Ediçaõ V9N1 - Dezembro e Janeiro de 2010

Page 1

Ortodontia R e v i s ta Clínica de

Volume 9 - Número 1 - Fevereiro / Março 2010

Editorial ............................................... 3 Pergunte a um Expert ................... 9 Dica Clínica ...................................... 31 Eventos .............................................. 42 Acontecimentos ............................. 43 Marketing ......................................... 46 Arquitetura ...................................... 48 Ortodontia Forense ...................... 50 Abstracts ........................................ 103 Controvérsias ............................... 106 Instruções aos autores . ........... 111

Dental Press

31

Descrição do aparelho VABB (Vertically Activated Bite Block) para o tratamento da mordida aberta anterior

72

Aplicações da Tomografia Computadorizada em Ortodontia: “O Estado da Arte”

51

Mecânica de Classe III com cursor inferior e ancoragem esquelética superior

86

Alternativas mecânicas com a utilização de mini-implantes

61

Otimização do tracionamento de canino impactado pela técnica do arco segmentado: relato de caso clínico

96

Tracionamento de um canino inferior em posição desfavorável

Description of the Vertically Activated Bite Block (VABB) for the treatment of anterior open bite Dirceu Barnabé Raveli, Luana Paz Sampaio Dib, Denise Rocha Goes Landázuri, Savana de Alencar Maia, Taísa Boamorte Raveli, Diego Cardoso Pendenza

Class III mechanics using sliding-jig and maxillary bone anchorage Alexandre de Almeida Ribeiro

Impacted canine treatment through orthodontic traction using segmented arch technique: case report Luiz Guilherme Martins Maia, Mila Leite de Moraes Maia, André Wilson Machado, André da Costa Monini, Luiz Gonzaga Gandini Júnior

Computed Tomography applications in Orthodontics: “The State of the Art” José Rino Neto, Mauricio Adriano de Olivério Accorsi, João Batista de Paiva, Beatriz Ueti Lombardi de Farias, Marcelo Gusmão Paraíso Cavalcanti

Mechanical alternatives with the use of mini-implants Rodrigo Severo Leal, Liliana Ávila Maltagliati

Orthodontic traction of an unfavorably positioned lower canine Sérgio Kubitski, Marcio Guimarães Kubitski, Leopoldino Capelozza Filho, Terumi Okada Ozawa

ISSN 1676-6849 Rev. Clín. Ortod. Dental Press

Maringá

v. 9

n. 1

p. 1-112

fev./mar. 2010


EDITOR Omar Gabriel da Silva Filho HRAC-USP

EDITOR ASSISTENTE Danilo Furquim Siqueira UNICID-SP Rosely Suguino CESUMAR-PR PUBLISHER Laurindo Furquim UEM-PR

CONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO Adilson Luiz Ramos Hélio Hissashi Terada CONSULTORES INTERNACIONAIS Björn U. Zachrisson Jeffrey P. Okeson Jesús Fernández Sánchez Júlia Harfin Larry White Lorenzo Franchi Ravindra Nanda Roberto Justus Tiziano Baccetti Vincent G. Kokich

CONSULTORES CIENTÍFICOS Ademir Roberto Brunetto Arno Locks Ary dos Santos-Pinto Carlo Marassi Cristina Feijó Ortolani Daniela Gamba Garib David Normando Eduardo Dainesi Fábio Bibancos Francisco Ajalmar Maia Henrique Mascarenhas Villela José Fernando C. Henriques José Nelson Mucha Julio de Araújo Gurgel Jurandir Antonio Barbosa Leopoldino Capelozza Filho Luciano da Silva Carvalho Marcio Rodrigues de Almeida Marden Bastos Ricardo Nakama Roberto Hideo Shimizu Sebastião Interlandi Weber José da Silva Ursi

UEM-PR UEM-PR Universidade de Oslo / Noruega Universidade de Kentucky / Estados Unidos Universidade de Madrid / Espanha Universidade de Maimonides / Buenos Aires - Argentina AAO Dallas / EUA Universidade de Florença / Itália University of Connecticut Orthodontics - EUA Universidade Tecnológica do México / Cidade do México - México Universidade de Florença / Itália Universidade de Washington / EUA UFPR-PR UFSC-SC UNESP-SP CPO SLMANDIC-SP UNIP-SP HRAC-USP-SP UFPA/ABO-PA USC-SP Clínica particular-SP UFRN-RN ABO-BA FOB-USP-SP UFF-RJ FOB-USP-SP ACDC-SP HRAC-USP-SP APCD-SP UNIMEP-SP EAP-ABO-MG Clínica particular-PR UTP-PR USP-SP FOSJC/UNESP-SP

CIRURGIA ORTOGNÁTICA Eduardo Sant’Ana FOB-USP-SP

OCLUSÃO Paulo Cesar Rodrigues Conti FOB-USP-SP

PATOLOGIA Alberto Consolaro FOB-USP-SP

Diretora Teresa Rodrigues D'Aurea Furquim ANALISTA DA INFORMAÇÃO Carlos Alexandre Venancio Produção Gráfica e Eletrônica Andrés Sebastián Pereira de Jesus Fernando Truculo Evangelista Gildásio Oliveira Reis Júnior Tatiane Comochena INTERNET Carlos Eduardo de Lima Saugo BANCO DE DADOS Adriana Azevedo Vasconcelos Cléber Augusto Rafael E-commerce Soraia Pelloi DEPARTAMENTO DE CURSOS E EVENTOS Ana Claudia da Silva Rachel Furquim Scattolin DEPARTAMENTO COMERCIAL Roseneide Martins Garcia submissão de artigos Simone Lima Lopes Rafael BIBLIOTECA Jéssica Angélica Ribeiro normalização Marlene Gonçalves Curty Revisão/COPydesk Ronis Furquim Siqueira DEPARTAMENTO FINANCEIRO Roseli Martins Márcia Cristina Plonkóski Maranha RecepçÃo Luana Gouveia

A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press (ISSN 1676-6849) é uma publicação bimestral (seis edições por ano), com tiragem de 4.000 exemplares, da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. - Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá - Paraná - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: revclinica@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Revista Clínica de Ortodontia Dental Press. – v. 1, n. 1 (fev./mar. 2002). – Maringá : Dental Press International, 2002-. Bimestral. ISSN 1676-6849. 1. Ortodontia – Periódicos. I. Dental Press International.

CDD 21.ed. 617.643005

INDEXAÇÃO: Revista Clínica de Ortodontia Dental Press é indexada pela BIREME, nas bases BBO e LILACS - 2003.


Editorial Omar Gabriel

Em tempos de ciência Por grandes ou pequenos feitos, muitas pessoas são caras por suas ideias e ideais. De tão inventivas e empenhadas, contribuíram na construção da sociedade, na elaboração da ciência e tecnologia, no entendimento do universo, na difusão do conhecimento ou na praticidade do dia a dia. Enfim, tornaram a vida menos rasa e mais vibrante no incrível mundo novo. Tive essa sensação amplificada ao final do apocalíptico Avatar. Os ingredientes do bom cinema estavam ali presentes. Mas os efeitos de computação gráfica – esses sim, espetaculares – davam as boas-vindas ao século XXI enquanto inspiravam suspiros de admiração: a nova década chegou! Hawley foi um desses talentos que trafegou pelo mundo ortodôntico. Sem dúvida, esse estadunidense tem seu mérito por sua contribuição superlativa à Ortodontia na década de 1920, imortalizando a esplêndida placa de Hawley. Nos anos 10 do século XXI, a placa de Hawley continua soberana no que se refere à estabilidade pós-tratamento. Longeva, quase nonagenária, a placa de Hawley resistiu ao teste do tempo. Tudo isso simplesmente porque lhe cabe a função de atenuar a recidiva, esse fenômeno enigmático que vem desafiando os ortodontistas desde o início da especialidade – e estamos longe de ter a fórmula para a estabilidade perene após a suspensão do aparelho ortodôntico. Elementar, meu caro Watson, exclamaria Sherlock Holmes nas suas deduções lógicas, é o preço a ser pago pela transgressão da morfologia original. Ao fim e ao cabo, a despeito da batelada de artigos pertinentes ao assunto, não sobraram explicações objetivas e práticas para a instabilidade pós-tratamento. Embora não exista ciência na afirmação a seguir, podemos admitir, como clínicos, que os dentes têm memória. Assim, a recidiva está presente mesmo na ausência de crescimento

facial remanescente. Há uma opinião disseminada entre os ortodontistas de que pelo menos um dos muitos fatores que respondem por essa instabilidade pós-tratamento refere-se à reorganização e remodelação das fibras gengivais, que pode levar até um ano depois da remoção do aparelho. A placa de Hawley acaricia os dentes ao cumprir a função de contenção intra-arco. Em Ortodontia, a recidiva é uma forma de evidenciar a passagem imbatível do tempo. O tempo passa, na sua cadência imutável, enquanto articula a vida e vai encarcerando sentimentos que incorporamos e ajudam a formar uma certa consciência que carregamos ao longo da nossa breve existência. Na seção “Pergunte a um Expert”, um professor emérito, com mais de 30 anos dedicados ao ensino da Ortodontia, declara as virtudes da placa de Hawley. Ao celebrar o passado, consegue dar um toque contemporâneo a esse velho ícone da clínica ortodôntica, que de mofado não tem nada. O texto faz inferir que, para sobreviver na contemporaneidade, ela precisa se mostrar um dispositivo plural. Um belo documento. E tem mais. Ergonomia, diagnóstico, ancoragem, caninos ectópicos, tratamento compensatório para Classe III. Assuntos inesgotáveis no universo ortodôntico. Para finalizar, e retomando o parágrafo inicial, minhas últimas palavras reverenciam a Dra. Zilda Arns. Por trás da sua silhueta serena e sem ostentação, uma odisseia humanitária mudou a história da desnutrição no Brasil. Morreu junto aos pobres que sempre amou, nas mãos de Deus, dentro de uma igreja. Uma heroína não poderia ter uma morte comum. Um brinde por uma década promissora!

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 3, fev./mar. 2010

3



Melhor custo-benefício, consultas mais curtas, tratamentos rápidos e qualidade estética: conforto e satisfação para o ortodontista e paciente.

Clipes Interativos Clipe passivo

G&M representante oficial no Brasil Clipe ativo

GERMAN PRECISION IN ORTHODONTICS

Vendas e Showroom: Av. Angélica, 1996 - cj. 1101 Higienópolis - São Paulo/SP - Brasil - Telefax: (11) 3661-8100 E-mail: vendas@gm-orthodontics.com.br www. gm-orthodontics.com.br

Clipe totalmente ativo





Pergunte a um Expert

Tudo o que você precisa saber sobre a placa de Hawley

Renato Rodrigues de Almeida*

resumo A Placa de Hawley, um aparelho removível consagrado na literatura ortodôntica, ocupa um lugar de destaque na Ortodontia. É utilizada principalmente após a finalização da Ortodontia corretiva, com a finalidade de manter a estabilidade do tratamento. Este artigo abordará a placa de Hawley, sua evolução e versatilidade, descrevendo várias indicações possíveis além da contenção, como: a realização de pequenos movimentos de

inclinação e de rotação; a extrusão de dentes posteriores; a preservação de espaço e a fixação de dentes de estoque, servindo como prótese temporária. Seu desenho permite a incorporação de grade palatina, parafuso expansor, molas digitais, orifício reeducador da postura lingual e arco facial para o AEB conjugado. Entretanto, deve-se lembrar que a movimentação ortodôntica com aparelhos removíveis envolve somente movimentos de inclinação dentária, o que limita a sua aplicação.

* Professor associado do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. Professor adjunto do mestrado em Odontologia, área de Ortodontia, da Faculdade de Odontologia da Universidade Norte do Paraná (Unopar), Londrina/PR.

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 9-28, fev./mar. 2010

9


Pergunte a um Expert

dificuldade com a dicção, mas essas alterações serão normalizadas com o uso. Esse aparelho removível, mesmo sendo frágil, não quebra com facilidade, e a sua indicação depende de cada caso em particular. A sua remoção da cavidade bucal deve seguir o princípio básico de utilizar os dedos indicadores apoiados nos grampos de retenção, sem tracioná-lo para baixo pelo arco vestibular. O processo de higienização requer cuidados especiais, devendo ser realizado com o aparelho fora da cavidade bucal, utilizando creme e escova dental. Deve-se tomar os devidos cuidados para não alterar a forma e a posição dos grampos de retenção, arco vestibular e outros componentes. Em hipótese alguma devem ser utilizadas substâncias químicas ou água quente para a limpeza do aparelho. O sucesso do tratamento ortodôntico depende da qualidade do aparelho e de uma tríade, na qual estão presentes: o profissional, o paciente e os pais. Ao profissional cabe a sensatez, o conhecimento

sobre o assunto em questão, a orientação para o paciente quanto ao uso, escolha do tipo de aparelho removível e a habilidade na execução do protocolo de tratamento. Ao paciente, a honestidade e a responsabilidade quanto à manutenção e uso do aparelho. Aos pais, além da confiança no profissional, a motivação, a supervisão e o controle do uso do aparelho pelo filho. Com a interação harmoniosa desses três elementos, certamente o sucesso ocorrerá. CONCLUSÃO Os aparelhos ortodônticos removíveis, quando utilizados com coerência, parcimônia e criatividade, tornam-se um importante aliado no tratamento ortodôntico. Com a interceptação de um problema simples, que pode tornar-se complexo no futuro, devolve-se ao paciente a oportunidade de uma estética agradável e uma oclusão funcional. Dessa forma, há o restabelecimento do equilíbrio do sistema estomatognático, favorecendo sobremaneira o desenvolvimento da oclusão.

All you need to know about the Hawley appliance Abstract The Hawley retainer, a removable appliance consecrated in the orthodontic literature, occupies a prominent place in Orthodontics. It is used mainly after the completion of the corrective Orthodontics, in order to maintain the treatment stability. This article will address the Hawley retainer, its evolution and versatility, describing several possible indications beyond retention, such as on small movements of tipping and rotation, extrusion of posterior

teeth, the preservation of space and fixation of artificial teeth, serving as a temporary prosthesis. Its design allows the incorporation of palatal grid, expander screw, digital springs, tongue position re-educator hole and facial arch for the conjugated AEB. However, it should be remembered that the orthodontic movements with removable appliances involves only the movement of tooth inclination, which limits its application.

Keywords: Retainer. Removable appliance. Hawley plate.

Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

28

Almeida RR, Bagdasaryan K, Ribas JA. A placa de Hawley e sua utilização clínica. Rev Fac Odontol Lins. 1989 jan-jun;2(1):6-10. Almeida RR, Martins DR, Ursi WJS. Moldagem com finalidade ortodôntica. Rev Fac Odontol Lins. 1989 jan-jun;2(1):21-7. Chaconas S. Ortodontia. São Paulo: Ed. Santos; 1987. Fischer B. Clinical Orthodontics. Philadelphia: Saunders; 1957. Graber TM. Orthodontics: principles and practice. Philadelphia: Saunders; 1972. cap. 16, p. 770-819. Hawley CA. A removable retainer. Int J Orthod. 1919 Jun;5:291-9. Hawley CA. The principles and art of retention. Eur J Orthod. 2007; 29:i16–i22 Huge S, Huge G, Fuller J. Orthodontic appliance design manual. Atlanta: Specialty Appliances; 1986. p. 3-12 Martins DR, Almeida RR, Fêo OS, Piccino AC. Ortodontia I - aparelhos removíveis. 1ª. ed. Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru; 1974.

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 9-28, fev./mar. 2010

10. Moyers RE. Ortodontia. 4ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1991. 11. Mucha JN. Grampos e placas ortodônticas - introdução à técnica de laboratório. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997. 12. Van der Linden FPGM. Desenvolvimento da dentição. São Paulo: Ed. Santos; 1986.

Endereço para correspondência Renato Rodrigues de Almeida Rua Manoel Pereira Rolla, 18-09 – Vila Nova Cidade Universitária CEP: 17.012-190 – Bauru / SP E-mail: coraorto@uol.com.br



Em 2010, a melhor atualização científica em Ortodontia é no Orto 2010-SPO. Tema: “Ortodontia contemporânea: tecnologia e bem-estar”

De 14 a 16 de outubro, o 170 Congresso Brasileiro de Ortodontia – Orto 2010-SPO vai levar ao Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, um público estimado de 5.000 profissionais interessados em uma programação de alto valor científico. Neste encontro, renomados profissionais de diversos lugares do mundo estarão presentes com um objetivo em comum: levar aos participantes deste congresso a última palavra sobre os avanços tecnológicos para a melhor prática da Ortodontia e Ortopedia, com ênfase em clínica.

MINISTRADORES INTERNACIONAIS JÁ CONFIRMADOS

Hugo De Clerck (Bélgica)

John C. Voudouris (EUA)

Roger Wise (EUA)

Hans Pancherz (Alemanha)

Björn Ludwig (Alemanha)

Serão mais de 200 horas de programação científica, em formato presencial, distribuídas em cursos internacionais e nacionais, conferências especiais, painéis científicos, mesas clínicas, além de uma excelente e completa exposição promocional com mais de 70 empresas. Um encontro de fundamental importância para a atualização profissional de milhares de especialistas em Ortodontia, Ortopedia Funcional dos Maxilares e de clínicos com interesse nestas especialidades. Acesse www.ortociencia.com.br e participe da promoção Clube Orto 1.500. Faça a sua adesão até 31/03/2010 e receba, gratuitamente, o livro oficial do Congresso. Em 2010, esperamos por você no Orto 2010-SPO. Promoção

Realização

Informações e adesões – Depto. de Eventos VM Comunicações tel.: (11) 2168-3400 / secretaria@ortociencia.com.br / www.ortociencia.com.br


Dica Clínica

Descrição do aparelho VABB (Vertically Activated Bite Block) para o tratamento da mordida aberta anterior Dirceu Barnabé Raveli*, Luana Paz Sampaio Dib**, Denise Rocha Goes Landázuri**, Savana de Alencar Maia**, Taísa Boamorte Raveli***, Diego Cardoso Pendenza****

Resumo Atualmente, considera-se um grande desafio dentro da Ortodontia a correção das discrepâncias esqueléticas verticais. O tratamento da mordida aberta esquelética apresenta limitações no que concerne ao padrão de crescimento vertical do paciente, à extensão da mordida aberta e principalmente à estabilidade, a qual é amplamente questionada. O tratamento da mordida aberta esquelética é comumente realizado pela inibição do desenvolvimento vertical alveolar posterior (intrusão relativa) ou intrusão absoluta dos dentes posteriores,

através de forças verticais, geradas pela ação da musculatura mastigatória. O objetivo deste trabalho é divulgar um novo aparelho para tratamento da mordida aberta esquelética, o VABB (Vertically Activated Bite Block) ou Bite Block modificado, cujo mecanismo de ação é limitar o desenvolvimento vertical dos molares, por ação da musculatura facial e de dois parafusos expansores bilaterais, proporcionando uma rotação anti-horária da mandíbula. Também será apresentado um caso clínico e uma descrição laboratorial da confecção desse aparelho.

Palavras-chave: Mordida aberta anterior. Aparelho removível. Controle da dimensão vertical.

* Professor adjunto da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara – Unesp. ** Doutoranda em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – Unesp. *** Mestranda em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara - Unesp. **** Técnico em Prótese Dentária do Laboratório Pendenza – Araraquara/SP.

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 31-41, fev./mar. 2010

31


Dirceu Barnabé Raveli, Luana Paz Sampaio Dib, Denise Rocha Goes Landázuri, Savana de Alencar Maia, Taísa Boamorte Raveli, Diego Cardoso Pendenza

Description of the Vertically Activated Bite Block (VABB) for the treatment of anterior open bite Abstract Nowadays, the correction of skeletal vertical dysplasia is considered a great challenge in Orthodontics. The skeletal open bite treatment presents limitations related to vertical growth pattern, the extension of open bite and especially the stability, which is very questioned. The treatment of skeletal open bite is mostly realized by the inhibition of vertical alveolar posterior development (relative intrusion) or absolute intrusion of posterior teeth, through vertical forces, generated by the action

of masticatory muscles. The purpose of this article is to present a new appliance for the treatment of skeletal open bite, the VABB (Vertically Activated Bite Block) or modified Bite Block, whose action mechanism is to limit the vertical development of the molars, by the action of facial muscles and two bilateral expansion screws that provide a counterclockwise rotation of the mandible. It will also be presented a clinical case and the technical steps for the construction of this appliance.

Keywords: Anterior open bite. Removable appliance. Vertical dimension control.

Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19.

Almeida RR. Mordida aberta anterior: considerações e apresentação de um caso clínico. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 1998 mar-abr;3(2):17-29. Altuna G, Woodside DG. Response of the midface to treatment with increased vertical occlusal forces. Angle Orthod. 1985 Jul;55(3):251-63. Arat ZM, Sezer FE, Arslan AD. A new approach in the treatment of skeletal open bite: Verticaly Activated Bite Block (VABB). World J Orthod. 2006 Winter;7(4):345-56. Andersen W. The relationship of the tongue-thrust syndrome to maturation and other factor. Am J Orthod. 1963 Apr;49(4):264-75. Betzenberger D, Ruf S, Pancherz H. The compensatory mechanism in high angle malocclusions: a comparison of subjects in the mixed and permanent dentition. Angle Orthod. 1999 Feb;69(1):27-32. Chabre C. Vertical control with a headgear activator. J Clin Orthod. 1990 Oct;24(10):618-24. Chevitarese LMO. Visão atual da função da deglutição: aspectos fonoaudiológico, ortodôntico e odontopediátrico. J Bras Ortod Ortop Maxilar. 1997 mar-abr;2(8):31-8. Deberardinis M, Stretesky T, Sinha P, Nanda RS. Evaluation of the vertical holding appliance in treatment of high-angle patients. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2000 Jun;117(6):700-5. Dellinger EL. A clinical assessment of the active vertical corrector: a nonsurgical alternative for skeletal open bite treatment. Am J Orthod. 1986 May;89(5):428-36. Erverdi N, Tosun T, Keles A. A new anchorage site for the treatment of anterior open bite: zygomatic anchorage case report. World J Orthod. 2002;43(2):147-53. García-Morales P, Buschang PH, Throckmorton GS, English JD. Maximum bite force, muscle efficiency and mechanical advantage in children with vertical growth patterns. Eur J Orthod. 2003 Jun;25(3):265-72. Graber TM, Rakosi T, Petrovic AG. Dentofacial Orthopedics with functional appliances. 2nd ed. St. Louis: C. V. Mosby; 1997. Harvold EP, Vargervik K. Morphogenetic response to activator treatment. Am J Orthod. 1971 Nov;60(5):478-90. Iscan HN, Akkaya S, Koralp E. The effects of spring loaded posterior bite-block on the maxillo-facial morphology. Eur J Orthod. 1992 Feb;14(1):54-60. Kuroda S, Katayama A, Takano-Yamamoto T. Severe anterior open bite case treated using titanium screw anchorage. Angle Orthod. 2004 Aug;74(4):558-67. Lopez-Gavito G, Wallen TR, Little RM, Joondeph DR. Anterior open-bite malocclusion: a longitudinal 10-year postretention evaluation of orthodontically treated patients. Am J Orthod. 1985 Mar;87(3):175-86. McNamara JA Jr. An experimental study of increased vertical dimension in the growing face. Am J Orthod. 1977 Apr;71(4):382-95. Nielsen IL. Vertical malocclusions: etiology, development, diagnosis and some aspects of treatment. Angle Orthod. 1991 Winter;61(4):247-60. Ozawa TO. Controle vertical em Ortodontia com o uso de “bite-block”. Ortodontia. 1998; 31(2):81-7.

20. Parker JH. The interceptation of the open bite in the early growth period. Angle Orthod. 1971 Jan;41(1):24-44. 21. Reitan K, Rygh P. Biomechanical principles and reactions: In: Graber TM, Vanarsdall RL, editors. Orthodontics-current principles and techniques. 2nd ed. St. Louis: Mosby; 1994. p.168-9. 22. Reitzik M, Barer PG, Wainwright WM, Lim B. The surgical treatment of skeletal anterior open bite deformities with rigid internal fixation in the mandible. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1990 Jan;97(1):52-7. 23. Sankey WL, Buschang PH, English J, Owen AH 3rd. Early treatment of vertical dysplasia: The hyperdivergent phenotype. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2000 Sep;118(3):317-27. 24. Sassouni V, Nanda S. Analysis of dentofacial vertical proportions. Am J Orthod. 1964 Nov;50(11):801-23. 25. Schudy FF. Vertical growth versus anteroposterior growth as related to function and treatment. Angle Orthod. 1964 Apr; 34(2):75-93. 26. Schudy FF. The control of vertical overbite in clinical Orthodontics. Angle Orthod. 1968;38:19-39. 27. Schwarz AM. Die wirkungsweise des aktucators. Fortschr Kieferorthop. 1952;13:117-38. 28. Sherwood KH, Burch JG, Thompson WJ. Closing anterior open bites by intruding molars with titanium miniplate anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2002 Dec;122(6):593-600. 29. Silva Filho, OG. Prevalência de oclusão normal e má oclusão em escolares da cidade de Bauru (São Paulo). Parte II: influência da estratificação sócio-econômica. Rev Odontol Univ São Paulo. 1989 jul-set;4(3):189-96. 30. Woodside DC. The activator. In: Salzmann JA editors. Orthodontics in daily practice. Philadelphia: Lippincott; 1974. p. 556-91.

Endereço para correspondência Dirceu Barnabé Raveli Av. Portugal, 887 – Centro CEP: 14.801-075 – Araraquara / SP E-mail: draveli@foar.unesp.br – lusampaz@hotmail.com

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 31-41, fev./mar. 2010

41


EVENTOS Congresso Straight-Wire Brasil Coordenação: Jurandir Barbosa Data: 11, 12 e 13 de março de 2010 Local: Campinas / SP Informações: (11) 4586-8133

4º Congresso Paulista de Especialistas em Ortodontia - Ortopedia Facial Data: 15 a 17 de abril de 2010 Local: APCD - São Paulo / SP Informações: (11) 2031-2300 / (11) 2037-0623 www.aborsp.com.br / crpromocoes@hipernet.com.br

XI Encontro Internacional de Ortodontia da Associação Paranaense de Ortodontia e Ortopedia Facial - APRO Data: 16 e 17 de abril de 2010 Local: Curitiba / PR Informações: (41) 3223-7893 www.aprorto.org.br / secretaria@aprorto.org.br

Encontro Internacional Interdisciplinar Data: 29 e 30 de abril e 1 de maio (1º módulo) Local: Belo Horizonte / MG Informações: (31) 3287-3267 http://www.cgcursos.com.br/

1º Curso de imersão em Ortodontia lingual Data: 1 a 5 de junho de 2010 - 1º módulo Local: Belo Horizonte / MG Informações: (11) 3816-1096 / (11) 3816-9110 cursolingual.abol@succeedtour.com.br

Ortodontia dos 8 aos 80 - Bem estar e qualidade de vida Data: 11 e 12 de junho de 2010 Local: Brasília / DF Informações: www.abordf.com.br

1st International Meeting - EROSION 2010 Data: 20, 21 e 22 de outubro de 2010 Local: Bauru / SP Informações: erosion_2010@yahoo.com.br www.fob.usp.br/erosion2010

42

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 42, fev./mar. 2010


ACONTECIMENTOS

28º Congresso da APCD

Oswaldo Scopin de Andrade, coordenador da Comissão Científica do 28º CIOSP.

Alexandra Wen Yee Seto e Soraia Mazzoneto.

Álvaro Tadeu Davi Júnior e Caio Martins Davi.

Nicoli Perboni, Camila Grock e Bruna Tanello.

Waldemar Daudt Polido, Mariana Soldateli e Carlos Eduardo Francischone.

Sandra Alfredo e Carlos Domingos.

Anibal Ferreira e Vera Lúcia Ferreira.

Ewerton e Andrea Nocchi.

Alberto e Maria Fernanda Consolaro com Leila Clara Bertolucci.

Luiz Narciso Baratieri e Rachel Furquim.

Laurindo Furquim com o casal Sidney e Vania Kina.

Maurício Araújo e Paul Note, presidente da Geistlich Pharma AG.

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 43-45, fev./mar. 2010

43


Acontecimentos

Sigmar de Mello Rode e Laurindo Furquim.

Luciana Valêncio e André Valêncio.

Natália Coutinho, Liliane Casagrande e Camila Muller.

Andreia C. M. Guimarães.

Luciano e Cássia Yamamoto.

Monique Prasser e Lila Bolsanelo.

Livro sobre o perfil do CD brasileiro Lançado no 28º CIOSP, o livro “Perfil atual e tendências do cirurgião-dentista brasileiro”, das autoras Maria Celeste Morita, Ana Estela Haddad e Maria Ercília de Araújo, resultou de uma pesquisa, desenvolvida no período de agosto de 2008 a dezembro de 2009, sobre diversos aspectos do cirurgião-dentista brasileiro e do mercado. A obra foi editada pela Dental Press e será distribuída pelas autoras e suas instituições. Informações podem ser obtidas no email: moritamc@gmail.com.

Pe rfi l atu als do e te nd ên cia

E

ARAÚJO

C ir u r g iã otaD e n tbris asi lei ro

P ERFIL A TUAL E

T ENDÊNCIAS DO

C IRURGIÃ O -D ENTISTA B RASILEIRO

ISBN 978-85-88020

e Morita Maria Celest de Ana Estela Hadda de Araújo Maria Ercília

MORITA, HADDAD

ãocias do cirurgi atual e tendên à publica ção, “Perfil que deu origem resulta do projeto Oba brasile iro”, o da Rede de Estação de Trabalh para o da primei ra em Saúde, voltada os Human os de ade órios de Recurs Faculd da o Estação de Trabalh apoio ontolo gia, a Paulo, com o São de sidade tologia da Univer ria de Gestão por meio da Secreta Organi zação inistéri o da Saúde, Saúde, e da Educaç ão na rabalho e da Saúde. merica na de 2008 de agosto de olvida no período pesquis a, desenv o levanta r e articuobjetiv como teve s de zembro de 2009, de dados isolado tes em bancos com um connforma ções existen linha de base traçand o uma tista brasile iro. ersas fontes, ão-den sobre o cirurgi to de inform ações em parério da Saúde, em que o Minist ente No momen to ão, investe amplam Educaç da ério de saúde, na ria com o Minist profiss ionais formaç ão dos do mudan ça da s níveis de gestão al para os diverso estudos pacitaç ão gerenci trabalh o em saúde, o e regulaç ão do US e na gestão contrib uir para tado, deverão apresen de formaç ão omo este aqui das política s suas e a implem entação nas ento bucal lanejam da saúde ional no campo de saúde. inserçã o profiss das à equipe de atuação , integra múltip las áreas -54-2

L PRESSL DENTA N AT I O N A INTER

Representantes das entidades envolvidas na realização do projeto: o Conselho Federal de Odontologia, a Associação Brasileira de Odontologia, a Associação Brasileira de Ensino Odontológico, a Associação Paulista de Cirurgiões-dentistas, CAPES, Ministério da Saúde/DEGES e Coordenação Nacional de Saúde Bucal, OPAS/OMS e ObservaRH.

conjunto com Os dentistas, em iros, constituem médicos e enferme de prossionais o núcleo da equipe da estratégia de nível superior Estudos de saúde da família. perl dos mo anteriores traçara iros. A lacuna enferme e médicos es-dentistas foi sobre os cirurgiõ pesquisa, essa preenchida com o universo que contemplou (220.000) desses prossionais o Federal de Conselh registrados no Odontologia. para as análises O ponto de partida de que o foi o reconhecimento de dentistas Brasil tem um efetivo do mundo, mas entre os maiores l. interna é desigua a distribuição instituições A expectativa das r projeto é subsidia promotoras do em a xação políticas que incentiv país no interior do de prossionais para atender voltada o e a formaçã ão. o conjunto da populaç as análises e as As informações, tadas revelam conclusões apresen e a dedicação a competência ados pelo dos autores, congreg Faculdade de Observatório da Universidade Odontologia da dúvida, de São Paulo. Sem tilhar as lições interessa compar essa experiência aprendidas com do e amplian ação, de investig conhecimento consolidando um que fazer, o como coletivo sobre o fazer. fazer e para que

.br

www.dentalpress.com

José Paranaguá

de Santana

Prefaciador DENTAL PRESS

44

L PRESS DENTA N A L R N AT I O I N T E

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 43-45, fev./mar. 2010

As autoras Maria Celeste Morita e Ana Estella Haddad com o colaborador Miguel Nobre.

Isabela de Almeida Pordeus, representante de Odontologia na CAPES, Ailton Diogo Morilhas Rodrigues, presidente do CFO, e Teresa Furquim, da editora da obra, Dental Press.


Acontecimentos

Excelência na Ortodontia O Programa Excelência na Ortodontia finalizou sua 11ª turma. A solenidade de formatura foi realizada na noite de 27 de novembro de 2009, no Giardino Eventos, em Maringá. A mesa de honra foi composta por Adilson Luiz Ramos, coordenador do Programa de Pósgraduação em Odontologia Integrada da UEM; Laurindo Furquim, publisher da Dental Press; Gilberto Alfredo Pucca Júnior, Coordenador Nacional de Saúde Bucal, representando o Ministério da Saúde; Jorge Faber, editor-chefe da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial; e Rosely Suguino, membro do corpo editorial das revistas Dental Press.

Formandos da 11ª Turma ALTAMIR SANZOVO.............................................. Salto do Lontra/PR ANA CAROLINA M. DE ANDREA............................. Pelotas/RS ANA PAULA KOEHLER SIMÃO................................ Ponta Grossa/PR ANA PAULA JUN TSUNETO KOSE........................... Ponta Grossa/PR CAMILA MARQUES MASSAINI............................... São Paulo/SP CARLOS ALBERTO THOME..................................... Crissiumal/RS CARLOS PARENTI FILHO....................................... São Paulo/SP

Inúmeros convidados e familiares estiveram presentes, vindos de todo o Brasil.

Carlos Parenti Filho, ortodontista paulista, foi o orador da turma.

Gilberto Alfredo Pucca Júnior, Coordenador Nacional de Saúde Bucal, salientou sobre o pioneirismo do Excelência.

Dr. Jorge Faber, professor do programa, destacou a qualidade dos temas e professores, além da pluralidade de abordagens.

O coordenador pedagógico e científico do Excelência na Ortodontia, Laurindo Furquim.

Formandos brindando o sucesso de mais uma etapa vencida.

CLEBER PEREIRA CIOCCA..................................... Irapuã/SP DAVES SEBASTIANY............................................. Foz do Iguaçu/PR DEISE CAMPOS CAVALIERI LINO.......................... Santana da Parnaíba/SP DIRCEU MIGUEIS PINTO JUNIOR.......................... Corumbá/MS EMILIA TERUKO KOBAYASHI................................ Londrina/PR FÁBIO EDUARDO S. GUILHERME........................... Primavera do Leste/MT FERNANDO GUILHERME SPODE............................ Três Passos/RS FRANQUI OMAR BELLÉ.......................................... Francisco Beltrão/PR GENIVALDO DOS SANTOS..................................... Assis/SP GLADISTONE CADETE MEROS............................... Francisco Beltrão/PR ILZA MARIA DEMARCHI........................................ Presidente Prudente/PR JANAINA MENEGUSSI CAPELEZZO........................ Pato Branco/PR JOSÉ CARLOS DE REZENDE................................... Careiro/AM MARCIA APARECIDA P. BETMAM........................... Dourados/MS MARIA ISABEL MIGUEL LATUF.............................. Sorocaba/SP MERCHED DAMEN NETO........................................ Foz do Iguaçu/PR MILENA BRUZADELLI PEREIRA DA SILVA............. Vila Velha/ES SANDRA LÚCIA L. LIMA........................................ Manaus/AM SÉRGIO RICARDO ZANARDO................................. Joaçaba/SC SIDONI MARIA CADORE CONSALTER.................... São Leopoldo/RS TARI DARWICHE................................................... Cascavel/PR VERA LÚCIA LOUZADA FERREIRA......................... Manaus/AM VIVIANE STORCHI................................................ Porto Alegre/RS

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 43-45, fev./mar. 2010

45


MARKETING

Cuidebemdosseusclientes! Ricardo Nakama*

dados

dentista pode acumu-

do Conselho Federal

lar ao longo da carrei-

de Odontologia, em

ra: a própria carteira

apenas 10 anos, o

de clientes. Antes de

número de dentistas

pensar em como con-

aumentou 82%, sal-

quistar novos clientes,

tando de 107.922 pa-

vamos conversar so-

ra 197.214, enquanto,

bre como manter os

no mesmo período, a

que já conquistamos.

Segundo

população brasileira

Ter uma “cartei-

aumentou 17%, num

ra de clientes” signifi-

descompasso

evi-

ca que o que possu-

dente entre a disponi-

ímos, na realidade, é

bilidade de dentistas

o bom relacionamen-

e a demanda da po-

to com esses clien-

pulação. O quadro é

tes. O cliente aceita

ainda mais concen-

frequentar o consultó-

trado nas regiões Su-

rio se confiar que terá

deste e Sul, onde a

sua saúde bucal bem

maior parte dos for-

cuidada e será tra-

mandos decide per-

tado com considera-

manecer. Então, para

ção e carinho. Embo-

o sucesso na carreira

ra a qualidade dos re-

de cirurgião-dentista,

lacionamentos esteja especialmente ligada

é fundamental dominar a técnica com excelência, mas isso já não basta. Afinal,

às habilidades interpessoais do dentista, existem alguns passos

é preciso ter os clientes em quem aplicá-la! E o que fazer pa-

que podemos planejar e implementar para fortalecer os laços

ra ter clientes?

com o cliente e incentivar sua fidelização: comunicar quem vo-

Em minhas aulas de Gestão e Marketing, é comum ouvir a

cê é, conhecer bem o cliente e permanecer junto com o cliente.

pergunta: “O que é melhor para o meu consultório: propaganda em jornal, rádio, televisão ou folder?”. Não duvide do valor

Comunique quem você é

das propagandas em gerar resultados. Entretanto, antes de dar

Em um contato social, as pessoas estarão mais dispostas

o tiro maior (e, geralmente, mais caro), olhe para a prata da ca-

a se aproximar se forem apresentadas por um conhecido em

sa e verifique como você tem cuidado do maior tesouro que um

comum, ou tiverem referências umas das outras. Uma relação

46

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 46-47, fev./mar. 2010


ARQUITETURA

ERGONOMIA NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO – parte 1 Como conseguir melhores resultados no trabalho usando o ambiente a seu favor Maria Augusta Paes de Mello*

A queixa principal dos profissionais de Odontologia, nos dias de hoje, são as dores nas costas e outros problemas relacionados ao exercício de sua profissão. O bem-estar do profissional durante e após o dia a dia clínico é de extrema importância, sendo o desconforto e a má postura fatores determinantes para o aparecimento de doenças ocupacionais que geram dores, fadiga e lesões, impedindo ou atrapalhando seu desempenho profissional. Para a prevenção dessas doenças, é importante observar fatores relacionados à ergonomia e à correta posição de trabalho. Dessa forma, ao longo de duas edições, falaremos sobre as principais considerações a respeito da ergonomia no consultório odontológico. Ergonomia é o estudo do homem em relação ao seu ambiente de trabalho, visando seu conforto e eficiência. Tem por objetivo racionalizar o trabalho, possibilitando ao profissional eliminar posturas e manobras não-produtivas, fazendo com que ele produza mais e melhor dentro da menor unidade de tempo. A ISO (International Standard Organization) e a FDI (Federation Dentaire Internacionale) estabeleceram normas e diretrizes oficiais relacionadas aos conceitos ergonômicos aplicados à Odontologia. Dentro da ergonomia, é importante que saibamos sobre os movimentos realizados pelo profissional e sua assistente, pois esses nos darão uma noção da racionalização do trabalho. Os movimentos de trabalho também se classificam de acordo com o esforço que exigem do corpo humano. Assim, para um melhor rendimento do trabalho, os movimentos do cirurgião-dentista devem estar restritos aos dedos, punhos e antebraços, limitando-se ao máximo os movimentos de braço e, de preferência, eliminando os movimentos do corpo todo. O movimento de dedos (movimento nº 1) acontece quando apenas alguns dedos movimentam-se, segurando um instrumento pequeno em movimentos curtos, fixando a mão e o braço. O movimento de punhos ou mãos (movimento nº 2) acontece quando toda a mão se movimenta, desde os dedos até o punho, mas os braços estão parados. Os movimentos 1 e 2 são os intrabucais. O movimento de antebraço (movimento nº 3) é o movimento desde os dedos até o cotovelo, que é feito para apanhar alguma coisa fora da boca – que está ao alcance do antebraço, a menos de meio metro de distância. Todos os objetos ou aparelhos

48

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 48-49, fev./mar. 2010

que estiverem posicionados no consultório odontológico ao alcance do antebraço estarão no espaço ideal de pega, sendo essa a área normal de trabalho. Um dos princípios fundamentais para se obter uma boa organização no consultório é colocar o máximo de objetos ao alcance do movimento nº 3 do profissional ou dos profissionais que executam o trabalho. Os equipamentos, tanto móveis quanto semimóveis, devem movimentar-se de uma forma que, quando o dentista tracionálos, possa colocá-los dentro desse raio de meio metro, denominado zona de transferência, onde os instrumentos, materiais e pontas do equipamento são transferidos para a boca do paciente. O movimento de braço (movimento nº 4) envolve toda a extensão do braço para apanhar algo. Todos os objetos situados nessa área de alcance dos braços estão no denominado espaço máximo de pega. Alcançar algo que esteja além desse espaço máximo poderá dificultar a obtenção de um trabalho produtivo. Movimentos de deslocamento do corpo (movimento nº 5) envolvem deslocar o corpo para apanhar materiais ou objetos que estejam além do alcance do movimento nº 4, estando principalmente colocados atrás dos operadores. Esse movimento inclui tanto girar a coluna quanto deslocar-se para apanhar alguma coisa fora da área útil de trabalho, que deveria ser de no máximo 1 metro de distância a partir da boca do paciente. Os movimentos nº 4 e nº 5 devem ser evitados.

mm

Área de trabalho ótima ou espaço ideal de pega

400

200 Linha máxima de pega 0 Linha mínima de pega 0

400

Área ótima de trabalho e linhas máxima e mínima de pega. (Fonte: Barros1).

mm


ORTODONTIA FORENSE

Por que a indignação? Beatriz Helena Sottile França*

Desculpem–me!

empresas de planos, convênios e credenciamentos odontoló-

Posso até estar sendo repetitiva, mas não há como não es-

gicos vêm adotando as práticas “criadas” pelos próprios cirur-

crever sobre o assunto quando tomamos conhecimento do que

giões-dentistas: não pagam mais a consulta clínica ou, então,

vem ocorrendo (e que não nos agrada) no exercício de nossa

pagam e, se o cliente realiza o tratamento, o valor dessa lhe é

profissão.

descontado.

Em 2005, num artigo publicado nesta mesma coluna1, es-

Embora toda a legislação (Código Civil Brasileiro, Código

crevi: “Como querem os cirurgiões-dentistas que os planos,

de Ética Odontológica, Lei 5.081 de 24 de agosto de 1966)

convênios e credenciamentos valorizem o seu trabalho, se es-

seja dirigida no sentido de garantir ao cirurgião-dentista o direi-

ses mesmos não o fazem?”.

to de cobrança pelo serviço prestado de uma consulta clínica

E, ainda1: “O que os profissionais devem estar atentos é

e impedir a mercantilização da profissão, não há como conde-

que, quando ‘inventado’ um novo costume, devem sempre

nar as empresas por adotarem tais práticas, porque essas em

pensar nas suas consequências. Com o tempo, os costumes

nada ferem tais direitos, já que os próprios profissionais, há

se tornam leis, e essas podem se reverter contra os próprios

muito tempo, concretamente, abriram mão de exercê-los.

profissionais, como é o caso da não-cobrança ou cobrança e

E se pararmos e pensarmos que toda empresa visa o lucro

desconto da consulta clínica odontológica. Será que ainda há

e que tudo dentro dela gira em torno da criatividade de seus

tempo para reverter o quadro?”.

colaboradores para alcançá-lo, e que ser criativo não é um tra-

Escrevi, também : “Que tal pensarmos a respeito, e come-

balho fácil, devemos aplaudi-las por serem hábeis o bastante

çarmos todos, sem exceção, a informar aos nossos consumido-

em “aproveitar” a “criatividade” dos cirurgiões-dentistas que

res que cirurgião-dentista cobra, sim, consulta? Ainda há tempo

vêm fazendo o “serviço” por elas, em detrimento de seus pró-

de se reverter o quadro! Mas, mais um pouco, e estaremos la-

prios objetivos e interesses.

2

mentando quando perdermos o direito que hoje a Lei nos dá”.

Não querendo ser inconveniente, mas só para relembrar2: “Já há muito tempo estamos vendo e ouvindo, com certa fre-

Infelizmente, não deu mais tempo! Já estamos constatando, por meio dos reclamos dos profissionais (também examinamos algumas tabelas), que algumas

quência, profissionais propagando que não cobram profilaxia, aplicação tópica de flúor, documentação ortodôntica, ‘manutenção’ de tratamento ortodôntico...”.

* Professora doutora em Odontologia Legal e Deontologia/FOP Unicamp. Professora titular da graduação e pós-graduação da PUCPR. Professora adjunta doutora da UFPR.

Endereço para correspondência Referências 1. 2

50

França BHS. Consulta odontológica: não deveríamos nem estar discutindo, quanto mais não cobrando. Rev Clín Ortod Dental Press. 2005 jan;3(6):31-2. França BHS. Passe bem, doutor! Rev Clín Ortod Dental Press. 2009 jun-jul;8(3):34-5

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 50, fev./mar. 2010

Beatriz Helena Sottile França Rua Professor Arnaldo Alves de Araújo, 31 – Seminário CEP: 80.740-430 – Curitiba / PR E-mail: bhfranca@gmail.com


Caso Clínico

Mecânica de Classe III com cursor inferior e ancoragem esquelética superior Alexandre de Almeida Ribeiro*

Resumo No tratamento compensatório da má oclusão de Classe III, a distalização dos molares inferiores poderá ser necessária mesmo após a obtenção do trespasse correto na região de incisivos. O presente

artigo ilustra a ancoragem esquelética maxilar associada à mecânica com elásticos de classe III e cursor inferior para o correto restabelecimento da relação molar por meio da distalização dos dentes inferiores.

Palavras-chave: Classe III. Distalização molar. Mini-implante.

* Mestre e especialista em Ortodontia – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Residência em Ortodontia – Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais / USP. Cirurgião-dentista – Faculdade de Odontologia de Bauru / USP.

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 51-58, fev./mar. 2010

51


Alexandre de Almeida Ribeiro

tiveram a aplicação de força após certo período de descanso22,23. Recomenda-se a utilização de forças de até 450gf em osso tipo I e preferencialmente do tipo contínua, gerada por dispositivos de memória elástica, como as molas de níquel titânio18,19,20. A aplicação de forças leves e constantes respeita a crescente demanda funcional do mini-implante, uma vez que a densidade óssea em seu entorno aumenta com o passar do tempo, trazendo reflexos positivos em sua retenção22. No presente caso clínico, no entanto, a utilização de força elástica intermitente se fez necessária frente à aplicação de mecânica intermaxilar. A mecânica com elásticos de classe III, associada ao uso constante do arco extrabucal superior, poderia dirimir a ação das forças recíprocas responsáveis por essas movimentações dentárias indesejáveis na arcada superior16. No entanto, o forte apelo antiestético favorece a não-utilização por parte dos pacientes, especialmente os adultos. Arcos retangulares de aço nos movimentos de translação favorecem o controle mecânico do deslocamento dentário1,2,16, impedindo a manifestação de forças recíprocas associadas ao centro de rotação dos dentes e responsáveis pelos movimentos de inclinação, insatisfatórios para o ganho real de perímetro na arcada

e altamente recidivantes. A estabilidade conferida no pós-tratamento está também relacionada ao tempo biológico de reestruturação óssea, que deve ser respeitado no momento da finalização3. A manutenção passiva da aparatologia pelo período de noventa dias após o correto restabelecimento oclusal visa aguardar a consolidação do complexo dentoalveolar frente ao novo posicionamento dentário. CONCLUSÃO A utilização de ancoragem esquelética traz vantagens à prática ortodôntica diária desde que se respeitem os preceitos biomecânicos incondicionais relacionados à natureza da movimentação dentária. A compensação dentoalveolar efetivamente realizada dentro dos limites biologicamente aceitáveis, além de mascarar a discrepância esquelética, remodela as bases ósseas e favorece o equilíbrio muscular dos componentes faciais. AGRADECIMENTOS À Dra. Artemis de Moura Braga, pela eficiência clínica e competência na instalação do dispositivo de ancoragem, sem o qual esse trabalho não poderia ser concluído.

Class III mechanics using sliding-jig and maxillary bone anchorage Abstract

In the camouflage treatment of Class III discrepancy, the distalization of mandibular molars can be necessary even after the correction of the incisors relationship.

This case report illustrates a maxillary bone anchorage associated to class III elastics mechanics and sliding jig for the correct establishment of molar relationship by lower teeth’s distalization.

Keywords: Class III. Molar distalization. Mini-impant.

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 51-58, fev./mar. 2010

57


Mecânica de Classe III com cursor inferior e ancoragem esquelética superior

Referências 1. 2. 3. 4.

Moyers RE. Ortodontia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1988. Profitt WR. Contemporary Orthodontics. 3ª ed. St. Louis: Mosby; 1999. Capelozza Filho LC. Diagnóstico em Ortodontia. 1ª ed. Maringá: Dental Press; 2004. Medeiros PJ, Medeiros PP. Cirurgia ortognática para o ortodontista. 1ª ed. São Paulo: Ed. Santos; 2001. 5. Arnett GW, Gunson MJ. Facial planning for orthodontists and oral surgeons. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004 Sep;126(3):290-5. 6. Enlow DH. Crescimento facial. 3ª ed. São Paulo: Artes Médicas; 1993. 7. Silva AA, Carvalho DS, Adimari MR. Previsão de crescimento: a relação entre a base do crânio e a Classe III de Angle. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 1997 jul-ago; 2(4):71-79. 8. Suguino R, Ramos AL, Terada HH, Furquim LZ. Análise Facial. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 1996 set-out;1(1):86-107. 9. Holdaway RA. A soft tissue cephalometric analysis and its use in orthodontic treatment planning. Part II. Am J Orthod. 1984 Apr;85(4):279-93. 10. Sugawara J, Daimaruya T, Umemori M, Nagasaka H, Takahashi I, Kawamura H, et al. Distal movement of mandibular molars in adult patients with the skeletal anchorage system. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004 Feb;125(2):130-8. 11. Arun T, Erverdi N. A cephalometric comparison of mandibular headgear and chin-cap appliances in orthodontic and orthopaedic view points. J Marmara Univ Dent Fac. 1994 Sep;2(1):392-8. 12. Hashish DI, Mostafa YA. Effect of lip bumpers on mandibular arch dimensions. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009 Jan;135(1):106-9.

13. Nevant CT, Buschang PH, Alexander RG, Steffen JM. Lip bumper therapy for gaining arch length. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1991 Oct;100(4):330-6. 14. Grossen J, Ingervall B. The effect of the lip bumper on lower dental arch dimensions and tooth positions. Eur J Orthod. 1995 Apr;17(2):129-34. 15. Davidovitch M, McInnis D, Lindauer SJ. The effects of lip bumper therapy in the mixed dentition. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1997 Jan;111(1):52-8. 16. Marcotte MR. Biomecânica em Ortodontia. 2ª edição: São Paulo: Ed. Santos; 2003. 17. Chung K, Kim SH, Kook Y. C-Orthodontic microimplant for distalization of mandibular dentition in Class III correction. Angle Orthod. 2005 Jan;75(1):119-28. 18. Marassi C, Leal A, Herdy JL, Chianelli O, Sobreira D. O uso de miniimplantes como auxiliares do tratamento ortodôntico. Ortodontia SPO. 2005 jul-set;38(3):256-65. 19. Marassi C. Carlo Marassi responde (Parte I). Rev Clín Ortod Dental Press. 2006 ago-set; 5(4):13-25. 20. Marassi C. Carlo Marassi responde (Parte II). Rev. Clín Ortod Dental Press. 2006 out-nov; 5(5):14-26. 21. Capellozza Filho L, Silva Filho OG, Ozawa TO, Cavassan AO. Individualização de braquetes na técnica de straight-wire: revisão de conceitos e sugestão de indicações para uso. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 1999 jul-ago;4(4):87-106. 22. Melsen B, Lang NP. Biological reactions of alveolar bone to orthodontic loading of oral implants. Clin Oral Implants Res. 2001 Apr;12(2):144-52. 23. Akin-Nergiz N, Nergiz I, Schulz A, Arpak N, Niedermeier W. Reactions of peri-implant tissues to continuous loading of osseointegrated implants. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998 Sep;114(3):292-8.

Endereço para correspondência Alexandre de Almeida Ribeiro Rua Belisário Távora 221 / 303 – Laranjeiras CEP: 22.245-070 – Rio de Janeiro / RJ E-mail: alexandre.ribeiro@espacoorto.com

58

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 51-58, fev./mar. 2010



tria comunicação


Caso Clínico

Otimização do tracionamento de canino impactado pela técnica do arco segmentado: relato de caso clínico Luiz Guilherme Martins Maia*, Mila Leite de Moraes Maia**, André Wilson Machado***, André da Costa Monini****, Luiz Gonzaga Gandini Júnior*****

Resumo A impacção de caninos superiores permanentes tem sido apontada como a segunda mais frequente, criando problemas estéticos e funcionais de grande relevância. Diversas estratégias de tratamento são citadas na literatura, variando desde a exodontia dos caninos decíduos até a exposição cirúrgica

seguida de tracionamento ortodôntico, o que requer uma abordagem interdisciplinar. O objetivo do presente artigo é esclarecer aspectos importantes acerca da impacção de caninos superiores e ressaltar a possibilidade do tratamento por meio do tracionamento ortodôntico utilizando a técnica do arco segmentado.

Palavras-chave: Caninos. Dente impactado. Ortodontia. Má oclusão.

* Professor da disciplina de Ortodontia da graduação e especialização da UNIT/SE. Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial – EAP/APCD – Unesp/Araraquara. Mestre e doutorando em Ciências Odontológicas – Ortodontia pela Unesp - Araraquara/SP. ** Especialista em Ortodontia pelo Gestos/Famosp - Araraquara/SP. *** Mestre em Ortodontia pela PUC/Minas. Doutorando em Ortodontia pela Unesp/Araraquara. Professor da especialização em Ortodontia da UFBA. **** Especialista em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – FOAR/Unesp. Mestre e doutorando em Ciências Odontológicas – Ortodontia pela Unesp - Araraquara/SP. ***** Professor livre docente/adjunto da Disciplina de Ortodontia do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara - Unesp. Pós-doutorado e professor assistente adjunto clínico do Departamento de Ortodontia da “Baylor College Of Dentistry-Dallas-TX”.

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 61-68, fev./mar. 2010

61


Otimização do tracionamento de canino impactado pela técnica do arco segmentado: relato de caso clínico

CONSIDERAÇÕES FINAIS O tratamento da impacção de caninos superiores é um desafio na clínica ortodôntica. Em grande parte das situações, quando o diagnóstico é estabelecido precocemente, a possibilidade de resultados mais satisfatórios é aumentada, além da facilidade na

abordagem terapêutica. Ressalta-se que a utilização da técnica do arco segmentado para o tracionamento dos caninos possibilita um resultado eficaz e previsível, minimizando os efeitos colaterais no arco ortodôntico.

Impacted canine treatment through orthodontic traction using segmented arch technique: case report Abstract

Upper canines impaction are considered the second most frequent and are associated to important esthetics and functional limitations. Among the treatment strategies described in the literature the most commonly used are the extraction of the primary canines and the surgical

exposure followed by orthodontic traction, that requires an adequate interdisciplinary approach. The aim of this case report is to draw the attention of the clinician to the possibility of adapting the segmented arch technique to manage a canine impaction clinical case.

Keywords: Canines. Impacted tooth. Orthodontics. Malocclusion.

Referências 1.

2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17.

68

Almeida RR de, Fuziy A, Almeida MR de, Almeida-Pedrin RR de, Henriques JFC, Insabralde CMB. Abordagem da impactação e/ou irrupção ectópica dos caninos permanentes: considerações gerais, diagnóstico e terapêutica. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2001 jan-fev;6(1):93-116. Batra P, Duggal R, Kharbanda OP, Parkash H. Orthodontic treatment of impacted anterior teeth due to odontomas: a report of two case. J Clin Pediatr Dent. 2004 Summer;28(4):289-94. Becker A. Early treatment for impacted maxillary incisors. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2002 Jun;121(6):586-7. Becker A, Kohavi D, Zilberman Y. Periodontal status following the alignment of palatally impacted teeth. Am J Orthod. 1983 Oct;84(4):332-6. Bishara SE. Impacted maxillary canines: a review. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1992 Feb;101(2):159-71. Burstone CJ. Rationale of the segmented arch. Am J Orthod. 1962 Nov;48(11):805-22. Cohenca N, Simon JH, Mathur A, Malfaz JM. Clinical indications for digital imaging in dent alveolar trauma. Part 2: root reposition. Dent Traumatol. 2007;23(2):105-13. Droschl H. Dientes incluidos y falta de espacio anterior. Quint Ed Española. 1979 Oct;1(0):33-7. Ericson S, Kurol J. Incisor resorption caused by maxillary cuspids: a radiographic study. Angle Orthod. 1987 Oct;57(4):332-46. Ericson S, Kurol J. CT Diagnosis of ectopically erupting maxillary canines – a case report. Eur J Orthod. 1988 May;10(2):115-21. Ferreira MF. Aspectos ortodônticos dos caninos impactados. Dens. 1991;7:14-7. Gregori C. Cirurgia buco dento-alveolar. São Paulo: Savier; 1996. p. 138-56. Gündüz E, Rodríguez-Torres C, Gahleitner A, Heissenberger G, Bantleon HP. Bone regeneration by bodily tooth movement: dental computed tomography examination of a patient. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004 Jan;125(1):100-6. Jacoby H. The etiology of maxillary canine impactions. Am J Orthod. 1983 Aug;84(2):125-32. Kayatt FE, Correa, JCM, Mosele OL. Tracionamento de dente incluso. Rev Gaúcha Odont. 1992 mar-abr;40(2):140-2. Langberg BJ, Peck S. Adequacy of maxillary dental arch width in patients with palatally displaced canines. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2000 Aug;118(2):220-3. Machado AW, Loriato L, Souki BQ, Junqueira T. Erupção espontânea de incisivos centrais superiores impactados após a abertura ortodôntica de espaço. Rev Clín Ortod Dental Press. 2006 dez-2007 jan;5(6):43-52.

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 61-68, fev./mar. 2010

18. Martins DR, Kawakami RY, Henriques JFC, Janson GRP. Impactação dentária: condutas clínicas – apresentação de casos clínicos. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 1998 janfev;3(1):12-22. 19. Moyers RE. Etiologia das más-oclusões. Ortodontia. 4ª. ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan; 1991. p.127-39. 20. Nogueira AS, Farias RD, Luzardo CF, Morandi R, Nogueira LG, Silva FEF. Condutas cirúrgico-ortodônticas relacionadas aos caninos superiores inclusos. Ortodontia. 1997 jan-abr;30(1):84-91. 21. Nogueira AS, Nogueira LG. Desoclusões cirúrgico-ortodônticas. In: Nogueira AS. Abordagem contemporânea dos dentes inclusos – do diagnóstico ao tratamento cirúrgico e ortodôntico. São Paulo: Ed. Santos; 2004. cap. 10, p. 205-44. 22. Peck S, Peck L, Kataja M. The palatally displaced canine as a dental anomaly of genetic origin. Angle Orthod. 1994;64(4):243-6. 23. Peterson LJ, Ellis E, Hupp JR. Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1992. seção II, parte 9, p. 201-32. 24. Rodrigues CBF, Tavano O. Os caninos e os seus envolvimentos no equilíbrio estético. Rev Assoc Paul Cir Dent. 1991 jul-ago;45(4):529-34. 25. Sakima MT, Sakima PRT, Sakima T, Gandini JLG, Santos-Pinto A dos. Técnica de arco segmentado de Burstone. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2000 mar-abr;5(2):91-115. 26. Silva PT da, Marzola C, Silva Filho OG da, Toledo Filho JL, Pastori CM, Zorzetto DLG. Exposição cirúrgica para o tracionamento de caninos superiores retidos: aspectos gerais e terapêutica cirúrgica. Ortodontia. 1997 set-dez;30(3):49-59. 27. Thilander B, Myrberg N. The prevalence of malocclusion in Swedish schoolchildren. Scand J Dent Res. 1973;81(1):12-21. 28. von Gool AV. Injury to the permanent tooth germ after trauma to the deciduous predecessor. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1973 Jan;35(1):2-12.

Endereço para correspondência Luiz Guilherme Martins Maia Rua Terêncio Sampaio, 309, Bairro Grageru CEP: 49.025-700 - Aracaju / SE E-mail: orthomaia2003@yahoo.com.br




Experimente você também o sucesso clínico de

Venha Venha fazer fazer parte parte deste deste ti time! me! Acesse: Acesse:

www.invisalign.com.br/curso www.invisalign.com.br/curso


Artigo de Divulgação

Aplicações da Tomografia Computadorizada em Ortodontia: “O Estado da Arte” José Rino Neto*, Mauricio Adriano de Olivério Accorsi**, João Batista de Paiva*, Beatriz Ueti Lombardi de Farias***, Marcelo Gusmão Paraíso Cavalcanti****

Resumo O objetivo deste artigo é informar, ao ortodontista e ao pesquisador, sobre o atual estágio de desenvolvimento tecnológico das imagens craniofaciais geradas por Tomografia Computadorizada Helicoidal Multislice (TC Multislice) e por Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC), bem como suas aplicações em Ortodontia, Ortopedia Facial e Cirurgia Ortognática. Pretende-se apresentar as múltiplas aplicações clínicas e potenciais para pesquisas científicas das

imagens tridimensionais (3D-TC) em Ortodontia. Como as modalidades atuais de tratamento ortodôntico estão se tornando mais sofisticadas, a necessidade de registros tridimensionais (3D) precisos dos pacientes se torna cada vez mais crítica, e a adoção da TCFC em conjunto com a TC Multislice levará os ortodontistas a uma mudança de paradigma com relação aos meios de diagnóstico por imagem, inclusive com potenciais alterações nos planejamentos dos tratamentos ortodônticos e ortodôntico-cirúrgicos.

Palavras-chave: Tomografia Computadorizada Multislice. Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico. Imagens craniofaciais 3D. Diagnóstico em Ortodontia.

* Professores associados da Disciplina de Ortodontia do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUSP. ** Mestre em Ortodontia pela FOUSP. *** Estagiária na Disciplina de Ortodontia do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUSP. **** Professor associado da Disciplina de Radiologia do Departamento de Estomatologia da FOUSP.

72

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 72-84, fev./mar. 2010


Aplicações da Tomografia Computadorizada em Ortodontia: “O Estado da Arte”

Computed Tomography applications in Orthodontics: “The State of the Art” Abstract

The purpose of this paper is to enlighten the orthodontist and the researcher about the current stage of technological development of craniofacial imaging generated by Multislice Computed Tomography (MSCT) and Cone Beam Computed Tomography (CBCT) and its applications in Orthodontics, Facial Orthopedics and Orthognatic Surgery. It is intended to provide the multiple scientific and clinical applications of three-dimensional images (3D-CT) in Orthodontics.

As the current orthodontic treatment methods are becoming more sophisticated, the need for accurate tridimensional (3D) evaluation of the patient becomes increasingly critical, and adoption of CBCT together with MSCT is likely to lead the orthodontists in a switch of paradigm for diagnosis by means of image. In addition, potential treatment planning modifications are expected in orthodontic treatments and for orthodontic surgical cases.

Keywords: Multi-slice computed tomography. Cone-beam computed tomography. Three-dimensional craniofacial imaging. Orthodontic diagnosis.

Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18.

84

Baumrind S, Carlson S, Beers A, Curry S, Norris K, Boyd RL. Using the three-dimensional imaging to assess treatment outcomes in Orthodontics: a progress report from the University of the Pacific. Orthod Craniofac Res. 2003;6 Suppl 1:132-42. Baumrind S. Integrated three-dimensional craniofacial mapping: background, principles and perspectives. Semin Orthod. 2001 Dec;7(4):223-32. Broadbent BH. A new X-ray technique and its application to Orthodontia. Angle Orthod. 1931 Apr;1(2):45-66. Cavalcanti M, Tomografia computadorizada: reconstrução em 2D e em 3D. In: Freitas A. Radiologia odontológica. 6ª ed. São Paulo: Artes Médicas; 2004, p. 705-52. Cavalcanti MG, Rocha SS, Vannier MW. Craniofacial measurements based on 3D-CT volume rendering: implications for clinical applications. Dentomaxillofac Radiol. 2004 May;33(3):170-6. Cavalcanti, MGP. Tomografia computadorizada por feixe cônico ao alcance do cirurgiãodentista. 1ª ed. São Paulo: Ed. Santos; 2009. 256 p. Cavalcanti MGP, Vannier MW. Qualitative analysis of spiral computed tomography for craniofacial clinical applications. Dentomaxillofacial Radiol. 1998 Nov;27(6):344-50. Enciso R, Memon A, Mah J. Three-dimensional visualization of the craniofacial patient: volume segmentation, data integration and animation. Orthod Craniofac Res. 2003; 6 Suppl 1:66-71. Farman AG. Fundamentals of image acquisition and processing in the digital era. Orthod Craniofacial Res. 2003;6(1):17-22. Grayson BH, LaBatto FA, Kolber AB, McCarthy JG. Basilar multiplane cephalometric analysis. Am J Orthod. 1985 Dec;88(6):503-16. Hans MG, Palomo JM, Dean D, Cakirer B, Kyoung-June Min, Han S, Broadbent BH. Threedimensional imaging: The caseWestern Reserve University method. Semin Orthod. 2001 Dec;7(4):233-43. Hashimoto K, Arai Y, Iwai K, Araki M, Kawashima S, Terakado M. A comparison of a new limited cone beam computed tomography machine for dental use with a multidetector row CT machine. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2003 Mar;95(3):371-7. Hatcher DC, Dial C, Mayorga C. Cone beam CT for pre-surgical assessment of implant sites. J Calif Dent Assoc. 2003 Nov;31(11):825-33. Hatcher DC, Aboudara CL. Diagnosis goes digital. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004 Apr;125(4):512-15. Holberg C, Steinhäuser S, Geis P, Rudzki-Janson I. Cone Beam Computed Tomography in Orthodontics: benefits and limitations J Orofac Orthop. 2005 Nov;66(6):434-44. Hounsfield GN. Computerized transverse axial scanning (tomography): Part I. Description of system. Br J Radiol. 1973 Dec;46(552):1016-22. Kim DO, Kim HJ, Jung H, Jeong HK, Hong SI, Kim KD. Quantitative evaluation of aquisition parameters in three-dimensional imaging with multidetector computed tomography using human skull phantom. J Digit Imaging. 2002 Dec;15 Suppl 1:254-7. Lascala CA, Panella J, Marques MM. Analysis of the accuracy of linear measurements obtained by cone beam computed tomography (TCFC-NewTom). Dentomaxillofac Radiol. 2004 Sep;33(5):291-4.

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 72-84, fev./mar. 2010

19. Lopes PML. Validação de medidas ósseas crânio-faciais por meio da tomografia computadorizada multislice em 3D. [Tese] São Paulo: Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo; 2006. 20. Mah J, Hatcher D. Current status and future needs in craniofacial imaging. Orthod Craniofacial Res. 2003;6(1):10-6. 21. Mah J, Bumann A. Technology to create the three-dimensional patient record. Semin Orthod. 2001 Dec; 7(4):251-7. 22. Mah J, Hatcher D. Three-dimensional craniofacial imaging. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004 Sep;126(3):308-9. 23. Miller AJ, Maki K, Hatcher DC. New diagnostic tools in Orthodontics. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004 Oct;126(4):395-6. 24. Park SH, Yu HS, Kim KD, Lee KJ, Baik HS. A proposal for a new analysis of craniofacial morphology by 3-dimensional computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006 May;129(5):600.e23-34. 25. Preston CB, Lampasso JD, Tobias PV. Cephalometric evaluation and measurement of the upper airway. Semin Orthod. 2004 Jun;10(2):3-15. 26. Redmond R. The cutting edge. J Clin Orthod. 2008 Aug;42(8):457-60. 27. Ribeiro-Rota RJ. Técnicas tomográficas aplicadas à Ortodontia: a evolução do diagnóstico por imagens. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2004 set-out;9(5):102-56. 28. Rizzato SMD, Thiesen G, Rego MVNN do; Marchioto EM, Menezes LM de, Hoefel JR, et al. Avaliando o procedimento da expansão rápida da maxila através da tomografia computadorizada helicoidal. Rev Clín Ortod Dental Press. 2004 jul-ago;3(4):76-87. 29. Scarfe WC, Farman AG, Sukovic P. Clinical applications of cone-beam computed tomography in dental practice. J Can Dent Assoc. 2006 Feb;72(1):75-80. 30. Swennen GR, Schutyser F. Three-dimensional cephalometry: spiral multi-slice VS cone beam computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006 Sep;130(3):410-6. 31. Sukovic P. Cone beam computed tomography in craniofacial imaging. Orthod Craniofac Res. 2003;6 Suppl 1:31-6; discussion 179-82. 32. Thiel HJ, Hassfeld S. Schnittbilddiagnostik in MKG-Chirurgie und Zahnmedizin. 1st ed. Stuttgart: Georg Thieme Verlag; 2001. 33. Valdez JCA. Tomografia computadorizada (TC) no diagnóstico de controle do tratamento das disfunções da articulação temporomandibular. JBA: J Bras Oclusão, ATM Dor Orofac. 2001;1(4):316-23. 34. Vannier MW. Craniofacial computed tomography scanning: technology, applications and future trends. Orthod Craniofac Res. 2003;6 Suppl 1:23-30.

Endereço para correspondência Mauricio Accorsi Av. Cândido de Abreu, 526 – Cj. 903-B – Curitiba / PR – CEP: 80.530-000 E-mail: accorsi@usp.br



Caso Clínico

Alternativas mecânicas com a utilização de mini-implantes Rodrigo Severo Leal*, Liliana Ávila Maltagliati**

Resumo A proposta deste artigo foi a de evidenciar as diversas alternativas na utilização dos mini-implantes como ancoragem durante o tratamento ortodôntico. Os miniimplantes fornecem uma ancoragem fixa, prevenindo movimentos colaterais indesejados, facilitando a mecânica de casos considerados complexos. Nesse artigo, por meio da descrição de casos clínicos, evidenciamos várias possibilidades da utilização dos mini-implantes, como na distalização dos molares superiores, promovendo a dissipação dos efeitos indesejados sobre o mini-implante, na correção

da linha média superior, em mecânicas ortodônticas assimétricas, na intrusão de molares superiores e distalização dos caninos para abertura de espaço em pacientes com agenesias de incisivos laterais superiores. Por meio dos casos clínicos apresentados, verificou-se que os miniimplantes consistem em um eficiente dispositivo de ancoragem ortodôntica, além de apresentarem facilidade de instalação, custo relativamente baixo e técnica cirúrgica simplificada. Entretanto, se faz necessário um planejamento correto do ponto de inserção do mini-implante e da mecânica a ser empregada.

Palavras-chave: Ortodontia. Ancoragem absoluta. Mini-implantes.

* Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Universidade Estadual de Londrina – UEL. Mestre em Ortodontia pela Umesp. ** Mestre e doutora pela FOB-USP. Coordenadora do curso de especialização em Ortodontia da ABCD-SP e do Grupo SW do Rio de Janeiro.

86

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 86-94, fev./mar. 2010


Alternativas mecânicas com a utilização de mini-implantes

CONSIDERAÇÕES FINAIS Os mini-implantes aparecem como eficiente dispositivo de ancoragem ortodôntica9, pela facilidade de instalação, custo financeiro relativamente baixo e técnica cirúrgica simplificada1. Para maximizar o sucesso na sua utilização, é necessário um planejamento correto do local de inserção do mini-implante, assim como da mecânica a ser empregada2,5. A média de sucesso

quando se utiliza os mini-implantes é de 90%, e de 100% quando se faz a recolocação dos mini-implantes nos casos de insucesso na primeira instalação12. A perda dos mini-implantes está associada à falta de estabilidade primária, à aplicação de forças excessivas ou à inflamação dos tecidos peri-implantares, que na maioria dos casos é provocada pela higienização inadequada da região2.

Mechanical alternatives with the use of mini-implants Abstract

The purpose of this article was to substantiate several alternatives in the use of mini-implants as anchorage during orthodontic treatment. Mini-implants supply a fixed anchorage, preventing unwanted collateral movements, facilitating the mechanics in cases considered complex. In this article, through the description of clinical cases, several possibilities of mini-implants use were evidenced, such as in the distalization of the upper molars, promoting the removal of the undesirable effects on the mini-implants, in the correction of the upper

midline, in the asymmetrical orthodontic mechanics, in the intrusion of upper molars, and in the distalization of the canines to provide spacing in patients with agenesis of upper lateral incisors. Through the presented clinical cases, it was verified that the mini-implants are an efficient orthodontic anchorage device, they are easy to set up, and its cost is relatively low requiring a simplified surgical technique. However, it is necessary a precise planning of the point of insertion, and on the mechanics to be used.

Keywords: Orthodontics. Absolute anchorage. Mini-implants.

Referências 1.

Araújo TM de, Nascimento MHA, Bezerra F, Sobral MC. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 julago;11(4):126-56. 2. Bezerra F, Villela H, Laboissière JRM, Diaz L. Ancoragem absoluta utilizando microparafusos ortodônticos de titânio: planejamento e protocolo cirúrgico (Trilogia – Parte I). Implant News. 2004 nov-dez;1(6):469-75. 3. Braga CP, Vanzin GD, Marchioro EM, Beck JCP. Avaliação do coeficiente de atrito de braquetes metálicos e estéticos com fios de aço inoxidável e beta-titânio. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2004 nov-dez; 9(6):70-83. 4. Burstone CJ, Marcotte MR. Solucionando problemas em Ortodontia. 1ª. ed. São Paulo: Quintessence; 2003. cap. 6, p. 145-78. 5. Cheng SJ, Tseng IY, Lee JJ, Kok SH. A prospective study of the risk factors associated with failure of mini-implants used for orthodontic anchorage. Int J Oral Maxillofac Implants. 2004 Jan-Feb;19(1):100-6. 6. Hershey HG, Hougton CW, Burstone CJ. Unilateral face bows: a theorical and laboratory analysis. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1981 Mar;79(3):229-48. 7. Kim JW, Ahn SJ, Chang YI. Histomorfometric and mechanical analyses of the drill-free screw as orthodontic anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2005 Aug;128(2):190-4. 8. Kyung HM, Park HS, Bae SM, Sung JH, Kim IB. Development of orthodontic microimplants for intraoral anchorage. J Clin Orthod. 2003 Jun;37(6):321-8; quiz 314. 9. Mah J, Bergstrand F. Temporary anchorage devices: a status report. J Clin Orthod. 2005 Mar;39(3):132-6. 10. Marassi C, Leal A, Herdy J. O uso de mini-implantes como auxiliares do tratamento ortodôntico. Ortodontia SPO. 2005 jul-set;38(3):256-65. 11. McNeill RW, Joondeph DR. Congenitally absent maxillary lateral incisors: treatment planning consideration. Angle Orthod. 1973 Jan;43(1):24-9.

94

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 86-94, fev./mar. 2010

12. Nascimento MHA, Araújo TM, Bezerra F. Microparafuso ortodôntico: instalação e protocolo de higiene periimplantar. Rev Clín Ortod Dental Press. 2006 fevmar;5(1):24-43. 13. Park HS, Lee SK, Kwon OW. Group distal movement of teeth using microscrew implant anchorage. Angle Orthod. 2005 Jul;75(4):602-9. 14. Poggio PM, Incorvati C, Velo S, Carano A. “Safe zones”: a guide for miniscrew positioning in the maxillary and mandibular arch. Angle Orthod. 2006 Mar;76(2):191-7. 15. Proffit WR. Ortodontia contemporânea. 2ª. ed. St. Louis: Mosby; 1999. 16. Southard TE, Buckley MJ, Spivey JD, Krizan KE, Casko JS. Intrusion anchorage potential of teeth versus implants. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1995 Feb;107(2):115-20. 17. Woodworth DA, Sinclair PM, Alexander RG. Bilateral congenital absence of maxillary lateral incisor: a craniofacial and dental cast analysis. Am J Orthod. 1985 Apr;87(4):280-93.

Endereço para correspondência Rodrigo Severo Leal Rua Manoel Eufrasio, 403 Apto 31 CEP: 80.030-440 – Curitiba / PR E-mail: clinicaleal@hotmail.com



Caso Clínico

Tracionamento de um canino inferior em posição desfavorável Sérgio Kubitski*, Marcio Guimarães Kubitski**, Leopoldino Capelozza Filho***, Terumi Okada Ozawa****

Resumo A ocorrência de caninos superiores impactados é relativamente alta na rotina ortodôntica e tem sido alvo de muitas publicações e pesquisas. Bem menos frequente é a

impacção de caninos inferiores, sobretudo da transmigração dentária. O presente artigo tem por objetivo ilustrar o tracionamento bem-sucedido de um canino inferior em posição desfavorável (transmigração).

Palavras-chave: Dente impactado. Tracionamento dentário.

* Especialista em Ortodontia pela Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD), Presidente Prudente / SP. ** Aluno do Curso de Especilização em Ortodontia da PROFIS, Bauru / SP. *** Ortodontista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC-USP). Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da Sociedade de Promoção Social do Fissurado LábioPalatal (PROFIS), Bauru / SP. **** Ortodontista do HRAC-USP. Professora do Curso de Especialização em Ortodontia da PROFIS, Bauru / SP.

96

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 96-101, fev./mar. 2010


Sérgio Kubitski, Marcio Guimarães Kubitski, Leopoldino Capelozza Filho, Terumi Okada Ozawa

Conclusão A impacção é um fenômeno frequente na Ortodontia. Porém, é menos comum a incidência de caninos impactados na região do mento, sobretudo em posição de transposição. Para obter resultados positivos quando o tracionamento é indicado, o ortodontista deve estar familiarizado com as implicações periodontais,

cirúrgicas e ortodônticas do procedimento. O diagnóstico constitui um dos fatores mais importantes a serem observados para a indicação e planejamento do tratamento adequado. O acesso cirúrgico e a aplicação de forças adequadas são outros fatores indispensáveis para potencializar a possibilidade de sucesso na tração de dentes inclusos.

Orthodontic traction of an unfavorably positioned lower canine Abstract

Impacted upper canines are frequently found in the orthodontic practice and have been largely studied and researched. The ectopic and impacted lower canine is

not very frequent. The objective of this case report is to report a lower canine traction in a very unfavorable position.

Keywords: Impacted tooth. Dental traction.

Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18.

Altman JA, Arnold H, Spector P. Substituting maxillary first premolars for maxillary impacted canines in cases requiring the extraction of dental units as part of orthodontic correction. Am J Orthod. 1979 Jun;75(6):618-29. Becker A. Tratamento ortodôntico de dentes impactados. São Paulo: Santos; 2004. Bishara SE. Impacted maxillary canines: a review. Am J Orthod. 1992 Feb;101(2):159-71. Bishara SE, Kommer DD, McNeil MH, Montagana LN, Oestler LN, Youngquist HW. Managment of impacted canines: A review. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1976 Apr;69(4): 371-87. Brezniak N, Ben-Yehuda A, Shapira Y. Unusual mandibular canine transposition: a case report. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1993 Jul;104(1):91-4. Crescini A, Clauser C, Giorgetti R. Tunnel traction of intraosseous impaccted maxilary canines: a three year periodontal follow up. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1994 Jan; 105(1):61-72. Consolaro A. Tracionamento dentário: mitos, coincidências e fatos. Parte II. Rev Clín Ortod Dental Press. 2003-2004; jan-dez;2(6):100. Fiedler LD, Alling CC. Malpositioned mandibular right canine: report of a case. J Oral Surg. 1968 Jun;26(6):405-7. Fournier A, Turcotte JY, Bernard C. Orthodontic considerations in the treatment of maxillary impacted canines. Am J Orthod. 1982 Mar;81(3):236-9. Jacobs G, Kuftinec MM, Showfety KJ, von Fraunhofer JA. Bonding characteristics of impacted versus erupted teeth. Am J Orthod. 1986 Mar;89(3):242-5. Jacoby H. The ‘’ballista spring” system for impacted teeth. Am J Orthod. 1979 Feb;75(2):143-51. Jacoby H. The etiology of maxillary canine impactions. Am J Orthod. 1983 Aug;84(2):125-32. Javid B. Transmigration of impacted mandibular cuspids. Int J Oral Surg. 1985 Dec;14(6):547-9. Kaufman AY, Buchner A, Gan R, Hashomer T. Transmigration of mandibular canine. Report of a case. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1967 May;23(5):648-50. Levin MP, D’Amico RA. Flap design in exposing unerupted teeth. Am J Orthod. 1974 Apr;65(4):419-22. Lewis PD. Preorthodontic surgery in the treatment of impacted canines. Am J Orthod. 1971 Oct;60(4):382-97. McDonald F, Yap WL. The surgical exposure and application of direct traction of unerupted teeth. Am J Orthod. 1986 Apr;89(4):331-40. Moss JP. An Orthodontic approach to surgical problems. Am J Orthod. 1975 Oct;68(4):363-90.

19. Nielsen IL, Prydso U, Winkler T. Direct bonding on impacted teeth. Am J Orthod. 1975 Dec;68(6):666-70. 20. Platzer KM. Mandibular incisor canine transposition. J Am Dent Assoc. 1968 Apr;76(4):778-84. 21. Sandler JP. An atractive solution to unerupted teeth. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1991 Dec;100(6):489-93. 22. Sagne S, Lennartsson B, Thilander B. Transalveolar transplantation of maxillary canines. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1986 Aug;90(2):149-57. 23. Shapira Y. Bilateral transposition of mandibular canine and lateral incisors: orthodontic management of a case. Br J Orthod. 1978 Oct;5(4):207-9. 24. Shapira Y, Kuftinec MM. Orthodontic management of mandibular canine-incisor transposition. Am J Orthod. 1983 Apr;83(4):271-6. 25. Shaw BM, Schneider SS, Zeger J. Surgical management of ankylosed impacted maxillary canines. J Am Dent Assoc. 1981 Apr;102(4):497-500. 26. Tarsitano JJ, Wooten JW, Burditt JT. Transmigration of nonerupted mandibular canines: report of cases. J Am Dent Assoc. 1971;82:1395-7. 27. von der Heydt K. The surgical uncovering and Orthodontic positioning of unerupted maxillary canines. Am J Orthod. 1975 Sep;68(3):256-76. 28. Wennström JL, Lindhe J, Sinclair F, Thilander B. Some periodontal tissue reaction to orthodontic tooth movement in monkeys. J Clin Periodontol. 1987 Mar;14(3):121-9. 29. Wisth PJ, Norderval K, Boe OE. Periodontal status of orthodontically treated impacted maxillary canines. Angle Orthod. 1976 Jan;46(1):69-76. 30. Ziegler TF. A modified technique for ligating impacted canines. Am J Orthod. 1977 Dec;72(6):665-70.

Endereço para correspondência Sérgio Kubitski Rua Padre Anchieta, 1081, apt. 901 CEP: 80.730-000 – Curitiba/PR E-mail: sergiokubitski@dr.com

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 96-101, fev./mar. 2010

101



ABSTRACTS

Abstracts

Literatura ortodôntica mundial Resumos, em Português, de artigos publicados em importantes revistas de Ortodontia de todo o mundo. Informação qualificada e oportuna para a melhoria de sua prática clínica. LOCALIZAÇÃO E PRESENÇA DE DENTES PERMANENTES EM INDIVÍDUOS COM FISSURA TRANSFORAME INCISIVO BILATERAL Location and presence of permanent teeth in a complete bilateral cleft lip and palate population Angle Orthod. 2010;80(3):591-6 Richard Michael Halpern, James Noble Objetivo: descrever a localização e presença de dentes permanentes em pacientes não-sindrômicos com fissura bilateral completa de lábio e palato, do Centro de Referência Craniofacial de Manitoba. Material e Métodos: neste estudo retrospectivo, foi avaliada a documentação de 1.570 pacientes registrados desde 1958. Resultados: trinta e oito pacientes preencheram os critérios de inclusão, apresentando 76 dentes no local da fissura – um dente em cada lado da fenda foi considerado como tendo se desenvolvido a partir de um único germe do dente incisivo lateral. A nomenclatura M foi atribuída quando foi encontrado um dente mesial à fenda, D quando distal, MD quando mesial e distal, e AB se nenhum dente foi encontrado. O padrão M foi observado em 9,2% das situações; D em 47,4%; DM em 5,3% e AB em 38,2%. Dentes fora do local de fissura – na maxila, a agenesia ocorreu em 11,9% dos segundos pré-molares e em 10,5% dos incisivos centrais; na mandíbula, a agenesia ocorreu em 4% dos segundos pré-molares, 2,6% dos incisivos laterais, 2,6% dos incisivos centrais e 2,6% dos segundos molares. Conclusões: o incisivo lateral foi mais comumente encontrado distal à fenda. A agenesia dos incisivos laterais e dos dentes fora da área da fissura foi mais comum do que em pacientes sem fissuras. Palavras-Chaves: Fissura transforame bilateral. Agenesia dentária. Tradução: Gustavo Augusto Grossi de Oliveira e Vanessa Barbosa da Silva.

Conheça o acervo de Abstracts da Dental Press, acesse: www.dentalpress.com.br/abstracts

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 103-105, fev./mar. 2010

103


Controvérsias

LÍNGUA GEOGRÁFICA E TRATAMENTO ORTODÔNTICO:

etiopatogenia e condutas clínico-terapêuticas Alberto Consolaro*, Renata Bianco Consolaro**

O termo “Língua Geográfica” foi aplicado pelo contorno e distribuição das lesões sobre o dorso lingual de forma semelhante à que os países são representados nos mapas, com suas constantes mudanças a cada período de tempo. O primeiro a relatar essa semelhança cartográfica foi Bergeron em 18644. A Língua Geográfica, também conhecida como Glossite Migratória Benigna, foi descrita pela primeira vez por Rayer em 18316 e, a partir daí, recebeu outros numerosos 20 nomes. A sua prevalência varia de 1 a 2,5% na população em geral10,14,18,20,21, acometendo ambos os gêneros, todas as etnias21 e faixas etárias, muito embora mostre uma sensível redução de sua prevalência a partir dos 30 anos de idade5. As mulheres são mais afetadas, na proporção de 2:15. As causas e mecanismos da Língua Geográfica A sua etiopatogenia tem relação com: 1) Estresse emocional19. 2) Mutação em único locus gênico, juntamente com a língua fissurada. Algumas alterações gênicas demonstraram que o portador tem um risco maior de desenvolver a Língua Geográfica7. 3) Hereditariedade: algumas casuísticas revelam uma tendência familiar4,5,18, um termo que implica na existência de observações fortuitas e relatadas em vários membros da mesma família, mas sem a pesquisa de hereditariedade baseada em heredogramas e identificação

* Professor titular de Patologia da FOB-USP e da pós-graduação da FORP-USP. ** Professora substituta de Patologia da FOA-Unesp e doutoranda em Patologia Bucal na FOB-USP.

106

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 106-110, fev./mar. 2010

gênica específica. 4) Psoríase: a Língua Geográfica pode ser considerada uma forma incompleta ou frusta de psoríase5,9,17,23. Há uma relação direta entre a psoríase e o estresse emocional, como ocorre também com a Língua Geográfica. Microscopicamente, a Língua Geográfica e a psoríase são idênticas. A relação entre a Língua Geográfica e a Psoríase ainda é eventualmente questionada3, muito embora aceita pela maioria dos estudos8,25. Na análise de Gonzaga5, em 118 pacientes psoriásicos houve uma prevalência de 13,6% de língua geográfica, enquanto em 100 pacientes do grupo controle a frequência foi de 3%. A língua fissurada também apresentou uma prevalência maior no grupo psoriásico: 36,4% e 12% respectivamente. 5) Atopia: são considerados atópicos os pacientes com duas das três manifestações clínicas alérgicas anafiláticas mais comuns, ou seja, rinite alérgica, dermatite e asma brônquica. A frequência da língua geográfica é consideravelmente maior nos pacientes atópicos12,13,15,23. No grupo de 88 portadores de Língua Geográfica observados por nós, 34% eram atópicos5. 6) Doença de Reiter: a língua geográfica pode ser considerada uma manifestação clínica bucal dessa doença caracterizada por uma tríade clássica: uretrite não-gonocócica, artrite e conjuntivite ou uveíte, assim como lesões mucocutâneas.


Língua geográfica e tratamento ortodôntico: etiopatogenia e condutas clínico-terapêuticas

anti-inflamatórios e redutores de pH não surte efeitos clínicos, e os pacientes reclamam e abandonam precocemente a prescrição. 6) Em alguns casos, se faz importante aconselhar o paciente sobre a relação entre a Língua Geográfica e o estresse psicossomático, e sobre a necessidade de controle para reduzir ou eliminar a manifestação da doença. A prescrição de complexos vitamínicos, especialmente do grupo B, constitui uma conduta frequente entre os profissionais da área médica, mas essa hipovitaminose não tem relação direta com a Língua Geográfica e sua administração pode ter um interessante efeito placebo.

Consideração Final A Língua Geográfica e a Estomatite Geográfica representam uma situação clínica de muitos pacientes ortodônticos. O profissional deve diagnosticar, orientar e continuar seu tratamento ortodôntico, mas propiciando tranquilidade, conscientização e conforto ao paciente portador durante os períodos ativos, quando a ardência pode incomodar. O ortodontista deve passar segurança ao paciente de que a Língua Geográfica da qual é portador não tem relação direta com o uso do aparelho ortodôntico, aplicando-lhe o protocolo de conduta clínicoterapêutica ilustrado nesse trabalho.

Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14.

Axéll T. Hypersensitivity of the oral mucosa: clinics and pathology. Acta Odontol Scand. 2001 Oct;59(5):315-9. Bánóczy J, Szabó L, Csiba A. Migratory glossitis: a clinical, histologic review of seventy cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1975 Jan;39(1):113-21. Costa SC, Hirota SK, Takahashi MD, Andrade H Jr, Migliari DA. Oral lesions in 166 patients with cutaneous psoriasis: a controlled study. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2009 Aug;14(8):e371-5. Dawson TA, Pielou WD. Geographical tongue in three generations. Br J Dermatol. 1967 Dec;79(12):678-81. Gonzaga HFS. Estudo clínico sobre a relação da psoríase com alterações da mucosa bucal. 1991. [Dissertação]. Bauru: Universidade de São Paulo; 1991. Grinspan D. Enfermedades de la boca. Buenos Aires: Mundi; 1970, v.1, p. 31-171. Guimarães AL, Correia-Silva J de F, Diniz MG, Xavier GM, Horta MC, Gomez RS. Investigation of functional gene polymorphisms: IL-1B, IL-6 and TNFA in benign migratory glossitis in Brazilian individuals. J Oral Pathol Med. 2007 Oct;36(9):533-7. Hernández-Pérez F, Jaimes-Aveldañez A, Urquizo-Ruvalcaba M de L, Díaz-Barcelot M, Irigoyen-Camacho ME, Vega-Memije ME, et al. Prevalence of oral lesions in patients with psoriasis. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2008 Nov 1;13(11):e703-8. Hume WJ. Geographic stomatitis: a critical review. J Dent. 1975 Jan;3(1):25-43. Kovac-Kovacic M, Skaleric U. The prevalence of oral mucosal lesions in a population in Ljubljana, Slovenia. J Oral Pathol Med. 2000 Aug;29(7):331-5. Littner MM, Dayan D, Gorsky M, Moskona D, Harel-Raviv M. Migratory stomatitis. Oral Surg Oral Med Oral. Pathol. 1987;63(5):555-9. Marks R, Czarny D. Geographic tongue: sensitivity to the environment. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1984 Aug;58(2):156-9. Marks R, Scarff CE, Yap LM, Verlinden V, Jolley D, Campbell J. Fungiform papillary glossitis: atopic disease in the mouth? Br J Dermatol. 2005 Oct;153(4):740-5. Masferrer E, Jucgla A. Geographic tongue. N Engl J Med. 2009 Nov; 361(12):e44.

15. Milo˘glu O, Göregen M, Akgül HM, Acemo˘glu H. The prevalence and risk factors associated with benign migratory glossitis lesions in 7619 Turkish dental outpatients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2009 Feb;107(2):e29-33. 16. Raghoebar GM, de Bont LG, Schoots CJ. Erythema migrans of the oral mucosa; report of two cases. Quintessence Int. 1988 Nov;19(11):809-11. 17. Ralls SA, Warnock, GR. Stomatitis areata migrans affecting the gingival. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985 Aug;60(2):197-200. 18. Redman RS. Prevalence of geographic tongue, fissured tongue, median rhomboid glossitis, and hairy tongue among 3,611 Minnesota schoolchildren. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1970 Sep;30(3):390-5. 19. Saprio SM, Shklar G. Stomatitis areata migrans. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1973 Jul;36(1):28-33. 20. Sedano HO, Carreon Freyre I, Garza de la Garza ML, Gomar Franco CM, Grimaldo Hernandez C, Hernandez Montoya ME, et al. Clinical orodental abnormalities in Mexican children. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1989 Sep;68(3):300-11. 21. Shulman JD, Carpenter WM. Prevalence and risk factors associated with geographic tongue among US adults. Oral Dis. 2006 Jul;12(4):381-6. 22. Silva MJA, Taveira LAA, Vasconcelos MHF, Consolaro A. Estomatite geográfica versus tratamento ortodôntico: uma relação etiopatogênica. [apresentado no Congresso Brasileiro de Estomatologia, 3; e apresentado na Jornada Brasileira de Estomatologia, 21], Gramado; 1995. 23. van der Wal N, van der Kwast WA, van Dijk E, van der Waal I. Geographic stomatitis and psoriasis. Int J Oral Maxillofac Surg. 1988 Apr;17(2):106-9. 24. Weathers DR, Baker G, Archard HO, Burkes EJ Jr. Psoriasiform lesions of the oral mucosa (with emphasis on “ectopic geographic tongue”). Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1974 Jun;37(6):872-88. 25. Zargari O. The prevalence and significance of fissured tongue and geographical tongue in psoriatic patients. Clin Exp Dermatol. 2006 Mar;31(2):192-5.

Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br

110

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 106-110, fev./mar. 2010


INSTRUÇÕES AOS AUTORES — A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS, dirigida à classe odontológica, destina-se à publicação de relatos de casos clínicos e de técnicas, artigos de interesse da classe ortodôntica, comunicações breves e atualidades. — Os artigos serão submetidos ao parecer do Corpo Editorial da Revista, que decidirá sobre a conveniência ou não da publicação, avaliando como favorável, indicando correções e/ou sugerindo modificações. A REVISTA, ao receber os artigos, não assume o compromisso de publicá-los. ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO DE MANUSCRITOS — Submeta os artigos através do site www.dentalpress.com.br/pubartigos. Organize sua apresentação como descrito a seguir: 1. Página de título — deve conter título em português e inglês, resumo e abstract, palavras-chave e keywords. — coloque todas as informações relativas aos autores em uma página separada, incluindo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e cargos administrativos. Ainda, deve-se identificar o autor correspondente e incluir seu endereço, números de telefone e e-mail. Essa informação não estará disponível para os revisores. 2. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavras-chave, ou descritores, também em português e em inglês, as quais devem ser adequadas conforme o MeSH/DeCS. 3. Texto — os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abstract e referências. — envie figuras e tabelas em arquivos separados (ver abaixo). — também insira as legendas das figuras no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo. 4. Figuras — as imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 dpis de resolução. — as imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — confirme se todas as figuras foram citadas no texto. 5. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser enviados os arquivos contendo as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável). — os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial. 6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma.

— se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo) e não como elemento gráfico (imagem não editável). 7. Referências — todos os artigos citados no texto devem ser referenciados. — todas as referências listadas devem ser citadas no texto. — com o objetivo de facilitar a leitura, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html). — não devem ultrapassar o limite de 30. — utilize os exemplos a seguir: • Artigos com um até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. • Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. • Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. • Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2ª ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. • Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção. [dissertação]. Bauru: Universidade de São Paulo; 1990. • Formato eletrônico Câmara CALP da. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf. —

Outros tipos de correspondência poderão ser enviados para: Revista Clínica de Ortodontia Dental Press Av. Euclides da Cunha 1718, Zona 5 CEP: 87.015-180, Maringá/PR Tel. (44) 3031-9818 E-mail: artigos@dentalpress.com.br

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 111-112, fev./mar. 2010

111


Registro de Ensaios Clínicos Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da Saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da Saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS. Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/ index.html), com interface que permite a busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que

112

Rev. Clín. Ortod. Dental Press, v. 9, n. 1, p. 111-112, fev./mar. 2010

integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical Trials Registry), www. clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho da amostra pretendido, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal, somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal. Posicionamento da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http:// www.wame.org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/ clin_trialup.htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje. org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.