Parabéns, professor! - DER Sul 3

PARABÉNS, PROFESSOR! PALAVRA DA DIRIGENTE

OS TRÊS PROJETOS

APRESENTAÇÃO

O Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino Região Sul 3 preparou com cuidado esta publicação sobre o trabalho de três de nossos professores. É claro que nossa DER Sul 3 está repleta de excelentes iniciativas pedagógicas. Por onde ando, fico sabendo de mais e mais notícias do trabalho entusiasmado do nosso professorado.

Por isso mesmo, nesse 15 de outubro, dirijo-me a todos os professores da DER Sul 3 para agradecer-lhes a dedicação, o empenho e o carinho que dedicam aos nossos estudantes.

Quero que todos se sintam pessoalmente reconhecidos e abraçados por mim, nessa data especial.

Os meus sinceros parabéns nesse Dia do Professor!

Língua Portuguesa – A interação com idosos deu significado aos textos, além de marcar profundamente a vida dos alunos.

Para homenagear todos os professores da Diretoria de Ensino Região Sul 3, apresentamos aqui três projetos pedagógicos como uma amostra dos imensos esforços que os professores dispensam aos seus afazeres, bem como do amor com que abraçam suas atribuições.

O projeto de Língua Portuguesa chegou-nos pelo curso “Como elaborar um projeto? Introdução à Metodologia”, realizado de maio a agosto deste ano. Os outros dois – Matemática e Arte – vieram-nos pelo formulário online “Educador Nota 10” que postamos, no site da Sul 3, no último 17 de maio. São tão somente um canal pelo qual nossa homenagem chega a todos.

Com alegria, deixamos o nosso voto de Feliz Dia do Professor!

Eonice Domingos da Silva

Rosemari de Paula Souza Silva Página 2

Matemática – Em tempos de crise financeira, alunos aprendem a fazer orçamento e a tomar medidas contra o endividamento.

Marcia Cristina M. de Andrade Página 4

Arte – As crianças estudaram narrativas infantis, grafitaramnas nas paredes e pintaram muito mais, em meio a muita diversão.

Isac dos Santos Pereira Página 6

A redação

PARABÉNS, PROFESSOR! Homenagem aos Professores da Diretoria de Ensino Região Sul 3 Secretaria de Estado da Educação – Governo de São Paulo Eonice Domingos da Silva – Dirigente Regional de Ensino 11-10-2016 – Página 1 de 8 Cristiane Bomfim – Supervisora do Núcleo Pedagógico Léssio L. Cardoso: redação, edição e diagramação Ana Silva: revisão

Os alunos visitaram os idosos para conversar, cantar, ler e entregar os donativos que arrecadaram

TEXTOS CONECTADOS COM A REALIDADE Ação social contextualiza gêneros textuais e marca a vida dos estudantes Rosemari de Paula Souza Silva

O presente projeto surgiu da necessidade de enriquecer o aprendizado dos alunos pelo uso de múltiplas linguagens que oferecessem um novo movimento às minhas aulas de Língua Portuguesa, aliando o estudo de gêneros textuais a uma experiência prazerosa e transformadora.

Os objetivos foram oportunizar aos alunos as condições necessárias para superarem as dificuldades nos âmbitos da oralidade, leitura e escrita e refletir sobre a juventude, seus valores, contradições e relação com a vida.

O LIVRO SURGIU AOS POUCOS O projeto, realizado em três turmas de 9o ano do Ensino Fundamental II, na E. E. Mademoiselle Perillier, teve a duração de um ano letivo – 2015 – dividido nos quatro bimestres.

1º bimestre – Tratamos de temas e experiências juvenis por leituras, rodas de conversa, filmes e produções de textos.

2º bimestre – Realizamos visitas ao “Lar dos Anciões”, que tinha oito internos, próximo da escola, mantido por parentes dos idosos e doações aleatórias, para conversar, cantar, ler e entregar donativos arrecadados pelos próprios alunos na escola. Houve estreitamento de relações entre os alunos e os idosos, com histórias de vida tão diferentes. Os alunos escreveram as autobiografias e as biografias dos idosos, depois de trabalharmos esses gêneros textuais em sala de aula.

3º bimestre – A interdisciplinaridade apareceu quando o conhecimento adquirido em uma disciplina somava ao que estavam aprendendo em outra. Carlos Francisco, professor de História, ajudou-os a associar fatos das biografias ao momento histórico. Nas aulas de Geografia, da professora Matilde, conheceram o Estatuto do Idoso.

4º bimestre – Os alunos das três salas foram divididos em grupos para digitação dos textos, pesquisa de preço para impressão do livro e produção dos agradecimentos, depoimentos, considerações finais e ilustração da capa.

Um aluno apresentava dificuldades na fala e escrita. Muito carinhoso, era bem aceito pelos colegas. Ele participou do projeto interagindo nos diálogos e debates e, quando se manifestava, todos procuravam ouvi-lo e incluí-lo.

PARABÉNS, PROFESSOR! Homenagem aos Professores da Diretoria de Ensino Região Sul 3 Secretaria de Estado da Educação – Governo de São Paulo Eonice Domingos da Silva – Dirigente Regional de Ensino 11-10-2016 – Página 2 de 8 Cristiane Bomfim – Supervisora do Núcleo Pedagógico Léssio L. Cardoso: redação, edição e diagramação Ana Silva: revisão

“Passei a olhar os mais velhos com mais cuidado e carinho. Há muito preconceito contra o idoso”

O livro é composto por biografias dos idosos e autobiografias dos alunos. Todos os textos foram produzidos e reescritos com as intervenções feitas por mim. Porém, não incluímos todos no livro principalmente por falta de autorização. O título “O Fim e o Princípio” foi inspirado no documentário de mesmo nome.

MARCADOS PARA SEMPRE Por tratar-se de algo novo, no início os alunos apresentaram certa resistência quanto a sair da sala de aula, dialogar no pátio em círculos ou andar com os cadernos para anotações. O projeto mexeu com suas vidas ao falarem da relação com os pais ou responsáveis, pensarem no futuro e expressarem seus pontos de vista.

As mudanças foram percebidas, seja no tocante à disciplina seja no interesse pelas atividades. Houve resultados positivos na oralidade, leitura e escrita. Mesmo se tratando de salas heterogêneas e dentro da capacidade individual, houve progresso em todos.

Esses alunos estão atualmente cursando o Ensino Médio e ainda nos procuram para continuar a experiência. No momento, estão arrecadando doações para a próxima visita.

AVALIAÇÃO PELOS ALUNOS “Foi algo incrível, jamais imaginei que faria uma coisa assim. Simplesmente maravilhoso! Nunca havia frequentado um asilo. Essa experiência me mudou para o resto da vida. Passei a olhar os mais velhos de forma diferente, com mais cuidado e carinho. Há muito preconceito contra o idoso. O que aprendi nesse projeto, eu levarei para toda a minha vida.”

“A experiência deste projeto foi uma das melhores em minha vida! Como um todo, ensinou-me coisas gratificantes que me marcaram como uma ‘tatuagem’ em minha pele. Eu me emocionei com a história de um senhor que me mostrou que o amor não morre e não tem idade. Ele perdeu a esposa há alguns anos e ainda fala no quanto a ama.”

“O projeto pôde me proporcionar amor por aqueles senhores que eu nunca tinha visto na vida. Se me pedissem para resumir, em uma palavra, o que esse projeto me proporcionou, eu diria: amor.”

Depoimentos de alunos retirados do próprio livro, capa ao lado.

PARABÉNS, PROFESSOR! Homenagem aos Professores da Diretoria de Ensino Região Sul 3 Secretaria de Estado da Educação – Governo de São Paulo Eonice Domingos da Silva – Dirigente Regional de Ensino 11-10-2016 – Página 3 de 8 Cristiane Bomfim – Supervisora do Núcleo Pedagógico Léssio L. Cardoso: redação, edição e diagramação Ana Silva: revisão

EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA UM FUTURO MAIS RESPONSÁVEL Situação econômica do país motivou projeto de Matemática financeira para os 9os anos do Ensino Fundamental II da E. E. Dom Duarte Leopoldo e Silva Marcia Cristina M. de Andrade

Analisando a atual situação econômica do país, eu, educadora, desafiei os educandos a realizarem algo que não é comum na escola: relacionarem-se com conceitos financeiros e hábitos de consumo e planejar o futuro, utilizando como ferramenta o orçamento pessoal e doméstico.

Muitos desses alunos não tinham ideia de conceitos como receita, despesas fixas ou variáveis e a grande maioria vivia o imediatismo, não se preocupando em planejar.

Esse projeto possibilitou a construção de conhecimentos de Matemática, minha disciplina, permitindome: ensinar planejamento financeiro a curto e longo prazos, considerando que ações realizadas no passado terão consequências no futuro; capacitar os adolescentes para argumentar matematicamente e contribuir com suas famílias, na determinação de objetivos financeiros bem como de meios para alcançá-los; relacionar o mundo real com representações matemáticas como esquemas, tabelas, gráficos e escritas numéricas; formar cidadãos responsáveis, ativos na sociedade, conscientes dos direitos e deveres.

Os conteúdos curriculares abrangidos foram leitura e escrita, números racionais, construção e interpretação de tabelas e gráficos estatísticos e uso das tecnologias para apresentação e construção de gráficos. Das seis aulas semanais de Matemática, duas foram destinadas à execução desse projeto.

ATÉ A PRÓPRIA CASA Orçamento familiar apresentado por um aluno, na etapa IV Etapa I – Iniciei conversando com os alunos sobre a situação econômica do país, apresentei um vídeo motivacional e, em seguida, solicitei que fizessem o cadastro no “Programa de Educação Financeira nas Escolas”, apoiado pelo Ministério da Educação, site www.edufinanceiranaescola.gov.br, e o download do volume 9, para cuja leitura teriam o prazo de uma semana. Em seguida, os alunos foram organizados em grupos com cinco integrantes. Cada grupo entrevistou uma ou mais pessoas a respeito dos hábitos de consumo (perfil poupador ou gastador, uso de cartões de débito ou PARABÉNS, PROFESSOR! Homenagem aos Professores da Diretoria de Ensino Região Sul 3 Secretaria de Estado da Educação – Governo de São Paulo Eonice Domingos da Silva – Dirigente Regional de Ensino 11-10-2016 – Página 4 de 8 Cristiane Bomfim – Supervisora do Núcleo Pedagógico Léssio L. Cardoso: redação, edição e diagramação Ana Silva: revisão

Na etapa III, os grupos apresentaram o orçamento para uma festa ou uma viagem dos sonhos

crédito e armadilhas financeiras) e transcreveu a entrevista em folha almaço para a verificação e orientação da professora.

Etapa II – Os grupos expuseram os dados da pesquisa utilizando tecnologias como planilhas do Excel para a construção de gráficos e PowerPoint para a apresentação. Orientei-os a respeito da pesquisa, dos conceitos financeiros e da construção de gráficos em planilha eletrônica ou em cartolinas.

Etapa III – Cada grupo escolheu um dos temas – uma festa ou uma viagem dos sonhos – e construiu um orçamento planejando cada etapa, tendo como alvo a realização do tema.

Etapa IV – Individualmente, os alunos elaboraram um orçamento doméstico familiar simples, dividido em receitas, despesas e saldo final. Verificaram se o saldo era negativo ou positivo e, caso fosse negativo, quais medidas deveriam ser tomadas para mudar essa realidade.

SOLIDARIEDADE E RESULTADOS SURPREENDENTES Acompanhei os alunos individual e coletivamente, em todas as fases desse projeto, avaliando-os de forma contínua e formativa. Em cada etapa realizada, o aluno atingiria até 2,5 pontos. Os critérios para esses pontos eram interagir com o grupo de trabalho, finalizar nas datas estipuladas e apresentar cada etapa à professora e à turma.

Estava na responsabilidade de cada aluno realizar a leitura online ou fazer o download do material didático digital. Percebi que a solidariedade estava presente em cada turma que participou desse trabalho, pois os alunos que não tinham como baixar o arquivo receberam em seu celular o livro completo enviado por um colega da sala.

Acompanho essas turmas desde o 6º ano do Ensino Fundamental, tenho um vínculo afetivo com eles e sei que é recíproco. Isso facilita o meu trabalho. Nos vários projetos que foram propostos por mim, essas turmas sempre apresentaram resultados surpreendentes e, nesse, não foi diferente.

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FAZENDO ARTE NA ESCOLA Ensino Fundamental I grafita narrativas nas paredes da E. E. Jardim Sabiá II Isac dos Santos Pereira

O projeto de grafite teve como antecessor um estudo aprofundado sobre as histórias contadas oralmente ou por escrito. Parti do pressuposto de que, em todo arcabouço que narra uma história, existem variações profundas de fatores que influenciam a imaginação. Deixei claro que, para apreciação de histórias, eram necessários o saber entrar em contato com os livros, por meio da leitura de palavras e imagens, e a reflexão para posteriormente modificar o que era visto como representações das histórias.

Foram esclarecidas as partes constitutivas das narrativas – enredo, Os desenhos escolhidos foram projetados personagens, cenário, tempo e narrador – e as na parede para facilitar o contorno possibilidades de entender e difundir tais informações. Pedi que os grupos discentes se mantivessem atentos às histórias contadas e lidas e às composições visuais gráficas e pictóricas.

Apresentei o círculo cromático aos alunos para diferenciarem as cores e as gradações tonais conseguidas em uma mesma cor. Eles perceberam a possibilidade de mudanças de cores.

As histórias trabalhadas – separadas em fábulas, contos e narrativas visuais – foram: “Chapeuzinho Vermelho”, “Branca de Neve”, “Pinóquio”, “A Cigarra e a Formiga”, “Os Três Porquinhos”, “A Pequena Sereia”, “O Patinho Feio”, “João e Maria”, “A Tartaruga e a Lebre”, “A Princesa e o Sapo”, “Cinderela”, “O Rei sem Ofício” e “Turma da Mônica”.

A PINTURA NAS PAREDES 1. Escolha dos desenhos: Os alunos participaram da escolha dos desenhos para suas próprias salas.

2. Passagem para as paredes: Os desenhos foram contornados nas paredes das salas de aula.

Para diminuir o tempo dessa etapa, foram projetados por datashow.

3. Veladura: Fizemos o procedimento pictórico chamado de “veladura”, uma camada Depois da veladura, é hora de pintar transparente de tinta sobre toda a parede.

“Professor, a tinta não vai cobrir os desenhos?”, foi um dos comentários ansiosos. “Não, pois ela é transparente, será evidenciada a cor, acalmem-se.”

4. Pintura: Após a veladura, é hora de pintar, soltar a criatividade nas cores, não ter medo de ousar nas misturas e pinceladas.

Para finalizar os grafites, criei o concurso de um desenho para a entrada da escola. Os alunos tiveram um tempo em classe e outro em casa para desenvolver um trabalho artístico que representasse a escola Jardim Sabiá II, com elementos visuais que remetiam à escola. O trabalho plástico podia ser feito com diversas técnicas e materiais bidimensionais, ficando a critério do PARABÉNS, PROFESSOR! Homenagem aos Professores da Diretoria de Ensino Região Sul 3 Secretaria de Estado da Educação – Governo de São Paulo Eonice Domingos da Silva – Dirigente Regional de Ensino 11-10-2016 – Página 6 de 8 Cristiane Bomfim – Supervisora do Núcleo Pedagógico Léssio L. Cardoso: redação, edição e diagramação Ana Silva: revisão

Fragmentos de pinturas já prontas: “Aprendi a pintar, achei interessante o projeto”

aluno inovar em sua composição artística. O ganhador teve seu desenho grafitado na entrada da escola. Todos que adentravam tinham a oportunidade de apreciá-lo.

A sala de arte em especial foi pintada com a ajuda de praticamente todos os alunos dos 1os, 4os e 5os anos. No decorrer das aulas, após os grafites prontos, foram desenvolvidas outras pinturas em papéis. Os primeiros anos pintaram telas coletivamente.

Os alunos participantes, em torno de 500, em 2014, aumentaram o repertório pictórico qualitativamente a partir deste projeto. Alguns depoimentos: “Os desenhos e pinturas ficaram excelentes”, “Aprendi a pintar, as pinturas ficaram legais, achei interessante o projeto” e “Isso mudou a vida das crianças”.

Além do grafite, o projeto contemplou também pintura coletiva de telas (à esquerda) e concurso de desenho para a entrada da escola (vencedor à direita)

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Foram alcançados os objetivos de conectar a linguagem artística pictórica e os gêneros literários; sensibilizar o olhar para as possibilidades de se conseguirem diversos tons com uma mistura precisa; aguçar a percepção das variações de cores e tons, o que pode suscitar em quem vê pensamentos e sensações diversas; tornar o aluno mais sensível, reflexivo e criador de composições visuais; desenvolver a técnica da veladura; e mudar as imagens reproduzidas nas paredes da escola.

Outras pinturas produzidas durante o projeto, incluindo as feitas em papel

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