NO MAR

É tempo de velejar

AS SENSAÇÕES E DESCOBERTAS VISTAS POR UM ÂNGULO DIFERENTE E NAVEGANDO POR ÁGUAS CRISTALINAS APENAS ADMIRANDO PAISAGENS AO SOM DO VENTO.

Sentir a brisa do mar, o vento batendo nas enormes velas que guiam a embarcação através das águas é também uma experiência romântica em roteiros paradisíacos. Com a chegada do verão, as temperaturas no Sul e Sudeste do Brasil estão cada vez mais elevadas e o pôr do sol com cores intensas faz um convite irrecusável para uma aventura no mar. É no litoral catarinense que está o destino para um estilo de vida de uma maneira original de navegar.

O empresário Arthur Menna Barreto, 31 anos, já teve barco no Rio de Janeiro, mas trouxe a embarcação para o sul porque considera que o litoral daqui seja o melhor lugar do Brasil para velejar. “Eu já tive barco em Angra dos Reis, lá a natureza é exuberante, mas o melhor lugar para se velejar é no sul do país, porque sempre tem vento”, conta o dono de um veleiro que fica atracado na Marina Itajaí. Já o empresário Fábio Augusto da Silveira, 51 anos mora com a família a bordo do veleiro Novvueu, na Marina Itajaí e acredita que a paixão por velejar independe das estações do ano. “Velejar no outono e inverno é muito bom, talvez seja até melhor que no verão, porque nós temos ventos constantes, em uma mesma direção, que não ficam mudando. Nessa época encontramos muitas baleias, golfinhos e centenas de pinguins”.

A experiência no veleiro é sinônimo de lazer náutico apreciando o sopro do vento e um deslizar quase silencioso pelos mares, mas para que seja realmente uma vivência para colocar no álbum de memórias é preciso ficar atento à previsão do tempo por conta da chegada mais frequente de frentes frias, como explica o velejador Marcelo Bonilla, da escola ISSA Brazil. “Se o navegador não estiver atento à previsão, uma tranquila navegação em um dia de sol pode se transformar em um mar revolto de uma hora para a outra”. Além disso, aproveitar o momento é pensar em todos os detalhes e isso também significa apostar na precaução. “É essencial levar agasalhos para toda a tripulação, mesmo que o dia esteja quente pois qualquer mudança meteorológica pode fazer cair a temperatura rapidamente”, explica Marcelo. Assim, a chegada ao destino apenas com a força dos ventos será uma experiência de liberdade.

“Essa modalidade esportiva praticada em barcos que funcionam apenas com a força do vento traz liberdade ve vem mudando o comportamento ao longo dos anos. Quando iniciamos as operações na Marina Itajaí a procura por vagas era mais sazonal, com alta demanda no verão. Mas hoje em dia a procura ocorre durante todos os meses do ano”, comenta o diretor da Marina Itajaí, Carlos Gayoso de Oliveira. Para começar não é obrigatório ser o proprietário de um barco para viver uma experiência num veleiro. Já existe a possibilidade de passar uma noite no barco ancorado na Marina Itajaí, ou seja, nas vagas molhadas, em modelos com até 24 pés. O valor varia de acordo com o tamanho da embarcação e o pernoite inclui água, luz, acesso à internet, lavanderia, vestiários, entre outras facilidades aos navegadores como loja de conveniência e restaurantes. Um passeio de veleiro partindo da Marina Itajaí com possibilidades que incluem diárias com saída às 8h da manhã e retorno no pôr do sol ou passeios de quatro horas são uma alternativa para estreitar os laços com as águas e o vento. É o começo para explorar o mar e viajar pelos oceanos, apenas sentindo a natureza cada vez mais próxima num roteiro que não existe descrição.