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Riscos
A capacitação para a avaliação de riscos aliada à gestão de ativos metroferroviários
Por João Junqueira e Pedro Lyra
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Nos últimos anos, o governo brasileiro vem adotando medidas de estímulo ao aumento da eficiência e ampliação do modal ferroviário na matriz de transporte nacional, e que impõem desafios ao setor, relacionados principalmente ao aumento dos volumes transportados, mas que refletem em diversos outros aspectos. Diante desse cenário, se faz cada vez mais necessário o equilíbrio entre operação e manutenção, mantendo-se níveis satisfatórios de segurança operacional. Dessa forma, a gestão dos ativos ferroviários, associada a adequadas estratégias de manutenção, vem permitindo às operadoras metroferroviárias alavancarem os seus resultados e indicadores de monitoramento de desempenho. Tal estímulo ao transporte, considerando o atual desempenho recorde das ferrovias e aos altos ní-
João Junqueira Pedro Lyra
veis de investimentos, trazem consigo grandes oportunidades na geração de empregos na área das engenharias. Porém, grande dificuldade para o setor é a obtenção de mão de obra capacitada. São amplas as oportunidades para as diversas especialidades da engenharia, atuando nas mais variadas disciplinas de infraestrutura, via permanente, transportes, mecânica, automação, elétrica e eletrônica, planejamento, dentre outras. Devido à escassez de mão de obra capacitada e cursos de qualificação profissional específica disponíveis no mercado e academias, operadoras metroferroviárias vem investindo na própria formação profissional das suas equipes. Em um sistema tão complexo, o engenheiro é estimulado a obter o conhecimento não somente de disciplinas específicas, mas principalmente da interação entre elas. A avaliação de riscos é imprescindível no sistema de transporte metroferroviário. A consequência de uma eventual falha de ativos pode ter um resultado operacional catastrófico, afetando diretamente portos, terminais e, também, pessoas, das mais diversas formas. Devido à dificuldade de reestabelecimento de ativos ferroviários, uma gestão de riscos eficiente é fundamental para a alavancagem dos indicadores metroferroviários. Nesse contexto, sob o ponto de vista da formação profissional do engenheiro, os cursos de engenharia no Brasil visam formar profissionais generalistas, onde a formação na área de riscos de engenharia é feita de forma transversal, isto é, não existe uma disciplina específica sobre o assunto, e sim um conjunto de disciplinas que abordam os conceitos separadamente nas suas respectivas áreas de domínio. De forma geral, o engenheiro conclui a graduação compreendendo a gestão dos riscos de disciplinas isoladas, sendo necessário, para uma percepção de riscos mais abrangente, a realização de cursos de pós-graduação e amadurecimento da experiência profissional. Ainda há muitas oportunidades para a melhoria contínua da formação profissional dos engenheiros no Brasil, principalmente em um cenário positivo de oportunidades, ampliando a sua capacitação e experiência profissional ainda na fase de formação.
João Junqueira, membro do Grupo de Estudo de Pontes da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) e IABMAS-Brazil. Pedro Lyra, Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Mestre em Engenharia Civil