REVISTA PIXÉ
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FERAS Pensei que eu sabia escrever Mas na verdade eu não sei mais As palavras que antes pulavam hoje ficaram pra trás O tempo e a saudade já não me causam a angústia das sílabas rimadas Não bebo mais vinho na rua do homem que engolia espadas Hoje eu vivo num quarto branco num prédio cheio de escadas Hoje eu acredito em feras Antes eu acreditava em fadas
MORTE Trago a notícia bucólica O pecado que nos rodeia O meu coração dói de cólica E por isso o sangue não bombeia Pele fria molhada e clara Dormindo sobre o sereno As vezes a joia mais rara É também o pior veneno Como como quem tem fome Morro de amor todo dia Vivo por amar mais um dia Meu peito que nem batia Hoje batuca o seu nome
Helena Werneck Cuiabana, formada em Secretariado no IFMT, e vencedora do prêmio de literatura de Mato Grosso de 2017 categoria revelação com a obra de título “Nu”.