REVISTA PIXÉ
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OSSÁRIO este poema que canto cheio de vida e coberto de carne fresca morrerá em breve, será sepultado pelas horas sem momento de ser lido, mas depois de corroído o que foi excesso de sentimento, como esqueleto do tempo, será desenterrado por uma voz futura, e dará notícia do que fui e fiz se feliz ou triste se alto ou baixo, gravado nessas palavras no tutano do vocabulário um poema guarda a memória do seu poeta à espera de ser mais uma vez cantado
Caio Augusto Leite Nasceu em São Paulo em 1993. Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo (USP) com dissertação sobre A Paixão segundo G.H., de Clarice Lispector. Integrou o Printemps Littéraire Brésilien 2018, na França e na Bélgica, a convite da Universidade Sorbonne. Teve textos publicados nas revistas digitais escamandro, A Bacana, mallarmargens, Vício velho, Lavoura, Subversa, Literatura & Fechadura e Alagunas É autor dos livros Samba no escuro (Scortecci, 2013), A repetição dos pães (7Letras, 2017) e Terra trêmula (Caiaponte, 2020), além de colunista da revista digital Ruído Manifesto.