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Ilona Bakocs Schiffer

Carreiras nos trilhos da realização

Na segunda edição do Relatório Especial O Profissional Metroferroviário, entrevistamos cinco profissionais, em diferentes fases da carreira, que compartilham a realização de serem metroferroviários. Ilona Bakocs Schiffer, primeira Especialista em Via Permanente do Brasil, Joelson Messias de Moura, da Via Quatro, Leonardo Mendes Vianna, Especialista Ferroviário Sênior da MRS, Patrícia Domingues Truzzi, arquiteta, e Leonardo Assis Lenharo, coordenador de Manutenção, ambos do METRÔ-SP, são os entrevistados desta edição Seja no transporte de cargas ou de passageiros sobre trilhos, a capacidade de superar desafios é o ponto em comum entre eles. Na entrevista da Ilona Schiffer, é possível conhecer a trajetória dela como a primeira Especialista em Via Permanente do Brasil e o esforço dos profissionais METRÔSP para desenvolver soluções diante do fim das importações. Em 2020, com a pandemia da Covid-19, esses profissionais estão enfrentando e solucionando novos desafios.

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ILONA BAKOCS SCHIFFER

A primeira Especialista em Via Permanente do Brasil

Com 15 anos de experiência na CPTM e 32 anos no METRÔ-SP, Engenheira Civil de Transportes ajudou a trazer as melhores tecnologias européias para o país

Um ano após se formar em Engenharia Civil de Transportes pela Faculdade Politécnica de Budapeste, na Hungria, Ilona Bakocs Schiffer desembarcou no Brasil para trabalhar com o que realmente havia estudado: a via permanente ferroviária. O ano era 1972 e, de lá para cá, a profissional se consagrou como um dos grandes nomes do setor metroferroviário brasileiro. Sua trajetória na área inclui mais de três décadas de experiência no METRÔ-SP e, posteriormente, 15 anos na CPTM. Além disso, ela foi a primeira pessoa a ocupar o cargo de Especialista em Via Permanente no país. Sempre participando de feiras de inovações realizadas em Berlim, na Alemanha, Ilona ajudou a trazer e implantar as principais tecnologias européias nos sistemas de trilhos do Brasil. “O METRÔ-SP entrou em operação em 1974. Naquela época, exceto o trilho, tudo era importado, desde a placa de apoio e fixação dos trilhos, aparelhos de mudança de via (AMV’s), para-choque, etc. Quando o Governo Federal proibiu importações, nós decidimos não voltar para tecnologias antigas. Arregaçamos as mangas e buscamos o desenvolvimento local para não retrocedermos”, disse. Segundo a engenheira, esse processo trouxe muito aprendizado e bons resultados para o setor ferroviário brasileiro, que conseguiu desenvolver localmente tudo

o que necessitava. “Nesse período, desenvolvemos o aparelho de mudança de via AMV-M com geometria tangencial e que permite ser instalado em curva, diminuindo as desapropriações na cidade; a placa de apoio elástica do trilho tipo Landis, em que a placa está diretamente fixa na viga de concreto; para-choque autofrenante móvel que no caso de choque não danifica o trem; palmilhas e fixações de trilho elásticas, e os primeiros dormentes de concreto no Brasil evitando, assim, o consumo de madeira. Também trabalhamos arduamente no traçado geométrico da via, gabarito dinâmico de livre passagem, considerando Ilona Schiffer tolerâncias de fabricação, instalação e desgaste dos materiais da via permanente, material rodante e movimento cinético, além de elaboramos muitas especificações técnicas”, contou. O primeiro projeto que contou com a participação de Ilona no METRÔ-SP foi sobre uma sessão transversal da via permanente no túnel, juntamente com o terceiro trilho. Para o sucesso desse e outros trabalhos que vieram depois, o elemento destacado por ela como o principal foi o bom relacionamento com profissionais de todas as interfaces que compõem o sistema. “Neste setor, você nunca trabalha sozinho. Tudo é feito em conjunto”, lembrou. Quando o assunto é mobilidade urbana, Ilona Bakocs Schiffer é categórica em dizer que ainda há muito que se investir em transporte público. Na visão dela, a expansão anual média de 2 km de metrô é pouco para uma cidade como São Paulo, que é maior do que muitos países da Europa. “O transporte individual estrangula a cidade. Não é normal ficarmos duas horas no carro, em cada sentido, para ir e voltar do trabalho. Nossa vida vale mais do que isso”, disse. Ela lembra que a

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