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Sandra Brown O Retorno de Sunny
Sunny prometeu não pôr pé nunca mais no povo onde cresceu. Faz tão somente três anos se viu envolta em um grande escândalo e os aldeãos deixaram muito claro que nunca o esqueceriam. Mas quando seu melhor amiga a convida a suas bodas não tem mais remedeio que voltar. E com seu retorno surgem de novo os cochichos, olhada-las e os rumores dos que tentou fugir. Sunny não demorará para saber que ali não encontrará nada novo…salvo ao Ty Beaumont. Quando Ty a conhece em uma festa, descobre nela a uma mulher excepcional, enquanto que Sunny tem muito claro que não tornou para converter-se em sua última conquista. O que começa como um inocente flerte se converterá em uma provocação para ele, pouco acostumado a receber negativas. Mas ela resistirá. Porque o que precisa é um amigo -e não um amante- a quem pode confiar o segredo que a forçou a deixar seu povo e sua vida.
Agradecimento Querida leitora: Queria te agradecer de coração o interesse e o entusiasmo que depositaste em minhas novelas românticas durante a passada década. É para mim uma grande honra comprovar que o prazer que me produziu as escrever foi contagioso. Obviamente, compartilha minha afeição pelas histórias de amor que sempre terminam com um final feliz e que nos deixam uma pequena chama em nosso interior. Não há nada que iguale a emoção que alguém experimenta quando se
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apaixona. Em cada novela, tentei capturar essa mesma emoção. Os cenários, os personagens e os argumentos trocaram, mas esse foi o tema mais recorrente. Todos levamos algo dentro que cheia de alegria aos amantes e alimenta seu descompensada luta em busca da satisfação mútua e da felicidade. De fato, essa busca é parte da diversão. Envolvi-me profundamente com cada casal de amantes e com sua história em particular. Como se se tratasse de fazer uma visita a uns velhos amigos para os que tenho feito as vezes de celestina, freqüentemente me hei releído as histórias. Espero que desfrute com esta nova reedição de um de meus favoritos pessoais. Sandra Brown
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Capítulo 1 —Quem é ela? —chama-se Sunny Chandler. —Conhece-a? —Desde terceiro de básica. —Seriamente? —Ou pode que desde segundo. —Assim cresceu aqui? —Sim. —Onde esteve? —Toda sua vida? O primeiro homem franziu o cenho enquanto baixava a vista para olhar ao segundo. —Onde esteve? —repetiu contundente. O segundo homem parecia intimidado. —Em Nova Orleans. —Com seu açucarado acento sulino tinha pronunciado «Nova Fazem ondas»—. Se mudou ali faz uns anos. Trabalha de costureira. —De costureira? —Nunca o haveria dito a simples vista. —Algo assim. Wanda poderia te dar mais informação sobre o que esteve fazendo. Tinha toda a intenção do mundo de lhe perguntar a algema do outro homem mais tarde sobre aquela mulher, Sunny Chandler. Tinha despertado sua curiosidade. E sua curiosidade, como todas as demais sortes de apetite, nunca ficava saciada por muito tempo. Entretanto, no momento, conformava-se observando ao Sunny Chandler circulando entre o resto de convidados à festa. Ao não ter já o aspecto de uma garota de povo, destacava entre as demais como um cisne. Tremenda comparação, pensou. O cisne podia chegar a ser anti-estético em meio de um lago de patos. Entretanto, não podia encontrar nada antiestético naquela mulher. —por que abandonou a cidade? —perguntou ele. Seu companheiro pôs-se a rir. —Não lhe vais acreditar isso. —me ponha a prova. —Bom, ocorreu assim. —Em voz baixa, o homem se dispôs a
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compartilhar com ele o mais saboroso falatório que sairia nunca do Latham Green. Aquela história que estavam contando ao outro lado da habitação era tão difícil de acreditar que bem tivesse sido capaz de conter o mais sentido bocejo. Ela se sobressaltou ante a repentina explosão de risadas que se produziu entre ambos, como também se sobressaltaram todos outros a seu redor. Ao girar-se, Sunny viu os dois homens de pé ao lado da parede dos ventanales, que dava ao campo de golfe. O mais alto, loiro, estava tirando-as lágrimas dos olhos. Sunny pensou que provavelmente estariam contando uma piada verde. Esses palurdos não sabiam como comportar-se educadamente em público. Para eles, tanto dava a habitação traseira de uma sala de bilhar que este salão de cerimônias do clube municipal. Não tinham nenhum sentido do decoro. A família do noivo tinha jogado a casa pela janela para esta festa em honra do casal de prometidos. Ao não ter regulado em gastos, o cozinheiro tinha posto o melhor de si mesmo no bufei. O decorador tinha esgotado as estoque dos floristas em milhas à redonda; o amplo salão estava engalanado com o Ramos de flores de vivas cores. Embora o presuposto do clube do povo geralmente logo que chegava para contratar ao sexteto local para seus bailes, a música de esta noite corria a cargo de uma banda de jazz gasta desde o Memphis. Não estavam do todo mal, pensou Sunny. Seu olhar se cruzou com a do líder do grupo e, então, lhe sorriu quando começaram a tocar uma balada do Kenny Rogers. Lhe piscou os olhos o olho. Lhe devolveu o gesto e imediatamente dirigiu toda sua atenção ao bufei. Com a cabeça encurvada, dispôs-se a preencher seu prato. — Sunny Chandler! Soltando um torpe gemido, Sunny esboçou seu sorriso mais falso e se deu a volta. —Ai, olá, senhora Morris. —Quanto tempo sem verte, minha menina. — Quanto tempo? —Três anos. —«Três anos, dois meses, seis dias. Evidentemente, não muito tempo para que a gente se esqueça de uma». — Segue em Nova Orleans? —Ali sigo. —«E eu adoro. eu adoro qualquer sítio que não seja Latham Green». —Tem bom aspecto. —Obrigado. —Muito cosmopolita. A observação pretendia ser uma recriminação. Em troca, para o Sunny se tratava de todo um completo. A senhora Morris se levou a boca um cogumelo cheio de caranguejo picante e mastigou com força. Então, como se tivesse medo de que Sunny pusesse-se a correr antes de que lhe desse tempo a acossá-la com mais pergunta impertinentes, apressou-se a perguntar:
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— E sua família? Como vai? —Bem, estão todos bem. —Sunny lhe deu as costas e extraiu uma ostra crua de sua concha (embora não ia comer se a nem louca por muito que vivesse agora em Nova Orleans) e a colocou no prato. A senhora Morris, em troca, não estava familiarizada com as sutilezas e nunca tinha ouvido falar da linguagem corporal. Assim prosseguiu impertérrita. — Seguem no Jackson? —Ah-há. —Não voltam muito freqüentemente. Embora, claro, depois de… bom, já sabe a que me refiro. Deve lhes resultar ainda difícil, estou segura. Sunny queria deixar o prato sobre a mesa, abandonar a habitação, abandonar o povo, abandonar a toda aquela gente do mesmo modo que o tinha feito três anos atrás. Quão único a retinha ali diante da fonte de melão era a determinação de não dar a ninguém a satisfação de havê-la intimidado. — Ainda têm aquela cabana no lago? antes de que Sunny pudesse elaborar uma resposta, a anfitriã da festa se aproximou dela. —Sunny, poderia te pedir que me ajudasse a me arrumar o penteado? Acredito ter notado que me está soltando uma das forquilhas mais estratégicas. Por favor, senhora Morris, rogo-lhe que nos desculpe. Sunny deixou seu prato de comida médio cheio. Em nenhum momento tinha tido a intenção de comer; mas bem lhe tinha servido de desculpa para ter as mãos ocupadas. —Obrigado —disse entre dentes, enquanto seu amiga a agarrava do braço e a tirava do salão de cerimônias, corredor abaixo para os penteadeiras. Fran ria. —Parecia-me que necessitava um resgate. Ou possivelmente era a senhora Morris a que estava em perigo. Tinha medo de que te fosses comer aquela almôndega sueca para depois poder atacá-la com o palito no que vinha cravada. asseguraram-se de que estavam sozinhas no penteadeira de debaixo das escadas e fecharam com chave a porta detrás de si para garantir sua privacidade. Sunny se apoiou contra a porta e lançou um suspiro exasperado. —E te pergunta por que esta é a primeira vez que volto em três anos. Joga-me em cara que me tenha ficado longe? Se o fazia a boca água; morria de vontades por conhecer todos os excitantes detalhes de minha vida na grande cidade. Fran estava sentada sobre o penteadeira repassando-a boca com o pintalabios. — Há algum detalhe excitante sobre sua vida na grande cidade? —disse Fran, enquanto olhava com cumplicidade ao Sunny através do espelho oval do serviço de senhoras. O olhar geada do Sunny só serve para desencadear mais gargalhadas. —te relaxe, Sunny. Estamos no Mini Povo, Estados Unidos. O que outra coisa te crie que poderia fazer se não a gente como a senhora Morris?
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— Ver os prados crescer? —Exatamente. Têm que manter-se ocupados com os assuntos alheios. E, sejamos francas, deu-lhes muito material de que falar faz uns quantos anos. —Só tentava chamar a atenção. —Bom, pois me parece que o conseguiu de tudo. Durante todos estes anos, morreram-se por saber por que fez o que fez. Seus pais se mudaram pouco tempo depois, de maneira que não serviram de grande ajuda para elucidar o enigma. Agora, apresenta-te aqui com o aspecto de um personagem saído da série Dinastia, aparentemente ileso depois do incidente. morrem por saber o que foi o que te levou a fazer algo tão insólito. Como pode lhes jogar em cara que estejam tão curiosos? —Sim que posso tornar-lhe em cara. Os falatórios estiveram a ponto de voltar loucos a meus pais; maldita curiosidade infantil. Mamãe e papai não podiam ir a nenhum sitio sem sentir-se objeto de olhares maliciosos e perguntas indiscretas. Inclusive os que se supunha que eram seus amigos lhes incomodavam com o tema. Ao final, não puderam com toda aquela pressão e se foram. —Pensava que se foram porque seu pai encontrou aquele trabalho no Jackson. —Essa foi a desculpa que me deram , mas eu nunca lhes acreditei. Eu fui a razão de sua mudança. Terei que viver com essa culpa, Fran. —Sunny tirou um pintalabios de sua pequena bolsa e se pintou os lábios—. Mas obrigado por me comparar com uma das mulheres de Dinastia, encontro-o todo um completo. Fran sorriu. —As mulheres de por aqui têm posto ou vestidos de ornamento típicos, ou postas de comprimento mais formais. Nunca ouviram falar do desenho dos vestidos de noite modernos. Levam a prega igualada, não os baixos desiguais como os teus. A ninguém lhe ocorreria combinar o laranja com o violeta. Em troca fica sensacional —disse com admiração sobre o vestido do Sunny, que luzia o que parecia um engenhoso entrecruzado de vários cachecóis. —E meu Deus, Meu deus —exclamou Fran, levando-as mãos às bochechas em um gesto teatral como de espanto—. De verdade tem dois buracos na orelha? Está condenada a que lhe tachem de comunista! Não sentiria saudades nada que houvesse um ou dois nortistas em sua árvore genealógica. Renda-se, Sunny deu um tapa ao ar a poucos centímetros do nariz do Fran. — te cale! Está me fazendo rir e não quero rir. Fran a agarrou da mão com carinho. —Já sei que não queria voltar e que a única razão pela que o tem feito é para minhas bodas. Sou consciente do enorme sacrifício que tem suposto para ti e o aprecio. —Não me teria perdido suas bodas, Frannie. Já sabe. Embora... —Embora não entende por que quero me casar em segundas núpcias — concluiu Fran por ela.
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—Algo assim. Sunny ficou olhando aos olhos com seriedade. Parecia-lhe que Fran só conseguiria uma vez mais arrojar pedras sobre seu próprio telhado. Tinha tido a oportunidade de agarrar a seus dois filhos e abandonar esse povo retrocedo detrás obter o divórcio de seu primeiro marido. Entretanto, ela se tinha ficado, tinha lutado com o toró de fofocas e estava por voltar a casar-se. —Sunny, estou apaixonada pelo Steve. Quero me casar e ter um filho com ele. —A expressão do Fran pedia uma certa dose de compreensão—. Pensava que estava apaixonado pelo Ernie, mas só via nele quão mesmo viam todos outros, um lhe rutilem herói de futebol americano. Por desgraça, não era mais que isso. E quando já não pôde sê-lo mais, desmoronou-se, deu-se à bebida e às mulheres. Elas seguiram lhe dando adulação em lugar de lhe dizer que crescesse como fazia eu, no papel de mulher pesada. Enfim, Steve é tão sólido como o Peñón de Gibraltar. Quer-me muito e às meninas. Não é tão bonito como Ernie, nem tem esse cuerpazo, mas é um homem de verdade, não um menino malcriado. Sunny lhe acariciou a mão. —Estou contente por ti. Já sabe. Tenho ao Steve em muito alta estima por voltar a conseguir que esteja bem. É só que me custa imaginar que alguém realmente escolha esse tipo de vida. Eu estou contente de me haver liberado dela. —Diz-o só porque não encontraste ao homem adequado com quem compartilhá-la. —Sunny elevou uma sobrancelha—. Como certo, não te terá encontrado com seu ex. —Não, e espero não me encontrar isso Sunny começou a toquetear se o cabelo—. Ele e Gretchen seguirão ainda casados, imagino. —Sim, mas correm rumores. Contam nos mentideros que... — Não! — disse Sunny—. Não quero saber nada. Não vou pôr me ao nível de outros habitantes do povo e me voltar louca pela última fofoca. —Jogou uma olhada ao penteado do Fran—.Seu cabelo está perfeito. Onde está o alfinete que dizia que te tinha solto? —Era uma simples desculpa para que te liberasse da senhora Morris. — Fran se levantou do penteadeira com um gesto surpreendentemente dinâmico para uma mãe de duas criaturas. As duas amigas abandonaram o penteadeira, renda-se mesmo modo em que o tinham feito durante os dois bacharelado. Fran mostrava uma cara mais serena ao fazer salão. Seu prometido a localizou e se aproximou para ela e ao
como meninas, do últimos anos de ato de entrada no Sunny.
—Carinho, o presidente de minha empresa acabava de chegar do Baton Rouge —disse Steve—. Está ansioso por te conhecer. Diz que quer ver a mulher que conseguiu convencer a um velho solteiro como eu de que se casasse. Se nos desculpas, Sunny. —É obvio. Sunny asseguradoras apresentar-lhe jovens filhas.
ficou olhando como aquele bem-sucedido executivo de se levava do braço de um colchão a sua futura algema para a seu chefe. Steve lhe apresentou com orgulho ao Fran e suas Sunny estava encantada de que Fran houvesse tornado a
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encontrar sua felicidade. Depois do matrimônio fracassado com o Ernie, em realidade o merecia. Steve lhe aconteceu um braço ao redor dos esbeltos ombros, protetor e possessivo de uma vez. Sunny reparou naquele gesto, instintivo e inconsciente. Aquele detalhe dava a entender, sem palavras, o modo em que Steve se sentia sobre sua futura algema. Inconscientemente, Sunny atribuiu seu repentino sentimento de vazio à fome e decidiu voltar a jogar uma olhada ao bufei. Como se o retorno ao Latham Green não tivesse sido duro de por si, o fato de voltar precisamente para umas bodas era já o cúmulo. Dom, o homem com o que tinha estado a ponto de casar-se, era um tema pendente que sabia que lhe tocaria confrontar antes ou depois. Ao menos, tinha sobrevivido já à primeira conversação sobre ele e não tinha já que carregar com o peso dessa ameaça. Falar de lhe tinha revolto toda uma série de emoções negativas que tinha deixado atrás fazia já três anos. Pensava que se livrou delas para sempre, mas parecia que se ficaram encarapitadas como fantasias de diabo nos sinais de bem-vinda à cidade, esperando sua volta. E assim que retornou, assaltaram-na. Deveria haver o pensado duas vezes antes de voltar. Mas como ia rechaçar o convite do Fran a suas segundas bodas? Não podia fazê-lo. Tampouco Fran ia se ficar de braços cruzados se se limitava a fazer ato de presença e se escapulia a toda pressa justo depois. Quase sem dar-se conta, Sunny se tinha comprometido a assistir a aquela festa e a ficar até passada as bodas. Durante sua estadia naquele lugar tinha em mente ocupar-se de certos assuntos, mas ainda tinha que sobreviver a aquela semana. Uma semana. Uma semana em um povo ao que se jurou que nunca ia voltar. Poderia suportá-lo? Possivelmente. Mas não sem procurar uma compensação em troca. Uma compensação que ia consistir em conceder-se um ou dois caprichos, pensou enquanto jogava o olho à bandeja de sobremesas ao fundo da mesa do bufei. Pequenas transgressões como aquela lhe ajudariam a manter a prudência. merecia-se uma recompensa. Ou não? Como ia emprestar lhe ao Fran apóio moral se não se fortalecia a si mesmo a base de caprichos? antes de que lhe desse tempo a trocar de idéia, agarrou de uma bandeja de prata dois morangos banhados de uma triplo capa de chocolate e encontrou uma esquina recôndita para comer-lhe a gosto. Era a fruta proibida para qualquer mulher que queria manter uma figura esbelta. Entretanto, precisamente proibida era a fruta que o fazia falta ao Sunny naquele mesmo instante. Enquanto a agarrava pela extremidade entre o polegar e o índice, fincoulhe o dente à primeiro morango. A capa exterior de chocolate negro lhe soube amarga ao entrar em contato com a língua. Então, o chocolate com leite lhe banhou a superfície da língua com sua rica textura aveludada. Continuando, quase como se de uma bênção se tratasse, o suave sabor do chocolate branco lhe encheu o paladar, preparando-o para a suculenta fruta cor rubi que perfurou com os dentes. Mastigou-a lentamente com fruição pecaminosa, deixando que cada capa de chocolate se derretesse e lhe preenchesse a boca com seu particular grau de doçura. Era uma experiência sensorial, não só para o Sunny, mas também também para o homem que a observava do outro lado da sala. Casualmente
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apoiado contra a parede, com os tornozelos cruzados e suas largas pernas inclinadas, observava a destruição carnal a que Sunny Chandler submetia a aqueles dois morangos banhados de chocolate. Sunny fez das comer um exercício tão erótico, que a boca do homem se fez água, mais pelo desejo de seus lábios e de sua língua, que faziam tão bela justiça a aqueles morangos, que pelos morangos mesmas. —Vejo que segue sem lhe tirar olho. O homem trocou o peso de perna, mas sem perder de vista em nenhum momento à mulher. —Sunny Chandler está para comer-lhe reconheceu a seu amigo, que acabava de unir-se a ele. —Sempre foi. Uma das garotas mais bonitas do colégio. Com certa classe, sabe? —O que fez antes de ir-se não foi precisamente um alarde de classe. por que o fez? —Homem, se soubesse, seria o único. O mais alto dos dois baixou a vista para olhar a seu amigo. —Ah, sim? Quer dizer que se marcou uma proeza de semelhante calibre e se foi sem mais? —Tal qual. —Estalou os dedos—. Deixou plantado a seu noivo, Dom Jenkins, já lhe conhece. Deixou-o seco —disse o outro homem enquanto lhe dava uma cotovelada nas costelas—. Não no sentido literal do término. puseram-se a rir os dois de uma vez, sem levantar o tom para não chamar a atenção do casal de futuros desposados, que estavam ocupados abrindo os presentes entre aclamações de oohs e de aahs. —Assim que se supõe que tinha que haver-se casado com Dom Jenkins, verdade? —E ninguém soube por que se foi? —Assim é. É obvio, houve muitas especulações. Bastou-lhe elevar uma sobrancelha inquisitivamente para que o segundo homem lhe pusesse ao dia sobre algumas das possibilidades que se baralharam sobre as mesas de cartas e entre os varais de roupa. O primeiro homem ficou pensando um momento mais na mulher e a observou fixamente enquanto detinha um garçom que passava por ali para que lhe acontecesse o prato. —Acredito que vou tirar a dançar. empurrou-se contra a parede com a parte de acima do corpo, mas a risada do outro homem lhe fez deter-se. —Boa sorte, companheiro. —Diz-o como se a fora a necessitar. —Não poderia tocá-la nem com um pau de mais de dois metros de comprimento. —Não quero tocá-la com um pau de dois metros de comprimento. me quero levar isso à cama.
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O outro homem lhe olhou com surpresa. Nunca tinha ouvido seu amigo dizer nada tão atrevido. Certo é que estava acostumado a ter um tom muito macho e que acostumava a contar histórias subiditas de tom. Mas suas histórias eram sempre sobre outra pessoa. guardava-se sua vida privada para si mesmo. Não necessitava nenhum megafone. Seu enorme êxito era de sobra conhecido em toda a cidade. Seu amigo se recuperou da surpresa. —Sei que tem um êxito lhe esmaguem com as mulheres, mas não vai ocorrer esta vez. —O que é o que te faz pensá-lo? —Por isso ouvi, Sunny é uma verdadeira calientabraguetas. Nunca acaba fazendo nada absolutamente com os homens. Converte-os em pedra como aquela moça da mitologia grega. Mais que lhe dissuadir, essa dose de informação só serve para estimular ainda mais sua curiosidade. Acostumava a lhe dar a bem-vinda às provocações. Esgotou os olhos sem perder a de vista. Sua coorte reconhecia esse olhar especulador. —Já sei o que está pensando, mas não conseguirá te levar o gato à água esta vez. — Está perdendo confiança em mim? —Por isso respeita ao Sunny Chandler, sim. O primeiro homem não demorou para lhe sorrir. — Quanto te aposta? — Diz-o a sério? —limitou-se a assentir com a cabeça como resposta. O outro homem, ausente, tocou-se o lóbulo da orelha enquanto considerava a aposta—. Me estava gostando de ultimamente uma nova vara de pescar, mas Wanda se rompeu um dente e terá que ficar uma ponte. O que é o que cobram os dentistas por algo assim hoje em dia? —Assim que uma nova vara de pescar. E sabe como eu gosto do uísque WildTurkey. Deixamo-lo em uma caixa do WildTurkey se ganhar eu e uma nova vara de pescar se ganhar você? deram-se um solene apertão de mãos. —Sairá como um bólido para Nova Orleans logo que se termine estas bodas. Não tem muito tempo. Uma semana desde esta noite. —Não necessito muito tempo —disse, enquanto se ia. —Espera —disse o outro homem, lhe detendo pela segunda vez—. Como vou ou seja se lhe ligaste isso? —Pelo sorriso em sua cara. Seu sorriso tinha a astúcia de uma raposa e toda a honestidade de um Boy Scout. Era um sorriso que gotejava diabruras de pirata e sinceridade angélica. Era esse sorriso de segurança na gente mesmo que tão logo podia fazer que te derretesse quanto lhe dessem calafrios, em função de seu ponto de vista. Sunny sentiu um pouco de ambas as coisas quando se encontrou com esse sorriso uns segundos mais tarde.
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Ao lhe dar um golpecito sobre o ombro, ela se deu a volta e se encontrou de cara com uma gravata vermelha de finas raias azuis que descansava contra uma camisa cinza pérola. Seguiu com os olhos a gravata para cima até chegar a aquele devastador sorriso. Ao Sunny deu um tombo o coração. Sentiu um comichão pelo estômago como se estivesse fazendo um descida em queda livre antes de realizar uma aterrissagem forçosa. Lhe ressecou a boca como se estivesse no deserto. Não obstante, manteve uma expressão fria e remota, enquanto observava as mechas loiras de seu cabelo, seus olhos azuis de homem nórdico, sua tez moréia e sua constituição, alta e musculosa. Reconheceu-o como o homem daquela risada estrondosa tão mal educada. Tinha melhor planta que outros. E o que? Conhecia perfeitamente seu tipo. Reconhecia esse tipo de sorriso. estava-se lambendo porque pensava ter encontrado um saboroso bocado. Bom, pois logo ia inteirar se de que ela era mais vinagre que mel. —Eu gosto como come morangos. Aquela não era exatamente a frase de saída que se esperava. Ao menos, reconheceu-lhe o mérito da originalidade. Cerebralmente, podia reconhecer sua inteligência e minimizar sua importância. Fisicamente, não era tão fácil de desprezar. Entrou-lhe um formigamento no estômago. Aquela frase de saída lhe indicava em poucas palavras várias coisas de uma vez. Que tinha estado olhando-a desde fazia bastante momento. Que lhe tinha gostado do que via. E que lhe tinha interessado o bastante para olhá-la mais de perto. Adulador? Sim. Se ela tivesse sido qualquer outra mulher, poderia lhe haver funcionado o truque. Em troca, ela se limitava a lhe devolver o olhar com uma altivez que teria desalentado a qualquer outro homem menos resolvido que ele. O homem deslizou seu olhar de safira até a boca da mulher. —Que mais te dá bem fazer? —Evitar as adulações indeseados. Ele se pôs-se a rir. —E dar réplicas engenhosas. —Obrigado. —Dançamos? —Não, obrigado. Sunny tentou dá-la volta, mas ele a agarrou do cotovelo. —Por favor? —Não, obrigado. —Pronunciou essas palavras de maneira que não lhe coubesse a menor duvida da determinação que havia atrás delas. —Como? Não queria envergonhar ao Fran, nem ao Steve. Se não, lhe teria recordado a aquele sem substância de olhos azuis com corpo irresistível e
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sorriso de crocodilo que não lhe devia nenhuma explicação por não querer dançar com ele. Em seu lugar, decantou-se por dizer: —dancei já tanto que me doem os pés. Agora, se me desculpar. Sunny se apartou, lhe dando as costas. deu-se uma volta pelo bufei e se dirigiu para a mesa redonda no centro da habitação, a que tinha uma fonte de champanha no centro. Colocou um copo debaixo de um dos pitorros e o preencheu. —Ensinaram-me no catecismo que é pecado mentir. Ao dá-la volta, sobressaltada, lhe derramou o champanha sobre a mão quando se encontrou de bruces com esse enorme peito uma vez mais. Tinha sérias dúvidas de que aquele homem tivesse ido ao catecismo. E estava segura de que a única consideração que teria tido com o pecado seria a de qual cometer a seguir. —Pois me ensinaram que é de má educação ficar tão pesado. —Não era necessário que dissesse uma mentira. —Não estava mentindo. Ele respondeu com um «tssss». —A ver, senhorita Chandler, estive-te observando durante mais de uma hora e não dançaste nenhuma só vez, embora lhe pediram isso várias vezes. Sunny se ruborizou, embora estava mais molesta que envergonhada. —Pois isso, deveria lhe haver dado a primeira pista. Não quero dançar. —E por que não o diz? —Acabo-o de fazer. Voltou a rir de novo. —Eu gosto de seu senso de humor. —Não estava tentando lhe resultar divertida e me importa um nada se gostar, se gostar de meu senso de humor ou minha maneira de comer morangos. Não me importa nada de nada. —Acaba-me isso de deixar bem claro, mas, sabe?, isso supõe um problema para nós dois. —Como diz? —A ela lhe estava esgotando a paciência e começava a cansar-se deste jogo. Se não tivesse sido pelo olhar avaro da senhora Morris, teria posado sua taça de champanha e teria abandonado a habitação indignada. Já teria encontrado o momento de pedir desculpas ao Fran e ao Steve mais tarde—. Que problema poderíamos ter você e eu em comum? —Vê esse homem que está ali diante ao lado da cesta de rosas? —Quem? George Henderson? —Lembra-te dele? —claro que sim. —Sunny sorriu e lhe saudou com a mão. George lhe devolveu a saudação, ruborizando-se até seu mesmo couro cabeludo. —Bom —continuou dizendo o desconhecido—, George e eu acabamos de
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fazer uma aposta. —Ah sim? —Ele apostou uma vara de pescar e eu uma caixa do WildTurkey se conseguia te levar a cama no transcurso desta semana. Assim, a não ser que te comece a importar medianamente se eu gostar ou se não eu gosto, me vai resultar muito difícil ganhar minha caixa de uísque. O homem lhe tirou cuidadosamente a taça de champanha que tinha inclinada entre seus lânguidos dedos antes de que se derramasse o conteúdo. Primeiro posou a taça sobre a mesa e depois agarrou ao Sunny entre seus braços e disse: —Dançamos? A banda ia já pelo segundo compasso da canção, antes de que Sunny tivesse tempo de dizer nada. —Deve-o estar dizendo de brincadeira, verdade? Até uma barra de manteiga se teria derretido ante o sorriso daquele homem. —E agora, o que te parece? Ela não sabia o que pensar. Não conhecia nenhum homem que tivesse a cara tão dura de reconhecer que tem feito uma aposta, além de ter a coragem de fazer a aposta em primeiro lugar. Claramente, estava-lhe tirando o sarro. Em qualquer caso, seu sorriso não era muito tranqüilizador. Sunny decidiu não lhe devolver o sorriso. —O que acredito? Acredito que não aceita você um não por resposta. —Ao menos não quando quero algo com tantas vontades. —E tinha muitas vontades de dançar comigo. —Ah-há. —por que? —Nunca tinha conhecido antes a nenhuma mulher de olhos dourados. Aqueles mesmos olhos que piscavam nesse momento. —Não são dourados, são marrom claro. —Eu diria que são dourados —replicou com teima—. vão jogo com seu nome. Pergunto-me como sua mãe soube com antecipação para te chamar Sunny. Logo se deu conta de que George Henderson lhe devia haver dito seu nome. Não era necessário alarmar-se nesse sentido. Entretanto, não podia ter distinto a cor de seus olhos do outro lado da habitação e ela reparou nisso. —Então, por que queria dançar comigo? O homem a aproximou mais a ele. —Como te digo, eu gosto de sua maneira de comer morangos banhados em chocolate. —De novo, aqueles olhos da cor dos fiordes escandinavos a olharam fixamente à boca—. Te ficou uma pequena apara de chocolate na esquina esquerda de seus lábios. —Instintivamente, Sunny tentou localizar a partícula com a ponta da língua. Ao precaver-se de que a tinha encontrado, ele
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disse—: Aí a tem. Sunny despertou da letargia momentânea ao que lhe tinha induzido milagrosamente aquele homem. —Imagino que George lhe contou tudo sobre mim. —O suficiente. Entretanto, há algumas costure que eu gostaria de descobrir por mim mesmo. —Por exemplo? —Sunny, o que eu quero descobrir de ti, duvido que prefira que o faça em meio da pista. Ela se separou dele e disse com frieza: —Obrigado pelo baile, senhor... —Beaumont. Ty Beaumont. Entretanto, não pode deixar de dançar agora. Acaba de começar a seguinte canção. —Ele a estreitou entre seus braços de novo. Justo quando ela estava aponto de tentar liberar-se dele, ouviu-lhe dizer —: Olá, Fran. Olá, Steve. Bonita festa. —Olá Ty, disseram os dois ao uníssono. Sunny pôs sorriso de circunstância enquanto passavam de comprimento dançando e, continuando, lançou-lhe um olhar envenenado a seu companheiro. Tinha-a apanhada e ele sabia. Não ia permitir que se fora de qualquer jeito. Sabia que ela não ia atrever se a montar nenhum numerito. Entretanto, antes morta que relaxar seu corpo contra o dele, como seus musculosos braços pareciam querer lhe ditar. Bastante desconcertante era já para ela que a abraçasse tão de perto, sentindo suas sólidas coxas esfregar-se contra os seus. —Voltando para porquê de querer dançar contigo —disse Ty, tratando de cercar conversação—. Também eu gosto de seu cabelo dourado. —Obrigado. —Estou seguro de que estaria diabólicamente sexy estendido sobre meu travesseiro. —Isso nunca saberá. —Já tenho uma aposta em jogo sobre este tema. Quer que façamos outra entre você e eu? —Não. —Bem. Porque perderia. —Justamente o contrário, seria uma vitória segura, senhor Beaumont. E, por favor, estorvo essa mão daí. —daqui? Deu-lhe um apertão na zona do sustento à altura de suas costas, que lhe produziu uma explosão de sensações da cintura para baixo. A ponto esteve Sunny de emitir um gemido, mas se conteve bem a tempo. Tinha medo, não obstante, de não ter oculto sua reação de cara a seu companheiro, que a olhava de perto. —lhe relaxe —lhe disse ele.
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—Esqueça-se. —Não pretendo te ofender. —Ah não? —Não. É só que admiro sua figura. —Bom, pois se tiver que admirá-la, por favor faça-o de longe. —Eu seria o primeiro em te defender se qualquer outro homem dançasse tão pego a ti. Entretanto, como vamos cercar relações íntimas, eu... —Não vamos cercar nenhuma relação íntima, nem de nenhum tipo. Lhe sorriu com cumplicidade. Sunny só estava sonriendo para que a vissem todas as senhoras Morris da sala. Mas no fundo, não só estava molesta, mas também também preocupada. Ty Beaumont transmitia uma vitalidade masculina, animal, capaz de atrair a qualquer mulher da espécie humana. Por muito que Sunny se sentisse impermeabilizada para os homens, seguia sendo uma mulher. Aparentemente, não era tão imune ao magnetismo sexual como ela se pensava. Para evitar ceder a esse magnetismo, era necessário reconduzir a conversação para outros canais mais seguros. —Quando se mudou ao Latham Green, senhor Beaumont? —me chame Ty. vamos ver —disse, franzindo o cenho para concentrar-se —, faz uns três anos. Acredito que não chegamos a coincidir. Para ouvir isso, Sunny chegou à conclusão de que George lhe devia ter falado de quando se foi ela. antes de que lhe desse tempo a lhe perguntar se George lhe havia também falado das circunstâncias de sua mudança, ele espetou: —Em uma sala cheia de poliéster, sua seda brilha com luz própria. Então, lhe esfregou as costas com a mão. Ela a arqueou como ato reflito, o que resultou ser um passo em falso ao provocar que seus seios ficassem apertados contra a solidez de seu peito. Aquele homem tinha os olhos de um azul intenso. Sunny conteve a respiração no ato. —A que se dedica? —perguntou delicadamente. —Apostaria-me algo a que sua roupa interior também é de seda. De repente, Ty ficou com os braços vazios. Sunny se separou dele, pedindo com acanhamento discretos desculpas a seu passo caminho da porta. Como ele era maior, resultava-lhe mais difícil abrir-se passo entre os casais que dançavam na pista. Sunny ia já pelas escadas de entrada à fachada colonial do clube municipal antes de que ele pudesse alcançá-la. —Não te terá ido por algo que eu haja dito? Ela o encarou com o gênio de uma gata furiosa. —Não foi só o que disse, a não ser tudo o que fez. Desprezo sua estúpida superioridade masculina, que me cheira fatal. De fato, desprezo totalmente todos seus golpes sexistas, senhor Beaumont. Agora, me deixe em paz. —Bom, olhe, sinto muito, possivelmente fui muito rápido. —Muito rápido?
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—Do momento em que te vi, soube que queria me deitar contigo. Por isso. Uma vez mais, Ty se encontrava lhe falando com as costas. Sunny baixou as escadas até o caminho de cascalho da entrada, que estava fazendo um dano irreparável a seus saltos de couro em tons bolo. Ao tentar agarrá-la do braço, ela se liberou. —Se for ir pela vida fazendo discursos febris, senhor Beaumont, sugirolhe que se vá ao Bourbon Street. Ali encontrará garotas às que pode pagar por minuto para que escutem esse lixo. Mas, por favor, me economize o ter que lhe escutar. —George me deu a entender que não foi como as demais mulheres da zona. —Graças a Deus que não. —Parece ser que é uma mulher livre na grande cidade. —Exatamente. —Pois aí ia eu a parar. Esse é a essência da questão. Só temos uma semana. —Claro. Para que perder o tempo? —disse ela, deixando cair seu sarcasmo sobre cada sílaba. —Uma mulher sofisticada como você sabe do que vai a história. Eu te vi, desejo-te, movi-me. Se te entendi mau, peço-te minhas mais sinceras desculpas. Não quereria te ofender. —Não se imagina quanto o aprecio. —Então o que? Ficamos para um queda mais adiante na semana? Sunny ficou olhando por um momento, perplexa. Ele, em troca, parecia como se realmente se esperasse uma resposta. Finalmente, ela se dignou a responder: —Não, senhor Beaumont, não ficamos. Então, Ty lhe brindou seu sorriso mais encantador. —Está segura? Ela se cruzou de braços, adotando a mesma postura de exasperação que tantos egos masculinos tinha quebrado. —Não ficaria com você nem que o inferno se congelasse, senhor Beaumont. A ele não pareceu lhe importar muito. De fato, aproximou-se ainda mais, tanto que ela teve que inclinar a cabeça para cima para lhe olhar à cara. —Pois, então, não joga limpo. me deveria haver isso dito diretamente, Sunny —disse com contundência—, em lugar de te pôr toda quente e disponível enquanto dançávamos. Sunny ficou olhando mortificada, não só porque suas palavras fossem tão provocadoras, mas também porque eram acertadas. —Eu... você... eu não estava quente... nem... disponível. Ela olhou com o cenho franzido, que acentuava o loiro escuro de suas sobrancelhas.
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—Já te tinha pontudo uma mentira, Sunny. E em seu lugar, não tentaria muito a minha sorte. —Não estou mentindo. Ele baixou o olhar até fixá-la sobre seu entrepierna. —Quer que lhe demonstre isso? Sunny se deu a volta, uma tarefa nada singela tendo em conta que ia com saltos e que o caminho era de cascalho, e se apressou para seu carro. Ty, com um sorriso incontenible, observou-a enquanto ela se metia em um esportivo americano e se dava à fuga como se estivesse apressada por mil demônios. Em essência, era precisamente o demônio quem a perseguia, pensou Ty com um sorriso lascivo. —Já te adverti que não o conseguiria —disse George, fazendo entrada no alpendre da garagem. —Só foi uma primeira aproximação, George. Não comece a fazer espaço sobre o suporte da chaminé para colocar os troféus de pesca que vais ganhar com essa nova vara de pescar —disse Ty com total segurança em si mesmo—. Pode passar de tudo em uma semana. George parecia igual de crédulo na derrota do Ty. —Uma semana tampouco é tanto tempo. Em seu carro, Sunny pisava no acelerador a fundo pela estrada. —Uma semana! —exclamou. Lhe ia fazer eterna.
Capítulo 2 Lhe tinha esquecido quão forte podia chegar a pegar o sol no lago. Fran e ela tinham acontecido horas tombadas na toalha, escancaradas nesse mesmo embarcadero, meladas de uma capa de nata bronzeadora tão grosa que perfeitamente lhes tivesse permitido desenhar com o dedo as iniciais de seu último pretendente em coxas, barriga e peito. Como se tinham divertido. Quanta malícia tinham esbanjado, especulando sobre se uma determinada garota o tinha feito já realmente ou não, perguntando-se se um menino em concreto beijava tão bem como dizia a pesada de sua noiva, sopesando os méritos do Warren Beatty em comparação com os do Paul Newman.
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Tudo tinha sido tão divertido naquela época. Crescer em um povo pequeno não tinha sido tão desagradável a fim de contas. Possivelmente era esse o problema; que o povo lhe tinha ficado pequeno. Já não era uma jovencita de povo. Agora, seu sítio estava na cidade. Nova Orleans era uma cidade tranqüila em comparação com tantas outras, mas ainda assim, não podia oferecer aquela serenidade tão sublime. Lhe tinha esquecido quão tranqüilo podia chegar a ser o povo. O mundano ruído da cuidem lhe parecia agora longínquo. Ao menos por esse dia, não tinha outra coisa que fazer que permanecer ali tombada e absorver o silêncio e aquele calor glorioso. Se para muitos o calor denso e úmido é asfixiante, ao Sunny adorava. Ela agradecia seu calidez envolvente. Os raios do sol penetravam sua pele como se tivessem uns místicos poderes curativos e a induziam a um torpor delicioso, a um estado de descuido manifesto. A brisa era ligeira, mas ocasionalmente seu sopro agitava a taça dos ciprestes alinhados à borda. No horizonte, começavam a espreitar umas enormes nuvens de tormenta, vácuas ameaças de garoas noturnas que estranha vez chegavam a materializar-se. O lago estava quieto e sua superfície vidriosa. Ao Sunny gostava do som da água ao golpear contra os pilares sob o mole. Multidão de insetos zumbiam a seu redor. Sobre o lago, havia libélulas que passavam quase roçando a superfície, às vezes inclusive agitando a água com suas frágeis asas transparentes. Seu zumbido, combinado com o rítmico som do golpear da água contra os pilares, era hipnótico. adormeceu-se. —Vá cara mais dura que tem. Sunny se incorporou, enquanto agarrava a parte de acima de seu biquini. Lhe acabava de subir o coração à garganta. Via pontos dourados explorar sobre um fundo escuro ante seus olhos. levantou-se muito rápido e não tinha recuperado imediatamente nem a visão, nem o equilíbrio. Assim que assim foi, não pôde fazer outra coisa que soltar pestes. Ty Beaumont tinha chegado com seu bote ao embarcadero e estava amarrando-o a um dos pilares. —Aqui o único que tem a cara muito dura é você, senhor Beaumont. Deu-me um susto de morte! —Sinto muito. —desculpou-se ele, auque sinceridade a suas palavras—. Estava dormindo?
seu
sorriso
subtraía
—Devo-me ter ficado dormida. —Não ouviu o ruído de meu motor. —Pensava que era um inseto. —Um inseto? —Uma libélula. Ele ficou olhando com assombro. —Quanto tempo estiveste tombada ao sol? —Deixe-o, quer? —disse Sunny, enquanto lançava um comprido suspiro. Não podia voltar-se para tombar, embora era um aporrinho ter que lhe
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olhar desde aquela posição, ali sentada. negava-se totalmente a ajustá-la cinta do biquini. O sustento estava o bastante apertado para agüentar-se por si só. Não ia conceder lhe a satisfação de vê-la agitada. Se agora ficava a procurar provas as cintas do biquini para ajustaria, ficaria como uma solteirona confundida ante a presença do primeiro cavalheiro que a pretende. Bom, ao menos não se considerava nenhuma solteirona. E ele seguro que não era nenhum cavalheiro. Ty se sentou ao lado de sua toalha. —Quer sentar-se? —perguntou ela amavelmente. Ele se limitou a sorrir de novo. —Obrigado. Para manter-se ocupada e evitar assim ter que ficar olhando o reflexo de seus óculos de sol e perguntar-se em que parte de seu corpo semidesnudo tinha o olho posto, Sunny se tirou os óculos de sol e se dispôs às limpar, innecesariamente, com a ponta da toalha. —O que está fazendo aqui? —Estava pescando no lago e se deu a casualidade de que te vi aqui tombada, médio nua. Por isso digo que tem a cara muito dura. Estava aplainando o caminho para que qualquer pervertido do lago venha aqui a te jogar uma olhada e possivelmente te faça algum dano físico. —tomei o sol neste embarcadero quase toda minha vida e ninguém veio nunca a me incomodar. De fato, nem sequer se pode ver este mole da parte exterior do lago. Tem que te colocar na baía. E que eu saiba, nunca a havido nenhum pervertido no Latham Green... até agora. Sua risada era profunda e muito masculina. —Bom, já te reconheci que eu gosto de seu corpo, mas não sou nenhum pervertido. —deteve-se uns instantes—. A não ser que isso ponha. Ao Sunny deu a impressão de que lhe estavam saindo os olhos de suas órbitas detrás de seus óculos de sol. Rapidamente, dispôs-se a colocar as coisas em sua bolsa canção de lona. O livro de bolso. A viseira. O transístor de rádio. Decidida a deixar a toalha onde estava no momento, levantou-se e se dispôs a passear a pés descalços sobre as pranchas do mole. —Aonde vai? Ele lançou um braço ao ar. Ela laçou um bufido. Ty a agarrou por um tornozelo com seus grossos dedos. Não conseguiu que se cambaleasse, mas sim que se detivesse. —Vou dentro. Prefiro tomar o sol em privado. Além disso, não tenho nenhuma intenção de ficar aqui a intercambiar insinuações sexuais com você, senhor Beaumont. —Dá-te medo? —Não! —Então, volta. Era um desafio que Sunny tinha que aceitar. Entretanto, teria acessado a algo com tal de que lhe tirasse os dedos do tornozelo. O contato lhe estava transmitindo sensações perigosas pela perna para a coxa. Liberado o tornozelo
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de suas garras, Sunny se sentou de novo sobre a toalha com gesto impertinente. —Só tentava ser amável. —Lhe olhou com incredulidade manifesta—. Só tentava fazer que se sentisse bem-vinda ao povo —disse ele à defensiva. —Não necessito que me estendam nenhum tapete vermelho de bemvinda. Criei-me aqui, recorda? —Então, em comparação contigo, isso me converte no recém-chegado. Deveria ser mais amável comigo. Ela bloqueou a tempo um sorriso que seus lábios estavam a ponto de esboçar. Se lhe der a mão a este homem, terminará por te agarrar todo o braço, pensou .E este não necessitava que lhe dessem mais ânimos, embora só se tratasse de um simples sorriso. Quão único Sunny desejava naquele momento era que seu encanto fosse mais fácil de sortear. Levava calças curtas e uma camiseta de suspensórios descolorida, aberta quase até a cintura. Não podia evitar olhar seu musculoso peito, talher de um arbusto de cabelo encaracolado, suarento e loiro escuro. Suas pernas também eram agradáveis, se você gostava dos meninos duros, com uns músculos bem esculpidos, pele moréia e pêlo dourado pelo sol. Não levava meias três-quartos com suas sapatilhas de tênis. E levava posta uma viseira. Sunny associava as viseiras com os jogadores de beisebol e faladores que acostumam a pôr adesivos em seus caminhões com o texto: «me toque a buzina se estiver brincalhona». Nenhum, nem outro tipo a atraíam. Entretanto, ao Ty Beaumont não sentava do todo mal a viseira. Possivelmente pelos cachos loiros que lhe sobressaíam e pela maneira de levá-la baixa sobre a frente justo por cima de seus opacos óculos de sol. Quando sorria, o branco de seus dentes resplandecia em contraste com seu rosto bronzeado. Levava a camisa ajustada. Caíam-lhe gotas de suor pelo pescoço, empapando de repente o pêlo de sua pele. Estranha vez tinha visto Sunny suar a um homem. Os homens com os que acostumava a tratar estavam acostumados a estar no interior de edifícios com ar condicionado. Foram vestidos de traje e gravata. Sempre levavam meias três-quartos. Beaumont supunha algo novidadeiro entre tanta cotidianidad, só se tratava disso. O aroma de suor, de raios de sol e de água de lago em um homem era algo novo para ela. Esse era o único modo que tinha de justificar seu pulso acelerado e o formigamento que sentia no estômago. Queria pôr-se a correr a toda pressa para refugiar-se de novo na segurança de sua cabana. Mas não podia retirar-se sem perder a compostura. Assim decidiu ficar e ser «amável» com ele, muito a seu pesar. —conseguiu pescar algo? —perguntou ela, assinalando com a cabeça para o bote. Ele se reclinou para trás, estirando suas largas pernas, apoiado sobre um cotovelo. —Ainda não. Aquela simples resposta tinha um trasfondo que incomodou ao Sunny, quem além se estresó ainda mais ao precaver-se de quão mínimo era seu biquini. Era da cor da cayena, que fazia destacar ainda mais seu bronzeado. Sentiu falta do haver-se gasto o emparelho com estampado tropical que ia a
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jogo. Ao sair da cabana, não lhe tinha parecido necessário levar-se nada para tampar-se. Agora, em troca, sim. Uma camiseta, uma bata, um simples emparelho, algo que a protegesse do olhar do Ty Beaumont. Não alcançava a ver seu olhar, oculta detrás dos óculos de sol, mas podia notar que se abatia sobre ela, descansando sobre os lugares que lhe pareciam anormalmente quentes. —Faz calor hoje —disse ela bruscamente. —E cada vez faz mais calor. —Quase muito para pescar. —Sunny esgotou os olhos, desconfiada. Seu pai era pescador. No verão, saía cedo pela manhã, quando ainda não fazia muito calor e o lago estava alagado pela névoa. Nunca saía de seu bote com o calor do dia. Uma acusação se estava formando em sua mente, mas ele falou antes de que ela tivesse a oportunidade de intervir. —Arrumado algo a que você adora o calor. —Pois, sim —reconheceu Sunny—. Como sabia? —É uma mulher muito sensual. —E o que lhe faz dizer isso? —Muitas coisas. Observei-te ontem na festa. Ty cruzou as pernas para estar mais a gosto. Ao menos, ele se sentiu mais a gosto. Ao Sunny, aquele cruzamento de pernas a tirou de gonzo grandemente. viu-se obrigada a tragar saliva enquanto observava o impressionante vulto que tinha entre as coxas. Aqueles jeans curtos bem gastos tinham ido cedendo às formas de seu corpo com os anos. Não guardavam nenhum secreto. —Fixei-me imediatamente no bracelete que leva no tornozelo. — Aproximou-lhe a mão e lhe aconteceu o dedo indicador pela fina cadeia de ouro que levava no tornozelo—. Seguro que não há nenhuma outra mulher em todo Latham Green que leve um bracelete no tornozelo. —comprovou você pessoalmente esse extremo? —trata-se mas bem de uma intuição acertada —disse ele, sem deixar-se ofender por sua pequena rabugice—. Não é uma jóia que revestem levar a maior parte das mulheres. Só as mulheres de natureza intensamente passional. Sunny sacudiu o pé para tirar-se o da mão. —Que loucura! —disse Sunny, arrependendo-se de que seu tom de voz não tivesse sido mais contundente, menos entrecortado—. O comprei porque eu gostava. Acredito que é muito bonito. —Comprou-o você mesma? —E que problema há? —Não lhe deu de presente isso nenhum homem? —Não. —Pois, que pena. —por que? —Tivesse-te ficado de morte para uma festa privada. —disse ele, esboçando um amplo sorriso.
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—Olhe, senhor Beaumont, não sei o que lhe terá contado sobre mim meu velho amigo George... —Uy, disse-me muitas coisas, mas eu me formei minha própria opinião. —Nos dez minutos que estivemos juntos? —Inclusive antes de que nos conhecêssemos —disse sem pensar-lhe duas vezes—. Te tinha dado conta de que ontem à noite esteve cantarolando a letra de cada canção que tocou a banda? Sunny se dispunha a lhe rebater, quando decidiu que não tinha nenhum sentido negar a evidência. Tinha por costume cantar enquanto escutava a rádio. —Eu gosto da música. —E a comida. Já te hei dito que a sua boca estão melhor os morangos que os bolos de nata. —Não sei por que se empenha em que comer um morango soe lascivo. —É que roçava o lascivo —disse ele com suavidade. Como Sunny não tinha um contra-ataque eficaz preparado, decidiu que seria mais prudente não dizer nada. Quando ela estava mais irritada, parecia que ele tivesse uma réplica fácil preparada. —Escolhia a fruta do bufei muito cuidadosamente. Comida atrativa à vista. Tudo o que pôs em seu prato era... belo. —Sorriu como se «belo» fosse uma palavra que não usava freqüentemente—. À exceção da ostra, é obvio, e só a agarrou porque a senhora Morris te estava incomodando. Sunny desenhou uma Ou com os lábios. Durante quanto tempo a tinha estado olhando? Mais assombroso ainda era sua precisa percepção detalhada dela. sentia-se exposta e vulnerável. —Deveria converter-se em um olheiro de janelas. —E como sabe que não o sou? —Ao vê-la tão assombrada, pôs-se a rir— Tranqüila. Não sou tão perspicaz. Nem tampouco tão masoquista. Se estou interessado em uma mulher, não me limitarei a olhá-la escondido entre os matagais. Quererei tocá-la. Ty agarrou seu bote de azeite bronzeador e se jogou uma gota na palma da mão. Cheirou-a. —Cheira como a bebida do bar Trade Vic. —Por isso a comprei. —Não me surpreende. Vi-te cheirando flores várias vezes ontem de noite. Ty se esfregou o azeite entre as mãos. A lenta massagem de suas enormes mãos captou toda a atenção do Sunny. Então, Sunny abriu e fechou os olhos rapidamente para sair do estado de transe que começava a sentir, como se se estivesse entrando na névoa. —Eu gosto de seu aroma. —De repente, Sunny notou que estava sedenta. Lhe estava ficando a língua pega ao paladar—. eu adoro algo que esteja perfumada. As flores, a nata bronzeadora, algo. —Alguma vez estiveste naquela perfumaria tão famosa de Nova Orleans? —A que está no Royal?
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—Não recordo exatamente onde está. Em algum lugar do Bairro Francês. Ty se passou o dedo gordo pelas pontas dos dedos, melando-os com o escorregadio azeite. —Passei-me uma hora muito entretida ali dentro uma vez, escolhendo perfumes. —Para quem? —Sunny se tinha ficado absorta olhando o movimento de seus dedos, possivelmente muito tempo. Aquele recrear-se sem sentido com a nata bronzeadora a havia amodorrado. De fato, pronunciou aquela pergunta sem pensar. Ao fazê-lo, voltou em si. —Para minha mãe. —Deveria haver-me imaginado. Ty esboçou um sorriso preguiçoso. —Não me tinha dado conta até esse momento que o mundo das fragrâncias é uma arte. —As fórmulas estão cuidadosamente guardadas. —Não refiro a como parecem. —sentou-se reto e se aproximou mais a ela —Referia à arte de aplicar as fragrâncias. Sunny pensou que oxalá se tirasse os óculos de sol. Desconcertava-a falar enquanto via seu próprio reflexo nas lentes. Em troca, assim que lhe concedeu esse oculto desejo e as tirou, desejou que as voltasse a pôr imediatamente. Seus olhos eram muito mais desconcertantes que os óculos de sol opacas. —Sempre pensei que era correto para uma mulher ficar um pouco de perfume detrás das orelhas e nas bonecas. —E o é —disse Sunny com certa aspereza. —Sim, mas se evapora muito mais rápido nesses lugares. O perfume deveria aplicar-se com algodão ou com dosificador. Eu não sabia até que visitei a loja, mas resulta que ficar o com o dedo polui o conteúdo da garrafa. —Acredito que tem que ver com o próprio ácido do corpo. —E uma senhora me explicou que para tirar o máximo partido de qualquer fragrância, terá que ter em conta os pontos onde se mescla com o calor corporal da mulher e emana o aroma cada vez que se move. Por isso, deve-se aplicar sobre... —...Seu cabelo... seus peitos... seu estômago... seus... coxas. Os olhos do Ty se detinham sobre cada parte do corpo que pronunciava. Na última palavra, seus olhos se abateram sobre o regaço do Sunny. —me diga Sunny, sendo tão sensual como é, alguma vez te puseste perfume no... —Ty elevou o olhar com uma lentidão agonizante—... corto? Por um momento, Sunny não pôde dizer nada. Gotas de suor lhe corriam pelo canalillo. Ao Ty, pela garganta. A seu redor, escutava-se o zumbido dos insetos. Uma leve brisa sussurrava através das folhas das entupidos ramos dos ciprestes, mas todo o resto permanecia imóvel, em especial o olhar do Sunny, firme sobre os olhos do Ty Beaumont.
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—Acredito que será melhor que vá —disse ela finalmente—. Não vá ser que acabe me queimando. —Não o disse com segundas e se esperava que tampouco ele tomasse nesse sentido. Em qualquer caso, era difícil para ela interpretar o significado de sua meia sorriso. —Miúda história me contou George sobre ti. Sunny lhe odiava por tirar colação seu passado. Embora, ao tempo, o agradecia. Ajudava-a a sair desse estado hipnótico ao que induzido seu tom de voz grave enquanto falavam de perfumes e aplicação. Acaso estava louca? por que não se levantou para entrar cabana? Possivelmente sim que tinha estado muito tempo ao sol.
mesmo a tinha de sua em sua
—É isso certo, Sunny? —Isso dependerá do que te haja dito, não? —replicou ariscamente. —Disse que foi uma das garotas mais bonitas da escola. Sunny olhou para outro lado. —Imagino que gostava, sim. —Por isso voltou para o Latham Green depois de quatro anos na universidade? —Meus pais ainda viviam aqui. —Então sim. Mas não agora. —Não, agora não. —Não desde que foi da Igreja Baptista e deixou ao noivo atirado no altar. Sunny lhe lançou um olhar iracundo. —Bom, isso responde a minha pergunta. Já vejo que George não tinha cabelos na língua. —Como pode reprovar-lhe Miúda história. Não recordo ter ouvido nunca falar de nenhuma outra noiva que, quando lhe perguntassem aquilo de «Aceita...», etc., respondesse: «Não, acredito que, mas bem, não», desse-se a volta e voltasse sobre seus próprios passos pelo corredor até sair da igreja, deixando a todos, incluído o noivo, estupefatos. Ao Sunny lhe puseram as bochechas ao vermelho vivo, e não precisamente pelas queimaduras do sol que começava a notar. As lembranças a afligiam. Como o pântano do pântano próximo, tinham estado ocultos, esperando a que ela escorregasse e caísse para assim poder absorvê-la e asfixiála. —Faz falta valor —disse Ty, olhando a de perto. Sunny tinha pensado que possivelmente ele poria-se a rir dela ou que ficaria a brincar sobre seu estranho modo de cancelar a cerimônia. Em troca, ele parecia mostrar uma certa comiseração. Bom, era de apreciar que não risse dela, embora Sunny estava muito seguro de não necessitar sua compaixão. —Não podia me casar com ele. —Tampouco eu acredito que pudesse. Ou seja, se eu fosse mulher não poderia. Dom Jenkins é um tipo insípido, arisco e chapado à antiga. Nunca estaria satisfeito com uma mulher sensual como você. Nem sequer saberia por onde começar.
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Ty moveu o traseiro para aproximar-se mais a ela. —É só que me dá a sensação de que poderia havê-lo dito antes de que o sacerdote expor essa muito importante pergunta. Quero dizer, ali estava você vestida de comprimento com seu vestido de noiva branco. —Era bege —corrigiu ausente. Perdida no baú de suas lembranças, ficou a toquetear nervosamente a prega desfiada de sua toalha de praia. —Conforme me contou George, todo o povo estava ali reunido. —Sim. —por que o fez, Sunny? As lembranças mescladas com seu estado hipnótico foram substituídos imediatamente por uma repentina lucidez. Sunny ergueu a cabeça de repente. Brilhavam-lhe os olhos como se fossem duas brasas de carvão. —Isso não é assunto dele, senhor Beaumont. Uma estrondosa gargalhada eclosionó do mais profundo de seu peito. —E parece ser que tampouco é assunto de ninguém mais. Até hoje ninguém conseguiu averiguá-lo. Nem o que dizer tem que houve muitas especulações a respeito. —Não me cabe a menor duvida. —Como, por exemplo, que houvesse um menino de caminho. —O que? —Sunny ficou sem fôlego. Teve que recompor-se antes de poder acrescentar—: Se pensam que estava grávida? —Segundo George, isso foi o primeiro que lhe veio à cabeça a todo mundo. Que o deixou porque morria de vergonha. —Mas se Latham Green não está tão atrasado. Muitas garotas se casaram estando já grávidas. —Mas estavam grávidas dos homens com os que se casavam. Sunny ficou calada, lhe olhando aniquilada. —Quer dizer que todos se pensavam... —Nem sequer era capaz a verbalizar tão escandalosa idéia. Ty se encolheu de ombros. —dizia-se que o pai do bebê não era Dom. Indignada com a fértil imaginação daquelas mentes provincianas, Sunny disse: —Não havia menino algum em caminho, pelo amor de Deus. Nem de Dom, nem de nenhum outro. —Já me parecia que não. Não tem marcas físicas. —antes de que ela tivesse tempo para reagir, lhe aconteceu o dedo por cima do abdômen—. Naturalmente, deveria também lhe jogar uma olhada a seus peitos para estar seguro. Sunny se retirou. —Nunca tive um bebê—grunhiu. Ele blandió seu dedo indicador no ar.
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—Agora bem, essa era a segunda teoria de todo o mundo. supunha-se que tinha tido um menino, mas que não o teve. —Um aborto? —Sunny, horrorizada de só pensá-lo, logo que sim pôde pronunciar a palavra—. Todo mundo se pensou que me tinha escapado a Nova Orleans para abortar? —tampou-se a cara com as mãos. —Não sente saudades que meus pais tivessem que ir-se. —Um momento depois, jogou a cabeça para trás e elevou a vista para olhar ao Ty—. me Conte o resto da história. Que mais contam? —É bastante acidentado a partir daí. —Quero sabê-lo. Fran nunca me contou o que outros haviam dito de mim quando fui. Conta-me o você. —Ele parecia resistente—. Conta me repetiu isso pertinaz. Ty lançou um fundo suspiro. —Alguns se pensaram que possivelmente tinha problemas de drogas. —Ridículo. E que mais? —falou-se de alguma enfermidade venérea, mas se considerava altamente improvável. Alguns pensavam que possivelmente você gostasse mais das garotas que do meninos. —Não o diz a sério! —Limito-me a te repetir as palavras do George, entende? A teoria mais popular, depois da do bebê, era que você... ah... deixa-o, não importa. —Venha, diga-o. —Não, tenho-me que ir. Ty fez gesto de levantar-se. Sunny lhe agarrou do braço. —diga-me isso maldita seja. foste você o que tirou o tema. Ty deslizou seu olhar lentamente sobre o rosto preocupado da garota, percorrendo sua alvoroçada rabo-de-cavalo e os cachos suarentos que tinha pegos ao pescoço. Finalmente, seus olhos se detiveram sobre sua boca. —Sunny, é frígida? Sunny deixou cair a mão com a que lhe sujeitava o braço. Ficou olhando incrédula sem mediar palavra. —Só por que não queria me casar com Dom, já se pensam que sou frígida? Ele franziu o cenho e se encolheu de ombros, subtraindo importância ao assunto. —A gente fala. inventa-se coisas e tenta atar a meada até que as histórias mais inverossímeis servem a seus próprios propósitos. —Ficou olhando de perto —. É obvio, sempre há certa base para a especulação. —Estas especulações não têm nenhum fundamento. —George diz que trocava de noivos como de kleenex. —George é um exagerado. —Não é certo que tivesse uma enxurrada de corações quebrados em seu curriculum?
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—saí com uns quantos meninos, sim. —Os meninos falam. —E o que quer dizer isso? —Segundo George, ninguém pôde dizer que... bom, já sabe. Nunca há... Sunny estava que jogava faíscas. —Alguma vez cheguei até o final? Ty esboçou um sorriso fugaz, ao mesmo tempo que resplandecente. —É uma maneira pitoresca de dizê-lo, mas o resume muito bem tudo, sim. Por isso me contaram, deixaste ao meninos do Latham Green quentes e molestos. Só chegava até certo ponto, depois cremalheira. —Ty riu de suas próprias palavras—. Não o digo literalmente. —É uma vergonha. —A pesar do calor, Sunny tremia. —Às garotas que se dedicam a tornar o cabelo aos meninos lhes põe os motes menos aduladores. —Seus olhos azuis se dirigiram para ela—. Pessoalmente, não me acredito o que contam de ti. Mas tem que reconhecer que têm suas razões para pensá-lo. Segue solteira. Não tem noivos. —Claro que tenho noivos! —Quantos? Sunny ficou parada, quando lhe pareceu ter uma revelação. Jogou um olhar sinistro de abaixo acima, que partiu timidamente de debaixo das sobrancelhas até que foi levantando a cabeça gradualmente. Seus olhos dourados estavam ao vermelho vivo. —Lhe está inventado isso tudo, não? Sim ou não? —Sunny ficou de pé—. Bastardo. —Tentou-lhe dar um murro no queixo, mas ele a esquivou—. Sal de minha vista. Ele ficou em pé de repente, tentou agarrá-la sem êxito. —Tranqüila. —Tranqüila! Tranqüila! —Estava tão furiosa que lhe chiava a voz—. Te vou matar. Tenho uma pistola na cabana —advertiu ela, apontando nessa direção—Te matarei se não te monta em sua barco... —Só queria saber quem eram meus competidores. —Não tem competidores, porque nem sequer está na lista. —Pois me parece que me está levando por um caminho de rosas. —Não invoque ao diabo. —A ver, Sunny, parece-te bonito? Não me estava inventando isso tudo. É verdade que havia rumores sobre um embaraço, sobre um aborto e sobre o resto. —Ty agachou a cabeça até que seus lábios se moviam a escassos centímetros dos seus—-. Só acrescentei o de que foi frígida para ver como reagia. —Sonriendo, Ty lhe colocou as mãos em cima dos ombros. —Mas mandaste essa teoria ao carajo. Está mais quente que um paiol de pólvora. —Isso nunca saberá, senhor Beaumont. —Não esteja tão segura. Quero ganhar minha aposta. Eu gosto de tomar uma taça de uísque de noite, sobre tudo se é misturado com bastante água para
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ter a cor de seus olhos. —me deixe em paz. —Eu gosto de sentir como desce pela garganta. —Ty a aproximou mais contra ele—. Suave e quente. Eu gosto de sentir quando chega ao estômago e se pulveriza o calor. Sunny não estava segura de que seus joelhos fossem ter a em pé, se ele se apartava. Mas sim mas bem, ameaçavam cedendo de um momento ao outro. Os sentidos lhe falhavam. Era certo que tinha muitos amigos que a tiravam de jantar e com os que ia ao cinema. A alguns deles os convidava a tomar taças em sua casa e possivelmente se beijocavam, sem maior importância. Entretanto, nunca em sua vida tinha conhecido a um homem que a pusesse do reverso só pelo que dizia e pelo modo lhe sugiram em que o dizia. Os homens que freqüentava eram mas bem comuns e fáceis de esquecer. Uma vez que se despediu de qualquer de suas entrevistas, não estava acostumado a lembrar-se do que tinha posto, nem do aroma de sua colônia. Ty Beaumont não ia ser tão fácil de esquecer. Sua planta de menino duro lhe ia ficar estampada na mente, deixando uma impressão tão profunda que inclusive quando já não estivesse ali, ela o seguiria sentindo. O aroma de sua pele tentaria sua memória para sempre. Mas isso não queria dizer que o desejasse. Quão único queria dizer era que estava viva. Porque nenhuma mulher viva poderia resistir aquela inundação de masculinidade. —Inclusive se não me tivesse jogado uma caixa de uísque, ainda quereria me deitar contigo, Sunny Chandler. É igual de embriagadora. —Não penso ficar aqui parada Y... —Boa idéia. Sem dar-se conta, voltava a estar sentada sobre a toalha. Ty estava de joelhos, apoiado contra suas coxas e lhe sujeitando a cabeça com suas robustas mãos. Quando Sunny viu que sua boca se aproximava da sua, apartou a cabeça. —Não! Ele jogou a cabeça para trás. —Possivelmente tinha razão. Possivelmente não suporta que um homem te toque. —Isso não é certo. —Bom, pois então. Sunny se deixou cair sobre a cama. A ducha de água fria não tinha servido de ajuda. Baixar o termostato do ar condicionado não tinha servido de ajuda. Acender o ventilador do teto tampouco tinha servido de ajuda. Tinha calor. Tinha ajustado as persianas da janela para que só entrassem uns
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escassos raios de sol. A habitação, que só tinha sido sua quando a família tinha usado a cabana, deveria estar já mais fresca a essas alturas. Em troca, parecialhe que ia se afogar, sentia-se como se estivesse em chamas. Inquieta pelo calor, sentou-se direita, tirou-se a camisola por cima da cabeça e o atirou em cima da cadeira cadeira de balanço ao lado da cama. O tinha posto depois da ducha porque era o objeto mais fresca que tinha. Sua malha branca quase nunca lhe incomodava, exceto hoje. Esta tarde parecia aferrar-se a ela como um fantasma apaixonado. E, com a mesma tenacidade, sua mente se aferrava a aquele odioso beijo. Não tinha respondido. —Não o tenho feito —disse entre dentes olhando ao teto, como se queria convencer-se a si mesmo. A boca do Ty se mostrou imperdonablemente faminta, consumadamente masculina, ao beijá-la. Tinha apertado seus lábios com determinação contra os dela até que os tinha aberto. Então... Sunny lançou um gemido. Seu estômago se encolheu e sua condição de mulher floresceu com um calor latente ao recordar sua língua abrindo-se passo com elegância entre seus lábios até o interior de sua boca. Irreverente. Erótico. Miúdo ladrão. Porque lhe tinha roubado a vontade de resistir. Para então, já tinha baixado o guarda. Os ossos de seu pescoço se abrandaram. Sua cabeça tinha cedido ainda mais, lhe concedendo a ele um acesso ainda mais livre ao interior de sua boca. Uma vez mais, sua língua a tinha penetrado, afundando cada vez mais. E ela o tinha permitido! E o que é pior ainda, tinha-o incentivado, procurando sua língua com a seu própria quando ele a retirava. Depois de sua capitulação, sua maneira de agarrá-la-se tinha suavizado. Suas mãos, que antes a tinham sustentado pelas costas, deslizou-se para seu pescoço. Seus dedos lhe tinham acariciado a nuca com a mesma ternura amorosa que seus lábios imprimiam suaves beijos sobre os dela. —Ainda levo os dedos gordurentos —lhe tinha sussurrado—. Pensa no bem que te ia sentar se eu... Sunny se olhou o corpo e viu que seus mamilos estavam respondendo do mesmo modo que o tinham feito ante suas propostas indecentes. Quando lhe tinha sussurrado com essa sua voz de fantasia de diabo o que gostaria de fazer com seus lábios e com sua língua, tinham-lhe doído os peitos desejosos de que deixasse de falar disso e ficasse a fazê-lo. Sunny se encolheu de ombros. Sua pele começava finalmente a refrescarse. Tinha a pele de galinha. Entretanto, o fogo em seu interior seguia ardendo inverificado. Era uma conflagração de humilhação e de desejo. —Maldito. Tinha repetido essa maldição milhares de vezes. Porque naquele momento no que ela estava mais maleável, desejosa de pôr em prática as fantasias que lhe sussurrava, lhe tinha solto as costas e com um sorriso havia dito: —Acredito que me fiquei muito tempo. Tenho que ir. Enquanto lhe olhava, tremendo de desejo residual e de raiva, ele se tinha
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subido a seu bote de um salto. Enquanto desatava as amarrações do pilar, havia dito: —Eu em seu lugar tomaria cuidado de não andar por aí escancarada como está você. Há todo tipo de loucos pululando pelo bosque, além disso não há vizinhos a mais de um quilômetro à redonda. Ela tinha seguido com a cabeça a direção de seu olhar e, para seu próprio assombro, tinha descoberto que seu abraço lhe tinha baixado a parte superior do biquini. Sobressaía-lhe a parte superior de seus peitos. Sunny havia o tornado a colocar em seu sítio com gênio. Lhe tinha piscado os olhos o olho com descaramento justo antes de voltar-se para pôr os óculos de sol. —adeus, Sunny. Então, tinha-a saudado desenvolto com a mão e se foi. Sunny se tampou com um lençol, cobrindo sua nudez, girou-se para um lado e fechou bem os olhos. sentiria-se melhor depois de uma sesta. Possivelmente estava já em meio de uma sesta e logo ia se despertar para descobrir que a primeira visita do Ty Beaumont só tinha sido um mau sonho. Seu sabor lhe tinha ficado impregnado nos lábios e na língua. Ainda podia senti-lo apertado com firmeza contra o berço de sua feminilidade. Tinhalhe resultado prazenteiro sentir suas calças jeans curtas contra suas coxas nuas. As franjas do bordo do vaqueiro lhe tinham feito cócegas. Seus peitos se acenderam de calor e se estremeceram de emoção cada vez que suas palavras evocadoras ressonavam nas curvas de sua mente. Lhe odiava. Sunny despertou umas horas mais tarde, desorientada e incômoda. Sei estirou, porque tinha os músculos intumescidos. Sentia a pele tensa e lhe picava por ter estado muito momento exposta ao sol. levantou-se da cama e se voltou a pôr a bata. Rugia-lhe o estômago para lhe recordar que não tinha comido nada do toronja do café da manhã. Entrou na cozinha e se fez uma omelete. Possivelmente a seguinte noite sairia para jantar fora. Entretanto, essa noite não gostava de estar com gente. Não é que tudo o que houvesse dito Ty Beaumont fosse verdade. Como podiam realmente pensar essas coisas terríveis dela aqueles que a conheciam de toda a vida? Com razão a olhavam como se fosse uma freak a noite anterior na festa. Além disso, se se ia à cidade, corria o risco de ver dom e ao Gretchen. Não podia suportá-lo. Esfregou os pratos e apagou a luz da cozinha. Não havia nada mais que fazer até que se voltasse a ficar dormida lendo ou vendo a televisão. Estava tentando decidir-se por uma ou outra opção quando ouviu o ruído no exterior.
Capítulo 3 Verdade que as casas velhas rangem e fazem ruídos chirriantes?
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Verdade. Verdade que os ramos das árvores se chocam contra os beirais quando o vento sopra? Verdade. Pois então, não havia razão alguma para ter medo, verdade? Mentira. Porque estava claro que o ruído provinha do abrigo de detrás da casa, onde seu pai estava acostumado a limpar o pescado. Não podia provir da madeira velha, nem do vento. O coração do Sunny pulsava tão forte que pensou que possivelmente era todo fruto de sua imaginação. Entretanto, quando voltou a ouvir o ruído, pareceu-lhe como se alguém ou algo estivesse atravessando a maleza atrás do abrigo e começou a ter suores frios de puro medo. Por sorte, acordou-se de apagar a luz da cozinha. aproximou-se sigilosamente até a janela sobre o lavabo, que dava à parte traseira da propriedade e lhe permitia ver o caminho até o mole e o lago atrás dele. Sua mão tremia quando apartou a cortina para deixar uma abertura de escassos centímetros, o justo para poder olhar através. Nada. Só se via a escuridão da noite. Era uma noite de meia lua, obscurecida pelas nuvens. O vento voltava para sopro. O lago estava mais revolto que durante o dia. Parecia como se as nuvens no horizonte queriam trazer consigo uma tormenta do verão depois de tudo. Sunny permaneceu imóvel ante a janela durante uns minutos. Nada se movia à exceção das árvores, que se dobravam com gracilidad ao sopro o vento. Possivelmente o que tinha ouvido não era mais que o ruído dos ramos provocado pelo vento. Voltou a deixar cair a cortina. Agitou a cabeça, surpreendida e irritada consigo mesma por seu comportamento infantil. girou-se e se dispôs a sair da cozinha pela segunda vez. Não tinha alcançado ainda a porta quando voltou a ouvir outro ruído. Esta vez, tratava-se de um ruído metálico. Seu pai tinha armazenado cubos, ferramentas de jardinagem e maquinaria no abrigo. —OH, Meu deus. —Choramingando de medo, apertou os dedos contra os lábios. Steve e Fran se mostraram receosos de deixá-la só no lago. —Nunca ocorreu nenhum crime ali fora —lhe havia dito Steve—, mas os jovens fazem festas de cerveja, embebedam-se e armam um pouco de escândalo. —Está segura de que não prefere ficar no povo comigo? —tinha-lhe perguntado Fran. —Não seja tola. Sua casa estará sumida no caos toda a semana. Estarei melhor só no lago. Agora Sunny se estava arrependendo de sua decisão. Se não tivesse sido tão teimosa, agora estaria tão tranqüila instalada na habitação de convidados da casa do Fran, em lugar de estar tremendo de medo naquela isolada cabana. Decidiu não perder nem um só momento mais e se precipitou ao telefone da parede, que seus pais nunca tinham dado de baixa. Na escuridão, chocou-se contra uma cadeira da cozinha, deixando-a patas acima. golpeou-se o dedo contra a mesa enquanto se apressava a desprender o auricular. Marcou o 0 e
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esperou ansiosamente a que a operadora respondesse. Assim que respondeu, Sunny disse: —Necessito ajuda. —Murmurou suas palavras a tropicões, ocultas uma em cima da outra, com os lábios trementes. Com toda certeza, soava histérica e desenquadrada, mas não podia evitá-lo. —Chame à polícia. lhes diga que venham imediatamente. Estou sozinha e alguém está fora de minha cabana no lago. Acredito que está tentando entrar. Embora isso não era do todo verdade, mais lhe valia acautelar que lamentar. Melhor seria adiantar-se ao criminoso que ficar cruzada de braços e esperar a que entrasse em ação. Além disso, isso acrescentava um elemento de urgência a sua mensagem. Funcionava. Sem vacilar, a operadora disse: —vou chamar ao escritório do xerife agora mesmo. Alguém estará logo ali. Sunny lhe deu a direção e pendurou o auricular. A quem mais podia chamar? A seus vizinhos? Não os conhecia. Nem sequer de ouvidas. instalaramse depois de que ela se mudasse. E Steve e Fran? Sim. Se se tratava de um falso alarme, ia se sentir realmente estúpida, mas... As conseqüências de ter uma má intuição eram muito truculentas para parar-se a pensar nelas. Quando chamo casa do Fran, equivoco-se duas vezes ao marcar de cor a série de números antes de ouvir o sinal. O telefone soava uma e outra vez, enquanto Sunny resmungava: —Vamos, responde. —Quando ficou claro que não havia ninguém, pendurou o telefone, quase com lágrimas nos olhos. E se estava aí fora olhando-a através da janela? Quase se desaba ao recordar uma conversação prévia. —Deveria te haver feito olheiro de janelas. —E como sabe que não o sou? Pelo amor de Deus. Era ele quem a tinha advertido sobre quão assobiados rondavam pelo lago. Era ele quem tinha tirado colação que o vizinho mais próximo estava a pouco mais de um quilômetro. Era ele quem se tomou a moléstia de encontrar onde se alojava. Era ele quem tinha cruzado o lago para vê-la. E não eram suas últimas palavras —adeus, Sunny— um compromisso de uma vez que uma ameaça? O que sabia dele? Nada exceto seu nome. Tinha sido convidado à bodas, mas os assassinos em série eram freqüentemente homens encantadores que atraíam a suas vítimas... Deixa-o! Faz o favor de te controlar. Pensa em fazer algo construtivo. Que não estenda o pânico. Qual era o número do George Henderson? Chamaria-lhe e lhe perguntaria por esse tal Ty Beaumont. Mas qual era o número de telefone do George? A gaveta de debaixo do telefone estava entupido. Sunny tentou abri-lo várias vezes e então se abriu com tal ímpeto que se saiu da caixa e caiu ao chão. A guia de telefones do Latham Parish, uns quantos lápis sem ponta, um retalho de tecido que sua mãe tinha usado para fazer provas de pintura, um cupom de «compra uma lata de comida para gatos e lhe damos de presente outra» e um prego oxidado acabaram pulverizados por cima do chão de linóleo.
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Por um momento, ficou perplexa ante o barulho que tinha organizado. Ao tranqüilizar-se, ficou de joelhos, pisando com uma delas a cabeça do prego. Recolheu a guia de telefones. Como se não se deu conta de que não ia poder ler na escuridão, dispôs-se a passar o dedo freneticamente pelas velhas páginas enrugadas. Foi então quando ouviu as pisadas com força no alpendre. abraçou-se a guia de telefones com o coração a todo trapo. Seus olhos se abriram como pratos, detentos de terror. Lançou um gemido de impotência quando o pomo da porta se moveu como se alguém estivesse tentando abri-lo. Usou a encimera para ficar em pé. Todo seu corpo estava invadido de pânico. Movendo-se pela parede, abriu-se passo no salão e olhou horrorizada como o pomo da porta se girava primeiro em uma direção e depois na outra. Sunny quase pega um salto quando começaram a bater na porta. Não se esperava que o intruso chamasse. Aguardou uns instantes e voltaram a chamar uma e outra vez com impaciência e de maneira tão forte e dramática como os batimentos do coração de seu coração. Não era nada típico de um olheiro ou de um assassino em série o anunciar sua chegada. Mas de quem se não ia tratar se? Claro! O xerife. Como não lhe tinha ocorrido? apressou-se para a porta, tirou-lhe o fecho e a abriu ansiosamente. Ty Beaumont estava de pé na soleira. Sunny pegou um gritou. deu-se a volta e pôs-se a correr através da sala de estar com a intenção de chegar a sua habitação, cuja porta podia fechar com fecho. Ele a deteve agarrando a da bata. —Que demônios te ocorre? —Girou-a bruscamente e a apertou contra ele —. Está bem? O que passou? —chamei ao xerife—disse ela elevando a voz desafiante. —Ah sim? —Sim. Está de caminho. Chegará de um momento ao outro. —Já está aqui. —Ty moveu os lábios como se fora a sorrir, mas sua boca esboçou um gesto de incredulidade. —Você é... —O Xerife Ty Beaumont. Encantado de conhecê-la, senhora —soltou com um marcado acento do sudoeste—. No que posso ajudá-la? —Indo ao inferno! Sunny se separou dele, fervendo de indignação ao comprovar que ele se divertia, sem incomodá-lo mais mínimo em ocultá-lo. Em realidade, Sunny estava igual de zangada consigo mesma que com ele. Ela, embora tinha vivido sozinha em Nova Orleans durante anos, deixou-se levar por sua imaginação e se comportou como uma completa idiota. Ao menos, ele ia pensar que o era. De um tapa, Sunny se tornou para trás sua emaranhada juba. —E como sei eu que é o xerife? Usando seu mesmo modo de arrastar as palavras, disse:
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—Quer ver minha pistola? A promoção das festas de Ação de Obrigado das lojas de departamentos Macy's era mais sutil que sua insinuação. Os olhos do Sunny se acenderam de raiva. —por que não me havia isso dito? —Acaso me perguntou isso? —O que estava fazendo tentando entrar às escondidas em minha casa em metade da noite? —Estava respondendo a sua petição de ajuda. Arleta, a operadora, disse que parecia por sua voz que estava aterrorizada. —E o estava! —É sempre uma gatita tão assustadiça? —Pois, claro que não. O que estava fazendo aí fora no abrigo? —Que abrigo? —Quer dizer que não foi você? —Quer dizer que realmente havia um ruído suspeito? —por que ia chamar se não? —gritou Sunny. Ty se colheu com os dedos polegares à cintura de seu jeans ajustados e inclinou a cabeça. —Tinha-me pensado que te tinha inventado o do «intruso» para me trazer até aqui. —É um arrogante filho de... —Seus olhos ardiam de raiva—. Ouvi algo no abrigo —disse assinalando em direção à cozinha. Ty franziu o cenho descrevendo entre suas sobrancelhas uma profunda ruga de genuína preocupação. —Então, será melhor que vá jogar uma olhada. Você fique aqui. Desobedecendo suas ordens, Sunny lhe seguiu à cozinha nas pontas dos pés. Observou-lhe enquanto abria a porta traseira, abria a mosquiteira e atravessava a soleira. A lua brilhava com luz suficiente para produzir uma enorme silhueta de sombra à medida que atravessava o jardim. Tinha pego uma lanterna e a tinha acesa para iluminar seu caminho em meio da escura densidade do bosque que rodeava a cabana. Quando seu pai tinha comprado aquela propriedade, fazia limpar só uma parcela o bastante grande para construir a cabana. Deliberadamente, tinham deixado a mastreada intacta, na medida do possível. Através da mosquiteira da porta, Sunny pôde ver o Beaumont desaparecer ao dar a volta pelo outro lado do abrigo. Podia ver a luz da lanterna descrever um arco sobre o embarcadero e entre as árvores. O momento lhe fez eterno até que voltou a aparecer. Apagou a lanterna antes de voltar a entrar na cozinha. —E bem? —Tinha intrusos, é certo. —Intrusos, em plural?
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—Quatro —disse com tom grave. A cara do Sunny empalideceu. —Quatro. —Sim, mamãe mapache e suas três crias. Sunny abriu a boca para falar e, convencida de que algo que dissesse só ia pôr a ainda mais em evidência, voltou-a a fechar rapidamente. Apertou os dentes em meio de um silêncio repentino. —Acumulando restos de comida detrás de uma fileira de cubos —lhe disse ele. Sunny manteve a cabeça encurvada, sem poder precaver-se dos olhos azuis dele lhe perfurando a cabeça. A idéia de que ele risse dela era insustentável. Sunny elevou a cabeça de repente. —Em parte, é culpa tua —lhe gritou inquisitiva—. Tanto me falar de olheiros e de loucos. —Foi você a que tirou o tema dos olheiros de janela, não eu. —Ty colocou com indiferença a lanterna sobre a mesa da cozinha—. Tem uma taça de café? —Não Sunny podia ver seu amplo sorriso na escuridão. —Nem sequer para o agente que te resgatou que uma família de bandoleiros mapaches? Ela se levou as mãos à cintura. —Parece-te tão divertido? Ty pôs direita a cadeira que ela tinha derrubado e se deixou cair sobre ela, deixando recair mais o peso sobre a tíbia que sobre sua nádegas. Depois, sorriu ao Sunny, elevando o olhar. —Bom, tem que admitir que a situação é particular. Quando Sunny se precaveu de que não levava nada mais posto que uma ligeira bata e que sua postura lhe rodeava ainda mais a bata à altura dos peitos, deixou cair os braços a ambos os lados. deu-se a volta e se foi correndo da cozinha. De caminho, encontrou-se de bruces com o desastre da gaveta. Rompeu um dos lápis com a planta do pé, enquanto seu outro talão se roçou contra a cabeça do prego. Blasfemou do modo menos feminino possível e saiu da cozinha coxeando. Uns minutos mais tarde, retornou vestida com uma camiseta enorme e umas calças curtas. A luz da cozinha estava acesa e Ty já tinha a cafeteira posta a esquentar sobre o fogão. —Isso, você faz como se estivesse em sua casa. Ignorando seu sarcasmo, ele respondeu: —Obrigado, já o tenho feito. Ela se dirigiu ao armário e se dispôs a tirar taças e platitos. —Quê-lo com leite e açúcar?
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—Só já vai bem. Tem bolachas? Sunny elevou as pupilas e tirou um pacote de bolachas que tinha guardado na despensa para a semana. —Para que saiba —balbuciou enquanto lhe dava um enorme bocado a uma bolacha banhada em chocolate—, eu gosto mais do outro conjunto. —Não me cabe a menor duvida. —Embora este também oferece um amplo leque de possibilidades. Ao dizer «amplo leque», seus olhos se deslizaram para seus peitos. Era evidente que não levava sustento debaixo daquela suave malha que moldava sua figura. quanto mais a olhava, mais evidente se fazia. Sunny tentou mascarar sua própria confusão com uma pergunta insidiosa. —feito-se uma idéia os contribuintes do Latham Green de que seu xerife é um maníaco sexual? Ele riu. —Estou de serviço. —De algum modo, isso não me tranqüiliza muito. —Pois deveria. Se não estivesse de serviço, já estaria convexo na cama contigo. —Não tem nenhuma oportunidade, senhor Beaumont. O sorriso do Ty emprestava de segurança em si mesmo. —Já está. —Ty esboçou um sorriso picasse ao comprovar sua surpresa—. O café, Sunny. O café já está preparado. Sunny verteu o café, tentando não pensar em que lhe estivesse olhando a parte traseira de suas coxas nuas, do qual estava segura. —Desde quando é xerife? —perguntou, lhe pondo diante uma taça de café. —Desde que cheguei aqui. Mudei-me aqui a posta para o posto. —E antes disso? —Sunny se sentou ao outro lado da mesa e deu um sorvo a sua taça. Pela primeira vez desde que lhe tinha pedido um baile a noite anterior, os olhos do Ty abandonaram seu toque risonho. De fato, adquiriram uma aparência dura e fria. As curvas ao lado das comissuras dos lábios deixaram de parecer rugas da risada. —antes disso não estava em nenhum sítio. —OH. Sunny agarrou a mensagem. Seu passado não era suscetível de ser comentado abertamente. Invejava-lhe por isso. Sunny pensou que oxalá o seu tampouco o fora. Em Nova Orleans, estava a salvo. Ninguém sabia nada sobre sua derrota com Dom Jenkins. Seus amigos dali sabiam que se mudou à cidade de um pequeno povo, mas ninguém a tinha pressionado para obter informação sobre ela. Era algo que ela apreciava. Por isso, respeitava a necessidade de privacidade do Ty Beaumont,
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inclusive se era o homem mais enervante que tinha conhecido nunca. abstevese de lhe fazer mais pergunta indiscretas e preencheu o anódino silêncio mordiscando uma bolacha. Ele foi o primeiro em romper o silêncio. —Teve um acidente? Sunny seguiu o movimento proeminente de sua mandíbula para o chão, onde seguia esparso a ofensa da gaveta. riu de si mesmo. —Estava procurando o número de telefone do George Henderson para fazer minhas comprovações sobre ti. —teria se visto obrigado a te oferecer um elogioso relatório, dado que trabalha para mim. —George é polícia? —É meu ajudante. Sunny sacudiu a cabeça incrédula. —Ainda me lembro de quando roubava melancias. —Acredito que segue fazendo-o. Ambos puseram-se a rir de uma vez, o qual foi agradável. Muito agradável como para que Sunny se sentisse realmente cômoda com a situação. Quando deixaram de rir, ela se precaveu do íntimo do ambiente e da situação. —está-se fazendo tarde. —Virtualmente, arrebatou-lhe a taça de café ao Ty das mãos e a levou com a sua à pia. —Está coxeando? —Não é nada —disse ela encolhendo-se de ombros enquanto voltava a guardar o pacote de bolachas na despensa. —Sim é algo. Levantou o pé do chão, elevando a perna em um ângulo de trinta graus. —Rocei-me o joelho contra a cabeça desse cravo ao me pôr a gatas, vê? — Sunny assinalou a pequena marca vermelha que tinha no joelho—. Não é nada. —É suficiente para te fazer coxear. —Também me cravei isso no dedo do pé. —E que mais? —Nada —disse estresada. —O que? —Embora Ty falava com total ligeireza, deixava traslucir sua determinação para lhe tirar as palavras. —Pisei no maldito prego —gritou frustrada—. Vale? —Não, não vale. Sente-se. Ty assinalou severamente a cadeira da que ela acabava de levantar-se. —Já é hora de que vá, Xerife. —Como não me deixe lhe jogar uma olhada a seu pé, me vou sentir na obrigação de te levar a hospital. Então, toda a história sobre os mapaches e a paranóia com o olheiro serão o tema de conversação no salão de beleza amanhã
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Y... Sunny plantou o culo com firmeza sobre a cadeira. —Melhor assim —disse Ty, sonriendo—. me Dê seu pé. Não lhe brindou precisamente seu pé para que o inspecionasse. Ty se teve que agachar para agarrá-lo diretamente do chão. Ao fazê-lo, fez-lhe perder o equilíbrio e seu traseiro se escorregou quase até o bordo do assento. Enquanto se agarrava com os braços firmes e as mãos encurvadas ao bordo da cadeira, Sunny contemplou aquelas largas mãos bronzeadas que envolviam seu pé. Ty se deu a volta e examinou a planta do pé. —Aqui? —Fez pressão sobre a ferida com forma de meia lua que tinha no talão. Ela fez um gesto de dor—. Arde? —Arde quando o aperta. —Miúdo machucado. Ainda tem sorte de que não tenha atravessado a pele. Quase, mas não. Não necessita a vacina do tétanos, mas vais ter que cuidá-la durante nos próximos dias. —Farei-o. Obrigado. —Tentou retirar o pé, mas foi em vão. Ele o rodeou com suas mãos, apanhando-o com firmeza. —São um pouco magros, mas pelo resto tem uns pés muito bonitos. —E isto forma parte de suas funções oficiais, Xerife Beaumont? —Minha função é ajudar e secundar aos cidadãos do Latham Parish. Agora mesmo, acredito que este cidadão necessita uma massagem no pé. Ela se retorceu em sua cadeira quando o polegar do Ty descreveu uma sinuosa trajetória até o centro da planta de seu pé. Com uma estranha e excitante correlação, aquela carícia lhe deu cócegas na nuca. —Uma vez estive no Japão. —Ty lhe esfregava os tornozelos com o polegar ao tempo que examinava cada uma de suas unhas esmaltadas—. Ali fazem umas massagens fantásticas nos pés. Havia uma gueixa... —De verdade, não me interessa. —... que ficava um montão de nata nas mãos. Tem? —vamos deixar a nata de lado. —Você mesma. O caso é que esta gueixa tinha um modo de apertar cada dedo do pé com os dedos de sua mão. Com força, mas sem fazer mal. um pouco como os chupetones. Ty acompanhava suas palavras com ações, acariciando o dedo anelar do pé do Sunny com os dedos de suas mãos. Ela sentiu suas carícias em cada parte de seu corpo, especialmente nas zonas erógenas. Suas carícias tinham um matiz erótico. Seus dedos tinham o pêlo loiro pela parte de cima. Suas mãos eram moréias, masculinas e imperiosas ao esfregar contra seu pé esbelto. Imediatamente a seguir, Sunny sitiou toda uma série de sensações proibidas que emanavam a fervuras desde sua cintura. Ao lhe massagear os dedos pela planta do pé, ela quase pega um salto sobre sua cadeira. —Não acredito que isto seja nada apropriado. Ele sorriu impertérrito.
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—Você arrumado algo a que não. Mas seguro que te sinta bem, ou não? nos concedamos este capricho. depois de tudo, você sofreste, presa do medo e eu te salvei a vida. Acredito que nos merecemos descanso e recuperação. Não o direi a ninguém se tampouco você o fizer. Sunny soltou um gemido provocado pelas extraordinárias sensações que se dispararam como foguetes para cima por sua perna. Como ato reflito, seu pé se moveu e se apertou firmemente contra sua braguilha. Sunny não se atrevia nem sequer a pensar no que estava sentindo com o arco do pé. —É obvio —continuou Ty com voz hipnótica—, dizem que a sensação mais deliciosa é que lhe chupem isso com a língua. Sunny fechou os olhos. Quão seguinte notou é que tinha que agarrar-se para não cair da cadeira. Lhe tinha baixado o pé até o chão com determinação e estava sacudindo-as mãos como quem dá por finalizada uma tarefa. —Mas o da língua tem um custo extra e eu era um pobre soldado americano com pouco dinheiro, assim não posso me gabar de ter experiente esse particular prazer em primeira pessoa. Você sim? —perguntou candidamente. Apressada pelo sentimento de culpa, Sunny pegou um salto da cadeira e disse fríamente: —É hora de que vá. Te aconteceu a hora. Te aconteceu totalmente, pensava ela para seus adentros. Estava louca ou o que? Como lhe ocorria lhe permitir que a tocasse desse modo? E que lhe falasse desse modo tão escandaloso? Saiu escopeteada da cozinha, acendendo as luzes a seu passo. Queria encher a cabana de luz e de ruído, fazer algo para dissipar a penetrante aura de intimidade que transmitia aquele homem. —Obrigado por vir. —Quando ele a seguiu à sala contigüa, ela estava já diante da porta, sujeitando-a aberta a contra gosto para ele. —Para isso me pagam. —Como chegaste aqui tão rápido de todos os modos? —Já estava aqui. —Já estava aqui? Ele assentiu. —Tinha vindo de carro para me assegurar de que estava bem. —E por que demônios o fez? —Eu também estava preocupado por esses assobiados. —Não havia nenhum louco. —Mas isso não o tínhamos sabor de ciência certa. Além disso, se não ter sido nem sequer capaz de suportar o susto de uma família de mapaches, como te pensava que foste enfrentar te contra um louco? —boa noite, senhor Beaumont. —Já estava quase aqui quando me chamaram por radio a meu carro patrulha me dizendo que tinha a suspeita de que havia um merodeador e que
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necessitava ajuda. Não viu minhas luzes dianteiras? Como se sentia ridícula, tentou evitar seus olhos. —Não, não as vi. Não estava na cozinha. Agora me sinto sã e salva, sabendo que está patrulhando o lago. —por que te entrou o pânico quando ouviu o ruído? por que não agarrou sua pistola? —Que pistola? —Aquela com a que ameaçava me disparar esta tarde se não ia de seu embarcadero. —Eu não... meu pai provavelmente a agarrou quando... não sei onde... não estava carregada. —O que é isto? Um exame tipo test? Sunny ficou olhando. —Está segura de que havia realmente uma pistola? —boa noite, senhor Beaumont —repetiu com os dentes apertados. —O que é tudo isto? Ao Ty chamou a atenção a mesa, onde havia vários blocos de papel de desenho pulverizados. A maioria eram desenhos a lápis-carvão inacabados. Sunny lançou um fundo suspiro sem preocupar-se de ocultar sua indigestão. Fechou a porta de uma portada, porque estavam entrando mosquitos. —Desenhos. —Insetos? —perguntou ele, levantando um de seus desenhos e lhe jogando uma olhada com olho crítico. —É uma libélula. —De novo libélulas. trata-se de teu hobby ou algo? Não é muito boa artista —comentou com toda franqueza. Lhe tirou bruscamente o desenho e o voltou a colocar sobre a mesa. —E você não é muito bom xerife que digamos. Nem sequer leva uniforme. Levava uns jeans e uma camiseta branca Lisa, que para nada parecia Lisa sobre seu corpo. Levava as mangas enroladas sobre o antebraço justo por cima dos cotovelos. O algodão branco acentuava seu escuro bronzeado e o azul penetrante de seus olhos. Inclusive ia jogo com o sorriso que lhe estava dedicando. —Mas tenho a placa de xerife de prata e um carro patrulha com os luzes de alerta postos. Se te levar bem, levarei-te a dar uma volta nele algum dia. —Duvido que ser amável possa fazer que uma mulher ganhe pontos contigo, senhor Beaumont. Aproximou a cabeça a ela para dizer: —Um a zero, a seu favor. —Ainda assim, o sorriso do Ty não era nem muito menos um ato de contrição. Tinha chegado quase à altura da porta, quando se girou abruptamente, estalou os dedos e disse—: Vá, esqueci minha
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lanterna. —Voltou a dar marcha atrás sobre seus próprios passos até a cozinha. Sunny esperou ao lado da porta. O que é o que lhe estava levando tanto tempo?, perguntou-se ao cabo de um minuto ao comprovar que ainda não tinha aparecido. —Senhor Beaumont? —exclamou. Nada. Impaciente, golpeou seu pé descalço contra o chão. Passou outro minuto e ele ainda não havia tornado. Curiosa e molesta, Sunny entrou na cozinha para buscá-lo. O encontrou apoiado contra a encimera observando seu relógio de pulso. —Que demônios está fazendo? —Vêem aqui —disse ele, sem tirar a vista de seu relógio. Intrigada, aproximou-se da encimera e se dispôs a olhar o relógio com ele. Não tinha nada de extraordinário, ao menos nada tão surpreendente para deixá-lo tão absorto. A segunda agulha estava seguindo seu curso por volta das doze. —Cinco, quatro, três, dois, a gente —disse Ty, realizando a conta atrás. —O que? O que quer dizer isso? —Isso quer dizer, Sunny Chandler, que corre um sério perigo. Ele se deu a volta e, ao fazê-lo, encurralou-a contra a esquina onde se juntavam os armários e lhe bloqueou com seu próprio corpo qualquer possibilidade de escapar. Colocou suas mãos a ambos os lados de seus quadris e se reclinou sobre ela. —É meia-noite. —E agora é quando te converte em rato? Ele riu. —Por dizê-lo de algum modo, já estou oficialmente fora do horário de serviço. Sunny franziu o cenho ante sua cara sorridente. —Vete de meu lado. —Ah, venha, Sunny. Sei pormenorizada. —Agarrou entre seus dedos uma mecha de cabelo e o sacudiu contra o pescoço—. Acabo de terminar uma dura jornada de trabalho. tive que frear uma briga entre dois pais em um partido de beisebol da Liga Infantil, tive que procurar um menino que se perdeu e prender um menino por conduzir bêbado. Por não mencionar que tive que patrulhar as ruas mais alteradas do Latham Green e resgatar a uma mulher histérica de um grupo de mapaches. Ou diz manada de mapaches? —Ty se encolheu de ombros —. De todos os modos, já me entende. É hora de jogar. Não quer jogar comigo? —Não. E se não te importa... —Sua frase se terminou com um grito afogado de assombro—. O que está fazendo? —Estou sentindo seu coração. —Ele apoiou sua mão sobre a parte de acima de seu peito—. Quando entrei, podia sentir suas pulsações. Aqui. — Apertou-lhe no peito—.E aqui. —Colocou os lábios contra a base de sua garganta e lhe plantou ali um doce beijo—. Sabe uma coisa? —Ty deslizou sua mão dentro de sua camiseta sem mangas. Acredito que agora mesmo pulsa igual de forte.
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Ao Sunny não só pulsava o coração, mas também estava respirando a terrenos baixos que empurravam seu peito contra a palma da mão do Ty. Ele não moveu sua mão, não pedia nada mais que lhe tocar a ponta de seu peito. Seu mamilo entrou em ereção antecipando uma carícia que nunca teve lugar. Era desesperador. —me deixe em paz. —A voz do Sunny era débil e carente de convicção. Mas como podia reunir a força necessária enquanto lhe dava chupetones por todo o pescoço? —Quer saber um segredo? —Seus lábios se moveram sob seu cabelo até sua orelha—. Quando te vi de pé no hall de entrada vestida sozinho com a bata, meu coração também começou a pulsar mais rápido. Olhe, sente-o. Com a mão que ficava livre, levantou a dela. Colocou-a dentro de sua camiseta, diretamente sobre seu coração. O ritmo firme e sólido de seu palpitar encheu sua mão. Sua pele cálida era tão acolhedora como uma chaminé em uma manhã fria de inverno. Seu arbusto de cabelo animava a que seus dedos empreendessem curiosas explorações. Os dentes do Ty se abateram brandamente sobre o lóbulo de sua orelha. Tocou com a ponta de sua língua dois pendentes de diamantes. —depois de que me fora esta tarde, pensou em mim? —Não —Mentirosa. —Abriu-lhe as pernas e se acomodou nessa cálida e suave cova—. Pensou em mim. Em nós. Juntos. Pensou nesse beijo. —Não, não o fiz. Sua risada era rouca e profunda. —OH, sim que o fez. Eu só pensei nisso. Quase sotaque de lado meus deveres para pensar naquele beijo. —Sua boca se moveu para a do Sunny e apertou seus lábios contra os dela—. Minha língua dentro de sua boca. Entrando e saindo. Como fazendo o amor. —Deixa-o —Seu protesto era pouco mais que um recortado gemido. —Não, Sunny. Não até que esteja debaixo de mim. Nua. Desejosa. Voltou a beijá-la uma vez mais. Como antes, o mundo tal e como ela o conhecia se derrubou. sitiou-se transportada a uma dimensão em que tudo cheirava, sabia e se sentia como Ty. Era seu universo. Ele o dominava, como um Deus do alto. Deslizou sua mão para baixo ligeiramente. Seus dedos imprimiam túneis na totalidade de seu peito, mas ele ainda ignorava o topo, que estava ansiosa de dor por que a tocasse. Os dedos do Sunny se apertaram contra a dura carne de seu peito. Sua boca respondeu à perita exploração de sua língua. Sem querer, moveu os quadris, apertando-se contra sua ereção. O contato impactou aos dois. Os olhos do Ty estavam de um escuro intenso quando elevou a cabeça e a olhou à cara. Os lábios do Sunny estavam rosados e úmidos. Lhe devolveu o olhar com os olhos brilhantes. —Mas como você mesma assinalaste —disse em silêncio—, está-se fazendo tarde.
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Sunny não dava crédito! Ele a soltou com parcimônia e a deixou na cozinha. Um momento mais tarde, ouviu a porta fechar-se e depois o motor de um carro arrancar. Para quando se recuperou, ele já se foi. Sunny Chandler rompeu a taça da que ele tinha bebido contra o muro da cozinha e invocou a todos os demônios do inferno para que se apoderassem do corpo do Ty Beaumont.
Capítulo 4 Sunny cruzou as pernas e se colocou com certo recato a saia sobre os joelhos quando se precaveu de que seu gesto impaciente tinha chamado a atenção do homem de atrás do escritório. —redigi o relatório sobre minhas finanças incluindo o máximo número de detalhes possível, senhor Smithie. incluí várias referências ao balanço positivo, a meus ganhos dos últimos três anos e a minhas perspectivas de futuro. —foi muito minuciosa, senhorita Chandler. Semelhante comentário não oferecia ao Sunny nenhuma indicação certeira do que o banqueiro pensava sobre as colunas de cifras que ele mesmo tinha examinado atentamente uma dúzia de vezes antes de que ela chegasse fazia quinze minutos. Olhando através de seus óculos bifocais, voltou a examinar as páginas. Então, deixou a um lado aquele relatório tão meticulosamente preparado, colocou a mão sobre seu escritório e olhou ao Sunny como se estivesse a ponto de lhe dar a má notícia de que Papai Noel não existia. Tinha uma expressão de superioridade, de remorso e de compaixão. Sunny se preparou para que seus grandes esperança se dessem de bruces contra a rochas dos prejuízos sexuais. —As cifras que me entregou são admiráveis, senhorita Chandler. —Mas realistas, acredito. —Sorriu, tentando não deixar traslucir sua inquietação. Os bancos não davam dinheiro às pessoas que pareciam necessitadas. —Por muito que admire seu entusiasmo por seu trabalho, temo-me que é você um tanto otimista. —Justamente o contrário. fui bastante prudente com meus prognósticos. —Ainda assim —disse o senhor Smithie, esclarecendo sua garganta profusamente— não são mais que prognósticos. —Prognósticos apoiados sobre a experiência. —Embora corresse o risco de parecer muito polêmica, Sunny não ia aceitar um não por resposta sem cercar uma boa discussão—. Eu sei o que as mulheres e também os homens estão preparados a gastar-se nestes temas. Meus clientes serão pessoas de classe alta com importantes ganhos. —Mas não tem você clientes a dia de hoje —assinalou ele razoavelmente.
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—Por essa razão necessito o empréstimo, senhor Smithie. Para financiar meu novo negócio. Sim que tenho clientes, pessoas que só me realizam os encargos onde estou contratada agora. Nem se expor confiar seus encargos a ninguém mais. Uma vez que saibam que trabalho como autônoma, naturalmente se virão comigo. Ele a olhou não sem certo cepticismo, embora sem lhe refutar seu argumento. Em seu lugar, jogou uma olhada a seu relógio de pulso, como se queria lhe recordar que estava lhe fazendo perder grande parte de seu valioso tempo. —Como garantia... —A propriedade do lago. —Mas na atualidade pertence a seu pai. —E incluí no dossiê uma carta me autorizando a usá-la. Acredita que falsifiquei a assinatura na carta, senhor Smithie? —É obvio que não, Sunny —disse com um sorriso falso. Tinha passado a usar sem dar-se conta seu nome de pilha. Nenhum dos dois se precaveu já que em todas as ocasiões anteriores a esse dia, ele a tinha chamado sempre Sunny. —Então, não vejo onde pode estar o problema. O valor da cabana do lago e os terrenos circundantes cobre com acréscimo a quantidade do empréstimo que solicito. Como você bem sabe, meu pai é um homem de negócios respeitável. Não ia pôr em perigo sua propriedade, se não acreditasse no que quero fazer. —Mas abrir um negócio por conta própria —disse sacudindo a cabeça com tristeza—, essa é uma empresa ambiciosa para qualquer pessoa. Mas especialmente para uma mulher. Sunny se sentou em sua cadeira e lhe olhou com olho crítico. —Quer dizer que se eu fosse um homem, o banco não teria nenhum reparo em me conceder o empréstimo? Ele pôs as mãos em alto. —Não, não, absolutamente. O banco não tem tais prejuízos. «É claro que sim que não», pensou Sunny. —É só que a maior parte das garotas que crescem aqui se casam Y... —O senhor Smithie se precaveu muito tarde de seu passo em falso. A cor de suas bochechas cada vez mais ruborizadas fez que Sunny se sentisse melhor. Agora o tinha à defensiva—. O que quero dizer é que teria mais sentido se pedisse um empréstimo em um banco de Nova Orleans. Já o tinha feito. Tinha apresentado sua solicitude em vários bancos e os tinham denegado. O Latham Green National Bank era sua última esperança, mas não queria que o senhor Smithie soubesse. —Acreditava que vocês teriam mostrado mais interesse em meus negócios —disse ela com uma insolenté sorriso. —OH o temos, temo-lo, é só que... —O homem naufragava removendo os papéis de em cima de seu escritório enquanto procurava algo que dizer. Ao Sunny quase sabe mal por ele. Queria rechaçar sua solicitude para lhe economizar a ela, a ele e ao banco qualquer contratempo. Provavelmente também desejava que ela não tivesse sido seu primeiro cliente da segunda-feira
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pela manhã. Miúda maneira de começar a semana. «Bom, pois bem», pensou ela. «Bem-vindo ao clube, senhor Smithie». Sunny não tinha começado com bom pé a semana. Para começar, viu-se obrigada a retornar a um povo que pensava ter deixado atrás para sempre. Depois, tinha cansado presa de um xerife crocodilo. Ao fio da meia-noite anterior tinha descoberto o perigoso animal que aquele homem parecia. Pensar nele só serve para alimentar sua determinação de tirar partido de algum jeito a aquele viaje ao Latham Green. tornou-se para diante e falou de um modo que transmitia certo apresso. —Senhor Smithie, esqueça-se por um momento de me haver conhecido desde que levava fraldas. Esqueça que sou mulher solteira e auto-suficiente. Agora me escute. —Sunny se umedeceu os lábios—. Necessito um empréstimo. Quero montar um negócio por minha conta. Sem este empréstimo, não posso. Meu pai sempre manteve um saldo positivo neste banco. Eu também o farei. Não vai lhe supor nenhum risco. Ele franziu a boca como revestem fazer os banqueiros. —Está-me forçando a ser franco, Sunny. O banco se orgulha de emprestar dinheiro a pessoas enérgicas com ambição. Entretanto, tomamos cuidado de nos assegurar de que demonstrem ter um são julgamento e um certo sentido de responsabilidade. E francamente... para ser sincero... bom... o que fez... Sunny se deixou cair contra o respaldo de sua cadeira e ficou olhando horrorizada. —O que fiz faz três anos demonstra uma falta de são julgamento e de sentido de responsabilidade. É isso? Como resposta, ele baixou o olhar até depositá-la sobre a superfície brilhante de seu escritório. Sunny se levou uma mão à frente e a esfregou, porque estava começando a sentir uma profunda dor de cabeça. Já tinha previsto —temido, suspeitado— que lhe rechaçassem a solicitude, mas não por seu matrimônio não consumado com Dom Jenkins. Lhe ia perseguir esse fantasma durante toda sua vida? Como não se dava conta a gente de que, se o tinha feito, suas boas razões teria? Acaso todos pensavam que tinha sido uma decisão espontânea, um mero capricho? —Possivelmente uma quantidade menos elevada —disse o senhor Smithie para compensar o ter sido tão terrivelmente franco. Sunny já estava sacudindo a cabeça categoricamente antes inclusive de que ele terminasse de falar. —Estarei tratando com pessoas que só viajam em primeira classe. Tenho que ser a flor e nata da alta sociedade, a nata da nata, a élite. Se começo recortando gastos de boas a primeiras, estarei morta antes de ter começado. O homem pôs cara de circunstâncias. —Possivelmente se revisarmos sua situação... —Não posso me permitir o luxo de esperar. Tenho que fazê-lo agora. —Mas se ainda fica muito tempo para o Mardi Gras. Não é até a próxima
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primavera. —Essa gente começa a fazer planos com meses de antecipação. Tenho que começar imediatamente ou esperar outro ano. —Sunny apoiou as Palmas das mãos contra o escritório—. Já sei o que você e o resto da gente no povo pensam de mim pelo que passou o dia de minhas bodas, mas sou terrivelmente boa em meu trabalho. —Deu um golpe com a palma das mãos sobre a superfície da mesa para enfatizar seu discurso. Ele arqueou as sobrancelhas. Parecia que finalmente tinha conseguido captar sua atenção—.vou ganhar muito dinheiro nos próximos anos. Eu gostaria de depositar parte desses ganhos neste banco. Senhor Smithie, sim ou não? Necessito uma resposta. Se não, está você me fazendo perder o tempo. Ele já não a olhava como se fora a única jogadora que não tinha conseguido entrar na equipe. Em lugar disso, seus olhos implacáveis começavam a refletir uma fresta de interesse e de respeito. —Considerarei sua solicitude e falarei com o resto de prestamistas. Venha para ver-me em uma semana e o farei saber. —Não me serve. Vou no domingo pela manhã. Preciso sabê-lo para na sexta-feira como muito tarde. Ele a observou um momento mais. —Verei o que posso fazer, mas não lhe garanto nada. O senhor Smithie se levantou, indicando que o tempo que tinha para ela se terminou. Quando Sunny lhe estreitou a mão, alegrou-se de comprovar que a sua estava tão suada como a dela. Provavelmente acabaria rechaçando sua solicitude, mas pelo menos lhe tinha deixado impressionado. ficou seus óculos de sol enquanto caminhava através do austero vestíbulo do banco, dizendo-se a si mesmo que os óculos não foram impedir das olhadas curiosas que interceptava a seu passo. Sair do banco foi como entrar em uma sauna. Fazia um calor úmido em um dia cansativo como aquele. Inclusive com os óculos de sol postas, demorou um momento até o que seus olhos se acostumaram à luz cegadora que só um dia parcialmente nublado do verão no sul podia produzir. Quando finalmente seus olhos conseguiram aclimar-se, não deu crédito ao que via ante ela. Ty Beaumont estava apoiado contra a parede do banco. Tinha uma perna dobrada, com a bota apoiada contra o muro de tijolo. Levava um sobrero de palha uso cowboy que lhe cobria até pouco por cima das sobrancelhas. Seus dedos polegares atiravam das fivelas da cintura de seu jeans. Desde não ser pela pistolera de couro que tinha atada à cintura e pela placa de prata sobre o bolso superior de sua camisa branca, qualquer teria pensado que era um parasita, em lugar de um policial. Como tinha o carro estacionado na seguinte maçã, não ficava outro remédio que passar por diante dele se não queria dar toda a volta à maçã. Fazia muito calor para uma caminhada tão larga. Passar por diante sua sem ser vista era impossível e como não queria ficar à defensiva, decidiu ser ela a que rompesse o gelo. —Está esperando um ataque ao banco? Ele sorriu, com uma cara muito atrativa para lhe fazer nenhum bem a ninguém. «Deveria posar para um desses anúncios tão viris de cigarros», pensou
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Sunny. Sem dúvida, dava a talha e tinha a cara o bastante curtida para mostrar um rosto atrativo de menino duro. —Nunca se sabe —disse, apartando do muro de um empurrão e indo parar a seu lado—. Ao menos serviria para animar uma manhã aborrecida de segunda-feira. —me faça caso, este banco guarda bem seu dinheiro. —Ah sim? —Não importa. Melhor dar por resolvido esse tema. —Vale. Então, me permita que te diga que esta manhã tem um aspecto tão afresco como um ramito de hortelã, senhorita Sunny. —Ao Ty tinha dado de adotar o rol de um galã sulino enquanto passeavam por diante das cristaleiras das lojas. lhe seguindo a corrente, Sunny respondeu coquete: —Obrigado, senhor, mas acredito que logo me vou murchar com este calor tão cansativo. —Possivelmente deveria ter trazido um leque. —Não tinha nenhum a jogo com este vestido. Não era muito dada a levar roupa de negócios, mas se tinha vestido de maneira apropriada para sua entrevista com o senhor Smithie. Seu vestido ajustado de linho verde, que tinha combinado com sapatos brancos e com umas jóias, era feito à medida, mas informal e moderno, sem cair na extravagância. Nada extravagante teria sido apropriado para o Latham Green National Bank. —Se chover logo, possivelmente refresque. —Já nos limitamos a falar do tempo? —Não estamos obrigados a falar de nada. Eu me demissão aqui. Estavam em pleno centro, esperando no cruzamento a que um dos poucos semáforos do povo trocasse de cor. —De todas formas, vou nesta direção —disse ele casualmente. Agarrou-a do cotovelo para ajudá-la enquanto baixava o degrau da acidentada calçada até o asfaltado da estrada, uma operação que podia ser traiçoeira para alguém com saltos—. Te recuperaste que nosso beijo de ontem de noite? —Sunny tentou não separar os olhos do pavimento e não disse nada—. Também esse é outro tema resolvido? —perguntou ele. —Sim. —Vale. Posso-te convidar a um café? —Não, obrigado. —E a uma Coca-cola de cereja? —Não, tenho que... —me faça caso. Este tal Woolworth segue fazendo as melhores coza-colas de cereja no mundo. Essa é uma das poucas coisas que dão fama ao Latham Green. Uma vez mais, ele a agarrou do cotovelo e, para evitar montar um numerito que pudesse chamar a atenção dos viandantes, Sunny não teve mais
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remedeio que atravessar a porta quando ele a empurrou para que entrasse na loja. Entrar ali foi como dar um passo atrás no tempo. Seguia tendo os mesmos ventiladores no teto, embora a loja tinha o ar instalado acondicionado desde fazia anos. Os chãos de madeira seguiam chiando nos mesmos lugares e tinham um agradável aroma de limão pelo produto com o que os limpavam. As estanterías estavam cheias de produtos difíceis de encontrar em qualquer outro sítio, como o esmalte de unhas da marca Tangee ou o perfume do Evening in Paris em seu característico bote opaco de cristal azul com a tampa chapeada. Sunny e seus amigas se atiraram horas de compras neste grande armazém, gastando o dinheiro que ganhavam cuidando de meninos. A máquina de soda na parte de atrás tinha o mesmo aspecto também. Ao Sunny se o fazia a boca água só de pensar na Coca-cola de cereja que Ty tinha pedido para ela. —Se a sacas fora, o gelo se derreterá. Será melhor bebê-la aqui. Sunny se sentou na banqueta que lhe indicava e se tirou os óculos de sol. —Você gosta de dar ordens, verdade, Xerife? —Eu gosto de levar as rédeas, sim. —Que Deus nos libere da dominação masculina. O garçom lhes pôs dois copos com gelo diante e voltou para seu posto. Depois de dar uns sorvos a sua bebida através de uma palha, Ty lhe perguntou: —Detecto possivelmente certa hostilidade em suas palavras? —mais do que possa parecer com simples vista. Ele fez girar seu tamborete para ter a de cara. —O que é o que te tem feito perder a libido pelos homens? —Pelos homens em geral ou por um em particular? —perguntou ela brandamente. —Comecemos pelas linhas gerais. —Geralmente, os homens querem que as mulheres fiquem «em seu sítio». —Hmm, acredito que discrepo, ao menos até que determinemos exatamente a que te refere com «seu sítio». vamos concretizar. —Concretizar —disse ela, alargando a palavra ao pronunciá-la—. Minha solicitude de um empréstimo de negócios no banco se considerará de acordo com um tabuada diferente que se levasse calças em lugar de meias. Lhe jogou uma olhada a suas esbeltas pernas, mas se conteve de fazer comentário algum como deferência para seu aborrecimento. —Rechaçaram-lhe isso, né? —Ainda não, mas quase. —Para que quer o empréstimo? Sunny ficou olhando, perguntando o porquê de seu repentino interesse. Não havia razão aparente. Possivelmente por isso se sentia tentada a lhe falar sobre seus planos. Poderia ser reconfortante ter a opinião de alguém que
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considerasse a questão de um ponto de vista objetivo, alguém que não tivesse idéias preconcebidas sobre ela nem sobre seu trabalho. —Quero montar um negócio por conta própria —lhe disse de maneira cortante. —Que tipo de negócio? —Ele se terminou a bebida e a deixou a um lado, lhe dedicando a ela toda sua atenção. —Eu desenho e confecciono os trajes de disfarces para o baile do Mardi Gras. Ele ficou olhando por um momento. Então, para sua própria perplexidade e irritação suprema, pôs-se a rir. Sunny agarrou irada sua bolsa e seus óculos de sol e se desceu do tamborete. Ele a agarrou do braço. —Espera. Não te zangue. Estou-me rendo do George, não de ti. —Do George? —Disse-me que trabalhava de costureira. Não tivesse podido imaginar reclinada sobre uma máquina de costurar em uma fábrica. Voltou a sentar-se. —Bom, estive muitas horas recostada sobre uma máquina de costurar, mas sobre tudo faço os desenhos e depois trabalho cotovelo a cotovelo com outras costureiras que confeccionam os objetos reais. Elas costuram e eu desenho. —Parece como se já estivesse no negócio por sua conta. —Não, trabalho para uma empresa familiar que leva muitos anos no negócio. É uma área muita especializada. Quero me pôr por minha conta. —por que? —Apoiou o cotovelo sobre a barra de fórmica rosa e se sujeitou o queixo com a mão, dando toda a impressão de estar genuinamente interessado. —Estanquei-me creativamente. O casal para a que trabalho estão cansados. Suas idéias são lentas. Sua falta de energia se reflete em seu trabalho. Os trabalhos mais inovadores que produzimos nos últimos dois anos são meus. Entretanto, seguem-me pagando um salário fixo. —O qual seguro que reduz seus incentivos. —Só reduz meus incentivos para ficar com eles. Tenho muitas idéias pedindo a gritos que as faça realidade. Quando for, ficarei com grande parte de seus clientes habituais desencantados e mais clientes graças à boca a boca. Estou segura de que não vai levar me muito tempo até que vá bem. —Mas enquanto isso precisa ter um capital disponível. —Exatamente. Para os milhares de gastos relacionados abrindo um negócio. Principalmente, teria que fazer uns trajes de amostra. Com um pouco de sorte, poderia vendê-los mais tarde. Mas no momento, serviriam para demonstrar meu talento de cara aos clientes que desconheçam minhas capacidades. Ty sorriu ante sua falta de humildade, mas Sunny estava muito concentrada no que dizia para dar-se conta. —Os trajes para um baile de disfarces são muito elaborados —continuou ela—. Só o material necessário para fazer uma saia custa milhares de dólares.
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Não posso fazer os de um nada. —me deixe ver se o entendo —disse —.lhe entrega uma ou várias idéias a uma clienta. Ela escolhe o desenho que quer e você o confecciona. Sunny se congratulou de que fora tão ardiloso. —Oxalá fosse banqueiro. Parece que não fui capaz de lhe colocar esse conceito na cabeça ao senhor Smithie. —Os banqueiros só olham o balanço final. —Só me foram fazer falta uns poucos encargos durante este primeiro ano para obter benefícios. Não há muitos novos negócios que possam te oferecer esta segurança. E o digo com conhecimento de causa —disse ela, apertando seu punho fechado contra seu coração—. Sei que meus disfarces seriam tão estupendos que para o ano seguinte, ia ter mais encargos dos que poderia assumir. Ele baixou a vista e a olhou à cara. —Convenceste-me. —ficaram olhando o um ao outro durante um bom momento—. Está preparada? —perguntou ele finalmente, assinalando com a cabeça para seu copo vazio. —Sim —murmurou ela, voltando em si—. Obrigado. Ele pagou a conta. —por que seção quer que atiremos? Brinquedos e livros ou higiene feminina? Sunny lhe estava realmente agradecida por relaxar a tensão que tinha surto entre ambos de maneira inesperada. Jogou-lhe um olhar frio e se dispôs a caminhar pela seção cheia de cubos de areia e figuras do Rambo. —Tenho uma pergunta que te fazer —disse ele—. O que tem todo isso que ver fazendo desenhos muito maus de insetos? —Deveria haver imaginado que não foste tomar me a sério. —Claro que te tomei a sério. —Soava ofendido. —Possivelmente. Ainda assim, por isso se refere aos negócios e ao sexo feminino, não é muito diferente dos banqueiros. Quando olha a uma mulher, tudo o que vê é um par de... —Sunny se comeu a última palavra, arrependendose de sua falta de tato. —Ah, dei-me conta de que tem um bom par, de acordo. Mas por muito formosas que sejam, isso não quer dizer que não veja nada mais lá delas. Sunny não tinha sabor de ciência certa se fazia mais calor fora ou se sua referência a seus peitos tinha contribuído a dar essa sensação de calor. Assim que pôs o pé na calçada, foi em direção a seu carro. Ele conseguia irritá-la constantemente. Entretanto, para ser justos, terei que reconhecer que sim tinha sido bom escutando-a. Ela o agradeceu, acrescentando: —Preciso encontrar uma via de escapamento a minha frustração. —Mantén a cabeça bem alta —lhe disse ele, lhe dando um pequeno toque no queixo—. Ao melhor o senhor Smithie surpreende e te diz que sim. —Seria mais um susto que uma surpresa. —Se eu fosse o banco, deixaria-te o dinheiro.
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—por que tem tanta fé no que quero fazer? —Porque uma mulher capaz de reunir a coragem necessária para largarse de uma igreja cheia de gente o dia de suas bodas pode fazer algo que lhe meta na cabeça. Sunny vacilou ao caminhar. —Oxalá pudesse te esquecer disso. Mas, ao fim e ao cabo, por que foste ser o único em esquecê-lo? Ty se deteve, fez que ela também se parasse e lhe deu a volta para que lhe olhasse. —Vá. Acredito que coloquei justo o dedo na chaga. —Ficou olhando com seriedade—. Smithie não usaria esse argumento para rechaçar sua solicitude, verdade? —Sunny decidiu não lhe responder e prosseguir seu caminho. —Miúdo filho de puta —ouviu resmungar ao xerife. Quando chegaram ao carro, lhe tirou o fechamento de segurança e tentou abrir a porta. Ty evitou que a abrisse colocando seu braço direito contra a porta. Ao dá-la volta, encontrou-se encurralada entre ele e a porta do carro. Seu sorriso evidenciava que estava tentando subir a moral. —E o que há do inseto esse? —Hei-te dito que é uma libélula. —Corrijo, uma inquisitivamente.
libélula.
—Ty
manteve
a
sobrancelha
arqueada
—Tinha na cabeça a idéia de uma libélula —disse ela com resignação—. Me posso imaginar isso com um tubo revestido de lentejoulas da cabeça até os pés com uma saia ajustadísima. —Sunny franziu o cenho—. É só que não me ocorre como fazer com as asas. Deveriam ser enormes. Transparentes, iridescentes. Teriam que mover-se para conseguir o efeito adequado e de uma vez ser o bastante fortes para se sobressair do corpo. Teriam que poder dobrarse de algum modo ou poder-se tirar completamente, depois de fazer sua grande entrada na festa. De repente, dando-se conta de onde estava, Sunny elevou a vista para olhar ao Ty timidamente. ia se pensar que estava ainda mais louca do que já acreditava. Ou ia se acabar aborrecendo de tanto ouvi-la divagar. Entretanto, seu sorriso parecia indicar que se estava divertindo. —me parece boa idéia —disse ele. —Obrigado. —Posso-te convidar a comer? —Eu não como a meio-dia. —E a uma dose de sexo? Era uma proposta muito atrevida como para não tomar-lhe a risada. —Não, obrigado. —E a um banho nus no lago pela tarde? —Não está de serviço? —Bom, tem razão. A um banho em Pelotas de noite à luz da lua. —
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aproximou-se mais a ela—. lhe Pense isso parece-me um plano muito melhor. —Banhar-se de noite é sinônimo sem dúvida de catarro do verão. —Sunny —resmungou ele—, o que eu tenho em memore para nós seria capaz de fazer ferver o lago. Sua intensidade fez que Sunny duvidasse de se estava tomando o cabelo. Contra sua vontade, não pôde evitar expô-las implicações que conduziria um banho à luz da lua. antes de que sua imaginação a transportasse, disse com brio: —Parece que não acaba de agarrar a mensagem, senhor Beaumont. Não estou interessada em manter nenhum... encontro sexual contigo. Só vou estar aqui durante uma semana. —E esse é justo o prazo limite que me tem carcomido. —Para ganhar sua aposta com o George? Ty se limitou a lhe dar um vago sorriso por resposta. —Considera isto como sua boa ação da semana. me ajude. —Isso, indo de janta com um maníaco sexual. Ty se pôs-se a rir, apreciando seu bom senso de humor. —Posso-te garantir que lhe vais passar isso bem. Quero ganhar a aposta. Não me ponha isso tão difícil. Sunny lhe examinou a cara, perguntando-se se sua eleição de palavras não escondia um dobro sentido, mas decidiu que era mais sensato não tentar procurar pêlo em ovo. —Não só lhe vou pôr isso difícil, senhor Beaumont, mas também mas bem impossível. Ty estendeu a mão e a passou por cima da fileira de botões do vestido. Deu-lhe um pequeno toquecito no lugar onde se terminavam, uns dois centímetros por debaixo do umbigo. —Nada é impossível. Ty lhe abriu a porta do carro. Uma vez que ela estava já dentro, voltou-a a fechar. Então, depois de lhe jogar um último olhar daqui te pilho, aqui lhe Mato», deu-se a volta e empreendeu sua marcha pela calçada.
Capítulo 5 —Maldita seja, Sunny! Semelhante maldição a sobressaltou. Sunny elevou a vista e olhou ao Fran surpreendida através do espelho.
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—por que? —Por ter tão bom aspecto. —Fran apontou com a mão à imagem do espelho. Estavam em uma habitação da casa do Fran. Sunny se estava provando (era de esperar que por última vez) o vestido de dama de honra que ia ficar para as bodas do Fran—. Ninguém vai olhar me a mim se estiver a meu lado. —Não seja tola. —Deveria fazer que me examinassem a cabeça por escolher essa cor de pêssego dourado para seu vestido. —Fran se sentou ao bordo da cama—. Te lembra daquelas vitaminas quentes de pêssego fresco que estávamos acostumados a fazer? Pois, esse é seu aspecto. —Pêssegos com nata? —Sunny riu com ironia—. Venha, Fran. Lhe podem ocorrer coisas melhores que esse clichê. —Clichê ou não clichê, está muito bonito. O vestido é perfeito, maldita seja. Faz o favor de lhe tirar isso Sunny se desabrochó la cremallera de su vestido de seda, se deslizó el vestido hasta la cintura y sacó con cui_dado un pie y después el otro. Sunny se desabotoou a cremalheira de seu vestido de seda, deslizou-se o vestido até a cintura e tirou com cuidado um pé e depois o outro. —Bom, pensei-me isso melhor —grunhiu Fran—, volte-lhe isso a pôr. Basta-me com verte esse corpo de modelo para me lembrar de que tive dois filhos e que me tomei muitos vitaminas quentes de pêssego. Sunny voltou a pendurar o vestido em seu cabide acolchoado e lhe voltou a pôr a capa de plástico. tirou-se as anáguas desenhadas para pôr debaixo do corpete transparente do vestido de dama de honra e ficou com apenas as meias postas com toda naturalidade. Então, estendeu a mão para agarrar as calças de sport e o Top que se pôs para ir a casa do Fran a provar-se vestidos. —Hoje soa um tanto melancólica. Nervos prenupciales? —Deve ser isso. Quando já estava vestida, Sunny se sentou na cama junto a seu amiga e a agarrou da mão. —O que te passa, Fran? Fran sorriu afligida. —Sunny, não me estou enganando mesma. Os cinco anos que estive casada com o Ernie me aconteceram fatura, não só emocional, mas também também psicologicamente. —Tinha os olhos cheios de lágrimas—. Pareço um cristo. O que acontece ao Steve não gosta? —OH, Fran! —Sunny se fundiu com seu amiga em um forte abraço—. Não seja ridícula. Claro que Steve te quer. —Já sei. —Fran, aparentemente envergonhada, retirou-se de entre seus braços—. dormimos juntos. Queria me assegurar disso pela segunda vez. O cuerpazo do Ernie era só para exibir. Na cama era um desastre. —Seguiu a costura do lençol com a gema do dedo—. Mas quando Steve e eu estivemos juntos, fizemo-lo em plena escuridão romântica. Assegurei-me de que não pudesse ver grande coisa. Entretanto, estou preocupada de quando vivermos juntos, quando todas as luzes estejam acesas e veja que não tenho quase
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assumo e que tenho celulite... —Não me posso acreditar isso! —Sunny agarrou ao Fran dos ombros—. Nunca tiveste problemas de auto-estima. por que agora? —Sunny dirigiu um olhar perspicaz a seu amiga—. Não é o que parece, verdade? —Que bem me conhece —resmungou Fran. —Solta-o. —Pode que me esteja pensando isso melhor. —o do Steve? —perguntou em voz baixa. —Não. Estou louca pelo Steve. Mas tenho dúvidas sobre me colocar de novo em um matrimônio. Em certo sentido, invejo-te. saíste com um montão de homens. Eu só saí com o Ernie. Só tinha olhos para ele. Então, chegou Steve pouco depois de meu divórcio. Possivelmente deveria haver mudado a outro lugar por um tempo. Haver ido à cidade. Ter conhecido outro estilo de vida. Ter vivido como solteira livre e sem compromisso. —Não é ouro tudo o que reluz, Fran. Também se sente uma muito só com esse estilo de vida. Fran deixou de pensar em si mesmo para concentrar seu foco de atenção no Sunny. —Você gostaria de haver ficado aqui e te haver casado com Dom? —Não, nunca me arrependi que minha decisão de não me casar com ele. —Sunny... —Não me pergunte, Frannie —Sunny a interrompeu rápido, lhe apertando a mão como se assim pudesse estrangular suas palavras—. Se algum dia dissesse a alguém as razões que me levaram a ir desse modo, diria-lhe isso a ti. Já sabe. —Baixou o olhar até onde tinha as mãos cruzadas, sem as olhar realmente. Em lugar disso, lhe estava passando pela mente a cara de perplexidade de seus pais ao vê-la dá-la volta sobre o atar e lhes atirar à cara tão surpreendente anúncio. —Era algo que tinha que fazer. Já sei que a gente se pensou que me comportei como uma típica menina caprichosa, mas não foi assim para nada. Não foi uma decisão que tomei à ligeira. Nunca teria feito passar a meus pais aquele mau gole de não ter sido porque tinha uma razão de peso e porque sentia que era a opção mais sensata e não a mais fácil. Por favor, me acredite. —Não tem que me dar explicações, Sunny. Eu nunca tivesse tirado o tema, é só que me dá a sensação de que você precisa falar disso. —Não posso, Fran. Possivelmente em outro momento. Mas não agora mesmo. —Bom. Em qualquer caso, é a hora de comer e prometi às meninas uns hambúrgueres no Dairy Mart. Gosta de vir? Sunny se lambeu os lábios, enquanto pegava um salto da cama. —Vá se gosta. Não me comi um hambúrguer do Dairy Mart há três anos. —Pergunto-me se poderão fazer batidos quentes de pêssego. —E o que foi que todos esses fantasmas com o sobrepeso e a celulite? Fran chamou a suas filhas, que estavam patinando fora da casa, para
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que subissem ao carro. —Já me aconteceu a crise. É tudo por culpa de meu autocompasión, do biorritmo, da hipoglucemia ou possivelmente é que simplesmente sou uma noiva histérica. Steve está louco por mim. Faria algo por mim. Por muito glamour que tenha sua vida, Sunny, não me trocaria por ti nem por todo o ouro do mundo. Sunny se perguntou se Fran tinha entendido realmente aquilo de que não é ouro tudo o que reluz. —Ñam-ñam. —Ummmm. —Sunny estava encantada com seu enorme e suculento hambúrguer com queijo. Estava feita ao velho estilo, como se faziam antes de que existissem as grandes cadeias, com a carne feita à prancha sobre cozinha de carvão e o pão com manteiga ligeiramente torrado. As batatas fritas eram grandes e oleosas, e estavam quentes. —Não me referia à comida. Referia a aquele dali. Sunny levantou a vista de seu hambúrguer de queijo e seguiu o olhar do Fran através do pára-brisa de seu carro. O xerife do Latham Parish ia caminhando para o guichê em que os clientes do drive-in pediam sua comida rápida do carro. De repente, Sunny não era capaz de tragar a dentada que até esse momento tinha estado mastigando com delicioso prazer. Não havia tornado a ver o Ty desde segunda-feira. Tudo no dia anterior, tinha pensado que possivelmente ele a teria chamado ou que se teria passado com um pretexto ou outro. Podia ter usado o de seu «merodeador» como desculpa para vê-la. Ou podia ter tornado a estender o convite para um banho à luz da lua. Entretanto, ao comprovar que não a tinha chamado, Sunny tinha vacilado entre os sentimentos de alívio e de ligeiro desencanto. —Não está mal —disse com brutalidade. Fran a agarrou da cabeça e a girou para que a olhasse de cara. —«Como que não está mau?». Tem problemas de vista? Ambas voltaram a olhar ao Ty. Ele se tirou o chapéu de cowboy da cabeça e se inclinou para diante para falar com a garota nervosa do guichê. Ela logo que sim podia recompor-se para anotar o que lhe pedia. Naquela postura, dobrado, lhe ressaltava um de seus melhores atributos, especialmente para as mulheres que estavam sentadas no carro detrás dele. Seu físico conseguia maravilhas com um simples par de calças jeans quaisquer. Sem ter nenhuma pressa aparente, estava exercitando seu deslumbrante sorriso com a garçonete de risada tola enquanto esperava que sua comida estivesse preparada. —Pensava que estava locamente apaixonada pelo Steve. —Sunny falava em um tom desagradável, embora não teria podido especificar a razão se lhe tivessem perguntado o porquê. —E o estou. Mas não estou cega —replicou Fran—. Steve poderá beneficiar-se de minhas fantasias sexuais. Cosmo diz que são sões e inofensivas. —E crie que Beaumont é bom material para suas fantasias? —Sunny sentia curiosidade por ele, mas não queria evidenciá-lo e ficar a fazer perguntas
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muito óbvias. Possivelmente assim Fran soltaria objeto e lhe contaria a informação que Sunny estava esperando. —Não lhe parece isso? Sunny se encolheu de ombros. —Pode que se pareça bastante ao Ernie. Que tudo esteja no exterior. —Por isso me contaram, não é assim. —Seriamente? —perguntou Sunny inocentemente. —Hmm. Uma amiga me contou... —De repente, calou-se a metade de frase e jogou um olhar rápido por cima do ombro—. Meninas, se já terminastes, podem sair a jogar um momento com o skate. Suas filhas, que se tinham comido tudo quase de um bocado e esperavam impacientem na parte de atrás do carro a que Fran e Sunny terminassem, saltaram de alegria e saíram imediatamente do carro com os skates na mão. —Tomem cuidado —disse Fran. Para ouvir sua voz, Ty se deu a volta e, assim que a viu, saudou-a com a mão. Lhe devolveu a saudação. Ty lhes deu um soco no traseiro às meninas a seu passo e lhes advertiu que tomassem cuidado com o skate. Então, voltou-se para o guichê para continuar sua conversação com a garçonete. Como levava os óculos de sol postas, Sunny não pôde notar se a tinha visto sentada no carro do Fran. —O que é o que te disse essa amiga tua? —Esperava não parecer muito interessada. —Bom —disse Fran, enquanto se metia na boca uma batata lubrificada de ketchup—, em resumo —Se chupou o sal dos dedos—, dizia-me que era o melhor que tinha provado em sua vida. —Fran tragou a comida que tinha na boca. Sunny, que não tinha nada na boca, tragou saliva com o mesmo afinco. Sem dar-se conta do desassossego de seu amiga, Fran tirou sua vitamina de chocolate. —voltaram-se todas loucas por ele quando chegou à cidade. E ainda não se apaziguaram. —De onde vinha? —Da Florida, acredito. Em misteriosas circunstâncias. falou-se de que houvesse uma senhora Beaumont. Viúvas e divorciadas têm feito tudo o que estava de sua mão para solucionar essa situação. Seguem-lhe em bandos. — Fran riu—. Duvido que tenha cozinhado mais de três jantares seguidos desde que se mudou a cuidem. —Assim teve aventuras com muitas mulheres? —Não, esse é o problema. Que não se envolve. —OH —disse Sunny ariscamente—, um desses. —Não exatamente. —Pensativa, Fran se dispôs a revolver sua vitamina—. Meu amiga dizia que ele havia já posto todas as cartas sobre a mesa antes de deixar as calças aos pés da cama. Havia-lhe dito diretamente que não estava procurando nenhuma relação duradoura e que tampouco se esperava
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nenhuma. —Mas não lhe acreditou. —Imagino que não. depois de várias semanas de ficar para jantar e de vários orgasmos múltiplos, deixou de chamá-la. Destroçou-lhe o coração. —Fran se deteve em seu relato para gritar pela janela a uma de suas filhas que deixasse de patinar contra a outra. —Isso mesmo tem feito com todas as mulheres com as que saiu —disse, retomando seu discurso—. Mas, por isso me parece entender, joga limpo. Sempre lhes diz desde o começo que é algo temporal. —E ainda assim estão dispostas a correr o risco de fazer-se danifico? Não pode ser tão bom na cama como me pinta isso. Fran esboçou um sorriso de menina má. —Mas seguro que seria divertido averiguá-lo, não crie? —Sunny franziu o cenho; Fran riu—. Sabe? Steve e eu ficamos um pouco preocupados com ti quando lhes vimos dançar juntos. Não encontrei o momento de te advertir sobre ele antes de que fosse da festa. De todas maneiras, imaginei que lhe poderia arrumar isso você sólita. Como são os dois tão parecidos... —Beaumont e eu? —gritou Sunny—. Como? —São os dois de sair com gente de usar e atirar. Sunny se apoiou contra o respaldo de seu assento. —OH. Observaram ao Ty agarrar de mãos da garçonete seu pacote de comida para levar e saudá-la com o chapéu antes de voltar a ficar o bem baixo sobre a frente. Sua maneira fanfarrona de mover a cintura, enfatizada pela pistolera de couro negro do meio lado, deixou-as enfeitiçadas enquanto ia caminhado para seu carro de patrulha. Assim que o alcançou, uma das filhas do Fran lhe passou por diante assobiando montada em seu skate, seguida de perto por sua irmã. —Uh-OH —disse Fran. Ty as deteve as duas e ficou em cuclillas para lhes dar um sermão sobre como patinar seguro. Elas lhe escutaram atentas com respeito e lhe seguiram cabisbaixas quando as levou de novo ao carro. —Estamos sob arresto? —perguntou Fran enquanto ele se agachava para falar com ela através do guichê. —Não —Ele esboçou um sorriso arrebatador—. Mas seguro que lhe daria muita cor ao cárcere, se lhes encerrasse ali dentro às dois. —nos rebaixe a pena, xerife. Por favor —brincou Fran. —Esta vez me limitei a lhes aconselhar às meninas que tenham mais cuidado. —Isso mesmo lhes digo eu —disse Fran, lhes lançando a suas filhas um olhar intimidatoria por cima do ombro—. Possivelmente assim escutem melhor manhã. —Preparada para as bodas? —Mais preparada do que estarei nunca.
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—Steve se leva uma boa partida. Durante toda a conversação, Sunny ficou sentada e mais calada que um ratoncito quando o gato ronda a zona. Pegou um salto quando Ty pronunciou seu nome. —Como está? —Bem. —tiveste mais merodeadores? —Merodeadores? —exclamou Fran. —Não. —Sunny girou a cabeça e olhou ao xerife com patente hostilidade, o qual pareceu lhe divertir enormemente, a julgar por seu sorriso. —Como está ficando a libélula? —A libélula? —As perguntas do Fran começavam a soar repetitivas. —Sigo trabalhando nisso —respondeu Sunny ao Ty. Ele assentiu. —me faça saber como te ficou. Bom, tenho-me que ir se não querer que me esfrie o hambúrguer com queijo. Meninas, recordem o que lhes hei dito — disse ele, olhando fixamente às filhas do Fran—. Nos vemos nas bodas. —Isso se conseguimos fazê-lo tudo a tempo —respondeu Fran com uma leve gargalhada. —Faltam ainda três dias para as bodas. Estou seguro que haverá tempo de fazer todo o planejado. Como o dizia em referência a sua aposta com o George, falou olhando diretamente ao Sunny. Ela se ruborizou. Ainda tinha as bochechas ao vermelho vivo bastante depois de que Ty entrasse em seu carro de patrulha e se fora. Fran ficou olhando ao Sunny, que estava envolvendo o resto de sua comida. Por culpa do Ty Beaumont, tinha perdido o apetite. —E bem? —perguntou Fran. Sunny se esclareceu garganta inquieta. —E bem o que? —Te tinha esquecido me mencionar nada sobre nenhum merodeador. —Eram mapaches. Fran continuou olhando-a como se esperasse uma explicação. —Mapaches? —Não serve de nada repeti-lo, vale? —disse Sunny irritada. —E suponho que o da libélula também se explica por si mesmo. Estamos falando de mensagens cifradas ou algo assim? —Frannie. —Vale, vale —disse Fran, enquanto arrancava o carro—. Mas se averiguar de primeira mão o assunto sobre o que especulávamos, é seu dever como melhor amiga me contar isso com cabelos e sinais.
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Sunny estava tão concentrada que o telefone teve que soar várias vezes antes de que soltasse um palavrão, deixasse cair o lápis e se levantasse para responder. —Olá. —O que há? A voz do Ty Beaumont não perdia nem um ápice de sua sensualidade através do fio telefônico. Sunny poderia jurar que sentia seu fôlego ao ouvido. Começaram a lhe entrar calafrios pela pele, embora era a hora mais cálida da tarde. Ela se deixou cair sobre o respaldo da cadeira mais próxima. —Levantaste-te com o pé esquerdo esta manhã? Sunny podia lhe sentir rir detrás de suas palavras. —Sinto-o se te soei zangada. Estava ocupada. —Sinto te haver pilhado tão ocupada. Sunny se limpou o cabelo do pescoço que lhe estava aporrinhando. —Precisava fazer um descanso de todos os modos. —Está trabalhando com a libélula? —Isso já está. Agora estou trabalhando em uma ninfa de mar. —Uma ninfa marinha, né? Isso sonha prometedor. —Sim, acredito que até tenho ao cliente em mente. —Não queria dizer isso. —Já sei o que queria dizer. Ao Ty lhe escapou a risada fácil. —Desfrutou com sua comida de ontem? «Até que você chegou», pensou. —Os hambúrgueres com queijo do Dairy Mart são quase tão legendárias como as cozo de cereja do Woolworth. —Você e Fran fostes amigas durante muito tempo, parece. —Desde crianças. —lhe deve estar acontecendo isso muito bem com ela durante esta visita. —Muito, sim. —Têm muitas coisas do que falar? —Sempre. —falastes que mim? Sua intuição só podia ser superada por seu ego. —Olhe, xerife —disse ela impaciente—, não tem nenhum caso que investigar? Nenhum crime por resolver? Porque eu estou ocupada. —É assim como Sunny Chandler dá cabaças? Nem sequer ia conceder lhe a honra de lhe responder. —Queria você algo, senhor Beaumont?
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—Há muitas coisas que quero saber de ti. Deveria te dar uma lista ordenada? —vou pendurar o telefone agora mesmo. Boas... —Estarei ali às sete. —Onde? —Ali. Para te recolher. —Para que? —Charles Bronson. —Como? —O cinema ao ar livre. Há uma dobro sessão do Charles Bronson esta noite. —Não, obrigado. Eu não gosto dos filmes violentos. —Não pensava me pôr violento. Não em nossa primeira entrevista. —Referia-me na tela —repôs ela. —E quem se vai ao cinema ao ar livre para olhar à tela? —Precisamente. Por isso não quero ir contigo. —por que não? Tem medo de que ganhe minha aposta dois dias antes de tempo? Sua audácia a deixou sem fala. ficou parada com o auricular na mão depois de que ele já houvesse dito «Às sete» e tivesse pendurado antes de lhe dar tempo a responder. Sunny não estava segura de por que estava lista e vestida a poucos minutos das sete, esperando ao Ty. Provavelmente porque não podia resistir a seu desafio e possivelmente também em parte porque não lhe tinha gostado nem um cabelo seu comentário sobre «o Sunny Chandler dando cabaças». Sem dúvida, Ty se tinha ecoado dos falatórios e ela, por muito que queria fazer como se não lhe preocupasse, tinha que reconhecer que sim o fazia. Não sabia por que lhe preocupava tanto sua opinião. Entretanto, parecia lhe importar que Ty Beaumont não a considerasse uma caprichosa e cruel femme fatale, como o resto das pessoas de seu povo. Ouviu como chegava seu carro e jogou uma olhada através da cortina. Surpreendentemente, não se tratava de seu carro patrulha, mas sim de um Datsun 280Z prateado. Lhe veio à mente o discurso do Fran sobre quão sões eram as fantasias sexuais nada mais ver seu imponente figura sair do esportivo e dirigir-se para a porta. alegrava-se de ter a oportunidade de lhe observar sem que ele soubesse. Desse modo, podia contemplar seu jeans rodeados e sua camiseta de algodão, que deixava traslucir os cabelos do peito, descrevendo uma sedutora forma de leque. De todas maneiras, tinha argumentos de peso para pensar que as fantasias não eram para nada inofensivas. Inclusive estando preparava, como o estava, começaram-lhe a transpirar as Palmas das mãos enquanto lhe abria a porta e lhe plantava cara com valentia a aquele par de olhos azuis e a aquela dentadura tão branca.
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—Olá, está preparada? —Quase. Passa. Assim que Sunny fechou a porta, ele a estreitou entre seus braços. Estava tão surpreendida que não opôs resistência alguma. Seu beijo foi comprido e intenso. Sua língua, ávida de exploração. Ele a agarrou dos braços e os colocou ao redor de seu próprio pescoço. Apertou seus polegares contra suas axilas e seguidamente deslizou suas mãos até sua cintura. Inclinou sua boca contra a do Sunny para conseguir um ângulo mais vantajoso e aproximou mais seu corpo contra ele. De novo em ação, suas mãos se detiveram no limite de seus peitos. Aplicou uma ligeira pressão com a base de suas mãos contra aquela proeminência enquanto sua língua entrava em contato carnal com a dela. Quando a soltou, Sunny se viu obrigada a inalar baforadas de ar em seus pulmões, quase ao bordo do colapso, enquanto o olhava fixamente. Arremeter contra ele por tomar-se tão escandalosas liberdades equivaleria a reconhecer que o beijo a tinha turbado. Em lugar disso, Sunny murmurou: «Agora volto». De algum modo, conseguiu chegar até a habitação, embora fazendo esses. A imagem despenteada que viu refletida no espelho lhe fez sair de seu transe. Seus olhos brilhavam com ardor. Olhavam-na através do espelho com a dilatada vacuidade de uma mulher completamente excitada. Seus lábios estavam vermelhos, inchados e úmidos. Tocou-os. Ainda pulsavam. E seu cabelo! passou-se meia hora penteando-se para conseguir aquele recolhido de aparência «informal». Agora o levava solto por cima dos ombros. Lhe tinha solto o cabelo, sem que ela nem sequer se desse conta. Irritada consigo mesma, apressou-se a repassá-los lábios de novo e agarrou o pulverizador de perfume. Pensando-lhe duas vezes, voltou a colocá-lo no armário. Ato seguido, convencida de que dava do mesmo modo que se pusesse ou não perfume, já que total não ia passar nada absolutamente no interior do Datsun uma vez no cinema ao ar livre, usou a fragrância sem medida, com gesto desafiante inclusive, aplicando o perfume até no canalillo. —Já estamos? —perguntou com tom educado enquanto entrava na sala de estar. —Sim. Enquanto abria a porta para ela, Ty estendeu a mão. Levava nela seus alfinetes do cabelo. Ele não disse nada. Não tinha porquê. Seu sorriso complacente falava se por acaso sozinha. —Pensava que levaria o carro de patrulha —assinalou Sunny uma vez estavam de caminho. —Hoje não estou de serviço. George está a cargo do escritório, a não ser que se produza alguma emergência. —Importaria-te subir o guichê? —Sim, eu gosto do vento. Sunny não o duvidava. O vento lhe estava fazendo um grande favor ao Ty, já que lhe rodeava a blusa contra a dianteira. De perfil, Ty podia ver o
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detalhe a silhueta de seus peitos cada vez que girava a cabeça para olhá-la, que era bastante freqüentemente. Sunny ficou em silêncio. Se não fosse por que possivelmente ele tomaria por uma covarde, pediria-lhe que a acompanhasse a casa. Nesse estado de coisas, estava resignada a passar umas quantas horas envolta em um intercâmbio verbal de recriminações. Nisso era toda uma perita. O que não estava segura de poder resistir era seu ataque sensual. Ty conseguia que uma mudança de marcha se convertesse em um ato libidinoso. Seus imponentes músculos se moviam com uma precisão inconsciente, contraindo-se e relaxando-se com uma agilidade hipnótica. O carro lhe respondia como um animal bem domesticado. Um simples movimento de sua boneca, um movimento qualquer de sua perna e sua musculatura entrava em ação. —O cinema ao ar livre está na outra ponta do povo —disse Sunny, apartando os olhos do regaço do Ty assim que ele se girou. —Temos que fazer uma primeiro parada em minha casa. —Para que? O sorriso do Ty teria conseguido ruborizar a um gato. —Nunca vou ao cinema ao ar livre sem tomar precauções. Ela ficou olhando primeiro obnubilada e indignada depois, antes de lhe girar a cara. Sunny manteve seu olhar firme através da lua do carro até que estacionaram na entrada de uma casa pequena, mas bem cuidada, em um bulevar cheio de árvores. Era o tipo de lugar onde caberia esperar que vivesse alguém como ele. Era uma vizinhança familiar. Havia meninos jogando nas zonas verdes das casas. Vários meninos em bicicleta saudaram o Ty a seu passo. Duas mulheres estavam conversando diante de uma fileira de mirtos diminutos em plena floração. O homem do outro lado da rua estava cortando a grama. Ty rodeou o carro e lhe abriu a porta. —Vamos, entra na casa. —Esperarei-te aqui. —Tem algo que esconder? —Sim. —O que? —A mim mesma. —Se fica escondida no carro só conseguirá estimular sua curiosidade. Ele tinha razão. A estas alturas, a maior parte dos vizinhos já se precaveram de que o xerife não estava sozinho. Tinham deixado de lado por um momento seus diversos passatempos para ficar olhando sem nenhum reparo. Sunny abriu a porta do carro. Rechaçou a mão que Ty lhe brindava para ajudála a sair do carro e se apeou por seu próprio pé. Também sacudiu a mão que lhe colocava sobre o cotovelo para ajudá-la a subir os degraus de tijolo até o alpendre, onde abriu a porta de sua casa. A sala de estar era espaçosa e arejada. Sunny se tinha imaginado algo escuro e insosso. Mas estava impecável e limpo. Era como se tivesse recolhido
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toda a desordem à espera de sua visita para deixar à vista todos seus móveis modernos. Seu aspiradora não tinha sido tudo quão eficaz caberia esperar. Seu novelo necessitavam que as regassem. Mas era uma sala agradável que se via bem cuidada e acolhedora, uma sala onde os livros pareciam ter o mesmo protagonismo que a televisão. Sunny se tirou os sapatos para cruzar aqueles chãos de madeira nobre. A sala convidava a ter aquele tipo de deferência. —É muito agradável. —Obrigado —disse ele—. Quer ver a habitação? —Não. —Tem lençóis de desenho. Troquei-as hoje. —Passo. —Então, vamos à cozinha. —A cozinha? —Ali é onde guardo esse tipo de coisas. Sunny estava muito surpreendida como para não lhe seguir à sala que dava ao jardim de atrás. Ty se foi à despensa e abriu a porta. Colocou a mão dentro. Quando a voltou a tirar, Sunny fechou os olhos. Não podia acreditar-se que fora tão... ordinário. —Pipocas e coza-colas. —Sunny abriu os olhos de repente. Ty tinha na mão uma bolsa de pipocas e seis latas da Coca-cola. —Pipocas e coza-colas! —Nunca vou ao cinema ao ar livre sem elas. Sunny sentiu a imperiosa necessidade de lhe gritar. —Pensava-me... —O que? —Nada. —Seus lábios se fecharam. —Para que te pensava que tinha vindo? —Ty esgotou seus olhos azuis para olhá-la fixamente—. Por favor, senhorita Sunny, não quererá dizer que... não te terá pensado que...? conseguiste que me ruborize. —Quer deixar de dizer tolices? Date pressa, quero sair daqui quanto antes. Entre risadas, Ty se dispôs a fazer as pipocas. Acendeu o fogão e jogou azeite em uma frigideira. Então, abriu o pacote de pipocas com os dentes e jogou os grãos de milho no azeite. —Tenta fazer algo útil e lhe jogue uma olhada a isto enquanto ponho gelo às bebidas —disse ele—.E não deixe que se queimem. Ódio as pipocas queimadas. Sunny se aproximou da cozinha desprezada. Ty tinha colocado a tampa sobre a frigideira. Já se começavam para ouvir as pipocas saltar contra a tampa. —É que já não há no cinema o posto aquele que tinha a concessão das pipocas?
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—Claro que há o respondeu ele enquanto esvaziava cubiletes de gelo em uma pequena geladeira portátil. —Então, para que estamos nos fazendo as pipocas? —Ela agitou a bandeja, com a determinação de não permitir que se chamuscassem uma vez ouvida sua advertência. —Para mim, não são pipocas se não as faz saltar a gente mesmo na frigideira. Minha mãe as fazia desta forma, antes de que existissem os microondas. —Onde estão seus pais? —Nenhum dos dois segue com vida. —OH. Tem irmãos ou irmãs? —Não, nenhum. Você gosta da manteiga, não? —perguntou ele, trocando bruscamente de tema. Ela assentiu com a cabeça, ausente. —Acredito que assim já está. Onde quer que as meta? Ty tirou um recipiente de plástico com tampa. Como as bebidas já estavam preparadas, seguiu ele com as pipocas e jogou dois turnos mais antes de jogar meia lata de manteiga da boa na frigideira quente. sentiu-se um ranger e um chiado da manteiga, que pulverizou pela cozinha seu particular aroma lácteo. —Surpreende-me que seja hábil para as tarefas domésticas —comentou Sunny, enquanto lhe via revolver a manteiga que se ficou na parte inferior da frigideira. —Para ser sinceros, as pipocas são quão único sei fazer bem em casa. — Ty olhava alternativamente à frigideira e a sua cara—. Bom, quero dizer na cozinha, claro. Sunny esquivou seu olhar de pícaro. —Fran me há dito que não revista jantar muito em casa. —Ou seja, que se que falaram de mim. —Eu não lhe perguntei nada —disse ela, mordaz—. Fran me disse isso por iniciativa própria. —Já vejo. Que mais te contou Fran? —Que é um verdadeiro bastardo no que diz respeito às mulheres. Ele não se sentia insultado no mais mínimo. De fato, pôs-se a rir. —É estranho que Fran haja dito algo assim. —Tem razão. É o mesmo que me pareceu . —Assim que você e Fran estiveram falando sobre minha vida amorosa. —Eu não o chamaria vida amorosa. —Ah não? —Não me parece que deitar-se com alguém seja um ato de amor. —E o que considera você amor? Deixar plantado a um pobre imbecil no altar?
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Sunny reagiu como se lhe tivesse pego um murro. Por um momento, permaneceu imóvel, lhe olhando fixamente. Quando finalmente reagiu, foi dá-la volta, dando uma sacudida a sua saia de algodão a seu passo e a sua juba loira, que a ponto esteve de lhe dar a ele na cara. —Espera Sunny! —Ela não se deteve. Não reduziu a marcha. Ao contrário, acelerou-se ainda mais. Lhe bloqueou o passo, ficando diante dela e equilibrando-se contra a ombreira da porta—. fui um mal educado, sinto muito. —Tem toda a razão. Agora, te tire de meu caminho. —Sinto muito. De verdade. E tem toda a razão, às vezes sou um bastardo. Deve ser a prática. —E ainda o reconhece? —Não, reconheço que fui. Brusco. Rude. Insensível. Mas fui trocando com os anos desde que estou aqui. É só que de vez em quando sofro alguma que outra recaída. —Ty lhe colocou as mãos em cima dos ombros—. Não era minha intenção te dizer isso. Acabo de me dar conta. —Não me deve nada, senhor Beaumont. Nem sequer por cortesia. Eu não sou uma dessas doentias amantes tuas. Os lábios do Ty se moveram como se estivesse a ponto de tornar-se a rir. —Miúda lábia que tem Fran. —Parece que você também. E acredito que essa lábia tua te abre as portas de muitos dormitórios. De repente, ao Ty lhe esfumou dos olhos o brilho de quem está de brincadeira. —Não sou nenhum monge e necessito algo mais que indiferença profissional das prostitutas. De maneira que sim, mantive algum que outro arreglillo sexual com umas quantas mulheres do povo. Mas sempre sou sincero. Nunca me aproveitei que nenhuma delas com promessas que já sei que não vou cumprir. Sunny agachou a cabeça. Isso mesmo havia dito Fran. Que advertia a todas as mulheres de antemão sobre onde se estavam colocando exatamente. Ao ter de frente aquele enorme peito musculoso talher de cabelo dourado, Sunny podia entender por que todas aquelas mulheres estavam pelo trabalho de ir-se derechitas ao matadouro emocional. Lhe colocou um dedo debaixo do queixo e lhe levantou a cabeça. —Ainda não tenho quebrado a tradição .Já sabia desde o começo, ao pouco de te conhecer, o que eu queria. —Ganhar sua aposta. —me deitar contigo. —É o mesmo. —Não exatamente —disse com voz áspera—. Por muito que eu goste do WildTurkey, carinho, prefiro mil vezes seu sabor. Sunny sentiu um comichão em seu interior. —Já te hei dito que não —repôs tremendo—. Ainda não te tenho feito trocar de idéia?
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Ty deu um passo mais para aproximar-se dela. —me toque e verá. diante de um convite tão descarado, Sunny conteve a respiração e lhe deu a espalada. —Come sal com as pipocas? Ele a seguiu à cozinha. —Claro pronunciá-la.
—respondeu
ele,
alargando
perezosamente
a
palavra
ao
Aquele homem tinha um humor a prova de balas. Sunny pensou que oxalá pudesse ela recuperar-se tão rápido como ele das brocas derivadas do jogo de sedução que se estabeleceu entre ambos. Ty agarrou da geladeira um saleiro de metal desses feios industriais com manga e o polvilhou por cima do bol de pipocas. Depois jogou a manteiga derretida por cima. Sunny contemplou a cor dourada da manteiga derretida penetrando através das esponjosas pipocas brancas. Nesse momento, decidiu que quão único cheirava melhor que as pipocas recém feitas com manteiga derretida era Ty Beaumont. Sua colônia era o suficientemente penetrante para atrai-la, mas o bastante elusiva para deixá-la atordoada, em lugar de cativada. Ty rebanó com o dedo a última gota de manteiga do bordo da frigideira antes de deixá-la a um lado. Então, pôs ao Sunny o dedo lubrificado de manteiga nos lábios, banhou-os de manteiga até que estavam escorregadios e brilhantes. Parecia que todos seus vizinhos tinham voltado para suas casas. Já não havia nenhum ruído proveniente do exterior da casa. O sol se escondeu depois do horizonte, tingindo a cozinha com sua vermelhidão cobre em pó. O ambiente era quente, tranqüilo e silencioso. Emanava calor. A gema de seus dedos era suave e firme ao pulverizar a manteiga lentamente por seus lábios. O coração do Sunny pulsava tão forte que ela mesma se assustou. Possivelmente por isso exclamou seu nome de maneira implorante e enigmática: —Ty? —Hummm? Ty aproximou a boca à sua, quase sem tocar seus lábios. Era como se só queria roçá-la com seu fôlego até sentir como seu corpo se apertava ansioso contra ele. Então, passou-lhe a língua por seus lábios lubrificados de manteiga, emitindo uns famintos sons graves que partiam do interior de sua garganta. Sua língua era hábil, úmida e lhe sugiram na arte de chupar e saborear. Sunny abriu os lábios em busca dos seus. Sua respiração se acelerou a intervalos entrecortados. Quando Sunny pensava que ia perder a cabeça de tanto conter seu desejo, a língua do Ty finalmente atravessou seus lábios e flertou com a ponta da sua. Então, com um som selvagem, ele apertou seus lábios contra os sua com firmeza. Estavam escorregadios e seu roce era arrebatadoramente sexy. —Sabe que ainda te desejo —murmurou ele, apertando seus lábios contra os seus—. Sabe? —Ela emitiu um gemido que não lhe resultou de tudo satisfatório como resposta—. Sabe?
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—Sim —disse ela entre gemidos. Sunny não podia negá-lo. Não enquanto sentia a ereta evidência do desejo do Ty esfregar-se contra ela com ardente ímpeto viril. Sem lhe importar as conseqüências, Sunny abraçou sua ereção entre suas coxas e, subindo pouco a pouco, montou-se sobre ela. Ty soltou um palavrão, antes de senti-la com sua língua. Suas enormes mãos se deslizaram sobre suas costas e a apertaram tanto contra ele que seus peitos se esmagaram contra seu coração batente. Sem pensar em nada mais —nem no escuro passado dele, nem no seu próprio— Sunny deslizou seus dedos entre seu cabelo loiro escuro e se agarrou a sua cabeça enquanto o fogo em seu interior se estendia a cada parte de seu corpo e ameaçava consumindo-a. —Sunny, Sunny. —Entre gemidos, Ty esfregou a cabeça contra seu pescoço. —chegou a hora, não crie? O corpo do Sunny caiu rendido contra o seu. Quando tentou separá-la e a apoiou contra a mesa da cozinha, seus olhos dificilmente conseguiam concentrar-se na cara daquele homem que a tinha desconcertado durante o sonho e que tinha sido o centro de inumeráveis fantasias nos últimos dias. —Quase vai ser melhor se vamos —disse ele—. Se não sair agora, não encontraremos um bom sítio para estacionar o carro no cinema ao ar livre.
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Capítulo 6 O cinema Gator estava cheio até os batentes, embora se tratasse de uma noite entre semana. Ty foi carinhosamente recebido a sua chegada com o carro à porta de ingresso. Pelo visto, assistia freqüentemente e Sunny não podia evitar perguntar-se com quem. Elevou a cintura e se dobrou sobre do volante para agarrar uns bilhetes que tinha na bolsa traseira de seu jeans ajustados. Desde que tinham deixado a casa, Sunny tinha mantido um silêncio de ferro. Possivelmente sua atitude fosse infantil, mas estava tão furiosa que sabia que lhe quebraria a voz se tentava falar. Quantas vezes mais ia cair na armadilha daquela sabotagem sexual? Cada vez que a agarrava entre seus braços, ela perdia os papéis. Sua mente se voltava tão traiçoeira como seu corpo. Com apenas tocá-la, seu cérebro entrava em ponto morto. O sentido comum a deixava tiragem. transformava-se em uma marionete obediente, que só respondia à mão de seu professor. Acaso se estava abrandado? Estava perdendo de vista a crua realidade da vida? Os homens não tinham consciência. É que não se precaveu já a estas alturas? Não se podia uma confiar neles. Então, por que era tão dócil com o xerife quando todos aqueles preliminares eróticos só a conduziam à frustração? O resto de pessoas do povo, em troca, pareciam lhe adorar e lhe respeitar. Enquanto conduzia através das fileiras de carros estacionados do cinema ao ar livre, todo mundo saudava o Ty Beaumont com a buzina e com a mão. Ele respondia chamando pelo nome a quem saudava. —Já não ficam sítios livres para estacionar tão perto da tela —comentou Sunny, com tom hostil. Já tinha conduzido pelas mesmas fileiras de carros várias vezes. —Já sei. Só tento que os quatro briguentos de volta saibam que estou aqui. Assim se comportarão melhor. Tinha cansado a noite e os títulos de crédito do primeiro filme estavam já atravessando a tela quando finalmente Ty encontrou um sítio livre para estacionar seu Datsun na fila de atrás. Seguidamente, colocou o alto-falante no guichê. —Pode ouvir bem? —perguntou. —Sim. —Bem. Agora volto. Fique aqui. Ty lhe deu um pequeno apertão no joelho antes de abrir a porta e de sair do carro. Aquele carinhoso gesto a sobressaltou de tal modo que reagiu com efeito retardado a sua saída. —Espera —lhe gritou, enquanto ele caminhava de costas a ela—. Aonde vai?
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—Agora volto. Viu-lhe abrir-se passo entre as fileiras de carros estacionados até desaparecer. Sunny ficou a resmungar impropérios dirigidos ao homem que tinha abandonado a sua entrevista em pleno cinema ao ar livre. Voltou para os dez minutos, mas para então, Sunny estava indignada. —Onde tinha ido? —Tinha que comprovar algo. —Espero que fora importante —disse com retintín. —Acredito que o era. Durante a primavera passada, houve muita droga na escola de bacharelado. Queria me assegurar de que o cigarro que se estavam acontecendo aqueles guris era de tabaco. Sunny se sentiu invadida de arrependimento. —Era tabaco? —Se não o tivesse sido, agora mesmo lhes estaria levando ao cárcere. —Guris de bacharelado? —Em seu dia, tomei juramento para velar pela manutenção da lei. As drogas vão contra a lei e não me importa quem seja o que as esteja tomando. Esta era uma faceta do Ty Beaumont que Sunny ainda não tinha visto. Tinha desaparecido o brilho brincalhão de seus olhos azuis. Seu sorriso insinuadora tinha ficado relegada por um indomável cenho franzido, clara indicação de que se tomava algumas costure a sério, em particular, seu trabalho. Ty Beaumont também podia ser intransigente. A idéia lhe produzia um grande desassossego. —Mas não era nenhum néscio, assim podemos nos relaxar. —Ty lhe sorriu desde seu lado do carro ao tempo que recuperava seu bom humor—. Gostam de umas pipocas? Sunny tinha a boca ressecada e o estômago revolto, mas assentiu com a cabeça e respondeu que sim. Por um momento, olharam o filme, mas nenhum dos dois parecia mostrar maior interesse pelo argumento, apoiado em uns truculentos assassinatos. Sunny não era capaz de manter os olhos na tela. Não era capaz de apartá-los do homem que a intrigava muito a seu pesar. Cada vez que lhe dava de lhe olhar às escondidas, ele a estava olhando. Seu olhar lhe punha nervosa. Tanto que quando lhe falou, deu-lhe um susto de morte. —O que? —Perguntava-te como te estava indo a sobrevivência esta semana que voltaste para seu povo natal. —Muito bem. Tinha medo de voltar, mas minha visita não foi tudo quão má caberia esperar. Só ficam três dias para que possa ir. —Viu a muita gente? Sunny sacudiu a cabeça e se tirou o sal das pipocas que lhe tinha cansado por cima das pernas. —Só ao Frannie e às meninas. tentei me fechar em mim mesma na medida do possível. Mas que não te caiba a menor duvida de que terá
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contribuído a alimentar os falatórios me passeando em carro por todo o cinema ao ar livre esta noite. Seu branco sorriso brilhava até na escuridão. —Tenho uma reputação que cuidar. E você também. Sunny olhou para outro lado e deu vários sorvos à a Coca-cola que ele tinha aberto para ela. Ty tinha a lata da Coca-cola fria apoiada contra seu sexo entre as coxas. Ela tentava manter a vista se separada desse ponto. —tiveste notícias do banco? Sunny fez um gesto de queixa. —Ainda não. —Mil vezes, tinha cruzado os dedos esse dia para que soasse o telefone, mas não o tinha feito. O prazo limite que lhe tinha dado ao senhor Smithie se morava. —Às vezes, não ter notícias, é sinônimo de boas notícias. —Essa é uma frase tão banal como o guia do filme —disse ao Ty. —Mas o digo a sério. Só tento te fazer sentir melhor. —Não quero me sentir melhor —disse irritada—. Quero esse empréstimo. Ponho-me doente só de pensar que o senhor Smithie e a gente de sua índole estejam farejando entre minhas contas bancárias, discutindo sobre mim, julgando meu caráter sobre a base de um dia de minha vida. O que tem isso que ver com que possa ou não devolver o empréstimo? O que tem que ver um dia de sua vida com todo o resto? Mas te aposto algo a que, quando analisarem minha solicitude, será isso o que terão em seus nimias e insignificantes mentes. Fez uma pausa para respirar fundo e, sem dar-se conta, voltou-se mais para o Ty. Então, elevou um joelho e cruzou as pernas. —Acaso se lembram de que fui presidenta do conselho de estudantes durante três anos seguidos? Não. Ou de que me graduei com tudas as honras no Instituto de Bacharelado do Latham? Não. Ou que cada semestre estava entre os alunos mais destacados pelo decano durante os anos universitários no LSU? Não. esqueceram-se de todo isso. Quão único recordam do Sunny Chandler é o dia de suas bodas. —Bom, tem que reconhecer que aquilo sim que foi bastante memorável. Sunny elevou o olhar e se encontrou de bruces com seu branco sorriso. —Esquece-o. —Indignada, voltou a colocar os dois pés no chão e a olhar para diante—. Não tenho nem idéia de por que estou falando de meus negócios contigo. Está te renda de mim. —Estava sonriendo —exclamou, visivelmente ofendido—. Sabe qual é seu problema? É muito irritável. Sempre está à defensiva. —Não o estou. —Vê? —Ty a assinalou com o dedo—. A isso refiro precisamente. Não sente saudades que tenha passado de todos os meninos do povo. Apostaria-me algo a que a quão mínima um deles estava em desacordo contigo sobre o preço dos ovos, mandava-lhe ao corno. Eliminava-o por não te seguir a corrente, por não te dar adulação constantemente. —Isso não é certo.
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—Não o é? Não pode suportar que lhe detenham. —Ty estendeu a mão e lhe agarrou uma mecha de cabelo. Atirou dela para ele até que teve sua cara diretamente debaixo da sua—. me Deixe que te diga uma coisa, Sunny Chandler. Quando estiver em cima de ti, te vai encantar. —me solte. —E te digo outra coisa. —Pronunciando suas palavras com os dentes fechados, enredou uns centímetros mais de seu cabelo ao redor do punho—. Se eu fosse Dom Jenkins, nunca teria saído pela porta daquela igreja. Crie que te teria permitido me deixar atirado como quem não quer a coisa? Não. Não te teria deixado escapar sem opor resistência e acredito que Jenkins tem algum problema sério para ter deixado escapar a um terremoto como você. —Não tem nem idéia do que está falando. —OH, sim que sei do que falo. Conheço as de seu tipo. Raivosamente independentes. Sempre têm que ter a voz cantante. A última palavra. Parecem açúcar, mas são pura geada. Sempre têm aos meninos agarrados pelos ovos e logo não fazem nada. —Ty se pôs-se a rir ao ver sua cara de assombro—. Bom, pois encontraste um igual, carinho, e te vai custar caro. Tome cuidado. Sunny tentou liberar-se empurrando contra seu peito. —Pois se nos pomos a falar de tipos de pessoas, eu também conheço seu tipo —repôs ela—. Te crie que é um presente do céu para as mulheres. —recebi poucas queixa —disse ele com arrogância—.E te asseguro que não me pediram nenhuma devolução de produto. —Cada vez que sacas esse sorriso insinuante, crie-te que qualquer mulher deveria tombar-se a seus pés, ficar a sua disposição e sentir-se honorada de ter o privilégio. Com seu melhor sorriso, Ty finalmente a soltou. Ela voltou para seu lado do carro. —Está claro que pode ser vulgar e suja quando lhe tiram de suas casinhas, verdade, senhorita Sunny? Sunny lhe lançou um olhar fulminante, enquanto se esfregava a cabeça, que lhe doía onde lhe tinha atirado do cabelo. Era um bárbaro... mas um bárbaro com perspicácia. Era certo que ela estava acostumada manter as distâncias com os homens. Mas o fazia para proteger-se a si mesmo, não para tomar o cabelo. Nesse sentido, Ty se equivocava respeito a ela. Por algum estranho motivo, seu repentino ataque a tinha excitado. Nenhum homem tinha sido tão fisicamente tateante com ela. Tinha-lhe gostado de sentir seu fôlego lhe golpeando a cara deliberadamente a cada palavra. Ao arremeter contra ela, sua voz tinha sido tão lhe sugiram que parecia quase tangível. A insinuação de violência latente que se subjazia a sua aparência de trato fácil tinha um certo atrativo para ela, embora lhe desse vergonha reconhecê-lo. Mas, nesse tipo de situações, negava-se a que ele a visse impressionada. Em lugar disso, tentava fazer ver que estava molesta. —Tem-me feito perder uma parte crucial do filme. —Você gosta de ver como lhe voam a tampa dos miolos aos policiais? —Se lhe incomodarem este tipo de filmes, por que me trouxeste?
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—Este tipo de filmes não me incomodam. Hollywood nunca poderia retratar a realidade tão crua como é na verdade. Uma vez mais, Sunny pôde vislumbrar seu lado mais sério. —Foi polícia antes de vir ao Latham Green? —Sim. —Em uma cidade? —Sunny estava olhando a tela, onde se via uma rápida perseguição por rodovia em uma grande cidade. Uma perseguição que culminava com outra morte violenta mais. Ty, que tampouco tirava os olhos da tela, limitou-se a assentir com a cabeça. —por que foi? —perguntou ela. Ele girou a cabeça e lhe lançou um olhar frio e desolador. —Porque já não era capaz a discernir quem eram os bons e os quais os maus. Sunny se deu conta de que estava colocando os narizes onde não a chamavam. Fran tinha insinuado que o passado do Ty Beaumont estava rodeado de mistério. Movida pela curiosidade, perguntou: —O que ocorreu? —É uma história larga e aborrecida. —Seguro que não me aborrece. —com certeza que sim. —Não sente falta da vida na cuidem? —Não. —Absolutamente? —Absolutamente. —Alguma vez pensa voltar? —Nunca. Como se queria deixar o tema resolvido, Ty fechou de repente a tampa do recipiente das pipocas e o colocou detrás de seu assento. Depois de pôr também ali detrás a geladeira, girou-se de lado e olhou fixamente ao Sunny. —O que acontece? —perguntou ela com acanhamento. —Por isso vejo daqui, atreveria-me a dizer que é quase perfeita. Ty estendeu sua mão até o primeiro botão de sua blusa e o desabotoou. Apartou a malha para um lado e deslizou seu dedo indicador sobre a suave curva de seu peito. O gesto a pilhou tão despreparada que demorou uns segundos em reagir. —Deixa-o —disse ele severamente quando ela elevou a mão para grampear-se de novo o botão—. Eu gosto de te olhar. —Seu olhar se fixou sobre o peito que ele mesmo tinha deixado à vista para provocar—. Me faz a boca água. Sunny ficou parada. Não se podia explicar por que lhe permitia que a tocasse desse modo. Possivelmente o fazia pela intensidade da expressão de sua
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cara. Não havia nenhuma mulher no planeta que pudesse resistir essa sorte de concentração absoluta por parte de um homem. Ty lhe tocou os suspensórios. —Como se chama isto? —É uma regata. Deslizou a mão dentro de sua blusa e apalpou seu peito coberto de seda até comprovar que a regata era a única roupa interior que levava. Sua mão era grande, robusta e cálida, e Sunny sentiu como o desejo se apoderava dela. Queria que seu peito seguisse sentindo sua mão eternamente. Entretanto, ele retirou a mão e se limitou a deslizar a ambos os lados de seu peito. —Leva esta regata em lugar de um sustento? —Às vezes. —Eu gosto. —Obrigado. Sunny não se teria imaginado que fora possível uma conversação de dourados como aquela entre um homem e uma mulher modernos. Desde não ter sido pelo movimento constante de seus robustos dedos, teria se pensado que tudo era fruto de sua imaginação. —Cada vez que estive em uma operação de vigilância —disse ele, reflexivo —, ou quando passava algo atroz, freqüentemente me punha a fantasiar com os peitos de uma mulher. —Isso é o que acontece com a maioria dos homens. —Era lascivo. E às vezes minhas fantasias eram estritamente sexuais. Entretanto, freqüentemente sonhava acordado com uns peitos de maneira... não sei... em sentido maternal. Às vezes, em minhas fantasias me encontrava desabotoando uma peça de lingerie, como esta regata, e deixava ao descoberto um formoso peito. Beijava-o. E, então, apoiava minha cabeça sobre ele. —Seus lábios desenharam um sorriso burlesco—. Freud o teria passado estupendamente comigo. Ao Sunny lhe tinha feito um nó na garganta e quase não podia falar. Quando o fazia, sua voz estava rouca da emoção e da excitação sexual. —Posso entendê-lo. Para ti, o peito representava a paz. Um refúgio. É como o ombro de um homem para uma mulher. Quando me sinto sozinha, minha fantasia favorita é estar sentada no regaço de um homem enquanto me abraça e minha cabeça descansa sobre seu ombro. Realmente, não tem nada que ver com o sexo. Os dedos do Ty se detiveram no ar justo por cima de sua pele. Elevou a vista para olhá-la aos olhos. —Não tem que ver com o sexo? Fascinada, devolveu-lhe o olhar. —Não sei. Durante um bom momento, olharam-se o um ao outro. Foi Ty quem se encarregou de romper o silêncio. —De que cor é sua regata? Há tão pouca luz que não se distingue bem.
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—Rosa pálido. —Rosa. —Ty repetiu a palavra e sorriu como se a tivesse encontrado deliciosa. Seus robustos dedos apenas a tocavam, mas Sunny sentia suas carícias por toda parte. Seu corpo se esquentou como o motor de um carro e estava preparado para acelerar. Tentava conter-se para não ficar a gemer em voz alta, liberada o fim. Entretanto, havia uma resposta física a sua atração sexual que Sunny não podia lhe ocultar. Lhe desabotoou outro botão da blusa e baixou a vista para lhe olhar o mamilo, sorridente. —Nem sequer te hei meio doido os mamilos. Tudo isto o tenho feito só com a voz. —Ty deslizou as gemas dos dedos sobre seus mamilos eretos—. Hmm, que bom. O desejo gorjeava através do Sunny como as notas mais altas de uma flauta. —Estamo-nos perdendo o filme. —De todos os modos, fomos os únicos que a estávamos seguindo. Todos outros nos tiram já vantagem. —Mas eles são meninos e nós, adultos. —Sim e já sabe o que dizem sobre os adultos muito condescendentes. Ty lhe aconteceu a mão pela nuca e a aproximou para beijá-la. Seus lábios encaixavam perfeitamente com os do Ty. O ardor do Ty alimentava o sua e a combustão espontânea era explosiva. Sunny se derreteu contra ele. Passoulhe um braço ao redor do pescoço e se regozijou ao sentir seu cabelo roçar contra seu braço. Ele agachou a cabeça e lhe aconteceu o nariz pelo canalillo. —Jogaste-te perfume aqui esta noite. —Sim. —Maravilhoso. Beijou-a na parte superior ereta do peito. Com doçura. Sunny conteve a respiração. Agarrou-lhe pela cabeça com força, introduzindo seus dedos em seu robusto cabelo, desejosa de sentir o calor úmido de sua boca sobre seu mamilo em ponta. Em lugar disso, Ty o agarrou entre seus dedos, beliscando-o brandamente para excitá-la ainda mais, esfregando a ponta com a gema do polegar. —Quero te beijar justo aqui. —Sunny gemeu para ouvir essas eróticas palavras—. Te aposto algo a que a ponta estará áspera contra minha língua. — Sunny deixou cair a cabeça para trás, enquanto lhe suplicava em silêncio que pusesse em ação essas palavras—. Quero que te molhe toda—. Ty lhe apertou com a mão a coxa através da saia. Assustada e excitada a partes iguais, Sunny lhe olhou fixamente à cara. Agora tinha as mãos postas sobre os ombros do Ty. Ambos os corpos se perseguiam o um ao outro, trementes. Sim, ela também tremia. Sem mediar palavra, limitava-se a assentir com a cabeça.
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Ty emitiu um profundo gemido enquanto afundava sua cabeça no pescoço do Sunny. —Tenho-a tão dura que faz mal. Tenho-a dura do primeiro momento em que te vi comendo aquele morango banhado de chocolate. Com um feroz movimento repentino, Ty levantou a cabeça de novo e agarrou sua cabeça entre suas mãos. dispôs-se a lhe esfregar os lábios com um e outro polegar. —Sua boca é deliciosa. Fiquei fascinado com ela assim que vi esses lábios fechar-se entreabro a aquele morango. E queria ser... —Ele sacudiu a cabeça para limpar-se e riu secamente—. O que eu gostaria que me fizesse me obrigaria a te prender. Ainda é ilegal por estas lareiras. —Ante o assombro do Sunny, Ty esboçou uma picasse sorriso—. No momento, poremos a essa maravilhosa boquita a fazer algo distinto. Baixou a cabeça para beijá-la de novo. Entretanto, alguém lhes interrompeu. —Xerife Beaumont? Uh, xerife? Peço-lhe desculpas. Ty girou a cabeça para o guichê do condutor, onde havia alguém dando golpes ao cristal. O homem empalideceu e se torno atrás para evitar seu fulminante olhar vikinga. —Sabe-me mal ter que lhe incomodar desta maneira, xerife. —Estou fora de serviço, Wade. —Já sei, senhor, e sinto muito ter que lhe incomodar assim, com sua garota e tal... —Agachou a cabeça para poder ver o Sunny—. Mil desculpas, senhorita. Sunny, que se tinha apressado a grampear-se com estupidez os botões da blusa, alegrava-se de que a escuridão ocultasse seu cabelo alvoroçado, suas bochechas ao vermelho vivo e sua saia enrugada. —O que quer, Wade? —Bom, senhor, temo-me que se trata de uma emergência. Desde não ser assim, pelo amor de Deus, não lhe teria incomodado. —Vê o grão —Ty tentava manter um tom formal. —trata-se do Rally, Xerife. Ela, uh, bom, ela... —Ela o que? —Está de parto. —De parto! —disseram Ty e Sunny ao uníssono. —Assim é, senhor. Quando voltei do trabalho, disse-me que se havia sentido triste todo o dia. Assim que imaginei que um filme poderia subir um pouco a moral. Então, nós... Ty ficou em marcha. Colocou a mão debaixo de seu assento e recuperou uma dessas sereias vermelhas com a base magnetizada para fixá-la sobre o teto de seu carro. Passou uma mão por detrás do Blade, recuperou o alto-falante do cinema e lhe disse ao jovem: —te reúna comigo à saída. Escoltarei-te até o hospital. —Fará-me falta, sem dúvida.
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—Venha, vamos —gritou Ty. Wade ficou o chapéu e pôs-se a correr. Ty arrancou o carro soltando pestes e o conduziu até a saída. Sua impaciência tinha certa aparência cômica. Sunny tentava reprimir a risada. Lhe franziu o cenho nada mas ouvir a primeira gargalhada. —Esse paletó nem sequer sabe quando lhe toca parir a sua mulher — balbuciou ele. —Não é o dos Florys? —Sim. —A inteligência nunca foi o prato forte dessa família —disse Sunny, rendo-se a gargalhada limpa. —Acredito que se casaram entre primos muitas vezes. Espera. Aqui chegam. —Uma caminhonete desmantelada retumbou atrás do Datsun—. Espero que esse traste chegue até o hospital. Ty saiu à estrada com os luzes de alerta postos. Levava sempre uma sereia no Datsun só para emergências deste tipo. Acendeu-a e o som sobressaltou ao Sunny de tal maneira que quase sai despedida do carro. O vento lhe alvoroçava o cabelo pela cara. estava-se rendo tanto que tinha lágrimas nos olhos. de vez em quando, Sunny olhava por cima do ombro. Milagrosamente, a caminhonete lhes seguia bem de perto. Os carros se faziam até lado a seu passo. Mas quando chegaram ao hospital e deram um frenazo diante da entrada da sala de emergências, a caminhonete fazia um ruído estranho. Jogava fumaça pela capota. Ty abriu sua porta de um empurrão e saiu do carro. Pôs-se a correr para o assento do co-piloto da caminhonete, abriu a porta de repente e ajudou a sair a grávida. Seu marido não parecia estar tão nervoso como Ty. Wade saiu da caminhonete e se dirigiu para a capota, arranhando-a cabeça ao comprovar que saía fumaça. —O que crie que lhe pode passar a meu furgão? Ty lhe gritou: —Acompanha a sua mulher dentro antes de que tenha ao menino aqui sobre o asfalto. Já me ocuparei eu do maldito furgão. Sua contundente ordem de sargento serve para que Wade ficasse em marcha. Acompanhou a sua mulher através das enormes leva de cristal. —Obrigado, xerife—gritou olhando para trás justo quando as comporta se fechavam atrás deles. Ty subiu à caminhonete fumegante e a estacionou em um oco livre do estacionamento. Seguidamente, reuniu-se com o Sunny no Datsun. —deixei as chaves postas no arranque. Quem ia querer roubar esse traste? Voltou a colocar a sereia portátil debaixo do assento do carro, assegurando-se de que estava apagada antes de pôr a primeira marcha, e saiu do estacionamento do hospital.
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—Bom —disse Sunny com um sorriso picasse—. Ao menos foi divertido! Ty franziu o cenho. Então, chamou-lhe a atenção o absurdo do episódio e sua boca esboçou um amplo sorriso. Logo o carro se encheu de gargalhadas. —Queria havê-lo matado por interromper... —Pensava que nunca ia ao grão Y... —Então, quando me disse... —Não me posso acreditar que viesse desse modo! Ty estava chorando da risada, assim teve que tirá-las lágrimas dos olhos. —Deus, que fome tenho! Com tanto agitação, entraram-me vontades de comer. E a ti? Sem esperar sua resposta, parou o carro diante do Busy Bee Café na Rua Principal, que era o único restaurante da cuidem que abria até tão tarde. —Faz anos que não venho aqui —comentou Sunny enquanto lhe abria a porta. —Estou seguro de que não terá trocado muito. Inclusive parece que não tenham limpo o chão após. De fato, o café não tinha trocado absolutamente. Sunny o examinou enquanto entravam. Aquele forte aroma de fritanga lhe resultava familiar. A garçonete que recordava de seus anos de juventude ainda trabalhava ali e a reconheceu imediatamente. —Olá, Sunny. Bem-vinda. meu deus, está muito bonito. —Obrigado. E você como está? —Igual a sempre. Velha e feia. Sunny se sentou no banco de plástica granada que lhe indicava Ty e agarrou uma carta que havia sobre uma bandeja metálica em cima da mesa, enquanto Ty lhe pedia à garçonete dois cafés. —Parece-te bem? —Perfeito —disse Sunny. —Nem sequer me expus te perguntar se tivesse preferido voltar para cinema ao ar livre. Ela sacudiu a cabeça. —Não, já tive suficiente dose do Gore para uma temporada. —Falando do Gore, lhe jogue uma olhada ao menu e me diga o que quer comer. Quando a garçonete lhes trouxe o café, os dois pediram um sándwich de carne. —Parece que sabe exatamente como você gosta de —disse Sunny, enquanto a garçonete se ia—. Deve vir muito freqüentemente. —Quando me toca uma noite pouco movimento, então sim. —Quando não lhe chamam para sair. —Mas bem quando não me chamam para entrar.
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Ao recordar a conversação sobre sua vida sexual do princípio da noite, Sunny quis aparentar que estava molesta, mas seu sorriso era muito encantada para resistir. Então, devolveu-lhe o sorriso. A alface de suas insossas saladas estava tão murcha que a tinham disfarçado com um espesso alinho caseiro de nata. Os sándwiches levavam também tomates frescos do campo. O pão em que vinha envolta a chuleta de carne à prancha estava dourado e rangente. —Quer sobremesa? —perguntou Ty, enquanto Sunny apartava o prato a um lado. —Não, obrigado. Em troca, sim deixou que a garçonete lhe preenchesse a taça de um aromático café quente. logo que teve recolhido os pratos, a garçonete voltou para seu sítio para ver a televisão que tinha em cima do mostrador. Estavam jogando The Tonight Show e o cozinheiro se uniu a ela para vê-lo. Ty e Sunny eram os únicos clientes do café. Ela estava olhando fixamente seu fumegante café, enquanto deslizava o dedo por cima do bordo da taça. —Onde crie que estaríamos agora se Wade Flory não nos tivesse interrompido? —perguntou Ty. Sunny levantou a cabeça rapidamente, mas assim que seu olhar se encontrou com a dele, voltou a baixá-la. O seu não era o tato. Nunca chegava a segundo que coisas de maneira gradual, mas sim expor as coisas às claras e às amadurecidas. Ela nunca estava preparada para suas saídas descaradas, nem para suas perguntas escandalosas. Mas se armou de valor para lhe dar uma resposta. —A que te refere? —Já sabe perfeitamente a que me refiro. Aonde nos teria levado nossa queda? —E como ia ou seja o eu? Ty se reclinou sobre a mesa e lhe sussurrou ao ouvido para que ninguém pudesse lhes ouvir: —Sim que sabe, Sunny. Estaríamos na cama. Como sabia que provavelmente tinha razão, Sunny se zangou ainda mais. —É que só pensa nisso? —Não, todo o tempo não —repôs ele sem alterar-se—, mas ultimamente, sim. Tenho uma aposta em jogo, recorda? Sunny lançou um fundo suspiro de exasperação. —Se me deixar em paz, comprarei-te eu uma caixa de uísque. Ty franziu o cenho, fazendo ver que estava considerando seriamente sua oferta e depois sacudiu a cabeça. —Não, não seria o mesmo. Assim, não suporia nenhum desafio. E, nesse caso, teria que comprar uma vara de pescar nova ao George. —Esse George! Poderia lhe estrangular. Antes era tão amável. Não me posso acreditar que fique A... —Seus olhos se obscureceram com a sombra de
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suspeita—. Ou acaso lhe inventaste isso todo você? Ty esboçou um sorriso evasiva. —Inventaste-lhe isso? —gritou ela do outro lado da mesa—. Não há aposta que valha! É só uma nova artimanha fruto de sua mente doente, verdade? Uma vez mais, só recebeu um sorriso travesso por resposta. Sunny saiu apitando do banco onde estava sentada. —me leve a casa. Ty a repassou de cima abaixo. —Com muito prazer. —E assim que chegue ali, penso entrar sozinha a casa. —Sunny, Sunny —disse ele com ironia—. Não vai haver mais manuseios esta noite? —Não. —Não é justo. Nem sequer te tinha metido ainda a mão por debaixo da saia. Você arrumado algo a que a metade dos meninos do cinema ao ar livre tinham chegado já ao menos até esse ponto. Ty ficou a fazer uma careta tão divertida com a cara que ela pôs-se a rir, deixando sua irritação sepultada no esquecimento, de novo graças a seu encanto. —É incorrigível. O sino da entrada do café soou quando alguém abriu a porta. Sunny jogou uma olhada naquela direção. Nesse preciso instante, seu sorriso se esfumou e sua pele de pêssego ficou pálida, da cor das cinzas. O recém-chegado jogou uma olhada a seu redor. Seu olhar se deteve ante ela. Parecia estar ele tão impactado como ela. Ao dar-se notar sua repentina mudança de humor, Ty se deu a volta. Dom Jenkins se dirigia para eles. —Olá, Sunny. —Olá, Dom. Sunny pensou que lhe ia sair o coração do peito. Parecia-lhe literalmente que ia dar um ataque ao coração. Entretanto, estava obrigada a guardar uma aparência valente e displicente. O sorriso que levava grafite nos lábios era muito brilhante e muito ampla para ser genuína, mas esperava que ele não o notasse. —Tem um aspecto magnífico —disse Dom. —Obrigado, o mesmo te digo. Em realidade, não era certo. Estava gasto, magricela e tinha os ombros cansados. Lhe veio à mente que Fran lhe tinha comentado que seu matrimônio se estava indo a rivalidade e se desfrutou perversamente no prazer de comprovar seus evidentes assinale de estresse e infelicidade. Entretanto, sua cara lhe resultava tão dolosamente familiar que era difícil para ela estabelecer com exatidão o que tinha trocado nele. E lhe era mais fácil recrear-se em tudo o que lhe resultava familiar, do modo em que jogava o cabelo
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para atrás até sua mania de metê-las mãos nos bolsos da calça. —boa noite, Ty —disse Dom, fazendo ornamento de suas bons maneiras. Baixou a vista para olhar ao xerife, que lhe ofereceu um sorriso insosso. —O que há Dom? Dom voltou a dirigir-se ao Sunny. —Imagino que tornaste para as bodas do Fran. A resposta era tão evidente que não fez falta nem pronunciá-la. Era umas bodas o que a tinha feito partir e outras bodas o que a tinha feito retornar. —Me alegro muito por ela. Steve parece uma pessoa maravilhosa —disse ela com entusiasmo. —Sim, é um menino estupendo. —Dom trocou o peso de uma perna à outra—. Como lhe estão indo as coisas em Nova Orleans? Sunny não teve necessidade de lhe perguntar como sabia onde estava vivendo. O boca a boca teria chegado naturalmente. —Uy, eu adoro. Tenho um apartamento ao lado do St. Charles, perto do Tulane. Impressionado, elevou as sobrancelhas. —Bonita vizinhança. —eu adoro. A cidade é tão divertida. Sempre há algo que fazer. —Durante o último baile do Mardi Gras, vi sua foto em um periódico com um desses disfarces que desenha. Sunny deixou cair a cabeça para trás. —Espero que ficasse impressionado. —Sim, estava-o —respondeu tudo sério. Sunny não queria lhe expor a seguinte pergunta, mas não pôde conterse. —Como está Gretchen? Ele se encolheu de ombros. —Bom, uh, está bem. Seus olhos se encontraram e ficaram olhando mutuamente durante uns segundos até que Sunny disse: —Bom, já íamos. Está preparado, Ty? Encantou-me verte outra vez, Dom. Saúda o Gretchen de minha parte. Dom se fez a um lado para deixá-la sair do banco em que estava sentada. Ty atirou o dinheiro em cima da mesa, deu-lhe as boa noite bruscamente a Dom e depois seguiu ao Sunny fora do local. Ela estava ansiosa por que lhe abrisse a porta do carro. Assim que o fez, não pôde evitar deixar cair sobre o assento. Ty agarrou a estrada do lago para sair do povo e manteve a velocidade justo por debaixo do limite regulamentar. Sunny repousou a cabeça contra o respaldo do assento e deixou que o vento úmido da noite lhe desse na cara. Não intercambiaram nenhuma só palavra em todo o caminho.
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Ty pisou nos freios do Datsun diante da cabana. Sunny queria escapar, sem mais. —Obrigado pela velada, Ty. Diverti-me. Saiu escopetada do carro e pôs-se a correr escada acima até o alpendre de entrada. Procurou provas suas chaves ante a porta e jogou pestes quando lhe caíram ao chão. Parecia óbvio que uma fuga precipitada não ia ser possível. Ty apareceu a seu lado, recolheu-lhe as chaves e abriu a porta. Não esperou a que ela entrasse por seu próprio pé, mas sim a empurrou diante dele e acendeu a luz. Quando os olhos do Sunny se acostumaram à repentina luz, ele estava agarrando a dos ombros. —me deixe! Que demônios te passa? —perguntou ela, tentando lhe liberar de suas garras. —Tiraste-me as palavras da boca, Sunny. Que demônios acontece com ti? —Nada! —Então, por que te comportou dessa maneira diante do Jenkins? —De que maneira? Ty a sacudiu ligeiramente. —Não te faça a parva. Solta-o. —Soltar o que? —Quero saber por que foi o dia de suas bodas.
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Capítulo 7 De repente, Sunny deixou de opor resistência. —O que te faz pensar que lhe ia dizer isso a ti? Ty aproximou sua cara a dela. —Porque por muito que não queira reconhecê-lo, Sunny, temos algo especial. —Algo especial? —Entre nós dois. Sunny se pôs-se a rir em tom de brincadeira. —Será sua aposta. Se é que a há. —Algo mais que isso. —Não há nada mais que isso. —Quase que sim —disse ele com suavidade—. Do mesmo momento em que te agarrei entre meus braços no baile, estivemos intercambiando curtocircuitos. Possivelmente não queira reconhecê-lo, possivelmente você não goste. Mas está claro que não pode negá-lo. O teimoso gesto estirado do Sunny, com o queixo alta, indicava justamente o contrário. —por que não me deixa em paz? —Porque, maldita seja, quero-me deitar contigo. Sua franqueza lhe fez deter-se, mas não por muito tempo.
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—Alguma vez lhe faltam as palavras, verdade? —Nunca. Nem a ti tampouco, exceto quando sai a reluzir o tema de suas bodas. Então, te come a língua o gato. por que? —Não é teu assunto. —Sim que o é. —E a ti quem te deu vela neste enterro? De repente, Ty a agarrou da mão e atirou dela para diante, colocando-lhe contra a braguilha dos jeans. —Isto é o que me dá vela neste enterro. Como seu futuro amante tenho o direito de saber o que é o que te passa pela cabeça. Ela retirou a mão e a sacudiu como se se queimou. Ele se aproveitou do silêncio no que a tinha sumido sua perplexidade. —por que pôs em cena aquele estúpido papel de muñequita sulina quando Jenkins entrou no local? —Que papel de muñequita sulina? —Carinho, quase lhe faz sombra a muito mesmo Vivien Leigh. —Não sei do que me está falando. —Então, deixarei-lhe isso mais claro. Essa revoada de pestanas. Esse sorriso tolo. Esse vocabulário ridículo: «eu adoro». —Ty mostrou um gesto de impaciência —A que vinha toda essa mierda? É esse o tipo de comportamento que Jenkins se espera de ti? Não sente saudades que sua relação com ele se fora ao carajo. Suas palavras lhe doeram. Mas antes de cercar uma discussão que ela mesma temia perder, decidiu lhe atacar desde outra perspectiva. —Relação! Bonita palavra para sair de seus lábios precisamente. O que saberá você de relações? Por isso ouvi, as relações que mantém você com o sexo oposto estranha vez duram mais de uma noite, se chegarem. —Estamos falando de ti, não de mim. —É você a que esta falando de mim. —É suas bodas a que se foi ao garete. —Mas eu ao menos estive perto de me casar —gritou ela. —Eu estive mais perto ainda —replicou ele—.Eu sim que me casei. Por um instante, Ty ficou parado. Ato seguido, deu-se rapidamente a volta, dando as costas ao Sunny. Ela ficou olhando enquanto se passava impaciente os dedos entre o cabelo, jogando pestes entre dentes. O peito do Sunny se afundou de repente. —Está casado? —Divorciado. —Desde quando? —A muito tempo tempo. —E o que ocorreu?
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—Que me dispararam. —Dispararam-lhe? —Sunny se deixou cair sobre o reposabrazos do sofá. Lentamente, Ty se deu a volta para ter a de cara. Olhou-a fixamente em silencio durante um bom momento. Então, arrancou a falar com frases telegráficas. —Casamo-nos. Subiram a segunda fila. eu adorava. Ela o odiava. Discutíamos cada vez que saía de casa. Ela não entendia por que... deteve-se de repente, revolveu-se o cabelo de novo e então retomou o discurso. —Uma noite, chamaram-na do hospital. A ferida de bala não era tão grave. A bala me atravessou por este lado. —Ausente, tocou-se o flanco—. Mas foi suficiente para assustá-la. Quando me recuperei, disse-me que já não podia mais, que não podia viver comigo pensando que cada vez que saía de casa poderia ser a última vez. Divorciamo-nos. Sunny examinou o estampado de raias do sofá. —Por isso veio aqui? —Não. Isso é outra coisa. —Seus lábios se endureceram adotando essa sutil amargura que começava a resultar familiar ao Sunny. Saía a reluzir cada vez que se tocava o tema de por que se mudou ao Latham Green. Ele se aproximou para a janela, abriu a persiana e deixou que seu olhar se perdesse na escuridão que rodeava a cabana. Parecia taciturno. Sunny se perguntava se seguiria ainda apaixonado pela mulher que lhe tinha deixado. Estava presa de um ciúmes ainda não reconhecidos. surpreendeu-se a si mesmo quase mais que quando lhe expôs a pergunta em voz alta. Ele girou a cabeça a câmara lenta e a olhou fixamente. Então, um ligeiro sorriso aliviou a tensão de seus lábios. —Não, Sunny. Se assim fora, nunca a teria deixado escapar. —Te vê tão triste quando fala do tema... —Só me sabe mal o ter adiado sua felicidade. Oxalá me tivesse dado conta antes de que não parecíamos o um para o outro. E que procurávamos coisas diferentes. —Ty voltou a aproximar-se do reposabrazos onde ela estava sentada e ficou em cuclillas diante dela. Com um gesto paternal, colocou suas mãos sobre as dela—. É isso o que aconteceu você e Jenkins? Decidiu no último momento que procuravam coisas diferentes? —Isso, basicamente, sim. —E do que se tratava especificamente? Queria continuar rompendo corações? Sunny jogou a um lado de um empurrão e ficou de pé. —por que você e todos outros dão por sentado que fora culpa minha e não dela? Sunny se deu conta muito tarde de até que ponto essa afirmação era reveladora. Só cabia esperar-se que ele não tivesse pilhado o matiz. É obvio, isso era muito pedir, tendo em conta que se tratava de um policial. Como tal, estava treinado para localizar as discrepâncias e interpretar os matizes reveladores. Ty a agarrou dos ombros e lhe fez girar-se.
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—Está dizendo que foi idéia do Jenkins? —Não estou dizendo nada. —Não intencionadamente, mas os testemunhos incriminatorios revistam produzir-se acidentalmente. O que ocorreu, Sunny? O que fez Jenkins? Ela apertou os lábios teimosamente. Ty examinou sua cara, sondando a turbulência de seus olhos. —Agora que o penso —disse reflexivo—, seu comportamento de esta noite no café era estranho em mais de um sentido. Foi você a que se foi da igreja. portanto, ao lhe ver pela primeira vez após, não deveria ter atuado com certo pudor? Arrependida? Envergonhada? Em troca, tentou com todas suas forças lhe vender quão feliz foi em Nova Orleans. Você não é cruel. Se realmente tivesse sido você a que lhe tivesse deixado atirado a ele não teria estado tão efervescente, nem lhe tivesse tentado passar pelos narizes quão maravilhosa era sua vida sem ele. Lhe girou a cara. Lhe beliscou o queixo com seus dedos polegares e índice, e a empurrou para trás. —Estate quieto —disse ela. —Isso, não? Jenkins disse ou fez algo antes das bodas que te obrigou a adotar medidas drásticas. Algo indefensável. Intolerável. —Umas cem pessoas me viram me dar a volta e ir. Já ouviste quão caprichosa sou —disse ela, deixando cair a cabeça para trás e sacudindo sua juba ao ar—. Troquei de idéia, isso é tudo. —Já vejo, já. Pois eu não me posso acreditar isso, Sunny. Algo te fez trocar de idéia. Mas o que? O que podia ele ter feito que fora tão terrível, tão ruim...? —Sei ficou parado, olhando-a incisivamente—. Outra mulher —disse brandamente. Sunny se liberou dele. dispôs-se a percorrer a habitação como se estivesse procurando uma via de escapamento. Tinha os braços cruzados sobre o estômago. Como sentia frio, esfregou-se os antebraços com as mãos. Saiu ao alpendre em busca de calor. O abafado a envolveu. As sombras eram densas; sentiu o desejo de envolver-lhe redor para que a protegessem. Entretanto, não havia escapatória ao homem intuitivo que estava desmascarando o segredo que ninguém mais tinha adivinhado. moveu-se atrás dela. —O que aconteceu, Sunny? —Sua voz, agora carente de malícia, era mais suave e inspirava a mesma confiança que a de um sacerdote. Aquele homem tinha desmascarado seu segredo melhor guardado. Deveria estar furiosa, mas para sua própria surpresa encontrou que se sentia quase agradecida. Durante três anos tinha guardado sua dor no interior de uma garrafa. Era um alívio desarrolhá-la e deixar que tudo saísse. —Eu tinha comprado braceletes de ouro para todas minhas damas de honra. que lhe tinha dado ao Gretchen... —Ty blasfemou de repente atrás dela. Sunny não se deteve para comentar sua reação quando lhe ouviu dizer aquele nome. Agora que tinha começado, estava ansiosa de tirá-lo tudo de dentro— o do Gretchen tinha um defeito de fábrica, assim tive que levá-lo a joalheria para que me trocassem isso.
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Sunny se estremeceu. Ele a agarrou dos ombros e a convidou a apoiar suas costas contra ele. —A manhã das bodas me levantei tarde. Tinha um milhão de coisas que fazer e queria fazer o máximo número de recados a primeira hora. Um dos recados que queria me tirar do meio era entregar o bracelete ao Gretchen. Conduzi meu carro até sua casa. Chamei-a quando cheguei à porta de entrada. Pensei que certamente ainda estaria dormida, assim subi até sua habitação. deteve-se para respirar fundo. —Encontrei a Dom com ela na cama. Dizia-o agora com o mesmo desconcerto que havia sentido aquela manhã quando viu o homem com o que ia se casar às poucas horas nu, entre os braços dormitados de uma mulher que ela considerava seu amiga. Não era raiva o primeiro que havia sentido. Nem sequer ira. Mas sim mas bem um profundo desconcerto. «Que demônios estava fazendo Dom na cama do Gretchen?» É obvio, a resposta era óbvia. —levantaram-se. Pode imaginar o Sua voz se foi apagando; deixou cair a cabeça para diante; fechou os olhos; esfregou-se a frente—. Foi terrivelmente incômodo para os três. Desejei-lhes o pior e pus-se a correr. —Jogou ele a correr detrás de ti? —OH, sim. Alcançou-me e me pediu que dialogássemos. Não podia me acreditar o que estava passando. Era tão estranho, tão inesperado. Estava aturdida. —E o que disse ele? Sunny suspirou e se encolheu de ombros. —Que tinha sido uma dessas coisas que passam. Não tinha desculpa, nem explicação. Que Gretchen não significava nada para ele. O que ele me amava, que estava apaixonado e que queria casar-se comigo. Que se odiava a si mesmo pelo que tinha feito. —Uma vez mais, suspirou—. Coisas desse tipo. —E você o creíste? —Sim, imagino. Não sei. —Já tinham estado juntos antes ele e Gretchen? —Ele me jurou que não, mas isso era o de menos, não crie? Tinham-me traído igualmente. Gretchen me chamou chorando para me pedir que a perdoasse. —Então, decidiu seguir adiante com as bodas. —Pensava que não tinha alternativa. Meus pais se gastaram uma dinheirama. Quase todo o povo ia estar ali. Estava confundida e não havia ninguém com quem pudesse falar do tema porque não queria que ninguém soubesse. Tampouco foi como se tivesse semanas nem sequer dias inteiros para tomar uma decisão. Tive que decidir o que fazer em questão de umas horas. Dom não parava de me dizer que era uma insensata por me expor sequer a possibilidade de anular as bodas, que pela mesma regra de três uma noite em meio de toda uma vida carecia de importância. Disse que minha atitude não era nada moderna e que se realmente lhe quisesse, perdoaria-lhe. E eu me pensava
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que lhe queria. Parecia impossível dar marcha atrás. ficou calada. Quando retomou a história, sua voz soava longínqua, como se estivesse revivendo-o tudo de novo. —Parecia impossível até que o sacerdote me perguntou se estaria disposta a lhe entregar minha vida a Dom. E nesse instante, soube que não poderia. Se era capaz de deitar-se com outra mulher na véspera de nossas bodas, havia muitas probabilidades de que voltasse a fazê-lo. O mínimo que se devem esperar os cônjuges um do outro é a fidelidade, não crie? —Sunny respirou fundo—. De maneira que quando o sacerdote formulou a pergunta, soube que não poderia seguir adiante com as bodas, apesar da humilhação que aquilo me ia conduzir. Durante um bom momento, Sunny ficou olhando a escuridão, perdida em sua memória. Ao voltar em si, deu-se conta de que Ty Beaumont a estava sujeitando e abraçando contra ele. Ele tinha seu queixo apoiado sobre sua cabeça e ela podia sentir sua respiração abater-se sobre seu cabelo. Seus dedos a acariciavam a ambos os lados do pescoço. De repente, precaveu-se das assombrosas conseqüências do que acabava de fazer. Ty lhe tinha conseguido tirar o que ela tinha mantido em segredo durante todo este tempo. Nem sequer seus pais sabiam a razão pela que tinha abandonado a igreja aquele dia. O fato de que Ty soubesse lhe dava certo poder sobre ela. Seu segredo estava verdadeiramente a salvo com Dom e Gretchen. Entretanto, agora Ty sabia. Como muito, compadeceria-se dela. Mas ela não necessitava sua compaixão! Sunny se deu a volta e lhe encarou beligerante. Tinha os olhos alagados de lágrimas. —Aí o tem! Está satisfeito? É isso o que queria ouvir? —Não tinha nem idéia de que fosse tão doloroso. —Então, não deveria me haver dado a lata para que lhe contasse isso. —Não, é melhor para os dois que me haja isso dito. O que não entendo é que tenha querido carregar você com a culpa do acontecido. por que deixaste que todo mundo pensasse que Dom era a vítima? —Terá que imaginar o resto, senhor Beaumont. Eu entro. Ela passou por diante dele, mas ele a agarrou do braço e atirou dela para trás. —por que, Sunny? Enquanto ficava olhando, seus olhos se encheram de lágrimas. —Não sabe? A verdade golpeou ao Ty Beaumont com o impacto de uma bala do calibre 45. Ele havia esse sentido impacto em sua própria pele e as palavras do Sunny lhe impactaram com a mesma força. —Ainda está apaixonada por esse filho de puta? —boa noite. vou entrar. —Espera um momento. —Ty atirou dela para trás—. Isso é tudo? Por isso decidiu carregar você com a culpa em lugar de anunciar a toda a igreja cheia de gente que ele e Gretchen se deitavam juntos, coisa que pessoalmente acredito
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que deveria ter feito. —Não te pedi seu conselho, nem antes nem agora. —Por isso, quando o viu esta noite, parecia que te tivesse ficado de uma peça antes de te pôr a interpretar o papel de Escarlate Ou'Hara. Como pode estar apaixonada por um asqueroso desse calibre? —Não esperava que um homem com sua falta de sensibilidade o entendesse. —Quer saber o que acredito? —Não. —Acredito que te está enganando para acreditar que ainda lhe ama. trata-se simplesmente do único homem que conseguiu te tirar de gonzo e o único que te rechaçou, não ao contrário. —Está louco. —Não, Jenkins é o louco. Por ter deixado escapar uma bola de fogo como você. Para que ia arriscar se esse estúpido bastardo a te perder? Conheço o Gretchen Jenkins. É uma garota Mona, mas não tem nem muito menos seu fogo, nem sua vitalidade. Ty inclinou a cabeça. —Possivelmente isso foi o que assustou ao Jenkins. Possivelmente sabia que não poderia dar a talha para lhe dar agradar sexual a uma mulher como você. Na véspera de suas bodas, ficou nervoso com esse tema e sentiu a necessidade de confirmar sua virilidade. De maneira que se foi à cama com outra mulher —não uma qualquer, a não ser uma de seus melhores amigas— para prová-lo. —Isso... isso é ridículo! Os homens de verdade não têm por que provar sua masculinidade! —exclamou Sunny. —Exatamente. Sunny se deu conta de que a tinha apanhada em um beco sem saída e agora tentava sair do apuro. —Nunca tenho suposto nenhuma ameaça para a masculinidade de Dom. —Está segura? —claro que sim. Como ia ser o? —Simplesmente, sendo você mesma. Inteligente, talentosa, segura de ti mesma, independente. Alguns homens se sentem ameaçados por mulheres de seu tipo. Aparentemente, Dom é um deles. Necessitava uma mulher que alimentasse seu ego, que lhe dissesse o forte e maravilhoso que é. —Eu o fazia —disse Sunny com desespero. Até o dia de hoje, não podia entender por que Dom se foi à cama com o Gretchen. O que lhe tinha dado Gretchen que ela não pudesse lhe dar? Que necessidade tinha conseguido satisfazer Gretchen que ela não tivesse sabido encher? Ty replicou: —Mas você é tão forte e maravilhosa como ele. Se não mais. Jenkins não podia suportá-lo. —Ele a estreitou entre seus braços—. Pensa que é um perfeito idiota por te haver deixado escapar. E acredito que você também é uma perfeita
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idiota por te acreditar ainda apaixonada por ele. Tentou liberar-se de entre seus braços, mas era impossível. Parecia que Ty não opunha apenas resistência alguma, mas seus braços eram fortes. Como o era seu vago sorriso. Ele era capaz de fazer apagar a Dom de sua memória. O homem que amava ficava escurecido por este, ao que odiava. Ty Beaumont sempre dava no prego, já fora para excitá-la ou para respirá-la a que lhe desvelasse seus mais profundos secretos do coração. Não sabia como as tinha arrumado para tirar-lhe nem por que se havia sentido tão culpado, mas tinha ocorrido e nunca lhe perdoaria por isso. Alheio a seus pensamentos, Ty prosseguiu com seu sermão. —Dom Jenkins não é sua meia laranja, Sunny. O matrimônio teria acabado em água de borrajas antes ou depois de todos modos. Ao fazer o que fez, simplesmente conseguiu te economizar uma infelicidade maior. —Como te atreve a te pôr neste plano pretendendo saber o que me faria feliz? —Sei, de acordo. Necessita um homem capaz de te seguir a onda. Um ao que goste de sua faísca e a quem não lhe intimide. Alguém que corresponda sua paixão. Necessita a alguém que te faça o amor e que lhe faça isso bem forte, Sunny. E freqüentemente. —E imagino que crie que você dá o tipo. moveu-se para ela de maneira lhe sugiram. —Isso me diga isso você. —Eu só te digo uma coisa —disse acalorada—. Quero a Dom. —Demonstra-o. Resiste a mim. Resiste a isto. Empurrou-a contra uma das colunas do alpendre e lhe plantou um beijo ardente nos lábios. Sua boca tentou emitir uma série de afogados protestos, que se desvaneceram ante seu imperioso beijo. Continuando, Sunny tentou jogar a cabeça a um lado para evitar seus insidiosos lábios, mas sua boca a seguia implacável. Sunny fez pressão contra seus ombros com a base das mãos, mas só conseguiu aproximar-se ainda mais, ficando encaixotada entre ele e a suave madeira de cipreste. —Com todo o fogo que leva dentro —murmurou ele contra seu pescoço arqueado—, e Jenkins pretendia extingui-lo. —E você não? Ty esfregou seus lábios contra os dela ao tempo que sacudia a cabeça para responder que não. —Absolutamente, Sunny. Quero jogar mais lenha a arder em seu interior. Quero me colocar dentro de sua fogueira. Ela soltou um gemido e, ao fazê-lo, lhe colocou a língua mais dentro; uma língua que manobrava com surpreendente habilidade. Sunny lutava contra o tremor que se apoderava de suas extremidades, as debilitando. Negou as sensações que lentamente percorriam seu corpo, com a mesma dureza, calidez e efervescência do melaço. Lhe desabotoou a blusa e lhe colocou a aba pela cintura da saia.
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—Não —protestou ela, mostrando grande debilidade. —por que não? —Porque te odeio. —O amor não te está sentando nada bem —disse ele, deslizando as mãos por cima de seus peitos—. Possivelmente deveria lhe dar uma oportunidade ao ódio. —Detenha —grunhiu ela. —antes de ter provado seu sabor? —Sim. —Quer que te deixe sozinha, verdade? —Sim. —Não, não quer. —Sim que quero. Ty colocou seus lábios sobre sua orelha e apertou a palma de sua mão contra seu ventre, com os dedos para baixo. —Deveria me deter aqui? —Sim. —Posso te dar muito prazer, Sunny, só com as gemas de meus dedos. Com apenas te tocar. —Não. te esteja aquieto. —Não quer que te toque ali onde está quente e úmida? —Não —disse entre soluços. —É uma mentirosa, Sunny Chandler —sussurrou com voz rouca. Sunny queria desabar-se em cima dele. Estava desejando apoiar sua cabeça sobre seu peito protetor e recrear-se em sua força. E, morta de vergonha, reconhecia para seus adentros que queria que sua mão a acariciasse até que se desvanecesse aquele febril desejo, quase doloroso. Entretanto, lutou contra sua própria debilidade e elevou a cabeça. Graças a sua força de vontade, conseguiu converter sua paixão em animosidade. Seus lábios tinham machucados, marcadas não só pelos beijos do Ty, mas também também por si mesmo, ao mordê-los lábios em um desumano esforço por conter seus gemidos, signos de sua própria capitulação. Os olhos lhe brilhavam em um ato de rebeldia. —Quão único conseguiste demonstrar é que sou humano, de carne e osso, que não de pedra. Deitarei-me contigo agora se isso for o que quer. Pode ganhar sua aposta. Pode salvar seu enorme ego mantendo um bom histórico de experiências de quarto. —Sunny lançou um suspiro entrecortado—. Mas quando tiver acabado, ainda seguirei querendo a Dom. E saberá que meu coração não estava ali contigo. Terei-te utilizado, de igual modo que você me utilizaste . É isso o que quer?
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Ty tinha cometido um grave engano tático e sabia. Amaldiçoando seu engano de cálculo, esvaziou a enésima taça de café que se bebeu desde que havia tornado da cabana do Sunny no lago. Nem sequer se tinha ido à cama, consciente de que não teria servido de nada. Não ia poder dormir. Detento do desejo e dos remorsos, teria permanecido acordado toda a noite em qualquer caso. Assim tinha decidido beber-se toda a cafeteira e esperar assim a que chegará o dia. Agora, enquanto o sol saía pelo este sobre o horizonte, ainda se reprovava a si mesmo o modo em que tinha levado as coisas a noite anterior. Tinha-a posto em uma tesitura em que qualquer animal ferido se teria defendido a zarpazos. Quando havia dito ao Sunny que não amava ou que não podia amar a Dom Jenkins, era de esperar que ela teria jurado sobre uma pilha de Bíblias que sim que o amava. por que se tinha precavido tão tarde? —Porque sou estúpido, essa é a resposta —resmungou enquanto se levantava de sua cadeira. Esclareceu taça na pia, desligou a cafeteira e se dirigiu através da escuridão de sua casa até sua habitação. Casualmente, deulhe de olhar seu reflexo no espelho de seu vestidor. Tinha os mesmos olhos avermelhados e dormitados de um bêbado depois de três dias de farra. Sua barba entupida estava muito mais escura que seu cabelo e escurecia a metade inferior de seu rosto. Levava a camisa desabotoada até abaixo e lhe sobressaía a aba até as coxas. Tinha um aspecto completamente deplorável que pouco tinha que ver com a aparência que cabia esperar do mais alto agente de polícia do Latham Parish. lavou-se a cara no lavabo do banho e, uma vez mais, recapitulou os episódios da noite anterior. Sunny era toda uma mulher, disso não cabia a menor duvida. Uma mulher sensual e apaixonada. havia a tornado louca com seu gesto de deixar de preâmbulos para levá-la diretamente ao cinema ao ar livre. Se a tivesse levado diretamente da cozinha a sua habitação, ela não haveria oposto resistência alguma. Possivelmente teria devotado um mínimo de resistência, vista sua natureza, mas em nenhum caso uma resistência real. Ele tinha decidido atrás de seu primeiro encontro que o único modo de cortejar ao Sunny Chandler seria sem fazer nada em especial. Imediatamente, tinha-lhe ficado claro que não gostava de ser adulada; que estava muito acostumada às adulações. Não era fácil de chavecar; era muito inteligente. Não podia apelar a sua compaixão; não lhe teria acreditado nunca. Instintivamente, sabia que o único modo seguro de levar a à cama com êxito era lhe dizer sem disfarces o que ia fazer e, depois, não tentá-lo com muito afinco. lhe entrar no besta e depois retirar-se. A chave estava na confusão. Quando ele fizesse seu último intento, a pobre garota estaria tão confundida com seu inteligente estratagema que se sentiria quase aliviada de cair rendida em sua cama. Tudo tinha saído bem, de acordo com seu plano. Entretanto, não tinha contado com o monumental obstáculo de que ela confessasse estar ainda apaixonada por Dom Jenkins. fez-se um corte no queixo. Amaldiçoou a cuchilla e atirou zangado o barbeador elétrico descartável no cesto de papéis. tirou-se a roupa, entrou na ducha e abriu todos os grifos ao máximo. Possivelmente a água a toda pressão poderia injetar um pouco de sentido comum em sua cabeça.
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Apaixonada pelo Jenkins? Há! Miúda estupidez. ensaboou-se, franzindo o cenho ante a idéia de que Sunny seguisse apaixonada por semelhante boneco de pano. Não podia ver que Jenkins não era apropriado para ela? Não se dava conta de que tudo o que havia dito sobre a insegurança do Jenkins era acertado? Claro, era psicologia caseira. Mas era tão óbvio que qualquer idiota deveria ser capaz de ver que sua teoria estava bem fundamentada. Jenkins era o único homem que lhe tinha feito mal. Ela era como uma menina a que lhe tinham negado um único brinquedo de uma caixa cheia deles. Jenkins era o que ela queria só porque sabia que não podia o ter. Se lhe tivesse querido de verdade, como ela assegurava, lhe teria perdoado qualquer deslize e se teria casado com ele de todos os modos. por que não podia ver a verdade? Ty fechou o grifo e saiu da ducha. secou-se de qualquer maneira. Entrou nu em sua habitação e se dispôs a abrir as gavetas da cômoda em busca de roupa interior e meias três-quartos a jogo. Sunny sabia dar tanto como recebia. tinha-se pontudo um tanto ao marcar o farol de lhe dizer que se deitaria com ele. Só por sexo. Sem sentimento. por que demônios não tinha aceito aquela oferta? por que não a tinha estreitado entre seus braços para levá-la à habitação? Lhe teria tirado da cabeça qualquer possível pensamento de Dom Jenkins e de qualquer outro homem que tivesse conhecido. Ao menos, ele se haveria refugo daquilo que agora tanto lhe estava custando manter dentro das cueca. Amaldiçoou sua ereta masculinidade. Amaldiçoou à mulher culpado da ereção. Amaldiçoou sua própria suscetibilidade ante ela. amaldiçoou-se a si mesmo por não ter recorrido a nenhuma das múltiplos mulheres que teriam estado mais que desejosas de contribuir a que as cueca lhe coubessem esta manhã. vestiu-se, agarrou as chaves de seu carro e abandonou a casa. Seu carro de patrulha arrancou à primeira, embora cabia pensar que o motor resistia a julgar pelo modo em que Ty pisou no acelerador até o chão. Felizmente, as ruas da cuidem se estavam despertando ainda e não havia muito tráfico. O sol ainda não tinha saído de tudo, mas já fazia calor. A camisa lhe pegava à costas quando entrou em seu escritório nos tribunais. Levava o cenho franzido e uma pequena parte de papel higiênico pego ao queixo para cortar a hemorragia onde se cortou. —Olá —disse George Henderson, dando-a volta para ouvir a porta fecharse detrás do Ty—. O café está quase preparado. —Não quero café. Pôde datilografar esses informe ontem? George ficou desconcertado com a brutalidade da pergunta. —Sim. Estão sobre sua mesa. —Já era hora —resmungou Ty. Aquele mau humor era atípico no Ty. Como também o era seu cabelo alvoroçado e úmido. Parecia que não se penteou ao sair da ducha. Também era atípica sua maneira de rondar pelo escritório sem rumo aparente como se estivesse procurando algo que golpear. —tiveste uma má noite? —perguntou George sem nenhuma malícia.
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—O que se supõe que quer dizer com isso? —Nada. Era só uma pergunta. —Bom, pois não pergunte. Estarei em meu escritório. Já tinha a mão posta no pomo da porta quando George lhe deteve com outra pergunta atrevida. —Como vai nossa aposta? Ty se deu a volta. —Ainda não a ganhaste. George se pôs-se a rir. —Tampouco a perdi, a julgar por seu mau humor. Ty entrou em seu escritório indignado, fazendo vibrar o cristal ao fechar a de uma portada. deixou-se cair sobre o respaldo de sua cadeira de couro e plantou suas botas em uma esquina de seu escritório. reclinou-se para trás e fechou os olhos. Levava a imagem do Sunny estampada com vivacidade no interior de suas pálpebras .E com a mesma vivacidade recordava o aspecto de seus peitos detrás daquela maldita tentação de encaixe de seda chamada regata. esfregou-se suas pálpebras ardidas com as gemas dos dedos e soltou um gemido que temia que seu ajudante pudesse chegar para ouvir. por que se torturava desse modo? por que não se deitou com ela a noite anterior para pôr fim de uma vez por todas a esta tortura? Porque sabia perfeitamente que um queda na cama não teria posto fim a nada. Seu desejo por ela ia muito mais à frente que esta ridícula aposta com o George. Queria algo mais que uma noite. Não podia imaginar-se nenhum momento em um futuro próximo em que não a desejasse. Nem tampouco a longo prazo. Não era como as demais mulheres com as que se deitou concupiscente, mas sem sentimento. Quando se deitasse com o Sunny, quereria algo mais que um simples encontro carnal. Queria que todo —emoções, medos, sonhos— formasse parte de sua relação sexual. Mas por que? Porque lhe intrigava. Oferecia uma sofisticada fachada de indiferença que ele tinha detectado do mesmo instante em que a tinha descoberto ao outro lado da sala de baile do clube municipal. Era possuidora de uma vulnerabilidade que mantinha convenientemente oculta. Ele tinha querido conhecer sua origem. Ontem à noite o tinha conseguido. Pois bem. Agora que sabia por que era tão sedutora, por que não estava satisfeito? Agora que conhecia o mais escuro secreto do Sunny Chandler, por que não se sentia agradado? Não podia culpar a ninguém mais que a si mesmo por não ter aceito sua oferta de ir-se à cama com ela. Que problema tinha? O calor. A umidade. Podia lhe jogar a culpa ao mau tempo de sua pele pegajosa e de seu mau gênio, de sua sonolência ou de sua excitação sexual, de suas exuberantes fantasias ou de seu mau humor. Ou podia confrontar a crua realidade. apaixonou-se.
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Capítulo 8 Sunny saiu da cama e atravessou a tropicões a cabana para responder ao telefone na sala de estar. Já estava quase amanhecendo quando se ficou dormida a noite anterior e não tinha descansado bem. Sentia que a cabeça lhe dava voltas e que os olhos lhe foram sair de suas órbitas. —Diga? —Miúda noite deveste passar! —Olá, Fran —Com um enorme bocejo, Sunny se deixou cair sobre uma das poltronas e subiu os pés em cima. —O que acontece? —Absolutamente nada. —Como pode dizer isso? Casa-te amanhã. —Sunny fechou os olhos. Tinha-os inchados. A luz do sol que entrava na habitação através das persianas abertas era cegadora. —Umas simples bodas desmerece em comparação com as experiências que estiveste tendo você ultimamente. —Como que por exemplo? —Como ir ao cinema ao ar livre com o Ty Beaumont e depois te encontrar com seu ex-noivo no Busy Bee. —Já vejo que as notícias voam esta manhã —disse Sunny secamente—. Não quererá saber o que comemos? —Sándwich de carne. —Dizia-o de brincadeira, pelo amor de Deus! —exclamou Sunny—. Quem é a fonte de toda esta informação? —Chamaram-me várias pessoas que estiveram ontem à noite na dobro sessão do Charles Bronson. Havia consenso sobre o fato de que nenhuma dos dois filmes era tão emocionante como verte a ti no Datsun do Ty. Quando Steve foi comprar donuts ao Busy Bee esta manhã, ouviu o resto. —Incrível —murmurou Sunny. —Que tal foi? —O filme ou o sándwich de carne? —Venha, Sunny —disse Fran molesta—. Sua entrevista com o Ty. Seu primeiro encontro com Dom. Escolhe você. —O um foi tão espantoso como o outro. —Olhe que te encontrar com Dom tão inesperadamente... Já me posso imaginar quão terrível deveu ser. E o que te disse? —Quer dizer que radio mochila não te contou a conversação com cabelos e sinais? Sua insidiosa pergunta deu ao traste com o entusiasmo do Fran.
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—Está zangada comigo? Sunny se esfregou a frente porque lhe doía a cabeça. —Não, Fran, não estou zangada. Não pretendia me pôr bordo. Perdoa se tiver pago contigo minha dor de cabeça e minha noite sem dormir. —por que te dói a cabeça? —perguntou Fran pormenorizada. —Ver dom me deixou feita pó. Reconheço-o. —O que lhes disseram? —Em realidade, nada. «Como está?», «Eu bem, e você». Esse tipo de tolices. Não foi tanto nossa conversação o que me deixou tocada, mas sim mas bem seu aspecto gasto. —Eu sempre o encontrei murcho. Francamente, acredito que usa essa fachada de menino retraído para suscitar compaixão. A teoria do Fran se parecia tanto a do Ty que Sunny ficou à defensiva. —Não acredito que seu matrimônio com o Gretchen lhe faça feliz. —Já sei que não. Entretanto, todo mundo sabe que se casou com ela por despeito para ti. —Ao ver que Sunny não respondia, Fran acrescentou—: Assim se Dom for o responsável por sua dor de cabeça, suponho que Ty é o culpado de sua noite sem dormir. Devo supor que o fato de que não tenha dormido se deve a que estava ocupada em outros quehaceres? —Não, não deve supor isso —disse Sunny rotundamente. —deve-se seu mau gênio a que está decepcionada ou a que está aliviada? —Aliviada. Graças a Deus que não tenho que voltar a lhe ver mais. —Que não vais voltar lhe para ver? Sinto muito, querida, mas vais ver o esta noite. —vou passar a noite contigo. —Correto. Depois do ensaio geral das bodas. —Ty estará no ensaio? por que? Em qualidade do que? —Como padrinho. Não sabia?
—me corrija se me equivocar, mas não se supõe que teria que estar sonriendo? A expressão do Sunny estava nas antípodas de ser um sorriso. Partia a passo firme pelo corredor da igreja, ignorando a seu companheiro na medida em que a situação o permitia. Que não era muito. devido a seu enorme tamanho e a sua corpulência, Ty não era fácil de ignorar. Tinha cortado suas pernadas para acomodar seu passo ao dela, de maneira que suas coxas pareciam mover-se em perfeita coordenação, enquanto mantinham o passo ao compasso da música do órgão. Sua colônia resultava muito familiar ao Sunny, sobre tudo agora que a cheirava até em seus sonhos. Chegaram ao final do corredor. No vestíbulo da igreja, lhe retirou a mão do braço e se deu a volta para lhe olhar. Havia posposto esse momento durante
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o máximo tempo possível. Tinha-lhe pavor a aquele ensaio de bodas e estava comprovando em sua própria pele que era tão difícil como se temia. Ao tratar-se de um ensaio informal, Sunny levava em cima uns jeans brancos e uma enorme camisa azul marinho, com a aba pacota à altura da cintura. Levava o cabelo recolhido com uma rabo-de-cavalo. Seu aspecto andrógino era intencionado. Queria atalhar assim qualquer instinto romântico que Ty pudesse albergar ainda. Entretanto, quando Sunny tinha entrado na igreja quase sem fôlego porque chegava tarde, ele a tinha ficado olhando com tal graça que lhe deixava claro que seu propósito tinha fracassado. —Não tinha mencionado que foste ser o padrinho do Steve —arremeteu Sunny impávida. —Surpreendida? —Surpreendida para mau. —Do que teria servido que soubesse? Para começar, teria estado preparada para caminhar com ele pelo corredor ao final da missa. Já ia ser difícil de por si ao dia seguinte, tendo em conta as circunstâncias de sua última marcha nupcial pelo mesmo corredor. O fato de ter ao Ty Beaumont a seu lado só servia para agravar a situação. —Pois poderia me haver negado a ser dama de honra. Ele riu. —Mas não o tem feito. Para evitar seu sorriso burlesco, Sunny olhou ao chão do corredor da igreja. Fran e Steve se detiveram no altar. A organizadora estava dando instruções às filhas do Fran para assegurar-se de que compreendiam onde deviam ficar durante a cerimônia e em que momento deviam voltar pelo corredor. Sunny esperava que se dessem pressa. A todos os efeitos, ela estava sozinha com o Ty no silencioso ambiente do santuário. Considerando como tinha abandonado a cabana ontem à noite com aquele humor de cães, estar com ele a sós era quando menos incômodo. —Não poderia renunciar a ser sua dama de honra —disse ela—, assim que o mais que posso fazer é sorrir e agüentar o tipo. —Mas não está sonriendo. Estamos dando voltas sobre o mesmo tema. Não tínhamos começado dizendo isto? —Não gosta de sorrir e ponto. Ele se agachou para ela e lhe sussurrou: —Porque estamos em boca de todos. —Sim —respondeu indignada—.E não sinta saudades, depois do modo em que me levou de desfile por todo o cinema ao ar livre ontem de noite. Ty se encolheu de ombros desdenhoso. —É parte de meu trabalho. —Estava fora de serviço.
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Várias cabeças na parte dianteira da igreja se giraram em sua direção e a organizadora suspendeu suas instruções momentaneamente. Desde detrás da igreja, Sunny sorriu timidamente pedindo desculpas. Ty falava pela extremidade da boca. —O numerito no Busy Bee tinha suficientes elementos dramáticos para dar o que falar durante os próximos três anos. Tem pensado lhes dar o que falar regularmente? —OH! —Sunny apertou os dentes, fechando forte os punhos a ambos os lados—: É... —Espera! —disse, levantando as mãos em sinal de capitulação—. antes de que comece a remover o barro, me deixe que te diga o que fui a comprar hoje. —Importa-me uma M... —Uma vara de pescar. Sunny se mordeu as palavras e ficou olhando surpreendida. —Uma vara de pescar? Ele assentiu com a cabeça. —Sabe o que isso quer dizer, verdade? —Sunny lhe olhou receosa, com um marcado gesto infestado de desconfiança. —Quer dizer que renuncio a minha aposta com o George. —por que? —Porque não tenho nenhuma esperança de ganhá-la, verdade? Sunny elevou o queixo. —Nunca a tiveste. Ty se esfregou a nuca e sacudiu a cabeça com tristeza. Ao Sunny gostava do redemoinho de cabelo que lhe saía na parte de acima da cabeça, mas se odiava a si mesmo por isso e se odiava ainda mais pelo desejo de tocá-lo. —Deveria te haver escutado a primeira vez que me disse que não. Me teria economizado muitos, uh... sonhos. —Ty se deteve por um instante deslizando seus olhos sobre sua boca—.E te teria economizado tantas moléstias. —Esboçou um sorriso de menino bom americano que lhe teria garantido um chapéu branco em qualquer filme de jeans—. Somos dama de honra e padrinho. Não podemos permitir que as diferenças que nos separam possam lhes arruinar as bodas ao Steve e ao Fran. Então, o que me diz? Somos amigos? Ty lhe estendeu sua mão. Sunny considerou a oferta, pensativa. Baixou a vista para lhe olhar à mão com receio, então lhe estendeu a sua com cautela. estreitaram-se a mão com solenidade. —Uf! Tirei-me um peso de cima —disse Ty com um alegre sorriso—. Agora já posso estar tranqüilo. —Alguém falou que tranqüilidade? —disse Steve. Ele, Fran e o resto da festa de bodas se uniram a eles no vestíbulo. Steve se estava ajustando a gravata—. Me faz falta uma bebida. —Parece desesperado —brincou Fran. —Estou-o. —Steve aproximou mais ao Fran para ele e lhe sussurrou ao ouvido—: Tenho que esperar uma noite mais para me colocar em sua cama. Ao
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menos, legal e oficialmente. —Disse-o só o bastante alto como para que o ouvissem ela, Ty e Sunny. Ty se pôs-se a rir. Em brincadeira, Fran rechaçou a insinuação amorosa do Steve. —por que não vem para casa a comer uns sándwiches, Ty? —perguntou ela—. Sunny estará ali. Levou-lhes uns cinco minutos o decidir quem ia em que carro de caminho a casa do Fran, dado que Ty tinha ido a pé do escritório do xerife e as filhas do Fran queriam ir no carro com seus avós. Finalmente, decidiram que o pai do Fran conduziria o carro do Sunny e que a noiva, o noivo e todo seu séquito iriam no carro do Steve. —Uups, me tinha esquecido que levava todo isso no assento de atrás — disse Steve quando chegaram a seu carro. Havia um smoking no gancho de em cima do guichê e uma caixa de sapatos no assento, junto com vários presentes sem abrir. —Não há nenhum problema. Teremos sítio suficiente se ao Sunny não importa ir em cima de mim. —Complacente, Ty se sentou no assento de atrás. Sunny não podia protestar. O carro não tinha assento central dianteiro, assim não podia ir diante com o Fran e Steve. Além disso, Ty tampouco lhe tinha dado a oportunidade de expressar sua opinião em um sentido ou outro. Ty tirou a mão pela porta, agarrou-a da boneca e, atirando bruscamente dela, meteu-a no carro. Sunny foi parar diretamente sobre seu regaço. Ele abriu os joelhos e lhe pôs as mãos a ambos os lados da cintura, colocando-a contra ele. Ato seguido, tiveram que realizar toda uma série de movimentos necessários para acomodar seu traseiro sobre seu regaço até que finalmente ele esteve satisfeito. —Está cômoda? —disse-lhe Ty com os lábios apoiados sobre sua orelha. —Estou bem. —Menos mal que só somos amigos. Desde não ser assim, ruborizaria-me. Sunny tentava olhar fixamente à nuca do Fran, sentada imóvel, fazendo todo o possível para que seus corpos não se esfregassem. Ele não parecia saber muito bem o que fazer com os braços no reduzido espaço que tinha ao seu dispor. Depois de tentar várias posturas, colocou-os ao redor da cintura do Sunny e entrelaçou as mãos por diante. Como lhe estorvava o nó que ela se feito com a aba da camisa, Ty tentou relaxar as bonecas e, ao fazê-lo, suas mãos foram parar a seu entrepierna. Steve e Fran estavam tão metidos em sua conversação que não ouviram quando Sunny girou ligeiramente a cabeça para sussurrar: —Já sei o que está tentando fazer. —O que? Sunny lançou ao Ty um olhar geada por cima do ombro. Ele se pôs-se a rir. —me acredite, Sunny, se estivesse tentando fazer algo indecoroso, seria primeira em sabê-lo. —Isso não podia discutir-lhe A pressão que sentia crescer debaixo de seus quadris confirmava a veracidade de semelhante afirmação—. Assim por que não se sinta, relaxa-te e desfruta de da viagem.
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Relaxar-se? Sim, claro. Relaxar-se enquanto ele apertava os polegares contra seus quadris. Como ia relaxar se se começava a ter os sentidos fora de controle? Algo em seu interior o fazia esquecer as mesmas razões pelas que tinha decidido não atar-se com ele. Mas as tinha, e mais tarde essas razões lhe viriam de novo à cabeça. Enquanto isso, via-se obrigada a pôr uma distância entre os dois. Não ia poder respirar tranqüila até que o fizesse. Quando o carro do Steve se deteve diante da entrada da casa do Fran, Sunny procurou provas a manga da porta e saiu escopeteada assim que a porta se abriu. Durante a seguinte hora, pôde-se permitir esse cobiçado espaço vital tão necessário para respirar. Ela e Fran estiveram ocupadas na cozinha preparando sándwiches e preparando as bebidas que foram pedindo, enquanto os outros adultos, incluído Ty, ajudavam a conter às meninas pequenas, que estavam muito superexcitadas com as bodas para comportar-se. Tanto os pais do Fran como os do Steve lhes deram logo as boa noite, conscientes de que teriam que descansar porque foram se alternar com a meninas durante a semana da lua de mel. —Tenho que as colocar na cama —disse Fran esgotada detrás mandar às pequenas ao piso de acima. —Já te ajudo eu —Steve se ofereceu de voluntário para levantar-se de sua cadeira na mesa—. Bom, isso se não te importa ficar um momento mais, Ty. —Tome seu tempo —respondeu Ty, fazendo um gesto de indiferença com a mão—. Não tenho nenhuma pressa. —Levarei-lhes a centro assim que as meninas se ficaram dormidas. — Steve abandonou a cozinha para subir ao piso de acima em busca do Fran. —Suponho que nos toca limpar a cozinha —disse Sunny com brio, rompendo um importante silêncio durante o qual ela e Ty se olharam mutuamente através da mesa ainda sem recolher. Atônito era a palavra justa, em opinião do Sunny, para descrever o modo em que a estava olhando Ty. Por muito que ele houvesse dito que queria que fossem só amigos, seu olhar ardente refletia algo completamente distinto. Sunny se perguntava como um cenário tão pouco romântico como a cozinha suja do Fran com aquele papel de parede tão gritão podia adotar um matiz tão sexual. Entretanto, o ambiente emanava sexualidade. —Já esfrego eu —disse ela, levantando-se da cadeira como se a tivessem catapultado. dispôs-se a esclarecer pratos na pia e a colocá-los na lava-louça. —Posso-te contar um pouco de amigo a amiga? —perguntou ele, enquanto levava uma bandeja de pratos sujos da mesa. —Claro. —Tem um culo incrível. Sunny estava agachada sobre a lava-louça. ficou reta e se girou para ter o de, cara, lhe jogando água com sabão por cima da camisa. —Não posso me acreditar que haja dito isso. —Não te parece que seu culo é incrível? Pois me faça caso. —Quero dizer —disse Sunny impaciente—, que diz que quer que sejamos amigos e logo vai e soltas algo tão... tão...
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—Sexista? —Exato! —Bom, ouça, acabo de aprender a ser amigo tua esta mesma noite. Não pode te esperar que acontecer ser um chovinista lhe denigram para as mulheres a um bom menino em só umas poucas horas. —Isso me recorda um dito. Aquilo de que embora a Mona se vista de seda... —Não é como se estivesse tentando ligar contigo em um bar de solteiros —disse com soltura—. Então, poderia entender que tivesse objeções a que dissesse algo como: «Tem um culo incrível». Mas estava simplesmente sendo sincero, de amigo a amiga. —Bom, pois então, de amiga a amigo, obrigado. —Se não querer que a gente se fixe em seu culo, não deveria te pôr uns jeans brancos ajustados... —De acordo. Obrigado pelo conselho. Terei-o em mente. Agora, poderíamos falar de outra coisa? —Vale. Que tal se falarmos de tetas? Sunny se voltou para ele, lista para o combate. Em lugar disso, quando olhou aos olhos e comprovou que ia em brincadeira, pôs-se a rir. —Melhor assim —disse ele—.Já começava a me preocupar com ti. —por que? —Não lhe tome mau. Está tão bonita como sempre. Entretanto, quando entrou na igreja esta noite, parecia cansada. —Ty lhe aconteceu a gema do dedo por cima das olheiras. —Não tive um bom dia —confessou ela. —Tampouco uma boa noite? —Tampouco. —Sabe-te mal que não nos tenhamos deitado? —Não! —Sunny deu um passo atrás. —Está segura? —insistiu ele arrastando as palavras—. Eu sei que meu mau humor teria melhorado se o tivéssemos feito. Faz um abafado terrível. Desde não ser que chova, acredito que uma boa dose de sexo contribuiria a refrescar o ambiente. —É essa seu padre para tudo? —Não, para tudo não —disse ele para cortar as distâncias entre eles—. Mas seguro que o é para meu problema. Tentando lutar contra o magnetismo de seus olhos, Sunny se deu a volta. —Hoje tive a mente posta em outras coisas. —Viu ao Jenkins? Sunny ficou surpreendida com aquela pergunta tão áspera. —Pois, claro que não. por que ia haver o visto?
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—Pensava que depois de lhes ver ontem à noite, possivelmente lhes daria de voltar juntos. —Mas se ele está casado! —Isso não importa hoje em dia. —A mim sim que me importa! —Conforme dizem, o estado marital do Jenkins poderia trocar de um momento ao outro —disse ele—. Poderia estar livre logo. —Não me importa. Já não quero... Sunny se deu conta tarde do que acabava de dizer espontaneamente e não se acreditava que essas palavras tivessem saído de sua boca. Ty reagiu abatendo-se sobre ela como um depredador. Encurralou-a com o olhar. —O que é o que já não quer, Sunny? —Graças a Deus, já se ficaram dormidas —disse Fran, enquanto entrava com o Steve finalmente na cozinha. Ty e Sunny se apartaram. —Esperemos que as meninas lhe deixem dormir até bem entrada a manhã —disse Steve, dando um beijo ao Fran na frente. Sunny apartou os olhos para evitar o olhar penetrante do Ty. Nervosa, juntou as mãos em um esforço por manter a integridade. —Eu me encarregarei de que assim seja. Você fica na cama, Frannie. Dorme tudo o que possa. Eu lhes prepararei o café da manhã e tentarei que não façam ruído. —Vejo que toma o papel de dama de honra muito a sério —disse Fran sorridente em amostra de gratidão. —está-se fazendo tarde —disse Steve—.E Ty não se pode ir a casa até que lhe levemos em nosso carro até o escritório para recolher o seu. Assim... — voltou-se para o Fran com uma expressão preocupada. —Sunny, ainda não colocamos suas coisas em casa —disse Ty de repente —. Recorda que me pediu que te ajudasse? Confundida, Sunny ficou olhando. Ele subia e baixava as sobrancelhas como um louco. —OH —disse ela, agarrando sua mensagem ao vôo—. Sim, agradeço-te sua ajuda, Ty. nos perdoem um momento. Sunny saiu por detrás da mosquiteira da porta traseira. Ty a seguiu, lhe pisando os talões. Ambos estavam tremendo de tanto conter a risada. —Precisavam estar a sós um momento, mas não se atreviam a nos pedir isso por decoro. Crie que fui o bastante sutil? —perguntou ele. —Até que o pilhei, perguntava-me que demônios passavam a suas sobrancelhas. Ao chegar ao carro, Sunny abriu a porta de atrás e se dispôs a lhe passar suas coisas. Ele a aguardava com as mãos dispostas para ajudar. Levava uma bolsa com seu equipamento para a noite, o vestido que ia levar nas bodas e uma mudança de roupa informal.
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—Isso é tudo? —perguntou. —Sim. —Viaja ligeira de bagagem. Voltaram sobre seus próprios passos através do jardim. Quando ainda estavam a certa distância da casa, viram o Steve e ao Fran através da mosquiteira da porta. Estavam abraçados, com os lábios fundidos em um fervente beijo. —Uy, possivelmente deveríamos esperar um momento antes de incomodar. —Ty se deteve diante da mesa de secuoya e colocou as coisas do Sunny em cima. Ele se sentou no banco e lhe fez um sinal para que se sentasse a seu lado. A cálida noite se abateu sobre eles. Os ramos da árvore que havia sobre suas cabeças eram robustas. Sobre elas umas cigarras cantavam seus cantos de emparelhamento. A lua dava luz suficiente para descrever trementes sombras mutantes sobre seus rostos. —tiveste notícias do Smithie, não? —perguntou Ty em voz baixa. Sunny elevou a vista para lhe olhar. Sua intuição havia lhe tornado a dar a razão. —Como sabia? —E as notícias não eram boas. Fez uma careta de tristeza com a boca. —Não. Não eram boas. Em meio de um montão de desculpas efusivas e bem intencionadas, disse-me que rechaçavam minha solicitude. —Maldita seja! Sunny fez um sorriso forçado. —Isso digo eu. —E o que vais fazer? —Ainda não o decidi. —Tinha o cenho franzido em sinal de preocupação. Seu gesto, junto à ligeira careta de seus lábios, dava fé de seu abatimento. Ty apoiou os cotovelos contra a mesa atrás dele e se reclinou sobre eles. —por que suar a gota gorda? por que passar pela humilhação de suplicar por dinheiro? Melhor abandonar a idéia e te considerar afortunada por não ter que carregar com a responsabilidade do negócio. Certamente, teria sido um cilindro de todos os modos. Haveria... —Não posso abandonar a idéia —gritou zangada—. Do que me está falando? me considerar afortunada —se burlou ela—Eu quero ter essa responsabilidade. Eu quero... —ficou calada a metade da frase ao vislumbrar seu enorme sorriso branco—. Estava fazendo de advogado do diabo, verdade? —E funcionou, não crie? Ela agachou a cabeça timidamente. —Acredito que acabo de tomar a decisão. —Não, a decisão tomou faz muito tempo. Não vais arrojar a toalha até que o tenha conseguido. Quão único tenho feito eu lhe foi recordar isso Tras un
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largo rato, él dijo: —Não posso arrojar a toalha, Ty. Não posso. —disse ela contundente. Quando se deu conta de que tinha a mão em cima da coxa, apertando-o para enfatizar sua determinação, apressou-se a retirá-lo. Depois de um comprido momento, ele disse: —Deve ser agradável. —O que? —Sunny levantou a cabeça para lhe olhar. Então, seguiu seu férreo olhar até a parte de atrás da casa, onde Fran e Steve, ainda abraçados e meneando-se ligeiramente de atrás para diante, seguiam sussurrando-se coisas ao ouvido. —OH, sim. —Sunny estava incómodamente a par de que Ty lhe estava acariciando as costas com a mão como quem não quer a coisa. —Em certo sentido, invejo-lhes —disse ele—. Sua história de amor. Seu matrimônio. —Sim, deve ser muito duro ser ele semental da cidade. —É isso o que sou? —Não o é? —Faço o que posso. —Não me cabe a menor duvida. Sem perder de vista ao casal através da mosquiteira da porta, Ty disse com graça: —Às vezes penso que seria agradável dormir com a mesma mulher todas as noites. Entretanto, acredito que me aborreceria ao final. —Não tem por que. —Sunny ficou consternada de que tivesse uma atitude tão cáustica com respeito ao matrimônio. —Não te parece? —Ty parecia querer sopesar suas palavras por um momento—. Possivelmente tenha razão, mas então está pondo o roce da confiança por diante da novidade e da diversão. —Pessoalmente, acredito que terá que romper uma lança a favor do carinho que vem dado pelo roce da confiança —disse Sunny à defensiva. —Possivelmente. Mas essa confiança mútua deveria estender-se às pequenas coisas. Se duas pessoas estão casadas, o passo de despir-se não deveria resultar incômodo. Um homem casado deveria poder despir a sua mulher sem que nenhum dos dois sentisse nenhum tipo de complexos. De fato, se tivessem uma boa sintonia sexual, provavelmente sentiriam um prazer incomensurável com o rito de despir-se. —É claro que sim. —Ele deveria poder lhe agarrar a mão, beijar-lhe e depois pô-la contra seu... —Agachou a vista para olhá-la—.Já sabe a que me refiro. —Sim, sei. —Bem, já me parecia —disse isso sonriendo—. Lhe ensinaria como lhe acariciar para obter o máximo prazer, porque ele quereria que ela sentisse o dura que lhe pode pôr, o muito que a deseja. Ele deveria poder agachar-se para lhe beijar os peitos, acariciá-los com a boca e com a língua, sem ter que
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perguntar-se se lhe ia gostar. Saberia que isso era uma das formas favoritas para ela de estimulação prévia. Verdade? Sunny abriu a boca para falar, mas não lhe saíam as palavras. limitou-se a assentir com a cabeça e as arrumou para dizer com a voz quebrada: —Verdade. Tinha uma mecha de cabelo atravessado por cima da bochecha. Ele se tornou para diante e o separou de um sopro até que foi parar ao lado da orelha em que levava dois pendentes de diamantes. Ty parecia aniquilado com o modo em que os diamantes brilhavam através daquela mecha de cabelo revoltoso. —Sim, já vejo o que quer dizer, Sunny. O matrimônio tem suas vantagens —disse ele—. Mas depois de um tempo, a mesma coisa noite detrás noite pode resultar lenta. —Não acredito. —Ah não? —disse inclinando a cabeça para ver melhor. Sunny se umedeceu os lábios. —Não se se preocupam com dar-se agradar mutuamente. —Hmm, e tampouco se ambos demonstram ter espírito aventureiro. —Sim, Y... e se se preocupassem o suficiente de fazer-se felizes o um ao outro dentro e fora da cama. —Isso sonha quase a amor, Sunny. —Ty a agarrou do lóbulo entre o polegar e o índice e brincou com os dois diamantes—. Está falando de amor? —Bom... imagino que sim. —Então, tampouco importaria realmente como abordassem o tema, verdade? —Seu olhar se encontrou com a dela. O calor que emanavam fez que seus olhares se fundissem em uma só—. Quão único fariam seria fazer o amor. Quando ele colocasse seu corpo dentro dela, seria algo mais que sexo. Embora, bem sabe Deus, que seria grandioso. Mas isso implicaria amor, confiança e compromisso, ou algo assim. —Ty se recreou em seu olhar—. E não haveria nenhuma razão para que ele fora muito rápido. Poderia ficar dentro dela durante muito, muito tempo, tanto como ele desejasse. Inclusive depois de ficar dormidos, tombados cara a cara. —Apertou sua cara forte contra a sua e fechou os olhos com força. —Maldita seja, Sunny, falar disso me tem feito desejá-lo com todas minhas forças. Sunny conhecia a sensação. Nesse momento, não desejava outra coisa que experimentar exatamente o tipo de roce íntimo que tinha esboçado Ty com palavras. Desejava aproximar sua cabeça a dele, entrar em contato com seus lábios, sentir sua língua dentro a boca. Inclusive lhe escapou um gemido de desejo e o movimento inicial para passar à ação. Mas ele apartou sua cabeça do seu e com um sorriso compungido disse: —Entretanto, isso não é para nós dois. Você é feliz com sua vida em Nova Orleans. E, como bem há dito, eu sou o semental do povo. —Ty ficou em pé—. Bom, aqui está Steve. boa noite, Sunny. Vemo-nos nas bodas.
Ninguém poderia distinguir a simples vista o lúgubre e escuro estado de
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ânimo do Sunny. Por fora, levava um vestido que ia perfeitamente a tom com sua cor de pele, parecia um raio de sol. Radiante. Em chamas. Mas por dentro, sentia-se tão desposeída de vida e tão insossa como um metal frio. Ao caminhar pelo corredor da igreja, tinha conseguido ter a cabeça bem alta, mas uma vez de pé sobre o altar a cerimônia tinha sido um inferno. Havia sentido o peso de tantas olhadas sobre suas costas enquanto olhavam à noiva e ao noivo fazer juramento. Sunny tinha evitado olhar diretamente à cara ao padrinho, mas como as mariposas ao redor da luz, seus olhos pareciam determinados a morrer no fogo de seus penetrantes olhos azuis. Quando mais tarde agarrou ao Ty do braço e se foi da igreja pelo corredor central, tentou deixar uns centímetros de separação entre seu corpo e o dele. A atitude do Sunny era hostil e estóica. Poderiam ter sido dois perfeitos desconhecidos. Lançaram-lhes uns olhares especuladores, algumas cheias de malícia e de inveja. Ela tivesse querido parar-se a lhes dizer a essas mulheres que não pretendia nada com seu xerife e que pouco lhe importava se se atavam a tortas por ele. Ela não estava na competição. Assim que estas bodas chegasse a seu fim não teria que lhe voltar para olhar à cara e isso já ia bem. «Só ficava uma meia hora», pensou para seus adentros enquanto olhava o relógio pela extremidade do olho. Fran lhe havia dito que sua recepção não duraria mais de uma hora. Ela e Steve tinham planejado ir-se logo, porque agarravam essa mesma noite um vôo para o St. Thomas, aos subúrbios de Nova Orleans. Sunny não via o momento de que concluíra aquela terrível experiência. Faziam-lhe mal os sapatos e lhe doíam as bochechas de tanto forçar o sorriso. Deus, que vontades tinha de abandonar aquele povo. Pensava não voltar a cruzar os limites do Latham Green depois de escapar esta vez. Possivelmente inclusive se iria essa noite em lugar do dia seguinte como tinha planejado em um princípio. por que esperar? Não havia nada que a atasse a aquele lugar. Se chegar-se à cabana por volta das... —Sunny? Sunny elevou a cabeça assim que ouviu aquela voz tão familiar. —Olá, Dom. Tinha-lhes estado vendo intermitentemente a ele e ao Gretchen no jardim da igreja depois da cerimônia e várias vezes durante a recepção, enquanto socializavam com outros convidados. Gretchen não a olhava aos olhos. Sunny havia sentido um pingo de remorso sobre a perda dessa amizade, mas sabia que não podia evitá-lo. Dom lhe perguntou: —Posso falar contigo um momento? —Já estamos falando. —Quero dizer em privado. —Estava a ponto de lhe dizer que não, mas se apressou a dizer—: Por favor, Sunny. É o mínimo, não crie? Sunny se deu a volta e abandonou o vestíbulo da igreja onde tinha lugar a recepção. Dom a seguiu. Ela se deteve no corredor de fora. —Este é o máximo de privacidade que devemos ter —disse ela.
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Ele estava nervoso e não parava de trocar o peso do corpo de uma perna à outra do mesmo modo que ela tinha considerado encantado em outra época, mas que agora mesmo lhe irritava porque o fazia parecer inseguro. —Muitas vezes pensei em te chamar —começou a dizer ele. —Estou contente de que não o tenha feito. Tivesse sido incômodo. E equivocado. É um homem casado, Dom. Dom sorriu amargamente. —Já sei. —Sunny não se ecoou de sua falta de entusiasmo—. É que... Gretchen e eu, bom... Sabia que está grávida? Sunny se surpreendeu, mas não se derrubou. por que não? perguntouse. Não faz muito tempo, a idéia de que Gretchen levasse dentro um filho de Dom lhe teria resultado incrivelmente dolorosa. —Não, não sabia. Parabéns. —Não me felicite —disse com uma careta—. Não deveria ter este menino. O matrimônio vai cada vez pior e se trata do último intento do Gretchen por mantê-lo a flutuação. —Não deveria estar me contando isto , Dom. Perdoa... —Sunny, por favor. —Agarrou-a da mão ao ver que tentava ir-se—. Preciso falar contigo. —Não quero ouvir falar de seu matrimônio. Não é meu assunto. —Sim que o é. Cometi um terrível engano, Sunny. Um terrível engano. Já te disse que quando me pilhou... uh... o dia que íamos casar nos. Imagino que não me creíste. De todos os modos, perdôo-te por haver ido e por me deixar em ridículo diante de todo o povo. Ela retrocedeu, como se lhe tivesse dado uma bofetada. —Não acredito recordar te haver pedido desculpas —lhe espetou zangada —. Não te atreva a fazer que me ponha à defensiva. Eu não fiz nada mau. Ao contrário, cobri-lhes as costas a ti e ao Gretchen. —Já sei, sei. Não te zangue. Por favor. me escute o que te digo. Dom jogou uma olhada por cima do ombro como se tivesse medo de que alguém pudesse lhes ver. Tinha a frente suada. Sunny fez a ridícula reflexão de que não suava com tanto sex-appeal como Ty Beamont. —Sunny, ainda sigo apaixonado por ti —disse Dom desesperado—. Não sou feliz com o Gretchen. Ela é... é simpática e tal, mas não é como você. E com o menino em florações, sinto-me apanhado. Sim, isso. Sinto-me apanhado. Para seu desassossego, Sunny se pôs-se a rir. —Sinto muito, Dom —disse ela, enquanto comprovava a cara de incrédulo que ficava—. Não há nada de gracioso no que diz. É só que me dá a sensação de que este deve ser o mesmo conto que contou ao Gretchen faz três anos. Na mesma véspera de nossas bodas, de repente se sentiu apanhado e te viu obrigado a atacar um ato de rebeldia para te provar a ti mesmo que foi livre. Sunny sacudiu a cabeça compassiva. Sentia compaixão por ele, mas também por si mesmo. Durante três anos, agarrou-se à memória de um amor profundo que nunca tinha existido. Parecia um desastre. Um brando. Sempre jogando a culpa a outros de sua própria infelicidade. Um quejica. Como tinha
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demorado tanto tempo em dar-se conta disso? —Sinto que seja tão infeliz, Dom. De verdade que o sinto. Sunny lhe deu as costas e empreendeu sua marcha pelo corredor. —Sunny, quero-te. Nunca deixei que te querer. Não significa isso nada para ti? voltou-se de novo para ele. —Quão único significa, em caso de que seja verdade, é que é igual de parvo que eu. Adeus, Dom. Sunny não estava em condições de ficar na festa. Tinha os olhos alagados de lágrimas, a ponto de transbordar-se. Já pediria desculpas ao Fran mais tarde e, sendo tão amigas, poderia-o compreender. Passou de comprimento ao lado de um grupo de pessoas que estavam à saída e se apressou para seu carro. Uns segundos mais tarde, ia a toda velocidade pela estrada do lago, enquanto o vento fazia estragos com seu penteado. Deixou detrás de si uma esteira de pó, mas ao sair dela, encontrou, como um espectro, o carro do xerife. Quando Sunny lhe viu pelo retrovisor aproximando-se dela, jogou pestes. Em lugar de reduzir a velocidade, como indicavam as luzes vermelhas de seu carro, pisou no acelerador.
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Capítulo 9 Conduziu o carro até o mesmo alpendre antes de pisar no freio e pôr-se a correr escada acima. Entro pela porta dianteira e deu uma portada atrás dela. Em um minuto, tinha-a fechado com fecho. Atravessou a toda pressa o salão até chegar a sua habitação e imediatamente se dispôs a desabotoar a larga cremalheira do vestido sobre suas costas. Tinha que despir-se. Queria tirar-se da vista algo que recordasse às bodas e ao matrimônio. Sentia a necessidade de fugir de algo nupcial, uma vez mais e para sempre. Tinha que fugir daquele lugar. —Sunny, abre a porta! Ouvia os gritos do Ty e os golpes contra a porta dianteira, mas não fez conta. Em lugar disso, tirou-se o vestido de seda, atirou-o pelo chão da habitação, aonde foi parar em uma esquina, aterrissando como um páraquedas. —Lhe advirto —gritou isso ele. Ao Sunny lhe correu a maquiagem ao limpá-las lágrimas dos olhos. Como tinha sido tão parva para pensar que ainda estava apaixonada por Dom? Todo aquele mal de amores, para nada. Toda aquela dor, para nada. Para que tinha carregado com a humilhação e o ridículo? por que lhe tinha protegido? tirou-se de uma patada aqueles matadores sapatos e a seguir ficou quieta. Então, ouviu-se o ruído de madeira rota, acompanhado de uma enxurrada de palavrões, seguido de umas fortes pisadas pelo salão. Sunny saiu da habitação, sem poder-se acreditar nem tão sequer que Ty pudesse ter o jogo de romper a porta. Mas estava aberta, pendurando de uma dobradiça, ainda vibrando pelo golpe que tinha quebrado o fecho de coalho. E Ty, tão frio como um fiorde gelado, com a mandíbula batente como se estivesse esculpida em uma rocha, estava cruzando o salão com um passo tão firme que o coração do Sunny se deteve. A um certo ponto ao sair da igreja, tirou-se o traje negro e se desfeito o nó da passarinha. Ainda a tinha pendurada ao redor do pescoço, o que lhe dava um aspecto ainda mais amalucado de algum modo. Tinha desabotoado o botão do pescoço da camisa, embora os gêmeos de ônix seguiam em seu sítio sobre o peitilho. Petrificada pela fascinação que lhe provocava sua fúria personificada, Sunny manteve sua posição no corredor. Quando chegou até ela, agitou-a tão forte e tão alto que seus pés voaram pelo ar, logo que tocando o chão. —Te vou estrangular por conduzir assim. —me deixe em paz. Ele era a ultima pessoa a que queria lhe dar adulação, especialmente tendo em conta que a noite anterior uma vez mais a tinha levado pelo primoroso caminho da perdição para depois jogar marcha atrás com um simples «boa noite, Sunny». Não ia deixar se cativar por seu encanto. Não agora. Nunca mais. —Sal de minha casa —lhe gritou—. Como te atreve a me romper a...? —te cale! Não viu que vinha detrás de ti?
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—Sim! —E os luzes de alerta? —Sim! —E por que não parou? —Por que não me deu a vontade. —O que estava tentando fazer? Suicidarte? —Não! —Esse imbecil te tem quebrado o coração até o ponto que lhe suicidarías por ele? —Sacudiu-a ligeiramente—. Não vale a pena, menina estúpida. É que não o vê? Sim, via-o. A dura condenação do Ty a sua loucura não era mais severo que a sua própria. Tinha desperdiçado três anos de duelo por um homem que tinha magnificado em sua mente, lhe dando muito mais valor de que tinha em realidade. Tinha estado apaixonada por uma imagem, um produto de sua imaginação que tinha saído de entre as cinzas de seu dizimado ego. Em um instante, reconheceu a enormidade de sua loucura e se desabou nos braços do Ty. Ele a sujeitou enquanto suas lágrimas deixavam manchas de rímel negro no peitilho de sua camisa branca. Então, ficando em cuclillas, passou-lhe um braço por debaixo das pernas e a subiu em braços. Ele a levou em braços ao salão e tomou assento em uma das acolhedoras poltronas com ela ainda em seu regaço. Envolveu-a entre seus braços e a abraçou forte, lhe colocando a cabeça sob seu queixo. Então, não fez nada exceto deixá-la chorar. Consentiu-lhe o capricho de chorar com incontroláveis soluços purificadores. As lágrimas do Sunny se esgotaram antes de que se esgotasse a paciência do Ty. Inclusive então, ele permaneceu imóvel e em silêncio, enquanto lhe entrava o soluço contra seu peito. Quando terminaram suas convulsões, levantou-lhe o queixo com o dedo e lhe jogou a cabeça para trás para que pudesse lhe ver a cara. Usando seus dedos, limpou-lhe as manchas de rímel que lhe caíam pela bochecha. —Melhor assim? —Sunny assentiu entre fôlegos—. Não vale a pena chorar por ele, Sunny. Ela piscou para desfazer-se das lágrimas e então pôde lhe ver com maior claridade. —Já sei. —Já sabe? E então? —Não estava chorando por Dom. Estava chorando por todo o tempo perdido pensando nele. Os olhos do Ty, que tinham estado rastreando seu rosto compassivo, ficaram quietos. Então, disse com brutalidade: —me fale disso. Sunny se dispôs a falar, lhe olhando fixamente ao pescoço, onde podia ver como pulsava seu pulso firme e forte. —Passei-me três anos lamentando algo que provavelmente era o melhor
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que podia ter passado. Deveria estar agradecida com Dom e com o Gretchen. O que fizeram me liberou de cometer um terrível engano. Ty deixou repousar uma mão sobre sua coxa. Com a outra, dispôs-se a lhe rastrear o cabelo em busca de forquilhas. Uma a uma foi tirando e observou como se ia soltando cada cacho e como caía contra seus ombros nus. —Dom necessitava uma mulher que paliasse suas inseguranças. Agora posso vê-lo. —Sunny, ausente, girou a cabeça para facilitar o trabalho ao Ty, que seguia lhe pinçando o cabelo com os dedos—. Necessitava uma esposa que lhe entregasse a vida renunciando a todo o resto, incluídas suas ambições pessoais. Ty colocou todas as forquilhas que tinha recolhido sobre a mesa e se dispôs a lhe passar os dedos pelo cabelo, tentando endireitar aquele arbusto alvoroçado de cabelo encaracolado. —Necessitava uma faxineira que lhe adorasse —disse ele brandamente. Seu olhar se deslizou sobre aquela mulher sensual que tinha escondida em seu regaço. Seus olhos se detiveram para contemplar o bracelete que levava no tornozelo—. Uma imagem que não te pega nada. —Tentar lhe satisfazer teria sido um trabalho a jornada completa. Não poderia ter tido uma carreira além disso. —E o que me diz de satisfazer suas próprias necessidades? —Arrumei-me isso bem prescindindo delas. —por que? Sabia que ele estava fazendo de advogado do diabo para obrigar a uma vez mais a verbalizar seus pensamentos à medida que lhe vinham à mente. —Por medo —disse ela—. Por medo de que me fizessem mal. —Dano? —Por medo a me desiludir, possivelmente. Ele sorriu com ternura. —Isso acredito eu também. Sunny lhe devolveu o sorriso e apoiou a cabeça sobre seu ombro. Durante uns minutos, não intercambiaram palavra alguma, dedicaram-se a desfrutar simplesmente da paz, o consolo e a união do momento. —Ty? —Hmmm? —Esta é a concreção de minhas fantasias. Passaram vários batimentos do coração do coração antes de que ele agachasse a cabeça para olhá-la. —Tinha alguma outra? Sua boca nunca tinha estado mais quente, nem mais branda ao mover-se sobre a dela. Nunca tinha tido tão bom sabor, e Sunny se atrevia a deixar que sua língua entrasse entre seus suaves lábios em busca de algo mais. O crepúsculo se filtrava pelas persianas entreabiertas e pela porta, que seguia pendurando de uma dobradiça, esquecida, irrelevante, deixava a
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habitação alagada de sombras azul lavanda. As sombras eram escuras, mas não de mau agouro. O ar da noite estava carregado e adoçado com o aroma da madressilva, a magnólia e a gardênia. Os únicos sons que se ouviam eram os dos animais noturnos saindo de suas tocas e o dos pássaros noturnos que se chamavam uns aos outros entre as árvores. E o som dos amantes suspirando contra os lábios do outro quando finalmente se separavam e o som das médias do Sunny roçando-se-a uma contra a outra ao mover as pernas, enquanto ela se voltava cada vez mais vulnerável e desejosa entre seus braços. —Sunny, Sunny. —Seu nome era um suave sussurro procedente dos úmidos lábios do Ty. Com a ajuda dela, Ty começou a tirá-los gêmeos do peitilho da camisa e os deixou ao lado das forquilhas sobre a mesa. Sunny introduziu sua mão dentro da malha engomada da camisa para tocar seu quente peito peludo. À medida que seu beijo se fazia mais profundo, Ty colocou sua mão ao redor de seu pescoço. dentro de sua camisa, os dedos do Sunny exploravam com delicadeza os redemoinhos de cabelo, pondo a prova a agilidade de seus músculos, procurando e acariciando seu robusto mamilo. Ele blasfemou em um áspero sussurro e deixou cair sua mão sobre o peito do Sunny, abrangendo sua totalidade no interior de seu sustento. Suas carícias faziam mover a seda que deliciosamente se esfregava contra sua pele. Até o frufrú da seda era erótico. A respiração do Sunny não era a não ser um som contagioso de sua garganta, quando ele a beliscou ligeiramente na ponta do mamilo. —Ty?; —Que carinho? —Não deixe de me tocar esta vez. —De maneira nenhuma. Lhe beijou por todo seu pescoço, robusto e moreno, até o peito. Abriu-lhe a camisa ainda mais e apertou seus lábios contra a sólida curva de seu peito, onde pôde sentir o rápido pulsar de seu coração. Ele acariciou seu peito, deslizando seu dedo polegar uma e outra vez sobre a ponta endurecida de seu mamilo, antes de lhe deslizar a mão pela cintura, que apertou carinhosamente. Então, apoiou sua mão contra o joelho do Sunny. A aba de suas anáguas lhe tinha levantado e estava agora encarapitado por cima da cintura. Ty tirou a cabeça de debaixo de sua axila, onde lhe tinha estado plantando beijos ardentes, para contemplar suas pernas. Estavam embainhadas em umas meias transparentes. Levava um liguero. Ty podia ver as ligas de encaixe que se encontravam com as médias a metade da coxa. A vista era tão sexy que fazia que em seu púbis crescesse de luxúria uma ereção tão potente que ele mesmo se perguntava se poderia contê-la. Ty deslizou sua mão por debaixo de uma das ligas e acariciou sua suave coxa. Sunny experimentou uma descarga de sensações candentes que lhe fizeram gritar seu nome. Jogou a cabeça para trás e abriu os lábios em silencio para lhe pedir com silenciosa franqueza que a beijasse. Ele estava mais que disposto a satisfazer seu desejo.
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Seu beijo foi desvergonzadamente carnal. Enquanto ele sondava sua garganta à busca da parte traseira do paladar, deslizou seu dedo gordo em direção ascendente pela coxa e lhe acariciou a ninfa. Uma vez. Dois. Sunny arqueou as costas. Suas mãos, entradas em seu cabelo, apertaram-se com tanta força que ameaçavam lhe arrancando o cabelo de coalho. —Sunny, vamos fazer o amor. Ela tentou assentir com a cabeça, mas tinha o pescoço duro, inerte, enquanto o resto de seu corpo nunca se havia sentido tão em flor. Ty ficou de pé, levou-a a cama sem esforço algum e se deteve seu lado. Ty tinha o olhar faminto ao sobrevoá-la com o olhar para deter-se em seus olhos dourados, frágeis de pura paixão. Sunny tinha os lábios de vermelho coral umedecidos e seu cabelo alvoroçado brilhava como um halo em meio da tênue luz. Sua anágua de seda lhe aderia ao corpo. Era um corpo de mulher que Ty tinha querido possuir do mesmo momento em que a viu pela primeira vez. Tinha os ombros largos, embora com uma certa inclinação decididamente feminina. A pele de seu pescoço e de seu peito era suave e cremosa, e estava ligeiramente bronzeada. Tinha os peitos erguidos, redondos e apetecíveis. Seus mamilos se sobressaíam insinuantes por debaixo da roupa interior de seda. Sunny tentou lhe tirar os suspensórios e se dispôs a baixá-los. —Não —disse ele, agarrando a das mãos. —Deixa-o. antes de que tivesse a oportunidade de perguntar-se por que não queria que o despisse, ele a estava abraçando contra ele. Seu beijo a distraiu de qualquer outro pensamento que não fora o muito que desejava a aquele homem, que a enchia e a fazia escapar do vazio que tinha vivido durante tanto tempo, restaurando sua fé no romance, lhe recordando que era desejável. Ty deslizou suas mãos pela parte traseira de suas coxas. Apertou com fruição suas nádegas. Apertou-a contra a ereção que continham suas calças até que sua respiração era tão brusca e tão rápida que já não era possível beijá-la. Lhe colocou as mãos por dentro da banda elástica de suas meias e as esfregou contra sua pele nua. Sunny não opôs resistência quando lhe baixou as médias pelas coxas e as deixou à altura dos joelhos. Ela tirou um pé e depois o outro para liberar-se das médias. —te tombe. Sunny fez o que lhe ordenava e lhe contemplou enquanto se tirava a bandagem do smoking e a deixava cair. desabotoou-se as calças do traje e os baixou, tirando-os sapatos e também, de passagem, os meias três-quartos. Teve mais problemas na hora de tirá-los cueca, por razões óbvias. Deixava-a dura, enche, quando se aproximou dela, com a camisa desabotoada ainda posta. Sua passarinha estava ainda pendurando do pescoço da maneira mais improvável. colocou-se diretamente em cima dela, encaixando seu corpo entre suas coxas enquanto sua cintura lhe ajudava a lhe abrir mais as pernas. Ty lhe agarrou a cabeça entre suas mãos e lhe devorou a boca. Quando sua língua não pôde explorar sua boca mais profundamente do que já o tinha feito, a passou pelos lábios e a utilizou para limpar o rastro salgado de suas lágrimas. —Desde este mesmo instante, quero que se esqueça de Dom Jenkins — disse com aspereza—.Já não existe para ti. Entendeste-me? —Como resposta,
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Sunny empurrou sua cintura contra sua ereção. Ty pôde ter sorrido, embora era difícil de determinar pela intensidade de seu rosto—. a partir de agora só existimos você e eu, Sunny. E vou fazer de sua tristeza algo construtivo. Ty fez alavanca para cima e lhe levantou as calcinhas. Fechou os olhos momentaneamente e sentiu um espasmódico desejo de percorrer sua cara ao baixar a vista para olhá-la. ajoelhou-se entre suas pernas abertas. Jogou com a liga de encaixe, tocou o suave penacho de plumas que havia debaixo e acariciou seu suave ventre pela parte de acima. Voltou a deixar cair sobre ela, estava vez plantando seu duro membro acessível contra os latentes lábios de seu sexo. Deslizou suas mãos sobre seus peitos. Seus mamilos endurecidos pareciam atrair os dedos do Ty como ímãs. Ele os beijou através da roupa interior, esfregando energicamente sua língua contra suas duras pontas como se queria atravessar a malha. De fato, pôde-lhe a impaciência. Tentou lhe tirar o tirante do sustento por cima do ombro. rompeu-se de repente. Nem Sunny, nem ele pareceram alterarse ante o percalço porque seu peito, a fim de contas, estava livre e Ty tinha apanhado o mamilo em sua boca, chupando-o com avareza, enquanto a acariciava com a mão para cima e ela se abatia sobre seus lábios e seu queixo com firmeza e aprumo. —OH, Deus, é maravilhosa —murmurou ele—. Algum dia saborearei seu leite. Sunny lançou um gemido, primeiro ante sua extraordinária afirmação e depois ante a repentina dor que a produziu ao entrar nela. Mas ela se aferrou a ele com força, levantando os quadris da cama para lhe dar a bem-vinda. —É tão pequena. —Ty produzia ao respirar um quente vento sobre sua orelha—. O sinto. —Eu não o sinto. Suas bocas se fundiram em um ardente beijo, enquanto ele apertava mais fundo. Quando seu beijo chegou a seu fim, ele a olhava do alto. Ty tinha os olhos de um azul escuro muito agradável —É virgem, verdade, Sunny? Mentir sobre algo assim seria ridículo a estas alturas, quando a prova fehaciente de sua virgindade estava obstaculizando sem lugar a dúvidas sua entrada. —Tecnicamente, sim. —Esse é o único modo que conta. —Não sei porquê deveria estar surpreso —disse ela com aspereza—.Já tinha ouvido os rumores que diziam que eu nunca chegava até o final. Ele sorriu. —Olha! Não me estou queixando. Ao Ty brilhavam os olhos com fúria enquanto se retirava. —Não. —Então, que está fazendo...? Não te detenha, Ty. —Não me detenho —lhe disse para tranqüilizá-la, lhe acariciando carinhosamente o cabelo e a bochecha—. Só pretendo nos facilitar as coisas aos
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dois. Deu-lhe um beijo apaixonado em seus peitos descobertos e depois lhe aconteceu o polegar pelo mamilo umedecido e a boca pelo ventre nu. Plantoulhe um profundo beijo úmido atrás de outro na fértil suavidade erótica de seu ventre. Esteve brincando com a liga de seu liguero acetinado e deu um sopro sobre seu cabelo loiro encaracolado. Então, agachou a cabeça entre as coxas do Sunny. Seu cabelo o fazia cócegas sobre sua pele hipersensível. Apertou sua boca contra ela. Estava aberta, quente, disponível. Sunny fechou os punhos apanhando mechas inteiras de seu cabelo. Sua cabeça se retorceu sobre o travesseiro. Seus pés estavam arqueados como os de uma bailarina. Passou-lhe a ponta dos pés por seu espinho dorsal e o bracelete de ouro que levava no tornozelo lhe roçou a pele. Ondas de sensação inimagináveis que tinham sua origem na ponta da língua do Ty se estendia por todo o corpo do Sunny até as curvas mais recônditas de sua alma. Quando ganhou o ímpeto suficiente para envolvê-la, ela navegou sobre as ondas com movimentos ondulantes de eterna juventude. As ondas vinham sobre ela ritmicamente como os terrenos baixos de calor que desprende o chão no verão. Eram ondas resplandecentes. Quando Sunny conseguiu compilar suas sensações dispersas, Ty já estava completamente dentro dela, que esticou seu corpo complacente. De fato, seu corpo estava angurriento e ela tentou lhe apertar para que entrasse dentro dela mais ainda do que ele se teria esperado. Ele ofegava de prazer. —Não me deixe que te faça mal, amor. —Não me fará isso. —Sente-me? Ty se moveu. Sunny conteve sua respiração de repente, não presa da dor, mas sim de uma paixão renovada. —Sim. —Faço-te mal? —Não, não. —Você gosta? —Sim. —Quer que o faça outra vez? —Sim, outra vez. Sim, Ty, sim... —Tem frio? Quer que subida mais o lençol? —Não. —Sunny suspirou satisfeita. Ali tombada nua entre os braços do Ty se sentia tão esplêndida que não queria que nenhum dos dois se movesse por muito tempo. Para a eternidade, possivelmente. Ele tinha terminado de despi-la com tão mímico que lhe parecia incongruente a julgar pelo brilho de desejo que ainda ardia nos olhos do Ty. —Tem a pele de galinha.
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—É porque me dá cócegas. —O que? Isto? —Ty voltou a lhe deslizar os dedos pelo flanco, desde debaixo de seu braço e até a cintura. Ela riu e voltou a sentir calafrios—. O sinto, mas eu gosto de muito os efeitos colaterais para deixá-lo. —Os efeitos colaterais? —perguntou ela. Ty tocou a ponta avermelhada de seu mamilo. Sunny deu um gemido de prazer—. Hmm, sim, os efeitos colaterais são fantásticos. —Tem marcas. fui muito brusco? Tenho-te feito mal com a barba? —Sim e foi delicioso. —Seu sorriso era a de uma menina má. Ty continuou acariciando-a, imensamente agradecido de que lhe permitisse o luxo de acessar a seu corpo como ele desejava. Ela não fez gesto algum de acanhamento. Sua nudez parecia lhe encantar. Não se sentia para nada estresada. Não se tinha apressado a sair da cama para lavar-se depois de fazer o amor. Em lugar disso, abraçou-se a ele como a mulher carinhosa e sensual que ele sempre tinha sabido que seria. Agora, apoiado de costas contra a parede com a vista encurvada para vêla apoiar sua cabeça sobre seu estômago, Ty se pulverizou seu cabelo por cima, lhe penteando os cachos de tanto em tanto, consciente de que seria impossível encontrar melhor modo de entreter-se. Este lânguido momento posterior a ter feito o amor era novo para ele. Inclusive com sua esposa, o sexo sempre tinha sido uma culminação, um final, não um princípio. Não era assim com o Sunny. Sabia que quando deixassem a cama finalmente, faria-o muito a seu pesar. —por que não te deitou alguma vez com Dom, Sunny? —Não é teu assunto. —Não. —Então? —Estou curioso. Lhe aconteceu os dedos pela suave linha de cabelo que dividia seu estômago em dois. —Queria fazê-lo. Mas ele pensou que era melhor se esperávamos. A risada do Ty foi arisca e pouco aduladora com respeito à atitude do outro homem. —Não sente saudades. Tinha medo de não estar à altura. Com picardia, tocou a parte dele que agora recebia seu castigo descanso. —Não sabia até agora que o dito tinha uma aplicação literal. Ty sorriu complacente e continuou com sua linha de pensamento. —Não era o homem apropriado para ti e sabia. Não queria averiguá-lo até depois de que lhes casassem. Você foi o que ele queria, mas tudo o que lhe atraía de ti lhe dava medo ao mesmo tempo. Sunny voltou a apoiar a cabeça para trás e elevou a vista para lhe olhar. —Tanto medo dou? —Poderia-lhe dar medo a um homem que tivesse medo de fazer um bluff
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contigo. Sunny lhe olhou daquela maneira e voltou a colocar a cabeça sobre seu regaço. —Se for tão perito em procurar o porquê e o por quando de um matrimônio, por que não o tentaste de novo? —Nunca encontrei à mulher apropriada. —Latham Green oferece um limitado leque. A cidade te teria dado mais opções. —Mas não poderia viver em uma cidade. Sunny se precaveu de uma mudança de tom em sua voz. Pronunciava suas palavras com uma ênfase entrecortada. Era um tom amargo e áspero. O que menos queria Sunny era interromper aquele momento meloso, mas queria saber o que lhe preocupava. Ele a tinha ajudado a desbloquear suas emoções, a lhes pôr a etiqueta justa e a enfrentar-se a elas. Possivelmente ela podia ajudála do mesmo modo. —O que aconteceu, Ty? —Que fui. —Mas por que? Conta-me o Sunny le acarició el muslo cariñosamente con las ye_mas de los dedos. Seguía un poco tenso y ella era cons_ciente del enorme esfuerzo que suponía para él hablar sobre ese doloroso episodio en su vida. Aún así, le pare_cía que era el tipo de catarsis que él necesitaba. Sunny sentiu como suas coxas se contraíam debaixo de sua cabeça enquanto se produzia nele uma luta interna. Finalmente, os músculos de seu estômago se relaxaram e arrancou a falar. —A meu companheiro de patrulha, que além disso era meu melhor amigo, e a meu atribuíram um caso de alto nível. A segurança era elevada. Muito poucas pessoas sabiam sobre isso. Entendemos desde o começo que era um encargo perigoso. Tínhamos que desmascarar aos líderes de uma rede de estupefacientes, que se suspeitava que estavam dentro do mesmo departamento de polícia. Sunny lhe acariciou a coxa carinhosamente com as gemas dos dedos. Seguia um pouco tenso e ela era consciente do enorme esforço que supunha para ele falar sobre esse doloroso episódio em sua vida. Ainda assim, parecialhe que era o tipo de catarse que ele necessitava. —Nossa investigação seguiu adiante nos quatro meses sucessivos. Uma noite, recebi em casa uma chamada de meu companheiro. Estava alterado. Um confidente a salário tinha dado um sopro que não podia guardar-se. Fiquei com ele para nos ver em uma cafeteria. Tivemos a precaução de não falar do tema por telefone. Sempre havia o perigo de que nos estivessem vigiando. ficou calado. Passaram vários minutos. Sunny podia sentir como seus dedos lhe acariciavam o cabelo, de outro modo poderia ter pensado que se ficou dormido. Ele continuava imóvel. —Ao parecer, vigiavam-nos —disse ele—. Meu companheiro me saudou com a mão do outro extremo do estacionamento da cafeteria assim que entrei com o carro. Eu me dirigi para ele. —Lhe quebrou a voz—. O primeiro disparo lhe alcançou entre os olhos. Depois houve mais disparos, um depois do outro,
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todos contra ele... —Ty, não. —Sunny girou a cara contra seu estômago, apertando-a contra o pêlo de sua pele. abraçou-se a sua cintura e lhe abraçou com força—. Não volte a pensar nisso. Sinto te haver perguntado. —Não. Precisava falar disso desde fazia muito tempo. —Ty respirou fundo várias vezes—. depois de que o matassem, dobrei meus esforços para encontrar aos bastardos responsáveis por sua morte. —Soltou uma risada amarga—. O principal culpado resultou ser o vicedirector do departamento, o mesmo que nos tinha atribuído o caso. Sunny emitiu um som de compaixão. —O que ocorreu? —Agarrei-lhe. Tinha que pagar pelo que tinha feito. Não conseguiram lhe inculpar pelo assassinato de meu amigo, livrou-se. Mas me ofereceram seu posto. —por que não o aceitou? —Não o queria. Estava farto. Farto da administração que preferia limpálas mãos e dizer: «Não-não», antes que tirar a luz a corrupção no interior do departamento. —Lançou um suspiro—. Assim que fui e devi parar aqui, onde possivelmente ainda possa fazer algum bem. —É um homem íntegro. —Ou um estúpido. Sunny lhe olhou com uma admiração indescritível. —Um homem íntegro. —Obrigado. Lhe beijou na cicatriz rosada do flanco. —Também tentaram te matar a ti, verdade? —Sim. A mesma noite que mataram a meu companheiro. —E aí foi quando sua mulher te deixou? —Deu-me um ultimato. Se voltava para caso, deixaria-me. —Ty acariciou ao Sunny na cabeça—. Não podia agarrar e ir, deixando o caso pela metade. Tinha que chegar até o final. —por que não a trouxe aqui contigo quando todo se terminou? Ty acariciou seu cabelo encaracolado. —Para então, tinha-me dado conta de que não parecíamos o um para o outro sob nenhum conceito. —Os olhos do Ty adotaram um matiz zombador—. Não era tão irresistível como você. Sunny fez gesto de protestar, mas trocou de idéia e sorriu sedutora. —E isso que estou pouco treinada. Sunny aproximou os lábios a seu estômago e o cobriu de beijos. O aroma de sua pele era embriagador e ela estava desejosa de saboreá-lo. Sua língua lhe tocou timidamente, mas depois se voltou tão ambiciosa que lhe deixou seus cachos de cabelo loiro escuro umedecidos.
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—Sunny —disse Ty. Suas mãos se deslizaram debaixo de seu cabelo e a agarraram pela cabeça sem apertá-la muito. Deixou-lhe total liberdade para que movesse a cabeça de lado a lado. Só esticou ligeiramente os dedos contra seu couro cabeludo quando baixou a cabeça até suas coxas. Lhe beijou nas pernas. Depois, na entrepierna. E seus lábios se detiveram até que lhe pôde a necessidade. —Não, Sunny —disse ele com a voz entrecortada quando viu que tentava lhe abrir as pernas—. A deixo muito dura. Fará-te mal. Sacudindo a cabeça para dizer que não, Sunny se agachou mais entre suas pernas. Minutos mais tarde, tombados cara a cara em uma lassidão de êxtase puro, Ty lhe retirou os cachos umedecidos de em cima da bochecha. —Não deveria ter feito isso —disse brandamente. —Você não gostou? —Sabe que sim. Mas podia te haver feito mal. —Estava gozando muito para notar nenhuma moléstia. —Sunny lhe beijou nos lábios—.E já que nos queixamos, tampouco você deveria ter feito o que fez. —Pôr meu dedo aí? Ela se ruborizou. —Voltei-me um pouco louca, não te parece? —Sim, e foi fantástico. —Ty a olhou à cara como se a estivesse vendo pela primeira vez—. É uma beleza, Sunny. —Obrigado. —Não o digo com a boca pequena. Não me refiro só a seu aspecto físico. Deveria ser óbvio para ti a estas alturas que eu gosto de muito. —Ty lhe tocou no queixo com o dedo—. Também eu gosto e admiro sua pessoa. Os olhos do Sunny estavam alagados de lágrimas. —Ah sim? —Muito —murmurou ele. Seguidamente, jogou sua cabeça a um lado—. Não vais pôr te a chorar, verdade? —Possivelmente o faça. —Está proibido choramingar em minha cama. Suponho que me terei que inventar algo para te divertir. Ty tinha um dom especial para inventar-se coisas divertidas.
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Capítulo 10 Sunny despertou antes que Ty. levantou-se lenta e deliciosamente naquela manhã lânguida de domingo que lhe fez sorrir inclusive antes de abrir os olhos. Os raios de sol deixavam suas marcas sobre o chão de madeira. Bolinhas de pó invadiam a habitação. Fora, os pássaros cantavam felizmente. Sunny se teria pensado que aquela manhã perfeita era a continuação de uma fantasia, de não ser pelo homem de carne e osso que tinha convexo a seu lado. Ty respirava profunda e regularmente. Ela ficou ali tombada, escutando sua respiração e recreando-se no som masculino de seu soprar. Desfrutou de do calor que radiava seu corpo, comprido e musculoso. Estavam abraçados como dois gatinhos. Ela tinha a bochecha apoiada sobre seu tórax. Ele tinha os dedos cruzados entre seu cabelo. de agora em diante, cada dia de sua vida que não se levantasse ao lado do Beaumont, sentiria falta deste sentimento de unidade. A só idéia de não viver com ele era deprimente. Três anos antes tinha pensado que se estava morrendo de mal de amores quando escapou a Nova Orleans. Agora, deu-se conta de que só tinha sofrido por seu orgulho quebrado. Partir hoje, deixar ao Ty, isso sim que lhe destroçaria o coração. Lhe amava. E estava zangada com ele por isso. Aquele insuportável canalha arrogante a tinha apaixonado. Sunny moveu a cabeça o justo para lhe olhar à cara enquanto ainda dormia. Sorriu. Ele estava respirando pela boca. Tinha os lábios ligeiramente abertos. Ao Sunny tremia ainda o ventre só de recordar o prazer que aqueles lábios eram capazes de lhe dar. O que era todo aquilo que sentia por ele? Atração sexual?
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Respondeu a pergunta antes de construi-la completamente em sua mente. Não, não se tratava de uma simples atração sexual. Gostava de seu senso de humor, embora suas risadas durante a última semana tinham sido a seus gastos. Gostava de seu sentido do jogo limpo e sua amabilidade inata. Era um menino sensível. A última noite se comportou como um irmão maior mais que como um amante, porque tinha intuído o que ela necessitava. Ela tinha apreciado a confiança que tinha depositado ele em seu equivalia a mulher que quer abrir seu negócio. Não se burlou de suas idéias. Era condescendente. Deu-lhe seus conselhos, mas sem ser paternalista. Sunny lhe admirava por ter remontado sua vida depois de que se quebrado em pedaços. Que tivesse plantado cara à corrupção política, que não tivesse cuidadoso para outro lado, embora se houvesse sentido tentado a fazêlo. Contra vento e maré e sem um solo aliado, tinha resistido à adversidade até que viu que se fazia justiça. Era um homem de grande integridade e de irreprocháveis valores morais. Assumia seus próprios enganos e não lhe jogava as culpas a ninguém mais. Era com toda segurança um homem que merecia ser amado. Não havia cor entre ele e Dom Jenkins. Sunny sabia que se ficava acabaria-lhe tocando, e ao lhe acabariam fazendo o amor. Não Necessitava tempo para organizar planejar.
tombada a seu lado muito mais tempo, tocar —sabia por própria experiência— gostava de fazer o amor agora mesmo. seus sentimentos, para pensar, avaliar e
Sem despertar, levantou-se da cama e cruzou a habitação nas pontas dos pés. Sem fazer ruído, ficou rápido umas calças curtas e uma camiseta ampla de algodão e abandonou a habitação em silêncio. Ty ainda dormia. Ao sair à luz do salão, Sunny se estremeceu. Quase não podia conter a felicidade que fazia borbulhas em seu interior como o champanha. Estava apaixonada! depois de anos de solidão e acritud, sentia-se viva, com uma vitalidade renovada. Entretanto, o que ia fazer com este amor recém descoberto? Meter-lhe na mala com o resto de seus pertences e levar-lhe a Nova Orleans? Era domingo. Sua semana no Latham Green tinha terminado oficialmente. Já não tinha nenhum compromisso que a atará a aquele lugar. Entretanto, em vez de ter vontades de ir-se, mostrava-se reticente a isso. Não mereciam seus ambíguos sentimentos respeito ao Beaumont ao menos outra semana de prova? claro que sim. Entretanto, mostrou-se tão firme com sua decisão de ir-se no domingo que se perguntava por que tinha trocado de idéia de repente. E só para chatear, ela não ia ser primeira em tirar reluzir o tema do amor. Metida em seus pensamentos em busca de uma desculpa para ficar, caminhou até o alpendre da porta dianteira. Possivelmente podia dizer que seus pais lhe tinham pedido que fiscalizasse uns trabalhos de remodelação da casa. Ou possivelmente... Uma caixa do WildTurkey estava posta em cima do segundo degrau. Com tudo quão calorosa era aquela manhã, Sunny ficou fria ao vê-la. Olhou a caixa de bourbon como se fora a coisa mais repulsiva que jamais tivesse visto. Pareceu-lhe horrendo. Repugnante. Uma visão muito vil para seus
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olhos. «Miúdo bastardo!» Em algum momento impreciso no tempo, Sunny tinha chegado à conclusão de que nunca tinha havido uma aposta entre ele e George Henderson. Tinha decidido que a aposta era um ardil do Ty para fazê-la rabiar até levar-lhe à horta. Descobrir agora que efetivamente tinha existido tal aposta e que ambas as partes a tinham tomado a sério era quase tão desolador como encontrar a Dom na cama com o Gretchen. Quando havia Ty anunciado sua vitória? Seria quando havia finalmente fechado a porta que em um princípio tinha deixado aberta? Teria ido até o telefone para regozijar-se com uma chamada triunfal ao George? Ou possivelmente quando ela estava ainda tombada na cama tinha chamado ao George para rir dele por perdedor enquanto ela se estirava lánguidamente pelo que tinha ocorrido e se estremecia pelo que estava ainda por acontecer? Seu coração se rompeu em dois pedaços, mas Sunny se negou teimosamente a derramar nenhuma só lágrima pela humilhação e desilusão. Com os pés nus, precipitou-se através da casa até a cozinha, que estava menos iluminada que o resto das habitações. Começou a abrir gavetas, revolvendo ruidosamente seus conteúdos em busca de algo e fechando-os a golpe limpo ao não encontrar o que estava procurando. Quando o fez, voltou para alpendre e se reclinou sobre a enorme caixa de cartão. Empunhando o chave de fenda perigosamente, tirou os grampos industriais que atavam a caixa e rasgou o pacote. A primeira garrafa de uísque que jogou contra a parede da casa fez um ruído tão forte como uma explosão de dinamite na paz silenciosa da manhã. O cristal se fez pedacinhos e saltou por toda parte. Havia uísque derramado em qualquer parte. O aroma era embriagador. longe de dar-se por satisfeita, Sunny não se conformou com uma garrafa. Imediatamente, rompeu outras três garrafas uma detrás de outra. Estava furiosa de que a tivessem decepcionado de novo e mais furiosa ainda por ter sido tão ingênua. depois da quarta garrafa rota, deteve-se para tomar uma pausa, seu peito se movia para dentro e para fora de pura raiva. —Se assim for como pensa despertar cada manhã, bem começamos. Sunny se deu a volta para ouvir sua voz. Estava apoiado com um ombro sobre o marco da porta e tinha os tornozelos entrecruzados. As cueca lhe caíam baixos à altura da cintura. Levava o cabelo alvoroçado. Tinha-lhe crescido barba na parte inferior da cara. Sunny quase não podia ver seus olhos porque levava o cenho franzido e suas sobrancelhas lhe escureciam os olhos à luz do sol. —Não sei como pode ter a cara tão dura para me olhar à cara —gritou ela. —por que? Ela estendeu os braços e assinalou a caixa de uísque e o fragrante ofensivo que tinha montado. —Isto é tudo o que significa para ti a última noite, verdade?
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Ele franziu o cenho ainda mais. Sacudiu a cabeça aparentemente aborrecido e disse: —vou fazer o café. Um segundo mais tarde, Sunny estava olhando a porta vazia. Isso a tirou de suas casinhas. Como podia atrever-se a ir-se quando ela nem sequer tinha começado a lhe dizer o friável que lhe parecia? foi atrás dele à cozinha. Ty estava pondo o café no recipiente metálico da cafeteira elétrica. Enquanto ela estava que jogava faíscas, ele se limitava a preencher tranqüilamente de água a cafeteira. Acendeu um fósforo e a aproximou do fogão. Só quando já esteve satisfeito com a chama, girou-se para olhá-la inquisitivamente. —Sal de minha casa. —Sunny —disse ele com um fundo suspiro enquanto se apoiava contra o escurridero e se cruzava de braços a peito descoberto—. me Deixe que te dê uma lição de protocolo matutino. Quão último podia fazer para dar as graças a um homem que te deu sete orgasmos —Ou foram oito? É difícil de determinar com uma mulher com um apetite sexual como o teu—, de todos os modos, quão mínimo podia me oferecer em troca esta manhã é uma taça de café. —É repugnante. —Não parecia que pensasse isso ontem à noite —disse ele com inapetência—.E para que saiba, o de ontem à noite só teve que ver contigo e comigo. Não teve nada que ver com minha aposta com o George. —Não dormiu comigo por isso? —Não. —Então, como pode explicar o da caixa do WildTurkey em meu alpendre? —Estendeu o braço como uma flecha e apontou com o dedo à entrada da casa. —Não o posso explicar. Não sei como George pôde averiguar que estava aqui. Possivelmente me viu abandonar a igreja conduzindo como um louco, seguiu-me até aqui e extraiu suas próprias conclusões. —Ou possivelmente assim que te apontou o tanto, escapuliu-te da cama e veio até aqui para lhe chamar. Ty ficou olhando incrédulo durante vários segundos e, então, deu-se a volta para agarrar a taça de café do armário. Finalmente, o café estava preparado. Não voltou a olhá-la até depois de lhe haver jogado o café e detrás ter tomado vários goles. —Não o tenho feito. —Isso não sei eu. —Pois, deveria sabê-lo, porque não me tirou as mãos de cima virtualmente em toda a noite. —Ty deixou cair os olhos com grande encanto—.E o que tinha em suas mãos a maior parte do tempo é impossível que eu lhe tivesse arrebatado isso sem que nem você nem eu nos déssemos conta. Sunny se ruborizou e lhe começaram a entrar os calores. Baixou o olhar, tentando encontrar algo para dizer. dava-se conta de que estava perdendo terreno e não sabia como recuperá-lo. —Bom, em qualquer caso, já está, acabou-se. Você ganhaste sua aposta.
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Minha semana aqui se acabou. Assim que meu convidado —disse ela em tom cáustico— acabe seu café, sairei para minha casa. —Vai a Nova Orleans? —Onde se não? —E voltar para que? —A que te refere com isso? —Sunny ficou imediatamente à defensiva. —Voltar para esses amantes que alguma vez existiram? Sunny não tinha resposta para isso, assim evitou tocar o assunto. —Voltar para minha carreira. —Uma carreira que poderia igualmente levar daqui. —Ty posou sua taça, já vazia—. Só conseguirá voltar para sua solidão autoinfligida. Estiveste-te escapando de tudo o que te resultasse familiar e querido porque não tinha a coragem de ficar e confrontar o que era tão evidentemente claro para ti. —Que meu prometido tinha preferido a minha dama de honra antes que a mim? —Não, que tinha eleito ao homem equivocado para começar. Não queria reconhecer diante de todo mundo que te tinha equivocado tanto. —depois do ocorrido, não tinha outra opção que ir. —Tinha muitas opções! —gritou ele—. Em primeiro lugar, podia-te ter ficado e te haver casado com o Jenkins. Em segundo lugar, podia lhes haver jogado a culpa a ele e ao Gretchen em lugar de carregar você contudo. —Queria-lhe muito para isso —replicou ela, embora sabia que não estava no certo. Ty também sabia que não era verdade. Em qualquer caso, ela queria lhe provocar. Não funcionou. —Isso é mentira, Sunny —disse ele com suavidade—. É como essa tolice de que seus pais abandonaram o povo por sua desonra. —E você que sabe? —falei com o Fran. E me disse que a seu pai ofereceram um trabalho fabuloso no Jackson. Que se fossem daqui não teve nada que ver contigo. Entretanto, decidiu acreditar que assim era para justificar sua própria fuga. Para todos no Latham Green, ofereceu uma imagem de mulher independente com carreira profissional, com uma enxurrada de amantes e atitude de femme fatale. E você mesma começou a te acreditar essa falsa imagem. Mas ambos sabemos que essa mulher não existe. Essa não é a vida que você deseja. Quando foi daqui, não tinha um rumo fixo. Foi e ponto. E se vai hoje, isso é o que vais voltar a fazer. Sunny estava tão zangada que se cambaleava ligeiramente para diante e para trás. —Recolhe sua psicologia troca e vete ao inferno, Xerife Beaumont. Não vejo a hora de voltar para Nova Orleans. Irei logo que te vista e te largue daqui. —De acordo —disse encolhendo-se de ombros—, vete. Mas só obterá que te siga. —Para que?
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Ty percorreu o caminho que lhes separava até que esteve a seu lado. —Porque te desejo. Possivelmente estou louco, mas te desejo. Desejei-te do primeiro momento em que te vi comendo esses malditos morangos. Ontem à noite me demonstrou que foi a mulher que me pensava que foi, a mulher que necessitei e que desejei ter desde fazia muito tempo. —Pois, espero que me tenha desfrutado, porque esta foi sua última e única oportunidade. Ele se pôs-se a rir. —Não podia estar mais equivocada, Sunny. Pode pôr-se a correr hoje mesmo, que só conseguirá que te siga. Recorda quando te disse que Jenkins era um parvo de cuidado por te haver deixado sair pela porta da igreja? Bom, pois eu não sou Jenkins. Me vou ficar te pisando os talões até que entre em formar parte de minha vida, em minha casa e em minha cama para sempre. Por um momento, Sunny ficou sem palavras. —Realmente crie que me ia ficar vivendo contigo aqui no Latham Green? —Os cônjuges —é obvio não sempre, mas sim geralmente— revistam viver juntos. —Os cônjuges... Mas realmente te pensa que me vou casar contigo? Ele sorriu com segurança. —Não é que o cria, sei. —Está louco. —Temo-me que tem razão. A maior parte dos homens não foram querer a um torvelinho como você a seu lado, mas vai a marcha. estive com muitas mulheres e nenhuma delas me tinha tirado nunca da cama alagando o alpendre do WildTurkey —disse ele, renda-se. —Sim, adiante. Ria. Eu também encontro cômico que viva com a ilusão de que eu me vá casar contigo para viver neste povo de paletós. —Neste povo de paletós não foi nada mal a ti. Acredito que é um lugar idôneo para criar meninos. —Meninos? —Claro. Acredito que deveríamos cumprir nosso trabalho cívico de contribuir a manter aberta a escola do Latham Green, não te parece? Sua expressão bulia de indignação e ressentimento. Ele acariciou debaixo do queixo. —Já sei que a bote logo está receosa da idéia. Agora não reconheceria o que ia ser bom e adequado para ti por muito que o tenha justo diante dos olhos. Mas depois de havê-lo considerado, estará encantada. Ty se dirigiu para a porta. —OH, e se ao final decide ir hoje, não faça ruído ao fazer as malas. Como bem sabe, não me deixou dormir em toda a noite. —Ty bocejou, enquanto se arranhava o peito ausente—. Me volto para a cama. Uma vez mais, Sunny ficou olhando a porta vazia. Estava tomando o cabelo. Verdade que sim?
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Não tinha brincado sobre sua aposta com o George. Havia dito que ia levar a à cama na noite das bodas e o tinha feito. A idéia do matrimônio era ridícula. Ou não o era? Ela o amava. Não era melhor começar com ele uma vida no Latham Green que uma de solidão na cuidem? Não, nada poderia fazê-la trocar de parecer. Nada? Esta vez, ia fugir do homem que realmente amava. Do homem que realmente... Sunny lhe deu um pequeno golpe sobre seu ombro nu. Era irritante que tivesse voltado para a cama e estivesse já dormindo. depois de seu segundo golpe, Ty se deu a volta e a olhou com os olhos dormitados. —Ainda está aqui? —Não me há dito ainda se me queria. —É necessário que lhe diga isso? —elevou-se, apoiando-se sobre um cotovelo. —Bom, seria agradável. Ty riu de vê-la tão tenra. —Sunny, se não estivesse apaixonado, me teria deitado contigo o primeiro dia em que te conheci. Te teria seguido a casa desde aquela festa e te teria desfrutado de carnalmente naquele momento e naquele lugar, para te tirar do meio. Y... —prosseguiu ele, lhe apontando com o dedo à boca, que tinha aberta como se estivesse a ponto de lhe interromper— ... não me vais negar que teria ocorrido. Desde a primeira vez que nos olhamos ficou claro que era só questão de tempo até que tivéssemos dado rédea solta a nossos impulsos de desejo mútuo. esperei até ontem à noite também porque esperava ganhar sua confiança. Queria que soubesse que já não se tratava só de sexo. —Então foi a sério quando falava de como você gostava e quanto me admirava? —Absolutamente. Sunny se mordeu o lábio inferior. —Não quero ter mais que dois filhos. Ele se levou as mãos à nuca. —Parece-me razoável, visto que é a única dos dois que terá que dar a luz. Não te terá acontecido a idade, não? —Farei trinta em meu próximo aniversário —replicou ela irascível. —Trinta, né? Bom, suponho que isso está bem. Sunny começou recuperar o bom humor. —Tampouco me vou voltar nenhuma Maroja. Nego-me a trocar meu estilo de roupa para me adaptar ao look defasado deste povo. —Bem. Eu gosto como te veste. —Seu olhar se deslizou pelo corpo dela. —E como te despe.
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Ela se tentou resistir a seu olhar arrebatador, mas não lhe resultou nada singelo. Sentiu uma debilidade nos joelhos, que já lhe começava a resultar familiar. —Terei que ir a Nova Orleans freqüentemente. —Já, entendo. —Não tenho intenção de deixar meu trabalho. —Tampouco me lhe ocorreria pedir isso —No voy a usar tu dinero para empezar mi negocio. —Tenho pensado solicitar meu empréstimo em todos os bancos da Luisiana e Misisipi até que me dêem isso. —Não vais ter que fazê-lo. Tenho um dinheiro economizado. Ela ficou calada por um momento. Então, disse: —Não vou usar seu dinheiro para começar meu negócio. —A ver, Sunny. Não seja teimosa. Será nosso dinheiro, quando nos casarmos. —Ela ficou olhando resolutamente. Ele suspirou. —Vale, por uma vez vamos encontrar um término médio. Você tenta todas suas possibilidades, se as esgotar, voltaremos a avaliar a situação e manteremos minha solução na cabeça como último recurso. Ela assentiu com rotundidad. —De acordo. —Alguma coisa mais? —Eu não cozinho muito bem. —Não vamos morrer nos de fome. —A jardinagem tampouco me dá muito bem. Eu não gosto dos insetos, nem as cobras, tampouco a sujeira, nem a terra, assim não te espere que vamos poder vender no mercado local meus feijões caseiros enlatados. —Em realidade prefiro as da marca Do Monte. —Sou muito ordenada, espero que me ajude... —Sunny? —O que? —Você gosta? Lhe olhou à cara e pensou que tinha o rosto mais adorável que nunca tivesse visto, inclusive se o fazia falta barbear-se. —Muito. —Quer-me? Um redemoinho de emoções a percorreu por dentro. viu-se obrigada a tragar saliva antes de dizer com a voz quebrada: —Muito, muito, muito. Ele jogou os lençóis para trás. —Então, te cale e volta aqui, aonde pertence.
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Quando estava já nua e tombada junto a ele, Ty a apertou contra ele. —Agora que tiramos que no meio todos os detalhes técnicos, agora que sabe que o fato de que eu te ame não supõe nenhuma ameaça a sua independência, nem a sua carreira, nem a sua identidade, agora que está tranqüila, me deixe que te diga como me sinto. Ty lhe jogou o cabelo para trás enquanto lhe sussurrava com voz rouca. —Quero-te, Sunny Chandler. Estou apaixonado por ti do mesmo instante em que te vi. Inclusive se não tivesse feito aquela maldita aposta com o George, me teria querido deitar contigo logo que fora possível e te teria açoitado até Nova Orleans, se tivesse sido necessário. Seja chovinista ou não, quero te proteger durante toda a vida. Assegurarei-me de que todo mundo saiba que é a mulher do Ty Beaumont, sua garota, sua esposa. Qualquer pessoa que te fira terá que as ver-se comigo e, como você bem sabe, posso me pôr mais desagradável que o muito mesmo demônio. Você é um quebradero de cabeça e um encanto e te adoro. Sunny riu ligeiramente e deslizou os dedos sobre seus lábios. —Eu poderia dizer o mesmo de ti. —Brilhavam-lhe os olhos, enquanto se desfrutada com ele de pura adoração—. por que não utilizou esta atitude romântica desde o começo? —Nunca teria funcionado. Tinha que deixar que você mesma te metesse na cabeça a idéia de me amar. —Crie-te muito preparado, não? —Imensamente —disse sem um ápice de humildade. Lhe aconteceu um braço ao redor do pescoço e atirou dele para lhe dar um profundo e comprido beijo. Suas mãos se moviam sobre ela carinhosamente. Tocou-lhe os peitos até que seus mamilos se endureceram e se esfregaram contra as gemas de seus dedos. Ty agachou a cabeça, beijou-os e os umedeceu com a língua. Estavam encrespados, perfeitamente a tom para satisfazer seu desejo mútuo. Logo, sua respiração se voltou lacônica e acelerada. —Ty —suspirou—. Não me toque aí. —Você não gosta? —Sim, sim, mas se não te detém, vou chegar ao final incluso antes de que comece. —Aposta-te algo, Sunny Chandler?
RESENHA BIBLIOGRAFICA Sandra Brown Pseudônimos: Laura Jordan, Rachel Ryan e Erin St. Claire.
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Sandra Brown nasceu no Wako, estado do Texas (Estados Unidos) em 1948. criou-se em Ft. Worth, Texas, junto a suas quatro irmãs. licenciou-se em Inglês na Christian University do Texas. Trabalhou como repórter na revista de distribuição nacional PM Magazine. Entretanto, quando experimentou a demissão maciça, viu-se em parada e trabalhou como modelo no Mercado da Moda de Dallas, e como atriz na "WFAA-TV" de Dallas, e inclusive tubo êxito como mulher de negócios. Sandra se casou com o Michael Brown, um apresentador noticiários e magazines em televisão. Ele deixou sua carreira como apresentador para criar sua própria produtora, e ambos os regresarón a Ft. Worth. Sandra continuava trabalhando esporadicamente como modelo em Dallas, enquanto criava a seus filhos Rachel e Ryan. Foi seu marido quem a animou a que escrevesse relatos de ficção em seu tempo livre. Em 1980 decidiu provar e em tão solo um ano conseguiu vender sua primeira novela, que foi publicada em 1981 sob o pseudônimo do Rachel Ryan (nomes de seus filhos), iniciando uma meteórica carreira como autora de novelas românticas. Deixou seu trabalho para dedicar-se por inteiro a escrever novelas românticas. Tem escrito mais de 50 novelas que se traduziram a multidão de idiomas. Tem escrito tanto novelas históricas como atuais. Em suas novelas convenha a dose justa de romantismo com umas pinceladas de intriga. Sandra tem escrito mais de sessenta títulos e vendeu mais de cinqüenta milhões de cópias. Entre outros muitos prêmios, obteve o prêmio Gold te Certifique concedido pelo Caso do Coeur. Além disso, conseguiu aparecer na lista mais prestigiosa de autores de bestsellers, a do New York Teme em mais de 30 ocasiões. O retorno do Sunny Sunny prometeu não pôr pé nunca mais no povo onde cresceu. Faz tão somente três anos se viu envolta em um grande escándolo e os aldeãos deixaram muito claro que nunca o esqueceriam. Mas quando seu melhor amiga a convida a suas bodas não tem mais remedeio que voltar. E com seu retorno surgem de novo os cochichos, olhada-las e os rumores dos que tentou fugir. Sunny não demorará para saber que ali não encontrará nada novo…salvo ao Ty Beaumont. Quando Ty a conhece em uma festa, descobre nela a uma mulher excepcional, enquanto que Sunny tem muito claro que não tornou para converter-se em sua última conquista. O que começa como um inocente flerte se converterá em uma provocação para ele, pouco acostumado a receber negativas. Mas ela resistirá. Porque o que precisa é um amigo -e não um amante- a quem pode confiar o segredo que a forçou a deixar seu povo e sua vida.
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