SEGUNDA-FEIRA, 15 DE SETEMBRO DE 2014
Lições de
mestres em
Parte integrante do Diário do Grande ABC – Não pode ser vendida separadamente
EDUCAÇÃO
O desafio de inovar e aperfeiçoar metodologias que viram boas referências de ensino
2. Seu Negócio
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Investimento em Educação mobiliza o Grande ABC
Marcas nacionais e regionais reconhecem o potencial para negócios do setor
Quem vive no sistema capitalista sabe: a melhor chance de subir na vida é por meio da Educação. Por isso, o investimento nos estudos é sempre visto como prioritário. O outro lado desta importância dada à Educação é o alto índice de exigência dos “consumidores” dos serviços deste setor. “Estou neste negócio há mais de 47 anos e posso lhe dizer: a família se sacrifica, mas quer ver os filhos num bom colégio. É uma prioridade clara”, diz Paolo Gambogi, diretor administrativo do Colégio Singular, fundado em 1966 em sociedade com Paulo Roberto de Francisco, que hoje atua como diretor pedagógico. “Isso torna a nossa responsabilidade como educadores ainda maior”, frisa Gambogi, que celebra o fato de que mais de 170 mil alunos já passaram pelo Singular desde 1966. Mas, em termos de história como empreendedores, Gambo-
CUSTOS Gastos totais
68,7% Serviços Educação relacionados à 5% 4% comunicação Convênio médico plano de saúde 4,5%
Outros Lazer/ gastos - Cultura Saúde
2,7% 2,9%
Diretor-superintendente Maury de Campos Dotto Diretora-geral Lidiane Fernandes Pinto Soares
Diretor-presidente Ronan Maria Pinto
Diretor Evenson Robles Dotto
15,3%
6,5% Alimentação
Higiene Vestuário pessoal e 2,6% limpeza
20,2%
5,1%
Fonte: INPES/USCS
gi avalia que eles começaram de uma forma bem original. “Tanto eu quanto o Paulo desde o colegial dávamos aulas particulares de Matemática. Quando a gente estava no primeiro ano da faculdade de Engenharia, surgiu a oportunidade de comprar as instalações de um cursinho pré-vestibular. Resolvemos empreender porque já tínhamos experiência em ensinar. Isso foi em 1966 e o nosso cursinho era o único da região. Quem queria se preparar para os exames tinha que estudar com a gente ou ir para São Paulo”, conta o empresário. A partir do trabalho com os vestibulandos, a dupla foi formatando os cursos regulares. “Fizemos o caminho de trás para frente: cursinho, Ensino Médio, Fundamental e Infantil. Mas, hoje, se eu fosse aconselhar alguém que quer entrar no ramo, eu diria que o ideal é começar do Infantil e ir evoluindo”, diz Gambogi, que justifica: “Os custos em termos de material didático e tecnologia aumentam conforme o aluno vai chegando mais perto da faculdade e isso se traduz em investimentos maiores por parte do empresário”, diz. A questão da economia de es-
Fundadores Edson Danillo Dotto (1934-1997), Maury de Campos Dotto, Fausto Polesi (1930-2011) e Angelo Puga
Transporte
Habitação
Editoria de Arte
cala também tem relação com a parceria entre o Singular e o Sistema Anglo de Ensino. “Fomos o primeiro franqueado do Anglo, em 1978, e hoje somos o número um em números de alunos no Brasil”, diz Gambogi, que foca a atuação do colégio na região. “Hoje temos muitos filhos de ex-alunos e até alguns
netos na Educação Infantil”, comemora o empresário, que hoje tem 11 unidades com as marca Singular espalhadas por Santo André, São Bernardo e São Caetano. TRADIÇÃO Com a política de não franquear sua marca e só abrir esDenis Maciel 14/03/2012
VISÃO.Paolo Gambogi e Paulo Roberto de Francisco acreditam na região
Diretor de Redação Sérgio Vieira
Suplemento especial
Textos Andrea Ciaffone
Diagramação Raul Silva
Tratamento de Imagens Maurício Silva
Coordenação de Marketing Claudia M. R. Zeber Josiana Abrão
Edição Kelly Zucatelli
Editor de Arte Eder Marini
Banco de Dados Cecilia Del Gesso
Studio Denise Arashiro, Felipe Vaz e Mauro Lotto
Revisão Francisco Lacerda
Editor de Fotografia Ari Paleta
Capa Seri
Paginação de Anúncios Eduardo Pinheiro
Seu Negócio
paços com recursos próprios, a Cultura Inglesa é uma das mais tradicionais do setor de ensino de idiomas no Brasil e também enxerga enorme potencial na região. “O Grande ABC vem crescendo muito. Temos uma unidade de grande porte em Santo André e abrimos uma unidade em São Bernardo em 2012, que rapidamente superou as expectativas de crescimento. Temos perspectiva de crescer ainda mais na região”, afirma a gerente de Operações da Cultura Inglesa, Kátia Borba. “Temos uma boa representatividade de crianças e adolescentes em nossas unidades na região, fato que demonstra uma crescente preocupação com o aprendizado da língua inglesa desde cedo”, explica a executiva sobre o entusiasmo com que as famílias do Grande ABC receberam as escolas. “O nosso maior desafio é manter-nos à frente em um mercado altamente competitivo, com foco permanente na qualidade da Educação”, diz o gerente acadêmico Vinícius Nobre. “A complexidade de inserir cultura e tecnologia em todas as nossas iniciativas requer esforços e investimentos contínuos para garantir um aprendizado mais eficiente e relevante e, assim, promover uma experiência mais completa para nossos alunos”, completa Nobre. Justamente porque é preciso investir constantemente em material didático e equipamentos e também pela necessidade de acompanhar as expectativas dos estudantes e de suas famílias que empreender no setor de Educação exige que o empresário faça sua lição de casa direitinho e não tenha medo de passar por provas difíceis.
Departamento Comercial Silvia Oliveira, André Borin, André Ferreira, Adriano Mendes da Silva, Caroline Martinez, Camila da Silva, Everton Amauri, Jardel Sousa, Jorge de Oliveira, Luciana Lima da Silva, Marcelo Tadeu e Marcia Maritan.
SEDE: Rua Catequese, 562, Santo André, São Paulo. CEP: 09090-400. Telefone/PABX: 4435-8100
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Colégio Piaget ensina a força dos sonhos com filosofia de aprendizado Marina Brandão
Escola desenvolveu um método que hoje é utilizado por 180 instituições em todo o País Em 1978, quando Valdinéia Cavalaro resolveu abrir em São Bernardo uma escola infantil com princípios pedagógicos inspirados no pensamento do psicólogo francês Jean Piaget, ninguém apostaria que 36 anos depois, 180 escolas de todo o País estariam utilizando o método e os materiais didáticos desenvolvidos por Valdinéia e sua equipe no mesmo lugar em que a escola foi fundada. “Nunca pensei em construir uma grande empresa, se isso aconteceu foi por causa da força do conceito que orienta nosso trabalho”, diz a psicóloga e pedagoga. “Meu desejo era ensinar a partir da filosofia de Piaget que consiste em deixar o aluno construir o seu próprio conhecimento tendo o professor como mediador no processo de aquisição do conhecimento”, explica Valdinéia. No fim dos anos 1970, essas ideias eram revolucionárias no setor de Educação e defendêlas era uma ousadia da jovem de 28 anos, que havia estudado Pedagogia e Psicologia. Além do mais, Valdinéia era paulistana e tinha mudado para a região por causa do trabalho do marido. Ou seja, não era do Grande ABC. Para completar a lista de dificuldades, ela abriu a escola pouco depois do nascimento da segunda filha e, pouco depois, engravidou da terceira. Hoje, as três filhas trabalham com ela. A mais velha, Lí-
EXPANSÃO. Empresária comemora os 36 anos de sucesso e dedicação aos princípios pedagógicos do grupo lian, 47 anos, é também psicóloga e pedagoga. Liany, 37, se tornou especialista em multimídia e hoje tem papel importante na administração financeira. Lígia, 35, a caçula, também é psicóloga. “As duas mais novas estudaram sempre na escola”, conta Valdinéia, que não pretendia ir além do pré-escolar quando abriu o então chama-
do Centro Educacional Piaget. “Eu não queria de jeito nenhum passar do infantil. Mas, os pais insistiam e argumentavam que não queriam que o ritmo de desenvolvimento dos filhos fosse interrompido, o que poderia acontecer com a metologia dos colégio tradicionais. Aí, cedi e resolvi abrir até a 8ª série. Depois aconteceu a mes-
ma situação e resolvemos ir até o final do Ensino Médio”, conta a fundadora do colégio, que hoje se orgulha de registrar índice de 90% de aprovação dos seus alunos nos vestibulares. “Conforme fomos ampliando o método foi preciso criar material de apoio. Os livros didáticos que existiam eram muito bons, mas não correspon-
diam ao contexto do nosso método, então tivemos que desenvolver tudo. Nossa visão é que tudo o que se aprende com emoção fica na memória. Por isso, fomos criando personagens e todo um conteúdo que atende ao nosso método de ensino”, conta a educadora. “No meio disso, claro, fomos introduzindo as tecnologias multimídia. Houve situações que para aparelhar as salas tivemos que importar equipamento diretamente do Japão”, diz. Toda essa evolução também exigiu que a escola crescesse fisicamente dos 3.000 metros quadrados da inauguração para os atuais 25 mil metros. Para gerir o crescimento, Valdinéia contou com a ajuda do marido, homem de negócios que sempre compartilhou da sua visão como educadora. “Ele acreditava no meu sonho e foi investindo e administrando o lado financeiro”, conta. Para quem pensa em entrar no setor de Educação, a empresária, que também é presidente da Associação das Escolas Particulares da região, dá um conselho bem direto: “A primeira coisa é ter muita certeza do que quer fazer. Nesse setor é preciso muita dedicação. Não é trabalhar oito horas por dia e sim, 12 horas a 15 horas. Outra coisa: não se deve entrar para ganhar dinheiro. Se o foco for somente esse, dificilmente o empreendimento dá certo. É preciso ter um sonho, uma convicção sobre o papel de educador. Saber que você será um parceiro da família de cada aluno”, diz Valdinéia, que deixa claro que educar é uma missão e um sonho e não uma atividade econômica como outra qualquer.
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Empreender em Educação Infantil exige planejamento e atualização As necessidades das mães e o comportamento das crianças estão em constante evolução e é preciso investir sempre Um galo na testa da filha de 9 meses de idade fez com que a andreense Ana Maria Mascaro repensasse a vida. “Foi nesse dia que eu decidi que queria mudar de atividade”, recordase do momento vivido há 25 anos. “Na época, eu trabalhava como executiva no setor de RH (Recursos Humanos) em uma empresa em Alphaville. Quando avisei meu chefe que ia sair, ele me pediu uns dias e me aconselhou a pensar bem a decisão. Mas, não teve jeito. Tudo começou a acontecer rápido, as coisas foram dando certo e, em dois meses, eu estava abrindo o Centro de Recreação Infantil Picolino Mio, em Santo André”, conta Ana Maria. O processo de decisão foi rá-
pido, mas a história que precedeu o momento da mudança é bem longa. Adolescente, Ana Maria tinha como objetivo estudar Medicina. Prestou vestibular, passou na primeira fase, mas por pouco não conseguiu passar na segunda fase. Mas, no exame para Pedagogia, em que só se inscreveu por influência de uma amiga, ela passou em segundo lugar. Para não ficar parada, resolveu fazer matrícula. Acabou se apaixonando pelo curso e foi até o fim. Só que continuou trabalhando na área de RH até o dia em que chegou em casa e viu a protuberância na testa da sua bebê. “Na verdade, abrir uma escola de Educação Infantil era um sonho que eu acalentava, mas
que precisava de um catalisador para virar realidade”, diz Ana Maria. Inicialmente, a educadora buscou traduzir na sua escola os princípios que considerava mais inspiradores e, acima de tudo, criar um ambiente em que as crianças de zero a 5 anos possam brincar e, com as brincadeiras, aprender. “Adotamos o método afetivo, que é ensinar com amor, carinho, paciência. É entrar no mundo deles”, diz Ana Maria, que adota uma metodologia desenvolvida no Paraná, o Sistema Maxi de Ensino, que utiliza as histórias infantis clássicas como porta de acesso para transferir os conhecimentos. No aspecto de gestão, Ana Maria diz que sempre recorreu
ao que aprendeu em seus anos como executiva, mas que recentemente buscou assessoria do Sebrae para manter o vigor de alguns aspectos do negócio. “Poder contar com um olhar especializado e analítico é sempre muito positivo. Faz a gente perceber possibilidades”, diz a empresária, que acha que o ponto em que o aspecto educacional se encontra com o da gestão é a capacitação das colaboradoras. “Quem trabalha com criança tem de estar sempre muito atualizada. As de 25 anos atrás eram diferentes, os pais também, o mundo era outro. Hoje, a tecnologia impacta tudo e todos desde cedo”, observa. Por perceber essas mudanças nas necessidades do seu públi-
co-alvo, a empreendedora fez adaptações. “Antes eu tinha dois turnos, manhã e tarde. Hoje, os 63 alunos ficam em período integral. Isso atende melhor às famílias e, especialmente, às mães que trabalham”, diz Ana Maria, que tem uma visão muito clara sobre o crescimento da sua empresa. “Não quero ‘crescer’, ir além da faixa de zero a 5 anos, oferecer o Ensino Fundamental. Quero é continuar evoluindo dentro da proposta de ser uma extensão da casa dos alunos”, diz a pedagoga, que também vem consolidando parcerias com escolas de natação, balé, robótica e informática. “A intenção é evoluir muito, sem implicar em crescimento em tamanho físico”, conclui. Fotos: Denis Maciel
CARINHO. Ana Maria Mascaro foca trabalho na faixa de zero a 5 anos
CUIDADO. Cada vez mais, o interesse das famílias é que os pequenos fiquem na escola em tempo integral
Seu Negócio
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Fotos: Adriano Gambarini/Divulgação
Além do conhecimento técnico, estudantes devem desenvolver habilidades em gestão Consideradas referências em educação, tanto em escala regional como nacional, as instituições de ensino mantidas pela Fundação Salvador Arena desenvolvem junto aos seus alunos programas que incentivam tanto a busca por inovação quanto a eficiência em gestão. Além do Colégio Termomecanica, fundado em 1990 e que hoje oferece quase 2.000 mil vagas, que vão da Educação Infantil ao Ensino Médio, a Fundação estabeleceu, em 2002, a FTT (Faculdade de Tecnologia Termomecanica), que oferece, além dos cursos de pós-graduação, cursos superiores de Tecnologia em Alimentos e Mecatrônica Industrial e Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Processos Gerenciais. “Nosso foco em inovação se traduz até nos tipos de cursos que oferecemos, sempre ligados ao desenvolvimento tecnológico”, diz o diretor da FTT, Wilson Carlos Jr. “Incentivamos os alunos a desenvolverem projetos inovadores em suas respectivas áreas. Mas, junto com o incentivo à inovação, nos preocupamos em oferecer disciplinas que dão o suporte necessário para que estes estudantes se tornem empresários de sucesso”, observa o educador. “Claro que os cursos formam profissionais que podem atuar em empresas, mas o incentivo à inovação faz com que os TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso) gerem propostas de produtos, serviços e tecnologias bastante interessantes, que muitas vezes exigem uma estrutura empresarial própria para conquistar seu lugar no mercado”, observa Carlos Jr. O diretor afirma que um estudo recente mostrou que de 1.200 alunos formados, cerca de 10% abriram empresas indi-
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ESPECIALIZAÇÃO. A Faculdade de Tecnologia Termomecanica oferece, além dos cursos de Pós-Graduação, os técnicos também
Termomecanica dá lições de inovação e fé no empreender
ESTRUTURA. Alunos têm laboratórios modernos para pesquisas
vidualmente ou em sociedade com colegas de turma. “Diante desse número alto de empreendedores, fizemos uma parceria com o Sebrae para aperfeiçoar os conhecimentos e otimizar o potencial dos nossos alunos. Sempre enfatizamos que para empreender é preciso ter disciplina e desenvolver habilidade de gerir bem os projetos”, explica. A formação para que os alunos virem empresários tem mais uma justificativa: segundo
gem de continuar empreendendo”, revela o diretor. Assim, para que os alunos aprendam na prática sobre a vida empresarial, a faculdade oferece um curso que traz a simulação do funcionamento de empresas nos cenários da indústria, do comércio, serviços e terceiro setor. Nas aulas, o professor vai passando subsídios e desafios e o desempenho dos alunos é analisado por meio de um software. Assim, os estudantes
o diretor, cerca de 80% dos TCCs têm potencial para se tornar negócios prósperos. “Nossa preocupação com esse aspecto do sucesso nos negócios dos nossos alunos tem um lado humano importante. Não queremos que essas start-ups entrem na estatística das empresas novas que morrem nos primeiros dois anos. Não queremos que esses jovens cheios de potencial tenham de lidar com uma falência, o que pode lhes tirar a cora-
ficam mais próximos do que seria a administração de uma empresa na vida real. Todas essas iniciativas da Termomecanica têm a ver com a filosofia do fundador, Salvador Arena. A Fundação acaba de conquistar o ISO 9001. Graças ao nível de excelência, as instituições de ensino vão começar um projeto para disseminar aprendizados enquanto educadores e passar esse know-how para outras instituições.
6. Seu Negócio
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Ver a oportunidade e empreender é a lição dos pequenos Formalizar o negócio traz garantias para alunos, professores e para o empresário da Educação A primeira lição para quem quer empreender é conhecer bem a área em que pretende atuar. A segunda é se formalizar. A andreense Vanessa de Castro, 33 anos, aprendeu as duas lições direitinho e ainda fez a tarefa de casa: buscou trazer diferenciais para o seu negócio, a New Approach Escola de Idiomas. Hoje, dois anos e meio depois de se estabelecer, a escola já conta com uma centena de alunos e tem planos de crescimento, sendo que um dos focos é aumentar sua presença no Grande ABC. Hoje, 85% dos alunos estão na Capital.
“Isso acontece porque vários dos professores são da USP (Universidade de São Paulo) e já tinham alunos em São Paulo e o boca a boca aconteceu lá, mas a região tem muita demanda e acredito que podemos crescer muito aqui com a nossa proposta de ensino”, observa a professora e empresária. Vanessa fez Letras na USP e durante o curso, no período de 2004 a 2006, morou nos Estados Unidos. Quando voltou, começou a dar aulas particulares de inglês aos sábados, combinando a atividade com seu trabalho na área administrativa. “Ao longo dos anos, eu fui aprendendo muito com meus alunos, percebi o que funcionava melhor em aula e fui desenvolvendo uma metodologia para ensinar de forma mais funcional”, conta Vanessa, que deu aulas particulares. Em
2011 percebeu que tinha desenvolvido um método, chamou seis amigos de confiança que também eram professores de inglês para aperfeiçoar a metodologia de ensino. “Nenhum destes amigos, que já davam aulas há anos, se interessou em transformar a atividade numa empresa. Então, eu montei a New Approach sozinha no começo de 2012”, recorda-se. “Percebi que havia demanda, que tinha um método próprio que era um diferencial importante e que eu tinha pessoas que seriam capazes de dar aulas de acordo com esse método, disseminando suas vantagens em termos de aprendizagem. Tudo isso, somado à minha vivência na área administrativa, me deu confiança para abrir a empresa”, diz Vanessa, que revela não ter precisado de um investimento inicial alto para começar. “Como o conceito da New Approach é ir até o aluno, seja na empresa em que ele trabalha, seja na casa dele –, não foi preciso montar uma estrutura física. A sede da empresa ficou na minha casa, a parte contábil e de recursos humanos é terceirizada e agora tenho um assistente administrativo. Acho que em breve terei de contratar outro, mas a ideia é manter a estrutura enxuta”, afirma. Vanessa acredita que um diferencial importante da sua escola é a formalização. “Temos contratos com os alunos. Os cursos têm data para começar
e para terminar, temos avaliações, damos certificados, os pagamentos são feitos com boletos, fornecemos nota fiscal eletrônica. Ou seja, cumprimos com todas as formalidades das escolas tradicionais. Isso nos separa do esquema de ‘aula particular’, que geralmente é muito informal”, explica a idealizadora do método, que não admite mais do que cinco alunos por aula. De acordo com ela, a maioria contrata aulas individuais, em dupla ou em trio. “Ter método próprio e um modelo de negócio in-company, nos coloca competindo
com marcas tradicionais de peso, oferecendo excelência com preço competitivo”, analisa a empresária que, por enquanto, deu uma parada com as ações de marketing. No começo, fizemos propaganda por mala direta e alguns acordos de parceria. Hoje, os alunos nos chegam por indicação. Chegamos a ter 20 aluno da mesma empresa, na faixa dos 21 a 69 anos, na maioria. “Acredito que a formalização fez grande diferença na nossa história”, diz a professora de inglês, que dá lições práticas de gestão e empreendedorismo.
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Franquias ensinam como alcançar o sucesso na área da Educação Denis Maciel
No competitivo mercado do ensino de idiomas, a opção por franquear pode fazer toda a diferença
Quando olha para sua história de empresário, Geonildo Valença percebe que uma das lições mais importantes que aprendeu foi teimar na hora certa. “Quando eu e minha sócia decidimos abrir uma escola de idiomas, eu insisti para que abríssemos uma franquia. Isso aconteceu há 22 anos”, conta o empresário que, naquela altura, já tinha experiência como empreendedor na área de informática. “A ideia de abrir uma escola de inglês era mais da minha mulher, Roseli, do que minha. Nossa intenção era diversificar as atividades. Aí a Helirene de Lima, que já tinha experiência no segmento de ensino de idiomas, entrou na sociedade”, recorda-se. “Durante o processo de criação do negócio, elas cogitaram abrir uma escola com marca própria. Mas eu insisti que era melhor investir em uma franquia, uma estrutura que pudesse trazer marca forte, marketing de impacto e, mais importante que tudo, um método de ensino em constante evolução”, conta Valença. Decididos pelo sistema de franquia, começaram a busca pelo método que eles acreditassem ser o mais adequado para a proposta que tinham em mente. “Pesquisamos bastante, mas foi o método da Wizard que nos conquistou. Naquele ponto, a marca tinha apenas quatro anos de existência, nem era tão conhecida assim.
ATIVIDADES EM ALTA Ótima oportunidade: fortes indicadores de consumo e demanda latente Boa oportunidade: negócio com indicadores de consumo consistentes Oportunidade: atividade em crescimento e com potencial de consumo
UNIÃO. Os sócios Helirene Lima, Geonildo e Roseli Valença comemoram a força alcançada com a marca Mas sentimos confiança no método de ensino e essa convicção foi fundamental”, diz Valença, que, com suas sócias, hoje tem seis franquias da marca em São Bernardo. De acordo com o empresário, para atuar no setor de Educação é preciso ter muita convicção na qualidade do que se está oferecendo. Por isso, buscar uma metodologia que já foi testada é importante para oferecer um material didático atualizado. “Uma das coisas boas de atuarmos em rede é que cada escola tem a liberdade de sugerir aperfeiçoamentos. Por exemplo, se vemos que o ensino de um determinado verbo pode ser melhor entendido pelo aluno em outra lição, temos a possibilidade de colocar essa nossa visão. Um
ajuda o outro a evoluir”, diz Valença, desmistificando o conceito que muita gente tem de que numa estrutura de franquia tudo é sempre de cima para baixo. Além do aspecto didático, o franqueado chama atenção para duas outras áreas fundamentais para a empresa: o administrativo e o marketing. “O fato de ter uma contribuição de todos da rede para as ações de propaganda e promoção permite que a marca apareça em veículos de grande visibilidade, no horário nobre da televisão, e isso ajuda muito a atrair o aluno”, observa o empresário, que acrescenta que as ações de grande porte da rede devem ser combinadas com ações locais de divulgação. No aspecto administrativo, ele chama
atenção para a facilidade de ter um uma gestão eficiente. “Até o sistema de divisão de territórios, que limita quantas unidades podem existir numa determinada área e a distância que uma unidade deve ter da outra ajuda, a garantir o sucesso, porque impede que uma escola canibalize a outra.” Ao longo dos 22 anos em que atua nesse segmento, o empresário diz ter percebido algumas mudanças importantes. “Antes a gente tinha um discurso preparado para convencer os alunos e seus pais da importância de aprender inglês. Hoje, com a globalização, não é preciso dizer nada, os alunos sabem da grande importância de aprender outro idioma”, completa.
SANTO ANDRÉ 1 Livrarias 2 Infantil 3 Educação e Treinamento 4 Saúde e Beleza 5 Hotelaria e Turismo 6 Alimentação 7 Automotivo 8 Vestuário e Acessórios 9 Construção e Mobiliário SÃO BERNARDO 1 Educação e Treinamento 2 Livrarias 3 Automotivo 4 Infantil 5 Construção e Mobiliário 6 Alimentação 7 Hotelaria e Turismo 8 Saúde e Beleza 9 Vestuário e Acessórios DIADEMA 1 Vestuário e Acessórios 2 Hotelaria e Turismo 3 Alimentação 4 Construção e Mobiliário 5 Saúde e Beleza 6 Automotivo 7 Educação e Treinamento 8 Livrarias 9 Infantil MAUÁ 1 Infantil 2 Construção e Mobiliário 3 Livrarias 4 Alimentação 5 Educação e Treinamento 6 Automotivo 7 Vestuário e Acessórios 8 Saúde e Beleza 9 Hotelaria e Turismo Fonte: Rizzo Franchise
Editoria de Arte
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