São Carlos, novembro de 2008 Informativo no 9
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Editorial
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Comunicados
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Uvaia e Bosque Aracy
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Agroecologia e Parque Florestal Urbano
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Construindo a Rede: NICC
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Encontro de Grupos
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Agentes Água Quente na prática
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Teia das Culturas
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Aproveitando a Água da Chuva
12 e 13 Seção Escola 14
Alimentação Saudável
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Divirta-se
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Fala-Povo
Multiplicando o Conhecimento Os Agentes Comunitários do Projeto Água Quente relatam parte de seus trabalhos e conhecimentos adquiridos durante o processo de formação de educadores Alunos da Escola Aracy P. Lopes. ambientais, colocados em prática com alunos de escolas da Bacia do Água Quente. Saiba mais sobre essa deliciosa experiência de aprender ensinando. (páginas 8 e 9)
Futuro Parque Florestal Urbano! Nesta edição, trazemos novamente a questão do futuro Parque Florestal Urbano. Proposta criada pelo Plano Diretor da cidade de São Carlos/SP, o Parque irá beneficiar toda a população da Bacia e da cidade, não só com espaços educativos e de lazer, mas também Vista da área para criação do futuro Parque Florestal com a proteção da área verde Urbano. local, atualmente exposta a vários problemas socioambientais, como esgotos, erosões, queimadas, entre outros. (página 5)
Boletim Água Quente no 9
Editorial
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IX Boletim do Projeto Água Quente vem com algumas novidades. A primeira delas é a entrada da nova estagiária do Projeto, Marina Poema, colaborando com a jornalista Audrey Fernandes para a produção de suas matérias. A segunda é a mudança do responsável pela revisão de conteúdos do Boletim que passou também a ter uma nova
coordenação e redação do editorial. Desta forma, gostaríamos de agradecer ao Daniel Marostegan e Carneiro (coordenador e revisor que está nos deixando para fortalecer as ações culturais) que em muito contribuiu para a área de Comunicação Comunitária do Projeto. Além das novidades, temos também nos esforçado bastante para que o Boletim, nosso mais importante instrumento de Comunicação Comunitária, seja comunitário de fato. Para isso, entramos em
PROJETO ÁGUA QUENTE Equipe Executora Coordenadores Daniel Marostegan e Carneiro Renata Bovo Peres Estagiários Marina Poema Nelson Sakakibara
Educadores Ana Laura Herrera Audrey Fernandes Magaly Marques Paola Maia Lo Sardo Sara Monise de Oliveira Thais Troncon Rosa
Parceiros Projeto Brotar Projeto CESCAR
COMDEMA São Carlos Prefeitura Municipal de São Carlos
Patrocínio Petrobras Contatos Site do Projeto: http://aguaquente.teia.org.br e-mail do Projeto: aguaquente@teia.org.br
TEIA - Casa de Criação www.teia.org.br Fone/fax: (16) 3376-3110 Rua Rui Barbosa, 1950, Cep 13560-330 Vila Elizabete - São Carlos/SP
Organizações Participantes Aprendiz Grupo de Mães, Catequese Madre Cabrini, Coopercook, Cooperlimp, Coral Rosa Mística, EMEI Octávio de Moura, Grupo de Coroinhas da Igreja São Francisco de Assis, Grupo de Oração da Capela Santa Luzia, Pastoral da Criança, Poetas Anônimos, Projeto Meninos do Aracy, Projeto Social Dona Marízia, Resgate Social.
Boletim Água Quente Elaboração/textos: Anna Kuhl, Audrey Fernandes, Eduardo Araújo e Silva, Gabriel De Santis Feltran, Marina Poema, Paola Maia Lo Sardo, Renata Bovo Peres e Thais T. Rosa. Edição: Audrey Fernandes, Marina Poema, Renata Bovo Peres. Imagens: Audrey Fernandes, Daniel Marostegan e Carneiro, Marina Poema. Produção gráfica e diagramação: Beto & Guto Sguissardi olivreirope@gmail.com Tiragem: 8.000 exemplares
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contato com diversos grupos que atuam na Bacia para conhecerem e se apropriarem um pouco mais da proposta, sugerindo pautas e até escrevendo matérias. O Boletim, portanto, apresenta matérias escritas por duas Escolas (Natalino Deriggi e Janete Lia) e pelo NICC (Núcleo de Incentivo à Cultura e ao Conhecimento). Além disso, contamos com o grupo dos Agentes Comunitários do Projeto para contribuírem também na elaboração de matérias. O tema escolhido por eles foram as ações que vêm desenvolvendo nas escolas como multiplicadores dos conhecimentos para estudantes jovens e adultos residentes na Bacia. Para ilustrar como essas ações vêm trazendo ótimos resultados, publicamos os depoimentos de alguns alunos que participaram das atividades.
Outra frente que o Projeto vem buscando ampliar é a discussão do Parque Florestal Urbano. Nesse sentido, elaboramos duas matérias sobre o Parque enfocando as ações que vêm sendo feitas atualmente pelos diversos setores da sociedade em relação a ele. Acreditamos que essa discussão deva atingir o maior número possível de pessoas moradoras na Bacia e no município para que a idéia do Parque seja uma construção efetiva e coletiva. Portanto, essa edição “sai do forno” no dia de realização do I Fórum da Bacia que tem como tema as Áreas Verdes Públicas. Esperamos que as discussões fortaleçam ainda mais a Rede que vem sendo construída a fim de unir pessoas que se preocupam e buscam soluções para a melhoria da qualidade de vida no local onde vivem.
“Ivonildes, mas você é uma empregada tão boa, eu gosto tanto de você”. “É, você gosta tanto de mim que só aumenta serviço aqui nessa casa, e aumento de salário que é bom não tem, sabe? Eu quero sair no horário, porque meu filho está doente e você não quer deixar. Então, quero que você me dê minhas contas que eu vou embora.” E ela: “nossa, Ivonildes, como você está nervosa”, eu falei “estou mesmo, sabe por quê? Porque vocês não querem uma empregada, vocês querem uma escrava! Eu sou preta, mas não sou escrava de ninguém não, tá? Quero minhas contas que eu vou embora”. Eu falei: “eu quero saber logo quais são os meus direitos”, ela falou “ah, você tem direito a isso, a isso”, “ah, eu não tenho direito a seguro-desemprego não?”, “não”, “então você pode me mandar embora agora”. “Ah, vai precisar fazer uma carta a punho, dizendo que você não quer mais trabalhar aí, tá bom?”, “tá, pode deixar que eu faço”. Quando foi no outro dia, eu nunca tinha faltado, mas quando foi no outro dia eu faltei, de pirraça mesmo. Que era para ela ver quando a
gente falta , como é que é. (…) Aí catei minhas coisas e vim embora. Isso foi numa quarta-feira. Na quinta eu fiquei deitada o dia inteiro, fiquei achando que estava cansada de tanto ficar esfregando o chão daquela casa. Ficar fazendo um monte de coisa e nunca estava bom. E quando foi sexta eu subi para ir no banco, encontrei minha ex-sogra ali, e ela falou assim “ah, lá na firma onde você trabalhava vai pegar”, e eu falei “ah é?”, “é, vai lá, quem sabe eles não te pegam de volta”. Eu fui lá, a firma me chamou de volta e estou lá há um ano já.
Reality show
Esta coluna traz, a cada número do Boletim Água Quente, um trecho de narrativas contemporâneas das periferias das cidades obtidas por Gabriel de Santis Feltran, pesquisador em ciências sociais. Contato: gabrielfeltran@gmail.com.br
Novembro de 2008
Comunicados
Seja Voluntário!
A EMEB JANETE M. M. LIA, (Rua Paraná, 700, Jd. Pacaembu) ACEITA VOLUNTÁRIOS PARA DIFERENTES ATIVIDADES (contação de histórias, grupo interativo, biblioteca tutorada, recreação e outras). Participe! Fale com a professora Danielle ou Juliana (3375-2626)
Centro da Juventude inicia atividades O Centro da Juventude Elaine Viviane já está funcionando. Procure a secretaria e informe-se sobre como participar. As inscrições estão abertas para diversas atividades e cursos. O Centro fica localizado na rua Geraldo Bretãs, 250, no Jardim Monte Carlo.
Fundo Verde em São Carlos!
Voluntários durante o plantio.
Venha plantar com a gente! Se você ainda não conhece a área do futuro PARQUE FLORESTAL URBANO… Se você tem interesse em participar de um PLANTIO… Venha participar dos MUTIRÕES DE PLANTIO do Projeto Água Quente!!! O próximo será realizado no dia 6 de dezembro (sábado), a partir das 15 h. Ponto de encontro: Sede da ONG Espaço Cidadão – Rua Firmino Brigante, 17 – bairro Cidade Aracy II (rua lateral à Escola CAIC). O que levar? Traga muita energia e disposição para plantar!
Em novembro, a Câmara Municipal da cidade de São Carlos, aprovou o projeto de lei da Prefeitura Municipal que cria o Fundo Sócio Ambiental do Município de São Carlos. Conhecido como Fundo Verde, será vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia e terá um conselho gestor de seus recursos financeiros sob coordenação do COMDEMA-SC (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), apesar de já aprovado, o COMDEMA está discutindo sua regulamentação. No próximo boletim trataremos desta questão. Aguarde!
Caso você ou seu grupo, tenha interesse em indicar um ponto de distribuição do boletim, ou queira contribuir para a produção dos próximos conteúdos, entre em contato com a gente.
Mande um e-mail para o Projeto Água Quente! Mande sua opinião, dúvida ou sugestão.
E-mail: aguaquente@teia.org.br
E, se quiser, traga mudas, sementes e ferramentas.
Acesse nosso site, sempre atualizado esperando por sua visita.
Para mais informações, ligue para 3376-3110 e fale com Paola ou Sara.
Site: http://aguaquente.teia.org.br 3
Boletim Água Quente no 9
Uvaia:
frutos amarelos e suculentos
Uvaia: fruta amarela e suculenta.
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uvaia, árvore que poucos conhecem, é uma árvore frutífera nativa da região, ou seja, com origem no Brasil, geralmente encontrada com mais facilidade nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Em São Carlos, ocorre nos dois tipos principais de vegetação da região, o cerrado e a floresta estacional semidecidual (tipo de mata mais úmida, como a Mata Atlântica). Conhecida também como uvalha ou uvaieira, é uma planta da
família Myrtaceae, a mesma família da goiaba, jabuticaba, araçá e outras. Sua fruta, com o mesmo nome, é usada na produção de deliciosos sucos, doces, geléias e sorvetes. Com floração entre os meses de novembro a janeiro, a uvaia frutifica nos meses de janeiro e fevereiro. Suas folhas são perenes, ou seja, não caem durante o inverno, e de cor verde-clara; suas flores são brancas e os frutos amarelos e suculentos. A árvore pode ter entre 5 e 15 m de altura, com crescimento lento. A uvaia precisa de luminosidade e pouco sombreamento para se desenvolver. A madeira da uvaia, por ser dura e resistente, normalmente é usada para mourões, cercas e lenha. Além disso, é utilizada em projetos de reflorestamento (áreas degradadas, preservação permanente e plantios mistos) e paisagismo (ornamental e pomar doméstico).
Curiosidades da Uvaia • Em tupi-guarani é chamada de Ybá-ai que significa fruto ácido. • Os frutos da uvaia são muito apreciados por pássaros. • É uma árvore com cascas aromáticas e também ornamental, com tronco reto, escamoso e claro.
Árvore de crescimento lento com grande potencial paisagistico.
Um lugar com sombra e verde, Bosque Aracy!
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a rua 0, no bairro Cidade Aracy, próximo à ONG Espaço Cidadão, existe quase uma quadra inteira tomada por árvores de diversos tipos e tamanhos, chamada pelos moradores de Bosque do Aracy. A responsável por tanto trabalho é Dona Neide, moradora do bairro há seis anos, que, desde que chegou, começou a cuidar de um terreno abandonado em frente a sua casa. D. Neide limpou o terreno, retirou o mato e as ervas daninhas e, desde então, é a responsável pela manutenção das árvores e plantas. Rega todos os dias e poda, quando necessário, com ajuda eventual de algum vizinho. Quando perguntada sobre o porquê de ter planta4
do tantas árvores, ela diz que não consegue ficar parada, não pode ver um pedaço de terra que sai plantando, a começar por sua casa, repleta de plantas; um ambiente fresco e bonito. No bosque, é possível encontrar várias espécies, como pau-brasil, ipê-roxo, amarelo e branco, jequitibá, palmeira, coqueiro, eucalipto, babaçu, quaresmeira, imbu, entre outras trazidas por ela dos lugares por onde passou, como Minas Gerais e Mato Grosso. Pessoas que não têm onde plantar também trazem sementes e mudas. Bastante “coruja”, não consegue escolher sua árvore favorita. “Gosto de todas elas, são a minha paixão, a minha vida”, conta.
O Bosque do Aracy é uma área pública cercada. Segundo D. Neide, o portão está sempre aberto para visitação; a única solicitação é que não danifiquem ou arranquem as plantas. Costuma ficar chateada com crianças que quebram os galhos, ao se pendurarem nas árvores, e, por não entenderem o que significam aquelas espécies e sua importância, acabam danificando-as. Para preservar e impedir que o local seja destruído, D. Neide está reivindicando com a Prefeitura a colocação de cercas, o conserto das calçadas e a instalação de bancos. Segundo ela, com isso haverá um lugar agradável para conversar, sentar e descansar sob a sombra fresca das árvores. “Quando
eu morrer, não vou levar, mas, enquanto estiver viva, quero que tudo fique por aí”, diz D. Neide. O vereador Lineu Navarro/PT, reeleito na última eleição, conhece o local e a sua história e encaminhará no primeiro semestre de 2009 um Projeto de Lei, que deverá ser votado pela Câmara dos Vereadores, para a colocação de uma placa que batize o bosque com o nome do filho de D. Neide, já falecido. O trabalho que D. Neide desenvolve nesse espaço, que até então estava abandonado, é “um trabalho de formiguinha”. Recuperar e preservar as áreas verdes próximas as nossas casas também é tarefa de todos se quisermos viver com mais qualidade de vida.
Novembro de 2008
Participe dos MUTIRÕES de PLANTIO do Projeto Água Quente na área do Parque Florestal Urbano!!!
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Projeto Água Quente, neste período de chuvas que vai de novembro a março, promoverá plantios na antiga pista de motocross (próximo à serrinha do bairro Cidade Aracy) que faz parte da grande área verde da Bacia do Córrego Água Quente. Essa área pertence ao local destinado para o futuro Parque Florestal Urbano de São Carlos (veja mais informações na matéria abaixo). Com os Mutirões de Plantio, o Projeto pretende, além de recuperar a vegetação de uma pequena área do futuro Parque, aproximar e envolver pessoas, principalmente dos bairros próximos, para que conheçam o local e a proposta do Parque.
Além disso, é muito interessante sabermos o que as pessoas, especialmente aquelas que vivem nos arredores, pensam sobre a área verde. A partir de discussões coletivas, podemos começar a refletir sobre que tipo de Parque queremos e o que devemos fazer para que ele saia do papel e torne-se uma realidade. Por meio de entrevistas realizadas para uma pesquisa de Doutorado*, Rosa Maria Tonissi levantou algumas opiniões sobre a área: “Acho que tem que estar tudo junto, né?! Porque aqui eu já acostumei, faz bastante tempo que eu moro aqui, já acostumei com essa mata… Claro que o povo está acabando, o pessoal ‘taca’ fogo. Mas,
logo quando eu cheguei aqui, era muito verde, era lindo demais! Agora ainda está bonito, mas muita coisa mudou desde quando eu estou aqui”. “Vou sempre (na área verde), eu ando aquilo tudo ali, tem gente direto ali, as pessoas que criam animais, pra não deixar solto na rua, deixam ali”. “Não, essa mata aí, ela não aborrece ninguém. Eu achava que devia cuidar dela melhor ainda, pra poder manter bonita como ela é, porque o verde é muito bonito assim pra gente sair, conhecer assim num dia bonito de sol, a gente ver esses pés de árvore verde é muito bonito, sentir o gostinho do mato, então eu gosta-
ria que cuidasse melhor da mata”. *Transcrições tiradas da tese de Doutorado de Rosa Maria Tóro Tonissi, Percepção e caracterização ambientais da área verde da microbacia do córrego Água Quente (São Carlos, SP) como etapas de um processo de educação ambiental. São Carlos, 2005. O Projeto Água Quente, desde 2005, está realizando plantios e atividades educativas para envolver cada vez mais pessoas na discussão da proposta do Parque, pois acredita que a idéia deve ser construída de forma participativa com a população.
Você já conhece a área do futuro Parque Florestal Urbano de São Carlos?!
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área determinada para se tornar o Parque Florestal Urbano vai do “buracão” do Jardim Gonzaga até a região do CAIC no bairro Cidade Aracy, ou seja, a região de encostas até o fundo do vale do Córrego Água Quente (ao longo da serrinha do Aracy). Suas belezas naturais são notáveis, com inúmeras nascentes, um conjunto de fragmentos florestais de vegetação nativa e grande potencial para a conservação da biodiversidade, sendo um dos elementos mais destacados na paisagem da Bacia do Córrego Água Quente e, com certeza, de toda a cidade de São Carlos. Devido ao seu potencial natural, por meio do Plano Diretor do Município de São Carlos (Lei n° 13.691, aprovada em 2005), foi considerada uma Área de Especial Interesse Ambiental. Desde 2005, o Parque Florestal foi estabelecido em lei, mas até o momento o Poder Público Municipal não realizou nenhuma ação que indique preocupação ou planejamento em relação à área. Por outro lado, a necessidade por espaços públicos de convívio e de lazer, assim como de áreas verdes nos bairros
próximos à área destinada para o Parque, é uma realidade. Por isso, o Projeto Água Quente considera a criação do Parque como uma das iniciativas para suprir tais necessidades, não excluindo de forma alguma a demanda por áreas públicas de lazer mais próximas aos bairros, como praças, quadras de esportes, centros da juventude, sistemas de recreio e outros equipamentos comunitários, pois será uma grande área que proporcionará lazer e atividades educativas relacionadas a uma área verde, também voltada para a conservação dos aspectos ambientais, como os recursos hídricos, a flora e fauna. O Projeto Água Quente não tem a responsabilidade da criação do Parque, mas, por reconhecer sua importância, apóia e luta para que a proposta torne-se realidade, promovendo a mobilização em torno da questão. Se você ainda não conhece a área do Parque Florestal Urbano, participe dos MUTIRÕES DE PLANTIO do Projeto Água Quente e procure conhecer um pouco mais essa proposta! (Mais informações na página 3 e na matéria acima.)
O que é o Plano Diretor? É um instrumento de planejamento obrigatório para os municípios brasileiros com mais de 20 mil habitantes ou que estejam localizados em áreas de interesse especial, como regiões metropolitanas, áreas com interesse turístico ou áreas de influência de empreendimentos com impactos regionais. Seu principal objetivo é orientar a atuação do poder público e também da iniciativa privada na ocupação dos espaços urbanos e rurais e na oferta de serviços públicos essenciais que garantam boa qualidade de vida para a população da cidade. Para isso, é necessário que o Plano Diretor seja construído de forma participativa, ou seja, com o envolvimento de toda a população da cidade.
Exercício realizado com os agentes da 1a. Edição do Projeto: cenários futuros para o Parque Florestal Urbano para 2010.
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Boletim Água Quente no 9
O mundo por meio da leitura
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Núcleo de Incentivo à Cultura e ao Conhecimento, mais conhecido como NICC, tem como missão oferecer atividades que estimulem o hábito da leitura, influenciando o aprendizado nos diversos momentos da vida; partindo da idéia de que a formação de uma sociedade leitora é condição essencial e decisiva para promover a inclusão social de crianças, jovens e adultos, e a formação de cidadãos críticos e conscientes. As atividades do núcleo iniciaram-se em março de 2007. O NICC surge a partir do conceito de Responsabilidade Social Empresarial por meio de uma realização da empresa Matra. Dentre suas atividades, o NICC disponibiliza uma biblioteca e uma gibiteca preparadas para proporcionarem momentos de muita alegria e descontração à comunidade. Além de livros e gibis, estão disponíveis aos usuários uma série de jornais e revistas que possibilitam um acesso rápi-
Frente do NICC.
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do e dinâmico às informações mais recentes do mundo. Para fazer sua inscrição, é muito fácil! E gratuito!! Se você tem mais de 12 anos, procure o NICC trazendo o RG, comprovante de residência atual e faça sua inscrição. Não precisa de foto, pois tiramos a sua na hora! Atenção: crianças de 9 a 11 anos podem se inscrever se comparecerem com um responsável. Horário de funcionamento: de segunda à sexta, das 9h às 12h e das 13h às 18h. Aos sábados, das 9h às 13h. O NICC fica na Avenida Nelson Orlandi, 767, Cidade Aracy. O telefone é 3375-6824. Visite o site: www.niccsaocarlos.org.
Contação de histórias e teatro.
“Os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas.” (Mário Quintana) Texto encaminhado por Elton C. do Nascimento, responsável pelo NICC.
Exposições de artistas da comunidade.
Espaço de leitura.
Novembro de 2008
4° Encontro de Grupos
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Questões e demandas socioambientais
Projeto Água Quente atua a partir da perspectiva de que a mobilização e a articulação entre indivíduos e grupos podem potencializar reflexões e ações direcionadas à melhoria da qualidade de vida e das condições socioambientais da região do Córrego Água Quente. Nesse sentido, com base em um de seus principais objetivos, fortalecer a interlocução e o diálogo entre os diferentes setores atuantes na região da Bacia do Córrego Água Quente, em setembro de 2008, o Projeto promoveu mais um Encontro de Grupos da Região do Água Quente. O 4° Encontro de Grupos, realizado no Núcleo de Incentivo à Cultura e ao Conhecimento (NICC), grupo parceiro sediado no bairro Cidade Aracy, acabou por coroar o processo de realização dos Encontros de Grupos, que desde 2006 vêm sendo promovidos pelo Projeto. No 1° Encontro, realizado em 2006, na primeira edição do Projeto, os grupos trabalharam juntos a partir de interesses comuns, discutindo temas como “Organização Popular e Geração de Renda”, “Voluntariado e Assistencialismo”, “Trabalho Comunitário” e “Papel da Cultura”, e elaborando propostas de ações que poderiam ser desenvolvidas na Bacia a partir desses temas. No 2° Encontro, realizado em 2007, na segunda edição do Projeto, foi trabalhada a difusão de informações sobre a região do Córrego Água Quente, promovendo debates sobre uma série de questões relacionadas à realidade social, econômica e ambiental dos bairros da região e estimulando a integração entre os grupos participantes.
No 3° Encontro, realizado em maio de 2008, 11 organizações atuantes na região – incluindo o próprio Projeto Água Quente – apresentaram suas ações, trajetórias, dificuldades e avanços em relação às ações desenvolvidas, proporcionando a troca de experiências e o fortalecimento de laços para que futuros trabalhos pudessem vir a ser desenvolvidos coletivamente. Por fim, neste 4° Encontro o objetivo foi apresentar experiências de grupos frente às questões e demandas socioambientais da Bacia, visando estimular os participantes a pensarem juntos propostas para solucionar tais questões e demandas e a elaborarem um calendário de ações conjuntas nesse sentido. Pretendeu-se, portanto, avançar em relação aos Encontros anteriores, dando subsídios para iniciar um trabalho em rede com alguns grupos locais. O 4° Encontro de Grupos organizou-se de forma a proporcionar discussões e intercâmbios de idéias entre os participantes. Iniciou-se com uma apresentação dos objetivos do mesmo, contextualizando-o em meio às ações de mobilização do Projeto e destacando a intenção de iniciar um trabalho conjunto com os demais grupos, visando à futura formação de uma REDE de organizações comunitárias na Bacia. A ONG Espaço Cidadão e o Projeto Água Quente, ambos com atuação nas questões socioambientais da Bacia, foram convidados a se apresentar. A ONG Espaço Cidadão apresentou seu histórico de atuação no bairro Cidade Aracy, com foco nas ações socioambientais e, principalmente, no processo de mobilização realizado em relação ao Termo de Ajustamento de Condu-
ta (TAC) referente às áreas verdes do bairro, que resultou em uma ação civil pública solicitando a devolução destas ao bairro, dialogando de igual para igual com os detentores do poder na área. O Projeto Água Quente apresentou a proposta de criação do Parque Florestal Urbano na Bacia do Córrego Água Quente, articulando-a com a apresentação anterior sobre a questão das áreas verdes do mesmo bairro e expandindo a discussão para toda a Bacia. Apresentou também a área de implantação do Parque e os motivos que fazem com que o Projeto considere a proposta importante para a região, além das ações do mesmo em relação a ela. Por fim, o evento promoveu um debate coletivo focado em algumas demandas socioambientais levantadas ao longo de outras atividades do Projeto com grupos e agentes comunitários. A partir das experiências apresentadas na primeira parte do Encontro, a
discussão focou-se em como seria possível aos grupos enfrentar coletivamente algumas dessas demandas, dando início à construção de um calendário de ações conjuntas, divididas em três níveis de trabalho – busca de informações, reivindicação e ação prática. Para a realização desse Encontro, foi fundamental o envolvimento de toda a equipe do Projeto, bem como dos Agentes Comunitários do mesmo, e, principalmente, dos grupos parceiros ONG Espaço Cidadão e Núcleo de Incentivo à Cultura e ao Conhecimento (NICC). Cerca de 43 pessoas e 15 grupos participaram do Encontro e vêm dando continuidade às ações em rede por meio da realização das Oficinas de Grupos. Se você quiser conhecer um pouco mais e participar desse trabalho em REDE, entre em contato com Thaís ou Ana Laura do Projeto Água Quente pelo telefone 16 3376-3110.
Participantes do 4° Encontro de Grupos.
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Boletim Água Quente no 9
Histórias contadas por eles: os Agentes Água Quente! Os textos a seguir foram construídos pelos Agentes Comunitários do Projeto Água Quente. São relatos sobre ações realizadas em escolas da região da Bacia do Água Quente, desenvolvidas pelos próprios Agentes em parceria com alunos e professores.
Horta da Escola – Aprendendo a ensinar
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esde maio, nós, Agentes Comunitários do Projeto Água Quente, começamos a planejar ações nas escolas. Na primeira reunião, realizada na Escola Marivaldo Carlos Degan, conversamos com a diretora da escola sobre a possibilidade de realizar lá a ação. Foi decidido que as ações seriam realizadas com os alunos da Escola da Família, com faixa etária entre 5 a 12 anos de idade. Em outra reunião com a diretora, os monitores da Escola da Família, a coordenadora pedagógica e os alunos, apresentamos a idéia: a
construção de uma horta comunitária na escola. O início da construção da horta foi em junho de 2008 em um local onde já havia sido iniciada uma outra horta. A atividade foi finalizada em novembro. O objetivo dessa atividade foi ensinar aos alunos como construir uma horta, plantar, como cuidar do meio ambiente e da vida social, como cuidar das plantas, da horta e dos alimentos. Em novembro, após o término da atividade, nos reunimos novamente com os envolvidos para avaliá-la. A avaliação foi positiva e esperamos que
Aluno da Escola da Família construindo a horta.
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no ano que vem possamos dar continuidade ao projeto da horta. Nós, Agentes Comunitários do Projeto Água Quente, adoramos ensinar as crianças da Escola da Família, porque também aprendemos com elas.
Texto produzido por Benedita Rosa, Maria Rosa Fernandes e Rose Macedo. Atividade desenvolvida com alunos da Escola da Família, na Escola Marivaldo Carlos Degan.
Cultivando hortas em pequenos espaços
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om o objetivo de transmitir conhecimentos adquiridos no Projeto Água Quente, nos unimos para a construção de uma horta escolar. A idéia surgiu da necessidade de despertar na criança hábitos alimentares saudáveis e o gosto para o consumo de verduras e legumes. Procuramos a Cemei Octávio de Moura, que participa do Projeto desde 2005, mas essa era a primeira oportunidade de realizar uma atividade dos Agentes dentro da escola. Conversamos com a diretora e, posteriormente, com os professores e demais funcionários. Tudo acertado, passamos ao desenvolvimento da atividade com as crianças de 2 anos e meio a 6 anos de idade. No início de setembro demos os primeiros passos. Ensinamos as crianças a mexer com a terra e, assim, formamos os primeiros canteiros usando adubo natural. Em seguida, fizemos o plantio e orientamos sobre a manutenção da horta, como molhar diariamente, retirar os matinhos e o cuidado com as plantas. Durante mais ou menos dois meses, acompanhamos todo o desenvolvimento das mudas: o
plantio, o replante e, finalmente, a colheita. O dia da colheita foi esperado com ansiedade pelas crianças, que felizes colheram as verduras e aprenderam sobre a higienização dos alimentos com as merendeiras. E estas, carinhosamente, prepararam as verduras e serviram para as crianças que as saborearam com prazer. Ainda, durante o HTPC dos professores, realizamos um mutirão e construímos várias cercas com garrafas pet em torno das árvores do jardim da escola para que as crianças compreendam a importância da preservação do espaço. Nosso trabalho foi muito gratificante, principalmente quando vimos a expressão de alegria das crianças, dos educadores e também dos pais que, na saída da escola, eram convidados pelas crianças a visitarem a horta. Além da degustação, as crianças sensibilizadas levaram para casa a idéia de construírem hortas caseiras, mesmo em pequenos espaços. Texto produzido por Elza dos Santos, Leonilda M. Skuarzini e Sônia M. de Paula. Atividade desenvolvida com alunos da Cemei Octávio de Moura.
Novembro de 2008
Nós na Escola! Ensinando e aprendendo!
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ostaríamos de ter feito um trabalho com os alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Janete Lia, mas não deu certo porque eram poucos alunos. No início, foi meio complicado, mas fomos falar com a diretora da Escola Aracy Pereira Lopes e, depois de muita insistência, ela nos apresentou ao professor Paulo, que dá aulas de Química. O professor ficou muito interessado em nosso trabalho, o que nos empolgou muito, e decidiu-se que trabalharíamos com os alunos do 2° B, do 2° grau do EJA. Tivemos várias reuniões com o professor e levamos nossos materiais de trabalho, que seriam usados nas atividades com os alunos, e, fomos ainda mais fundo, elas eram sempre acompanhadas de nossa educadora ambiental, Sara Oliveira. Quando nossa educadora perguntou o que iríamos fazer na escola, escolhemos passar para os alunos algo que aprendemos como Agentes ambientais: escolhemos falar sobre a água. Os alunos fica-
ram extremamente interessados em nosso trabalho. Desenvolvemos várias atividades com eles sobre a água e o meio ambiente. Utilizamos Boletins Informativos do Projeto Água Quente, a maquete da Bacia, o vídeo Na Margem (vídeo do Projeto e da Teia – casa de criação), o vídeo Gregório: o córrego indomado (vídeo do CDCC/USP) e um jogo ambiental para auxiliar na atividade. Nosso trabalho teve duração de quatro meses, de agosto a novembro de 2008. Foi tão bom que, quando terminamos o trabalho, os alunos quiseram fazer uma festa com “comes e bebes” para comemorarmos. Também foi importante o fato de os alunos das outras classes demonstrarem interesse em participar do nosso trabalho. Isso será uma outra história!! Texto produzido por Cleide Scalli, Luzia Gabriel, Maria Helena R. da Silva e Neide Soriano. Atividade desenvolvida com alunos da Escola Aracy Pereira Lopes.
“É muito comum ouvirmos falar de meio ambiente hoje em dia, principalmente por causa da poluição e degradação do solo, água e ar. Há tempos que os homens vêm destruindo a natureza. E só agora, pela resposta brusca da mesma, que a minoria se preocupa em consertar o estrago; por isso, é fundamental a importância do Projeto Água Quente. Estamos felizes e admirados pelo trabalho dessas mulheres batalhadoras. Além de se preocuparem com o meio ambiente e com a água, se dispuseram voluntariamente para nos ensinar e conscientizar, transmitindo os princípios de uma boa qualidade de vida. Para trabalhar com esse assunto polêmico, precisa de paciência, tanto de quem ensina como de quem aprende, e, por sermos iniciantes, é compreensível ter faltado paciência, de ambas as partes.” Hellem, Natália e Nayra “É muito bom aprender novas coisas para o nosso próprio bem e ajudar uns aos outros nessa mobilização.” Leandro “Com esse Projeto aprendemos muitas coisas, e acho que, com ele, não só aqui, mas em muitas outras escolas, vamos nos conscientizar e ensinar muitos jovens.” Vagnilson “Espero que outras pessoas possam ter essa oportunidade, pois não existe nada mais importante do que a natureza limpa, sem poluições, desmatamento etc.” Adriele “As pessoas da sala de aula se interessaram muito, pois não foi uma coisa chata de se fazer. Foi muito gostoso, fora as brincadeiras, né?!” Jeniffer e Gemina “Aprendi que, se nos juntarmos, o Brasil pode ser muito melhor e mais bonito. Os vídeos que passaram foram muito interessantes, além de nos ajudarem muito.” Adriana “Vocês trouxeram o estudo do meio ambiente num simples e humilde gesto, fazendo-nos entender com dinâmicas e de um jeito fácil de entender. Isso me fez ver que um papel que jogamos no chão pode causar uma destruição para nosso meio ambiente.” Jéssica “Quero agradecer a todas as professoras do Projeto Água Quente, por nos ensinarem e incentivarem a preservar a natureza e, principalmente, a água que é o nosso maior bem, além de todos os princípios básicos que devemos aprender. Foram muito interessantes todas as visitas, boletins, jogos, filmes e palestras… E o mais legal, nos mostrando o que há de melhor e o que ainda precisamos fazer pra melhorar nossos bairros.” Débora
Alunos em atividade. Confraternizacao entre Escola e Agentes.
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Boletim Água Quente no 9
C U L T U R A A
Alunos da Escola Deriggi.
Fortalecimento das Relações Culturais
Teia – casa de criação é uma associação civil sem fins lucrativos que desenvolve, executa, apóia e assessora projetos e pesquisas nas áreas de arquitetura, urbanismo, tecnologia, educação, comunicação e artes, que visem à valorização da cultura, da igualdade social, de uma maior qualidade de vida e do espaço habitado. Desde 2006, o Projeto Ponto de Cultura “Teia das Culturas”, conhecido como Ponto, vem sendo desenvolvendo pela associação. As ações do Projeto são voltadas às práticas de manifestações culturais. Hoje, a Teia – casa de criação, que também desenvolve o Projeto Água Quente, é o único Ponto de Cultura na cidade de São Carlos conveniado com o Ministério da Cultura.
Sobre o Ponto de Cultura “Teia das Culturas”
O
Projeto do Ponto de Cultura “Teia das Culturas” realiza atividades culturais através de oficinas e eventos voltados especialmente ao público de escolas públicas do ensino médio e à população de baixa renda de maneira geral. As atividades, que acontecem no próprio espaço da Teia – casa de criação e na EMEB Natalino Deriggi (localizada no Bairro Antenor Garcia) desde 2006, estão vinculadas principal-
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Apresentação Teia das Culturas.
mente as manifestações da cultura afro-brasileira, além de cursos para a disseminação de conhecimentos sobre mídias e audiovisual. As manifestações culturais que guiam o projeto são: a Cultura HIP HOP e a Capoeira Angola e, anteriormente, contava com o Maracatu de Baque Virado. O Projeto procura reunir esforços de grupos culturais que desenvolvem atividades em São Carlos há bastante tempo, como a Academia de Capoeira Angola João Pequeno de Pastinha e Movimento Hip Hop. A Teia – casa de criação busca fomentar a troca destas experiências culturais distintas envolvendo a escola em suas atividades para que as práticas do Ponto de Cultura tenham, além da inserção de crianças e jovens em atividades culturais, uma relação direta com a escola promovendo a troca de saberes e ações de ensinoaprendizagem entre a equipe do Teia das Culturas, os professores, os coordenadores pedagógicos, os alunos e a educação não formal. Com isso, todos os envolvidos no projeto ensinam, aprendem, trocam experiências e, por meio da cultura popular, reconhecem as diversas maneiras de se aprender, ensinar e valorizar nossas histórias.
concorrendo à categoria do Prêmio Escola Viva que integra o conjunto das ações do Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania – Cultura Viva, desenvolvido pelo Ministério da Cultura. Esta iniciativa favorece o conhecimento, o mapeamento e a divulgação da diversidade cultural do país. O Prêmio Escola Viva premiou Pontos de Cultura, Pontões, Redes de Pontos ou organizações vinculadas às Redes, que possuem iniciativas envolvendo ações intencionais de ensino e aprendizagem. A ação Escola Viva visa integrar os Pontos de Cultura à escola, de modo a colaborar para a construção de um conhecimento reflexivo e sensível por meio da cultura, possibilitando a interação entre cultura e educação. O principal objetivo é estimular práticas culturais e educacionais desenvolvidas nos Pontos de Cultura, Pontões de Cultura, Redes de Pontos de Cultura ou organizações em conjunto com instituições educacionais formais (escolas públicas) e não formais (museus, bibliotecas, Pontos de Cultura, entre outros). O Teia das Culturas foi contemplado pelo Prêmio Escola Viva no final de 2007, junto a outros 119 pontos de cultura do Brasil.
Sobre o Escola Viva
Os resultados colocados na prática
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m 2007, o Ponto de Cultura Teia das Culturas participou do edital do Prêmio Cultura Viva
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urante o ano de 2008, foram realizadas atividades do Ponto
com a Escola Natalino Deriggi, envolvendo professores e alunos das 5as. séries. A principal ação do Ponto com a Escola foi o fortalecimento das relações culturais, pedagógicas e o intercâmbio de conhecimentos entre a cultura popular e a escola, tendo como base oficinas culturais de Capoeira Angola, Hip Hop, Rap, bases eletrônicas, break e coco. Foram realizadas também reuniões junto aos professores, coordenadores pedagógicos, direção da escola e a interface realizada dentro da sala de aula entre professores e alunos, o que possibilitou o diálogo do conteúdo pedagógico e as práticas culturais. As atividades enfocaram a inserção da cultura africana e afro-brasileira com base na lei 10639/03 que obriga o ensino da cultura e história africana e afro-brasileira nas escolas. Com as oficinas e o trabalho dos professores em sala de aula, foi produzido o musical afro-brasileiro “Zumbi, o despertar da liberdade”. O musical apresentado na Escola Deriggi e na Teia – casa de criação fez parte da programação do Mês da Consciência Negra da cidade. Para 2009, o Projeto busca novos parceiros para continuar a desenvolver atividades com a comunidade. A Teia – casa de criação fica na Rua Rui Barbosa, 1950, telefone 16 3376-3110. Mais informações sobre este projeto com Vivian, Simone e Daniel.
Novembro de 2008
Aproveitamento da água da chuva A
tualmente, no Brasil e no mundo, tem sido crescente a preocupação em se diminuir a exploração dos recursos naturais de forma desordenada, pois tem-se constatado que as atividades humanas causam grandes impactos ao ambiente, alguns até mesmo irreversíveis. Dentre os recursos que sofrem mais ameaças, a água potável já se apresenta como um dos maiores em muitas localidades do planeta, inclusive no Brasil. Apesar de nos encontrarmos em uma região privilegiada, habitantes de regiões como o semi-árido brasileiro desconhecem o acesso constante e garantido a esse elemento fundamental para a manutenção da vida, dependendo, então, da coleta de água da chuva para beber, cozinhar,
lavar roupas e objetos, dar aos animais etc. Essa dificuldade de acesso leva as pessoas a adotarem diferentes hábitos de uso e consumo. Em nossa cidade é comum encontrarmos pessoas lavando as calçadas de suas casas demoradamente, praticamente varrendo-as com a água, chegando a gastar um volume equivalente ao que uma pessoa do semi-árido necessita para viver durante uma semana. Também é comum a lavagem de automóveis, roupas e ambientes, banhos demorados e outros desperdícios com bastante freqüência, elevando muito o consumo para atividades pouco vitais ao ser humano. Portanto, para se gastar o mínimo possível de água potável tratada fornecida pelo sistema
público, é possível se adotar sistemas de aproveitamento de água da chuva nos diversos tipos de edificações. Esses sistemas podem ser projetados de acordo com a demanda específica de cada local, analisandose o potencial de captação (o quanto chove, a área de captação, o espaço disponível para o armazenamento) diante dos tipos de usos esperados (lavagem de pisos, rega de jardins, descargas do vaso sanitário etc.). De forma geral, deve-se evitar os usos que oferecem contato direto com o corpo humano, como banho, descarga no vaso sanitário, lavagem de roupas, rega de hortas, culinária etc., pois a água da chuva pode trazer diversos tipos de impurezas, necessitando de um tratamento pensado caso a caso. Já para
os outros usos, como lavagens em geral, rega de jardins etc., pode-se aproveitar a água da chuva sem maiores preocupações. Entretanto, em todos os casos, é preciso deixar de utilizar a água das primeiras chuvas, pois ela traz consigo muita sujeira presente na atmosfera, no telhado, nas calhas etc. Alguns produtos e sistemas já se encontram disponíveis no mercado e muitas pesquisas vêm sendo feitas para tornar o aproveitamento mais simplificado. A ONG Sociedade do Sol vem trabalhando para desenvolver um sistema de baixo custo a fim de torná-lo acessível à maior parte da população brasileira. Abaixo, alguns esquemas de coleta, armazenamento e distribuição da água pluvial em edificações:
Fonte: http://www.sociedadedosol.org.br
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Boletim Água Quente no 9
Seção Escola Passo a passo dos alimentos até o prato P
ensando em envolver ainda mais os alunos em atividades interessantes, atrativas e que proporcionassem cada vez mais a aprendizagem, as professoras das segundas séries do ensino fundamental, da Emeb Janete Maria Martinelli Lia, realizaram o Projeto Horta com seus alunos. Tal projeto pôde proporcionar diversas atividades aos alunos: mexer com a terra, pesquisar, ler, observar e registrar, aprendendo, assim, diversos conteúdos destinados à série. Os conteúdos explorados: procedimento de pesquisa por meio de questionamentos, busca de diferentes fontes de pesquisa e organização de dados; leitura e escrita de diferentes gêneros textuais: entrevistas, listas, resumos, relatórios e textos informativos; representação espacial; medidas de comprimento e noções de área; conhecimento sobre o desenvolvimento da planta e seus nutrientes e qualidade da alimentação humana. Todos
Plantio de mudas.
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esses conteúdos foram trabalhados de forma que os alunos pudessem participar da construção dos conhecimentos, expondo suas idéias, colocando-as em dúvida, constatando-as ou não, significando e contextualizando a aprendizagem. Anteriormente à realização do projeto, as professoras conversaram com os alunos a respeito de uma boa alimentação, levantando questionamentos sobre o que seria necessário para que o almoço servido pela escola tivesse suas propriedades nutritivas reforçadas, sobre o que seria legal acrescentar nas refeições. As turmas levantaram a necessidade de consumo de mais verduras e legumes; sendo assim, foram incentivados a iniciar o Projeto. Para que escolhessem quais seriam os vegetais a serem cultivados, realizaram uma eleição em cada classe, sendo os mais votados: a alface, couve e o rabanete. Os alunos levantaram estudo sobre
quais verduras e legumes seriam mais nutritivos, quais “pegariam” melhor no solo da escola e quanto tempo demorariam para crescer, o que acabaria contribuindo na escolha desses vegetais, pois os alunos queriam que desse tempo de comê-los ainda neste ano. Iniciado o Projeto, alguns familiares dos alunos ajudaram no manejo da plantação, aproximando assim a comunidade da escola, e auxiliando também no entendimento pelo aluno das etapas de desenvolvimento das plantas e dos cuidados específicos para que ele ocorra. As etapas de preparo da terra, semeadura e cuidados, como irrigação, foram feitas por todos os alunos das turmas, que, paralelamente a esse trabalho mais prático, também realizavam leituras a respeito das espécies de plantas e relatórios sobre o crescimento delas com observação diária. Os alunos ainda tiveram a idéia de construir um espantalho para
Colheita.
os passarinhos não comerem as mudas. E, coletivamente, mobilizaram todas as salas para a eleição do nome do espantalho, posteriormente escolhido para ser o Sapequinha. No dia da colheita, os pais foram convidados a ajudar tanto na colheita como na lavagem dos alimentos e também participaram do almoço com os alunos. Para 2009, a escola e os professores pretendem dar continuidade ao Projeto, mantendo a horta construída e bem cuidada em parceria com tantas pequenas e grandes mãos. Projeto escrito e desenvolvido pelos professores: Gislaine Ap. Zanqueta, Neusa S. C. Anselmo e Maria do Carmo P. Milão. O professor João de S. Aranha escreveu o projeto com as demais professoras. Texto produzido pelas professoras Juliana e Daniela da Escola Janete Lia.
Novembro de 2008
Seção Escola “Tecnologia & Diversidade” Semana Nacional de Ciências e Tecnologia O
utubro chegou e, com ele, cresceu a expectativa dos alunos da 5a série B, da Emeb Artur Natalino Deriggi, localizada no bairro Cidade Aracy II, para participarem da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, cuja temática para 2008 foi “Evolução & Diversidade”, já previamente anunciada pela direção da escola ao corpo docente desde o planejamento anual realizado no início desse ano. A preocupação maior da professora Juciara Eler foi unir sua disciplina, Língua Portuguesa, com o tema da Feira de Ciências e com o contexto social dos alunos. Esse impasse foi solucionado com a consulta ao plano de ensino, com leituras e com a participação dos alunos em sala que, após conversa, concordaram em trabalhar o Modo Imperativo dos verbos em texto instrucional, ou seja, em receitas elaboradas com ervas medicinais. Vale lembrar aqui que o Brasil é o país com a maior biodiversidade
do mundo, contando com um número estimado de mais de 20% do número total de espécies do planeta, e que nossas florestas guardam um número significativo de espécies que têm fins terapêuticos e medicinais. O objetivo do trabalho foi resgatar e valorizar a sabedoria empírica, incentivar o uso de medicamentos naturais e também conscientizar os alunos e seus familiares para o cuidado no preparo e na conservação de chás caseiros. Após a delimitação da temática e dos objetivos, os alunos pesquisaram com seus pais e vizinhos as ervas mais utilizadas e, em seguida, elaboraram a receita, atentando para as quantidades de ervas e seguindo rigorosamente o modo de fazer o chá. Tudo isso para que fossem percebendo a forma como os verbos foram utilizados na receita. Houve grande envolvimento por parte dos alunos que elaboraram a partir delas um caderno de receitas para ser apresentado durante a Feira.
Temáticas complementares, como a necessidade de conhecer bem as ervas antes de usá-las, a quantidade correta de folhas, flores, polpa, cascas e raízes para fazer a receita, o melhor modo de preparar cada erva, ou seja, se por cozimento, infusão, bem como os cuidados com o chá pronto, foram também trabalhados em sala. O Boletim Informativo do Projeto Água Quente – número 8, na matéria “Sabedoria Popular” – veio enriquecer todo o trabalho, que já estava em andamento, pois veiculou matérias sobre o uso das plantas medicinais.
Texto produzido por Juciara Nodare Eler, professora de português da Escola Artur N. Deriggi; trabalho realiz’ado com alunos da 5a B. Obs.: Toda a escola teve envolvimento com a Feira de Ciências.
“A Feira de Ciências foi 10! Conhe“A Feira de cemos muitas coisas novas.” Ciências foi importante porque aprendemo Alex Sandro (5a B) muitas coisas sobre as ervas medicinais. Apre demos que não podemos usar qualquer plan “Euchá. fiquei para fazer um ” Gustavo – 5ª B muito feliz com a Feira de “A Feira de Ciências, pois ajudei a montá-la e Ciências foi importante porque aprenainda aprendi muito com ela.” demos muitas coisas sobre as ervas medicinais. Nando (5a B) Aprendemos que não podemos usar qualquer planta para fazer um chá.” Gustavo (5a B)
“Gostamos muito da Feira! A gente ajudou a montar e a explicar também. Essa Feira foi muito legal!” Miryan, Karen e Ana Maria (5a B)
“Bem, a Feira de Ciências foi muito boa para mim! Ajudei a montar tudo e também ajudei com as explicações.” Tatiane (5a B) Apresentação dos trabalhos.
A partir dessas leituras complementares, os alunos expuseram por desenhos – linguagem não-verbal – sua compreensão sobre os textos lidos, contribuindo, assim, para colorir o espaço da disciplina durante a Feira. No dia 23 de outubro, o grande dia, vários alunos participaram com muita motivação da organização do “Cantinho da Língua Portuguesa”. Durante todo o dia apresentaram para os visitantes tudo o que tinham aprendido sobre o uso das ervas medicinais e os benefícios que elas trazem à saúde. Toda a escola (alunos, professores, funcionários e direção) se envolveu com o trabalho na Feira de Ciências e cada turma pôde apresentar algo diferente. Alguns alunos que realizaram trabalho com as ervas medicinais deixaram suas impressões sobre a Feira. Vejam o que eles disseram:
“Eu achei superlegal a participação dos alunos! Eles se esforçaram muito durante a Feira. As explicações também foram muito boas!” Raquel (5a B) “A Feira de Ciências foi importante porque aprendemos muitas coisas sobre as ervas medicinais. Apre demos que não podemos usar qualquer plan 13 – 5ª B para fazer um chá.” Gustavo
Boletim Água Quente no 9
Saúde = Alimentação Saudável
Alimentos Saudáveis completa uma boa alimentação
M
uitas vezes, achamos que almoçar e jantar em grande quantidade já é o suficiente para se estar bem alimentado. Quem pensa assim, engana-se! Para se ter uma alimentação saudável, é necessário, antes de mais nada, medir a quantidade e os tipos de alimentos absorvidos por dia.
Riscos e conseqüências de uma alimentação incorreta Segundo Ana Célia Gurgel, autora do livro Saúde Questão de Opção, publicado pela Editora Scarpitta, ninguém sabe muito bem o porquê de se comer carne, leite, queijo, açúcar, dentre outros alimentos. Muito sutilmente sabemos que são alimentos ricos em proteínas, cálcio, carboidratos etc., e que esses elementos são necessários ao organismo. Isso está correto, mas podemos conseguir os mesmos elementos de alimentos mais apropriados aos seres humanos. Nosso organismo não precisa de frituras, alimentos refinados, álcool e outros estimulantes, condimentos, carnes, gorduras, entre outros, e, principalmente, em grandes quantidades. Então, você pode ficar curioso em como sobreviver sem esses alimentos. 14
No mundo de hoje, o ser humano possui a sua disposição um extravagante arsenal gastronômico capaz de destruir, de uma só vez, seu aparelho digestivo, sistemas nervoso e imunológico, entre tantos outros danos. Por isso, é sempre bom manter-se alimentado, mas sem excesso, e não exagerar em alimentos não recomendados para uso diário.
Guia básico para uma dieta equilibrada Médicos e nutricionistas aconselham que seja utilizado um guia alimentar, que se baseie em quantidades e tipos necessários de alimentos por dia, para que o ser humano tenha uma alimentação saudável. Esse guia também é conhecido como “Pirâmide da Alimentação”. Alguns alimentos devem ser consumidos diariamente, outros nem sempre. O pão, por exemplo, pode ser consumido todos os dias. Veja algumas dicas: • Açúcar, óleo e gorduras: consumir pouco; • Leite, iogurte e queijos: consumir 2 a 3 vezes ao dia; • Feijão, carne, ovo, soja, peixe e frango: comer no almoço e no
Alimentação Balanceada.
Hábitos Saudáveis Procure: ✓ Fazer, no mínimo, três refeições por dia: café da manhã, almoço e jantar; ✓ Comer mais verduras, legumes e frutas, pois contêm fibras, vitaminas e minerais necessários ao equilíbrio do nosso organismo; ✓ Tomar leite, pois é uma excelente fonte de cálcio, mineral indispensável ao crescimento de crianças e importante para a manutenção da saúde dos adultos; ✓ Preparar as refeições com bastante higiene. Lavar as mãos antes de preparar as refeições e comer; ✓ Evitar balas, chicletes e refrigerantes porque, apesar de deliciosos, são pouco nutritivos; ✓ Manter seu peso e fazer exercícios físicos; ✓ Beber bastante água ao longo do dia (o que ajuda a prevenir “pedra” nos rins, além de ajudar em outras áreas na saúde do nosso organismo); ✓ E, por fim, fazer das refeições um encontro agradável para facilitar a digestão e o aproveitamento total dos nutrientes contidos nos alimentos. Tentar não comer com pressa e/ou nervoso. jantar. Consumir também muitos legumes e verduras; • Frutas: consumir 2 a 4 vezes ao dia; • Pão, bolachas, arroz, macarrão, milho, batata e mandioca: consumir no café da manhã, no almoço e jantar. Deve-se fazer uso de, pelo menos, um tipo ou, em alguns casos, de mais de um alimento na quantida-
de aconselhada. Esse asterisco tem de aparecer em algum momento no texto. Verificar. Programe seu cardápio com antecedência para que você tenha condições de providenciar tudo o que for necessário à preparação de suas refeições. Toda nova proposta de vida, e, no caso, de alimentação, demanda algum tempo para a adaptação.
E S ! A T DIVIR
DESENHO PARA COLORIR
POESIA
AQUÍFERO GUARANI* Na Terra azul de Gagarin Sob nossos pés Uma imensidão de água: O Aqüífero Guarani!! Ouro líquido… sim… Tão frágil como a vida Vista lá do céu… assim Valor que não tem medida Único… singular… dádiva Que inspira o cantor a cantar Que faz o poeta poetar!!
E em São Carlos das nascentes Fontes de tantas correntes Olho d’água… córrego… ribeiro Lazzarini… Tijuco Preto… Gregório Que no Monjolinho vão ter Até se somarem ao Jacaré… ao Tietê… Indo desaguar no mar além… E nos versos do violeiro também Sedento da seiva vital do viver: A água nossa de cada dia No seio nosso de todo dia Em São Carlos das nascentes Do Guarani sob nossos pés Na Terra azul de Gagarin!
*Autor: Marco Bala [historiador com grande conhecimento sobre a cidade de São Carlos] Sudoku é um quebra-cabeça baseado na colocação lógica de números. Como jogar: 1º. Preencha os espaços em branco com algarismos de 1 a 9, de modo que cada número apareça apenas uma vez na linha; 2º. O mesmo deve acontecer em cada coluna. Nenhum número pode ser repetido e todos os números de 1 a 9 se encontram presentes; 3º. Nos quadrados menores (3x3), a regra é a mesma: aparecem números de 1 a 9, mas nenhum se repete. Solução:
SUDOKU
Para colorir!
Refogado de Jaca adicionado na água. Depois de cozida, descasque-a e desfie como frango. O miolo deve ser ralado em ralo grosso. Pé de jaca carregado.
ingredientes
1 jaca verde inteira (tamanho mais ou menos de um palmo) ✓ 1 cebola pequena picada ✓ 2 colheres (sopa) de vinagre ✓ Sal a gosto ✓ 2 colheres (sopa) de óleo ✓
Em uma panela, coloque o óleo, deixe esquentar, e leve a cebola até dourar. Coloque a jaca desfiada, sal a gosto e deixe refogar. O refogado estará pronto em minutos. Se desejar, misture o recheio de sua preferência, como milho, salsicha e cebolinha e adicione cominho, açafrão ou colorau.
m o d o d e p r e pa r o
Dica: serve também para rechear tortas e pastéis.
Lave bem a jaca inteira e coloque para cozinhar com água em uma panela de pressão, o vinagre deve ser
*Receita elaborada por Maria Helena R. da Silva, agente comunitária do Projeto Água Quente 15
Boletim Água Quente no 9
Cleide Scalli Moradora do Pacaembu “Me sinto realizada. Ajudar as outras pessoas e a si próprio é muito bom.”
F ala povo
“Preparação de pessoas para a vida – Benedita Rosa Moradora do Aracy II “Sou muito feliz em poder contribuir com o meio-ambiente. Nos plantios, sinto que colocamos muitas coisas em prática.”
Sônia de Paula Moradora do Cruzeiro do Sul “Acho importante ser agente porque conhecemos uma porção de pessoas, trabalhamos com a comunidade e com o meio-ambiente. Vemos os anseios da população, o que o povo quer para contribuir com o meio-ambiente. Vemos também o que podemos apresentar para satisfazer o povo e melhorar o nosso sistema. Estes dias que tá acontecendo essa tragédia em Santa Catarina, eu acho que é uma degradação do meio ambiente. A natureza esta respondendo, porque é tanta falta de cuidado... lixo nos rios que depois vem bater na nossa porta e por ai. Depois devasta tudo e as pessoas não sabem porque tá acontecendo tudo isso. Mas as próprias pessoas são culpadas pelo que acontece. O papel do agente é orientar, conscientizar, da importância do meio-ambiente e de como cuidar. E isso que tenho para falar.”
Leonilda M. Skuarzini Moradora do J. Monte Carlo “Como agente comunitário aprendo e ensino o que sei para os outros, é uma troca.”
Luzia Gabriel Moradora do Gonzaga “Ser agente comunitário é ajudar as pessoas em vários sentidos. Eu, como agente, ajudo na Bacia levando informação e conscientização as pessoas.”
Patrocínio:
Maria Rosa Fernandes Moradora do Antenor Garcia “Sendo agente comunitário tanto ensino como aprendo. Posso ajudar muitas pessoas. Mesmo sendo de pouca conversa, gosto de dar o melhor de mim para as pessoas.”
somos todos membros da Biosfera”
O
Projeto Água Quente atua na cidade de São Carlos, região central do estado de São Paulo, desde 2005. Desenvolvido pela Teia – casa de criação (organização sem fins lucrativos), é patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental. O Projeto é uma ação socioambiental contínua e permanente realizada em uma bacia hidrográfica urbana da cidade, a Bacia do Córrego Água Quente, que possui, por um lado, grande potencial paisagístico e comunitário e, por outro, elevados impactos socioambientais. Nesses anos de atuação, o Projeto vem realizando uma série de intervenções educativas e mobilizadoras desenvolvidas com agentes comunitários e grupos atuantes, buscando envolver todos os moradores da bacia. O Projeto mantém como foco a requalificação socioambiental, a recuperação biológica e o fortalecimento social. Um de seus principais eixos é a Educação Ambiental, cuja estratégia central é a formação e capacitação desses agentes, fomentando o trabalho coletivo como Agentes Comunitários. A intenção é que esse Grupo de Agentes, formado por moradores da Bacia do Água Quente e entidades locais, atue na interface entre o Projeto e a população dos bairros situados em seu raio de ação direta, bem como entre os diversos setores da sociedade civil e dos atores envolvidos na conservação ambiental do município e da região. Os Agentes Comunitários possuem capacidade de transformar o ambiente onde vivem por meio de ações multiplicadoras, educativas e mobilizadoras. O fortalecimento da apropriação do papel de agente, como disseminador de conhecimento e informação, traz à tona para os Agentes Comunitários, como citado no Caderno de Educação Ambiental – Conceitos para se fazer Educação Ambiental, publicado pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, a educação ambiental como aprendizado para compreender, apreciar, saber lidar e manter os sistemas ambientais na sua totalidade; aprender a ver o quadro global que cerca um problema específico – sua história, seus valores, percepções, fatores econômicos e tecnológicos, e os processos naturais ou artificiais que o causam e que sugerem ações para saná-lo.
Maria Helena R. da Silva Moradora do Jd. Das Flores “Para mim o Projeto Água Quente é uma experiência de vida. Faz parte da minha vida. O trabalho desenvolvido com alunos na Escola Aracy Pereira Lopes superou todo nosso trabalho. Aprendemos com eles e eles com a gente.”
Neide Soriano Moradora do Jd. Medeiros “Minha participação como agente comunitário é muito importante. É transmitir para outras pessoas o que aprendo… pode ser sobre a água, como cuidar para que não acabe, falar sobre o lixo, sobre o consumismo exagerado… enfim, muitas coisas que envolvem o meio-ambiente.”
Elza dos Santos Moradora do Cruzeiro do Sul “Eu não uso a palavra conscientizar, é uma palavra difícil e a longo prazo. Penso em sensibilização, o papel do agente é sensibilizar as pessoas com o cuidar de todas as questões. Amar para cuidar, quem ama cuida.”
Rose Macedo Moradora do Gonzaga “Aprendi muita coisa no Projeto Água Quente… como ser agente… como cuidar da natureza… como é incentivar a comunidade a protege-la, onde ela vive, ensinar as crianças como é o meioambiente, como é o outro lado.” *Todos os entrevistados são Agentes Comunitários do Projeto Água Quente