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Da infraestrutura aos serviços
Os desafios do Ministério da Infraestrutura em transformar esses indicadores em realidade estão diretamente relacionados ao crescimento e à prosperidade do Brasil. Em 2020, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) dedicou sua principal publicação, o “Desenvolvimento nas Américas (DIA)”, à infraestrutura econômica (energia, transporte, telecomunicações, água e saneamento), considerando os serviços prestados por essas estruturas. A qualidade e a disponibilidade desses serviços são essenciais para indivíduos e empresas.
De acordo com o estudo, é necessário destacar a relação entre investimentos em ativos de infraestrutura e a prestação de serviços de infraestrutura: os serviços só são possíveis na presença de ativos com capacidade e condição adequadas. A publicação traz como exemplos o fornecimento de eletricidade para residências e indústrias, que depende da existência de usinas e linhas de transmissão, e os serviços de transporte de carga, que precisam de ferrovias e rodovias.
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No quesito transportes, a publicação apresenta a Pesquisa Empresarial do Banco Mundial (2019). A porcentagem de empresas que identificam o transporte como uma grande restrição na América Latina e Caribe chega a 23,7% e, no Brasil, o índice é de 27,9%, acima da média da região. A questão impacta também a logística de deslocamento nas grandes cidades.
O DIA apresenta dados do INRIX 2019 Global Traffic Scorecard, que indicam Bogotá, Cidade do México, São Paulo e Rio de Janeiro entre as 10 cidades mais congestionadas do mundo, o que favorece o rápido aumento da motorização. A propriedade de veículos na região aumentou 63% entre 2005 e 2015, de 127 para 201 veículos por mil habitantes (Rivas, Serebrisky e Suárez-Alemán, 2019), aponta a publicação do BID.
A interação bem planejada entre os ativos é outro ponto para eficiência dos serviços de infraestrutura. O desenvolvimento do país exige interação entre rodovias, ferrovias e instalações portuárias e como os serviços de infraestrutura vão atender as pessoas, inclusive na mobilidade urbana. Na análise do DIA, é fundamental coordenar serviços logísticos multimodais, bem como planejamento e o zoneamento do uso do terreno nas cidades com a oferta de serviços de trânsito.
Olhando o mapa de concessões do Ministério da Infraestrutura, é possível identificar esse esforço combinado entre novos ativos e qualidade na prestação dos serviços com integração das estruturas. Nessa perspectiva, vamos atualizar os investimentos no transporte de cargas e de passageiros sobre trilhos, considerando a integração entre as estruturas.