DIGESTO ECONÔMICO, número 249, maio e junho 1976

Page 1

^ ■

Aprescniaç.1ü tscola

1

Superior

de

Pcln rcslniiração

Guerra — Laboralório

do dircilo

Afonso

ele

Arinos

Iciciní. de

— General Anioniu

Melo

Jorge Corrêa

Franco

1975 — Ajuslnmcnlo c Redefinição — Mareilio Marques

17 35

Moreira

A poiilc suspensa — Raynuindo lüioro

45

1’oliHcn c Economia — O plano nos Eslados Unidos — João de Scantimbuigo Manifesto para a União Mondaria Européia — Tlic Eeunomist

55

O

Plano

soclal-libcrnl

Álvaro

C.

AIsogaray

Sérgio

P.

63 73

O problema que eslã nas cidades — Miguel Colasuono O atual período de restrições às importações c o ereseimento

79

cconomico

brasileiro

Meilâo

85

Klssingcr não eonhcec os Eslados Unidos — O Estado de S.

Paulo

95

O plano americano — Robert L. Hcilbroner Tõcnien c oração — Napolcão Lopes Filbo

97 IU9

O Vaticano c a II Grande Guerra — Melio Oanianle

115

IW correlação entre dcscnvolvimciuo c natalidade? — Rubens

Um Codigo para as MulUnaeionais — Severo Fagundes

1'

j

Vaz da Costa

Gomes

121

127

Confiança no Rrasil — José Luiz Moreira de Souza

135

A cslaliznçfio da economia brasileira — Maria

José Villaça

141

A paisagem nas gravuras medicas antigas

Bernardes de Oliveira

149

— A.

O executivo c a tcenocraein — '1'creio Sampaio Ferraz Junior

165

Autocracia

sem

167

A

inflação

na

O

problema

propriedade economia

demográfico

Visão

dn

Aincrien

Sobre

o

planejamento

Latina

'l‘lie

sovicliea —

Economist

— Branki

Quatro

billiões

Rodrigues

americano

N.o 249 - Maio-Jiinlio de

Laziteli de

Gaicia

James

A.

171

bnbilanlcs

Giílcs

Lapouge

Trevino

Banner

179 189

Junior

1976 ■ Ano XXXIII

I

199

CrS 12,00


B

r

9

Prossegue a publicação de arligos sobre o planejamenlo nos Esíados Unidos. O uliimo baluarie da economia liberal ameaça cair, pois iran-

D

9

siía no Congresso americano um projeío de lei autorizando o governo

a

adotar o planejamento indicativo. As mudanças que se operam no mun do são de tal maneira rapidas que uma economia íotalmenle particular, como a

dos Estados Unidos, provavelmente venha a ter, dentro dela, como

empresário, o poder publico americano. Os indicios se acentuam. A re vista "Time" noticiou, faz pouco tempo que o Estado de Nova4York es

que também utilizam as

tuda a criação de um banco estadual e que, a seguir, outros bancos es-

INFORMAÇÕES COMERCIAIS

íaduais seriam

da Associação Comercial de S. Paulo.

na,

abertos. Romper-se-ia uma brecha na fortaleza america-

onde não há banco central mas o Sistema Federal de Reserva, que

Informações rápidas, econômicas

é uma instituição não estatal. Sem duvida, os governos federal, esta duais e municipais dos Estados Unidos são grande.^^ compradores e gran

e da maior confiabilidade

manece à margem do empresariado, não tomando a iniciativa de ex-

des empregadores, mas o Estado, como tal, na America do Norte, per piorar setores economicos .

como fazem os outros Estados, no mundo inteiro. O Estado empresário não é, evidentemeníe, anti-democratico.

(afinal, são quase 80 anos de bons .serviços).

I

setores estatizados. A Suiça, democracia A Inglaterra íem numerosos

Consulte-nos para melhor orientação

modelar, idem. A França, a Alemanha, o Japão, enquadram-se na mes-

de seus negócios.

ma

categoria. Mas o perigo que cbrrem os povos, cujos governos se

lançam no setor economico e.

um

dia, acordarem socializados, isto é.

com as liberdades extintas. Esse é um grande problema, que deve ser levado em consideração, no combate à estalização. A proposito, a admi-

9

ravel

aula inaugural do professor Afonso Arinos de Melo Franco trata

magislralmente do problema da liberdade. O general Antonio Jorge

Corrêa situa a Escola Superior de Guerra como laboratorio de idéias. Em seus cursos a liberdade é a linha diretora do pensamento ensinado

Telefone para 239-1333 - Dep. de Expansão Socíai

professores e objeto de debate. Outros artigos são igualmente interessantes, mas destaca-se, pela sua oportunidade, o estudo elabora¬ do por nove economistas sobre a necessidade da criação de uma moeda por seus

R. Boa Vista, 51 - 2.o andar - S. Paulo

co o CP

Ü O

europeia. Estamos oferecendo essa peça à consideração dos especialis tas. A idéia poderia resolver vários problemas decorrentes da crise mo¬ neiaria. O DIGESTO ECONOMICO continua, como se vê, fiel às suas tradições de fornecer matéria digna das estantes e das consultas.

a


B

r

9

Prossegue a publicação de arligos sobre o planejamenlo nos Esíados Unidos. O uliimo baluarie da economia liberal ameaça cair, pois iran-

D

9

siía no Congresso americano um projeío de lei autorizando o governo

a

adotar o planejamento indicativo. As mudanças que se operam no mun do são de tal maneira rapidas que uma economia íotalmenle particular, como a

dos Estados Unidos, provavelmente venha a ter, dentro dela, como

empresário, o poder publico americano. Os indicios se acentuam. A re vista "Time" noticiou, faz pouco tempo que o Estado de Nova4York es

que também utilizam as

tuda a criação de um banco estadual e que, a seguir, outros bancos es-

INFORMAÇÕES COMERCIAIS

íaduais seriam

da Associação Comercial de S. Paulo.

na,

abertos. Romper-se-ia uma brecha na fortaleza america-

onde não há banco central mas o Sistema Federal de Reserva, que

Informações rápidas, econômicas

é uma instituição não estatal. Sem duvida, os governos federal, esta duais e municipais dos Estados Unidos são grande.^^ compradores e gran

e da maior confiabilidade

manece à margem do empresariado, não tomando a iniciativa de ex-

des empregadores, mas o Estado, como tal, na America do Norte, per piorar setores economicos .

como fazem os outros Estados, no mundo inteiro. O Estado empresário não é, evidentemeníe, anti-democratico.

(afinal, são quase 80 anos de bons .serviços).

I

setores estatizados. A Suiça, democracia A Inglaterra íem numerosos

Consulte-nos para melhor orientação

modelar, idem. A França, a Alemanha, o Japão, enquadram-se na mes-

de seus negócios.

ma

categoria. Mas o perigo que cbrrem os povos, cujos governos se

lançam no setor economico e.

um

dia, acordarem socializados, isto é.

com as liberdades extintas. Esse é um grande problema, que deve ser levado em consideração, no combate à estalização. A proposito, a admi-

9

ravel

aula inaugural do professor Afonso Arinos de Melo Franco trata

magislralmente do problema da liberdade. O general Antonio Jorge

Corrêa situa a Escola Superior de Guerra como laboratorio de idéias. Em seus cursos a liberdade é a linha diretora do pensamento ensinado

Telefone para 239-1333 - Dep. de Expansão Socíai

professores e objeto de debate. Outros artigos são igualmente interessantes, mas destaca-se, pela sua oportunidade, o estudo elabora¬ do por nove economistas sobre a necessidade da criação de uma moeda por seus

R. Boa Vista, 51 - 2.o andar - S. Paulo

co o CP

Ü O

europeia. Estamos oferecendo essa peça à consideração dos especialis tas. A idéia poderia resolver vários problemas decorrentes da crise mo¬ neiaria. O DIGESTO ECONOMICO continua, como se vê, fiel às suas tradições de fornecer matéria digna das estantes e das consultas.

a


PUBLICAREMOS

NO

PRÓXIMO

NÚMERO:

● MllkDO DOS NEGÚaOS KIM PtNOBlMt B1MESTB.!L

Pabllcado sob os aaspfclos da

ASSOCIKClO COHERCIAl DE S.P AlJLO

UMA política para

Escola Superior de Guerra -

USO

Laboratório de Idéias

DO SOLO

Olavo Egydio Setúbal GENERAL ANTONIO JORGE CORRÊA

MISSÃO E RESPONSABILIDADE Antônio Goniijo de Carvalho

AIS uma vez meu pi*e-

66

DOS METROLOGISTAS

Diretor:

Luiz Cintra do Prado

zado amigo e vosso co mandante. general-de-

1947 a 1973

T. LYNN SMITH: IN MEMORIAM J. V. Freitas Marcondes

Diretores:

JoEo de Scantimbuzgo Paulo

Edmur

Wilfxldes

de

Souxa

Qucirox

Alvei de T-lm»

COLHEDEIRA MECÂNICA DO CAFÉ: UMA ARMA DE DOIS GUMES

É

A direção não se responsabiliza

pelos dados cujas fontes estejam devidameíite citadas, nem pelos

W

conceitos emitidos em artigos assi nados.

COMPRA DE AÇÕES A PRAZO

trangelras.

que Em

E geriatria (SGG)

A. Bernardes de Oliveira The Economist

OBSERVAÇÕES SOBRE A CHINA

Número

do

mês

Aírasado

Redaçfio e Administração: Boa Vtsla, 51 — Andar lerteo

"telefone: 239-1333 — Bamal 133 '

caixa Poslal, 8.082 São

Paulo

CIVRO GRANDE E OTIMISTA Mario Deaglio

\ t

-

H-

pel qite deveria caber à Universi dade — para formar uma elite intelectual com a mesma visão dos problemas naci07iais e mes

ma chave para chegar à sua so lução.

se

tratando

de

uma

nova

pura competência desta Casa e de seu comandante, não parece opor

primeira, refere-se à criação e evolução da ESG e sua influência no pensamento das elites brasilei ras; a segunda, diz respeito ao in-

conservei para esta aula magna 0 mesmo titulo da que proferi, na

EMFA-ESG

e

e de seu corpo de estagiários. Na minha posição e esfera de atribuições, por mais que o desejasse, nao poderia fugir desses

i

1

Pois se o fizesse deide ser objetivo e de bem

dois temas,

xaria

OS CORRETIVOS SOCIAIS Amintore Fanfani

e

ao que esta chefia deseja e espe ra deste instituto de altos estudos

Octavio Marcondes Ferraz

VERDADES CONFIRMADAS Luciano Barca

profissionais

destaque o papel que a E.S.G. vem desempenhando no Brasil — pa

turma de estagiários, não poderia fugir, como ministro chefe do EMFA, a duas ordens de idéias; a

terrelacionamento

SOLUÇÃO POLÍTICA PARA [TAIPU

tantos laços

rior de Gjieira, ao se abrir o ano

letivo de 1976. O ministro pôs em

afetivos me prendem.

SERVIÇOS DE GERONTOLOGIA

ASSINATURAS:

Cr5 70,0e Cr5 12,00 CrS 18,00

que

Amoldo Wald

Durval Rosa Borges Ano (simples)

satislação

FIXO

COMUNISTA — I

Pigesto Econômico

a maior

aula de abertura do ano letivo deste instituto de altos estudos, a

A DIVISÃO DO MAR Aceita-se intercâmbio com publl’ cações congônerea nactonals c: e»

com

volto a ocupá-la, na qualidade de ministro chefe do EMFA, para pronunciar, pela segunda vez, a

0 Oigesto Econômico, õrgSo de In

ras, é publicado bimestralmente pela Edltôra Comercial Ltda.

Forças Arj7iadas na Escola Supe

distinguiu-me com o desvanecedor convite para estar nesta tribuna.

José Testa formações econômicas e financei

A?ila inaugural projeriãa pelo mi nistro eheie ão Estado Maior das

Exército Walter Mene zes Paes, lionrou-me e

levar-nos a compreender a grande responsabilidade que pesa sobre vossos ombros, senhores estagiá rios, a partir deste momento. Outros

temas

poderíam

ser

abordados, mas que por serem de

tuno tratá-los.

abertura

Por essas

razões,

dos cursos de 1975 e me

permito repetir^ certos conceitos então expendidos. pois seriam tão oportunos para este seleto corpo de estagiários, como o foram para os que aqui estavam naquela oca sião.

Assim

considerando,

julgo

não

ser impertinente a repetição, uma vez que em nenhuma outra parte do currículo caberão as idéias que desenvolverei e que. sem dúvida, são inéditas para a grande maio ria do auditório.

Espero que o nosso tema-mensagem

influência da ESG no ã


PUBLICAREMOS

NO

PRÓXIMO

NÚMERO:

● MllkDO DOS NEGÚaOS KIM PtNOBlMt B1MESTB.!L

Pabllcado sob os aaspfclos da

ASSOCIKClO COHERCIAl DE S.P AlJLO

UMA política para

Escola Superior de Guerra -

USO

Laboratório de Idéias

DO SOLO

Olavo Egydio Setúbal GENERAL ANTONIO JORGE CORRÊA

MISSÃO E RESPONSABILIDADE Antônio Goniijo de Carvalho

AIS uma vez meu pi*e-

66

DOS METROLOGISTAS

Diretor:

Luiz Cintra do Prado

zado amigo e vosso co mandante. general-de-

1947 a 1973

T. LYNN SMITH: IN MEMORIAM J. V. Freitas Marcondes

Diretores:

JoEo de Scantimbuzgo Paulo

Edmur

Wilfxldes

de

Souxa

Qucirox

Alvei de T-lm»

COLHEDEIRA MECÂNICA DO CAFÉ: UMA ARMA DE DOIS GUMES

É

A direção não se responsabiliza

pelos dados cujas fontes estejam devidameíite citadas, nem pelos

W

conceitos emitidos em artigos assi nados.

COMPRA DE AÇÕES A PRAZO

trangelras.

que Em

E geriatria (SGG)

A. Bernardes de Oliveira The Economist

OBSERVAÇÕES SOBRE A CHINA

Número

do

mês

Aírasado

Redaçfio e Administração: Boa Vtsla, 51 — Andar lerteo

"telefone: 239-1333 — Bamal 133 '

caixa Poslal, 8.082 São

Paulo

CIVRO GRANDE E OTIMISTA Mario Deaglio

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pel qite deveria caber à Universi dade — para formar uma elite intelectual com a mesma visão dos problemas naci07iais e mes

ma chave para chegar à sua so lução.

se

tratando

de

uma

nova

pura competência desta Casa e de seu comandante, não parece opor

primeira, refere-se à criação e evolução da ESG e sua influência no pensamento das elites brasilei ras; a segunda, diz respeito ao in-

conservei para esta aula magna 0 mesmo titulo da que proferi, na

EMFA-ESG

e

e de seu corpo de estagiários. Na minha posição e esfera de atribuições, por mais que o desejasse, nao poderia fugir desses

i

1

Pois se o fizesse deide ser objetivo e de bem

dois temas,

xaria

OS CORRETIVOS SOCIAIS Amintore Fanfani

e

ao que esta chefia deseja e espe ra deste instituto de altos estudos

Octavio Marcondes Ferraz

VERDADES CONFIRMADAS Luciano Barca

profissionais

destaque o papel que a E.S.G. vem desempenhando no Brasil — pa

turma de estagiários, não poderia fugir, como ministro chefe do EMFA, a duas ordens de idéias; a

terrelacionamento

SOLUÇÃO POLÍTICA PARA [TAIPU

tantos laços

rior de Gjieira, ao se abrir o ano

letivo de 1976. O ministro pôs em

afetivos me prendem.

SERVIÇOS DE GERONTOLOGIA

ASSINATURAS:

Cr5 70,0e Cr5 12,00 CrS 18,00

que

Amoldo Wald

Durval Rosa Borges Ano (simples)

satislação

FIXO

COMUNISTA — I

Pigesto Econômico

a maior

aula de abertura do ano letivo deste instituto de altos estudos, a

A DIVISÃO DO MAR Aceita-se intercâmbio com publl’ cações congônerea nactonals c: e»

com

volto a ocupá-la, na qualidade de ministro chefe do EMFA, para pronunciar, pela segunda vez, a

0 Oigesto Econômico, õrgSo de In

ras, é publicado bimestralmente pela Edltôra Comercial Ltda.

Forças Arj7iadas na Escola Supe

distinguiu-me com o desvanecedor convite para estar nesta tribuna.

José Testa formações econômicas e financei

A?ila inaugural projeriãa pelo mi nistro eheie ão Estado Maior das

Exército Walter Mene zes Paes, lionrou-me e

levar-nos a compreender a grande responsabilidade que pesa sobre vossos ombros, senhores estagiá rios, a partir deste momento. Outros

temas

poderíam

ser

abordados, mas que por serem de

tuno tratá-los.

abertura

Por essas

razões,

dos cursos de 1975 e me

permito repetir^ certos conceitos então expendidos. pois seriam tão oportunos para este seleto corpo de estagiários, como o foram para os que aqui estavam naquela oca sião.

Assim

considerando,

julgo

não

ser impertinente a repetição, uma vez que em nenhuma outra parte do currículo caberão as idéias que desenvolverei e que. sem dúvida, são inéditas para a grande maio ria do auditório.

Espero que o nosso tema-mensagem

influência da ESG no ã


4

Dlciisro J£c:oxômk;o

pensamento político e estratégico das elites brasileiras” — destaque a vossa responsabilidade para com 0 Brasil, senhores estagiários, como elite esclarecida e patrió tica

e

como

membros

e

futuros

diplomados deste instituto de altos estudos políticos e estratégicos li gados à segurança nacional. O ensino swpQrior de política e estratégia neste século. A Segunda Guerra Mundial foi rica em ensinamentos em todos os

campos, particularmente, no mi litar e no político. Os estadistas das nações democráticas aliadas tiveram que improvisar, no calor da contenda, uma política de

guerra integrada, envolvendo to das as atividades de seus respec tivos países. Até Moltke,

0 preparo de uma

nação para a guerra, se resumia

no aprestamento das forças mili tares, necessárias ao pleno desen volvimento das operações e a pas

sagem da situação de paz à de guerra consistia apenas na exe cução da mobilização militar, Não havia ainda a idéia do preparo nacional

para

a

guerra

e

consequentemente de mobilização

geral de todas as forçaa materiais

e morais do Pais. É o que o de senvolvimento da revolução indus

trial imporia no decorrer do meio século subsequente. Era o surgi mento da guerra total, surgimen

to que se reconheceu e verificou na

luta de 1914-1918.

Começou-

se, então, a prestar mais atenção

o genial pensador a Clausewitz, militar -do tempo de Napoleão. Tornaram-se

meridianas

suas

Dlf;i-:sTO Econômico

afirmações de que “a guerra é uma simples continuação da po lítica por outros meios” c de que

globalizar e dar maior extensão

“a guerra não pertence ao domí nio das artes nem das ciências, I

mas ao da existência social”.

A impressão deixada pela Piimeira Grande Guerra, terminada em 1919, de que a guerra era um fenômeno político total e não um fato meramente militar, veio con

firmar-se em sua plenitude rante 0 conflito Compreenderam

de os

5

litar. destinada apenas ao estudo

A União Soviética, para o mes mo nível de estudos, possuia a Academia Vorochilov. sobre a qual escasseiam informações entre nós.

das questões referentes ao emprego das grandes unidades estraté

O Brasil, tendo participado da Segunda Guerra Mundial no tea

em 1949. este Instituto de altos estudos, funcionando, ao ● mesmo

tro da Itália, com a Força Expe dicionária do Exército e um gru

po de caça da FAB e pela perma

du

nente

1939-1945.

atividade

de

vigilância

e

defesa do Atlântico Sul pela nossa Marinha de Guerra, não poderia ficar ausente das altas preocupa

estadistas

mais responsáveis pelo destino das grandes potências que havia

ções políticas e estratégicas que envolveram as cupulas dirigentes dos países nossos aliados.

algo mais do que a defesa nacio

nal que deveria ser preparado desde os tempos de paz. Cabe aos ingleses a primazia dc terem criado o primeiro estabele

As idéias Que inspiraram a criação da ESG

cimento de estudos estratégicos de alto nível, com a participação

Em vez da escola puramente mi

aos assuntos de defesa nacional.

gicas e à direção da guerra, como queria o decreto de 1948. surgia, tempo, como centro permanente de pesquisas, destinada a prepa rar. para o exercício de funções de direção e de planejamento da segurança

nacional,

oficiais

das

Forças Armadas e civis que se hou vessem destacado em seus campos. Prevalecia na missão da ESG, constantes da lei de sua criação,

a idéia expendida por Pandiá Calógeras na sua conferência pro nunciada em São Paulo, em 1927, quando disse:

“Uma única política é possível A consciência de que era mister criar uma elite preparada para a missão de interpretar as legitimas

e aconselhável a bem do País: compreensão mutua entre civis è militares: cordialidade na colabo

Na França, só em 1936. graça.s

aspirações e autênticos interesses nacionais, de formular através de um método científico a política e

ração; ingerência esclarecida, al truísta e competente em grau cres

pensador e estrategista almirante Castex, que estudava obsessiva-

estratégia nacionais, com um cri tério que transbordasse dos limi

blicos estranhos à farda’.

mente o problema que chamava de ‘‘unidade de guerra”, foi cria do 0 Instituto de Altos Estudos de Defesa Nacional, dentro dos moldes defendidos por ele. onde

governo a pensar, inicialmente, na

conjunta de militares e funcioná

rios do estado de elevada catego ria, 0 Imperial Defende Colege. em

1927.

à pregação incansável do grande

tes de defesa nacional, cujo senti

do era restritivo, levaram o nosso

criação de um curso de altos es tudos, frequentado apenas por ofi ciais da Marinha, Exército e Aero

altos funcionários do Estado, militares da mais alta hierarquia

analisassem, juntos, a coordena ção de todas as atividades que interessassem à defesa nacional.

náutica

(decreto

1948

governo

do

de outubro de do presidente

marechal Eurico Dutra). {

Os Estados Unidos somente em 1946 instituiram o seu “National

Tal cri-

tério logo evoluiu para o da cria ção de “um instituto de altos es tudos, voltado para o planejamen to e a direção da segurança na

War Coll/3ge, com objetivos se melhantes ao instituto francês, de

cional 1949)”.

/■

í .

(lei de

20

de

agosto

de

cente. por parte dos homens^ pú Esta compreensão

mutua, está

cordialmente na colaboração, tão desejada por Calogeras. buscava se efetivar 29 anos depois, na cria ção da ESG, com ”a finalidade de preparar civis de notável compe tência e atuação relevante e ofi ciais das Foi*ças Armadas de com provada experiência e aptidão, para o exercício das funções de direção e planejamento da segu rança nacional” (regulamento da ESG

de

1949).

Entre as idéias que inspiraram os integrantes do primeiro grupo encarregado de apresentar o pro-


4

Dlciisro J£c:oxômk;o

pensamento político e estratégico das elites brasileiras” — destaque a vossa responsabilidade para com 0 Brasil, senhores estagiários, como elite esclarecida e patrió tica

e

como

membros

e

futuros

diplomados deste instituto de altos estudos políticos e estratégicos li gados à segurança nacional. O ensino swpQrior de política e estratégia neste século. A Segunda Guerra Mundial foi rica em ensinamentos em todos os

campos, particularmente, no mi litar e no político. Os estadistas das nações democráticas aliadas tiveram que improvisar, no calor da contenda, uma política de

guerra integrada, envolvendo to das as atividades de seus respec tivos países. Até Moltke,

0 preparo de uma

nação para a guerra, se resumia

no aprestamento das forças mili tares, necessárias ao pleno desen volvimento das operações e a pas

sagem da situação de paz à de guerra consistia apenas na exe cução da mobilização militar, Não havia ainda a idéia do preparo nacional

para

a

guerra

e

consequentemente de mobilização

geral de todas as forçaa materiais

e morais do Pais. É o que o de senvolvimento da revolução indus

trial imporia no decorrer do meio século subsequente. Era o surgi mento da guerra total, surgimen

to que se reconheceu e verificou na

luta de 1914-1918.

Começou-

se, então, a prestar mais atenção

o genial pensador a Clausewitz, militar -do tempo de Napoleão. Tornaram-se

meridianas

suas

Dlf;i-:sTO Econômico

afirmações de que “a guerra é uma simples continuação da po lítica por outros meios” c de que

globalizar e dar maior extensão

“a guerra não pertence ao domí nio das artes nem das ciências, I

mas ao da existência social”.

A impressão deixada pela Piimeira Grande Guerra, terminada em 1919, de que a guerra era um fenômeno político total e não um fato meramente militar, veio con

firmar-se em sua plenitude rante 0 conflito Compreenderam

de os

5

litar. destinada apenas ao estudo

A União Soviética, para o mes mo nível de estudos, possuia a Academia Vorochilov. sobre a qual escasseiam informações entre nós.

das questões referentes ao emprego das grandes unidades estraté

O Brasil, tendo participado da Segunda Guerra Mundial no tea

em 1949. este Instituto de altos estudos, funcionando, ao ● mesmo

tro da Itália, com a Força Expe dicionária do Exército e um gru

po de caça da FAB e pela perma

du

nente

1939-1945.

atividade

de

vigilância

e

defesa do Atlântico Sul pela nossa Marinha de Guerra, não poderia ficar ausente das altas preocupa

estadistas

mais responsáveis pelo destino das grandes potências que havia

ções políticas e estratégicas que envolveram as cupulas dirigentes dos países nossos aliados.

algo mais do que a defesa nacio

nal que deveria ser preparado desde os tempos de paz. Cabe aos ingleses a primazia dc terem criado o primeiro estabele

As idéias Que inspiraram a criação da ESG

cimento de estudos estratégicos de alto nível, com a participação

Em vez da escola puramente mi

aos assuntos de defesa nacional.

gicas e à direção da guerra, como queria o decreto de 1948. surgia, tempo, como centro permanente de pesquisas, destinada a prepa rar. para o exercício de funções de direção e de planejamento da segurança

nacional,

oficiais

das

Forças Armadas e civis que se hou vessem destacado em seus campos. Prevalecia na missão da ESG, constantes da lei de sua criação,

a idéia expendida por Pandiá Calógeras na sua conferência pro nunciada em São Paulo, em 1927, quando disse:

“Uma única política é possível A consciência de que era mister criar uma elite preparada para a missão de interpretar as legitimas

e aconselhável a bem do País: compreensão mutua entre civis è militares: cordialidade na colabo

Na França, só em 1936. graça.s

aspirações e autênticos interesses nacionais, de formular através de um método científico a política e

ração; ingerência esclarecida, al truísta e competente em grau cres

pensador e estrategista almirante Castex, que estudava obsessiva-

estratégia nacionais, com um cri tério que transbordasse dos limi

blicos estranhos à farda’.

mente o problema que chamava de ‘‘unidade de guerra”, foi cria do 0 Instituto de Altos Estudos de Defesa Nacional, dentro dos moldes defendidos por ele. onde

governo a pensar, inicialmente, na

conjunta de militares e funcioná

rios do estado de elevada catego ria, 0 Imperial Defende Colege. em

1927.

à pregação incansável do grande

tes de defesa nacional, cujo senti

do era restritivo, levaram o nosso

criação de um curso de altos es tudos, frequentado apenas por ofi ciais da Marinha, Exército e Aero

altos funcionários do Estado, militares da mais alta hierarquia

analisassem, juntos, a coordena ção de todas as atividades que interessassem à defesa nacional.

náutica

(decreto

1948

governo

do

de outubro de do presidente

marechal Eurico Dutra). {

Os Estados Unidos somente em 1946 instituiram o seu “National

Tal cri-

tério logo evoluiu para o da cria ção de “um instituto de altos es tudos, voltado para o planejamen to e a direção da segurança na

War Coll/3ge, com objetivos se melhantes ao instituto francês, de

cional 1949)”.

/■

í .

(lei de

20

de

agosto

de

cente. por parte dos homens^ pú Esta compreensão

mutua, está

cordialmente na colaboração, tão desejada por Calogeras. buscava se efetivar 29 anos depois, na cria ção da ESG, com ”a finalidade de preparar civis de notável compe tência e atuação relevante e ofi ciais das Foi*ças Armadas de com provada experiência e aptidão, para o exercício das funções de direção e planejamento da segu rança nacional” (regulamento da ESG

de

1949).

Entre as idéias que inspiraram os integrantes do primeiro grupo encarregado de apresentar o pro-


7

DiGEsro Econômico

6

1

DICKSTO ECONÒNflCO

te nacional, com um efetivo de 1294 civis e 1.621 militares, glo balizando-se

jeto de regulamento

para a re

cém-nascida ESG, destacam-se as seguintes:

volvimento são fatores de mutua

— Surgimento do conceito mais abrangente de segurança em subs tituição ao de defesa;

dente

—■ consciência de que o Brasil possuia já os requisitos para che gar a grande potência;

— crença de que o desenvolvi mento vinha sendo retardado por

incapacidade

de planejamento e

de execução; — necessidade de elaboração de

um 'método de formulação da po lítica

nacional.

Estes pontos, entre outros, vis foram formulados pela comissão chefiada pelo general Cordeiro de Farias, logo depois nomeado pri meiro comandante da ESG, reve lam-nos a admirável clarividên

cia e 0 acerto do grupo pioneiro que implantou este notável ins tituto de altos estudos.

Construção da ESG ?io preparo assessoria

dos

altos

escalões

ãe planejamento governamental, contribuição ao pensamento das elites em geral. Ao longo de sua evolução, neste último quarto de século, sem se distanciar das idéias inspiradoras

do grupo pioneiro, tão nítidas, tão claras, tão objetivas, que resisti ram às discussões, debates e con

frontos que representaram a sua atividade incessante, a ESG aper

feiçoou úm método de formulação de política nacional. Este méto do, adotado pelo governo da Re volução a partir de 1964, se fun-

(conceito

Castello

do presi

zação da ESG, na uma contrarmos

sinteti¬

anos,

zou no trinômio “objetivos nacio nais”, “poder nacional” e “estra tégia nacional”, expressões máxi

cional; entre os civis nao nos cingimos apenas a funcionários, isto é, a pessoas vinculadas ao servi

da política e da ação estratégica

ço publico.

Estado.

os seus quadros empresários, economistas,

desses

médicos.

engenheiros.

advogados, administradores, agrô nomos, enfim, especialistas de curso superior e de reconhecido saber de várias origens. Ampliou,

deto

das as ações políticas e estraté gicas nos quatro campos do poderConscientes

A ESG, com uma po

lítica sem similar, chamou para

Alcançou-se uma “metodologia de formulação da política nacio nal”, pela qual foi possível che gar-se ao conceito estratégico na de de

aproximaçao

altos problemas da segurança na

mas da mecanica de formulação

cional, documento básico sencadeamento ordenado

forma de çn-

ideal entre militares e civis de alta capacidade intelectual e mo ral para, juntos, pensarem nos

so, comandante da ESG durante proveitosos

dos

A sabedoria brasileira em fazer bem as coisas importantes inspi rou-nos, no momento da organi-

Branco).

gurança nacional brasileira que o eminente general Augusto Frago quatro

diplomados

e Comando das Forças Armadas, de Informações e de Mobilização.

Criou-se, nesta casa de estudos e de pesquisas, a doutrina de se

do

tos na perspectiva dos 27 anos que nos separam da época em que

da

causalidade”

os

cursos superiores, de Estado-Maior

damenta na aceitação do princi pio de que “segurança e desen

também, o campo de seus conhe cimentos, prolongando-se por to dos os Estados, por meio da Asso

princípios

fundamentais, versando na meto-'

ciação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).

dologia, exercitados no sistema de planejamento da segurança na cional para os mais altos níveis governamentais e Estados-Maiores combinados, os egressos da ESG

Estados para o Rio de Janeiro, por período de quase um ano. A ESG e a Revolução de 1964 Ao implantar-se o regime revo lucionário no Brasil, em 31 de março de 1964, a ESG contava já com quase quinze anos de existên cia. Durante estes três lustros mui

to estudou, pesquisou e formulou em termos de política de segu rança nacional e política de de senvolvimento. Assim os chefes revolucionários de 1964, muitos

dentre eles antigos fundadores e membros do corpo permanente deste instituto, encontraram à

sua disposição, para aplicar, uma doutrina e um método de formu

lação de política de segurança, cuja transposição, para o campo mais amplo da política nacional e para o da política de desenvol vimento, não foi difícil.

O primeiro governo revolucio nário, tendo à frente a figura in vulgar do presidente Castello Branco, antigo chefe do Departa mento

de

Estudos

desta

Casa,

soube aproveitar-se do magnífico método de formulação da política nacional adotado por este insti tuto em seus experimentos teóri

Esta já conseguiu levar a sua men

cos doutrinários.

sagem a um universo de mais de

25.000 elementos da elite nacional. Proporcionando maior difu-

dos os setores do governo o méto do de análise e avaliação dos fa tores políticos, econômicos, psico-

indispensáveis aos órgãos da mais

sao

geográfica aos seus ensina

sociais e militares, assim como di

elevada assessoria do governo. Encontramo-los, oriundos dos di versos cursos desta escola, na Se-

mentos, a par de compensar, em

fundiu a técnica de planejamento,

brasileiros de todos os rincões, an siosos por cursarem a ESG e que não 0 alcançam por força do li mitado numero de vagas anuais

pelos egressos da ESG, da meto dologia e do habito de planeja

transformaram-se

nos

assessores

parte o desejo de milhares de

cretaria-Geral do Conselho de Se

gurança Nacional, no Serviço Na cional de Informações no EstadoMaior das Forças Armadas, nos

disponíveis, ou por impossibilidade pessoal de se deslocarem de seus

Ministérios e em outros órgãos da assessoria

direta

ou

indireta

do

Estendeu a to

ambos aqui exercitados. Os efeitos benéficos da difusão, mento, levados a todos os recan tos do País onde ocupam posições

de destaque nos governos federal

exmo. sr. presidente da Repúbli

ca. Formam, hoje, o cerne da eliAl

. A


7

DiGEsro Econômico

6

1

DICKSTO ECONÒNflCO

te nacional, com um efetivo de 1294 civis e 1.621 militares, glo balizando-se

jeto de regulamento

para a re

cém-nascida ESG, destacam-se as seguintes:

volvimento são fatores de mutua

— Surgimento do conceito mais abrangente de segurança em subs tituição ao de defesa;

dente

—■ consciência de que o Brasil possuia já os requisitos para che gar a grande potência;

— crença de que o desenvolvi mento vinha sendo retardado por

incapacidade

de planejamento e

de execução; — necessidade de elaboração de

um 'método de formulação da po lítica

nacional.

Estes pontos, entre outros, vis foram formulados pela comissão chefiada pelo general Cordeiro de Farias, logo depois nomeado pri meiro comandante da ESG, reve lam-nos a admirável clarividên

cia e 0 acerto do grupo pioneiro que implantou este notável ins tituto de altos estudos.

Construção da ESG ?io preparo assessoria

dos

altos

escalões

ãe planejamento governamental, contribuição ao pensamento das elites em geral. Ao longo de sua evolução, neste último quarto de século, sem se distanciar das idéias inspiradoras

do grupo pioneiro, tão nítidas, tão claras, tão objetivas, que resisti ram às discussões, debates e con

frontos que representaram a sua atividade incessante, a ESG aper

feiçoou úm método de formulação de política nacional. Este méto do, adotado pelo governo da Re volução a partir de 1964, se fun-

(conceito

Castello

do presi

zação da ESG, na uma contrarmos

sinteti¬

anos,

zou no trinômio “objetivos nacio nais”, “poder nacional” e “estra tégia nacional”, expressões máxi

cional; entre os civis nao nos cingimos apenas a funcionários, isto é, a pessoas vinculadas ao servi

da política e da ação estratégica

ço publico.

Estado.

os seus quadros empresários, economistas,

desses

médicos.

engenheiros.

advogados, administradores, agrô nomos, enfim, especialistas de curso superior e de reconhecido saber de várias origens. Ampliou,

deto

das as ações políticas e estraté gicas nos quatro campos do poderConscientes

A ESG, com uma po

lítica sem similar, chamou para

Alcançou-se uma “metodologia de formulação da política nacio nal”, pela qual foi possível che gar-se ao conceito estratégico na de de

aproximaçao

altos problemas da segurança na

mas da mecanica de formulação

cional, documento básico sencadeamento ordenado

forma de çn-

ideal entre militares e civis de alta capacidade intelectual e mo ral para, juntos, pensarem nos

so, comandante da ESG durante proveitosos

dos

A sabedoria brasileira em fazer bem as coisas importantes inspi rou-nos, no momento da organi-

Branco).

gurança nacional brasileira que o eminente general Augusto Frago quatro

diplomados

e Comando das Forças Armadas, de Informações e de Mobilização.

Criou-se, nesta casa de estudos e de pesquisas, a doutrina de se

do

tos na perspectiva dos 27 anos que nos separam da época em que

da

causalidade”

os

cursos superiores, de Estado-Maior

damenta na aceitação do princi pio de que “segurança e desen

também, o campo de seus conhe cimentos, prolongando-se por to dos os Estados, por meio da Asso

princípios

fundamentais, versando na meto-'

ciação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).

dologia, exercitados no sistema de planejamento da segurança na cional para os mais altos níveis governamentais e Estados-Maiores combinados, os egressos da ESG

Estados para o Rio de Janeiro, por período de quase um ano. A ESG e a Revolução de 1964 Ao implantar-se o regime revo lucionário no Brasil, em 31 de março de 1964, a ESG contava já com quase quinze anos de existên cia. Durante estes três lustros mui

to estudou, pesquisou e formulou em termos de política de segu rança nacional e política de de senvolvimento. Assim os chefes revolucionários de 1964, muitos

dentre eles antigos fundadores e membros do corpo permanente deste instituto, encontraram à

sua disposição, para aplicar, uma doutrina e um método de formu

lação de política de segurança, cuja transposição, para o campo mais amplo da política nacional e para o da política de desenvol vimento, não foi difícil.

O primeiro governo revolucio nário, tendo à frente a figura in vulgar do presidente Castello Branco, antigo chefe do Departa mento

de

Estudos

desta

Casa,

soube aproveitar-se do magnífico método de formulação da política nacional adotado por este insti tuto em seus experimentos teóri

Esta já conseguiu levar a sua men

cos doutrinários.

sagem a um universo de mais de

25.000 elementos da elite nacional. Proporcionando maior difu-

dos os setores do governo o méto do de análise e avaliação dos fa tores políticos, econômicos, psico-

indispensáveis aos órgãos da mais

sao

geográfica aos seus ensina

sociais e militares, assim como di

elevada assessoria do governo. Encontramo-los, oriundos dos di versos cursos desta escola, na Se-

mentos, a par de compensar, em

fundiu a técnica de planejamento,

brasileiros de todos os rincões, an siosos por cursarem a ESG e que não 0 alcançam por força do li mitado numero de vagas anuais

pelos egressos da ESG, da meto dologia e do habito de planeja

transformaram-se

nos

assessores

parte o desejo de milhares de

cretaria-Geral do Conselho de Se

gurança Nacional, no Serviço Na cional de Informações no EstadoMaior das Forças Armadas, nos

disponíveis, ou por impossibilidade pessoal de se deslocarem de seus

Ministérios e em outros órgãos da assessoria

direta

ou

indireta

do

Estendeu a to

ambos aqui exercitados. Os efeitos benéficos da difusão, mento, levados a todos os recan tos do País onde ocupam posições

de destaque nos governos federal

exmo. sr. presidente da Repúbli

ca. Formam, hoje, o cerne da eliAl

. A


Dicesto KnONÒMico 9

Di(.i:sio KroNÒMico

e estadual e nas grandes empre

sas produziram, sem dúvida, uma admiravel

unidade

de

vistas

e

convergência de objetivos, com o

que a maior parte de nossa elite aprendeu a analisar e a compreen der os problemas magnos da na cionalidade.

Permitiram que o Brasil desse “este salto para grande”, entran do decididamente no caminho de

potência, já há quem nos conside re 0 9.0 país do mundo. A doutrina de desenvolvimento

e segurança e os governos da Re volução. De 31 de março de 1964 ao ter mino do governo Castello Branco, como assinala o general Augusto

Fragoso, em minucioso estudo so bre as origens, evolução e a atua lidade da doutrina de desenvolvi

mento e segurança, ganham pro

jeção no âmbito nacional, através

I

de atos oficiais, as idéia.s que vi nham

sendo

debatidas

na

ESG,

sobre a necessidade inadiável de munir-se o Estado democrático de

instrumentos eficientes e vigoro sos capazes de defendê-lo da

agressão subversiva, tornada ho je universal e permanente, e so bre a compatibilidade do plane jamento com a democracia. Por seu turno, o Decreto-lei n.o 200, de 25 de fevereiro de 1967, co nhecido

como lei da reforma ad

ministrativa, ficará, de certo, marcante na nossa história politico-administrativa, pelo artigo

7.0, que, a um tempo, instituiu o planejamento sistemático da ação governamental e consagrou o binomio desenvolvimento e seguran ça como a sintese dessa ação.

■r

Diz O artigo: “A ação governa mental obedecerá a planejamen to que vise a promover o desen volvimento

econòmico-social

do

tica nacional.

funções atribuídas ao presidente da Republica. No que interessa mais de perto ao tema desta palestra, anote-se.

por

Importante dispositivo dessa lei, no que tange ao tema desta palestra, é, também, o artigo 40 que, explicitando a atribuição dada

ministros

Com o impedimento de Costa e Silva, oito meses e meio depois,

País e a segurança nacional”.

constitucional

cerda sobre a doutrina e a poli-

motivo de

enfermidade,

os

militares

assumiram

o

estabelecimento

.■?

do

conceito estratégico nacional”, aparecendo esta expressão, de uso corrente na ESG desde

50

ou

51.

pela vez primeira em ato oficial.

Dessin de Julcm

Por último, em relaçao ao go verno

Castello.

aluda-se

ao

De

creto-lei n.o 314, de 13 de março de 1967, a Lei de Segurança Na cional a primeira baixada pela Revolução — que se notabilizou por incluir, nas suas disposições preliminares, os chamados “con ceitos básicos da segurança na-

nacional, segurança externa, segu rança interna, guerra psicológica adversa e guerra ou subversiva.

Quatro

revolucionária

ou cinco

meses

depois

de iniciado o governo “Costa e Silva”, publica-se no Rio um do cumento que vale como raro sub sídio para quem tencione aprofun

dar o tema desta palestra, isto é, para quem queira investigar, em pormenores, a vinculação da dou trina da Revolução à chamada “Doutrina

da

ESG”.

vista que o general

É

a

entre

Golbery

do

Couto e Silva concedeu ao jorna lista

Maurício

ao Conselho

de Segurança Nacional, diz que a formulação da política de segu rança será feita, “basicamente, mediante

as

Caminha

de

La-

I.


Dicesto KnONÒMico 9

Di(.i:sio KroNÒMico

e estadual e nas grandes empre

sas produziram, sem dúvida, uma admiravel

unidade

de

vistas

e

convergência de objetivos, com o

que a maior parte de nossa elite aprendeu a analisar e a compreen der os problemas magnos da na cionalidade.

Permitiram que o Brasil desse “este salto para grande”, entran do decididamente no caminho de

potência, já há quem nos conside re 0 9.0 país do mundo. A doutrina de desenvolvimento

e segurança e os governos da Re volução. De 31 de março de 1964 ao ter mino do governo Castello Branco, como assinala o general Augusto

Fragoso, em minucioso estudo so bre as origens, evolução e a atua lidade da doutrina de desenvolvi

mento e segurança, ganham pro

jeção no âmbito nacional, através

I

de atos oficiais, as idéia.s que vi nham

sendo

debatidas

na

ESG,

sobre a necessidade inadiável de munir-se o Estado democrático de

instrumentos eficientes e vigoro sos capazes de defendê-lo da

agressão subversiva, tornada ho je universal e permanente, e so bre a compatibilidade do plane jamento com a democracia. Por seu turno, o Decreto-lei n.o 200, de 25 de fevereiro de 1967, co nhecido

como lei da reforma ad

ministrativa, ficará, de certo, marcante na nossa história politico-administrativa, pelo artigo

7.0, que, a um tempo, instituiu o planejamento sistemático da ação governamental e consagrou o binomio desenvolvimento e seguran ça como a sintese dessa ação.

■r

Diz O artigo: “A ação governa mental obedecerá a planejamen to que vise a promover o desen volvimento

econòmico-social

do

tica nacional.

funções atribuídas ao presidente da Republica. No que interessa mais de perto ao tema desta palestra, anote-se.

por

Importante dispositivo dessa lei, no que tange ao tema desta palestra, é, também, o artigo 40 que, explicitando a atribuição dada

ministros

Com o impedimento de Costa e Silva, oito meses e meio depois,

País e a segurança nacional”.

constitucional

cerda sobre a doutrina e a poli-

motivo de

enfermidade,

os

militares

assumiram

o

estabelecimento

.■?

do

conceito estratégico nacional”, aparecendo esta expressão, de uso corrente na ESG desde

50

ou

51.

pela vez primeira em ato oficial.

Dessin de Julcm

Por último, em relaçao ao go verno

Castello.

aluda-se

ao

De

creto-lei n.o 314, de 13 de março de 1967, a Lei de Segurança Na cional a primeira baixada pela Revolução — que se notabilizou por incluir, nas suas disposições preliminares, os chamados “con ceitos básicos da segurança na-

nacional, segurança externa, segu rança interna, guerra psicológica adversa e guerra ou subversiva.

Quatro

revolucionária

ou cinco

meses

depois

de iniciado o governo “Costa e Silva”, publica-se no Rio um do cumento que vale como raro sub sídio para quem tencione aprofun

dar o tema desta palestra, isto é, para quem queira investigar, em pormenores, a vinculação da dou trina da Revolução à chamada “Doutrina

da

ESG”.

vista que o general

É

a

entre

Golbery

do

Couto e Silva concedeu ao jorna lista

Maurício

ao Conselho

de Segurança Nacional, diz que a formulação da política de segu rança será feita, “basicamente, mediante

as

Caminha

de

La-

I.


DiOliSTO líCONOMICO

apenas,

nária”,

guerra revolucioque a como expressão máxima

da infiltração subversiva comu nista, referida no ato institucio

maram-se,

doutrinários empreendidos pela ESG. seis afirmativas do presiden te Geisel, dentre outras, revelam

fundador da ESG, que, à testa dos convidados especiais, assistia tam bém à aula de abertura, Médici fez um retrospecto do que se pas entre

l.a)

mento

e do meu governo, e, entre eles, os vinte anos de vida da escola e 0 quarto de século do Brasil, depois da guerra”.

ção”;

sempre

modo explícito ou implícito, re

re“Forçoso é reconhecer” petiu Médici — “o papel dos vinte

conhecendo que os fundamentos

anos da ESG no amadurecimento

dessa doutrina haviam sido extraí dos dos estudos da ESG. Seria

tempos, que não se perdesse na

tarefa inadequada, aqui, exami nar todos os atos oficiais expe didos nos quase quatro anos e

nado aspecto da problemática na cional, mas que tivesse maior

Assumindo a chefia da Nação; Médici atuou durante todo o go

verno, dando provas de fidelidade à doutrina

da Revolução

e,

de

meio de seu mandato (30 de outu bro de 69 a 15 de março de 74)

e nos numerosos discursos e pro nunciamentos que fez. Cite-se, nesta hora, apenas um ou outro marco mais significativo na ma téria.

Cinco dias após a posse, Médici expediu decreto-lei regulando as eleições marcadas para o dia 30 de novembro de 69.

Nesse decre

to, com 0 respaldo de seu minis tro da Justiça, professor Alfredo Buzaid, afirmou que “a política nacional estava fundada no prin

cípio da segurança”, afirmativa digna de análise mais detida, pe la sua influência no campo dou trinário.

Dirigindo-se, depois, aos esta giários, Médici reconheceu expres samente a influência da ESG, na

ação governamental. Motivado pela presença do marechal Dutra,

sou

de

no

Brasil

uma

apreciação

de

45

a

consciência exclusiva

70,

dos de

ra os exercícios de 75 a 79, “vol tado em grande parte para o de senvolvimento

essa circunstância:

dois tempos, como disse, referin do-se a Dutra: “os tempos do seu

nal n.o 14, passou a ser prevista na própria emenda constitucional, promulgada pelos ministros mili tares, em 17 de outubro de 1969.

Em relação ao planejamento, o presidente Geisel está pondo em execução o II PND, aprovado pelo Congresso em dezembro de 74, pa

Com 0 governo Geisel reafirrepetida e claramente. vinciilos da Revolução os estudos

Dicesto Econô.mico

10

-- O binômio desenvolvie

segurança

constitui

ção vigente, o II PND cuida de

“a

essencia doutrinária da Revolu¬ 2.a) A segurança nacional não é apenas militar; 3.a) O desenvolvimento deve

seu

medida em que se consolidaram os resultados econômicos, passou

ser

militar;

considerado

no

4.a)

Normalmente, o Desen-

indiscutível dovolvimento tem minancia” sobre a Segurança, so

determi

cabendo a esta posição preponde rante. transitoriamente, em situa

amplitude na integração dos qua

Ao governo Médici deveu-se, também a instituição do Sistema de Planejamento Federal, com-

subversiva”

preendendo um órgão central (a Secretaria-Geral do então Minis tério do Planejamento e Coorde nação Geral), órgãos setoriais (nos Ministérios Civis e Milita res), e órgãos seccionais (nas en tidades da Administração Fede

dico da ação governamental, ora

Qualquer

terá

“veleidade

“exemplar

e

pronta contenção”;

O planejamento metó

6.a)

representado pelo PND_ e que e um dos índices da racionalidade

implantada na nossa vida piiblipela Revolução de 64, deve ca

persistir.

reunião mi-

E em sua primeira ^ _ nisterial, voltando ao binomio, ex

indireta).

Na introdução de sua ultima mensagem ao Congresso (l.o de

plicitava 0 presidente que ‘ a açao estratégica da Revolução moder-

março de 74), Médici fez uma sín tese do período governamental,

resolvido

tais

derava, bem de acordo com a ve

lha pregação da ESG: Revolução mente, foi esses

mostrou.

que

“o que a essencial-

problemas

como

podem ser resolvidos, com

planejamento e capacidade exe cutiva, prevalecendo, sobre quais quer outros critérios, o interesse nacional”.

Relacionamento do EMFA com a ESG; as diretrizes para o ano

letivo; 0 curso de mobilização na cional; a seleção de candidatos. Anualmente o EMFA baixa di

retrizes para a Escola Superior de Guerra, com a finalidade de esta belecer os elementos básicos necessários ao planejamento das

senvolvimento possível, com o mi-

atividades curriculares para o ano seguinte.

nimo

j.

da Revolução”, especial-

mente objetivando à “melhoria de distribuição de renda”, e adian tando que a Revolução não pre

nizadora de 64, tem sido e conti nuará a ser exercida de modo a promover para a nação brasileira, em cada etapa, o máximo de de-

de cerca de quatro anos e cinco meses que lhe coube, mostrando que o lema Desenvolvimento e Segurança, estabelecido desde o primeiro momento, pela Revolu ção de março, orientou sempre, também o seu governo.

governos

problemas sociais, o II PND pon

tro campos do poder”.

5.a)

0 problema social a ocupar o pri meiro plano das preocupações dos

tendia haver,

ção de crise”;

ral

estabelecer nos campos econômi co e social os objetivos básicos, a estratégia a adotar e os instru mentos gerais de ação do governo. Nesse II PND, afirma-se que “na

caráter essencialmente integra do”: econômico, social, político e 4<

novos

social”.

Em consonância com a legisla

de segurança indispensável .


DiOliSTO líCONOMICO

apenas,

nária”,

guerra revolucioque a como expressão máxima

da infiltração subversiva comu nista, referida no ato institucio

maram-se,

doutrinários empreendidos pela ESG. seis afirmativas do presiden te Geisel, dentre outras, revelam

fundador da ESG, que, à testa dos convidados especiais, assistia tam bém à aula de abertura, Médici fez um retrospecto do que se pas entre

l.a)

mento

e do meu governo, e, entre eles, os vinte anos de vida da escola e 0 quarto de século do Brasil, depois da guerra”.

ção”;

sempre

modo explícito ou implícito, re

re“Forçoso é reconhecer” petiu Médici — “o papel dos vinte

conhecendo que os fundamentos

anos da ESG no amadurecimento

dessa doutrina haviam sido extraí dos dos estudos da ESG. Seria

tempos, que não se perdesse na

tarefa inadequada, aqui, exami nar todos os atos oficiais expe didos nos quase quatro anos e

nado aspecto da problemática na cional, mas que tivesse maior

Assumindo a chefia da Nação; Médici atuou durante todo o go

verno, dando provas de fidelidade à doutrina

da Revolução

e,

de

meio de seu mandato (30 de outu bro de 69 a 15 de março de 74)

e nos numerosos discursos e pro nunciamentos que fez. Cite-se, nesta hora, apenas um ou outro marco mais significativo na ma téria.

Cinco dias após a posse, Médici expediu decreto-lei regulando as eleições marcadas para o dia 30 de novembro de 69.

Nesse decre

to, com 0 respaldo de seu minis tro da Justiça, professor Alfredo Buzaid, afirmou que “a política nacional estava fundada no prin

cípio da segurança”, afirmativa digna de análise mais detida, pe la sua influência no campo dou trinário.

Dirigindo-se, depois, aos esta giários, Médici reconheceu expres samente a influência da ESG, na

ação governamental. Motivado pela presença do marechal Dutra,

sou

de

no

Brasil

uma

apreciação

de

45

a

consciência exclusiva

70,

dos de

ra os exercícios de 75 a 79, “vol tado em grande parte para o de senvolvimento

essa circunstância:

dois tempos, como disse, referin do-se a Dutra: “os tempos do seu

nal n.o 14, passou a ser prevista na própria emenda constitucional, promulgada pelos ministros mili tares, em 17 de outubro de 1969.

Em relação ao planejamento, o presidente Geisel está pondo em execução o II PND, aprovado pelo Congresso em dezembro de 74, pa

Com 0 governo Geisel reafirrepetida e claramente. vinciilos da Revolução os estudos

Dicesto Econô.mico

10

-- O binômio desenvolvie

segurança

constitui

ção vigente, o II PND cuida de

“a

essencia doutrinária da Revolu¬ 2.a) A segurança nacional não é apenas militar; 3.a) O desenvolvimento deve

seu

medida em que se consolidaram os resultados econômicos, passou

ser

militar;

considerado

no

4.a)

Normalmente, o Desen-

indiscutível dovolvimento tem minancia” sobre a Segurança, so

determi

cabendo a esta posição preponde rante. transitoriamente, em situa

amplitude na integração dos qua

Ao governo Médici deveu-se, também a instituição do Sistema de Planejamento Federal, com-

subversiva”

preendendo um órgão central (a Secretaria-Geral do então Minis tério do Planejamento e Coorde nação Geral), órgãos setoriais (nos Ministérios Civis e Milita res), e órgãos seccionais (nas en tidades da Administração Fede

dico da ação governamental, ora

Qualquer

terá

“veleidade

“exemplar

e

pronta contenção”;

O planejamento metó

6.a)

representado pelo PND_ e que e um dos índices da racionalidade

implantada na nossa vida piiblipela Revolução de 64, deve ca

persistir.

reunião mi-

E em sua primeira ^ _ nisterial, voltando ao binomio, ex

indireta).

Na introdução de sua ultima mensagem ao Congresso (l.o de

plicitava 0 presidente que ‘ a açao estratégica da Revolução moder-

março de 74), Médici fez uma sín tese do período governamental,

resolvido

tais

derava, bem de acordo com a ve

lha pregação da ESG: Revolução mente, foi esses

mostrou.

que

“o que a essencial-

problemas

como

podem ser resolvidos, com

planejamento e capacidade exe cutiva, prevalecendo, sobre quais quer outros critérios, o interesse nacional”.

Relacionamento do EMFA com a ESG; as diretrizes para o ano

letivo; 0 curso de mobilização na cional; a seleção de candidatos. Anualmente o EMFA baixa di

retrizes para a Escola Superior de Guerra, com a finalidade de esta belecer os elementos básicos necessários ao planejamento das

senvolvimento possível, com o mi-

atividades curriculares para o ano seguinte.

nimo

j.

da Revolução”, especial-

mente objetivando à “melhoria de distribuição de renda”, e adian tando que a Revolução não pre

nizadora de 64, tem sido e conti nuará a ser exercida de modo a promover para a nação brasileira, em cada etapa, o máximo de de-

de cerca de quatro anos e cinco meses que lhe coube, mostrando que o lema Desenvolvimento e Segurança, estabelecido desde o primeiro momento, pela Revolu ção de março, orientou sempre, também o seu governo.

governos

problemas sociais, o II PND pon

tro campos do poder”.

5.a)

0 problema social a ocupar o pri meiro plano das preocupações dos

tendia haver,

ção de crise”;

ral

estabelecer nos campos econômi co e social os objetivos básicos, a estratégia a adotar e os instru mentos gerais de ação do governo. Nesse II PND, afirma-se que “na

caráter essencialmente integra do”: econômico, social, político e 4<

novos

social”.

Em consonância com a legisla

de segurança indispensável .


12

Dicf-sto Jic:oNÔMU-'>

Dessas diretrizes para o corren

te ano, quero destacar que a ESG deve ser um laboratório objetivo de ideais e de doutrina no que tange

à segurança

nacional

no

que se refere ao desenvolvimento.

Cabe-lhes

receber,

constatar

e

utilizar as informações necessá rias aos seus estudos, fornecidas pelos orgãos credenciados da alta administração. Em suas atividades de pesqui sa, a ESG deverá:

— Prosseguir

visando

ao

com

os

estudos

aperfeiçoamento

do

método para o planejamento da politica nacional, particularmen te na área da segurança nacional. — Prosseguir com estudos sobre informações nacionais, em conso nância com a Escola Nacional de

Informações,

visando

à sua

uti

lização no planejamento e exe cução da política nacional, em particular na área de segurança nacional.

— Prosseguir nos estudos rela

cionados com 0 preparo e a exe cução da mobilização nacional, visando à formulação da sua dou trina.

Prosseguir

nos

estudos

da

doutrina militar brasileira, obje tivando sua consolidação e aper feiçoamento, particularmente no que diz respeito ao emprego com binado e conjunto das Forças Ar madas. .

— Pesquisas de assuntos con junturais, objetivando a visão da realidade da situação nacional e internacional, inclusive sua pos sível evolução, 0 levantamento da

capacidade do poder nacional, determinação de necessidades

a e

óbices, tudo tendo em vista a for

mulação da politica nacional c o estabelecimento de estratégias para a conquista ou manutenção dos objetivos nacionais. parLicularmente na área da segurança nacional.

Tais pesquisas

duzidas

a nível

devem

ser

dos

orgãos

con

orientadas no

sentido

da estreita vinculação entre os processos da segurança e do de senvolvimento, ambos integrados nas suas áreas peculiares e entre si.

No intuito

de recolher

a

expe-

riência de seus estagiários nas respectivas áreas de atividades e de conhecimentos, produzir sub

sídios para estudos e consultas,

recolher

dados e informações atualizadas e enriquecer o seu acervo didatico-cultural. A ESG

Ihos em grupo abrangendo o cam po de estudo indispensável à obtenção das informações neces sárias e

sidies

a forma de monografias.

A ESG, como laboratório de idéias visando constante aperfei çoamento e fortalecimento da segurança nacional, realizará tra balhos compreendendo, no seu contexto, temas de atualidade do interesse do EMFA, e de outros orgãos de assessoria direta da Pre sidência da República. Esses te mas deverão ser desenvolvidos nas

conferências,

palestras,

viagens,

monografias, nos e.stágios e traba-

ao

aos

fornecimento

orgãos

da

de sub

assessoria

presidencial. Assim, por determi nação do EMFA. a ESG deverá desenvolver, além dos temas de sua livre iniciativa mais os se

guintes:

— O problema energético mun dial. suas repercussões para o Brasil tanto no campo da segu rança quanto no campo de desen volvimento. soluções a curto, mé dio e longo prazos, considerando:'

— O petróleo na atual crise mundial; perspectivas, levando-se em conta a nova política dos contratos de serviço com cláusu las de risco; —

noso;

O

carvão

e

o xisto

betumi

a carboquimica. perspecti

vas;

— A energia nuclear; celebrados; perspectivas;

determinará, além da elaboração de relatórios de trabalhos coleti vos, a elaboração de trabalhos individuais, que poderão ser sob

13

Dicksti» EcüNÔ^^co

de

assessoria direta do presidente da República, cabendo salientar que devem ser

1

Outras

fontes

de

acordos

— Guerra psicológica no con texto atual da guerra revolucio nária — repercussões no Brasil. Operações psicológicas — contrainfonnações. —

A

quadro brasileira

suas possibilidades. — O preparo da expressão mi litar do poder nacional, medidas a serem tomadas a curto, médio

longo prazos sob os aspectos operacional, logístico e de mobi

e

lização militares. — Nova ordem mundial — as

pectos econômicos — repercussão

no Brasil — panorama econômico brasileiro, A política interna e externa do Brasil no campo eco

nômico — repercussões da atua ção e da importância das empre sas multinacionais nessa política.

atual censura

social

no

problemática e

liberdade

de expressão — repercussões no desenvolvimento e na segurança nacionais.

— Responsabilidades sociais do Estado quanto à educação, saúde e habitação, repercussões, particu larmente nos campos psico-social e econômico, dos problemas que se

localizam nessas

áreas.

— Os partidos políticos brasi leiros na atual conjuntura nacio nal. Papel dos partidos no apri moramento das instituições, da cultura e do desenvolvimento po lítico da Nação. Dentre as atribuições dadas à ESG para o corrente ano está também

energia,

comunicação

da

a de tomar todas as me

didas necessárias — desde as de ordem material até as de monta

gem dos curriculos e preparo do corpo docente — para o funcio namento pleno, no ano vindouro, do curso de Mobilização Nacional. Aliás, esse curso já funcionou, co● nio curso piloto, de 1957 a 1959. Em face da evolução da conjun tura nacional, sua criação foi no vamente proposta ao Exmo, sr.

presidente da República, devendo desenvolver-se, inicialmente nesta

escola, como o foi o curso piloto. A mobilização nacional, pode roso instrumento de que dispõe o

4


12

Dicf-sto Jic:oNÔMU-'>

Dessas diretrizes para o corren

te ano, quero destacar que a ESG deve ser um laboratório objetivo de ideais e de doutrina no que tange

à segurança

nacional

no

que se refere ao desenvolvimento.

Cabe-lhes

receber,

constatar

e

utilizar as informações necessá rias aos seus estudos, fornecidas pelos orgãos credenciados da alta administração. Em suas atividades de pesqui sa, a ESG deverá:

— Prosseguir

visando

ao

com

os

estudos

aperfeiçoamento

do

método para o planejamento da politica nacional, particularmen te na área da segurança nacional. — Prosseguir com estudos sobre informações nacionais, em conso nância com a Escola Nacional de

Informações,

visando

à sua

uti

lização no planejamento e exe cução da política nacional, em particular na área de segurança nacional.

— Prosseguir nos estudos rela

cionados com 0 preparo e a exe cução da mobilização nacional, visando à formulação da sua dou trina.

Prosseguir

nos

estudos

da

doutrina militar brasileira, obje tivando sua consolidação e aper feiçoamento, particularmente no que diz respeito ao emprego com binado e conjunto das Forças Ar madas. .

— Pesquisas de assuntos con junturais, objetivando a visão da realidade da situação nacional e internacional, inclusive sua pos sível evolução, 0 levantamento da

capacidade do poder nacional, determinação de necessidades

a e

óbices, tudo tendo em vista a for

mulação da politica nacional c o estabelecimento de estratégias para a conquista ou manutenção dos objetivos nacionais. parLicularmente na área da segurança nacional.

Tais pesquisas

duzidas

a nível

devem

ser

dos

orgãos

con

orientadas no

sentido

da estreita vinculação entre os processos da segurança e do de senvolvimento, ambos integrados nas suas áreas peculiares e entre si.

No intuito

de recolher

a

expe-

riência de seus estagiários nas respectivas áreas de atividades e de conhecimentos, produzir sub

sídios para estudos e consultas,

recolher

dados e informações atualizadas e enriquecer o seu acervo didatico-cultural. A ESG

Ihos em grupo abrangendo o cam po de estudo indispensável à obtenção das informações neces sárias e

sidies

a forma de monografias.

A ESG, como laboratório de idéias visando constante aperfei çoamento e fortalecimento da segurança nacional, realizará tra balhos compreendendo, no seu contexto, temas de atualidade do interesse do EMFA, e de outros orgãos de assessoria direta da Pre sidência da República. Esses te mas deverão ser desenvolvidos nas

conferências,

palestras,

viagens,

monografias, nos e.stágios e traba-

ao

aos

fornecimento

orgãos

da

de sub

assessoria

presidencial. Assim, por determi nação do EMFA. a ESG deverá desenvolver, além dos temas de sua livre iniciativa mais os se

guintes:

— O problema energético mun dial. suas repercussões para o Brasil tanto no campo da segu rança quanto no campo de desen volvimento. soluções a curto, mé dio e longo prazos, considerando:'

— O petróleo na atual crise mundial; perspectivas, levando-se em conta a nova política dos contratos de serviço com cláusu las de risco; —

noso;

O

carvão

e

o xisto

betumi

a carboquimica. perspecti

vas;

— A energia nuclear; celebrados; perspectivas;

determinará, além da elaboração de relatórios de trabalhos coleti vos, a elaboração de trabalhos individuais, que poderão ser sob

13

Dicksti» EcüNÔ^^co

de

assessoria direta do presidente da República, cabendo salientar que devem ser

1

Outras

fontes

de

acordos

— Guerra psicológica no con texto atual da guerra revolucio nária — repercussões no Brasil. Operações psicológicas — contrainfonnações. —

A

quadro brasileira

suas possibilidades. — O preparo da expressão mi litar do poder nacional, medidas a serem tomadas a curto, médio

longo prazos sob os aspectos operacional, logístico e de mobi

e

lização militares. — Nova ordem mundial — as

pectos econômicos — repercussão

no Brasil — panorama econômico brasileiro, A política interna e externa do Brasil no campo eco

nômico — repercussões da atua ção e da importância das empre sas multinacionais nessa política.

atual censura

social

no

problemática e

liberdade

de expressão — repercussões no desenvolvimento e na segurança nacionais.

— Responsabilidades sociais do Estado quanto à educação, saúde e habitação, repercussões, particu larmente nos campos psico-social e econômico, dos problemas que se

localizam nessas

áreas.

— Os partidos políticos brasi leiros na atual conjuntura nacio nal. Papel dos partidos no apri moramento das instituições, da cultura e do desenvolvimento po lítico da Nação. Dentre as atribuições dadas à ESG para o corrente ano está também

energia,

comunicação

da

a de tomar todas as me

didas necessárias — desde as de ordem material até as de monta

gem dos curriculos e preparo do corpo docente — para o funcio namento pleno, no ano vindouro, do curso de Mobilização Nacional. Aliás, esse curso já funcionou, co● nio curso piloto, de 1957 a 1959. Em face da evolução da conjun tura nacional, sua criação foi no vamente proposta ao Exmo, sr.

presidente da República, devendo desenvolver-se, inicialmente nesta

escola, como o foi o curso piloto. A mobilização nacional, pode roso instrumento de que dispõe o

4


14

governo, em situações de emer-

gencia, abrange um conjunto de

atividades empreendidas pelo Es,

tado, visando, compulsória e

leradamente, existentes

e

transferir promover

ace-

meios

a produ

ção oportuna de meios adicionais,

para atender a graves situações ligadas à segurança nacionaf É um recurso extremo que, envol

,

vendo uma gama de medidas de acentuado vigor em todos os campos, interfere na estrutura sócioeconômico e chega a modificar

I 1

Dicesto Econômico

^

jurídico-administrativas tradicionais, quando assim o exigi-

normas

rem

os

superiores interesses

da

nação.

Este conceito retrata a mobi lização nacional na sua fase de execução. Mas, para que o Esta

nacional,

que

possa

mantida atualizada, viva e di nâmica, dentro dos mais altos in teresses da segurança nacional.

ser

é, onde as idéias são postas em debate e, pouco a pouco, se apro fundam e se sedimentam. Quan do o Curso de Mobilização Na cional tomar impulso próprio, tornar-se-á independente, como a

importância de atuação requer.

seu

campo

ao interesse público. Não se descurou, também, dos títulos e den sidade do “curriculum vitae” de

vida publica e privada nacional,

mada

profissional, da sua atitude face

A ESG funcionará no caso, coverdadeiro laboratório que mo o

de

cada candidato.

Mas o processo de seleção é mui

to mais complexo do que parece

à primeira vista. Já dissemos que a ESG é um laboratório de idéias sobre segurança nacional, Buscou-se, então, formar um grupo

homogeneo, com figuras altamen

te responsáveis e representativas

será necessário prepará-las desde

Informações. Este, ao adquirir foros próprios pelo surgimento de

namentos e a experiência que a ESG tem a dar no campo da segurança nacional; mas que, tam-

der esse conjunto de atividades, meticuloso planejamento de acoes Estas são consubs-

tanciadas no entendimento do preparo da mobilização, o qual se realiza para abreviar e facilitar a fase de execução.

O Curso de Mobilização Nacio nal proposto terá como finalidade. Habilitar civis e militares

para

o exercício de funções de direção

e assessoria, em orgãos que te nham atribuições no preparo da mobilização; colaborar na formu lação e corporificação de uma doutrina de mobilização nacional; e realizar estudos sobre o preparo e execução da mobilização nacio nal

e

sobre

o

funcionamento

um sistema de mobilização.

de

uma mentalidade de informações, deu origem à Escola Nacional de Informações, que está funcionan do com pleno exito, com base na

doutrina e na experiência adqui ridas neste instituto de altos es

todo

o

ano de 1975 o princípio de 1976. Esta seleção esteve a cargo da Di visão

de

Assessoramento

trole

(D3)

do EMFA,

e

tada bagagem de cada um, para

cultural desta escola , . . em ●

deste instituto no campo da se-

Antes de concluir quero abordar mesmo que sumariamente, o cri tério seletivo dos candidatos à ESG. A seleção dos candidatos para a Escola Superior de Guerra durante

bém, aqui pudessem deixar valiosa contribuição da notável e avul-

benefício da evolução doutrinaria

tudos.

desenvolveu-se

das mais variadas regiões do País, que aqui viessem haurir os ensi-

0 acervo

Con

gurança.

De modo que todos, es-

estagiários, saisseni enriquecídos deste mutuo convívio. cola

e

Estagiários da turma de 1976.

Estamos certos de que a ESG

representará para todos vós passo a mais na área do conheci

um

anali

mento humano e um grande es-

forma altamente positiva, vosso

timulo,

capaz

de influenciar

espírito de brasilidade.

bem

sentido

a

de

consciência, objetiva

e

pessoal, com todos os campos do poder. Tereis ouvido neste audi tório personalidades ilustres da ministros de Estado, autoridades destacadas e conferenclstas de alta projeção, que vieram ocupar esta tribuna, para aqui deixar seu

depoimento esclarecido e autori- , zado sobre as realidades e poten cialidades deste País. Tereis per corrido 0 Brasil em todas as dire

ções, como que auscultando o co ração da terra, para verificar suas

energias vitais; e bem conhecereis 0

homem brasileiro que,

por ex

traordinário milagre da coloniza

ção portuguesa, é o mesmo em to

dos os quadrantes da Pátria, ca racterística

marcante

de

nossa

nacionalidade.

Tenho a certeza de que saireis desta casa empolgados com o que foi visto e ouvido, com a pujanÇa deste País e com a arrancada extraordinária rumo ao futuro. É irreversível nossa caminhada

para o nivel de grande potência, a ordem e o desenvolvimento firmemente estabelecidos, com e responsabilidade. autoridade com

com liberdade e dignidade, com respeito à nossa indole e tradi¬

CONCLUSÕES

sou, cuidadosamente, as qualifi cações de cerca de cento e cin-

que

tereis

realidade brasileira, por uma to

empreen-

específicas,

I

mobilização

diferentes Estados da Federação. Norteou a seleção, prioritaria mente, a avaliação da experiência do candidato em seu ramo de ati vidade, do correto desempenho

trabalho,

das diversas áreas de atividade e

^ os tempos normais, por meio de j

porificação de uma doutrina de

Depois de um intenso ano de

quenta candidatos civis dos mais

Não será a primeira vez que a escola assim procederá: já tive mos aqui o exemplo do Curso de

do tenha condições de

i'

O Curso de Mobilização Nacio nal terá, em síntese, importante papel na fundamentação e cor-

15

Dicesto Econômico

de

ções.

Quero relembrar e destacar al-

indices das metas contidas II PND (1975-1970);

guns no

Renda per capita’. 1.000 dóla(correspondendo a 100% de

res

aumento da década de 70): Pro-


14

governo, em situações de emer-

gencia, abrange um conjunto de

atividades empreendidas pelo Es,

tado, visando, compulsória e

leradamente, existentes

e

transferir promover

ace-

meios

a produ

ção oportuna de meios adicionais,

para atender a graves situações ligadas à segurança nacionaf É um recurso extremo que, envol

,

vendo uma gama de medidas de acentuado vigor em todos os campos, interfere na estrutura sócioeconômico e chega a modificar

I 1

Dicesto Econômico

^

jurídico-administrativas tradicionais, quando assim o exigi-

normas

rem

os

superiores interesses

da

nação.

Este conceito retrata a mobi lização nacional na sua fase de execução. Mas, para que o Esta

nacional,

que

possa

mantida atualizada, viva e di nâmica, dentro dos mais altos in teresses da segurança nacional.

ser

é, onde as idéias são postas em debate e, pouco a pouco, se apro fundam e se sedimentam. Quan do o Curso de Mobilização Na cional tomar impulso próprio, tornar-se-á independente, como a

importância de atuação requer.

seu

campo

ao interesse público. Não se descurou, também, dos títulos e den sidade do “curriculum vitae” de

vida publica e privada nacional,

mada

profissional, da sua atitude face

A ESG funcionará no caso, coverdadeiro laboratório que mo o

de

cada candidato.

Mas o processo de seleção é mui

to mais complexo do que parece

à primeira vista. Já dissemos que a ESG é um laboratório de idéias sobre segurança nacional, Buscou-se, então, formar um grupo

homogeneo, com figuras altamen

te responsáveis e representativas

será necessário prepará-las desde

Informações. Este, ao adquirir foros próprios pelo surgimento de

namentos e a experiência que a ESG tem a dar no campo da segurança nacional; mas que, tam-

der esse conjunto de atividades, meticuloso planejamento de acoes Estas são consubs-

tanciadas no entendimento do preparo da mobilização, o qual se realiza para abreviar e facilitar a fase de execução.

O Curso de Mobilização Nacio nal proposto terá como finalidade. Habilitar civis e militares

para

o exercício de funções de direção

e assessoria, em orgãos que te nham atribuições no preparo da mobilização; colaborar na formu lação e corporificação de uma doutrina de mobilização nacional; e realizar estudos sobre o preparo e execução da mobilização nacio nal

e

sobre

o

funcionamento

um sistema de mobilização.

de

uma mentalidade de informações, deu origem à Escola Nacional de Informações, que está funcionan do com pleno exito, com base na

doutrina e na experiência adqui ridas neste instituto de altos es

todo

o

ano de 1975 o princípio de 1976. Esta seleção esteve a cargo da Di visão

de

Assessoramento

trole

(D3)

do EMFA,

e

tada bagagem de cada um, para

cultural desta escola , . . em ●

deste instituto no campo da se-

Antes de concluir quero abordar mesmo que sumariamente, o cri tério seletivo dos candidatos à ESG. A seleção dos candidatos para a Escola Superior de Guerra durante

bém, aqui pudessem deixar valiosa contribuição da notável e avul-

benefício da evolução doutrinaria

tudos.

desenvolveu-se

das mais variadas regiões do País, que aqui viessem haurir os ensi-

0 acervo

Con

gurança.

De modo que todos, es-

estagiários, saisseni enriquecídos deste mutuo convívio. cola

e

Estagiários da turma de 1976.

Estamos certos de que a ESG

representará para todos vós passo a mais na área do conheci

um

anali

mento humano e um grande es-

forma altamente positiva, vosso

timulo,

capaz

de influenciar

espírito de brasilidade.

bem

sentido

a

de

consciência, objetiva

e

pessoal, com todos os campos do poder. Tereis ouvido neste audi tório personalidades ilustres da ministros de Estado, autoridades destacadas e conferenclstas de alta projeção, que vieram ocupar esta tribuna, para aqui deixar seu

depoimento esclarecido e autori- , zado sobre as realidades e poten cialidades deste País. Tereis per corrido 0 Brasil em todas as dire

ções, como que auscultando o co ração da terra, para verificar suas

energias vitais; e bem conhecereis 0

homem brasileiro que,

por ex

traordinário milagre da coloniza

ção portuguesa, é o mesmo em to

dos os quadrantes da Pátria, ca racterística

marcante

de

nossa

nacionalidade.

Tenho a certeza de que saireis desta casa empolgados com o que foi visto e ouvido, com a pujanÇa deste País e com a arrancada extraordinária rumo ao futuro. É irreversível nossa caminhada

para o nivel de grande potência, a ordem e o desenvolvimento firmemente estabelecidos, com e responsabilidade. autoridade com

com liberdade e dignidade, com respeito à nossa indole e tradi¬

CONCLUSÕES

sou, cuidadosamente, as qualifi cações de cerca de cento e cin-

que

tereis

realidade brasileira, por uma to

empreen-

específicas,

I

mobilização

diferentes Estados da Federação. Norteou a seleção, prioritaria mente, a avaliação da experiência do candidato em seu ramo de ati vidade, do correto desempenho

trabalho,

das diversas áreas de atividade e

^ os tempos normais, por meio de j

porificação de uma doutrina de

Depois de um intenso ano de

quenta candidatos civis dos mais

Não será a primeira vez que a escola assim procederá: já tive mos aqui o exemplo do Curso de

do tenha condições de

i'

O Curso de Mobilização Nacio nal terá, em síntese, importante papel na fundamentação e cor-

15

Dicesto Econômico

de

ções.

Quero relembrar e destacar al-

indices das metas contidas II PND (1975-1970);

guns no

Renda per capita’. 1.000 dóla(correspondendo a 100% de

res

aumento da década de 70): Pro-


16

DlciiSTO iilc:()NnNnco

Mo Interno Bruto (PIB: 138 bi

ção desses níveis, tão logo a Nação

remos à posição de 8.0 mercado

do mundo ocidental); População:

123 milhões (sendo 78 milhões na

área urbana e 4õ milhões na área rural); Energias minimizacão da crise

de

(petróleo

combustíveis

e

óleo

diesel)

líquidos

com

a

aceleração da exploração das no vas jazidas encontradas na pla

taforma continental; no campo da energia hidrelétricas, atingir

uma potência instalada de 28 mi

lhões de kilowatts, ou seja 51% de aumento; ingressar na área da energia do átomo;

Integração: com 0 desenvolvi mento dos transportes, das comu

nicações, da educação, do sanea mento básico

e da habitação,

a

frente interna de ocupação pro dutiva deverá ser aumentada.

In-

terligando-se as áreas do Nordes te, do Planalto Central e da Ama zônia ao núcleo central;

Valorização do homem brasilei ro: assegurar a oferta de um mí

nimo de 6.600.000 novos empre gos, até 0 fim da década, ou seja 3,5% por

de crescimento de demanda ano;

Ciência e

Tecnologia:

aperfei

çoar e avançar no campo da pes quisa aplicada ao desenvolvimento e à segurança, com a aplicação de 5.3

bilhões

de

cruzeiros

no

setor

nos faculte os meios e as oportu nidades adequadas à sua concre tização. Vereis, em todos os rincões da Pátria por onde passardes, que neles se trabalha com devotamento .e entusiasmo para a con

quista dos objetivos que irão con duzir o Pais a seus gloriosos des tinos.

Deixo, no entanto, à vossa me ditação os graves problemas in A propósito, gostaria de lem brar a diversidade da natureza das guerras, pois nelas também se pratica o mimetismo, modifi cando-se a sua natureza de acor-

do com a necessidade, como afirma

Clausewitz.

Quanto

mais

coincidirem a finalidade militar e os propósitos políticos, mais pu

ramente militar e menos política parecerá

a guerra;

mas,

quanto

maior for a diferença entre o pro pósito político e a finalidade mi litar, mais política se irá tornan

do a guerra. Desta última espé

cie, meus senhores, são ras do tempo presente.

as

guer-

Mas, se nos pessimistas de sem pre a hora atual não parece fá cil, cumpre lembrar que na his tória

da

humanidade

a

Esses degraus

vamente o destino das grandes nações. Felicidades em nossa ca

Não os atingí-

minhada”.

E

STE ano de 1976 inicia 0 íil-

timo quarto de século XX. um dos mais movimentados e dra

máticos de toda a era cristã. A extensão e a profundidade das revoluções que o homem co nheceu

dentro

da

centúria decli-

nante são de tal monta que a fi losofia, a historia, a sociologia, a

p.sicologia. a fisica e a ciência po podem,

ainda, avaliá-

las convenientemente, nem. muito

menos, projetar suas consequên cias para 0 futuro. Minha geração, que veio ã vida no começo do século, se extinguirá antes do seu termo, época em que os estudantes de hoje se encontra rão em plena validez fisica e mental. Mas esse passo próximo na

marcha

inumerável

apresenta-se, para

do

“Hoje como ontem e como anteon tem, Minas Gerais não pretende dar lições nem sugerir caminhos. Pretende, isto sim. continuar fiel a si mesma e ao destino.

No

mo

mento atual sua função é a de con tribuir. ainda uma vez, para 0 mo vimento pendular da história. Contribuir com a contimiidade do

seu pensamento liberal, contribuir para aquilo que o momento exige, 0 apnmoramento da ordem pela restauração do direito e da liber

dade”. Da aula inaugural proferi da pelo professor Afonso Arinos de Melo Franco, na Universidade Fe deral de Minas Gerais. O texto, na integra, é o seguinte:

tempo

os discípulos

tão obscuro quanto para os mestres.

O avanço do século desvendou

cialmente o julgamento do homem sobre si mesmo. Foram abaladas

normas imemoriais de comporta

tudo que havia de artificial, erra

mento.

do ou insuficiente nos conceitos que definiam a personalidade humana, nos processos que submetiam a natureza ao homem e nas

apriorística e em uma caracterologia supostamente estável. A de finição abrangente de tempera mentos e caracteres, tão ao gosto

instituições que

dos

sustentavam

as

sociedades estatais.

hora

em 1979, representando um au mento de 71% sobre 1974; ingres sar na era da tecnologia nuclear. indicadores, verdadeiros de uma escalada, terão

AFONSO ARINOS DE MELO FRANCO

lítica não

ternacionais.

nunca foi fácil, em momento al gum. E que das próprias dificul dades, costumam surgir as solu ções ideais que marcam definiti

de ser atingidos.

Peia Restoyraçõo do Direito

remos apenas; cremos na .supera

lhões de dólares (quando chega

Deve-se a Freud — apesar das

recentes atenuações e retificações apresentadas a muitas das suas teses — a revelação dos mistérios perturbadores do nosso psiquismo e

os

desdobramentos

da

subver-

são moral e psicológica por ele deflagrada modificaram substan-

ciais

fundadas

romancistas

do

século

em

e

uma

ética

cientistas

passado,

so

perdeu

grande parte da sua razoabilida-

de. Marcei Proust foi o primeiro escritor. Guillaume Appollinaire 0 primeiro poeta e Pablo Picasso 0 primeiro pintor que transmiti ram impressões fortes dessa am bivalência constante da persona lidade humana, cujo carater ho-


16

DlciiSTO iilc:()NnNnco

Mo Interno Bruto (PIB: 138 bi

ção desses níveis, tão logo a Nação

remos à posição de 8.0 mercado

do mundo ocidental); População:

123 milhões (sendo 78 milhões na

área urbana e 4õ milhões na área rural); Energias minimizacão da crise

de

(petróleo

combustíveis

e

óleo

diesel)

líquidos

com

a

aceleração da exploração das no vas jazidas encontradas na pla

taforma continental; no campo da energia hidrelétricas, atingir

uma potência instalada de 28 mi

lhões de kilowatts, ou seja 51% de aumento; ingressar na área da energia do átomo;

Integração: com 0 desenvolvi mento dos transportes, das comu

nicações, da educação, do sanea mento básico

e da habitação,

a

frente interna de ocupação pro dutiva deverá ser aumentada.

In-

terligando-se as áreas do Nordes te, do Planalto Central e da Ama zônia ao núcleo central;

Valorização do homem brasilei ro: assegurar a oferta de um mí

nimo de 6.600.000 novos empre gos, até 0 fim da década, ou seja 3,5% por

de crescimento de demanda ano;

Ciência e

Tecnologia:

aperfei

çoar e avançar no campo da pes quisa aplicada ao desenvolvimento e à segurança, com a aplicação de 5.3

bilhões

de

cruzeiros

no

setor

nos faculte os meios e as oportu nidades adequadas à sua concre tização. Vereis, em todos os rincões da Pátria por onde passardes, que neles se trabalha com devotamento .e entusiasmo para a con

quista dos objetivos que irão con duzir o Pais a seus gloriosos des tinos.

Deixo, no entanto, à vossa me ditação os graves problemas in A propósito, gostaria de lem brar a diversidade da natureza das guerras, pois nelas também se pratica o mimetismo, modifi cando-se a sua natureza de acor-

do com a necessidade, como afirma

Clausewitz.

Quanto

mais

coincidirem a finalidade militar e os propósitos políticos, mais pu

ramente militar e menos política parecerá

a guerra;

mas,

quanto

maior for a diferença entre o pro pósito político e a finalidade mi litar, mais política se irá tornan

do a guerra. Desta última espé

cie, meus senhores, são ras do tempo presente.

as

guer-

Mas, se nos pessimistas de sem pre a hora atual não parece fá cil, cumpre lembrar que na his tória

da

humanidade

a

Esses degraus

vamente o destino das grandes nações. Felicidades em nossa ca

Não os atingí-

minhada”.

E

STE ano de 1976 inicia 0 íil-

timo quarto de século XX. um dos mais movimentados e dra

máticos de toda a era cristã. A extensão e a profundidade das revoluções que o homem co nheceu

dentro

da

centúria decli-

nante são de tal monta que a fi losofia, a historia, a sociologia, a

p.sicologia. a fisica e a ciência po podem,

ainda, avaliá-

las convenientemente, nem. muito

menos, projetar suas consequên cias para 0 futuro. Minha geração, que veio ã vida no começo do século, se extinguirá antes do seu termo, época em que os estudantes de hoje se encontra rão em plena validez fisica e mental. Mas esse passo próximo na

marcha

inumerável

apresenta-se, para

do

“Hoje como ontem e como anteon tem, Minas Gerais não pretende dar lições nem sugerir caminhos. Pretende, isto sim. continuar fiel a si mesma e ao destino.

No

mo

mento atual sua função é a de con tribuir. ainda uma vez, para 0 mo vimento pendular da história. Contribuir com a contimiidade do

seu pensamento liberal, contribuir para aquilo que o momento exige, 0 apnmoramento da ordem pela restauração do direito e da liber

dade”. Da aula inaugural proferi da pelo professor Afonso Arinos de Melo Franco, na Universidade Fe deral de Minas Gerais. O texto, na integra, é o seguinte:

tempo

os discípulos

tão obscuro quanto para os mestres.

O avanço do século desvendou

cialmente o julgamento do homem sobre si mesmo. Foram abaladas

normas imemoriais de comporta

tudo que havia de artificial, erra

mento.

do ou insuficiente nos conceitos que definiam a personalidade humana, nos processos que submetiam a natureza ao homem e nas

apriorística e em uma caracterologia supostamente estável. A de finição abrangente de tempera mentos e caracteres, tão ao gosto

instituições que

dos

sustentavam

as

sociedades estatais.

hora

em 1979, representando um au mento de 71% sobre 1974; ingres sar na era da tecnologia nuclear. indicadores, verdadeiros de uma escalada, terão

AFONSO ARINOS DE MELO FRANCO

lítica não

ternacionais.

nunca foi fácil, em momento al gum. E que das próprias dificul dades, costumam surgir as solu ções ideais que marcam definiti

de ser atingidos.

Peia Restoyraçõo do Direito

remos apenas; cremos na .supera

lhões de dólares (quando chega

Deve-se a Freud — apesar das

recentes atenuações e retificações apresentadas a muitas das suas teses — a revelação dos mistérios perturbadores do nosso psiquismo e

os

desdobramentos

da

subver-

são moral e psicológica por ele deflagrada modificaram substan-

ciais

fundadas

romancistas

do

século

em

e

uma

ética

cientistas

passado,

so

perdeu

grande parte da sua razoabilida-

de. Marcei Proust foi o primeiro escritor. Guillaume Appollinaire 0 primeiro poeta e Pablo Picasso 0 primeiro pintor que transmiti ram impressões fortes dessa am bivalência constante da persona lidade humana, cujo carater ho-


^

19

Dtc.!íSTO Econômico

DIGESTO EcONÒNÍlCO

18

entre a Igreja de Roma, defensora

mogeneo e coerente parecia natu ral aos grandes antecessores do século XIX, como Tolstoi, Vitor Hugo ou Delacroix. Einstein e uma corte de fisicos e matemáticos revolucionaram as noções assentes sobre matéria e

energia, propiciando a liberação

de forças insuspeitadas que,

se

puderam lançar o homem nas solidões siderais, também o agri lhoaram ao círculo estreito do terror.

Lenine e a geração bolchevique conseguiram

durante

apagar,

mais de metade do século, as ba ses filosóficas do consenso empí rico em torno a formas de gover■ no, consenso que preservou a per sonalidade dentro da sociedade segundo formas conhecidas desde

Locke e Montesquieu e elaboradas pela brilhante sucessão de teoristas do Estado e constituciona-

listas do século passado. Só agora, a partir do redescobrimento das idéias

de Gramsci,

dente — começa a cair no rol cias

grandes mistificações da história. Os

marxistas

da

Itália.

europeus, vão expulsando dos seus territórios as ideologias conquistadoras orientais, que foram a re

ligião do século XX, de maneira parecida com a que os cristãos de

ciência

são que se confunde com as multisseculares cristã.

O

sombrio

raízes

da

cultura

ca e religiosa.

Os ortodoxos leni-

nistas são, hoje, na Europa crista, peças de museus arqueológicos. Não se sabe ainda, porém, como essa mudança radical do pensa mento marxista europeu (para mim 0 mais importante aconte cimento, no plano das idéias po líticas desde a segunda guerra mundial) poderá repercutir na instabilidade dinâmica do tercei ro Mundo ao qual sob alguns as pectos pertencemos. O Brasil não se pode confundir contudo nem tampouco se atrelar ao desenvol

asiático

que vê na tirania o instrumento final

de

libertação

herança

que

ideológica de eslavos e mongóis, que 0 esplendor mental da pri meira geração soviética chegou a impor como dogma à submissa

co, a perspectiva que parece se abrir às nossas melhores esperan ças é a da aproximação, que iá

aristocracia

se

intelectual

do

Oci-

Para mim,

anuncia

democrata

e

deve

se

e

estrutura e

política

vacilante

progresso O fato

de

instrumentos

de

ação

próprios à reconquista, na medida do liumanamente possível, do de econômico

e

do

progresso social, dentro da ordem material e jurídica, no amplo quadro dos direitos humanos. Comecemos por uma afirmação que seria ridiculamente óbvia, se não

ponto de partida.

de povos como o brasileiro, eco nômica e socialmente em desen

ao caráter exclusivamente brasi leiro da formação mineira. Minas Gerais é o único polo histórico do Brasil cuja formação, tardia e dominadora, teve características privativamente brasileiras. Com efeito, a partir dos albores da nossa vida, em fins do século XVII, até meados do século XVIII,

historicamente

como

base e garantia dos direitos hu-

Sem eles, ordem é tira-

fosse

indispensável

como

Referimo-nos

nia e

quando a personalidade histórica e sociológica de Minas encontra va-se perfeitamente definida, os únicos elementos que se combina

daqui por diante, situar dentio

ram

manos,

desenvolvimento privilégio. Estabelecidas essas bases gerais do nosso pensamento, cumpre-nos, delas a tese da nossa aula, ou se

ja, considerações sobre a conti

nuidade e a atualidade brasileira da política de Minas Gerais, O

tema se insere naturalmente na ordem de idéias gerais há pouco esboçadas, de tal forma que, re.

gente, assegurem ao Brasil o do

erradicar da consciência coletiva

justificam

acentuar.

formal, o permanente ao contin

é que nunca mais será possível

va de que o desenvolvimento eco nômico e o progresso social só se

católi

nejamento de instituições políti cas que, reunindo o essencial ao

Brasil, entrosar desen-

o

volvimento, mas plenamente de senvolvidos quanto à herança cul tural cristã, a segurança instinti

me

to, estímulo e exemplo para o pla

senvolvimento

volvimento econômico,

lhor nos caibam, os quais poderão, eventualmente, servir de inspira ção a outros povos.

co de Minas serve de ensinamen

O certo é que não existem, ain da. indicações precisas sobre as formas institucionais do futuro

social e direitos humanos.

lise da conjuntura mundial neste encerramento do ciclo ideológico da ditadura de classe, de forma a

aspectos da formação política mi neira, não será necessário muito esforço de interpretação ou de construção para chegarmos à evidencia de que o passado políti

progresso enquadrado pela força.

como

reno das idéias políticas cumprenos proceder à nossa própria aná

rumos

de um

lembrados e concatenados alguns

mínio

de

desenvolvimento inclusive no ter

os

esmagando-a pelo mito

próximo, que venham, nos países

Como país de outro tipo de

encontrarmos

paradoxo

I

territorial e da sua cultura políti

tina.

da

em nome de um conceito de ordem e os segundos erroneo

turco maometanos do seu espaço

vimento do resto da América La

natural

dade

outrora expulsaram o mouro e o

xismo, esquecido até recentemen te, 0 pensamento socialista vai voltando ao que podemos chamar a propensão

igualdade entre eles. Os indícios de tal aproximação tornam-se ca da vez maib patentes, apesar das resistências oferecidas pelos radicalismos da direita e da esquerda, os primeiros sufocando a liber

França.

Espanha, Portugal e outros países

o maior renovador teórico do mar

política para a liberdade, propen

da liberdade dos homens e o pro gresso social, propugnador da

e

fundiram

nesse

processo

foram os índios da terra (princi palmente os carijós), os negros

escravos, os imigrantes portugue ses e os brasileiros vindos de to

dos lusa.

os

quadrantes

da América


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Dtc.!íSTO Econômico

DIGESTO EcONÒNÍlCO

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entre a Igreja de Roma, defensora

mogeneo e coerente parecia natu ral aos grandes antecessores do século XIX, como Tolstoi, Vitor Hugo ou Delacroix. Einstein e uma corte de fisicos e matemáticos revolucionaram as noções assentes sobre matéria e

energia, propiciando a liberação

de forças insuspeitadas que,

se

puderam lançar o homem nas solidões siderais, também o agri lhoaram ao círculo estreito do terror.

Lenine e a geração bolchevique conseguiram

durante

apagar,

mais de metade do século, as ba ses filosóficas do consenso empí rico em torno a formas de gover■ no, consenso que preservou a per sonalidade dentro da sociedade segundo formas conhecidas desde

Locke e Montesquieu e elaboradas pela brilhante sucessão de teoristas do Estado e constituciona-

listas do século passado. Só agora, a partir do redescobrimento das idéias

de Gramsci,

dente — começa a cair no rol cias

grandes mistificações da história. Os

marxistas

da

Itália.

europeus, vão expulsando dos seus territórios as ideologias conquistadoras orientais, que foram a re

ligião do século XX, de maneira parecida com a que os cristãos de

ciência

são que se confunde com as multisseculares cristã.

O

sombrio

raízes

da

cultura

ca e religiosa.

Os ortodoxos leni-

nistas são, hoje, na Europa crista, peças de museus arqueológicos. Não se sabe ainda, porém, como essa mudança radical do pensa mento marxista europeu (para mim 0 mais importante aconte cimento, no plano das idéias po líticas desde a segunda guerra mundial) poderá repercutir na instabilidade dinâmica do tercei ro Mundo ao qual sob alguns as pectos pertencemos. O Brasil não se pode confundir contudo nem tampouco se atrelar ao desenvol

asiático

que vê na tirania o instrumento final

de

libertação

herança

que

ideológica de eslavos e mongóis, que 0 esplendor mental da pri meira geração soviética chegou a impor como dogma à submissa

co, a perspectiva que parece se abrir às nossas melhores esperan ças é a da aproximação, que iá

aristocracia

se

intelectual

do

Oci-

Para mim,

anuncia

democrata

e

deve

se

e

estrutura e

política

vacilante

progresso O fato

de

instrumentos

de

ação

próprios à reconquista, na medida do liumanamente possível, do de econômico

e

do

progresso social, dentro da ordem material e jurídica, no amplo quadro dos direitos humanos. Comecemos por uma afirmação que seria ridiculamente óbvia, se não

ponto de partida.

de povos como o brasileiro, eco nômica e socialmente em desen

ao caráter exclusivamente brasi leiro da formação mineira. Minas Gerais é o único polo histórico do Brasil cuja formação, tardia e dominadora, teve características privativamente brasileiras. Com efeito, a partir dos albores da nossa vida, em fins do século XVII, até meados do século XVIII,

historicamente

como

base e garantia dos direitos hu-

Sem eles, ordem é tira-

fosse

indispensável

como

Referimo-nos

nia e

quando a personalidade histórica e sociológica de Minas encontra va-se perfeitamente definida, os únicos elementos que se combina

daqui por diante, situar dentio

ram

manos,

desenvolvimento privilégio. Estabelecidas essas bases gerais do nosso pensamento, cumpre-nos, delas a tese da nossa aula, ou se

ja, considerações sobre a conti

nuidade e a atualidade brasileira da política de Minas Gerais, O

tema se insere naturalmente na ordem de idéias gerais há pouco esboçadas, de tal forma que, re.

gente, assegurem ao Brasil o do

erradicar da consciência coletiva

justificam

acentuar.

formal, o permanente ao contin

é que nunca mais será possível

va de que o desenvolvimento eco nômico e o progresso social só se

católi

nejamento de instituições políti cas que, reunindo o essencial ao

Brasil, entrosar desen-

o

volvimento, mas plenamente de senvolvidos quanto à herança cul tural cristã, a segurança instinti

me

to, estímulo e exemplo para o pla

senvolvimento

volvimento econômico,

lhor nos caibam, os quais poderão, eventualmente, servir de inspira ção a outros povos.

co de Minas serve de ensinamen

O certo é que não existem, ain da. indicações precisas sobre as formas institucionais do futuro

social e direitos humanos.

lise da conjuntura mundial neste encerramento do ciclo ideológico da ditadura de classe, de forma a

aspectos da formação política mi neira, não será necessário muito esforço de interpretação ou de construção para chegarmos à evidencia de que o passado políti

progresso enquadrado pela força.

como

reno das idéias políticas cumprenos proceder à nossa própria aná

rumos

de um

lembrados e concatenados alguns

mínio

de

desenvolvimento inclusive no ter

os

esmagando-a pelo mito

próximo, que venham, nos países

Como país de outro tipo de

encontrarmos

paradoxo

I

territorial e da sua cultura políti

tina.

da

em nome de um conceito de ordem e os segundos erroneo

turco maometanos do seu espaço

vimento do resto da América La

natural

dade

outrora expulsaram o mouro e o

xismo, esquecido até recentemen te, 0 pensamento socialista vai voltando ao que podemos chamar a propensão

igualdade entre eles. Os indícios de tal aproximação tornam-se ca da vez maib patentes, apesar das resistências oferecidas pelos radicalismos da direita e da esquerda, os primeiros sufocando a liber

França.

Espanha, Portugal e outros países

o maior renovador teórico do mar

política para a liberdade, propen

da liberdade dos homens e o pro gresso social, propugnador da

e

fundiram

nesse

processo

foram os índios da terra (princi palmente os carijós), os negros

escravos, os imigrantes portugue ses e os brasileiros vindos de to

dos lusa.

os

quadrantes

da América


20

Os elementos dirigentes do pro

Reinados espanhóis durante a ex

cesso eram lusos e paulistas atraí dos pelo ouro e o diamante, com os quais cooperavam brasileiros

pansão bandeirante e. mais tarde, sofreu 0 primeiro impacto da in

vindos de outras Capitanias. ín dios e negros eram a força de

vasão traiçoeira de Solano Lopes tornando-se. também, problema internacional. Em resumo, o po

trabalho e sua influência não se

vo

brasileiro

em

todo

o

imenso

fazia sentir no processo político. Um ou outro estrangeiro que aqui haja aparecido contavam-se pelos dedos das mãos até depois da independência. A legislação

território, debruçado sobre o mar ou fronteiriço com espanhóis, franceses, ingleses e holande.ses. experimentou choques e crises in ternacionais na sua formação po-

colonial

litico-cultural.

interditava-lhes

severa-

mente a entrada. Minas foi, por esta legislação especifica e pela sua localização geográfica, a úni ca região histórica de decisiva importância que nunca se tornou objeto de cobiça e influência dos europeus não portugueses. O Norte e Nordeste, da Amazô nia até à Bahia (sem falar nas sobre o repercussões Espírito Santo) sofreram domínios efetivos e prolongados de holandeses e

Di(;i:sro 1-’c;onò.mico

Digksto Econômico

franceses,

O

Rio

de

Janeiro

esteve longamente nas mãos des tes últimos.

De S. Paulo até San

ta Catarina, o litoral era infesta do, desde o século XVI, por entrelopos e piratas de várias naciona

lidades, que constituíam proble ma internacional porque furavam 0 monopólio português da explo ração da costa, principalmente o comércio do pau-brasil. O Rio Grande do Sul, depois da restauração bragantina, e desde

os seus primeiros reconhecimentos territoriais, foi alvo da cobiça es panhola, e seu solo teatro de lutas externas até o século XIX.

Mato

Grosso,

sus

no

extremo

Oeste,

tentou pendências com os Vice-

ría

sem

bas, na insurreição de Felipe dos Santos, na Inconfidência, no enna

Gerais e a abertura imediata dela às mais altas influencias estran

participado da guerra desse nome. Um dos primeiros, senão o pri meiro documento impresso que

geiras. recebidas através da cul

diz respeito

tura intelectual.

Por causa dessa

o

famoso

absorção, em -grau desconhecido em qualquer outra parte do Bra

do

Santissimo

Minas no estrangeiro, desde a era colonial, e isto não somente ape sar. mas por causa das cautelas de isolamento que os interesses reinóis fechavam em torno a ela. como as grades de uma prisão. O interesse do mundo civilizado pe los mistérios opulentos daquelas montanhas cheias de ouro e pe-

mescla, dentro do império luso. Suas lutas, na guerra dos Emboa1833.

fd

mação interna fechada de Minas

meno paralelo da divulgação de

ser evitado.

saio restaurador de

tão curioso contraste entre a for

sil e de toda a América espanhola da mesma época, ocorreu o fenô

E isso não pode

Minas formou-se solitária,

21

re¬

volução liberal de 1842, no grande

dras raras, que

aos

poucos

se

co

incruenta de 1964 foram episódios

briam de igrejas e palácios de fei tura original, povoavam-se de sá bios. poetas e ideólogos politicos,

tica interna brasileira.

também de certa forma inovado res. começa a se manifestar desde

movimento de 1930 ou na vitória

sempre circunscritos à problemá

Encastelada nas suas .serras, de

que a civilização do ouro sucede á

fendida desde o início como uma fortaleza que fosse ao mesmo

instável sociedade bandeirante e

prossegue até o exaurimento da

tempo um tesouro, só pelas ciên

mineração.

cias naturais, pelas letras, pelas artes plásticas, pela musica, pe las idéias políticas — em uma pa lavra, pela cultura — Minas

Provavelmente o livro mais an

tigo sobre Minas é o Peregrino da América, editado em 1728 e escrito

re

cebeu influências estrangeiras, e.

dadas as condições peculiares' de

sua economia, recebeu-as logo de forma direta e altamente qualifi cada, a partir do século XVIII. du rante o qual ela se tornou não apenas o centro econômico e cul

tural do império português, como também, não será exagerado afirmar-se, de toda a América Latina. Por tudo isso é que ocorre o

J

f

por Nuno Marques Pereira, com cinco edições no século XVIII. Mas

essa

confusa e difusa disser-

tacão meio filosófica reflete a fase "inaugural da ocupação da ter-

teria

sido

emhoada

e

à história mineira é

relato

da

trasladação

Sacramento da

ve

lha igreja do Rosário para a nova igreja do Pilar, em Vila Rica. Este escrito

exuberantemente

barroco

foi composto em 1733 pelo por tuguês Simão Vieira Machado, “morador nas Minas” — isto é, já assimilado culturalmente, e publicado em Lisboa no ano se guinte. Minas encontrava-se na quela fase decisiva, quando a tu multuosa sociedade bandeirante se estabilizava, se estabelecia e

institucionalizava, permitindo a identificação nitida dos elemen tos próprios da civilização minei ra. que, dai por diante, vão se acentuando e transferindo, de ge ração em geração, através de uma continuidade cultural que se manteve nas grandes linhas, ape sar das mutações econômicas lo cais e das transformações políti cas nacionais.

O Triunfo Eucaristico mostra a consciência reinante em Minas

quanto à importância mundial do processo civilizador, que estava se desenvolvendo nas privilegiadas montanhas.

O

clima

era

suave

e temperado. Não conhecia o ca lor excessivo do Norte e do Cen

oferece indicações im

tro Sul litorâneos, nem o frio cor

portantes sobre o ambiente social

tante que faria pouco depois com

e as idéias, embora chame Minas “portento da fama” e “novo mun

que os jesuítas das Missões do Uruguai mostrassem aos índios in

do descoberto”.

ferno como um monte pelado, varrido de ventos, pois se falas-

ra.

e não

Garcia,

Na verdade, Nuno

Marques Pereira, segundo Rodol-


20

Os elementos dirigentes do pro

Reinados espanhóis durante a ex

cesso eram lusos e paulistas atraí dos pelo ouro e o diamante, com os quais cooperavam brasileiros

pansão bandeirante e. mais tarde, sofreu 0 primeiro impacto da in

vindos de outras Capitanias. ín dios e negros eram a força de

vasão traiçoeira de Solano Lopes tornando-se. também, problema internacional. Em resumo, o po

trabalho e sua influência não se

vo

brasileiro

em

todo

o

imenso

fazia sentir no processo político. Um ou outro estrangeiro que aqui haja aparecido contavam-se pelos dedos das mãos até depois da independência. A legislação

território, debruçado sobre o mar ou fronteiriço com espanhóis, franceses, ingleses e holande.ses. experimentou choques e crises in ternacionais na sua formação po-

colonial

litico-cultural.

interditava-lhes

severa-

mente a entrada. Minas foi, por esta legislação especifica e pela sua localização geográfica, a úni ca região histórica de decisiva importância que nunca se tornou objeto de cobiça e influência dos europeus não portugueses. O Norte e Nordeste, da Amazô nia até à Bahia (sem falar nas sobre o repercussões Espírito Santo) sofreram domínios efetivos e prolongados de holandeses e

Di(;i:sro 1-’c;onò.mico

Digksto Econômico

franceses,

O

Rio

de

Janeiro

esteve longamente nas mãos des tes últimos.

De S. Paulo até San

ta Catarina, o litoral era infesta do, desde o século XVI, por entrelopos e piratas de várias naciona

lidades, que constituíam proble ma internacional porque furavam 0 monopólio português da explo ração da costa, principalmente o comércio do pau-brasil. O Rio Grande do Sul, depois da restauração bragantina, e desde

os seus primeiros reconhecimentos territoriais, foi alvo da cobiça es panhola, e seu solo teatro de lutas externas até o século XIX.

Mato

Grosso,

sus

no

extremo

Oeste,

tentou pendências com os Vice-

ría

sem

bas, na insurreição de Felipe dos Santos, na Inconfidência, no enna

Gerais e a abertura imediata dela às mais altas influencias estran

participado da guerra desse nome. Um dos primeiros, senão o pri meiro documento impresso que

geiras. recebidas através da cul

diz respeito

tura intelectual.

Por causa dessa

o

famoso

absorção, em -grau desconhecido em qualquer outra parte do Bra

do

Santissimo

Minas no estrangeiro, desde a era colonial, e isto não somente ape sar. mas por causa das cautelas de isolamento que os interesses reinóis fechavam em torno a ela. como as grades de uma prisão. O interesse do mundo civilizado pe los mistérios opulentos daquelas montanhas cheias de ouro e pe-

mescla, dentro do império luso. Suas lutas, na guerra dos Emboa1833.

fd

mação interna fechada de Minas

meno paralelo da divulgação de

ser evitado.

saio restaurador de

tão curioso contraste entre a for

sil e de toda a América espanhola da mesma época, ocorreu o fenô

E isso não pode

Minas formou-se solitária,

21

re¬

volução liberal de 1842, no grande

dras raras, que

aos

poucos

se

co

incruenta de 1964 foram episódios

briam de igrejas e palácios de fei tura original, povoavam-se de sá bios. poetas e ideólogos politicos,

tica interna brasileira.

também de certa forma inovado res. começa a se manifestar desde

movimento de 1930 ou na vitória

sempre circunscritos à problemá

Encastelada nas suas .serras, de

que a civilização do ouro sucede á

fendida desde o início como uma fortaleza que fosse ao mesmo

instável sociedade bandeirante e

prossegue até o exaurimento da

tempo um tesouro, só pelas ciên

mineração.

cias naturais, pelas letras, pelas artes plásticas, pela musica, pe las idéias políticas — em uma pa lavra, pela cultura — Minas

Provavelmente o livro mais an

tigo sobre Minas é o Peregrino da América, editado em 1728 e escrito

re

cebeu influências estrangeiras, e.

dadas as condições peculiares' de

sua economia, recebeu-as logo de forma direta e altamente qualifi cada, a partir do século XVIII. du rante o qual ela se tornou não apenas o centro econômico e cul

tural do império português, como também, não será exagerado afirmar-se, de toda a América Latina. Por tudo isso é que ocorre o

J

f

por Nuno Marques Pereira, com cinco edições no século XVIII. Mas

essa

confusa e difusa disser-

tacão meio filosófica reflete a fase "inaugural da ocupação da ter-

teria

sido

emhoada

e

à história mineira é

relato

da

trasladação

Sacramento da

ve

lha igreja do Rosário para a nova igreja do Pilar, em Vila Rica. Este escrito

exuberantemente

barroco

foi composto em 1733 pelo por tuguês Simão Vieira Machado, “morador nas Minas” — isto é, já assimilado culturalmente, e publicado em Lisboa no ano se guinte. Minas encontrava-se na quela fase decisiva, quando a tu multuosa sociedade bandeirante se estabilizava, se estabelecia e

institucionalizava, permitindo a identificação nitida dos elemen tos próprios da civilização minei ra. que, dai por diante, vão se acentuando e transferindo, de ge ração em geração, através de uma continuidade cultural que se manteve nas grandes linhas, ape sar das mutações econômicas lo cais e das transformações políti cas nacionais.

O Triunfo Eucaristico mostra a consciência reinante em Minas

quanto à importância mundial do processo civilizador, que estava se desenvolvendo nas privilegiadas montanhas.

O

clima

era

suave

e temperado. Não conhecia o ca lor excessivo do Norte e do Cen

oferece indicações im

tro Sul litorâneos, nem o frio cor

portantes sobre o ambiente social

tante que faria pouco depois com

e as idéias, embora chame Minas “portento da fama” e “novo mun

que os jesuítas das Missões do Uruguai mostrassem aos índios in

do descoberto”.

ferno como um monte pelado, varrido de ventos, pois se falas-

ra.

e não

Garcia,

Na verdade, Nuno

Marques Pereira, segundo Rodol-


Dicesto Econômico

22

sem em calor e fogo infernais darIhes-iam impressão favorável do

castigo. Em Minas — diz o texto — os portugueses viram “a saudá vel temperança dos ares, a imu tável fertilidade

e

frescura

dos

campos, como de continua prima vera”.

Nesse clima ameno a terra abria os seios milagrosos para uma pro

Desde então “julga a Asia (a Mi nas) com espanto; utilidade e inveja;

gloria e segurança.

esqueçamos, em 1733.

Isso,

Eis por que.

dos,

mens válidos acorriam em massa às distantes Minas Gerais. Vila Rica e seus arraiais vizinhos

duros

de Janeiro, mais

«de quatro a de S. Paulo.

O Rio

foi se transformando em cidade mineira, ou fortemente influen

ciada pelo espírito mineiro (de certa maneira ainda o é) o que provocou, já na segunda metade do século, a transferencia da ca

pital brasileira para lá.

obras

feitas

dúvida, depois do

Leis

alguns

livros

Entre eles devem ser citados o Contrato Social, de Rousseaii; o

Federalista, de Hamilton, Madison e Jay; os vários trabalhos de

Benjamin Constant; a obra jurí

dica de Pelegrino Rossi e o gran de estudo de Tocqueville sobre a democracia norte-americana. Mas nenhum desses livros alcançou a abrangência do Espirito das Leis,

desses lenhos

Filhos desses sertões feios e es curos.

Outro poeta brasileiro da deca dência, o grande Cláudio Manoel, adverte também: dado

o

Não era sem razão que Teofilo Braga, cem anos mais tarde, diria que Vila Rica foi, no século XVIII. a capital da cultura portuguesa.

romantismo constitucio

tados limitados. Em resumo, até à obra de Marx, a partir de 1848,.

0 Espirito, das Leis foi o mais im

portante estudo jurídico-polí tloo jamais produzido no mundo.

Pois

bem. 0 sábio Montesquieu, no si lencio de sua biblioteca do caste

lo de La Brède, perto do Bordeaux,. fala do ouro das Minas, como al

go de sabido e conhecido, sem na da daquela fantasia tateante e subversiva coin que, q^iase dois séculos antes, um outro castelão vizinho, recolhido também ao si lencio da sua torre de livros, Mi

guel. senhor de Montaigne. falara, que

não

nem

autoridade.

não tinha equilíbrio, era um

do índio brasileiro, nu e feliz por

conhecia

propriedade

radical incoerente. Hamilton. Ma-

O ano da publicação do Espirita das Leis foi o mesmo ein que che

dison e Jay limitaram-se à cons

gava

poder nos; Estados Unidos. Ajudaa maior demoram a construir -

propiciou a composição de outroprecioso texto barroco, este de au

cracia moderna mas não tinham

intenção generalizadora.

A apli-

cação daquele modelo fracassou em

todas as repúblicas america-

européias e africanas em que

Em 1733 escrevia Simão Perrei-

Quinze anos depois do Triunio

ra Machado no Triunfo Eucaris tico'. “Viu-se em breve tempo transplantado meio Portugal a

Eucaristico, em 1748, saiu à luz o livro mais celebre de todo o sé culo XVIII, o estudo histórico-ju

foi tentada.

este empório, já celebre por todo o mundo”. Adiante o opusculo insiste nos écos longinquos de tal celebridade, depois do apareci mento dos diamantes no Tejuco.

rídico de maior repercussão polí tica que a humanidade conheceu antes do Capital, de Marx. Refi ro-me ao Espírito das Leis de cujo dinamismo Montesquieu,

tivo nem mesmo em França e

nas,

Brasil, durante o Império,

no

Sua

a

Mariana

o

seu

primeiro

bispo. d. Manoel da Cruz fato que toria múltipla, publicado em Lis boa em 1749, sob o título ÁureoTrono Episcopal. O escasso valor literário das co

laborações não diminui o signifi cado

As idéias de Benjamin Cons tant não conseguiram exito efe

do

livro

em

termos

cumento sociológico.

de

do

A enume

ração dos dignitários eclesiásticos e civis, presentes às luxuosas cerimônias da investidura do bis

aplicação foi problema insolúvel.

po, indica notável concentração de

um amalgama prolixo de concei tos sábios e dissertações retóricas;

abundância poética, os cânticos,,, bailados e espetáculos visuais ofe recidos ao povo mostra que na

A Pelegrino Rossi faltou técnica jurídica. Seu volumoso tratado é i

do

do equilíbrio, da impersonalidade e da generalização. Rousseau ti nha a capacidade de generalizar,

trução da estrutura federal do

Estado”.

obra

nal. Tocqueville fez um admirável estudo comparativo de direito e política, mas de intenção e resul

cuja misteriosa permanência vem

nias

“Abri dos seios o metal guar-

Saiam do Luso a enriquecer

sem

das

no.

res,

São

Houve,

Espirito

samento juridico-político, moder-

“Os corintios palácios levantaDóricos templos, jonicos alta

Locke.

fundamentais como fonte do pen

boa devia à Vila Rica:

pelos descobertos diamantinos. Os campos do pequeno reino europeu se despovoavam, porque os ho

vezes a do Rio

de

nao

ao

alcançavam em breve 100.000 al mas, 0 dobro da população da Baliia, Capital do Vice-Reinado, três

Republica, de Platão; o Principe, de Maquiavel ou o Governo Civil,

homens de maior comércio, cujo tráfego e importância excede sem comparação o maior dos maiores

no período de declínio, ou seja na época da Inconfidência, Alva renga Peixoto lembrava em ver sos ressentidos o que a bela Lis

felicitando-o

mente a Política de Aristóteles; a

autor, em Vila Rica “habitam os

dução de ouro e diamantes sem precedentes na história. Apesar de todas as cautelas portuguesas as notícias sobre o ouro e as pedras alcançavam a Europa. Soberanos dirigiram-se rei de Portugal

ideologico superou incontestavel-

Segundo o

homens de Portugal”.

25

Digesto Econômico

a Europa com Portugal com

homens

cultos na

Capitania. A

j


Dicesto Econômico

22

sem em calor e fogo infernais darIhes-iam impressão favorável do

castigo. Em Minas — diz o texto — os portugueses viram “a saudá vel temperança dos ares, a imu tável fertilidade

e

frescura

dos

campos, como de continua prima vera”.

Nesse clima ameno a terra abria os seios milagrosos para uma pro

Desde então “julga a Asia (a Mi nas) com espanto; utilidade e inveja;

gloria e segurança.

esqueçamos, em 1733.

Isso,

Eis por que.

dos,

mens válidos acorriam em massa às distantes Minas Gerais. Vila Rica e seus arraiais vizinhos

duros

de Janeiro, mais

«de quatro a de S. Paulo.

O Rio

foi se transformando em cidade mineira, ou fortemente influen

ciada pelo espírito mineiro (de certa maneira ainda o é) o que provocou, já na segunda metade do século, a transferencia da ca

pital brasileira para lá.

obras

feitas

dúvida, depois do

Leis

alguns

livros

Entre eles devem ser citados o Contrato Social, de Rousseaii; o

Federalista, de Hamilton, Madison e Jay; os vários trabalhos de

Benjamin Constant; a obra jurí

dica de Pelegrino Rossi e o gran de estudo de Tocqueville sobre a democracia norte-americana. Mas nenhum desses livros alcançou a abrangência do Espirito das Leis,

desses lenhos

Filhos desses sertões feios e es curos.

Outro poeta brasileiro da deca dência, o grande Cláudio Manoel, adverte também: dado

o

Não era sem razão que Teofilo Braga, cem anos mais tarde, diria que Vila Rica foi, no século XVIII. a capital da cultura portuguesa.

romantismo constitucio

tados limitados. Em resumo, até à obra de Marx, a partir de 1848,.

0 Espirito, das Leis foi o mais im

portante estudo jurídico-polí tloo jamais produzido no mundo.

Pois

bem. 0 sábio Montesquieu, no si lencio de sua biblioteca do caste

lo de La Brède, perto do Bordeaux,. fala do ouro das Minas, como al

go de sabido e conhecido, sem na da daquela fantasia tateante e subversiva coin que, q^iase dois séculos antes, um outro castelão vizinho, recolhido também ao si lencio da sua torre de livros, Mi

guel. senhor de Montaigne. falara, que

não

nem

autoridade.

não tinha equilíbrio, era um

do índio brasileiro, nu e feliz por

conhecia

propriedade

radical incoerente. Hamilton. Ma-

O ano da publicação do Espirita das Leis foi o mesmo ein que che

dison e Jay limitaram-se à cons

gava

poder nos; Estados Unidos. Ajudaa maior demoram a construir -

propiciou a composição de outroprecioso texto barroco, este de au

cracia moderna mas não tinham

intenção generalizadora.

A apli-

cação daquele modelo fracassou em

todas as repúblicas america-

européias e africanas em que

Em 1733 escrevia Simão Perrei-

Quinze anos depois do Triunio

ra Machado no Triunfo Eucaris tico'. “Viu-se em breve tempo transplantado meio Portugal a

Eucaristico, em 1748, saiu à luz o livro mais celebre de todo o sé culo XVIII, o estudo histórico-ju

foi tentada.

este empório, já celebre por todo o mundo”. Adiante o opusculo insiste nos écos longinquos de tal celebridade, depois do apareci mento dos diamantes no Tejuco.

rídico de maior repercussão polí tica que a humanidade conheceu antes do Capital, de Marx. Refi ro-me ao Espírito das Leis de cujo dinamismo Montesquieu,

tivo nem mesmo em França e

nas,

Brasil, durante o Império,

no

Sua

a

Mariana

o

seu

primeiro

bispo. d. Manoel da Cruz fato que toria múltipla, publicado em Lis boa em 1749, sob o título ÁureoTrono Episcopal. O escasso valor literário das co

laborações não diminui o signifi cado

As idéias de Benjamin Cons tant não conseguiram exito efe

do

livro

em

termos

cumento sociológico.

de

do

A enume

ração dos dignitários eclesiásticos e civis, presentes às luxuosas cerimônias da investidura do bis

aplicação foi problema insolúvel.

po, indica notável concentração de

um amalgama prolixo de concei tos sábios e dissertações retóricas;

abundância poética, os cânticos,,, bailados e espetáculos visuais ofe recidos ao povo mostra que na

A Pelegrino Rossi faltou técnica jurídica. Seu volumoso tratado é i

do

do equilíbrio, da impersonalidade e da generalização. Rousseau ti nha a capacidade de generalizar,

trução da estrutura federal do

Estado”.

obra

nal. Tocqueville fez um admirável estudo comparativo de direito e política, mas de intenção e resul

cuja misteriosa permanência vem

nias

“Abri dos seios o metal guar-

Saiam do Luso a enriquecer

sem

das

no.

res,

São

Houve,

Espirito

samento juridico-político, moder-

“Os corintios palácios levantaDóricos templos, jonicos alta

Locke.

fundamentais como fonte do pen

boa devia à Vila Rica:

pelos descobertos diamantinos. Os campos do pequeno reino europeu se despovoavam, porque os ho

vezes a do Rio

de

nao

ao

alcançavam em breve 100.000 al mas, 0 dobro da população da Baliia, Capital do Vice-Reinado, três

Republica, de Platão; o Principe, de Maquiavel ou o Governo Civil,

homens de maior comércio, cujo tráfego e importância excede sem comparação o maior dos maiores

no período de declínio, ou seja na época da Inconfidência, Alva renga Peixoto lembrava em ver sos ressentidos o que a bela Lis

felicitando-o

mente a Política de Aristóteles; a

autor, em Vila Rica “habitam os

dução de ouro e diamantes sem precedentes na história. Apesar de todas as cautelas portuguesas as notícias sobre o ouro e as pedras alcançavam a Europa. Soberanos dirigiram-se rei de Portugal

ideologico superou incontestavel-

Segundo o

homens de Portugal”.

25

Digesto Econômico

a Europa com Portugal com

homens

cultos na

Capitania. A

j


25

Dic:i:sro Econômico

DICKSTO Ef.ONOMlCo'

24

Minas, como na Itália barrocas, apuro cultural coexistia com a vi da do povo, a bem dizer andava pela rua. Não era uma arte de sa

lões e de museus, como nos paises frios do Norte europeu. Era a vi da intelectual misturando-se com

a popular. De resto isso se repete até bem tarde. Quando o sabio Matius percorreu Minas, no come ço do século XIX, pôde recolher interessantíssima observação a

Portugal

e

cultivaram-no

dentro

do processo de fixação política e administrativa da sociedade ban deirante. Passada esta. conformou-se a sociedade mineira, mais

ou menos a partir da autonomia da Capitania, em 1721. Desde en tão aquele cultismo barroco — e

aqui a palavra cultismo é iDom adequada — vai incorporando e depurando a seiva popular, a qual, presa

por

um

lado

aos

cânones

esse respeito. Conta o naturalista,

eruditos, mas

no seu livro se viagem que, procu

vre pelo genio criador, floresce na estupenda obra de arquitetura, escultura, pintura, música, ciên cias naturais, literatura e políti ca que chega ao esplendor ao tem po da chamada Escola Mineira. De passagem observarei que a expressão Escola Mineira, a prin cipio circunscrita á literatura,

rando abrigar-se da forte chuva, demorou-se nã casa de modesto

fazendeiro, a caminho de Vila Ri ca. Para desenfadá-lo o filho do

proprietário cantou para ele, ao som da viola, algumas poesias de Tomaz Antonio Gonzaga, já en tão morto havia vários anos. Ma

vigorosamente

tius acrescenta que, além das li

deve

ras

complexo cultural.

reunidas

em

livros,

Gonzaga

era autor de outras poesias

que

corriam em Minas pela boca do

povo. A literatura e a arte plás tica ao alcance de todos. O final do século XVIII' assis tiu ao coroamento dessa evolu

ção cultural, sempre intimamen te entrelaçada com as idéias po líticas.

Minas apresenta o atraente es

petáculo de uma cultura partida

Este

ser

extensiva

fenomeno

a

todo

li

esse

um lirismo que cia tinha, então, perdido na Europa.

I^olitica dos mineiros e vieram acompanhando da Capitania à

vro sobre a recente revolução da independência dos Estados Uni dos. O Marquês de Barbacena, que conviveu com Maciel em An gola. ouviu dele que desejara se guir com Lafayette para tomar

Província e à República a presendc Minas na política brasileica

Vieira da Silva era entusiasta da

Foi cs.sa pujança e essa origi nalidade cultural que marcaram, desde cedo, o pensamento e ação

ra.

Em Minas o pensamento social desde logo se confundiu com o

pensamento

singular

no

Por

político,

isto

mesmo a idéia de Nação-Estado firma

se

no

Brasil

no

século

barroco

decaden

das elites que se vem enraizar, robustecer e adquirir originalida de criadora nas massas popula res. Em Minas a cultura não foi resultado da depuração dos 0

te na Europa, e o mundo é o mais poderoso artista plástico da épo ca, aquele que conseguiu insuflar

impulsos profundos, saídos do povo e elaborados pelas elites. Ao

passional que, na opinião de três professores da Universidade ame

contrário, foram as elites que trouxeram o espírito barroco de

a plástica barroca e lhe insuflam

no frívolo estilo

maticidade

ricana

de

e

rococó

um

uma

dra-

expressionismo

Columbia

“revitalizam

padre

independência de todo o Brasil, enquanto o Tiradentes não tinha idéias muito

nítidas a respeito.

Ora parecia inclinar-se pela in dependência do pais ora pela for mação de uma República em Mi

As Cartas Jesuiticas são primeira prova dessa tomada de consciência, a que se seguem.

populares. Brito Malheiro. outro

Tal como se verificou com a

liaridade social da Colonia, em , tes da Capitania comparação com a sociedade por- aprofundariam entre as massas tuguesa. a

Confissões do Santo Oficio, os

escritos

pernambucanos

sobre a

essa

um

O

cultura artística, também as idéias políticas nascidas nas eliem breve se

Nos séculos XVI e XVII encon-

Sua expressão pessoal mais po derosa é a figura do Aleijadinho,

de

revolução.

tramos em Pernambuco e na Bahia. a 'idéia bem nítida da pecu-

Brasil e pouco comum no mundo.

mento

nessa

nas.

guerra■. holandesa, ou a obra poé-

genio formado pelo conflito e as similação não apenas de duas ra ças, mas, principalmente, de duas camadas sociais. O Aleijadinho é a expressão universal desse pro cesso de libertação e fortaleci

parte

XVIII. que é o século de Minas.

as

é

Maciel era leitor atento de uin li

de Gregorio de Matos. Mas

tica

consciência , social . não- era

denunciante

dos

inconfidentes,

afirmou que “já se ouvia as pes soas da última classe de gente desta terra, como são os negros e mulatos, que estava para haver um levante”, e ajuntou “que to dos os nacionais desta terra o de¬

ainda, propriamente nacional, no sentido político. A idéia de Estado

sejavam.”

Essa

cipalmente com a Inconfidência,

sa impostas pela formação social

idéias da elite

osmose

entre

absorvidas

as

pelas

brasileiro surge em Minas, prin

leituras e os sentimentos da mas

carta do estudante José Joa-

peculiar, argamassou este equüi● brio entre ordem e liberdade que

A

quim

da Maia a Tomaz Jefferson ,

chama os portugueses de usurpadores e proclama o desejo dos

marcou para sempre a personali dade do povo mineiro.

gri-

Chegamos aqui ao ponto de de

Ihões”. O padre inconfidente Vieira da Silva possuía uma bibliote ca, já tão bem estudada por eru

finir 0 sentido e o conteúdo des

brasileiros

de

romper

os

ditos mineiros, que era uma seledas mais notáveis obras polí ticas do tempo. O mesmo Alvares çao

sa constante política mineira que, seguindo a observação tantas ve zes repetida, é a fusão natural en tre a aspiração da liberdade e a necessidade da ordem, constante


25

Dic:i:sro Econômico

DICKSTO Ef.ONOMlCo'

24

Minas, como na Itália barrocas, apuro cultural coexistia com a vi da do povo, a bem dizer andava pela rua. Não era uma arte de sa

lões e de museus, como nos paises frios do Norte europeu. Era a vi da intelectual misturando-se com

a popular. De resto isso se repete até bem tarde. Quando o sabio Matius percorreu Minas, no come ço do século XIX, pôde recolher interessantíssima observação a

Portugal

e

cultivaram-no

dentro

do processo de fixação política e administrativa da sociedade ban deirante. Passada esta. conformou-se a sociedade mineira, mais

ou menos a partir da autonomia da Capitania, em 1721. Desde en tão aquele cultismo barroco — e

aqui a palavra cultismo é iDom adequada — vai incorporando e depurando a seiva popular, a qual, presa

por

um

lado

aos

cânones

esse respeito. Conta o naturalista,

eruditos, mas

no seu livro se viagem que, procu

vre pelo genio criador, floresce na estupenda obra de arquitetura, escultura, pintura, música, ciên cias naturais, literatura e políti ca que chega ao esplendor ao tem po da chamada Escola Mineira. De passagem observarei que a expressão Escola Mineira, a prin cipio circunscrita á literatura,

rando abrigar-se da forte chuva, demorou-se nã casa de modesto

fazendeiro, a caminho de Vila Ri ca. Para desenfadá-lo o filho do

proprietário cantou para ele, ao som da viola, algumas poesias de Tomaz Antonio Gonzaga, já en tão morto havia vários anos. Ma

vigorosamente

tius acrescenta que, além das li

deve

ras

complexo cultural.

reunidas

em

livros,

Gonzaga

era autor de outras poesias

que

corriam em Minas pela boca do

povo. A literatura e a arte plás tica ao alcance de todos. O final do século XVIII' assis tiu ao coroamento dessa evolu

ção cultural, sempre intimamen te entrelaçada com as idéias po líticas.

Minas apresenta o atraente es

petáculo de uma cultura partida

Este

ser

extensiva

fenomeno

a

todo

li

esse

um lirismo que cia tinha, então, perdido na Europa.

I^olitica dos mineiros e vieram acompanhando da Capitania à

vro sobre a recente revolução da independência dos Estados Uni dos. O Marquês de Barbacena, que conviveu com Maciel em An gola. ouviu dele que desejara se guir com Lafayette para tomar

Província e à República a presendc Minas na política brasileica

Vieira da Silva era entusiasta da

Foi cs.sa pujança e essa origi nalidade cultural que marcaram, desde cedo, o pensamento e ação

ra.

Em Minas o pensamento social desde logo se confundiu com o

pensamento

singular

no

Por

político,

isto

mesmo a idéia de Nação-Estado firma

se

no

Brasil

no

século

barroco

decaden

das elites que se vem enraizar, robustecer e adquirir originalida de criadora nas massas popula res. Em Minas a cultura não foi resultado da depuração dos 0

te na Europa, e o mundo é o mais poderoso artista plástico da épo ca, aquele que conseguiu insuflar

impulsos profundos, saídos do povo e elaborados pelas elites. Ao

passional que, na opinião de três professores da Universidade ame

contrário, foram as elites que trouxeram o espírito barroco de

a plástica barroca e lhe insuflam

no frívolo estilo

maticidade

ricana

de

e

rococó

um

uma

dra-

expressionismo

Columbia

“revitalizam

padre

independência de todo o Brasil, enquanto o Tiradentes não tinha idéias muito

nítidas a respeito.

Ora parecia inclinar-se pela in dependência do pais ora pela for mação de uma República em Mi

As Cartas Jesuiticas são primeira prova dessa tomada de consciência, a que se seguem.

populares. Brito Malheiro. outro

Tal como se verificou com a

liaridade social da Colonia, em , tes da Capitania comparação com a sociedade por- aprofundariam entre as massas tuguesa. a

Confissões do Santo Oficio, os

escritos

pernambucanos

sobre a

essa

um

O

cultura artística, também as idéias políticas nascidas nas eliem breve se

Nos séculos XVI e XVII encon-

Sua expressão pessoal mais po derosa é a figura do Aleijadinho,

de

revolução.

tramos em Pernambuco e na Bahia. a 'idéia bem nítida da pecu-

Brasil e pouco comum no mundo.

mento

nessa

nas.

guerra■. holandesa, ou a obra poé-

genio formado pelo conflito e as similação não apenas de duas ra ças, mas, principalmente, de duas camadas sociais. O Aleijadinho é a expressão universal desse pro cesso de libertação e fortaleci

parte

XVIII. que é o século de Minas.

as

é

Maciel era leitor atento de uin li

de Gregorio de Matos. Mas

tica

consciência , social . não- era

denunciante

dos

inconfidentes,

afirmou que “já se ouvia as pes soas da última classe de gente desta terra, como são os negros e mulatos, que estava para haver um levante”, e ajuntou “que to dos os nacionais desta terra o de¬

ainda, propriamente nacional, no sentido político. A idéia de Estado

sejavam.”

Essa

cipalmente com a Inconfidência,

sa impostas pela formação social

idéias da elite

osmose

entre

absorvidas

as

pelas

brasileiro surge em Minas, prin

leituras e os sentimentos da mas

carta do estudante José Joa-

peculiar, argamassou este equüi● brio entre ordem e liberdade que

A

quim

da Maia a Tomaz Jefferson ,

chama os portugueses de usurpadores e proclama o desejo dos

marcou para sempre a personali dade do povo mineiro.

gri-

Chegamos aqui ao ponto de de

Ihões”. O padre inconfidente Vieira da Silva possuía uma bibliote ca, já tão bem estudada por eru

finir 0 sentido e o conteúdo des

brasileiros

de

romper

os

ditos mineiros, que era uma seledas mais notáveis obras polí ticas do tempo. O mesmo Alvares çao

sa constante política mineira que, seguindo a observação tantas ve zes repetida, é a fusão natural en tre a aspiração da liberdade e a necessidade da ordem, constante


Dicesto Econômico

26

traduzida no aforisma proclama do da tribuna por um dos seus maiores líderes políticos republi

derno”. Para a ciência política con temporânea essa afirmativa é re

Sub lege, libertas”.

erro os economistas que a susten

canos:

Minas é em primeiro lugar li beral e, em segundo, ordeira. Não tenhamos medo das palavras, por que isso é o mesmo que ter medo 4as idéias. Procuremos interpre tá-las no seu autêntico sentido.

político e histórico.

_

Comecemos

por aquelas que geram mais con fusão, algumas vezes a serviço de .segundas intenções. O que signi ficam liberdade, liberalismo, tra dição liberal? A confusão propo sitada que mais serve ao espirito ●de opressão é aquela que identi fica o pensamento político liberal com a prática do liberalismo eco nômico.

Devo observar, de passagem, que me considero um animal meio exó

tico entre os homens públicos do Brasil de hoje, pois não sou econo mista. Mas essa lacuna não me im pede de opinar sobre matérias em ●que afirmativas sem base são amiude reiteradas como verdades econômicas necessárias ao desen

volvimento de raciocínios políticos. Atinge-se por meio desses preten sos axiomas, que não passam de sofismas, a conclusões erradas, porque provenientes da correlação de premissas insubsistentes. A mais errada e mais repetida dessas con clusões pode ser expressa desta

forma:

“O liberalismo político é

dondamente

falsa

e incorrem

em

não é mais visto como afirmação máxima das liberdades dos homens

tam.

O

fato

de

não

ser

economista

da

história

do

aos

que

pretendem

cara

pescar

em

tica,

argumentos a

úteis

certos

reitos humanos. Aquelas nam rio plano social, no

peito àquela parte da personalida de que não se insere no sistema de

relações entre pessoas, aquela par te significativa do que é distintivo entre o homem e os animais, aque-

hoje que repetem e justificam os de ontem, sobre o que seja o libe ralismo político. O liberalismo é hoje, mais do que nunca, a expressão do huma nismo político. Em síntese o libe ralismo é o processo de identificar

la

parte do homem que. segundo a

palavra de Cristo, não é de Cesar,

não é redutível à interferência do Estado. Como dizemos nós. cató-

uma posição superada na história das idéias porque correspondeu à

racionalmente os elementos neces

licos,

sários às limitações da liberdade.

pessoa.

fase do chamado liberalismo eco

Note-se bem o sentido deste enfo

que, que é importante na tomada

s estrutura e.os fins do Estado mo-

das

consequências.

sistema

égide do Estado; estas dizem res-

de

nômico, fase esta incompatível com

funcio-

de relações entre indivíduos sob a

à tirania,

conceitos

mam 0 direito, não acredita tam bém no direito, embora muitas ve zes não se aperceba disto.

esquecer que as liberdades dos ho mens não se confundem com os di-

águas turvas de falsa ciência polí recorramos

máquina impiedosa da acumula ção primitiva do capital. A prima

de limitação das liberdades dos homens pelo Estado. Convém não

não econômicas. tão

pois: quem não crê em normas de

tido.- que é oposto ao de passional

nômica mas política, pois se ligam à evolução das idéias políticas e confusão

nômico e significou o esmagamen-

como é hoje, isto é, como o processo racional — e a palavra racio nal tem aqui o seu verdadeiro sen

praticado nos termos da sua for mulação teórica. Peço humildemente aos econo mistas que aceitem estas afirmati vas, que não são de natureza eco

a

tornar-se apenas um processo de ordenação da violência. Repito,

então

com a substância, o cerne dos di reitos humanos. Então o liberalismo político passou a ser entendido

ocidente e que. de resto, nunca foi

Afastada

rídico, correspondeu, ela sim. ao curto reinado do liberalismo eco

o

indivíduo é diferente da

ser direito,

para

comportamento filosófico que for

O Direito Natural providencial,

principalmente depois da grande fase racionalista do século XVII,

depois de Newton, Descartes, Spi-

nosa ou Grocio. tomou a forma de Direito Natural racional, que só foi superada no nome. porque a sua essencia transferiu-se precisa- .

mente para o que chamamos libe ralismo. Quando aludimos, pois. à tradição liberal de Minas Gerais,, em matéria política, não estamos condenando a intervenção do go verno mineiro no domínio econômico.

Uma

coisa

não

interfere

com outra, como pretendem fazer

crer os que desejam um poder sem. direito. A tradição política liberal ● de Minas consiste nessa inclinação continuada para colocar em ter mos racionais e não passionais as limitações às liberdades que sãonecessárias

à

A essencia

do liberalismo é, as

sim, negativa melhor

coexistência

social.

e não positiva, ou

o liberalismo

é menos

a

Quem não acredita no Direito

per-direito não pode acreditar no

nalmente limitações às atividades, do homem é processo inseparável de uma formulação jurídica, em.

direito. Se o direito como tal, sendo é

deixa de

afirmação das liberdades do que a organização racional das suas limitações. Ora, organizar racio

Natural, ou, para evitar ambigui dades, quem não acredita em su-

O liberalismo

sofia de vida que lhe é superposta,

que resultou no individualismo ju-

zia do social foi se impondo, no en tanto. exceto no que se relaciona

não está preso à prática do libera lismo econômico, reinante em me

sociedades as funções que lhe com

petem, não se submete a‘uma filo

to das classes trabalhadoras pela

— estes sim — da cultura cristã e

0 que dizem que é, exercendo nas

oposição ao poder do Estado. Esta etapa do liberalismo político em

não me retira, portanto, a posição de velho professor de ciência polí tica e, consequentemente, a mo desta autoridade, vinda só da ex periência, para afirmar que o li beralismo político é uma constan te do pensamento político decor rente de fatores vários, especificos

nos de um século

27

Dn:i:sTO EcoNÔ^uco


Dicesto Econômico

26

traduzida no aforisma proclama do da tribuna por um dos seus maiores líderes políticos republi

derno”. Para a ciência política con temporânea essa afirmativa é re

Sub lege, libertas”.

erro os economistas que a susten

canos:

Minas é em primeiro lugar li beral e, em segundo, ordeira. Não tenhamos medo das palavras, por que isso é o mesmo que ter medo 4as idéias. Procuremos interpre tá-las no seu autêntico sentido.

político e histórico.

_

Comecemos

por aquelas que geram mais con fusão, algumas vezes a serviço de .segundas intenções. O que signi ficam liberdade, liberalismo, tra dição liberal? A confusão propo sitada que mais serve ao espirito ●de opressão é aquela que identi fica o pensamento político liberal com a prática do liberalismo eco nômico.

Devo observar, de passagem, que me considero um animal meio exó

tico entre os homens públicos do Brasil de hoje, pois não sou econo mista. Mas essa lacuna não me im pede de opinar sobre matérias em ●que afirmativas sem base são amiude reiteradas como verdades econômicas necessárias ao desen

volvimento de raciocínios políticos. Atinge-se por meio desses preten sos axiomas, que não passam de sofismas, a conclusões erradas, porque provenientes da correlação de premissas insubsistentes. A mais errada e mais repetida dessas con clusões pode ser expressa desta

forma:

“O liberalismo político é

dondamente

falsa

e incorrem

em

não é mais visto como afirmação máxima das liberdades dos homens

tam.

O

fato

de

não

ser

economista

da

história

do

aos

que

pretendem

cara

pescar

em

tica,

argumentos a

úteis

certos

reitos humanos. Aquelas nam rio plano social, no

peito àquela parte da personalida de que não se insere no sistema de

relações entre pessoas, aquela par te significativa do que é distintivo entre o homem e os animais, aque-

hoje que repetem e justificam os de ontem, sobre o que seja o libe ralismo político. O liberalismo é hoje, mais do que nunca, a expressão do huma nismo político. Em síntese o libe ralismo é o processo de identificar

la

parte do homem que. segundo a

palavra de Cristo, não é de Cesar,

não é redutível à interferência do Estado. Como dizemos nós. cató-

uma posição superada na história das idéias porque correspondeu à

racionalmente os elementos neces

licos,

sários às limitações da liberdade.

pessoa.

fase do chamado liberalismo eco

Note-se bem o sentido deste enfo

que, que é importante na tomada

s estrutura e.os fins do Estado mo-

das

consequências.

sistema

égide do Estado; estas dizem res-

de

nômico, fase esta incompatível com

funcio-

de relações entre indivíduos sob a

à tirania,

conceitos

mam 0 direito, não acredita tam bém no direito, embora muitas ve zes não se aperceba disto.

esquecer que as liberdades dos ho mens não se confundem com os di-

águas turvas de falsa ciência polí recorramos

máquina impiedosa da acumula ção primitiva do capital. A prima

de limitação das liberdades dos homens pelo Estado. Convém não

não econômicas. tão

pois: quem não crê em normas de

tido.- que é oposto ao de passional

nômica mas política, pois se ligam à evolução das idéias políticas e confusão

nômico e significou o esmagamen-

como é hoje, isto é, como o processo racional — e a palavra racio nal tem aqui o seu verdadeiro sen

praticado nos termos da sua for mulação teórica. Peço humildemente aos econo mistas que aceitem estas afirmati vas, que não são de natureza eco

a

tornar-se apenas um processo de ordenação da violência. Repito,

então

com a substância, o cerne dos di reitos humanos. Então o liberalismo político passou a ser entendido

ocidente e que. de resto, nunca foi

Afastada

rídico, correspondeu, ela sim. ao curto reinado do liberalismo eco

o

indivíduo é diferente da

ser direito,

para

comportamento filosófico que for

O Direito Natural providencial,

principalmente depois da grande fase racionalista do século XVII,

depois de Newton, Descartes, Spi-

nosa ou Grocio. tomou a forma de Direito Natural racional, que só foi superada no nome. porque a sua essencia transferiu-se precisa- .

mente para o que chamamos libe ralismo. Quando aludimos, pois. à tradição liberal de Minas Gerais,, em matéria política, não estamos condenando a intervenção do go verno mineiro no domínio econômico.

Uma

coisa

não

interfere

com outra, como pretendem fazer

crer os que desejam um poder sem. direito. A tradição política liberal ● de Minas consiste nessa inclinação continuada para colocar em ter mos racionais e não passionais as limitações às liberdades que sãonecessárias

à

A essencia

do liberalismo é, as

sim, negativa melhor

coexistência

social.

e não positiva, ou

o liberalismo

é menos

a

Quem não acredita no Direito

per-direito não pode acreditar no

nalmente limitações às atividades, do homem é processo inseparável de uma formulação jurídica, em.

direito. Se o direito como tal, sendo é

deixa de

afirmação das liberdades do que a organização racional das suas limitações. Ora, organizar racio

Natural, ou, para evitar ambigui dades, quem não acredita em su-

O liberalismo

sofia de vida que lhe é superposta,

que resultou no individualismo ju-

zia do social foi se impondo, no en tanto. exceto no que se relaciona

não está preso à prática do libera lismo econômico, reinante em me

sociedades as funções que lhe com

petem, não se submete a‘uma filo

to das classes trabalhadoras pela

— estes sim — da cultura cristã e

0 que dizem que é, exercendo nas

oposição ao poder do Estado. Esta etapa do liberalismo político em

não me retira, portanto, a posição de velho professor de ciência polí tica e, consequentemente, a mo desta autoridade, vinda só da ex periência, para afirmar que o li beralismo político é uma constan te do pensamento político decor rente de fatores vários, especificos

nos de um século

27

Dn:i:sTO EcoNÔ^uco


28

DicFsio I£roNÔMico

Digesto EcoNü.Nrico

outras palavras, as limitações são sempre jurídicas, de onde o libe ralismo é essencialmente o estado de direito.

Atingimos agora ao segundo ele mento do binômio político minei ro, que é o apego à ordem. Que é a ordem? Partindo dos princípios assentados há pouco, a resposta se impõe naturalmente; a ordem é o

sistema jurídico que decorre das limitações racionais e não passio nais à liberdade. Não se pode, portanto, confundir a ordem, que é um valor positivo e jurídico, com a ausência de desordem, que é um valor negativo e imperativo. A ver dadeira ordem só pode se fundar na liberdade, tal como a defini mos; a suposta ordem fundada na

força e na repressão sem lei é porque é uma forma de injustiça. A frase uma forma de desordem, enigmática de Goethe “prefiro uma injustiça a uma desordem” pode ser interpretada

de manei

ras diversas.

Para mim.fquando se conhece o

pequeno episódio romano que pro vocou a frase) Goethe dava à pa lavra “injustiça” um valor episó dico material. O importante seria aquilo que Goethe chamou “desor dem”. Na minha forma de en

O primeiro deles, depois da in

dependência e aquele que. talvez, não haja encontrado rival entre os mineiros, foi Bernardo Pereira de Vasconcelos. O seu justamente célebre discurso de 1837, no qual

foram

contidos racionalmente pela or dem, com a passagem do poder central de Feijó a Araújo Lima. Fui

liberal:

en

Mas não é recordada tão

to toda sua vida — era a de um

a parte final do trecho, que é a seguinte: “Quem sabe se, como hoje defendo o país contra a de sorganização depois de o haver de

Minas Gerais.

los

pública;

Artur

Bernardes

Com Virgílio

Pedro

Franco,

ou

Aleixo

de Melo

e

Milton

Campos nos diversos regimes que vieram depois de 1930, para só fa lar nos mortos. Honório

Hermeto,

depois Mar

quês do Paraná, foi o apelidado

“cabeça fria”, que a 30 de julho de 1832, desfez na Camara, com drástico apelo à ordem, os excessos

liberais com que Feijó, com o

apoio tácito da Regência visava

a chamada “Constituição de Pouso Alegre, obra de liberaimpor

amiude

fendido contra o despotismo... não terei algum dia de dar outra

Peixoto,

Antonio Carlos, na Primeira Re

ví-la, quero salvá-la e por isso sou

pressão goethiana — como de res Vejamos como as idéias até aqui expostas se aplicam aos .maiores vultos do pensamento político de

Ottoni no Segundo Reinado; com Cesario Alvim, João Pinheiro, Car

aspecto da sociedade; os princípios democráticos tudo ganharam e muito comprometeram; a socie dade que então corria risco pelo poder corre agora o risco pela de sorganização e pela anarquia. Como então quis, quero .hoje ser-

como 0 dele senão a ausência de racionalidade. Neste sentido a ex

liberal.

à democracia. Essa foi, sucessiva mente. a lição de Minas, com o Marquês do Paraná e Teófilo

tão a liberdade era nova no país. estava nas aspirações de todos mas não nas leis, o poder era tudo; fui liberal. Hoje, porém, é diverso o

regressista”. Eis a parte sempre citada do discurso, aquela em que Vasconcelos opta resolutamente pela estabilidade e pela ordem.

tender a frase, desordem não po dia representar para um espírito

espirito mineiro e consubstanciai

Vejamos as frases principais do grande mineiro:

Estado as reivindicações que as instituições monárquicas rejeita

inteireza, a personalidade de Vas concelos cumpre conhecer e me ditar as duas alternativas claramonte apresentadas no discurso. Elas exprimem, de forma admirá vel. aquele equilíbrio entre ordem e liberdade que é da essencia do

tou a fase crucial da Regência na liberais

ciedade variam, o vento das tem-

Regcncia. que passava a enfrentar a anarquia sob Feijó. Para que se compreenda, na sua

● fala famosa de Vasconcelos retra excessos

quia Federativa. Em outras pa lavras, implantava por golpe de

O liberal do Primeiro Reinado que enfrentara o despotismo de Pe dro I era agora o conservador da

pensamento da ordem, só co.stuma ser citado nesses trechos, quando 0 mesmo discurso contem outra parte que é a defesa inequívo ca do equilíbrio entre ordem e li berdade. Pode-se assegurar que a

os

vez minha voz ao apoio e à defesa da liberdade? Os perigos da so pestades nem sempre é o mesmo”.

se definem as grandes linhas do

qual

29

lismo

excessivo

de

outro

minei-

ro, 0 padre José Bento. Essa Cons tituição suprimia o Senado vitalí cio, fazia da Câmara Assembléia Nacional

I

e

estabelecia

a

Monar-

ram até 1889.

É importante salientar o episó dio. porque ele demonstra os dois lados do espirito mineiro: o libe

ralismo de José Bento, que che gava a descambar para a ilega lidade e 0 sentimento de ordem

de Honorio, que dominou, afinal, a Camara e o país. No

entanto

Paraná

havia

sido

homem da oposição, mas, como Vasconcelos, aderiu à ordem quan do os excessos da liberdade puse ram em risco a monarquia. Tais excessos explodiram em sangue com a Revolução da Praia, em Pernambuco, no fim de 1848 e co meço

de 1849.

A Praia

foi con

sequência direta da agitação so cialista européia, a publicação do Manifesto Comunista de Marx e a

República Socialista implantada em França com a deposição da Monarquia de Julho. Não se coa-

dunava com o espírito mineiro a agitação heróica, em que se des tacaram Nunes Machado e Pedro Ivo, este cantado no admirável poema de Alvares de Azevedo; “Perdoai-o Senhor, ele era um bra vo... e a vossa gente pálida re cuava, quando ele aparecia!!”, Paraná, que enfrentara direta mente 0 Imperador, é por ele

chamado para presidir o Gabinete de 1853, quando se tornará a maior figura política do país. Joaquim Nabuco, no admirável perfil que dele traça, diz que era “feito não somente para dominar. à


28

DicFsio I£roNÔMico

Digesto EcoNü.Nrico

outras palavras, as limitações são sempre jurídicas, de onde o libe ralismo é essencialmente o estado de direito.

Atingimos agora ao segundo ele mento do binômio político minei ro, que é o apego à ordem. Que é a ordem? Partindo dos princípios assentados há pouco, a resposta se impõe naturalmente; a ordem é o

sistema jurídico que decorre das limitações racionais e não passio nais à liberdade. Não se pode, portanto, confundir a ordem, que é um valor positivo e jurídico, com a ausência de desordem, que é um valor negativo e imperativo. A ver dadeira ordem só pode se fundar na liberdade, tal como a defini mos; a suposta ordem fundada na

força e na repressão sem lei é porque é uma forma de injustiça. A frase uma forma de desordem, enigmática de Goethe “prefiro uma injustiça a uma desordem” pode ser interpretada

de manei

ras diversas.

Para mim.fquando se conhece o

pequeno episódio romano que pro vocou a frase) Goethe dava à pa lavra “injustiça” um valor episó dico material. O importante seria aquilo que Goethe chamou “desor dem”. Na minha forma de en

O primeiro deles, depois da in

dependência e aquele que. talvez, não haja encontrado rival entre os mineiros, foi Bernardo Pereira de Vasconcelos. O seu justamente célebre discurso de 1837, no qual

foram

contidos racionalmente pela or dem, com a passagem do poder central de Feijó a Araújo Lima. Fui

liberal:

en

Mas não é recordada tão

to toda sua vida — era a de um

a parte final do trecho, que é a seguinte: “Quem sabe se, como hoje defendo o país contra a de sorganização depois de o haver de

Minas Gerais.

los

pública;

Artur

Bernardes

Com Virgílio

Pedro

Franco,

ou

Aleixo

de Melo

e

Milton

Campos nos diversos regimes que vieram depois de 1930, para só fa lar nos mortos. Honório

Hermeto,

depois Mar

quês do Paraná, foi o apelidado

“cabeça fria”, que a 30 de julho de 1832, desfez na Camara, com drástico apelo à ordem, os excessos

liberais com que Feijó, com o

apoio tácito da Regência visava

a chamada “Constituição de Pouso Alegre, obra de liberaimpor

amiude

fendido contra o despotismo... não terei algum dia de dar outra

Peixoto,

Antonio Carlos, na Primeira Re

ví-la, quero salvá-la e por isso sou

pressão goethiana — como de res Vejamos como as idéias até aqui expostas se aplicam aos .maiores vultos do pensamento político de

Ottoni no Segundo Reinado; com Cesario Alvim, João Pinheiro, Car

aspecto da sociedade; os princípios democráticos tudo ganharam e muito comprometeram; a socie dade que então corria risco pelo poder corre agora o risco pela de sorganização e pela anarquia. Como então quis, quero .hoje ser-

como 0 dele senão a ausência de racionalidade. Neste sentido a ex

liberal.

à democracia. Essa foi, sucessiva mente. a lição de Minas, com o Marquês do Paraná e Teófilo

tão a liberdade era nova no país. estava nas aspirações de todos mas não nas leis, o poder era tudo; fui liberal. Hoje, porém, é diverso o

regressista”. Eis a parte sempre citada do discurso, aquela em que Vasconcelos opta resolutamente pela estabilidade e pela ordem.

tender a frase, desordem não po dia representar para um espírito

espirito mineiro e consubstanciai

Vejamos as frases principais do grande mineiro:

Estado as reivindicações que as instituições monárquicas rejeita

inteireza, a personalidade de Vas concelos cumpre conhecer e me ditar as duas alternativas claramonte apresentadas no discurso. Elas exprimem, de forma admirá vel. aquele equilíbrio entre ordem e liberdade que é da essencia do

tou a fase crucial da Regência na liberais

ciedade variam, o vento das tem-

Regcncia. que passava a enfrentar a anarquia sob Feijó. Para que se compreenda, na sua

● fala famosa de Vasconcelos retra excessos

quia Federativa. Em outras pa lavras, implantava por golpe de

O liberal do Primeiro Reinado que enfrentara o despotismo de Pe dro I era agora o conservador da

pensamento da ordem, só co.stuma ser citado nesses trechos, quando 0 mesmo discurso contem outra parte que é a defesa inequívo ca do equilíbrio entre ordem e li berdade. Pode-se assegurar que a

os

vez minha voz ao apoio e à defesa da liberdade? Os perigos da so pestades nem sempre é o mesmo”.

se definem as grandes linhas do

qual

29

lismo

excessivo

de

outro

minei-

ro, 0 padre José Bento. Essa Cons tituição suprimia o Senado vitalí cio, fazia da Câmara Assembléia Nacional

I

e

estabelecia

a

Monar-

ram até 1889.

É importante salientar o episó dio. porque ele demonstra os dois lados do espirito mineiro: o libe

ralismo de José Bento, que che gava a descambar para a ilega lidade e 0 sentimento de ordem

de Honorio, que dominou, afinal, a Camara e o país. No

entanto

Paraná

havia

sido

homem da oposição, mas, como Vasconcelos, aderiu à ordem quan do os excessos da liberdade puse ram em risco a monarquia. Tais excessos explodiram em sangue com a Revolução da Praia, em Pernambuco, no fim de 1848 e co meço

de 1849.

A Praia

foi con

sequência direta da agitação so cialista européia, a publicação do Manifesto Comunista de Marx e a

República Socialista implantada em França com a deposição da Monarquia de Julho. Não se coa-

dunava com o espírito mineiro a agitação heróica, em que se des tacaram Nunes Machado e Pedro Ivo, este cantado no admirável poema de Alvares de Azevedo; “Perdoai-o Senhor, ele era um bra vo... e a vossa gente pálida re cuava, quando ele aparecia!!”, Paraná, que enfrentara direta mente 0 Imperador, é por ele

chamado para presidir o Gabinete de 1853, quando se tornará a maior figura política do país. Joaquim Nabuco, no admirável perfil que dele traça, diz que era “feito não somente para dominar. à


31

OlcEsro Ecoxòmico DiGESW Econômico

30

mas para dirigir”. Que fez Paraná,

Francisco

Otaviano,

chega

tando eu e 0 Cesario A Reforma

ao

sustentamos pelo espaço de 7 à custa de enormes sacriAquele jornal, que trazia

ápice da sua ascenção liberal, ven- |

que

Obedeceu à linha mineira

cendo com o povo, derrotando a '

anos.

e conseguiu aproximar os dois partidos inimigos, realizando o ideal da Conciliação, sonhada an tes pelo ilustre Paula Sousa, mas

reação conservadora sem o uso da violência de que lançara mão na juventude e de que viera a se ar repender. O luzia de 1842 trans

que só um mineiro poderia efe tivar. A Conciliação eliminou as

formara-se no liberal de

Conciliação estava superada, com

lutas facciosas por longos anos e

as suas criaturas, a Liga e o Par

foi 0 instrumento político da gran

tido Progressista. Era o glorioso Partido Liberal que ressurgia.

0 homem que subira em nome da ordem?

de fase de paz e desenvolvimento do Império, que vai de 1850 até depois de 1860, antes da grande crise da Guerra do Paraguai,

A

outra face de Minas aparece na

figura de Teóíilo Ottoni. Na mo cidade 0 impetuoso liberal não hesitou em chefiar os “luzias” de ■Ti 11

e

a um amigo: “Aqui ficamos mon-

1842, aos quais me desvaneço de estar ligado por antepassados. Su

focada a revolução liberal da.s montanhas, na qual pela única vez

a

espada sempre vitoriosa de

Caxias correu risco, Ottoni, ama

durecido, passa a liderar o verda deiro liberalismo, aquele que cor

responde ao império da lei sobre a liberdade e sobre o poder, A este respeito é significativo este

período de Ottoni na sua Circular de: Reparamos, assim, o grande erro que havíamos cometido re correndo às armas, mas não cessamos de estigmatizar os atos in

constitucionais que tinham dado causa ao movimento. É o auten

tico pensamento mineiro, que con sidera erro a violência em nome da liberdade, mas não deixa de condenar os abusos da força contra a lei. Ottoni, na eleição de 1860, triunfa no Rio de Janeiro em

companhia de Saldanha Marinho

1860;

coino epígrafe as palavras “Refor-

nia ou Revolução” foi, como se sabe.

históricos atravessaram para _ che¬

a

ear à Repúblca. A exaltaçao libe ral de Cesario Alvim. orador e jor

nalista. levaram-no à atacar a des

O mineiro Vasconcelos, em 1837.

levantara um dique à inundação liberal ao dar substância ao espi rito

conservador,

Ottoni.

passagem que os liberais

u

outro

mineiro, empurrava o pêndulo da história para o lado liberal. Obser va Nabuco que, com a eleição de

1860 “recomeça a encher a maré democrática, que desde a reação monárquica de 1837 se tinha visto continuamente baixar e cuja va-

sante após a maioridade chegara a ser completa”. O equilíbrio di nâmico da política mineira reve la-se, a 23 anos de distância, pela ação de dois grandes filhos. Vas concelos coibe a anarquia liberal, Ottoni derruba a oligarquia con servadora.

Na República o fenômeno vai se repetir. Cesario Alvim foi no começo do novo regime o herdeiro da popularidade de Ottoni no ftm do antigo.

Liberal desde a mocidade, foi deputado geral pelo Partido aos 27 anos, em 1867, depois de haver passado pela Assembléia Provin cial. No ano seguinte, 1868, funda com Afonso Celso o jornal A Re-‘

coberto, em 1877. a fortaleza concpi-vadora. comandada por Cote●rumorosos num

gipe-

dos

mais

Floriano que. apoiado em republicanos

radicais

de Minas,

tentou

depô-lo em Ouro Preto, sem suces

so. Os mais ilustres nomes daque la geração mineira ficaram a seu lado e enviaram-llie um despacho que dizia: “Se o atentado se con¬

sumar apelaremos para os bons mineiros em defesa da ConstituiOs signatários chamavamçao”. se Afonso Pena, Bias Fortes, Antonio Carlos (pai), Olinto de Ma

galhães e Henrique Diniz. Na ve lha capital reuniu-se grande mul tidão em comício de apoio ao Pre

episódios da nossa história parlaAlvim, segundo Nabuco, mentar. um torpedo contra o golançou

sidente, que desceu do palácio e

navio e toda a equipagem”.

tava. Mas Floriano aproveitou-se

verno Cotegipe, “e levou para os ares o

O ataque, talvez excessivo, compro

discursou

no

meio

do

povo.

A

imprensa estava quase toda a seu lado. A tropa federal o susten

de alguns inimigos de Alvim para

meteu-lhe o futuro político na monarquia, o que levou Alvim a aderir à República no dia mes-

fomentar uma revolução separa

mo

Bueno de Paiva. Silviano Brandão ou Francisco Sales. Porém Alvim

de apresentação do Gabinete do Império. Ouro Preto, último

Mas 0 liberal Alvim torna-se co

medido com a República. Ministro

de Deodoro é autor da lei elei-

toral para a Constituinte, lei con-

servadora a ponto de provocar a-a-

Ques dos exaltados. Senador à

Constituinte participa ativamente da eleição de Deodoro para a pre

sidência, convencido que a candi-

tista no Sul do Estado, que não contou com as maiores figuras da região,

nao

se

como

Bueno

Brandão,

iludia: o fermento separa-

tista, velha aspiração de desafe

tos de Minas, prosseguiría com o pretexto do seu nome.

A

17

de

fevereiro de 1892. depois^de comu nicar pessoalmente a João Pinhei ro sua decisão, Alvim renunciou ao governo do Estado para permitir

a pacificação que logo se comple-

datura

de Prudente era divisionis-

ta e poderia levar o novo regime à ditadura. Outra atitude conser-

exemplo do equilíbrio e modera

vadora.

Mas onde o equilíbrio mi-

Com a queda e o ostracismo de Alvim, Minas encontra outro homem representativo em João Pi

neiro mais se afirma em Alvim e

episódio de sua renuncia ao governo de Minas. Ligado a Deo

no

doro. Alvim ficou, depois do afas tamento

deste,

sob

0 cutelo

de

tou.

Com

ele

temos mais

um

ção dos mineiros.

nheiro. Pioneiro da República na

Província, assumiu o governo pro-

forma, como recorda este em cartá Si

i


31

OlcEsro Ecoxòmico DiGESW Econômico

30

mas para dirigir”. Que fez Paraná,

Francisco

Otaviano,

chega

tando eu e 0 Cesario A Reforma

ao

sustentamos pelo espaço de 7 à custa de enormes sacriAquele jornal, que trazia

ápice da sua ascenção liberal, ven- |

que

Obedeceu à linha mineira

cendo com o povo, derrotando a '

anos.

e conseguiu aproximar os dois partidos inimigos, realizando o ideal da Conciliação, sonhada an tes pelo ilustre Paula Sousa, mas

reação conservadora sem o uso da violência de que lançara mão na juventude e de que viera a se ar repender. O luzia de 1842 trans

que só um mineiro poderia efe tivar. A Conciliação eliminou as

formara-se no liberal de

Conciliação estava superada, com

lutas facciosas por longos anos e

as suas criaturas, a Liga e o Par

foi 0 instrumento político da gran

tido Progressista. Era o glorioso Partido Liberal que ressurgia.

0 homem que subira em nome da ordem?

de fase de paz e desenvolvimento do Império, que vai de 1850 até depois de 1860, antes da grande crise da Guerra do Paraguai,

A

outra face de Minas aparece na

figura de Teóíilo Ottoni. Na mo cidade 0 impetuoso liberal não hesitou em chefiar os “luzias” de ■Ti 11

e

a um amigo: “Aqui ficamos mon-

1842, aos quais me desvaneço de estar ligado por antepassados. Su

focada a revolução liberal da.s montanhas, na qual pela única vez

a

espada sempre vitoriosa de

Caxias correu risco, Ottoni, ama

durecido, passa a liderar o verda deiro liberalismo, aquele que cor

responde ao império da lei sobre a liberdade e sobre o poder, A este respeito é significativo este

período de Ottoni na sua Circular de: Reparamos, assim, o grande erro que havíamos cometido re correndo às armas, mas não cessamos de estigmatizar os atos in

constitucionais que tinham dado causa ao movimento. É o auten

tico pensamento mineiro, que con sidera erro a violência em nome da liberdade, mas não deixa de condenar os abusos da força contra a lei. Ottoni, na eleição de 1860, triunfa no Rio de Janeiro em

companhia de Saldanha Marinho

1860;

coino epígrafe as palavras “Refor-

nia ou Revolução” foi, como se sabe.

históricos atravessaram para _ che¬

a

ear à Repúblca. A exaltaçao libe ral de Cesario Alvim. orador e jor

nalista. levaram-no à atacar a des

O mineiro Vasconcelos, em 1837.

levantara um dique à inundação liberal ao dar substância ao espi rito

conservador,

Ottoni.

passagem que os liberais

u

outro

mineiro, empurrava o pêndulo da história para o lado liberal. Obser va Nabuco que, com a eleição de

1860 “recomeça a encher a maré democrática, que desde a reação monárquica de 1837 se tinha visto continuamente baixar e cuja va-

sante após a maioridade chegara a ser completa”. O equilíbrio di nâmico da política mineira reve la-se, a 23 anos de distância, pela ação de dois grandes filhos. Vas concelos coibe a anarquia liberal, Ottoni derruba a oligarquia con servadora.

Na República o fenômeno vai se repetir. Cesario Alvim foi no começo do novo regime o herdeiro da popularidade de Ottoni no ftm do antigo.

Liberal desde a mocidade, foi deputado geral pelo Partido aos 27 anos, em 1867, depois de haver passado pela Assembléia Provin cial. No ano seguinte, 1868, funda com Afonso Celso o jornal A Re-‘

coberto, em 1877. a fortaleza concpi-vadora. comandada por Cote●rumorosos num

gipe-

dos

mais

Floriano que. apoiado em republicanos

radicais

de Minas,

tentou

depô-lo em Ouro Preto, sem suces

so. Os mais ilustres nomes daque la geração mineira ficaram a seu lado e enviaram-llie um despacho que dizia: “Se o atentado se con¬

sumar apelaremos para os bons mineiros em defesa da ConstituiOs signatários chamavamçao”. se Afonso Pena, Bias Fortes, Antonio Carlos (pai), Olinto de Ma

galhães e Henrique Diniz. Na ve lha capital reuniu-se grande mul tidão em comício de apoio ao Pre

episódios da nossa história parlaAlvim, segundo Nabuco, mentar. um torpedo contra o golançou

sidente, que desceu do palácio e

navio e toda a equipagem”.

tava. Mas Floriano aproveitou-se

verno Cotegipe, “e levou para os ares o

O ataque, talvez excessivo, compro

discursou

no

meio

do

povo.

A

imprensa estava quase toda a seu lado. A tropa federal o susten

de alguns inimigos de Alvim para

meteu-lhe o futuro político na monarquia, o que levou Alvim a aderir à República no dia mes-

fomentar uma revolução separa

mo

Bueno de Paiva. Silviano Brandão ou Francisco Sales. Porém Alvim

de apresentação do Gabinete do Império. Ouro Preto, último

Mas 0 liberal Alvim torna-se co

medido com a República. Ministro

de Deodoro é autor da lei elei-

toral para a Constituinte, lei con-

servadora a ponto de provocar a-a-

Ques dos exaltados. Senador à

Constituinte participa ativamente da eleição de Deodoro para a pre

sidência, convencido que a candi-

tista no Sul do Estado, que não contou com as maiores figuras da região,

nao

se

como

Bueno

Brandão,

iludia: o fermento separa-

tista, velha aspiração de desafe

tos de Minas, prosseguiría com o pretexto do seu nome.

A

17

de

fevereiro de 1892. depois^de comu nicar pessoalmente a João Pinhei ro sua decisão, Alvim renunciou ao governo do Estado para permitir

a pacificação que logo se comple-

datura

de Prudente era divisionis-

ta e poderia levar o novo regime à ditadura. Outra atitude conser-

exemplo do equilíbrio e modera

vadora.

Mas onde o equilíbrio mi-

Com a queda e o ostracismo de Alvim, Minas encontra outro homem representativo em João Pi

neiro mais se afirma em Alvim e

episódio de sua renuncia ao governo de Minas. Ligado a Deo

no

doro. Alvim ficou, depois do afas tamento

deste,

sob

0 cutelo

de

tou.

Com

ele

temos mais

um

ção dos mineiros.

nheiro. Pioneiro da República na

Província, assumiu o governo pro-

forma, como recorda este em cartá Si

i


visório do Estado no agitado pe

ríodo da consolidação do novo re

gime. Senador à Constituinte, fez parte

da

Comissão

dos 21

e seu

prestigio na Assembléia ombreava

!

Dic:ksio EcoNÔ.\m:u

32

com 0 de Julio de Castilhos,

homem jovem ,f’omo ele. Muito li gado a Alvim, Qc quem havia si do secretário no Governo Provisó

rio de Minas e a quem havia su cedido quando aquele foi chama do a ministro de Deodoro, João Pinheiro afastou-se da atividade

política com a queda do amigo. Recolhido ao seu retiro operoso de Caeté aprimorou, na lida de pe queno industrial, as idéias de de senvolvimento e nacionalismo que depois 0 notabilizaram como esta

dista. Em 1903 foi convocado pelo presidente Francisco Sales a dei xar seu recolhimento.

Sua estre

la sobe e, em 1906, João Pinheiro entra

no

Palácio

da

Liberdade.

de Minas Gerais tem-se governa do

dentro

da

liberdade

e

da

mara

exclui as lutas,

para

meço do século, a continuidade da

presença mineira, a permanência

dos traços básicos que se adaptara à evolução dos tempos. O elemen to novo que João Pinheiro insere na tradição montanhesa é a inter venção do governo no desenvolvi mento econômico, mas isso sem mudança no

comportamento po

lítico liberal.

Disse ele: “Nas con

tendas dos partidos na própria violência das paixões distingue-se sempre, em linha alta, o senso grave da ordem que é o sinal mes mo do genio mineiro... O povo

no

início

autentico

desta

do

novo

ficou

plenário por 142 votos contra 1.

mas Peixoto não voltou atrás. Sua liderança meteórica não fugiu aos moldes mineiros. Quando surgiu. através de um verdadeiro golpe politico-militar, a candidatura Hermes.

libe

'

aula.

a

ele

hesita

em

Peixoto

não

aceita

servir

de pretexto à violência desenca deada. Com “o senso grave da ordem” adere ao movimento civi-

lista,

mas

afasta-se

do

poder e

encerra, praticamente, uma car reira sem precedentes na Repu

Era o líder reconhecido de Minas,

refere

não

lançar-se a peito descoberto, em discurso celebre, contra o que chamou justamente a ameaça do “cesarismo”. Era a Minas liberal,

Carlos

porta-voz de Minas. Peixoto con quistara subitamente um presti gio impar no meio federal, des de que chegou à Camara. em 1904.

Barbosa se

Peixoto

antevendo com prudência o tu multuado e desastroso quatriênio Hermes. Mas, quando as paixões invadiram o seu proprio Estado,

João Pinheiro morreu prema turamente, no momento em que tudo indicava sua próxima ascen são ao poder federal. Carlos Pei xoto assumiu, então, a posição de

Rui

dividir Minas. Tal qual Cesario Alvim anos antes, renuncia foi recusada pelo

nao

sua

definido

no Governo Rodrigues Alves de líder nacional, ombreando com Pi nheiro Machado, a partir do Go verno Afonso Pena, em 1906. Ti nha, então, 36 anos e o próprio

em

fizera

João Pi

ralismo, tal como

clássicos do pensamento político de Minas. Marcam, naquele co

ra

adiciona, como precursor que foi, 0 elemento moderno da direção

textos

entre os

consequência

Pena.

va-o a renunciar ao seu posto pa-

que “se realizam sem se sobrepor às leis”. A essas idéias clássicas

nheiro é assim, o primeiro repre

O

parte da candidatura Hermes, le-

grave da ordem”. Mas que or dem? Aquela que não exclui a li berdade, ou, nas suas expressões, que não exclui as “lutas fecundas”

sentante

verno, inserem-se

Afonso

Vasconcelos. Paraná, Ottoni. No início acentua, em frase cjue cu nhou como medalha, “o senso

o go

destitui-lo do alto posto.

chefe gancho visava atingir, atra vés de Peixoto, à candidatura pro vável de João Pinheiro. Em 1909 ainda se reelege, mas a morte de

João

povo

mineiro, ao assumir

bra urdida por Pinheiro Machado

de lutas

As palavras com que se dirige ao

Ca-

em 1908. à mano-

vitoriosanv .ii,e,

Pinheiro repete aqui. em estilo moderno, as velhas palavras de

do Estado na economia.

da

durante o “Jardim da InCarlos Peixoto resistiu fancia”,

fecundas, porque se realizam sem se sobrepor às leis”. Comedido, quase oracular.

Presidente

acatamento,

or

dem. Isto, porém, não basta. É preciso também promover, reso lutamente, o progressV- cm meio de uma paz digna, porquê* não em meio

33

Dioi-:.sto Econômico

blica.

. ^

que eram

I

presentaram

mais

recentes,

nomes nacionais,

re-

a tradição mineira

na passagem da Primeira para a

'

diam ser mais diferentes entre si.

A ambos conheci de perto, desde a minha juventude, e posso depor com experiência própria. As con tradições aparentes da ação polí tica de Artur Bernardes não eram

senão

Segunda República.

Artur Ber-

as

mineira. dato

e

duas

faces

da

verdade

A principio, como candi como

Presidente.

Bernar

des defendeu sem vacilações a ordem, ameaçada pela mais anarquizante campanha política que

a

República

havia

conhecido.

Assisti de perto, em casa de meu pai. ao que foi essa tremenda ofensiva

da

desordem

contra

a

lei: as cartas falsas, a pretendida subversão do processo eletivo cons titucional e. por fim, a adesão da

juventude militar idealista àque la onda subversiva que Bernardes Mas 0 autoritarismo enfrentou, excessivo do poder central, no

governo que se seguiu ao seu. as violências contra Minas, as frau des e outros excessos levaram

Bernardes, já idoso, a juntar-se a seus adversários e participar da Aliança Liberal e. mais tarde, da Revolução Paulista. Sua vida es

pelha. assim, a procura constan te do equilíbrio entre a liberdade e a ordem. los lançou

“façamos

Quando Antonio Car seu famoso aforismo

a revolução

0 povo a faça”

antes que

muitos

críticos

mordazes consideraram tais palavras

Dois estadistas

!

com

nardes e Antonio Carlos não po

como

como maquiavelismo. talvez Mas tal cinismo político.

Pela boca do Andrada era. falava a continuidade mineira, a

nao

qual tem como elemento impor tante a preciência das elites em


visório do Estado no agitado pe

ríodo da consolidação do novo re

gime. Senador à Constituinte, fez parte

da

Comissão

dos 21

e seu

prestigio na Assembléia ombreava

!

Dic:ksio EcoNÔ.\m:u

32

com 0 de Julio de Castilhos,

homem jovem ,f’omo ele. Muito li gado a Alvim, Qc quem havia si do secretário no Governo Provisó

rio de Minas e a quem havia su cedido quando aquele foi chama do a ministro de Deodoro, João Pinheiro afastou-se da atividade

política com a queda do amigo. Recolhido ao seu retiro operoso de Caeté aprimorou, na lida de pe queno industrial, as idéias de de senvolvimento e nacionalismo que depois 0 notabilizaram como esta

dista. Em 1903 foi convocado pelo presidente Francisco Sales a dei xar seu recolhimento.

Sua estre

la sobe e, em 1906, João Pinheiro entra

no

Palácio

da

Liberdade.

de Minas Gerais tem-se governa do

dentro

da

liberdade

e

da

mara

exclui as lutas,

para

meço do século, a continuidade da

presença mineira, a permanência

dos traços básicos que se adaptara à evolução dos tempos. O elemen to novo que João Pinheiro insere na tradição montanhesa é a inter venção do governo no desenvolvi mento econômico, mas isso sem mudança no

comportamento po

lítico liberal.

Disse ele: “Nas con

tendas dos partidos na própria violência das paixões distingue-se sempre, em linha alta, o senso grave da ordem que é o sinal mes mo do genio mineiro... O povo

no

início

autentico

desta

do

novo

ficou

plenário por 142 votos contra 1.

mas Peixoto não voltou atrás. Sua liderança meteórica não fugiu aos moldes mineiros. Quando surgiu. através de um verdadeiro golpe politico-militar, a candidatura Hermes.

libe

'

aula.

a

ele

hesita

em

Peixoto

não

aceita

servir

de pretexto à violência desenca deada. Com “o senso grave da ordem” adere ao movimento civi-

lista,

mas

afasta-se

do

poder e

encerra, praticamente, uma car reira sem precedentes na Repu

Era o líder reconhecido de Minas,

refere

não

lançar-se a peito descoberto, em discurso celebre, contra o que chamou justamente a ameaça do “cesarismo”. Era a Minas liberal,

Carlos

porta-voz de Minas. Peixoto con quistara subitamente um presti gio impar no meio federal, des de que chegou à Camara. em 1904.

Barbosa se

Peixoto

antevendo com prudência o tu multuado e desastroso quatriênio Hermes. Mas, quando as paixões invadiram o seu proprio Estado,

João Pinheiro morreu prema turamente, no momento em que tudo indicava sua próxima ascen são ao poder federal. Carlos Pei xoto assumiu, então, a posição de

Rui

dividir Minas. Tal qual Cesario Alvim anos antes, renuncia foi recusada pelo

nao

sua

definido

no Governo Rodrigues Alves de líder nacional, ombreando com Pi nheiro Machado, a partir do Go verno Afonso Pena, em 1906. Ti nha, então, 36 anos e o próprio

em

fizera

João Pi

ralismo, tal como

clássicos do pensamento político de Minas. Marcam, naquele co

ra

adiciona, como precursor que foi, 0 elemento moderno da direção

textos

entre os

consequência

Pena.

va-o a renunciar ao seu posto pa-

que “se realizam sem se sobrepor às leis”. A essas idéias clássicas

nheiro é assim, o primeiro repre

O

parte da candidatura Hermes, le-

grave da ordem”. Mas que or dem? Aquela que não exclui a li berdade, ou, nas suas expressões, que não exclui as “lutas fecundas”

sentante

verno, inserem-se

Afonso

Vasconcelos. Paraná, Ottoni. No início acentua, em frase cjue cu nhou como medalha, “o senso

o go

destitui-lo do alto posto.

chefe gancho visava atingir, atra vés de Peixoto, à candidatura pro vável de João Pinheiro. Em 1909 ainda se reelege, mas a morte de

João

povo

mineiro, ao assumir

bra urdida por Pinheiro Machado

de lutas

As palavras com que se dirige ao

Ca-

em 1908. à mano-

vitoriosanv .ii,e,

Pinheiro repete aqui. em estilo moderno, as velhas palavras de

do Estado na economia.

da

durante o “Jardim da InCarlos Peixoto resistiu fancia”,

fecundas, porque se realizam sem se sobrepor às leis”. Comedido, quase oracular.

Presidente

acatamento,

or

dem. Isto, porém, não basta. É preciso também promover, reso lutamente, o progressV- cm meio de uma paz digna, porquê* não em meio

33

Dioi-:.sto Econômico

blica.

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que eram

I

presentaram

mais

recentes,

nomes nacionais,

re-

a tradição mineira

na passagem da Primeira para a

'

diam ser mais diferentes entre si.

A ambos conheci de perto, desde a minha juventude, e posso depor com experiência própria. As con tradições aparentes da ação polí tica de Artur Bernardes não eram

senão

Segunda República.

Artur Ber-

as

mineira. dato

e

duas

faces

da

verdade

A principio, como candi como

Presidente.

Bernar

des defendeu sem vacilações a ordem, ameaçada pela mais anarquizante campanha política que

a

República

havia

conhecido.

Assisti de perto, em casa de meu pai. ao que foi essa tremenda ofensiva

da

desordem

contra

a

lei: as cartas falsas, a pretendida subversão do processo eletivo cons titucional e. por fim, a adesão da

juventude militar idealista àque la onda subversiva que Bernardes Mas 0 autoritarismo enfrentou, excessivo do poder central, no

governo que se seguiu ao seu. as violências contra Minas, as frau des e outros excessos levaram

Bernardes, já idoso, a juntar-se a seus adversários e participar da Aliança Liberal e. mais tarde, da Revolução Paulista. Sua vida es

pelha. assim, a procura constan te do equilíbrio entre a liberdade e a ordem. los lançou

“façamos

Quando Antonio Car seu famoso aforismo

a revolução

0 povo a faça”

antes que

muitos

críticos

mordazes consideraram tais palavras

Dois estadistas

!

com

nardes e Antonio Carlos não po

como

como maquiavelismo. talvez Mas tal cinismo político.

Pela boca do Andrada era. falava a continuidade mineira, a

nao

qual tem como elemento impor tante a preciência das elites em


p

34

DicESTO Econômico

relação aos grandes movimentos

golpe, com o Manifesto Mineiro.

populares,

fossem, repetia o pensamento dos

Em 1964 Minas liberal defendia a ordem contra a anarquia. Grandes mineiros, felizmente

Vasconcelos, de Paraná, de Ottoni. Possuia a mesma visão cultural

ainda vivos, participaram desses acontecimentos. Hoje como ontem e como anteontem, Minas Gerais

Antonio

Carlos,

ho-

mem de elite como os que mais o intelectuais da Inconfidência, de capaz de diagnosticar a hora da

mutação.

A revolução para ele

era o caminho

da

ordem

contra

o autoritarismo, o restabelecimen

to do direito contra a prepotência.

O mesmo papel representaram, em 1945. Virgílio de Melo Franco

ao

destino.

No

momento

e

Milton

pressas no Wall Street Journal ou ●

I^eio York Times, mas proferidas na Casa dos Comuns pelo Visconde Palmerston, a 19 de maio de 1841.

sez serve mesmo como critério de

finidor do bem econômico.

Ailirn}'.'!?.iv>ciiciis|xi.

ajuda

siçilti<i(‘siiii inclústri.n iimii fonlü (ic fiicrKÍn de

,

Doj)rf)jeli>à instaln^ão, n nllnijíiiz tem a.solução

\'

li'/.arseu consumo de

enorfíia, semitre dentro dos maisiivançados

padrões técnicos.

C’onsultea Ultrajtaz.

^

Use toda a experiência e

I

ULTRAC.4^Z J.WSTALAÇOHtí > .

INDUSTRIAl.S

Av. Pres. Wilson. .J.õOü S. Paulo ●Tcl.:27il-yõ22

da miopia e a

austeridade.

Se 0 ano de 1974 havia sido ca-racterizado como de absorção de a dois vetores convergentes mais séria e longa crise econômi-

O autor, professor de Eco7io?7iia, parte das dificuldades que o Bra sil enfrenta, e chega a conclusões otimistas

O CONTEXTO INTERNACIONAL

A

conjuntura

econômica mun

dial caracterizou-se em 1975 por dois períodos bem distintos, o primeiro, que nos Estados Unidos terminou em maio ou junlio, mas que nos outros grandes países in dustrializados

de

economia

mercado prolongou-se

de

até o iní

cio do quarto trimestre do ano, representou o ponto mais baixo da recessão que se manifestava des

de de 1973. E o segundo, daí por diante, testemunhou uma recupe ração, senão espetacular, certa mente mais vigorosa do que an tecipavam muitos economistas,

imprimindo ao processo uma ní

ca

internacicnal desde a década dos trinta e o esgotamento da

tida forma de V, isto é. com o ponto mais baixo bem marcado em vez de U, que significaria um

capacidade de produção interna

arrastar-se

instalada no país — o ano de 1975

tal após atingir a sua cota mais

poderá ser

baixa.

lembrado como ano

de acomodação às novas reali dades e de redefinição de rumos

para encontrarmos o caminho que contorne e supere os obstáculos surgidos.

v\

fugir

tempos de bastança quer nos de

inenlc versátil: n Kíis lii|iiefeil<Hle |)eirólcr).

A sua indústria vai lucrar com isso.

a

E nos

obsessão do prazo curto, quer em

Iwiixocustrj e exirema-

IHítróleodo pais.

O episódio nos conscientiza paa persistência da dificuldade

como fenômeno inerente ao obrar . econômico — tanto que a escas-

Ligue sua indústria nesta fonte de energia.

maior empresa dofíás li(|Uefcilo dc

em

ty, indeed there is no end to their difficulties”. Embora esti vesse discutindo problemas de nosso comércio exterior, as pala vras não foram recentemente im

ra

kiu>w-liow<la

comentador

zilians have another difficul-

com a continuidade do seu pensa mento liberal, contribuir para

adetfiiatla para racionn-

afirmava

língua inglesa, “but the Bra-

da uma vez, para o movimento pendular da história. Contribuir

tadura, e partiu dela o primeiro

Aleixo

1945 Minas liberal

ra

sua função é a de contribuir, ain

dade.

Em

BSERVANDO a cena brasilei

atual

defendia a liberdade contra a di

em 1964 Pedro

Campos.

MARCILIO MARQUES MOREIRA

não pretende dar lições nem su gerir caminhos. Pretende, isto sim, continuar fiel a si mesma e

aquilo que o momento exige, o aprimoramento da ordem pela restauração do direito e da liber

e

975: Ajustamento e Redefinição

a

curva

na

horizon

Para ter-se uma idéia da exten

são da crise basta atentar-se para 0 fato de que, no seu auge, o pro duto nacional bruto

dos Estados

Unidos se havia contraído em 8%, em relação ao pico anterior, o que J


p

34

DicESTO Econômico

relação aos grandes movimentos

golpe, com o Manifesto Mineiro.

populares,

fossem, repetia o pensamento dos

Em 1964 Minas liberal defendia a ordem contra a anarquia. Grandes mineiros, felizmente

Vasconcelos, de Paraná, de Ottoni. Possuia a mesma visão cultural

ainda vivos, participaram desses acontecimentos. Hoje como ontem e como anteontem, Minas Gerais

Antonio

Carlos,

ho-

mem de elite como os que mais o intelectuais da Inconfidência, de capaz de diagnosticar a hora da

mutação.

A revolução para ele

era o caminho

da

ordem

contra

o autoritarismo, o restabelecimen

to do direito contra a prepotência.

O mesmo papel representaram, em 1945. Virgílio de Melo Franco

ao

destino.

No

momento

e

Milton

pressas no Wall Street Journal ou ●

I^eio York Times, mas proferidas na Casa dos Comuns pelo Visconde Palmerston, a 19 de maio de 1841.

sez serve mesmo como critério de

finidor do bem econômico.

Ailirn}'.'!?.iv>ciiciis|xi.

ajuda

siçilti<i(‘siiii inclústri.n iimii fonlü (ic fiicrKÍn de

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Doj)rf)jeli>à instaln^ão, n nllnijíiiz tem a.solução

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li'/.arseu consumo de

enorfíia, semitre dentro dos maisiivançados

padrões técnicos.

C’onsultea Ultrajtaz.

^

Use toda a experiência e

I

ULTRAC.4^Z J.WSTALAÇOHtí > .

INDUSTRIAl.S

Av. Pres. Wilson. .J.õOü S. Paulo ●Tcl.:27il-yõ22

da miopia e a

austeridade.

Se 0 ano de 1974 havia sido ca-racterizado como de absorção de a dois vetores convergentes mais séria e longa crise econômi-

O autor, professor de Eco7io?7iia, parte das dificuldades que o Bra sil enfrenta, e chega a conclusões otimistas

O CONTEXTO INTERNACIONAL

A

conjuntura

econômica mun

dial caracterizou-se em 1975 por dois períodos bem distintos, o primeiro, que nos Estados Unidos terminou em maio ou junlio, mas que nos outros grandes países in dustrializados

de

economia

mercado prolongou-se

de

até o iní

cio do quarto trimestre do ano, representou o ponto mais baixo da recessão que se manifestava des

de de 1973. E o segundo, daí por diante, testemunhou uma recupe ração, senão espetacular, certa mente mais vigorosa do que an tecipavam muitos economistas,

imprimindo ao processo uma ní

ca

internacicnal desde a década dos trinta e o esgotamento da

tida forma de V, isto é. com o ponto mais baixo bem marcado em vez de U, que significaria um

capacidade de produção interna

arrastar-se

instalada no país — o ano de 1975

tal após atingir a sua cota mais

poderá ser

baixa.

lembrado como ano

de acomodação às novas reali dades e de redefinição de rumos

para encontrarmos o caminho que contorne e supere os obstáculos surgidos.

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fugir

tempos de bastança quer nos de

inenlc versátil: n Kíis lii|iiefeil<Hle |)eirólcr).

A sua indústria vai lucrar com isso.

a

E nos

obsessão do prazo curto, quer em

Iwiixocustrj e exirema-

IHítróleodo pais.

O episódio nos conscientiza paa persistência da dificuldade

como fenômeno inerente ao obrar . econômico — tanto que a escas-

Ligue sua indústria nesta fonte de energia.

maior empresa dofíás li(|Uefcilo dc

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kiu>w-liow<la

comentador

zilians have another difficul-

com a continuidade do seu pensa mento liberal, contribuir para

adetfiiatla para racionn-

afirmava

língua inglesa, “but the Bra-

da uma vez, para o movimento pendular da história. Contribuir

tadura, e partiu dela o primeiro

Aleixo

1945 Minas liberal

ra

sua função é a de contribuir, ain

dade.

Em

BSERVANDO a cena brasilei

atual

defendia a liberdade contra a di

em 1964 Pedro

Campos.

MARCILIO MARQUES MOREIRA

não pretende dar lições nem su gerir caminhos. Pretende, isto sim, continuar fiel a si mesma e

aquilo que o momento exige, o aprimoramento da ordem pela restauração do direito e da liber

e

975: Ajustamento e Redefinição

a

curva

na

horizon

Para ter-se uma idéia da exten

são da crise basta atentar-se para 0 fato de que, no seu auge, o pro duto nacional bruto

dos Estados

Unidos se havia contraído em 8%, em relação ao pico anterior, o que J


36

Dic.esto Ec;oNÔMir:».'>

numa

economia

de

1

trilhão

e

500 bilhões de dólares significa a perda

de

120 bilhões

de

dólares

OPEP. Tranquilidade, entretan to, desafiada pela ameaça, feliz

(ou seja uma vez e meia o pro duto brasileiro); o produto in

mente não concretizada, de insolvência da mais rica cidade do mundo. Nova York, assim como

dustrial

dos rumores sobre

caira quase

14%,

sendo

que 9/10 da queda ocorreu entre

setembro de 1974 e março de 1975, e a percentagem de desemprego

atingiu 9,2%. O contingente glo bal dos sem trabalho nos países de OECD chegou a 15 milhões de pessoas. Em compensação, ou em consequência, as taxas de infla ção cairam significativamente — com exceção da Grã-Bretanha

fissuras em al

gumas das maiores instituições bancárias do mundo que teriam sido vitimas de perdas decorren tes da precária situação financei ra de Nova York, dos fundos mú tuos

imobiliários

(REITs)

e

de

problemas enfrentados por algu mas tradicionais empresas ame ricanas (como a cadeia Grant).

Paralelamente, as consequên

que só mais tarde viu a carestia

cias

se abater — e a maioria dos paí ses industrializados experimentou

e encarecimento do petróleo, após 0 susto e abalo iniciais, tenderam a regredir quer pelos efeitos na turais de elasticidade de procura

acentauadas melhorias no balanço comercial devido a forte queda nas importações embora as exporta ções também declinassem, mas em proporção muito menor.

Atividade

econômica reduzida,

necessidades menores de finan ciamento para compensar déficits de balanço de pagamentos e taxa

cadente de inflação resultaram, por sua vez, em expansão signifi cativa da liquidez internacional e queda da taxa de juros tanto pa ra o euro-dólar que do máximo de 14% caiu para menos de 6% quanto

para

desceu a 7%. Esta maior

o

przme

liquidez

rate e

que

conse

quente tranquilidade do sistema financeiro

internacional

corres

pondeu também a capacidade su perior às expectativas de o mes

mo reciclar os chamados petrodólares, assim como a uma insus-

peitada propensão de importar por parte dos países membros da

da

temida

crise

de

escassez

(em relação a renda e preço) su perior aos cálculos, quer pelas pos sibilidades, ainda grandemente inexploradas, de acesso a fontes alternativas de fornecimento, quer ainda por restrições impostas à importação ou ao consumo. A convergência desses fatores che gou mesmo a provocar excesso de

oferta e exigir limitações à pro dução, além de ter induzido a re lativa estabilidade, ou mesmo que da em termos reais, dos preços, sem falar no colapso dos níveis dos respectivos fretes marítimos. Na segunda parte do ano. capi taneada pela conjuntura ameri cana, a recuperação econômica passou gradativamente a dominar o quadro. Nos Estados Unidos sob

o impacto conjugado de inver são da tendência à redução de es toques, de um lado e do reavivamento da demanda final, de

DtcMüSTO Econômico

37

outro, a economia no terceiro tri

Governo,

uma

relativa

mestre chegou a crescer de uma taxa anualizada superior a 12%. É verdade que o desemprego só caiu modestamente e que a enco menda de bens de equipamento

consolidação

das

novas

lideran

ças.

embora

a

nível

medíocre,

pois

não

conseguiram

impor-se,

não

se

restabeleceu

ainda.

Não

obstante quase todos os observa dores

são

unânimes

em

admitir

que. mantidas as políticas fiscal e monetária, os Estados Unidos de verão crescer a ritmo anual entre

5 e 77o com uma taxa de inflação cm

torno

de 6%.

Entrementes o

nível de desemprego deverá ter caído a 7%, índice ainda preocu

pante, sobretudo em se tratando de um ano de eleições presiden ciais.

como fontes marcantes de inova

ção e poder. No confronto das duas super potências. ocorreu, de um lado. a formalização jurídica da política

de détente em Helsinque enquan to. por outro, manifestou-se, pa radoxalmente. a deterioração, de fato, de algumas de suas premis sas, com a reaceleração da corri

da armamentista. e o aparente enfraquecimento das envelhecidas lideranças soviéticas favoráveis

àquela política, Brejnev à frente. O

No Japão, que no início do ano

ocorreu

quase

afrontoso

dispensado

a

tratamento

Giscard

d’Estaing.

testemunhava indícios de recupe ração, as esperanças não se con cretizaram, e só vieram a reascender no final do ano, talvez

por ocasião de sua visita a Mos cou, a indisfarçada intervenção

porque o seu Governo tivesse fi

sando a limitação de armas nu cleares fazem parte desse quadro esmaecido, se não superado, da

cado apegado por mais longo tempo a uma rígida política mo netária. Foi também no último trimestre de 1975 que apareceram

sinais mais seguros de reativação nas economias

alemã e francesa,

respondendo a políticas decidida mente

anti-recessivas

adotadas

soviética em Angola, e o aparente impasse nas negociações SALT vi

détente. E embora o término

das hosti lidades no Vietname. Cambodja e

Laos, que se arrastavam desde o final da guerra, se não dos anos 30 e 0 relativo apaziguamento no

no período do verão europeu. En trementes. as economias da In glaterra e Itália continuavam a

conflito

apresentar sintomas atípicos cor respondentes às crises por que ambos os países atravessam, de

se a animosidade russo-chinesa, acirraram-se os conflitos em An

natureza bem diversa, mas de efeitos paralelos, Na área política, caracterizada

atos de terrorismo ligados aos conflitos mencionados ou resul tantes de reivindicações regiona

no ano anterior pela substituição

listas, por muito tempo apenas latentes, assumiram proporções

em quase todos os países desen volvidos ocidentais dos chefes de

árabe-israelense

tenha

apagado os focos de conflito mais flagrantes no mundo, reacendeu-

gola

e no

desafiadoras.

Líbano,

enquanto

os


36

Dic.esto Ec;oNÔMir:».'>

numa

economia

de

1

trilhão

e

500 bilhões de dólares significa a perda

de

120 bilhões

de

dólares

OPEP. Tranquilidade, entretan to, desafiada pela ameaça, feliz

(ou seja uma vez e meia o pro duto brasileiro); o produto in

mente não concretizada, de insolvência da mais rica cidade do mundo. Nova York, assim como

dustrial

dos rumores sobre

caira quase

14%,

sendo

que 9/10 da queda ocorreu entre

setembro de 1974 e março de 1975, e a percentagem de desemprego

atingiu 9,2%. O contingente glo bal dos sem trabalho nos países de OECD chegou a 15 milhões de pessoas. Em compensação, ou em consequência, as taxas de infla ção cairam significativamente — com exceção da Grã-Bretanha

fissuras em al

gumas das maiores instituições bancárias do mundo que teriam sido vitimas de perdas decorren tes da precária situação financei ra de Nova York, dos fundos mú tuos

imobiliários

(REITs)

e

de

problemas enfrentados por algu mas tradicionais empresas ame ricanas (como a cadeia Grant).

Paralelamente, as consequên

que só mais tarde viu a carestia

cias

se abater — e a maioria dos paí ses industrializados experimentou

e encarecimento do petróleo, após 0 susto e abalo iniciais, tenderam a regredir quer pelos efeitos na turais de elasticidade de procura

acentauadas melhorias no balanço comercial devido a forte queda nas importações embora as exporta ções também declinassem, mas em proporção muito menor.

Atividade

econômica reduzida,

necessidades menores de finan ciamento para compensar déficits de balanço de pagamentos e taxa

cadente de inflação resultaram, por sua vez, em expansão signifi cativa da liquidez internacional e queda da taxa de juros tanto pa ra o euro-dólar que do máximo de 14% caiu para menos de 6% quanto

para

desceu a 7%. Esta maior

o

przme

liquidez

rate e

que

conse

quente tranquilidade do sistema financeiro

internacional

corres

pondeu também a capacidade su perior às expectativas de o mes

mo reciclar os chamados petrodólares, assim como a uma insus-

peitada propensão de importar por parte dos países membros da

da

temida

crise

de

escassez

(em relação a renda e preço) su perior aos cálculos, quer pelas pos sibilidades, ainda grandemente inexploradas, de acesso a fontes alternativas de fornecimento, quer ainda por restrições impostas à importação ou ao consumo. A convergência desses fatores che gou mesmo a provocar excesso de

oferta e exigir limitações à pro dução, além de ter induzido a re lativa estabilidade, ou mesmo que da em termos reais, dos preços, sem falar no colapso dos níveis dos respectivos fretes marítimos. Na segunda parte do ano. capi taneada pela conjuntura ameri cana, a recuperação econômica passou gradativamente a dominar o quadro. Nos Estados Unidos sob

o impacto conjugado de inver são da tendência à redução de es toques, de um lado e do reavivamento da demanda final, de

DtcMüSTO Econômico

37

outro, a economia no terceiro tri

Governo,

uma

relativa

mestre chegou a crescer de uma taxa anualizada superior a 12%. É verdade que o desemprego só caiu modestamente e que a enco menda de bens de equipamento

consolidação

das

novas

lideran

ças.

embora

a

nível

medíocre,

pois

não

conseguiram

impor-se,

não

se

restabeleceu

ainda.

Não

obstante quase todos os observa dores

são

unânimes

em

admitir

que. mantidas as políticas fiscal e monetária, os Estados Unidos de verão crescer a ritmo anual entre

5 e 77o com uma taxa de inflação cm

torno

de 6%.

Entrementes o

nível de desemprego deverá ter caído a 7%, índice ainda preocu

pante, sobretudo em se tratando de um ano de eleições presiden ciais.

como fontes marcantes de inova

ção e poder. No confronto das duas super potências. ocorreu, de um lado. a formalização jurídica da política

de détente em Helsinque enquan to. por outro, manifestou-se, pa radoxalmente. a deterioração, de fato, de algumas de suas premis sas, com a reaceleração da corri

da armamentista. e o aparente enfraquecimento das envelhecidas lideranças soviéticas favoráveis

àquela política, Brejnev à frente. O

No Japão, que no início do ano

ocorreu

quase

afrontoso

dispensado

a

tratamento

Giscard

d’Estaing.

testemunhava indícios de recupe ração, as esperanças não se con cretizaram, e só vieram a reascender no final do ano, talvez

por ocasião de sua visita a Mos cou, a indisfarçada intervenção

porque o seu Governo tivesse fi

sando a limitação de armas nu cleares fazem parte desse quadro esmaecido, se não superado, da

cado apegado por mais longo tempo a uma rígida política mo netária. Foi também no último trimestre de 1975 que apareceram

sinais mais seguros de reativação nas economias

alemã e francesa,

respondendo a políticas decidida mente

anti-recessivas

adotadas

soviética em Angola, e o aparente impasse nas negociações SALT vi

détente. E embora o término

das hosti lidades no Vietname. Cambodja e

Laos, que se arrastavam desde o final da guerra, se não dos anos 30 e 0 relativo apaziguamento no

no período do verão europeu. En trementes. as economias da In glaterra e Itália continuavam a

conflito

apresentar sintomas atípicos cor respondentes às crises por que ambos os países atravessam, de

se a animosidade russo-chinesa, acirraram-se os conflitos em An

natureza bem diversa, mas de efeitos paralelos, Na área política, caracterizada

atos de terrorismo ligados aos conflitos mencionados ou resul tantes de reivindicações regiona

no ano anterior pela substituição

listas, por muito tempo apenas latentes, assumiram proporções

em quase todos os países desen volvidos ocidentais dos chefes de

árabe-israelense

tenha

apagado os focos de conflito mais flagrantes no mundo, reacendeu-

gola

e no

desafiadoras.

Líbano,

enquanto

os


Dicesto

38

de

economia

de

nos

mercado

prevalece, entretanto, nítido cli ma de reativação e, apesar da se

Foi, pela segunda vez. em 1975, o balanço de pagamento o setor

les países demonstraram mais uma vez a surpreendente vitalidade de suas sociedades, o que se traduziu em inesperada capacidade de re cuperação e reciclagem perante

da economia brasileira a demons

trar desenvolvimento menos satis

fatório, por ser aquele mais ex posto às intempéries da conjuntu

fatores negativos até então iné

ra

ditos tal como a súbita multipli

As exportações se situaram em nível bem inferior às expectativas generalizadas, embora ainda apre sentassem ganho de 87o, o que num ano em que o comércio inter nacional parece ter decaído como um todo em torno de 5%, não chega a decepcionar. Houve, de fato. um ganho nas receitas em

cação do custo de sua principal fonte de energia, a convergência de Inflação com recessão e a trans ferência e acumulação de petrodólares na mão de detentores apa

V

w

rentemente inexperientes. É claro que permanecem dúvidas sobretudo a médio e longo prazo; por quantos anos se estenderá a nova curva ascendente; não se reacenderá a inflação provocando crise mais profunda daqui a dois ou três anos? (Seria a curva em W). E a longo prazo não se re solveu, apenas se adiou, a disputa entre os defensores do crescimento-zero

econômico e demográfico — e os que optam não por uma economia estacionária, mas por um outro crescimento em que seja minimizada a agressão cons tante ao equilíbrio da eco-esfera

O TEXTO BRASILEIRO

Dentro

do

contexto mundial

é

Em consequência, reduziu-se de 4,5 bilhões para 3,5 bilhões de dó lares o déficit da balança comer

o

aumento

no

déficit ■

| i

ram de 900 para 800 milhões de dólaíes, enquanto que o ingresso financiamentos se

,

|

elevou de

J

j

do

Rio

1974.

lhões

de

nossas

reser-

como

vas.

Estas passaram, em

conse-

cias climáticas referidas, os pre

quência. de 5.251 milhões de dó lares para cerca de 4.1 bilhões.

ços de alimentação — o de maior peso na formação do índice global — cresceram menos do que a mé dia. fixando-se em 26,2% para o ano todo de 1975, enquanto que no anterior haviam apresentado incremento de 41,4%. Em con traste, o setor habitação cresceu 52.87o em 1975, enquanto em 74 só se havia elevado em 28,2%.

dólares de

Ao

contrário

do

que

se

consequência

das

ocorrên

temia

PIB

Ao

contrário

do

ocorrido

em

quase todos os anos desde 1964, em que crescimentos baixos no setor agrícola têm sido compen sados por incrementos substan ciais

no setor industrial e

vice-

versa, 1975 testemunhou uma coincidência de fraco desempenho tanto agrícola (3,4%) quanto in dustrial (4,0). Levados em conta

ainda intensificadas pela ocorrên

também o setor comércio (3,87o) e o setor transportes e comunica ção (9,3%) chega-se a um cres

cia de fatores climáticos de seve

cimento global do produto inter

ridade inusitada. Não obstante, os resultados globais do ano pu deram ser mantidos a níveis ligei ramente inferiores aos de 1974,

no bruto da ordem de 4%, sensi

internas,

dólares.

de

dólares

Não menos árdua foi a batalha

tais houve ligeiro decréscimo nos investimentos diretos que passa-

que adquire sua real significação a leitura do texto brasileiro a que

de

para conter a reaceleração infla cionária face à pressão externa acima assinalada e às pressões

compensou aquela melhora. Quanto ao movimento de cap*-

são.

bilhões

ÍNDICES DE PREÇOS

portações apresentado uma queda de 3%, caindo de 12.530 milhões de dólares para 12.170 milhões de

de serviços que passou de 2,3 para 3,2 bilhões de dólares quase que

dimen

2

1975.

tivo, no fundo a perspectiva do nova

de

cidade

ainda resultou hiato que foi co berto pela utilização de 1.120 mi

primas (-24,57o), enquanto os bens de capital haviam registra do expansão física de 7,6%.

No lado das importações houve um sério e crescente esforço de ‘ contenção, tendo o total das im

cial, mas

adquiriría

de Janeiro subiu 31,2% em 1975 em comparação com 33,8% em

amortização de divida

declinaram em volume foram os bens de consumo (-44%) matérias

de dólares em 1974 para 8.650 mil

e em que o componente qualita homem,

do havido

É interessante observar, outros-

cerca de 650 milhões de dólares, passando o total de 7.968 milhões dólares em

ao consumidor na

sim, que, com base nos dados mais detalhados disponíveis até novembro, as importações em vo lume haviam caído 12.4%, o que, entretanto quase havia sido anu lado por um incremento médio de preços da ordem de 11,7%. Por itens de importação os que mais

internacional.

Por sua vez, o índice de preços

para 6.800 milhões em 1975. Ten no valor

próximo.

veridade da crise e a mediocrida de das lideranças políticas, aque

39

6.570 milhões de dólares em 1974

propomos, especificamente uma avaliação preliminar do de sempenho da economia em 1975 e das perspectivas para o futuro

No global dos países desenvol vidos

DIOKTO ECONÔMtCO

Econômico

estas

a

certa

altura

com o crescimento dos índices ge rais de preços no conceito de oferta global atingindo 30,1% em 1975 versus 33.8%

em

1974 e no

velmente inferior à média dos úl

timos anos, mas ainda superior ao crescimento demográfico que de ve situar-se no momento entre 2,5 e 2,77o.

Não estão ainda disponíveis dados seguros que permitam uma

conceito de disponibilidade inter

análise mais

na 29,4%. em contraste com 34,5%

meros comparativos, mas dos in dícios que existem transparece

no ano

anterior.

detalhada dos


Dicesto

38

de

economia

de

nos

mercado

prevalece, entretanto, nítido cli ma de reativação e, apesar da se

Foi, pela segunda vez. em 1975, o balanço de pagamento o setor

les países demonstraram mais uma vez a surpreendente vitalidade de suas sociedades, o que se traduziu em inesperada capacidade de re cuperação e reciclagem perante

da economia brasileira a demons

trar desenvolvimento menos satis

fatório, por ser aquele mais ex posto às intempéries da conjuntu

fatores negativos até então iné

ra

ditos tal como a súbita multipli

As exportações se situaram em nível bem inferior às expectativas generalizadas, embora ainda apre sentassem ganho de 87o, o que num ano em que o comércio inter nacional parece ter decaído como um todo em torno de 5%, não chega a decepcionar. Houve, de fato. um ganho nas receitas em

cação do custo de sua principal fonte de energia, a convergência de Inflação com recessão e a trans ferência e acumulação de petrodólares na mão de detentores apa

V

w

rentemente inexperientes. É claro que permanecem dúvidas sobretudo a médio e longo prazo; por quantos anos se estenderá a nova curva ascendente; não se reacenderá a inflação provocando crise mais profunda daqui a dois ou três anos? (Seria a curva em W). E a longo prazo não se re solveu, apenas se adiou, a disputa entre os defensores do crescimento-zero

econômico e demográfico — e os que optam não por uma economia estacionária, mas por um outro crescimento em que seja minimizada a agressão cons tante ao equilíbrio da eco-esfera

O TEXTO BRASILEIRO

Dentro

do

contexto mundial

é

Em consequência, reduziu-se de 4,5 bilhões para 3,5 bilhões de dó lares o déficit da balança comer

o

aumento

no

déficit ■

| i

ram de 900 para 800 milhões de dólaíes, enquanto que o ingresso financiamentos se

,

|

elevou de

J

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do

Rio

1974.

lhões

de

nossas

reser-

como

vas.

Estas passaram, em

conse-

cias climáticas referidas, os pre

quência. de 5.251 milhões de dó lares para cerca de 4.1 bilhões.

ços de alimentação — o de maior peso na formação do índice global — cresceram menos do que a mé dia. fixando-se em 26,2% para o ano todo de 1975, enquanto que no anterior haviam apresentado incremento de 41,4%. Em con traste, o setor habitação cresceu 52.87o em 1975, enquanto em 74 só se havia elevado em 28,2%.

dólares de

Ao

contrário

do

que

se

consequência

das

ocorrên

temia

PIB

Ao

contrário

do

ocorrido

em

quase todos os anos desde 1964, em que crescimentos baixos no setor agrícola têm sido compen sados por incrementos substan ciais

no setor industrial e

vice-

versa, 1975 testemunhou uma coincidência de fraco desempenho tanto agrícola (3,4%) quanto in dustrial (4,0). Levados em conta

ainda intensificadas pela ocorrên

também o setor comércio (3,87o) e o setor transportes e comunica ção (9,3%) chega-se a um cres

cia de fatores climáticos de seve

cimento global do produto inter

ridade inusitada. Não obstante, os resultados globais do ano pu deram ser mantidos a níveis ligei ramente inferiores aos de 1974,

no bruto da ordem de 4%, sensi

internas,

dólares.

de

dólares

Não menos árdua foi a batalha

tais houve ligeiro decréscimo nos investimentos diretos que passa-

que adquire sua real significação a leitura do texto brasileiro a que

de

para conter a reaceleração infla cionária face à pressão externa acima assinalada e às pressões

compensou aquela melhora. Quanto ao movimento de cap*-

são.

bilhões

ÍNDICES DE PREÇOS

portações apresentado uma queda de 3%, caindo de 12.530 milhões de dólares para 12.170 milhões de

de serviços que passou de 2,3 para 3,2 bilhões de dólares quase que

dimen

2

1975.

tivo, no fundo a perspectiva do nova

de

cidade

ainda resultou hiato que foi co berto pela utilização de 1.120 mi

primas (-24,57o), enquanto os bens de capital haviam registra do expansão física de 7,6%.

No lado das importações houve um sério e crescente esforço de ‘ contenção, tendo o total das im

cial, mas

adquiriría

de Janeiro subiu 31,2% em 1975 em comparação com 33,8% em

amortização de divida

declinaram em volume foram os bens de consumo (-44%) matérias

de dólares em 1974 para 8.650 mil

e em que o componente qualita homem,

do havido

É interessante observar, outros-

cerca de 650 milhões de dólares, passando o total de 7.968 milhões dólares em

ao consumidor na

sim, que, com base nos dados mais detalhados disponíveis até novembro, as importações em vo lume haviam caído 12.4%, o que, entretanto quase havia sido anu lado por um incremento médio de preços da ordem de 11,7%. Por itens de importação os que mais

internacional.

Por sua vez, o índice de preços

para 6.800 milhões em 1975. Ten no valor

próximo.

veridade da crise e a mediocrida de das lideranças políticas, aque

39

6.570 milhões de dólares em 1974

propomos, especificamente uma avaliação preliminar do de sempenho da economia em 1975 e das perspectivas para o futuro

No global dos países desenvol vidos

DIOKTO ECONÔMtCO

Econômico

estas

a

certa

altura

com o crescimento dos índices ge rais de preços no conceito de oferta global atingindo 30,1% em 1975 versus 33.8%

em

1974 e no

velmente inferior à média dos úl

timos anos, mas ainda superior ao crescimento demográfico que de ve situar-se no momento entre 2,5 e 2,77o.

Não estão ainda disponíveis dados seguros que permitam uma

conceito de disponibilidade inter

análise mais

na 29,4%. em contraste com 34,5%

meros comparativos, mas dos in dícios que existem transparece

no ano

anterior.

detalhada dos


Dicksto

40

forte variação tanto entre os pe ríodos do ano quanto entre os di versos

De

Assim é que o primeiro trimes tre do ano, continuando o desem penho do último trimestre de 1974, deve ter acusado indices de bastante

estacioná

rios e só a partir de maio é que se

manifestaram

sinais

de reati

vação da economia, tanto no se tor industrial quanto no comér cio. O setor agrícola por sua vez. de que se esperava bons resulta dos, foi severamente castigado

pela

inclemência

meados do ano, pelas geadas.

climática

dos

éspecialménte

de

ter-se

comercial já

era de novo bastante satisfatório

e a agricultura começava a se re cuperar dos golpes que sofrerá.

cial de crescimento é enorme, po díamos dizer mesmo que se cons

II PND e tornadas mais premen

tes pela conjuntura

titui em uma reserva ociosa, outro lado de moeda de capacidade

internacio-

As crises nal desfavorável, só tornam as decisões mais

nao

ociosa de produção existente em meados da década dos 60. Pri

ne

cessárias, mas também propiciam

meiro passo nesse sentido foi da

a sua pronta tomada e aplicação. Não chegam estes

do com a reformulação da .polí tica salarial, cujos efeitos sobre

deslocamen

tos de ênfase a corresponder a uma mutação do que sem rigor

renda

disponível

níveis

de venda já parecem se sentir cspeciaimente no

se convencionou metodológico chamar modelo brasileiro, Mas certamente equivalem a sua reci

fazer

clagem em face da .superação de

consumo

de

suas

e

consequente

chamado ramo mole dos bens de duráveis,

nao

como

a

indústria dc roupas e toda a in

(em

premissas

41

lícoNüMtco

Sem desprezar o esforço expor tador prevè-sc. assim, uma deci dida ênfase sobre o alargamento do mercado Interno, cujo poten

com¬

dação, 1975 foi marcado pelo ini cio da implantação das redefini ções de prioridades e.sboçadas no

várias

No fim do ano, o nível de ati

vidade industrial e

além

portado como um ano de acomo

sub-setores.

crescimento

fato.

Dlf:r-s’H)

Ecjonômico

função até mesmo dos êxitos al cançados), da necessidade de res ponder aos desafios da crise mun dial e para preparar o país para

Mas tica cresceu apenas 2,7%. mesmo no seio desta houve dispa

ção central bens de consumo du

dustrial.

rável/produtos de exportação co-

ridades

crescendo

a

produção de tratores em 24%.

marcantes

O

crescimento

diferenciado ou sele

tivo que se pode detectar desses números, embora fragmentários,

parece apontar na direção da im plementação das novas priorida des governamentais com sua ênfa

esforço de substituição de bens de equipamento e de ínsumos industriais, assim como em inves timentos para possibilitar vigoro se

no

sa expansão agro-pecuária.

nomia,

(justificável

de transição mo

em

a es-

62-66)

para

articulação bens de consude massa (inclusive agrico

Ias) / bens de equipamento, mais consetânea com um crescimento auto-sustentado com

o

legitimação a

duradouro,

e

alargamento das bases de política,

assim como

aspiração de até o final do sé

I

mais

órfã

de

dos satisfatoriamente pelas fai xas especiais dos bancos comer

ciais,

pela

carteira

agrícola do

Banco cio Brasil e pelos repasses' do Banco Central) está começan do a receber atenção condizente

com o potencial que o Brasil tem de se tornar um dos principais abastecedores — ao lado

apenas

dos Estados Unidos e talvez o Ca

O setor de bens de ca-

ainda

predominantemente

alimentares

especial

mente os de alto teor calórico e protéico. assim como de fibras naturais, bens cuja escassez se delineia no horizonte com contor nos mais sombrios do que a re cente crise do petróleo. A estas medidas há que acrescentaivse as que passaram a pre-

vilegiar o transnorte ferroviário e de cabotagem

para

cargas pesa

privado, e nacional, há de cons tituir teste crucial na política de

das. assim como os de estímulo ao transporte urbano de massa. São medidas aue além de favore

desenvolvimento

cer substancial economia de com

em

período

para superar

tagflação dos anos uma

pitai

vetor mais dinâmico da eco-

muitas décadas

uma política coerente e decidida do que de recursos (estes supri

produtos

zo, do que de curto, prevê um certo deslocamento da articula

mo

nadá. Austrália e Argentina — de

alguns exemplos o setor de bens de equipamento parece ter cres cido em 18%, 0 de aço em 10,6% enquanto a indústria automobilís

Setoríalmente, só para apontar

seus investimentos,

Convergentemente, acelerar-seá o esforço de substituição de im tos. que é o passo adequado, e ne cessário. para o atual estágio de nosso desenvolvimento que tendo cuidado das pontas há que agora cuidar do tronco, proporcionando . o adensamento de nosso perfil in-

mento não só rápido como tam bém mais abrangente. Tal estra tégia mais de médio e longo pra

indivisível cie

se situa na área para-estatal com exceção dos nâo-planos. Paralelamente, a agro-pecuária,

dústria têxtil.

portação de bens de equipamen

uma nova fase de um desenvolvi

palas suas características básicas, cspeciaimente o caráter maciço e

m a o s

do

empresário

em

quadro

de

social

ine-

Ê por isto

bustíveis

que o Governo, morniente através

quívoco.

cursos

zelo relativo à educação básica, se cundária, universitária e técnica; não se constitui a educação ap?-

economia de mercado.

de sua principal agência de fo mento econômico, o BNDE, lhe está reservando o melhor de suas energias e a maior parte dos redisponíveis.

Segue-se-lhe ou acompanha-lhe

culo, atingirmos status de potên

em importância o setor de insumos

cia mundial média.

industriais, tais como o aço, que

têm valor

Como parte do esforço de criar focos endógenos de crescimento há que redobrar-se. outrossim. o

nas

em

mola mestra do progresso.

senão é também conãitio sine qua


Dicksto

40

forte variação tanto entre os pe ríodos do ano quanto entre os di versos

De

Assim é que o primeiro trimes tre do ano, continuando o desem penho do último trimestre de 1974, deve ter acusado indices de bastante

estacioná

rios e só a partir de maio é que se

manifestaram

sinais

de reati

vação da economia, tanto no se tor industrial quanto no comér cio. O setor agrícola por sua vez. de que se esperava bons resulta dos, foi severamente castigado

pela

inclemência

meados do ano, pelas geadas.

climática

dos

éspecialménte

de

ter-se

comercial já

era de novo bastante satisfatório

e a agricultura começava a se re cuperar dos golpes que sofrerá.

cial de crescimento é enorme, po díamos dizer mesmo que se cons

II PND e tornadas mais premen

tes pela conjuntura

titui em uma reserva ociosa, outro lado de moeda de capacidade

internacio-

As crises nal desfavorável, só tornam as decisões mais

nao

ociosa de produção existente em meados da década dos 60. Pri

ne

cessárias, mas também propiciam

meiro passo nesse sentido foi da

a sua pronta tomada e aplicação. Não chegam estes

do com a reformulação da .polí tica salarial, cujos efeitos sobre

deslocamen

tos de ênfase a corresponder a uma mutação do que sem rigor

renda

disponível

níveis

de venda já parecem se sentir cspeciaimente no

se convencionou metodológico chamar modelo brasileiro, Mas certamente equivalem a sua reci

fazer

clagem em face da .superação de

consumo

de

suas

e

consequente

chamado ramo mole dos bens de duráveis,

nao

como

a

indústria dc roupas e toda a in

(em

premissas

41

lícoNüMtco

Sem desprezar o esforço expor tador prevè-sc. assim, uma deci dida ênfase sobre o alargamento do mercado Interno, cujo poten

com¬

dação, 1975 foi marcado pelo ini cio da implantação das redefini ções de prioridades e.sboçadas no

várias

No fim do ano, o nível de ati

vidade industrial e

além

portado como um ano de acomo

sub-setores.

crescimento

fato.

Dlf:r-s’H)

Ecjonômico

função até mesmo dos êxitos al cançados), da necessidade de res ponder aos desafios da crise mun dial e para preparar o país para

Mas tica cresceu apenas 2,7%. mesmo no seio desta houve dispa

ção central bens de consumo du

dustrial.

rável/produtos de exportação co-

ridades

crescendo

a

produção de tratores em 24%.

marcantes

O

crescimento

diferenciado ou sele

tivo que se pode detectar desses números, embora fragmentários,

parece apontar na direção da im plementação das novas priorida des governamentais com sua ênfa

esforço de substituição de bens de equipamento e de ínsumos industriais, assim como em inves timentos para possibilitar vigoro se

no

sa expansão agro-pecuária.

nomia,

(justificável

de transição mo

em

a es-

62-66)

para

articulação bens de consude massa (inclusive agrico

Ias) / bens de equipamento, mais consetânea com um crescimento auto-sustentado com

o

legitimação a

duradouro,

e

alargamento das bases de política,

assim como

aspiração de até o final do sé

I

mais

órfã

de

dos satisfatoriamente pelas fai xas especiais dos bancos comer

ciais,

pela

carteira

agrícola do

Banco cio Brasil e pelos repasses' do Banco Central) está começan do a receber atenção condizente

com o potencial que o Brasil tem de se tornar um dos principais abastecedores — ao lado

apenas

dos Estados Unidos e talvez o Ca

O setor de bens de ca-

ainda

predominantemente

alimentares

especial

mente os de alto teor calórico e protéico. assim como de fibras naturais, bens cuja escassez se delineia no horizonte com contor nos mais sombrios do que a re cente crise do petróleo. A estas medidas há que acrescentaivse as que passaram a pre-

vilegiar o transnorte ferroviário e de cabotagem

para

cargas pesa

privado, e nacional, há de cons tituir teste crucial na política de

das. assim como os de estímulo ao transporte urbano de massa. São medidas aue além de favore

desenvolvimento

cer substancial economia de com

em

período

para superar

tagflação dos anos uma

pitai

vetor mais dinâmico da eco-

muitas décadas

uma política coerente e decidida do que de recursos (estes supri

produtos

zo, do que de curto, prevê um certo deslocamento da articula

mo

nadá. Austrália e Argentina — de

alguns exemplos o setor de bens de equipamento parece ter cres cido em 18%, 0 de aço em 10,6% enquanto a indústria automobilís

Setoríalmente, só para apontar

seus investimentos,

Convergentemente, acelerar-seá o esforço de substituição de im tos. que é o passo adequado, e ne cessário. para o atual estágio de nosso desenvolvimento que tendo cuidado das pontas há que agora cuidar do tronco, proporcionando . o adensamento de nosso perfil in-

mento não só rápido como tam bém mais abrangente. Tal estra tégia mais de médio e longo pra

indivisível cie

se situa na área para-estatal com exceção dos nâo-planos. Paralelamente, a agro-pecuária,

dústria têxtil.

portação de bens de equipamen

uma nova fase de um desenvolvi

palas suas características básicas, cspeciaimente o caráter maciço e

m a o s

do

empresário

em

quadro

de

social

ine-

Ê por isto

bustíveis

que o Governo, morniente através

quívoco.

cursos

zelo relativo à educação básica, se cundária, universitária e técnica; não se constitui a educação ap?-

economia de mercado.

de sua principal agência de fo mento econômico, o BNDE, lhe está reservando o melhor de suas energias e a maior parte dos redisponíveis.

Segue-se-lhe ou acompanha-lhe

culo, atingirmos status de potên

em importância o setor de insumos

cia mundial média.

industriais, tais como o aço, que

têm valor

Como parte do esforço de criar focos endógenos de crescimento há que redobrar-se. outrossim. o

nas

em

mola mestra do progresso.

senão é também conãitio sine qua


1

42

Digesto Econômico

non para uma melhoria na qua lidade de vida, dimensão do de senvolvimento que ganha, dia a dia, maior relevância.

A PONTE SUSPENSA

mais altas que temos alcançado Embora para tal nível tenha con

tribuído de forma significativa o

RAYMUNDO

aporte em poupança externa cor respondente à cobertura do défi

Finalmente, cabe registrar, que apesar de todas as dificuldades — que como nos lembra Palmerston

to fator importante para assegu

não foram as primeiras nem serão as últimas — os dados prelimina res disponíveis apontam para uma taxa de investimento de 25% do Produto Interno Bruto, uma das

rar no futuro a retomada do cres cimento a niveis mais elevados.

Em 1975. a colheita nossas expectativas, nuamos plantando.

ESTE começo de 1976 reapa rece, cm quarta edição, U?nEstadista do Império, cujo primeiro lançamento ocorreu em 1897-1899. Volvidos qua 80 anos do primeiro contato

N

cit nas contas correntes, não dei xa de ser tão elevado investimen

se

não atingiu mas conti

com 0 público, surpreende-se, nos livros históricos, nos debates par lamentares, nas teses de ciência

política, a persistência do painel que Joaquim Nabuco, ao biogra far o pai. fixou do Segundo Rei o-

nado. O esquema da obra per sistiu. quer nos quadros e quer nos retratos dos atores, aparen

JAPaO:- complexo PETROQUÍMICO SEGUE NOVA TENDÊNCIA

temente invulnerável

— Observadores

no Japão salientam duas tendências sugeridas pelo Início de construção, pela Showa Denko K.K., de um complexo petro

çoes

nafta,

compressores, torres de destilação). Este desvio da prática tradicional,

guido

da firma empreiteira comprar o equipamento, reduziu a dimensão do _

meiras

contrato, ao mesmo tempo que diminuiu o risco da firma empreiteira. Além da fábrica de etileno, o complexo contará com uma fábrica de

Desde lõgo,

unidade de ácido acético de 30.000 toneladas e uma fábrica de acetato de vinil de 80.000 toneladas. A fabrica de etileno deverá estar con-

dutos petroquímicos daqui a doia anos, uma vez que a Showa Denko não perturbar o mercado.

Indústria

—'●

em

\

é

sobre

a

obra

de

Machado

de

Assis. O trabalho foi publicado, originalmente, no "Jornal do Brasil”, do Rio, do qual, data venia, transcrevemos.

fluência que gozou a obra.

Para

doxo aparente, repita-se, que se desfaz ponderando a pobreza, a extrema indigência do mercado

suposto favorecido do público, assinalavam que os escritores liam-se uns aos outros. “Nós vi vemos a escrever — dizia o últi

desencanto

mo — quase exclusivamente para os oficiais do mesmo ofício”. Um autêntico êxito de livraria, na

do

pondere-se que

a

duradora influência de Um Esta dista não se deve ao número dos

cluída em março de 1977 e a fábrica de propileno um ano depois. Con tudo, o cronograma poderá ser afetado pela oferta e demanda de pro

Faoro

Mas, incapaz de um

labaredas

convencer e ser convencida.

50.000 toneladas, uma fábrica de polietileno de 70.000 toneladas, uma

Ratjmunão

autor de "Os Donos do Podef’, recentemente reeditado, e de “A Pirâmide e o Trapézio”, estudo

José Veríssimo e Olavo Bilac, este

trabalho de revisão, manteve-se obscuramente à margem, sem

polipropileno de 50.000 toneladas/ano, uma unidade de acetaldeido de

çamento.

consumidor no Brasil de todos os

e iluminado sobre as pri

republicano.

Estadista do Império”, em relan

tempos, sobretudo até os anos 40.

vém recordar, a facção dissiden te e contestatória, que negou a verdade do palácio encantado er

plexo, diz que a própria Showa Denko comprou as principais pecas do

concordou com o Ministério do Comércio Internacional e

O próprio

por inspiração diversa, não esca pou ao sortilégio, ao fixar o per fil de uma época — Da Indepen dência à República. Houve, con

0 gasto de capital japonês pelo menos diminuiram. Segundo, ele ilustra

EsUido critico sobre a obra clás^ sica de Joaquim Nabuco, “Um

às constru-

com valores de vertente oposta e

uma mudança na prática de engenharia-empreitada: a Japan Gasoline Co., que construirá a fábrica de etileno de 300.000 t.m./ano do com de

o seguiram.

Éuclides da Cunha, comprometido

químico de 534 milhões de dólares em Oita, Kyushu. Primeiro, o pro jeto demonstra que os efeitos adversos da crise do petróleo árabe sobre

equipamento (como por exemplo: fornos de craqueamento

que

FAORO

leitores. Por ano, 250 pessoas te rão percorrido as páginas do li vro básico do Segundo Reinado. Paradoxo aparente entre o res trito círculo de leitores e a in-

primeira e segunda décadas do século, se constituía com a venda de 1 mil exemplares. O escritor

dirigia-se ao seu público, à sua elite, elitizando-se para ser com preendido.

O público leitor não existia, cír culo limitado como sucedâneo do

público leitor. rística,

Daí uma caracte

fundada

no

elitismg


1

42

Digesto Econômico

non para uma melhoria na qua lidade de vida, dimensão do de senvolvimento que ganha, dia a dia, maior relevância.

A PONTE SUSPENSA

mais altas que temos alcançado Embora para tal nível tenha con

tribuído de forma significativa o

RAYMUNDO

aporte em poupança externa cor respondente à cobertura do défi

Finalmente, cabe registrar, que apesar de todas as dificuldades — que como nos lembra Palmerston

to fator importante para assegu

não foram as primeiras nem serão as últimas — os dados prelimina res disponíveis apontam para uma taxa de investimento de 25% do Produto Interno Bruto, uma das

rar no futuro a retomada do cres cimento a niveis mais elevados.

Em 1975. a colheita nossas expectativas, nuamos plantando.

ESTE começo de 1976 reapa rece, cm quarta edição, U?nEstadista do Império, cujo primeiro lançamento ocorreu em 1897-1899. Volvidos qua 80 anos do primeiro contato

N

cit nas contas correntes, não dei xa de ser tão elevado investimen

se

não atingiu mas conti

com 0 público, surpreende-se, nos livros históricos, nos debates par lamentares, nas teses de ciência

política, a persistência do painel que Joaquim Nabuco, ao biogra far o pai. fixou do Segundo Rei o-

nado. O esquema da obra per sistiu. quer nos quadros e quer nos retratos dos atores, aparen

JAPaO:- complexo PETROQUÍMICO SEGUE NOVA TENDÊNCIA

temente invulnerável

— Observadores

no Japão salientam duas tendências sugeridas pelo Início de construção, pela Showa Denko K.K., de um complexo petro

çoes

nafta,

compressores, torres de destilação). Este desvio da prática tradicional,

guido

da firma empreiteira comprar o equipamento, reduziu a dimensão do _

meiras

contrato, ao mesmo tempo que diminuiu o risco da firma empreiteira. Além da fábrica de etileno, o complexo contará com uma fábrica de

Desde lõgo,

unidade de ácido acético de 30.000 toneladas e uma fábrica de acetato de vinil de 80.000 toneladas. A fabrica de etileno deverá estar con-

dutos petroquímicos daqui a doia anos, uma vez que a Showa Denko não perturbar o mercado.

Indústria

—'●

em

\

é

sobre

a

obra

de

Machado

de

Assis. O trabalho foi publicado, originalmente, no "Jornal do Brasil”, do Rio, do qual, data venia, transcrevemos.

fluência que gozou a obra.

Para

doxo aparente, repita-se, que se desfaz ponderando a pobreza, a extrema indigência do mercado

suposto favorecido do público, assinalavam que os escritores liam-se uns aos outros. “Nós vi vemos a escrever — dizia o últi

desencanto

mo — quase exclusivamente para os oficiais do mesmo ofício”. Um autêntico êxito de livraria, na

do

pondere-se que

a

duradora influência de Um Esta dista não se deve ao número dos

cluída em março de 1977 e a fábrica de propileno um ano depois. Con tudo, o cronograma poderá ser afetado pela oferta e demanda de pro

Faoro

Mas, incapaz de um

labaredas

convencer e ser convencida.

50.000 toneladas, uma fábrica de polietileno de 70.000 toneladas, uma

Ratjmunão

autor de "Os Donos do Podef’, recentemente reeditado, e de “A Pirâmide e o Trapézio”, estudo

José Veríssimo e Olavo Bilac, este

trabalho de revisão, manteve-se obscuramente à margem, sem

polipropileno de 50.000 toneladas/ano, uma unidade de acetaldeido de

çamento.

consumidor no Brasil de todos os

e iluminado sobre as pri

republicano.

Estadista do Império”, em relan

tempos, sobretudo até os anos 40.

vém recordar, a facção dissiden te e contestatória, que negou a verdade do palácio encantado er

plexo, diz que a própria Showa Denko comprou as principais pecas do

concordou com o Ministério do Comércio Internacional e

O próprio

por inspiração diversa, não esca pou ao sortilégio, ao fixar o per fil de uma época — Da Indepen dência à República. Houve, con

0 gasto de capital japonês pelo menos diminuiram. Segundo, ele ilustra

EsUido critico sobre a obra clás^ sica de Joaquim Nabuco, “Um

às constru-

com valores de vertente oposta e

uma mudança na prática de engenharia-empreitada: a Japan Gasoline Co., que construirá a fábrica de etileno de 300.000 t.m./ano do com de

o seguiram.

Éuclides da Cunha, comprometido

químico de 534 milhões de dólares em Oita, Kyushu. Primeiro, o pro jeto demonstra que os efeitos adversos da crise do petróleo árabe sobre

equipamento (como por exemplo: fornos de craqueamento

que

FAORO

leitores. Por ano, 250 pessoas te rão percorrido as páginas do li vro básico do Segundo Reinado. Paradoxo aparente entre o res trito círculo de leitores e a in-

primeira e segunda décadas do século, se constituía com a venda de 1 mil exemplares. O escritor

dirigia-se ao seu público, à sua elite, elitizando-se para ser com preendido.

O público leitor não existia, cír culo limitado como sucedâneo do

público leitor. rística,

Daí uma caracte

fundada

no

elitismg


44

DiGEsTf) Econômico

mencionado:

'Na

ausência

arte.

depõe Antônio Cândido — de pú blicos amplos e conscientes, o apoio ou pelo menos o reconheci mento oficial valeram por estímu lo, apreciação ou retribuição da obra, colocando-se antes o autor como ponto de referência”. Dai

um circuito particular c singular entre autor e leitor, admirando e validando

este

teses

adversas

à

sua ação social e política, mas ideologicamente comuns, base de entendimento superior, palaciano, APLAUSO À OBRA

Campos Sales, republicano his tórico, foi um dos primeiros a aplaudir e consagrar Um Estadis ta, sem embargo do saudoso movisível na

letra

e na

inspiração. As divergências den tro dos corredores do podei, se riam sempre conversíveis ao oficialismo condutor, salvo na hi

pótese

extrema

da

subversão,

quando o autor abandona as boas

e

polidas

inglesa.

maneiras Essa

integrar

ricos, escapou de sua órbita e pas

da

gravata

vivência

intima

tifica é a sua óptica de biógrafo

de Os Sertões, apesar de haver conquistado o chamado grande público.

A ciência de Euclides da

Cunha, autenticada pelos sábios do seu tempo, se não está morta e

sepultada,

os pés.

claudica

cm

ambos

Não obstante, Os Sertões

Não seria também o caso de Casa Grande e Senzala?

Nao

so

trata

só de leituras diferentes, realiza das por pessoas dotadas de visão

diversa, com novas reinterpretaçoes — fenômeno especifico das obras

de

arte.

A

explicação

é

outra, identificada pela teoria li terária — veja-se Karl Vossler — como

a

mudança

com o

deslocamento da

histórica

para

de

instâncias, instancia

a instancia

esté

tica.

vidosos pressupostos historiográfi-

O

curso

perfeições

de

Um

Estadista

não

documentais e de du

cos, permanecendo, sem embargo,

para tornar Um Estadista invul nerável à necessária revisão crí tica. O livro ornamento, o livro luxo de eruditos, o livro diversão de letrados, encontrou afinidade como leitor de Joaquim Nabuco,

artista que fez da história obra de

Artística

e

não

histórlco-ci:n-

Ao desvendar os cic-

e ensaísta,

mentos que lhe formaram o juízo histórico, depois de lembrar as in' fluências literárias de Chateaubriand e Renan. alude a Macaulay, do qual herdou a frase, a eloquência, o retrato e a encena

ção histórica”, acrescentando que

muito deveu a Mommsen. Curtius, Ranke, Taine e Burckardt. iMinlia Formação, pág. 58; da edição IPÊ são as citações das obras de Joaquim

Curtius

Nabuco).

e

Mommsen não teriam formado a perspectiva,

mas ministrado

in-

formações, sobretudo o último, acerca da escravidão no mundo antigo. Quanto a Macaulay, Taie Burckardt. compreende-se, entendida a afinidade com os his nc

toriadores artistas,

Ranke, invo-

cado nesse rol. parece extravagan

te, se obedecida sua lição da des

pida pela ampla cultura univer

contribuiu

liberto da hierática

e fradesca tradição lusa.

Semelhante teria sido o destino

teria sido diverso, ferido de im

Outra circunstância

fos do estilo

OBRA ARTÍSTICA

entre leitor e escritor possibilitou a manipulação do primeiro pela critica bem instalada, hoje rom sitária.

45

Dicksto Ec:onômico

sou a gravitar noutra galáxia, a própria, congenial ao seu espírito.

vive com luz crescente, lido e ama do por gerações e gerações, até à consumação da língua portuguesa.

mas antecamaras.

narquismo

Lançado para se

na constelação dos ensaios histó-

I

vivo, no elegante estilo imagísti-

vinculação do historiador do cur-

Na realidade, desamparada a frieza de Ranke. aparece, lumino

so c eloquente, o calor partidário Surge c conquista de ?.:ac.uüay. :'-.-.'.gTafo, com seus achaques, o ,‘.:i>ibo biográfico (a lues bos^oelque o mestre desdenhou. seni fidelidade ao anátema.

Ma-

caulay. depois de meditar sobre

a maneira de escrever a história,

ensaio que abandonou, ensi nava que ela deveria ser um mis to de poesia e filosofia.” ‘‘Impri em

me no espirito verdades gerais por

meio da certos

representação viva de

personagens

e

incidentes.

Mas, de fato. os dois elementos hostis que a formam nunca pu

deram constituir uma amálgama te dita constitui o mapa, enquan

to a outra se compara à pintura

em toda a intensidade: o ator não

de uma paisagem,

atua para a praça pública, para das ruas e estradas, mas para o ‘‘ solitário juiz da biblioteca

a graça francesa do verbo, vis^^a, ainda no começo do século, como denun

fantasmas.

perfeita.” A história propriamen

futura.”

Na

rompe os mitos, expulsa dos so nhos as fantasias e da vigília os

derando melhor, a lição é autên tica, embora não compreendida

dos acontecimentos.

a poeira

ciada francesia está — ao contrá rio do que supunham os crií-icos e o próprio autor — um dos trun-

grafado haveria de renascer e in fluir, mortos os jurados e acusa dores da hora presente. Tal nor ma revelará, contra o fundo da lição de Ranke, mas coerente na forma, a nostalgia do passado, sem a secura crítica que desmascara,

Mas. pon

so

co, metafórico como convém às suas inspirações românticas, com

irremediável mácula.

0 tribunal restrito e seleto, o bio

(Idem, pág. 246). A pró-

pria sobrevivência histórica do Senador José Tomás, o biografa do, estaria a depender do rumo dos que vierem a escrever sobre 0 passado. Um Est., IV, 154). Ante

Um é o escul-

tor e o outro o anatomista. In conformado com 0 divórcio das

perspectivas,

recusou a imitação

servil e mecaixica dos documentos,

para realçar o poder seletivo do

historiador, sua paleta de luz e

sombras, que legitiniamente lhe pertence, e

314).

{Essays, 1880, págs. 51


44

DiGEsTf) Econômico

mencionado:

'Na

ausência

arte.

depõe Antônio Cândido — de pú blicos amplos e conscientes, o apoio ou pelo menos o reconheci mento oficial valeram por estímu lo, apreciação ou retribuição da obra, colocando-se antes o autor como ponto de referência”. Dai

um circuito particular c singular entre autor e leitor, admirando e validando

este

teses

adversas

à

sua ação social e política, mas ideologicamente comuns, base de entendimento superior, palaciano, APLAUSO À OBRA

Campos Sales, republicano his tórico, foi um dos primeiros a aplaudir e consagrar Um Estadis ta, sem embargo do saudoso movisível na

letra

e na

inspiração. As divergências den tro dos corredores do podei, se riam sempre conversíveis ao oficialismo condutor, salvo na hi

pótese

extrema

da

subversão,

quando o autor abandona as boas

e

polidas

inglesa.

maneiras Essa

integrar

ricos, escapou de sua órbita e pas

da

gravata

vivência

intima

tifica é a sua óptica de biógrafo

de Os Sertões, apesar de haver conquistado o chamado grande público.

A ciência de Euclides da

Cunha, autenticada pelos sábios do seu tempo, se não está morta e

sepultada,

os pés.

claudica

cm

ambos

Não obstante, Os Sertões

Não seria também o caso de Casa Grande e Senzala?

Nao

so

trata

só de leituras diferentes, realiza das por pessoas dotadas de visão

diversa, com novas reinterpretaçoes — fenômeno especifico das obras

de

arte.

A

explicação

é

outra, identificada pela teoria li terária — veja-se Karl Vossler — como

a

mudança

com o

deslocamento da

histórica

para

de

instâncias, instancia

a instancia

esté

tica.

vidosos pressupostos historiográfi-

O

curso

perfeições

de

Um

Estadista

não

documentais e de du

cos, permanecendo, sem embargo,

para tornar Um Estadista invul nerável à necessária revisão crí tica. O livro ornamento, o livro luxo de eruditos, o livro diversão de letrados, encontrou afinidade como leitor de Joaquim Nabuco,

artista que fez da história obra de

Artística

e

não

histórlco-ci:n-

Ao desvendar os cic-

e ensaísta,

mentos que lhe formaram o juízo histórico, depois de lembrar as in' fluências literárias de Chateaubriand e Renan. alude a Macaulay, do qual herdou a frase, a eloquência, o retrato e a encena

ção histórica”, acrescentando que

muito deveu a Mommsen. Curtius, Ranke, Taine e Burckardt. iMinlia Formação, pág. 58; da edição IPÊ são as citações das obras de Joaquim

Curtius

Nabuco).

e

Mommsen não teriam formado a perspectiva,

mas ministrado

in-

formações, sobretudo o último, acerca da escravidão no mundo antigo. Quanto a Macaulay, Taie Burckardt. compreende-se, entendida a afinidade com os his nc

toriadores artistas,

Ranke, invo-

cado nesse rol. parece extravagan

te, se obedecida sua lição da des

pida pela ampla cultura univer

contribuiu

liberto da hierática

e fradesca tradição lusa.

Semelhante teria sido o destino

teria sido diverso, ferido de im

Outra circunstância

fos do estilo

OBRA ARTÍSTICA

entre leitor e escritor possibilitou a manipulação do primeiro pela critica bem instalada, hoje rom sitária.

45

Dicksto Ec:onômico

sou a gravitar noutra galáxia, a própria, congenial ao seu espírito.

vive com luz crescente, lido e ama do por gerações e gerações, até à consumação da língua portuguesa.

mas antecamaras.

narquismo

Lançado para se

na constelação dos ensaios histó-

I

vivo, no elegante estilo imagísti-

vinculação do historiador do cur-

Na realidade, desamparada a frieza de Ranke. aparece, lumino

so c eloquente, o calor partidário Surge c conquista de ?.:ac.uüay. :'-.-.'.gTafo, com seus achaques, o ,‘.:i>ibo biográfico (a lues bos^oelque o mestre desdenhou. seni fidelidade ao anátema.

Ma-

caulay. depois de meditar sobre

a maneira de escrever a história,

ensaio que abandonou, ensi nava que ela deveria ser um mis to de poesia e filosofia.” ‘‘Impri em

me no espirito verdades gerais por

meio da certos

representação viva de

personagens

e

incidentes.

Mas, de fato. os dois elementos hostis que a formam nunca pu

deram constituir uma amálgama te dita constitui o mapa, enquan

to a outra se compara à pintura

em toda a intensidade: o ator não

de uma paisagem,

atua para a praça pública, para das ruas e estradas, mas para o ‘‘ solitário juiz da biblioteca

a graça francesa do verbo, vis^^a, ainda no começo do século, como denun

fantasmas.

perfeita.” A história propriamen

futura.”

Na

rompe os mitos, expulsa dos so nhos as fantasias e da vigília os

derando melhor, a lição é autên tica, embora não compreendida

dos acontecimentos.

a poeira

ciada francesia está — ao contrá rio do que supunham os crií-icos e o próprio autor — um dos trun-

grafado haveria de renascer e in fluir, mortos os jurados e acusa dores da hora presente. Tal nor ma revelará, contra o fundo da lição de Ranke, mas coerente na forma, a nostalgia do passado, sem a secura crítica que desmascara,

Mas. pon

so

co, metafórico como convém às suas inspirações românticas, com

irremediável mácula.

0 tribunal restrito e seleto, o bio

(Idem, pág. 246). A pró-

pria sobrevivência histórica do Senador José Tomás, o biografa do, estaria a depender do rumo dos que vierem a escrever sobre 0 passado. Um Est., IV, 154). Ante

Um é o escul-

tor e o outro o anatomista. In conformado com 0 divórcio das

perspectivas,

recusou a imitação

servil e mecaixica dos documentos,

para realçar o poder seletivo do

historiador, sua paleta de luz e

sombras, que legitiniamente lhe pertence, e

314).

{Essays, 1880, págs. 51


46

Dicesto Econômico A PONTE SUSPENSA

tuante dos solos”.

(Ibid.,

pág.

121).

Aí está, puro, sem mescla, o olho do biógrafo do Senador José Tomás, pretendendo alcançar o processo histórico com o fino tra

balho do escultor e do pintor, ca valgando 0 documento frio, mas indócil ao artista, O cirurgião

plástico quer reconstituir a car ne, mas com a preocupação do escultor, Pigmalião de bisturi. Se

a forma for imperfeita, que pa deça o engenheiro, preocupado em construir a ponte sem suportes e com lanços ousados.

Aí está tudo, ou quase tudo: a ponte suspensa não pode durar sem as colunas, que não devem pairar sobre o lodo (o negocismo dos caudatários do Tesouro). nem sobre o territorialismo (bairris

mo), amalgamado ao mstinto popular. Dois perigos a evitar — o povo i7iorga7iico e o federaliS7no (o do 7 de abril), por meio de transações continuadas e novas. Um e óutro significam a Repúbli-,

ca, com os dois desenlaces possí veis: a quebra da unidade e o po

pela

der do povo, que iria parar na ti

ousadia da sua elevação, distan cia do seu lanço, uma verdadeira

Para confirmar a tese nostálgica,

“A política imperial

(Um

era

ponte

suspensa.”

118).

Mas a política de José To

Est.,

IV,

más, em alguns pontos, comple tava e aperfeiçoava o mapa: ele era

monárquico e a

política do

tempo nem sempre guardou a fi delidade à coroa. “Sem o Império, ele via o separatismo — que era 0 instinto popular, a fórmula do

isolamento, da disseminação, da apatia, como do bem-estar

e

co-

modidade da população, dos sentimenfos todos que constituíam o "bairTisTTio — levando de vencida

a frágil e titubeante razão polí tica, ou a ambição de uma pá tria maior , que queria consoli dar a união.” (Id., pág. 119). José Tomás sabe que a ponte suspensa não tem suportes — ele se esfor ça, com a fidelidade ideológica à monarquia, em construí-los, cer to da precariedade da edificação política — “é uma torre altíssima e desconjuntada sobre o mais flu-

rania

(o

jacobino

de

cria Joaquim Nabuco

Floriano). duas

falá

cias, uma antes e outra depois do fato, insciente esta de suas con

sequências. Para ele, de 1831 a 40, durante a Regência, a Repú blica existiu — República de fato, República provisória — e consa grou 0 desastre, sastre.

o completo

de

“Se a maioridade não res

guardasse a Nação como um pa rapeito, ela ter-se-ia despenhado no abismo. A unidade nacional, que se rasgara em 1835 pela pon ta do Rio Grande do Sul, ter-se-ia

feita toda em pedaços.”

(U7?i Est.,

I, págs. 44 e 45). O PAÍS OFICIAL

Proclamada a República, ainda uma vez, sugestionado pela me táfora da ponte suspensa, vê o outro risco, agora em curso de realização. O pais oficial cede a não ao federalisoutro golpe mo sem o poder moderador, mas

I

Dicesto Econômico

47

ao povo sem peias, a sociedade in telectualmente governada, “suge

outra tutela, com a desvantagem, para a republicana, da ausência

rida de baixo para cima” (L IV, c.V). O aristocrata da ponte sus

de

pensa, cujo herdeiro será o elitismo,

se

alarma

e

clama pela or

dem, só visível no Império restau rado ou no elemento militar e nacional: todas as fórmulas são

possíveis, contanto que a anar quia seja banida. Certo, a oligar estamento) quia (patronato era uma realidade.

Mas a Repú

blica quis aboli-la com o golpe ra dical e irresponsável. “O método radical é mandar abrir as portas

para que todos República fez a Desde que fora joso também de

entrem, como a 15 de novembro. a público dese assistir ao espe

táculo. 0 meio de não haver des

contentes parece que é retirar as cancelas.” (.Bahnaceda, pág. 127). Da abertura não nascería o re

gime democrático, mas uma nova minoria, com a agravante de se constituir de parvenus — os luga res do teatro são limitados, embo ra não numerados. A nova oli

garquia viria — não da ordem fe deral, que permaneceu alheia à sua visão do futuro — mas do mi litarismo

sem

0

filtro

do

Poder

Moderador, só com este conversí vel ao Governo

militar.

Poder

neutro

acima

das

previra

Taine,

coroada

por

um

novo despotismo.

Esta a inspiração de Uvi Estadista: a ponte suspensa, alheia às forças territoriais e ao povo cons tituído. Mas a ponte, artistica mente colocada sobre as águas maculadas de lodo, teria suas co

lunas, que 0 historiador, por não querer vê-las, as denuncia por espúrias. A denúncia maior não está gravada nas palavras sole nes e puras de Estadista, mas em seus outros escritos, os parla mentares,

os de imprensa e em O Abolici07iiS7no (1883)^ Todo o

Império descansa sobre o regime escravocrata, repete e reafirma antes de 1889: “trata-se de uma sociedade não só haseada, como

era a civilização antiga, sobre a escravidão, e permeada em todos

as classes por ela, mas também constituída, na sua maior parte, de secreções daquele vasto apa relho”.

(O Ahol. pág. 149).

(A l7i-

terv. Extre7iia, pág. 271). Sem povo — “0 vasto inorganismo que só em futuras gerações tomará forma e

um

facções. O federalismo — a sintese possível — só a monarquia o instalaria e, malogrado o esque ma, viria a anarquia espontânea, com a sequela do Terror, como

desenvolverá vida”

(Es-

critos..., pág. 54) — a oligarquia

republicana seria mais predatória que a imperial. Carente a socie dade civil de instrumentos e meios de coesão, só restaria uma ou

SOCIEDADE E ACOMODAÇÃO

A sociedade civil pareceu-lhe, em certo momento, um arranjo, mera acomodação ao monstro es Mas. extirpado o cancro, púrio,

sente, sem dizê-lo e provavelmen te sem inteira consciência do fa

to, que os efeitos perduraram na


46

Dicesto Econômico A PONTE SUSPENSA

tuante dos solos”.

(Ibid.,

pág.

121).

Aí está, puro, sem mescla, o olho do biógrafo do Senador José Tomás, pretendendo alcançar o processo histórico com o fino tra

balho do escultor e do pintor, ca valgando 0 documento frio, mas indócil ao artista, O cirurgião

plástico quer reconstituir a car ne, mas com a preocupação do escultor, Pigmalião de bisturi. Se

a forma for imperfeita, que pa deça o engenheiro, preocupado em construir a ponte sem suportes e com lanços ousados.

Aí está tudo, ou quase tudo: a ponte suspensa não pode durar sem as colunas, que não devem pairar sobre o lodo (o negocismo dos caudatários do Tesouro). nem sobre o territorialismo (bairris

mo), amalgamado ao mstinto popular. Dois perigos a evitar — o povo i7iorga7iico e o federaliS7no (o do 7 de abril), por meio de transações continuadas e novas. Um e óutro significam a Repúbli-,

ca, com os dois desenlaces possí veis: a quebra da unidade e o po

pela

der do povo, que iria parar na ti

ousadia da sua elevação, distan cia do seu lanço, uma verdadeira

Para confirmar a tese nostálgica,

“A política imperial

(Um

era

ponte

suspensa.”

118).

Mas a política de José To

Est.,

IV,

más, em alguns pontos, comple tava e aperfeiçoava o mapa: ele era

monárquico e a

política do

tempo nem sempre guardou a fi delidade à coroa. “Sem o Império, ele via o separatismo — que era 0 instinto popular, a fórmula do

isolamento, da disseminação, da apatia, como do bem-estar

e

co-

modidade da população, dos sentimenfos todos que constituíam o "bairTisTTio — levando de vencida

a frágil e titubeante razão polí tica, ou a ambição de uma pá tria maior , que queria consoli dar a união.” (Id., pág. 119). José Tomás sabe que a ponte suspensa não tem suportes — ele se esfor ça, com a fidelidade ideológica à monarquia, em construí-los, cer to da precariedade da edificação política — “é uma torre altíssima e desconjuntada sobre o mais flu-

rania

(o

jacobino

de

cria Joaquim Nabuco

Floriano). duas

falá

cias, uma antes e outra depois do fato, insciente esta de suas con

sequências. Para ele, de 1831 a 40, durante a Regência, a Repú blica existiu — República de fato, República provisória — e consa grou 0 desastre, sastre.

o completo

de

“Se a maioridade não res

guardasse a Nação como um pa rapeito, ela ter-se-ia despenhado no abismo. A unidade nacional, que se rasgara em 1835 pela pon ta do Rio Grande do Sul, ter-se-ia

feita toda em pedaços.”

(U7?i Est.,

I, págs. 44 e 45). O PAÍS OFICIAL

Proclamada a República, ainda uma vez, sugestionado pela me táfora da ponte suspensa, vê o outro risco, agora em curso de realização. O pais oficial cede a não ao federalisoutro golpe mo sem o poder moderador, mas

I

Dicesto Econômico

47

ao povo sem peias, a sociedade in telectualmente governada, “suge

outra tutela, com a desvantagem, para a republicana, da ausência

rida de baixo para cima” (L IV, c.V). O aristocrata da ponte sus

de

pensa, cujo herdeiro será o elitismo,

se

alarma

e

clama pela or

dem, só visível no Império restau rado ou no elemento militar e nacional: todas as fórmulas são

possíveis, contanto que a anar quia seja banida. Certo, a oligar estamento) quia (patronato era uma realidade.

Mas a Repú

blica quis aboli-la com o golpe ra dical e irresponsável. “O método radical é mandar abrir as portas

para que todos República fez a Desde que fora joso também de

entrem, como a 15 de novembro. a público dese assistir ao espe

táculo. 0 meio de não haver des

contentes parece que é retirar as cancelas.” (.Bahnaceda, pág. 127). Da abertura não nascería o re

gime democrático, mas uma nova minoria, com a agravante de se constituir de parvenus — os luga res do teatro são limitados, embo ra não numerados. A nova oli

garquia viria — não da ordem fe deral, que permaneceu alheia à sua visão do futuro — mas do mi litarismo

sem

0

filtro

do

Poder

Moderador, só com este conversí vel ao Governo

militar.

Poder

neutro

acima

das

previra

Taine,

coroada

por

um

novo despotismo.

Esta a inspiração de Uvi Estadista: a ponte suspensa, alheia às forças territoriais e ao povo cons tituído. Mas a ponte, artistica mente colocada sobre as águas maculadas de lodo, teria suas co

lunas, que 0 historiador, por não querer vê-las, as denuncia por espúrias. A denúncia maior não está gravada nas palavras sole nes e puras de Estadista, mas em seus outros escritos, os parla mentares,

os de imprensa e em O Abolici07iiS7no (1883)^ Todo o

Império descansa sobre o regime escravocrata, repete e reafirma antes de 1889: “trata-se de uma sociedade não só haseada, como

era a civilização antiga, sobre a escravidão, e permeada em todos

as classes por ela, mas também constituída, na sua maior parte, de secreções daquele vasto apa relho”.

(O Ahol. pág. 149).

(A l7i-

terv. Extre7iia, pág. 271). Sem povo — “0 vasto inorganismo que só em futuras gerações tomará forma e

um

facções. O federalismo — a sintese possível — só a monarquia o instalaria e, malogrado o esque ma, viria a anarquia espontânea, com a sequela do Terror, como

desenvolverá vida”

(Es-

critos..., pág. 54) — a oligarquia

republicana seria mais predatória que a imperial. Carente a socie dade civil de instrumentos e meios de coesão, só restaria uma ou

SOCIEDADE E ACOMODAÇÃO

A sociedade civil pareceu-lhe, em certo momento, um arranjo, mera acomodação ao monstro es Mas. extirpado o cancro, púrio,

sente, sem dizê-lo e provavelmen te sem inteira consciência do fa

to, que os efeitos perduraram na


48

Dic;ksto Econômico

ausência da base. A causa, por tanto, seria outra e inversa a pers pectiva: 0 regime escravocrata só teria sido possível diante da estrutura peculiar da sociedade e

das

características

especiais

do

Se as linhas da nostalgia monárrquica da biografia dissimulam, as Duas intervenções púeni nu o monumento ornamental: o pai

brotava dos seu.s trabalhos contí

ria.

nuos

estáveis;

misso maquiavélico e oportunista

nel da sociedade

eles desanimavam, ela enrique cia... a queda do trono, no mo

mandar, muda de camisa, contan

entrelinhas

revelam

e

clc.smasca-

ram.

da maioridade

e

cialmente agrícola, Que tudo importa,

Reinado deplora o fidalgo — “de saparecera, com seus hábitos, sua etiqueta, sua educação, seus prin cípios e os que figuravam agora

“O primeiro

dos mecanismos, pelos quais a agricultura sustenta uma parte importante da sociedade, é o cré dito. O antigo fazendeiro traba lhava para o traficante que lhe fornecia

escravos, . como o atual

trabalha para o correspondente ou para o banco que lhe adianta ca

pitais. Boa parte da riqueza na cional é eliminada do país pelo comércio de exportação, cujos lu cros ficam em

parte no estran

geiro, mas uma boa porção dessa

riqueza pertence de direito aos que fornecem a lavoura de capital. Estes alimentam nas cidades uma considerável clientela de todas as

profissões. A lavoura, porém, não sustenta somente os que lhe em prestam dinheiro a altos juros. sustenta diretamente a sua clien

ciai chamado apólice, do qual os

bancos são as ventosas para sugar o que resta à lavoura de lu cro liquido”. (O Abol., págs. 229.230).

No fundo do painel escravista,

A

nado.

sociedade

do

Primeiro

e

aparentemente

mento. passa

quase despercebida

ao mundo financeiro, ao gigantes

co parasita

que havia

sugado a

melhor seiva de nossa política...” iUm Est.. III, págs. 385 e 387).

no prestigio eram os novos polí

A

ticos saídos da revolução ou os Tudo comerciantes enriquecidos, mais recuava para o segmido pla no: a política e o dinheiro eram

ponte

su'.^ipensa

tinha,

sem

prejuízo da metáfora decorativa, suas colunas e os lanços, eram mais curtos do que supunha a

imaginação do historiador artista. Nos lanços se fixavam as aspira ções utópicas, 0 liberalismo popu

as duas nobrezas reconhecidas, as duas rodas do carro social. Quan

do a primeira se desconcertava, vinham as revoluções, no fundo tão oficiais como o próprio Gover no, simples fenômeno, como ele, da empregomania. que se ia ge neralizando: quando era a segun da, vinham as crises comerciais,

lar e 0 federalismo;

debaixo das

colunas passaram os enxurros da vida

econômica,

que,

por

man

que se resolviam pela intervenção

charem as águas, não deviam ser mostrados. A visão nostálgica tem sua ideologia, que repele a realidade, transforma-a. purifica-

constante

a para se converter em bandeira

do Tesouro”.

(U77i Est.,

A.pág. 53).

pública. O celebrado dito do Visconde de “não há nada Albuquerque mais parecido com um Saquare-

ESTADO PATRIMONIAL

tela, que a serve nas capitais. Mas 0 Estado tem um aparelho espeI

49

Econômico

Poder, atua, comanda e dirige co mo lun conservador, adjetivando,

aquela do final do Segundo Rei

naçao

Dicfsto

Governo... Eles. políticos, eram os vermes do chão; a especulação, a planta vivaz e florescente que

Estado e da economia essencial mente exportadora e não essen numa

T 1

O caráter patrimonial, e não li beral, do Estado, com suas bases comerciais e de sustentação reci

proca com os Governos, nota

ainda

no

fim

do

será

'

ma do que um Luzia do Poder” — contém maior dose de malicia e de veneno do que se supôs. Não está o velho fidalgo a dizer que

a

Império.

i

o liberal transita para o campo conservador, sem rubores e sem

j

“Desde o princípio, o calor, a luz,

havia a persistente e incômoda vi

a vida para as maiores empresas,

dramas

tinha vindo do Tesouro.

da econômica e social do Impé rio. que, por um momento, tentou

versa,

tempo, as grandes figuras finan ceiras, industriais, do país tinham

ignorar, confundindo-a com a simples secreção do escravismo.

de

consciência,

e

vice-

no máximo, sua filiação partidá Não se

trata do descompro-

de uma elite solidária, que, para

to que mande e continue mandan do. Esta face é expressão de outra realidade, que gradua a cons ciência do dirigente, não raro com

algum drama interior e dilemas pungentes. O liberal, convertido em Governo, cede às estruturas e

à ideologia que lhe permitem diri gir 0 leme — leme unicamente feito

para

aquele navio,

com ele pode navegar.

que

so

Ele crê

num dogma. mas. para frequen

tar a igreja, deve praticar o culto contrário,

sob

munhão

eterna.

a pena

da

Certo,

exco

entre

o

conservador e o liberal o dissídio,

no século XIX, depende do adje tivo e não do substantivo. O LIBERALISMO No liberalismo há de tudo: con

servadores. liberais puros, radi cais. republicanos e aristocratas. {Campanhas, pág. 91 e 92). Antes de tudo. a reverência ao trono é essencial, como essencial será o não compromisso com o povo. com a democracia, embora procure ser representativo, sempre que a re

presentação secrete uma camada pedagógica de dirigentes, Ainda

influência

O que se contém na fraperiais. se célebre é coisa diversa: o libe-

neste século. Croce advertia que o liberalismo tem, como inimigo, não só o absolutismo, senão tam bém 0 ideal democrático. Separa 0 liberal do democrata o proble

e proteção que lhes dispensava o

ral, por obra do Poder e quando no

ma da igualdade, crente o último

crescido

à

sombra

da

Em todo

em

alusão

incaracterístico

j

i

dos

ao

presumido

Partidos

im-


48

Dic;ksto Econômico

ausência da base. A causa, por tanto, seria outra e inversa a pers pectiva: 0 regime escravocrata só teria sido possível diante da estrutura peculiar da sociedade e

das

características

especiais

do

Se as linhas da nostalgia monárrquica da biografia dissimulam, as Duas intervenções púeni nu o monumento ornamental: o pai

brotava dos seu.s trabalhos contí

ria.

nuos

estáveis;

misso maquiavélico e oportunista

nel da sociedade

eles desanimavam, ela enrique cia... a queda do trono, no mo

mandar, muda de camisa, contan

entrelinhas

revelam

e

clc.smasca-

ram.

da maioridade

e

cialmente agrícola, Que tudo importa,

Reinado deplora o fidalgo — “de saparecera, com seus hábitos, sua etiqueta, sua educação, seus prin cípios e os que figuravam agora

“O primeiro

dos mecanismos, pelos quais a agricultura sustenta uma parte importante da sociedade, é o cré dito. O antigo fazendeiro traba lhava para o traficante que lhe fornecia

escravos, . como o atual

trabalha para o correspondente ou para o banco que lhe adianta ca

pitais. Boa parte da riqueza na cional é eliminada do país pelo comércio de exportação, cujos lu cros ficam em

parte no estran

geiro, mas uma boa porção dessa

riqueza pertence de direito aos que fornecem a lavoura de capital. Estes alimentam nas cidades uma considerável clientela de todas as

profissões. A lavoura, porém, não sustenta somente os que lhe em prestam dinheiro a altos juros. sustenta diretamente a sua clien

ciai chamado apólice, do qual os

bancos são as ventosas para sugar o que resta à lavoura de lu cro liquido”. (O Abol., págs. 229.230).

No fundo do painel escravista,

A

nado.

sociedade

do

Primeiro

e

aparentemente

mento. passa

quase despercebida

ao mundo financeiro, ao gigantes

co parasita

que havia

sugado a

melhor seiva de nossa política...” iUm Est.. III, págs. 385 e 387).

no prestigio eram os novos polí

A

ticos saídos da revolução ou os Tudo comerciantes enriquecidos, mais recuava para o segmido pla no: a política e o dinheiro eram

ponte

su'.^ipensa

tinha,

sem

prejuízo da metáfora decorativa, suas colunas e os lanços, eram mais curtos do que supunha a

imaginação do historiador artista. Nos lanços se fixavam as aspira ções utópicas, 0 liberalismo popu

as duas nobrezas reconhecidas, as duas rodas do carro social. Quan

do a primeira se desconcertava, vinham as revoluções, no fundo tão oficiais como o próprio Gover no, simples fenômeno, como ele, da empregomania. que se ia ge neralizando: quando era a segun da, vinham as crises comerciais,

lar e 0 federalismo;

debaixo das

colunas passaram os enxurros da vida

econômica,

que,

por

man

que se resolviam pela intervenção

charem as águas, não deviam ser mostrados. A visão nostálgica tem sua ideologia, que repele a realidade, transforma-a. purifica-

constante

a para se converter em bandeira

do Tesouro”.

(U77i Est.,

A.pág. 53).

pública. O celebrado dito do Visconde de “não há nada Albuquerque mais parecido com um Saquare-

ESTADO PATRIMONIAL

tela, que a serve nas capitais. Mas 0 Estado tem um aparelho espeI

49

Econômico

Poder, atua, comanda e dirige co mo lun conservador, adjetivando,

aquela do final do Segundo Rei

naçao

Dicfsto

Governo... Eles. políticos, eram os vermes do chão; a especulação, a planta vivaz e florescente que

Estado e da economia essencial mente exportadora e não essen numa

T 1

O caráter patrimonial, e não li beral, do Estado, com suas bases comerciais e de sustentação reci

proca com os Governos, nota

ainda

no

fim

do

será

'

ma do que um Luzia do Poder” — contém maior dose de malicia e de veneno do que se supôs. Não está o velho fidalgo a dizer que

a

Império.

i

o liberal transita para o campo conservador, sem rubores e sem

j

“Desde o princípio, o calor, a luz,

havia a persistente e incômoda vi

a vida para as maiores empresas,

dramas

tinha vindo do Tesouro.

da econômica e social do Impé rio. que, por um momento, tentou

versa,

tempo, as grandes figuras finan ceiras, industriais, do país tinham

ignorar, confundindo-a com a simples secreção do escravismo.

de

consciência,

e

vice-

no máximo, sua filiação partidá Não se

trata do descompro-

de uma elite solidária, que, para

to que mande e continue mandan do. Esta face é expressão de outra realidade, que gradua a cons ciência do dirigente, não raro com

algum drama interior e dilemas pungentes. O liberal, convertido em Governo, cede às estruturas e

à ideologia que lhe permitem diri gir 0 leme — leme unicamente feito

para

aquele navio,

com ele pode navegar.

que

so

Ele crê

num dogma. mas. para frequen

tar a igreja, deve praticar o culto contrário,

sob

munhão

eterna.

a pena

da

Certo,

exco

entre

o

conservador e o liberal o dissídio,

no século XIX, depende do adje tivo e não do substantivo. O LIBERALISMO No liberalismo há de tudo: con

servadores. liberais puros, radi cais. republicanos e aristocratas. {Campanhas, pág. 91 e 92). Antes de tudo. a reverência ao trono é essencial, como essencial será o não compromisso com o povo. com a democracia, embora procure ser representativo, sempre que a re

presentação secrete uma camada pedagógica de dirigentes, Ainda

influência

O que se contém na fraperiais. se célebre é coisa diversa: o libe-

neste século. Croce advertia que o liberalismo tem, como inimigo, não só o absolutismo, senão tam bém 0 ideal democrático. Separa 0 liberal do democrata o proble

e proteção que lhes dispensava o

ral, por obra do Poder e quando no

ma da igualdade, crente o último

crescido

à

sombra

da

Em todo

em

alusão

incaracterístico

j

i

dos

ao

presumido

Partidos

im-


50

Dicesto Econômico

Dicesto Econômico

rancia

na religião da quantidade, fiel o primeiro à religião da qualidade das classes dirigentes, abertos e móveis, mas dirigentes e não diri gidas

ou

escravas

à

tirania

do

maior número. O demos, na pa lavra de Hamilton, um dos fun dadores do pacto norte-america no

e

aristocratizante,

seria

a

great teast. No plano teórico do século XIX, os muitos tipos de liberalismo, sobretudo os que se inspiram em Montesquieu, Constant e Tocqueville guardam-se das inclinações democráticas, nas quais vêem, em última instancia, o

absolutismo

das maiorias. Ver

dade, entretanto, que não fizeram derivar o liberalismo político do econômico, vendo nele, em alguns lances, seu antipoda, ao contrá rio das idéias correntes mais tar

de. Advertiram, desde cedo, que a liberdade do poderoso e do de

samparado tem conteúdo diverso, insinuando que da confusão, viria a tentação de entregar o domínio econômico a um grupo diretor tecnocrático, que alcançaria, nos seus controles, o próprio núcleo dos

direitos

civis. No terreno co

mum, amavam a um só deus, o deus progresso do século passado, deus ex-machina — que curaria todos os males sociais e políticos. AS MASCARAS

liberalismo:

da oligarquia — por sua quali dade despótica, “porque os nossos costumes o Governo há de ser pes

transitórias e provisórias, que, se

permite, podendo proibir; aceita, podendo recusar; admite, poden do reprimir. A essência do libe

não acomodado, erguera reivindi cações, não suas, mas inimigas

soal ainda por muito tempo pes soal, toda a questão consistindo em saber se a pessoa central será

ralismo

ameaça e

cio do nosso povo som representa ção, sem voz, sem aspirações mes mo”. {Disc., pág, 327). Este po der doma os chefes e o povo, “co mo se domam serpentes veneno

sas” (Id. 283), serpentes que são, nada mais, que os caricatos titu lares da soberania nacional. Lon

ge do modelo anglo-saxão, respi rando 0 bolor bragantino. o libe ral se propõe educar, corrigir, tu telar 0 “inorganismo” (o povo), mas atento às suas travessuras e rebeldias. Antes de tudo. a arte pedagógica terá o cuidado de en

sinar a nadar fora da água pre zando uma qualidade que se su põe o próprio liberalismo — a to lerância.

A tolerância é um dos instru mentos da atividade liberal, mas com

ela

e

cores.

não

se

confunde,

contrário, destacado da

controle e na limitação do poder por obra da lei e da constituição,

premissa

— da

liberdade

nomia e da liberdade mesmo

de

auto

de partici-

a tolèrância à Imprensa aos

seus

excessos,

às

opiniões diversas, ainda que repu blicanas, à palavra eleitoral, em bora se anule pela compressão e pela fraude. Nesse tecido, a tole-

nominais,

mas

efetivamente

fatal. Não há liberalismo, mas o arbítrio autoritário, que talvez não

empregue suas melhores armas por desconfiar da eficácia da pon taria. O imperador é o mais to lerante dos tolerantes, e, por con sequência, 0 menos liberal, como sentiu bem Sales Torres Homem,

ao proclamar que a violência aber

o fato,

Entre a intervem a to

lerância, 0 “pacto tácito entre os adversários”, o “salão onde as boas maneiras são indispensáveis”, regido pela flexivel e cética en carnação do Poder Moderador, D, Pedro II {Em Est. I, pág. 351). Na ópera encenada, não destoa do espetáculo o Senador José To más. A estátua corporifica todas

as irradiações da vida política macia, embora entre a estátua e o bronze haja marcantes dis sonâncias, que 0 espaço não per mite, por ora, assinalar. Ele, o biografado, na sua migração con servadora para a cidade liberal, será 0 retrato

das boas maneiras

ta não é o maior perigo dos povos livres. “A sofisticação gradual das

conciliatórias, conciliatórias no Poder. Por três vezes, desempe

instituições

nhará esse papel, uma vez efeti

respeitadas nas

for

mas exteriores e corroídas na me dula... eis os verdadeiros perigos

que devem temer”, consubstancia dos, na má paródia do regime constitucional.” {Um Est., IV, pág. 164).

O POLÍTICO LIBERAL

Ao

maior, ela será o contrário do liberalismo. Em lugar das liber dades publicas e dos direitos indi

e

feitios

da ordem e do sistema.

no

não

po de Estado, perdia-se em másde muitos

rumo;

operantes. Na tolerância não há uma qualidade superior, mas um ardil, que revela a fraqueza do sistema, o qual, de adiamento em adiamento, prolonga a sua hora

paçao

caras

noutro

0 monarca que nomeia o ministro

além da distorção sofrida pelo ti

Joaquim Nabuco, ele próprio que se proclama um liberal, não de nuncia 0 poder pessoal — o vértice

estará

o

ou o ministro que faz a Gamara”. Ele acusa, ao contrário, o Gover no pessoal de não ser um Gover no pessoal nacional — em benefí

viduais

Na prática brasileira, o liberal,

desmente

51

Um contraste, todavia.

Na hora

do ostracismo político, na oposi

ção, o liberal importa a teoria ilibada, exuma as lições do 7 de abril e ameaça a todos: o trono e a oligarquia. Dedo em riste, veias

entumescidas,

pena

incen

rador e da oligarquia, “depois do choque da última guerra civil do Império, de abrir a política aos elementos liberais proscritos, sem

tirar a direção dela ao espírito conservador.” (MF, pág. 156). Esta será — no título do seu dis curso — a ponte de ouro. Mas

tarde, passará para o bando libe ral, com a Liga, não sem a des confiança dos históricos, sob o comando do maior político da

presentá-lo — com o povo, com

época, Zacarias, ao qual Joaquim Nabuco quer, a todo o custo, des-

as

dourar o cetro.

diária

ruas

ele ameaça — sem re-

vamente e duas vezes malogradamente. Na Conciliação (1853-57) traduziu o pensamento do Impe

em

tumulto,

as

praças

revoltas. Nessa conduta, ele não é 0 liberal, mas o político de idéias

“A probabilidade é a que a Liga teve sempre, como teve a Conciliação, a simpatia, o


50

Dicesto Econômico

Dicesto Econômico

rancia

na religião da quantidade, fiel o primeiro à religião da qualidade das classes dirigentes, abertos e móveis, mas dirigentes e não diri gidas

ou

escravas

à

tirania

do

maior número. O demos, na pa lavra de Hamilton, um dos fun dadores do pacto norte-america no

e

aristocratizante,

seria

a

great teast. No plano teórico do século XIX, os muitos tipos de liberalismo, sobretudo os que se inspiram em Montesquieu, Constant e Tocqueville guardam-se das inclinações democráticas, nas quais vêem, em última instancia, o

absolutismo

das maiorias. Ver

dade, entretanto, que não fizeram derivar o liberalismo político do econômico, vendo nele, em alguns lances, seu antipoda, ao contrá rio das idéias correntes mais tar

de. Advertiram, desde cedo, que a liberdade do poderoso e do de

samparado tem conteúdo diverso, insinuando que da confusão, viria a tentação de entregar o domínio econômico a um grupo diretor tecnocrático, que alcançaria, nos seus controles, o próprio núcleo dos

direitos

civis. No terreno co

mum, amavam a um só deus, o deus progresso do século passado, deus ex-machina — que curaria todos os males sociais e políticos. AS MASCARAS

liberalismo:

da oligarquia — por sua quali dade despótica, “porque os nossos costumes o Governo há de ser pes

transitórias e provisórias, que, se

permite, podendo proibir; aceita, podendo recusar; admite, poden do reprimir. A essência do libe

não acomodado, erguera reivindi cações, não suas, mas inimigas

soal ainda por muito tempo pes soal, toda a questão consistindo em saber se a pessoa central será

ralismo

ameaça e

cio do nosso povo som representa ção, sem voz, sem aspirações mes mo”. {Disc., pág, 327). Este po der doma os chefes e o povo, “co mo se domam serpentes veneno

sas” (Id. 283), serpentes que são, nada mais, que os caricatos titu lares da soberania nacional. Lon

ge do modelo anglo-saxão, respi rando 0 bolor bragantino. o libe ral se propõe educar, corrigir, tu telar 0 “inorganismo” (o povo), mas atento às suas travessuras e rebeldias. Antes de tudo. a arte pedagógica terá o cuidado de en

sinar a nadar fora da água pre zando uma qualidade que se su põe o próprio liberalismo — a to lerância.

A tolerância é um dos instru mentos da atividade liberal, mas com

ela

e

cores.

não

se

confunde,

contrário, destacado da

controle e na limitação do poder por obra da lei e da constituição,

premissa

— da

liberdade

nomia e da liberdade mesmo

de

auto

de partici-

a tolèrância à Imprensa aos

seus

excessos,

às

opiniões diversas, ainda que repu blicanas, à palavra eleitoral, em bora se anule pela compressão e pela fraude. Nesse tecido, a tole-

nominais,

mas

efetivamente

fatal. Não há liberalismo, mas o arbítrio autoritário, que talvez não

empregue suas melhores armas por desconfiar da eficácia da pon taria. O imperador é o mais to lerante dos tolerantes, e, por con sequência, 0 menos liberal, como sentiu bem Sales Torres Homem,

ao proclamar que a violência aber

o fato,

Entre a intervem a to

lerância, 0 “pacto tácito entre os adversários”, o “salão onde as boas maneiras são indispensáveis”, regido pela flexivel e cética en carnação do Poder Moderador, D, Pedro II {Em Est. I, pág. 351). Na ópera encenada, não destoa do espetáculo o Senador José To más. A estátua corporifica todas

as irradiações da vida política macia, embora entre a estátua e o bronze haja marcantes dis sonâncias, que 0 espaço não per mite, por ora, assinalar. Ele, o biografado, na sua migração con servadora para a cidade liberal, será 0 retrato

das boas maneiras

ta não é o maior perigo dos povos livres. “A sofisticação gradual das

conciliatórias, conciliatórias no Poder. Por três vezes, desempe

instituições

nhará esse papel, uma vez efeti

respeitadas nas

for

mas exteriores e corroídas na me dula... eis os verdadeiros perigos

que devem temer”, consubstancia dos, na má paródia do regime constitucional.” {Um Est., IV, pág. 164).

O POLÍTICO LIBERAL

Ao

maior, ela será o contrário do liberalismo. Em lugar das liber dades publicas e dos direitos indi

e

feitios

da ordem e do sistema.

no

não

po de Estado, perdia-se em másde muitos

rumo;

operantes. Na tolerância não há uma qualidade superior, mas um ardil, que revela a fraqueza do sistema, o qual, de adiamento em adiamento, prolonga a sua hora

paçao

caras

noutro

0 monarca que nomeia o ministro

além da distorção sofrida pelo ti

Joaquim Nabuco, ele próprio que se proclama um liberal, não de nuncia 0 poder pessoal — o vértice

estará

o

ou o ministro que faz a Gamara”. Ele acusa, ao contrário, o Gover no pessoal de não ser um Gover no pessoal nacional — em benefí

viduais

Na prática brasileira, o liberal,

desmente

51

Um contraste, todavia.

Na hora

do ostracismo político, na oposi

ção, o liberal importa a teoria ilibada, exuma as lições do 7 de abril e ameaça a todos: o trono e a oligarquia. Dedo em riste, veias

entumescidas,

pena

incen

rador e da oligarquia, “depois do choque da última guerra civil do Império, de abrir a política aos elementos liberais proscritos, sem

tirar a direção dela ao espírito conservador.” (MF, pág. 156). Esta será — no título do seu dis curso — a ponte de ouro. Mas

tarde, passará para o bando libe ral, com a Liga, não sem a des confiança dos históricos, sob o comando do maior político da

presentá-lo — com o povo, com

época, Zacarias, ao qual Joaquim Nabuco quer, a todo o custo, des-

as

dourar o cetro.

diária

ruas

ele ameaça — sem re-

vamente e duas vezes malogradamente. Na Conciliação (1853-57) traduziu o pensamento do Impe

em

tumulto,

as

praças

revoltas. Nessa conduta, ele não é 0 liberal, mas o político de idéias

“A probabilidade é a que a Liga teve sempre, como teve a Conciliação, a simpatia, o


Digksto Econômico

Dicicsto Econômico

Não perceberá que

não se resume, plasticamente, a um dos mais elegantes painéis es

52

apoio e a cooperação constitucio nal do Imperador, que via nela o desenvolvimento

da

idéia

conci

liadora de 1853.” (U??i Est., II, pág. 78, n.o 1). A terceira tentativa conciliatória será o Gabinete Rio

Branco, do qual sai a Lei do Ven tre Livre (28-IX-1871). Agora, entretanto, será um liberal que colabora com os conservadores, contra o aviso de seus correligio nários, que, eventualmente acor des ao programa, não queriam ce der as glórias ao Partido adverso. José Tomás, fiel às suas origens,

III, pág. 384).

a anarquia, o otimismo demolidor, pouco terá a ver com o povo. com o qual, lembrado o retrato de Michelet de

Danton.

confunde

Silveira Martins, no fundo o pri meiro federalista, e não agitador popular, que perturba os serenos debates parlamentares do Segun do

Reinado.

No painel de atores educados, de liberais e conservadores, paira um tipo de liberalismo, o de José Tomás, que será o do biógrafo:

cálculos

“o liberalismo utilitário e o conservantismo histórico”, fórmula

políticos de Zacarias. Seus com panheiros esperavam subir ao Po der sobre o malogro de Rio Bran co, deplorando o ministerialismo

sem arbítrio copiada de Burke. (Um Est., IV. pág. 154). Magro espólio de uma vida de transações

do colega. Os liberais perdem a bandeira emancipacionista, en

mento que o biógrafo atribuirá a

quanto José Tomás via outro di lema — não o velho conservador X liberais — mas conservadores x

de ser republicano na mocidade, foi muito provavelmente o ter si do sensível à impressão aristocrá

não se solidariza com

os

republicanos. (Um Est.. págs. 228 e segs.). Para salvar a mo narquia, ele sacrifica o Partido Liberal.

CHEFE ESPIRITUAL

Depois de 1868, José Tomás terá o papel de chefe espiritual do Par tido, chefia que o episódio de 1871 trinca de modo irremediável Já em 1873, ele se sente estranho entre os novou camaradas, nos quais percebe ‘‘o triunfo da agi tação democrática, que devia, em

e

comando,

si próprio:

filho

de

um

senti

‘‘O que me impediu

tica da vida.” (MF, pág. 96). Aristocratismo que é mais que fu mo de Pacholice, na denúncia do maior dos contemporâneos, mas uma armadura que guarda o sis tema, ideologicamente, como, mais tarde, o elitismo será o es cudo das oligarquias estaduais. Uma sombra, confundindo a nos talgia e o anacronismo, turbará, não só a visão da história, mas o processo e o curso dela. OBRA

Um

NOSTÁLGICA

Estadista

ão

Império,

de

1889, levar de vencida o Trono” ...

inspiração

“o perigo da onda revolucionária, do radicalismo intransigente, cio so e inimigo da autoridade, por ● essência republicano.” (Um Est.,

arte que ilumina, embelezando e estilizando uma época, não será apenas o inocente libelo ervado contra a República. Seu papel

nostálgica

é obra de

53.

téticos da história. A Grande Eia Brasileira, segundo a solene palavra do autor, orquestrar-se-ia com outras biografias de persona gens que nela atuaram, sobretu do daquele que ocupou o centro do teatro.

(Um Est., I, VIII).

Ao

lado da duvidosa concepção esté tica do período histórico, anima do por quadros e retratos justa postos,' há uma herança, fruto da obra e de seus pressupostos, capaz de irradiar efeitos perturbadores ao historiador c ao ator político do futuro. Atualiza-se o legado em dois lances opostos: a oligar quia esclarecida, sobranceira aos extremos, de boas maneiras, emol durada no Poder Moderador, com

um chefe neutro e superior às fac

ções internas, contra, na outra ponta, a tirania potencial, popu lar na origem, anárquica no fun do.

Um

terceiro

termo,

sumo

transformador da

memória,

a superação permanente, gerando 0 anacronismo e as explosõesmodernizadoras.

velha

moeda.

duas

faces

Conserva,

da

dentro

da corrente, debaixo das águas, invisíveis aos navegantes, minas submersas, que. por impedirem a corrida ao mar largo, perturbam 0

ritmo

social

sincrònico

e

do

movimento^

econômico.

O NOVO E O VELHO

A interação entre o novo e o velho, que conserva e nega. na ascensão a patamares superiores torna-se descordenada, quer fossi lizando o passado, quer transfor mando a mudança em veleidade e utopia. As instituições, já des providas de funções ativas e di nâmicas, atuam sobre a realida de, em reflexos vegetativos. desvirilizando-a, emasculando-a. Tor

nam-se opressivas sobrevivências,

territo

ornamentais mas pesadas na sua

rial e federal, seria inexequivel e resvalaria para o segundo termo, se não sustentado por um centro nacional e dirigente, educador e de autoridade, sobrepondo ao país real — o inorgânico o pais ofi-

pompa, ditando normas desajus tadas ao presente. A sociedade: civil, dotada de conteúdo próprio, se desvincula do Estado, que dei xa de atuar mas conserva a estru tura herdada. Ou o contráfio: O'

ciai do patronato, aristocratizan-

Estado

te ou

ciedade civil passiva, obrigando-a.

elitário.

A teia ideológica, construída so bre uma

realidade retocada, está

longe de se reduzir a uma ino cente incompreensão histórica, ge radora que é de outras incompreensões que projetam sobre a história do país um dos freios ao processo de mudança social. So lidifica. petrifica manchas idea lizadas. estilizadas, esteticamen te estilizadas, dificultando o con¬

modernizador

fere

a so-

a passos mais largos do que suas Um exemplo,, forças permitem,

que 0 próprio Joaquim Nabuco re vela, diz respeito às classes sociais: “Todas elas apresentam sintomas de desenvolvimento ou retardado ou impedido, ou, o que-

é ainda pior, de crescimento pre maturo artificiai.

(O Abolicionis

mo. pág. 153). Os desvios daí pro venientes

enchem as páginas

de-


Digksto Econômico

Dicicsto Econômico

Não perceberá que

não se resume, plasticamente, a um dos mais elegantes painéis es

52

apoio e a cooperação constitucio nal do Imperador, que via nela o desenvolvimento

da

idéia

conci

liadora de 1853.” (U??i Est., II, pág. 78, n.o 1). A terceira tentativa conciliatória será o Gabinete Rio

Branco, do qual sai a Lei do Ven tre Livre (28-IX-1871). Agora, entretanto, será um liberal que colabora com os conservadores, contra o aviso de seus correligio nários, que, eventualmente acor des ao programa, não queriam ce der as glórias ao Partido adverso. José Tomás, fiel às suas origens,

III, pág. 384).

a anarquia, o otimismo demolidor, pouco terá a ver com o povo. com o qual, lembrado o retrato de Michelet de

Danton.

confunde

Silveira Martins, no fundo o pri meiro federalista, e não agitador popular, que perturba os serenos debates parlamentares do Segun do

Reinado.

No painel de atores educados, de liberais e conservadores, paira um tipo de liberalismo, o de José Tomás, que será o do biógrafo:

cálculos

“o liberalismo utilitário e o conservantismo histórico”, fórmula

políticos de Zacarias. Seus com panheiros esperavam subir ao Po der sobre o malogro de Rio Bran co, deplorando o ministerialismo

sem arbítrio copiada de Burke. (Um Est., IV. pág. 154). Magro espólio de uma vida de transações

do colega. Os liberais perdem a bandeira emancipacionista, en

mento que o biógrafo atribuirá a

quanto José Tomás via outro di lema — não o velho conservador X liberais — mas conservadores x

de ser republicano na mocidade, foi muito provavelmente o ter si do sensível à impressão aristocrá

não se solidariza com

os

republicanos. (Um Est.. págs. 228 e segs.). Para salvar a mo narquia, ele sacrifica o Partido Liberal.

CHEFE ESPIRITUAL

Depois de 1868, José Tomás terá o papel de chefe espiritual do Par tido, chefia que o episódio de 1871 trinca de modo irremediável Já em 1873, ele se sente estranho entre os novou camaradas, nos quais percebe ‘‘o triunfo da agi tação democrática, que devia, em

e

comando,

si próprio:

filho

de

um

senti

‘‘O que me impediu

tica da vida.” (MF, pág. 96). Aristocratismo que é mais que fu mo de Pacholice, na denúncia do maior dos contemporâneos, mas uma armadura que guarda o sis tema, ideologicamente, como, mais tarde, o elitismo será o es cudo das oligarquias estaduais. Uma sombra, confundindo a nos talgia e o anacronismo, turbará, não só a visão da história, mas o processo e o curso dela. OBRA

Um

NOSTÁLGICA

Estadista

ão

Império,

de

1889, levar de vencida o Trono” ...

inspiração

“o perigo da onda revolucionária, do radicalismo intransigente, cio so e inimigo da autoridade, por ● essência republicano.” (Um Est.,

arte que ilumina, embelezando e estilizando uma época, não será apenas o inocente libelo ervado contra a República. Seu papel

nostálgica

é obra de

53.

téticos da história. A Grande Eia Brasileira, segundo a solene palavra do autor, orquestrar-se-ia com outras biografias de persona gens que nela atuaram, sobretu do daquele que ocupou o centro do teatro.

(Um Est., I, VIII).

Ao

lado da duvidosa concepção esté tica do período histórico, anima do por quadros e retratos justa postos,' há uma herança, fruto da obra e de seus pressupostos, capaz de irradiar efeitos perturbadores ao historiador c ao ator político do futuro. Atualiza-se o legado em dois lances opostos: a oligar quia esclarecida, sobranceira aos extremos, de boas maneiras, emol durada no Poder Moderador, com

um chefe neutro e superior às fac

ções internas, contra, na outra ponta, a tirania potencial, popu lar na origem, anárquica no fun do.

Um

terceiro

termo,

sumo

transformador da

memória,

a superação permanente, gerando 0 anacronismo e as explosõesmodernizadoras.

velha

moeda.

duas

faces

Conserva,

da

dentro

da corrente, debaixo das águas, invisíveis aos navegantes, minas submersas, que. por impedirem a corrida ao mar largo, perturbam 0

ritmo

social

sincrònico

e

do

movimento^

econômico.

O NOVO E O VELHO

A interação entre o novo e o velho, que conserva e nega. na ascensão a patamares superiores torna-se descordenada, quer fossi lizando o passado, quer transfor mando a mudança em veleidade e utopia. As instituições, já des providas de funções ativas e di nâmicas, atuam sobre a realida de, em reflexos vegetativos. desvirilizando-a, emasculando-a. Tor

nam-se opressivas sobrevivências,

territo

ornamentais mas pesadas na sua

rial e federal, seria inexequivel e resvalaria para o segundo termo, se não sustentado por um centro nacional e dirigente, educador e de autoridade, sobrepondo ao país real — o inorgânico o pais ofi-

pompa, ditando normas desajus tadas ao presente. A sociedade: civil, dotada de conteúdo próprio, se desvincula do Estado, que dei xa de atuar mas conserva a estru tura herdada. Ou o contráfio: O'

ciai do patronato, aristocratizan-

Estado

te ou

ciedade civil passiva, obrigando-a.

elitário.

A teia ideológica, construída so bre uma

realidade retocada, está

longe de se reduzir a uma ino cente incompreensão histórica, ge radora que é de outras incompreensões que projetam sobre a história do país um dos freios ao processo de mudança social. So lidifica. petrifica manchas idea lizadas. estilizadas, esteticamen te estilizadas, dificultando o con¬

modernizador

fere

a so-

a passos mais largos do que suas Um exemplo,, forças permitem,

que 0 próprio Joaquim Nabuco re vela, diz respeito às classes sociais: “Todas elas apresentam sintomas de desenvolvimento ou retardado ou impedido, ou, o que-

é ainda pior, de crescimento pre maturo artificiai.

(O Abolicionis

mo. pág. 153). Os desvios daí pro venientes

enchem as páginas

de-


DlCESTO Econômico

54

estudos

clássicos,

uma dialética multi-espacial e multi-temporal. No quadro glo bal, povoado de dissonâncias tem porais e espaciais, subsistem nódulos irracionais, ilhas não redutíveis ao movimento ascencional

Tocqueville,

Taine, Hegel, Marx .(le mort saisi le vif), Webe, Bloch A história, nas suas virtualidades, firma-se sob 0 influxo de tais caracteristicas, como uma vez se disse, numa casa composta de inúmeras es-

de

novas classes ou

ao

desenvol

eadas e raros aposentos A velha estrutura política, in capaz de articular-se com as for ças florescentes e em ascensão, perde a legitimidade condutora, para se arvorar, por conta pópria, na tutoia do Governo, desconhe cendo a maioridade dos pupilos,

vimento do país, focos de resistên

confundindo trio

comando

arbítrio

com

arbí

modernizadora

provocado

pelo

social. Sem embargo da pureza de vistas do biógrafo, aí fica a

descompasso entre a base e a fic ção do controle. A submissão à

autoridade traduz, fora da legiti midade, a anarquia metodizada, reprimida. A aristocracia conver

te-se no papel dos pergaminhos duvidosos ou do elitismo imposto. Daí duas situações possíveis: a explosão ou 0 Terror, ou as duas coisas,

cia que se recusam a acertar o passo, ao lado de árvores aduba das artificialmente. A poliritmia se alimenta das instituições ana crônicas, de suas ideologias aris tocráticas e elitistas, obscurecendo o degrau seguinte na escada

simultânea

ou

sucessiva

mente.

ou

da

mudança

erva má presa ao solo, a parasi ta que entibiará o tronco secular. Surpreendente' o contraste entre

o Joaquim Nabuco nostálgico e o Joaquim

Nabuco

abolicionista?

Como abolicionista, ele foi tacha do de anarquista, comunista, pe troleiro — quem se lembrará hoje desta palavra para injuriar os adversários? — mas, no fundo, o

As etapas históricas não cance

renovador era um aristocrata, também ele um liberal utilitário. Entre a arte e a história há um

ladas, não absorvidas, não supe

abismo, que não será atravessado

QUADRO GLOBAL

radas sugerem, na imagem de um museu de antiguidades e de obje tos ainda não postos no mercado,

com

as asas

chumbadas

ao

pas

sado, lastimando as excelsas gló rias perdidas.

●o

r

Estados Unidos JOÃO DE SCANTIMBURGO I

A

medida

que

a

história

se

torna mais complexa, graças às invenções e descobertas, ao

desenvolvimento

da

téc

nica, às conquistas da ciên cia, vem acelerando a incorpora ção de camadas humanas cada

vez maiores

aos benefícios

e 0 aumento de habitantes sobre a face da terra. O desenvolvimen

to. que se assinala apenas numas poucas nações, ferreteia, com seu fascínio, todos os povos do mun do. Inspiram-se uns no modelo americano,

outros

no

modelo

so

viético. e até mesmo no modelo chinês, há povos que nele se ins piram, vendo nesses exemplares de consecução da riqueza e da luta contra a miséria, a forma de ven cerem a escassez, a necessidade

das grandes maiorias nacionais. São

Rejlexões em

os Estados Unidos o arse

torno do planeja

mento e ãa liberdade de iniciativa.

Conferência

proferida

de Estudos Sociais e

no Centro Políticos da.

Associação Comercial de São Paulo.

da ci

vilização e da cultura, em todos os seus aspectos. Mas uma corri da se estabeleceu entre a capaci dade do homem para a produção,

só de pão vive o homem, todos o> sabemos, mas na

esfera material

o que tem o sentido analógico de pão. os bens de consumo seduzem multidões, povos inteiros, e os lan çam na senda do desenvolvimen to. não raro desesperadamente, pois 0 que visam é ascenderem, de degrau em degrau, ao uso e gozo dos produtos do engenho humano.

Até mesmo a índia, com sua pas sividade religiosa, sua paciência haurida no hinduismo. já se põe em movimento, para vencer sua fome secular ou milenar, as dife

renças de classe — ou de castas,

— e entrar no âmbito das nações

nal da tecnologia contemporânea.

menos

desenvolvidas.

Sua civili

zação.

sua

seus senti

Os inventos e as descobertas, pró

mentos religiosos, sua população,

prias ou alheias, vêm sendo, ge

a sabedoria que se contem nos en sinamentos de seus códigos mo rais, formam um mundo à parte, mas nem por isso quer o grande subcontinente ficar para trás na.

ralmente,

BRASIL:- PISOS IRREGULARES — A Guainco — Pisos Esmaltados, do Grupo Chiarelli de Mogi-Guaçú, São Paulo, passará a produzir, em es cala industrial, os pisos irregulares que são tradicionalmente fabricados na Itália. Estes pisos, denominados “Ancora” e “Moresco”, serão apresentados no formato de 15x15 cm, em quatro cores lisas, a Cerâmica Chiarelli, do mesmo grupo, estará lançando o “Pisodur”, piso cerymico de grande resis tência, indicado para áreas comerciais e industriais.

e Economia - O Plano nos

desenvolvidos

em

suas

fábricas, suas usinas, suas implan tações econômicas. Em toda a es cala da tecnologia, os Estados Unidos concentram, hoje, a maior quantidade de patentes, de cuja aplicação ganham vantagens as

populações de todo o mundo. Nem -Aj.*-

filosofia,

corrida do desenvolvimento. Embora o moderno se acotovele

com 0 antigo, e, ao lado de fábri cas altamente sofisticadas funcio-


DlCESTO Econômico

54

estudos

clássicos,

uma dialética multi-espacial e multi-temporal. No quadro glo bal, povoado de dissonâncias tem porais e espaciais, subsistem nódulos irracionais, ilhas não redutíveis ao movimento ascencional

Tocqueville,

Taine, Hegel, Marx .(le mort saisi le vif), Webe, Bloch A história, nas suas virtualidades, firma-se sob 0 influxo de tais caracteristicas, como uma vez se disse, numa casa composta de inúmeras es-

de

novas classes ou

ao

desenvol

eadas e raros aposentos A velha estrutura política, in capaz de articular-se com as for ças florescentes e em ascensão, perde a legitimidade condutora, para se arvorar, por conta pópria, na tutoia do Governo, desconhe cendo a maioridade dos pupilos,

vimento do país, focos de resistên

confundindo trio

comando

arbítrio

com

arbí

modernizadora

provocado

pelo

social. Sem embargo da pureza de vistas do biógrafo, aí fica a

descompasso entre a base e a fic ção do controle. A submissão à

autoridade traduz, fora da legiti midade, a anarquia metodizada, reprimida. A aristocracia conver

te-se no papel dos pergaminhos duvidosos ou do elitismo imposto. Daí duas situações possíveis: a explosão ou 0 Terror, ou as duas coisas,

cia que se recusam a acertar o passo, ao lado de árvores aduba das artificialmente. A poliritmia se alimenta das instituições ana crônicas, de suas ideologias aris tocráticas e elitistas, obscurecendo o degrau seguinte na escada

simultânea

ou

sucessiva

mente.

ou

da

mudança

erva má presa ao solo, a parasi ta que entibiará o tronco secular. Surpreendente' o contraste entre

o Joaquim Nabuco nostálgico e o Joaquim

Nabuco

abolicionista?

Como abolicionista, ele foi tacha do de anarquista, comunista, pe troleiro — quem se lembrará hoje desta palavra para injuriar os adversários? — mas, no fundo, o

As etapas históricas não cance

renovador era um aristocrata, também ele um liberal utilitário. Entre a arte e a história há um

ladas, não absorvidas, não supe

abismo, que não será atravessado

QUADRO GLOBAL

radas sugerem, na imagem de um museu de antiguidades e de obje tos ainda não postos no mercado,

com

as asas

chumbadas

ao

pas

sado, lastimando as excelsas gló rias perdidas.

●o

r

Estados Unidos JOÃO DE SCANTIMBURGO I

A

medida

que

a

história

se

torna mais complexa, graças às invenções e descobertas, ao

desenvolvimento

da

téc

nica, às conquistas da ciên cia, vem acelerando a incorpora ção de camadas humanas cada

vez maiores

aos benefícios

e 0 aumento de habitantes sobre a face da terra. O desenvolvimen

to. que se assinala apenas numas poucas nações, ferreteia, com seu fascínio, todos os povos do mun do. Inspiram-se uns no modelo americano,

outros

no

modelo

so

viético. e até mesmo no modelo chinês, há povos que nele se ins piram, vendo nesses exemplares de consecução da riqueza e da luta contra a miséria, a forma de ven cerem a escassez, a necessidade

das grandes maiorias nacionais. São

Rejlexões em

os Estados Unidos o arse

torno do planeja

mento e ãa liberdade de iniciativa.

Conferência

proferida

de Estudos Sociais e

no Centro Políticos da.

Associação Comercial de São Paulo.

da ci

vilização e da cultura, em todos os seus aspectos. Mas uma corri da se estabeleceu entre a capaci dade do homem para a produção,

só de pão vive o homem, todos o> sabemos, mas na

esfera material

o que tem o sentido analógico de pão. os bens de consumo seduzem multidões, povos inteiros, e os lan çam na senda do desenvolvimen to. não raro desesperadamente, pois 0 que visam é ascenderem, de degrau em degrau, ao uso e gozo dos produtos do engenho humano.

Até mesmo a índia, com sua pas sividade religiosa, sua paciência haurida no hinduismo. já se põe em movimento, para vencer sua fome secular ou milenar, as dife

renças de classe — ou de castas,

— e entrar no âmbito das nações

nal da tecnologia contemporânea.

menos

desenvolvidas.

Sua civili

zação.

sua

seus senti

Os inventos e as descobertas, pró

mentos religiosos, sua população,

prias ou alheias, vêm sendo, ge

a sabedoria que se contem nos en sinamentos de seus códigos mo rais, formam um mundo à parte, mas nem por isso quer o grande subcontinente ficar para trás na.

ralmente,

BRASIL:- PISOS IRREGULARES — A Guainco — Pisos Esmaltados, do Grupo Chiarelli de Mogi-Guaçú, São Paulo, passará a produzir, em es cala industrial, os pisos irregulares que são tradicionalmente fabricados na Itália. Estes pisos, denominados “Ancora” e “Moresco”, serão apresentados no formato de 15x15 cm, em quatro cores lisas, a Cerâmica Chiarelli, do mesmo grupo, estará lançando o “Pisodur”, piso cerymico de grande resis tência, indicado para áreas comerciais e industriais.

e Economia - O Plano nos

desenvolvidos

em

suas

fábricas, suas usinas, suas implan tações econômicas. Em toda a es cala da tecnologia, os Estados Unidos concentram, hoje, a maior quantidade de patentes, de cuja aplicação ganham vantagens as

populações de todo o mundo. Nem -Aj.*-

filosofia,

corrida do desenvolvimento. Embora o moderno se acotovele

com 0 antigo, e, ao lado de fábri cas altamente sofisticadas funcio-


Digksto EconômicoT

●56

nem ateliers milenares, a índia .se move, e quer participar das pro.messas do grande banquete eco

possivelmente a primeira decisão a

nômico

modo,

universal.

Unificada

em

tomar é a de renuncia à ilusão de

que,

em

algum

tudo

lugar,

acabará

algum como

data recente, por obra. sobretudo,

acentua

dos dominadores britânicos,

lam-se os problema.s sociais, polí

luta,

;ainda, a índia, como diz K. M. Penikkar, contra a multiplicida de de suas línguas e dialetos, con tra as diferenças de castas, os ter ríveis problemas que se acumula ram durante milênios em seu ter ritório, mas nos serve de exemplo,

como espécímen da humanidade em marcha para o desenvolvimen to. com sacrifício das gerações fu■turas, segundo a própria tônica do desenvolvimento, entre os povos estagiados em fase preterita a essa. Como a índia; e, em outras circunstancias, com outros fato res de amparo, a China comunista procura uma saída para o seu in●cipiente desenvolvimento. Dife rentes povos seguem o mesmo ca minho, ou os caminhos que lhes convém.

ticos

e

Barbara

de bem.

Ward.

econômicos,

Acumu

engendrados

pelo subdesenvolvimento, e até mesmo nações desenvolvidaslutam contra as tenazes de manchas que.

dessas condições, se indigitam nas suas estruturas, como é o caso dos Estados Unidos em algumas re giões da dixieland. da França na

Camargue e outros países, sob di ferentes aspectos. Daí, Barbara Ward afirmar., ainda, com muito de razão, que temos

todos

consciência

de

viver

a época catastroficamente mais revolucionária de todos os tempos. E se a revolução começa, como diz a mesma autora, no domínio das

idéias vemos, na pleintude de sua evidência, o processo revolucioná rio em movimento, envolvendo to

das

as

Essa, 0 desenvolvimento, é uma das idéias do século, que será, por isso mesmo, rastreada até ao ano

homem.

2.00C, por suas pulsações.

instituições

criadas

A consciência

pelo

do desen

volvimento é, portanto, uma de las, porquanto nenhum povo se

Mas

conforma em não ter o que outros

como a sua trasladaçãc do abstra to para o concreto não se faz sem

possuem, em não gozar o de que

dor. sacrifício, obstinação, sobe da terra um clamor imenso, o dos sub-desenvolvidos, dos povos em desenvolvimento, a fim de que os

rem à sua disposição os bens que outros desperdiçam. Do século XIX, quando Marx

acudam

os

desenvolvidos.

Para

transpor o imenso abismo entre -as nações ricas e as nações pohres, entre as nações norte-atlanticas, que já consumaram as revoíuções modernizadoras, e os paí ses que procuram, angustiadamen●-te, consumar a mesma transição.

outros desfrutam,

o

de

não esta

elaborava a sua doutrina e os re volucionários russos a assimila vam, adotando-a como catecismo de atividade, aos nossos dias. em

que o desenvolvimento e a idéia que nele se contem ampliaram-se

57

Dir.ESTü Econômico

já não pode seguir, rigorosamente à letra, a teoria marxista, nem a

de seus interpretes.

Se o prole

monial, para garantia de seu pro Assume o comunismo. prietário,

paternalistamente, a responsabili

ção, atuando como instrumento

dade pela segurança do homem, embora não n’a dê. na proporção de suas necessidades: o capita-

partido comunista tem que se

regime da livre empresa, como se

tariado. diz Abram L. Harris. vai modificar as condições de produ histórico pela luta do classes: se 0

apoiar numa idéia social, da qual

decorra o desenvolvimento mate rial da sociedade, como queria Stalin. então as negociações que os

dirigentes soviéticos concertam no

Ocidente, sobretudo nos Estados Unidos, vêm contestar cincoenta e nove e

a

anos

de revolução comunista

luta de classes não passa de

um “ente de razao’’, de uma das especies do grosseiro

materialis-

mo do qual a União Soviética é a matriz.

Prova,

simplesmente,

a

União Soviética — e essa lição e

proveitosa. — que devemos ficar

realismo, sobre cujos alicerces

no

se levanta o pensamento ociden tal, e, através dele. de suas teses,

alcancar o nosso objetivo, desven dar todas as indagações, todas as ansiedades sobre o futuro, as re

lativas possibilidades de um “novo céu e de uma nova terra”, onde todos caibamos, sem crises vio lentas.

O uma

teção

sistema ocidental elaborou complexa estrutura de proao homem

e

sua

família.

Embora a incerteza não tenha si do de todo excluida dos países de senvolvidos — e, por isso mesmo, dos países em desenvolvimento ou as instituisubdesenvolvidos, çoes securitarias funcionam, com

lismo

ou neocapitalismo

queira,

mais

realista e

ou

aten-

dendo às instâncias do movimen

to social cristão, que, em fins do século XIX culminou na Rerian I^ovarum. e. posteriormente, em, todos os documentos pontificios

até à Populorum Progressio. criou todas as condições para a segu

rança do homem e sua família, atribuindo ao Estado essa obriga

ção, através da distribuição de

benefícios, de aposentadorias, de

pensões, de pecúlios, de assistên

cia médica e outras, que reduzem a dimensão da incerteza em cadavida e em cada família. Como o homem tem sempre ne

cessidade de um outro, assentam-

se os problemas sociais nessa in

terdependência, de que a seguran

ça social se constitui no elo resis

tente e perpetuo. Daí, o regime de retribuições, sem o qual a vida

é impossível de ser vivida. Sejam quais forem as retribuições — ma

teriais, espirituais, serviços, apoios e ajudas. — em seu plano entram a inteligência, a vontade, a polí tica social do Estado e as fases econômicas, às quais estamos vinculados.

Não é preciso citar os exemplos; o homem americano dispõe de

que

menos ou mais eficiência, e o ca

muito mais segurança do que o homem brasileiro, e este do que

houve extraordinárias mudanças, inclusive na União Soviética, que

pitalismo pôs em movimento for

o

mas variadas de formação patri-

desmesuradamente,

vemos

homem

paraguaio,

uma.

gradação na segurança, nas retri-


Digksto EconômicoT

●56

nem ateliers milenares, a índia .se move, e quer participar das pro.messas do grande banquete eco

possivelmente a primeira decisão a

nômico

modo,

universal.

Unificada

em

tomar é a de renuncia à ilusão de

que,

em

algum

tudo

lugar,

acabará

algum como

data recente, por obra. sobretudo,

acentua

dos dominadores britânicos,

lam-se os problema.s sociais, polí

luta,

;ainda, a índia, como diz K. M. Penikkar, contra a multiplicida de de suas línguas e dialetos, con tra as diferenças de castas, os ter ríveis problemas que se acumula ram durante milênios em seu ter ritório, mas nos serve de exemplo,

como espécímen da humanidade em marcha para o desenvolvimen to. com sacrifício das gerações fu■turas, segundo a própria tônica do desenvolvimento, entre os povos estagiados em fase preterita a essa. Como a índia; e, em outras circunstancias, com outros fato res de amparo, a China comunista procura uma saída para o seu in●cipiente desenvolvimento. Dife rentes povos seguem o mesmo ca minho, ou os caminhos que lhes convém.

ticos

e

Barbara

de bem.

Ward.

econômicos,

Acumu

engendrados

pelo subdesenvolvimento, e até mesmo nações desenvolvidaslutam contra as tenazes de manchas que.

dessas condições, se indigitam nas suas estruturas, como é o caso dos Estados Unidos em algumas re giões da dixieland. da França na

Camargue e outros países, sob di ferentes aspectos. Daí, Barbara Ward afirmar., ainda, com muito de razão, que temos

todos

consciência

de

viver

a época catastroficamente mais revolucionária de todos os tempos. E se a revolução começa, como diz a mesma autora, no domínio das

idéias vemos, na pleintude de sua evidência, o processo revolucioná rio em movimento, envolvendo to

das

as

Essa, 0 desenvolvimento, é uma das idéias do século, que será, por isso mesmo, rastreada até ao ano

homem.

2.00C, por suas pulsações.

instituições

criadas

A consciência

pelo

do desen

volvimento é, portanto, uma de las, porquanto nenhum povo se

Mas

conforma em não ter o que outros

como a sua trasladaçãc do abstra to para o concreto não se faz sem

possuem, em não gozar o de que

dor. sacrifício, obstinação, sobe da terra um clamor imenso, o dos sub-desenvolvidos, dos povos em desenvolvimento, a fim de que os

rem à sua disposição os bens que outros desperdiçam. Do século XIX, quando Marx

acudam

os

desenvolvidos.

Para

transpor o imenso abismo entre -as nações ricas e as nações pohres, entre as nações norte-atlanticas, que já consumaram as revoíuções modernizadoras, e os paí ses que procuram, angustiadamen●-te, consumar a mesma transição.

outros desfrutam,

o

de

não esta

elaborava a sua doutrina e os re volucionários russos a assimila vam, adotando-a como catecismo de atividade, aos nossos dias. em

que o desenvolvimento e a idéia que nele se contem ampliaram-se

57

Dir.ESTü Econômico

já não pode seguir, rigorosamente à letra, a teoria marxista, nem a

de seus interpretes.

Se o prole

monial, para garantia de seu pro Assume o comunismo. prietário,

paternalistamente, a responsabili

ção, atuando como instrumento

dade pela segurança do homem, embora não n’a dê. na proporção de suas necessidades: o capita-

partido comunista tem que se

regime da livre empresa, como se

tariado. diz Abram L. Harris. vai modificar as condições de produ histórico pela luta do classes: se 0

apoiar numa idéia social, da qual

decorra o desenvolvimento mate rial da sociedade, como queria Stalin. então as negociações que os

dirigentes soviéticos concertam no

Ocidente, sobretudo nos Estados Unidos, vêm contestar cincoenta e nove e

a

anos

de revolução comunista

luta de classes não passa de

um “ente de razao’’, de uma das especies do grosseiro

materialis-

mo do qual a União Soviética é a matriz.

Prova,

simplesmente,

a

União Soviética — e essa lição e

proveitosa. — que devemos ficar

realismo, sobre cujos alicerces

no

se levanta o pensamento ociden tal, e, através dele. de suas teses,

alcancar o nosso objetivo, desven dar todas as indagações, todas as ansiedades sobre o futuro, as re

lativas possibilidades de um “novo céu e de uma nova terra”, onde todos caibamos, sem crises vio lentas.

O uma

teção

sistema ocidental elaborou complexa estrutura de proao homem

e

sua

família.

Embora a incerteza não tenha si do de todo excluida dos países de senvolvidos — e, por isso mesmo, dos países em desenvolvimento ou as instituisubdesenvolvidos, çoes securitarias funcionam, com

lismo

ou neocapitalismo

queira,

mais

realista e

ou

aten-

dendo às instâncias do movimen

to social cristão, que, em fins do século XIX culminou na Rerian I^ovarum. e. posteriormente, em, todos os documentos pontificios

até à Populorum Progressio. criou todas as condições para a segu

rança do homem e sua família, atribuindo ao Estado essa obriga

ção, através da distribuição de

benefícios, de aposentadorias, de

pensões, de pecúlios, de assistên

cia médica e outras, que reduzem a dimensão da incerteza em cadavida e em cada família. Como o homem tem sempre ne

cessidade de um outro, assentam-

se os problemas sociais nessa in

terdependência, de que a seguran

ça social se constitui no elo resis

tente e perpetuo. Daí, o regime de retribuições, sem o qual a vida

é impossível de ser vivida. Sejam quais forem as retribuições — ma

teriais, espirituais, serviços, apoios e ajudas. — em seu plano entram a inteligência, a vontade, a polí tica social do Estado e as fases econômicas, às quais estamos vinculados.

Não é preciso citar os exemplos; o homem americano dispõe de

que

menos ou mais eficiência, e o ca

muito mais segurança do que o homem brasileiro, e este do que

houve extraordinárias mudanças, inclusive na União Soviética, que

pitalismo pôs em movimento for

o

mas variadas de formação patri-

desmesuradamente,

vemos

homem

paraguaio,

uma.

gradação na segurança, nas retri-


58

buições, que se fundam nos está gios políticos, econômicos e sociais a um tempo. Daí, o capitalismo — ou neocapitalismo, — ampliar a zona de proteção, das retribuições, das compensações entre indivíduos-pessoas, estimulando o aces

so à propriedade, suscitando o in teresse pela poupança, sobre a qual se ergue a tranquilidade e a segurança da pessoa, quanto às incertezas do futuro.

Conhece-se

um regime político, a natureza de uma situação social, quando os laços de solidariedade são mais fortes entre os membros da mes

ma comunidade humana; e se es

tabelece a excelência de um regi me econômico, quando ostenta ele, por intermédio dos orgãos do Es tado, e da política adequada a seus fins, os meios de defesa con

tra a deterioração dos preços, con tra os surtos inflacionários, contra o mau uso do mercado, contra a

perda de poder aquisitivo do di W

nheiro, numa palavra, contra a exploração do homem, visível ou invisivelmente, pelas mil formas com que a exploração se efetiva,

nas complexas sociedades em que vivemos.

^ O homem da era industrial, e

Digesto EcoNÔxncí^ Dicesto Econômico de ter os próprios cabelos, como | dizia Chesterton.

Essa é a socie

Sabemos que, na realidade, a so ciedade, perfeita ou menos imper feita nunca existiu, nem vai exis tir, segundo no-lo comprovam as

za própria. Quando, pois, o Papa Paulo VI diz, na PopxLlorum Progresio, que

crises miúdas, mas numerosas, que enxameiam

o

funcionamento

do

governo da Suécia, apresentada ao mundo como a sociedade perfei

ta, onde um povo feliz, com o mais longo período de vida, esta ria sempre contente, mergulhado numa especie de shangri-la eter na; sabemos que a sociedade

Os problemas sociais, a política e a economia estão, portanto, vin

crédito, a poupança, as restrições e compensações do meio social, a proteção do Estado, os direitos hu manos à sua disposição, desde o direito de educar-se até ao direito

as condições em que nos encon tramos, que encontramos e que as

gerações vindouras vão encontrar, nessa sequência ininterrupta, que

é a própria lei da vida.

nas

sociedades

participação de todos os homens de

sociais

variados,

fluência cada vez maior das cida

des, das megalopolis sobre a po lis, seja ela qual for. Os problemas sociais, a política e a economia, dos quais tan tas desilusões nos são apontadas, colocam exigências, as quais de

vem ser satisfeitas, a fim de nos aproximarmos dos limites da ci

humanas,

dade ideal.

São tantos os problemas, que enumera-los seria impossível, mas

jam contestados, nem ofendidos pelas injustiças, de que, com raras exceções, estão saturados os re

políticos

estamentos

mas com iguais direitos, dos gran des aos pequenos centros urbanos, nos campos até onde chega a in

onde os direitos humanos não se

gimes

Os pro

blemas sociais, a política e a eco nomia se implicam, portanto, no desenvolvimento, o qual é, por isso mesmo, concebido como a

culados estreitamente a uma ordem, a da paz que deve ser man

tida

revistas

ção do mundo, urbi et orbi. para

los seus interesses, em estados e

so-

as

neficio para todos, mas também um dever, está chamando a aten

ções; a representação popular pe

cessidade desses mecanismos,

circulação,

a solidariedade humana é um be

ral e tecnicamente forte, sobran ceiro às lutas e disputas de fac

justiça, sem a subalternidade das consciências que se vendem.

mundo de falsidades evidentes; o

grande

ilustradas, o cinema, pululam em abundância os problemas sociais, mas devem, por isso mesmo, ser enfrentados, segundo sua nature

ideal é utópica, e sobre a utopia já falamos o suficiente, mas sa bemos, também, que é possível delimitarem-se as imperfeições, com base nos sistemas políticos, no qual se combinem o poder mo

dos Unidos, na Escandinavia, na Alemanha Federal, tem, pois, ne con-

das co

dade que C.B. Macpherson deno mina modelo mercantil possessi vo, ou seja, o modelo que exige uma armadura legal compulsiva, na qual o Estado tem papel salien te, mas os direitos individuais são garantidos por lei.

não em classes; a distribuição da

fiança: a propriedade, o preço, tanto quanto possível justo, em

massas,

municações de massa, da profun da a extensa influência que a te levisão, 0 rádio, os jornais de

já pós-industrial como nos Esta

bre os quais ele funda sua

Na sociedade de

5D

contemporâneos. -é^

sima frequência, neste fim de século, em que a inflação se tor nou uma praga inerradicável, se não com tenacissima energia, que, na quasi totalidade, os governos não n’a possuem; a moeda e o> crédito devem exercer o papel subsidiário de apoios da produção, de todas as fases da economia; as transações devem ser protegidas

contra as variações monetárias, isto é, o poder aquisitivo das moe das deve ser preservado dos gol pes aplicados pelos detentores eventuais do poder; o equilíbrio interno

das

sociedades

deve

ser

obstinadamente defendido; a ciên cia e a técnica devem ser postas a serviço do homem, e, sem des titui-lo dos caracteres que o per

sonalizam, devem eleva-lo no pla no social, proporcionando-lhe acesso aos bens da natureza e da

engenho humano, a fim de que a extensão das injustiças seja re duzida progressivamente. Sabe-se hoje, com relativa pre

cisão,

nas

economias

mistas

de-

mercado ou nas economias planificadas

— embora

nestas menos

do que nas outras, — as necessi dades da população, os seus pro blemas sociais, que a política deEstado e a política economica, es tão em condições de resolver, se não satisfatória, ao menos apro ximadamente.

O arsenal da eco

nomia é hoje imenso.

O mana-

gement, o marketing, a publicida de e a propaganda tecnicamente organizadas, os fluxos da procu ra e os índices da oferta são al

é preciso que as crises monetárias

guns dos fatores que entram no

não dominem o trabalho humano, como vem ocorrendo, com tristis-

levantamento das necessidades do

homem contemporâneo, o homem


58

buições, que se fundam nos está gios políticos, econômicos e sociais a um tempo. Daí, o capitalismo — ou neocapitalismo, — ampliar a zona de proteção, das retribuições, das compensações entre indivíduos-pessoas, estimulando o aces

so à propriedade, suscitando o in teresse pela poupança, sobre a qual se ergue a tranquilidade e a segurança da pessoa, quanto às incertezas do futuro.

Conhece-se

um regime político, a natureza de uma situação social, quando os laços de solidariedade são mais fortes entre os membros da mes

ma comunidade humana; e se es

tabelece a excelência de um regi me econômico, quando ostenta ele, por intermédio dos orgãos do Es tado, e da política adequada a seus fins, os meios de defesa con

tra a deterioração dos preços, con tra os surtos inflacionários, contra o mau uso do mercado, contra a

perda de poder aquisitivo do di W

nheiro, numa palavra, contra a exploração do homem, visível ou invisivelmente, pelas mil formas com que a exploração se efetiva,

nas complexas sociedades em que vivemos.

^ O homem da era industrial, e

Digesto EcoNÔxncí^ Dicesto Econômico de ter os próprios cabelos, como | dizia Chesterton.

Essa é a socie

Sabemos que, na realidade, a so ciedade, perfeita ou menos imper feita nunca existiu, nem vai exis tir, segundo no-lo comprovam as

za própria. Quando, pois, o Papa Paulo VI diz, na PopxLlorum Progresio, que

crises miúdas, mas numerosas, que enxameiam

o

funcionamento

do

governo da Suécia, apresentada ao mundo como a sociedade perfei

ta, onde um povo feliz, com o mais longo período de vida, esta ria sempre contente, mergulhado numa especie de shangri-la eter na; sabemos que a sociedade

Os problemas sociais, a política e a economia estão, portanto, vin

crédito, a poupança, as restrições e compensações do meio social, a proteção do Estado, os direitos hu manos à sua disposição, desde o direito de educar-se até ao direito

as condições em que nos encon tramos, que encontramos e que as

gerações vindouras vão encontrar, nessa sequência ininterrupta, que

é a própria lei da vida.

nas

sociedades

participação de todos os homens de

sociais

variados,

fluência cada vez maior das cida

des, das megalopolis sobre a po lis, seja ela qual for. Os problemas sociais, a política e a economia, dos quais tan tas desilusões nos são apontadas, colocam exigências, as quais de

vem ser satisfeitas, a fim de nos aproximarmos dos limites da ci

humanas,

dade ideal.

São tantos os problemas, que enumera-los seria impossível, mas

jam contestados, nem ofendidos pelas injustiças, de que, com raras exceções, estão saturados os re

políticos

estamentos

mas com iguais direitos, dos gran des aos pequenos centros urbanos, nos campos até onde chega a in

onde os direitos humanos não se

gimes

Os pro

blemas sociais, a política e a eco nomia se implicam, portanto, no desenvolvimento, o qual é, por isso mesmo, concebido como a

culados estreitamente a uma ordem, a da paz que deve ser man

tida

revistas

ção do mundo, urbi et orbi. para

los seus interesses, em estados e

so-

as

neficio para todos, mas também um dever, está chamando a aten

ções; a representação popular pe

cessidade desses mecanismos,

circulação,

a solidariedade humana é um be

ral e tecnicamente forte, sobran ceiro às lutas e disputas de fac

justiça, sem a subalternidade das consciências que se vendem.

mundo de falsidades evidentes; o

grande

ilustradas, o cinema, pululam em abundância os problemas sociais, mas devem, por isso mesmo, ser enfrentados, segundo sua nature

ideal é utópica, e sobre a utopia já falamos o suficiente, mas sa bemos, também, que é possível delimitarem-se as imperfeições, com base nos sistemas políticos, no qual se combinem o poder mo

dos Unidos, na Escandinavia, na Alemanha Federal, tem, pois, ne con-

das co

dade que C.B. Macpherson deno mina modelo mercantil possessi vo, ou seja, o modelo que exige uma armadura legal compulsiva, na qual o Estado tem papel salien te, mas os direitos individuais são garantidos por lei.

não em classes; a distribuição da

fiança: a propriedade, o preço, tanto quanto possível justo, em

massas,

municações de massa, da profun da a extensa influência que a te levisão, 0 rádio, os jornais de

já pós-industrial como nos Esta

bre os quais ele funda sua

Na sociedade de

5D

contemporâneos. -é^

sima frequência, neste fim de século, em que a inflação se tor nou uma praga inerradicável, se não com tenacissima energia, que, na quasi totalidade, os governos não n’a possuem; a moeda e o> crédito devem exercer o papel subsidiário de apoios da produção, de todas as fases da economia; as transações devem ser protegidas

contra as variações monetárias, isto é, o poder aquisitivo das moe das deve ser preservado dos gol pes aplicados pelos detentores eventuais do poder; o equilíbrio interno

das

sociedades

deve

ser

obstinadamente defendido; a ciên cia e a técnica devem ser postas a serviço do homem, e, sem des titui-lo dos caracteres que o per

sonalizam, devem eleva-lo no pla no social, proporcionando-lhe acesso aos bens da natureza e da

engenho humano, a fim de que a extensão das injustiças seja re duzida progressivamente. Sabe-se hoje, com relativa pre

cisão,

nas

economias

mistas

de-

mercado ou nas economias planificadas

— embora

nestas menos

do que nas outras, — as necessi dades da população, os seus pro blemas sociais, que a política deEstado e a política economica, es tão em condições de resolver, se não satisfatória, ao menos apro ximadamente.

O arsenal da eco

nomia é hoje imenso.

O mana-

gement, o marketing, a publicida de e a propaganda tecnicamente organizadas, os fluxos da procu ra e os índices da oferta são al

é preciso que as crises monetárias

guns dos fatores que entram no

não dominem o trabalho humano, como vem ocorrendo, com tristis-

levantamento das necessidades do

homem contemporâneo, o homem


e .

DICICSTO

r60

da mass-production. de que

fala

Peter F. Drucker.

lüCO.NOMrCO

— a empresa privada terá desapa recido, e a economia estará

Malogrou a planificação sovié tica, mas 0 funcionamento da economia de mercado, embora já quasi não exista em estado puro, mas como economia mista de mer

mãos,

parte de acionistas,

em

parte

do Estado, mas sob o controle do

poder público. Tudo são conjectu ras, mas vê-se que pululam as idéias nos Estados Unidos, e que

cado, essa enfrentou os problemas sociais, e, amparada na política -de Estado e na política econômica está oferecendo ao poder, à em

ali também as tendências socializantes fazem progresso. O que se pode ter como certo é que 0 planejamento, senão coerci

presa,

tivo,

e,

portanto, aos assalaria

dos, os meios com os quais pode rão vencer a larga margem de in segurança que marca as socieda

des. Ao mesmo tempo, poderão despertar o interesse por diferen tes formas de remuneração, como, 2i ainda mais ou menos utópica, participação e co-gestão, as quais, na atual fase das sociedades hu

manas adiantadas, não deram os resultados que se esperavam. Os

problemas sociais, a política e a economia estão, pois, a

vencer

habilitadas

desilusões.

Com base nestas considerações podemos colocar a questão: por que a campanha pelo plano nos

Estados Unidos? Neste momento, 0 Congresso americano pretende dotar 0 Executivo de uma lei que obrigue a planificar setores eco nômicos dos Estados Unidos. O debate está aberto. O “New York Times” publicou dois artigos, um de Hubert Humphrey, senador, e

outro

de

Thomas

A.

Murphy,

“chairman” da General Motors, sobre essa tentativa. Aquele a fa vor, este contra. Ao mesmo tempo já se prenuncia nos Estados Uni dos o fim da empresa privada. Dentro de alguns anos — afirmam vozes agoureiras — ou proíetisas

ao

adotado

menos nos

indicativo,

será

Estados-Unidos.

61

mo, ou especie socializantc. a do planejamento, até agora informe; não perfeitamente definido. A grande nacionalidade ameri cana é produto da livre empresa,

jamento com seu corolário de in

vasão do setor privado pelo Es tado.

de economia de mercado, da liber dade de iniciativa, sem interferên cia

direta

do

Estado,

Essa

Como os Estados Unidos in

fluenciam o mundo, a política do planejamento, que não é, um mal em si. mas que poderá arrastar a economia ao socialismo, ganhará vigor, e a ameaça socialista pe

era

sará mais volumosa sobre o mundo.

Seus chega, parece-nos, ao fim. inimigos assestaram baterias con tra ela. e querem introduzir nos Estados Unidos a moda do plane¬

São as considerações que faze mos a respeito dessa última no vidade

americana.

O

Congresso baixará, provavelmente,

lei nesse sentido, em futuro pró

●a

ximo, e o último baluarte da livre empresa cairá sob a ação do Es

tado. Parece-nos que essa é, mes mo, uma

parabola

fatal

da

eco

nomia americana. Evidentemente, reagem os conservadores, os lide

res da livre empresa, como o pre sidente da General Motors, , mas a sedução do planejamento, como I o adotam vários países, é fascinan

te. Os Estados Unidos cairão nele, embora não vejamos necessidade de chegarem a essa forma econo-

mica, pois a empresa privada obe dece a um planejamento, o do mercado e o da administração, do marketing e o do managment. A economia também obedece a

modas.

Estamos

não adianta

lutar

convictos

que

contra

cor

a

rente. Ela acabará por nos engol far. Se a livre empresa está no

fim, nos Estados Unidos, como pre conizam vários estudiosos

de sua

estrutura

se

econômica,

ou

vai,

ainda, resistir, não sabemos. O que nos parece certo é que os Es

tados Unidos, sem necessidade, estão propensos a adotar uma via, ainda que mitigada, de socialis-

ITÁLIA:- MONTEDISON QUER MAIOR FATIA DO MERCADO — tentando recuperar o ritmo que elevou suas vendas de 1974 em 55,6%, para um total de 6,4 bilhões de dólares, está

A Montedison da Itália,

dando nova ênfase a uma tecnologia recentemente desenvolvida, a fim de movimentar uma campanha para a obtenção de maior participação no ramo dos plásticos, com uma produção estimada em 10% da produção total européia. Mas, o responsável pelo planejamento da Divisão Petro química da Montedison afirma que o desenvolvimento de catalisadores de alta eficiência deverá dar ã companhia uma boa margem em vários setores de produtos. O principal deles é o polipropileno que deverá crescer à razão de 15%/ano, um pouco mais rápido que a maioria dos plásticos. Para impulsionar o crescimento do polipropileno. a Montedi son adquiriu a tecnologia do catalisador aperfeiçoado Ziegler da Mitsu bishi Petrochemical. A pesquisa da Montedison desenvolveu, também, recentemente,

um

polipropileno

auto-extinguível.

Até o presente,

esta

propriedade vem sendo obtida somente através da introdução de aditi vos em quantidades (de até 20-40% do peso) que alteram as proprie dades mecânicas do polímero. No método da Montedison são utilizadas quantidades menores (5-6%). Um dos campos logicamente abertos à Montedison, em poliolefínas, é o do papel. Uma fábrica de 90.000 t.m./ano para produzir fibrilas baseadas na tecnologia da Montedison foi planejada para o complexo da companhia em Ferrara, e seu inicio dc funcionamento está previsto para 1979. Tanto o etileno quanto o propileno são utilizados como matéria-prima, As fibrilas obtidas podem ser misturadas em qualquer proporção com polpas de celulose e utiliza

das com as atuais tecnologias de produção de papel. Estão também sendo realizadas pesquisas sobre aplicações em outras áreas. A Monte dison espera atingir uma produção de plásticos básicos de 1,55 milhões de t.m./ano no final de 1975.


e .

DICICSTO

r60

da mass-production. de que

fala

Peter F. Drucker.

lüCO.NOMrCO

— a empresa privada terá desapa recido, e a economia estará

Malogrou a planificação sovié tica, mas 0 funcionamento da economia de mercado, embora já quasi não exista em estado puro, mas como economia mista de mer

mãos,

parte de acionistas,

em

parte

do Estado, mas sob o controle do

poder público. Tudo são conjectu ras, mas vê-se que pululam as idéias nos Estados Unidos, e que

cado, essa enfrentou os problemas sociais, e, amparada na política -de Estado e na política econômica está oferecendo ao poder, à em

ali também as tendências socializantes fazem progresso. O que se pode ter como certo é que 0 planejamento, senão coerci

presa,

tivo,

e,

portanto, aos assalaria

dos, os meios com os quais pode rão vencer a larga margem de in segurança que marca as socieda

des. Ao mesmo tempo, poderão despertar o interesse por diferen tes formas de remuneração, como, 2i ainda mais ou menos utópica, participação e co-gestão, as quais, na atual fase das sociedades hu

manas adiantadas, não deram os resultados que se esperavam. Os

problemas sociais, a política e a economia estão, pois, a

vencer

habilitadas

desilusões.

Com base nestas considerações podemos colocar a questão: por que a campanha pelo plano nos

Estados Unidos? Neste momento, 0 Congresso americano pretende dotar 0 Executivo de uma lei que obrigue a planificar setores eco nômicos dos Estados Unidos. O debate está aberto. O “New York Times” publicou dois artigos, um de Hubert Humphrey, senador, e

outro

de

Thomas

A.

Murphy,

“chairman” da General Motors, sobre essa tentativa. Aquele a fa vor, este contra. Ao mesmo tempo já se prenuncia nos Estados Uni dos o fim da empresa privada. Dentro de alguns anos — afirmam vozes agoureiras — ou proíetisas

ao

adotado

menos nos

indicativo,

será

Estados-Unidos.

61

mo, ou especie socializantc. a do planejamento, até agora informe; não perfeitamente definido. A grande nacionalidade ameri cana é produto da livre empresa,

jamento com seu corolário de in

vasão do setor privado pelo Es tado.

de economia de mercado, da liber dade de iniciativa, sem interferên cia

direta

do

Estado,

Essa

Como os Estados Unidos in

fluenciam o mundo, a política do planejamento, que não é, um mal em si. mas que poderá arrastar a economia ao socialismo, ganhará vigor, e a ameaça socialista pe

era

sará mais volumosa sobre o mundo.

Seus chega, parece-nos, ao fim. inimigos assestaram baterias con tra ela. e querem introduzir nos Estados Unidos a moda do plane¬

São as considerações que faze mos a respeito dessa última no vidade

americana.

O

Congresso baixará, provavelmente,

lei nesse sentido, em futuro pró

●a

ximo, e o último baluarte da livre empresa cairá sob a ação do Es

tado. Parece-nos que essa é, mes mo, uma

parabola

fatal

da

eco

nomia americana. Evidentemente, reagem os conservadores, os lide

res da livre empresa, como o pre sidente da General Motors, , mas a sedução do planejamento, como I o adotam vários países, é fascinan

te. Os Estados Unidos cairão nele, embora não vejamos necessidade de chegarem a essa forma econo-

mica, pois a empresa privada obe dece a um planejamento, o do mercado e o da administração, do marketing e o do managment. A economia também obedece a

modas.

Estamos

não adianta

lutar

convictos

que

contra

cor

a

rente. Ela acabará por nos engol far. Se a livre empresa está no

fim, nos Estados Unidos, como pre conizam vários estudiosos

de sua

estrutura

se

econômica,

ou

vai,

ainda, resistir, não sabemos. O que nos parece certo é que os Es

tados Unidos, sem necessidade, estão propensos a adotar uma via, ainda que mitigada, de socialis-

ITÁLIA:- MONTEDISON QUER MAIOR FATIA DO MERCADO — tentando recuperar o ritmo que elevou suas vendas de 1974 em 55,6%, para um total de 6,4 bilhões de dólares, está

A Montedison da Itália,

dando nova ênfase a uma tecnologia recentemente desenvolvida, a fim de movimentar uma campanha para a obtenção de maior participação no ramo dos plásticos, com uma produção estimada em 10% da produção total européia. Mas, o responsável pelo planejamento da Divisão Petro química da Montedison afirma que o desenvolvimento de catalisadores de alta eficiência deverá dar ã companhia uma boa margem em vários setores de produtos. O principal deles é o polipropileno que deverá crescer à razão de 15%/ano, um pouco mais rápido que a maioria dos plásticos. Para impulsionar o crescimento do polipropileno. a Montedi son adquiriu a tecnologia do catalisador aperfeiçoado Ziegler da Mitsu bishi Petrochemical. A pesquisa da Montedison desenvolveu, também, recentemente,

um

polipropileno

auto-extinguível.

Até o presente,

esta

propriedade vem sendo obtida somente através da introdução de aditi vos em quantidades (de até 20-40% do peso) que alteram as proprie dades mecânicas do polímero. No método da Montedison são utilizadas quantidades menores (5-6%). Um dos campos logicamente abertos à Montedison, em poliolefínas, é o do papel. Uma fábrica de 90.000 t.m./ano para produzir fibrilas baseadas na tecnologia da Montedison foi planejada para o complexo da companhia em Ferrara, e seu inicio dc funcionamento está previsto para 1979. Tanto o etileno quanto o propileno são utilizados como matéria-prima, As fibrilas obtidas podem ser misturadas em qualquer proporção com polpas de celulose e utiliza

das com as atuais tecnologias de produção de papel. Estão também sendo realizadas pesquisas sobre aplicações em outras áreas. A Monte dison espera atingir uma produção de plásticos básicos de 1,55 milhões de t.m./ano no final de 1975.


7

Light - Serviços de Eletricidade S.A

Manifesto para a União Monetaria ropeía

Para facilidade dos consumidores de energia elétrica da Capital

a LIGHT mantém Agências nos endereços abaixo, onde serão

atendidos pedidos de ligação, transferência, corte, informações

SANTO

Praça Floriano

Peixoto,

Tcls.:

CENTRO

VILA

MARIANA

Rua Cel. Xavier dc Toledo, 23 Teis.: 35-7701 — 35-7739 — 35-7890 — 35-7905

Rua

Domingos dc

Tcls.: 70-7354 — 70-8667 — 70-9526 — 70-9684

CAPELA

DO

ALTO

Av.

Pinedo,

De

Teis.:

1807

247-0717

247-9693

-

300 247-4300

247-1118

247-9696

SOCORRO

Av.

560 246-5539

246-5730

246-5741

Moraes,

DA

MOOCA

Álvaro

Ramos,

Tcls.:

292-9810

BARRA

Ru.n

2340 292-9971

FUNDA

563

220-3912

220-4342

273-4972

BELEM

Rua

Siqueira

Tcls.:

Bueno,

92-1264

judiciais consequências da infla ção que estamos sentido, apresen

37

292-3406

93-9920

tamos ao público este manifesto, na crença de que nossa proposta ofereça o melhor caminho para

lABAQUARA labaquara,

Tcls.: 275-5597 276-2389

JARDIM

1773 276-0404

276-1478

Amaro,

80-5889

80-4304

282-6703

Alvares,

254

260-0280

260-0276

260-0948

260-2474

PINHEIROS Teis.:

do

Sul,

Cruzeiro

3436

298-0732

Rua

Padre

211-8731

Av.

Nova

João,

Lima,

211-9146

1829

81 —

295-5279

295-5280

295-6091

Cantareira,

298-2842

VILA

PRUDENTE

Tcls.:

211-9568

240

299-3653

Ibitirama,

124

274-3705

63-9202

um

sistema

le Frantiani, da \}mversidade Ca tólica de Louvain da Bélgica; Herbert Giersch, ãa Universidade de Kiel, Alemanha Federal; Pieter Korteioeg, ãa Erasmus Universiteit, de Roterdam, Hollanda; Daviã 0’Mahoney, da University

College, de Cork, Irlanda; Michael da Universidade Católica de Lou

vain.

Bélgica;

Pascal

Salin,

da

Universidade de Paris XI, França,

e Niels Thygssen, da Universidade de Kobenhavns, Dinamarca, ela boraram uvi manifesto, propugnando

a união

péia.

O manifesto foi publicado

monetária

euro

pela revista inglesa “The Economist”,

e

densação

aqui

desse

damos

uma

con

importante

do

cumento.

monetário

que não estará, apenas, ao alcan

Teis.:

Rua

Brigadeiro Faria

realizar

298-1927

TÜCURUVI

Clemente

Av.

Av.

Tcls.: 295-1109 295-5905 —

LAPA

Tcls.:

SUL

PENHA

590

282-7227

Rua

DO

Tcls.: 298-0962 298-7493

PAULISTA

Santo

CRUZEIRO

Os economistas Giorgio Basevi, da Uni.versidade de Bologna; Miche^

Parkin, da Universidade de Mancliester, Inglaterra; Theo Peeters,

—0—

mente se dedicaram e com as pre

65-6667

Tcls.: 63-6019 273-5278

Este é o seu manifesto.

NÓS, os abaixo-assinados, preo cupados com a falta de progres so em direção ao objetivo da união monetária européia, à qual os go vernos dos países associados da comunidade européia repetida

Rua Silva Bueno, 836

Teis.:

nacional, a uma taxa de câmbio

38

292-9857

HclviStla,

Tcls.:

IPIRANGA

Av.

países do EEC com seu dinheiro variável.

247-9458

Av.

para recomendar que os ban

te poder aquisitivo. Esse dinheiro seria adquirido por nacionais dos

AMARO

Teis:. 289-4861 — 289-4596 — 289-5003

Av. Brigadeiro Luís Anlonlo,

N

OVE proeminentes econo mistas europeus juntaram-se

cos centrais da EEC emitam um “Europa”, que deveria ser um dinheiro europeu de constan

sobre contas, etc.

BRIGADEIRO

THE ECONOMIST

274-3914

274-3408

ce de toda a Europa, mas será ao mesmo tempo sólido. Este manifesto, em consequên cia, é uma exposição de objetivos

uma união monetária por decreto oficial ou pela fundação de insti tuições grandiosas, por mais bem intencionadas que sejam. Pelo

baseados no que consideramos ser sadia análise econômica, bem co mo estar em harmonia com as

contrário, estamos convencidos de

aspirações políticas de nosso tem po. A nossa ênfase sobre o uso ●das forças do mercado nasce da convicção de que é difícil criar

que cabe ao próprio povo decidir se quer ou não a união monetá ria, e de que o único caminho sa tisfatório

a fim

de lhe

ser

dada

a oportunidade para fazê-lo, é apresentar-lhe um dinheiro pa-


7

Light - Serviços de Eletricidade S.A

Manifesto para a União Monetaria ropeía

Para facilidade dos consumidores de energia elétrica da Capital

a LIGHT mantém Agências nos endereços abaixo, onde serão

atendidos pedidos de ligação, transferência, corte, informações

SANTO

Praça Floriano

Peixoto,

Tcls.:

CENTRO

VILA

MARIANA

Rua Cel. Xavier dc Toledo, 23 Teis.: 35-7701 — 35-7739 — 35-7890 — 35-7905

Rua

Domingos dc

Tcls.: 70-7354 — 70-8667 — 70-9526 — 70-9684

CAPELA

DO

ALTO

Av.

Pinedo,

De

Teis.:

1807

247-0717

247-9693

-

300 247-4300

247-1118

247-9696

SOCORRO

Av.

560 246-5539

246-5730

246-5741

Moraes,

DA

MOOCA

Álvaro

Ramos,

Tcls.:

292-9810

BARRA

Ru.n

2340 292-9971

FUNDA

563

220-3912

220-4342

273-4972

BELEM

Rua

Siqueira

Tcls.:

Bueno,

92-1264

judiciais consequências da infla ção que estamos sentido, apresen

37

292-3406

93-9920

tamos ao público este manifesto, na crença de que nossa proposta ofereça o melhor caminho para

lABAQUARA labaquara,

Tcls.: 275-5597 276-2389

JARDIM

1773 276-0404

276-1478

Amaro,

80-5889

80-4304

282-6703

Alvares,

254

260-0280

260-0276

260-0948

260-2474

PINHEIROS Teis.:

do

Sul,

Cruzeiro

3436

298-0732

Rua

Padre

211-8731

Av.

Nova

João,

Lima,

211-9146

1829

81 —

295-5279

295-5280

295-6091

Cantareira,

298-2842

VILA

PRUDENTE

Tcls.:

211-9568

240

299-3653

Ibitirama,

124

274-3705

63-9202

um

sistema

le Frantiani, da \}mversidade Ca tólica de Louvain da Bélgica; Herbert Giersch, ãa Universidade de Kiel, Alemanha Federal; Pieter Korteioeg, ãa Erasmus Universiteit, de Roterdam, Hollanda; Daviã 0’Mahoney, da University

College, de Cork, Irlanda; Michael da Universidade Católica de Lou

vain.

Bélgica;

Pascal

Salin,

da

Universidade de Paris XI, França,

e Niels Thygssen, da Universidade de Kobenhavns, Dinamarca, ela boraram uvi manifesto, propugnando

a união

péia.

O manifesto foi publicado

monetária

euro

pela revista inglesa “The Economist”,

e

densação

aqui

desse

damos

uma

con

importante

do

cumento.

monetário

que não estará, apenas, ao alcan

Teis.:

Rua

Brigadeiro Faria

realizar

298-1927

TÜCURUVI

Clemente

Av.

Av.

Tcls.: 295-1109 295-5905 —

LAPA

Tcls.:

SUL

PENHA

590

282-7227

Rua

DO

Tcls.: 298-0962 298-7493

PAULISTA

Santo

CRUZEIRO

Os economistas Giorgio Basevi, da Uni.versidade de Bologna; Miche^

Parkin, da Universidade de Mancliester, Inglaterra; Theo Peeters,

—0—

mente se dedicaram e com as pre

65-6667

Tcls.: 63-6019 273-5278

Este é o seu manifesto.

NÓS, os abaixo-assinados, preo cupados com a falta de progres so em direção ao objetivo da união monetária européia, à qual os go vernos dos países associados da comunidade européia repetida

Rua Silva Bueno, 836

Teis.:

nacional, a uma taxa de câmbio

38

292-9857

HclviStla,

Tcls.:

IPIRANGA

Av.

países do EEC com seu dinheiro variável.

247-9458

Av.

para recomendar que os ban

te poder aquisitivo. Esse dinheiro seria adquirido por nacionais dos

AMARO

Teis:. 289-4861 — 289-4596 — 289-5003

Av. Brigadeiro Luís Anlonlo,

N

OVE proeminentes econo mistas europeus juntaram-se

cos centrais da EEC emitam um “Europa”, que deveria ser um dinheiro europeu de constan

sobre contas, etc.

BRIGADEIRO

THE ECONOMIST

274-3914

274-3408

ce de toda a Europa, mas será ao mesmo tempo sólido. Este manifesto, em consequên cia, é uma exposição de objetivos

uma união monetária por decreto oficial ou pela fundação de insti tuições grandiosas, por mais bem intencionadas que sejam. Pelo

baseados no que consideramos ser sadia análise econômica, bem co mo estar em harmonia com as

contrário, estamos convencidos de

aspirações políticas de nosso tem po. A nossa ênfase sobre o uso ●das forças do mercado nasce da convicção de que é difícil criar

que cabe ao próprio povo decidir se quer ou não a união monetá ria, e de que o único caminho sa tisfatório

a fim

de lhe

ser

dada

a oportunidade para fazê-lo, é apresentar-lhe um dinheiro pa-


Dicksto

64

EcoxoMir4i

explicamos

fiação e que tentaram, através dos

acima, solução que ele possa acei tar ou rejeitar como desejar. Acreditamos que o aceitará, mas

anos. temperar a conquista de uma

ralelo

estável,

como

cremos, igualmente, que ele pre cisa aceitá-lo livremente.

LIÇÕES DA EXPERIÊNCIA Propostas para integração mo netária apareceram no relatório Werner que estabelece plena união econômica e monetária como alvo

a ser atingido em três estágios du rante um período de 10 anos. As recomendações do relatório foram adotadas como um objetivo da

comunidade

européia

em

março

de 1971. A união monetária foi reconhecida como (1) convertibilidade de moedas total e irrever

sível; (2) eliminação de margens de flutuação nas taxas de câmbio; (3) fixação irrevogável de paridades; Í4) eliminação de restri ções sobre movimentos dc capital; e (5) coordenação de exigências políticas agregadas.

Como na maior parte dos es forços que tentam alterar radical mente o curso dos acontecimen

tos, o relatório Werner peca por um excesso de idealismo. Super estimou a boa vontade dos gover nos

em

afastar-se

do

poder

de

tomar decisões nacionais, porque sub'-estimou

os

custos

associados

a um rápido estabelecimento dos últimos fins e a estratégia neces sária para atingir tais fins. Sa bemos que os governos têm dife rentes prioridades com relação aos objetivos do pleno emprego e in-

1

Uma das maiores fraquezas des

das metas frente a outra. Na me

dida em que grandes diferenças de opinião existem em relação ao assunto e mesmo em relação a existência dessas negociações, pre cisamos concluir que uma política

a

implementação

I.

de uma

política

de conduzir

monetária,

a crises no

do

a dos processos de mercado. A lição que tiramos do exposto é que uma tentativa de unifica ção monetária que seja baseada em coordenação de políticas, fa lhará porque implica na fixação

O esquema é essen

sistema.

As

clásulas

De um

0 gradualismo e automaticidade é

cialmente equivalente à formação de um cartel em que cada associa do mantém o direito de optar fora

bem que gradual, a

ângulo econômico o caminho para

trou a atenção política na unifi Ele cação da taxa de câmbio, forneceu, portanto, justificação intelectual para o “arreglo”. ins tituído pela comunidade em mar

ço de 1972.

Se

dos econômicos minmios.

de Werner concen

de taxas de câmbio sem reforma monetária. A tentativa que defen demos é radicalmente diferente

de

porque realiza a unificação mo

opção livre foram necessárias enr

netária.

razão de ter falhado a implemen

seada na livre interação das for

tação de um sistema de quotas ba seado no suprimento de dinheiro

cas do mercado.

com

base

de crédito. Não é, pois

surpreendente que ele não se te nha mantido totalmente de pé. face às resistências que

teve

de

l

«I

;

enfrentar.

i

economia de trocas liberta recur sos anteriormente absorvidos pe

agentes

econômicos

na

pro

trocas,

dualmente de modo a que os sen

sou a fricção política com resulta

sensível.

A uma

dual. De um ponto de vista po lítico. é necessário proceder gra

econômicas, monetárias e de taxa de câmbio, foi baseada em iima infinita série de penosos compro missos e concessões. Ela maximi-

go o aspecto mais evidente e po

em

estabelecida por um processo gra

nária; a coordenação das políticas

balanço

do dinheiro

cura de taxas de câmbio “adequa das” entre as mercadorias. O caso de uma união monetária é seme lhante ao de um sistema mone

primeira experiência foi discricio

tem

disso tudo revelará, no desempre

esquema

los

cionais.

ou causarão uma geral má aloca ção de recursos, e a consequência

O

tomada de decisões coordenadas, decorre de sua natureza não-automática e de sua confiança no bom Se a unificação senso político, monetária é destinada a ter qual

provocados por súbitas perdas do que se entende como poderes na

pre

de pagamentos; estas crises por sua vez ou destruirão a união

liticamente

introdução

timentos nacionalistas não sejam

matura de um regime de taxa rí gida, na ausência de coordenação

mação e reduzir a incerteza.

sa primeira tentativa baseada em

quer espécie de êxito precisa ser

comum dos países membros não é praticável. Taxas fixas de câm bio implicam necessariamente “grosso modo” em taxa de infla ção para os países participantes. Portanto,

65

Dioesto Econômico

através

de

reforma

ba

O CAMINHO PARA A MOEDA ÚNICA ESTÁVEL

O dinheiro tem uma vantagem

comparativa em transmitir infor-

tário, que substitua um sistema de Mas o dinheiro único, que

eventualmente venha a substituir as moedas nacionais, tem de pos suir estabilidade de poder aquisiti vo.

É óbvio que um dinheiro único estável é melhor do que múltiplas moedas correntes (mesmo se fo rem estáveis)

como meio de troca,

pelo fato de que as transações so cialmente

improdutivas

entre

moedas correntes, serão inteira mente eliminadas. Em sua fun

ção de reserva de valor, uma sim ples moeda com poder aquisitivo estável,

serviría melhor à comu

nidade do que o existente ajuste de muitas moedas. E o que é mais

importante, ela eliminaria riscos de câmbio que são produzidos, ori ginalmente. por incertezas quanto à quantia que cada banco central fornecerá em relação à demanda deste

dinheiro.

Acreditamos que

não é apropriado sugerir que es

tes riscos possam ser eliminados por posteriores operações. Os fu turos mercados para além de três meses,

não

serão

simplesmente

os bem desenvolvidos e. mesmo se

o fossem, os recursos dedicados a eles. poderíam ser inteiramente liberados por uma única moeda.

O aspecto que em relação às múltiplas moedas, é provavelmen-


Dicksto

64

EcoxoMir4i

explicamos

fiação e que tentaram, através dos

acima, solução que ele possa acei tar ou rejeitar como desejar. Acreditamos que o aceitará, mas

anos. temperar a conquista de uma

ralelo

estável,

como

cremos, igualmente, que ele pre cisa aceitá-lo livremente.

LIÇÕES DA EXPERIÊNCIA Propostas para integração mo netária apareceram no relatório Werner que estabelece plena união econômica e monetária como alvo

a ser atingido em três estágios du rante um período de 10 anos. As recomendações do relatório foram adotadas como um objetivo da

comunidade

européia

em

março

de 1971. A união monetária foi reconhecida como (1) convertibilidade de moedas total e irrever

sível; (2) eliminação de margens de flutuação nas taxas de câmbio; (3) fixação irrevogável de paridades; Í4) eliminação de restri ções sobre movimentos dc capital; e (5) coordenação de exigências políticas agregadas.

Como na maior parte dos es forços que tentam alterar radical mente o curso dos acontecimen

tos, o relatório Werner peca por um excesso de idealismo. Super estimou a boa vontade dos gover nos

em

afastar-se

do

poder

de

tomar decisões nacionais, porque sub'-estimou

os

custos

associados

a um rápido estabelecimento dos últimos fins e a estratégia neces sária para atingir tais fins. Sa bemos que os governos têm dife rentes prioridades com relação aos objetivos do pleno emprego e in-

1

Uma das maiores fraquezas des

das metas frente a outra. Na me

dida em que grandes diferenças de opinião existem em relação ao assunto e mesmo em relação a existência dessas negociações, pre cisamos concluir que uma política

a

implementação

I.

de uma

política

de conduzir

monetária,

a crises no

do

a dos processos de mercado. A lição que tiramos do exposto é que uma tentativa de unifica ção monetária que seja baseada em coordenação de políticas, fa lhará porque implica na fixação

O esquema é essen

sistema.

As

clásulas

De um

0 gradualismo e automaticidade é

cialmente equivalente à formação de um cartel em que cada associa do mantém o direito de optar fora

bem que gradual, a

ângulo econômico o caminho para

trou a atenção política na unifi Ele cação da taxa de câmbio, forneceu, portanto, justificação intelectual para o “arreglo”. ins tituído pela comunidade em mar

ço de 1972.

Se

dos econômicos minmios.

de Werner concen

de taxas de câmbio sem reforma monetária. A tentativa que defen demos é radicalmente diferente

de

porque realiza a unificação mo

opção livre foram necessárias enr

netária.

razão de ter falhado a implemen

seada na livre interação das for

tação de um sistema de quotas ba seado no suprimento de dinheiro

cas do mercado.

com

base

de crédito. Não é, pois

surpreendente que ele não se te nha mantido totalmente de pé. face às resistências que

teve

de

l

«I

;

enfrentar.

i

economia de trocas liberta recur sos anteriormente absorvidos pe

agentes

econômicos

na

pro

trocas,

dualmente de modo a que os sen

sou a fricção política com resulta

sensível.

A uma

dual. De um ponto de vista po lítico. é necessário proceder gra

econômicas, monetárias e de taxa de câmbio, foi baseada em iima infinita série de penosos compro missos e concessões. Ela maximi-

go o aspecto mais evidente e po

em

estabelecida por um processo gra

nária; a coordenação das políticas

balanço

do dinheiro

cura de taxas de câmbio “adequa das” entre as mercadorias. O caso de uma união monetária é seme lhante ao de um sistema mone

primeira experiência foi discricio

tem

disso tudo revelará, no desempre

esquema

los

cionais.

ou causarão uma geral má aloca ção de recursos, e a consequência

O

tomada de decisões coordenadas, decorre de sua natureza não-automática e de sua confiança no bom Se a unificação senso político, monetária é destinada a ter qual

provocados por súbitas perdas do que se entende como poderes na

pre

de pagamentos; estas crises por sua vez ou destruirão a união

liticamente

introdução

timentos nacionalistas não sejam

matura de um regime de taxa rí gida, na ausência de coordenação

mação e reduzir a incerteza.

sa primeira tentativa baseada em

quer espécie de êxito precisa ser

comum dos países membros não é praticável. Taxas fixas de câm bio implicam necessariamente “grosso modo” em taxa de infla ção para os países participantes. Portanto,

65

Dioesto Econômico

através

de

reforma

ba

O CAMINHO PARA A MOEDA ÚNICA ESTÁVEL

O dinheiro tem uma vantagem

comparativa em transmitir infor-

tário, que substitua um sistema de Mas o dinheiro único, que

eventualmente venha a substituir as moedas nacionais, tem de pos suir estabilidade de poder aquisiti vo.

É óbvio que um dinheiro único estável é melhor do que múltiplas moedas correntes (mesmo se fo rem estáveis)

como meio de troca,

pelo fato de que as transações so cialmente

improdutivas

entre

moedas correntes, serão inteira mente eliminadas. Em sua fun

ção de reserva de valor, uma sim ples moeda com poder aquisitivo estável,

serviría melhor à comu

nidade do que o existente ajuste de muitas moedas. E o que é mais

importante, ela eliminaria riscos de câmbio que são produzidos, ori ginalmente. por incertezas quanto à quantia que cada banco central fornecerá em relação à demanda deste

dinheiro.

Acreditamos que

não é apropriado sugerir que es

tes riscos possam ser eliminados por posteriores operações. Os fu turos mercados para além de três meses,

não

serão

simplesmente

os bem desenvolvidos e. mesmo se

o fossem, os recursos dedicados a eles. poderíam ser inteiramente liberados por uma única moeda.

O aspecto que em relação às múltiplas moedas, é provavelmen-


66

Dicesto Eco^●ô^ac6

te o mais dispendioso para a so ciedade, é a deterioração da efi ciência de dinheiro como unida

de de cálculo ou padrão de valor, desde que não há padrão comum de valor num sistema de moeda múltipla de taxa de câmbio flexí vel.

A objeção de que um dinheiro

único não é necessário e que uma taxa de câmbio fixa entre moe

das múltiplas funcionaria igual mente bem, é apenas, em parte, correto. É verdade que os custos de transação de moedas são redu zidos, mas isso é tudo. As mais

importantes desvantagens dos dinheiros múltiplos, como sejam a geração da incerteza e deteriora

ção da eficiência do dinheiro como uma unidade de cálculo, ainda permanecem,

A experiência com

taxas de câmbio fixas, foi uma experiência da longas tensões da pequena flexibilidade da taxa de

câmbio,

entremeada de grandes

saltos nas parídades. A incerteza

sobre

nundanças

nunca foi eliminada.

de

paridade

Câmbios fi

xos são inferiores, neste ponto, a

câmbios flexíveis e, por sua vez,

câmbios flexíveis são inferiores a um único sistema de valor mone tário estável.

LUTANDO COM O

DESEQUILÍBRIO O principal argumento contra a

união monetária é que ela produ ziría provávelmente, uma indese

jável combinação de desemprego e inHação em alguns ou em todos os membros da união. Este argu mento provém da relação negati va que se julga prevalecer entre

desemprego e inflação. Os estu dos empreendidos nas décadas de 1950 e 1960, mostraram que esta suposta relação admitida

foi su

perada. Mais recentes estudos in dicam que ao final das contas em

prego é independente de inflação da taxa. Exortamos os governos a aceitar a conclusão que resulta disso, isto é. que política monetá ria, enquanto influenciando a ta xa de inflação, não pode reduzir o que veio a ser chamado taxa “na

tural” de emprego, ou por outra, não

pode reduzir

a taxa

de de

semprego que é determinada pelas condições do mercado de trabalho,

pela -polftica

de taxação

uma variedade

de fatores

e

por

estru

turais e institucionais. Qualquer tentativa, portanto, para conduzir a taxa de desemprego abaixo da

taxa “natural” por meio de polí ticas monetárias expansionistas. será auto-destrutiva e engendrará um processo de inflação acelerada.

go

Já que a taxa de desempre não

está.

afinal,

relacionada

com mudanças no nível de preço, uma união monetária não pode ser considerada como uma causa de desemprego.

Reconhecemos que a tendência do trabalho e do capital para des locar-se das áreas periféricas para as áreas centrais altamente de senvolvidas, pode ser acentuada por uma união monetária. A ra

zão disso é que os salários nas áreas periféricas de baixa produ tividade podem ser aumentados até o nível daqueles das áreas de alta produtividade, enquanto di

ferenciais de produtividade per manecem imutáveis. Consequen¬

Dicesto Econômico

67

temente, os custos da unidade de trabalho, nas áreas periféricas, podem tornar-se tão altos que as

hrmas que previamente eram viá

veis podem ficar incapacitadas de pagar seu desenvolvimento e a perspectiva de um retorno satis fatório

de

novos

Reino Unido, a transição poderia implicar em recessão durável por muitos anos. Não é surpreen dente que muitos povos conside rem isto um preço excessivamen te alto a pagar pela união mone

tária,

especialmente

tendo

em

investimentos

vista que o ensinamento de duas

pode desaparecer. Se isto aconte ce, o capital tende a deslocar-se para as áreas de alta produtivida de e, desse modo, atrai o trabalho das áreas periféricas para as cen

gerações de economistas foi o de que se pode confiar em que a ma

trais.

Na Europa, a diversidade regio nal é altamente valorizada e em

nossa opinião, de maneira certa. Consideramos,

portanto,

que

a

união monetária não deve ser au

torizada a estimular o desloca mento do trabalho e do capital

para as áreas centrais desenvolvi das, à custa das regiões periféricas menos desenvolvidas.

Por esta ra

zão, nós aspiramos a uma politica regional vigorosa, como parte in tegrante da unificação monetária na comunidade européia. Conside ramos essencial que tal política deva

concentrar-se

em

eliminar

as causas do desequilíbrio regio nal, elevando os níveis de produ tividade nas áreas mais pobres e

que as transferências de renda, para aliviar as consequências da baixa produtividade, devam ser usadas,

somente,

como uma me

dida provisória. A transição para uma união mo netária européia encontraria obs táculos, é claro. Quanto mais alta fosse a taxa de inflação de um país, maiores seriam as dificulda des. Para um país com uma taxa de inflação tão alta como a do

nipulação de políticas da deman da doméstica podem definir qual quer nível de emprego. Afinal de contas, a necessidade de reduzir taxas de inflação alta é virtualmente inevitável, de modo que, ultimamente, as consequên cias de manter a inflação sob con trole, têm de ser toleradas, quer participe um país de uma união monetária ou não. A introdução de um novo dinheiro estável que não esteja sujeito a expectativas inflacionárias, minimizará, toda via os custos da transição. UM

DINHEIRO

EUROPEU:

COMUM

O EUROPA

A reforma monetária para com bater a inflação será, tanto mais urgente, quanto mais durar a si tuação inflacionaria corrente. O lançamento de um dinheiro euro peu comum, 0 Europa, oferece uma oportunidade única de levar avan te essa refomia enquanto, ao mes mo tempo, põe em andamento a

integração monetária. A mais ra dical tentativa seria substituir as moedas nacionais existentes por

um dinheiro europeu estável em uma drástica mudança. Nós excluimos isto porque viola o prin cípio gradualista e não daria, ao


66

Dicesto Eco^●ô^ac6

te o mais dispendioso para a so ciedade, é a deterioração da efi ciência de dinheiro como unida

de de cálculo ou padrão de valor, desde que não há padrão comum de valor num sistema de moeda múltipla de taxa de câmbio flexí vel.

A objeção de que um dinheiro

único não é necessário e que uma taxa de câmbio fixa entre moe

das múltiplas funcionaria igual mente bem, é apenas, em parte, correto. É verdade que os custos de transação de moedas são redu zidos, mas isso é tudo. As mais

importantes desvantagens dos dinheiros múltiplos, como sejam a geração da incerteza e deteriora

ção da eficiência do dinheiro como uma unidade de cálculo, ainda permanecem,

A experiência com

taxas de câmbio fixas, foi uma experiência da longas tensões da pequena flexibilidade da taxa de

câmbio,

entremeada de grandes

saltos nas parídades. A incerteza

sobre

nundanças

nunca foi eliminada.

de

paridade

Câmbios fi

xos são inferiores, neste ponto, a

câmbios flexíveis e, por sua vez,

câmbios flexíveis são inferiores a um único sistema de valor mone tário estável.

LUTANDO COM O

DESEQUILÍBRIO O principal argumento contra a

união monetária é que ela produ ziría provávelmente, uma indese

jável combinação de desemprego e inHação em alguns ou em todos os membros da união. Este argu mento provém da relação negati va que se julga prevalecer entre

desemprego e inflação. Os estu dos empreendidos nas décadas de 1950 e 1960, mostraram que esta suposta relação admitida

foi su

perada. Mais recentes estudos in dicam que ao final das contas em

prego é independente de inflação da taxa. Exortamos os governos a aceitar a conclusão que resulta disso, isto é. que política monetá ria, enquanto influenciando a ta xa de inflação, não pode reduzir o que veio a ser chamado taxa “na

tural” de emprego, ou por outra, não

pode reduzir

a taxa

de de

semprego que é determinada pelas condições do mercado de trabalho,

pela -polftica

de taxação

uma variedade

de fatores

e

por

estru

turais e institucionais. Qualquer tentativa, portanto, para conduzir a taxa de desemprego abaixo da

taxa “natural” por meio de polí ticas monetárias expansionistas. será auto-destrutiva e engendrará um processo de inflação acelerada.

go

Já que a taxa de desempre não

está.

afinal,

relacionada

com mudanças no nível de preço, uma união monetária não pode ser considerada como uma causa de desemprego.

Reconhecemos que a tendência do trabalho e do capital para des locar-se das áreas periféricas para as áreas centrais altamente de senvolvidas, pode ser acentuada por uma união monetária. A ra

zão disso é que os salários nas áreas periféricas de baixa produ tividade podem ser aumentados até o nível daqueles das áreas de alta produtividade, enquanto di

ferenciais de produtividade per manecem imutáveis. Consequen¬

Dicesto Econômico

67

temente, os custos da unidade de trabalho, nas áreas periféricas, podem tornar-se tão altos que as

hrmas que previamente eram viá

veis podem ficar incapacitadas de pagar seu desenvolvimento e a perspectiva de um retorno satis fatório

de

novos

Reino Unido, a transição poderia implicar em recessão durável por muitos anos. Não é surpreen dente que muitos povos conside rem isto um preço excessivamen te alto a pagar pela união mone

tária,

especialmente

tendo

em

investimentos

vista que o ensinamento de duas

pode desaparecer. Se isto aconte ce, o capital tende a deslocar-se para as áreas de alta produtivida de e, desse modo, atrai o trabalho das áreas periféricas para as cen

gerações de economistas foi o de que se pode confiar em que a ma

trais.

Na Europa, a diversidade regio nal é altamente valorizada e em

nossa opinião, de maneira certa. Consideramos,

portanto,

que

a

união monetária não deve ser au

torizada a estimular o desloca mento do trabalho e do capital

para as áreas centrais desenvolvi das, à custa das regiões periféricas menos desenvolvidas.

Por esta ra

zão, nós aspiramos a uma politica regional vigorosa, como parte in tegrante da unificação monetária na comunidade européia. Conside ramos essencial que tal política deva

concentrar-se

em

eliminar

as causas do desequilíbrio regio nal, elevando os níveis de produ tividade nas áreas mais pobres e

que as transferências de renda, para aliviar as consequências da baixa produtividade, devam ser usadas,

somente,

como uma me

dida provisória. A transição para uma união mo netária européia encontraria obs táculos, é claro. Quanto mais alta fosse a taxa de inflação de um país, maiores seriam as dificulda des. Para um país com uma taxa de inflação tão alta como a do

nipulação de políticas da deman da doméstica podem definir qual quer nível de emprego. Afinal de contas, a necessidade de reduzir taxas de inflação alta é virtualmente inevitável, de modo que, ultimamente, as consequên cias de manter a inflação sob con trole, têm de ser toleradas, quer participe um país de uma união monetária ou não. A introdução de um novo dinheiro estável que não esteja sujeito a expectativas inflacionárias, minimizará, toda via os custos da transição. UM

DINHEIRO

EUROPEU:

COMUM

O EUROPA

A reforma monetária para com bater a inflação será, tanto mais urgente, quanto mais durar a si tuação inflacionaria corrente. O lançamento de um dinheiro euro peu comum, 0 Europa, oferece uma oportunidade única de levar avan te essa refomia enquanto, ao mes mo tempo, põe em andamento a

integração monetária. A mais ra dical tentativa seria substituir as moedas nacionais existentes por

um dinheiro europeu estável em uma drástica mudança. Nós excluimos isto porque viola o prin cípio gradualista e não daria, ao


68

povo, qualquer escolha alternativa

na matéria.

Além disso, produzi-

ria uma grave crise de estabiliza

rece gradualismo e automaticidade e é baseada na reforma mone

tária e na livre interação das for ças do mercado. Propomos o lanlamento de um dinheiro europeu paralelo de constante poder aqui sitivo, emitido de acordo com um

monetário europeu,

circularia com as nais existentes.

moedas

que

nacio

nheiro, por explícita taxação. Com um dinheiro de constante poder de compra, os emissores conquis tam 0 domínio de cada Europa, que é igual à taxa real de 'juros com bases perfeitamente líquidas seguras,

menos

os

custos

da

emissão, substituição e policia mento contra falsificações. Se o dinheiro perde valor, uma despesa adicional é imposta aos titulares do dinheiro, despesa essa equiva lente a uma taxa. Na ausência da ilusão do dinheiro, esta taxa de

inflação é igual à diferença entre a taxa nominal e a real de juros isto é, igual a taxa esperada de

inflação. Para eliminar a taxa de inflação para os portadores de Europas, ser-lhes-ia oferecida uma garantia de poder aquisitivo. Propor um Europa de poder

aquisitivo estável, 'é

provocar

nheiro

resolver

no

caso

paralelo”. A

do

di-

ao lado

I

resposta é í

a

questão “porque um problema que demonstra ser tão difícil no caso

dos dinheiros nacionais, seria tão

dos

dinheiros nacionais,

pode ser realmente simples. é

conservar

A SOBERANIA DO EUROPA

Sua

Consideramos, inicialmente, que

dupla: 1: — há uma grande dife- j

essência

nivel de preço de um conjunto re

os

se parte. É muito mais fácil pre- ^

presentativo de utilidades, em ter

Europa contra dinheiros nacionais apenas. Desse modo, o total de

constante o

la. Esta é a razão que determinou. muitas vezes, na história, a cria-

; ;

mos de Europas. O conjunto pode ser definido como a soma ponde rada dos conjuntos de utilidades nacionais usados para calcular os

ferência à estabilização do velho;

|

índices dos preços do consumidor nacional, Os pesos devem refle-

venir a inflação do que elimina- J

ção de um novo dinheiro de pre- í é, esta também, a razão para li- i

relativa participação de a cada pais na comunidade gnp, no mercado intra-comunitàrio. etc. O próprio Europa e expresso em tir

gar a unificação monetária euro- i péia com a reforma monetária eu ropéia. 2: — durante o período de transição (isto é. o período em ' que os dinheiros

A presença de um dinheiro está

vel europeu compelirá os governos a substituir a taxa implícita, agora existente para portadores de di

e

de

rença, segundo a posição da qual I

ção na maior parte dos países. A experiência que apoiamos ofe

tratado

fácil

69

DlCliSTO EC0NÒ.M[C0

DIcksto Econômico

termos

nacionais e eu

ropeus co-existam), é mais

tante de Europas do que de dinacionais.

Isso

é

Europas serão

;

uma

i

seus

aquisitivo

suprimentos,

de

um

'●

o

absoluta

precisão,

administra

a taxa

se o emissor

de

câmbio

de

pa

do

I

rem

e

conservarem

Europas

usa em

h

competição com o dinheiro nacio nal. O destino do Europa, entre tanto, será determinado na pra ça do mercado pelos operadores

seriam

ajustadas

de

acordo O

tempo de duração, dependería do da publicação dos índices rele ■ 0 Europa e cada um dos dinheiros

nacionais, por uma médja ponde

rada das taxas de inflação de pre

ços, expressas em dinheiros na cionais.

Quando o Europa, finalmente, tiver substituído os dinheiros na cionais, seu suprimento deveria ser controlado de acordo com uma

econômicos. UM EUROPA À PROVA DE

INFLAÇÃO O mecanismo Europa estável,

de

vantes de preços. Isto equivalería ao ajustamento do câmbio entre

maior decisão política por parte ^p de cada governo nacional: para habitantes

prático

com um controle de duração.

moeda.

seus

guia

tre dinheiros nacionais e o Euro

A adoção do Europa requer uma

permitir a

Como

orientação, as taxas de câmbio en

|

Europa em face dos dinheiros nacionais, diretamente, através de conversões

taxa da câmbio variável, im-

Europa,

i

com o

poder constante de aquisição do

dinheiro

paralelo pode ser estabilizado, com

trocados

plicada pela manutenção de^ um

de de como o público reage a mu- | danças nos

con

conjunto de dinheiros nacionais a

assim

porque, enquanto o poder aquisitivo de dinheiro nacional depenpoder

(ponderado)

junto de dinheiros nacionais.

fácil

realizar um poder aquisitivo cons nheiros

de um

regra monetária que continuasse a garantir a estabilidade de seu poder aquisitivo.

para manter um enquanto circula

.

bancos

dinheiro

centrais

da

emitiríam

comunidade

o

não

aumentaria. Somente num poste rior estágio ele seria emitido atra vés de redesconto de créditos e de outros empréstimos com favor do sistema bancário, por meio de

operações de mercado aberto ou de financiamento de despesas da comunidade.

Na medida em que

a emissão de um Europa estável elevará

a

real

dinheiro,

do

demanda

de

no

tais

no

estoque

ser

absorvidos sem

balanço aumentos

dinheiro

podem

uma simultâ

nea queda na demanda de dinhei ros nacionais. Será a política mo netária na união monetária mais

capaz de

conduzir a permanente

estabilidade do que aquela que prevalece no arranjo existente?

A resposta a esta importante per gunta depende do tipo de institui

ção ou instituições que substitui rão, eventualmente, as autorida des monetárias nacionais.

Quais

quer que sejam os detalhes do ajustamento, seria prudente lem brar um princípio orientador: precisamos atribuir às autorida des monetárias a mesma indepen

dência frente ao contrôle político e a mesma responsabilidade dian

te da norma legal que atribuímos ao sistema judicial. Deduz-se daí

que a nova instituição ou institui ções devem ser subtraidas à juris dição dos tesouros e que as auto ridades monetárias devem ser es

tabelecidas ou eleitas para longo


68

povo, qualquer escolha alternativa

na matéria.

Além disso, produzi-

ria uma grave crise de estabiliza

rece gradualismo e automaticidade e é baseada na reforma mone

tária e na livre interação das for ças do mercado. Propomos o lanlamento de um dinheiro europeu paralelo de constante poder aqui sitivo, emitido de acordo com um

monetário europeu,

circularia com as nais existentes.

moedas

que

nacio

nheiro, por explícita taxação. Com um dinheiro de constante poder de compra, os emissores conquis tam 0 domínio de cada Europa, que é igual à taxa real de 'juros com bases perfeitamente líquidas seguras,

menos

os

custos

da

emissão, substituição e policia mento contra falsificações. Se o dinheiro perde valor, uma despesa adicional é imposta aos titulares do dinheiro, despesa essa equiva lente a uma taxa. Na ausência da ilusão do dinheiro, esta taxa de

inflação é igual à diferença entre a taxa nominal e a real de juros isto é, igual a taxa esperada de

inflação. Para eliminar a taxa de inflação para os portadores de Europas, ser-lhes-ia oferecida uma garantia de poder aquisitivo. Propor um Europa de poder

aquisitivo estável, 'é

provocar

nheiro

resolver

no

caso

paralelo”. A

do

di-

ao lado

I

resposta é í

a

questão “porque um problema que demonstra ser tão difícil no caso

dos dinheiros nacionais, seria tão

dos

dinheiros nacionais,

pode ser realmente simples. é

conservar

A SOBERANIA DO EUROPA

Sua

Consideramos, inicialmente, que

dupla: 1: — há uma grande dife- j

essência

nivel de preço de um conjunto re

os

se parte. É muito mais fácil pre- ^

presentativo de utilidades, em ter

Europa contra dinheiros nacionais apenas. Desse modo, o total de

constante o

la. Esta é a razão que determinou. muitas vezes, na história, a cria-

; ;

mos de Europas. O conjunto pode ser definido como a soma ponde rada dos conjuntos de utilidades nacionais usados para calcular os

ferência à estabilização do velho;

|

índices dos preços do consumidor nacional, Os pesos devem refle-

venir a inflação do que elimina- J

ção de um novo dinheiro de pre- í é, esta também, a razão para li- i

relativa participação de a cada pais na comunidade gnp, no mercado intra-comunitàrio. etc. O próprio Europa e expresso em tir

gar a unificação monetária euro- i péia com a reforma monetária eu ropéia. 2: — durante o período de transição (isto é. o período em ' que os dinheiros

A presença de um dinheiro está

vel europeu compelirá os governos a substituir a taxa implícita, agora existente para portadores de di

e

de

rença, segundo a posição da qual I

ção na maior parte dos países. A experiência que apoiamos ofe

tratado

fácil

69

DlCliSTO EC0NÒ.M[C0

DIcksto Econômico

termos

nacionais e eu

ropeus co-existam), é mais

tante de Europas do que de dinacionais.

Isso

é

Europas serão

;

uma

i

seus

aquisitivo

suprimentos,

de

um

'●

o

absoluta

precisão,

administra

a taxa

se o emissor

de

câmbio

de

pa

do

I

rem

e

conservarem

Europas

usa em

h

competição com o dinheiro nacio nal. O destino do Europa, entre tanto, será determinado na pra ça do mercado pelos operadores

seriam

ajustadas

de

acordo O

tempo de duração, dependería do da publicação dos índices rele ■ 0 Europa e cada um dos dinheiros

nacionais, por uma médja ponde

rada das taxas de inflação de pre

ços, expressas em dinheiros na cionais.

Quando o Europa, finalmente, tiver substituído os dinheiros na cionais, seu suprimento deveria ser controlado de acordo com uma

econômicos. UM EUROPA À PROVA DE

INFLAÇÃO O mecanismo Europa estável,

de

vantes de preços. Isto equivalería ao ajustamento do câmbio entre

maior decisão política por parte ^p de cada governo nacional: para habitantes

prático

com um controle de duração.

moeda.

seus

guia

tre dinheiros nacionais e o Euro

A adoção do Europa requer uma

permitir a

Como

orientação, as taxas de câmbio en

|

Europa em face dos dinheiros nacionais, diretamente, através de conversões

taxa da câmbio variável, im-

Europa,

i

com o

poder constante de aquisição do

dinheiro

paralelo pode ser estabilizado, com

trocados

plicada pela manutenção de^ um

de de como o público reage a mu- | danças nos

con

conjunto de dinheiros nacionais a

assim

porque, enquanto o poder aquisitivo de dinheiro nacional depenpoder

(ponderado)

junto de dinheiros nacionais.

fácil

realizar um poder aquisitivo cons nheiros

de um

regra monetária que continuasse a garantir a estabilidade de seu poder aquisitivo.

para manter um enquanto circula

.

bancos

dinheiro

centrais

da

emitiríam

comunidade

o

não

aumentaria. Somente num poste rior estágio ele seria emitido atra vés de redesconto de créditos e de outros empréstimos com favor do sistema bancário, por meio de

operações de mercado aberto ou de financiamento de despesas da comunidade.

Na medida em que

a emissão de um Europa estável elevará

a

real

dinheiro,

do

demanda

de

no

tais

no

estoque

ser

absorvidos sem

balanço aumentos

dinheiro

podem

uma simultâ

nea queda na demanda de dinhei ros nacionais. Será a política mo netária na união monetária mais

capaz de

conduzir a permanente

estabilidade do que aquela que prevalece no arranjo existente?

A resposta a esta importante per gunta depende do tipo de institui

ção ou instituições que substitui rão, eventualmente, as autorida des monetárias nacionais.

Quais

quer que sejam os detalhes do ajustamento, seria prudente lem brar um princípio orientador: precisamos atribuir às autorida des monetárias a mesma indepen

dência frente ao contrôle político e a mesma responsabilidade dian

te da norma legal que atribuímos ao sistema judicial. Deduz-se daí

que a nova instituição ou institui ções devem ser subtraidas à juris dição dos tesouros e que as auto ridades monetárias devem ser es

tabelecidas ou eleitas para longo


70

Dicesto Econômico

período de tempo, quando não vitaliciamente. O objetivo destas duas características é assegurar um mais amplo horizonte tempo ral do que aquele garantido a a outros ramos de governo.

monopólio nacional para impri mir dinheiro tem consequências apenas

para

a

taxa

nacional de

inflação, não para a taxa perma nente de desemprego. (7) O custo da unificação mo netária é transitório e resulta da

EM RESUMO as Recapitulemos principais proposições resultantes do docu

mento.

(1)

É

difícil

considerar

uma

união monetária criada por de cretos oficiais e estruturas legalisticas. Ela precisa evoluir na praça do mercado, (2) Os benefícios de uma união

perda temporária de emprego, já que o país ajusta sua taxa de in flação à taxa de inflação da união. (8) A adoção do Europa pres supõe que a intenção política é harmonizar as taxas de inflação entre os países. Pressupõe, tam bém, que os governos nacionais estarão dispostos a substituir a taxa de inflação por explicita ta xação. Deste modo nós provoca

monetária são qualitativamente semelhantes aos benefícios pro venientes a uma sociedade, visto

mos uma completa reforma mo

que ela se desloca de um acordo de troca a um monetário.

pa e os dinheiros nacionais

(3)

A situação de uma união

monetária não é situação para ta xas de câmbio fixas num mundo de muitas moedas. É antes uma

situação para a substituição de todos os dinheiros nacionais por

uma unidade comum de cálculo,

meio de troca e reserva de valor.

(4)

O único dinheiro (Europa)

que substituirá

dinheiros

nacio-

nais precisa ter estabilidade de poder aquisitivo.

(5)

Nossa visão da união mo

netária difere de outras visões na medida em que não enfatizamos a mobilidade do trabalho e do ca

pital, mas confiamos em que po

líticas estruturais corrijam posísíveis desequilíbrios regionais. (6)

Não

há custos

de

prego

na

unificação

monetária,

afinal de contas.

Dicesto Econômico

71

criada pelos ministros das finan ças do EEC, em março de 1975, para as operações do Fundo de Desenvolvimento Europeu e o Banco de Investimento Europeu. Os EUA compõem-se de um conjunto fixo de moedas européias d^idamente ponderadas para calcular o comércio, etc. (ver a faixa de cima, formulada em 10 de março). O valor dos EUAs em termos de

moedas nacionais muda, então, como resultado da média ponde rada dos movimentos

da taxa de

câmbio. Como comparação entre 10 de março e 10 de setembro ver

(9)

sos das moedas nacionais no con

coe

xistirem, a quantidade de Europas será exclusivamente determi nada pelo desejo dos que queiram possuí-lo. As conversões entre Europas e dinheiros nacionais ocorrerão em proporções variáveis.

(10)

base

concedidas

às

autoridades

mone

tárias a mesma independência frente ao poder político e as mes

mas responsabilidades frente à norma legal, que concedemos ao

das

taxas

de

Na data da introdução da infla ção comprovada E (10 de março) admitiu-se que

a conversão de £

se dá para uma quantia de ElOO. Como isto afeta os balanços do sistema bancário, é mostrado abaixo. Em razão da simplicida de, um contador é introduzido, o Euro-agente (com quem outros bancos centrais europeus teriam acordos).

os bancos comerciais obtenham o Es em troca de um declínio de

suas reservas no Banco da Ingla terra em 10% de £53,90 no nosso exemplo e descontando titulos para o balanço.

in

flação passada uma vez que me didas pelos índices do consumidor nacional de preço — ver a faixa de

baixo.

Para preservar os benefí

cios da reforma monetária, isto é, os benefícios derivados de um di nheiro de valor estável, devem ser

poder

na

co e do Banco da Inglaterra, de 9 de março, de 1975.

cário comercial, pressupõe-se que

junto adotado são mais bem ajus tadas

tema bancário comercial Britâni

Para o balanço do sistema ban

netária.

No período em. que o Euro

começamos com balanços do sis

semelhantes

as faixas de cima e médias.

No Europa — a inflação com provou — que os montantes e pe

Ultimamente demonstrou-se co mo os balanços são afetados de —0—

pois de um período de seis meses, como resultado do mecanismo da

TABELA DA PÁGINA 37

inflação comprovada. E. As taxas de câmbios usadas na

... E O QUE PROVOCARIA NO SISTEMA BANCÁRIO Para

ilustrar

mecanismo

do

o

resultado

Europa

(E),

conversão

a & são as mesmas que no exem plo contrário.

do

—0—

nós

judiciário. ●0--

o-

TABELA DA PÁGINA 36 COMO FUNCIONA O EUROPA...

EGITO: KNOW HÇW ALEMÃO PARA FÁBRICA DE NÁILON EGÍP CIA— A Organização Geral de Industrialização do Egito solicitou os serviços da companhia Lurgi, da Alemanha Ocidental, para a constru ção de uma fábrica de náilon-6 que processará 10.000 libras/dia de ca-

O Europa (E) toma como base a união européia de cálculo (EUA)

xandria), será operada pela Soc. Misr La Rayonne e deverá entrar em

desem

A abdicação do

1

prolactama.

A fábrica, localizada em Kafr el Dawar (ao leste da Ale

funcionamento em meados de 1976.


70

Dicesto Econômico

período de tempo, quando não vitaliciamente. O objetivo destas duas características é assegurar um mais amplo horizonte tempo ral do que aquele garantido a a outros ramos de governo.

monopólio nacional para impri mir dinheiro tem consequências apenas

para

a

taxa

nacional de

inflação, não para a taxa perma nente de desemprego. (7) O custo da unificação mo netária é transitório e resulta da

EM RESUMO as Recapitulemos principais proposições resultantes do docu

mento.

(1)

É

difícil

considerar

uma

união monetária criada por de cretos oficiais e estruturas legalisticas. Ela precisa evoluir na praça do mercado, (2) Os benefícios de uma união

perda temporária de emprego, já que o país ajusta sua taxa de in flação à taxa de inflação da união. (8) A adoção do Europa pres supõe que a intenção política é harmonizar as taxas de inflação entre os países. Pressupõe, tam bém, que os governos nacionais estarão dispostos a substituir a taxa de inflação por explicita ta xação. Deste modo nós provoca

monetária são qualitativamente semelhantes aos benefícios pro venientes a uma sociedade, visto

mos uma completa reforma mo

que ela se desloca de um acordo de troca a um monetário.

pa e os dinheiros nacionais

(3)

A situação de uma união

monetária não é situação para ta xas de câmbio fixas num mundo de muitas moedas. É antes uma

situação para a substituição de todos os dinheiros nacionais por

uma unidade comum de cálculo,

meio de troca e reserva de valor.

(4)

O único dinheiro (Europa)

que substituirá

dinheiros

nacio-

nais precisa ter estabilidade de poder aquisitivo.

(5)

Nossa visão da união mo

netária difere de outras visões na medida em que não enfatizamos a mobilidade do trabalho e do ca

pital, mas confiamos em que po

líticas estruturais corrijam posísíveis desequilíbrios regionais. (6)

Não

há custos

de

prego

na

unificação

monetária,

afinal de contas.

Dicesto Econômico

71

criada pelos ministros das finan ças do EEC, em março de 1975, para as operações do Fundo de Desenvolvimento Europeu e o Banco de Investimento Europeu. Os EUA compõem-se de um conjunto fixo de moedas européias d^idamente ponderadas para calcular o comércio, etc. (ver a faixa de cima, formulada em 10 de março). O valor dos EUAs em termos de

moedas nacionais muda, então, como resultado da média ponde rada dos movimentos

da taxa de

câmbio. Como comparação entre 10 de março e 10 de setembro ver

(9)

sos das moedas nacionais no con

coe

xistirem, a quantidade de Europas será exclusivamente determi nada pelo desejo dos que queiram possuí-lo. As conversões entre Europas e dinheiros nacionais ocorrerão em proporções variáveis.

(10)

base

concedidas

às

autoridades

mone

tárias a mesma independência frente ao poder político e as mes

mas responsabilidades frente à norma legal, que concedemos ao

das

taxas

de

Na data da introdução da infla ção comprovada E (10 de março) admitiu-se que

a conversão de £

se dá para uma quantia de ElOO. Como isto afeta os balanços do sistema bancário, é mostrado abaixo. Em razão da simplicida de, um contador é introduzido, o Euro-agente (com quem outros bancos centrais europeus teriam acordos).

os bancos comerciais obtenham o Es em troca de um declínio de

suas reservas no Banco da Ingla terra em 10% de £53,90 no nosso exemplo e descontando titulos para o balanço.

in

flação passada uma vez que me didas pelos índices do consumidor nacional de preço — ver a faixa de

baixo.

Para preservar os benefí

cios da reforma monetária, isto é, os benefícios derivados de um di nheiro de valor estável, devem ser

poder

na

co e do Banco da Inglaterra, de 9 de março, de 1975.

cário comercial, pressupõe-se que

junto adotado são mais bem ajus tadas

tema bancário comercial Britâni

Para o balanço do sistema ban

netária.

No período em. que o Euro

começamos com balanços do sis

semelhantes

as faixas de cima e médias.

No Europa — a inflação com provou — que os montantes e pe

Ultimamente demonstrou-se co mo os balanços são afetados de —0—

pois de um período de seis meses, como resultado do mecanismo da

TABELA DA PÁGINA 37

inflação comprovada. E. As taxas de câmbios usadas na

... E O QUE PROVOCARIA NO SISTEMA BANCÁRIO Para

ilustrar

mecanismo

do

o

resultado

Europa

(E),

conversão

a & são as mesmas que no exem plo contrário.

do

—0—

nós

judiciário. ●0--

o-

TABELA DA PÁGINA 36 COMO FUNCIONA O EUROPA...

EGITO: KNOW HÇW ALEMÃO PARA FÁBRICA DE NÁILON EGÍP CIA— A Organização Geral de Industrialização do Egito solicitou os serviços da companhia Lurgi, da Alemanha Ocidental, para a constru ção de uma fábrica de náilon-6 que processará 10.000 libras/dia de ca-

O Europa (E) toma como base a união européia de cálculo (EUA)

xandria), será operada pela Soc. Misr La Rayonne e deverá entrar em

desem

A abdicação do

1

prolactama.

A fábrica, localizada em Kafr el Dawar (ao leste da Ale

funcionamento em meados de 1976.


Digesto Econômico

72

O PLANO SOCIAL-LIBERAL

Na sessão de Gncorramento dos Cursofl da L’AcademÍG do Droit InlGr-

naliônal de La Haye”, ocorreu um episódio inédito. O Professor N. A. Ushakofí, da Academia de Ciências Jurídicas de Moscou, fazia sua con ferência sobre a “Não Intervenção no Direito Internacional Contemporâ neo”. E, no decorrer, afirmou que a Doutrina de Monroe fora proclamada “para proteger a independência dos latinos-americanos”. E, mais adiante “que o Direito Internacional Contemporâneo nascera na Rússia, de ins piração lenin-marxista, quando da Revolução comunista de 1917”. E in sistia, que só depois disso, os povos do mundo tinham acesso, em igual dade de condições, à sociedade internacional. Ao término de sua palestra, um assistente pediu a palavra. E, de improviso, em francês, contestou com veemência o conferencista. Disse que ele não se atinha à verdade histórica e jurídica. E demonstrou que a Doutrina de Monroe tivera ori

ALVARO

C.

A solução da crisc argentina re quer, fundamentalmente, o esta belecimento

de

uma

nômica adequada”. sibilidades sociedades

●■ordem

O eminente liberal argentino ae-

eco

lende suas idéias, com a convicção

Mas as pos

mente ao que se supõe, não são numerosas; na realidade se re duzem a muito poucas. Em nos so caso descrevemos quatro e nos

Doutrina, com o princípio de Não-Colonização... Quanto à segunda afir mativa, também, nesta mesma cidade de Haia, que lhe permitia falar

beral (1). Gostaria de expor bre vemente em que consiste.

decidimos

cional. E foi anunciado por aquele Delegado, cujo nome

não

terminava

nem em “ínsky” nem em “off”, mas chamava-se gloriosamente R]JY BARBOSA!... A assistência, de começo atônita, prorrompeu em aplausos, felicitando o inesperado orador. Este era um brasileiro. Seu nome Pro fessor MIGUEL FRANCHINI NETTO, catedrático

cional.

de Direito

Interna

-o-

pela

solução

avaliadas no Centro de Pesquisas da Região Oeste do Departamento

de

Agricultura dos Estados_Unidos (Albany, Califórnia). A fábrica piloto e os estudos de alimentação de animais já estão concluídos, mas os resul tados completos das experiências de alimentação serão dados

a conhecer

somente dentro de um mês. Dois métodos estão sendo utilizados. Em um deles, a palha é picada; uma solução de soda cáustica é acrescentada e o

produto é peletizado. A primeira análise indica que o produto é tão nutri

tivo quanto a alfafa, contanto que seja o principal ingrediente da dieta.

No outro método, a palha simplesmente recebe aplicação de amônia e é enfardada. O processo é simples, e acrescenta nitrogênio à palha de uma

forma que os ruminantes possam usar, mas não parece ser tão nutritivo

quanto o produto peletizado. O alvo do projeto é utilizar a palha dos arro zais da Califórnia e das fazendas de semente de grama do Oregon. o pro

cesso será avaliado economicamente; uma tarefa difícil devido às flutuações nos preços dos materiais de ração alternativos, tais como cereais e forra gem de alta qualidade.

fundar o tema. í

As idéias e os princípios fundamentais Como sempre ocorre no caso de transformações verdadeiras, as

encruzilhada atual

idéias e os princípios que as de As

bases

filosóficas

e

teóricas

da ideologia social-liberal foram expostas reiteradamente e não é 0 propósito deste artigo voltar a elas. Trata-se, aqui. de anunciar as soluções concretas e práticas diante da encruzilhada atual. Não

ESTADOS UNIDOS:- PALHA È TRANSFORMADA EM RAÇÀO DE GADO Técnicas para converter palha em ração para gado estão sendo

grama aqueles que desejem apro

social-li-

Vm plano concreto diante da

tucionalização da Sociedade Internacional. Ele consta do Artigo Primeiro da Carta da ONU. E é, ele, o verdadeiro fundamento do Direito Interna

de sempre

de ordenamento nas modernas, contraria

gem no avanço russo pela Costa da Califórnia no sentido sul. em 1821, quando o Czar estabelecera uma zona de pesca exclusiva de 100 milhas no Oceano Pacífico... Aí se iniciara, com o protesto norte-amreicano, a

hoje, na Conferência da Paz, de 1907, um Delegado lançara o Princípio -da Igualdade Jurídica dos Estados. Esse Princípio é que permitira a insti

ALSOGARAY

é possivel, apesar disso, apresen tar um programa completo. Cabe somente, com todas as limitações que isso comporta, referir-se às principais idéias e aos pontos crí ticos considerados.

Por outro

la

do. está à disposição, esse progra ma elaborado durante o segundo semestre de 1974, e apresentado à opinião pública no último ja neiro, sob o titulo: Informação sobre -a situação argentina em princípios de 1975 e programa pa ra superá-la”. Remeto a esse pro(1) Veja

o

cm “La 1975.

aríigo

“A

Prensa”

solução de

19

<Jc

social-liberal” ouUibro

dc

terminam são poucas e simples. Por outro lado. suas consequên cias são profundas e transcendentes.

O plano se baseia em quatro grupos de decisões fundamentais, que são: 1.

Terminar

com

o

interven

cionismo e dirigismo estatal na economia, devolvendo a produto res, industriais, comerciantes e demais trabalhadores, sua plena liberdade de ação. dentro de um marco fixado por regras gerais e justas. Isto supõe suprimir a bu rocracia, entendendo por tal, não tanto

o

número

de

funcionários,

quanto o absurdo emaranhado de regulamentos e limitações existen tes. Implica também numa ver dadeira hierarquização dos servi dores do Estado, que têm outras

importantes e elevadas tarefas a atender.


Digesto Econômico

72

O PLANO SOCIAL-LIBERAL

Na sessão de Gncorramento dos Cursofl da L’AcademÍG do Droit InlGr-

naliônal de La Haye”, ocorreu um episódio inédito. O Professor N. A. Ushakofí, da Academia de Ciências Jurídicas de Moscou, fazia sua con ferência sobre a “Não Intervenção no Direito Internacional Contemporâ neo”. E, no decorrer, afirmou que a Doutrina de Monroe fora proclamada “para proteger a independência dos latinos-americanos”. E, mais adiante “que o Direito Internacional Contemporâneo nascera na Rússia, de ins piração lenin-marxista, quando da Revolução comunista de 1917”. E in sistia, que só depois disso, os povos do mundo tinham acesso, em igual dade de condições, à sociedade internacional. Ao término de sua palestra, um assistente pediu a palavra. E, de improviso, em francês, contestou com veemência o conferencista. Disse que ele não se atinha à verdade histórica e jurídica. E demonstrou que a Doutrina de Monroe tivera ori

ALVARO

C.

A solução da crisc argentina re quer, fundamentalmente, o esta belecimento

de

uma

nômica adequada”. sibilidades sociedades

●■ordem

O eminente liberal argentino ae-

eco

lende suas idéias, com a convicção

Mas as pos

mente ao que se supõe, não são numerosas; na realidade se re duzem a muito poucas. Em nos so caso descrevemos quatro e nos

Doutrina, com o princípio de Não-Colonização... Quanto à segunda afir mativa, também, nesta mesma cidade de Haia, que lhe permitia falar

beral (1). Gostaria de expor bre vemente em que consiste.

decidimos

cional. E foi anunciado por aquele Delegado, cujo nome

não

terminava

nem em “ínsky” nem em “off”, mas chamava-se gloriosamente R]JY BARBOSA!... A assistência, de começo atônita, prorrompeu em aplausos, felicitando o inesperado orador. Este era um brasileiro. Seu nome Pro fessor MIGUEL FRANCHINI NETTO, catedrático

cional.

de Direito

Interna

-o-

pela

solução

avaliadas no Centro de Pesquisas da Região Oeste do Departamento

de

Agricultura dos Estados_Unidos (Albany, Califórnia). A fábrica piloto e os estudos de alimentação de animais já estão concluídos, mas os resul tados completos das experiências de alimentação serão dados

a conhecer

somente dentro de um mês. Dois métodos estão sendo utilizados. Em um deles, a palha é picada; uma solução de soda cáustica é acrescentada e o

produto é peletizado. A primeira análise indica que o produto é tão nutri

tivo quanto a alfafa, contanto que seja o principal ingrediente da dieta.

No outro método, a palha simplesmente recebe aplicação de amônia e é enfardada. O processo é simples, e acrescenta nitrogênio à palha de uma

forma que os ruminantes possam usar, mas não parece ser tão nutritivo

quanto o produto peletizado. O alvo do projeto é utilizar a palha dos arro zais da Califórnia e das fazendas de semente de grama do Oregon. o pro

cesso será avaliado economicamente; uma tarefa difícil devido às flutuações nos preços dos materiais de ração alternativos, tais como cereais e forra gem de alta qualidade.

fundar o tema. í

As idéias e os princípios fundamentais Como sempre ocorre no caso de transformações verdadeiras, as

encruzilhada atual

idéias e os princípios que as de As

bases

filosóficas

e

teóricas

da ideologia social-liberal foram expostas reiteradamente e não é 0 propósito deste artigo voltar a elas. Trata-se, aqui. de anunciar as soluções concretas e práticas diante da encruzilhada atual. Não

ESTADOS UNIDOS:- PALHA È TRANSFORMADA EM RAÇÀO DE GADO Técnicas para converter palha em ração para gado estão sendo

grama aqueles que desejem apro

social-li-

Vm plano concreto diante da

tucionalização da Sociedade Internacional. Ele consta do Artigo Primeiro da Carta da ONU. E é, ele, o verdadeiro fundamento do Direito Interna

de sempre

de ordenamento nas modernas, contraria

gem no avanço russo pela Costa da Califórnia no sentido sul. em 1821, quando o Czar estabelecera uma zona de pesca exclusiva de 100 milhas no Oceano Pacífico... Aí se iniciara, com o protesto norte-amreicano, a

hoje, na Conferência da Paz, de 1907, um Delegado lançara o Princípio -da Igualdade Jurídica dos Estados. Esse Princípio é que permitira a insti

ALSOGARAY

é possivel, apesar disso, apresen tar um programa completo. Cabe somente, com todas as limitações que isso comporta, referir-se às principais idéias e aos pontos crí ticos considerados.

Por outro

la

do. está à disposição, esse progra ma elaborado durante o segundo semestre de 1974, e apresentado à opinião pública no último ja neiro, sob o titulo: Informação sobre -a situação argentina em princípios de 1975 e programa pa ra superá-la”. Remeto a esse pro(1) Veja

o

cm “La 1975.

aríigo

“A

Prensa”

solução de

19

<Jc

social-liberal” ouUibro

dc

terminam são poucas e simples. Por outro lado. suas consequên cias são profundas e transcendentes.

O plano se baseia em quatro grupos de decisões fundamentais, que são: 1.

Terminar

com

o

interven

cionismo e dirigismo estatal na economia, devolvendo a produto res, industriais, comerciantes e demais trabalhadores, sua plena liberdade de ação. dentro de um marco fixado por regras gerais e justas. Isto supõe suprimir a bu rocracia, entendendo por tal, não tanto

o

número

de

funcionários,

quanto o absurdo emaranhado de regulamentos e limitações existen tes. Implica também numa ver dadeira hierarquização dos servi dores do Estado, que têm outras

importantes e elevadas tarefas a atender.


74

Dicksto Econômico

2.

Terminar com a inflação. O

Características do plano

peso argentino voltará a ser uma

moeda forte e respeitada em todo o mundo,

O custo de vida será

estável e os aumentos nominais de salários representarão melho res

efetivos.

3.

Bloquear as tendências mo-

nopólisticas.

Todo o mundo terá

acesso aos mercados. O Estado ga rantirá a competição e esta, junto o funcionamento pleno do mecanismo dos preços livres, di com

rigirá

e

coordenará

> 0

processo

econômico. A paralizante e absur

da intromissão dos burocratas e tecnocratas neste campo será to talmente eliminada.

4. Terminar com o “enclaustramento” de nossa economia, de-

rivado das falsas-

premissas

“de-

seriyolvimentistas” e de um nacio

nalismo econômico retrógrado e

inoperante,

o país deve e pode

produzir, tanto no campo como na indústria, a preços internacio nais, 0 que lhe permitirá voltar-se abertamente para o exterior e participar de modo mais ativo no

comércio mundial, -sem prejuízo das necessárias medidas de de

fesa da produção nacional. Deste modo haverá mais divisas e ter minarão as crises decorrentes de balanços de pagamentos, que ci clicamente freiam os impulsos “desenvolvimentistas” dos dema gogos e improvisadores e impedem o desenvolvimento verdadeiro, >●

o

país poderá expandir-se sem ou tra restrição que o limite das energias e esforços que lhe apli quemos.

Um plano verdadeiro não po de circunscrever-se a fixar metas, pautas ou aspirações, porém deve dizer explícitamente co?no é pos sível chegar a elas. Muito menos pode cair em generalizações e insubstanciais. Afirslogans mar, por exemplo, que os males do país se curam “mediante uma U

ff

enérgica

política

para

promover

as atividades prioritárias inscri tas no catálogo desenvolviinentista”, constitue

uma trivialidade e

sublinha a ignorância do seus pro motores em matéria econômica. O

I

Dicesto Econômico

75

ao que supõem, que foi o capitalismo-liberal do século passado, o que prova que desconhecem, em absoluto,

as

modernas.

idéias

e

realizações

1.

Refinanciar a dívida exter

Para eles não existem

na.

Somente uma direção econô

a reconstrução alemã do apósguerra. a ressurreição do Japão e as realizações suecas, austríacas,

dos

demais

Expansão c não

recesso

O plano é fortemente expansi vo e não recessivo, como preten dem seus mal documentados críti cos,

Quando

estes

falam

dos

"planos liberais com sua quota de desocupação e monopólios”,

evidentemente se estão referindo

de

um

de caráter social-liberal estão lo

um preço equivalente ao preço real das divisas que se obtém com sua produção, e que não supor tarão impostos discriminatórios. Este anúncio significará entre

A expansão se produz princípalcomo

resultado

da

substi

tuição do financiamento infla cionário das inversões, pela con tribuição de capitais verdadeiros, da estabilidade monetária, da li berdade de ação para trabalhar

e produzir e da contenção da eco

700

e

1.000

milhões

de

dólares

mais no ano próximo. 3.. Chamar as companhias privadas de petróleo e gás para que estas, colaborando com YPF,

desenvolvam, de imediato, jazidas existentes sem prejuízo de outros planos a médio e longo prazo. Esta política pode produzir, já no primeiro ano. entre 300 e 500 mi

nomia.

Ruptura do círculo vicioso Ponto de partida do plano.

posta a essas questões e também diferencia

a base

cio seja eficaz), que os agricul tores receberão por suas colheitas

suiças,

mente

se

sobre

golpeados pelo dirigismo como o Uruguai e o Chile, onde planos

australianas,

pitais sem outorgar-lhes privilé gios ollgopólicos (único caminho conhecido e praticado pelos “de-

planos, particularmente dos bridos de terceira posição.

séria

nas décadas compreendidas entre 1950 e 1970. Também não estão a par do que está ocorrendo no Brasil e em países tão duramente

canadenses,

belgas e de muitas outras nações

grando méritos espetaculares.

nisso

mica

plano social-liberal pode conse guí-lo na amplitude e prazos ne cessários. Com isto ganharemos o tempo indispensável para que as demais medidas produzeim seu es perado efeito. 2. Anunciar (e restam muito poucos dias para que este anún

importante seria dizer corno se podem desenvolver essas ativida des, como se conseguirá atrair ca

senvolvimentistas”), como e quem assinará os sempre escassos re cursos para que o rendimento se ja o mais elevado possível, em uma palavra, de que maneira se alcançarão os fins tão superficial mente propostos. O plano social-liberal dá res

contempladas no plano como ponto de partida para sua apli cação. São elas:

Não podemos terminar com a inflação causa principal da crise —, porque não há inversões e consequentemente a economia e 0 nível de empregos, se contraem,

lhões de dólares adicionais. 4. Reduzir ao mínimo as in versões do Estado e suas empre

e

ou-

fazê-lo sem chocar com nenhuma

tras coisas —, porque domina a inflação. Eis aí o círculo vicioso. Como rompê-lo? Quatro medidas fundamentais, que servem simul

das sadias aspirações e ideais na

não

há inversões

entre

taneamente para superar a pre sente emergência e criar as bases do

desenvolvimento

futuro

estão

sas transferindo-as para a ativirade privada. Há métodos para

cionais.

Desta maneira se conse

guirão três resultados simultâ neos: a redução do déficit do orçamento e com este o da infla ção, 0 desenvolvimento de ativi dades básicas que proverão bpris


^

Dicksto Econômico

74

2.

Terminar com a inflação. O

Características do plaiio

peso argentino voltará a ser uma moeda forte e respeitada em todo o mundo.

O custo de vida será

estável e os aumentos nominais de salários representarão melho res

efetivos.

3. Bloquear as tendências monopólisticas, Todo o mundo terá

acesso aos mercados. O Estado ga rantirá a competição e esta, junto com 0 funcionamento pleno do mecanismo dos preços livres, di rigirá e coordenará o processo econômico. A paralizante e absur da intromissão dos burocratas e

tecnocratas neste campo será to talmente

4.

eliminada.

Terminar com

o

n

enclaus-

tramento” de nossa economia, de

rivado das falsas premissas desenvolvimentistas” e de um nacio u

nalismo econômico retrógrado e inoperante. O país deve e pode produzir, tanto no campo como na indústria, a preços internacio nais, 0 que lhe permitirá voltar-se abertamente para o exterior e participar de modo mais ativo no

comércio mundial, sem prejuízo das necessárias medidas de de fesa da produção nacional. Deste modo haverá mais divisas e ter minarão as crises decorrentes de balanços de pagamentos, que ci clicamente freiam os impulsos “desenvolvimentistas” dos dema

gogos e improvisadores e impedem 0

desenvolvimento verdadeiro,

o

país poderá expandir-se sem ou tra restrição

que

o

limite das

Um plano

verdadeiro não po

de circunscrever-se a fixar metas, pautas ou aspirações, porém deve dizer explícitamente como é pos sível chegar a elas. Muito menos pode cair em generalizações e Insubstanciais. Afirslogans mar. por exemplo, que os males do país se curam “mediante uma U

»

enérgica as

política

atividades

para

promover

prioritárias

mscri-

tas no catálogo desenvolvimentista”, constitue uma

trivialidade e

sublinha a ignorância de seus pro motores em matéria econômica. O

importante seria dizer como se podem desenvolver essas ativida

des, como se conseguirá atrair ca pitais sem outorgar-lhes privilé gios ollgopólicos (único caminho conhecido e praticado pelos “desenvolvimentistas”), coi7io e quem assinará os sempre escassos re cursos para que o rendimento se

ja o mais elevado possível, em uma palavra, de que vianeira se alcançarão os fins tão superficial mente propostos. O plano social-liberal

I

f

Dicesto Econômico

75

ao que supõem.que foi o capitalismo-liberal do século passado, o que prova que desconhecem, em absoluto, as idéias e realizações

contempladas no plano como ponto de partida para sua apli 1.

Refinanciar a dívida exter

modernas.

na.

Somente uma direção econô

Para eles não existem

a reconstrução alemã do apósguerra. a ressurreição do Japão e as realizações suecas, austríacas, canadenses,

australianas,

suiças,

belgas e de muitas outras nações nas décadas compreendidas entre 1950 e 1970. Também não estão a par do que está ocorrendo no Brasil e em países tão duramente golpeados pelo dirigismo como o Uruguai e o Chile, onde planos de

caráter social-liberal

estão lo

A expansão se produz principal como

tuição

do

resultado

da

substi

financiamento

infla

cionário das inversões, pela con

tribuição de capitais verdadeiros, da estabilidade monetária, da li

berdade de ação para trabalhar e produzir e da contenção da eco nomia.

posta a essas questões e também nisso se diferencia dos demais planos, particularmente dos hí

bridos de terceira posição. Expansão

e não

recesso

Não podemos terminar com a inflação causa principal da crise —, porque não há inversões e consequentemente a economia e 0 nível de empregos, se contraem, e

O plano é fprtemente expansi vo e não recessivo, como preten dem seus mal documentados críti cos,

Quando

estes

falam

dos

energias e esforços que lhe apli

“planos liberais com sua quota de desocupação e monopólios”,

quemos.

evidentemente se estão referindo

não

inversões — entre

séria

sobre

a

base

de

um

plano social-liberal pode conse guí-lo na amplitude e prazos ne cessários. Com isto ganharemos o tempo indispensável para que as demais medidas produzam seu es perado efeito, 2. Anunciar (e restam muito poucos dias para que este anún

cio seja eficaz), que os agricul tores receberão por suas colheitas um preço equivalente ao preço sua produção,

e que não

supor

tarão impostos discriminatórios. Este anúncio significará entre 700 e 1.000 milhões de dólares

mais no ano próxinio. 3..

Chamar

as

companhias

privadas de petróleo e gás para que estas, colaborando com YPF, desenvolvam, de imediato, jazidas existentes sem prejuízo de outros

planos a médio e longo prazo. Esta política pode produzir, já no primeiro ano, entre 300 e 500 mi

Ruptura do circulo vicioso Ponto de partida do plano.

res

mica

real das divisas que se obtém com

grando méritos espetaculares. mente

cação. São elas:

ou

tras coisas —, porque domina a inflação. Eis ai o círculo vicioso, Como rompê-lo? Quatro medidas fundamentais, que servem simul taneamente para superar a pre sente emergência e criar as bases do desenvolvimento futuro estão

lhões de dólares adicionais. 4.

Reduzir

ao

mínimo

as

in

versões do Estado e suas empre sas transferindo-as para a ativl-

rade privada.

Há métodos para

fazê-lo sem chocar com nenhuma

das sadias aspirações e ideais na cionais. Desta maneira se conse

guirão três resultados simultâ neos: a redução do déficit do orçamento e com este o da infla ção, 0 desenvolvimento de ativi dades básicas que proverão boiis


fornecimentos e serviços e a in corporação de alta tecnologia que elevará a produtividade. Esta po lítica pode significar, no primei ro ano, uma incorporação de ca

tativas

mudarão

Em

ano,

pitais que iria de 500 a 1.000 mi

progressos serão seguros

lhões de dólares, dependendo da celeridade e decisão com que se atue e da confiança que se saiba

dos.

Como se vê, através destas qua não como empréstimos custosos porém como maior produção e entradas de capital, entre l.õOO e 2.500 milhões de dólares acima dos recursos atuais. Isto elimi

nará o déficit da balança de pa gamentos e

significará

um

im

pulso tão notável à expansão econômica que os efeitos iniciais re cessivos da luta contra a infla ção serão rapidamente neutrali zados. O desemprego, que atual mente já é uma lamentável

rea-

lidade, não somente será contido, como

a

crescente

demanda

de

mão de obra (e de inteligência)

obrigará as empresas a competir pelos melhores trabalhadores,

(incluindo advogados, engenhei-y

ros, técnicos, etecétera), o que

elevará os salários e outros in gressos reais. Isto não é uma utopia:

pode facilmente ser

con-

seguido se se aplicam, a tempo e com decisão, as medidas apon tadas.

Estas medidas, que não são de

emergência porém fundamentais e que se inserem na essência mes ma do plano, permitirão ganhar o tempo necessário para o pleno desenvolvimento

deste.

Adotado

depois de

to adequado.

um rea

breve, o pais

estará salvo e dai

por diante os

uma firme disciplina social é in

e rápi

dispensável.

demasiado

Aqueles que por sua

vez afirmam: ‘‘isto é possível na Alemanha mas não em nosso

f

Alguns temem o período de transição e sugerem que o “custo será

Naturalmente, nas

condições atuais, nada disso é factível; o restabelecimento de

O período de transição

social’

trabalhar livre

mente dentro de um ordenamen

imediatamente.

juste severo porém

inspirar.

tro medidas, ingressarão no país,

se lhes permite

este ponto de partida, as expec um

77

Dicesto Econômico

Dicesto Econômico

76

elevado.

país” estão subestimando ou me nosprezando os argentinos. Quan to ao desemprego, sob os métodos dirigistas. temos já. segundo esta tísticas oficiais. 6%.

Sublinham sobretudo o perigo do

terialmente” um pouco pior. Decorre, de que “a destruição do or denamento

econômico”

não

so-

mente provocou uma crise eco nômica, como perverteu toda a

É por esta última razão que lhe conferimos proemi-

vida nacional,

nência.

O

plano

social-liberal

abrange todos os aspectos da vida argentina.

Esgotar a

E quando se

esgote 0 próximo impulso infla cionário chegaremos a muito mais do que o milhão de deso cupados que as próprias autori

desemprego e crém que os sindi catos se oporão a uma mudança

jamos um pouco mais ricos ou pobres ou de que estejamos' “ina-

experiência

A vantagem desta crise é que não poderemos dissimulá-la nem

dades anunciam. É isto que se deve temer e não o período de

eludí-la. Desta vez teremos que resolvê-la. Durante 30 anos esti vemos vivendo uma ficção, mas

des econômicas socialmente úteis e não faraônicas ou burocráticas,

transição.

Estou certo de que os

esta já se tornou insustentável.

sindicatos

compreenderão

os recursos disponíveis, entre eles

mente esta verdade, posto que os fatos se encarregarão de demons-

ber esperar até que a experiência

trá-la. O importante é que. nesse momento, não sejam superados

matura.

pelos “soviets” de fábricas, como em parte, já está ocorrendo. Se este perigo for eliminado, sem dú

salvar

os

e

“desenvolvimentismo”

desta natureza. são totalmente

expansão

a mão

Estas suposições infundadas. A

absorverá,

de obra

em

hoje

ativida

empregada

como

uma

verdadeira

cial.

As possibilidades

carga

so

são ver

dadeiramente brilhantes.

Os ca

I

pitais, as iniciativas, as energias,

os “desejos de fazer algo” e de pro gredir que hoje se encontram ar rasados ou dirigidos para ativi dades espúrias, como o contra

bando e a especulação indesejá veis, serão absorvidos pela ativi

vida cooperarão.

»

O

plano

não

econômico, os

aspectos

é

exclusivamente

porém abrange todos

da

vida

argentina

A filosofia social-liberal não é uma técnica econômica, porém

financei verdadeira

eclosão de forças latentes, até agora comprimidas, se produzirá no país. Aqueles que acreditam que estas afirmações são aventu reiras, é porque ignoram o impul so vital que têm os povos quando

De

qualquer

se esgote;

modo

sua

devemos

interrupção

sistema

de

responsáveis,

Isto

ja

aconteceu com o doutor Frondizi 0

em

1962 e com os radicais em 1966. Se as

idéias a respeito de como proceder no futuro estão fiamos em nós

claras e se con-

mesmos. o país

“depois de tocar o fundo

reto-

mará sem dúvida sua marcha as-

cendente que foi forçado a aban

profunda

donar

mente moral e livre.

O fato de

décadas.

que a ênfase seja posta no “eco

pre

tar procurando, só serviria para

vida

um

sa

que alguns parecem es

Não deve voltar a ocorrer,

dade econômica sadia, as.sim que se libertem dos entraves que os sufocam e se estabeleçam as bases monetárias e ras anunciadas. Uma

final

durante

as

tres

últimas

nômico” não provém da interpre

j

tação marxista e “desenvolvimentista” da influência da economia sobre a ordem social, ou de que se-

(2) O ‘'Infornic” podo ser obtido no Insliiuto da Economia de Mercado, Tucumán 1668, 1.0 andar, capital federal.


fornecimentos e serviços e a in corporação de alta tecnologia que elevará a produtividade. Esta po lítica pode significar, no primei ro ano, uma incorporação de ca

tativas

mudarão

Em

ano,

pitais que iria de 500 a 1.000 mi

progressos serão seguros

lhões de dólares, dependendo da celeridade e decisão com que se atue e da confiança que se saiba

dos.

Como se vê, através destas qua não como empréstimos custosos porém como maior produção e entradas de capital, entre l.õOO e 2.500 milhões de dólares acima dos recursos atuais. Isto elimi

nará o déficit da balança de pa gamentos e

significará

um

im

pulso tão notável à expansão econômica que os efeitos iniciais re cessivos da luta contra a infla ção serão rapidamente neutrali zados. O desemprego, que atual mente já é uma lamentável

rea-

lidade, não somente será contido, como

a

crescente

demanda

de

mão de obra (e de inteligência)

obrigará as empresas a competir pelos melhores trabalhadores,

(incluindo advogados, engenhei-y

ros, técnicos, etecétera), o que

elevará os salários e outros in gressos reais. Isto não é uma utopia:

pode facilmente ser

con-

seguido se se aplicam, a tempo e com decisão, as medidas apon tadas.

Estas medidas, que não são de

emergência porém fundamentais e que se inserem na essência mes ma do plano, permitirão ganhar o tempo necessário para o pleno desenvolvimento

deste.

Adotado

depois de

to adequado.

um rea

breve, o pais

estará salvo e dai

por diante os

uma firme disciplina social é in

e rápi

dispensável.

demasiado

Aqueles que por sua

vez afirmam: ‘‘isto é possível na Alemanha mas não em nosso

f

Alguns temem o período de transição e sugerem que o “custo será

Naturalmente, nas

condições atuais, nada disso é factível; o restabelecimento de

O período de transição

social’

trabalhar livre

mente dentro de um ordenamen

imediatamente.

juste severo porém

inspirar.

tro medidas, ingressarão no país,

se lhes permite

este ponto de partida, as expec um

77

Dicesto Econômico

Dicesto Econômico

76

elevado.

país” estão subestimando ou me nosprezando os argentinos. Quan to ao desemprego, sob os métodos dirigistas. temos já. segundo esta tísticas oficiais. 6%.

Sublinham sobretudo o perigo do

terialmente” um pouco pior. Decorre, de que “a destruição do or denamento

econômico”

não

so-

mente provocou uma crise eco nômica, como perverteu toda a

É por esta última razão que lhe conferimos proemi-

vida nacional,

nência.

O

plano

social-liberal

abrange todos os aspectos da vida argentina.

Esgotar a

E quando se

esgote 0 próximo impulso infla cionário chegaremos a muito mais do que o milhão de deso cupados que as próprias autori

desemprego e crém que os sindi catos se oporão a uma mudança

jamos um pouco mais ricos ou pobres ou de que estejamos' “ina-

experiência

A vantagem desta crise é que não poderemos dissimulá-la nem

dades anunciam. É isto que se deve temer e não o período de

eludí-la. Desta vez teremos que resolvê-la. Durante 30 anos esti vemos vivendo uma ficção, mas

des econômicas socialmente úteis e não faraônicas ou burocráticas,

transição.

Estou certo de que os

esta já se tornou insustentável.

sindicatos

compreenderão

os recursos disponíveis, entre eles

mente esta verdade, posto que os fatos se encarregarão de demons-

ber esperar até que a experiência

trá-la. O importante é que. nesse momento, não sejam superados

matura.

pelos “soviets” de fábricas, como em parte, já está ocorrendo. Se este perigo for eliminado, sem dú

salvar

os

e

“desenvolvimentismo”

desta natureza. são totalmente

expansão

a mão

Estas suposições infundadas. A

absorverá,

de obra

em

hoje

ativida

empregada

como

uma

verdadeira

cial.

As possibilidades

carga

so

são ver

dadeiramente brilhantes.

Os ca

I

pitais, as iniciativas, as energias,

os “desejos de fazer algo” e de pro gredir que hoje se encontram ar rasados ou dirigidos para ativi dades espúrias, como o contra

bando e a especulação indesejá veis, serão absorvidos pela ativi

vida cooperarão.

»

O

plano

não

econômico, os

aspectos

é

exclusivamente

porém abrange todos

da

vida

argentina

A filosofia social-liberal não é uma técnica econômica, porém

financei verdadeira

eclosão de forças latentes, até agora comprimidas, se produzirá no país. Aqueles que acreditam que estas afirmações são aventu reiras, é porque ignoram o impul so vital que têm os povos quando

De

qualquer

se esgote;

modo

sua

devemos

interrupção

sistema

de

responsáveis,

Isto

ja

aconteceu com o doutor Frondizi 0

em

1962 e com os radicais em 1966. Se as

idéias a respeito de como proceder no futuro estão fiamos em nós

claras e se con-

mesmos. o país

“depois de tocar o fundo

reto-

mará sem dúvida sua marcha as-

cendente que foi forçado a aban

profunda

donar

mente moral e livre.

O fato de

décadas.

que a ênfase seja posta no “eco

pre

tar procurando, só serviria para

vida

um

sa

que alguns parecem es

Não deve voltar a ocorrer,

dade econômica sadia, as.sim que se libertem dos entraves que os sufocam e se estabeleçam as bases monetárias e ras anunciadas. Uma

final

durante

as

tres

últimas

nômico” não provém da interpre

j

tação marxista e “desenvolvimentista” da influência da economia sobre a ordem social, ou de que se-

(2) O ‘'Infornic” podo ser obtido no Insliiuto da Economia de Mercado, Tucumán 1668, 1.0 andar, capital federal.


78

Digesto Econômico

BRASIL:- PARA-BRISA SEGURO — Quando, em 1956, a industria automobilística nacional começou a dar os seus primeiros passos, os vi dros temperados e os laminados estavam em pé de Igualdade. Nenhum dos dois ainda havia sido utilizado no Brasil como material para parabrisas de veículos. Agora, as empresas estão dando mais ênfase ao vidro laminado. A Vitroplex, por exemplo, já está investindo as pri meiras parcelas ôe um total de US$ 4 milhões para produzir, dentro em breve, 10.000 unidades mensais do vidro laminado. O vidro laminado

resulta da associação de duas folhas de cristal com uma pelicula mediária de polivinil butiral — PVB —, ou butacite — produto cuja marca

registrada pertence à Du Pont. Esta matéria-prima se resume a uma película de 0,762 mm de espessura com propriedades elastômeras que amortecem o impacto e dão forte aderência ao vidro. Os cristais utili zados na fabricação das folhas ainda são importados. Contudo, a partir de 1978, esse mercado será totalmente suprido por similar na cional, com a entrada em operação de uma unidade industrial da Santa Marina, que deverá produzir 500 toneladas diárias de “íloat glass”. O para-brisa pode receber dois finíssimos e praticamente impíi'ceptiveis fios de cobre, por entre as duas folhas de vidro. Esses fios podem subs tituir, com vantagens, a antena externa dos veículos, ou permitir a aplicação de “tons degradés”, como se fossem óculos de sol. Podem ainda conter filamentos, idênticos a pequeninas resistências, que desembaçam os vidros por meio de aquecimento. exiai

Lápis e papel na mao.

Este é o^^PABX de Papéis Madi. Em Papéis Madi S.A. você vai encontrar

fV

\ os melhores papéis de \ São Paulo para impressão, \ embalagem,xerox, papelão, \ envelopes, cartolinas \ e também papéis cortados. \ Ligue para 279-3122 \ PABX - 16 troncos

\ e 50 ramais. Papéis Madi \ - o melhor p>apel \ e o melhor

\ atendimento.

PAPÉIS MADI S.A.

O Problema que está nas cidades MIGUEL

0

COLASUONNO

desenvolvimento

econômico

de

tal como

qualquer

ocorreu

partir

pais,

historicamente

da

revolução

a

indus

trial. é sinônimo de urbani

zação.

Nos séculos anteriores à

eclosão

desse

fenômeno,

em

vir

tude do predomínio das atividades rurais, parcelas ponderáveis da população de qualquer pais vivia nos campos e restrito volume de las se fixava nas cidades. O pe ríodo pré-lndustrial se caracteri zava ainda pelo relativo equilí brio entre as cidades, quanto ao seu tamanho. As capitais dos paí ses, sedes das cortes nacionais, exerciam, obviamente, uma atra ção sobre as populações, represen tada pelas facilidades e aU'ativos criados pelos respectivos sobera nos. Contudo, elas estavam longe de constituir pólos de atração de correntes migratórias como surgi ram no último quartel do século XIX XX.

e

se

acentuaram

no

século

lação

diferenciadas

e

mar

cadas por formas aristocratizadas, dispersas por todas as regiões dos países. Para elas também, a atra ção representada pelas Capitais nacionais era em parte contraba lançada pela necessidade de estar

junto às explorações agrícolas. A participação política nos Gover nos locais absorvia suas disponi bilidades de tempo e era essencial para a manutenção de seu pres-

da política

econômico-so-

cial do pais, de forma a que a atuação federal deixe de ser en carada como eventual e episódica, ao sabor da eclosão de pequenas catástrofes”. Publicado no "Jor nal

do Brasil”.

tígio social. Suas transferências para as Capitais eram também obstaculizadas pela inexistência de atividades econômicas nos centros

maiores de população como mais tarde a industrialização ofere cería.

Semelhante quadro político-so cial, perfeitamente identificável inclusive no Brasil, levou o Esta do

As classes sociais se mantinham claramente

“É iiecessário que se superem ra pidamente as etapas iniciais da abordagem dos nossos problemas urbanos, cuja solução para ser ejicaz, deverá permear a formu

moderno

a

estruturar-se

em

graus diferentes de executivos. Os

Estados unitários que emergiram das

reformas

e

idéias

vitoriosas

com a Revolução Francesa, contra o absolutismo monárquico, passa ram

a ser administrados por po

deres locais (prefeituras, subprefeituras, etc.) em tudo quanto di zia respeito a problemas territo riais das cidades e municípios, e

pelo Poder central no tocante aos problemas nacionais, como tais considerados os de defesa perante


78

Digesto Econômico

BRASIL:- PARA-BRISA SEGURO — Quando, em 1956, a industria automobilística nacional começou a dar os seus primeiros passos, os vi dros temperados e os laminados estavam em pé de Igualdade. Nenhum dos dois ainda havia sido utilizado no Brasil como material para parabrisas de veículos. Agora, as empresas estão dando mais ênfase ao vidro laminado. A Vitroplex, por exemplo, já está investindo as pri meiras parcelas ôe um total de US$ 4 milhões para produzir, dentro em breve, 10.000 unidades mensais do vidro laminado. O vidro laminado

resulta da associação de duas folhas de cristal com uma pelicula mediária de polivinil butiral — PVB —, ou butacite — produto cuja marca

registrada pertence à Du Pont. Esta matéria-prima se resume a uma película de 0,762 mm de espessura com propriedades elastômeras que amortecem o impacto e dão forte aderência ao vidro. Os cristais utili zados na fabricação das folhas ainda são importados. Contudo, a partir de 1978, esse mercado será totalmente suprido por similar na cional, com a entrada em operação de uma unidade industrial da Santa Marina, que deverá produzir 500 toneladas diárias de “íloat glass”. O para-brisa pode receber dois finíssimos e praticamente impíi'ceptiveis fios de cobre, por entre as duas folhas de vidro. Esses fios podem subs tituir, com vantagens, a antena externa dos veículos, ou permitir a aplicação de “tons degradés”, como se fossem óculos de sol. Podem ainda conter filamentos, idênticos a pequeninas resistências, que desembaçam os vidros por meio de aquecimento. exiai

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O Problema que está nas cidades MIGUEL

0

COLASUONNO

desenvolvimento

econômico

de

tal como

qualquer

ocorreu

partir

pais,

historicamente

da

revolução

a

indus

trial. é sinônimo de urbani

zação.

Nos séculos anteriores à

eclosão

desse

fenômeno,

em

vir

tude do predomínio das atividades rurais, parcelas ponderáveis da população de qualquer pais vivia nos campos e restrito volume de las se fixava nas cidades. O pe ríodo pré-lndustrial se caracteri zava ainda pelo relativo equilí brio entre as cidades, quanto ao seu tamanho. As capitais dos paí ses, sedes das cortes nacionais, exerciam, obviamente, uma atra ção sobre as populações, represen tada pelas facilidades e aU'ativos criados pelos respectivos sobera nos. Contudo, elas estavam longe de constituir pólos de atração de correntes migratórias como surgi ram no último quartel do século XIX XX.

e

se

acentuaram

no

século

lação

diferenciadas

e

mar

cadas por formas aristocratizadas, dispersas por todas as regiões dos países. Para elas também, a atra ção representada pelas Capitais nacionais era em parte contraba lançada pela necessidade de estar

junto às explorações agrícolas. A participação política nos Gover nos locais absorvia suas disponi bilidades de tempo e era essencial para a manutenção de seu pres-

da política

econômico-so-

cial do pais, de forma a que a atuação federal deixe de ser en carada como eventual e episódica, ao sabor da eclosão de pequenas catástrofes”. Publicado no "Jor nal

do Brasil”.

tígio social. Suas transferências para as Capitais eram também obstaculizadas pela inexistência de atividades econômicas nos centros

maiores de população como mais tarde a industrialização ofere cería.

Semelhante quadro político-so cial, perfeitamente identificável inclusive no Brasil, levou o Esta do

As classes sociais se mantinham claramente

“É iiecessário que se superem ra pidamente as etapas iniciais da abordagem dos nossos problemas urbanos, cuja solução para ser ejicaz, deverá permear a formu

moderno

a

estruturar-se

em

graus diferentes de executivos. Os

Estados unitários que emergiram das

reformas

e

idéias

vitoriosas

com a Revolução Francesa, contra o absolutismo monárquico, passa ram

a ser administrados por po

deres locais (prefeituras, subprefeituras, etc.) em tudo quanto di zia respeito a problemas territo riais das cidades e municípios, e

pelo Poder central no tocante aos problemas nacionais, como tais considerados os de defesa perante


rJ

DICCSTO ECONONflCO

80

81

ÜiciiSTO Econômico

encaradas como meros problemas locais. De sua adequada solução

dos recursos necessários para do

industrial

dependerá, certamente, o destino

tropolitanos das condições infra-

como não podería deixar de ser, alterou o aspecto da nação. A ocorrência de fatores emergentes

econômico do pais ou seja. seu desenvolvimento ou a estagnação de sua economia.

e circunstanciais aliado a coinci dências históricas relevantes pro

O problema da concentração demográfica metropolitana em

duziu um desequilíbrio no desen volvimento econômico. Surgiram

São Paulo. Rio. Belo Horizonte. Salvador ou Recife, bem como cm

as disparidades regionais de de

outras

àliàs, que a questão dos transpor tes era de primordial importân

senvolvimento que proporções de um

suas características.

cia.- Com uma população disper sa em 8,5 milhões de quilômetros quadrados, com grandes cursos

Poder Público. Este não foi in sensível às novas tendências e

inimigos externos, de relações ex teriores, os tributários, de educa ção e de polícia, etc. Nos Estados federados, entre esses dois pode res

se

intercalou

esferas

de

o

estadual

atribuições

com

próprias

subordinadas ao Poder central.

Em países de dimensões conti nentais como 0 Brasil, o poder central além das atribuições acicorretamente ma, considerou.

dágua mas poucos propícios à uti lização num esquema geopolítico de integração nacional através de navegação, sempre quiseram os administradores

brasileiros

desde

a independência, unir por estra das e

caminhos

terrestres

todas

as províncias do país com a sua Capital. Por isso sempre se so nhou com a fixação da Capital no interior do país, em ponto mais

OS GRANDES PROBLEMAS O

desenvolvimento

assumiram as problema na

cional a exigir atenção e.spocial do

realizado

com

a

todas

cons-

trução e inauguração de Brasília em 21 de abril de 1960.

Pode-se

dizer também que a idéia da interligação terrestre de todas as

partes do país foi realizada. Isso tudo permitiu uma exploração dos nossos recursos naturais,

es

pecialmente hidrelétricos, em es cala

dificilmente

começo do século,

imaginável O

mesmo

no se

pode dizer dos recursos minerais.

des. principalmente Rio e São Paulo, passaram a constituir o receptáculo das correntes migra tórias

oriundas

de

todas

as

re

atestados

Rio não são naturais daquelas Ca

mencionados centros

estruturais

básicas

me

essenciais.

Abastecimento de água. coleta e tratamento de esgotos, transporte de massa, habitação, além de obras de saneamento básico mediante a

retificação e canalização de cór regos que atravessam os centros urbanos, deverão consumir recur sos em escalas incrivelmente su

periores às que cabem aos municí pios dentro da arcaica concepção dc discriminação de rendas e de competências de tarefas. Não se sugere, absolutamente, a mera revisão da discriminação de rendas em favor dos municípios,

dessa po.sicão.

pitais, e ainda, que parcelas subs

Contudo, outro problema surgiu. O da excessiva concentração de mográfica nas cidades polos de expansão industrial do Rio e de

tanciais desses contingentes ali se radicaram nos últimos 10 anos.

sabilidade pela superação das de

não se pode pretender que as res

ficiências

São

veis condições de vida a essas po

do

Nordeste e da

eloquentes

Paulo. Só

recentemente,

com

nalmente

de

em

Essas cida

os

que implicaria o seu esfacelamen to com pouco proveito para todos. O que é indispensável é que se

to

constituem

verno federal tomou conhecimen

equidistante

nacional

Amazônia

centivos fiscais do desenvolvimen

as regiões, e que facilitasse esse desígnio. Tal desiderato foi fi

menos

é

giões do pais. Quando se verifica, pelos resultados do censo demo gráfico de 1970. que 55% da po pulação de São Paulo e 45% da do

empenhou-se com afinco em en frentá-lo. Os programas de in

a criação das Regiões Metropoli tanas e posteriormente com a for mulação de política urbana o Go

ou

Capitais,

tar

ponsabilidades de oferecer razoá pulações

sejam

da

competência

exclusiva dos respectivos municí pios ou Estados. Acresce

notar

que

nessas

me

to e voltou-se para o estudo de soluções para o que se possa tal

trópoles se localizam as bases da vida política nacional, quando

vez chamar do mais grave dos problemas nacionais. Apesar de tal empenho, deve-se a reconhecer, entretanto, que

mais não seja. pelas parcelas pon deráveis da população total do

questão continua sendo encarada

tranquila absorção pelos padrões

mais em termos locais do que na cionais. As diversas soluções se

de vida compatíveis com o regime sócio-político em que vivemos de penderá a fixação dos rumos da Nação. A questão é ainda nacional, da competência do poder público fe deral, se encararmos o montante

toriais e gerais dos gravíssimos problemas urbanos das metrópo

les brasileiras não poderão obter êxito, nem ser adeqiiadameiite encaminhadas enquanto forem

país que nelas estão radicadas e que tenderão a crescer. De sua

firme o princípio de que a respon das áreas metropolita

nas. é acima de tudo, da respon

sabilidade da Nação, e, por conse

guinte, de todos os Poderes que a representam. Será necessário en contrar

formas

operacionais

de

conjugar os esforços da União, do Estado e do Município, de manei ra a evitar a multiplicidade de cri térios de decisão na aplicação de Deverá

recursos.

ser

evitada

a

modalidade de uma divisão seto

rial de responsabilidades que tem conduzido à falta de sincronização nos programas. O aprofundamen to da noção de área metropolita na e sua inserção correta na es trutura

do

Poder

Executivo

do

país, fornecerá provavelmente, o instrumento

indispensável

para

o perfeito entrosamento entre os


rJ

DICCSTO ECONONflCO

80

81

ÜiciiSTO Econômico

encaradas como meros problemas locais. De sua adequada solução

dos recursos necessários para do

industrial

dependerá, certamente, o destino

tropolitanos das condições infra-

como não podería deixar de ser, alterou o aspecto da nação. A ocorrência de fatores emergentes

econômico do pais ou seja. seu desenvolvimento ou a estagnação de sua economia.

e circunstanciais aliado a coinci dências históricas relevantes pro

O problema da concentração demográfica metropolitana em

duziu um desequilíbrio no desen volvimento econômico. Surgiram

São Paulo. Rio. Belo Horizonte. Salvador ou Recife, bem como cm

as disparidades regionais de de

outras

àliàs, que a questão dos transpor tes era de primordial importân

senvolvimento que proporções de um

suas características.

cia.- Com uma população disper sa em 8,5 milhões de quilômetros quadrados, com grandes cursos

Poder Público. Este não foi in sensível às novas tendências e

inimigos externos, de relações ex teriores, os tributários, de educa ção e de polícia, etc. Nos Estados federados, entre esses dois pode res

se

intercalou

esferas

de

o

estadual

atribuições

com

próprias

subordinadas ao Poder central.

Em países de dimensões conti nentais como 0 Brasil, o poder central além das atribuições acicorretamente ma, considerou.

dágua mas poucos propícios à uti lização num esquema geopolítico de integração nacional através de navegação, sempre quiseram os administradores

brasileiros

desde

a independência, unir por estra das e

caminhos

terrestres

todas

as províncias do país com a sua Capital. Por isso sempre se so nhou com a fixação da Capital no interior do país, em ponto mais

OS GRANDES PROBLEMAS O

desenvolvimento

assumiram as problema na

cional a exigir atenção e.spocial do

realizado

com

a

todas

cons-

trução e inauguração de Brasília em 21 de abril de 1960.

Pode-se

dizer também que a idéia da interligação terrestre de todas as

partes do país foi realizada. Isso tudo permitiu uma exploração dos nossos recursos naturais,

es

pecialmente hidrelétricos, em es cala

dificilmente

começo do século,

imaginável O

mesmo

no se

pode dizer dos recursos minerais.

des. principalmente Rio e São Paulo, passaram a constituir o receptáculo das correntes migra tórias

oriundas

de

todas

as

re

atestados

Rio não são naturais daquelas Ca

mencionados centros

estruturais

básicas

me

essenciais.

Abastecimento de água. coleta e tratamento de esgotos, transporte de massa, habitação, além de obras de saneamento básico mediante a

retificação e canalização de cór regos que atravessam os centros urbanos, deverão consumir recur sos em escalas incrivelmente su

periores às que cabem aos municí pios dentro da arcaica concepção dc discriminação de rendas e de competências de tarefas. Não se sugere, absolutamente, a mera revisão da discriminação de rendas em favor dos municípios,

dessa po.sicão.

pitais, e ainda, que parcelas subs

Contudo, outro problema surgiu. O da excessiva concentração de mográfica nas cidades polos de expansão industrial do Rio e de

tanciais desses contingentes ali se radicaram nos últimos 10 anos.

sabilidade pela superação das de

não se pode pretender que as res

ficiências

São

veis condições de vida a essas po

do

Nordeste e da

eloquentes

Paulo. Só

recentemente,

com

nalmente

de

em

Essas cida

os

que implicaria o seu esfacelamen to com pouco proveito para todos. O que é indispensável é que se

to

constituem

verno federal tomou conhecimen

equidistante

nacional

Amazônia

centivos fiscais do desenvolvimen

as regiões, e que facilitasse esse desígnio. Tal desiderato foi fi

menos

é

giões do pais. Quando se verifica, pelos resultados do censo demo gráfico de 1970. que 55% da po pulação de São Paulo e 45% da do

empenhou-se com afinco em en frentá-lo. Os programas de in

a criação das Regiões Metropoli tanas e posteriormente com a for mulação de política urbana o Go

ou

Capitais,

tar

ponsabilidades de oferecer razoá pulações

sejam

da

competência

exclusiva dos respectivos municí pios ou Estados. Acresce

notar

que

nessas

me

to e voltou-se para o estudo de soluções para o que se possa tal

trópoles se localizam as bases da vida política nacional, quando

vez chamar do mais grave dos problemas nacionais. Apesar de tal empenho, deve-se a reconhecer, entretanto, que

mais não seja. pelas parcelas pon deráveis da população total do

questão continua sendo encarada

tranquila absorção pelos padrões

mais em termos locais do que na cionais. As diversas soluções se

de vida compatíveis com o regime sócio-político em que vivemos de penderá a fixação dos rumos da Nação. A questão é ainda nacional, da competência do poder público fe deral, se encararmos o montante

toriais e gerais dos gravíssimos problemas urbanos das metrópo

les brasileiras não poderão obter êxito, nem ser adeqiiadameiite encaminhadas enquanto forem

país que nelas estão radicadas e que tenderão a crescer. De sua

firme o princípio de que a respon das áreas metropolita

nas. é acima de tudo, da respon

sabilidade da Nação, e, por conse

guinte, de todos os Poderes que a representam. Será necessário en contrar

formas

operacionais

de

conjugar os esforços da União, do Estado e do Município, de manei ra a evitar a multiplicidade de cri térios de decisão na aplicação de Deverá

recursos.

ser

evitada

a

modalidade de uma divisão seto

rial de responsabilidades que tem conduzido à falta de sincronização nos programas. O aprofundamen to da noção de área metropolita na e sua inserção correta na es trutura

do

Poder

Executivo

do

país, fornecerá provavelmente, o instrumento

indispensável

para

o perfeito entrosamento entre os


82

poderes envolvidos, sob a égide do Executivo nacional.

modo a aparelhá-las para exercer a função de pólos de atração po

responsabilidade nacional

pulacional desviando

dos maiores

centros, as correntes

migratórias

que

ordenar

Outro fator que exige a partici

pação decidida da União nos in vestimentos a serem realizados nos grandes centros, é a de que

procuram;

crescimento

das

2)

dades médias exclusivamente.

des nao implicarão em forçar a estagnação econômica do país. Só 0 Poder Público federal po derá carrear volume ponderável de recursos para atender às neces sidades básicas das nossas metró poles, pois a ele cabem cerca de

55% das receitas públicas nacionais.

Na

eventualidade

de tal nao poder ser União, poderão

responsabilidade

assumida pela ocorrer verdadeiros colapsos em

para

aplicações nos programas das ci

primeira

vista

poderia

A

parecer

correto semelhante procedimento. As cidades médias, dotadas de in fra-estrutura, passariam a atrair investimentos industrais e de ou tra natureza, criando nelas sem pre novas oportunidades de em pregos

e

assim

atraindo

a

mão-

de-obra interna que migra. Acon tece que tal processo não é auto

mático e demandará tempo para completar-se.

Nesse

interregno

as correntes migratórias continua

rão a dirigir-se para os pólos tra dicionais com destaque para São Paulo e o Rio agravando ainda mais as precárias condições de vida aí imperantes. A lentidão com que as migra

tais cidades, ora decorrentes de queda na produção, ora de epide mias provocadas pela carência de saneamento básico, etc., que reper cutirão negativamente no pib,

ções internas se deslocam de um

federal e demais níveis, seja pela

medida que a industrialização paulista se expandia, no decorrer

der a calamidades públicas (epi

das últimas quatro décadas, o pó lo de atração representado pelo Rio, só lenta e paulatinamentefoi

seja pela queda na arrecadação absorção de recursos para aten

pólo para outro teve exemplo re lativamente recente no país. À

demias, enchentes, etc.). Ao optar pela adoção de uma política urbana ampla o Governo federal revelou compreensão do fenômeno. Duas são as orienta

sendo superado pelo pólo criado na Capital paulista. As correntes

ções firmadas:

que o Rio deixasse de atuar tam

1)

promover in

vestimentos em cidades médias de

migratórias que se dirigiam a São Paulo forani se intensificando sem

bém como pólo de atração.

As

tar sua infra-estrutura, de si não

senvolvidas.

atrairá população, que se desloca basicamente à procura de empre gos. Ora. o aparelhamento das

sas áreas metropolitanas da in fra-estrutura indispensável a

face

dos

tradicionalmente

exis

tentes. Isto porque o fato de do tar as cidades médias de trans

Obviamente não pretendem as autoridades responsáveis desviar

uma estreita associação entre o crescimento das metrópoles e o desenvolvimento econômico na-

portes coletivos, água. esgotos, ha bitação, etc., o fato do implemen

Os poderes locais estão absoluta mente incapacitados de enfrentálos e solucioná-los, uma vez que se trata apenas de obter maiores somas de recursos, mas também, e principalmente, de formular uma política urbana para o país e exe cutá-la. Nesta matéria, perde muito de sua validade a distinção entre regiões mais ou menos de

assumirem a função de pólos al ternativos para os migrantes, em

o

metrópoles bra

federais

83

aplicações em cidades médias re petirão 0 fenômeno. Em primeiro lugar elas levarão tempo para

sileiras.

todos os recursos

ter a expansão das grandes cida

t

os

neles é gerada grande parcela do Produto Interno Bruto, Existe

cional, a tal ponto que se pode indagar se as tentativas para con-

I

Dicesto Econômico

Digesto Econôxuco

I

cidades médias constitue apenas a primeira etapa para convertê-

las em pólos de atração, que real mente só se

constituirão quando

indústrias nelas se fixarem ou ex

pandirem.

Por essa necessidade lógica as grandes cidades deverão continuar a absorver grandes investimentos da Nação, e não apenas dos mu nicípios e Estados, sob pena de se afetar

o

desenvolvimento

econô

mico nacional, pela efetiva redu

ção das economias externas pro porcionadas por essas grandes ci dades às indústrias e outras

ati

vidades nelas estabelecidas, em decorrência do reduzido volume de Investimentos destinados às

respectivas

infra-estruturas

ur

banas.

EsFamos convencidos de que os

problemas das grandes cidades e, mais propriamente, das áreas metropitanas, assumiram caracte rísticas tais que só podem ser en frentadas em escala nacional, com

a participação da União, dos Es tados e dos municípios eii^volvidos.

Para dotar

as nos

proporcionar a seus habitantes condições mínimas de salubridade e conforto. Rio e São Paulo, rela tivamente, dado o vulto de suas necessidades, são quase tão ca rentes de recursos quanto Recife, Fortaleza, Belém e outras. Os rumos da história estão tra

çados, e o novo desafio lançado. A resposta consciente começa a ser esboçada. É necessário que se superem rapidamente as eta

pas iniciais da abordagem dos nossos problemas urbanos, cuja

solução, para ser eficaz, deverá permear a formulação da política econòmico-social do país, de for

ma a que a atuação federal dei

xe de ser encarada como eventual

e episódica ao sabor da eclosão de pequenas catástrofes.

No mo

mento em que se firmar na cons ciência nacional a idéia de que

a superação das dificuldades ur banas constitui um dos mais im

portantes objetivos da atuação governamental no presente está gio da história brasileira, estará vencida a batalha decisiva dessa luta.


82

poderes envolvidos, sob a égide do Executivo nacional.

modo a aparelhá-las para exercer a função de pólos de atração po

responsabilidade nacional

pulacional desviando

dos maiores

centros, as correntes

migratórias

que

ordenar

Outro fator que exige a partici

pação decidida da União nos in vestimentos a serem realizados nos grandes centros, é a de que

procuram;

crescimento

das

2)

dades médias exclusivamente.

des nao implicarão em forçar a estagnação econômica do país. Só 0 Poder Público federal po derá carrear volume ponderável de recursos para atender às neces sidades básicas das nossas metró poles, pois a ele cabem cerca de

55% das receitas públicas nacionais.

Na

eventualidade

de tal nao poder ser União, poderão

responsabilidade

assumida pela ocorrer verdadeiros colapsos em

para

aplicações nos programas das ci

primeira

vista

poderia

A

parecer

correto semelhante procedimento. As cidades médias, dotadas de in fra-estrutura, passariam a atrair investimentos industrais e de ou tra natureza, criando nelas sem pre novas oportunidades de em pregos

e

assim

atraindo

a

mão-

de-obra interna que migra. Acon tece que tal processo não é auto

mático e demandará tempo para completar-se.

Nesse

interregno

as correntes migratórias continua

rão a dirigir-se para os pólos tra dicionais com destaque para São Paulo e o Rio agravando ainda mais as precárias condições de vida aí imperantes. A lentidão com que as migra

tais cidades, ora decorrentes de queda na produção, ora de epide mias provocadas pela carência de saneamento básico, etc., que reper cutirão negativamente no pib,

ções internas se deslocam de um

federal e demais níveis, seja pela

medida que a industrialização paulista se expandia, no decorrer

der a calamidades públicas (epi

das últimas quatro décadas, o pó lo de atração representado pelo Rio, só lenta e paulatinamentefoi

seja pela queda na arrecadação absorção de recursos para aten

pólo para outro teve exemplo re lativamente recente no país. À

demias, enchentes, etc.). Ao optar pela adoção de uma política urbana ampla o Governo federal revelou compreensão do fenômeno. Duas são as orienta

sendo superado pelo pólo criado na Capital paulista. As correntes

ções firmadas:

que o Rio deixasse de atuar tam

1)

promover in

vestimentos em cidades médias de

migratórias que se dirigiam a São Paulo forani se intensificando sem

bém como pólo de atração.

As

tar sua infra-estrutura, de si não

senvolvidas.

atrairá população, que se desloca basicamente à procura de empre gos. Ora. o aparelhamento das

sas áreas metropolitanas da in fra-estrutura indispensável a

face

dos

tradicionalmente

exis

tentes. Isto porque o fato de do tar as cidades médias de trans

Obviamente não pretendem as autoridades responsáveis desviar

uma estreita associação entre o crescimento das metrópoles e o desenvolvimento econômico na-

portes coletivos, água. esgotos, ha bitação, etc., o fato do implemen

Os poderes locais estão absoluta mente incapacitados de enfrentálos e solucioná-los, uma vez que se trata apenas de obter maiores somas de recursos, mas também, e principalmente, de formular uma política urbana para o país e exe cutá-la. Nesta matéria, perde muito de sua validade a distinção entre regiões mais ou menos de

assumirem a função de pólos al ternativos para os migrantes, em

o

metrópoles bra

federais

83

aplicações em cidades médias re petirão 0 fenômeno. Em primeiro lugar elas levarão tempo para

sileiras.

todos os recursos

ter a expansão das grandes cida

t

os

neles é gerada grande parcela do Produto Interno Bruto, Existe

cional, a tal ponto que se pode indagar se as tentativas para con-

I

Dicesto Econômico

Digesto Econôxuco

I

cidades médias constitue apenas a primeira etapa para convertê-

las em pólos de atração, que real mente só se

constituirão quando

indústrias nelas se fixarem ou ex

pandirem.

Por essa necessidade lógica as grandes cidades deverão continuar a absorver grandes investimentos da Nação, e não apenas dos mu nicípios e Estados, sob pena de se afetar

o

desenvolvimento

econô

mico nacional, pela efetiva redu

ção das economias externas pro porcionadas por essas grandes ci dades às indústrias e outras

ati

vidades nelas estabelecidas, em decorrência do reduzido volume de Investimentos destinados às

respectivas

infra-estruturas

ur

banas.

EsFamos convencidos de que os

problemas das grandes cidades e, mais propriamente, das áreas metropitanas, assumiram caracte rísticas tais que só podem ser en frentadas em escala nacional, com

a participação da União, dos Es tados e dos municípios eii^volvidos.

Para dotar

as nos

proporcionar a seus habitantes condições mínimas de salubridade e conforto. Rio e São Paulo, rela tivamente, dado o vulto de suas necessidades, são quase tão ca rentes de recursos quanto Recife, Fortaleza, Belém e outras. Os rumos da história estão tra

çados, e o novo desafio lançado. A resposta consciente começa a ser esboçada. É necessário que se superem rapidamente as eta

pas iniciais da abordagem dos nossos problemas urbanos, cuja

solução, para ser eficaz, deverá permear a formulação da política econòmico-social do país, de for

ma a que a atuação federal dei

xe de ser encarada como eventual

e episódica ao sabor da eclosão de pequenas catástrofes.

No mo

mento em que se firmar na cons ciência nacional a idéia de que

a superação das dificuldades ur banas constitui um dos mais im

portantes objetivos da atuação governamental no presente está gio da história brasileira, estará vencida a batalha decisiva dessa luta.


i

Digfstí) Econômico

84

ITÁLIA:- PROTEÍNA NÃO FORAM APROVADAS A Liquichimica, da Itália, está enfrentando sérios problemas em seus esforços para a comercialização da proteína de célula única para rações animais. A companhia já concluiu sua unidade de 100.000 t.m./ano em Saiine di Montebello, uma região do sul da Calabria. Contudo, apesar dos dois anos de contínuos esforços, a Liquichimica não obteve aprovação do Ministé

econômico brasileiro

rio da Saúde para a produção comercial do material. O empreendimento da Liquichimica tem sido criticado pelo fato de utilizar o processo Kanegafuchi (do Japão), o qual, segundo os componentes, produz um material que ainda não foi provado ser inofensivo à saúde das pessoas que come rem a carne dos animais alimentados com essa proteína. O Consiglio Su-

periore delia Sanità, um órgão consultivo do Ministério da Saúde, reco mendou que sejam realizados estudos complementares e, enquanto esses estudos estiverem em curso, será permitida somente uma produção limi tada com finalidades experimentais. Essa recomendação referia-se a “su bstâncias sintéticas desenvolvidas a partir de parafinas de petróleo*’, s qual podería também ser aplicada à proteína produzida através do pro cesso da British Petroleum. A Italproteine, um empreendimento conjun

to da British Petroleum e ANIC da Itália, também está construindo uma fábrica de 100.000 t.m./ano em Sarroch, na Sardenha. Contudo, a fábrica só estará pronta para entrar em funcionamento dentro de um ano apro ximadamente. Tanto a Liquichimica como a Italproteine têm grandes esperanças com relação às proteinas. Nos planos da Liquichimica. por exemplo, está incluído um aumento de capacidade, para 500.000 t.m./ano, e a constoução de outra fábrica em Valle dei Basento, no sul da Itália. A

Italproteine, por sua vez, está negociando a venda de fábricas desses ma teriais não deverá ocorrer tão breve como era esperado.

OCIDENTAL-CONTROLE AMBIENTAL FECHA FÁBRICA DE VCM . . As dificuldades com o monômero de cloreto de ^ Dynamit Nobel AG a retirar-se do ramo de cloreto de

polivinil, embora_sua produção de monômero deva continuar. O problema e que a firma não tem condições de cumprir as severas regulamentações

alemas para o VCM em sua fábrica de PVC de 55.000 t/ano na sede da companhia em Troisdorf, Alemanha Ocidental. A descontinuação será A decisão da com

panhia é irônica porque as instalações de PVC foram reformadas para atender aos padrões de VCM de 10 ppm estabelecidos para fábricas ve lhas., Contudo, as reformas foram extensas o suficiente para qualificar a fábrica como “nova”, exigindo um teto de 5 ppm. A companhia está tam

bém tolhida por problemas de emissão: ela está localizada próximo a áreas residenciais e teria de satisfazer os limites de 0,3 mg/pé cúbico. Observadores da indústria acreditam que esta seja a principal razão para

0 fechamento. Quanto à produção de VCM, a companhia está negociando vendas a outras firmas. As necessidades de PVC, nas fábricas de plástico da Dynamit, serão atendidas através de compras. ■

A

balança comercial do Bra sil, até 1974. apresentava-se

equilibrada;

na

realidade,

durante o periodo 1960-1973, as exportações, totalizando USS 31,7 bilhões, excediam em

US$ 1.8 bilhões as importações, que somavam USS 29,9 bilhões. O expressivo aumento de preço do petróleo inverteu rapidamente a situação. Em 1974. as compras brasileiras no exterior atingiram USS 12,5 bilhões superando em USS 4.5 bilhões as exportações, que

produziram USS 8 bilhões. Em 1974, os derivados de petróleo, so zinhos. responderam por cerca de USS 770 milhões em 1973.

ALEMANHA

efetuada em duas etapas no último trimestre de 1976.

SÉRGIO P. MELLÃO

USS 3 bilhões, em comparação com

o-

?

O atual período de restrições òs importações e o crescimento

As medidas adotadas pelo goveriio^ nesta díficil conjuntura, revelamjertil imaginação e sentido de res ponsabilidade. O autor é ban queiro. agricultor, financista, possuvido vasta experiência em ne gócios inter?iacionais. Apresentamos, a seguir, uma. análise preparada pelo Institutode Pesquisas — SRI-Brasil sobre 0 comércio exterior brasileiro, queindica alguns aspectos interessan tes a serem considerados

tações e da sistemática do Gover no, que a elas agora se aplica.

O Go

AS TENDÊNCIAS DAS

verno esperava reduzir o déficit comercial de 1974 em 50%, esta belecendo em USS- 10 bilhões a

meta

para

as

exportações

de

1975; todavia, inúmeros fatores, internos e externos, associados à

queda nos preços do açúcar e da soja nos mercados mundiais, tor naram esse objetivo inatingível. O Brasil viu o ano de 1975 termi nar com um saldo negativo de

USS 3,6 bilhões, com importações no valor de US$ 12,2 bilhões e exportações equivalentes a US$ 8,6 bilhões, sendo esse déficit cerca de 20% menor que o do ano an terior.

quando

se faz uma avaliação das impor

IMPORTAÇÕES NO BRASIL

Como

podemos

observar no>

Quadro I, anexo, o valor das im portações do Brasil vem aumen

tando a ritmo aproximado de 35% ano a partir de 1969. Excluindo-se a parcela relativa à cate ao

goria petróleo, essa taxa de au mento se reduz para 31%. índices

confrontam-se

com

Esses um

crescimento anual médio nas ex

portações de cerca de 25%, no mesmo período. Se a economia se expande a uma taxa média supe

rior a 10% ao ano, como aconteno Brasil durante o periodo

ceu


i

Digfstí) Econômico

84

ITÁLIA:- PROTEÍNA NÃO FORAM APROVADAS A Liquichimica, da Itália, está enfrentando sérios problemas em seus esforços para a comercialização da proteína de célula única para rações animais. A companhia já concluiu sua unidade de 100.000 t.m./ano em Saiine di Montebello, uma região do sul da Calabria. Contudo, apesar dos dois anos de contínuos esforços, a Liquichimica não obteve aprovação do Ministé

econômico brasileiro

rio da Saúde para a produção comercial do material. O empreendimento da Liquichimica tem sido criticado pelo fato de utilizar o processo Kanegafuchi (do Japão), o qual, segundo os componentes, produz um material que ainda não foi provado ser inofensivo à saúde das pessoas que come rem a carne dos animais alimentados com essa proteína. O Consiglio Su-

periore delia Sanità, um órgão consultivo do Ministério da Saúde, reco mendou que sejam realizados estudos complementares e, enquanto esses estudos estiverem em curso, será permitida somente uma produção limi tada com finalidades experimentais. Essa recomendação referia-se a “su bstâncias sintéticas desenvolvidas a partir de parafinas de petróleo*’, s qual podería também ser aplicada à proteína produzida através do pro cesso da British Petroleum. A Italproteine, um empreendimento conjun

to da British Petroleum e ANIC da Itália, também está construindo uma fábrica de 100.000 t.m./ano em Sarroch, na Sardenha. Contudo, a fábrica só estará pronta para entrar em funcionamento dentro de um ano apro ximadamente. Tanto a Liquichimica como a Italproteine têm grandes esperanças com relação às proteinas. Nos planos da Liquichimica. por exemplo, está incluído um aumento de capacidade, para 500.000 t.m./ano, e a constoução de outra fábrica em Valle dei Basento, no sul da Itália. A

Italproteine, por sua vez, está negociando a venda de fábricas desses ma teriais não deverá ocorrer tão breve como era esperado.

OCIDENTAL-CONTROLE AMBIENTAL FECHA FÁBRICA DE VCM . . As dificuldades com o monômero de cloreto de ^ Dynamit Nobel AG a retirar-se do ramo de cloreto de

polivinil, embora_sua produção de monômero deva continuar. O problema e que a firma não tem condições de cumprir as severas regulamentações

alemas para o VCM em sua fábrica de PVC de 55.000 t/ano na sede da companhia em Troisdorf, Alemanha Ocidental. A descontinuação será A decisão da com

panhia é irônica porque as instalações de PVC foram reformadas para atender aos padrões de VCM de 10 ppm estabelecidos para fábricas ve lhas., Contudo, as reformas foram extensas o suficiente para qualificar a fábrica como “nova”, exigindo um teto de 5 ppm. A companhia está tam

bém tolhida por problemas de emissão: ela está localizada próximo a áreas residenciais e teria de satisfazer os limites de 0,3 mg/pé cúbico. Observadores da indústria acreditam que esta seja a principal razão para

0 fechamento. Quanto à produção de VCM, a companhia está negociando vendas a outras firmas. As necessidades de PVC, nas fábricas de plástico da Dynamit, serão atendidas através de compras. ■

A

balança comercial do Bra sil, até 1974. apresentava-se

equilibrada;

na

realidade,

durante o periodo 1960-1973, as exportações, totalizando USS 31,7 bilhões, excediam em

US$ 1.8 bilhões as importações, que somavam USS 29,9 bilhões. O expressivo aumento de preço do petróleo inverteu rapidamente a situação. Em 1974. as compras brasileiras no exterior atingiram USS 12,5 bilhões superando em USS 4.5 bilhões as exportações, que

produziram USS 8 bilhões. Em 1974, os derivados de petróleo, so zinhos. responderam por cerca de USS 770 milhões em 1973.

ALEMANHA

efetuada em duas etapas no último trimestre de 1976.

SÉRGIO P. MELLÃO

USS 3 bilhões, em comparação com

o-

?

O atual período de restrições òs importações e o crescimento

As medidas adotadas pelo goveriio^ nesta díficil conjuntura, revelamjertil imaginação e sentido de res ponsabilidade. O autor é ban queiro. agricultor, financista, possuvido vasta experiência em ne gócios inter?iacionais. Apresentamos, a seguir, uma. análise preparada pelo Institutode Pesquisas — SRI-Brasil sobre 0 comércio exterior brasileiro, queindica alguns aspectos interessan tes a serem considerados

tações e da sistemática do Gover no, que a elas agora se aplica.

O Go

AS TENDÊNCIAS DAS

verno esperava reduzir o déficit comercial de 1974 em 50%, esta belecendo em USS- 10 bilhões a

meta

para

as

exportações

de

1975; todavia, inúmeros fatores, internos e externos, associados à

queda nos preços do açúcar e da soja nos mercados mundiais, tor naram esse objetivo inatingível. O Brasil viu o ano de 1975 termi nar com um saldo negativo de

USS 3,6 bilhões, com importações no valor de US$ 12,2 bilhões e exportações equivalentes a US$ 8,6 bilhões, sendo esse déficit cerca de 20% menor que o do ano an terior.

quando

se faz uma avaliação das impor

IMPORTAÇÕES NO BRASIL

Como

podemos

observar no>

Quadro I, anexo, o valor das im portações do Brasil vem aumen

tando a ritmo aproximado de 35% ano a partir de 1969. Excluindo-se a parcela relativa à cate ao

goria petróleo, essa taxa de au mento se reduz para 31%. índices

confrontam-se

com

Esses um

crescimento anual médio nas ex

portações de cerca de 25%, no mesmo período. Se a economia se expande a uma taxa média supe

rior a 10% ao ano, como aconteno Brasil durante o periodo

ceu


86

Dicesto Econômico

1970-1974, o controle dessas

des-

■proporções de crescimento, favo recendo as importações, não apre senta maiores problemas. Toda via, se 0 Produto Interno Bruto

{PIB) cair para cerca de 4%, co■mo em 1975, a economia do país

terá sérias dificuldades para su portar, por longo tempo, esses srandes desníveis na balança co mercial .

Das 22 categorias de produtos, que compõem a lista das compras brasileiras no exterior, apresenta das no Quadro II, anexo. 4 res pondem por mais de 75% do total: .'IrtV.

73*,

.

produtos minerais, inclusive pe

tróleo; máquinas e equipamentos; metais básicos e processados; e produtos químicos.

Outras 7 são

responsáveis por cerca de 22% do

total: produtos vegetais. equipamentos de transporte, plásticos e

>. ●

borracha, instrumentos e equipa

mentos científicos (inclusive óti

cos, fotográficos, médicos, cirúrgi

cos e musicais), papel e celulose, 'V'>.

produtos têxteis e produtos ani

mais.

As 11 categorias restantes

perfazem menos de 3% do total <3as importações.

Embora todas as 22 categorias

tenham aumentado em valor des de 1969, algumas o fizeram a ritmo mais acelerado. Entre as ll ca tegorias de produtos responsáveis por mais de 97% do total das com

pras externas durante 1969-1974,

as

que

o período

apresentaram

elevação mais rápida foram: pro dutos minerais, que incluem o pe tróleo, 63%, têxteis, 57%; metais básicos e processados, 55% e plás ticos e borracha, 53%. A seguir, 1

'G.

apresentam-se: produtos quími cos, 45%, papel e celulose. 41%; instrumentos

científicos,

médicos

e cirúrgicos, 38%; produtos ani mais 38% e máquinas e equipa mentos, 36%. As que experimentaram taxas mais lentas de crescimento, a par tir de 1969, foram: equipamentos

de transporte, 30% e produtos ve getais, 27%. Em virtude da in flação, o aumento no valor das importações não corresponde todo ele a um crescimento real; não obstante, no computo geral esses dados indicam tendências impor tantes para serem examinadas. Visando reduzir, em 1976, o ní vel de US$ 12,2 bilhões das com pras externas do ano anterior, em pelo menos 20%, o Governo Brasi

DICESTO ECONü^UCO

87

Todavia, não se deve generali zar quando se trata do grau de importância das importações para a economia do Brasil. Algumas são muito necessárias ao bem es tar econômico e sobre elas discu tiremos mais adiante neste tra balho. Outras, entretanto, caem

nas categorias de produtos desne cessários ou

do

luxo.

Algumas mercadorias importa das ainda são de melhor qualida de que as produzidas no Brasil; mas, a resposta a este argumento se

encontra

no

desenvolvimento

em nosso país de padrões mais elevados de qualidade. A melho ria de qualidade da produção no Brasil é algo que pode e deve ser feito. rados

Dessa forma, os manufatubrasileiroa encontrarão

leiro expediu novas regulamenta ções limitando os incentivos fis cais e a isenção de impostos para a maioria dos produtos importa dos e estabelecendo um depósito compulsório pelo período de 360

mais receptividade não apenas no próprio mercado interno como te rão melhores condições de competir com os produtos de países mais industrializados na conquis ta dos grandes mercados interna

dias, sem

cionais.

juros e

sem

correção

monetária, a ser feito junto ao Banco Central do Brasil, do valor P.O.B.

da

mercadoria.

Torna-se difícil prever as con

sequências do esforço de adapta ção a que muitas organizações te

IMPORTAÇÕES ECONOMICAMENTE MAIS ACONSELHÁVEIS PARA O BRASIL

Três tipos de importações são> obviamente proveitosas para a economia do país: a) Bens de capital destinados ao aumento da produção, tendoem vista, especialmente, as expor tações; b) Componentes que não têm. substitutivos

nacionais

e

maté

rias básicas para a manutenção e aumento da produção, particular mente a destinada à exporta ção; e, c) Aquelas necessárias à ma nutenção da atividade econômica. Os produtos da terceira catego

ria estão incluidos entre as exce

ções nas regulamentações intro duzidas pelo Comunicado n.o 534,. da Carteira de Comércio Exterior

(CACEX), de

8 de

dezembro

de

1975:

A indústria automobilís-

Petróleo

tica é um excelente exemplo do

Trigo

que pode ser obtido se estabele

Fertilizantes

cermos padrões mais elevados pa

Carvão

ra os nossos produtos e se desen

Antibióticos

volvermos o controle de qualidade

Medicamentos

veterinários

● Vacinas, toxinas, etc, de ex tração animal ● Suturas cirúrgicas

Muito se tem falado, ultima mente, sobre o problema das im

necessário à consecução desses propósitos. Os japoneses apren deram esta lição depois da Se gunda Guerra Mundial, o que lhes permitiu concorrer com sucesso, com um grande número de ma nufaturados, nos mercados mun

O petróleo, o trigo e os fertili zantes são responsáveis por cerca de US$ 4 bilhões, ou seja, 1/3 do

portações brasileiras.

diais.

valor

rão que se submeter consideradas: a insuficiência de capital de giro, as elevadas taxas de juros, e a desvalorização da moeda, sem cor

reção

monetária,

dos

depósitos

compulsórios.

● Preparados radiológico

das

para

compras

contraste

externas

do


86

Dicesto Econômico

1970-1974, o controle dessas

des-

■proporções de crescimento, favo recendo as importações, não apre senta maiores problemas. Toda via, se 0 Produto Interno Bruto

{PIB) cair para cerca de 4%, co■mo em 1975, a economia do país

terá sérias dificuldades para su portar, por longo tempo, esses srandes desníveis na balança co mercial .

Das 22 categorias de produtos, que compõem a lista das compras brasileiras no exterior, apresenta das no Quadro II, anexo. 4 res pondem por mais de 75% do total: .'IrtV.

73*,

.

produtos minerais, inclusive pe

tróleo; máquinas e equipamentos; metais básicos e processados; e produtos químicos.

Outras 7 são

responsáveis por cerca de 22% do

total: produtos vegetais. equipamentos de transporte, plásticos e

>. ●

borracha, instrumentos e equipa

mentos científicos (inclusive óti

cos, fotográficos, médicos, cirúrgi

cos e musicais), papel e celulose, 'V'>.

produtos têxteis e produtos ani

mais.

As 11 categorias restantes

perfazem menos de 3% do total <3as importações.

Embora todas as 22 categorias

tenham aumentado em valor des de 1969, algumas o fizeram a ritmo mais acelerado. Entre as ll ca tegorias de produtos responsáveis por mais de 97% do total das com

pras externas durante 1969-1974,

as

que

o período

apresentaram

elevação mais rápida foram: pro dutos minerais, que incluem o pe tróleo, 63%, têxteis, 57%; metais básicos e processados, 55% e plás ticos e borracha, 53%. A seguir, 1

'G.

apresentam-se: produtos quími cos, 45%, papel e celulose. 41%; instrumentos

científicos,

médicos

e cirúrgicos, 38%; produtos ani mais 38% e máquinas e equipa mentos, 36%. As que experimentaram taxas mais lentas de crescimento, a par tir de 1969, foram: equipamentos

de transporte, 30% e produtos ve getais, 27%. Em virtude da in flação, o aumento no valor das importações não corresponde todo ele a um crescimento real; não obstante, no computo geral esses dados indicam tendências impor tantes para serem examinadas. Visando reduzir, em 1976, o ní vel de US$ 12,2 bilhões das com pras externas do ano anterior, em pelo menos 20%, o Governo Brasi

DICESTO ECONü^UCO

87

Todavia, não se deve generali zar quando se trata do grau de importância das importações para a economia do Brasil. Algumas são muito necessárias ao bem es tar econômico e sobre elas discu tiremos mais adiante neste tra balho. Outras, entretanto, caem

nas categorias de produtos desne cessários ou

do

luxo.

Algumas mercadorias importa das ainda são de melhor qualida de que as produzidas no Brasil; mas, a resposta a este argumento se

encontra

no

desenvolvimento

em nosso país de padrões mais elevados de qualidade. A melho ria de qualidade da produção no Brasil é algo que pode e deve ser feito. rados

Dessa forma, os manufatubrasileiroa encontrarão

leiro expediu novas regulamenta ções limitando os incentivos fis cais e a isenção de impostos para a maioria dos produtos importa dos e estabelecendo um depósito compulsório pelo período de 360

mais receptividade não apenas no próprio mercado interno como te rão melhores condições de competir com os produtos de países mais industrializados na conquis ta dos grandes mercados interna

dias, sem

cionais.

juros e

sem

correção

monetária, a ser feito junto ao Banco Central do Brasil, do valor P.O.B.

da

mercadoria.

Torna-se difícil prever as con

sequências do esforço de adapta ção a que muitas organizações te

IMPORTAÇÕES ECONOMICAMENTE MAIS ACONSELHÁVEIS PARA O BRASIL

Três tipos de importações são> obviamente proveitosas para a economia do país: a) Bens de capital destinados ao aumento da produção, tendoem vista, especialmente, as expor tações; b) Componentes que não têm. substitutivos

nacionais

e

maté

rias básicas para a manutenção e aumento da produção, particular mente a destinada à exporta ção; e, c) Aquelas necessárias à ma nutenção da atividade econômica. Os produtos da terceira catego

ria estão incluidos entre as exce

ções nas regulamentações intro duzidas pelo Comunicado n.o 534,. da Carteira de Comércio Exterior

(CACEX), de

8 de

dezembro

de

1975:

A indústria automobilís-

Petróleo

tica é um excelente exemplo do

Trigo

que pode ser obtido se estabele

Fertilizantes

cermos padrões mais elevados pa

Carvão

ra os nossos produtos e se desen

Antibióticos

volvermos o controle de qualidade

Medicamentos

veterinários

● Vacinas, toxinas, etc, de ex tração animal ● Suturas cirúrgicas

Muito se tem falado, ultima mente, sobre o problema das im

necessário à consecução desses propósitos. Os japoneses apren deram esta lição depois da Se gunda Guerra Mundial, o que lhes permitiu concorrer com sucesso, com um grande número de ma nufaturados, nos mercados mun

O petróleo, o trigo e os fertili zantes são responsáveis por cerca de US$ 4 bilhões, ou seja, 1/3 do

portações brasileiras.

diais.

valor

rão que se submeter consideradas: a insuficiência de capital de giro, as elevadas taxas de juros, e a desvalorização da moeda, sem cor

reção

monetária,

dos

depósitos

compulsórios.

● Preparados radiológico

das

para

compras

contraste

externas

do


Digesto Econômico

88

Brasil.

As outras exceções, acima

mencionadas, ainda que relativas a produtos necessários à manu tenção da atividade econômica, pouco adicionam aos encargos de importação.

Além dos produtos já especifi cados, 0 Comunicado n.o

534 in-

clue entre as exceções, os seguin tes:

● Equipamentos e peças para a prospecção e produção de pe tróleo bruto

Equipamentos e

peças para

a pesquisa científica e tecnológica ● Animais de raça para repro dução

A introdução de novas e aper feiçoadas tecnologias é uma das

principais razões para o alto nivel

de

crescimento

apresentado

pelo

econômico

Brasil.

De

acordo com análise elaborada pelo SRI-Brasil, a partir de 1949. cerca de 63% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) resulta do

comerciais,

na

forma

de, entre outros, o aperfeiçoamen

● Máquinas, equipamentos. aparelhos e instrumentos sem si

milar nacional, quando as impor

terior,

Sementes e frutos para se-

tações são realizadas com finan-ciamento externo

Papel de imprensa e papel

para impressão de livros

● Partes, peças e componen tes para fabricação. reposição, re paração e manutenção de aero naves por organizações autorizadas

A Resolução n.o 358, que entrou em vigor a partir de 5 de fevereiTo de 1976, ampliou um pouco esta lista de exceções, A essa Reso lução seguiu-se, em 10 de feverei ro, 0 Comunicado n.o 543 da CA-

CEX, que baniu até 30 de junho do corrente ano, a importação de 300 produtos considerados supér fluos, tanto por não serem essen ciais como por possuírem substi tuto produzido no Brasil.

técnicos

estrangeiros

fábricas

mentos requer, especialmente setiverem de ser desenhados e fa bricados sob encomenda, existe um intervalo de um a três anos

entre o pedido e o recebimento da. mercadoria, conforme podemos verificar nas estatísticas pertinen tes às importações. No caso do Brasil, este intervalo assim seapresenta:

Em

Bilhões

Á710

Capital Investido

1970 1971

US$ 1,7 1.7 1,5 2,1 2,3

de

U.S. Dóla7'es

lmpo7‘tação de Mágimias e Equipame7itos^ i

1972

1973 1974

e

Assi77i, ai7ida que o investimen to de capital tenha sido alto em 1970 (US$ 1,7 bilhões), o impacto sobre as importações de máquinas e equipame7itos só co77ieçou a re■jletir-se e?7i 1971 (US$ 1 bilhão)

trabalho.

pre

US$ 0,7 1.0 1.5

1,8 2,5

1,5 Estimativa 1

1975

duas últimas modalidades de transferência de tecnologia, por envolverem importação, serão Indica, também, a análise

pra de novas máquinas e equipa

investimentos

que

equipamentos e a importação de componentes e materiais básicos não produzidos no país. Estas

consideradas neste

Em virtude do tempo que a com

braram em comparação com 1973-

INVESTIMENTOS DE CAPITAL E IMPORTAÇÕES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

trangeiras, investimentos de capi em novas

damente dispendiosa, sob a nova sistemática, a importação de má quinas e equipamentos, de com

de capital por parte do setor pri vado, ocorrido a partir de 1970, e a elevação no custo do petró-

são trazidos para o Brasil, contra tos de serviços especializados com organizações internacionais, acor dos para a concessão de licenças que permitam fabricar interna mente produtos de patentes es tal externo

leo destacam-se entre as princi pais razões do aumento das im portações em 1974 e 1975. que do

O alto nível dos

to organizacional c operacional das empresas, o uso de equipamen tos de escritório e um melbor sis tema de marketing. Advem o progresso tecnológico de um grande número de fatores, inclusive, pesquisa e desenvolvi mento, estudo e seminários no ex

meadura

que atingem, aproximadamente, US$ 20 bilhões, 85% provêm do setor privado. Entretanto, se as empresas julgarem ser demasia

ponentes e materiais necessários à produção, os investimentos de capital do setor privado, que a partir de 1970 joram, em média, superiores a US$ 1,5 bilhões por ano, poderão cair drasticamente.

progresso tecnológico brasileiro relacionado tanto com a produção industrial e agrícola como com as atividades

8^

Dioesto Econômico

3.2

sas impoii-ações C07iti7i7íará ele vado até qtie as e7icomendasante riores a 1976 te7iham sido

e7itre-

g7ies e o nível dos mvestimentos ãeclme, co77io aconteceu C7n 1975. Em virtude do efeito que as re

gulamentações

das

importações,

parada pelo SRI-Brasil que mais

e nos anos subsequentes.

de 27% do crescimento econômico

as importações brasileiras nesse setor estava7ii aprese7itando o im pacto acumulado (USS 3.2 bilhões)

recentemente revisadas, terão so bre os investimentos de capital, o crescimento econômico do Brasil

de vários anos de elevados inves

(PIB) será afetado negativamen te. Segundo estimativas do SRI-

brasileiro, a partir de 1949, pode ser diretamente vinculado ao va lor dos novos investimentos de

capital.

Desses

investimentos.

timentos de capital. I

Em 1975,

O nivel des-


Digesto Econômico

88

Brasil.

As outras exceções, acima

mencionadas, ainda que relativas a produtos necessários à manu tenção da atividade econômica, pouco adicionam aos encargos de importação.

Além dos produtos já especifi cados, 0 Comunicado n.o

534 in-

clue entre as exceções, os seguin tes:

● Equipamentos e peças para a prospecção e produção de pe tróleo bruto

Equipamentos e

peças para

a pesquisa científica e tecnológica ● Animais de raça para repro dução

A introdução de novas e aper feiçoadas tecnologias é uma das

principais razões para o alto nivel

de

crescimento

apresentado

pelo

econômico

Brasil.

De

acordo com análise elaborada pelo SRI-Brasil, a partir de 1949. cerca de 63% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) resulta do

comerciais,

na

forma

de, entre outros, o aperfeiçoamen

● Máquinas, equipamentos. aparelhos e instrumentos sem si

milar nacional, quando as impor

terior,

Sementes e frutos para se-

tações são realizadas com finan-ciamento externo

Papel de imprensa e papel

para impressão de livros

● Partes, peças e componen tes para fabricação. reposição, re paração e manutenção de aero naves por organizações autorizadas

A Resolução n.o 358, que entrou em vigor a partir de 5 de fevereiTo de 1976, ampliou um pouco esta lista de exceções, A essa Reso lução seguiu-se, em 10 de feverei ro, 0 Comunicado n.o 543 da CA-

CEX, que baniu até 30 de junho do corrente ano, a importação de 300 produtos considerados supér fluos, tanto por não serem essen ciais como por possuírem substi tuto produzido no Brasil.

técnicos

estrangeiros

fábricas

mentos requer, especialmente setiverem de ser desenhados e fa bricados sob encomenda, existe um intervalo de um a três anos

entre o pedido e o recebimento da. mercadoria, conforme podemos verificar nas estatísticas pertinen tes às importações. No caso do Brasil, este intervalo assim seapresenta:

Em

Bilhões

Á710

Capital Investido

1970 1971

US$ 1,7 1.7 1,5 2,1 2,3

de

U.S. Dóla7'es

lmpo7‘tação de Mágimias e Equipame7itos^ i

1972

1973 1974

e

Assi77i, ai7ida que o investimen to de capital tenha sido alto em 1970 (US$ 1,7 bilhões), o impacto sobre as importações de máquinas e equipame7itos só co77ieçou a re■jletir-se e?7i 1971 (US$ 1 bilhão)

trabalho.

pre

US$ 0,7 1.0 1.5

1,8 2,5

1,5 Estimativa 1

1975

duas últimas modalidades de transferência de tecnologia, por envolverem importação, serão Indica, também, a análise

pra de novas máquinas e equipa

investimentos

que

equipamentos e a importação de componentes e materiais básicos não produzidos no país. Estas

consideradas neste

Em virtude do tempo que a com

braram em comparação com 1973-

INVESTIMENTOS DE CAPITAL E IMPORTAÇÕES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

trangeiras, investimentos de capi em novas

damente dispendiosa, sob a nova sistemática, a importação de má quinas e equipamentos, de com

de capital por parte do setor pri vado, ocorrido a partir de 1970, e a elevação no custo do petró-

são trazidos para o Brasil, contra tos de serviços especializados com organizações internacionais, acor dos para a concessão de licenças que permitam fabricar interna mente produtos de patentes es tal externo

leo destacam-se entre as princi pais razões do aumento das im portações em 1974 e 1975. que do

O alto nível dos

to organizacional c operacional das empresas, o uso de equipamen tos de escritório e um melbor sis tema de marketing. Advem o progresso tecnológico de um grande número de fatores, inclusive, pesquisa e desenvolvi mento, estudo e seminários no ex

meadura

que atingem, aproximadamente, US$ 20 bilhões, 85% provêm do setor privado. Entretanto, se as empresas julgarem ser demasia

ponentes e materiais necessários à produção, os investimentos de capital do setor privado, que a partir de 1970 joram, em média, superiores a US$ 1,5 bilhões por ano, poderão cair drasticamente.

progresso tecnológico brasileiro relacionado tanto com a produção industrial e agrícola como com as atividades

8^

Dioesto Econômico

3.2

sas impoii-ações C07iti7i7íará ele vado até qtie as e7icomendasante riores a 1976 te7iham sido

e7itre-

g7ies e o nível dos mvestimentos ãeclme, co77io aconteceu C7n 1975. Em virtude do efeito que as re

gulamentações

das

importações,

parada pelo SRI-Brasil que mais

e nos anos subsequentes.

de 27% do crescimento econômico

as importações brasileiras nesse setor estava7ii aprese7itando o im pacto acumulado (USS 3.2 bilhões)

recentemente revisadas, terão so bre os investimentos de capital, o crescimento econômico do Brasil

de vários anos de elevados inves

(PIB) será afetado negativamen te. Segundo estimativas do SRI-

brasileiro, a partir de 1949, pode ser diretamente vinculado ao va lor dos novos investimentos de

capital.

Desses

investimentos.

timentos de capital. I

Em 1975,

O nivel des-


90

Dicesto Econôkuco

Brasil; ainda que a produção agrí cola recupere os níveis de 1974, ●uma queda de US$ 1 bilhão 7ios

investimentos de capital {que fo ram superiores a US$ 2 bilhões em 1973 e 1974) trará como resul tado uma taxa de crescimento do PIB ao redor de 7%. Se esses in

vestimentos baixarem para US$ 500 milhões por ano, o crescimen to do PIB do Brasil se situará em torno de 5,5%.

panhias que dependem muito das importações. ●

Aumento nos preços dos pro

QUADRO

dutos que empregam componentes e materiais que quiridos

de fornecedores

locais

a

1960-1975

preços mais elevados. Retardamento

E?n Bilhões de U.S. Dólares na

melhoria

da qualidade do produto que de

tações economicamente proveito

penda da

sas para o Brasil envolve os com-

mentos ●

importação

de

instru

Saldo

Favorável Ano

na

melhoria

da produtividade que seria obtida

1964

com a utilização

ao externo.

equipamentos

1965 1966 1967

produzir economicamente reduzír-se, para qualquer um destes mercados, a taxa de crescimento do PIB do Brasil sofrerá um de clínio. Os mercados internacio nais se retrairão e reconquistá-los levará tempo.

de

máquinas e

importados.

US$

1961 1962

na composição dos produtos fabri cados no pais e que se destinam tanto ao mercado interno como Se a capacidade de

Importações

1960

técnicos.

Retardamento

1963

1968

As

medidas

adotadas

fícil conjuntura de

fértil

nesta

revelaram,

imaginação,

vez o alto sentido de

mais

di

1969

além

1970

uma

responsabi

lidade que vem caracterizando o estilo do atual

I

IMPORTAÇoES E EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS

terão de ser ad

ponentes e materiais que entram r

91

Menores lucros para as com

A segunda categoria de impor

Dicesto Econômico

1971 1972 1973 1974 1975

1,3 1,3 1,3 1,3 1,1 0,9 1,3

Exportações US$

1,3 1,4

atuais restrições às importações? / ● ●-

/

Redução na produção de al

gumas companhias.

autoridades

1,6 1,7

1.1 1.5

1,7

1,8

1,9 2,0 2,5 3,2 4,2 6,2 12,5 12,2

1.9

i.a

2,3 2,7 2,9 4,0 6,2 8,0 8,6

2,1 2,3 2,0 1.8 i,a

y*

r

Redução nas exportações de

algumas companhias.

4,9%

6,5%

35,2%

24,6% 24,6%

1969-1975:

te reexaminando o impacto dessas

Inclusive Petróleo

medidas, não apenas sobre as nos

Exclusive Petróleo 31,2% Fontes: Ministro da Fazenda

sas importações, mas sobre a eco nomia como um todo, revisando-as sempre

(

1960-1969

que

assim

o

exigirem

os

mais altos interesses do Brasil, a curto e a longo prazo.

0.1 0,4

1.4

Governo.

estarão continuamen

0 0,1 0

Taxa Anual Média de Crescimento

das

US$

1,2 1,4 1,4

Temos certeza de que as nossas

Quais os possíveis efeitos

Cumulativa

Instituto de Pesquisas — SRI-Brasil

2,7 6,3


90

Dicesto Econôkuco

Brasil; ainda que a produção agrí cola recupere os níveis de 1974, ●uma queda de US$ 1 bilhão 7ios

investimentos de capital {que fo ram superiores a US$ 2 bilhões em 1973 e 1974) trará como resul tado uma taxa de crescimento do PIB ao redor de 7%. Se esses in

vestimentos baixarem para US$ 500 milhões por ano, o crescimen to do PIB do Brasil se situará em torno de 5,5%.

panhias que dependem muito das importações. ●

Aumento nos preços dos pro

QUADRO

dutos que empregam componentes e materiais que quiridos

de fornecedores

locais

a

1960-1975

preços mais elevados. Retardamento

E?n Bilhões de U.S. Dólares na

melhoria

da qualidade do produto que de

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penda da

sas para o Brasil envolve os com-

mentos ●

importação

de

instru

Saldo

Favorável Ano

na

melhoria

da produtividade que seria obtida

1964

com a utilização

ao externo.

equipamentos

1965 1966 1967

produzir economicamente reduzír-se, para qualquer um destes mercados, a taxa de crescimento do PIB do Brasil sofrerá um de clínio. Os mercados internacio nais se retrairão e reconquistá-los levará tempo.

de

máquinas e

importados.

US$

1961 1962

na composição dos produtos fabri cados no pais e que se destinam tanto ao mercado interno como Se a capacidade de

Importações

1960

técnicos.

Retardamento

1963

1968

As

medidas

adotadas

fícil conjuntura de

fértil

nesta

revelaram,

imaginação,

vez o alto sentido de

mais

di

1969

além

1970

uma

responsabi

lidade que vem caracterizando o estilo do atual

I

IMPORTAÇoES E EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS

terão de ser ad

ponentes e materiais que entram r

91

Menores lucros para as com

A segunda categoria de impor

Dicesto Econômico

1971 1972 1973 1974 1975

1,3 1,3 1,3 1,3 1,1 0,9 1,3

Exportações US$

1,3 1,4

atuais restrições às importações? / ● ●-

/

Redução na produção de al

gumas companhias.

autoridades

1,6 1,7

1.1 1.5

1,7

1,8

1,9 2,0 2,5 3,2 4,2 6,2 12,5 12,2

1.9

i.a

2,3 2,7 2,9 4,0 6,2 8,0 8,6

2,1 2,3 2,0 1.8 i,a

y*

r

Redução nas exportações de

algumas companhias.

4,9%

6,5%

35,2%

24,6% 24,6%

1969-1975:

te reexaminando o impacto dessas

Inclusive Petróleo

medidas, não apenas sobre as nos

Exclusive Petróleo 31,2% Fontes: Ministro da Fazenda

sas importações, mas sobre a eco nomia como um todo, revisando-as sempre

(

1960-1969

que

assim

o

exigirem

os

mais altos interesses do Brasil, a curto e a longo prazo.

0.1 0,4

1.4

Governo.

estarão continuamen

0 0,1 0

Taxa Anual Média de Crescimento

das

US$

1,2 1,4 1,4

Temos certeza de que as nossas

Quais os possíveis efeitos

Cumulativa

Instituto de Pesquisas — SRI-Brasil

2,7 6,3


w Digesto Econômico

S2

Kissinger rtão conhece os Estados Unidos O

QUADRO

II

IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS — POR CATEGORIA DE PRODUTOS, PORCENTAGENS SOBRE O VALOR TOTAL E TAXAS DE CRESCIMENTO

I ;

1974 Porcentagem

Categoria Produtos

16 15

Máquinas e equipamentos Metais básicos e processa dos

6

Produtos quimicos Produtos Vegetais

2

17

10 11 1

Plásticos e borracha

.

Instrumentos cientificos,

médicos e cirúrgicos Papel e celulose Têxteis Produtos animais

Todas gorias

as

(11)

demais cate

Total de 22 categorias

*

0 almirante

Elmo

Zumwalt.

ex-chefe das Operações Na vais da

Marinha

de

Guerra

dos Estados Unidos, descreve - com base em conversações que manteve com Hcnry Kissin

0 editorialista. o secretário de Es tado não conhece os Estados Uni

63%

era de opinião de que os Estados

17,4 13,4

55 45

da após malogros sucessivos e de pois de ter causado frustrações

a caminho do nadir. como ocorreu

5.5

27

5.1

30 53

3,3

2.8 2,3 1,8

36

38

1.4

41 57 38

2.8

48

100.0%

Não foram ajustadas à inflação.

44%

sem conta aos mentores da diplo

macia norte-americana, em espe cial. e ocidental, em geral. Há motivos para supor que a esta altura o próprio Kissinger. apesar de sua obstinação e orgulho inte lectual. pelo menos cm seu intimo

reconheça o fracasso da sua polí tica e, implicitamente, as falhas básicas das premissas históricosociológicas com que tratou de justificá-la.

Segundo

Zumwalt.

Kissinger

expressou sua descrença na capa cidade de a sociedade norte-ame

Fontes;

Em editorial, o ‘'O Estado de S.

Paulo” faz criticas à ■politica de distenção — a détente — de Henry Kissinger, secretário de Esta do dos Estados Uiiidos. Segundo

24.6% 19.6

Total

Equipamentos de transpor te

7 18

M livro intitulado Oii Watch,

do a formular sua politica de “detente”. Essa, como é patente, aca ba de chegar a um beco sem saí

o

minerais

(inclusive petróleo 95%

PAULO

ger quando estava na ativa — as concepções histórico-sociológicas que levaram o secretário de Esta

Valor

5

DE S.

Média de Crescimento

sobre

Número

1969-1974* Taxa Anual

E

ESTADO

Ministro da Fazenda

Instituto de Pesquisas — SRI-Brasil

ricana readquirir o antigo espiri to

de

resistência

e

sua

anterior

determinação de preservar as con dições materiais e militares de sua liderança mundial. Citando ano tações que fez imediatamente após uma conversa com Kissin ger, 0 almirante afirma que o en tão

colaborador intimo

de Nixon

dos.

Unidos, vencido o zènite, já estão com tantas outras civilizações. E mais: por estarem em processo de decadência, não poderão ser esti mulados pelo desafio político. Foi por isso que o secretário de Esta do tentou negociar com os russos enquanto esses não haviam alcan çado a superioridade definitiva, acalentando a esperança, que se

revelou vã, de que os acordos obri gariam os adversários a coope rar com

os Estados

Unidos na

manutenção da segurança e da paz mundial. Se foi esta a supo sição de Kissinger, a história dos últimos anos encarregou-se de demonstrar seu erro básico, tão mais incompreensível e imperdoá vel quando cometido por um di plomata que dispõe da acuidade intelectual e das experiências his tóricas do conhecido “scholar” de

Harvard. Ficou claro, à medida que os russos foram alcançando os acordos que ambicionaram nos .

-I


w Digesto Econômico

S2

Kissinger rtão conhece os Estados Unidos O

QUADRO

II

IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS — POR CATEGORIA DE PRODUTOS, PORCENTAGENS SOBRE O VALOR TOTAL E TAXAS DE CRESCIMENTO

I ;

1974 Porcentagem

Categoria Produtos

16 15

Máquinas e equipamentos Metais básicos e processa dos

6

Produtos quimicos Produtos Vegetais

2

17

10 11 1

Plásticos e borracha

.

Instrumentos cientificos,

médicos e cirúrgicos Papel e celulose Têxteis Produtos animais

Todas gorias

as

(11)

demais cate

Total de 22 categorias

*

0 almirante

Elmo

Zumwalt.

ex-chefe das Operações Na vais da

Marinha

de

Guerra

dos Estados Unidos, descreve - com base em conversações que manteve com Hcnry Kissin

0 editorialista. o secretário de Es tado não conhece os Estados Uni

63%

era de opinião de que os Estados

17,4 13,4

55 45

da após malogros sucessivos e de pois de ter causado frustrações

a caminho do nadir. como ocorreu

5.5

27

5.1

30 53

3,3

2.8 2,3 1,8

36

38

1.4

41 57 38

2.8

48

100.0%

Não foram ajustadas à inflação.

44%

sem conta aos mentores da diplo

macia norte-americana, em espe cial. e ocidental, em geral. Há motivos para supor que a esta altura o próprio Kissinger. apesar de sua obstinação e orgulho inte lectual. pelo menos cm seu intimo

reconheça o fracasso da sua polí tica e, implicitamente, as falhas básicas das premissas históricosociológicas com que tratou de justificá-la.

Segundo

Zumwalt.

Kissinger

expressou sua descrença na capa cidade de a sociedade norte-ame

Fontes;

Em editorial, o ‘'O Estado de S.

Paulo” faz criticas à ■politica de distenção — a détente — de Henry Kissinger, secretário de Esta do dos Estados Uiiidos. Segundo

24.6% 19.6

Total

Equipamentos de transpor te

7 18

M livro intitulado Oii Watch,

do a formular sua politica de “detente”. Essa, como é patente, aca ba de chegar a um beco sem saí

o

minerais

(inclusive petróleo 95%

PAULO

ger quando estava na ativa — as concepções histórico-sociológicas que levaram o secretário de Esta

Valor

5

DE S.

Média de Crescimento

sobre

Número

1969-1974* Taxa Anual

E

ESTADO

Ministro da Fazenda

Instituto de Pesquisas — SRI-Brasil

ricana readquirir o antigo espiri to

de

resistência

e

sua

anterior

determinação de preservar as con dições materiais e militares de sua liderança mundial. Citando ano tações que fez imediatamente após uma conversa com Kissin ger, 0 almirante afirma que o en tão

colaborador intimo

de Nixon

dos.

Unidos, vencido o zènite, já estão com tantas outras civilizações. E mais: por estarem em processo de decadência, não poderão ser esti mulados pelo desafio político. Foi por isso que o secretário de Esta do tentou negociar com os russos enquanto esses não haviam alcan çado a superioridade definitiva, acalentando a esperança, que se

revelou vã, de que os acordos obri gariam os adversários a coope rar com

os Estados

Unidos na

manutenção da segurança e da paz mundial. Se foi esta a supo sição de Kissinger, a história dos últimos anos encarregou-se de demonstrar seu erro básico, tão mais incompreensível e imperdoá vel quando cometido por um di plomata que dispõe da acuidade intelectual e das experiências his tóricas do conhecido “scholar” de

Harvard. Ficou claro, à medida que os russos foram alcançando os acordos que ambicionaram nos .

-I


94

planos militar e diplomático, que eles se foram sentindo mais for

tes, animando-se a executar seus planos de expansionismo mundial e não a colaborar para a seguran ça global. O almirante

Zumwalt

também

atribui a Kissínger, com base em anotações que tomou das conversas com ele mantidas, a afirmação de que seu trabalho consiste em per suadir os russos a conceder aos Estados Unidos o melhor acordo

possível, reconhecendo que as for ças históricas lhes são favoráveis. “Kissinger está consciente — afir

ma Zumwalt — de que à luz da História será considerado um dos

homens çue negociaram acordos favoráveis aos soviéticos, mas ressalta que o povo norte-america

no não poderá acusar ninguém, senão a si próprio, uma vez que lhe falta

energia

aos

que

russos

para

resistir

representam

Es

parta em relação à nossa Ate

nas”. Em outra conversa igual

mente anotada por Zumwalt, Kissinger manifestou que "o po

vo norte-americano não tem for

ça de vontade para fazer 0 neces-

sário a fim de atingir a paridade estratégica e a superioridade ma rítima”. E teria declarado:

foi frequentemente citada nos círculos jornalísticos norte-ame ricanos, nos quais se dizia que o secretário de Estado teria de

clarado que entre a trégua com Hanói e a subsequente queda de Saigon deveria decorrer tempo su ficiente para que a responsabili dade pelo colapso do Vietnã do Sul não pudesse ser atribuída aos

Estados

será alterado”.

Ora, antes de chegar-se a um acordo nas SALT-II, os soviéti cos, os norte-americanos e o mundo inteiro já sabem que o

equilíbrio foi alterado. Esta fra-

da

socie

de Kissinger, a serem verdadeiras as declarações a ele atri-

buidas pelo almirante Zumwald, são sintoma gravidade,

de

fatos

Revelam,

confiado seu

as declara-

destino,

e a

política

quase

capitulacionista,

que redundará na rendição total.

a crise norte-americana, cuja pro fundidade nunca tentamos negar ou minimizar, se traduziu por uma crise da liderança, que perdeu a

confiança da opinião publica. Mas daí a concluir que toda a cultura norte-americana

se

encontra

em

ção apesar de sérios obstáculos. Esses atributos pertencem a indi

víduos e à aristocracia e são quálidades pelas quais uma nação, como os indivíduos, alcança podominante”. siçao Tocqueville reconhece a inferioridade das

democracias na política externà, mas reconhece também, em outra

íundamente

os

Estados

Unidos

e

sobre eles escreveu sua obra clás I

dispo

sição dos líderes de executar uma

nentes e trabalhar em sua execu

passagem, que, nas competições e conflitos a longo prazo, acaba por prevalecer o Estado capaz de ga rantir os valores individuais a to

dos os seus cidadãos, e não o con trário.

dos que nela nasceram. O euro peu que chegou a conhecer pro-

da maior

ções, a falta de fé na vitalidade do povo norte-americano, por parte dos líderes aos quais foi

pormenores de empreendimentos, perseverar em desígnios perma

dade em que se vive e que se go Quem afirma a decadência dos

ticos não parecem, todavia, dis postos a respeitar os pios desejos de Henry Kissinger. As posições

lações de um povo com outro. Mas a democracia só com grande dificuldade pode regulamentar os

verna.

Estados Unidos, apesar de ocupar altos postos no governo norteamericano, está longe de ter assi milado os valores da nação nor te-americana feiiomeno que, com raras exceções, é privilégio

responsabilidíide pela inferiori dade estratégica, a qual cabe adois ou três governos, sobre o pró prio povo. Sempre julgamos que

e os

desconhecimento

Phan Van Dong,

O pior é que a liderança joga a

os soviéticos

total

Fidel Castro e os dirigentes sovié

(De

Unidos percebaní que o equilíbrio

o agigantamento militar da União Soviética assegura aos russos a superioridade de sua vitalidade fi siológica e cultural, que encontra ria precedente histórico na deca dência de Atenas, ocupada em 405 AC por forças de Esparta após os trinta anos da guerra do Pelopo: neso, vai um grande passo que ● não apenas revela um profundo e inadmissível pessimismo, mas o

gociações sobre a paz no Vietnã,

Estados Unidos.

95

I plena decadência e a sugerir que

se atrlbuida a Kissinger, a qual poderá parecer cínica pelo seu conteúdo, é muito semelhante aquela outra que, durante as ne

vemos obter 0 melhor acordo que pudermos nas negociações, antes

que

Digesto Econômico

Digesto Econômico

I

sica, “Democracia na América” (1835). cujas analises permane cem ainda hoje basicamente va lidas. foi Alexis Tocqueville. Ele

viu que a “política externa raras vezes exige as qualidades que são peculiares à democracia; exige, ao contrário, o uso completo de to das aquelas em que ela é defi ciente. A democracia é favorável ao crescimento dos recursos in ternos do Estado, difunde prospe ridade e conforto, promove o es

pírito público e fortalece o res peito à lei em todas as classes da

Quando Atenas caiu, sobretudo por causa da traição política e estratégica de Alcibiades, toda a civilização helenica começou a declinar e, junto com ela, tam bém Esparta. Venceram, porém, afinal, os valores da democracia ateniense,

As

mostrando-se

eternos.

primarias em que a opinião

publica

norte-americana

colocou

os adeptos da “détente” em posi ções defensivas são a prova das falhas das premissas atribuídas a Kissinger e atestam que a civili zação norte-americana, longe de

sociedade; todos esses valores são

ser decadente, possui força sufi

vantagens

que

apenas uma

ciente de recuperação espiritual,

influencia

indireta

sobre

política e militar.

têm

as

re-


94

planos militar e diplomático, que eles se foram sentindo mais for

tes, animando-se a executar seus planos de expansionismo mundial e não a colaborar para a seguran ça global. O almirante

Zumwalt

também

atribui a Kissínger, com base em anotações que tomou das conversas com ele mantidas, a afirmação de que seu trabalho consiste em per suadir os russos a conceder aos Estados Unidos o melhor acordo

possível, reconhecendo que as for ças históricas lhes são favoráveis. “Kissinger está consciente — afir

ma Zumwalt — de que à luz da História será considerado um dos

homens çue negociaram acordos favoráveis aos soviéticos, mas ressalta que o povo norte-america

no não poderá acusar ninguém, senão a si próprio, uma vez que lhe falta

energia

aos

que

russos

para

resistir

representam

Es

parta em relação à nossa Ate

nas”. Em outra conversa igual

mente anotada por Zumwalt, Kissinger manifestou que "o po

vo norte-americano não tem for

ça de vontade para fazer 0 neces-

sário a fim de atingir a paridade estratégica e a superioridade ma rítima”. E teria declarado:

foi frequentemente citada nos círculos jornalísticos norte-ame ricanos, nos quais se dizia que o secretário de Estado teria de

clarado que entre a trégua com Hanói e a subsequente queda de Saigon deveria decorrer tempo su ficiente para que a responsabili dade pelo colapso do Vietnã do Sul não pudesse ser atribuída aos

Estados

será alterado”.

Ora, antes de chegar-se a um acordo nas SALT-II, os soviéti cos, os norte-americanos e o mundo inteiro já sabem que o

equilíbrio foi alterado. Esta fra-

da

socie

de Kissinger, a serem verdadeiras as declarações a ele atri-

buidas pelo almirante Zumwald, são sintoma gravidade,

de

fatos

Revelam,

confiado seu

as declara-

destino,

e a

política

quase

capitulacionista,

que redundará na rendição total.

a crise norte-americana, cuja pro fundidade nunca tentamos negar ou minimizar, se traduziu por uma crise da liderança, que perdeu a

confiança da opinião publica. Mas daí a concluir que toda a cultura norte-americana

se

encontra

em

ção apesar de sérios obstáculos. Esses atributos pertencem a indi

víduos e à aristocracia e são quálidades pelas quais uma nação, como os indivíduos, alcança podominante”. siçao Tocqueville reconhece a inferioridade das

democracias na política externà, mas reconhece também, em outra

íundamente

os

Estados

Unidos

e

sobre eles escreveu sua obra clás I

dispo

sição dos líderes de executar uma

nentes e trabalhar em sua execu

passagem, que, nas competições e conflitos a longo prazo, acaba por prevalecer o Estado capaz de ga rantir os valores individuais a to

dos os seus cidadãos, e não o con trário.

dos que nela nasceram. O euro peu que chegou a conhecer pro-

da maior

ções, a falta de fé na vitalidade do povo norte-americano, por parte dos líderes aos quais foi

pormenores de empreendimentos, perseverar em desígnios perma

dade em que se vive e que se go Quem afirma a decadência dos

ticos não parecem, todavia, dis postos a respeitar os pios desejos de Henry Kissinger. As posições

lações de um povo com outro. Mas a democracia só com grande dificuldade pode regulamentar os

verna.

Estados Unidos, apesar de ocupar altos postos no governo norteamericano, está longe de ter assi milado os valores da nação nor te-americana feiiomeno que, com raras exceções, é privilégio

responsabilidíide pela inferiori dade estratégica, a qual cabe adois ou três governos, sobre o pró prio povo. Sempre julgamos que

e os

desconhecimento

Phan Van Dong,

O pior é que a liderança joga a

os soviéticos

total

Fidel Castro e os dirigentes sovié

(De

Unidos percebaní que o equilíbrio

o agigantamento militar da União Soviética assegura aos russos a superioridade de sua vitalidade fi siológica e cultural, que encontra ria precedente histórico na deca dência de Atenas, ocupada em 405 AC por forças de Esparta após os trinta anos da guerra do Pelopo: neso, vai um grande passo que ● não apenas revela um profundo e inadmissível pessimismo, mas o

gociações sobre a paz no Vietnã,

Estados Unidos.

95

I plena decadência e a sugerir que

se atrlbuida a Kissinger, a qual poderá parecer cínica pelo seu conteúdo, é muito semelhante aquela outra que, durante as ne

vemos obter 0 melhor acordo que pudermos nas negociações, antes

que

Digesto Econômico

Digesto Econômico

I

sica, “Democracia na América” (1835). cujas analises permane cem ainda hoje basicamente va lidas. foi Alexis Tocqueville. Ele

viu que a “política externa raras vezes exige as qualidades que são peculiares à democracia; exige, ao contrário, o uso completo de to das aquelas em que ela é defi ciente. A democracia é favorável ao crescimento dos recursos in ternos do Estado, difunde prospe ridade e conforto, promove o es

pírito público e fortalece o res peito à lei em todas as classes da

Quando Atenas caiu, sobretudo por causa da traição política e estratégica de Alcibiades, toda a civilização helenica começou a declinar e, junto com ela, tam bém Esparta. Venceram, porém, afinal, os valores da democracia ateniense,

As

mostrando-se

eternos.

primarias em que a opinião

publica

norte-americana

colocou

os adeptos da “détente” em posi ções defensivas são a prova das falhas das premissas atribuídas a Kissinger e atestam que a civili zação norte-americana, longe de

sociedade; todos esses valores são

ser decadente, possui força sufi

vantagens

que

apenas uma

ciente de recuperação espiritual,

influencia

indireta

sobre

política e militar.

têm

as

re-


l!

o PLANO AMERICANO ROBERT L. /

A ERA DA TECNOLOGIA BRASILEIRA

eucQtex

econômico.

Pode-se

lamen

tar o fato — Herbert Stein,

presidente do Conselho de Consultores Econômicos sob o Presidente Nixon. nos diz que 0 planejamento tornará a economia “mais inflacionária, menos li vre e menos eficiente”. Pode-se denunciar isso — Thomas Murphy, presidente da General Mo

i

Exportar para mais de 40 países de todos os continentes; ter a maior prensa do

\

mundo; apresentar uma linha variada de produtos - forros acústicos e isolantes,

larnbris e revestimentos Eucaplac, paredes '■ divisórias Divilux, chapas à base mineral (à prova de fogo) Fibraroc, chapas duras Xapadur, e muitos outros - são as consequências do pioneirismo, do

desenvolvimento de “know-how” próprio e de mais de vinte anos de trabalho.

/

A

Aniérica está sendo impeli da para o planejamento

tors,

prediz

nacional

que o

será

planejamento

uma

“prescrição

para o caos nacional, ou pelo me nos, estagnação nacional.” Podese temê-lo — Walter N\ riston. pre sidente do “First National City Bank” adverte-nos que o planeja

HEILBRONER

O Planejamento Econômico Nacional chegará quando os homens de negócios o pedirem — e o farão a fim de salvar o siste7iia capita lista, afinna o autor

mas crescente número de homens

de negócios influentes, tais como

pelo estabelecimento de algumas formas de planejamento econômi co

nacional.

Assim, aconteça o que aconte cer. aceitemos ou não, seja o pro

jeto Humphrey-p^avits ou outrò, espero que dentro de cinco anos, talvez muito mais cedo, adotare mos oficialmente qualquer coisa

estabelecendo

uma

agência

planejamento nacional.

de

Uma lista

de eminentes economistas

lidera

dos por John Kenneth Galbraith e Wassily Leontief, ganhador do Prêmio Nobel, endossaram o pro jeto. Assim também o fizeram muitos lideres trabalhistas, se guindo 0 comando de Leonard

americana?

1

I

J .

Adiante tentarei dar

respostas plausíveis e realistas a algumas das principais questões que 0 planejamento nos forçará a enfrentar.

V

QUEM Ê PLANEJADO EM UMA ECONOMIA PLANEJADA?

É

inteiramente

natural

que

a

nômico nacional atingirá sua vida.

pequeno

■■íí

Como será este planejamento? Que mudanças traria à economia

preendente

um

.1

co Nacional.

primeira pergunta do povo seja sobre como o planejamento eco

que

«

chamada Planejamento Econômi

Woodcock da União dos Trabalha dores de Automóveis. O mais sur

foi

f

Felix Rohatyn de Lazard Irmãos e Henry Ford manifestaram-se

pessoais.

Jacob Javits uniram forças para apresentar um projeto (chamado por Humphrey sua “única mais importante peça de legislação),

f

mento destruirá nossas liberdades

Mas não creio que alguém pos sa negá-lo por mais tempo. Os Senadores Hubert Humphrey e

;


l!

o PLANO AMERICANO ROBERT L. /

A ERA DA TECNOLOGIA BRASILEIRA

eucQtex

econômico.

Pode-se

lamen

tar o fato — Herbert Stein,

presidente do Conselho de Consultores Econômicos sob o Presidente Nixon. nos diz que 0 planejamento tornará a economia “mais inflacionária, menos li vre e menos eficiente”. Pode-se denunciar isso — Thomas Murphy, presidente da General Mo

i

Exportar para mais de 40 países de todos os continentes; ter a maior prensa do

\

mundo; apresentar uma linha variada de produtos - forros acústicos e isolantes,

larnbris e revestimentos Eucaplac, paredes '■ divisórias Divilux, chapas à base mineral (à prova de fogo) Fibraroc, chapas duras Xapadur, e muitos outros - são as consequências do pioneirismo, do

desenvolvimento de “know-how” próprio e de mais de vinte anos de trabalho.

/

A

Aniérica está sendo impeli da para o planejamento

tors,

prediz

nacional

que o

será

planejamento

uma

“prescrição

para o caos nacional, ou pelo me nos, estagnação nacional.” Podese temê-lo — Walter N\ riston. pre sidente do “First National City Bank” adverte-nos que o planeja

HEILBRONER

O Planejamento Econômico Nacional chegará quando os homens de negócios o pedirem — e o farão a fim de salvar o siste7iia capita lista, afinna o autor

mas crescente número de homens

de negócios influentes, tais como

pelo estabelecimento de algumas formas de planejamento econômi co

nacional.

Assim, aconteça o que aconte cer. aceitemos ou não, seja o pro

jeto Humphrey-p^avits ou outrò, espero que dentro de cinco anos, talvez muito mais cedo, adotare mos oficialmente qualquer coisa

estabelecendo

uma

agência

planejamento nacional.

de

Uma lista

de eminentes economistas

lidera

dos por John Kenneth Galbraith e Wassily Leontief, ganhador do Prêmio Nobel, endossaram o pro jeto. Assim também o fizeram muitos lideres trabalhistas, se guindo 0 comando de Leonard

americana?

1

I

J .

Adiante tentarei dar

respostas plausíveis e realistas a algumas das principais questões que 0 planejamento nos forçará a enfrentar.

V

QUEM Ê PLANEJADO EM UMA ECONOMIA PLANEJADA?

É

inteiramente

natural

que

a

nômico nacional atingirá sua vida.

pequeno

■■íí

Como será este planejamento? Que mudanças traria à economia

preendente

um

.1

co Nacional.

primeira pergunta do povo seja sobre como o planejamento eco

que

«

chamada Planejamento Econômi

Woodcock da União dos Trabalha dores de Automóveis. O mais sur

foi

f

Felix Rohatyn de Lazard Irmãos e Henry Ford manifestaram-se

pessoais.

Jacob Javits uniram forças para apresentar um projeto (chamado por Humphrey sua “única mais importante peça de legislação),

f

mento destruirá nossas liberdades

Mas não creio que alguém pos sa negá-lo por mais tempo. Os Senadores Hubert Humphrey e

;


&

Digesto Ecoxômico

98

.

Digesto Econômico

Não é uma pergunta fácil de responder, porque o impacto do planejamento pode ser grande ou pequeno, dependendo do que nos so esforço para esse fim está ten tando realizar. O planejamento nacional pode significar uma ten tativa para alcançar objetivos ambiciosos, mas estreitamente de

finidos — por exemplo, converter inteiramente

a economia à ener-

gia solar, digamos, em 20 anos. Tal plano teria um impacto imen so num número limitado de pes soas. Suprimiría negócios de re

finação 'de

óleo ou extração

de

carvão. Poderia causar a falência de uma quantidade de homens de

negócios ligados ao carvão ou óleo e incapazes de encontrar uma outra situação, Por outro lado, naturalmente, significaria uma prosperidade para todos relacio nados com 0 desenvolvimento da energia solar. No que se refere à

maioria das famílias, entretanto, significaria provavelmente pouco, até que chegasse o tempo de transformar os automóveis movi dos a gasolina em automóveis mo vidos a eletricidade, ou os fornos domésticos em bombas de calor. Mas nem todo o planejamento

nacional será estreitamente obje tivado e quanto mais amplos e mais gerais forem os seus alvos,

liberdade.

bém, o planejamento para evitar

ECONOMIA

poderia ferir levemente nossas vi

das se não exigisse mais do que pequenas reduções no nosso uso de energia (menores carros, ou

cargas mais altas de eletricidade), ou podia interferir, significativa mente, com a vida se tentasse le

var o crescimento industrial a uma virtual parada, por causa das

ações de uma coligação mundial

tal como OPEC ou motivado por um perigo muito sério de poluição atmosférica.

Assim, não se pode garantir le vianamente que o planejamento será indolor, enquanto se é livre para emitir pronunciamentos de

O que deque será traumático, termina a extensão do planeja mento é a necessidade dele, mas

esta mesma necessidade pode di

minuir 0 impacto psicológico do planejamento. Por exemplo, não é provável que imponhamos contrôles de salário, preço e lucro, a menos que a inflação prossiga nas suas devastações, caso em que

provável que o planejamento para

mos. mos

inflação,

por exemplo,

exerça seu impacto em quase to¬ Robert

L.

Heilbroncr

c

Professor de Economia na Pesquisa

Social.

Norman

Thomas,

Nova Escola para

O QUE É PLANEJADO EM UMA PLANEJADA

o crescimento econômico perigoso,

aplaudiremos a introdução ao planejamento e não o contestare

a

forma de orientação coletiva, do que como uma invasão de nossa

se 0 plano de anti-inflação for limitado a taxas; provavelmente com muito mais violência, se in cluir controles de soidos e salá rios e lucros e preços. Assim, tam

tanto maior será o número de in divíduos que serão atingidos. É limitar

99

dos — talvez suavemente apenas,

Certamente não planejare para uma taxa baixa de

crescimento econômico, salvo se isso acarretar razões de sobrevi vência nacional. Nesse caso, tam

bém, 0 planejamento será prova velmente sentido mais

como

uma

É preciso que I

não

haver

já esteja

dimensão

ou

claro forma

predeterminadas para a atividade que chamamos “planejamento na cional’'. É possivel planejar para objetivos definidos muito clara mente; mas podemos também pla nejar em uma escala mais ampla. Um plano de economia nacional provavelmente será um estabele

cionárias da Comissão da Reserva

Federal, são esforços para pla nejar 0 efeito do processo econô mico, tanto quanto a designação de um alvo nacional, digamos de 4 por cento de crescimento.Assim, 0 que queremos dizer com plane jamento econômico nacional, no seu mais amplo sentido, é que re presenta um

nômicas não são escolhidas ao acaso. De fato, uma das princi

pais finalidades do planejamento é descobrir que combinações de objetivos semelhantes comuns são compatíveis.

Deduz-se que o planejamento não é de forma alguma uma espé cie inteiramente estranha da ati vidade

econômica.

Todos os es

forços calculados para tirar do processo econômico um resultado

para coor

o alcance do nosso controle sobre a

economia.

COMO É FEITO O PLANEJAMENTO?

cimento coordenado de alvos ge rais econômicos; digamos, uma

redução de 50 por cento em desem prego, mais uma redução da taxa de inflação de 5 por cento, mais uma expansão de crescimento econômico de 6 por cento. Não é preciso dizer que estas metas eco

esforço

denar planos existentes, assim como um esforço a fim de ampliar

Isto nos leva a uma considera

ção sobre o próprio mecanismo do planejamento. Aqui é necessáido primeiro julgar uma concepção errônea

básica:

a

idéia

de

que

planejamento significa a criação de uma enorme reprodução em carbono da produção, especifican do 0 tamanho, o número e a qua lidade dos botões de todas as ca misas.

Tem havido esforços para tal planej amento total, notavelmen

te na União Soviética, os quais foram largamente considerados como fracassos, útil para mobi lizar uma economia de guerra (e os esforços soviéticos de plane

jamento foram uma espécie de

diferente daquele que surgiria es

mobilização

pontaneamente no sistema de mer

crescimento econômico), esses es

cado,

é

uma

forma

de

planeja

mento. Segurança Social e Mé dica são formas de planejamento tanto quanto salários e controle de preços. As ações anti-infla-

de

guerra para uni

forços demonstraram ser incômo dos e prejudiciais, uma vez que economia tenha atingido a com

a

plexidade de um sistema total mente industrial.


&

Digesto Ecoxômico

98

.

Digesto Econômico

Não é uma pergunta fácil de responder, porque o impacto do planejamento pode ser grande ou pequeno, dependendo do que nos so esforço para esse fim está ten tando realizar. O planejamento nacional pode significar uma ten tativa para alcançar objetivos ambiciosos, mas estreitamente de

finidos — por exemplo, converter inteiramente

a economia à ener-

gia solar, digamos, em 20 anos. Tal plano teria um impacto imen so num número limitado de pes soas. Suprimiría negócios de re

finação 'de

óleo ou extração

de

carvão. Poderia causar a falência de uma quantidade de homens de

negócios ligados ao carvão ou óleo e incapazes de encontrar uma outra situação, Por outro lado, naturalmente, significaria uma prosperidade para todos relacio nados com 0 desenvolvimento da energia solar. No que se refere à

maioria das famílias, entretanto, significaria provavelmente pouco, até que chegasse o tempo de transformar os automóveis movi dos a gasolina em automóveis mo vidos a eletricidade, ou os fornos domésticos em bombas de calor. Mas nem todo o planejamento

nacional será estreitamente obje tivado e quanto mais amplos e mais gerais forem os seus alvos,

liberdade.

bém, o planejamento para evitar

ECONOMIA

poderia ferir levemente nossas vi

das se não exigisse mais do que pequenas reduções no nosso uso de energia (menores carros, ou

cargas mais altas de eletricidade), ou podia interferir, significativa mente, com a vida se tentasse le

var o crescimento industrial a uma virtual parada, por causa das

ações de uma coligação mundial

tal como OPEC ou motivado por um perigo muito sério de poluição atmosférica.

Assim, não se pode garantir le vianamente que o planejamento será indolor, enquanto se é livre para emitir pronunciamentos de

O que deque será traumático, termina a extensão do planeja mento é a necessidade dele, mas

esta mesma necessidade pode di

minuir 0 impacto psicológico do planejamento. Por exemplo, não é provável que imponhamos contrôles de salário, preço e lucro, a menos que a inflação prossiga nas suas devastações, caso em que

provável que o planejamento para

mos. mos

inflação,

por exemplo,

exerça seu impacto em quase to¬ Robert

L.

Heilbroncr

c

Professor de Economia na Pesquisa

Social.

Norman

Thomas,

Nova Escola para

O QUE É PLANEJADO EM UMA PLANEJADA

o crescimento econômico perigoso,

aplaudiremos a introdução ao planejamento e não o contestare

a

forma de orientação coletiva, do que como uma invasão de nossa

se 0 plano de anti-inflação for limitado a taxas; provavelmente com muito mais violência, se in cluir controles de soidos e salá rios e lucros e preços. Assim, tam

tanto maior será o número de in divíduos que serão atingidos. É limitar

99

dos — talvez suavemente apenas,

Certamente não planejare para uma taxa baixa de

crescimento econômico, salvo se isso acarretar razões de sobrevi vência nacional. Nesse caso, tam

bém, 0 planejamento será prova velmente sentido mais

como

uma

É preciso que I

não

haver

já esteja

dimensão

ou

claro forma

predeterminadas para a atividade que chamamos “planejamento na cional’'. É possivel planejar para objetivos definidos muito clara mente; mas podemos também pla nejar em uma escala mais ampla. Um plano de economia nacional provavelmente será um estabele

cionárias da Comissão da Reserva

Federal, são esforços para pla nejar 0 efeito do processo econô mico, tanto quanto a designação de um alvo nacional, digamos de 4 por cento de crescimento.Assim, 0 que queremos dizer com plane jamento econômico nacional, no seu mais amplo sentido, é que re presenta um

nômicas não são escolhidas ao acaso. De fato, uma das princi

pais finalidades do planejamento é descobrir que combinações de objetivos semelhantes comuns são compatíveis.

Deduz-se que o planejamento não é de forma alguma uma espé cie inteiramente estranha da ati vidade

econômica.

Todos os es

forços calculados para tirar do processo econômico um resultado

para coor

o alcance do nosso controle sobre a

economia.

COMO É FEITO O PLANEJAMENTO?

cimento coordenado de alvos ge rais econômicos; digamos, uma

redução de 50 por cento em desem prego, mais uma redução da taxa de inflação de 5 por cento, mais uma expansão de crescimento econômico de 6 por cento. Não é preciso dizer que estas metas eco

esforço

denar planos existentes, assim como um esforço a fim de ampliar

Isto nos leva a uma considera

ção sobre o próprio mecanismo do planejamento. Aqui é necessáido primeiro julgar uma concepção errônea

básica:

a

idéia

de

que

planejamento significa a criação de uma enorme reprodução em carbono da produção, especifican do 0 tamanho, o número e a qua lidade dos botões de todas as ca misas.

Tem havido esforços para tal planej amento total, notavelmen

te na União Soviética, os quais foram largamente considerados como fracassos, útil para mobi lizar uma economia de guerra (e os esforços soviéticos de plane

jamento foram uma espécie de

diferente daquele que surgiria es

mobilização

pontaneamente no sistema de mer

crescimento econômico), esses es

cado,

é

uma

forma

de

planeja

mento. Segurança Social e Mé dica são formas de planejamento tanto quanto salários e controle de preços. As ações anti-infla-

de

guerra para uni

forços demonstraram ser incômo dos e prejudiciais, uma vez que economia tenha atingido a com

a

plexidade de um sistema total mente industrial.


100

Digksto Econômico

Somente o advento de uma outra

ser o

da

expansão

guerra convencional ou uma ameaça paralela de proporções semelhantes a uma guerra, obri garia 0 planejamento econômico nacional, nos Estados Unidos, a admitir essa forma de especifica

mento

de

nos.so

ção exata.

de fluxo

De preferência, o pla

nejamento tomaria certamente

a

forma de uma série de passos de natureza muito diferente.

O

passo

inicial,

em

planeja

mento, seria necessariamente um

esforço para expandir a quanti dade e a exatidão da informação

IP

r S5. «V.

)

econômica à nossa disposição. Se bem que tenhamos o maior e pro

vavelmente 0 melhor serviço de

estatística do mundo, lamentavel mente ainda, ignoramos muitos dos fatos essenciais da nossa

eco-

r-

desenvolvi

fundo

de

mação econômica, O passo seguinte será usar essa informação com

o

fim

de

criar

uma

melhor tabela do fluxo Chamamos essa mia.

uma

matriz

maior e

insumo-

produto. Uma matriz de insumoproduto é uma espécie de livro de receitas para a produção. Desenvolvido por Wassily Leontief, possibilita-nos averiguar (se bem que muito rudimentarmente) quanto aço. borracha, cobre, teci do, etc., se gasta para “cozinhar” um automóvel, uma viga de aço. ou um bilhão de dólares em va lor de G.N.P. de uma determi

nada espécie. muito

mais

Isto é um cálculo complicado

do

que

pode parecer a principio, porque

os ingredientes para um cardápio

volume do nosso estoque de ga

qualidade do que se pode adivi

solina. ● Posto que aparentemos ter 8 por cento de desemprego, é do conhecimento geral que o cálculo” de desemprego é extre mamente incorreto, especialmente para as minorias de negros e portoriquenhos e até o dia de hoje não temos um inventário do nú

mero de aberturas de empregos na economia.

Nossas estimativas

para muitas das dimensões eco nômicas importantes — nosso es

toque de dinheiro, nosso balanço de pagamentos, nosso Produto Nacional Bruto — são demasiada mente duvidosos.

Assim, o primeiro passo para o planejamento nacional precisa

dado

de

produto

são

em

bem

maior número e mais diversos em nhar

tendo

em

vista

os,

pro

dutos finais. Insumo-produto po

de mostrar-nos que um cardápio sedutor de produto não pode ser apresentado sem a expansão de nossas facilidades para a produ ção, caso contrário poderá reve lar-se um engarrafamento ines perado que abortaria qualquer plano de expansão aparentemente realizável.

Contudo,

zer que isto leva à questão de quem escolho nossos objetivos,

da econotal tabela

do

insumo-produto,

se

bem que indispensável, não é o próprio planejamento. O ato de planejamento consiste na seleção e- realização de objetivos para a economia. Estes podem ser aca nhados “micro” alvos específicos.

101

tais como um programa de ener gia, ou amplos “macro” alvos, tais como uma redução de desempre go. ou ambos. (Não é preciso di

infor

Quando por exemplo, o embargo do óleo árabe se deu não possuíamos informação sobre 0 nomia.

ti

/i

e

Dicesto Econômico

a de mandar certo número de planos alternativos ou de cena-

mas este problema fica para de pois) .

rios realizáveis desse gênero. Mas um número de planos pra

A fixação de objetivos, como é

ticáveis depois de chocados, de termina amplo debate púlalico. Este debate poderia ser limitado ao Congresso ou poderia, possivel mente, alcançar o público, espe

encarada

no

phrey-Javits.

i

A tarefa da agência de plane jamento. trabalhando com sua informação estatística e “receitas” de insumo-produto” seria, assim,

projeto

ou

em

de

Hum-

alguma va

riante desse projeto que prova velmente se transformará cm lei, não consiste no estabelecimento de um conjunto de metas por

uma agência de planejamen to. conhecido como “plano na cional”.

Consiste

antes,

em pre

parar certo número de possibi lidades de planejamento alterna tivo.

Estas possibilidades podem

ser uma série de microprogramas domésticos, urbanos, de reha-

bilitação, cada

trânsito

uma

das

de

quais

massa

poderiam

ser empreendidas, separadamente, mas não poderiam ser montadas simultaneamente em virtudé da tensão que provoca em nossas ca

pacidades de trabalho ou mate rial. Ou os planos alternativos poderiam consistir em combina ções diferentes de macroalvos. O Plano A podia sugerir 5 por cen to de inflação e 6 por cento de desemprego,

o

Plano

B

podia

cialmente se o Plano A fosse en-

dossado por um partido e o Plano C por um outro. Eventualmente, uma ou outra fixação de. planos será

decidida

assim:

é

dada

preferência à moradia sobre trân sito de massa ou vice-versa; o Plano D se apresenta em um de O processo compromisso. Congresso e o Presidente aprovam os planos finais, que se tornam as

metas

econômicas

oficiais

da

naçao.

Como podem ser alcançados os vários objetivos? Cada plano está adscrito a uma série de estí

mulos

e

sanções, para atualiza

ção do objetivo. Os objetivos po dem consistir apenas, numa apro priação de fundos, comparável aos planos que outrora levaram à construção da Estrada de Ferro União do Pacífico ou do Canal do

sugerir 8 por cento de inflação

Panamá.

e só 4 por cento de desemprego. O Plano C podia oferecer 4 por cento de inflação e 3, por cento de desemprego — uma combina ção mais atraente que exigiria,

sárias podem ser de qualidade mais ampla, tais como injunção geral para que se use “todos os

porém, contrôles muito mais ri-

e emprego. É bem possível, outrossim, que um determinado plano

gidos do que os Planos A e B.

Ou

as

medidas

neces

meios monetários e fiscais” para realizar certos níveis de inflação


100

Digksto Econômico

Somente o advento de uma outra

ser o

da

expansão

guerra convencional ou uma ameaça paralela de proporções semelhantes a uma guerra, obri garia 0 planejamento econômico nacional, nos Estados Unidos, a admitir essa forma de especifica

mento

de

nos.so

ção exata.

de fluxo

De preferência, o pla

nejamento tomaria certamente

a

forma de uma série de passos de natureza muito diferente.

O

passo

inicial,

em

planeja

mento, seria necessariamente um

esforço para expandir a quanti dade e a exatidão da informação

IP

r S5. «V.

)

econômica à nossa disposição. Se bem que tenhamos o maior e pro

vavelmente 0 melhor serviço de

estatística do mundo, lamentavel mente ainda, ignoramos muitos dos fatos essenciais da nossa

eco-

r-

desenvolvi

fundo

de

mação econômica, O passo seguinte será usar essa informação com

o

fim

de

criar

uma

melhor tabela do fluxo Chamamos essa mia.

uma

matriz

maior e

insumo-

produto. Uma matriz de insumoproduto é uma espécie de livro de receitas para a produção. Desenvolvido por Wassily Leontief, possibilita-nos averiguar (se bem que muito rudimentarmente) quanto aço. borracha, cobre, teci do, etc., se gasta para “cozinhar” um automóvel, uma viga de aço. ou um bilhão de dólares em va lor de G.N.P. de uma determi

nada espécie. muito

mais

Isto é um cálculo complicado

do

que

pode parecer a principio, porque

os ingredientes para um cardápio

volume do nosso estoque de ga

qualidade do que se pode adivi

solina. ● Posto que aparentemos ter 8 por cento de desemprego, é do conhecimento geral que o cálculo” de desemprego é extre mamente incorreto, especialmente para as minorias de negros e portoriquenhos e até o dia de hoje não temos um inventário do nú

mero de aberturas de empregos na economia.

Nossas estimativas

para muitas das dimensões eco nômicas importantes — nosso es

toque de dinheiro, nosso balanço de pagamentos, nosso Produto Nacional Bruto — são demasiada mente duvidosos.

Assim, o primeiro passo para o planejamento nacional precisa

dado

de

produto

são

em

bem

maior número e mais diversos em nhar

tendo

em

vista

os,

pro

dutos finais. Insumo-produto po

de mostrar-nos que um cardápio sedutor de produto não pode ser apresentado sem a expansão de nossas facilidades para a produ ção, caso contrário poderá reve lar-se um engarrafamento ines perado que abortaria qualquer plano de expansão aparentemente realizável.

Contudo,

zer que isto leva à questão de quem escolho nossos objetivos,

da econotal tabela

do

insumo-produto,

se

bem que indispensável, não é o próprio planejamento. O ato de planejamento consiste na seleção e- realização de objetivos para a economia. Estes podem ser aca nhados “micro” alvos específicos.

101

tais como um programa de ener gia, ou amplos “macro” alvos, tais como uma redução de desempre go. ou ambos. (Não é preciso di

infor

Quando por exemplo, o embargo do óleo árabe se deu não possuíamos informação sobre 0 nomia.

ti

/i

e

Dicesto Econômico

a de mandar certo número de planos alternativos ou de cena-

mas este problema fica para de pois) .

rios realizáveis desse gênero. Mas um número de planos pra

A fixação de objetivos, como é

ticáveis depois de chocados, de termina amplo debate púlalico. Este debate poderia ser limitado ao Congresso ou poderia, possivel mente, alcançar o público, espe

encarada

no

phrey-Javits.

i

A tarefa da agência de plane jamento. trabalhando com sua informação estatística e “receitas” de insumo-produto” seria, assim,

projeto

ou

em

de

Hum-

alguma va

riante desse projeto que prova velmente se transformará cm lei, não consiste no estabelecimento de um conjunto de metas por

uma agência de planejamen to. conhecido como “plano na cional”.

Consiste

antes,

em pre

parar certo número de possibi lidades de planejamento alterna tivo.

Estas possibilidades podem

ser uma série de microprogramas domésticos, urbanos, de reha-

bilitação, cada

trânsito

uma

das

de

quais

massa

poderiam

ser empreendidas, separadamente, mas não poderiam ser montadas simultaneamente em virtudé da tensão que provoca em nossas ca

pacidades de trabalho ou mate rial. Ou os planos alternativos poderiam consistir em combina ções diferentes de macroalvos. O Plano A podia sugerir 5 por cen to de inflação e 6 por cento de desemprego,

o

Plano

B

podia

cialmente se o Plano A fosse en-

dossado por um partido e o Plano C por um outro. Eventualmente, uma ou outra fixação de. planos será

decidida

assim:

é

dada

preferência à moradia sobre trân sito de massa ou vice-versa; o Plano D se apresenta em um de O processo compromisso. Congresso e o Presidente aprovam os planos finais, que se tornam as

metas

econômicas

oficiais

da

naçao.

Como podem ser alcançados os vários objetivos? Cada plano está adscrito a uma série de estí

mulos

e

sanções, para atualiza

ção do objetivo. Os objetivos po dem consistir apenas, numa apro priação de fundos, comparável aos planos que outrora levaram à construção da Estrada de Ferro União do Pacífico ou do Canal do

sugerir 8 por cento de inflação

Panamá.

e só 4 por cento de desemprego. O Plano C podia oferecer 4 por cento de inflação e 3, por cento de desemprego — uma combina ção mais atraente que exigiria,

sárias podem ser de qualidade mais ampla, tais como injunção geral para que se use “todos os

porém, contrôles muito mais ri-

e emprego. É bem possível, outrossim, que um determinado plano

gidos do que os Planos A e B.

Ou

as

medidas

neces

meios monetários e fiscais” para realizar certos níveis de inflação


DrcESTO Econômico

103

DICK.STO Econômico

102 i

inclua mudanças de taxas como parte dos seus mecanismos de meios e fins:

para

incentivos de taxas indústrias investirem nos

rumos convenientes ao plano; pe

nalidades taxativas para indús trias que não 0 fizerem; e taxas de indução para consumidores

paralizante burocracia. A esquer da teme que as corporações empanem o controle do aparelhamento planificador. Nenhuma destas advertências devem ser levianamente ignora das e voltarei a elas. Creio, po

rém,

ser

melhor

abordar

usarem seu poder de compra em

assunto mais concreto.

harmonia com o objetivo de ace lerar a expansão econômica, di minuí-la, ou mudar a composi ção da produção.

processo

Se o plano é da mais alta im portância para a sobrevivência

nacional,

seguramente

implicará

em medidas coercivas de várias espécies. Materiais podem ser

alocados a indústrias considera

das da mais alta prioridade; pro-

gramas violentos de investimen tos poderão, possivelmente, ser

montados, talvez pela criação de um esforço de Governo tal

o Projeto Manhattan;

como

controles

muito rígidos de proibições,

po-

dem ser, porventura, impostos so-

bre indústrias e famílias tivéssemos

de

como

executar

se

uma

de

intimamente

um

Encaro 0

planejamento

como

semelhante

pro

ao

cesso legislativo. Isto significa que a cada fase do planejamento — co leta de informação (que informa

ção?) ; construção do modelo insumo-produto (sob que suposições?), objetivos de planejamento alter

nativo (para que fins?) — haverá

uma luta para insinuar diferentes perspectivas. Elites incorporadas, indivíduos carismáticos, políticos “bobbies” poderosos, sindicatos, regionais e outros, grupos popu

lares de várias espécies, estarão escrevendo cartas, levando gente para almoçar, ou tentando mane jar os cordéis para obter que al

guma parcela do plano represente seus

interesses

ou

pontos

de

abrupta meia-volta na nossa di

vista.

reção econômica, em consequên

Por isso, desconfio que os ob jetivos apresentados para deba te e deliberação refletirão os ca minhos desordenados, antagôni cos, através dos quais um siste

cia de uma ameaça externa mui to grave. QUEM FAZ OS PLANOS EM UMA ECONOMIA

PLANEJADA?

Enorme alarme e confusão cer

ca o problema da tomada de de cisões. Os conservadores nos pre vinem contra peritos invisíveis que substituirão seu julgamento através da “democracia” do mercado. Os negócios temem uma

ma democrático funciona. Suspei

to, também que os planos finais serão tão bons ou tão maus, tão

ultrajosos

ou

reacionários

tão ou

tão

sensatos,

tão

radicais

co

mo a massa da legislação que ho je toscamente surge do mesmo modo. Em uma palavra, quando

se acredita que uma democracia

pode governar-se sozinha, não hâ razão para acreditar que ela não possa planejar por si mesma. É certamente possível acolher sérias

dúvidas

sobre

as

habilida

origina no fato de que ele substi tuirá o mercado — esse

instru

mento vasto, flexível, democráti co, pelo qual uma economia “li vre” toma suas decisões coletivas

des auto-governantes de uma de mocracia; e pela mesma razão é

sobre as espécies produzirá.

possível ter sérias duvidas sobre o planejamento. ílã o perigo de que as opções de planejamento possam ser usurpadas por peri

Não tenho intenção de censu rar a utilidade do mercado, cuja capacidade têm sido relutante mente reconhecida, mesmo den

tos

tro do bloco soviético, mas é pre

invisíveis

que

car à economia

tentarão

nacional

o

apli mes

mo espirito que aplicaram à con duta

da

Guerra do

Vietnam. É

possível certamente que a agên cia de planejamento se torne bu rocrática.

planejamento pode tornar-se um do

capitalismo in

corporado. De fato. parece mui to claro que o principal propósi to do planejamento será escorar e

sustentar,

não enfraquecer

ou

anular, o sistema de negócios. Não penso, contudo, que os inte resses dos negócios devam neces sariamente dominar o planeja mento, mesmo que esses interes ses sejam por ele beneficiados. O Trabalho e os grupos de consu mo terão, provavelmente, mais

poder e influência num sistema planejador do que têm atual mente.

QUANTO MERCADO SOBRARÁ EM UMA ECONOMIA

PLANEJADA?

encarar

0

mercado

com

o

mesmo grau de criticismo céptico com que encaramos 0 planeja mento. Em primeiro lugar, deve mos reconhecer que 0 que chama mos

E eu certamente não afastaria os temores da esquerda de que o instrumento

ciso

de artigos que

“0

uma

mercado”

não

única grande

atividade

econômica

constitui

corrente de contra

a

qual instituição alguma pode im por sua vontade independente. Isto pode ser verdade para 0 fa zendeiro individua/L, o varejista, ou o pequeno homem de negó cios.

mas

não

é evidentemente

o

caso para as grandes companhias que dominam seus campos e po dem impor seus propósitos numa extensão muito considerável. Co mo 0 Telefone e Telégrafo ame

ricanos

afirmam,

em uma

série

de recentes anúncios, “O sistema de telefone não aconteceu; ele foi planejado exatamente desde o começo”. Realmente, as grandes corpo rações em todas as áreas indus triais agem como agências parti culares de planejamento, tema eloquentemente exposto por Galbraith. Em um alto grau, as gran

O grande alarido e grito dos que se opõem ao planejamento se

des companhias marginalizam o mercado, levantando ou abaixan-


DrcESTO Econômico

103

DICK.STO Econômico

102 i

inclua mudanças de taxas como parte dos seus mecanismos de meios e fins:

para

incentivos de taxas indústrias investirem nos

rumos convenientes ao plano; pe

nalidades taxativas para indús trias que não 0 fizerem; e taxas de indução para consumidores

paralizante burocracia. A esquer da teme que as corporações empanem o controle do aparelhamento planificador. Nenhuma destas advertências devem ser levianamente ignora das e voltarei a elas. Creio, po

rém,

ser

melhor

abordar

usarem seu poder de compra em

assunto mais concreto.

harmonia com o objetivo de ace lerar a expansão econômica, di minuí-la, ou mudar a composi ção da produção.

processo

Se o plano é da mais alta im portância para a sobrevivência

nacional,

seguramente

implicará

em medidas coercivas de várias espécies. Materiais podem ser

alocados a indústrias considera

das da mais alta prioridade; pro-

gramas violentos de investimen tos poderão, possivelmente, ser

montados, talvez pela criação de um esforço de Governo tal

o Projeto Manhattan;

como

controles

muito rígidos de proibições,

po-

dem ser, porventura, impostos so-

bre indústrias e famílias tivéssemos

de

como

executar

se

uma

de

intimamente

um

Encaro 0

planejamento

como

semelhante

pro

ao

cesso legislativo. Isto significa que a cada fase do planejamento — co leta de informação (que informa

ção?) ; construção do modelo insumo-produto (sob que suposições?), objetivos de planejamento alter

nativo (para que fins?) — haverá

uma luta para insinuar diferentes perspectivas. Elites incorporadas, indivíduos carismáticos, políticos “bobbies” poderosos, sindicatos, regionais e outros, grupos popu

lares de várias espécies, estarão escrevendo cartas, levando gente para almoçar, ou tentando mane jar os cordéis para obter que al

guma parcela do plano represente seus

interesses

ou

pontos

de

abrupta meia-volta na nossa di

vista.

reção econômica, em consequên

Por isso, desconfio que os ob jetivos apresentados para deba te e deliberação refletirão os ca minhos desordenados, antagôni cos, através dos quais um siste

cia de uma ameaça externa mui to grave. QUEM FAZ OS PLANOS EM UMA ECONOMIA

PLANEJADA?

Enorme alarme e confusão cer

ca o problema da tomada de de cisões. Os conservadores nos pre vinem contra peritos invisíveis que substituirão seu julgamento através da “democracia” do mercado. Os negócios temem uma

ma democrático funciona. Suspei

to, também que os planos finais serão tão bons ou tão maus, tão

ultrajosos

ou

reacionários

tão ou

tão

sensatos,

tão

radicais

co

mo a massa da legislação que ho je toscamente surge do mesmo modo. Em uma palavra, quando

se acredita que uma democracia

pode governar-se sozinha, não hâ razão para acreditar que ela não possa planejar por si mesma. É certamente possível acolher sérias

dúvidas

sobre

as

habilida

origina no fato de que ele substi tuirá o mercado — esse

instru

mento vasto, flexível, democráti co, pelo qual uma economia “li vre” toma suas decisões coletivas

des auto-governantes de uma de mocracia; e pela mesma razão é

sobre as espécies produzirá.

possível ter sérias duvidas sobre o planejamento. ílã o perigo de que as opções de planejamento possam ser usurpadas por peri

Não tenho intenção de censu rar a utilidade do mercado, cuja capacidade têm sido relutante mente reconhecida, mesmo den

tos

tro do bloco soviético, mas é pre

invisíveis

que

car à economia

tentarão

nacional

o

apli mes

mo espirito que aplicaram à con duta

da

Guerra do

Vietnam. É

possível certamente que a agên cia de planejamento se torne bu rocrática.

planejamento pode tornar-se um do

capitalismo in

corporado. De fato. parece mui to claro que o principal propósi to do planejamento será escorar e

sustentar,

não enfraquecer

ou

anular, o sistema de negócios. Não penso, contudo, que os inte resses dos negócios devam neces sariamente dominar o planeja mento, mesmo que esses interes ses sejam por ele beneficiados. O Trabalho e os grupos de consu mo terão, provavelmente, mais

poder e influência num sistema planejador do que têm atual mente.

QUANTO MERCADO SOBRARÁ EM UMA ECONOMIA

PLANEJADA?

encarar

0

mercado

com

o

mesmo grau de criticismo céptico com que encaramos 0 planeja mento. Em primeiro lugar, deve mos reconhecer que 0 que chama mos

E eu certamente não afastaria os temores da esquerda de que o instrumento

ciso

de artigos que

“0

uma

mercado”

não

única grande

atividade

econômica

constitui

corrente de contra

a

qual instituição alguma pode im por sua vontade independente. Isto pode ser verdade para 0 fa zendeiro individua/L, o varejista, ou o pequeno homem de negó cios.

mas

não

é evidentemente

o

caso para as grandes companhias que dominam seus campos e po dem impor seus propósitos numa extensão muito considerável. Co mo 0 Telefone e Telégrafo ame

ricanos

afirmam,

em uma

série

de recentes anúncios, “O sistema de telefone não aconteceu; ele foi planejado exatamente desde o começo”. Realmente, as grandes corpo rações em todas as áreas indus triais agem como agências parti culares de planejamento, tema eloquentemente exposto por Galbraith. Em um alto grau, as gran

O grande alarido e grito dos que se opõem ao planejamento se

des companhias marginalizam o mercado, levantando ou abaixan-


]Dlf;KSTO Ecokômkü

104

do preços, quando querem, não quando um oceânico fluxo de

tomóveis, o processo produziu congestão

competição as força a isso. As sim, também, elas expandem (ou contraem) suas empresas de acordo com longa série de previ sões que ignoram a pressão ime diata das condições dos negócios. Em segundo lugar, precisamos compreender que o mercado está longe de ser a instituição demo

poluição, risco de vida e mutila ção. Mas o mercado é cego. para

crática como é popuiarmente vis●

to; O mercado é uma espécie de eleição econômica que se repete continuamente, na qual as familias votam com

seus dólares nas

espécies de artigos que desejam. Isso seria realmente democrático, se todas as famílias tivessem vo

tos

iguais.

Mas,

naturalmente,

não os têm. Os 20 por cento de cima das famílias tem 40 por cen to do poder do “voto” econômico; os 20 por cento de baixo somente

5 por cento do poder aquisitivo. Uma família como a dos Rocke-

fellers

dá tantos votos quantos

os de

dez mil famílias

da

faixa

pobre. Isto é democracia? Por último, 0 mercado serve se-

guramente muito bem para expri mir o apetite coletivo, se bem que

desiquilibradamente, de seu elei torado. Mã40 tem, porém., meios de emitir opinião sobre objetivos que não entram na categoria de

estas

cio mercado de tráfego,

Dicesto Econômico

exterioridades”

— isto é

tància vital,

sc

105

apoiaria

seria

gando apenas.

da fábrica ao cliente:

nas

indústrias

ou

sua

saida

daquelas indústrias: a organiza .será toda larção da produção gamente confiada à procura de lucro, caminhos competitivos ha

mento-mercado’

possa ser me lhor resumida dizendo que o mer

cado é um pobre mecanismo de fixação de objetivos. Os objetivos

bituais

do

mecanismo

de

merca

do. O planejamento pode ter de intervir por processos de não-

que estabelece refletem o poder aquisitivo dos ricos muito mais do que o dos pobres; são distorci poderosos de dos por agregados

mercado.

riqueza incorporada em massa e nao tém identificação com qualquer resultado final da atividade

somente se técnicas mais brandas

economica

ou

habilidade

carente

de

objetivos pelos meios confusos mas realizáveis que desPor outro lado, o mercado é um mecanismo administrativo notá

armazéns a

oportunidade de negociar com for

mercadorias. Por exemplo, o mer

necedores

cado produz uma coleção de carros grandes carros para os

aos clientes a arma

grandes consumidores,

pequenos

todas essas coisas, se é que as faz

carros para os pequenos. Mesmo se aceitarmos esta distribuição

do produto como “certa”, não de

de algum modo. Portanto, qual quer plano econc^mico nacional, salvo algum destinado a executar

vemos esquecer que além de au-

um programa violento de impor-

eficientes;

e

oferece

final da es

colha. O planejamento

faz mal

I

estamos, ou mesmo desmantelar

algum no

tinuar sem planejamento nacio nal — não obstante ache que o planejamento pode melhorar em alta escala as condições econômi cas — se

planejamento

fixado

nosso sistema?

Quer digam isso claramente ou não, os oponentes do planejamen to asseguram que as coisas po dem continuar

como

não

reconhecesse o fa

to de que há forças trabalhando, as quais, provavelmente, torna rão as coisas piores. Para come çar com a mais suave delas — nossa população está ainda au mentando, gerando tensões, as quais são sentidas particularmen te nas cidades subfinanciadas;

a

pressão no “gueto” está atuando. Enquanto isso a tecnologia, está invadindo

inexoravelmente

a

or

dem social com produtos cujo po destruidor continua

a to

mar-nos de surpresa e a enchernos de alarme; devastações nu

foi arrastada para o planejamen to. Mas este impulso é inevitável? Não é possível continuar como

Muito melhor do que qualquer or

Eu mesmo poderia tender para a opinião de que podíamos con

tencial

Começo dizendo que a América

vel, mesmo naquelas áreas onde 0 poder privado é mais evidente.

e

so

NÃO HÁ ALTERNATIVA PARA O PLANEJAMENTO?

crevemos.

rante a fábricas

controle

a ele.

preparar

ganização de inspetores de pla nejamento, ele fiscaliza a rápida adaptação de novas técnicas; ga

como

para influenciar na inflação ou na produção forem ineficazes. Os modos preferidos para fazer um plano funcionar, serão os de téc nicas que operam através do mer cado, frente a técnicas contrárias

ta de preço. O planejamento é um esforço para remediar esta distorcida

tais

bre preços e salários ou por alo cações diretas de materiais, mas

que não tenha etique-

de desemprego e

fábrica, ou tal

dução. Talvez a controvérsia “planeja-

10 /o

10 por cento de inflação persis tam por anos, quase que resmun

a entrada do trabalho c do capi

para estes efeitos laterais da pro

mitir que

mente no sistema dc mercado. O fluxo de mercadorias de fábrica a

estão.

Esta

cleares. devastações químicas, de vastações térmicas, todas opri mem a capacidade do viver quo tidiano e ameaçam esmagá-lo em futuro previsível. O processo de crescimento

econômico continua ao mesmo tempo, seu progresso devorador, aprofundando-se mais e mais na crosta terrestre, em busca dos materiais essenciais

para seu prosseguimento. Muitas das fontes dos

recursos de fácil

alcance, estarão

esgotadas

den

não é uma posição irresponsável.

tro de cerca de uma geração, exi

A

gindo

inércia

social

força poderosa.

sempre

uma

A inércia

é

pode

manter unidas cidades que per deram sua saúde fiscal. Pode per-

muito maiores

de energia para

aplicações

manter

a bola

de neve da crescente prodüção. E as áreas subdesenvolvidas, en-


]Dlf;KSTO Ecokômkü

104

do preços, quando querem, não quando um oceânico fluxo de

tomóveis, o processo produziu congestão

competição as força a isso. As sim, também, elas expandem (ou contraem) suas empresas de acordo com longa série de previ sões que ignoram a pressão ime diata das condições dos negócios. Em segundo lugar, precisamos compreender que o mercado está longe de ser a instituição demo

poluição, risco de vida e mutila ção. Mas o mercado é cego. para

crática como é popuiarmente vis●

to; O mercado é uma espécie de eleição econômica que se repete continuamente, na qual as familias votam com

seus dólares nas

espécies de artigos que desejam. Isso seria realmente democrático, se todas as famílias tivessem vo

tos

iguais.

Mas,

naturalmente,

não os têm. Os 20 por cento de cima das famílias tem 40 por cen to do poder do “voto” econômico; os 20 por cento de baixo somente

5 por cento do poder aquisitivo. Uma família como a dos Rocke-

fellers

dá tantos votos quantos

os de

dez mil famílias

da

faixa

pobre. Isto é democracia? Por último, 0 mercado serve se-

guramente muito bem para expri mir o apetite coletivo, se bem que

desiquilibradamente, de seu elei torado. Mã40 tem, porém., meios de emitir opinião sobre objetivos que não entram na categoria de

estas

cio mercado de tráfego,

Dicesto Econômico

exterioridades”

— isto é

tància vital,

sc

105

apoiaria

seria

gando apenas.

da fábrica ao cliente:

nas

indústrias

ou

sua

saida

daquelas indústrias: a organiza .será toda larção da produção gamente confiada à procura de lucro, caminhos competitivos ha

mento-mercado’

possa ser me lhor resumida dizendo que o mer

cado é um pobre mecanismo de fixação de objetivos. Os objetivos

bituais

do

mecanismo

de

merca

do. O planejamento pode ter de intervir por processos de não-

que estabelece refletem o poder aquisitivo dos ricos muito mais do que o dos pobres; são distorci poderosos de dos por agregados

mercado.

riqueza incorporada em massa e nao tém identificação com qualquer resultado final da atividade

somente se técnicas mais brandas

economica

ou

habilidade

carente

de

objetivos pelos meios confusos mas realizáveis que desPor outro lado, o mercado é um mecanismo administrativo notá

armazéns a

oportunidade de negociar com for

mercadorias. Por exemplo, o mer

necedores

cado produz uma coleção de carros grandes carros para os

aos clientes a arma

grandes consumidores,

pequenos

todas essas coisas, se é que as faz

carros para os pequenos. Mesmo se aceitarmos esta distribuição

do produto como “certa”, não de

de algum modo. Portanto, qual quer plano econc^mico nacional, salvo algum destinado a executar

vemos esquecer que além de au-

um programa violento de impor-

eficientes;

e

oferece

final da es

colha. O planejamento

faz mal

I

estamos, ou mesmo desmantelar

algum no

tinuar sem planejamento nacio nal — não obstante ache que o planejamento pode melhorar em alta escala as condições econômi cas — se

planejamento

fixado

nosso sistema?

Quer digam isso claramente ou não, os oponentes do planejamen to asseguram que as coisas po dem continuar

como

não

reconhecesse o fa

to de que há forças trabalhando, as quais, provavelmente, torna rão as coisas piores. Para come çar com a mais suave delas — nossa população está ainda au mentando, gerando tensões, as quais são sentidas particularmen te nas cidades subfinanciadas;

a

pressão no “gueto” está atuando. Enquanto isso a tecnologia, está invadindo

inexoravelmente

a

or

dem social com produtos cujo po destruidor continua

a to

mar-nos de surpresa e a enchernos de alarme; devastações nu

foi arrastada para o planejamen to. Mas este impulso é inevitável? Não é possível continuar como

Muito melhor do que qualquer or

Eu mesmo poderia tender para a opinião de que podíamos con

tencial

Começo dizendo que a América

vel, mesmo naquelas áreas onde 0 poder privado é mais evidente.

e

so

NÃO HÁ ALTERNATIVA PARA O PLANEJAMENTO?

crevemos.

rante a fábricas

controle

a ele.

preparar

ganização de inspetores de pla nejamento, ele fiscaliza a rápida adaptação de novas técnicas; ga

como

para influenciar na inflação ou na produção forem ineficazes. Os modos preferidos para fazer um plano funcionar, serão os de téc nicas que operam através do mer cado, frente a técnicas contrárias

ta de preço. O planejamento é um esforço para remediar esta distorcida

tais

bre preços e salários ou por alo cações diretas de materiais, mas

que não tenha etique-

de desemprego e

fábrica, ou tal

dução. Talvez a controvérsia “planeja-

10 /o

10 por cento de inflação persis tam por anos, quase que resmun

a entrada do trabalho c do capi

para estes efeitos laterais da pro

mitir que

mente no sistema dc mercado. O fluxo de mercadorias de fábrica a

estão.

Esta

cleares. devastações químicas, de vastações térmicas, todas opri mem a capacidade do viver quo tidiano e ameaçam esmagá-lo em futuro previsível. O processo de crescimento

econômico continua ao mesmo tempo, seu progresso devorador, aprofundando-se mais e mais na crosta terrestre, em busca dos materiais essenciais

para seu prosseguimento. Muitas das fontes dos

recursos de fácil

alcance, estarão

esgotadas

den

não é uma posição irresponsável.

tro de cerca de uma geração, exi

A

gindo

inércia

social

força poderosa.

sempre

uma

A inércia

é

pode

manter unidas cidades que per deram sua saúde fiscal. Pode per-

muito maiores

de energia para

aplicações

manter

a bola

de neve da crescente prodüção. E as áreas subdesenvolvidas, en-


Digesto Econômico 106

trando, então, na posse de armas nucleares e, por isso, colocandose em uma melhor posição para fazerem valer suas opiniões, não mais vão encarar a exportação de suas riquezas minerais para as nações industriais ricas com a in

diferença, ou com 0 puro prazer da

107

Digesto Eco^●ô^iICO

situação

anterior.

A

necessi

dade evidente, e, em uma pala vra, a de uma cada vez mais cons tante preocupação vigilante com a paz e com o modelo de cresci

mento econômico — preocupação que não pode ser satisfeita

o planejamento

sem

econômico.

E, não menos importante, é a

mudança na escala da

empresa

privada. O alcance dos negócios empresariais continua Grandes corporações

a

crescer.

estendem

agora suas operações ao redor do

mundo. Como a esfera da empresa

se amplia, os negócios se tornam

cada vez mais envolvidos com pro

blemas sociais. O clamor pela regulamentação cresce, tanto gerado

pela crescente proeminência

Provavelmente

o nosso, esse planejamento é di

uma

Comissão

de

jetivos para a economia france sa. Os planos são redigidos so mente depois de prolongadas con sultas à indústria e a idéia orien

tadora

que

acompanha

o

esque

ma é que o próprio processo de consulta fará surgir uma adoção voluntária por parte da indústria das ações adequadas, exigidas pa ra que o plano nacional possa vingar.

Este esforço indicativo”

“planejamento

apoia

te

Motors e outros

nos

dizem

que “a solução não está em mais direção do governo, mas em me-

organização

pesadamen-

francesa e na sua longa tradição

neral

na

se

de

da

indústria

de políticas dirigistas. O Japão tem uma coordenação de alto-nivel, largamente “não oficial” de políticas

têm

sido

nacional

e

privada

popularmente

que

apelida

das “Japan Inc.” A Noruega e os Países Baixos têm pequenos me canismos de planejamento, que fazem bom uso das tradições de

consumo

proeminentes

países.

Suécia

A

nos

dois

funciona

atra

vés de seus empregadores e fede-

somos

menos

respei

tosos para com o governo. O pla nejamento na América terá que fazer as pazes com as diferenças regionais, as realidades políticas,

Planeja

Assim, duvido muito que as coi sas possam continuar como estão.

Quando Thomas Murphy da Ge

autoridade,

outros, é elaborado institucional mente. A França, por exemplo, tem

dessas

tamos menos acostumados com a

vidido, frustrado, inadequado. Em

mento que redige planos nacionais para cerca de cinco anos de du ração, especificando muitos ob

nenhuma

técnicas de planejamento podia ser importada para dentro deste país. Nós somos maiores c mais diversificados do que nossos cor respondentes europeus ou japone ses; mais importantes, talvez, es

É por isso que não há economia capitalista no mundo de hoje, que não revele um núcleo cres cente de planejamento econômi co. Em alguns países, tais como

problemas.

A situação atual é instável e as forças da tecnologia, das circuns tâncias, e o puro crescimento em tamanho e complexidade, tornam impossível uma volta a uma eco nomia mais simples, ou, em qualquer caso, menos planejada.

através de seus bancos.

existe.

dos

grandes negócios, como pelo aumento da agudeza dos próprios

rações de sindicatos: a Alemanha

nos”, ouvimos uma prescrição vá lida para um mundo que já não

o temperamento nacional. Assim, í

o projeto Humphrey-Javits, a mais provável medida a ser apro vada,

tem

o cuidado

de

incluir

cláusulas para a consulta regio nal e envolvimento do Congres so, omitindo, diplomaticamente qualquer menção a mecanismos de coerção.

O projeto Humphrey-Javits propõe certo número de medidas institucionais. Estabeleceria uma

pequena

Comissão de

Planeja

parte pelo Presidente e parte pe lo Congresso. O plano que partiu de um ra mo do executivo seria então apre sentado ao Comitê da Junta Eco

nômica do Congresso. consultas

plano

seriam

seria

Ai, novas

mantidas e o

reexaminado

ou

emendado de acordo com o dese-

do Congresso. Pinalmente, passaria por uma resolução con corrente do Congresso e seria de

jo

volvido ao Presidente.

Naturalmente

o advento

real

do planejamento dependerá de acontecimentos politicos. Se os Democratas vencerem a próxima eleição, é provável que alguma íorma de planejamento econômi co se torne uma realidade, no pri

meiro periodo do próximo Presi dente. Se os Republicanos vence

rem. 0 planejamento será adia do, mas somente adiado, não ar quivado permanentemente. Como Leontief disse, o planejamento virá não quando os radicais o de sejarem, mas quando os homens de negócios o pedirem — e eles o

são seria encarregada de um nú

pedirão, pois que sem mais pla nejamento é difícil acreditar que o capitalismo resista até o fim do

mero de funções técnicas,

século.

mento

Econômico

no

Gabinete

Executivo do Presidente. A comis

inclu

indo a preparação de um propos to “plano

de

mico”. Este

crescimento

plano

econô

apresentado

seria então revisto por um Conse

lho de Planejamento Econômico, abrangido pelo Gabinete e por outros principais administradores

econômicos,

bem como

por um

Comitê Consultivo, formado por representantes dos negócios, do trabalho e do público, indicados,

O PLANEJAMENTO SALVARÁ O

CAPITALISMO

DOS

ESTADOS

UNIDOS?

Pode

salvar.

não

Não

sabemos

se os planos mais bem redigidos podem extirpar os problemas pu ramente econômicos de uns siste

mas de negócios, — suas tendên cias para instabilidade, inflação.


Digesto Econômico 106

trando, então, na posse de armas nucleares e, por isso, colocandose em uma melhor posição para fazerem valer suas opiniões, não mais vão encarar a exportação de suas riquezas minerais para as nações industriais ricas com a in

diferença, ou com 0 puro prazer da

107

Digesto Eco^●ô^iICO

situação

anterior.

A

necessi

dade evidente, e, em uma pala vra, a de uma cada vez mais cons tante preocupação vigilante com a paz e com o modelo de cresci

mento econômico — preocupação que não pode ser satisfeita

o planejamento

sem

econômico.

E, não menos importante, é a

mudança na escala da

empresa

privada. O alcance dos negócios empresariais continua Grandes corporações

a

crescer.

estendem

agora suas operações ao redor do

mundo. Como a esfera da empresa

se amplia, os negócios se tornam

cada vez mais envolvidos com pro

blemas sociais. O clamor pela regulamentação cresce, tanto gerado

pela crescente proeminência

Provavelmente

o nosso, esse planejamento é di

uma

Comissão

de

jetivos para a economia france sa. Os planos são redigidos so mente depois de prolongadas con sultas à indústria e a idéia orien

tadora

que

acompanha

o

esque

ma é que o próprio processo de consulta fará surgir uma adoção voluntária por parte da indústria das ações adequadas, exigidas pa ra que o plano nacional possa vingar.

Este esforço indicativo”

“planejamento

apoia

te

Motors e outros

nos

dizem

que “a solução não está em mais direção do governo, mas em me-

organização

pesadamen-

francesa e na sua longa tradição

neral

na

se

de

da

indústria

de políticas dirigistas. O Japão tem uma coordenação de alto-nivel, largamente “não oficial” de políticas

têm

sido

nacional

e

privada

popularmente

que

apelida

das “Japan Inc.” A Noruega e os Países Baixos têm pequenos me canismos de planejamento, que fazem bom uso das tradições de

consumo

proeminentes

países.

Suécia

A

nos

dois

funciona

atra

vés de seus empregadores e fede-

somos

menos

respei

tosos para com o governo. O pla nejamento na América terá que fazer as pazes com as diferenças regionais, as realidades políticas,

Planeja

Assim, duvido muito que as coi sas possam continuar como estão.

Quando Thomas Murphy da Ge

autoridade,

outros, é elaborado institucional mente. A França, por exemplo, tem

dessas

tamos menos acostumados com a

vidido, frustrado, inadequado. Em

mento que redige planos nacionais para cerca de cinco anos de du ração, especificando muitos ob

nenhuma

técnicas de planejamento podia ser importada para dentro deste país. Nós somos maiores c mais diversificados do que nossos cor respondentes europeus ou japone ses; mais importantes, talvez, es

É por isso que não há economia capitalista no mundo de hoje, que não revele um núcleo cres cente de planejamento econômi co. Em alguns países, tais como

problemas.

A situação atual é instável e as forças da tecnologia, das circuns tâncias, e o puro crescimento em tamanho e complexidade, tornam impossível uma volta a uma eco nomia mais simples, ou, em qualquer caso, menos planejada.

através de seus bancos.

existe.

dos

grandes negócios, como pelo aumento da agudeza dos próprios

rações de sindicatos: a Alemanha

nos”, ouvimos uma prescrição vá lida para um mundo que já não

o temperamento nacional. Assim, í

o projeto Humphrey-Javits, a mais provável medida a ser apro vada,

tem

o cuidado

de

incluir

cláusulas para a consulta regio nal e envolvimento do Congres so, omitindo, diplomaticamente qualquer menção a mecanismos de coerção.

O projeto Humphrey-Javits propõe certo número de medidas institucionais. Estabeleceria uma

pequena

Comissão de

Planeja

parte pelo Presidente e parte pe lo Congresso. O plano que partiu de um ra mo do executivo seria então apre sentado ao Comitê da Junta Eco

nômica do Congresso. consultas

plano

seriam

seria

Ai, novas

mantidas e o

reexaminado

ou

emendado de acordo com o dese-

do Congresso. Pinalmente, passaria por uma resolução con corrente do Congresso e seria de

jo

volvido ao Presidente.

Naturalmente

o advento

real

do planejamento dependerá de acontecimentos politicos. Se os Democratas vencerem a próxima eleição, é provável que alguma íorma de planejamento econômi co se torne uma realidade, no pri

meiro periodo do próximo Presi dente. Se os Republicanos vence

rem. 0 planejamento será adia do, mas somente adiado, não ar quivado permanentemente. Como Leontief disse, o planejamento virá não quando os radicais o de sejarem, mas quando os homens de negócios o pedirem — e eles o

são seria encarregada de um nú

pedirão, pois que sem mais pla nejamento é difícil acreditar que o capitalismo resista até o fim do

mero de funções técnicas,

século.

mento

Econômico

no

Gabinete

Executivo do Presidente. A comis

inclu

indo a preparação de um propos to “plano

de

mico”. Este

crescimento

plano

econô

apresentado

seria então revisto por um Conse

lho de Planejamento Econômico, abrangido pelo Gabinete e por outros principais administradores

econômicos,

bem como

por um

Comitê Consultivo, formado por representantes dos negócios, do trabalho e do público, indicados,

O PLANEJAMENTO SALVARÁ O

CAPITALISMO

DOS

ESTADOS

UNIDOS?

Pode

salvar.

não

Não

sabemos

se os planos mais bem redigidos podem extirpar os problemas pu ramente econômicos de uns siste

mas de negócios, — suas tendên cias para instabilidade, inflação.


í I

>

1G3

consequência

cos

associados

a

uma

recusa

Acredito, finalmente, que o pla

nejamento oferece esperança. Em parte é a esperança de que uma sociedade econômica

restaurada,

possa regenerar um alto sentido de

Certamente o planejamento nao é panacéia; é uma opção, uma alternativa, uma oportuni-

moral

social e política.

Em

maior dose ainda, está a esperan

ça de que

possamos,

mais

uma

vez. experimentar a sensação de

oportunidade,

penso, para deter o curso da len

domínio sobre

os acontecimentos.

Precisamos

tal

cemos ter embarcado. Seria toli

propósitos como

ta auto-destruição na qual pare

de

afirmação de

preparação pa

ce negar que o planejamento traz

ra um futuro cheio de inquietan-

grandes riscos, inclusive o da gra

tes presságios. íDo "New York Ti

ve compressão da liberdade como

mes. de 25-1-1976.) ■o

fiUrr^ nitamor.t« 1

nm

Kís

aspirador de Pó INDUSTRIAL PARA POEIRA de pó industrial, que apresenta um após-

reduz OS riscos de emissão de poeira tóxica a

um niyel bem inferior aquele prescrito pela legislação de saúde e seguGra-Bretanha. O aspirador, denominado “Absolute

Panther , manipula poeiras tóxicas tais como as poeiras de asbesto, chum

e apresenta ,bo e silica , X ' j 4.

ir

t í1

iiV

localizada

eficiência de 99,997%. Montado numa caixa atras do tambor do filtro principal, o filtro assegura também

que o fluxo máximo de ar do aspirador, de 4,5 m3/min, seja difundido

sobre toda a saída do filtro de 1450 cm2, produzindo, assim, uma veloci

dade muito baixa e, consequentemente, uma baixa perturbação no ar em-

poeirado próximo ao aspirador. O ar filtrado também é dirigido para cima, a fim de evitar a possível obstrução por poeira de baixo nível. Quando limpo, a queda de pressão através do filtro é de somente 250 Pa (25 mm H::0) e 0 após-filtro Absolute é protegido não só pelo filtro de algodão padrão do aparelho de sucção, como também por um saco de papel poroso, no qual a poeira é recolhida dentro do tambor do filtro para uma remo ção mais fácil e livre de poeira. .í-

_

1

TÉCNICA E ORAÇÃO NAPOLEÃO

em

ção ou da falência econômica.

tório.

— a única

incansável pro

recorrer ao planejamento nacio nal. incluindo o perigo de uma corrida para o extremismo políti co como consequência da frustra

rigir uma comercialização corro. siva de vida. Não menos impor tante é, não sabermos se o plane jamento pode ser posto a funcio nar efetivamente. Não podemos planejar melhor do que governar. O planejamento nos forçará a descobrir o quanto ele é satisfa

dade

da

liferação de conlróles; mas seria ainda maior tolice ignorar os ris

que nos trancaram dentro de uma tradição de abandono nefasto das minorias, ou se ele pode cor

P-

1

DiGKhTO EcONÔNIiro

desperdício econômico. Não sabe mos se o planejamento pode su perar rigidezas políticas e sociais

1.1'

■V

\

mundo

0

da

cibernética

LOPES

está

ai nas nossas portas e pou cos são os que despertam

para éle. A tremenda trans formação existencial de ho je é fundamentada na segunda revolução industrial — a da tec nologia, que tem na própria ci bernética

0

leme

e

a

i

FILHO

bússola.

A

primeira revolução substitui o es forço muscular animal e humano pela energia da máquina aciona da a vapor, logo depois pelo mo tor de explosão, e mais adeante um pouco pela poliforme eletri cidade. Aquele século trouxe uma revolução social que chama de francesa, cujo éco mais podero so foi a revolução americana, onde

precisamente se seguiria o segun do episódio, que culmina agora com a presença do homem na Lua.

A

técnica

é

serva

do

homem.

Qiiando esse valor se inverte, te mos

0

robot

síihstiULindo

o

ho

mem. e essa substituição é fatal.

homem. Numa palavra o compu tador e toda a engrenagem ciber nética. múltiple e variada, faria um "diálogo” com o homem... Para esse "diálogo” apresentase a Filosofia! para não dizer a Teologia) como defensora da li berdade. evitando que cresça o monstro chamado materialisino humanista ou humanismo mate

rialista. que é a fina flor vinda do

século passado e irrompe agora como um cogumelo, aqui e ali. sob uma mesma inspiração mór bida e mística.

Sem a Filosofia

Nessa marcha há também con

como guia deste mundo técnico-

tramarchas negativas, provenien tes sempre de interpretação equi

cibernético, sem humanismo pluridimensional aberto e cristão só

voca

e

Assim

Descartes,

subjetiva

do” ou Marx

da

com

história: seu

"méto

com seu profetismo

poderiam ser exemplos. E não obstante a renovação continua e 0 homem avança até os computa dores. A segunda revolução é de mais alcance pretende dar ã inteligência o seu "robot” como os egípcios davam um Kah para a alma que partia para a eternida de. O computador faria neste ca so o papel da imagem esculpida, que "representaria” a alma do ■ ■h

resta

o

caminho

de

uma

nova

roupagem social constituída de fios de aço e lâmpadas pisca-pisca, números, signos, siglas, codinomes, como um mundo feito no tom daquele famoso filme de Goddard

A

"Alfavile”.

UNESCO

quer

consolidar

o

ensiiio da Filosofia, onde existe e introduzi-lo onde não existe ainda. É uma volta à normalidade. Pois renovada a luz da inteligibilida

de veremos que diferença há en tre o - homem e sua criatura.


í I

>

1G3

consequência

cos

associados

a

uma

recusa

Acredito, finalmente, que o pla

nejamento oferece esperança. Em parte é a esperança de que uma sociedade econômica

restaurada,

possa regenerar um alto sentido de

Certamente o planejamento nao é panacéia; é uma opção, uma alternativa, uma oportuni-

moral

social e política.

Em

maior dose ainda, está a esperan

ça de que

possamos,

mais

uma

vez. experimentar a sensação de

oportunidade,

penso, para deter o curso da len

domínio sobre

os acontecimentos.

Precisamos

tal

cemos ter embarcado. Seria toli

propósitos como

ta auto-destruição na qual pare

de

afirmação de

preparação pa

ce negar que o planejamento traz

ra um futuro cheio de inquietan-

grandes riscos, inclusive o da gra

tes presságios. íDo "New York Ti

ve compressão da liberdade como

mes. de 25-1-1976.) ■o

fiUrr^ nitamor.t« 1

nm

Kís

aspirador de Pó INDUSTRIAL PARA POEIRA de pó industrial, que apresenta um após-

reduz OS riscos de emissão de poeira tóxica a

um niyel bem inferior aquele prescrito pela legislação de saúde e seguGra-Bretanha. O aspirador, denominado “Absolute

Panther , manipula poeiras tóxicas tais como as poeiras de asbesto, chum

e apresenta ,bo e silica , X ' j 4.

ir

t í1

iiV

localizada

eficiência de 99,997%. Montado numa caixa atras do tambor do filtro principal, o filtro assegura também

que o fluxo máximo de ar do aspirador, de 4,5 m3/min, seja difundido

sobre toda a saída do filtro de 1450 cm2, produzindo, assim, uma veloci

dade muito baixa e, consequentemente, uma baixa perturbação no ar em-

poeirado próximo ao aspirador. O ar filtrado também é dirigido para cima, a fim de evitar a possível obstrução por poeira de baixo nível. Quando limpo, a queda de pressão através do filtro é de somente 250 Pa (25 mm H::0) e 0 após-filtro Absolute é protegido não só pelo filtro de algodão padrão do aparelho de sucção, como também por um saco de papel poroso, no qual a poeira é recolhida dentro do tambor do filtro para uma remo ção mais fácil e livre de poeira. .í-

_

1

TÉCNICA E ORAÇÃO NAPOLEÃO

em

ção ou da falência econômica.

tório.

— a única

incansável pro

recorrer ao planejamento nacio nal. incluindo o perigo de uma corrida para o extremismo políti co como consequência da frustra

rigir uma comercialização corro. siva de vida. Não menos impor tante é, não sabermos se o plane jamento pode ser posto a funcio nar efetivamente. Não podemos planejar melhor do que governar. O planejamento nos forçará a descobrir o quanto ele é satisfa

dade

da

liferação de conlróles; mas seria ainda maior tolice ignorar os ris

que nos trancaram dentro de uma tradição de abandono nefasto das minorias, ou se ele pode cor

P-

1

DiGKhTO EcONÔNIiro

desperdício econômico. Não sabe mos se o planejamento pode su perar rigidezas políticas e sociais

1.1'

■V

\

mundo

0

da

cibernética

LOPES

está

ai nas nossas portas e pou cos são os que despertam

para éle. A tremenda trans formação existencial de ho je é fundamentada na segunda revolução industrial — a da tec nologia, que tem na própria ci bernética

0

leme

e

a

i

FILHO

bússola.

A

primeira revolução substitui o es forço muscular animal e humano pela energia da máquina aciona da a vapor, logo depois pelo mo tor de explosão, e mais adeante um pouco pela poliforme eletri cidade. Aquele século trouxe uma revolução social que chama de francesa, cujo éco mais podero so foi a revolução americana, onde

precisamente se seguiria o segun do episódio, que culmina agora com a presença do homem na Lua.

A

técnica

é

serva

do

homem.

Qiiando esse valor se inverte, te mos

0

robot

síihstiULindo

o

ho

mem. e essa substituição é fatal.

homem. Numa palavra o compu tador e toda a engrenagem ciber nética. múltiple e variada, faria um "diálogo” com o homem... Para esse "diálogo” apresentase a Filosofia! para não dizer a Teologia) como defensora da li berdade. evitando que cresça o monstro chamado materialisino humanista ou humanismo mate

rialista. que é a fina flor vinda do

século passado e irrompe agora como um cogumelo, aqui e ali. sob uma mesma inspiração mór bida e mística.

Sem a Filosofia

Nessa marcha há também con

como guia deste mundo técnico-

tramarchas negativas, provenien tes sempre de interpretação equi

cibernético, sem humanismo pluridimensional aberto e cristão só

voca

e

Assim

Descartes,

subjetiva

do” ou Marx

da

com

história: seu

"méto

com seu profetismo

poderiam ser exemplos. E não obstante a renovação continua e 0 homem avança até os computa dores. A segunda revolução é de mais alcance pretende dar ã inteligência o seu "robot” como os egípcios davam um Kah para a alma que partia para a eternida de. O computador faria neste ca so o papel da imagem esculpida, que "representaria” a alma do ■ ■h

resta

o

caminho

de

uma

nova

roupagem social constituída de fios de aço e lâmpadas pisca-pisca, números, signos, siglas, codinomes, como um mundo feito no tom daquele famoso filme de Goddard

A

"Alfavile”.

UNESCO

quer

consolidar

o

ensiiio da Filosofia, onde existe e introduzi-lo onde não existe ainda. É uma volta à normalidade. Pois renovada a luz da inteligibilida

de veremos que diferença há en tre o - homem e sua criatura.


Digesto Econômico

110

Dicesto Econômico assim como se redescobre

a rela

ção entre o homem e seu Criador.

Ninguém se iluda — a máquina cibernética “ameaça tragicamen te a humanidade” engulindo o homem, colocando-o a seu servi ço, como na revolução industrial

Chaplin colocou aquele operário com movimentos repetidos depois do seu horário de trabalho, aparafusando

com

uma

chave

de

humanização da ciência. O pró prio autor cita de Santos Dumont (com quem a máquina voou) a César Lates, ésse paranaense de gênio que levou a inteligência do Brasil para fora de nossas fron teiras com o seu méson-pi, ou ainda

de

Eistein

a

Oppenhimer,

como corrobora o papa da ciber nética Norbert Wiener. “É o ca

boca tudo o que encontrava com

minho da resistência do homem de ciência à mecanização da pes

formato semelhante

soa

aos da má-

quina com que trabalhava.

Citando Epicteto, no distico de um dos capítulos de seu novo li vro — “Filosofia e Ciência” —

editado em Salvador, na coleção “Ensaio” da editora “Mensageiro da Pé”, o professor José Augusto T. Tavares, dos raros conhecedo res da problemática real da ci o

adestramento da linguagem e dos fatos à luz desse novo dia que di gamos assim tem a lua como sigPois sem computador o ho mem jamais chegaria até o seu no.

satelite.

Neste trabalho êle

cordância de va

no

Pascal

século

que

XVII.

como

um

vidente e um profeta: “necessá rio que se reconheça que somos tanto autômatos como espíritos". Se somos espíritos, ainda que te nhamos concomitantemente vida

diz

com clareza — ainda que pareça dispensável dizê-lo que “a criati-

vidade é_ o apanágio do homem”.

Mas não se trata de destruir um novo Golen, mas sim doma-lo. Não se trata de diminuir a ati vidade do computador, mas sim dirigi-la para o homem, para o

característica do homem ser inte

dirigirmos

a

palavra

a

quem ressuscitou, na oração ínti ma ou coletiva, pessoal ou litúrgica. É nessa linha que o autor, do ensaio, o professor José Augus to T. Tavares coloca o diálogo do homem. Ao mesmo

tempo

que

se

apre

senta um campo positivo da cibermética na pedagogia, que deve substituir o conhecimento, ou me lhor a transmissão do conheci

mem entre nação e nação, já ima ginaram quando os robots fize

mento por nova linguagem, longe daquele discursivo acadêmismo que ainda domina a metodologia de quase todos os professores, ela oferece o perigo bem descrito por

rem a guerra contra os homens de lado a lado? Há, felizmente in

2001, Stanley Kubrik no seu Odisséia no Espaço” quando o

seu crescimento moral. Se há re lação difícil entre homem e ho

teligências alertas contra

a des-

((

computador “Hal”

agônica.

se nega a so-

em

situação

Este o diálogo do ho

mem com a super-màquina. Con tudo sua condição de ser animico 0 coloca a salvo, sempre que ele

se amparar na oração, seu distin tivo

de

ser

criatura.

Finalmente o professor José Augusto T. Tavares recorre a uma sentença bem up to date de Santa Teresa de Ávila: “A caridade cresce com a comunicação.” um

frase

repetida

anátema

por

ai

como

anti-marxista

de

que a “religião é o ópio do povo” final de um pensamento do autor de “O Capital” é um apendice de

algo que antecede e que raramen te se cita.

Ele dizia que a reli

gião é um coração de uma civili zação sem coração. O espirito de uma geração sem espírito. E ter mina:

ligente é característica da imor talidade

correr o astronauta

A

afirma

vegetativa, temos um sinal dessa Se é espiritualidade na oração,

bernética entre nós, nos faz sen

tir da hora precisa de comecar

humana.”

Estes tempos nos levam à con

111

Uma Geração angustiada,

onde a religião é o ópio.”.

Ora

bem examinado o pensamento de

Marx,

aparte

seu

materialismo

econômico de “homo faber” teria-

mos que ver na sentença amaldi çoada algo de lamentação de Jeremiada, já que ele como judeu não poderia jamais escamotear seu misticismo que todo judeu leva nas veias. Ele lamenta que a reli

gião tivesse chegado na sua gera ção a ser “ópio”. E vejamos que o ópio tem poderes lenitivos e alie-

do homem entre as suas criatu ras e 0 seu Criador leva fatal

mente à estupidez, seja ela a do “ópio”, seja a do materialismo burguês, cujo horizonte foi tão satirizado por um homem de fé como Leon Bloy. Agora temos a máquina entrando sem-cerimonia na intimidade do homem. Até

onde ele vai permitir? Até onde a cibernética poderá ajudar sua memória nos cálculos e desajudar sua memória em sua possível disfunção? Eis aí um tema fasci nante. um ponto de partida para uma reconsideração da oração como força redentora, tal como a viu Carrel.

Si o homem se me

caniza ao ponto de deixar de orar, então tanto Marx. como os cató

licos do porte de Bloy têm razão em condenar essa geração. E que outra coisa queria o próprio Cristo dizer quando recriminava sua ge ração como adultera e como “ra ça de viboras”? Pois que ela se distanciara da oração fazendo da casa do Pai (o templo, como ima

gem do planeta) um covil de la drões, E que fazem os ladrões sinão

um

mercantilismo

imoral?

A técnica é serva do homem, como o Filho do Homem é Senhor

do sábado.

Quando esses valores

nantes. Então a religião será como

se invertem então temos o robot substituindo o homem e essa subs

um consolo, uma fuga, numa ho

tituição é fatal, pois o robot pode

ra de impiedade coletiva.

E não

teria sido um católico que chamou o mesmo século (portanto a mes

ma geração) de “estúpida”? A verdade é que a falta.de ora

ção, no sentido de situação real

fazer

muitas

coisas,

porém

não

pode fazer a única necessária: mover-se no Espírito, o que é pró prio tão somente do homem. E mover-se no espírito viria a ser uma boa situação da oração. Nem


Digesto Econômico

110

Dicesto Econômico assim como se redescobre

a rela

ção entre o homem e seu Criador.

Ninguém se iluda — a máquina cibernética “ameaça tragicamen te a humanidade” engulindo o homem, colocando-o a seu servi ço, como na revolução industrial

Chaplin colocou aquele operário com movimentos repetidos depois do seu horário de trabalho, aparafusando

com

uma

chave

de

humanização da ciência. O pró prio autor cita de Santos Dumont (com quem a máquina voou) a César Lates, ésse paranaense de gênio que levou a inteligência do Brasil para fora de nossas fron teiras com o seu méson-pi, ou ainda

de

Eistein

a

Oppenhimer,

como corrobora o papa da ciber nética Norbert Wiener. “É o ca

boca tudo o que encontrava com

minho da resistência do homem de ciência à mecanização da pes

formato semelhante

soa

aos da má-

quina com que trabalhava.

Citando Epicteto, no distico de um dos capítulos de seu novo li vro — “Filosofia e Ciência” —

editado em Salvador, na coleção “Ensaio” da editora “Mensageiro da Pé”, o professor José Augusto T. Tavares, dos raros conhecedo res da problemática real da ci o

adestramento da linguagem e dos fatos à luz desse novo dia que di gamos assim tem a lua como sigPois sem computador o ho mem jamais chegaria até o seu no.

satelite.

Neste trabalho êle

cordância de va

no

Pascal

século

que

XVII.

como

um

vidente e um profeta: “necessá rio que se reconheça que somos tanto autômatos como espíritos". Se somos espíritos, ainda que te nhamos concomitantemente vida

diz

com clareza — ainda que pareça dispensável dizê-lo que “a criati-

vidade é_ o apanágio do homem”.

Mas não se trata de destruir um novo Golen, mas sim doma-lo. Não se trata de diminuir a ati vidade do computador, mas sim dirigi-la para o homem, para o

característica do homem ser inte

dirigirmos

a

palavra

a

quem ressuscitou, na oração ínti ma ou coletiva, pessoal ou litúrgica. É nessa linha que o autor, do ensaio, o professor José Augus to T. Tavares coloca o diálogo do homem. Ao mesmo

tempo

que

se

apre

senta um campo positivo da cibermética na pedagogia, que deve substituir o conhecimento, ou me lhor a transmissão do conheci

mem entre nação e nação, já ima ginaram quando os robots fize

mento por nova linguagem, longe daquele discursivo acadêmismo que ainda domina a metodologia de quase todos os professores, ela oferece o perigo bem descrito por

rem a guerra contra os homens de lado a lado? Há, felizmente in

2001, Stanley Kubrik no seu Odisséia no Espaço” quando o

seu crescimento moral. Se há re lação difícil entre homem e ho

teligências alertas contra

a des-

((

computador “Hal”

agônica.

se nega a so-

em

situação

Este o diálogo do ho

mem com a super-màquina. Con tudo sua condição de ser animico 0 coloca a salvo, sempre que ele

se amparar na oração, seu distin tivo

de

ser

criatura.

Finalmente o professor José Augusto T. Tavares recorre a uma sentença bem up to date de Santa Teresa de Ávila: “A caridade cresce com a comunicação.” um

frase

repetida

anátema

por

ai

como

anti-marxista

de

que a “religião é o ópio do povo” final de um pensamento do autor de “O Capital” é um apendice de

algo que antecede e que raramen te se cita.

Ele dizia que a reli

gião é um coração de uma civili zação sem coração. O espirito de uma geração sem espírito. E ter mina:

ligente é característica da imor talidade

correr o astronauta

A

afirma

vegetativa, temos um sinal dessa Se é espiritualidade na oração,

bernética entre nós, nos faz sen

tir da hora precisa de comecar

humana.”

Estes tempos nos levam à con

111

Uma Geração angustiada,

onde a religião é o ópio.”.

Ora

bem examinado o pensamento de

Marx,

aparte

seu

materialismo

econômico de “homo faber” teria-

mos que ver na sentença amaldi çoada algo de lamentação de Jeremiada, já que ele como judeu não poderia jamais escamotear seu misticismo que todo judeu leva nas veias. Ele lamenta que a reli

gião tivesse chegado na sua gera ção a ser “ópio”. E vejamos que o ópio tem poderes lenitivos e alie-

do homem entre as suas criatu ras e 0 seu Criador leva fatal

mente à estupidez, seja ela a do “ópio”, seja a do materialismo burguês, cujo horizonte foi tão satirizado por um homem de fé como Leon Bloy. Agora temos a máquina entrando sem-cerimonia na intimidade do homem. Até

onde ele vai permitir? Até onde a cibernética poderá ajudar sua memória nos cálculos e desajudar sua memória em sua possível disfunção? Eis aí um tema fasci nante. um ponto de partida para uma reconsideração da oração como força redentora, tal como a viu Carrel.

Si o homem se me

caniza ao ponto de deixar de orar, então tanto Marx. como os cató

licos do porte de Bloy têm razão em condenar essa geração. E que outra coisa queria o próprio Cristo dizer quando recriminava sua ge ração como adultera e como “ra ça de viboras”? Pois que ela se distanciara da oração fazendo da casa do Pai (o templo, como ima

gem do planeta) um covil de la drões, E que fazem os ladrões sinão

um

mercantilismo

imoral?

A técnica é serva do homem, como o Filho do Homem é Senhor

do sábado.

Quando esses valores

nantes. Então a religião será como

se invertem então temos o robot substituindo o homem e essa subs

um consolo, uma fuga, numa ho

tituição é fatal, pois o robot pode

ra de impiedade coletiva.

E não

teria sido um católico que chamou o mesmo século (portanto a mes

ma geração) de “estúpida”? A verdade é que a falta.de ora

ção, no sentido de situação real

fazer

muitas

coisas,

porém

não

pode fazer a única necessária: mover-se no Espírito, o que é pró prio tão somente do homem. E mover-se no espírito viria a ser uma boa situação da oração. Nem


112

Dicksto Econômico

dispensa à técnica, nem aposen

tadoria à oração. Mas uma e ou tra em sua órbita, dentro e fora da circunstancia do homem. _

Vem-me à memória

uma senten

caridade

cresce

com

a comunica HELIO

ção”.

-o-

INTERNACIONAL:- MAIS FUMOS SINTÉTICOS — A Celanese está

●construindo uma segunda unidade para a fabricaçao de Cytrel, um

substituto sintético do tabaco, na cidade de Cumberland, de Maryland. Que deverá_ entrar em operação no próximo ano. Uma outra unidade de 9 milhões de libras/ano, que também está sendo construída em Cumberland, deverá entrar em funcionamento no segundo semestre deste ano. A capacidade total dessas duas unidades será de aproxima damente 20 milhões de libras/ano. O Cytrel, um material celulósico,

nao contem nicotina e é semelhante ao tabaco quanto ã cor. Geralmente, ele é misturado ao tabaco em níveis de 20 a 257c. A Celanese já possuía contratos de fornecimento de 5 anos com dois fabricantes de

cigarros do Reino Unido, quando a companhia anunciou, no inicio deste

ano, que duas firmas alemãs e uma companhia suiço comercializari am os cigarros contendo Cytrel.

As duas firmas do Reino Unido, com as

quais a Celanese tem um programa de avaliação no valor de 6 milhões fiort

riô

aprovação do governo

para

testar

seus

produtos

no

outro lado, a Imperial Chemical Industries, em socie-

^ Imperial Tobacco, está construindo uma fábrica de 31 <^olares em Ardeer, Escócia, a fim de fabricar um substituto

ae celulose para o tabaco. A unidade deverá entrar em funcionamento ®

30 milhões de hbras/ano.

uma capacidade inicial de aproximadamente ■o-

REMOVEM METAIS — As novas resinas de

oca ae lons podem realizar um melhor serviço de remoção de mercuPr^ta, zinco e cobre das correntes de efluente do que o

etodo de precipitação química usado mais comumente.

essas resmas sao mais seletivas e tornam a troca de

Além disso,

ions muito mais respon

atrativa que no passado. Esta afirmação é da Akzo Chemie, sável pelo desenvolvimento das resinas. Para a remoção do mercúrio, a nova resma Tmac TMR reduziu os níveis no efluente de

fábricas de

cloro-alcali a 5 ppb, em comparação com 0,1 ppm para outras resinas

de troca de ions Outra nova resina, a Imac GT-73, reduziu a 0,01 ppm o teor de chumbo no efluente de uma fábrica de baterias. Segundo os técnicos da Akzo, e muito difícil obter-se um nível de

nietodos de precipitação.

O Vaticono e a II Grande Guerra

ça de Santa Teresa de Ávida: “A

1 ppm com os para 0,1

A troca de ions reduziu, também,

ppm 0 teor de zinco nos banhos de fiação de rayon, em comparação com C6rca de 1 ppm obtido através da precipitação. Adicionalmente, a

aplicação da troca de ions para a remoção de catalisadores de cobre de um processo de cloreto de vinil atingiu um nível de 0,04 ppm, compai’ado com 1 ppm obtido através da precipitação.

E

SSAS e algumas conhecidas

outras revelações, incompletamente ou

utilizadas

com parcialidade para fins de propaganda politico-ideológica, se contêm no novo volu me de documentos dos arquivos do Vaticano sobre a segunda guerra mundial. Trata-se do no no de uma série iniciada em

1965

e que rompeu a prática de se con servarem secretos, pelo espaço de cinquenta anos. documentos diplo máticos confidenciais.

DAMANTE

O jornalista Helio Damante dejende a ação do Papa Pio XII, durante a II Gra7ide Guerra, das

acusações

que

lhe

joravi

jeitas.

O autor é jornalista eruditamen te especializado em questões re ligiosas. É redator de “O Estado de S. Paulo”, em cujas páginas foi originariamente ptíblicado este artigo.

A série é em francês, sondo po rém os documentos reproduzidos em sua língua original. Intitula-

que ali se contém, aduzindo bre ves comentários de nossa respon

se Acts et

sabilidade.

DocmnenLs

du

Saint-

recer

aos

leitores

uma

idéia

do

Siège relatis a la seconde guerre mondiale.

Traz como subtitulo o

período correspondente. Este no no volume abrange o ano de 1943 (janeiro a dezembro), crucial pa ra a guerra: marca o inicio da derrocada alemã e seus desespe rados esforços para evitar a der rota envolvendo a ocupação de Roma.

UM CAMPO MUITO AMPLO

Das preocupações do Vaticano com a perseguição aos judeus, diz bem 0 fato de quarenta por cento dos documentos ora publicados se referirem a eles. enquanto outros sessenta por cento abrangem os mais variados campos onde o hor

Em L'Osservatore Romano o pa dre Burkhart Schneider, S. J.. sob titulo “A Santa Sé e as vitimas

ror da guerra e o confronto de

da guerra”, publicou uma visão panorâmica do livro, do qual foi um dos organizadores. Deu ênfa

quências. AÍ entram minorias ra-

se aos assuntos mais controverti

indefesas,

dos como a atuação do núncio Orsenigo em Berlim ou o dramático episódio dos judeus de Roma. Va lemo-nos da versão portuguesa oficiosa do texto, para tentar ofe-

minados, famílias dispersas, prófugos e prisioneiros de guerra pa-

se fizeram dois totalitarismos sentir com todas as suas conse ciais

e

religiosas perseguidas ou populações civis bombardeios indiscri-

exterminadas,

os quais nunca existiu a Con venção de Genebra.

ra


112

Dicksto Econômico

dispensa à técnica, nem aposen

tadoria à oração. Mas uma e ou tra em sua órbita, dentro e fora da circunstancia do homem. _

Vem-me à memória

uma senten

caridade

cresce

com

a comunica HELIO

ção”.

-o-

INTERNACIONAL:- MAIS FUMOS SINTÉTICOS — A Celanese está

●construindo uma segunda unidade para a fabricaçao de Cytrel, um

substituto sintético do tabaco, na cidade de Cumberland, de Maryland. Que deverá_ entrar em operação no próximo ano. Uma outra unidade de 9 milhões de libras/ano, que também está sendo construída em Cumberland, deverá entrar em funcionamento no segundo semestre deste ano. A capacidade total dessas duas unidades será de aproxima damente 20 milhões de libras/ano. O Cytrel, um material celulósico,

nao contem nicotina e é semelhante ao tabaco quanto ã cor. Geralmente, ele é misturado ao tabaco em níveis de 20 a 257c. A Celanese já possuía contratos de fornecimento de 5 anos com dois fabricantes de

cigarros do Reino Unido, quando a companhia anunciou, no inicio deste

ano, que duas firmas alemãs e uma companhia suiço comercializari am os cigarros contendo Cytrel.

As duas firmas do Reino Unido, com as

quais a Celanese tem um programa de avaliação no valor de 6 milhões fiort

riô

aprovação do governo

para

testar

seus

produtos

no

outro lado, a Imperial Chemical Industries, em socie-

^ Imperial Tobacco, está construindo uma fábrica de 31 <^olares em Ardeer, Escócia, a fim de fabricar um substituto

ae celulose para o tabaco. A unidade deverá entrar em funcionamento ®

30 milhões de hbras/ano.

uma capacidade inicial de aproximadamente ■o-

REMOVEM METAIS — As novas resinas de

oca ae lons podem realizar um melhor serviço de remoção de mercuPr^ta, zinco e cobre das correntes de efluente do que o

etodo de precipitação química usado mais comumente.

essas resmas sao mais seletivas e tornam a troca de

Além disso,

ions muito mais respon

atrativa que no passado. Esta afirmação é da Akzo Chemie, sável pelo desenvolvimento das resinas. Para a remoção do mercúrio, a nova resma Tmac TMR reduziu os níveis no efluente de

fábricas de

cloro-alcali a 5 ppb, em comparação com 0,1 ppm para outras resinas

de troca de ions Outra nova resina, a Imac GT-73, reduziu a 0,01 ppm o teor de chumbo no efluente de uma fábrica de baterias. Segundo os técnicos da Akzo, e muito difícil obter-se um nível de

nietodos de precipitação.

O Vaticono e a II Grande Guerra

ça de Santa Teresa de Ávida: “A

1 ppm com os para 0,1

A troca de ions reduziu, também,

ppm 0 teor de zinco nos banhos de fiação de rayon, em comparação com C6rca de 1 ppm obtido através da precipitação. Adicionalmente, a

aplicação da troca de ions para a remoção de catalisadores de cobre de um processo de cloreto de vinil atingiu um nível de 0,04 ppm, compai’ado com 1 ppm obtido através da precipitação.

E

SSAS e algumas conhecidas

outras revelações, incompletamente ou

utilizadas

com parcialidade para fins de propaganda politico-ideológica, se contêm no novo volu me de documentos dos arquivos do Vaticano sobre a segunda guerra mundial. Trata-se do no no de uma série iniciada em

1965

e que rompeu a prática de se con servarem secretos, pelo espaço de cinquenta anos. documentos diplo máticos confidenciais.

DAMANTE

O jornalista Helio Damante dejende a ação do Papa Pio XII, durante a II Gra7ide Guerra, das

acusações

que

lhe

joravi

jeitas.

O autor é jornalista eruditamen te especializado em questões re ligiosas. É redator de “O Estado de S. Paulo”, em cujas páginas foi originariamente ptíblicado este artigo.

A série é em francês, sondo po rém os documentos reproduzidos em sua língua original. Intitula-

que ali se contém, aduzindo bre ves comentários de nossa respon

se Acts et

sabilidade.

DocmnenLs

du

Saint-

recer

aos

leitores

uma

idéia

do

Siège relatis a la seconde guerre mondiale.

Traz como subtitulo o

período correspondente. Este no no volume abrange o ano de 1943 (janeiro a dezembro), crucial pa ra a guerra: marca o inicio da derrocada alemã e seus desespe rados esforços para evitar a der rota envolvendo a ocupação de Roma.

UM CAMPO MUITO AMPLO

Das preocupações do Vaticano com a perseguição aos judeus, diz bem 0 fato de quarenta por cento dos documentos ora publicados se referirem a eles. enquanto outros sessenta por cento abrangem os mais variados campos onde o hor

Em L'Osservatore Romano o pa dre Burkhart Schneider, S. J.. sob titulo “A Santa Sé e as vitimas

ror da guerra e o confronto de

da guerra”, publicou uma visão panorâmica do livro, do qual foi um dos organizadores. Deu ênfa

quências. AÍ entram minorias ra-

se aos assuntos mais controverti

indefesas,

dos como a atuação do núncio Orsenigo em Berlim ou o dramático episódio dos judeus de Roma. Va lemo-nos da versão portuguesa oficiosa do texto, para tentar ofe-

minados, famílias dispersas, prófugos e prisioneiros de guerra pa-

se fizeram dois totalitarismos sentir com todas as suas conse ciais

e

religiosas perseguidas ou populações civis bombardeios indiscri-

exterminadas,

os quais nunca existiu a Con venção de Genebra.

ra


Digesto Econômico 114

DIgesto Ecoxomico

Sobre essa totalidade de vítimas

Foi

assim

que

em

março

de

115

razões de segurança. Aqui se des tacou. para uma solução confor

inocentes, da Europa aos confins da Asia, se estendeu a ação caritativa da Santa Sé, quando a dei

contacto com o cônsul da U.R.S.S.

caso verdadeiramente raro na di

xaram agir.

na

plomacia vaticana: monsenhor Amleto Cicognani, representante

Este nono

volume

1943,

"de

forma

amigável”,

correta

manteve

Turquia,

que

o

lhe

e quase

me aos direitos humanos,

primeiro

ção

prometeu

considera em especial os esforços caritativos, “na medida em que es

obter do seu embaixador uma In tervenção favoravel ao Vaticano.

tes ficaram registrados em docu mentos escritos” e que assim se podem dimensionar. O resto per tence a ações quase sempre anô

Pedia 0 delegado apostolico ins truções precisas, no caso de rece ber uma resposta positiva.

nimas ou não mensuráveis estatis ticamente, como é moda.

Grande

parte dos

documentos

refere-se à ação dos representan

Uma semana depois as esperan

de

desfizeram.

Roíicalli

ças

informava

Monsenhor

riores:

‘‘Precisamente na segun¬

a

seus

supe

de

dois

irmãos

a atua

diplomatas,

da Santa Sé nos Estados Unidos,

e monsenhor Caetano Cicognani, núncio cm Madrid. Este. próximo do teatro dos acontecimentos no Norte da África, teve a assessorá-

lo um vigoroso e decidido norteamericano: monsenhor Garrol, digno, parece, de ser personagem

tes diplomáticos da Santa Sé, dentro e fora da Europa confla grada. Já assiduo nos volumes an-

da-feira, 29 de março, monsenhor

de

Rlghi (o secretário da Delegação) dirigiu-se de novo à embaixada

teriores, o delegado apostolico na Turquia, Ângelo Roncalli, o futuro

para ver

se

resposta;

mas

Mais feliz em suas gestões foi o núncio Cassulo, em Bucareste. Teve acesso tanto aos campos de concentração dos judeus, onde agiu de maneira a merecer a gra tidão do Grão-Rabino na Rumênia, dr. Safram, como junto aos

papa João XXIII, aparece com uma atuação destacada.

De sua invejável posição em

pais neutro e numa das encruziI

lhadas do mundo, desdobra--se no socorro aos hebreus e aos prisio

neiros.

Com a mudança da sorte

da guerra, cresceram os prisio

neiros em mãos dos russos. Nem a secção competente do Vaticano nem a Cruz Vermelha Internacio nal conseguiram ter notícia deles. Foi então que Tardini, subsecre tário de Estado, juntamente com Montini (o atual papa), traba lhando sob as ordens do cardeal

Maglione,

secretário

lembrou-se

que

de

Estado,

monsenhor Ron

calli poderia obter dos russos a lista dos prisioneiros italianos. Seu temperamento bonacheirão (sic)

facilitava

extremamente

as

relações com o corpo diplomático.

podia

o

esperar

cônsul

uma

Ivanof

com muitas desculpas evitou re

cebê-lo, e mandou-lhe dizer pela sua secretária que por ordens ex pressas recebidas lhe fora proibi do qualquer contacto e qualquer ação relativamente aos assuntos dos prisioneiros. Monsenhor Righi procurou pedir uma explica

um

filme.

prisioneiros russos.

Em seu rela

tório fala com emoção desse con tacto:

“Salvo poucas exceções, por to

transviada

pelos

chefes

e pelas

idéias nefastas do comunismo”. Na Croácia, Estado nascido em

consequência dos eventos bélicos com o apoio das potências do Eixo e como tal não reconhecido pela Santa Sé, o visitador apostólico, abade beneditino, restou despoja do de sua condição de diplomata,

mas repetidamente tomou posição em defesa dos judeus. o

Junto dele,

jovem arcebispo Stepinac,

'com

indomável coragem”, defendeu os hebreus e outros grupos da popu

lação perseguidos, como o demons tra a longa lista de documentos

publicada (páginas 221-229), me

recendo o expresso agradecimen

to da organização de auxilio he braica da Turquia. Todos sabem

o que aconteceu a monsenhor Ste

pinac depois que o regime comu nista se instalou na lugoslavia.

foi preso, julgado e condenado a prisão perpétua, acusado de co-

laboracionista. Pio XII o fez ca deal no cárcere.

E na Bulgaria era ainda Ron-

da a parte onde me apresentei nos diferentes campos e secções,

calli.

nicar-lhe mais nada”.

os soldados r.ussos. encorajados pelas palavras do Núncio, eleva ram o coração a Deus. cantando

carta pessoal se dirigia ao rei Boris. expondo singelamente: "Co-

SITUAÇÃO IMPRESSIONANTE

todos juntos a oração ensinada pelo Divino Salvador (o Pai Nos

ção mais pormenorizada, mas foilhe respondido que não insistisse, porque não era permitido comu

Esse

documento,

na

sua

fria

linguagem, revela a ponta de um drama que se estendería nos dois

so) . Aquelas vozes que têm um tom e uma inspiração muito es peciais, exaltaram e comoveram

lados dos totalitarismos em con fronto. Também Hitler, como

todos os que me acompanhavam.

Stalin, impedia a comunicação com os prisioneiros alemães e des tes com suas próprias famílias. Os aliados ocidentais, de sua parte, negaceavam, criando dificuldades de ordem burocrática ou alegando

fé e sentem-na, mas foram, duran te séculos, abandonados e descurados. A juventude, hoje, em

Aqueles povos eslavos ainda têm

grande parte, perdeu a Fé e já não pratica a religião, porque fói

lico

fora visitador apostoSofia de 1925 a 1935, em em que

Vossa Majestade bem sabe, a Santa Sé, fiel à sua tradição, con mo

tinua a multiplicar as suas forde assistência caritativa a mas todos os que sofrem por causa da

guerra, seja qual for sua lingua

ou nação, sem excluir os filhos de Israel, para não desmentir a

mensagem

universal

de

Cristo.

Eu .procuro humildemente traba lhar segundo o Seu ensinamento. E é precisamente este exercício

I


Digesto Econômico 114

DIgesto Ecoxomico

Sobre essa totalidade de vítimas

Foi

assim

que

em

março

de

115

razões de segurança. Aqui se des tacou. para uma solução confor

inocentes, da Europa aos confins da Asia, se estendeu a ação caritativa da Santa Sé, quando a dei

contacto com o cônsul da U.R.S.S.

caso verdadeiramente raro na di

xaram agir.

na

plomacia vaticana: monsenhor Amleto Cicognani, representante

Este nono

volume

1943,

"de

forma

amigável”,

correta

manteve

Turquia,

que

o

lhe

e quase

me aos direitos humanos,

primeiro

ção

prometeu

considera em especial os esforços caritativos, “na medida em que es

obter do seu embaixador uma In tervenção favoravel ao Vaticano.

tes ficaram registrados em docu mentos escritos” e que assim se podem dimensionar. O resto per tence a ações quase sempre anô

Pedia 0 delegado apostolico ins truções precisas, no caso de rece ber uma resposta positiva.

nimas ou não mensuráveis estatis ticamente, como é moda.

Grande

parte dos

documentos

refere-se à ação dos representan

Uma semana depois as esperan

de

desfizeram.

Roíicalli

ças

informava

Monsenhor

riores:

‘‘Precisamente na segun¬

a

seus

supe

de

dois

irmãos

a atua

diplomatas,

da Santa Sé nos Estados Unidos,

e monsenhor Caetano Cicognani, núncio cm Madrid. Este. próximo do teatro dos acontecimentos no Norte da África, teve a assessorá-

lo um vigoroso e decidido norteamericano: monsenhor Garrol, digno, parece, de ser personagem

tes diplomáticos da Santa Sé, dentro e fora da Europa confla grada. Já assiduo nos volumes an-

da-feira, 29 de março, monsenhor

de

Rlghi (o secretário da Delegação) dirigiu-se de novo à embaixada

teriores, o delegado apostolico na Turquia, Ângelo Roncalli, o futuro

para ver

se

resposta;

mas

Mais feliz em suas gestões foi o núncio Cassulo, em Bucareste. Teve acesso tanto aos campos de concentração dos judeus, onde agiu de maneira a merecer a gra tidão do Grão-Rabino na Rumênia, dr. Safram, como junto aos

papa João XXIII, aparece com uma atuação destacada.

De sua invejável posição em

pais neutro e numa das encruziI

lhadas do mundo, desdobra--se no socorro aos hebreus e aos prisio

neiros.

Com a mudança da sorte

da guerra, cresceram os prisio

neiros em mãos dos russos. Nem a secção competente do Vaticano nem a Cruz Vermelha Internacio nal conseguiram ter notícia deles. Foi então que Tardini, subsecre tário de Estado, juntamente com Montini (o atual papa), traba lhando sob as ordens do cardeal

Maglione,

secretário

lembrou-se

que

de

Estado,

monsenhor Ron

calli poderia obter dos russos a lista dos prisioneiros italianos. Seu temperamento bonacheirão (sic)

facilitava

extremamente

as

relações com o corpo diplomático.

podia

o

esperar

cônsul

uma

Ivanof

com muitas desculpas evitou re

cebê-lo, e mandou-lhe dizer pela sua secretária que por ordens ex pressas recebidas lhe fora proibi do qualquer contacto e qualquer ação relativamente aos assuntos dos prisioneiros. Monsenhor Righi procurou pedir uma explica

um

filme.

prisioneiros russos.

Em seu rela

tório fala com emoção desse con tacto:

“Salvo poucas exceções, por to

transviada

pelos

chefes

e pelas

idéias nefastas do comunismo”. Na Croácia, Estado nascido em

consequência dos eventos bélicos com o apoio das potências do Eixo e como tal não reconhecido pela Santa Sé, o visitador apostólico, abade beneditino, restou despoja do de sua condição de diplomata,

mas repetidamente tomou posição em defesa dos judeus. o

Junto dele,

jovem arcebispo Stepinac,

'com

indomável coragem”, defendeu os hebreus e outros grupos da popu

lação perseguidos, como o demons tra a longa lista de documentos

publicada (páginas 221-229), me

recendo o expresso agradecimen

to da organização de auxilio he braica da Turquia. Todos sabem

o que aconteceu a monsenhor Ste

pinac depois que o regime comu nista se instalou na lugoslavia.

foi preso, julgado e condenado a prisão perpétua, acusado de co-

laboracionista. Pio XII o fez ca deal no cárcere.

E na Bulgaria era ainda Ron-

da a parte onde me apresentei nos diferentes campos e secções,

calli.

nicar-lhe mais nada”.

os soldados r.ussos. encorajados pelas palavras do Núncio, eleva ram o coração a Deus. cantando

carta pessoal se dirigia ao rei Boris. expondo singelamente: "Co-

SITUAÇÃO IMPRESSIONANTE

todos juntos a oração ensinada pelo Divino Salvador (o Pai Nos

ção mais pormenorizada, mas foilhe respondido que não insistisse, porque não era permitido comu

Esse

documento,

na

sua

fria

linguagem, revela a ponta de um drama que se estendería nos dois

so) . Aquelas vozes que têm um tom e uma inspiração muito es peciais, exaltaram e comoveram

lados dos totalitarismos em con fronto. Também Hitler, como

todos os que me acompanhavam.

Stalin, impedia a comunicação com os prisioneiros alemães e des tes com suas próprias famílias. Os aliados ocidentais, de sua parte, negaceavam, criando dificuldades de ordem burocrática ou alegando

fé e sentem-na, mas foram, duran te séculos, abandonados e descurados. A juventude, hoje, em

Aqueles povos eslavos ainda têm

grande parte, perdeu a Fé e já não pratica a religião, porque fói

lico

fora visitador apostoSofia de 1925 a 1935, em em que

Vossa Majestade bem sabe, a Santa Sé, fiel à sua tradição, con mo

tinua a multiplicar as suas forde assistência caritativa a mas todos os que sofrem por causa da

guerra, seja qual for sua lingua

ou nação, sem excluir os filhos de Israel, para não desmentir a

mensagem

universal

de

Cristo.

Eu .procuro humildemente traba lhar segundo o Seu ensinamento. E é precisamente este exercício

I


da caridade estendido aos pró prios hebreus que me oferece oca sião para recorrer ao coração de Vossa Majestade... fy

O Núncio na Suiça, monsenhor Bernardini, cuidou em particular da colaboração com a Comissão Internacional

Dicesto Econômico

Dicksto Ecox6micí>

116

da

Cruz

Vermelha

em Genebra, sobretudo na afli tiva busca de informações sobre

prisioneiros e pessoas desapareci das. Cruz Vrmelha e Santa Sé, desejosos de ajudar, não dispu nham de meios coercitivos, pode res desarmados que são. Numa prova do “impressionante estado de coisas, o representante da Co missão Internacional diz ao nún

cio, que informa Roma, “A Comissão Internacional rece

be continuamente pedidos de notícias respeitantes aos hebreus residentes nos pelos alemães,

paises ocupados Não pode desin-

teressar-se destes desventurados. Fez tudo aquilo que estava nas

suas possibilidades mas encontrou-

se perante dificuldades insuperá veis. Admiram-se as pessoas por a Comissão Internacional não pro

testar junto aos governos. Antes de mais, os protestos não servem para nada; depois podem prestar um péssimo serviço a quem se quer ajudar (...) Assim, por

causa destas numerosas dificulda des, a Comisão Internacional abandonou a questão dos pedidos de notícias” (dos judeus). MONS. ORSENIGO

Monsenhor Orsenigo, núncio em Berlim (posto que fora ocupado pelo próprio Pio XII) foi sem dú-

117

vida a figura mais controvertida da diplomacia vaticana durante a guerra. O ano de 1943 o encon tra numa posição “cada vez mais precaria”. Numa carta ao papa. transcrita no volume, monsenhor Preysing, o corajoso bispo da capital da “Grande Alemanha” queixa-se de

Mas cumpriu guerra ocidentais, seu dever, um tanto aos trancos e barrancos, No início de março, informava à Secretaria de Esta“particulardo sobre a caça —

sua inatividade

ve:

e omissão.

mente feroz” — aos judeus, de corrente da proclamação de Hi tler de 24 de fevereiro (depois da Escrederrota de Stalingrado).

Per

Colhi a ocasião para expri-

mir mais

uma

vez

ao

Ministro

Vaticano a respeito do Estado ju deu. firmada desde os tempos de Bento XV, contemporâneo da De claração Balfour (1917). Esse ponto de vista foi condividído

os

ex¬

monse-

judeus perseguidos e colaborar as organizações hebráicas

dos Negócios Exteriores (Ribben-

com

de todos os católicos; fui ouvido, mas também sei que ninguém aqui

seus

Schneider, “devia ter-se bem pre sente que a Nunciatura em Ber

desenfreada

a desagradável impressão

por

nhor Roncali em sua posição-chave no Bósforo, caminho para Is rael. Tudo fazendo para ajudar

guntava se valia a pena fosse a Santa Sé representada por um núncio junto a um regime que o tratava como se na prática não existisse. Mas. observa o padre

trop)

incondicionalmente

pressões do Autor

empenhadas em salvar a vida de

pode opor-se à força material e

compatriotas e delas mere cendo notório agradecimento, nao deixa de exprimir, em sua cor

lim representava, afinal, a unica

tapo” (...)”.

sões pela imigração ilimitada de

possibilidade de manter de pé uma ligação regular com a Igreja na Alemanha e nas regiões ocupadas pelos alemães. Como lugar para

Quer da parte de Orsenigo. quer de outras fontes, a Santa Sé teve notícia da “situação horrenda” dos judeus na Polônia, como o re vela uma nota da Secretaria de Estado de maio de 1943. Já ia a política de extermínio em ritmo galopante e, no entanto, re fere documento de agosto de 1943, a Secretaria de Estado em Wa shington “concordava com o go

a

recolha

caixa

de

postal

Berlim era

noticias

a

ou

Nunciatura

como

em

insubstituível”.

Convém recordar,

de

passagem,

que a Santa Sé. por uma nota de 1942, fizera saber a Hitler que não reconhecia a jurisdição alemã sobre

territórios

ocupados

no

caso

da

Croácia),

ou a

“Ges-

provas seguras sobre o extermínio

programado dos hebreus nas ca-

en

maras de gás”,

quanto durasse o conflito. Hitler

A 30, Hull, secre-

tário de Estado norte-americano,

se valeu dessa circunstância para

escrevia: “... .não existem provas

alegar atuação diplomática dos antigos representantes da Santa Sé naqueles territórios, ou seja, toda a Polônia, todos os países bálticos, a Checoslováquia e a Áus tria. Territórios que em sua maio ria cairiam depois em mãos dos

chamada

verno inglês na inexistência de

criação de novos Estados (como já vimos

da

suficientes para justificar a de claração relativa á execução em

!

ao futuro Estado judaico, mas ao fato de a Santa Sé. pela sua atua

ção. estar contribuindo para cria lo.

Eis a nota:-

“Confesso que o fato de. preci samente a Saiita Sé (grifo nosso),

canalizar os hebreus para a Palesreconstruir o

tina, quase que para remo

hebráico,

começando ,

por ,

gumas

duvidas no meu espirito. .

fazê-los sair da Italia, suscita al

Que 0 façam os seus compatriotas e

os

seus

preende-se.

amigos políticos comMas não me

parece

de bom gosto (sic. conforme a tra

dução) que precisamente o exer

cício simples e elevado da carida

ISRAEL DESPONTA

de da Santa Sé possa dar ocasião

russos.

A Orsenigo não foi permitido sequer visitar os prisioneiros de

segunda guerra mundial lança novas luzes sobre a posição do k-.

hebreus para a Palestina, transcrita . na ínteNuma nota -_ . gra faz sentir suas restrições, nao

camaras de gás”.

O nono volume dos Atos e Do cumento da Santa Sé durante a

.

respondência diplomática., apreen

ou

induzir-se

a

reconhecer nele

uma cooperação, pelo menos ini cial e indireta, para a realizaçãodo sonho messiânico”.


da caridade estendido aos pró prios hebreus que me oferece oca sião para recorrer ao coração de Vossa Majestade... fy

O Núncio na Suiça, monsenhor Bernardini, cuidou em particular da colaboração com a Comissão Internacional

Dicesto Econômico

Dicksto Ecox6micí>

116

da

Cruz

Vermelha

em Genebra, sobretudo na afli tiva busca de informações sobre

prisioneiros e pessoas desapareci das. Cruz Vrmelha e Santa Sé, desejosos de ajudar, não dispu nham de meios coercitivos, pode res desarmados que são. Numa prova do “impressionante estado de coisas, o representante da Co missão Internacional diz ao nún

cio, que informa Roma, “A Comissão Internacional rece

be continuamente pedidos de notícias respeitantes aos hebreus residentes nos pelos alemães,

paises ocupados Não pode desin-

teressar-se destes desventurados. Fez tudo aquilo que estava nas

suas possibilidades mas encontrou-

se perante dificuldades insuperá veis. Admiram-se as pessoas por a Comissão Internacional não pro

testar junto aos governos. Antes de mais, os protestos não servem para nada; depois podem prestar um péssimo serviço a quem se quer ajudar (...) Assim, por

causa destas numerosas dificulda des, a Comisão Internacional abandonou a questão dos pedidos de notícias” (dos judeus). MONS. ORSENIGO

Monsenhor Orsenigo, núncio em Berlim (posto que fora ocupado pelo próprio Pio XII) foi sem dú-

117

vida a figura mais controvertida da diplomacia vaticana durante a guerra. O ano de 1943 o encon tra numa posição “cada vez mais precaria”. Numa carta ao papa. transcrita no volume, monsenhor Preysing, o corajoso bispo da capital da “Grande Alemanha” queixa-se de

Mas cumpriu guerra ocidentais, seu dever, um tanto aos trancos e barrancos, No início de março, informava à Secretaria de Esta“particulardo sobre a caça —

sua inatividade

ve:

e omissão.

mente feroz” — aos judeus, de corrente da proclamação de Hi tler de 24 de fevereiro (depois da Escrederrota de Stalingrado).

Per

Colhi a ocasião para expri-

mir mais

uma

vez

ao

Ministro

Vaticano a respeito do Estado ju deu. firmada desde os tempos de Bento XV, contemporâneo da De claração Balfour (1917). Esse ponto de vista foi condividído

os

ex¬

monse-

judeus perseguidos e colaborar as organizações hebráicas

dos Negócios Exteriores (Ribben-

com

de todos os católicos; fui ouvido, mas também sei que ninguém aqui

seus

Schneider, “devia ter-se bem pre sente que a Nunciatura em Ber

desenfreada

a desagradável impressão

por

nhor Roncali em sua posição-chave no Bósforo, caminho para Is rael. Tudo fazendo para ajudar

guntava se valia a pena fosse a Santa Sé representada por um núncio junto a um regime que o tratava como se na prática não existisse. Mas. observa o padre

trop)

incondicionalmente

pressões do Autor

empenhadas em salvar a vida de

pode opor-se à força material e

compatriotas e delas mere cendo notório agradecimento, nao deixa de exprimir, em sua cor

lim representava, afinal, a unica

tapo” (...)”.

sões pela imigração ilimitada de

possibilidade de manter de pé uma ligação regular com a Igreja na Alemanha e nas regiões ocupadas pelos alemães. Como lugar para

Quer da parte de Orsenigo. quer de outras fontes, a Santa Sé teve notícia da “situação horrenda” dos judeus na Polônia, como o re vela uma nota da Secretaria de Estado de maio de 1943. Já ia a política de extermínio em ritmo galopante e, no entanto, re fere documento de agosto de 1943, a Secretaria de Estado em Wa shington “concordava com o go

a

recolha

caixa

de

postal

Berlim era

noticias

a

ou

Nunciatura

como

em

insubstituível”.

Convém recordar,

de

passagem,

que a Santa Sé. por uma nota de 1942, fizera saber a Hitler que não reconhecia a jurisdição alemã sobre

territórios

ocupados

no

caso

da

Croácia),

ou a

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provas seguras sobre o extermínio

programado dos hebreus nas ca-

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maras de gás”,

quanto durasse o conflito. Hitler

A 30, Hull, secre-

tário de Estado norte-americano,

se valeu dessa circunstância para

escrevia: “... .não existem provas

alegar atuação diplomática dos antigos representantes da Santa Sé naqueles territórios, ou seja, toda a Polônia, todos os países bálticos, a Checoslováquia e a Áus tria. Territórios que em sua maio ria cairiam depois em mãos dos

chamada

verno inglês na inexistência de

criação de novos Estados (como já vimos

da

suficientes para justificar a de claração relativa á execução em

!

ao futuro Estado judaico, mas ao fato de a Santa Sé. pela sua atua

ção. estar contribuindo para cria lo.

Eis a nota:-

“Confesso que o fato de. preci samente a Saiita Sé (grifo nosso),

canalizar os hebreus para a Palesreconstruir o

tina, quase que para remo

hebráico,

começando ,

por ,

gumas

duvidas no meu espirito. .

fazê-los sair da Italia, suscita al

Que 0 façam os seus compatriotas e

os

seus

preende-se.

amigos políticos comMas não me

parece

de bom gosto (sic. conforme a tra

dução) que precisamente o exer

cício simples e elevado da carida

ISRAEL DESPONTA

de da Santa Sé possa dar ocasião

russos.

A Orsenigo não foi permitido sequer visitar os prisioneiros de

segunda guerra mundial lança novas luzes sobre a posição do k-.

hebreus para a Palestina, transcrita . na ínteNuma nota -_ . gra faz sentir suas restrições, nao

camaras de gás”.

O nono volume dos Atos e Do cumento da Santa Sé durante a

.

respondência diplomática., apreen

ou

induzir-se

a

reconhecer nele

uma cooperação, pelo menos ini cial e indireta, para a realizaçãodo sonho messiânico”.


118

Digesto Econômico Dicesto Econômico

Arremata, com a sua habitual ■bonomia: Tudo isto, porém, talvez não seja mais do que um es-

●crupulo de minha parte que basta ter confessado para que se des faça. Tanto mais que é bem cer to que a reconstrução do reino de Judá e de Israel não passa de uma utopia”.

Ao

armistício

seguiu-se a ocupação de Roma pe los alemães. Dez dias depois, a polícia alemã exigia 50 quilos de ouro

da

mana.

comunidade

hebraica ro

Pio XII deu ordem de en

tregar quanto necessário, colabo rando as instituições católicas na coleta da quantidade pedida. Hou ve uma tranquilidade temporária,

interrompida na noite

OS JUDEUS DE ROMA

Roncalli não fora bom profeta, embora se deva reconhecer que

de 16 de

outubro com a invasão de gueto pelas S.S., que ali prenderam

o Estado de Israel não é o Estado

1.300 pessoas. O plano era de portar todos os 8 mil judeus de

messiânico sonhado pela diáspora.

Roma.

Mas

o

documento

revela

que

a

ajuda dada pela Santa Sé aos ju deus, não se prendeu a conside

rações de ordem político-religiosa.

O que nos parece um dado

importante para o debate e nos leva ao âmago da questão suscitada em O Vigário, como um dos

pontos culminantes do drama de Hochut, segundo o qual — e Saul Rriedlender trabalhando com do cumentos alemães deixou

a

ques

tão em pé — 0 papa se teria omi

tido em salvar os judeus perse

guidos “sob suas próprias janelas”. A documentação agora vinda a

lume

é

abundante

e

conclusiva.

Sob as ordens diretas de Pio XII,

Informado já na manhã seguin te Pio XII ordenou imediatamen

te a Maglione que chamasse o embaixador alemão junto ao Va ticano. Weizsaecker. a quem de clarou;

“É doloroso para o San

to Padre, doloroso de maneira indizivel, que precisamente em Ro ma, debaixo dos olhos do Pai co mum, se façam sofrer tantas pes soas unicamente porque perten

cem a uma raça determinada...”.

Weizsaecker, como procedera já uma vez no caso de refens exigi

de sua intervenção não jDOderia mencionar o pedido do Vaticano:

tanto 0 secretário de Estado, Ma

tiva da Santa Sé, agiram cóm presteza e energia para salvar os

rencia) a esta conversa oficial?”. Maglione, não sem ressalvas e sempre reiterando que o papa, co mo bispo de Roma “tinha o espe

judeus de Roma, coadjuvados pela ação do núncio junto ao Quirinal,

põe

monsenhor Borgongim Duca.

Foreign Ofíice: (alemão) agiu com 0 resultado

“O embaixador imediatamente, de que grande

número foi libertado...

A inter

venção do Vaticano deste modo parece ter sido eficaz para salvar um

certo

gente.

número

dessa

infeliz

Perguntei se podia refe

rir isto e foi-me dito que poderia fazê-lo, mas para vossa estrita in formação e de modo algum para

torná-lo público, pois que qual quer publicidade da noticia pro vocaria provavelmente o aumento da perseguição”. E se é certo que os 1.300 judeus capturados na madrugada de 16 de outubro, 1007 foram enviados

já a 18 de outubro para “destino desconhecido”, a deportação em

massa

dos

hebreus

de

Roma

A

falta

de

referência

à

inter

venção do Vaticano, nos documen tos alemães, pelos motivos que se aclaram agora em definitivo, foi tomada literalmente como fato histórico, na obra de Hochhuth e outros, mas como observa Burkhart Schneider, não corresponde à realidade. E assim, aos poucos

sem entrarmos no plano sub

jetivo das boas intenções malogra das — a luz se faz sobre a atua

ção da Igreja e de seu chefe no curso

da segunda guerra. Luz que

se projeta também sobre o qua dro tenebroso do Estado totalitá rio, onde, hoje, nem sempre há um núncio para ao menos fazer o pa pel de caixa postal...

1

\

Uli

para não iaire etat

(fazer refe

cial dever de falar em favor de seus diocesanos”, consentiu-o. De

o

embaixador

inglês,

“sir”

d’Arcy Osborne, em documento do

w 01 g

IO'

Ckoeeim® p®- Sol Rua Barão de Itapetininga, 151 -

e 10.° andares

Caixa Postal, 1338 - Telefone; 32-3154 SUCURSAIS

Rio de Janeiro, Curitiba, Londrina, Porto Alegre INSPETORIAS; Em todo interior do Estado opera nos ramos: incêndio, lucros cessantes, transportes, aciden tes pessoais, roubo, fidelidade, responsabilidade civil, vidros, tumultos, automóveis, crédito interno, cascos, vida em grupo

foi

suspensa.

dos pelo Alto Comando Alemão, fez compreender que para o exito “Vossa Eminência deixa-me livre

glione, como 0 sub-secretário Mon senhor Montini, hoje Paulo VI, res ponsável direto pela ação carita-

113

de 8 de setembro

6 individual.

I


118

Digesto Econômico Dicesto Econômico

Arremata, com a sua habitual ■bonomia: Tudo isto, porém, talvez não seja mais do que um es-

●crupulo de minha parte que basta ter confessado para que se des faça. Tanto mais que é bem cer to que a reconstrução do reino de Judá e de Israel não passa de uma utopia”.

Ao

armistício

seguiu-se a ocupação de Roma pe los alemães. Dez dias depois, a polícia alemã exigia 50 quilos de ouro

da

mana.

comunidade

hebraica ro

Pio XII deu ordem de en

tregar quanto necessário, colabo rando as instituições católicas na coleta da quantidade pedida. Hou ve uma tranquilidade temporária,

interrompida na noite

OS JUDEUS DE ROMA

Roncalli não fora bom profeta, embora se deva reconhecer que

de 16 de

outubro com a invasão de gueto pelas S.S., que ali prenderam

o Estado de Israel não é o Estado

1.300 pessoas. O plano era de portar todos os 8 mil judeus de

messiânico sonhado pela diáspora.

Roma.

Mas

o

documento

revela

que

a

ajuda dada pela Santa Sé aos ju deus, não se prendeu a conside

rações de ordem político-religiosa.

O que nos parece um dado

importante para o debate e nos leva ao âmago da questão suscitada em O Vigário, como um dos

pontos culminantes do drama de Hochut, segundo o qual — e Saul Rriedlender trabalhando com do cumentos alemães deixou

a

ques

tão em pé — 0 papa se teria omi

tido em salvar os judeus perse

guidos “sob suas próprias janelas”. A documentação agora vinda a

lume

é

abundante

e

conclusiva.

Sob as ordens diretas de Pio XII,

Informado já na manhã seguin te Pio XII ordenou imediatamen

te a Maglione que chamasse o embaixador alemão junto ao Va ticano. Weizsaecker. a quem de clarou;

“É doloroso para o San

to Padre, doloroso de maneira indizivel, que precisamente em Ro ma, debaixo dos olhos do Pai co mum, se façam sofrer tantas pes soas unicamente porque perten

cem a uma raça determinada...”.

Weizsaecker, como procedera já uma vez no caso de refens exigi

de sua intervenção não jDOderia mencionar o pedido do Vaticano:

tanto 0 secretário de Estado, Ma

tiva da Santa Sé, agiram cóm presteza e energia para salvar os

rencia) a esta conversa oficial?”. Maglione, não sem ressalvas e sempre reiterando que o papa, co mo bispo de Roma “tinha o espe

judeus de Roma, coadjuvados pela ação do núncio junto ao Quirinal,

põe

monsenhor Borgongim Duca.

Foreign Ofíice: (alemão) agiu com 0 resultado

“O embaixador imediatamente, de que grande

número foi libertado...

A inter

venção do Vaticano deste modo parece ter sido eficaz para salvar um

certo

gente.

número

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Perguntei se podia refe

rir isto e foi-me dito que poderia fazê-lo, mas para vossa estrita in formação e de modo algum para

torná-lo público, pois que qual quer publicidade da noticia pro vocaria provavelmente o aumento da perseguição”. E se é certo que os 1.300 judeus capturados na madrugada de 16 de outubro, 1007 foram enviados

já a 18 de outubro para “destino desconhecido”, a deportação em

massa

dos

hebreus

de

Roma

A

falta

de

referência

à

inter

venção do Vaticano, nos documen tos alemães, pelos motivos que se aclaram agora em definitivo, foi tomada literalmente como fato histórico, na obra de Hochhuth e outros, mas como observa Burkhart Schneider, não corresponde à realidade. E assim, aos poucos

sem entrarmos no plano sub

jetivo das boas intenções malogra das — a luz se faz sobre a atua

ção da Igreja e de seu chefe no curso

da segunda guerra. Luz que

se projeta também sobre o qua dro tenebroso do Estado totalitá rio, onde, hoje, nem sempre há um núncio para ao menos fazer o pa pel de caixa postal...

1

\

Uli

para não iaire etat

(fazer refe

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o

embaixador

inglês,

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d’Arcy Osborne, em documento do

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Ckoeeim® p®- Sol Rua Barão de Itapetininga, 151 -

e 10.° andares

Caixa Postal, 1338 - Telefone; 32-3154 SUCURSAIS

Rio de Janeiro, Curitiba, Londrina, Porto Alegre INSPETORIAS; Em todo interior do Estado opera nos ramos: incêndio, lucros cessantes, transportes, aciden tes pessoais, roubo, fidelidade, responsabilidade civil, vidros, tumultos, automóveis, crédito interno, cascos, vida em grupo

foi

suspensa.

dos pelo Alto Comando Alemão, fez compreender que para o exito “Vossa Eminência deixa-me livre

glione, como 0 sub-secretário Mon senhor Montini, hoje Paulo VI, res ponsável direto pela ação carita-

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de 8 de setembro

6 individual.

I


-W:

DIc;i:sto Ec:on6mico

120

ESTADOS UNIDOS:- CARNE A PARTIR DE PROTEÍNA DE CÉLU

r «4

I E

LA ÚNICA — A Exxon Enterprise Inc. e seu sócio nas pesquisas sobre proteína de célula única (SCP), a Nestlé S.A., revelaram que conseguiram ●obter produtos análogos à carne, durante a realização do testes de labo ratório nas instalações de pesquisa e desenvolvimento da Nestlé, na Suíça. O vice-presidente da Exxon Enterprises, Donald D. McLaren, ex plicou que o primeiro passo para a obtenção de produtos análogos à

carne é processar a proteina de célula única ate a obtenção de. pelo menos, 75% de proteína (com a remoção do ácido nucléico); então, o con

centrado pode ser fiado em fibras e estruturado em produtos análogos à carne. Até agora, a atividade comercial relativa à SCP produzida pela fer mentação de hidrocarbonetos tem sido limitada às rações animais. Mesmo

com base nas mais otimistas previsões da Exxon, os alimentos de proteí na de célula única para seres humanos exigem ainda alguns anos de pes-

●quisa antes de serem adotados.

Há correlação entre desenvolvimento e natalidade? RUBENS VAZ DA COSTA

0

f 1 . f,

crescimento

popula

cional, que caracteriza o pe ríodo de trinta anos do após

guerra, provocou amplo de

vimento econômico dos países me desenvolvidos,

Muitas

vozes

se levantam para expor os proble mas decorrentes da “explosão de

BRASIL:- FÁBRICA DE ALUMÍNIO NO RIO DE JANEIRO — A Cia.

Vale do Rio Doce está estudando propostas de participação de empresas

mográfica” nos países menos de senvolvidos e da “explosão do con-

nacionais e estrangeiras para seu projeto ALUSUL, uma fábrica de alu

sumo”

inicial de produção — em 1979 — será de 80 mil toneladas/ano. Inicial

nuição da disponibilidade de ma

mínio que deverá ser instalada na Baía de Sepetiba e cuja capacidade mente, a nova fábrica dependerá de importação de matéria-prima (alumina), até que esta possa ser fornecida pela ALBRÁS, outro projeto da Vale do Rio Doce, na Amazônia. A CVRD pretende participar com um terço do eapital da ALUSUL, associado-se a um grupo nacional, e um grupo es trangeiro detentor de know-how para o fabrico de alumínio. O investimen

to total requerido pelo projeto será de 180 milhões de dólares. A constru ção da fábrica deverá ser feita por módulos, cada um deles com capacida de de produção de 40 mil toneladas. A capacidade do total não deverá ■ultrapassar 160 mil toneladas de alumínio por ano (quatro módulos). o-

SUÉCIA:- BRASIL ATRAI FABRICANTES DE CLORO ESCANDINA

VOS — A KemaNord AB (Estocolmo), a maior fabricante de produtos quí

micos da Suécia, construirá uma fábrica de clorato de sódio ,de 18.000 to neladas/ano, numa localidade ao norte do Rio de Janeiro, num empreen dimento conjunto com a Aracruz Celulose S.A. Uma nova companhia, a Clorato S.A., na qual as duas firmas terão igual participação, está sendo criada para operar aquela instalação. A fábrica de clorato de sódio, cujo -custo é estimado em 10 milhões de dólares, deverá estar concluída no final de 1977. Sua produção será destinada a uma fábrica de celulose sulfato, de 400.000 toneladas/ano, que a Aracruz está construindo. A KemaNord.

●que produz clorato de sódio em duas localidades da Suécia, fornecerá a fecnologia para a nova unidade. ✓

.

O problema do desenvolvimento estudado à luz da deinografia. por um especialista na matéria.

bate sobre o futuro da hu

manidade e, de maneira especial, sobre as perspectivas de desenvol nos

o-

rápido

nos paises industrializados. especialmente a ameaça de dimi

térias-primas, da exaustão de ali

mentos, energia etc., bem como a

contaminação do ambiente, urba

nização

profunda suspeita.

Os problemas

da elevada fecundidade não são reconhecidos como suficíente-

mente sérios e prioritários para receberem atenção preferencial

dos governos e das universidades. Sua dimensão politica é proppsitadamente distorcida pela ênfase dada aos componentes ideológiseus aspectos econômicos. cos, e-

sociais e humanos são postos fora

de perspectiva por argumentos

emocionais e pouco construtivos.

A Conferência realizada em Bu

acelerada e diminuição

careste, em agosto de 1974, sob os

preocupações têm produzido resul

importante forum mundial para debate dos problemas decorrentes do rápido crescimento demográfi

da qualidade da vida em geral. Nos países desenvolvidos, tais tados práticos tangiveis, no que se refere à adoção de políticas visan

auspícios das Nações Unidas, foi o

medidas imediatas sejam os cen

co. Como trabalho prévio, foram realizados quatro simpósios técni cos. bem como conferências regio nais nos vários continentes. Além disso, grande número de seminá-

tros de estudos e pesquisas, além dos cursos sobre problemas rela cionados com a redução da nata lidade que estão sendo estabele

estudo dos problemas da dinâmica populacional, Embora tais con-

do reduzir a fecundidade, bem como a conservar os recursos natu-

rais e proteger o meio-ambiente. Talvez

mais

importante

do

que

cidos em muitas universidades dos paises industrializados. Nos países menos desenvolvidos, especialménte no Brasil, estas questões são vistas por muitos com

“workshops” e mesas redon das têm reunido técnicos para o

rios.

claves não se relacionem formal mente com a conferência das Na ções Unidas, seus resultados fo ram de grande interesse para o êxito daquele forum.

s


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DIc;i:sto Ec:on6mico

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ESTADOS UNIDOS:- CARNE A PARTIR DE PROTEÍNA DE CÉLU

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I E

LA ÚNICA — A Exxon Enterprise Inc. e seu sócio nas pesquisas sobre proteína de célula única (SCP), a Nestlé S.A., revelaram que conseguiram ●obter produtos análogos à carne, durante a realização do testes de labo ratório nas instalações de pesquisa e desenvolvimento da Nestlé, na Suíça. O vice-presidente da Exxon Enterprises, Donald D. McLaren, ex plicou que o primeiro passo para a obtenção de produtos análogos à

carne é processar a proteina de célula única ate a obtenção de. pelo menos, 75% de proteína (com a remoção do ácido nucléico); então, o con

centrado pode ser fiado em fibras e estruturado em produtos análogos à carne. Até agora, a atividade comercial relativa à SCP produzida pela fer mentação de hidrocarbonetos tem sido limitada às rações animais. Mesmo

com base nas mais otimistas previsões da Exxon, os alimentos de proteí na de célula única para seres humanos exigem ainda alguns anos de pes-

●quisa antes de serem adotados.

Há correlação entre desenvolvimento e natalidade? RUBENS VAZ DA COSTA

0

f 1 . f,

crescimento

popula

cional, que caracteriza o pe ríodo de trinta anos do após

guerra, provocou amplo de

vimento econômico dos países me desenvolvidos,

Muitas

vozes

se levantam para expor os proble mas decorrentes da “explosão de

BRASIL:- FÁBRICA DE ALUMÍNIO NO RIO DE JANEIRO — A Cia.

Vale do Rio Doce está estudando propostas de participação de empresas

mográfica” nos países menos de senvolvidos e da “explosão do con-

nacionais e estrangeiras para seu projeto ALUSUL, uma fábrica de alu

sumo”

inicial de produção — em 1979 — será de 80 mil toneladas/ano. Inicial

nuição da disponibilidade de ma

mínio que deverá ser instalada na Baía de Sepetiba e cuja capacidade mente, a nova fábrica dependerá de importação de matéria-prima (alumina), até que esta possa ser fornecida pela ALBRÁS, outro projeto da Vale do Rio Doce, na Amazônia. A CVRD pretende participar com um terço do eapital da ALUSUL, associado-se a um grupo nacional, e um grupo es trangeiro detentor de know-how para o fabrico de alumínio. O investimen

to total requerido pelo projeto será de 180 milhões de dólares. A constru ção da fábrica deverá ser feita por módulos, cada um deles com capacida de de produção de 40 mil toneladas. A capacidade do total não deverá ■ultrapassar 160 mil toneladas de alumínio por ano (quatro módulos). o-

SUÉCIA:- BRASIL ATRAI FABRICANTES DE CLORO ESCANDINA

VOS — A KemaNord AB (Estocolmo), a maior fabricante de produtos quí

micos da Suécia, construirá uma fábrica de clorato de sódio ,de 18.000 to neladas/ano, numa localidade ao norte do Rio de Janeiro, num empreen dimento conjunto com a Aracruz Celulose S.A. Uma nova companhia, a Clorato S.A., na qual as duas firmas terão igual participação, está sendo criada para operar aquela instalação. A fábrica de clorato de sódio, cujo -custo é estimado em 10 milhões de dólares, deverá estar concluída no final de 1977. Sua produção será destinada a uma fábrica de celulose sulfato, de 400.000 toneladas/ano, que a Aracruz está construindo. A KemaNord.

●que produz clorato de sódio em duas localidades da Suécia, fornecerá a fecnologia para a nova unidade. ✓

.

O problema do desenvolvimento estudado à luz da deinografia. por um especialista na matéria.

bate sobre o futuro da hu

manidade e, de maneira especial, sobre as perspectivas de desenvol nos

o-

rápido

nos paises industrializados. especialmente a ameaça de dimi

térias-primas, da exaustão de ali

mentos, energia etc., bem como a

contaminação do ambiente, urba

nização

profunda suspeita.

Os problemas

da elevada fecundidade não são reconhecidos como suficíente-

mente sérios e prioritários para receberem atenção preferencial

dos governos e das universidades. Sua dimensão politica é proppsitadamente distorcida pela ênfase dada aos componentes ideológiseus aspectos econômicos. cos, e-

sociais e humanos são postos fora

de perspectiva por argumentos

emocionais e pouco construtivos.

A Conferência realizada em Bu

acelerada e diminuição

careste, em agosto de 1974, sob os

preocupações têm produzido resul

importante forum mundial para debate dos problemas decorrentes do rápido crescimento demográfi

da qualidade da vida em geral. Nos países desenvolvidos, tais tados práticos tangiveis, no que se refere à adoção de políticas visan

auspícios das Nações Unidas, foi o

medidas imediatas sejam os cen

co. Como trabalho prévio, foram realizados quatro simpósios técni cos. bem como conferências regio nais nos vários continentes. Além disso, grande número de seminá-

tros de estudos e pesquisas, além dos cursos sobre problemas rela cionados com a redução da nata lidade que estão sendo estabele

estudo dos problemas da dinâmica populacional, Embora tais con-

do reduzir a fecundidade, bem como a conservar os recursos natu-

rais e proteger o meio-ambiente. Talvez

mais

importante

do

que

cidos em muitas universidades dos paises industrializados. Nos países menos desenvolvidos, especialménte no Brasil, estas questões são vistas por muitos com

“workshops” e mesas redon das têm reunido técnicos para o

rios.

claves não se relacionem formal mente com a conferência das Na ções Unidas, seus resultados fo ram de grande interesse para o êxito daquele forum.

s


122

Dioesto EcoNÔNnco

Recentemente, o Programa Comunicação Interdísciplinar,

de da

Smithsonian Institution”, dos Estados Unidos, reuniu vinte espe cialistas, entre demógrafos, soció logos, antropólogos, psicólogos, cientistas politicos, analistas so ciais e economistas, para estudar

dade, para baixas taxas de na talidade e de mortalidade), além da redução do crescimento demo gráfico pelo oferecimento de in formações e serviços aos casais que desejam planejar suas famílias,

H

DIGESTO ECONÔ^UCO

123-

Mais de cem países, cuja nata lidade excede 35 por mil, com renda per capita inferior a USS 1.000 por ano. Formam um gru

filhos e decidir o

po com mais da metade da popu lação da terra. Assim, a correla ção entre natalidade e produto

durante três dias as “determinan tes econômicas e não-económicas da fecundidade”. A reunião de

tamanho da sua prole. Uma análise empírica da rela ção entre desenvolvimento econô

nacional bruto parece claramente estabelecida. Os países com baixa natalidade têm elevada renda per

que 0 autor participou foi extremamente rica em contribuições para a compreensão das questões

mico, medido pelo Produto Nacio

relacionadas com a dinâmica de mográfica.

e as taxas de natalidade

Entre muitas outras, duas teses mereceram especial atenção. Uma podería chamar-se a tese “desen-

Tolvimentista” da regulação da tecundidade, já que postula ser a redução

da taxa de crescimento

demográfico função do desenvol vimento

econômico

e

da

conse

quente urbanização e moderniza ção da sociedade. Esta tese é fa talista e encontra suas raizes his

tóricas na noção da “transição demográfica”, pela qual passaram os países industrializados.

Pare

cería justificar uma politica de mográfica de “laisser faire”, onde as forças que determinam

as

va-

riáveis do crescimento populacio nal e do futuro tamanho da pulação seriam deixadas a próprio dinamismo.

poseu

A outra tese, embora reconhe cendo a importância do desenvol vimento para a redução da nata

lidade, advoga a abreviação da transição demográfica (isto é, do processo secular pelo qual uma nação passa de altas taxas de na talidade e altas taxas de mortali¬

determinar

o

intervalo

nascimento dos

entre

o

nal Bruto (PNB) per capita (aqui referido como renda per capita) (número

de nascimentos por ano, por mil habitantes), permite dividir os países do mundo em três grandes

quemática corporta considerável variação de renda entre paísescom idênticas taxas de natalidade. Outras considerações econômicas importantes, como o tamanho do

país, tamanho da população, den sidade demográfica e disponibi lidade de recursos naturais, pare cem

capita, enquanto os países que apresentam altas taxas de natali dade, têm baixa renda per capita. Uma

análise

mais

não

níveis

profunda

mostra que esta classificação es-

ser

de

determinantes

natalidade.

dos

Vejamos-

num grupo de cinco países, arbi trariamente escolhidos em função da natalidade, como se corportam as demais variáveis:

TABELA I

grupos:

30 países de baixa natalidade (menos de 20 nascimentos, por ano, por mil habitantes), cuja

PAÍS

População

natalidade

Total (1) (milhões

(2)

P. N.

B.

Per capita (3) US$

renda per capita anual é superior ao equivalente a US$ 2.000. Tais países industrializados têm cerca de um bilhão de habitantes, ou seja, aproximadamente um quar to da população do globo terres

r

ESTADOS UNIDOS

CANADÁ AUSTRÁLIA JAPÃO

U. SOVIÉTICA

214 23

14 111 255

16,2 18,1 21,0

5.600 4.500

19,2 17,8

2.300

3.000 1.400

tre.

Cerca de 25 países formam o grupo de natalidade média (21-35 nascimentos, por ano, por mil ha bitantes), tendo uma renda per capita anual de mais de USS 1.000, cuja população total é também da ordem de um bilhão de

seres hu

manos. Neste grupo inclui-se a China, pelo critério de natalidade (27 por mil), mas não pela renda per capita, que não atinge a US$ 200. Na verdade, os países de na talidade

média

(fora

a

China)

são pequenos e a população total

não

excede

mundial.

5%

da

população

Fonte: Bureau

“Population

Reference

>1

(1) Estimativas para 1975. (2) Nascimentos por 1.000 ha bitantes, por ano. (3) Estimativas para 1971 ou 1972.

cento da norte-americana. Por outro lado, o Canadá tem área ter ritorial pouco maior que a dos Es

tados Unidos, sendo um país rico em recursos naturais e com baixa, densidade demográfica. Conta o Canadá com imensos espaços va

Este agrupamento mostra que têm idêntica natalidade países com características dispares, ape

zios, que poderíam receber milhões de habitantes, mas mesmo assim,

sar de todos serem altamente in dustrializados e ricos. Os Estados

pão, que tem elevada densidade demográfica e é país pobre em re

Unidos e o Canadá apresentam taxas de natalidade quase iguais, embora a população canadense re presente pouco mais de dez por

cursos naturais.

sua natalidade é inferior à do Ja

A Austrália é rica em recursos naturais, tem baixa densidade de

mográfica e uma população total:

.


122

Dioesto EcoNÔNnco

Recentemente, o Programa Comunicação Interdísciplinar,

de da

Smithsonian Institution”, dos Estados Unidos, reuniu vinte espe cialistas, entre demógrafos, soció logos, antropólogos, psicólogos, cientistas politicos, analistas so ciais e economistas, para estudar

dade, para baixas taxas de na talidade e de mortalidade), além da redução do crescimento demo gráfico pelo oferecimento de in formações e serviços aos casais que desejam planejar suas famílias,

H

DIGESTO ECONÔ^UCO

123-

Mais de cem países, cuja nata lidade excede 35 por mil, com renda per capita inferior a USS 1.000 por ano. Formam um gru

filhos e decidir o

po com mais da metade da popu lação da terra. Assim, a correla ção entre natalidade e produto

durante três dias as “determinan tes econômicas e não-económicas da fecundidade”. A reunião de

tamanho da sua prole. Uma análise empírica da rela ção entre desenvolvimento econô

nacional bruto parece claramente estabelecida. Os países com baixa natalidade têm elevada renda per

que 0 autor participou foi extremamente rica em contribuições para a compreensão das questões

mico, medido pelo Produto Nacio

relacionadas com a dinâmica de mográfica.

e as taxas de natalidade

Entre muitas outras, duas teses mereceram especial atenção. Uma podería chamar-se a tese “desen-

Tolvimentista” da regulação da tecundidade, já que postula ser a redução

da taxa de crescimento

demográfico função do desenvol vimento

econômico

e

da

conse

quente urbanização e moderniza ção da sociedade. Esta tese é fa talista e encontra suas raizes his

tóricas na noção da “transição demográfica”, pela qual passaram os países industrializados.

Pare

cería justificar uma politica de mográfica de “laisser faire”, onde as forças que determinam

as

va-

riáveis do crescimento populacio nal e do futuro tamanho da pulação seriam deixadas a próprio dinamismo.

poseu

A outra tese, embora reconhe cendo a importância do desenvol vimento para a redução da nata

lidade, advoga a abreviação da transição demográfica (isto é, do processo secular pelo qual uma nação passa de altas taxas de na talidade e altas taxas de mortali¬

determinar

o

intervalo

nascimento dos

entre

o

nal Bruto (PNB) per capita (aqui referido como renda per capita) (número

de nascimentos por ano, por mil habitantes), permite dividir os países do mundo em três grandes

quemática corporta considerável variação de renda entre paísescom idênticas taxas de natalidade. Outras considerações econômicas importantes, como o tamanho do

país, tamanho da população, den sidade demográfica e disponibi lidade de recursos naturais, pare cem

capita, enquanto os países que apresentam altas taxas de natali dade, têm baixa renda per capita. Uma

análise

mais

não

níveis

profunda

mostra que esta classificação es-

ser

de

determinantes

natalidade.

dos

Vejamos-

num grupo de cinco países, arbi trariamente escolhidos em função da natalidade, como se corportam as demais variáveis:

TABELA I

grupos:

30 países de baixa natalidade (menos de 20 nascimentos, por ano, por mil habitantes), cuja

PAÍS

População

natalidade

Total (1) (milhões

(2)

P. N.

B.

Per capita (3) US$

renda per capita anual é superior ao equivalente a US$ 2.000. Tais países industrializados têm cerca de um bilhão de habitantes, ou seja, aproximadamente um quar to da população do globo terres

r

ESTADOS UNIDOS

CANADÁ AUSTRÁLIA JAPÃO

U. SOVIÉTICA

214 23

14 111 255

16,2 18,1 21,0

5.600 4.500

19,2 17,8

2.300

3.000 1.400

tre.

Cerca de 25 países formam o grupo de natalidade média (21-35 nascimentos, por ano, por mil ha bitantes), tendo uma renda per capita anual de mais de USS 1.000, cuja população total é também da ordem de um bilhão de

seres hu

manos. Neste grupo inclui-se a China, pelo critério de natalidade (27 por mil), mas não pela renda per capita, que não atinge a US$ 200. Na verdade, os países de na talidade

média

(fora

a

China)

são pequenos e a população total

não

excede

mundial.

5%

da

população

Fonte: Bureau

“Population

Reference

>1

(1) Estimativas para 1975. (2) Nascimentos por 1.000 ha bitantes, por ano. (3) Estimativas para 1971 ou 1972.

cento da norte-americana. Por outro lado, o Canadá tem área ter ritorial pouco maior que a dos Es

tados Unidos, sendo um país rico em recursos naturais e com baixa, densidade demográfica. Conta o Canadá com imensos espaços va

Este agrupamento mostra que têm idêntica natalidade países com características dispares, ape

zios, que poderíam receber milhões de habitantes, mas mesmo assim,

sar de todos serem altamente in dustrializados e ricos. Os Estados

pão, que tem elevada densidade demográfica e é país pobre em re

Unidos e o Canadá apresentam taxas de natalidade quase iguais, embora a população canadense re presente pouco mais de dez por

cursos naturais.

sua natalidade é inferior à do Ja

A Austrália é rica em recursos naturais, tem baixa densidade de

mográfica e uma população total:

.


124

Dici-:sto Econômico

destes países é que o indicador para o qual convergem é a natali

de 14 milhões, o que representa menos de dois por cento do seu gigantesco vizinho do norte, a ReSem publica Popular da China, -embargo, a natalidade australiana do

dade (variação de ;. verifican do-se apreciável disparidade de renda, nos extremos, de USS 5.600, para os Estados Unidos, a US$

com

1.400 para a União Soviética (4:1),

situa-se

entre as mais baixas

mundo.

À União

Soviética,

seus vastos recursos naturais, sua

bem

●grande base territorial (que a tor

acentuadas

na 0 maior país do mundo em área e o/terceiro em populáção), tem níveis de natalidade comparáveis aos dos demais países altamente

gráfica, população total e outros

industrializados.

A principal conclusão que se po de tirar da análise comparativa

disparidades em

mais

densidade

três dos quais são basicamente ca

suas baixas

tólicos e mn é socialista. A renda per capita varia consideravelmen te mais do que a natalidade. São

Estas, sem embargo, não diferem muito dos níveis dos países mais industrializados do mundo. O terceiro grupo reúne países

países em que a pressão demográ fica tem causado migração para a Europa Ocidental e Escandiná via. o que pode explicar, em parte,

demo

População PAÍS

nal, cuja natalidade é surpreen dentemente baixa em relação à renda per capita. II

natalidade

Total (1) (milhões)

(2)

P.

N.

B.

lUGOSUAVIA

Fonte:

'Population Reference

Bureau”

(1) Estimativas para 1975. (2) Nascimento por 1.000 ha bitantes, por ano.

(3)

Estimativas para

1971

ou

1972.

A

natalidade

nos

países

deste

grupo é muito similar à do grupo ranterior, embora a renda per ca

pita

dos

Estados

Unidos,

por

exemplo, seja sete vezes superior -a. da luguslávia. A natalidade

Total (1) (milhões

VENEZUELA

12

MÉXICO

59

de natalidade

e

III

natalidade (2)

P. N.

B.

Per capita (3) USS

BRASIL EL SALVADOR

110

36 42 37

4

42

ÍNDIA

600

40

1.200 750 530 340 110

1 I

Per capita (3) Fonte:

ESPANHA PORTUGAL

altas taxas

de natalidade.

USS

55 9 35 9 21

GRÉCIA

com

taxas

com grande variação dos níveis de renda per capita:

TABELA

O segundo agrupamento com preende países da Europa Meridio

População

ITÁLIA

125

indicadores.

TABELA

PAÍS

como

Dicesto Ec;o^●ü^^co

2.000

16,0 15,4 19,5 18,4 18,2

de

natalidade

(1)

de

em virtude de sua baixa renda per capita, como também porque trata-se de país predominantemente católico e relativamente pouco modernizado.

O grupo reúne alguns dos países desenvolvidos

da

Estimativas para 1975.

a

(2) Nascimento por 1.000 ha bitantes, por ano.

Portugal é surpreendente, não só

menos

é quase idêntica à daqueles dois paises. A natalidade no Brasil começou

1.500 1.200 800 800

lO neste último país é apenas 10 Cí superior à dos Estados Unidos, o que mostra ser a correlação entre renda per capita e natalidade um indicador de importância relativa.

A baixa taxa

“Population Reference

Bureau”

Europa,

(3)

Estimativas

para

1971

ou

1972.

declinar em meados

mas

ainda

se

inscreve

entre

mais

altas

do

mundo.

as

Como se sabe,

e superpovoado El Salvador, cuja natalidade é idêntica à da índia, com

600

milhões

Por

outro

lado,

de

habitantes.

a natalidade

da

Venezuela, cuja renda per capita é US$ 1.200 por ano e que tem imensos recursos naturais, além

de baixa densidade demográfica,

no Brasil não

programas oficiais de planeja mento familiar. Sem embargo, o Governo tolera,

Como na análise precedente, o indicador de menor variação é a natalidade. No agrupamento reu nimos países como o pequeníssimo

da década

passada,

com restrições, a

ação de entidade privada, a BEMFAM, cujos recursos vêm quase to talmente do Exterior.

O Governo Mexicano, sob a li derança direta e pessoal do Pre sidente modificou Echeverria, drasticamente sua politica prónatalista, adotando amplo progra ma de planejamento familiar, além de criar um Conselho de Po

pulação a nível ministerial, com o objetivo de assessorar o Presiden-


124

Dici-:sto Econômico

destes países é que o indicador para o qual convergem é a natali

de 14 milhões, o que representa menos de dois por cento do seu gigantesco vizinho do norte, a ReSem publica Popular da China, -embargo, a natalidade australiana do

dade (variação de ;. verifican do-se apreciável disparidade de renda, nos extremos, de USS 5.600, para os Estados Unidos, a US$

com

1.400 para a União Soviética (4:1),

situa-se

entre as mais baixas

mundo.

À União

Soviética,

seus vastos recursos naturais, sua

bem

●grande base territorial (que a tor

acentuadas

na 0 maior país do mundo em área e o/terceiro em populáção), tem níveis de natalidade comparáveis aos dos demais países altamente

gráfica, população total e outros

industrializados.

A principal conclusão que se po de tirar da análise comparativa

disparidades em

mais

densidade

três dos quais são basicamente ca

suas baixas

tólicos e mn é socialista. A renda per capita varia consideravelmen te mais do que a natalidade. São

Estas, sem embargo, não diferem muito dos níveis dos países mais industrializados do mundo. O terceiro grupo reúne países

países em que a pressão demográ fica tem causado migração para a Europa Ocidental e Escandiná via. o que pode explicar, em parte,

demo

População PAÍS

nal, cuja natalidade é surpreen dentemente baixa em relação à renda per capita. II

natalidade

Total (1) (milhões)

(2)

P.

N.

B.

lUGOSUAVIA

Fonte:

'Population Reference

Bureau”

(1) Estimativas para 1975. (2) Nascimento por 1.000 ha bitantes, por ano.

(3)

Estimativas para

1971

ou

1972.

A

natalidade

nos

países

deste

grupo é muito similar à do grupo ranterior, embora a renda per ca

pita

dos

Estados

Unidos,

por

exemplo, seja sete vezes superior -a. da luguslávia. A natalidade

Total (1) (milhões

VENEZUELA

12

MÉXICO

59

de natalidade

e

III

natalidade (2)

P. N.

B.

Per capita (3) USS

BRASIL EL SALVADOR

110

36 42 37

4

42

ÍNDIA

600

40

1.200 750 530 340 110

1 I

Per capita (3) Fonte:

ESPANHA PORTUGAL

altas taxas

de natalidade.

USS

55 9 35 9 21

GRÉCIA

com

taxas

com grande variação dos níveis de renda per capita:

TABELA

O segundo agrupamento com preende países da Europa Meridio

População

ITÁLIA

125

indicadores.

TABELA

PAÍS

como

Dicesto Ec;o^●ü^^co

2.000

16,0 15,4 19,5 18,4 18,2

de

natalidade

(1)

de

em virtude de sua baixa renda per capita, como também porque trata-se de país predominantemente católico e relativamente pouco modernizado.

O grupo reúne alguns dos países desenvolvidos

da

Estimativas para 1975.

a

(2) Nascimento por 1.000 ha bitantes, por ano.

Portugal é surpreendente, não só

menos

é quase idêntica à daqueles dois paises. A natalidade no Brasil começou

1.500 1.200 800 800

lO neste último país é apenas 10 Cí superior à dos Estados Unidos, o que mostra ser a correlação entre renda per capita e natalidade um indicador de importância relativa.

A baixa taxa

“Population Reference

Bureau”

Europa,

(3)

Estimativas

para

1971

ou

1972.

declinar em meados

mas

ainda

se

inscreve

entre

mais

altas

do

mundo.

as

Como se sabe,

e superpovoado El Salvador, cuja natalidade é idêntica à da índia, com

600

milhões

Por

outro

lado,

de

habitantes.

a natalidade

da

Venezuela, cuja renda per capita é US$ 1.200 por ano e que tem imensos recursos naturais, além

de baixa densidade demográfica,

no Brasil não

programas oficiais de planeja mento familiar. Sem embargo, o Governo tolera,

Como na análise precedente, o indicador de menor variação é a natalidade. No agrupamento reu nimos países como o pequeníssimo

da década

passada,

com restrições, a

ação de entidade privada, a BEMFAM, cujos recursos vêm quase to talmente do Exterior.

O Governo Mexicano, sob a li derança direta e pessoal do Pre sidente modificou Echeverria, drasticamente sua politica prónatalista, adotando amplo progra ma de planejamento familiar, além de criar um Conselho de Po

pulação a nível ministerial, com o objetivo de assessorar o Presiden-


t

Digesto Econômico

126 k

Finalmente,

te da República em questões rela cionadas com o controle da nata lidade. Embora o México tenha a

mesma renda per capita de Por tugal, por exemplo, sua natalidade é mais

do dobro.

organizamos

Um Código para as Mulfinacionaís

um

agrupamento de paises de natali

SEVERO

FAGUNDES GOMES

dade média, nos quais estão sendo

executados, com muito êxito, pro gramas de planejamento familiar:

TABELA

IV

N

O momento em que a comu nidade mundial procura com indisfarçável ansiedade rumos e bases que permitam esta belecer uma nova ordem eco

nômica internacional, poucos te População

natalidade

Total (1) (milhões)

(2)

PAÍS

i.

t.

HONG-KONG (

SINGAPURA FORMOSA

CORÉIA DO SUL CHINA J

N.

mas

B.

us$

4,2 2,2 16,0

19 21

34,0

29 27

24

820,0

P.

Per capita (3)

1.000 1.300 500

este

300

160

‘‘Population Reference

Bureau”

(1) (2)

Estimativas para 1975. Nascimentos por 1.000 ha

bitantes, por ano.

(3)

Estimativas para

1971

ou

1972.

Os

níveis

de

natalidade

são

idênticos em países como a China,

com 820 milhões de habitantes e a Coréia do Sul, que tem apenas 34 milhões, ou Formosa, cuja população é de 16 milhões. O dife rencial de renda nos extremos do grupo é de 6 para 1, mas na nata lidade é de 1,2 para 1. A discussão precedente

mostra

que países muito diferentes, no que toca à renda per capita, do tação de recursos, densidade de mográfica e ao tamanho de popu-

lação, podem ter taxas de natali dade bem aproximadas. Embora todos os países de alta renda per capita tenham baixa natalidade, algumas nações com níveis inter mediários de renda também apre sentam natalidade reduzida.

Por

conseguinte, o argumento de que só a elevação da renda e a moder nização econômica e social criam as condições necessárias à redu ção da natalidade, não é confir

mado pelos dados analisados. Co mo complemento de vigorosos pla nos de desenvolvimento, a exemplo

do que o Brasil vem realizando nos últimos anos, é necessário que programas de Planejamento Fa

miliar amplos sejam oferecidos a todos que voluntariamente dese jarem determinar o tamanho de suas famílias, para que a natali dade passe a declinar rapida mente.

atuais

e

contro

recente seminário 'Business with Brazü", realizado no Rio de Janeiro, o ministro da Indústria e

Comércio, Severo Fagundes Go7nes, defendeu a tese da adoção de um código de conduta -para as empresas multinacionais que atuam

ou

venham

a

atuar

no

Brasil.

seminário.

anos atrás, viu deslocar-se para o terreno econômico a atena em

V

Fonte:

mais

A fase histórica que o mundo passou a viver a partir de alguns

*

TABELA IV

serão

vertidos do que o que trata do ca pital estrangeiro. Muito oportu na, portanto, a iniciativa de “The Financial Times”, de promover

No

que se travam as lutas seculares

E pela emancipação dos povos, a eclosão ostensiva da crise eco

nômica mundial veio aguçar, nas áreas subdesenvolvidas, a cons

sem

precedente,

para

a

construção de uma nova ord^m econômica.

Compreendem

ambíguas. É por isso que os in teresses da empresa não se har monizam automaticamente com os da sociedade, e se espera sem

pre do Estado que estabeleça as regras de compatibilização. A empresa

ciência de que esta é a oportuni dade,

valores e conflitos. São por isso mesmo complexas e muitas vezes

elas

hoje, com clareza, que o transito de mercadorias, capitais e tecno logia, e o acesso aos recursos na turais precisam ser harmonizados

pode muitas vezes

não compreender o nacionalismo, simplesmente porque este univer so não é perceptível através de limitadas categorias contásuas beis. A questão do capital estran

geiro, do fenômeno contemporâ neo das empresas multinacionais,

seus interesses nacionais,

desperta interesse ascendente em

para que a crescente interdepen

todos os países. O vertiginoso crescimento eco nômico das últimas décadas, o

com

os

dência não se converta em misti

ficação da dependência. A racionalidade da empresa —

mais precisamente das multina cionais — é simples e linear. Ela só tem um objetivo claro: a rea lização de lucros. Já as razões das nações devem envolver o pro cesso da vida social: aspirações.

agigantamento das ^andes cor porações e as suas estratégias in duziram um trabalho analítico, que está apenas começando a compreender este novo panorama,

de grande amplitude e movimen tação.

I


t

Digesto Econômico

126 k

Finalmente,

te da República em questões rela cionadas com o controle da nata lidade. Embora o México tenha a

mesma renda per capita de Por tugal, por exemplo, sua natalidade é mais

do dobro.

organizamos

Um Código para as Mulfinacionaís

um

agrupamento de paises de natali

SEVERO

FAGUNDES GOMES

dade média, nos quais estão sendo

executados, com muito êxito, pro gramas de planejamento familiar:

TABELA

IV

N

O momento em que a comu nidade mundial procura com indisfarçável ansiedade rumos e bases que permitam esta belecer uma nova ordem eco

nômica internacional, poucos te População

natalidade

Total (1) (milhões)

(2)

PAÍS

i.

t.

HONG-KONG (

SINGAPURA FORMOSA

CORÉIA DO SUL CHINA J

N.

mas

B.

us$

4,2 2,2 16,0

19 21

34,0

29 27

24

820,0

P.

Per capita (3)

1.000 1.300 500

este

300

160

‘‘Population Reference

Bureau”

(1) (2)

Estimativas para 1975. Nascimentos por 1.000 ha

bitantes, por ano.

(3)

Estimativas para

1971

ou

1972.

Os

níveis

de

natalidade

são

idênticos em países como a China,

com 820 milhões de habitantes e a Coréia do Sul, que tem apenas 34 milhões, ou Formosa, cuja população é de 16 milhões. O dife rencial de renda nos extremos do grupo é de 6 para 1, mas na nata lidade é de 1,2 para 1. A discussão precedente

mostra

que países muito diferentes, no que toca à renda per capita, do tação de recursos, densidade de mográfica e ao tamanho de popu-

lação, podem ter taxas de natali dade bem aproximadas. Embora todos os países de alta renda per capita tenham baixa natalidade, algumas nações com níveis inter mediários de renda também apre sentam natalidade reduzida.

Por

conseguinte, o argumento de que só a elevação da renda e a moder nização econômica e social criam as condições necessárias à redu ção da natalidade, não é confir

mado pelos dados analisados. Co mo complemento de vigorosos pla nos de desenvolvimento, a exemplo

do que o Brasil vem realizando nos últimos anos, é necessário que programas de Planejamento Fa

miliar amplos sejam oferecidos a todos que voluntariamente dese jarem determinar o tamanho de suas famílias, para que a natali dade passe a declinar rapida mente.

atuais

e

contro

recente seminário 'Business with Brazü", realizado no Rio de Janeiro, o ministro da Indústria e

Comércio, Severo Fagundes Go7nes, defendeu a tese da adoção de um código de conduta -para as empresas multinacionais que atuam

ou

venham

a

atuar

no

Brasil.

seminário.

anos atrás, viu deslocar-se para o terreno econômico a atena em

V

Fonte:

mais

A fase histórica que o mundo passou a viver a partir de alguns

*

TABELA IV

serão

vertidos do que o que trata do ca pital estrangeiro. Muito oportu na, portanto, a iniciativa de “The Financial Times”, de promover

No

que se travam as lutas seculares

E pela emancipação dos povos, a eclosão ostensiva da crise eco

nômica mundial veio aguçar, nas áreas subdesenvolvidas, a cons

sem

precedente,

para

a

construção de uma nova ord^m econômica.

Compreendem

ambíguas. É por isso que os in teresses da empresa não se har monizam automaticamente com os da sociedade, e se espera sem

pre do Estado que estabeleça as regras de compatibilização. A empresa

ciência de que esta é a oportuni dade,

valores e conflitos. São por isso mesmo complexas e muitas vezes

elas

hoje, com clareza, que o transito de mercadorias, capitais e tecno logia, e o acesso aos recursos na turais precisam ser harmonizados

pode muitas vezes

não compreender o nacionalismo, simplesmente porque este univer so não é perceptível através de limitadas categorias contásuas beis. A questão do capital estran

geiro, do fenômeno contemporâ neo das empresas multinacionais,

seus interesses nacionais,

desperta interesse ascendente em

para que a crescente interdepen

todos os países. O vertiginoso crescimento eco nômico das últimas décadas, o

com

os

dência não se converta em misti

ficação da dependência. A racionalidade da empresa —

mais precisamente das multina cionais — é simples e linear. Ela só tem um objetivo claro: a rea lização de lucros. Já as razões das nações devem envolver o pro cesso da vida social: aspirações.

agigantamento das ^andes cor porações e as suas estratégias in duziram um trabalho analítico, que está apenas começando a compreender este novo panorama,

de grande amplitude e movimen tação.

I


128

Digesto Econômico

O interesse dos países hospe deiros de capitais, mais particu larmente os subdesenvolvidos, assentou-se sempre num modelo teórico bastante simples e conhe cido: as empresas emigram em busca de crescimento e realização de lucros, deixando na esteira do seu avanço um conjunto de van-

tageis para quem as hospeda.

DicrtóTO EcoNÔ^aco

pação em um mercado potencial

Senhores:

mente valioso. Parece fora de dú vida, contudo, que em ambos os casos 0 capital estrangeiro tam bém atendia a conveniências in

Creio que a melhor maneira de trazermos para este seminário uma contribuição positiva seria tentarmos uma análise crítica desses mutuos benefícios, na his tória mais recente, para que se

Os países subdesenvolvidos são,

que

lhe

assegure

caráter

por sua história ou natureza, po

douro.

bres em capitais, e os investimen tos necessários à elevação dos ni-

CAPITAL ESTRANGEIRO

veis de emprego e renda, a vitó ria sobre o atraso, a conquista de melhores dias, só podem ser íeitos

expressão econômica do poder na cional, cuja característica instru

segunda metade do século, e que

estaríamos no presente vivendo ainda mais intensamente, já apre senta características profunda mente diferenciadas, pois revela

dura

participação que, mais que a simples transferência de capi tais, pode incorporar um modelo uma

O capital estrangeiro no Brasil vive

sua

terceira

fase.

configu-

com recursos oriundos ou do au

rando-se a primeira até fins do

de desenvolvimento, determinar a

mento da poupança interna e por tanto com redução do consumo e

século passado, quando as pers pectivas de aplicação rendosa provocaram a transferência para 0 Pais dos primeiros recursos, os

comércio e orientar as suas corinfluindo, portanto, na rentes, econômico-soprópria evolução

maiores sacrifícios para as popu lações; ou do advento da poupan ça externa carreada principalmen te pelas grandes empresas. Na primeira hipótese, seria infligir a grandes

contingentes

humanos,

em

alocando-se

quais,

se

conciliavam

com

os

esforços

iniciados por Mauá para a moder nização da economia nacional.

nos campos social e político.

capitais

segunda,

seria o desenvolvimento

econômico com menor sacrifício, seria o consumir

e

investir

ao

mesmo tempo.

ciai.

transportes e algumas indústrias, que se chamariam “tradicionais”,

que já sobrevivem em condições adversas, uma privação maior ainda, com naturais consequências Na

armação industrial, estruturar o

bancos.

estrangeiros

na

ocorre

primeira metade do século XX, já indicando uma certa conjuga

ção dos interesses internos e exA

ternos dos investidores,

ECONOMIA E PODER

John Kenneth Galbraith (O Novo Estado Industrial) fala do tra"esquecimento enigmático tando da dissociação entre a eco

A segunda etapa de absorção de

aloca-

nomia e a política: "uma das ra zões por que a questão foi menos prezada é que, por longo tempo, na pesquisa econômica formal,

não se pensava em que alguém

Ademais disso,' o investimento estrangeiro seria também o me

comércio. ção em transportes, bancos e indústrias alimentícias

lhor veículo para a transferência da tecnologia, tão escassa e ne cessária nas regiões atrasadas.

a

possuísse qualquer exercício com pensador de poder... até uma boa

uma estratégia mais ampla. Visava ao controle de canais de exporta

parte do século atual, a econo mia dos livros didáticos presumia

ção,

um mundo assim, de firmas pe A corquenas e competidoras, respondente desatenção ao pro

Seria o aprender fazendo, ineren

te a cada nova linha de produção

que se instalasse nessas regiões.

costínha

indícios

de

essencialmente

obedecer

de

produtos

alimentícios e matérias-primas, e

a complementação comerciais

a

atividades

e industriais

no

pais

investidor, assim como a partici-

:-L

cola Superior de Guerra define a

produção de manufaturados para o mercado doméstico. a

A derradeira etapa, iniciada na

dadeira mutualidade e, portanto,

Hoje, no entanto, a doutrina do poder tem sua explicação, tam bém, nos postulados econômicos. Assim, por exemplo, a própria Es

ternas. ao estimular exportações e

possa identificar concretamente quais as condições para uma ver

129

associado

a atividade econômica

blema do poder era tão plausível quanto inevitável”.

mental busca, entre outros obje tivos, o de assegurar liberdade de decisão e de iniciativa para a eco nomia

nacional.

Procuremos, de forma breve, examinar as contribuições apor tadas pelo capital estrangeiro, dentro das limitações impostas

pela relativa escassez de estudos

aprofundados sobre sua atuação no

Brasil.

O aspecto positivo dos investi

mentos estrangeiros, como condu tores

de

poupanças

externas

agregando-se ao esforço nacional de ampliar a produção e elevar o nível de emprego e da renda

precisa ser analisado. Uma

colocação

genenca

não

tem validade total pois muitas indagações deixariam de ser res

pondidas dentro do pressuposto de que todo aporte de capital ex

terno é sempre favorável. Ressalte-se que a questão dev» ser vista não só sob o aspecto

quantitativo, como sobretudo sob angulo qualitativo, na verdade, mais importante do que o pró o

prio montante do investimento é a

de

sua destinação, ou seja, o tipo atividade

em que os recursos

serão aplicados, além, natural mente, da forma de atuação do investidor, do modo como se possa

ajustar

aos

objetivos

governa-

4


128

Digesto Econômico

O interesse dos países hospe deiros de capitais, mais particu larmente os subdesenvolvidos, assentou-se sempre num modelo teórico bastante simples e conhe cido: as empresas emigram em busca de crescimento e realização de lucros, deixando na esteira do seu avanço um conjunto de van-

tageis para quem as hospeda.

DicrtóTO EcoNÔ^aco

pação em um mercado potencial

Senhores:

mente valioso. Parece fora de dú vida, contudo, que em ambos os casos 0 capital estrangeiro tam bém atendia a conveniências in

Creio que a melhor maneira de trazermos para este seminário uma contribuição positiva seria tentarmos uma análise crítica desses mutuos benefícios, na his tória mais recente, para que se

Os países subdesenvolvidos são,

que

lhe

assegure

caráter

por sua história ou natureza, po

douro.

bres em capitais, e os investimen tos necessários à elevação dos ni-

CAPITAL ESTRANGEIRO

veis de emprego e renda, a vitó ria sobre o atraso, a conquista de melhores dias, só podem ser íeitos

expressão econômica do poder na cional, cuja característica instru

segunda metade do século, e que

estaríamos no presente vivendo ainda mais intensamente, já apre senta características profunda mente diferenciadas, pois revela

dura

participação que, mais que a simples transferência de capi tais, pode incorporar um modelo uma

O capital estrangeiro no Brasil vive

sua

terceira

fase.

configu-

com recursos oriundos ou do au

rando-se a primeira até fins do

de desenvolvimento, determinar a

mento da poupança interna e por tanto com redução do consumo e

século passado, quando as pers pectivas de aplicação rendosa provocaram a transferência para 0 Pais dos primeiros recursos, os

comércio e orientar as suas corinfluindo, portanto, na rentes, econômico-soprópria evolução

maiores sacrifícios para as popu lações; ou do advento da poupan ça externa carreada principalmen te pelas grandes empresas. Na primeira hipótese, seria infligir a grandes

contingentes

humanos,

em

alocando-se

quais,

se

conciliavam

com

os

esforços

iniciados por Mauá para a moder nização da economia nacional.

nos campos social e político.

capitais

segunda,

seria o desenvolvimento

econômico com menor sacrifício, seria o consumir

e

investir

ao

mesmo tempo.

ciai.

transportes e algumas indústrias, que se chamariam “tradicionais”,

que já sobrevivem em condições adversas, uma privação maior ainda, com naturais consequências Na

armação industrial, estruturar o

bancos.

estrangeiros

na

ocorre

primeira metade do século XX, já indicando uma certa conjuga

ção dos interesses internos e exA

ternos dos investidores,

ECONOMIA E PODER

John Kenneth Galbraith (O Novo Estado Industrial) fala do tra"esquecimento enigmático tando da dissociação entre a eco

A segunda etapa de absorção de

aloca-

nomia e a política: "uma das ra zões por que a questão foi menos prezada é que, por longo tempo, na pesquisa econômica formal,

não se pensava em que alguém

Ademais disso,' o investimento estrangeiro seria também o me

comércio. ção em transportes, bancos e indústrias alimentícias

lhor veículo para a transferência da tecnologia, tão escassa e ne cessária nas regiões atrasadas.

a

possuísse qualquer exercício com pensador de poder... até uma boa

uma estratégia mais ampla. Visava ao controle de canais de exporta

parte do século atual, a econo mia dos livros didáticos presumia

ção,

um mundo assim, de firmas pe A corquenas e competidoras, respondente desatenção ao pro

Seria o aprender fazendo, ineren

te a cada nova linha de produção

que se instalasse nessas regiões.

costínha

indícios

de

essencialmente

obedecer

de

produtos

alimentícios e matérias-primas, e

a complementação comerciais

a

atividades

e industriais

no

pais

investidor, assim como a partici-

:-L

cola Superior de Guerra define a

produção de manufaturados para o mercado doméstico. a

A derradeira etapa, iniciada na

dadeira mutualidade e, portanto,

Hoje, no entanto, a doutrina do poder tem sua explicação, tam bém, nos postulados econômicos. Assim, por exemplo, a própria Es

ternas. ao estimular exportações e

possa identificar concretamente quais as condições para uma ver

129

associado

a atividade econômica

blema do poder era tão plausível quanto inevitável”.

mental busca, entre outros obje tivos, o de assegurar liberdade de decisão e de iniciativa para a eco nomia

nacional.

Procuremos, de forma breve, examinar as contribuições apor tadas pelo capital estrangeiro, dentro das limitações impostas

pela relativa escassez de estudos

aprofundados sobre sua atuação no

Brasil.

O aspecto positivo dos investi

mentos estrangeiros, como condu tores

de

poupanças

externas

agregando-se ao esforço nacional de ampliar a produção e elevar o nível de emprego e da renda

precisa ser analisado. Uma

colocação

genenca

não

tem validade total pois muitas indagações deixariam de ser res

pondidas dentro do pressuposto de que todo aporte de capital ex

terno é sempre favorável. Ressalte-se que a questão dev» ser vista não só sob o aspecto

quantitativo, como sobretudo sob angulo qualitativo, na verdade, mais importante do que o pró o

prio montante do investimento é a

de

sua destinação, ou seja, o tipo atividade

em que os recursos

serão aplicados, além, natural mente, da forma de atuação do investidor, do modo como se possa

ajustar

aos

objetivos

governa-

4


Digesto Econômico

130

mentais, às prioridades estabele cidas, aos desejos e necessida des da nação. Não cabe, portanto, na questão da absorção de poupanças exter nas, e dentro do enfoque de que as nações em desenvolvimento são escassas em capital, admitirse liminarmente uma vantagem, sem levar em conta os aspectos

acima apontados. Sob ò ponto-devista quantitativo, por outro lado,

Se os recursos

de

risco

de massa dos investimentos é rea lizada através de financiamentos:

ou

ou internos, absorvendo poupannacional já escassa; ou externo, com consequências diretas sobre

fundos utilizados pelas subsidiá rias

americanas

no

exterior

fo

ram supridos pelas matrizes; no setor de manufaturas, a contri buição direta das matrizes foi de apenas 12%. Assim, mais de 80% daqueles fundos foram obtidos

pelas próprias subsidiárias, seja diretamente, seja através de em préstimos, sendo que no setor manufatureiro aquele percentual quase chega a 90%, No caso particular

da América

Latina, um outro estudo, prepara do para o Comitê de Relações Ex teriores do Senado americano, re

vela que, entre 1960 e 1972, os in vestimentos diretos recebidos por aquelas subsidiárias montaram a pouco mais de US$ 4,0 bilhões, en

52%,

se

originaram

da

da economia,

entre

1971 e

1973,

ses

desenvolvidos,

to substancial

e

o encarecimen-

generalizado

chegou a resultados mais preo

produto tecnológico. Saliente-se,

do

ademais, que a co

“novas” empresas americanas na da mais representavam do que a

brança de tecnologia via de re gra persiste mesmo nos casos em

capital estrangeiro que foi gerado

simples transferência de controle

que

dentro do pais.

acionário.

rarmos que pouco mais de 500 em presas estrangeiras, que figura vam num grupo de cinco mil mais importantes empresas existentes

Estudos realizados por solicita ção do Senado dos Estados Unidos revelam que, entre 1966 e 1970. por exemplo, apenas 16% dos

seja,

aquisição de empresas nacionais, ■esse processo de desnacionalização

petróleo, dentre outras consequên cias, veio agravar ainda mais este quadro, na medida em que provo cou, como contra-partida dos paí

cupantes quando 61% do total de

a melhor explicação para os in vestimentos estrangeiros em'áreas menos desenvolvidas.

131

No fi nal, em ambos os casos, pagos os financiamentos, remanesce um

o endividamento do Pais.

Se formos mais além e conside-

seria

Econômico

jTientos registrados no Pais sob controle de empresas americanas,

são re

lativamente tão discretos, a gran

a carência de recursos

não

Dicesio

no Brasil, geraram um lucro li quido de perto de USS 1,8 bilhão, em 1974, concluiremos que as ini ciativas

estrangeiras

traordinária pansao

geram

capacidade

interna,

de

ex ex-

diversificando

atividades com a criação de novas

empresas, avançando na produ ção em esquemas de complementariedade e consolidando sua po

sição a partir de recursos produ zidos dentro do próprio País. a

Isso reforça ainda uma vez conveniência ou necessidade, para

0 País. de estabelecer normas de conduta para os investimentos es

trangeiros, considerando indese-

jáveis aqueles que contrariem os interesses da sociedade

como

um

todo, como por exemplo os casos de “take over”, que, quase sempre

amparados em recursos gerados internamente, vem configurando um quadro bastante grave no

quanto a transferência de renda para os Estados Unidos ultrapas

Brasil.

sou a cifra de-US$ 13,0 bilhões.

da

No

quinquênio

metade

1966-1970, mais

dos novos

estabeleci-

A captação de poupanças externas

em

investimentos

de

risco

convém ao Pais, é fato. mas o Es tado não pode abdicar de sua

função essencial de orientar tais recursos para atividades que^ nao

firam a consciência da nação, e onde a participação externa pos sa efetivamente representar con

tribuição positiva.

Com relação ao aporte científi-

há. em paralelo, inversões de capital de risco, ainda, que em po sições majoritárias.

O segundo aspecto que cabe re ferir é o da efetiva transferência

tecnológica.

Há aqui uma inda

gação que envolve basicamente os grupos multinacionais, responsá

veis por parcela substancial das

transações em questão: quando uma transação é feita entre em-

presas do mesmo-I grupo, pode-se considerar que há 1- efetiva trans-

ferência de conhecimento de um

co-tecnológico que o capital estrangeli'0 traz consigo, duvidas e

país para outro? Em lavras, pode-se realmente consi

os fatos são examinados. Na abordagem da questão da trans ferência de tecnologia, três as pectos considerodos relevantes custo, devem ser focalizados:

vido

inquietações nos assaltam quando

transferência

efetiva

e

adequa-

çao.

O enus que a importação de tec-

nologia representa para os países

em vias de desenvolvimento e ma-

téria conhecida e suficientemente

ventilada em estudos e levantaTratando-se de um ativo intangivel as transações envolvendo tecnologia dificilmen-

mentos técnicos.

te encontram padrões de referência em que se possam basear as

negociações de preço.

A crise do

I,

derar que um país subdesenvol-

tenha absorvido efetivamentransacionadas entre

te

técnicas

ou

o

empresas de um mesmo grupo?

conhecimento

permanece grupo qne o

fechado”

tecnologico dentro

do

detem?

Finalmente, o terceiro aspecto

a considerar, no

^

® ° de sua adequaçao as condiçoes do mercado ou da sociedade recipien

transferencia d_e

te. Aqui também, no caso dos países não desenvolvidos, a parte mais fraca, que é a do comprador, poucas condições tem de avaliar e selecionar o que está sendo ad-

quirido, tendo como objetivo aten-

as características e peculiari-

l.


Digesto Econômico

130

mentais, às prioridades estabele cidas, aos desejos e necessida des da nação. Não cabe, portanto, na questão da absorção de poupanças exter nas, e dentro do enfoque de que as nações em desenvolvimento são escassas em capital, admitirse liminarmente uma vantagem, sem levar em conta os aspectos

acima apontados. Sob ò ponto-devista quantitativo, por outro lado,

Se os recursos

de

risco

de massa dos investimentos é rea lizada através de financiamentos:

ou

ou internos, absorvendo poupannacional já escassa; ou externo, com consequências diretas sobre

fundos utilizados pelas subsidiá rias

americanas

no

exterior

fo

ram supridos pelas matrizes; no setor de manufaturas, a contri buição direta das matrizes foi de apenas 12%. Assim, mais de 80% daqueles fundos foram obtidos

pelas próprias subsidiárias, seja diretamente, seja através de em préstimos, sendo que no setor manufatureiro aquele percentual quase chega a 90%, No caso particular

da América

Latina, um outro estudo, prepara do para o Comitê de Relações Ex teriores do Senado americano, re

vela que, entre 1960 e 1972, os in vestimentos diretos recebidos por aquelas subsidiárias montaram a pouco mais de US$ 4,0 bilhões, en

52%,

se

originaram

da

da economia,

entre

1971 e

1973,

ses

desenvolvidos,

to substancial

e

o encarecimen-

generalizado

chegou a resultados mais preo

produto tecnológico. Saliente-se,

do

ademais, que a co

“novas” empresas americanas na da mais representavam do que a

brança de tecnologia via de re gra persiste mesmo nos casos em

capital estrangeiro que foi gerado

simples transferência de controle

que

dentro do pais.

acionário.

rarmos que pouco mais de 500 em presas estrangeiras, que figura vam num grupo de cinco mil mais importantes empresas existentes

Estudos realizados por solicita ção do Senado dos Estados Unidos revelam que, entre 1966 e 1970. por exemplo, apenas 16% dos

seja,

aquisição de empresas nacionais, ■esse processo de desnacionalização

petróleo, dentre outras consequên cias, veio agravar ainda mais este quadro, na medida em que provo cou, como contra-partida dos paí

cupantes quando 61% do total de

a melhor explicação para os in vestimentos estrangeiros em'áreas menos desenvolvidas.

131

No fi nal, em ambos os casos, pagos os financiamentos, remanesce um

o endividamento do Pais.

Se formos mais além e conside-

seria

Econômico

jTientos registrados no Pais sob controle de empresas americanas,

são re

lativamente tão discretos, a gran

a carência de recursos

não

Dicesio

no Brasil, geraram um lucro li quido de perto de USS 1,8 bilhão, em 1974, concluiremos que as ini ciativas

estrangeiras

traordinária pansao

geram

capacidade

interna,

de

ex ex-

diversificando

atividades com a criação de novas

empresas, avançando na produ ção em esquemas de complementariedade e consolidando sua po

sição a partir de recursos produ zidos dentro do próprio País. a

Isso reforça ainda uma vez conveniência ou necessidade, para

0 País. de estabelecer normas de conduta para os investimentos es

trangeiros, considerando indese-

jáveis aqueles que contrariem os interesses da sociedade

como

um

todo, como por exemplo os casos de “take over”, que, quase sempre

amparados em recursos gerados internamente, vem configurando um quadro bastante grave no

quanto a transferência de renda para os Estados Unidos ultrapas

Brasil.

sou a cifra de-US$ 13,0 bilhões.

da

No

quinquênio

metade

1966-1970, mais

dos novos

estabeleci-

A captação de poupanças externas

em

investimentos

de

risco

convém ao Pais, é fato. mas o Es tado não pode abdicar de sua

função essencial de orientar tais recursos para atividades que^ nao

firam a consciência da nação, e onde a participação externa pos sa efetivamente representar con

tribuição positiva.

Com relação ao aporte científi-

há. em paralelo, inversões de capital de risco, ainda, que em po sições majoritárias.

O segundo aspecto que cabe re ferir é o da efetiva transferência

tecnológica.

Há aqui uma inda

gação que envolve basicamente os grupos multinacionais, responsá

veis por parcela substancial das

transações em questão: quando uma transação é feita entre em-

presas do mesmo-I grupo, pode-se considerar que há 1- efetiva trans-

ferência de conhecimento de um

co-tecnológico que o capital estrangeli'0 traz consigo, duvidas e

país para outro? Em lavras, pode-se realmente consi

os fatos são examinados. Na abordagem da questão da trans ferência de tecnologia, três as pectos considerodos relevantes custo, devem ser focalizados:

vido

inquietações nos assaltam quando

transferência

efetiva

e

adequa-

çao.

O enus que a importação de tec-

nologia representa para os países

em vias de desenvolvimento e ma-

téria conhecida e suficientemente

ventilada em estudos e levantaTratando-se de um ativo intangivel as transações envolvendo tecnologia dificilmen-

mentos técnicos.

te encontram padrões de referência em que se possam basear as

negociações de preço.

A crise do

I,

derar que um país subdesenvol-

tenha absorvido efetivamentransacionadas entre

te

técnicas

ou

o

empresas de um mesmo grupo?

conhecimento

permanece grupo qne o

fechado”

tecnologico dentro

do

detem?

Finalmente, o terceiro aspecto

a considerar, no

^

® ° de sua adequaçao as condiçoes do mercado ou da sociedade recipien

transferencia d_e

te. Aqui também, no caso dos países não desenvolvidos, a parte mais fraca, que é a do comprador, poucas condições tem de avaliar e selecionar o que está sendo ad-

quirido, tendo como objetivo aten-

as características e peculiari-

l.


132

DlGKsw

dades do consumidor ao qual irá servir a tecnologia negociada. No caso de transações dentro do mesmo grupo, embora entre dis tintos países, o tipo de distorção

senvolvimento

que pode ocorrer é ainda mais acentuado. E isto porque os inte resses puramente empresariais se distanciam

muitas

vezes

das

ne

cessidades, conveniências e an seios dos agrupamentos sociais. PODER E MULTINACIONAL O

II Plano

volvimento

Nacional

lembra

da “explicitação mica

e

de

a

de

Desen

necessidade

forma

continuamente

dinâ

atualiza

da das prioridades para a atuação da empresa estrangeira no país. em termos de funções a desempe nhar e de setores para onde ele. preferencialmente.

setor

privado

geiros e os legítimos interesses de

ce — US Senate — february. 1973.

desenvolvimento do País, compa tibilizando os objetivos empresa riais com os anseios da sociedade

Origem dos fundos utilizados por subsidiárias de empresas mul

No dominio da tecnologia, além de uma contribuição efetiva, de qualidade e natureza adequada às condições brasileiras, o investidor de fora deve compreender a im portância, não só para o Pais co mo até para si próprio, de pro

conjunto de paises que aspiram a reduzir o descompasso existen

vier não

buscar substituir ou con

mover ativamente a transferên cia real do conhecimento técnico

tar localmente a geração de novas tecnologias. No campo do balanço de divi

indicar

como

se deseja atue a empresa estran geira no Pais. através da estreita cooperação entre as autoridades

econômicas e a iniciativa priva da”.

Antes, 0 mesmo documento

fala da necessidade de ajustar as multinacionais à estratégia na cional.

Este papel regulador do Esta do é necessário, a luz de crescen

sa, toda contribuição positiva con tinuará a merecer o apoio e os incentivos do governo federal. Nesse sentido, serão particular mente benvindas as inversões

orientadas para a substituição de importações, sobretudo no campo da produção de equipamentos, tações

cotidiano nos mostra.

sive para os próprios mercados de

sições da história contemporânea indicam a conveniência

de uma

permanente adaptação.

E parece

onde

No

de se

manufaturados,

inclu

originarem.

campo

financeiro,

cabe

clara a necessidade de redução da

lembrar, mais uma vez. que o maior interesse nacional é o da

dependência externa e do forta lecimento do poder nacional. Por isso, um dos pontos de destaque da política governamental é o de-

efetiva transferência de capital de risco e que o investidor estran geiro não deverá pressionar os re cursos locais, uma vez que a li¬

Trade on Investigation nr 332.69. under

tes

na

senão

também

escalada

de

mundial

todo

do

o

deve

também

of

the

tariff

nomic power” — report to the Sub-committee on Multinational

Corporations of the Committee on Foreign Relation — US Senate — august, 1975. — Investimentos

de

senvolvimento. E para os dirigen tes das grandes empresas de ação internacional,

332

Committee on Finan

tinacionais americanas no exte¬ rior: pag. 420. 2 — “Multinational Corporation in Brazil and Mexico: structural sources of economic and noneco-

Esse equilíbrio, por sinal, não constitui problema particular do Brasil,

section

act of 1930.

brasileira.

de empresas multinacionais ame ricanas na América Latina e iç-

re

presentar fundamental preocupa ção a busca incessante de um re

torno de rendas: pag. 11. — Aqui

lacionamento harmônico entre a ordem econômica e a ordem po

sição de empresas no Brasil, poi empresas multinacionais america

lítica e social.

nas: pag. 122.

FONTES DE REFERÊNCIA

quem

3

®

Lucros de empresas es, „„

trangeíras: tabela da pag. 27, com

1 — “Implications of multina

convertidos eni dólares a taxa média de 1974. (Cr$ 6,79

investiment and for US trade and

USS 1.00).

Report to the Committee o-

ALEMANHA OCIDENTAL:- NOVO

grande complexo será projetado e construído na ^ Aipmanhn pela companhia de construção química Fnedrich Uhde^ da Alemai^ia Oriental. O centro do novo complexo sera uma operaçao de eletiolise. com uma capacidade anual de cloro de 200.000 toneladas metiicas Esta

capacidade será utilizada na produção de cloreto de vmil numa fabrica sera convertido em cloreto de poliviníl numa unidade com as mesmas dimensões. Â Hoechst de Frankfurt, matriz da Uhde, assinou acordo corn o governo da Ale

adjacente de 100.000 t.m./ano e este, por sua vez,

manha Oriental, cobrindo o projeto de 115 milhões de dólares, cuja

conclusão está prevista para 1970. 4

f ■

valores ;

tional firms for World trade and

labor”.

Revista Visão — economia brasileira”

na-

1975.

bem como as destinadas a expor

tes evidências econômicas que o As impo

133

correr predatoriamente com o em presário brasileiro. A preserva ção do equilíbrio dentro da estru tura econômica do Pais é. sem du vida alguma, dentro de uma visão mais elevada do problema, do maior interesse para o próprio in vestidor estrangeiro.

Em consequência, deverá o in vestidor estrangeiro que para aqui

Trata-se de não baixar legislação de

Econômico

on Finance of the US Senate and ist Subcommittee on International

que detém assim como de fomen

mas

Dicic-sto

mitação dos mesmos é a própria justificativa de sua vinda. Ai estão alguns elos que pode rão reforçar a cadeia de colabo ração entre os investidores estran

nacional.

destina.

restritiva,

se

do

Econômico

»,


132

DlGKsw

dades do consumidor ao qual irá servir a tecnologia negociada. No caso de transações dentro do mesmo grupo, embora entre dis tintos países, o tipo de distorção

senvolvimento

que pode ocorrer é ainda mais acentuado. E isto porque os inte resses puramente empresariais se distanciam

muitas

vezes

das

ne

cessidades, conveniências e an seios dos agrupamentos sociais. PODER E MULTINACIONAL O

II Plano

volvimento

Nacional

lembra

da “explicitação mica

e

de

a

de

Desen

necessidade

forma

continuamente

dinâ

atualiza

da das prioridades para a atuação da empresa estrangeira no país. em termos de funções a desempe nhar e de setores para onde ele. preferencialmente.

setor

privado

geiros e os legítimos interesses de

ce — US Senate — february. 1973.

desenvolvimento do País, compa tibilizando os objetivos empresa riais com os anseios da sociedade

Origem dos fundos utilizados por subsidiárias de empresas mul

No dominio da tecnologia, além de uma contribuição efetiva, de qualidade e natureza adequada às condições brasileiras, o investidor de fora deve compreender a im portância, não só para o Pais co mo até para si próprio, de pro

conjunto de paises que aspiram a reduzir o descompasso existen

vier não

buscar substituir ou con

mover ativamente a transferên cia real do conhecimento técnico

tar localmente a geração de novas tecnologias. No campo do balanço de divi

indicar

como

se deseja atue a empresa estran geira no Pais. através da estreita cooperação entre as autoridades

econômicas e a iniciativa priva da”.

Antes, 0 mesmo documento

fala da necessidade de ajustar as multinacionais à estratégia na cional.

Este papel regulador do Esta do é necessário, a luz de crescen

sa, toda contribuição positiva con tinuará a merecer o apoio e os incentivos do governo federal. Nesse sentido, serão particular mente benvindas as inversões

orientadas para a substituição de importações, sobretudo no campo da produção de equipamentos, tações

cotidiano nos mostra.

sive para os próprios mercados de

sições da história contemporânea indicam a conveniência

de uma

permanente adaptação.

E parece

onde

No

de se

manufaturados,

inclu

originarem.

campo

financeiro,

cabe

clara a necessidade de redução da

lembrar, mais uma vez. que o maior interesse nacional é o da

dependência externa e do forta lecimento do poder nacional. Por isso, um dos pontos de destaque da política governamental é o de-

efetiva transferência de capital de risco e que o investidor estran geiro não deverá pressionar os re cursos locais, uma vez que a li¬

Trade on Investigation nr 332.69. under

tes

na

senão

também

escalada

de

mundial

todo

do

o

deve

também

of

the

tariff

nomic power” — report to the Sub-committee on Multinational

Corporations of the Committee on Foreign Relation — US Senate — august, 1975. — Investimentos

de

senvolvimento. E para os dirigen tes das grandes empresas de ação internacional,

332

Committee on Finan

tinacionais americanas no exte¬ rior: pag. 420. 2 — “Multinational Corporation in Brazil and Mexico: structural sources of economic and noneco-

Esse equilíbrio, por sinal, não constitui problema particular do Brasil,

section

act of 1930.

brasileira.

de empresas multinacionais ame ricanas na América Latina e iç-

re

presentar fundamental preocupa ção a busca incessante de um re

torno de rendas: pag. 11. — Aqui

lacionamento harmônico entre a ordem econômica e a ordem po

sição de empresas no Brasil, poi empresas multinacionais america

lítica e social.

nas: pag. 122.

FONTES DE REFERÊNCIA

quem

3

®

Lucros de empresas es, „„

trangeíras: tabela da pag. 27, com

1 — “Implications of multina

convertidos eni dólares a taxa média de 1974. (Cr$ 6,79

investiment and for US trade and

USS 1.00).

Report to the Committee o-

ALEMANHA OCIDENTAL:- NOVO

grande complexo será projetado e construído na ^ Aipmanhn pela companhia de construção química Fnedrich Uhde^ da Alemai^ia Oriental. O centro do novo complexo sera uma operaçao de eletiolise. com uma capacidade anual de cloro de 200.000 toneladas metiicas Esta

capacidade será utilizada na produção de cloreto de vmil numa fabrica sera convertido em cloreto de poliviníl numa unidade com as mesmas dimensões. Â Hoechst de Frankfurt, matriz da Uhde, assinou acordo corn o governo da Ale

adjacente de 100.000 t.m./ano e este, por sua vez,

manha Oriental, cobrindo o projeto de 115 milhões de dólares, cuja

conclusão está prevista para 1970. 4

f ■

valores ;

tional firms for World trade and

labor”.

Revista Visão — economia brasileira”

na-

1975.

bem como as destinadas a expor

tes evidências econômicas que o As impo

133

correr predatoriamente com o em presário brasileiro. A preserva ção do equilíbrio dentro da estru tura econômica do Pais é. sem du vida alguma, dentro de uma visão mais elevada do problema, do maior interesse para o próprio in vestidor estrangeiro.

Em consequência, deverá o in vestidor estrangeiro que para aqui

Trata-se de não baixar legislação de

Econômico

on Finance of the US Senate and ist Subcommittee on International

que detém assim como de fomen

mas

Dicic-sto

mitação dos mesmos é a própria justificativa de sua vinda. Ai estão alguns elos que pode rão reforçar a cadeia de colabo ração entre os investidores estran

nacional.

destina.

restritiva,

se

do

Econômico

»,


L

CONFIANÇA NO BRASIL JOSÉ

I

LUIZ

MOREIRA

ERMITAM-ME uma palavra sem vaidade, mas tocada de

inescondivel

gratidão

àqueles

I meus Companheiros, nesta Ca sa, que

rne honraram com a dé-

cima terceira eleição para a sua Pre sidência. Assinalo a circunstância, ainda mais honrosa de, pela vez pri meira, ter obtido a unanimidade dos votos na intimidade da urna inde-

DE

SOUZA

È ■preciso, sem falsa ilusão, ver a realidade, a ascenção do Brasil à categoria de grande potência. È o que afirma

o autor,

em

discurso

proferido por ocasião da posse da diretoria — da qual é presidente — da ADECIF, em 15 de janeiro ul timo,

no Rio

de Janeiro.

vassável. É por certo uma gratifica ção que, se por um lado aquece a moso credo do irlandês Francis Ha-

alma, por outro aguça a responsa bilidade da consciência.

ckett:

“Eu

E é, no exercício desta responsa

bilidade que me sinto no dever de colocar, diante das autoridadese dos executivos financeiros que aqui se

reunem,

alguns

problemas

destes

dias de inevitável perplexidade an

te as previsões de um futuro extre mamente próximo. Faço-o, embora sem outros títulos, com este que me

O avanço empresarial do Grupo IVSatarazio merecia ©sta pSaca Não para romper uma tradição. IVias para começar outra. A nova tradição do Grupo

qualiricadosc com cursos no Brasil

Matarazzo começa com uma

c no exterior, vem tr^izenrlo

como um dos .‘>00 maiores grupos

significativos em todas as unidades

gntnde vantagem; ele já c apontado cfnprcsíuiais do mundo. Só a energia elétrica que o complexo industrial Matarazzo utilizii é .superior ao coasumo industriai de 17 c-stados.

Uma filosofia dinâmica,

reforçada pela presença de administradores jovensallaraente

resultado.s cada \ c/ mais

as empresas do Grupo Matarj».* r.ibrieani eerea de .^00 tipos dc priKlutON. que pixlem ser apresentados em milhares de especificações

do Grupo .Viatanyyo. Grandes eimporianiissimos investimentos na modemi/ação da

diferentes,

os seus indices de eficiência e

de produtos do

fomiando a mais

empresa têm elevado em alto grau

diversificada linlia

produtividade,

ÜriLsil.Um avanço

Hoje. operando em mais de 100 segmentos de mercado,

digno de utna comemoração.

deram as Companhias de Crédito, Financiamento

e

Investimento:

o

da vivência cotidiana, na Presidên cia da Adecif, com os problemas, as frustrações, as soluções, os caminhos perseguidos, neste período de qua tro governos da Revolução.

Antes dos problemas, fixemos os valores nos quais acreditamos: na liberdade, no diálogo, na força mo

**ONO'' '

creio

no

materialismo.

Creio

em todos os resultados de um salu

tar materialismo — boa alimentação,

casas aquecidas, pés enxutos, esgo tos, instalações de drenagem, água quente, quartos de banho, lâmpadas elétricas, automóveis, boas estradas, ruas iluminadas, longas férias lon

ge do vai-e-vêm das cidades, novos planos, cavalos ferrados, palestras animadas, teatros,

óperas, orques

tras, bandas de música. Creio em tu do isso, para toda gente. O homem

que morre sem conhecer tais coisas pode ser tanto um estroina quanto um santo, e tanto rico como pobre; mas o é apesar de sua privação e

não por causa dela.” Meus

Senhores,

ral, na força espiritual e na justiça

As Companhias de Crédito, Finan

social, mas, ao mesmo tempo, nestes dias em que se costuma questionar

ciamento e Investimetno têm sido, em todo o mundo e no Brasil, ainda que não satisfatoriamente, o instru mento de execução do credo de Francis Hackett, ao colocar nas ca-

o desenvolvimento, não resisto à tentação de transcrever o que já fo ra citado por Paul Samuelson, o fa-

l-tií'

í

,i

I


L

CONFIANÇA NO BRASIL JOSÉ

I

LUIZ

MOREIRA

ERMITAM-ME uma palavra sem vaidade, mas tocada de

inescondivel

gratidão

àqueles

I meus Companheiros, nesta Ca sa, que

rne honraram com a dé-

cima terceira eleição para a sua Pre sidência. Assinalo a circunstância, ainda mais honrosa de, pela vez pri meira, ter obtido a unanimidade dos votos na intimidade da urna inde-

DE

SOUZA

È ■preciso, sem falsa ilusão, ver a realidade, a ascenção do Brasil à categoria de grande potência. È o que afirma

o autor,

em

discurso

proferido por ocasião da posse da diretoria — da qual é presidente — da ADECIF, em 15 de janeiro ul timo,

no Rio

de Janeiro.

vassável. É por certo uma gratifica ção que, se por um lado aquece a moso credo do irlandês Francis Ha-

alma, por outro aguça a responsa bilidade da consciência.

ckett:

“Eu

E é, no exercício desta responsa

bilidade que me sinto no dever de colocar, diante das autoridadese dos executivos financeiros que aqui se

reunem,

alguns

problemas

destes

dias de inevitável perplexidade an

te as previsões de um futuro extre mamente próximo. Faço-o, embora sem outros títulos, com este que me

O avanço empresarial do Grupo IVSatarazio merecia ©sta pSaca Não para romper uma tradição. IVias para começar outra. A nova tradição do Grupo

qualiricadosc com cursos no Brasil

Matarazzo começa com uma

c no exterior, vem tr^izenrlo

como um dos .‘>00 maiores grupos

significativos em todas as unidades

gntnde vantagem; ele já c apontado cfnprcsíuiais do mundo. Só a energia elétrica que o complexo industrial Matarazzo utilizii é .superior ao coasumo industriai de 17 c-stados.

Uma filosofia dinâmica,

reforçada pela presença de administradores jovensallaraente

resultado.s cada \ c/ mais

as empresas do Grupo Matarj».* r.ibrieani eerea de .^00 tipos dc priKlutON. que pixlem ser apresentados em milhares de especificações

do Grupo .Viatanyyo. Grandes eimporianiissimos investimentos na modemi/ação da

diferentes,

os seus indices de eficiência e

de produtos do

fomiando a mais

empresa têm elevado em alto grau

diversificada linlia

produtividade,

ÜriLsil.Um avanço

Hoje. operando em mais de 100 segmentos de mercado,

digno de utna comemoração.

deram as Companhias de Crédito, Financiamento

e

Investimento:

o

da vivência cotidiana, na Presidên cia da Adecif, com os problemas, as frustrações, as soluções, os caminhos perseguidos, neste período de qua tro governos da Revolução.

Antes dos problemas, fixemos os valores nos quais acreditamos: na liberdade, no diálogo, na força mo

**ONO'' '

creio

no

materialismo.

Creio

em todos os resultados de um salu

tar materialismo — boa alimentação,

casas aquecidas, pés enxutos, esgo tos, instalações de drenagem, água quente, quartos de banho, lâmpadas elétricas, automóveis, boas estradas, ruas iluminadas, longas férias lon

ge do vai-e-vêm das cidades, novos planos, cavalos ferrados, palestras animadas, teatros,

óperas, orques

tras, bandas de música. Creio em tu do isso, para toda gente. O homem

que morre sem conhecer tais coisas pode ser tanto um estroina quanto um santo, e tanto rico como pobre; mas o é apesar de sua privação e

não por causa dela.” Meus

Senhores,

ral, na força espiritual e na justiça

As Companhias de Crédito, Finan

social, mas, ao mesmo tempo, nestes dias em que se costuma questionar

ciamento e Investimetno têm sido, em todo o mundo e no Brasil, ainda que não satisfatoriamente, o instru mento de execução do credo de Francis Hackett, ao colocar nas ca-

o desenvolvimento, não resisto à tentação de transcrever o que já fo ra citado por Paul Samuelson, o fa-

l-tií'

í

,i

I


í Dicesto Econômico

136 f

1

●I

sas de um número bem maior de brasileiros — embora lamentavel mente não em todas como seria de sejável — a geladeira, que conserva o alimento, a televisão, que traz la zer barato à família, o fogão, a en

ceradeira, 0 ar refrigerado, o auto móvel de segunda-mão, os armários onde se guardam as roupas e as pró prias roupas que neles são guarda das, afinal, os elementos de bem es tar que, sem financiamento, se tor navam inacessíveis à maior parte da população. Por que salientamos, que, no Bra sil, a ação das companhias de cré dito ainda não é satisfatória? Pela

simples comparação de números en tre o crédito ao consumidor, em nos

so país e nos Estados Unidos, e sua relação com o Produto Nacional Bruto: aqui, o endividamento está em m«io3 de seis bilhões de dóla

res, ou seja, abaixo de 7% do PNB;

lá, o crédito ao consumidor atingia, em fins de 1974, a duzentos bilhões

de dólares, ou seja, a 12,5% do Pro duto Nacional bruto, o que nos leva a dizer: “Bendito endividamentoI”

Devemos ressaltar, nesta oportu nidade, e para eliminar pretextos e

distorções atribuíveis à ignorância, à mã fé ou à concorrência desleal: a

evolução do crédito ao consumidor, traduzida no volume de aceites cam

biais, se vem desacelerando de tal maneira que, no ano passado, teve crescimento 0, pois a tal correspon de o crescimento nominal de 27%. Sabemos dos esforços do Governo para ampliar o mercado interno de bens e serviços. Sabemos como essa expansão é fundamental ao nosso desenvolvimento econômico.

Sabe-

mos que o nosso povo só alcançará níveis compatíveis com a dignidade humana na medida em que conquis te novos índices de crescimento. Te

mos, pois, que impedir, através de política persistente e criadora, qual quer tendência à redução desse va lioso indicador econômico-social.

É provável que haja vários cami nhos pelos quais se possa obter a

reaceleração dos aceites cambiais. Mas, dois desses caminhos precisam estar permanentemente abertos di ante do povo e de quantos operam o mecanismo.

1. Confiança no Futuro do Sistema — Toda vez que, pelas insinuações de endividamento excessivo a popu

lação, ou pelas noticias, que sabe mos infundadas, da extinção das fi nanceiras ou sua transformação em carteiras de bancos múltiplos, etc., questionamos a sobrevivência do mecanismo, abrimos uma crise de

confiança que sorrateiramente se espraia no espírito do investidor e

pomos riscos inevitáveis, onde só de ve existir segurança e estabilidade. Do

Governo

Sr. Ministro, Sr.

Presidente, e Diretores do Bane» Central, Autoridades presentes — temos recebido provas inequívocas e renovadas de compreensão, de

prestígio, de apôio, como a que V. Excias. repetem neste momento, de

pois de terem ido às lonjuras de Fóe de Iguassú, em outubro do ano pas sado. B sabemos que não é , apenas por amizade que, ao longo dos anos. estabeleceu elos afetivos entre nós, mas porque Vossas Excelências co nhecem a importância do sistema

para o alargamento do mercado in terno, preocupação essencial e cons-

137

DIgesto Econômico

tante das políticas preconizadas pe lo Governo do preclaro Presidente

ções. Os Merrill

Ernesto Geisel.

Brothers, Smith Barney, First Boston Corporation, etc., bancam posi ções de títulos nacionais e interna cionais sem serem banqueiros co

Torna-se, pois, evidente que, além do que foi e do que está sendo fei to, urge armar procedimentos que defendam o sistema de sem embargo surpresas

ciladas e da corre-

ção eventual de erros que, a práti ca possa ir revelando. 2. Manutenção das Regras do Jogo — Militando há quase 20 anos no mercado financeiro não bancário e,

Sachs,

Lynch,

Goldmen

Salomon Brothers,

Lazars

merciais, pois não têm o privilégio de expandir os meios de pagamento. No Brasil, desde quando, em tem pos idos, começaram as colocações dos títulos privados e, antes, na co-

locação das Letras de Importação do

Banco do Brasil, sempre existiram cartas de recompra” e as poucas

por força da profissão e dos cargos

as

que tenho ocupado, me tem sido da do observar, na Europa e nos Esta

praticavam operação bem mais

dos Unidos, os sistemas de capta

ção e liquidez dos títulos de renda fixa e variável e, no Brasil, partici par de sua execução. Surpreendeme, pois, ouvir afirmações que põem em dú\dda a validade das Correto

ras e Distribuidoras como canais vicinais por onde fluem a colocação

e liquidez de títulos públicos ou pri vados. Em qualquer parte do mun do ocidental, sempre foram tais or

ganizações as maiores responsáveis peio funcionamento do “Mercado Aberto”, que é o amplo mercado on de a liquidez é dada para todos os

títulos privados ou públicos e af® em

moedas

diferentes,

Em

nosso

país, extranhamente, ao passo que não traduzimos o nome, continuan

do a chamá-lo

de

“Open-Market”

mudamos seu conceito, reduzindo-o a um mercado estritamente de títu

instituições que as não expediam, ar-

riscada, como era a de criar, por

tradição, liquidez permanente^. On

de, pois, o êrro de tal operação?

Por acaso as Cadernetas de Pousao sacáveis a qualquer momento, embora seus recursos se- ●

pança nao

jam aplicados a prazos superiores a 10 anos?

savings aceounts , acaso, os Estados Unidos, também nao o são? Por acaso, o sistema bancário Por

nos

no Brasil ou em qualquer parte, nao se baseia tecnicamente na pres^çao

de que todos nao vão retirar mesma hora? Por

seus recursos na

não serão mais da metade dos oui-o-dolares aplicados a prazos de um mês, quando correspondem a acaso

empréstimos de cinco anos e mais?

Onde, pois, a crise do Open-Mar ket, perguntariam alguns?

Em duas fontes; 1. Excesso de es-

Gostaria de relembrar que a fa

peculação com as Obrigações do Te souro e com as Obrigações da Eletrobrás, cotadas com ágios despro

mosa Wall-Street é, fundamental mente, a sede de corretoras e distri

de correção monetária que refleti

los públicos: Letras e Obrigações do Tesouro Nacional.

buidoras e não de outras organiza-

porcionais, dentro de urna previsão ría

índices

crescentes

de

inflação


í Dicesto Econômico

136 f

1

●I

sas de um número bem maior de brasileiros — embora lamentavel mente não em todas como seria de sejável — a geladeira, que conserva o alimento, a televisão, que traz la zer barato à família, o fogão, a en

ceradeira, 0 ar refrigerado, o auto móvel de segunda-mão, os armários onde se guardam as roupas e as pró prias roupas que neles são guarda das, afinal, os elementos de bem es tar que, sem financiamento, se tor navam inacessíveis à maior parte da população. Por que salientamos, que, no Bra sil, a ação das companhias de cré dito ainda não é satisfatória? Pela

simples comparação de números en tre o crédito ao consumidor, em nos

so país e nos Estados Unidos, e sua relação com o Produto Nacional Bruto: aqui, o endividamento está em m«io3 de seis bilhões de dóla

res, ou seja, abaixo de 7% do PNB;

lá, o crédito ao consumidor atingia, em fins de 1974, a duzentos bilhões

de dólares, ou seja, a 12,5% do Pro duto Nacional bruto, o que nos leva a dizer: “Bendito endividamentoI”

Devemos ressaltar, nesta oportu nidade, e para eliminar pretextos e

distorções atribuíveis à ignorância, à mã fé ou à concorrência desleal: a

evolução do crédito ao consumidor, traduzida no volume de aceites cam

biais, se vem desacelerando de tal maneira que, no ano passado, teve crescimento 0, pois a tal correspon de o crescimento nominal de 27%. Sabemos dos esforços do Governo para ampliar o mercado interno de bens e serviços. Sabemos como essa expansão é fundamental ao nosso desenvolvimento econômico.

Sabe-

mos que o nosso povo só alcançará níveis compatíveis com a dignidade humana na medida em que conquis te novos índices de crescimento. Te

mos, pois, que impedir, através de política persistente e criadora, qual quer tendência à redução desse va lioso indicador econômico-social.

É provável que haja vários cami nhos pelos quais se possa obter a

reaceleração dos aceites cambiais. Mas, dois desses caminhos precisam estar permanentemente abertos di ante do povo e de quantos operam o mecanismo.

1. Confiança no Futuro do Sistema — Toda vez que, pelas insinuações de endividamento excessivo a popu

lação, ou pelas noticias, que sabe mos infundadas, da extinção das fi nanceiras ou sua transformação em carteiras de bancos múltiplos, etc., questionamos a sobrevivência do mecanismo, abrimos uma crise de

confiança que sorrateiramente se espraia no espírito do investidor e

pomos riscos inevitáveis, onde só de ve existir segurança e estabilidade. Do

Governo

Sr. Ministro, Sr.

Presidente, e Diretores do Bane» Central, Autoridades presentes — temos recebido provas inequívocas e renovadas de compreensão, de

prestígio, de apôio, como a que V. Excias. repetem neste momento, de

pois de terem ido às lonjuras de Fóe de Iguassú, em outubro do ano pas sado. B sabemos que não é , apenas por amizade que, ao longo dos anos. estabeleceu elos afetivos entre nós, mas porque Vossas Excelências co nhecem a importância do sistema

para o alargamento do mercado in terno, preocupação essencial e cons-

137

DIgesto Econômico

tante das políticas preconizadas pe lo Governo do preclaro Presidente

ções. Os Merrill

Ernesto Geisel.

Brothers, Smith Barney, First Boston Corporation, etc., bancam posi ções de títulos nacionais e interna cionais sem serem banqueiros co

Torna-se, pois, evidente que, além do que foi e do que está sendo fei to, urge armar procedimentos que defendam o sistema de sem embargo surpresas

ciladas e da corre-

ção eventual de erros que, a práti ca possa ir revelando. 2. Manutenção das Regras do Jogo — Militando há quase 20 anos no mercado financeiro não bancário e,

Sachs,

Lynch,

Goldmen

Salomon Brothers,

Lazars

merciais, pois não têm o privilégio de expandir os meios de pagamento. No Brasil, desde quando, em tem pos idos, começaram as colocações dos títulos privados e, antes, na co-

locação das Letras de Importação do

Banco do Brasil, sempre existiram cartas de recompra” e as poucas

por força da profissão e dos cargos

as

que tenho ocupado, me tem sido da do observar, na Europa e nos Esta

praticavam operação bem mais

dos Unidos, os sistemas de capta

ção e liquidez dos títulos de renda fixa e variável e, no Brasil, partici par de sua execução. Surpreendeme, pois, ouvir afirmações que põem em dú\dda a validade das Correto

ras e Distribuidoras como canais vicinais por onde fluem a colocação

e liquidez de títulos públicos ou pri vados. Em qualquer parte do mun do ocidental, sempre foram tais or

ganizações as maiores responsáveis peio funcionamento do “Mercado Aberto”, que é o amplo mercado on de a liquidez é dada para todos os

títulos privados ou públicos e af® em

moedas

diferentes,

Em

nosso

país, extranhamente, ao passo que não traduzimos o nome, continuan

do a chamá-lo

de

“Open-Market”

mudamos seu conceito, reduzindo-o a um mercado estritamente de títu

instituições que as não expediam, ar-

riscada, como era a de criar, por

tradição, liquidez permanente^. On

de, pois, o êrro de tal operação?

Por acaso as Cadernetas de Pousao sacáveis a qualquer momento, embora seus recursos se- ●

pança nao

jam aplicados a prazos superiores a 10 anos?

savings aceounts , acaso, os Estados Unidos, também nao o são? Por acaso, o sistema bancário Por

nos

no Brasil ou em qualquer parte, nao se baseia tecnicamente na pres^çao

de que todos nao vão retirar mesma hora? Por

seus recursos na

não serão mais da metade dos oui-o-dolares aplicados a prazos de um mês, quando correspondem a acaso

empréstimos de cinco anos e mais?

Onde, pois, a crise do Open-Mar ket, perguntariam alguns?

Em duas fontes; 1. Excesso de es-

Gostaria de relembrar que a fa

peculação com as Obrigações do Te souro e com as Obrigações da Eletrobrás, cotadas com ágios despro

mosa Wall-Street é, fundamental mente, a sede de corretoras e distri

de correção monetária que refleti

los públicos: Letras e Obrigações do Tesouro Nacional.

buidoras e não de outras organiza-

porcionais, dentro de urna previsão ría

índices

crescentes

de

inflação


Di<;ksto

138

quando eles se tornaram decrescen tes. 2. Excesso de posições criado pela indução que uns levaram a outros, de que os títulos do Gover

no equivaliam a dinheiro. Poderial acrescentar uma terceira

fonte

da

crise: excesso de colocação das ORTNs. Seus saldos, só em 197Õ, cresceram em 21 bilhões de janeiro à novembro (cerca de 63% de acrés

■ê: )í. .í,

lhões (cerca de 160%). É evidente que há uma Série de providências a tomar para que o fe nômeno não se repita, e se elimine mais rapidamente os efeitos resi duais do que ocorreu recentemente. Cabe ao Governo estudá-las e apli

tre Presidente da Caixa Econômica

cá-las com sensibilidade. Se me fos

-

TO ',

títulos em carteira, excluidas deste total as letras do Tesouro Nacional,

pela sua condição de quasi-dinheiro, e as operações que por sua vez fossem lastreadas com cartas de re¬

comerciais, de investimento, finan i

ceiras e sociedades de crédito imo biliário. O Mercado Aberto, a meu ver,

tem sido extraordinário sucesso. Há

distorções, mas elas podem, estão e serão corrigidas. Aqui cabe uma pa lavra de louvor ao sereno pragma

I

tal qual como foi concebida, cum

priu papel decisivo no esforço de desenvolvimento econômico do país,

até determinada época.

Depois, o instrumento tornou-se e se vai tornar, cada vez mais, ele mento ora de realimentação da in

flação, ora de mero desarranjador

tismo do Banco Central que vem obtendo excelente performance na difícil arte de construir um merca

do de capitais, onde, a rigor, todos C 4à

Já começamos a ter

da economia,

sensivel número de moedas diferentes: a moeda com correção para pa

gamento de casas do BNH; a moeda correção para aquisição de má-

com

quinas

ciamento que, dado o seu carater ro tativo e sua eventual ampliação pa ra duas vezes capital e reservas, se

e

equipamentos pesados; a

moeda com correção para pequenas

todos

interessados

Não

devemos iluminar

dólares

ticados, como é normal, mas jamais

de

que

0

o

malogro de um em-

mentar de permitir taxas maiores ou menores, capazes de reativar a economia quando a tendencia fosse de depressão ou, inversamente, es

com a maior hu mildade. e sem a certeza que carac

teriza os apaixonados, gostaria de colocar sobre a mesa, não só do Go verno, mas das classes empresariais, uma sugestão: a de unificação da

Jt.-

ou

ção monetária teria a vantagem ele

Por isso mesmo

Aa.

sucesso

Creio que a unificação da corre

idéias podem ser discutidas, e ja mais qualquer delas é recusada por vaidade, melindre ou inoperância.

determinado momento, dentro do já

internos

preendimento.

na

correção monetária, fazendo-a equi valer à correção cambial, a partir de

compromissos

país, não há um só povo ou um só

sil na posição de uma grande po

tência, ainda neste último quartel .

Aos que temem pelo nosso crédito de

janeiro de

1976, que registra, só neste número, os

seguintes créditos:

55 milhões de dólares para a Com

panhia Siderúrgica Nacional co

100 milhões de dólares para o BanNac. de Desenvolvimento Econô-

mico.

15 milhões de dólares para o Vale do Rio Doce.

100 milhões de Dólares para as Centrais Elétricas de São Paulo. 100 milhões de Dólares para a Pe-

trobrás, num total de 370 milhões

de dólares, num mês. Tais cifras indicam mais do que

Balanço de Pagamaentos por excesso de importações, De outro lado,

negócios: indicam, da parte de ban queiros internacionais, confiança

não creio que, face aos contingen,

exterior, recomendo a leitura da

Revista Euromoney

friá-la quando sua ativação come

çasse a pressionar, por exemplo, o

J

olhos

governo que hoje não inclua o Bra

pode se tornar na diferença entre

acusados de imobilidade ou de falta de imaginação criadora. testemunhas

ou

os

miragens impossíveis. Mas, também, seria imperdoável cegá-los à realidade que se abre diante de nos, no mundo inteiro. Fora deste

no

Os Governos da Revolução, parti cularmente o atual, podem ser cri

cami

com

alugueis e outras.

Tal situação levar-nos-á a luna

abrir

de vida do nosso povo.

ção do mercado interno.

atitude invariável de perplexidade, pois a simples diferença entre as sumir compromisso no exterior em

em

nhos para o desenvolvimneto do Brasil e o soerguimento dos padrões

de século.

Autoridades,

ampliação das

Fica. aqui. sobre a mesa. a idéia que julgo merecer o estudo dos mais doutos e a análise das autoridades,

tornariam importantes alavancas no ano de 1976, na luta para a amplia Senhor Ministro

da

exportações.

e médias empresas; a moeda com correção expurgada para rendimento de títulos de correção livre; a moeda com correção limitada para

área econômico-financeira, todas as

aceitantes de títulos, a saber, bancos I

Creio que a correção monetaria,

Federal; a efetiva aplicação do volu me global de ao menos um capital e reservas nas operações de refinan

Somos

compra, das empresas emitentes ou

única alavanca

lorizações.

rio Nacional: melhor adequação do tratamento dos títulos privados, já discutida em Foz do Iguaçú. ao ilus

se dado estabelecer alguma medida, nesse sentido apenas, criaria uma singela relação de vinte vezes, ca pital mais reservas, para as Distri buidoras e Corretoras, na forma de

í*

consagrado sistema das mini-desva- ● seja a desvalorização da moeda a

estamos aprendendo cada dia. Nun ca é demais repetir João XXIII: “Não deixemos de fazer o bom, que é desejável e possível, por tentar fa zer o ótimo que é inatingível. Dentro deste espírito informal, permitam-nos os presentes, duas palavras reivindicatórias: aos ilus tres membros do Conselho Monetá

cimo em parte de um único exercí cio) e as LTNS cresceram em 24 bi

139

OiGivSTo Econômico

Eoosò.Nnco

ciamentos acordos bilaterais, quotas, incentivos fiscais e de crédito, etc..

num país que, dentro do mundo emergindo de profunda crise, acen de luzes novas para o seu futuro.


Di<;ksto

138

quando eles se tornaram decrescen tes. 2. Excesso de posições criado pela indução que uns levaram a outros, de que os títulos do Gover

no equivaliam a dinheiro. Poderial acrescentar uma terceira

fonte

da

crise: excesso de colocação das ORTNs. Seus saldos, só em 197Õ, cresceram em 21 bilhões de janeiro à novembro (cerca de 63% de acrés

■ê: )í. .í,

lhões (cerca de 160%). É evidente que há uma Série de providências a tomar para que o fe nômeno não se repita, e se elimine mais rapidamente os efeitos resi duais do que ocorreu recentemente. Cabe ao Governo estudá-las e apli

tre Presidente da Caixa Econômica

cá-las com sensibilidade. Se me fos

-

TO ',

títulos em carteira, excluidas deste total as letras do Tesouro Nacional,

pela sua condição de quasi-dinheiro, e as operações que por sua vez fossem lastreadas com cartas de re¬

comerciais, de investimento, finan i

ceiras e sociedades de crédito imo biliário. O Mercado Aberto, a meu ver,

tem sido extraordinário sucesso. Há

distorções, mas elas podem, estão e serão corrigidas. Aqui cabe uma pa lavra de louvor ao sereno pragma

I

tal qual como foi concebida, cum

priu papel decisivo no esforço de desenvolvimento econômico do país,

até determinada época.

Depois, o instrumento tornou-se e se vai tornar, cada vez mais, ele mento ora de realimentação da in

flação, ora de mero desarranjador

tismo do Banco Central que vem obtendo excelente performance na difícil arte de construir um merca

do de capitais, onde, a rigor, todos C 4à

Já começamos a ter

da economia,

sensivel número de moedas diferentes: a moeda com correção para pa

gamento de casas do BNH; a moeda correção para aquisição de má-

com

quinas

ciamento que, dado o seu carater ro tativo e sua eventual ampliação pa ra duas vezes capital e reservas, se

e

equipamentos pesados; a

moeda com correção para pequenas

todos

interessados

Não

devemos iluminar

dólares

ticados, como é normal, mas jamais

de

que

0

o

malogro de um em-

mentar de permitir taxas maiores ou menores, capazes de reativar a economia quando a tendencia fosse de depressão ou, inversamente, es

com a maior hu mildade. e sem a certeza que carac

teriza os apaixonados, gostaria de colocar sobre a mesa, não só do Go verno, mas das classes empresariais, uma sugestão: a de unificação da

Jt.-

ou

ção monetária teria a vantagem ele

Por isso mesmo

Aa.

sucesso

Creio que a unificação da corre

idéias podem ser discutidas, e ja mais qualquer delas é recusada por vaidade, melindre ou inoperância.

determinado momento, dentro do já

internos

preendimento.

na

correção monetária, fazendo-a equi valer à correção cambial, a partir de

compromissos

país, não há um só povo ou um só

sil na posição de uma grande po

tência, ainda neste último quartel .

Aos que temem pelo nosso crédito de

janeiro de

1976, que registra, só neste número, os

seguintes créditos:

55 milhões de dólares para a Com

panhia Siderúrgica Nacional co

100 milhões de dólares para o BanNac. de Desenvolvimento Econô-

mico.

15 milhões de dólares para o Vale do Rio Doce.

100 milhões de Dólares para as Centrais Elétricas de São Paulo. 100 milhões de Dólares para a Pe-

trobrás, num total de 370 milhões

de dólares, num mês. Tais cifras indicam mais do que

Balanço de Pagamaentos por excesso de importações, De outro lado,

negócios: indicam, da parte de ban queiros internacionais, confiança

não creio que, face aos contingen,

exterior, recomendo a leitura da

Revista Euromoney

friá-la quando sua ativação come

çasse a pressionar, por exemplo, o

J

olhos

governo que hoje não inclua o Bra

pode se tornar na diferença entre

acusados de imobilidade ou de falta de imaginação criadora. testemunhas

ou

os

miragens impossíveis. Mas, também, seria imperdoável cegá-los à realidade que se abre diante de nos, no mundo inteiro. Fora deste

no

Os Governos da Revolução, parti cularmente o atual, podem ser cri

cami

com

alugueis e outras.

Tal situação levar-nos-á a luna

abrir

de vida do nosso povo.

ção do mercado interno.

atitude invariável de perplexidade, pois a simples diferença entre as sumir compromisso no exterior em

em

nhos para o desenvolvimneto do Brasil e o soerguimento dos padrões

de século.

Autoridades,

ampliação das

Fica. aqui. sobre a mesa. a idéia que julgo merecer o estudo dos mais doutos e a análise das autoridades,

tornariam importantes alavancas no ano de 1976, na luta para a amplia Senhor Ministro

da

exportações.

e médias empresas; a moeda com correção expurgada para rendimento de títulos de correção livre; a moeda com correção limitada para

área econômico-financeira, todas as

aceitantes de títulos, a saber, bancos I

Creio que a correção monetaria,

Federal; a efetiva aplicação do volu me global de ao menos um capital e reservas nas operações de refinan

Somos

compra, das empresas emitentes ou

única alavanca

lorizações.

rio Nacional: melhor adequação do tratamento dos títulos privados, já discutida em Foz do Iguaçú. ao ilus

se dado estabelecer alguma medida, nesse sentido apenas, criaria uma singela relação de vinte vezes, ca pital mais reservas, para as Distri buidoras e Corretoras, na forma de

í*

consagrado sistema das mini-desva- ● seja a desvalorização da moeda a

estamos aprendendo cada dia. Nun ca é demais repetir João XXIII: “Não deixemos de fazer o bom, que é desejável e possível, por tentar fa zer o ótimo que é inatingível. Dentro deste espírito informal, permitam-nos os presentes, duas palavras reivindicatórias: aos ilus tres membros do Conselho Monetá

cimo em parte de um único exercí cio) e as LTNS cresceram em 24 bi

139

OiGivSTo Econômico

Eoosò.Nnco

ciamentos acordos bilaterais, quotas, incentivos fiscais e de crédito, etc..

num país que, dentro do mundo emergindo de profunda crise, acen de luzes novas para o seu futuro.


140

DinKSTO

Diante das autoridades, das clas

Econômico

bilidade, no esforço de cada vitória a conquistar, empenharemos inteli gência, tenacidade, compreensão, humildade, esperança, dentro de nossas limitações e sempre procu rando superá-las para que se tor

ses empresariais, daqueles que, ao longo de tantos anos, lutamos juntos pelos objetivos de desenvolvimen to crescente e justo, ao assumir a

Presidência da Adecif, para o 13.° mandato, a melhor palavra a dizer será esta, convicta e sincera: — Em cada hora, diante de cada

MARIA JOSÉ VILLAÇA

0

nem menos ásperos os caminhos do amanhã, no amor ao Brasil que filhos.

“PÉROLAS"

INVADEM

O

MERCADO DA

SODA CAUSTICA — A PPG Industrie está construindo uma

nova

atividade

econômica, visando

jurídica que condiciona e limita a

o-

ESTADOS UNIDOS:-

UALQUER que seja a forma da intervenção estatal na

a consecução de determina dos objetivos, esta se faz de acordo com uma certa, ordenação

ajudamos a construir para os nossos

problema, no exame de cada possi¬

statizQção da Economia Brasileira

A

liberdade

uni

econômica

dos

indlví-

duos.

dade para a produção de soda cáustica em forma de pérolas em Natrium, Virgínia. Essa unidade, programada para 150 t/dia, elevará a capacidade total da PPG para mais de 120.000 t/ano, ou seja, mais de um terço da ca

A ciência

econômica

configura

tipos ou modelos de sistemas economicos;

pacidade total da indústria que é de 350.000 t/ano. A PPG já opera uma

entre esses se situam a

nova fabnea entrar totalmente em operação (no primeiro semestre de 1976), . a companhia eliminará gradativamente suas instalações de produção de

planificada e a economia sociali

A soda causüca em forma de pérolas foi introduzida no mercado há so-

Estado numa economia interessa

Qual a dose de interferência do da em obter o máximo rendimen

conseguiu conquistar, pela primeira vez, mais

0 do mercado de soda cáustica seca dos Estados Unidos. Agora,

to de seus esforços? Eis uma ques

com o fechamento de suas fábricas de flocos, a PPG acredita que as pé-

tão

que preocupa a todos mas - entanto, longe está de ter que, no

o as ganh^ cerca de 80% do mercado norte-americano para soda cáus-

^ flocos e pérolas respondem por quase todo o-consumo de a caus íca ®cca d^ Estados Unidos, com exceção de uma pequena par-

uma

A

escolha

de

cada um

se

baseia em posições ideológicas. Todavia, o confronto de situações extremas nos leva a uma série de observações e informações que nos

Principalmente aos mercados de exportação. Calcula-se

que 65% da s da caustica utilizada nos Estados Unidos é empregada em

compos os de hmpeza, 10% em lodo de perfuração de poços petrolíferos, 5% 1 padores de esgoto e em processamento químico respectiva¬ mente, 4% no processamento de ligas e metais e em tratamento de água, respectivamente, e o restante^ numa ampla variedade de usos. A conve

permitem concluir até que ponto a intervenção estatal é justificá vel e, até que ponto, a ação das forças de mercado apresenta um

niencia da forma perolizada é a principal razão de sua grande penetra ção no mercado. A PPG indica que a forma arredondada, por exemplo, reduz o empastamento e a irritação da pele durante o embarque, arma

saldo positivo. O mérito do livre jogo dos pre

zenagem e uso, e faz com que a soda cáustica flua mais facilmente que os

ços sd caracteriza pela “eficiência

flocos e isso, por sua vez, acelera e simplifica seu manuseio. Devido ao seu sucesso, outras companhias, além da PPG, também estão adotando a for

de Pareto”; através do seu meca

ma arredondada. A Dow, por exemplo, optou pelas pérolas em 1973 e os observadores do mercado calculam que a capacidade da .Dow para pro

e a Diamond Sharmrock, em 60.000 t/ano.

: resposta puramente cientí-

fica.

produção de soda cáustica seca que, por sua vez, media de 500.000 t/ano nos últimos anos. O material

dução da soda cáustica perolizada é de 105.000 t/ano. A Vulcan Materials (Birminghan, Alabama) possui uma capacidade estimada em 70.000 t/ano

a descontinuidade ad

ministrativa, sugerem limitações à participação do Estado no setor empresanal. Essa a tese da au tora. professora da Universidade de São

Paulo

zada.

soda caustica em flocos em Barberton, Ohio, e em Corpus Chi-isti, Texas.

°

bem como

economia de mercado, a economia

umdade desse tipo, de 180 t/dia, em Lake Charles Luisiania; e, quando a

(0^07

Na experiência brasileira a tra dição paternalista tem levado o setor privado a recorrer ao Esta do nos momentos difíceis, e a grande centralização de medidas,

I

nismo,

das

forças

de

mercado

agindo

com

liberdade

consegue-

se, dada certa quantidade de fa tores de produção, melhor distri buição e maiores resultados, che-

gando-se a um equilíbrio. Mas a prática se encarrega de colocar limitações e restrições a esta con clusão. Daí tornar-se desejável, ou mesmo aconselhável, certo grau de interferência do Estado no Sistema Econômico, que pode as

sumir formas indiretas ou dire

tas, e justificar-se em três níveis, pelo menos: na redistribuição de rendimentos sob a forma de im

postos, subsídios e transferências; na

criaçãn

de

gastos^ correntes

para prestar serviços de interescoletivo (defesa nacional, po liciamento, educação); na forma se

ção de capital para suprir a ini

ciativa privada (estradas, energia eletrica, siderurgia etc.). O Estado, em alguns casos, ten do em vista alcançar um fim de terminado, procura modificar o

comportamento dos agentes eco nômicos

(produtores, comercian

tes, consumidores) mediante esti-

i


140

DinKSTO

Diante das autoridades, das clas

Econômico

bilidade, no esforço de cada vitória a conquistar, empenharemos inteli gência, tenacidade, compreensão, humildade, esperança, dentro de nossas limitações e sempre procu rando superá-las para que se tor

ses empresariais, daqueles que, ao longo de tantos anos, lutamos juntos pelos objetivos de desenvolvimen to crescente e justo, ao assumir a

Presidência da Adecif, para o 13.° mandato, a melhor palavra a dizer será esta, convicta e sincera: — Em cada hora, diante de cada

MARIA JOSÉ VILLAÇA

0

nem menos ásperos os caminhos do amanhã, no amor ao Brasil que filhos.

“PÉROLAS"

INVADEM

O

MERCADO DA

SODA CAUSTICA — A PPG Industrie está construindo uma

nova

atividade

econômica, visando

jurídica que condiciona e limita a

o-

ESTADOS UNIDOS:-

UALQUER que seja a forma da intervenção estatal na

a consecução de determina dos objetivos, esta se faz de acordo com uma certa, ordenação

ajudamos a construir para os nossos

problema, no exame de cada possi¬

statizQção da Economia Brasileira

A

liberdade

uni

econômica

dos

indlví-

duos.

dade para a produção de soda cáustica em forma de pérolas em Natrium, Virgínia. Essa unidade, programada para 150 t/dia, elevará a capacidade total da PPG para mais de 120.000 t/ano, ou seja, mais de um terço da ca

A ciência

econômica

configura

tipos ou modelos de sistemas economicos;

pacidade total da indústria que é de 350.000 t/ano. A PPG já opera uma

entre esses se situam a

nova fabnea entrar totalmente em operação (no primeiro semestre de 1976), . a companhia eliminará gradativamente suas instalações de produção de

planificada e a economia sociali

A soda causüca em forma de pérolas foi introduzida no mercado há so-

Estado numa economia interessa

Qual a dose de interferência do da em obter o máximo rendimen

conseguiu conquistar, pela primeira vez, mais

0 do mercado de soda cáustica seca dos Estados Unidos. Agora,

to de seus esforços? Eis uma ques

com o fechamento de suas fábricas de flocos, a PPG acredita que as pé-

tão

que preocupa a todos mas - entanto, longe está de ter que, no

o as ganh^ cerca de 80% do mercado norte-americano para soda cáus-

^ flocos e pérolas respondem por quase todo o-consumo de a caus íca ®cca d^ Estados Unidos, com exceção de uma pequena par-

uma

A

escolha

de

cada um

se

baseia em posições ideológicas. Todavia, o confronto de situações extremas nos leva a uma série de observações e informações que nos

Principalmente aos mercados de exportação. Calcula-se

que 65% da s da caustica utilizada nos Estados Unidos é empregada em

compos os de hmpeza, 10% em lodo de perfuração de poços petrolíferos, 5% 1 padores de esgoto e em processamento químico respectiva¬ mente, 4% no processamento de ligas e metais e em tratamento de água, respectivamente, e o restante^ numa ampla variedade de usos. A conve

permitem concluir até que ponto a intervenção estatal é justificá vel e, até que ponto, a ação das forças de mercado apresenta um

niencia da forma perolizada é a principal razão de sua grande penetra ção no mercado. A PPG indica que a forma arredondada, por exemplo, reduz o empastamento e a irritação da pele durante o embarque, arma

saldo positivo. O mérito do livre jogo dos pre

zenagem e uso, e faz com que a soda cáustica flua mais facilmente que os

ços sd caracteriza pela “eficiência

flocos e isso, por sua vez, acelera e simplifica seu manuseio. Devido ao seu sucesso, outras companhias, além da PPG, também estão adotando a for

de Pareto”; através do seu meca

ma arredondada. A Dow, por exemplo, optou pelas pérolas em 1973 e os observadores do mercado calculam que a capacidade da .Dow para pro

e a Diamond Sharmrock, em 60.000 t/ano.

: resposta puramente cientí-

fica.

produção de soda cáustica seca que, por sua vez, media de 500.000 t/ano nos últimos anos. O material

dução da soda cáustica perolizada é de 105.000 t/ano. A Vulcan Materials (Birminghan, Alabama) possui uma capacidade estimada em 70.000 t/ano

a descontinuidade ad

ministrativa, sugerem limitações à participação do Estado no setor empresanal. Essa a tese da au tora. professora da Universidade de São

Paulo

zada.

soda caustica em flocos em Barberton, Ohio, e em Corpus Chi-isti, Texas.

°

bem como

economia de mercado, a economia

umdade desse tipo, de 180 t/dia, em Lake Charles Luisiania; e, quando a

(0^07

Na experiência brasileira a tra dição paternalista tem levado o setor privado a recorrer ao Esta do nos momentos difíceis, e a grande centralização de medidas,

I

nismo,

das

forças

de

mercado

agindo

com

liberdade

consegue-

se, dada certa quantidade de fa tores de produção, melhor distri buição e maiores resultados, che-

gando-se a um equilíbrio. Mas a prática se encarrega de colocar limitações e restrições a esta con clusão. Daí tornar-se desejável, ou mesmo aconselhável, certo grau de interferência do Estado no Sistema Econômico, que pode as

sumir formas indiretas ou dire

tas, e justificar-se em três níveis, pelo menos: na redistribuição de rendimentos sob a forma de im

postos, subsídios e transferências; na

criaçãn

de

gastos^ correntes

para prestar serviços de interescoletivo (defesa nacional, po liciamento, educação); na forma se

ção de capital para suprir a ini

ciativa privada (estradas, energia eletrica, siderurgia etc.). O Estado, em alguns casos, ten do em vista alcançar um fim de terminado, procura modificar o

comportamento dos agentes eco nômicos

(produtores, comercian

tes, consumidores) mediante esti-

i


142

DicivSTo

mulos (subsídios, isenções fiscais, tarifas aduaneiras) que tornam relativamente mais ou menos ren táveis certas atividades econômi cas.

Noutras circunstâncias o Es

tado pretende afetar as condições físicas e jurídicas em que se de

I

saneamento,

reflorestamento

etc...

no

Procura

grupos

através

de operações

de

De forma direta o poder público pode proibir os agentes eco-

nômicos de dedicarem-se a de

terminadas atividades, ou desen volvê-las somente até certos li o desempenho

de

uma

Ainda

agindo

certas

magnitudes

econômicas

como ' preços,

quantidades

tais

diretamente

fixa

produzidas, transacionadas, im portadas ou consumidas, substi tuindo

assim, a figura do mer

cado.

A

atuação

do Estado

na

vida

/

econômica, porém, independente mente do sistema político vigen

-r

te, não pode dar resultados tan gíveis, eficazes e positivos se não se

fizer:

a)

em função das necessidades

reais (parciais e gerais);

No caso do Brasil, vejamos co mo se tem dado a intervenção es tatal

c) com absolutíi e equidade;

como se vem comportando o setor público.

obj'otividade

grupos

transportes, no

?

dência econômica;

desenvolvimento da pesquisa, na conservação do solo, no setor de

atividade econômica pelo Estado, em detrimento do setor privado

l

em

e) sem exclusivismos, monopó lios ou privilégios concedidos a

inclui-se

levando

senvolve a atividade econômica e

mites; neste tipo de intervenção

^

critério,

as quantidades decorrentes. Atua, por exemplo, no ensino técnico, no

compra e venda de divisas, opera ções de mercado aberto, etc..

I

com

conta o fenômeno da interdepen

d) com a necessária rapidez, oportunidade e agilidade;

conseguir certos resultados neu tralizando a ação de indivíduos ou

'

I

b-

143

Dicf-Sto Econômico

Econômico

ou pessoas;

Desde

I

f

da II

e

Grande

Guerra, o setor público tem cres cido a taxas ponderáveis: entre 1947-1965. como percentagem do

clusive subsídios e transferências)

de 18% para 31%.

1970 CrS milhões

Desp. Nacional Bruta

204 723 20 512

Desp. de Consumo do Gov. Investimentos do Governo Investimentos das Emp.

tempo.

Os países em via de desenvolvi mento (usando a terminologia atual que procura não gerar com plexos), preocupados em melho rar sua posição, vêm usando a téc nica do planejamento como for--

política

o término

econômica

Itens

tar excessiva burocratização, in terferências danosas e perda de

de

atividade

»

f) com 0 menor número pos sível de organismos, a fim de evi

mulação

na

Produto Interno Bruto a despesa do governo aumentou de 10,7% pa ra 14,2%: a formação bruta de ca pital fixo para entidades públicas de 3,2% para 8%; a carga tribu tária bruta de 14,7% para 25,1% e 0 gasto total do governo (in

-

Investimento Total

Despesas de Consumo priv.

%

Cr$ milhões

100

271 808

100

26 779

9,9 3,9 18,0 21,9 68,2 78,1

10 596 49 012 59 608

78,8 G = 14%

%

10,0 4.0 17,2 21,2

68,8

G = 13,6% Ip = 19%

*

Ip = 21%

econômica.

Embora as primeiras experiências de planejamento global se tenham

8 273 35 168 43 441

1971

I

iniciado na União Soviética, nele

nada há de especificamente socializante. O planejamento glo bal e somente uma nova forma de conceber os métodos de decisão

governamental, subordinando os instrumentos de ação a objetivos econômicos mais amplos, tais co mo: taxa de crescimento do pro duto real e do nível de .emprego; redução das desigualdades regio nais, do desequilíbrio no balanço de pagamentos, política salarial, controle da inflação — que não se encontram sob orientação di reta do Governo. Para tal, valese este dos seguintes instrumentos

de ação: orçamento e legislação econômica geral.

1972

Itens

CrS milhões

Desp. Nacional Bruta Desp. de Cons. do Governo Investimentos

1973

do

Governo

Investimentos das Emp. Investimento Total

%

355 822 34 658 13 884 65 179 79 063

Despesas de Cons. privado

473 181

100

46 190 18 061 89 994 108 054

9,8 3,8 19,0 22,8 67,4 77,2

G = Governo; Ip = Investimento privado

CDados da F. G. V. — Janeiro de 1975)

%

9,7 3,9 18,3 22,2

68,1 77,8

Fonte; Conjuntura Econômica

milhões

100

G = 13,6% Ip = 18,3%

*

CrS

G = 13,6% Ip = 19%

I


142

DicivSTo

mulos (subsídios, isenções fiscais, tarifas aduaneiras) que tornam relativamente mais ou menos ren táveis certas atividades econômi cas.

Noutras circunstâncias o Es

tado pretende afetar as condições físicas e jurídicas em que se de

I

saneamento,

reflorestamento

etc...

no

Procura

grupos

através

de operações

de

De forma direta o poder público pode proibir os agentes eco-

nômicos de dedicarem-se a de

terminadas atividades, ou desen volvê-las somente até certos li o desempenho

de

uma

Ainda

agindo

certas

magnitudes

econômicas

como ' preços,

quantidades

tais

diretamente

fixa

produzidas, transacionadas, im portadas ou consumidas, substi tuindo

assim, a figura do mer

cado.

A

atuação

do Estado

na

vida

/

econômica, porém, independente mente do sistema político vigen

-r

te, não pode dar resultados tan gíveis, eficazes e positivos se não se

fizer:

a)

em função das necessidades

reais (parciais e gerais);

No caso do Brasil, vejamos co mo se tem dado a intervenção es tatal

c) com absolutíi e equidade;

como se vem comportando o setor público.

obj'otividade

grupos

transportes, no

?

dência econômica;

desenvolvimento da pesquisa, na conservação do solo, no setor de

atividade econômica pelo Estado, em detrimento do setor privado

l

em

e) sem exclusivismos, monopó lios ou privilégios concedidos a

inclui-se

levando

senvolve a atividade econômica e

mites; neste tipo de intervenção

^

critério,

as quantidades decorrentes. Atua, por exemplo, no ensino técnico, no

compra e venda de divisas, opera ções de mercado aberto, etc..

I

com

conta o fenômeno da interdepen

d) com a necessária rapidez, oportunidade e agilidade;

conseguir certos resultados neu tralizando a ação de indivíduos ou

'

I

b-

143

Dicf-Sto Econômico

Econômico

ou pessoas;

Desde

I

f

da II

e

Grande

Guerra, o setor público tem cres cido a taxas ponderáveis: entre 1947-1965. como percentagem do

clusive subsídios e transferências)

de 18% para 31%.

1970 CrS milhões

Desp. Nacional Bruta

204 723 20 512

Desp. de Consumo do Gov. Investimentos do Governo Investimentos das Emp.

tempo.

Os países em via de desenvolvi mento (usando a terminologia atual que procura não gerar com plexos), preocupados em melho rar sua posição, vêm usando a téc nica do planejamento como for--

política

o término

econômica

Itens

tar excessiva burocratização, in terferências danosas e perda de

de

atividade

»

f) com 0 menor número pos sível de organismos, a fim de evi

mulação

na

Produto Interno Bruto a despesa do governo aumentou de 10,7% pa ra 14,2%: a formação bruta de ca pital fixo para entidades públicas de 3,2% para 8%; a carga tribu tária bruta de 14,7% para 25,1% e 0 gasto total do governo (in

-

Investimento Total

Despesas de Consumo priv.

%

Cr$ milhões

100

271 808

100

26 779

9,9 3,9 18,0 21,9 68,2 78,1

10 596 49 012 59 608

78,8 G = 14%

%

10,0 4.0 17,2 21,2

68,8

G = 13,6% Ip = 19%

*

Ip = 21%

econômica.

Embora as primeiras experiências de planejamento global se tenham

8 273 35 168 43 441

1971

I

iniciado na União Soviética, nele

nada há de especificamente socializante. O planejamento glo bal e somente uma nova forma de conceber os métodos de decisão

governamental, subordinando os instrumentos de ação a objetivos econômicos mais amplos, tais co mo: taxa de crescimento do pro duto real e do nível de .emprego; redução das desigualdades regio nais, do desequilíbrio no balanço de pagamentos, política salarial, controle da inflação — que não se encontram sob orientação di reta do Governo. Para tal, valese este dos seguintes instrumentos

de ação: orçamento e legislação econômica geral.

1972

Itens

CrS milhões

Desp. Nacional Bruta Desp. de Cons. do Governo Investimentos

1973

do

Governo

Investimentos das Emp. Investimento Total

%

355 822 34 658 13 884 65 179 79 063

Despesas de Cons. privado

473 181

100

46 190 18 061 89 994 108 054

9,8 3,8 19,0 22,8 67,4 77,2

G = Governo; Ip = Investimento privado

CDados da F. G. V. — Janeiro de 1975)

%

9,7 3,9 18,3 22,2

68,1 77,8

Fonte; Conjuntura Econômica

milhões

100

G = 13,6% Ip = 18,3%

*

CrS

G = 13,6% Ip = 19%

I


●T

144

Dicksto Econômico

Esses dados revelam uma cres

cente estatização, representada pelo crescimento do setor público refletindo o aumento das despe

forma

unificada,

destinando-se,

sas governamentais decorrente de

preferencialmente,

causas diversas.

especiais de investimentos, ela borados e revistos periodicamente segundo as diretrizes e prazos de

As despesas de

consumo do governo sofreram um

acréscimo devido, particularmen te, ao desenvolvimento econômico que estaria impondo a necessida de de expansão do setor educa

a

programa*

vigência dos Planos Nacionais de Desenvolvimento

(PND).

cional, de defesa e justiça, bem

Ao Estado Moderno cabe ampa rar todas as categorias sociais, em

como dos demais serviços de con sumo coletivo análogos aos bens

cularmente nas mais

de consumo privado. Quanto à i>olitica de investi mento houve um aumento da for

todas as regiões do país e parti pobres, nu

ma ampliação racional do concei to de previdência social. Ao Mi nistério da Previdência e Assis tência Social compete atuar no

mação de capital na administra

ção centralizada devido, particu

larmente, às autarquias e socieda des .. . de - econômias mistas. A par-

campo Social.

definido da Previdência Com a criação do Conse

lho de Desenvolvimento Econômi

ticipaçao das entidades públicas na formação bruta de capital fixo elevou-5e de cerca de 28% em 1947/56 a cerca de 60%, nos últi

co procura-se assessorar o Presi dente da República na formula ção da política econômica e, em especial, na coordenação das ati

mos anos.

vidades dos Ministérios Interessa

Isso foi decorrência da

construção de obras de infraes

trutura e do papel supletivo em setores em que a tecnologia mo-

derna exige mobilização de grandes capitais.

Mas, qual as normas, ou melhor,

os instrumentos de açao legais de

que se tem valido o Governo Bra sileiro para agir sobre a realidade?

Vários têm sido os setores objeto da regulamentação ou sujeitos .

vidor Público íPASEP), no seu Art. 1.0, determina que tais recur sos passarão a ser aplicados de

estímulos ’e

incentivos.

a

Assim,

por exemplo, o Projeto de Lei Complementar, que dispõe sobre a aplicação dos recursos gerados pelo Programa de Integração So cial (PIS) e pelo Programa de Formação do Patrimônio do Ser-

dos, segundo orientação definida no

PND.

Ao Ministério do Trabalho com

pete orientar o trabalho, a orga nização profissional e sindical, sua fiscalização, o mercado de tra balho, política de emprego, sala rial e de imigração. À Secretaria de Planejamento da Presidência da República incumbe assistir o Presidente da República na coor denação do sistema de planeja mento, orçamento e modernização administrativa, inclusive no cante ao acompanhamento

to da

execução dos planos estatais de desenvolvimento; na coordenação das medidas relativas à política de

'

DickstÒ Econômico desenvolvimento

cial; de

145

econômico

na coordenação desenvolvimento

e

so

ternas »o que respeita às maté

da política científico

e

tecnológico, principalmente em seus aspectos econômico-financeiros.

A Lei n.o 4595 de 31-12-64, que ●fiou o Conselho Monetário Nacio»al e o Banco Central do Brasil,

conferiu atribuições ao colegiado e ao Banco para manejo dos ins trumentos de política econômica, particularmente no setor monetá rio

e

creditício.

O Presidente da República apro vou alterações de critério no Or namento Plurianual de Investi»iento (OPI); no Orçamento Anual para 1975 e no Programa Geral de Dispêndios (PGD) para o período de 1975/77. As Receitas Correntes

da

União

deverão

al-

«ançar Cr$ 260 240 milhões, supe rando quase Cr$ 20 bilhões a es timativa anterior, o que corres ponde a uma elevação de 8%. O Imposto sobre Produtos Industria

lizados (IPI) vem gradativamen te cedendo lugar a outras recei tas. As despesas com Pessoal e Bncargos Sociais que, no exercício de 1973 absorvera 35,8% das Re ceitas Correntes, em 1974, corres pondeu a 38,5% em decorrência do inicio da implantação do Plano de Classificação de Cargos; deve rá sofrer pequeno decréscimo per centual em 1975 e 1976 (37,5% e 37,4%, respectivamente). No setor industrial cabe alcançar a maio ridade em dois setores básicos:

o

siderúrgico e o eletrônico; im põe-se a necessidade de reduzir nossa dependência de fontes ex-

rias-primas. No que se refere ao desenvolvi

mento tecnológico com aplicação especial nos setores industrial, da agropecuária e da infraestrutura impõe-se a necessidade de adotar medidas que induzam as empresas

privadas e públicas, nacionais e estrangeiras, a se engajarem no esforço de elaboração e adapta ção da tecnologia. Instrumentos novos e eficazes deverão ser criados visando im

plantar-se, nas diferentes regiões agrícolas a empresa agrícola com estrutura e comportamento com paráveis à empresa industrial.

Programas como o de integração

Nacional. Proterra. Provale e Pro-

doeste

deverão levar em conta

essa diretriz.

No campo estritamente finan ceiro impõe-se ao Estado cuidar do pronto saneamento e do pau latino e seguro fortalecimento do mercado de capitais; a política de controle monetário e creditício é acompanhada

por

redobrada

atenção dos setores bancários e securitários.

A melhoria da distribuição de renda envolve tempo e racionali dade. O distributivismo facil, via reajuste de salários nominais, está fadado ao fracasso por gerar

tensões inflacionárias; daí toda a

política salaria\ adotada recen temente pelo governo, através da correção da taxa de salário em termos reais e com um acréscimo

pela produtividade. No que diz respeito às desigual dades econômicas regionais, cabe


●T

144

Dicksto Econômico

Esses dados revelam uma cres

cente estatização, representada pelo crescimento do setor público refletindo o aumento das despe

forma

unificada,

destinando-se,

sas governamentais decorrente de

preferencialmente,

causas diversas.

especiais de investimentos, ela borados e revistos periodicamente segundo as diretrizes e prazos de

As despesas de

consumo do governo sofreram um

acréscimo devido, particularmen te, ao desenvolvimento econômico que estaria impondo a necessida de de expansão do setor educa

a

programa*

vigência dos Planos Nacionais de Desenvolvimento

(PND).

cional, de defesa e justiça, bem

Ao Estado Moderno cabe ampa rar todas as categorias sociais, em

como dos demais serviços de con sumo coletivo análogos aos bens

cularmente nas mais

de consumo privado. Quanto à i>olitica de investi mento houve um aumento da for

todas as regiões do país e parti pobres, nu

ma ampliação racional do concei to de previdência social. Ao Mi nistério da Previdência e Assis tência Social compete atuar no

mação de capital na administra

ção centralizada devido, particu

larmente, às autarquias e socieda des .. . de - econômias mistas. A par-

campo Social.

definido da Previdência Com a criação do Conse

lho de Desenvolvimento Econômi

ticipaçao das entidades públicas na formação bruta de capital fixo elevou-5e de cerca de 28% em 1947/56 a cerca de 60%, nos últi

co procura-se assessorar o Presi dente da República na formula ção da política econômica e, em especial, na coordenação das ati

mos anos.

vidades dos Ministérios Interessa

Isso foi decorrência da

construção de obras de infraes

trutura e do papel supletivo em setores em que a tecnologia mo-

derna exige mobilização de grandes capitais.

Mas, qual as normas, ou melhor,

os instrumentos de açao legais de

que se tem valido o Governo Bra sileiro para agir sobre a realidade?

Vários têm sido os setores objeto da regulamentação ou sujeitos .

vidor Público íPASEP), no seu Art. 1.0, determina que tais recur sos passarão a ser aplicados de

estímulos ’e

incentivos.

a

Assim,

por exemplo, o Projeto de Lei Complementar, que dispõe sobre a aplicação dos recursos gerados pelo Programa de Integração So cial (PIS) e pelo Programa de Formação do Patrimônio do Ser-

dos, segundo orientação definida no

PND.

Ao Ministério do Trabalho com

pete orientar o trabalho, a orga nização profissional e sindical, sua fiscalização, o mercado de tra balho, política de emprego, sala rial e de imigração. À Secretaria de Planejamento da Presidência da República incumbe assistir o Presidente da República na coor denação do sistema de planeja mento, orçamento e modernização administrativa, inclusive no cante ao acompanhamento

to da

execução dos planos estatais de desenvolvimento; na coordenação das medidas relativas à política de

'

DickstÒ Econômico desenvolvimento

cial; de

145

econômico

na coordenação desenvolvimento

e

so

ternas »o que respeita às maté

da política científico

e

tecnológico, principalmente em seus aspectos econômico-financeiros.

A Lei n.o 4595 de 31-12-64, que ●fiou o Conselho Monetário Nacio»al e o Banco Central do Brasil,

conferiu atribuições ao colegiado e ao Banco para manejo dos ins trumentos de política econômica, particularmente no setor monetá rio

e

creditício.

O Presidente da República apro vou alterações de critério no Or namento Plurianual de Investi»iento (OPI); no Orçamento Anual para 1975 e no Programa Geral de Dispêndios (PGD) para o período de 1975/77. As Receitas Correntes

da

União

deverão

al-

«ançar Cr$ 260 240 milhões, supe rando quase Cr$ 20 bilhões a es timativa anterior, o que corres ponde a uma elevação de 8%. O Imposto sobre Produtos Industria

lizados (IPI) vem gradativamen te cedendo lugar a outras recei tas. As despesas com Pessoal e Bncargos Sociais que, no exercício de 1973 absorvera 35,8% das Re ceitas Correntes, em 1974, corres pondeu a 38,5% em decorrência do inicio da implantação do Plano de Classificação de Cargos; deve rá sofrer pequeno decréscimo per centual em 1975 e 1976 (37,5% e 37,4%, respectivamente). No setor industrial cabe alcançar a maio ridade em dois setores básicos:

o

siderúrgico e o eletrônico; im põe-se a necessidade de reduzir nossa dependência de fontes ex-

rias-primas. No que se refere ao desenvolvi

mento tecnológico com aplicação especial nos setores industrial, da agropecuária e da infraestrutura impõe-se a necessidade de adotar medidas que induzam as empresas

privadas e públicas, nacionais e estrangeiras, a se engajarem no esforço de elaboração e adapta ção da tecnologia. Instrumentos novos e eficazes deverão ser criados visando im

plantar-se, nas diferentes regiões agrícolas a empresa agrícola com estrutura e comportamento com paráveis à empresa industrial.

Programas como o de integração

Nacional. Proterra. Provale e Pro-

doeste

deverão levar em conta

essa diretriz.

No campo estritamente finan ceiro impõe-se ao Estado cuidar do pronto saneamento e do pau latino e seguro fortalecimento do mercado de capitais; a política de controle monetário e creditício é acompanhada

por

redobrada

atenção dos setores bancários e securitários.

A melhoria da distribuição de renda envolve tempo e racionali dade. O distributivismo facil, via reajuste de salários nominais, está fadado ao fracasso por gerar

tensões inflacionárias; daí toda a

política salaria\ adotada recen temente pelo governo, através da correção da taxa de salário em termos reais e com um acréscimo

pela produtividade. No que diz respeito às desigual dades econômicas regionais, cabe


Dk;kst()

146

aprimorar os mecanismos de uti lização dos incentivos do Imposto sobre a Renda melhorando os cri térios de seleção dos projetos,

adaptando-os às vantagens com parativas de cada região e assegu rando 0 equilíbrio entre a oferta e procura de incentivos. Cabe, também, aperfeiçoar o sistema de distribuição das rendas tributá rias de forma a possibilitar maior equilíbrio nas taxas de desenvol vimento das diversas unidades da

Federação. O Imposto de Circula ção das Mercadorias (ICM) apre sentou maior eficiência em rela ção ao Imposto de Vendas e Con

signações. As normas de combate à infla

> ar

K\P

ção ^3 vêm fazendo sentir, no campo fiscal, numa política de realismo orçamentário; no merca do de trabalho a fixação dos rea justes

do

salário

mínimo

e

dos

salários em negociações coletivas

está sujeita à formula da política 'V

{

'r

iikt

li-i ir

X' 'H'

lí r

salarial. No tocante à política monetária duas medidas básicas vêm sendo tomadas: a) a limita ção da expansão dos meios de pagamento b) a adoção de provi dências administrativas que favo reçam o fiel cumprimento do orça mento monétário. O amplo uso

Econômico

tos desajustes, porém, ocorrem, excesso de decorrentes, uns do

despesa em alguns setores, ou do desnível de certos preços internos e internacionais, o que leva a uma

política

tarifária

de

proteção

a

indústria nacional e a um proces

so de Substituição de importações. Tal conjunto dc atividades exi girá a aplicação de recursos vul tosos que. em algumas circunstànconstitui

cias

investimentos

de

presenta também, não resta dú vida, crescente ingerência do po der público na vida econômica, justificada pelos objetivos ante riores analisados.

No entanto, não deixo de apre

sentar um aspecto discutível: da me.sma forma que a economia de mercado apresenta imperfeições e falhas, a marcante e inadequa da intervenção estatal está eivada de insuficiências e problemas de várias ordens: dificuldades de es tímulo atrofiam a eficácia do goempresário; todo o verno como regime centralizado exige o de-

senvolvimento de uma formidável burocracia para

a transmissão de

informações que envolve custos e ocasiona riscos de emperramento do setor; dada a centralização, os

de ação para se alcançar a esta

erros

nao

bilidade de preços. Verificam-se cortes de crédito a empresas que

se

problema chamado da “rea-

selho

Interministerial

de

Preços

(CIP). Alguns princípios são for mulados para fortalecer e siste matizar a ação do referido Conselho no controle de preços. Cer1

í

K'

147

proporção entre o capital e a mãode-obra é aconselhável a partici

do o setor privado a recorrer ao Estado nos momentos difíceis, e

pação empresarial do governo. Nas

a grande centralização de medi das, bem como a descontinuidadc administrativa, sugerem limita

de “trabalho intensivo” os defei tos da intervenção estatal são in toleráveis. Dai as restrições, em

ções à participação do Estado no setor empresarial que, por certo, serão apresentadas e discutidas

algumas circunstâncias, à ingerên cia do Governo na atividade eco

por competentes especialistas, li gados aos vários setores econô

nômica.

Na experiência brasileira a tra dição paternalista, que tem leva¬

micos.

alta rentabilidade reflexa, induti va a prazo médio ou longo. Re

do crédito seletivo vem sendo ado tado no Brasil como instrumento

desrespeitam os controles do Con

Digesto Econômico

o

são compensados; tsm-

limentação”.

No sistema de mer-

cado esta é provida pela relação “lucro-falência”. A empresa estatal

parece

escapar

quando ineficiente,

à

punição.

Sem

recursos

extras para resolver sua situação deficitária.

Em setores de alta

0-

BRASIL:- A BAYER NO BRASIL — Há 78 anos no País, a Bayer do Brasil Indústrias Químicas tem hoje duas unidades operacionais, uma em São Paulo, bairro do Socorro, e outra em Belfort Roxo, Rio de Janeiro, aiem de duas minas: a Comisa em Campo Formoso (Bahia), e Mibay, em ?an ®na do Parnaíba (São Paulo), além de filiais espalhadas por várias cida e

brasileiras. Na fábrica de Socorro são produzidos desde tuberculostaucus até produtos para serem usados no combate a doenças que °

gado e a lavoura. Na fábrica do Rio de Janeiro, localizada em Be a empresa produz vários tipos de ácidos, materia-pr^a para a o

ção de inseticidas, além de taninos sintéticos, corantes orgaíni os e P dutos auxiliares para a borracha, indústrias têxteis, de pape ® ^ presa vem desenvolvendo novos projetos, visando

dos mercados em expansão e dos centros produto^s ^ mJ^íáKriDesse modo, está construindo na área industrial de Piassaguer , u , . ca para a produção de TDI (di-isocianato de tolueno), materiajinrna basica para a fabricação de espumas de poliuretano, com capaci ^ e ^ i 15 mil t/ano, além da fabriação de outros produtos químicos básicos como o ácido sulfúrico, com capacidade para 140 mil t/ano. Adquiriu, ainda, um

terreno no Centro Industrial de Aratu para a mstalaçao de uma segunda

fábrica de defensivos para a lavoura e inseticidas domesticas, ob]_etivando atender aos consumidores do norte e nordeste. A <^e produção da abrica de Belfort Roxo também sofrerá aumento substancial em sua capa

cidade de produção de dicromatos, ácido crônico, acido ^oridrmo, coran

tes, parathion e ácido sulfúrico. A Bayer participa da Tibras-Titamo do Brasil, que produz diversos tipos de dióxido de titânio, pigmentos utilizados na preparação de tintas e esmaltes; da Brasivil Resinas Sintéticas, que pro duz PVC em Ribeirão Pires, São Paulo; e da Indústria e Comercio Trorion, pioneira no País na produção de espumas de poliuretano.

I


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146

aprimorar os mecanismos de uti lização dos incentivos do Imposto sobre a Renda melhorando os cri térios de seleção dos projetos,

adaptando-os às vantagens com parativas de cada região e assegu rando 0 equilíbrio entre a oferta e procura de incentivos. Cabe, também, aperfeiçoar o sistema de distribuição das rendas tributá rias de forma a possibilitar maior equilíbrio nas taxas de desenvol vimento das diversas unidades da

Federação. O Imposto de Circula ção das Mercadorias (ICM) apre sentou maior eficiência em rela ção ao Imposto de Vendas e Con

signações. As normas de combate à infla

> ar

K\P

ção ^3 vêm fazendo sentir, no campo fiscal, numa política de realismo orçamentário; no merca do de trabalho a fixação dos rea justes

do

salário

mínimo

e

dos

salários em negociações coletivas

está sujeita à formula da política 'V

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li-i ir

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salarial. No tocante à política monetária duas medidas básicas vêm sendo tomadas: a) a limita ção da expansão dos meios de pagamento b) a adoção de provi dências administrativas que favo reçam o fiel cumprimento do orça mento monétário. O amplo uso

Econômico

tos desajustes, porém, ocorrem, excesso de decorrentes, uns do

despesa em alguns setores, ou do desnível de certos preços internos e internacionais, o que leva a uma

política

tarifária

de

proteção

a

indústria nacional e a um proces

so de Substituição de importações. Tal conjunto dc atividades exi girá a aplicação de recursos vul tosos que. em algumas circunstànconstitui

cias

investimentos

de

presenta também, não resta dú vida, crescente ingerência do po der público na vida econômica, justificada pelos objetivos ante riores analisados.

No entanto, não deixo de apre

sentar um aspecto discutível: da me.sma forma que a economia de mercado apresenta imperfeições e falhas, a marcante e inadequa da intervenção estatal está eivada de insuficiências e problemas de várias ordens: dificuldades de es tímulo atrofiam a eficácia do goempresário; todo o verno como regime centralizado exige o de-

senvolvimento de uma formidável burocracia para

a transmissão de

informações que envolve custos e ocasiona riscos de emperramento do setor; dada a centralização, os

de ação para se alcançar a esta

erros

nao

bilidade de preços. Verificam-se cortes de crédito a empresas que

se

problema chamado da “rea-

selho

Interministerial

de

Preços

(CIP). Alguns princípios são for mulados para fortalecer e siste matizar a ação do referido Conselho no controle de preços. Cer1

í

K'

147

proporção entre o capital e a mãode-obra é aconselhável a partici

do o setor privado a recorrer ao Estado nos momentos difíceis, e

pação empresarial do governo. Nas

a grande centralização de medi das, bem como a descontinuidadc administrativa, sugerem limita

de “trabalho intensivo” os defei tos da intervenção estatal são in toleráveis. Dai as restrições, em

ções à participação do Estado no setor empresarial que, por certo, serão apresentadas e discutidas

algumas circunstâncias, à ingerên cia do Governo na atividade eco

por competentes especialistas, li gados aos vários setores econô

nômica.

Na experiência brasileira a tra dição paternalista, que tem leva¬

micos.

alta rentabilidade reflexa, induti va a prazo médio ou longo. Re

do crédito seletivo vem sendo ado tado no Brasil como instrumento

desrespeitam os controles do Con

Digesto Econômico

o

são compensados; tsm-

limentação”.

No sistema de mer-

cado esta é provida pela relação “lucro-falência”. A empresa estatal

parece

escapar

quando ineficiente,

à

punição.

Sem

recursos

extras para resolver sua situação deficitária.

Em setores de alta

0-

BRASIL:- A BAYER NO BRASIL — Há 78 anos no País, a Bayer do Brasil Indústrias Químicas tem hoje duas unidades operacionais, uma em São Paulo, bairro do Socorro, e outra em Belfort Roxo, Rio de Janeiro, aiem de duas minas: a Comisa em Campo Formoso (Bahia), e Mibay, em ?an ®na do Parnaíba (São Paulo), além de filiais espalhadas por várias cida e

brasileiras. Na fábrica de Socorro são produzidos desde tuberculostaucus até produtos para serem usados no combate a doenças que °

gado e a lavoura. Na fábrica do Rio de Janeiro, localizada em Be a empresa produz vários tipos de ácidos, materia-pr^a para a o

ção de inseticidas, além de taninos sintéticos, corantes orgaíni os e P dutos auxiliares para a borracha, indústrias têxteis, de pape ® ^ presa vem desenvolvendo novos projetos, visando

dos mercados em expansão e dos centros produto^s ^ mJ^íáKriDesse modo, está construindo na área industrial de Piassaguer , u , . ca para a produção de TDI (di-isocianato de tolueno), materiajinrna basica para a fabricação de espumas de poliuretano, com capaci ^ e ^ i 15 mil t/ano, além da fabriação de outros produtos químicos básicos como o ácido sulfúrico, com capacidade para 140 mil t/ano. Adquiriu, ainda, um

terreno no Centro Industrial de Aratu para a mstalaçao de uma segunda

fábrica de defensivos para a lavoura e inseticidas domesticas, ob]_etivando atender aos consumidores do norte e nordeste. A <^e produção da abrica de Belfort Roxo também sofrerá aumento substancial em sua capa

cidade de produção de dicromatos, ácido crônico, acido ^oridrmo, coran

tes, parathion e ácido sulfúrico. A Bayer participa da Tibras-Titamo do Brasil, que produz diversos tipos de dióxido de titânio, pigmentos utilizados na preparação de tintas e esmaltes; da Brasivil Resinas Sintéticas, que pro duz PVC em Ribeirão Pires, São Paulo; e da Indústria e Comercio Trorion, pioneira no País na produção de espumas de poliuretano.

I


Dic:i:sto Econômico

148

ESTADOS UNIDOS:- RETALHADORA COMPACTA “COME” LIXO

Á paisagem nas gravuras medicas

A Tri-Paktor Mobile Shredder/Compactor é uma nova unidade co

letora de lixo que “come” plástico, drena líquidos e comprime o lixo. Trata-se do único mecanismo móvel desse tipo encontrado no mercado, capaz de retalhar o lixo, extrair o excesso de líquidos o compactar os componentes sólidos até o ponto de origem. A máquina move-se sobre rodas e é de grande utilidade em hospitais, escolas, hotéis, edifícios de apartamentos e escritórios. O excesso de líquido pode ser drenado para qualquer coletor externo. A máquina “mastiga” vidro, metal, madeira, papelão, papel e possui um volume de redução de até 20 vezes, depen

antigas A. BERNARDES DE OLIVEIRA

As ilustrações dos textos cientí ficos

almejam

dendo do tipo de lixo. o-

desse

papel

nhos

elucidativos em

nuscritos ESTADOS UNIDOS:- NOVA FIBRA SUPERABSORVENTE — Uma

de Hopewell está se desenvolvendo paralelamente às atuais instalaçõe» da companhia para a produção de uma versão do CMC solúvel em água e, segundo os planos da Hercules a nova fábrica deverá entrar em funcionamento no final de 1976. o-

BRASIL:- VEÍCULO INSPIRADO NO BAMBU — José Pyles, fun

cionário da estrada de ferro turística que liga Campos de Jordão a Pin-

damonhangaba, no percurso que faz diariamente para o trabalho^ do cen tro desta última cidade até o balneário Reino das Águas Claras, começou a pensar em como faria um barco dispondo dos outros. Olhando de trem a paisagem, teve a^ idéia de fazê-lo de bambu. “Por ter gomos que po

dem servir como bóias”, diz José Pyles, “o bambu permitiría que o barco

flutuasse bem”. “Mas, apesar dessa virtude inegável do material, Pyles acabaria substituindo-o pelo plástico, conservando, porém, o princípio original. E hoje, tem o protótipo de um barco de 3,95 por l,42m, pesando 69 kg capaz de se transformar numa providencial tábua de salvação no caso de ser destruído. E à espera de alguma irxdústria que queira inves tir na idéia.

encontram-se

dedicados

metria quer

fibra superabsorvente, capaz de comportar 45 vezes o seu peso em água, foi desenvolvida pela Hercules Inc., que iniciou agora a construção de loma instalação de produção de “milhões de libra/ano” em Hopewell, Vir gínia. Quimicamente, a fibra denominada “Aqualon” é uma cai*boximetilcelulose (CMC) biodegradável e insolúvel em água. Sob a forma de

uma fibra (e não em forma de pó como os absorventes CMC anteriores), 0 novo produto pode ser processado em equipamento têxtil convencional para tecidos formados e suas principais aplicações incluem fraldas, pro dutos higiênico-sanitáriose vestimentas médicas. A fibra não libera água sob pressão e, consequentemente, suas aplicações estão limitadas a pro dutos para serem usados uma só vez, como no caso das fraldas. A fábricv

torná-los

mais

acessíveis, encerram um fim di dático. são funcionais. Em busca

dese

velhos ma

arte

7ia

medicina.

quer à geo

à astronomia ou à

astrologia. O recurso expandiu-se com o correr dos anos para alcançar

tram-se

com

mais

relação

aos

padrões

ampla aplicação na atualidade, dado o espirito prático dos livros

vos delicados e belas composiçoes

modernos e a dominante preocu

da quotidiana.

pação

com

0

melhor

aproveita

mento do tempo. O fato de existirem livros mé

nados de gravuras com paisagens, é algo. digno de despertar a aten ção pelo fato de, à primeira vis ta, parecer descabido semelhan

te detalhe em figuras destinadas apenas a esclarecer os textos.

Sóbre o assunto desejamos aqui tecer alguns comentários susci tados pela preliminar pergunta: A paisagem, brotada de súbito e imprevistamente nas figuras da antiga medicina, terá apenas sentido de um mero enfeite?

liberdade

em

clássicos,

aparecem nos seus murais moti com temas da natureza e da vi Justamente célebre é a tumba

o

pista cego. onde se vê. acima da densa vegetação formada pelos papiros

e

canicos com

ninhos

e

elegantes desenhos estilizados de patos em revoada num céu diáfano {La Peinture Égi/ptienne. ovos,

da coleção “Les Grands Siècles de

la Peinture", de Skira. 1954. pg.

68 - 72). Fiq- 1- Esta composição

paisagística possui co;

acha-se

no

cunho místi-

túmulo

r .

de Nakht, com a figura do har

dicos dos séculos XVI a XVIII or I

0 autor. 2jro/essor de medicina du rante quase meio século, faz eru dita incursãx) pelos domínios da

para

acompanhar o espirito do morto lembrando-lhe um dos seus exer

cícios favoritos, a caça. Não se trata de testemunhar à posterida

Para melhor situar a questão seja-nos permitida breve incur são na história da paisagem den

de os hábitos e costumes da cor te faraônica, apenas ressalta da

tro das artes pictóricas. Remota é sua origem. Na se gunda metade do sec. XV a. C.. quando os artistas egipcios mos-

co-religiosa, traduzida pela representação esquemática dos com ponentes do quadro distanciado

pintura tumular a feição mági-


Dic:i:sto Econômico

148

ESTADOS UNIDOS:- RETALHADORA COMPACTA “COME” LIXO

Á paisagem nas gravuras medicas

A Tri-Paktor Mobile Shredder/Compactor é uma nova unidade co

letora de lixo que “come” plástico, drena líquidos e comprime o lixo. Trata-se do único mecanismo móvel desse tipo encontrado no mercado, capaz de retalhar o lixo, extrair o excesso de líquidos o compactar os componentes sólidos até o ponto de origem. A máquina move-se sobre rodas e é de grande utilidade em hospitais, escolas, hotéis, edifícios de apartamentos e escritórios. O excesso de líquido pode ser drenado para qualquer coletor externo. A máquina “mastiga” vidro, metal, madeira, papelão, papel e possui um volume de redução de até 20 vezes, depen

antigas A. BERNARDES DE OLIVEIRA

As ilustrações dos textos cientí ficos

almejam

dendo do tipo de lixo. o-

desse

papel

nhos

elucidativos em

nuscritos ESTADOS UNIDOS:- NOVA FIBRA SUPERABSORVENTE — Uma

de Hopewell está se desenvolvendo paralelamente às atuais instalaçõe» da companhia para a produção de uma versão do CMC solúvel em água e, segundo os planos da Hercules a nova fábrica deverá entrar em funcionamento no final de 1976. o-

BRASIL:- VEÍCULO INSPIRADO NO BAMBU — José Pyles, fun

cionário da estrada de ferro turística que liga Campos de Jordão a Pin-

damonhangaba, no percurso que faz diariamente para o trabalho^ do cen tro desta última cidade até o balneário Reino das Águas Claras, começou a pensar em como faria um barco dispondo dos outros. Olhando de trem a paisagem, teve a^ idéia de fazê-lo de bambu. “Por ter gomos que po

dem servir como bóias”, diz José Pyles, “o bambu permitiría que o barco

flutuasse bem”. “Mas, apesar dessa virtude inegável do material, Pyles acabaria substituindo-o pelo plástico, conservando, porém, o princípio original. E hoje, tem o protótipo de um barco de 3,95 por l,42m, pesando 69 kg capaz de se transformar numa providencial tábua de salvação no caso de ser destruído. E à espera de alguma irxdústria que queira inves tir na idéia.

encontram-se

dedicados

metria quer

fibra superabsorvente, capaz de comportar 45 vezes o seu peso em água, foi desenvolvida pela Hercules Inc., que iniciou agora a construção de loma instalação de produção de “milhões de libra/ano” em Hopewell, Vir gínia. Quimicamente, a fibra denominada “Aqualon” é uma cai*boximetilcelulose (CMC) biodegradável e insolúvel em água. Sob a forma de

uma fibra (e não em forma de pó como os absorventes CMC anteriores), 0 novo produto pode ser processado em equipamento têxtil convencional para tecidos formados e suas principais aplicações incluem fraldas, pro dutos higiênico-sanitáriose vestimentas médicas. A fibra não libera água sob pressão e, consequentemente, suas aplicações estão limitadas a pro dutos para serem usados uma só vez, como no caso das fraldas. A fábricv

torná-los

mais

acessíveis, encerram um fim di dático. são funcionais. Em busca

dese

velhos ma

arte

7ia

medicina.

quer à geo

à astronomia ou à

astrologia. O recurso expandiu-se com o correr dos anos para alcançar

tram-se

com

mais

relação

aos

padrões

ampla aplicação na atualidade, dado o espirito prático dos livros

vos delicados e belas composiçoes

modernos e a dominante preocu

da quotidiana.

pação

com

0

melhor

aproveita

mento do tempo. O fato de existirem livros mé

nados de gravuras com paisagens, é algo. digno de despertar a aten ção pelo fato de, à primeira vis ta, parecer descabido semelhan

te detalhe em figuras destinadas apenas a esclarecer os textos.

Sóbre o assunto desejamos aqui tecer alguns comentários susci tados pela preliminar pergunta: A paisagem, brotada de súbito e imprevistamente nas figuras da antiga medicina, terá apenas sentido de um mero enfeite?

liberdade

em

clássicos,

aparecem nos seus murais moti com temas da natureza e da vi Justamente célebre é a tumba

o

pista cego. onde se vê. acima da densa vegetação formada pelos papiros

e

canicos com

ninhos

e

elegantes desenhos estilizados de patos em revoada num céu diáfano {La Peinture Égi/ptienne. ovos,

da coleção “Les Grands Siècles de

la Peinture", de Skira. 1954. pg.

68 - 72). Fiq- 1- Esta composição

paisagística possui co;

acha-se

no

cunho místi-

túmulo

r .

de Nakht, com a figura do har

dicos dos séculos XVI a XVIII or I

0 autor. 2jro/essor de medicina du rante quase meio século, faz eru dita incursãx) pelos domínios da

para

acompanhar o espirito do morto lembrando-lhe um dos seus exer

cícios favoritos, a caça. Não se trata de testemunhar à posterida

Para melhor situar a questão seja-nos permitida breve incur são na história da paisagem den

de os hábitos e costumes da cor te faraônica, apenas ressalta da

tro das artes pictóricas. Remota é sua origem. Na se gunda metade do sec. XV a. C.. quando os artistas egipcios mos-

co-religiosa, traduzida pela representação esquemática dos com ponentes do quadro distanciado

pintura tumular a feição mági-


Dicksto

150

da imagem natural, mas rico em significado simbólico. Ainda

com sentido

oculto mas

agora inspirado nas convicções filosóficas, é o que encontramos nas paisagens chinesas que sur giram no período Tsoung Ping iLa Peinture Chinoise, da cole-

Econômk t>

pintura filósofo

linha para os olhos do maoista a riqueza plás

tica real

da densa floresta,

caudaloso,

das

colinas

e

do

Dicesto Econômico

lõl

rio

monta

nhas imponentes. A paisagem era. então, uma síntese vista sob luz de um sentimento filosófico in

tenso. Concepção por muitos séculos

1

prevalecente c ainda hoje

I /*

Aílribué à Kou K'ai-tche (né veis 345), copie du XIF

XIII® siècle: La nymphe de la rivière Lo. Section d'um rouleau horizontal — H, 24 cm.). 'Washingíon. Freer Gallery of Art. Figura 2 ●

70. Landscape. Wall-painting. From íhe firsi century A. D. Home, Villa Albani Figura 3

Chasse aux oiseaux. détail — Thère, tombo de Nalchi (n.^ 52) Figura 1 i‘

ção

"Les Tresors

de

VArt"

de

Skira, 1960, pg. 27). A pintura de A ninfa do rio Lo é formada de imagens 2) apoiar-se no raizes vão cujas nominada

(Fig.

taoismo.

e

colinas

Rochedos, não

árvores,

mantêm

entre

rios

si

relações de proporções nem de es

paço, sugerem apenas a idéia do concerto universal do homem com o cosmo. Feita no sec. IV essa ._»Ék

com

efeitos sobre

modernos

pin

tores.

Murais de Pompéia e da antiga Roma exibem algumas belas pai sagens onde é realçada a vida idilica dos campos e o deleite das atividades agro-pastoris. Tal co mo fez Augusto que para incen tivar a vida campestre encomen

dou a Virgílio um poema cheio de sedução — as geórgicas — assim


Dicksto

150

da imagem natural, mas rico em significado simbólico. Ainda

com sentido

oculto mas

agora inspirado nas convicções filosóficas, é o que encontramos nas paisagens chinesas que sur giram no período Tsoung Ping iLa Peinture Chinoise, da cole-

Econômk t>

pintura filósofo

linha para os olhos do maoista a riqueza plás

tica real

da densa floresta,

caudaloso,

das

colinas

e

do

Dicesto Econômico

lõl

rio

monta

nhas imponentes. A paisagem era. então, uma síntese vista sob luz de um sentimento filosófico in

tenso. Concepção por muitos séculos

1

prevalecente c ainda hoje

I /*

Aílribué à Kou K'ai-tche (né veis 345), copie du XIF

XIII® siècle: La nymphe de la rivière Lo. Section d'um rouleau horizontal — H, 24 cm.). 'Washingíon. Freer Gallery of Art. Figura 2 ●

70. Landscape. Wall-painting. From íhe firsi century A. D. Home, Villa Albani Figura 3

Chasse aux oiseaux. détail — Thère, tombo de Nalchi (n.^ 52) Figura 1 i‘

ção

"Les Tresors

de

VArt"

de

Skira, 1960, pg. 27). A pintura de A ninfa do rio Lo é formada de imagens 2) apoiar-se no raizes vão cujas nominada

(Fig.

taoismo.

e

colinas

Rochedos, não

árvores,

mantêm

entre

rios

si

relações de proporções nem de es

paço, sugerem apenas a idéia do concerto universal do homem com o cosmo. Feita no sec. IV essa ._»Ék

com

efeitos sobre

modernos

pin

tores.

Murais de Pompéia e da antiga Roma exibem algumas belas pai sagens onde é realçada a vida idilica dos campos e o deleite das atividades agro-pastoris. Tal co mo fez Augusto que para incen tivar a vida campestre encomen

dou a Virgílio um poema cheio de sedução — as geórgicas — assim


Dic:k-sto

152

EcoNüMrco

I

Dighsto

153

Ecü.sò.mico

O mural proporções das gentes, da Vila Albina, em Roma, sec. I, é bom exemplo desse tipo de pai sagem. Ai estão pastores, gado, árvores, templos, rios e barcos, e. ao longe, a cidade. Não há pro priamente perspectiva a não ser pelas dimensões relativas das fi-

s.

religiosas com as figuras sacras em lugar de honra, seja em tex tos leigos onde se destacam os se nhores feudais com seus caste los e domínios. Destinados a ba

rões e potentados esses preciosos manuscritos participam do re quinte e da riqueza dos ambien-

■V

.A.’

->

-6^

r

!.

/.

í O

Figura 4

também as paisagens rurais desépoca poderão conter um idên

sa

tico

apelo.

O tema

paisagístico

destaca-se como centro da com posição e escapa da subalterna

posição de enquadrar figuras hu manas ou ocupar fundos vazios ou neutros. Embora fantasiosa a

paisagem adquire foros de assun¬

to diferenciado. Encerrando preito de gratidão pelas benesses da terra ou dotada da força de um convite

ao

trato

das

coisas

do

campo, a paisagem romana trans mite uma mensagem de conota ção sócio-econômica — o retorno à terra em detrimento das lides bélicas, para onde iam largas

guras, germe da representação do relevo. Fig. 3.

Perseguindo a evolução da pai sagem na pintura vamos encon trá-la ricamente expandida nas miniaturas

dos

manuscritos

me

dievais. Quase sempre formam o fundo decorado, seja para cenas

tes

onde

serão

conservados. A

arte da iluminura é, por isso, no bre, esmerada, cheia de ouro e de vivas cores. Raramente a pai

sagem importa; dela nada mais se pede além do papel de segun do plano decorativo e atraente. No entanto, é na arte da ilumi-


Dic:k-sto

152

EcoNüMrco

I

Dighsto

153

Ecü.sò.mico

O mural proporções das gentes, da Vila Albina, em Roma, sec. I, é bom exemplo desse tipo de pai sagem. Ai estão pastores, gado, árvores, templos, rios e barcos, e. ao longe, a cidade. Não há pro priamente perspectiva a não ser pelas dimensões relativas das fi-

s.

religiosas com as figuras sacras em lugar de honra, seja em tex tos leigos onde se destacam os se nhores feudais com seus caste los e domínios. Destinados a ba

rões e potentados esses preciosos manuscritos participam do re quinte e da riqueza dos ambien-

■V

.A.’

->

-6^

r

!.

/.

í O

Figura 4

também as paisagens rurais desépoca poderão conter um idên

sa

tico

apelo.

O tema

paisagístico

destaca-se como centro da com posição e escapa da subalterna

posição de enquadrar figuras hu manas ou ocupar fundos vazios ou neutros. Embora fantasiosa a

paisagem adquire foros de assun¬

to diferenciado. Encerrando preito de gratidão pelas benesses da terra ou dotada da força de um convite

ao

trato

das

coisas

do

campo, a paisagem romana trans mite uma mensagem de conota ção sócio-econômica — o retorno à terra em detrimento das lides bélicas, para onde iam largas

guras, germe da representação do relevo. Fig. 3.

Perseguindo a evolução da pai sagem na pintura vamos encon trá-la ricamente expandida nas miniaturas

dos

manuscritos

me

dievais. Quase sempre formam o fundo decorado, seja para cenas

tes

onde

serão

conservados. A

arte da iluminura é, por isso, no bre, esmerada, cheia de ouro e de vivas cores. Raramente a pai

sagem importa; dela nada mais se pede além do papel de segun do plano decorativo e atraente. No entanto, é na arte da ilumi-


Dicíusto Econômico

154

nura onde se vai encontrar talvez

a primeira representação da na tureza na pintura francesa: tra ta-se texto

da miniatura que oma o das obras de Aristóteles

equanime participação de todos em prol de uma vida comunitária mais feliz. Há notável esponta neidade na composição criada pe la imaginação do artista não de

onde se acham dispostos com gra

todo alheio aos segredos ainda não desvendados da perspectiva, como bem demonstra a projeção das sombras das portas e jane las da casa ao fundo. Embora se

ça e precisão seus componentes

possa admitir uma mensagem ai

traduzidas por Nicole Oresme e da lavra de iluminador da Escola de Paris (sec. XTV). A miniatura

(Fig. 4) representa uma paisagem

lo5

Dioesk) Econômico

I

lí?"

t fv.

Figura 7 !<

Figura <

7 ●

peculiares

camponeses,

animais

no trabalho do arado e do trans

ifi;

porte, rebanhos com o cão pas

'A

tor, a lavoura e a casa

de sede.

Essa paisagem possui especial in teresse por ter o título de “Bonne Démocratie., cuja justificativa o .(P*

artista

V

religiosos e leigos reunidos em de

fl‘

<

fornece

com

o

grupo

de

contida a pureza de concepção natural é tão destacada que jus to será considerá-la como a pri meira paisagem francesa, confor me sugere Delaissé (Miniatures Mediévales, Ed. des Deux-Mondes, Genebra, 1959, pg. 72). Nesta

bate aberto acerca da boa condu

altura da sua evolução

a paisa gem está envolta pelo sentido da

ta dos negócios agrários, com a

propaganda.

8


Dicíusto Econômico

154

nura onde se vai encontrar talvez

a primeira representação da na tureza na pintura francesa: tra ta-se texto

da miniatura que oma o das obras de Aristóteles

equanime participação de todos em prol de uma vida comunitária mais feliz. Há notável esponta neidade na composição criada pe la imaginação do artista não de

onde se acham dispostos com gra

todo alheio aos segredos ainda não desvendados da perspectiva, como bem demonstra a projeção das sombras das portas e jane las da casa ao fundo. Embora se

ça e precisão seus componentes

possa admitir uma mensagem ai

traduzidas por Nicole Oresme e da lavra de iluminador da Escola de Paris (sec. XTV). A miniatura

(Fig. 4) representa uma paisagem

lo5

Dioesk) Econômico

I

lí?"

t fv.

Figura 7 !<

Figura <

7 ●

peculiares

camponeses,

animais

no trabalho do arado e do trans

ifi;

porte, rebanhos com o cão pas

'A

tor, a lavoura e a casa

de sede.

Essa paisagem possui especial in teresse por ter o título de “Bonne Démocratie., cuja justificativa o .(P*

artista

V

religiosos e leigos reunidos em de

fl‘

<

fornece

com

o

grupo

de

contida a pureza de concepção natural é tão destacada que jus to será considerá-la como a pri meira paisagem francesa, confor me sugere Delaissé (Miniatures Mediévales, Ed. des Deux-Mondes, Genebra, 1959, pg. 72). Nesta

bate aberto acerca da boa condu

altura da sua evolução

a paisa gem está envolta pelo sentido da

ta dos negócios agrários, com a

propaganda.

8


Dic;ksic»

156

Até agora as paisagens são pin tadas

dentro

dos .estúdios

como

fruto da criatividade fustigada pela observação da natureza e submetida

aos

da sensibilidade

ci é disso clássico exemplo

se na

trabalhava

ao ar livre.

gens

recomendadas

pelos mes

(Lio-

Fittura ... scritta da Rafaelle Du Fresne. Giacomo Langlois, Pari-

)

da

arte.

entre

demia de Veneza. Fig. 7. análise do quadro ouçamos

Tratado de la Pintura y dei PaiPeladan. saje Sombra y Luz

240) :

diz Gombrich “Na

(loc. cit.

estranha

luz

de

vem personagens — não apenas como um fundo; por seu próprio mérito, como o verdadeiro tema do quadro, lá está.” Ao apreciar

como existe hoje em dia e pode ser

visto,

conforme

o testemu

nho de Gombrich (The Story of Art. The Phaidon Press, London, 1950, pg. 175-176). A paisagem tem então um valor documental; serve para designar um local; re trata um aspecto da região na época; marca, por fim, a liberta ção do artista em relação aos câ nones de classicismo reinante.

Muito tardou para que outros seguissem a trilha aberta por Wintz.

A barreira da autoridade

magistral era difícil de transpor. Na época quem o acompanhou foi

"ícones

Anatomicae”.

Iliis-

discípu

de Ticiano.

2) Casserius, J. — De humani corporis fabrica, Merian, Frank furt, 1632. Figuras desenhadas

Figura 9

\

Tab.I.-

raios

quando vamos nos deparar com a primeira paisagem tirada do na

quer, mas o de Genebra, com o

tulo

trador Stephan Kalkar. lo

Para o que pg. 239-

e

maciço do Monte Salève atrás, tal

De humani

ou

Joaquin Gil, Buenos Aires, 1944). Em pleno Renascimento é

1444, do Museu de Genebra (Fig. 5J. O lago no segundo plano des se quadro não é um lago qual y

história

Vesalius. A.

tros, com um quadro célebre. "A Tempestade”, circo. 1508. da Aca

gi, 1651; e, Leonardo da Vinci —

tural no quadro de Conrad Wintz,

1)

157

Qor})Oris fabrica, J. Oporini, Ba siléia, 1543. edição feita com as xilogravuras originais sob o ti

Gallery de Londres", uma vista tirada da campina toscana. Fig. 6.

tres. O texto de Leonardo da Vin-

não

Basta atentar às formulas e pre ceitos para a feitura das paisa

nardo da Vinci — Trattato delia

\

Antonio Pollaiuolo (1429 1498) ao colocar no seu famoso "O Mar tírio de S. Sebastião “National

Contudo só cm Giorgione (1478 - 1510) assume a paisagem sua plena valorização como tema pic tórico. Esse artista, a quem ape nas cinco quadros podem com certeza ser atribuidos. projetou-

tista

r

remanejamentos individual. O ar-

Djciíisto Econômico

Econômico

trovões

ce

a

da

tempestade

paisagem

onde

aparese

mo-

mos a tela sentimos a terra, as árvores, a luz, o ar e as nuvens.

r

as figuras humanas com casas e pontes, num todo que exprime a realidade da própria natureza, diz

Gombrich.

que

prossegue:

“Desde então a pintura deixou de ser tão somente desenho colori do. Tornou-se uma arte com seus

segredos e recursos”. Aproximamo-nos. assim. dos tempos em que surgem as ilustra ções dos livros médicos inicialmen te aludidos no inicio desta exposi ção. Dando por encerradas as divagações preliminares, passemos, sem mais delongas, ao assunto.

Pela ordem cronológica citare mos exemplos tirados diretamen te dos .seguintes livros:

1


Dic;ksic»

156

Até agora as paisagens são pin tadas

dentro

dos .estúdios

como

fruto da criatividade fustigada pela observação da natureza e submetida

aos

da sensibilidade

ci é disso clássico exemplo

se na

trabalhava

ao ar livre.

gens

recomendadas

pelos mes

(Lio-

Fittura ... scritta da Rafaelle Du Fresne. Giacomo Langlois, Pari-

)

da

arte.

entre

demia de Veneza. Fig. 7. análise do quadro ouçamos

Tratado de la Pintura y dei PaiPeladan. saje Sombra y Luz

240) :

diz Gombrich “Na

(loc. cit.

estranha

luz

de

vem personagens — não apenas como um fundo; por seu próprio mérito, como o verdadeiro tema do quadro, lá está.” Ao apreciar

como existe hoje em dia e pode ser

visto,

conforme

o testemu

nho de Gombrich (The Story of Art. The Phaidon Press, London, 1950, pg. 175-176). A paisagem tem então um valor documental; serve para designar um local; re trata um aspecto da região na época; marca, por fim, a liberta ção do artista em relação aos câ nones de classicismo reinante.

Muito tardou para que outros seguissem a trilha aberta por Wintz.

A barreira da autoridade

magistral era difícil de transpor. Na época quem o acompanhou foi

"ícones

Anatomicae”.

Iliis-

discípu

de Ticiano.

2) Casserius, J. — De humani corporis fabrica, Merian, Frank furt, 1632. Figuras desenhadas

Figura 9

\

Tab.I.-

raios

quando vamos nos deparar com a primeira paisagem tirada do na

quer, mas o de Genebra, com o

tulo

trador Stephan Kalkar. lo

Para o que pg. 239-

e

maciço do Monte Salève atrás, tal

De humani

ou

Joaquin Gil, Buenos Aires, 1944). Em pleno Renascimento é

1444, do Museu de Genebra (Fig. 5J. O lago no segundo plano des se quadro não é um lago qual y

história

Vesalius. A.

tros, com um quadro célebre. "A Tempestade”, circo. 1508. da Aca

gi, 1651; e, Leonardo da Vinci —

tural no quadro de Conrad Wintz,

1)

157

Qor})Oris fabrica, J. Oporini, Ba siléia, 1543. edição feita com as xilogravuras originais sob o ti

Gallery de Londres", uma vista tirada da campina toscana. Fig. 6.

tres. O texto de Leonardo da Vin-

não

Basta atentar às formulas e pre ceitos para a feitura das paisa

nardo da Vinci — Trattato delia

\

Antonio Pollaiuolo (1429 1498) ao colocar no seu famoso "O Mar tírio de S. Sebastião “National

Contudo só cm Giorgione (1478 - 1510) assume a paisagem sua plena valorização como tema pic tórico. Esse artista, a quem ape nas cinco quadros podem com certeza ser atribuidos. projetou-

tista

r

remanejamentos individual. O ar-

Djciíisto Econômico

Econômico

trovões

ce

a

da

tempestade

paisagem

onde

aparese

mo-

mos a tela sentimos a terra, as árvores, a luz, o ar e as nuvens.

r

as figuras humanas com casas e pontes, num todo que exprime a realidade da própria natureza, diz

Gombrich.

que

prossegue:

“Desde então a pintura deixou de ser tão somente desenho colori do. Tornou-se uma arte com seus

segredos e recursos”. Aproximamo-nos. assim. dos tempos em que surgem as ilustra ções dos livros médicos inicialmen te aludidos no inicio desta exposi ção. Dando por encerradas as divagações preliminares, passemos, sem mais delongas, ao assunto.

Pela ordem cronológica citare mos exemplos tirados diretamen te dos .seguintes livros:

1


Dk;ksto Econômico

158

de Giovanni Battista Cremonini e de Jacobo Robusti, o Tintoret-

lhante riqueza de execução e a projeção do autor, discípulo de Ticiano. eram condições dignas de

to.

atrair a

por

Odoardo Gravuras

Fialetti, discípulo em

cobre

de

Fran-

Tables of

Skeleton

John

and

Muscles.

and

Paul Knapton, London, 1749. Figu ras desenhadas e gravadas em co-

r

atenção

dos amantes

cesco Valegio. 3) Albinus, B.S.

dos curiosos e

da arte. Estudando-

as com 0 devido cuidado foi que Willy Wiegand (in Three Vesaliaii Essai/s, The Macmillan C.o. New York. 1952. pg. 27-42) pôde

'

i?‘

I <

f]

bre por Jan Vandelaer, de Leyden, discípulo de Folkema, van der Gouwen e Gerard de Lairesse.

As planchas miológicas da ana tomia de Vesalio, afora seu valor

artístico e perfeição morfológica, acham-se ornamentadas com pai

sagens

notáveis

pelos

detalhes

e elegância dos contornos. Seme-

-

..

comprovar dois achados surpre endentes, a saber: Primeiro, as paisagens formavam uma larga vista panorâmica, quando as planchas eram dispostas uma ao lado da outra em ordem numérica

decrescente. Segundo, foi possí vel identificar detalhes que de nunciaram seguramente ter o ar-

Dicksto Econômico

159


Dk;ksto Econômico

158

de Giovanni Battista Cremonini e de Jacobo Robusti, o Tintoret-

lhante riqueza de execução e a projeção do autor, discípulo de Ticiano. eram condições dignas de

to.

atrair a

por

Odoardo Gravuras

Fialetti, discípulo em

cobre

de

Fran-

Tables of

Skeleton

John

and

Muscles.

and

Paul Knapton, London, 1749. Figu ras desenhadas e gravadas em co-

r

atenção

dos amantes

cesco Valegio. 3) Albinus, B.S.

dos curiosos e

da arte. Estudando-

as com 0 devido cuidado foi que Willy Wiegand (in Three Vesaliaii Essai/s, The Macmillan C.o. New York. 1952. pg. 27-42) pôde

'

i?‘

I <

f]

bre por Jan Vandelaer, de Leyden, discípulo de Folkema, van der Gouwen e Gerard de Lairesse.

As planchas miológicas da ana tomia de Vesalio, afora seu valor

artístico e perfeição morfológica, acham-se ornamentadas com pai

sagens

notáveis

pelos

detalhes

e elegância dos contornos. Seme-

-

..

comprovar dois achados surpre endentes, a saber: Primeiro, as paisagens formavam uma larga vista panorâmica, quando as planchas eram dispostas uma ao lado da outra em ordem numérica

decrescente. Segundo, foi possí vel identificar detalhes que de nunciaram seguramente ter o ar-

Dicksto Econômico

159


lO

160

161

Dicksto Econômico

Econümic»

gens dos fundos envolvendo as fi

iV

guras

humanas

como

que

para

integrá-las no seu seio. A Fig. 9. em

tamanho

natural,

tem

seu

canto inferior ampliado para me

I

lhor

mostrar

ção

e a

(Fig. 10/.

a

finura

beleza Com

de

o mesmo

tão ampliadas cenas de planchas (Fig. 11).

í'

execu

da composição fito

es

outras

As imagens anatômicas de Albinus são surpreendentes por se acharem embrenhadas em plena selva, onde não falta sequer um rinoceronte. O livro é um pesado in-folio com estampas de página inteira, verdadeiras obras de ar te. (Figs. 12 e 13).

da apresentação Depois resta-nos exemplos acima,

ponder a pergunta geradora des-

4

Il|

t

1^/

í

«

/

,1

Fijura 12

tista se valido dos aspectos da re gião de Pádua, cidade em cuja Universidade

Vesálio

lecionara

anatomia. A Fig. 8 demonstra claramente o fato pela compara

ção dos arredores atuais de Pá dua e as semelhanças com parti cularidades das gravuras. O livro de Cassério é, com mui ta razão, considerado um dos maia belos da história da anatomia.

Os

-*

s

personagens sõo de incomum gra ciosidade e possuem um caráter de participação ativa tão realista que simulam impressionantes for mas vivas. Como a Fig. 9 beix mostra, a preparação anatômica

V) u I t

i

é exibida com dignidade e atitu de sugestiva de um mártir vo luntário

em

benefício

da

ciência.

Ao lado desse aspecto profunda mente romântico, há as paisa-

dos res-

l


lO

160

161

Dicksto Econômico

Econümic»

gens dos fundos envolvendo as fi

iV

guras

humanas

como

que

para

integrá-las no seu seio. A Fig. 9. em

tamanho

natural,

tem

seu

canto inferior ampliado para me

I

lhor

mostrar

ção

e a

(Fig. 10/.

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finura

beleza Com

de

o mesmo

tão ampliadas cenas de planchas (Fig. 11).

í'

execu

da composição fito

es

outras

As imagens anatômicas de Albinus são surpreendentes por se acharem embrenhadas em plena selva, onde não falta sequer um rinoceronte. O livro é um pesado in-folio com estampas de página inteira, verdadeiras obras de ar te. (Figs. 12 e 13).

da apresentação Depois resta-nos exemplos acima,

ponder a pergunta geradora des-

4

Il|

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,1

Fijura 12

tista se valido dos aspectos da re gião de Pádua, cidade em cuja Universidade

Vesálio

lecionara

anatomia. A Fig. 8 demonstra claramente o fato pela compara

ção dos arredores atuais de Pá dua e as semelhanças com parti cularidades das gravuras. O livro de Cassério é, com mui ta razão, considerado um dos maia belos da história da anatomia.

Os

-*

s

personagens sõo de incomum gra ciosidade e possuem um caráter de participação ativa tão realista que simulam impressionantes for mas vivas. Como a Fig. 9 beix mostra, a preparação anatômica

V) u I t

i

é exibida com dignidade e atitu de sugestiva de um mártir vo luntário

em

benefício

da

ciência.

Ao lado desse aspecto profunda mente romântico, há as paisa-

dos res-

l


162

te

DIoesto Econômico

debate:

São meros ornatos as

paisagens destas planclias? A es ta acrescentamos, agora, mais ou tra questão: Nelas ter-se-á feito sentir algumas das influências atuantes nas paisagens antigas?

mesmo conhecido as paisagens das diversas épocas e autores, apenas pretendemos propor a existência de certos impulsos pro fundos semelhantes e que de al

Sem imaginar tenham os artis tas das figuras anatômicas ne

guma forma agiram tanto num como noutro caso. Um quadro auto-explicativo poderá melhor

cessariamente

traduzir nosso pensamento.

se

inspirado

ou

O EXECUTIVO E A TECNOCRÁCIA TERCIO SAMPAIO FERRAZ JUNIOR

A

S

atuais

manifestações

em

torno das propostas de ins titucionalização de um poder moderador representado pe las Forças Armadas, embora

tenham alcançado o nível de de bates do Congresso Nacional, não parecem despertar muito entu siasmo como solução ao chamado impasse institucional brasileiro. Já se falou, pejorativamente, em "soluções

cerebrinas”,

tiradas

um colete jurídico qualquer.

da Faculdade de Direito

da

Uni

versidade de São Paulo, e "mag na

cum

lapide”

Gutenherg,

da

Universidade

de Mainz, Alemanha Federal.

de

vel do Judiciário.

anatômica

poderes e é dele que trata este

China

Filosófico-religiosa

Roma

Sócio-econômica

o

Medieval

Propagandista

o

o

Cassério

o tema da chamada divisão dos

A teoria clássica da divisão dos poderes em Legislativo, Execu tivo e Judiciário foi construidd com um claro acento anti-hierár quico. Sua finalidade básica era explodir a concepção monobloco

do poder político, que fazia residir

a soberania na figura convergente una e suprema de um único so

religiosa e/ou política Renascimento

berano. Vesálio

Dividindo-se

o

poder,

pensava-se, era possível garantir

Albino

te legitima no plano do Executivo e fortemente neutralizada no ní Nos

quadros

ideológicos

do

chamado Estado de Direito, a neu

tralização do Judiciário era uma peça

chave na efetivação do prin-

cípio da divisão dos poderes, A relação de equilíbrio e reciproci dade que devia existir entre eles exigia uma força capaz de controlá-los de um modo isento de paixoes.

Neste sentido falava Mon-

tesquieu do Judiciário como um poder de certo modo nulo. mas constituía, não obstante, a que

uma progressiva separaçao entre

mais alta

cia, estabelecer condições para a

nos contudo, reconhecer que, de todas de fundar o equi as tentativas

política e direito e, em consequên

documental

Artística pura

jj/p/essor

propostas, a questão fere de perto

Mágico-religiosa

Giorgione e seguidores

é

Presença na paisagem

Egito

(Wintz — Pollauiollo)

autor

Já se

artigo.

Naturalista —

O

assistente de Filosofia do Direito

didos. regulava-se. no fundo, a 'influência da política na admi nistração, vista como legitima no âmbito do Legislativo, parcialmen

— Sentido profundo da paisagem —

Mensagem oculta

política.

disse também ser preferível um poder moderado a um moderador, numa evidente sugestão de que o poder moderador seria essencial mente uma espécie de super-poder. Sem entrar nos detalhes das

QUADRO SINÓTICO

Época, lugar ou criador

Reflexões em torno de poderes e da posição dos técnicos na esfera

salvaguarda

dos

direitos funda-

mentais do cidadão.

Em nome do

equilíbrio entre os poderes divi-

autoridade nos goverÉ possivel. constitucionais,

líbrio dos poderes numa neutrali-


162

te

DIoesto Econômico

debate:

São meros ornatos as

paisagens destas planclias? A es ta acrescentamos, agora, mais ou tra questão: Nelas ter-se-á feito sentir algumas das influências atuantes nas paisagens antigas?

mesmo conhecido as paisagens das diversas épocas e autores, apenas pretendemos propor a existência de certos impulsos pro fundos semelhantes e que de al

Sem imaginar tenham os artis tas das figuras anatômicas ne

guma forma agiram tanto num como noutro caso. Um quadro auto-explicativo poderá melhor

cessariamente

traduzir nosso pensamento.

se

inspirado

ou

O EXECUTIVO E A TECNOCRÁCIA TERCIO SAMPAIO FERRAZ JUNIOR

A

S

atuais

manifestações

em

torno das propostas de ins titucionalização de um poder moderador representado pe las Forças Armadas, embora

tenham alcançado o nível de de bates do Congresso Nacional, não parecem despertar muito entu siasmo como solução ao chamado impasse institucional brasileiro. Já se falou, pejorativamente, em "soluções

cerebrinas”,

tiradas

um colete jurídico qualquer.

da Faculdade de Direito

da

Uni

versidade de São Paulo, e "mag na

cum

lapide”

Gutenherg,

da

Universidade

de Mainz, Alemanha Federal.

de

vel do Judiciário.

anatômica

poderes e é dele que trata este

China

Filosófico-religiosa

Roma

Sócio-econômica

o

Medieval

Propagandista

o

o

Cassério

o tema da chamada divisão dos

A teoria clássica da divisão dos poderes em Legislativo, Execu tivo e Judiciário foi construidd com um claro acento anti-hierár quico. Sua finalidade básica era explodir a concepção monobloco

do poder político, que fazia residir

a soberania na figura convergente una e suprema de um único so

religiosa e/ou política Renascimento

berano. Vesálio

Dividindo-se

o

poder,

pensava-se, era possível garantir

Albino

te legitima no plano do Executivo e fortemente neutralizada no ní Nos

quadros

ideológicos

do

chamado Estado de Direito, a neu

tralização do Judiciário era uma peça

chave na efetivação do prin-

cípio da divisão dos poderes, A relação de equilíbrio e reciproci dade que devia existir entre eles exigia uma força capaz de controlá-los de um modo isento de paixoes.

Neste sentido falava Mon-

tesquieu do Judiciário como um poder de certo modo nulo. mas constituía, não obstante, a que

uma progressiva separaçao entre

mais alta

cia, estabelecer condições para a

nos contudo, reconhecer que, de todas de fundar o equi as tentativas

política e direito e, em consequên

documental

Artística pura

jj/p/essor

propostas, a questão fere de perto

Mágico-religiosa

Giorgione e seguidores

é

Presença na paisagem

Egito

(Wintz — Pollauiollo)

autor

Já se

artigo.

Naturalista —

O

assistente de Filosofia do Direito

didos. regulava-se. no fundo, a 'influência da política na admi nistração, vista como legitima no âmbito do Legislativo, parcialmen

— Sentido profundo da paisagem —

Mensagem oculta

política.

disse também ser preferível um poder moderado a um moderador, numa evidente sugestão de que o poder moderador seria essencial mente uma espécie de super-poder. Sem entrar nos detalhes das

QUADRO SINÓTICO

Época, lugar ou criador

Reflexões em torno de poderes e da posição dos técnicos na esfera

salvaguarda

dos

direitos funda-

mentais do cidadão.

Em nome do

equilíbrio entre os poderes divi-

autoridade nos goverÉ possivel. constitucionais,

líbrio dos poderes numa neutrali-


;rirt

" Dicksto Econômico

Dioksk) Ecx)nòmico '

zaçao deste tipo. somente uma — a Revolução Americana — foi bem sucedida. Com todos os percalços, ela conseguiu até hoje o estabele cimento de um organismo políti co que, até certo ponto, prescindia da violência

e se

diante

o auxílio

tuicão.

Em que

nhecimento

a

instaurava me

de

uma

Consti-

pese este recoclássica

divisão

dos poderes parece acompanhar os diversos regimes políticos até a atualidade, aparecendo, com re cuos e estratégias, nas suas diferentes constituições. O

mundo

atual,

contudo,

mu

dou o sentido do principio, pondo-o a serviço de uma mera dife renciação burocrática da admi nistração. Mantém-se a divisão e a neutralização política do Judi

ciário, mas apenas como fachada formal de controle de decisões, transferindo-se o problema de como manter o equilíbrio e a reci procidade dos poderes para outras esferas ciai.

t 4

k/-

e

instâncias da

vida so-

Nas complexas sociedades

controle

destas

Não é preciso

ir muito longe

desenvolvimento

fantástico

O escândalo dos documentos

rante o êxito técnico do Executi\'o. De outro lado, porém, as decisões

i

reforma, como uma saída, talvez, crático. O caso brasileiro é. assim,

tivo que tenta ditar as regras do jogo político sem fazer política, téc

nica dos interesses que coordena e organiza.

corrida com o tempo, a questão é antecipar-se ao futuro. Daí o aparecimento e crescimento, na vida política, de novos mecanis mos de controle, como a tecnolo

equilíbrio e reciprocidade dos po deres, era fundada num evento do passado: na tradição, nos ideais

de justiça, na cultura do povo. na

em

argumento

lembrado

nome

por

de

um

Hanna

uma nação sem matar gente. A fórmula tecnológica gera. contu do, um problema político que ela não consegue neutralizar: o dile ma entro a necessidade de tomar

para o seu estrangulamento buro um exemplo típico de um Execu

executado

Arendt. comum a todas as tecnoc.racias: não se pode fazer uma omeleta sem quebrar ovos, nem

do constantemente na sua própria

neutralidade

espécie de filtro político que ga

os

do custo o que tinha sido propos to: ganhar a guerra. E isto era

para o impacto tecnológico das decisões, ou do Judiciário, falan

na

de violên

inclusive

cutivo americano, era fazer a to

dos institutos de planejamento ligados aos Ministérios, em com paração com a tímida atuação do legislativo através de Comissões técnicas nem sempre preparadas

respaldado

tificados.

mostra que a questão, para o Exe

Basta ver entre nós. a hipertrofia política do Ministério da Fazenda o

mações que os endereçados das de

secretos do Pentágono, nos EUA, sobre a guerra do Vietnã, bem nos

para sentirmos a presença da tec nologia nos Executivos modernos.

e

uma tarefa a executar. E para realizá-la. todos os meios são jus cia.

decisões.

Esta neut<ralização tecnológica do Executivo, porém, coloca novos problemas. A neutralização po lítica do judiciário, chave para o

;

decisões ótimas e a presença fan tasmagórica dos totalitarismos, em suas diversas matizações, por de trás delas.

À luz deste quadro, a chamada crise

institucional

brasileira

ga

nha mais um aspecto a ser con.siderado. De um lado, a situação de país em desenvolvimento, que nos é própria, parece exigir uma

modelo fortemente hierarquizado,

órgão técnico, por exemplo através

nico é um homem preocupado com

transformar-se

A.:

ÀxJlL

Uma

administrativas, por exemplo, o aumento do salário mínimo, a re gulamentação das cartas de recompra, a restrição do crédito e o controle da evasão turística de di

visas dependem inevitavelmente da criação de consenso e coope

ração concreta entre os atingidos, o

acaba por ser conseguido

que

através de arranjos e compensa

ções políticas que desneutralizam de novo a esfera executiva.

Assim, as recentes propostas de um

Poder Moderador, ao lado dos

tradicionais,

parecem

ser

uma

tentativa de contornar o dilema. Ele deveria assegurar a neutrali¬

tecnológica do Executivo, fórmula, talvez, mais está numa zação

vel justamente porque mais flexivel

que

os

atuais instrumentos

representados pelos Atos Institu me

suportar, sob pena de perder sua eficiência técnica. Diante desta

em

pretender

fornecer,

contudo, que a fórmula não supri-

se num evento do futuro, num fim proposto, a ser alcançado. O téc

ao

poderiam

tração de cargas que ela não pode regra de eficiência, a manutenção

um caráter politicamente neutro,

cisões

separação crescente entre ativida de política e administrativa, jus tamente para aliviar a adminis

dignidade e na grandeza dos ne gócios humanos. Já a tecnologia é um processo sem passado, que só olha para frente. Por isso a neutralização tecnológica funda-

do Executivo. Este assume, assim, -

1

erigindo a tecnologia como crité rio máximo das suas decisões e do

de hoje, o problema do equilíbrio passou a ser um problema de pre visão, e não de controle do já su cedido. Num mundo que aposta

gia econômica, e sociológica que fez com que o papel atribuído ao Judiciário passasse para o plano

i

de seus órgãos de planejamento,

165

de instrumentos

como o A-5

re

presenta uma concentração ins titucional de todas as ações e pro cessos

decisórios,

dentro

de

um

num único núcleo, capaz de rea lizar um corte prévio nas infor-

cionais.

o

Não

se

pode

esquecer.

dílema das modernas tecno-

cracias, apenas o institucionaliza. Daí, provavelmente, a repercussão esquiva que as propostas alcan çam junto às classes políticas tra dicionais e mesmo junto ao go verno, 'incerto, ainda, sobre os ru mos que deve dar ao chamado

processo de distensão progressiva.


;rirt

" Dicksto Econômico

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e se

diante

o auxílio

tuicão.

Em que

nhecimento

a

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uma

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dos poderes parece acompanhar os diversos regimes políticos até a atualidade, aparecendo, com re cuos e estratégias, nas suas diferentes constituições. O

mundo

atual,

contudo,

mu

dou o sentido do principio, pondo-o a serviço de uma mera dife renciação burocrática da admi nistração. Mantém-se a divisão e a neutralização política do Judi

ciário, mas apenas como fachada formal de controle de decisões, transferindo-se o problema de como manter o equilíbrio e a reci procidade dos poderes para outras esferas ciai.

t 4

k/-

e

instâncias da

vida so-

Nas complexas sociedades

controle

destas

Não é preciso

ir muito longe

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O escândalo dos documentos

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tivo que tenta ditar as regras do jogo político sem fazer política, téc

nica dos interesses que coordena e organiza.

corrida com o tempo, a questão é antecipar-se ao futuro. Daí o aparecimento e crescimento, na vida política, de novos mecanis mos de controle, como a tecnolo

equilíbrio e reciprocidade dos po deres, era fundada num evento do passado: na tradição, nos ideais

de justiça, na cultura do povo. na

em

argumento

lembrado

nome

por

de

um

Hanna

uma nação sem matar gente. A fórmula tecnológica gera. contu do, um problema político que ela não consegue neutralizar: o dile ma entro a necessidade de tomar

para o seu estrangulamento buro um exemplo típico de um Execu

executado

Arendt. comum a todas as tecnoc.racias: não se pode fazer uma omeleta sem quebrar ovos, nem

do constantemente na sua própria

neutralidade

espécie de filtro político que ga

os

do custo o que tinha sido propos to: ganhar a guerra. E isto era

para o impacto tecnológico das decisões, ou do Judiciário, falan

na

de violên

inclusive

cutivo americano, era fazer a to

dos institutos de planejamento ligados aos Ministérios, em com paração com a tímida atuação do legislativo através de Comissões técnicas nem sempre preparadas

respaldado

tificados.

mostra que a questão, para o Exe

Basta ver entre nós. a hipertrofia política do Ministério da Fazenda o

mações que os endereçados das de

secretos do Pentágono, nos EUA, sobre a guerra do Vietnã, bem nos

para sentirmos a presença da tec nologia nos Executivos modernos.

e

uma tarefa a executar. E para realizá-la. todos os meios são jus cia.

decisões.

Esta neut<ralização tecnológica do Executivo, porém, coloca novos problemas. A neutralização po lítica do judiciário, chave para o

;

decisões ótimas e a presença fan tasmagórica dos totalitarismos, em suas diversas matizações, por de trás delas.

À luz deste quadro, a chamada crise

institucional

brasileira

ga

nha mais um aspecto a ser con.siderado. De um lado, a situação de país em desenvolvimento, que nos é própria, parece exigir uma

modelo fortemente hierarquizado,

órgão técnico, por exemplo através

nico é um homem preocupado com

transformar-se

A.:

ÀxJlL

Uma

administrativas, por exemplo, o aumento do salário mínimo, a re gulamentação das cartas de recompra, a restrição do crédito e o controle da evasão turística de di

visas dependem inevitavelmente da criação de consenso e coope

ração concreta entre os atingidos, o

acaba por ser conseguido

que

através de arranjos e compensa

ções políticas que desneutralizam de novo a esfera executiva.

Assim, as recentes propostas de um

Poder Moderador, ao lado dos

tradicionais,

parecem

ser

uma

tentativa de contornar o dilema. Ele deveria assegurar a neutrali¬

tecnológica do Executivo, fórmula, talvez, mais está numa zação

vel justamente porque mais flexivel

que

os

atuais instrumentos

representados pelos Atos Institu me

suportar, sob pena de perder sua eficiência técnica. Diante desta

em

pretender

fornecer,

contudo, que a fórmula não supri-

se num evento do futuro, num fim proposto, a ser alcançado. O téc

ao

poderiam

tração de cargas que ela não pode regra de eficiência, a manutenção

um caráter politicamente neutro,

cisões

separação crescente entre ativida de política e administrativa, jus tamente para aliviar a adminis

dignidade e na grandeza dos ne gócios humanos. Já a tecnologia é um processo sem passado, que só olha para frente. Por isso a neutralização tecnológica funda-

do Executivo. Este assume, assim, -

1

erigindo a tecnologia como crité rio máximo das suas decisões e do

de hoje, o problema do equilíbrio passou a ser um problema de pre visão, e não de controle do já su cedido. Num mundo que aposta

gia econômica, e sociológica que fez com que o papel atribuído ao Judiciário passasse para o plano

i

de seus órgãos de planejamento,

165

de instrumentos

como o A-5

re

presenta uma concentração ins titucional de todas as ações e pro cessos

decisórios,

dentro

de

um

num único núcleo, capaz de rea lizar um corte prévio nas infor-

cionais.

o

Não

se

pode

esquecer.

dílema das modernas tecno-

cracias, apenas o institucionaliza. Daí, provavelmente, a repercussão esquiva que as propostas alcan çam junto às classes políticas tra dicionais e mesmo junto ao go verno, 'incerto, ainda, sobre os ru mos que deve dar ao chamado

processo de distensão progressiva.


/

-

j.

Dicesto

166

ò ■í-

\

D-':

período 197Õ-1980, segundo o presidente da companhia. Cerca de dois terços dos gastos serão feitos na Holanda, onde a DSM_ ampliai*á o seu complexo em Limbourg e está considerando a construção de uma nova fábrica em Delfzijl no norte do país. Cerca de USS 500 milhões serão gastos nos Estados Unidos para duplicar a capacidade de caprolactama (para 150.000 toneladas/ano) e ampliar as instalações de fertilizantes da Nipro, Inc. na Geórgia. No Reino Unidos, a DSM também prossegue com a construção de uma nova fábrica de caprolactama em Flixborough, onde

uma unidade foi destruída por uma explosão no ano passado. Estão pla nejadas expansões para as fábricas de caprolactama no Brasil e no Mé xico, nas quais a DSM tem participação minoritária. Diz ainda o pre sidente, que a companhia diminuiu os esforços para controlar seus esto ques de matéria-prima devido ao fornecimento de petróleo ter voltado ao normal. A DSM, contudo concordou em princípio em unir-se a duas companhias para explorar o gás natural descoberto na plataforma con tinental holandesa. A companhia participa, também, com 40%, em um projeto que construirá um gasoduto para transportar o gás natural do Mar do Norte para a costa holandesa. o-

^ JAPÃO:- RESFRIAMENTO A SECO DE COQUE — Uma técnica so

viética para resfriamento de coque, que economiza energia, passará a ser utilizada no Japão, em 1977, quando a Kawatetsu Chemical Industry Go. inaugurar uma unidade de 185 t/hora. Projetado e construído pela Ishikawajima-Harima Heavy Industries, o sistema resfraido o coque de lOOO^C para menos de 25QoC por meio de um fluxo de contra-corrente de gás inerte, em uma torre de resfriamento. As caldeiras recuperam este calor que se perde na atmosfera, no resfriamento convencional por vaporização de água. A unidade da Kawatetsu gerará cerca de 100 t/hora de vapor de 6-psig.

'Ã 'f

oV

AUTOCRACIA SEM PROPRIEDADE

(GATX). A companhia afirma que os custos para os usuários do novo sistema seria de 15 — 20% inferior aos custos da utilização de vagõestanques convencionais. O sistema da GATX é um trem-tanque” com man gueiras de interligação, válvulas especiais e dispositivos medidores que permitem uma série de vagões ser cheia ou esvaziada num fluxo contínuo a partir de uma única conexão, A firma diz que uma equipe de dois ho mens pode carregar oü descarregar 20 vagões contendo 463.000 galões de produto líquido em cerca de duas horas e meia e um trem de 80 vagões em cerca de 8 horas. Estas taxas são cerca de seis vezes mais rápidas do que a carga e a descarga convencionais, . V

,

r

.y

THE ECONOMIST

N

O meio desta década dos 1970

vai-se tornando

gradualmen

te claro que a propriedade dos meios de produção não é

mais uma fonte do poder po lítico e econômico, e agora pode, na verdade, representar em am

bos os aspectos uma fonte de imComo a compreensão potência, disso falha, é possível que fique a seu cargo uma quantidade de planejamentos de negócios atuais — bem como a eterna demagogia politica. A primeira consequen-

Os meios ãe produção analisados A pela grande revista inglesa, propriedade em questão, numa idéia para dehate

sussustar a s perdas pendendo a venda de linhas que não dão lucro, o secretário do co

mércio recomendaria seu presi dente para um titulo de nobreza. Os fabricantes da Datsun sofrem

desqualificações políticas contra a

cia mais importante pode ser o começo do fim das grandes corpo

tomada

rações multinacionais.

mente no país onde possuem os

O FIM DAS MULTINACIONAIS O

mais

evidente

resultado re

cente do que os homens de ontem chamam agora de mau poder me-

corporações multinacionais, é que as compa so-econômico

das

nhias americanas foram, por uma

década, injuriadas por terem dei xado acessível à Europa (e parti cularmente

ESTADOS UNIDOS:- TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE LÍQUIDOS —Um novo método para carregar, transportar e descarregar líquidos a granel foi desenvolvido pela General American Transportation Corp.

.

I

Econômico

HOLANDA:- A DSM INVESTE EM EXPANSÃO — O gigante quí mico holandês a DSM gastará perto de USS 3 bilhões em expansão no

!<<●

...

à

Inglaterra),

uma

proporção da indústria da fabri

cação de carros, o que tem sido considerado

cada

vez

um ato de caridade.

mais

como

Agora que a

Chrysler, finalmente, precisa encerrar uma operação britânica na qual está perdendo"Tnilhões, cha mam a isso “colocar uma pistola na cabeça do primeiro ministro”. Se uma companhia como a Datsun que apenas vendeu à Inglaterra carros feitos no exterior, quiser

de decisões sensatas, so

meios de produção, porque de vol ta ao Japão, é politicamente im possível para eles evitarem as

perdas despedindo todos os tra

balhadores que desejem.

Ao longo dos próximos anos a

compreensão desse problema infiltrar-se-á nas grandes comissões

de corporações, Enquanto o padrão das três décadas passadas foi tentar manter a propriedade e controlar os subsidiários estran

geiros, 0 padrão das próximas dé cadas será esperar que seja mais satisfatório possuir'as fábricas que

empreguem trabalhadores sindica lizados que operam o “know how vendido pelas corporações a estas fábricas num negócio autorizado ou numa embalagem definitiva mente proveitosa. Isto deslocará, inicialmente,

a boa

sorte

da

im

portação americana e de outras tecnologias avançadas dos países

●■5


/

-

j.

Dicesto

166

ò ■í-

\

D-':

período 197Õ-1980, segundo o presidente da companhia. Cerca de dois terços dos gastos serão feitos na Holanda, onde a DSM_ ampliai*á o seu complexo em Limbourg e está considerando a construção de uma nova fábrica em Delfzijl no norte do país. Cerca de USS 500 milhões serão gastos nos Estados Unidos para duplicar a capacidade de caprolactama (para 150.000 toneladas/ano) e ampliar as instalações de fertilizantes da Nipro, Inc. na Geórgia. No Reino Unidos, a DSM também prossegue com a construção de uma nova fábrica de caprolactama em Flixborough, onde

uma unidade foi destruída por uma explosão no ano passado. Estão pla nejadas expansões para as fábricas de caprolactama no Brasil e no Mé xico, nas quais a DSM tem participação minoritária. Diz ainda o pre sidente, que a companhia diminuiu os esforços para controlar seus esto ques de matéria-prima devido ao fornecimento de petróleo ter voltado ao normal. A DSM, contudo concordou em princípio em unir-se a duas companhias para explorar o gás natural descoberto na plataforma con tinental holandesa. A companhia participa, também, com 40%, em um projeto que construirá um gasoduto para transportar o gás natural do Mar do Norte para a costa holandesa. o-

^ JAPÃO:- RESFRIAMENTO A SECO DE COQUE — Uma técnica so

viética para resfriamento de coque, que economiza energia, passará a ser utilizada no Japão, em 1977, quando a Kawatetsu Chemical Industry Go. inaugurar uma unidade de 185 t/hora. Projetado e construído pela Ishikawajima-Harima Heavy Industries, o sistema resfraido o coque de lOOO^C para menos de 25QoC por meio de um fluxo de contra-corrente de gás inerte, em uma torre de resfriamento. As caldeiras recuperam este calor que se perde na atmosfera, no resfriamento convencional por vaporização de água. A unidade da Kawatetsu gerará cerca de 100 t/hora de vapor de 6-psig.

'Ã 'f

oV

AUTOCRACIA SEM PROPRIEDADE

(GATX). A companhia afirma que os custos para os usuários do novo sistema seria de 15 — 20% inferior aos custos da utilização de vagõestanques convencionais. O sistema da GATX é um trem-tanque” com man gueiras de interligação, válvulas especiais e dispositivos medidores que permitem uma série de vagões ser cheia ou esvaziada num fluxo contínuo a partir de uma única conexão, A firma diz que uma equipe de dois ho mens pode carregar oü descarregar 20 vagões contendo 463.000 galões de produto líquido em cerca de duas horas e meia e um trem de 80 vagões em cerca de 8 horas. Estas taxas são cerca de seis vezes mais rápidas do que a carga e a descarga convencionais, . V

,

r

.y

THE ECONOMIST

N

O meio desta década dos 1970

vai-se tornando

gradualmen

te claro que a propriedade dos meios de produção não é

mais uma fonte do poder po lítico e econômico, e agora pode, na verdade, representar em am

bos os aspectos uma fonte de imComo a compreensão potência, disso falha, é possível que fique a seu cargo uma quantidade de planejamentos de negócios atuais — bem como a eterna demagogia politica. A primeira consequen-

Os meios ãe produção analisados A pela grande revista inglesa, propriedade em questão, numa idéia para dehate

sussustar a s perdas pendendo a venda de linhas que não dão lucro, o secretário do co

mércio recomendaria seu presi dente para um titulo de nobreza. Os fabricantes da Datsun sofrem

desqualificações políticas contra a

cia mais importante pode ser o começo do fim das grandes corpo

tomada

rações multinacionais.

mente no país onde possuem os

O FIM DAS MULTINACIONAIS O

mais

evidente

resultado re

cente do que os homens de ontem chamam agora de mau poder me-

corporações multinacionais, é que as compa so-econômico

das

nhias americanas foram, por uma

década, injuriadas por terem dei xado acessível à Europa (e parti cularmente

ESTADOS UNIDOS:- TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE LÍQUIDOS —Um novo método para carregar, transportar e descarregar líquidos a granel foi desenvolvido pela General American Transportation Corp.

.

I

Econômico

HOLANDA:- A DSM INVESTE EM EXPANSÃO — O gigante quí mico holandês a DSM gastará perto de USS 3 bilhões em expansão no

!<<●

...

à

Inglaterra),

uma

proporção da indústria da fabri

cação de carros, o que tem sido considerado

cada

vez

um ato de caridade.

mais

como

Agora que a

Chrysler, finalmente, precisa encerrar uma operação britânica na qual está perdendo"Tnilhões, cha mam a isso “colocar uma pistola na cabeça do primeiro ministro”. Se uma companhia como a Datsun que apenas vendeu à Inglaterra carros feitos no exterior, quiser

de decisões sensatas, so

meios de produção, porque de vol ta ao Japão, é politicamente im possível para eles evitarem as

perdas despedindo todos os tra

balhadores que desejem.

Ao longo dos próximos anos a

compreensão desse problema infiltrar-se-á nas grandes comissões

de corporações, Enquanto o padrão das três décadas passadas foi tentar manter a propriedade e controlar os subsidiários estran

geiros, 0 padrão das próximas dé cadas será esperar que seja mais satisfatório possuir'as fábricas que

empreguem trabalhadores sindica lizados que operam o “know how vendido pelas corporações a estas fábricas num negócio autorizado ou numa embalagem definitiva mente proveitosa. Isto deslocará, inicialmente,

a boa

sorte

da

im

portação americana e de outras tecnologias avançadas dos países

●■5


m !!■ IJ» I

i-^4

V

168

que têm sido, até agora, os mais subservientes (Inglaterra, alguns E.C.C. paises, Brasil. Singapura), em aceitar as multinacionais, para os países que até aqui foram os mais cruéis na demanda exclusiva

de negócios licenciados ou de em presas de risco associados (Japão, paises comunistas, Médio Oriente,

) Iay

das pequenas companhias ti^ansnacionais

começara,

O

mo de negócio ideal será o de pe quenos grupos de sistemas de pla nejadores que organizam psla te lecomunicação 0 último programa de aprendizado computado, sobre do

excessivamente

sindicalizado)

Eventualmente, todavia, os paises mais populares para exportar tec nologia serão os que têm classes empresariais locais (por exemplo, muitos imigrantes chineses, pa quistaneses ou judeus) que po dem livrar as indústrias do pro tecionismo dos sindicatos e assirn torná-las prontas para a reabsor-

adextráveis,

Como primeiro exemplo disto, ^

organizados

dos Unidos como uma indústria florescente — prejudicando assim grandes firmas eletrônicas européias e japonesas, já que a Amé rica pode agora, computar e auto matizar a produção eletrônica, uma vez que não há mais sindi catos americanos de trabalhado

res em eletrônica. Alguns empre sários nos Estados Unidos come çaram a perceber isso.

Enquanto esteve em moda, até agora, uma companhia alardear quantos operários emprega, será moderno, no futuro, alardear — como por exemplo, Marks e Spencer fizeram por muito tempo — que quantidade de trabalho ela reduziu em favor de outras Com

panhias.

A marcha em direção

com

sub-contrato na África Ocidental ou Paquistão. Nos países ricos, as companhias esquivar-se-ão de se cas grandes, com estratos sobre estratos de administração, e co meçarão a tornar-se confedera ções de empresários mais livres.

poder. Na política britânica, am bos os partidos. Conservador e Trabalhista, admitem, ainda, que o estado expande seu poder político, apoderando-se da propriedade pública das alturas dominantes

1

tornou-o

passa inteiramente gnp britânicos .

Trabalhista

atual.

não

sando

novamente

de

preci

aplacar

os

das

pelo setor privado, e sobre jsso o

governo tem um firme controle,

enquanto que 60% passa pelo se tor público sobre o qual o goyer110, de qualquer forma, não tem

praticamente um contrôle algum. da Mr. Wh\'nne Godley. agora,

Universidade de Cambridge e an-

torno do Tesouro na seO último govermana passada.

tes

no

o

ram

em

Trabalhista de 1964-1970 reiiaindústria

cionalizou

a

minante

altura

do

aço.

preso

ao Tesouro,

salientou

recentemente. que. no ultimo ano, Tesouro Britânico “perdeu

bilhões

aproximadamente _ , ●

£5 a

metade da arrecadaçao do impos

priedade do Aço Britânico atri

to de renda do últmio ano — porque o setor público gastou dinheiro que ninguém pretendia gastar ser impedido por ninguém.

dade que, na segunda-feira, anun ciou ter perdido £ 125m, ein seis meses, tornou mais fácil nesta se mana. para um gabinete angus

É fácil para uma organização mover ação contra sub-contratan-

nesta sema-

ou outros intrusos, interrompendo

sobre

a

lhe

desse

economia,

mais

Pode

na, dizer aos agentes do_IMF que afogassem suas concepções erra

das

í

Atualmente cerca do 40%

agentes do IMF que se acotovela-

esquemas, facilitou,

vão fosse uma indústria de pro teria sido tão bloqueado no con-

serviços sociais privados)

tiado, evitar o corte de queridos

suía as minas de carvão. Se o car

cada vez mais da ala eli¬

querda. O governo

buída ao Estado Britânico proprie

No último ano, o governo Con servador caiu do poder porque pos

futuros governos Trabalhistas

serem

muito mais ingovernável pela es-

alguém supor agora, qne a pro

ignoram acontecimentos recentes.

a

reita?

poder

Conservadores

Mr. Heat

realidade,

afim de que a ocupação desta do

I

atacam esta suposta expansão do poder de estado e os Trabalhistas a saudam. Ambas as suposições

priedade privada,

os

Na

lançado contra a educação e os

governo britânico que. como novo proprietário de tantos dos nossos capitais, está-se tornando, desse modo. cada vez mais sem

Os

Britsh Leyland Britânica, forçará

brutal machado está prestes a ser

Voltemos em seguida, para os governos — ou pelo menos para o

nacionalização da que será perpe tuamente geradora de perdas —

governável por parte da direita.

está. outra vez, decidido a criar

y\

naram culpar Lord R\der com os geradores de perdas a ponto de não compreender que a proprieda de do estado do peso morto das in dústrias presentemente nacionali zadas. vai impedir os governos Trabalhistas de seguirem cada vez mais suas políticas sociais e que a

dos sindicatos, tornou o pais in

mais desemprego cortando despe sas de importantes esquemas (um

DECADENTES ALTURAS

economia.

consequente fortalecimento

apenas,

tornarem organizações hierárqui

da

o

inevitável do poder do monopólio

por um

provável que a indústria eletrô

nica americana que. desde a dé cada de 1950 tem sido entregue ao exterior, volte logo para os Esta

Alguns Tories deduziram' dai. com indignação, que a monopolização dos picos industriais da economia,

como fazer alguns (no rico mun produtos para 2.000 trabalhadores

ção pelos países ricos, outra vez.

fronto perdido por ele. Em alguns estágios passados das greves do carvão, ou uma parte dos proprietários ou um grupo de mineiros teria feito uma rendição parcial.

mecanj.';-

paises espinhosos como a Argélia.

169

JJ>ICKsTO ]^C:ONÔMICO

Digesto Ecokômico

sobre

a expansao do crédito

doméstico? Haverá alguém tão jejuno com exceção dos que determi-

Isto decorre de que a propriedade ou 0 emprego direto atualmente, significa, ausência de contrôle.

tes, clientes, pagadores de taxas

ordens ou elevando encargos. Não

é mais fácil manter o contrôle so bre empregados diretos porque

eles podem ser controlados ape nas mediante baixa de instruções

''M h

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V

168

que têm sido, até agora, os mais subservientes (Inglaterra, alguns E.C.C. paises, Brasil. Singapura), em aceitar as multinacionais, para os países que até aqui foram os mais cruéis na demanda exclusiva

de negócios licenciados ou de em presas de risco associados (Japão, paises comunistas, Médio Oriente,

) Iay

das pequenas companhias ti^ansnacionais

começara,

O

mo de negócio ideal será o de pe quenos grupos de sistemas de pla nejadores que organizam psla te lecomunicação 0 último programa de aprendizado computado, sobre do

excessivamente

sindicalizado)

Eventualmente, todavia, os paises mais populares para exportar tec nologia serão os que têm classes empresariais locais (por exemplo, muitos imigrantes chineses, pa quistaneses ou judeus) que po dem livrar as indústrias do pro tecionismo dos sindicatos e assirn torná-las prontas para a reabsor-

adextráveis,

Como primeiro exemplo disto, ^

organizados

dos Unidos como uma indústria florescente — prejudicando assim grandes firmas eletrônicas européias e japonesas, já que a Amé rica pode agora, computar e auto matizar a produção eletrônica, uma vez que não há mais sindi catos americanos de trabalhado

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Enquanto esteve em moda, até agora, uma companhia alardear quantos operários emprega, será moderno, no futuro, alardear — como por exemplo, Marks e Spencer fizeram por muito tempo — que quantidade de trabalho ela reduziu em favor de outras Com

panhias.

A marcha em direção

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sub-contrato na África Ocidental ou Paquistão. Nos países ricos, as companhias esquivar-se-ão de se cas grandes, com estratos sobre estratos de administração, e co meçarão a tornar-se confedera ções de empresários mais livres.

poder. Na política britânica, am bos os partidos. Conservador e Trabalhista, admitem, ainda, que o estado expande seu poder político, apoderando-se da propriedade pública das alturas dominantes

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tornou-o

passa inteiramente gnp britânicos .

Trabalhista

atual.

não

sando

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pelo setor privado, e sobre jsso o

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Universidade de Cambridge e an-

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Trabalhista de 1964-1970 reiiaindústria

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ao Tesouro,

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priedade do Aço Britânico atri

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É fácil para uma organização mover ação contra sub-contratan-

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ou outros intrusos, interrompendo

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na, dizer aos agentes do_IMF que afogassem suas concepções erra

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Atualmente cerca do 40%

agentes do IMF que se acotovela-

esquemas, facilitou,

vão fosse uma indústria de pro teria sido tão bloqueado no con-

serviços sociais privados)

tiado, evitar o corte de queridos

suía as minas de carvão. Se o car

cada vez mais da ala eli¬

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buída ao Estado Britânico proprie

No último ano, o governo Con servador caiu do poder porque pos

futuros governos Trabalhistas

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muito mais ingovernável pela es-

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reita?

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Conservadores

Mr. Heat

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atacam esta suposta expansão do poder de estado e os Trabalhistas a saudam. Ambas as suposições

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governo britânico que. como novo proprietário de tantos dos nossos capitais, está-se tornando, desse modo. cada vez mais sem

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Britsh Leyland Britânica, forçará

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Voltemos em seguida, para os governos — ou pelo menos para o

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DECADENTES ALTURAS

economia.

consequente fortalecimento

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inevitável do poder do monopólio

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provável que a indústria eletrô

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Alguns Tories deduziram' dai. com indignação, que a monopolização dos picos industriais da economia,

como fazer alguns (no rico mun produtos para 2.000 trabalhadores

ção pelos países ricos, outra vez.

fronto perdido por ele. Em alguns estágios passados das greves do carvão, ou uma parte dos proprietários ou um grupo de mineiros teria feito uma rendição parcial.

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paises espinhosos como a Argélia.

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JJ>ICKsTO ]^C:ONÔMICO

Digesto Ecokômico

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a expansao do crédito

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Isto decorre de que a propriedade ou 0 emprego direto atualmente, significa, ausência de contrôle.

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é mais fácil manter o contrôle so bre empregados diretos porque

eles podem ser controlados ape nas mediante baixa de instruções

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170

r <

Dic;iísto Ecosômico

— e baixar instruções a pessoas ●

\

ressentidas

de

se

te, são os que sofrem mais golpes de estado; igualmente, alguns

considerarem

subordinadas, não funciona mais.

países em que o controle da im prensa é usurpado por sindicatos ou cooperativas ou publicitários, tornar-se-ão mais anti-cooperati vos, ou mais contra a publicidade. Como a imprensa tem de perten cer ou pelo menos ser financiada por alguém, e, até hoje, tem sido mais frequentemente financiada

A IMPRENSA DE NOSSOS TEMPOS

' , r ' ■ e

-.1'

r

I

Uma indústria particularmente atingida pelo fato de que a propriedade, agora, significa perda de influência, é a imprensa. Em to dos os países a corrente de opinião corre atualmente, com mais força contra quaisquer interesses que porventura sejam caridosos bastante para possuir os seus jor

violentamente

s

nhando influência desse modo. o

despertar da compreensão de que propriedade é agora um anticorpo para influenciar, está aprofun dando a crise financeira média. Assim, os jornais por toda a parte pedirão subsídios do governo. Isto

anti-grandes-ne-

que

os

contínuo

subsídios

permitirão

um

super

fornecimento

de

idiosincrasías; países onde os jor nais pertencem ao governo vigen-

i

de frustrações, oferece exemplos exatamente contrários àquela te

1) aumento puro e simples dos produtos: em l.o de dezembro de

imprensa,

Eis a lista dos sofreram esse au

extra, a garrafa de meio litro pas sou de 3 rublos e 12 kopecs para

4 rublos e 12 kopecs, ou seja, houve um aumento de 31% (o custo

de produção da vodca, monopólio do Estado, vai pouco além de 2

kopecs — um rublo equivale a cem kopecs —; a venda de vodca a 8 rublos e 24 kopecs pressupõe

temente, um ceritro comercial em New York City. O centro funcionará escritório de prestação de informações para os clientes da um

sintética

^

verá concentrar-se na venda de fibras de qualidade nos Estados Unidos, sendo que a ênfase inicial será dada ao Leavil — uma fibra “vinyon’’

:

umidade.

com características inerentes de resistência às chamas e absorção de a

cons-

'

tem sessenta anos de existência e

se. Os comunistas não só não proporcionam nenhum bem aos

povos que submetem, como ainda os afligem com males que o neocapitalista está enfrentando com exito.

Publicado no Ouest’\ Paris.

“Est

de preço, sem que

produtos que mento: no caso das conservas de peixe, o preço duplicou: vodca

ESTADOS UNIDOS:- MONTEDISON NO MERCADO DE FIRRAcs

trução de unidades produtoras de fibras nos Estados Unidos.

cificamente soviéticos bastam pa ra explicar a alta dos preços no mercado interno oficial, aumento

pela

carão o contrário.

Contudo, a firma não tem planos imediatos para

Mas a economia soviética, que já

a população tivesse sido avisada

lucros tais que explicam, em par

te, porque a luta contra o alcoolis

y, — 6,5 bilhões de dólares — em 1974. Fiavio Valentino, vice-presidente I executivo da Montedison dos Estados Unidos, diz que a companhia deV

0

preço do petróleo e o das ma térias-primas —, os fatores espe

viam mudado

e que foi responsável por cerca de 10% das vendas totais da companhia

,

pressões inflacionárias

Os economistas soviéticos semvre ajirmaram que a inflação é mal do sistema econômico capitalista.

deram comprovar que, de um dia

bajulação para o estado. Signifi

;■ Montefibre, uma ramificação da Montedison que produz fibra

as

para outro, numerosos artigos ha

NORM-AMERICANO - A Montedison, da ítáto, iS “andf investida no mercado de fibras norte-americano ao inaugurar recencomo

provocam

3

LAZITCH

1973, os habitantes de Moscou pu

í

t ^

que

de duas maneiras diferentes:

o-

C '

externa

cimentos de 197475, se registram

jornais, conduzindo todos eles a mais barulho, mas não é verdade que subsídios significarão mais

Beaverbrook, Thomson) voltam-se mais, aceradamente, contra suas

EM tomar em consideração as causas objetivas de origem

que, se nos ativermos aos aconte

é economicamente insensato por

gócios; países onde os jornais pertencem a senhores da imprensa idiosincrática (Springer, Hearst,

A inflação na economia sovieHca BRANKO

pelo povo que pensava estar ga

nais. Países em que os jornais pertencem a grandes negócios (co mo a Itália), estão-se tornando

● 1

1

mo não é levada a cabo pelo Es

tado com o devido vigor). O qui

I

lo de caviar, por sua vez, passou

de 19 para 39 rublos; o do salmão,

de 11 para 22 rublos; os casacos

de 120 para 240, rublos; os artigos

«

de prata aumentaram 50% e os preços dos diamantes, do ouro e dos casacos de pele dobraram nes ta ocasião.

2) O aumento sob o pretexto de melhora da qualidade: neste particular, foram inúmeras as al terações, em 1974, desde a alimen

tação até os carros.

O método é

de uma simplicidade que confun

de, digna do “primeiro país que suprimiu a exploração do homem pelo homem”: um produto com

o preço antigo é substituido por produto absolutamente idêntico, mas apresentado como novo e a um preço superior. Co mo o produto “antigo” é retirado da venda, o cliente não tem outro outro

remédio ti

novo”.

se não o de

adquirir

o


170

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Dic;iísto Ecosômico

— e baixar instruções a pessoas ●

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ressentidas

de

se

te, são os que sofrem mais golpes de estado; igualmente, alguns

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subordinadas, não funciona mais.

países em que o controle da im prensa é usurpado por sindicatos ou cooperativas ou publicitários, tornar-se-ão mais anti-cooperati vos, ou mais contra a publicidade. Como a imprensa tem de perten cer ou pelo menos ser financiada por alguém, e, até hoje, tem sido mais frequentemente financiada

A IMPRENSA DE NOSSOS TEMPOS

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Uma indústria particularmente atingida pelo fato de que a propriedade, agora, significa perda de influência, é a imprensa. Em to dos os países a corrente de opinião corre atualmente, com mais força contra quaisquer interesses que porventura sejam caridosos bastante para possuir os seus jor

violentamente

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nhando influência desse modo. o

despertar da compreensão de que propriedade é agora um anticorpo para influenciar, está aprofun dando a crise financeira média. Assim, os jornais por toda a parte pedirão subsídios do governo. Isto

anti-grandes-ne-

que

os

contínuo

subsídios

permitirão

um

super

fornecimento

de

idiosincrasías; países onde os jor nais pertencem ao governo vigen-

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de frustrações, oferece exemplos exatamente contrários àquela te

1) aumento puro e simples dos produtos: em l.o de dezembro de

imprensa,

Eis a lista dos sofreram esse au

extra, a garrafa de meio litro pas sou de 3 rublos e 12 kopecs para

4 rublos e 12 kopecs, ou seja, houve um aumento de 31% (o custo

de produção da vodca, monopólio do Estado, vai pouco além de 2

kopecs — um rublo equivale a cem kopecs —; a venda de vodca a 8 rublos e 24 kopecs pressupõe

temente, um ceritro comercial em New York City. O centro funcionará escritório de prestação de informações para os clientes da um

sintética

^

verá concentrar-se na venda de fibras de qualidade nos Estados Unidos, sendo que a ênfase inicial será dada ao Leavil — uma fibra “vinyon’’

:

umidade.

com características inerentes de resistência às chamas e absorção de a

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tem sessenta anos de existência e

se. Os comunistas não só não proporcionam nenhum bem aos

povos que submetem, como ainda os afligem com males que o neocapitalista está enfrentando com exito.

Publicado no Ouest’\ Paris.

“Est

de preço, sem que

produtos que mento: no caso das conservas de peixe, o preço duplicou: vodca

ESTADOS UNIDOS:- MONTEDISON NO MERCADO DE FIRRAcs

trução de unidades produtoras de fibras nos Estados Unidos.

cificamente soviéticos bastam pa ra explicar a alta dos preços no mercado interno oficial, aumento

pela

carão o contrário.

Contudo, a firma não tem planos imediatos para

Mas a economia soviética, que já

a população tivesse sido avisada

lucros tais que explicam, em par

te, porque a luta contra o alcoolis

y, — 6,5 bilhões de dólares — em 1974. Fiavio Valentino, vice-presidente I executivo da Montedison dos Estados Unidos, diz que a companhia deV

0

preço do petróleo e o das ma térias-primas —, os fatores espe

viam mudado

e que foi responsável por cerca de 10% das vendas totais da companhia

,

pressões inflacionárias

Os economistas soviéticos semvre ajirmaram que a inflação é mal do sistema econômico capitalista.

deram comprovar que, de um dia

bajulação para o estado. Signifi

;■ Montefibre, uma ramificação da Montedison que produz fibra

as

para outro, numerosos artigos ha

NORM-AMERICANO - A Montedison, da ítáto, iS “andf investida no mercado de fibras norte-americano ao inaugurar recencomo

provocam

3

LAZITCH

1973, os habitantes de Moscou pu

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que

de duas maneiras diferentes:

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externa

cimentos de 197475, se registram

jornais, conduzindo todos eles a mais barulho, mas não é verdade que subsídios significarão mais

Beaverbrook, Thomson) voltam-se mais, aceradamente, contra suas

EM tomar em consideração as causas objetivas de origem

que, se nos ativermos aos aconte

é economicamente insensato por

gócios; países onde os jornais pertencem a senhores da imprensa idiosincrática (Springer, Hearst,

A inflação na economia sovieHca BRANKO

pelo povo que pensava estar ga

nais. Países em que os jornais pertencem a grandes negócios (co mo a Itália), estão-se tornando

● 1

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mo não é levada a cabo pelo Es

tado com o devido vigor). O qui

I

lo de caviar, por sua vez, passou

de 19 para 39 rublos; o do salmão,

de 11 para 22 rublos; os casacos

de 120 para 240, rublos; os artigos

«

de prata aumentaram 50% e os preços dos diamantes, do ouro e dos casacos de pele dobraram nes ta ocasião.

2) O aumento sob o pretexto de melhora da qualidade: neste particular, foram inúmeras as al terações, em 1974, desde a alimen

tação até os carros.

O método é

de uma simplicidade que confun

de, digna do “primeiro país que suprimiu a exploração do homem pelo homem”: um produto com

o preço antigo é substituido por produto absolutamente idêntico, mas apresentado como novo e a um preço superior. Co mo o produto “antigo” é retirado da venda, o cliente não tem outro outro

remédio ti

novo”.

se não o de

adquirir

o


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172

I ■ -

DIckstü ]Oi:oNÒMico

O iornal dos sindicatos, Trud, assinalou, em 11 de julho de 1974, o uso desse método — revelação excepcional na controlada impren

,

sa soviética — na Lituania:

“As

donas de casa de Vilna compra vam,

satisfeitas,

pãezinhos

a

13

kopecs por unidade e bolos de ca

nela a 11 kopecs. Agora, as lojas já não os vendem. Em seu lugar, oferecem bolos mais caros, mas I

que não são melhores. Eis outros exemplos: durante os últimos seis anos, na Lituania, as mesas de

cozinha

aumentaram 8 rublos e

34 kopecs; as cadeiras, 1 rublo ● ● e 25 kopecs; os aparadores, 15 rublos e 75 kopecs. O aumento

-desses preços correspondem a uma melhora de qualidade?

\ í

^

-

_ Juntamente com o chefe ad junto dos serviços de comercio da cidade de Vilna, o chefe do ser

viço de organização do comércio e 0 chefe dos peritos comerciais, chegamos à conclusão de que o mobiliário de cozinha não se'di ferencia em nada do que era vendido anteriormente. Só difere 0 preço. Os empregados no comércio citaram-me muitos outros exemplos de artigos novos que custam em geral, mais caro do que os vendidos antes.

“As empresas da indústria da alimentação deixam, às vezes, to talmente de fabricar produtos ba

ratos, constantemente solicitados pela população.

Em consequên

cia, os preços médios dos produ tos alimentícios aumentaram, em dois anos, de 2.080 para 2.330 rubros a tonelada,... Durante o

Dlcf-.s-io Econômico

ano passado, o ministério da In

dústria da Alimentação homolo

\

gou 50 projetos de preços, dos quais 13 foram mudados pelo co mitê; foram igualmonte revistos 43 dos 238 projetos de preço.s pro postos pelo ministério da Indústria

uma

dona

de outubro:

dc

casa.

21. custava 5.500 rublos:

foi

cuo: durante o inverno, os toma tes valem 9.26 dólares o quilo. Co¬ nhecendo estes preços, compreen de-se facilmente porque se vêem georgianos que chegam de avião — 0 preço dos transportes é rela

“aperfeiçoado”, mas quase idênti

letea cheia de tomates (chegam a

co ao Fiat-125. o que provccou a

“Há

transportar 30 quilos); vendendoos. ganham mais do que um ope

{

alguns

7.500.

Conforme já i

da

bastante

pagar

neira,

sobe

0

custo

que mudem os preços”.

produtos

encontram

que

no mercado

mitado aos produtos alimentícios. Os camponeses e as cooperativas vendem

Hun

vida sem

hesitam

O professor Nove explica o fun cionamento e amplitude deste mercado, nos seguintes termos: “Os preços oficiais são fixos. To davia, existe um mercado livre li

nos

mercados

urbanos

a

preços que refletem mais ou me nos livremente a relação entre a oferta e a procura. Quando os gê neros alimentícios escasseiam nos armazéns do Estado, aumentam

os preços no mercado livre. Em 1972. estes últimos preços supe ravam em 60%, aproximadamente, o índice dos preços oficiais” (The

Desta ma

de

não

oficial.

dio escasseia e aquilo que nos ofe caro.

mas acontece

dinheiro e

mais pelos

não se

dadeiro sentido de inflação neste país. O mais barato desapareceu. 0 que corresponde a um preço mé é o mais

pessoas adquiriam, no mercado kolkoziano, boa parte de seus pro

que algumas pessoas dispõem de

gria. ao preço de 2,83 rublos o quilo, cujo custo vai a 3,40 rublos por cada frango limpo. É o ver

receu

demonstramos, as

dutos alimentícios;

escolher entre o frango a 2.65 ru blos 0 quilo ou os frangos impor e

O

majoração de quase 369c; de fa to. de 5.500 rublos, passou para

de do vendido a 1,75 deixa muito a desejar. Atualmente, temos de

Dinamarca

um aumento dc 669c.

substituído, nos últimos me ses de 1975. por um novo modelo

rublos, desapareceu e a qualida

da

foi subs

Zhiguli — imitação do Fiat-124 —

no

anos, acostumanio-nos a comprar o quilo de carne de vitela a 1.20 rublos. Agora, este preço simples mente desapareceu e o mais baixo da vitela é de 2 rublos o quilo. Além disso, antes a carne valia seu preço, enquanto agora o qui lo de carne é um quilo de ossos... Tome também como exemplo o frango. Costumavamos comprá-lo por pre.ços que variavam entre 1,15, 1,75 e 2,65 rublos o quilo: agora, o frango menos caro, a 1.15

tados

na primavera, os morangos e as cerejas são vendi

presenta

declarou

início

A mesma técnica de inflação oculta se aplica aos automóveis soviéticos. O Volga. modelo GAZtituído por outro modelo. GAZ-24, que custa 9.150 rublos, o que re

Leve”.

O mesmo método é impregado em Moscou. Segundo o corres pondente do Internaiional Hcrald Trihune (8 de outubro dc 1974),

173

I

Times, 30 de outubro de 1974).

Às vezes, esta diferença entre os preços

oficiais

e os

livres é

ainda

maior:

dos a 4.68 dólares o quilo em Mos-

tivamente baixo — com uma ma-

.

rário em um mês. A

Gazeta

Literária,

em artigo

publicado a 17 de julho de 1974,

referiu-se às facilidades que têm nos kolkobes e entre cs kolkozianos os traficantes de todos os ti-

pos de artigos, cuja honestidade

deixa multo a desejar: “É justa- mente nos kolkozes, que dispõem de dinlieiro com maior liberdade, onde se fazem bons negócios. Mui tos dos que por lá aparecem não têm emprego definido, mas outros contam com uma ocupação preci sa. em particular certos responsá veis por empresas conexas, que se

deixam corromper. E a via mais

irregular, as

absolutamente ilegal, é

vezes considerada legítima ha

vida corrente de um distrito... Existe dinheiro nas caixas do kolkoze e o malandro oferece um ál

bum de fotografias, mostrando o

presidente na primeira página ou propõe a decoração do clube, um tapete para o escritóro ou uma pe dra rosada para o Palácio da Cul tura — tudo furtado —, mesmo nos casos em que o simples ladri lho teria sido suficiente... E se a

t


'TU

172

I ■ -

DIckstü ]Oi:oNÒMico

O iornal dos sindicatos, Trud, assinalou, em 11 de julho de 1974, o uso desse método — revelação excepcional na controlada impren

,

sa soviética — na Lituania:

“As

donas de casa de Vilna compra vam,

satisfeitas,

pãezinhos

a

13

kopecs por unidade e bolos de ca

nela a 11 kopecs. Agora, as lojas já não os vendem. Em seu lugar, oferecem bolos mais caros, mas I

que não são melhores. Eis outros exemplos: durante os últimos seis anos, na Lituania, as mesas de

cozinha

aumentaram 8 rublos e

34 kopecs; as cadeiras, 1 rublo ● ● e 25 kopecs; os aparadores, 15 rublos e 75 kopecs. O aumento

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viço de organização do comércio e 0 chefe dos peritos comerciais, chegamos à conclusão de que o mobiliário de cozinha não se'di ferencia em nada do que era vendido anteriormente. Só difere 0 preço. Os empregados no comércio citaram-me muitos outros exemplos de artigos novos que custam em geral, mais caro do que os vendidos antes.

“As empresas da indústria da alimentação deixam, às vezes, to talmente de fabricar produtos ba

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Em consequên

cia, os preços médios dos produ tos alimentícios aumentaram, em dois anos, de 2.080 para 2.330 rubros a tonelada,... Durante o

Dlcf-.s-io Econômico

ano passado, o ministério da In

dústria da Alimentação homolo

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21. custava 5.500 rublos:

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cuo: durante o inverno, os toma tes valem 9.26 dólares o quilo. Co¬ nhecendo estes preços, compreen de-se facilmente porque se vêem georgianos que chegam de avião — 0 preço dos transportes é rela

“aperfeiçoado”, mas quase idênti

letea cheia de tomates (chegam a

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transportar 30 quilos); vendendoos. ganham mais do que um ope

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7.500.

Conforme já i

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que mudem os preços”.

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encontram

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no mercado

mitado aos produtos alimentícios. Os camponeses e as cooperativas vendem

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vida sem

hesitam

O professor Nove explica o fun cionamento e amplitude deste mercado, nos seguintes termos: “Os preços oficiais são fixos. To davia, existe um mercado livre li

nos

mercados

urbanos

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preços que refletem mais ou me nos livremente a relação entre a oferta e a procura. Quando os gê neros alimentícios escasseiam nos armazéns do Estado, aumentam

os preços no mercado livre. Em 1972. estes últimos preços supe ravam em 60%, aproximadamente, o índice dos preços oficiais” (The

Desta ma

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não

oficial.

dio escasseia e aquilo que nos ofe caro.

mas acontece

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mais pelos

não se

dadeiro sentido de inflação neste país. O mais barato desapareceu. 0 que corresponde a um preço mé é o mais

pessoas adquiriam, no mercado kolkoziano, boa parte de seus pro

que algumas pessoas dispõem de

gria. ao preço de 2,83 rublos o quilo, cujo custo vai a 3,40 rublos por cada frango limpo. É o ver

receu

demonstramos, as

dutos alimentícios;

escolher entre o frango a 2.65 ru blos 0 quilo ou os frangos impor e

O

majoração de quase 369c; de fa to. de 5.500 rublos, passou para

de do vendido a 1,75 deixa muito a desejar. Atualmente, temos de

Dinamarca

um aumento dc 669c.

substituído, nos últimos me ses de 1975. por um novo modelo

rublos, desapareceu e a qualida

da

foi subs

Zhiguli — imitação do Fiat-124 —

no

anos, acostumanio-nos a comprar o quilo de carne de vitela a 1.20 rublos. Agora, este preço simples mente desapareceu e o mais baixo da vitela é de 2 rublos o quilo. Além disso, antes a carne valia seu preço, enquanto agora o qui lo de carne é um quilo de ossos... Tome também como exemplo o frango. Costumavamos comprá-lo por pre.ços que variavam entre 1,15, 1,75 e 2,65 rublos o quilo: agora, o frango menos caro, a 1.15

tados

na primavera, os morangos e as cerejas são vendi

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A mesma técnica de inflação oculta se aplica aos automóveis soviéticos. O Volga. modelo GAZtituído por outro modelo. GAZ-24, que custa 9.150 rublos, o que re

Leve”.

O mesmo método é impregado em Moscou. Segundo o corres pondente do Internaiional Hcrald Trihune (8 de outubro dc 1974),

173

I

Times, 30 de outubro de 1974).

Às vezes, esta diferença entre os preços

oficiais

e os

livres é

ainda

maior:

dos a 4.68 dólares o quilo em Mos-

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rário em um mês. A

Gazeta

Literária,

em artigo

publicado a 17 de julho de 1974,

referiu-se às facilidades que têm nos kolkobes e entre cs kolkozianos os traficantes de todos os ti-

pos de artigos, cuja honestidade

deixa multo a desejar: “É justa- mente nos kolkozes, que dispõem de dinlieiro com maior liberdade, onde se fazem bons negócios. Mui tos dos que por lá aparecem não têm emprego definido, mas outros contam com uma ocupação preci sa. em particular certos responsá veis por empresas conexas, que se

deixam corromper. E a via mais

irregular, as

absolutamente ilegal, é

vezes considerada legítima ha

vida corrente de um distrito... Existe dinheiro nas caixas do kolkoze e o malandro oferece um ál

bum de fotografias, mostrando o

presidente na primeira página ou propõe a decoração do clube, um tapete para o escritóro ou uma pe dra rosada para o Palácio da Cul tura — tudo furtado —, mesmo nos casos em que o simples ladri lho teria sido suficiente... E se a

t


.

DiciiSTO Econômico

174

:

milicia

consegue

desmascarar os

vigaristas, as autoridades do dis trito evitam, em geral, que esses clientes ou cúmplices dos kolko-

zes sejam processados. Alguns ca maradas do distrito, tanto por es

crito como oralmente, estimulam

os presidentes dos kolkozes a com prarem no mercado negro, para encobrir,

assim, sua propna ne

gligência e sua inércia.” Mas como é alimentado esse mercado negro de artigos indus trializados? De um lado, graças às

de contrabando reaf■ ●' importações llzados por estrangeiros que via jam para a URSS com a intenção

^

9''

deliberada de deixar neste país

uma grande parte do que levam em sua bagagem ou por meio dos soviéticos que podem ir ao exte rior.

?.●

COMO SE FAZ CONTRABANDO

t.

As "margens de lucro”, se assim

f,

as podemos chamar, são enormes.

Um relógio Seiko, que custa 70 dó-

\ '

51;* y

tí ■' .

*

:

f"’ '

' lares

no

Ocidente,

vende-se

em

Moscou por 324 dólares; um par de “levi’s jeans” autênticos custa

130 dólares e a gravação em fita Jesus Cristo Sumagnética de

perstar” eleva-se a 100 dólares. É

verdade que o rublo praticamente não é conversível no mercado in-

ternacional e que os compradores

soviéticos, ao trocar seu dinheiro, . sofrem grandes perdas. Ao cambio

l . oficial, 0 rublo vale 6,25 francos, K

'

entretanto, os marinheiros soviéticos que

desembarcam

em um

|> porto francês contentam-se em ^ . poder trocá-lo por um franco. 4.

Tudo

isso

sem

falar

em

Digesto Econômico

uma

A INFLAÇÃO SEGUNDO

i

mercadoria” recente, que superou todos os recordes: a edição russa de O Arquivèlago Qulag. que se vende entre 60 e 80 rublos nos

O nome de Ota Sik é hoje bas

<

do artigo da Gazeta Literária: “Na fábrica de refrigeradores de Minsk.

alguns encarregados do armazém, tipos sem escrúpulos, carregam em um caminhão 39 refrigeradores em lugar dos 36 anotados; como. por caminhões carregados e não na saida, a produção é controlada por unidade, as três que vão a mais se destinam tranquilamente aos especuladores... Em uma

11

ti \ ●1

4’ - *

I

ambulantes. Segundo suas próprias declarações, não tiveram nenhu

.1

teci

do por 100 mil rublos! E essa loja não fica em pleno deserto, nem na tundra; está situada na cidade de

Leningrado.. . Em Riazan, foi pre sa uma ladra:

era

a diretora

de

abastecimentos de um jardim de infância. Dos 150 quilos de laran jas que recebia, apenas 10 quilos eram

efetivamehte

crianças,

pois ela

destinados

às

apropriava-se

dos restantes. Também recebia, uma tonelada de batatas, mas pa

ra as crianças só iam 50 quilos., ■

■ ...^1

I

ÍG

Checo antes de 1939, esteve inter nado. durante a guerra, no campo

sas páginas, a análise do fenôme-

de concentração

carreira teve inicio

países do Leste (esta obra foi recentemente publicada em francês

depois do “golpe” de fevereiro de

pela editora Gallimard, sob o tí-

de

do

Mathausen;

1948, que deu a totalidade do po der na Checoslováquia aos comu nistas. fato conhecido como “gol pe de Praga”. Especializado em economia política, tornou-se a partir daquele ano. chefe da Se ção econômica da Escola Superior do partido e, mais tarde, diretor do Instituto de Economia. No ano

seguinte, foi-lhe conferida a dire ção da comissão econômica do Co mitê Central, daquele passou a ser suplente mesmo em 1958 e mem

Destacou-se entre os inspirado res da “primavera de Praga”, pe

hesitação em ceder várias cente nas de metros de tecido raro, a um preço mais alto, aos especuladores

Weg (ed. Hoffmann und Campe),

no qual se encontra, em cinco den-

membro

bro titular em 1962.

grande loja a gerente, senhora Skornvakova, não teve a menor

';q

PC

conhecido:

sua brilhante

A segunda via que alimenta o mercado negro é o roubo. Repro duzimos vários exemplos do cita

tificações da chamada economia

socialista. Em 1973, escreveu outro livro, Argumento -lur den dritten

OTA SIK

tante

portos de Riga e Odessa, mas que, em Moscou, se paga entre 150 e 160 rublos, ou seja, o salário de um engenheiro.

ma dificuldade em vender o

175'.

lo que a assumia o cargo de vicepresidente do governo em abril de 1968, a fim de tratar especialmen

te da organização da economia do país. Por sorte sua, encontrava-se no

exterior no dia 21 de agosto de 1968, quando ocorreu a interven ção militar soviética. Atualmente, é professor de economia nas uni

versidades

suiças das

Basiléia e

no inflacionário a economia dos

tulo La troisiéme tJoie”,. isto é, “O

também

existir na

economa

co

segundo a qual a inflação é um

fenômeno especificamente capitalista,

mas ;

que na

também na crença de economia dirigida o ,ativo _

e o passivo, tanto da populaçao como das administra-ções e das instituições são planejados e calno

o apoio de números, balanço de contas, Utilizado

se

o

culados, com

isto pela propaganda, apresentaargumento de que na econo-

mia socialista não existe, de for ma alguma, a inflação. Mas exis te” (pág. 98). A seguir, demonstra que os ín dices oficiais oferecem uma ima

gem ilusória da realidade, mas que a população, por sua parte, não se .Segundo o escri

comunista acerca dos erros e mi§-

da de marieira significativa” (pág.

i-iV-V— íA

u

.L

'

munista pode surpreender, no Oci dente, certos adeptos da economia dirigida. Isto não é apenas o re sultado da propaganda oriental,

tado em francês, por A. Fayard, em 1969), que é a melhor análise até hoje feita por um economista

Ota Sik publicou o livro A ver

I ●* ;

mo livro: “O fato de a inflação

tor checo, as causas da inflação nos países socialistas são cinco: 1) “A massa salarial, prevista no balanço de contas e no Plano, é a maior parte do tempo supera

dade ‘sobre a economia checa (edi

i*jii ■

terceiro caminho”). Observa Ota Sik neste seu ulti

deixa enganar.

de Saint-Gall.

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vigaristas, as autoridades do dis trito evitam, em geral, que esses clientes ou cúmplices dos kolko-

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os presidentes dos kolkozes a com prarem no mercado negro, para encobrir,

assim, sua propna ne

gligência e sua inércia.” Mas como é alimentado esse mercado negro de artigos indus trializados? De um lado, graças às

de contrabando reaf■ ●' importações llzados por estrangeiros que via jam para a URSS com a intenção

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deliberada de deixar neste país

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Moscou por 324 dólares; um par de “levi’s jeans” autênticos custa

130 dólares e a gravação em fita Jesus Cristo Sumagnética de

perstar” eleva-se a 100 dólares. É

verdade que o rublo praticamente não é conversível no mercado in-

ternacional e que os compradores

soviéticos, ao trocar seu dinheiro, . sofrem grandes perdas. Ao cambio

l . oficial, 0 rublo vale 6,25 francos, K

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entretanto, os marinheiros soviéticos que

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Tudo

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sem

falar

em

Digesto Econômico

uma

A INFLAÇÃO SEGUNDO

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mercadoria” recente, que superou todos os recordes: a edição russa de O Arquivèlago Qulag. que se vende entre 60 e 80 rublos nos

O nome de Ota Sik é hoje bas

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do artigo da Gazeta Literária: “Na fábrica de refrigeradores de Minsk.

alguns encarregados do armazém, tipos sem escrúpulos, carregam em um caminhão 39 refrigeradores em lugar dos 36 anotados; como. por caminhões carregados e não na saida, a produção é controlada por unidade, as três que vão a mais se destinam tranquilamente aos especuladores... Em uma

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Leningrado.. . Em Riazan, foi pre sa uma ladra:

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a diretora

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abastecimentos de um jardim de infância. Dos 150 quilos de laran jas que recebia, apenas 10 quilos eram

efetivamehte

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apropriava-se

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depois do “golpe” de fevereiro de

pela editora Gallimard, sob o tí-

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Mathausen;

1948, que deu a totalidade do po der na Checoslováquia aos comu nistas. fato conhecido como “gol pe de Praga”. Especializado em economia política, tornou-se a partir daquele ano. chefe da Se ção econômica da Escola Superior do partido e, mais tarde, diretor do Instituto de Economia. No ano

seguinte, foi-lhe conferida a dire ção da comissão econômica do Co mitê Central, daquele passou a ser suplente mesmo em 1958 e mem

Destacou-se entre os inspirado res da “primavera de Praga”, pe

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tado em francês, por A. Fayard, em 1969), que é a melhor análise até hoje feita por um economista

Ota Sik publicou o livro A ver

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mo livro: “O fato de a inflação

tor checo, as causas da inflação nos países socialistas são cinco: 1) “A massa salarial, prevista no balanço de contas e no Plano, é a maior parte do tempo supera

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t


J)ir.rsTO

Di(;i;sio Er.oNÒ.Mico

176

99). E é regra quase geral que, próximo do fim de cada mês, seja porque os objetivos do Plano não

enormes baixas na produção pre vista...” Sik aponta o exemplo da Checoslováquia. o total das

foram alcançados, seja porque se recebeu ordens de superá-los, o controle do Plano exige que se realizem horas suplementares, que se trabalhe sábado e domingo, etc. Isto acarreta, evidentemente, au mentos de salários, mas, como

construções não acabadas, na épo ca de Novotny, elevou-se a 220

sempre se concede prioridade na produção à indústria pesada, a consequência é que tal aumento da massa salarial não corresponde

tos inacabados aumenta, sendo os

a um crescimento equivalente dos bens de consumo. Assim, estabe lece-se um desequilíbrio entre a oferta e a procura, entre o poder aquisitivo e a quantidade de bens

disponíveis. AS TENSÕES INFLACIONÁRIAS 2)

“O aumento da produtivida de é, em grande parte, realizado de forma artificial, posto que em numerosos países do bloco orien tal 0 aumento fictício seja mais

importante do que 0 real” (pág. 100).

Este aumento fictício leva

Os aumenà seguinte situação: tos de salários, obtidos em conse quência da produtividade estatís tica, aumentada de acordo com o Plano, não são garantidos median

te a alta correspondente da pro

dução material”. 3) A falta de execução do Pla no representa papel decisivo, es pecialmente no setor dos investi mentos ...

Os salários devem ser

pagos de acordo com o Plano, mas o pagamento com atraso dos in vestimentos

produtivos

acarreta

milhões

de

coroas

checas,

1

planos médios de construção duas ou mais vezes mais longos do que nos países industriais do Ociden te” (pág. 101). 4) “As disposições estruturais desempenham um importante pa pel 110 desenvolvimento da infla

Al¬

ção... Na realidade, a estrutura concreta da produção, e portanto da oferta, não concorda com a es

ou

empresas

qual

clientes

necessitam

entre

os

põem-se em crculação meios de aquisição superiores à quantidade de produtos oferecidos aos com-

no

mercado,

pradores.

A superioridade consi-

derável da procura com relaçao à oferta provoca, inevitavelmente, uma

tensão

inflacionária,

cujo

efeito sobre os preços só pode ser contido mediante meios coerciti vos. os quais, no atual estado de coisas, já não são suficientes pa-

mento e outros materiais de cons

trução. viagens para o exterior etc., mas também artigos de nc-

ia

funcionar plenamente.

,

® mm

nf

to de polpa: dióxido de cloro/cloro, oxigêmo, f residual, na primeira aplicaçao desta especie na ind

oxigênio como

oxidante, disperso por tubulação no

"cheLpeake

iktetfrar estas

energia, para branqueamento, uso bactencida e tratamento de agua r^esi dual terciário. Antes de adotar o oxigênio para o processamento a Chesapeake Corp. of Virginia havia atingido o ponto onde a niadeiia em sua ái4a de obtenção era 45% pinho e 55% madeira dura; assim, a companhia

em uma

clientes

jamento que se supõe ser total,

encontrar

ela está em posição de explorar e comercializar a produção de polpa por

quantidade determinada são ad quiridos, pois a experiência faz recear uma queda da produção em um dos anos próximos. Assim, aumentam

em

quantidades suficientes, os produ tos ou serviços de que necessita, vê-se obrigada a acumular e a aguardar que se ofereça aquilo de que precisa. Entre as mercado rias cuja oferta é insuficiente fi guram. antes de tudo, os produ tos de consumo a longo prazo, co mo carros, habitações, móveis, ci

dem

oxiccnin e n nroducão de baixo custo de ozona para ter melhor fator de

Em particular, os pro que, no momento, os

não

elevada”

enjen^ia Co. vistas ao futuro ,a companhia já concluiu os plano_s gênio no seu foAio de cal para reduzir as emissões de odoi. Alem disso,

a

procura cresce de maneira cons tante mais rapidamente do que a oferta. dutos de

relativamente

oxidar licor negro, no primeiro sistema deste tipo ^

ta de distribuição, mas também a prova de um desenvolvimento al no

dessas

tria de polpa e papel Em West _Point, Virgínia, a Virginia introduziu o uso de oxigênio de alta pureza ^ | quear polpa comercial de madeira dura_ de alta quahda , uílnaueamenpreendimento comercial do mundo a utilizar ^ . rioro- tratar água

suas necessidades. Isto não é ape nas 0 sinal de um sistema dirigis-

inflacionário,

falta

a uma "pou

ESTADOS UNIDOS:- OXIGÊNIO NA POLPA E PAPEL ~ ^

de produção —, inclusive se esses produtos não correspondem às

tamente

A

(pág. 105). Vemos, pois. que em regime so cialista, não obstante um plane- '

de após-guerra, que vinculou a tonelagem local das ao processamento do aço por oxigênio, pode ter sua

As empresas

outras

diária.

o-

executam globalmente seus pla nos e os produtos são, na maio ria, arrebatados pelos “clientes” comércio

pança”

aparece inscrito entre as despe sas. Quando as pessoas não po

sendo

tro, a quantidade de investimen

cessidade

mercadorias obriga

5) Todos os anos. o balanço de contas, o aumento da poupança

“De um ano para ou

trutura da procura.

177

portanto, também, insensivelmen te, os créditos para os estoques”.

que 0 total da renda nacional che gava. naquela época, a 280 bilhões de coroas.

Ec:onòmico

achou ncessário desenvolver um produto que utihzasse uma maior quanti dade da madeira dura disponível. A unidade de branqueamento a oxigênio

da Chesapeake tem produzido uma média diaria de 2<5 toneladas de polpa e tem operado ao nivel ou acima de sua capacidade inaxima piojetada de

os

330 toneladas/dia.

produtos que não são utilizados e, jL


J)ir.rsTO

Di(;i;sio Er.oNÒ.Mico

176

99). E é regra quase geral que, próximo do fim de cada mês, seja porque os objetivos do Plano não

enormes baixas na produção pre vista...” Sik aponta o exemplo da Checoslováquia. o total das

foram alcançados, seja porque se recebeu ordens de superá-los, o controle do Plano exige que se realizem horas suplementares, que se trabalhe sábado e domingo, etc. Isto acarreta, evidentemente, au mentos de salários, mas, como

construções não acabadas, na épo ca de Novotny, elevou-se a 220

sempre se concede prioridade na produção à indústria pesada, a consequência é que tal aumento da massa salarial não corresponde

tos inacabados aumenta, sendo os

a um crescimento equivalente dos bens de consumo. Assim, estabe lece-se um desequilíbrio entre a oferta e a procura, entre o poder aquisitivo e a quantidade de bens

disponíveis. AS TENSÕES INFLACIONÁRIAS 2)

“O aumento da produtivida de é, em grande parte, realizado de forma artificial, posto que em numerosos países do bloco orien tal 0 aumento fictício seja mais

importante do que 0 real” (pág. 100).

Este aumento fictício leva

Os aumenà seguinte situação: tos de salários, obtidos em conse quência da produtividade estatís tica, aumentada de acordo com o Plano, não são garantidos median

te a alta correspondente da pro

dução material”. 3) A falta de execução do Pla no representa papel decisivo, es pecialmente no setor dos investi mentos ...

Os salários devem ser

pagos de acordo com o Plano, mas o pagamento com atraso dos in vestimentos

produtivos

acarreta

milhões

de

coroas

checas,

1

planos médios de construção duas ou mais vezes mais longos do que nos países industriais do Ociden te” (pág. 101). 4) “As disposições estruturais desempenham um importante pa pel 110 desenvolvimento da infla

Al¬

ção... Na realidade, a estrutura concreta da produção, e portanto da oferta, não concorda com a es

ou

empresas

qual

clientes

necessitam

entre

os

põem-se em crculação meios de aquisição superiores à quantidade de produtos oferecidos aos com-

no

mercado,

pradores.

A superioridade consi-

derável da procura com relaçao à oferta provoca, inevitavelmente, uma

tensão

inflacionária,

cujo

efeito sobre os preços só pode ser contido mediante meios coerciti vos. os quais, no atual estado de coisas, já não são suficientes pa-

mento e outros materiais de cons

trução. viagens para o exterior etc., mas também artigos de nc-

ia

funcionar plenamente.

,

® mm

nf

to de polpa: dióxido de cloro/cloro, oxigêmo, f residual, na primeira aplicaçao desta especie na ind

oxigênio como

oxidante, disperso por tubulação no

"cheLpeake

iktetfrar estas

energia, para branqueamento, uso bactencida e tratamento de agua r^esi dual terciário. Antes de adotar o oxigênio para o processamento a Chesapeake Corp. of Virginia havia atingido o ponto onde a niadeiia em sua ái4a de obtenção era 45% pinho e 55% madeira dura; assim, a companhia

em uma

clientes

jamento que se supõe ser total,

encontrar

ela está em posição de explorar e comercializar a produção de polpa por

quantidade determinada são ad quiridos, pois a experiência faz recear uma queda da produção em um dos anos próximos. Assim, aumentam

em

quantidades suficientes, os produ tos ou serviços de que necessita, vê-se obrigada a acumular e a aguardar que se ofereça aquilo de que precisa. Entre as mercado rias cuja oferta é insuficiente fi guram. antes de tudo, os produ tos de consumo a longo prazo, co mo carros, habitações, móveis, ci

dem

oxiccnin e n nroducão de baixo custo de ozona para ter melhor fator de

Em particular, os pro que, no momento, os

não

elevada”

enjen^ia Co. vistas ao futuro ,a companhia já concluiu os plano_s gênio no seu foAio de cal para reduzir as emissões de odoi. Alem disso,

a

procura cresce de maneira cons tante mais rapidamente do que a oferta. dutos de

relativamente

oxidar licor negro, no primeiro sistema deste tipo ^

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tria de polpa e papel Em West _Point, Virgínia, a Virginia introduziu o uso de oxigênio de alta pureza ^ | quear polpa comercial de madeira dura_ de alta quahda , uílnaueamenpreendimento comercial do mundo a utilizar ^ . rioro- tratar água

suas necessidades. Isto não é ape nas 0 sinal de um sistema dirigis-

inflacionário,

falta

a uma "pou

ESTADOS UNIDOS:- OXIGÊNIO NA POLPA E PAPEL ~ ^

de produção —, inclusive se esses produtos não correspondem às

tamente

A

(pág. 105). Vemos, pois. que em regime so cialista, não obstante um plane- '

de após-guerra, que vinculou a tonelagem local das ao processamento do aço por oxigênio, pode ter sua

As empresas

outras

diária.

o-

executam globalmente seus pla nos e os produtos são, na maio ria, arrebatados pelos “clientes” comércio

pança”

aparece inscrito entre as despe sas. Quando as pessoas não po

sendo

tro, a quantidade de investimen

cessidade

mercadorias obriga

5) Todos os anos. o balanço de contas, o aumento da poupança

“De um ano para ou

trutura da procura.

177

portanto, também, insensivelmen te, os créditos para os estoques”.

que 0 total da renda nacional che gava. naquela época, a 280 bilhões de coroas.

Ec:onòmico

achou ncessário desenvolver um produto que utihzasse uma maior quanti dade da madeira dura disponível. A unidade de branqueamento a oxigênio

da Chesapeake tem produzido uma média diaria de 2<5 toneladas de polpa e tem operado ao nivel ou acima de sua capacidade inaxima piojetada de

os

330 toneladas/dia.

produtos que não são utilizados e, jL


'

I.

' 'II

MÉXrCO:- PATENTES DE PRO-W DUTOS

FIAÇÃO

SER

QUÍMICOS

BANIDAS

PODERÃO

Os

temores

o Problema Demográfico: Quatro Bilhões de Habitantes

de

que a tecnologia estrangeira venha a dominar a indústria mexicana es

E

TECELAGEM

CAMPO BELO

S.A.

tos

no

BRASILEIRA

r

)

Fios Mistos Compostos de Fibras Sintéticas e

O

volumoso

do

Telegr.: Belcampo CEP 04603 - SP

ainda, com um volume relativa

dc seres humanos.

mente -pequeno, mas quando

atual geração estiver com sesse7i-

a

farmacêuticos, fertilizantes, pesticidas, indústrias de alimentos e agrí

tes.

cado pelo

patentes

xa. A nova legislação exigiría que

A população do planeta dei

xa de ser uma realidade para tornar-se um imaginário — ou, estranhamente, uma “realidade ima ginária”.

Isso não impede que esse “incon

i'icas e políticas do mundo em que

vivemos.

Mas antes de examiná-los vamos

tentar um esforço no sentido de nos representar o que significa

associadas com marcas mexicanas e

de 4 bilhões de homens, colocan do-a, antes de mais nada, na con

permitiría

ao

proscrever

tinuidade da história demográfica.

marcas registradas e marcas de fá

Vamos começar com alguns da dos do passado — próximo o.u re moto — que melhor permitirão

brica em favor

governo

de

sob nomes genéricos.

comercialização

bitantes.

O artigo do escritor e

O Estado de S. Paulo , do qual, data venia, transcreve (<

mos, coloca a questão em termos mundiais

. nulação da Europa, na época de

realmente essa monstruosa cifra

marcas estrangeiras

deveremos ter a população aluci nante de oitocentos milliões de ha

veis”, que podem ser organizados em repertórios, e que estão já — mesmo em segredo — gerando a

efeitos

fossem

certas

de hoje estiverem na maturidade,

apreender o drama desse aumen

cause

maior parte das expressões histó-

^

ta ajios, e quando os nasciturnos

“concebí

cebível”

passe, o governo estabelecería a ta

61-2151

sada, a cifra de quatro bilhões

pulação do nosso planeta aca

jornalista Gilles Lapouge, pum-

as

as negociações chegarem a urn im

Próx. da Av. Ibirapuera

ba de alcançar, iia semana pas

ceber o número de seus semelhan

eliminaria

(BROOKLIN PAULISTA) V

' i,

Segundo a O.N.Ú. (o mundo já atingiu à, amedrontadora cijra ãe quatro hilliões de habitantes, tendendo a crescer, cada vez mais. Nessa estatística, o Brasil entra,

j

lei

Av. Vereador José Diniz, 3821

Especiais - Novidades

bulosa do que esta? Segun cálculos mais exatos do os possíveis, estima-se que a po

de produtos e processos químicos e

A aprovação parece certa,

com a maioria das cláusulas intatas.

cola, tecnologia de controle ambien tal e energia nuclear. Ao invés dis so, as empresas privadas teriam a permissão de tirar “certificados de inventores” que lhes permitiríam re ceber “royalties”, mas as forçariam a colocar a tecnologia à disposição de quem quisesse pagar por ela. Se

Naturais - Fios

H

AVERÁ informação mais fa

Número terrível, diante do qual 0 espírito vacila e se percebe im potente. Número que ultrapassa nossa própria capacidade de con cebê-lo; a este ponto chegamos: 0 homem não consegue mais con

A nova ií-.

México.

i

cumento foi enviado ao Congresso Mexicano no princípio de dezembro de 1975 pelo presidente Luis Echeverria.

INDÚSTRIA

GILLES LAPOUGE

tão por trás da nova lei de proprie dade industrial proposta recente mente, a qual viria a eliminar a pro teção de patente para certos produ

to exponencial de homens: a po-

Napoleão, era de 200 milhões de pessoas; um secul[o depoiis; em

1914, tinha chegado a 600 milhões,

A

cidade-mamute do mundo. —

Londres,

tinha em 1800 — há de dois séculos, portanto, um milhão de habitantes, número menos

de

uma

cidade média, hoje — e

Paris, na mesma época, contava

com meio milhão de pessoas (São

Luiz, em 1976). A Humanidade levou um milhão

de anos para chegar ao número atual. Ora, caso essa curva não


'

I.

' 'II

MÉXrCO:- PATENTES DE PRO-W DUTOS

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SER

QUÍMICOS

BANIDAS

PODERÃO

Os

temores

o Problema Demográfico: Quatro Bilhões de Habitantes

de

que a tecnologia estrangeira venha a dominar a indústria mexicana es

E

TECELAGEM

CAMPO BELO

S.A.

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no

BRASILEIRA

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Fios Mistos Compostos de Fibras Sintéticas e

O

volumoso

do

Telegr.: Belcampo CEP 04603 - SP

ainda, com um volume relativa

dc seres humanos.

mente -pequeno, mas quando

atual geração estiver com sesse7i-

a

farmacêuticos, fertilizantes, pesticidas, indústrias de alimentos e agrí

tes.

cado pelo

patentes

xa. A nova legislação exigiría que

A população do planeta dei

xa de ser uma realidade para tornar-se um imaginário — ou, estranhamente, uma “realidade ima ginária”.

Isso não impede que esse “incon

i'icas e políticas do mundo em que

vivemos.

Mas antes de examiná-los vamos

tentar um esforço no sentido de nos representar o que significa

associadas com marcas mexicanas e

de 4 bilhões de homens, colocan do-a, antes de mais nada, na con

permitiría

ao

proscrever

tinuidade da história demográfica.

marcas registradas e marcas de fá

Vamos começar com alguns da dos do passado — próximo o.u re moto — que melhor permitirão

brica em favor

governo

de

sob nomes genéricos.

comercialização

bitantes.

O artigo do escritor e

O Estado de S. Paulo , do qual, data venia, transcreve (<

mos, coloca a questão em termos mundiais

. nulação da Europa, na época de

realmente essa monstruosa cifra

marcas estrangeiras

deveremos ter a população aluci nante de oitocentos milliões de ha

veis”, que podem ser organizados em repertórios, e que estão já — mesmo em segredo — gerando a

efeitos

fossem

certas

de hoje estiverem na maturidade,

apreender o drama desse aumen

cause

maior parte das expressões histó-

^

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“concebí

cebível”

passe, o governo estabelecería a ta

61-2151

sada, a cifra de quatro bilhões

pulação do nosso planeta aca

jornalista Gilles Lapouge, pum-

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as negociações chegarem a urn im

Próx. da Av. Ibirapuera

ba de alcançar, iia semana pas

ceber o número de seus semelhan

eliminaria

(BROOKLIN PAULISTA) V

' i,

Segundo a O.N.Ú. (o mundo já atingiu à, amedrontadora cijra ãe quatro hilliões de habitantes, tendendo a crescer, cada vez mais. Nessa estatística, o Brasil entra,

j

lei

Av. Vereador José Diniz, 3821

Especiais - Novidades

bulosa do que esta? Segun cálculos mais exatos do os possíveis, estima-se que a po

de produtos e processos químicos e

A aprovação parece certa,

com a maioria das cláusulas intatas.

cola, tecnologia de controle ambien tal e energia nuclear. Ao invés dis so, as empresas privadas teriam a permissão de tirar “certificados de inventores” que lhes permitiríam re ceber “royalties”, mas as forçariam a colocar a tecnologia à disposição de quem quisesse pagar por ela. Se

Naturais - Fios

H

AVERÁ informação mais fa

Número terrível, diante do qual 0 espírito vacila e se percebe im potente. Número que ultrapassa nossa própria capacidade de con cebê-lo; a este ponto chegamos: 0 homem não consegue mais con

A nova ií-.

México.

i

cumento foi enviado ao Congresso Mexicano no princípio de dezembro de 1975 pelo presidente Luis Echeverria.

INDÚSTRIA

GILLES LAPOUGE

tão por trás da nova lei de proprie dade industrial proposta recente mente, a qual viria a eliminar a pro teção de patente para certos produ

to exponencial de homens: a po-

Napoleão, era de 200 milhões de pessoas; um secul[o depoiis; em

1914, tinha chegado a 600 milhões,

A

cidade-mamute do mundo. —

Londres,

tinha em 1800 — há de dois séculos, portanto, um milhão de habitantes, número menos

de

uma

cidade média, hoje — e

Paris, na mesma época, contava

com meio milhão de pessoas (São

Luiz, em 1976). A Humanidade levou um milhão

de anos para chegar ao número atual. Ora, caso essa curva não


180

DI(;i'sto Econômico

sofra, um desvio, no ano 2.000 esta remos com seis bilhões.

Mais números destinados a pro

duzirem vertigens; a índia, esfo

Estado indiano

de Punjab deci

um ano de prisão,

Erança;

direito

onze

potência, diante, de um lado, do conceito matemático do número infinito de homens, e, de outro, dos remanejamentos políticos a que essa realidade implacavel mente obrigará.

Essa a primeira abordagem voluntariamente grosseira —

a

que é preciso de resto corrigir e.sclarecendo que esse crescimento é

privilégio dos países pobres, dado que os ricos conseguiram estran gular a explosão demográfica —

estrangulá-la aliás um pouco bem demais.’

A China é uma exceção: a inte

ligência de seus dirigentes, a fle xibilidade dos cidadãos, souberam manipular bem a situação, Em troca, tudo o que costumamos cha mar de “terceiro mundo” é inun dado por uma maré montante de nascimentos: certos países se recusam a admitir o perigo, como

se hipnotizados por uma serpen

te.

Outros tomam algumas

pro-

videncias, mas o barroquismo des sas medidas, sua posição surrea

lista, são testemunhas da incapa cidade das sociedades para

en

frentar, o desafio. Assim, há ape nas, alguns dias soube-se que 0

asiático toma providências pare ceiro filho implica a suspensão do de

não

vai

181

declará-los.

dado

que 0 terceiro o levará direto pa

Outro Estado

cidas; em Singapura, ter um ter

a Tailandia tinha

filhos

diu que 0 fato do um casal ter um terceiro filho será passível de

meada, vê a cada quatro anos sua população crescer em um número que iguala a população de toda a milhões de habitantes em 1911 hoje tem 32 milhões. Poderiamos mencionar números indefinida mente; todos levariam ao mesmo resultado — o medo, a nossa im

üiGESTO Eco^●ô^^co

trabalhar.

(1

Acho que não é preciso mais ilustrações para nos convencermos

ra a prisão. Mais ainda: uma das chagas dos países pobres é a cons tituída pelas crianças abandona das. que rolam pelas ruas de ci dades monstruosas como Calcutá e nas aldeias. Ora. com a nova

lei.

o

de seu absurdo; como é que a mãe, persa, fará para amamentar o be

ser

regra.

cos métodos que os países pobres usam para prevenir a explosão; o aborto com autorização médica, os contraceptivos. a esterilização de homens e mulheres, ou a pílula,

criminoso?

E

não

prender também

seria

bom

a criança,

que

tremos, algumas medidas aplica

foram

e são objeto de violentas campanhas, Mas essas campanhas todas se chocam com tabus religiosos ou tradicionais, com a

das no Terceiro Mundo são deli

rantes;

na

índia,

em

suprimir

sociais.

a

íamilias

um

por

exemplo, os direitos

segurança social, das numerosas o que para

europeu

soa

a

pura

loucura,

^;l

na medida em que. na Europa, as medidas sociais se destinam pre cisamente às familias grandes. Dentro do mesmo louco raciocínio,

Note-se. a esse respeito, que certos pesquisadores se pergun tam se o exemplo dos animais, ou das sociedades primitivas, não po a resolver essas dería ajudar

membros.

■questões. na pré-história

AS TERRÍVEIS CONSEQUÊNCIAS Todas

essas

medidas

paradoxais:

não

íão

Podemos I

elas se arris

mas. Por exemplo, a índia, nesse momento, começa a fazer um recenseamento de sua população ci vil, essencial para a economia

uma

boa

idéia

mitivos ainda existentes, como os

boshÍ7na7is

do

sudoeste

africano,

pesquisados pelo etnólogo Jean Ziegler: “Os grupos paleolíticos

O censo, que funciona

escreve

na França desde o fim da Idade Média (Philippe, o Belo). será

muito

realizado em 70 mil cidades india

nas. Ora, é evidente que qualquer homem que tenha mais de dois

fazer

do homem pré-histórico estudan do certos grupos totalmente pri

cam a ter consequências negrissi-

moderna.

ingenuidade das populações do campo, que só um pais bem orga nizado como a China soube supe rar.

a índia só concederá facilidades de crédito às famílias de poucos

apenas

crianças vai

Claro que esses não são os úni

cometeu a imprudência de nascer? Mesmo sem ir a esses ex

pensa-se

abandono de

í ■ (

ele

limitados,

eram grupos Praticavam o

ter constante a relação entre po pulação e alimentação disponível”. Portanto, uma seleção suicida im posta pelos grupos humanos des de sua gênese (como acontece com

os bos?ii7na7is até hoje) — e sobre a qual assim conclui Ziegler: “Um dos primeiros atos sociais repeti dos — e, portanto, institucionali zados — foi um ato de destruição — mais ainda: de auto-destruição. Ê preciso insistir no fato de que estamos em presença de infanticídios em perspectiva”. (Alguém ousará acrescentar que — embora a por meios menos sangrentos pena de prisão decretada pelos in^dianos, em Punjab, obedece ao

mesmo

modelo suicida?).

Continuando na pesquisa, pode

riamos chegar também aos ani mais. que também conhecem me canismos de controle de natalida de; os mais drásticos são os usa

dos pelos leniingues, pequenos roedores das timdras, que, a cada

trinta e quarenta anos. se afogam aos milhões, no mar, para

que o

resto da espécie subsista.

Outras populações animais, mais refinadas, tem métodos diferentes:

como os

se tornam

ratos, cujas fêmeas

automaticamente esté.

reis quando amontoadas em gaio

las em grande número. Alguém poderá observar

que

aqui se trata de bichos, nao de

homens, e que esses instintos re

guladores que permitem às femeas

agir sobre a sua faculdade de pio-

infanticídio. Matavam, em regra todos os prisioneiros, à exce ção das mulheres jovens e das

criação, chegando mesmo a anu

crianças, porque era preciso man-

nas.

lá-la em caso de fome, não tem

aplicação nas sociedades huma Ora, certos estudiosos atuais

i


180

DI(;i'sto Econômico

sofra, um desvio, no ano 2.000 esta remos com seis bilhões.

Mais números destinados a pro

duzirem vertigens; a índia, esfo

Estado indiano

de Punjab deci

um ano de prisão,

Erança;

direito

onze

potência, diante, de um lado, do conceito matemático do número infinito de homens, e, de outro, dos remanejamentos políticos a que essa realidade implacavel mente obrigará.

Essa a primeira abordagem voluntariamente grosseira —

a

que é preciso de resto corrigir e.sclarecendo que esse crescimento é

privilégio dos países pobres, dado que os ricos conseguiram estran gular a explosão demográfica —

estrangulá-la aliás um pouco bem demais.’

A China é uma exceção: a inte

ligência de seus dirigentes, a fle xibilidade dos cidadãos, souberam manipular bem a situação, Em troca, tudo o que costumamos cha mar de “terceiro mundo” é inun dado por uma maré montante de nascimentos: certos países se recusam a admitir o perigo, como

se hipnotizados por uma serpen

te.

Outros tomam algumas

pro-

videncias, mas o barroquismo des sas medidas, sua posição surrea

lista, são testemunhas da incapa cidade das sociedades para

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frentar, o desafio. Assim, há ape nas, alguns dias soube-se que 0

asiático toma providências pare ceiro filho implica a suspensão do de

não

vai

181

declará-los.

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que 0 terceiro o levará direto pa

Outro Estado

cidas; em Singapura, ter um ter

a Tailandia tinha

filhos

diu que 0 fato do um casal ter um terceiro filho será passível de

meada, vê a cada quatro anos sua população crescer em um número que iguala a população de toda a milhões de habitantes em 1911 hoje tem 32 milhões. Poderiamos mencionar números indefinida mente; todos levariam ao mesmo resultado — o medo, a nossa im

üiGESTO Eco^●ô^^co

trabalhar.

(1

Acho que não é preciso mais ilustrações para nos convencermos

ra a prisão. Mais ainda: uma das chagas dos países pobres é a cons tituída pelas crianças abandona das. que rolam pelas ruas de ci dades monstruosas como Calcutá e nas aldeias. Ora. com a nova

lei.

o

de seu absurdo; como é que a mãe, persa, fará para amamentar o be

ser

regra.

cos métodos que os países pobres usam para prevenir a explosão; o aborto com autorização médica, os contraceptivos. a esterilização de homens e mulheres, ou a pílula,

criminoso?

E

não

prender também

seria

bom

a criança,

que

tremos, algumas medidas aplica

foram

e são objeto de violentas campanhas, Mas essas campanhas todas se chocam com tabus religiosos ou tradicionais, com a

das no Terceiro Mundo são deli

rantes;

na

índia,

em

suprimir

sociais.

a

íamilias

um

por

exemplo, os direitos

segurança social, das numerosas o que para

europeu

soa

a

pura

loucura,

^;l

na medida em que. na Europa, as medidas sociais se destinam pre cisamente às familias grandes. Dentro do mesmo louco raciocínio,

Note-se. a esse respeito, que certos pesquisadores se pergun tam se o exemplo dos animais, ou das sociedades primitivas, não po a resolver essas dería ajudar

membros.

■questões. na pré-história

AS TERRÍVEIS CONSEQUÊNCIAS Todas

essas

medidas

paradoxais:

não

íão

Podemos I

elas se arris

mas. Por exemplo, a índia, nesse momento, começa a fazer um recenseamento de sua população ci vil, essencial para a economia

uma

boa

idéia

mitivos ainda existentes, como os

boshÍ7na7is

do

sudoeste

africano,

pesquisados pelo etnólogo Jean Ziegler: “Os grupos paleolíticos

O censo, que funciona

escreve

na França desde o fim da Idade Média (Philippe, o Belo). será

muito

realizado em 70 mil cidades india

nas. Ora, é evidente que qualquer homem que tenha mais de dois

fazer

do homem pré-histórico estudan do certos grupos totalmente pri

cam a ter consequências negrissi-

moderna.

ingenuidade das populações do campo, que só um pais bem orga nizado como a China soube supe rar.

a índia só concederá facilidades de crédito às famílias de poucos

apenas

crianças vai

Claro que esses não são os úni

cometeu a imprudência de nascer? Mesmo sem ir a esses ex

pensa-se

abandono de

í ■ (

ele

limitados,

eram grupos Praticavam o

ter constante a relação entre po pulação e alimentação disponível”. Portanto, uma seleção suicida im posta pelos grupos humanos des de sua gênese (como acontece com

os bos?ii7na7is até hoje) — e sobre a qual assim conclui Ziegler: “Um dos primeiros atos sociais repeti dos — e, portanto, institucionali zados — foi um ato de destruição — mais ainda: de auto-destruição. Ê preciso insistir no fato de que estamos em presença de infanticídios em perspectiva”. (Alguém ousará acrescentar que — embora a por meios menos sangrentos pena de prisão decretada pelos in^dianos, em Punjab, obedece ao

mesmo

modelo suicida?).

Continuando na pesquisa, pode

riamos chegar também aos ani mais. que também conhecem me canismos de controle de natalida de; os mais drásticos são os usa

dos pelos leniingues, pequenos roedores das timdras, que, a cada

trinta e quarenta anos. se afogam aos milhões, no mar, para

que o

resto da espécie subsista.

Outras populações animais, mais refinadas, tem métodos diferentes:

como os

se tornam

ratos, cujas fêmeas

automaticamente esté.

reis quando amontoadas em gaio

las em grande número. Alguém poderá observar

que

aqui se trata de bichos, nao de

homens, e que esses instintos re

guladores que permitem às femeas

agir sobre a sua faculdade de pio-

infanticídio. Matavam, em regra todos os prisioneiros, à exce ção das mulheres jovens e das

criação, chegando mesmo a anu

crianças, porque era preciso man-

nas.

lá-la em caso de fome, não tem

aplicação nas sociedades huma Ora, certos estudiosos atuais

i


Dkíksto Econômico

182

se perguntam se esses instintos não

farão na verdade

parte

do

patrimônio genético do Homem, sendo básicos em sua natureza, e tendo sido encobertos, afogados,

pela cultura, muito cedo na sua história. Em que se baseiam esses estudiosos? Em observações fei tas com povos muito primitivos; um dos fatos mais perturbadores é 0 seguinte: foi possível estabe

tam as crianças “de sobra”, é por não poderem atuar sobre o segun o aumendo fator da equação to da produção de alimentos. Ora,

peus, as muUieres passavam a procriar em número absolutamen te anormal — e meninos em nú mero muito maior do que meninas — 0 que poderia levar à seguinte conclusão:

dialmente

vam

os

invasores

brancos,

euro-

a população, ameaça

reconhecida

183

êxodo rural ameaça o mundo de

crianças dos tropicos, ameaçadas

senvolvido e o subdesenvolvido

hoje de retardamento rnental e cegueira. Note-se aqui que essa visão apocalíptica não é só do ho mem de esquerda, generoso, que é

mesmo tempo. Dumont

a tecnologia moderna já permite atuar sobre. ele. Há até certos economistas de prestigio que se

perguntam, hoje. se a “aposta industrial do Ocidente já não te rá sido superada, em parte — e se os países desenvolvidos não deveríam reconverter parte de .seus meios para o setor agrícola. — ou. pelo menos fazer algo que parasse a evasão de terras eni proveito da indústria. Aliás, é o qiic acaba de fazer em um artigo de enorme repercussão, um agrônomo do autoridade mun

lecer que, em vários paises selva gens, no momento em chega-

Dick-sto Econômico

ao

O paradoxal é que

lance

esse

alarma

no

exato momento em que se anun

cia uma superprodução de alimen tos na Europa: de vinho, por

exemplo, mas mais ainda de leite, desde que, atualmente, a Europa

possui

em

duzentas

estoque um milhão e mil

toneladas

de

leite

cm pó. O raciocínio cie Dumont c sim-

pes: ele se apóia na constatação de que o mundo tem fome, e que

o déficit alimentar dos países sub desenvolvidos, já dramático, ten de

a aumentar.

Se o ritmo não

cair. prevê-se uma crise de fome

René

da pela violência dos brancos, respondia pondo no mundo ho mens — ou seja, futuros guerrei

Dumont — especialista em ques

terrível, já no fim de nosso século.

tões agrícolas do Terceiro Mundo,

ros.

sas na China Popular,

O atual déficit alimentar do Ter ceiro Mundo, sobretudo em ce reais. é de 40 milhões de tonelalas — e está aumentando. Segun

Muitos outros fatos surpreen

dentes foram recolhidos dentre os povos mais selvagens, e certos pe ritos se perguntam se os meca

nismos — enferrujados, no ho mem moderno — não poderão ser “consertados” — como se conser

ta um relógio, por exemplo, a fim. de que passem a funcionar de novo.

PICÇÃO-CIENTÍFICA? Sonhos, ficção científica, pseu-

e que já conduziu várias pesqui em

Cuba.

na África — missões em que esse progressista, amigo dos antigos povos oprimidos, jamais hesitou em dizer verdades amargas sobre os erros e perigos de certos planos desenvolvimentistas ívale a pena lembrar, entre outros, seu grande livro UAfrique Noire est mal partie”). u

René Dumont, logo depois da

contudo outra coordenada, a não ser descurada: se o homem paleo-

guerra, pregava o êxido rural. Achava ele que o próprio aumento da produção alimentar exigia esse êxodo ou seja a criação de grandes empresas agrícolas em vez das pequenas propriedades ru rais familiares, e a introdução de uma mecanização intensiva nos meios de produção. Hoje em dia

lítico, ou hoje os hosfiimans, ma-

ele

docíentificismo — talvez tudo isso;

mas 0 estranho — e que diz muito quanto à angustia do homem diante de seu crescente número

— é que essas coordenadas de pes

quisa estejam já traçadas. Existe

sustenta

a

tese

contrária:

o

do a FAO, o déficit terá dobrado em 1985. Ora, só os países alta mente

industrializados

estarão

aptos a “galvanizar” suas produ

ções de cereais — Estados Unidos, União Soviética, França etc. — e ainda terão de fazer com que sua

produção aumente, para salvar o Terceiro

Mundo.

tes, milhares vivem de forma re duzida, porque seus cerebros fo ram danificados, seu crescimento

retardado, sua vitalidade diminuí da pela insuficiência de alimen tação. Oitocentos milhões dentre eles são analfabetos. A duração media da vida nos países subde senvolvidos

é

inferior

anos à dos paises ricos.

em

vinte

Um terço

da população mundial retém se-

te-oitavos da renda mundial. Os outros dois terços têm de se con tentar com o oitavo restante . Diagnostico infelizmente exato, que o espetáculo do Nordeste brasileiro

confirma:

Nos

sete

Estados que compõem o Nordeste 1974

Mas há ainda outra dificuldade:

seria preciso que os países do Ter ceiro Mundo pudessem comprar esses excedentes de cereais. Du mont dá a isso duas respostas: pri

meiro, constatando que a monta nha de leite em pó de que a Euro pa não sabe mais o que fazer bas taria para fornecer o complemen

para 70 milhões

sofrem de fome e desnutrição. Vinte a vinte e cinco por cento de seus filhos morrem antes de fazer cinco anos. Entre os sobreviven

do Brasil — dizia um relatório de

O OUTRO PROBLEMA

to proteico

Dumont: ela é compartilhada por um homem ligado ao sistema ca pitalista, Robert Mac-Namara, que dizia há um ano: “Metade dos dois bilhões de seres humanos que Vivem nes paises subdesenvolvidos

de

“uma boa parte das crian-

cas morre

antes de completar çin-

co anos, de subnutrição. Centenas de milhares de outras ficam cegas,

por falta de proteínas”. Mas René Dumont não se enachando que a solução será dada pela caridade dos ricos; pri meiro, porque os ricos não são ge nerosos, mas ignobilmente avaros, gana

u


Dkíksto Econômico

182

se perguntam se esses instintos não

farão na verdade

parte

do

patrimônio genético do Homem, sendo básicos em sua natureza, e tendo sido encobertos, afogados,

pela cultura, muito cedo na sua história. Em que se baseiam esses estudiosos? Em observações fei tas com povos muito primitivos; um dos fatos mais perturbadores é 0 seguinte: foi possível estabe

tam as crianças “de sobra”, é por não poderem atuar sobre o segun o aumendo fator da equação to da produção de alimentos. Ora,

peus, as muUieres passavam a procriar em número absolutamen te anormal — e meninos em nú mero muito maior do que meninas — 0 que poderia levar à seguinte conclusão:

dialmente

vam

os

invasores

brancos,

euro-

a população, ameaça

reconhecida

183

êxodo rural ameaça o mundo de

crianças dos tropicos, ameaçadas

senvolvido e o subdesenvolvido

hoje de retardamento rnental e cegueira. Note-se aqui que essa visão apocalíptica não é só do ho mem de esquerda, generoso, que é

mesmo tempo. Dumont

a tecnologia moderna já permite atuar sobre. ele. Há até certos economistas de prestigio que se

perguntam, hoje. se a “aposta industrial do Ocidente já não te rá sido superada, em parte — e se os países desenvolvidos não deveríam reconverter parte de .seus meios para o setor agrícola. — ou. pelo menos fazer algo que parasse a evasão de terras eni proveito da indústria. Aliás, é o qiic acaba de fazer em um artigo de enorme repercussão, um agrônomo do autoridade mun

lecer que, em vários paises selva gens, no momento em chega-

Dick-sto Econômico

ao

O paradoxal é que

lance

esse

alarma

no

exato momento em que se anun

cia uma superprodução de alimen tos na Europa: de vinho, por

exemplo, mas mais ainda de leite, desde que, atualmente, a Europa

possui

em

duzentas

estoque um milhão e mil

toneladas

de

leite

cm pó. O raciocínio cie Dumont c sim-

pes: ele se apóia na constatação de que o mundo tem fome, e que

o déficit alimentar dos países sub desenvolvidos, já dramático, ten de

a aumentar.

Se o ritmo não

cair. prevê-se uma crise de fome

René

da pela violência dos brancos, respondia pondo no mundo ho mens — ou seja, futuros guerrei

Dumont — especialista em ques

terrível, já no fim de nosso século.

tões agrícolas do Terceiro Mundo,

ros.

sas na China Popular,

O atual déficit alimentar do Ter ceiro Mundo, sobretudo em ce reais. é de 40 milhões de tonelalas — e está aumentando. Segun

Muitos outros fatos surpreen

dentes foram recolhidos dentre os povos mais selvagens, e certos pe ritos se perguntam se os meca

nismos — enferrujados, no ho mem moderno — não poderão ser “consertados” — como se conser

ta um relógio, por exemplo, a fim. de que passem a funcionar de novo.

PICÇÃO-CIENTÍFICA? Sonhos, ficção científica, pseu-

e que já conduziu várias pesqui em

Cuba.

na África — missões em que esse progressista, amigo dos antigos povos oprimidos, jamais hesitou em dizer verdades amargas sobre os erros e perigos de certos planos desenvolvimentistas ívale a pena lembrar, entre outros, seu grande livro UAfrique Noire est mal partie”). u

René Dumont, logo depois da

contudo outra coordenada, a não ser descurada: se o homem paleo-

guerra, pregava o êxido rural. Achava ele que o próprio aumento da produção alimentar exigia esse êxodo ou seja a criação de grandes empresas agrícolas em vez das pequenas propriedades ru rais familiares, e a introdução de uma mecanização intensiva nos meios de produção. Hoje em dia

lítico, ou hoje os hosfiimans, ma-

ele

docíentificismo — talvez tudo isso;

mas 0 estranho — e que diz muito quanto à angustia do homem diante de seu crescente número

— é que essas coordenadas de pes

quisa estejam já traçadas. Existe

sustenta

a

tese

contrária:

o

do a FAO, o déficit terá dobrado em 1985. Ora, só os países alta mente

industrializados

estarão

aptos a “galvanizar” suas produ

ções de cereais — Estados Unidos, União Soviética, França etc. — e ainda terão de fazer com que sua

produção aumente, para salvar o Terceiro

Mundo.

tes, milhares vivem de forma re duzida, porque seus cerebros fo ram danificados, seu crescimento

retardado, sua vitalidade diminuí da pela insuficiência de alimen tação. Oitocentos milhões dentre eles são analfabetos. A duração media da vida nos países subde senvolvidos

é

inferior

anos à dos paises ricos.

em

vinte

Um terço

da população mundial retém se-

te-oitavos da renda mundial. Os outros dois terços têm de se con tentar com o oitavo restante . Diagnostico infelizmente exato, que o espetáculo do Nordeste brasileiro

confirma:

Nos

sete

Estados que compõem o Nordeste 1974

Mas há ainda outra dificuldade:

seria preciso que os países do Ter ceiro Mundo pudessem comprar esses excedentes de cereais. Du mont dá a isso duas respostas: pri

meiro, constatando que a monta nha de leite em pó de que a Euro pa não sabe mais o que fazer bas taria para fornecer o complemen

para 70 milhões

sofrem de fome e desnutrição. Vinte a vinte e cinco por cento de seus filhos morrem antes de fazer cinco anos. Entre os sobreviven

do Brasil — dizia um relatório de

O OUTRO PROBLEMA

to proteico

Dumont: ela é compartilhada por um homem ligado ao sistema ca pitalista, Robert Mac-Namara, que dizia há um ano: “Metade dos dois bilhões de seres humanos que Vivem nes paises subdesenvolvidos

de

“uma boa parte das crian-

cas morre

antes de completar çin-

co anos, de subnutrição. Centenas de milhares de outras ficam cegas,

por falta de proteínas”. Mas René Dumont não se enachando que a solução será dada pela caridade dos ricos; pri meiro, porque os ricos não são ge nerosos, mas ignobilmente avaros, gana

u


184

Dir.i sTO

Ecosômico

liiapelavelmente egoistas; e depois porque, como disse Mao Tsé-tung (o que vale também para as revo luções), é o próprio país que tem de criar suas condições de desen volvimento. Só que, completa ele, é preciso ainda que os países ricos

produtos dos países pobres. A coi sa já foi feita, graças a Deus. em relação ao petróleo — mas é pre

consintam em modificar as regras atrozes do atual sistema, de modo

Dumont acrescenta ainda outros

que os pobres possam entrar na corrida.

ciso que o preço de todas as ma térias-primas sofra altas seme lhantes”.

18&

DI(;i:sto Econômico

evidentemente os Estados Unidos,

que disporá nesse domínio de uma hegemonia absoluta caso a Euro pa não tome medidas para frear o êxodo rural, para aumentar sua

produção de alimentos e reestru ro Mundo”.

Seria preciso, sem dúvida, ma tizar um pouco essas análises de Dumont — mas sua atitude pro vocante não nos pode fazer esque

preparando para 1990 pondo fogo

na floresta amazônica para aí criar gado. é um fato suficiente mente eloquente (que fique bem claro que essa política justifica as idéias de Dumont só em certos pontos — 0 massacre de um pa

trimônio

ecológico

desse

tipo

é

um crime de lesa-humanidade).

fortuna, tem de efetuar a supre ma loucura de. no coração de Nova

máquinas, nem escritório, datilócompleto.

Voltamos assim ao problema da solvência dos países pobres. Quan

do perguntamos a Dumont: “Mas de que serve aumentar a produção de trigo se os países pobres não ti verem dinheiro para comprá-lo?”, o agrônomo francês respondeu: “Será então preciso aumentar, em proporções enormes, os preços dos

trumento

da soberania econômica

nao sera — portanto política mais o aço, como hoje, ou auto móveis, ou a indústria dos com putadores: será o trigo. O chefe político mundial será o Estado ' que dispuser dos maiores exceden tes de cereais. Ora, esse país — sera podemos dizê-lo desde já

lidade

de habitantes, mas porque o triun fo do modelo industrial e urbano das

ao ponto qrie

mercadorias

mais

pre

ciosas, hoje, é — estupidamente

sinais — o espaço, Vêem-se já Há poucos disso em toda parte, anos. o sinal exterior de luxo, pa ra um banco ou uma pessoa, era

O

próprio

das que funcionam como drenos encarregados de esvaziar de sangue o corpo mais profundo do

país. uma nação que sofre tam bém de uma crise de espaço?

uma agricultura “densa” está li gada ao problema demográfico

não por já contar com 4 bilhões

homens.

da mais selvagem industrialização, e pela abertura de grandes estra

que

por outra passarela — a do espa ço. O mundo não tem só fome: E está também super povoado,

dos

Brasil — dono de uma das mais formidáveis reservas de espaço do mundo — não se tornou, por meio

que

esvaziou o campo

O que mais nos falta.

em que se

Por outro lado. a ressurreição de

uma

vazio

minúscula porção de mundo amontoa a quase tota-

nessa

uma

cereais, os rebanhos; “num futuro muito próximo, o verdadeiro ins

O

grafas ou mesas: nada.

Essa

O PROBLEMA DO ESPAÇO

A QUESTÃO BÁSICA

ou

um homem que queiram ostentar

Ao menos nas cidades — ou seja,

cer que tudo isso foi já não só con firmado. como até mesmo supe rado pelos fatos. Que certa pode rosa empresa alemã esteja já se

I

Estados Unidos, uma empresa

York. possuir um “espaço”: um lu gar em que não haja nada. nem

turar suas relações com o Tercei argumentos a fim dc convencer os países desenvolvidos a aumen tar suas lavouras, a produção de

exibir um quadro de Cézanne ou de Rembrandt. Hoje em dia, nos

superpovoaçao

merecería

discussão mais ampla, por-

amontoar gente é um fato tem corolários em todas as

direções: para as velhas nações

européias, por exemplo, a sobre carga não é só em termos de es-

: ■ também de tempo: esses paço, mas países estão saturados de Histó

ria. a ponto de não poderem mais nem gerir sua herança, apesar de

seus maravilhosos museus. Sobrecarga mental. porque as noções da ciência contemporânea sao exces

sivas para uma vida humana. Do mínio da morte: quem já viveu não tem piedade, deseja a destruiçao (o problema da redução de ar-


184

Dir.i sTO

Ecosômico

liiapelavelmente egoistas; e depois porque, como disse Mao Tsé-tung (o que vale também para as revo luções), é o próprio país que tem de criar suas condições de desen volvimento. Só que, completa ele, é preciso ainda que os países ricos

produtos dos países pobres. A coi sa já foi feita, graças a Deus. em relação ao petróleo — mas é pre

consintam em modificar as regras atrozes do atual sistema, de modo

Dumont acrescenta ainda outros

que os pobres possam entrar na corrida.

ciso que o preço de todas as ma térias-primas sofra altas seme lhantes”.

18&

DI(;i:sto Econômico

evidentemente os Estados Unidos,

que disporá nesse domínio de uma hegemonia absoluta caso a Euro pa não tome medidas para frear o êxodo rural, para aumentar sua

produção de alimentos e reestru ro Mundo”.

Seria preciso, sem dúvida, ma tizar um pouco essas análises de Dumont — mas sua atitude pro vocante não nos pode fazer esque

preparando para 1990 pondo fogo

na floresta amazônica para aí criar gado. é um fato suficiente mente eloquente (que fique bem claro que essa política justifica as idéias de Dumont só em certos pontos — 0 massacre de um pa

trimônio

ecológico

desse

tipo

é

um crime de lesa-humanidade).

fortuna, tem de efetuar a supre ma loucura de. no coração de Nova

máquinas, nem escritório, datilócompleto.

Voltamos assim ao problema da solvência dos países pobres. Quan

do perguntamos a Dumont: “Mas de que serve aumentar a produção de trigo se os países pobres não ti verem dinheiro para comprá-lo?”, o agrônomo francês respondeu: “Será então preciso aumentar, em proporções enormes, os preços dos

trumento

da soberania econômica

nao sera — portanto política mais o aço, como hoje, ou auto móveis, ou a indústria dos com putadores: será o trigo. O chefe político mundial será o Estado ' que dispuser dos maiores exceden tes de cereais. Ora, esse país — sera podemos dizê-lo desde já

lidade

de habitantes, mas porque o triun fo do modelo industrial e urbano das

ao ponto qrie

mercadorias

mais

pre

ciosas, hoje, é — estupidamente

sinais — o espaço, Vêem-se já Há poucos disso em toda parte, anos. o sinal exterior de luxo, pa ra um banco ou uma pessoa, era

O

próprio

das que funcionam como drenos encarregados de esvaziar de sangue o corpo mais profundo do

país. uma nação que sofre tam bém de uma crise de espaço?

uma agricultura “densa” está li gada ao problema demográfico

não por já contar com 4 bilhões

homens.

da mais selvagem industrialização, e pela abertura de grandes estra

que

por outra passarela — a do espa ço. O mundo não tem só fome: E está também super povoado,

dos

Brasil — dono de uma das mais formidáveis reservas de espaço do mundo — não se tornou, por meio

que

esvaziou o campo

O que mais nos falta.

em que se

Por outro lado. a ressurreição de

uma

vazio

minúscula porção de mundo amontoa a quase tota-

nessa

uma

cereais, os rebanhos; “num futuro muito próximo, o verdadeiro ins

O

grafas ou mesas: nada.

Essa

O PROBLEMA DO ESPAÇO

A QUESTÃO BÁSICA

ou

um homem que queiram ostentar

Ao menos nas cidades — ou seja,

cer que tudo isso foi já não só con firmado. como até mesmo supe rado pelos fatos. Que certa pode rosa empresa alemã esteja já se

I

Estados Unidos, uma empresa

York. possuir um “espaço”: um lu gar em que não haja nada. nem

turar suas relações com o Tercei argumentos a fim dc convencer os países desenvolvidos a aumen tar suas lavouras, a produção de

exibir um quadro de Cézanne ou de Rembrandt. Hoje em dia, nos

superpovoaçao

merecería

discussão mais ampla, por-

amontoar gente é um fato tem corolários em todas as

direções: para as velhas nações

européias, por exemplo, a sobre carga não é só em termos de es-

: ■ também de tempo: esses paço, mas países estão saturados de Histó

ria. a ponto de não poderem mais nem gerir sua herança, apesar de

seus maravilhosos museus. Sobrecarga mental. porque as noções da ciência contemporânea sao exces

sivas para uma vida humana. Do mínio da morte: quem já viveu não tem piedade, deseja a destruiçao (o problema da redução de ar-


186

Dicesto Econômico

mas nucleares ou não etc.); sobre carga de informações — um dos mais temíveis. Só na França, te mos mais de cem jornais diários.

— como Jorge Luís Borges, que ex

A imprensa difunde mais de 4 bi

plica em um poema

lhões de exemplares por dia.

espelho, precisamente porque o espelho duplica o número já en

A

agência France Presse emite mais de 500 mil palavras diárias. Só de ●ciências naturais, temos mais de -cem revistas, das quais cinquen ta dedicadas à zoologia. No mun

jo de procriação — fantasma que alguns dos escritores de hoje tra duzem

de uma

louquecedor

de

maneira

barroca

seu ódio ao

seres

humanos:

“Assim os vejo, os espelhos — diz Borges — elementares executores cando 0 mundo, repetindo o ato de engendrá-lo. insones e fatídi

blema da classificação de todas ●essas sobrecargas mentais.

UMA POLÍTICA SUICIDA

EFEITO PSICOLÓGICO

cam, sem dúvida, as políticas de mográficas quase suicidas de cer

amontoadas, que a superpopula ção provoca a nível psicológico. Os

efeitos

aparecem

cada

vez

mais, nos .consultórios dos psica nalistas

fantasmas inéditos, gritos de homens nas megalópo-

les, gritos e fantasmas que cres cem paralelamente ao aumento

do homossexualismo, masculino e feminino,

como se

se quisesse

a

toda força dissociar o. ato sexual

de suas consequências biológicas,

como se, no inconsciente, o ho mossexual

quisesse

controlar

a

explosão demográfica. Não vemos se multiplicar, em

países avançados como a França, o número de mulheres jovens que se

declaram

resolutamente

con

trárias à idéia de terem um filho, que seja? Como se o medo da superpopulação bloqueasse o dese-

Sem

inteiramente

concordar

com essas previsões, permitimonos ainda assim perguntar se esse

praça, à totalidade de seus con cidadãos. Mas essa é uma noção a que devemos opor seu contrário:

governo de nossas sociedades. Não há pensador político que não in sista na relação entre um número reduzido de pessoas e as possibi-

desde a Antiguidade, os pensado res gregos associavam a violên cia dos regimes asiáticos (Ciro,. Dario) ao grande número de ho mens que compunha esses povos sem rosto, contrastando com a

lidades de justiça e liberdade —

minuscula

número enlouquecedor de pessoas não chegará mesmo a modificar o

de uma antiga sentença, multipli

do inteiro existem aproximada mente 9 mil jornais diários, mais ●de 70 mil títulos de publicações fenômeno que se sobrepõe ao pro

Falta ainda ver a violência que esse grande número de pessoas

187

Dicesto Econômico

cos.”

Fantasmas

que também expli

tos países mais evoluídos do pla neta — e que tem por horizonte o famoso grau zero” demográfico para o qual tandem Ev»’'opa- e América do Norte.

Pela primeira vez depois do fim da Segunda Guerra, a Alemanha registra menos nascimentos do que mortes: e a Dinamarca é a. imagem mais acabrunhante dum mundo

que

se

recusa à vida:

o

número de abortos dobrou em três anos,

e

apesar

dessa

astenia

e

da riqueza do país, o governo apli ca uma legislação tos rígida.

antinascimen-

Alguns pensadores traçam um quadro apocalíptico do ano 2000, que verá alguns pequenos territó rios ricos, habitados por velhos tristes e exaustos, equipados com canhões e armas nucleares, ten tando resistir aos ataques das hor das esfaimadas a seus palácios dourados.

donde,

de

democracia.

cidade

que,

era

pequenos números. São reflexões que Claude Levi-Strauss

O IDEAL

A

Grécia,

geograficamente

ideal

de

Platão

con

tava apenas 5040 homens (e mais

dividida

pátria

dos

o etnólogo desenvolveu

há alguns anos, meditando sobre O a superpopulação do mundo,

Rousseau

grande malogro da índia — diz

achava que cidade ideal seria aquela em que qualquer homem pudesse se dirigir, no forum, na

dade, apesar da genialidade de

as

mulheres,

claro),

e

ele nos ensina algo: tornan¬ do-se muito populosa, uma socie

<1


186

Dicesto Econômico

mas nucleares ou não etc.); sobre carga de informações — um dos mais temíveis. Só na França, te mos mais de cem jornais diários.

— como Jorge Luís Borges, que ex

A imprensa difunde mais de 4 bi

plica em um poema

lhões de exemplares por dia.

espelho, precisamente porque o espelho duplica o número já en

A

agência France Presse emite mais de 500 mil palavras diárias. Só de ●ciências naturais, temos mais de -cem revistas, das quais cinquen ta dedicadas à zoologia. No mun

jo de procriação — fantasma que alguns dos escritores de hoje tra duzem

de uma

louquecedor

de

maneira

barroca

seu ódio ao

seres

humanos:

“Assim os vejo, os espelhos — diz Borges — elementares executores cando 0 mundo, repetindo o ato de engendrá-lo. insones e fatídi

blema da classificação de todas ●essas sobrecargas mentais.

UMA POLÍTICA SUICIDA

EFEITO PSICOLÓGICO

cam, sem dúvida, as políticas de mográficas quase suicidas de cer

amontoadas, que a superpopula ção provoca a nível psicológico. Os

efeitos

aparecem

cada

vez

mais, nos .consultórios dos psica nalistas

fantasmas inéditos, gritos de homens nas megalópo-

les, gritos e fantasmas que cres cem paralelamente ao aumento

do homossexualismo, masculino e feminino,

como se

se quisesse

a

toda força dissociar o. ato sexual

de suas consequências biológicas,

como se, no inconsciente, o ho mossexual

quisesse

controlar

a

explosão demográfica. Não vemos se multiplicar, em

países avançados como a França, o número de mulheres jovens que se

declaram

resolutamente

con

trárias à idéia de terem um filho, que seja? Como se o medo da superpopulação bloqueasse o dese-

Sem

inteiramente

concordar

com essas previsões, permitimonos ainda assim perguntar se esse

praça, à totalidade de seus con cidadãos. Mas essa é uma noção a que devemos opor seu contrário:

governo de nossas sociedades. Não há pensador político que não in sista na relação entre um número reduzido de pessoas e as possibi-

desde a Antiguidade, os pensado res gregos associavam a violên cia dos regimes asiáticos (Ciro,. Dario) ao grande número de ho mens que compunha esses povos sem rosto, contrastando com a

lidades de justiça e liberdade —

minuscula

número enlouquecedor de pessoas não chegará mesmo a modificar o

de uma antiga sentença, multipli

do inteiro existem aproximada mente 9 mil jornais diários, mais ●de 70 mil títulos de publicações fenômeno que se sobrepõe ao pro

Falta ainda ver a violência que esse grande número de pessoas

187

Dicesto Econômico

cos.”

Fantasmas

que também expli

tos países mais evoluídos do pla neta — e que tem por horizonte o famoso grau zero” demográfico para o qual tandem Ev»’'opa- e América do Norte.

Pela primeira vez depois do fim da Segunda Guerra, a Alemanha registra menos nascimentos do que mortes: e a Dinamarca é a. imagem mais acabrunhante dum mundo

que

se

recusa à vida:

o

número de abortos dobrou em três anos,

e

apesar

dessa

astenia

e

da riqueza do país, o governo apli ca uma legislação tos rígida.

antinascimen-

Alguns pensadores traçam um quadro apocalíptico do ano 2000, que verá alguns pequenos territó rios ricos, habitados por velhos tristes e exaustos, equipados com canhões e armas nucleares, ten tando resistir aos ataques das hor das esfaimadas a seus palácios dourados.

donde,

de

democracia.

cidade

que,

era

pequenos números. São reflexões que Claude Levi-Strauss

O IDEAL

A

Grécia,

geograficamente

ideal

de

Platão

con

tava apenas 5040 homens (e mais

dividida

pátria

dos

o etnólogo desenvolveu

há alguns anos, meditando sobre O a superpopulação do mundo,

Rousseau

grande malogro da índia — diz

achava que cidade ideal seria aquela em que qualquer homem pudesse se dirigir, no forum, na

dade, apesar da genialidade de

as

mulheres,

claro),

e

ele nos ensina algo: tornan¬ do-se muito populosa, uma socie

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pp 188

J3I(;i;sto Iícionômico

seus pensadores, só se perpetua através de um regime de servidão. Quando os homens começam a se sentir limitados por seus espaços geográficos, sociais e mentais, aparece uma solução simples, que os

seduz

facilmente:

recusar

de

que Ser

as imagens

fazemos de nós mesmos, do filosófico, da E.s.sència hu

1930 a 1950. simbo

lizando um século em cujo curso sua população dobrou, não mais surgem como resultados de uma aberração doutrinária, de um ho mem ou grupo de homens: vejo

aí. de preferência, o sinal prenun ciador de uma evolução para um mundo acabado, do qual, a me nos de grandes decisões, não nos

livraremos. A Asia é um exemplo: e o que me assusta, é que nela vejo a imagem de nosso futuro,

Toda

a

filo.sofia

ocidental

se

fundamenta no indivíduo, no “eu”, de Aristóteles e Platão até Des cartes — sem esquecer os concei

tos bíblicos o cristãos que põem o H.omem no centro de tudo — com

todos os efeitos conhecidos sobre o “sentido da História”, consubs tanciai à filosofia do “eu”.

E de fato. essa filosofia ociden tal foi gerada por homens que

pertenciam

a

sociedades

minus-

cuias, um mundo em que o núme ro de indivíduos era de

uma

or-

dem concebível (os gregos sabiam que a terra era povoada por um grande número de pessoas — mas era um mundo selvagem, precisa mente

Ao contrário do que é vazio, ainda aprecio o reflexo — fugidio que seja — de uma era em que

uma espécie de animais aperfei

a espécie era feita à medida de seu universo, e onde existia uma relação adequada entre o exercí

Nos

permitiremos,

depois

de

Levi-Strauss, acrescentar uma pergunta. Talvez os quatro bi

lhões de homens existentes hoje provoquem,

no

fundo

de

nossas

consciências, perturbações ainda mais graves, pelo reflexo de irrea lidade que esse número monstruo

so joga em todas as nossas repre¬

territórios

em que

viviam

seres que não eram homens, mas çoados.

os

sociedade

“bárbaros”, humana,

restos

Os

contavam-se pelos dedos;

da

Homens

conhe

ciam-se todos, cada um tinha um rosto, um “destino”

losofia

fgrega ou

o que a fi

cristã)

chama

de “ser” ou de “alma”. Mas hoje. essas palavras — ser, destino, al ma,

indivíduo,

personalidade

todos esses termos que organizam a psique ocidental, e que geram sua política e comandam sua His

tória — que significado lhes resta num planeta onde — o sabemos agora — existem quatro bilhões de

“eus”?

GARCIA

PESAR de suas graves defi ciências e fraquezas, e talvez por causa da agitação de nos sa época, a ONU tem. sido de

O SER E O NADA

antecipada na América de popu lação índia.

cio da liberdade e seus signos”.

RODRIGUES

mana.

a

qualidade humana a uma parte da espécie. Por algumas dezenas de anos, os poupados viverão bem; em seguida, será necessário um novo expurgo. Sob essa luz. os acontecimentos de que a Europa foi teatro

sentações. nn todas

alguma mundo.

utilidade

Portanto,

é

para

o

lamentável

que, há vários anos, a imprensa e os altos funcionários do país que é 0 seu principal financiador, os EUA. venham expressando, de

forma cada vez mais frequente e enérgica, condenações pelo que está sucedendo naquela organiza ção. Tais condenações são tão frequentes c numerosas que so mente será possível citar algumas. Em 14 de julho de 1975, HeniT Kissinger. secretário de Estado dos EUA. de acordo com o texto

de um comunicado de imprensa,

TREVINO

O autor traça um quadro sombrio da América Latina, prevendo-lhe regimes totalitários. Não parti lhamos dessa visão, na linha do autor. È outra nossa tese. A América Latina não encontra seu

caminho, por pretender institu cionalizar regime que teve exito na

América

saxonica,

em

lugar

de procurar seu próprio modelo. De

“Este

e

Oeste",

Paris

sustentáculos da organização, per derem confiança nela....; os que buscam manipular os membros da

ONU por meio de abusos de proce dimento, poderão herdar uma

“advertiu o Terceiro Mundo de que seu país poderá reduzir sua contribuição financeira à ONU se aquele grupo continuar a utilizar

casca

vazia”,

Washington tem as nações atrasa

a entidade como “lugar de con frontação”, e não como “tribunal

mente o nome de países em de-

Como se vê. as palavras acima mostram em que baixo conceito

das,' às quais se dá hoje piedosa-

de entendimento”.

Em seu mais

senvolvimento.

duro

o

importante é que Kissinger fez a ameaça de que seu país está con

ataque

acusou

os

sobre países

assunto...

não-alinhados

de estarem apelando para “votos sectários, resultados inócuos e tá

Contudo.

0 mais

siderando a possibilidade de aban donar a ONU. para não agir em comum com governos demagógi-

ticas arbitrárias”, na ONU. O pa pel da assembléia geral da ONU. como válvula de segurança e como instrumento de cooperação inter nacional, está em perigo. A in

é apenas uma opinião do secre

fluência moral que a assembléia deve exercer acha-se enfraqueci da, e poderá desaparecer se alguns países, especialmente os principais

compartilhado pelo Congresso dos EUA, que há pouco reduziu de 100

cos e irresponsáveis,

E esta não

tário de Estado, pois, segundo a mesma fonte, “o ponto de vista de Kissinger é. aparentemente,

para 77 milhões de dólares o mon-


pp 188

J3I(;i;sto Iícionômico

seus pensadores, só se perpetua através de um regime de servidão. Quando os homens começam a se sentir limitados por seus espaços geográficos, sociais e mentais, aparece uma solução simples, que os

seduz

facilmente:

recusar

de

que Ser

as imagens

fazemos de nós mesmos, do filosófico, da E.s.sència hu

1930 a 1950. simbo

lizando um século em cujo curso sua população dobrou, não mais surgem como resultados de uma aberração doutrinária, de um ho mem ou grupo de homens: vejo

aí. de preferência, o sinal prenun ciador de uma evolução para um mundo acabado, do qual, a me nos de grandes decisões, não nos

livraremos. A Asia é um exemplo: e o que me assusta, é que nela vejo a imagem de nosso futuro,

Toda

a

filo.sofia

ocidental

se

fundamenta no indivíduo, no “eu”, de Aristóteles e Platão até Des cartes — sem esquecer os concei

tos bíblicos o cristãos que põem o H.omem no centro de tudo — com

todos os efeitos conhecidos sobre o “sentido da História”, consubs tanciai à filosofia do “eu”.

E de fato. essa filosofia ociden tal foi gerada por homens que

pertenciam

a

sociedades

minus-

cuias, um mundo em que o núme ro de indivíduos era de

uma

or-

dem concebível (os gregos sabiam que a terra era povoada por um grande número de pessoas — mas era um mundo selvagem, precisa mente

Ao contrário do que é vazio, ainda aprecio o reflexo — fugidio que seja — de uma era em que

uma espécie de animais aperfei

a espécie era feita à medida de seu universo, e onde existia uma relação adequada entre o exercí

Nos

permitiremos,

depois

de

Levi-Strauss, acrescentar uma pergunta. Talvez os quatro bi

lhões de homens existentes hoje provoquem,

no

fundo

de

nossas

consciências, perturbações ainda mais graves, pelo reflexo de irrea lidade que esse número monstruo

so joga em todas as nossas repre¬

territórios

em que

viviam

seres que não eram homens, mas çoados.

os

sociedade

“bárbaros”, humana,

restos

Os

contavam-se pelos dedos;

da

Homens

conhe

ciam-se todos, cada um tinha um rosto, um “destino”

losofia

fgrega ou

o que a fi

cristã)

chama

de “ser” ou de “alma”. Mas hoje. essas palavras — ser, destino, al ma,

indivíduo,

personalidade

todos esses termos que organizam a psique ocidental, e que geram sua política e comandam sua His

tória — que significado lhes resta num planeta onde — o sabemos agora — existem quatro bilhões de

“eus”?

GARCIA

PESAR de suas graves defi ciências e fraquezas, e talvez por causa da agitação de nos sa época, a ONU tem. sido de

O SER E O NADA

antecipada na América de popu lação índia.

cio da liberdade e seus signos”.

RODRIGUES

mana.

a

qualidade humana a uma parte da espécie. Por algumas dezenas de anos, os poupados viverão bem; em seguida, será necessário um novo expurgo. Sob essa luz. os acontecimentos de que a Europa foi teatro

sentações. nn todas

alguma mundo.

utilidade

Portanto,

é

para

o

lamentável

que, há vários anos, a imprensa e os altos funcionários do país que é 0 seu principal financiador, os EUA. venham expressando, de

forma cada vez mais frequente e enérgica, condenações pelo que está sucedendo naquela organiza ção. Tais condenações são tão frequentes c numerosas que so mente será possível citar algumas. Em 14 de julho de 1975, HeniT Kissinger. secretário de Estado dos EUA. de acordo com o texto

de um comunicado de imprensa,

TREVINO

O autor traça um quadro sombrio da América Latina, prevendo-lhe regimes totalitários. Não parti lhamos dessa visão, na linha do autor. È outra nossa tese. A América Latina não encontra seu

caminho, por pretender institu cionalizar regime que teve exito na

América

saxonica,

em

lugar

de procurar seu próprio modelo. De

“Este

e

Oeste",

Paris

sustentáculos da organização, per derem confiança nela....; os que buscam manipular os membros da

ONU por meio de abusos de proce dimento, poderão herdar uma

“advertiu o Terceiro Mundo de que seu país poderá reduzir sua contribuição financeira à ONU se aquele grupo continuar a utilizar

casca

vazia”,

Washington tem as nações atrasa

a entidade como “lugar de con frontação”, e não como “tribunal

mente o nome de países em de-

Como se vê. as palavras acima mostram em que baixo conceito

das,' às quais se dá hoje piedosa-

de entendimento”.

Em seu mais

senvolvimento.

duro

o

importante é que Kissinger fez a ameaça de que seu país está con

ataque

acusou

os

sobre países

assunto...

não-alinhados

de estarem apelando para “votos sectários, resultados inócuos e tá

Contudo.

0 mais

siderando a possibilidade de aban donar a ONU. para não agir em comum com governos demagógi-

ticas arbitrárias”, na ONU. O pa pel da assembléia geral da ONU. como válvula de segurança e como instrumento de cooperação inter nacional, está em perigo. A in

é apenas uma opinião do secre

fluência moral que a assembléia deve exercer acha-se enfraqueci da, e poderá desaparecer se alguns países, especialmente os principais

compartilhado pelo Congresso dos EUA, que há pouco reduziu de 100

cos e irresponsáveis,

E esta não

tário de Estado, pois, segundo a mesma fonte, “o ponto de vista de Kissinger é. aparentemente,

para 77 milhões de dólares o mon-


Dicesto Econômico

190

tante de sua contribuição à UNESCO”.

A esse respeito, há algo ainda mais

significativo.

Na

mesma

data, foi publicada outra infor mação originária de Washington,

que dizia, ao pé da letra:

“Desde

1968, não foi ratificado um único

tratado sobre direitos humanos. Parece que, depois de ter encabe

çado a luta para defendê-los, os

de

tudo.

Também

defendem FL-

dei Castro, elogiando-o com a má xima

veemência,

como

o

fazem

OicESTO Econômico

19i

dade diante de um auditório que percebe que tudo é fingido,

Co-

meço a sentir que o desprezo do

políticos e, até mesmo, chefes de

mundo é cada vez mais merecido”.

Estados latino-americanos, calan do ou desculpando os crimes que ele cometeu, não só no principio de seu desgoverno, como também

Moynihan íalava conoretamente sobre um comunicado da confis

hoje, quando o terror segue im perando em Cuba. onde, nestes últimos tempos,

políticos

abrigar

que

os

são de descolonização da ONU, no qual, a pedido do de Cuba, pre tendia condenar os EUA — como aconteceu, por grande maioria

conti

pelo fato de manter bases milita

nuam sendo apanhados, foi ne cessário aumentar, em grande es

res nas ilhas Virgens, no Caribe,

cala, o número dos cárceres e dos campos de concentração.

Sul e ao governo de minoria bran

Sem dúvida, tal mudança é de

AS ACUSAÇÕES DE MOYNIHAN

plorável; mas, a que se deve ela? A resposta é óbvia e os fatos em que se baseia, evidentes, embora

Quanto à atitude que os defen sores “revolucionários” e “progres

pondeu, indignado, o diplomata; “São mentiras... Mentiras!”, esclarecendo, a seguir, que seu país “mantém, nas ilhas Virgens, um serviço de navegação e salva-vidas com 3 homens do serviço de guar da-costas, cujo armamento con siste numa espingarda, um escri tório de administração da guarda-costeira e uma embarcação de

ÉUA se tivessem transformado no país mais recalcitrante em darlhes seu apoio...; é deplorável sa ber que se negam a ratificar al guns desses documentos que antes apoiaram tão entusiasticamente”.

prisioneiros

para

Na ocasião a que nos referimos,

semelhante atitude do Congresso norte-americano tenha provocado uma onda de condenações e gritos histéricos da facção vermelha la tino-americana. Consistem em

sistas” dos direitos humanos man

que essa facção utilizou-se duran

seguições de que foram e conti nuam sendo, vítimas milhões de pessoas anônimas, para não falar

te anos dos direitos humanos co

mo arma de luta, calunia, injuria

e desprestígio das nações, grupos € personalidades que se opõem ao

têm em relação à Rússia, seus sa télites europeus, e a China, nada é preciso dizer, pois nunca se sou

be que tenham condenado as per

de casos universalmente conheci

posto diariamente à repulsa pela violação dos direitos humanos.

dos, como os de Solzhenitsyn, Sakharov, etc. Mas prossigamos com a atitude dos EUA em relação à ONU, isto é, em relação à maioria dos delegados que nela impõem seus pontos de vista. Pois bem.

Não

em 11 de dezembro de 1975, o di

fascismo vermelho.

Assim,

verbi gratia,

o regime

chileno do general Pinochet é ex

interessa

esclarecer

se

nisso exagero, ou não. O impor tante é saber que, sob o governo de Salvador Allende, cometeramse, no Chile, numerosos assassínios políticos e abusos de diversos ti pos, embora os comunistas, os comunistas e os “progressistas” e seus seguidores o endeusem acima

plomata norte-americano que re presentava seu país na organiza ção, Patrick Moynihan, condenou o que ali acontece em termos inusitadamente antidiplomáticos afirmando que a “assembléia che

gou a transformar-se num teatro do absurdo.

Pretendemos serie-

e

porque

*‘dá apoio

à África

do

ca da Rodésia, através do Pacto do Atlântico Norte”, ao que res

27 metros, destinada à busca e resgate, equipada com um canhão

de ^nçar cabos”; informou, de outro lado, que os amigos dos EUA no Caribe e na América La

tina disseram aos primeiros que “não temem que a soberania, a in dependência e a integridade ter ritorial de suas nações estejam ameaçadas por essas instalações e

pelos 14 homens que as guarne cem”.

Moynihan também afirmou, na

ONU, que a delegação norte-ame ricana

recebeu

indireta

dos

que se não

uma

advertência

patrocinadores

recomendasse

de

a ado-

ção pelo conselho do relatório so bre a descolonização teria de en frentar “uma redação mais enér gica da resolução e um retorno alinguagem de 1974”. ameaça à qual o representante dos EUA res pondeu: “Não nos submeteremos a canalhices dessa especie, somos uma nação de homens e mulhe res livres. “Não foi por nos assus tarmos com facilidade que manti vemos essa liberdade durante dois séculos. Os EUA desejam anun

ciar que,

depois dessa votação,

não querem que nenhum membroIhes venha com explicações, como aconteceu antes, de que seu nome-

figurou entre os dos co-patrocinadores sem o seu conhecimento, quenão havia lido o relatório, ou que

não sabia no que estava votando-

Esse jogo acabou": O antecedente envergonha qual quer latino-americano que se res Somente

peite,

pode ser conce-

bido pelos irresponsáveis comu nistas cubanos de Fidel Castro. E.-

somente pode ser' apoiado pelos, progressis-

“pequenos-burgueses’

tas, ressentidos e também irres ponsáveis

que,

veremos

como

adiante, são- donos e senhores de muitos governos do Terceiro Mun do em geral, e da América Lati— na, em particular. Principalmente

considerando-se

maçoes

não

que

as

afir-

indignadas de Moynihan

foram

refutadas

com

fatos.

por ninguém, na ONU; mas, sem dúvida, provocaram a indignação de certos delegados. Mas,

dir-se-á,

como as conde

nações à ONU que mencionamos procedem de um governo, pode:

i


Dicesto Econômico

190

tante de sua contribuição à UNESCO”.

A esse respeito, há algo ainda mais

significativo.

Na

mesma

data, foi publicada outra infor mação originária de Washington,

que dizia, ao pé da letra:

“Desde

1968, não foi ratificado um único

tratado sobre direitos humanos. Parece que, depois de ter encabe

çado a luta para defendê-los, os

de

tudo.

Também

defendem FL-

dei Castro, elogiando-o com a má xima

veemência,

como

o

fazem

OicESTO Econômico

19i

dade diante de um auditório que percebe que tudo é fingido,

Co-

meço a sentir que o desprezo do

políticos e, até mesmo, chefes de

mundo é cada vez mais merecido”.

Estados latino-americanos, calan do ou desculpando os crimes que ele cometeu, não só no principio de seu desgoverno, como também

Moynihan íalava conoretamente sobre um comunicado da confis

hoje, quando o terror segue im perando em Cuba. onde, nestes últimos tempos,

políticos

abrigar

que

os

são de descolonização da ONU, no qual, a pedido do de Cuba, pre tendia condenar os EUA — como aconteceu, por grande maioria

conti

pelo fato de manter bases milita

nuam sendo apanhados, foi ne cessário aumentar, em grande es

res nas ilhas Virgens, no Caribe,

cala, o número dos cárceres e dos campos de concentração.

Sul e ao governo de minoria bran

Sem dúvida, tal mudança é de

AS ACUSAÇÕES DE MOYNIHAN

plorável; mas, a que se deve ela? A resposta é óbvia e os fatos em que se baseia, evidentes, embora

Quanto à atitude que os defen sores “revolucionários” e “progres

pondeu, indignado, o diplomata; “São mentiras... Mentiras!”, esclarecendo, a seguir, que seu país “mantém, nas ilhas Virgens, um serviço de navegação e salva-vidas com 3 homens do serviço de guar da-costas, cujo armamento con siste numa espingarda, um escri tório de administração da guarda-costeira e uma embarcação de

ÉUA se tivessem transformado no país mais recalcitrante em darlhes seu apoio...; é deplorável sa ber que se negam a ratificar al guns desses documentos que antes apoiaram tão entusiasticamente”.

prisioneiros

para

Na ocasião a que nos referimos,

semelhante atitude do Congresso norte-americano tenha provocado uma onda de condenações e gritos histéricos da facção vermelha la tino-americana. Consistem em

sistas” dos direitos humanos man

que essa facção utilizou-se duran

seguições de que foram e conti nuam sendo, vítimas milhões de pessoas anônimas, para não falar

te anos dos direitos humanos co

mo arma de luta, calunia, injuria

e desprestígio das nações, grupos € personalidades que se opõem ao

têm em relação à Rússia, seus sa télites europeus, e a China, nada é preciso dizer, pois nunca se sou

be que tenham condenado as per

de casos universalmente conheci

posto diariamente à repulsa pela violação dos direitos humanos.

dos, como os de Solzhenitsyn, Sakharov, etc. Mas prossigamos com a atitude dos EUA em relação à ONU, isto é, em relação à maioria dos delegados que nela impõem seus pontos de vista. Pois bem.

Não

em 11 de dezembro de 1975, o di

fascismo vermelho.

Assim,

verbi gratia,

o regime

chileno do general Pinochet é ex

interessa

esclarecer

se

nisso exagero, ou não. O impor tante é saber que, sob o governo de Salvador Allende, cometeramse, no Chile, numerosos assassínios políticos e abusos de diversos ti pos, embora os comunistas, os comunistas e os “progressistas” e seus seguidores o endeusem acima

plomata norte-americano que re presentava seu país na organiza ção, Patrick Moynihan, condenou o que ali acontece em termos inusitadamente antidiplomáticos afirmando que a “assembléia che

gou a transformar-se num teatro do absurdo.

Pretendemos serie-

e

porque

*‘dá apoio

à África

do

ca da Rodésia, através do Pacto do Atlântico Norte”, ao que res

27 metros, destinada à busca e resgate, equipada com um canhão

de ^nçar cabos”; informou, de outro lado, que os amigos dos EUA no Caribe e na América La

tina disseram aos primeiros que “não temem que a soberania, a in dependência e a integridade ter ritorial de suas nações estejam ameaçadas por essas instalações e

pelos 14 homens que as guarne cem”.

Moynihan também afirmou, na

ONU, que a delegação norte-ame ricana

recebeu

indireta

dos

que se não

uma

advertência

patrocinadores

recomendasse

de

a ado-

ção pelo conselho do relatório so bre a descolonização teria de en frentar “uma redação mais enér gica da resolução e um retorno alinguagem de 1974”. ameaça à qual o representante dos EUA res pondeu: “Não nos submeteremos a canalhices dessa especie, somos uma nação de homens e mulhe res livres. “Não foi por nos assus tarmos com facilidade que manti vemos essa liberdade durante dois séculos. Os EUA desejam anun

ciar que,

depois dessa votação,

não querem que nenhum membroIhes venha com explicações, como aconteceu antes, de que seu nome-

figurou entre os dos co-patrocinadores sem o seu conhecimento, quenão havia lido o relatório, ou que

não sabia no que estava votando-

Esse jogo acabou": O antecedente envergonha qual quer latino-americano que se res Somente

peite,

pode ser conce-

bido pelos irresponsáveis comu nistas cubanos de Fidel Castro. E.-

somente pode ser' apoiado pelos, progressis-

“pequenos-burgueses’

tas, ressentidos e também irres ponsáveis

que,

veremos

como

adiante, são- donos e senhores de muitos governos do Terceiro Mun do em geral, e da América Lati— na, em particular. Principalmente

considerando-se

maçoes

não

que

as

afir-

indignadas de Moynihan

foram

refutadas

com

fatos.

por ninguém, na ONU; mas, sem dúvida, provocaram a indignação de certos delegados. Mas,

dir-se-á,

como as conde

nações à ONU que mencionamos procedem de um governo, pode:

i


Digkstu

192

muito bem ser que obedeçam a razães exclusivamente politicas. Mas não.

Não é apenas um go

verno que tem hoje péssima opi nião da ONU, ou que a considera desvirtuada,

Em telegrama pro-

cedente de Estocolmo, dizia-se li-

Econômico

cientista e contestatàrio russo, Andrei Sakharov, comparecesse a ela, devido a proibição do Cremlin, o que implica numa acusa ção à ONU de estar sendo mani pulada por Moscou. O quadro que esboçamos de

declaração

forma breve ficaria incompleto se

conjunta hoje (12 de dezembro)

não lembrássemos que. também na ONU. os delegados do Terceiro

reados com o Prêmio Nobel afir maram que a ONU não fez “qua se nada para que os Estadosmembros respeitem seus acordos sobre os direitos humanos, e ins

Mundo e do mundo "socialista” utilizaram essa tribuna interna

teralmente:

“Numa

publicada nesta Capital, 46 lau

taram a opinião pública mundial a apoiar e estimular os esforços das organizações que lutam pela

aplicação desses direitos, A organização internacional perdeu —

diz o comunicado — sua eficácia € seu prestígio. Nela são pronun ciados discursos sem significado,

porque as palavras democracia, li

berdade, verdade, justiça ficaram

desprovidas do conteúdo”. OS INVEJOSOS E RESSENTIDOS A seguir, a informação que cita mos diz que, no referido comuni cado, seus signatários afirmaram que 0 princípio da não-interven-

ção serve unicamente à ONU para salvar as aparências, e termina

explicando que “a declaração con junta dos 46 premiados foi difun

dida com a finalidade de coinci dir com as cerimônias deste ano de entrega do Prêmio Nobel”,

coincidência que, a nosso ver, não

pode ter sido casual, mas foi pre

meditada para que ocorresse nos

momentos em qus a maior evi dência da cerimônia em questão foi a impossibilidade de que

0

r*

UiGi-si o Econômico

de os representar, mas sim aos povos do Terceiro Mundo, em ge ral e, repetimos, da América La tina. em particular? Naturalmen te, é o iiltimo caso e, no que se re fere a quase todas as nações la tinas da América, explicaremos a causa especifica, ainda que, para fazè-lo. tenhamos de reportarnos um pouco Na

cional para identificar, em bene

tuais.

prazem

os EUA tratem o

totalitarismo cubano não como é, mas como uma democracia; para exigir que a riqueza mundial seja I

equitativamente” entre os povos desenvolvidos e os subdesenvolvidos — isto é, entre os que trabalharam muito e os tudo que pouco trabalharam I

embora tenha havido também su

de uma espécie de luta de classes entre as nações. Perguntar-se-á por que. na ONU, se apresentaram como do nos e senhores, por grande maio ria, homens que levaram a orga

roupa

está na influência, pretensamen te marxista, que. por intermédio

porque

obstáculo

à

constituem o maior

realização

do

ora

com

franqueza,i ora

de

rando que se está sendo mento do comunismo.

instru

Pois bem, há mais

um sé

de

culo Marx e Engels lançaram ao mercado político a teoria de que o capitalismo, por causa de suas

contradições internas e por meios violentos ou pacíficos, mas quase sempre pelos primeiros, teria que converter-se,

fatal

e

necessaria

mente. num regime socialista e coletivista. em que a propriedade privada dos meios de produção e da moeda não mais existiría, sendo

a riqueza nacional administrada pelo proletariado, em primeiro lu gar, e depois, por toda a socieda de. a partilha dos benefícios eco nômicos e das distinções sociais teriam tendências igualitárias e, numa palavra, a exploração e a opressão do homem pelo homem desapareceríam. Nas doze ou treze

décadas que

transcorreram depois de tal pro

fecia, 0 desenvolvimento histórico desmentiu-a totalmente, mas, ape

sar disso, inúmeros membros da

pequena burguesia de todas as la

titudes e, especialmente, dos paises

russo de conquista do mundo. Mas também, porque, no plano psico

to,

a

do Terceiro Mundo, continuam

considerá-la válida. baseiam-se, nao no

mento

do

Para tan-

conheci-

verdadeiro marxismo,

chas contra a nação mais pode

fato de que primeiro a mas no Rússia e depois as nações do cha

rosa e mais rica do mundo.

mado “mundo socialista” preten

dos e os invejosos dirijam suas fle

1

ra,

forma encoberta, ou mesmo igno

sonho

lógico, é natural que os ressenti

contra atualmente. Terá sido obra dos delegados que participam dessa tribuna internacional? Ou,

dos governos, que enviam tais

se com-

a

suja das grandes potências (eu femismo que, na realidade, é qua se sempre aplicado aos EUA),

EUA,

nização à situação na qual se en

delegados com a pretensão não

a ONU.

denunciar

a propaganda antiimperialista” que é promovida, em escala mun dial. pelos centros políticos do co munismo. O alvo principal é os

converter a ONU numa arena

ca

em

dos intelectuais e de certos orgãos da chamada “grande imprensa”, exerce sobre as referidas pessoas

frágios negativos dos Estados in dustrializados que, sem dúvida, consideram, como qualquer pes soa normal, que se está pretenden

contrário, é reflexo da políti-

invocando

para o que. como é obvio, apro veitam-se de certos episodios his tóricos do passado, embora estes sejam irreversíveis, No plano ideológico, a origem e a causa

“redistribuída

ao

cons-

tantemente como muitos políticos, funcionários públicos e intelec

para pedir que

do

ao passado.

América Latina vê-se

fício das mais retrogadas nações árabes, o sionismo com o racismo;'

isso aprovado pela organização, com esmagadora maioria de votos,

193

Como

também é explicável que, dada a ignorância que se tem, em geral, sobre o verdadeiro marxismo, tal

coisa seja feita sob a sua bandei¬

dem que se realizaram as previ sões do esquema marxista de evo lução da humanidade, pretenden do ainda que neles se registraram

4


Digkstu

192

muito bem ser que obedeçam a razães exclusivamente politicas. Mas não.

Não é apenas um go

verno que tem hoje péssima opi nião da ONU, ou que a considera desvirtuada,

Em telegrama pro-

cedente de Estocolmo, dizia-se li-

Econômico

cientista e contestatàrio russo, Andrei Sakharov, comparecesse a ela, devido a proibição do Cremlin, o que implica numa acusa ção à ONU de estar sendo mani pulada por Moscou. O quadro que esboçamos de

declaração

forma breve ficaria incompleto se

conjunta hoje (12 de dezembro)

não lembrássemos que. também na ONU. os delegados do Terceiro

reados com o Prêmio Nobel afir maram que a ONU não fez “qua se nada para que os Estadosmembros respeitem seus acordos sobre os direitos humanos, e ins

Mundo e do mundo "socialista” utilizaram essa tribuna interna

teralmente:

“Numa

publicada nesta Capital, 46 lau

taram a opinião pública mundial a apoiar e estimular os esforços das organizações que lutam pela

aplicação desses direitos, A organização internacional perdeu —

diz o comunicado — sua eficácia € seu prestígio. Nela são pronun ciados discursos sem significado,

porque as palavras democracia, li

berdade, verdade, justiça ficaram

desprovidas do conteúdo”. OS INVEJOSOS E RESSENTIDOS A seguir, a informação que cita mos diz que, no referido comuni cado, seus signatários afirmaram que 0 princípio da não-interven-

ção serve unicamente à ONU para salvar as aparências, e termina

explicando que “a declaração con junta dos 46 premiados foi difun

dida com a finalidade de coinci dir com as cerimônias deste ano de entrega do Prêmio Nobel”,

coincidência que, a nosso ver, não

pode ter sido casual, mas foi pre

meditada para que ocorresse nos

momentos em qus a maior evi dência da cerimônia em questão foi a impossibilidade de que

0

r*

UiGi-si o Econômico

de os representar, mas sim aos povos do Terceiro Mundo, em ge ral e, repetimos, da América La tina. em particular? Naturalmen te, é o iiltimo caso e, no que se re fere a quase todas as nações la tinas da América, explicaremos a causa especifica, ainda que, para fazè-lo. tenhamos de reportarnos um pouco Na

cional para identificar, em bene

tuais.

prazem

os EUA tratem o

totalitarismo cubano não como é, mas como uma democracia; para exigir que a riqueza mundial seja I

equitativamente” entre os povos desenvolvidos e os subdesenvolvidos — isto é, entre os que trabalharam muito e os tudo que pouco trabalharam I

embora tenha havido também su

de uma espécie de luta de classes entre as nações. Perguntar-se-á por que. na ONU, se apresentaram como do nos e senhores, por grande maio ria, homens que levaram a orga

roupa

está na influência, pretensamen te marxista, que. por intermédio

porque

obstáculo

à

constituem o maior

realização

do

ora

com

franqueza,i ora

de

rando que se está sendo mento do comunismo.

instru

Pois bem, há mais

um sé

de

culo Marx e Engels lançaram ao mercado político a teoria de que o capitalismo, por causa de suas

contradições internas e por meios violentos ou pacíficos, mas quase sempre pelos primeiros, teria que converter-se,

fatal

e

necessaria

mente. num regime socialista e coletivista. em que a propriedade privada dos meios de produção e da moeda não mais existiría, sendo

a riqueza nacional administrada pelo proletariado, em primeiro lu gar, e depois, por toda a socieda de. a partilha dos benefícios eco nômicos e das distinções sociais teriam tendências igualitárias e, numa palavra, a exploração e a opressão do homem pelo homem desapareceríam. Nas doze ou treze

décadas que

transcorreram depois de tal pro

fecia, 0 desenvolvimento histórico desmentiu-a totalmente, mas, ape

sar disso, inúmeros membros da

pequena burguesia de todas as la

titudes e, especialmente, dos paises

russo de conquista do mundo. Mas também, porque, no plano psico

to,

a

do Terceiro Mundo, continuam

considerá-la válida. baseiam-se, nao no

mento

do

Para tan-

conheci-

verdadeiro marxismo,

chas contra a nação mais pode

fato de que primeiro a mas no Rússia e depois as nações do cha

rosa e mais rica do mundo.

mado “mundo socialista” preten

dos e os invejosos dirijam suas fle

1

ra,

forma encoberta, ou mesmo igno

sonho

lógico, é natural que os ressenti

contra atualmente. Terá sido obra dos delegados que participam dessa tribuna internacional? Ou,

dos governos, que enviam tais

se com-

a

suja das grandes potências (eu femismo que, na realidade, é qua se sempre aplicado aos EUA),

EUA,

nização à situação na qual se en

delegados com a pretensão não

a ONU.

denunciar

a propaganda antiimperialista” que é promovida, em escala mun dial. pelos centros políticos do co munismo. O alvo principal é os

converter a ONU numa arena

ca

em

dos intelectuais e de certos orgãos da chamada “grande imprensa”, exerce sobre as referidas pessoas

frágios negativos dos Estados in dustrializados que, sem dúvida, consideram, como qualquer pes soa normal, que se está pretenden

contrário, é reflexo da políti-

invocando

para o que. como é obvio, apro veitam-se de certos episodios his tóricos do passado, embora estes sejam irreversíveis, No plano ideológico, a origem e a causa

“redistribuída

ao

cons-

tantemente como muitos políticos, funcionários públicos e intelec

para pedir que

do

ao passado.

América Latina vê-se

fício das mais retrogadas nações árabes, o sionismo com o racismo;'

isso aprovado pela organização, com esmagadora maioria de votos,

193

Como

também é explicável que, dada a ignorância que se tem, em geral, sobre o verdadeiro marxismo, tal

coisa seja feita sob a sua bandei¬

dem que se realizaram as previ sões do esquema marxista de evo lução da humanidade, pretenden do ainda que neles se registraram

4


194

Dicesto Econômico

todas as previsões pelo citado esquema.

anunciadas

APÁTICOS E CRUÉIS O fato de ter havido na Rússia

uma revolução que liquidou a pro priedade privada e que, na opi nião de seus líderes, partidários e simpatizantes, estabeleceu o so

cialismo, como

prova,

segundo

eram corretos

dizem,

os anúncios

de Marx e Engels sobre a evolu ção da sociedade capitalista e seu fatal desaparecimento. Não é verdade, porque o regime que sur giu do golpe de Estado bolchevique e de todos os movimentos que, nos diversos países, seguiram o programa de Lenin, nada têm a ver com o socialismo autêntico, constituindo

um

totalitarismo

cruel e opressivo, somente compa rável ao que Hitler estabeleceu na Alemanha nazista. Com efeito, na pretensa União de Repúblicas Socialistas

poder

está

mãos

de

Soviéticas uma

burocracia

O regime soviético não pratica internacionalismo

proletário, pois não passa de um imperialismo militarista e retró

grado, que nem sequer pode ser com

o

uma

classe privilegiada cujos mem bros, embora não sejam indivi dualmente donos de grandes ri quezas. em conjunto controlam, dirigem e desfrutam da parte do leão da riqueza que. teoricamente,

pertence

à

nação,

imperialismo

econômico capitalista, parecendose mas com os imperialismos pri

sua morte defensor do sistema de

uma atitude parecida com a de

que ele e Lenin foram os principais artifices. ao qual, quando muito, chamou de “Estado operário de generado” e que. até às vésperas

seus irmãos de classe da maioria Sem dos paises industrializados,

de seu falecimento negou consti tuísse a burocracia soviética uma

guem erigir-se como lideres de

pelo Estado; mas, como uma e o outro sempre foram pretextos so ciais e politicos, na prática tudo o que forma tal riqueza é, de fato, propriedade da burocracia.

do

Estado

não é a de “todo

turais.

bstituida pela propriedade coleti-

Trotsky, apesar de ter sido até à

Tão

e desumano é soviético”, autodenominado de “socialista”, que o

retrógrado

totalitarismo

que

lhes

convêm.

tos culminantes, a massa dos sin

dicatos operários demonstra com fatos que não simpatiza com o

Estado se faz socialista na medida

entrada de Castro e de seus asse-

em que deixa de ser propriedade do Estado. Ao contrário, quanto

mais claro, enérgico e eloquente,

se opõe, como guardião da proprie

mitivos da Antiguidade. A pro priedade dos meios de produção e de troca foi, de fato, completamen te abolida na URSS, mas não su-

munistóides

o povo”, a não ser na medida em que desapareceram os privilégios e as distinções sociais... Em ou tras palavras, a propriedade do

dores, assegurando sua submissão,

o

Estado

do

soviético

povo.

mais

se

eleva

duramente

dade,

a esse povo, e mais clara

mente

se

socialista

coloca contra o

da

propriedade

os

operários

carater

esta-

das naçõeai indus

não

acreditam

nele

socialismo” à moda russa. _ Isto

sucedeu em Cuba. por ocasião da das

em

Havana,

No Chile foi

pois no princípio do caótico governo de Salvador AUende, os disindicais

conseguiram

apoiassem aqueque os sindicatos ;

Por ttídas essas características do chamado “socialismo soviético”, trializadas

u

rigentes

tizada”.

e

voltaram-lhe as costas, até o pon to de apesar do que disse recen

temente Solzhenitsyn e da ajuda

I

conse

Mas, quando chegam os momen

acima

I

burgueses

ao referir-se ao estatismo do go verno russo, afirmou: “A proprie

mais

a empresa que lhes convier, além de que. ao contrário do que acon tece igualmente nas nações de mocráticas, não têm direito à gre ve nem contam com os meios ju rídicos e associativos que, nas de mocracias, são coisas óbvias e na

guns pequenos

seus sindicatos, dirigindo-os, por certo tempo, pelos caminhos co- .

E esta burocracia, como todas as classes privilegiadas que a Histó ria registra, explora os trabalha

sia e nos demais paises que se ajustam ao seu modelo outro pa trão que não seja o Estado, faltalhes até a relativa liberdade que o capitalismo lhes confere de servir

dúvida, há ocasiões em que al

classe à parte, Trotsky diziamos, dade

representada

balhadores, não havendo na Rús

gundo as palavras do sábio e contestatário russo Andrei Sakharov.

comparado

burocracia

de

dirigentes apáticos, hipócritas, cruéis e pequenos burgueses”, se

decantado

a

nas

o

II

0

construir

sem que eles tenham qualquer ins trumento de defesa, por meio das leis e demais disposições que dita e faz cumprir, pela força do exér cito e da polícia. Quanto aos tra

ÍURSS),

absolutamente

va e democrática de todos os in tegrantes da sociedade, mas sim por um coletivismo burocrático que é junto com o resto, a causa de

195

Dicesto Econômico

dos capitalistas dos EUA, por exemplo, nesses paises as grandes organizações sindicais constituem a vanguarda da luta contra o re gime russo, criticando a classe ca pitalista e o seu próprio governo por tal ajuda.

BUROCRATAS E ESQUERDISTAS

Por seu turno, o proletariado das nações da América Latina tem

le regime; mas, à medida que o

tempo avançou e as dificuldades do pais cresceram, as orpnizaçoes sindicais chilenas viram-se diante dos fatos e não há duvida de que as grandes greves que rea lizaram, até mesmo contra em

presas do Estado, constituiram um fator importante, não so para a tomada de consciência

to contra AUende, como também

queda final deste. No Uruguai, os discípulos de

para a

Emilio Frugoni, que dirigiam a

poderosa central sindical daquele país, um belo dia trairam o seu

mestre e se declararam castristas. Mas não apoiaram os tupamaros. E quando o governo uruguaio — que, de um civilismo exemplar te ve de passar a um quase milita

rismo — decidiu exterminar aque-


194

Dicesto Econômico

todas as previsões pelo citado esquema.

anunciadas

APÁTICOS E CRUÉIS O fato de ter havido na Rússia

uma revolução que liquidou a pro priedade privada e que, na opi nião de seus líderes, partidários e simpatizantes, estabeleceu o so

cialismo, como

prova,

segundo

eram corretos

dizem,

os anúncios

de Marx e Engels sobre a evolu ção da sociedade capitalista e seu fatal desaparecimento. Não é verdade, porque o regime que sur giu do golpe de Estado bolchevique e de todos os movimentos que, nos diversos países, seguiram o programa de Lenin, nada têm a ver com o socialismo autêntico, constituindo

um

totalitarismo

cruel e opressivo, somente compa rável ao que Hitler estabeleceu na Alemanha nazista. Com efeito, na pretensa União de Repúblicas Socialistas

poder

está

mãos

de

Soviéticas uma

burocracia

O regime soviético não pratica internacionalismo

proletário, pois não passa de um imperialismo militarista e retró

grado, que nem sequer pode ser com

o

uma

classe privilegiada cujos mem bros, embora não sejam indivi dualmente donos de grandes ri quezas. em conjunto controlam, dirigem e desfrutam da parte do leão da riqueza que. teoricamente,

pertence

à

nação,

imperialismo

econômico capitalista, parecendose mas com os imperialismos pri

sua morte defensor do sistema de

uma atitude parecida com a de

que ele e Lenin foram os principais artifices. ao qual, quando muito, chamou de “Estado operário de generado” e que. até às vésperas

seus irmãos de classe da maioria Sem dos paises industrializados,

de seu falecimento negou consti tuísse a burocracia soviética uma

guem erigir-se como lideres de

pelo Estado; mas, como uma e o outro sempre foram pretextos so ciais e politicos, na prática tudo o que forma tal riqueza é, de fato, propriedade da burocracia.

do

Estado

não é a de “todo

turais.

bstituida pela propriedade coleti-

Trotsky, apesar de ter sido até à

Tão

e desumano é soviético”, autodenominado de “socialista”, que o

retrógrado

totalitarismo

que

lhes

convêm.

tos culminantes, a massa dos sin

dicatos operários demonstra com fatos que não simpatiza com o

Estado se faz socialista na medida

entrada de Castro e de seus asse-

em que deixa de ser propriedade do Estado. Ao contrário, quanto

mais claro, enérgico e eloquente,

se opõe, como guardião da proprie

mitivos da Antiguidade. A pro priedade dos meios de produção e de troca foi, de fato, completamen te abolida na URSS, mas não su-

munistóides

o povo”, a não ser na medida em que desapareceram os privilégios e as distinções sociais... Em ou tras palavras, a propriedade do

dores, assegurando sua submissão,

o

Estado

do

soviético

povo.

mais

se

eleva

duramente

dade,

a esse povo, e mais clara

mente

se

socialista

coloca contra o

da

propriedade

os

operários

carater

esta-

das naçõeai indus

não

acreditam

nele

socialismo” à moda russa. _ Isto

sucedeu em Cuba. por ocasião da das

em

Havana,

No Chile foi

pois no princípio do caótico governo de Salvador AUende, os disindicais

conseguiram

apoiassem aqueque os sindicatos ;

Por ttídas essas características do chamado “socialismo soviético”, trializadas

u

rigentes

tizada”.

e

voltaram-lhe as costas, até o pon to de apesar do que disse recen

temente Solzhenitsyn e da ajuda

I

conse

Mas, quando chegam os momen

acima

I

burgueses

ao referir-se ao estatismo do go verno russo, afirmou: “A proprie

mais

a empresa que lhes convier, além de que. ao contrário do que acon tece igualmente nas nações de mocráticas, não têm direito à gre ve nem contam com os meios ju rídicos e associativos que, nas de mocracias, são coisas óbvias e na

guns pequenos

seus sindicatos, dirigindo-os, por certo tempo, pelos caminhos co- .

E esta burocracia, como todas as classes privilegiadas que a Histó ria registra, explora os trabalha

sia e nos demais paises que se ajustam ao seu modelo outro pa trão que não seja o Estado, faltalhes até a relativa liberdade que o capitalismo lhes confere de servir

dúvida, há ocasiões em que al

classe à parte, Trotsky diziamos, dade

representada

balhadores, não havendo na Rús

gundo as palavras do sábio e contestatário russo Andrei Sakharov.

comparado

burocracia

de

dirigentes apáticos, hipócritas, cruéis e pequenos burgueses”, se

decantado

a

nas

o

II

0

construir

sem que eles tenham qualquer ins trumento de defesa, por meio das leis e demais disposições que dita e faz cumprir, pela força do exér cito e da polícia. Quanto aos tra

ÍURSS),

absolutamente

va e democrática de todos os in tegrantes da sociedade, mas sim por um coletivismo burocrático que é junto com o resto, a causa de

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Dicesto Econômico

dos capitalistas dos EUA, por exemplo, nesses paises as grandes organizações sindicais constituem a vanguarda da luta contra o re gime russo, criticando a classe ca pitalista e o seu próprio governo por tal ajuda.

BUROCRATAS E ESQUERDISTAS

Por seu turno, o proletariado das nações da América Latina tem

le regime; mas, à medida que o

tempo avançou e as dificuldades do pais cresceram, as orpnizaçoes sindicais chilenas viram-se diante dos fatos e não há duvida de que as grandes greves que rea lizaram, até mesmo contra em

presas do Estado, constituiram um fator importante, não so para a tomada de consciência

to contra AUende, como também

queda final deste. No Uruguai, os discípulos de

para a

Emilio Frugoni, que dirigiam a

poderosa central sindical daquele país, um belo dia trairam o seu

mestre e se declararam castristas. Mas não apoiaram os tupamaros. E quando o governo uruguaio — que, de um civilismo exemplar te ve de passar a um quase milita

rismo — decidiu exterminar aque-


Dicesto Econômico

194

todas as previsões pelo citado esquema.

anunciadas

de ter havido na Rússia

uma revolução que liquidou a pro priedade privada e que, na opi nião de seus líderes, partidários e simpatizantes, estabeleceu o so

cialismo, como

prova,

eram

segundo

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os

dizem,

anúncios

de Marx e Engels sobre a evolu ção da sociedade capitalista e seu fatal desaparecimento. Não é verdade, porque o regime que sur giu do golpe de Estado bolchevique e de todos os movimentos que, nos diversos países, seguiram o programa de Lenin, nada têm a ver com o socialismo autêntico, constituindo

um

totalitarismo

cruel e opressivo, somente compa rável ao que Hitler estabeleceu na Alemanha nazista. Com efeito, na pretensa União de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o poder mãos

está absolutamente nas de uma burocracia de

“dirigentes apáticos, hipócritas, cruéis e pequenos burgueses”, se gundo as palavras do sábio e contestatário russo Andrei Sakharov.

O regime soviético não pratica o

decantado

va e democrática de todos os in

tegrantes da sociedade, mas sim por um coletivismo burocrático

APÁTICOS E CRUÉIS O fato

Dicesto Econômico

que é junto com o resto, a causa de construir a burocracia uma

classe bros.

privilegiada embora

não

cujos

mem

sejam

indivi

dualmente donos de grandes ri quezas. em conjunto controlam, dirigem e desfrutam da parte do leão da riqueza que, teoricamente, pertence à nacao. representada pelo Estado; mas, como uma e o outro sempre

balhadores, não havendo na Rús

sia e nos demais países que se ajustam ao seu modelo outro pa trão que não seja o Estado, falta-

lhes até a relativa liberdade que o capitalismo lhes confere de servir

internacionalismo

a empresa que lhes convier, além

proletário, pois não passa de um

de que, ao contrário do que acon tece igualmente nas nações de mocráticas, não têm direito à gre ve nem contam com os meios ju

imperialismo militarista e

retró

grado, que nem sequer pode ser comparado com o imperialismo econômico capitalista, parecendose mas com os imperialismos pri

mitivos da Antiguidade. A pro priedade dos meios de produção e de troca foi, de fato, completamen te abolida na URSS, mas não su bstituída pela propriedade coleti¬

rídicos e associativos que, nas de mocracias, são coisas óbvias e na turais.

Tão retrógrado

e desumano é ■soviético”, au todenominado de “socialista”, que o

totalitarismo

Trotsky, apesar de ter sido até à

uma atitude parecida com a de

X

que ele e Lenin foram os principais artífices, ao qual, quando muito, chamou de “Estado operário de generado” e que, até às vésperas de seu falecimento negou consti

seus irmãos de classe da maioria Sem dos países industrializados,

●I

tuísse

a burocracia soviética uma

dade do Estado não é a de

“todo

o povo”, a não ser na medida em que desapareceram os privilégios e as distinções sociais... Em ou tras palavras, a propriedade do

o que forma tal riqueza é. de fato, propriedade da burocracia.

sem que eles tenham qualquer ins trumento de defesa, por meio das leis e demais disposições que dita e faz cumprir, pela força do exér cito e da polícia. Quanto aos tra

sua morte defensor do sistema de

ao referir-se ao estatismo do go verno russo, afirmou; “A proprie

foram pretextos so

dores, assegurando sua submissão,

-S

classe à parte, Trotsky diziamos,

ciais e politicos, na prática tudo

E esta burocracia, como todas as classes privilegiadas que a Histó ria registra, explora os trabalha

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Estado se faz socialista na medida

em que deixa de ser propriedade do Estado. Ao contrário, quanto F

mais

o

Estado

acima do

soviético

povo.

mais

se

eleva

duramente

se opõe, como guardião da proprie dade, a esse povo, e mais clara mente se coloca contra o carater

socialista

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esta-

tizada”.

Por tódas essas características do chamado “socialismo soviético”,

os operários das naçõeq indus trializadas não

acreditam

nele e

voltaram-lhe as costas, até 0 pon to de apesar do que disse recen temente Solzhenitsyn e da ajuda dos capitalistas dos EUA, por exemplo, nesses países as grandes organizações sindicais constituem a vanguarda da luta contra o re gime russo, criticando a classe ca

dúvida, há ocasiões em que alguns pequenos

burgueses

guem erigir-se

como lideres

seus

dirigindo-os, por

sindicatos,

conse

de

■;í A

certo tempo, pelos caminhos CO7. munistóides que lhes convêm.

Mas, quando chegam os momen

tos culminantes, a massa dos sin dicatos operários demonstra com > fatos que não simpatiza com o ● .1 socialismo” à moda russa. _ Isto sucedeu em Cuba, por ocasião da it

entrada de Castro e de seus asseNo Chile foi cias em Havana,

mais claro, enérgico e eloquente, ■ princípio do caótico gode Salvador Allende, os dirigentes sindicais conseguiram pois

no

f

verno

que os sindicatos apoiassem aque le regime; mas, à medida que o tempo avançou e as dificuldades

do pais cresceram, as organiza ções sindicais chilenas viram-se diante dos fatos e não ha duvida de que as grandes greves que realizaram,

presas do fator

,

até mesmo contra em-

Estado, constituiram um

importante, não só para a

tomada

de consciência do exerci-

to contra Allende, como para a

queda final deste.

No

os

Uruguai,

tambem

discípulos

de

Emilio Frugoni, que dirigiam a

poderosa central sindical daquele

por tal ajuda.

país, um belo dia traíram o seu niestre e se declararam castristas.

BUROCRATAS E ESQUERDISTAS

E quando o governo uruguaio —

1

Por seu turno, o proletariado das nações da América Latina tem

que, de um civilismo exemplar te ve de passar a um quase milita-

i

rismo — decidiu exterminar aque-

pitalista e o seu próprio governo

Mas não apoiaram os tupamaros.

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Dicesto Econômico

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todas as previsões pelo citado esquema.

anunciadas

de ter havido na Rússia

uma revolução que liquidou a pro priedade privada e que, na opi nião de seus líderes, partidários e simpatizantes, estabeleceu o so

cialismo, como

prova,

eram

segundo

corretos

os

dizem,

anúncios

de Marx e Engels sobre a evolu ção da sociedade capitalista e seu fatal desaparecimento. Não é verdade, porque o regime que sur giu do golpe de Estado bolchevique e de todos os movimentos que, nos diversos países, seguiram o programa de Lenin, nada têm a ver com o socialismo autêntico, constituindo

um

totalitarismo

cruel e opressivo, somente compa rável ao que Hitler estabeleceu na Alemanha nazista. Com efeito, na pretensa União de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o poder mãos

está absolutamente nas de uma burocracia de

“dirigentes apáticos, hipócritas, cruéis e pequenos burgueses”, se gundo as palavras do sábio e contestatário russo Andrei Sakharov.

O regime soviético não pratica o

decantado

va e democrática de todos os in

tegrantes da sociedade, mas sim por um coletivismo burocrático

APÁTICOS E CRUÉIS O fato

Dicesto Econômico

que é junto com o resto, a causa de construir a burocracia uma

classe bros.

privilegiada embora

não

cujos

mem

sejam

indivi

dualmente donos de grandes ri quezas. em conjunto controlam, dirigem e desfrutam da parte do leão da riqueza que, teoricamente, pertence à nacao. representada pelo Estado; mas, como uma e o outro sempre

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sia e nos demais países que se ajustam ao seu modelo outro pa trão que não seja o Estado, falta-

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internacionalismo

a empresa que lhes convier, além

proletário, pois não passa de um

de que, ao contrário do que acon tece igualmente nas nações de mocráticas, não têm direito à gre ve nem contam com os meios ju

imperialismo militarista e

retró

grado, que nem sequer pode ser comparado com o imperialismo econômico capitalista, parecendose mas com os imperialismos pri

mitivos da Antiguidade. A pro priedade dos meios de produção e de troca foi, de fato, completamen te abolida na URSS, mas não su bstituída pela propriedade coleti¬

rídicos e associativos que, nas de mocracias, são coisas óbvias e na turais.

Tão retrógrado

e desumano é ■soviético”, au todenominado de “socialista”, que o

totalitarismo

Trotsky, apesar de ter sido até à

uma atitude parecida com a de

X

que ele e Lenin foram os principais artífices, ao qual, quando muito, chamou de “Estado operário de generado” e que, até às vésperas de seu falecimento negou consti

seus irmãos de classe da maioria Sem dos países industrializados,

●I

tuísse

a burocracia soviética uma

dade do Estado não é a de

“todo

o povo”, a não ser na medida em que desapareceram os privilégios e as distinções sociais... Em ou tras palavras, a propriedade do

o que forma tal riqueza é. de fato, propriedade da burocracia.

sem que eles tenham qualquer ins trumento de defesa, por meio das leis e demais disposições que dita e faz cumprir, pela força do exér cito e da polícia. Quanto aos tra

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ao referir-se ao estatismo do go verno russo, afirmou; “A proprie

foram pretextos so

dores, assegurando sua submissão,

-S

classe à parte, Trotsky diziamos,

ciais e politicos, na prática tudo

E esta burocracia, como todas as classes privilegiadas que a Histó ria registra, explora os trabalha

195

Estado se faz socialista na medida

em que deixa de ser propriedade do Estado. Ao contrário, quanto F

mais

o

Estado

acima do

soviético

povo.

mais

se

eleva

duramente

se opõe, como guardião da proprie dade, a esse povo, e mais clara mente se coloca contra o carater

socialista

da

propriedade

esta-

tizada”.

Por tódas essas características do chamado “socialismo soviético”,

os operários das naçõeq indus trializadas não

acreditam

nele e

voltaram-lhe as costas, até 0 pon to de apesar do que disse recen temente Solzhenitsyn e da ajuda dos capitalistas dos EUA, por exemplo, nesses países as grandes organizações sindicais constituem a vanguarda da luta contra o re gime russo, criticando a classe ca

dúvida, há ocasiões em que alguns pequenos

burgueses

guem erigir-se

como lideres

seus

dirigindo-os, por

sindicatos,

conse

de

■;í A

certo tempo, pelos caminhos CO7. munistóides que lhes convêm.

Mas, quando chegam os momen

tos culminantes, a massa dos sin dicatos operários demonstra com > fatos que não simpatiza com o ● .1 socialismo” à moda russa. _ Isto sucedeu em Cuba, por ocasião da it

entrada de Castro e de seus asseNo Chile foi cias em Havana,

mais claro, enérgico e eloquente, ■ princípio do caótico gode Salvador Allende, os dirigentes sindicais conseguiram pois

no

f

verno

que os sindicatos apoiassem aque le regime; mas, à medida que o tempo avançou e as dificuldades

do pais cresceram, as organiza ções sindicais chilenas viram-se diante dos fatos e não ha duvida de que as grandes greves que realizaram,

presas do fator

,

até mesmo contra em-

Estado, constituiram um

importante, não só para a

tomada

de consciência do exerci-

to contra Allende, como para a

queda final deste.

No

os

Uruguai,

tambem

discípulos

de

Emilio Frugoni, que dirigiam a

poderosa central sindical daquele

por tal ajuda.

país, um belo dia traíram o seu niestre e se declararam castristas.

BUROCRATAS E ESQUERDISTAS

E quando o governo uruguaio —

1

Por seu turno, o proletariado das nações da América Latina tem

que, de um civilismo exemplar te ve de passar a um quase milita-

i

rismo — decidiu exterminar aque-

pitalista e o seu próprio governo

Mas não apoiaram os tupamaros.

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196

Dicj;.sto

Kconômíco

les funestos aventureiros, o pro

incultos, os funcionários e empre

letariado não moveu um dedo. Na

gados do Estado, bastante instruí dos, os professores, a oficialidade

Argentina, o sindicalismo operá rio

não é comunista. No Brasil, não. No México, idem embora existam pequenos núcleos sindicais dirigidos por comunistas. também

E assim em toda a América Lati

na. Portanto, nesta não será pelo caminho do apoio ativo do prole tariado que o comunismo poderá conquistar o poder, embora em al gumas nações da região seja pos sível uma ajuda por omissão, ina tividade ou cretinismo político dos sindicatos. Por que via, portanto, poderá o totalitarismo, com eti queta comunista ou não, chegar

ao poder no conjunto de nações de que falamos, ou, pelo menos, num bom número delas? mos uma explicação.

Tente

Marx, Engels e Lenin despre zaram sempre, olimpicamente, a pequena burguesia urbana, basean

do-se na crença errônea de que, nas sociedades contemporâneas, sua constituição de classe se po larizaria, cedo ou tarde, em pro letariado e burguesia, motivo pe lo qual os demais estratos sociais não deveríam contar muito ou na da em sua evolução histórica. Erro crasso.

Na América Latina e em quase tòdos os outros países subdesen volvidos, durante as últimas dé cadas, a pequena burguesia urba na

cresceu

aceleradamente

em

número e influencia social e po lítica. As principais categorias ou subdivisões que a constituem são:

os intelectuais, os políticos oficialistas

mais ou

menos

cultos

ou

Dlt:i-:sro

ria. quando a batuta é erguida pe los intelectuais e por aqueles mem bros dos grupos citados que jul gam ter informações sobre pro

dos exercitos. os lideres sindicais,

os empregados

das

I

empre

ou separados, têm muito menos peso específico-do que as classes

tido de civilidade, pelo qual. nas eleições, faz respeitar seu voto, e

I

dire

ção, todos os grupos ou categorias

e

os

numerosos

nas.

Toda essa gente tem como de nominador comum as tendências, inerentes ao burocratismo e a in clinação para o lado de onde su-

(sobre a revolu-

tornaram-se coisa cor

É natural, pois o traba

lho dos intelectuais se reduziu sempre, em grande parte, a em

Estado levou os espíritos da Eu ropa ao seguinte artigo de fé: o

eles, 0 fazem — ainda que seja.

sindicais

No transcorrer dos

escreveu: “A monstruosa razão de

Não, mas, dentre

Y

além

do

anterior,

tivermos

em conta que, segundo os estudio sos do fascismo de todas as cores,

a pequena burguesia foi, na Itália e na Alemanha, quem formou as

í(

belezar a vida dos burgueses’. E, durante a guerra européia, em março de 1917, Romain Rolland

lução, não por que atuem preme

deres

o

hostes de seus respectivos totalitarismos, e que. na Rússia, a cas ta dominante, ainda que proletá

rente.

da evo

jornalistas que vendem suas pe

ocidentais,

norte-americanos e de outras na

dos intelectuais

América Latina não é assim, e re

nários e os empregados governa

potenciais

cionalidades;

çao russa)

da

mentais, em muitas nações os li

grandes

chamado mundo socialista se for talece cada vez mais.

burguesia.

últimos anos, os gritos de alarma

o emite de acordo com os interes ses nacionais.

por algo assim como um instinto político — parte dos intelectuais, os políticos oficialistas, os funcio

indivíduos e grupos que formam

Se.

grosso do povo, que tem alto sen

que a formam.

sultou contraproducente, pois, graças às suas denuncias, essa gente pensou que era possível e conveniente pertencer à referida “nova classe”, uma vez que, de vido ao cretinismo poütico das

a pequena

Assím, por exemplo, o escritor russo Máximo Gorky declarou, em 1920, a um grupo de intelectuais

cam 0 rumo histórico, ao lado do

ditadamente, numa mesma

nem nunca, tais informações

0 de fazer o mundo compreender a infamia do comunismo, sobretu do à pequena burguesia e aos in telectuais latino-americanos, re

OS RÓTULOS PARA DISFARÇAR

burguesa e proletária, as quais, por seu relacionamento coopera tivo ou de luta, são as que mar

guesia assinale o sentido

Mas nem ho

passaram do superficial e, em tro ca, sempre se deixaram levar pelo oportunismo, que é inerente aos

ciantes e os artesãos médios e pe quenos, etc. Nos países desenvol vidos, todos esses grupos juntos

sulta natural que a pequena bur

blemas universais.

je.

sas privadas, os jornalistas, os pequenos proprietários, os comer

Nos países subdesenvolvidos

197

põem que nascerá o sol da Histó

os profissionais e técnicos de vá rias especialidades, o clero cató

lico,

Econômico

homem não tem ideal mais alto do que o de converter-se em ser vidor da comunidade. E a comu nidade é definida como sendo o

Estado”. Ou seja, a permanente inclinação para o lado dos pode rosos que de alguma forma satis

fazem suas ambições.

Tal incli

nação chega a tal grau que o li vro de Milovan Djilas, intitulado A Nova Classe, escrito com a tin

ta do heroísmo e cujo objetivo foi

ria na origem, coriverteu-se logo, como vimos, em pequena burgue

sia; por tudo isso. é natural, insis timos, que as influentes pequeno-

burguesias latino-americanas, no

poder ou ainda fora dele, simpa

tizem com a essência do fascismo, do totalitarismo comunista ou, pelo menos, com

a

tendência to-

talitária, seja ou não comunista, isto é, com qualquer tipo de totalitarismo.

Sendo assim, em muitos países da Améiica Latina e de quase to do

o

Terceiro

Mundo,

vive-se

atualmente um dos maiores pa radoxos da História. O de que a pequena burguesia, desprezada por Marx, Engels e Lenin, teria em

suas mãos o leme do Estado, da economia e dos mais importantes

4


196

Dicj;.sto

Kconômíco

les funestos aventureiros, o pro

incultos, os funcionários e empre

letariado não moveu um dedo. Na

gados do Estado, bastante instruí dos, os professores, a oficialidade

Argentina, o sindicalismo operá rio

não é comunista. No Brasil, não. No México, idem embora existam pequenos núcleos sindicais dirigidos por comunistas. também

E assim em toda a América Lati

na. Portanto, nesta não será pelo caminho do apoio ativo do prole tariado que o comunismo poderá conquistar o poder, embora em al gumas nações da região seja pos sível uma ajuda por omissão, ina tividade ou cretinismo político dos sindicatos. Por que via, portanto, poderá o totalitarismo, com eti queta comunista ou não, chegar

ao poder no conjunto de nações de que falamos, ou, pelo menos, num bom número delas? mos uma explicação.

Tente

Marx, Engels e Lenin despre zaram sempre, olimpicamente, a pequena burguesia urbana, basean

do-se na crença errônea de que, nas sociedades contemporâneas, sua constituição de classe se po larizaria, cedo ou tarde, em pro letariado e burguesia, motivo pe lo qual os demais estratos sociais não deveríam contar muito ou na da em sua evolução histórica. Erro crasso.

Na América Latina e em quase tòdos os outros países subdesen volvidos, durante as últimas dé cadas, a pequena burguesia urba na

cresceu

aceleradamente

em

número e influencia social e po lítica. As principais categorias ou subdivisões que a constituem são:

os intelectuais, os políticos oficialistas

mais ou

menos

cultos

ou

Dlt:i-:sro

ria. quando a batuta é erguida pe los intelectuais e por aqueles mem bros dos grupos citados que jul gam ter informações sobre pro

dos exercitos. os lideres sindicais,

os empregados

das

I

empre

ou separados, têm muito menos peso específico-do que as classes

tido de civilidade, pelo qual. nas eleições, faz respeitar seu voto, e

I

dire

ção, todos os grupos ou categorias

e

os

numerosos

nas.

Toda essa gente tem como de nominador comum as tendências, inerentes ao burocratismo e a in clinação para o lado de onde su-

(sobre a revolu-

tornaram-se coisa cor

É natural, pois o traba

lho dos intelectuais se reduziu sempre, em grande parte, a em

Estado levou os espíritos da Eu ropa ao seguinte artigo de fé: o

eles, 0 fazem — ainda que seja.

sindicais

No transcorrer dos

escreveu: “A monstruosa razão de

Não, mas, dentre

Y

além

do

anterior,

tivermos

em conta que, segundo os estudio sos do fascismo de todas as cores,

a pequena burguesia foi, na Itália e na Alemanha, quem formou as

í(

belezar a vida dos burgueses’. E, durante a guerra européia, em março de 1917, Romain Rolland

lução, não por que atuem preme

deres

o

hostes de seus respectivos totalitarismos, e que. na Rússia, a cas ta dominante, ainda que proletá

rente.

da evo

jornalistas que vendem suas pe

ocidentais,

norte-americanos e de outras na

dos intelectuais

América Latina não é assim, e re

nários e os empregados governa

potenciais

cionalidades;

çao russa)

da

mentais, em muitas nações os li

grandes

chamado mundo socialista se for talece cada vez mais.

burguesia.

últimos anos, os gritos de alarma

o emite de acordo com os interes ses nacionais.

por algo assim como um instinto político — parte dos intelectuais, os políticos oficialistas, os funcio

indivíduos e grupos que formam

Se.

grosso do povo, que tem alto sen

que a formam.

sultou contraproducente, pois, graças às suas denuncias, essa gente pensou que era possível e conveniente pertencer à referida “nova classe”, uma vez que, de vido ao cretinismo poütico das

a pequena

Assím, por exemplo, o escritor russo Máximo Gorky declarou, em 1920, a um grupo de intelectuais

cam 0 rumo histórico, ao lado do

ditadamente, numa mesma

nem nunca, tais informações

0 de fazer o mundo compreender a infamia do comunismo, sobretu do à pequena burguesia e aos in telectuais latino-americanos, re

OS RÓTULOS PARA DISFARÇAR

burguesa e proletária, as quais, por seu relacionamento coopera tivo ou de luta, são as que mar

guesia assinale o sentido

Mas nem ho

passaram do superficial e, em tro ca, sempre se deixaram levar pelo oportunismo, que é inerente aos

ciantes e os artesãos médios e pe quenos, etc. Nos países desenvol vidos, todos esses grupos juntos

sulta natural que a pequena bur

blemas universais.

je.

sas privadas, os jornalistas, os pequenos proprietários, os comer

Nos países subdesenvolvidos

197

põem que nascerá o sol da Histó

os profissionais e técnicos de vá rias especialidades, o clero cató

lico,

Econômico

homem não tem ideal mais alto do que o de converter-se em ser vidor da comunidade. E a comu nidade é definida como sendo o

Estado”. Ou seja, a permanente inclinação para o lado dos pode rosos que de alguma forma satis

fazem suas ambições.

Tal incli

nação chega a tal grau que o li vro de Milovan Djilas, intitulado A Nova Classe, escrito com a tin

ta do heroísmo e cujo objetivo foi

ria na origem, coriverteu-se logo, como vimos, em pequena burgue

sia; por tudo isso. é natural, insis timos, que as influentes pequeno-

burguesias latino-americanas, no

poder ou ainda fora dele, simpa

tizem com a essência do fascismo, do totalitarismo comunista ou, pelo menos, com

a

tendência to-

talitária, seja ou não comunista, isto é, com qualquer tipo de totalitarismo.

Sendo assim, em muitos países da Améiica Latina e de quase to do

o

Terceiro

Mundo,

vive-se

atualmente um dos maiores pa radoxos da História. O de que a pequena burguesia, desprezada por Marx, Engels e Lenin, teria em

suas mãos o leme do Estado, da economia e dos mais importantes

4


Dicesto Econômico

198

aspectos da vida social, cultural e politica, devido ao fato de que as classes capitalista e proletária são

Por tudo isso. e até o ponto em que, com espírito objetivo e cien tifico se pode fazer provisões so

fracas. Como a sua tendência é inevitavelmente totalitária, enca

bre o futuro da América

minha-se para o totalitarismo mais ou menos “puro” pela via da burocratização estatal, mediante 0 fomento da inflação e a nacio nalização (estatização) dos ban cos, das mais variadas empresas industriais e comerciais e, inclu sive, da agricultura.

a formam será o totalitarismo pe-

Sobre o Planejamento Americano JAMES

Latina,

p

queno-burguês e burocrático, que essência

comunismo,

se

identifica

com

o

não importando

que

se disfarce com os rótulos do

na

cionalismo. do antiimperialismo, do revolucionarismo. do esquerdismo

e

até

mesmo

da

democracia.

Trabalhadores

Wassily Prêmio -o-

fornecimento de matéria-prima para a fábrica de processamento da semen te da leguminosa. Pretende vender o farelo do guar corno alimento alterna tivo para gado, nas épocas de seca, comercializar o amido no mercado in terno e externo, além de exportar a semente para o mercado internacional.

Nobel.

Auto-Unidos

e

ganhador

do

economista,

avisa

“Em uma economia mo

derna. planejamento não é uma matéria de preferência ou ideolo gia. mas uma necessidade Imedia

BRASIL:- LEGUMINOSA — GUAR CHEGA AO BRASIL — Mais uma

de nylon em São Bernardo do Campo e está instalando uma de poliester em poços de Caldas e, ao pleitear o ingresso no Distrito Agro-Industrial de Jaiba, expôs como seus propósitos o incentivo à plantação do guar pelos fazendeiros do norte mineiro e a montagem de uma estação experimental em Jaíba, para funcionar como centro demonstrativo e fonte parcial de

de

Leontief.

ram-nos;

empresa, a Celanese do Brasil, formaliza a sua participação no Distrito Agro-Industrial de Jaíba. Sua carta-consulta foi aprovada pela Ruralminas, capacitando-a apresentar, no prazo de quatro meses, o projeto definitivo para o plantio e industrialização da leguminosa “guar”. Na sua carta-consulta, a Celanese demonstra o seu propósito de introduzir no Pais a leguminosa guar (frutificada em vagem), originaria da índia e Paquistão e que pode ser plantada em regiões secas e quentes. É utilizada, tradicio nalmente, como alimento humano e animal, possuindo alto teor de pro teínas e de amido, tendo ainda aplicação industrial. Seu processamento leva a dois produtos principais, o amido — empregado em vários setores industriais — e farelo — normalmente vendido às fábricas de rações e cria dores de gado. Plantado em grande escala, atualmente, na índia, Paquistão

e EUA, em terras do tipo leve, arenoso e de baixa capacidade de retenção de água, o guar pode alternar-se com algodão ou arroz, de modo a reduzir os custos de pjantação. Sua adaptação às condições regionais já foi defida em experimentos realizados em Pirapora e Janaúba, enquanto que pes quisas nos EUA demonstram que, plantado à base de irrigação — como ocorrerá em Jaíba —, o guar poderá render um mínimo de duas a três vezes mais do que em condições normais. A Celanese do Brasil tem fábrica

BANNER

EDIDOS de planejamento na cional — o esforço coordena do para antecipar e prevenir problemas nacionais — estão mais uma vez fora do pais. O Comitê de Iniciativa para Planejamento Econômico Nacio nal. encabeçado juntamente por Leonar Woodcock, presidente dos

0 porvir da maioria dos paises que

na

A.

ta”.

E os Senadores Hubert H. Hum

phrey e Jacob Javits englobaram os argumentos do comitê em um projeto. 0 Ato de Crescimento

Equilibrado e de Planejamento Econômico, de 1975. Destinado a realizar o “Cresci

mento Equilibrado o t

I

t

Bem-estar

Econômico” e

Econômico”,

o

pro

jeto estabelecería, na Casa Bran ca, uma Comissão de Planejamen to Econômico, de três membros. Essa comissão reuniria e divulga

JUNIOR

Mais um trabalho sobre o ■plane jamento ãa economia americana, assunto sobre o qual publicamos

artigos em número anterior.

Este

foi publicado no “Neio York Times”.

Teriamos seguramente melho res prognósticos, mais coordena

ção e ação politica mais sadia. Essas instituições, ambas, pública e das corporações, que agora pla nejam para nós. não são respon sáveis todo.

frente à nação como um Falta porém, visão e res

ponsabilidade democrática ade quada às razões do Comitê de Ini ciativa e ao projeto de HumphreyJavits.

Em primeiro lugar, se tivéssemos objetivos e políticas estabelecidos de um modo sistemático, deveria

mos prosseguir através de amplo

planejamento social e econômico

não apenas planejamento eco nômico: mas este projeto é apenas

ria informação econômica, reveria

meia medida, por ser limitado somente ao estabelecimento da direção econômica.

e coordenaria os programas e as atividades relacionadas com pla

Mas mesmo se o projeto fosse revisto para fazer face a esta ob

nejamento

jeção,

do

Governo

e

desen

uma

seria,

ainda,

falho

na

sua retrógrada aderência à uma agência realizadora. A legislação

volvería um plano de crescimento econômico equilibrado — tudo em conjunção com outras agências de

de Humphrey-Javits embora crias

planejamento e o público, sob re visão do Congresso e do Presi

se, um outro centro de poder, den tro do ramo executivo, este, por

dente.

negociar com a economia, possui-

l:


Dicesto Econômico

198

aspectos da vida social, cultural e politica, devido ao fato de que as classes capitalista e proletária são

Por tudo isso. e até o ponto em que, com espírito objetivo e cien tifico se pode fazer provisões so

fracas. Como a sua tendência é inevitavelmente totalitária, enca

bre o futuro da América

minha-se para o totalitarismo mais ou menos “puro” pela via da burocratização estatal, mediante 0 fomento da inflação e a nacio nalização (estatização) dos ban cos, das mais variadas empresas industriais e comerciais e, inclu sive, da agricultura.

a formam será o totalitarismo pe-

Sobre o Planejamento Americano JAMES

Latina,

p

queno-burguês e burocrático, que essência

comunismo,

se

identifica

com

o

não importando

que

se disfarce com os rótulos do

na

cionalismo. do antiimperialismo, do revolucionarismo. do esquerdismo

e

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democracia.

Trabalhadores

Wassily Prêmio -o-

fornecimento de matéria-prima para a fábrica de processamento da semen te da leguminosa. Pretende vender o farelo do guar corno alimento alterna tivo para gado, nas épocas de seca, comercializar o amido no mercado in terno e externo, além de exportar a semente para o mercado internacional.

Nobel.

Auto-Unidos

e

ganhador

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“Em uma economia mo

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de

Leontief.

ram-nos;

empresa, a Celanese do Brasil, formaliza a sua participação no Distrito Agro-Industrial de Jaíba. Sua carta-consulta foi aprovada pela Ruralminas, capacitando-a apresentar, no prazo de quatro meses, o projeto definitivo para o plantio e industrialização da leguminosa “guar”. Na sua carta-consulta, a Celanese demonstra o seu propósito de introduzir no Pais a leguminosa guar (frutificada em vagem), originaria da índia e Paquistão e que pode ser plantada em regiões secas e quentes. É utilizada, tradicio nalmente, como alimento humano e animal, possuindo alto teor de pro teínas e de amido, tendo ainda aplicação industrial. Seu processamento leva a dois produtos principais, o amido — empregado em vários setores industriais — e farelo — normalmente vendido às fábricas de rações e cria dores de gado. Plantado em grande escala, atualmente, na índia, Paquistão

e EUA, em terras do tipo leve, arenoso e de baixa capacidade de retenção de água, o guar pode alternar-se com algodão ou arroz, de modo a reduzir os custos de pjantação. Sua adaptação às condições regionais já foi defida em experimentos realizados em Pirapora e Janaúba, enquanto que pes quisas nos EUA demonstram que, plantado à base de irrigação — como ocorrerá em Jaíba —, o guar poderá render um mínimo de duas a três vezes mais do que em condições normais. A Celanese do Brasil tem fábrica

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EDIDOS de planejamento na cional — o esforço coordena do para antecipar e prevenir problemas nacionais — estão mais uma vez fora do pais. O Comitê de Iniciativa para Planejamento Econômico Nacio nal. encabeçado juntamente por Leonar Woodcock, presidente dos

0 porvir da maioria dos paises que

na

A.

ta”.

E os Senadores Hubert H. Hum

phrey e Jacob Javits englobaram os argumentos do comitê em um projeto. 0 Ato de Crescimento

Equilibrado e de Planejamento Econômico, de 1975. Destinado a realizar o “Cresci

mento Equilibrado o t

I

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Bem-estar

Econômico” e

Econômico”,

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jeto estabelecería, na Casa Bran ca, uma Comissão de Planejamen to Econômico, de três membros. Essa comissão reuniria e divulga

JUNIOR

Mais um trabalho sobre o ■plane jamento ãa economia americana, assunto sobre o qual publicamos

artigos em número anterior.

Este

foi publicado no “Neio York Times”.

Teriamos seguramente melho res prognósticos, mais coordena

ção e ação politica mais sadia. Essas instituições, ambas, pública e das corporações, que agora pla nejam para nós. não são respon sáveis todo.

frente à nação como um Falta porém, visão e res

ponsabilidade democrática ade quada às razões do Comitê de Ini ciativa e ao projeto de HumphreyJavits.

Em primeiro lugar, se tivéssemos objetivos e políticas estabelecidos de um modo sistemático, deveria

mos prosseguir através de amplo

planejamento social e econômico

não apenas planejamento eco nômico: mas este projeto é apenas

ria informação econômica, reveria

meia medida, por ser limitado somente ao estabelecimento da direção econômica.

e coordenaria os programas e as atividades relacionadas com pla

Mas mesmo se o projeto fosse revisto para fazer face a esta ob

nejamento

jeção,

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Governo

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uma

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ainda,

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sua retrógrada aderência à uma agência realizadora. A legislação

volvería um plano de crescimento econômico equilibrado — tudo em conjunção com outras agências de

de Humphrey-Javits embora crias

planejamento e o público, sob re visão do Congresso e do Presi

se, um outro centro de poder, den tro do ramo executivo, este, por

dente.

negociar com a economia, possui-

l:


Dicksto

200

Econômico

ria o potencial para eclipsar o Te souro, a repartição da Administra ção e Orçamento e o Conselho de

presentação garantida, devem, também, tê-la os consumidores e

Consultores de Economia,

bies” de interesse público e os grupos não oficiais de planeja mento particulares. Aiém disso, a

(O Comitê de Iniciativa espera

que a comissão esteja “no centro da nòssa vida econômica e politica”, — seu presidente “o chefe consultor do Presidente da Repu

blica para negócios econômicos”). Mesmo que a comissão, cabe acrescentar, fosse autorizada a coligir informações de outras agências e a divulgá-las à “em presa privada”, isso não a autori zaria a obrigar a produção de in formações por parte do setor pri vado.

E.

sem tal informação,

é

impossível uma previsão de longo alcance.

O projeto solicita também, a partic,*pação no processo de pla

interesses circunvizinhos. os ‘iob-

comissão deveria submeter os re

latórios do planejamento-impacto ao público, com especificação das consequências do plano aberto pu blicamente à avaliação e desafio. Pinalmente, o projeto estabeleceria

outra

inconcebível

agência de Governo.

uma

Não se pode

esperar que somente este estatuto corrija os defeitos do inteiro pro cesso governamental. Mas ele pre-

cisamente não permitiria o alar gamento da estrutura das agên cias executivas que se reunem se cretamente, são bombardeadas com conflitos de interesses e abor

nejamento, dos reais interessados

dadas por todos os lados por “Íobistas” irresponsáveis perante o

que teriam a maior vantagem em

público e que manobram seus mé

adotar planos nacionais ás suas necessidades locais. No momento exato em que nossas instituições estão esclerosadas e quando tan

todos em segredo.

tos grupos de interesses são de nunciados como irresponsáveis, este estatuto os sacramentaria mais tarde como sócios do Gover

contribuição marcante, confiando a primeira agência pública genui namente

executiva

ao

Governo

Federal.

no. A comissão, por exemplo, de

Para a maior parte do povo, o conceito de planejamento evoca o espectro de administração centra

presentantes de negócios, do tra fossem

competentes,

em

virtude

da prática ou da experiência, para

lizada e coerciva.

Continuará a

ser assim, a menos que o poder

fornecer conselho à comissão sobre

executivo seja posto em cheque, a

pontos de vista e opiniões de vas

menos que os interesses investidos

tos segmentos do povo”.

sejam colocados em guarda e a menos que decisões sejam toma

Entretanto,

se

os

grandes

ne

gócios e 0 trabalho devem ter re-

r

Os autores deste projeto per deram sua chance de dar uma

veria procurar o conselho de “re

balho e do público em geral, que

i

das em aberto.

Banco S.A.


Dicksto

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bies” de interesse público e os grupos não oficiais de planeja mento particulares. Aiém disso, a

(O Comitê de Iniciativa espera

que a comissão esteja “no centro da nòssa vida econômica e politica”, — seu presidente “o chefe consultor do Presidente da Repu

blica para negócios econômicos”). Mesmo que a comissão, cabe acrescentar, fosse autorizada a coligir informações de outras agências e a divulgá-las à “em presa privada”, isso não a autori zaria a obrigar a produção de in formações por parte do setor pri vado.

E.

sem tal informação,

é

impossível uma previsão de longo alcance.

O projeto solicita também, a partic,*pação no processo de pla

interesses circunvizinhos. os ‘iob-

comissão deveria submeter os re

latórios do planejamento-impacto ao público, com especificação das consequências do plano aberto pu blicamente à avaliação e desafio. Pinalmente, o projeto estabeleceria

outra

inconcebível

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uma

Não se pode

esperar que somente este estatuto corrija os defeitos do inteiro pro cesso governamental. Mas ele pre-

cisamente não permitiria o alar gamento da estrutura das agên cias executivas que se reunem se cretamente, são bombardeadas com conflitos de interesses e abor

nejamento, dos reais interessados

dadas por todos os lados por “Íobistas” irresponsáveis perante o

que teriam a maior vantagem em

público e que manobram seus mé

adotar planos nacionais ás suas necessidades locais. No momento exato em que nossas instituições estão esclerosadas e quando tan

todos em segredo.

tos grupos de interesses são de nunciados como irresponsáveis, este estatuto os sacramentaria mais tarde como sócios do Gover

contribuição marcante, confiando a primeira agência pública genui namente

executiva

ao

Governo

Federal.

no. A comissão, por exemplo, de

Para a maior parte do povo, o conceito de planejamento evoca o espectro de administração centra

presentantes de negócios, do tra fossem

competentes,

em

virtude

da prática ou da experiência, para

lizada e coerciva.

Continuará a

ser assim, a menos que o poder

fornecer conselho à comissão sobre

executivo seja posto em cheque, a

pontos de vista e opiniões de vas

menos que os interesses investidos

tos segmentos do povo”.

sejam colocados em guarda e a menos que decisões sejam toma

Entretanto,

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Eanfani

169

Barca

DcagHo

Razões particulares c coletivas — Franceseo Eorle Smith

Paul

A.

Snmuclson

-A ngriculiura como base no desenvolvimento brasileiro lliareisio üierrcnbacli de Souza Santos

- O futuro das cidades — Barbara Ward

Serviços dc Gcrontologia c Geriatria — A. Bornardes de Oliveira . 199

Observações sobre a China Conumlsta — I — Durval Rosa Borges A divisão do mar — Tbe Economist

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N.o 250 - Juliio-Agosto de 1976 ● Ano XXXIII

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