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Marta Cocco

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Sylvia Cesco

Sylvia Cesco

O REI ESTÁ NU

Tuas palavras ásperas e laminadas de mentiras vestem os fatos e os corrompem. E meu silêncio - escudo de sílabas tortas ouve e ignora, és letra morta. Dou-te as costas, sigo em frente intuindo o nascedouro da estrela e não o poente. Estás só, arrogante e firme com seus vereditos e infâmias. Não reverbera teu nome na rua pois plantaste, com água e adubo, o grão do esquecimento e minguará pelos anos a colheita: palha seca e algum enfastiamento.

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AO CABRAL, SEM PLUMAS

Não ter nome ou se chamar Severino que diferença faz. Na pia e para o resto da vida a pedra no sapato é o sono de não poder acordar da fome e do destino de ser mineral. Não ter o verso bem feito é o de menos. Incomodam as verdades que perduram os erros repetidos a reiteração da morte em vida.

Marta Cocco

Marta nasceu em 18/09/66 em Pinhal Grande-RS, veio para Mato Grosso em 1992 e atualmente reside em Tangará da Serra. É professora de Literaturas da Língua Portuguesa da UNEMAT, Doutora em Letras e Linguística, membro da AML e autora de 11 livros.

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