Edição V15N2 - Março e Abril de 2010

Page 1

v. 15, no. 2

Dental Press J. Orthod.

March/April 2010

Maringรก

v. 15

no. 2

p. 1-160

ISSN 2176-9451 Mar./Apr. 2010


EDITOR CHEFE Jorge Faber

Brasília - DF

EDITORA ASSOCIADA Telma Martins de Araujo

UFBA - BA

EDITORA ADJUNTA (artigos online) Daniela Gamba Garib

HRAC/FOB-USP - SP

EDITOR ADJUNTO (Odontologia baseada em evidências) David Normando UFPA - PA EDITORA ADJUNTA (revisão língua inglesa) Flávia Artese

UERJ - RJ

PUBLISHER Laurindo Z. Furquim

UEM - PR

CONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO Adilson Luiz Ramos UEM - PR Danilo Furquim Siqueira UNICID - SP Maria F. Martins-Ortiz Consolaro ACOPEM - SP Consultores INTERNACIONAIS Adriana C. da Silveira Univ. de Illinois / Chicago - EUA Björn U. Zachrisson Univ. de Oslo / Oslo - Noruega Clarice Nishio Université de Montreal Jesús Fernández Sánchez Univ. de Madrid / Madri - Espanha José Antônio Bósio Marquette Univ. / Milwaukee - EUA Júlia Harfin Univ. de Maimonides / Buenos Aires - Argentina Larry White AAO / Dallas - EUA Marcos Augusto Lenza Univ. de Nebraska - EUA Maristela Sayuri Inoue Arai Tokyo Medical and Dental University Roberto Justus Univ. Tecn. do México / Cid. do Méx. - México

Consultores NACIONAIS Ortodontia Adriano de Castro UCB - DF Ana Carla R. Nahás Scocate UNICID - SP Ana Maria Bolognese UFRJ - RJ Antônio C. O. Ruellas UFRJ - RJ Ary dos Santos-Pinto FOAR/UNESP - SP Bruno D'Aurea Furquim CLÍN. PARTIC. - PR Carla D'Agostini Derech UFSC - SC Carla Karina S. Carvalho ABO - DF Carlos A. Estevanel Tavares ABO - RS Carlos H. Guimarães Jr. ABO - DF Carlos Martins Coelho UFMA - MA Eduardo C. Almada Santos FOA/UNESP - SP Eduardo Silveira Ferreira UFRGS - RS Enio Tonani Mazzieiro PUC - MG Flávia R. G. Artese UERJ - RJ Guilherme Janson FOB/USP - SP Haroldo R. Albuquerque Jr. UNIFOR - CE Hugo Cesar P. M. Caracas UNB - DF José F. C. Henriques FOB/USP - SP José Nelson Mucha UFF - RJ José Renato Prietsch UFRGS - RS pucpr - pr José Vinicius B. Maciel FOB/USP - SP Júlio de Araújo Gurgel Karina Maria S. de Freitas Uningá - PR Leniana Santos Neves UFVJM - MG Leopoldino C. Filho HRAC/USP - SP Luciane M. de Menezes PUC-RS - RS Luiz G. Gandini Jr. FOAR/UNESP - SP Luiz Sérgio Carreiro UEL - PR Marcelo Bichat P. de Arruda UFMS - MS Márcio R. de Almeida UNIMEP - SP Marco Antônio Almeida UERJ - RJ Marcos Alan V. Bittencourt UFBA - BA Maria C. Thomé Pacheco UFES - ES Marília Teixeira Costa UFG - GO Marinho Del Santo Jr. BioLogique - SP Mônica T. de Souza Araújo UFRJ - RJ Orlando M. Tanaka PUC-PR - PR Oswaldo V. Vilella UFF - RJ Patrícia Medeiros Berto CLÍN. PARTIC. - DF Pedro Paulo Gondim UFPE - PE Renata C. F. R. de Castro FOB/USP - SP Ricardo Machado Cruz UNIP - DF Ricardo Moresca UFPR - PR Robert W. Farinazzo Vitral UFJF - MG

Roberto Rocha Rodrigo Hermont Cançado Sávio R. Lemos Prado Weber José da Silva Ursi Wellington Pacheco Ortopedia Dentofacial Dayse Urias Kurt Faltin Jr. Cirurgia Ortognática Eduardo Sant’Ana Laudimar Alves de Oliveira Liogi Iwaki Filho Waldemar Daudt Polido Dentística Maria Fidela L. Navarro Disfunção da ATM Carlos dos Reis P. Araújo José Luiz Villaça Avoglio Paulo César Conti Fonoaudiologia Esther M. G. Bianchini Implantologia Carlos E. Francischone Biologia e Patologia Bucal Alberto Consolaro Edvaldo Antonio R. Rosa Victor Elias Arana-Chavez Periodontia Maurício G. Araújo Prótese Marco Antonio Bottino Radiologia Rejane Faria Ribeiro-Rotta

UFSC - SC Uningá - PR UFPA - PA FOSJC/UNESP - SP PUC - MG CLÍN. PARTIC. - PR UNIP - SP FOB/USP - SP UNIP - DF UEM - PR ABO/RS - RS FOB/USP - SP FOB/USP - SP CTA - SP FOB/USP - SP CEFAC/FCMSC - SP FOB/USP - SP FOB/USP - SP PUC - PR USP - SP UEM - PR UNESP - SP UFG - GO

COLABORADORES CIENTÍFICOS Adriana C. P. Sant’Ana FOB/USP - SP Ana Carla J. Pereira UNICOR - MG Luiz Roberto Capella CRO - SP Mário Taba Jr. FORP - USP

O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é continuação da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial (ISSN 1415-5419) O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é uma publicação bimestral da Dental Press International. Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá / PR - Fone/Fax: (0xx44) 3031-9818 - www.dentalpress.com.br - artigos@dentalpress.com.br. Diretora: Teresa R. D'Aurea Furquim - Analista da informação: Carlos Alexandre Venancio - PRODUTOR EDITORIAL: Júnior Bianchi - Diagramação: Fernando Truculo Evangelista - Gildásio Oliveira Reis Júnior - Tatiane Comochena - Revisão/COPYDESK: Ronis Furquim Siqueira - TRATAMENTO DE IMAGENS: Andrés Sebastián - Biblioteca: Alessandra Valéria Ferreira - NORMALIZAÇÃO: Marlene G. Curty - Banco de Dados: Adriana Azevedo Vasconcelos - E-commerce: Soraia Pelloi - coordenação de artigos: Simone Lima Lopes Rafael - Cursos e Eventos: Ana Claudia da Silva - Rachel Furquim Scattolin - INTERNET: Carlos E. de Lima Saugo - Financeiro: Márcia Cristina Plonkóski Nogueira Maranha - Roseli Martins - Comercial: Roseneide Martins Garcia - Secretaria: Michaele Rezende - Impressão: Gráfica Regente - Maringá/PR.

Dental Press Journal of Orthodontics

Indexação: IBICT - CCN

ISSN 2176-9451

Bases de dados: LILACS - 1998 BBO - 1998 National Library of Medicine - 1999 SciELO - 2005


Sumário

5

Editorial

18

Calendário de Eventos / Events Calendar

19

Acontecimentos / News

20

O que há de novo na Odontologia / What’s new in Dentistry

24

Insight Ortodôntico / Orthodontic Insight

33

Entrevista com David L. Turpin / Interview

Artigos Online / Online Articles

39

Superposição automatizada de modelos tomográficos tridimensionais em cirurgia ortognática

Superimposition of 3D cone-beam CT models in orthognathic surgery Alexandre Trindade Simões da Motta, Felipe de Assis Ribeiro Carvalho, Ana Emília Figueiredo Oliveira, Lúcia Helena Soares Cevidanes, Marco Antonio de Oliveira Almeida

ISSN 2176-9451

Volume 15, Number 2, March / April 2010 Dental Press Journal of Orthodontics Volume 15, Number 2, March / April 2010

Dental Press International

64

1

-1 78 76 1

114

12

35 119 22

2

27 74 98

6

42

Tratamento ortodôntico do sorriso gengival utilizando-se mini-implantes (Parte I): tratamento do crescimento vertical do complexo dentoalveolar anterossuperior

Orthodontic treatment of gummy smile by using mini-implants (Part I): Treatment of vertical growth of upper anterior dentoalveolar complex Tae-Woo Kim, Benedito Viana Freitas

Artigos Inéditos / Original Articles

44

Estudo comparativo das análises cefalométricas manual e computadorizada

A comparative study of manual vs. computerized cephalometric analysis Priscila de Araújo Guedes, July Érika Nascimento de Souza, Fabrício Mesquita Tuji, Ênio Maurício Nery

52

Alteração no volume do fluido gengival durante a retração de caninos superiores

Change in the gingival fluid volume during maxillary canine retraction Jonas Capelli Junior, Rivail Fidel Junior, Carlos Marcelo Figueredo, Ricardo Palmier Teles

58

A relação entre o crescimento mandibular e a maturação esquelética em jovens brasileiras melanodermas

Relationship between mandibular growth and skeletal maturation in young melanodermic Brazilian women Irene Moreira Serafim, Gisele Naback Lemes Vilani, Vânia Célia Vieira de Siqueira

4


Frequência de oclusopatias

oclusão normal oclusopatia leve

71

Amamentação, hábitos bucais deletérios e oclusopatias em crianças de cinco anos de idade em São Pedro, SP

Breastfeeding, deleterious oral habits and malocclusion in 5-year-old children in São Pedro, SP, Brazil Isaura Maria Ferraz Rochelle, Elaine Pereira da Silva Tagliaferro, Antonio Carlos Pereira, Marcelo de Castro Meneghim, Krunislave Antonio Nóbilo, Gláucia Maria Bovi Ambrosano

oclusopatia moderada/ severa

82

A força de atrito em braquetes plásticos e de aço inoxidável com a utilização de quatro diferentes tipos de amarração

Frictional forces in stainless steel and plastic brackets using four types of wire ligation Vanessa Nínia Correia Lima, Maria Elisa Rodrigues Coimbra, Carla D’Agostini Derech, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas

87

169 113

102

91 46 49

bruxistas

19

outros

não-bruxistas

n

%

65

94,20

Não

4

5,80

Sim

16

23,19

Não

53

76,81

Paciente assina quando ocorre quebra de acessórios ortodônticos

Co

n

-P

The relationship between bruxism, occlusal factors and oral habits Lívia Patrícia Versiani Gonçalves, Orlando Ayrton de Toledo, Simone Auxiliadora Moraes Otero

105

O perfil dos ortodontistas em relação aos aspectos odontolegais dos prontuários odontológicos

The profile of orthodontists in relation to the legal aspects of dental records Giovanni Garcia Reis Barbosa, Ronaldo Radicchi, Daniella Reis Barbosa Martelli, Heloísa Amélia de Lima Castro, Francisco José Jácome da Costa, Hercílio Martelli Júnior

113

Análise do crescimento das dimensões da mandíbula em diferentes idades fetais

Analysis of mandibular dimensions growth at different fetal ages Rafael Souza Mota, Vinícius Antônio Coelho Cardoso, Cristiane de Souza Bechara, João Gustavo Corrêa Reis, Sérgio Murta Maciel

122

Caso Clínico BBO / BBO Case Report

Má oclusão Classe III de Angle com discrepância anteroposterior acentuada

Angle Class III malocclusion with severe anteroposterior discrepancy Carlos Alexandre Câmara

138

Tópico Especial / Special Article

Anomalias dentárias associadas: o ortodontista decodificando a genética que rege os distúrbios de desenvolvimento dentário

Associated dental anomalies: The orthodontist decoding the genetics which regulates the dental development disturbances Daniela Gamba Garib, Bárbara Maria Alencar, Flávio Vellini Ferreira, Terumi Okada Ozawa

C

Go - PC

-G

Relação entre bruxismo, fatores oclusais e hábitos bucais

Variável Registro no prontuário das quebras de acessórios ortodônticos Sim

Co

97

ausência de hábitos

morder objetos

11 onicofagia

morder os lábios

11 10 16 14 lamber os lábios

2

sucção de dedo

sucção de chupeta

8

30 26

AS

Influência do posicionamento sagital mandibular na estética facial Influence of mandibular sagittal position on facial esthetics Marina Dórea de Almeida, Arthur Costa Rodrigues Farias, Marcos Alan Vieira Bittencourt

Go - Gn am

18

12

22

24 25

48

28

38 45

34 35

158

Normas para publicação / Information for authors


Editorial

Ortodontia do futuro: da ficção à realidade Métodos de sobreposição de imagens tridimensionais serão rotineiros. Os alunos de Ortodontia terão acesso a artigos com melhor desenho e a evidência científica tomará mais corpo. Como uma das consequências, racionalizaremos o uso dos raios X nos exames de imagem. Os avanços tecnológicos permitirão individualizações de tratamento com mais facilidade e, consequentemente, será possível atender mais pessoas em menos tempo, com alto nível de excelência. Isso implicará em maior acesso ao tratamento pela população. Também levará a ajustes óbvios. Países, como o Brasil, que já contam com mais cirurgiões-dentistas do que requerem as necessidades de saúde bucal, terão encolhido o tamanho do sistema educacional odontológico. A prática clínica ortodôntica sofrerá mudanças também. A informática se inserirá dentro do atendimento ao paciente, auxiliando o fluxo de trabalho. Sistemas de controle dos movimentos dentários alertarão o ortodontista sempre que ele se distanciar dos objetivos do tratamento ou demorar para tomar as medidas terapêuticas necessárias. Os pacientes, por sua vez, serão mais interativos com o tratamento, tomando decisões ainda mais esclarecidas sobre o que será feito neles. Todos os aspectos aqui discutidos conduzirão a um único ponto: a Ortodontia aumentará a qualidade da assistência prestada e o impacto positivo na vida da população global.

Isaac Asimov, escritor e mestre de ficção científica, disse uma vez, em uma palestra: “Quem escreve ficção científica não pode evitar fazer previsões – não de algo que vai ocorrer, mas do que pode ocorrer”. Como pesquisadores, em fato, frequentemente têm a obrigação de vasculhar o presente para jogar luz no futuro, poderíamos – modestamente – nos comparar a escritores de ficção científica. E é essa a posição que assumirei a partir de agora nesse editorial. Responderei a uma pergunta que recentemente foi feita a mim.

Como estará a Ortodontia daqui a 30 anos? Em 30 anos, a World Federation of Orthodontists (WFO) terá estabelecido orientações para o conteúdo programático de cursos de pósgraduação em Ortodontia de todo o mundo. O número de cursos com baixa carga horária, nos países com maior desenvolvimento da educação, terá caído dramaticamente. Nesses países, os cursos tenderão a ter duração de 2 a 3 anos em tempo integral. Entidades como o Board Brasileiro de Ortodontia e o Board Americano de Ortodontia serão fundamentais no processo de checagem da qualidade dos profissionais formados. A comunidade ortodôntica se tornará mais global. Aulas interativas serão assistidas simultaneamente por alunos espalhados pelo globo. Uma maior capacitação em informática será fundamental para a prática da especialidade. Modelos de estudo serão digitais, não apenas para acelerar o processo de confecção e análise, mas também porque os custos de armazenamento dos modelos de gesso se tornarão exorbitantemente altos nas principais cidades do mundo. Impressoras tridimensionais serão utilizadas sempre e quando modelos físicos forem necessários. Mas existirão outras razões para o aprofundamento em informática.

Dental Press J. Orthod.

Muitos talvez estejam se perguntando, nesse momento, qual a relação dessa ficção com a Ortodontia atual. A resposta é que ela é total. É claro que resenhei apenas um possível cenário futuro, entretanto, a imagem criada já está sendo desenhada nesse momento e o mais preocupante disso é que muitos jovens profissionais não estão atentos para esse fato.

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Editorial

na entrevista apresentada nesse número. Nosso entrevistado, o Dr. Turpin, editor-chefe do American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, ainda ressalta a relevância dos Boards de Ortodontia para o reconhecimento público de um profissional como alguém bem-sucedido. Dessa forma, em sintonia com Asimov, as previsões que fiz não são de algo que vai ocorrer, mas daquilo que pode ocorrer. Qualquer que seja o futuro, o preparo para ele está na busca por boa formação e boa educação continuada. Jovens ortodontistas, preparem-se para ele buscando a excelência em sua formação, pois vocês são os personagens dessa ficção.

Modelos digitais já são uma realidade tangível a preços acessíveis. Além disso, profissionais estão incorporando-os à rotina clínica, realizando set-ups virtuais e incrementando suas aulas e apresentações para pacientes. Métodos como o apresentado por Motta et al., no presente número do jornal, para a sobreposição de imagens tomográficas são parte de uma tecnologia disponível a todos os interessados por ela. O movimento de busca por uma Odontologia baseada em evidências é irreversível, bem como o é a necessidade de uma formação sólida para gerar bons profissionais. Jovens cirurgiões-dentistas, recém-egressos das escolas de Odontologia, deveriam se candidatar a cursos de pós-graduação com elevada carga horária e que forneçam a eles a base sólida necessária para entrar com a cabeça ereta no mercado de trabalho. Essas verdades podem ser constatadas nas afirmações contidas

Dental Press J. Orthod.

Jorge Faber Editor chefe faber@dentalpress.com.br

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Associação Paranaense de

ORTODONTIA e Ortopedia Facial

Filiada à ABOR / WFO - World Federation of Orthodontists

16 de abril

Curso com o Prof. Dr. Leopoldino Capelozza Filho

17 de abril

Curso com o Prof. Dr. Júri Kurol - Suécia

Início: 08:00 horas - Término: 18:00 horas

Início: 08:00 horas - Término: 18:00 horas

Protocolos de tratamento em Ortodontia: uma conquista permitida pela prática da especialidade com base em evidências clínica e científica

Distúrbios no desenvolvimento da oclusão da dentição decídua à permanente

O conceito de Padrão para classificação das más oclusões evidencia a hierarquia dos fatores etiológicos e permite a compreensão adequada do desenvolvimento das mesmas. Reconhecendo as doenças pelo conjunto de fatores que realmente importa e não por um sinal isolado, a relação molar, é possível desenhar protocolos de tratamento. O diagnóstico que remete ao prognóstico, determinando metas terapêuticas individualizadas e adequadas.

- Diagnóstico precoce dos distúrbios de desenvolvimento - Sinais precoces dos distúrbios de desenvolvimento - O que avaliar? - Quando interceptar ou iniciar o tratamento? - Quando evitar o tratamento? - Tratamento precoce x tardio - Por que tratar agora? - Discussão de diferentes abordagens baseada em casos clínicos

Formado pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP, o Prof. Capelozza completou seu mestrado em Ortodontia em 1975. Iniciou sua carreira profissional como fundador e responsável pelo setor de Ortodontia do Centrinho, mantendo atuação como docente e completando o Doutorado em Reabilitação Oral, área de Periodontia. No inicio da década de 80 acrescentou às suas atividades a pratica da Ortodontia em clinica particular, desenvolvendo extensa experiência no tratamento de todas as doenças dessa especialidade, incluindo más formações e deformidades dento esqueléticas. Com inúmeras publicações em revistas nacionais e internacionais, e expressiva participação em congressos da especialidade, atualmente o Prof. Prof. Dr. Capelozza mantém a coordenação do Curso de Especialização em Leopoldino Ortodontia (Profis), do Curso de Pós-Graduação em Fissuras Orofaciais Capelozza Filho - Mestrado (Hrac – USP) e colabora com vários cursos de pósgraduação em Ortodontia.

Investimento: Sócios da APRO/ABOR.....................................................................................R$ 250,00 Não Sócios.............................................................................................................R$ 350,00 Sócios Aspirantes APRO...................................................................................R$ 150,00 Alunos de Pós-Graduação não Sócios da APRO..................................R$ 200,00

Problemas comuns que serão discutidos: - Tratamento ortodôntico na dentição decídua - Incisivos retidos e mesiodentes - Perda de espaço - Erupção ectópica dos primeiros molares superiores - Agenesia: solução ortodôntica e/ou protética - Mordidas cruzadas: quando e como tratar - Intervenção ortodôntica interceptativa - Injúrias traumáticas: possibilidades ortodônticas - Autotransplante - Implantes dentários em indivíduos jovens - Anquilose de molares decíduos - Caninos superiores impactados - Reabsorção radicular de incisivos - Tratamento interdisciplinar em casos de agenesias múltiplas, traumas nos incisivos ou impactação severa - Anquilose de dentes permanentes - Impactação de molares permanentes

As inscrições poderão ser feitas através do site www.aprorto.org.br Maiores informações na secretaria da APRO secretaria@aprorto.org.br (41) 3223-7893 LOCAL: MABU ROYAL & PREMIUM HOTEL

Praça Santos Andrade, 830 – Centro – Curitiba – PR (41) 3219-6000 - www.hoteismabu.com.br

Apoio:

Prof. Dr. Júri Kurol, D.D.S., M.S.D., Odont dr (PhD)

- Professor Emérito de Ortodontia da Universidade de Mälmo, Suécia - Professor Associado de Ortodontia, Universidade de Göteborg, Suécia (1985-1997) - Chefe e Diretor do Departamento de Ortodontia, Institute for Postgraduate Dental Education, Jönköping, Suécia (1985-1997) - Professor e Chefe do Departamento de Ortodontia, Faculdade de Odontologia, Universidade de Malmö, Suécia (1997-2004) - Professor (part-time) da Universidade de Gothenburg, Suécia (2008 - ) - Presidente da Associação Sueca de Ortodontistas (1988-2003) - Presidente da Federação Européia das Associações de Especialistas em Ortodontia (1998-2002) - Mais de 140 artigos publicados em periódicos de destaque - Ministrou cursos em mais de 30 países

Associação Paranaense de

ORTODONTIA e Ortopedia Facial

Filiada à ABOR / WFO - World Federation of Orthodontists

Rua Marechal Deodoro, 503 - Conj. 1207 - Ctba - PR - Brasil CEP 80020-320 - Fone: (41) 3223-7893


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Dental Press J. Orthod.


Calendário

de

Eventos 110th Annual Session - Passion for Excellence Data: 30 de abril a 4 de maio de 2010 Local: Washington, DC Informações: www.aaomembers.org

Credenciamento: Sistemas Ertty Ortodontia | DTM | Oclusão Data: 20 a 22 de maio de 2010 Local: São Paulo / SP Informações: (61) 3248-0859 www.ertty.com.br

6º Encontro Abzil Ortodontia Individualizada Capelozza Data: 27, 28 e 29 de maio de 2010 Local: Fecomercio - São Paulo / SP Informações: www.pos-orto.com.br/abzilcapelozza

3º CCORTO - 2010 Data: 24 a 26 de junho de 2010 Local: Florianópolis / SC Informações: (48) 3322-1021 www.ccorto.com.br

SBO ORTO PREMIUM Data: 8 a 10 de julho de 2010 Local: Hotel Intercontinental - Rio de Janeiro / RJ Informações: (21) 3326-3320 ortopremium@intervent.com.br www.intervent.com.br FDI Annual World Dental Congress Data: 2 a 5 de setembro de 2010 Local: Salvador / BA Informações: congress@fdiworldental.org

17º Congresso Brasileiro de Ortodontia - SPO Data: 14 a 16 de outubro de 2010 Local: Anhembi – São Paulo / SP Informações: www.spo.org.br

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A c o n t ec i m e n t o s

Telma Martins de Araujo é a nova Diretora Presidente do BBO Telma Martins de Araujo, Editora Associada do Dental Press Journal of Orthodontics, é a nova Diretora Presidente do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO). A eleição foi realizada em Assembleia Geral Ordinária do BBO, em São Paulo, no dia 5 de dezembro de 2009. A nova diretoria da entidade, para o ano de 2010, será assim composta: Diretora Presidente - Dra. Telma Martins de Araujo; Diretor Presidente Eleito - Dr. Ademir R. Brunetto; Diretor Secretário - Dr. Deocleciano da Silva Carvalho; Diretor Tesoureiro - Dr. Sadi Flavio Horst; 1º Diretor - Dr. Eustáquio A. Araújo; 2º Diretor - Dr. Roberto Rocha; 3º Diretor - Dr. Carlos AlParticipantes da Assembleia Geral Ordinária do BBO. Da esquerda para a diberto Estevanell Tavares; 4º Diretor - Dr. Jonas reita: Dr. Roberto Rocha, Dr. José Nelson Mucha (Ex-Diretor Presidente), Dr. Capelli Júnior. De acordo com a diretoria, eles Luciano da Silva Carvalho (Vice-Presidente da ABOR), Dr. Ademir R. Brunetto, Dr. Roberto Lima (Ex-Diretor Presidente), Dr. Deocleciano da Silva Carvalho, continuarão lutando pela educação continuada Dra. Telma Martins Araujo, Dr. Carlos Alberto Tavares, Dr. Jonas Capelli Junior, e pela excelência clínica na especialidade. Dr. Carlos Jorge Vogel (Ex-Diretor Presidente) e Dr. Sadi Horst.

Jorge Faber receberá prêmio do Board Americano de Ortodontia Jorge Faber, Editor Chefe do Dental Press Journal of Orthodontics, é o ganhador do próximo “CDABO Case Report of the Year, for the best case report published during 2009”. Seu trabalho publicado no American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics (AJO-DO) foi eleito pelo corpo editorial do periódico como o melhor relato de caso publicado em 2009. O prêmio é dado pelo Colégio dos Diplomados do Board Americano de Ortodontia (CDABO - College of Diplomates of the American Board of Orthodontics). “Fiquei realmente muito feliz com o prêmio por várias razões. A primeira é o fato de trazer esse prêmio para a Ortodontia brasileira. A segunda, é de ser um prêmio que atesta a capacidade do editor da Revista Dental Press de escrever um artigo; e a terceira, é que reconhece muitos anos de dedicação. Esse é um dos maiores prêmios clínicos, ou o maior, do mundo”, salienta Faber. Jorge Faber receberá o prêmio durante a 110th AAO Annual Session, que acontece em Washington DC, entre os dias 30 de abril e 4 de maio, e também deverá participar da reunião do corpo de editores do AJO-DO. “Essa será uma excelente oportunidade para divulgar o trabalho que fazemos aqui no Brasil. Em especial porque já estarei com a revista em inglês nas mãos. Parece que as coisas estão conspirando a nosso favor”, comemora.

Dental Press J. Orthod.

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Jorge Faber ministra aula no 6º Congresso Internacional Dental Press, realizado em Maringá/PR, em abril de 2009.

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O

que há de novo na

Odontologia

O que há de novo em fotografia digital? Andre Wilson Machado*

mais megapixels (MP), são melhores? Com qual resolução o ortodontista deve fotografar? Devido à literatura ser escassa nessa área, fazem-se necessários alguns esclarecimentos para que o ortodontista conheça as razões técnicas e científicas para lançar mão, ao máximo, dos benefícios da fotografia digital.

A fotografia digital tornou-se onipresente na sociedade moderna e a sua importância na Odontologia é inquestionável3,4,5,9. Tal achado pode ser comprovado pela premiação, em 2009, com o Nobel de Física aos inventores do filme fotográfico digital, chamado de CCD (charge coupled device)10. Embora essa tecnologia tenha suas origens na década de 1970 e a primeira câmera digital tenha sido lançada no mercado na década de 1990, o uso clínico dessa ferramenta nos consultórios odontológicos tornou-se uma realidade no início do século 215,11. A possibilidade da visualização imediata do resultado das fotografias, a eliminação do custo com filmes e revelação, e a sistematização do gerenciamento das imagens na clínica são as principais vantagens do sistema digital, as quais acabam por tornar tentador esse método de obtenção de imagens3,6. Outra vantagem é a possibilidade da manipulação e edição de imagens, facilitando sobremaneira, a comunicação interpessoal e, consequentemente, a obtenção de bons resultados2,8. O exemplo disso pode ser visto nas figuras 1 e 2, onde a manipulação digital auxilia na predição de resultados e no planejamento de procedimentos clínicos, respectivamente. Ainda que, historicamente, a introdução desse recurso na clínica odontológica seja nova, as câmeras digitais estão presentes na maioria dos consultórios ortodônticos. Entretanto, as pressões do mercado a favor das câmeras mais modernas e com maiores resoluções criam importantes questionamentos: O que há de novo na fotografia digital? Câmeras mais “novas”, e consequentemente com

O que há de novo em Fotografia Digital? Para uma tecnologia “nova”, a fotografia digital tem evoluído de forma assustadora. Agora, as câmeras profissionais podem filmar e é possível visualizar a cena a ser fotografada pelo visor de cristal líquido, recursos não disponíveis até 2009. Outra inovação são câmeras que transferem dados sem necessidade de fios, e outras que acessam a internet. Ressalta-se que, como o desenvolvimento dessa tecnologia é constante, a cada semana, diversos modelos de câmeras, com características distintas, são lançados no mercado7,8. Dentre as diversas inovações tecnológicas inerentes aos novos equipamentos, os fabricantes colocam toda a atenção na resolução4,7. “Mais e mais megapixels”! Atualmente, existem câmeras digitais com resolução de 28MPs, possibilitando ao usuário imprimir imagens com alta resolução (300 dpi) e tamanhos de até 52 x 39cm1. Esse é um aspecto soberano para os fotógrafos que trabalham constantemente com grandes ampliações. Porém, será que os ortodontistas precisam dessas altas resoluções?

* Mestre em Ortodontia pela PUC Minas. Doutorando em Ortodontia pela Unesp/Araraquara. Professor da especialização em Ortodontia da UFBA.

Dental Press J. Orthod.

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v. 15, no. 2, p. 20-23, Mar./Apr. 2010


Machado AW

A

B

C

D

Figura 3 - Exemplo do uso da mesma imagem com diferentes resoluções e, consequentemente, tamanhos de arquivo distintos: A) 10MP (3.869 Kbytes), B) 8MP (3.239 Kbytes), C) 5 MP (667 Kbytes) e D) 3MP (483 Kbytes).

fotógrafos, porque há um mercado ávido e necessitado de novas fronteiras. É necessário que o ortodontista do século 21 tenha não só conhecimento técnico e científico, mas também discernimento para diferenciar quando o “novo”, realmente, trará reais benefícios. Por fim, vai o meu apelo aos leitores: fotografem! Lancem mão desse recurso! Com certeza, trará muitos benefícios!

Considerações Finais O “novo” sempre é necessário para a evolução da sociedade. Porém, é importante lembrar que por trás do “novo”, o objetivo final nem sempre é “obter algo melhor” ou “melhorar a qualidade de alguma coisa”, pois muitas vezes o objetivo é obter lucro. Em fotografia digital, ao lançar novas câmeras, as empresas não estão em sintonia com os ortodontistas, mas sim com os

Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Askey P. Mamiya DM22 & DM28 medium format cameras. [acesso em 2009 out 26]. Disponível em: http://www.dpreview. com/news/0910/09102102mamiyadm22dm28.asp. Machado AW, Souki BQ, Mazzieiro ET. Avaliação de quatro métodos de visualização de imagens digitais em Odontologia. Rev Odonto-Ciênci. 2006; 21(52):132-8. Machado AW, Oliveira DD, Leite EB, Lana AMQ. Fotografia digital x analógica: a diferença na qualidade é perceptível? Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2005;10(4):115-23. Machado AW, Souki BQ. Simplificando a obtenção e a utilização de imagens digitais: scanners e câmeras digitais. Rev Dent Press Ortod Ortop Facial. 2004;9(4):133-56. Machado AW, Leite EB, Souki BQ. Fotografia digital em Ortodontia: Parte I – conceitos básicos. J Bras Ortodon Ortop Facial. 2004;9(49):11-6. Machado AW, Leite EB, Souki BQ. Fotografia digital em Ortodontia: Parte II – Sistema digital x sistema analógico. J Bras Ortodon Ortop Facial. 2004;9(50):146-53. Machado AW, Leite EB, Souki BQ. Fotografia digital em Ortodontia: Parte III – O equipamento digital. J Bras Ortodon Ortop Facial. 2004;9(51):219-24.

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Endereço para correspondência Andre Wilson Machado R. Eduardo Jose dos Santos, 147, Sl 810/811 - Garilbaldi CEP: 41.940-455 – Salvador / BA E-mail: andre@andrewmachado.com.br

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Insight Ortodôntico

As funções dos Restos Epiteliais de Malassez, o EGF e o movimento ortodôntico ou Por que o movimento ortodôntico não promove a anquilose alveolodentária? Alberto Consolaro*, Maria Fernanda M-O. Consolaro**

O movimento ortodôntico pode induzir anquilose alveolodentária? Essa pergunta é muito frequente! A resposta passa necessariamente por um questionamento: por que os dentes naturalmente não evoluem para a anquilose alveolodentária se estão separados do osso por apenas 0,2 a 0,4mm correspondentes à espessura mínima e máxima do ligamento periodontal? O ligamento periodontal apresenta-se ricamente celularizado e vascularizado, e tem muitas fibras colágenas, elásticas e reticulares, próprias dos tecidos conjuntivos (Fig. 1, 2, 3). De permeio a essas estruturas, tem-se um “gel” ou matriz extracelular. Entremeio às fibras, fibroblastos, vasos e nervos do ligamento periodontal encontra-se uma rede de cordões e ilhotas epiteliais que, continuadamente, liberam mediadores, especialmente o EGF ou Fator de Crescimento Epitelial ou Epidérmico (Fig. 2). Em áreas com EGF, na superfície do tecido ósseo estimula-se a reabsorção, sem formação de

novas camadas superficiais. Essa rede de epitélio interposta entre o osso e o dente no tecido ligamentar é conhecida como Restos Epiteliais de Malassez e deriva da apoptose da Bainha Epitelial de Hertwig. Os desenhos originais de Malassez (Fig. 4) representaram esses cordões e ilhotas epiteliais periodontais tal qual os analisamos microscopicamente nos dias de hoje. Por muito tempo, acreditou-se que os Restos Epiteliais de Malassez eram células latentes ou quiescentes, uma estrutura sem função e frequentemente associada à gênese de cistos e tumores. No entanto, esse componente periodontal epitelial é ativo, produz mediadores e tem importantes funções na manutenção da normalidade periodontal e radicular, inclusive durante o movimento ortodôntico. Neste trabalho, discorreremos sobre essas maravilhosas estruturas e suas funções para colaborar na compreensão das respostas pertinentes às duas perguntas inicialmente apresentadas.

* Professor titular de Patologia da FOB-USP e da pós-graduação da FORP-USP. ** Professora doutora de Ortodontia e da pós-graduação em Biologia Oral da USC.

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Consolaro A, Consolaro MFM-O

tecidos epiteliais e a configuração espacial da rede epitelial periodontal permitem uma rápida reconstituição estrutural, e podem explicar a importante função dos Restos de Malassez no processo de reorganização periodontal após os traumatismos menores – em especial durante a movimentação dentária induzida. Na prática clínica, se algum dente apresentar-se com anquilose alveolodentária durante ou após o tratamento ortodôntico, parece mais lógico e bem fundamentado na literatura optar pelo diagnóstico de traumatismo dentário como causa – ainda que o paciente não o relate na anamnese – e não como consequência da movimentação dentária induzida. O movimento ortodôntico não promove a necrose dos Restos Epiteliais de Malassez, pelo contrário: as evidências indicam que suas células são estimuladas nessa situação clínica!

periodontal distante da raiz por liberarem mediadores – como o EGF – indutores da osteoclasia. Esse mecanismo de manutenção e funcionamento do periodonto humano pode ser rompido nos casos de traumatismos, quando extensas áreas de cementoblastos e boa parte da rede epitelial de Malassez desaparecem por necrose. Se isso ocorrer, pode-se ter a anquilose alveolodentária. Mas, na movimentação ortodôntica, os danos à camada cementoblástica e aos Restos Epiteliais de Malassez são incomparavelmente menores, em extensão e severidade, do que no traumatismo dentário. Nos traumatismos moderados e severos, relata-se perda extensa de componente epitelial, enquanto, na movimentação dentária induzida, os estudos revelam estímulo à proliferação dos Restos de Malassez e aumento de sua capacidade secretora. A exuberante e rápida capacidade de proliferação dos

Referências 1.

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v. 15, no. 2, p. 24-32, Mar./Apr. 2010


As funções dos Restos Epiteliais de Malassez, o EGF e o movimento ortodôntico

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Endereço para correspondência Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br

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Entrevista

Uma entrevista com

David L. Turpin (Editor-Chefe do AJO-DO) • Formado em Odontologia pela University of Iowa, Iowa City, em 1962 • Mestre em Ortodontia pela University of Washington, Seattle, em 1966. • Diplomado pelo American Board of Orthodontics • Editor do American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics • Editor do Bulletin of the Pacific Coast Society of Orthodontics de 1978 a 1988 • Editor da Angle Orthodontists de 1988 a 1999. • Professor Clínico do Departamento de Ortodontia da Washington University - Seattle • Autor de mais de 150 editoriais, artigos científicos e capítulos de livros.

O Dr. Turpin frequentou a Faculdade de Odontologia da Universidade de Iowa, localizada na região centro-oeste dos Estados Unidos. Posteriormente, ingressou como residente em Ortodontia na Universidade de Washington, no estado de Seattle. Seu objetivo primordial era estudar sob a orientação de Alton W. Moore, catedrático em Seattle, à época. Após a pós-graduação, em 1966, abriu um consultório particular, retornando 4 anos mais tarde para lecionar na clínica da Universidade de Washington, em regime de tempo parcial. É casado com Judith Clark Turpin há 48 anos. Possuem três filhos e três netos com idades entre 8 e 19 anos. Passou a maior parte de seu tempo livre viajando extensamente durante os últimos 10 anos, no que poderia ser classificado como um hobby. No momento, está lendo o livro intitulado “The Tipping Point”, escrito por Malcolm Gladwell, e pretende começar a ler “O Símbolo Perdido”, de Dan Brown, dentro em breve. O Dr. Turpin trabalha com revistas científicas de Ortodontia há mais de 30 anos, desde os primeiros tempos, no Bulletin of the Pacific Coast Society of Orthodontist, passando pela The Angle Orthodontist, até, finalmente, o American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics. Planeja aposentar-se, como Editor-Chefe do AJO-DO, no final de 2010, quando será substituído pelo novo editor, Dr. Vincent G. Kokich.

Jorge Faber

Dental Press J. Orthod.

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v. 15, no. 2, p. 33-38, Mar./Apr. 2010


Entrevista

de uma tarefa factível, cujo esforço sempre foi recompensado por todos os editores com quem já trabalhei até hoje.

Quando um autor recebe uma resposta negativa quanto a uma publicação, qual seria a atitude mais recomendada frente a essa negativa? Jorge Faber Todos os mais respeitados educadores e catedráticos que conheço já tiveram pelo menos um manuscrito rejeitado, e aprenderam com a experiência. Os manuscritos podem ser rejeitados por vários motivos, sendo que a maioria deles não é de cunho pessoal e muitos outros motivos têm pouco a ver com as habilidades do autor responsável. Os artigos podem ser rejeitados pelo editor porque a revista já publicou estudos semelhantes, por serem mais adequados para outro tipo de revista, ou simplesmente por serem longos demais e mal redigidos. Entretanto, as razões mais comuns para a rejeição são: a falta de rigor estatístico, devido a um número insuficiente de amostras; e a presença, real ou percebida, de vieses. Não há dúvida de que os vieses estarão sempre presentes, até certo ponto, mas o bom cientista trabalha arduamente, passo a passo, para minimizar seus efeitos, empregando um desenho de estudo adequado. Trata-se

Está se aproximando o fim de seu mandato como editor-chefe do AJO-DO, após muitos anos de dedicação à Ortodontia. Quais são seus planos para o futuro? Jorge Faber Com a conclusão do 7º Congresso Ortodôntico Internacional, em Sydney, Austrália, espero começar um mandato de 5 anos como membro do Comitê Executivo da WFO, juntamente com Tom Ahman e Amanda Maplethorp, representando a América do Norte. Estou ansioso para trabalhar com Roberto Justus (Cidade do México), que irá suceder Athanasios Athanasiou como presidente da WFO e Willian DeKock (Cedar Rapids), que continuará sendo o secretário-geral. Como tenho 3 netos que vivem na costa leste dos Estados Unidos, é de se esperar algumas viagens para aquela região. É claro que, sempre que for requisitado, vou estar disponível para dar apoio ao próximo editor da AJO-DO, no que for preciso.

Flávia Artese

Jorge Faber

- Professora adjunta de Ortodontia da UERJ. - Mestre e doutora em Ortodontia pela UFRJ. - Diplomada pelo BBO. - Presidente da Sociedade Brasileira de Ortodontia.

- Editor-Chefe do Dental Press Journal of Orthodontics. - Doutor em Biologia – Morfologia pelo Laboratório de Microscopia Eletrônica – UnB. - Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial – UFRJ.

Referências

Flávio Cotrim - Mestre em Ortodontia pela FOUSP. - Doutor em Diagnóstico Bucal pela FOUSP. - Professor associado do curso de mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo. - Autor do livro: Nova visão em Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares. - Co-autor do livro: Ortodontia - diagnóstico e planejamento clínico. - Diretor clínico do Instituto Vellini. - Editor científico da Revista Ortodontia SPO.

Dental Press J. Orthod.

1.

Burke SP, Silveira AM, Goldsmith LJ, Yancey JM, Van Stewart A, Scarfe WC. A meta-analysis of mandibular intercanine width in treatment and postretention. Angle Orthod. 1998 Feb;68(1):53-60.

Endereço para correspondência David L. Turpin University of Washington, Department of Orthodontics Seattle, WA / USA Email: dlturpin@aol.com

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v. 15, no. 2, p. 33-38, Mar./Apr. 2010


Artigo Online*

Superposição automatizada de modelos tomográficos tridimensionais em cirurgia ortognática Alexandre Trindade Simões da Motta**, Felipe de Assis Ribeiro Carvalho***, Ana Emília Figueiredo Oliveira****, Lúcia Helena Soares Cevidanes*****, Marco Antonio de Oliveira Almeida******

Resumo Introdução: as limitações na avaliação quantitativa e qualitativa de deslocamentos cirúrgicos pelos

métodos bidimensionais podem ser superadas através de tomografias volumétricas e ferramentas de imagens tridimensionais. Objetivos: a metodologia descrita neste trabalho permite avaliar as mudanças nas posições de côndilos, ramos, mento, maxila e da dentição após a cirurgia ortognática através de tomografias computadorizadas de feixe cônico (Cone Beam Computed Tomography, CBCT) antes e após o procedimento cirúrgico. Métodos: são construídos modelos 3D que possibilitam superposições tendo a base do crânio pré-cirúrgica como referência, utilizando-se um método automático que identifica e compara a escala de cinza dos voxels de duas estruturas tridimensionais, eliminando a necessidade do operador marcar os pontos anatômicos. Então, as distâncias entre as superfícies anatômicas são computadas, no mesmo indivíduo, entre as duas fases. A avaliação das direções de deslocamento das estruturas é determinada visualmente pelos métodos de mapas coloridos e de semitransparências. Conclusões: conclui-se que a metodologia apresentada, que utiliza softwares de domínio público, mostra vantagens na avaliação longitudinal de pacientes ortocirúrgicos, quando comparada aos métodos radiográficos convencionais, uma vez que as imagens geradas não apresentam magnificações ou sobreposições de estruturas e a maioria dos passos são automatizados, o que torna os procedimentos de mensuração mais precisos, além de disponibilizar uma maior quantidade de informações ao clínico ou pesquisador. Palavras-chave: Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico. Imagem tridimensional. Cirurgia assistida por computador. Simulação por computador. Ortodontia. Cirurgia bucal.

do crescimento, mudanças com o tratamento e estabilidade, além de análises dos tecidos moles e simulação computadorizada de procedimentos cirúrgicos. Ou seja, avaliações quantitativas e qua-

Resumo do editor Novas aplicações ortodônticas de técnicas avançadas de imagens 3D incluem superposições de modelos computadorizados para verificação

* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

** Doutor, mestre e especialista em Ortodontia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Estágio de doutorando Bolsa CAPES 382705-4 na University of North Carolina at Chapel Hill (UNC/2006). Professor adjunto de Ortodontia da Universidade Federal Fluminense (UFF). *** Mestre e especialista em Ortodontia (UERJ). Especialista em Radiologia Oral (ABORJ). Doutorando em Ortodontia (UERJ). **** Especialista (UFRJ), mestre e doutora em Radiologia Odontológica (FOP-Unicamp). Pós-doutorado (UNC) - Bolsa FAPEMA 128/06. Professora de Radiologia Odontológica da UFMA. ***** PhD em Biologia Oral (UNC). Professora do departamento de Ortodontia (UNC/Chapel Hill). ****** Pós-doutorado em Ortodontia (UNC). Professor titular de Ortodontia (UERJ).

Dental Press J. Orthod.

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Superposição automatizada de modelos tomográficos tridimensionais em cirurgia ortognática

litativas do deslocamento, respostas adaptativas e reabsorção de estruturas esqueléticas – antes inviáveis com técnicas 2D – podem agora ser realizadas por meio de reconstruções e superposições 3D com a tomografia computadorizada Cone Beam1,3,4. Os complexos movimentos durante as cirurgias para correção de deformidades dentofaciais certamente precisam ser avaliados em três dimensões, com o objetivo de melhorar os resultados, a estabilidade, aumentar a previsibilidade e reduzir os sintomas de desordens temporomandibulares após a cirurgia ortognática2. Com o objetivo de avaliar alterações no mesmo indivíduo, modelos de diferentes fases são, de fato, superpostos utilizando-se o software Imagine (http://www.ia.unc.edu/dev/download/imagine/index.htm), que utiliza um método totalmente automático de registro por voxel, dispensando a necessidade de se localizar pontos, o que seria influenciado pelo operador e pela superposição de estruturas. Como a base do crânio não é alterada pela cirurgia, suas superfícies são utilizadas neste procedimento, onde o software compara, entre duas imagens tomográficas, a intensidade da escala de cinza de cada voxel da região que será segmentada em verde. Dessa forma, a base do crânio pré-cirúrgica é utilizada como referência para a superposição por pares com os demais tempos (Fig. 1). Apesar do exame de ressonância magnética ser mais indicado para a visualização de tecidos moles e da tomografia computadorizada médica oferecer melhor contraste de imagem entre tecidos duros e moles, modelos 3D dos tecidos moles da face podem ser reconstruídos com menor custo e radiação que tais métodos, e ainda fornecer importantes informações da resposta estética facial aos movimentos cirúrgicos4. Enfim, o método de superposição 3D permite a avaliação de importantes deslocamentos estruturais cirúrgicos e da estabilidade em curto e longo prazo. Apesar de requerer treinamento, tempo, expertise e suporte de informática, parece ter grande validade em sua aplicação clínica, científica e no ensino ortodôntico e cirúrgico.

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Figura 1 - Após o procedimento de superposição com o software Imagine, observa-se no InsightSNAP o modelo pós-cirúrgico (colorido) sobre a imagem tomográfica pré-cirúrgica (escala de cinza), com as bases do crânio coincidentes e as estruturas mandibulares deslocadas (avanço da mandíbula e mento). Comprova-se, então, uma correta superposição entre os modelos 3D das duas fases.

Questões aos autores 1) Quais as aplicações clínicas do método de sobreposição 3D descrito? O método tem sido utilizado primordialmente em casos ortocirúrgicos, na avaliação dos deslocamentos esqueléticos decorrentes das diferentes osteotomias, verificação dos resultados e da estabilidade do tratamento em curto e longo prazos. Casos complexos, como deformidades faciais e assimetrias severas, como naqueles de microssomia hemifacial, podem ter seu planejamento e procedimento cirúrgico beneficiados pelo método. No entanto, já foi comprovada sua utilidade em casos de pacientes em crescimento, realizandose uma superposição na base anterior do crânio, que se consolida precocemente. Essa função abre um campo clínico extraordinário, de forma que o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento craniofacial dos pacientes pode ser realizado de forma tridimensional, possibilitando análises visuais e quantitativas bastante completas. Por outro lado, ressalta-se que, para um uso clínico de rotina, o método precisa se tornar mais rápido, simples e atraente para o ortodontista clínico. Alguns avanços já ocorreram, como a compilação

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Motta ATS, Carvalho FAR, Oliveira AEF, Cevidanes LHS, Almeida MAO

tratamento ortopédico ou pela mecânica ortodôntica fixa. Já foram realizados trabalhos avaliando os efeitos de mecânicas de expansão dentária, comparando modelos tridimensionais pré e pós-alinhamento e nivelamento com expansão, mostrando que a mesma concentrou-se na região de pré-molares. No entanto, algumas dificuldades são encontradas, já que a segmentação dos dentes precisa ser realizada com grande preocupação em relação à precisão das estruturas, e fatores como a obtenção da tomografia com o paciente em oclusão ou a própria presença dos acessórios ortodônticos representam importantes artefatos de imagem na construção dos modelos 3D. Outra limitação ocorre porque, para a superposição, superfícies estáveis de referência precisam ser utilizadas, como a base do crânio. Por exemplo: para se comparar alterações na arcada inferior, a superposição na base do crânio mostraria a soma das alterações esqueléticas e dentárias; mas para uma visualização estritamente dentoalveolar, deveria ser realizada uma superposição isolada utilizando o contorno do corpo, ramo e demais estruturas mandibulares. Essa tecnologia, conhecida como correspondência de forma, encontra-se em franco desenvolvimento.

em um mesmo aplicativo de variadas funções antes exercidas por diferentes programas. Acredita-se ainda que a aplicação da superposição 3D no estudo de casos clínicos nas escolas de Ortodontia, permitindo aos alunos e professores um estudo profundo e detalhado, possa ser um importante passo na introdução do método na realidade clínica dos futuros ortodontistas clínicos. 2) Existem vantagens do método descrito para aplicabilidade em pesquisas, se comparado ao método cefalométrico? Algumas vantagens do método descrito podem ser citadas, como a superposição na base do crânio de forma automatizada, evitando erros inerentes à marcação de pontos ou desenho de estruturas pelo operador, o que representaria uma importante eliminação de variáveis em termos científicos. Além do óbvio diferencial de permitir a observação das estruturas anatômicas em tamanho e forma reais, ao invés de projeções de imagens sobrepostas, e a possibilidade de analisar as estruturas bilaterais de forma mais realista. Adicionalmente, a comparação de superfícies tridimensionais ao invés de diferenças entre pontos e linhas cefalométricas tornaria os resultados mais confiáveis e detalhados. No entanto, é importante ressaltar que a simplicidade e facilidade dos métodos 2D tradicionais são fatores a serem considerados. Ao se realizar uma análise quantitativa, o presente método gera um grande volume de informações, o que pode dificultar uma conclusão simples e direta do que se está observando. As variadas direções de movimento das estruturas dificultam a determinação de tendências direcionais confiáveis. O desenvolvimento de ferramentas de análise vetorial, determinando de forma direta as resultantes de deslocamento, deve auxiliar bastante nessa avaliação.

Referências 1.

2.

3.

4.

3) O método poderia ser utilizado para avaliar alterações dentoalveolares decorrentes do tratamento ortodôntico? Sim, uma das possíveis aplicações envolveria a visualização de alterações dentoalveolares pelo

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Cevidanes LH, Bailey LJ, Tucker GR Jr, Styner MA, Mol A, Phillips CL, et al. Superimposition of 3D cone-beam CT models of orthognathic surgery patients. Dentomaxillofac Radiol. 2005 Nov;34(6):369-75. Cevidanes LH, Bailey LJ, Tucker SF, Styner MA, Mol A, Phillips CL, et al. Three-dimensional cone-beam computed tomography for assessment of mandibular changes after orthognathic surgery. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007 Jan;131(1):44-50. Cevidanes L, Motta A, Styner M, Phillips C. 3D imaging for early diagnosis and assessment of treatment response. In: McNnamara JA Jr, Kapila SD. Early orthodontic treatment: is the benefit worth the burden? 33rd Annual Moyers Symposium. Ann Arbor; 2007. p. 305-21. Motta AT. Avaliação da cirurgia de avanço mandibular através da superposição de modelos tridimensionais. [Tese]. Universidade do Estado do Rio de Janeiro (RJ); 2007.

Endereço para correspondência Alexandre Trindade Simões da Motta Av. das Américas, 3500 – Bloco 7/sala 220 CEP: 22.640-102 – Barra da Tijuca - Rio de Janeiro/RJ E-mail: alemotta@rjnet.com.br

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Artigo Online*

Tratamento ortodôntico do sorriso gengival utilizando-se mini-implantes (Parte I): tratamento do crescimento vertical do complexo dentoalveolar anterossuperior Tae-Woo Kim**, Benedito Viana Freitas***

Resumo

Os mini-implantes ortodônticos têm revolucionado a biomecânica, bem como a ancoragem ortodôntica, a qual pode ser conseguida de maneira perfeitamente estável. Na primeira parte desse estudo, o sorriso gengival é definido e classificado de acordo com suas etiologias. Entre eles, o tipo dentoalveolar, uma boa indicação para tratamento com mini-implantes foi dividido em três categorias: (1) casos com crescimento vertical do complexo dentoalveolar anterior superior (casos 1, 2 e 3); (2) casos com protrusão do complexo dentoalveolar anterior (casos 4 e 5); e (3) casos com protrusão do complexo dentoalveolar anterossuperior e extrusão dos dentes posterossuperiores (casos 6 e 7). Três casos com excessivo crescimento vertical do complexo dentoalveolar anterossuperior são apresentados. Eles foram caracterizados com extrusão e lingualização dos incisivos superiores, sobremordida profunda e sorriso gengival. O objetivo desse artigo é mostrar o uso de mini-implantes na região anterior para intrusão de incisivos e correção do sorriso gengival. Foram utilizados mini-implantes nas regiões anterior e superior (1,6 x 6,0mm) e mola fechada de NiTi para intruir e vestibularizar os incisivos extruídos e lingualizados. Os mini-implantes podem ser utilizados com sucesso como ancoragem para intrusão de dentes anteriores. Palavras-chave: Mini-implantes. Intrusão. Sorriso gengival. Arco segmentado.

de intrusão dentária. A intrusão de dentes posteriores pode ser indicada para dentes extruídos por falta de antagonistas, com finalidade primariamente protética. A intrusão na região posterior ainda pode ser conduzida na correção da mordida aberta anterior em pacientes com padrão facial essencialmente vertical. Por outro lado, a intrusão de dentes anterossuperiores apresenta uma indicação muito

Resumo do editor A utilização de mecanismos de ancoragem esquelética apresenta incontestáveis vantagens, motivo pelo qual se difundiu tão amplamente na especialidade ortodôntica. Além de reduzir os efeitos recíprocos da aplicação de forças ortodônticas, os mini-implates abriram novas possibilidades terapêuticas, como a implementação dos movimentos

* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

** Mestre e doutor em Ortodontia pela Universidade Nacional de Seul, Coréia do Sul. Professor associado da Universidade Nacional de Seul. *** Doutor em Ortodontia - Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professor adjunto da Universidade Federal do Maranhão.

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Kim TW, Freitas BV

precisa: para a correção da sobremordida profunda em pacientes com exposição demasiada de gengiva somente na região anterior ao sorrir, preferencialmente associada com os incisivos superiores

retroinclinados. Essas nuances morfológicas acompanham os três casos clínicos ilustrados nesse artigo (Fig. 1, 2) e ilustram uma aplicação clínica relevante dos mini-implantes em Ortodontia.

Figura 1 - Face de frente inicial e final, oclusão de frente inicial e final.

Figura 2 - Face de frente inicial e final, oclusão de frente inicial e final.

Questões aos autores 1) Existem limitações no uso de mini-implantes para intrusão de dentes anterossuperiores? As limitações são as mesmas para qualquer tipo de intrusão convencional, como, por exemplo, pacientes que apresentam doença periodontal, reabsorção radicular, espaço inter-radicular estreito. Se o mini-implante for inserido em um espaço muito estreito, a intrusão causará contato com a raiz e consequente falha, ou seja, a queda do mini-implante. Se o mini-implante for inserido muito baixo, com o objetivo de deixar a cabeça exposta, isso fará com que a distância para inserção da mola fechada seja muita pequena, dificultando a mecânica. Mesmo não havendo pesquisas sobre a estabilidade da intrusão de dentes anteriores, clinicamente parece ser melhor do que a extrusão de dentes posteriores.

2) O que o motivou a escrever esse trabalho? Os autores consideram simples a intrusão de dentes anteriores quando se usa mini-implantes como ancoragem. Além disso, não há necessidade da colaboração do paciente e independe de aparelhos extrabucais ou de qualquer tipo de ancoragem em dentes posteriores, como os arcos transpalatinos. Se podemos intruir dentes anteriores sem extruir os posteriores, a mecânica torna-se mais simples e eficaz. A intenção desse trabalho é contribuir na simplificação do tratamento ortodôntico, sem efeitos colaterais, e oferecer uma alternativa para a correção do sorriso gengival.

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Endereço para correspondência Benedito Viana Freitas Avenida da Universidade, quadra 2, número 27 - Cohafuma CEP: 65.070-650 – São Luís / MA E-mail: beneditovfreitas@uol.com.br

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Artigo Inédito

Estudo comparativo das análises cefalométricas manual e computadorizada Priscila de Araújo Guedes*, July Érika Nascimento de Souza*, Fabrício Mesquita Tuji**, Ênio Maurício Nery***

Resumo

Objetivo: realizar uma análise comparativa dos traçados manual e computadorizado utilizando um software específico, com a finalidade de definir os resultados inter e intra-avaliadores. Métodos: foi utilizada uma amostra composta por 50 radiografias cefalométricas em norma lateral, sendo todas padronizadas, contendo pacientes de ambos os gêneros e de várias faixas etárias. A análise das radiografias foi realizada por dois avaliadores, os quais realizaram os traçados manuais e computadorizados das 50 radiografias. Para compor as medições, foram selecionadas medidas angulares e lineares, que posteriormente foram submetidas ao teste estatístico de Mann-Whitney, com o objetivo de comparar os resultados entre os dois tipos de traçados inter e intra-avaliadores. Resultados e Conclusões: conclui-se que pode ser aumentada a confiança nos traçados cefalométricos computadorizados, haja vista que as discrepâncias encontradas entre as medidas dos traçados cefalométricos manual e computadorizado inter e intra-avaliadores, em sua maioria, não foram estatisticamente significativas. Palavras-chave: Radiografia. Cefalometria. Craniometria.

INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA Com os trabalhos de Broadbent e Hoffrat, em 1931, deu-se o início ao desenvolvimento da cefalometria2 e sua aplicação na Odontologia, principalmente na Ortodontia, tornando-a imprescindível no diagnóstico, planejamento10 e na avaliação dos resultados de casos tratados ortodonticamente. Para a realização da análise cefalométrica, há necessidade de se definir com muita exatidão a maneira de demarcar os diversos pontos específicos utilizados, a fim de atribuir universalidade aos exames – o

que, inclusive, é uma de suas qualidades primordiais. Com efeito, o uso quase generalizado da padronização dos métodos de análise foi o que permitiu o desenvolvimento da telerradiografia cefalométrica como meio de diagnóstico, graças à comparação de clichês feitos em condições análogas19. A mesma tem sido utilizada como meio de análise de dados antropométricos desde a década de 30. Na área da Ortodontia, foi introduzida no estudo do padrão de crescimento facial do ser humano, no diagnóstico e plano de tratamento das

* Mestranda em Ortodontia pelo Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic - Campinas/SP. ** Especialista em Radiologia Odontológica pela UFSC. Mestre e doutor em Radiologia Odontológica pela FOP-Unicamp. Professor adjunto de Diagnóstico Integrado pelo Centro Universitário do Pará. Professor adjunto da disciplina de Propedêutica Odontológica da UFPA. *** Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Uniararas/SP. Mestre em Clínica Odontológica pela Unicastelo-SP. Professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA.

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Estudo comparativo das análises cefalométricas manual e computadorizada

2) As medidas lineares intra-avaliadores apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre os traçados manual e computadorizado em um dos avaliadores. 3) As medidas lineares interavaliadores apresentaram diferenças estatisticamente significativas tanto no traçado manual quanto entre os traçados manual e computadorizado. Porém, não houve diferença estatística nos resultados dos traçados computadorizados. 4) O tempo gasto para a realização do traçado manual foi maior do que o gasto na realização pelo traçado computadorizado. 5) A utilização de recursos do programa do traçado cefalométrico computadorizado – como o zoom, a alteração de brilho, densidade e contraste – auxiliou na determinação dos pontos cefalométricos.

As variações interavaliadores encontradas em alguns estudos podem ser causadas por diferenças no treinamento e experiência ou pela natureza da identificação dos pontos. Além disso, variações intra-avaliadores podem ser resultantes da iluminação e orientação da imagem15. CONCLUSÃO De acordo com os resultados obtidos através da metodologia utilizada na presente pesquisa, conclui-se que: 1) Pode-se aumentar a confiança nos resultados dos traçados cefalométricos obtidos pelo computador, haja vista que as discrepâncias encontradas entre as medidas dos traçados cefalométricos manual e computadorizado, em sua maioria, não foram estatisticamente significativas.

A comparative study of manual vs. computerized cephalometric analysis Abstract Objective: To conduct a comparative analysis between manual and computerized tracings using specific software, in order to define inter- and intra-evaluator results. Methods: A sample was used consisting of 50 standardized lateral cephalometric radiographs, of male and female patients of various age groups. The radiographs were analyzed by two evaluators, who each performed the manual and computerized tracings of all 50 radiographs. Angular and linear measurements were obtained, which were later submitted to the Mann-Whitney test in order to compare the inter- and intra-evaluator results between the two types of tracings. Results and Conclusions: the study concluded that confidence can be increased in tracings obtained from computer-assisted cephalometric analysis, as the discrepancies found between inter- and intra-evaluator tracings, both manual and computerized, were mostly not statistically significant. Keywords: Radiography. Cephalometrics. Craniometry.

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Guedes PA, Souza, JEN de, Tuji FM, Nery EM

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Enviado em: fevereiro de 2007 Revisado e aceito: julho de 2007

Endereço para correspondência Priscila de Araujo Guedes Rua dos Mundurucus Conj. Régia Danin, 2781 – casa 07 CEP: 66.040-270 - Belém / PA E-mail: priscilaaguedes@yahoo.com.br

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Artigo Inédito

Alteração no volume do fluido gengival durante a retração de caninos superiores Jonas Capelli Jr.*, Rivail Fidel Junior**, Carlos Marcelo Figueredo***, Ricardo Palmier Teles****

Resumo Introdução: na análise da teoria da pressão/tensão do movimento dentário, a aplicação de

uma força ortodôntica causa um deslocamento gradual dos fluidos do ligamento periodontal, acompanhado pela distorção das células e da matriz extracelular. Objetivos: avaliar a quantidade de volume do fluido gengival (FG) nas faces mesiais e distais dos caninos superiores, de 14 pacientes (3 homens e 11 mulheres) submetidos a movimentação ortodôntica. Métodos: o fluido foi coletado com tira de papel absorvente padrão (Periopaper®) e seu volume foi determinado por meio da utilização do medidor Periotron®, em sete tempos distintos (dia -7, dia 0, 1 hora, 24 horas, 14 dias, 21 dias e 80 dias). O teste Friedman foi usado para comparar os dados obtidos (p < 0,01 e p < 0,05). Resultados: os resultados mostraram que houve uma alteração significativa do volume de FG ao longo do tempo, tanto no lado de pressão (p < 0,001) quanto no lado de tensão (p < 0,01). No lado de pressão, o volume de FG foi significativamente menor nos tempos 0 (p < 0,01) e 24h (p < 0,001), comparados com o tempo 80d. Palavras-chave: Sulco gengival. Movimento ortodôntico. Inflamação.

constituem-se em unidades funcionais que remodelam os tecidos periodontais e facilitam o movimento dentário7. O processo inflamatório agudo que tipifica a fase inicial do movimento dentário ortodôntico é predominantemente exsudativo, em que plasma e leucócitos deixam os capilares nas áreas de estresse periodontal. Um ou dois dias após, a fase aguda da inflamação diminui e é substituída por um processo crônico envolvendo fibroblastos, células endoteliais e osteoblastos. Durante esse período, os leucócitos continuam a migrar

INTRODUÇÃO A fase inicial do movimento dentário ortodôntico envolve uma resposta inflamatória aguda no periodonto, caracterizada pela vasodilatação e migração de leucócitos para fora dos capilares. Essas células migratórias produzem várias citocinas, o sinal molecular bioquímico local, que interagem direta ou indiretamente com as células periodontais5. As citocinas evocam a síntese e a secreção, pelas células alvo, de numerosas substâncias, como: prostaglandinas, fatores de crescimento e outras citocinas. Por último, essas células

* Professor livre docente em Ortodontia da FO-UERJ. ** Professor colaborador da disciplina de Periodontia da UERJ. Professor colaborador do curso de especialização em Periodontia da PUC-RJ. Professor adjunto do curso de especialização em Periodontia da ABO-DC. *** Professor adjunto da disciplina de Periodontia da UERJ. Professor adjunto do curso de especialização em Periodontia da PUC-RJ. **** Pesquisador do Departamento de Periodontia do Forsyth Institute, Boston, EUA.

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Capelli J Jr, Fidel R Jr, Figueredo CM, Teles RP

Change in the gingival fluid volume during maxillary canine retraction Abstract Introduction: In the analysis of the pressure-tension theory of tooth movement, the application of an orthodontic force causes gradual displacement of fluids of the periodontal ligament, followed by distortion of the cells and extracellular matrix. Objectives: This study evaluated the gingival fluid volume on the mesial and distal aspects of the maxillary canines of 14 patients (3 males and 11 females) submitted to orthodontic movement. Methods: The fluid was collected using standard absorbent paper strips (Periopaper™) and the fluid volume was determined using the instrument Periotron™ at seven different periods (day -7, day 0, 1 hour, 24 hours, 14 days, 21 days, 80 days). The Friedman test was applied to compare the data achieved (p < 0.01 and p < 0.05). Results: The results revealed a significant change in the gingival fluid volume with time on both the pressure side (p < 0.001) and the tension side (p < 0.01). On the pressure side, the gingival fluid volume was significantly lower at the periods 0 (p < 0.01) and 24hs (p < 0.001) compared to the period 80 days. Keywords: Gingival sulcus. Orthodontic movement. Inflammation.

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Enviado em: abril de 2007 Revisado e aceito: novembro de 2007

Endereço para correspondência Jonas Capelli Junior Rua Visconde de Pirajá, 407 / 203 Rio de Janeiro/RJ CEP: 22.410-003 E-mail: capellijr@uol.com.br

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Artigo Inédito

A relação entre o crescimento mandibular e a maturação esquelética em jovens brasileiras melanodermas* Irene Moreira Serafim**, Gisele Naback Lemes Vilani**, Vânia Célia Vieira de Siqueira***

Resumo

Objetivo: avaliar o grau de correlação existente entre o crescimento mandibular e a maturação esquelética em jovens brasileiras melanodermas. Métodos: examinou-se 140 telerradiografias, obtidas em norma lateral e 140 radiografias de mão e punho de jovens do gênero feminino, brasileiras, melanodermas, com 8 a 14 anos de idade, com oclusão normal ou má oclusão de Classe I, de Angle, não submetidas a tratamento ortodôntico prévio. Nas radiografias da mão e do punho, avaliou-se o desenvolvimento dos centros de ossificação da falange proximal do 3º dedo e da epífise distal do osso rádio, apoiando-se no método descrito por Eklöf e Ringertz; e nas telerradiografias, obtidas em norma lateral, analisou-se a pneumatização do seio frontal, de acordo com o método descrito por Rüf e Pancherz, e as medidas cefalométricas representativas do crescimento mandibular (Co-Go, Co-Gn, Go-Gn e Fg-Pg). Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística, utilizando-se a Correlação de Pearson, para determinar o grau de relacionamento entre as variáveis. Resultados e Conclusão: ocorreu uma correlação altamente significativa entre os centros de ossificação observados na radiografia de mão e punho e as medidas cefalométricas representativas do crescimento mandibular (r = 0,777). Apesar de estatisticamente significativa, ocorreu uma baixa correlação entre a pneumatização do seio frontal e os eventos da maturidade esquelética (r = 0,306), assim como a relação entre a pneumatização do seio frontal e as medidas cefalométricas representativas do crescimento mandibular (r = 0,218). Palavras-chave: Maturação esquelética. Melanodermas. Radiografias da mão e do punho. Crescimento mandibular. Seio frontal.

apoiar-se na avaliação da maturação esquelética do paciente16,25. Constitui uma importante informação para o ortodontista, como um meio auxiliar na prevenção, no diagnóstico, no planejamento e no tratamento precoce das anomalias, uma vez que o sucesso ou fracasso do tratamento ortodôntico

INTRODUÇÃO E Revisão da Literatura O conhecimento dos eventos relacionados ao crescimento e ao desenvolvimento craniofacial, mostra-se de suma importância na Ortodontia, pois a eleição de uma meta terapêutica que atue durante o crescimento maxilomandibular deve

* Resumo da dissertação de mestrado apresentada ao curso de pós-graduação em Ortodontia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/Minas).

** Mestres em Ortodontia pela PUC/Minas. *** Professora doutora da disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Unicamp.

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Serafim IM, Vilani GNL, Siqueira VCV de

significativa entre os centros de ossificação observados na radiografia de mão e punho e as medidas cefalométricas representativas do crescimento mandibular (r = 0,777). Apesar de estatisticamente significativa, ocorreu uma baixa correlação entre a pneumatização do seio frontal e os eventos da maturidade esquelética (r = 0,306), assim como a relação entre a pneumatização do seio frontal e as medidas cefalométricas representativas do crescimento mandibular (r = 0,218).

As correlações encontradas entre a altura e a largura do seio frontal, a altura da falange proximal do 3º dedo e a largura da epífise distal do rádio e as medidas mandibulares mostraram-se positivas e significativas ao nível de 5% de probabilidade. Conclusões De acordo com as características da amostra avaliada, com a metodologia empregada e com os resultados e as informações obtidas, concluiu-se que ocorreu uma correlação altamente

Relationship between mandibular growth and skeletal maturation in young melanodermic Brazilian women Abstract Objective: To assess the degree of correlation between mandibular growth and skeletal maturation in young melanodermic Brazilian women. Methods: The authors examined 140 lateral teleradiographies and an additional 140 radiographies of hands and wrists of young female Brazilian melanodermic subjects aged 8 to 14 years with normal occlusion or Angle Class I malocclusion, who had not been subjected to previous orthodontic treatment. Using the hand and wrist radiographies, the authors evaluated the development of ossification centers in the proximal phalanx of the 3rd finger and the distal epiphysis of the radius bone, drawing on the method described by Eklöf and Ringertz. The lateral teleradiographies enabled an analysis of frontal sinus pneumatization according to the method described by Ruf and Pancherz, and of the cephalometric measurements representative of mandibular growth, namely, Co-Go, Co-Gn, Go-Gn, Fg-Pg. The data were statistically analyzed using Pearson’s Correlation to determine the degree of relationship between variables. Results and Conclusions: A highly significant correlation was found between ossification centers observed on the hand and wrist radiographies and cephalometric measurements representative of the mandibular growth (r = 0.777). Although statistically significant, there was a low correlation between frontal sinus pneumatization and the progression of skeletal maturity (r = 0.306), as well as a relationship between frontal sinus pneumatization and the cephalometric measurements representative of mandibular growth (r = 0.218). Keywords: Skeletal maturation. Melanodermic subjects. Hand and wrist radiographies. Mandibular growth. Frontal sinus.

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A relação entre o crescimento mandibular e a maturação esquelética em jovens brasileiras melanodermas

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Enviado em: maio de 2007 Revisado e aceito: dezembro de 2009

Endereço para correspondência Vania C. V. de Siqueira Rua José Corder 87 – Jardim Modelo CEP: 13.400-010 – Piracicaba/SP E-mail: siqueira@fop.unicamp.br

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Artigo Inédito

Amamentação, hábitos bucais deletérios e oclusopatias em crianças de cinco anos de idade em São Pedro, SP Isaura Maria Ferraz Rochelle*, Elaine Pereira da Silva Tagliaferro**, Antonio Carlos Pereira***, Marcelo de Castro Meneghim****, Krunislave Antonio Nóbilo****, Gláucia Maria Bovi Ambrosano*****

Resumo

Objetivo: estimar a frequência de oclusopatias e suas associações com o tipo e o período de amamentação, hábitos bucais deletérios e informações recebidas pelas mães no pré-natal, em crianças com cinco anos de idade que frequentavam creches municipais. Métodos: a amostra consistiu de 162 crianças residentes no município de São Pedro, SP. Em entrevista com cada mãe, informações sobre o tempo e a forma de aleitamento, a presença de hábitos deletérios, e orientações recebidas pela mãe durante o pré-natal foram coletadas. O exame epidemiológico foi realizado nas dependências das creches, por um único examinador, previamente calibrado, sob iluminação direta. As seguintes variáveis foram avaliadas: presença e severidade de oclusopatias [ligeiro apinhamento e espaçamento (AE), mordida aberta (MA), sobremordida (SM), mordida cruzada uni ou bilateral (MC), overjet positivo (OV) e relação terminal dos segundos molares decíduos (RTM)]. A análise dos dados consistiu de análise univariada (teste qui-quadrado) e de regressão logística múltipla. Resultados: a prevalência de oclusopatias foi de 95,7% (AE = 22,8%; MA = 24,7%; SM = 20,4%; MC = 14,8%; e OV = 13,0%). Na RTM, o terminal reto foi predominante (85,0%). Dentre os hábitos bucais deletérios, o uso de chupeta foi o único indicador de risco (OR = 5,25; p = 0,001) para mordida aberta em crianças que a utilizaram por mais de três anos, detectado nas regressões logísticas. Conclusão: a prevalência de oclusopatias e de hábitos bucais deletérios na amostra estudada foi alta. As crianças que usavam chupeta por mais de três anos mostraram maior probabilidade de apresentar mordida aberta. Palavras-chave: Amamentação. Oclusopatia. Crianças.

* ** *** **** ***** ******

Mestre em Odontologia em Saúde Coletiva pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba – FOP/Unicamp. Doutoranda em Odontologia pela FOP/Unicamp. Professor titular do departamento de Odontologia Social da FOP/Unicamp. Professor associado do departamento de Odontologia Social da FOP/Unicamp. Professor titular aposentado do departamento de Prótese da FOP/Unicamp. Professora titular do departamento de Odontologia Social da FOP/Unicamp.

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Amamentação, hábitos bucais deletérios e oclusopatias em crianças de cinco anos de idade em São Pedro, SP

frequência (95,6%) na população. Associações significativas puderam ser observadas entre alguns hábitos bucais deletérios e certas oclusopatias, merecendo destaque o tempo de uso de chupeta, que mostrou influenciar significativamente e ser um indicador da presença de mordida aberta.

CONCLUSÃO A prevalência de oclusopatias em crianças de 5 anos que frequentam as creches municipais na cidade de São Pedro/SP foi de valor epidemiológico alto (95,7%) em comparação com a literatura estudada. Além disso, a presença de hábitos bucais deletérios também mostrou alta

Breastfeeding, deleterious oral habits and malocclusion in 5-year-old children in São Pedro, SP, Brazil Abstract Objective: To estimate the frequency of malocclusion and their associations with the type and period of breastfeeding, deleterious oral habits, and information received by mothers during the pre-natal period, in 5-year-old children attending municipal daycare centers. Methods: The sample consisted of 162 children resident in the municipality of São Pedro, SP, Brazil. In an interview with each of the mothers, information was collected about the time and form of breastfeeding, presence of deleterious habits, and information the mother received during the pre-natal period. The epidemiological exam was performed at the daycare center facilities by a single, previously calibrated examiner, under direct lighting. The following variables were evaluated: presence and severity of malocclusion [slight overcrowding and spacing (OS)], open occlusal relationship (open bite) (OPB), vertical overlap (over bite) (OVB), uni- or bilateral cross bite (CB), positive overjet (OV) and the primary second molar terminal plane relationship (TPR)]. Data analysis consisted of univariate analysis (chi-square test) and multiple logistic regressions. Results: The prevalence of malocclusions was 95.7% (OS = 22.8%; OPB = 24.7%; OVB = 20.4%; CB = 14.8%; and OV = 13.0%). In TPR the straight terminal plane was predominant (85.0%). Among the deleterious oral habits, the use of a pacifier was the only risk indicator (OR = 5.25; p = 0.001) for open occlusal relationship (open bite) in children that used it for over three years, detected in the logistic regressions. Conclusion: The prevalence of malocclusions and deleterious oral habits in the studied sample was high. Children that used a pacifier for over three years showed greater probability of presenting with open occlusal relationship (open bite). Keywords: Breastfeeding. Malocclusion. Children.

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Rochelle IMF, Tagliaferro EPS, Pereira AC, Meneghim MC, Nóbilo KA, Ambrosano GMB

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Enviado em: maio de 2007 Revisado e aceito: novembro de 2007

Endereço para correspondência Antonio Carlos Pereira Av. Limeira, 901 CEP: 13.414-900 – Piracicaba/SP E-mail: apereira@fop.unicamp.br

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Artigo Inédito

A força de atrito em braquetes plásticos e de aço inoxidável com a utilização de quatro diferentes tipos de amarração* Vanessa Nínia Correia Lima**, Maria Elisa Rodrigues Coimbra***, Carla D’Agostini Derech****, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas*****

Resumo

Objetivo: a finalidade deste estudo in vitro foi avaliar e comparar a resistência friccional em braquetes de aço inoxidável e de policarbonato compósito amarrados com fio metálico e elastômeros. Métodos: foram utilizados quatro braquetes de aço inoxidável e quatro de policarbonato compósito (PC) para pré-molares levados à máquina universal de ensaio mecânico para a tração de um segmento de fio de aço inoxidável 0,019” x 0,025” na velocidade de 0,5mm/min, com 8mm de deslocamento total. A forma de amarração variou entre as seguintes possibilidades: amarração metálica com pinça de Steiner, metálica com pinça Mathieu, elastômero da marca Morelli e elastômero da marca TP Orthodontics. Resultados e Conclusões: os módulos elastoméricos geraram mais atrito do que os metálicos e a amarração com pinça Mathieu provocou menor atrito quando comparada a todas as situações avaliadas. Os braquetes de PC geraram menor atrito do que os metálicos, porém, na escolha do material a ser utilizado na clínica, outras variáveis – tais como a resistência ao cisalhamento e à fratura, a estabilidade de cor e a aderência por microrganismos – devem ser consideradas. Palavras-chave: Atrito. Amarração ortodôntica. Braquete metálico. Braquete plástico.

seu aumento pode ser vantajoso quando aplicado como meio de ancoragem e prejudicial no caso das mecânicas de deslizamento12. A natureza da fricção em Ortodontia é multifatorial, derivada de fatores mecânicos e biológicos1,3,9.

INTRODUÇÃO A Ortodontia baseia-se na movimentação dentária, dentro do leito ósseo alveolar, resultante de força aplicada. Esse processo pode ser otimizado ou prejudicado dependendo da resposta subsequente do tecido e da utilização apropriada e racional de mecanismos mecânicos disponíveis8. A força de atrito é um desses desafios clínicos, devendo ser reconhecida e controlada, uma vez que

Fatores físico/mecânicos • Propriedades do fio ortodôntico: material,

* Pesquisa elaborada como requisito do Programa de Iniciação Científica do Departamento de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade do Brasil, UFRJ.

** Cirurgiã-dentista - RJ. *** Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Doutora em Ciência dos Materiais pelo IME-RJ. **** Doutora em Ortodontia pela UFRJ. Professora do curso de especialização em Ortodontia da UFSC-SC. ***** Professor doutor do departamento de Ortodontia da UFRJ-RJ.

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A força de atrito em braquetes plásticos e de aço inoxidável com a utilização de quatro diferentes tipos de amarração

2. Os braquetes plásticos geraram menor atrito se comparados aos metálicos. 3. Os módulos elastoméricos geraram mais atrito do que os metálicos e a amarração com pinça de Mathieu provocou menor atrito se comparada a todas as situações avaliadas.

CONCLUSÕES 1. A força de atrito variou consideravelmente dentre as oito situações apresentadas, o que é positivo quando fornece ao clínico opções no uso da mecânica ortodôntica, com mais ou menos atrito, conforme a necessidade de cada caso.

Frictional forces in stainless steel and plastic brackets using four types of wire ligation Abstract Objective: This in vitro study evaluated and compared the frictional resistance of stainless steel and polycarbonate (PC) composite brackets tied with metal wire and elastomeric ligation. Methods: Four stainless steel and four polycarbonate composite brackets for premolars were placed in a universal testing machine for the traction of a piece of 0.019 x 0.025-in wire at 0.5 mm/min and total displacement of 8 mm. Ligations were performed according to the following alternatives: metal ligation with Steiner tying pliers; metal ligation using Mathieu tying pliers; Morelli™ elastomeric ligation; and TP Orthodontics™ elastomeric ligation. Results and Conclusions: Elastomeric modules generated more friction than the metal ligations, and the ligation with the Mathieu tying pliers caused less friction than all the other conditions under study. PC brackets generated less friction than metal brackets, but the choice of material to be used in clinical conditions should take into consideration other variables, such as resistance to shearing and to fractures, as well as color stability and microorganism adherence. Keywords: Friction. Orthodontic ligation. Metal bracket. Plastic bracket.

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Enviado em: fevereiro de 2008 Revisado e aceito: outubro de 2009

Endereço para correspondência Carla D’Agostini Derech Av. Rio Branco, 333/306 – Centro CEP: 88.015 201 – Florianópolis E-mail: carladerech@hotmail.com

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Artigo Inédito

Influência do posicionamento sagital mandibular na estética facial Marina Dórea de Almeida*, Arthur Costa Rodrigues Farias*, Marcos Alan Vieira Bittencourt**

Resumo

Objetivo: avaliar a influência do posicionamento sagital da mandíbula na determinação da atratividade facial. Métodos: fotografias faciais de perfil foram tomadas de um homem negro e um branco, assim como de uma mulher negra e uma branca. Essas fotografias foram manipuladas no computador, utilizando o programa Adobe Photoshop CS2®, a fim de produzir, a partir de cada face original, um perfil reto, três simulando discrepâncias mandibulares por retrusão e três por protrusão. As 28 fotografias foram avaliadas por ortodontistas (n = 20), cirurgiões bucomaxilofaciais (n = 20), artistas plásticos (n = 20) e leigos (n = 20). A análise descritiva foi realizada a partir do cálculo da média e desvio-padrão em cada grupo. Resultados: para as faces do homem negro, bem como para as faces femininas, o perfil reto foi o mais aceito. Para o homem branco, a face considerada mais agradável apresentava um perfil levemente côncavo, com a mandíbula mais proeminente. Nesse, analisando-se as simulações de discrepâncias esqueléticas, houve predileção pela protrusão mandibular, em detrimento da retrusão. Contudo, para as faces femininas, os perfis côncavos foram mais rejeitados do que os convexos. Conclusão: os resultados demonstraram concordância entre os grupos de avaliadores na escolha dos perfis mais atrativos. Para as faces masculinas, o perfil reto e a face levemente côncava apresentaram-se mais atrativos, já as faces femininas que foram consideradas mais atrativas possuíam o perfil reto. Palavras-chave: Perfil facial. Ortodontia. Cirurgia ortognática.

* Alunos do curso de especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da Faculdade de Odontologia da UFBA. ** Professor adjunto da Faculdade de Odontologia da UFBA. Doutor e mestre em Ortodontia pela UFRJ. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

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Influência do posicionamento sagital mandibular na estética facial.

Influence of mandibular sagittal position on facial esthetics Abstract Objectives: To analyze the influence of mandibular sagittal position in the determination of facial attractiveness. Methods: Facial profile photographs were taken of an Afro-descendant man and a Caucasian man, as well as an Afro-descendant woman and a Caucasian woman. These photos were manipulated on the computer using Adobe Photoshop® CS2 to produce—from each original face—a straight profile, three simulating retrusion and three protrusion mandibular discrepancies. In all, 28 photographs were evaluated by orthodontists (n = 20), oral maxillofacial surgeons (n = 20), plastic artists (n = 20) and laypersons (n = 20). The descriptive analysis was performed by calculating the mean and standard deviation for each group. Results: The straight facial profile was met with greater acceptance by Afro-descendant male faces and female faces. Caucasian males found a lightly concave facial profile with a more prominent mandible to be the most pleasant. After an analysis of skeletal discrepancies simulations, Caucasian males also showed a preference for mandibular protrusion versus retrusion. Females, however, preferred convex over concave profiles. Conclusion: The results showed agreement between groups of evaluators in selecting the most attractive profiles. Regarding male faces, a straight profile with a slightly concave face seemed more attractive and a straight facial profile was also greatly valued. Keywords: Facial profile. Orthodontics. Orthognathic surgery.

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Enviado em: agosto de 2007 Revisado e aceito: novembro de 2009

Endereço para correspondência Marina Dórea de Almeida Universidade Federal da Bahia Av. Araújo Pinho, 62/7° andar – Canela CEP: 40.110-150 – Salvador/BA E-mail: marina_mda@hotmail.com

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Artigo Inédito

Relação entre bruxismo, fatores oclusais e hábitos bucais Lívia Patrícia Versiani Gonçalves*, Orlando Ayrton de Toledo**, Simone Auxiliadora Moraes Otero***

Resumo Objetivo: avaliar a relação entre bruxismo, fatores oclusais e hábitos bucais em crianças e adolescentes, alunos da rede pública da cidade de Brasília/DF. Métodos: um grupo de 680

escolares, de ambos os gêneros, na faixa etária de 4 a 16 anos, foi aleatoriamente selecionado. Os dados foram coletados através da avaliação clínica e da aplicação de questionários aos responsáveis pelos alunos. Os aspectos morfológicos da oclusão foram avaliados segundo a classificação de Angle e critérios para a dentadura decídua, de Foster e Hamilton (1969). As mordidas cruzadas anterior e posterior, uni ou bilateral, foram avaliadas. O teste quiquadrado, a Odds Ratio e o software SPSS foram utilizados para análise estatística. Resultados e Conclusões: 592 questionários retornaram de maneira completa. A prevalência de bruxismo foi de 43%, enquanto 57% apresentaram má oclusão. Os hábitos bucais foram observados em 53%. A prevalência de má oclusão aumentou de 42,6% na dentadura decídua para 74,4% na dentadura permanente. A avaliação dos resultados indicou que não houve relação estatisticamente significativa entre o bruxismo e os fatores oclusais estudados (p > 0,05). Não foram encontradas diferenças entre os gêneros em ambas as variáveis. A onicofagia foi o hábito mais prevalente (35%) com preferência para o gênero feminino. Houve relação estatisticamente significativa entre bruxismo e hábitos bucais. Avaliando os tipos específicos de hábitos, apenas a sucção de chupeta se mostrou relacionada ao bruxismo. Estudos adicionais serão necessários para melhor compreensão dos fatores locais na gênese do bruxismo. Palavras-chave: Bruxismo. Sono. Má oclusão. Hábitos bucais.

apresenta-se em contrações musculares rítmicas com uma força maior do que a natural, provocando atrito e ruídos fortes ao ranger os dentes e que não podem ser reproduzidos nos períodos de consciência. De acordo com a Classificação Internacional

INTRODUÇÃO O bruxismo pode ser definido como uma atividade parafuncional do sistema mastigatório que inclui apertar e ranger os dentes (bruxismo cêntrico e excêntrico, respectivamente). Durante o sono,

* Doutoranda em Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. Especialista em Ortodontia pela APCD, São José do Rio Preto/SP. ** Professor doutor em Odontopediatria, livre docente. Professor titular do departamento de Odontologia, Universidade de Brasília. *** Professora assistente do departamento de Odontologia, Universidade de Brasília. Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília.

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Gonçalves LPV, Toledo OA, Otero SAM

entre o bruxismo e hábitos bucais. Avaliando-se os tipos específicos de hábitos, apenas a sucção de chupeta se mostrou relacionada ao bruxismo. • Estudos adicionais são necessários para melhor compreensão dos fatores locais na gênese do bruxismo.

CONCLUSÕES Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos, pode-se concluir que: • Não houve relação estatisticamente significativa entre o bruxismo e os fatores oclusais estudados. • Houve relação estatisticamente significativa

The relationship between bruxism, occlusal factors and oral habits Abstract Objective: Evaluating the relationship between bruxism, occlusal factors and oral habits in children and adolescent subjects, students from public schools in Brasília-Federal District city. Methods: A group of 680 students, of both genders, average age 4 - 16 years, were randomly selected. Data was collected by clinical evaluation and questionnaires replied by the responsible for the students. The occlusion morphological aspects were evaluated according to Angle classification and following a criteria created for the deciduous dentition, according to Foster and Hamilton (1969). Uni or bilateral posterior and anterior crossbites were evaluated. The chi-square test, the Odds Ratio and the SPSS software were used for the statistic analysis. Results and Conclusion: 592 questionnaires were fulfilled completely. Bruxism had a prevalence of 43%, whilst 57% presented malocclusion. Oral habits were observed in 53%. The prevalence of a malocclusion increased from 42.6% in the deciduous dentition to 74.4% in the permanent dentition. The evaluation of the results showed that there was no statistically significant relationship between bruxism and the studied occlusal factors (p > 0.05). Differences were not found between genders in both variables. Onicofagy was the most frequent habit (35%), mainly in the female subjects. There was a statistically significant relationship between bruxism and oral habits. Evaluating the specific types of habits, just pacifier sucking showed to be related to the bruxism. Additional studies will be necessary for a better understanding of the local origin of bruxism. Keywords: Bruxism. Sleep. Malocclusion. Oral habits.

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Relação entre bruxismo, fatores oclusais e hábitos bucais

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Enviado em: setembro de 2007 Revisado e aceito: novembro de 2008

Endereço para correspondência Lívia Patrícia Versiani Gonçalves Srtvs Q 701 Ed. Centro Empresarial Brasília Bl. A, Sl. 722-724 CEP: 70.340-000 – Brasília / DF E-mail: liviaversiani@hotmail.com

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Artigo Inédito

O perfil dos ortodontistas em relação aos aspectos odontolegais dos prontuários odontológicos Giovanni Garcia Reis Barbosa*, Ronaldo Radicchi**, Daniella Reis Barbosa Martelli***, Heloísa Amélia de Lima Castro****, Francisco José Jácome da Costa*****, Hercílio Martelli Júnior******

Resumo

Objetivo: o objetivo deste estudo foi conhecer os principais aspectos legais relacionados ao exercício da Ortodontia que podem ser utilizados como importantes instrumentos de defesa em caso de ação ética e/ou judicial. Métodos: realizou-se um estudo transversal com ortodontistas de Belo Horizonte/MG, por meio de instrumento próprio (questionário), abordando os aspectos éticos e judiciais que envolvem essa especialidade. Foi solicitado, no questionário, o preenchimento dos seguintes campos: identificação pessoal, formação acadêmica, acessórios ortodônticos, higiene bucal, plano de tratamento, prestação de serviço, documentação ortodôntica, prescrição medicamentosa e vias de comunicação com o paciente, dentre outros. Resultados: um montante de 237 ortodontistas, registrados no CRO-MG e domiciliados em Belo Horizonte, receberam o instrumento de coleta de dados. Desse universo, 69 (29,11%) responderam e devolveram os questionários. Dos 69 respondentes, 57,97% eram do gênero masculino e 42,03% do feminino. Em relação às instituições onde esses profissionais se graduaram, constatou-se que 52,17% deles se formaram em Instituições de Ensino Superior (IES) privadas. Observou-se que 34,78% dos ortodontistas concluíram a especialização entre 5 e 10 anos após o término da graduação. A maioria dos profissionais (94,2%) registra nos prontuários as quebras dos acessórios ortodônticos utilizados pelos pacientes e 53,62% desses ortodontistas arquivam, por todo o período de atividade profissional, a documentação ortodôntica dos pacientes. Conclusões: por intermédio desse estudo, ficou evidente que alguns parâmetros de análise foram bastante satisfatórios, como: a existência de modelos contratuais para a prestação de serviços, a comunicação com os pacientes e/ou os responsáveis por eles em caso de abandono de tratamento, o arquivo da documentação ortodôntica e o registro, no prontuário, de quebras e danos de acessórios ortodônticos. Contudo, algumas práticas ainda precisam ser adotadas, tais como: coleta da assinatura dos pacientes em caso de danos em acessórios ortodônticos e arquivo de cópia de prescrição medicamentosa e atestados. Palavras-chave: Responsabilidade civil. Ortodontia. Odontologia legal.

* Especialista em Odontologia Legal da Associação Brasileira de Odontologia – ABO-MG. ** Mestre em Odontologia Legal e doutorando em Anatomia – Faculdade de Odontologia de Piracicaba/Unicamp. Coordenador do curso de especialização em Odontologia Legal da ABO-MG. *** Especialista em Saúde Coletiva pelo Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). **** Professora associada do departamento de Morfologia da FOP/Unicamp. ***** Especialista em Odontologia Legal pela ABO-MG. ****** Professor titular do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Unimontes e do Centro Pró-Sorriso da Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas).

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O perfil dos ortodontistas em relação aos aspectos odontolegais dos prontuários odontológicos

The profile of orthodontists in relation to the legal aspects of dental records Abstract Objective: The purpose of this study was to acquire knowledge about the key legal aspects of orthodontic practice, which may be used as important defense tools in the event of ethical and/or legal actions. Methods: A cross-sectional study was conducted with dentists in Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil, by means of a specific instrument (questionnaire) addressing the ethical and legal disputes that involve the orthodontic specialty. Participants were asked to fill out the following questionnaire fields: personal identification, academic background, orthodontic accessories, oral hygiene, treatment plan, service provision, orthodontic documentation, drug prescription and forms of communication with patients, among others. Results: A total of 237 orthodontists, all members of the Regional Council of Dentistry, Minas Gerais State (CRO-MG) and living in Belo Horizonte, were given the data collection instrument. Out of this total, 69 (29.11%) answered and returned the questionnaires. Of the 69 respondents, 57.97% were male and 42.03% female. It was found that 52.17% of these professionals graduated from Higher Education Institutions (ISEs). It was observed that 34.78% of these orthodontists completed specialization between 5 and 10 years after graduation. Most professionals (94.2%) enter into their medical records information about any damage caused to the orthodontic accessories used by their patients and 53.62% of the orthodontists keep their patients’ orthodontic documentation on file throughout their active professional life. Conclusions: This study revealed that some analysis parameters were very satisfactory, such as: the availability of service provision contract models, communication with patients and/or their lawful guardians in case of abandonment of treatment, orthodontic documentation files and the entering into the dental records of information concerning the breakage of and damage to orthodontic accessories. However, some practices have yet to be adopted, such as: patient signature should be collected in the event of damage to orthodontic accessories and copies of drug prescriptions and certificates should be kept on file. Keywords: Civil liability. Orthodontics. Forensic dentistry.

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Enviado em: setembro de 2007 Revisado e aceito: agosto de 2008

Endereço para correspondência Hercílio Martelli Júnior Rua Iracy de Oliveira Novaes, 220 – 207 A CEP: 39.400-000 – Montes Claros/MG E-mail: hmjunior2000@yahoo.com

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Artigo Inédito

Análise do crescimento das dimensões da mandíbula em diferentes idades fetais Rafael Souza Mota*, Vinícius Antônio Coelho Cardoso*, Cristiane de Souza Bechara*, João Gustavo Corrêa Reis**, Sérgio Murta Maciel***

Resumo

Objetivo: verificar se há assimetria de crescimento entre as hemimandíbulas esquerda e direita, durante o 2º e início do 3º trimestre de gestação. Métodos: foram utilizadas 68 hemimandíbulas (34 mandíbulas) de fetos conservados em solução de formalina a 10%, sendo 20 femininos e 14 masculinos, e realizadas as seguintes mensurações: Côndilo-Processo Coronoide (Co-PC), Gônio-Processo Coronoide (Go-PC), Gônio-Gnátio (Go-Gn), CôndiloGnátio (Co-Gn), Altura da Sínfise (AS) e Ângulo da Mandíbula (AM). Os dados foram coletados, tabulados e analisados com auxílio do programa SPSS, versão 11.0, 2005, onde foi realizado o estudo One Way Anova para a comparação entre as médias dos valores das medidas anatômicas das hemimandíbulas direita e esquerda, sendo a idade dividida entre segundo trimestre (Período 1: 13-18 semanas e Período 2: 18-24 semanas), e início do terceiro trimestre (Período 3: 24-30 semanas) de gestação. Resultados: houve discreta assimetria no ritmo de crescimento das medidas Go-Gn, Co-PC, Co-Gn, Go-PC e AS, comparando-se os lados direito e esquerdo, entre o 2º e início do 3º trimestre gestacional, apesar de não estatisticamente significativa (p > 0,05). Constatou-se, também, que houve redução da medida AM, com discreta assimetria, no mesmo período pré-natal, sendo estatisticamente significativa (p < 0,05). Conclusão: não foram observadas diferenças estatísticas significativas quanto ao crescimento das hemimandíbulas direita e esquerda no período estudado. Por outro lado, houve redução da medida do ângulo da mandíbula no mesmo período, apresentando significância estatística. Palavras-chave: Crescimento. Mandíbula. Feto.

* Graduados em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). ** Mestre em Morfologia pela UFRJ. *** Mestre em Saúde Coletiva pela UERJ. Especialista em Ortodontia e professor adjunto do departamento de Morfologia da UFJF.

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Análise do crescimento das dimensões da mandíbula em diferentes idades fetais

manas de gestação5. No presente estudo, a análise dos gráficos das médias dos valores das medidas demonstra concordância com esse trabalho, exceto para a medida Go-PC, a qual possui uma curva de crescimento ligeiramente mais elevada na hemimandíbula esquerda.

crescimento discretamente maior na hemimandíbula esquerda, apesar de não ser estatisticamente significativo (p > 0,05). Na revisão bibliográfica, foram encontradas algumas divergências. Durante o 2° e 3° trimestres de vida pré-natal, o crescimento mandibular é alométrico, o corpo da mandíbula cresce com mais intensidade do que o ramo, tanto em comprimento (Go-Gn) quanto em altura (AS), sendo a maior curva de crescimento encontrada na altura da sínfise5. Entretanto, segundo outros autores, o ramo mandibular cresce mais rápido do que o corpo, tanto em comprimento (Co-PC) quanto em altura (Go-PC)2,3, sendo a maior curva de crescimento encontrada para a altura do ramo2,3. No presente trabalho, foi encontrado um maior crescimento da altura (As) e comprimento do corpo da mandíbula (Go-Gn) em relação ao comprimento (Co-PC) e altura do ramo da mandíbula (Go-PC), conforme mostra a tabela 2. As medidas das dimensões Go-PC e AS, quando submetidas à análise multivariada e uso de PCA, possuem maiores curvas de crescimento no lado direito5. As demais medidas (Co-PC, Go-Gn, Co-Gn e AM) apresentam curva de crescimento mais elevada no lado esquerdo, entre 13 e 37 se-

CONCLUSÃO Conclui-se que houve discreta assimetria no ritmo de crescimento das medidas Go-Gn, Co-PC, Co-Gn, Go-PC e AS, comparando-se o lado direito e o esquerdo, entre o 2° e início do 3° trimestre gestacional. Conclui-se que houve discreta assimetria no ritmo de crescimento das medidas Go-Gn, Co-PC, Co-Gn, Go-PC e AS, comparando-se o lado direito e o esquerdo, entre o 2° e início do 3° trimestre gestacional, apesar de não estatisticamente significativa. Constatou-se, também, que houve redução da medida ângulo da mandíbula (AM) durante o 2° trimestre de gestação e aumento do mesmo no início do 3° trimestre, com discreta assimetria, apresentando relevância estatística. Agradecimentos Ao Departamento de Morfologia da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Analysis of mandibular dimensions growth at different fetal ages Abstract Objective: To investigate growth asymmetry between the left and right hemimandibles (HMs) during the 2nd and early 3rd trimester of pregnancy. Methods: Sixty eight hemimandibles (34 mandibles) of fetuses were used—20 female and 14 male—preserved in 10% formalin solution, and the following measurements were performed: Condyle-Coronoid Process (Co-CP), Gonion-Coronoid Process (Go-CP), Gonion-Gnathion (Go-Gn), Condyle-Gnathion (Co-Gn), Symphyseal Height (SH), Mandibular Angle (MA). The data were collected, tabulated and analyzed with the aid of SPSS software, version 11.0, 2005. One-way ANOVA test was performed to compare the mean values of anatomical measurements of the right and left HMs. Gestational ages were divided into second trimester (Period 1: 13-18 weeks and Period 2: 18-24 weeks), and early third trimester (Period 3: 24-30 weeks) of pregnancy. Results: We noted a slight growth rate asymmetry in Go-Gn, Co-CP, Co-Gn, Go-CP and SH, comparing the left and right mandibular halves, between the 2nd and early 3rd trimester of pregnancy, although not statistically significant (p > 0.05). It was also found that the mandibular angle decreased and showed a slight—though statistically significant (p < 0.05)—asymmetry in the same prenatal period. Conclusion: The authors concluded that there was a slight asymmetry in the growth rate of measurements Go-Gn, Co-CP, Co-Gn, Go-CP and SH, comparing the left with the right hemimandible between the 2nd and early 3rd trimester of gestation. Keywords: Growth. Mandible. Fetus.

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Enviado em: novembro de 2008 Revisado e aceito: agosto de 2009

Endereço para correspondência Rafael Souza Mota Rua Vila Rica 18/602 – São Mateus CEP: 36.025-080 – Juiz de Fora/MG E-mail: rafaelsouzamota.jf@gmail.com

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Caso Clínico BBO

Má oclusão Classe III de Angle com discrepância anteroposterior acentuada Carlos Alexandre Câmara*

Resumo

O caso clínico apresentado refere-se ao tratamento de uma paciente com 36 anos, que apresentava uma má oclusão Classe III esquelética e dentária, com ausência dos caninos superiores. Foi realizado um tratamento ortodôntico-cirúrgico combinado, com avanço de maxila (Le Fort 1) e ajustes oclusais nos primeiros pré-molares superiores, que substituíram os caninos. Esse caso foi apresentado à Diretoria do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO), representando a categoria 4, ou seja, uma má oclusão com discrepância anterossuperior acentuada, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Diplomado pelo BBO. Palavras-chave: Má oclusão de Angle Classe III. Cirurgia maxilofacial. Ortodontia corretiva.

esses encontravam-se ausentes. O primeiro molar inferior esquerdo também estava ausente. Sendo assim, a relação molar do lado direito era de chave de oclusão. Na região dos caninos, havia uma relação de Classe III atípica, com os pré-molares superiores substituindo os caninos. Havia uma mordida cruzada anterior de -4mm e um pequeno desvio da linha média dentária inferior (1mm para a esquerda). Os dentes posteriores apresentavam coroas aumentadas com sinais de recessão gengival (Fig. 1, 2). Na análise facial, em uma vista sagital, o terço médio encontrava-se recuado em relação aos terços superior e inferior da face. A deficiência maxilar ficava bem evidente pela ausência da projeção zigomática e depressão infraorbitária. Além disso, a mandíbula não apresentava a linha queixo-pescoço

HISTÓRIA E ETIOLOGIA Paciente de cor branca com 36 anos de idade, do gênero feminino, boas condições de saúde e com experiência média de cáries. Não possuía histórico de doenças graves ou crônicas. Revelou, na consulta inicial, que desde a infância apresentava uma face com perfil côncavo e havia extraído os caninos superiores ainda jovem. Sua queixa principal referiase à desarmonia dos dentes na região anterior e insatisfação com os aspectos funcionais e estéticos. DIAGNÓSTICO Ao exame físico, foi observado que a paciente apresentava características de má oclusão Classe III dentária e esquelética. A relação dentária apresentava-se atípica, uma vez que os pré-molares superiores estavam no lugar dos caninos, pois

* Especialista em Ortodontia (FO-UERJ). Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

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Má oclusão Classe III de Angle com discrepância anteroposterior acentuada

no tratamento será o entendimento e a integração entre as especialidades, que buscarão, em conjunto, as melhores alternativas e procedimentos. No caso apresentado, o tratamento foi realizado com a intervenção ortodôntica e a cirurgia ortognática. O conhecimento das necessidades estéticas e funcionais, assim como das expectativas e anseios da paciente, determinou a correção da discrepância óssea e oclusal, por meio do avanço da maxila e da adaptação dos primeiros pré-molares superiores, para exercerem as funções dos caninos ausentes. Sendo assim, embora atípico, esse caso preencheu as exigências do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial, que entende e avalia os resultados dos tratamentos sob o prisma dos preceitos ideais e reais de um bom tratamento ortodôntico.

A correção dos problemas esqueléticos e dentários permitiu que os objetivos oclusais, funcionais e estéticos fossem alcançados. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo de todo tratamento ortodôntico consiste em alcançar uma oclusão que permita a função satisfatória e saudável na rotina fisiológica do sistema estomatognático, excelente estética facial, bucal e dentária, e estabilidade em longo prazo dos resultados alcançados. Pacientes adultos, com necessidades estéticas e funcionais, elevam o grau de dificuldade da obtenção desses objetivos, uma vez que, não tendo mais a capacidade de mudança proporcionada pelo crescimento ósseo, necessitam de procedimentos complementares e integrados para o alcance das metas almejadas. A má oclusão esquelética de Classe III é um bom exemplo dessa situação, onde as possibilidades ortodônticas são limitadas e necessitam de apoio de outras especialidades, em particular, da cirurgia. Entretanto, o que proporcionará a obtenção do êxito

AGRADECIMENTOS Ao Dr. Arthur Farias, pela ajuda na ilustração do trabalho; Dr. Sergio Varela, responsável pela cirurgia da paciente apresentada; Dra. Telma Araujo, pela valiosa revisão.

Angle Class III malocclusion with severe anteroposterior discrepancy Abstract This case report describes the treatment of a 36-year-old patient who presented a skeletal and dental Class III malocclusion and missing upper canines. The patient was treated with orthosurgical maxillary advancement (Le Fort 1) and occlusal adjustment of the first premolars, which replaced the canines. This case was presented to the Brazilian Board of Orthodontics and Facial Orthopedics (BBO), as representative of Category 4, i.e., malocclusion with severe anteroposterior discrepancy, as part of the requirements for obtaining the BBO Diploma. Keywords: Angle Class III malocclusion. Maxillofacial surgery. Corrective Orthodontics.

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Câmara CA

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Enviado em: dezembro de 2009 Revisado e aceito: fevereiro de 2010

Endereço para correspondência Carlos Alexandre Câmara Rua Joaquim Fagundes 597, Tirol CEP: 59.022-500 – Natal / RN E-mail: cac.ortodontia@digi.com.br

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T ó p i c o E s p ec i a l

Anomalias dentárias associadas: o ortodontista decodificando a genética que rege os distúrbios de desenvolvimento dentário Daniela Gamba Garib*, Bárbara Maria Alencar**, Flávio Vellini Ferreira***, Terumi Okada Ozawa****

Resumo

O presente trabalho versa sobre o diagnóstico e a abordagem ortodôntica das anomalias dentárias, enfatizando os aspectos etiológicos que definem tais irregularidades de desenvolvimento. Parece existir uma inter-relação genética na determinação de algumas dessas anomalias, considerando-se a alta frequência de associações. Um mesmo defeito genético pode originar diferentes manifestações fenotípicas, incluindo agenesias, microdontias, ectopias e atraso no desenvolvimento dentário. As implicações clínicas das anomalias dentárias associadas são muito relevantes, uma vez que o diagnóstico precoce de uma determinada anomalia dentária pode alertar o clínico sobre a possibilidade de desenvolvimento de outras anomalias associadas no mesmo paciente ou em outros membros da família, permitindo a intervenção ortodôntica em época oportuna. Palavras-chave: Genética. Anomalias dentárias. Agenesia. Etiologia. Ortodontia.

anomalias dentárias. As anomalias expressam-se com distintos graus de severidade. Da manifestação mais branda para a mais severa – representadas, respectivamente, desde o atraso cronológico na odontogênese até a ausência completa do germe dentário ou agenesia –, existe uma miríade de expressões, compreendendo as microdontias, os desvios na morfologia dentária e as ectopias. Este artigo volta-se aos erros da natureza aplicados ao desenvolvimento da dentição, discutindo a

INTRODUÇÃO Caracterizada por complexos e precisos processos biológicos de substituição de dentes decíduos por dentes permanentes, a dentadura mista representa uma das manifestações de perfeição da natureza. Mas, como todo curso natural, o desenvolvimento da dentição pode mostrar algumas imperfeições e, no transcorrer da dentadura mista – com certa frequência –, o profissional depara-se com irregularidades odontogênicas: as

* Professora doutora em Ortodontia. Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais e Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo, Bauru/SP. ** Mestre em Ortodontia pela Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), São Paulo/SP. *** Coordenador do curso de mestrado em Ortodontia da Unicid. **** Professora do programa de pós-graduação em Ciência da Reabilitação. Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – Universidade de São Paulo, Bauru-SP.

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Anomalias dentárias associadas: o ortodontista decodificando a genética que rege os distúrbios de desenvolvimento dentário

acentuada de flúor ou antibioticoterapia –, podem funcionar de alerta clínico para o desenvolvimento de outras anomalias dentárias no decorrer do desenvolvimento da dentição.

Hipoplasia de esmalte Apesar de ainda constituir um tema não muito explorado pela literatura, existem algumas evidências de que a hipoplasia generalizada do esmalte integra a lista de anomalias dentárias associadas, reguladas geneticamente (Fig. 16, 18). Isso porque a hipoplasia de esmalte é diagnosticada, nos casos com anomalias dentárias, mais comumente do que se esperaria ao acaso2. Além disso, em uma amostra de jovens selecionados pela presença de hipoplasia, constatou-se uma prevalência elevada de agenesias, microdontia e ectopias, incluindo a erupção ectópica dos caninos para palatino2. Dessa maneira, manchas brancas presentes generalizadamente no esmalte dos dentes permanentes, dissociadas de causas ambientais – como ingestão

Conclusão A implicação clínica do padrão de anomalias dentárias associadas é muito relevante, uma vez que o diagnóstico precoce de uma determinada anomalia dentária (como a agenesia de um segundo pré-molar ou a presença de um incisivo lateral superior cônico) pode alertar o clínico da possibilidade de desenvolvimento de outras anomalias associadas no mesmo paciente ou em outros membros da família, permitindo o diagnóstico precoce e a intervenção ortodôntica em tempo oportuno.

Associated dental anomalies: The orthodontist decoding the genetics which regulates the dental development disturbances Abstract This article aims to approach the diagnosis and orthodontic intervention of the dental anomalies, emphasizing the etiological aspects which define these developmental irregularities. It seems to exist a genetic inter-relationship determining some dental anomalies, considering the high frequency of associations. The same genetic defect may give rise to different phenotypes, including tooth agenesis, microdontia, ectopias and delayed dental development. The clinical implications of the associated dental anomalies are relevant, since early detection of a single dental anomaly may call the attention of professionals to the possible development of other associated anomalies in the same patient or in the family, allowing timely orthodontic intervention. Keywords: Genetics. Dental anomalies. Tooth agenesis. Etiology. Orthodontics.

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Enviado em: novembro de 2009 Revisado e aceito: dezembro de 2009

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6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo) e não como elemento gráfico (imagem não editável).

Artigos com um até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32.

7. Declaração de Cessão de Direitos Autorais — todos os manuscritos devem ser acompanhados da seguinte declaração escrita, assinada por todos os autores: “O(s) autor(es) abaixo assinado(s) transfere(m) todos os direitos autorais do manuscrito [inserir título do artigo aqui] para a Dental Press International, caso o trabalho seja publicado. O(s) autor(es) abaixo assinado(s) garante(m) que o artigo é original, não infringe qualquer direito autoral ou outro direito de propriedade de terceiros, não está sendo analisado por outra revista e não foi publicado anteriormente, seja em mídia impressa ou eletrônica. Eu (nós) assino (assinamos) e aceito (aceitamos) a responsabilidade de publicar este material.” — digitalize esse termo de liberação de direitos autorais e o envie pelo site*, junto com o artigo.

Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2ª ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção. [dissertação]. Bauru: Universidade de São Paulo; 1990.

8. Comitês de Ética — Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Comitês de Ética.

Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/ a15v11n6.pdf.

9. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências listadas devem ser citadas no texto. — com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”.

Dental Press J. Orthod.

* Para submeter novos trabalhos acesse o site: www.dentalpress.com.br/pubartigos

159

v. 15, no. 2, p. 158-160, Mar./Apr. 2010


C omunicado

aos

A utores

e

C onsultores - R egistro

de

E nsaios C línicos

controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros

1. O registro de ensaios clínicos

primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical

Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo pro-

Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (Internatio-

jeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista

nal Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRC-

intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de

TN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possí-

causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter

vel, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para

interferência sobre a saúde dos envolvidos.

os recomendados pela OMS.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clí-

A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem

nicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados

ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação,

e registrados antes de serem iniciados.

data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financia-

O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de

mento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinado-

identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos

res, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas,

resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas cien-

título público do estudo, título científico, países de recrutamento, pro-

tíficas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como

blemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e ex-

pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de

clusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário,

instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com

tamanho pretendido da amostra, status do recrutamento e medidas de

interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite

resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três

reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas,

categorias:

observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas

- Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e

nos assuntos.

contribuem para o Portal;

Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões inter-

- Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas

nacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas

enviam os dados para o Portal somente através de parceria com um dos Registros Primários;

científicas da área da saúde indexadas na Scientific Library Electronic

- Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria

Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Ca-

do Portal, ainda não contribuem para o Portal.

ribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de

3. Posicionamento do Dental Press Journal of Orthodontics

registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área

O DENTAL PRESS JOURNAL OF ORTHODONTICS apoia

da saúde.

as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial

Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Jour-

da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International

nal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que

Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.

exijam dos autores o número de registro no momento da submissão

org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup.htm),

de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos

reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divul-

Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos en-

gação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso

dereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados,

aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS

os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios

para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão

estabelecidos pela OMS.

aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE,

2. Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros

cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.

de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Se-

org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final

arch Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index.html), com

do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o

interface que permite busca simultânea em diversas bases. A pesquisa,

registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.

nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para

Atenciosamente,

a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede

Jorge Faber, CD, MS, Dr

recém criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical

Editor do Dental Press Journal of Orthodontics

Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores

ISSN 2176-9451

dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e

E-mail - faber@dentalpress.com.br

Dental Press J. Orthod.

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v. 15, no. 2, p. 158-160, Mar./Apr. 2010


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