comparative study in children. Angle Orthod. 1997;67(2):111-20. 9. Panhóca VH. Apresentação de uma abordagem corretiva não-convencional da má oclusão de Classe II, divisão 2, em adulto. Rev Clín Ortod Dental Press. 2008 dez-jan 2009;6(6):46-54. 10. Peck S, Peck L, Kataja M. Class II division 2 malocclusion: a heritable pattern of small teeth in well-developed jaws. Angle Orthod. 1998 Feb;68(1):9-20. 11. Proffitt WR, Fields HW. Ortodontia contemporânea. 3ª ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan; 2000. 12. Ricketts RM, Bench RW, Hilgers JJ. Mandibular utility arch. The basic arch in the light progressive technique. Proc Found Orthod Res. 1972:120-5. 13. Ruf S, Pancherz H. Class II division 2 malocclusion: genetics or environment? A case report of monozygotic twins. Angle Orthod. 1999 Aug;69(4):321-4. 14. Silva E, Gasque CA, Barros AMM. Ertty System: um novo conceito na distalização de molares. Rev Clín Ortod Dental Press. 2003 jun-jul;2(3):45-60.
ENdEREçO PARA CORRESPONdêNCIA Marília Ferreira Aranha Rua José Estrada Carmona, 51 16.201-057 - Birigui / SP E-mail: mariliaaranha@gmail.com
102
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):96-102
abStractS
Literatura ortodôntica mundial Resumos, em Português, de artigos publicados em importantes revistas de Ortodontia de todo o mundo. Informação qualificada e oportuna para a melhoria de sua prática clínica.
ProPriEDADES DESMiNErALiZADorAS Ao rEDor DE BrAQuEtES DE PrÉ-MoLArES rECÉM-irroMPiDoS E MADuroS: EStuDo iN ViVo
DiStALiZAção DE MoLArES SuPEriorES SEM CooPErAção uSANDo o APArELHo “FirSt CLASS”: EStuDo rANDoMiZADo
Demineralization properties of newly erupted and mature premolars around orthodontic brackets: An in-vivo study
Noncompliance maxillary molar distalization with the First Class Appliance: A randomized controlled trial
Tancan Uysal, Mihri Amasyali, Suat Ozcan e Deniz Sagdic Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 May;137(5):582.e1-582.e6
Moschos A. Papadopoulos, Aristides B. Melkos e Athanasios E. Athanasiou Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 May;137(5):586.e1-586.e13
Introdução: o objetivo do presente estudo foi avaliar in vivo a desmineralização do esmalte de dentes recém-irrompidos na presença de braquetes ortodônticos e comparar com o esmalte dentário maduro na mesma situação. Métodos: treze pacientes selecionados para exodontia dos 4 primeiros pré-molares por razões ortodônticas foram divididos em 2 grupos. O grupo 1 incluiu 7 pacientes jovens portadores de dentes recém-irrompidos (4 pacientes do gênero masculino, 3 do gênero feminino; idade média de 11,21 ± 1,12 anos; variação de 11 a 13 anos de idade). O grupo 2 compreendeu 6 pacientes adultos com dentes maduros (5 pacientes do gênero masculino, 1 do gênero feminino; idade média de 36,64 ± 4,01 anos; variação de 25 a 41 anos de idade). Foram colados braquetes nos dentes em questão e, 30 dias depois, os mesmos foram extraídos. Foram realizados cortes longitudinais e a desmineralização foi avaliada através de microdureza transversal. Determinaram-se pontos a partir dos limites marginais com interface em resina de cada braquete até 100µm de distância, nos sentidos oclusal e cervical. As avaliações sob os braquetes e nas superfícies linguais serviram de controle. Em todas essas posições, realizaram-se 6 cavidades de 10 a 90-100µm de profundidade a partir da superfície do esmalte. Para avaliação estatística, foram empregados os testes de análise de variância (ANOVA) e de Tukey com p<0,05. Resultados: a ANOVA apontou diferenças estatisticamente significativas para tipo dentário, posição, profundidade e suas interações (p<0,05), exceto entre tipo dentário e posição. O teste de múltipla comparação demonstrou menor desmineralização no esmalte adjacente aos braquetes colados em dentes maduros, quando comparados aos dentes recém-irrompidos (p<0,05). Conclusões: no período que compreendeu os 30 dias de estudo, o esmalte dentário nos pacientes adultos submetidos a tratamento ortodôntico mostrou ser mais resistente à desmineralização do que o dos pacientes jovens nas mesmas condições.
Introdução: o objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos do tratamento com o aparelho “First Class” (AFC) (Leone, Florença, Itália) utilizado para a distalização de primeiros molares superiores permanentes em pacientes portadores de má oclusão de Classe II na dentadura mista. Métodos: de acordo com os resultados de uma análise para previsão de tamanho amostral, foram inicialmente incluídos no estudo 32 pacientes consecutivos portadores de relação molar bilateral de Classe II. Uma vez aplicado o critério de inclusão e exclusão, restaram 26 pacientes para a avaliação definitiva distribuídos aleatoriamente entre 2 grupos: grupo submetido ao tratamento (n = 15) e o grupo controle não-tratado (n = 11). Para o grupo em tratamento, foram feitas telerradiografias laterais e obtidos modelos de gesso antes e imediatamente após a distalização; e, para o grupo controle, iniciais e após 22 semanas. A análise estatística das variáveis incluiu a análise de variância a 2 fatores (“two-way”), com p<0,05, e o erro do método. Resultados: o período médio de tratamento necessário para alcançar a relação molar de Classe I foi de 17,2 semanas. A análise dos dados demonstrou distalização significativa dos primeiros molares superiores, obtida com o emprego do AFC (média: 4mm), quando comparada à do grupo não-tratado (média: 0,95mm). A movimentação do molar alcançou 1mm por mês, considerando a inclinação distal (8,56°) e a perda de ancoragem dos dentes anteriores traduzida no aumento do trespasse horizontal (0,68mm) e movimento mesial (1,86mm), além de inclinação (1,85°) dos primeiros pré-molares ou primeiros molares decíduos. Os primeiros molares também vestibularizaram (1,37mm) sem rotação distal significativa. Conclusões: o AFC é uma opção eficaz para a distalização de molares sem rotações distais, nos casos de pacientes não-colaboradores, durante a dentadura mista, induzindo também inclinação distal dos molares e perda de ancoragem dos dentes anteriores. Tradução: Elisa Marinho.
Tradução: Elisa Marinho.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):103-4
103
controvérSiaS
O folículo pericoronário e suas implicações clínicas nos tracionamentos dos caninos
resultar em sucesso absoluto no tracionamento, sem qualquer danos aos incisivos laterais e pré-molares superiores, mas os riscos são maiores. A matemática exata nem sempre pode ser sistematicamente aplicada em decisões biológicas. O critério e a medida recomendados representam ponto de partida para a tomada de decisão pertinente a cada caso. Em casos em que possa ser aplicada integralmente, a segurança em preservar as raízes dos dentes vizinhos será maior. Nas avaliações dos danos promovidos pela reabsorções radiculares nos incisivos laterais superiores em função da proximidade dos caninos não irrompidos, deve-se sempre ressaltar algumas evidências publicadas5,6. Em radiografias periapicais de 3.000 pacientes entre 10 e 15 anos de idade5, 12,5% dos laterais próximos a caninos não irrompidos, após o seu tempo normal de erupção, apresentavam reabsorções radiculares associadas. Os mesmos casos avaliados em cortes e reconstruções tomográficas revelam que o comprometimento é de 25%. Para avaliarmos com grande precisão os danos promovidos nas raízes dos laterais superiores em casos de tracionamentos de caninos, o melhor método a ser utilizado é representado pela tomografia.
CoMo SE ForMA uM FoLíCuLo PEriCoroNário E AS SuAS FuNçÕES O órgão do esmalte, em suas fases iniciais, se parece com um sino ou campânula, com um revestimento conhecido como epitélio interno e externo. Entre um e outro epitélio tem-se duas outras camadas mais espessas de células também epiteliais e conhecidas como retículo estrelado e estrato intermediário. O órgão do esmalte, à medida que forma esse tecido mineralizado na parte interna dessa campânula, vai se estreitando ou afinando cada vez mais e as quatro camadas epiteliais vão se achatando para formar um único epitélio, que fica firmemente aderido à superfície do esmalte e recebe o nome de epitélio reduzido do órgão do esmalte (Fig. 1). Esse epitélio reduzido do órgão do esmalte, e em decorrência o folículo pericoronário, tem como principais funções: a) “Esconder” ou proteger o esmalte da reabsorção por parte das células clásticas. b) Evitar que o osso se forme diretamente sobre a superfície do esmalte. c) Participar da erupção dentária ao liberar mediadores próprios dos epitélios, como o EGF. O epitélio reduzido do órgão do esmalte e as ilhotas e cordões epiteliais odontogênicos participam ativamente da reabsorção óssea pericoronária, essencial para que ocorra a erupção dentária com trajetória para a superfície mucosa alveolar, graças à liberação do EGF (Fig. 2). d) Constituir o epitélio juncional primário por fusionar-se
110
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):105-10
com a mucosa bucal e permitir que o dente irrompa no meio bucal sem que ocorra a exposição do meio interno do corpo, representado pelo tecido conjuntivo gengival, ao meio bucal altamente contaminado.
CoNSiDErAção FiNAL O folículo pericoronário representa a estrutura essencial para que ocorra a erupção dentária. No planejamento de tratamentos de caninos não irrompidos, deve-se considerar a espessura do folículo pericoronário quando se providenciar um alargamento do espaço na arcada dentária visando sua erupção normal ou seu tracionamento ortodôntico. A compressão lateral do folículo pericoronário, durante a erupção com ou sem tracionamento dos caninos, contra as raízes dos incisivos laterais e/ou dos pré-molares pode promover reabsorções nesses dentes, pois haverá compressão dos vasos periodontais e morte dos cementoblastos. A medida a ser somada à distância mesiodistal do canino, que se deve providenciar para acomodar sem compressão o folículo pericoronário na trajetória eruptiva com ou sem tracionamento ortodôntico, pode ter como referência a metade dessa distância (1,5 vezes a distância mesiodistal do canino), muito embora essa nem sempre seja passível de ser aplicada em todos os casos clínicos. Deve-se considerar que os folículos pericoronários dos caninos superiores tendem a ser lateralmente mais bojudos e largos quando comparados aos dos demais dentes, em função da anatomia específica desse dente.
REFERêNCIAS 1. 2.
3.
4.
5. 6.
Cahill DR, Marks SC Jr. Tooth eruption: evidence for the central role of the dental follicle. J Oral Pathol. 1980 Jul;9(4):189-200. Consolaro A. Caracterização microscópica de folículos pericoronários de dentes não irrompidos e parcialmente irrompidos. Sua relação com a idade. [dissertação]. Bauru: Universidade de São Paulo; 1987. Consolaro A, Consolaro MFM-O, Santamaria M Jr. A anquilose não é induzida pelo movimento ortodôntico. Os restos epiteliais de Malassez na fisiologia periodontal. Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 abr-maio;9(2):101-10. Damante JH. Estudo dos folículos pericoronários de dentes não irrompidos e parcialmente irrompidos. Inter-relação clínica, radiográfica e microscópica. [dissertação]. Bauru: Universidade de São Paulo; 1987. Ericson S, Kurol J. Radiographic examination of ectopically erupting maxillary canines. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1987 Jun;91(6):483-92. Otto RL. Early and unusual incisor resorption due to impacted maxillary canines. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Oct;124(4):446-9.
ENdEREçO PARA CORRESPONdêNCIA Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br
inStruçõeS aoS autoreS
— A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS, dirigida à classe odontológica, destina-se à publicação de relatos de casos clínicos e de técnicas, artigos de interesse da classe ortodôntica, comunicações breves e atualidades. — Os artigos serão submetidos ao parecer do Corpo Editorial da Revista, que decidirá sobre a conveniência ou não da publicação, avaliando como favorável, indicando correções e/ou sugerindo modificações. A REVISTA, ao receber os artigos, não assume o compromisso de publicá-los. oriENtAçÕES PArA SuBMiSSão DE MANuSCritoS — Submeta os artigos através do site www.dentalpress.com.br/pubartigos. Organize sua apresentação como descrito a seguir: 1. Página de título — deve conter título em português e inglês, resumo e abstract, palavras-chave e keywords. — coloque todas as informações relativas aos autores em uma página separada, incluindo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e cargos administrativos. Ainda, deve-se identificar o autor correspondente e incluir seu endereço, números de telefone e e-mail. Essa informação não estará disponível para os revisores. 2. resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavras-chave, ou descritores, também em português e em inglês, as quais devem ser adequadas conforme o MeSH/DeCS. 3. texto — os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abstract e referências. — envie figuras e tabelas em arquivos separados (ver abaixo). — também insira as legendas das figuras no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo. 4. Figuras — as imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMyK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 dpis de resolução. — as imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — confira se todas as figuras foram citadas no texto. 5. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser enviados os arquivos contendo as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável). — os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial. 6. tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar, o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma.
— se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo) e não como elemento gráfico (imagem não editável). 7. referências — todos os artigos citados no texto devem ser referenciados. — todas as referências listadas devem ser citadas no texto. — com o objetivo de facilitar a leitura, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html). — não devem ultrapassar o limite de 30. — utilize os exemplos a seguir: • Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. • Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. • Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. • Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2ª ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (Ny): March of Dimes Education Services; 2001. • Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção. [dissertação]. Bauru: Universidade de São Paulo; 1990. • Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf. — outros tipos de correspondência poderão ser enviados para: Revista Clínica de Ortodontia Dental Press Av. Euclides da Cunha 1718, Zona 5 - CEP: 87.015-180, Maringá/PR Tel. (44) 3031-9818 - E-mail: artigos@dentalpress.com.br
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):111-2
111
regiStro de enSaioS clínicoS Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da Saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da Saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.
Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index. html), com interface que permite a busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr. org.au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS.
112
Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):111-2
A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho da amostra pretendido, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal, somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal.
Posicionamento da revista Clínica de ortodontia Dental Press A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame. org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup. htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/ OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.