lume Mato Grosso
Revista nº. 43 • Ano 6 • Setembro/2020
Pandemia sem fim Pag. 8 Edição Especial
COMO A COVID-19 COMEÇOU E PORQUE NUNCA VAI ACABAR OS DONOS DO MUNDO CORONA, UM VELHO CONHECIDO ALIMENTOS QUE FORTALECEM A COVID-19 VEIO PARA FICAR
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JOÃO CARLOS VICENTE FERREIRA Editor Geral
atipicidade do ano de 2020, por conta do Coronavírus, mexeu com a vida de todas as pessoas no Universo Terra. Por sermos um veículo de comunicação que aprecia o registro da história, dedicamos esta edição, de forma exclusiva, ao Covid-19, seus antecedentes históricos e as discussões em torno de como sair dessa crise que afetou a vida social e econômica do planeta. A Covid-19 fecha o mês de setembro exatamente como estava, em 11 de março deste ano, quando a Organização Mundial de Saúde admitiu que a epidemia podia ser considerada uma pandemia, ou seja, em completa situação de desencontros de informações sobre procedimentos de como estancar a propagação do vírus. Com a chamada de capa de “Pandemia sem fim”, buscamos sensibilizar o leitor com os riscos que estamos sujeitos à infecção e transmissão. Afinal de contas, queda acentuada de mortes e de casos oficialmente registrados não significa que a pandemia vai acabar. Não vai não. A Covid-19 veio para ficar. Teremos que conviver com isso até que tenhamos uma vacina confiável. Laboratórios aceleram em pesquisas sobre a melhor vacina a ser produzida. Neste mês de setembro, existem mais de 100 vacinas em desenvolvimento, 9 estão numa fase (última etapa) de testes em milhares de pessoas mundo afora. Os primeiros resultados são esperados para outubro. Entre os gigantes do setor estão vacinas desenvolvidas pelo laboratório americano Pfizer, em parceria com a alemã BioNTech, e uma vacina da Universidade de Oxford, do Reino Unido. Incluindo-se teorias de conspirações, existe, também, a vacina da China, sendo testada
em vários países, no Brasil, a parceria é com o governo do estado de São Paulo. Em setembro os números apontavam, em Mato Grosso, queda acentuada de casos e de mortes. Segundo a SES/MT, até o dia 25 deste mês a pandemia havia matado 3.375 mato-grossenses e infectado outras 119.728 pessoas. No Brasil o número de mortos até essa data é de 140.707 e, no mundo todo, 979.435 pessoas perderam suas vidas, num universo de mais de 32 milhões de infectados com o vírus da Covid-19. O leitor vai se deparar, ao folhear as páginas desta edição histórica, com números, nomes, datas e feitos de pessoas, desde os mais remotos tempos da escrita registrada. Vai ter um comparativo de epidemias e pandemias, o que foi a gripe espanhola. Também irá observar a preocupação que temos com inconsequências e incongruências de pessoas sobre infecção e transmissão do vírus da Covid-19. Ainda não acabou. É necessário que retomemos o rumo de nossa economia, no entanto, temos que fazer diferente. Mudemos os nossos hábitos, notadamente com a higiene e distanciamento, usemos as ferramentas já conhecidas para contermos os contágios. Em vários países europeus a pandemia volta com força total neste setembro de 2020. Apesar de ser contestada por muitos, a OMS detém informações de que o número de mortos pode duplicar no próximo ano, pode chegar a dois milhões de vítimas. Portanto, a palavra de ordem é vigilância, testagem, rastreio de contatos, gestão de riscos e investimentos em terapias e na investigação de vacinas. Tenham uma ótima leitura.
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EXPEDIENTE
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ROSELI MENDES CARNAÍBA Projeto Gráfico/Diagramação OS ARTIGOS ASSINADOS NÃO SÃO DE RESPONSABILIDADE DE LUME MATO GROSSO, E SIM DE SEUS AUTORES. LUME - MATO GROSSO é uma publicação mensal da EDITORA MEMÓRIA BRASILEIRA Distribuição Exclusiva no Brasil RUA PROFESSORA AMÉLIA MUNIZ, 107, CIDADE ALTA, CUIABÁ, MT, 78.030-445 (65) 3054-1847 | 3637-1774 99284-0228 | 9925-8248 Contato WWW.FACEBOOK.COM/ REVISTALUMEMT Lume-line
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SUMÁRIO
18.
EPIDEMIAS, PANDEMIAS E AFINS
20.
INIMIGO INVISÍVEL
24. 30. 32. OS 10 MAIORES ASSASSINOS DA HISTÓRIA
VÍRUS, PROTOZOÁRIOS, RETROVÍRUS ETC
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MUTANTES EM AÇÃO
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38. 42. COMO ELES SURGIRAM?
46.
VACINAS
GUERRA BIOLÓGICA
58. 50.
PLANTAS MEDICINAIS
SUA IMUNIDADE
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Como a Covid-19 Começou e Porque Nunca Vai Acabar
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O mundo não mudou
té a pandemia de 2020 a perspectiva que se tinha do mundo era de que nos últimos 100 anos tudo havia mudado. Palestrantes fizeram fortuna falando sobre as mudanças fantásticas e a evolução da raça humana, no campo da ciência principalmente; os avanços na medicina, na tecnologia, nas comunicações, nos transportes. Parecia que realmente eram novos tempos. Conquistamos o espaço, visitamos a Lua, nossos robôs passeavam pela superfície de Marte. A internet havia ajudado a impulsionar as transformações de forma inimaginável. A economia globalizada dava a falsa ideia de que as riquezas agora poderiam ser melhor distribuídas. Havia uma sensação de progresso. Um ar de novo milênio, nova vida, novas perspectivas. Um mundo novo. Algo parecido com o imaginado por Aldous Huxley no livro “The Brave New Word”, de 1932. O homem, mais do que nunca, era o dono do mundo. A história da “gripe espanhola” estava definitivamente sepultada. O mundo moderno estava preparado para avançar em direção ao futuro, sem se preocupar com um passado onde doenças misteriosas matavam milhões. Apenas uns poucos historiadores e pesquisadores olhavam para aquele passado com certo receio, afinal os vírus não haviam sido extintos, pelo contrário, estavam cada vez mais fortes, mais resistentes, mais diferentes.
Para as pessoas comuns, a história da peste de 1919 era algo distante, irreal, um folhetim meio surreal, escrito por Nelson Rodrigues: “A gripe foi justamente a morte sem velório. Morria-se em massa. E foi de repente. De um dia para o outro, todo mundo começou a morrer. Os primeiros ainda foram chorados, velados e floridos. Mas quando a cidade sentiu que era mesmo a peste, ninguém chorou mais, nem velou, nem floriu. O velório seria um luxo insuportável para os outros defuntos… Durante toda a Espanhola, a cidade viveu à sombra dos mortos sem caixão. Morrer na cama era um privilégio abusivo e aristocrático. O sujeito morria nos lugares mais impróprios, insuspeitados: na varanda, na janela, na calçada, na esquina, no botequim. Normalmente, o agonizante põe-se a imaginar a reação dos parentes, amigos e desafetos. Na Espanhola não havia reação nenhuma. Muitos caíam rente ao meio-fio, com a cara enfiada no ralo. E ficavam lá, estendidos, não como mortos, mas como bêbados. Ninguém os chorava ninguém. Nem um vira-lata vinha lambê-los. Era como se o cadáver não tivesse nem mãe, nem pai, nem amigo, nem vizinho, nem ao menos inimigo. A forma de lidar com os corpos era igualmente aterradora. “Vinha o caminhão de limpeza pública, e ia recolhendo e empilhando os defuntos. Mas nem só os mortos eram assim apanhados no cami-
NELSON RODRIGUES
nho. Muitos ainda viviam. Mas nem família, nem coveiros, ninguém tinha paciência. Ia alguém para o portão gritar para a carroça de lixo: ‘Aqui tem um! Aqui tem um!’. E, então, a carroça, ou o caminhão, parava. O cadáver era atirado em cima dos outros. Ninguém chorando ninguém. Se os próprios familiares não mais tinham ânimo para rituais, os carregadores muito menos. Nem para esperar o desfecho da morte. E o homem da carroça não tinha melindres, nem pudores. Levava doentes ainda estrebuchando. No cemitério, tudo era possível. Os coveiros acabavam de matar, a pau, a picareta, os agonizantes. Nada de túmulos exclusivos. Todo mundo era despejado em buracos, crateras hediondas. Por vezes, a vala era tão superficial que, de repente, um pé florescia na terra, ou emergia uma mão cheia de bichos.
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De repente, passou a gripe. Com o fim da gripe as coisas não mais foram as mesmas. A peste deixara nos sobreviventes não o medo, não o espanto, não o ressentimento, mas o puro tédio da morte. Lembro-me de um vizinho perguntando: ‘Quem não morreu na Espanhola?’. E ninguém percebeu que uma cidade morria, que o Rio machadiano estava entre os finados. Uma outra cidade ia nascer. Logo depois explodiu o Carnaval. A pandemia passou e, no Brasil, o Carnaval de 1920 representou um desafogo e a euforia geral tomou conta da população. E foi um desabamento de usos costumes, valores, pudores. Exatamente como antes”. Eles não atentaram para o fato de que Nelson Rodrigues era um cronista e os cronistas são historiadores por natureza e não contistas. Em 2020 eles iam entender isso da pior maneira, e perceber que o mundo não havia mudado. E mais: que o homem nunca foi o dono dele. As autoridades brasileiras ouviram com descaso as notícias vindas da Europa sobre a pandemia de gripe. Acreditava-se que o oceano impediria a chegada do mal ao país. Mas, essa aposta se revelou rapidamente um engano. Um navio, com o doce nome de Demerara, trouxe a peste até a costa brasileira.
CENA 1 – 1919 GRIPE ESPANHOLA
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Em pouco tempo a pandemia havia se instalado. As pessoas tinham medo de sair à rua. Sem hospitais, muitos morreram em casa. Quem tinha condições deixou a cidade grande, refugiando-se no interior, onde a gripe não tinha aparecido. Diante do desconhecimento de medidas terapêuticas para evitar o contágio ou curar os doentes, as autoridades aconselhavam apenas que se evitasse as aglomerações. Imagine a avenida Paulista sem congestionamentos ou pessoas caminhando pelas calçadas. Bancos, repartições públicas, teatros, bares e tantos outros estabelecimentos fecharam as portas ou por falta de funcionários ou por falta de clientes. As estimativas do número de mortos em todo o mundo durante a pandemia de gripe, entre 1918 e 1919 variam entre 20 e 50 milhões. Nos jornais multiplicavam-se receitas: cartas enviadas por leitores. Havia quem recomendasse pitadas de tabaco e quei-
ma de alfazema ou incenso para evitar o contágio e desinfetar o ar; ou tomar sal de quinino e chá de limão... No dia 14 de janeiro de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que um novo vírus da cepa Corona havia causado uma morte na China e que havia o risco de um surto. “Foram registrados 41 casos de pneumonia em Wuhan, cidade do centro da China, e exames de laboratório mostraram que eles podem ser resultantes de um novo tipo de corona vírus. Um dos pacientes morreu”, dizia um lacônico comunicado da OMS. No dia 15 de fevereiro a doença já havia matado 132 pessoas e infectado quase 6 mil em 17 países. China, Tailândia e Austrália iniciam quarentenas para tentar barrar o vírus. O governo central amenizava a situação, dizendo que não havia motivo nem lei para se fazer quarentena no País. As autoridades brasileiras continuaram não vendo perigo nenhum no novo vírus,
tia a cena da avenida Paulista sem congestionamentos ou pessoas caminhando pelas calçadas, bancos, repartições públicas, teatros, bares e tantos outros estabelecimentos fechados... Preocupadas com o colapso da economia, as autoridades aconselham apenas que se evitasse as aglomerações, mas que as pessoas voltassem ao trabalho usando prosaicas máscaras feitas de tecidos, já que não haviam equipamentos para atender à demanda crescente. Na internet, multiplicavam-se receitas caseiras. Havia quem dissesse que diga que o clima subtropical predominante no País iria impedir o vírus de se proliferar ou que em poucos dias a pandemia chegaria ao fim; havia recomendasse tomar água tônica (por ter quinino) e chá de limão... Segundo o Painel Interativo do Ministério da Saúde, ao final de setembro de 2020 os números de infectados e mortos, apenas no Brasil em torno de 5 milhões de pessoas infectadas e aproximadamente 140 mil óbitos. A Organização Mundial de Saúde apontava que no mundo todo teriam ocorrido, de janeiro até o dia 18 de setembro, 30.055.710 de casos confirmados e 943.433 mortes.
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mesmo depois do Ministério da Saúde identificar os três primeiros casos suspeitos: uma estudante de 22 anos de Minas Gerais que esteve em Wuhan; e outros dois casos parecidos em Porto Alegre e em Curitiba. No dia 26 de fevereiro o Brasil registrou a primeira morte. Um mês depois o País já tinha 3.417 casos confirmados e 92 mortes. Várias cidades e Estados haviam iniciado quarentenas por conta própria. O governo federal continuava negando a periculosidade do vírus, sua letalidade, capacidade de contágio etc... E pior, criticava prefeitos e governadores apavorados com a tragédia iminente. No dia 15 de abril o vírus já havia infectado pelo menos 1,9 milhão de pessoas em 193 países e matado 125 mil pessoas. O Brasil bateu seu recorde de mortes diárias: 204, somando 1.532 óbitos. Parecia muito, mas uma pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio de janeiro (PUC-Rio) indicou que os números divulgados pelo governo representavam apenas 8% dos casos no país; o número real podia ser até 12 vezes superior ao oficial. As pessoas passaram a ter medo de sair às ruas. Cem anos depois, se repe-
CENA 2 – 2020 COVID-19
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les estão em toda parte, no ar, em crateras de vulcões, no fundo do mar, congelados no polo norte, no subsolo e até e dentro de nós. Eles dominam o mundo: os cientistas estimam que representem aproximadamente 45% da biomassa do planeta e 78% dos seres vivos - apesar de que nem todos podem ser considerados “seres” e muito menos “vivos”. Para estimar quantos são, desenvolveram uma fórmula e chegaram a um número: a quantidade de bactérias só teria 28 zeros. Comparativamente significa que, para cada estrela do Universo visível, há 10 milhões de bactérias nos mares. Só na água... Isso quer dizer que, esteja onde você estiver e seja lá o que estiver fazendo nesse momento, saiba que não está sozinho. Existem mais bactérias andando por seu corpo que pessoas vivendo na terra. Estudos mostram que re-
presentem cerca de 5% do seu peso. Numa conta rápida, se você pesa 65 quilos, carrega com você mais de 3 quilos de bichos estranhos, bactérias etc. Em sua maioria são parasitas que se aproveitam dos nutrientes do organismo sem causar problemas. Enquanto você dorme, por exemplo, legiões de seres invisíveis se digladiam pelo direito de jantar os restos do seu corpo. Para elas, você é um restaurante onde água e comida jorram o tempo todo, na forma de água, sais minerais e gordura e proteínas. Cada um dos seus poros é uma dessas fontes por onde jorram delícias. É claro que nem todos são do mal. Muitos fazem muito bem para nosso organismo, é a chamada microbiota, um conjunto de microrganismos que habitam nosso corpo, cobrindo nossa pele, a mucosa da boca, o sistema respiratório e o trato gastrointestinal, onde aliás está a maior parte deles.
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Pesquisadores ainda não identificaram o ponto exato em que o vírus SARS-CoV-2 foi transferido de animais para humanos e se apresentou na forma de COVID-19. No entanto, uma coisa é clara: o novo corona vírus não será a última pandemia. Nações Unidas, 2020
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E aqui talvez esteja algo que você jamais imaginou: eles controlam até você. Os cientistas descobriram que o intestino tem mais neurônios que a espinha dorsal e age de forma independente do sistema nervoso central. Num tubo de aproximadamente 9 metros de comprimento, estão mais de 100 milhões de neurônios; 100 mil terminações nervosas e 80% das células imunológicas. E como as bactérias controlam tudo isso, logicamente controlam você. Se você vai ser gordo ou não, se vai gostar de frutas e verduras ou comidas gordurosas, são eles quem decidem, desde o seu nascimento – parte desses microrganismos são herdados da mãe, ainda dentro do útero, outros vão ser incorporados no momento do parto e o restante, vai se adquirindo ao longo da vida. “Sabemos que indivíduos com obesidade têm níveis desproporcionais de algumas bactérias que favorecem o acúmulo de glicose”, conta Ana Caetano, imunologista da SBI (Sociedade Brasileira de Imunologia). Além disso, seu desequilíbrio pode aumentar as substâncias inflamatórias em circulação, o que abre caminho para algumas doenças, como o próprio diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares. A microbiota atua no metabolismo, nas defesas do corpo e, mantém o equi-
líbrio do sistema imunológico. “Não se sabe muito bem o que vem antes, se é a alteração na microbiota ou a doença. O fato é que estão associados”, explica Dan Waitzberg, gastroenterologista professor da USP (Universidade de São Paulo) e coordenador do grupo de estudos GANEP Nutrição Humana. Outra descoberta interessante nessa área, é que podemos ser identificados pelas nossas bactérias, assim como por nossas digitais. Um estudo, realizado por um grupo de cientistas da Universidade de Oregon, no Estados Unidos comprovou que cada um de nós tem os seus bichinhos próprios de estimação. Segundo esse trabalho é possível identificar uma pessoa a partir dos seus próprios micróbios. Para chegar a essa conclusão eles estudaram 11 pessoas, cada um numa sala fechada, durante quatro horas. “Ficamos surpresos ao descobrir que conseguimos identificar a maioria das pessoas do grupo apenas pelas amostras da nuvem de micróbios captadas nos filtros de ar condicionado de cada sala”, explicou o pesquisador James Meadow, que liderou a pesquisa. Mas nem tudo são flores nesse campo. Muitos desses seres são altamente perigosos, como descobrimos em 2020, e causam as mais estranhas doenças.
tou 5 milhões de pessoas no início do século XX, antes da pandemia de gripe espanhola e sumiu sem deixar vestígio nenhum. Apenas em 2004 o mistério foi finalmente resolvido pelos pesquisadores Russell Dale e Andrew Church. Eles encontraram alguns casos raros de pacientes que tiveram sintomas muito similares aos da doença do sono e os analisaram. De acordo com a pesquisa, a doença era causada por uma bactéria da família diplococo que provocava uma reação do sistema imunológico da pessoa, fazendo o corpo lutar contra ele mesmo. Logo,
o principal afetado nessa resposta autoimune era o cérebro, o que explicava a inflamação descrita pelo psiquiatra Konstantin. Essas bactérias são muito comuns e estão por aí, causando meningite, pneumonia, conjuntivite, otite, gonorreia etc Isso quer que a pandemia da doença do sono pode voltar? Sim... Como nunca se descobriu o que a causou o ataque, aquela bactéria pode estar aí vivendo em algum animal e, como no caso da Covid-19, de uma hora pra outra migrar para um ser humano e se tornar uma nova pandemia.
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Imagine você, de uma hora para outra, ficar paralisado como se estivesse dormindo acordado. Ver tudo acontecendo à sua volta, sem poder falar, ou interagir de alguma forma. Ou se dormisse, ficasse como se estivesse em coma, sem que nada pudesse acorda-lo. E de uma hora pra outra acordasse violento, atacando as pessoas como um zumbi. Pois é, essa é a “Encefalite letárgica”, também conhecida como “Doença do sono” ou “doença de von Economo”, retratada no filme “Tempo de Despertar”, de 1969, com Robin Williams e Robert De Niro. Esse sono mórbido ma-
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Epidemias, Pandemias e Afins Surto Acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser maior do que o esperado pelas autoridades. Em algumas cidades (como Itajaí-SC), a dengue é tratada como surto (e não como epidemia), pois acontece em regiões específicas (apenas um bairro, por exemplo).
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ra você entender a diferença entre surto, epidemia, pandemia etc:
Endemia
A endemia não está relacionada à quantidade de casos, mas à região onde há o foco. Uma doença é classificada como endêmica (típica daquela área) de uma região quando acontece com muita frequência no local. A febre amarela, por exemplo, é considerada uma doença endêmica da região Norte do Brasil. Elas também podem ser sazonais, acontecer só em determinadas épocas do ano.
Epidemia A epidemia é um surto elevado ao quadrado. Por exemplo, uma epidemia em nível municipal acontece quando diversos bairros apresentam uma doença; a epidemia se torna estadual quando diversas cidades têm casos e a epidemia nacional acontece quando há casos em diversas regiões do país. Exemplo: 20 cidades decretaram epidemia de dengue.
Pandemia É uma doença se espalhando em uma escala de gravidade incontrolável. É o pior dos cenários. Ela acontece quando uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta. Em 2009, a gripe A (ou gripe suína) passou de epidemia para pandemia quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) começou a registrar casos nos 6 continentes. A aids, apesar de estar diminuindo no mundo, também é considerada uma pandemia.
lumeMatoGrosso O novo Coronavírus, ou Sars-cov-2 se tornou pandemia muito rapidamente, por isso assustou o mundo. O vírus modificado foi detectado no final de 2019 (entre novembro e dezembro) na cidade de Wuhan, no interior da China e começou 2020 como um surto Chinês, mas em menos de 30 dias já era considerado pandemia mundial com quase 10 mil infectados em 19 países e mais de 200 mortos. Noutra ponta, temos por exemplo o Ebola. A doença surgiu em 1976 e desde então é uma das mais perigosas da África e ocasionado sur-
tos esporádicos. Ela afeta 8 países, sem, entretanto, sair de controle ou das regiões onde é comum. Na média, segundo a Organização Mundial da Saúde a epidemia infectou 13 mil pessoas e matou quase 5 mil durante todo o ano de 2019. E essa é a diferença entre o Ebola e a Covid-19, por exemplo. Apesar do Ebola matar 50% das pessoas contaminadas e o Covid “só” 1% em média, o vírus do Ebola é muito menos infeccioso que a Covid-19 e por isso é facilmente controlável com quarentenas. No caso da Covid-19 a qua-
rentena foi utilizada apenas como paliativo, para evitar que a contaminação rápida provocasse um colapso no sistema de saúde já que não havia como evitar que se espalhasse, nem vacinas ou medicamentos eficazes. A palavra vírus vem do Latim e significa “fluído venenoso” ou toxina. Atualmente é utilizada para descrever os vírus biológicos ou não. Na verdade, qualquer parasita que precise de um hospedeiro para se reproduzir (de ideias a programas de computador) se encaixa no termo, mesmo que apenas por analogia.
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HIPÓCRATES
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o ano 400 a.C., Hipócrates, considerado o pai da Medicina, desenvolveu o tratado intitulado “Os ares, águas e lugares”. Esse é o primeiro trabalho que se conhece, que tira a culpa pelas doenças das costas dos deuses e insinua que possa haver alguma relação entre os locais da moradia, a água e o ar com a saúde e a doença. A vida seguiu seu curso ao longo de séculos, sem que ninguém suspeitasse da existência de seres invisíveis, além dos deuses, claro. O mais perto que se chegou de desconfiar da existência de vírus e bacterias, foi Girolamo Fracastoro que em 1546 propôs que as doenças epidêmicas seriam causadas por entidades semelhantes a semen-
tes, capazes de transmitir infecções por contato direto ou indireto, ou mesmo sem qualquer contato e a longas distâncias. Mas ninguém acreditou nele. Só no final do século XVIII surgiria uma teoria, a “miasmática” relacionando o meio ambiente com o aparecimento de doenças. Mas ninguém sequer suspeitou que seres microscópicos seriam os responsáveis pelas doenças. O assunto “miasmas” passou
a ser muito debatido entre os médicos porque a palavra traduzia quase tudo o que tinha relação com insalubridade, além de ser algo desconhecido: acreditava-se serem os miasmas emanações nocivas invisíveis que corrompiam o ar e atacavam o corpo humano. Os miasmas seriam gerados pela sujeira encontrada nas cidades insalubres, e também por gazes formados pela putrefação de cadáveres humanos e de animais.
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A humanidade só começou a suspeitar que havia alguma relação entre a sujeira e as doenças quando o médico inglês, considerado pai da epidemiologia moderna, John Snow demonstrou que o cólera era causado pelo consumo de águas contaminadas com matérias fecais. Ele cartografou num plano do distrito do Soho, em Londres, os poços de água, localizando como culpado o poço existente em Broad Street, em pleno coração da epidemia. Snow recomendou à comunidade o poço para se acabar com o foco da doença e deu certo, dando a ele notoriedade. Esse trabalho ajudou a derrubar a crença na teoria miasmática, também
denominada “teoria anti contagionista” que predominava no mundo. E mais, Snow criou o “método epidemiológico”, que até hoje é utilizado tanto para a investigação das causas, como para a descoberta das fontes das doenças transmissíveis. O mais estranho disso tudo é que desde 1674 sabia-se da existência de bactérias, células etc. O comerciante holandês Anton van Leeuwenhoek, havia desenvolvido um aparelho, batizado de microscópio, que provava a existência de seres invisíveis a olho nu. Ele usou o equipamento para observar pequenos seres, em amostras de solo, rio, saliva e fezes, e lhes deu o nome de “animálculos”.
No meio cientifico, portanto, sabia-se que onde havia sujeira (miasmas) haviam também esses seres invisíveis, mas ninguém nunca relacionou eles às doenças. Para o mundo as doenças continuariam sendo castigos divinos por muitos séculos ainda. A invenção do microscópio ao menos fez surgir uma controvérsia que gerou duas teorias: a biogênese e a abiogênese. A abiogênese (geração espontânea de vida) defendia que se você deixasse um monte de sujeira, dali nasceria um ser vivo - de um monte de roupas sujas por exemplo, nasciam ratos, baratas etc. Apesar de parecer absurda, essa teoria foi aceita até meados do século XIX.
Pasteur, no entanto, ao trabalhar com a raiva, constatou que, embora a doença fosse contagiosa e transmitida pela mordida de um animal raivoso, o micro-organismo não podia ser observado. Ele concluiu que o agente infeccioso estava presente, mas era muito pequeno para ser observado através do microscópio. Em 1884, o microbiologista Charles Chamberland desenvolveu um filtro (conhecido como filtro Chamberland ou Chamberland-Pasteur), com poros mais pequenos do que uma bactéria e esse novo filtro permitiu a Friedrich Loeffler e Paul Frosch identificarem o primeiro vírus, da febre aftosa (Aphtovirus) que afeta principalmente bovinos. O primeiro vírus que afeta humanos foi identificado por Walter Reed em 1901: era o Flavivírus, o vírus da febre amarela. Em 1937, Max Theiler cultivou o vírus da febre amarela em ovos de galinha e desenvolveu uma vacina a partir de uma estirpe do vírus atenuado. Apesar de todas as pesquisas, a microbiologia só avançaria de verdade a partir da segunda metade do século XX, quando mais de 2 mil novas espécies de vírus foram identificadas. Depois de milênios de sofrimento, a humanidade finalmente havia descoberto que não eram os deuses os culpados pelas doenças.
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Já biogênese, por sua vez dizia que todos os seres vivos são originados de outros seres vivos preexistentes, ou seja, um rato não pode nascer a não ser de outro rato. Espécies de anfíbios e répteis só podem nascer de espécies preexistentes desses animais e por aí vai. Quem primeiro ligou os “animálculos” às doenças foi o médico francês Nicolas Andry, que em 1700 publicou o livro De la génération des vers dans les corpo of l’homme (Da geração de vermes no corpo humano) onde ele explicava que os microrganismos, a que chamava vermes, eram responsáveis pela varíola, entre outras doenças. Mas só 190 anos mais tarde dois médicos, o alemão Robert Koch e o francês Louis Pasteur iriam confirmar a teoria biogenista. Koch provou a origem microbiana das doenças ao publicar os Postulados de Koch, com base no seu trabalho de demonstração da bactéria Bacillus anthracis como causa do antraz. Estes postulados são ainda hoje usados para determinar se uma nova doença tem causa em microrganismos. E Louis Pasteur explicou que todas as doenças eram causadas e propagadas por algum “tipo de vida diminuta”, que se multiplicava no organismo doente, transmitia-se para outro e o contaminava.
Aquele que deseje compreender a ciência médica, deve considerar os efeitos das estações do ano, as águas e suas origens, o modo de vida das populações. HIPÓCRATES, FILÓSOFO GREGO CONSIDERADO O PAI DA MEDICINA
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Os 10 Maiores Assassinos da História
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o longo da história foram muitas as pandemias provocadas por vírus, que mataram bilhões de pessoas. Algumas doenças foram combatidas e até erradicadas graças ao desenvolvimento de medicamentos e vacinas; outras, embora ainda sem cura, podem ser mantidas sob controle, como a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a Aids e a Tuberculose que mata 1,7 milhão de pessoas por ano. 1 - PESTE NEGRA Uma das maiores e mais antigas pandemias conhecidas foi a Peste Negra, ou peste bubônica. Ganhou o nome de peste negra por causa da pior epidemia que atingiu a Europa, no século 14. Ela foi sendo combatida à medida que se melhorou a higiene e o saneamento das cidades, diminuindo a população de ratos urbanos Como a Covid-19, a peste negra começou na China e chegou à Europa trazida pelas caravanas comerciais que vinham da Ásia através do Mar Mediterrâneo e aportavam nas cidades costeiras europeias, como Veneza e Gênova. A propagação da doença, inicialmente, deu-se por meio de ratos
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e, principalmente, pulgas infectadas com o bacilo, que acabava sendo transmitido às pessoas quando essas eram picadas pelas pulgas – em cujo sistema digestivo a bactéria da peste multiplicava-se. Num estágio mais avançado, a doença começou a se propagar por via aérea, por meio de espirros e gotículas. FICHA TÉCNICA
»»Identidade: Yersinia pestis »»Número de mortes: 200
milhões (Europa e Ásia) – entre 1.333 a 1.351 – Atualmente mata em média 2,5 mil pessoas por ano em todo o mundo. »»Contaminação: Causada pela bactéria Yersinia pestis, comum em roedores como o rato. É transmitida para o homem pela pulga desses animais contaminados. As precárias condições de higiene e habitação que as cidades e vilas medievais possuíam contribuíram para a propagação da doença. »»Sintomas: Inflamação
dos gânglios linfáticos, seguida de tremedeiras, dores localizadas, apatia, vertigem e febre alta. »»Vacina: em desenvolvimento. »»Tratamento: Deve ser feito à base de antibióticos. Sem tratamento, mata em 60% dos casos. 2 - CÓLERA É conhecida desde a antiguidade, teve sua primeira epidemia global em 1817 e continua matando até hoje. Uma das maiores pandemias conhecidas começou na Índia e se espalhou pelo mundo durante o século XIX. É uma doença bacteriana infecciosa intestinal aguda, transmitida por contaminação fecal-oral direta ou pela ingestão de água ou alimentos contaminados, ou seja: quando você toma água ou come algum alimento contaminado, além de passar pelo contato com. Como todo ataque viral, os sintomas variam de pessoa para pessoas. Frequentemente, a infecção é assintomática ou causa diarreia leve, mas pode também se agravar, com diarreia, vômito, dor abdominal, cãibras e desidratação intensa. O período de incubação
FICHA TÉCNICA
»»Identidade: Vibrio cholerae
»»Número de mortes: Indefinido. Em 3 pandemias seguidas (1817 a 1860), milhões morreram »»Contaminação: Por meio
de água ou alimentos contaminados e pessoa a pessoa »»Sintomas: À base de antibióticos. A vacina disponível é de baixa eficácia (50% de imunização) »»Vacina: A vacina disponível é de baixa eficácia (50% de imunização) »»Tratamento – À base de antibióticos. 3 - TUBERCULOSE Evidências indicam que essa doença nos acompanha desde a pré-história. O bacilo foi encontrado em ossos datados de 8 mil anos a.C. e em múmias egípcias. Em várias civilizações antigas a tuberculose era tida como castigo divino, até que Hipócrates, na Grécia descobriu que se tratava de uma doença natural e por causa do esgotamento físico que provoca, passou a denominá-la de tísica (do grego phthisikos). Entre os romanos a TB era relativamente comum e citada nos escritos de Plínio, o Velho, de Galeno e de Areteu da Capadócia (do tempo de Imperador romano Nero, mais conhecido por sua lendária atuação no incêndio de Roma). Nesta época foram descritos os hábitos tísicos e as possibilidades de cura por repouso e climas melhores, assim como foi sugerido tratamento para os sintomas, que também foram estudados nas escolas médicas árabes nos séculos seguintes.
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da bactéria, tempo que leva para provocar os primeiros sintomas no organismo, varia de algumas horas a 5 dias da infecção. Na maioria dos casos, esse período é de 2 a 3 dias. Em Cuiabá, no ano de 1887, surgiu epidemia de cólera. Nessa época os cuiabanos já tinham passado pela experiência da varíola, no período da Guerra do Paraguai. Segundo a historiadora Else Cavalcante, em seu livro Imagens de uma Epidemia, de 2005: “O governo determinou também que os navios que chegavam no porto de Corumbá e no porto de Cuiabá, que era um dos maiores portos do século XIX, que ficassem em quarentena se houvesse um doente a bordo. Se tivesse alguma vítima, a população não podia descer e a mercadoria não podia ser descarregada. Com relação a cólera, o estado criou o Código de Postura, promulgado em 1881”.
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»»Identidade: Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch »»Número de mortes: 10 milhões de infectados e mais de 1,2 milhão de mortos a cada ano até o presente »»Contaminação: Altamente contagiosa, transmite-se de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias »»Sintomas: Tosse, com ou sem secreção, que pode ser espessa ou até sanguinolenta, cansaço excessivo, falta de ar, febre baixa, mais comum à tarde, sudorese noturna, falta de apetite, perda de peso e rouquidão »»Vacina: BCG, ou Bacillus Calmette-Guérin 100% eficaz »»Tratamento: À base de antibióticos, o paciente é curado em até seis meses 4 - VARÍOLA A varíola é uma doença viral, exclusiva de humanos que atormentou o mundo por mais de 10 mil anos matando figurões como o faraó egípcio Ramsés II, a rainha Maria II da Inglaterra e o rei Luís XV da França tiveram a temida “Bixiga”. A vacina foi desenvolvida em 1.796 e o último caso registrado em 26 de outubro de 1977, na Somália. É considerada uma das mais sérias de todas as
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doenças virais infecciosas, matando de 25% a 30% das pessoas infectadas. Em média as primeiras lesões aparecem em 3 semanas e a fase de maior contaminação é exatamente o período anterior ao surgimento das erupções, por meio de gotículas de saliva no contato pessoa a pessoa. A Varíola matou mais que balas e baionetas no período da Guerra do Paraguai (1864-1870). Somente em Cuiabá, capital de Mato Grosso, morreram em torno de 6 mil pessoas, sendo que na época a cidade tinha 12 mil habitantes. FICHA TÉCNICA
»»Identidade:
Orthopoxvírus variolae »»Número de mortes: estimativa de 300 milhões de mortos entre 1896 a 1980 »»Contaminação: transmitido de pessoa para pessoa, geralmente por meio das vias respiratórias »»Sintomas: Febre, seguida de erupções na garganta, na boca e no rosto. Posteriormente, pústulas que podiam deixar cicatrizes no corpo »»Vacina: A vacina contra a
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varíola contém o vírus vivo vaccínia, o qual é aparentado ao vírus da varíola e dá 100% de imunidade »»Tratamento: Erradicada do planeta desde 1980, após campanha de vacinação em massa.
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5 - GRIPE ESPANHOLA O vírus Influenza é um dos maiores carrascos da humanidade. A mais grave pandemia foi batizada de gripe espanhola, embora tenha surgido nos Estados Unidos e feito vítimas no mundo todo. O apelido de “espanhola” tem a ver com a liberdade que a imprensa da Espanha tinha para divulgar os casos. Como todos os demais países impuseram censura à imprensa, e só se tinha notícias da pandemia na Espanha, concluiu-se na época que se tratava de um problema localizado. A doença espalhou-se pelo mundo, principalmente, por conta da movimentação de tropas no período da Primeira Guerra Mundial, tendo um impacto direto nos países que participavam desse conflito. Aqui no Brasil, ela chegou em setembro de 1918, no navio inglês Demerara que trouxe doentes a bordo e aportou em várias cidades ao longo da costa brasileira, espalhando-se por todas as regiões do país e causando a morte, pelo que se sabe, de 35 mil pessoas, incluindo o presidente Rodrigues Alves.
50 milhões de mortos só entre 1.918 a 1.919 »»Contaminação: – Propaga-se pelo ar, por meio de gotículas de saliva e espirros. »»Sintomas: Fortes dores de cabeça e no corpo, calafrios e inchaço dos pulmões »»Vacina: A vacina contra o Influenza tem de ser tomada todos os anos por causa das mutações que fazem com que, de um ano para outro, o vírus não seja exatamente igual ao anterior. »»Tratamento: Não há. Como está em permanente mutação, nunca ficamos imunes. Por isso, normalmente se tratam os sintomas.
»»Identidade: Influenza »»Número de mortes:
6 - TIFO Essa é outra doença que acompanhou a humanidade ao longo da história, comum principalmente na idade média por causa das condições de higiene. O tifo epidêmico foi durante muito tempo uma causa importante de epidemias mortíferas na Europa (especialmente no Leste Europeu e na Rússia) e Ásia. Atualmente está erradicada na Europa e em outras regiões, mas volta com frequência onde há miséria e o saneamento
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»»Identidade: São dois irmãos, Typhi e Prowazekii Rickettsia »»Número de mortes: 3 milhões de mortos na principal pandemia conhecida, ocorrida na Europa Oriental e Rússia entre 1.918 a 1.922 »»Contaminação: O tifo epidêmico aparece quando a pessoa coça a picada da pulga e mistura as fezes contaminadas do inseto na própria corrente sanguínea. Já o irmão dele é transmitido pela pulga do rato. »»Sintomas: Dor de cabeça, Febre alta, Indisposição, Náusea e vômito, Diarreia, Calafrio, Erupção cutânea, Tosse, Dor abominal, nas ar-
ticulações e nas costas. No tipo mais grave de tifo a pessoa ainda pode apresentar sensação de torpor, delírios, hipotensão e choques que podem causar a morte. »»Vacina: Durante a 2ª Guerra Mundial foi desenvolvida uma vacina para prevenir tifo epidêmico, mas a diminuição dos casos fez com que a vacina parasse de ser fabricada. »»Tratamento: à base de antibióticos 7 - FEBRE AMARELA A febre amarela não se transmite de pessoa para pessoa. É preciso um mosquito da espécie Haemogogus ou Aedes (principalmente Aedes aegypti, responsável também por transmitir a Zika, a dengue e a chikungunya). As diferentes espécies de mosquitos vivem em diferentes habitats, o que determina três tipos de ciclos de transmissão: Febre amarela silvestre (ou selvática): nas florestas tropicais, os macacos, que são o principal reservatório da febre amarela, são picados por mosquitos selvagens que passam o vírus para outros macacos. Ocasionalmente, os seres humanos que trabalham ou que viajam para a floresta são picados por mosquitos infectados e desenvolvem a doença. Febre amarela intermediária: neste tipo de transmissão, os mosquitos domésticos (aqueles que se reproduzem tanto na
natureza quanto em torno das famílias) infectam tanto macacos quanto pessoas. Este é o tipo mais comum de surto na África. Febre amarela urbana: grandes epidemias ocorrem quando pessoas infectadas introduzem o vírus em áreas densamente povoadas com grande presença de mosquitos e onde a maioria das pessoas tem pouca ou nenhuma imunidade devido à falta de vacinação. Até o ano de 2000, eram dez as doenças conhecidas, comprovadamente causadas pelo flavivírus, só no Brasil: dengue 1, 2 e 4, Iguapé, Ilhéus, Rocio, encefalite de Saint Louis, Bussuquara, Cacipacoré e febre amarela
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básico é precário. Existem casos esporádicos em regiões rurais e montanhosas da América do Sul, Ásia e África, além de exércitos, prisões, campos de refugiados ou outras aglomerações sub-humanas. Há dois tipos principais: o tifo endêmico, causado pela bactéria typhi Rickettsia, também chamado de tifo murinho ou “febre de prisão”. E o tifo epidêmico causado pela bactéria prowazekii Rickettsia.
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»»Identidade: Flaviviridae »»Número de mortes: Im-
preciso. Calcula-se entre 30 e 100 milhões de mortos. »»Contaminação: pela picada dos mosquitos Haemogogus ou Aedes aegypti que picou antes uma pessoa infectada com o vírus »»Sintomas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias.
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»»Vacina: Existe uma vacina, que pode ser aplicada a partir dos 12 meses de idade e renovada a cada dez anos. »»Tratamento: Depois de contaminado, não há um medicamento antiviral específico para a febre amarela, mas tratamentos contra desidratação, febre e falência do fígado e do rim trazem melhoras. 8 - SARAMPO Era uma das causas principais de mortalidade infantil até a descoberta da primeira vacina, em 1963. Com o passar dos anos, a vacina foi aperfeiçoada, e a doença foi erradicada em vários países, mas continua matando. As mortes por sarampo no mundo diminuíram em 71% nos últimos anos – de 542 mil, em 2000, para 158 mil em 2011, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entretanto, o vírus da doença ainda é comum em muitos países em desenvolvimento, particularmente em regiões da África e da Ásia. Existe uma vacina efetiva e segura desde os anos 60, mas os surtos continuam a ocorrer devido à quantidade insuficiente de programas de imunização. Além da mortalidade alta, o vírus danifica o sistema imunológico da pessoa que é curada. Ele causa o que os especialistas chamam de “amnésia imunológica” o que deixa os sobreviventes vulneráveis a outras doenças potencialmente mortais, como a gripe.
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»»Identidade: Measles morbillivirus »»Número de mortes: 6 milhões de mortos por ano, até 1963. Atualmente morrem em média 100 mil pessoas por ano em todo o mundo. »»Contaminação: Altamente contagioso, o sarampo é propagado por meio das secreções mucosas (como a saliva, por exemplo) de pessoas infectadas. »»Sintomas: Pequenas erupções avermelhadas na pele, febre alta, dor de cabeça, mal-estar e inflamação das vias respiratórias »»Vacina: A vacina é aplicada aos nove meses de idade e reaplicada aos 15 meses. 9 - MALÁRIA A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. A OMS considera a malária a pior doença tropical e parasitária da atualidade, perdendo em gravidade apenas para a Aids. No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região Amazônica, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocantins. Nas demais regiões, apesar das poucas notificações, a doença não pode ser negligenciada, pois se observa uma letalidade mais elevada que na região Amazônica. A malária não é uma doença contagiosa. Uma pessoa doente não é capaz de transmitir a doença diretamente a outra pessoa, é necessária a participação de um vetor, que no caso é a fêmea do mosquito Anopheles, popularmente conhecido como mosquito prego, infectada. FICHA TÉCNICA
»»Identidade: Plasmodium »»Número de mortes: 3 mi-
lhões de mortos por ano, até 1980, quando foi identificado o protozoário Plasmodium, que causa a doença. Desde então,todo ano, cerca de 430 mil pessoas morrem por causa da malária. Entre elas, 70% são crianças com menos de 5 anos de idade. »»Contaminação: Pelo sangue, quando a vítima é picada pelo mosquito Anopheles contaminado. No corpo ele destrói as células do fígado e os glóbulos vermelhos e, em alguns casos, as artérias que levam o sangue até o cérebro. »»Sintomas: febre alta, calafrios, tremores, sudore-
10 – AIDS A AIDS é a doença causada pela infecção do HIV é a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças, alterando o DNA da pessoa e derrubando as defesas do organismo. Quando esta queda é muito grande, e chega ao nível de AIDS, o portador sofrerá com doenças que normalmente não trariam problemas a pessoas saudáveis. Ao atingir o estágio da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a pessoa passa a sofrer com as chamadas infecções oportunistas, doenças que em pessoas saudáveis não trariam problemas mais graves se tornam potencialmente fatais. A pessoa com AIDS pode desenvolver demência e problemas mentais em geral (encefalopatia relacionadas à doença), além de diarreia crônica e perda de peso. Graças aos medicamentos desenvolvidos, ter o HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Medicados, muitos soropositivos sobrevivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. O
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se, dor de cabeça, náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite. »»Vacina: Não existe uma vacina eficiente »»Tratamento: feito com medicamentos para curar os sintomas
problema é que podem transmitir o vírus a outros. FICHA TÉCNICA
»»Identidade: HIV (sigla em inglês de Vírus da Imunodeficiência Humana) »»Número de mortes: 22 milhões de mortos desde 1981, quando foi identificada nos Estados Unidos. Desde então foi considerada uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde. »»Contaminação: Sexo sem camisinha, uso de seringa por mais de uma pessoa, transfusão de sangue contaminado, da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação; instrumentos que furam ou cortam não esterilizados. »»Sintomas: Quando ocorre a infecção as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. »»Vacina: Não há, em fase de estudos. »»Tratamento: Soropositivos são tratados com coquetéis de drogas que inibem a multiplicação do vírus, mas não o eliminam do organismo.
Se existisse uma enciclopédia de 30 volumes listando tudo o que vive nesse planeta, 27 seriam para descrever vírus e bactérias. NATHAN WOLFE, INFECTOLOGISTA
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Vírus, Protozoários, Retrovírus, etc VÍRUS
»»São
os menores e menos evoluídos organismos existentes na natureza. São extremamente pequenos, medindo menos de 200 nanômetros de diâmetro (cabem milhões deles na cabeça de um alfinete, por exemplo) e têm uma estrutura muito simples. Se você olhar num microscópio vai ver que o vírus é apenas uma cápsula, parecida mesmo com a de um remédio. Dentro, essa capsula é cheia de proteínas e moléculas de ácido nucléico, responsável por codificar e traduzir as informações que determinam a síntese das várias proteínas encontradas nos seres vivos. Fazendo uma comparação, o vírus é um pen drive que contém informações genéticas, que vão se instalar no corpo do hospedeiro e provocar os sintomas (e muitas vezes a morte) a que estavam programadas. Ou seja: é como o seu corpo fosse um computador e o vírus um pen drive contaminado. Por isso a maioria dos cientistas não os considera seres vivos, mas apenas envelopes contendo informações que provocam as doenças.
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Existem 3,6 mil espécies de vírus catalogadas, mas não se saber ao certo quantos são. Muitos são causadores de doenças infecciosas bastante conhecidas, como varicela (ou catapora), gripe, herpes, sarampo, AIDS, o mais recente, a Covid-19 etc. Mas eles não causam doenças também tem o benéficos e não atingem apenas em seres humanos, mas também em animais e plantas. Aliás, essa migração de umas espécies para outras, somado à alta capacidade de se modificar, que causa tantos problemas (e mortes) e torna tão difícil desenvolver vacinas. Eles são, em média (há maiores e menores) 10 mil vezes menores que as bactérias e não passam de material genético com uma capa de proteína. Entre os cientistas os vírus nem são considerados seres vivos, porque não têm metabolismo próprio: usam as células dos organismos que invadem para se reproduzir. Mesmo assim, são letais. Só o vírus da aids matou 25 milhões de pessoas entre 1983 e 2003; o da gripe espanhola matou o do-
bro em apenas dois anos (1918-1919). Aliás, os vírus da gripe, como o Influenza e o Sars-cov, são extremamente difíceis de controlar, por estarem constantemente em mutação. RETROVIRUS »»São da mesma família dos vírus, a diferença está no material genético. É como se fossem o negativo dos vírus e têm 7 familias diferentes que infectam aves e mamíferos, incluindo a gente: »»1. Alpharetrovírus: Vírus do sarcoma de Rous que tem galinhas como hospedeiro. »»2. Betaretrovírus: Vírus do tumor mamário de camundongos. »»3. Gammaretrovírus: Vírus da leucemia Murina em camundongos. »»4. Deltaretrovírus: Vírus linfotrópico T humano »»5. Epsilonretrovírus: Vírus do sarcoma dérmico de Walleye »»6. Spumavirus: Vírus espumosos dos símios »»7. Lentivírus: Vírus da imunodeficiência humana (HIV). O mais famoso deles é esse último, o HIV, que causa a Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), que
PROTOZOÁRIOS – são seres vivos, apesar de terem apenas uma célula. Existem protozoários visíveis, de até 2 milímetros e outros mil vezes menores. Geralmente são encontrados em ambientes aquáticos e úmidos. E há também alguns parasitas e assassinos e sua maioria. Entre as doenças humanas causadas por protozoários estão amebíase, que mata 100 mil pessoas por ano no mundo; doença de Chagas que causa problemas cardíacos e leva à morte, afeta 12 milhões de pessoas no mundo, 3 milhões só no Brasil; e a malária que todo ano mata cerca de 430 mil pessoas morrem no mundo, entre elas (70%) crianças com menos de 5 anos de idade.
»»Esses
BACTÉRIAS »»Depois dos vírus, são as criaturas mais simples que existem, mas não se engane, são seres vivos que medem entre 0,5 e cinco milésimos de milímetro. Cientistas dizem que as bactérias foram a primeira forma de vida a surgir na Terra, há 3,5 bilhões de anos. Se for verdade, nós somos parentes delas. Mas nem por isso somos poupados: a maioria é mortal. E pior, elas têm evoluído e ficado resistentes aos an-
tibióticos, que era o único remédio para controlar as doenças que causam. A AB (de acinetobacter baumannii), por exemplo é considerada pelos cientistas como uma superbactéria resistente a quase todo tipo de medicamento já desenvolvido e capaz de sobreviver no meio ambiente por até um mês. Causa pneumonia, meningite e infecção urinária. Calcula-se ela, sozinha, seja responsável por 80% das infecções no mundo. BACILOS »»Esse é o nome dado às bactérias em forma de bastão – enquanto as esféricas são chamadas de cocos e as curvas, de vibriões. Os bacilos ficaram mais famosos por causarem doenças como a tuberculose – cujo agente, Mycobacterium tuberculosis, é mais conhecido como Bacilo de Koch. A grande maioria dos bacilos não é nociva, mas há alguns muito perigosos, usados inclusive como arma. Há poucos anos, o Bacillus anthracis, que transmite a letal infecção antraz, ganhou notoriedade como arma bacteriológica na mão de terroristas. Os americanos, por exemplo ficam apavorados se receberem uma carta com pó branco. É que 2001, cinco pessoas morreram e outras 17 foram internadas em estado grave, depois de receberem cartas com um pó branco que depois descobriu-se ser o antraz.
Mais recentemente, em 2018 a nora do presidente Donald Trump, Vanessa Trump, foi levada às pressas para um hospital depois de abrir uma carta com um “pó branco suspeito”. Não era nada, mas o susto...
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atinge o sistema imunológico dos indivíduos infectados, e impede que o organismo consiga combater infecções.
FUNGOS »»Eles não são plantas, nem animais. E tem os microscópicos como o Candida albicans, que causa micoses e Penicillium roqueforti serve para fabricar queijos como gorgonzola e, claro, roquefort. Além dos grandões, como os cogumelos. E também não são todos do mal, nem todos do bem. Tem, por exemplo, o Penicillium o notatum, usado para fazer a penicilina - um os antibióticos que mais salvam vidas até hoje no mundo (apesar de que muitos desses seres microscópicos estão se tornando resistentes ao medicamento devido ao uso indiscriminado). Segundo dados da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre quase 4 milhões de brasileiros sofrem infecções causadas por fungos todos os anos.
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Mutantes em Ação A 32
maioria das viroses (doenças causadas pelos vírus) causam sintomas como febre, mal-estar, dores no corpo, dores de cabeça e vômitos, dificultando, assim, um diagnóstico mais preciso. Por isso que, muitas vezes você adoece, vai ao médico e ele diagnostica como “virose” manda de volta para casa.
O ruim é que, quanto mais ele contamina pessoas ao redor do mundo, mais tipos do vírus temos e menores são as chances de pará-lo. A Plataforma da NextStrain traça panorama de mutações do novo coronavírus no mundo. Pelas cores é possível verificar que o vírus que chegou ao Brasil é de origem europeia e não chineza. Essas mutações são como uma peça do quebra-cabeça para descobrir como um vírus está se espalhando. No Brasil mesmo, por exemplo, só os dois primeiros casos identificados de Coronavírus eram da cepa original europeia, o que quer dizer que a Covid-19 chinês original, identificado pela primeira vez em Wuhan, nunca chegou aqui. Além dessa espécie de radar de vírus, a genética permite rastrear a origem dos vírus. Geneticistas comparam vírus nossos com os de animais e conseguem traçar a época em que eles tiveram um ancestral comum. Esses estudos mostraram, por exemplo que o vírus do sarampo é parente da peste bovina. Ou seja: o vírus dos bois passou por uma mutação genética e hoje mata mais de meio milhão de pessoas por ano, apesar as campanhas de vacinações. Entre essas duas espécies o vírus da gripe foi se recombinando até criar 256 vírus diferentes e aí foi questão de tempo para surgir uma variação que infectasse o homem e provocasse a primeira pandemia. O problema é que o Influenza não parou por aí e até hoje continuam surgindo versões novas e imprevisíveis do vírus. É por isso que todo ano surge uma gripe diferente, que o seu sistema imunológico não conhece e você adoece. E, quando os cientistas desenvolvem uma vacina, já vários outros tipos de gripe circulando por aí. Em 1918, desesperados com a pandemia da gripe espanhola, a população recorria ao conhecimento popular para tratar os sintomas da doença. Deste conhecimento nasceu, no interior de São Paulo, um remédio que seria muito popular: a “Caipirinha”.
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E às vezes, nem remédio te dá porque a maioria das viroses não tem um tratamento específico. O que os médicos fazem é recomendar repouso, hidratação e uma alimentação saudável. É um risco, porque nem todas as viroses são iguais, mesmo as provocadas pelo mesmo vírus. É que na verdade eles vivem em constante mutação e estão aí desde sempre, provocando as mais diversas (e muitas vezes fatais) doenças. Para você ter ideia, o novo Coronavírus (SARS-CoV-2), é de uma família de vírus que causam infecções respiratórias, descoberta em humanos pela primeira vez em 1937. O nome Coronavírus foi batizado em 1965 porque no microscópio, parece uma coroa. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1. O Covid foi identificado pela primeira vez no final de 2019 e em menos de 6 meses já haviam pelo menos centenas de tipos diferentes do original espalhados pelo mundo. Cada um desses novos tipos representa, na verdade, uma cepa diferente do vírus, ou seja, tem algumas pequenas variações genéticas em sua composição. A análise dessas informações revela que o SARS-CoV-2 sofre uma nova mutação, em média, a cada 15 dias. Essa mutação acontece porque à medida em que o vírus espalha ele vai se copiando para outras células, para outras pessoas, assim por diante. Isso provoca “erros de cópia”. É como naquela brincadeira onde a primeira pessoa diz uma frase e pede que ela seja repetida a cada um de um grupo. No final, a frase inicial estará toda deturpada e quase irreconhecível. O bom dos erros, no caso dos vírus é que as mutações aleatórias podem ajudar a rastrear a dispersão e permitir que os cientistas identifiquem suas rotas e como ele está sendo transmitido.
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Corona, Um Velho Conhecido
ra que você entenda, Coronavírus não é o nome da doença, mas o sobrenome do vírus que causa, entre outros, COVID-19, Sars, Mers etc. E ele nem é novo: segundo os relatos médicos, os primeiros coronavírus humanos foram isolados em 1937 e desde a descoberta os cientistas sabem do potencial desse vírus para causar doenças graves e inclusive pandemias. Uma enorme gama de Coronavírus afetam as aves, causando doença respiratória, gastrointestinal, hepática e neurológica. A mais comum é a Bronquite Infecciosa (BI), uma doença aguda altamente contagiosa, que chega a atingir 70% em frangos de corte no Brasil. O impacto econômico que ela causa é astronômico, já que o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango. Segundo um relatório da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), só em 2015 (último dado divulgado) e em um Estado
brasileiro (o Paraná que é o principal estado produtor, representando 25% da produção nacional) as perdas relacionadas à BI chegaram a 9,88 milhões de dólares em frangos de corte e mais de 1,6 milhões de dólares em galinhas reprodutoras. Apesar disso e mesmo sabendo que pelo menos sete desses coronavírus provocam zoonoses (doenças que começam em animais infectados são transmitidas para as pessoas) quase nada se investe para produzir vacinas ou medicamentos que possam evitar que causem pandemias, como a de 2020. Quatro desses sete coronavírus causam mais frequentemente os sintomas de resfriado comum, são as cepas 229E, OC43, NL63 e HUK1. Já as outras três causam infecção respiratórias muito mais graves nos humanos. É o SARS-CoV identificado em 2002 como causador de um surto da síndrome respiratória aguda grave (SARS); o Mers-CoV,
identificado em 2012 como a causa da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS); e o mais recente, o SARS-CoV-2 causadores da doença intitulada Covid-19. GRIPE gripe é uma mina de ouro para a indústria farmacêutica. Apesar de não haver medicamento que a cure (nem as provocadas pelo Coronavírus, nem influenza e nem quaisquer outros vírus que as cause) calcula-se que movimentam mais de 50% do mercado mundial. Ou seja: mais ou menos 700 bilhões de dólares por ano. Só no Brasil, sexto país que mais consome remédios no mundo, os medicamentos para “curar” as causas das gripes, estão entre os 20 mais vendáveis. São remédios como o Dorflex, que ameniza as dores musculares, comuns nos quadros de gripe, que em 2017 vendeu, sozinho, mais de meio bilhão de reais, segundo dados da Interfarma (veja o quadro a seguir).
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Já o mercado de vacinas é outra mina. Só o do Influenza movimenta outro meio bilhão de reais. E como as epidemias de gripes são sazonais e afetam mais de 80% da população anualmente, obviamente que não há interesse em encontrar medicamentos ou vacinas que as previna ou erradique. MERS »»A Síndrome Respiratória do Oriente Médio, popularmente chamada de MERS, é pouco conhecida no Brasil. É uma virose que ataca o sistema respiratório causada pelo coronaví-
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rus MERS-CoV, identificado pela primeira vez na Arábia Saudita, no ano de 2012. Na época, foram registras surtos em países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Coreia do Sul. Já as últimas evidências científicas sugerem que os camelos e dromedários são importantes hospedeiro do MERS-CoV e, provavelmente, foram a principal fonte de infecção em humanos. O curioso é que nenhuma transmissão sustentada de homem para homem foi documentada. Por isso mesmo, as práticas de profilaxia da MERS se ba-
seiam na prevenção de produtos animais não pasteurizados ou não cozidos e na prática de hábitos de higiene seguros, quando se lida com esses animais. Os sintomas variam de nenhum a problemas respiratórios leves ou graves, incluindo febre, tosse, falta de ar, diarreia e até pneumonia — novamente, o padrão sintomático se repete. Também pode causar problemas graves, como insuficiência respiratória, e requer ventilação mecânica com internação em UTI, por exemplo, nas infecções extremas.
SARS »»Identificado pela primeira vez em 2003, o vírus SARS-CoV causa a Síndrome Respiratória Aguda Grave, a SARS. É uma epidemia que afetou 26 países e registrou mais de oito mil infecções desde que foi descoberta na província de Guangdong, no sul da China, em 2002. Desde então, um pequeno número de casos ocorreu como resultado de acidentes com o vírus em laboratório ou, menor ainda, por transmissão de animal para humano. As últimas pesquisas levam a crer que o SARS-CoV seja um vírus de origem animal e, novamente, acredita-se que seja originário dos morcegos, com possível transmissão para gatos domésticos. No entanto, a sua transmissão acontece, principalmente, de pessoa para pessoa. Já os sintomas também são semelhantes aos da gripe e incluem febre, mal-estar, dor de cabeça, diarreia e calafrios. Novamente, nenhum sintoma individual ou conjunto de sintomas provou ser específico para o diagnóstico de SARS (igual a COVID-19). Também é especialmente preocupante em idosos e
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A média de idade dos pacientes com MERS-CoV é 56 anos, e afeta mais homens que mulheres. A infecção tende a ser mais grave em idosos e em pessoas que sofram com doenças crônicas como diabetes, cardiopatias ou doença renal.
pacientes imunossuprimidos, quando passam a exigir cuidados intensivos. COVID-19 »»É a última das doenças provocadas pelo Corona, e a mais famosa. É causada pelo Coronavírus SARS-CoV-2, descoberto no final de 2019, após uma série de casos relatados na China, na província de Wuhan, e que causou a pandemia de 2020. Os primeiros casos da Covid-19 foram vinculados a um mercado de animais vivos em Wuhan. Desconfia-se que o vírus tenha vindo dos morcegos, uma apetitosa iguaria para os chineses. Como o mundo descobriu da pior maneira, não há vacinas ou medicamentos para a Covid-19 e as melhores formas de profilaxia são a quarentena - o isolamento funciona, porque quase nenhuma das pessoas tem anticorpos para esse vírus e boas práticas de higiene, como lavar bem as mãos ou o uso de álcool em gel 70%. Afinal, o vírus da COVID-19 se espalha, principalmente, por gotículas de saliva ou secreções eliminadas por tosse e espirros. O Coronavírus pode ser espalhado por gotículas suspensas no ar quando pessoas infectadas conversam, tossem ou espirram. Essas gotículas podem ter sua formação diminuída pelo uso de máscaras. Estas máscaras atuam como barreiras físicas, diminuindo a exposição e o risco de infecção para toda a população.
Não se enganem: temos um longo caminho pela frente, esse vírus nos acompanhará durante um longo tempo. As pessoas compreensivelmente querem seguir com suas vidas, mas o mundo não voltará ao que era antes. Deve haver um ‘novo normal’, mais saudável, seguro e mais preparado. TEDROS ADHANOM GHEBREYESUS, DIRETOR-GERAL DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS)
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Como Eles Surgiram?
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ntre 1990 e 2001 o biólogo da Tom Ray, Universidade de Oklahoma (EUA), desenvolveu uma pesquisa sobre evolução digital que se tornou fundamental para explicar como surgiram os seres microscópicos que nos atormentam desde antes de descermos das árvores e passamos a andar eretos – e talvez antes.
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Apesar de ser virtual, ou seja, feita em computador, curiosamente a pesquisa serviu para mostrar como os vírus orgânicos surgiram e se mantém num estado quase original da formação da vida, apesar de estarem em constante mutação. A ideia era verificar como a seleção natural (partindo do modelo apresentado por Charles Darwin) havia se desenvolvido no planeta. Para isso ele fez um programa de computador bem simples, com um código-fonte de apenas 80 linhas. Para se ter ideia, o código-fonte do Google tem mais de 2 bilhões de linhas e é com esse código, formado por um conjunto de palavras ou símbolos escritos de forma ordenada, que o computador interpreta o que deve ser feito. Essa espécie de vírus virtual, a quem Ray deu o nome de Tierra, tinha uma única função: criar cópias de si mesmo e passar a funcionar a partir da cópia e não mais do original, ou seja: se reproduzir. O modelo mostrou-se muito parecido com o orgânico: durante a clonagem, alguns “filhotes” tinham uma linha de código duplicada, alterada ou deletada aleatoriamente. Muitas mutações do código-fonte acabavam impedindo o Tierra de continuar a se reproduzir e travavam. Outras melhoravam o desempenho fazendo o HD funcionar mais rápido. Por fim, alguns Tierras se tornaram mais complexos e eficazes depois de muitas “gerações” enquanto outros perderam a capacidade de se copiar sozinhos: as linhas que restam, por si só, não tinham todas as instruções necessárias para gerar um conjunto igual de linhas. Nesse momento o experimento do professor Ray nos deu a exata noção de como a vida se desenvolveu no planeta e mais: o que são os vírus. Os descendentes do Tierra que clonaram erros atrás de erros, ao ponto de não conseguirem mais se repro-
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duzir, passaram a parasitar outros modelos mais bem sucedidos. Eles pegavam “emprestadas” dos parentes as linhas que estavam faltando para continuar sua espécie. Isso é um vírus... Uma forma de vida, ou às vezes nem tanto, que contém parte de informações genéticas originais, que funcionam como se fossem pen-drives e que precisa se instalar em alguma máquina, para se reproduzir. No caso dos vírus orgânicos, nós e os animais que habitam o planeta, somos as formas evoluídas que conseguiram se multiplicar e se reproduzir e eles, as cópias erradas, que permaneceram como éramos há 3,5 bilhões de anos. Claro, olhando assim você poderia dizer que é só um modelo virtual que não prova nada. A vida é muito mais complexa e é preciso uma prova orgânica. Pois bem, ela existe e se chama bacteriófago. Etimologicamente o nome quer dizer comedor de bactéria, já que “fagós” é a palavra grega para “comer”. Os fagos são vírus originais, que durante o processo de clonagem, ao longo de milênios, perderam parte do material genético (como o código-fonte) e a capacidade de se reproduzir. Ficaram tão diminutos e incompletos que para dar continuidade ao processo invadem as bactérias e usam o material genético para produzir novos fagos. Esse é, exatamente o mesmo “modus operandi” dos vírus mais evoluídos (como a Covid-19) em nosso corpo. Ou seja: eles invadem nossas células e usam o nosso material genético para se reproduzir, porque nós (homens e animais) somos seres com um código-fonte muito mais completo. E assim com nosso corpo se beneficia de alguns vírus e bactérias (que formam a microbiota) esses “fagos” têm sido estuda-
lumeMatoGrosso dos para serem utilizados, por exemplo, na indústria alimentícia, como uma proteção natural no controle de bactérias, principalmente em alimentos fermentados. Outra aplicação que vem sendo estudada, como revela o pesquisador da Universidade Estadual de Montana (EUA), Mark Young, é na área da Medicina. “Assim como as bactérias do trato digestivo são usadas como terapia nos transplantes de fezes, os fagos também são promissores como tratamento. Estes vírus são muito seletivos, e cada espécie se alimenta de um tipo muito específico de micróbios. Um possível uso terapêutico seria empregá-los no combate a infecções, substituindo os antibióticos, o que permitiria reduzir significativamente os efeitos colaterais”, diz o professor. O sistema imunológico abrange todos os mecanismos pelos quais o organismo se defende de invasores internos, como bactérias, vírus e parasitas. Sua responsabilidade é basicamente realizar a “limpeza” do organismo, isto é, retirar as células mortas e fazer a renovação de certas estruturas, bem como a memória imunológica. Esses mecanismos de defesa são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinados e mudam de uma pessoa para
outra. Esse fato explica a existência de pessoas mais susceptíveis a algumas doenças. O sistema imunológico é composto por um conjunto de células separadas por uma rede complexa de órgãos, como o fígado, o baço, os gânglios linfáticos, o timo e a medula óssea, além do circulante na corrente sanguínea. Esses órgãos são chamados de linfoides e estão associados ao crescimento, ao desenvolvimento e à distribuição das células especialistas na defesa do corpo contra ataques de invasores. Nesse cenário de pandemia, é fundamental fortalecer a imunidade do organismo, sobretudo no período de isolamento social. Desse modo, o indivíduo certamente estará mais protegido, prevenindo o contágio da doença. Importante destacar, nesse caso, o conceito de imunidade de rebanho, que explica como a maioria de uma população adquire resistência a um agente infeccioso. Ou seja, quanto maior o número de infectados em uma pandemia, mais pessoas se tornam resistentes ao patógeno devido à memória imunológica adquirida. O ponto negativo dessa definição é o fato que algumas doenças são desconhecidas, o que dificulta a adoção de medidas.
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Guerra Biológica
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como bactérias, vírus ou fungos, para incapacitar ou matar exércitos de outro país. As possibilidades são muitas. Bioarmas podem ser organismos vivos ou replicados, à partir de vírus, insetos etc. Essas armas podem ser empregadas de várias maneiras para a obtenção de vantagens técnicas ou estratégicas sobre um adversário, tanto como ameaça quanto como o seu uso de fato. Assim como algumas armas químicas, as armas biológicas também podem ser usadas como uma forma de se evitar o progresso de inimigos ou para derrubar a economia, como previsto no boato da Operação Cheque Mate. Na verdade, esse tipo de guerra nem é novidade. Na Idade Média era comum os exércitos usarem corpos em decomposição para contaminar o abastecimento de água de cidades sitiadas, ou atiravam dentro das muralhas inimigas cadáveres de vítimas de doenças como varíola ou peste bubônica. A ideia de jogar cadáveres infectados como arma teria sido de Genghis Khan, líder dos Mongóis. E usado pela primeira vez no cerco à cidade de Caffa, na Crimeia. Segundo o genovês Gabriele de ‘Mussi escreveu à época em seu livro de memórias, as tropas da Crimeia resistiam ao cerco de Genghis Khan dentro das fortificações da cidade.
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uando a pandemia de 2020 começou muito se falou sobre a possibilidade de ser o princípio da 3ª Guerra Mundial. Os idealizadores dessas teorias da conspiração falavam em guerra biológica e chegaram a dar nome para a operação que a China havia montado para dominar o mundo: Operação Cheque Mate. Segundo essa teoria, a China teria criado em laboratório o Sars-Cov-2 e espalhado pelo mundo. Como a única defesa dos países para evitar a tragédia é a quarentena, parando a economia dos países e mantendo as pessoas em casa, a China estaria se aproveitando para comprar as ações das empresas ocidentais, à medida em que suas ações caíssem ou viessem a falir. Uma forma de controlar a economia global e vencer o que seria a 3ª guerra sem disparar um só tiro. A ideia é boa. Mas era, muito provavelmente, apenas um boato. Faltam provas concretas. A 3ª Guerra Mundial não aconteceu em 2020, ao menos até o final de setembro deste ano. E a economia da China sofreu tanto quanto os demais países com a situação. Mas pelo menos esse boato serviu para alertar às pessoas sobre a possibilidade real de uma guerra biológica acontecer. Num conflito assim são usadas toxinas biológicas ou agentes infecciosos,
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EDIÇÃO ESPECIAL Enquanto esperava um desfecho, postados do lado de fora de Caffa, os soldados de Genghis Khan começaram a morrer por causa da peste negra. Sem saber o que fazer com os coros que se amontoavam, já que sepulta-los consumiria recursos que seriam importantes para a guerra, Khan teve a ideia de usa-los como arma. A ideia deu certo, porque além de levar a doença para dentro das muralhas e contaminar o inimigo, também tinha o impacto moral. Imagine a visão de um corpo voando sobre a muralha e se espatifando no pátio interno da fortaleza. Além do forte odor do corpo em putrefação (eles esperavam ficar bem feio antes de jogar) a cena era desmoralizante. Aos poucos a doença se alastrou pela cidade, causando a morte em massa dos inimigos do imperador mongol e poucos sobreviventes do ataque, fugiram, espalhando ainda mais a peste pelo continente Europeu. Essa, aliás é uma das histórias sobre como a peste negra, que matou 200 milhões de pessoas entre 1333 e 1351, chegou à Europa. Antes de Khan esse tipo de arma já havia sido utilizada, mas de maneira diferente. Por exemplo, durante o século VI a.C., os Assírios envenenaram fontes de água inimigas com fungos que provocavam delírios nos inimigos. Aliás, envenenar fontes de água de cidades sitiadas
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era comum. Foi para evitar isso que Salah El Din (o Saladino) construiu uma cidadela fortificada sobre o monte Mokatam, na cidade do Cairo, e dentro dela um poço de 90 metros de profundidade. Fora esses aí, o cara mais criativo no uso de armas biológicas deve ter sido o general cartaginês, Anibal Barca, que em 184 a.C. mandou jogar potes com cobras venenosas nos navios romanos que
Nos quatro anos da 1ª guerra mundial morreram 9 milhões de pessoas. A gripe espanhola matou 50 milhões em dois anos. foram atacá-lo. Ao saber que Roma havia mandado sua frota para invadir Cartago, Anibal teria posicionado suas catapultas carregadas com potes de barros, cheios de cobras venenosas. Quando os navios chegaram, eles lançaram os potes com as cobras no convés dos navios romanos. Ao bater no barco os potes se eles quebravam e soltavam as cobras, que então atacavam os inimigos.
Armas biológicas voltaram a ser usadas na 2ª Guerra Mundial, quando o Imperador Hirohito criou a Unidade 731, para o desenvolvimento de armas biológicas. Liderada pelo general Shiro Ishii o grupamento foi responsável pela morte de mais de três mil pessoas. E pelo menos um ataque, contra os chineses, foi documentado. O nome que o imperador deu ao grupo era pueril: “Unidade de Prevenção de Epidemias e Purificação de Água”, mas a função real era macabra. Segundo o jornalista Edward Behr, que pesquisou a respeito, os testes de armas eram desumanos, para se dizer o mínimo. “Alguns eram infectados com disenteria ou injetados com tétano; outros (alguns usando máscaras, outros não) eram levados a um lugar aberto e “bombardeados” com cianureto; outros ainda eram encerrados em “câmaras frias” a 50 graus negativos e congelados até a morte. […] Outros experimentos eram ainda mais aterradores: para controlar os limites da duração humana, prisioneiros eram obrigados a carregar pesadas mochilas do Exército e marchar em círculo no clima frio da Manchúria, com quantidades mínimas de alimento e água, até morrerem de exaustão”. As cobaias no caso eram prisioneiros de guerra e civis chineses capturados. Estima-se que foram usados aproximadamente 250 mil chineses só nos testes de campo.
mas de destruição em massa foram encontradas. Em termos de poder de destruição, armas biológicas são consideradas mais destrutivas que as nucleares, as químicas e, claro, as convencionais, seja pelo seu preço inferior de produção e estocagem ou pela sua propriedade contagiosa. Mas, por sorte, elas são estrategicamente impraticáveis, por dois motivos: o tempo que um vírus, por exemplo precisa para se espalhar e incapacitar o inimigo e a possibilidade da arma se voltar contra que a disparou, já que não há como controlá-la.
Veja por exemplo, no caso da China, que segundo aquela teoria da conspiração teria criado o Sars-Cov-2 para dominar o mundo. Como eles foram o primeiro país a sofrer com a doença, então teriam disparado a arma dentro de casa, visando atingir o mundo. Estrategicamente, não faz sentido algum... Apesar de improvável, a ideia foi levada a sério pela comunidade científica e foram feitas pesquisas para verificar se havia algum indicio de manipulação do vírus. Como o vírus é como se fosse um pen drive, ou seja,
uma capsula com informações genéticas, para modifica-lo seria precisa alterar as proteínas que o permitem reconhecer e adentrar as células humanas e essas alterações artificiais deixariam marcas bem diferentes das alterações aleatórias causadas pela evolução natural. Segundo os cientistas que pesquisaram o caso do Coronavírus, a proteína mais óbvia a ser modificada em laboratório seria a que dá ao vírus o aspecto de coroa (em latim: “corona”, daí o nome). Essa proteína, chamada “Spike”, projeta-se do exterior da cápsula do vírus e serve para outra proteína na superfície das células humanas, exatamente uma chamada ACE2, envolvida na regulação da pressão sanguínea. Uma vez ligado à ACE2, o vírus entra na célula humana e faz o que faz. É como se cada uma dessas pontinhas do vírus fosse um plugue para ligar na tal da ACE2. A pesquisa mostrou que a estrutura geral do SARS-CoV-2 é muito parecida com a de Coronavírus inofensivos encontrados em morcegos e pangolins - pangolim é um animal encontrado na África e na Ásia que parece uma mistura de tatu com bicho-preguiça e tamanduá. Além disso, um vírus descoberto em pangolins mais recentemente, depois do início da epidemia, tinha as novas adaptações o que levou à conclusão, com 100% de certeza, de que o novo vírus realmente se originou na natureza.
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Durante a Guerra Fria, os EUA e a ex-URSS também andaram desenvolvendo pesquisas voltadas para a guerra bacteriológica. A criação e armazenamento de armas biológicas foi proibida pela Convenção sobre Armas Biológicas (BWC) de 1972. Até maio de 1997, o acordo foi assinado por 159 países, dos quais 141 já o ratificaram, inclusive o Brasil. A ideia subjacente a este acordo é evitar o devastador impacto de um ataque bem sucedido, que poderia concebivelmente resultar em milhares, possivelmente milhões de mortes e causar roturas severas a sociedades e economias. No entanto, a convenção proíbe somente a criação e o armazenamento, mas não o uso, destas armas. Entretanto, o consenso entre analistas militares é que, exceto no contexto do bioterrorismo, a guerra biológica tem uma aplicação militar bastante limitada. Na guerra da Coréia os Estados Unidos foram acusados de realizarem testes de campo com armas biológicas, mas essa acusação nunca foi comprovada. Desde 1969, as leis americanas proíbem o uso de armas biológicas, sob qualquer circunstância. Em 2003, os Estados Unidos invadiram o Iraque e mataram um ex-aliado, o Saddan Hussein, por causa de uma denúncia de que ele estava desenvolvendo armas biológicas. O que nunca ficou provado e nem as tais ar-
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Vacinas
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lém das quarentenas generalizadas, a melhor maneira de combater uma pandemia viral é vacinando a população. Mas a criação de uma vacina exige vários processos experimentais e de pesquisa que demoram um tempo prolongado. Isso quer dizer que até uma vacina para uma doença chegar à população são necessários anos de estudo, análises, aplicações em cobaias e exames de reações, além dos investimentos, geralmente custeado por governos ou fundações. O processo de pesquisa para uma vacina parece simples, mas a grande dificuldade fazer com que a bactéria ou vírus consigam estimular o sistema imunológico a criar anticorpos, mas não sejam capazes de provocar a doença.
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Para isso, antes é preciso identificar o vírus ou da bactéria causadora da enfermidade. Depois tem que preciso isolar em laboratório e observar como ele provoca a doença. Só depois de se ter todas as informações, sobre como o agente infeccioso funciona é que é possível decidir de que forma será a vacina, se por atenuação ou inativação. Na atuação aplica-se o bicho vivo, “meio tonto”, para dar tempo do sistema imunológico da pessoa criar os anticorpos necessários para combatê-lo. Exemplos de vacinas com vírus atenuado: Sarampo, Caxumba, Rubéola, Varicela/Catapora, Febre amarela e Rotavírus; E na inativação aplicase o bicho morto para disparar um alerta e o sistema imunológico se preparar, quando o sistema
entrar em contato com o vírus, as defesas estão prontas. Exemplos: Pólio, Cólera, Raiva, Influenza (gripe) e Hepatite A. Fora essas ainda tem as toxóides, feitas de compostos tóxicos inativos que causam doenças e não o micro-organismo. Vacinas desses tipos incluem a de tétano e difteria. Conhecidas por sua eficácia, nem todos os toxóides são de micro-organismos. O veneno da cascavel, por exemplo, é utilizado em vacinas contra picadas de cobras. As subunidades, que usam um pedaço do micro-organismo causador da doença para gerar uma resposta do sistema imunológico. Exemplos incluem a vacina contra hepatite B e HPV. E tem ainda as pouco conhecidas como as Conjugadas, as Experimentais de DNA, de Receptor de célu-
no braço de um menino de 8 anos e, 6 semanas mais tarde, inoculou o vírus da varíola na criança. Olha que ideia... Imagina um cientista fazendo algo parecido hoje em dia. Mas enfim... Deu certo, o garoto ficou imunizado e ele começou a usar a técnica, que passou a chamar de variolação. A segunda geração de vacinas, aí já mais parecidas com as modernas, foram introduzidas em 1880 por Louis Pasteur, que desenvolveu vacinas contra o cólera e o antraz. Só que a brilhante invenção do Edward Jenner já era praticada pelos chineses, séculos antes. Documentos mostram que a variolação era utilizada na China no século XV. E eles eram bem modernos, ao invés de ferir o braço da pessoa pra aplicar o vírus, usavam “insuflação nasal”. Ou seja, sopravam o material contaminante no nariz da vitima e deixavam o sistema imunológico virar. Nos últimos anos até surgiram alguns movimentos contra as vacinas, criticando, dizendo que são perigosas etc, o que não é verdade. O caso mais curioso talvez seja o e Massimiliano Fedriga, Governador de Fruili-Venezia Giulia, uma das regiões do norte da Itália, que virou piada mundial depois de ir internado para tratar uma catapora. É que ele era um dos líderes do movimento contra a vacina e acabou vítima da própria doença. Parece brincadeira, mas
é coisa séria. A resistência à vacinação foi listada pela Organização Mundial da Saúde como uma das dez maiores ameaças à saúde global em 2019. Segundo números preliminares do órgão, os surtos de sarampo, doença altamente contagiosa, aumentaram 300% no mundo nos primeiros três meses do ano em comparação ao mesmo período de 2018. O crescimento foi maior na África (700%) e na Europa (300%). Vacina é coisa séria, importante e fundamental para a saúde, como o Massimiliano Fedriga descobriu da pior maneira. No Brasil, para vacinar, basta levar a criança a um posto ou Unidade Básica de Saúde (UBS) com o cartão/caderneta da criança. O ideal é que cada dose seja administrada na idade recomendada. Entretanto, se perdeu o prazo para alguma dose é importante voltar à unidade de saúde para atualizar as vacinas. A maioria das vacinas disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação é destinada a crianças. São 15 vacinas, aplicadas antes dos 10 anos de idade.
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la-T, Valência e as Heterotípicas, feitas com patógenos de outros animais, com a BCG, feita a partir da bactéria bovina Mycobacterium bovis que protege o corpo humano contra a tuberculose. De toda forma, como vamos ver no próximo capítulo, objetivo das imunizações por vacina é estimular o organismo a produzir anticorpos contra determinados germes, principalmente bactérias e vírus. Em outras palavras: colocar o nosso sistema imunológico para trabalhar, criando anticorpos específicos que vão nos proteger daquela doença sempre que entrarmos em contato com aquele agente infeccioso. E pode não parecer, mas vacinas nem são uma novidade ou invenção da Medicina moderna. Você pode ter aprendido na escola que a vacina foi inventada pelo boticário Edward Jenner, por volta de 1760. A história é real. Jenner era aprendiz de cirurgião/boticário (naquela época a medicina se misturava com algumas profissões curiosas) quando soube que na zona rural, de que os trabalhadores de laticínios nunca teriam a doença, muitas vezes fatal ou comentava-se que quem trabalhava com gado nunca teria varíola, porque o gado já havia tido a varíola bovina. A doença é semelhante, mas tem um efeito muito suave em seres humanos. Ele então coletou material de uma ordenhadora com varíola bovina e aplicou
Graças à vacinação em massa, o último caso de varíola registrado no mundo foi diagnosticado em outubro de 1977. Em 1980 a Organização Mundial de Saúde certificou a erradicação da doença
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Sua Imunidade O
Há 3.600 espécies conhecidas de vírus. São parasitas intracelulares que não têm metabolismo próprio. Assim, para executar o seu ciclo de vida, o vírus precisa de uma célula que, contendo as substâncias certas, permite que ele se reproduza.
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sistema imunológico é o que garante proteção ao nosso corpo, evitando que substâncias estranhas afetem nossa saúde. É um conjunto de órgãos, tecidos, células, órgãos e moléculas responsáveis pelo combate a microrganismos invasores, impedindo, assim, o desenvolvimento de doen-
ças. Além disso, é responsável por promover o equilíbrio do organismo, como por exemplo, mantendo a temperatura do corpo. O sistema é complexo e faz com que tudo funcione em conjunto, formando uma grande barreira de proteção Veja alguns exemplos de barreiras que nosso corpo dispõe:
É a principal barreira que o corpo tem contra agentes infecciosos que possam invadir o corpo. »»Cílios: Ajudam a proteger os olhos, impedindo a entrada de pequenas partículas e em alguns casos até pequenos insetos »»Pelos: Têm 3 funções básicas em nosso corpo: protetora, sensitiva e termorreguladora. FISIOLÓGICAS: »»Suor: Possui ácidos graxos que ajudam a pele a impedir a entrada de fungos pela pele. »»Lágrima: Faz a limpeza e lubrificação dos olhos ajudando a proteger o globo ocular de infecções. »»Muco: Fluído produzido pelo organismo que tem a função de impedir que microrganismos entrem no sistema respiratório, por exemplo. »»Saliva: Possui uma substância que mantém a lubrificação da boca e ajuda a proteger contra vírus que podem invadir os órgãos do sistema respiratório e digestivo. »»Suco gástrico: Líquido produzido pelo estômago que atua na digestão dos alimentos. Devido a sua acidez elevada, ele impede a proliferação de microorganismos. O estômago produz cerca de três litros de suco gástrico por dia e apesar de estarem protegidas por uma densa camada de muco, as células estomacais são continuamente le-
sadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. CELULARES: »»Plaquetas: Atuam na coagulação do sangue que, diante de um ferimento, por exemplo, elas produzem uma rede de fios para impedir a passagem das hemácias e reter o sangue, o que chamamos de coagulação. »»Neutrófilos: Funcionam como um alarme e são as primeiras a identificar e atuar uma infecção; »»Linfócitos: São as células mais alteradas durante uma infecção (há três tipos deles, o B, T e o Natural Killer (NK), que desempenham funções diferentes), que formam a primeira linha defesa; »»Monócitos: Circulam temporariamente no sangue e são uma espécie de ajudantes no combate ao agente agressor do organismo; »»Eosinófilos: Também são ajudantes.Circulam em menores quantidades no sangue, mas têm sua concentração aumentada durante reações alérgicas ou em caso de infecções parasitárias, bacterianas ou por fungos; »»Basófilos: Formam um exército de ajuda mais pesada, que também circulam em menores concentrações, porém podem aumentar devido a alergias ou inflamações prolongadas. Isso tudo funciona o tem-
po todo e em conjunto. E ainda há mais duas divisões: a imunização ativa, que é a adquirida por meio da vacinação ou devido ao contato com o agente de determinada doença, estimulando o sistema imune e levando-o a produzir anticorpos; e a passiva quando a pessoa adquire anticorpos produzidos por outra pessoa, por exemplo, pela placenta, por transferência direta da mãe. Explicar tudo é coisa para aula de biologia e não é para isso que estamos aqui. O importante agora é compreendermos a importância de nosso sistema imune e como podemos ajudá-lo a permanecer funcionando em máxima eficiência. Você viu durante a pandemia da Covid-19 que o vírus, apesar de ser o mesmo, produzia respostas diferentes em cada pessoa. Alguns mesmos jovens e aparentemente saudáveis morreram. E idosos que historicamente deveriam ser mais propensos a terem a saúde agravada sobreviveram. Isso é resposta do sistema imunológico. Às vezes a pessoa é saudável, mas sua imunidade é baixa. Por isso é importante compreender como o sistema funciona e quais os sinais e sintomas de que ele precisa de atenção. Algumas situações podem causar o enfraquecimento do sistema imunológico: má alimentação, maus hábitos de higiene, não ser vacinado quando necessário, e o hábito de fumar.
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FÍSICAS:
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Por exemplo, você começa a ter infecções frequentes, como amigdalite ou herpes; doenças simples, mas que demoram a passar ou que agravam facilmente, como gripe; febre frequente e calafrios sem motivo aparente; olhos frequentemente secos; cansaço excessivo; náuseas e vômitos; diarreia por mais de 2 semanas; manchas vermelhas ou brancas na pele; queda acentuada de cabelo. Se você não sofre de doenças crônicas, como AIDS, lúpus, câncer e diabetes; e não usa medicamentos imunossupressores, corticoides ou antibióticos, esses sintomas podem indicar uma diminuição da atividade do sistema imunológico, e o motivo pode ser estresse, ansiedade etc. É preciso ligar o alerta e prestar atenção. Então, lembre-se: o que caracteriza um sistema imune enfraquecido é o aumento do número de vezes em que você fica doente. Por exemplo, passa alguém com gripe lá na esquina e você já começa a espirrar aqui. Estou exagerando, obvio, mas para frisar a facilidade de pegar doenças que normalmente não pegaria. Se isso acontece, é provável que seu corpo não esteja conseguindo produzir as células de defesa de forma eficiente, o que facilita a instalação dessas doenças. Comece por consultar um médico para que se possa identificar a causa da baixa imunidade e iniciar um tra-
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tamento. Em alguns casos, o médico também pode indicar o uso de remédios caseiros, como o chá de equinácea, como forma de complementar o tratamento para imunidade baixa. Nem todos os médicos vão por esse caminho, preferindo medicamentos alopáticos, mas existem muitos alimentos e chás que são sim, muito bons para o fortalecimento do sistema. No próximo capítulo seguem algumas receitas que podem te ajudar. E, além de ir ao médico, preste atenção à essas 5 dicas: 1. ALIMENTE-SE BEM
»»A alimentação saudável é
a base para prevenir e tratar diversas doenças, e isso não é à toa. Os nutrientes são responsáveis por fazer todo o organismo funcionar corretamente, inclusive o sistema imunológico. Por isso, é ideal manter uma dieta variada em alimentos frescos e evitar os produtos processados e industrializados que, além de não trazerem benefícios, estressam o corpo e fazem com que a imunidade baixe. Alimentação saudável
quer dizer consumir vegetais variados (frutas, verduras e legumes), pois fornecem vitaminas, minerais e fibras; carboidratos: eles dão energia para o corpo; e gorduras essenciais para várias funções do organismo, como produção de hormônio e regulação da temperatural. No caso das gorduras é preciso entender a diferença entre as chamadas “saturadas” e “insaturadas”. As saturadas são de origem animal (carnes, pele de aves, creme de leite, manteiga, iogurte, azeite de dendê e bacon, por exemplo. Ela é considerada uma gordura prejudicial para o organismo humano, principalmente pelo fato de aumentar o colesterol ruim (LDL), podendo causar problemas cardiovasculares. As insaturadas (mono e poli) são consideradas gorduras boas, de origem principalmente vegetal, mas estão em alguns peixes também. Elas fazem com que o colesterol ruim (LDL) diminua no organismo, porém consumida em excesso também podem causar doenças coronarianas.
lumeMatoGrosso 2 - DURMA BEM o sono o corpo descansa das atividades da rotina e o organismo aproveita para se regenerar e regular as suas funções. Para manter o sistema imunológico sempre em alerta é preciso recuperar as energias que ele gasta ao longo do dia. É preciso ter de 7 a 9 horas de sono de qualidade por noite. Para isso, desligue os eletrônicos, faça refeições leves ao anoitecer, deixe o quarto na penumbra e faça um ambiente confortável e acolhedor.
»»Durante
3 - PRATIQUE ATIVIDADES FÍSICAS »»As atividades físicas reduzem o estresse e fazem bem ao organismo de maneira geral: ajudam no controle do peso corporal, no condicionamento físico, melhoram a capacidade cardiovascular e aumentam as células de Linfócito T, fundamentais para o sistema imunológico celular. 4 - TOME SOL »»O sol pode ser um grande aliado do sistema imunológico. Isso porque, além de ajudar o corpo a sintetizar a vi-
tamina D, ele energiza as células-T do organismo, aquelas responsáveis por eliminar os patógenos. Dessa forma, a luz solar ajuda a fortalecer a defesa do corpo por dois mecanismos. Por isso, é importante recebê-la todos os dias, nem que seja por 15 minutos sem proteção solar. Contudo, é preciso ter atenção. Esse tempo é o suficiente para receber os benefícios do sol. A exposição prolongada deve ser feita somente com proteção solar tanto do filtro quanto de barreiras, como bonés, chapéus e óculos escuros. 5 - ABANDONE OS MAUS HÁBITOS »»Hábitos ruins como o tabagismo e o alcoolismo prejudicam o organismo e seu sistema imune. O fumo, por exemplo, reduz a eficiência dos macrófagos — células do sistema imunológico. Ou seja, ele também limita a defesa do organismo, além de gerar diversas doenças, como câncer de pulmão e boca. Assim como o cigarro, o álcool afeta negativamente todas as células do organis-
mo, inclusive as do sistema imune. Além disso, ele interfere em componentes responsáveis por estimular as respostas imunológicas. Sendo assim, se você tem um ou os dois vícios, o ideal é buscar ajuda profissional para abandoná-los. Sabemos que pode ser difícil largar os maus hábitos de uma hora para outra, e por isso todo auxílio é bem-vindo. IMUNIDADE BAIXA NA GRAVIDEZ »»Para finalizar, um detalhe: durante a gravidez é normal ficar com o sistema imunológico enfraquecido, devido às alterações hormonais e às mudanças no corpo da mulher, sendo necessário ter atenção redobrada para evitar problemas como gripes e infecções urinárias. Por isso, para evitar complicações é importante sempre ir às consultas de pré-natal, fazer uma alimentação rica em frutas, legumes e em antioxidantes, como laranja, abacaxi, limão, cenoura e couve, e tomar as vacinas para gripe durante a gestação. Dessa forma, é possível proteger a mãe e o bebê.
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Alimentos Para Fortalecer
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omer é mais que uma necessidade básica instintiva e fisiológica. Pelo menos para o ser humano, comer significa atender às necessidades do corpo na produção de energia, mas também aos chamados “prazeres da carne”. Por isso pode tornar-se excessivo e descontrolado, e estar ligado à ansiedade, à depressão etc.
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O brócolis é um vegetal muito apreciado na culinária e que apresenta muitos nutrientes. As substâncias responsáveis por auxiliar o sistema imunológico são os flavonoides que nada mais são do que antioxidantes capazes de prevenir o envelhecimento precoce das células. Alimentos de folha escura em geral, como couve, espinafre etc são ricos em ácido fólico. O nutriente auxilia na formação de glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo, e também pode ser encontrado no feijão, cogumelos (como o shimeji e o shiitake) e a carne de fígado. Nozes, sardinha e salmão têm ômega-3 que é um ácido graxo essencial para o bom funcionamento do organismo e do sistema imune, pois é um anti-inflamatório natural. Além dessas fontes, outras oleaginosas e peixes de águas profundas e geladas também contêm ômega-3. Caso você não consiga ingerir as quantidades recomendadas desse nutriente, verifique com seu médico ou nutricionista a possibilidade de suplementar. No caso do Omega-3, há muitos suplementos no mercado, então é preciso ter a opinião de um profissional de saúde, para evitar gastar dinheiro à toa. A uva roxa e o substrato dela, que pode ser o vinho tinto ou o suco integral, também faz muito bem, fortalece as células do coração etc. Só tenha muito cuidado ao consumir o vinho, porque o álcool acaba sendo prejudicial e anulando os benefícios da fruta. Por isso, prefira o suco integral. Se preferir consumir a fruta, 10 unidades por dia são o suficiente. Ah, além disso a uva tem um antioxidante chamado “resveratrol” atua diretamente na prevenção do envelhecimento precoce. O resveratrol é também um anti-inflamatório, é responsável por proteger as células, não só as do músculo cardíaco, mas também de outras partes do corpo e do sistema imune. Alimentos ricos em zinco, como carne, cereais integrais, castanhas, sementes e leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico), são ricos em zinco, nutriente que combate resfriados, gripes e outras doenças do sistema imunológico
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É preciso então, ter controle sobre a comida; e não apenas quanto às quantidades, mas também e principalmente, à qualidade. E quando pensamos em fortalecimento do sistema imunológico, essa consciência se torna ainda mais importante. Nosso sistema imune é capaz de tirar letra a maioria dos germes, vírus etc que a todo momento entram em nosso corpo, pelas vias aéreas, pelo contato com superfícies, pela boca etc. Devemos então ajudá-lo a se manter forte e parta isso, a melhor forma é montar uma mesa variada e bem planejada. Durante as pandemias de 1919 e 2020 muito se falou, por exemplo sobre a importância de se consumir frutas ricas em Vitamina C: acerola, laranja, limão e frutas cítricas em geral. E há um fundo de verdade nisso tudo. Mas o que não se falou, é que a vitamina C não melhora quando você já tem a enfermidade, deve ser usada antes, para reforçar o sistema imunológico que, por sua vez, combate o vírus mais rapidamente. A vitamina C é antioxidante, e isso significa que ela combate o envelhecimento precoce de todas as células do corpo e as do sistema de defesa. Por isso, consumir laranja, limão, pitanga, morango e outras ricas nessa substância ajuda a fortalecer a imunidade. Mas não é apenas a vitamina C e não são apenas as frutas, existe uma gama enorme de alimentos que, se você não utiliza, é hora de começar: por exemplo: cebola e alho no preparo dos alimentos. Além de serem excelentes temperos, a cebola e o alho são ótimos para o combate dos patógenos, pois auxiliam o organismo a eliminar as inflamações e infecções. O alho é um bactericida natural enquanto a cebola é anti-inflamatória. Dessa maneira, eles dão aquela forcinha extra quando precisamos enfrentar alguma enfermidade. Aliás, quem nunca pegou uma receita de chá de alho para gripe? Em ambas as pandemias (de 1919 e 2020) o chá de alho com limão foi lembrado como forma de combater o vírus. Como disse, reforça o sistema imunológico, mas se a pessoa já estiver com a doença, não ajuda em nada.
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O tomate é rico em licopeno e um for- sileiro hoje em dia, é excelente fonte de te aliado para combater doenças cardio- vitamina C - cada 100 gramas do fruto aprevasculares, removendo radicais livres do sentam 71,5 mg da vitamina, o que ajuda a organismo. Esses compostos aceleram o prevenir gripes e resfriados. Somado a isso, envelhecimento celular e deixam o corpo as antocianinas da lichia desempenham uma função farmacológica importante conmais propício a desenvolver doenças. O gengibre é rico em vitaminas C, B6 e tra várias doenças, como cardiovasculares, com ação bactericida, o gengibre vai além doenças crônico degenerativas, câncer, inde ajudar a tratar inflamações da garganta flamações, imunidade baixa e alergias. A batata yacon, que não é muito coe auxilia nas defesas do organismo. As pimentas em geral são fonte de be- nhecida dos brasileiros é um santo remétacaroneto, substância que se transforma dio, além de ser um alimento saboroso. em vitamina A, nutriente que protege o or- Ela age estimulando o crescimento da flora intestinal benéfica e no extermínio ganismo de infecções. O iogurte, se não for muito industria- de bactérias que entram em nosso orgalizado, ajuda a recompor as bactérias nismo por meio da alimentação. Assim, o benéficas da flora intestinal, contribuindo desenvolvimento da flora intestinal proporcionado pela batata yacon ajuda direpara aumentar a imunidade. A geleia real, que você encontra nes- tamente na prevenção de doenças e no sas lojas de produtos naturais é um fortalecimento da imunidade. Ajuda no controle da glisuperalimento recheado de cemia de pessoas que tem nutrientes, fito químicos e As doenças causadas por diabetes do tipo 2 -quando o antioxidantes, e esta comvírus são denominadas corpo não produz ou quase posição química notável é de viroses e podem não produz insulina. Além de a responsável por seus inúvariar desde problemas ser um alimento rico em pomeros benefícios à saúde. leves até enfermidades tássio, o que por si só é bom Ao ser consumida em jejum, que levam à morte. para o sistema circulatório, ela aumenta a imunidade a batata yacon é boa para o por conter altas concentracoração por controlar os níções de vitaminas, principalveis de colesterol no sangue. Portanto, seu mente a vitamina C e do complexo B. Nessa mesma linha entre o própolis, consumo ajuda a evitar doenças cardiovasque contém proteínas e compostos com culares de uma maneira geral, como o AVC capacidade de alterar e regular o sistema (Acidente Vascular Cerebral) e o infarto. O gérmen de trigo, que é outro proimunológico, além dos benefícios de ser antibacteriano e antiviral. O própolis ati- duto que você encontra nessas lojas de va os passos iniciais da resposta imune produtos naturais, tem vitaminas A, E e K estimulando receptores específicos e a em grandes quantidades, que possuem produção de citocinas, que modulam os excelente poder antioxidante, previnem o envelhecimento das células e contribuem mecanismos da imunidade. O óleo de coco, é rico em ácido láurico para o aumento da imunidade, além de e o ácido cáprico, que têm a propriedade ajudar a regular o sistema digestório, estide modular o sistema imunológico, agindo mular o apetite e tonificar a pele, mantencontra fungos, vírus e bactérias. Além dis- do-a saudável. Ele também é responsável so, uma forma indireta de ele contribuir com pela boa coagulação sanguínea e contria imunidade está na melhora do trabalho bui para o fortalecimento dos ossos. O gérmen de trigo pode ser consumido em do intestino ao eliminar as bactérias ruins. A lichia, uma frutinha chinesa que está molhos, iogurtes, frutas e outros alimenpresentes em qualquer supermercado bra- tos como complemento alimentar.
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Enfim, todos os alimentos naturais, não industrializados são excelentes para nosso organismo, por isso procure sempre consumir alimentos saudáveis e manter uma dieta equilibrada, que inclua o consumo de frutas, verduras e legumes, de preferência orgânicos ou produzidos em casa sem agrotóxicos e evite ao máximo fast food e alimentos industrializados e comidas congeladas como pizzas e lasanhas, por exemplo, pois contém substâncias que promovem a inflamação do organismo. Se você quer ter um sistema imunológico forte, além de consumir alimentos naturais, jamais tome remédios sem orientação médica; evite bebidas alcoólicas (nem vou falar sobre cigarro, né?) beba cerca de 2 litros de água diariamente e tome sol, sem protetor solar, principalmente antes das 10h00 da manhã e após às 16 horas.
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Plantas Medicinais
o capítulo anterior te dei uma rápida visão sobre a importância de se consumir alimentos naturais. Neste vou falar sobre o uso de plantas medicinais. Primeiro você deve saber que o uso de plantas medicinais deve ser feito sempre sob orientação de um profissional de saúde ou fitoterapeuta, já que a forma de utilização e a dose podem variar de uma pessoa para a outra. No caso das plantas que regulam o sistema imunológico é ainda mais importante que essa supervisão seja feita já que as plantas podem interferir com os
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resultados dos tratamentos médicos ou piorar os sintomas de algumas doenças. Tratamento de câncer, por exemplo Além disso, deve-se ter muito cuidado com o uso de chás para grávidas, quem estão amamentando e crianças com menos de 2 anos. Dito isso, medicamentos feitos a partir de folhas, sementes, cascas, frutos e flores são sucesso de crítica e público há milênios e constituem parte importante da cultura de diversos povos. No Brasil, temos mais de 40 mil espécies de plantas medicinais catalogadas, sem contar as que foram trazidas de outras partes do mundo.
• Contraindicação – Pacientes com esclerose múltipla, aids, tuberculose e doenças autoimunes no geral. Alérgicos, grávidas e crianças também devem evitá-la. Exige prescrição médica. VALERIANA
»»(Actaea racemosa) Também conhecida como black cohosh, é utilizada há séculos pelos povos da América do Norte. • Forma de uso – Cápsula, comprimido e extrato. • Indicação – Alívio dos sintomas da menopausa, como fogachos, suadouro, vermelhidão, alterações de humor, ansiedade e depressão. • Contraindicação – Alérgicos ou sensíveis a algum dos componentes da fórmula, grávidas e portadores de insuficiência hepática. Exige prescrição médica.
KAVA-KAVA »»(Piper methysticum) - A raiz, descoberta pelo navegador inglês James Cook (1728-1779), promove o relaxamento muscular. • Forma de uso – Cápsula, comprimido ou extrato. • Indicação – Estágios leves e moderados de ansiedade e insônia. O uso, porém, está restrito a oito semanas, no máximo. • Contraindicação – Grávidas, mulheres que estão amamentando, crianças menores de 12 anos, indivíduos com depressão ou doenças no fígado, como hepatite e icterícia. Exige prescrição médica.
GENGIBRE
»»(Zingiber officinale) Muito comum na culinária por seu gosto picante, o gengibre é prescrito por médicos da Índia e da China desde a Antiguidade. • Forma de uso – Cápsula, comprimido, extrato, tintura e pó. • Indicação – Alivia enjoo, náusea e vômitos, dificuldade de digestão e sensação
EQUINÁCEA
»»(Echinacea purpurea) Opção terapêutica dos índios americanos para picadas de cobra e infecções, está nas farmácias dos Estados Unidos desde 1930. • Forma de uso – Cápsula, comprimido e raiz seca. • Indicação – Ajuda na prevenção e no combate (como coadjuvante) de resfriados.
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de mal-estar ao viajar de navio, carro ou avião. • Contraindicação – Crianças e quem tem pedras na vesícula biliar, irritação estomacal ou hipertensão. Isento de prescrição médica.
Então, aqui vai uma listinha rápida:
»»(Valeriana officinalis) Os valepotriatos, substâncias da planta, agem no sistema nervoso central e aliviam o estresse. • Forma de uso – Cápsula, comprimido, extrato ou tintura. • Indicação – Sedativo moderado com efeito hipnótico. Também tem valor no tratamento de distúrbios do sono que estão associados à ansiedade. • Contraindicação – Alérgicos ou sensíveis a algum dos componentes da fórmula, crianças menores de 12 anos, grávidas e mulheres que estão amamentando. Exige prescrição médica. GARRA-DO-DIABO
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»»(Harpagophytum procumbens) • Forma de uso – Cápsula ou comprimido. • Indicação – Dores moderadas nas articulações e incômodos agudos nas costas, com destaque para a região lombar da coluna. • Contraindicação – Pessoas com cálculos biliares, menores de 18 anos, grávidas, mulheres que estão amamentando, alérgicos ou sensíveis a algum dos compostos. Isento de prescrição médica. ALHO »»(Allium sativum) - O bulbo que surge a partir da raiz é base de um dos fármacos com propriedades mais variadas. • Forma de uso – Tintura, extrato e cápsula. • Indicação – Ajuda a combater bronquite, asma, sintomas de gripe e resfriado, colesterol alto, hipertensão e aterosclerose (lesões nas paredes dos vasos sanguíneos). • Contraindicação – Grávidas, indivíduos com gastrite, úlceras, hipertireoidismo, distúrbios na coagulação, alérgicos ao alho e antes ou depois de cirurgias. Isento de prescrição médica. SOJA
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»»(Glycine max) - Os grãos originários do Oriente estão consagrados como alternativas para amenizar alguns incômodos da menopausa quando a reposição hormonal tradicional não surte o efeito desejado ou é contraindicada. • Forma de uso – Cápsula. Indicação – Alívio dos sintomas da menopausa, caso do fogacho e do suor excessivo. • Contraindicação – Crianças menores de 12 anos e alérgicos ou sensíveis a algum dos componentes do fitoterápico. Isento de prescrição médica. CASTANHA-DA-ÍNDIA
é o refrigerante, não, mas o fruto, que aliás é tipicamente brasileiro e era usado como medicamento e tônico revigorante pelas tribos indígenas amazônicas há séculos. • Forma de uso – Cápsula e comprimido. • Indicação – Atua contra fraqueza e cansaço crônico e estimula o cérebro. • Contraindicação – Crianças, alérgicos, pessoas com hipertensão, arritmia cardíaca, gastrite, úlcera, cólon irritável, infecções renais, hipertireoidismo, cirrose e predisposição a espasmos musculares. Isento de prescrição médica. ERVA-DE-SÃO-JOÃO
»»(Aesculus hippocastanum) - A escina, substância que marca presença nesta semente, fortalece os vasos sanguíneos. • Forma de uso – Cápsula, comprimido e gel. • Indicação – Fragilidade dos cabelos e insuficiência venosa, que pode ocorrer em quadros de varizes nas pernas ou hemorroidas. • Contraindicação – Crianças, alérgicos ou sensíveis a algum dos componentes do fitoterápico e pacientes com insuficiência renal ou hepática. Isento de prescrição médica. GUARANÁ »»(Paullinia cupana) – Não
»»(Hypericum perforatum) - Vegetais que florescem no mês de junho costumam receber esse nome no Brasil por causa das festas juninas. Mas a espécie com efeito medicinal vem da Europa. • Forma de uso – Cápsula, comprimido e tintura. • Indicação – Depressão leve e moderada. • Contraindicação – Crianças, grávidas, mulheres que estão amamentando, alérgicos ou sensíveis a algum componente do remédio e, principalmente, depressivos graves. Exige prescrição médica.
CAMOMILA
»»(Matricaria chamomilla) -
Existem diversas espécies disponíveis. As mais importantes delas são a camomila-vulgar e a camomila-romana. O camazuleno, óleo essencial de sua flor, responde por seus inúmeros pontos positivos. • Forma de uso – Infusão, extrato seco ou fluido, cápsula e comprimido. • Indicação – Alivia espasmos, ansiedade e atua como sedativo leve. Tem efeito anti-inflamatório na boca. • Contraindicação – Grávidas e alérgicos à planta. Isento de prescrição médica. CALÊNDULA
»»(Calendula officinalis) - A popular malmequer é largamente empregada em cosméticos e trata feridas, varizes, traumatismos, furúnculos… • Forma de uso – Infusão, tintura, extrato, gel, creme e pomada. • Indicação – Anti-inflamatório, cicatrizante e antisséptico para pele e mucosas. • Contraindicação – Alérgicos e sensíveis a al-
SENE
»»(Senna alexandrina) - Ele tem propriedades fitoterápicas estudadas desde o século 9. • Forma de uso – Cápsula, comprimido e extrato. Indicação – Constipação intestinal ocasional. • Contraindicação – Crianças menores de 12 anos, grávidas, mulheres que estão amamentando ou em período menstrual, alérgicos à planta, indivíduos com desidratação, hemorroida, apendicite, insuficiência renal, hepática e cardíaca, constipação crônica e outros distúrbios intestinais. Isento de prescrição médica. BARBATIMÃO
»»(Stryphnodendron adstringens) - Abundante no Cerrado brasileiro, era chamado pelos índios de ibá timbó, cujo significado é “árvore que aperta”. Isso tem a ver com a capacidade adstringente encontrada na casca da árvore. Sua semente é altamente tóxica. • Forma de uso – Creme e pomada. • Indicação – Ação cicatrizante. • Contraindicação – Não deve ser usada quando há necessidade de retirar fluidos corporais por meio de drenos inseridos na pele. Isento de prescrição médica.
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gum componente do remédio, grávidas, mulheres que estão amamentando. Não deve ser aplicado em crianças sem supervisão de um especialista. Isento de prescrição médica.
CÁSCARA-SAGRADA »»(Rhamnus purshiana) Essa planta norte-americana tem vocação para ajudar o intestino, mas não caia na história de que é solução milagrosa para emagrecer. • Forma de uso – Cápsula, comprimido, tintura, extrato e fluido. • Indicação – Constipação intestinal ocasional. • Contraindicação – Crianças, grávidas, mulheres amamentando, pessoas com cólicas, hemorroidas, náuseas, doença de Crohn, desidratação, constipação crônica, insuficiência renal, hepática e cardíaca. Isento de prescrição médica. UNHA-DE-GATO
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»»(Uncaria tomentosa) - Os incas, antigo povo que habitava o Peru, já se valiam do extrato do vegetal para melhorar o aspecto de ferimentos e amenizar descompassos intestinais. Substâncias como a mitrafilina e a pteropodina respondem por suas capacidades terapêuticas. • Forma de uso – Cápsula, comprimido e extrato. • Indicação – Anti-inflamatório. • Contraindicação – Grávidas e mulheres que estão amamentando. Isento de prescrição médica. BOLDO-DO-CHILE
MARACUJÁ
ESPINHEIRA-SANTA
»»(Passiflora incarnata) - O gênero passiflora abrange mais de 400 espécies vegetais. Seus poderes calmantes vêm dos flavonoides da folha. • Forma de uso – Planta in natura, cápsulas, extrato e tintura. • Indicação – Sedativo leve, tem ação contra a ansiedade. • Contraindicação – Grávidas e quando o indivíduo está tomando outros fármacos com efeito sedativo ou antidepressivo. Isento de prescrição médica. GOIABEIRA
»»(Peumus boldus) - Os pastores dos Andes notaram que carneiros melhoravam da prisão de ventre quando consumiam a planta. Daí sua fama. • Forma de uso – Infusão, cápsula e comprimido. • Indicação – Melhora a digestão por aumentar a secreção de bile, fluido importante para a quebra dos alimentos. • Contraindicação – Crianças, alérgicos, grávidas, mulheres que estão amamentando e quando há doença em fígado, vesícula biliar ou pâncreas. Isento de prescrição médica.
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• Contraindicação – Alérgicos ou sensíveis à planta. Isento de prescrição médica.
»»(Psidium guajava) - No interior do Brasil, o chá de suas folhas e ramos novos é tradicionalmente empregado para tratar enfermidades intestinais em crianças. • Forma de uso – Infusão, cápsula, extrato e comprimido. • Indicação – Tratamento de diarreia aguda não infecciosa e enterite (inflamação do intestino delgado) provocada pelo rotavírus.
»»(Maytenus ilicifolia) - Quercetina, campferol e maetanino são os elementos responsáveis pelo alívio da azia. Seus poderes foram comprovados numa série de estudos realizados em universidades brasileiras. • Forma de uso – Cápsula, comprimido e infusão. • Indicação – Combate dificuldades de digestão, tem ação antiácida e protege a mucosa do estômago. • Contraindicação – Grávidas, mulheres que estão amamentando e crianças com menos de 6 anos. Isento de prescrição médica. BABOSA
ALCACHOFRA
»»(Cynara scolymus) - Seu nome vem do árabe e significa, literalmente, “planta espinhuda”. Cápsula, comprimido, infusão e extrato. • Forma de uso – Ajuda na digestão e evita gases. • Indicação – Coadjuvante na prevenção da aterosclerose (placas de gordura nos vasos), no controle de colesterol alto e no tratamento da síndrome do intestino irritável. • Contraindicação – Grávidas, mulheres que estão
amamentando, alérgicos e quando há obstrução do ducto biliar. Isento de prescrição médica. GINKGO
»»(Ginkgo biloba) - A árvore nasce no Japão e na China, alcança até 40 metros de altura e vive mais de 4 mil anos. • Forma de uso – Cápsula, comprimido e extrato. • Indicação – Cãibra, vertigem e zumbidos decorrentes de problemas na circulação sanguínea. • Contraindicação – Crianças, grávidas, mulheres que estão amamentando, alérgicos ou sensíveis a algum componente da planta, pacientes com distúrbios de coagulação ou que tomam anticoagulantes. Exige prescrição médica. CAVALINHA
»»(Equisetum arvense) - Seus ramos alongados e delgados lembram o rabo de um cavalo – daí sua nomenclatura. • Forma de uso – Cápsula, comprimido, tintura com álcool e infusão.
• Indicação – Diurético, ou seja, aumenta a secreção e a excreção de urina. • Contraindicação – Crianças, grávidas, mulheres que estão amamentando, alérgicos a algum componente da planta e pessoas a quem se recomenda a ingestão reduzida de líquidos, caso de portadores de insuficiência cardíaca ou renal. Isento de prescrição médica.
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»»(Aloe vera) - Existem mais de 200 espécies desta leguminosa originária da África, mas apenas quatro são seguras para consumo humano. Atenção: não há evidências de que suas garrafadas ajudem a superar o câncer. • Forma de uso – Gel e pomada. • Indicação – Cicatrizante de ferimentos na pele e em queimaduras de primeiro ou segundo grau. • Contraindicação – Alérgicos ou sensíveis a algum componente da babosa. Isento de prescrição médica.
ALECRIM-BRAVO
»»(Lippia sidoides) - Encontrado no Nordeste do Brasil, o alecrim-bravo (ou alecrim-pimenta) não é a mesma espécie do tempero culinário. • Forma de uso – Sabonete líquido, gel, infusão e tintura. • Indicação – Anti-inflamatório e antisséptico da cavidade oral, trata infecções na pele e no couro cabeludo causadas por fungos ou ácaros. • Contraindicação – Grávidas, mulheres que estão amamentando, crianças com menos de 2 anos, dependentes de álcool e diabéticos. Isento de prescrição médica.
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A Covid-19 Veio Para Ficar
palavra de ordem em 2020 foi “ficar em casa”. A quarentena, aliada ao uso de máscaras, o lavar as mãos, usar pedilúvio nas entradas das casas, luvas, álcool em gel em todos os lugares etc etc, foram as melhores opções para provocar o que os especialistas em saúde chamam de “achatamento da curva”. Isto é: evitar que todos se contaminem ao mesmo tempo para evitar um colapso do sistema de saúde. Nem todo lugar conseguiu. Muitos acabaram em colapso. Manaus, por exemplo. A questão é que para a maioria da população o que as autoridades estavam dizendo é “façam isso para não se contaminarem”. E pronto. Problema resolvido. Mas na verdade a ideia era apenas evitar esse contagio rápido. A intenção era para protelar o contágio, porque se todo mundo for hospitalizado de uma vez, não tem hospital para atender todos, tem respiradores em quantidade suficiente e morreria muito mais gente. Então, quanto mais você demorar para se contaminar, maior a chance de que tenha um hospital, com uma UTI, para te salvar ou que se descubra um medicamento, se desenvolva uma vacina etc. Só que uma vacina, como nós vamos ver mais à frente, demora 2 anos no mínimo para poder ser produzida e aplicada em larga escala. E, como esse vírus se mostrou altamente contagioso – uma pessoa contaminada pode passar para até outras 6 em média - os especialistas avaliaram que tinha potencial para atingir perto de 100% da população antes de ser parado. A melhor solução, então, é a contenção. Ou seja: parar a circulação de pessoas. E isso foi o que foi feito em quase todos os países do mundo, em maior ou menor grau, a tempo ou não (a Itália, por exemplo, de-
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morou e pagou o preço), com sucesso ou não, com gente contra e a favor. Mas o que a maioria não entendeu é que a questão não termina aí. Tudo o que foi feito foram paliativos para se evitar um problema pontual: a pandemia de 2020. Passada a pandemia, o mundo não teria como voltar “ao normal” porque essa cepa do Coronavírus SARS-CoV-2, apelidada de Covid-19, não foi e nem será eliminada. Isso nos coloca diante de um dilema: quanto menos pessoas se contaminarem pelo vírus num primeiro momento, maiores as chances de ele voltar e provocar outra pandemia no futuro. Além disso, ele nem é um novo vírus. Nós vimos ali atrás que o Corona é conhecido desde a década de 1930 e já provocou “n” crises de saúde ao redor do mundo, além de ter se modificado várias vezes e de ter filhotes (como o Sars-Cov-2) se espalhando indiscriminadamente por aí. E mais: esse é apenas um, dentre muitos vírus da gripe e, como o Influenza, que provocou a chamada “gripe espanhola” 100 anos antes veio para ficar, indefinidamente. Tem vacina? Tem. Todos os anos vamos ao posto de saúde mais perto de casa e nos imunizamos. E ele se modifica e vem ainda mais forte no ano seguinte, a gente toma vacina e segue. Até chegar a um ponto em que se modifique de tal maneira que não haja uma vacina e cause outra pandemia O que estou querendo te dizer é que Covid-19, doença provocada pelo Sars-Cov-2, veio para ficar. Não é porque você fez quarentena e conseguiu se safar na primeira onda, que está livra dele. Não. Ele vai voltar. E nem mesmo se você teve a doença e conseguiu sobreviver, quer dizer que está livre, porque ano que vem ou no outro ele volta diferente, e talvez até mais forte, e te infecta de novo
Brasil até mesmo o presidente da república foi vitima da “espanhola”. E as semelhanças entre as duas pandemias são muitas. Veja por exemplo o que dizia a cartilha distribuída pelo Serviço Nacional de Educação Sanitária da época: Perdigotos – Que perigo! Se estás resfriado amigo, Não chegues perto de mim. Sou fraco, digo o que penso. Quando tossir use o lenço E, também se der atchim. Corrimãos, trincos, dinheiro São de germes um viveiro E o da gripe mais frequente. Não pegá-los, impossível. Mas há remédio infalível, Lave as mãos constantemente. Se da gripe quer livrar-se Arranje um jeito e disfarce, Evite o aperto de mão. Mas se vexado consente, Lave as mãos frequentemente. Com bastante água e sabão. Da gripe já está curado? Bem, mas não queira, apressado, Voltar à vida normal. Consolide bem a cura, Senão você, criatura, Recai e propaga o mal. Um século depois a cartilha que era peça de museu se mostrou muito atual. E continua sendo. Aí você pode argumentar, com certa razão, que 100 anos é um tempo considerável e por esse motivo as lições da Espanhola foram esquecidas. Só que em 2009, por exemplo, o mundo enfrentou a pandemia do H1N1, também muito parecida com a de 2020 e isso não significou nada do ponto de vista da educação das pessoas, da preocupação em manter bons hábitos de higiene, se usar máscaras quando se está gripado, para evitar proliferar o vírus ete. Talvez porque a pandemia de 2009 acabou não sendo tão grave quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) esperava. Morreram cerca de 2 mil brasileiros em 2009. Só que ninguém viu que ela continua aí, matando. Veja o quadro a seguir:
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O que precisamos então é ter consciência de que a pandemia de 2020 mudou o mundo, mudou a forma como nos relacionamos, como nos vestimos, como nos comportamos socialmente. Por exemplo, as recomendações sobre como se proteger, que ficaram famosas durante a pandemia de 2020, devem ser, para sempre seguidas, então decore e pratique: »»Lave com frequência as mãos até a altura dos punhos, com água e sabão, ou então higienize com álcool em gel 70%. »»Ao tossir ou espirrar, cubra nariz e boca com lenço ou com o braço, e não com as mãos. »»Evite tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas. »»Ao tocar, lave sempre as mãos como já indicado. »»Mantenha uma distância mínima de cerca de 2 metros de qualquer pessoa tossindo ou espirrando. »»Evite abraços, beijos e apertos de mãos. Adote um comportamento amigável sem contato físico, mas sempre com um sorriso no rosto. »»Higienize com frequência o celular e os brinquedos das crianças. »»Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, toalhas, pratos e copos. »»Mantenha os ambientes limpos e bem ventilados. »»Evite circulação desnecessária nas ruas, estádios, teatros, shoppings, shows, cinemas e igrejas. Se puder, fique em casa. »»Se estiver doente, evite contato físico com outras pessoas, principalmente idosos e doentes crônicos, e fique em casa até melhorar. »»Durma bem e tenha uma alimentação saudável. »»Utilize máscaras caseiras ou artesanais feitas de tecido quando for sair de casa. É hora de aprender a lição. O mundo teve uma pandemia em 1919 que acabou esquecida no tempo. As lições não chegaram à nossa época. Muitas pessoas hoje nem acreditam quando se fala que morreram 50 milhões, que no
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EDIÇÃO ESPECIAL MORTES POR H1N1 NO BRASIL Mortes por H1N1
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Mortes por H1N1
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1200
600
0
2019
2020
2021
2022
2023
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2025
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Ano
O que as pessoas olham é para o um quadro apenas, enquanto essa cena de 2020 é parte de um longa-metragem daqueles quilométricos. Veja a relação e a periodicidade das pandemias mais recentes: GRIPE RUSSA »»Vírus Influenza, subtipo: H2N2 »»Número de mortos: até 1,5 milhão de mortos »»Temporada: 1889-1890 O primeiro surto com registros históricos começou em Bukhara, atual Uzbequistão, e se espalhou com grande rapidez. Em três meses, já passeava pela Europa, Ásia, África e América, causando crises de pneumonia e febre. No Brasil, sobrou até para o imperador: d. Pedro II (1825-1891) penou com o vírus da terra de Tolstói e Dostoiévski. GRIPE ESPANHOLA »»Vírus Influenza, subtipo: H1N1 »»Número de mortos: até 50 milhões »»Temporada: 1918-1919 Acredita-se que ela surgiu nos Estados Unidos, que não divulgaram a informação. Os ianques estavam na Primeira Guerra Mundial e censuravam dados que pudessem enfraquecer seu Exército. A neutra Espanha noticiou o fato e, por isso,
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ficou conhecida como o berço do perrengue. Relatos dão conta que as pessoas acordavam bem de saúde e morriam ao final do dia. No Brasil, até o presidente eleito Rodrigues Alves (1848-1919) faleceu por causa da moléstia. GRIPE ASIÁTICA
»»Vírus Influenza subtipo: H2N2 »»Número de mortos: até 2 milhões »»Temporada: 1957-1958
Desenvolveu-se no norte da China e avançou para Ásia, Oceania, África, Europa e Estados Unidos. Alastrou-se mundo afora em dez meses, principalmente por terra e mar. Como a tecnologia médica estava mais avançada em relação à epidemia anterior, foi possível detectar o agente com rapidez e trabalhar em novas soluções, como as vacinas. Infelizmente, não foram fabricados imunizantes em quantidade suficiente e o número de mortes foi bem alto. GRIPE DE HONG KONG »»Vírus Influenza subtipo: H3N2 »»Número de mortes: até 3 milhões »»Temporada: 1968-1969 Transmitida por aves, sobretudo as criadas soltas e sem higiene, provocava febre alta, cansaço e dor nas articulações. Com uma progressão rápida e avassaladora,
GRIPE SUÍNA
»»Vírus Influenza subtipo: H1N1 »»Número de mortos: 17 mil »»Temporada: 2009-2010
No México, o vírus sofreu uma mutação e começou a infectar humanos – antes estava restrito aos suínos. Bem parecida com a gripe espanhola, vitimou muitos jovens, que, por geralmente terem uma vida social agitada, correm maior risco de se contaminar. No Brasil, como vimos a gripo matou 2 mil pessoas no primeiro ano e segue matando, sem que ninguém se preocupe. Por isso tudo, mais que nunca, as lições de 2020 precisam ser aprendidas e jamais esquecidas. O Sars-Cov-2 não foi nem vai ser erradicado e vai, como o H1N1, continuar matando... Esteja você, nesse momento, em 2020 ou em 2120, continue se cuidando e se prevenindo: Caso você se sinta doente, com sintomas de gripe, evite contato físico com outras pessoas, principalmente idosos e doentes crônicos e fique em isolamento domiciliar. Utilize máscara o tempo todo. Se for cozinhar, use máscara de proteção, cobrindo boca e nariz todo o tempo. Depois de usar o banheiro, nunca deixe de lavar as mãos com água e sabão e sempre limpe vaso, pia e demais superfícies com álcool ou água sanitária para desinfecção do ambiente. Separe toalhas de banho, garfos, facas, colheres, copos e outros objetos apenas para seu uso. O lixo produzido precisa ser separado e descartado. Os sofás e as cadeiras também não podem ser compartilhados e precisam ser limpos frequentemente com água sanitária ou álcool 70%. Mantenha a janela aberta para circulação de ar do ambiente usado para isolamento e
a porta fechada, limpe a maçaneta frequentemente com álcool 70% ou água sanitária. Caso o paciente não more sozinho, os demais moradores da devem dormir em outro cômodo, longe da pessoa infectada, seguindo também as seguintes recomendações: Manter a distância mínima de 1 metro entre o paciente e os demais moradores. Limpe os móveis da casa frequentemente com água sanitária ou álcool 70%. Se uma pessoa da casa tiver diagnóstico positivo, todos os moradores ficam em isolamento por 14 dias também. Caso outro familiar da casa também inicie os sintomas leves, ele deve reiniciar o isolamento de 14 dias. Se os sintomas forem graves, como dificuldade para respirar, ele deve procurar orientação médica. E, participe de todas as campanhas de vacinação. Elas podem fazer a diferença entre uma gripinha e a morte certa. O vírus são os verdadeiros donos do mundo e nós os invasores...
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matou muita gente em pouco tempo, sobretudo em Hong Kong, origem da pandemia, e nos Estados Unidos, onde quase 34 mil pessoas sucumbiram a ela.
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