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EDITORIAL
Planos para 2011 Presidente Nelson Sabino de Freitas 1º Vice-presidente Gilberto Cortese 2º Vice-presidente Mário Luis Zuolo Secretário Geral Sérgio José Martins Tesoureiro Geral Clarindo Mitiyoshi Yao Assessores da Presidência Euripedes Vedovato Antonio Ankerkrone Antônio Fagá Júnior Diretor Depto. Científico José Alberto Martelli Filho Assessores Depto. Científico Luciano Mauro Del Santo Hideki Fabricio Miasiro Carlos Veloso Salgado Alexandre A. M. Cortese Marcos Koiti Itinoche Alexandre Tanganelli Ricci Diretor da EAP José Eduardo de Mello Júnior Diretor da Revista Daniel Kherlakian Diretor Depto. Informática Rodrigo Restaino Sarzedo Diretor Depto. Patrimônio Ricardo Thomé Diretora Depto. Social Simone Soares Petrone Assessoras Depto. Social Juliana Melo Cortese Maria Ap. Melo Cortese Produção Editorial ICL Comunicação Editor Executivo Israel Correia de Lima Editor de Arte Guilherme Gonçalves Revisão Maristela Santana Santos Carrasco Jornalista Responsável Israel Correia de Lima (Mtb 14.204) Impressão Input Comunicação Visual Ltda. Periodicidade Trimestral Tiragem: 6.000 exemplares
Capa: Ilustração - Camilo Saraiva
Regional Jardim Paulista Sede: Rua Guararapes, 720 - Brooklin São Paulo - SP - CEP 04561-000 (11) 5535-9532, 5096-0588 e 5049-3250 apcd@apcdjardimpaulista.com.br www.apcdjp.com.br Atenção: as opiniões expressas nas matérias publicadas na revista Essencial são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, as opiniões da diretoria da APCD Jardim Paulista. É proibida a reprodução ou cópia, sem prévia autorização. Capa: Maurício Pereira Idéia: Dr. Euripedes Vedovato
A APCD Regional Jardim Paulista traça suas metas para o ano de 2011: continuidade de sedimentação da estruturação da Escola de Aperfeiçoamento Profissional e da sua sede própria. Com investimentos e a colaboração de diretores e associados, pretendemos alcançar melhorias com a aquisição de novos equipamentos e tecnologia de ponta para a excelência dos cursos oferecidos aos alunos. No tocante à área de informatização da Regional, um novo servidor de dados está em fase de implantação, mais computadores serão instalados, um novo portal está sendo desenvolvido e, em fase de estudos, a implantação de um curso básico de informática ministrado por parceiros que desenvolvem softwares específicos para a Odontologia. Os funcionários terão treinamento e desenvolvimento profissional. Incrementaremos a prospecção por novos parceiros para a Regional e também para o nosso veículo de comunicação com os associados: a revista Essencial. Vale mencionar que nossa área de lazer está sendo muito bem aproveitada, com realizações de churrascos, pizzas e confraternizações, principalmente entre os alunos e professores dos cursos de nossa EAP. Aproveitamos para comunicar que o jantar de posse da Diretoria Executiva da APCD Regional Jardim Paulista será no dia 25 de novembro, no Buffet Giardini. Contamos com a presença dos professores e colaboradores dos nossos cursos e dos dirigentes das Regionais da capital. A presidência da Regional-JP tem se esforçado perante aos dirigentes da APCD Central no sentido de concluir efetivamente a nossa desfiliação formalizando o direito legal de nossa sede e o recebimento das mensalidades de nossos associados, assim como despertá-los para a importância da realização de eventos esportivos. Desejamos a todos um feliz 2011, repleto de saúde, paz e muita felicidade!
Dr. Nelson Sabino de Freitas Presidente da Regional Jardim Paulista
s u m á rio
4 Ciência e Tecnologia Preparos dentários com finalidade protética. O que mudou? 6 Novidades 3D Accuitomo 80, Occlufast CAD 6 Destaque Grupo da Especialização do P-I Brånemark Institute
visita o professor Brånemark, em Gotemburgo 7 Destaque APCD Jardim Paulista no Congresso da FDI APCD Jardim Paulista na Europa APCD Jardim Paulista participa de reunião do Core 8 Destaque Apresentação de painéis e conferência Orto 2010-SPO SPO homenageia diretores da APCD-JP APCD-JP participa de homenagem a uma dos mitos do tênis mundial 9 Atualidades Plataforma Switching: estética e saúde peri-implantar 10 Calendário Científico EAP Jardim Paulista: cursos teórico, laboratorial e clínico 12 Evento VIII Encontro APCD Jardim Paulista 14 Especial A inter-relação entre a Odontologia e a Medicina 20 Entrevista Peter Soer 22 Curiosidades Uma esquisita dor de dente 24 Em Tempo Com vocês... o melhor dentista do mundo! 25 Notas III Curso de Especialização em Implantodontia Comemoração de aniversário na Implantodontia 26 Indicador Profissional Guia de especialidades odontológicas 3
c i ê n c ia e te c n olo g ia
Prof. dr. Ivo Contin
Preparos dentários com finalidade protética. O que mudou?
Quando falamos de preparo dentário, a primeira pergunta que fazemos é POR QUE PREPARAR OS DENTES? A finalidade dos preparos dentários será descrita a seguir. 1. Preparos unitários terapêuticos – utilizados quando necessitamos recuperar, com materiais restauradores, uma estrutura dentária destruída pela cárie, abrasões, erosões, abfrações ou fraturas e não mais podemos utilizar, por razões mecânicas, as restaurações plásticas, como resina ou amálgama, e precisamos preparar o dente para receber uma restauração indireta. O que mudou nesses casos foi o requisito estético das restaurações, pois onde se usava metal, passaram-se a usar as cerâmicas e as resinas modificadas nos preparos parciais e as coroas metal-free nos preparos totais. Os materiais estéticos sem metal necessitam de espessura para serem resistentes; assim, os desgastes passaram a ser maiores tanto nas cúspides de suporte como nas de corte, devendo ter de 1,5 a 2 mm de espessura, não podendo usar biséis, principalmente os longos. Os preparos para restaurações unitárias não exigem tantos cuidados no que diz respeito ao travamento mecânico que deve ser conferido à restauração, pois as forças que tentam desalojá-la não são potencializadas por braços de alavancas como os preparos que recebem retentores de próteses fixas ou apoio de próteses removíveis. 2. Preparos de dentes hígidos – indicados para a confecção de retentores de próteses parciais fixas, para apoios de p.p. removível, correções oclusais e razões estéticas. A utilização dos preparos de dentes hígidos com finalidade protética tem diminuído bastante nos últimos anos com a confiabilidade cada vez maior dos implantes osseointegrados, entretanto continuamos preparando dentes pelas outras razões, como já mencionamos, oclusais e estéticas. É importante ressaltarmos o que mudou e o que ficou; na verdade mudou muito pouco, o que realmente importa é conhecermos bem como funcionam os preparos e adequá-los aos novos materiais. O termo PREPARO em dentes hígidos significa DESGASTE de estrutura dentária sadia, ou seja, jogar pela
Figura 1 – A resistência que o preparo dentário oferece ao deslocamento do retentor no mesmo eixo de sua entrada é chamada de RETENÇÃO. Exemplo: quando o paciente mastiga uma bala pegajosa que gruda o dente superior no inferior, ao tentar abrir a boca, ele testa o quanto o retentor está retido ao dente preparado, ou seja, a capacidade retentiva do preparo dentário.
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Figura 2 – A resistência que o preparo dentário oferece ao deslocamento oblíquo do retentor chama-se ESTABILIDADE. A estabilidade é a característica mais importante dos preparos dentários, pois as resultantes das forças mastigatórias tentam deslocar o retentor por qualquer ponto dos 360º dos preparos. Essa força fica aumentada se colocarmos um braço de alavanca associado a esse retentor, isto acontece quando fixamos um pôntico ou um apoio de prótese removível.
cuspideira um tecido biológico bastante diferenciado que não se recupera; portanto o preparo dentário com finalidade protética tem de ser executado com bastante conhecimento para que consigamos atingir os nossos objetivos com previsibilidade de sucesso.
Objetivos de um preparo e seus requisitos: 1- Estabilidade e retenção (figuras 1 e 2): muito se fala de usarmos cimentos adesivos para retenção das restaurações. Isto é absolutamente válido para as restaurações diretas, pois envolve um único dente, e se soltar a restauração fica fácil sua percepção, inclusive pelo próprio paciente, e sua repetição tem custo relativamente baixo de material e biológico, envolvendo apenas o tempo do profissional e algum desconforto para o paciente. No caso das restaurações indiretas unitárias, mesmo que se acredite apenas na adesão do cimento, caso soltem, embora traga um prejuízo maior para o profissional, não é um grande problema para o dente e pode representar, para o paciente, um desconforto funcional e estético, muitas vezes contornável. Já nas próteses fixas a situação é diferente, pois um dos retentores pode soltar e o outro não, o que pode passar despercebido pelo paciente e pelo profissional, resultando em infiltração, cárie e eventual perda desse pilar. Portanto, nos preparos para retentores de próteses fixas, não se pode confiar apenas na adesividade; as formas de retenção e a estabilidade dos preparos, como se ensina nos cursos de graduação, continuam absolutamente válidas, a não observância de seus preceitos redundarão inevitavelmente em fracasso. Aplicar as formas de retenção e estabilidade aos preparos que receberão restaurações coladas não é um problema e isto aumenta a garantia de manutenção da restauração ao preparo. 2- Resistência dos materiais restauradores: esse item tem a ver com a espessura do material restaurador em todas as faces do dente preparado. Assim, para cada material temos uma espessura adequada. O maior erro que cometemos é no espaço interoclusal deixado após o preparo dos dentes posteriores e anteriores. Existem no mercado umas tiras para se verificar o espaço deixado entre o preparo e o dente antagonista. Caso o profissional não tenha essas tiras, ele pode improvisar dobrando um pedaço de papel e conferir esse espaço com um espessímetro, e deve, inclusive depois de ter obtido a espessura, colocar um carbono e pedir para o paciente fechar a boca, e o carbono marcará o ponto do preparo que não atingiu o desgaste necessário (figuras 3, 4 e 5). a- Só-Metal: o mínimo é 0,3 mm, mas o ideal 0,5 mm, sendo que
Figuras 3, 4 e 5 – Tiras de borracha existentes no mercado que calibram a quantidade de desgaste interoclusal ou interincisal, as quais podem ser substituídas por um papel dobrado e medido com o espessímetro. Uma tira de cera 7 também pode ser utilizada, lembrando que sua espessura é de mais ou menos 1,3 mm, ou seja, ela tem de passar com folga entre o antagonista e o preparo. Você se lembra quantas vezes observou o registro em cera da relação interoclusal, e a cera estava transparente no local do seu preparo?
Figura 7 - Definindo como ângulo α interfere na espessura de cimento.
nas áreas de suporte, que são os fundos de fossa e as pontas de cúspides palatinas superiores e vestibulares inferiores (VIPS), essa espessura tem que ser de 1 mm, pois precisamos, de tempos em tempos, fazer algum tipo de ajuste, além do desgaste natural dessas regiões pelo uso mastigatório, assim evitaremos perfurações. b- Metalocerâmica: precisamos de 2 mm entre as faces oclusais e incisais, pois temos 0,5 de metal e 1,5 de porcelana para conseguirmos resistência do metal e translucidez para a porcelana, assim como possíveis ajustes. Nas faces vestibulares e proximais perto da cervical, 1 mm é suficiente; nessas regiões a porcelana pode ficar mais fina, pois não necessitamos tanta transparência da porcelana. Em dentes desvitalizados, podemos aumentar o desgaste para facilitar os procedimentos laboratoriais. c- Metal-free: os preparos devem seguir o padrão das metalocerâmicas, sendo que o desgaste de 1 mm tem de ser feito também na face cervical da lingual, pois esses materiais precisam de espessura em todo o preparo. Vale chamar atenção para os casos em que se usa apenas cerâmica sem coping de zircônia, pois a cerâmica tem pouca resistência flexural. Se ela estiver fina e houver uma camada grossa de cimento resinoso por baixo, este flexiona e, estando a cerâmica por cima, sendo ela fina, ocorre a fratura. Esse fato é muito comum nas onlays de porcelana feldspática. 3- A questão do bisel: esse tipo de terminação tem sido muito questionado ultimamente, pois se trata de um tipo de terminação que, por não ter muito volume, só pode ser preenchida por metal, resultando em um problema estético inquestionável, a não ser que seja escondido pela gengiva marginal, fato totalmente contraindicado pelos conceitos periodontais. Por outro lado, estudando-se geometricamente os tipos de terminações para os preparos, é demonstrado matematicamente que os biséis permitem as melhores adaptações (Shillingburg). A adaptação é explicada pela equação d = Dsenα, onde d é a espessura da linha de cimento na margem, que é traduzida pela multiplicação da maior desadaptação D, multiplicada pelo sen do ângulo α, que é o ângulo da linha de terminação; logo, se o ângulo se aproxima de 90º, o sen fica igual a 1, portanto a maior desadaptação fica no limite cervical, caso contrário, se o ângulo α diminui, o sen diminui também; logo, d diminui, ficando uma menor película de cimento (figuras 6 e 7). A utilização dos biséis é indicada pelo menos nos casos de dentes com canal tratado e sem nenhum remanescente dentário na região coronária. Nesse caso, pela ausência de estrutura dentária, não se pode confeccionar um chanfro na
Figura 8 - Preparo em que, na vestibular, teremos apenas um ombro, onde podemos ter só cerâmica resolvendo o problema estético, e, na lingual, teremos o ombro biselado, que poderá ser reproduzido por metal ou zircônia, anelando parte da raiz, promovendo algum cintamento ou férula e ajudando na distribuição da força mastigatória para o exterior da raiz tentando prevenir possível fratura radicular.
Desenhos: Prof. dr. Matsuyoshi Mori
Figura 6 – Representação esquemática de uma terminação em bisel. Em que D é a desadaptação real e d a espessura da película de cimento.
cervical abraçando a raiz, a única possibilidade de termos cintamento ao redor de uma raiz com um retentor intrarradicular é usando o bisel, em que se desgasta pouco o dente e consegue-se o anelamento e garante-se uma boa adaptação. Usando-se esse conceito, podemos, em um dente anterior com canal tratado sem remanescente coronário, o qual recebe um retentor intrarradicular, fazer bisel de proximal a proximal por lingual e, na vestibular, deixamos o chanfro largo, onde o topo radicular termina no núcleo do retentor intrarradicular (figuras 6 e 7). Podemos restaurar esse dente com metalocerâmica, deixando a vestibular com cerâmica de ombro, ou então podemos, já com os novos sistemas de metal-free, fazer um coping em zircônia cobrindo o bisel lingual e o chanfro largo vestibular, que será recoberto com a cerâmica (figura 8). 4- Preparos que possam ser lidos pelos scanners e reproduzidos por unidades de fresagem: esse é um assunto que teremos de desenvolver com o tempo, pois o que temos atualmente são a leitura dos preparos convencionais e a confecção das próteses sobre esses preparos, lidos muitas vezes de forma aproximada, resultando em copings muito aliviados e criando problemas de adaptação, em que o coping não tem um assentamento perfeito sobre o preparo em boca, resultando em dificuldades de se acertar pontos de contato proximais e oclusais. Conclusão: os princípios mecânicos dos preparos dentários continuam sendo essenciais para retenção e estabilidade dos retentores de próteses fixas e de coroas que recebem apoios de próteses removíveis. Quanto às restaurações unitárias, podemos confiar na adesividade, embora, se utilizarmos as formas de retenção e de estabilidade tradicionais, teremos maior garantia de sucesso. Os espaços interoclusal e interincisal dos preparos têm de ser muito bem conferidos para não termos dificuldades nos ajustes oclusais. Além disso, precisamos tomar muito cuidado no preparo cervical dos dentes com tratamento endodôntico, pois o dente tem de ser abraçado em pelo menos 2 mm de altura para se ter o efeito de cintamento ou férula, como são reforçados os cabos de madeira de ferramentas de uso geral. Estudos têm que ser dirigidos para se estabelecer modificações nos preparos a fim de que possam ser lidos adequadamente pelos sistemas de CAD para que os retentores possam ser mais bem reproduzidos pelo CAM, e estes, em contrapartida, também têm de ser aperfeiçoados para reproduzirem melhor a leitura do CAD.
Prof. dr. Ivo Contin – professor doutor do Departamento de Prótese Dentária da Faculdade de Odontologia da USP. Especialista em DTM e Dor Orofacial pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). 5
NOVIDADES
Doc Digital recebe o primeiro tomógrafo 3D Accuitomo 80 do Brasil A Doc Digital, sempre pioneira e atenta às exigências e necessidades dos cirurgiões-dentistas, apresenta o equipamento que faltava para prover informações essenciais aos diagnósticos mais difíceis nas diversas especialidades da Odontologia. Conhecido mundialmente pela altíssima qualidade de imagem, o tomógrafo 3D Accuitomo 80, fabricado pela Morita International, em Kyoto, no Japão, estará disponível aos dentistas de São Paulo a partir de agora. Por ser o único equipamento do mercado com resolução superalta, tem aplicação nos diagnósticos mais críticos, o que os outros tomógrafos existentes não conseguem atender. Casos de difícil diagnóstico, como os encontrados em Endodontia, Periodontia, localização de terceiros molares e estruturas adjacentes, são os mais indicados para esse tipo de tomografia. Estudos para colocação de implantes, ATM, cirurgias em geral também são altamente indicados para tomografias com o 3D Accuitomo. As tomografias serão enviadas aos profissionais em filme radiográfico ou impressas em papel fotográfico e em CD-R, com os softwares autoexecutáveis ODV (One Data Viewer) e OVV (One Volume Viewer), que não necessitam instalação prévia, e são uma poderosa ferramenta de diagnóstico, argumentação
e interação do caso clínico com o paciente. Outra vantagem é a possibilidade de obtenção de tomografias de áreas específicas da arcada dentária, ou de um dos lados da Articulação Temporomandibular, o que torna o exame mais rápido, com menos dose de radiação e custo mais acessível para o paciente. Informações: DOC Digital 0800-015 5777 e 11 50700077 – www.docdigital.com.br
Occlufast CAD Novo material para registro oclusal Novo material para registro oclusal, o Occlufast CAD pode ser utilizado com qualquer sistema de scanner óptico, laser ou por contato, além disso, atende aos quatro requisitos fundamentais para um bom registro oclusal: fluidez, rapidez, rigidez e estabilidade dimensional elevada. Graças a seu alto nível de opacidade, não requer aplicação do dióxido de titânio para ser lido pelos sistemas CAD-CAM. Informações: Labordental Ltda. – (11) 5542-5855 – labordental@labordental.com.br
DESTAQUE
Grupo da Especialização do P-I Brånemark Institute visita o professor Brånemark, em Gotemburgo No mês de setembro, o módulo do Curso de Especialização, sob a coordenação do professor Hugo Nary, foi realizado em Gotemburgo, na Suécia. Entre as várias atividades, como visita ao Brånemark Center, à Faculdade de Odontologia e ao Centro de Pós-graduação, os alunos apresentaram seus trabalhos realizados no Instituto ao Professor Brånemark. Os alunos assistiram também a uma aulas do professor Torsten Jemt e do dr. José Calvo (Espanha). Alunos com o professor Brånemark, em sua residência, em Gotemburgo
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DESTAQUE
APCD Jardim Paulista no Congresso da FDI Durante os dias 2 a 5 de setembro de 2010 aconteceu o Congresso Mundial Anual da Federação Dentária Internacional (FDI) em Salvador, na Bahia. O dr. Eurípedes Vedovato, professor e coordenador do Curso de Especialização em Prótese Dentária da nossa Regional, participou com destaque no evento em duas apresentações na grade científica, além da exposição de um pôster e com um capítulo no livro oficial do congresso. O livro oficial do congresso teve uma novidade, os capítulos estão escritos em português e em inglês, e o capítulo do professor Vedovato intitula-se “O Protocolo do Instituto Branemark – Próteses Fixas sobre Implantes com Alcance Social”.
Dr. Eurípedes Vedovato e dra. Fernanda Passos posam em frente ao pôster “O Guia Multifuncional Vedovato”
APCD Jardim Paulista na Europa Professores e ex-alunos de cursos ministrados na APCD Regional Jardim Paulista participaram do evento European Association of Osseointegration (EAO), realizado de 6 a 9 de outubro passado, na cidade de Glasgow (Escócia). Da esq. p/ a dir., drs. Odair Borghi (coordenador dos cursos Básico e Avançado de Atualização em Implantodontia), Mara Reali (ex-aluna do Curso de Especialização em Implantodontia do professor Clarindo Mitiyoshi Yao), Márcia Guimarães (professora do Curso de Especialização em Implantodontia), Ricardo Ramalho Vecchiatti (professor dos cursos Básico e Avançado de Atualização em Implantodontia) e Maria Luisa Bertoncini (ex-aluna do Curso de Especialização em Implantodontia)
APCD Jardim Paulista participa de reunião do Core A Regional da APCD Jardim Paulista participou da reunião do Conselho de Regionais (Core) realizada no dia 25 de setembro passado, na cidade de Avaré, interior de São Paulo. Após intensos trabalhos, foi servido um churrasco de confraternização aos participantes.
Gisele Sabino, Nelson Sabino, Simone Soares Petrone e Airton Gottardo
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DESTAQUE
Apresentação de painéis e conferência Orto 2010-SPO
Professores e alunos apresentam painéis
Professores e alunos dos Cursos de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da APCD Regional Jardim Paulista participaram do 17º Congresso Brasileiro de Ortodontia, durante a realização do Orto 2010SPO, com a apresentação de sete painéis científicos e a conferência do dr. José Alberto Martelli Filho, com o tema: “Preparo Ortodôntico Cirúrgico”. O congresso aconteceu no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, entre os dias 14 e 16 de outubro de 2010. Conferência do Dr. José Alberto Martelli Filho apresentada no estande da Biocare. Dr. José Flavio Torezan, apresenta o Dr. Martelli aos congressistas
Doutores José Alberto Martelli Filho, Roberta Resende e Gilberto Cortese
SPO homenageia diretores da APCD-JP Este ano, a Sociedade Paulista de Ortodontia (SPO) concedeu o prêmio de Honra ao Mérito “Prof. Dr. Paulo Affonso de Freitas” aos profissionais que recentemente se destacaram na Ortodontia. Os doutores professores da APCD Regional Jardim Paulista Gilberto Cortese e Israel Chilvarquer, respectivamente, foram agraciados durante o 17º Orto 2010-SPO, em cerimônia realizada no dia 14 de outubro no auditório Elias Regina, Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo.
Drs. Gilberto Cortese e Israel Chilvarquer
APCD-JP participa de homenagem a uma dos mitos do tênis mundial Maria Ester Bueno agradece as palavras de Nelson Sabino
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O presidente da APCD-JP, doutor Nelson Sabino participou de homenagem a uma dos mitos do tênis mundial, Maria Ester Bueno, no clube que a projetou (Clube de Regatas Tietê.) “Ela agradeceu minhas palavras onde deixei um forte abraço de agradecimento pelo legado que ela deixou ao esporte nacional e mundial”, disse Sabino.
ATUALIDADES
Plataforma Switching: estética e saúde peri-implantar Nas últimas décadas, os implantes osseointegráveis têm sido utilizados para a reabilitação de pacientes com índices crescentes de sucesso clínico e evidenciação científica, impactando positivamente na qualidade de vida dos pacientes, do ponto de vista social, funcional e estético1. Dentro dessa realidade, o conhecimento aprofundado da biomecânica e da biologia peri-implantar possibilitou a utilização do conceito de plataforma switching para preservação do nível ósseo ao redor dos implantes2, aumentando assim o prognóstico de sucesso clínico, sobretudo em casos de alta demanda estética ou de implantes curtos. Como em todos os procedimentos realizados em Implantodontia, a decisão clínica, baseada em evidências científicas que demonstrem efetivamente o benefício que um novo conceito, técnica ou tecnologia traz para os nossos pacientes, deverá nortear a terapia utilizada no dia a dia da reabilitação oral com implantes. Em recente artigo, Momen e colaboradores3 revisaram completamente a literatura sobre a eficiência da plataforma switching para preservação do osso marginal peri-implantar. Por meio de uma metodologia padronizada, com alto impacto científico (metanálise), concluíram que, com a utilização de um abutment de diâmetro menor que o do implante (figura 1), a perda óssea tende a ser menor do que quando implante e abutment possuem o mesmo diâmetro. Um estudo clínico longitudinal, realizado por Canullo e colaboradores4, demonstrou que as alterações no nível ósseo marginal peri-implantar podem estar relacionadas ao diâmetro de assentamento do abutment, sendo que os níveis ósseos marginais foram melhor mantidos nos casos reabilitados de acordo com o conceito de plataforma switching. López-Marí e colaboradores5 avaliaram a literatura disponível e concluíram que o conceito de plataforma switching ajuda a prevenir a perda da crista óssea marginal após a colocação de implantes, contribuindo para a obtenção e manutenção de resultados estéticos satisfatórios. A associação de novas tecnologias, como as conexões internas, e a plataforma switching geram menor estresse ósseo e dissipação mais uniforme das cargas oclusais6, fatores que têm minimizado a perda óssea marginal e consequentemente incrementado a excelência da terapia com implantes. Referências Bibliográficas: 1. Felix GB, Filho HN, Padovani CR, Machado WM. A longitudinal study of quality of life of elderly with mandibular implant-supported fixed protheses. Clin Oral Implants Res. 2008;19:704-8. 2. Fickl S, Zuhr O, Stein JM, Hürzeler MB. Peri-implant bone level around implants with platform-switched abutments. Int J Oral Maxillofac Implants. 2010, may-jun;25(3):577-81. 3. Momen A, Atieh HM, Ibrahim I, Ahmad HA. Platform switching for marginal bone preservation around dental implants: a systematic review and meta-analysis. J Periodontol. 2010 Oct;1350-66. 4. Canullo L, Fedele GR, Iannelo G, Jepsen S. Platform switching and marginal bone-level alterations: the results of a randomized-controlled trial. Clin Oral Implants Res. 2010 Jan;21(1):115-21. 5. López-Marí L, Calvo-Guirado JL, Martin-Castellote B, Gomez-Moreno G, López-Marí M. Implant platform switching concept: an updated review. Med Oral Patol Oral Cir Buccal. 2009 Sep 1;14(9):450-4. 6. Rodríguez-Ciurana X, Vela-Nebot X, Segalà-Torres M, Rodado-Alonso C, Méndez-Bianco V, Mata-Buqueroles M. Biomechanical repercussions of bone resorption related to biologic width: a finite element analysis of three implant-abutment configurations.
Dr. Fábio Bezerra – professor do Instituto Nacional de Experimentos e Pesquisas Odontológicas (Inepo) – São Paulo, Brasil; consultor científico do Sistema de Implante Nacional (SIN) – São Paulo, Brasil. 9
c ale n d á rio Cie n t í f i c o
Dr. José Alberto Martelli Filho
Informações e inscrições pelos telefones: (11) 5535-9532 / 5049-3250 / 5096-0588 ou pelo e-mail: secretaria@apcdjardimpaulista.com.br
EAP Jardim Paulista sede - guararapes - Rua Guararapes, 720 - Brooklin (Estacionamento conveniado na Rua Califórnia, 590).
Cursos teóricos-demonstrativos (coffee-break incluso)
Cursos Regulares de Especialização em andamento na APCD JP
Curso de Especialização em Implantodontia - 3ª turma Teórico/Prático/Cirúrgico/Clínico n Ministradores Prof. Clarindo Mitiyoshi
n Coordenador Dr. Mário Zuolo n Ministradores Equipe Endogroup
Curso Básico e Avançado em Implantodontia - Módulo Cirúrgico - Sistema Biomet 3i n Coordenador Dr. Odair Borghi n Equipe Claudia B. Pera, Paulo H. Ueda, Ricardo M. Saito, Ricardo R. Vecchiatti, Rodrigo Fromer e Wander C. Kobayashi.
Yao e equipe
n Objetivo Fornecer ao cirurgião-dentista embasamentos
n Seleção setembro/2010
teórico, laboratorial e clínico para a realização de técnicas
Especialização em Prótese Dentária - 3ª Turma n Ministrador Dr. Euripedes Vedovato
Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial - 5ª Turma Teórico / Prático / Clínico
cirúrgicas de reconstrução óssea e de instalação de implantes osseointegrados Biomet 3i.
n Periodicidade quinzenal - às sextas-feiras das 8h às 18h n Início 25 de fevereiro de 2011 n Duração 10 meses n Investimento 10 parcelas de R$ 400,00 n Informações e inscrições tel.: (11) 5535-9532 / 5049-3250 / 5096-0588
n Ministrador Prof. Gilberto Cortese -
n Obs. O curso fornecerá os kits cirúrgicos, kits de enxerto e
Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial
os motores de implantes.
n Coordenador José Martelli Filho - Mestre e Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial e Especialista em Radiologia
Curso de Especialização em Ortopedia Funcional dos Maxilares
e especialista em Ortodontia), Juliana Cortese
n Ministrador Prof. dr. Eduardo Sakai e equipe n Equipe Murilo Bovi Corsi, Luciano Wagner
(especialista em Ortodontia) e professores convidados
Ribeiro e Sergio Polizio Terçarolli
Especialização em Radiologia e Imaginologia Odontológica
exclusivo atendimento clínico
n Professores Alexandre Cortese (mestre
n Periodicidade quinzenal n Duração 36 meses, sendo que os últimos meses serão de
n Coordenador Prof. Dr. Israel Chilvarquer n Ministradores Jorge Elie Hayek, Michel Eli
n Início 12 de novembro - 17h n Objetivo Especialização em Ortopedia Funcional
Lipiec Ximenez e Alessandra Coutinho.
dos Maxilares segundo os ditames do Conselho Federal de
n Diferenciais do curso Utilização de aparelhos
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Especialização em Endodontia 3ª Turma
Odontologia (CFO)
de última geração: aparelho panorâmico digital, Tomógrafo
n Investimento Inscrições R$ 700,00 - sendo que R$
Computadorizado Volumétrico; softwares para manipulação
500,00 serão abatidos da primeira mensalidade. Pagamento: 36x
de imagens, traçados cefalométricos; simulação de instalação de
de R$ 1.300,00; ou 12x de R$ 1.100,00 + 12x de R$ 1.300,00 +
implantes (RadioCef, Slice Guide e Dental Slice) e interpretação
12x de R$ 1.500,00; ou 30x de R$ 1.560,00. Os alunos não sócios
de radiografias e tomografias.
da APCD e/ou não quites com a anuidade pagarão valores maiores
E ve n to
VIII Encontro APCD Jardim Paulista Nos dias 6 e 7 de agosto passado, aconteceu o VIII Encontro da APCD Jardim Paulista, com o tema: “Clínica Geral em Perspectiva: Tecnologia, Conhecimento e Aperfeiçoamento Profissional”, no Hotel Blue Tree Towers Faria Lima, sob a coordenação do dr. Daniel Kherlakian. Na abertura do encontro, o presidente da Regional-JP, dr. Nelson Sabino, agradeceu a presença dos congressistas e ministradores e convidou o presidente do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), dr. Emil Adib Razuk, a compor a mesa. O evento contou com a participação de mais de 150 profissionais, entre congressistas, ministradores e empresas expositoras. Proferiram palestras os ilustres professores: Adriana Soares, Alexandre Cortese, Osvaldo Scopin, Júlio César Joly, Mário Zuolo, Marcelo Moreira, Marcelo Kyrillos, Munir Salomão, Vicente Souza Pinto e Eurípedes Vedovato. No encerramento do evento, vários prêmios foram sorteados pelos expositores aos congressistas.
Público presente ao evento
Drs. Marcelo Moreira, Mário Zuolo, José Eduardo de Mello e Marcelo Kirillos Dr. Nelson Sabino e dr. Emil Adib Razuk
Eduardo Abdo, Vicente de Sousa Pinto, Maria Angélica P. Vedovato, Euripedes Vedovato e Isabel Vedovato Coordenador do evento, dr. Daniel Kherlakian
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Dr. Clarindo Mitiyoshi no encerramento do evento
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E SP E C I A L
A inter-relação entre a Odontologia e a Medicina Por Israel Correia de Lima
Hoje o tratamento odontológico dispensado ao paciente é encarado como multidisciplinar, quando várias especialidades da Odontologia e Medicina, no mesmo compasso, tem como objetivo comum encarar a saúde como um todo. Estudos científicos comprovam que doenças originárias da região bucal podem gerar problemas cardiovasculares, cardiopulmonares, diabetes, hipertensão arterial, entre outras. Por isso a atuação conjunta entre médicos e cirurgiões-dentistas é cada vez mais rotineira. Constantemente, implantodontistas, endodontistas, periodontistas, ortodontistas e bucomaxilofaciais formam parcerias com médicos especialistas, entre eles os anestesistas. Ricardo Simões Neves, doutor em Ciências da Saúde pelo Departamento de Cardiopneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), especialista em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais e diretor da Unidade de Odontologia do Instituto do Coração do Hospital das Dr. Ricardo Simões Neves Clínicas da FMUSP, observa que a presença de qualquer foco de infecção, sendo ou não de origem odontológica, representa uma porta de entrada de bactérias para a corrente sanguínea que poderá ocasionar ou não diferentes doenças sistêmicas, dependendo da resposta particular do sistema imunológico do indivíduo. “Em relação às doenças cardiovasculares e boca, a Endocardite Infecciosa (EI) e a Doença Arterial Coronária (DAC) são as de maior preocupação quando há focos de infecção na cavidade bucal”. A EI é a infecção do endocárdio, parte interna do coração que reveste átrios, ventrículos e valvas cardíacas, e pode acometer indivíduos que apresentam lesão prévia em endocárdio de origem congênita ou adquirida (portadores de sopro cardíaco). “É uma cardiopatia que determina a participação do cirurgião-dentista em sua prevenção, diagnóstico e tratamento, pois cerca de 40% de todos os casos de EI são causados pelo Streptococcus viridans, bactéria comensal da boca”, explica dr. Neves. Por outro lado, DAC é a obstrução das artérias coronárias, responsáveis pela irrigação do músculo cardíaco. É uma doença mundial, multifatorial, que envolve fatores genéticos, hábitos alimentares, tabagismo, sedentarismo etc. e constitui a principal 14
causa de morbimortalidade no Brasil. O dr. Neves acrescenta que nos últimos anos diversos estudos têm relacionado a DAC crônica a um maior risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ao infarto agudo do miocárdio, como consequência da liberação de mediadores inflamatórios na corrente sanguínea, favorecendo eventos trombogênicos e aterogênicos. “Outros estudos demonstraram presença de bactérias relacionadas à doença periodontal na placa aterosclerótica, que podem liberar metabólitos, favorecendo instabilidade e ruptura da placa. No caso da endocardite bacteriana, a contaminação ocorre em consequência da presença de focos bucais, principalmente doença periodontal, cáries profundas, quando já existe comprometimento endodôntico, próteses mal-adaptadas e pela manipulação, para realização de procedimentos pelo cirurgião-dentista, sem administração de profilaxia antibiótica aos pacientes suscetíveis. Essas situações criam uma porta de entrada para os Streptococcus viridans, bactérias comuns à microbiota da cavidade bucal, na corrente sanguínea, elevando o risco de colonização das valvas cardíacas que causarão a doença, podendo atingir uma taxa de mortalidade de 25% dos casos. Para o médico Bruno Caramelli, formado pela Faculdade de Medicina da USP e que trabalha no Instituto do Coração (InCor), talvez o melhor termo seria “relação com a boca”, e não origem. “No caso da endocardite infecciosa, alguns tipos específicos de bactérias que colonizam a boca podem penetrar a mucosa e cair na circulação Dr. Bruno Caramelli sanguínea. As bactérias podem se fixar e destruir estruturas como as válvulas do coração em pessoas predisponentes. No caso da aterosclerose, a doença periodontal crônica perpetua um estado inflamatório que acaba desenvolvendo e intensificando problemas como hipertensão arterial, diabetes, hipercolesterolemia, que juntos contribuem para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares”. Caramelli acrescenta que doenças idiopáticas também têm sua origem na bactéria da boca. “A relação entre doenças periodontais e várias doenças vem sendo intensamente estudada”. Por isso, a solicitação de exames de sangue e urina é muito importante antes do tratamento odontológico. O perfil sanguíneo do paciente, principalmente antes de tratamentos bucais
cruentos, associado à anamnese e história pregressa da doença, é importante na pesquisa de alterações hematológicas, processos inflamatórios e infecciosos, coagulopatias ou alterações consequentes do uso de medicamentos, por exemplo, anticoagulantes orais e antiagregantes plaquetários. “Dessa forma, o cirurgião-dentista poderá planejar o procedimento, lançando mão de produtos e manobras para auxiliar a hemostasia, prevenindo complicações pós-operatórias”, diz dr. Neves. Os hospitais também contribuem com a instalação de unidades odontológicas em suas dependências. “Hospitais eminentemente cirúrgicos precisam contar com um serviço de odontologia para que pacientes sejam operados sem focos de infecção, porém, entendo que muitas outras doenças que requerem apenas tratamento clínico exijam também a participação do cirurgião-dentista entre os profissionais da equipe de atenção ao paciente. Por vezes, embora as intervenções odontológicas necessárias não tenham de ser realizadas sob anestesia geral, a doença e a urgência na realização do tratamento para isentar o paciente de focos odontológicos exigem a atuação do profissional em centro cirúrgico”, discorre dr. Neves. A iniciativa dos hospitais de contarem com uma divisão para Odontologia é bem-vinda na opinião do doutor Caramelli: “a odontologia faz parte da visão do tratamento global do paciente”. Assim como é de fundamental importância a atuação do cirurgião-dentista orientando, supervisionando e reciclando a equipe de enfermagem quanto aos cuidados de higiene bucal a pacientes internados em enfermarias, prontos-socorros e unidades de terapia intensiva, colaborando na redução de infecções pulmonares, além de prestar assistência quando necessário. Para o dr. Neves, é interessante o cirurgião-dentista ter conhecimento de noções básicas de atendimento de emergências médicas no consultório. “Sem dúvida, é fundamental que o cirurgião-dentista receba treinamento e sinta-se capacitado para atuar diante de uma parada cardiorrespiratória. Para tanto, deve adquirir conhecimento básico das principais cardiopatias e dos medicamentos utilizados por esses pacientes, além do treinamento específico. Existem centros de treinamento em emergências cardiovasculares, tanto para leigos como para profissionais da saúde, que oferecem cursos teórico-práticos com este objetivo”. O dr. Luiz Carlos Manganello Souza, médico, cirurgião plástico e cirurgião-dentista bucomaxilofacial, explica que a atuação nos hospitais incorre na necessidade de o cirurgião pertencer Dr. Luiz Carlos Manganello ao corpo clínico do hospital; já no consultório as cirurgias orais são feitas de acordo com as condições de material e a competência de cada profissional. Sendo médico e cirurgião-dentista, ele esclarece: “para atuar no hospital em cirurgia com anestesia geral há necessidade do médico anestesista. Para que o procedimento transcorra dentro
da normalidade, os profissionais devem se conhecer, e o anestesista deve estar afeito ao tipo de procedimento que irá ser realizado”. Atuando exclusivamente em sua clínica, no procedimento de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial e Implantes, o dr. Carlos Veloso Salgado diz que o médico deve ser encarado como Dr. Carlos Veloso Salgado aliado do dentista sempre que este avaliar que a participação pode beneficiar o tratamento e proporcionar maior segurança. Desde a época de residência, o dr. Veloso interage com os médicos. “Mantenho uma relação sinérgica com os médicos; sempre que julgo necessário recorro a interconsultas médicas que me propiciam dar mais segurança e conforto aos meus pacientes”. Atuando por dez anos no Hospital Universitário da USP e por quinze no Hospital da Polícia Militar, o dr. Veloso ressalta que mantém relacionamento com médicos em praticamente todas as áreas, especialmente nas áreas de cirurgia de cabeça e pescoço, ortopedia, anestesia, otorrinolaringologista. Muitas vezes os cuidados com pacientes especiais e gestantes têm de ser redobrados quando do tratamento odontológico. Para Itamara Lucia Itagiba Neves, doutora em Ciências da Saúde pelo Departamento de Cardiopneumologia da FMUSP, especialista em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais, especialista em Administração Hospitalar pela GV e assistente da Unidade de Odontologia do Instituto do Coração do Hospital Dra. Itamara Lucia Itagiba das Clínicas da FMUSP, na gestação de mulheres saudáveis ocorrem modificações fisiológicas, como alterações hormonais, anatômicas e metabólicas. Alterações bucais podem ocorrer como resultado de mudanças de ingesta e deficiência da higiene bucal, que são mudanças comportamentais comuns durante a gestação, as quais, exacerbadas pelas mudanças fisiológicas da gravidez, podem levar ao desenvolvimento da cárie dentária, agravamento da doença periodontal preexistente, gengivite gravídica e tumor gravídico. Quadros graves de êmese gravídica podem resultar em erosão dentária importante. Gestantes saudáveis podem desenvolver hipertensão ou diabetes gestacional, problemas que podem ser fatais tanto para a mãe como para o feto. Gestantes com doença cardíaca preexistente podem ter agravamento do quadro clínico diante das alterações fisiológicas do aparelho circulatório, além do risco 15
de endocardite em gestantes suscetíveis à ocorrência de bacteremias, por exemplo, pela presença de focos de origem odontológica. ”Fica evidente a necessidade do acompanhamento dessas pacientes por uma equipe composta de cardiologista, ginecologista e dentista”, diz dra. Itamara. A dra. Itamara concorda com a afirmação feita pelo dr. Ricardo Simões Neves, acrescentando: “experiência profissional em odontologia hospitalar amplia a visão do dentista no sentido de entendermos que são os doentes e não as doenças que devem ser tratados; que esses indivíduos vivem dentro de um contexto familiar e social e que buscam nos profissionais da saúde o seu equilíbrio para enfrentar a realidade da doença, o tratamento e suas consequências. Além disso, ao participarmos desse universo, somos responsáveis também por disseminar a importância da saúde bucal para a saúde e vice-versa”. Para a nutricionista e pesquisadora da Unidade Clínica de Medicina Interdisciplinar em Cardiologia do InCor, dra. Fernanda Reis de Azevedo, a nutrição e a dieta têm impacto na saúde oral de diversas maneiras. “A alimentação é o principal fator etiológico para o desenDra. Fernanda Reis volvimento de cáries e erosão do esmalte dentário; o status nutricional do indivíduo influencia também no desenvolvimento dos dentes e na resistência do hospedeiro a muitas patologias bucais, incluindo doenças periodontais e o câncer bucal”. Alguns alimentos, como as frutas cítricas, podem ter pontos bons e ruins. No caso da doença periodontal e do câncer bucal, esses alimentos, ricos em antioxidantes, mostram apenas benefícios, no entanto, para pacientes que apresentam erosão dentária, seu consumo deve ser restrito a no máximo dois representantes por dia, e sempre nas principais refeições. “Caso o consumo dessas frutas não seja feito nas refeições, o paciente deve ser encorajado a ingerir uma pequena porção de queijo duro (5 g), chicletes sem açúcar ou leite desnatado”, ressalta a dra. Fernanda. Além disso, pacientes que apresentam problema de erosão do esmalte do dente devem ter atenção redobrada no consumo de alguns outros alimentos considerados ácidos. Esses pacientes devem ser orientados quanto aos tipos de bebidas e comidas que podem causar erosão dentária. A leitura do rótulo nutricional dos produtos pode ajudá-los a identificar a presença de ácidos potencialmente erosivos, tais como cítrico, málico, fosfórico, tatárico, acético e carbônico. Os sucos de frutas, por exemplo, principalmen16
te os de frutas cítricas, são três a dez vezes mais destrutivos ao esmalte dentário do que as frutas em seu formato integral. “O aconselhamento dietético relacionado à saúde dentária é uma medida preventiva de baixo custo que deveria ser incorporada a programas de saúde bucal e de alimentação saudável.”
Dentistas e anestesistas A prática de anestesia por sedação para tratamentos dentários não foi difundida ainda para a população. O próprio Conselho Regional de Medicina proíbe a sua divulgação e propaganda. Funciona mais no boca a boca, entre os profissionais da Odontologia e da Medicina. Sabe-se que ela é exercida em algumas clínicas e hospiDr. Luiz Gonzaga Morganti tais. “Para exercer esse tipo de atividade não existe exatamente uma proibição, ‘é proibido fazer em consultório’. A lei esclarece que só é permitido fazer a sedação em local apropriado e estipula uma série de atribuições, que infelizmente a maioria dos consultórios não possui pela dificuldade e onerosidade”, esclarece o médico anestesista dr. Luiz Gonzaga Morganti Leite. O dr. Morganti alerta que a prática da sedação em locais não apropriados leva o profissional, tanto o anestesista como o dentista, a erro grave. “Por melhor que seja a minha conduta e recursos, estou no lugar inapropriado, e a chance de uma complicação jurídica é grande e indefensável.” Para se ter ideia, a lei exige os seguintes recursos físicos: transporte emergencial; portas com vão maior que um metro
Paciente sedado responde a estímulos
Laboratórios e farmácias não podem recusar exames e receituários solicitados pelos CDs Essencial: Quais são as leis que obrigam a aceitação de exames laboratoriais e receituários expedidos pelos cirurgiões-dentistas? Drs. Fernando Jorge De Paula e Moacyr da Silva: Sobre exames laboratoriais, o artigo 12 da Lei nº 9.656/98 estabelece que: “São faDr. Fernando Jorge Dr. Moacyr da Silva cultadas a oferta, a contratação e a vigência dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do artigo 1o desta Lei nas segmentações previstas nos incisos I a IV deste artigo, respeitadas as respectivas amplitudes de cobertura definidas no plano-referência de que trata o artigo 10, segundo as seguintes exigências mínimas (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001): IV – quando incluir atendimento odontológico: a) cobertura de consultas e exames auxiliares ou complementares, solicitados pelo odontólogo assistente”. A Resolução CONSU nº 8, de 4.11.1998, que dispõe sobre mecanismos de regulação nos planos e seguros privados de assistência à saúde, em seu artigo 2º descreve – para adoção de práticas referentes à regulação de demanda da utilização dos serviços de saúde, são vedados: I - qualquer atividade ou prática que infrinja o Código de Ética Médica ou de Odontologia; (...) VI – negar autorização de procedimento em razão do profissional solicitante não pertencer à rede própria, credenciada, cooperada ou referenciada da operadora. A Súmula Normativa nº 11/07 e a Resolução Normativa nº 167/08 provenientes da Agência Nacional de Saúde Suplementar também garantem a cobertura dos exames laboratoriais/complementares solicitados por cirurgião-dentista, desde que tenham como finalidade complementar o diagnóstico do segurado. Vale ressaltar que, para os contratos firmados após 1999, o procedimento eventualmente solicitado pelo cirurgião-dentista deverá ser coberto pelo seguro saúde ao qual o segurado está vinculado, observando-se o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, vigente no momento da solicitação. Em se tratando de contrato antigo, firmado antes de 1º/1/1999, deverá ser observado o contrato ao qual o segurado está vinculado. Embora já citado, vale destacar que a Resolução CONSU nº 8/98 garante a solicitação de procedimento e exame por profissional não pertencente à rede própria, credenciada, cooperada ou referenciada da operadora. Os casos discordantes com a legislação devem ser devidamente denunciados aos órgãos competentes para as providências cabíveis, incluindo a ANS, pelo Fale Conosco no site www.ans.gov.br ou pelo disque ANS 0800-701-9656. Sobre receituários, a prerrogativa do cirurgião-dentista em prescrever e aplicar medicamentos tem como fundamento a Lei n° 5.081/66, que regula o exercício da Odontologia. Os incisos II e VIII do artigo 6o dessa Lei estabelecem como competência do cirurgião-dentista “prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, indicadas em Odontologia” e “prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de acidentes graves que comprometam a vida e a saúde do paciente”, respectivamente. Do inciso II do artigo 6o da Lei no 5.081/66, podemos verificar o estabelecimento da principal premissa em relação à prescrição: a indicação em Odontologia. Nesse contexto, o inciso VIII do artigo 6o da Lei no 5.081/66 abre exceção em casos de acidentes graves que comprometam a vida e a saúde do paciente. Nesses casos, e somente nesses, o CD pode utilizar de qualquer medicamento, controlado ou não, prescrevendo ou aplicando em seu paciente. Como esses casos são exceção, voltemos à regra, ou seja, o cirurgião-dentista somente pode prescrever substâncias e medicamentos sujeitos ao controle especial ou não apenas nos casos indicados em Odontologia. Os medicamentos comuns frequentemente receitados pelo CD são antibióticos, anti-inflamatórios (corticoides, não esteroides e os AINEs), analgésicos, colutórios, antissépticos etc. Quanto a esses não existem dúvidas. A confusão se inicia em relação à Portaria nº 344/98, que “aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial”. Essa portaria informa que todas as substâncias comercializáveis constantes de suas listas necessitam de receita padronizada para sua dispensação. Assim, conforme estabelece essa portaria, o CD tem a prerrogativa de prescrever apenas dois tipos: as Notificações de Receita e as Receitas de Controle Especial. Na própria definição de Notificação de Receita, prevista nesta portaria, podemos deduzir o rol de medicamentos que podem fazer parte do arsenal do CD. Portanto, o CD está apto a fazer uso da Notificação concernente aos dois primeiros grupos, ou seja, da Lista A (entorpecentes e psicotrópicos) e da Lista B (psicotrópicos). No que diz respeito às Notificações de Receita concernente ao terceiro grupo (C), esta cabe exclusivamente ao profissional devidamente inscrito no Conselho Regional de Medicina. Porém, é necessário apontar que o CD pode prescrever medicamentos especificados na Lista “C1”, pois, para a dispensação
desta, é necessário a Receita de Controle Especial, e não Notificação de Receita, que, especificamente para o Grupo C, é vedado ao CD. O aviamento ou dispensação de Receitas de Controle Especial, contendo medicamentos à base de substâncias constantes das listas “C1” (outras substâncias sujeitas a controle especial) da Portaria n° 344/98 e de suas atualizações, em qualquer forma farmacêutica ou apresentação, é privativo de farmácia ou drogaria e somente poderá ser efetuado mediante receita, sendo a “1ª via – Retida no estabelecimento farmacêutico” e a “2ª via – Devolvida ao Paciente”, com o carimbo comprovando o atendimento. Não podemos olvidar também que a Notificação de Receita ficará retida na farmácia ou drogaria, sendo que esta deve sempre estar acompanhada da receita propriamente dita, que será o documento com o qual o paciente poderá comprovar a idoneidade da aquisição e porte de medicamento sujeito a controle especial. O farmacêutico que tiver alguma dúvida em relação à receita, seja médica ou odontológica, deve entrar em contato com o profissional solicitando a confirmação expressa deste. Na ausência ou negativa dessa confirmação, o farmacêutico é orientado a não realizar a dispensação dos medicamentos prescritos ao paciente. Nesses casos, deve ser solicitado ao farmacêutico que expresse os motivos em duas vias – a primeira deverá ser entregue ao paciente e a segunda, arquivada na farmácia – ou que escreva no verso da prescrição e entregue ao paciente. Em ambos os casos devem constar o nome legível do farmacêutico, nº do CRF e a assinatura do paciente. De posse dos motivos, com cópia da receita, esta deve ser encaminhada ao Conselho Regional de Farmácia para análise, bem como ao Conselho Regional de Odontologia, na qualidade de órgão fiscalizador do exercício da Odontologia. Essencial: Por que muitos laboratórios e farmácias se recusam a aceitar esses exames e receituários? Drs. Fernando Jorge De Paula e Moacyr da Silva: Em relação aos exames laboratoriais, a recusa em aceitar pedidos de exames por parte do CD é prática recorrente nas operadoras de saúde e constitui prática ilegal. Essa irregularidade foi registrada em todo o País e já foi alvo de denúncia, com destaque na página da ANS na internet: http://www.ans.gov.br/portal/site/ home/destaque_22027.asp?secao=Home. A operadora de saúde que negar pedido de exame complementar deve ser denunciada à Agência Nacional de Saúde Suplementar. No caso de farmácias, ocorre a negativa de dispensação, principalmente no caso de medicamentos controlados, por falta de conhecimento da legislação por parte dos profissionais envolvidos. Os farmacêuticos, por estarem mal-informados sobre a competência do CD e os CDs, às vezes, por prescreverem erroneamente. Podemos citar o exemplo do medicamento Arcoxia, que foi muito prescrito pelo CD em determinada época. O princípio ativo desse medicamento faz parte do Grupo C1 da Portaria n° 344/98, portanto para sua dispensação na farmácia é necessária a Receita de Controle Especial (papel receituário), obrigatoriamente em duas vias, sendo a “1ª via – Retida no estabelecimento farmacêutico” e a “2ª via – Devolvida ao Paciente”, com o carimbo comprovando o atendimento. Essencial: Os doutores acreditam que uma campanha de divulgação por parte dos Conselhos Regionais de Odontologia nos laboratórios e farmácias seria uma maneira de conseguir a aceitação desses exames solicitados pelos CDs? Drs. Fernando Jorge De Paula e Moacyr da Silva: Sim, é importante que os Conselhos Regionais de Odontologia realizem campanhas de divulgação, porém com informações fundamentadas, e não com os “achismos” de sempre. Nada adianta fazer uma campanha para afirmar que o CD pode prescrever antibiótico, anti-inflamatório, antisséptico etc. Também não adianta citar que o CD pode prescrever medicamentos de uso controlado sem especificar quais, quando e como devem ser utilizados. Assim, em uma primeira etapa, a campanha deve ser vinculada ao próprio CD e em outra, aos farmacêuticos. Em relação à solicitação de exames, esta já foi mais vinculada em alguns jornais de Odontologia, porém, como o assunto é recorrente, também deveria ser em publicações de orientação. Essencial: Os doutores poderiam falar um pouco sobre o lançamento do livro Deontologia Ética e Legislação Odontológica? Drs. Fernando Jorge De Paula e Moacyr da Silva: É muito importante também que essa Regional da APCD se preocupe com esse tema e esclareça seus associados, pois o que temos observado é que esse assunto é abordado de forma superficial e sem fundamentação legal. Para suprir essa lacuna, o prof. dr. Moacyr da Silva, o prof. Rogério Zimmermann e eu, dr. Fernando Jorge, escrevemos um livro a respeito de Deontologia Odontológica: ética e legislação, que será lançado em breve pela Editora Santos do Grupo Gen. Esse livro trata especificamente sobre os direitos e deveres do profissional cirurgião-dentista, inclusive, esse assunto foi abordado, com ênfase na atuação ética que o profissional deve ter e procurando ainda preparar o CD a entender e se defender caso venha a ser acionado judicialmente.
Dr. Fernando Jorge De Paula – cirurgião-dentista e advogado; pós-graduado em Saúde Pública; especialista em Endodontia; especialista em Odontologia Legal; doutor em Ciências Odontológicas pela Fousp; professor de Deontologia e Odontologia Legal I e II da Faculdade de Odontologia da Unisanta/Santos. Dr. Moacyr da Silva – professor titular de Odontologia Legal da Fousp; professor de Deontologia e Odontologia Legal I e II da Faculdade de Odontologia da Unisanta/Santo.
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dr. Morganti. Ele cita três regras básicas para a sedação ser um sucesso. O dentista precisa: 1) ser paciente, pois o indivíduo sedado será pouco cooperante; 2) realizar uma aplicação de anestesia local muito bem feita, porque a sedação não tira a dor; e 3) fazer boa aspiração de todos os líquidos: saliva, sangue ou soro, pois o paciente pode engasgar. Os tipos de sedação que existem são: a inalatória, que é o óxido nitroso, e a endovenosa. O óxido nitroso é um gás anestésico que é tido como gás hilariante, o qual oferece sensação de bem-estar. Por via endovenosa, associa-se as drogas Dormonid com Fentanil, que são drogas anestésicas, uma é um hipnótico sedativo e a outro é derivado de ópio, que hoje em dia é sintetizado em laboratório – elas conferem um No aguardo da passagem do efeito da sedação efeito hipnótico-analgésico. Após a adequação da clínica às exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e depois de largura; corredores que permitam manobra em situações de de aprovado seu funcionamento, dr. Morganti recebeu a licença emergência; macas que façam manobras; retiradas do paciente para adquirir as medicações de um distribuidor legalizado, prinem situações de urgência; elevador de transporte para paciente e cipalmente com relação a entorpecentes e drogas controladas. equipe de emergência; carrinho de ventilação e torpedo de oxiHoje, além da parceria com profissionais da odontologia, a clígênio. “Além disso, estacionamento para ambulância e, se posnica Morganti cede seu espaço a outros anestesistas para realizar sível, hoje em dia, o heliponto, que não é uma exigência, mas é cirurgias com odontólogos. Tudo dentro da lei. uma facilitação para o transporte do paciente”, diz dr. Morganti. Não param por aí. Para o exercício da sedação, você tem de ter contrato com um hospital, laboratório e banco de sangue de retaguarda e não pode ter pia dentro do consultório em que se encontra o ambiente cirúrgico. “Após essas exigências, o profissional pode exercer a sedação no consultório. Como já disse, o próprio Conselho Regional de Medicina (CRM) não disse que é proibido. Ele desaconselha, se você não está enquadrado na lei.” Com todas essas prerrogativas, torna-se impraticável e oneroso a sedação no consultório. Pensando nisso e após estudo e planejamento, dr. Morganti procurou uma localização na capital paulista que unisse o estabelecido pela lei e as condições necessárias para a aplicação da sedação em parceria com os cirurgiões-dentistas. Não foi fácil. “Pensei, tenho que fazer a coisa certa, ou procuro o lugar certo ou paro de fazer sedação, porque estou arriscando a minha profissão e a vida do paciente.” Após longa procura, o dr. Morganti encontrou no edifício anexo ao Hospital Alvorada, no bairro do Ibirapuera, o ambiente ideal. “Esse é o único prédio em que o hospital está aclopado. Ele é tido como Complexo Hospitalar Alvorada, com todas as características exigidas pela lei que já mencionei.” Para sedar o paciente, as medicações e os princípios são os mesmos de uma endoscopia. A diferença é que, em endoscopia, você entra com uma dose maior logo de início, diferentemente da sedação em odontologia, que se denomina sedação consciente. Esse procedimento é com drogas endovenosas. “É um paciente que, sedado, sem estímulo, dorme, mas se estimulado, No caso de emergência equipamento disponível corresponde. Só que ele não se lembra do acontecido”, explica 18
e n trevi s ta Peter Soer *
Unilever lança novo gel dental no mercado brasileiro *Vice-presidente sênior Global de Oral Care da Unilever Essencial: Qual a estratégia e o posicionamento da Divisão de Oral Care da Unilever? Peter Soer: A estratégia da Unilever Global denomina-se “a bússola”. Baseia-se em ajudar a vida de muitas pessoas ao redor do mundo, sem causar danos ao meio ambiental. Nossos produtos: detergentes para roupas, cremes dentais, sabonetes, entre outros, ajudam a contribuir para o bem-estar geral das pessoas. Acreditamos que precisamos vender mais de nossos produtos, pois vendendo mais, ganhamos mais e, assim, podemos reinvestir, gerar mais empregos, as pessoas ganham em qualidade de vida, consomem mais, a economia cresce. O segmento Oral Care, que é a nossa categoria, é um ótimo exemplo, porque sem uma boca saudável não existe saúde em termos gerais, não existe saúde total. Acreditamos que com cremes dentais, com as escovas e ensinando as pessoas a maneira correta de escovação pode reduzir bastante a incidência desses problemas em toda a família, desde a criança até o avô. O que nós oferecemos é uma boca sem problemas, portanto, sem dor e sem cáries, com hálito fresco, dentes brancos, o que aumenta a confiança das pessoas para que elas possam sair e cumprir a sua rotina e se aproximar uns dos outros sem nenhum tipo de preocupação quanto a isso. A Oral Care está no coração da estratégia, é a bússola da Unilever. Essencial: Quais são as oportunidades de mercado vislumbradas pela empresa? Peter Soer: É uma estratégia muito simples. No coração deste mercado há cremes dentais, escovas e enxaguatórios bucais. No entanto, na maioria dos mercados, você tem uma oportunidade imensa de fazer as pessoas escovarem os dentes pelo menos duas vezes ao dia. Uma vez estabelecido o hábito – que é o mais difícil –, você começa a incrementar os benefícios. Então, um deles, por exemplo, seria um produto que ofereça mais brancura. Em cima da saúde básica, que seria o anticáries, você coloca um extra de brancura ou, outro exemplo, produtos para saúde bucal completa que se preocupam com o cuidado das gengivas. Essencial: Poderia falar sobre a amplificação da linha de produtos e seu público-alvo? Peter Soer: Temos duas marcas: a de saúde familiar, que tem nomes diferentes em várias partes do mundo, e a marca de confiança jovem, que é o gel CloseUp. No Brasil, nosso negócio é todo baseado em CloseUp, lançado aqui nos anos 70. A Unilever trouxe para o mercado brasileiro e criou o gel. Com o CloseUp introduzimos um modelo diferente de creme dental: colorido, para jovens, mais interessante. Sabemos que algumas pessoas acham que o gel não é um produto tão eficiente no cuidado oral. Isso é um erro, porque os géis são, tão bons quanto as pastas e em alguns aspectos até melhores. Por exemplo: o gel carrega tanto flúor quanto uma pasta branca e tem um efeito bactericida. Dá frescura duradoura e é delicado com os esmaltes dos dentes, o que é bom; por esse tipo de cuidado, o que pouca gente sabe, é que ele é menos abrasivo que as pastas brancas. Nossa missão com o CloseUp é continuar motivando os jovens a escovar com um produto que colorido, fresco, saboroso, mas, ao mesmo tempo, trazer-lhes a segurança de que é um produto de muita qualidade e que entrega os benefícios básicos de saúde. Nossa última novidade é o lançamento do White Now. Foi lançado primeiro na Europa. Tem dois sabores: um fresco e outro muito fresco, que se chama Ice Cool Mint. Com esse produto trouxemos uma grande inovação em embalagem,
a brancura e a transparência, e que fosse realmente muito chamativo. É uma embalagem de plástico transparente de PET, e a gente vê, pelo exemplo da Europa, que as pessoas gostam tanto, que muitas vezes guardam a caixinha. Todo mundo quer dentes mais brancos, mas tem medo de uma abrasão muito pesada dos dentes ou de uma ação química muito forte. Esse produto atua de duas maneiras: tanto tem a parte que remove as manchas superficiais nos dentes ao longo do tempo quanto a parte, que é a mais interessante, revolucionária, que contém um princípio do corante chamado Blue Covarine, o qual adere a superfície do dente e, por meio de tecnologia ótica, faz com que o amarelo seja percebido como branco. Essa película é azul. Então, quando a luz bate no azul sobre o amarelo, vira branco, sem abrasão adicional e sem ação química, então é a brancura saudável. Essa é a nossa grande inovação para atingir o público na faixa etária dos 18 aos 24 anos. O produto já se encontra em lojas e com propaganda maciça em tevê. O valor unitário gira em torno de R$ 3,49. Essencial: Sua opinião sobre a parceria com a World Dental Federation (FDI). Peter Soer: A resposta é curta. Adoramos a parceria com a FDI, que é uma parceria muito interessante pra gente. E o poder dessa relação está no fato de que a gente divide o mesmo objetivo, que é melhorar a saúde bucal das pessoas em todo lugar no mundo. Essencial: Qual a estratégia da empresa para se aproximar dos profissionais de Odontologia? Peter Soer: Na verdade, nossa estratégia é justamente o que acabei de descrever: por meio da FDI, trabalhar com os dentistas buscando essa missão de saúde melhorada no mundo todo. Isso é interessante para os dentistas porque dá outra magnitude ao trabalho deles, ao invés de pensar somente “eu vou fazer mais ainda para minha clínica odontológica”, ele vai mais adiante: o profissional tem um papel social e político dizendo que trabalha com a Unilever e com a FDI para “melhorar a saúde geral da população”. Essencial: Para finalizar, poderia discorrer sobre o mercado de produtos whitening? Peter Soer: A gente entende que o whitening é um dos benefícios mais interessantes. Todos querem dentes brancos. Mas existem muitas barreiras impedindo que as pessoas ou acreditem em uma promessa de brancura ou, acreditando, comprem uma promessa de brancura. E um dos exemplos de produto que contradiz isso e que mostra um caminho é o White Now, que oferece um benefício real, sem a questão mecânica ou do branqueamento químico, sem agressividade. Nesse momento, hoje, o segmento de branqueamento, de brancura, é o que cresce mais rapidamente no mercado global. E isso deve continuar. E nós queremos que continue porque somos a companhia nesse mercado de Oral Care Global que lidera o segmento de whitening. Nós somos a companhia que lançou dentes visivelmente mais brancos em quatro semanas, depois disso, em duas semanas. E agora o White Now. Nós acreditamos, portanto, no segmento de whitening, e vale ressaltar que lideramos o número de publicações acadêmicas na área de whitening globalmente. Uma das coisas que a gente está estudando e quer aprender mais é a questão da brancura em diferentes estágios de vida da pessoa.
O jornalista Israel Correia de Lima viajou a Salvador, na Bahia, para participar do Congresso Mundial Anual da Federação Dentária Internacional (FDI) a convite da Unilever. Participaram da entrevista: Alexandre Sardo – diretor de marketing no Brasil de Oral Care; Tatiana Lemos – diretora de marketing para a América Latina de Oral Care.
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CU R I O S I D A D E S
Uma esquisita dor de dente* Nem sempre é a pedra do poeta que está em nosso caminho. Imagine quando ela surge na forma de dor de dente, atravanca sua vida e muda involuntariamente seu destino. Será que estava escrito nas estrelas? Ou será que Sófocles tem razão quando diz, ao finalizar sua maravilhosa peça trágica Édipo rei: “E agora, vede em que mar de tormento ele se afunda! Por esta razão, enquanto uma pessoa não deixar esta vida sem conhecer a dor, não se pode dizer que foi feliz”. Pois bem, aos 56 anos de idade é um homem forte e saudável que gosta do seu trabalho, não reclama da vida e gaba-se de jamais ter ido ao médico ou de passar por qualquer cirurgia, exceto por algumas extrações de dentes. Repentinamente, surge-lhe uma fortíssima dor no dente pré-molar inferior direito que o obriga a visitar o dentista, o qual lhe trata o canal do dito cujo; e assim a vida continua. Tão boa como antigamente. Um mês depois o inesperado: a dor fortíssima reinicia e no mesmo dente. Pior, não consegue tocá-lo, escová-lo, mastigar, beijar seu filho e sequer triscar no dente com a bochecha ou com a língua, pois essas simples e agradáveis tarefas corriqueiras explodem numa sensação que é misto de um terrível choque-elétrico e uma dor inenarrável, que o paralisam. Assustou-se na primeira vez que a sentiu, apavorou-se quando se repetiu. Rapidamente retorna ao dentista, que refaz o canal, não uma, mas quatro vezes, sem melhora da terrível dor. Passam-se dois anos com períodos de melhora e de piora da dor. Nesta altura, dizem-lhe que está muito nervoso. Como se pudesse ficar calmo com essa “desgraça”. E, naturalmente, fica mais nervoso e com mais dor. Mas é melhor relaxar. Passados alguns meses reconhece que seu trabalho é estressante e já não consegue realizá-lo plenamente. Não sabe se a dor tirou o gosto pelo trabalho ou se é ele que a aumenta. Segue conselhos e resolve aposentarAfinal, dera sua dose honesta de trabalho, praticamente sem uma falta, nos 35 anos de ...uma dor -se. atividade. Ironicamente, sua dor não se aposenta... E agora, remédios não funcionam. Segue de dente mudou outro conselho, como a vida em São Paulo é agitada, imagina que mudando e convivendo tranquilidade de uma cidade do interior tudo voltará ao normal. Ilusão. Mantém-se a minha vida, fez- na rotina de dor e sofrimento. Passaram-se mais dois anos. Uma noite, desesperado por causa de uma terrível crise de me chorar e clamar dor, sai a esmo pelas ruas à procura de um pronto-socorro dentário, onde implora que lhe por Deus... removam aquele dente. Finalmente, livrara-se do “bendito” dente; e medita – “deveria ter tomado essa decisão bem antes”. Anestesiado, volta “leve” e feliz para casa, onde, cerca de uma hora mais tarde, acabando a anestesia, algo o alerta: sente, lentamente, desesperadamente, que a dor retorna. Enlouquecedora! Sai correndo, tem quase 60 anos, mas chora como uma criança; ergue os olhos nublados para o céu noturno, vê estrelas faiscando, que brilham ainda mais quanto mais lágrimas lhe rolam pelo rosto. Tem vontade de suplicar a Deus que o ajude... Soluça! Caminha à toa, sem rumo, impotente. Ele que sempre acreditou em instituições, nos médicos e nos dentistas, agora não sabe o que fazer. Sem perceber, está de volta ao pronto-socorro; implora que lhe removam o dente incisivo lateral direito (dois dentes à frente), pois a dor está concentrada nele agora e, provavelmente, era ele a causa do seu martírio. A anestesia cessa-lhe a dor; tem uma sensação de profundo bem-estar. Pensa: se eu contasse que apenas uma dor de dente mudou minha vida, fez-me chorar e clamar por Deus, nem sei se alguém acreditaria. Agora, sem o outro dente, retorna para casa, mais calmo, mas temeroso, torcendo ingenuamente para que o efeito da anestesia jamais acabasse. Mas, como tudo na vida, ela também acaba, e, ironia, lá está a sua dor. Não sabe mais o que fazer, entra em desespero novamente; sai à cata de outros profissionais e recebe sugestões. Não, ele não quer sugestões e suposições; apenas e tão somente gostaria de saber o que tem. “Preciso encontrar uma alma caridosa que me ajude”, suplica em pensamento. Decide voltar a São Paulo, onde encontra essa alma que lhe diz o que tem, que o medica e que o livra da dor. Como por encanto, com um simples remédio, pensa. Sua doença? Neuralgia do trigêmeo, uma falsa dor de dente. “A dor no dente que não é dor de dente”. Ela mudou completamente os rumos da sua vida: aposentou-se cedo, mudou-se da cidade que amava, perdeu alguns dentes, sofreu, e muito. Mas voltou a sentir-se feliz. Ainda acorda assustado algumas vezes ao sonhar com a dor, mas respira aliviado quando toca os dentes restantes e não mais a sente. *Do livro Dores mudas: as estranhas dores da boca, da Editora Artes Médicas, São Paulo.
Dr. José Tadeu Tesseroli de Siqueira – Supervisor da Equipe de Dor Orofacial da Divisão de Odontologia do Hospital das Clínicas – FMUSP 22
E M T E MP O
Dr. Fábio Bibancos
Com vocês... o melhor dentista do mundo!
As finalistas: Bruna Ganzarolli, Nícia Paranhos, Anna Cristina Tennan, Carmem Falcon e Maria de Fátima Menezes A cerimônia de entrega do prêmio Sorriso do Bem 2010 contou com a presença de amigos e artistas voluntários para celebrar os resultados da organização, homenagear os melhores dentistas e conferir o título de Melhor Dentista do Mundo ao profissional que mais fez pela sua comunidade. Depois de seis meses de trabalho árduo, milhões de preparativos e muita expectativa, finalmente chegou o tão esperado Sorriso do Bem 2010. Durante os dias 15 a 18 de outubro, dentistas do Brasil todo, de nove países da América Latina e de Portugal estiveram hospedados no Hotel Mercure para uma série de palestras sobre os projetos da Turma do Bem, odontologia, empreendedorismo social e ainda participaram de várias atividades externas. O objetivo dessa capacitação, que acontece todos os anos, é motivar nossa rede de dentistas voluntários mais antigos e, no caso dos novos na rede, capacitá-los para implementar o projeto em sua cidade. Foram momentos de muito aprendizado, troca de experiências e muita emoção. Como acontece todos os anos, ao final das atividades houve a grande celebração e premiação dos dentistas. Assim, no dia 18 de outubro, segunda-feira, aconteceu a 5ª edição do Prêmio Sorriso do Bem, realizada no HSBC Brasil, em São Paulo. O evento foi apresentado voluntariamente por artistas e amigos da Turma do Bem, como: Alice Braga, Rodrigo Lombardi, Glória Menezes, Tarcisinho, Sarah Oliveira, Daniela Cicarelli, Lu Grimaldi, Eliana, Luisa Mel, Chiara Gadaleta e Dudu Bertholini. As cantoras Paula Lima, Simone Gutierrez e Eugênia de Melo e Castro também se apresentaram na festa. O comediante Otávio Mendes arrancou gargalhadas dos convidados com suas personagens Xanaína e Irmã Selma.
Melhor dentista do mundo O prêmio Sorriso do Bem foi a forma que encontramos de homenagear parceiros, empresas, instituições e principalmente o engajamento dos 8
mil dentistas voluntários da Turma do Bem. E neste ano a novidade foi o prêmio de Melhor Dentista do Mundo. Carmen Cristina Carvalho Falcon, do Rio de Janeiro, foi a mulher que, com sua garra, perseverança e força, merecidamente ganhou o prêmio. Carmen é tão engajada que revolucionou a realidade do projeto na metrópole carioca. No Rio de Janeiro, o desafio sempre foi fazer os dentistas chegarem às crianças mais necessitadas, em virtude da complexidade geográfica da cidade. Tijucana despachada, cheia de charme e mãe de dois filhos, ela conseguiu articular uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação e garantiu o acesso às escolas da cidade, batendo um número recorde de triagens. O resultado é que as crianças que vivem nos morros conseguiram finalmente ser triadas e encaminhadas para os voluntários cariocas. Carmen conheceu a Turma do Bem por meio de uma reportagem e desde então passou a multiplicar o projeto como ninguém. “Quando você vê alguém que precisa e valoriza essa ajuda, a maneira como essa pessoa te olha, te agradece no semblante após o tratamento, não tem preço. A emoção indescritível dá um oxigênio na vida da gente”, diz ela. Nos últimos tempos ela enfrentou um problema de saúde, mas nem mesmo isso a tirou de combate: dividindo a coordenação do projeto com colegas notáveis, ela conciliou o tratamento de um câncer com o seu comprometimento em ajudar as crianças, alcançando super resultados. E ganhou! Em várias frentes! Sem dúvida, Carmen Falcon é a melhor Dentista do Mundo. Além de Carmen, quatro coordenadoras foram mais além na defesa da causa, criando novos modelos e obtendo resultados incríveis. Manutenção, Inovação, Expansão e Revelação são as categorias que criamos para destacar essas quatro mulheres extraordinárias. Nícia de Mattos Paranhos Arruda, coordenadora de Igaraçu do Tietê, agita as redes sociais e aciona todo mundo a partir da internet. Coordenando o projeto em Niterói, Maria de Fátima Menezes teve uma ideia tão simples que nunca ninguém havia pensado antes: anexou ao processo uma conta de luz de cada criança autorizada e conseguiu que todas as comunicações com os meninos começassem a chegar no destino correto. Bruna Ganzarolli Costa é coordenadora na cidade de Pedreira. Não contente em ajudar apenas as crianças da sua cidade, abriu uma segunda frente em Jaguariúna. Apesar de bastante jovem, Bruna já consolidou o Dentista do Bem na sua cidade e teve a iniciativa de expandir a rede para um município próximo. Em Teresópolis, Anna Cristina Tennan virou dentista sensação na cidade. De discreta em 2009, sua coordenação do projeto em 2010 alcançou resultados tão impactantes que colocaram a saúde bucal na pauta da Educação: são agora as escolas e instituições que lhe pedem triagens.
Outros premiados Prêmio - Melhores Dentistas do Bem: Fernanda Silva, de São Paulo; Silvana Puglisi Spadaro, de São Paulo; Marcos Jordão Napoli, de São Paulo; Wladimir Kioshi de Oliveira, de São Bernardo do Campo (SP); Thales Henrique Rodrigues, de Porteirinha (MG) Prêmio - Melhores Coordenadores Internacionais: Virgínia Milagre, de Lisboa (Portugal); Elizabeth Téllez Gomes, de Bogotá (Colômbia)
Turma do Bem - Dentista do bem - www.turmadobem.org.br - faleconosco@turmadobem.org.br 24
NOTAS
III Curso de Especialização em Implantodontia No mês de setembro teve início na APCD-Jardim Paulista o curso da 3ª Turma de Especialização em Implantodontia, coordenado pelo professor Clarindo Mitiyoshi Yao. Destaca-se nesse curso a relação multidisciplinar envolvendo o planejamento cirúrgico e proteico de casos simples e complexos. Os alunos terão a oportunidade de realizar procedimentos com as modernas técnicas de implantodontia envolvendo procedimentos estéticos, cargas imediatas para dentes unitários e múltiplos, All-on-4, implantes zigomáticos, enxertos ósseos e gengivais e periodontia com ênfase em estética e implantes. Da esq. p/ a dir., professores Antônio Fagá Jr., Clarindo Mitiyoshi Yao (coordenador) e Marcelo Bassani
Comemoração de aniversário na Implantodontia A animada turma do curso de Atualização em Implantodontia da APCD-JP se reuniu no mês de outubro para comemorar o aniversário de seu coordenador, Dr. Odair Borghi. A partir da esquerda: Otávio, Willy, João Vitor, Cida, Nilson, prof. Odair, Prof. Ricardo, Mateus, Dennis, Wagner, Ingrid, Leila, Vania, Letícia, Leonardo, Prof. Cláudia, prof. Paulo e Oswaldo Ogata.
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i n di c ador
p ro f i s s io n al
ATENDIMENTO DOMICILIAR
DIAGNÓSTICO BUCAL
IMPLANTE
PERIODONTIA
Marcelo Lopes Costella Clínica Geral - CRO 83.647 Av. Doutor Arnaldo, 1504 Sumaré (SP) (11) 3862-7945 e 3872-1164 costella@uol.com.br
Sérgio Kignel Diagnóstico Bucal - CRO 26.239 R. Oscar Freire, 465 - Cj. 11 Jardim América (SP) (11) 3062-3777
Rodrigo Tadashi Martines Implantodontia e Cirurgia Oral CRO 60.052 Rua Vergueiro, 1.353 - Cj. 306 Paraíso (SP) (11) 3253-4723 tadashi@liesetadashi.com
Clarindo Mitiyoshi Yao Periodontia e Implantodontia CRO 25.555 R. Gironda, 189 Jardim Paulista (SP) (11) 3887-4010
Tania Barjud Bugelli Clínico Geral - Periodontia CRO 58.493 Pacientes com necessidades especiais Atendimento domiciliar e hospitalar Rua João Cachoeira, 488 - Cj. 109 Itaim Bibi (SP) (11) 3168-0362 e 9116-7843 drataniabb@yahoo.com.br
Daniel Kherlakian Endodontia - CRO 37.535 R. Augusta, 2763 - Sobreloja Cerqueira César (SP) (11) 3082-2171 / 9454 dankher@uol.com.br
CIRURGIA Antenor Araújo Cirurgia Buco-Maxilo-Facial e Ortognática - CRO 5.428 Av. Jandira, 295 - Cjs. 1003 / 1004 Moema (SP) (11) 5054-1223 / 1501 R. Marcondes Salgado, 64 São José dos Campos (SP) (12) 3921-5354 e 3922-4678 bucomaxilo@drantenor.com.br Carlos Veloso Salgado Cirurgia Buco-Maxilo-Facial e Implantodontia - CRO 35.742 R. Maestro Cardim, 560 - Cj. 111 Paraíso (SP) (11) 3266-2493 Ricardo Thomé Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial e Clínica Geral - CRO 16.546 R. Tabapuã, 821 - Cj. 28 Itaim Bibi (SP) (11) 3168-4484 e 3079-9157 (res.) Roger William Fernandes Moreira Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial - CRO 55.929 R. Jesuíno Arruda, 676 - Cj. 21 - 2º andar - Itaim Bibi (SP) (11) 3078-8264 e (19) 8140-2015 roger@fop.unicamp.br secroger@fop.unicamp.br
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ENDODONTIA
Mário Luis Zuolo Endodontia - CRO 23.690 R. Canário, 784 - Moema (SP) (11) 5055-0908 / 7420 mlzuolo@uol.com.br Nelson Sabino de Freitas Endodontia e Prótese CRO 11.480 R. Frei Caneca, 1212 - Cj. 73 Cerqueira César (SP) (11) 3289-8016 nelsonsabinof@hotmail.com
Ronei Faizibaioff Implantes, Prótese sobre Implante e Estética - CRO 33.652 Al. Lorena, 1304 - Cjs. 2F / 3F Jardim América (SP) (11) 3062-9226 e 3086-3369 faizibaioff@gmail.com ORTODONTIA Alexandre A. Melo Cortese Ortodontia - CRO 47.345 R. Virgílio Várzea, 58 Itaim Bibi (SP) (11) 3168-3554 / 6873 cl.cortese@uol.com.br
Glécio Vaz de Campos Microcirurgia Plástica Periodontal e Periimplantar - CRO 26.359 Av. Dr. Cardoso de Melo, 1470 Cj. 809 / 810 Vila Olímpia (SP) (11) 3044-6025 glecio@terra.com.br Mônica Reggi Reis Silva Periodontia, Plástica Periodontal, Estética, Implantes - CRO 29.607 R. Turiassú, 127 - Cj. 143 Perdizes (SP) (11) 3666-9202 / 5772 e 7207-1497 monicareggiodontologia@hotmail.com PRÓTESE DENTÁRIA
Juliana Melo Cortese Ortodontia - CRO 67.337 R. Virgílio Várzea, 58 Itaim Bibi (SP) (11) 3168-6873 e 3168-3554 cl.cortese@uol.com.br
Antonio Fagá Júnior Prótese - CRO 25.528 R. Cubatão, 929 - Cj. 33 Vila Mariana (SP) (11) 5572-8886
Gilberto Cortese Ortodontia e A.T.M. CRO 2.884 R. Virgílio Várzea, 58 Itaim Bibi (SP) (11) 3168-3554 / 6873 cl.cortese@uol.com.br
Eurípedes Vedovato Prótese e Estética CRO 25.739 R. Gironda, 186 Jardim Paulista (SP) (11) 3887-4433 / 8482 vedovatopin@uol.com.br
Maria Angélica P. Vedovato Dentística Restauradora e Estética - CRO 25.738 R. Gironda, 186 Jardim Paulista (SP) (11) 3887-4433 / 8482
José A. Marques Jr. Ortodontia (RNO-Planas) e ATM CRO 24.256 R. Augusta, 2709 - 12º andar Cerqueira César (SP) (11) 3083-0422 odontologiamarques@terra.com.br
Flávio Luiz Iacobucci Prótese e Dentística CRO 24.192 Av. Nove de Julho, 5483 - Cj. 23 Jardim Paulista (SP) (11) 3079-3036
Mario Sergio Limberte Estética - CRO 3268 Ed. Trade Tower R. Helena, 218 - Cj. 709 Vila Olímpia (SP) (11) 3044-1816 mlimberte@uol.com.br
Marta T. Kuczynski Ortodontia e Odontopediatria CRO 29.592 R. Pedroso Alvarenga, 1255 Cj. 54 - Itaim Bibi (SP) (11) 3168-8905
Paula Zingg Endodontia - CRO 45.377 Av. Nove de Julho, 5483 Cj. 123 - Jardins (SP) (11) 3079-0775 pzingg@hotmail.com Sérgio Martins Endodontia - CRO 51.857 Al. Joaquim Eugênio de Lima, 881 Cj. 408 - Jardins (SP) (11) 3266-4293 e 3284-3598 www.endoexcellence.odo.br ESTÉTICA
Sérgio Hideki Yasuda Prótese e Estética CRO 48.584 Av. Angélica, 2100 - Cj. 91 Higienópolis (SP) (11) 3257-9575 e 3258-2015 shyasuda@uol.com.br