Edição V7N1 - Janeiro, Fevereiro e Março de 2010

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Estética Revista Denta l P r e s s d e

ISSN 1807-2488 Rev. Dental Press Estét.

Maringá

v. 7

n. 1

p. 1-136

jan./fev./mar. 2010


Estética

Sumário

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Revista Dental Press de

Editorial

Desafio: fonte de prazer

Entrevista

Glauco Fioranelli Vieira

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volume

7 - número 1

janeiro / fevereiro / março 2010

Eventos

Excelência em Laboratório

Incisivo central superior Mauricio Umeno Watanabe

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Ponto de Vista

Qual o tipo de conexão protética que você prefere quando realiza implantes?

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Fotografia

A cor e a visão humana Mike Bueno

César Augusto Arita e Cícero Dinato

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42

Gestão em Odontologia

E 2010, como vai ser? Será que vai melhorar? Celso Orth

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126

Biologia da Estética

A Clareação Dentária pode induzir necrose pulpar? Não há fundamentos! Alberto Consolaro, Leda Francischone, Renata B. Consolaro


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44

44

Odontologia estética: integração entre Dentística e Periodontia

ScanWhite - método objetivo para avaliação do nível de clareamento dental

Esthetic Dentistry: Operative Dentistry and Periodontics interrelation

ScanWhite - objective method for dental bleaching level measurement

Ana Paula Grimião Queiroz, Frederico dos Reis Goyatá, Adriane Cristina Richa Ferreira, Maria Cristina Almeida Souza, Guarnyelle Temponi Dias

Victor Grover Rene Clavijo, Osmir Batista de Oliveira Junior, Matheus Coelho Bandeca, Diego Rodrigo Correa dos Santos, Marcelo Ferrarezi de Andrade, Fabio Papini Fornazari

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72

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Avaliação da proporção áurea em pacientes submetidos ou não a tratamento ortodôntico

82

Associação de técnicas no tratamento restaurador em dentes posteriores: onlay cerâmico x resina composta

Evaluation of golden proportion in patients submitted or not to orthodontic treatment

Association of techniques in restorative treatment of posterior teeth: Ceramic onlay x composite resin

Angélica Massumi Watanabe Marubayashi, Aline Yuka Shinike, Kelly Juliane Souza, Hélio Hissashi Terada, Eduardo Kurihara, Raquel Sano

Thaiane Rodrigues Aguiar, Adriano Fonseca Lima, Fernanda Regina Voltarelli, Luís Roberto Marcondes Martins

Suga Terada

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Cimentos autoadesivos: inter-relação dentinacimento-pino Self-adhesive luting cements: Dentin-cement-post relationship Mario Honorato Silva e Souza Junior, Sandro Cordeiro Loretto, Patrícia de Almeida Rodrigues Silva e Souza, Marcelo Figueiredo Lobato, Karina Kato Carneiro

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118

Remoção de manchas fluoróticas através da técnica de microabrasão: relato de caso clínico Fluorosis stains removal through microabrasion technique: Case report Alessandra Satake, Walter Leonardo Siqueira Zaia, Margareth Coutinho

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Sistemas cerâmicos atuais: revisão de literatura Current ceramic systems: Literature review Accácio Lins do Valle, Leandro de Moura Martins, Rosalyn Chidiak-Tawil, Gustavo Henrique Diniz Pimentel, Marcus Gustavo Silva Rodrigues, Marcelo Barbosa Ramos, Fabio Cesar Lorenzoni


EDITOR EXECUTIVO Ewerton Nocchi Conceição - UFRGS - RS EDITORA CIENTÍFICA Renata Corrêa Pascotto - UEM - PR PUBLISHER Laurindo Zanco Furquim - UEM - PR CONSULTORES INTERNACIONAIS Albert Heller - Montevideo - Uruguai August Bruguera - Laboratório Disseny Dental Bcn - Barcelona - Espanha Daniel Edelhoff - Universidade de Munique - Alemanha David A. Garber - Medical College of Georgia School of Dentistry - Georgia Didier Dietschi - Universidade de Geneva - Suíça Gerald Ubassy - International Dental Training Centre - França João Pimenta - Clínica particular - Barcelos - Portugal Markus Lenhard - Clínica particular - Suíça Milko Vilarroel Cortez - Universidade de Valparaíso - Chile Oliver Brix - Clínica particular - Kelkheim - Alemanha Pablo Abate - Universidade de Buenos Aires - Argentina Ricardo Mitrani - Clínica particular - México Shigeo Kataoka - Osaka Ceramic Training Center - Osaka - Japão Victor Hugo do Carmo - Hot Spot Design - Cugy - Suíça CONSULTORES CIENTÍFICOS Adair Luiz Stefanello Busato - ULBRA - RS Alberto Consolaro - FOB-USP - SP Alberto Magno Gonçalves - UFGO - GO Andréa Brito Conceição - UFRGS - RS Antônio Salazar Fonseca - APCD - SP Anuar Antônio Xible - Clínica particular - Vitória - ES Carlos Alexandre L. Peersen da Câmara - Clínica particular - Natal - RN Carlos Eduardo Francci - USP - SP Carlos Eduardo Francischone - FOB-USP - SP Cesar Augusto Arita - São Leopoldo Mandic - SP Claudia Cia Worschech - Clínica particular - Americana - SP Claudio Pinho - Clínica particular - Brasília - DF Dickson Martins da Fonseca - Clínica particular - Natal - RN Dulce Simões - UFAL - AL Eduardo Batista Franco - USP - SP Eduardo Galia Reston - ULBRA - RS Eduardo Passos Rocha - FOA-UNESP - SP Euripedes Vedovato - APCD - SP Fabiano Marson - Faculdade Ingá - PR Fernando Borba de Araújo - UFRGS - RS

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Revista Dental Press de Estética / Dental Press International. -- v. 1, n. 1 (out./nov./dez.) (2004) – . -- Maringá : Dental Press International, 2004Trimestral. ISSN 1807-2488. 1. Estética (Odontologia) – Periódicos I. Dental Press International. II. Título. CDD. 617.643005

Bases de dados: LILACS - 2005

Fernando Cauduro - PUC - RS Glauco Fioranelli Vieira - USP - SP Guilherme Senna - PUC/MG - MG Isabel Tumenas - APCD - SP Jairo Pires de Oliveira - Clínica particular - Ribeirão Preto - SP João Carlos Gomes - UEPG - PR José Arbex Filho - Clínica particular - Belo Horizonte - MG José Carlos Garófalo - Clínica particular - São Paulo - SP José Roberto Moura Jr. - Clínica particular - Taubaté - SP Katia Regina Hostilio Cervantes Dias - UERJ / UFRJ - RJ Leonardo Muniz - EBMSP- BA Luiz Antônio Gaieski Pires - Clínica particular - Porto Alegre - RS Luiz Fernando Pegoraro - FOB-USP - SP Luiz Narciso Baratieri - UFSC - SC Marcelo Fonseca Pereira - Clínica particular - Rio de Janeiro - RJ Márcio Grama Hoeppner - UEL - PR Marco Antonio Bottino - FOSJC - UNESP - SP Maria Fidela de Lima Navarro - USP - SP Mário Fernando de Góes - FOP - UNICAMP - SP Mario Honorato da Silva e Souza Júnior - UFPA - PA Osmir Batista de Oliveira Júnior- UNESP - SP Oswaldo Scopin de Andrade - CES - SENAC - SP Patrícia Nobrega Rodrigues Pereira - Univ. of North Carolina at Chapel Hill e clínica particular em Brasília - DF Paulo Kano - APCD - SP Raquel Sano Suga Terada - UEM - PR Rodolfo Candia Alba Júnior - Clínica particular São Paulo - SP Ronaldo Hirata - UFPR - PR Sérgio Roberto Vieira - PUC - PR Sidney Kina - Clínica particular - Maringá - PR Sillas Luiz Lordelo Duarte Júnior - FOAr-UNESP - SP Sylvio Monteiro Junior - UFSC - SC Waldemar Daudt Polido - Clínica Particular - Porto Alegre - RS Walter Gomes Miranda Jr. - USP - SP Wanderley de Almeida Cesar Jr. - Clínica particular - Maringá - PR CONSULTORES EM PRÓTESE DENTÁRIA José Carlos Romanini - Laboratório Romanini - Londrina - PR Luiz Alves Ferreira - APDESP - São Paulo - SP Marcos Celestrino - Laboratório Aliança - São Paulo - SP Murilo Calgaro - Studio Dental - Curitiba - PR Rolf Ankli - Dental Atelier - Belo Horizonte - MG CONSULTORES DE FOTOGRAFIA Any de Fátima Fachin Mendes - Fotógrafa - PR Dudu Medeiros - Fotógrafo - SP

Diretora: Teresa R. D’Aurea Furquim - Analista da informação: Carlos Alexandre Venancio - Diagramação: Fernando Truculo Evangelista, Gildásio Oliveira Reis Júnior, Tatiane Comochena - Revisão: Ronis Furquim Siqueira - TRATAMENTO DE IMAGENS: Andrés Sebastián - Biblioteca: Jéssica Angélica Ribeiro - NORMALIZAÇÃO: Marlene Gonçalves Curty - Banco de Dados: Adriana Azevedo Vasconcelos, Cléber Augusto Rafael - E-commerce: Soraia Pelloi - coordenação de artigos: Simone Lima Lopes Rafael - Cursos e Eventos: Ana Claudia da Silva, Rachel Furquim Scattolin - INTERNET: Carlos E. de Lima Saugo - Financeiro: Márcia Cristina Plonkóski Nogueira Maranha, Roseli Martins - Depto. Comercial: Roseneide Martins Garcia Secretaria: Luana Gouveia - Impressão: Gráfica Regente - Maringá/PR. A Revista Dental Press de Estética (ISSN 1807-2488) é uma publicação trimestral (quatro edições por ano) (Tiragem: 3.500 exemplares) da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. - Av. Euclides da Cunha, 1718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá/PR - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: revestetica@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.


Editorial

Desafio: fonte de prazer Como seria a vida se não pudéssemos experimentar sensações de alegria e apreensão, quase simultaneamente, sem a motivação de superar obstáculos, sem poder planejar, evoluir e tentar, sem construir ou aperfeiçoar sonhos e, junto com nossos amigos, transformá-los em realidade? Certamente muito previsível e até chata. Que bom que existem os desafios e a oportunidade de desfrutar do prazer de superá-los! Quando fui convidado para ser editor executivo da Revista Dental Press de EstéEwerton Nocchi Conceição*

Renata Corrêa Pascotto**

tica, tive a satisfação de mais uma vez experimentar esse prazer. Isso porque pude sentir, no mesmo momento, a satisfação pelo convite e a apreensão se seria possível desenvolver esse trabalho (devido a tantos outros compromissos que tenho e à distância física da editora). No entanto, de imediato tive a prazerosa sensação de procurar superar esses obstáculos e, logo em seguida, a necessidade de planejar um novo momento para a Revista de Estética, com o enorme desafio de evoluir o já excelente projeto iniciado pela editora Dental Press e pelo Dr. Sidney Kina, na condição de editor. Parabéns a vocês por esse belíssimo trabalho! O primeiro desafio é o de procurar contribuir para aperfeiçoar o sonho de ver a Revista de Estética atingindo, cada vez mais, um número maior de professores, dentistas, alunos de graduação e de pós-graduação, técnicos em prótese dental e profissionais vinculados às empresas odontológicas. Isso porque TODOS ajudam e fazem parte de uma Odontologia que, atualmente, é muito reconhecida e admirada no mundo inteiro. Um exemplo desse reconhecimento internacional, dentre tantos outros impossíveis de citar aqui por absoluta falta de espaço, é a conquista dos meus queridos e competentes amigos da SBOE, que organizarão – em 2011, no Rio de Janeiro – o Congresso da IFED (International Federation of Esthetic Dentistry). Outro desafio é o de sempre estar melhorando o Qualis da Revista de Estética.

* Professor de Dentística da FO/UFRGS. Mestre e doutor em Materiais Dentários pela FOP/UNICAMP. Especialista em Dentística Restauradora pela FO/UFSC. Coordenador do curso de Especialização em Dentística da FO/UFRGS. Membro Credenciado da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética. Clínica Particular com ênfase em Odontologia Estética em Porto Alegre/RS.

E-mail: ewertonn@dentalpress.com.br

** Professora associada do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá - PR. Mestre e doutora em Dentística pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. Coordenadora adjunto do Programa de Pós-graduação em Odontologia Integrada (Mestrado) da UEM.

E-mail: rpascotto@dentalpress.com.br

Para que isso aconteça, é fundamental que os profissionais – e eu convido todos a participar – que desenvolvem belos trabalhos de investigação científica (tanto clínica quanto laboratorial) e casos clínicos fantásticos possam cada vez mais acreditar e contribuir, com suas publicações, para essa evolução. Gostaria de agradecer o apoio de toda a equipe da editora Dental Press, composta por pessoas com muito profissionalismo e entusiasmo; dos consultores, que gentilmente cedem seu precioso tempo para colaborar na seleção dos artigos a serem publicados; e da Dra. Renata Pascotto, que é extremamente qualificada e atenciosa, e divide comigo a responsabilidade editorial.

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Editorial

Bem, é chegada a hora de falarmos um pouco sobre as novidades que preparamos para esse primeiro número de 2010... Criamos quatro novas seções, buscando proporcionar atualização em temas relevantes para a prática da Odontologia Estética, de forma objetiva e dinâmica. A seção PONTO DE VISTA trará a opinião de dois profissionais sobre algum tema que pode ser polêmico: nesse número, os Drs. Cesar Arita e Cicero Dinato opinam sobre conexões protéticas para implantes. A seção FOTOGRAFIA trará as contribuições de destacados profissionais que atuam nessa área que é tão essencial para a atuação em Odontologia Estética, estreiando com o Dr. Mike Bueno. A seção GESTÃO EM ODONTOLOGIA visa contribuir com informações e sugestões sobre importantes aspectos para o sucesso na clínica particular – o Dr. Celso Orth será o responsável por essa seção. A seção EXCELÊNCIA EM LABORATÓRIO tem o objetivo de proporcionar a divulgação detalhada de aspectos fundamentais para a construção e finalização de restaurações, e quem inaugura essa seção é o Dr. Mauricio Watanabe. Além disso, será mantida a seção BIOLOGIA DA ESTÉTICA, tão brilhantemente escrita pelo Dr. Alberto Consolaro, que sempre nos conduz à importante reflexão sobre o equilíbrio entre a Biologia e a Estética. A seção ENTREVISTA também permanece, com a intenção de prestar um reconhecimento àqueles profissionais de destaque na Odontologia brasileira e compartilhar com o leitor, de modo informal, as suas opiniões sobre temas atuais da Odontologia Estética e também sobre o futuro. Nessa edição, o entrevistado é o Dr. Glauco Vieira, que tanto já contribuiu e influenciou profissionais que atuam na Odontologia Estética, e que alia elevada qualificação profissional com uma simplicidade admirável. A diagramação da capa e das páginas internas também foi modificada, procurando registrar esse novo momento da Revista de Estética e buscando ir ao encontro de novas tendências gráficas – espero que gostem do novo formato da revista. Desejo a todos um feliz 2010, com bons Desafios e muitas Conquistas. Afinal, os Desafios podem ser uma grande FONTE DE PRAZER. Ewerton Nocchi

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Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 5-6, jan./fev./mar. 2010




Eventos nacionais

» VICROPI(CiclodeConferênciaemReabilitação,PeriodontiaeImplantologiaOral) • Data: 15 e 16 de abril de 2010 (dia 15 > Estética e dia 16 > Implantes) • Local: Hotel JP - Ribeirão Preto/SP • I nformações: (16) 3621-8000 ou www.cropi.com.br

» 2º Congresso Internacional da Revista Clínica • Data: 21 a 24 de abril de 2010 • Local: Costão do Santinho Resort – Florianópolis/SC • I nformações: www.revistaclinica.com.br/congresso

» 2º CIPE / 7º Congresso Internacional de Osseointegração da APCD • Data: 22 a 24 de abril de 2010 • Local: Anhembi – São Paulo/SP • I nformações: 0800 128555 – decofe@apcdcentral.com.br

» 7ª Feira e Congresso Internacional de Odontologia Estética • Data: 26 a 28 de agosto de 2010 • Local: Espaço APCD – São Paulo/SP • I nformações: www.apcd.org.br – decofe@apcdcentral.com.br

» 16º Congresso internacional de odontologia estética - SBOE • Data: 21 a 23 de outubro de 2010 • Local: Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba – Comandatuba/BA • I nformações: (21) 2239-4370 – www.sboe.com.br

Eventos internacionais

» IADR General Session Barcelona • Data: 14 a 17 de julho de 2010 • Local: Centre Convencions Internacional Barcelona (CCIB) – Barcelona/Espanha • I nformações: www.iadr.com

» 9thannualmeeting&scientificsession-“TheIntersectionofMacroandMicroDentistry” • Data: 4 a 6 de novembro de 2010 • Local: Fess Parkers Doubletree Resort Santa Barbara – Santa Barbara/EUA • I nformações: www.microscopedentistry.com – info@microscopedentistry.com

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Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 9, jan./fev./mar. 2010


Entrevista

Glauco Vieira O entrevistado desta edição é o Prof. Dr. Glauco Fioranelli Vieira, professor associado do Departamento de Dentística da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Nos últimos 19 anos, também coordenou os cursos de Especialização em Dentística da APCD São Paulo, ABO de São Luís do Maranhão e diversos cursos de atualização em Odontologia Restauradora Estética e Adesiva. Dr. Glauco participou ativamente da implantação e divulgação no Brasil de diversas técnicas restauradoras hoje consagradas, como os laminados cerâmicos. Nessa entrevista, além de nos contar um pouco de sua trajetória profissional, saberemos quais suas opiniões sobre o atual momento da Odontologia Restauradora e o que pensa sobre o futuro de nossos profissionais.

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Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 10-15, jan./fev./mar. 2010


Rev. Dental Press EstĂŠt., MaringĂĄ, v. 7, n. 1, p. 10-15, jan./fev./mar. 2010

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Glauco Vieira

levará a uma qualidade ainda maior dos profissionais

professores na área de atualização mostrando cada

da área.

vez mais não só a habilidade manual, que é um requi-

O que é muito bom também é ver os alunos de pós-graduação participando de pesquisas, e os

sito dos profissionais da Dentística, mas também um conhecimento científico cada vez maior.

Entrevistador José Carlos Garófalo • Mestre em Dentística pela FOUSP. • Coordenador do Departamento de Dentística e dos Cursos de Especialização em Dentística e Atualização em Odontologia Estética e Adesiva do IES-CETAO-SP (Instituto de Ensino Superior-Centro de Estudos, Treinamento e Aperfeiçoamento em Odontologia). • Professor Efetivo do Curso de Especialização em Dentística EAPAPCD.

Glauco Fioranelli Vieira - Professor associado do Departamento de Dentística da FOUSP/SP. - Ministra aulas de graduação e pós-graduação. - Autor de oito livros originais. E-mail: gfvieira@usp.br

Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 10-15, jan./fev./mar. 2010

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Excelência em Laboratório

Esta seção pretende ilustrar e incentivar a percepção de detalhes anatômicos e de cor dos dentes naturais, auxiliando os profissionais na obtenção de excelência em suas restaurações

Mauricio Umeno Watanabe*

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* Especialista em Periodontia pela Funbeo (Bauru). Especialista em CTBMF pela UNIP (São Paulo). Mestrando em Prótese pela São Leopoldo Mandic (Campinas).

Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 16-30, jan./fev./mar. 2010


Mauricio Umeno Watanabe

Incisivo central superior

Devido às suas dimensões e posicionamento no

confeccionar restaurações diretas e indiretas. Dentre

arco dentário, podemos dizer que os incisivos centrais

as características anatômicas importantes do incisivo

superiores são os dentes que servem de referência

central superior estão o posicionamento, o compri-

para o planejamento e execução de todos os trabalhos

mento e a projeção das cristas marginais vestibulares

odontológicos estéticos envolvendo os dentes anterio-

e palatinas, a presença da bossa vestibular e da fossa

res. A constante necessidade de se restaurar ou modi-

palatina, e o contorno da borda incisal. Outras carac-

ficar sua forma faz com que tanto o cirurgião-dentista

terísticas, como periquimáceas e lóbulos de desenvol-

quanto o técnico de laboratório envolvidos tenham ple-

vimento na borda incisal, podem não estar presentes

no conhecimento de suas características e variações.

ou ser tão evidentes, principalmente nos dentes mais

Assim como nos demais dentes, a anatomia do inci-

velhos. Conhecendo essas informações, podemos re-

sivo central superior sofre grandes variações de forma

alizar restaurações e próteses individualizadas e ade-

e tamanho. Além da etnia e gênero, mudanças anatô-

quadas a cada paciente.

micas ao longo dos anos contribuem para a existência

O estudo e treinamento da execução da escultura

dessas diferenças. Atrito com os dentes antagonistas,

podem ser desenvolvidos baseados em atlas, textos

lábios, língua e bolo alimentar; escovação; hábitos pa-

descritivos, estudos de modelos e análises de fotos da

rafuncionais e corrosão ácida são alguns dos fatores

dentição natural. Um método bastante utilizado com

que influenciam nessas alterações. Apesar dessa va-

essa finalidade é o enceramento. A cera é um mate-

riabilidade, algumas características estão quase sem-

rial que permite ser acrescentado e removido inúmeras

pre presentes neste grupo de dentes. Segundo Magne

vezes, facilitando o aprendizado do profissional que

et al. , o tamanho médio de um incisivo central superior

deseja desenvolver sua habilidade.

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é de 10,67mm de altura e 9,24mm de largura. Sterret

Nas páginas seguintes, serão descritas algumas

et al. , analisando medidas de coroas dentárias, con-

características do incisivo central superior. Para efeito

cluíram que a razão entre a largura e a altura coronária

didático, a anatomia esculpida reproduz características

do incisivo central superior era de 0,85 nos homens e

de um dente jovem, apresentando projeção acentuada

0,86 nas mulheres. Apesar de refletirem característi-

das cristas, nem sempre presentes nos dentes mais

cas de uma determinada população, os dados dessas

velhos. Para o desenvolvimento da escultura, foram

pesquisas são bastante úteis e servem como ponto de

utilizadas ceras com diversas cores e graus de trans-

partida para o desenvolvimento da escultura dentária,

lucidez (Aesthetic, Formaden). Somente as caracte-

podendo ser utilizados, juntamente com o conhe-

rísticas anatômicas serão abordadas, sendo que as

cimento de outras referências anatômicas, para se

propriedades ópticas serão descritas em artigo futuro.

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Incisivo central superior

Figura 38 - Detalhe da incisal e vestibular.

Referências

1. Hatjo J. Anteriores: a beleza natural dos dentes anteriores. São Paulo: Livraria Santos Editora; 2008. p. 109-43. 2. Magne P, Gallucci GO, Belser UC. Anatomic crown width/length ratios of unworn and worn maxillary teeth in white subjects. J Prosthet Dent. 2003 May;89(5):453-61. 3. Picosse M. Anatomia dentária. 4.ª ed. São Paulo: Sarvier: 1983. p. 26-27. 4. Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7.

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Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 16-30, jan./fev./mar. 2010

Endereço para correspondência Mauricio Umeno Watanabe E-mail: mauriciowatanabe@yahoo.com.br



Ponto de Vista Esta seção tem o objetivo de apresentar a opinião de profissionais altamente qualificados sobre temas que podem ser polêmicos

Qual o tipo de conexão protética que você prefere quando realiza implantes?

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Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 32-35, jan./fev./mar. 2010


César Augusto Arita, Cícero Dinato

múltiplas, utilizamos ambos os tipos de conexão; e,

de plataforma do pilar em relação ao implante, permi-

nas reabilitações unitárias, a preferência tem sido a co-

tindo assim um maior volume de tecido mole na re-

nexão interna. Quando utilizamos conexão interna cô-

gião e, consequentemente, maior proteção mecânica

nica, buscamos pilares com um guia ou orientação no

peri-implantar.

posicionamento, para podermos trabalhar com o sistema CAD/CAM, personalizando os pilares em zircônia.

Dessa forma, em reabilitações múltiplas, buscamos sempre trabalhar com pilares de conexão externa

Sempre que pudermos posicionar o implante com

ou interna de titânio esterilizado pelo fabricante. Nas

emergência para a região do cíngulo nos dentes ante-

reabilitações unitárias, preferimos pilares de conexão

riores e oclusal dos posteriores, desenhamos o pilar

interna de preferência cônica em zircônia, personaliza-

em zircônia de forma que possamos aplicar a porce-

dos, esterilizados no consultório antes da colocação,

lana diretamente no pilar, evitando assim a linha de

com um guia de posicionamento interno, mudança de

cimentação. O pilar/coroa é parafusado no implante

plataforma e coroa/pilar (monobloco) parafusados no

manualmente e o processo é finalizado com um tor-

implante sem linha de cimentação. Se a posição do

químetro a 35Ncm. O orifício de entrada do parafuso

implante não permitir este planejamento, trabalhamos

é fechado com teflon e resina provisória pelo período

com pilares de titânio ou zircônia e coroas cerâmicas

de trinta dias e, finalmente, com teflon e uma resina

cimentadas sobre o pilar.

composta da série O (opaca) ao final desse período. Outro fator importante é a possibilidade de mudança

César Augusto Arita • Mestre e doutor em Reabilitação Oral pela FORP-USP (Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP). • Especialista em Prótese Dentária pela FORPUSP. • Especialista em Desordem Temporomandibular e Dor Orofacial pelo CFO. • Diretor científico da Sociedade Brasileira de Reabilitação Oral. • ITI Speaker e ITI Fellow – International Team for Implantology. • Coordenador do curso de especialização em Dentística e do curso de aperfeiçoamento em implantes da EAP-AORP – Associação Odontológica de Ribeirão Preto. • E-mail: cesar.arita@cesararita.com.br

O fundamental é entender a importância biológica dos materiais!

José Cícero Dinato • Doutor em Implantodontia pela UFSC. • Mestre em Prótese Dentária pela Unesp/SJC. • Coordenador do Curso de Especialização em Prótese Dentária da ABO/RS. • Especialista em Implantodontia e Prótese Dentária pelo CRO/RS. • E-mail: cicero@dinato.com.br

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Fotografia Esta seção tem como objetivo desmistificar o uso da fotografia digital de alta definição, abordando-o de forma profissional, coerente e aplicável na Odontologia Estética

A cor e a visão humana

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Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 36-41, jan./fev./mar. 2010


Mike Bueno

Os seres humanos são observadores que superam qualquer instrumento de análise de imagens. O julgamento é realizado em contexto, por um processo psíquico-físico sem paralelos, chamado percepção.

vítreo e é projetada de forma invertida na retina, localizada na parte de trás do globo ocular. A retina é a parte sensível do olho. Sua superfície é coberta com milhões de fotorreceptores, que sentem a

As habilidades do cérebro para lidar com as imagens

presença da luz e passam sinais elétricos para o ner-

– como autofoco, medição de luz e equilíbrio de bran-

vo óptico estimular o cérebro. Há dois tipos de fotor-

co – estão em um nível de sofisticação com o qual os

receptores, os cones e os bastonetes (Fig. 2). Dentro

projetistas de câmeras fotográficas digitais só podem

da retina, cones são sensibilizados para perceber co-

sonhar. Os mais básicos processos visuais, até mesmo

res e brilho. Bastonetes percebem só o brilho, sendo

o corriqueiro reconhecimento de objetos, são condições

sensíveis a baixíssimos níveis de luz, mas são monocro-

sofisticadíssimas se comparados aos recursos de com-

máticos e não podem captar a cor. É por causa disso

putação atuais. Não existiria a visão sem o cérebro. As informações visuais direcionadas para o cérebro passam por uma análise espacial e, em seguida, são interpretadas de acordo com o seu impacto emocional. O cérebro organiza, então, a produção das imagens capturadas pelo olho, utilizando dois caminhos distintos: o espacial e o interpretativo: • O caminho espacial é dedicado a localizar objetos e os seus devidos movimentos. Ele controla o sistema motor da visão em suas interações físicas com o meio externo, através das percepções em três dimensões. • O caminho interpretativo é dedicado a identificar os objetos localizados e os seus devidos significados. Utiliza áreas do cérebro envolvidas com a comunicação, a

esclera

retina

coroide fóvea

íris pupila

disco óptico (ponto cego)

córnea

nervo óptico

lente

humor aquoso humor vítreo Figura 1 - Desenho do olho.

memória e a emoção, processando as informações proporcionadas pelos olhos e quais as devidas implicações para a sobrevivência. Então, são formulados planos e, finalmente, são implementadas ações. O olho

nervos bastonetes

O olho humano é a última ligação na cadeia de visão e cor. O olho humano tem dois componentes simples na porção anterior: a córnea é o elemento dianteiro, ou

cones

exterior; e a lente é a parte logo atrás, ou elemento interno (Fig. 1). A quantidade de luz que entra no olho é controlada pela íris, disposta entre esses dois elementos. A imagem passa por um gel claro chamado de humor

Figura 2 - Sistemas de cones e bastonetes.

Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 36-41, jan./fev./mar. 2010

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Mike Bueno

Canais de Cor

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Cada uma das três cores primárias de uma imagem é controlada independentemente no computador, sendo chamada de “um canal de cor”. Se, em um canal, são utilizados 8 bits por pixel, os três canais RGB – vermelho, verde e azul – podem ser combinados para determinar a cor em 24 bits por pixel. Uma imagem em tons de cinza (preto e branco) só tem um canal de cor e, portanto, ocupa só um terço do espaço de armazenamento de uma imagem colorida. Profundidade de cor Também chamada de intensidade de cor, profundidade de pixel ou profundidade de bit. É a capacidade de uma imagem apresentar cores com uma menor ou maior

1. Bergen SF. Color in esthetics. NY State Dent J. 1985 Oct;51(8):470-1. 2. Berger-Schunn A. Practical color measurement: a primer for the beginner, a reminder for the expert. New York: John Wiley; 1994. 3. Clark EB. An analysis of tooth color. J Am Dent Assoc.1931 Nov;18:2093-103. 4. Geary JL, Kinirons MJ. Colour perception of laboratory-fired samples of body-coloured ceramic. J Dent. 1999 Feb;27(2):145-8. 5. Gill JR. Color selection - its distribution and interpretation. J Am Dent Assoc. 1950 May;40(5):539-48. 6. Goldstein RE. Estética em Odontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1980. 7. Goldstein RE. Esthetic principles for ceram no-metal restorations. Dent Clin North Am. 1977 Oct;21(4):803-22. 8. Minolta K. Precise color communication: color control from perception to instrumentation. Japan: Minolta; 1998. 9. Presswood RG. Esthetics and color: perceiving the problem. Dent Clin North Am. 1977 Oct;21(4):823-9. 10. Saleski CG. Color, light, and shade matching. J Prosthet Dent. 1972 Mar;27(3):263-8. 11. van der Burgt TP, ten Bosch JJ, Borsboom PC, Plasschaert AJ. A new method for matching tooth colors with color standards. J Dent Res. 1985 May;64(5):837-41.

variação de tons. Quanto maior a profundidade, maior a variação. Quando uma imagem tem 8 bits por canal, são 256 cores por canal. Como são três os canais, gerando 24 bits por pixel no total (3 x 8), têm-se 16,8 milhões de cores (256 x 256 x 256). Essa quantidade de tons pode ser projetada nos monitores de computador atuais e é, aproximadamente, a capacidade de discernimento do olho humano. Para tarefas de altíssima qualidade, utilizando imagens com gradações muito sutis e mais precisão de cor, é necessária a utilização de profundidades de cor maiores, como 36 bits (12 bits por canal RGB), capaz de apresentar uma imagem com 4.096 cores por canal, gerando um total de 68,7 bilhões de cores. Calibragem de monitor do computador Trabalhar com fotografias digitais com precisão significa capturar com qualidade, exibir e imprimir com definição e exatidão de cores, mesmo com a utilização de equipamentos diferentes. Com a calibragem adequada dos equipamentos, levando-os ao acerto do perfil de cor, todos estarão “falando a mesma língua”, a língua da unificação, da qualidade. A calibragem de cores na câmera digital e no monitor do computador será tratada futuramente.

Mike Bueno • Cirurgião-dentista. • Especialista em Radiologia Odontológica – USP - Bauru/SP. • Mestre em Radiologia e Imaginologia Odontológica – SLMandic - Campinas/SP. • Doutorando em Radiologia Odontológica – SLMandic - Campinas/SP. • Professor responsável pela disciplina de Diagnóstico Bucal da UNIC/MT. • Professor de Fotografia Digital da Editora Dental Press. • Consultor de Fotografia Digital do CentrinhoUSP de Bauru/SP. • Autor de dezenas de capas de revistas. • Fotógrafo premiado em grandes concursos de fotografia. • E-mail: mikebueno@terra.com.br

Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 36-41, jan./fev./mar. 2010

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Gestão em Odontologia Esta seção tem o objetivo de proporcionar reflexões e informações relevantes que possam auxiliar no sucesso na clínica odontológica

E 2010, como vai ser? Será que vai melhorar?

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Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 42-43, jan./fev./mar. 2010


Celso Orth

Colegas, ao iniciar este ano, com grande orgulho me

Vamos parar de pensar em curto prazo. Vamos in-

dirijo a vocês. Gostaria que fizéssemos juntos algumas

vestir não só em tecnologia, produtos e treinamentos,

reflexões sobre os cenários que pautam o mercado da

mas cada vez mais intensamente em credibilidade, algo

Odontologia e, por que não dizer, o mercado de servi-

que sempre vai impactar mais do que o preço. Essa

ços em geral. Ao longo das próximas edições, pretendo

construção é de longo prazo, mas, com isso, o retorno

retratar o dia a dia de uma clínica, debatendo as rotinas,

dos dividendos será contínuo e longevo como almejam

com a visão de um clínico, que trabalha diariamente na

os empreendedores de fato.

profissão há mais de trinta anos. Vou procurar auxiliar de

Ninguém faz nada sozinho! Vamos compartilhar o

alguma maneira a melhorar o ambiente, o trabalho em

momento atual, os momentos futuros, os nossos so-

equipe dos profissionais e, também, os resultados que

nhos e projetos, os fracassos e os sucessos, com uma

serão alcançados.

equipe coesa, unida, forte o suficiente para ter medos

Os desafios estão sempre rondando por aí, o tempo

e superá-los, entusiasmada de tal forma que contagie

inteiro, e não são apenas privilégio da Odontologia, e sim

os nossos clientes e parceiros, e faça-os sentirem-se

de todos os prestadores de serviços em geral, os quais

seguros quando estiverem ao nosso lado ou sob nos-

também são afetados. Os apóstolos do negativismo vão

sos cuidados.

continuar a falar em crise, e creditar a ela os seus in-

Se o recuo parecer inevitável, que possamos dar um

sucessos. Não podemos mais usar os velhos mapas e

passo para o lado, e nunca para trás. Que quem estiver

imaginar que, com eles, chegaremos a novos lugares. É

conosco no dia a dia tenha plena consciência de sentir-

hora de ruptura, de mudar paradigmas, principalmente

se reconhecido e valorizado. Que possamos ter a ha-

de uma Odontologia que, quando se fala em padrão de

bilidade e a percepção para compreendê-los, pois eles

atendimento, sempre teve uma abordagem engessada.

vivem também num universo pessimista e precisam,

As pessoas que necessitam ou buscam tratamentos

sim, de apoio, de solidariedade e principalmente enxer-

de saúde, médicos, dentários ou estéticos vão sempre

gar, em nós e na organização, uma referência positiva,

continuar existindo. Os nossos clientes vão continuar

enfim, um porto seguro.

existindo. Vamos fazer nossa equipe compreender que

Quem não acreditar em mudanças imediatas e apli-

eles não são estáticos, e sim altamente suscetíveis aos

cá-las no seu dia a dia tende a agonizar num período

estímulos de diversas fontes, internas ou externas. Se-

muito curto. Acreditem, 2010 poderá ser muito melhor,

jam elas da nossa competência, ou incompetência, em

mas depende de nós. Depende exclusivamente de nós.

bem atender; sejam elas do que oferecemos ou deixamos de oferecer; ou ainda da mídia, que pode seduzi-

Até a próxima!

los com as ofertas da concorrência.

O momento não é só de trabalhar mais, o momento é principalmente de trabalhar melhor. Vamos utilizar o tempo que temos, com os clientes que nos procuram, com muito mais qualidade, com muito mais paciência e atenção. Precisamos ouvir mais, criar mais vínculos emocionais, ser mais verdadeiros, no sentido de que eles (os clientes) percebam claramente o nosso interesse em fazer o melhor.

Celso Orth • Graduado em Odontologia pela UFRGS. • MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. • Fundador da Clínica Orth. • Clínico em tempo integral. • E-mail: celsorth@uol.com.br

Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 42-43, jan./fev./mar. 2010

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Caso Clínico

Ana Paula Grimião Queiroz* Frederico dos Reis Goyatá** Adriane Cristina Richa Ferreira*** Maria Cristina Almeida Souza*** Guarnyelle Temponi Dias****

* Professora assistente I de Periodontia e Clínica Integrada da Universidade Severino Sombra (USS) – Vassouras/RJ. ** Professor assistente II de Dentística e Clínica Integrada da USS.

*** Professora assistente II de Periodontia e Clínica Integrada da USS. **** Professora assistente II de Endodontia e Clínica Integrada da USS. ***** Acadêmico do curso de Odontologia da USS.

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Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 44-53, jan./fev./mar. 2010


Ana Paula Grimião Queiroz, Frederico dos Reis Goyatá, Adriane Cristina Richa Ferreira, Maria Cristina Almeida Souza, Guarnyelle Temponi Dias

Odontologia estética: integração entre Dentística e Periodontia Esthetic Dentistry: Operative Dentistry and Periodontics interrelation

Resumo

Abstract

O tratamento restaurador estético deve restabelecer a função

The aesthetic restorative treatment should reestablish the

mastigatória, além de proporcionar um sorriso agradável. Um

chewing function and provide a pleasant smile. The multi-

planejamento restaurador multidisciplinar favorece a obtenção

disciplinary restorative planning enables the achievement

de um resultado clínico mais satisfatório. Este trabalho tem por

of a best clinical result. The aim of this work is to relate

objetivo relatar um caso clínico em que se integrou as espe-

a clinical case treated with Operative Dentistry and Peri-

cialidades Dentística e Periodontia, possibilitando a realização

odontics interrelation, that made possible procedures such

dos procedimentos de correção do contorno gengival, clare-

as correction of the gingival contour, dental bleaching and

amento dentário e fechamento de diastemas dentários com

multiple diastemata closing with composite resin in supe-

resina composta nos dentes anterossuperiores.

rior anterior teeth.

Palavras-chave: Diastema. Dentística Operatória. Periodontia.

Keywords: Diastemata. Operative Dentistry. Periodontics.

Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 44-53, jan./fev./mar. 2010

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Ana Paula Grimião Queiroz, Frederico dos Reis Goyatá, Adriane Cristina Richa Ferreira, Maria Cristina Almeida Souza, Guarnyelle Temponi Dias

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Endereço para correspondência Ana Paula Grimião Queiroz Rua dos Pintassilgos, 26 – Monte Belo CEP: 27.600-000 – Valença / RJ E-mail: apgrimiao@gmail.com

Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 44-53, jan./fev./mar. 2010

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Caso Clínico

Victor Grover Rene Clavijo* Osmir Batista de Oliveira Junior** Matheus Coelho Bandeca*** Diego Rodrigo Correa dos Santos**** Marcelo Ferrarezi de Andrade***** Fabio Papini FORNAZARI******

* ** *** **** ***** ******

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Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas – Unesp Araraquara. Professor assistente doutor da disciplina de Dentística da Faculdade de Odontologia de Araraquara – Unesp. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas – Unesp Araraquara. Bacharel em Sistemas de Informação. Professor adjunto da disciplina de Dentística da Faculdade de Odontologia de Araraquara – Unesp. Coordenador do curso de Sistemas de Informação das Faculdades Logatti – Araraquara.

Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 54-71, jan./fev./mar. 2010


Victor Grover Rene Clavijo, Osmir Batista de Oliveira Junior, Matheus Coelho Bandeca, Diego Rodrigo Correa dos Santos, Marcelo Ferrarezi de Andrade, Fabio Papini Fornazari

ScanWhite© - método objetivo para avaliação do nível de clareamento dental ScanWhite - objective method for dental bleaching level measurement

Resumo

Abstract

A comparação visual com escalas de cor, universalmente

The visual scale has been used widely in Dentistry to deter-

empregada para avaliar o resultado das diferentes substân-

mine different colors after dental bleaching with various sub-

cias, técnicas e aparelhos utilizados no clareamento dental,

stances, technics and equipments. This method has shown

tem se mostrado um método limitado, questionável, subje-

limited accuracy, being questionable, subjective and non reli-

tivo e pouco confiável. Os métodos instrumentais, que utili-

able. The instrumental methods that use spectroscopes and

zam espectroscópios ou imagens digitais, têm se mostrado

digital images have been adequated for providing objective

mais adequados por oferecerem avaliações objetivas, maior

evaluations, greater reproducibility and reliability. This pa-

reprodutibilidade e confiabilidade. Neste artigo, serão apre-

per will show and discuss the results obtained with the use

sentados e discutidos os resultados obtidos com a utilização

of ScanWhite – software to evaluation of the dental bleach-

do ScanWhite – software para avaliação objetiva do nível

ing level and clinical decision support, which is based on the

de clareamento dental e apoio à decisão clínica, que baseia

computer processing of digital images. Its main differences

sua avaliação no processamento computacional de imagens

are: (1) Calibration algorithm to compensate the variations

digitais. Esse tem como principais diferenciais: (1) algoritmo

in the brightness of the environment; (2) results presentation

calibrador para compensar as variações de luminosidade do

in numerical values and progress graph of the dental bleach-

ambiente, (2) apresentação dos resultados em valores numé-

ing; (3) intuitive interface and ease usage; (4) determination

ricos e através do gráfico de evolução do clareamento den-

of indexes to support decision (index of success possibility

tal, (3) interface intuitiva e facilidade de uso, (4) determinação

and index of risk sensitivity before the beginning of treat-

dos índices de apoio à decisão (IPS – índice de possibilidade

ment) and (5) emission of general report, authorizations and

de sucesso, e IRS – índice de risco de sensibilidade antes do

post-bleaching recommendations.

©

início do tratamento) e (5) emissão de relatório geral, autorizações e recomendações pós-clareamento.

Keywords: Dental bleaching. Digital image. Software.

Palavras-chave: Clareamento dental. Imagem digital. Software.

Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 54-71, jan./fev./mar. 2010

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Victor Grover Rene Clavijo, Osmir Batista de Oliveira Junior, Matheus Coelho Bandeca, Diego Rodrigo Correa dos Santos, Marcelo Ferrarezi de Andrade, Fabio Papini Fornazari

dão maior segurança ao profissional do que a avaliação

procedimento e no profissional em função dos resul-

visual comparativa tradicional.

tados objetivos e palpáveis. A utilização do software

O paciente sente maior segurança e confiança no

permite a avaliação objetiva de produtos e técnicas.

Referências

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Endereço para correspondência Victor Grover Rene Clavijo Rua Cerqueira César 1078 – Centro CEP: 13.330-000 – Indaiatuba/SP E-mail: clavijovictor@yahoo.com.br

Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 54-71, jan./fev./mar. 2010

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Artigo de Pesquisa

Angélica Massumi Watanabe Marubayashi* Aline Yuka Shinike* Kelly Juliane Souza* Hélio Hissashi Terada** Eduardo KURIHARA*** Raquel Sano Suga Terada**

* Cirurgiãs-dentistas graduadas pela Universidade Estadual de Maringá (UEM/PR). ** Professores adjuntos do departamento de Odontologia da UEM. *** Professor assistente do Curso de Odontologia da UEM.

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Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 72-80, jan./fev./mar. 2010


Angélica Massumi Watanabe Marubayashi, Aline Yuka Shinike, Kelly Juliane Souza, Hélio Hissashi Terada, Eduardo Kurihara, Raquel Sano Suga Terada

Avaliação da proporção áurea em pacientes submetidos ou não a tratamento ortodôntico Evaluation of golden proportion in patients submitted or not to orthodontic treatment

Resumo

Abstract

O conhecimento dos princípios estéticos aplicados à Odon-

The knowledge of the aesthetic principles applied to the

tologia é fundamental para a avaliação e planejamento do

Dentistry is fundamental for the evaluation and treatment

tratamento do sorriso. Dentre esses, a proporção áurea pode

planning of the smile. Among those, the golden proportion

ser empregada para analisar a proporção entre as larguras

can be used to analyze the proportion among the widths

dos dentes anteriores. Nesse contexto, o objetivo principal

of the anterior teeth. The main purpose of this study was

deste estudo foi avaliar a prevalência com que a proporção

to evaluate the prevalence of the golden proportion in stu-

áurea dentária se manifesta em estudantes de um curso de

dents from a Dentistry course of a public institution, sub-

Odontologia de uma instituição pública, submetidos ou não

mitted or not to orthodontic treatment. Thirty 18 to 25-year

a tratamento ortodôntico. Para tanto, foram selecionados

old leucoderm female subjects with a consonant smile were

aleatoriamente 30 sujeitos leucodermas que apresentavam

randomly selected, and divided in two groups: Group 1 –

sorriso harmonioso, do gênero feminino, com idades entre

individuals with fixed orthodontic appliance, and Group

18 e 25 anos, os quais foram divididos em dois grupos: Gru-

2 – individuals who had never been submitted to either es-

po 1 – indivíduos que utilizaram aparelho ortodôntico fixo e

thetic or orthodontic treatment of the anterior teeth. Cast

Grupo 2 – indivíduos que nunca haviam sido submetidos a

models of each subject were manufactured and, subse-

tratamentos estéticos ou ortodônticos na região dos dentes

quently, evaluated in what concerns the golden proportion

anteriores. Modelos de gesso de cada sujeito da pesquisa

as a consequence of using either Levin’s grids or the golden

foram confeccionados e posteriormente avaliados quanto à

rule. The findings showed that Levin’s grids method is

apresentação da proporção áurea, tanto pelo uso das gra-

more specific than the golden rule in order to determine

des de Levin quanto pela utilização da régua dourada. Os

the golden proportion. The dental relation prevalence of

resultados obtidos revelaram que a utilização das grades de

the golden proportion in students submitted or not to the

Levin é um método mais específico do que a régua dourada

use of an orthodontic appliance was similar in both groups,

para determinar a proporção áurea. A prevalência de relações

independently of the evaluation method.

dentárias na proporção áurea em estudantes que fizeram uso de aparelho ortodôntico ou não foi semelhante para ambos

Keywords: Dental esthetics. Smile. Golden proportion.

os grupos, independentemente do método de avaliação. Palavras-chave: Estética dentária. Sorriso. Proporção áurea.

Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 72-80, jan./fev./mar. 2010

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Avaliação da proporção áurea em pacientes submetidos ou não a tratamento ortodôntico

ligeiramente maior de relações na proporção áurea. Esse

e posteriores. Esses achados também foram apresenta-

resultado mais favorável provavelmente deve-se ao ali-

dos por Soares et al.22

nhamento e nivelamento dos dentes na arcada propor-

Finalmente, com base nos resultados obtidos, pode-

cionado pelo uso de aparelho ortodôntico. Por outro

se reafirmar que as regras, princípios ou fundamentos

lado, analisando-se os resultados baseados no número

estéticos deveriam servir como norteadores da (re)cria-

de estudantes que apresentaram alguma relação em

ção da harmonia do sorriso, pois “o maior risco das re-

proporção áurea, verifica-se que não houve diferença

gras é sucumbir à sua regularidade7”.

entre o grupo que fez uso de aparelho e o grupo que não fez uso de aparelho ortodôntico, independentemente do método de avaliação. Considerando-se as proporções IL:C, o baixo índice encontrado para o número de relações na propor-

CONCLUSÃO 1. A utilização das grades de Levin para determinar a proporção áurea é um método mais específico do que o uso da régua dourada.

ção áurea, para ambos os grupos, deve-se provavel-

2. A prevalência de relações dentárias na proporção

mente às pequenas distorções de posicionamento do

áurea em estudantes que fizeram uso de aparelho orto-

canino no arco, normalmente presentes em função do

dôntico ou não foi semelhante para ambos os grupos,

local de transição ocupado entre os dentes anteriores

independentemente do método de avaliação.

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Endereço para correspondência Raquel Sano Suga Terada Rua Pioneiro José Tel, 964 – Jardim Guaporé CEP: 87.060-240 – Maringá/PR E-mail: rssterada@uem.br



Caso Clínico

Thaiane Rodrigues Aguiar* Adriano Fonseca Lima* Fernanda Regina Voltarelli* Luís Roberto Marcondes Martins**

* Mestres e doutorandos em Clínica Odontológica, área de Dentística, Departamento de Odontologia Restauradora, Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Unicamp. ** Mestre e doutor em Dentística pela Universidade de São Paulo – USP. Professor titular do departamento de Odontologia Restauradora, área de Dentística, Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Unicamp.

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Thaiane Rodrigues Aguiar, Adriano Fonseca Lima, Fernanda Regina Voltarelli, Luís Roberto Marcondes Martins

Associação de técnicas no tratamento restaurador em dentes posteriores: onlay cerâmico x resina composta Association of techniques in restorative treatment of posterior teeth: Ceramic onlay x composite resin

Resumo

Abstract

O aumento na demanda por restaurações estéticas é uma

The increasing demand for esthetic restorations is a real-

realidade na clínica odontológica, sendo que essa tendên-

ity in clinical Dentistry, and it is observed not only in the

cia é observada não só no tratamento de dentes anterio-

treatment of anterior teeth, but also in the posterior region.

res, mas também na região posterior. Alternativas restau-

Restorative alternatives, such as direct composite resin,

radoras, como o uso de resinas compostas diretas, inlays,

inlays, onlays and crowns in resin or ceramic, are used to

onlays e coroas em resina ou cerâmica, visam o equilíbrio

achieve the functional and esthetic balance of the posterior

funcional e estético dos dentes posteriores. Entretanto, a

teeth. However, the choice of the technique used is mainly

escolha da técnica empregada está principalmente asso-

associated with the condition of the tooth remainder. Thus,

ciada à condição do remanescente dentário. Assim, através

by means of a clinical case report, the purpose of this article

do relato de um caso clínico, esse artigo busca conceituar

is to describe important aspects as regards the use of com-

importantes aspectos quanto ao uso de resinas compostas

posites resin and ceramic onlay restorations, emphasizing

e restaurações indiretas do tipo onlay cerâmicos, enfatizan-

the importance of indicating these two esthetic restorative

do a importância na indicação desses dois tratamentos res-

treatments for posterior teeth.

tauradores estéticos para dentes posteriores.

Keywords: Composite resin. Onlays. Ceramic.

Palavras-chave: Resinas compostas. Onlay. Cerâmica.

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Thaiane Rodrigues Aguiar, Adriano Fonseca Lima, Fernanda Regina Voltarelli, Luís Roberto Marcondes Martins

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Endereço para correspondência Thaiane Rodrigues Aguiar Unicamp – Av. Limeira, 901 – Areião CEP: 13.414-018 – Piracicaba/SP E-mail: thaianeaguiar@fop.unicamp.br

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Artigo Original

Mario Honorato SILVA E SOUZA JUNIOR* Sandro Cordeiro LORETTO* Patrícia de Almeida Rodrigues SILVA E SOUZA** Marcelo Figueiredo LOBATO*** Karina Kato CARNEIRO***

* Professores doutores da disciplina de Dentística da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Pará (UFPA). ** Professora doutora da disciplina de Endodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Pará (UFPA). *** Alunos do programa de pós-graduação em Odontologia (nível mestrado) da Universidade Federal do Pará (UFPA).

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Mario Honorato Silva e Souza Junior, Sandro Cordeiro Loretto, Patrícia de Almeida Rodrigues Silva e Souza, Marcelo Figueiredo Lobato, Karina Kato Carneiro

Cimentos autoadesivos: inter-relação dentina-cimento-pino Self-adhesive luting cements: Dentin-cement-post relationship

Resumo

Abstract

Os pinos pré-fabricados, cimentados nos condutos radicula-

Pre-fabricated posts are mainly used to increase the reten-

res, são utilizados para aumentar a retenção do material de

tion of core materials. The strength of the restored tooth

reconstrução e, em associação com a restauração indireta,

may also be indirectly enhanced due to the presence of the

aumentam a resistência do conjunto. O interior do conduto

post. The access and visualization of the root canal is par-

radicular é particularmente de difícil acesso e visualização.

ticularly difficult. To simplify the luting protocol and mini-

Assim, simplificar o protocolo de cimentação reduz a possi-

mize the chances of errors, it has been suggested the use of

bilidade de erros. Os cimentos autoadesivos, em virtude de

self-adhesive cements, due to its simple use and interactions

sua fácil manipulação e aplicação, têm sido propostos para

within the root canal. Therefore, this paper aims to discuss,

essa finalidade. No entanto, é necessário que a inter-relação

based on a literature review and SEM images, the relation-

desses materiais com a dentina e com o pino seja mais bem

ship of this material with dentin and post surface.

estudada e compreendida, bem como os aspectos relacionados à reação de polimerização. Sendo assim, este artigo

Keywords: Resin cement. Dental post. Dentin.

tem como propósito apresentar informações das características desse tipo de cimento, sua relação com a dentina e pino, com base em informações da literatura específica, bem como por meio de imagens obtidas com microscopia eletrônica de varredura (MEV). Palavras-chave: Cimento de resina. Pino dentário. Dentina.

Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 94-104, jan./fev./mar. 2010

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Cimentos autoadesivos: inter-relação dentina-cimento-pino

à cimentação propriamente dita, os quais, pelo difícil

agradecimentos

acesso e visualização, podem comprometer algumas

Gostaríamos de agradecer ao CNPq – pelo apoio

etapas do processo adesivo. No entanto, alguns aspec-

financeiro, por meio da verba de bancada do Prof. Dr.

tos relacionados à reação de polimerização e adesão

Mário Honorato Silva e Souza Jr. – e ao Prof. Dr. Hilton

dos agentes autoadesivos devem ser mais bem estuda-

Túlio Costi, responsável pelo setor de Microscopia Ele-

dos e aperfeiçoados.

trônica de Varredura do Museu Paraense Emílio Ghoeldi.

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Endereço para correspondência Mario Honorato Silva e Souza Junior Rua dos Pariquis 2.999, sala 806 – Jurunas CEP: 66.033-590 – Belém/PA E-mail: mariohonor@uol.com.br; honorato@amazon.com.br



Revisão de Literatura

Accácio Lins do VALLE* Leandro de Moura MARTINS** Rosalyn CHIDIAK-TAWIL*** Gustavo Henrique Diniz PIMENTEL*** Marcus Gustavo Silva RODRIGUES*** Marcelo Barbosa RAMOS**** Fabio Cesar LORENZONI****

* Professor doutor titular do departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo (FOB-USP). ** Mestre em Materiais Dentários e doutorando em Reabilitação Oral na FOB-USP. *** Mestres em Reabilitação Oral pela FOB-USP. **** Mestres e doutorandos em Reabilitação Oral na FOB-USP.

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Accácio Lins do Valle, Leandro de Moura Martins, Rosalyn Chidiak-Tawil, Gustavo Henrique Diniz Pimentel, Marcus Gustavo Silva Rodrigues, Marcelo Barbosa Ramos, Fabio Cesar Lorenzoni

Sistemas cerâmicos atuais: revisão de literatura Current ceramic systems: Literature review

Resumo

Abstract

A fabricação de restaurações em cerâmica está se tornan-

The manufacture of metal free restorations is becoming in-

do cada vez mais popular, devido ao crescente avanço na

creasingly popular due to the advance in the quality of the

qualidade desse material e na tecnologia empregada na

materials and technology used to fabricate these restora-

confecção dessas restaurações. Essa evolução ocorreu

tions. This evolution occurred mainly because of the CAD/

graças, principalmente, à tecnologia CAD/CAM, que pos-

CAM technology, which allowed the use of high resistance

sibilitou o uso de cerâmicas de alta resistência na fabri-

ceramics in the manufacture of prosthesis without metal,

cação de próteses sem metal, com qualidade e uniformi-

using materials with high quality and uniformity, stan-

dade, padronizando os processos e reduzindo custos. O

dardizing the processes and reducing costs. The aim of this

objetivo deste trabalho é realizar uma revisão da literatura

work is to make a literature review of the existing ceramic

dos sistemas cerâmicos existentes, bem como descrever

systems currently available as well as to describe the as-

os aspectos relacionados à estética, propriedades mecâ-

pects related to the aesthetic, mechanical properties, mar-

nicas, adaptação marginal, características dos pônticos e

ginal and internal fit, features of the pontics and connectors

conectores, e modo de cimentação, procurando mostrar as

and cementation, and bonding techniques, trying to show

vantagens, desvantagens, indicações e contraindicações

advantages, disadvantages, indications and contraindica-

de cada sistema.

tions of each system.

Palavras-chave: Próteses sem metal. Tecnologia CAD/CAM. Cerâmicas odontológicas.

Keywords: Metal free prosthesis. CAD/CAM technology. Dentistry ceramics.

Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 106-117, jan./fev./mar. 2010

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Accácio Lins do Valle, Leandro de Moura Martins, Rosalyn Chidiak-Tawil, Gustavo Henrique Diniz Pimentel, Marcus Gustavo Silva Rodrigues, Marcelo Barbosa Ramos, Fabio Cesar Lorenzoni

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Endereço para correspondência Fabio Cesar Lorenzoni FOB-USP – Departamento de Prótese Al. Dr. Octavio Pinheiro Brisolla, 9-75 Vila Universitária, Bauru/SP CEP: 17.012-901 E-mail: fcesarlorenzoni@yahoo.com.br

Rev. Dental Press Estét., Maringá, v. 7, n. 1, p. 106-117, jan./fev./mar. 2010

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Caso Clínico

Alessandra Satake* Walter Leonardo Siqueira Zaia** Margareth Coutinho***

* Especialista em Dentística pela ABO/MS. Especializanda em Periodontia pela ABO/MS. ** Mestre em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste – UFMS. Especialista em Dentística pela ABO/MS. *** Mestre e doutora em Dentística pela Faculdade de Bauru/SP.

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Alessandra Satake, Walter Leonardo Siqueira Zaia, Margareth Coutinho

Remoção de manchas fluoróticas através da técnica de microabrasão: relato de caso clínico Fluorosis stains removal through microabrasion technique: Case report

Resumo

Abstract

O objetivo deste caso clínico é apresentar a reabilitação de

The aim of this work was to present a clinical case report

um sorriso com manchas fluoróticas, tratadas pela técni-

that shows the clinical rehabilitation of a smile with fluo-

ca de macro e microabrasão. A macroabrasão foi realiza-

rosis stains, treated by the macro and microabrasion tech-

da com uma ponta diamantada 2135FF KG Sorensen nas

nique. The macroabrasion was performed with a 2135FF

faces vestibulares dos dentes superiores e inferiores, para

KG Sorensen diamond tip on buccal surfaces of superior

reduzir o tempo de tratamento clínico. Logo em seguida,

and inferior teeth in order to reduce the clinical treatment

foram feitas oito aplicações com ácido fosfórico a 37% e

time. Immediately afterwards, eight applications of 37%

pedra-pomes na mesma proporção, por 10 segundos, com

phosphoric acid had been made with pumice in the same

auxílio de uma espátula de madeira. Entre as aplicações,

proportion for 10 seconds with a wood spatula. Among ap-

realizou-se lavagem com água abundante por 20 segun-

plications it was done washing with abundant water for 20

dos. Nas superfícies proximais, utilizou-se tira de lixa para

seconds. In the proximal area sandpaper strap was used for

acabamento em resina embebida com o removedor de

the resin finishing, drenched in the Whiteness RM stains

manchas Whiteness RM FGM, seguida de enxágue com

remover, followed by rinsing with water. Teeth were sub-

água. Os dentes foram submetidos a um polimento super-

mitted to a superficial polishing with Soflex disks and af-

ficial com discos abrasivos e, logo após, aplicação de flúor

terwards to colorless fluoride neutral gel application for 4

gel neutro incolor por 4 minutos. A microabrasão mostrou-

minutes. Microabrasion proved itself as a effective, safe and

se uma técnica eficaz, segura e conservadora nos casos

durable technique in the cases of fluorosis stains removal.

de remoção de manchas fluoróticas. As manchas foram

The stains were removed giving to the teeth a natural as-

removidas deixando os dentes com aspecto natural, com

pect with minimum of dental consuming and satisfying the

mínimo de desgaste dentário, satisfazendo as expectativas

expectations of the patients.

da paciente. Palavras-chave: Fluorose dentária. Microabrasão. Esmalte dentário.

Keywords: Dental fluorosis. Microabrasion. Dental enamel.

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CONCLUSÃO

remoção de manchas fluoróticas, deixando os dentes

No caso clínico apresentado, a microabrasão mos-

com aspecto natural, com mínimo desgaste de estru-

trou-se uma técnica eficaz, segura e conservadora na

tura dentária, satisfazendo as expectativas da paciente.

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Endereço para correspondência Alessandra Satake Av. Barão do Rio Branco, 781 – Centro CEP: 79.940-000 – Caarapó/MS E-mail: alesatake@yahoo.com.br

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Biologia da Estética

Vendo os dentes brancos do mundo Ei, sigo madrugada dançando Vendo a vida em luzes piscando (Zélia Duncan, Marcos e Paulo Sérgio Valle)

Alberto Consolaro* Leda Francischone** Renata B. Consolaro***

* Professor titular da FOB e da pós-graduação da FORP – Universidade de São Paulo. ** Professora doutora da Universidade Sagrado Coração – Bauru/SP. *** Professora substituta de Patologia da FOA-Unesp – Araçatuba/SP.

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Alberto Consolaro, Leda Francischone, Renata B. Consolaro

A Clareação Dentária pode induzir necrose pulpar? Não há fundamentos!

O procedimento clínico conhecido como Clareação

suprir o mercado de produtos clareadores, bem como

Dentária Externa tem como objetivo deixar os dentes

de instrumentos e outros apetrechos necessários para

mais claros, na busca de dentes brancos. Os dentes

a aplicação desse procedimento clínico.

brancos estão ligados a um forte conceito estético nas

A Clareação Dentária Externa, como todo procedi-

relações humanas. No senso comum, dentes brancos

mento terapêutico, tem suas vantagens, mas também

significam que estão limpos, saudáveis e, em decorrên-

apresenta efeitos indesejáveis, que o clínico deve ter

cia, que seu portador tem hábitos alimentares e de hi-

plena consciência para evitar, contornar ou reduzi-los.

giene adequados. Para um observador atento, os den-

Os estudos e as pesquisas sobre o tema têm como

tes brancos podem ser sinais de cuidado e organização

objetivo o aperfeiçoamento da técnica e o desenvol-

pessoal. Mas, naturalmente, os dentes permanentes

vimento de novos materiais. Um exemplo pode ser

são amarelados, com maior ou menor tonalidade. Os

obtido comparando-se a forma como a Clareação

agentes clareadores promovem uma opacificação do

Dentária Externa era realizada há 10-15 anos atrás

esmalte, provavelmente por desmineralização, deixan-

com a técnica atual. A evolução foi muito grande, ape-

do os dentes com a cor mais próxima do branco. Daí,

sar do agente clareador ainda ser o mesmo, ou seja, o

em muitas publicações e no idioma inglês, esse proce-

peróxido de hidrogênio com suas variadas formas de

dimento ser conhecido como branqueamento, e não

apresentação.

clareação ou clareamento dentário. A Clareação Dentária Externa representa um procedimento clínico muito requerido e valorizado pelos pacientes. Do ponto de vista comercial e industrial,

Perguntas ainda sem respostas! Apesar da evolução técnica da Clareação Dentária Externa, três pontos permanecem no mesmo lugar:

a Clareação Dentária Externa tem grande significa-

1. Qual o pigmento que dá cor ou altera a cor dos

do, pois motiva a busca do profissional por parte dos

dentes humanos? Como é sua molécula ou a

pacientes e, em decorrência, outras necessidades

sua natureza química?

odontológicas são diagnosticadas e fazem parte da

2. Como atuam os agentes clareadores? Em que

preparação para se conseguir dentes mais claros. Afi-

molécula atuam, se não sabemos quem dá cor

nal, a Clareação Dentária Externa muitas vezes repre-

aos dentes humanos?

senta o primeiro passo para que outros tratamentos sejam realizados. Por outro lado, há uma cadeia de produção para

3. Será que, em toda a natureza e na química laboratorial, apenas o peróxido de hidrogênio atua como agente clareador dentário?

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Alberto Consolaro, Leda Francischone, Renata B. Consolaro

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Endereço para correspondência Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br

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— A REVISTA DENTAL PRESS DE ESTÉTICA, dirigida à classe odontológica, destina-se à publicação de artigos de investigação científica, relatos de casos clínicos e de técnicas, artigos de interesse solicitados pelo Corpo Editorial, revisões significativas, comunicações breves e atualidades. — Os artigos serão submetidos ao parecer do Corpo Editorial da Revista, que decidirá sobre a conveniência ou não da publicação, avaliando-os como “favoráveis”, indicando correções e/ou sugerindo modificações. — A cada edição, o Corpo Editorial selecionará, dentre os artigos considerados favoráveis para publicação, aqueles que serão publicados imediatamente. — Os artigos não selecionados serão novamente avaliados para as edições seguintes. Depois de um ano sem serem selecionados os mesmos poderão ser devolvidos para os autores. — A Dental Press, ao receber os artigos, não assume o compromisso de publicá-los. — Os artigos podem ser retirados a qualquer momento antes de serem selecionados pelo Corpo Editorial. — As afirmações assinadas são de responsabilidade integral dos autores. — Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Comitê de Ética. — Os textos devem ser enviados em formato eletrônico, digitado em um programa de edição de texto. — As notas elucidativas devem ser restringidas ao número essencial, apresentadas no fim do texto. — Não utilizar notas de rodapé. — Exige-se: correção do português e do inglês (obrigatório). — Adequar palavras-chaves ou descritores conforme o DeCS. — Os textos devem ser acompanhados do resumo em português e inglês que não ultrapasse 250 palavras, bem como de 3 a 5 palavraschave também em português e em inglês. — Os textos devem ter, na primeira página, identificação do autor (nome, instituição de vínculo, cargo, título, endereço, e-mail) que não ultrapasse 5 linhas. — Por motivo de isenção na avaliação dos trabalhos pelo Corpo Editorial, a segunda página deve conter título em português e inglês, resumo, palavras-chave, abstract, keywords, omitindo nomes ou quaisquer dados referentes aos autores. — Os quadros, tabelas e figuras, com suas respectivas legendas, devem vir em páginas separadas, porém inseridas no texto (de forma a orientar a montagem final do artigo), e numerados em algarismos arábicos.

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