Seu Negócio - Agosto/2014

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Parte integrante do Diário do Grande ABC – Não pode ser vendida separadamente

SEGUNDA-FEIRA, 11 DE AGOSTO DE 2014

O bem-estar

de fazer

sucesso


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Mais renda e maior exigência social garantem a prosperidade do setor Vista como diferencial e fator de êxito na vida pessoal e profissional, a aparência tem sido objeto de investimento Basta puxar pela memória para lembrar: as pessoas não eram tão bonitas há 20 ou 30 anos. É olhar fotos antigas para ver cabelos mal comportados, ressecados ou emplastados de gel e comprovar o fato de que houve uma enorme evolução nos produtos e serviços destinados à beleza, à saúde e ao bem-estar. Mas os números vão além. De acordo com a Abihpec (Associação Brasileira de Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmética) desde 1994 o setor cresce anualmente acima dos 10% e sempre ganha do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). O consumo de produtos desta categoria tam-

bém cresce continuamente. Pesquisa encomendada pela P&G (Procter & Gamble) apontou que 32% das brasileiras desembolsam cerca de R$ 100 por mês com produtos para cabelos e pele. Os serviços relacionados a este setor crescem no mesmo ritmo e garantem aos empreendedores oportunidades nunca antes vistas tanto em escala nacional quanto na região. A Pesquisa Socioeconômi-

ca conduzida pelo Inpes/ USCS (Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano) mostra que 96% das famílias da região estão nas classes A, B e C, sendo que a maioria, 52,4%, está na classe B, que tem renda mensal média familiar de R$ 4.115. “Considerando o comportamento dos números do Grande ABC é possível estimar que na região os gastos com esses produtos e serviços estejam bem acima da

média nacional”, afirma o professor Leandro Prearo, coordenador do Inpes. Segundo ele, se só metade das consumidoras da região for considerada, a movimentação financeira passa dos R$ 100 milhões por mês só em produtos. Isso sem falar nos serviços de beleza, que vêm crescendo e prosperando continuamente na região. No Grande ABC, existem, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 1,34 milhão de mulheres que levam muito a sério a boa aparência. “Hoje, apresentar melhor visual não é só uma questão de satisfação pessoal, é uma moeda para alcançar o sucesso profissional e isso já está bem claro na cabeça das clientes”, diz a proprietária do salão Pelle Capelli, Andréa Basso.

NO VERÃO

62%

sentem-se feias

32%

desembolsam em torno de R$ 100/mês com produtos de beleza

38%

gastam de 30 minutos a uma hora a mais cuidando dos cabelos

82%

não abrem mão do xampu

74%

não dispensam o condicionador

42%

fazem questão da máscara de tratamento

47%

acham que cabelos com luzes e nas tonalidades loiro e mel são a cara da estação

41%

depilam as pernas (com gilete) em intervalos de cinco dias

Fonte: Instituto

Diretor-superintendente Maury de Campos Dotto

Fundadores Edson Danillo Dotto (1934-1997), Maury de Campos Dotto, Fausto Polesi (1930-2011) e Angelo Puga

Diretora-geral Lidiane Fernandes Pinto Soares

Diretor-presidente Ronan Maria Pinto

Diretor Evenson Robles Dotto

Diretor de Redação Sérgio Vieira

Suplemento especial Seu Negócio

Textos Andrea Ciaffone

Diagramação Raul Silva

Tratamento de Imagens Edson Silva e Joseval Santos

Coordenação de Marketing Claudia M. R. Zeber Josiana Abrão

Edição Kelly Zucatelli

Editor de Arte Eder Marini

Banco de Dados Cecilia Del Gesso

Studio Denise Arashiro, Felipe Vaz e Mauro Lotto

Revisão Francisco Lacerda

Editor de Fotografia Ari Paleta

Ilustração capa Seri

Paginação de Anúncios Eduardo Pinheiro

Departamento Comercial Silvia Oliveira, André Borin, André Ferreira, Adriano Mendes da Silva, Caroline Martinez, Camila da Silva, Everton Amauri, Jardel Sousa, Jorge de Oliveira, Luciana Lima da Silva, Marcelo Tadeu e Marcia Maritan.

Ilumeo/P&G

Editoria de Arte

SEDE: Rua Catequese, 562, Santo André, São Paulo. CEP: 09090-400. Telefone/PABX: 4435-8100


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O setor de bem-estar inspira e traz mais satisfação pessoal a empresária Ter o próprio negócio e tocá-lo de acordo com seus conceitos de vida e sua ética de trabalho não tem preço Marina Brandão

Quem entra no Manava Spa, em São Caetano, logo sente um aroma característico, criado especialmente para dar uma assinatura olfativa ao lugar, que oferece tratamentos a partir de técnicas milenares do Oriente, florais de bach, massagens terapêuticas, estéticas e relaxantes. Quem sente a atmosfera de equilíbrio e tranquilidade tem até dificuldade de acreditar que a proprietária do local, Danielle Araújo, 40 anos, há apenas cinco anos era uma executiva do competitivo setor de tintas. Reuniões, viagens, metas e pressões de todo tipo preenchiam cada momento dos seus dias. “Chegou uma hora, depois de dez anos como diretora de marketing, que eu senti que tinha de sair”, conta. “Tinha dia que tomava café da manhã, almoçava e jantava no avião para conseguir fazer reuniões em diferentes cidades”, recorda-se. Só que, em paralelo com essa atividade intensa, Danielle cultivava como hobbie fazer cursos sobre aromaterapia, shiatsu, medicina tradicional chinesa e indiana. “Nunca tinha pensado em transformar tudo isso em profissão”. Mas, depois que pediu demissão da empresa onde trabalhava e jogou fora seus terninhos e scarpins de salto alto, Danielle foi passar dez dias isolada num spa terapêutico. “Nem assim eu percebi que seria esse o caminho. Só notei quando, na volta desta viagem, vi uma mensagem de uma amiga minha que dizia que eu finalmente teria tempo para atendê-la em florais de bach”, conta. A partir deste ponto, começou a nascer

TRANQUILIDADE. Depois de relutar, Danielle Araújo criou um espaço de paz exclusivo para noivas

o Manava Spa. “Foi uma decisão emocional. Mas acho que se tivesse feito uma análise racional do potencial de mercado para este tipo de negócio ia cair no mesmo lugar”, conta a empresária, que abriu as portas há dois anos. “Trabalhei um ano em outros spas, como funcionária, para entender como o negócio funcionava”, revela a empreendedora, que é publicitária por formação. Mesmo assim, a realidade a surpreendeu favoravelmente. “Comecei a ter pedidos de clientes para fazer Dia da Noiva. Relutei muito até oferecer o serviço, mas resolvi fazer uma coisa bem em sintonia com os princípios do spa. Só atendemos uma noiva por dia, tem um terapeuta acompanhando o tempo todo em espaço exclusivo. O lançamento do serviço às noivas preocupou a empreendedora. “Fiquei com medo de perder o foco e fui procurar o Sebrae. Precisava de uma consultoria que me ajudasse a estruturar processos, sazonalidade, resolver questões como o turn-over na recepção, enfim, detalhes da operação”, conta a empresária. “É o que eu digo sempre para o meu consultor do Sebrae: sou empreendedora, não empresária”, conta Danielle. “Mudança é algo sempre positivo, mas nunca é confortável. Mas o que vale é o sucesso, que vai além do financeiro e inclui a satisfação pessoal”, analisa a ex-executiva, que acaba de concluir o curso Sebrae Mais e que, poucos dias depois de aplicar algumas das técnicas aprendidas, já vê bons resultados.


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Marina Brandão

PLANEJAMENTO. Márcia Outi se empenhou na sua formação e seguiu todos os passos para abrir salão

Empreender pode ser a solução para independência Buscar a legalização da atividade traz importantes vantagens para o profissional A sigla MEI, de Microempreendedor Individual, está ajudando a redefinir o mercado de trabalho em vários setores, mas tem efeitos especialmente importantes no setor de Saúde e beleza, que permitem que os profissionais atuem de forma independente mas, mesmo assim, possam contribuir para a sua aposentadoria, entre outros benefícios.

A combinação da existência de mercado crescente para os serviços com a mobilidade que as atividades oferecem faz com que esse setor responda pelo maior número de inscrições da região no Portal do Empreendedor. “Depois de dez anos fazendo cursos e me aperfeiçoando, há dois anos fiz minha inscrição no Portal do Empreendedor para começar a atender”, diz a cabeleireira Marcia Outi, de Santo André. Além de fazer atendimentos ocasionais em domicílio, Márcia criou um espaço para atender as clientes da vizinhança nos fundos da

casa da irmã. Embora muitos profissionais desta área, como manicures e maquiadores, até prefiram não ter um espaço fixo para atender, para quem trabalha com cabelo, que exige equipamento para lavagem, a mobilidade é menor e muitas profissionais preferem abrir seu espaço. De acordo com a consultora do Sebrae na região Cíntia Gomes Bertão, o primeiro passo de quem quer se formalizar é consultar a Secretaria de Saúde para saber quais são as exigências que precisam ser atendidas para conseguir o cadastro na Vigilância Sanitária para poder exercer a atividade. Depois é preciso obter a certidão de uso do solo junto à prefeitura do município onde será aberta a empresa para conseguir o alvará de funcionamento. A partir daí, é preciso fazer registros na Jucesp (Junta Comercial de São Paulo), na Receita Federal, na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (só quando tiver atividade de comércio ou indústria) e na Secretaria de Finanças do Município. Cíntia também chama a

atenção para o fato de que o MEI tem de ficar atento com as providências que tem de tomar quando ultrapassa o valor máximo de receita anual, atualmente de R$ 60 mil, e passa a ser ME (Microempresa) ou EPP (Empresa de Pequeno Porte). “Quando isso acontece, o ideal é procurar um contador para regularizar os registros”, aconselha. Para Cibele Sant’Anna Pestillo, também consultora do Escritório Regional do Sebrae Grande ABC, uma das maiores dificuldades dos MEI deste setor é a formação de preços. “São pessoas que têm talentos e habilidades que fazem seus negócios irem adiante, mas sempre têm muita dificuldade em gestão financeira, em saber quanto gastam para realizar cada serviço. Por exemplo, para lavar um cabelo tem de ser contabilizados os custos de água, luz, xampu e tempo do profissional que faz a lavagem, tudo isso entra no preço”, explica Cibele. Segundo ela, os alunos dos cursos específicos para esse segmento, oferecidos pelo Sebrae, costumam dizer que o desconhecimento da área financeira tem sido o pior inimigo do seu negócio.

COMO SE INSCREVER Desde 2009, quando o governo federal criou a figura jurídica do Empreendedor Individual, muitos profissionais que atuavam na informalidade ganharam registro. Para aderir ao modelo é preciso pagar 5% do salário-mínimo (R$ 678) ao INSS, hoje o equivalente a R$ 33,90 e mais R$ 1 de ICMS para atividades de indústria e comércio ou R$ 5 de ISS para prestadores de serviço. Inscrições são feitas pelo Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br)

PODEM SER EMPREENDEDORES INDIVIDUAIS ■ Cabeleireiros ■ Mecânico ■ Boleira ■ Vendedor de hot-dog ■ Vendedor ambulante ■ Salgadeira ■ Sapateiro ■ Costureira ■ Pequenos comerciantes

BENEFÍCIOS ■ Emissão de nota fiscal ■ Registro de CNPJ ■ Direito à auxílio-doença e licença-maternidade ■ Direto à aposentadoria Fonte: Portal do Empreendedor / Elaboração: Escritório do Sebrae no Grande ABC


SEGUNDA-FEIRA, 11 DE AGOSTO DE 2014 Caio Arruda 4/8/11

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Com 12 anos de atuação, o salão Pelle Capelli criou a própria receita para reter talentos e clientes

Andréa Iseki

PLANOS. As sócias Andréa Bessa e Adriane Bramante planejam abrir a terceira unidade da rede em 2015

Foco em qualificação traz motivação e amplia sucesso OS NÚMEROS 124%

Crescimento

Média da frequência entre as mulheres que foram ao salão de beleza: vezes no mês

2,69

R$ 59,3 bilhões

R$ 26,5 bilhões

o açã Vari

CLASSES

ALTA

2003

viável mandar a equipe, a empresária traz instrutores para dentro da empresa para ensinar as novas técnicas e tendências em cabelo, manicure, maquiagem e estética. “Qualificar é um investimento duplo: tem o custo do curso e também o custo que implica devido o funcionário não estar atendendo. Embora você deixe de ganhar na hora, a compensação de ter profissionais atualizados vem multiplicada”, avalia. “O que se faz no salão de beleza é um produto sensível, que não pode ser trocado se a pessoa não gosta. Envolve autoimagem e muita expectativa. Por isso, é preciso ter profissionais de alta competência”, observa.

2013

O olhar atento da empresária Andréa Bessa, de Santo André, se encheu de brilho quando ela percebeu um espaço mal aproveitado no Grand Plaza Shopping, em Santo André, e resolveu investir num segmento novo para ela: o de beleza. Foi assim que nasceu o Pelle Capelli, um dos salões mais festejados da região. “No espaço existia um salão que tinha um outro nome. Quando comprei, além de rebatizar também mudei o visual e a filosofia com relação à equipe”, conta Andréa Bessa, criadora da marca, que hoje não está mais na sua primeira localização. Tem unidades no Shopping ABC e no ParkShopping São Caetano. Ano passado, Andréa ganhou uma sócia, Adriane Bramante, especialista em gestão financeira. Juntas, planejam uma terceira unidade para 2015, em Santo André. “Percebi nesse setor uma oportunidade muito grande para crescer. Mas também vi que o sucesso estava nas mãos dos profissionais que atuavam na empresa, então imediatamente comecei a investir muito em qualificação e atualização da equipe”, conta a empresária. “Gosto de trabalhar com pessoas. Quem atua no setor de serviços tem que entender que o seu produto são seus colaboradores. Por isso, minha primeira providência ao assumir o negócio foi valorizar a equipe e o resultado veio muito rápido”, conta. A forma de valorização escolhida por Andréa foi investir em mandar os profissionais para cursos de atualização. Alguns, inclusive, no Exterior, em mecas do estilo, como Paris e Londres. Além de incentivar a participação da equipe em congressos e workshops, quando não é

2,54

MÉDIA

BAIXA

1,99

Faz tempo que a internet já deixou de ser luxo. Hoje é serviço de primeira necessidade e acompanha as pessoas em todos os momentos. Seja no trabalho, no lazer ou no cuidado com os filhos, estar on-line e com boa conecção é fundamental porque reduz a ansiedade de estar distante de uma coisa ou outra e traz a segurança de poder ser sempre encontrada. Por isso, mais do que uma recepcionista simpática e um cafezinho quente, as empresas do setor de saúde e beleza devem também se preocupar em oferecer boas conexões wi-fi. Como envolvem presença física e espera, muitas vezes por horas para a realização de procedimentos, os salões e clínicas devem buscar oferecer como diferencial o acesso à internet de banda larga a seus clientes e também a programação de TV aberta em alta definição ou de canais pagos especializados em bem-estar e saúde. Pode parecer um detalhe mas, como é de grande utilidade para as clientes, certamente fará diferença na imagem do negócio. Geanne Conte é consultora de marke-

Fonte: Data Popular

Editoria de Arte

ting e produto da NET Serviços


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Estética em alta catalisa crescimento Para se manter atualizada e competitiva, empresária investe em equipamentos de última geração e na sua formação Marina Brandão

DEZ DICAS TER INICIATIVA: O empreendedor deve assumir uma postura de líder, buscando soluções e estando sempre atento aos movimentos do mercado, dos clientes e também dos concorrentes; TER PERSISTÊNCIA: Estar motivado, consciente e crente com as possibilidades é essencial ao empreendedor, afinal, são seus sonhos que estão representados na empresa; COMPROMETIMENTO: É imprescindível que algumas vezes sejam feitos sacrifícios pessoais e que grandes esforços sejam dispendidos para o cumprimento de uma tarefa, ainda que ela seja de responsabilidade da equipe; CORRER RISCOS CALCULADOS: O empreendedor de sucesso deve aceitar os riscos, porém deve saber onde pisa e até onde pode ir; EXIGIR QUALIDADE E EFICIÊNCIA: O empreendedor não pode estar disposto a oferecer qualquer tipo de produto ou serviço para o cliente e essa postura ele deve cobrar também dos colaboradores; BUSCA DE INFORMAÇÕES: O empreendedor deve dedicar-se pessoalmente a obter informações sobre clientes, concorrentes e até mesmo sobre como fabricar um produto ou fornecer um serviço; ESTABELECIMENTO DE METAS: É preciso estabelecer metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal. Além disso, é necessário mensurar, depois, os resultados; PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO SISTEMÁTICO: O empreendedor deve planejar e revisar constantemente o que foi definido, levando em conta os resultados obtidos, as mudanças circunstanciais e os registros financeiros; REDE DE CONTATOS: Frequentar eventos em que estão pessoas diretamente ligadas ao seu setor é muito oportuno para desenvolver e manter relações comerciais; INDEPENDÊNCIA E AUTOCONFIANÇA: O empreendedor precisa acreditar em si mesmo, pois é isso o que o fará arriscar mais, ousar mais e empreender mais. No entanto, ele deve estar sempre aberto a ouvir a opinião dos colaboradores. Fonte: Sebrae

A paixão por estética começou cedo para Kátia Camargo e a conduziu para a vida de empreendedora do Dona Bella Opção Estética, em Santo André. “Começar o negócio não é difícil, mas manter é que é o desafio”, diz a empresária, que começou na sexta-feira um MBA em Administração de Empresas desenvolvido pela FGV (Fundação Getulio Vargas) em parceria com a IE Business School, renomada escola espanhola de gestão, o projeto 10.000 Women foi lançado em 2008, é gratuito e patrocinado pelo banco de investimentos Goldman Sachs. Para o curso em que Kátia vai participar, mais de 900 empreendedoras se inscreveram para apenas 30 vagas. A seleção incluiu uma avaliação do histórico empresarial das candidatas. “Acho que o fato de eu ter estudos científicos de tratamentos que realizei na clínica publicados também ajudou.” A combinação de simpatia contagiante com afinco nos estudos fez Kátia conquistar clientela antes mesmo de acabar seu primeiro curso técnico de formação em estética. “Assim que terminei os módulos de estética facial, comecei a atender sozinha, em casa”, conta a andreense, que é mãe de três filhos. Com o curso já concluído e já na especialização, um médico a chamou para trabalhar com ele. “Só que, por causa das crianças, voltei a atender em casa, mas não durou muito esse esquema porque logo depois outro médico me chamou para atender na clínica dele no bairro Jardim”, conta. Isso foi há cinco anos. Enquanto a procura pelos serviços de Kátia foi crescendo exponencialmente e ela foi ocupando os espaços físicos da clínica. “O médico só vinha ao consultório

OUSADIA. Kátia Camargo se destacou como empresária e mesmo assim continua buscando se aperfeiçoar um dia por semana, até que ele acabou desistindo de clinicar aqui e o espaço todo ficou para a Bella Opção”, conta a empreendedora, que nesse período contratou nove profissionais para ajudá-la. “A administração de negócios que dependem de mão de obra intensiva é bem desafiadora”, avalia. Mas os desafios não terminam nos recursos humanos.

“Hoje as clientes estão muito dispostas a investir na aparência, mas também estão muito bem informadas sobre as inovações nos tratamentos e isso exige que a gente esteja sempre investindo em equipamentos, que são bem caros”, conta Kátia, que para equipar sua clínica teve de vender um dos carros da família. “O valor foi suficiente para

comprar apenas um equipamento. Então, como eu comecei sem capital de giro, meu marido, que super me apoia, sugeriu refinanciar nossa casa para gerar esse capital para compra de aparelhos”, revela a empresária, que já colhe os frutos dessa ousadia e faz planos de pagar o refinanciamento em menos da metade do prazo previsto de dez anos.


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Franquia deixa as clientes e empreendedoras mais confiantes ATIVIDADESE EM ALTA Ótima oportunidade: fortes indicadores de consumo e demanda latente Boa oportunidade: negócio com indicadores de consumo consistentes Oportunidade: atividade em crescimento e com potencial de consumo SANTO ANDRÉ 1 Livrarias 2 Infantil 3 Educação e Treinamento 4 Saúde e Beleza 5 Hotelaria e Turismo 6 Alimentação 7 Automotivo 8 Vestuário e Acessórios 9 Construção e Mobiliário SÃO BERNARDO 1 Educação e Treinamento 2 Livrarias 3 Automotivo 4 Infantil 5 Construção e Mobiliário 6 Alimentação 7 Hotelaria e Turismo 8 Saúde e Beleza 9 Vestuário e Acessórios DIADEMA 1 Vestuário e Acessórios 2 Hotelaria e Turismo 3 Alimentação 4 Construção e Mobiliário 5 Saúde e Beleza 6 Automotivo 7 Educação e Treinamento 8 Livrarias 9 Infantil MAUÁ 1 Infantil 2 Construção e Mobiliário 3 Livrarias 4 Alimentação 5 Educação e Treinamento 6 Automotivo 7 Vestuário e Acessórios 8 Saúde e Beleza 9 Hotelaria e Turismo Fonte: Rizzo Franchise

Editoria de Arte

Marina Brandão

Truques de administração e técnicas de beleza fazem parte do pacote nas redes Barulho, trânsito e tensão eram companheiros constantes de Élide Lima Costa, 48 anos, quando ela trabalhava no setor de transporte escolar. “Eu vivia muito cansada”, admite. “Hoje, minha vida mudou completamente. Estou muito mais tranquila e feliz”, explica a empresária, que em fevereiro deste ano adquiriu uma franquia da Mimo Depil em São Bernardo, que já estava aberta há quatro anos. “Quando surgiu a oportunidade de comprar uma franquia no setor de beleza, fomos em frente. Minha filha Ariane está fazendo curso técnico nessa área e isso nos ajuda muito. Mas, o fato de poder contar com o franqueador me ajudou bastante a decidir mudar de ramo”, conta. Élide admite que, depois de ter tido um negócio próprio, teve de se adaptar à dinâmica da franquia. “É preciso cumprir regras e atingir metas”, observa. “Não é tudo o que a gente reconhece como oportunidade para incluir na operação que a franquia aprova porque tem a preocupação de manter todas as unidades alinhadas com a rede”, explica. Mas a falta de liberdade é compensada, segundo a empresária, pelo suporte do franqueador tanto no treinamento de pessoal quanto na preparação dos materiais de divulgação da loja. “Esse é um setor que necessita de muita divulgação e é preciso ter conhecimento específico desta área, algo que o franqueador

oferece no pacote. Outra facilidade que Élide percebe como franqueada se relaciona à conquista da clientela. “Elas se sentem mais confiantes em experimentar os serviços porque sabem que existe uma marca por trás”, comenta Élide, que tem quatro funcionários na unidade que administra. De acordo com o especialista em franquias Marcus Rizzo, antes de adquirir uma unidade de franquia o empreendedor deve estudar sempre com muito cuidado o tipo de suporte que ele terá por parte do franqueador. “A pessoa paga a taxa de franquia porque sabe que está levando mais do que uma marca, está levando toda a experiência do franqueador em resolver dificuldades normais da operação como sazonalidade, logística e comunicação”, explica Rizzo. O consultor diz que para saber se a franquia pretendida é a mais adequada para o seu perfil, além de fazer uma avaliação equilibrada do mercado em que se pretende entrar, é preciso estudar o histórico de atuação do franqueador. “A melhor maneira de fazer isso é procurar outros franqueados para saber como tem sido a sua experiência com o franqueador. Para que o resultado desta pesquisa seja equilibrado é importante pegar um franqueado que esteja em fase de implantação, outro em etapa de desenvolvimento e alguém já maduro na atividade”, aconselha.

NOVIDADE. Élide Costa (dir.) e sua filha Ariane preferiram a segurança CUIDADOS PARA ADQUIRIR FRANQUIA PERCEBER Um negócio com o qual você não identifica AFINIDADE é pior do que um emprego que você não goste. Não baseie sua decisão unicamente no conselho dado PENSAR por um consultor ou pelas reportagens sobre tendências SOZINHO de crescimento de um segmento ou outro. INVESTIGAR Olhar com cuidado as grifes dos setores AS MARCAS com que o empreendedor tem identificação. AVALIAR O Analisar a operação em detalhe e procurar saber FRANQUEADOR direitinho qual é a estrutura que ele pode lhe dar. Entrevistar outros franqueados que já estão com a franquia BUSCAR da marca desejada. Fale com dois que tem o negócio INFORMAÇÃO há menos de dois anos, dois que já têm há mais tempo. A certeza sobre o passo a ser dado só aparece depois de DESENVOLVER estudar em profundidade o negócio em que pretende entrar CONVICÇÃO e refletir sobre a sua disposição para tocá-lo no longo prazo. FAZER Pense que além de pagar pela franquia é preciso ter capital CONTAS de giro para agüentar o primeiro ano de operação. Fonte: Rizzo Franchise


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