^ ■
Aprescniaç.1ü tscola
1
Superior
de
Pcln rcslniiração
Guerra — Laboralório
do dircilo
Afonso
ele
Arinos
Iciciní. de
— General Anioniu
Melo
Jorge Corrêa
Franco
1975 — Ajuslnmcnlo c Redefinição — Mareilio Marques
17 35
Moreira
A poiilc suspensa — Raynuindo lüioro
45
1’oliHcn c Economia — O plano nos Eslados Unidos — João de Scantimbuigo Manifesto para a União Mondaria Européia — Tlic Eeunomist
55
O
Plano
soclal-libcrnl
Álvaro
C.
AIsogaray
Sérgio
P.
63 73
O problema que eslã nas cidades — Miguel Colasuono O atual período de restrições às importações c o ereseimento
79
cconomico
brasileiro
Meilâo
85
Klssingcr não eonhcec os Eslados Unidos — O Estado de S.
Paulo
95
O plano americano — Robert L. Hcilbroner Tõcnien c oração — Napolcão Lopes Filbo
97 IU9
O Vaticano c a II Grande Guerra — Melio Oanianle
115
IW correlação entre dcscnvolvimciuo c natalidade? — Rubens
Um Codigo para as MulUnaeionais — Severo Fagundes
1'
j
Vaz da Costa
Gomes
121
127
Confiança no Rrasil — José Luiz Moreira de Souza
135
A cslaliznçfio da economia brasileira — Maria
José Villaça
141
A paisagem nas gravuras medicas antigas
Bernardes de Oliveira
149
— A.
O executivo c a tcenocraein — '1'creio Sampaio Ferraz Junior
165
Autocracia
sem
167
A
inflação
na
O
problema
propriedade economia
demográfico
Visão
dn
Aincrien
Sobre
o
planejamento
Latina
'l‘lie
sovicliea —
Economist
— Branki
Quatro
billiões
Rodrigues
americano
N.o 249 - Maio-Jiinlio de
Laziteli de
Gaicia
James
A.
171
bnbilanlcs
—
Giílcs
Lapouge
Trevino
Banner
179 189
Junior
1976 ■ Ano XXXIII
I
199
CrS 12,00
B
r
9
Prossegue a publicação de arligos sobre o planejamenlo nos Esíados Unidos. O uliimo baluarie da economia liberal ameaça cair, pois iran-
D
9
siía no Congresso americano um projeío de lei autorizando o governo
a
adotar o planejamento indicativo. As mudanças que se operam no mun do são de tal maneira rapidas que uma economia íotalmenle particular, como a
dos Estados Unidos, provavelmente venha a ter, dentro dela, como
empresário, o poder publico americano. Os indicios se acentuam. A re vista "Time" noticiou, faz pouco tempo que o Estado de Nova4York es
que também utilizam as
tuda a criação de um banco estadual e que, a seguir, outros bancos es-
INFORMAÇÕES COMERCIAIS
íaduais seriam
da Associação Comercial de S. Paulo.
na,
abertos. Romper-se-ia uma brecha na fortaleza america-
onde não há banco central mas o Sistema Federal de Reserva, que
Informações rápidas, econômicas
é uma instituição não estatal. Sem duvida, os governos federal, esta duais e municipais dos Estados Unidos são grande.^^ compradores e gran
e da maior confiabilidade
manece à margem do empresariado, não tomando a iniciativa de ex-
des empregadores, mas o Estado, como tal, na America do Norte, per piorar setores economicos .
como fazem os outros Estados, no mundo inteiro. O Estado empresário não é, evidentemeníe, anti-democratico.
(afinal, são quase 80 anos de bons .serviços).
I
setores estatizados. A Suiça, democracia A Inglaterra íem numerosos
Consulte-nos para melhor orientação
modelar, idem. A França, a Alemanha, o Japão, enquadram-se na mes-
de seus negócios.
ma
categoria. Mas o perigo que cbrrem os povos, cujos governos se
lançam no setor economico e.
um
dia, acordarem socializados, isto é.
com as liberdades extintas. Esse é um grande problema, que deve ser levado em consideração, no combate à estalização. A proposito, a admi-
9
ravel
aula inaugural do professor Afonso Arinos de Melo Franco trata
magislralmente do problema da liberdade. O general Antonio Jorge
Corrêa situa a Escola Superior de Guerra como laboratorio de idéias. Em seus cursos a liberdade é a linha diretora do pensamento ensinado
Telefone para 239-1333 - Dep. de Expansão Socíai
professores e objeto de debate. Outros artigos são igualmente interessantes, mas destaca-se, pela sua oportunidade, o estudo elabora¬ do por nove economistas sobre a necessidade da criação de uma moeda por seus
R. Boa Vista, 51 - 2.o andar - S. Paulo
co o CP
Ü O
europeia. Estamos oferecendo essa peça à consideração dos especialis tas. A idéia poderia resolver vários problemas decorrentes da crise mo¬ neiaria. O DIGESTO ECONOMICO continua, como se vê, fiel às suas tradições de fornecer matéria digna das estantes e das consultas.
a
B
r
9
Prossegue a publicação de arligos sobre o planejamenlo nos Esíados Unidos. O uliimo baluarie da economia liberal ameaça cair, pois iran-
D
9
siía no Congresso americano um projeío de lei autorizando o governo
a
adotar o planejamento indicativo. As mudanças que se operam no mun do são de tal maneira rapidas que uma economia íotalmenle particular, como a
dos Estados Unidos, provavelmente venha a ter, dentro dela, como
empresário, o poder publico americano. Os indicios se acentuam. A re vista "Time" noticiou, faz pouco tempo que o Estado de Nova4York es
que também utilizam as
tuda a criação de um banco estadual e que, a seguir, outros bancos es-
INFORMAÇÕES COMERCIAIS
íaduais seriam
da Associação Comercial de S. Paulo.
na,
abertos. Romper-se-ia uma brecha na fortaleza america-
onde não há banco central mas o Sistema Federal de Reserva, que
Informações rápidas, econômicas
é uma instituição não estatal. Sem duvida, os governos federal, esta duais e municipais dos Estados Unidos são grande.^^ compradores e gran
e da maior confiabilidade
manece à margem do empresariado, não tomando a iniciativa de ex-
des empregadores, mas o Estado, como tal, na America do Norte, per piorar setores economicos .
como fazem os outros Estados, no mundo inteiro. O Estado empresário não é, evidentemeníe, anti-democratico.
(afinal, são quase 80 anos de bons .serviços).
I
setores estatizados. A Suiça, democracia A Inglaterra íem numerosos
Consulte-nos para melhor orientação
modelar, idem. A França, a Alemanha, o Japão, enquadram-se na mes-
de seus negócios.
ma
categoria. Mas o perigo que cbrrem os povos, cujos governos se
lançam no setor economico e.
um
dia, acordarem socializados, isto é.
com as liberdades extintas. Esse é um grande problema, que deve ser levado em consideração, no combate à estalização. A proposito, a admi-
9
ravel
aula inaugural do professor Afonso Arinos de Melo Franco trata
magislralmente do problema da liberdade. O general Antonio Jorge
Corrêa situa a Escola Superior de Guerra como laboratorio de idéias. Em seus cursos a liberdade é a linha diretora do pensamento ensinado
Telefone para 239-1333 - Dep. de Expansão Socíai
professores e objeto de debate. Outros artigos são igualmente interessantes, mas destaca-se, pela sua oportunidade, o estudo elabora¬ do por nove economistas sobre a necessidade da criação de uma moeda por seus
R. Boa Vista, 51 - 2.o andar - S. Paulo
co o CP
Ü O
europeia. Estamos oferecendo essa peça à consideração dos especialis tas. A idéia poderia resolver vários problemas decorrentes da crise mo¬ neiaria. O DIGESTO ECONOMICO continua, como se vê, fiel às suas tradições de fornecer matéria digna das estantes e das consultas.
a
PUBLICAREMOS
NO
PRÓXIMO
NÚMERO:
● MllkDO DOS NEGÚaOS KIM PtNOBlMt B1MESTB.!L
Pabllcado sob os aaspfclos da
ASSOCIKClO COHERCIAl DE S.P AlJLO
UMA política para
Escola Superior de Guerra -
USO
Laboratório de Idéias
DO SOLO
Olavo Egydio Setúbal GENERAL ANTONIO JORGE CORRÊA
MISSÃO E RESPONSABILIDADE Antônio Goniijo de Carvalho
AIS uma vez meu pi*e-
66
DOS METROLOGISTAS
Diretor:
Luiz Cintra do Prado
zado amigo e vosso co mandante. general-de-
1947 a 1973
T. LYNN SMITH: IN MEMORIAM J. V. Freitas Marcondes
Diretores:
JoEo de Scantimbuzgo Paulo
Edmur
Wilfxldes
de
Souxa
Qucirox
Alvei de T-lm»
COLHEDEIRA MECÂNICA DO CAFÉ: UMA ARMA DE DOIS GUMES
É
A direção não se responsabiliza
pelos dados cujas fontes estejam devidameíite citadas, nem pelos
W
conceitos emitidos em artigos assi nados.
COMPRA DE AÇÕES A PRAZO
trangelras.
que Em
E geriatria (SGG)
A. Bernardes de Oliveira The Economist
OBSERVAÇÕES SOBRE A CHINA
Número
do
mês
Aírasado
Redaçfio e Administração: Boa Vtsla, 51 — Andar lerteo
"telefone: 239-1333 — Bamal 133 '
caixa Poslal, 8.082 São
Paulo
CIVRO GRANDE E OTIMISTA Mario Deaglio
\ t
-
H-
pel qite deveria caber à Universi dade — para formar uma elite intelectual com a mesma visão dos problemas naci07iais e mes
ma chave para chegar à sua so lução.
se
tratando
de
uma
nova
pura competência desta Casa e de seu comandante, não parece opor
primeira, refere-se à criação e evolução da ESG e sua influência no pensamento das elites brasilei ras; a segunda, diz respeito ao in-
conservei para esta aula magna 0 mesmo titulo da que proferi, na
EMFA-ESG
e
e de seu corpo de estagiários. Na minha posição e esfera de atribuições, por mais que o desejasse, nao poderia fugir desses
i
1
Pois se o fizesse deide ser objetivo e de bem
dois temas,
xaria
OS CORRETIVOS SOCIAIS Amintore Fanfani
e
ao que esta chefia deseja e espe ra deste instituto de altos estudos
Octavio Marcondes Ferraz
VERDADES CONFIRMADAS Luciano Barca
profissionais
destaque o papel que a E.S.G. vem desempenhando no Brasil — pa
turma de estagiários, não poderia fugir, como ministro chefe do EMFA, a duas ordens de idéias; a
terrelacionamento
SOLUÇÃO POLÍTICA PARA [TAIPU
tantos laços
rior de Gjieira, ao se abrir o ano
letivo de 1976. O ministro pôs em
afetivos me prendem.
SERVIÇOS DE GERONTOLOGIA
ASSINATURAS:
Cr5 70,0e Cr5 12,00 CrS 18,00
que
Amoldo Wald
Durval Rosa Borges Ano (simples)
satislação
FIXO
COMUNISTA — I
Pigesto Econômico
a maior
aula de abertura do ano letivo deste instituto de altos estudos, a
A DIVISÃO DO MAR Aceita-se intercâmbio com publl’ cações congônerea nactonals c: e»
com
volto a ocupá-la, na qualidade de ministro chefe do EMFA, para pronunciar, pela segunda vez, a
0 Oigesto Econômico, õrgSo de In
ras, é publicado bimestralmente pela Edltôra Comercial Ltda.
Forças Arj7iadas na Escola Supe
distinguiu-me com o desvanecedor convite para estar nesta tribuna.
José Testa formações econômicas e financei
A?ila inaugural projeriãa pelo mi nistro eheie ão Estado Maior das
Exército Walter Mene zes Paes, lionrou-me e
levar-nos a compreender a grande responsabilidade que pesa sobre vossos ombros, senhores estagiá rios, a partir deste momento. Outros
temas
poderíam
ser
abordados, mas que por serem de
tuno tratá-los.
abertura
Por essas
razões,
dos cursos de 1975 e me
permito repetir^ certos conceitos então expendidos. pois seriam tão oportunos para este seleto corpo de estagiários, como o foram para os que aqui estavam naquela oca sião.
Assim
considerando,
julgo
não
ser impertinente a repetição, uma vez que em nenhuma outra parte do currículo caberão as idéias que desenvolverei e que. sem dúvida, são inéditas para a grande maio ria do auditório.
Espero que o nosso tema-mensagem
—
influência da ESG no ã
PUBLICAREMOS
NO
PRÓXIMO
NÚMERO:
● MllkDO DOS NEGÚaOS KIM PtNOBlMt B1MESTB.!L
Pabllcado sob os aaspfclos da
ASSOCIKClO COHERCIAl DE S.P AlJLO
UMA política para
Escola Superior de Guerra -
USO
Laboratório de Idéias
DO SOLO
Olavo Egydio Setúbal GENERAL ANTONIO JORGE CORRÊA
MISSÃO E RESPONSABILIDADE Antônio Goniijo de Carvalho
AIS uma vez meu pi*e-
66
DOS METROLOGISTAS
Diretor:
Luiz Cintra do Prado
zado amigo e vosso co mandante. general-de-
1947 a 1973
T. LYNN SMITH: IN MEMORIAM J. V. Freitas Marcondes
Diretores:
JoEo de Scantimbuzgo Paulo
Edmur
Wilfxldes
de
Souxa
Qucirox
Alvei de T-lm»
COLHEDEIRA MECÂNICA DO CAFÉ: UMA ARMA DE DOIS GUMES
É
A direção não se responsabiliza
pelos dados cujas fontes estejam devidameíite citadas, nem pelos
W
conceitos emitidos em artigos assi nados.
COMPRA DE AÇÕES A PRAZO
trangelras.
que Em
E geriatria (SGG)
A. Bernardes de Oliveira The Economist
OBSERVAÇÕES SOBRE A CHINA
Número
do
mês
Aírasado
Redaçfio e Administração: Boa Vtsla, 51 — Andar lerteo
"telefone: 239-1333 — Bamal 133 '
caixa Poslal, 8.082 São
Paulo
CIVRO GRANDE E OTIMISTA Mario Deaglio
\ t
-
H-
pel qite deveria caber à Universi dade — para formar uma elite intelectual com a mesma visão dos problemas naci07iais e mes
ma chave para chegar à sua so lução.
se
tratando
de
uma
nova
pura competência desta Casa e de seu comandante, não parece opor
primeira, refere-se à criação e evolução da ESG e sua influência no pensamento das elites brasilei ras; a segunda, diz respeito ao in-
conservei para esta aula magna 0 mesmo titulo da que proferi, na
EMFA-ESG
e
e de seu corpo de estagiários. Na minha posição e esfera de atribuições, por mais que o desejasse, nao poderia fugir desses
i
1
Pois se o fizesse deide ser objetivo e de bem
dois temas,
xaria
OS CORRETIVOS SOCIAIS Amintore Fanfani
e
ao que esta chefia deseja e espe ra deste instituto de altos estudos
Octavio Marcondes Ferraz
VERDADES CONFIRMADAS Luciano Barca
profissionais
destaque o papel que a E.S.G. vem desempenhando no Brasil — pa
turma de estagiários, não poderia fugir, como ministro chefe do EMFA, a duas ordens de idéias; a
terrelacionamento
SOLUÇÃO POLÍTICA PARA [TAIPU
tantos laços
rior de Gjieira, ao se abrir o ano
letivo de 1976. O ministro pôs em
afetivos me prendem.
SERVIÇOS DE GERONTOLOGIA
ASSINATURAS:
Cr5 70,0e Cr5 12,00 CrS 18,00
que
Amoldo Wald
Durval Rosa Borges Ano (simples)
satislação
FIXO
COMUNISTA — I
Pigesto Econômico
a maior
aula de abertura do ano letivo deste instituto de altos estudos, a
A DIVISÃO DO MAR Aceita-se intercâmbio com publl’ cações congônerea nactonals c: e»
com
volto a ocupá-la, na qualidade de ministro chefe do EMFA, para pronunciar, pela segunda vez, a
0 Oigesto Econômico, õrgSo de In
ras, é publicado bimestralmente pela Edltôra Comercial Ltda.
Forças Arj7iadas na Escola Supe
distinguiu-me com o desvanecedor convite para estar nesta tribuna.
José Testa formações econômicas e financei
A?ila inaugural projeriãa pelo mi nistro eheie ão Estado Maior das
Exército Walter Mene zes Paes, lionrou-me e
levar-nos a compreender a grande responsabilidade que pesa sobre vossos ombros, senhores estagiá rios, a partir deste momento. Outros
temas
poderíam
ser
abordados, mas que por serem de
tuno tratá-los.
abertura
Por essas
razões,
dos cursos de 1975 e me
permito repetir^ certos conceitos então expendidos. pois seriam tão oportunos para este seleto corpo de estagiários, como o foram para os que aqui estavam naquela oca sião.
Assim
considerando,
julgo
não
ser impertinente a repetição, uma vez que em nenhuma outra parte do currículo caberão as idéias que desenvolverei e que. sem dúvida, são inéditas para a grande maio ria do auditório.
Espero que o nosso tema-mensagem
—
influência da ESG no ã
4
Dlciisro J£c:oxômk;o
pensamento político e estratégico das elites brasileiras” — destaque a vossa responsabilidade para com 0 Brasil, senhores estagiários, como elite esclarecida e patrió tica
e
como
membros
e
futuros
diplomados deste instituto de altos estudos políticos e estratégicos li gados à segurança nacional. O ensino swpQrior de política e estratégia neste século. A Segunda Guerra Mundial foi rica em ensinamentos em todos os
campos, particularmente, no mi litar e no político. Os estadistas das nações democráticas aliadas tiveram que improvisar, no calor da contenda, uma política de
guerra integrada, envolvendo to das as atividades de seus respec tivos países. Até Moltke,
0 preparo de uma
nação para a guerra, se resumia
no aprestamento das forças mili tares, necessárias ao pleno desen volvimento das operações e a pas
sagem da situação de paz à de guerra consistia apenas na exe cução da mobilização militar, Não havia ainda a idéia do preparo nacional
para
a
guerra
e
consequentemente de mobilização
geral de todas as forçaa materiais
e morais do Pais. É o que o de senvolvimento da revolução indus
trial imporia no decorrer do meio século subsequente. Era o surgi mento da guerra total, surgimen
to que se reconheceu e verificou na
luta de 1914-1918.
Começou-
se, então, a prestar mais atenção
o genial pensador a Clausewitz, militar -do tempo de Napoleão. Tornaram-se
meridianas
suas
Dlf;i-:sTO Econômico
afirmações de que “a guerra é uma simples continuação da po lítica por outros meios” c de que
globalizar e dar maior extensão
“a guerra não pertence ao domí nio das artes nem das ciências, I
mas ao da existência social”.
A impressão deixada pela Piimeira Grande Guerra, terminada em 1919, de que a guerra era um fenômeno político total e não um fato meramente militar, veio con
firmar-se em sua plenitude rante 0 conflito Compreenderam
de os
5
litar. destinada apenas ao estudo
A União Soviética, para o mes mo nível de estudos, possuia a Academia Vorochilov. sobre a qual escasseiam informações entre nós.
das questões referentes ao emprego das grandes unidades estraté
O Brasil, tendo participado da Segunda Guerra Mundial no tea
em 1949. este Instituto de altos estudos, funcionando, ao ● mesmo
tro da Itália, com a Força Expe dicionária do Exército e um gru
po de caça da FAB e pela perma
du
nente
1939-1945.
atividade
de
vigilância
e
defesa do Atlântico Sul pela nossa Marinha de Guerra, não poderia ficar ausente das altas preocupa
estadistas
mais responsáveis pelo destino das grandes potências que havia
ções políticas e estratégicas que envolveram as cupulas dirigentes dos países nossos aliados.
algo mais do que a defesa nacio
nal que deveria ser preparado desde os tempos de paz. Cabe aos ingleses a primazia dc terem criado o primeiro estabele
As idéias Que inspiraram a criação da ESG
cimento de estudos estratégicos de alto nível, com a participação
Em vez da escola puramente mi
aos assuntos de defesa nacional.
gicas e à direção da guerra, como queria o decreto de 1948. surgia, tempo, como centro permanente de pesquisas, destinada a prepa rar. para o exercício de funções de direção e de planejamento da segurança
nacional,
oficiais
das
Forças Armadas e civis que se hou vessem destacado em seus campos. Prevalecia na missão da ESG, constantes da lei de sua criação,
a idéia expendida por Pandiá Calógeras na sua conferência pro nunciada em São Paulo, em 1927, quando disse:
“Uma única política é possível A consciência de que era mister criar uma elite preparada para a missão de interpretar as legitimas
e aconselhável a bem do País: compreensão mutua entre civis è militares: cordialidade na colabo
Na França, só em 1936. graça.s
aspirações e autênticos interesses nacionais, de formular através de um método científico a política e
ração; ingerência esclarecida, al truísta e competente em grau cres
pensador e estrategista almirante Castex, que estudava obsessiva-
estratégia nacionais, com um cri tério que transbordasse dos limi
blicos estranhos à farda’.
mente o problema que chamava de ‘‘unidade de guerra”, foi cria do 0 Instituto de Altos Estudos de Defesa Nacional, dentro dos moldes defendidos por ele. onde
governo a pensar, inicialmente, na
conjunta de militares e funcioná
rios do estado de elevada catego ria, 0 Imperial Defende Colege. em
1927.
à pregação incansável do grande
tes de defesa nacional, cujo senti
do era restritivo, levaram o nosso
criação de um curso de altos es tudos, frequentado apenas por ofi ciais da Marinha, Exército e Aero
altos funcionários do Estado, militares da mais alta hierarquia
analisassem, juntos, a coordena ção de todas as atividades que interessassem à defesa nacional.
náutica
(decreto
1948
governo
do
de outubro de do presidente
marechal Eurico Dutra). {
Os Estados Unidos somente em 1946 instituiram o seu “National
Tal cri-
tério logo evoluiu para o da cria ção de “um instituto de altos es tudos, voltado para o planejamen to e a direção da segurança na
War Coll/3ge, com objetivos se melhantes ao instituto francês, de
cional 1949)”.
/■
í .
(lei de
20
de
agosto
de
cente. por parte dos homens^ pú Esta compreensão
mutua, está
cordialmente na colaboração, tão desejada por Calogeras. buscava se efetivar 29 anos depois, na cria ção da ESG, com ”a finalidade de preparar civis de notável compe tência e atuação relevante e ofi ciais das Foi*ças Armadas de com provada experiência e aptidão, para o exercício das funções de direção e planejamento da segu rança nacional” (regulamento da ESG
de
1949).
Entre as idéias que inspiraram os integrantes do primeiro grupo encarregado de apresentar o pro-
4
Dlciisro J£c:oxômk;o
pensamento político e estratégico das elites brasileiras” — destaque a vossa responsabilidade para com 0 Brasil, senhores estagiários, como elite esclarecida e patrió tica
e
como
membros
e
futuros
diplomados deste instituto de altos estudos políticos e estratégicos li gados à segurança nacional. O ensino swpQrior de política e estratégia neste século. A Segunda Guerra Mundial foi rica em ensinamentos em todos os
campos, particularmente, no mi litar e no político. Os estadistas das nações democráticas aliadas tiveram que improvisar, no calor da contenda, uma política de
guerra integrada, envolvendo to das as atividades de seus respec tivos países. Até Moltke,
0 preparo de uma
nação para a guerra, se resumia
no aprestamento das forças mili tares, necessárias ao pleno desen volvimento das operações e a pas
sagem da situação de paz à de guerra consistia apenas na exe cução da mobilização militar, Não havia ainda a idéia do preparo nacional
para
a
guerra
e
consequentemente de mobilização
geral de todas as forçaa materiais
e morais do Pais. É o que o de senvolvimento da revolução indus
trial imporia no decorrer do meio século subsequente. Era o surgi mento da guerra total, surgimen
to que se reconheceu e verificou na
luta de 1914-1918.
Começou-
se, então, a prestar mais atenção
o genial pensador a Clausewitz, militar -do tempo de Napoleão. Tornaram-se
meridianas
suas
Dlf;i-:sTO Econômico
afirmações de que “a guerra é uma simples continuação da po lítica por outros meios” c de que
globalizar e dar maior extensão
“a guerra não pertence ao domí nio das artes nem das ciências, I
mas ao da existência social”.
A impressão deixada pela Piimeira Grande Guerra, terminada em 1919, de que a guerra era um fenômeno político total e não um fato meramente militar, veio con
firmar-se em sua plenitude rante 0 conflito Compreenderam
de os
5
litar. destinada apenas ao estudo
A União Soviética, para o mes mo nível de estudos, possuia a Academia Vorochilov. sobre a qual escasseiam informações entre nós.
das questões referentes ao emprego das grandes unidades estraté
O Brasil, tendo participado da Segunda Guerra Mundial no tea
em 1949. este Instituto de altos estudos, funcionando, ao ● mesmo
tro da Itália, com a Força Expe dicionária do Exército e um gru
po de caça da FAB e pela perma
du
nente
1939-1945.
atividade
de
vigilância
e
defesa do Atlântico Sul pela nossa Marinha de Guerra, não poderia ficar ausente das altas preocupa
estadistas
mais responsáveis pelo destino das grandes potências que havia
ções políticas e estratégicas que envolveram as cupulas dirigentes dos países nossos aliados.
algo mais do que a defesa nacio
nal que deveria ser preparado desde os tempos de paz. Cabe aos ingleses a primazia dc terem criado o primeiro estabele
As idéias Que inspiraram a criação da ESG
cimento de estudos estratégicos de alto nível, com a participação
Em vez da escola puramente mi
aos assuntos de defesa nacional.
gicas e à direção da guerra, como queria o decreto de 1948. surgia, tempo, como centro permanente de pesquisas, destinada a prepa rar. para o exercício de funções de direção e de planejamento da segurança
nacional,
oficiais
das
Forças Armadas e civis que se hou vessem destacado em seus campos. Prevalecia na missão da ESG, constantes da lei de sua criação,
a idéia expendida por Pandiá Calógeras na sua conferência pro nunciada em São Paulo, em 1927, quando disse:
“Uma única política é possível A consciência de que era mister criar uma elite preparada para a missão de interpretar as legitimas
e aconselhável a bem do País: compreensão mutua entre civis è militares: cordialidade na colabo
Na França, só em 1936. graça.s
aspirações e autênticos interesses nacionais, de formular através de um método científico a política e
ração; ingerência esclarecida, al truísta e competente em grau cres
pensador e estrategista almirante Castex, que estudava obsessiva-
estratégia nacionais, com um cri tério que transbordasse dos limi
blicos estranhos à farda’.
mente o problema que chamava de ‘‘unidade de guerra”, foi cria do 0 Instituto de Altos Estudos de Defesa Nacional, dentro dos moldes defendidos por ele. onde
governo a pensar, inicialmente, na
conjunta de militares e funcioná
rios do estado de elevada catego ria, 0 Imperial Defende Colege. em
1927.
à pregação incansável do grande
tes de defesa nacional, cujo senti
do era restritivo, levaram o nosso
criação de um curso de altos es tudos, frequentado apenas por ofi ciais da Marinha, Exército e Aero
altos funcionários do Estado, militares da mais alta hierarquia
analisassem, juntos, a coordena ção de todas as atividades que interessassem à defesa nacional.
náutica
(decreto
1948
governo
do
de outubro de do presidente
marechal Eurico Dutra). {
Os Estados Unidos somente em 1946 instituiram o seu “National
Tal cri-
tério logo evoluiu para o da cria ção de “um instituto de altos es tudos, voltado para o planejamen to e a direção da segurança na
War Coll/3ge, com objetivos se melhantes ao instituto francês, de
cional 1949)”.
/■
í .
(lei de
20
de
agosto
de
cente. por parte dos homens^ pú Esta compreensão
mutua, está
cordialmente na colaboração, tão desejada por Calogeras. buscava se efetivar 29 anos depois, na cria ção da ESG, com ”a finalidade de preparar civis de notável compe tência e atuação relevante e ofi ciais das Foi*ças Armadas de com provada experiência e aptidão, para o exercício das funções de direção e planejamento da segu rança nacional” (regulamento da ESG
de
1949).
Entre as idéias que inspiraram os integrantes do primeiro grupo encarregado de apresentar o pro-
7
DiGEsro Econômico
6
1
DICKSTO ECONÒNflCO
te nacional, com um efetivo de 1294 civis e 1.621 militares, glo balizando-se
jeto de regulamento
para a re
cém-nascida ESG, destacam-se as seguintes:
volvimento são fatores de mutua
— Surgimento do conceito mais abrangente de segurança em subs tituição ao de defesa;
dente
—■ consciência de que o Brasil possuia já os requisitos para che gar a grande potência;
— crença de que o desenvolvi mento vinha sendo retardado por
incapacidade
de planejamento e
de execução; — necessidade de elaboração de
um 'método de formulação da po lítica
nacional.
Estes pontos, entre outros, vis foram formulados pela comissão chefiada pelo general Cordeiro de Farias, logo depois nomeado pri meiro comandante da ESG, reve lam-nos a admirável clarividên
cia e 0 acerto do grupo pioneiro que implantou este notável ins tituto de altos estudos.
Construção da ESG ?io preparo assessoria
dos
altos
escalões
ãe planejamento governamental, contribuição ao pensamento das elites em geral. Ao longo de sua evolução, neste último quarto de século, sem se distanciar das idéias inspiradoras
do grupo pioneiro, tão nítidas, tão claras, tão objetivas, que resisti ram às discussões, debates e con
frontos que representaram a sua atividade incessante, a ESG aper
feiçoou úm método de formulação de política nacional. Este méto do, adotado pelo governo da Re volução a partir de 1964, se fun-
(conceito
Castello
do presi
zação da ESG, na uma contrarmos
sinteti¬
anos,
zou no trinômio “objetivos nacio nais”, “poder nacional” e “estra tégia nacional”, expressões máxi
cional; entre os civis nao nos cingimos apenas a funcionários, isto é, a pessoas vinculadas ao servi
da política e da ação estratégica
ço publico.
Estado.
os seus quadros empresários, economistas,
desses
médicos.
engenheiros.
advogados, administradores, agrô nomos, enfim, especialistas de curso superior e de reconhecido saber de várias origens. Ampliou,
deto
das as ações políticas e estraté gicas nos quatro campos do poderConscientes
A ESG, com uma po
lítica sem similar, chamou para
Alcançou-se uma “metodologia de formulação da política nacio nal”, pela qual foi possível che gar-se ao conceito estratégico na de de
aproximaçao
altos problemas da segurança na
mas da mecanica de formulação
cional, documento básico sencadeamento ordenado
forma de çn-
ideal entre militares e civis de alta capacidade intelectual e mo ral para, juntos, pensarem nos
so, comandante da ESG durante proveitosos
dos
A sabedoria brasileira em fazer bem as coisas importantes inspi rou-nos, no momento da organi-
Branco).
gurança nacional brasileira que o eminente general Augusto Frago quatro
diplomados
e Comando das Forças Armadas, de Informações e de Mobilização.
Criou-se, nesta casa de estudos e de pesquisas, a doutrina de se
do
tos na perspectiva dos 27 anos que nos separam da época em que
da
causalidade”
os
cursos superiores, de Estado-Maior
damenta na aceitação do princi pio de que “segurança e desen
também, o campo de seus conhe cimentos, prolongando-se por to dos os Estados, por meio da Asso
princípios
fundamentais, versando na meto-'
ciação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
dologia, exercitados no sistema de planejamento da segurança na cional para os mais altos níveis governamentais e Estados-Maiores combinados, os egressos da ESG
Estados para o Rio de Janeiro, por período de quase um ano. A ESG e a Revolução de 1964 Ao implantar-se o regime revo lucionário no Brasil, em 31 de março de 1964, a ESG contava já com quase quinze anos de existên cia. Durante estes três lustros mui
to estudou, pesquisou e formulou em termos de política de segu rança nacional e política de de senvolvimento. Assim os chefes revolucionários de 1964, muitos
dentre eles antigos fundadores e membros do corpo permanente deste instituto, encontraram à
sua disposição, para aplicar, uma doutrina e um método de formu
lação de política de segurança, cuja transposição, para o campo mais amplo da política nacional e para o da política de desenvol vimento, não foi difícil.
O primeiro governo revolucio nário, tendo à frente a figura in vulgar do presidente Castello Branco, antigo chefe do Departa mento
de
Estudos
desta
Casa,
soube aproveitar-se do magnífico método de formulação da política nacional adotado por este insti tuto em seus experimentos teóri
Esta já conseguiu levar a sua men
cos doutrinários.
sagem a um universo de mais de
25.000 elementos da elite nacional. Proporcionando maior difu-
dos os setores do governo o méto do de análise e avaliação dos fa tores políticos, econômicos, psico-
indispensáveis aos órgãos da mais
sao
geográfica aos seus ensina
sociais e militares, assim como di
elevada assessoria do governo. Encontramo-los, oriundos dos di versos cursos desta escola, na Se-
mentos, a par de compensar, em
fundiu a técnica de planejamento,
brasileiros de todos os rincões, an siosos por cursarem a ESG e que não 0 alcançam por força do li mitado numero de vagas anuais
pelos egressos da ESG, da meto dologia e do habito de planeja
transformaram-se
nos
assessores
parte o desejo de milhares de
cretaria-Geral do Conselho de Se
gurança Nacional, no Serviço Na cional de Informações no EstadoMaior das Forças Armadas, nos
disponíveis, ou por impossibilidade pessoal de se deslocarem de seus
Ministérios e em outros órgãos da assessoria
direta
ou
indireta
do
Estendeu a to
ambos aqui exercitados. Os efeitos benéficos da difusão, mento, levados a todos os recan tos do País onde ocupam posições
de destaque nos governos federal
exmo. sr. presidente da Repúbli
ca. Formam, hoje, o cerne da eliAl
. A
7
DiGEsro Econômico
6
1
DICKSTO ECONÒNflCO
te nacional, com um efetivo de 1294 civis e 1.621 militares, glo balizando-se
jeto de regulamento
para a re
cém-nascida ESG, destacam-se as seguintes:
volvimento são fatores de mutua
— Surgimento do conceito mais abrangente de segurança em subs tituição ao de defesa;
dente
—■ consciência de que o Brasil possuia já os requisitos para che gar a grande potência;
— crença de que o desenvolvi mento vinha sendo retardado por
incapacidade
de planejamento e
de execução; — necessidade de elaboração de
um 'método de formulação da po lítica
nacional.
Estes pontos, entre outros, vis foram formulados pela comissão chefiada pelo general Cordeiro de Farias, logo depois nomeado pri meiro comandante da ESG, reve lam-nos a admirável clarividên
cia e 0 acerto do grupo pioneiro que implantou este notável ins tituto de altos estudos.
Construção da ESG ?io preparo assessoria
dos
altos
escalões
ãe planejamento governamental, contribuição ao pensamento das elites em geral. Ao longo de sua evolução, neste último quarto de século, sem se distanciar das idéias inspiradoras
do grupo pioneiro, tão nítidas, tão claras, tão objetivas, que resisti ram às discussões, debates e con
frontos que representaram a sua atividade incessante, a ESG aper
feiçoou úm método de formulação de política nacional. Este méto do, adotado pelo governo da Re volução a partir de 1964, se fun-
(conceito
Castello
do presi
zação da ESG, na uma contrarmos
sinteti¬
anos,
zou no trinômio “objetivos nacio nais”, “poder nacional” e “estra tégia nacional”, expressões máxi
cional; entre os civis nao nos cingimos apenas a funcionários, isto é, a pessoas vinculadas ao servi
da política e da ação estratégica
ço publico.
Estado.
os seus quadros empresários, economistas,
desses
médicos.
engenheiros.
advogados, administradores, agrô nomos, enfim, especialistas de curso superior e de reconhecido saber de várias origens. Ampliou,
deto
das as ações políticas e estraté gicas nos quatro campos do poderConscientes
A ESG, com uma po
lítica sem similar, chamou para
Alcançou-se uma “metodologia de formulação da política nacio nal”, pela qual foi possível che gar-se ao conceito estratégico na de de
aproximaçao
altos problemas da segurança na
mas da mecanica de formulação
cional, documento básico sencadeamento ordenado
forma de çn-
ideal entre militares e civis de alta capacidade intelectual e mo ral para, juntos, pensarem nos
so, comandante da ESG durante proveitosos
dos
A sabedoria brasileira em fazer bem as coisas importantes inspi rou-nos, no momento da organi-
Branco).
gurança nacional brasileira que o eminente general Augusto Frago quatro
diplomados
e Comando das Forças Armadas, de Informações e de Mobilização.
Criou-se, nesta casa de estudos e de pesquisas, a doutrina de se
do
tos na perspectiva dos 27 anos que nos separam da época em que
da
causalidade”
os
cursos superiores, de Estado-Maior
damenta na aceitação do princi pio de que “segurança e desen
também, o campo de seus conhe cimentos, prolongando-se por to dos os Estados, por meio da Asso
princípios
fundamentais, versando na meto-'
ciação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
dologia, exercitados no sistema de planejamento da segurança na cional para os mais altos níveis governamentais e Estados-Maiores combinados, os egressos da ESG
Estados para o Rio de Janeiro, por período de quase um ano. A ESG e a Revolução de 1964 Ao implantar-se o regime revo lucionário no Brasil, em 31 de março de 1964, a ESG contava já com quase quinze anos de existên cia. Durante estes três lustros mui
to estudou, pesquisou e formulou em termos de política de segu rança nacional e política de de senvolvimento. Assim os chefes revolucionários de 1964, muitos
dentre eles antigos fundadores e membros do corpo permanente deste instituto, encontraram à
sua disposição, para aplicar, uma doutrina e um método de formu
lação de política de segurança, cuja transposição, para o campo mais amplo da política nacional e para o da política de desenvol vimento, não foi difícil.
O primeiro governo revolucio nário, tendo à frente a figura in vulgar do presidente Castello Branco, antigo chefe do Departa mento
de
Estudos
desta
Casa,
soube aproveitar-se do magnífico método de formulação da política nacional adotado por este insti tuto em seus experimentos teóri
Esta já conseguiu levar a sua men
cos doutrinários.
sagem a um universo de mais de
25.000 elementos da elite nacional. Proporcionando maior difu-
dos os setores do governo o méto do de análise e avaliação dos fa tores políticos, econômicos, psico-
indispensáveis aos órgãos da mais
sao
geográfica aos seus ensina
sociais e militares, assim como di
elevada assessoria do governo. Encontramo-los, oriundos dos di versos cursos desta escola, na Se-
mentos, a par de compensar, em
fundiu a técnica de planejamento,
brasileiros de todos os rincões, an siosos por cursarem a ESG e que não 0 alcançam por força do li mitado numero de vagas anuais
pelos egressos da ESG, da meto dologia e do habito de planeja
transformaram-se
nos
assessores
parte o desejo de milhares de
cretaria-Geral do Conselho de Se
gurança Nacional, no Serviço Na cional de Informações no EstadoMaior das Forças Armadas, nos
disponíveis, ou por impossibilidade pessoal de se deslocarem de seus
Ministérios e em outros órgãos da assessoria
direta
ou
indireta
do
Estendeu a to
ambos aqui exercitados. Os efeitos benéficos da difusão, mento, levados a todos os recan tos do País onde ocupam posições
de destaque nos governos federal
exmo. sr. presidente da Repúbli
ca. Formam, hoje, o cerne da eliAl
. A
Dicesto KnONÒMico 9
Di(.i:sio KroNÒMico
e estadual e nas grandes empre
sas produziram, sem dúvida, uma admiravel
unidade
de
vistas
e
convergência de objetivos, com o
que a maior parte de nossa elite aprendeu a analisar e a compreen der os problemas magnos da na cionalidade.
Permitiram que o Brasil desse “este salto para grande”, entran do decididamente no caminho de
potência, já há quem nos conside re 0 9.0 país do mundo. A doutrina de desenvolvimento
e segurança e os governos da Re volução. De 31 de março de 1964 ao ter mino do governo Castello Branco, como assinala o general Augusto
Fragoso, em minucioso estudo so bre as origens, evolução e a atua lidade da doutrina de desenvolvi
mento e segurança, ganham pro
jeção no âmbito nacional, através
I
de atos oficiais, as idéia.s que vi nham
sendo
debatidas
na
ESG,
sobre a necessidade inadiável de munir-se o Estado democrático de
instrumentos eficientes e vigoro sos capazes de defendê-lo da
agressão subversiva, tornada ho je universal e permanente, e so bre a compatibilidade do plane jamento com a democracia. Por seu turno, o Decreto-lei n.o 200, de 25 de fevereiro de 1967, co nhecido
como lei da reforma ad
ministrativa, ficará, de certo, marcante na nossa história politico-administrativa, pelo artigo
7.0, que, a um tempo, instituiu o planejamento sistemático da ação governamental e consagrou o binomio desenvolvimento e seguran ça como a sintese dessa ação.
■r
Diz O artigo: “A ação governa mental obedecerá a planejamen to que vise a promover o desen volvimento
econòmico-social
do
tica nacional.
funções atribuídas ao presidente da Republica. No que interessa mais de perto ao tema desta palestra, anote-se.
por
Importante dispositivo dessa lei, no que tange ao tema desta palestra, é, também, o artigo 40 que, explicitando a atribuição dada
ministros
Com o impedimento de Costa e Silva, oito meses e meio depois,
País e a segurança nacional”.
constitucional
cerda sobre a doutrina e a poli-
motivo de
enfermidade,
os
militares
assumiram
o
estabelecimento
.■?
do
conceito estratégico nacional”, aparecendo esta expressão, de uso corrente na ESG desde
50
ou
51.
pela vez primeira em ato oficial.
Dessin de Julcm
Por último, em relaçao ao go verno
Castello.
aluda-se
ao
De
creto-lei n.o 314, de 13 de março de 1967, a Lei de Segurança Na cional a primeira baixada pela Revolução — que se notabilizou por incluir, nas suas disposições preliminares, os chamados “con ceitos básicos da segurança na-
nacional, segurança externa, segu rança interna, guerra psicológica adversa e guerra ou subversiva.
Quatro
revolucionária
ou cinco
meses
depois
de iniciado o governo “Costa e Silva”, publica-se no Rio um do cumento que vale como raro sub sídio para quem tencione aprofun
dar o tema desta palestra, isto é, para quem queira investigar, em pormenores, a vinculação da dou trina da Revolução à chamada “Doutrina
da
ESG”.
vista que o general
É
a
entre
Golbery
do
Couto e Silva concedeu ao jorna lista
Maurício
●
ao Conselho
de Segurança Nacional, diz que a formulação da política de segu rança será feita, “basicamente, mediante
as
Caminha
de
La-
I.
Dicesto KnONÒMico 9
Di(.i:sio KroNÒMico
e estadual e nas grandes empre
sas produziram, sem dúvida, uma admiravel
unidade
de
vistas
e
convergência de objetivos, com o
que a maior parte de nossa elite aprendeu a analisar e a compreen der os problemas magnos da na cionalidade.
Permitiram que o Brasil desse “este salto para grande”, entran do decididamente no caminho de
potência, já há quem nos conside re 0 9.0 país do mundo. A doutrina de desenvolvimento
e segurança e os governos da Re volução. De 31 de março de 1964 ao ter mino do governo Castello Branco, como assinala o general Augusto
Fragoso, em minucioso estudo so bre as origens, evolução e a atua lidade da doutrina de desenvolvi
mento e segurança, ganham pro
jeção no âmbito nacional, através
I
de atos oficiais, as idéia.s que vi nham
sendo
debatidas
na
ESG,
sobre a necessidade inadiável de munir-se o Estado democrático de
instrumentos eficientes e vigoro sos capazes de defendê-lo da
agressão subversiva, tornada ho je universal e permanente, e so bre a compatibilidade do plane jamento com a democracia. Por seu turno, o Decreto-lei n.o 200, de 25 de fevereiro de 1967, co nhecido
como lei da reforma ad
ministrativa, ficará, de certo, marcante na nossa história politico-administrativa, pelo artigo
7.0, que, a um tempo, instituiu o planejamento sistemático da ação governamental e consagrou o binomio desenvolvimento e seguran ça como a sintese dessa ação.
■r
Diz O artigo: “A ação governa mental obedecerá a planejamen to que vise a promover o desen volvimento
econòmico-social
do
tica nacional.
funções atribuídas ao presidente da Republica. No que interessa mais de perto ao tema desta palestra, anote-se.
por
Importante dispositivo dessa lei, no que tange ao tema desta palestra, é, também, o artigo 40 que, explicitando a atribuição dada
ministros
Com o impedimento de Costa e Silva, oito meses e meio depois,
País e a segurança nacional”.
constitucional
cerda sobre a doutrina e a poli-
motivo de
enfermidade,
os
militares
assumiram
o
estabelecimento
.■?
do
conceito estratégico nacional”, aparecendo esta expressão, de uso corrente na ESG desde
50
ou
51.
pela vez primeira em ato oficial.
Dessin de Julcm
Por último, em relaçao ao go verno
Castello.
aluda-se
ao
De
creto-lei n.o 314, de 13 de março de 1967, a Lei de Segurança Na cional a primeira baixada pela Revolução — que se notabilizou por incluir, nas suas disposições preliminares, os chamados “con ceitos básicos da segurança na-
nacional, segurança externa, segu rança interna, guerra psicológica adversa e guerra ou subversiva.
Quatro
revolucionária
ou cinco
meses
depois
de iniciado o governo “Costa e Silva”, publica-se no Rio um do cumento que vale como raro sub sídio para quem tencione aprofun
dar o tema desta palestra, isto é, para quem queira investigar, em pormenores, a vinculação da dou trina da Revolução à chamada “Doutrina
da
ESG”.
vista que o general
É
a
entre
Golbery
do
Couto e Silva concedeu ao jorna lista
Maurício
●
ao Conselho
de Segurança Nacional, diz que a formulação da política de segu rança será feita, “basicamente, mediante
as
Caminha
de
La-
I.
DiOliSTO líCONOMICO
●
apenas,
nária”,
guerra revolucioque a como expressão máxima
da infiltração subversiva comu nista, referida no ato institucio
maram-se,
doutrinários empreendidos pela ESG. seis afirmativas do presiden te Geisel, dentre outras, revelam
fundador da ESG, que, à testa dos convidados especiais, assistia tam bém à aula de abertura, Médici fez um retrospecto do que se pas entre
l.a)
mento
e do meu governo, e, entre eles, os vinte anos de vida da escola e 0 quarto de século do Brasil, depois da guerra”.
ção”;
sempre
modo explícito ou implícito, re
re“Forçoso é reconhecer” petiu Médici — “o papel dos vinte
conhecendo que os fundamentos
anos da ESG no amadurecimento
dessa doutrina haviam sido extraí dos dos estudos da ESG. Seria
tempos, que não se perdesse na
tarefa inadequada, aqui, exami nar todos os atos oficiais expe didos nos quase quatro anos e
nado aspecto da problemática na cional, mas que tivesse maior
Assumindo a chefia da Nação; Médici atuou durante todo o go
verno, dando provas de fidelidade à doutrina
da Revolução
e,
de
meio de seu mandato (30 de outu bro de 69 a 15 de março de 74)
e nos numerosos discursos e pro nunciamentos que fez. Cite-se, nesta hora, apenas um ou outro marco mais significativo na ma téria.
Cinco dias após a posse, Médici expediu decreto-lei regulando as eleições marcadas para o dia 30 de novembro de 69.
Nesse decre
to, com 0 respaldo de seu minis tro da Justiça, professor Alfredo Buzaid, afirmou que “a política nacional estava fundada no prin
cípio da segurança”, afirmativa digna de análise mais detida, pe la sua influência no campo dou trinário.
Dirigindo-se, depois, aos esta giários, Médici reconheceu expres samente a influência da ESG, na
ação governamental. Motivado pela presença do marechal Dutra,
sou
de
no
Brasil
uma
apreciação
de
45
a
consciência exclusiva
70,
dos de
ra os exercícios de 75 a 79, “vol tado em grande parte para o de senvolvimento
essa circunstância:
dois tempos, como disse, referin do-se a Dutra: “os tempos do seu
nal n.o 14, passou a ser prevista na própria emenda constitucional, promulgada pelos ministros mili tares, em 17 de outubro de 1969.
Em relação ao planejamento, o presidente Geisel está pondo em execução o II PND, aprovado pelo Congresso em dezembro de 74, pa
Com 0 governo Geisel reafirrepetida e claramente. vinciilos da Revolução os estudos
Dicesto Econô.mico
10
-- O binômio desenvolvie
segurança
constitui
ção vigente, o II PND cuida de
“a
essencia doutrinária da Revolu¬ 2.a) A segurança nacional não é apenas militar; 3.a) O desenvolvimento deve
seu
medida em que se consolidaram os resultados econômicos, passou
ser
militar;
considerado
no
4.a)
Normalmente, o Desen-
indiscutível dovolvimento tem minancia” sobre a Segurança, so
determi
cabendo a esta posição preponde rante. transitoriamente, em situa
amplitude na integração dos qua
Ao governo Médici deveu-se, também a instituição do Sistema de Planejamento Federal, com-
subversiva”
preendendo um órgão central (a Secretaria-Geral do então Minis tério do Planejamento e Coorde nação Geral), órgãos setoriais (nos Ministérios Civis e Milita res), e órgãos seccionais (nas en tidades da Administração Fede
dico da ação governamental, ora
Qualquer
—
terá
“veleidade
“exemplar
e
pronta contenção”;
O planejamento metó
6.a)
representado pelo PND_ e que e um dos índices da racionalidade
implantada na nossa vida piiblipela Revolução de 64, deve ca
persistir.
reunião mi-
E em sua primeira ^ _ nisterial, voltando ao binomio, ex
indireta).
Na introdução de sua ultima mensagem ao Congresso (l.o de
plicitava 0 presidente que ‘ a açao estratégica da Revolução moder-
março de 74), Médici fez uma sín tese do período governamental,
já
resolvido
tais
derava, bem de acordo com a ve
lha pregação da ESG: Revolução mente, foi esses
mostrou.
que
“o que a essencial-
problemas
como
podem ser resolvidos, com
planejamento e capacidade exe cutiva, prevalecendo, sobre quais quer outros critérios, o interesse nacional”.
Relacionamento do EMFA com a ESG; as diretrizes para o ano
letivo; 0 curso de mobilização na cional; a seleção de candidatos. Anualmente o EMFA baixa di
retrizes para a Escola Superior de Guerra, com a finalidade de esta belecer os elementos básicos necessários ao planejamento das
senvolvimento possível, com o mi-
atividades curriculares para o ano seguinte.
nimo
j.
da Revolução”, especial-
mente objetivando à “melhoria de distribuição de renda”, e adian tando que a Revolução não pre
nizadora de 64, tem sido e conti nuará a ser exercida de modo a promover para a nação brasileira, em cada etapa, o máximo de de-
de cerca de quatro anos e cinco meses que lhe coube, mostrando que o lema Desenvolvimento e Segurança, estabelecido desde o primeiro momento, pela Revolu ção de março, orientou sempre, também o seu governo.
governos
problemas sociais, o II PND pon
tro campos do poder”.
5.a)
0 problema social a ocupar o pri meiro plano das preocupações dos
tendia haver,
ção de crise”;
ral
estabelecer nos campos econômi co e social os objetivos básicos, a estratégia a adotar e os instru mentos gerais de ação do governo. Nesse II PND, afirma-se que “na
caráter essencialmente integra do”: econômico, social, político e 4<
novos
social”.
Em consonância com a legisla
de segurança indispensável .
DiOliSTO líCONOMICO
●
apenas,
nária”,
guerra revolucioque a como expressão máxima
da infiltração subversiva comu nista, referida no ato institucio
maram-se,
doutrinários empreendidos pela ESG. seis afirmativas do presiden te Geisel, dentre outras, revelam
fundador da ESG, que, à testa dos convidados especiais, assistia tam bém à aula de abertura, Médici fez um retrospecto do que se pas entre
l.a)
mento
e do meu governo, e, entre eles, os vinte anos de vida da escola e 0 quarto de século do Brasil, depois da guerra”.
ção”;
sempre
modo explícito ou implícito, re
re“Forçoso é reconhecer” petiu Médici — “o papel dos vinte
conhecendo que os fundamentos
anos da ESG no amadurecimento
dessa doutrina haviam sido extraí dos dos estudos da ESG. Seria
tempos, que não se perdesse na
tarefa inadequada, aqui, exami nar todos os atos oficiais expe didos nos quase quatro anos e
nado aspecto da problemática na cional, mas que tivesse maior
Assumindo a chefia da Nação; Médici atuou durante todo o go
verno, dando provas de fidelidade à doutrina
da Revolução
e,
de
meio de seu mandato (30 de outu bro de 69 a 15 de março de 74)
e nos numerosos discursos e pro nunciamentos que fez. Cite-se, nesta hora, apenas um ou outro marco mais significativo na ma téria.
Cinco dias após a posse, Médici expediu decreto-lei regulando as eleições marcadas para o dia 30 de novembro de 69.
Nesse decre
to, com 0 respaldo de seu minis tro da Justiça, professor Alfredo Buzaid, afirmou que “a política nacional estava fundada no prin
cípio da segurança”, afirmativa digna de análise mais detida, pe la sua influência no campo dou trinário.
Dirigindo-se, depois, aos esta giários, Médici reconheceu expres samente a influência da ESG, na
ação governamental. Motivado pela presença do marechal Dutra,
sou
de
no
Brasil
uma
apreciação
de
45
a
consciência exclusiva
70,
dos de
ra os exercícios de 75 a 79, “vol tado em grande parte para o de senvolvimento
essa circunstância:
dois tempos, como disse, referin do-se a Dutra: “os tempos do seu
nal n.o 14, passou a ser prevista na própria emenda constitucional, promulgada pelos ministros mili tares, em 17 de outubro de 1969.
Em relação ao planejamento, o presidente Geisel está pondo em execução o II PND, aprovado pelo Congresso em dezembro de 74, pa
Com 0 governo Geisel reafirrepetida e claramente. vinciilos da Revolução os estudos
Dicesto Econô.mico
10
-- O binômio desenvolvie
segurança
constitui
ção vigente, o II PND cuida de
“a
essencia doutrinária da Revolu¬ 2.a) A segurança nacional não é apenas militar; 3.a) O desenvolvimento deve
seu
medida em que se consolidaram os resultados econômicos, passou
ser
militar;
considerado
no
4.a)
Normalmente, o Desen-
indiscutível dovolvimento tem minancia” sobre a Segurança, so
determi
cabendo a esta posição preponde rante. transitoriamente, em situa
amplitude na integração dos qua
Ao governo Médici deveu-se, também a instituição do Sistema de Planejamento Federal, com-
subversiva”
preendendo um órgão central (a Secretaria-Geral do então Minis tério do Planejamento e Coorde nação Geral), órgãos setoriais (nos Ministérios Civis e Milita res), e órgãos seccionais (nas en tidades da Administração Fede
dico da ação governamental, ora
Qualquer
—
terá
“veleidade
“exemplar
e
pronta contenção”;
O planejamento metó
6.a)
representado pelo PND_ e que e um dos índices da racionalidade
implantada na nossa vida piiblipela Revolução de 64, deve ca
persistir.
reunião mi-
E em sua primeira ^ _ nisterial, voltando ao binomio, ex
indireta).
Na introdução de sua ultima mensagem ao Congresso (l.o de
plicitava 0 presidente que ‘ a açao estratégica da Revolução moder-
março de 74), Médici fez uma sín tese do período governamental,
já
resolvido
tais
derava, bem de acordo com a ve
lha pregação da ESG: Revolução mente, foi esses
mostrou.
que
“o que a essencial-
problemas
como
podem ser resolvidos, com
planejamento e capacidade exe cutiva, prevalecendo, sobre quais quer outros critérios, o interesse nacional”.
Relacionamento do EMFA com a ESG; as diretrizes para o ano
letivo; 0 curso de mobilização na cional; a seleção de candidatos. Anualmente o EMFA baixa di
retrizes para a Escola Superior de Guerra, com a finalidade de esta belecer os elementos básicos necessários ao planejamento das
senvolvimento possível, com o mi-
atividades curriculares para o ano seguinte.
nimo
j.
da Revolução”, especial-
mente objetivando à “melhoria de distribuição de renda”, e adian tando que a Revolução não pre
nizadora de 64, tem sido e conti nuará a ser exercida de modo a promover para a nação brasileira, em cada etapa, o máximo de de-
de cerca de quatro anos e cinco meses que lhe coube, mostrando que o lema Desenvolvimento e Segurança, estabelecido desde o primeiro momento, pela Revolu ção de março, orientou sempre, também o seu governo.
governos
problemas sociais, o II PND pon
tro campos do poder”.
5.a)
0 problema social a ocupar o pri meiro plano das preocupações dos
tendia haver,
ção de crise”;
ral
estabelecer nos campos econômi co e social os objetivos básicos, a estratégia a adotar e os instru mentos gerais de ação do governo. Nesse II PND, afirma-se que “na
caráter essencialmente integra do”: econômico, social, político e 4<
novos
social”.
Em consonância com a legisla
de segurança indispensável .
12
Dicf-sto Jic:oNÔMU-'>
Dessas diretrizes para o corren
te ano, quero destacar que a ESG deve ser um laboratório objetivo de ideais e de doutrina no que tange
à segurança
nacional
no
que se refere ao desenvolvimento.
Cabe-lhes
receber,
constatar
e
utilizar as informações necessá rias aos seus estudos, fornecidas pelos orgãos credenciados da alta administração. Em suas atividades de pesqui sa, a ESG deverá:
— Prosseguir
visando
ao
com
os
estudos
aperfeiçoamento
do
método para o planejamento da politica nacional, particularmen te na área da segurança nacional. — Prosseguir com estudos sobre informações nacionais, em conso nância com a Escola Nacional de
Informações,
visando
à sua
uti
lização no planejamento e exe cução da política nacional, em particular na área de segurança nacional.
— Prosseguir nos estudos rela
cionados com 0 preparo e a exe cução da mobilização nacional, visando à formulação da sua dou trina.
—
Prosseguir
nos
estudos
da
doutrina militar brasileira, obje tivando sua consolidação e aper feiçoamento, particularmente no que diz respeito ao emprego com binado e conjunto das Forças Ar madas. .
— Pesquisas de assuntos con junturais, objetivando a visão da realidade da situação nacional e internacional, inclusive sua pos sível evolução, 0 levantamento da
capacidade do poder nacional, determinação de necessidades
a e
óbices, tudo tendo em vista a for
mulação da politica nacional c o estabelecimento de estratégias para a conquista ou manutenção dos objetivos nacionais. parLicularmente na área da segurança nacional.
Tais pesquisas
duzidas
a nível
devem
ser
dos
orgãos
con
orientadas no
sentido
da estreita vinculação entre os processos da segurança e do de senvolvimento, ambos integrados nas suas áreas peculiares e entre si.
No intuito
de recolher
a
expe-
riência de seus estagiários nas respectivas áreas de atividades e de conhecimentos, produzir sub
sídios para estudos e consultas,
recolher
dados e informações atualizadas e enriquecer o seu acervo didatico-cultural. A ESG
Ihos em grupo abrangendo o cam po de estudo indispensável à obtenção das informações neces sárias e
sidies
a forma de monografias.
A ESG, como laboratório de idéias visando constante aperfei çoamento e fortalecimento da segurança nacional, realizará tra balhos compreendendo, no seu contexto, temas de atualidade do interesse do EMFA, e de outros orgãos de assessoria direta da Pre sidência da República. Esses te mas deverão ser desenvolvidos nas
conferências,
palestras,
viagens,
monografias, nos e.stágios e traba-
ao
aos
fornecimento
orgãos
da
de sub
assessoria
presidencial. Assim, por determi nação do EMFA. a ESG deverá desenvolver, além dos temas de sua livre iniciativa mais os se
guintes:
— O problema energético mun dial. suas repercussões para o Brasil tanto no campo da segu rança quanto no campo de desen volvimento. soluções a curto, mé dio e longo prazos, considerando:'
— O petróleo na atual crise mundial; perspectivas, levando-se em conta a nova política dos contratos de serviço com cláusu las de risco; —
noso;
O
carvão
e
o xisto
betumi
a carboquimica. perspecti
vas;
— A energia nuclear; celebrados; perspectivas;
determinará, além da elaboração de relatórios de trabalhos coleti vos, a elaboração de trabalhos individuais, que poderão ser sob
13
Dicksti» EcüNÔ^^co
de
assessoria direta do presidente da República, cabendo salientar que devem ser
1
Outras
fontes
de
acordos
— Guerra psicológica no con texto atual da guerra revolucio nária — repercussões no Brasil. Operações psicológicas — contrainfonnações. —
A
quadro brasileira
suas possibilidades. — O preparo da expressão mi litar do poder nacional, medidas a serem tomadas a curto, médio
longo prazos sob os aspectos operacional, logístico e de mobi
e
lização militares. — Nova ordem mundial — as
pectos econômicos — repercussão
no Brasil — panorama econômico brasileiro, A política interna e externa do Brasil no campo eco
nômico — repercussões da atua ção e da importância das empre sas multinacionais nessa política.
—
atual censura
social
no
problemática e
liberdade
de expressão — repercussões no desenvolvimento e na segurança nacionais.
— Responsabilidades sociais do Estado quanto à educação, saúde e habitação, repercussões, particu larmente nos campos psico-social e econômico, dos problemas que se
localizam nessas
áreas.
— Os partidos políticos brasi leiros na atual conjuntura nacio nal. Papel dos partidos no apri moramento das instituições, da cultura e do desenvolvimento po lítico da Nação. Dentre as atribuições dadas à ESG para o corrente ano está também
energia,
comunicação
da
a de tomar todas as me
didas necessárias — desde as de ordem material até as de monta
gem dos curriculos e preparo do corpo docente — para o funcio namento pleno, no ano vindouro, do curso de Mobilização Nacional. Aliás, esse curso já funcionou, co● nio curso piloto, de 1957 a 1959. Em face da evolução da conjun tura nacional, sua criação foi no vamente proposta ao Exmo, sr.
presidente da República, devendo desenvolver-se, inicialmente nesta
escola, como o foi o curso piloto. A mobilização nacional, pode roso instrumento de que dispõe o
4
12
Dicf-sto Jic:oNÔMU-'>
Dessas diretrizes para o corren
te ano, quero destacar que a ESG deve ser um laboratório objetivo de ideais e de doutrina no que tange
à segurança
nacional
no
que se refere ao desenvolvimento.
Cabe-lhes
receber,
constatar
e
utilizar as informações necessá rias aos seus estudos, fornecidas pelos orgãos credenciados da alta administração. Em suas atividades de pesqui sa, a ESG deverá:
— Prosseguir
visando
ao
com
os
estudos
aperfeiçoamento
do
método para o planejamento da politica nacional, particularmen te na área da segurança nacional. — Prosseguir com estudos sobre informações nacionais, em conso nância com a Escola Nacional de
Informações,
visando
à sua
uti
lização no planejamento e exe cução da política nacional, em particular na área de segurança nacional.
— Prosseguir nos estudos rela
cionados com 0 preparo e a exe cução da mobilização nacional, visando à formulação da sua dou trina.
—
Prosseguir
nos
estudos
da
doutrina militar brasileira, obje tivando sua consolidação e aper feiçoamento, particularmente no que diz respeito ao emprego com binado e conjunto das Forças Ar madas. .
— Pesquisas de assuntos con junturais, objetivando a visão da realidade da situação nacional e internacional, inclusive sua pos sível evolução, 0 levantamento da
capacidade do poder nacional, determinação de necessidades
a e
óbices, tudo tendo em vista a for
mulação da politica nacional c o estabelecimento de estratégias para a conquista ou manutenção dos objetivos nacionais. parLicularmente na área da segurança nacional.
Tais pesquisas
duzidas
a nível
devem
ser
dos
orgãos
con
orientadas no
sentido
da estreita vinculação entre os processos da segurança e do de senvolvimento, ambos integrados nas suas áreas peculiares e entre si.
No intuito
de recolher
a
expe-
riência de seus estagiários nas respectivas áreas de atividades e de conhecimentos, produzir sub
sídios para estudos e consultas,
recolher
dados e informações atualizadas e enriquecer o seu acervo didatico-cultural. A ESG
Ihos em grupo abrangendo o cam po de estudo indispensável à obtenção das informações neces sárias e
sidies
a forma de monografias.
A ESG, como laboratório de idéias visando constante aperfei çoamento e fortalecimento da segurança nacional, realizará tra balhos compreendendo, no seu contexto, temas de atualidade do interesse do EMFA, e de outros orgãos de assessoria direta da Pre sidência da República. Esses te mas deverão ser desenvolvidos nas
conferências,
palestras,
viagens,
monografias, nos e.stágios e traba-
ao
aos
fornecimento
orgãos
da
de sub
assessoria
presidencial. Assim, por determi nação do EMFA. a ESG deverá desenvolver, além dos temas de sua livre iniciativa mais os se
guintes:
— O problema energético mun dial. suas repercussões para o Brasil tanto no campo da segu rança quanto no campo de desen volvimento. soluções a curto, mé dio e longo prazos, considerando:'
— O petróleo na atual crise mundial; perspectivas, levando-se em conta a nova política dos contratos de serviço com cláusu las de risco; —
noso;
O
carvão
e
o xisto
betumi
a carboquimica. perspecti
vas;
— A energia nuclear; celebrados; perspectivas;
determinará, além da elaboração de relatórios de trabalhos coleti vos, a elaboração de trabalhos individuais, que poderão ser sob
13
Dicksti» EcüNÔ^^co
de
assessoria direta do presidente da República, cabendo salientar que devem ser
1
Outras
fontes
de
acordos
— Guerra psicológica no con texto atual da guerra revolucio nária — repercussões no Brasil. Operações psicológicas — contrainfonnações. —
A
quadro brasileira
suas possibilidades. — O preparo da expressão mi litar do poder nacional, medidas a serem tomadas a curto, médio
longo prazos sob os aspectos operacional, logístico e de mobi
e
lização militares. — Nova ordem mundial — as
pectos econômicos — repercussão
no Brasil — panorama econômico brasileiro, A política interna e externa do Brasil no campo eco
nômico — repercussões da atua ção e da importância das empre sas multinacionais nessa política.
—
atual censura
social
no
problemática e
liberdade
de expressão — repercussões no desenvolvimento e na segurança nacionais.
— Responsabilidades sociais do Estado quanto à educação, saúde e habitação, repercussões, particu larmente nos campos psico-social e econômico, dos problemas que se
localizam nessas
áreas.
— Os partidos políticos brasi leiros na atual conjuntura nacio nal. Papel dos partidos no apri moramento das instituições, da cultura e do desenvolvimento po lítico da Nação. Dentre as atribuições dadas à ESG para o corrente ano está também
energia,
comunicação
da
a de tomar todas as me
didas necessárias — desde as de ordem material até as de monta
gem dos curriculos e preparo do corpo docente — para o funcio namento pleno, no ano vindouro, do curso de Mobilização Nacional. Aliás, esse curso já funcionou, co● nio curso piloto, de 1957 a 1959. Em face da evolução da conjun tura nacional, sua criação foi no vamente proposta ao Exmo, sr.
presidente da República, devendo desenvolver-se, inicialmente nesta
escola, como o foi o curso piloto. A mobilização nacional, pode roso instrumento de que dispõe o
4
14
governo, em situações de emer-
gencia, abrange um conjunto de
atividades empreendidas pelo Es,
tado, visando, compulsória e
leradamente, existentes
e
transferir promover
ace-
meios
a produ
ção oportuna de meios adicionais,
para atender a graves situações ligadas à segurança nacionaf É um recurso extremo que, envol
,
vendo uma gama de medidas de acentuado vigor em todos os campos, interfere na estrutura sócioeconômico e chega a modificar
I 1
Dicesto Econômico
^
jurídico-administrativas tradicionais, quando assim o exigi-
normas
rem
os
superiores interesses
da
nação.
Este conceito retrata a mobi lização nacional na sua fase de execução. Mas, para que o Esta
nacional,
que
possa
mantida atualizada, viva e di nâmica, dentro dos mais altos in teresses da segurança nacional.
ser
é, onde as idéias são postas em debate e, pouco a pouco, se apro fundam e se sedimentam. Quan do o Curso de Mobilização Na cional tomar impulso próprio, tornar-se-á independente, como a
importância de atuação requer.
seu
campo
ao interesse público. Não se descurou, também, dos títulos e den sidade do “curriculum vitae” de
vida publica e privada nacional,
mada
profissional, da sua atitude face
A ESG funcionará no caso, coverdadeiro laboratório que mo o
de
cada candidato.
Mas o processo de seleção é mui
to mais complexo do que parece
à primeira vista. Já dissemos que a ESG é um laboratório de idéias sobre segurança nacional, Buscou-se, então, formar um grupo
homogeneo, com figuras altamen
te responsáveis e representativas
será necessário prepará-las desde
Informações. Este, ao adquirir foros próprios pelo surgimento de
namentos e a experiência que a ESG tem a dar no campo da segurança nacional; mas que, tam-
der esse conjunto de atividades, meticuloso planejamento de acoes Estas são consubs-
tanciadas no entendimento do preparo da mobilização, o qual se realiza para abreviar e facilitar a fase de execução.
O Curso de Mobilização Nacio nal proposto terá como finalidade. Habilitar civis e militares
para
o exercício de funções de direção
e assessoria, em orgãos que te nham atribuições no preparo da mobilização; colaborar na formu lação e corporificação de uma doutrina de mobilização nacional; e realizar estudos sobre o preparo e execução da mobilização nacio nal
e
sobre
o
funcionamento
um sistema de mobilização.
de
uma mentalidade de informações, deu origem à Escola Nacional de Informações, que está funcionan do com pleno exito, com base na
doutrina e na experiência adqui ridas neste instituto de altos es
todo
o
ano de 1975 o princípio de 1976. Esta seleção esteve a cargo da Di visão
de
Assessoramento
trole
(D3)
do EMFA,
e
tada bagagem de cada um, para
cultural desta escola , . . em ●
deste instituto no campo da se-
Antes de concluir quero abordar mesmo que sumariamente, o cri tério seletivo dos candidatos à ESG. A seleção dos candidatos para a Escola Superior de Guerra durante
bém, aqui pudessem deixar valiosa contribuição da notável e avul-
benefício da evolução doutrinaria
tudos.
desenvolveu-se
das mais variadas regiões do País, que aqui viessem haurir os ensi-
0 acervo
Con
gurança.
De modo que todos, es-
estagiários, saisseni enriquecídos deste mutuo convívio. cola
e
Estagiários da turma de 1976.
Estamos certos de que a ESG
representará para todos vós passo a mais na área do conheci
um
anali
mento humano e um grande es-
forma altamente positiva, vosso
timulo,
capaz
de influenciar
espírito de brasilidade.
bem
sentido
a
de
consciência, objetiva
e
pessoal, com todos os campos do poder. Tereis ouvido neste audi tório personalidades ilustres da ministros de Estado, autoridades destacadas e conferenclstas de alta projeção, que vieram ocupar esta tribuna, para aqui deixar seu
depoimento esclarecido e autori- , zado sobre as realidades e poten cialidades deste País. Tereis per corrido 0 Brasil em todas as dire
ções, como que auscultando o co ração da terra, para verificar suas
energias vitais; e bem conhecereis 0
homem brasileiro que,
por ex
traordinário milagre da coloniza
ção portuguesa, é o mesmo em to
dos os quadrantes da Pátria, ca racterística
marcante
de
nossa
nacionalidade.
Tenho a certeza de que saireis desta casa empolgados com o que foi visto e ouvido, com a pujanÇa deste País e com a arrancada extraordinária rumo ao futuro. É irreversível nossa caminhada
para o nivel de grande potência, a ordem e o desenvolvimento firmemente estabelecidos, com e responsabilidade. autoridade com
com liberdade e dignidade, com respeito à nossa indole e tradi¬
CONCLUSÕES
sou, cuidadosamente, as qualifi cações de cerca de cento e cin-
que
tereis
realidade brasileira, por uma to
empreen-
específicas,
I
mobilização
diferentes Estados da Federação. Norteou a seleção, prioritaria mente, a avaliação da experiência do candidato em seu ramo de ati vidade, do correto desempenho
trabalho,
das diversas áreas de atividade e
^ os tempos normais, por meio de j
porificação de uma doutrina de
Depois de um intenso ano de
quenta candidatos civis dos mais
Não será a primeira vez que a escola assim procederá: já tive mos aqui o exemplo do Curso de
do tenha condições de
i'
O Curso de Mobilização Nacio nal terá, em síntese, importante papel na fundamentação e cor-
15
Dicesto Econômico
de
ções.
Quero relembrar e destacar al-
indices das metas contidas II PND (1975-1970);
guns no
Renda per capita’. 1.000 dóla(correspondendo a 100% de
res
aumento da década de 70): Pro-
14
governo, em situações de emer-
gencia, abrange um conjunto de
atividades empreendidas pelo Es,
tado, visando, compulsória e
leradamente, existentes
e
transferir promover
ace-
meios
a produ
ção oportuna de meios adicionais,
para atender a graves situações ligadas à segurança nacionaf É um recurso extremo que, envol
,
vendo uma gama de medidas de acentuado vigor em todos os campos, interfere na estrutura sócioeconômico e chega a modificar
I 1
Dicesto Econômico
^
jurídico-administrativas tradicionais, quando assim o exigi-
normas
rem
os
superiores interesses
da
nação.
Este conceito retrata a mobi lização nacional na sua fase de execução. Mas, para que o Esta
nacional,
que
possa
mantida atualizada, viva e di nâmica, dentro dos mais altos in teresses da segurança nacional.
ser
é, onde as idéias são postas em debate e, pouco a pouco, se apro fundam e se sedimentam. Quan do o Curso de Mobilização Na cional tomar impulso próprio, tornar-se-á independente, como a
importância de atuação requer.
seu
campo
ao interesse público. Não se descurou, também, dos títulos e den sidade do “curriculum vitae” de
vida publica e privada nacional,
mada
profissional, da sua atitude face
A ESG funcionará no caso, coverdadeiro laboratório que mo o
de
cada candidato.
Mas o processo de seleção é mui
to mais complexo do que parece
à primeira vista. Já dissemos que a ESG é um laboratório de idéias sobre segurança nacional, Buscou-se, então, formar um grupo
homogeneo, com figuras altamen
te responsáveis e representativas
será necessário prepará-las desde
Informações. Este, ao adquirir foros próprios pelo surgimento de
namentos e a experiência que a ESG tem a dar no campo da segurança nacional; mas que, tam-
der esse conjunto de atividades, meticuloso planejamento de acoes Estas são consubs-
tanciadas no entendimento do preparo da mobilização, o qual se realiza para abreviar e facilitar a fase de execução.
O Curso de Mobilização Nacio nal proposto terá como finalidade. Habilitar civis e militares
para
o exercício de funções de direção
e assessoria, em orgãos que te nham atribuições no preparo da mobilização; colaborar na formu lação e corporificação de uma doutrina de mobilização nacional; e realizar estudos sobre o preparo e execução da mobilização nacio nal
e
sobre
o
funcionamento
um sistema de mobilização.
de
uma mentalidade de informações, deu origem à Escola Nacional de Informações, que está funcionan do com pleno exito, com base na
doutrina e na experiência adqui ridas neste instituto de altos es
todo
o
ano de 1975 o princípio de 1976. Esta seleção esteve a cargo da Di visão
de
Assessoramento
trole
(D3)
do EMFA,
e
tada bagagem de cada um, para
cultural desta escola , . . em ●
deste instituto no campo da se-
Antes de concluir quero abordar mesmo que sumariamente, o cri tério seletivo dos candidatos à ESG. A seleção dos candidatos para a Escola Superior de Guerra durante
bém, aqui pudessem deixar valiosa contribuição da notável e avul-
benefício da evolução doutrinaria
tudos.
desenvolveu-se
das mais variadas regiões do País, que aqui viessem haurir os ensi-
0 acervo
Con
gurança.
De modo que todos, es-
estagiários, saisseni enriquecídos deste mutuo convívio. cola
e
Estagiários da turma de 1976.
Estamos certos de que a ESG
representará para todos vós passo a mais na área do conheci
um
anali
mento humano e um grande es-
forma altamente positiva, vosso
timulo,
capaz
de influenciar
espírito de brasilidade.
bem
sentido
a
de
consciência, objetiva
e
pessoal, com todos os campos do poder. Tereis ouvido neste audi tório personalidades ilustres da ministros de Estado, autoridades destacadas e conferenclstas de alta projeção, que vieram ocupar esta tribuna, para aqui deixar seu
depoimento esclarecido e autori- , zado sobre as realidades e poten cialidades deste País. Tereis per corrido 0 Brasil em todas as dire
ções, como que auscultando o co ração da terra, para verificar suas
energias vitais; e bem conhecereis 0
homem brasileiro que,
por ex
traordinário milagre da coloniza
ção portuguesa, é o mesmo em to
dos os quadrantes da Pátria, ca racterística
marcante
de
nossa
nacionalidade.
Tenho a certeza de que saireis desta casa empolgados com o que foi visto e ouvido, com a pujanÇa deste País e com a arrancada extraordinária rumo ao futuro. É irreversível nossa caminhada
para o nivel de grande potência, a ordem e o desenvolvimento firmemente estabelecidos, com e responsabilidade. autoridade com
com liberdade e dignidade, com respeito à nossa indole e tradi¬
CONCLUSÕES
sou, cuidadosamente, as qualifi cações de cerca de cento e cin-
que
tereis
realidade brasileira, por uma to
empreen-
específicas,
I
mobilização
diferentes Estados da Federação. Norteou a seleção, prioritaria mente, a avaliação da experiência do candidato em seu ramo de ati vidade, do correto desempenho
trabalho,
das diversas áreas de atividade e
^ os tempos normais, por meio de j
porificação de uma doutrina de
Depois de um intenso ano de
quenta candidatos civis dos mais
Não será a primeira vez que a escola assim procederá: já tive mos aqui o exemplo do Curso de
do tenha condições de
i'
O Curso de Mobilização Nacio nal terá, em síntese, importante papel na fundamentação e cor-
15
Dicesto Econômico
de
ções.
Quero relembrar e destacar al-
indices das metas contidas II PND (1975-1970);
guns no
Renda per capita’. 1.000 dóla(correspondendo a 100% de
res
aumento da década de 70): Pro-
16
DlciiSTO iilc:()NnNnco
Mo Interno Bruto (PIB: 138 bi
ção desses níveis, tão logo a Nação
remos à posição de 8.0 mercado
do mundo ocidental); População:
123 milhões (sendo 78 milhões na
área urbana e 4õ milhões na área rural); Energias minimizacão da crise
de
(petróleo
combustíveis
e
óleo
diesel)
líquidos
com
a
aceleração da exploração das no vas jazidas encontradas na pla
taforma continental; no campo da energia hidrelétricas, atingir
uma potência instalada de 28 mi
lhões de kilowatts, ou seja 51% de aumento; ingressar na área da energia do átomo;
Integração: com 0 desenvolvi mento dos transportes, das comu
nicações, da educação, do sanea mento básico
e da habitação,
a
frente interna de ocupação pro dutiva deverá ser aumentada.
In-
terligando-se as áreas do Nordes te, do Planalto Central e da Ama zônia ao núcleo central;
Valorização do homem brasilei ro: assegurar a oferta de um mí
nimo de 6.600.000 novos empre gos, até 0 fim da década, ou seja 3,5% por
de crescimento de demanda ano;
Ciência e
Tecnologia:
aperfei
çoar e avançar no campo da pes quisa aplicada ao desenvolvimento e à segurança, com a aplicação de 5.3
bilhões
de
cruzeiros
no
setor
nos faculte os meios e as oportu nidades adequadas à sua concre tização. Vereis, em todos os rincões da Pátria por onde passardes, que neles se trabalha com devotamento .e entusiasmo para a con
quista dos objetivos que irão con duzir o Pais a seus gloriosos des tinos.
Deixo, no entanto, à vossa me ditação os graves problemas in A propósito, gostaria de lem brar a diversidade da natureza das guerras, pois nelas também se pratica o mimetismo, modifi cando-se a sua natureza de acor-
do com a necessidade, como afirma
Clausewitz.
Quanto
mais
coincidirem a finalidade militar e os propósitos políticos, mais pu
ramente militar e menos política parecerá
a guerra;
mas,
quanto
maior for a diferença entre o pro pósito político e a finalidade mi litar, mais política se irá tornan
do a guerra. Desta última espé
cie, meus senhores, são ras do tempo presente.
as
guer-
Mas, se nos pessimistas de sem pre a hora atual não parece fá cil, cumpre lembrar que na his tória
da
humanidade
a
Esses degraus
vamente o destino das grandes nações. Felicidades em nossa ca
Não os atingí-
minhada”.
E
STE ano de 1976 inicia 0 íil-
timo quarto de século XX. um dos mais movimentados e dra
máticos de toda a era cristã. A extensão e a profundidade das revoluções que o homem co nheceu
dentro
da
centúria decli-
nante são de tal monta que a fi losofia, a historia, a sociologia, a
p.sicologia. a fisica e a ciência po podem,
ainda, avaliá-
las convenientemente, nem. muito
menos, projetar suas consequên cias para 0 futuro. Minha geração, que veio ã vida no começo do século, se extinguirá antes do seu termo, época em que os estudantes de hoje se encontra rão em plena validez fisica e mental. Mas esse passo próximo na
marcha
inumerável
apresenta-se, para
do
“Hoje como ontem e como anteon tem, Minas Gerais não pretende dar lições nem sugerir caminhos. Pretende, isto sim. continuar fiel a si mesma e ao destino.
No
mo
mento atual sua função é a de con tribuir. ainda uma vez, para 0 mo vimento pendular da história. Contribuir com a contimiidade do
seu pensamento liberal, contribuir para aquilo que o momento exige, 0 apnmoramento da ordem pela restauração do direito e da liber
dade”. Da aula inaugural proferi da pelo professor Afonso Arinos de Melo Franco, na Universidade Fe deral de Minas Gerais. O texto, na integra, é o seguinte:
tempo
os discípulos
tão obscuro quanto para os mestres.
O avanço do século desvendou
cialmente o julgamento do homem sobre si mesmo. Foram abaladas
normas imemoriais de comporta
tudo que havia de artificial, erra
mento.
do ou insuficiente nos conceitos que definiam a personalidade humana, nos processos que submetiam a natureza ao homem e nas
apriorística e em uma caracterologia supostamente estável. A de finição abrangente de tempera mentos e caracteres, tão ao gosto
instituições que
dos
sustentavam
as
sociedades estatais.
hora
em 1979, representando um au mento de 71% sobre 1974; ingres sar na era da tecnologia nuclear. indicadores, verdadeiros de uma escalada, terão
AFONSO ARINOS DE MELO FRANCO
lítica não
ternacionais.
nunca foi fácil, em momento al gum. E que das próprias dificul dades, costumam surgir as solu ções ideais que marcam definiti
de ser atingidos.
Peia Restoyraçõo do Direito
remos apenas; cremos na .supera
lhões de dólares (quando chega
Deve-se a Freud — apesar das
recentes atenuações e retificações apresentadas a muitas das suas teses — a revelação dos mistérios perturbadores do nosso psiquismo e
os
desdobramentos
da
subver-
são moral e psicológica por ele deflagrada modificaram substan-
ciais
fundadas
romancistas
do
século
em
e
uma
ética
cientistas
passado,
so
perdeu
grande parte da sua razoabilida-
de. Marcei Proust foi o primeiro escritor. Guillaume Appollinaire 0 primeiro poeta e Pablo Picasso 0 primeiro pintor que transmiti ram impressões fortes dessa am bivalência constante da persona lidade humana, cujo carater ho-
16
DlciiSTO iilc:()NnNnco
Mo Interno Bruto (PIB: 138 bi
ção desses níveis, tão logo a Nação
remos à posição de 8.0 mercado
do mundo ocidental); População:
123 milhões (sendo 78 milhões na
área urbana e 4õ milhões na área rural); Energias minimizacão da crise
de
(petróleo
combustíveis
e
óleo
diesel)
líquidos
com
a
aceleração da exploração das no vas jazidas encontradas na pla
taforma continental; no campo da energia hidrelétricas, atingir
uma potência instalada de 28 mi
lhões de kilowatts, ou seja 51% de aumento; ingressar na área da energia do átomo;
Integração: com 0 desenvolvi mento dos transportes, das comu
nicações, da educação, do sanea mento básico
e da habitação,
a
frente interna de ocupação pro dutiva deverá ser aumentada.
In-
terligando-se as áreas do Nordes te, do Planalto Central e da Ama zônia ao núcleo central;
Valorização do homem brasilei ro: assegurar a oferta de um mí
nimo de 6.600.000 novos empre gos, até 0 fim da década, ou seja 3,5% por
de crescimento de demanda ano;
Ciência e
Tecnologia:
aperfei
çoar e avançar no campo da pes quisa aplicada ao desenvolvimento e à segurança, com a aplicação de 5.3
bilhões
de
cruzeiros
no
setor
nos faculte os meios e as oportu nidades adequadas à sua concre tização. Vereis, em todos os rincões da Pátria por onde passardes, que neles se trabalha com devotamento .e entusiasmo para a con
quista dos objetivos que irão con duzir o Pais a seus gloriosos des tinos.
Deixo, no entanto, à vossa me ditação os graves problemas in A propósito, gostaria de lem brar a diversidade da natureza das guerras, pois nelas também se pratica o mimetismo, modifi cando-se a sua natureza de acor-
do com a necessidade, como afirma
Clausewitz.
Quanto
mais
coincidirem a finalidade militar e os propósitos políticos, mais pu
ramente militar e menos política parecerá
a guerra;
mas,
quanto
maior for a diferença entre o pro pósito político e a finalidade mi litar, mais política se irá tornan
do a guerra. Desta última espé
cie, meus senhores, são ras do tempo presente.
as
guer-
Mas, se nos pessimistas de sem pre a hora atual não parece fá cil, cumpre lembrar que na his tória
da
humanidade
a
Esses degraus
vamente o destino das grandes nações. Felicidades em nossa ca
Não os atingí-
minhada”.
E
STE ano de 1976 inicia 0 íil-
timo quarto de século XX. um dos mais movimentados e dra
máticos de toda a era cristã. A extensão e a profundidade das revoluções que o homem co nheceu
dentro
da
centúria decli-
nante são de tal monta que a fi losofia, a historia, a sociologia, a
p.sicologia. a fisica e a ciência po podem,
ainda, avaliá-
las convenientemente, nem. muito
menos, projetar suas consequên cias para 0 futuro. Minha geração, que veio ã vida no começo do século, se extinguirá antes do seu termo, época em que os estudantes de hoje se encontra rão em plena validez fisica e mental. Mas esse passo próximo na
marcha
inumerável
apresenta-se, para
do
“Hoje como ontem e como anteon tem, Minas Gerais não pretende dar lições nem sugerir caminhos. Pretende, isto sim. continuar fiel a si mesma e ao destino.
No
mo
mento atual sua função é a de con tribuir. ainda uma vez, para 0 mo vimento pendular da história. Contribuir com a contimiidade do
seu pensamento liberal, contribuir para aquilo que o momento exige, 0 apnmoramento da ordem pela restauração do direito e da liber
dade”. Da aula inaugural proferi da pelo professor Afonso Arinos de Melo Franco, na Universidade Fe deral de Minas Gerais. O texto, na integra, é o seguinte:
tempo
os discípulos
tão obscuro quanto para os mestres.
O avanço do século desvendou
cialmente o julgamento do homem sobre si mesmo. Foram abaladas
normas imemoriais de comporta
tudo que havia de artificial, erra
mento.
do ou insuficiente nos conceitos que definiam a personalidade humana, nos processos que submetiam a natureza ao homem e nas
apriorística e em uma caracterologia supostamente estável. A de finição abrangente de tempera mentos e caracteres, tão ao gosto
instituições que
dos
sustentavam
as
sociedades estatais.
hora
em 1979, representando um au mento de 71% sobre 1974; ingres sar na era da tecnologia nuclear. indicadores, verdadeiros de uma escalada, terão
AFONSO ARINOS DE MELO FRANCO
lítica não
ternacionais.
nunca foi fácil, em momento al gum. E que das próprias dificul dades, costumam surgir as solu ções ideais que marcam definiti
de ser atingidos.
Peia Restoyraçõo do Direito
remos apenas; cremos na .supera
lhões de dólares (quando chega
Deve-se a Freud — apesar das
recentes atenuações e retificações apresentadas a muitas das suas teses — a revelação dos mistérios perturbadores do nosso psiquismo e
os
desdobramentos
da
subver-
são moral e psicológica por ele deflagrada modificaram substan-
ciais
fundadas
romancistas
do
século
em
e
uma
ética
cientistas
passado,
so
perdeu
grande parte da sua razoabilida-
de. Marcei Proust foi o primeiro escritor. Guillaume Appollinaire 0 primeiro poeta e Pablo Picasso 0 primeiro pintor que transmiti ram impressões fortes dessa am bivalência constante da persona lidade humana, cujo carater ho-
^
19
Dtc.!íSTO Econômico
DIGESTO EcONÒNÍlCO
18
entre a Igreja de Roma, defensora
mogeneo e coerente parecia natu ral aos grandes antecessores do século XIX, como Tolstoi, Vitor Hugo ou Delacroix. Einstein e uma corte de fisicos e matemáticos revolucionaram as noções assentes sobre matéria e
energia, propiciando a liberação
de forças insuspeitadas que,
se
puderam lançar o homem nas solidões siderais, também o agri lhoaram ao círculo estreito do terror.
Lenine e a geração bolchevique conseguiram
durante
apagar,
mais de metade do século, as ba ses filosóficas do consenso empí rico em torno a formas de gover■ no, consenso que preservou a per sonalidade dentro da sociedade segundo formas conhecidas desde
Locke e Montesquieu e elaboradas pela brilhante sucessão de teoristas do Estado e constituciona-
listas do século passado. Só agora, a partir do redescobrimento das idéias
de Gramsci,
dente — começa a cair no rol cias
grandes mistificações da história. Os
marxistas
da
Itália.
europeus, vão expulsando dos seus territórios as ideologias conquistadoras orientais, que foram a re
ligião do século XX, de maneira parecida com a que os cristãos de
ciência
são que se confunde com as multisseculares cristã.
O
sombrio
raízes
da
cultura
ca e religiosa.
Os ortodoxos leni-
nistas são, hoje, na Europa crista, peças de museus arqueológicos. Não se sabe ainda, porém, como essa mudança radical do pensa mento marxista europeu (para mim 0 mais importante aconte cimento, no plano das idéias po líticas desde a segunda guerra mundial) poderá repercutir na instabilidade dinâmica do tercei ro Mundo ao qual sob alguns as pectos pertencemos. O Brasil não se pode confundir contudo nem tampouco se atrelar ao desenvol
asiático
que vê na tirania o instrumento final
de
libertação
herança
que
ideológica de eslavos e mongóis, que 0 esplendor mental da pri meira geração soviética chegou a impor como dogma à submissa
co, a perspectiva que parece se abrir às nossas melhores esperan ças é a da aproximação, que iá
aristocracia
se
intelectual
do
Oci-
Para mim,
anuncia
democrata
e
deve
se
e
estrutura e
política
vacilante
progresso O fato
de
instrumentos
de
ação
próprios à reconquista, na medida do liumanamente possível, do de econômico
e
do
progresso social, dentro da ordem material e jurídica, no amplo quadro dos direitos humanos. Comecemos por uma afirmação que seria ridiculamente óbvia, se não
ponto de partida.
de povos como o brasileiro, eco nômica e socialmente em desen
ao caráter exclusivamente brasi leiro da formação mineira. Minas Gerais é o único polo histórico do Brasil cuja formação, tardia e dominadora, teve características privativamente brasileiras. Com efeito, a partir dos albores da nossa vida, em fins do século XVII, até meados do século XVIII,
historicamente
como
base e garantia dos direitos hu-
Sem eles, ordem é tira-
fosse
indispensável
como
Referimo-nos
nia e
quando a personalidade histórica e sociológica de Minas encontra va-se perfeitamente definida, os únicos elementos que se combina
daqui por diante, situar dentio
ram
manos,
desenvolvimento privilégio. Estabelecidas essas bases gerais do nosso pensamento, cumpre-nos, delas a tese da nossa aula, ou se
ja, considerações sobre a conti
nuidade e a atualidade brasileira da política de Minas Gerais, O
tema se insere naturalmente na ordem de idéias gerais há pouco esboçadas, de tal forma que, re.
gente, assegurem ao Brasil o do
erradicar da consciência coletiva
justificam
acentuar.
formal, o permanente ao contin
é que nunca mais será possível
va de que o desenvolvimento eco nômico e o progresso social só se
católi
nejamento de instituições políti cas que, reunindo o essencial ao
Brasil, entrosar desen-
o
volvimento, mas plenamente de senvolvidos quanto à herança cul tural cristã, a segurança instinti
me
to, estímulo e exemplo para o pla
senvolvimento
volvimento econômico,
lhor nos caibam, os quais poderão, eventualmente, servir de inspira ção a outros povos.
co de Minas serve de ensinamen
O certo é que não existem, ain da. indicações precisas sobre as formas institucionais do futuro
social e direitos humanos.
lise da conjuntura mundial neste encerramento do ciclo ideológico da ditadura de classe, de forma a
aspectos da formação política mi neira, não será necessário muito esforço de interpretação ou de construção para chegarmos à evidencia de que o passado políti
progresso enquadrado pela força.
como
reno das idéias políticas cumprenos proceder à nossa própria aná
rumos
de um
lembrados e concatenados alguns
mínio
de
desenvolvimento inclusive no ter
os
esmagando-a pelo mito
próximo, que venham, nos países
Como país de outro tipo de
encontrarmos
paradoxo
I
territorial e da sua cultura políti
tina.
da
em nome de um conceito de ordem e os segundos erroneo
turco maometanos do seu espaço
vimento do resto da América La
natural
dade
outrora expulsaram o mouro e o
xismo, esquecido até recentemen te, 0 pensamento socialista vai voltando ao que podemos chamar a propensão
igualdade entre eles. Os indícios de tal aproximação tornam-se ca da vez maib patentes, apesar das resistências oferecidas pelos radicalismos da direita e da esquerda, os primeiros sufocando a liber
França.
Espanha, Portugal e outros países
o maior renovador teórico do mar
política para a liberdade, propen
da liberdade dos homens e o pro gresso social, propugnador da
e
fundiram
nesse
processo
foram os índios da terra (princi palmente os carijós), os negros
escravos, os imigrantes portugue ses e os brasileiros vindos de to
dos lusa.
os
quadrantes
da América
^
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DIGESTO EcONÒNÍlCO
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entre a Igreja de Roma, defensora
mogeneo e coerente parecia natu ral aos grandes antecessores do século XIX, como Tolstoi, Vitor Hugo ou Delacroix. Einstein e uma corte de fisicos e matemáticos revolucionaram as noções assentes sobre matéria e
energia, propiciando a liberação
de forças insuspeitadas que,
se
puderam lançar o homem nas solidões siderais, também o agri lhoaram ao círculo estreito do terror.
Lenine e a geração bolchevique conseguiram
durante
apagar,
mais de metade do século, as ba ses filosóficas do consenso empí rico em torno a formas de gover■ no, consenso que preservou a per sonalidade dentro da sociedade segundo formas conhecidas desde
Locke e Montesquieu e elaboradas pela brilhante sucessão de teoristas do Estado e constituciona-
listas do século passado. Só agora, a partir do redescobrimento das idéias
de Gramsci,
dente — começa a cair no rol cias
grandes mistificações da história. Os
marxistas
da
Itália.
europeus, vão expulsando dos seus territórios as ideologias conquistadoras orientais, que foram a re
ligião do século XX, de maneira parecida com a que os cristãos de
ciência
são que se confunde com as multisseculares cristã.
O
sombrio
raízes
da
cultura
ca e religiosa.
Os ortodoxos leni-
nistas são, hoje, na Europa crista, peças de museus arqueológicos. Não se sabe ainda, porém, como essa mudança radical do pensa mento marxista europeu (para mim 0 mais importante aconte cimento, no plano das idéias po líticas desde a segunda guerra mundial) poderá repercutir na instabilidade dinâmica do tercei ro Mundo ao qual sob alguns as pectos pertencemos. O Brasil não se pode confundir contudo nem tampouco se atrelar ao desenvol
asiático
que vê na tirania o instrumento final
de
libertação
herança
que
ideológica de eslavos e mongóis, que 0 esplendor mental da pri meira geração soviética chegou a impor como dogma à submissa
co, a perspectiva que parece se abrir às nossas melhores esperan ças é a da aproximação, que iá
aristocracia
se
intelectual
do
Oci-
Para mim,
anuncia
democrata
e
deve
se
e
estrutura e
política
vacilante
progresso O fato
de
instrumentos
de
ação
próprios à reconquista, na medida do liumanamente possível, do de econômico
e
do
progresso social, dentro da ordem material e jurídica, no amplo quadro dos direitos humanos. Comecemos por uma afirmação que seria ridiculamente óbvia, se não
ponto de partida.
de povos como o brasileiro, eco nômica e socialmente em desen
ao caráter exclusivamente brasi leiro da formação mineira. Minas Gerais é o único polo histórico do Brasil cuja formação, tardia e dominadora, teve características privativamente brasileiras. Com efeito, a partir dos albores da nossa vida, em fins do século XVII, até meados do século XVIII,
historicamente
como
base e garantia dos direitos hu-
Sem eles, ordem é tira-
fosse
indispensável
como
Referimo-nos
nia e
quando a personalidade histórica e sociológica de Minas encontra va-se perfeitamente definida, os únicos elementos que se combina
daqui por diante, situar dentio
ram
manos,
desenvolvimento privilégio. Estabelecidas essas bases gerais do nosso pensamento, cumpre-nos, delas a tese da nossa aula, ou se
ja, considerações sobre a conti
nuidade e a atualidade brasileira da política de Minas Gerais, O
tema se insere naturalmente na ordem de idéias gerais há pouco esboçadas, de tal forma que, re.
gente, assegurem ao Brasil o do
erradicar da consciência coletiva
justificam
acentuar.
formal, o permanente ao contin
é que nunca mais será possível
va de que o desenvolvimento eco nômico e o progresso social só se
católi
nejamento de instituições políti cas que, reunindo o essencial ao
Brasil, entrosar desen-
o
volvimento, mas plenamente de senvolvidos quanto à herança cul tural cristã, a segurança instinti
me
to, estímulo e exemplo para o pla
senvolvimento
volvimento econômico,
lhor nos caibam, os quais poderão, eventualmente, servir de inspira ção a outros povos.
co de Minas serve de ensinamen
O certo é que não existem, ain da. indicações precisas sobre as formas institucionais do futuro
social e direitos humanos.
lise da conjuntura mundial neste encerramento do ciclo ideológico da ditadura de classe, de forma a
aspectos da formação política mi neira, não será necessário muito esforço de interpretação ou de construção para chegarmos à evidencia de que o passado políti
progresso enquadrado pela força.
como
reno das idéias políticas cumprenos proceder à nossa própria aná
rumos
de um
lembrados e concatenados alguns
mínio
de
desenvolvimento inclusive no ter
os
esmagando-a pelo mito
próximo, que venham, nos países
Como país de outro tipo de
encontrarmos
paradoxo
I
territorial e da sua cultura políti
tina.
da
em nome de um conceito de ordem e os segundos erroneo
turco maometanos do seu espaço
vimento do resto da América La
natural
dade
outrora expulsaram o mouro e o
xismo, esquecido até recentemen te, 0 pensamento socialista vai voltando ao que podemos chamar a propensão
igualdade entre eles. Os indícios de tal aproximação tornam-se ca da vez maib patentes, apesar das resistências oferecidas pelos radicalismos da direita e da esquerda, os primeiros sufocando a liber
França.
Espanha, Portugal e outros países
o maior renovador teórico do mar
política para a liberdade, propen
da liberdade dos homens e o pro gresso social, propugnador da
e
fundiram
nesse
processo
foram os índios da terra (princi palmente os carijós), os negros
escravos, os imigrantes portugue ses e os brasileiros vindos de to
dos lusa.
os
quadrantes
da América
20
Os elementos dirigentes do pro
Reinados espanhóis durante a ex
cesso eram lusos e paulistas atraí dos pelo ouro e o diamante, com os quais cooperavam brasileiros
pansão bandeirante e. mais tarde, sofreu 0 primeiro impacto da in
vindos de outras Capitanias. ín dios e negros eram a força de
vasão traiçoeira de Solano Lopes tornando-se. também, problema internacional. Em resumo, o po
trabalho e sua influência não se
vo
brasileiro
em
todo
o
imenso
fazia sentir no processo político. Um ou outro estrangeiro que aqui haja aparecido contavam-se pelos dedos das mãos até depois da independência. A legislação
território, debruçado sobre o mar ou fronteiriço com espanhóis, franceses, ingleses e holande.ses. experimentou choques e crises in ternacionais na sua formação po-
colonial
litico-cultural.
interditava-lhes
severa-
mente a entrada. Minas foi, por esta legislação especifica e pela sua localização geográfica, a úni ca região histórica de decisiva importância que nunca se tornou objeto de cobiça e influência dos europeus não portugueses. O Norte e Nordeste, da Amazô nia até à Bahia (sem falar nas sobre o repercussões Espírito Santo) sofreram domínios efetivos e prolongados de holandeses e
Di(;i:sro 1-’c;onò.mico
Digksto Econômico
franceses,
O
Rio
de
Janeiro
esteve longamente nas mãos des tes últimos.
De S. Paulo até San
ta Catarina, o litoral era infesta do, desde o século XVI, por entrelopos e piratas de várias naciona
lidades, que constituíam proble ma internacional porque furavam 0 monopólio português da explo ração da costa, principalmente o comércio do pau-brasil. O Rio Grande do Sul, depois da restauração bragantina, e desde
os seus primeiros reconhecimentos territoriais, foi alvo da cobiça es panhola, e seu solo teatro de lutas externas até o século XIX.
Mato
Grosso,
sus
no
extremo
Oeste,
tentou pendências com os Vice-
ría
sem
bas, na insurreição de Felipe dos Santos, na Inconfidência, no enna
Gerais e a abertura imediata dela às mais altas influencias estran
participado da guerra desse nome. Um dos primeiros, senão o pri meiro documento impresso que
geiras. recebidas através da cul
diz respeito
tura intelectual.
Por causa dessa
o
famoso
absorção, em -grau desconhecido em qualquer outra parte do Bra
do
Santissimo
Minas no estrangeiro, desde a era colonial, e isto não somente ape sar. mas por causa das cautelas de isolamento que os interesses reinóis fechavam em torno a ela. como as grades de uma prisão. O interesse do mundo civilizado pe los mistérios opulentos daquelas montanhas cheias de ouro e pe-
mescla, dentro do império luso. Suas lutas, na guerra dos Emboa1833.
fd
mação interna fechada de Minas
meno paralelo da divulgação de
ser evitado.
saio restaurador de
tão curioso contraste entre a for
sil e de toda a América espanhola da mesma época, ocorreu o fenô
E isso não pode
Minas formou-se solitária,
21
re¬
volução liberal de 1842, no grande
dras raras, que
aos
poucos
se
co
incruenta de 1964 foram episódios
briam de igrejas e palácios de fei tura original, povoavam-se de sá bios. poetas e ideólogos politicos,
tica interna brasileira.
também de certa forma inovado res. começa a se manifestar desde
movimento de 1930 ou na vitória
sempre circunscritos à problemá
Encastelada nas suas .serras, de
que a civilização do ouro sucede á
fendida desde o início como uma fortaleza que fosse ao mesmo
instável sociedade bandeirante e
prossegue até o exaurimento da
tempo um tesouro, só pelas ciên
mineração.
cias naturais, pelas letras, pelas artes plásticas, pela musica, pe las idéias políticas — em uma pa lavra, pela cultura — Minas
Provavelmente o livro mais an
tigo sobre Minas é o Peregrino da América, editado em 1728 e escrito
re
cebeu influências estrangeiras, e.
dadas as condições peculiares' de
Jà
sua economia, recebeu-as logo de forma direta e altamente qualifi cada, a partir do século XVIII. du rante o qual ela se tornou não apenas o centro econômico e cul
tural do império português, como também, não será exagerado afirmar-se, de toda a América Latina. Por tudo isso é que ocorre o
-í
J
f
■
por Nuno Marques Pereira, com cinco edições no século XVIII. Mas
essa
confusa e difusa disser-
tacão meio filosófica reflete a fase "inaugural da ocupação da ter-
teria
sido
emhoada
e
à história mineira é
relato
da
trasladação
Sacramento da
ve
lha igreja do Rosário para a nova igreja do Pilar, em Vila Rica. Este escrito
exuberantemente
barroco
foi composto em 1733 pelo por tuguês Simão Vieira Machado, “morador nas Minas” — isto é, já assimilado culturalmente, e publicado em Lisboa no ano se guinte. Minas encontrava-se na quela fase decisiva, quando a tu multuosa sociedade bandeirante se estabilizava, se estabelecia e
institucionalizava, permitindo a identificação nitida dos elemen tos próprios da civilização minei ra. que, dai por diante, vão se acentuando e transferindo, de ge ração em geração, através de uma continuidade cultural que se manteve nas grandes linhas, ape sar das mutações econômicas lo cais e das transformações políti cas nacionais.
O Triunfo Eucaristico mostra a consciência reinante em Minas
quanto à importância mundial do processo civilizador, que estava se desenvolvendo nas privilegiadas montanhas.
O
clima
era
suave
e temperado. Não conhecia o ca lor excessivo do Norte e do Cen
oferece indicações im
tro Sul litorâneos, nem o frio cor
portantes sobre o ambiente social
tante que faria pouco depois com
e as idéias, embora chame Minas “portento da fama” e “novo mun
que os jesuítas das Missões do Uruguai mostrassem aos índios in
do descoberto”.
ferno como um monte pelado, varrido de ventos, pois se falas-
ra.
e não
Garcia,
Na verdade, Nuno
Marques Pereira, segundo Rodol-
20
Os elementos dirigentes do pro
Reinados espanhóis durante a ex
cesso eram lusos e paulistas atraí dos pelo ouro e o diamante, com os quais cooperavam brasileiros
pansão bandeirante e. mais tarde, sofreu 0 primeiro impacto da in
vindos de outras Capitanias. ín dios e negros eram a força de
vasão traiçoeira de Solano Lopes tornando-se. também, problema internacional. Em resumo, o po
trabalho e sua influência não se
vo
brasileiro
em
todo
o
imenso
fazia sentir no processo político. Um ou outro estrangeiro que aqui haja aparecido contavam-se pelos dedos das mãos até depois da independência. A legislação
território, debruçado sobre o mar ou fronteiriço com espanhóis, franceses, ingleses e holande.ses. experimentou choques e crises in ternacionais na sua formação po-
colonial
litico-cultural.
interditava-lhes
severa-
mente a entrada. Minas foi, por esta legislação especifica e pela sua localização geográfica, a úni ca região histórica de decisiva importância que nunca se tornou objeto de cobiça e influência dos europeus não portugueses. O Norte e Nordeste, da Amazô nia até à Bahia (sem falar nas sobre o repercussões Espírito Santo) sofreram domínios efetivos e prolongados de holandeses e
Di(;i:sro 1-’c;onò.mico
Digksto Econômico
franceses,
O
Rio
de
Janeiro
esteve longamente nas mãos des tes últimos.
De S. Paulo até San
ta Catarina, o litoral era infesta do, desde o século XVI, por entrelopos e piratas de várias naciona
lidades, que constituíam proble ma internacional porque furavam 0 monopólio português da explo ração da costa, principalmente o comércio do pau-brasil. O Rio Grande do Sul, depois da restauração bragantina, e desde
os seus primeiros reconhecimentos territoriais, foi alvo da cobiça es panhola, e seu solo teatro de lutas externas até o século XIX.
Mato
Grosso,
sus
no
extremo
Oeste,
tentou pendências com os Vice-
ría
sem
bas, na insurreição de Felipe dos Santos, na Inconfidência, no enna
Gerais e a abertura imediata dela às mais altas influencias estran
participado da guerra desse nome. Um dos primeiros, senão o pri meiro documento impresso que
geiras. recebidas através da cul
diz respeito
tura intelectual.
Por causa dessa
o
famoso
absorção, em -grau desconhecido em qualquer outra parte do Bra
do
Santissimo
Minas no estrangeiro, desde a era colonial, e isto não somente ape sar. mas por causa das cautelas de isolamento que os interesses reinóis fechavam em torno a ela. como as grades de uma prisão. O interesse do mundo civilizado pe los mistérios opulentos daquelas montanhas cheias de ouro e pe-
mescla, dentro do império luso. Suas lutas, na guerra dos Emboa1833.
fd
mação interna fechada de Minas
meno paralelo da divulgação de
ser evitado.
saio restaurador de
tão curioso contraste entre a for
sil e de toda a América espanhola da mesma época, ocorreu o fenô
E isso não pode
Minas formou-se solitária,
21
re¬
volução liberal de 1842, no grande
dras raras, que
aos
poucos
se
co
incruenta de 1964 foram episódios
briam de igrejas e palácios de fei tura original, povoavam-se de sá bios. poetas e ideólogos politicos,
tica interna brasileira.
também de certa forma inovado res. começa a se manifestar desde
movimento de 1930 ou na vitória
sempre circunscritos à problemá
Encastelada nas suas .serras, de
que a civilização do ouro sucede á
fendida desde o início como uma fortaleza que fosse ao mesmo
instável sociedade bandeirante e
prossegue até o exaurimento da
tempo um tesouro, só pelas ciên
mineração.
cias naturais, pelas letras, pelas artes plásticas, pela musica, pe las idéias políticas — em uma pa lavra, pela cultura — Minas
Provavelmente o livro mais an
tigo sobre Minas é o Peregrino da América, editado em 1728 e escrito
re
cebeu influências estrangeiras, e.
dadas as condições peculiares' de
Jà
sua economia, recebeu-as logo de forma direta e altamente qualifi cada, a partir do século XVIII. du rante o qual ela se tornou não apenas o centro econômico e cul
tural do império português, como também, não será exagerado afirmar-se, de toda a América Latina. Por tudo isso é que ocorre o
-í
J
f
■
por Nuno Marques Pereira, com cinco edições no século XVIII. Mas
essa
confusa e difusa disser-
tacão meio filosófica reflete a fase "inaugural da ocupação da ter-
teria
sido
emhoada
e
à história mineira é
relato
da
trasladação
Sacramento da
ve
lha igreja do Rosário para a nova igreja do Pilar, em Vila Rica. Este escrito
exuberantemente
barroco
foi composto em 1733 pelo por tuguês Simão Vieira Machado, “morador nas Minas” — isto é, já assimilado culturalmente, e publicado em Lisboa no ano se guinte. Minas encontrava-se na quela fase decisiva, quando a tu multuosa sociedade bandeirante se estabilizava, se estabelecia e
institucionalizava, permitindo a identificação nitida dos elemen tos próprios da civilização minei ra. que, dai por diante, vão se acentuando e transferindo, de ge ração em geração, através de uma continuidade cultural que se manteve nas grandes linhas, ape sar das mutações econômicas lo cais e das transformações políti cas nacionais.
O Triunfo Eucaristico mostra a consciência reinante em Minas
quanto à importância mundial do processo civilizador, que estava se desenvolvendo nas privilegiadas montanhas.
O
clima
era
suave
e temperado. Não conhecia o ca lor excessivo do Norte e do Cen
oferece indicações im
tro Sul litorâneos, nem o frio cor
portantes sobre o ambiente social
tante que faria pouco depois com
e as idéias, embora chame Minas “portento da fama” e “novo mun
que os jesuítas das Missões do Uruguai mostrassem aos índios in
do descoberto”.
ferno como um monte pelado, varrido de ventos, pois se falas-
ra.
e não
Garcia,
Na verdade, Nuno
Marques Pereira, segundo Rodol-
Dicesto Econômico
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sem em calor e fogo infernais darIhes-iam impressão favorável do
castigo. Em Minas — diz o texto — os portugueses viram “a saudá vel temperança dos ares, a imu tável fertilidade
e
frescura
dos
campos, como de continua prima vera”.
Nesse clima ameno a terra abria os seios milagrosos para uma pro
Desde então “julga a Asia (a Mi nas) com espanto; utilidade e inveja;
gloria e segurança.
esqueçamos, em 1733.
Isso,
Eis por que.
dos,
mens válidos acorriam em massa às distantes Minas Gerais. Vila Rica e seus arraiais vizinhos
duros
de Janeiro, mais
«de quatro a de S. Paulo.
O Rio
foi se transformando em cidade mineira, ou fortemente influen
ciada pelo espírito mineiro (de certa maneira ainda o é) o que provocou, já na segunda metade do século, a transferencia da ca
pital brasileira para lá.
obras
feitas
dúvida, depois do
Leis
alguns
livros
Entre eles devem ser citados o Contrato Social, de Rousseaii; o
Federalista, de Hamilton, Madison e Jay; os vários trabalhos de
Benjamin Constant; a obra jurí
dica de Pelegrino Rossi e o gran de estudo de Tocqueville sobre a democracia norte-americana. Mas nenhum desses livros alcançou a abrangência do Espirito das Leis,
desses lenhos
Filhos desses sertões feios e es curos.
Outro poeta brasileiro da deca dência, o grande Cláudio Manoel, adverte também: dado
o
Não era sem razão que Teofilo Braga, cem anos mais tarde, diria que Vila Rica foi, no século XVIII. a capital da cultura portuguesa.
romantismo constitucio
tados limitados. Em resumo, até à obra de Marx, a partir de 1848,.
0 Espirito, das Leis foi o mais im
portante estudo jurídico-polí tloo jamais produzido no mundo.
Pois
bem. 0 sábio Montesquieu, no si lencio de sua biblioteca do caste
lo de La Brède, perto do Bordeaux,. fala do ouro das Minas, como al
go de sabido e conhecido, sem na da daquela fantasia tateante e subversiva coin que, q^iase dois séculos antes, um outro castelão vizinho, recolhido também ao si lencio da sua torre de livros, Mi
guel. senhor de Montaigne. falara, que
não
nem
autoridade.
não tinha equilíbrio, era um
do índio brasileiro, nu e feliz por
conhecia
propriedade
radical incoerente. Hamilton. Ma-
O ano da publicação do Espirita das Leis foi o mesmo ein que che
dison e Jay limitaram-se à cons
gava
poder nos; Estados Unidos. Ajudaa maior demoram a construir -
propiciou a composição de outroprecioso texto barroco, este de au
cracia moderna mas não tinham
intenção generalizadora.
A apli-
cação daquele modelo fracassou em
todas as repúblicas america-
européias e africanas em que
Em 1733 escrevia Simão Perrei-
Quinze anos depois do Triunio
ra Machado no Triunfo Eucaris tico'. “Viu-se em breve tempo transplantado meio Portugal a
Eucaristico, em 1748, saiu à luz o livro mais celebre de todo o sé culo XVIII, o estudo histórico-ju
foi tentada.
este empório, já celebre por todo o mundo”. Adiante o opusculo insiste nos écos longinquos de tal celebridade, depois do apareci mento dos diamantes no Tejuco.
rídico de maior repercussão polí tica que a humanidade conheceu antes do Capital, de Marx. Refi ro-me ao Espírito das Leis de cujo dinamismo Montesquieu,
tivo nem mesmo em França e
nas,
Brasil, durante o Império,
no
Sua
a
Mariana
o
seu
primeiro
bispo. d. Manoel da Cruz fato que toria múltipla, publicado em Lis boa em 1749, sob o título ÁureoTrono Episcopal. O escasso valor literário das co
laborações não diminui o signifi cado
As idéias de Benjamin Cons tant não conseguiram exito efe
do
livro
em
termos
cumento sociológico.
de
do
A enume
ração dos dignitários eclesiásticos e civis, presentes às luxuosas cerimônias da investidura do bis
aplicação foi problema insolúvel.
po, indica notável concentração de
um amalgama prolixo de concei tos sábios e dissertações retóricas;
abundância poética, os cânticos,,, bailados e espetáculos visuais ofe recidos ao povo mostra que na
A Pelegrino Rossi faltou técnica jurídica. Seu volumoso tratado é i
do
do equilíbrio, da impersonalidade e da generalização. Rousseau ti nha a capacidade de generalizar,
trução da estrutura federal do
Estado”.
obra
nal. Tocqueville fez um admirável estudo comparativo de direito e política, mas de intenção e resul
cuja misteriosa permanência vem
nias
“Abri dos seios o metal guar-
Saiam do Luso a enriquecer
sem
das
no.
res,
São
Houve,
Espirito
samento juridico-político, moder-
“Os corintios palácios levantaDóricos templos, jonicos alta
Locke.
fundamentais como fonte do pen
boa devia à Vila Rica:
pelos descobertos diamantinos. Os campos do pequeno reino europeu se despovoavam, porque os ho
vezes a do Rio
de
nao
ao
alcançavam em breve 100.000 al mas, 0 dobro da população da Baliia, Capital do Vice-Reinado, três
Republica, de Platão; o Principe, de Maquiavel ou o Governo Civil,
homens de maior comércio, cujo tráfego e importância excede sem comparação o maior dos maiores
no período de declínio, ou seja na época da Inconfidência, Alva renga Peixoto lembrava em ver sos ressentidos o que a bela Lis
felicitando-o
mente a Política de Aristóteles; a
autor, em Vila Rica “habitam os
dução de ouro e diamantes sem precedentes na história. Apesar de todas as cautelas portuguesas as notícias sobre o ouro e as pedras alcançavam a Europa. Soberanos dirigiram-se rei de Portugal
ideologico superou incontestavel-
Segundo o
homens de Portugal”.
25
Digesto Econômico
a Europa com Portugal com
homens
cultos na
Capitania. A
j
Dicesto Econômico
22
sem em calor e fogo infernais darIhes-iam impressão favorável do
castigo. Em Minas — diz o texto — os portugueses viram “a saudá vel temperança dos ares, a imu tável fertilidade
e
frescura
dos
campos, como de continua prima vera”.
Nesse clima ameno a terra abria os seios milagrosos para uma pro
Desde então “julga a Asia (a Mi nas) com espanto; utilidade e inveja;
gloria e segurança.
esqueçamos, em 1733.
Isso,
Eis por que.
dos,
mens válidos acorriam em massa às distantes Minas Gerais. Vila Rica e seus arraiais vizinhos
duros
de Janeiro, mais
«de quatro a de S. Paulo.
O Rio
foi se transformando em cidade mineira, ou fortemente influen
ciada pelo espírito mineiro (de certa maneira ainda o é) o que provocou, já na segunda metade do século, a transferencia da ca
pital brasileira para lá.
obras
feitas
dúvida, depois do
Leis
alguns
livros
Entre eles devem ser citados o Contrato Social, de Rousseaii; o
Federalista, de Hamilton, Madison e Jay; os vários trabalhos de
Benjamin Constant; a obra jurí
dica de Pelegrino Rossi e o gran de estudo de Tocqueville sobre a democracia norte-americana. Mas nenhum desses livros alcançou a abrangência do Espirito das Leis,
desses lenhos
Filhos desses sertões feios e es curos.
Outro poeta brasileiro da deca dência, o grande Cláudio Manoel, adverte também: dado
o
Não era sem razão que Teofilo Braga, cem anos mais tarde, diria que Vila Rica foi, no século XVIII. a capital da cultura portuguesa.
romantismo constitucio
tados limitados. Em resumo, até à obra de Marx, a partir de 1848,.
0 Espirito, das Leis foi o mais im
portante estudo jurídico-polí tloo jamais produzido no mundo.
Pois
bem. 0 sábio Montesquieu, no si lencio de sua biblioteca do caste
lo de La Brède, perto do Bordeaux,. fala do ouro das Minas, como al
go de sabido e conhecido, sem na da daquela fantasia tateante e subversiva coin que, q^iase dois séculos antes, um outro castelão vizinho, recolhido também ao si lencio da sua torre de livros, Mi
guel. senhor de Montaigne. falara, que
não
nem
autoridade.
não tinha equilíbrio, era um
do índio brasileiro, nu e feliz por
conhecia
propriedade
radical incoerente. Hamilton. Ma-
O ano da publicação do Espirita das Leis foi o mesmo ein que che
dison e Jay limitaram-se à cons
gava
poder nos; Estados Unidos. Ajudaa maior demoram a construir -
propiciou a composição de outroprecioso texto barroco, este de au
cracia moderna mas não tinham
intenção generalizadora.
A apli-
cação daquele modelo fracassou em
todas as repúblicas america-
européias e africanas em que
Em 1733 escrevia Simão Perrei-
Quinze anos depois do Triunio
ra Machado no Triunfo Eucaris tico'. “Viu-se em breve tempo transplantado meio Portugal a
Eucaristico, em 1748, saiu à luz o livro mais celebre de todo o sé culo XVIII, o estudo histórico-ju
foi tentada.
este empório, já celebre por todo o mundo”. Adiante o opusculo insiste nos écos longinquos de tal celebridade, depois do apareci mento dos diamantes no Tejuco.
rídico de maior repercussão polí tica que a humanidade conheceu antes do Capital, de Marx. Refi ro-me ao Espírito das Leis de cujo dinamismo Montesquieu,
tivo nem mesmo em França e
nas,
Brasil, durante o Império,
no
Sua
a
Mariana
o
seu
primeiro
bispo. d. Manoel da Cruz fato que toria múltipla, publicado em Lis boa em 1749, sob o título ÁureoTrono Episcopal. O escasso valor literário das co
laborações não diminui o signifi cado
As idéias de Benjamin Cons tant não conseguiram exito efe
do
livro
em
termos
cumento sociológico.
de
do
A enume
ração dos dignitários eclesiásticos e civis, presentes às luxuosas cerimônias da investidura do bis
aplicação foi problema insolúvel.
po, indica notável concentração de
um amalgama prolixo de concei tos sábios e dissertações retóricas;
abundância poética, os cânticos,,, bailados e espetáculos visuais ofe recidos ao povo mostra que na
A Pelegrino Rossi faltou técnica jurídica. Seu volumoso tratado é i
do
do equilíbrio, da impersonalidade e da generalização. Rousseau ti nha a capacidade de generalizar,
trução da estrutura federal do
Estado”.
obra
nal. Tocqueville fez um admirável estudo comparativo de direito e política, mas de intenção e resul
cuja misteriosa permanência vem
nias
“Abri dos seios o metal guar-
Saiam do Luso a enriquecer
sem
das
no.
res,
São
Houve,
Espirito
samento juridico-político, moder-
“Os corintios palácios levantaDóricos templos, jonicos alta
Locke.
fundamentais como fonte do pen
boa devia à Vila Rica:
pelos descobertos diamantinos. Os campos do pequeno reino europeu se despovoavam, porque os ho
vezes a do Rio
de
nao
ao
alcançavam em breve 100.000 al mas, 0 dobro da população da Baliia, Capital do Vice-Reinado, três
Republica, de Platão; o Principe, de Maquiavel ou o Governo Civil,
homens de maior comércio, cujo tráfego e importância excede sem comparação o maior dos maiores
no período de declínio, ou seja na época da Inconfidência, Alva renga Peixoto lembrava em ver sos ressentidos o que a bela Lis
felicitando-o
mente a Política de Aristóteles; a
autor, em Vila Rica “habitam os
dução de ouro e diamantes sem precedentes na história. Apesar de todas as cautelas portuguesas as notícias sobre o ouro e as pedras alcançavam a Europa. Soberanos dirigiram-se rei de Portugal
ideologico superou incontestavel-
Segundo o
homens de Portugal”.
25
Digesto Econômico
a Europa com Portugal com
homens
cultos na
Capitania. A
j
25
Dic:i:sro Econômico
DICKSTO Ef.ONOMlCo'
24
Minas, como na Itália barrocas, apuro cultural coexistia com a vi da do povo, a bem dizer andava pela rua. Não era uma arte de sa
lões e de museus, como nos paises frios do Norte europeu. Era a vi da intelectual misturando-se com
a popular. De resto isso se repete até bem tarde. Quando o sabio Matius percorreu Minas, no come ço do século XIX, pôde recolher interessantíssima observação a
Portugal
e
cultivaram-no
dentro
do processo de fixação política e administrativa da sociedade ban deirante. Passada esta. conformou-se a sociedade mineira, mais
ou menos a partir da autonomia da Capitania, em 1721. Desde en tão aquele cultismo barroco — e
aqui a palavra cultismo é iDom adequada — vai incorporando e depurando a seiva popular, a qual, presa
por
um
lado
aos
cânones
esse respeito. Conta o naturalista,
eruditos, mas
no seu livro se viagem que, procu
vre pelo genio criador, floresce na estupenda obra de arquitetura, escultura, pintura, música, ciên cias naturais, literatura e políti ca que chega ao esplendor ao tem po da chamada Escola Mineira. De passagem observarei que a expressão Escola Mineira, a prin cipio circunscrita á literatura,
rando abrigar-se da forte chuva, demorou-se nã casa de modesto
fazendeiro, a caminho de Vila Ri ca. Para desenfadá-lo o filho do
proprietário cantou para ele, ao som da viola, algumas poesias de Tomaz Antonio Gonzaga, já en tão morto havia vários anos. Ma
vigorosamente
tius acrescenta que, além das li
deve
ras
complexo cultural.
reunidas
em
livros,
Gonzaga
era autor de outras poesias
que
corriam em Minas pela boca do
povo. A literatura e a arte plás tica ao alcance de todos. O final do século XVIII' assis tiu ao coroamento dessa evolu
ção cultural, sempre intimamen te entrelaçada com as idéias po líticas.
Minas apresenta o atraente es
petáculo de uma cultura partida
Este
ser
extensiva
fenomeno
a
todo
li
esse
um lirismo que cia tinha, então, perdido na Europa.
I^olitica dos mineiros e vieram acompanhando da Capitania à
vro sobre a recente revolução da independência dos Estados Uni dos. O Marquês de Barbacena, que conviveu com Maciel em An gola. ouviu dele que desejara se guir com Lafayette para tomar
Província e à República a presendc Minas na política brasileica
Vieira da Silva era entusiasta da
Foi cs.sa pujança e essa origi nalidade cultural que marcaram, desde cedo, o pensamento e ação
ra.
Em Minas o pensamento social desde logo se confundiu com o
pensamento
singular
no
Por
político,
isto
mesmo a idéia de Nação-Estado firma
se
no
Brasil
no
século
barroco
decaden
das elites que se vem enraizar, robustecer e adquirir originalida de criadora nas massas popula res. Em Minas a cultura não foi resultado da depuração dos 0
te na Europa, e o mundo é o mais poderoso artista plástico da épo ca, aquele que conseguiu insuflar
impulsos profundos, saídos do povo e elaborados pelas elites. Ao
passional que, na opinião de três professores da Universidade ame
contrário, foram as elites que trouxeram o espírito barroco de
a plástica barroca e lhe insuflam
no frívolo estilo
maticidade
ricana
de
e
rococó
um
uma
dra-
expressionismo
Columbia
“revitalizam
padre
independência de todo o Brasil, enquanto o Tiradentes não tinha idéias muito
nítidas a respeito.
Ora parecia inclinar-se pela in dependência do pais ora pela for mação de uma República em Mi
As Cartas Jesuiticas são primeira prova dessa tomada de consciência, a que se seguem.
populares. Brito Malheiro. outro
Tal como se verificou com a
liaridade social da Colonia, em , tes da Capitania comparação com a sociedade por- aprofundariam entre as massas tuguesa. a
Confissões do Santo Oficio, os
escritos
pernambucanos
sobre a
essa
um
O
cultura artística, também as idéias políticas nascidas nas eliem breve se
Nos séculos XVI e XVII encon-
Sua expressão pessoal mais po derosa é a figura do Aleijadinho,
de
revolução.
tramos em Pernambuco e na Bahia. a 'idéia bem nítida da pecu-
Brasil e pouco comum no mundo.
mento
nessa
nas.
guerra■. holandesa, ou a obra poé-
genio formado pelo conflito e as similação não apenas de duas ra ças, mas, principalmente, de duas camadas sociais. O Aleijadinho é a expressão universal desse pro cesso de libertação e fortaleci
parte
XVIII. que é o século de Minas.
as
é
Maciel era leitor atento de uin li
de Gregorio de Matos. Mas
tica
consciência , social . não- era
denunciante
dos
inconfidentes,
afirmou que “já se ouvia as pes soas da última classe de gente desta terra, como são os negros e mulatos, que estava para haver um levante”, e ajuntou “que to dos os nacionais desta terra o de¬
ainda, propriamente nacional, no sentido político. A idéia de Estado
sejavam.”
Essa
cipalmente com a Inconfidência,
sa impostas pela formação social
idéias da elite
osmose
entre
absorvidas
as
pelas
brasileiro surge em Minas, prin
leituras e os sentimentos da mas
carta do estudante José Joa-
peculiar, argamassou este equüi● brio entre ordem e liberdade que
A
quim
da Maia a Tomaz Jefferson ,
chama os portugueses de usurpadores e proclama o desejo dos
marcou para sempre a personali dade do povo mineiro.
gri-
Chegamos aqui ao ponto de de
Ihões”. O padre inconfidente Vieira da Silva possuía uma bibliote ca, já tão bem estudada por eru
finir 0 sentido e o conteúdo des
brasileiros
de
romper
os
ditos mineiros, que era uma seledas mais notáveis obras polí ticas do tempo. O mesmo Alvares çao
sa constante política mineira que, seguindo a observação tantas ve zes repetida, é a fusão natural en tre a aspiração da liberdade e a necessidade da ordem, constante
25
Dic:i:sro Econômico
DICKSTO Ef.ONOMlCo'
24
Minas, como na Itália barrocas, apuro cultural coexistia com a vi da do povo, a bem dizer andava pela rua. Não era uma arte de sa
lões e de museus, como nos paises frios do Norte europeu. Era a vi da intelectual misturando-se com
a popular. De resto isso se repete até bem tarde. Quando o sabio Matius percorreu Minas, no come ço do século XIX, pôde recolher interessantíssima observação a
Portugal
e
cultivaram-no
dentro
do processo de fixação política e administrativa da sociedade ban deirante. Passada esta. conformou-se a sociedade mineira, mais
ou menos a partir da autonomia da Capitania, em 1721. Desde en tão aquele cultismo barroco — e
aqui a palavra cultismo é iDom adequada — vai incorporando e depurando a seiva popular, a qual, presa
por
um
lado
aos
cânones
esse respeito. Conta o naturalista,
eruditos, mas
no seu livro se viagem que, procu
vre pelo genio criador, floresce na estupenda obra de arquitetura, escultura, pintura, música, ciên cias naturais, literatura e políti ca que chega ao esplendor ao tem po da chamada Escola Mineira. De passagem observarei que a expressão Escola Mineira, a prin cipio circunscrita á literatura,
rando abrigar-se da forte chuva, demorou-se nã casa de modesto
fazendeiro, a caminho de Vila Ri ca. Para desenfadá-lo o filho do
proprietário cantou para ele, ao som da viola, algumas poesias de Tomaz Antonio Gonzaga, já en tão morto havia vários anos. Ma
vigorosamente
tius acrescenta que, além das li
deve
ras
complexo cultural.
reunidas
em
livros,
Gonzaga
era autor de outras poesias
que
corriam em Minas pela boca do
povo. A literatura e a arte plás tica ao alcance de todos. O final do século XVIII' assis tiu ao coroamento dessa evolu
ção cultural, sempre intimamen te entrelaçada com as idéias po líticas.
Minas apresenta o atraente es
petáculo de uma cultura partida
Este
ser
extensiva
fenomeno
a
todo
li
esse
um lirismo que cia tinha, então, perdido na Europa.
I^olitica dos mineiros e vieram acompanhando da Capitania à
vro sobre a recente revolução da independência dos Estados Uni dos. O Marquês de Barbacena, que conviveu com Maciel em An gola. ouviu dele que desejara se guir com Lafayette para tomar
Província e à República a presendc Minas na política brasileica
Vieira da Silva era entusiasta da
Foi cs.sa pujança e essa origi nalidade cultural que marcaram, desde cedo, o pensamento e ação
ra.
Em Minas o pensamento social desde logo se confundiu com o
pensamento
singular
no
Por
político,
isto
mesmo a idéia de Nação-Estado firma
se
no
Brasil
no
século
barroco
decaden
das elites que se vem enraizar, robustecer e adquirir originalida de criadora nas massas popula res. Em Minas a cultura não foi resultado da depuração dos 0
te na Europa, e o mundo é o mais poderoso artista plástico da épo ca, aquele que conseguiu insuflar
impulsos profundos, saídos do povo e elaborados pelas elites. Ao
passional que, na opinião de três professores da Universidade ame
contrário, foram as elites que trouxeram o espírito barroco de
a plástica barroca e lhe insuflam
no frívolo estilo
maticidade
ricana
de
e
rococó
um
uma
dra-
expressionismo
Columbia
“revitalizam
padre
independência de todo o Brasil, enquanto o Tiradentes não tinha idéias muito
nítidas a respeito.
Ora parecia inclinar-se pela in dependência do pais ora pela for mação de uma República em Mi
As Cartas Jesuiticas são primeira prova dessa tomada de consciência, a que se seguem.
populares. Brito Malheiro. outro
Tal como se verificou com a
liaridade social da Colonia, em , tes da Capitania comparação com a sociedade por- aprofundariam entre as massas tuguesa. a
Confissões do Santo Oficio, os
escritos
pernambucanos
sobre a
essa
um
O
cultura artística, também as idéias políticas nascidas nas eliem breve se
Nos séculos XVI e XVII encon-
Sua expressão pessoal mais po derosa é a figura do Aleijadinho,
de
revolução.
tramos em Pernambuco e na Bahia. a 'idéia bem nítida da pecu-
Brasil e pouco comum no mundo.
mento
nessa
nas.
guerra■. holandesa, ou a obra poé-
genio formado pelo conflito e as similação não apenas de duas ra ças, mas, principalmente, de duas camadas sociais. O Aleijadinho é a expressão universal desse pro cesso de libertação e fortaleci
parte
XVIII. que é o século de Minas.
as
é
Maciel era leitor atento de uin li
de Gregorio de Matos. Mas
tica
consciência , social . não- era
denunciante
dos
inconfidentes,
afirmou que “já se ouvia as pes soas da última classe de gente desta terra, como são os negros e mulatos, que estava para haver um levante”, e ajuntou “que to dos os nacionais desta terra o de¬
ainda, propriamente nacional, no sentido político. A idéia de Estado
sejavam.”
Essa
cipalmente com a Inconfidência,
sa impostas pela formação social
idéias da elite
osmose
entre
absorvidas
as
pelas
brasileiro surge em Minas, prin
leituras e os sentimentos da mas
carta do estudante José Joa-
peculiar, argamassou este equüi● brio entre ordem e liberdade que
A
quim
da Maia a Tomaz Jefferson ,
chama os portugueses de usurpadores e proclama o desejo dos
marcou para sempre a personali dade do povo mineiro.
gri-
Chegamos aqui ao ponto de de
Ihões”. O padre inconfidente Vieira da Silva possuía uma bibliote ca, já tão bem estudada por eru
finir 0 sentido e o conteúdo des
brasileiros
de
romper
os
ditos mineiros, que era uma seledas mais notáveis obras polí ticas do tempo. O mesmo Alvares çao
sa constante política mineira que, seguindo a observação tantas ve zes repetida, é a fusão natural en tre a aspiração da liberdade e a necessidade da ordem, constante
Dicesto Econômico
26
traduzida no aforisma proclama do da tribuna por um dos seus maiores líderes políticos republi
derno”. Para a ciência política con temporânea essa afirmativa é re
Sub lege, libertas”.
erro os economistas que a susten
canos:
Minas é em primeiro lugar li beral e, em segundo, ordeira. Não tenhamos medo das palavras, por que isso é o mesmo que ter medo 4as idéias. Procuremos interpre tá-las no seu autêntico sentido.
político e histórico.
_
Comecemos
por aquelas que geram mais con fusão, algumas vezes a serviço de .segundas intenções. O que signi ficam liberdade, liberalismo, tra dição liberal? A confusão propo sitada que mais serve ao espirito ●de opressão é aquela que identi fica o pensamento político liberal com a prática do liberalismo eco nômico.
Devo observar, de passagem, que me considero um animal meio exó
tico entre os homens públicos do Brasil de hoje, pois não sou econo mista. Mas essa lacuna não me im pede de opinar sobre matérias em ●que afirmativas sem base são amiude reiteradas como verdades econômicas necessárias ao desen
volvimento de raciocínios políticos. Atinge-se por meio desses preten sos axiomas, que não passam de sofismas, a conclusões erradas, porque provenientes da correlação de premissas insubsistentes. A mais errada e mais repetida dessas con clusões pode ser expressa desta
forma:
“O liberalismo político é
dondamente
falsa
e incorrem
em
não é mais visto como afirmação máxima das liberdades dos homens
tam.
O
fato
de
não
ser
economista
da
história
do
aos
que
pretendem
cara
pescar
em
tica,
argumentos a
úteis
certos
reitos humanos. Aquelas nam rio plano social, no
peito àquela parte da personalida de que não se insere no sistema de
relações entre pessoas, aquela par te significativa do que é distintivo entre o homem e os animais, aque-
hoje que repetem e justificam os de ontem, sobre o que seja o libe ralismo político. O liberalismo é hoje, mais do que nunca, a expressão do huma nismo político. Em síntese o libe ralismo é o processo de identificar
la
parte do homem que. segundo a
palavra de Cristo, não é de Cesar,
não é redutível à interferência do Estado. Como dizemos nós. cató-
uma posição superada na história das idéias porque correspondeu à
racionalmente os elementos neces
licos,
sários às limitações da liberdade.
pessoa.
fase do chamado liberalismo eco
Note-se bem o sentido deste enfo
que, que é importante na tomada
s estrutura e.os fins do Estado mo-
das
consequências.
sistema
égide do Estado; estas dizem res-
de
nômico, fase esta incompatível com
funcio-
de relações entre indivíduos sob a
à tirania,
conceitos
mam 0 direito, não acredita tam bém no direito, embora muitas ve zes não se aperceba disto.
esquecer que as liberdades dos ho mens não se confundem com os di-
águas turvas de falsa ciência polí recorramos
máquina impiedosa da acumula ção primitiva do capital. A prima
de limitação das liberdades dos homens pelo Estado. Convém não
não econômicas. tão
pois: quem não crê em normas de
tido.- que é oposto ao de passional
nômica mas política, pois se ligam à evolução das idéias políticas e confusão
nômico e significou o esmagamen-
como é hoje, isto é, como o processo racional — e a palavra racio nal tem aqui o seu verdadeiro sen
praticado nos termos da sua for mulação teórica. Peço humildemente aos econo mistas que aceitem estas afirmati vas, que não são de natureza eco
a
tornar-se apenas um processo de ordenação da violência. Repito,
então
com a substância, o cerne dos di reitos humanos. Então o liberalismo político passou a ser entendido
ocidente e que. de resto, nunca foi
Afastada
rídico, correspondeu, ela sim. ao curto reinado do liberalismo eco
o
indivíduo é diferente da
ser direito,
para
comportamento filosófico que for
O Direito Natural providencial,
principalmente depois da grande fase racionalista do século XVII,
depois de Newton, Descartes, Spi-
nosa ou Grocio. tomou a forma de Direito Natural racional, que só foi superada no nome. porque a sua essencia transferiu-se precisa- .
mente para o que chamamos libe ralismo. Quando aludimos, pois. à tradição liberal de Minas Gerais,, em matéria política, não estamos condenando a intervenção do go verno mineiro no domínio econômico.
Uma
coisa
não
interfere
com outra, como pretendem fazer
crer os que desejam um poder sem. direito. A tradição política liberal ● de Minas consiste nessa inclinação continuada para colocar em ter mos racionais e não passionais as limitações às liberdades que sãonecessárias
à
A essencia
do liberalismo é, as
sim, negativa melhor
coexistência
social.
e não positiva, ou
o liberalismo
é menos
a
Quem não acredita no Direito
per-direito não pode acreditar no
nalmente limitações às atividades, do homem é processo inseparável de uma formulação jurídica, em.
direito. Se o direito como tal, sendo é
deixa de
afirmação das liberdades do que a organização racional das suas limitações. Ora, organizar racio
Natural, ou, para evitar ambigui dades, quem não acredita em su-
O liberalismo
sofia de vida que lhe é superposta,
que resultou no individualismo ju-
zia do social foi se impondo, no en tanto. exceto no que se relaciona
não está preso à prática do libera lismo econômico, reinante em me
sociedades as funções que lhe com
petem, não se submete a‘uma filo
to das classes trabalhadoras pela
— estes sim — da cultura cristã e
0 que dizem que é, exercendo nas
oposição ao poder do Estado. Esta etapa do liberalismo político em
não me retira, portanto, a posição de velho professor de ciência polí tica e, consequentemente, a mo desta autoridade, vinda só da ex periência, para afirmar que o li beralismo político é uma constan te do pensamento político decor rente de fatores vários, especificos
nos de um século
27
Dn:i:sTO EcoNÔ^uco
Dicesto Econômico
26
traduzida no aforisma proclama do da tribuna por um dos seus maiores líderes políticos republi
derno”. Para a ciência política con temporânea essa afirmativa é re
Sub lege, libertas”.
erro os economistas que a susten
canos:
Minas é em primeiro lugar li beral e, em segundo, ordeira. Não tenhamos medo das palavras, por que isso é o mesmo que ter medo 4as idéias. Procuremos interpre tá-las no seu autêntico sentido.
político e histórico.
_
Comecemos
por aquelas que geram mais con fusão, algumas vezes a serviço de .segundas intenções. O que signi ficam liberdade, liberalismo, tra dição liberal? A confusão propo sitada que mais serve ao espirito ●de opressão é aquela que identi fica o pensamento político liberal com a prática do liberalismo eco nômico.
Devo observar, de passagem, que me considero um animal meio exó
tico entre os homens públicos do Brasil de hoje, pois não sou econo mista. Mas essa lacuna não me im pede de opinar sobre matérias em ●que afirmativas sem base são amiude reiteradas como verdades econômicas necessárias ao desen
volvimento de raciocínios políticos. Atinge-se por meio desses preten sos axiomas, que não passam de sofismas, a conclusões erradas, porque provenientes da correlação de premissas insubsistentes. A mais errada e mais repetida dessas con clusões pode ser expressa desta
forma:
“O liberalismo político é
dondamente
falsa
e incorrem
em
não é mais visto como afirmação máxima das liberdades dos homens
tam.
O
fato
de
não
ser
economista
da
história
do
aos
que
pretendem
cara
pescar
em
tica,
argumentos a
úteis
certos
reitos humanos. Aquelas nam rio plano social, no
peito àquela parte da personalida de que não se insere no sistema de
relações entre pessoas, aquela par te significativa do que é distintivo entre o homem e os animais, aque-
hoje que repetem e justificam os de ontem, sobre o que seja o libe ralismo político. O liberalismo é hoje, mais do que nunca, a expressão do huma nismo político. Em síntese o libe ralismo é o processo de identificar
la
parte do homem que. segundo a
palavra de Cristo, não é de Cesar,
não é redutível à interferência do Estado. Como dizemos nós. cató-
uma posição superada na história das idéias porque correspondeu à
racionalmente os elementos neces
licos,
sários às limitações da liberdade.
pessoa.
fase do chamado liberalismo eco
Note-se bem o sentido deste enfo
que, que é importante na tomada
s estrutura e.os fins do Estado mo-
das
consequências.
sistema
égide do Estado; estas dizem res-
de
nômico, fase esta incompatível com
funcio-
de relações entre indivíduos sob a
à tirania,
conceitos
mam 0 direito, não acredita tam bém no direito, embora muitas ve zes não se aperceba disto.
esquecer que as liberdades dos ho mens não se confundem com os di-
águas turvas de falsa ciência polí recorramos
máquina impiedosa da acumula ção primitiva do capital. A prima
de limitação das liberdades dos homens pelo Estado. Convém não
não econômicas. tão
pois: quem não crê em normas de
tido.- que é oposto ao de passional
nômica mas política, pois se ligam à evolução das idéias políticas e confusão
nômico e significou o esmagamen-
como é hoje, isto é, como o processo racional — e a palavra racio nal tem aqui o seu verdadeiro sen
praticado nos termos da sua for mulação teórica. Peço humildemente aos econo mistas que aceitem estas afirmati vas, que não são de natureza eco
a
tornar-se apenas um processo de ordenação da violência. Repito,
então
com a substância, o cerne dos di reitos humanos. Então o liberalismo político passou a ser entendido
ocidente e que. de resto, nunca foi
Afastada
rídico, correspondeu, ela sim. ao curto reinado do liberalismo eco
o
indivíduo é diferente da
ser direito,
para
comportamento filosófico que for
O Direito Natural providencial,
principalmente depois da grande fase racionalista do século XVII,
depois de Newton, Descartes, Spi-
nosa ou Grocio. tomou a forma de Direito Natural racional, que só foi superada no nome. porque a sua essencia transferiu-se precisa- .
mente para o que chamamos libe ralismo. Quando aludimos, pois. à tradição liberal de Minas Gerais,, em matéria política, não estamos condenando a intervenção do go verno mineiro no domínio econômico.
Uma
coisa
não
interfere
com outra, como pretendem fazer
crer os que desejam um poder sem. direito. A tradição política liberal ● de Minas consiste nessa inclinação continuada para colocar em ter mos racionais e não passionais as limitações às liberdades que sãonecessárias
à
A essencia
do liberalismo é, as
sim, negativa melhor
coexistência
social.
e não positiva, ou
o liberalismo
é menos
a
Quem não acredita no Direito
per-direito não pode acreditar no
nalmente limitações às atividades, do homem é processo inseparável de uma formulação jurídica, em.
direito. Se o direito como tal, sendo é
deixa de
afirmação das liberdades do que a organização racional das suas limitações. Ora, organizar racio
Natural, ou, para evitar ambigui dades, quem não acredita em su-
O liberalismo
sofia de vida que lhe é superposta,
que resultou no individualismo ju-
zia do social foi se impondo, no en tanto. exceto no que se relaciona
não está preso à prática do libera lismo econômico, reinante em me
sociedades as funções que lhe com
petem, não se submete a‘uma filo
to das classes trabalhadoras pela
— estes sim — da cultura cristã e
0 que dizem que é, exercendo nas
oposição ao poder do Estado. Esta etapa do liberalismo político em
não me retira, portanto, a posição de velho professor de ciência polí tica e, consequentemente, a mo desta autoridade, vinda só da ex periência, para afirmar que o li beralismo político é uma constan te do pensamento político decor rente de fatores vários, especificos
nos de um século
27
Dn:i:sTO EcoNÔ^uco
28
DicFsio I£roNÔMico
Digesto EcoNü.Nrico
outras palavras, as limitações são sempre jurídicas, de onde o libe ralismo é essencialmente o estado de direito.
Atingimos agora ao segundo ele mento do binômio político minei ro, que é o apego à ordem. Que é a ordem? Partindo dos princípios assentados há pouco, a resposta se impõe naturalmente; a ordem é o
sistema jurídico que decorre das limitações racionais e não passio nais à liberdade. Não se pode, portanto, confundir a ordem, que é um valor positivo e jurídico, com a ausência de desordem, que é um valor negativo e imperativo. A ver dadeira ordem só pode se fundar na liberdade, tal como a defini mos; a suposta ordem fundada na
força e na repressão sem lei é porque é uma forma de injustiça. A frase uma forma de desordem, enigmática de Goethe “prefiro uma injustiça a uma desordem” pode ser interpretada
de manei
ras diversas.
Para mim.fquando se conhece o
pequeno episódio romano que pro vocou a frase) Goethe dava à pa lavra “injustiça” um valor episó dico material. O importante seria aquilo que Goethe chamou “desor dem”. Na minha forma de en
O primeiro deles, depois da in
dependência e aquele que. talvez, não haja encontrado rival entre os mineiros, foi Bernardo Pereira de Vasconcelos. O seu justamente célebre discurso de 1837, no qual
foram
contidos racionalmente pela or dem, com a passagem do poder central de Feijó a Araújo Lima. Fui
liberal:
en
Mas não é recordada tão
to toda sua vida — era a de um
a parte final do trecho, que é a seguinte: “Quem sabe se, como hoje defendo o país contra a de sorganização depois de o haver de
Minas Gerais.
los
pública;
Artur
Bernardes
Com Virgílio
Pedro
Franco,
ou
Aleixo
de Melo
e
Milton
Campos nos diversos regimes que vieram depois de 1930, para só fa lar nos mortos. Honório
Hermeto,
depois Mar
quês do Paraná, foi o apelidado
“cabeça fria”, que a 30 de julho de 1832, desfez na Camara, com drástico apelo à ordem, os excessos
liberais com que Feijó, com o
apoio tácito da Regência visava
a chamada “Constituição de Pouso Alegre, obra de liberaimpor
amiude
fendido contra o despotismo... não terei algum dia de dar outra
Peixoto,
Antonio Carlos, na Primeira Re
ví-la, quero salvá-la e por isso sou
pressão goethiana — como de res Vejamos como as idéias até aqui expostas se aplicam aos .maiores vultos do pensamento político de
Ottoni no Segundo Reinado; com Cesario Alvim, João Pinheiro, Car
aspecto da sociedade; os princípios democráticos tudo ganharam e muito comprometeram; a socie dade que então corria risco pelo poder corre agora o risco pela de sorganização e pela anarquia. Como então quis, quero .hoje ser-
como 0 dele senão a ausência de racionalidade. Neste sentido a ex
liberal.
à democracia. Essa foi, sucessiva mente. a lição de Minas, com o Marquês do Paraná e Teófilo
tão a liberdade era nova no país. estava nas aspirações de todos mas não nas leis, o poder era tudo; fui liberal. Hoje, porém, é diverso o
regressista”. Eis a parte sempre citada do discurso, aquela em que Vasconcelos opta resolutamente pela estabilidade e pela ordem.
tender a frase, desordem não po dia representar para um espírito
espirito mineiro e consubstanciai
Vejamos as frases principais do grande mineiro:
Estado as reivindicações que as instituições monárquicas rejeita
inteireza, a personalidade de Vas concelos cumpre conhecer e me ditar as duas alternativas claramonte apresentadas no discurso. Elas exprimem, de forma admirá vel. aquele equilíbrio entre ordem e liberdade que é da essencia do
tou a fase crucial da Regência na liberais
ciedade variam, o vento das tem-
Regcncia. que passava a enfrentar a anarquia sob Feijó. Para que se compreenda, na sua
● fala famosa de Vasconcelos retra excessos
quia Federativa. Em outras pa lavras, implantava por golpe de
O liberal do Primeiro Reinado que enfrentara o despotismo de Pe dro I era agora o conservador da
pensamento da ordem, só co.stuma ser citado nesses trechos, quando 0 mesmo discurso contem outra parte que é a defesa inequívo ca do equilíbrio entre ordem e li berdade. Pode-se assegurar que a
os
vez minha voz ao apoio e à defesa da liberdade? Os perigos da so pestades nem sempre é o mesmo”.
se definem as grandes linhas do
qual
29
lismo
excessivo
de
outro
minei-
ro, 0 padre José Bento. Essa Cons tituição suprimia o Senado vitalí cio, fazia da Câmara Assembléia Nacional
I
e
estabelecia
a
Monar-
ram até 1889.
É importante salientar o episó dio. porque ele demonstra os dois lados do espirito mineiro: o libe
ralismo de José Bento, que che gava a descambar para a ilega lidade e 0 sentimento de ordem
de Honorio, que dominou, afinal, a Camara e o país. No
entanto
Paraná
havia
sido
homem da oposição, mas, como Vasconcelos, aderiu à ordem quan do os excessos da liberdade puse ram em risco a monarquia. Tais excessos explodiram em sangue com a Revolução da Praia, em Pernambuco, no fim de 1848 e co meço
de 1849.
A Praia
foi con
sequência direta da agitação so cialista européia, a publicação do Manifesto Comunista de Marx e a
República Socialista implantada em França com a deposição da Monarquia de Julho. Não se coa-
dunava com o espírito mineiro a agitação heróica, em que se des tacaram Nunes Machado e Pedro Ivo, este cantado no admirável poema de Alvares de Azevedo; “Perdoai-o Senhor, ele era um bra vo... e a vossa gente pálida re cuava, quando ele aparecia!!”, Paraná, que enfrentara direta mente 0 Imperador, é por ele
chamado para presidir o Gabinete de 1853, quando se tornará a maior figura política do país. Joaquim Nabuco, no admirável perfil que dele traça, diz que era “feito não somente para dominar. à
28
DicFsio I£roNÔMico
Digesto EcoNü.Nrico
outras palavras, as limitações são sempre jurídicas, de onde o libe ralismo é essencialmente o estado de direito.
Atingimos agora ao segundo ele mento do binômio político minei ro, que é o apego à ordem. Que é a ordem? Partindo dos princípios assentados há pouco, a resposta se impõe naturalmente; a ordem é o
sistema jurídico que decorre das limitações racionais e não passio nais à liberdade. Não se pode, portanto, confundir a ordem, que é um valor positivo e jurídico, com a ausência de desordem, que é um valor negativo e imperativo. A ver dadeira ordem só pode se fundar na liberdade, tal como a defini mos; a suposta ordem fundada na
força e na repressão sem lei é porque é uma forma de injustiça. A frase uma forma de desordem, enigmática de Goethe “prefiro uma injustiça a uma desordem” pode ser interpretada
de manei
ras diversas.
Para mim.fquando se conhece o
pequeno episódio romano que pro vocou a frase) Goethe dava à pa lavra “injustiça” um valor episó dico material. O importante seria aquilo que Goethe chamou “desor dem”. Na minha forma de en
O primeiro deles, depois da in
dependência e aquele que. talvez, não haja encontrado rival entre os mineiros, foi Bernardo Pereira de Vasconcelos. O seu justamente célebre discurso de 1837, no qual
foram
contidos racionalmente pela or dem, com a passagem do poder central de Feijó a Araújo Lima. Fui
liberal:
en
Mas não é recordada tão
to toda sua vida — era a de um
a parte final do trecho, que é a seguinte: “Quem sabe se, como hoje defendo o país contra a de sorganização depois de o haver de
Minas Gerais.
los
pública;
Artur
Bernardes
Com Virgílio
Pedro
Franco,
ou
Aleixo
de Melo
e
Milton
Campos nos diversos regimes que vieram depois de 1930, para só fa lar nos mortos. Honório
Hermeto,
depois Mar
quês do Paraná, foi o apelidado
“cabeça fria”, que a 30 de julho de 1832, desfez na Camara, com drástico apelo à ordem, os excessos
liberais com que Feijó, com o
apoio tácito da Regência visava
a chamada “Constituição de Pouso Alegre, obra de liberaimpor
amiude
fendido contra o despotismo... não terei algum dia de dar outra
Peixoto,
Antonio Carlos, na Primeira Re
ví-la, quero salvá-la e por isso sou
pressão goethiana — como de res Vejamos como as idéias até aqui expostas se aplicam aos .maiores vultos do pensamento político de
Ottoni no Segundo Reinado; com Cesario Alvim, João Pinheiro, Car
aspecto da sociedade; os princípios democráticos tudo ganharam e muito comprometeram; a socie dade que então corria risco pelo poder corre agora o risco pela de sorganização e pela anarquia. Como então quis, quero .hoje ser-
como 0 dele senão a ausência de racionalidade. Neste sentido a ex
liberal.
à democracia. Essa foi, sucessiva mente. a lição de Minas, com o Marquês do Paraná e Teófilo
tão a liberdade era nova no país. estava nas aspirações de todos mas não nas leis, o poder era tudo; fui liberal. Hoje, porém, é diverso o
regressista”. Eis a parte sempre citada do discurso, aquela em que Vasconcelos opta resolutamente pela estabilidade e pela ordem.
tender a frase, desordem não po dia representar para um espírito
espirito mineiro e consubstanciai
Vejamos as frases principais do grande mineiro:
Estado as reivindicações que as instituições monárquicas rejeita
inteireza, a personalidade de Vas concelos cumpre conhecer e me ditar as duas alternativas claramonte apresentadas no discurso. Elas exprimem, de forma admirá vel. aquele equilíbrio entre ordem e liberdade que é da essencia do
tou a fase crucial da Regência na liberais
ciedade variam, o vento das tem-
Regcncia. que passava a enfrentar a anarquia sob Feijó. Para que se compreenda, na sua
● fala famosa de Vasconcelos retra excessos
quia Federativa. Em outras pa lavras, implantava por golpe de
O liberal do Primeiro Reinado que enfrentara o despotismo de Pe dro I era agora o conservador da
pensamento da ordem, só co.stuma ser citado nesses trechos, quando 0 mesmo discurso contem outra parte que é a defesa inequívo ca do equilíbrio entre ordem e li berdade. Pode-se assegurar que a
os
vez minha voz ao apoio e à defesa da liberdade? Os perigos da so pestades nem sempre é o mesmo”.
se definem as grandes linhas do
qual
29
lismo
excessivo
de
outro
minei-
ro, 0 padre José Bento. Essa Cons tituição suprimia o Senado vitalí cio, fazia da Câmara Assembléia Nacional
I
e
estabelecia
a
Monar-
ram até 1889.
É importante salientar o episó dio. porque ele demonstra os dois lados do espirito mineiro: o libe
ralismo de José Bento, que che gava a descambar para a ilega lidade e 0 sentimento de ordem
de Honorio, que dominou, afinal, a Camara e o país. No
entanto
Paraná
havia
sido
homem da oposição, mas, como Vasconcelos, aderiu à ordem quan do os excessos da liberdade puse ram em risco a monarquia. Tais excessos explodiram em sangue com a Revolução da Praia, em Pernambuco, no fim de 1848 e co meço
de 1849.
A Praia
foi con
sequência direta da agitação so cialista européia, a publicação do Manifesto Comunista de Marx e a
República Socialista implantada em França com a deposição da Monarquia de Julho. Não se coa-
dunava com o espírito mineiro a agitação heróica, em que se des tacaram Nunes Machado e Pedro Ivo, este cantado no admirável poema de Alvares de Azevedo; “Perdoai-o Senhor, ele era um bra vo... e a vossa gente pálida re cuava, quando ele aparecia!!”, Paraná, que enfrentara direta mente 0 Imperador, é por ele
chamado para presidir o Gabinete de 1853, quando se tornará a maior figura política do país. Joaquim Nabuco, no admirável perfil que dele traça, diz que era “feito não somente para dominar. à
31
OlcEsro Ecoxòmico DiGESW Econômico
30
mas para dirigir”. Que fez Paraná,
Francisco
Otaviano,
chega
tando eu e 0 Cesario A Reforma
ao
sustentamos pelo espaço de 7 à custa de enormes sacriAquele jornal, que trazia
ápice da sua ascenção liberal, ven- |
que
Obedeceu à linha mineira
cendo com o povo, derrotando a '
anos.
e conseguiu aproximar os dois partidos inimigos, realizando o ideal da Conciliação, sonhada an tes pelo ilustre Paula Sousa, mas
reação conservadora sem o uso da violência de que lançara mão na juventude e de que viera a se ar repender. O luzia de 1842 trans
que só um mineiro poderia efe tivar. A Conciliação eliminou as
formara-se no liberal de
Conciliação estava superada, com
lutas facciosas por longos anos e
as suas criaturas, a Liga e o Par
foi 0 instrumento político da gran
tido Progressista. Era o glorioso Partido Liberal que ressurgia.
0 homem que subira em nome da ordem?
de fase de paz e desenvolvimento do Império, que vai de 1850 até depois de 1860, antes da grande crise da Guerra do Paraguai,
A
outra face de Minas aparece na
figura de Teóíilo Ottoni. Na mo cidade 0 impetuoso liberal não hesitou em chefiar os “luzias” de ■Ti 11
e
a um amigo: “Aqui ficamos mon-
1842, aos quais me desvaneço de estar ligado por antepassados. Su
focada a revolução liberal da.s montanhas, na qual pela única vez
a
espada sempre vitoriosa de
Caxias correu risco, Ottoni, ama
durecido, passa a liderar o verda deiro liberalismo, aquele que cor
responde ao império da lei sobre a liberdade e sobre o poder, A este respeito é significativo este
período de Ottoni na sua Circular de: Reparamos, assim, o grande erro que havíamos cometido re correndo às armas, mas não cessamos de estigmatizar os atos in
constitucionais que tinham dado causa ao movimento. É o auten
tico pensamento mineiro, que con sidera erro a violência em nome da liberdade, mas não deixa de condenar os abusos da força contra a lei. Ottoni, na eleição de 1860, triunfa no Rio de Janeiro em
companhia de Saldanha Marinho
1860;
coino epígrafe as palavras “Refor-
nia ou Revolução” foi, como se sabe.
históricos atravessaram para _ che¬
a
ear à Repúblca. A exaltaçao libe ral de Cesario Alvim. orador e jor
nalista. levaram-no à atacar a des
O mineiro Vasconcelos, em 1837.
levantara um dique à inundação liberal ao dar substância ao espi rito
conservador,
Ottoni.
passagem que os liberais
u
outro
mineiro, empurrava o pêndulo da história para o lado liberal. Obser va Nabuco que, com a eleição de
1860 “recomeça a encher a maré democrática, que desde a reação monárquica de 1837 se tinha visto continuamente baixar e cuja va-
sante após a maioridade chegara a ser completa”. O equilíbrio di nâmico da política mineira reve la-se, a 23 anos de distância, pela ação de dois grandes filhos. Vas concelos coibe a anarquia liberal, Ottoni derruba a oligarquia con servadora.
Na República o fenômeno vai se repetir. Cesario Alvim foi no começo do novo regime o herdeiro da popularidade de Ottoni no ftm do antigo.
Liberal desde a mocidade, foi deputado geral pelo Partido aos 27 anos, em 1867, depois de haver passado pela Assembléia Provin cial. No ano seguinte, 1868, funda com Afonso Celso o jornal A Re-‘
coberto, em 1877. a fortaleza concpi-vadora. comandada por Cote●rumorosos num
gipe-
dos
mais
Floriano que. apoiado em republicanos
radicais
de Minas,
tentou
depô-lo em Ouro Preto, sem suces
so. Os mais ilustres nomes daque la geração mineira ficaram a seu lado e enviaram-llie um despacho que dizia: “Se o atentado se con¬
sumar apelaremos para os bons mineiros em defesa da ConstituiOs signatários chamavamçao”. se Afonso Pena, Bias Fortes, Antonio Carlos (pai), Olinto de Ma
galhães e Henrique Diniz. Na ve lha capital reuniu-se grande mul tidão em comício de apoio ao Pre
episódios da nossa história parlaAlvim, segundo Nabuco, mentar. um torpedo contra o golançou
sidente, que desceu do palácio e
navio e toda a equipagem”.
tava. Mas Floriano aproveitou-se
verno Cotegipe, “e levou para os ares o
O ataque, talvez excessivo, compro
discursou
no
meio
do
povo.
A
imprensa estava quase toda a seu lado. A tropa federal o susten
de alguns inimigos de Alvim para
meteu-lhe o futuro político na monarquia, o que levou Alvim a aderir à República no dia mes-
fomentar uma revolução separa
mo
Bueno de Paiva. Silviano Brandão ou Francisco Sales. Porém Alvim
de apresentação do Gabinete do Império. Ouro Preto, último
Mas 0 liberal Alvim torna-se co
medido com a República. Ministro
de Deodoro é autor da lei elei-
toral para a Constituinte, lei con-
servadora a ponto de provocar a-a-
Ques dos exaltados. Senador à
Constituinte participa ativamente da eleição de Deodoro para a pre
sidência, convencido que a candi-
tista no Sul do Estado, que não contou com as maiores figuras da região,
nao
se
como
Bueno
Brandão,
iludia: o fermento separa-
tista, velha aspiração de desafe
tos de Minas, prosseguiría com o pretexto do seu nome.
A
17
de
fevereiro de 1892. depois^de comu nicar pessoalmente a João Pinhei ro sua decisão, Alvim renunciou ao governo do Estado para permitir
a pacificação que logo se comple-
datura
de Prudente era divisionis-
ta e poderia levar o novo regime à ditadura. Outra atitude conser-
exemplo do equilíbrio e modera
vadora.
Mas onde o equilíbrio mi-
Com a queda e o ostracismo de Alvim, Minas encontra outro homem representativo em João Pi
neiro mais se afirma em Alvim e
episódio de sua renuncia ao governo de Minas. Ligado a Deo
no
doro. Alvim ficou, depois do afas tamento
deste,
sob
0 cutelo
de
tou.
Com
ele
temos mais
um
ção dos mineiros.
nheiro. Pioneiro da República na
Província, assumiu o governo pro-
forma, como recorda este em cartá Si
i
31
OlcEsro Ecoxòmico DiGESW Econômico
30
mas para dirigir”. Que fez Paraná,
Francisco
Otaviano,
chega
tando eu e 0 Cesario A Reforma
ao
sustentamos pelo espaço de 7 à custa de enormes sacriAquele jornal, que trazia
ápice da sua ascenção liberal, ven- |
que
Obedeceu à linha mineira
cendo com o povo, derrotando a '
anos.
e conseguiu aproximar os dois partidos inimigos, realizando o ideal da Conciliação, sonhada an tes pelo ilustre Paula Sousa, mas
reação conservadora sem o uso da violência de que lançara mão na juventude e de que viera a se ar repender. O luzia de 1842 trans
que só um mineiro poderia efe tivar. A Conciliação eliminou as
formara-se no liberal de
Conciliação estava superada, com
lutas facciosas por longos anos e
as suas criaturas, a Liga e o Par
foi 0 instrumento político da gran
tido Progressista. Era o glorioso Partido Liberal que ressurgia.
0 homem que subira em nome da ordem?
de fase de paz e desenvolvimento do Império, que vai de 1850 até depois de 1860, antes da grande crise da Guerra do Paraguai,
A
outra face de Minas aparece na
figura de Teóíilo Ottoni. Na mo cidade 0 impetuoso liberal não hesitou em chefiar os “luzias” de ■Ti 11
e
a um amigo: “Aqui ficamos mon-
1842, aos quais me desvaneço de estar ligado por antepassados. Su
focada a revolução liberal da.s montanhas, na qual pela única vez
a
espada sempre vitoriosa de
Caxias correu risco, Ottoni, ama
durecido, passa a liderar o verda deiro liberalismo, aquele que cor
responde ao império da lei sobre a liberdade e sobre o poder, A este respeito é significativo este
período de Ottoni na sua Circular de: Reparamos, assim, o grande erro que havíamos cometido re correndo às armas, mas não cessamos de estigmatizar os atos in
constitucionais que tinham dado causa ao movimento. É o auten
tico pensamento mineiro, que con sidera erro a violência em nome da liberdade, mas não deixa de condenar os abusos da força contra a lei. Ottoni, na eleição de 1860, triunfa no Rio de Janeiro em
companhia de Saldanha Marinho
1860;
coino epígrafe as palavras “Refor-
nia ou Revolução” foi, como se sabe.
históricos atravessaram para _ che¬
a
ear à Repúblca. A exaltaçao libe ral de Cesario Alvim. orador e jor
nalista. levaram-no à atacar a des
O mineiro Vasconcelos, em 1837.
levantara um dique à inundação liberal ao dar substância ao espi rito
conservador,
Ottoni.
passagem que os liberais
u
outro
mineiro, empurrava o pêndulo da história para o lado liberal. Obser va Nabuco que, com a eleição de
1860 “recomeça a encher a maré democrática, que desde a reação monárquica de 1837 se tinha visto continuamente baixar e cuja va-
sante após a maioridade chegara a ser completa”. O equilíbrio di nâmico da política mineira reve la-se, a 23 anos de distância, pela ação de dois grandes filhos. Vas concelos coibe a anarquia liberal, Ottoni derruba a oligarquia con servadora.
Na República o fenômeno vai se repetir. Cesario Alvim foi no começo do novo regime o herdeiro da popularidade de Ottoni no ftm do antigo.
Liberal desde a mocidade, foi deputado geral pelo Partido aos 27 anos, em 1867, depois de haver passado pela Assembléia Provin cial. No ano seguinte, 1868, funda com Afonso Celso o jornal A Re-‘
coberto, em 1877. a fortaleza concpi-vadora. comandada por Cote●rumorosos num
gipe-
dos
mais
Floriano que. apoiado em republicanos
radicais
de Minas,
tentou
depô-lo em Ouro Preto, sem suces
so. Os mais ilustres nomes daque la geração mineira ficaram a seu lado e enviaram-llie um despacho que dizia: “Se o atentado se con¬
sumar apelaremos para os bons mineiros em defesa da ConstituiOs signatários chamavamçao”. se Afonso Pena, Bias Fortes, Antonio Carlos (pai), Olinto de Ma
galhães e Henrique Diniz. Na ve lha capital reuniu-se grande mul tidão em comício de apoio ao Pre
episódios da nossa história parlaAlvim, segundo Nabuco, mentar. um torpedo contra o golançou
sidente, que desceu do palácio e
navio e toda a equipagem”.
tava. Mas Floriano aproveitou-se
verno Cotegipe, “e levou para os ares o
O ataque, talvez excessivo, compro
discursou
no
meio
do
povo.
A
imprensa estava quase toda a seu lado. A tropa federal o susten
de alguns inimigos de Alvim para
meteu-lhe o futuro político na monarquia, o que levou Alvim a aderir à República no dia mes-
fomentar uma revolução separa
mo
Bueno de Paiva. Silviano Brandão ou Francisco Sales. Porém Alvim
de apresentação do Gabinete do Império. Ouro Preto, último
Mas 0 liberal Alvim torna-se co
medido com a República. Ministro
de Deodoro é autor da lei elei-
toral para a Constituinte, lei con-
servadora a ponto de provocar a-a-
Ques dos exaltados. Senador à
Constituinte participa ativamente da eleição de Deodoro para a pre
sidência, convencido que a candi-
tista no Sul do Estado, que não contou com as maiores figuras da região,
nao
se
como
Bueno
Brandão,
iludia: o fermento separa-
tista, velha aspiração de desafe
tos de Minas, prosseguiría com o pretexto do seu nome.
A
17
de
fevereiro de 1892. depois^de comu nicar pessoalmente a João Pinhei ro sua decisão, Alvim renunciou ao governo do Estado para permitir
a pacificação que logo se comple-
datura
de Prudente era divisionis-
ta e poderia levar o novo regime à ditadura. Outra atitude conser-
exemplo do equilíbrio e modera
vadora.
Mas onde o equilíbrio mi-
Com a queda e o ostracismo de Alvim, Minas encontra outro homem representativo em João Pi
neiro mais se afirma em Alvim e
episódio de sua renuncia ao governo de Minas. Ligado a Deo
no
doro. Alvim ficou, depois do afas tamento
deste,
sob
0 cutelo
de
tou.
Com
ele
temos mais
um
ção dos mineiros.
nheiro. Pioneiro da República na
Província, assumiu o governo pro-
forma, como recorda este em cartá Si
i
visório do Estado no agitado pe
ríodo da consolidação do novo re
gime. Senador à Constituinte, fez parte
da
Comissão
dos 21
e seu
prestigio na Assembléia ombreava
!
Dic:ksio EcoNÔ.\m:u
32
com 0 de Julio de Castilhos,
homem jovem ,f’omo ele. Muito li gado a Alvim, Qc quem havia si do secretário no Governo Provisó
rio de Minas e a quem havia su cedido quando aquele foi chama do a ministro de Deodoro, João Pinheiro afastou-se da atividade
política com a queda do amigo. Recolhido ao seu retiro operoso de Caeté aprimorou, na lida de pe queno industrial, as idéias de de senvolvimento e nacionalismo que depois 0 notabilizaram como esta
dista. Em 1903 foi convocado pelo presidente Francisco Sales a dei xar seu recolhimento.
Sua estre
la sobe e, em 1906, João Pinheiro entra
no
Palácio
da
Liberdade.
de Minas Gerais tem-se governa do
dentro
da
liberdade
e
da
mara
exclui as lutas,
para
meço do século, a continuidade da
presença mineira, a permanência
dos traços básicos que se adaptara à evolução dos tempos. O elemen to novo que João Pinheiro insere na tradição montanhesa é a inter venção do governo no desenvolvi mento econômico, mas isso sem mudança no
comportamento po
lítico liberal.
Disse ele: “Nas con
tendas dos partidos na própria violência das paixões distingue-se sempre, em linha alta, o senso grave da ordem que é o sinal mes mo do genio mineiro... O povo
no
início
autentico
desta
do
novo
ficou
plenário por 142 votos contra 1.
mas Peixoto não voltou atrás. Sua liderança meteórica não fugiu aos moldes mineiros. Quando surgiu. através de um verdadeiro golpe politico-militar, a candidatura Hermes.
libe
'
aula.
a
ele
hesita
em
Peixoto
não
aceita
servir
de pretexto à violência desenca deada. Com “o senso grave da ordem” adere ao movimento civi-
lista,
mas
afasta-se
do
poder e
encerra, praticamente, uma car reira sem precedentes na Repu
Era o líder reconhecido de Minas,
refere
não
lançar-se a peito descoberto, em discurso celebre, contra o que chamou justamente a ameaça do “cesarismo”. Era a Minas liberal,
Carlos
porta-voz de Minas. Peixoto con quistara subitamente um presti gio impar no meio federal, des de que chegou à Camara. em 1904.
Barbosa se
Peixoto
antevendo com prudência o tu multuado e desastroso quatriênio Hermes. Mas, quando as paixões invadiram o seu proprio Estado,
João Pinheiro morreu prema turamente, no momento em que tudo indicava sua próxima ascen são ao poder federal. Carlos Pei xoto assumiu, então, a posição de
Rui
dividir Minas. Tal qual Cesario Alvim anos antes, renuncia foi recusada pelo
nao
sua
definido
no Governo Rodrigues Alves de líder nacional, ombreando com Pi nheiro Machado, a partir do Go verno Afonso Pena, em 1906. Ti nha, então, 36 anos e o próprio
em
fizera
João Pi
ralismo, tal como
clássicos do pensamento político de Minas. Marcam, naquele co
ra
adiciona, como precursor que foi, 0 elemento moderno da direção
textos
entre os
consequência
Pena.
va-o a renunciar ao seu posto pa-
que “se realizam sem se sobrepor às leis”. A essas idéias clássicas
nheiro é assim, o primeiro repre
O
parte da candidatura Hermes, le-
grave da ordem”. Mas que or dem? Aquela que não exclui a li berdade, ou, nas suas expressões, que não exclui as “lutas fecundas”
sentante
verno, inserem-se
Afonso
Vasconcelos. Paraná, Ottoni. No início acentua, em frase cjue cu nhou como medalha, “o senso
o go
destitui-lo do alto posto.
chefe gancho visava atingir, atra vés de Peixoto, à candidatura pro vável de João Pinheiro. Em 1909 ainda se reelege, mas a morte de
João
povo
mineiro, ao assumir
bra urdida por Pinheiro Machado
de lutas
As palavras com que se dirige ao
Ca-
em 1908. à mano-
vitoriosanv .ii,e,
Pinheiro repete aqui. em estilo moderno, as velhas palavras de
do Estado na economia.
da
durante o “Jardim da InCarlos Peixoto resistiu fancia”,
fecundas, porque se realizam sem se sobrepor às leis”. Comedido, quase oracular.
Presidente
acatamento,
or
dem. Isto, porém, não basta. É preciso também promover, reso lutamente, o progressV- cm meio de uma paz digna, porquê* não em meio
33
Dioi-:.sto Econômico
blica.
. ^
que eram
I
presentaram
mais
recentes,
nomes nacionais,
re-
a tradição mineira
na passagem da Primeira para a
'
diam ser mais diferentes entre si.
A ambos conheci de perto, desde a minha juventude, e posso depor com experiência própria. As con tradições aparentes da ação polí tica de Artur Bernardes não eram
senão
Segunda República.
Artur Ber-
as
mineira. dato
e
duas
faces
da
verdade
A principio, como candi como
Presidente.
Bernar
des defendeu sem vacilações a ordem, ameaçada pela mais anarquizante campanha política que
a
República
havia
conhecido.
Assisti de perto, em casa de meu pai. ao que foi essa tremenda ofensiva
da
desordem
contra
a
lei: as cartas falsas, a pretendida subversão do processo eletivo cons titucional e. por fim, a adesão da
juventude militar idealista àque la onda subversiva que Bernardes Mas 0 autoritarismo enfrentou, excessivo do poder central, no
governo que se seguiu ao seu. as violências contra Minas, as frau des e outros excessos levaram
Bernardes, já idoso, a juntar-se a seus adversários e participar da Aliança Liberal e. mais tarde, da Revolução Paulista. Sua vida es
pelha. assim, a procura constan te do equilíbrio entre a liberdade e a ordem. los lançou
“façamos
Quando Antonio Car seu famoso aforismo
a revolução
0 povo a faça”
antes que
muitos
críticos
mordazes consideraram tais palavras
Dois estadistas
!
com
nardes e Antonio Carlos não po
como
como maquiavelismo. talvez Mas tal cinismo político.
Pela boca do Andrada era. falava a continuidade mineira, a
nao
qual tem como elemento impor tante a preciência das elites em
visório do Estado no agitado pe
ríodo da consolidação do novo re
gime. Senador à Constituinte, fez parte
da
Comissão
dos 21
e seu
prestigio na Assembléia ombreava
!
Dic:ksio EcoNÔ.\m:u
32
com 0 de Julio de Castilhos,
homem jovem ,f’omo ele. Muito li gado a Alvim, Qc quem havia si do secretário no Governo Provisó
rio de Minas e a quem havia su cedido quando aquele foi chama do a ministro de Deodoro, João Pinheiro afastou-se da atividade
política com a queda do amigo. Recolhido ao seu retiro operoso de Caeté aprimorou, na lida de pe queno industrial, as idéias de de senvolvimento e nacionalismo que depois 0 notabilizaram como esta
dista. Em 1903 foi convocado pelo presidente Francisco Sales a dei xar seu recolhimento.
Sua estre
la sobe e, em 1906, João Pinheiro entra
no
Palácio
da
Liberdade.
de Minas Gerais tem-se governa do
dentro
da
liberdade
e
da
mara
exclui as lutas,
para
meço do século, a continuidade da
presença mineira, a permanência
dos traços básicos que se adaptara à evolução dos tempos. O elemen to novo que João Pinheiro insere na tradição montanhesa é a inter venção do governo no desenvolvi mento econômico, mas isso sem mudança no
comportamento po
lítico liberal.
Disse ele: “Nas con
tendas dos partidos na própria violência das paixões distingue-se sempre, em linha alta, o senso grave da ordem que é o sinal mes mo do genio mineiro... O povo
no
início
autentico
desta
do
novo
ficou
plenário por 142 votos contra 1.
mas Peixoto não voltou atrás. Sua liderança meteórica não fugiu aos moldes mineiros. Quando surgiu. através de um verdadeiro golpe politico-militar, a candidatura Hermes.
libe
'
aula.
a
ele
hesita
em
Peixoto
não
aceita
servir
de pretexto à violência desenca deada. Com “o senso grave da ordem” adere ao movimento civi-
lista,
mas
afasta-se
do
poder e
encerra, praticamente, uma car reira sem precedentes na Repu
Era o líder reconhecido de Minas,
refere
não
lançar-se a peito descoberto, em discurso celebre, contra o que chamou justamente a ameaça do “cesarismo”. Era a Minas liberal,
Carlos
porta-voz de Minas. Peixoto con quistara subitamente um presti gio impar no meio federal, des de que chegou à Camara. em 1904.
Barbosa se
Peixoto
antevendo com prudência o tu multuado e desastroso quatriênio Hermes. Mas, quando as paixões invadiram o seu proprio Estado,
João Pinheiro morreu prema turamente, no momento em que tudo indicava sua próxima ascen são ao poder federal. Carlos Pei xoto assumiu, então, a posição de
Rui
dividir Minas. Tal qual Cesario Alvim anos antes, renuncia foi recusada pelo
nao
sua
definido
no Governo Rodrigues Alves de líder nacional, ombreando com Pi nheiro Machado, a partir do Go verno Afonso Pena, em 1906. Ti nha, então, 36 anos e o próprio
em
fizera
João Pi
ralismo, tal como
clássicos do pensamento político de Minas. Marcam, naquele co
ra
adiciona, como precursor que foi, 0 elemento moderno da direção
textos
entre os
consequência
Pena.
va-o a renunciar ao seu posto pa-
que “se realizam sem se sobrepor às leis”. A essas idéias clássicas
nheiro é assim, o primeiro repre
O
parte da candidatura Hermes, le-
grave da ordem”. Mas que or dem? Aquela que não exclui a li berdade, ou, nas suas expressões, que não exclui as “lutas fecundas”
sentante
verno, inserem-se
Afonso
Vasconcelos. Paraná, Ottoni. No início acentua, em frase cjue cu nhou como medalha, “o senso
o go
destitui-lo do alto posto.
chefe gancho visava atingir, atra vés de Peixoto, à candidatura pro vável de João Pinheiro. Em 1909 ainda se reelege, mas a morte de
João
povo
mineiro, ao assumir
bra urdida por Pinheiro Machado
de lutas
As palavras com que se dirige ao
Ca-
em 1908. à mano-
vitoriosanv .ii,e,
Pinheiro repete aqui. em estilo moderno, as velhas palavras de
do Estado na economia.
da
durante o “Jardim da InCarlos Peixoto resistiu fancia”,
fecundas, porque se realizam sem se sobrepor às leis”. Comedido, quase oracular.
Presidente
acatamento,
or
dem. Isto, porém, não basta. É preciso também promover, reso lutamente, o progressV- cm meio de uma paz digna, porquê* não em meio
33
Dioi-:.sto Econômico
blica.
. ^
que eram
I
presentaram
mais
recentes,
nomes nacionais,
re-
a tradição mineira
na passagem da Primeira para a
'
diam ser mais diferentes entre si.
A ambos conheci de perto, desde a minha juventude, e posso depor com experiência própria. As con tradições aparentes da ação polí tica de Artur Bernardes não eram
senão
Segunda República.
Artur Ber-
as
mineira. dato
e
duas
faces
da
verdade
A principio, como candi como
Presidente.
Bernar
des defendeu sem vacilações a ordem, ameaçada pela mais anarquizante campanha política que
a
República
havia
conhecido.
Assisti de perto, em casa de meu pai. ao que foi essa tremenda ofensiva
da
desordem
contra
a
lei: as cartas falsas, a pretendida subversão do processo eletivo cons titucional e. por fim, a adesão da
juventude militar idealista àque la onda subversiva que Bernardes Mas 0 autoritarismo enfrentou, excessivo do poder central, no
governo que se seguiu ao seu. as violências contra Minas, as frau des e outros excessos levaram
Bernardes, já idoso, a juntar-se a seus adversários e participar da Aliança Liberal e. mais tarde, da Revolução Paulista. Sua vida es
pelha. assim, a procura constan te do equilíbrio entre a liberdade e a ordem. los lançou
“façamos
Quando Antonio Car seu famoso aforismo
a revolução
0 povo a faça”
antes que
muitos
críticos
mordazes consideraram tais palavras
Dois estadistas
!
com
nardes e Antonio Carlos não po
como
como maquiavelismo. talvez Mas tal cinismo político.
Pela boca do Andrada era. falava a continuidade mineira, a
nao
qual tem como elemento impor tante a preciência das elites em
p
34
DicESTO Econômico
relação aos grandes movimentos
golpe, com o Manifesto Mineiro.
populares,
fossem, repetia o pensamento dos
Em 1964 Minas liberal defendia a ordem contra a anarquia. Grandes mineiros, felizmente
Vasconcelos, de Paraná, de Ottoni. Possuia a mesma visão cultural
ainda vivos, participaram desses acontecimentos. Hoje como ontem e como anteontem, Minas Gerais
Antonio
Carlos,
ho-
mem de elite como os que mais o intelectuais da Inconfidência, de capaz de diagnosticar a hora da
mutação.
A revolução para ele
era o caminho
da
ordem
contra
o autoritarismo, o restabelecimen
to do direito contra a prepotência.
O mesmo papel representaram, em 1945. Virgílio de Melo Franco
ao
destino.
No
momento
e
Milton
pressas no Wall Street Journal ou ●
I^eio York Times, mas proferidas na Casa dos Comuns pelo Visconde Palmerston, a 19 de maio de 1841.
sez serve mesmo como critério de
finidor do bem econômico.
Ailirn}'.'!?.iv>ciiciis|xi.
ajuda
siçilti<i(‘siiii inclústri.n iimii fonlü (ic fiicrKÍn de
,
Doj)rf)jeli>à instaln^ão, n nllnijíiiz tem a.solução
\'
li'/.arseu consumo de
enorfíia, semitre dentro dos maisiivançados
padrões técnicos.
C’onsultea Ultrajtaz.
^
Use toda a experiência e
I
ULTRAC.4^Z J.WSTALAÇOHtí > .
INDUSTRIAl.S
Av. Pres. Wilson. .J.õOü S. Paulo ●Tcl.:27il-yõ22
da miopia e a
austeridade.
Se 0 ano de 1974 havia sido ca-racterizado como de absorção de a dois vetores convergentes mais séria e longa crise econômi-
O autor, professor de Eco7io?7iia, parte das dificuldades que o Bra sil enfrenta, e chega a conclusões otimistas
O CONTEXTO INTERNACIONAL
A
conjuntura
econômica mun
dial caracterizou-se em 1975 por dois períodos bem distintos, o primeiro, que nos Estados Unidos terminou em maio ou junlio, mas que nos outros grandes países in dustrializados
de
economia
mercado prolongou-se
de
até o iní
cio do quarto trimestre do ano, representou o ponto mais baixo da recessão que se manifestava des
de de 1973. E o segundo, daí por diante, testemunhou uma recupe ração, senão espetacular, certa mente mais vigorosa do que an tecipavam muitos economistas,
imprimindo ao processo uma ní
ca
internacicnal desde a década dos trinta e o esgotamento da
tida forma de V, isto é. com o ponto mais baixo bem marcado em vez de U, que significaria um
capacidade de produção interna
arrastar-se
instalada no país — o ano de 1975
tal após atingir a sua cota mais
poderá ser
baixa.
lembrado como ano
de acomodação às novas reali dades e de redefinição de rumos
para encontrarmos o caminho que contorne e supere os obstáculos surgidos.
v\
fugir
tempos de bastança quer nos de
inenlc versátil: n Kíis lii|iiefeil<Hle |)eirólcr).
A sua indústria vai lucrar com isso.
a
E nos
obsessão do prazo curto, quer em
Iwiixocustrj e exirema-
IHítróleodo pais.
O episódio nos conscientiza paa persistência da dificuldade
como fenômeno inerente ao obrar . econômico — tanto que a escas-
Ligue sua indústria nesta fonte de energia.
maior empresa dofíás li(|Uefcilo dc
em
ty, indeed there is no end to their difficulties”. Embora esti vesse discutindo problemas de nosso comércio exterior, as pala vras não foram recentemente im
ra
kiu>w-liow<la
comentador
zilians have another difficul-
com a continuidade do seu pensa mento liberal, contribuir para
adetfiiatla para racionn-
afirmava
língua inglesa, “but the Bra-
da uma vez, para o movimento pendular da história. Contribuir
tadura, e partiu dela o primeiro
Aleixo
1945 Minas liberal
ra
sua função é a de contribuir, ain
dade.
Em
BSERVANDO a cena brasilei
atual
defendia a liberdade contra a di
em 1964 Pedro
Campos.
MARCILIO MARQUES MOREIRA
não pretende dar lições nem su gerir caminhos. Pretende, isto sim, continuar fiel a si mesma e
aquilo que o momento exige, o aprimoramento da ordem pela restauração do direito e da liber
e
975: Ajustamento e Redefinição
a
curva
na
horizon
Para ter-se uma idéia da exten
são da crise basta atentar-se para 0 fato de que, no seu auge, o pro duto nacional bruto
dos Estados
Unidos se havia contraído em 8%, em relação ao pico anterior, o que J
p
34
DicESTO Econômico
relação aos grandes movimentos
golpe, com o Manifesto Mineiro.
populares,
fossem, repetia o pensamento dos
Em 1964 Minas liberal defendia a ordem contra a anarquia. Grandes mineiros, felizmente
Vasconcelos, de Paraná, de Ottoni. Possuia a mesma visão cultural
ainda vivos, participaram desses acontecimentos. Hoje como ontem e como anteontem, Minas Gerais
Antonio
Carlos,
ho-
mem de elite como os que mais o intelectuais da Inconfidência, de capaz de diagnosticar a hora da
mutação.
A revolução para ele
era o caminho
da
ordem
contra
o autoritarismo, o restabelecimen
to do direito contra a prepotência.
O mesmo papel representaram, em 1945. Virgílio de Melo Franco
ao
destino.
No
momento
e
Milton
pressas no Wall Street Journal ou ●
I^eio York Times, mas proferidas na Casa dos Comuns pelo Visconde Palmerston, a 19 de maio de 1841.
sez serve mesmo como critério de
finidor do bem econômico.
Ailirn}'.'!?.iv>ciiciis|xi.
ajuda
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Doj)rf)jeli>à instaln^ão, n nllnijíiiz tem a.solução
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enorfíia, semitre dentro dos maisiivançados
padrões técnicos.
C’onsultea Ultrajtaz.
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Use toda a experiência e
I
ULTRAC.4^Z J.WSTALAÇOHtí > .
INDUSTRIAl.S
Av. Pres. Wilson. .J.õOü S. Paulo ●Tcl.:27il-yõ22
da miopia e a
austeridade.
Se 0 ano de 1974 havia sido ca-racterizado como de absorção de a dois vetores convergentes mais séria e longa crise econômi-
O autor, professor de Eco7io?7iia, parte das dificuldades que o Bra sil enfrenta, e chega a conclusões otimistas
O CONTEXTO INTERNACIONAL
A
conjuntura
econômica mun
dial caracterizou-se em 1975 por dois períodos bem distintos, o primeiro, que nos Estados Unidos terminou em maio ou junlio, mas que nos outros grandes países in dustrializados
de
economia
mercado prolongou-se
de
até o iní
cio do quarto trimestre do ano, representou o ponto mais baixo da recessão que se manifestava des
de de 1973. E o segundo, daí por diante, testemunhou uma recupe ração, senão espetacular, certa mente mais vigorosa do que an tecipavam muitos economistas,
imprimindo ao processo uma ní
ca
internacicnal desde a década dos trinta e o esgotamento da
tida forma de V, isto é. com o ponto mais baixo bem marcado em vez de U, que significaria um
capacidade de produção interna
arrastar-se
instalada no país — o ano de 1975
tal após atingir a sua cota mais
poderá ser
baixa.
lembrado como ano
de acomodação às novas reali dades e de redefinição de rumos
para encontrarmos o caminho que contorne e supere os obstáculos surgidos.
v\
fugir
tempos de bastança quer nos de
inenlc versátil: n Kíis lii|iiefeil<Hle |)eirólcr).
A sua indústria vai lucrar com isso.
a
E nos
obsessão do prazo curto, quer em
Iwiixocustrj e exirema-
IHítróleodo pais.
O episódio nos conscientiza paa persistência da dificuldade
como fenômeno inerente ao obrar . econômico — tanto que a escas-
Ligue sua indústria nesta fonte de energia.
maior empresa dofíás li(|Uefcilo dc
em
ty, indeed there is no end to their difficulties”. Embora esti vesse discutindo problemas de nosso comércio exterior, as pala vras não foram recentemente im
ra
kiu>w-liow<la
comentador
zilians have another difficul-
com a continuidade do seu pensa mento liberal, contribuir para
adetfiiatla para racionn-
afirmava
língua inglesa, “but the Bra-
da uma vez, para o movimento pendular da história. Contribuir
tadura, e partiu dela o primeiro
Aleixo
1945 Minas liberal
ra
sua função é a de contribuir, ain
dade.
Em
BSERVANDO a cena brasilei
atual
defendia a liberdade contra a di
em 1964 Pedro
Campos.
MARCILIO MARQUES MOREIRA
não pretende dar lições nem su gerir caminhos. Pretende, isto sim, continuar fiel a si mesma e
aquilo que o momento exige, o aprimoramento da ordem pela restauração do direito e da liber
e
975: Ajustamento e Redefinição
a
curva
na
horizon
Para ter-se uma idéia da exten
são da crise basta atentar-se para 0 fato de que, no seu auge, o pro duto nacional bruto
dos Estados
Unidos se havia contraído em 8%, em relação ao pico anterior, o que J
36
Dic.esto Ec;oNÔMir:».'>
numa
economia
de
1
trilhão
e
500 bilhões de dólares significa a perda
de
120 bilhões
de
dólares
OPEP. Tranquilidade, entretan to, desafiada pela ameaça, feliz
(ou seja uma vez e meia o pro duto brasileiro); o produto in
mente não concretizada, de insolvência da mais rica cidade do mundo. Nova York, assim como
dustrial
dos rumores sobre
caira quase
14%,
sendo
que 9/10 da queda ocorreu entre
setembro de 1974 e março de 1975, e a percentagem de desemprego
atingiu 9,2%. O contingente glo bal dos sem trabalho nos países de OECD chegou a 15 milhões de pessoas. Em compensação, ou em consequência, as taxas de infla ção cairam significativamente — com exceção da Grã-Bretanha
fissuras em al
gumas das maiores instituições bancárias do mundo que teriam sido vitimas de perdas decorren tes da precária situação financei ra de Nova York, dos fundos mú tuos
imobiliários
(REITs)
e
de
problemas enfrentados por algu mas tradicionais empresas ame ricanas (como a cadeia Grant).
Paralelamente, as consequên
que só mais tarde viu a carestia
cias
se abater — e a maioria dos paí ses industrializados experimentou
e encarecimento do petróleo, após 0 susto e abalo iniciais, tenderam a regredir quer pelos efeitos na turais de elasticidade de procura
acentauadas melhorias no balanço comercial devido a forte queda nas importações embora as exporta ções também declinassem, mas em proporção muito menor.
Atividade
econômica reduzida,
necessidades menores de finan ciamento para compensar déficits de balanço de pagamentos e taxa
cadente de inflação resultaram, por sua vez, em expansão signifi cativa da liquidez internacional e queda da taxa de juros tanto pa ra o euro-dólar que do máximo de 14% caiu para menos de 6% quanto
para
desceu a 7%. Esta maior
o
przme
liquidez
rate e
que
conse
quente tranquilidade do sistema financeiro
internacional
corres
pondeu também a capacidade su perior às expectativas de o mes
mo reciclar os chamados petrodólares, assim como a uma insus-
peitada propensão de importar por parte dos países membros da
da
temida
crise
de
escassez
(em relação a renda e preço) su perior aos cálculos, quer pelas pos sibilidades, ainda grandemente inexploradas, de acesso a fontes alternativas de fornecimento, quer ainda por restrições impostas à importação ou ao consumo. A convergência desses fatores che gou mesmo a provocar excesso de
oferta e exigir limitações à pro dução, além de ter induzido a re lativa estabilidade, ou mesmo que da em termos reais, dos preços, sem falar no colapso dos níveis dos respectivos fretes marítimos. Na segunda parte do ano. capi taneada pela conjuntura ameri cana, a recuperação econômica passou gradativamente a dominar o quadro. Nos Estados Unidos sob
o impacto conjugado de inver são da tendência à redução de es toques, de um lado e do reavivamento da demanda final, de
DtcMüSTO Econômico
37
outro, a economia no terceiro tri
Governo,
uma
relativa
mestre chegou a crescer de uma taxa anualizada superior a 12%. É verdade que o desemprego só caiu modestamente e que a enco menda de bens de equipamento
consolidação
das
novas
lideran
ças.
embora
a
nível
medíocre,
pois
não
conseguiram
impor-se,
não
se
restabeleceu
ainda.
Não
obstante quase todos os observa dores
são
unânimes
em
admitir
que. mantidas as políticas fiscal e monetária, os Estados Unidos de verão crescer a ritmo anual entre
5 e 77o com uma taxa de inflação cm
torno
de 6%.
Entrementes o
nível de desemprego deverá ter caído a 7%, índice ainda preocu
pante, sobretudo em se tratando de um ano de eleições presiden ciais.
como fontes marcantes de inova
ção e poder. No confronto das duas super potências. ocorreu, de um lado. a formalização jurídica da política
de détente em Helsinque enquan to. por outro, manifestou-se, pa radoxalmente. a deterioração, de fato, de algumas de suas premis sas, com a reaceleração da corri
da armamentista. e o aparente enfraquecimento das envelhecidas lideranças soviéticas favoráveis
àquela política, Brejnev à frente. O
No Japão, que no início do ano
ocorreu
quase
afrontoso
dispensado
a
tratamento
Giscard
d’Estaing.
testemunhava indícios de recupe ração, as esperanças não se con cretizaram, e só vieram a reascender no final do ano, talvez
por ocasião de sua visita a Mos cou, a indisfarçada intervenção
porque o seu Governo tivesse fi
sando a limitação de armas nu cleares fazem parte desse quadro esmaecido, se não superado, da
cado apegado por mais longo tempo a uma rígida política mo netária. Foi também no último trimestre de 1975 que apareceram
sinais mais seguros de reativação nas economias
alemã e francesa,
respondendo a políticas decidida mente
anti-recessivas
adotadas
soviética em Angola, e o aparente impasse nas negociações SALT vi
détente. E embora o término
das hosti lidades no Vietname. Cambodja e
Laos, que se arrastavam desde o final da guerra, se não dos anos 30 e 0 relativo apaziguamento no
no período do verão europeu. En trementes. as economias da In glaterra e Itália continuavam a
conflito
apresentar sintomas atípicos cor respondentes às crises por que ambos os países atravessam, de
se a animosidade russo-chinesa, acirraram-se os conflitos em An
natureza bem diversa, mas de efeitos paralelos, Na área política, caracterizada
atos de terrorismo ligados aos conflitos mencionados ou resul tantes de reivindicações regiona
no ano anterior pela substituição
listas, por muito tempo apenas latentes, assumiram proporções
em quase todos os países desen volvidos ocidentais dos chefes de
árabe-israelense
tenha
apagado os focos de conflito mais flagrantes no mundo, reacendeu-
gola
e no
desafiadoras.
Líbano,
enquanto
os
36
Dic.esto Ec;oNÔMir:».'>
numa
economia
de
1
trilhão
e
500 bilhões de dólares significa a perda
de
120 bilhões
de
dólares
OPEP. Tranquilidade, entretan to, desafiada pela ameaça, feliz
(ou seja uma vez e meia o pro duto brasileiro); o produto in
mente não concretizada, de insolvência da mais rica cidade do mundo. Nova York, assim como
dustrial
dos rumores sobre
caira quase
14%,
sendo
que 9/10 da queda ocorreu entre
setembro de 1974 e março de 1975, e a percentagem de desemprego
atingiu 9,2%. O contingente glo bal dos sem trabalho nos países de OECD chegou a 15 milhões de pessoas. Em compensação, ou em consequência, as taxas de infla ção cairam significativamente — com exceção da Grã-Bretanha
fissuras em al
gumas das maiores instituições bancárias do mundo que teriam sido vitimas de perdas decorren tes da precária situação financei ra de Nova York, dos fundos mú tuos
imobiliários
(REITs)
e
de
problemas enfrentados por algu mas tradicionais empresas ame ricanas (como a cadeia Grant).
Paralelamente, as consequên
que só mais tarde viu a carestia
cias
se abater — e a maioria dos paí ses industrializados experimentou
e encarecimento do petróleo, após 0 susto e abalo iniciais, tenderam a regredir quer pelos efeitos na turais de elasticidade de procura
acentauadas melhorias no balanço comercial devido a forte queda nas importações embora as exporta ções também declinassem, mas em proporção muito menor.
Atividade
econômica reduzida,
necessidades menores de finan ciamento para compensar déficits de balanço de pagamentos e taxa
cadente de inflação resultaram, por sua vez, em expansão signifi cativa da liquidez internacional e queda da taxa de juros tanto pa ra o euro-dólar que do máximo de 14% caiu para menos de 6% quanto
para
desceu a 7%. Esta maior
o
przme
liquidez
rate e
que
conse
quente tranquilidade do sistema financeiro
internacional
corres
pondeu também a capacidade su perior às expectativas de o mes
mo reciclar os chamados petrodólares, assim como a uma insus-
peitada propensão de importar por parte dos países membros da
da
temida
crise
de
escassez
(em relação a renda e preço) su perior aos cálculos, quer pelas pos sibilidades, ainda grandemente inexploradas, de acesso a fontes alternativas de fornecimento, quer ainda por restrições impostas à importação ou ao consumo. A convergência desses fatores che gou mesmo a provocar excesso de
oferta e exigir limitações à pro dução, além de ter induzido a re lativa estabilidade, ou mesmo que da em termos reais, dos preços, sem falar no colapso dos níveis dos respectivos fretes marítimos. Na segunda parte do ano. capi taneada pela conjuntura ameri cana, a recuperação econômica passou gradativamente a dominar o quadro. Nos Estados Unidos sob
o impacto conjugado de inver são da tendência à redução de es toques, de um lado e do reavivamento da demanda final, de
DtcMüSTO Econômico
37
outro, a economia no terceiro tri
Governo,
uma
relativa
mestre chegou a crescer de uma taxa anualizada superior a 12%. É verdade que o desemprego só caiu modestamente e que a enco menda de bens de equipamento
consolidação
das
novas
lideran
ças.
embora
a
nível
medíocre,
pois
não
conseguiram
impor-se,
não
se
restabeleceu
ainda.
Não
obstante quase todos os observa dores
são
unânimes
em
admitir
que. mantidas as políticas fiscal e monetária, os Estados Unidos de verão crescer a ritmo anual entre
5 e 77o com uma taxa de inflação cm
torno
de 6%.
Entrementes o
nível de desemprego deverá ter caído a 7%, índice ainda preocu
pante, sobretudo em se tratando de um ano de eleições presiden ciais.
como fontes marcantes de inova
ção e poder. No confronto das duas super potências. ocorreu, de um lado. a formalização jurídica da política
de détente em Helsinque enquan to. por outro, manifestou-se, pa radoxalmente. a deterioração, de fato, de algumas de suas premis sas, com a reaceleração da corri
da armamentista. e o aparente enfraquecimento das envelhecidas lideranças soviéticas favoráveis
àquela política, Brejnev à frente. O
No Japão, que no início do ano
ocorreu
quase
afrontoso
dispensado
a
tratamento
Giscard
d’Estaing.
testemunhava indícios de recupe ração, as esperanças não se con cretizaram, e só vieram a reascender no final do ano, talvez
por ocasião de sua visita a Mos cou, a indisfarçada intervenção
porque o seu Governo tivesse fi
sando a limitação de armas nu cleares fazem parte desse quadro esmaecido, se não superado, da
cado apegado por mais longo tempo a uma rígida política mo netária. Foi também no último trimestre de 1975 que apareceram
sinais mais seguros de reativação nas economias
alemã e francesa,
respondendo a políticas decidida mente
anti-recessivas
adotadas
soviética em Angola, e o aparente impasse nas negociações SALT vi
détente. E embora o término
das hosti lidades no Vietname. Cambodja e
Laos, que se arrastavam desde o final da guerra, se não dos anos 30 e 0 relativo apaziguamento no
no período do verão europeu. En trementes. as economias da In glaterra e Itália continuavam a
conflito
apresentar sintomas atípicos cor respondentes às crises por que ambos os países atravessam, de
se a animosidade russo-chinesa, acirraram-se os conflitos em An
natureza bem diversa, mas de efeitos paralelos, Na área política, caracterizada
atos de terrorismo ligados aos conflitos mencionados ou resul tantes de reivindicações regiona
no ano anterior pela substituição
listas, por muito tempo apenas latentes, assumiram proporções
em quase todos os países desen volvidos ocidentais dos chefes de
árabe-israelense
tenha
apagado os focos de conflito mais flagrantes no mundo, reacendeu-
gola
e no
desafiadoras.
Líbano,
enquanto
os
Dicesto
38
de
economia
de
nos
mercado
prevalece, entretanto, nítido cli ma de reativação e, apesar da se
Foi, pela segunda vez. em 1975, o balanço de pagamento o setor
les países demonstraram mais uma vez a surpreendente vitalidade de suas sociedades, o que se traduziu em inesperada capacidade de re cuperação e reciclagem perante
da economia brasileira a demons
trar desenvolvimento menos satis
fatório, por ser aquele mais ex posto às intempéries da conjuntu
fatores negativos até então iné
ra
ditos tal como a súbita multipli
As exportações se situaram em nível bem inferior às expectativas generalizadas, embora ainda apre sentassem ganho de 87o, o que num ano em que o comércio inter nacional parece ter decaído como um todo em torno de 5%, não chega a decepcionar. Houve, de fato. um ganho nas receitas em
cação do custo de sua principal fonte de energia, a convergência de Inflação com recessão e a trans ferência e acumulação de petrodólares na mão de detentores apa
V
w
rentemente inexperientes. É claro que permanecem dúvidas sobretudo a médio e longo prazo; por quantos anos se estenderá a nova curva ascendente; não se reacenderá a inflação provocando crise mais profunda daqui a dois ou três anos? (Seria a curva em W). E a longo prazo não se re solveu, apenas se adiou, a disputa entre os defensores do crescimento-zero
econômico e demográfico — e os que optam não por uma economia estacionária, mas por um outro crescimento em que seja minimizada a agressão cons tante ao equilíbrio da eco-esfera
O TEXTO BRASILEIRO
Dentro
do
contexto mundial
é
Em consequência, reduziu-se de 4,5 bilhões para 3,5 bilhões de dó lares o déficit da balança comer
o
aumento
no
déficit ■
| i
ram de 900 para 800 milhões de dólaíes, enquanto que o ingresso financiamentos se
,
|
elevou de
J
j
do
Rio
1974.
lhões
de
nossas
reser-
como
vas.
Estas passaram, em
conse-
cias climáticas referidas, os pre
quência. de 5.251 milhões de dó lares para cerca de 4.1 bilhões.
ços de alimentação — o de maior peso na formação do índice global — cresceram menos do que a mé dia. fixando-se em 26,2% para o ano todo de 1975, enquanto que no anterior haviam apresentado incremento de 41,4%. Em con traste, o setor habitação cresceu 52.87o em 1975, enquanto em 74 só se havia elevado em 28,2%.
dólares de
Ao
contrário
do
que
se
consequência
das
ocorrên
temia
PIB
Ao
contrário
do
ocorrido
em
quase todos os anos desde 1964, em que crescimentos baixos no setor agrícola têm sido compen sados por incrementos substan ciais
no setor industrial e
vice-
versa, 1975 testemunhou uma coincidência de fraco desempenho tanto agrícola (3,4%) quanto in dustrial (4,0). Levados em conta
ainda intensificadas pela ocorrên
também o setor comércio (3,87o) e o setor transportes e comunica ção (9,3%) chega-se a um cres
cia de fatores climáticos de seve
cimento global do produto inter
ridade inusitada. Não obstante, os resultados globais do ano pu deram ser mantidos a níveis ligei ramente inferiores aos de 1974,
no bruto da ordem de 4%, sensi
internas,
dólares.
de
dólares
Não menos árdua foi a batalha
tais houve ligeiro decréscimo nos investimentos diretos que passa-
que adquire sua real significação a leitura do texto brasileiro a que
de
para conter a reaceleração infla cionária face à pressão externa acima assinalada e às pressões
compensou aquela melhora. Quanto ao movimento de cap*-
são.
bilhões
ÍNDICES DE PREÇOS
portações apresentado uma queda de 3%, caindo de 12.530 milhões de dólares para 12.170 milhões de
de serviços que passou de 2,3 para 3,2 bilhões de dólares quase que
dimen
2
1975.
tivo, no fundo a perspectiva do nova
de
cidade
ainda resultou hiato que foi co berto pela utilização de 1.120 mi
primas (-24,57o), enquanto os bens de capital haviam registra do expansão física de 7,6%.
No lado das importações houve um sério e crescente esforço de ‘ contenção, tendo o total das im
cial, mas
adquiriría
de Janeiro subiu 31,2% em 1975 em comparação com 33,8% em
amortização de divida
declinaram em volume foram os bens de consumo (-44%) matérias
de dólares em 1974 para 8.650 mil
e em que o componente qualita homem,
do havido
É interessante observar, outros-
cerca de 650 milhões de dólares, passando o total de 7.968 milhões dólares em
ao consumidor na
sim, que, com base nos dados mais detalhados disponíveis até novembro, as importações em vo lume haviam caído 12.4%, o que, entretanto quase havia sido anu lado por um incremento médio de preços da ordem de 11,7%. Por itens de importação os que mais
internacional.
Por sua vez, o índice de preços
para 6.800 milhões em 1975. Ten no valor
próximo.
veridade da crise e a mediocrida de das lideranças políticas, aque
39
6.570 milhões de dólares em 1974
propomos, especificamente uma avaliação preliminar do de sempenho da economia em 1975 e das perspectivas para o futuro
No global dos países desenvol vidos
DIOKTO ECONÔMtCO
Econômico
estas
a
certa
altura
com o crescimento dos índices ge rais de preços no conceito de oferta global atingindo 30,1% em 1975 versus 33.8%
em
1974 e no
velmente inferior à média dos úl
timos anos, mas ainda superior ao crescimento demográfico que de ve situar-se no momento entre 2,5 e 2,77o.
Não estão ainda disponíveis dados seguros que permitam uma
conceito de disponibilidade inter
análise mais
na 29,4%. em contraste com 34,5%
meros comparativos, mas dos in dícios que existem transparece
no ano
anterior.
detalhada dos
nú
Dicesto
38
de
economia
de
nos
mercado
prevalece, entretanto, nítido cli ma de reativação e, apesar da se
Foi, pela segunda vez. em 1975, o balanço de pagamento o setor
les países demonstraram mais uma vez a surpreendente vitalidade de suas sociedades, o que se traduziu em inesperada capacidade de re cuperação e reciclagem perante
da economia brasileira a demons
trar desenvolvimento menos satis
fatório, por ser aquele mais ex posto às intempéries da conjuntu
fatores negativos até então iné
ra
ditos tal como a súbita multipli
As exportações se situaram em nível bem inferior às expectativas generalizadas, embora ainda apre sentassem ganho de 87o, o que num ano em que o comércio inter nacional parece ter decaído como um todo em torno de 5%, não chega a decepcionar. Houve, de fato. um ganho nas receitas em
cação do custo de sua principal fonte de energia, a convergência de Inflação com recessão e a trans ferência e acumulação de petrodólares na mão de detentores apa
V
w
rentemente inexperientes. É claro que permanecem dúvidas sobretudo a médio e longo prazo; por quantos anos se estenderá a nova curva ascendente; não se reacenderá a inflação provocando crise mais profunda daqui a dois ou três anos? (Seria a curva em W). E a longo prazo não se re solveu, apenas se adiou, a disputa entre os defensores do crescimento-zero
econômico e demográfico — e os que optam não por uma economia estacionária, mas por um outro crescimento em que seja minimizada a agressão cons tante ao equilíbrio da eco-esfera
O TEXTO BRASILEIRO
Dentro
do
contexto mundial
é
Em consequência, reduziu-se de 4,5 bilhões para 3,5 bilhões de dó lares o déficit da balança comer
o
aumento
no
déficit ■
| i
ram de 900 para 800 milhões de dólaíes, enquanto que o ingresso financiamentos se
,
|
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J
j
do
Rio
1974.
lhões
de
nossas
reser-
como
vas.
Estas passaram, em
conse-
cias climáticas referidas, os pre
quência. de 5.251 milhões de dó lares para cerca de 4.1 bilhões.
ços de alimentação — o de maior peso na formação do índice global — cresceram menos do que a mé dia. fixando-se em 26,2% para o ano todo de 1975, enquanto que no anterior haviam apresentado incremento de 41,4%. Em con traste, o setor habitação cresceu 52.87o em 1975, enquanto em 74 só se havia elevado em 28,2%.
dólares de
Ao
contrário
do
que
se
consequência
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ocorrên
temia
PIB
Ao
contrário
do
ocorrido
em
quase todos os anos desde 1964, em que crescimentos baixos no setor agrícola têm sido compen sados por incrementos substan ciais
no setor industrial e
vice-
versa, 1975 testemunhou uma coincidência de fraco desempenho tanto agrícola (3,4%) quanto in dustrial (4,0). Levados em conta
ainda intensificadas pela ocorrên
também o setor comércio (3,87o) e o setor transportes e comunica ção (9,3%) chega-se a um cres
cia de fatores climáticos de seve
cimento global do produto inter
ridade inusitada. Não obstante, os resultados globais do ano pu deram ser mantidos a níveis ligei ramente inferiores aos de 1974,
no bruto da ordem de 4%, sensi
internas,
dólares.
de
dólares
Não menos árdua foi a batalha
tais houve ligeiro decréscimo nos investimentos diretos que passa-
que adquire sua real significação a leitura do texto brasileiro a que
de
para conter a reaceleração infla cionária face à pressão externa acima assinalada e às pressões
compensou aquela melhora. Quanto ao movimento de cap*-
são.
bilhões
ÍNDICES DE PREÇOS
portações apresentado uma queda de 3%, caindo de 12.530 milhões de dólares para 12.170 milhões de
de serviços que passou de 2,3 para 3,2 bilhões de dólares quase que
dimen
2
1975.
tivo, no fundo a perspectiva do nova
de
cidade
ainda resultou hiato que foi co berto pela utilização de 1.120 mi
primas (-24,57o), enquanto os bens de capital haviam registra do expansão física de 7,6%.
No lado das importações houve um sério e crescente esforço de ‘ contenção, tendo o total das im
cial, mas
adquiriría
de Janeiro subiu 31,2% em 1975 em comparação com 33,8% em
amortização de divida
declinaram em volume foram os bens de consumo (-44%) matérias
de dólares em 1974 para 8.650 mil
e em que o componente qualita homem,
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É interessante observar, outros-
cerca de 650 milhões de dólares, passando o total de 7.968 milhões dólares em
ao consumidor na
sim, que, com base nos dados mais detalhados disponíveis até novembro, as importações em vo lume haviam caído 12.4%, o que, entretanto quase havia sido anu lado por um incremento médio de preços da ordem de 11,7%. Por itens de importação os que mais
internacional.
Por sua vez, o índice de preços
para 6.800 milhões em 1975. Ten no valor
próximo.
veridade da crise e a mediocrida de das lideranças políticas, aque
39
6.570 milhões de dólares em 1974
propomos, especificamente uma avaliação preliminar do de sempenho da economia em 1975 e das perspectivas para o futuro
No global dos países desenvol vidos
DIOKTO ECONÔMtCO
Econômico
estas
a
certa
altura
com o crescimento dos índices ge rais de preços no conceito de oferta global atingindo 30,1% em 1975 versus 33.8%
em
1974 e no
velmente inferior à média dos úl
timos anos, mas ainda superior ao crescimento demográfico que de ve situar-se no momento entre 2,5 e 2,77o.
Não estão ainda disponíveis dados seguros que permitam uma
conceito de disponibilidade inter
análise mais
na 29,4%. em contraste com 34,5%
meros comparativos, mas dos in dícios que existem transparece
no ano
anterior.
detalhada dos
nú
Dicksto
40
forte variação tanto entre os pe ríodos do ano quanto entre os di versos
De
Assim é que o primeiro trimes tre do ano, continuando o desem penho do último trimestre de 1974, deve ter acusado indices de bastante
estacioná
rios e só a partir de maio é que se
manifestaram
sinais
de reati
vação da economia, tanto no se tor industrial quanto no comér cio. O setor agrícola por sua vez. de que se esperava bons resulta dos, foi severamente castigado
pela
inclemência
meados do ano, pelas geadas.
climática
dos
éspecialménte
de
ter-se
comercial já
era de novo bastante satisfatório
e a agricultura começava a se re cuperar dos golpes que sofrerá.
cial de crescimento é enorme, po díamos dizer mesmo que se cons
II PND e tornadas mais premen
tes pela conjuntura
titui em uma reserva ociosa, outro lado de moeda de capacidade
internacio-
As crises nal desfavorável, só tornam as decisões mais
nao
ociosa de produção existente em meados da década dos 60. Pri
ne
cessárias, mas também propiciam
meiro passo nesse sentido foi da
a sua pronta tomada e aplicação. Não chegam estes
do com a reformulação da .polí tica salarial, cujos efeitos sobre
deslocamen
tos de ênfase a corresponder a uma mutação do que sem rigor
renda
disponível
níveis
de venda já parecem se sentir cspeciaimente no
se convencionou metodológico chamar modelo brasileiro, Mas certamente equivalem a sua reci
fazer
clagem em face da .superação de
consumo
de
suas
e
consequente
chamado ramo mole dos bens de duráveis,
nao
como
a
indústria dc roupas e toda a in
(em
premissas
41
lícoNüMtco
Sem desprezar o esforço expor tador prevè-sc. assim, uma deci dida ênfase sobre o alargamento do mercado Interno, cujo poten
com¬
dação, 1975 foi marcado pelo ini cio da implantação das redefini ções de prioridades e.sboçadas no
várias
No fim do ano, o nível de ati
vidade industrial e
além
portado como um ano de acomo
sub-setores.
crescimento
fato.
Dlf:r-s’H)
Ecjonômico
função até mesmo dos êxitos al cançados), da necessidade de res ponder aos desafios da crise mun dial e para preparar o país para
Mas tica cresceu apenas 2,7%. mesmo no seio desta houve dispa
ção central bens de consumo du
dustrial.
rável/produtos de exportação co-
ridades
crescendo
a
produção de tratores em 24%.
marcantes
O
crescimento
diferenciado ou sele
tivo que se pode detectar desses números, embora fragmentários,
parece apontar na direção da im plementação das novas priorida des governamentais com sua ênfa
esforço de substituição de bens de equipamento e de ínsumos industriais, assim como em inves timentos para possibilitar vigoro se
no
sa expansão agro-pecuária.
nomia,
(justificável
de transição mo
em
a es-
62-66)
para
articulação bens de consude massa (inclusive agrico
Ias) / bens de equipamento, mais consetânea com um crescimento auto-sustentado com
o
legitimação a
duradouro,
e
alargamento das bases de política,
assim como
aspiração de até o final do sé
I
mais
órfã
de
dos satisfatoriamente pelas fai xas especiais dos bancos comer
ciais,
pela
carteira
agrícola do
Banco cio Brasil e pelos repasses' do Banco Central) está começan do a receber atenção condizente
com o potencial que o Brasil tem de se tornar um dos principais abastecedores — ao lado
apenas
dos Estados Unidos e talvez o Ca
O setor de bens de ca-
ainda
predominantemente
alimentares
especial
mente os de alto teor calórico e protéico. assim como de fibras naturais, bens cuja escassez se delineia no horizonte com contor nos mais sombrios do que a re cente crise do petróleo. A estas medidas há que acrescentaivse as que passaram a pre-
vilegiar o transnorte ferroviário e de cabotagem
para
cargas pesa
privado, e nacional, há de cons tituir teste crucial na política de
das. assim como os de estímulo ao transporte urbano de massa. São medidas aue além de favore
desenvolvimento
cer substancial economia de com
em
período
para superar
tagflação dos anos uma
pitai
vetor mais dinâmico da eco-
muitas décadas
uma política coerente e decidida do que de recursos (estes supri
produtos
zo, do que de curto, prevê um certo deslocamento da articula
mo
há
nadá. Austrália e Argentina — de
alguns exemplos o setor de bens de equipamento parece ter cres cido em 18%, 0 de aço em 10,6% enquanto a indústria automobilís
Setoríalmente, só para apontar
seus investimentos,
Convergentemente, acelerar-seá o esforço de substituição de im tos. que é o passo adequado, e ne cessário. para o atual estágio de nosso desenvolvimento que tendo cuidado das pontas há que agora cuidar do tronco, proporcionando . o adensamento de nosso perfil in-
mento não só rápido como tam bém mais abrangente. Tal estra tégia mais de médio e longo pra
indivisível cie
se situa na área para-estatal com exceção dos nâo-planos. Paralelamente, a agro-pecuária,
dústria têxtil.
portação de bens de equipamen
uma nova fase de um desenvolvi
palas suas características básicas, cspeciaimente o caráter maciço e
m a o s
do
empresário
em
quadro
de
social
ine-
Ê por isto
bustíveis
que o Governo, morniente através
quívoco.
cursos
zelo relativo à educação básica, se cundária, universitária e técnica; não se constitui a educação ap?-
economia de mercado.
de sua principal agência de fo mento econômico, o BNDE, lhe está reservando o melhor de suas energias e a maior parte dos redisponíveis.
Segue-se-lhe ou acompanha-lhe
culo, atingirmos status de potên
em importância o setor de insumos
cia mundial média.
industriais, tais como o aço, que
têm valor
Como parte do esforço de criar focos endógenos de crescimento há que redobrar-se. outrossim. o
nas
em
mola mestra do progresso.
senão é também conãitio sine qua
Dicksto
40
forte variação tanto entre os pe ríodos do ano quanto entre os di versos
De
Assim é que o primeiro trimes tre do ano, continuando o desem penho do último trimestre de 1974, deve ter acusado indices de bastante
estacioná
rios e só a partir de maio é que se
manifestaram
sinais
de reati
vação da economia, tanto no se tor industrial quanto no comér cio. O setor agrícola por sua vez. de que se esperava bons resulta dos, foi severamente castigado
pela
inclemência
meados do ano, pelas geadas.
climática
dos
éspecialménte
de
ter-se
comercial já
era de novo bastante satisfatório
e a agricultura começava a se re cuperar dos golpes que sofrerá.
cial de crescimento é enorme, po díamos dizer mesmo que se cons
II PND e tornadas mais premen
tes pela conjuntura
titui em uma reserva ociosa, outro lado de moeda de capacidade
internacio-
As crises nal desfavorável, só tornam as decisões mais
nao
ociosa de produção existente em meados da década dos 60. Pri
ne
cessárias, mas também propiciam
meiro passo nesse sentido foi da
a sua pronta tomada e aplicação. Não chegam estes
do com a reformulação da .polí tica salarial, cujos efeitos sobre
deslocamen
tos de ênfase a corresponder a uma mutação do que sem rigor
renda
disponível
níveis
de venda já parecem se sentir cspeciaimente no
se convencionou metodológico chamar modelo brasileiro, Mas certamente equivalem a sua reci
fazer
clagem em face da .superação de
consumo
de
suas
e
consequente
chamado ramo mole dos bens de duráveis,
nao
como
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indústria dc roupas e toda a in
(em
premissas
41
lícoNüMtco
Sem desprezar o esforço expor tador prevè-sc. assim, uma deci dida ênfase sobre o alargamento do mercado Interno, cujo poten
com¬
dação, 1975 foi marcado pelo ini cio da implantação das redefini ções de prioridades e.sboçadas no
várias
No fim do ano, o nível de ati
vidade industrial e
além
portado como um ano de acomo
sub-setores.
crescimento
fato.
Dlf:r-s’H)
Ecjonômico
função até mesmo dos êxitos al cançados), da necessidade de res ponder aos desafios da crise mun dial e para preparar o país para
Mas tica cresceu apenas 2,7%. mesmo no seio desta houve dispa
ção central bens de consumo du
dustrial.
rável/produtos de exportação co-
ridades
crescendo
a
produção de tratores em 24%.
marcantes
O
crescimento
diferenciado ou sele
tivo que se pode detectar desses números, embora fragmentários,
parece apontar na direção da im plementação das novas priorida des governamentais com sua ênfa
esforço de substituição de bens de equipamento e de ínsumos industriais, assim como em inves timentos para possibilitar vigoro se
no
sa expansão agro-pecuária.
nomia,
(justificável
de transição mo
em
a es-
62-66)
para
articulação bens de consude massa (inclusive agrico
Ias) / bens de equipamento, mais consetânea com um crescimento auto-sustentado com
o
legitimação a
duradouro,
e
alargamento das bases de política,
assim como
aspiração de até o final do sé
I
mais
órfã
de
dos satisfatoriamente pelas fai xas especiais dos bancos comer
ciais,
pela
carteira
agrícola do
Banco cio Brasil e pelos repasses' do Banco Central) está começan do a receber atenção condizente
com o potencial que o Brasil tem de se tornar um dos principais abastecedores — ao lado
apenas
dos Estados Unidos e talvez o Ca
O setor de bens de ca-
ainda
predominantemente
alimentares
especial
mente os de alto teor calórico e protéico. assim como de fibras naturais, bens cuja escassez se delineia no horizonte com contor nos mais sombrios do que a re cente crise do petróleo. A estas medidas há que acrescentaivse as que passaram a pre-
vilegiar o transnorte ferroviário e de cabotagem
para
cargas pesa
privado, e nacional, há de cons tituir teste crucial na política de
das. assim como os de estímulo ao transporte urbano de massa. São medidas aue além de favore
desenvolvimento
cer substancial economia de com
em
período
para superar
tagflação dos anos uma
pitai
vetor mais dinâmico da eco-
muitas décadas
uma política coerente e decidida do que de recursos (estes supri
produtos
zo, do que de curto, prevê um certo deslocamento da articula
mo
há
nadá. Austrália e Argentina — de
alguns exemplos o setor de bens de equipamento parece ter cres cido em 18%, 0 de aço em 10,6% enquanto a indústria automobilís
Setoríalmente, só para apontar
seus investimentos,
Convergentemente, acelerar-seá o esforço de substituição de im tos. que é o passo adequado, e ne cessário. para o atual estágio de nosso desenvolvimento que tendo cuidado das pontas há que agora cuidar do tronco, proporcionando . o adensamento de nosso perfil in-
mento não só rápido como tam bém mais abrangente. Tal estra tégia mais de médio e longo pra
indivisível cie
se situa na área para-estatal com exceção dos nâo-planos. Paralelamente, a agro-pecuária,
dústria têxtil.
portação de bens de equipamen
uma nova fase de um desenvolvi
palas suas características básicas, cspeciaimente o caráter maciço e
m a o s
do
empresário
em
quadro
de
social
ine-
Ê por isto
bustíveis
que o Governo, morniente através
quívoco.
cursos
zelo relativo à educação básica, se cundária, universitária e técnica; não se constitui a educação ap?-
economia de mercado.
de sua principal agência de fo mento econômico, o BNDE, lhe está reservando o melhor de suas energias e a maior parte dos redisponíveis.
Segue-se-lhe ou acompanha-lhe
culo, atingirmos status de potên
em importância o setor de insumos
cia mundial média.
industriais, tais como o aço, que
têm valor
Como parte do esforço de criar focos endógenos de crescimento há que redobrar-se. outrossim. o
nas
em
mola mestra do progresso.
senão é também conãitio sine qua
1
42
Digesto Econômico
non para uma melhoria na qua lidade de vida, dimensão do de senvolvimento que ganha, dia a dia, maior relevância.
A PONTE SUSPENSA
mais altas que temos alcançado Embora para tal nível tenha con
tribuído de forma significativa o
RAYMUNDO
aporte em poupança externa cor respondente à cobertura do défi
Finalmente, cabe registrar, que apesar de todas as dificuldades — que como nos lembra Palmerston
to fator importante para assegu
não foram as primeiras nem serão as últimas — os dados prelimina res disponíveis apontam para uma taxa de investimento de 25% do Produto Interno Bruto, uma das
rar no futuro a retomada do cres cimento a niveis mais elevados.
Em 1975. a colheita nossas expectativas, nuamos plantando.
ESTE começo de 1976 reapa rece, cm quarta edição, U?nEstadista do Império, cujo primeiro lançamento ocorreu em 1897-1899. Volvidos qua 80 anos do primeiro contato
N
cit nas contas correntes, não dei xa de ser tão elevado investimen
se
não atingiu mas conti
com 0 público, surpreende-se, nos livros históricos, nos debates par lamentares, nas teses de ciência
política, a persistência do painel que Joaquim Nabuco, ao biogra far o pai. fixou do Segundo Rei o-
nado. O esquema da obra per sistiu. quer nos quadros e quer nos retratos dos atores, aparen
JAPaO:- complexo PETROQUÍMICO SEGUE NOVA TENDÊNCIA
temente invulnerável
— Observadores
no Japão salientam duas tendências sugeridas pelo Início de construção, pela Showa Denko K.K., de um complexo petro
çoes
nafta,
compressores, torres de destilação). Este desvio da prática tradicional,
guido
da firma empreiteira comprar o equipamento, reduziu a dimensão do _
meiras
contrato, ao mesmo tempo que diminuiu o risco da firma empreiteira. Além da fábrica de etileno, o complexo contará com uma fábrica de
Desde lõgo,
unidade de ácido acético de 30.000 toneladas e uma fábrica de acetato de vinil de 80.000 toneladas. A fabrica de etileno deverá estar con-
dutos petroquímicos daqui a doia anos, uma vez que a Showa Denko não perturbar o mercado.
Indústria
—'●
em
\
é
sobre
a
obra
de
Machado
de
Assis. O trabalho foi publicado, originalmente, no "Jornal do Brasil”, do Rio, do qual, data venia, transcrevemos.
fluência que gozou a obra.
Para
doxo aparente, repita-se, que se desfaz ponderando a pobreza, a extrema indigência do mercado
suposto favorecido do público, assinalavam que os escritores liam-se uns aos outros. “Nós vi vemos a escrever — dizia o últi
desencanto
mo — quase exclusivamente para os oficiais do mesmo ofício”. Um autêntico êxito de livraria, na
do
pondere-se que
a
duradora influência de Um Esta dista não se deve ao número dos
cluída em março de 1977 e a fábrica de propileno um ano depois. Con tudo, o cronograma poderá ser afetado pela oferta e demanda de pro
Faoro
Mas, incapaz de um
labaredas
convencer e ser convencida.
50.000 toneladas, uma fábrica de polietileno de 70.000 toneladas, uma
Ratjmunão
autor de "Os Donos do Podef’, recentemente reeditado, e de “A Pirâmide e o Trapézio”, estudo
José Veríssimo e Olavo Bilac, este
trabalho de revisão, manteve-se obscuramente à margem, sem
polipropileno de 50.000 toneladas/ano, uma unidade de acetaldeido de
çamento.
consumidor no Brasil de todos os
e iluminado sobre as pri
republicano.
Estadista do Império”, em relan
tempos, sobretudo até os anos 40.
vém recordar, a facção dissiden te e contestatória, que negou a verdade do palácio encantado er
plexo, diz que a própria Showa Denko comprou as principais pecas do
concordou com o Ministério do Comércio Internacional e
O próprio
por inspiração diversa, não esca pou ao sortilégio, ao fixar o per fil de uma época — Da Indepen dência à República. Houve, con
0 gasto de capital japonês pelo menos diminuiram. Segundo, ele ilustra
EsUido critico sobre a obra clás^ sica de Joaquim Nabuco, “Um
às constru-
com valores de vertente oposta e
uma mudança na prática de engenharia-empreitada: a Japan Gasoline Co., que construirá a fábrica de etileno de 300.000 t.m./ano do com de
o seguiram.
Éuclides da Cunha, comprometido
químico de 534 milhões de dólares em Oita, Kyushu. Primeiro, o pro jeto demonstra que os efeitos adversos da crise do petróleo árabe sobre
equipamento (como por exemplo: fornos de craqueamento
que
FAORO
leitores. Por ano, 250 pessoas te rão percorrido as páginas do li vro básico do Segundo Reinado. Paradoxo aparente entre o res trito círculo de leitores e a in-
primeira e segunda décadas do século, se constituía com a venda de 1 mil exemplares. O escritor
dirigia-se ao seu público, à sua elite, elitizando-se para ser com preendido.
O público leitor não existia, cír culo limitado como sucedâneo do
público leitor. rística,
Daí uma caracte
fundada
no
elitismg
já
1
42
Digesto Econômico
non para uma melhoria na qua lidade de vida, dimensão do de senvolvimento que ganha, dia a dia, maior relevância.
A PONTE SUSPENSA
mais altas que temos alcançado Embora para tal nível tenha con
tribuído de forma significativa o
RAYMUNDO
aporte em poupança externa cor respondente à cobertura do défi
Finalmente, cabe registrar, que apesar de todas as dificuldades — que como nos lembra Palmerston
to fator importante para assegu
não foram as primeiras nem serão as últimas — os dados prelimina res disponíveis apontam para uma taxa de investimento de 25% do Produto Interno Bruto, uma das
rar no futuro a retomada do cres cimento a niveis mais elevados.
Em 1975. a colheita nossas expectativas, nuamos plantando.
ESTE começo de 1976 reapa rece, cm quarta edição, U?nEstadista do Império, cujo primeiro lançamento ocorreu em 1897-1899. Volvidos qua 80 anos do primeiro contato
N
cit nas contas correntes, não dei xa de ser tão elevado investimen
se
não atingiu mas conti
com 0 público, surpreende-se, nos livros históricos, nos debates par lamentares, nas teses de ciência
política, a persistência do painel que Joaquim Nabuco, ao biogra far o pai. fixou do Segundo Rei o-
nado. O esquema da obra per sistiu. quer nos quadros e quer nos retratos dos atores, aparen
JAPaO:- complexo PETROQUÍMICO SEGUE NOVA TENDÊNCIA
temente invulnerável
— Observadores
no Japão salientam duas tendências sugeridas pelo Início de construção, pela Showa Denko K.K., de um complexo petro
çoes
nafta,
compressores, torres de destilação). Este desvio da prática tradicional,
guido
da firma empreiteira comprar o equipamento, reduziu a dimensão do _
meiras
contrato, ao mesmo tempo que diminuiu o risco da firma empreiteira. Além da fábrica de etileno, o complexo contará com uma fábrica de
Desde lõgo,
unidade de ácido acético de 30.000 toneladas e uma fábrica de acetato de vinil de 80.000 toneladas. A fabrica de etileno deverá estar con-
dutos petroquímicos daqui a doia anos, uma vez que a Showa Denko não perturbar o mercado.
Indústria
—'●
em
\
é
sobre
a
obra
de
Machado
de
Assis. O trabalho foi publicado, originalmente, no "Jornal do Brasil”, do Rio, do qual, data venia, transcrevemos.
fluência que gozou a obra.
Para
doxo aparente, repita-se, que se desfaz ponderando a pobreza, a extrema indigência do mercado
suposto favorecido do público, assinalavam que os escritores liam-se uns aos outros. “Nós vi vemos a escrever — dizia o últi
desencanto
mo — quase exclusivamente para os oficiais do mesmo ofício”. Um autêntico êxito de livraria, na
do
pondere-se que
a
duradora influência de Um Esta dista não se deve ao número dos
cluída em março de 1977 e a fábrica de propileno um ano depois. Con tudo, o cronograma poderá ser afetado pela oferta e demanda de pro
Faoro
Mas, incapaz de um
labaredas
convencer e ser convencida.
50.000 toneladas, uma fábrica de polietileno de 70.000 toneladas, uma
Ratjmunão
autor de "Os Donos do Podef’, recentemente reeditado, e de “A Pirâmide e o Trapézio”, estudo
José Veríssimo e Olavo Bilac, este
trabalho de revisão, manteve-se obscuramente à margem, sem
polipropileno de 50.000 toneladas/ano, uma unidade de acetaldeido de
çamento.
consumidor no Brasil de todos os
e iluminado sobre as pri
republicano.
Estadista do Império”, em relan
tempos, sobretudo até os anos 40.
vém recordar, a facção dissiden te e contestatória, que negou a verdade do palácio encantado er
plexo, diz que a própria Showa Denko comprou as principais pecas do
concordou com o Ministério do Comércio Internacional e
O próprio
por inspiração diversa, não esca pou ao sortilégio, ao fixar o per fil de uma época — Da Indepen dência à República. Houve, con
0 gasto de capital japonês pelo menos diminuiram. Segundo, ele ilustra
EsUido critico sobre a obra clás^ sica de Joaquim Nabuco, “Um
às constru-
com valores de vertente oposta e
uma mudança na prática de engenharia-empreitada: a Japan Gasoline Co., que construirá a fábrica de etileno de 300.000 t.m./ano do com de
o seguiram.
Éuclides da Cunha, comprometido
químico de 534 milhões de dólares em Oita, Kyushu. Primeiro, o pro jeto demonstra que os efeitos adversos da crise do petróleo árabe sobre
equipamento (como por exemplo: fornos de craqueamento
que
FAORO
leitores. Por ano, 250 pessoas te rão percorrido as páginas do li vro básico do Segundo Reinado. Paradoxo aparente entre o res trito círculo de leitores e a in-
primeira e segunda décadas do século, se constituía com a venda de 1 mil exemplares. O escritor
dirigia-se ao seu público, à sua elite, elitizando-se para ser com preendido.
O público leitor não existia, cír culo limitado como sucedâneo do
público leitor. rística,
Daí uma caracte
fundada
no
elitismg
já
44
DiGEsTf) Econômico
mencionado:
'Na
ausência
arte.
depõe Antônio Cândido — de pú blicos amplos e conscientes, o apoio ou pelo menos o reconheci mento oficial valeram por estímu lo, apreciação ou retribuição da obra, colocando-se antes o autor como ponto de referência”. Dai
um circuito particular c singular entre autor e leitor, admirando e validando
este
teses
adversas
à
sua ação social e política, mas ideologicamente comuns, base de entendimento superior, palaciano, APLAUSO À OBRA
Campos Sales, republicano his tórico, foi um dos primeiros a aplaudir e consagrar Um Estadis ta, sem embargo do saudoso movisível na
letra
e na
inspiração. As divergências den tro dos corredores do podei, se riam sempre conversíveis ao oficialismo condutor, salvo na hi
pótese
extrema
da
subversão,
quando o autor abandona as boas
e
polidas
inglesa.
maneiras Essa
integrar
ricos, escapou de sua órbita e pas
da
gravata
vivência
intima
tifica é a sua óptica de biógrafo
de Os Sertões, apesar de haver conquistado o chamado grande público.
A ciência de Euclides da
Cunha, autenticada pelos sábios do seu tempo, se não está morta e
sepultada,
os pés.
claudica
cm
ambos
Não obstante, Os Sertões
Não seria também o caso de Casa Grande e Senzala?
Nao
so
trata
só de leituras diferentes, realiza das por pessoas dotadas de visão
diversa, com novas reinterpretaçoes — fenômeno especifico das obras
de
arte.
A
explicação
é
outra, identificada pela teoria li terária — veja-se Karl Vossler — como
a
mudança
com o
deslocamento da
histórica
para
de
instâncias, instancia
a instancia
esté
tica.
vidosos pressupostos historiográfi-
O
curso
perfeições
de
Um
Estadista
não
documentais e de du
cos, permanecendo, sem embargo,
para tornar Um Estadista invul nerável à necessária revisão crí tica. O livro ornamento, o livro luxo de eruditos, o livro diversão de letrados, encontrou afinidade como leitor de Joaquim Nabuco,
artista que fez da história obra de
Artística
e
não
histórlco-ci:n-
Ao desvendar os cic-
e ensaísta,
mentos que lhe formaram o juízo histórico, depois de lembrar as in' fluências literárias de Chateaubriand e Renan. alude a Macaulay, do qual herdou a frase, a eloquência, o retrato e a encena
ção histórica”, acrescentando que
muito deveu a Mommsen. Curtius, Ranke, Taine e Burckardt. iMinlia Formação, pág. 58; da edição IPÊ são as citações das obras de Joaquim
Curtius
Nabuco).
e
Mommsen não teriam formado a perspectiva,
mas ministrado
in-
formações, sobretudo o último, acerca da escravidão no mundo antigo. Quanto a Macaulay, Taie Burckardt. compreende-se, entendida a afinidade com os his nc
toriadores artistas,
Ranke, invo-
cado nesse rol. parece extravagan
te, se obedecida sua lição da des
pida pela ampla cultura univer
contribuiu
liberto da hierática
e fradesca tradição lusa.
Semelhante teria sido o destino
teria sido diverso, ferido de im
Outra circunstância
fos do estilo
OBRA ARTÍSTICA
entre leitor e escritor possibilitou a manipulação do primeiro pela critica bem instalada, hoje rom sitária.
45
Dicksto Ec:onômico
sou a gravitar noutra galáxia, a própria, congenial ao seu espírito.
vive com luz crescente, lido e ama do por gerações e gerações, até à consumação da língua portuguesa.
mas antecamaras.
narquismo
Lançado para se
na constelação dos ensaios histó-
I
vivo, no elegante estilo imagísti-
vinculação do historiador do cur-
Na realidade, desamparada a frieza de Ranke. aparece, lumino
so c eloquente, o calor partidário Surge c conquista de ?.:ac.uüay. :'-.-.'.gTafo, com seus achaques, o ,‘.:i>ibo biográfico (a lues bos^oelque o mestre desdenhou. seni fidelidade ao anátema.
Ma-
caulay. depois de meditar sobre
a maneira de escrever a história,
ensaio que abandonou, ensi nava que ela deveria ser um mis to de poesia e filosofia.” ‘‘Impri em
me no espirito verdades gerais por
meio da certos
representação viva de
personagens
e
incidentes.
Mas, de fato. os dois elementos hostis que a formam nunca pu
deram constituir uma amálgama te dita constitui o mapa, enquan
to a outra se compara à pintura
em toda a intensidade: o ator não
de uma paisagem,
atua para a praça pública, para das ruas e estradas, mas para o ‘‘ solitário juiz da biblioteca
a graça francesa do verbo, vis^^a, ainda no começo do século, como denun
fantasmas.
perfeita.” A história propriamen
futura.”
Na
rompe os mitos, expulsa dos so nhos as fantasias e da vigília os
derando melhor, a lição é autên tica, embora não compreendida
dos acontecimentos.
a poeira
ciada francesia está — ao contrá rio do que supunham os crií-icos e o próprio autor — um dos trun-
grafado haveria de renascer e in fluir, mortos os jurados e acusa dores da hora presente. Tal nor ma revelará, contra o fundo da lição de Ranke, mas coerente na forma, a nostalgia do passado, sem a secura crítica que desmascara,
Mas. pon
so
co, metafórico como convém às suas inspirações românticas, com
irremediável mácula.
0 tribunal restrito e seleto, o bio
(Idem, pág. 246). A pró-
pria sobrevivência histórica do Senador José Tomás, o biografa do, estaria a depender do rumo dos que vierem a escrever sobre 0 passado. Um Est., IV, 154). Ante
Um é o escul-
tor e o outro o anatomista. In conformado com 0 divórcio das
perspectivas,
recusou a imitação
servil e mecaixica dos documentos,
para realçar o poder seletivo do
historiador, sua paleta de luz e
sombras, que legitiniamente lhe pertence, e
314).
{Essays, 1880, págs. 51
44
DiGEsTf) Econômico
mencionado:
'Na
ausência
arte.
depõe Antônio Cândido — de pú blicos amplos e conscientes, o apoio ou pelo menos o reconheci mento oficial valeram por estímu lo, apreciação ou retribuição da obra, colocando-se antes o autor como ponto de referência”. Dai
um circuito particular c singular entre autor e leitor, admirando e validando
este
teses
adversas
à
sua ação social e política, mas ideologicamente comuns, base de entendimento superior, palaciano, APLAUSO À OBRA
Campos Sales, republicano his tórico, foi um dos primeiros a aplaudir e consagrar Um Estadis ta, sem embargo do saudoso movisível na
letra
e na
inspiração. As divergências den tro dos corredores do podei, se riam sempre conversíveis ao oficialismo condutor, salvo na hi
pótese
extrema
da
subversão,
quando o autor abandona as boas
e
polidas
inglesa.
maneiras Essa
integrar
ricos, escapou de sua órbita e pas
da
gravata
vivência
intima
tifica é a sua óptica de biógrafo
de Os Sertões, apesar de haver conquistado o chamado grande público.
A ciência de Euclides da
Cunha, autenticada pelos sábios do seu tempo, se não está morta e
sepultada,
os pés.
claudica
cm
ambos
Não obstante, Os Sertões
Não seria também o caso de Casa Grande e Senzala?
Nao
so
trata
só de leituras diferentes, realiza das por pessoas dotadas de visão
diversa, com novas reinterpretaçoes — fenômeno especifico das obras
de
arte.
A
explicação
é
outra, identificada pela teoria li terária — veja-se Karl Vossler — como
a
mudança
com o
deslocamento da
histórica
para
de
instâncias, instancia
a instancia
esté
tica.
vidosos pressupostos historiográfi-
O
curso
perfeições
de
Um
Estadista
não
documentais e de du
cos, permanecendo, sem embargo,
para tornar Um Estadista invul nerável à necessária revisão crí tica. O livro ornamento, o livro luxo de eruditos, o livro diversão de letrados, encontrou afinidade como leitor de Joaquim Nabuco,
artista que fez da história obra de
Artística
e
não
histórlco-ci:n-
Ao desvendar os cic-
e ensaísta,
mentos que lhe formaram o juízo histórico, depois de lembrar as in' fluências literárias de Chateaubriand e Renan. alude a Macaulay, do qual herdou a frase, a eloquência, o retrato e a encena
ção histórica”, acrescentando que
muito deveu a Mommsen. Curtius, Ranke, Taine e Burckardt. iMinlia Formação, pág. 58; da edição IPÊ são as citações das obras de Joaquim
Curtius
Nabuco).
e
Mommsen não teriam formado a perspectiva,
mas ministrado
in-
formações, sobretudo o último, acerca da escravidão no mundo antigo. Quanto a Macaulay, Taie Burckardt. compreende-se, entendida a afinidade com os his nc
toriadores artistas,
Ranke, invo-
cado nesse rol. parece extravagan
te, se obedecida sua lição da des
pida pela ampla cultura univer
contribuiu
liberto da hierática
e fradesca tradição lusa.
Semelhante teria sido o destino
teria sido diverso, ferido de im
Outra circunstância
fos do estilo
OBRA ARTÍSTICA
entre leitor e escritor possibilitou a manipulação do primeiro pela critica bem instalada, hoje rom sitária.
45
Dicksto Ec:onômico
sou a gravitar noutra galáxia, a própria, congenial ao seu espírito.
vive com luz crescente, lido e ama do por gerações e gerações, até à consumação da língua portuguesa.
mas antecamaras.
narquismo
Lançado para se
na constelação dos ensaios histó-
I
vivo, no elegante estilo imagísti-
vinculação do historiador do cur-
Na realidade, desamparada a frieza de Ranke. aparece, lumino
so c eloquente, o calor partidário Surge c conquista de ?.:ac.uüay. :'-.-.'.gTafo, com seus achaques, o ,‘.:i>ibo biográfico (a lues bos^oelque o mestre desdenhou. seni fidelidade ao anátema.
Ma-
caulay. depois de meditar sobre
a maneira de escrever a história,
ensaio que abandonou, ensi nava que ela deveria ser um mis to de poesia e filosofia.” ‘‘Impri em
me no espirito verdades gerais por
meio da certos
representação viva de
personagens
e
incidentes.
Mas, de fato. os dois elementos hostis que a formam nunca pu
deram constituir uma amálgama te dita constitui o mapa, enquan
to a outra se compara à pintura
em toda a intensidade: o ator não
de uma paisagem,
atua para a praça pública, para das ruas e estradas, mas para o ‘‘ solitário juiz da biblioteca
a graça francesa do verbo, vis^^a, ainda no começo do século, como denun
fantasmas.
perfeita.” A história propriamen
futura.”
Na
rompe os mitos, expulsa dos so nhos as fantasias e da vigília os
derando melhor, a lição é autên tica, embora não compreendida
dos acontecimentos.
a poeira
ciada francesia está — ao contrá rio do que supunham os crií-icos e o próprio autor — um dos trun-
grafado haveria de renascer e in fluir, mortos os jurados e acusa dores da hora presente. Tal nor ma revelará, contra o fundo da lição de Ranke, mas coerente na forma, a nostalgia do passado, sem a secura crítica que desmascara,
Mas. pon
so
co, metafórico como convém às suas inspirações românticas, com
irremediável mácula.
0 tribunal restrito e seleto, o bio
(Idem, pág. 246). A pró-
pria sobrevivência histórica do Senador José Tomás, o biografa do, estaria a depender do rumo dos que vierem a escrever sobre 0 passado. Um Est., IV, 154). Ante
Um é o escul-
tor e o outro o anatomista. In conformado com 0 divórcio das
perspectivas,
recusou a imitação
servil e mecaixica dos documentos,
para realçar o poder seletivo do
historiador, sua paleta de luz e
sombras, que legitiniamente lhe pertence, e
314).
{Essays, 1880, págs. 51
46
Dicesto Econômico A PONTE SUSPENSA
tuante dos solos”.
(Ibid.,
pág.
121).
Aí está, puro, sem mescla, o olho do biógrafo do Senador José Tomás, pretendendo alcançar o processo histórico com o fino tra
balho do escultor e do pintor, ca valgando 0 documento frio, mas indócil ao artista, O cirurgião
plástico quer reconstituir a car ne, mas com a preocupação do escultor, Pigmalião de bisturi. Se
a forma for imperfeita, que pa deça o engenheiro, preocupado em construir a ponte sem suportes e com lanços ousados.
Aí está tudo, ou quase tudo: a ponte suspensa não pode durar sem as colunas, que não devem pairar sobre o lodo (o negocismo dos caudatários do Tesouro). nem sobre o territorialismo (bairris
mo), amalgamado ao mstinto popular. Dois perigos a evitar — o povo i7iorga7iico e o federaliS7no (o do 7 de abril), por meio de transações continuadas e novas. Um e óutro significam a Repúbli-,
ca, com os dois desenlaces possí veis: a quebra da unidade e o po
pela
der do povo, que iria parar na ti
ousadia da sua elevação, distan cia do seu lanço, uma verdadeira
Para confirmar a tese nostálgica,
“A política imperial
(Um
era
ponte
suspensa.”
118).
Mas a política de José To
Est.,
IV,
más, em alguns pontos, comple tava e aperfeiçoava o mapa: ele era
monárquico e a
política do
tempo nem sempre guardou a fi delidade à coroa. “Sem o Império, ele via o separatismo — que era 0 instinto popular, a fórmula do
isolamento, da disseminação, da apatia, como do bem-estar
e
co-
modidade da população, dos sentimenfos todos que constituíam o "bairTisTTio — levando de vencida
a frágil e titubeante razão polí tica, ou a ambição de uma pá tria maior , que queria consoli dar a união.” (Id., pág. 119). José Tomás sabe que a ponte suspensa não tem suportes — ele se esfor ça, com a fidelidade ideológica à monarquia, em construí-los, cer to da precariedade da edificação política — “é uma torre altíssima e desconjuntada sobre o mais flu-
rania
(o
jacobino
de
cria Joaquim Nabuco
Floriano). duas
falá
cias, uma antes e outra depois do fato, insciente esta de suas con
sequências. Para ele, de 1831 a 40, durante a Regência, a Repú blica existiu — República de fato, República provisória — e consa grou 0 desastre, sastre.
o completo
de
“Se a maioridade não res
guardasse a Nação como um pa rapeito, ela ter-se-ia despenhado no abismo. A unidade nacional, que se rasgara em 1835 pela pon ta do Rio Grande do Sul, ter-se-ia
feita toda em pedaços.”
(U7?i Est.,
I, págs. 44 e 45). O PAÍS OFICIAL
Proclamada a República, ainda uma vez, sugestionado pela me táfora da ponte suspensa, vê o outro risco, agora em curso de realização. O pais oficial cede a não ao federalisoutro golpe mo sem o poder moderador, mas
I
Dicesto Econômico
47
ao povo sem peias, a sociedade in telectualmente governada, “suge
outra tutela, com a desvantagem, para a republicana, da ausência
rida de baixo para cima” (L IV, c.V). O aristocrata da ponte sus
de
pensa, cujo herdeiro será o elitismo,
se
alarma
e
clama pela or
dem, só visível no Império restau rado ou no elemento militar e nacional: todas as fórmulas são
possíveis, contanto que a anar quia seja banida. Certo, a oligar estamento) quia (patronato era uma realidade.
Mas a Repú
blica quis aboli-la com o golpe ra dical e irresponsável. “O método radical é mandar abrir as portas
para que todos República fez a Desde que fora joso também de
entrem, como a 15 de novembro. a público dese assistir ao espe
táculo. 0 meio de não haver des
contentes parece que é retirar as cancelas.” (.Bahnaceda, pág. 127). Da abertura não nascería o re
gime democrático, mas uma nova minoria, com a agravante de se constituir de parvenus — os luga res do teatro são limitados, embo ra não numerados. A nova oli
garquia viria — não da ordem fe deral, que permaneceu alheia à sua visão do futuro — mas do mi litarismo
sem
0
filtro
do
Poder
Moderador, só com este conversí vel ao Governo
militar.
Poder
neutro
acima
das
previra
Taine,
coroada
por
um
novo despotismo.
Esta a inspiração de Uvi Estadista: a ponte suspensa, alheia às forças territoriais e ao povo cons tituído. Mas a ponte, artistica mente colocada sobre as águas maculadas de lodo, teria suas co
lunas, que 0 historiador, por não querer vê-las, as denuncia por espúrias. A denúncia maior não está gravada nas palavras sole nes e puras de Estadista, mas em seus outros escritos, os parla mentares,
os de imprensa e em O Abolici07iiS7no (1883)^ Todo o
Império descansa sobre o regime escravocrata, repete e reafirma antes de 1889: “trata-se de uma sociedade não só haseada, como
era a civilização antiga, sobre a escravidão, e permeada em todos
as classes por ela, mas também constituída, na sua maior parte, de secreções daquele vasto apa relho”.
(O Ahol. pág. 149).
(A l7i-
terv. Extre7iia, pág. 271). Sem povo — “0 vasto inorganismo que só em futuras gerações tomará forma e
um
facções. O federalismo — a sintese possível — só a monarquia o instalaria e, malogrado o esque ma, viria a anarquia espontânea, com a sequela do Terror, como
desenvolverá vida”
(Es-
critos..., pág. 54) — a oligarquia
republicana seria mais predatória que a imperial. Carente a socie dade civil de instrumentos e meios de coesão, só restaria uma ou
SOCIEDADE E ACOMODAÇÃO
A sociedade civil pareceu-lhe, em certo momento, um arranjo, mera acomodação ao monstro es Mas. extirpado o cancro, púrio,
sente, sem dizê-lo e provavelmen te sem inteira consciência do fa
to, que os efeitos perduraram na
46
Dicesto Econômico A PONTE SUSPENSA
tuante dos solos”.
(Ibid.,
pág.
121).
Aí está, puro, sem mescla, o olho do biógrafo do Senador José Tomás, pretendendo alcançar o processo histórico com o fino tra
balho do escultor e do pintor, ca valgando 0 documento frio, mas indócil ao artista, O cirurgião
plástico quer reconstituir a car ne, mas com a preocupação do escultor, Pigmalião de bisturi. Se
a forma for imperfeita, que pa deça o engenheiro, preocupado em construir a ponte sem suportes e com lanços ousados.
Aí está tudo, ou quase tudo: a ponte suspensa não pode durar sem as colunas, que não devem pairar sobre o lodo (o negocismo dos caudatários do Tesouro). nem sobre o territorialismo (bairris
mo), amalgamado ao mstinto popular. Dois perigos a evitar — o povo i7iorga7iico e o federaliS7no (o do 7 de abril), por meio de transações continuadas e novas. Um e óutro significam a Repúbli-,
ca, com os dois desenlaces possí veis: a quebra da unidade e o po
pela
der do povo, que iria parar na ti
ousadia da sua elevação, distan cia do seu lanço, uma verdadeira
Para confirmar a tese nostálgica,
“A política imperial
(Um
era
ponte
suspensa.”
118).
Mas a política de José To
Est.,
IV,
más, em alguns pontos, comple tava e aperfeiçoava o mapa: ele era
monárquico e a
política do
tempo nem sempre guardou a fi delidade à coroa. “Sem o Império, ele via o separatismo — que era 0 instinto popular, a fórmula do
isolamento, da disseminação, da apatia, como do bem-estar
e
co-
modidade da população, dos sentimenfos todos que constituíam o "bairTisTTio — levando de vencida
a frágil e titubeante razão polí tica, ou a ambição de uma pá tria maior , que queria consoli dar a união.” (Id., pág. 119). José Tomás sabe que a ponte suspensa não tem suportes — ele se esfor ça, com a fidelidade ideológica à monarquia, em construí-los, cer to da precariedade da edificação política — “é uma torre altíssima e desconjuntada sobre o mais flu-
rania
(o
jacobino
de
cria Joaquim Nabuco
Floriano). duas
falá
cias, uma antes e outra depois do fato, insciente esta de suas con
sequências. Para ele, de 1831 a 40, durante a Regência, a Repú blica existiu — República de fato, República provisória — e consa grou 0 desastre, sastre.
o completo
de
“Se a maioridade não res
guardasse a Nação como um pa rapeito, ela ter-se-ia despenhado no abismo. A unidade nacional, que se rasgara em 1835 pela pon ta do Rio Grande do Sul, ter-se-ia
feita toda em pedaços.”
(U7?i Est.,
I, págs. 44 e 45). O PAÍS OFICIAL
Proclamada a República, ainda uma vez, sugestionado pela me táfora da ponte suspensa, vê o outro risco, agora em curso de realização. O pais oficial cede a não ao federalisoutro golpe mo sem o poder moderador, mas
I
Dicesto Econômico
47
ao povo sem peias, a sociedade in telectualmente governada, “suge
outra tutela, com a desvantagem, para a republicana, da ausência
rida de baixo para cima” (L IV, c.V). O aristocrata da ponte sus
de
pensa, cujo herdeiro será o elitismo,
se
alarma
e
clama pela or
dem, só visível no Império restau rado ou no elemento militar e nacional: todas as fórmulas são
possíveis, contanto que a anar quia seja banida. Certo, a oligar estamento) quia (patronato era uma realidade.
Mas a Repú
blica quis aboli-la com o golpe ra dical e irresponsável. “O método radical é mandar abrir as portas
para que todos República fez a Desde que fora joso também de
entrem, como a 15 de novembro. a público dese assistir ao espe
táculo. 0 meio de não haver des
contentes parece que é retirar as cancelas.” (.Bahnaceda, pág. 127). Da abertura não nascería o re
gime democrático, mas uma nova minoria, com a agravante de se constituir de parvenus — os luga res do teatro são limitados, embo ra não numerados. A nova oli
garquia viria — não da ordem fe deral, que permaneceu alheia à sua visão do futuro — mas do mi litarismo
sem
0
filtro
do
Poder
Moderador, só com este conversí vel ao Governo
militar.
Poder
neutro
acima
das
previra
Taine,
coroada
por
um
novo despotismo.
Esta a inspiração de Uvi Estadista: a ponte suspensa, alheia às forças territoriais e ao povo cons tituído. Mas a ponte, artistica mente colocada sobre as águas maculadas de lodo, teria suas co
lunas, que 0 historiador, por não querer vê-las, as denuncia por espúrias. A denúncia maior não está gravada nas palavras sole nes e puras de Estadista, mas em seus outros escritos, os parla mentares,
os de imprensa e em O Abolici07iiS7no (1883)^ Todo o
Império descansa sobre o regime escravocrata, repete e reafirma antes de 1889: “trata-se de uma sociedade não só haseada, como
era a civilização antiga, sobre a escravidão, e permeada em todos
as classes por ela, mas também constituída, na sua maior parte, de secreções daquele vasto apa relho”.
(O Ahol. pág. 149).
(A l7i-
terv. Extre7iia, pág. 271). Sem povo — “0 vasto inorganismo que só em futuras gerações tomará forma e
um
facções. O federalismo — a sintese possível — só a monarquia o instalaria e, malogrado o esque ma, viria a anarquia espontânea, com a sequela do Terror, como
desenvolverá vida”
(Es-
critos..., pág. 54) — a oligarquia
republicana seria mais predatória que a imperial. Carente a socie dade civil de instrumentos e meios de coesão, só restaria uma ou
SOCIEDADE E ACOMODAÇÃO
A sociedade civil pareceu-lhe, em certo momento, um arranjo, mera acomodação ao monstro es Mas. extirpado o cancro, púrio,
sente, sem dizê-lo e provavelmen te sem inteira consciência do fa
to, que os efeitos perduraram na
48
Dic;ksto Econômico
ausência da base. A causa, por tanto, seria outra e inversa a pers pectiva: 0 regime escravocrata só teria sido possível diante da estrutura peculiar da sociedade e
das
características
especiais
do
Se as linhas da nostalgia monárrquica da biografia dissimulam, as Duas intervenções púeni nu o monumento ornamental: o pai
brotava dos seu.s trabalhos contí
ria.
nuos
estáveis;
misso maquiavélico e oportunista
nel da sociedade
eles desanimavam, ela enrique cia... a queda do trono, no mo
mandar, muda de camisa, contan
entrelinhas
revelam
e
clc.smasca-
ram.
da maioridade
e
cialmente agrícola, Que tudo importa,
Reinado deplora o fidalgo — “de saparecera, com seus hábitos, sua etiqueta, sua educação, seus prin cípios e os que figuravam agora
“O primeiro
dos mecanismos, pelos quais a agricultura sustenta uma parte importante da sociedade, é o cré dito. O antigo fazendeiro traba lhava para o traficante que lhe fornecia
escravos, . como o atual
trabalha para o correspondente ou para o banco que lhe adianta ca
pitais. Boa parte da riqueza na cional é eliminada do país pelo comércio de exportação, cujos lu cros ficam em
parte no estran
geiro, mas uma boa porção dessa
riqueza pertence de direito aos que fornecem a lavoura de capital. Estes alimentam nas cidades uma considerável clientela de todas as
profissões. A lavoura, porém, não sustenta somente os que lhe em prestam dinheiro a altos juros. sustenta diretamente a sua clien
ciai chamado apólice, do qual os
bancos são as ventosas para sugar o que resta à lavoura de lu cro liquido”. (O Abol., págs. 229.230).
No fundo do painel escravista,
A
nado.
sociedade
do
Primeiro
e
aparentemente
mento. passa
quase despercebida
ao mundo financeiro, ao gigantes
co parasita
que havia
sugado a
melhor seiva de nossa política...” iUm Est.. III, págs. 385 e 387).
no prestigio eram os novos polí
A
ticos saídos da revolução ou os Tudo comerciantes enriquecidos, mais recuava para o segmido pla no: a política e o dinheiro eram
ponte
su'.^ipensa
tinha,
sem
prejuízo da metáfora decorativa, suas colunas e os lanços, eram mais curtos do que supunha a
imaginação do historiador artista. Nos lanços se fixavam as aspira ções utópicas, 0 liberalismo popu
as duas nobrezas reconhecidas, as duas rodas do carro social. Quan
do a primeira se desconcertava, vinham as revoluções, no fundo tão oficiais como o próprio Gover no, simples fenômeno, como ele, da empregomania. que se ia ge neralizando: quando era a segun da, vinham as crises comerciais,
lar e 0 federalismo;
debaixo das
colunas passaram os enxurros da vida
econômica,
que,
por
man
que se resolviam pela intervenção
charem as águas, não deviam ser mostrados. A visão nostálgica tem sua ideologia, que repele a realidade, transforma-a. purifica-
constante
a para se converter em bandeira
do Tesouro”.
(U77i Est.,
A.pág. 53).
pública. O celebrado dito do Visconde de “não há nada Albuquerque mais parecido com um Saquare-
ESTADO PATRIMONIAL
tela, que a serve nas capitais. Mas 0 Estado tem um aparelho espeI
49
Econômico
Poder, atua, comanda e dirige co mo lun conservador, adjetivando,
aquela do final do Segundo Rei
naçao
Dicfsto
Governo... Eles. políticos, eram os vermes do chão; a especulação, a planta vivaz e florescente que
Estado e da economia essencial mente exportadora e não essen numa
T 1
O caráter patrimonial, e não li beral, do Estado, com suas bases comerciais e de sustentação reci
proca com os Governos, nota
ainda
no
fim
do
será
'
ma do que um Luzia do Poder” — contém maior dose de malicia e de veneno do que se supôs. Não está o velho fidalgo a dizer que
a
Império.
i
o liberal transita para o campo conservador, sem rubores e sem
j
“Desde o princípio, o calor, a luz,
havia a persistente e incômoda vi
a vida para as maiores empresas,
dramas
tinha vindo do Tesouro.
da econômica e social do Impé rio. que, por um momento, tentou
versa,
tempo, as grandes figuras finan ceiras, industriais, do país tinham
ignorar, confundindo-a com a simples secreção do escravismo.
de
consciência,
e
vice-
no máximo, sua filiação partidá Não se
trata do descompro-
de uma elite solidária, que, para
to que mande e continue mandan do. Esta face é expressão de outra realidade, que gradua a cons ciência do dirigente, não raro com
algum drama interior e dilemas pungentes. O liberal, convertido em Governo, cede às estruturas e
à ideologia que lhe permitem diri gir 0 leme — leme unicamente feito
para
aquele navio,
com ele pode navegar.
que
so
Ele crê
num dogma. mas. para frequen
tar a igreja, deve praticar o culto contrário,
sob
munhão
eterna.
a pena
da
Certo,
exco
entre
o
conservador e o liberal o dissídio,
no século XIX, depende do adje tivo e não do substantivo. O LIBERALISMO No liberalismo há de tudo: con
servadores. liberais puros, radi cais. republicanos e aristocratas. {Campanhas, pág. 91 e 92). Antes de tudo. a reverência ao trono é essencial, como essencial será o não compromisso com o povo. com a democracia, embora procure ser representativo, sempre que a re
presentação secrete uma camada pedagógica de dirigentes, Ainda
influência
O que se contém na fraperiais. se célebre é coisa diversa: o libe-
neste século. Croce advertia que o liberalismo tem, como inimigo, não só o absolutismo, senão tam bém 0 ideal democrático. Separa 0 liberal do democrata o proble
e proteção que lhes dispensava o
ral, por obra do Poder e quando no
ma da igualdade, crente o último
crescido
à
sombra
da
Em todo
em
alusão
incaracterístico
j
i
dos
ao
presumido
Partidos
im-
48
Dic;ksto Econômico
ausência da base. A causa, por tanto, seria outra e inversa a pers pectiva: 0 regime escravocrata só teria sido possível diante da estrutura peculiar da sociedade e
das
características
especiais
do
Se as linhas da nostalgia monárrquica da biografia dissimulam, as Duas intervenções púeni nu o monumento ornamental: o pai
brotava dos seu.s trabalhos contí
ria.
nuos
estáveis;
misso maquiavélico e oportunista
nel da sociedade
eles desanimavam, ela enrique cia... a queda do trono, no mo
mandar, muda de camisa, contan
entrelinhas
revelam
e
clc.smasca-
ram.
da maioridade
e
cialmente agrícola, Que tudo importa,
Reinado deplora o fidalgo — “de saparecera, com seus hábitos, sua etiqueta, sua educação, seus prin cípios e os que figuravam agora
“O primeiro
dos mecanismos, pelos quais a agricultura sustenta uma parte importante da sociedade, é o cré dito. O antigo fazendeiro traba lhava para o traficante que lhe fornecia
escravos, . como o atual
trabalha para o correspondente ou para o banco que lhe adianta ca
pitais. Boa parte da riqueza na cional é eliminada do país pelo comércio de exportação, cujos lu cros ficam em
parte no estran
geiro, mas uma boa porção dessa
riqueza pertence de direito aos que fornecem a lavoura de capital. Estes alimentam nas cidades uma considerável clientela de todas as
profissões. A lavoura, porém, não sustenta somente os que lhe em prestam dinheiro a altos juros. sustenta diretamente a sua clien
ciai chamado apólice, do qual os
bancos são as ventosas para sugar o que resta à lavoura de lu cro liquido”. (O Abol., págs. 229.230).
No fundo do painel escravista,
A
nado.
sociedade
do
Primeiro
e
aparentemente
mento. passa
quase despercebida
ao mundo financeiro, ao gigantes
co parasita
que havia
sugado a
melhor seiva de nossa política...” iUm Est.. III, págs. 385 e 387).
no prestigio eram os novos polí
A
ticos saídos da revolução ou os Tudo comerciantes enriquecidos, mais recuava para o segmido pla no: a política e o dinheiro eram
ponte
su'.^ipensa
tinha,
sem
prejuízo da metáfora decorativa, suas colunas e os lanços, eram mais curtos do que supunha a
imaginação do historiador artista. Nos lanços se fixavam as aspira ções utópicas, 0 liberalismo popu
as duas nobrezas reconhecidas, as duas rodas do carro social. Quan
do a primeira se desconcertava, vinham as revoluções, no fundo tão oficiais como o próprio Gover no, simples fenômeno, como ele, da empregomania. que se ia ge neralizando: quando era a segun da, vinham as crises comerciais,
lar e 0 federalismo;
debaixo das
colunas passaram os enxurros da vida
econômica,
que,
por
man
que se resolviam pela intervenção
charem as águas, não deviam ser mostrados. A visão nostálgica tem sua ideologia, que repele a realidade, transforma-a. purifica-
constante
a para se converter em bandeira
do Tesouro”.
(U77i Est.,
A.pág. 53).
pública. O celebrado dito do Visconde de “não há nada Albuquerque mais parecido com um Saquare-
ESTADO PATRIMONIAL
tela, que a serve nas capitais. Mas 0 Estado tem um aparelho espeI
49
Econômico
Poder, atua, comanda e dirige co mo lun conservador, adjetivando,
aquela do final do Segundo Rei
naçao
Dicfsto
Governo... Eles. políticos, eram os vermes do chão; a especulação, a planta vivaz e florescente que
Estado e da economia essencial mente exportadora e não essen numa
T 1
O caráter patrimonial, e não li beral, do Estado, com suas bases comerciais e de sustentação reci
proca com os Governos, nota
ainda
no
fim
do
será
'
ma do que um Luzia do Poder” — contém maior dose de malicia e de veneno do que se supôs. Não está o velho fidalgo a dizer que
a
Império.
i
o liberal transita para o campo conservador, sem rubores e sem
j
“Desde o princípio, o calor, a luz,
havia a persistente e incômoda vi
a vida para as maiores empresas,
dramas
tinha vindo do Tesouro.
da econômica e social do Impé rio. que, por um momento, tentou
versa,
tempo, as grandes figuras finan ceiras, industriais, do país tinham
ignorar, confundindo-a com a simples secreção do escravismo.
de
consciência,
e
vice-
no máximo, sua filiação partidá Não se
trata do descompro-
de uma elite solidária, que, para
to que mande e continue mandan do. Esta face é expressão de outra realidade, que gradua a cons ciência do dirigente, não raro com
algum drama interior e dilemas pungentes. O liberal, convertido em Governo, cede às estruturas e
à ideologia que lhe permitem diri gir 0 leme — leme unicamente feito
para
aquele navio,
com ele pode navegar.
que
so
Ele crê
num dogma. mas. para frequen
tar a igreja, deve praticar o culto contrário,
sob
munhão
eterna.
a pena
da
Certo,
exco
entre
o
conservador e o liberal o dissídio,
no século XIX, depende do adje tivo e não do substantivo. O LIBERALISMO No liberalismo há de tudo: con
servadores. liberais puros, radi cais. republicanos e aristocratas. {Campanhas, pág. 91 e 92). Antes de tudo. a reverência ao trono é essencial, como essencial será o não compromisso com o povo. com a democracia, embora procure ser representativo, sempre que a re
presentação secrete uma camada pedagógica de dirigentes, Ainda
influência
O que se contém na fraperiais. se célebre é coisa diversa: o libe-
neste século. Croce advertia que o liberalismo tem, como inimigo, não só o absolutismo, senão tam bém 0 ideal democrático. Separa 0 liberal do democrata o proble
e proteção que lhes dispensava o
ral, por obra do Poder e quando no
ma da igualdade, crente o último
crescido
à
sombra
da
Em todo
em
alusão
incaracterístico
j
i
dos
ao
presumido
Partidos
im-
50
Dicesto Econômico
Dicesto Econômico
rancia
na religião da quantidade, fiel o primeiro à religião da qualidade das classes dirigentes, abertos e móveis, mas dirigentes e não diri gidas
ou
escravas
à
tirania
do
maior número. O demos, na pa lavra de Hamilton, um dos fun dadores do pacto norte-america no
e
aristocratizante,
seria
a
great teast. No plano teórico do século XIX, os muitos tipos de liberalismo, sobretudo os que se inspiram em Montesquieu, Constant e Tocqueville guardam-se das inclinações democráticas, nas quais vêem, em última instancia, o
absolutismo
das maiorias. Ver
dade, entretanto, que não fizeram derivar o liberalismo político do econômico, vendo nele, em alguns lances, seu antipoda, ao contrá rio das idéias correntes mais tar
de. Advertiram, desde cedo, que a liberdade do poderoso e do de
samparado tem conteúdo diverso, insinuando que da confusão, viria a tentação de entregar o domínio econômico a um grupo diretor tecnocrático, que alcançaria, nos seus controles, o próprio núcleo dos
direitos
civis. No terreno co
mum, amavam a um só deus, o deus progresso do século passado, deus ex-machina — que curaria todos os males sociais e políticos. AS MASCARAS
liberalismo:
da oligarquia — por sua quali dade despótica, “porque os nossos costumes o Governo há de ser pes
transitórias e provisórias, que, se
permite, podendo proibir; aceita, podendo recusar; admite, poden do reprimir. A essência do libe
não acomodado, erguera reivindi cações, não suas, mas inimigas
soal ainda por muito tempo pes soal, toda a questão consistindo em saber se a pessoa central será
ralismo
ameaça e
cio do nosso povo som representa ção, sem voz, sem aspirações mes mo”. {Disc., pág, 327). Este po der doma os chefes e o povo, “co mo se domam serpentes veneno
sas” (Id. 283), serpentes que são, nada mais, que os caricatos titu lares da soberania nacional. Lon
ge do modelo anglo-saxão, respi rando 0 bolor bragantino. o libe ral se propõe educar, corrigir, tu telar 0 “inorganismo” (o povo), mas atento às suas travessuras e rebeldias. Antes de tudo. a arte pedagógica terá o cuidado de en
sinar a nadar fora da água pre zando uma qualidade que se su põe o próprio liberalismo — a to lerância.
A tolerância é um dos instru mentos da atividade liberal, mas com
ela
e
cores.
não
se
confunde,
contrário, destacado da
controle e na limitação do poder por obra da lei e da constituição,
premissa
— da
liberdade
nomia e da liberdade mesmo
de
auto
de partici-
a tolèrância à Imprensa aos
seus
excessos,
às
opiniões diversas, ainda que repu blicanas, à palavra eleitoral, em bora se anule pela compressão e pela fraude. Nesse tecido, a tole-
nominais,
mas
efetivamente
fatal. Não há liberalismo, mas o arbítrio autoritário, que talvez não
empregue suas melhores armas por desconfiar da eficácia da pon taria. O imperador é o mais to lerante dos tolerantes, e, por con sequência, 0 menos liberal, como sentiu bem Sales Torres Homem,
ao proclamar que a violência aber
o fato,
Entre a intervem a to
lerância, 0 “pacto tácito entre os adversários”, o “salão onde as boas maneiras são indispensáveis”, regido pela flexivel e cética en carnação do Poder Moderador, D, Pedro II {Em Est. I, pág. 351). Na ópera encenada, não destoa do espetáculo o Senador José To más. A estátua corporifica todas
as irradiações da vida política macia, embora entre a estátua e o bronze haja marcantes dis sonâncias, que 0 espaço não per mite, por ora, assinalar. Ele, o biografado, na sua migração con servadora para a cidade liberal, será 0 retrato
das boas maneiras
ta não é o maior perigo dos povos livres. “A sofisticação gradual das
conciliatórias, conciliatórias no Poder. Por três vezes, desempe
instituições
nhará esse papel, uma vez efeti
respeitadas nas
for
mas exteriores e corroídas na me dula... eis os verdadeiros perigos
que devem temer”, consubstancia dos, na má paródia do regime constitucional.” {Um Est., IV, pág. 164).
O POLÍTICO LIBERAL
■
Ao
maior, ela será o contrário do liberalismo. Em lugar das liber dades publicas e dos direitos indi
e
feitios
da ordem e do sistema.
no
não
po de Estado, perdia-se em másde muitos
rumo;
operantes. Na tolerância não há uma qualidade superior, mas um ardil, que revela a fraqueza do sistema, o qual, de adiamento em adiamento, prolonga a sua hora
paçao
caras
noutro
0 monarca que nomeia o ministro
além da distorção sofrida pelo ti
Joaquim Nabuco, ele próprio que se proclama um liberal, não de nuncia 0 poder pessoal — o vértice
estará
o
ou o ministro que faz a Gamara”. Ele acusa, ao contrário, o Gover no pessoal de não ser um Gover no pessoal nacional — em benefí
viduais
Na prática brasileira, o liberal,
desmente
51
Um contraste, todavia.
Na hora
do ostracismo político, na oposi
ção, o liberal importa a teoria ilibada, exuma as lições do 7 de abril e ameaça a todos: o trono e a oligarquia. Dedo em riste, veias
entumescidas,
pena
incen
rador e da oligarquia, “depois do choque da última guerra civil do Império, de abrir a política aos elementos liberais proscritos, sem
tirar a direção dela ao espírito conservador.” (MF, pág. 156). Esta será — no título do seu dis curso — a ponte de ouro. Mas
tarde, passará para o bando libe ral, com a Liga, não sem a des confiança dos históricos, sob o comando do maior político da
presentá-lo — com o povo, com
época, Zacarias, ao qual Joaquim Nabuco quer, a todo o custo, des-
as
dourar o cetro.
diária
ruas
ele ameaça — sem re-
vamente e duas vezes malogradamente. Na Conciliação (1853-57) traduziu o pensamento do Impe
em
tumulto,
as
praças
revoltas. Nessa conduta, ele não é 0 liberal, mas o político de idéias
“A probabilidade é a que a Liga teve sempre, como teve a Conciliação, a simpatia, o
50
Dicesto Econômico
Dicesto Econômico
rancia
na religião da quantidade, fiel o primeiro à religião da qualidade das classes dirigentes, abertos e móveis, mas dirigentes e não diri gidas
ou
escravas
à
tirania
do
maior número. O demos, na pa lavra de Hamilton, um dos fun dadores do pacto norte-america no
e
aristocratizante,
seria
a
great teast. No plano teórico do século XIX, os muitos tipos de liberalismo, sobretudo os que se inspiram em Montesquieu, Constant e Tocqueville guardam-se das inclinações democráticas, nas quais vêem, em última instancia, o
absolutismo
das maiorias. Ver
dade, entretanto, que não fizeram derivar o liberalismo político do econômico, vendo nele, em alguns lances, seu antipoda, ao contrá rio das idéias correntes mais tar
de. Advertiram, desde cedo, que a liberdade do poderoso e do de
samparado tem conteúdo diverso, insinuando que da confusão, viria a tentação de entregar o domínio econômico a um grupo diretor tecnocrático, que alcançaria, nos seus controles, o próprio núcleo dos
direitos
civis. No terreno co
mum, amavam a um só deus, o deus progresso do século passado, deus ex-machina — que curaria todos os males sociais e políticos. AS MASCARAS
liberalismo:
da oligarquia — por sua quali dade despótica, “porque os nossos costumes o Governo há de ser pes
transitórias e provisórias, que, se
permite, podendo proibir; aceita, podendo recusar; admite, poden do reprimir. A essência do libe
não acomodado, erguera reivindi cações, não suas, mas inimigas
soal ainda por muito tempo pes soal, toda a questão consistindo em saber se a pessoa central será
ralismo
ameaça e
cio do nosso povo som representa ção, sem voz, sem aspirações mes mo”. {Disc., pág, 327). Este po der doma os chefes e o povo, “co mo se domam serpentes veneno
sas” (Id. 283), serpentes que são, nada mais, que os caricatos titu lares da soberania nacional. Lon
ge do modelo anglo-saxão, respi rando 0 bolor bragantino. o libe ral se propõe educar, corrigir, tu telar 0 “inorganismo” (o povo), mas atento às suas travessuras e rebeldias. Antes de tudo. a arte pedagógica terá o cuidado de en
sinar a nadar fora da água pre zando uma qualidade que se su põe o próprio liberalismo — a to lerância.
A tolerância é um dos instru mentos da atividade liberal, mas com
ela
e
cores.
não
se
confunde,
contrário, destacado da
controle e na limitação do poder por obra da lei e da constituição,
premissa
— da
liberdade
nomia e da liberdade mesmo
de
auto
de partici-
a tolèrância à Imprensa aos
seus
excessos,
às
opiniões diversas, ainda que repu blicanas, à palavra eleitoral, em bora se anule pela compressão e pela fraude. Nesse tecido, a tole-
nominais,
mas
efetivamente
fatal. Não há liberalismo, mas o arbítrio autoritário, que talvez não
empregue suas melhores armas por desconfiar da eficácia da pon taria. O imperador é o mais to lerante dos tolerantes, e, por con sequência, 0 menos liberal, como sentiu bem Sales Torres Homem,
ao proclamar que a violência aber
o fato,
Entre a intervem a to
lerância, 0 “pacto tácito entre os adversários”, o “salão onde as boas maneiras são indispensáveis”, regido pela flexivel e cética en carnação do Poder Moderador, D, Pedro II {Em Est. I, pág. 351). Na ópera encenada, não destoa do espetáculo o Senador José To más. A estátua corporifica todas
as irradiações da vida política macia, embora entre a estátua e o bronze haja marcantes dis sonâncias, que 0 espaço não per mite, por ora, assinalar. Ele, o biografado, na sua migração con servadora para a cidade liberal, será 0 retrato
das boas maneiras
ta não é o maior perigo dos povos livres. “A sofisticação gradual das
conciliatórias, conciliatórias no Poder. Por três vezes, desempe
instituições
nhará esse papel, uma vez efeti
respeitadas nas
for
mas exteriores e corroídas na me dula... eis os verdadeiros perigos
que devem temer”, consubstancia dos, na má paródia do regime constitucional.” {Um Est., IV, pág. 164).
O POLÍTICO LIBERAL
■
Ao
maior, ela será o contrário do liberalismo. Em lugar das liber dades publicas e dos direitos indi
e
feitios
da ordem e do sistema.
no
não
po de Estado, perdia-se em másde muitos
rumo;
operantes. Na tolerância não há uma qualidade superior, mas um ardil, que revela a fraqueza do sistema, o qual, de adiamento em adiamento, prolonga a sua hora
paçao
caras
noutro
0 monarca que nomeia o ministro
além da distorção sofrida pelo ti
Joaquim Nabuco, ele próprio que se proclama um liberal, não de nuncia 0 poder pessoal — o vértice
estará
o
ou o ministro que faz a Gamara”. Ele acusa, ao contrário, o Gover no pessoal de não ser um Gover no pessoal nacional — em benefí
viduais
Na prática brasileira, o liberal,
desmente
51
Um contraste, todavia.
Na hora
do ostracismo político, na oposi
ção, o liberal importa a teoria ilibada, exuma as lições do 7 de abril e ameaça a todos: o trono e a oligarquia. Dedo em riste, veias
entumescidas,
pena
incen
rador e da oligarquia, “depois do choque da última guerra civil do Império, de abrir a política aos elementos liberais proscritos, sem
tirar a direção dela ao espírito conservador.” (MF, pág. 156). Esta será — no título do seu dis curso — a ponte de ouro. Mas
tarde, passará para o bando libe ral, com a Liga, não sem a des confiança dos históricos, sob o comando do maior político da
presentá-lo — com o povo, com
época, Zacarias, ao qual Joaquim Nabuco quer, a todo o custo, des-
as
dourar o cetro.
diária
ruas
ele ameaça — sem re-
vamente e duas vezes malogradamente. Na Conciliação (1853-57) traduziu o pensamento do Impe
em
tumulto,
as
praças
revoltas. Nessa conduta, ele não é 0 liberal, mas o político de idéias
“A probabilidade é a que a Liga teve sempre, como teve a Conciliação, a simpatia, o
Digksto Econômico
Dicicsto Econômico
Não perceberá que
não se resume, plasticamente, a um dos mais elegantes painéis es
52
apoio e a cooperação constitucio nal do Imperador, que via nela o desenvolvimento
da
idéia
conci
liadora de 1853.” (U??i Est., II, pág. 78, n.o 1). A terceira tentativa conciliatória será o Gabinete Rio
Branco, do qual sai a Lei do Ven tre Livre (28-IX-1871). Agora, entretanto, será um liberal que colabora com os conservadores, contra o aviso de seus correligio nários, que, eventualmente acor des ao programa, não queriam ce der as glórias ao Partido adverso. José Tomás, fiel às suas origens,
III, pág. 384).
a anarquia, o otimismo demolidor, pouco terá a ver com o povo. com o qual, lembrado o retrato de Michelet de
Danton.
confunde
Silveira Martins, no fundo o pri meiro federalista, e não agitador popular, que perturba os serenos debates parlamentares do Segun do
Reinado.
No painel de atores educados, de liberais e conservadores, paira um tipo de liberalismo, o de José Tomás, que será o do biógrafo:
cálculos
“o liberalismo utilitário e o conservantismo histórico”, fórmula
políticos de Zacarias. Seus com panheiros esperavam subir ao Po der sobre o malogro de Rio Bran co, deplorando o ministerialismo
sem arbítrio copiada de Burke. (Um Est., IV. pág. 154). Magro espólio de uma vida de transações
do colega. Os liberais perdem a bandeira emancipacionista, en
mento que o biógrafo atribuirá a
quanto José Tomás via outro di lema — não o velho conservador X liberais — mas conservadores x
de ser republicano na mocidade, foi muito provavelmente o ter si do sensível à impressão aristocrá
não se solidariza com
os
republicanos. (Um Est.. págs. 228 e segs.). Para salvar a mo narquia, ele sacrifica o Partido Liberal.
CHEFE ESPIRITUAL
Depois de 1868, José Tomás terá o papel de chefe espiritual do Par tido, chefia que o episódio de 1871 trinca de modo irremediável Já em 1873, ele se sente estranho entre os novou camaradas, nos quais percebe ‘‘o triunfo da agi tação democrática, que devia, em
e
comando,
si próprio:
filho
de
um
senti
‘‘O que me impediu
tica da vida.” (MF, pág. 96). Aristocratismo que é mais que fu mo de Pacholice, na denúncia do maior dos contemporâneos, mas uma armadura que guarda o sis tema, ideologicamente, como, mais tarde, o elitismo será o es cudo das oligarquias estaduais. Uma sombra, confundindo a nos talgia e o anacronismo, turbará, não só a visão da história, mas o processo e o curso dela. OBRA
Um
NOSTÁLGICA
Estadista
ão
Império,
de
1889, levar de vencida o Trono” ...
inspiração
“o perigo da onda revolucionária, do radicalismo intransigente, cio so e inimigo da autoridade, por ● essência republicano.” (Um Est.,
arte que ilumina, embelezando e estilizando uma época, não será apenas o inocente libelo ervado contra a República. Seu papel
nostálgica
é obra de
53.
téticos da história. A Grande Eia Brasileira, segundo a solene palavra do autor, orquestrar-se-ia com outras biografias de persona gens que nela atuaram, sobretu do daquele que ocupou o centro do teatro.
(Um Est., I, VIII).
Ao
lado da duvidosa concepção esté tica do período histórico, anima do por quadros e retratos justa postos,' há uma herança, fruto da obra e de seus pressupostos, capaz de irradiar efeitos perturbadores ao historiador c ao ator político do futuro. Atualiza-se o legado em dois lances opostos: a oligar quia esclarecida, sobranceira aos extremos, de boas maneiras, emol durada no Poder Moderador, com
um chefe neutro e superior às fac
ções internas, contra, na outra ponta, a tirania potencial, popu lar na origem, anárquica no fun do.
Um
terceiro
termo,
sumo
transformador da
memória,
a superação permanente, gerando 0 anacronismo e as explosõesmodernizadoras.
velha
moeda.
duas
faces
Conserva,
da
dentro
da corrente, debaixo das águas, invisíveis aos navegantes, minas submersas, que. por impedirem a corrida ao mar largo, perturbam 0
ritmo
social
sincrònico
e
do
movimento^
econômico.
O NOVO E O VELHO
A interação entre o novo e o velho, que conserva e nega. na ascensão a patamares superiores torna-se descordenada, quer fossi lizando o passado, quer transfor mando a mudança em veleidade e utopia. As instituições, já des providas de funções ativas e di nâmicas, atuam sobre a realida de, em reflexos vegetativos. desvirilizando-a, emasculando-a. Tor
nam-se opressivas sobrevivências,
territo
ornamentais mas pesadas na sua
rial e federal, seria inexequivel e resvalaria para o segundo termo, se não sustentado por um centro nacional e dirigente, educador e de autoridade, sobrepondo ao país real — o inorgânico o pais ofi-
pompa, ditando normas desajus tadas ao presente. A sociedade: civil, dotada de conteúdo próprio, se desvincula do Estado, que dei xa de atuar mas conserva a estru tura herdada. Ou o contráfio: O'
ciai do patronato, aristocratizan-
Estado
te ou
ciedade civil passiva, obrigando-a.
elitário.
A teia ideológica, construída so bre uma
realidade retocada, está
longe de se reduzir a uma ino cente incompreensão histórica, ge radora que é de outras incompreensões que projetam sobre a história do país um dos freios ao processo de mudança social. So lidifica. petrifica manchas idea lizadas. estilizadas, esteticamen te estilizadas, dificultando o con¬
modernizador
fere
a so-
a passos mais largos do que suas Um exemplo,, forças permitem,
que 0 próprio Joaquim Nabuco re vela, diz respeito às classes sociais: “Todas elas apresentam sintomas de desenvolvimento ou retardado ou impedido, ou, o que-
é ainda pior, de crescimento pre maturo artificiai.
(O Abolicionis
mo. pág. 153). Os desvios daí pro venientes
enchem as páginas
de-
Digksto Econômico
Dicicsto Econômico
Não perceberá que
não se resume, plasticamente, a um dos mais elegantes painéis es
52
apoio e a cooperação constitucio nal do Imperador, que via nela o desenvolvimento
da
idéia
conci
liadora de 1853.” (U??i Est., II, pág. 78, n.o 1). A terceira tentativa conciliatória será o Gabinete Rio
Branco, do qual sai a Lei do Ven tre Livre (28-IX-1871). Agora, entretanto, será um liberal que colabora com os conservadores, contra o aviso de seus correligio nários, que, eventualmente acor des ao programa, não queriam ce der as glórias ao Partido adverso. José Tomás, fiel às suas origens,
III, pág. 384).
a anarquia, o otimismo demolidor, pouco terá a ver com o povo. com o qual, lembrado o retrato de Michelet de
Danton.
confunde
Silveira Martins, no fundo o pri meiro federalista, e não agitador popular, que perturba os serenos debates parlamentares do Segun do
Reinado.
No painel de atores educados, de liberais e conservadores, paira um tipo de liberalismo, o de José Tomás, que será o do biógrafo:
cálculos
“o liberalismo utilitário e o conservantismo histórico”, fórmula
políticos de Zacarias. Seus com panheiros esperavam subir ao Po der sobre o malogro de Rio Bran co, deplorando o ministerialismo
sem arbítrio copiada de Burke. (Um Est., IV. pág. 154). Magro espólio de uma vida de transações
do colega. Os liberais perdem a bandeira emancipacionista, en
mento que o biógrafo atribuirá a
quanto José Tomás via outro di lema — não o velho conservador X liberais — mas conservadores x
de ser republicano na mocidade, foi muito provavelmente o ter si do sensível à impressão aristocrá
não se solidariza com
os
republicanos. (Um Est.. págs. 228 e segs.). Para salvar a mo narquia, ele sacrifica o Partido Liberal.
CHEFE ESPIRITUAL
Depois de 1868, José Tomás terá o papel de chefe espiritual do Par tido, chefia que o episódio de 1871 trinca de modo irremediável Já em 1873, ele se sente estranho entre os novou camaradas, nos quais percebe ‘‘o triunfo da agi tação democrática, que devia, em
e
comando,
si próprio:
filho
de
um
senti
‘‘O que me impediu
tica da vida.” (MF, pág. 96). Aristocratismo que é mais que fu mo de Pacholice, na denúncia do maior dos contemporâneos, mas uma armadura que guarda o sis tema, ideologicamente, como, mais tarde, o elitismo será o es cudo das oligarquias estaduais. Uma sombra, confundindo a nos talgia e o anacronismo, turbará, não só a visão da história, mas o processo e o curso dela. OBRA
Um
NOSTÁLGICA
Estadista
ão
Império,
de
1889, levar de vencida o Trono” ...
inspiração
“o perigo da onda revolucionária, do radicalismo intransigente, cio so e inimigo da autoridade, por ● essência republicano.” (Um Est.,
arte que ilumina, embelezando e estilizando uma época, não será apenas o inocente libelo ervado contra a República. Seu papel
nostálgica
é obra de
53.
téticos da história. A Grande Eia Brasileira, segundo a solene palavra do autor, orquestrar-se-ia com outras biografias de persona gens que nela atuaram, sobretu do daquele que ocupou o centro do teatro.
(Um Est., I, VIII).
Ao
lado da duvidosa concepção esté tica do período histórico, anima do por quadros e retratos justa postos,' há uma herança, fruto da obra e de seus pressupostos, capaz de irradiar efeitos perturbadores ao historiador c ao ator político do futuro. Atualiza-se o legado em dois lances opostos: a oligar quia esclarecida, sobranceira aos extremos, de boas maneiras, emol durada no Poder Moderador, com
um chefe neutro e superior às fac
ções internas, contra, na outra ponta, a tirania potencial, popu lar na origem, anárquica no fun do.
Um
terceiro
termo,
sumo
transformador da
memória,
a superação permanente, gerando 0 anacronismo e as explosõesmodernizadoras.
velha
moeda.
duas
faces
Conserva,
da
dentro
da corrente, debaixo das águas, invisíveis aos navegantes, minas submersas, que. por impedirem a corrida ao mar largo, perturbam 0
ritmo
social
sincrònico
e
do
movimento^
econômico.
O NOVO E O VELHO
A interação entre o novo e o velho, que conserva e nega. na ascensão a patamares superiores torna-se descordenada, quer fossi lizando o passado, quer transfor mando a mudança em veleidade e utopia. As instituições, já des providas de funções ativas e di nâmicas, atuam sobre a realida de, em reflexos vegetativos. desvirilizando-a, emasculando-a. Tor
nam-se opressivas sobrevivências,
territo
ornamentais mas pesadas na sua
rial e federal, seria inexequivel e resvalaria para o segundo termo, se não sustentado por um centro nacional e dirigente, educador e de autoridade, sobrepondo ao país real — o inorgânico o pais ofi-
pompa, ditando normas desajus tadas ao presente. A sociedade: civil, dotada de conteúdo próprio, se desvincula do Estado, que dei xa de atuar mas conserva a estru tura herdada. Ou o contráfio: O'
ciai do patronato, aristocratizan-
Estado
te ou
ciedade civil passiva, obrigando-a.
elitário.
A teia ideológica, construída so bre uma
realidade retocada, está
longe de se reduzir a uma ino cente incompreensão histórica, ge radora que é de outras incompreensões que projetam sobre a história do país um dos freios ao processo de mudança social. So lidifica. petrifica manchas idea lizadas. estilizadas, esteticamen te estilizadas, dificultando o con¬
modernizador
fere
a so-
a passos mais largos do que suas Um exemplo,, forças permitem,
que 0 próprio Joaquim Nabuco re vela, diz respeito às classes sociais: “Todas elas apresentam sintomas de desenvolvimento ou retardado ou impedido, ou, o que-
é ainda pior, de crescimento pre maturo artificiai.
(O Abolicionis
mo. pág. 153). Os desvios daí pro venientes
enchem as páginas
de-
DlCESTO Econômico
54
estudos
clássicos,
uma dialética multi-espacial e multi-temporal. No quadro glo bal, povoado de dissonâncias tem porais e espaciais, subsistem nódulos irracionais, ilhas não redutíveis ao movimento ascencional
Tocqueville,
Taine, Hegel, Marx .(le mort saisi le vif), Webe, Bloch A história, nas suas virtualidades, firma-se sob 0 influxo de tais caracteristicas, como uma vez se disse, numa casa composta de inúmeras es-
de
novas classes ou
ao
desenvol
eadas e raros aposentos A velha estrutura política, in capaz de articular-se com as for ças florescentes e em ascensão, perde a legitimidade condutora, para se arvorar, por conta pópria, na tutoia do Governo, desconhe cendo a maioridade dos pupilos,
vimento do país, focos de resistên
confundindo trio
comando
arbítrio
com
arbí
modernizadora
provocado
pelo
social. Sem embargo da pureza de vistas do biógrafo, aí fica a
descompasso entre a base e a fic ção do controle. A submissão à
autoridade traduz, fora da legiti midade, a anarquia metodizada, reprimida. A aristocracia conver
te-se no papel dos pergaminhos duvidosos ou do elitismo imposto. Daí duas situações possíveis: a explosão ou 0 Terror, ou as duas coisas,
cia que se recusam a acertar o passo, ao lado de árvores aduba das artificialmente. A poliritmia se alimenta das instituições ana crônicas, de suas ideologias aris tocráticas e elitistas, obscurecendo o degrau seguinte na escada
simultânea
ou
sucessiva
mente.
ou
da
mudança
erva má presa ao solo, a parasi ta que entibiará o tronco secular. Surpreendente' o contraste entre
o Joaquim Nabuco nostálgico e o Joaquim
Nabuco
abolicionista?
Como abolicionista, ele foi tacha do de anarquista, comunista, pe troleiro — quem se lembrará hoje desta palavra para injuriar os adversários? — mas, no fundo, o
As etapas históricas não cance
renovador era um aristocrata, também ele um liberal utilitário. Entre a arte e a história há um
ladas, não absorvidas, não supe
abismo, que não será atravessado
QUADRO GLOBAL
radas sugerem, na imagem de um museu de antiguidades e de obje tos ainda não postos no mercado,
com
as asas
chumbadas
ao
pas
sado, lastimando as excelsas gló rias perdidas.
●o
r
Estados Unidos JOÃO DE SCANTIMBURGO I
A
medida
que
a
história
se
torna mais complexa, graças às invenções e descobertas, ao
desenvolvimento
da
téc
nica, às conquistas da ciên cia, vem acelerando a incorpora ção de camadas humanas cada
vez maiores
aos benefícios
e 0 aumento de habitantes sobre a face da terra. O desenvolvimen
to. que se assinala apenas numas poucas nações, ferreteia, com seu fascínio, todos os povos do mun do. Inspiram-se uns no modelo americano,
outros
no
modelo
so
viético. e até mesmo no modelo chinês, há povos que nele se ins piram, vendo nesses exemplares de consecução da riqueza e da luta contra a miséria, a forma de ven cerem a escassez, a necessidade
das grandes maiorias nacionais. São
Rejlexões em
os Estados Unidos o arse
torno do planeja
mento e ãa liberdade de iniciativa.
Conferência
proferida
de Estudos Sociais e
no Centro Políticos da.
Associação Comercial de São Paulo.
da ci
vilização e da cultura, em todos os seus aspectos. Mas uma corri da se estabeleceu entre a capaci dade do homem para a produção,
só de pão vive o homem, todos o> sabemos, mas na
esfera material
o que tem o sentido analógico de pão. os bens de consumo seduzem multidões, povos inteiros, e os lan çam na senda do desenvolvimen to. não raro desesperadamente, pois 0 que visam é ascenderem, de degrau em degrau, ao uso e gozo dos produtos do engenho humano.
Até mesmo a índia, com sua pas sividade religiosa, sua paciência haurida no hinduismo. já se põe em movimento, para vencer sua fome secular ou milenar, as dife
renças de classe — ou de castas,
— e entrar no âmbito das nações
nal da tecnologia contemporânea.
menos
desenvolvidas.
Sua civili
zação.
sua
seus senti
Os inventos e as descobertas, pró
mentos religiosos, sua população,
prias ou alheias, vêm sendo, ge
a sabedoria que se contem nos en sinamentos de seus códigos mo rais, formam um mundo à parte, mas nem por isso quer o grande subcontinente ficar para trás na.
ralmente,
BRASIL:- PISOS IRREGULARES — A Guainco — Pisos Esmaltados, do Grupo Chiarelli de Mogi-Guaçú, São Paulo, passará a produzir, em es cala industrial, os pisos irregulares que são tradicionalmente fabricados na Itália. Estes pisos, denominados “Ancora” e “Moresco”, serão apresentados no formato de 15x15 cm, em quatro cores lisas, a Cerâmica Chiarelli, do mesmo grupo, estará lançando o “Pisodur”, piso cerymico de grande resis tência, indicado para áreas comerciais e industriais.
e Economia - O Plano nos
desenvolvidos
em
suas
fábricas, suas usinas, suas implan tações econômicas. Em toda a es cala da tecnologia, os Estados Unidos concentram, hoje, a maior quantidade de patentes, de cuja aplicação ganham vantagens as
populações de todo o mundo. Nem -Aj.*-
filosofia,
corrida do desenvolvimento. Embora o moderno se acotovele
com 0 antigo, e, ao lado de fábri cas altamente sofisticadas funcio-
DlCESTO Econômico
54
estudos
clássicos,
uma dialética multi-espacial e multi-temporal. No quadro glo bal, povoado de dissonâncias tem porais e espaciais, subsistem nódulos irracionais, ilhas não redutíveis ao movimento ascencional
Tocqueville,
Taine, Hegel, Marx .(le mort saisi le vif), Webe, Bloch A história, nas suas virtualidades, firma-se sob 0 influxo de tais caracteristicas, como uma vez se disse, numa casa composta de inúmeras es-
de
novas classes ou
ao
desenvol
eadas e raros aposentos A velha estrutura política, in capaz de articular-se com as for ças florescentes e em ascensão, perde a legitimidade condutora, para se arvorar, por conta pópria, na tutoia do Governo, desconhe cendo a maioridade dos pupilos,
vimento do país, focos de resistên
confundindo trio
comando
arbítrio
com
arbí
modernizadora
provocado
pelo
social. Sem embargo da pureza de vistas do biógrafo, aí fica a
descompasso entre a base e a fic ção do controle. A submissão à
autoridade traduz, fora da legiti midade, a anarquia metodizada, reprimida. A aristocracia conver
te-se no papel dos pergaminhos duvidosos ou do elitismo imposto. Daí duas situações possíveis: a explosão ou 0 Terror, ou as duas coisas,
cia que se recusam a acertar o passo, ao lado de árvores aduba das artificialmente. A poliritmia se alimenta das instituições ana crônicas, de suas ideologias aris tocráticas e elitistas, obscurecendo o degrau seguinte na escada
simultânea
ou
sucessiva
mente.
ou
da
mudança
erva má presa ao solo, a parasi ta que entibiará o tronco secular. Surpreendente' o contraste entre
o Joaquim Nabuco nostálgico e o Joaquim
Nabuco
abolicionista?
Como abolicionista, ele foi tacha do de anarquista, comunista, pe troleiro — quem se lembrará hoje desta palavra para injuriar os adversários? — mas, no fundo, o
As etapas históricas não cance
renovador era um aristocrata, também ele um liberal utilitário. Entre a arte e a história há um
ladas, não absorvidas, não supe
abismo, que não será atravessado
QUADRO GLOBAL
radas sugerem, na imagem de um museu de antiguidades e de obje tos ainda não postos no mercado,
com
as asas
chumbadas
ao
pas
sado, lastimando as excelsas gló rias perdidas.
●o
r
Estados Unidos JOÃO DE SCANTIMBURGO I
A
medida
que
a
história
se
torna mais complexa, graças às invenções e descobertas, ao
desenvolvimento
da
téc
nica, às conquistas da ciên cia, vem acelerando a incorpora ção de camadas humanas cada
vez maiores
aos benefícios
e 0 aumento de habitantes sobre a face da terra. O desenvolvimen
to. que se assinala apenas numas poucas nações, ferreteia, com seu fascínio, todos os povos do mun do. Inspiram-se uns no modelo americano,
outros
no
modelo
so
viético. e até mesmo no modelo chinês, há povos que nele se ins piram, vendo nesses exemplares de consecução da riqueza e da luta contra a miséria, a forma de ven cerem a escassez, a necessidade
das grandes maiorias nacionais. São
Rejlexões em
os Estados Unidos o arse
torno do planeja
mento e ãa liberdade de iniciativa.
Conferência
proferida
de Estudos Sociais e
no Centro Políticos da.
Associação Comercial de São Paulo.
da ci
vilização e da cultura, em todos os seus aspectos. Mas uma corri da se estabeleceu entre a capaci dade do homem para a produção,
só de pão vive o homem, todos o> sabemos, mas na
esfera material
o que tem o sentido analógico de pão. os bens de consumo seduzem multidões, povos inteiros, e os lan çam na senda do desenvolvimen to. não raro desesperadamente, pois 0 que visam é ascenderem, de degrau em degrau, ao uso e gozo dos produtos do engenho humano.
Até mesmo a índia, com sua pas sividade religiosa, sua paciência haurida no hinduismo. já se põe em movimento, para vencer sua fome secular ou milenar, as dife
renças de classe — ou de castas,
— e entrar no âmbito das nações
nal da tecnologia contemporânea.
menos
desenvolvidas.
Sua civili
zação.
sua
seus senti
Os inventos e as descobertas, pró
mentos religiosos, sua população,
prias ou alheias, vêm sendo, ge
a sabedoria que se contem nos en sinamentos de seus códigos mo rais, formam um mundo à parte, mas nem por isso quer o grande subcontinente ficar para trás na.
ralmente,
BRASIL:- PISOS IRREGULARES — A Guainco — Pisos Esmaltados, do Grupo Chiarelli de Mogi-Guaçú, São Paulo, passará a produzir, em es cala industrial, os pisos irregulares que são tradicionalmente fabricados na Itália. Estes pisos, denominados “Ancora” e “Moresco”, serão apresentados no formato de 15x15 cm, em quatro cores lisas, a Cerâmica Chiarelli, do mesmo grupo, estará lançando o “Pisodur”, piso cerymico de grande resis tência, indicado para áreas comerciais e industriais.
e Economia - O Plano nos
desenvolvidos
em
suas
fábricas, suas usinas, suas implan tações econômicas. Em toda a es cala da tecnologia, os Estados Unidos concentram, hoje, a maior quantidade de patentes, de cuja aplicação ganham vantagens as
populações de todo o mundo. Nem -Aj.*-
filosofia,
corrida do desenvolvimento. Embora o moderno se acotovele
com 0 antigo, e, ao lado de fábri cas altamente sofisticadas funcio-
Digksto EconômicoT
●56
nem ateliers milenares, a índia .se move, e quer participar das pro.messas do grande banquete eco
possivelmente a primeira decisão a
nômico
modo,
universal.
Unificada
em
tomar é a de renuncia à ilusão de
que,
em
algum
tudo
lugar,
acabará
algum como
data recente, por obra. sobretudo,
acentua
dos dominadores britânicos,
lam-se os problema.s sociais, polí
luta,
;ainda, a índia, como diz K. M. Penikkar, contra a multiplicida de de suas línguas e dialetos, con tra as diferenças de castas, os ter ríveis problemas que se acumula ram durante milênios em seu ter ritório, mas nos serve de exemplo,
como espécímen da humanidade em marcha para o desenvolvimen to. com sacrifício das gerações fu■turas, segundo a própria tônica do desenvolvimento, entre os povos estagiados em fase preterita a essa. Como a índia; e, em outras circunstancias, com outros fato res de amparo, a China comunista procura uma saída para o seu in●cipiente desenvolvimento. Dife rentes povos seguem o mesmo ca minho, ou os caminhos que lhes convém.
ticos
e
Barbara
de bem.
Ward.
econômicos,
Acumu
engendrados
pelo subdesenvolvimento, e até mesmo nações desenvolvidaslutam contra as tenazes de manchas que.
dessas condições, se indigitam nas suas estruturas, como é o caso dos Estados Unidos em algumas re giões da dixieland. da França na
Camargue e outros países, sob di ferentes aspectos. Daí, Barbara Ward afirmar., ainda, com muito de razão, que temos
todos
consciência
de
viver
a época catastroficamente mais revolucionária de todos os tempos. E se a revolução começa, como diz a mesma autora, no domínio das
idéias vemos, na pleintude de sua evidência, o processo revolucioná rio em movimento, envolvendo to
das
as
Essa, 0 desenvolvimento, é uma das idéias do século, que será, por isso mesmo, rastreada até ao ano
homem.
2.00C, por suas pulsações.
instituições
criadas
A consciência
pelo
do desen
volvimento é, portanto, uma de las, porquanto nenhum povo se
Mas
conforma em não ter o que outros
como a sua trasladaçãc do abstra to para o concreto não se faz sem
possuem, em não gozar o de que
dor. sacrifício, obstinação, sobe da terra um clamor imenso, o dos sub-desenvolvidos, dos povos em desenvolvimento, a fim de que os
rem à sua disposição os bens que outros desperdiçam. Do século XIX, quando Marx
acudam
os
desenvolvidos.
Para
transpor o imenso abismo entre -as nações ricas e as nações pohres, entre as nações norte-atlanticas, que já consumaram as revoíuções modernizadoras, e os paí ses que procuram, angustiadamen●-te, consumar a mesma transição.
outros desfrutam,
o
de
não esta
elaborava a sua doutrina e os re volucionários russos a assimila vam, adotando-a como catecismo de atividade, aos nossos dias. em
que o desenvolvimento e a idéia que nele se contem ampliaram-se
57
Dir.ESTü Econômico
já não pode seguir, rigorosamente à letra, a teoria marxista, nem a
de seus interpretes.
Se o prole
monial, para garantia de seu pro Assume o comunismo. prietário,
paternalistamente, a responsabili
ção, atuando como instrumento
dade pela segurança do homem, embora não n’a dê. na proporção de suas necessidades: o capita-
partido comunista tem que se
regime da livre empresa, como se
tariado. diz Abram L. Harris. vai modificar as condições de produ histórico pela luta do classes: se 0
apoiar numa idéia social, da qual
decorra o desenvolvimento mate rial da sociedade, como queria Stalin. então as negociações que os
dirigentes soviéticos concertam no
Ocidente, sobretudo nos Estados Unidos, vêm contestar cincoenta e nove e
a
anos
de revolução comunista
luta de classes não passa de
um “ente de razao’’, de uma das especies do grosseiro
materialis-
mo do qual a União Soviética é a matriz.
Prova,
simplesmente,
a
União Soviética — e essa lição e
proveitosa. — que devemos ficar
realismo, sobre cujos alicerces
no
se levanta o pensamento ociden tal, e, através dele. de suas teses,
alcancar o nosso objetivo, desven dar todas as indagações, todas as ansiedades sobre o futuro, as re
lativas possibilidades de um “novo céu e de uma nova terra”, onde todos caibamos, sem crises vio lentas.
O uma
teção
sistema ocidental elaborou complexa estrutura de proao homem
e
sua
família.
Embora a incerteza não tenha si do de todo excluida dos países de senvolvidos — e, por isso mesmo, dos países em desenvolvimento ou as instituisubdesenvolvidos, çoes securitarias funcionam, com
lismo
ou neocapitalismo
queira,
mais
realista e
ou
aten-
dendo às instâncias do movimen
to social cristão, que, em fins do século XIX culminou na Rerian I^ovarum. e. posteriormente, em, todos os documentos pontificios
até à Populorum Progressio. criou todas as condições para a segu
rança do homem e sua família, atribuindo ao Estado essa obriga
ção, através da distribuição de
benefícios, de aposentadorias, de
pensões, de pecúlios, de assistên
cia médica e outras, que reduzem a dimensão da incerteza em cadavida e em cada família. Como o homem tem sempre ne
cessidade de um outro, assentam-
se os problemas sociais nessa in
terdependência, de que a seguran
ça social se constitui no elo resis
tente e perpetuo. Daí, o regime de retribuições, sem o qual a vida
é impossível de ser vivida. Sejam quais forem as retribuições — ma
teriais, espirituais, serviços, apoios e ajudas. — em seu plano entram a inteligência, a vontade, a polí tica social do Estado e as fases econômicas, às quais estamos vinculados.
Não é preciso citar os exemplos; o homem americano dispõe de
que
menos ou mais eficiência, e o ca
muito mais segurança do que o homem brasileiro, e este do que
houve extraordinárias mudanças, inclusive na União Soviética, que
pitalismo pôs em movimento for
o
mas variadas de formação patri-
desmesuradamente,
vemos
homem
paraguaio,
Há
uma.
gradação na segurança, nas retri-
Digksto EconômicoT
●56
nem ateliers milenares, a índia .se move, e quer participar das pro.messas do grande banquete eco
possivelmente a primeira decisão a
nômico
modo,
universal.
Unificada
em
tomar é a de renuncia à ilusão de
que,
em
algum
tudo
lugar,
acabará
algum como
data recente, por obra. sobretudo,
acentua
dos dominadores britânicos,
lam-se os problema.s sociais, polí
luta,
;ainda, a índia, como diz K. M. Penikkar, contra a multiplicida de de suas línguas e dialetos, con tra as diferenças de castas, os ter ríveis problemas que se acumula ram durante milênios em seu ter ritório, mas nos serve de exemplo,
como espécímen da humanidade em marcha para o desenvolvimen to. com sacrifício das gerações fu■turas, segundo a própria tônica do desenvolvimento, entre os povos estagiados em fase preterita a essa. Como a índia; e, em outras circunstancias, com outros fato res de amparo, a China comunista procura uma saída para o seu in●cipiente desenvolvimento. Dife rentes povos seguem o mesmo ca minho, ou os caminhos que lhes convém.
ticos
e
Barbara
de bem.
Ward.
econômicos,
Acumu
engendrados
pelo subdesenvolvimento, e até mesmo nações desenvolvidaslutam contra as tenazes de manchas que.
dessas condições, se indigitam nas suas estruturas, como é o caso dos Estados Unidos em algumas re giões da dixieland. da França na
Camargue e outros países, sob di ferentes aspectos. Daí, Barbara Ward afirmar., ainda, com muito de razão, que temos
todos
consciência
de
viver
a época catastroficamente mais revolucionária de todos os tempos. E se a revolução começa, como diz a mesma autora, no domínio das
idéias vemos, na pleintude de sua evidência, o processo revolucioná rio em movimento, envolvendo to
das
as
Essa, 0 desenvolvimento, é uma das idéias do século, que será, por isso mesmo, rastreada até ao ano
homem.
2.00C, por suas pulsações.
instituições
criadas
A consciência
pelo
do desen
volvimento é, portanto, uma de las, porquanto nenhum povo se
Mas
conforma em não ter o que outros
como a sua trasladaçãc do abstra to para o concreto não se faz sem
possuem, em não gozar o de que
dor. sacrifício, obstinação, sobe da terra um clamor imenso, o dos sub-desenvolvidos, dos povos em desenvolvimento, a fim de que os
rem à sua disposição os bens que outros desperdiçam. Do século XIX, quando Marx
acudam
os
desenvolvidos.
Para
transpor o imenso abismo entre -as nações ricas e as nações pohres, entre as nações norte-atlanticas, que já consumaram as revoíuções modernizadoras, e os paí ses que procuram, angustiadamen●-te, consumar a mesma transição.
outros desfrutam,
o
de
não esta
elaborava a sua doutrina e os re volucionários russos a assimila vam, adotando-a como catecismo de atividade, aos nossos dias. em
que o desenvolvimento e a idéia que nele se contem ampliaram-se
57
Dir.ESTü Econômico
já não pode seguir, rigorosamente à letra, a teoria marxista, nem a
de seus interpretes.
Se o prole
monial, para garantia de seu pro Assume o comunismo. prietário,
paternalistamente, a responsabili
ção, atuando como instrumento
dade pela segurança do homem, embora não n’a dê. na proporção de suas necessidades: o capita-
partido comunista tem que se
regime da livre empresa, como se
tariado. diz Abram L. Harris. vai modificar as condições de produ histórico pela luta do classes: se 0
apoiar numa idéia social, da qual
decorra o desenvolvimento mate rial da sociedade, como queria Stalin. então as negociações que os
dirigentes soviéticos concertam no
Ocidente, sobretudo nos Estados Unidos, vêm contestar cincoenta e nove e
a
anos
de revolução comunista
luta de classes não passa de
um “ente de razao’’, de uma das especies do grosseiro
materialis-
mo do qual a União Soviética é a matriz.
Prova,
simplesmente,
a
União Soviética — e essa lição e
proveitosa. — que devemos ficar
realismo, sobre cujos alicerces
no
se levanta o pensamento ociden tal, e, através dele. de suas teses,
alcancar o nosso objetivo, desven dar todas as indagações, todas as ansiedades sobre o futuro, as re
lativas possibilidades de um “novo céu e de uma nova terra”, onde todos caibamos, sem crises vio lentas.
O uma
teção
sistema ocidental elaborou complexa estrutura de proao homem
e
sua
família.
Embora a incerteza não tenha si do de todo excluida dos países de senvolvidos — e, por isso mesmo, dos países em desenvolvimento ou as instituisubdesenvolvidos, çoes securitarias funcionam, com
lismo
ou neocapitalismo
queira,
mais
realista e
ou
aten-
dendo às instâncias do movimen
to social cristão, que, em fins do século XIX culminou na Rerian I^ovarum. e. posteriormente, em, todos os documentos pontificios
até à Populorum Progressio. criou todas as condições para a segu
rança do homem e sua família, atribuindo ao Estado essa obriga
ção, através da distribuição de
benefícios, de aposentadorias, de
pensões, de pecúlios, de assistên
cia médica e outras, que reduzem a dimensão da incerteza em cadavida e em cada família. Como o homem tem sempre ne
cessidade de um outro, assentam-
se os problemas sociais nessa in
terdependência, de que a seguran
ça social se constitui no elo resis
tente e perpetuo. Daí, o regime de retribuições, sem o qual a vida
é impossível de ser vivida. Sejam quais forem as retribuições — ma
teriais, espirituais, serviços, apoios e ajudas. — em seu plano entram a inteligência, a vontade, a polí tica social do Estado e as fases econômicas, às quais estamos vinculados.
Não é preciso citar os exemplos; o homem americano dispõe de
que
menos ou mais eficiência, e o ca
muito mais segurança do que o homem brasileiro, e este do que
houve extraordinárias mudanças, inclusive na União Soviética, que
pitalismo pôs em movimento for
o
mas variadas de formação patri-
desmesuradamente,
vemos
homem
paraguaio,
Há
uma.
gradação na segurança, nas retri-
58
buições, que se fundam nos está gios políticos, econômicos e sociais a um tempo. Daí, o capitalismo — ou neocapitalismo, — ampliar a zona de proteção, das retribuições, das compensações entre indivíduos-pessoas, estimulando o aces
so à propriedade, suscitando o in teresse pela poupança, sobre a qual se ergue a tranquilidade e a segurança da pessoa, quanto às incertezas do futuro.
Conhece-se
um regime político, a natureza de uma situação social, quando os laços de solidariedade são mais fortes entre os membros da mes
ma comunidade humana; e se es
tabelece a excelência de um regi me econômico, quando ostenta ele, por intermédio dos orgãos do Es tado, e da política adequada a seus fins, os meios de defesa con
tra a deterioração dos preços, con tra os surtos inflacionários, contra o mau uso do mercado, contra a
perda de poder aquisitivo do di W
nheiro, numa palavra, contra a exploração do homem, visível ou invisivelmente, pelas mil formas com que a exploração se efetiva,
nas complexas sociedades em que vivemos.
^ O homem da era industrial, e
Digesto EcoNÔxncí^ Dicesto Econômico de ter os próprios cabelos, como | dizia Chesterton.
Essa é a socie
Sabemos que, na realidade, a so ciedade, perfeita ou menos imper feita nunca existiu, nem vai exis tir, segundo no-lo comprovam as
za própria. Quando, pois, o Papa Paulo VI diz, na PopxLlorum Progresio, que
crises miúdas, mas numerosas, que enxameiam
o
funcionamento
do
governo da Suécia, apresentada ao mundo como a sociedade perfei
ta, onde um povo feliz, com o mais longo período de vida, esta ria sempre contente, mergulhado numa especie de shangri-la eter na; sabemos que a sociedade
Os problemas sociais, a política e a economia estão, portanto, vin
crédito, a poupança, as restrições e compensações do meio social, a proteção do Estado, os direitos hu manos à sua disposição, desde o direito de educar-se até ao direito
as condições em que nos encon tramos, que encontramos e que as
gerações vindouras vão encontrar, nessa sequência ininterrupta, que
é a própria lei da vida.
nas
sociedades
participação de todos os homens de
sociais
variados,
fluência cada vez maior das cida
des, das megalopolis sobre a po lis, seja ela qual for. Os problemas sociais, a política e a economia, dos quais tan tas desilusões nos são apontadas, colocam exigências, as quais de
vem ser satisfeitas, a fim de nos aproximarmos dos limites da ci
humanas,
dade ideal.
São tantos os problemas, que enumera-los seria impossível, mas
jam contestados, nem ofendidos pelas injustiças, de que, com raras exceções, estão saturados os re
políticos
estamentos
mas com iguais direitos, dos gran des aos pequenos centros urbanos, nos campos até onde chega a in
onde os direitos humanos não se
gimes
Os pro
blemas sociais, a política e a eco nomia se implicam, portanto, no desenvolvimento, o qual é, por isso mesmo, concebido como a
culados estreitamente a uma ordem, a da paz que deve ser man
tida
revistas
ção do mundo, urbi et orbi. para
los seus interesses, em estados e
so-
as
neficio para todos, mas também um dever, está chamando a aten
ções; a representação popular pe
cessidade desses mecanismos,
circulação,
a solidariedade humana é um be
ral e tecnicamente forte, sobran ceiro às lutas e disputas de fac
justiça, sem a subalternidade das consciências que se vendem.
mundo de falsidades evidentes; o
grande
ilustradas, o cinema, pululam em abundância os problemas sociais, mas devem, por isso mesmo, ser enfrentados, segundo sua nature
ideal é utópica, e sobre a utopia já falamos o suficiente, mas sa bemos, também, que é possível delimitarem-se as imperfeições, com base nos sistemas políticos, no qual se combinem o poder mo
dos Unidos, na Escandinavia, na Alemanha Federal, tem, pois, ne con-
das co
dade que C.B. Macpherson deno mina modelo mercantil possessi vo, ou seja, o modelo que exige uma armadura legal compulsiva, na qual o Estado tem papel salien te, mas os direitos individuais são garantidos por lei.
não em classes; a distribuição da
fiança: a propriedade, o preço, tanto quanto possível justo, em
massas,
municações de massa, da profun da a extensa influência que a te levisão, 0 rádio, os jornais de
já pós-industrial como nos Esta
bre os quais ele funda sua
Na sociedade de
5D
contemporâneos. -é^
sima frequência, neste fim de século, em que a inflação se tor nou uma praga inerradicável, se não com tenacissima energia, que, na quasi totalidade, os governos não n’a possuem; a moeda e o> crédito devem exercer o papel subsidiário de apoios da produção, de todas as fases da economia; as transações devem ser protegidas
contra as variações monetárias, isto é, o poder aquisitivo das moe das deve ser preservado dos gol pes aplicados pelos detentores eventuais do poder; o equilíbrio interno
das
sociedades
deve
ser
obstinadamente defendido; a ciên cia e a técnica devem ser postas a serviço do homem, e, sem des titui-lo dos caracteres que o per
sonalizam, devem eleva-lo no pla no social, proporcionando-lhe acesso aos bens da natureza e da
engenho humano, a fim de que a extensão das injustiças seja re duzida progressivamente. Sabe-se hoje, com relativa pre
cisão,
nas
economias
mistas
de-
mercado ou nas economias planificadas
— embora
nestas menos
do que nas outras, — as necessi dades da população, os seus pro blemas sociais, que a política deEstado e a política economica, es tão em condições de resolver, se não satisfatória, ao menos apro ximadamente.
O arsenal da eco
nomia é hoje imenso.
O mana-
gement, o marketing, a publicida de e a propaganda tecnicamente organizadas, os fluxos da procu ra e os índices da oferta são al
é preciso que as crises monetárias
guns dos fatores que entram no
não dominem o trabalho humano, como vem ocorrendo, com tristis-
levantamento das necessidades do
homem contemporâneo, o homem
58
buições, que se fundam nos está gios políticos, econômicos e sociais a um tempo. Daí, o capitalismo — ou neocapitalismo, — ampliar a zona de proteção, das retribuições, das compensações entre indivíduos-pessoas, estimulando o aces
so à propriedade, suscitando o in teresse pela poupança, sobre a qual se ergue a tranquilidade e a segurança da pessoa, quanto às incertezas do futuro.
Conhece-se
um regime político, a natureza de uma situação social, quando os laços de solidariedade são mais fortes entre os membros da mes
ma comunidade humana; e se es
tabelece a excelência de um regi me econômico, quando ostenta ele, por intermédio dos orgãos do Es tado, e da política adequada a seus fins, os meios de defesa con
tra a deterioração dos preços, con tra os surtos inflacionários, contra o mau uso do mercado, contra a
perda de poder aquisitivo do di W
nheiro, numa palavra, contra a exploração do homem, visível ou invisivelmente, pelas mil formas com que a exploração se efetiva,
nas complexas sociedades em que vivemos.
^ O homem da era industrial, e
Digesto EcoNÔxncí^ Dicesto Econômico de ter os próprios cabelos, como | dizia Chesterton.
Essa é a socie
Sabemos que, na realidade, a so ciedade, perfeita ou menos imper feita nunca existiu, nem vai exis tir, segundo no-lo comprovam as
za própria. Quando, pois, o Papa Paulo VI diz, na PopxLlorum Progresio, que
crises miúdas, mas numerosas, que enxameiam
o
funcionamento
do
governo da Suécia, apresentada ao mundo como a sociedade perfei
ta, onde um povo feliz, com o mais longo período de vida, esta ria sempre contente, mergulhado numa especie de shangri-la eter na; sabemos que a sociedade
Os problemas sociais, a política e a economia estão, portanto, vin
crédito, a poupança, as restrições e compensações do meio social, a proteção do Estado, os direitos hu manos à sua disposição, desde o direito de educar-se até ao direito
as condições em que nos encon tramos, que encontramos e que as
gerações vindouras vão encontrar, nessa sequência ininterrupta, que
é a própria lei da vida.
nas
sociedades
participação de todos os homens de
sociais
variados,
fluência cada vez maior das cida
des, das megalopolis sobre a po lis, seja ela qual for. Os problemas sociais, a política e a economia, dos quais tan tas desilusões nos são apontadas, colocam exigências, as quais de
vem ser satisfeitas, a fim de nos aproximarmos dos limites da ci
humanas,
dade ideal.
São tantos os problemas, que enumera-los seria impossível, mas
jam contestados, nem ofendidos pelas injustiças, de que, com raras exceções, estão saturados os re
políticos
estamentos
mas com iguais direitos, dos gran des aos pequenos centros urbanos, nos campos até onde chega a in
onde os direitos humanos não se
gimes
Os pro
blemas sociais, a política e a eco nomia se implicam, portanto, no desenvolvimento, o qual é, por isso mesmo, concebido como a
culados estreitamente a uma ordem, a da paz que deve ser man
tida
revistas
ção do mundo, urbi et orbi. para
los seus interesses, em estados e
so-
as
neficio para todos, mas também um dever, está chamando a aten
ções; a representação popular pe
cessidade desses mecanismos,
circulação,
a solidariedade humana é um be
ral e tecnicamente forte, sobran ceiro às lutas e disputas de fac
justiça, sem a subalternidade das consciências que se vendem.
mundo de falsidades evidentes; o
grande
ilustradas, o cinema, pululam em abundância os problemas sociais, mas devem, por isso mesmo, ser enfrentados, segundo sua nature
ideal é utópica, e sobre a utopia já falamos o suficiente, mas sa bemos, também, que é possível delimitarem-se as imperfeições, com base nos sistemas políticos, no qual se combinem o poder mo
dos Unidos, na Escandinavia, na Alemanha Federal, tem, pois, ne con-
das co
dade que C.B. Macpherson deno mina modelo mercantil possessi vo, ou seja, o modelo que exige uma armadura legal compulsiva, na qual o Estado tem papel salien te, mas os direitos individuais são garantidos por lei.
não em classes; a distribuição da
fiança: a propriedade, o preço, tanto quanto possível justo, em
massas,
municações de massa, da profun da a extensa influência que a te levisão, 0 rádio, os jornais de
já pós-industrial como nos Esta
bre os quais ele funda sua
Na sociedade de
5D
contemporâneos. -é^
sima frequência, neste fim de século, em que a inflação se tor nou uma praga inerradicável, se não com tenacissima energia, que, na quasi totalidade, os governos não n’a possuem; a moeda e o> crédito devem exercer o papel subsidiário de apoios da produção, de todas as fases da economia; as transações devem ser protegidas
contra as variações monetárias, isto é, o poder aquisitivo das moe das deve ser preservado dos gol pes aplicados pelos detentores eventuais do poder; o equilíbrio interno
das
sociedades
deve
ser
obstinadamente defendido; a ciên cia e a técnica devem ser postas a serviço do homem, e, sem des titui-lo dos caracteres que o per
sonalizam, devem eleva-lo no pla no social, proporcionando-lhe acesso aos bens da natureza e da
engenho humano, a fim de que a extensão das injustiças seja re duzida progressivamente. Sabe-se hoje, com relativa pre
cisão,
nas
economias
mistas
de-
mercado ou nas economias planificadas
— embora
nestas menos
do que nas outras, — as necessi dades da população, os seus pro blemas sociais, que a política deEstado e a política economica, es tão em condições de resolver, se não satisfatória, ao menos apro ximadamente.
O arsenal da eco
nomia é hoje imenso.
O mana-
gement, o marketing, a publicida de e a propaganda tecnicamente organizadas, os fluxos da procu ra e os índices da oferta são al
é preciso que as crises monetárias
guns dos fatores que entram no
não dominem o trabalho humano, como vem ocorrendo, com tristis-
levantamento das necessidades do
homem contemporâneo, o homem
e .
DICICSTO
r60
da mass-production. de que
fala
Peter F. Drucker.
lüCO.NOMrCO
— a empresa privada terá desapa recido, e a economia estará
Malogrou a planificação sovié tica, mas 0 funcionamento da economia de mercado, embora já quasi não exista em estado puro, mas como economia mista de mer
mãos,
parte de acionistas,
em
parte
do Estado, mas sob o controle do
poder público. Tudo são conjectu ras, mas vê-se que pululam as idéias nos Estados Unidos, e que
cado, essa enfrentou os problemas sociais, e, amparada na política -de Estado e na política econômica está oferecendo ao poder, à em
ali também as tendências socializantes fazem progresso. O que se pode ter como certo é que 0 planejamento, senão coerci
presa,
tivo,
e,
portanto, aos assalaria
dos, os meios com os quais pode rão vencer a larga margem de in segurança que marca as socieda
des. Ao mesmo tempo, poderão despertar o interesse por diferen tes formas de remuneração, como, 2i ainda mais ou menos utópica, participação e co-gestão, as quais, na atual fase das sociedades hu
manas adiantadas, não deram os resultados que se esperavam. Os
problemas sociais, a política e a economia estão, pois, a
vencer
habilitadas
desilusões.
Com base nestas considerações podemos colocar a questão: por que a campanha pelo plano nos
Estados Unidos? Neste momento, 0 Congresso americano pretende dotar 0 Executivo de uma lei que obrigue a planificar setores eco nômicos dos Estados Unidos. O debate está aberto. O “New York Times” publicou dois artigos, um de Hubert Humphrey, senador, e
outro
de
Thomas
A.
Murphy,
“chairman” da General Motors, sobre essa tentativa. Aquele a fa vor, este contra. Ao mesmo tempo já se prenuncia nos Estados Uni dos o fim da empresa privada. Dentro de alguns anos — afirmam vozes agoureiras — ou proíetisas
ao
adotado
menos nos
indicativo,
será
Estados-Unidos.
61
mo, ou especie socializantc. a do planejamento, até agora informe; não perfeitamente definido. A grande nacionalidade ameri cana é produto da livre empresa,
jamento com seu corolário de in
vasão do setor privado pelo Es tado.
de economia de mercado, da liber dade de iniciativa, sem interferên cia
direta
do
Estado,
Essa
Como os Estados Unidos in
fluenciam o mundo, a política do planejamento, que não é, um mal em si. mas que poderá arrastar a economia ao socialismo, ganhará vigor, e a ameaça socialista pe
era
sará mais volumosa sobre o mundo.
Seus chega, parece-nos, ao fim. inimigos assestaram baterias con tra ela. e querem introduzir nos Estados Unidos a moda do plane¬
São as considerações que faze mos a respeito dessa última no vidade
americana.
O
Congresso baixará, provavelmente,
lei nesse sentido, em futuro pró
●a
ximo, e o último baluarte da livre empresa cairá sob a ação do Es
tado. Parece-nos que essa é, mes mo, uma
parabola
fatal
da
eco
nomia americana. Evidentemente, reagem os conservadores, os lide
res da livre empresa, como o pre sidente da General Motors, , mas a sedução do planejamento, como I o adotam vários países, é fascinan
te. Os Estados Unidos cairão nele, embora não vejamos necessidade de chegarem a essa forma econo-
mica, pois a empresa privada obe dece a um planejamento, o do mercado e o da administração, do marketing e o do managment. A economia também obedece a
modas.
Estamos
não adianta
lutar
convictos
que
contra
cor
a
rente. Ela acabará por nos engol far. Se a livre empresa está no
fim, nos Estados Unidos, como pre conizam vários estudiosos
de sua
estrutura
se
econômica,
ou
vai,
ainda, resistir, não sabemos. O que nos parece certo é que os Es
tados Unidos, sem necessidade, estão propensos a adotar uma via, ainda que mitigada, de socialis-
ITÁLIA:- MONTEDISON QUER MAIOR FATIA DO MERCADO — tentando recuperar o ritmo que elevou suas vendas de 1974 em 55,6%, para um total de 6,4 bilhões de dólares, está
A Montedison da Itália,
dando nova ênfase a uma tecnologia recentemente desenvolvida, a fim de movimentar uma campanha para a obtenção de maior participação no ramo dos plásticos, com uma produção estimada em 10% da produção total européia. Mas, o responsável pelo planejamento da Divisão Petro química da Montedison afirma que o desenvolvimento de catalisadores de alta eficiência deverá dar ã companhia uma boa margem em vários setores de produtos. O principal deles é o polipropileno que deverá crescer à razão de 15%/ano, um pouco mais rápido que a maioria dos plásticos. Para impulsionar o crescimento do polipropileno. a Montedi son adquiriu a tecnologia do catalisador aperfeiçoado Ziegler da Mitsu bishi Petrochemical. A pesquisa da Montedison desenvolveu, também, recentemente,
um
polipropileno
auto-extinguível.
Até o presente,
esta
propriedade vem sendo obtida somente através da introdução de aditi vos em quantidades (de até 20-40% do peso) que alteram as proprie dades mecânicas do polímero. No método da Montedison são utilizadas quantidades menores (5-6%). Um dos campos logicamente abertos à Montedison, em poliolefínas, é o do papel. Uma fábrica de 90.000 t.m./ano para produzir fibrilas baseadas na tecnologia da Montedison foi planejada para o complexo da companhia em Ferrara, e seu inicio dc funcionamento está previsto para 1979. Tanto o etileno quanto o propileno são utilizados como matéria-prima, As fibrilas obtidas podem ser misturadas em qualquer proporção com polpas de celulose e utiliza
das com as atuais tecnologias de produção de papel. Estão também sendo realizadas pesquisas sobre aplicações em outras áreas. A Monte dison espera atingir uma produção de plásticos básicos de 1,55 milhões de t.m./ano no final de 1975.
e .
DICICSTO
r60
da mass-production. de que
fala
Peter F. Drucker.
lüCO.NOMrCO
— a empresa privada terá desapa recido, e a economia estará
Malogrou a planificação sovié tica, mas 0 funcionamento da economia de mercado, embora já quasi não exista em estado puro, mas como economia mista de mer
mãos,
parte de acionistas,
em
parte
do Estado, mas sob o controle do
poder público. Tudo são conjectu ras, mas vê-se que pululam as idéias nos Estados Unidos, e que
cado, essa enfrentou os problemas sociais, e, amparada na política -de Estado e na política econômica está oferecendo ao poder, à em
ali também as tendências socializantes fazem progresso. O que se pode ter como certo é que 0 planejamento, senão coerci
presa,
tivo,
e,
portanto, aos assalaria
dos, os meios com os quais pode rão vencer a larga margem de in segurança que marca as socieda
des. Ao mesmo tempo, poderão despertar o interesse por diferen tes formas de remuneração, como, 2i ainda mais ou menos utópica, participação e co-gestão, as quais, na atual fase das sociedades hu
manas adiantadas, não deram os resultados que se esperavam. Os
problemas sociais, a política e a economia estão, pois, a
vencer
habilitadas
desilusões.
Com base nestas considerações podemos colocar a questão: por que a campanha pelo plano nos
Estados Unidos? Neste momento, 0 Congresso americano pretende dotar 0 Executivo de uma lei que obrigue a planificar setores eco nômicos dos Estados Unidos. O debate está aberto. O “New York Times” publicou dois artigos, um de Hubert Humphrey, senador, e
outro
de
Thomas
A.
Murphy,
“chairman” da General Motors, sobre essa tentativa. Aquele a fa vor, este contra. Ao mesmo tempo já se prenuncia nos Estados Uni dos o fim da empresa privada. Dentro de alguns anos — afirmam vozes agoureiras — ou proíetisas
ao
adotado
menos nos
indicativo,
será
Estados-Unidos.
61
mo, ou especie socializantc. a do planejamento, até agora informe; não perfeitamente definido. A grande nacionalidade ameri cana é produto da livre empresa,
jamento com seu corolário de in
vasão do setor privado pelo Es tado.
de economia de mercado, da liber dade de iniciativa, sem interferên cia
direta
do
Estado,
Essa
Como os Estados Unidos in
fluenciam o mundo, a política do planejamento, que não é, um mal em si. mas que poderá arrastar a economia ao socialismo, ganhará vigor, e a ameaça socialista pe
era
sará mais volumosa sobre o mundo.
Seus chega, parece-nos, ao fim. inimigos assestaram baterias con tra ela. e querem introduzir nos Estados Unidos a moda do plane¬
São as considerações que faze mos a respeito dessa última no vidade
americana.
O
Congresso baixará, provavelmente,
lei nesse sentido, em futuro pró
●a
ximo, e o último baluarte da livre empresa cairá sob a ação do Es
tado. Parece-nos que essa é, mes mo, uma
parabola
fatal
da
eco
nomia americana. Evidentemente, reagem os conservadores, os lide
res da livre empresa, como o pre sidente da General Motors, , mas a sedução do planejamento, como I o adotam vários países, é fascinan
te. Os Estados Unidos cairão nele, embora não vejamos necessidade de chegarem a essa forma econo-
mica, pois a empresa privada obe dece a um planejamento, o do mercado e o da administração, do marketing e o do managment. A economia também obedece a
modas.
Estamos
não adianta
lutar
convictos
que
contra
cor
a
rente. Ela acabará por nos engol far. Se a livre empresa está no
fim, nos Estados Unidos, como pre conizam vários estudiosos
de sua
estrutura
se
econômica,
ou
vai,
ainda, resistir, não sabemos. O que nos parece certo é que os Es
tados Unidos, sem necessidade, estão propensos a adotar uma via, ainda que mitigada, de socialis-
ITÁLIA:- MONTEDISON QUER MAIOR FATIA DO MERCADO — tentando recuperar o ritmo que elevou suas vendas de 1974 em 55,6%, para um total de 6,4 bilhões de dólares, está
A Montedison da Itália,
dando nova ênfase a uma tecnologia recentemente desenvolvida, a fim de movimentar uma campanha para a obtenção de maior participação no ramo dos plásticos, com uma produção estimada em 10% da produção total européia. Mas, o responsável pelo planejamento da Divisão Petro química da Montedison afirma que o desenvolvimento de catalisadores de alta eficiência deverá dar ã companhia uma boa margem em vários setores de produtos. O principal deles é o polipropileno que deverá crescer à razão de 15%/ano, um pouco mais rápido que a maioria dos plásticos. Para impulsionar o crescimento do polipropileno. a Montedi son adquiriu a tecnologia do catalisador aperfeiçoado Ziegler da Mitsu bishi Petrochemical. A pesquisa da Montedison desenvolveu, também, recentemente,
um
polipropileno
auto-extinguível.
Até o presente,
esta
propriedade vem sendo obtida somente através da introdução de aditi vos em quantidades (de até 20-40% do peso) que alteram as proprie dades mecânicas do polímero. No método da Montedison são utilizadas quantidades menores (5-6%). Um dos campos logicamente abertos à Montedison, em poliolefínas, é o do papel. Uma fábrica de 90.000 t.m./ano para produzir fibrilas baseadas na tecnologia da Montedison foi planejada para o complexo da companhia em Ferrara, e seu inicio dc funcionamento está previsto para 1979. Tanto o etileno quanto o propileno são utilizados como matéria-prima, As fibrilas obtidas podem ser misturadas em qualquer proporção com polpas de celulose e utiliza
das com as atuais tecnologias de produção de papel. Estão também sendo realizadas pesquisas sobre aplicações em outras áreas. A Monte dison espera atingir uma produção de plásticos básicos de 1,55 milhões de t.m./ano no final de 1975.
7
Light - Serviços de Eletricidade S.A
Manifesto para a União Monetaria ropeía
Para facilidade dos consumidores de energia elétrica da Capital
a LIGHT mantém Agências nos endereços abaixo, onde serão
atendidos pedidos de ligação, transferência, corte, informações
SANTO
Praça Floriano
Peixoto,
Tcls.:
—
CENTRO
VILA
MARIANA
Rua Cel. Xavier dc Toledo, 23 Teis.: 35-7701 — 35-7739 — 35-7890 — 35-7905
Rua
Domingos dc
Tcls.: 70-7354 — 70-8667 — 70-9526 — 70-9684
CAPELA
DO
ALTO
Av.
Pinedo,
De
Teis.:
1807
247-0717
247-9693
-
300 247-4300
247-1118
—
247-9696
SOCORRO
Av.
560 246-5539
246-5730
246-5741
Moraes,
DA
MOOCA
Álvaro
Ramos,
Tcls.:
292-9810
BARRA
Ru.n
2340 292-9971
FUNDA
563
220-3912
—
220-4342
—
273-4972
BELEM
Rua
Siqueira
Tcls.:
Bueno,
92-1264
judiciais consequências da infla ção que estamos sentido, apresen
37
292-3406
93-9920
tamos ao público este manifesto, na crença de que nossa proposta ofereça o melhor caminho para
lABAQUARA labaquara,
Tcls.: 275-5597 276-2389
JARDIM
1773 276-0404
—
276-1478
Amaro,
80-5889
80-4304
282-6703
Alvares,
254
260-0280
260-0276
260-0948
260-2474
PINHEIROS Teis.:
do
Sul,
Cruzeiro
3436
298-0732
Rua
Padre
211-8731
Av.
Nova
João,
Lima,
211-9146
1829
81 —
295-5279
295-5280
295-6091
Cantareira,
298-2842
VILA
PRUDENTE
Tcls.:
211-9568
240
299-3653
Ibitirama,
124
274-3705
—
63-9202
um
sistema
le Frantiani, da \}mversidade Ca tólica de Louvain da Bélgica; Herbert Giersch, ãa Universidade de Kiel, Alemanha Federal; Pieter Korteioeg, ãa Erasmus Universiteit, de Roterdam, Hollanda; Daviã 0’Mahoney, da University
College, de Cork, Irlanda; Michael da Universidade Católica de Lou
vain.
Bélgica;
Pascal
Salin,
da
Universidade de Paris XI, França,
e Niels Thygssen, da Universidade de Kobenhavns, Dinamarca, ela boraram uvi manifesto, propugnando
a união
péia.
O manifesto foi publicado
monetária
euro
pela revista inglesa “The Economist”,
e
densação
aqui
desse
damos
uma
con
importante
do
cumento.
monetário
que não estará, apenas, ao alcan
Teis.:
Rua
Brigadeiro Faria
realizar
298-1927
TÜCURUVI
Clemente
Av.
Av.
Tcls.: 295-1109 295-5905 —
LAPA
Tcls.:
SUL
PENHA
590
282-7227
Rua
DO
Tcls.: 298-0962 298-7493
PAULISTA
Santo
CRUZEIRO
Os economistas Giorgio Basevi, da Uni.versidade de Bologna; Miche^
Parkin, da Universidade de Mancliester, Inglaterra; Theo Peeters,
—0—
mente se dedicaram e com as pre
65-6667
Tcls.: 63-6019 273-5278
Este é o seu manifesto.
NÓS, os abaixo-assinados, preo cupados com a falta de progres so em direção ao objetivo da união monetária européia, à qual os go vernos dos países associados da comunidade européia repetida
Rua Silva Bueno, 836
Teis.:
nacional, a uma taxa de câmbio
38
292-9857
HclviStla,
Tcls.:
IPIRANGA
Av.
países do EEC com seu dinheiro variável.
247-9458
Av.
para recomendar que os ban
te poder aquisitivo. Esse dinheiro seria adquirido por nacionais dos
AMARO
Teis:. 289-4861 — 289-4596 — 289-5003
Av. Brigadeiro Luís Anlonlo,
N
OVE proeminentes econo mistas europeus juntaram-se
cos centrais da EEC emitam um “Europa”, que deveria ser um dinheiro europeu de constan
sobre contas, etc.
BRIGADEIRO
THE ECONOMIST
274-3914
274-3408
—
ce de toda a Europa, mas será ao mesmo tempo sólido. Este manifesto, em consequên cia, é uma exposição de objetivos
uma união monetária por decreto oficial ou pela fundação de insti tuições grandiosas, por mais bem intencionadas que sejam. Pelo
baseados no que consideramos ser sadia análise econômica, bem co mo estar em harmonia com as
contrário, estamos convencidos de
aspirações políticas de nosso tem po. A nossa ênfase sobre o uso ●das forças do mercado nasce da convicção de que é difícil criar
que cabe ao próprio povo decidir se quer ou não a união monetá ria, e de que o único caminho sa tisfatório
a fim
de lhe
ser
dada
a oportunidade para fazê-lo, é apresentar-lhe um dinheiro pa-
7
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Manifesto para a União Monetaria ropeía
Para facilidade dos consumidores de energia elétrica da Capital
a LIGHT mantém Agências nos endereços abaixo, onde serão
atendidos pedidos de ligação, transferência, corte, informações
SANTO
Praça Floriano
Peixoto,
Tcls.:
—
CENTRO
VILA
MARIANA
Rua Cel. Xavier dc Toledo, 23 Teis.: 35-7701 — 35-7739 — 35-7890 — 35-7905
Rua
Domingos dc
Tcls.: 70-7354 — 70-8667 — 70-9526 — 70-9684
CAPELA
DO
ALTO
Av.
Pinedo,
De
Teis.:
1807
247-0717
247-9693
-
300 247-4300
247-1118
—
247-9696
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Av.
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246-5730
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Moraes,
DA
MOOCA
Álvaro
Ramos,
Tcls.:
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FUNDA
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220-3912
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220-4342
—
273-4972
BELEM
Rua
Siqueira
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Bueno,
92-1264
judiciais consequências da infla ção que estamos sentido, apresen
37
292-3406
93-9920
tamos ao público este manifesto, na crença de que nossa proposta ofereça o melhor caminho para
lABAQUARA labaquara,
Tcls.: 275-5597 276-2389
JARDIM
1773 276-0404
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276-1478
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80-5889
80-4304
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254
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Sul,
Cruzeiro
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Padre
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Nova
João,
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1829
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Cantareira,
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124
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—
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sistema
le Frantiani, da \}mversidade Ca tólica de Louvain da Bélgica; Herbert Giersch, ãa Universidade de Kiel, Alemanha Federal; Pieter Korteioeg, ãa Erasmus Universiteit, de Roterdam, Hollanda; Daviã 0’Mahoney, da University
College, de Cork, Irlanda; Michael da Universidade Católica de Lou
vain.
Bélgica;
Pascal
Salin,
da
Universidade de Paris XI, França,
e Niels Thygssen, da Universidade de Kobenhavns, Dinamarca, ela boraram uvi manifesto, propugnando
a união
péia.
O manifesto foi publicado
monetária
euro
pela revista inglesa “The Economist”,
e
densação
aqui
desse
damos
uma
con
importante
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cumento.
monetário
que não estará, apenas, ao alcan
Teis.:
Rua
Brigadeiro Faria
realizar
298-1927
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DO
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CRUZEIRO
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Parkin, da Universidade de Mancliester, Inglaterra; Theo Peeters,
—0—
mente se dedicaram e com as pre
65-6667
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Este é o seu manifesto.
NÓS, os abaixo-assinados, preo cupados com a falta de progres so em direção ao objetivo da união monetária européia, à qual os go vernos dos países associados da comunidade européia repetida
Rua Silva Bueno, 836
Teis.:
nacional, a uma taxa de câmbio
38
292-9857
HclviStla,
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IPIRANGA
Av.
países do EEC com seu dinheiro variável.
247-9458
Av.
para recomendar que os ban
te poder aquisitivo. Esse dinheiro seria adquirido por nacionais dos
AMARO
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Av. Brigadeiro Luís Anlonlo,
N
OVE proeminentes econo mistas europeus juntaram-se
cos centrais da EEC emitam um “Europa”, que deveria ser um dinheiro europeu de constan
sobre contas, etc.
BRIGADEIRO
THE ECONOMIST
274-3914
274-3408
—
ce de toda a Europa, mas será ao mesmo tempo sólido. Este manifesto, em consequên cia, é uma exposição de objetivos
uma união monetária por decreto oficial ou pela fundação de insti tuições grandiosas, por mais bem intencionadas que sejam. Pelo
baseados no que consideramos ser sadia análise econômica, bem co mo estar em harmonia com as
contrário, estamos convencidos de
aspirações políticas de nosso tem po. A nossa ênfase sobre o uso ●das forças do mercado nasce da convicção de que é difícil criar
que cabe ao próprio povo decidir se quer ou não a união monetá ria, e de que o único caminho sa tisfatório
a fim
de lhe
ser
dada
a oportunidade para fazê-lo, é apresentar-lhe um dinheiro pa-
Dicksto
64
EcoxoMir4i
explicamos
fiação e que tentaram, através dos
acima, solução que ele possa acei tar ou rejeitar como desejar. Acreditamos que o aceitará, mas
anos. temperar a conquista de uma
ralelo
estável,
como
cremos, igualmente, que ele pre cisa aceitá-lo livremente.
LIÇÕES DA EXPERIÊNCIA Propostas para integração mo netária apareceram no relatório Werner que estabelece plena união econômica e monetária como alvo
a ser atingido em três estágios du rante um período de 10 anos. As recomendações do relatório foram adotadas como um objetivo da
comunidade
européia
em
março
de 1971. A união monetária foi reconhecida como (1) convertibilidade de moedas total e irrever
sível; (2) eliminação de margens de flutuação nas taxas de câmbio; (3) fixação irrevogável de paridades; Í4) eliminação de restri ções sobre movimentos dc capital; e (5) coordenação de exigências políticas agregadas.
Como na maior parte dos es forços que tentam alterar radical mente o curso dos acontecimen
tos, o relatório Werner peca por um excesso de idealismo. Super estimou a boa vontade dos gover nos
em
afastar-se
do
poder
de
tomar decisões nacionais, porque sub'-estimou
os
custos
associados
a um rápido estabelecimento dos últimos fins e a estratégia neces sária para atingir tais fins. Sa bemos que os governos têm dife rentes prioridades com relação aos objetivos do pleno emprego e in-
1
Uma das maiores fraquezas des
das metas frente a outra. Na me
dida em que grandes diferenças de opinião existem em relação ao assunto e mesmo em relação a existência dessas negociações, pre cisamos concluir que uma política
a
implementação
I.
de uma
política
de conduzir
monetária,
a crises no
do
a dos processos de mercado. A lição que tiramos do exposto é que uma tentativa de unifica ção monetária que seja baseada em coordenação de políticas, fa lhará porque implica na fixação
O esquema é essen
sistema.
As
clásulas
De um
0 gradualismo e automaticidade é
cialmente equivalente à formação de um cartel em que cada associa do mantém o direito de optar fora
bem que gradual, a
ângulo econômico o caminho para
trou a atenção política na unifi Ele cação da taxa de câmbio, forneceu, portanto, justificação intelectual para o “arreglo”. ins tituído pela comunidade em mar
ço de 1972.
Se
dos econômicos minmios.
de Werner concen
de taxas de câmbio sem reforma monetária. A tentativa que defen demos é radicalmente diferente
de
porque realiza a unificação mo
opção livre foram necessárias enr
netária.
razão de ter falhado a implemen
seada na livre interação das for
tação de um sistema de quotas ba seado no suprimento de dinheiro
cas do mercado.
com
base
de crédito. Não é, pois
surpreendente que ele não se te nha mantido totalmente de pé. face às resistências que
teve
de
l
«I
;
enfrentar.
i
economia de trocas liberta recur sos anteriormente absorvidos pe
agentes
econômicos
na
pro
trocas,
dualmente de modo a que os sen
sou a fricção política com resulta
sensível.
A uma
dual. De um ponto de vista po lítico. é necessário proceder gra
econômicas, monetárias e de taxa de câmbio, foi baseada em iima infinita série de penosos compro missos e concessões. Ela maximi-
go o aspecto mais evidente e po
em
estabelecida por um processo gra
nária; a coordenação das políticas
balanço
do dinheiro
cura de taxas de câmbio “adequa das” entre as mercadorias. O caso de uma união monetária é seme lhante ao de um sistema mone
primeira experiência foi discricio
tem
disso tudo revelará, no desempre
esquema
los
cionais.
ou causarão uma geral má aloca ção de recursos, e a consequência
O
tomada de decisões coordenadas, decorre de sua natureza não-automática e de sua confiança no bom Se a unificação senso político, monetária é destinada a ter qual
provocados por súbitas perdas do que se entende como poderes na
pre
de pagamentos; estas crises por sua vez ou destruirão a união
liticamente
introdução
timentos nacionalistas não sejam
matura de um regime de taxa rí gida, na ausência de coordenação
mação e reduzir a incerteza.
sa primeira tentativa baseada em
quer espécie de êxito precisa ser
comum dos países membros não é praticável. Taxas fixas de câm bio implicam necessariamente “grosso modo” em taxa de infla ção para os países participantes. Portanto,
65
Dioesto Econômico
através
de
reforma
ba
O CAMINHO PARA A MOEDA ÚNICA ESTÁVEL
O dinheiro tem uma vantagem
comparativa em transmitir infor-
tário, que substitua um sistema de Mas o dinheiro único, que
eventualmente venha a substituir as moedas nacionais, tem de pos suir estabilidade de poder aquisiti vo.
É óbvio que um dinheiro único estável é melhor do que múltiplas moedas correntes (mesmo se fo rem estáveis)
como meio de troca,
pelo fato de que as transações so cialmente
improdutivas
entre
moedas correntes, serão inteira mente eliminadas. Em sua fun
ção de reserva de valor, uma sim ples moeda com poder aquisitivo estável,
serviría melhor à comu
nidade do que o existente ajuste de muitas moedas. E o que é mais
importante, ela eliminaria riscos de câmbio que são produzidos, ori ginalmente. por incertezas quanto à quantia que cada banco central fornecerá em relação à demanda deste
dinheiro.
Acreditamos que
não é apropriado sugerir que es
tes riscos possam ser eliminados por posteriores operações. Os fu turos mercados para além de três meses,
não
serão
simplesmente
os bem desenvolvidos e. mesmo se
o fossem, os recursos dedicados a eles. poderíam ser inteiramente liberados por uma única moeda.
O aspecto que em relação às múltiplas moedas, é provavelmen-
Dicksto
64
EcoxoMir4i
explicamos
fiação e que tentaram, através dos
acima, solução que ele possa acei tar ou rejeitar como desejar. Acreditamos que o aceitará, mas
anos. temperar a conquista de uma
ralelo
estável,
como
cremos, igualmente, que ele pre cisa aceitá-lo livremente.
LIÇÕES DA EXPERIÊNCIA Propostas para integração mo netária apareceram no relatório Werner que estabelece plena união econômica e monetária como alvo
a ser atingido em três estágios du rante um período de 10 anos. As recomendações do relatório foram adotadas como um objetivo da
comunidade
européia
em
março
de 1971. A união monetária foi reconhecida como (1) convertibilidade de moedas total e irrever
sível; (2) eliminação de margens de flutuação nas taxas de câmbio; (3) fixação irrevogável de paridades; Í4) eliminação de restri ções sobre movimentos dc capital; e (5) coordenação de exigências políticas agregadas.
Como na maior parte dos es forços que tentam alterar radical mente o curso dos acontecimen
tos, o relatório Werner peca por um excesso de idealismo. Super estimou a boa vontade dos gover nos
em
afastar-se
do
poder
de
tomar decisões nacionais, porque sub'-estimou
os
custos
associados
a um rápido estabelecimento dos últimos fins e a estratégia neces sária para atingir tais fins. Sa bemos que os governos têm dife rentes prioridades com relação aos objetivos do pleno emprego e in-
1
Uma das maiores fraquezas des
das metas frente a outra. Na me
dida em que grandes diferenças de opinião existem em relação ao assunto e mesmo em relação a existência dessas negociações, pre cisamos concluir que uma política
a
implementação
I.
de uma
política
de conduzir
monetária,
a crises no
do
a dos processos de mercado. A lição que tiramos do exposto é que uma tentativa de unifica ção monetária que seja baseada em coordenação de políticas, fa lhará porque implica na fixação
O esquema é essen
sistema.
As
clásulas
De um
0 gradualismo e automaticidade é
cialmente equivalente à formação de um cartel em que cada associa do mantém o direito de optar fora
bem que gradual, a
ângulo econômico o caminho para
trou a atenção política na unifi Ele cação da taxa de câmbio, forneceu, portanto, justificação intelectual para o “arreglo”. ins tituído pela comunidade em mar
ço de 1972.
Se
dos econômicos minmios.
de Werner concen
de taxas de câmbio sem reforma monetária. A tentativa que defen demos é radicalmente diferente
de
porque realiza a unificação mo
opção livre foram necessárias enr
netária.
razão de ter falhado a implemen
seada na livre interação das for
tação de um sistema de quotas ba seado no suprimento de dinheiro
cas do mercado.
com
base
de crédito. Não é, pois
surpreendente que ele não se te nha mantido totalmente de pé. face às resistências que
teve
de
l
«I
;
enfrentar.
i
economia de trocas liberta recur sos anteriormente absorvidos pe
agentes
econômicos
na
pro
trocas,
dualmente de modo a que os sen
sou a fricção política com resulta
sensível.
A uma
dual. De um ponto de vista po lítico. é necessário proceder gra
econômicas, monetárias e de taxa de câmbio, foi baseada em iima infinita série de penosos compro missos e concessões. Ela maximi-
go o aspecto mais evidente e po
em
estabelecida por um processo gra
nária; a coordenação das políticas
balanço
do dinheiro
cura de taxas de câmbio “adequa das” entre as mercadorias. O caso de uma união monetária é seme lhante ao de um sistema mone
primeira experiência foi discricio
tem
disso tudo revelará, no desempre
esquema
los
cionais.
ou causarão uma geral má aloca ção de recursos, e a consequência
O
tomada de decisões coordenadas, decorre de sua natureza não-automática e de sua confiança no bom Se a unificação senso político, monetária é destinada a ter qual
provocados por súbitas perdas do que se entende como poderes na
pre
de pagamentos; estas crises por sua vez ou destruirão a união
liticamente
introdução
timentos nacionalistas não sejam
matura de um regime de taxa rí gida, na ausência de coordenação
mação e reduzir a incerteza.
sa primeira tentativa baseada em
quer espécie de êxito precisa ser
comum dos países membros não é praticável. Taxas fixas de câm bio implicam necessariamente “grosso modo” em taxa de infla ção para os países participantes. Portanto,
65
Dioesto Econômico
através
de
reforma
ba
O CAMINHO PARA A MOEDA ÚNICA ESTÁVEL
O dinheiro tem uma vantagem
comparativa em transmitir infor-
tário, que substitua um sistema de Mas o dinheiro único, que
eventualmente venha a substituir as moedas nacionais, tem de pos suir estabilidade de poder aquisiti vo.
É óbvio que um dinheiro único estável é melhor do que múltiplas moedas correntes (mesmo se fo rem estáveis)
como meio de troca,
pelo fato de que as transações so cialmente
improdutivas
entre
moedas correntes, serão inteira mente eliminadas. Em sua fun
ção de reserva de valor, uma sim ples moeda com poder aquisitivo estável,
serviría melhor à comu
nidade do que o existente ajuste de muitas moedas. E o que é mais
importante, ela eliminaria riscos de câmbio que são produzidos, ori ginalmente. por incertezas quanto à quantia que cada banco central fornecerá em relação à demanda deste
dinheiro.
Acreditamos que
não é apropriado sugerir que es
tes riscos possam ser eliminados por posteriores operações. Os fu turos mercados para além de três meses,
não
serão
simplesmente
os bem desenvolvidos e. mesmo se
o fossem, os recursos dedicados a eles. poderíam ser inteiramente liberados por uma única moeda.
O aspecto que em relação às múltiplas moedas, é provavelmen-
66
Dicesto Eco^●ô^ac6
te o mais dispendioso para a so ciedade, é a deterioração da efi ciência de dinheiro como unida
de de cálculo ou padrão de valor, desde que não há padrão comum de valor num sistema de moeda múltipla de taxa de câmbio flexí vel.
A objeção de que um dinheiro
único não é necessário e que uma taxa de câmbio fixa entre moe
das múltiplas funcionaria igual mente bem, é apenas, em parte, correto. É verdade que os custos de transação de moedas são redu zidos, mas isso é tudo. As mais
importantes desvantagens dos dinheiros múltiplos, como sejam a geração da incerteza e deteriora
ção da eficiência do dinheiro como uma unidade de cálculo, ainda permanecem,
A experiência com
taxas de câmbio fixas, foi uma experiência da longas tensões da pequena flexibilidade da taxa de
câmbio,
entremeada de grandes
saltos nas parídades. A incerteza
sobre
nundanças
nunca foi eliminada.
de
paridade
Câmbios fi
xos são inferiores, neste ponto, a
câmbios flexíveis e, por sua vez,
câmbios flexíveis são inferiores a um único sistema de valor mone tário estável.
LUTANDO COM O
DESEQUILÍBRIO O principal argumento contra a
união monetária é que ela produ ziría provávelmente, uma indese
jável combinação de desemprego e inHação em alguns ou em todos os membros da união. Este argu mento provém da relação negati va que se julga prevalecer entre
desemprego e inflação. Os estu dos empreendidos nas décadas de 1950 e 1960, mostraram que esta suposta relação admitida
foi su
perada. Mais recentes estudos in dicam que ao final das contas em
prego é independente de inflação da taxa. Exortamos os governos a aceitar a conclusão que resulta disso, isto é. que política monetá ria, enquanto influenciando a ta xa de inflação, não pode reduzir o que veio a ser chamado taxa “na
tural” de emprego, ou por outra, não
pode reduzir
a taxa
de de
semprego que é determinada pelas condições do mercado de trabalho,
pela -polftica
de taxação
uma variedade
de fatores
e
por
estru
turais e institucionais. Qualquer tentativa, portanto, para conduzir a taxa de desemprego abaixo da
taxa “natural” por meio de polí ticas monetárias expansionistas. será auto-destrutiva e engendrará um processo de inflação acelerada.
go
Já que a taxa de desempre não
está.
afinal,
relacionada
com mudanças no nível de preço, uma união monetária não pode ser considerada como uma causa de desemprego.
Reconhecemos que a tendência do trabalho e do capital para des locar-se das áreas periféricas para as áreas centrais altamente de senvolvidas, pode ser acentuada por uma união monetária. A ra
zão disso é que os salários nas áreas periféricas de baixa produ tividade podem ser aumentados até o nível daqueles das áreas de alta produtividade, enquanto di
ferenciais de produtividade per manecem imutáveis. Consequen¬
Dicesto Econômico
67
temente, os custos da unidade de trabalho, nas áreas periféricas, podem tornar-se tão altos que as
hrmas que previamente eram viá
veis podem ficar incapacitadas de pagar seu desenvolvimento e a perspectiva de um retorno satis fatório
de
novos
Reino Unido, a transição poderia implicar em recessão durável por muitos anos. Não é surpreen dente que muitos povos conside rem isto um preço excessivamen te alto a pagar pela união mone
tária,
especialmente
tendo
em
investimentos
vista que o ensinamento de duas
pode desaparecer. Se isto aconte ce, o capital tende a deslocar-se para as áreas de alta produtivida de e, desse modo, atrai o trabalho das áreas periféricas para as cen
gerações de economistas foi o de que se pode confiar em que a ma
trais.
Na Europa, a diversidade regio nal é altamente valorizada e em
nossa opinião, de maneira certa. Consideramos,
portanto,
que
a
união monetária não deve ser au
torizada a estimular o desloca mento do trabalho e do capital
para as áreas centrais desenvolvi das, à custa das regiões periféricas menos desenvolvidas.
Por esta ra
zão, nós aspiramos a uma politica regional vigorosa, como parte in tegrante da unificação monetária na comunidade européia. Conside ramos essencial que tal política deva
concentrar-se
em
eliminar
as causas do desequilíbrio regio nal, elevando os níveis de produ tividade nas áreas mais pobres e
que as transferências de renda, para aliviar as consequências da baixa produtividade, devam ser usadas,
somente,
como uma me
dida provisória. A transição para uma união mo netária européia encontraria obs táculos, é claro. Quanto mais alta fosse a taxa de inflação de um país, maiores seriam as dificulda des. Para um país com uma taxa de inflação tão alta como a do
nipulação de políticas da deman da doméstica podem definir qual quer nível de emprego. Afinal de contas, a necessidade de reduzir taxas de inflação alta é virtualmente inevitável, de modo que, ultimamente, as consequên cias de manter a inflação sob con trole, têm de ser toleradas, quer participe um país de uma união monetária ou não. A introdução de um novo dinheiro estável que não esteja sujeito a expectativas inflacionárias, minimizará, toda via os custos da transição. UM
DINHEIRO
EUROPEU:
COMUM
O EUROPA
A reforma monetária para com bater a inflação será, tanto mais urgente, quanto mais durar a si tuação inflacionaria corrente. O lançamento de um dinheiro euro peu comum, 0 Europa, oferece uma oportunidade única de levar avan te essa refomia enquanto, ao mes mo tempo, põe em andamento a
integração monetária. A mais ra dical tentativa seria substituir as moedas nacionais existentes por
um dinheiro europeu estável em uma drástica mudança. Nós excluimos isto porque viola o prin cípio gradualista e não daria, ao
66
Dicesto Eco^●ô^ac6
te o mais dispendioso para a so ciedade, é a deterioração da efi ciência de dinheiro como unida
de de cálculo ou padrão de valor, desde que não há padrão comum de valor num sistema de moeda múltipla de taxa de câmbio flexí vel.
A objeção de que um dinheiro
único não é necessário e que uma taxa de câmbio fixa entre moe
das múltiplas funcionaria igual mente bem, é apenas, em parte, correto. É verdade que os custos de transação de moedas são redu zidos, mas isso é tudo. As mais
importantes desvantagens dos dinheiros múltiplos, como sejam a geração da incerteza e deteriora
ção da eficiência do dinheiro como uma unidade de cálculo, ainda permanecem,
A experiência com
taxas de câmbio fixas, foi uma experiência da longas tensões da pequena flexibilidade da taxa de
câmbio,
entremeada de grandes
saltos nas parídades. A incerteza
sobre
nundanças
nunca foi eliminada.
de
paridade
Câmbios fi
xos são inferiores, neste ponto, a
câmbios flexíveis e, por sua vez,
câmbios flexíveis são inferiores a um único sistema de valor mone tário estável.
LUTANDO COM O
DESEQUILÍBRIO O principal argumento contra a
união monetária é que ela produ ziría provávelmente, uma indese
jável combinação de desemprego e inHação em alguns ou em todos os membros da união. Este argu mento provém da relação negati va que se julga prevalecer entre
desemprego e inflação. Os estu dos empreendidos nas décadas de 1950 e 1960, mostraram que esta suposta relação admitida
foi su
perada. Mais recentes estudos in dicam que ao final das contas em
prego é independente de inflação da taxa. Exortamos os governos a aceitar a conclusão que resulta disso, isto é. que política monetá ria, enquanto influenciando a ta xa de inflação, não pode reduzir o que veio a ser chamado taxa “na
tural” de emprego, ou por outra, não
pode reduzir
a taxa
de de
semprego que é determinada pelas condições do mercado de trabalho,
pela -polftica
de taxação
uma variedade
de fatores
e
por
estru
turais e institucionais. Qualquer tentativa, portanto, para conduzir a taxa de desemprego abaixo da
taxa “natural” por meio de polí ticas monetárias expansionistas. será auto-destrutiva e engendrará um processo de inflação acelerada.
go
Já que a taxa de desempre não
está.
afinal,
relacionada
com mudanças no nível de preço, uma união monetária não pode ser considerada como uma causa de desemprego.
Reconhecemos que a tendência do trabalho e do capital para des locar-se das áreas periféricas para as áreas centrais altamente de senvolvidas, pode ser acentuada por uma união monetária. A ra
zão disso é que os salários nas áreas periféricas de baixa produ tividade podem ser aumentados até o nível daqueles das áreas de alta produtividade, enquanto di
ferenciais de produtividade per manecem imutáveis. Consequen¬
Dicesto Econômico
67
temente, os custos da unidade de trabalho, nas áreas periféricas, podem tornar-se tão altos que as
hrmas que previamente eram viá
veis podem ficar incapacitadas de pagar seu desenvolvimento e a perspectiva de um retorno satis fatório
de
novos
Reino Unido, a transição poderia implicar em recessão durável por muitos anos. Não é surpreen dente que muitos povos conside rem isto um preço excessivamen te alto a pagar pela união mone
tária,
especialmente
tendo
em
investimentos
vista que o ensinamento de duas
pode desaparecer. Se isto aconte ce, o capital tende a deslocar-se para as áreas de alta produtivida de e, desse modo, atrai o trabalho das áreas periféricas para as cen
gerações de economistas foi o de que se pode confiar em que a ma
trais.
Na Europa, a diversidade regio nal é altamente valorizada e em
nossa opinião, de maneira certa. Consideramos,
portanto,
que
a
união monetária não deve ser au
torizada a estimular o desloca mento do trabalho e do capital
para as áreas centrais desenvolvi das, à custa das regiões periféricas menos desenvolvidas.
Por esta ra
zão, nós aspiramos a uma politica regional vigorosa, como parte in tegrante da unificação monetária na comunidade européia. Conside ramos essencial que tal política deva
concentrar-se
em
eliminar
as causas do desequilíbrio regio nal, elevando os níveis de produ tividade nas áreas mais pobres e
que as transferências de renda, para aliviar as consequências da baixa produtividade, devam ser usadas,
somente,
como uma me
dida provisória. A transição para uma união mo netária européia encontraria obs táculos, é claro. Quanto mais alta fosse a taxa de inflação de um país, maiores seriam as dificulda des. Para um país com uma taxa de inflação tão alta como a do
nipulação de políticas da deman da doméstica podem definir qual quer nível de emprego. Afinal de contas, a necessidade de reduzir taxas de inflação alta é virtualmente inevitável, de modo que, ultimamente, as consequên cias de manter a inflação sob con trole, têm de ser toleradas, quer participe um país de uma união monetária ou não. A introdução de um novo dinheiro estável que não esteja sujeito a expectativas inflacionárias, minimizará, toda via os custos da transição. UM
DINHEIRO
EUROPEU:
COMUM
O EUROPA
A reforma monetária para com bater a inflação será, tanto mais urgente, quanto mais durar a si tuação inflacionaria corrente. O lançamento de um dinheiro euro peu comum, 0 Europa, oferece uma oportunidade única de levar avan te essa refomia enquanto, ao mes mo tempo, põe em andamento a
integração monetária. A mais ra dical tentativa seria substituir as moedas nacionais existentes por
um dinheiro europeu estável em uma drástica mudança. Nós excluimos isto porque viola o prin cípio gradualista e não daria, ao
68
povo, qualquer escolha alternativa
na matéria.
Além disso, produzi-
ria uma grave crise de estabiliza
rece gradualismo e automaticidade e é baseada na reforma mone
tária e na livre interação das for ças do mercado. Propomos o lanlamento de um dinheiro europeu paralelo de constante poder aqui sitivo, emitido de acordo com um
monetário europeu,
circularia com as nais existentes.
moedas
que
nacio
nheiro, por explícita taxação. Com um dinheiro de constante poder de compra, os emissores conquis tam 0 domínio de cada Europa, que é igual à taxa real de 'juros com bases perfeitamente líquidas seguras,
menos
os
custos
da
emissão, substituição e policia mento contra falsificações. Se o dinheiro perde valor, uma despesa adicional é imposta aos titulares do dinheiro, despesa essa equiva lente a uma taxa. Na ausência da ilusão do dinheiro, esta taxa de
inflação é igual à diferença entre a taxa nominal e a real de juros isto é, igual a taxa esperada de
inflação. Para eliminar a taxa de inflação para os portadores de Europas, ser-lhes-ia oferecida uma garantia de poder aquisitivo. Propor um Europa de poder
aquisitivo estável, 'é
provocar
nheiro
resolver
no
caso
paralelo”. A
do
di-
ao lado
I
resposta é í
a
questão “porque um problema que demonstra ser tão difícil no caso
dos dinheiros nacionais, seria tão
dos
dinheiros nacionais,
pode ser realmente simples. é
conservar
A SOBERANIA DO EUROPA
Sua
Consideramos, inicialmente, que
dupla: 1: — há uma grande dife- j
essência
nivel de preço de um conjunto re
os
se parte. É muito mais fácil pre- ^
presentativo de utilidades, em ter
Europa contra dinheiros nacionais apenas. Desse modo, o total de
constante o
la. Esta é a razão que determinou. muitas vezes, na história, a cria-
; ;
mos de Europas. O conjunto pode ser definido como a soma ponde rada dos conjuntos de utilidades nacionais usados para calcular os
ferência à estabilização do velho;
|
índices dos preços do consumidor nacional, Os pesos devem refle-
venir a inflação do que elimina- J
ção de um novo dinheiro de pre- í é, esta também, a razão para li- i
relativa participação de a cada pais na comunidade gnp, no mercado intra-comunitàrio. etc. O próprio Europa e expresso em tir
gar a unificação monetária euro- i péia com a reforma monetária eu ropéia. 2: — durante o período de transição (isto é. o período em ' que os dinheiros
A presença de um dinheiro está
vel europeu compelirá os governos a substituir a taxa implícita, agora existente para portadores de di
e
de
rença, segundo a posição da qual I
ção na maior parte dos países. A experiência que apoiamos ofe
tratado
fácil
69
DlCliSTO EC0NÒ.M[C0
DIcksto Econômico
termos
nacionais e eu
ropeus co-existam), é mais
tante de Europas do que de dinacionais.
Isso
é
Europas serão
;
uma
i
seus
aquisitivo
suprimentos,
de
um
'●
o
absoluta
precisão,
administra
a taxa
se o emissor
de
câmbio
de
pa
do
I
rem
e
conservarem
Europas
usa em
h
competição com o dinheiro nacio nal. O destino do Europa, entre tanto, será determinado na pra ça do mercado pelos operadores
seriam
ajustadas
de
acordo O
tempo de duração, dependería do da publicação dos índices rele ■ 0 Europa e cada um dos dinheiros
nacionais, por uma médja ponde
rada das taxas de inflação de pre
ços, expressas em dinheiros na cionais.
Quando o Europa, finalmente, tiver substituído os dinheiros na cionais, seu suprimento deveria ser controlado de acordo com uma
econômicos. UM EUROPA À PROVA DE
INFLAÇÃO O mecanismo Europa estável,
de
vantes de preços. Isto equivalería ao ajustamento do câmbio entre
maior decisão política por parte ^p de cada governo nacional: para habitantes
prático
com um controle de duração.
moeda.
seus
guia
tre dinheiros nacionais e o Euro
A adoção do Europa requer uma
permitir a
Como
orientação, as taxas de câmbio en
|
Europa em face dos dinheiros nacionais, diretamente, através de conversões
taxa da câmbio variável, im-
Europa,
i
■
com o
poder constante de aquisição do
dinheiro
paralelo pode ser estabilizado, com
trocados
plicada pela manutenção de^ um
de de como o público reage a mu- | danças nos
con
conjunto de dinheiros nacionais a
assim
porque, enquanto o poder aquisitivo de dinheiro nacional depenpoder
(ponderado)
junto de dinheiros nacionais.
fácil
realizar um poder aquisitivo cons nheiros
de um
regra monetária que continuasse a garantir a estabilidade de seu poder aquisitivo.
para manter um enquanto circula
.
bancos
dinheiro
centrais
da
emitiríam
comunidade
o
não
aumentaria. Somente num poste rior estágio ele seria emitido atra vés de redesconto de créditos e de outros empréstimos com favor do sistema bancário, por meio de
operações de mercado aberto ou de financiamento de despesas da comunidade.
Na medida em que
a emissão de um Europa estável elevará
a
real
dinheiro,
do
demanda
de
no
tais
no
estoque
ser
absorvidos sem
balanço aumentos
dinheiro
podem
uma simultâ
nea queda na demanda de dinhei ros nacionais. Será a política mo netária na união monetária mais
capaz de
conduzir a permanente
estabilidade do que aquela que prevalece no arranjo existente?
A resposta a esta importante per gunta depende do tipo de institui
ção ou instituições que substitui rão, eventualmente, as autorida des monetárias nacionais.
Quais
quer que sejam os detalhes do ajustamento, seria prudente lem brar um princípio orientador: precisamos atribuir às autorida des monetárias a mesma indepen
dência frente ao contrôle político e a mesma responsabilidade dian
te da norma legal que atribuímos ao sistema judicial. Deduz-se daí
que a nova instituição ou institui ções devem ser subtraidas à juris dição dos tesouros e que as auto ridades monetárias devem ser es
tabelecidas ou eleitas para longo
68
povo, qualquer escolha alternativa
na matéria.
Além disso, produzi-
ria uma grave crise de estabiliza
rece gradualismo e automaticidade e é baseada na reforma mone
tária e na livre interação das for ças do mercado. Propomos o lanlamento de um dinheiro europeu paralelo de constante poder aqui sitivo, emitido de acordo com um
monetário europeu,
circularia com as nais existentes.
moedas
que
nacio
nheiro, por explícita taxação. Com um dinheiro de constante poder de compra, os emissores conquis tam 0 domínio de cada Europa, que é igual à taxa real de 'juros com bases perfeitamente líquidas seguras,
menos
os
custos
da
emissão, substituição e policia mento contra falsificações. Se o dinheiro perde valor, uma despesa adicional é imposta aos titulares do dinheiro, despesa essa equiva lente a uma taxa. Na ausência da ilusão do dinheiro, esta taxa de
inflação é igual à diferença entre a taxa nominal e a real de juros isto é, igual a taxa esperada de
inflação. Para eliminar a taxa de inflação para os portadores de Europas, ser-lhes-ia oferecida uma garantia de poder aquisitivo. Propor um Europa de poder
aquisitivo estável, 'é
provocar
nheiro
resolver
no
caso
paralelo”. A
do
di-
ao lado
I
resposta é í
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questão “porque um problema que demonstra ser tão difícil no caso
dos dinheiros nacionais, seria tão
dos
dinheiros nacionais,
pode ser realmente simples. é
conservar
A SOBERANIA DO EUROPA
Sua
Consideramos, inicialmente, que
dupla: 1: — há uma grande dife- j
essência
nivel de preço de um conjunto re
os
se parte. É muito mais fácil pre- ^
presentativo de utilidades, em ter
Europa contra dinheiros nacionais apenas. Desse modo, o total de
constante o
la. Esta é a razão que determinou. muitas vezes, na história, a cria-
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mos de Europas. O conjunto pode ser definido como a soma ponde rada dos conjuntos de utilidades nacionais usados para calcular os
ferência à estabilização do velho;
|
índices dos preços do consumidor nacional, Os pesos devem refle-
venir a inflação do que elimina- J
ção de um novo dinheiro de pre- í é, esta também, a razão para li- i
relativa participação de a cada pais na comunidade gnp, no mercado intra-comunitàrio. etc. O próprio Europa e expresso em tir
gar a unificação monetária euro- i péia com a reforma monetária eu ropéia. 2: — durante o período de transição (isto é. o período em ' que os dinheiros
A presença de um dinheiro está
vel europeu compelirá os governos a substituir a taxa implícita, agora existente para portadores de di
e
de
rença, segundo a posição da qual I
ção na maior parte dos países. A experiência que apoiamos ofe
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fácil
69
DlCliSTO EC0NÒ.M[C0
DIcksto Econômico
termos
nacionais e eu
ropeus co-existam), é mais
tante de Europas do que de dinacionais.
Isso
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aquisitivo
suprimentos,
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administra
a taxa
se o emissor
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rem
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conservarem
Europas
usa em
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competição com o dinheiro nacio nal. O destino do Europa, entre tanto, será determinado na pra ça do mercado pelos operadores
seriam
ajustadas
de
acordo O
tempo de duração, dependería do da publicação dos índices rele ■ 0 Europa e cada um dos dinheiros
nacionais, por uma médja ponde
rada das taxas de inflação de pre
ços, expressas em dinheiros na cionais.
Quando o Europa, finalmente, tiver substituído os dinheiros na cionais, seu suprimento deveria ser controlado de acordo com uma
econômicos. UM EUROPA À PROVA DE
INFLAÇÃO O mecanismo Europa estável,
de
vantes de preços. Isto equivalería ao ajustamento do câmbio entre
maior decisão política por parte ^p de cada governo nacional: para habitantes
prático
com um controle de duração.
moeda.
seus
guia
tre dinheiros nacionais e o Euro
A adoção do Europa requer uma
permitir a
Como
orientação, as taxas de câmbio en
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Europa em face dos dinheiros nacionais, diretamente, através de conversões
taxa da câmbio variável, im-
Europa,
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poder constante de aquisição do
dinheiro
paralelo pode ser estabilizado, com
trocados
plicada pela manutenção de^ um
de de como o público reage a mu- | danças nos
con
conjunto de dinheiros nacionais a
assim
porque, enquanto o poder aquisitivo de dinheiro nacional depenpoder
(ponderado)
junto de dinheiros nacionais.
fácil
realizar um poder aquisitivo cons nheiros
de um
regra monetária que continuasse a garantir a estabilidade de seu poder aquisitivo.
para manter um enquanto circula
.
bancos
dinheiro
centrais
da
emitiríam
comunidade
o
não
aumentaria. Somente num poste rior estágio ele seria emitido atra vés de redesconto de créditos e de outros empréstimos com favor do sistema bancário, por meio de
operações de mercado aberto ou de financiamento de despesas da comunidade.
Na medida em que
a emissão de um Europa estável elevará
a
real
dinheiro,
do
demanda
de
no
tais
no
estoque
ser
absorvidos sem
balanço aumentos
dinheiro
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uma simultâ
nea queda na demanda de dinhei ros nacionais. Será a política mo netária na união monetária mais
capaz de
conduzir a permanente
estabilidade do que aquela que prevalece no arranjo existente?
A resposta a esta importante per gunta depende do tipo de institui
ção ou instituições que substitui rão, eventualmente, as autorida des monetárias nacionais.
Quais
quer que sejam os detalhes do ajustamento, seria prudente lem brar um princípio orientador: precisamos atribuir às autorida des monetárias a mesma indepen
dência frente ao contrôle político e a mesma responsabilidade dian
te da norma legal que atribuímos ao sistema judicial. Deduz-se daí
que a nova instituição ou institui ções devem ser subtraidas à juris dição dos tesouros e que as auto ridades monetárias devem ser es
tabelecidas ou eleitas para longo
70
Dicesto Econômico
período de tempo, quando não vitaliciamente. O objetivo destas duas características é assegurar um mais amplo horizonte tempo ral do que aquele garantido a a outros ramos de governo.
monopólio nacional para impri mir dinheiro tem consequências apenas
para
a
taxa
nacional de
inflação, não para a taxa perma nente de desemprego. (7) O custo da unificação mo netária é transitório e resulta da
EM RESUMO as Recapitulemos principais proposições resultantes do docu
mento.
(1)
É
difícil
considerar
uma
união monetária criada por de cretos oficiais e estruturas legalisticas. Ela precisa evoluir na praça do mercado, (2) Os benefícios de uma união
perda temporária de emprego, já que o país ajusta sua taxa de in flação à taxa de inflação da união. (8) A adoção do Europa pres supõe que a intenção política é harmonizar as taxas de inflação entre os países. Pressupõe, tam bém, que os governos nacionais estarão dispostos a substituir a taxa de inflação por explicita ta xação. Deste modo nós provoca
monetária são qualitativamente semelhantes aos benefícios pro venientes a uma sociedade, visto
mos uma completa reforma mo
que ela se desloca de um acordo de troca a um monetário.
pa e os dinheiros nacionais
(3)
A situação de uma união
monetária não é situação para ta xas de câmbio fixas num mundo de muitas moedas. É antes uma
situação para a substituição de todos os dinheiros nacionais por
uma unidade comum de cálculo,
meio de troca e reserva de valor.
(4)
O único dinheiro (Europa)
que substituirá
dinheiros
nacio-
nais precisa ter estabilidade de poder aquisitivo.
(5)
Nossa visão da união mo
netária difere de outras visões na medida em que não enfatizamos a mobilidade do trabalho e do ca
pital, mas confiamos em que po
líticas estruturais corrijam posísíveis desequilíbrios regionais. (6)
Não
há custos
de
prego
na
unificação
monetária,
afinal de contas.
Dicesto Econômico
71
criada pelos ministros das finan ças do EEC, em março de 1975, para as operações do Fundo de Desenvolvimento Europeu e o Banco de Investimento Europeu. Os EUA compõem-se de um conjunto fixo de moedas européias d^idamente ponderadas para calcular o comércio, etc. (ver a faixa de cima, formulada em 10 de março). O valor dos EUAs em termos de
moedas nacionais muda, então, como resultado da média ponde rada dos movimentos
da taxa de
câmbio. Como comparação entre 10 de março e 10 de setembro ver
(9)
sos das moedas nacionais no con
coe
xistirem, a quantidade de Europas será exclusivamente determi nada pelo desejo dos que queiram possuí-lo. As conversões entre Europas e dinheiros nacionais ocorrerão em proporções variáveis.
(10)
base
concedidas
às
autoridades
mone
tárias a mesma independência frente ao poder político e as mes
mas responsabilidades frente à norma legal, que concedemos ao
das
taxas
de
Na data da introdução da infla ção comprovada E (10 de março) admitiu-se que
a conversão de £
se dá para uma quantia de ElOO. Como isto afeta os balanços do sistema bancário, é mostrado abaixo. Em razão da simplicida de, um contador é introduzido, o Euro-agente (com quem outros bancos centrais europeus teriam acordos).
os bancos comerciais obtenham o Es em troca de um declínio de
suas reservas no Banco da Ingla terra em 10% de £53,90 no nosso exemplo e descontando titulos para o balanço.
in
flação passada uma vez que me didas pelos índices do consumidor nacional de preço — ver a faixa de
baixo.
Para preservar os benefí
cios da reforma monetária, isto é, os benefícios derivados de um di nheiro de valor estável, devem ser
poder
na
co e do Banco da Inglaterra, de 9 de março, de 1975.
cário comercial, pressupõe-se que
junto adotado são mais bem ajus tadas
tema bancário comercial Britâni
Para o balanço do sistema ban
netária.
No período em. que o Euro
começamos com balanços do sis
semelhantes
as faixas de cima e médias.
No Europa — a inflação com provou — que os montantes e pe
Ultimamente demonstrou-se co mo os balanços são afetados de —0—
pois de um período de seis meses, como resultado do mecanismo da
TABELA DA PÁGINA 37
inflação comprovada. E. As taxas de câmbios usadas na
... E O QUE PROVOCARIA NO SISTEMA BANCÁRIO Para
ilustrar
mecanismo
do
o
resultado
Europa
(E),
conversão
a & são as mesmas que no exem plo contrário.
do
—0—
nós
judiciário. ●0--
o-
TABELA DA PÁGINA 36 COMO FUNCIONA O EUROPA...
EGITO: KNOW HÇW ALEMÃO PARA FÁBRICA DE NÁILON EGÍP CIA— A Organização Geral de Industrialização do Egito solicitou os serviços da companhia Lurgi, da Alemanha Ocidental, para a constru ção de uma fábrica de náilon-6 que processará 10.000 libras/dia de ca-
O Europa (E) toma como base a união européia de cálculo (EUA)
xandria), será operada pela Soc. Misr La Rayonne e deverá entrar em
desem
A abdicação do
1
prolactama.
A fábrica, localizada em Kafr el Dawar (ao leste da Ale
funcionamento em meados de 1976.
70
Dicesto Econômico
período de tempo, quando não vitaliciamente. O objetivo destas duas características é assegurar um mais amplo horizonte tempo ral do que aquele garantido a a outros ramos de governo.
monopólio nacional para impri mir dinheiro tem consequências apenas
para
a
taxa
nacional de
inflação, não para a taxa perma nente de desemprego. (7) O custo da unificação mo netária é transitório e resulta da
EM RESUMO as Recapitulemos principais proposições resultantes do docu
mento.
(1)
É
difícil
considerar
uma
união monetária criada por de cretos oficiais e estruturas legalisticas. Ela precisa evoluir na praça do mercado, (2) Os benefícios de uma união
perda temporária de emprego, já que o país ajusta sua taxa de in flação à taxa de inflação da união. (8) A adoção do Europa pres supõe que a intenção política é harmonizar as taxas de inflação entre os países. Pressupõe, tam bém, que os governos nacionais estarão dispostos a substituir a taxa de inflação por explicita ta xação. Deste modo nós provoca
monetária são qualitativamente semelhantes aos benefícios pro venientes a uma sociedade, visto
mos uma completa reforma mo
que ela se desloca de um acordo de troca a um monetário.
pa e os dinheiros nacionais
(3)
A situação de uma união
monetária não é situação para ta xas de câmbio fixas num mundo de muitas moedas. É antes uma
situação para a substituição de todos os dinheiros nacionais por
uma unidade comum de cálculo,
meio de troca e reserva de valor.
(4)
O único dinheiro (Europa)
que substituirá
dinheiros
nacio-
nais precisa ter estabilidade de poder aquisitivo.
(5)
Nossa visão da união mo
netária difere de outras visões na medida em que não enfatizamos a mobilidade do trabalho e do ca
pital, mas confiamos em que po
líticas estruturais corrijam posísíveis desequilíbrios regionais. (6)
Não
há custos
de
prego
na
unificação
monetária,
afinal de contas.
Dicesto Econômico
71
criada pelos ministros das finan ças do EEC, em março de 1975, para as operações do Fundo de Desenvolvimento Europeu e o Banco de Investimento Europeu. Os EUA compõem-se de um conjunto fixo de moedas européias d^idamente ponderadas para calcular o comércio, etc. (ver a faixa de cima, formulada em 10 de março). O valor dos EUAs em termos de
moedas nacionais muda, então, como resultado da média ponde rada dos movimentos
da taxa de
câmbio. Como comparação entre 10 de março e 10 de setembro ver
(9)
sos das moedas nacionais no con
coe
xistirem, a quantidade de Europas será exclusivamente determi nada pelo desejo dos que queiram possuí-lo. As conversões entre Europas e dinheiros nacionais ocorrerão em proporções variáveis.
(10)
base
concedidas
às
autoridades
mone
tárias a mesma independência frente ao poder político e as mes
mas responsabilidades frente à norma legal, que concedemos ao
das
taxas
de
Na data da introdução da infla ção comprovada E (10 de março) admitiu-se que
a conversão de £
se dá para uma quantia de ElOO. Como isto afeta os balanços do sistema bancário, é mostrado abaixo. Em razão da simplicida de, um contador é introduzido, o Euro-agente (com quem outros bancos centrais europeus teriam acordos).
os bancos comerciais obtenham o Es em troca de um declínio de
suas reservas no Banco da Ingla terra em 10% de £53,90 no nosso exemplo e descontando titulos para o balanço.
in
flação passada uma vez que me didas pelos índices do consumidor nacional de preço — ver a faixa de
baixo.
Para preservar os benefí
cios da reforma monetária, isto é, os benefícios derivados de um di nheiro de valor estável, devem ser
poder
na
co e do Banco da Inglaterra, de 9 de março, de 1975.
cário comercial, pressupõe-se que
junto adotado são mais bem ajus tadas
tema bancário comercial Britâni
Para o balanço do sistema ban
netária.
No período em. que o Euro
começamos com balanços do sis
semelhantes
as faixas de cima e médias.
No Europa — a inflação com provou — que os montantes e pe
Ultimamente demonstrou-se co mo os balanços são afetados de —0—
pois de um período de seis meses, como resultado do mecanismo da
TABELA DA PÁGINA 37
inflação comprovada. E. As taxas de câmbios usadas na
... E O QUE PROVOCARIA NO SISTEMA BANCÁRIO Para
ilustrar
mecanismo
do
o
resultado
Europa
(E),
conversão
a & são as mesmas que no exem plo contrário.
do
—0—
nós
judiciário. ●0--
o-
TABELA DA PÁGINA 36 COMO FUNCIONA O EUROPA...
EGITO: KNOW HÇW ALEMÃO PARA FÁBRICA DE NÁILON EGÍP CIA— A Organização Geral de Industrialização do Egito solicitou os serviços da companhia Lurgi, da Alemanha Ocidental, para a constru ção de uma fábrica de náilon-6 que processará 10.000 libras/dia de ca-
O Europa (E) toma como base a união européia de cálculo (EUA)
xandria), será operada pela Soc. Misr La Rayonne e deverá entrar em
desem
A abdicação do
1
prolactama.
A fábrica, localizada em Kafr el Dawar (ao leste da Ale
funcionamento em meados de 1976.
Digesto Econômico
72
O PLANO SOCIAL-LIBERAL
Na sessão de Gncorramento dos Cursofl da L’AcademÍG do Droit InlGr-
naliônal de La Haye”, ocorreu um episódio inédito. O Professor N. A. Ushakofí, da Academia de Ciências Jurídicas de Moscou, fazia sua con ferência sobre a “Não Intervenção no Direito Internacional Contemporâ neo”. E, no decorrer, afirmou que a Doutrina de Monroe fora proclamada “para proteger a independência dos latinos-americanos”. E, mais adiante “que o Direito Internacional Contemporâneo nascera na Rússia, de ins piração lenin-marxista, quando da Revolução comunista de 1917”. E in sistia, que só depois disso, os povos do mundo tinham acesso, em igual dade de condições, à sociedade internacional. Ao término de sua palestra, um assistente pediu a palavra. E, de improviso, em francês, contestou com veemência o conferencista. Disse que ele não se atinha à verdade histórica e jurídica. E demonstrou que a Doutrina de Monroe tivera ori
ALVARO
C.
A solução da crisc argentina re quer, fundamentalmente, o esta belecimento
de
uma
nômica adequada”. sibilidades sociedades
●■ordem
O eminente liberal argentino ae-
eco
lende suas idéias, com a convicção
Mas as pos
mente ao que se supõe, não são numerosas; na realidade se re duzem a muito poucas. Em nos so caso descrevemos quatro e nos
Doutrina, com o princípio de Não-Colonização... Quanto à segunda afir mativa, também, nesta mesma cidade de Haia, que lhe permitia falar
beral (1). Gostaria de expor bre vemente em que consiste.
decidimos
cional. E foi anunciado por aquele Delegado, cujo nome
não
terminava
nem em “ínsky” nem em “off”, mas chamava-se gloriosamente R]JY BARBOSA!... A assistência, de começo atônita, prorrompeu em aplausos, felicitando o inesperado orador. Este era um brasileiro. Seu nome Pro fessor MIGUEL FRANCHINI NETTO, catedrático
cional.
de Direito
Interna
-o-
pela
solução
avaliadas no Centro de Pesquisas da Região Oeste do Departamento
de
Agricultura dos Estados_Unidos (Albany, Califórnia). A fábrica piloto e os estudos de alimentação de animais já estão concluídos, mas os resul tados completos das experiências de alimentação serão dados
a conhecer
somente dentro de um mês. Dois métodos estão sendo utilizados. Em um deles, a palha é picada; uma solução de soda cáustica é acrescentada e o
produto é peletizado. A primeira análise indica que o produto é tão nutri
tivo quanto a alfafa, contanto que seja o principal ingrediente da dieta.
No outro método, a palha simplesmente recebe aplicação de amônia e é enfardada. O processo é simples, e acrescenta nitrogênio à palha de uma
forma que os ruminantes possam usar, mas não parece ser tão nutritivo
quanto o produto peletizado. O alvo do projeto é utilizar a palha dos arro zais da Califórnia e das fazendas de semente de grama do Oregon. o pro
cesso será avaliado economicamente; uma tarefa difícil devido às flutuações nos preços dos materiais de ração alternativos, tais como cereais e forra gem de alta qualidade.
fundar o tema. í
As idéias e os princípios fundamentais Como sempre ocorre no caso de transformações verdadeiras, as
encruzilhada atual
idéias e os princípios que as de As
bases
filosóficas
e
teóricas
da ideologia social-liberal foram expostas reiteradamente e não é 0 propósito deste artigo voltar a elas. Trata-se, aqui. de anunciar as soluções concretas e práticas diante da encruzilhada atual. Não
ESTADOS UNIDOS:- PALHA È TRANSFORMADA EM RAÇÀO DE GADO Técnicas para converter palha em ração para gado estão sendo
grama aqueles que desejem apro
social-li-
Vm plano concreto diante da
tucionalização da Sociedade Internacional. Ele consta do Artigo Primeiro da Carta da ONU. E é, ele, o verdadeiro fundamento do Direito Interna
de sempre
de ordenamento nas modernas, contraria
gem no avanço russo pela Costa da Califórnia no sentido sul. em 1821, quando o Czar estabelecera uma zona de pesca exclusiva de 100 milhas no Oceano Pacífico... Aí se iniciara, com o protesto norte-amreicano, a
hoje, na Conferência da Paz, de 1907, um Delegado lançara o Princípio -da Igualdade Jurídica dos Estados. Esse Princípio é que permitira a insti
ALSOGARAY
é possivel, apesar disso, apresen tar um programa completo. Cabe somente, com todas as limitações que isso comporta, referir-se às principais idéias e aos pontos crí ticos considerados.
Por outro
la
do. está à disposição, esse progra ma elaborado durante o segundo semestre de 1974, e apresentado à opinião pública no último ja neiro, sob o titulo: Informação sobre -a situação argentina em princípios de 1975 e programa pa ra superá-la”. Remeto a esse pro(1) Veja
o
cm “La 1975.
aríigo
“A
Prensa”
solução de
19
<Jc
social-liberal” ouUibro
dc
terminam são poucas e simples. Por outro lado. suas consequên cias são profundas e transcendentes.
O plano se baseia em quatro grupos de decisões fundamentais, que são: 1.
Terminar
com
o
interven
cionismo e dirigismo estatal na economia, devolvendo a produto res, industriais, comerciantes e demais trabalhadores, sua plena liberdade de ação. dentro de um marco fixado por regras gerais e justas. Isto supõe suprimir a bu rocracia, entendendo por tal, não tanto
o
número
de
funcionários,
quanto o absurdo emaranhado de regulamentos e limitações existen tes. Implica também numa ver dadeira hierarquização dos servi dores do Estado, que têm outras
importantes e elevadas tarefas a atender.
Digesto Econômico
72
O PLANO SOCIAL-LIBERAL
Na sessão de Gncorramento dos Cursofl da L’AcademÍG do Droit InlGr-
naliônal de La Haye”, ocorreu um episódio inédito. O Professor N. A. Ushakofí, da Academia de Ciências Jurídicas de Moscou, fazia sua con ferência sobre a “Não Intervenção no Direito Internacional Contemporâ neo”. E, no decorrer, afirmou que a Doutrina de Monroe fora proclamada “para proteger a independência dos latinos-americanos”. E, mais adiante “que o Direito Internacional Contemporâneo nascera na Rússia, de ins piração lenin-marxista, quando da Revolução comunista de 1917”. E in sistia, que só depois disso, os povos do mundo tinham acesso, em igual dade de condições, à sociedade internacional. Ao término de sua palestra, um assistente pediu a palavra. E, de improviso, em francês, contestou com veemência o conferencista. Disse que ele não se atinha à verdade histórica e jurídica. E demonstrou que a Doutrina de Monroe tivera ori
ALVARO
C.
A solução da crisc argentina re quer, fundamentalmente, o esta belecimento
de
uma
nômica adequada”. sibilidades sociedades
●■ordem
O eminente liberal argentino ae-
eco
lende suas idéias, com a convicção
Mas as pos
mente ao que se supõe, não são numerosas; na realidade se re duzem a muito poucas. Em nos so caso descrevemos quatro e nos
Doutrina, com o princípio de Não-Colonização... Quanto à segunda afir mativa, também, nesta mesma cidade de Haia, que lhe permitia falar
beral (1). Gostaria de expor bre vemente em que consiste.
decidimos
cional. E foi anunciado por aquele Delegado, cujo nome
não
terminava
nem em “ínsky” nem em “off”, mas chamava-se gloriosamente R]JY BARBOSA!... A assistência, de começo atônita, prorrompeu em aplausos, felicitando o inesperado orador. Este era um brasileiro. Seu nome Pro fessor MIGUEL FRANCHINI NETTO, catedrático
cional.
de Direito
Interna
-o-
pela
solução
avaliadas no Centro de Pesquisas da Região Oeste do Departamento
de
Agricultura dos Estados_Unidos (Albany, Califórnia). A fábrica piloto e os estudos de alimentação de animais já estão concluídos, mas os resul tados completos das experiências de alimentação serão dados
a conhecer
somente dentro de um mês. Dois métodos estão sendo utilizados. Em um deles, a palha é picada; uma solução de soda cáustica é acrescentada e o
produto é peletizado. A primeira análise indica que o produto é tão nutri
tivo quanto a alfafa, contanto que seja o principal ingrediente da dieta.
No outro método, a palha simplesmente recebe aplicação de amônia e é enfardada. O processo é simples, e acrescenta nitrogênio à palha de uma
forma que os ruminantes possam usar, mas não parece ser tão nutritivo
quanto o produto peletizado. O alvo do projeto é utilizar a palha dos arro zais da Califórnia e das fazendas de semente de grama do Oregon. o pro
cesso será avaliado economicamente; uma tarefa difícil devido às flutuações nos preços dos materiais de ração alternativos, tais como cereais e forra gem de alta qualidade.
fundar o tema. í
As idéias e os princípios fundamentais Como sempre ocorre no caso de transformações verdadeiras, as
encruzilhada atual
idéias e os princípios que as de As
bases
filosóficas
e
teóricas
da ideologia social-liberal foram expostas reiteradamente e não é 0 propósito deste artigo voltar a elas. Trata-se, aqui. de anunciar as soluções concretas e práticas diante da encruzilhada atual. Não
ESTADOS UNIDOS:- PALHA È TRANSFORMADA EM RAÇÀO DE GADO Técnicas para converter palha em ração para gado estão sendo
grama aqueles que desejem apro
social-li-
Vm plano concreto diante da
tucionalização da Sociedade Internacional. Ele consta do Artigo Primeiro da Carta da ONU. E é, ele, o verdadeiro fundamento do Direito Interna
de sempre
de ordenamento nas modernas, contraria
gem no avanço russo pela Costa da Califórnia no sentido sul. em 1821, quando o Czar estabelecera uma zona de pesca exclusiva de 100 milhas no Oceano Pacífico... Aí se iniciara, com o protesto norte-amreicano, a
hoje, na Conferência da Paz, de 1907, um Delegado lançara o Princípio -da Igualdade Jurídica dos Estados. Esse Princípio é que permitira a insti
ALSOGARAY
é possivel, apesar disso, apresen tar um programa completo. Cabe somente, com todas as limitações que isso comporta, referir-se às principais idéias e aos pontos crí ticos considerados.
Por outro
la
do. está à disposição, esse progra ma elaborado durante o segundo semestre de 1974, e apresentado à opinião pública no último ja neiro, sob o titulo: Informação sobre -a situação argentina em princípios de 1975 e programa pa ra superá-la”. Remeto a esse pro(1) Veja
o
cm “La 1975.
aríigo
“A
Prensa”
solução de
19
<Jc
social-liberal” ouUibro
dc
terminam são poucas e simples. Por outro lado. suas consequên cias são profundas e transcendentes.
O plano se baseia em quatro grupos de decisões fundamentais, que são: 1.
Terminar
com
o
interven
cionismo e dirigismo estatal na economia, devolvendo a produto res, industriais, comerciantes e demais trabalhadores, sua plena liberdade de ação. dentro de um marco fixado por regras gerais e justas. Isto supõe suprimir a bu rocracia, entendendo por tal, não tanto
o
número
de
funcionários,
quanto o absurdo emaranhado de regulamentos e limitações existen tes. Implica também numa ver dadeira hierarquização dos servi dores do Estado, que têm outras
importantes e elevadas tarefas a atender.
74
Dicksto Econômico
2.
Terminar com a inflação. O
Características do plano
peso argentino voltará a ser uma
moeda forte e respeitada em todo o mundo,
O custo de vida será
estável e os aumentos nominais de salários representarão melho res
efetivos.
3.
Bloquear as tendências mo-
nopólisticas.
Todo o mundo terá
acesso aos mercados. O Estado ga rantirá a competição e esta, junto o funcionamento pleno do mecanismo dos preços livres, di com
rigirá
e
coordenará
> 0
processo
econômico. A paralizante e absur
da intromissão dos burocratas e tecnocratas neste campo será to talmente eliminada.
4. Terminar com o “enclaustramento” de nossa economia, de-
rivado das falsas-
premissas
“de-
seriyolvimentistas” e de um nacio
nalismo econômico retrógrado e
inoperante,
o país deve e pode
produzir, tanto no campo como na indústria, a preços internacio nais, 0 que lhe permitirá voltar-se abertamente para o exterior e participar de modo mais ativo no
comércio mundial, -sem prejuízo das necessárias medidas de de
fesa da produção nacional. Deste modo haverá mais divisas e ter minarão as crises decorrentes de balanços de pagamentos, que ci clicamente freiam os impulsos “desenvolvimentistas” dos dema gogos e improvisadores e impedem o desenvolvimento verdadeiro, >●
o
país poderá expandir-se sem ou tra restrição que o limite das energias e esforços que lhe apli quemos.
Um plano verdadeiro não po de circunscrever-se a fixar metas, pautas ou aspirações, porém deve dizer explícitamente co?no é pos sível chegar a elas. Muito menos pode cair em generalizações e insubstanciais. Afirslogans mar, por exemplo, que os males do país se curam “mediante uma U
ff
enérgica
política
para
promover
as atividades prioritárias inscri tas no catálogo desenvolviinentista”, constitue
uma trivialidade e
sublinha a ignorância do seus pro motores em matéria econômica. O
I
Dicesto Econômico
75
ao que supõem, que foi o capitalismo-liberal do século passado, o que prova que desconhecem, em absoluto,
as
modernas.
idéias
e
realizações
1.
Refinanciar a dívida exter
Para eles não existem
na.
Somente uma direção econô
a reconstrução alemã do apósguerra. a ressurreição do Japão e as realizações suecas, austríacas,
dos
demais
Expansão c não
hí
recesso
O plano é fortemente expansi vo e não recessivo, como preten dem seus mal documentados críti cos,
Quando
estes
falam
dos
"planos liberais com sua quota de desocupação e monopólios”,
evidentemente se estão referindo
de
um
de caráter social-liberal estão lo
um preço equivalente ao preço real das divisas que se obtém com sua produção, e que não supor tarão impostos discriminatórios. Este anúncio significará entre
A expansão se produz princípalcomo
resultado
da
substi
tuição do financiamento infla cionário das inversões, pela con tribuição de capitais verdadeiros, da estabilidade monetária, da li berdade de ação para trabalhar
e produzir e da contenção da eco
700
e
1.000
milhões
de
dólares
mais no ano próximo. 3.. Chamar as companhias privadas de petróleo e gás para que estas, colaborando com YPF,
desenvolvam, de imediato, jazidas existentes sem prejuízo de outros planos a médio e longo prazo. Esta política pode produzir, já no primeiro ano. entre 300 e 500 mi
nomia.
Ruptura do círculo vicioso Ponto de partida do plano.
posta a essas questões e também diferencia
a base
cio seja eficaz), que os agricul tores receberão por suas colheitas
suiças,
mente
se
sobre
golpeados pelo dirigismo como o Uruguai e o Chile, onde planos
australianas,
pitais sem outorgar-lhes privilé gios ollgopólicos (único caminho conhecido e praticado pelos “de-
planos, particularmente dos bridos de terceira posição.
séria
nas décadas compreendidas entre 1950 e 1970. Também não estão a par do que está ocorrendo no Brasil e em países tão duramente
canadenses,
belgas e de muitas outras nações
grando méritos espetaculares.
nisso
mica
plano social-liberal pode conse guí-lo na amplitude e prazos ne cessários. Com isto ganharemos o tempo indispensável para que as demais medidas produzeim seu es perado efeito. 2. Anunciar (e restam muito poucos dias para que este anún
importante seria dizer corno se podem desenvolver essas ativida des, como se conseguirá atrair ca
senvolvimentistas”), como e quem assinará os sempre escassos re cursos para que o rendimento se ja o mais elevado possível, em uma palavra, de que maneira se alcançarão os fins tão superficial mente propostos. O plano social-liberal dá res
contempladas no plano como ponto de partida para sua apli cação. São elas:
Não podemos terminar com a inflação causa principal da crise —, porque não há inversões e consequentemente a economia e 0 nível de empregos, se contraem,
lhões de dólares adicionais. 4. Reduzir ao mínimo as in versões do Estado e suas empre
e
ou-
fazê-lo sem chocar com nenhuma
tras coisas —, porque domina a inflação. Eis aí o círculo vicioso. Como rompê-lo? Quatro medidas fundamentais, que servem simul
das sadias aspirações e ideais na
não
há inversões
entre
taneamente para superar a pre sente emergência e criar as bases do
desenvolvimento
futuro
estão
sas transferindo-as para a ativirade privada. Há métodos para
cionais.
Desta maneira se conse
guirão três resultados simultâ neos: a redução do déficit do orçamento e com este o da infla ção, 0 desenvolvimento de ativi dades básicas que proverão bpris
^
Dicksto Econômico
74
2.
Terminar com a inflação. O
Características do plaiio
peso argentino voltará a ser uma moeda forte e respeitada em todo o mundo.
O custo de vida será
estável e os aumentos nominais de salários representarão melho res
efetivos.
3. Bloquear as tendências monopólisticas, Todo o mundo terá
acesso aos mercados. O Estado ga rantirá a competição e esta, junto com 0 funcionamento pleno do mecanismo dos preços livres, di rigirá e coordenará o processo econômico. A paralizante e absur da intromissão dos burocratas e
tecnocratas neste campo será to talmente
4.
eliminada.
Terminar com
o
n
enclaus-
tramento” de nossa economia, de
rivado das falsas premissas desenvolvimentistas” e de um nacio u
nalismo econômico retrógrado e inoperante. O país deve e pode produzir, tanto no campo como na indústria, a preços internacio nais, 0 que lhe permitirá voltar-se abertamente para o exterior e participar de modo mais ativo no
comércio mundial, sem prejuízo das necessárias medidas de de fesa da produção nacional. Deste modo haverá mais divisas e ter minarão as crises decorrentes de balanços de pagamentos, que ci clicamente freiam os impulsos “desenvolvimentistas” dos dema
gogos e improvisadores e impedem 0
desenvolvimento verdadeiro,
o
país poderá expandir-se sem ou tra restrição
que
o
limite das
Um plano
verdadeiro não po
de circunscrever-se a fixar metas, pautas ou aspirações, porém deve dizer explícitamente como é pos sível chegar a elas. Muito menos pode cair em generalizações e Insubstanciais. Afirslogans mar. por exemplo, que os males do país se curam “mediante uma U
»
enérgica as
política
atividades
para
promover
prioritárias
mscri-
tas no catálogo desenvolvimentista”, constitue uma
trivialidade e
sublinha a ignorância de seus pro motores em matéria econômica. O
importante seria dizer como se podem desenvolver essas ativida
des, como se conseguirá atrair ca pitais sem outorgar-lhes privilé gios ollgopólicos (único caminho conhecido e praticado pelos “desenvolvimentistas”), coi7io e quem assinará os sempre escassos re cursos para que o rendimento se
ja o mais elevado possível, em uma palavra, de que vianeira se alcançarão os fins tão superficial mente propostos. O plano social-liberal
dá
I
f
Dicesto Econômico
75
ao que supõem.que foi o capitalismo-liberal do século passado, o que prova que desconhecem, em absoluto, as idéias e realizações
contempladas no plano como ponto de partida para sua apli 1.
Refinanciar a dívida exter
modernas.
na.
Somente uma direção econô
Para eles não existem
a reconstrução alemã do apósguerra. a ressurreição do Japão e as realizações suecas, austríacas, canadenses,
australianas,
suiças,
belgas e de muitas outras nações nas décadas compreendidas entre 1950 e 1970. Também não estão a par do que está ocorrendo no Brasil e em países tão duramente golpeados pelo dirigismo como o Uruguai e o Chile, onde planos de
caráter social-liberal
estão lo
A expansão se produz principal como
tuição
do
resultado
da
substi
financiamento
infla
cionário das inversões, pela con
tribuição de capitais verdadeiros, da estabilidade monetária, da li
berdade de ação para trabalhar e produzir e da contenção da eco nomia.
posta a essas questões e também nisso se diferencia dos demais planos, particularmente dos hí
bridos de terceira posição. Expansão
e não
recesso
Não podemos terminar com a inflação causa principal da crise —, porque não há inversões e consequentemente a economia e 0 nível de empregos, se contraem, e
O plano é fprtemente expansi vo e não recessivo, como preten dem seus mal documentados críti cos,
Quando
estes
falam
dos
energias e esforços que lhe apli
“planos liberais com sua quota de desocupação e monopólios”,
quemos.
evidentemente se estão referindo
não
há
inversões — entre
séria
sobre
a
base
de
um
plano social-liberal pode conse guí-lo na amplitude e prazos ne cessários. Com isto ganharemos o tempo indispensável para que as demais medidas produzam seu es perado efeito, 2. Anunciar (e restam muito poucos dias para que este anún
cio seja eficaz), que os agricul tores receberão por suas colheitas um preço equivalente ao preço sua produção,
e que não
supor
tarão impostos discriminatórios. Este anúncio significará entre 700 e 1.000 milhões de dólares
mais no ano próxinio. 3..
Chamar
as
companhias
privadas de petróleo e gás para que estas, colaborando com YPF, desenvolvam, de imediato, jazidas existentes sem prejuízo de outros
planos a médio e longo prazo. Esta política pode produzir, já no primeiro ano, entre 300 e 500 mi
Ruptura do circulo vicioso Ponto de partida do plano.
res
mica
real das divisas que se obtém com
grando méritos espetaculares. mente
cação. São elas:
ou
tras coisas —, porque domina a inflação. Eis ai o círculo vicioso, Como rompê-lo? Quatro medidas fundamentais, que servem simul taneamente para superar a pre sente emergência e criar as bases do desenvolvimento futuro estão
lhões de dólares adicionais. 4.
Reduzir
ao
mínimo
as
in
versões do Estado e suas empre sas transferindo-as para a ativl-
rade privada.
Há métodos para
fazê-lo sem chocar com nenhuma
das sadias aspirações e ideais na cionais. Desta maneira se conse
guirão três resultados simultâ neos: a redução do déficit do orçamento e com este o da infla ção, 0 desenvolvimento de ativi dades básicas que proverão boiis
fornecimentos e serviços e a in corporação de alta tecnologia que elevará a produtividade. Esta po lítica pode significar, no primei ro ano, uma incorporação de ca
tativas
mudarão
Em
ano,
pitais que iria de 500 a 1.000 mi
progressos serão seguros
lhões de dólares, dependendo da celeridade e decisão com que se atue e da confiança que se saiba
dos.
Como se vê, através destas qua não como empréstimos custosos porém como maior produção e entradas de capital, entre l.õOO e 2.500 milhões de dólares acima dos recursos atuais. Isto elimi
nará o déficit da balança de pa gamentos e
significará
um
im
pulso tão notável à expansão econômica que os efeitos iniciais re cessivos da luta contra a infla ção serão rapidamente neutrali zados. O desemprego, que atual mente já é uma lamentável
rea-
lidade, não somente será contido, como
a
crescente
demanda
de
mão de obra (e de inteligência)
obrigará as empresas a competir pelos melhores trabalhadores,
(incluindo advogados, engenhei-y
ros, técnicos, etecétera), o que
elevará os salários e outros in gressos reais. Isto não é uma utopia:
pode facilmente ser
con-
seguido se se aplicam, a tempo e com decisão, as medidas apon tadas.
Estas medidas, que não são de
emergência porém fundamentais e que se inserem na essência mes ma do plano, permitirão ganhar o tempo necessário para o pleno desenvolvimento
deste.
Adotado
depois de
to adequado.
um rea
breve, o pais
estará salvo e dai
por diante os
uma firme disciplina social é in
e rápi
dispensável.
demasiado
Aqueles que por sua
vez afirmam: ‘‘isto é possível na Alemanha mas não em nosso
f
Alguns temem o período de transição e sugerem que o “custo será
Naturalmente, nas
condições atuais, nada disso é factível; o restabelecimento de
O período de transição
social’
trabalhar livre
mente dentro de um ordenamen
imediatamente.
juste severo porém
inspirar.
tro medidas, ingressarão no país,
se lhes permite
este ponto de partida, as expec um
77
Dicesto Econômico
Dicesto Econômico
76
elevado.
país” estão subestimando ou me nosprezando os argentinos. Quan to ao desemprego, sob os métodos dirigistas. temos já. segundo esta tísticas oficiais. 6%.
Sublinham sobretudo o perigo do
terialmente” um pouco pior. Decorre, de que “a destruição do or denamento
econômico”
não
so-
mente provocou uma crise eco nômica, como perverteu toda a
É por esta última razão que lhe conferimos proemi-
vida nacional,
nência.
O
plano
social-liberal
abrange todos os aspectos da vida argentina.
Esgotar a
E quando se
esgote 0 próximo impulso infla cionário chegaremos a muito mais do que o milhão de deso cupados que as próprias autori
desemprego e crém que os sindi catos se oporão a uma mudança
jamos um pouco mais ricos ou pobres ou de que estejamos' “ina-
experiência
A vantagem desta crise é que não poderemos dissimulá-la nem
dades anunciam. É isto que se deve temer e não o período de
eludí-la. Desta vez teremos que resolvê-la. Durante 30 anos esti vemos vivendo uma ficção, mas
des econômicas socialmente úteis e não faraônicas ou burocráticas,
transição.
Estou certo de que os
esta já se tornou insustentável.
sindicatos
compreenderão
os recursos disponíveis, entre eles
mente esta verdade, posto que os fatos se encarregarão de demons-
ber esperar até que a experiência
trá-la. O importante é que. nesse momento, não sejam superados
matura.
pelos “soviets” de fábricas, como em parte, já está ocorrendo. Se este perigo for eliminado, sem dú
salvar
os
e
“desenvolvimentismo”
desta natureza. são totalmente
expansão
a mão
Estas suposições infundadas. A
absorverá,
de obra
em
hoje
ativida
empregada
como
uma
verdadeira
cial.
As possibilidades
carga
so
são ver
dadeiramente brilhantes.
Os ca
I
pitais, as iniciativas, as energias,
os “desejos de fazer algo” e de pro gredir que hoje se encontram ar rasados ou dirigidos para ativi dades espúrias, como o contra
bando e a especulação indesejá veis, serão absorvidos pela ativi
vida cooperarão.
»
O
plano
não
econômico, os
aspectos
é
exclusivamente
porém abrange todos
da
vida
argentina
A filosofia social-liberal não é uma técnica econômica, porém
financei verdadeira
eclosão de forças latentes, até agora comprimidas, se produzirá no país. Aqueles que acreditam que estas afirmações são aventu reiras, é porque ignoram o impul so vital que têm os povos quando
De
qualquer
se esgote;
modo
sua
devemos
interrupção
sistema
de
responsáveis,
Isto
ja
aconteceu com o doutor Frondizi 0
em
1962 e com os radicais em 1966. Se as
idéias a respeito de como proceder no futuro estão fiamos em nós
claras e se con-
mesmos. o país
“depois de tocar o fundo
reto-
mará sem dúvida sua marcha as-
cendente que foi forçado a aban
profunda
donar
mente moral e livre.
O fato de
décadas.
que a ênfase seja posta no “eco
pre
tar procurando, só serviria para
vida
um
sa
que alguns parecem es
Não deve voltar a ocorrer,
dade econômica sadia, as.sim que se libertem dos entraves que os sufocam e se estabeleçam as bases monetárias e ras anunciadas. Uma
final
durante
as
tres
últimas
nômico” não provém da interpre
j
tação marxista e “desenvolvimentista” da influência da economia sobre a ordem social, ou de que se-
(2) O ‘'Infornic” podo ser obtido no Insliiuto da Economia de Mercado, Tucumán 1668, 1.0 andar, capital federal.
fornecimentos e serviços e a in corporação de alta tecnologia que elevará a produtividade. Esta po lítica pode significar, no primei ro ano, uma incorporação de ca
tativas
mudarão
Em
ano,
pitais que iria de 500 a 1.000 mi
progressos serão seguros
lhões de dólares, dependendo da celeridade e decisão com que se atue e da confiança que se saiba
dos.
Como se vê, através destas qua não como empréstimos custosos porém como maior produção e entradas de capital, entre l.õOO e 2.500 milhões de dólares acima dos recursos atuais. Isto elimi
nará o déficit da balança de pa gamentos e
significará
um
im
pulso tão notável à expansão econômica que os efeitos iniciais re cessivos da luta contra a infla ção serão rapidamente neutrali zados. O desemprego, que atual mente já é uma lamentável
rea-
lidade, não somente será contido, como
a
crescente
demanda
de
mão de obra (e de inteligência)
obrigará as empresas a competir pelos melhores trabalhadores,
(incluindo advogados, engenhei-y
ros, técnicos, etecétera), o que
elevará os salários e outros in gressos reais. Isto não é uma utopia:
pode facilmente ser
con-
seguido se se aplicam, a tempo e com decisão, as medidas apon tadas.
Estas medidas, que não são de
emergência porém fundamentais e que se inserem na essência mes ma do plano, permitirão ganhar o tempo necessário para o pleno desenvolvimento
deste.
Adotado
depois de
to adequado.
um rea
breve, o pais
estará salvo e dai
por diante os
uma firme disciplina social é in
e rápi
dispensável.
demasiado
Aqueles que por sua
vez afirmam: ‘‘isto é possível na Alemanha mas não em nosso
f
Alguns temem o período de transição e sugerem que o “custo será
Naturalmente, nas
condições atuais, nada disso é factível; o restabelecimento de
O período de transição
social’
trabalhar livre
mente dentro de um ordenamen
imediatamente.
juste severo porém
inspirar.
tro medidas, ingressarão no país,
se lhes permite
este ponto de partida, as expec um
77
Dicesto Econômico
Dicesto Econômico
76
elevado.
país” estão subestimando ou me nosprezando os argentinos. Quan to ao desemprego, sob os métodos dirigistas. temos já. segundo esta tísticas oficiais. 6%.
Sublinham sobretudo o perigo do
terialmente” um pouco pior. Decorre, de que “a destruição do or denamento
econômico”
não
so-
mente provocou uma crise eco nômica, como perverteu toda a
É por esta última razão que lhe conferimos proemi-
vida nacional,
nência.
O
plano
social-liberal
abrange todos os aspectos da vida argentina.
Esgotar a
E quando se
esgote 0 próximo impulso infla cionário chegaremos a muito mais do que o milhão de deso cupados que as próprias autori
desemprego e crém que os sindi catos se oporão a uma mudança
jamos um pouco mais ricos ou pobres ou de que estejamos' “ina-
experiência
A vantagem desta crise é que não poderemos dissimulá-la nem
dades anunciam. É isto que se deve temer e não o período de
eludí-la. Desta vez teremos que resolvê-la. Durante 30 anos esti vemos vivendo uma ficção, mas
des econômicas socialmente úteis e não faraônicas ou burocráticas,
transição.
Estou certo de que os
esta já se tornou insustentável.
sindicatos
compreenderão
os recursos disponíveis, entre eles
mente esta verdade, posto que os fatos se encarregarão de demons-
ber esperar até que a experiência
trá-la. O importante é que. nesse momento, não sejam superados
matura.
pelos “soviets” de fábricas, como em parte, já está ocorrendo. Se este perigo for eliminado, sem dú
salvar
os
e
“desenvolvimentismo”
desta natureza. são totalmente
expansão
a mão
Estas suposições infundadas. A
absorverá,
de obra
em
hoje
ativida
empregada
como
uma
verdadeira
cial.
As possibilidades
carga
so
são ver
dadeiramente brilhantes.
Os ca
I
pitais, as iniciativas, as energias,
os “desejos de fazer algo” e de pro gredir que hoje se encontram ar rasados ou dirigidos para ativi dades espúrias, como o contra
bando e a especulação indesejá veis, serão absorvidos pela ativi
vida cooperarão.
»
O
plano
não
econômico, os
aspectos
é
exclusivamente
porém abrange todos
da
vida
argentina
A filosofia social-liberal não é uma técnica econômica, porém
financei verdadeira
eclosão de forças latentes, até agora comprimidas, se produzirá no país. Aqueles que acreditam que estas afirmações são aventu reiras, é porque ignoram o impul so vital que têm os povos quando
De
qualquer
se esgote;
modo
sua
devemos
interrupção
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Isto
ja
aconteceu com o doutor Frondizi 0
em
1962 e com os radicais em 1966. Se as
idéias a respeito de como proceder no futuro estão fiamos em nós
claras e se con-
mesmos. o país
“depois de tocar o fundo
reto-
mará sem dúvida sua marcha as-
cendente que foi forçado a aban
profunda
donar
mente moral e livre.
O fato de
décadas.
que a ênfase seja posta no “eco
pre
tar procurando, só serviria para
vida
um
sa
que alguns parecem es
Não deve voltar a ocorrer,
dade econômica sadia, as.sim que se libertem dos entraves que os sufocam e se estabeleçam as bases monetárias e ras anunciadas. Uma
final
durante
as
tres
últimas
nômico” não provém da interpre
j
tação marxista e “desenvolvimentista” da influência da economia sobre a ordem social, ou de que se-
(2) O ‘'Infornic” podo ser obtido no Insliiuto da Economia de Mercado, Tucumán 1668, 1.0 andar, capital federal.
78
Digesto Econômico
BRASIL:- PARA-BRISA SEGURO — Quando, em 1956, a industria automobilística nacional começou a dar os seus primeiros passos, os vi dros temperados e os laminados estavam em pé de Igualdade. Nenhum dos dois ainda havia sido utilizado no Brasil como material para parabrisas de veículos. Agora, as empresas estão dando mais ênfase ao vidro laminado. A Vitroplex, por exemplo, já está investindo as pri meiras parcelas ôe um total de US$ 4 milhões para produzir, dentro em breve, 10.000 unidades mensais do vidro laminado. O vidro laminado
resulta da associação de duas folhas de cristal com uma pelicula mediária de polivinil butiral — PVB —, ou butacite — produto cuja marca
registrada pertence à Du Pont. Esta matéria-prima se resume a uma película de 0,762 mm de espessura com propriedades elastômeras que amortecem o impacto e dão forte aderência ao vidro. Os cristais utili zados na fabricação das folhas ainda são importados. Contudo, a partir de 1978, esse mercado será totalmente suprido por similar na cional, com a entrada em operação de uma unidade industrial da Santa Marina, que deverá produzir 500 toneladas diárias de “íloat glass”. O para-brisa pode receber dois finíssimos e praticamente impíi'ceptiveis fios de cobre, por entre as duas folhas de vidro. Esses fios podem subs tituir, com vantagens, a antena externa dos veículos, ou permitir a aplicação de “tons degradés”, como se fossem óculos de sol. Podem ainda conter filamentos, idênticos a pequeninas resistências, que desembaçam os vidros por meio de aquecimento. exiai
Lápis e papel na mao.
Este é o^^PABX de Papéis Madi. Em Papéis Madi S.A. você vai encontrar
fV
\ os melhores papéis de \ São Paulo para impressão, \ embalagem,xerox, papelão, \ envelopes, cartolinas \ e também papéis cortados. \ Ligue para 279-3122 \ PABX - 16 troncos
\ e 50 ramais. Papéis Madi \ - o melhor p>apel \ e o melhor
\ atendimento.
PAPÉIS MADI S.A.
O Problema que está nas cidades MIGUEL
0
COLASUONNO
desenvolvimento
econômico
de
tal como
qualquer
ocorreu
partir
pais,
historicamente
da
revolução
a
indus
trial. é sinônimo de urbani
zação.
Nos séculos anteriores à
eclosão
desse
fenômeno,
em
vir
tude do predomínio das atividades rurais, parcelas ponderáveis da população de qualquer pais vivia nos campos e restrito volume de las se fixava nas cidades. O pe ríodo pré-lndustrial se caracteri zava ainda pelo relativo equilí brio entre as cidades, quanto ao seu tamanho. As capitais dos paí ses, sedes das cortes nacionais, exerciam, obviamente, uma atra ção sobre as populações, represen tada pelas facilidades e aU'ativos criados pelos respectivos sobera nos. Contudo, elas estavam longe de constituir pólos de atração de correntes migratórias como surgi ram no último quartel do século XIX XX.
e
se
acentuaram
no
século
lação
diferenciadas
e
mar
cadas por formas aristocratizadas, dispersas por todas as regiões dos países. Para elas também, a atra ção representada pelas Capitais nacionais era em parte contraba lançada pela necessidade de estar
junto às explorações agrícolas. A participação política nos Gover nos locais absorvia suas disponi bilidades de tempo e era essencial para a manutenção de seu pres-
da política
econômico-so-
cial do pais, de forma a que a atuação federal deixe de ser en carada como eventual e episódica, ao sabor da eclosão de pequenas catástrofes”. Publicado no "Jor nal
do Brasil”.
tígio social. Suas transferências para as Capitais eram também obstaculizadas pela inexistência de atividades econômicas nos centros
maiores de população como mais tarde a industrialização ofere cería.
Semelhante quadro político-so cial, perfeitamente identificável inclusive no Brasil, levou o Esta do
As classes sociais se mantinham claramente
“É iiecessário que se superem ra pidamente as etapas iniciais da abordagem dos nossos problemas urbanos, cuja solução para ser ejicaz, deverá permear a formu
moderno
a
estruturar-se
em
graus diferentes de executivos. Os
Estados unitários que emergiram das
reformas
e
idéias
vitoriosas
com a Revolução Francesa, contra o absolutismo monárquico, passa ram
a ser administrados por po
deres locais (prefeituras, subprefeituras, etc.) em tudo quanto di zia respeito a problemas territo riais das cidades e municípios, e
pelo Poder central no tocante aos problemas nacionais, como tais considerados os de defesa perante
78
Digesto Econômico
BRASIL:- PARA-BRISA SEGURO — Quando, em 1956, a industria automobilística nacional começou a dar os seus primeiros passos, os vi dros temperados e os laminados estavam em pé de Igualdade. Nenhum dos dois ainda havia sido utilizado no Brasil como material para parabrisas de veículos. Agora, as empresas estão dando mais ênfase ao vidro laminado. A Vitroplex, por exemplo, já está investindo as pri meiras parcelas ôe um total de US$ 4 milhões para produzir, dentro em breve, 10.000 unidades mensais do vidro laminado. O vidro laminado
resulta da associação de duas folhas de cristal com uma pelicula mediária de polivinil butiral — PVB —, ou butacite — produto cuja marca
registrada pertence à Du Pont. Esta matéria-prima se resume a uma película de 0,762 mm de espessura com propriedades elastômeras que amortecem o impacto e dão forte aderência ao vidro. Os cristais utili zados na fabricação das folhas ainda são importados. Contudo, a partir de 1978, esse mercado será totalmente suprido por similar na cional, com a entrada em operação de uma unidade industrial da Santa Marina, que deverá produzir 500 toneladas diárias de “íloat glass”. O para-brisa pode receber dois finíssimos e praticamente impíi'ceptiveis fios de cobre, por entre as duas folhas de vidro. Esses fios podem subs tituir, com vantagens, a antena externa dos veículos, ou permitir a aplicação de “tons degradés”, como se fossem óculos de sol. Podem ainda conter filamentos, idênticos a pequeninas resistências, que desembaçam os vidros por meio de aquecimento. exiai
Lápis e papel na mao.
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O Problema que está nas cidades MIGUEL
0
COLASUONNO
desenvolvimento
econômico
de
tal como
qualquer
ocorreu
partir
pais,
historicamente
da
revolução
a
indus
trial. é sinônimo de urbani
zação.
Nos séculos anteriores à
eclosão
desse
fenômeno,
em
vir
tude do predomínio das atividades rurais, parcelas ponderáveis da população de qualquer pais vivia nos campos e restrito volume de las se fixava nas cidades. O pe ríodo pré-lndustrial se caracteri zava ainda pelo relativo equilí brio entre as cidades, quanto ao seu tamanho. As capitais dos paí ses, sedes das cortes nacionais, exerciam, obviamente, uma atra ção sobre as populações, represen tada pelas facilidades e aU'ativos criados pelos respectivos sobera nos. Contudo, elas estavam longe de constituir pólos de atração de correntes migratórias como surgi ram no último quartel do século XIX XX.
e
se
acentuaram
no
século
lação
diferenciadas
e
mar
cadas por formas aristocratizadas, dispersas por todas as regiões dos países. Para elas também, a atra ção representada pelas Capitais nacionais era em parte contraba lançada pela necessidade de estar
junto às explorações agrícolas. A participação política nos Gover nos locais absorvia suas disponi bilidades de tempo e era essencial para a manutenção de seu pres-
da política
econômico-so-
cial do pais, de forma a que a atuação federal deixe de ser en carada como eventual e episódica, ao sabor da eclosão de pequenas catástrofes”. Publicado no "Jor nal
do Brasil”.
tígio social. Suas transferências para as Capitais eram também obstaculizadas pela inexistência de atividades econômicas nos centros
maiores de população como mais tarde a industrialização ofere cería.
Semelhante quadro político-so cial, perfeitamente identificável inclusive no Brasil, levou o Esta do
As classes sociais se mantinham claramente
“É iiecessário que se superem ra pidamente as etapas iniciais da abordagem dos nossos problemas urbanos, cuja solução para ser ejicaz, deverá permear a formu
moderno
a
estruturar-se
em
graus diferentes de executivos. Os
Estados unitários que emergiram das
reformas
e
idéias
vitoriosas
com a Revolução Francesa, contra o absolutismo monárquico, passa ram
a ser administrados por po
deres locais (prefeituras, subprefeituras, etc.) em tudo quanto di zia respeito a problemas territo riais das cidades e municípios, e
pelo Poder central no tocante aos problemas nacionais, como tais considerados os de defesa perante
rJ
DICCSTO ECONONflCO
80
81
ÜiciiSTO Econômico
encaradas como meros problemas locais. De sua adequada solução
dos recursos necessários para do
industrial
dependerá, certamente, o destino
tropolitanos das condições infra-
como não podería deixar de ser, alterou o aspecto da nação. A ocorrência de fatores emergentes
econômico do pais ou seja. seu desenvolvimento ou a estagnação de sua economia.
e circunstanciais aliado a coinci dências históricas relevantes pro
O problema da concentração demográfica metropolitana em
duziu um desequilíbrio no desen volvimento econômico. Surgiram
São Paulo. Rio. Belo Horizonte. Salvador ou Recife, bem como cm
as disparidades regionais de de
outras
àliàs, que a questão dos transpor tes era de primordial importân
senvolvimento que proporções de um
suas características.
cia.- Com uma população disper sa em 8,5 milhões de quilômetros quadrados, com grandes cursos
Poder Público. Este não foi in sensível às novas tendências e
inimigos externos, de relações ex teriores, os tributários, de educa ção e de polícia, etc. Nos Estados federados, entre esses dois pode res
se
intercalou
esferas
de
o
estadual
atribuições
com
próprias
subordinadas ao Poder central.
Em países de dimensões conti nentais como 0 Brasil, o poder central além das atribuições acicorretamente ma, considerou.
dágua mas poucos propícios à uti lização num esquema geopolítico de integração nacional através de navegação, sempre quiseram os administradores
brasileiros
desde
a independência, unir por estra das e
caminhos
terrestres
todas
as províncias do país com a sua Capital. Por isso sempre se so nhou com a fixação da Capital no interior do país, em ponto mais
OS GRANDES PROBLEMAS O
desenvolvimento
assumiram as problema na
cional a exigir atenção e.spocial do
realizado
com
a
todas
cons-
trução e inauguração de Brasília em 21 de abril de 1960.
Pode-se
dizer também que a idéia da interligação terrestre de todas as
partes do país foi realizada. Isso tudo permitiu uma exploração dos nossos recursos naturais,
es
pecialmente hidrelétricos, em es cala
dificilmente
começo do século,
imaginável O
mesmo
no se
pode dizer dos recursos minerais.
des. principalmente Rio e São Paulo, passaram a constituir o receptáculo das correntes migra tórias
oriundas
de
todas
as
re
atestados
Rio não são naturais daquelas Ca
mencionados centros
estruturais
básicas
me
essenciais.
Abastecimento de água. coleta e tratamento de esgotos, transporte de massa, habitação, além de obras de saneamento básico mediante a
retificação e canalização de cór regos que atravessam os centros urbanos, deverão consumir recur sos em escalas incrivelmente su
periores às que cabem aos municí pios dentro da arcaica concepção dc discriminação de rendas e de competências de tarefas. Não se sugere, absolutamente, a mera revisão da discriminação de rendas em favor dos municípios,
dessa po.sicão.
pitais, e ainda, que parcelas subs
Contudo, outro problema surgiu. O da excessiva concentração de mográfica nas cidades polos de expansão industrial do Rio e de
tanciais desses contingentes ali se radicaram nos últimos 10 anos.
sabilidade pela superação das de
não se pode pretender que as res
ficiências
São
veis condições de vida a essas po
do
Nordeste e da
eloquentes
Paulo. Só
recentemente,
com
nalmente
de
em
Essas cida
os
que implicaria o seu esfacelamen to com pouco proveito para todos. O que é indispensável é que se
to
constituem
verno federal tomou conhecimen
equidistante
nacional
Amazônia
centivos fiscais do desenvolvimen
as regiões, e que facilitasse esse desígnio. Tal desiderato foi fi
menos
é
giões do pais. Quando se verifica, pelos resultados do censo demo gráfico de 1970. que 55% da po pulação de São Paulo e 45% da do
empenhou-se com afinco em en frentá-lo. Os programas de in
a criação das Regiões Metropoli tanas e posteriormente com a for mulação de política urbana o Go
ou
Capitais,
tar
ponsabilidades de oferecer razoá pulações
sejam
da
competência
exclusiva dos respectivos municí pios ou Estados. Acresce
notar
que
nessas
me
to e voltou-se para o estudo de soluções para o que se possa tal
trópoles se localizam as bases da vida política nacional, quando
vez chamar do mais grave dos problemas nacionais. Apesar de tal empenho, deve-se a reconhecer, entretanto, que
mais não seja. pelas parcelas pon deráveis da população total do
questão continua sendo encarada
tranquila absorção pelos padrões
mais em termos locais do que na cionais. As diversas soluções se
de vida compatíveis com o regime sócio-político em que vivemos de penderá a fixação dos rumos da Nação. A questão é ainda nacional, da competência do poder público fe deral, se encararmos o montante
toriais e gerais dos gravíssimos problemas urbanos das metrópo
les brasileiras não poderão obter êxito, nem ser adeqiiadameiite encaminhadas enquanto forem
país que nelas estão radicadas e que tenderão a crescer. De sua
firme o princípio de que a respon das áreas metropolita
nas. é acima de tudo, da respon
sabilidade da Nação, e, por conse
guinte, de todos os Poderes que a representam. Será necessário en contrar
formas
operacionais
de
conjugar os esforços da União, do Estado e do Município, de manei ra a evitar a multiplicidade de cri térios de decisão na aplicação de Deverá
recursos.
ser
evitada
a
modalidade de uma divisão seto
rial de responsabilidades que tem conduzido à falta de sincronização nos programas. O aprofundamen to da noção de área metropolita na e sua inserção correta na es trutura
do
Poder
Executivo
do
país, fornecerá provavelmente, o instrumento
indispensável
para
o perfeito entrosamento entre os
rJ
DICCSTO ECONONflCO
80
81
ÜiciiSTO Econômico
encaradas como meros problemas locais. De sua adequada solução
dos recursos necessários para do
industrial
dependerá, certamente, o destino
tropolitanos das condições infra-
como não podería deixar de ser, alterou o aspecto da nação. A ocorrência de fatores emergentes
econômico do pais ou seja. seu desenvolvimento ou a estagnação de sua economia.
e circunstanciais aliado a coinci dências históricas relevantes pro
O problema da concentração demográfica metropolitana em
duziu um desequilíbrio no desen volvimento econômico. Surgiram
São Paulo. Rio. Belo Horizonte. Salvador ou Recife, bem como cm
as disparidades regionais de de
outras
àliàs, que a questão dos transpor tes era de primordial importân
senvolvimento que proporções de um
suas características.
cia.- Com uma população disper sa em 8,5 milhões de quilômetros quadrados, com grandes cursos
Poder Público. Este não foi in sensível às novas tendências e
inimigos externos, de relações ex teriores, os tributários, de educa ção e de polícia, etc. Nos Estados federados, entre esses dois pode res
se
intercalou
esferas
de
o
estadual
atribuições
com
próprias
subordinadas ao Poder central.
Em países de dimensões conti nentais como 0 Brasil, o poder central além das atribuições acicorretamente ma, considerou.
dágua mas poucos propícios à uti lização num esquema geopolítico de integração nacional através de navegação, sempre quiseram os administradores
brasileiros
desde
a independência, unir por estra das e
caminhos
terrestres
todas
as províncias do país com a sua Capital. Por isso sempre se so nhou com a fixação da Capital no interior do país, em ponto mais
OS GRANDES PROBLEMAS O
desenvolvimento
assumiram as problema na
cional a exigir atenção e.spocial do
realizado
com
a
todas
cons-
trução e inauguração de Brasília em 21 de abril de 1960.
Pode-se
dizer também que a idéia da interligação terrestre de todas as
partes do país foi realizada. Isso tudo permitiu uma exploração dos nossos recursos naturais,
es
pecialmente hidrelétricos, em es cala
dificilmente
começo do século,
imaginável O
mesmo
no se
pode dizer dos recursos minerais.
des. principalmente Rio e São Paulo, passaram a constituir o receptáculo das correntes migra tórias
oriundas
de
todas
as
re
atestados
Rio não são naturais daquelas Ca
mencionados centros
estruturais
básicas
me
essenciais.
Abastecimento de água. coleta e tratamento de esgotos, transporte de massa, habitação, além de obras de saneamento básico mediante a
retificação e canalização de cór regos que atravessam os centros urbanos, deverão consumir recur sos em escalas incrivelmente su
periores às que cabem aos municí pios dentro da arcaica concepção dc discriminação de rendas e de competências de tarefas. Não se sugere, absolutamente, a mera revisão da discriminação de rendas em favor dos municípios,
dessa po.sicão.
pitais, e ainda, que parcelas subs
Contudo, outro problema surgiu. O da excessiva concentração de mográfica nas cidades polos de expansão industrial do Rio e de
tanciais desses contingentes ali se radicaram nos últimos 10 anos.
sabilidade pela superação das de
não se pode pretender que as res
ficiências
São
veis condições de vida a essas po
do
Nordeste e da
eloquentes
Paulo. Só
recentemente,
com
nalmente
de
em
Essas cida
os
que implicaria o seu esfacelamen to com pouco proveito para todos. O que é indispensável é que se
to
constituem
verno federal tomou conhecimen
equidistante
nacional
Amazônia
centivos fiscais do desenvolvimen
as regiões, e que facilitasse esse desígnio. Tal desiderato foi fi
menos
é
giões do pais. Quando se verifica, pelos resultados do censo demo gráfico de 1970. que 55% da po pulação de São Paulo e 45% da do
empenhou-se com afinco em en frentá-lo. Os programas de in
a criação das Regiões Metropoli tanas e posteriormente com a for mulação de política urbana o Go
ou
Capitais,
tar
ponsabilidades de oferecer razoá pulações
sejam
da
competência
exclusiva dos respectivos municí pios ou Estados. Acresce
notar
que
nessas
me
to e voltou-se para o estudo de soluções para o que se possa tal
trópoles se localizam as bases da vida política nacional, quando
vez chamar do mais grave dos problemas nacionais. Apesar de tal empenho, deve-se a reconhecer, entretanto, que
mais não seja. pelas parcelas pon deráveis da população total do
questão continua sendo encarada
tranquila absorção pelos padrões
mais em termos locais do que na cionais. As diversas soluções se
de vida compatíveis com o regime sócio-político em que vivemos de penderá a fixação dos rumos da Nação. A questão é ainda nacional, da competência do poder público fe deral, se encararmos o montante
toriais e gerais dos gravíssimos problemas urbanos das metrópo
les brasileiras não poderão obter êxito, nem ser adeqiiadameiite encaminhadas enquanto forem
país que nelas estão radicadas e que tenderão a crescer. De sua
firme o princípio de que a respon das áreas metropolita
nas. é acima de tudo, da respon
sabilidade da Nação, e, por conse
guinte, de todos os Poderes que a representam. Será necessário en contrar
formas
operacionais
de
conjugar os esforços da União, do Estado e do Município, de manei ra a evitar a multiplicidade de cri térios de decisão na aplicação de Deverá
recursos.
ser
evitada
a
modalidade de uma divisão seto
rial de responsabilidades que tem conduzido à falta de sincronização nos programas. O aprofundamen to da noção de área metropolita na e sua inserção correta na es trutura
do
Poder
Executivo
do
país, fornecerá provavelmente, o instrumento
indispensável
para
o perfeito entrosamento entre os
82
poderes envolvidos, sob a égide do Executivo nacional.
modo a aparelhá-las para exercer a função de pólos de atração po
responsabilidade nacional
pulacional desviando
dos maiores
centros, as correntes
migratórias
que
ordenar
Outro fator que exige a partici
pação decidida da União nos in vestimentos a serem realizados nos grandes centros, é a de que
procuram;
crescimento
das
2)
dades médias exclusivamente.
des nao implicarão em forçar a estagnação econômica do país. Só 0 Poder Público federal po derá carrear volume ponderável de recursos para atender às neces sidades básicas das nossas metró poles, pois a ele cabem cerca de
55% das receitas públicas nacionais.
Na
eventualidade
de tal nao poder ser União, poderão
responsabilidade
assumida pela ocorrer verdadeiros colapsos em
para
aplicações nos programas das ci
primeira
vista
poderia
A
parecer
correto semelhante procedimento. As cidades médias, dotadas de in fra-estrutura, passariam a atrair investimentos industrais e de ou tra natureza, criando nelas sem pre novas oportunidades de em pregos
e
assim
atraindo
a
mão-
de-obra interna que migra. Acon tece que tal processo não é auto
mático e demandará tempo para completar-se.
Nesse
interregno
as correntes migratórias continua
rão a dirigir-se para os pólos tra dicionais com destaque para São Paulo e o Rio agravando ainda mais as precárias condições de vida aí imperantes. A lentidão com que as migra
tais cidades, ora decorrentes de queda na produção, ora de epide mias provocadas pela carência de saneamento básico, etc., que reper cutirão negativamente no pib,
ções internas se deslocam de um
federal e demais níveis, seja pela
medida que a industrialização paulista se expandia, no decorrer
der a calamidades públicas (epi
das últimas quatro décadas, o pó lo de atração representado pelo Rio, só lenta e paulatinamentefoi
seja pela queda na arrecadação absorção de recursos para aten
pólo para outro teve exemplo re lativamente recente no país. À
demias, enchentes, etc.). Ao optar pela adoção de uma política urbana ampla o Governo federal revelou compreensão do fenômeno. Duas são as orienta
sendo superado pelo pólo criado na Capital paulista. As correntes
ções firmadas:
que o Rio deixasse de atuar tam
1)
promover in
vestimentos em cidades médias de
migratórias que se dirigiam a São Paulo forani se intensificando sem
bém como pólo de atração.
As
tar sua infra-estrutura, de si não
senvolvidas.
atrairá população, que se desloca basicamente à procura de empre gos. Ora. o aparelhamento das
sas áreas metropolitanas da in fra-estrutura indispensável a
face
dos
tradicionalmente
exis
tentes. Isto porque o fato de do tar as cidades médias de trans
Obviamente não pretendem as autoridades responsáveis desviar
uma estreita associação entre o crescimento das metrópoles e o desenvolvimento econômico na-
portes coletivos, água. esgotos, ha bitação, etc., o fato do implemen
Os poderes locais estão absoluta mente incapacitados de enfrentálos e solucioná-los, uma vez que se trata apenas de obter maiores somas de recursos, mas também, e principalmente, de formular uma política urbana para o país e exe cutá-la. Nesta matéria, perde muito de sua validade a distinção entre regiões mais ou menos de
assumirem a função de pólos al ternativos para os migrantes, em
o
metrópoles bra
federais
83
aplicações em cidades médias re petirão 0 fenômeno. Em primeiro lugar elas levarão tempo para
sileiras.
todos os recursos
ter a expansão das grandes cida
t
os
neles é gerada grande parcela do Produto Interno Bruto, Existe
cional, a tal ponto que se pode indagar se as tentativas para con-
I
Dicesto Econômico
Digesto Econôxuco
I
cidades médias constitue apenas a primeira etapa para convertê-
las em pólos de atração, que real mente só se
constituirão quando
indústrias nelas se fixarem ou ex
pandirem.
Por essa necessidade lógica as grandes cidades deverão continuar a absorver grandes investimentos da Nação, e não apenas dos mu nicípios e Estados, sob pena de se afetar
o
desenvolvimento
econô
mico nacional, pela efetiva redu
ção das economias externas pro porcionadas por essas grandes ci dades às indústrias e outras
ati
vidades nelas estabelecidas, em decorrência do reduzido volume de Investimentos destinados às
respectivas
infra-estruturas
ur
banas.
EsFamos convencidos de que os
problemas das grandes cidades e, mais propriamente, das áreas metropitanas, assumiram caracte rísticas tais que só podem ser en frentadas em escala nacional, com
a participação da União, dos Es tados e dos municípios eii^volvidos.
Para dotar
as nos
proporcionar a seus habitantes condições mínimas de salubridade e conforto. Rio e São Paulo, rela tivamente, dado o vulto de suas necessidades, são quase tão ca rentes de recursos quanto Recife, Fortaleza, Belém e outras. Os rumos da história estão tra
çados, e o novo desafio lançado. A resposta consciente começa a ser esboçada. É necessário que se superem rapidamente as eta
pas iniciais da abordagem dos nossos problemas urbanos, cuja
solução, para ser eficaz, deverá permear a formulação da política econòmico-social do país, de for
ma a que a atuação federal dei
xe de ser encarada como eventual
e episódica ao sabor da eclosão de pequenas catástrofes.
No mo
mento em que se firmar na cons ciência nacional a idéia de que
a superação das dificuldades ur banas constitui um dos mais im
portantes objetivos da atuação governamental no presente está gio da história brasileira, estará vencida a batalha decisiva dessa luta.
82
poderes envolvidos, sob a égide do Executivo nacional.
modo a aparelhá-las para exercer a função de pólos de atração po
responsabilidade nacional
pulacional desviando
dos maiores
centros, as correntes
migratórias
que
ordenar
Outro fator que exige a partici
pação decidida da União nos in vestimentos a serem realizados nos grandes centros, é a de que
procuram;
crescimento
das
2)
dades médias exclusivamente.
des nao implicarão em forçar a estagnação econômica do país. Só 0 Poder Público federal po derá carrear volume ponderável de recursos para atender às neces sidades básicas das nossas metró poles, pois a ele cabem cerca de
55% das receitas públicas nacionais.
Na
eventualidade
de tal nao poder ser União, poderão
responsabilidade
assumida pela ocorrer verdadeiros colapsos em
para
aplicações nos programas das ci
primeira
vista
poderia
A
parecer
correto semelhante procedimento. As cidades médias, dotadas de in fra-estrutura, passariam a atrair investimentos industrais e de ou tra natureza, criando nelas sem pre novas oportunidades de em pregos
e
assim
atraindo
a
mão-
de-obra interna que migra. Acon tece que tal processo não é auto
mático e demandará tempo para completar-se.
Nesse
interregno
as correntes migratórias continua
rão a dirigir-se para os pólos tra dicionais com destaque para São Paulo e o Rio agravando ainda mais as precárias condições de vida aí imperantes. A lentidão com que as migra
tais cidades, ora decorrentes de queda na produção, ora de epide mias provocadas pela carência de saneamento básico, etc., que reper cutirão negativamente no pib,
ções internas se deslocam de um
federal e demais níveis, seja pela
medida que a industrialização paulista se expandia, no decorrer
der a calamidades públicas (epi
das últimas quatro décadas, o pó lo de atração representado pelo Rio, só lenta e paulatinamentefoi
seja pela queda na arrecadação absorção de recursos para aten
pólo para outro teve exemplo re lativamente recente no país. À
demias, enchentes, etc.). Ao optar pela adoção de uma política urbana ampla o Governo federal revelou compreensão do fenômeno. Duas são as orienta
sendo superado pelo pólo criado na Capital paulista. As correntes
ções firmadas:
que o Rio deixasse de atuar tam
1)
promover in
vestimentos em cidades médias de
migratórias que se dirigiam a São Paulo forani se intensificando sem
bém como pólo de atração.
As
tar sua infra-estrutura, de si não
senvolvidas.
atrairá população, que se desloca basicamente à procura de empre gos. Ora. o aparelhamento das
sas áreas metropolitanas da in fra-estrutura indispensável a
face
dos
tradicionalmente
exis
tentes. Isto porque o fato de do tar as cidades médias de trans
Obviamente não pretendem as autoridades responsáveis desviar
uma estreita associação entre o crescimento das metrópoles e o desenvolvimento econômico na-
portes coletivos, água. esgotos, ha bitação, etc., o fato do implemen
Os poderes locais estão absoluta mente incapacitados de enfrentálos e solucioná-los, uma vez que se trata apenas de obter maiores somas de recursos, mas também, e principalmente, de formular uma política urbana para o país e exe cutá-la. Nesta matéria, perde muito de sua validade a distinção entre regiões mais ou menos de
assumirem a função de pólos al ternativos para os migrantes, em
o
metrópoles bra
federais
83
aplicações em cidades médias re petirão 0 fenômeno. Em primeiro lugar elas levarão tempo para
sileiras.
todos os recursos
ter a expansão das grandes cida
t
os
neles é gerada grande parcela do Produto Interno Bruto, Existe
cional, a tal ponto que se pode indagar se as tentativas para con-
I
Dicesto Econômico
Digesto Econôxuco
I
cidades médias constitue apenas a primeira etapa para convertê-
las em pólos de atração, que real mente só se
constituirão quando
indústrias nelas se fixarem ou ex
pandirem.
Por essa necessidade lógica as grandes cidades deverão continuar a absorver grandes investimentos da Nação, e não apenas dos mu nicípios e Estados, sob pena de se afetar
o
desenvolvimento
econô
mico nacional, pela efetiva redu
ção das economias externas pro porcionadas por essas grandes ci dades às indústrias e outras
ati
vidades nelas estabelecidas, em decorrência do reduzido volume de Investimentos destinados às
respectivas
infra-estruturas
ur
banas.
EsFamos convencidos de que os
problemas das grandes cidades e, mais propriamente, das áreas metropitanas, assumiram caracte rísticas tais que só podem ser en frentadas em escala nacional, com
a participação da União, dos Es tados e dos municípios eii^volvidos.
Para dotar
as nos
proporcionar a seus habitantes condições mínimas de salubridade e conforto. Rio e São Paulo, rela tivamente, dado o vulto de suas necessidades, são quase tão ca rentes de recursos quanto Recife, Fortaleza, Belém e outras. Os rumos da história estão tra
çados, e o novo desafio lançado. A resposta consciente começa a ser esboçada. É necessário que se superem rapidamente as eta
pas iniciais da abordagem dos nossos problemas urbanos, cuja
solução, para ser eficaz, deverá permear a formulação da política econòmico-social do país, de for
ma a que a atuação federal dei
xe de ser encarada como eventual
e episódica ao sabor da eclosão de pequenas catástrofes.
No mo
mento em que se firmar na cons ciência nacional a idéia de que
a superação das dificuldades ur banas constitui um dos mais im
portantes objetivos da atuação governamental no presente está gio da história brasileira, estará vencida a batalha decisiva dessa luta.
i
Digfstí) Econômico
84
ITÁLIA:- PROTEÍNA NÃO FORAM APROVADAS A Liquichimica, da Itália, está enfrentando sérios problemas em seus esforços para a comercialização da proteína de célula única para rações animais. A companhia já concluiu sua unidade de 100.000 t.m./ano em Saiine di Montebello, uma região do sul da Calabria. Contudo, apesar dos dois anos de contínuos esforços, a Liquichimica não obteve aprovação do Ministé
econômico brasileiro
rio da Saúde para a produção comercial do material. O empreendimento da Liquichimica tem sido criticado pelo fato de utilizar o processo Kanegafuchi (do Japão), o qual, segundo os componentes, produz um material que ainda não foi provado ser inofensivo à saúde das pessoas que come rem a carne dos animais alimentados com essa proteína. O Consiglio Su-
periore delia Sanità, um órgão consultivo do Ministério da Saúde, reco mendou que sejam realizados estudos complementares e, enquanto esses estudos estiverem em curso, será permitida somente uma produção limi tada com finalidades experimentais. Essa recomendação referia-se a “su bstâncias sintéticas desenvolvidas a partir de parafinas de petróleo*’, s qual podería também ser aplicada à proteína produzida através do pro cesso da British Petroleum. A Italproteine, um empreendimento conjun
to da British Petroleum e ANIC da Itália, também está construindo uma fábrica de 100.000 t.m./ano em Sarroch, na Sardenha. Contudo, a fábrica só estará pronta para entrar em funcionamento dentro de um ano apro ximadamente. Tanto a Liquichimica como a Italproteine têm grandes esperanças com relação às proteinas. Nos planos da Liquichimica. por exemplo, está incluído um aumento de capacidade, para 500.000 t.m./ano, e a constoução de outra fábrica em Valle dei Basento, no sul da Itália. A
Italproteine, por sua vez, está negociando a venda de fábricas desses ma teriais não deverá ocorrer tão breve como era esperado.
OCIDENTAL-CONTROLE AMBIENTAL FECHA FÁBRICA DE VCM . . As dificuldades com o monômero de cloreto de ^ Dynamit Nobel AG a retirar-se do ramo de cloreto de
polivinil, embora_sua produção de monômero deva continuar. O problema e que a firma não tem condições de cumprir as severas regulamentações
alemas para o VCM em sua fábrica de PVC de 55.000 t/ano na sede da companhia em Troisdorf, Alemanha Ocidental. A descontinuação será A decisão da com
panhia é irônica porque as instalações de PVC foram reformadas para atender aos padrões de VCM de 10 ppm estabelecidos para fábricas ve lhas., Contudo, as reformas foram extensas o suficiente para qualificar a fábrica como “nova”, exigindo um teto de 5 ppm. A companhia está tam
bém tolhida por problemas de emissão: ela está localizada próximo a áreas residenciais e teria de satisfazer os limites de 0,3 mg/pé cúbico. Observadores da indústria acreditam que esta seja a principal razão para
0 fechamento. Quanto à produção de VCM, a companhia está negociando vendas a outras firmas. As necessidades de PVC, nas fábricas de plástico da Dynamit, serão atendidas através de compras. ■
A
balança comercial do Bra sil, até 1974. apresentava-se
equilibrada;
na
realidade,
durante o periodo 1960-1973, as exportações, totalizando USS 31,7 bilhões, excediam em
US$ 1.8 bilhões as importações, que somavam USS 29,9 bilhões. O expressivo aumento de preço do petróleo inverteu rapidamente a situação. Em 1974. as compras brasileiras no exterior atingiram USS 12,5 bilhões superando em USS 4.5 bilhões as exportações, que
produziram USS 8 bilhões. Em 1974, os derivados de petróleo, so zinhos. responderam por cerca de USS 770 milhões em 1973.
ALEMANHA
efetuada em duas etapas no último trimestre de 1976.
SÉRGIO P. MELLÃO
USS 3 bilhões, em comparação com
o-
?
O atual período de restrições òs importações e o crescimento
As medidas adotadas pelo goveriio^ nesta díficil conjuntura, revelamjertil imaginação e sentido de res ponsabilidade. O autor é ban queiro. agricultor, financista, possuvido vasta experiência em ne gócios inter?iacionais. Apresentamos, a seguir, uma. análise preparada pelo Institutode Pesquisas — SRI-Brasil sobre 0 comércio exterior brasileiro, queindica alguns aspectos interessan tes a serem considerados
tações e da sistemática do Gover no, que a elas agora se aplica.
O Go
AS TENDÊNCIAS DAS
verno esperava reduzir o déficit comercial de 1974 em 50%, esta belecendo em USS- 10 bilhões a
meta
para
as
exportações
de
1975; todavia, inúmeros fatores, internos e externos, associados à
queda nos preços do açúcar e da soja nos mercados mundiais, tor naram esse objetivo inatingível. O Brasil viu o ano de 1975 termi nar com um saldo negativo de
USS 3,6 bilhões, com importações no valor de US$ 12,2 bilhões e exportações equivalentes a US$ 8,6 bilhões, sendo esse déficit cerca de 20% menor que o do ano an terior.
quando
se faz uma avaliação das impor
IMPORTAÇÕES NO BRASIL
Como
podemos
observar no>
Quadro I, anexo, o valor das im portações do Brasil vem aumen
tando a ritmo aproximado de 35% ano a partir de 1969. Excluindo-se a parcela relativa à cate ao
goria petróleo, essa taxa de au mento se reduz para 31%. índices
confrontam-se
com
Esses um
crescimento anual médio nas ex
portações de cerca de 25%, no mesmo período. Se a economia se expande a uma taxa média supe
rior a 10% ao ano, como aconteno Brasil durante o periodo
ceu
i
Digfstí) Econômico
84
ITÁLIA:- PROTEÍNA NÃO FORAM APROVADAS A Liquichimica, da Itália, está enfrentando sérios problemas em seus esforços para a comercialização da proteína de célula única para rações animais. A companhia já concluiu sua unidade de 100.000 t.m./ano em Saiine di Montebello, uma região do sul da Calabria. Contudo, apesar dos dois anos de contínuos esforços, a Liquichimica não obteve aprovação do Ministé
econômico brasileiro
rio da Saúde para a produção comercial do material. O empreendimento da Liquichimica tem sido criticado pelo fato de utilizar o processo Kanegafuchi (do Japão), o qual, segundo os componentes, produz um material que ainda não foi provado ser inofensivo à saúde das pessoas que come rem a carne dos animais alimentados com essa proteína. O Consiglio Su-
periore delia Sanità, um órgão consultivo do Ministério da Saúde, reco mendou que sejam realizados estudos complementares e, enquanto esses estudos estiverem em curso, será permitida somente uma produção limi tada com finalidades experimentais. Essa recomendação referia-se a “su bstâncias sintéticas desenvolvidas a partir de parafinas de petróleo*’, s qual podería também ser aplicada à proteína produzida através do pro cesso da British Petroleum. A Italproteine, um empreendimento conjun
to da British Petroleum e ANIC da Itália, também está construindo uma fábrica de 100.000 t.m./ano em Sarroch, na Sardenha. Contudo, a fábrica só estará pronta para entrar em funcionamento dentro de um ano apro ximadamente. Tanto a Liquichimica como a Italproteine têm grandes esperanças com relação às proteinas. Nos planos da Liquichimica. por exemplo, está incluído um aumento de capacidade, para 500.000 t.m./ano, e a constoução de outra fábrica em Valle dei Basento, no sul da Itália. A
Italproteine, por sua vez, está negociando a venda de fábricas desses ma teriais não deverá ocorrer tão breve como era esperado.
OCIDENTAL-CONTROLE AMBIENTAL FECHA FÁBRICA DE VCM . . As dificuldades com o monômero de cloreto de ^ Dynamit Nobel AG a retirar-se do ramo de cloreto de
polivinil, embora_sua produção de monômero deva continuar. O problema e que a firma não tem condições de cumprir as severas regulamentações
alemas para o VCM em sua fábrica de PVC de 55.000 t/ano na sede da companhia em Troisdorf, Alemanha Ocidental. A descontinuação será A decisão da com
panhia é irônica porque as instalações de PVC foram reformadas para atender aos padrões de VCM de 10 ppm estabelecidos para fábricas ve lhas., Contudo, as reformas foram extensas o suficiente para qualificar a fábrica como “nova”, exigindo um teto de 5 ppm. A companhia está tam
bém tolhida por problemas de emissão: ela está localizada próximo a áreas residenciais e teria de satisfazer os limites de 0,3 mg/pé cúbico. Observadores da indústria acreditam que esta seja a principal razão para
0 fechamento. Quanto à produção de VCM, a companhia está negociando vendas a outras firmas. As necessidades de PVC, nas fábricas de plástico da Dynamit, serão atendidas através de compras. ■
A
balança comercial do Bra sil, até 1974. apresentava-se
equilibrada;
na
realidade,
durante o periodo 1960-1973, as exportações, totalizando USS 31,7 bilhões, excediam em
US$ 1.8 bilhões as importações, que somavam USS 29,9 bilhões. O expressivo aumento de preço do petróleo inverteu rapidamente a situação. Em 1974. as compras brasileiras no exterior atingiram USS 12,5 bilhões superando em USS 4.5 bilhões as exportações, que
produziram USS 8 bilhões. Em 1974, os derivados de petróleo, so zinhos. responderam por cerca de USS 770 milhões em 1973.
ALEMANHA
efetuada em duas etapas no último trimestre de 1976.
SÉRGIO P. MELLÃO
USS 3 bilhões, em comparação com
o-
?
O atual período de restrições òs importações e o crescimento
As medidas adotadas pelo goveriio^ nesta díficil conjuntura, revelamjertil imaginação e sentido de res ponsabilidade. O autor é ban queiro. agricultor, financista, possuvido vasta experiência em ne gócios inter?iacionais. Apresentamos, a seguir, uma. análise preparada pelo Institutode Pesquisas — SRI-Brasil sobre 0 comércio exterior brasileiro, queindica alguns aspectos interessan tes a serem considerados
tações e da sistemática do Gover no, que a elas agora se aplica.
O Go
AS TENDÊNCIAS DAS
verno esperava reduzir o déficit comercial de 1974 em 50%, esta belecendo em USS- 10 bilhões a
meta
para
as
exportações
de
1975; todavia, inúmeros fatores, internos e externos, associados à
queda nos preços do açúcar e da soja nos mercados mundiais, tor naram esse objetivo inatingível. O Brasil viu o ano de 1975 termi nar com um saldo negativo de
USS 3,6 bilhões, com importações no valor de US$ 12,2 bilhões e exportações equivalentes a US$ 8,6 bilhões, sendo esse déficit cerca de 20% menor que o do ano an terior.
quando
se faz uma avaliação das impor
IMPORTAÇÕES NO BRASIL
Como
podemos
observar no>
Quadro I, anexo, o valor das im portações do Brasil vem aumen
tando a ritmo aproximado de 35% ano a partir de 1969. Excluindo-se a parcela relativa à cate ao
goria petróleo, essa taxa de au mento se reduz para 31%. índices
confrontam-se
com
Esses um
crescimento anual médio nas ex
portações de cerca de 25%, no mesmo período. Se a economia se expande a uma taxa média supe
rior a 10% ao ano, como aconteno Brasil durante o periodo
ceu
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Dicesto Econômico
1970-1974, o controle dessas
des-
■proporções de crescimento, favo recendo as importações, não apre senta maiores problemas. Toda via, se 0 Produto Interno Bruto
{PIB) cair para cerca de 4%, co■mo em 1975, a economia do país
terá sérias dificuldades para su portar, por longo tempo, esses srandes desníveis na balança co mercial .
Das 22 categorias de produtos, que compõem a lista das compras brasileiras no exterior, apresenta das no Quadro II, anexo. 4 res pondem por mais de 75% do total: .'IrtV.
73*,
.
produtos minerais, inclusive pe
tróleo; máquinas e equipamentos; metais básicos e processados; e produtos químicos.
Outras 7 são
responsáveis por cerca de 22% do
total: produtos vegetais. equipamentos de transporte, plásticos e
>. ●
borracha, instrumentos e equipa
mentos científicos (inclusive óti
cos, fotográficos, médicos, cirúrgi
cos e musicais), papel e celulose, 'V'>.
produtos têxteis e produtos ani
mais.
As 11 categorias restantes
perfazem menos de 3% do total <3as importações.
Embora todas as 22 categorias
tenham aumentado em valor des de 1969, algumas o fizeram a ritmo mais acelerado. Entre as ll ca tegorias de produtos responsáveis por mais de 97% do total das com
pras externas durante 1969-1974,
as
que
o período
apresentaram
elevação mais rápida foram: pro dutos minerais, que incluem o pe tróleo, 63%, têxteis, 57%; metais básicos e processados, 55% e plás ticos e borracha, 53%. A seguir, 1
'G.
apresentam-se: produtos quími cos, 45%, papel e celulose. 41%; instrumentos
científicos,
médicos
e cirúrgicos, 38%; produtos ani mais 38% e máquinas e equipa mentos, 36%. As que experimentaram taxas mais lentas de crescimento, a par tir de 1969, foram: equipamentos
de transporte, 30% e produtos ve getais, 27%. Em virtude da in flação, o aumento no valor das importações não corresponde todo ele a um crescimento real; não obstante, no computo geral esses dados indicam tendências impor tantes para serem examinadas. Visando reduzir, em 1976, o ní vel de US$ 12,2 bilhões das com pras externas do ano anterior, em pelo menos 20%, o Governo Brasi
DICESTO ECONü^UCO
87
Todavia, não se deve generali zar quando se trata do grau de importância das importações para a economia do Brasil. Algumas são muito necessárias ao bem es tar econômico e sobre elas discu tiremos mais adiante neste tra balho. Outras, entretanto, caem
nas categorias de produtos desne cessários ou
do
luxo.
Algumas mercadorias importa das ainda são de melhor qualida de que as produzidas no Brasil; mas, a resposta a este argumento se
encontra
no
desenvolvimento
em nosso país de padrões mais elevados de qualidade. A melho ria de qualidade da produção no Brasil é algo que pode e deve ser feito. rados
Dessa forma, os manufatubrasileiroa encontrarão
leiro expediu novas regulamenta ções limitando os incentivos fis cais e a isenção de impostos para a maioria dos produtos importa dos e estabelecendo um depósito compulsório pelo período de 360
mais receptividade não apenas no próprio mercado interno como te rão melhores condições de competir com os produtos de países mais industrializados na conquis ta dos grandes mercados interna
dias, sem
cionais.
juros e
sem
correção
monetária, a ser feito junto ao Banco Central do Brasil, do valor P.O.B.
da
mercadoria.
Torna-se difícil prever as con
sequências do esforço de adapta ção a que muitas organizações te
IMPORTAÇÕES ECONOMICAMENTE MAIS ACONSELHÁVEIS PARA O BRASIL
Três tipos de importações são> obviamente proveitosas para a economia do país: a) Bens de capital destinados ao aumento da produção, tendoem vista, especialmente, as expor tações; b) Componentes que não têm. substitutivos
nacionais
e
maté
rias básicas para a manutenção e aumento da produção, particular mente a destinada à exporta ção; e, c) Aquelas necessárias à ma nutenção da atividade econômica. Os produtos da terceira catego
ria estão incluidos entre as exce
ções nas regulamentações intro duzidas pelo Comunicado n.o 534,. da Carteira de Comércio Exterior
(CACEX), de
8 de
dezembro
de
1975:
A indústria automobilís-
●
Petróleo
tica é um excelente exemplo do
●
Trigo
que pode ser obtido se estabele
●
Fertilizantes
cermos padrões mais elevados pa
●
Carvão
ra os nossos produtos e se desen
●
Antibióticos
volvermos o controle de qualidade
●
Medicamentos
veterinários
● Vacinas, toxinas, etc, de ex tração animal ● Suturas cirúrgicas
Muito se tem falado, ultima mente, sobre o problema das im
necessário à consecução desses propósitos. Os japoneses apren deram esta lição depois da Se gunda Guerra Mundial, o que lhes permitiu concorrer com sucesso, com um grande número de ma nufaturados, nos mercados mun
O petróleo, o trigo e os fertili zantes são responsáveis por cerca de US$ 4 bilhões, ou seja, 1/3 do
portações brasileiras.
diais.
valor
rão que se submeter consideradas: a insuficiência de capital de giro, as elevadas taxas de juros, e a desvalorização da moeda, sem cor
reção
monetária,
dos
depósitos
compulsórios.
● Preparados radiológico
das
para
compras
contraste
externas
do
86
Dicesto Econômico
1970-1974, o controle dessas
des-
■proporções de crescimento, favo recendo as importações, não apre senta maiores problemas. Toda via, se 0 Produto Interno Bruto
{PIB) cair para cerca de 4%, co■mo em 1975, a economia do país
terá sérias dificuldades para su portar, por longo tempo, esses srandes desníveis na balança co mercial .
Das 22 categorias de produtos, que compõem a lista das compras brasileiras no exterior, apresenta das no Quadro II, anexo. 4 res pondem por mais de 75% do total: .'IrtV.
73*,
.
produtos minerais, inclusive pe
tróleo; máquinas e equipamentos; metais básicos e processados; e produtos químicos.
Outras 7 são
responsáveis por cerca de 22% do
total: produtos vegetais. equipamentos de transporte, plásticos e
>. ●
borracha, instrumentos e equipa
mentos científicos (inclusive óti
cos, fotográficos, médicos, cirúrgi
cos e musicais), papel e celulose, 'V'>.
produtos têxteis e produtos ani
mais.
As 11 categorias restantes
perfazem menos de 3% do total <3as importações.
Embora todas as 22 categorias
tenham aumentado em valor des de 1969, algumas o fizeram a ritmo mais acelerado. Entre as ll ca tegorias de produtos responsáveis por mais de 97% do total das com
pras externas durante 1969-1974,
as
que
o período
apresentaram
elevação mais rápida foram: pro dutos minerais, que incluem o pe tróleo, 63%, têxteis, 57%; metais básicos e processados, 55% e plás ticos e borracha, 53%. A seguir, 1
'G.
apresentam-se: produtos quími cos, 45%, papel e celulose. 41%; instrumentos
científicos,
médicos
e cirúrgicos, 38%; produtos ani mais 38% e máquinas e equipa mentos, 36%. As que experimentaram taxas mais lentas de crescimento, a par tir de 1969, foram: equipamentos
de transporte, 30% e produtos ve getais, 27%. Em virtude da in flação, o aumento no valor das importações não corresponde todo ele a um crescimento real; não obstante, no computo geral esses dados indicam tendências impor tantes para serem examinadas. Visando reduzir, em 1976, o ní vel de US$ 12,2 bilhões das com pras externas do ano anterior, em pelo menos 20%, o Governo Brasi
DICESTO ECONü^UCO
87
Todavia, não se deve generali zar quando se trata do grau de importância das importações para a economia do Brasil. Algumas são muito necessárias ao bem es tar econômico e sobre elas discu tiremos mais adiante neste tra balho. Outras, entretanto, caem
nas categorias de produtos desne cessários ou
do
luxo.
Algumas mercadorias importa das ainda são de melhor qualida de que as produzidas no Brasil; mas, a resposta a este argumento se
encontra
no
desenvolvimento
em nosso país de padrões mais elevados de qualidade. A melho ria de qualidade da produção no Brasil é algo que pode e deve ser feito. rados
Dessa forma, os manufatubrasileiroa encontrarão
leiro expediu novas regulamenta ções limitando os incentivos fis cais e a isenção de impostos para a maioria dos produtos importa dos e estabelecendo um depósito compulsório pelo período de 360
mais receptividade não apenas no próprio mercado interno como te rão melhores condições de competir com os produtos de países mais industrializados na conquis ta dos grandes mercados interna
dias, sem
cionais.
juros e
sem
correção
monetária, a ser feito junto ao Banco Central do Brasil, do valor P.O.B.
da
mercadoria.
Torna-se difícil prever as con
sequências do esforço de adapta ção a que muitas organizações te
IMPORTAÇÕES ECONOMICAMENTE MAIS ACONSELHÁVEIS PARA O BRASIL
Três tipos de importações são> obviamente proveitosas para a economia do país: a) Bens de capital destinados ao aumento da produção, tendoem vista, especialmente, as expor tações; b) Componentes que não têm. substitutivos
nacionais
e
maté
rias básicas para a manutenção e aumento da produção, particular mente a destinada à exporta ção; e, c) Aquelas necessárias à ma nutenção da atividade econômica. Os produtos da terceira catego
ria estão incluidos entre as exce
ções nas regulamentações intro duzidas pelo Comunicado n.o 534,. da Carteira de Comércio Exterior
(CACEX), de
8 de
dezembro
de
1975:
A indústria automobilís-
●
Petróleo
tica é um excelente exemplo do
●
Trigo
que pode ser obtido se estabele
●
Fertilizantes
cermos padrões mais elevados pa
●
Carvão
ra os nossos produtos e se desen
●
Antibióticos
volvermos o controle de qualidade
●
Medicamentos
veterinários
● Vacinas, toxinas, etc, de ex tração animal ● Suturas cirúrgicas
Muito se tem falado, ultima mente, sobre o problema das im
necessário à consecução desses propósitos. Os japoneses apren deram esta lição depois da Se gunda Guerra Mundial, o que lhes permitiu concorrer com sucesso, com um grande número de ma nufaturados, nos mercados mun
O petróleo, o trigo e os fertili zantes são responsáveis por cerca de US$ 4 bilhões, ou seja, 1/3 do
portações brasileiras.
diais.
valor
rão que se submeter consideradas: a insuficiência de capital de giro, as elevadas taxas de juros, e a desvalorização da moeda, sem cor
reção
monetária,
dos
depósitos
compulsórios.
● Preparados radiológico
das
para
compras
contraste
externas
do
Digesto Econômico
88
Brasil.
As outras exceções, acima
mencionadas, ainda que relativas a produtos necessários à manu tenção da atividade econômica, pouco adicionam aos encargos de importação.
Além dos produtos já especifi cados, 0 Comunicado n.o
534 in-
clue entre as exceções, os seguin tes:
● Equipamentos e peças para a prospecção e produção de pe tróleo bruto
●
Equipamentos e
peças para
a pesquisa científica e tecnológica ● Animais de raça para repro dução
A introdução de novas e aper feiçoadas tecnologias é uma das
principais razões para o alto nivel
de
crescimento
apresentado
pelo
econômico
Brasil.
De
acordo com análise elaborada pelo SRI-Brasil, a partir de 1949. cerca de 63% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) resulta do
comerciais,
na
forma
de, entre outros, o aperfeiçoamen
● Máquinas, equipamentos. aparelhos e instrumentos sem si
milar nacional, quando as impor
terior,
●
Sementes e frutos para se-
tações são realizadas com finan-ciamento externo
●
Papel de imprensa e papel
para impressão de livros
● Partes, peças e componen tes para fabricação. reposição, re paração e manutenção de aero naves por organizações autorizadas
A Resolução n.o 358, que entrou em vigor a partir de 5 de fevereiTo de 1976, ampliou um pouco esta lista de exceções, A essa Reso lução seguiu-se, em 10 de feverei ro, 0 Comunicado n.o 543 da CA-
CEX, que baniu até 30 de junho do corrente ano, a importação de 300 produtos considerados supér fluos, tanto por não serem essen ciais como por possuírem substi tuto produzido no Brasil.
técnicos
estrangeiros
fábricas
mentos requer, especialmente setiverem de ser desenhados e fa bricados sob encomenda, existe um intervalo de um a três anos
entre o pedido e o recebimento da. mercadoria, conforme podemos verificar nas estatísticas pertinen tes às importações. No caso do Brasil, este intervalo assim seapresenta:
Em
Bilhões
Á710
Capital Investido
1970 1971
US$ 1,7 1.7 1,5 2,1 2,3
de
U.S. Dóla7'es
lmpo7‘tação de Mágimias e Equipame7itos^ i
1972
1973 1974
e
Assi77i, ai7ida que o investimen to de capital tenha sido alto em 1970 (US$ 1,7 bilhões), o impacto sobre as importações de máquinas e equipame7itos só co77ieçou a re■jletir-se e?7i 1971 (US$ 1 bilhão)
trabalho.
pre
US$ 0,7 1.0 1.5
1,8 2,5
1,5 Estimativa 1
1975
duas últimas modalidades de transferência de tecnologia, por envolverem importação, serão Indica, também, a análise
pra de novas máquinas e equipa
investimentos
que
equipamentos e a importação de componentes e materiais básicos não produzidos no país. Estas
consideradas neste
Em virtude do tempo que a com
braram em comparação com 1973-
INVESTIMENTOS DE CAPITAL E IMPORTAÇÕES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
trangeiras, investimentos de capi em novas
damente dispendiosa, sob a nova sistemática, a importação de má quinas e equipamentos, de com
de capital por parte do setor pri vado, ocorrido a partir de 1970, e a elevação no custo do petró-
são trazidos para o Brasil, contra tos de serviços especializados com organizações internacionais, acor dos para a concessão de licenças que permitam fabricar interna mente produtos de patentes es tal externo
leo destacam-se entre as princi pais razões do aumento das im portações em 1974 e 1975. que do
O alto nível dos
to organizacional c operacional das empresas, o uso de equipamen tos de escritório e um melbor sis tema de marketing. Advem o progresso tecnológico de um grande número de fatores, inclusive, pesquisa e desenvolvi mento, estudo e seminários no ex
meadura
que atingem, aproximadamente, US$ 20 bilhões, 85% provêm do setor privado. Entretanto, se as empresas julgarem ser demasia
ponentes e materiais necessários à produção, os investimentos de capital do setor privado, que a partir de 1970 joram, em média, superiores a US$ 1,5 bilhões por ano, poderão cair drasticamente.
progresso tecnológico brasileiro relacionado tanto com a produção industrial e agrícola como com as atividades
8^
Dioesto Econômico
3.2
sas impoii-ações C07iti7i7íará ele vado até qtie as e7icomendasante riores a 1976 te7iham sido
e7itre-
g7ies e o nível dos mvestimentos ãeclme, co77io aconteceu C7n 1975. Em virtude do efeito que as re
gulamentações
das
importações,
parada pelo SRI-Brasil que mais
e nos anos subsequentes.
de 27% do crescimento econômico
as importações brasileiras nesse setor estava7ii aprese7itando o im pacto acumulado (USS 3.2 bilhões)
recentemente revisadas, terão so bre os investimentos de capital, o crescimento econômico do Brasil
de vários anos de elevados inves
(PIB) será afetado negativamen te. Segundo estimativas do SRI-
brasileiro, a partir de 1949, pode ser diretamente vinculado ao va lor dos novos investimentos de
capital.
Desses
investimentos.
timentos de capital. I
Em 1975,
O nivel des-
Digesto Econômico
88
Brasil.
As outras exceções, acima
mencionadas, ainda que relativas a produtos necessários à manu tenção da atividade econômica, pouco adicionam aos encargos de importação.
Além dos produtos já especifi cados, 0 Comunicado n.o
534 in-
clue entre as exceções, os seguin tes:
● Equipamentos e peças para a prospecção e produção de pe tróleo bruto
●
Equipamentos e
peças para
a pesquisa científica e tecnológica ● Animais de raça para repro dução
A introdução de novas e aper feiçoadas tecnologias é uma das
principais razões para o alto nivel
de
crescimento
apresentado
pelo
econômico
Brasil.
De
acordo com análise elaborada pelo SRI-Brasil, a partir de 1949. cerca de 63% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) resulta do
comerciais,
na
forma
de, entre outros, o aperfeiçoamen
● Máquinas, equipamentos. aparelhos e instrumentos sem si
milar nacional, quando as impor
terior,
●
Sementes e frutos para se-
tações são realizadas com finan-ciamento externo
●
Papel de imprensa e papel
para impressão de livros
● Partes, peças e componen tes para fabricação. reposição, re paração e manutenção de aero naves por organizações autorizadas
A Resolução n.o 358, que entrou em vigor a partir de 5 de fevereiTo de 1976, ampliou um pouco esta lista de exceções, A essa Reso lução seguiu-se, em 10 de feverei ro, 0 Comunicado n.o 543 da CA-
CEX, que baniu até 30 de junho do corrente ano, a importação de 300 produtos considerados supér fluos, tanto por não serem essen ciais como por possuírem substi tuto produzido no Brasil.
técnicos
estrangeiros
fábricas
mentos requer, especialmente setiverem de ser desenhados e fa bricados sob encomenda, existe um intervalo de um a três anos
entre o pedido e o recebimento da. mercadoria, conforme podemos verificar nas estatísticas pertinen tes às importações. No caso do Brasil, este intervalo assim seapresenta:
Em
Bilhões
Á710
Capital Investido
1970 1971
US$ 1,7 1.7 1,5 2,1 2,3
de
U.S. Dóla7'es
lmpo7‘tação de Mágimias e Equipame7itos^ i
1972
1973 1974
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Assi77i, ai7ida que o investimen to de capital tenha sido alto em 1970 (US$ 1,7 bilhões), o impacto sobre as importações de máquinas e equipame7itos só co77ieçou a re■jletir-se e?7i 1971 (US$ 1 bilhão)
trabalho.
pre
US$ 0,7 1.0 1.5
1,8 2,5
1,5 Estimativa 1
1975
duas últimas modalidades de transferência de tecnologia, por envolverem importação, serão Indica, também, a análise
pra de novas máquinas e equipa
investimentos
que
equipamentos e a importação de componentes e materiais básicos não produzidos no país. Estas
consideradas neste
Em virtude do tempo que a com
braram em comparação com 1973-
INVESTIMENTOS DE CAPITAL E IMPORTAÇÕES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
trangeiras, investimentos de capi em novas
damente dispendiosa, sob a nova sistemática, a importação de má quinas e equipamentos, de com
de capital por parte do setor pri vado, ocorrido a partir de 1970, e a elevação no custo do petró-
são trazidos para o Brasil, contra tos de serviços especializados com organizações internacionais, acor dos para a concessão de licenças que permitam fabricar interna mente produtos de patentes es tal externo
leo destacam-se entre as princi pais razões do aumento das im portações em 1974 e 1975. que do
O alto nível dos
to organizacional c operacional das empresas, o uso de equipamen tos de escritório e um melbor sis tema de marketing. Advem o progresso tecnológico de um grande número de fatores, inclusive, pesquisa e desenvolvi mento, estudo e seminários no ex
meadura
que atingem, aproximadamente, US$ 20 bilhões, 85% provêm do setor privado. Entretanto, se as empresas julgarem ser demasia
ponentes e materiais necessários à produção, os investimentos de capital do setor privado, que a partir de 1970 joram, em média, superiores a US$ 1,5 bilhões por ano, poderão cair drasticamente.
progresso tecnológico brasileiro relacionado tanto com a produção industrial e agrícola como com as atividades
8^
Dioesto Econômico
3.2
sas impoii-ações C07iti7i7íará ele vado até qtie as e7icomendasante riores a 1976 te7iham sido
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g7ies e o nível dos mvestimentos ãeclme, co77io aconteceu C7n 1975. Em virtude do efeito que as re
gulamentações
das
importações,
parada pelo SRI-Brasil que mais
e nos anos subsequentes.
de 27% do crescimento econômico
as importações brasileiras nesse setor estava7ii aprese7itando o im pacto acumulado (USS 3.2 bilhões)
recentemente revisadas, terão so bre os investimentos de capital, o crescimento econômico do Brasil
de vários anos de elevados inves
(PIB) será afetado negativamen te. Segundo estimativas do SRI-
brasileiro, a partir de 1949, pode ser diretamente vinculado ao va lor dos novos investimentos de
capital.
Desses
investimentos.
timentos de capital. I
Em 1975,
O nivel des-
90
Dicesto Econôkuco
Brasil; ainda que a produção agrí cola recupere os níveis de 1974, ●uma queda de US$ 1 bilhão 7ios
investimentos de capital {que fo ram superiores a US$ 2 bilhões em 1973 e 1974) trará como resul tado uma taxa de crescimento do PIB ao redor de 7%. Se esses in
vestimentos baixarem para US$ 500 milhões por ano, o crescimen to do PIB do Brasil se situará em torno de 5,5%.
●
panhias que dependem muito das importações. ●
Aumento nos preços dos pro
QUADRO
dutos que empregam componentes e materiais que quiridos
de fornecedores
locais
a
1960-1975
preços mais elevados. Retardamento
E?n Bilhões de U.S. Dólares na
melhoria
da qualidade do produto que de
tações economicamente proveito
penda da
sas para o Brasil envolve os com-
mentos ●
importação
de
instru
Saldo
Favorável Ano
na
melhoria
da produtividade que seria obtida
1964
com a utilização
ao externo.
equipamentos
1965 1966 1967
produzir economicamente reduzír-se, para qualquer um destes mercados, a taxa de crescimento do PIB do Brasil sofrerá um de clínio. Os mercados internacio nais se retrairão e reconquistá-los levará tempo.
de
máquinas e
importados.
US$
1961 1962
na composição dos produtos fabri cados no pais e que se destinam tanto ao mercado interno como Se a capacidade de
Importações
1960
técnicos.
Retardamento
1963
1968
As
medidas
adotadas
fícil conjuntura de
fértil
nesta
revelaram,
imaginação,
vez o alto sentido de
mais
di
1969
além
1970
uma
responsabi
lidade que vem caracterizando o estilo do atual
I
IMPORTAÇoES E EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
terão de ser ad
ponentes e materiais que entram r
91
Menores lucros para as com
●
A segunda categoria de impor
Dicesto Econômico
1971 1972 1973 1974 1975
1,3 1,3 1,3 1,3 1,1 0,9 1,3
Exportações US$
1,3 1,4
atuais restrições às importações? / ● ●-
/
●
Redução na produção de al
gumas companhias.
autoridades
1,6 1,7
1.1 1.5
1,7
1,8
1,9 2,0 2,5 3,2 4,2 6,2 12,5 12,2
1.9
i.a
2,3 2,7 2,9 4,0 6,2 8,0 8,6
2,1 2,3 2,0 1.8 i,a
y*
r
●
Redução nas exportações de
algumas companhias.
4,9%
6,5%
35,2%
24,6% 24,6%
1969-1975:
te reexaminando o impacto dessas
Inclusive Petróleo
medidas, não apenas sobre as nos
Exclusive Petróleo 31,2% Fontes: Ministro da Fazenda
sas importações, mas sobre a eco nomia como um todo, revisando-as sempre
(
1960-1969
que
assim
o
exigirem
os
mais altos interesses do Brasil, a curto e a longo prazo.
0.1 0,4
1.4
Governo.
estarão continuamen
0 0,1 0
Taxa Anual Média de Crescimento
das
US$
1,2 1,4 1,4
Temos certeza de que as nossas
Quais os possíveis efeitos
Cumulativa
Instituto de Pesquisas — SRI-Brasil
2,7 6,3
90
Dicesto Econôkuco
Brasil; ainda que a produção agrí cola recupere os níveis de 1974, ●uma queda de US$ 1 bilhão 7ios
investimentos de capital {que fo ram superiores a US$ 2 bilhões em 1973 e 1974) trará como resul tado uma taxa de crescimento do PIB ao redor de 7%. Se esses in
vestimentos baixarem para US$ 500 milhões por ano, o crescimen to do PIB do Brasil se situará em torno de 5,5%.
●
panhias que dependem muito das importações. ●
Aumento nos preços dos pro
QUADRO
dutos que empregam componentes e materiais que quiridos
de fornecedores
locais
a
1960-1975
preços mais elevados. Retardamento
E?n Bilhões de U.S. Dólares na
melhoria
da qualidade do produto que de
tações economicamente proveito
penda da
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mentos ●
importação
de
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Saldo
Favorável Ano
na
melhoria
da produtividade que seria obtida
1964
com a utilização
ao externo.
equipamentos
1965 1966 1967
produzir economicamente reduzír-se, para qualquer um destes mercados, a taxa de crescimento do PIB do Brasil sofrerá um de clínio. Os mercados internacio nais se retrairão e reconquistá-los levará tempo.
de
máquinas e
importados.
US$
1961 1962
na composição dos produtos fabri cados no pais e que se destinam tanto ao mercado interno como Se a capacidade de
Importações
1960
técnicos.
Retardamento
1963
1968
As
medidas
adotadas
fícil conjuntura de
fértil
nesta
revelaram,
imaginação,
vez o alto sentido de
mais
di
1969
além
1970
uma
responsabi
lidade que vem caracterizando o estilo do atual
I
IMPORTAÇoES E EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
terão de ser ad
ponentes e materiais que entram r
91
Menores lucros para as com
●
A segunda categoria de impor
Dicesto Econômico
1971 1972 1973 1974 1975
1,3 1,3 1,3 1,3 1,1 0,9 1,3
Exportações US$
1,3 1,4
atuais restrições às importações? / ● ●-
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●
Redução na produção de al
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1,6 1,7
1.1 1.5
1,7
1,8
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1.9
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2,3 2,7 2,9 4,0 6,2 8,0 8,6
2,1 2,3 2,0 1.8 i,a
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●
Redução nas exportações de
algumas companhias.
4,9%
6,5%
35,2%
24,6% 24,6%
1969-1975:
te reexaminando o impacto dessas
Inclusive Petróleo
medidas, não apenas sobre as nos
Exclusive Petróleo 31,2% Fontes: Ministro da Fazenda
sas importações, mas sobre a eco nomia como um todo, revisando-as sempre
(
1960-1969
que
assim
o
exigirem
os
mais altos interesses do Brasil, a curto e a longo prazo.
0.1 0,4
1.4
Governo.
estarão continuamen
0 0,1 0
Taxa Anual Média de Crescimento
das
US$
1,2 1,4 1,4
Temos certeza de que as nossas
Quais os possíveis efeitos
Cumulativa
Instituto de Pesquisas — SRI-Brasil
2,7 6,3
w Digesto Econômico
S2
Kissinger rtão conhece os Estados Unidos O
QUADRO
II
IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS — POR CATEGORIA DE PRODUTOS, PORCENTAGENS SOBRE O VALOR TOTAL E TAXAS DE CRESCIMENTO
I ;
1974 Porcentagem
Categoria Produtos
16 15
Máquinas e equipamentos Metais básicos e processa dos
6
Produtos quimicos Produtos Vegetais
2
17
10 11 1
Plásticos e borracha
.
Instrumentos cientificos,
médicos e cirúrgicos Papel e celulose Têxteis Produtos animais
Todas gorias
as
(11)
demais cate
Total de 22 categorias
*
0 almirante
Elmo
Zumwalt.
ex-chefe das Operações Na vais da
Marinha
de
Guerra
dos Estados Unidos, descreve - com base em conversações que manteve com Hcnry Kissin
0 editorialista. o secretário de Es tado não conhece os Estados Uni
63%
era de opinião de que os Estados
17,4 13,4
55 45
da após malogros sucessivos e de pois de ter causado frustrações
a caminho do nadir. como ocorreu
5.5
27
5.1
30 53
3,3
2.8 2,3 1,8
36
38
1.4
41 57 38
2.8
48
100.0%
Não foram ajustadas à inflação.
44%
sem conta aos mentores da diplo
macia norte-americana, em espe cial. e ocidental, em geral. Há motivos para supor que a esta altura o próprio Kissinger. apesar de sua obstinação e orgulho inte lectual. pelo menos cm seu intimo
reconheça o fracasso da sua polí tica e, implicitamente, as falhas básicas das premissas históricosociológicas com que tratou de justificá-la.
Segundo
Zumwalt.
Kissinger
expressou sua descrença na capa cidade de a sociedade norte-ame
Fontes;
Em editorial, o ‘'O Estado de S.
Paulo” faz criticas à ■politica de distenção — a détente — de Henry Kissinger, secretário de Esta do dos Estados Uiiidos. Segundo
24.6% 19.6
Total
Equipamentos de transpor te
7 18
M livro intitulado Oii Watch,
do a formular sua politica de “detente”. Essa, como é patente, aca ba de chegar a um beco sem saí
o
minerais
(inclusive petróleo 95%
PAULO
ger quando estava na ativa — as concepções histórico-sociológicas que levaram o secretário de Esta
Valor
5
DE S.
Média de Crescimento
sobre
Número
1969-1974* Taxa Anual
E
ESTADO
Ministro da Fazenda
Instituto de Pesquisas — SRI-Brasil
ricana readquirir o antigo espiri to
de
resistência
e
sua
anterior
determinação de preservar as con dições materiais e militares de sua liderança mundial. Citando ano tações que fez imediatamente após uma conversa com Kissin ger, 0 almirante afirma que o en tão
colaborador intimo
de Nixon
dos.
Unidos, vencido o zènite, já estão com tantas outras civilizações. E mais: por estarem em processo de decadência, não poderão ser esti mulados pelo desafio político. Foi por isso que o secretário de Esta do tentou negociar com os russos enquanto esses não haviam alcan çado a superioridade definitiva, acalentando a esperança, que se
revelou vã, de que os acordos obri gariam os adversários a coope rar com
os Estados
Unidos na
manutenção da segurança e da paz mundial. Se foi esta a supo sição de Kissinger, a história dos últimos anos encarregou-se de demonstrar seu erro básico, tão mais incompreensível e imperdoá vel quando cometido por um di plomata que dispõe da acuidade intelectual e das experiências his tóricas do conhecido “scholar” de
Harvard. Ficou claro, à medida que os russos foram alcançando os acordos que ambicionaram nos .
-I
w Digesto Econômico
S2
Kissinger rtão conhece os Estados Unidos O
QUADRO
II
IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS — POR CATEGORIA DE PRODUTOS, PORCENTAGENS SOBRE O VALOR TOTAL E TAXAS DE CRESCIMENTO
I ;
1974 Porcentagem
Categoria Produtos
16 15
Máquinas e equipamentos Metais básicos e processa dos
6
Produtos quimicos Produtos Vegetais
2
17
10 11 1
Plásticos e borracha
.
Instrumentos cientificos,
médicos e cirúrgicos Papel e celulose Têxteis Produtos animais
Todas gorias
as
(11)
demais cate
Total de 22 categorias
*
0 almirante
Elmo
Zumwalt.
ex-chefe das Operações Na vais da
Marinha
de
Guerra
dos Estados Unidos, descreve - com base em conversações que manteve com Hcnry Kissin
0 editorialista. o secretário de Es tado não conhece os Estados Uni
63%
era de opinião de que os Estados
17,4 13,4
55 45
da após malogros sucessivos e de pois de ter causado frustrações
a caminho do nadir. como ocorreu
5.5
27
5.1
30 53
3,3
2.8 2,3 1,8
36
38
1.4
41 57 38
2.8
48
100.0%
Não foram ajustadas à inflação.
44%
sem conta aos mentores da diplo
macia norte-americana, em espe cial. e ocidental, em geral. Há motivos para supor que a esta altura o próprio Kissinger. apesar de sua obstinação e orgulho inte lectual. pelo menos cm seu intimo
reconheça o fracasso da sua polí tica e, implicitamente, as falhas básicas das premissas históricosociológicas com que tratou de justificá-la.
Segundo
Zumwalt.
Kissinger
expressou sua descrença na capa cidade de a sociedade norte-ame
Fontes;
Em editorial, o ‘'O Estado de S.
Paulo” faz criticas à ■politica de distenção — a détente — de Henry Kissinger, secretário de Esta do dos Estados Uiiidos. Segundo
24.6% 19.6
Total
Equipamentos de transpor te
7 18
M livro intitulado Oii Watch,
do a formular sua politica de “detente”. Essa, como é patente, aca ba de chegar a um beco sem saí
o
minerais
(inclusive petróleo 95%
PAULO
ger quando estava na ativa — as concepções histórico-sociológicas que levaram o secretário de Esta
Valor
5
DE S.
Média de Crescimento
sobre
Número
1969-1974* Taxa Anual
E
ESTADO
Ministro da Fazenda
Instituto de Pesquisas — SRI-Brasil
ricana readquirir o antigo espiri to
de
resistência
e
sua
anterior
determinação de preservar as con dições materiais e militares de sua liderança mundial. Citando ano tações que fez imediatamente após uma conversa com Kissin ger, 0 almirante afirma que o en tão
colaborador intimo
de Nixon
dos.
Unidos, vencido o zènite, já estão com tantas outras civilizações. E mais: por estarem em processo de decadência, não poderão ser esti mulados pelo desafio político. Foi por isso que o secretário de Esta do tentou negociar com os russos enquanto esses não haviam alcan çado a superioridade definitiva, acalentando a esperança, que se
revelou vã, de que os acordos obri gariam os adversários a coope rar com
os Estados
Unidos na
manutenção da segurança e da paz mundial. Se foi esta a supo sição de Kissinger, a história dos últimos anos encarregou-se de demonstrar seu erro básico, tão mais incompreensível e imperdoá vel quando cometido por um di plomata que dispõe da acuidade intelectual e das experiências his tóricas do conhecido “scholar” de
Harvard. Ficou claro, à medida que os russos foram alcançando os acordos que ambicionaram nos .
-I
94
planos militar e diplomático, que eles se foram sentindo mais for
tes, animando-se a executar seus planos de expansionismo mundial e não a colaborar para a seguran ça global. O almirante
Zumwalt
também
atribui a Kissínger, com base em anotações que tomou das conversas com ele mantidas, a afirmação de que seu trabalho consiste em per suadir os russos a conceder aos Estados Unidos o melhor acordo
possível, reconhecendo que as for ças históricas lhes são favoráveis. “Kissinger está consciente — afir
ma Zumwalt — de que à luz da História será considerado um dos
homens çue negociaram acordos favoráveis aos soviéticos, mas ressalta que o povo norte-america
no não poderá acusar ninguém, senão a si próprio, uma vez que lhe falta
energia
aos
que
russos
para
resistir
representam
Es
parta em relação à nossa Ate
nas”. Em outra conversa igual
mente anotada por Zumwalt, Kissinger manifestou que "o po
vo norte-americano não tem for
ça de vontade para fazer 0 neces-
sário a fim de atingir a paridade estratégica e a superioridade ma rítima”. E teria declarado:
foi frequentemente citada nos círculos jornalísticos norte-ame ricanos, nos quais se dizia que o secretário de Estado teria de
clarado que entre a trégua com Hanói e a subsequente queda de Saigon deveria decorrer tempo su ficiente para que a responsabili dade pelo colapso do Vietnã do Sul não pudesse ser atribuída aos
Estados
será alterado”.
Ora, antes de chegar-se a um acordo nas SALT-II, os soviéti cos, os norte-americanos e o mundo inteiro já sabem que o
equilíbrio foi alterado. Esta fra-
da
socie
de Kissinger, a serem verdadeiras as declarações a ele atri-
buidas pelo almirante Zumwald, são sintoma gravidade,
de
fatos
Revelam,
confiado seu
as declara-
destino,
e a
política
quase
capitulacionista,
que redundará na rendição total.
a crise norte-americana, cuja pro fundidade nunca tentamos negar ou minimizar, se traduziu por uma crise da liderança, que perdeu a
confiança da opinião publica. Mas daí a concluir que toda a cultura norte-americana
se
encontra
em
ção apesar de sérios obstáculos. Esses atributos pertencem a indi
víduos e à aristocracia e são quálidades pelas quais uma nação, como os indivíduos, alcança podominante”. siçao Tocqueville reconhece a inferioridade das
democracias na política externà, mas reconhece também, em outra
íundamente
os
Estados
Unidos
e
sobre eles escreveu sua obra clás I
dispo
sição dos líderes de executar uma
nentes e trabalhar em sua execu
passagem, que, nas competições e conflitos a longo prazo, acaba por prevalecer o Estado capaz de ga rantir os valores individuais a to
dos os seus cidadãos, e não o con trário.
dos que nela nasceram. O euro peu que chegou a conhecer pro-
da maior
ções, a falta de fé na vitalidade do povo norte-americano, por parte dos líderes aos quais foi
pormenores de empreendimentos, perseverar em desígnios perma
dade em que se vive e que se go Quem afirma a decadência dos
ticos não parecem, todavia, dis postos a respeitar os pios desejos de Henry Kissinger. As posições
lações de um povo com outro. Mas a democracia só com grande dificuldade pode regulamentar os
verna.
Estados Unidos, apesar de ocupar altos postos no governo norteamericano, está longe de ter assi milado os valores da nação nor te-americana feiiomeno que, com raras exceções, é privilégio
responsabilidíide pela inferiori dade estratégica, a qual cabe adois ou três governos, sobre o pró prio povo. Sempre julgamos que
e os
desconhecimento
Phan Van Dong,
O pior é que a liderança joga a
os soviéticos
total
Fidel Castro e os dirigentes sovié
(De
Unidos percebaní que o equilíbrio
o agigantamento militar da União Soviética assegura aos russos a superioridade de sua vitalidade fi siológica e cultural, que encontra ria precedente histórico na deca dência de Atenas, ocupada em 405 AC por forças de Esparta após os trinta anos da guerra do Pelopo: neso, vai um grande passo que ● não apenas revela um profundo e inadmissível pessimismo, mas o
gociações sobre a paz no Vietnã,
Estados Unidos.
95
I plena decadência e a sugerir que
se atrlbuida a Kissinger, a qual poderá parecer cínica pelo seu conteúdo, é muito semelhante aquela outra que, durante as ne
vemos obter 0 melhor acordo que pudermos nas negociações, antes
que
Digesto Econômico
Digesto Econômico
I
sica, “Democracia na América” (1835). cujas analises permane cem ainda hoje basicamente va lidas. foi Alexis Tocqueville. Ele
viu que a “política externa raras vezes exige as qualidades que são peculiares à democracia; exige, ao contrário, o uso completo de to das aquelas em que ela é defi ciente. A democracia é favorável ao crescimento dos recursos in ternos do Estado, difunde prospe ridade e conforto, promove o es
pírito público e fortalece o res peito à lei em todas as classes da
Quando Atenas caiu, sobretudo por causa da traição política e estratégica de Alcibiades, toda a civilização helenica começou a declinar e, junto com ela, tam bém Esparta. Venceram, porém, afinal, os valores da democracia ateniense,
As
mostrando-se
eternos.
primarias em que a opinião
publica
norte-americana
colocou
os adeptos da “détente” em posi ções defensivas são a prova das falhas das premissas atribuídas a Kissinger e atestam que a civili zação norte-americana, longe de
sociedade; todos esses valores são
ser decadente, possui força sufi
vantagens
que
apenas uma
ciente de recuperação espiritual,
influencia
indireta
sobre
política e militar.
têm
as
re-
94
planos militar e diplomático, que eles se foram sentindo mais for
tes, animando-se a executar seus planos de expansionismo mundial e não a colaborar para a seguran ça global. O almirante
Zumwalt
também
atribui a Kissínger, com base em anotações que tomou das conversas com ele mantidas, a afirmação de que seu trabalho consiste em per suadir os russos a conceder aos Estados Unidos o melhor acordo
possível, reconhecendo que as for ças históricas lhes são favoráveis. “Kissinger está consciente — afir
ma Zumwalt — de que à luz da História será considerado um dos
homens çue negociaram acordos favoráveis aos soviéticos, mas ressalta que o povo norte-america
no não poderá acusar ninguém, senão a si próprio, uma vez que lhe falta
energia
aos
que
russos
para
resistir
representam
Es
parta em relação à nossa Ate
nas”. Em outra conversa igual
mente anotada por Zumwalt, Kissinger manifestou que "o po
vo norte-americano não tem for
ça de vontade para fazer 0 neces-
sário a fim de atingir a paridade estratégica e a superioridade ma rítima”. E teria declarado:
foi frequentemente citada nos círculos jornalísticos norte-ame ricanos, nos quais se dizia que o secretário de Estado teria de
clarado que entre a trégua com Hanói e a subsequente queda de Saigon deveria decorrer tempo su ficiente para que a responsabili dade pelo colapso do Vietnã do Sul não pudesse ser atribuída aos
Estados
será alterado”.
Ora, antes de chegar-se a um acordo nas SALT-II, os soviéti cos, os norte-americanos e o mundo inteiro já sabem que o
equilíbrio foi alterado. Esta fra-
da
socie
de Kissinger, a serem verdadeiras as declarações a ele atri-
buidas pelo almirante Zumwald, são sintoma gravidade,
de
fatos
Revelam,
confiado seu
as declara-
destino,
e a
política
quase
capitulacionista,
que redundará na rendição total.
a crise norte-americana, cuja pro fundidade nunca tentamos negar ou minimizar, se traduziu por uma crise da liderança, que perdeu a
confiança da opinião publica. Mas daí a concluir que toda a cultura norte-americana
se
encontra
em
ção apesar de sérios obstáculos. Esses atributos pertencem a indi
víduos e à aristocracia e são quálidades pelas quais uma nação, como os indivíduos, alcança podominante”. siçao Tocqueville reconhece a inferioridade das
democracias na política externà, mas reconhece também, em outra
íundamente
os
Estados
Unidos
e
sobre eles escreveu sua obra clás I
dispo
sição dos líderes de executar uma
nentes e trabalhar em sua execu
passagem, que, nas competições e conflitos a longo prazo, acaba por prevalecer o Estado capaz de ga rantir os valores individuais a to
dos os seus cidadãos, e não o con trário.
dos que nela nasceram. O euro peu que chegou a conhecer pro-
da maior
ções, a falta de fé na vitalidade do povo norte-americano, por parte dos líderes aos quais foi
pormenores de empreendimentos, perseverar em desígnios perma
dade em que se vive e que se go Quem afirma a decadência dos
ticos não parecem, todavia, dis postos a respeitar os pios desejos de Henry Kissinger. As posições
lações de um povo com outro. Mas a democracia só com grande dificuldade pode regulamentar os
verna.
Estados Unidos, apesar de ocupar altos postos no governo norteamericano, está longe de ter assi milado os valores da nação nor te-americana feiiomeno que, com raras exceções, é privilégio
responsabilidíide pela inferiori dade estratégica, a qual cabe adois ou três governos, sobre o pró prio povo. Sempre julgamos que
e os
desconhecimento
Phan Van Dong,
O pior é que a liderança joga a
os soviéticos
total
Fidel Castro e os dirigentes sovié
(De
Unidos percebaní que o equilíbrio
o agigantamento militar da União Soviética assegura aos russos a superioridade de sua vitalidade fi siológica e cultural, que encontra ria precedente histórico na deca dência de Atenas, ocupada em 405 AC por forças de Esparta após os trinta anos da guerra do Pelopo: neso, vai um grande passo que ● não apenas revela um profundo e inadmissível pessimismo, mas o
gociações sobre a paz no Vietnã,
Estados Unidos.
95
I plena decadência e a sugerir que
se atrlbuida a Kissinger, a qual poderá parecer cínica pelo seu conteúdo, é muito semelhante aquela outra que, durante as ne
vemos obter 0 melhor acordo que pudermos nas negociações, antes
que
Digesto Econômico
Digesto Econômico
I
sica, “Democracia na América” (1835). cujas analises permane cem ainda hoje basicamente va lidas. foi Alexis Tocqueville. Ele
viu que a “política externa raras vezes exige as qualidades que são peculiares à democracia; exige, ao contrário, o uso completo de to das aquelas em que ela é defi ciente. A democracia é favorável ao crescimento dos recursos in ternos do Estado, difunde prospe ridade e conforto, promove o es
pírito público e fortalece o res peito à lei em todas as classes da
Quando Atenas caiu, sobretudo por causa da traição política e estratégica de Alcibiades, toda a civilização helenica começou a declinar e, junto com ela, tam bém Esparta. Venceram, porém, afinal, os valores da democracia ateniense,
As
mostrando-se
eternos.
primarias em que a opinião
publica
norte-americana
colocou
os adeptos da “détente” em posi ções defensivas são a prova das falhas das premissas atribuídas a Kissinger e atestam que a civili zação norte-americana, longe de
sociedade; todos esses valores são
ser decadente, possui força sufi
vantagens
que
apenas uma
ciente de recuperação espiritual,
influencia
indireta
sobre
política e militar.
têm
as
re-
l!
o PLANO AMERICANO ROBERT L. /
A ERA DA TECNOLOGIA BRASILEIRA
eucQtex
econômico.
Pode-se
lamen
tar o fato — Herbert Stein,
presidente do Conselho de Consultores Econômicos sob o Presidente Nixon. nos diz que 0 planejamento tornará a economia “mais inflacionária, menos li vre e menos eficiente”. Pode-se denunciar isso — Thomas Murphy, presidente da General Mo
i
Exportar para mais de 40 países de todos os continentes; ter a maior prensa do
\
mundo; apresentar uma linha variada de produtos - forros acústicos e isolantes,
larnbris e revestimentos Eucaplac, paredes '■ divisórias Divilux, chapas à base mineral (à prova de fogo) Fibraroc, chapas duras Xapadur, e muitos outros - são as consequências do pioneirismo, do
desenvolvimento de “know-how” próprio e de mais de vinte anos de trabalho.
/
A
Aniérica está sendo impeli da para o planejamento
■
tors,
prediz
nacional
que o
será
planejamento
uma
“prescrição
para o caos nacional, ou pelo me nos, estagnação nacional.” Podese temê-lo — Walter N\ riston. pre sidente do “First National City Bank” adverte-nos que o planeja
HEILBRONER
O Planejamento Econômico Nacional chegará quando os homens de negócios o pedirem — e o farão a fim de salvar o siste7iia capita lista, afinna o autor
mas crescente número de homens
de negócios influentes, tais como
pelo estabelecimento de algumas formas de planejamento econômi co
nacional.
Assim, aconteça o que aconte cer. aceitemos ou não, seja o pro
jeto Humphrey-p^avits ou outrò, espero que dentro de cinco anos, talvez muito mais cedo, adotare mos oficialmente qualquer coisa
estabelecendo
uma
agência
planejamento nacional.
de
Uma lista
de eminentes economistas
lidera
dos por John Kenneth Galbraith e Wassily Leontief, ganhador do Prêmio Nobel, endossaram o pro jeto. Assim também o fizeram muitos lideres trabalhistas, se guindo 0 comando de Leonard
americana?
1
I
J .
Adiante tentarei dar
respostas plausíveis e realistas a algumas das principais questões que 0 planejamento nos forçará a enfrentar.
V
QUEM Ê PLANEJADO EM UMA ECONOMIA PLANEJADA?
É
inteiramente
natural
que
a
nômico nacional atingirá sua vida.
pequeno
■■íí
Como será este planejamento? Que mudanças traria à economia
preendente
um
.1
co Nacional.
primeira pergunta do povo seja sobre como o planejamento eco
que
«
chamada Planejamento Econômi
Woodcock da União dos Trabalha dores de Automóveis. O mais sur
foi
f
Felix Rohatyn de Lazard Irmãos e Henry Ford manifestaram-se
pessoais.
Jacob Javits uniram forças para apresentar um projeto (chamado por Humphrey sua “única mais importante peça de legislação),
●
f
mento destruirá nossas liberdades
Mas não creio que alguém pos sa negá-lo por mais tempo. Os Senadores Hubert Humphrey e
;
l!
o PLANO AMERICANO ROBERT L. /
A ERA DA TECNOLOGIA BRASILEIRA
eucQtex
econômico.
Pode-se
lamen
tar o fato — Herbert Stein,
presidente do Conselho de Consultores Econômicos sob o Presidente Nixon. nos diz que 0 planejamento tornará a economia “mais inflacionária, menos li vre e menos eficiente”. Pode-se denunciar isso — Thomas Murphy, presidente da General Mo
i
Exportar para mais de 40 países de todos os continentes; ter a maior prensa do
\
mundo; apresentar uma linha variada de produtos - forros acústicos e isolantes,
larnbris e revestimentos Eucaplac, paredes '■ divisórias Divilux, chapas à base mineral (à prova de fogo) Fibraroc, chapas duras Xapadur, e muitos outros - são as consequências do pioneirismo, do
desenvolvimento de “know-how” próprio e de mais de vinte anos de trabalho.
/
A
Aniérica está sendo impeli da para o planejamento
■
tors,
prediz
nacional
que o
será
planejamento
uma
“prescrição
para o caos nacional, ou pelo me nos, estagnação nacional.” Podese temê-lo — Walter N\ riston. pre sidente do “First National City Bank” adverte-nos que o planeja
HEILBRONER
O Planejamento Econômico Nacional chegará quando os homens de negócios o pedirem — e o farão a fim de salvar o siste7iia capita lista, afinna o autor
mas crescente número de homens
de negócios influentes, tais como
pelo estabelecimento de algumas formas de planejamento econômi co
nacional.
Assim, aconteça o que aconte cer. aceitemos ou não, seja o pro
jeto Humphrey-p^avits ou outrò, espero que dentro de cinco anos, talvez muito mais cedo, adotare mos oficialmente qualquer coisa
estabelecendo
uma
agência
planejamento nacional.
de
Uma lista
de eminentes economistas
lidera
dos por John Kenneth Galbraith e Wassily Leontief, ganhador do Prêmio Nobel, endossaram o pro jeto. Assim também o fizeram muitos lideres trabalhistas, se guindo 0 comando de Leonard
americana?
1
I
J .
Adiante tentarei dar
respostas plausíveis e realistas a algumas das principais questões que 0 planejamento nos forçará a enfrentar.
V
QUEM Ê PLANEJADO EM UMA ECONOMIA PLANEJADA?
É
inteiramente
natural
que
a
nômico nacional atingirá sua vida.
pequeno
■■íí
Como será este planejamento? Que mudanças traria à economia
preendente
um
.1
co Nacional.
primeira pergunta do povo seja sobre como o planejamento eco
que
«
chamada Planejamento Econômi
Woodcock da União dos Trabalha dores de Automóveis. O mais sur
foi
f
Felix Rohatyn de Lazard Irmãos e Henry Ford manifestaram-se
pessoais.
Jacob Javits uniram forças para apresentar um projeto (chamado por Humphrey sua “única mais importante peça de legislação),
●
f
mento destruirá nossas liberdades
Mas não creio que alguém pos sa negá-lo por mais tempo. Os Senadores Hubert Humphrey e
;
&
Digesto Ecoxômico
98
.
Digesto Econômico
Não é uma pergunta fácil de responder, porque o impacto do planejamento pode ser grande ou pequeno, dependendo do que nos so esforço para esse fim está ten tando realizar. O planejamento nacional pode significar uma ten tativa para alcançar objetivos ambiciosos, mas estreitamente de
finidos — por exemplo, converter inteiramente
a economia à ener-
gia solar, digamos, em 20 anos. Tal plano teria um impacto imen so num número limitado de pes soas. Suprimiría negócios de re
finação 'de
óleo ou extração
de
carvão. Poderia causar a falência de uma quantidade de homens de
negócios ligados ao carvão ou óleo e incapazes de encontrar uma outra situação, Por outro lado, naturalmente, significaria uma prosperidade para todos relacio nados com 0 desenvolvimento da energia solar. No que se refere à
maioria das famílias, entretanto, significaria provavelmente pouco, até que chegasse o tempo de transformar os automóveis movi dos a gasolina em automóveis mo vidos a eletricidade, ou os fornos domésticos em bombas de calor. Mas nem todo o planejamento
nacional será estreitamente obje tivado e quanto mais amplos e mais gerais forem os seus alvos,
liberdade.
bém, o planejamento para evitar
ECONOMIA
poderia ferir levemente nossas vi
das se não exigisse mais do que pequenas reduções no nosso uso de energia (menores carros, ou
cargas mais altas de eletricidade), ou podia interferir, significativa mente, com a vida se tentasse le
var o crescimento industrial a uma virtual parada, por causa das
ações de uma coligação mundial
tal como OPEC ou motivado por um perigo muito sério de poluição atmosférica.
Assim, não se pode garantir le vianamente que o planejamento será indolor, enquanto se é livre para emitir pronunciamentos de
O que deque será traumático, termina a extensão do planeja mento é a necessidade dele, mas
esta mesma necessidade pode di
minuir 0 impacto psicológico do planejamento. Por exemplo, não é provável que imponhamos contrôles de salário, preço e lucro, a menos que a inflação prossiga nas suas devastações, caso em que
provável que o planejamento para
mos. mos
inflação,
por exemplo,
exerça seu impacto em quase to¬ Robert
L.
Heilbroncr
c
Professor de Economia na Pesquisa
Social.
Norman
Thomas,
Nova Escola para
O QUE É PLANEJADO EM UMA PLANEJADA
o crescimento econômico perigoso,
aplaudiremos a introdução ao planejamento e não o contestare
a
forma de orientação coletiva, do que como uma invasão de nossa
se 0 plano de anti-inflação for limitado a taxas; provavelmente com muito mais violência, se in cluir controles de soidos e salá rios e lucros e preços. Assim, tam
tanto maior será o número de in divíduos que serão atingidos. É limitar
99
dos — talvez suavemente apenas,
Certamente não planejare para uma taxa baixa de
crescimento econômico, salvo se isso acarretar razões de sobrevi vência nacional. Nesse caso, tam
bém, 0 planejamento será prova velmente sentido mais
como
uma
É preciso que I
não
haver
já esteja
dimensão
ou
claro forma
predeterminadas para a atividade que chamamos “planejamento na cional’'. É possivel planejar para objetivos definidos muito clara mente; mas podemos também pla nejar em uma escala mais ampla. Um plano de economia nacional provavelmente será um estabele
cionárias da Comissão da Reserva
Federal, são esforços para pla nejar 0 efeito do processo econô mico, tanto quanto a designação de um alvo nacional, digamos de 4 por cento de crescimento.Assim, 0 que queremos dizer com plane jamento econômico nacional, no seu mais amplo sentido, é que re presenta um
nômicas não são escolhidas ao acaso. De fato, uma das princi
pais finalidades do planejamento é descobrir que combinações de objetivos semelhantes comuns são compatíveis.
Deduz-se que o planejamento não é de forma alguma uma espé cie inteiramente estranha da ati vidade
econômica.
Todos os es
forços calculados para tirar do processo econômico um resultado
para coor
o alcance do nosso controle sobre a
economia.
COMO É FEITO O PLANEJAMENTO?
cimento coordenado de alvos ge rais econômicos; digamos, uma
redução de 50 por cento em desem prego, mais uma redução da taxa de inflação de 5 por cento, mais uma expansão de crescimento econômico de 6 por cento. Não é preciso dizer que estas metas eco
esforço
denar planos existentes, assim como um esforço a fim de ampliar
Isto nos leva a uma considera
ção sobre o próprio mecanismo do planejamento. Aqui é necessáido primeiro julgar uma concepção errônea
básica:
a
idéia
de
que
planejamento significa a criação de uma enorme reprodução em carbono da produção, especifican do 0 tamanho, o número e a qua lidade dos botões de todas as ca misas.
Tem havido esforços para tal planej amento total, notavelmen
te na União Soviética, os quais foram largamente considerados como fracassos, útil para mobi lizar uma economia de guerra (e os esforços soviéticos de plane
jamento foram uma espécie de
diferente daquele que surgiria es
mobilização
pontaneamente no sistema de mer
crescimento econômico), esses es
cado,
é
uma
forma
de
planeja
mento. Segurança Social e Mé dica são formas de planejamento tanto quanto salários e controle de preços. As ações anti-infla-
de
guerra para uni
forços demonstraram ser incômo dos e prejudiciais, uma vez que economia tenha atingido a com
a
plexidade de um sistema total mente industrial.
&
Digesto Ecoxômico
98
.
Digesto Econômico
Não é uma pergunta fácil de responder, porque o impacto do planejamento pode ser grande ou pequeno, dependendo do que nos so esforço para esse fim está ten tando realizar. O planejamento nacional pode significar uma ten tativa para alcançar objetivos ambiciosos, mas estreitamente de
finidos — por exemplo, converter inteiramente
a economia à ener-
gia solar, digamos, em 20 anos. Tal plano teria um impacto imen so num número limitado de pes soas. Suprimiría negócios de re
finação 'de
óleo ou extração
de
carvão. Poderia causar a falência de uma quantidade de homens de
negócios ligados ao carvão ou óleo e incapazes de encontrar uma outra situação, Por outro lado, naturalmente, significaria uma prosperidade para todos relacio nados com 0 desenvolvimento da energia solar. No que se refere à
maioria das famílias, entretanto, significaria provavelmente pouco, até que chegasse o tempo de transformar os automóveis movi dos a gasolina em automóveis mo vidos a eletricidade, ou os fornos domésticos em bombas de calor. Mas nem todo o planejamento
nacional será estreitamente obje tivado e quanto mais amplos e mais gerais forem os seus alvos,
liberdade.
bém, o planejamento para evitar
ECONOMIA
poderia ferir levemente nossas vi
das se não exigisse mais do que pequenas reduções no nosso uso de energia (menores carros, ou
cargas mais altas de eletricidade), ou podia interferir, significativa mente, com a vida se tentasse le
var o crescimento industrial a uma virtual parada, por causa das
ações de uma coligação mundial
tal como OPEC ou motivado por um perigo muito sério de poluição atmosférica.
Assim, não se pode garantir le vianamente que o planejamento será indolor, enquanto se é livre para emitir pronunciamentos de
O que deque será traumático, termina a extensão do planeja mento é a necessidade dele, mas
esta mesma necessidade pode di
minuir 0 impacto psicológico do planejamento. Por exemplo, não é provável que imponhamos contrôles de salário, preço e lucro, a menos que a inflação prossiga nas suas devastações, caso em que
provável que o planejamento para
mos. mos
inflação,
por exemplo,
exerça seu impacto em quase to¬ Robert
L.
Heilbroncr
c
Professor de Economia na Pesquisa
Social.
Norman
Thomas,
Nova Escola para
O QUE É PLANEJADO EM UMA PLANEJADA
o crescimento econômico perigoso,
aplaudiremos a introdução ao planejamento e não o contestare
a
forma de orientação coletiva, do que como uma invasão de nossa
se 0 plano de anti-inflação for limitado a taxas; provavelmente com muito mais violência, se in cluir controles de soidos e salá rios e lucros e preços. Assim, tam
tanto maior será o número de in divíduos que serão atingidos. É limitar
99
dos — talvez suavemente apenas,
Certamente não planejare para uma taxa baixa de
crescimento econômico, salvo se isso acarretar razões de sobrevi vência nacional. Nesse caso, tam
bém, 0 planejamento será prova velmente sentido mais
como
uma
É preciso que I
não
haver
já esteja
dimensão
ou
claro forma
predeterminadas para a atividade que chamamos “planejamento na cional’'. É possivel planejar para objetivos definidos muito clara mente; mas podemos também pla nejar em uma escala mais ampla. Um plano de economia nacional provavelmente será um estabele
cionárias da Comissão da Reserva
Federal, são esforços para pla nejar 0 efeito do processo econô mico, tanto quanto a designação de um alvo nacional, digamos de 4 por cento de crescimento.Assim, 0 que queremos dizer com plane jamento econômico nacional, no seu mais amplo sentido, é que re presenta um
nômicas não são escolhidas ao acaso. De fato, uma das princi
pais finalidades do planejamento é descobrir que combinações de objetivos semelhantes comuns são compatíveis.
Deduz-se que o planejamento não é de forma alguma uma espé cie inteiramente estranha da ati vidade
econômica.
Todos os es
forços calculados para tirar do processo econômico um resultado
para coor
o alcance do nosso controle sobre a
economia.
COMO É FEITO O PLANEJAMENTO?
cimento coordenado de alvos ge rais econômicos; digamos, uma
redução de 50 por cento em desem prego, mais uma redução da taxa de inflação de 5 por cento, mais uma expansão de crescimento econômico de 6 por cento. Não é preciso dizer que estas metas eco
esforço
denar planos existentes, assim como um esforço a fim de ampliar
Isto nos leva a uma considera
ção sobre o próprio mecanismo do planejamento. Aqui é necessáido primeiro julgar uma concepção errônea
básica:
a
idéia
de
que
planejamento significa a criação de uma enorme reprodução em carbono da produção, especifican do 0 tamanho, o número e a qua lidade dos botões de todas as ca misas.
Tem havido esforços para tal planej amento total, notavelmen
te na União Soviética, os quais foram largamente considerados como fracassos, útil para mobi lizar uma economia de guerra (e os esforços soviéticos de plane
jamento foram uma espécie de
diferente daquele que surgiria es
mobilização
pontaneamente no sistema de mer
crescimento econômico), esses es
cado,
é
uma
forma
de
planeja
mento. Segurança Social e Mé dica são formas de planejamento tanto quanto salários e controle de preços. As ações anti-infla-
de
guerra para uni
forços demonstraram ser incômo dos e prejudiciais, uma vez que economia tenha atingido a com
a
plexidade de um sistema total mente industrial.
100
Digksto Econômico
Somente o advento de uma outra
ser o
da
expansão
guerra convencional ou uma ameaça paralela de proporções semelhantes a uma guerra, obri garia 0 planejamento econômico nacional, nos Estados Unidos, a admitir essa forma de especifica
mento
de
nos.so
ção exata.
de fluxo
De preferência, o pla
nejamento tomaria certamente
a
forma de uma série de passos de natureza muito diferente.
O
passo
inicial,
em
planeja
mento, seria necessariamente um
esforço para expandir a quanti dade e a exatidão da informação
IP
r S5. «V.
)
econômica à nossa disposição. Se bem que tenhamos o maior e pro
vavelmente 0 melhor serviço de
estatística do mundo, lamentavel mente ainda, ignoramos muitos dos fatos essenciais da nossa
eco-
r-
desenvolvi
fundo
de
mação econômica, O passo seguinte será usar essa informação com
o
fim
de
criar
uma
melhor tabela do fluxo Chamamos essa mia.
uma
matriz
maior e
insumo-
produto. Uma matriz de insumoproduto é uma espécie de livro de receitas para a produção. Desenvolvido por Wassily Leontief, possibilita-nos averiguar (se bem que muito rudimentarmente) quanto aço. borracha, cobre, teci do, etc., se gasta para “cozinhar” um automóvel, uma viga de aço. ou um bilhão de dólares em va lor de G.N.P. de uma determi
nada espécie. muito
mais
Isto é um cálculo complicado
do
que
pode parecer a principio, porque
os ingredientes para um cardápio
volume do nosso estoque de ga
qualidade do que se pode adivi
solina. ● Posto que aparentemos ter 8 por cento de desemprego, é do conhecimento geral que o cálculo” de desemprego é extre mamente incorreto, especialmente para as minorias de negros e portoriquenhos e até o dia de hoje não temos um inventário do nú
mero de aberturas de empregos na economia.
Nossas estimativas
para muitas das dimensões eco nômicas importantes — nosso es
toque de dinheiro, nosso balanço de pagamentos, nosso Produto Nacional Bruto — são demasiada mente duvidosos.
Assim, o primeiro passo para o planejamento nacional precisa
dado
de
produto
são
em
bem
maior número e mais diversos em nhar
tendo
em
vista
os,
pro
dutos finais. Insumo-produto po
de mostrar-nos que um cardápio sedutor de produto não pode ser apresentado sem a expansão de nossas facilidades para a produ ção, caso contrário poderá reve lar-se um engarrafamento ines perado que abortaria qualquer plano de expansão aparentemente realizável.
Contudo,
zer que isto leva à questão de quem escolho nossos objetivos,
da econotal tabela
do
insumo-produto,
se
bem que indispensável, não é o próprio planejamento. O ato de planejamento consiste na seleção e- realização de objetivos para a economia. Estes podem ser aca nhados “micro” alvos específicos.
101
tais como um programa de ener gia, ou amplos “macro” alvos, tais como uma redução de desempre go. ou ambos. (Não é preciso di
infor
Quando por exemplo, o embargo do óleo árabe se deu não possuíamos informação sobre 0 nomia.
ti
/i
e
Dicesto Econômico
a de mandar certo número de planos alternativos ou de cena-
mas este problema fica para de pois) .
rios realizáveis desse gênero. Mas um número de planos pra
A fixação de objetivos, como é
ticáveis depois de chocados, de termina amplo debate púlalico. Este debate poderia ser limitado ao Congresso ou poderia, possivel mente, alcançar o público, espe
encarada
no
phrey-Javits.
i
A tarefa da agência de plane jamento. trabalhando com sua informação estatística e “receitas” de insumo-produto” seria, assim,
projeto
ou
em
de
Hum-
alguma va
riante desse projeto que prova velmente se transformará cm lei, não consiste no estabelecimento de um conjunto de metas por
uma agência de planejamen to. conhecido como “plano na cional”.
Consiste
antes,
em pre
parar certo número de possibi lidades de planejamento alterna tivo.
Estas possibilidades podem
ser uma série de microprogramas domésticos, urbanos, de reha-
bilitação, cada
trânsito
uma
das
de
quais
massa
—
poderiam
ser empreendidas, separadamente, mas não poderiam ser montadas simultaneamente em virtudé da tensão que provoca em nossas ca
pacidades de trabalho ou mate rial. Ou os planos alternativos poderiam consistir em combina ções diferentes de macroalvos. O Plano A podia sugerir 5 por cen to de inflação e 6 por cento de desemprego,
o
Plano
B
podia
cialmente se o Plano A fosse en-
dossado por um partido e o Plano C por um outro. Eventualmente, uma ou outra fixação de. planos será
decidida
assim:
é
dada
preferência à moradia sobre trân sito de massa ou vice-versa; o Plano D se apresenta em um de O processo compromisso. Congresso e o Presidente aprovam os planos finais, que se tornam as
metas
econômicas
oficiais
da
naçao.
Como podem ser alcançados os vários objetivos? Cada plano está adscrito a uma série de estí
mulos
e
sanções, para atualiza
ção do objetivo. Os objetivos po dem consistir apenas, numa apro priação de fundos, comparável aos planos que outrora levaram à construção da Estrada de Ferro União do Pacífico ou do Canal do
sugerir 8 por cento de inflação
Panamá.
e só 4 por cento de desemprego. O Plano C podia oferecer 4 por cento de inflação e 3, por cento de desemprego — uma combina ção mais atraente que exigiria,
sárias podem ser de qualidade mais ampla, tais como injunção geral para que se use “todos os
porém, contrôles muito mais ri-
e emprego. É bem possível, outrossim, que um determinado plano
gidos do que os Planos A e B.
Ou
as
medidas
neces
meios monetários e fiscais” para realizar certos níveis de inflação
100
Digksto Econômico
Somente o advento de uma outra
ser o
da
expansão
guerra convencional ou uma ameaça paralela de proporções semelhantes a uma guerra, obri garia 0 planejamento econômico nacional, nos Estados Unidos, a admitir essa forma de especifica
mento
de
nos.so
ção exata.
de fluxo
De preferência, o pla
nejamento tomaria certamente
a
forma de uma série de passos de natureza muito diferente.
O
passo
inicial,
em
planeja
mento, seria necessariamente um
esforço para expandir a quanti dade e a exatidão da informação
IP
r S5. «V.
)
econômica à nossa disposição. Se bem que tenhamos o maior e pro
vavelmente 0 melhor serviço de
estatística do mundo, lamentavel mente ainda, ignoramos muitos dos fatos essenciais da nossa
eco-
r-
desenvolvi
fundo
de
mação econômica, O passo seguinte será usar essa informação com
o
fim
de
criar
uma
melhor tabela do fluxo Chamamos essa mia.
uma
matriz
maior e
insumo-
produto. Uma matriz de insumoproduto é uma espécie de livro de receitas para a produção. Desenvolvido por Wassily Leontief, possibilita-nos averiguar (se bem que muito rudimentarmente) quanto aço. borracha, cobre, teci do, etc., se gasta para “cozinhar” um automóvel, uma viga de aço. ou um bilhão de dólares em va lor de G.N.P. de uma determi
nada espécie. muito
mais
Isto é um cálculo complicado
do
que
pode parecer a principio, porque
os ingredientes para um cardápio
volume do nosso estoque de ga
qualidade do que se pode adivi
solina. ● Posto que aparentemos ter 8 por cento de desemprego, é do conhecimento geral que o cálculo” de desemprego é extre mamente incorreto, especialmente para as minorias de negros e portoriquenhos e até o dia de hoje não temos um inventário do nú
mero de aberturas de empregos na economia.
Nossas estimativas
para muitas das dimensões eco nômicas importantes — nosso es
toque de dinheiro, nosso balanço de pagamentos, nosso Produto Nacional Bruto — são demasiada mente duvidosos.
Assim, o primeiro passo para o planejamento nacional precisa
dado
de
produto
são
em
bem
maior número e mais diversos em nhar
tendo
em
vista
os,
pro
dutos finais. Insumo-produto po
de mostrar-nos que um cardápio sedutor de produto não pode ser apresentado sem a expansão de nossas facilidades para a produ ção, caso contrário poderá reve lar-se um engarrafamento ines perado que abortaria qualquer plano de expansão aparentemente realizável.
Contudo,
zer que isto leva à questão de quem escolho nossos objetivos,
da econotal tabela
do
insumo-produto,
se
bem que indispensável, não é o próprio planejamento. O ato de planejamento consiste na seleção e- realização de objetivos para a economia. Estes podem ser aca nhados “micro” alvos específicos.
101
tais como um programa de ener gia, ou amplos “macro” alvos, tais como uma redução de desempre go. ou ambos. (Não é preciso di
infor
Quando por exemplo, o embargo do óleo árabe se deu não possuíamos informação sobre 0 nomia.
ti
/i
e
Dicesto Econômico
a de mandar certo número de planos alternativos ou de cena-
mas este problema fica para de pois) .
rios realizáveis desse gênero. Mas um número de planos pra
A fixação de objetivos, como é
ticáveis depois de chocados, de termina amplo debate púlalico. Este debate poderia ser limitado ao Congresso ou poderia, possivel mente, alcançar o público, espe
encarada
no
phrey-Javits.
i
A tarefa da agência de plane jamento. trabalhando com sua informação estatística e “receitas” de insumo-produto” seria, assim,
projeto
ou
em
de
Hum-
alguma va
riante desse projeto que prova velmente se transformará cm lei, não consiste no estabelecimento de um conjunto de metas por
uma agência de planejamen to. conhecido como “plano na cional”.
Consiste
antes,
em pre
parar certo número de possibi lidades de planejamento alterna tivo.
Estas possibilidades podem
ser uma série de microprogramas domésticos, urbanos, de reha-
bilitação, cada
trânsito
uma
das
de
quais
massa
—
poderiam
ser empreendidas, separadamente, mas não poderiam ser montadas simultaneamente em virtudé da tensão que provoca em nossas ca
pacidades de trabalho ou mate rial. Ou os planos alternativos poderiam consistir em combina ções diferentes de macroalvos. O Plano A podia sugerir 5 por cen to de inflação e 6 por cento de desemprego,
o
Plano
B
podia
cialmente se o Plano A fosse en-
dossado por um partido e o Plano C por um outro. Eventualmente, uma ou outra fixação de. planos será
decidida
assim:
é
dada
preferência à moradia sobre trân sito de massa ou vice-versa; o Plano D se apresenta em um de O processo compromisso. Congresso e o Presidente aprovam os planos finais, que se tornam as
metas
econômicas
oficiais
da
naçao.
Como podem ser alcançados os vários objetivos? Cada plano está adscrito a uma série de estí
mulos
e
sanções, para atualiza
ção do objetivo. Os objetivos po dem consistir apenas, numa apro priação de fundos, comparável aos planos que outrora levaram à construção da Estrada de Ferro União do Pacífico ou do Canal do
sugerir 8 por cento de inflação
Panamá.
e só 4 por cento de desemprego. O Plano C podia oferecer 4 por cento de inflação e 3, por cento de desemprego — uma combina ção mais atraente que exigiria,
sárias podem ser de qualidade mais ampla, tais como injunção geral para que se use “todos os
porém, contrôles muito mais ri-
e emprego. É bem possível, outrossim, que um determinado plano
gidos do que os Planos A e B.
Ou
as
medidas
neces
meios monetários e fiscais” para realizar certos níveis de inflação
DrcESTO Econômico
103
DICK.STO Econômico
102 i
inclua mudanças de taxas como parte dos seus mecanismos de meios e fins:
para
incentivos de taxas indústrias investirem nos
rumos convenientes ao plano; pe
nalidades taxativas para indús trias que não 0 fizerem; e taxas de indução para consumidores
paralizante burocracia. A esquer da teme que as corporações empanem o controle do aparelhamento planificador. Nenhuma destas advertências devem ser levianamente ignora das e voltarei a elas. Creio, po
rém,
ser
melhor
abordar
usarem seu poder de compra em
assunto mais concreto.
harmonia com o objetivo de ace lerar a expansão econômica, di minuí-la, ou mudar a composi ção da produção.
processo
Se o plano é da mais alta im portância para a sobrevivência
nacional,
seguramente
implicará
em medidas coercivas de várias espécies. Materiais podem ser
alocados a indústrias considera
das da mais alta prioridade; pro-
gramas violentos de investimen tos poderão, possivelmente, ser
montados, talvez pela criação de um esforço de Governo tal
o Projeto Manhattan;
como
controles
muito rígidos de proibições,
po-
dem ser, porventura, impostos so-
bre indústrias e famílias tivéssemos
de
como
executar
se
uma
de
intimamente
um
Encaro 0
planejamento
como
semelhante
pro
ao
cesso legislativo. Isto significa que a cada fase do planejamento — co leta de informação (que informa
ção?) ; construção do modelo insumo-produto (sob que suposições?), objetivos de planejamento alter
nativo (para que fins?) — haverá
uma luta para insinuar diferentes perspectivas. Elites incorporadas, indivíduos carismáticos, políticos “bobbies” poderosos, sindicatos, regionais e outros, grupos popu
lares de várias espécies, estarão escrevendo cartas, levando gente para almoçar, ou tentando mane jar os cordéis para obter que al
guma parcela do plano represente seus
interesses
ou
pontos
de
abrupta meia-volta na nossa di
vista.
reção econômica, em consequên
Por isso, desconfio que os ob jetivos apresentados para deba te e deliberação refletirão os ca minhos desordenados, antagôni cos, através dos quais um siste
cia de uma ameaça externa mui to grave. QUEM FAZ OS PLANOS EM UMA ECONOMIA
PLANEJADA?
Enorme alarme e confusão cer
ca o problema da tomada de de cisões. Os conservadores nos pre vinem contra peritos invisíveis que substituirão seu julgamento através da “democracia” do mercado. Os negócios temem uma
ma democrático funciona. Suspei
to, também que os planos finais serão tão bons ou tão maus, tão
ultrajosos
ou
reacionários
tão ou
tão
sensatos,
tão
radicais
co
mo a massa da legislação que ho je toscamente surge do mesmo modo. Em uma palavra, quando
se acredita que uma democracia
pode governar-se sozinha, não hâ razão para acreditar que ela não possa planejar por si mesma. É certamente possível acolher sérias
dúvidas
sobre
as
habilida
origina no fato de que ele substi tuirá o mercado — esse
instru
mento vasto, flexível, democráti co, pelo qual uma economia “li vre” toma suas decisões coletivas
des auto-governantes de uma de mocracia; e pela mesma razão é
sobre as espécies produzirá.
possível ter sérias duvidas sobre o planejamento. ílã o perigo de que as opções de planejamento possam ser usurpadas por peri
Não tenho intenção de censu rar a utilidade do mercado, cuja capacidade têm sido relutante mente reconhecida, mesmo den
tos
tro do bloco soviético, mas é pre
invisíveis
que
car à economia
tentarão
nacional
o
apli mes
mo espirito que aplicaram à con duta
da
Guerra do
Vietnam. É
possível certamente que a agên cia de planejamento se torne bu rocrática.
planejamento pode tornar-se um do
capitalismo in
corporado. De fato. parece mui to claro que o principal propósi to do planejamento será escorar e
sustentar,
não enfraquecer
ou
anular, o sistema de negócios. Não penso, contudo, que os inte resses dos negócios devam neces sariamente dominar o planeja mento, mesmo que esses interes ses sejam por ele beneficiados. O Trabalho e os grupos de consu mo terão, provavelmente, mais
poder e influência num sistema planejador do que têm atual mente.
QUANTO MERCADO SOBRARÁ EM UMA ECONOMIA
PLANEJADA?
encarar
0
mercado
com
o
mesmo grau de criticismo céptico com que encaramos 0 planeja mento. Em primeiro lugar, deve mos reconhecer que 0 que chama mos
E eu certamente não afastaria os temores da esquerda de que o instrumento
ciso
de artigos que
“0
uma
mercado”
não
única grande
atividade
econômica
constitui
corrente de contra
a
qual instituição alguma pode im por sua vontade independente. Isto pode ser verdade para 0 fa zendeiro individua/L, o varejista, ou o pequeno homem de negó cios.
mas
não
é evidentemente
o
caso para as grandes companhias que dominam seus campos e po dem impor seus propósitos numa extensão muito considerável. Co mo 0 Telefone e Telégrafo ame
ricanos
afirmam,
em uma
série
de recentes anúncios, “O sistema de telefone não aconteceu; ele foi planejado exatamente desde o começo”. Realmente, as grandes corpo rações em todas as áreas indus triais agem como agências parti culares de planejamento, tema eloquentemente exposto por Galbraith. Em um alto grau, as gran
O grande alarido e grito dos que se opõem ao planejamento se
des companhias marginalizam o mercado, levantando ou abaixan-
DrcESTO Econômico
103
DICK.STO Econômico
102 i
inclua mudanças de taxas como parte dos seus mecanismos de meios e fins:
para
incentivos de taxas indústrias investirem nos
rumos convenientes ao plano; pe
nalidades taxativas para indús trias que não 0 fizerem; e taxas de indução para consumidores
paralizante burocracia. A esquer da teme que as corporações empanem o controle do aparelhamento planificador. Nenhuma destas advertências devem ser levianamente ignora das e voltarei a elas. Creio, po
rém,
ser
melhor
abordar
usarem seu poder de compra em
assunto mais concreto.
harmonia com o objetivo de ace lerar a expansão econômica, di minuí-la, ou mudar a composi ção da produção.
processo
Se o plano é da mais alta im portância para a sobrevivência
nacional,
seguramente
implicará
em medidas coercivas de várias espécies. Materiais podem ser
alocados a indústrias considera
das da mais alta prioridade; pro-
gramas violentos de investimen tos poderão, possivelmente, ser
montados, talvez pela criação de um esforço de Governo tal
o Projeto Manhattan;
como
controles
muito rígidos de proibições,
po-
dem ser, porventura, impostos so-
bre indústrias e famílias tivéssemos
de
como
executar
se
uma
de
intimamente
um
Encaro 0
planejamento
como
semelhante
pro
ao
cesso legislativo. Isto significa que a cada fase do planejamento — co leta de informação (que informa
ção?) ; construção do modelo insumo-produto (sob que suposições?), objetivos de planejamento alter
nativo (para que fins?) — haverá
uma luta para insinuar diferentes perspectivas. Elites incorporadas, indivíduos carismáticos, políticos “bobbies” poderosos, sindicatos, regionais e outros, grupos popu
lares de várias espécies, estarão escrevendo cartas, levando gente para almoçar, ou tentando mane jar os cordéis para obter que al
guma parcela do plano represente seus
interesses
ou
pontos
de
abrupta meia-volta na nossa di
vista.
reção econômica, em consequên
Por isso, desconfio que os ob jetivos apresentados para deba te e deliberação refletirão os ca minhos desordenados, antagôni cos, através dos quais um siste
cia de uma ameaça externa mui to grave. QUEM FAZ OS PLANOS EM UMA ECONOMIA
PLANEJADA?
Enorme alarme e confusão cer
ca o problema da tomada de de cisões. Os conservadores nos pre vinem contra peritos invisíveis que substituirão seu julgamento através da “democracia” do mercado. Os negócios temem uma
ma democrático funciona. Suspei
to, também que os planos finais serão tão bons ou tão maus, tão
ultrajosos
ou
reacionários
tão ou
tão
sensatos,
tão
radicais
co
mo a massa da legislação que ho je toscamente surge do mesmo modo. Em uma palavra, quando
se acredita que uma democracia
pode governar-se sozinha, não hâ razão para acreditar que ela não possa planejar por si mesma. É certamente possível acolher sérias
dúvidas
sobre
as
habilida
origina no fato de que ele substi tuirá o mercado — esse
instru
mento vasto, flexível, democráti co, pelo qual uma economia “li vre” toma suas decisões coletivas
des auto-governantes de uma de mocracia; e pela mesma razão é
sobre as espécies produzirá.
possível ter sérias duvidas sobre o planejamento. ílã o perigo de que as opções de planejamento possam ser usurpadas por peri
Não tenho intenção de censu rar a utilidade do mercado, cuja capacidade têm sido relutante mente reconhecida, mesmo den
tos
tro do bloco soviético, mas é pre
invisíveis
que
car à economia
tentarão
nacional
o
apli mes
mo espirito que aplicaram à con duta
da
Guerra do
Vietnam. É
possível certamente que a agên cia de planejamento se torne bu rocrática.
planejamento pode tornar-se um do
capitalismo in
corporado. De fato. parece mui to claro que o principal propósi to do planejamento será escorar e
sustentar,
não enfraquecer
ou
anular, o sistema de negócios. Não penso, contudo, que os inte resses dos negócios devam neces sariamente dominar o planeja mento, mesmo que esses interes ses sejam por ele beneficiados. O Trabalho e os grupos de consu mo terão, provavelmente, mais
poder e influência num sistema planejador do que têm atual mente.
QUANTO MERCADO SOBRARÁ EM UMA ECONOMIA
PLANEJADA?
encarar
0
mercado
com
o
mesmo grau de criticismo céptico com que encaramos 0 planeja mento. Em primeiro lugar, deve mos reconhecer que 0 que chama mos
E eu certamente não afastaria os temores da esquerda de que o instrumento
ciso
de artigos que
“0
uma
mercado”
não
única grande
atividade
econômica
constitui
corrente de contra
a
qual instituição alguma pode im por sua vontade independente. Isto pode ser verdade para 0 fa zendeiro individua/L, o varejista, ou o pequeno homem de negó cios.
mas
não
é evidentemente
o
caso para as grandes companhias que dominam seus campos e po dem impor seus propósitos numa extensão muito considerável. Co mo 0 Telefone e Telégrafo ame
ricanos
afirmam,
em uma
série
de recentes anúncios, “O sistema de telefone não aconteceu; ele foi planejado exatamente desde o começo”. Realmente, as grandes corpo rações em todas as áreas indus triais agem como agências parti culares de planejamento, tema eloquentemente exposto por Galbraith. Em um alto grau, as gran
O grande alarido e grito dos que se opõem ao planejamento se
des companhias marginalizam o mercado, levantando ou abaixan-
]Dlf;KSTO Ecokômkü
104
do preços, quando querem, não quando um oceânico fluxo de
tomóveis, o processo produziu congestão
competição as força a isso. As sim, também, elas expandem (ou contraem) suas empresas de acordo com longa série de previ sões que ignoram a pressão ime diata das condições dos negócios. Em segundo lugar, precisamos compreender que o mercado está longe de ser a instituição demo
poluição, risco de vida e mutila ção. Mas o mercado é cego. para
crática como é popuiarmente vis●
to; O mercado é uma espécie de eleição econômica que se repete continuamente, na qual as familias votam com
seus dólares nas
espécies de artigos que desejam. Isso seria realmente democrático, se todas as famílias tivessem vo
tos
iguais.
Mas,
naturalmente,
não os têm. Os 20 por cento de cima das famílias tem 40 por cen to do poder do “voto” econômico; os 20 por cento de baixo somente
5 por cento do poder aquisitivo. Uma família como a dos Rocke-
fellers
dá tantos votos quantos
os de
dez mil famílias
da
faixa
pobre. Isto é democracia? Por último, 0 mercado serve se-
guramente muito bem para expri mir o apetite coletivo, se bem que
desiquilibradamente, de seu elei torado. Mã40 tem, porém., meios de emitir opinião sobre objetivos que não entram na categoria de
estas
cio mercado de tráfego,
Dicesto Econômico
exterioridades”
— isto é
tància vital,
sc
105
apoiaria
seria
gando apenas.
da fábrica ao cliente:
nas
indústrias
ou
sua
saida
daquelas indústrias: a organiza .será toda larção da produção gamente confiada à procura de lucro, caminhos competitivos ha
mento-mercado’
possa ser me lhor resumida dizendo que o mer
cado é um pobre mecanismo de fixação de objetivos. Os objetivos
bituais
do
mecanismo
de
merca
do. O planejamento pode ter de intervir por processos de não-
que estabelece refletem o poder aquisitivo dos ricos muito mais do que o dos pobres; são distorci poderosos de dos por agregados
mercado.
riqueza incorporada em massa e nao tém identificação com qualquer resultado final da atividade
somente se técnicas mais brandas
economica
ou
habilidade
carente
de
objetivos pelos meios confusos mas realizáveis que desPor outro lado, o mercado é um mecanismo administrativo notá
armazéns a
oportunidade de negociar com for
mercadorias. Por exemplo, o mer
necedores
cado produz uma coleção de carros grandes carros para os
aos clientes a arma
grandes consumidores,
pequenos
todas essas coisas, se é que as faz
carros para os pequenos. Mesmo se aceitarmos esta distribuição
do produto como “certa”, não de
de algum modo. Portanto, qual quer plano econc^mico nacional, salvo algum destinado a executar
vemos esquecer que além de au-
um programa violento de impor-
eficientes;
e
oferece
final da es
colha. O planejamento
faz mal
I
estamos, ou mesmo desmantelar
algum no
tinuar sem planejamento nacio nal — não obstante ache que o planejamento pode melhorar em alta escala as condições econômi cas — se
planejamento
já
fixado
nosso sistema?
Quer digam isso claramente ou não, os oponentes do planejamen to asseguram que as coisas po dem continuar
como
não
reconhecesse o fa
to de que há forças trabalhando, as quais, provavelmente, torna rão as coisas piores. Para come çar com a mais suave delas — nossa população está ainda au mentando, gerando tensões, as quais são sentidas particularmen te nas cidades subfinanciadas;
a
pressão no “gueto” está atuando. Enquanto isso a tecnologia, está invadindo
inexoravelmente
a
or
dem social com produtos cujo po destruidor continua
a to
mar-nos de surpresa e a enchernos de alarme; devastações nu
foi arrastada para o planejamen to. Mas este impulso é inevitável? Não é possível continuar como
Muito melhor do que qualquer or
Eu mesmo poderia tender para a opinião de que podíamos con
tencial
Começo dizendo que a América
vel, mesmo naquelas áreas onde 0 poder privado é mais evidente.
e
so
NÃO HÁ ALTERNATIVA PARA O PLANEJAMENTO?
crevemos.
rante a fábricas
controle
a ele.
preparar
ganização de inspetores de pla nejamento, ele fiscaliza a rápida adaptação de novas técnicas; ga
como
para influenciar na inflação ou na produção forem ineficazes. Os modos preferidos para fazer um plano funcionar, serão os de téc nicas que operam através do mer cado, frente a técnicas contrárias
ta de preço. O planejamento é um esforço para remediar esta distorcida
tais
bre preços e salários ou por alo cações diretas de materiais, mas
que não tenha etique-
de desemprego e
fábrica, ou tal
dução. Talvez a controvérsia “planeja-
10 /o
10 por cento de inflação persis tam por anos, quase que resmun
a entrada do trabalho c do capi
para estes efeitos laterais da pro
mitir que
mente no sistema dc mercado. O fluxo de mercadorias de fábrica a
estão.
Esta
cleares. devastações químicas, de vastações térmicas, todas opri mem a capacidade do viver quo tidiano e ameaçam esmagá-lo em futuro previsível. O processo de crescimento
econômico continua ao mesmo tempo, seu progresso devorador, aprofundando-se mais e mais na crosta terrestre, em busca dos materiais essenciais
para seu prosseguimento. Muitas das fontes dos
recursos de fácil
alcance, estarão
esgotadas
den
não é uma posição irresponsável.
tro de cerca de uma geração, exi
A
gindo
inércia
social
força poderosa.
sempre
uma
A inércia
é
pode
manter unidas cidades que per deram sua saúde fiscal. Pode per-
muito maiores
de energia para
aplicações
manter
a bola
de neve da crescente prodüção. E as áreas subdesenvolvidas, en-
]Dlf;KSTO Ecokômkü
104
do preços, quando querem, não quando um oceânico fluxo de
tomóveis, o processo produziu congestão
competição as força a isso. As sim, também, elas expandem (ou contraem) suas empresas de acordo com longa série de previ sões que ignoram a pressão ime diata das condições dos negócios. Em segundo lugar, precisamos compreender que o mercado está longe de ser a instituição demo
poluição, risco de vida e mutila ção. Mas o mercado é cego. para
crática como é popuiarmente vis●
to; O mercado é uma espécie de eleição econômica que se repete continuamente, na qual as familias votam com
seus dólares nas
espécies de artigos que desejam. Isso seria realmente democrático, se todas as famílias tivessem vo
tos
iguais.
Mas,
naturalmente,
não os têm. Os 20 por cento de cima das famílias tem 40 por cen to do poder do “voto” econômico; os 20 por cento de baixo somente
5 por cento do poder aquisitivo. Uma família como a dos Rocke-
fellers
dá tantos votos quantos
os de
dez mil famílias
da
faixa
pobre. Isto é democracia? Por último, 0 mercado serve se-
guramente muito bem para expri mir o apetite coletivo, se bem que
desiquilibradamente, de seu elei torado. Mã40 tem, porém., meios de emitir opinião sobre objetivos que não entram na categoria de
estas
cio mercado de tráfego,
Dicesto Econômico
exterioridades”
— isto é
tància vital,
sc
105
apoiaria
seria
gando apenas.
da fábrica ao cliente:
nas
indústrias
ou
sua
saida
daquelas indústrias: a organiza .será toda larção da produção gamente confiada à procura de lucro, caminhos competitivos ha
mento-mercado’
possa ser me lhor resumida dizendo que o mer
cado é um pobre mecanismo de fixação de objetivos. Os objetivos
bituais
do
mecanismo
de
merca
do. O planejamento pode ter de intervir por processos de não-
que estabelece refletem o poder aquisitivo dos ricos muito mais do que o dos pobres; são distorci poderosos de dos por agregados
mercado.
riqueza incorporada em massa e nao tém identificação com qualquer resultado final da atividade
somente se técnicas mais brandas
economica
ou
habilidade
carente
de
objetivos pelos meios confusos mas realizáveis que desPor outro lado, o mercado é um mecanismo administrativo notá
armazéns a
oportunidade de negociar com for
mercadorias. Por exemplo, o mer
necedores
cado produz uma coleção de carros grandes carros para os
aos clientes a arma
grandes consumidores,
pequenos
todas essas coisas, se é que as faz
carros para os pequenos. Mesmo se aceitarmos esta distribuição
do produto como “certa”, não de
de algum modo. Portanto, qual quer plano econc^mico nacional, salvo algum destinado a executar
vemos esquecer que além de au-
um programa violento de impor-
eficientes;
e
oferece
final da es
colha. O planejamento
faz mal
I
estamos, ou mesmo desmantelar
algum no
tinuar sem planejamento nacio nal — não obstante ache que o planejamento pode melhorar em alta escala as condições econômi cas — se
planejamento
já
fixado
nosso sistema?
Quer digam isso claramente ou não, os oponentes do planejamen to asseguram que as coisas po dem continuar
como
não
reconhecesse o fa
to de que há forças trabalhando, as quais, provavelmente, torna rão as coisas piores. Para come çar com a mais suave delas — nossa população está ainda au mentando, gerando tensões, as quais são sentidas particularmen te nas cidades subfinanciadas;
a
pressão no “gueto” está atuando. Enquanto isso a tecnologia, está invadindo
inexoravelmente
a
or
dem social com produtos cujo po destruidor continua
a to
mar-nos de surpresa e a enchernos de alarme; devastações nu
foi arrastada para o planejamen to. Mas este impulso é inevitável? Não é possível continuar como
Muito melhor do que qualquer or
Eu mesmo poderia tender para a opinião de que podíamos con
tencial
Começo dizendo que a América
vel, mesmo naquelas áreas onde 0 poder privado é mais evidente.
e
so
NÃO HÁ ALTERNATIVA PARA O PLANEJAMENTO?
crevemos.
rante a fábricas
controle
a ele.
preparar
ganização de inspetores de pla nejamento, ele fiscaliza a rápida adaptação de novas técnicas; ga
como
para influenciar na inflação ou na produção forem ineficazes. Os modos preferidos para fazer um plano funcionar, serão os de téc nicas que operam através do mer cado, frente a técnicas contrárias
ta de preço. O planejamento é um esforço para remediar esta distorcida
tais
bre preços e salários ou por alo cações diretas de materiais, mas
que não tenha etique-
de desemprego e
fábrica, ou tal
dução. Talvez a controvérsia “planeja-
10 /o
10 por cento de inflação persis tam por anos, quase que resmun
a entrada do trabalho c do capi
para estes efeitos laterais da pro
mitir que
mente no sistema dc mercado. O fluxo de mercadorias de fábrica a
estão.
Esta
cleares. devastações químicas, de vastações térmicas, todas opri mem a capacidade do viver quo tidiano e ameaçam esmagá-lo em futuro previsível. O processo de crescimento
econômico continua ao mesmo tempo, seu progresso devorador, aprofundando-se mais e mais na crosta terrestre, em busca dos materiais essenciais
para seu prosseguimento. Muitas das fontes dos
recursos de fácil
alcance, estarão
esgotadas
den
não é uma posição irresponsável.
tro de cerca de uma geração, exi
A
gindo
inércia
social
força poderosa.
sempre
uma
A inércia
é
pode
manter unidas cidades que per deram sua saúde fiscal. Pode per-
muito maiores
de energia para
aplicações
manter
a bola
de neve da crescente prodüção. E as áreas subdesenvolvidas, en-
Digesto Econômico 106
trando, então, na posse de armas nucleares e, por isso, colocandose em uma melhor posição para fazerem valer suas opiniões, não mais vão encarar a exportação de suas riquezas minerais para as nações industriais ricas com a in
diferença, ou com 0 puro prazer da
107
Digesto Eco^●ô^iICO
situação
anterior.
A
necessi
dade evidente, e, em uma pala vra, a de uma cada vez mais cons tante preocupação vigilante com a paz e com o modelo de cresci
mento econômico — preocupação que não pode ser satisfeita
o planejamento
sem
econômico.
E, não menos importante, é a
mudança na escala da
empresa
privada. O alcance dos negócios empresariais continua Grandes corporações
a
crescer.
estendem
agora suas operações ao redor do
mundo. Como a esfera da empresa
se amplia, os negócios se tornam
cada vez mais envolvidos com pro
blemas sociais. O clamor pela regulamentação cresce, tanto gerado
pela crescente proeminência
Provavelmente
o nosso, esse planejamento é di
uma
Comissão
de
jetivos para a economia france sa. Os planos são redigidos so mente depois de prolongadas con sultas à indústria e a idéia orien
tadora
que
acompanha
o
esque
ma é que o próprio processo de consulta fará surgir uma adoção voluntária por parte da indústria das ações adequadas, exigidas pa ra que o plano nacional possa vingar.
Este esforço indicativo”
“planejamento
apoia
te
Motors e outros
nos
dizem
que “a solução não está em mais direção do governo, mas em me-
organização
pesadamen-
francesa e na sua longa tradição
neral
na
se
de
da
indústria
de políticas dirigistas. O Japão tem uma coordenação de alto-nivel, largamente “não oficial” de políticas
têm
sido
nacional
e
privada
popularmente
que
apelida
das “Japan Inc.” A Noruega e os Países Baixos têm pequenos me canismos de planejamento, que fazem bom uso das tradições de
consumo
proeminentes
países.
Suécia
A
nos
dois
funciona
atra
vés de seus empregadores e fede-
somos
menos
respei
tosos para com o governo. O pla nejamento na América terá que fazer as pazes com as diferenças regionais, as realidades políticas,
Planeja
Assim, duvido muito que as coi sas possam continuar como estão.
Quando Thomas Murphy da Ge
autoridade,
outros, é elaborado institucional mente. A França, por exemplo, tem
dessas
tamos menos acostumados com a
vidido, frustrado, inadequado. Em
mento que redige planos nacionais para cerca de cinco anos de du ração, especificando muitos ob
nenhuma
técnicas de planejamento podia ser importada para dentro deste país. Nós somos maiores c mais diversificados do que nossos cor respondentes europeus ou japone ses; mais importantes, talvez, es
É por isso que não há economia capitalista no mundo de hoje, que não revele um núcleo cres cente de planejamento econômi co. Em alguns países, tais como
problemas.
A situação atual é instável e as forças da tecnologia, das circuns tâncias, e o puro crescimento em tamanho e complexidade, tornam impossível uma volta a uma eco nomia mais simples, ou, em qualquer caso, menos planejada.
através de seus bancos.
existe.
dos
grandes negócios, como pelo aumento da agudeza dos próprios
rações de sindicatos: a Alemanha
nos”, ouvimos uma prescrição vá lida para um mundo que já não
o temperamento nacional. Assim, í
o projeto Humphrey-Javits, a mais provável medida a ser apro vada,
tem
o cuidado
de
incluir
cláusulas para a consulta regio nal e envolvimento do Congres so, omitindo, diplomaticamente qualquer menção a mecanismos de coerção.
O projeto Humphrey-Javits propõe certo número de medidas institucionais. Estabeleceria uma
pequena
Comissão de
Planeja
parte pelo Presidente e parte pe lo Congresso. O plano que partiu de um ra mo do executivo seria então apre sentado ao Comitê da Junta Eco
nômica do Congresso. consultas
plano
seriam
seria
Ai, novas
mantidas e o
reexaminado
ou
emendado de acordo com o dese-
do Congresso. Pinalmente, passaria por uma resolução con corrente do Congresso e seria de
jo
volvido ao Presidente.
Naturalmente
o advento
real
do planejamento dependerá de acontecimentos politicos. Se os Democratas vencerem a próxima eleição, é provável que alguma íorma de planejamento econômi co se torne uma realidade, no pri
meiro periodo do próximo Presi dente. Se os Republicanos vence
rem. 0 planejamento será adia do, mas somente adiado, não ar quivado permanentemente. Como Leontief disse, o planejamento virá não quando os radicais o de sejarem, mas quando os homens de negócios o pedirem — e eles o
são seria encarregada de um nú
pedirão, pois que sem mais pla nejamento é difícil acreditar que o capitalismo resista até o fim do
mero de funções técnicas,
século.
mento
Econômico
no
Gabinete
Executivo do Presidente. A comis
inclu
indo a preparação de um propos to “plano
de
mico”. Este
crescimento
plano
econô
apresentado
seria então revisto por um Conse
lho de Planejamento Econômico, abrangido pelo Gabinete e por outros principais administradores
econômicos,
bem como
por um
Comitê Consultivo, formado por representantes dos negócios, do trabalho e do público, indicados,
O PLANEJAMENTO SALVARÁ O
CAPITALISMO
DOS
ESTADOS
UNIDOS?
Pode
salvar.
não
Não
sabemos
se os planos mais bem redigidos podem extirpar os problemas pu ramente econômicos de uns siste
mas de negócios, — suas tendên cias para instabilidade, inflação.
Digesto Econômico 106
trando, então, na posse de armas nucleares e, por isso, colocandose em uma melhor posição para fazerem valer suas opiniões, não mais vão encarar a exportação de suas riquezas minerais para as nações industriais ricas com a in
diferença, ou com 0 puro prazer da
107
Digesto Eco^●ô^iICO
situação
anterior.
A
necessi
dade evidente, e, em uma pala vra, a de uma cada vez mais cons tante preocupação vigilante com a paz e com o modelo de cresci
mento econômico — preocupação que não pode ser satisfeita
o planejamento
sem
econômico.
E, não menos importante, é a
mudança na escala da
empresa
privada. O alcance dos negócios empresariais continua Grandes corporações
a
crescer.
estendem
agora suas operações ao redor do
mundo. Como a esfera da empresa
se amplia, os negócios se tornam
cada vez mais envolvidos com pro
blemas sociais. O clamor pela regulamentação cresce, tanto gerado
pela crescente proeminência
Provavelmente
o nosso, esse planejamento é di
uma
Comissão
de
jetivos para a economia france sa. Os planos são redigidos so mente depois de prolongadas con sultas à indústria e a idéia orien
tadora
que
acompanha
o
esque
ma é que o próprio processo de consulta fará surgir uma adoção voluntária por parte da indústria das ações adequadas, exigidas pa ra que o plano nacional possa vingar.
Este esforço indicativo”
“planejamento
apoia
te
Motors e outros
nos
dizem
que “a solução não está em mais direção do governo, mas em me-
organização
pesadamen-
francesa e na sua longa tradição
neral
na
se
de
da
indústria
de políticas dirigistas. O Japão tem uma coordenação de alto-nivel, largamente “não oficial” de políticas
têm
sido
nacional
e
privada
popularmente
que
apelida
das “Japan Inc.” A Noruega e os Países Baixos têm pequenos me canismos de planejamento, que fazem bom uso das tradições de
consumo
proeminentes
países.
Suécia
A
nos
dois
funciona
atra
vés de seus empregadores e fede-
somos
menos
respei
tosos para com o governo. O pla nejamento na América terá que fazer as pazes com as diferenças regionais, as realidades políticas,
Planeja
Assim, duvido muito que as coi sas possam continuar como estão.
Quando Thomas Murphy da Ge
autoridade,
outros, é elaborado institucional mente. A França, por exemplo, tem
dessas
tamos menos acostumados com a
vidido, frustrado, inadequado. Em
mento que redige planos nacionais para cerca de cinco anos de du ração, especificando muitos ob
nenhuma
técnicas de planejamento podia ser importada para dentro deste país. Nós somos maiores c mais diversificados do que nossos cor respondentes europeus ou japone ses; mais importantes, talvez, es
É por isso que não há economia capitalista no mundo de hoje, que não revele um núcleo cres cente de planejamento econômi co. Em alguns países, tais como
problemas.
A situação atual é instável e as forças da tecnologia, das circuns tâncias, e o puro crescimento em tamanho e complexidade, tornam impossível uma volta a uma eco nomia mais simples, ou, em qualquer caso, menos planejada.
através de seus bancos.
existe.
dos
grandes negócios, como pelo aumento da agudeza dos próprios
rações de sindicatos: a Alemanha
nos”, ouvimos uma prescrição vá lida para um mundo que já não
o temperamento nacional. Assim, í
o projeto Humphrey-Javits, a mais provável medida a ser apro vada,
tem
o cuidado
de
incluir
cláusulas para a consulta regio nal e envolvimento do Congres so, omitindo, diplomaticamente qualquer menção a mecanismos de coerção.
O projeto Humphrey-Javits propõe certo número de medidas institucionais. Estabeleceria uma
pequena
Comissão de
Planeja
parte pelo Presidente e parte pe lo Congresso. O plano que partiu de um ra mo do executivo seria então apre sentado ao Comitê da Junta Eco
nômica do Congresso. consultas
plano
seriam
seria
Ai, novas
mantidas e o
reexaminado
ou
emendado de acordo com o dese-
do Congresso. Pinalmente, passaria por uma resolução con corrente do Congresso e seria de
jo
volvido ao Presidente.
Naturalmente
o advento
real
do planejamento dependerá de acontecimentos politicos. Se os Democratas vencerem a próxima eleição, é provável que alguma íorma de planejamento econômi co se torne uma realidade, no pri
meiro periodo do próximo Presi dente. Se os Republicanos vence
rem. 0 planejamento será adia do, mas somente adiado, não ar quivado permanentemente. Como Leontief disse, o planejamento virá não quando os radicais o de sejarem, mas quando os homens de negócios o pedirem — e eles o
são seria encarregada de um nú
pedirão, pois que sem mais pla nejamento é difícil acreditar que o capitalismo resista até o fim do
mero de funções técnicas,
século.
mento
Econômico
no
Gabinete
Executivo do Presidente. A comis
inclu
indo a preparação de um propos to “plano
de
mico”. Este
crescimento
plano
econô
apresentado
seria então revisto por um Conse
lho de Planejamento Econômico, abrangido pelo Gabinete e por outros principais administradores
econômicos,
bem como
por um
Comitê Consultivo, formado por representantes dos negócios, do trabalho e do público, indicados,
O PLANEJAMENTO SALVARÁ O
CAPITALISMO
DOS
ESTADOS
UNIDOS?
Pode
salvar.
não
Não
sabemos
se os planos mais bem redigidos podem extirpar os problemas pu ramente econômicos de uns siste
mas de negócios, — suas tendên cias para instabilidade, inflação.
í I
>
1G3
consequência
cos
associados
a
uma
recusa
Acredito, finalmente, que o pla
nejamento oferece esperança. Em parte é a esperança de que uma sociedade econômica
restaurada,
possa regenerar um alto sentido de
Certamente o planejamento nao é panacéia; é uma opção, uma alternativa, uma oportuni-
moral
social e política.
Em
maior dose ainda, está a esperan
ça de que
possamos,
mais
uma
vez. experimentar a sensação de
oportunidade,
penso, para deter o curso da len
domínio sobre
os acontecimentos.
Precisamos
tal
cemos ter embarcado. Seria toli
propósitos como
ta auto-destruição na qual pare
de
afirmação de
preparação pa
ce negar que o planejamento traz
ra um futuro cheio de inquietan-
grandes riscos, inclusive o da gra
tes presságios. íDo "New York Ti
ve compressão da liberdade como
mes. de 25-1-1976.) ■o
fiUrr^ nitamor.t« 1
nm
Kís
‘
aspirador de Pó INDUSTRIAL PARA POEIRA de pó industrial, que apresenta um após-
reduz OS riscos de emissão de poeira tóxica a
um niyel bem inferior aquele prescrito pela legislação de saúde e seguGra-Bretanha. O aspirador, denominado “Absolute
Panther , manipula poeiras tóxicas tais como as poeiras de asbesto, chum
e apresenta ,bo e silica , X ' j 4.
ir
t í1
iiV
localizada
eficiência de 99,997%. Montado numa caixa atras do tambor do filtro principal, o filtro assegura também
que o fluxo máximo de ar do aspirador, de 4,5 m3/min, seja difundido
sobre toda a saída do filtro de 1450 cm2, produzindo, assim, uma veloci
dade muito baixa e, consequentemente, uma baixa perturbação no ar em-
poeirado próximo ao aspirador. O ar filtrado também é dirigido para cima, a fim de evitar a possível obstrução por poeira de baixo nível. Quando limpo, a queda de pressão através do filtro é de somente 250 Pa (25 mm H::0) e 0 após-filtro Absolute é protegido não só pelo filtro de algodão padrão do aparelho de sucção, como também por um saco de papel poroso, no qual a poeira é recolhida dentro do tambor do filtro para uma remo ção mais fácil e livre de poeira. .í-
_
1
TÉCNICA E ORAÇÃO NAPOLEÃO
em
ção ou da falência econômica.
tório.
— a única
incansável pro
recorrer ao planejamento nacio nal. incluindo o perigo de uma corrida para o extremismo políti co como consequência da frustra
rigir uma comercialização corro. siva de vida. Não menos impor tante é, não sabermos se o plane jamento pode ser posto a funcio nar efetivamente. Não podemos planejar melhor do que governar. O planejamento nos forçará a descobrir o quanto ele é satisfa
dade
da
liferação de conlróles; mas seria ainda maior tolice ignorar os ris
que nos trancaram dentro de uma tradição de abandono nefasto das minorias, ou se ele pode cor
P-
1
DiGKhTO EcONÔNIiro
desperdício econômico. Não sabe mos se o planejamento pode su perar rigidezas políticas e sociais
1.1'
■V
\
mundo
0
da
cibernética
LOPES
está
ai nas nossas portas e pou cos são os que despertam
para éle. A tremenda trans formação existencial de ho je é fundamentada na segunda revolução industrial — a da tec nologia, que tem na própria ci bernética
0
leme
e
a
i
FILHO
bússola.
A
primeira revolução substitui o es forço muscular animal e humano pela energia da máquina aciona da a vapor, logo depois pelo mo tor de explosão, e mais adeante um pouco pela poliforme eletri cidade. Aquele século trouxe uma revolução social que chama de francesa, cujo éco mais podero so foi a revolução americana, onde
precisamente se seguiria o segun do episódio, que culmina agora com a presença do homem na Lua.
A
técnica
é
serva
do
homem.
Qiiando esse valor se inverte, te mos
0
robot
síihstiULindo
o
ho
mem. e essa substituição é fatal.
homem. Numa palavra o compu tador e toda a engrenagem ciber nética. múltiple e variada, faria um "diálogo” com o homem... Para esse "diálogo” apresentase a Filosofia! para não dizer a Teologia) como defensora da li berdade. evitando que cresça o monstro chamado materialisino humanista ou humanismo mate
rialista. que é a fina flor vinda do
século passado e irrompe agora como um cogumelo, aqui e ali. sob uma mesma inspiração mór bida e mística.
Sem a Filosofia
Nessa marcha há também con
como guia deste mundo técnico-
tramarchas negativas, provenien tes sempre de interpretação equi
cibernético, sem humanismo pluridimensional aberto e cristão só
voca
e
Assim
Descartes,
subjetiva
do” ou Marx
da
com
história: seu
"méto
com seu profetismo
poderiam ser exemplos. E não obstante a renovação continua e 0 homem avança até os computa dores. A segunda revolução é de mais alcance pretende dar ã inteligência o seu "robot” como os egípcios davam um Kah para a alma que partia para a eternida de. O computador faria neste ca so o papel da imagem esculpida, que "representaria” a alma do ■ ■h
resta
o
caminho
de
uma
nova
roupagem social constituída de fios de aço e lâmpadas pisca-pisca, números, signos, siglas, codinomes, como um mundo feito no tom daquele famoso filme de Goddard
A
"Alfavile”.
UNESCO
quer
consolidar
o
ensiiio da Filosofia, onde existe e introduzi-lo onde não existe ainda. É uma volta à normalidade. Pois renovada a luz da inteligibilida
de veremos que diferença há en tre o - homem e sua criatura.
í I
>
1G3
consequência
cos
associados
a
uma
recusa
Acredito, finalmente, que o pla
nejamento oferece esperança. Em parte é a esperança de que uma sociedade econômica
restaurada,
possa regenerar um alto sentido de
Certamente o planejamento nao é panacéia; é uma opção, uma alternativa, uma oportuni-
moral
social e política.
Em
maior dose ainda, está a esperan
ça de que
possamos,
mais
uma
vez. experimentar a sensação de
oportunidade,
penso, para deter o curso da len
domínio sobre
os acontecimentos.
Precisamos
tal
cemos ter embarcado. Seria toli
propósitos como
ta auto-destruição na qual pare
de
afirmação de
preparação pa
ce negar que o planejamento traz
ra um futuro cheio de inquietan-
grandes riscos, inclusive o da gra
tes presságios. íDo "New York Ti
ve compressão da liberdade como
mes. de 25-1-1976.) ■o
fiUrr^ nitamor.t« 1
nm
Kís
‘
aspirador de Pó INDUSTRIAL PARA POEIRA de pó industrial, que apresenta um após-
reduz OS riscos de emissão de poeira tóxica a
um niyel bem inferior aquele prescrito pela legislação de saúde e seguGra-Bretanha. O aspirador, denominado “Absolute
Panther , manipula poeiras tóxicas tais como as poeiras de asbesto, chum
e apresenta ,bo e silica , X ' j 4.
ir
t í1
iiV
localizada
eficiência de 99,997%. Montado numa caixa atras do tambor do filtro principal, o filtro assegura também
que o fluxo máximo de ar do aspirador, de 4,5 m3/min, seja difundido
sobre toda a saída do filtro de 1450 cm2, produzindo, assim, uma veloci
dade muito baixa e, consequentemente, uma baixa perturbação no ar em-
poeirado próximo ao aspirador. O ar filtrado também é dirigido para cima, a fim de evitar a possível obstrução por poeira de baixo nível. Quando limpo, a queda de pressão através do filtro é de somente 250 Pa (25 mm H::0) e 0 após-filtro Absolute é protegido não só pelo filtro de algodão padrão do aparelho de sucção, como também por um saco de papel poroso, no qual a poeira é recolhida dentro do tambor do filtro para uma remo ção mais fácil e livre de poeira. .í-
_
1
TÉCNICA E ORAÇÃO NAPOLEÃO
em
ção ou da falência econômica.
tório.
— a única
incansável pro
recorrer ao planejamento nacio nal. incluindo o perigo de uma corrida para o extremismo políti co como consequência da frustra
rigir uma comercialização corro. siva de vida. Não menos impor tante é, não sabermos se o plane jamento pode ser posto a funcio nar efetivamente. Não podemos planejar melhor do que governar. O planejamento nos forçará a descobrir o quanto ele é satisfa
dade
da
liferação de conlróles; mas seria ainda maior tolice ignorar os ris
que nos trancaram dentro de uma tradição de abandono nefasto das minorias, ou se ele pode cor
P-
1
DiGKhTO EcONÔNIiro
desperdício econômico. Não sabe mos se o planejamento pode su perar rigidezas políticas e sociais
1.1'
■V
\
mundo
0
da
cibernética
LOPES
está
ai nas nossas portas e pou cos são os que despertam
para éle. A tremenda trans formação existencial de ho je é fundamentada na segunda revolução industrial — a da tec nologia, que tem na própria ci bernética
0
leme
e
a
i
FILHO
bússola.
A
primeira revolução substitui o es forço muscular animal e humano pela energia da máquina aciona da a vapor, logo depois pelo mo tor de explosão, e mais adeante um pouco pela poliforme eletri cidade. Aquele século trouxe uma revolução social que chama de francesa, cujo éco mais podero so foi a revolução americana, onde
precisamente se seguiria o segun do episódio, que culmina agora com a presença do homem na Lua.
A
técnica
é
serva
do
homem.
Qiiando esse valor se inverte, te mos
0
robot
síihstiULindo
o
ho
mem. e essa substituição é fatal.
homem. Numa palavra o compu tador e toda a engrenagem ciber nética. múltiple e variada, faria um "diálogo” com o homem... Para esse "diálogo” apresentase a Filosofia! para não dizer a Teologia) como defensora da li berdade. evitando que cresça o monstro chamado materialisino humanista ou humanismo mate
rialista. que é a fina flor vinda do
século passado e irrompe agora como um cogumelo, aqui e ali. sob uma mesma inspiração mór bida e mística.
Sem a Filosofia
Nessa marcha há também con
como guia deste mundo técnico-
tramarchas negativas, provenien tes sempre de interpretação equi
cibernético, sem humanismo pluridimensional aberto e cristão só
voca
e
Assim
Descartes,
subjetiva
do” ou Marx
da
com
história: seu
"méto
com seu profetismo
poderiam ser exemplos. E não obstante a renovação continua e 0 homem avança até os computa dores. A segunda revolução é de mais alcance pretende dar ã inteligência o seu "robot” como os egípcios davam um Kah para a alma que partia para a eternida de. O computador faria neste ca so o papel da imagem esculpida, que "representaria” a alma do ■ ■h
resta
o
caminho
de
uma
nova
roupagem social constituída de fios de aço e lâmpadas pisca-pisca, números, signos, siglas, codinomes, como um mundo feito no tom daquele famoso filme de Goddard
A
"Alfavile”.
UNESCO
quer
consolidar
o
ensiiio da Filosofia, onde existe e introduzi-lo onde não existe ainda. É uma volta à normalidade. Pois renovada a luz da inteligibilida
de veremos que diferença há en tre o - homem e sua criatura.
Digesto Econômico
110
Dicesto Econômico assim como se redescobre
a rela
ção entre o homem e seu Criador.
Ninguém se iluda — a máquina cibernética “ameaça tragicamen te a humanidade” engulindo o homem, colocando-o a seu servi ço, como na revolução industrial
Chaplin colocou aquele operário com movimentos repetidos depois do seu horário de trabalho, aparafusando
com
uma
chave
de
humanização da ciência. O pró prio autor cita de Santos Dumont (com quem a máquina voou) a César Lates, ésse paranaense de gênio que levou a inteligência do Brasil para fora de nossas fron teiras com o seu méson-pi, ou ainda
de
Eistein
a
Oppenhimer,
como corrobora o papa da ciber nética Norbert Wiener. “É o ca
boca tudo o que encontrava com
minho da resistência do homem de ciência à mecanização da pes
formato semelhante
soa
aos da má-
quina com que trabalhava.
Citando Epicteto, no distico de um dos capítulos de seu novo li vro — “Filosofia e Ciência” —
editado em Salvador, na coleção “Ensaio” da editora “Mensageiro da Pé”, o professor José Augusto T. Tavares, dos raros conhecedo res da problemática real da ci o
adestramento da linguagem e dos fatos à luz desse novo dia que di gamos assim tem a lua como sigPois sem computador o ho mem jamais chegaria até o seu no.
satelite.
Neste trabalho êle
cordância de va
lá
no
Pascal
século
que
XVII.
como
um
vidente e um profeta: “necessá rio que se reconheça que somos tanto autômatos como espíritos". Se somos espíritos, ainda que te nhamos concomitantemente vida
diz
com clareza — ainda que pareça dispensável dizê-lo que “a criati-
vidade é_ o apanágio do homem”.
Mas não se trata de destruir um novo Golen, mas sim doma-lo. Não se trata de diminuir a ati vidade do computador, mas sim dirigi-la para o homem, para o
característica do homem ser inte
dirigirmos
a
palavra
a
quem ressuscitou, na oração ínti ma ou coletiva, pessoal ou litúrgica. É nessa linha que o autor, do ensaio, o professor José Augus to T. Tavares coloca o diálogo do homem. Ao mesmo
tempo
que
se
apre
senta um campo positivo da cibermética na pedagogia, que deve substituir o conhecimento, ou me lhor a transmissão do conheci
mem entre nação e nação, já ima ginaram quando os robots fize
mento por nova linguagem, longe daquele discursivo acadêmismo que ainda domina a metodologia de quase todos os professores, ela oferece o perigo bem descrito por
rem a guerra contra os homens de lado a lado? Há, felizmente in
2001, Stanley Kubrik no seu Odisséia no Espaço” quando o
seu crescimento moral. Se há re lação difícil entre homem e ho
teligências alertas contra
a des-
((
computador “Hal”
agônica.
se nega a so-
em
situação
Este o diálogo do ho
mem com a super-màquina. Con tudo sua condição de ser animico 0 coloca a salvo, sempre que ele
se amparar na oração, seu distin tivo
de
ser
criatura.
Finalmente o professor José Augusto T. Tavares recorre a uma sentença bem up to date de Santa Teresa de Ávila: “A caridade cresce com a comunicação.” um
frase
repetida
anátema
por
ai
como
anti-marxista
de
que a “religião é o ópio do povo” final de um pensamento do autor de “O Capital” é um apendice de
algo que antecede e que raramen te se cita.
Ele dizia que a reli
gião é um coração de uma civili zação sem coração. O espirito de uma geração sem espírito. E ter mina:
ligente é característica da imor talidade
correr o astronauta
A
afirma
vegetativa, temos um sinal dessa Se é espiritualidade na oração,
bernética entre nós, nos faz sen
tir da hora precisa de comecar
humana.”
Estes tempos nos levam à con
111
Uma Geração angustiada,
onde a religião é o ópio.”.
Ora
bem examinado o pensamento de
Marx,
aparte
seu
materialismo
econômico de “homo faber” teria-
mos que ver na sentença amaldi çoada algo de lamentação de Jeremiada, já que ele como judeu não poderia jamais escamotear seu misticismo que todo judeu leva nas veias. Ele lamenta que a reli
gião tivesse chegado na sua gera ção a ser “ópio”. E vejamos que o ópio tem poderes lenitivos e alie-
do homem entre as suas criatu ras e 0 seu Criador leva fatal
mente à estupidez, seja ela a do “ópio”, seja a do materialismo burguês, cujo horizonte foi tão satirizado por um homem de fé como Leon Bloy. Agora temos a máquina entrando sem-cerimonia na intimidade do homem. Até
onde ele vai permitir? Até onde a cibernética poderá ajudar sua memória nos cálculos e desajudar sua memória em sua possível disfunção? Eis aí um tema fasci nante. um ponto de partida para uma reconsideração da oração como força redentora, tal como a viu Carrel.
Si o homem se me
caniza ao ponto de deixar de orar, então tanto Marx. como os cató
licos do porte de Bloy têm razão em condenar essa geração. E que outra coisa queria o próprio Cristo dizer quando recriminava sua ge ração como adultera e como “ra ça de viboras”? Pois que ela se distanciara da oração fazendo da casa do Pai (o templo, como ima
gem do planeta) um covil de la drões, E que fazem os ladrões sinão
um
mercantilismo
imoral?
A técnica é serva do homem, como o Filho do Homem é Senhor
do sábado.
Quando esses valores
nantes. Então a religião será como
se invertem então temos o robot substituindo o homem e essa subs
um consolo, uma fuga, numa ho
tituição é fatal, pois o robot pode
ra de impiedade coletiva.
E não
teria sido um católico que chamou o mesmo século (portanto a mes
ma geração) de “estúpida”? A verdade é que a falta.de ora
ção, no sentido de situação real
fazer
muitas
coisas,
porém
não
pode fazer a única necessária: mover-se no Espírito, o que é pró prio tão somente do homem. E mover-se no espírito viria a ser uma boa situação da oração. Nem
Digesto Econômico
110
Dicesto Econômico assim como se redescobre
a rela
ção entre o homem e seu Criador.
Ninguém se iluda — a máquina cibernética “ameaça tragicamen te a humanidade” engulindo o homem, colocando-o a seu servi ço, como na revolução industrial
Chaplin colocou aquele operário com movimentos repetidos depois do seu horário de trabalho, aparafusando
com
uma
chave
de
humanização da ciência. O pró prio autor cita de Santos Dumont (com quem a máquina voou) a César Lates, ésse paranaense de gênio que levou a inteligência do Brasil para fora de nossas fron teiras com o seu méson-pi, ou ainda
de
Eistein
a
Oppenhimer,
como corrobora o papa da ciber nética Norbert Wiener. “É o ca
boca tudo o que encontrava com
minho da resistência do homem de ciência à mecanização da pes
formato semelhante
soa
aos da má-
quina com que trabalhava.
Citando Epicteto, no distico de um dos capítulos de seu novo li vro — “Filosofia e Ciência” —
editado em Salvador, na coleção “Ensaio” da editora “Mensageiro da Pé”, o professor José Augusto T. Tavares, dos raros conhecedo res da problemática real da ci o
adestramento da linguagem e dos fatos à luz desse novo dia que di gamos assim tem a lua como sigPois sem computador o ho mem jamais chegaria até o seu no.
satelite.
Neste trabalho êle
cordância de va
lá
no
Pascal
século
que
XVII.
como
um
vidente e um profeta: “necessá rio que se reconheça que somos tanto autômatos como espíritos". Se somos espíritos, ainda que te nhamos concomitantemente vida
diz
com clareza — ainda que pareça dispensável dizê-lo que “a criati-
vidade é_ o apanágio do homem”.
Mas não se trata de destruir um novo Golen, mas sim doma-lo. Não se trata de diminuir a ati vidade do computador, mas sim dirigi-la para o homem, para o
característica do homem ser inte
dirigirmos
a
palavra
a
quem ressuscitou, na oração ínti ma ou coletiva, pessoal ou litúrgica. É nessa linha que o autor, do ensaio, o professor José Augus to T. Tavares coloca o diálogo do homem. Ao mesmo
tempo
que
se
apre
senta um campo positivo da cibermética na pedagogia, que deve substituir o conhecimento, ou me lhor a transmissão do conheci
mem entre nação e nação, já ima ginaram quando os robots fize
mento por nova linguagem, longe daquele discursivo acadêmismo que ainda domina a metodologia de quase todos os professores, ela oferece o perigo bem descrito por
rem a guerra contra os homens de lado a lado? Há, felizmente in
2001, Stanley Kubrik no seu Odisséia no Espaço” quando o
seu crescimento moral. Se há re lação difícil entre homem e ho
teligências alertas contra
a des-
((
computador “Hal”
agônica.
se nega a so-
em
situação
Este o diálogo do ho
mem com a super-màquina. Con tudo sua condição de ser animico 0 coloca a salvo, sempre que ele
se amparar na oração, seu distin tivo
de
ser
criatura.
Finalmente o professor José Augusto T. Tavares recorre a uma sentença bem up to date de Santa Teresa de Ávila: “A caridade cresce com a comunicação.” um
frase
repetida
anátema
por
ai
como
anti-marxista
de
que a “religião é o ópio do povo” final de um pensamento do autor de “O Capital” é um apendice de
algo que antecede e que raramen te se cita.
Ele dizia que a reli
gião é um coração de uma civili zação sem coração. O espirito de uma geração sem espírito. E ter mina:
ligente é característica da imor talidade
correr o astronauta
A
afirma
vegetativa, temos um sinal dessa Se é espiritualidade na oração,
bernética entre nós, nos faz sen
tir da hora precisa de comecar
humana.”
Estes tempos nos levam à con
111
Uma Geração angustiada,
onde a religião é o ópio.”.
Ora
bem examinado o pensamento de
Marx,
aparte
seu
materialismo
econômico de “homo faber” teria-
mos que ver na sentença amaldi çoada algo de lamentação de Jeremiada, já que ele como judeu não poderia jamais escamotear seu misticismo que todo judeu leva nas veias. Ele lamenta que a reli
gião tivesse chegado na sua gera ção a ser “ópio”. E vejamos que o ópio tem poderes lenitivos e alie-
do homem entre as suas criatu ras e 0 seu Criador leva fatal
mente à estupidez, seja ela a do “ópio”, seja a do materialismo burguês, cujo horizonte foi tão satirizado por um homem de fé como Leon Bloy. Agora temos a máquina entrando sem-cerimonia na intimidade do homem. Até
onde ele vai permitir? Até onde a cibernética poderá ajudar sua memória nos cálculos e desajudar sua memória em sua possível disfunção? Eis aí um tema fasci nante. um ponto de partida para uma reconsideração da oração como força redentora, tal como a viu Carrel.
Si o homem se me
caniza ao ponto de deixar de orar, então tanto Marx. como os cató
licos do porte de Bloy têm razão em condenar essa geração. E que outra coisa queria o próprio Cristo dizer quando recriminava sua ge ração como adultera e como “ra ça de viboras”? Pois que ela se distanciara da oração fazendo da casa do Pai (o templo, como ima
gem do planeta) um covil de la drões, E que fazem os ladrões sinão
um
mercantilismo
imoral?
A técnica é serva do homem, como o Filho do Homem é Senhor
do sábado.
Quando esses valores
nantes. Então a religião será como
se invertem então temos o robot substituindo o homem e essa subs
um consolo, uma fuga, numa ho
tituição é fatal, pois o robot pode
ra de impiedade coletiva.
E não
teria sido um católico que chamou o mesmo século (portanto a mes
ma geração) de “estúpida”? A verdade é que a falta.de ora
ção, no sentido de situação real
fazer
muitas
coisas,
porém
não
pode fazer a única necessária: mover-se no Espírito, o que é pró prio tão somente do homem. E mover-se no espírito viria a ser uma boa situação da oração. Nem
112
Dicksto Econômico
dispensa à técnica, nem aposen
tadoria à oração. Mas uma e ou tra em sua órbita, dentro e fora da circunstancia do homem. _
Vem-me à memória
uma senten
caridade
cresce
com
a comunica HELIO
ção”.
-o-
INTERNACIONAL:- MAIS FUMOS SINTÉTICOS — A Celanese está
●construindo uma segunda unidade para a fabricaçao de Cytrel, um
substituto sintético do tabaco, na cidade de Cumberland, de Maryland. Que deverá_ entrar em operação no próximo ano. Uma outra unidade de 9 milhões de libras/ano, que também está sendo construída em Cumberland, deverá entrar em funcionamento no segundo semestre deste ano. A capacidade total dessas duas unidades será de aproxima damente 20 milhões de libras/ano. O Cytrel, um material celulósico,
nao contem nicotina e é semelhante ao tabaco quanto ã cor. Geralmente, ele é misturado ao tabaco em níveis de 20 a 257c. A Celanese já possuía contratos de fornecimento de 5 anos com dois fabricantes de
cigarros do Reino Unido, quando a companhia anunciou, no inicio deste
ano, que duas firmas alemãs e uma companhia suiço comercializari am os cigarros contendo Cytrel.
As duas firmas do Reino Unido, com as
quais a Celanese tem um programa de avaliação no valor de 6 milhões fiort
riô
aprovação do governo
para
testar
seus
produtos
no
outro lado, a Imperial Chemical Industries, em socie-
^ Imperial Tobacco, está construindo uma fábrica de 31 <^olares em Ardeer, Escócia, a fim de fabricar um substituto
ae celulose para o tabaco. A unidade deverá entrar em funcionamento ®
30 milhões de hbras/ano.
uma capacidade inicial de aproximadamente ■o-
REMOVEM METAIS — As novas resinas de
oca ae lons podem realizar um melhor serviço de remoção de mercuPr^ta, zinco e cobre das correntes de efluente do que o
etodo de precipitação química usado mais comumente.
essas resmas sao mais seletivas e tornam a troca de
Além disso,
ions muito mais respon
atrativa que no passado. Esta afirmação é da Akzo Chemie, sável pelo desenvolvimento das resinas. Para a remoção do mercúrio, a nova resma Tmac TMR reduziu os níveis no efluente de
fábricas de
cloro-alcali a 5 ppb, em comparação com 0,1 ppm para outras resinas
de troca de ions Outra nova resina, a Imac GT-73, reduziu a 0,01 ppm o teor de chumbo no efluente de uma fábrica de baterias. Segundo os técnicos da Akzo, e muito difícil obter-se um nível de
nietodos de precipitação.
O Vaticono e a II Grande Guerra
ça de Santa Teresa de Ávida: “A
1 ppm com os para 0,1
A troca de ions reduziu, também,
ppm 0 teor de zinco nos banhos de fiação de rayon, em comparação com C6rca de 1 ppm obtido através da precipitação. Adicionalmente, a
aplicação da troca de ions para a remoção de catalisadores de cobre de um processo de cloreto de vinil atingiu um nível de 0,04 ppm, compai’ado com 1 ppm obtido através da precipitação.
E
SSAS e algumas conhecidas
outras revelações, incompletamente ou
utilizadas
com parcialidade para fins de propaganda politico-ideológica, se contêm no novo volu me de documentos dos arquivos do Vaticano sobre a segunda guerra mundial. Trata-se do no no de uma série iniciada em
1965
e que rompeu a prática de se con servarem secretos, pelo espaço de cinquenta anos. documentos diplo máticos confidenciais.
DAMANTE
O jornalista Helio Damante dejende a ação do Papa Pio XII, durante a II Gra7ide Guerra, das
acusações
que
lhe
joravi
jeitas.
O autor é jornalista eruditamen te especializado em questões re ligiosas. É redator de “O Estado de S. Paulo”, em cujas páginas foi originariamente ptíblicado este artigo.
A série é em francês, sondo po rém os documentos reproduzidos em sua língua original. Intitula-
que ali se contém, aduzindo bre ves comentários de nossa respon
se Acts et
sabilidade.
DocmnenLs
du
Saint-
recer
aos
leitores
uma
idéia
do
Siège relatis a la seconde guerre mondiale.
Traz como subtitulo o
período correspondente. Este no no volume abrange o ano de 1943 (janeiro a dezembro), crucial pa ra a guerra: marca o inicio da derrocada alemã e seus desespe rados esforços para evitar a der rota envolvendo a ocupação de Roma.
UM CAMPO MUITO AMPLO
Das preocupações do Vaticano com a perseguição aos judeus, diz bem 0 fato de quarenta por cento dos documentos ora publicados se referirem a eles. enquanto outros sessenta por cento abrangem os mais variados campos onde o hor
Em L'Osservatore Romano o pa dre Burkhart Schneider, S. J.. sob titulo “A Santa Sé e as vitimas
ror da guerra e o confronto de
da guerra”, publicou uma visão panorâmica do livro, do qual foi um dos organizadores. Deu ênfa
quências. AÍ entram minorias ra-
se aos assuntos mais controverti
indefesas,
dos como a atuação do núncio Orsenigo em Berlim ou o dramático episódio dos judeus de Roma. Va lemo-nos da versão portuguesa oficiosa do texto, para tentar ofe-
minados, famílias dispersas, prófugos e prisioneiros de guerra pa-
se fizeram dois totalitarismos sentir com todas as suas conse ciais
e
religiosas perseguidas ou populações civis bombardeios indiscri-
exterminadas,
os quais nunca existiu a Con venção de Genebra.
ra
112
Dicksto Econômico
dispensa à técnica, nem aposen
tadoria à oração. Mas uma e ou tra em sua órbita, dentro e fora da circunstancia do homem. _
Vem-me à memória
uma senten
caridade
cresce
com
a comunica HELIO
ção”.
-o-
INTERNACIONAL:- MAIS FUMOS SINTÉTICOS — A Celanese está
●construindo uma segunda unidade para a fabricaçao de Cytrel, um
substituto sintético do tabaco, na cidade de Cumberland, de Maryland. Que deverá_ entrar em operação no próximo ano. Uma outra unidade de 9 milhões de libras/ano, que também está sendo construída em Cumberland, deverá entrar em funcionamento no segundo semestre deste ano. A capacidade total dessas duas unidades será de aproxima damente 20 milhões de libras/ano. O Cytrel, um material celulósico,
nao contem nicotina e é semelhante ao tabaco quanto ã cor. Geralmente, ele é misturado ao tabaco em níveis de 20 a 257c. A Celanese já possuía contratos de fornecimento de 5 anos com dois fabricantes de
cigarros do Reino Unido, quando a companhia anunciou, no inicio deste
ano, que duas firmas alemãs e uma companhia suiço comercializari am os cigarros contendo Cytrel.
As duas firmas do Reino Unido, com as
quais a Celanese tem um programa de avaliação no valor de 6 milhões fiort
riô
aprovação do governo
para
testar
seus
produtos
no
outro lado, a Imperial Chemical Industries, em socie-
^ Imperial Tobacco, está construindo uma fábrica de 31 <^olares em Ardeer, Escócia, a fim de fabricar um substituto
ae celulose para o tabaco. A unidade deverá entrar em funcionamento ®
30 milhões de hbras/ano.
uma capacidade inicial de aproximadamente ■o-
REMOVEM METAIS — As novas resinas de
oca ae lons podem realizar um melhor serviço de remoção de mercuPr^ta, zinco e cobre das correntes de efluente do que o
etodo de precipitação química usado mais comumente.
essas resmas sao mais seletivas e tornam a troca de
Além disso,
ions muito mais respon
atrativa que no passado. Esta afirmação é da Akzo Chemie, sável pelo desenvolvimento das resinas. Para a remoção do mercúrio, a nova resma Tmac TMR reduziu os níveis no efluente de
fábricas de
cloro-alcali a 5 ppb, em comparação com 0,1 ppm para outras resinas
de troca de ions Outra nova resina, a Imac GT-73, reduziu a 0,01 ppm o teor de chumbo no efluente de uma fábrica de baterias. Segundo os técnicos da Akzo, e muito difícil obter-se um nível de
nietodos de precipitação.
O Vaticono e a II Grande Guerra
ça de Santa Teresa de Ávida: “A
1 ppm com os para 0,1
A troca de ions reduziu, também,
ppm 0 teor de zinco nos banhos de fiação de rayon, em comparação com C6rca de 1 ppm obtido através da precipitação. Adicionalmente, a
aplicação da troca de ions para a remoção de catalisadores de cobre de um processo de cloreto de vinil atingiu um nível de 0,04 ppm, compai’ado com 1 ppm obtido através da precipitação.
E
SSAS e algumas conhecidas
outras revelações, incompletamente ou
utilizadas
com parcialidade para fins de propaganda politico-ideológica, se contêm no novo volu me de documentos dos arquivos do Vaticano sobre a segunda guerra mundial. Trata-se do no no de uma série iniciada em
1965
e que rompeu a prática de se con servarem secretos, pelo espaço de cinquenta anos. documentos diplo máticos confidenciais.
DAMANTE
O jornalista Helio Damante dejende a ação do Papa Pio XII, durante a II Gra7ide Guerra, das
acusações
que
lhe
joravi
jeitas.
O autor é jornalista eruditamen te especializado em questões re ligiosas. É redator de “O Estado de S. Paulo”, em cujas páginas foi originariamente ptíblicado este artigo.
A série é em francês, sondo po rém os documentos reproduzidos em sua língua original. Intitula-
que ali se contém, aduzindo bre ves comentários de nossa respon
se Acts et
sabilidade.
DocmnenLs
du
Saint-
recer
aos
leitores
uma
idéia
do
Siège relatis a la seconde guerre mondiale.
Traz como subtitulo o
período correspondente. Este no no volume abrange o ano de 1943 (janeiro a dezembro), crucial pa ra a guerra: marca o inicio da derrocada alemã e seus desespe rados esforços para evitar a der rota envolvendo a ocupação de Roma.
UM CAMPO MUITO AMPLO
Das preocupações do Vaticano com a perseguição aos judeus, diz bem 0 fato de quarenta por cento dos documentos ora publicados se referirem a eles. enquanto outros sessenta por cento abrangem os mais variados campos onde o hor
Em L'Osservatore Romano o pa dre Burkhart Schneider, S. J.. sob titulo “A Santa Sé e as vitimas
ror da guerra e o confronto de
da guerra”, publicou uma visão panorâmica do livro, do qual foi um dos organizadores. Deu ênfa
quências. AÍ entram minorias ra-
se aos assuntos mais controverti
indefesas,
dos como a atuação do núncio Orsenigo em Berlim ou o dramático episódio dos judeus de Roma. Va lemo-nos da versão portuguesa oficiosa do texto, para tentar ofe-
minados, famílias dispersas, prófugos e prisioneiros de guerra pa-
se fizeram dois totalitarismos sentir com todas as suas conse ciais
e
religiosas perseguidas ou populações civis bombardeios indiscri-
exterminadas,
os quais nunca existiu a Con venção de Genebra.
ra
Digesto Econômico 114
DIgesto Ecoxomico
Sobre essa totalidade de vítimas
Foi
assim
que
em
março
de
115
■
razões de segurança. Aqui se des tacou. para uma solução confor
inocentes, da Europa aos confins da Asia, se estendeu a ação caritativa da Santa Sé, quando a dei
contacto com o cônsul da U.R.S.S.
caso verdadeiramente raro na di
xaram agir.
na
plomacia vaticana: monsenhor Amleto Cicognani, representante
Este nono
volume
1943,
"de
forma
amigável”,
correta
manteve
Turquia,
que
o
lhe
e quase
me aos direitos humanos,
primeiro
ção
prometeu
considera em especial os esforços caritativos, “na medida em que es
obter do seu embaixador uma In tervenção favoravel ao Vaticano.
tes ficaram registrados em docu mentos escritos” e que assim se podem dimensionar. O resto per tence a ações quase sempre anô
Pedia 0 delegado apostolico ins truções precisas, no caso de rece ber uma resposta positiva.
nimas ou não mensuráveis estatis ticamente, como é moda.
Grande
parte dos
documentos
refere-se à ação dos representan
Uma semana depois as esperan
de
desfizeram.
Roíicalli
ças
informava
Monsenhor
riores:
‘‘Precisamente na segun¬
a
seus
supe
de
dois
irmãos
a atua
diplomatas,
da Santa Sé nos Estados Unidos,
e monsenhor Caetano Cicognani, núncio cm Madrid. Este. próximo do teatro dos acontecimentos no Norte da África, teve a assessorá-
lo um vigoroso e decidido norteamericano: monsenhor Garrol, digno, parece, de ser personagem
tes diplomáticos da Santa Sé, dentro e fora da Europa confla grada. Já assiduo nos volumes an-
da-feira, 29 de março, monsenhor
de
Rlghi (o secretário da Delegação) dirigiu-se de novo à embaixada
teriores, o delegado apostolico na Turquia, Ângelo Roncalli, o futuro
para ver
se
resposta;
mas
Mais feliz em suas gestões foi o núncio Cassulo, em Bucareste. Teve acesso tanto aos campos de concentração dos judeus, onde agiu de maneira a merecer a gra tidão do Grão-Rabino na Rumênia, dr. Safram, como junto aos
papa João XXIII, aparece com uma atuação destacada.
De sua invejável posição em
pais neutro e numa das encruziI
lhadas do mundo, desdobra--se no socorro aos hebreus e aos prisio
neiros.
Com a mudança da sorte
da guerra, cresceram os prisio
neiros em mãos dos russos. Nem a secção competente do Vaticano nem a Cruz Vermelha Internacio nal conseguiram ter notícia deles. Foi então que Tardini, subsecre tário de Estado, juntamente com Montini (o atual papa), traba lhando sob as ordens do cardeal
Maglione,
secretário
lembrou-se
que
de
Estado,
monsenhor Ron
calli poderia obter dos russos a lista dos prisioneiros italianos. Seu temperamento bonacheirão (sic)
facilitava
extremamente
as
relações com o corpo diplomático.
podia
o
esperar
cônsul
uma
Ivanof
com muitas desculpas evitou re
cebê-lo, e mandou-lhe dizer pela sua secretária que por ordens ex pressas recebidas lhe fora proibi do qualquer contacto e qualquer ação relativamente aos assuntos dos prisioneiros. Monsenhor Righi procurou pedir uma explica
um
filme.
prisioneiros russos.
Em seu rela
tório fala com emoção desse con tacto:
“Salvo poucas exceções, por to
transviada
pelos
chefes
e pelas
idéias nefastas do comunismo”. Na Croácia, Estado nascido em
consequência dos eventos bélicos com o apoio das potências do Eixo e como tal não reconhecido pela Santa Sé, o visitador apostólico, abade beneditino, restou despoja do de sua condição de diplomata,
mas repetidamente tomou posição em defesa dos judeus. o
Junto dele,
jovem arcebispo Stepinac,
'com
indomável coragem”, defendeu os hebreus e outros grupos da popu
lação perseguidos, como o demons tra a longa lista de documentos
publicada (páginas 221-229), me
recendo o expresso agradecimen
to da organização de auxilio he braica da Turquia. Todos sabem
o que aconteceu a monsenhor Ste
pinac depois que o regime comu nista se instalou na lugoslavia.
foi preso, julgado e condenado a prisão perpétua, acusado de co-
laboracionista. Pio XII o fez ca deal no cárcere.
E na Bulgaria era ainda Ron-
da a parte onde me apresentei nos diferentes campos e secções,
calli.
nicar-lhe mais nada”.
os soldados r.ussos. encorajados pelas palavras do Núncio, eleva ram o coração a Deus. cantando
carta pessoal se dirigia ao rei Boris. expondo singelamente: "Co-
SITUAÇÃO IMPRESSIONANTE
todos juntos a oração ensinada pelo Divino Salvador (o Pai Nos
ção mais pormenorizada, mas foilhe respondido que não insistisse, porque não era permitido comu
Esse
documento,
na
sua
fria
linguagem, revela a ponta de um drama que se estendería nos dois
so) . Aquelas vozes que têm um tom e uma inspiração muito es peciais, exaltaram e comoveram
lados dos totalitarismos em con fronto. Também Hitler, como
todos os que me acompanhavam.
Stalin, impedia a comunicação com os prisioneiros alemães e des tes com suas próprias famílias. Os aliados ocidentais, de sua parte, negaceavam, criando dificuldades de ordem burocrática ou alegando
fé e sentem-na, mas foram, duran te séculos, abandonados e descurados. A juventude, hoje, em
Aqueles povos eslavos ainda têm
grande parte, perdeu a Fé e já não pratica a religião, porque fói
lico
fora visitador apostoSofia de 1925 a 1935, em em que
Vossa Majestade bem sabe, a Santa Sé, fiel à sua tradição, con mo
tinua a multiplicar as suas forde assistência caritativa a mas todos os que sofrem por causa da
guerra, seja qual for sua lingua
ou nação, sem excluir os filhos de Israel, para não desmentir a
mensagem
universal
de
Cristo.
Eu .procuro humildemente traba lhar segundo o Seu ensinamento. E é precisamente este exercício
I
Digesto Econômico 114
DIgesto Ecoxomico
Sobre essa totalidade de vítimas
Foi
assim
que
em
março
de
115
■
razões de segurança. Aqui se des tacou. para uma solução confor
inocentes, da Europa aos confins da Asia, se estendeu a ação caritativa da Santa Sé, quando a dei
contacto com o cônsul da U.R.S.S.
caso verdadeiramente raro na di
xaram agir.
na
plomacia vaticana: monsenhor Amleto Cicognani, representante
Este nono
volume
1943,
"de
forma
amigável”,
correta
manteve
Turquia,
que
o
lhe
e quase
me aos direitos humanos,
primeiro
ção
prometeu
considera em especial os esforços caritativos, “na medida em que es
obter do seu embaixador uma In tervenção favoravel ao Vaticano.
tes ficaram registrados em docu mentos escritos” e que assim se podem dimensionar. O resto per tence a ações quase sempre anô
Pedia 0 delegado apostolico ins truções precisas, no caso de rece ber uma resposta positiva.
nimas ou não mensuráveis estatis ticamente, como é moda.
Grande
parte dos
documentos
refere-se à ação dos representan
Uma semana depois as esperan
de
desfizeram.
Roíicalli
ças
informava
Monsenhor
riores:
‘‘Precisamente na segun¬
a
seus
supe
de
dois
irmãos
a atua
diplomatas,
da Santa Sé nos Estados Unidos,
e monsenhor Caetano Cicognani, núncio cm Madrid. Este. próximo do teatro dos acontecimentos no Norte da África, teve a assessorá-
lo um vigoroso e decidido norteamericano: monsenhor Garrol, digno, parece, de ser personagem
tes diplomáticos da Santa Sé, dentro e fora da Europa confla grada. Já assiduo nos volumes an-
da-feira, 29 de março, monsenhor
de
Rlghi (o secretário da Delegação) dirigiu-se de novo à embaixada
teriores, o delegado apostolico na Turquia, Ângelo Roncalli, o futuro
para ver
se
resposta;
mas
Mais feliz em suas gestões foi o núncio Cassulo, em Bucareste. Teve acesso tanto aos campos de concentração dos judeus, onde agiu de maneira a merecer a gra tidão do Grão-Rabino na Rumênia, dr. Safram, como junto aos
papa João XXIII, aparece com uma atuação destacada.
De sua invejável posição em
pais neutro e numa das encruziI
lhadas do mundo, desdobra--se no socorro aos hebreus e aos prisio
neiros.
Com a mudança da sorte
da guerra, cresceram os prisio
neiros em mãos dos russos. Nem a secção competente do Vaticano nem a Cruz Vermelha Internacio nal conseguiram ter notícia deles. Foi então que Tardini, subsecre tário de Estado, juntamente com Montini (o atual papa), traba lhando sob as ordens do cardeal
Maglione,
secretário
lembrou-se
que
de
Estado,
monsenhor Ron
calli poderia obter dos russos a lista dos prisioneiros italianos. Seu temperamento bonacheirão (sic)
facilitava
extremamente
as
relações com o corpo diplomático.
podia
o
esperar
cônsul
uma
Ivanof
com muitas desculpas evitou re
cebê-lo, e mandou-lhe dizer pela sua secretária que por ordens ex pressas recebidas lhe fora proibi do qualquer contacto e qualquer ação relativamente aos assuntos dos prisioneiros. Monsenhor Righi procurou pedir uma explica
um
filme.
prisioneiros russos.
Em seu rela
tório fala com emoção desse con tacto:
“Salvo poucas exceções, por to
transviada
pelos
chefes
e pelas
idéias nefastas do comunismo”. Na Croácia, Estado nascido em
consequência dos eventos bélicos com o apoio das potências do Eixo e como tal não reconhecido pela Santa Sé, o visitador apostólico, abade beneditino, restou despoja do de sua condição de diplomata,
mas repetidamente tomou posição em defesa dos judeus. o
Junto dele,
jovem arcebispo Stepinac,
'com
indomável coragem”, defendeu os hebreus e outros grupos da popu
lação perseguidos, como o demons tra a longa lista de documentos
publicada (páginas 221-229), me
recendo o expresso agradecimen
to da organização de auxilio he braica da Turquia. Todos sabem
o que aconteceu a monsenhor Ste
pinac depois que o regime comu nista se instalou na lugoslavia.
foi preso, julgado e condenado a prisão perpétua, acusado de co-
laboracionista. Pio XII o fez ca deal no cárcere.
E na Bulgaria era ainda Ron-
da a parte onde me apresentei nos diferentes campos e secções,
calli.
nicar-lhe mais nada”.
os soldados r.ussos. encorajados pelas palavras do Núncio, eleva ram o coração a Deus. cantando
carta pessoal se dirigia ao rei Boris. expondo singelamente: "Co-
SITUAÇÃO IMPRESSIONANTE
todos juntos a oração ensinada pelo Divino Salvador (o Pai Nos
ção mais pormenorizada, mas foilhe respondido que não insistisse, porque não era permitido comu
Esse
documento,
na
sua
fria
linguagem, revela a ponta de um drama que se estendería nos dois
so) . Aquelas vozes que têm um tom e uma inspiração muito es peciais, exaltaram e comoveram
lados dos totalitarismos em con fronto. Também Hitler, como
todos os que me acompanhavam.
Stalin, impedia a comunicação com os prisioneiros alemães e des tes com suas próprias famílias. Os aliados ocidentais, de sua parte, negaceavam, criando dificuldades de ordem burocrática ou alegando
fé e sentem-na, mas foram, duran te séculos, abandonados e descurados. A juventude, hoje, em
Aqueles povos eslavos ainda têm
grande parte, perdeu a Fé e já não pratica a religião, porque fói
lico
fora visitador apostoSofia de 1925 a 1935, em em que
Vossa Majestade bem sabe, a Santa Sé, fiel à sua tradição, con mo
tinua a multiplicar as suas forde assistência caritativa a mas todos os que sofrem por causa da
guerra, seja qual for sua lingua
ou nação, sem excluir os filhos de Israel, para não desmentir a
mensagem
universal
de
Cristo.
Eu .procuro humildemente traba lhar segundo o Seu ensinamento. E é precisamente este exercício
I
da caridade estendido aos pró prios hebreus que me oferece oca sião para recorrer ao coração de Vossa Majestade... fy
O Núncio na Suiça, monsenhor Bernardini, cuidou em particular da colaboração com a Comissão Internacional
Dicesto Econômico
Dicksto Ecox6micí>
116
da
Cruz
Vermelha
em Genebra, sobretudo na afli tiva busca de informações sobre
prisioneiros e pessoas desapareci das. Cruz Vrmelha e Santa Sé, desejosos de ajudar, não dispu nham de meios coercitivos, pode res desarmados que são. Numa prova do “impressionante estado de coisas, o representante da Co missão Internacional diz ao nún
cio, que informa Roma, “A Comissão Internacional rece
be continuamente pedidos de notícias respeitantes aos hebreus residentes nos pelos alemães,
paises ocupados Não pode desin-
teressar-se destes desventurados. Fez tudo aquilo que estava nas
suas possibilidades mas encontrou-
se perante dificuldades insuperá veis. Admiram-se as pessoas por a Comissão Internacional não pro
testar junto aos governos. Antes de mais, os protestos não servem para nada; depois podem prestar um péssimo serviço a quem se quer ajudar (...) Assim, por
causa destas numerosas dificulda des, a Comisão Internacional abandonou a questão dos pedidos de notícias” (dos judeus). MONS. ORSENIGO
Monsenhor Orsenigo, núncio em Berlim (posto que fora ocupado pelo próprio Pio XII) foi sem dú-
117
vida a figura mais controvertida da diplomacia vaticana durante a guerra. O ano de 1943 o encon tra numa posição “cada vez mais precaria”. Numa carta ao papa. transcrita no volume, monsenhor Preysing, o corajoso bispo da capital da “Grande Alemanha” queixa-se de
Mas cumpriu guerra ocidentais, seu dever, um tanto aos trancos e barrancos, No início de março, informava à Secretaria de Esta“particulardo sobre a caça —
sua inatividade
ve:
e omissão.
mente feroz” — aos judeus, de corrente da proclamação de Hi tler de 24 de fevereiro (depois da Escrederrota de Stalingrado).
Per
Colhi a ocasião para expri-
mir mais
uma
vez
ao
Ministro
Vaticano a respeito do Estado ju deu. firmada desde os tempos de Bento XV, contemporâneo da De claração Balfour (1917). Esse ponto de vista foi condividído
os
ex¬
monse-
judeus perseguidos e colaborar as organizações hebráicas
dos Negócios Exteriores (Ribben-
com
de todos os católicos; fui ouvido, mas também sei que ninguém aqui
seus
Schneider, “devia ter-se bem pre sente que a Nunciatura em Ber
desenfreada
a desagradável impressão
por
nhor Roncali em sua posição-chave no Bósforo, caminho para Is rael. Tudo fazendo para ajudar
guntava se valia a pena fosse a Santa Sé representada por um núncio junto a um regime que o tratava como se na prática não existisse. Mas. observa o padre
trop)
incondicionalmente
pressões do Autor
empenhadas em salvar a vida de
pode opor-se à força material e
compatriotas e delas mere cendo notório agradecimento, nao deixa de exprimir, em sua cor
lim representava, afinal, a unica
tapo” (...)”.
sões pela imigração ilimitada de
possibilidade de manter de pé uma ligação regular com a Igreja na Alemanha e nas regiões ocupadas pelos alemães. Como lugar para
Quer da parte de Orsenigo. quer de outras fontes, a Santa Sé teve notícia da “situação horrenda” dos judeus na Polônia, como o re vela uma nota da Secretaria de Estado de maio de 1943. Já ia a política de extermínio em ritmo galopante e, no entanto, re fere documento de agosto de 1943, a Secretaria de Estado em Wa shington “concordava com o go
a
recolha
caixa
de
postal
Berlim era
noticias
a
ou
Nunciatura
como
em
insubstituível”.
Convém recordar,
de
passagem,
que a Santa Sé. por uma nota de 1942, fizera saber a Hitler que não reconhecia a jurisdição alemã sobre
territórios
ocupados
no
caso
da
Croácia),
ou a
“Ges-
provas seguras sobre o extermínio
programado dos hebreus nas ca-
en
maras de gás”,
quanto durasse o conflito. Hitler
A 30, Hull, secre-
tário de Estado norte-americano,
se valeu dessa circunstância para
escrevia: “... .não existem provas
alegar atuação diplomática dos antigos representantes da Santa Sé naqueles territórios, ou seja, toda a Polônia, todos os países bálticos, a Checoslováquia e a Áus tria. Territórios que em sua maio ria cairiam depois em mãos dos
chamada
verno inglês na inexistência de
criação de novos Estados (como já vimos
da
suficientes para justificar a de claração relativa á execução em
!
ao futuro Estado judaico, mas ao fato de a Santa Sé. pela sua atua
ção. estar contribuindo para cria lo.
Eis a nota:-
“Confesso que o fato de. preci samente a Saiita Sé (grifo nosso),
canalizar os hebreus para a Palesreconstruir o
tina, quase que para remo
hebráico,
começando ,
por ,
gumas
duvidas no meu espirito. .
fazê-los sair da Italia, suscita al
Que 0 façam os seus compatriotas e
os
seus
preende-se.
amigos políticos comMas não me
parece
de bom gosto (sic. conforme a tra
dução) que precisamente o exer
cício simples e elevado da carida
ISRAEL DESPONTA
de da Santa Sé possa dar ocasião
russos.
A Orsenigo não foi permitido sequer visitar os prisioneiros de
segunda guerra mundial lança novas luzes sobre a posição do k-.
hebreus para a Palestina, transcrita . na ínteNuma nota -_ . gra faz sentir suas restrições, nao
camaras de gás”.
O nono volume dos Atos e Do cumento da Santa Sé durante a
.
respondência diplomática., apreen
ou
induzir-se
a
reconhecer nele
uma cooperação, pelo menos ini cial e indireta, para a realizaçãodo sonho messiânico”.
da caridade estendido aos pró prios hebreus que me oferece oca sião para recorrer ao coração de Vossa Majestade... fy
O Núncio na Suiça, monsenhor Bernardini, cuidou em particular da colaboração com a Comissão Internacional
Dicesto Econômico
Dicksto Ecox6micí>
116
da
Cruz
Vermelha
em Genebra, sobretudo na afli tiva busca de informações sobre
prisioneiros e pessoas desapareci das. Cruz Vrmelha e Santa Sé, desejosos de ajudar, não dispu nham de meios coercitivos, pode res desarmados que são. Numa prova do “impressionante estado de coisas, o representante da Co missão Internacional diz ao nún
cio, que informa Roma, “A Comissão Internacional rece
be continuamente pedidos de notícias respeitantes aos hebreus residentes nos pelos alemães,
paises ocupados Não pode desin-
teressar-se destes desventurados. Fez tudo aquilo que estava nas
suas possibilidades mas encontrou-
se perante dificuldades insuperá veis. Admiram-se as pessoas por a Comissão Internacional não pro
testar junto aos governos. Antes de mais, os protestos não servem para nada; depois podem prestar um péssimo serviço a quem se quer ajudar (...) Assim, por
causa destas numerosas dificulda des, a Comisão Internacional abandonou a questão dos pedidos de notícias” (dos judeus). MONS. ORSENIGO
Monsenhor Orsenigo, núncio em Berlim (posto que fora ocupado pelo próprio Pio XII) foi sem dú-
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vida a figura mais controvertida da diplomacia vaticana durante a guerra. O ano de 1943 o encon tra numa posição “cada vez mais precaria”. Numa carta ao papa. transcrita no volume, monsenhor Preysing, o corajoso bispo da capital da “Grande Alemanha” queixa-se de
Mas cumpriu guerra ocidentais, seu dever, um tanto aos trancos e barrancos, No início de março, informava à Secretaria de Esta“particulardo sobre a caça —
sua inatividade
ve:
e omissão.
mente feroz” — aos judeus, de corrente da proclamação de Hi tler de 24 de fevereiro (depois da Escrederrota de Stalingrado).
Per
Colhi a ocasião para expri-
mir mais
uma
vez
ao
Ministro
Vaticano a respeito do Estado ju deu. firmada desde os tempos de Bento XV, contemporâneo da De claração Balfour (1917). Esse ponto de vista foi condividído
os
ex¬
monse-
judeus perseguidos e colaborar as organizações hebráicas
dos Negócios Exteriores (Ribben-
com
de todos os católicos; fui ouvido, mas também sei que ninguém aqui
seus
Schneider, “devia ter-se bem pre sente que a Nunciatura em Ber
desenfreada
a desagradável impressão
por
nhor Roncali em sua posição-chave no Bósforo, caminho para Is rael. Tudo fazendo para ajudar
guntava se valia a pena fosse a Santa Sé representada por um núncio junto a um regime que o tratava como se na prática não existisse. Mas. observa o padre
trop)
incondicionalmente
pressões do Autor
empenhadas em salvar a vida de
pode opor-se à força material e
compatriotas e delas mere cendo notório agradecimento, nao deixa de exprimir, em sua cor
lim representava, afinal, a unica
tapo” (...)”.
sões pela imigração ilimitada de
possibilidade de manter de pé uma ligação regular com a Igreja na Alemanha e nas regiões ocupadas pelos alemães. Como lugar para
Quer da parte de Orsenigo. quer de outras fontes, a Santa Sé teve notícia da “situação horrenda” dos judeus na Polônia, como o re vela uma nota da Secretaria de Estado de maio de 1943. Já ia a política de extermínio em ritmo galopante e, no entanto, re fere documento de agosto de 1943, a Secretaria de Estado em Wa shington “concordava com o go
a
recolha
caixa
de
postal
Berlim era
noticias
a
ou
Nunciatura
como
em
insubstituível”.
Convém recordar,
de
passagem,
que a Santa Sé. por uma nota de 1942, fizera saber a Hitler que não reconhecia a jurisdição alemã sobre
territórios
ocupados
no
caso
da
Croácia),
ou a
“Ges-
provas seguras sobre o extermínio
programado dos hebreus nas ca-
en
maras de gás”,
quanto durasse o conflito. Hitler
A 30, Hull, secre-
tário de Estado norte-americano,
se valeu dessa circunstância para
escrevia: “... .não existem provas
alegar atuação diplomática dos antigos representantes da Santa Sé naqueles territórios, ou seja, toda a Polônia, todos os países bálticos, a Checoslováquia e a Áus tria. Territórios que em sua maio ria cairiam depois em mãos dos
chamada
verno inglês na inexistência de
criação de novos Estados (como já vimos
da
suficientes para justificar a de claração relativa á execução em
!
ao futuro Estado judaico, mas ao fato de a Santa Sé. pela sua atua
ção. estar contribuindo para cria lo.
Eis a nota:-
“Confesso que o fato de. preci samente a Saiita Sé (grifo nosso),
canalizar os hebreus para a Palesreconstruir o
tina, quase que para remo
hebráico,
começando ,
por ,
gumas
duvidas no meu espirito. .
fazê-los sair da Italia, suscita al
Que 0 façam os seus compatriotas e
os
seus
preende-se.
amigos políticos comMas não me
parece
de bom gosto (sic. conforme a tra
dução) que precisamente o exer
cício simples e elevado da carida
ISRAEL DESPONTA
de da Santa Sé possa dar ocasião
russos.
A Orsenigo não foi permitido sequer visitar os prisioneiros de
segunda guerra mundial lança novas luzes sobre a posição do k-.
hebreus para a Palestina, transcrita . na ínteNuma nota -_ . gra faz sentir suas restrições, nao
camaras de gás”.
O nono volume dos Atos e Do cumento da Santa Sé durante a
.
respondência diplomática., apreen
ou
induzir-se
a
reconhecer nele
uma cooperação, pelo menos ini cial e indireta, para a realizaçãodo sonho messiânico”.
118
Digesto Econômico Dicesto Econômico
Arremata, com a sua habitual ■bonomia: Tudo isto, porém, talvez não seja mais do que um es-
●crupulo de minha parte que basta ter confessado para que se des faça. Tanto mais que é bem cer to que a reconstrução do reino de Judá e de Israel não passa de uma utopia”.
Ao
armistício
seguiu-se a ocupação de Roma pe los alemães. Dez dias depois, a polícia alemã exigia 50 quilos de ouro
da
mana.
comunidade
hebraica ro
Pio XII deu ordem de en
tregar quanto necessário, colabo rando as instituições católicas na coleta da quantidade pedida. Hou ve uma tranquilidade temporária,
interrompida na noite
OS JUDEUS DE ROMA
Roncalli não fora bom profeta, embora se deva reconhecer que
de 16 de
outubro com a invasão de gueto pelas S.S., que ali prenderam
o Estado de Israel não é o Estado
1.300 pessoas. O plano era de portar todos os 8 mil judeus de
messiânico sonhado pela diáspora.
Roma.
Mas
o
documento
revela
que
a
ajuda dada pela Santa Sé aos ju deus, não se prendeu a conside
rações de ordem político-religiosa.
O que nos parece um dado
importante para o debate e nos leva ao âmago da questão suscitada em O Vigário, como um dos
pontos culminantes do drama de Hochut, segundo o qual — e Saul Rriedlender trabalhando com do cumentos alemães deixou
a
ques
tão em pé — 0 papa se teria omi
tido em salvar os judeus perse
guidos “sob suas próprias janelas”. A documentação agora vinda a
lume
é
abundante
e
conclusiva.
Sob as ordens diretas de Pio XII,
Informado já na manhã seguin te Pio XII ordenou imediatamen
te a Maglione que chamasse o embaixador alemão junto ao Va ticano. Weizsaecker. a quem de clarou;
“É doloroso para o San
to Padre, doloroso de maneira indizivel, que precisamente em Ro ma, debaixo dos olhos do Pai co mum, se façam sofrer tantas pes soas unicamente porque perten
cem a uma raça determinada...”.
Weizsaecker, como procedera já uma vez no caso de refens exigi
de sua intervenção não jDOderia mencionar o pedido do Vaticano:
tanto 0 secretário de Estado, Ma
tiva da Santa Sé, agiram cóm presteza e energia para salvar os
rencia) a esta conversa oficial?”. Maglione, não sem ressalvas e sempre reiterando que o papa, co mo bispo de Roma “tinha o espe
judeus de Roma, coadjuvados pela ação do núncio junto ao Quirinal,
põe
monsenhor Borgongim Duca.
Foreign Ofíice: (alemão) agiu com 0 resultado
“O embaixador imediatamente, de que grande
número foi libertado...
A inter
venção do Vaticano deste modo parece ter sido eficaz para salvar um
certo
gente.
número
dessa
infeliz
Perguntei se podia refe
rir isto e foi-me dito que poderia fazê-lo, mas para vossa estrita in formação e de modo algum para
torná-lo público, pois que qual quer publicidade da noticia pro vocaria provavelmente o aumento da perseguição”. E se é certo que os 1.300 judeus capturados na madrugada de 16 de outubro, 1007 foram enviados
já a 18 de outubro para “destino desconhecido”, a deportação em
massa
dos
hebreus
de
Roma
A
falta
de
referência
à
inter
venção do Vaticano, nos documen tos alemães, pelos motivos que se aclaram agora em definitivo, foi tomada literalmente como fato histórico, na obra de Hochhuth e outros, mas como observa Burkhart Schneider, não corresponde à realidade. E assim, aos poucos
sem entrarmos no plano sub
jetivo das boas intenções malogra das — a luz se faz sobre a atua
ção da Igreja e de seu chefe no curso
da segunda guerra. Luz que
se projeta também sobre o qua dro tenebroso do Estado totalitá rio, onde, hoje, nem sempre há um núncio para ao menos fazer o pa pel de caixa postal...
1
\
Uli
para não iaire etat
(fazer refe
cial dever de falar em favor de seus diocesanos”, consentiu-o. De
o
embaixador
inglês,
“sir”
d’Arcy Osborne, em documento do
w 01 g
IO'
Ckoeeim® p®- Sol Rua Barão de Itapetininga, 151 -
e 10.° andares
Caixa Postal, 1338 - Telefone; 32-3154 SUCURSAIS
Rio de Janeiro, Curitiba, Londrina, Porto Alegre INSPETORIAS; Em todo interior do Estado opera nos ramos: incêndio, lucros cessantes, transportes, aciden tes pessoais, roubo, fidelidade, responsabilidade civil, vidros, tumultos, automóveis, crédito interno, cascos, vida em grupo
foi
suspensa.
dos pelo Alto Comando Alemão, fez compreender que para o exito “Vossa Eminência deixa-me livre
glione, como 0 sub-secretário Mon senhor Montini, hoje Paulo VI, res ponsável direto pela ação carita-
113
de 8 de setembro
6 individual.
I
118
Digesto Econômico Dicesto Econômico
Arremata, com a sua habitual ■bonomia: Tudo isto, porém, talvez não seja mais do que um es-
●crupulo de minha parte que basta ter confessado para que se des faça. Tanto mais que é bem cer to que a reconstrução do reino de Judá e de Israel não passa de uma utopia”.
Ao
armistício
seguiu-se a ocupação de Roma pe los alemães. Dez dias depois, a polícia alemã exigia 50 quilos de ouro
da
mana.
comunidade
hebraica ro
Pio XII deu ordem de en
tregar quanto necessário, colabo rando as instituições católicas na coleta da quantidade pedida. Hou ve uma tranquilidade temporária,
interrompida na noite
OS JUDEUS DE ROMA
Roncalli não fora bom profeta, embora se deva reconhecer que
de 16 de
outubro com a invasão de gueto pelas S.S., que ali prenderam
o Estado de Israel não é o Estado
1.300 pessoas. O plano era de portar todos os 8 mil judeus de
messiânico sonhado pela diáspora.
Roma.
Mas
o
documento
revela
que
a
ajuda dada pela Santa Sé aos ju deus, não se prendeu a conside
rações de ordem político-religiosa.
O que nos parece um dado
importante para o debate e nos leva ao âmago da questão suscitada em O Vigário, como um dos
pontos culminantes do drama de Hochut, segundo o qual — e Saul Rriedlender trabalhando com do cumentos alemães deixou
a
ques
tão em pé — 0 papa se teria omi
tido em salvar os judeus perse
guidos “sob suas próprias janelas”. A documentação agora vinda a
lume
é
abundante
e
conclusiva.
Sob as ordens diretas de Pio XII,
Informado já na manhã seguin te Pio XII ordenou imediatamen
te a Maglione que chamasse o embaixador alemão junto ao Va ticano. Weizsaecker. a quem de clarou;
“É doloroso para o San
to Padre, doloroso de maneira indizivel, que precisamente em Ro ma, debaixo dos olhos do Pai co mum, se façam sofrer tantas pes soas unicamente porque perten
cem a uma raça determinada...”.
Weizsaecker, como procedera já uma vez no caso de refens exigi
de sua intervenção não jDOderia mencionar o pedido do Vaticano:
tanto 0 secretário de Estado, Ma
tiva da Santa Sé, agiram cóm presteza e energia para salvar os
rencia) a esta conversa oficial?”. Maglione, não sem ressalvas e sempre reiterando que o papa, co mo bispo de Roma “tinha o espe
judeus de Roma, coadjuvados pela ação do núncio junto ao Quirinal,
põe
monsenhor Borgongim Duca.
Foreign Ofíice: (alemão) agiu com 0 resultado
“O embaixador imediatamente, de que grande
número foi libertado...
A inter
venção do Vaticano deste modo parece ter sido eficaz para salvar um
certo
gente.
número
dessa
infeliz
Perguntei se podia refe
rir isto e foi-me dito que poderia fazê-lo, mas para vossa estrita in formação e de modo algum para
torná-lo público, pois que qual quer publicidade da noticia pro vocaria provavelmente o aumento da perseguição”. E se é certo que os 1.300 judeus capturados na madrugada de 16 de outubro, 1007 foram enviados
já a 18 de outubro para “destino desconhecido”, a deportação em
massa
dos
hebreus
de
Roma
A
falta
de
referência
à
inter
venção do Vaticano, nos documen tos alemães, pelos motivos que se aclaram agora em definitivo, foi tomada literalmente como fato histórico, na obra de Hochhuth e outros, mas como observa Burkhart Schneider, não corresponde à realidade. E assim, aos poucos
sem entrarmos no plano sub
jetivo das boas intenções malogra das — a luz se faz sobre a atua
ção da Igreja e de seu chefe no curso
da segunda guerra. Luz que
se projeta também sobre o qua dro tenebroso do Estado totalitá rio, onde, hoje, nem sempre há um núncio para ao menos fazer o pa pel de caixa postal...
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Uli
para não iaire etat
(fazer refe
cial dever de falar em favor de seus diocesanos”, consentiu-o. De
o
embaixador
inglês,
“sir”
d’Arcy Osborne, em documento do
w 01 g
IO'
Ckoeeim® p®- Sol Rua Barão de Itapetininga, 151 -
e 10.° andares
Caixa Postal, 1338 - Telefone; 32-3154 SUCURSAIS
Rio de Janeiro, Curitiba, Londrina, Porto Alegre INSPETORIAS; Em todo interior do Estado opera nos ramos: incêndio, lucros cessantes, transportes, aciden tes pessoais, roubo, fidelidade, responsabilidade civil, vidros, tumultos, automóveis, crédito interno, cascos, vida em grupo
foi
suspensa.
dos pelo Alto Comando Alemão, fez compreender que para o exito “Vossa Eminência deixa-me livre
glione, como 0 sub-secretário Mon senhor Montini, hoje Paulo VI, res ponsável direto pela ação carita-
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de 8 de setembro
6 individual.
I
-W:
DIc;i:sto Ec:on6mico
120
ESTADOS UNIDOS:- CARNE A PARTIR DE PROTEÍNA DE CÉLU
r «4
I E
LA ÚNICA — A Exxon Enterprise Inc. e seu sócio nas pesquisas sobre proteína de célula única (SCP), a Nestlé S.A., revelaram que conseguiram ●obter produtos análogos à carne, durante a realização do testes de labo ratório nas instalações de pesquisa e desenvolvimento da Nestlé, na Suíça. O vice-presidente da Exxon Enterprises, Donald D. McLaren, ex plicou que o primeiro passo para a obtenção de produtos análogos à
carne é processar a proteina de célula única ate a obtenção de. pelo menos, 75% de proteína (com a remoção do ácido nucléico); então, o con
centrado pode ser fiado em fibras e estruturado em produtos análogos à carne. Até agora, a atividade comercial relativa à SCP produzida pela fer mentação de hidrocarbonetos tem sido limitada às rações animais. Mesmo
com base nas mais otimistas previsões da Exxon, os alimentos de proteí na de célula única para seres humanos exigem ainda alguns anos de pes-
●quisa antes de serem adotados.
Há correlação entre desenvolvimento e natalidade? RUBENS VAZ DA COSTA
0
f 1 . f,
crescimento
popula
cional, que caracteriza o pe ríodo de trinta anos do após
guerra, provocou amplo de
vimento econômico dos países me desenvolvidos,
Muitas
vozes
se levantam para expor os proble mas decorrentes da “explosão de
BRASIL:- FÁBRICA DE ALUMÍNIO NO RIO DE JANEIRO — A Cia.
Vale do Rio Doce está estudando propostas de participação de empresas
mográfica” nos países menos de senvolvidos e da “explosão do con-
nacionais e estrangeiras para seu projeto ALUSUL, uma fábrica de alu
sumo”
inicial de produção — em 1979 — será de 80 mil toneladas/ano. Inicial
nuição da disponibilidade de ma
mínio que deverá ser instalada na Baía de Sepetiba e cuja capacidade mente, a nova fábrica dependerá de importação de matéria-prima (alumina), até que esta possa ser fornecida pela ALBRÁS, outro projeto da Vale do Rio Doce, na Amazônia. A CVRD pretende participar com um terço do eapital da ALUSUL, associado-se a um grupo nacional, e um grupo es trangeiro detentor de know-how para o fabrico de alumínio. O investimen
to total requerido pelo projeto será de 180 milhões de dólares. A constru ção da fábrica deverá ser feita por módulos, cada um deles com capacida de de produção de 40 mil toneladas. A capacidade do total não deverá ■ultrapassar 160 mil toneladas de alumínio por ano (quatro módulos). o-
SUÉCIA:- BRASIL ATRAI FABRICANTES DE CLORO ESCANDINA
VOS — A KemaNord AB (Estocolmo), a maior fabricante de produtos quí
micos da Suécia, construirá uma fábrica de clorato de sódio ,de 18.000 to neladas/ano, numa localidade ao norte do Rio de Janeiro, num empreen dimento conjunto com a Aracruz Celulose S.A. Uma nova companhia, a Clorato S.A., na qual as duas firmas terão igual participação, está sendo criada para operar aquela instalação. A fábrica de clorato de sódio, cujo -custo é estimado em 10 milhões de dólares, deverá estar concluída no final de 1977. Sua produção será destinada a uma fábrica de celulose sulfato, de 400.000 toneladas/ano, que a Aracruz está construindo. A KemaNord.
●que produz clorato de sódio em duas localidades da Suécia, fornecerá a fecnologia para a nova unidade. ✓
.
O problema do desenvolvimento estudado à luz da deinografia. por um especialista na matéria.
bate sobre o futuro da hu
manidade e, de maneira especial, sobre as perspectivas de desenvol nos
o-
rápido
nos paises industrializados. especialmente a ameaça de dimi
térias-primas, da exaustão de ali
mentos, energia etc., bem como a
contaminação do ambiente, urba
nização
profunda suspeita.
Os problemas
da elevada fecundidade não são reconhecidos como suficíente-
mente sérios e prioritários para receberem atenção preferencial
dos governos e das universidades. Sua dimensão politica é proppsitadamente distorcida pela ênfase dada aos componentes ideológiseus aspectos econômicos. cos, e-
sociais e humanos são postos fora
de perspectiva por argumentos
emocionais e pouco construtivos.
A Conferência realizada em Bu
acelerada e diminuição
careste, em agosto de 1974, sob os
preocupações têm produzido resul
importante forum mundial para debate dos problemas decorrentes do rápido crescimento demográfi
da qualidade da vida em geral. Nos países desenvolvidos, tais tados práticos tangiveis, no que se refere à adoção de políticas visan
auspícios das Nações Unidas, foi o
medidas imediatas sejam os cen
co. Como trabalho prévio, foram realizados quatro simpósios técni cos. bem como conferências regio nais nos vários continentes. Além disso, grande número de seminá-
tros de estudos e pesquisas, além dos cursos sobre problemas rela cionados com a redução da nata lidade que estão sendo estabele
estudo dos problemas da dinâmica populacional, Embora tais con-
do reduzir a fecundidade, bem como a conservar os recursos natu-
rais e proteger o meio-ambiente. Talvez
mais
importante
do
que
cidos em muitas universidades dos paises industrializados. Nos países menos desenvolvidos, especialménte no Brasil, estas questões são vistas por muitos com
“workshops” e mesas redon das têm reunido técnicos para o
rios.
claves não se relacionem formal mente com a conferência das Na ções Unidas, seus resultados fo ram de grande interesse para o êxito daquele forum.
s
-W:
DIc;i:sto Ec:on6mico
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ESTADOS UNIDOS:- CARNE A PARTIR DE PROTEÍNA DE CÉLU
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LA ÚNICA — A Exxon Enterprise Inc. e seu sócio nas pesquisas sobre proteína de célula única (SCP), a Nestlé S.A., revelaram que conseguiram ●obter produtos análogos à carne, durante a realização do testes de labo ratório nas instalações de pesquisa e desenvolvimento da Nestlé, na Suíça. O vice-presidente da Exxon Enterprises, Donald D. McLaren, ex plicou que o primeiro passo para a obtenção de produtos análogos à
carne é processar a proteina de célula única ate a obtenção de. pelo menos, 75% de proteína (com a remoção do ácido nucléico); então, o con
centrado pode ser fiado em fibras e estruturado em produtos análogos à carne. Até agora, a atividade comercial relativa à SCP produzida pela fer mentação de hidrocarbonetos tem sido limitada às rações animais. Mesmo
com base nas mais otimistas previsões da Exxon, os alimentos de proteí na de célula única para seres humanos exigem ainda alguns anos de pes-
●quisa antes de serem adotados.
Há correlação entre desenvolvimento e natalidade? RUBENS VAZ DA COSTA
0
f 1 . f,
crescimento
popula
cional, que caracteriza o pe ríodo de trinta anos do após
guerra, provocou amplo de
vimento econômico dos países me desenvolvidos,
Muitas
vozes
se levantam para expor os proble mas decorrentes da “explosão de
BRASIL:- FÁBRICA DE ALUMÍNIO NO RIO DE JANEIRO — A Cia.
Vale do Rio Doce está estudando propostas de participação de empresas
mográfica” nos países menos de senvolvidos e da “explosão do con-
nacionais e estrangeiras para seu projeto ALUSUL, uma fábrica de alu
sumo”
inicial de produção — em 1979 — será de 80 mil toneladas/ano. Inicial
nuição da disponibilidade de ma
mínio que deverá ser instalada na Baía de Sepetiba e cuja capacidade mente, a nova fábrica dependerá de importação de matéria-prima (alumina), até que esta possa ser fornecida pela ALBRÁS, outro projeto da Vale do Rio Doce, na Amazônia. A CVRD pretende participar com um terço do eapital da ALUSUL, associado-se a um grupo nacional, e um grupo es trangeiro detentor de know-how para o fabrico de alumínio. O investimen
to total requerido pelo projeto será de 180 milhões de dólares. A constru ção da fábrica deverá ser feita por módulos, cada um deles com capacida de de produção de 40 mil toneladas. A capacidade do total não deverá ■ultrapassar 160 mil toneladas de alumínio por ano (quatro módulos). o-
SUÉCIA:- BRASIL ATRAI FABRICANTES DE CLORO ESCANDINA
VOS — A KemaNord AB (Estocolmo), a maior fabricante de produtos quí
micos da Suécia, construirá uma fábrica de clorato de sódio ,de 18.000 to neladas/ano, numa localidade ao norte do Rio de Janeiro, num empreen dimento conjunto com a Aracruz Celulose S.A. Uma nova companhia, a Clorato S.A., na qual as duas firmas terão igual participação, está sendo criada para operar aquela instalação. A fábrica de clorato de sódio, cujo -custo é estimado em 10 milhões de dólares, deverá estar concluída no final de 1977. Sua produção será destinada a uma fábrica de celulose sulfato, de 400.000 toneladas/ano, que a Aracruz está construindo. A KemaNord.
●que produz clorato de sódio em duas localidades da Suécia, fornecerá a fecnologia para a nova unidade. ✓
.
O problema do desenvolvimento estudado à luz da deinografia. por um especialista na matéria.
bate sobre o futuro da hu
manidade e, de maneira especial, sobre as perspectivas de desenvol nos
o-
rápido
nos paises industrializados. especialmente a ameaça de dimi
térias-primas, da exaustão de ali
mentos, energia etc., bem como a
contaminação do ambiente, urba
nização
profunda suspeita.
Os problemas
da elevada fecundidade não são reconhecidos como suficíente-
mente sérios e prioritários para receberem atenção preferencial
dos governos e das universidades. Sua dimensão politica é proppsitadamente distorcida pela ênfase dada aos componentes ideológiseus aspectos econômicos. cos, e-
sociais e humanos são postos fora
de perspectiva por argumentos
emocionais e pouco construtivos.
A Conferência realizada em Bu
acelerada e diminuição
careste, em agosto de 1974, sob os
preocupações têm produzido resul
importante forum mundial para debate dos problemas decorrentes do rápido crescimento demográfi
da qualidade da vida em geral. Nos países desenvolvidos, tais tados práticos tangiveis, no que se refere à adoção de políticas visan
auspícios das Nações Unidas, foi o
medidas imediatas sejam os cen
co. Como trabalho prévio, foram realizados quatro simpósios técni cos. bem como conferências regio nais nos vários continentes. Além disso, grande número de seminá-
tros de estudos e pesquisas, além dos cursos sobre problemas rela cionados com a redução da nata lidade que estão sendo estabele
estudo dos problemas da dinâmica populacional, Embora tais con-
do reduzir a fecundidade, bem como a conservar os recursos natu-
rais e proteger o meio-ambiente. Talvez
mais
importante
do
que
cidos em muitas universidades dos paises industrializados. Nos países menos desenvolvidos, especialménte no Brasil, estas questões são vistas por muitos com
“workshops” e mesas redon das têm reunido técnicos para o
rios.
claves não se relacionem formal mente com a conferência das Na ções Unidas, seus resultados fo ram de grande interesse para o êxito daquele forum.
s
122
Dioesto EcoNÔNnco
Recentemente, o Programa Comunicação Interdísciplinar,
de da
Smithsonian Institution”, dos Estados Unidos, reuniu vinte espe cialistas, entre demógrafos, soció logos, antropólogos, psicólogos, cientistas politicos, analistas so ciais e economistas, para estudar
dade, para baixas taxas de na talidade e de mortalidade), além da redução do crescimento demo gráfico pelo oferecimento de in formações e serviços aos casais que desejam planejar suas famílias,
H
DIGESTO ECONÔ^UCO
123-
Mais de cem países, cuja nata lidade excede 35 por mil, com renda per capita inferior a USS 1.000 por ano. Formam um gru
filhos e decidir o
po com mais da metade da popu lação da terra. Assim, a correla ção entre natalidade e produto
durante três dias as “determinan tes econômicas e não-económicas da fecundidade”. A reunião de
tamanho da sua prole. Uma análise empírica da rela ção entre desenvolvimento econô
nacional bruto parece claramente estabelecida. Os países com baixa natalidade têm elevada renda per
que 0 autor participou foi extremamente rica em contribuições para a compreensão das questões
mico, medido pelo Produto Nacio
relacionadas com a dinâmica de mográfica.
e as taxas de natalidade
Entre muitas outras, duas teses mereceram especial atenção. Uma podería chamar-se a tese “desen-
Tolvimentista” da regulação da tecundidade, já que postula ser a redução
da taxa de crescimento
demográfico função do desenvol vimento
econômico
e
da
conse
quente urbanização e moderniza ção da sociedade. Esta tese é fa talista e encontra suas raizes his
tóricas na noção da “transição demográfica”, pela qual passaram os países industrializados.
Pare
cería justificar uma politica de mográfica de “laisser faire”, onde as forças que determinam
as
va-
riáveis do crescimento populacio nal e do futuro tamanho da pulação seriam deixadas a próprio dinamismo.
poseu
A outra tese, embora reconhe cendo a importância do desenvol vimento para a redução da nata
lidade, advoga a abreviação da transição demográfica (isto é, do processo secular pelo qual uma nação passa de altas taxas de na talidade e altas taxas de mortali¬
determinar
o
intervalo
nascimento dos
entre
o
nal Bruto (PNB) per capita (aqui referido como renda per capita) (número
de nascimentos por ano, por mil habitantes), permite dividir os países do mundo em três grandes
quemática corporta considerável variação de renda entre paísescom idênticas taxas de natalidade. Outras considerações econômicas importantes, como o tamanho do
país, tamanho da população, den sidade demográfica e disponibi lidade de recursos naturais, pare cem
capita, enquanto os países que apresentam altas taxas de natali dade, têm baixa renda per capita. Uma
análise
mais
não
níveis
profunda
mostra que esta classificação es-
ser
de
determinantes
natalidade.
dos
Vejamos-
num grupo de cinco países, arbi trariamente escolhidos em função da natalidade, como se corportam as demais variáveis:
TABELA I
grupos:
30 países de baixa natalidade (menos de 20 nascimentos, por ano, por mil habitantes), cuja
PAÍS
População
natalidade
Total (1) (milhões
(2)
P. N.
B.
Per capita (3) US$
renda per capita anual é superior ao equivalente a US$ 2.000. Tais países industrializados têm cerca de um bilhão de habitantes, ou seja, aproximadamente um quar to da população do globo terres
r
ESTADOS UNIDOS
CANADÁ AUSTRÁLIA JAPÃO
U. SOVIÉTICA
214 23
14 111 255
16,2 18,1 21,0
5.600 4.500
19,2 17,8
2.300
3.000 1.400
tre.
Cerca de 25 países formam o grupo de natalidade média (21-35 nascimentos, por ano, por mil ha bitantes), tendo uma renda per capita anual de mais de USS 1.000, cuja população total é também da ordem de um bilhão de
seres hu
manos. Neste grupo inclui-se a China, pelo critério de natalidade (27 por mil), mas não pela renda per capita, que não atinge a US$ 200. Na verdade, os países de na talidade
média
(fora
a
China)
são pequenos e a população total
não
excede
mundial.
5%
da
população
Fonte: Bureau
“Population
Reference
>1
(1) Estimativas para 1975. (2) Nascimentos por 1.000 ha bitantes, por ano. (3) Estimativas para 1971 ou 1972.
cento da norte-americana. Por outro lado, o Canadá tem área ter ritorial pouco maior que a dos Es
tados Unidos, sendo um país rico em recursos naturais e com baixa, densidade demográfica. Conta o Canadá com imensos espaços va
Este agrupamento mostra que têm idêntica natalidade países com características dispares, ape
zios, que poderíam receber milhões de habitantes, mas mesmo assim,
sar de todos serem altamente in dustrializados e ricos. Os Estados
pão, que tem elevada densidade demográfica e é país pobre em re
Unidos e o Canadá apresentam taxas de natalidade quase iguais, embora a população canadense re presente pouco mais de dez por
cursos naturais.
sua natalidade é inferior à do Ja
A Austrália é rica em recursos naturais, tem baixa densidade de
mográfica e uma população total:
.
122
Dioesto EcoNÔNnco
Recentemente, o Programa Comunicação Interdísciplinar,
de da
Smithsonian Institution”, dos Estados Unidos, reuniu vinte espe cialistas, entre demógrafos, soció logos, antropólogos, psicólogos, cientistas politicos, analistas so ciais e economistas, para estudar
dade, para baixas taxas de na talidade e de mortalidade), além da redução do crescimento demo gráfico pelo oferecimento de in formações e serviços aos casais que desejam planejar suas famílias,
H
DIGESTO ECONÔ^UCO
123-
Mais de cem países, cuja nata lidade excede 35 por mil, com renda per capita inferior a USS 1.000 por ano. Formam um gru
filhos e decidir o
po com mais da metade da popu lação da terra. Assim, a correla ção entre natalidade e produto
durante três dias as “determinan tes econômicas e não-económicas da fecundidade”. A reunião de
tamanho da sua prole. Uma análise empírica da rela ção entre desenvolvimento econô
nacional bruto parece claramente estabelecida. Os países com baixa natalidade têm elevada renda per
que 0 autor participou foi extremamente rica em contribuições para a compreensão das questões
mico, medido pelo Produto Nacio
relacionadas com a dinâmica de mográfica.
e as taxas de natalidade
Entre muitas outras, duas teses mereceram especial atenção. Uma podería chamar-se a tese “desen-
Tolvimentista” da regulação da tecundidade, já que postula ser a redução
da taxa de crescimento
demográfico função do desenvol vimento
econômico
e
da
conse
quente urbanização e moderniza ção da sociedade. Esta tese é fa talista e encontra suas raizes his
tóricas na noção da “transição demográfica”, pela qual passaram os países industrializados.
Pare
cería justificar uma politica de mográfica de “laisser faire”, onde as forças que determinam
as
va-
riáveis do crescimento populacio nal e do futuro tamanho da pulação seriam deixadas a próprio dinamismo.
poseu
A outra tese, embora reconhe cendo a importância do desenvol vimento para a redução da nata
lidade, advoga a abreviação da transição demográfica (isto é, do processo secular pelo qual uma nação passa de altas taxas de na talidade e altas taxas de mortali¬
determinar
o
intervalo
nascimento dos
entre
o
nal Bruto (PNB) per capita (aqui referido como renda per capita) (número
de nascimentos por ano, por mil habitantes), permite dividir os países do mundo em três grandes
quemática corporta considerável variação de renda entre paísescom idênticas taxas de natalidade. Outras considerações econômicas importantes, como o tamanho do
país, tamanho da população, den sidade demográfica e disponibi lidade de recursos naturais, pare cem
capita, enquanto os países que apresentam altas taxas de natali dade, têm baixa renda per capita. Uma
análise
mais
não
níveis
profunda
mostra que esta classificação es-
ser
de
determinantes
natalidade.
dos
Vejamos-
num grupo de cinco países, arbi trariamente escolhidos em função da natalidade, como se corportam as demais variáveis:
TABELA I
grupos:
30 países de baixa natalidade (menos de 20 nascimentos, por ano, por mil habitantes), cuja
PAÍS
População
natalidade
Total (1) (milhões
(2)
P. N.
B.
Per capita (3) US$
renda per capita anual é superior ao equivalente a US$ 2.000. Tais países industrializados têm cerca de um bilhão de habitantes, ou seja, aproximadamente um quar to da população do globo terres
r
ESTADOS UNIDOS
CANADÁ AUSTRÁLIA JAPÃO
U. SOVIÉTICA
214 23
14 111 255
16,2 18,1 21,0
5.600 4.500
19,2 17,8
2.300
3.000 1.400
tre.
Cerca de 25 países formam o grupo de natalidade média (21-35 nascimentos, por ano, por mil ha bitantes), tendo uma renda per capita anual de mais de USS 1.000, cuja população total é também da ordem de um bilhão de
seres hu
manos. Neste grupo inclui-se a China, pelo critério de natalidade (27 por mil), mas não pela renda per capita, que não atinge a US$ 200. Na verdade, os países de na talidade
média
(fora
a
China)
são pequenos e a população total
não
excede
mundial.
5%
da
população
Fonte: Bureau
“Population
Reference
>1
(1) Estimativas para 1975. (2) Nascimentos por 1.000 ha bitantes, por ano. (3) Estimativas para 1971 ou 1972.
cento da norte-americana. Por outro lado, o Canadá tem área ter ritorial pouco maior que a dos Es
tados Unidos, sendo um país rico em recursos naturais e com baixa, densidade demográfica. Conta o Canadá com imensos espaços va
Este agrupamento mostra que têm idêntica natalidade países com características dispares, ape
zios, que poderíam receber milhões de habitantes, mas mesmo assim,
sar de todos serem altamente in dustrializados e ricos. Os Estados
pão, que tem elevada densidade demográfica e é país pobre em re
Unidos e o Canadá apresentam taxas de natalidade quase iguais, embora a população canadense re presente pouco mais de dez por
cursos naturais.
sua natalidade é inferior à do Ja
A Austrália é rica em recursos naturais, tem baixa densidade de
mográfica e uma população total:
.
124
Dici-:sto Econômico
destes países é que o indicador para o qual convergem é a natali
de 14 milhões, o que representa menos de dois por cento do seu gigantesco vizinho do norte, a ReSem publica Popular da China, -embargo, a natalidade australiana do
dade (variação de ;. verifican do-se apreciável disparidade de renda, nos extremos, de USS 5.600, para os Estados Unidos, a US$
com
1.400 para a União Soviética (4:1),
situa-se
entre as mais baixas
mundo.
À União
Soviética,
seus vastos recursos naturais, sua
bem
●grande base territorial (que a tor
acentuadas
na 0 maior país do mundo em área e o/terceiro em populáção), tem níveis de natalidade comparáveis aos dos demais países altamente
gráfica, população total e outros
industrializados.
A principal conclusão que se po de tirar da análise comparativa
disparidades em
mais
densidade
três dos quais são basicamente ca
suas baixas
tólicos e mn é socialista. A renda per capita varia consideravelmen te mais do que a natalidade. São
Estas, sem embargo, não diferem muito dos níveis dos países mais industrializados do mundo. O terceiro grupo reúne países
países em que a pressão demográ fica tem causado migração para a Europa Ocidental e Escandiná via. o que pode explicar, em parte,
demo
População PAÍS
nal, cuja natalidade é surpreen dentemente baixa em relação à renda per capita. II
natalidade
Total (1) (milhões)
(2)
P.
N.
B.
lUGOSUAVIA
Fonte:
'Population Reference
Bureau”
(1) Estimativas para 1975. (2) Nascimento por 1.000 ha bitantes, por ano.
(3)
Estimativas para
1971
ou
1972.
A
natalidade
nos
países
deste
grupo é muito similar à do grupo ranterior, embora a renda per ca
pita
dos
Estados
Unidos,
por
exemplo, seja sete vezes superior -a. da luguslávia. A natalidade
Total (1) (milhões
VENEZUELA
12
MÉXICO
59
de natalidade
e
III
natalidade (2)
P. N.
B.
Per capita (3) USS
BRASIL EL SALVADOR
110
36 42 37
4
42
ÍNDIA
600
40
1.200 750 530 340 110
1 I
Per capita (3) Fonte:
ESPANHA PORTUGAL
altas taxas
de natalidade.
USS
55 9 35 9 21
GRÉCIA
com
taxas
com grande variação dos níveis de renda per capita:
TABELA
O segundo agrupamento com preende países da Europa Meridio
População
ITÁLIA
125
indicadores.
TABELA
PAÍS
como
Dicesto Ec;o^●ü^^co
2.000
16,0 15,4 19,5 18,4 18,2
de
natalidade
(1)
de
em virtude de sua baixa renda per capita, como também porque trata-se de país predominantemente católico e relativamente pouco modernizado.
O grupo reúne alguns dos países desenvolvidos
da
Estimativas para 1975.
a
(2) Nascimento por 1.000 ha bitantes, por ano.
Portugal é surpreendente, não só
menos
é quase idêntica à daqueles dois paises. A natalidade no Brasil começou
1.500 1.200 800 800
lO neste último país é apenas 10 Cí superior à dos Estados Unidos, o que mostra ser a correlação entre renda per capita e natalidade um indicador de importância relativa.
A baixa taxa
“Population Reference
Bureau”
Europa,
(3)
Estimativas
para
1971
ou
1972.
declinar em meados
mas
ainda
se
inscreve
entre
mais
altas
do
mundo.
as
Como se sabe,
e superpovoado El Salvador, cuja natalidade é idêntica à da índia, com
600
milhões
Por
outro
lado,
de
habitantes.
a natalidade
da
Venezuela, cuja renda per capita é US$ 1.200 por ano e que tem imensos recursos naturais, além
de baixa densidade demográfica,
no Brasil não
há
programas oficiais de planeja mento familiar. Sem embargo, o Governo tolera,
Como na análise precedente, o indicador de menor variação é a natalidade. No agrupamento reu nimos países como o pequeníssimo
da década
passada,
com restrições, a
ação de entidade privada, a BEMFAM, cujos recursos vêm quase to talmente do Exterior.
O Governo Mexicano, sob a li derança direta e pessoal do Pre sidente modificou Echeverria, drasticamente sua politica prónatalista, adotando amplo progra ma de planejamento familiar, além de criar um Conselho de Po
pulação a nível ministerial, com o objetivo de assessorar o Presiden-
124
Dici-:sto Econômico
destes países é que o indicador para o qual convergem é a natali
de 14 milhões, o que representa menos de dois por cento do seu gigantesco vizinho do norte, a ReSem publica Popular da China, -embargo, a natalidade australiana do
dade (variação de ;. verifican do-se apreciável disparidade de renda, nos extremos, de USS 5.600, para os Estados Unidos, a US$
com
1.400 para a União Soviética (4:1),
situa-se
entre as mais baixas
mundo.
À União
Soviética,
seus vastos recursos naturais, sua
bem
●grande base territorial (que a tor
acentuadas
na 0 maior país do mundo em área e o/terceiro em populáção), tem níveis de natalidade comparáveis aos dos demais países altamente
gráfica, população total e outros
industrializados.
A principal conclusão que se po de tirar da análise comparativa
disparidades em
mais
densidade
três dos quais são basicamente ca
suas baixas
tólicos e mn é socialista. A renda per capita varia consideravelmen te mais do que a natalidade. São
Estas, sem embargo, não diferem muito dos níveis dos países mais industrializados do mundo. O terceiro grupo reúne países
países em que a pressão demográ fica tem causado migração para a Europa Ocidental e Escandiná via. o que pode explicar, em parte,
demo
População PAÍS
nal, cuja natalidade é surpreen dentemente baixa em relação à renda per capita. II
natalidade
Total (1) (milhões)
(2)
P.
N.
B.
lUGOSUAVIA
Fonte:
'Population Reference
Bureau”
(1) Estimativas para 1975. (2) Nascimento por 1.000 ha bitantes, por ano.
(3)
Estimativas para
1971
ou
1972.
A
natalidade
nos
países
deste
grupo é muito similar à do grupo ranterior, embora a renda per ca
pita
dos
Estados
Unidos,
por
exemplo, seja sete vezes superior -a. da luguslávia. A natalidade
Total (1) (milhões
VENEZUELA
12
MÉXICO
59
de natalidade
e
III
natalidade (2)
P. N.
B.
Per capita (3) USS
BRASIL EL SALVADOR
110
36 42 37
4
42
ÍNDIA
600
40
1.200 750 530 340 110
1 I
Per capita (3) Fonte:
ESPANHA PORTUGAL
altas taxas
de natalidade.
USS
55 9 35 9 21
GRÉCIA
com
taxas
com grande variação dos níveis de renda per capita:
TABELA
O segundo agrupamento com preende países da Europa Meridio
População
ITÁLIA
125
indicadores.
TABELA
PAÍS
como
Dicesto Ec;o^●ü^^co
2.000
16,0 15,4 19,5 18,4 18,2
de
natalidade
(1)
de
em virtude de sua baixa renda per capita, como também porque trata-se de país predominantemente católico e relativamente pouco modernizado.
O grupo reúne alguns dos países desenvolvidos
da
Estimativas para 1975.
a
(2) Nascimento por 1.000 ha bitantes, por ano.
Portugal é surpreendente, não só
menos
é quase idêntica à daqueles dois paises. A natalidade no Brasil começou
1.500 1.200 800 800
lO neste último país é apenas 10 Cí superior à dos Estados Unidos, o que mostra ser a correlação entre renda per capita e natalidade um indicador de importância relativa.
A baixa taxa
“Population Reference
Bureau”
Europa,
(3)
Estimativas
para
1971
ou
1972.
declinar em meados
mas
ainda
se
inscreve
entre
mais
altas
do
mundo.
as
Como se sabe,
e superpovoado El Salvador, cuja natalidade é idêntica à da índia, com
600
milhões
Por
outro
lado,
de
habitantes.
a natalidade
da
Venezuela, cuja renda per capita é US$ 1.200 por ano e que tem imensos recursos naturais, além
de baixa densidade demográfica,
no Brasil não
há
programas oficiais de planeja mento familiar. Sem embargo, o Governo tolera,
Como na análise precedente, o indicador de menor variação é a natalidade. No agrupamento reu nimos países como o pequeníssimo
da década
passada,
com restrições, a
ação de entidade privada, a BEMFAM, cujos recursos vêm quase to talmente do Exterior.
O Governo Mexicano, sob a li derança direta e pessoal do Pre sidente modificou Echeverria, drasticamente sua politica prónatalista, adotando amplo progra ma de planejamento familiar, além de criar um Conselho de Po
pulação a nível ministerial, com o objetivo de assessorar o Presiden-
t
Digesto Econômico
126 k
Finalmente,
te da República em questões rela cionadas com o controle da nata lidade. Embora o México tenha a
mesma renda per capita de Por tugal, por exemplo, sua natalidade é mais
do dobro.
organizamos
Um Código para as Mulfinacionaís
um
agrupamento de paises de natali
SEVERO
FAGUNDES GOMES
dade média, nos quais estão sendo
executados, com muito êxito, pro gramas de planejamento familiar:
TABELA
IV
N
O momento em que a comu nidade mundial procura com indisfarçável ansiedade rumos e bases que permitam esta belecer uma nova ordem eco
nômica internacional, poucos te População
natalidade
Total (1) (milhões)
(2)
PAÍS
i.
t.
HONG-KONG (
SINGAPURA FORMOSA
CORÉIA DO SUL CHINA J
N.
mas
B.
us$
4,2 2,2 16,0
19 21
34,0
29 27
24
820,0
P.
Per capita (3)
1.000 1.300 500
este
300
160
‘‘Population Reference
Bureau”
(1) (2)
Estimativas para 1975. Nascimentos por 1.000 ha
bitantes, por ano.
(3)
Estimativas para
1971
ou
1972.
Os
níveis
de
natalidade
são
idênticos em países como a China,
com 820 milhões de habitantes e a Coréia do Sul, que tem apenas 34 milhões, ou Formosa, cuja população é de 16 milhões. O dife rencial de renda nos extremos do grupo é de 6 para 1, mas na nata lidade é de 1,2 para 1. A discussão precedente
mostra
que países muito diferentes, no que toca à renda per capita, do tação de recursos, densidade de mográfica e ao tamanho de popu-
lação, podem ter taxas de natali dade bem aproximadas. Embora todos os países de alta renda per capita tenham baixa natalidade, algumas nações com níveis inter mediários de renda também apre sentam natalidade reduzida.
Por
conseguinte, o argumento de que só a elevação da renda e a moder nização econômica e social criam as condições necessárias à redu ção da natalidade, não é confir
mado pelos dados analisados. Co mo complemento de vigorosos pla nos de desenvolvimento, a exemplo
do que o Brasil vem realizando nos últimos anos, é necessário que programas de Planejamento Fa
miliar amplos sejam oferecidos a todos que voluntariamente dese jarem determinar o tamanho de suas famílias, para que a natali dade passe a declinar rapida mente.
atuais
e
contro
recente seminário 'Business with Brazü", realizado no Rio de Janeiro, o ministro da Indústria e
Comércio, Severo Fagundes Go7nes, defendeu a tese da adoção de um código de conduta -para as empresas multinacionais que atuam
ou
venham
a
atuar
no
Brasil.
seminário.
anos atrás, viu deslocar-se para o terreno econômico a atena em
V
Fonte:
mais
A fase histórica que o mundo passou a viver a partir de alguns
*
TABELA IV
serão
vertidos do que o que trata do ca pital estrangeiro. Muito oportu na, portanto, a iniciativa de “The Financial Times”, de promover
No
que se travam as lutas seculares
E pela emancipação dos povos, a eclosão ostensiva da crise eco
nômica mundial veio aguçar, nas áreas subdesenvolvidas, a cons
sem
precedente,
para
a
construção de uma nova ord^m econômica.
Compreendem
ambíguas. É por isso que os in teresses da empresa não se har monizam automaticamente com os da sociedade, e se espera sem
pre do Estado que estabeleça as regras de compatibilização. A empresa
ciência de que esta é a oportuni dade,
valores e conflitos. São por isso mesmo complexas e muitas vezes
elas
hoje, com clareza, que o transito de mercadorias, capitais e tecno logia, e o acesso aos recursos na turais precisam ser harmonizados
pode muitas vezes
não compreender o nacionalismo, simplesmente porque este univer so não é perceptível através de limitadas categorias contásuas beis. A questão do capital estran
geiro, do fenômeno contemporâ neo das empresas multinacionais,
seus interesses nacionais,
desperta interesse ascendente em
para que a crescente interdepen
todos os países. O vertiginoso crescimento eco nômico das últimas décadas, o
com
os
dência não se converta em misti
ficação da dependência. A racionalidade da empresa —
mais precisamente das multina cionais — é simples e linear. Ela só tem um objetivo claro: a rea lização de lucros. Já as razões das nações devem envolver o pro cesso da vida social: aspirações.
agigantamento das ^andes cor porações e as suas estratégias in duziram um trabalho analítico, que está apenas começando a compreender este novo panorama,
de grande amplitude e movimen tação.
I
t
Digesto Econômico
126 k
Finalmente,
te da República em questões rela cionadas com o controle da nata lidade. Embora o México tenha a
mesma renda per capita de Por tugal, por exemplo, sua natalidade é mais
do dobro.
organizamos
Um Código para as Mulfinacionaís
um
agrupamento de paises de natali
SEVERO
FAGUNDES GOMES
dade média, nos quais estão sendo
executados, com muito êxito, pro gramas de planejamento familiar:
TABELA
IV
N
O momento em que a comu nidade mundial procura com indisfarçável ansiedade rumos e bases que permitam esta belecer uma nova ordem eco
nômica internacional, poucos te População
natalidade
Total (1) (milhões)
(2)
PAÍS
i.
t.
HONG-KONG (
SINGAPURA FORMOSA
CORÉIA DO SUL CHINA J
N.
mas
B.
us$
4,2 2,2 16,0
19 21
34,0
29 27
24
820,0
P.
Per capita (3)
1.000 1.300 500
este
300
160
‘‘Population Reference
Bureau”
(1) (2)
Estimativas para 1975. Nascimentos por 1.000 ha
bitantes, por ano.
(3)
Estimativas para
1971
ou
1972.
Os
níveis
de
natalidade
são
idênticos em países como a China,
com 820 milhões de habitantes e a Coréia do Sul, que tem apenas 34 milhões, ou Formosa, cuja população é de 16 milhões. O dife rencial de renda nos extremos do grupo é de 6 para 1, mas na nata lidade é de 1,2 para 1. A discussão precedente
mostra
que países muito diferentes, no que toca à renda per capita, do tação de recursos, densidade de mográfica e ao tamanho de popu-
lação, podem ter taxas de natali dade bem aproximadas. Embora todos os países de alta renda per capita tenham baixa natalidade, algumas nações com níveis inter mediários de renda também apre sentam natalidade reduzida.
Por
conseguinte, o argumento de que só a elevação da renda e a moder nização econômica e social criam as condições necessárias à redu ção da natalidade, não é confir
mado pelos dados analisados. Co mo complemento de vigorosos pla nos de desenvolvimento, a exemplo
do que o Brasil vem realizando nos últimos anos, é necessário que programas de Planejamento Fa
miliar amplos sejam oferecidos a todos que voluntariamente dese jarem determinar o tamanho de suas famílias, para que a natali dade passe a declinar rapida mente.
atuais
e
contro
recente seminário 'Business with Brazü", realizado no Rio de Janeiro, o ministro da Indústria e
Comércio, Severo Fagundes Go7nes, defendeu a tese da adoção de um código de conduta -para as empresas multinacionais que atuam
ou
venham
a
atuar
no
Brasil.
seminário.
anos atrás, viu deslocar-se para o terreno econômico a atena em
V
Fonte:
mais
A fase histórica que o mundo passou a viver a partir de alguns
*
TABELA IV
serão
vertidos do que o que trata do ca pital estrangeiro. Muito oportu na, portanto, a iniciativa de “The Financial Times”, de promover
No
que se travam as lutas seculares
E pela emancipação dos povos, a eclosão ostensiva da crise eco
nômica mundial veio aguçar, nas áreas subdesenvolvidas, a cons
sem
precedente,
para
a
construção de uma nova ord^m econômica.
Compreendem
ambíguas. É por isso que os in teresses da empresa não se har monizam automaticamente com os da sociedade, e se espera sem
pre do Estado que estabeleça as regras de compatibilização. A empresa
ciência de que esta é a oportuni dade,
valores e conflitos. São por isso mesmo complexas e muitas vezes
elas
hoje, com clareza, que o transito de mercadorias, capitais e tecno logia, e o acesso aos recursos na turais precisam ser harmonizados
pode muitas vezes
não compreender o nacionalismo, simplesmente porque este univer so não é perceptível através de limitadas categorias contásuas beis. A questão do capital estran
geiro, do fenômeno contemporâ neo das empresas multinacionais,
seus interesses nacionais,
desperta interesse ascendente em
para que a crescente interdepen
todos os países. O vertiginoso crescimento eco nômico das últimas décadas, o
com
os
dência não se converta em misti
ficação da dependência. A racionalidade da empresa —
mais precisamente das multina cionais — é simples e linear. Ela só tem um objetivo claro: a rea lização de lucros. Já as razões das nações devem envolver o pro cesso da vida social: aspirações.
agigantamento das ^andes cor porações e as suas estratégias in duziram um trabalho analítico, que está apenas começando a compreender este novo panorama,
de grande amplitude e movimen tação.
I
128
Digesto Econômico
O interesse dos países hospe deiros de capitais, mais particu larmente os subdesenvolvidos, assentou-se sempre num modelo teórico bastante simples e conhe cido: as empresas emigram em busca de crescimento e realização de lucros, deixando na esteira do seu avanço um conjunto de van-
tageis para quem as hospeda.
DicrtóTO EcoNÔ^aco
pação em um mercado potencial
Senhores:
mente valioso. Parece fora de dú vida, contudo, que em ambos os casos 0 capital estrangeiro tam bém atendia a conveniências in
Creio que a melhor maneira de trazermos para este seminário uma contribuição positiva seria tentarmos uma análise crítica desses mutuos benefícios, na his tória mais recente, para que se
Os países subdesenvolvidos são,
que
lhe
assegure
caráter
por sua história ou natureza, po
douro.
bres em capitais, e os investimen tos necessários à elevação dos ni-
CAPITAL ESTRANGEIRO
veis de emprego e renda, a vitó ria sobre o atraso, a conquista de melhores dias, só podem ser íeitos
expressão econômica do poder na cional, cuja característica instru
segunda metade do século, e que
estaríamos no presente vivendo ainda mais intensamente, já apre senta características profunda mente diferenciadas, pois revela
dura
participação que, mais que a simples transferência de capi tais, pode incorporar um modelo uma
O capital estrangeiro no Brasil vive
sua
terceira
fase.
configu-
com recursos oriundos ou do au
rando-se a primeira até fins do
de desenvolvimento, determinar a
mento da poupança interna e por tanto com redução do consumo e
século passado, quando as pers pectivas de aplicação rendosa provocaram a transferência para 0 Pais dos primeiros recursos, os
comércio e orientar as suas corinfluindo, portanto, na rentes, econômico-soprópria evolução
maiores sacrifícios para as popu lações; ou do advento da poupan ça externa carreada principalmen te pelas grandes empresas. Na primeira hipótese, seria infligir a grandes
contingentes
humanos,
em
alocando-se
quais,
se
conciliavam
com
os
esforços
iniciados por Mauá para a moder nização da economia nacional.
nos campos social e político.
capitais
segunda,
seria o desenvolvimento
econômico com menor sacrifício, seria o consumir
e
investir
ao
mesmo tempo.
ciai.
transportes e algumas indústrias, que se chamariam “tradicionais”,
que já sobrevivem em condições adversas, uma privação maior ainda, com naturais consequências Na
armação industrial, estruturar o
bancos.
estrangeiros
na
ocorre
primeira metade do século XX, já indicando uma certa conjuga
ção dos interesses internos e exA
ternos dos investidores,
ECONOMIA E PODER
John Kenneth Galbraith (O Novo Estado Industrial) fala do tra"esquecimento enigmático tando da dissociação entre a eco
A segunda etapa de absorção de
aloca-
nomia e a política: "uma das ra zões por que a questão foi menos prezada é que, por longo tempo, na pesquisa econômica formal,
não se pensava em que alguém
Ademais disso,' o investimento estrangeiro seria também o me
comércio. ção em transportes, bancos e indústrias alimentícias
lhor veículo para a transferência da tecnologia, tão escassa e ne cessária nas regiões atrasadas.
a
possuísse qualquer exercício com pensador de poder... até uma boa
uma estratégia mais ampla. Visava ao controle de canais de exporta
parte do século atual, a econo mia dos livros didáticos presumia
ção,
um mundo assim, de firmas pe A corquenas e competidoras, respondente desatenção ao pro
Seria o aprender fazendo, ineren
te a cada nova linha de produção
que se instalasse nessas regiões.
costínha
indícios
de
essencialmente
obedecer
de
produtos
alimentícios e matérias-primas, e
a complementação comerciais
a
atividades
e industriais
no
pais
investidor, assim como a partici-
:-L
cola Superior de Guerra define a
produção de manufaturados para o mercado doméstico. a
A derradeira etapa, iniciada na
dadeira mutualidade e, portanto,
Hoje, no entanto, a doutrina do poder tem sua explicação, tam bém, nos postulados econômicos. Assim, por exemplo, a própria Es
ternas. ao estimular exportações e
possa identificar concretamente quais as condições para uma ver
129
associado
a atividade econômica
blema do poder era tão plausível quanto inevitável”.
mental busca, entre outros obje tivos, o de assegurar liberdade de decisão e de iniciativa para a eco nomia
nacional.
Procuremos, de forma breve, examinar as contribuições apor tadas pelo capital estrangeiro, dentro das limitações impostas
pela relativa escassez de estudos
aprofundados sobre sua atuação no
Brasil.
O aspecto positivo dos investi
mentos estrangeiros, como condu tores
de
poupanças
externas
agregando-se ao esforço nacional de ampliar a produção e elevar o nível de emprego e da renda
precisa ser analisado. Uma
colocação
genenca
não
tem validade total pois muitas indagações deixariam de ser res
pondidas dentro do pressuposto de que todo aporte de capital ex
terno é sempre favorável. Ressalte-se que a questão dev» ser vista não só sob o aspecto
quantitativo, como sobretudo sob angulo qualitativo, na verdade, mais importante do que o pró o
prio montante do investimento é a
de
sua destinação, ou seja, o tipo atividade
em que os recursos
serão aplicados, além, natural mente, da forma de atuação do investidor, do modo como se possa
ajustar
aos
objetivos
governa-
4
128
Digesto Econômico
O interesse dos países hospe deiros de capitais, mais particu larmente os subdesenvolvidos, assentou-se sempre num modelo teórico bastante simples e conhe cido: as empresas emigram em busca de crescimento e realização de lucros, deixando na esteira do seu avanço um conjunto de van-
tageis para quem as hospeda.
DicrtóTO EcoNÔ^aco
pação em um mercado potencial
Senhores:
mente valioso. Parece fora de dú vida, contudo, que em ambos os casos 0 capital estrangeiro tam bém atendia a conveniências in
Creio que a melhor maneira de trazermos para este seminário uma contribuição positiva seria tentarmos uma análise crítica desses mutuos benefícios, na his tória mais recente, para que se
Os países subdesenvolvidos são,
que
lhe
assegure
caráter
por sua história ou natureza, po
douro.
bres em capitais, e os investimen tos necessários à elevação dos ni-
CAPITAL ESTRANGEIRO
veis de emprego e renda, a vitó ria sobre o atraso, a conquista de melhores dias, só podem ser íeitos
expressão econômica do poder na cional, cuja característica instru
segunda metade do século, e que
estaríamos no presente vivendo ainda mais intensamente, já apre senta características profunda mente diferenciadas, pois revela
dura
participação que, mais que a simples transferência de capi tais, pode incorporar um modelo uma
O capital estrangeiro no Brasil vive
sua
terceira
fase.
configu-
com recursos oriundos ou do au
rando-se a primeira até fins do
de desenvolvimento, determinar a
mento da poupança interna e por tanto com redução do consumo e
século passado, quando as pers pectivas de aplicação rendosa provocaram a transferência para 0 Pais dos primeiros recursos, os
comércio e orientar as suas corinfluindo, portanto, na rentes, econômico-soprópria evolução
maiores sacrifícios para as popu lações; ou do advento da poupan ça externa carreada principalmen te pelas grandes empresas. Na primeira hipótese, seria infligir a grandes
contingentes
humanos,
em
alocando-se
quais,
se
conciliavam
com
os
esforços
iniciados por Mauá para a moder nização da economia nacional.
nos campos social e político.
capitais
segunda,
seria o desenvolvimento
econômico com menor sacrifício, seria o consumir
e
investir
ao
mesmo tempo.
ciai.
transportes e algumas indústrias, que se chamariam “tradicionais”,
que já sobrevivem em condições adversas, uma privação maior ainda, com naturais consequências Na
armação industrial, estruturar o
bancos.
estrangeiros
na
ocorre
primeira metade do século XX, já indicando uma certa conjuga
ção dos interesses internos e exA
ternos dos investidores,
ECONOMIA E PODER
John Kenneth Galbraith (O Novo Estado Industrial) fala do tra"esquecimento enigmático tando da dissociação entre a eco
A segunda etapa de absorção de
aloca-
nomia e a política: "uma das ra zões por que a questão foi menos prezada é que, por longo tempo, na pesquisa econômica formal,
não se pensava em que alguém
Ademais disso,' o investimento estrangeiro seria também o me
comércio. ção em transportes, bancos e indústrias alimentícias
lhor veículo para a transferência da tecnologia, tão escassa e ne cessária nas regiões atrasadas.
a
possuísse qualquer exercício com pensador de poder... até uma boa
uma estratégia mais ampla. Visava ao controle de canais de exporta
parte do século atual, a econo mia dos livros didáticos presumia
ção,
um mundo assim, de firmas pe A corquenas e competidoras, respondente desatenção ao pro
Seria o aprender fazendo, ineren
te a cada nova linha de produção
que se instalasse nessas regiões.
costínha
indícios
de
essencialmente
obedecer
de
produtos
alimentícios e matérias-primas, e
a complementação comerciais
a
atividades
e industriais
no
pais
investidor, assim como a partici-
:-L
cola Superior de Guerra define a
produção de manufaturados para o mercado doméstico. a
A derradeira etapa, iniciada na
dadeira mutualidade e, portanto,
Hoje, no entanto, a doutrina do poder tem sua explicação, tam bém, nos postulados econômicos. Assim, por exemplo, a própria Es
ternas. ao estimular exportações e
possa identificar concretamente quais as condições para uma ver
129
associado
a atividade econômica
blema do poder era tão plausível quanto inevitável”.
mental busca, entre outros obje tivos, o de assegurar liberdade de decisão e de iniciativa para a eco nomia
nacional.
Procuremos, de forma breve, examinar as contribuições apor tadas pelo capital estrangeiro, dentro das limitações impostas
pela relativa escassez de estudos
aprofundados sobre sua atuação no
Brasil.
O aspecto positivo dos investi
mentos estrangeiros, como condu tores
de
poupanças
externas
agregando-se ao esforço nacional de ampliar a produção e elevar o nível de emprego e da renda
precisa ser analisado. Uma
colocação
genenca
não
tem validade total pois muitas indagações deixariam de ser res
pondidas dentro do pressuposto de que todo aporte de capital ex
terno é sempre favorável. Ressalte-se que a questão dev» ser vista não só sob o aspecto
quantitativo, como sobretudo sob angulo qualitativo, na verdade, mais importante do que o pró o
prio montante do investimento é a
de
sua destinação, ou seja, o tipo atividade
em que os recursos
serão aplicados, além, natural mente, da forma de atuação do investidor, do modo como se possa
ajustar
aos
objetivos
governa-
4
Digesto Econômico
130
mentais, às prioridades estabele cidas, aos desejos e necessida des da nação. Não cabe, portanto, na questão da absorção de poupanças exter nas, e dentro do enfoque de que as nações em desenvolvimento são escassas em capital, admitirse liminarmente uma vantagem, sem levar em conta os aspectos
acima apontados. Sob ò ponto-devista quantitativo, por outro lado,
Se os recursos
de
risco
de massa dos investimentos é rea lizada através de financiamentos:
ou
ou internos, absorvendo poupannacional já escassa; ou externo, com consequências diretas sobre
fundos utilizados pelas subsidiá rias
americanas
no
exterior
fo
ram supridos pelas matrizes; no setor de manufaturas, a contri buição direta das matrizes foi de apenas 12%. Assim, mais de 80% daqueles fundos foram obtidos
pelas próprias subsidiárias, seja diretamente, seja através de em préstimos, sendo que no setor manufatureiro aquele percentual quase chega a 90%, No caso particular
da América
Latina, um outro estudo, prepara do para o Comitê de Relações Ex teriores do Senado americano, re
vela que, entre 1960 e 1972, os in vestimentos diretos recebidos por aquelas subsidiárias montaram a pouco mais de US$ 4,0 bilhões, en
52%,
se
originaram
da
da economia,
entre
1971 e
1973,
ses
desenvolvidos,
to substancial
e
o encarecimen-
generalizado
chegou a resultados mais preo
produto tecnológico. Saliente-se,
do
ademais, que a co
“novas” empresas americanas na da mais representavam do que a
brança de tecnologia via de re gra persiste mesmo nos casos em
capital estrangeiro que foi gerado
simples transferência de controle
que
dentro do pais.
acionário.
rarmos que pouco mais de 500 em presas estrangeiras, que figura vam num grupo de cinco mil mais importantes empresas existentes
Estudos realizados por solicita ção do Senado dos Estados Unidos revelam que, entre 1966 e 1970. por exemplo, apenas 16% dos
seja,
aquisição de empresas nacionais, ■esse processo de desnacionalização
petróleo, dentre outras consequên cias, veio agravar ainda mais este quadro, na medida em que provo cou, como contra-partida dos paí
cupantes quando 61% do total de
a melhor explicação para os in vestimentos estrangeiros em'áreas menos desenvolvidas.
131
No fi nal, em ambos os casos, pagos os financiamentos, remanesce um
o endividamento do Pais.
Se formos mais além e conside-
seria
Econômico
jTientos registrados no Pais sob controle de empresas americanas,
são re
lativamente tão discretos, a gran
a carência de recursos
não
Dicesio
no Brasil, geraram um lucro li quido de perto de USS 1,8 bilhão, em 1974, concluiremos que as ini ciativas
estrangeiras
traordinária pansao
geram
capacidade
interna,
de
ex ex-
diversificando
atividades com a criação de novas
empresas, avançando na produ ção em esquemas de complementariedade e consolidando sua po
sição a partir de recursos produ zidos dentro do próprio País. a
Isso reforça ainda uma vez conveniência ou necessidade, para
0 País. de estabelecer normas de conduta para os investimentos es
trangeiros, considerando indese-
jáveis aqueles que contrariem os interesses da sociedade
como
um
todo, como por exemplo os casos de “take over”, que, quase sempre
amparados em recursos gerados internamente, vem configurando um quadro bastante grave no
quanto a transferência de renda para os Estados Unidos ultrapas
Brasil.
sou a cifra de-US$ 13,0 bilhões.
da
No
quinquênio
metade
1966-1970, mais
dos novos
estabeleci-
A captação de poupanças externas
em
investimentos
de
risco
convém ao Pais, é fato. mas o Es tado não pode abdicar de sua
função essencial de orientar tais recursos para atividades que^ nao
firam a consciência da nação, e onde a participação externa pos sa efetivamente representar con
tribuição positiva.
Com relação ao aporte científi-
há. em paralelo, inversões de capital de risco, ainda, que em po sições majoritárias.
O segundo aspecto que cabe re ferir é o da efetiva transferência
tecnológica.
Há aqui uma inda
gação que envolve basicamente os grupos multinacionais, responsá
veis por parcela substancial das
transações em questão: quando uma transação é feita entre em-
presas do mesmo-I grupo, pode-se considerar que há 1- efetiva trans-
ferência de conhecimento de um
co-tecnológico que o capital estrangeli'0 traz consigo, duvidas e
país para outro? Em lavras, pode-se realmente consi
os fatos são examinados. Na abordagem da questão da trans ferência de tecnologia, três as pectos considerodos relevantes custo, devem ser focalizados:
vido
inquietações nos assaltam quando
transferência
efetiva
e
adequa-
çao.
O enus que a importação de tec-
nologia representa para os países
em vias de desenvolvimento e ma-
téria conhecida e suficientemente
ventilada em estudos e levantaTratando-se de um ativo intangivel as transações envolvendo tecnologia dificilmen-
mentos técnicos.
te encontram padrões de referência em que se possam basear as
negociações de preço.
A crise do
I,
derar que um país subdesenvol-
tenha absorvido efetivamentransacionadas entre
te
técnicas
ou
o
empresas de um mesmo grupo?
conhecimento
permanece grupo qne o
fechado”
tecnologico dentro
do
detem?
Finalmente, o terceiro aspecto
a considerar, no
^
® ° de sua adequaçao as condiçoes do mercado ou da sociedade recipien
transferencia d_e
te. Aqui também, no caso dos países não desenvolvidos, a parte mais fraca, que é a do comprador, poucas condições tem de avaliar e selecionar o que está sendo ad-
quirido, tendo como objetivo aten-
as características e peculiari-
l.
Digesto Econômico
130
mentais, às prioridades estabele cidas, aos desejos e necessida des da nação. Não cabe, portanto, na questão da absorção de poupanças exter nas, e dentro do enfoque de que as nações em desenvolvimento são escassas em capital, admitirse liminarmente uma vantagem, sem levar em conta os aspectos
acima apontados. Sob ò ponto-devista quantitativo, por outro lado,
Se os recursos
de
risco
de massa dos investimentos é rea lizada através de financiamentos:
ou
ou internos, absorvendo poupannacional já escassa; ou externo, com consequências diretas sobre
fundos utilizados pelas subsidiá rias
americanas
no
exterior
fo
ram supridos pelas matrizes; no setor de manufaturas, a contri buição direta das matrizes foi de apenas 12%. Assim, mais de 80% daqueles fundos foram obtidos
pelas próprias subsidiárias, seja diretamente, seja através de em préstimos, sendo que no setor manufatureiro aquele percentual quase chega a 90%, No caso particular
da América
Latina, um outro estudo, prepara do para o Comitê de Relações Ex teriores do Senado americano, re
vela que, entre 1960 e 1972, os in vestimentos diretos recebidos por aquelas subsidiárias montaram a pouco mais de US$ 4,0 bilhões, en
52%,
se
originaram
da
da economia,
entre
1971 e
1973,
ses
desenvolvidos,
to substancial
e
o encarecimen-
generalizado
chegou a resultados mais preo
produto tecnológico. Saliente-se,
do
ademais, que a co
“novas” empresas americanas na da mais representavam do que a
brança de tecnologia via de re gra persiste mesmo nos casos em
capital estrangeiro que foi gerado
simples transferência de controle
que
dentro do pais.
acionário.
rarmos que pouco mais de 500 em presas estrangeiras, que figura vam num grupo de cinco mil mais importantes empresas existentes
Estudos realizados por solicita ção do Senado dos Estados Unidos revelam que, entre 1966 e 1970. por exemplo, apenas 16% dos
seja,
aquisição de empresas nacionais, ■esse processo de desnacionalização
petróleo, dentre outras consequên cias, veio agravar ainda mais este quadro, na medida em que provo cou, como contra-partida dos paí
cupantes quando 61% do total de
a melhor explicação para os in vestimentos estrangeiros em'áreas menos desenvolvidas.
131
No fi nal, em ambos os casos, pagos os financiamentos, remanesce um
o endividamento do Pais.
Se formos mais além e conside-
seria
Econômico
jTientos registrados no Pais sob controle de empresas americanas,
são re
lativamente tão discretos, a gran
a carência de recursos
não
Dicesio
no Brasil, geraram um lucro li quido de perto de USS 1,8 bilhão, em 1974, concluiremos que as ini ciativas
estrangeiras
traordinária pansao
geram
capacidade
interna,
de
ex ex-
diversificando
atividades com a criação de novas
empresas, avançando na produ ção em esquemas de complementariedade e consolidando sua po
sição a partir de recursos produ zidos dentro do próprio País. a
Isso reforça ainda uma vez conveniência ou necessidade, para
0 País. de estabelecer normas de conduta para os investimentos es
trangeiros, considerando indese-
jáveis aqueles que contrariem os interesses da sociedade
como
um
todo, como por exemplo os casos de “take over”, que, quase sempre
amparados em recursos gerados internamente, vem configurando um quadro bastante grave no
quanto a transferência de renda para os Estados Unidos ultrapas
Brasil.
sou a cifra de-US$ 13,0 bilhões.
da
No
quinquênio
metade
1966-1970, mais
dos novos
estabeleci-
A captação de poupanças externas
em
investimentos
de
risco
convém ao Pais, é fato. mas o Es tado não pode abdicar de sua
função essencial de orientar tais recursos para atividades que^ nao
firam a consciência da nação, e onde a participação externa pos sa efetivamente representar con
tribuição positiva.
Com relação ao aporte científi-
há. em paralelo, inversões de capital de risco, ainda, que em po sições majoritárias.
O segundo aspecto que cabe re ferir é o da efetiva transferência
tecnológica.
Há aqui uma inda
gação que envolve basicamente os grupos multinacionais, responsá
veis por parcela substancial das
transações em questão: quando uma transação é feita entre em-
presas do mesmo-I grupo, pode-se considerar que há 1- efetiva trans-
ferência de conhecimento de um
co-tecnológico que o capital estrangeli'0 traz consigo, duvidas e
país para outro? Em lavras, pode-se realmente consi
os fatos são examinados. Na abordagem da questão da trans ferência de tecnologia, três as pectos considerodos relevantes custo, devem ser focalizados:
vido
inquietações nos assaltam quando
transferência
efetiva
e
adequa-
çao.
O enus que a importação de tec-
nologia representa para os países
em vias de desenvolvimento e ma-
téria conhecida e suficientemente
ventilada em estudos e levantaTratando-se de um ativo intangivel as transações envolvendo tecnologia dificilmen-
mentos técnicos.
te encontram padrões de referência em que se possam basear as
negociações de preço.
A crise do
I,
derar que um país subdesenvol-
tenha absorvido efetivamentransacionadas entre
te
técnicas
ou
o
empresas de um mesmo grupo?
conhecimento
permanece grupo qne o
fechado”
tecnologico dentro
do
detem?
Finalmente, o terceiro aspecto
a considerar, no
^
® ° de sua adequaçao as condiçoes do mercado ou da sociedade recipien
transferencia d_e
te. Aqui também, no caso dos países não desenvolvidos, a parte mais fraca, que é a do comprador, poucas condições tem de avaliar e selecionar o que está sendo ad-
quirido, tendo como objetivo aten-
as características e peculiari-
l.
132
DlGKsw
dades do consumidor ao qual irá servir a tecnologia negociada. No caso de transações dentro do mesmo grupo, embora entre dis tintos países, o tipo de distorção
senvolvimento
que pode ocorrer é ainda mais acentuado. E isto porque os inte resses puramente empresariais se distanciam
muitas
vezes
das
ne
cessidades, conveniências e an seios dos agrupamentos sociais. PODER E MULTINACIONAL O
II Plano
volvimento
Nacional
lembra
da “explicitação mica
e
de
a
de
Desen
necessidade
forma
continuamente
dinâ
atualiza
da das prioridades para a atuação da empresa estrangeira no país. em termos de funções a desempe nhar e de setores para onde ele. preferencialmente.
setor
privado
geiros e os legítimos interesses de
ce — US Senate — february. 1973.
desenvolvimento do País, compa tibilizando os objetivos empresa riais com os anseios da sociedade
Origem dos fundos utilizados por subsidiárias de empresas mul
No dominio da tecnologia, além de uma contribuição efetiva, de qualidade e natureza adequada às condições brasileiras, o investidor de fora deve compreender a im portância, não só para o Pais co mo até para si próprio, de pro
conjunto de paises que aspiram a reduzir o descompasso existen
vier não
buscar substituir ou con
mover ativamente a transferên cia real do conhecimento técnico
tar localmente a geração de novas tecnologias. No campo do balanço de divi
indicar
como
se deseja atue a empresa estran geira no Pais. através da estreita cooperação entre as autoridades
econômicas e a iniciativa priva da”.
Antes, 0 mesmo documento
fala da necessidade de ajustar as multinacionais à estratégia na cional.
Este papel regulador do Esta do é necessário, a luz de crescen
sa, toda contribuição positiva con tinuará a merecer o apoio e os incentivos do governo federal. Nesse sentido, serão particular mente benvindas as inversões
orientadas para a substituição de importações, sobretudo no campo da produção de equipamentos, tações
cotidiano nos mostra.
sive para os próprios mercados de
sições da história contemporânea indicam a conveniência
de uma
permanente adaptação.
E parece
onde
No
de se
manufaturados,
inclu
originarem.
campo
financeiro,
cabe
clara a necessidade de redução da
lembrar, mais uma vez. que o maior interesse nacional é o da
dependência externa e do forta lecimento do poder nacional. Por isso, um dos pontos de destaque da política governamental é o de-
efetiva transferência de capital de risco e que o investidor estran geiro não deverá pressionar os re cursos locais, uma vez que a li¬
Trade on Investigation nr 332.69. under
tes
na
senão
também
escalada
de
mundial
todo
do
o
deve
também
of
the
tariff
nomic power” — report to the Sub-committee on Multinational
Corporations of the Committee on Foreign Relation — US Senate — august, 1975. — Investimentos
de
senvolvimento. E para os dirigen tes das grandes empresas de ação internacional,
332
Committee on Finan
tinacionais americanas no exte¬ rior: pag. 420. 2 — “Multinational Corporation in Brazil and Mexico: structural sources of economic and noneco-
Esse equilíbrio, por sinal, não constitui problema particular do Brasil,
section
act of 1930.
brasileira.
de empresas multinacionais ame ricanas na América Latina e iç-
re
presentar fundamental preocupa ção a busca incessante de um re
torno de rendas: pag. 11. — Aqui
lacionamento harmônico entre a ordem econômica e a ordem po
sição de empresas no Brasil, poi empresas multinacionais america
lítica e social.
nas: pag. 122.
FONTES DE REFERÊNCIA
quem
3
®
Lucros de empresas es, „„
trangeíras: tabela da pag. 27, com
1 — “Implications of multina
convertidos eni dólares a taxa média de 1974. (Cr$ 6,79
investiment and for US trade and
USS 1.00).
Report to the Committee o-
ALEMANHA OCIDENTAL:- NOVO
grande complexo será projetado e construído na ^ Aipmanhn pela companhia de construção química Fnedrich Uhde^ da Alemai^ia Oriental. O centro do novo complexo sera uma operaçao de eletiolise. com uma capacidade anual de cloro de 200.000 toneladas metiicas Esta
capacidade será utilizada na produção de cloreto de vmil numa fabrica sera convertido em cloreto de poliviníl numa unidade com as mesmas dimensões. Â Hoechst de Frankfurt, matriz da Uhde, assinou acordo corn o governo da Ale
adjacente de 100.000 t.m./ano e este, por sua vez,
manha Oriental, cobrindo o projeto de 115 milhões de dólares, cuja
conclusão está prevista para 1970. 4
f ■
valores ;
tional firms for World trade and
labor”.
Revista Visão — economia brasileira”
na-
1975.
bem como as destinadas a expor
tes evidências econômicas que o As impo
133
correr predatoriamente com o em presário brasileiro. A preserva ção do equilíbrio dentro da estru tura econômica do Pais é. sem du vida alguma, dentro de uma visão mais elevada do problema, do maior interesse para o próprio in vestidor estrangeiro.
Em consequência, deverá o in vestidor estrangeiro que para aqui
Trata-se de não baixar legislação de
Econômico
on Finance of the US Senate and ist Subcommittee on International
que detém assim como de fomen
mas
Dicic-sto
mitação dos mesmos é a própria justificativa de sua vinda. Ai estão alguns elos que pode rão reforçar a cadeia de colabo ração entre os investidores estran
nacional.
destina.
restritiva,
se
do
Econômico
»,
132
DlGKsw
dades do consumidor ao qual irá servir a tecnologia negociada. No caso de transações dentro do mesmo grupo, embora entre dis tintos países, o tipo de distorção
senvolvimento
que pode ocorrer é ainda mais acentuado. E isto porque os inte resses puramente empresariais se distanciam
muitas
vezes
das
ne
cessidades, conveniências e an seios dos agrupamentos sociais. PODER E MULTINACIONAL O
II Plano
volvimento
Nacional
lembra
da “explicitação mica
e
de
a
de
Desen
necessidade
forma
continuamente
dinâ
atualiza
da das prioridades para a atuação da empresa estrangeira no país. em termos de funções a desempe nhar e de setores para onde ele. preferencialmente.
setor
privado
geiros e os legítimos interesses de
ce — US Senate — february. 1973.
desenvolvimento do País, compa tibilizando os objetivos empresa riais com os anseios da sociedade
Origem dos fundos utilizados por subsidiárias de empresas mul
No dominio da tecnologia, além de uma contribuição efetiva, de qualidade e natureza adequada às condições brasileiras, o investidor de fora deve compreender a im portância, não só para o Pais co mo até para si próprio, de pro
conjunto de paises que aspiram a reduzir o descompasso existen
vier não
buscar substituir ou con
mover ativamente a transferên cia real do conhecimento técnico
tar localmente a geração de novas tecnologias. No campo do balanço de divi
indicar
como
se deseja atue a empresa estran geira no Pais. através da estreita cooperação entre as autoridades
econômicas e a iniciativa priva da”.
Antes, 0 mesmo documento
fala da necessidade de ajustar as multinacionais à estratégia na cional.
Este papel regulador do Esta do é necessário, a luz de crescen
sa, toda contribuição positiva con tinuará a merecer o apoio e os incentivos do governo federal. Nesse sentido, serão particular mente benvindas as inversões
orientadas para a substituição de importações, sobretudo no campo da produção de equipamentos, tações
cotidiano nos mostra.
sive para os próprios mercados de
sições da história contemporânea indicam a conveniência
de uma
permanente adaptação.
E parece
onde
No
de se
manufaturados,
inclu
originarem.
campo
financeiro,
cabe
clara a necessidade de redução da
lembrar, mais uma vez. que o maior interesse nacional é o da
dependência externa e do forta lecimento do poder nacional. Por isso, um dos pontos de destaque da política governamental é o de-
efetiva transferência de capital de risco e que o investidor estran geiro não deverá pressionar os re cursos locais, uma vez que a li¬
Trade on Investigation nr 332.69. under
tes
na
senão
também
escalada
de
mundial
todo
do
o
deve
também
of
the
tariff
nomic power” — report to the Sub-committee on Multinational
Corporations of the Committee on Foreign Relation — US Senate — august, 1975. — Investimentos
de
senvolvimento. E para os dirigen tes das grandes empresas de ação internacional,
332
Committee on Finan
tinacionais americanas no exte¬ rior: pag. 420. 2 — “Multinational Corporation in Brazil and Mexico: structural sources of economic and noneco-
Esse equilíbrio, por sinal, não constitui problema particular do Brasil,
section
act of 1930.
brasileira.
de empresas multinacionais ame ricanas na América Latina e iç-
re
presentar fundamental preocupa ção a busca incessante de um re
torno de rendas: pag. 11. — Aqui
lacionamento harmônico entre a ordem econômica e a ordem po
sição de empresas no Brasil, poi empresas multinacionais america
lítica e social.
nas: pag. 122.
FONTES DE REFERÊNCIA
quem
3
®
Lucros de empresas es, „„
trangeíras: tabela da pag. 27, com
1 — “Implications of multina
convertidos eni dólares a taxa média de 1974. (Cr$ 6,79
investiment and for US trade and
USS 1.00).
Report to the Committee o-
ALEMANHA OCIDENTAL:- NOVO
grande complexo será projetado e construído na ^ Aipmanhn pela companhia de construção química Fnedrich Uhde^ da Alemai^ia Oriental. O centro do novo complexo sera uma operaçao de eletiolise. com uma capacidade anual de cloro de 200.000 toneladas metiicas Esta
capacidade será utilizada na produção de cloreto de vmil numa fabrica sera convertido em cloreto de poliviníl numa unidade com as mesmas dimensões. Â Hoechst de Frankfurt, matriz da Uhde, assinou acordo corn o governo da Ale
adjacente de 100.000 t.m./ano e este, por sua vez,
manha Oriental, cobrindo o projeto de 115 milhões de dólares, cuja
conclusão está prevista para 1970. 4
f ■
valores ;
tional firms for World trade and
labor”.
Revista Visão — economia brasileira”
na-
1975.
bem como as destinadas a expor
tes evidências econômicas que o As impo
133
correr predatoriamente com o em presário brasileiro. A preserva ção do equilíbrio dentro da estru tura econômica do Pais é. sem du vida alguma, dentro de uma visão mais elevada do problema, do maior interesse para o próprio in vestidor estrangeiro.
Em consequência, deverá o in vestidor estrangeiro que para aqui
Trata-se de não baixar legislação de
Econômico
on Finance of the US Senate and ist Subcommittee on International
que detém assim como de fomen
mas
Dicic-sto
mitação dos mesmos é a própria justificativa de sua vinda. Ai estão alguns elos que pode rão reforçar a cadeia de colabo ração entre os investidores estran
nacional.
destina.
restritiva,
se
do
Econômico
»,
L
CONFIANÇA NO BRASIL JOSÉ
I
LUIZ
MOREIRA
ERMITAM-ME uma palavra sem vaidade, mas tocada de
inescondivel
gratidão
àqueles
I meus Companheiros, nesta Ca sa, que
rne honraram com a dé-
cima terceira eleição para a sua Pre sidência. Assinalo a circunstância, ainda mais honrosa de, pela vez pri meira, ter obtido a unanimidade dos votos na intimidade da urna inde-
DE
SOUZA
È ■preciso, sem falsa ilusão, ver a realidade, a ascenção do Brasil à categoria de grande potência. È o que afirma
o autor,
em
discurso
proferido por ocasião da posse da diretoria — da qual é presidente — da ADECIF, em 15 de janeiro ul timo,
no Rio
de Janeiro.
vassável. É por certo uma gratifica ção que, se por um lado aquece a moso credo do irlandês Francis Ha-
alma, por outro aguça a responsa bilidade da consciência.
ckett:
“Eu
E é, no exercício desta responsa
bilidade que me sinto no dever de colocar, diante das autoridadese dos executivos financeiros que aqui se
reunem,
alguns
problemas
destes
dias de inevitável perplexidade an
te as previsões de um futuro extre mamente próximo. Faço-o, embora sem outros títulos, com este que me
O avanço empresarial do Grupo IVSatarazio merecia ©sta pSaca Não para romper uma tradição. IVias para começar outra. A nova tradição do Grupo
qualiricadosc com cursos no Brasil
Matarazzo começa com uma
c no exterior, vem tr^izenrlo
como um dos .‘>00 maiores grupos
significativos em todas as unidades
gntnde vantagem; ele já c apontado cfnprcsíuiais do mundo. Só a energia elétrica que o complexo industrial Matarazzo utilizii é .superior ao coasumo industriai de 17 c-stados.
Uma filosofia dinâmica,
reforçada pela presença de administradores jovensallaraente
resultado.s cada \ c/ mais
as empresas do Grupo Matarj».* r.ibrieani eerea de .^00 tipos dc priKlutON. que pixlem ser apresentados em milhares de especificações
do Grupo .Viatanyyo. Grandes eimporianiissimos investimentos na modemi/ação da
diferentes,
os seus indices de eficiência e
de produtos do
fomiando a mais
empresa têm elevado em alto grau
diversificada linlia
produtividade,
ÜriLsil.Um avanço
Hoje. operando em mais de 100 segmentos de mercado,
digno de utna comemoração.
deram as Companhias de Crédito, Financiamento
e
Investimento:
o
da vivência cotidiana, na Presidên cia da Adecif, com os problemas, as frustrações, as soluções, os caminhos perseguidos, neste período de qua tro governos da Revolução.
Antes dos problemas, fixemos os valores nos quais acreditamos: na liberdade, no diálogo, na força mo
**ONO'' '
creio
no
materialismo.
Creio
em todos os resultados de um salu
tar materialismo — boa alimentação,
casas aquecidas, pés enxutos, esgo tos, instalações de drenagem, água quente, quartos de banho, lâmpadas elétricas, automóveis, boas estradas, ruas iluminadas, longas férias lon
ge do vai-e-vêm das cidades, novos planos, cavalos ferrados, palestras animadas, teatros,
óperas, orques
tras, bandas de música. Creio em tu do isso, para toda gente. O homem
que morre sem conhecer tais coisas pode ser tanto um estroina quanto um santo, e tanto rico como pobre; mas o é apesar de sua privação e
não por causa dela.” Meus
Senhores,
ral, na força espiritual e na justiça
As Companhias de Crédito, Finan
social, mas, ao mesmo tempo, nestes dias em que se costuma questionar
ciamento e Investimetno têm sido, em todo o mundo e no Brasil, ainda que não satisfatoriamente, o instru mento de execução do credo de Francis Hackett, ao colocar nas ca-
o desenvolvimento, não resisto à tentação de transcrever o que já fo ra citado por Paul Samuelson, o fa-
l-tií'
í
,i
I
L
CONFIANÇA NO BRASIL JOSÉ
I
LUIZ
MOREIRA
ERMITAM-ME uma palavra sem vaidade, mas tocada de
inescondivel
gratidão
àqueles
I meus Companheiros, nesta Ca sa, que
rne honraram com a dé-
cima terceira eleição para a sua Pre sidência. Assinalo a circunstância, ainda mais honrosa de, pela vez pri meira, ter obtido a unanimidade dos votos na intimidade da urna inde-
DE
SOUZA
È ■preciso, sem falsa ilusão, ver a realidade, a ascenção do Brasil à categoria de grande potência. È o que afirma
o autor,
em
discurso
proferido por ocasião da posse da diretoria — da qual é presidente — da ADECIF, em 15 de janeiro ul timo,
no Rio
de Janeiro.
vassável. É por certo uma gratifica ção que, se por um lado aquece a moso credo do irlandês Francis Ha-
alma, por outro aguça a responsa bilidade da consciência.
ckett:
“Eu
E é, no exercício desta responsa
bilidade que me sinto no dever de colocar, diante das autoridadese dos executivos financeiros que aqui se
reunem,
alguns
problemas
destes
dias de inevitável perplexidade an
te as previsões de um futuro extre mamente próximo. Faço-o, embora sem outros títulos, com este que me
O avanço empresarial do Grupo IVSatarazio merecia ©sta pSaca Não para romper uma tradição. IVias para começar outra. A nova tradição do Grupo
qualiricadosc com cursos no Brasil
Matarazzo começa com uma
c no exterior, vem tr^izenrlo
como um dos .‘>00 maiores grupos
significativos em todas as unidades
gntnde vantagem; ele já c apontado cfnprcsíuiais do mundo. Só a energia elétrica que o complexo industrial Matarazzo utilizii é .superior ao coasumo industriai de 17 c-stados.
Uma filosofia dinâmica,
reforçada pela presença de administradores jovensallaraente
resultado.s cada \ c/ mais
as empresas do Grupo Matarj».* r.ibrieani eerea de .^00 tipos dc priKlutON. que pixlem ser apresentados em milhares de especificações
do Grupo .Viatanyyo. Grandes eimporianiissimos investimentos na modemi/ação da
diferentes,
os seus indices de eficiência e
de produtos do
fomiando a mais
empresa têm elevado em alto grau
diversificada linlia
produtividade,
ÜriLsil.Um avanço
Hoje. operando em mais de 100 segmentos de mercado,
digno de utna comemoração.
deram as Companhias de Crédito, Financiamento
e
Investimento:
o
da vivência cotidiana, na Presidên cia da Adecif, com os problemas, as frustrações, as soluções, os caminhos perseguidos, neste período de qua tro governos da Revolução.
Antes dos problemas, fixemos os valores nos quais acreditamos: na liberdade, no diálogo, na força mo
**ONO'' '
creio
no
materialismo.
Creio
em todos os resultados de um salu
tar materialismo — boa alimentação,
casas aquecidas, pés enxutos, esgo tos, instalações de drenagem, água quente, quartos de banho, lâmpadas elétricas, automóveis, boas estradas, ruas iluminadas, longas férias lon
ge do vai-e-vêm das cidades, novos planos, cavalos ferrados, palestras animadas, teatros,
óperas, orques
tras, bandas de música. Creio em tu do isso, para toda gente. O homem
que morre sem conhecer tais coisas pode ser tanto um estroina quanto um santo, e tanto rico como pobre; mas o é apesar de sua privação e
não por causa dela.” Meus
Senhores,
ral, na força espiritual e na justiça
As Companhias de Crédito, Finan
social, mas, ao mesmo tempo, nestes dias em que se costuma questionar
ciamento e Investimetno têm sido, em todo o mundo e no Brasil, ainda que não satisfatoriamente, o instru mento de execução do credo de Francis Hackett, ao colocar nas ca-
o desenvolvimento, não resisto à tentação de transcrever o que já fo ra citado por Paul Samuelson, o fa-
l-tií'
í
,i
I
í Dicesto Econômico
136 f
1
●I
sas de um número bem maior de brasileiros — embora lamentavel mente não em todas como seria de sejável — a geladeira, que conserva o alimento, a televisão, que traz la zer barato à família, o fogão, a en
ceradeira, 0 ar refrigerado, o auto móvel de segunda-mão, os armários onde se guardam as roupas e as pró prias roupas que neles são guarda das, afinal, os elementos de bem es tar que, sem financiamento, se tor navam inacessíveis à maior parte da população. Por que salientamos, que, no Bra sil, a ação das companhias de cré dito ainda não é satisfatória? Pela
simples comparação de números en tre o crédito ao consumidor, em nos
so país e nos Estados Unidos, e sua relação com o Produto Nacional Bruto: aqui, o endividamento está em m«io3 de seis bilhões de dóla
res, ou seja, abaixo de 7% do PNB;
lá, o crédito ao consumidor atingia, em fins de 1974, a duzentos bilhões
de dólares, ou seja, a 12,5% do Pro duto Nacional bruto, o que nos leva a dizer: “Bendito endividamentoI”
Devemos ressaltar, nesta oportu nidade, e para eliminar pretextos e
distorções atribuíveis à ignorância, à mã fé ou à concorrência desleal: a
evolução do crédito ao consumidor, traduzida no volume de aceites cam
biais, se vem desacelerando de tal maneira que, no ano passado, teve crescimento 0, pois a tal correspon de o crescimento nominal de 27%. Sabemos dos esforços do Governo para ampliar o mercado interno de bens e serviços. Sabemos como essa expansão é fundamental ao nosso desenvolvimento econômico.
Sabe-
mos que o nosso povo só alcançará níveis compatíveis com a dignidade humana na medida em que conquis te novos índices de crescimento. Te
mos, pois, que impedir, através de política persistente e criadora, qual quer tendência à redução desse va lioso indicador econômico-social.
É provável que haja vários cami nhos pelos quais se possa obter a
reaceleração dos aceites cambiais. Mas, dois desses caminhos precisam estar permanentemente abertos di ante do povo e de quantos operam o mecanismo.
1. Confiança no Futuro do Sistema — Toda vez que, pelas insinuações de endividamento excessivo a popu
lação, ou pelas noticias, que sabe mos infundadas, da extinção das fi nanceiras ou sua transformação em carteiras de bancos múltiplos, etc., questionamos a sobrevivência do mecanismo, abrimos uma crise de
confiança que sorrateiramente se espraia no espírito do investidor e
pomos riscos inevitáveis, onde só de ve existir segurança e estabilidade. Do
Governo
Sr. Ministro, Sr.
Presidente, e Diretores do Bane» Central, Autoridades presentes — temos recebido provas inequívocas e renovadas de compreensão, de
prestígio, de apôio, como a que V. Excias. repetem neste momento, de
pois de terem ido às lonjuras de Fóe de Iguassú, em outubro do ano pas sado. B sabemos que não é , apenas por amizade que, ao longo dos anos. estabeleceu elos afetivos entre nós, mas porque Vossas Excelências co nhecem a importância do sistema
para o alargamento do mercado in terno, preocupação essencial e cons-
137
DIgesto Econômico
tante das políticas preconizadas pe lo Governo do preclaro Presidente
ções. Os Merrill
Ernesto Geisel.
Brothers, Smith Barney, First Boston Corporation, etc., bancam posi ções de títulos nacionais e interna cionais sem serem banqueiros co
Torna-se, pois, evidente que, além do que foi e do que está sendo fei to, urge armar procedimentos que defendam o sistema de sem embargo surpresas
ciladas e da corre-
ção eventual de erros que, a práti ca possa ir revelando. 2. Manutenção das Regras do Jogo — Militando há quase 20 anos no mercado financeiro não bancário e,
Sachs,
Lynch,
Goldmen
Salomon Brothers,
Lazars
merciais, pois não têm o privilégio de expandir os meios de pagamento. No Brasil, desde quando, em tem pos idos, começaram as colocações dos títulos privados e, antes, na co-
locação das Letras de Importação do
Banco do Brasil, sempre existiram cartas de recompra” e as poucas
por força da profissão e dos cargos
as
que tenho ocupado, me tem sido da do observar, na Europa e nos Esta
praticavam operação bem mais
dos Unidos, os sistemas de capta
ção e liquidez dos títulos de renda fixa e variável e, no Brasil, partici par de sua execução. Surpreendeme, pois, ouvir afirmações que põem em dú\dda a validade das Correto
ras e Distribuidoras como canais vicinais por onde fluem a colocação
e liquidez de títulos públicos ou pri vados. Em qualquer parte do mun do ocidental, sempre foram tais or
ganizações as maiores responsáveis peio funcionamento do “Mercado Aberto”, que é o amplo mercado on de a liquidez é dada para todos os
títulos privados ou públicos e af® em
moedas
diferentes,
Em
nosso
país, extranhamente, ao passo que não traduzimos o nome, continuan
do a chamá-lo
de
“Open-Market”
mudamos seu conceito, reduzindo-o a um mercado estritamente de títu
instituições que as não expediam, ar-
riscada, como era a de criar, por
tradição, liquidez permanente^. On
de, pois, o êrro de tal operação?
Por acaso as Cadernetas de Pousao sacáveis a qualquer momento, embora seus recursos se- ●
pança nao
jam aplicados a prazos superiores a 10 anos?
savings aceounts , acaso, os Estados Unidos, também nao o são? Por acaso, o sistema bancário Por
nos
no Brasil ou em qualquer parte, nao se baseia tecnicamente na pres^çao
de que todos nao vão retirar mesma hora? Por
seus recursos na
não serão mais da metade dos oui-o-dolares aplicados a prazos de um mês, quando correspondem a acaso
empréstimos de cinco anos e mais?
Onde, pois, a crise do Open-Mar ket, perguntariam alguns?
Em duas fontes; 1. Excesso de es-
Gostaria de relembrar que a fa
peculação com as Obrigações do Te souro e com as Obrigações da Eletrobrás, cotadas com ágios despro
mosa Wall-Street é, fundamental mente, a sede de corretoras e distri
de correção monetária que refleti
los públicos: Letras e Obrigações do Tesouro Nacional.
buidoras e não de outras organiza-
porcionais, dentro de urna previsão ría
índices
crescentes
de
inflação
í Dicesto Econômico
136 f
1
●I
sas de um número bem maior de brasileiros — embora lamentavel mente não em todas como seria de sejável — a geladeira, que conserva o alimento, a televisão, que traz la zer barato à família, o fogão, a en
ceradeira, 0 ar refrigerado, o auto móvel de segunda-mão, os armários onde se guardam as roupas e as pró prias roupas que neles são guarda das, afinal, os elementos de bem es tar que, sem financiamento, se tor navam inacessíveis à maior parte da população. Por que salientamos, que, no Bra sil, a ação das companhias de cré dito ainda não é satisfatória? Pela
simples comparação de números en tre o crédito ao consumidor, em nos
so país e nos Estados Unidos, e sua relação com o Produto Nacional Bruto: aqui, o endividamento está em m«io3 de seis bilhões de dóla
res, ou seja, abaixo de 7% do PNB;
lá, o crédito ao consumidor atingia, em fins de 1974, a duzentos bilhões
de dólares, ou seja, a 12,5% do Pro duto Nacional bruto, o que nos leva a dizer: “Bendito endividamentoI”
Devemos ressaltar, nesta oportu nidade, e para eliminar pretextos e
distorções atribuíveis à ignorância, à mã fé ou à concorrência desleal: a
evolução do crédito ao consumidor, traduzida no volume de aceites cam
biais, se vem desacelerando de tal maneira que, no ano passado, teve crescimento 0, pois a tal correspon de o crescimento nominal de 27%. Sabemos dos esforços do Governo para ampliar o mercado interno de bens e serviços. Sabemos como essa expansão é fundamental ao nosso desenvolvimento econômico.
Sabe-
mos que o nosso povo só alcançará níveis compatíveis com a dignidade humana na medida em que conquis te novos índices de crescimento. Te
mos, pois, que impedir, através de política persistente e criadora, qual quer tendência à redução desse va lioso indicador econômico-social.
É provável que haja vários cami nhos pelos quais se possa obter a
reaceleração dos aceites cambiais. Mas, dois desses caminhos precisam estar permanentemente abertos di ante do povo e de quantos operam o mecanismo.
1. Confiança no Futuro do Sistema — Toda vez que, pelas insinuações de endividamento excessivo a popu
lação, ou pelas noticias, que sabe mos infundadas, da extinção das fi nanceiras ou sua transformação em carteiras de bancos múltiplos, etc., questionamos a sobrevivência do mecanismo, abrimos uma crise de
confiança que sorrateiramente se espraia no espírito do investidor e
pomos riscos inevitáveis, onde só de ve existir segurança e estabilidade. Do
Governo
Sr. Ministro, Sr.
Presidente, e Diretores do Bane» Central, Autoridades presentes — temos recebido provas inequívocas e renovadas de compreensão, de
prestígio, de apôio, como a que V. Excias. repetem neste momento, de
pois de terem ido às lonjuras de Fóe de Iguassú, em outubro do ano pas sado. B sabemos que não é , apenas por amizade que, ao longo dos anos. estabeleceu elos afetivos entre nós, mas porque Vossas Excelências co nhecem a importância do sistema
para o alargamento do mercado in terno, preocupação essencial e cons-
137
DIgesto Econômico
tante das políticas preconizadas pe lo Governo do preclaro Presidente
ções. Os Merrill
Ernesto Geisel.
Brothers, Smith Barney, First Boston Corporation, etc., bancam posi ções de títulos nacionais e interna cionais sem serem banqueiros co
Torna-se, pois, evidente que, além do que foi e do que está sendo fei to, urge armar procedimentos que defendam o sistema de sem embargo surpresas
ciladas e da corre-
ção eventual de erros que, a práti ca possa ir revelando. 2. Manutenção das Regras do Jogo — Militando há quase 20 anos no mercado financeiro não bancário e,
Sachs,
Lynch,
Goldmen
Salomon Brothers,
Lazars
merciais, pois não têm o privilégio de expandir os meios de pagamento. No Brasil, desde quando, em tem pos idos, começaram as colocações dos títulos privados e, antes, na co-
locação das Letras de Importação do
Banco do Brasil, sempre existiram cartas de recompra” e as poucas
por força da profissão e dos cargos
as
que tenho ocupado, me tem sido da do observar, na Europa e nos Esta
praticavam operação bem mais
dos Unidos, os sistemas de capta
ção e liquidez dos títulos de renda fixa e variável e, no Brasil, partici par de sua execução. Surpreendeme, pois, ouvir afirmações que põem em dú\dda a validade das Correto
ras e Distribuidoras como canais vicinais por onde fluem a colocação
e liquidez de títulos públicos ou pri vados. Em qualquer parte do mun do ocidental, sempre foram tais or
ganizações as maiores responsáveis peio funcionamento do “Mercado Aberto”, que é o amplo mercado on de a liquidez é dada para todos os
títulos privados ou públicos e af® em
moedas
diferentes,
Em
nosso
país, extranhamente, ao passo que não traduzimos o nome, continuan
do a chamá-lo
de
“Open-Market”
mudamos seu conceito, reduzindo-o a um mercado estritamente de títu
instituições que as não expediam, ar-
riscada, como era a de criar, por
tradição, liquidez permanente^. On
de, pois, o êrro de tal operação?
Por acaso as Cadernetas de Pousao sacáveis a qualquer momento, embora seus recursos se- ●
pança nao
jam aplicados a prazos superiores a 10 anos?
savings aceounts , acaso, os Estados Unidos, também nao o são? Por acaso, o sistema bancário Por
nos
no Brasil ou em qualquer parte, nao se baseia tecnicamente na pres^çao
de que todos nao vão retirar mesma hora? Por
seus recursos na
não serão mais da metade dos oui-o-dolares aplicados a prazos de um mês, quando correspondem a acaso
empréstimos de cinco anos e mais?
Onde, pois, a crise do Open-Mar ket, perguntariam alguns?
Em duas fontes; 1. Excesso de es-
Gostaria de relembrar que a fa
peculação com as Obrigações do Te souro e com as Obrigações da Eletrobrás, cotadas com ágios despro
mosa Wall-Street é, fundamental mente, a sede de corretoras e distri
de correção monetária que refleti
los públicos: Letras e Obrigações do Tesouro Nacional.
buidoras e não de outras organiza-
porcionais, dentro de urna previsão ría
índices
crescentes
de
inflação
Di<;ksto
138
quando eles se tornaram decrescen tes. 2. Excesso de posições criado pela indução que uns levaram a outros, de que os títulos do Gover
no equivaliam a dinheiro. Poderial acrescentar uma terceira
fonte
da
crise: excesso de colocação das ORTNs. Seus saldos, só em 197Õ, cresceram em 21 bilhões de janeiro à novembro (cerca de 63% de acrés
■ê: )í. .í,
lhões (cerca de 160%). É evidente que há uma Série de providências a tomar para que o fe nômeno não se repita, e se elimine mais rapidamente os efeitos resi duais do que ocorreu recentemente. Cabe ao Governo estudá-las e apli
tre Presidente da Caixa Econômica
cá-las com sensibilidade. Se me fos
-
TO ',
títulos em carteira, excluidas deste total as letras do Tesouro Nacional,
pela sua condição de quasi-dinheiro, e as operações que por sua vez fossem lastreadas com cartas de re¬
comerciais, de investimento, finan i
ceiras e sociedades de crédito imo biliário. O Mercado Aberto, a meu ver,
tem sido extraordinário sucesso. Há
distorções, mas elas podem, estão e serão corrigidas. Aqui cabe uma pa lavra de louvor ao sereno pragma
I
tal qual como foi concebida, cum
priu papel decisivo no esforço de desenvolvimento econômico do país,
até determinada época.
Depois, o instrumento tornou-se e se vai tornar, cada vez mais, ele mento ora de realimentação da in
flação, ora de mero desarranjador
tismo do Banco Central que vem obtendo excelente performance na difícil arte de construir um merca
do de capitais, onde, a rigor, todos C 4à
Já começamos a ter
da economia,
sensivel número de moedas diferentes: a moeda com correção para pa
gamento de casas do BNH; a moeda correção para aquisição de má-
com
quinas
ciamento que, dado o seu carater ro tativo e sua eventual ampliação pa ra duas vezes capital e reservas, se
e
equipamentos pesados; a
moeda com correção para pequenas
todos
interessados
Não
devemos iluminar
dólares
ticados, como é normal, mas jamais
de
que
0
o
malogro de um em-
mentar de permitir taxas maiores ou menores, capazes de reativar a economia quando a tendencia fosse de depressão ou, inversamente, es
com a maior hu mildade. e sem a certeza que carac
teriza os apaixonados, gostaria de colocar sobre a mesa, não só do Go verno, mas das classes empresariais, uma sugestão: a de unificação da
Jt.-
ou
ção monetária teria a vantagem ele
Por isso mesmo
Aa.
sucesso
Creio que a unificação da corre
idéias podem ser discutidas, e ja mais qualquer delas é recusada por vaidade, melindre ou inoperância.
determinado momento, dentro do já
internos
preendimento.
na
correção monetária, fazendo-a equi valer à correção cambial, a partir de
compromissos
país, não há um só povo ou um só
sil na posição de uma grande po
tência, ainda neste último quartel .
Aos que temem pelo nosso crédito de
janeiro de
1976, que registra, só neste número, os
seguintes créditos:
55 milhões de dólares para a Com
panhia Siderúrgica Nacional co
100 milhões de dólares para o BanNac. de Desenvolvimento Econô-
mico.
15 milhões de dólares para o Vale do Rio Doce.
100 milhões de Dólares para as Centrais Elétricas de São Paulo. 100 milhões de Dólares para a Pe-
trobrás, num total de 370 milhões
de dólares, num mês. Tais cifras indicam mais do que
Balanço de Pagamaentos por excesso de importações, De outro lado,
negócios: indicam, da parte de ban queiros internacionais, confiança
não creio que, face aos contingen,
exterior, recomendo a leitura da
Revista Euromoney
friá-la quando sua ativação come
çasse a pressionar, por exemplo, o
J
olhos
governo que hoje não inclua o Bra
pode se tornar na diferença entre
acusados de imobilidade ou de falta de imaginação criadora. testemunhas
ou
os
miragens impossíveis. Mas, também, seria imperdoável cegá-los à realidade que se abre diante de nos, no mundo inteiro. Fora deste
no
Os Governos da Revolução, parti cularmente o atual, podem ser cri
cami
com
alugueis e outras.
Tal situação levar-nos-á a luna
abrir
de vida do nosso povo.
ção do mercado interno.
atitude invariável de perplexidade, pois a simples diferença entre as sumir compromisso no exterior em
em
nhos para o desenvolvimneto do Brasil e o soerguimento dos padrões
de século.
Autoridades,
ampliação das
Fica. aqui. sobre a mesa. a idéia que julgo merecer o estudo dos mais doutos e a análise das autoridades,
tornariam importantes alavancas no ano de 1976, na luta para a amplia Senhor Ministro
da
exportações.
e médias empresas; a moeda com correção expurgada para rendimento de títulos de correção livre; a moeda com correção limitada para
área econômico-financeira, todas as
aceitantes de títulos, a saber, bancos I
Creio que a correção monetaria,
Federal; a efetiva aplicação do volu me global de ao menos um capital e reservas nas operações de refinan
Somos
compra, das empresas emitentes ou
única alavanca
lorizações.
rio Nacional: melhor adequação do tratamento dos títulos privados, já discutida em Foz do Iguaçú. ao ilus
se dado estabelecer alguma medida, nesse sentido apenas, criaria uma singela relação de vinte vezes, ca pital mais reservas, para as Distri buidoras e Corretoras, na forma de
í*
consagrado sistema das mini-desva- ● seja a desvalorização da moeda a
estamos aprendendo cada dia. Nun ca é demais repetir João XXIII: “Não deixemos de fazer o bom, que é desejável e possível, por tentar fa zer o ótimo que é inatingível. Dentro deste espírito informal, permitam-nos os presentes, duas palavras reivindicatórias: aos ilus tres membros do Conselho Monetá
cimo em parte de um único exercí cio) e as LTNS cresceram em 24 bi
139
OiGivSTo Econômico
Eoosò.Nnco
ciamentos acordos bilaterais, quotas, incentivos fiscais e de crédito, etc..
num país que, dentro do mundo emergindo de profunda crise, acen de luzes novas para o seu futuro.
Di<;ksto
138
quando eles se tornaram decrescen tes. 2. Excesso de posições criado pela indução que uns levaram a outros, de que os títulos do Gover
no equivaliam a dinheiro. Poderial acrescentar uma terceira
fonte
da
crise: excesso de colocação das ORTNs. Seus saldos, só em 197Õ, cresceram em 21 bilhões de janeiro à novembro (cerca de 63% de acrés
■ê: )í. .í,
lhões (cerca de 160%). É evidente que há uma Série de providências a tomar para que o fe nômeno não se repita, e se elimine mais rapidamente os efeitos resi duais do que ocorreu recentemente. Cabe ao Governo estudá-las e apli
tre Presidente da Caixa Econômica
cá-las com sensibilidade. Se me fos
-
TO ',
títulos em carteira, excluidas deste total as letras do Tesouro Nacional,
pela sua condição de quasi-dinheiro, e as operações que por sua vez fossem lastreadas com cartas de re¬
comerciais, de investimento, finan i
ceiras e sociedades de crédito imo biliário. O Mercado Aberto, a meu ver,
tem sido extraordinário sucesso. Há
distorções, mas elas podem, estão e serão corrigidas. Aqui cabe uma pa lavra de louvor ao sereno pragma
I
tal qual como foi concebida, cum
priu papel decisivo no esforço de desenvolvimento econômico do país,
até determinada época.
Depois, o instrumento tornou-se e se vai tornar, cada vez mais, ele mento ora de realimentação da in
flação, ora de mero desarranjador
tismo do Banco Central que vem obtendo excelente performance na difícil arte de construir um merca
do de capitais, onde, a rigor, todos C 4à
Já começamos a ter
da economia,
sensivel número de moedas diferentes: a moeda com correção para pa
gamento de casas do BNH; a moeda correção para aquisição de má-
com
quinas
ciamento que, dado o seu carater ro tativo e sua eventual ampliação pa ra duas vezes capital e reservas, se
e
equipamentos pesados; a
moeda com correção para pequenas
todos
interessados
Não
devemos iluminar
dólares
ticados, como é normal, mas jamais
de
que
0
o
malogro de um em-
mentar de permitir taxas maiores ou menores, capazes de reativar a economia quando a tendencia fosse de depressão ou, inversamente, es
com a maior hu mildade. e sem a certeza que carac
teriza os apaixonados, gostaria de colocar sobre a mesa, não só do Go verno, mas das classes empresariais, uma sugestão: a de unificação da
Jt.-
ou
ção monetária teria a vantagem ele
Por isso mesmo
Aa.
sucesso
Creio que a unificação da corre
idéias podem ser discutidas, e ja mais qualquer delas é recusada por vaidade, melindre ou inoperância.
determinado momento, dentro do já
internos
preendimento.
na
correção monetária, fazendo-a equi valer à correção cambial, a partir de
compromissos
país, não há um só povo ou um só
sil na posição de uma grande po
tência, ainda neste último quartel .
Aos que temem pelo nosso crédito de
janeiro de
1976, que registra, só neste número, os
seguintes créditos:
55 milhões de dólares para a Com
panhia Siderúrgica Nacional co
100 milhões de dólares para o BanNac. de Desenvolvimento Econô-
mico.
15 milhões de dólares para o Vale do Rio Doce.
100 milhões de Dólares para as Centrais Elétricas de São Paulo. 100 milhões de Dólares para a Pe-
trobrás, num total de 370 milhões
de dólares, num mês. Tais cifras indicam mais do que
Balanço de Pagamaentos por excesso de importações, De outro lado,
negócios: indicam, da parte de ban queiros internacionais, confiança
não creio que, face aos contingen,
exterior, recomendo a leitura da
Revista Euromoney
friá-la quando sua ativação come
çasse a pressionar, por exemplo, o
J
olhos
governo que hoje não inclua o Bra
pode se tornar na diferença entre
acusados de imobilidade ou de falta de imaginação criadora. testemunhas
ou
os
miragens impossíveis. Mas, também, seria imperdoável cegá-los à realidade que se abre diante de nos, no mundo inteiro. Fora deste
no
Os Governos da Revolução, parti cularmente o atual, podem ser cri
cami
com
alugueis e outras.
Tal situação levar-nos-á a luna
abrir
de vida do nosso povo.
ção do mercado interno.
atitude invariável de perplexidade, pois a simples diferença entre as sumir compromisso no exterior em
em
nhos para o desenvolvimneto do Brasil e o soerguimento dos padrões
de século.
Autoridades,
ampliação das
Fica. aqui. sobre a mesa. a idéia que julgo merecer o estudo dos mais doutos e a análise das autoridades,
tornariam importantes alavancas no ano de 1976, na luta para a amplia Senhor Ministro
da
exportações.
e médias empresas; a moeda com correção expurgada para rendimento de títulos de correção livre; a moeda com correção limitada para
área econômico-financeira, todas as
aceitantes de títulos, a saber, bancos I
Creio que a correção monetaria,
Federal; a efetiva aplicação do volu me global de ao menos um capital e reservas nas operações de refinan
Somos
compra, das empresas emitentes ou
única alavanca
lorizações.
rio Nacional: melhor adequação do tratamento dos títulos privados, já discutida em Foz do Iguaçú. ao ilus
se dado estabelecer alguma medida, nesse sentido apenas, criaria uma singela relação de vinte vezes, ca pital mais reservas, para as Distri buidoras e Corretoras, na forma de
í*
consagrado sistema das mini-desva- ● seja a desvalorização da moeda a
estamos aprendendo cada dia. Nun ca é demais repetir João XXIII: “Não deixemos de fazer o bom, que é desejável e possível, por tentar fa zer o ótimo que é inatingível. Dentro deste espírito informal, permitam-nos os presentes, duas palavras reivindicatórias: aos ilus tres membros do Conselho Monetá
cimo em parte de um único exercí cio) e as LTNS cresceram em 24 bi
139
OiGivSTo Econômico
Eoosò.Nnco
ciamentos acordos bilaterais, quotas, incentivos fiscais e de crédito, etc..
num país que, dentro do mundo emergindo de profunda crise, acen de luzes novas para o seu futuro.
140
DinKSTO
Diante das autoridades, das clas
Econômico
bilidade, no esforço de cada vitória a conquistar, empenharemos inteli gência, tenacidade, compreensão, humildade, esperança, dentro de nossas limitações e sempre procu rando superá-las para que se tor
ses empresariais, daqueles que, ao longo de tantos anos, lutamos juntos pelos objetivos de desenvolvimen to crescente e justo, ao assumir a
Presidência da Adecif, para o 13.° mandato, a melhor palavra a dizer será esta, convicta e sincera: — Em cada hora, diante de cada
MARIA JOSÉ VILLAÇA
0
nem menos ásperos os caminhos do amanhã, no amor ao Brasil que filhos.
“PÉROLAS"
INVADEM
O
MERCADO DA
SODA CAUSTICA — A PPG Industrie está construindo uma
nova
atividade
econômica, visando
jurídica que condiciona e limita a
o-
ESTADOS UNIDOS:-
UALQUER que seja a forma da intervenção estatal na
a consecução de determina dos objetivos, esta se faz de acordo com uma certa, ordenação
ajudamos a construir para os nossos
problema, no exame de cada possi¬
statizQção da Economia Brasileira
A
liberdade
uni
econômica
dos
indlví-
duos.
dade para a produção de soda cáustica em forma de pérolas em Natrium, Virgínia. Essa unidade, programada para 150 t/dia, elevará a capacidade total da PPG para mais de 120.000 t/ano, ou seja, mais de um terço da ca
A ciência
econômica
configura
tipos ou modelos de sistemas economicos;
pacidade total da indústria que é de 350.000 t/ano. A PPG já opera uma
entre esses se situam a
nova fabnea entrar totalmente em operação (no primeiro semestre de 1976), . a companhia eliminará gradativamente suas instalações de produção de
planificada e a economia sociali
A soda causüca em forma de pérolas foi introduzida no mercado há so-
Estado numa economia interessa
Qual a dose de interferência do da em obter o máximo rendimen
conseguiu conquistar, pela primeira vez, mais
0 do mercado de soda cáustica seca dos Estados Unidos. Agora,
to de seus esforços? Eis uma ques
com o fechamento de suas fábricas de flocos, a PPG acredita que as pé-
tão
que preocupa a todos mas - entanto, longe está de ter que, no
o as ganh^ cerca de 80% do mercado norte-americano para soda cáus-
^ flocos e pérolas respondem por quase todo o-consumo de a caus íca ®cca d^ Estados Unidos, com exceção de uma pequena par-
uma
A
escolha
de
cada um
se
baseia em posições ideológicas. Todavia, o confronto de situações extremas nos leva a uma série de observações e informações que nos
Principalmente aos mercados de exportação. Calcula-se
que 65% da s da caustica utilizada nos Estados Unidos é empregada em
compos os de hmpeza, 10% em lodo de perfuração de poços petrolíferos, 5% 1 padores de esgoto e em processamento químico respectiva¬ mente, 4% no processamento de ligas e metais e em tratamento de água, respectivamente, e o restante^ numa ampla variedade de usos. A conve
permitem concluir até que ponto a intervenção estatal é justificá vel e, até que ponto, a ação das forças de mercado apresenta um
niencia da forma perolizada é a principal razão de sua grande penetra ção no mercado. A PPG indica que a forma arredondada, por exemplo, reduz o empastamento e a irritação da pele durante o embarque, arma
saldo positivo. O mérito do livre jogo dos pre
zenagem e uso, e faz com que a soda cáustica flua mais facilmente que os
ços sd caracteriza pela “eficiência
flocos e isso, por sua vez, acelera e simplifica seu manuseio. Devido ao seu sucesso, outras companhias, além da PPG, também estão adotando a for
de Pareto”; através do seu meca
ma arredondada. A Dow, por exemplo, optou pelas pérolas em 1973 e os observadores do mercado calculam que a capacidade da .Dow para pro
e a Diamond Sharmrock, em 60.000 t/ano.
: resposta puramente cientí-
fica.
produção de soda cáustica seca que, por sua vez, media de 500.000 t/ano nos últimos anos. O material
dução da soda cáustica perolizada é de 105.000 t/ano. A Vulcan Materials (Birminghan, Alabama) possui uma capacidade estimada em 70.000 t/ano
a descontinuidade ad
ministrativa, sugerem limitações à participação do Estado no setor empresanal. Essa a tese da au tora. professora da Universidade de São
Paulo
zada.
soda caustica em flocos em Barberton, Ohio, e em Corpus Chi-isti, Texas.
°
bem como
economia de mercado, a economia
umdade desse tipo, de 180 t/dia, em Lake Charles Luisiania; e, quando a
(0^07
Na experiência brasileira a tra dição paternalista tem levado o setor privado a recorrer ao Esta do nos momentos difíceis, e a grande centralização de medidas,
I
nismo,
das
forças
de
mercado
agindo
com
liberdade
consegue-
se, dada certa quantidade de fa tores de produção, melhor distri buição e maiores resultados, che-
gando-se a um equilíbrio. Mas a prática se encarrega de colocar limitações e restrições a esta con clusão. Daí tornar-se desejável, ou mesmo aconselhável, certo grau de interferência do Estado no Sistema Econômico, que pode as
sumir formas indiretas ou dire
tas, e justificar-se em três níveis, pelo menos: na redistribuição de rendimentos sob a forma de im
postos, subsídios e transferências; na
criaçãn
de
gastos^ correntes
para prestar serviços de interescoletivo (defesa nacional, po liciamento, educação); na forma se
ção de capital para suprir a ini
ciativa privada (estradas, energia eletrica, siderurgia etc.). O Estado, em alguns casos, ten do em vista alcançar um fim de terminado, procura modificar o
comportamento dos agentes eco nômicos
(produtores, comercian
tes, consumidores) mediante esti-
i
140
DinKSTO
Diante das autoridades, das clas
Econômico
bilidade, no esforço de cada vitória a conquistar, empenharemos inteli gência, tenacidade, compreensão, humildade, esperança, dentro de nossas limitações e sempre procu rando superá-las para que se tor
ses empresariais, daqueles que, ao longo de tantos anos, lutamos juntos pelos objetivos de desenvolvimen to crescente e justo, ao assumir a
Presidência da Adecif, para o 13.° mandato, a melhor palavra a dizer será esta, convicta e sincera: — Em cada hora, diante de cada
MARIA JOSÉ VILLAÇA
0
nem menos ásperos os caminhos do amanhã, no amor ao Brasil que filhos.
“PÉROLAS"
INVADEM
O
MERCADO DA
SODA CAUSTICA — A PPG Industrie está construindo uma
nova
atividade
econômica, visando
jurídica que condiciona e limita a
o-
ESTADOS UNIDOS:-
UALQUER que seja a forma da intervenção estatal na
a consecução de determina dos objetivos, esta se faz de acordo com uma certa, ordenação
ajudamos a construir para os nossos
problema, no exame de cada possi¬
statizQção da Economia Brasileira
A
liberdade
uni
econômica
dos
indlví-
duos.
dade para a produção de soda cáustica em forma de pérolas em Natrium, Virgínia. Essa unidade, programada para 150 t/dia, elevará a capacidade total da PPG para mais de 120.000 t/ano, ou seja, mais de um terço da ca
A ciência
econômica
configura
tipos ou modelos de sistemas economicos;
pacidade total da indústria que é de 350.000 t/ano. A PPG já opera uma
entre esses se situam a
nova fabnea entrar totalmente em operação (no primeiro semestre de 1976), . a companhia eliminará gradativamente suas instalações de produção de
planificada e a economia sociali
A soda causüca em forma de pérolas foi introduzida no mercado há so-
Estado numa economia interessa
Qual a dose de interferência do da em obter o máximo rendimen
conseguiu conquistar, pela primeira vez, mais
0 do mercado de soda cáustica seca dos Estados Unidos. Agora,
to de seus esforços? Eis uma ques
com o fechamento de suas fábricas de flocos, a PPG acredita que as pé-
tão
que preocupa a todos mas - entanto, longe está de ter que, no
o as ganh^ cerca de 80% do mercado norte-americano para soda cáus-
^ flocos e pérolas respondem por quase todo o-consumo de a caus íca ®cca d^ Estados Unidos, com exceção de uma pequena par-
uma
A
escolha
de
cada um
se
baseia em posições ideológicas. Todavia, o confronto de situações extremas nos leva a uma série de observações e informações que nos
Principalmente aos mercados de exportação. Calcula-se
que 65% da s da caustica utilizada nos Estados Unidos é empregada em
compos os de hmpeza, 10% em lodo de perfuração de poços petrolíferos, 5% 1 padores de esgoto e em processamento químico respectiva¬ mente, 4% no processamento de ligas e metais e em tratamento de água, respectivamente, e o restante^ numa ampla variedade de usos. A conve
permitem concluir até que ponto a intervenção estatal é justificá vel e, até que ponto, a ação das forças de mercado apresenta um
niencia da forma perolizada é a principal razão de sua grande penetra ção no mercado. A PPG indica que a forma arredondada, por exemplo, reduz o empastamento e a irritação da pele durante o embarque, arma
saldo positivo. O mérito do livre jogo dos pre
zenagem e uso, e faz com que a soda cáustica flua mais facilmente que os
ços sd caracteriza pela “eficiência
flocos e isso, por sua vez, acelera e simplifica seu manuseio. Devido ao seu sucesso, outras companhias, além da PPG, também estão adotando a for
de Pareto”; através do seu meca
ma arredondada. A Dow, por exemplo, optou pelas pérolas em 1973 e os observadores do mercado calculam que a capacidade da .Dow para pro
e a Diamond Sharmrock, em 60.000 t/ano.
: resposta puramente cientí-
fica.
produção de soda cáustica seca que, por sua vez, media de 500.000 t/ano nos últimos anos. O material
dução da soda cáustica perolizada é de 105.000 t/ano. A Vulcan Materials (Birminghan, Alabama) possui uma capacidade estimada em 70.000 t/ano
a descontinuidade ad
ministrativa, sugerem limitações à participação do Estado no setor empresanal. Essa a tese da au tora. professora da Universidade de São
Paulo
zada.
soda caustica em flocos em Barberton, Ohio, e em Corpus Chi-isti, Texas.
°
bem como
economia de mercado, a economia
umdade desse tipo, de 180 t/dia, em Lake Charles Luisiania; e, quando a
(0^07
Na experiência brasileira a tra dição paternalista tem levado o setor privado a recorrer ao Esta do nos momentos difíceis, e a grande centralização de medidas,
I
nismo,
das
forças
de
mercado
agindo
com
liberdade
consegue-
se, dada certa quantidade de fa tores de produção, melhor distri buição e maiores resultados, che-
gando-se a um equilíbrio. Mas a prática se encarrega de colocar limitações e restrições a esta con clusão. Daí tornar-se desejável, ou mesmo aconselhável, certo grau de interferência do Estado no Sistema Econômico, que pode as
sumir formas indiretas ou dire
tas, e justificar-se em três níveis, pelo menos: na redistribuição de rendimentos sob a forma de im
postos, subsídios e transferências; na
criaçãn
de
gastos^ correntes
para prestar serviços de interescoletivo (defesa nacional, po liciamento, educação); na forma se
ção de capital para suprir a ini
ciativa privada (estradas, energia eletrica, siderurgia etc.). O Estado, em alguns casos, ten do em vista alcançar um fim de terminado, procura modificar o
comportamento dos agentes eco nômicos
(produtores, comercian
tes, consumidores) mediante esti-
i
142
DicivSTo
mulos (subsídios, isenções fiscais, tarifas aduaneiras) que tornam relativamente mais ou menos ren táveis certas atividades econômi cas.
Noutras circunstâncias o Es
tado pretende afetar as condições físicas e jurídicas em que se de
I
saneamento,
reflorestamento
etc...
no
Procura
grupos
através
de operações
de
De forma direta o poder público pode proibir os agentes eco-
nômicos de dedicarem-se a de
terminadas atividades, ou desen volvê-las somente até certos li o desempenho
de
uma
Ainda
agindo
certas
magnitudes
econômicas
como ' preços,
quantidades
tais
diretamente
fixa
produzidas, transacionadas, im portadas ou consumidas, substi tuindo
assim, a figura do mer
cado.
A
atuação
do Estado
na
vida
/
econômica, porém, independente mente do sistema político vigen
-r
te, não pode dar resultados tan gíveis, eficazes e positivos se não se
fizer:
a)
em função das necessidades
reais (parciais e gerais);
No caso do Brasil, vejamos co mo se tem dado a intervenção es tatal
c) com absolutíi e equidade;
como se vem comportando o setor público.
obj'otividade
grupos
transportes, no
?
dência econômica;
desenvolvimento da pesquisa, na conservação do solo, no setor de
atividade econômica pelo Estado, em detrimento do setor privado
l
em
e) sem exclusivismos, monopó lios ou privilégios concedidos a
inclui-se
■
levando
senvolve a atividade econômica e
mites; neste tipo de intervenção
^
critério,
as quantidades decorrentes. Atua, por exemplo, no ensino técnico, no
compra e venda de divisas, opera ções de mercado aberto, etc..
I
com
conta o fenômeno da interdepen
d) com a necessária rapidez, oportunidade e agilidade;
conseguir certos resultados neu tralizando a ação de indivíduos ou
'
I
b-
143
Dicf-Sto Econômico
Econômico
ou pessoas;
Desde
I
f
da II
e
Grande
Guerra, o setor público tem cres cido a taxas ponderáveis: entre 1947-1965. como percentagem do
clusive subsídios e transferências)
de 18% para 31%.
1970 CrS milhões
Desp. Nacional Bruta
204 723 20 512
Desp. de Consumo do Gov. Investimentos do Governo Investimentos das Emp.
tempo.
Os países em via de desenvolvi mento (usando a terminologia atual que procura não gerar com plexos), preocupados em melho rar sua posição, vêm usando a téc nica do planejamento como for--
política
o término
econômica
Itens
tar excessiva burocratização, in terferências danosas e perda de
de
atividade
»
f) com 0 menor número pos sível de organismos, a fim de evi
mulação
na
Produto Interno Bruto a despesa do governo aumentou de 10,7% pa ra 14,2%: a formação bruta de ca pital fixo para entidades públicas de 3,2% para 8%; a carga tribu tária bruta de 14,7% para 25,1% e 0 gasto total do governo (in
-
Investimento Total
Despesas de Consumo priv.
%
Cr$ milhões
100
271 808
100
26 779
9,9 3,9 18,0 21,9 68,2 78,1
10 596 49 012 59 608
●
78,8 G = 14%
%
10,0 4.0 17,2 21,2
68,8
G = 13,6% Ip = 19%
*
Ip = 21%
econômica.
Embora as primeiras experiências de planejamento global se tenham
8 273 35 168 43 441
1971
I
iniciado na União Soviética, nele
nada há de especificamente socializante. O planejamento glo bal e somente uma nova forma de conceber os métodos de decisão
governamental, subordinando os instrumentos de ação a objetivos econômicos mais amplos, tais co mo: taxa de crescimento do pro duto real e do nível de .emprego; redução das desigualdades regio nais, do desequilíbrio no balanço de pagamentos, política salarial, controle da inflação — que não se encontram sob orientação di reta do Governo. Para tal, valese este dos seguintes instrumentos
de ação: orçamento e legislação econômica geral.
1972
Itens
CrS milhões
Desp. Nacional Bruta Desp. de Cons. do Governo Investimentos
1973
do
Governo
Investimentos das Emp. Investimento Total
%
355 822 34 658 13 884 65 179 79 063
Despesas de Cons. privado
473 181
100
46 190 18 061 89 994 108 054
9,8 3,8 19,0 22,8 67,4 77,2
G = Governo; Ip = Investimento privado
CDados da F. G. V. — Janeiro de 1975)
%
9,7 3,9 18,3 22,2
68,1 77,8
Fonte; Conjuntura Econômica
milhões
100
G = 13,6% Ip = 18,3%
*
CrS
G = 13,6% Ip = 19%
I
142
DicivSTo
mulos (subsídios, isenções fiscais, tarifas aduaneiras) que tornam relativamente mais ou menos ren táveis certas atividades econômi cas.
Noutras circunstâncias o Es
tado pretende afetar as condições físicas e jurídicas em que se de
I
saneamento,
reflorestamento
etc...
no
Procura
grupos
através
de operações
de
De forma direta o poder público pode proibir os agentes eco-
nômicos de dedicarem-se a de
terminadas atividades, ou desen volvê-las somente até certos li o desempenho
de
uma
Ainda
agindo
certas
magnitudes
econômicas
como ' preços,
quantidades
tais
diretamente
fixa
produzidas, transacionadas, im portadas ou consumidas, substi tuindo
assim, a figura do mer
cado.
A
atuação
do Estado
na
vida
/
econômica, porém, independente mente do sistema político vigen
-r
te, não pode dar resultados tan gíveis, eficazes e positivos se não se
fizer:
a)
em função das necessidades
reais (parciais e gerais);
No caso do Brasil, vejamos co mo se tem dado a intervenção es tatal
c) com absolutíi e equidade;
como se vem comportando o setor público.
obj'otividade
grupos
transportes, no
?
dência econômica;
desenvolvimento da pesquisa, na conservação do solo, no setor de
atividade econômica pelo Estado, em detrimento do setor privado
l
em
e) sem exclusivismos, monopó lios ou privilégios concedidos a
inclui-se
■
levando
senvolve a atividade econômica e
mites; neste tipo de intervenção
^
critério,
as quantidades decorrentes. Atua, por exemplo, no ensino técnico, no
compra e venda de divisas, opera ções de mercado aberto, etc..
I
com
conta o fenômeno da interdepen
d) com a necessária rapidez, oportunidade e agilidade;
conseguir certos resultados neu tralizando a ação de indivíduos ou
'
I
b-
143
Dicf-Sto Econômico
Econômico
ou pessoas;
Desde
I
f
da II
e
Grande
Guerra, o setor público tem cres cido a taxas ponderáveis: entre 1947-1965. como percentagem do
clusive subsídios e transferências)
de 18% para 31%.
1970 CrS milhões
Desp. Nacional Bruta
204 723 20 512
Desp. de Consumo do Gov. Investimentos do Governo Investimentos das Emp.
tempo.
Os países em via de desenvolvi mento (usando a terminologia atual que procura não gerar com plexos), preocupados em melho rar sua posição, vêm usando a téc nica do planejamento como for--
política
o término
econômica
Itens
tar excessiva burocratização, in terferências danosas e perda de
de
atividade
»
f) com 0 menor número pos sível de organismos, a fim de evi
mulação
na
Produto Interno Bruto a despesa do governo aumentou de 10,7% pa ra 14,2%: a formação bruta de ca pital fixo para entidades públicas de 3,2% para 8%; a carga tribu tária bruta de 14,7% para 25,1% e 0 gasto total do governo (in
-
Investimento Total
Despesas de Consumo priv.
%
Cr$ milhões
100
271 808
100
26 779
9,9 3,9 18,0 21,9 68,2 78,1
10 596 49 012 59 608
●
78,8 G = 14%
%
10,0 4.0 17,2 21,2
68,8
G = 13,6% Ip = 19%
*
Ip = 21%
econômica.
Embora as primeiras experiências de planejamento global se tenham
8 273 35 168 43 441
1971
I
iniciado na União Soviética, nele
nada há de especificamente socializante. O planejamento glo bal e somente uma nova forma de conceber os métodos de decisão
governamental, subordinando os instrumentos de ação a objetivos econômicos mais amplos, tais co mo: taxa de crescimento do pro duto real e do nível de .emprego; redução das desigualdades regio nais, do desequilíbrio no balanço de pagamentos, política salarial, controle da inflação — que não se encontram sob orientação di reta do Governo. Para tal, valese este dos seguintes instrumentos
de ação: orçamento e legislação econômica geral.
1972
Itens
CrS milhões
Desp. Nacional Bruta Desp. de Cons. do Governo Investimentos
1973
do
Governo
Investimentos das Emp. Investimento Total
%
355 822 34 658 13 884 65 179 79 063
Despesas de Cons. privado
473 181
100
46 190 18 061 89 994 108 054
9,8 3,8 19,0 22,8 67,4 77,2
G = Governo; Ip = Investimento privado
CDados da F. G. V. — Janeiro de 1975)
%
9,7 3,9 18,3 22,2
68,1 77,8
Fonte; Conjuntura Econômica
milhões
100
G = 13,6% Ip = 18,3%
*
CrS
G = 13,6% Ip = 19%
I
●T
144
Dicksto Econômico
Esses dados revelam uma cres
cente estatização, representada pelo crescimento do setor público refletindo o aumento das despe
forma
unificada,
destinando-se,
sas governamentais decorrente de
preferencialmente,
causas diversas.
especiais de investimentos, ela borados e revistos periodicamente segundo as diretrizes e prazos de
As despesas de
consumo do governo sofreram um
acréscimo devido, particularmen te, ao desenvolvimento econômico que estaria impondo a necessida de de expansão do setor educa
a
programa*
vigência dos Planos Nacionais de Desenvolvimento
(PND).
cional, de defesa e justiça, bem
Ao Estado Moderno cabe ampa rar todas as categorias sociais, em
como dos demais serviços de con sumo coletivo análogos aos bens
cularmente nas mais
de consumo privado. Quanto à i>olitica de investi mento houve um aumento da for
todas as regiões do país e parti pobres, nu
ma ampliação racional do concei to de previdência social. Ao Mi nistério da Previdência e Assis tência Social compete atuar no
mação de capital na administra
ção centralizada devido, particu
larmente, às autarquias e socieda des .. . de - econômias mistas. A par-
campo Social.
definido da Previdência Com a criação do Conse
lho de Desenvolvimento Econômi
ticipaçao das entidades públicas na formação bruta de capital fixo elevou-5e de cerca de 28% em 1947/56 a cerca de 60%, nos últi
co procura-se assessorar o Presi dente da República na formula ção da política econômica e, em especial, na coordenação das ati
mos anos.
vidades dos Ministérios Interessa
Isso foi decorrência da
construção de obras de infraes
trutura e do papel supletivo em setores em que a tecnologia mo-
derna exige mobilização de grandes capitais.
Mas, qual as normas, ou melhor,
os instrumentos de açao legais de
que se tem valido o Governo Bra sileiro para agir sobre a realidade?
Vários têm sido os setores objeto da regulamentação ou sujeitos .
vidor Público íPASEP), no seu Art. 1.0, determina que tais recur sos passarão a ser aplicados de
estímulos ’e
incentivos.
a
Assim,
por exemplo, o Projeto de Lei Complementar, que dispõe sobre a aplicação dos recursos gerados pelo Programa de Integração So cial (PIS) e pelo Programa de Formação do Patrimônio do Ser-
dos, segundo orientação definida no
PND.
Ao Ministério do Trabalho com
pete orientar o trabalho, a orga nização profissional e sindical, sua fiscalização, o mercado de tra balho, política de emprego, sala rial e de imigração. À Secretaria de Planejamento da Presidência da República incumbe assistir o Presidente da República na coor denação do sistema de planeja mento, orçamento e modernização administrativa, inclusive no cante ao acompanhamento
to da
execução dos planos estatais de desenvolvimento; na coordenação das medidas relativas à política de
'
DickstÒ Econômico desenvolvimento
cial; de
145
econômico
na coordenação desenvolvimento
e
so
ternas »o que respeita às maté
da política científico
e
tecnológico, principalmente em seus aspectos econômico-financeiros.
A Lei n.o 4595 de 31-12-64, que ●fiou o Conselho Monetário Nacio»al e o Banco Central do Brasil,
conferiu atribuições ao colegiado e ao Banco para manejo dos ins trumentos de política econômica, particularmente no setor monetá rio
e
creditício.
O Presidente da República apro vou alterações de critério no Or namento Plurianual de Investi»iento (OPI); no Orçamento Anual para 1975 e no Programa Geral de Dispêndios (PGD) para o período de 1975/77. As Receitas Correntes
da
União
deverão
al-
«ançar Cr$ 260 240 milhões, supe rando quase Cr$ 20 bilhões a es timativa anterior, o que corres ponde a uma elevação de 8%. O Imposto sobre Produtos Industria
lizados (IPI) vem gradativamen te cedendo lugar a outras recei tas. As despesas com Pessoal e Bncargos Sociais que, no exercício de 1973 absorvera 35,8% das Re ceitas Correntes, em 1974, corres pondeu a 38,5% em decorrência do inicio da implantação do Plano de Classificação de Cargos; deve rá sofrer pequeno decréscimo per centual em 1975 e 1976 (37,5% e 37,4%, respectivamente). No setor industrial cabe alcançar a maio ridade em dois setores básicos:
o
siderúrgico e o eletrônico; im põe-se a necessidade de reduzir nossa dependência de fontes ex-
rias-primas. No que se refere ao desenvolvi
mento tecnológico com aplicação especial nos setores industrial, da agropecuária e da infraestrutura impõe-se a necessidade de adotar medidas que induzam as empresas
privadas e públicas, nacionais e estrangeiras, a se engajarem no esforço de elaboração e adapta ção da tecnologia. Instrumentos novos e eficazes deverão ser criados visando im
plantar-se, nas diferentes regiões agrícolas a empresa agrícola com estrutura e comportamento com paráveis à empresa industrial.
Programas como o de integração
Nacional. Proterra. Provale e Pro-
doeste
deverão levar em conta
essa diretriz.
No campo estritamente finan ceiro impõe-se ao Estado cuidar do pronto saneamento e do pau latino e seguro fortalecimento do mercado de capitais; a política de controle monetário e creditício é acompanhada
por
redobrada
atenção dos setores bancários e securitários.
A melhoria da distribuição de renda envolve tempo e racionali dade. O distributivismo facil, via reajuste de salários nominais, está fadado ao fracasso por gerar
tensões inflacionárias; daí toda a
política salaria\ adotada recen temente pelo governo, através da correção da taxa de salário em termos reais e com um acréscimo
pela produtividade. No que diz respeito às desigual dades econômicas regionais, cabe
●T
144
Dicksto Econômico
Esses dados revelam uma cres
cente estatização, representada pelo crescimento do setor público refletindo o aumento das despe
forma
unificada,
destinando-se,
sas governamentais decorrente de
preferencialmente,
causas diversas.
especiais de investimentos, ela borados e revistos periodicamente segundo as diretrizes e prazos de
As despesas de
consumo do governo sofreram um
acréscimo devido, particularmen te, ao desenvolvimento econômico que estaria impondo a necessida de de expansão do setor educa
a
programa*
vigência dos Planos Nacionais de Desenvolvimento
(PND).
cional, de defesa e justiça, bem
Ao Estado Moderno cabe ampa rar todas as categorias sociais, em
como dos demais serviços de con sumo coletivo análogos aos bens
cularmente nas mais
de consumo privado. Quanto à i>olitica de investi mento houve um aumento da for
todas as regiões do país e parti pobres, nu
ma ampliação racional do concei to de previdência social. Ao Mi nistério da Previdência e Assis tência Social compete atuar no
mação de capital na administra
ção centralizada devido, particu
larmente, às autarquias e socieda des .. . de - econômias mistas. A par-
campo Social.
definido da Previdência Com a criação do Conse
lho de Desenvolvimento Econômi
ticipaçao das entidades públicas na formação bruta de capital fixo elevou-5e de cerca de 28% em 1947/56 a cerca de 60%, nos últi
co procura-se assessorar o Presi dente da República na formula ção da política econômica e, em especial, na coordenação das ati
mos anos.
vidades dos Ministérios Interessa
Isso foi decorrência da
construção de obras de infraes
trutura e do papel supletivo em setores em que a tecnologia mo-
derna exige mobilização de grandes capitais.
Mas, qual as normas, ou melhor,
os instrumentos de açao legais de
que se tem valido o Governo Bra sileiro para agir sobre a realidade?
Vários têm sido os setores objeto da regulamentação ou sujeitos .
vidor Público íPASEP), no seu Art. 1.0, determina que tais recur sos passarão a ser aplicados de
estímulos ’e
incentivos.
a
Assim,
por exemplo, o Projeto de Lei Complementar, que dispõe sobre a aplicação dos recursos gerados pelo Programa de Integração So cial (PIS) e pelo Programa de Formação do Patrimônio do Ser-
dos, segundo orientação definida no
PND.
Ao Ministério do Trabalho com
pete orientar o trabalho, a orga nização profissional e sindical, sua fiscalização, o mercado de tra balho, política de emprego, sala rial e de imigração. À Secretaria de Planejamento da Presidência da República incumbe assistir o Presidente da República na coor denação do sistema de planeja mento, orçamento e modernização administrativa, inclusive no cante ao acompanhamento
to da
execução dos planos estatais de desenvolvimento; na coordenação das medidas relativas à política de
'
DickstÒ Econômico desenvolvimento
cial; de
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econômico
na coordenação desenvolvimento
e
so
ternas »o que respeita às maté
da política científico
e
tecnológico, principalmente em seus aspectos econômico-financeiros.
A Lei n.o 4595 de 31-12-64, que ●fiou o Conselho Monetário Nacio»al e o Banco Central do Brasil,
conferiu atribuições ao colegiado e ao Banco para manejo dos ins trumentos de política econômica, particularmente no setor monetá rio
e
creditício.
O Presidente da República apro vou alterações de critério no Or namento Plurianual de Investi»iento (OPI); no Orçamento Anual para 1975 e no Programa Geral de Dispêndios (PGD) para o período de 1975/77. As Receitas Correntes
da
União
deverão
al-
«ançar Cr$ 260 240 milhões, supe rando quase Cr$ 20 bilhões a es timativa anterior, o que corres ponde a uma elevação de 8%. O Imposto sobre Produtos Industria
lizados (IPI) vem gradativamen te cedendo lugar a outras recei tas. As despesas com Pessoal e Bncargos Sociais que, no exercício de 1973 absorvera 35,8% das Re ceitas Correntes, em 1974, corres pondeu a 38,5% em decorrência do inicio da implantação do Plano de Classificação de Cargos; deve rá sofrer pequeno decréscimo per centual em 1975 e 1976 (37,5% e 37,4%, respectivamente). No setor industrial cabe alcançar a maio ridade em dois setores básicos:
o
siderúrgico e o eletrônico; im põe-se a necessidade de reduzir nossa dependência de fontes ex-
rias-primas. No que se refere ao desenvolvi
mento tecnológico com aplicação especial nos setores industrial, da agropecuária e da infraestrutura impõe-se a necessidade de adotar medidas que induzam as empresas
privadas e públicas, nacionais e estrangeiras, a se engajarem no esforço de elaboração e adapta ção da tecnologia. Instrumentos novos e eficazes deverão ser criados visando im
plantar-se, nas diferentes regiões agrícolas a empresa agrícola com estrutura e comportamento com paráveis à empresa industrial.
Programas como o de integração
Nacional. Proterra. Provale e Pro-
doeste
deverão levar em conta
essa diretriz.
No campo estritamente finan ceiro impõe-se ao Estado cuidar do pronto saneamento e do pau latino e seguro fortalecimento do mercado de capitais; a política de controle monetário e creditício é acompanhada
por
redobrada
atenção dos setores bancários e securitários.
A melhoria da distribuição de renda envolve tempo e racionali dade. O distributivismo facil, via reajuste de salários nominais, está fadado ao fracasso por gerar
tensões inflacionárias; daí toda a
política salaria\ adotada recen temente pelo governo, através da correção da taxa de salário em termos reais e com um acréscimo
pela produtividade. No que diz respeito às desigual dades econômicas regionais, cabe
Dk;kst()
146
aprimorar os mecanismos de uti lização dos incentivos do Imposto sobre a Renda melhorando os cri térios de seleção dos projetos,
adaptando-os às vantagens com parativas de cada região e assegu rando 0 equilíbrio entre a oferta e procura de incentivos. Cabe, também, aperfeiçoar o sistema de distribuição das rendas tributá rias de forma a possibilitar maior equilíbrio nas taxas de desenvol vimento das diversas unidades da
Federação. O Imposto de Circula ção das Mercadorias (ICM) apre sentou maior eficiência em rela ção ao Imposto de Vendas e Con
signações. As normas de combate à infla
> ar
K\P
ção ^3 vêm fazendo sentir, no campo fiscal, numa política de realismo orçamentário; no merca do de trabalho a fixação dos rea justes
do
salário
mínimo
e
dos
salários em negociações coletivas
está sujeita à formula da política 'V
{
'r
iikt
li-i ir
X' 'H'
lí r
●
salarial. No tocante à política monetária duas medidas básicas vêm sendo tomadas: a) a limita ção da expansão dos meios de pagamento b) a adoção de provi dências administrativas que favo reçam o fiel cumprimento do orça mento monétário. O amplo uso
Econômico
tos desajustes, porém, ocorrem, excesso de decorrentes, uns do
despesa em alguns setores, ou do desnível de certos preços internos e internacionais, o que leva a uma
política
tarifária
de
proteção
a
indústria nacional e a um proces
so de Substituição de importações. Tal conjunto dc atividades exi girá a aplicação de recursos vul tosos que. em algumas circunstànconstitui
cias
investimentos
de
presenta também, não resta dú vida, crescente ingerência do po der público na vida econômica, justificada pelos objetivos ante riores analisados.
No entanto, não deixo de apre
sentar um aspecto discutível: da me.sma forma que a economia de mercado apresenta imperfeições e falhas, a marcante e inadequa da intervenção estatal está eivada de insuficiências e problemas de várias ordens: dificuldades de es tímulo atrofiam a eficácia do goempresário; todo o verno como regime centralizado exige o de-
senvolvimento de uma formidável burocracia para
a transmissão de
informações que envolve custos e ocasiona riscos de emperramento do setor; dada a centralização, os
de ação para se alcançar a esta
erros
nao
bilidade de preços. Verificam-se cortes de crédito a empresas que
se
problema chamado da “rea-
selho
Interministerial
de
Preços
(CIP). Alguns princípios são for mulados para fortalecer e siste matizar a ação do referido Conselho no controle de preços. Cer1
í
K'
147
proporção entre o capital e a mãode-obra é aconselhável a partici
do o setor privado a recorrer ao Estado nos momentos difíceis, e
pação empresarial do governo. Nas
a grande centralização de medi das, bem como a descontinuidadc administrativa, sugerem limita
de “trabalho intensivo” os defei tos da intervenção estatal são in toleráveis. Dai as restrições, em
ções à participação do Estado no setor empresarial que, por certo, serão apresentadas e discutidas
algumas circunstâncias, à ingerên cia do Governo na atividade eco
por competentes especialistas, li gados aos vários setores econô
nômica.
Na experiência brasileira a tra dição paternalista, que tem leva¬
micos.
alta rentabilidade reflexa, induti va a prazo médio ou longo. Re
do crédito seletivo vem sendo ado tado no Brasil como instrumento
desrespeitam os controles do Con
Digesto Econômico
o
são compensados; tsm-
limentação”.
No sistema de mer-
cado esta é provida pela relação “lucro-falência”. A empresa estatal
parece
escapar
quando ineficiente,
à
punição.
Sem
recursos
extras para resolver sua situação deficitária.
Em setores de alta
0-
BRASIL:- A BAYER NO BRASIL — Há 78 anos no País, a Bayer do Brasil Indústrias Químicas tem hoje duas unidades operacionais, uma em São Paulo, bairro do Socorro, e outra em Belfort Roxo, Rio de Janeiro, aiem de duas minas: a Comisa em Campo Formoso (Bahia), e Mibay, em ?an ®na do Parnaíba (São Paulo), além de filiais espalhadas por várias cida e
brasileiras. Na fábrica de Socorro são produzidos desde tuberculostaucus até produtos para serem usados no combate a doenças que °
gado e a lavoura. Na fábrica do Rio de Janeiro, localizada em Be a empresa produz vários tipos de ácidos, materia-pr^a para a o
’
ção de inseticidas, além de taninos sintéticos, corantes orgaíni os e P dutos auxiliares para a borracha, indústrias têxteis, de pape ® ^ presa vem desenvolvendo novos projetos, visando
dos mercados em expansão e dos centros produto^s ^ mJ^íáKriDesse modo, está construindo na área industrial de Piassaguer , u , . ca para a produção de TDI (di-isocianato de tolueno), materiajinrna basica para a fabricação de espumas de poliuretano, com capaci ^ e ^ i 15 mil t/ano, além da fabriação de outros produtos químicos básicos como o ácido sulfúrico, com capacidade para 140 mil t/ano. Adquiriu, ainda, um
terreno no Centro Industrial de Aratu para a mstalaçao de uma segunda
fábrica de defensivos para a lavoura e inseticidas domesticas, ob]_etivando atender aos consumidores do norte e nordeste. A <^e produção da abrica de Belfort Roxo também sofrerá aumento substancial em sua capa
cidade de produção de dicromatos, ácido crônico, acido ^oridrmo, coran
tes, parathion e ácido sulfúrico. A Bayer participa da Tibras-Titamo do Brasil, que produz diversos tipos de dióxido de titânio, pigmentos utilizados na preparação de tintas e esmaltes; da Brasivil Resinas Sintéticas, que pro duz PVC em Ribeirão Pires, São Paulo; e da Indústria e Comercio Trorion, pioneira no País na produção de espumas de poliuretano.
I
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aprimorar os mecanismos de uti lização dos incentivos do Imposto sobre a Renda melhorando os cri térios de seleção dos projetos,
adaptando-os às vantagens com parativas de cada região e assegu rando 0 equilíbrio entre a oferta e procura de incentivos. Cabe, também, aperfeiçoar o sistema de distribuição das rendas tributá rias de forma a possibilitar maior equilíbrio nas taxas de desenvol vimento das diversas unidades da
Federação. O Imposto de Circula ção das Mercadorias (ICM) apre sentou maior eficiência em rela ção ao Imposto de Vendas e Con
signações. As normas de combate à infla
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K\P
ção ^3 vêm fazendo sentir, no campo fiscal, numa política de realismo orçamentário; no merca do de trabalho a fixação dos rea justes
do
salário
mínimo
e
dos
salários em negociações coletivas
está sujeita à formula da política 'V
{
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salarial. No tocante à política monetária duas medidas básicas vêm sendo tomadas: a) a limita ção da expansão dos meios de pagamento b) a adoção de provi dências administrativas que favo reçam o fiel cumprimento do orça mento monétário. O amplo uso
Econômico
tos desajustes, porém, ocorrem, excesso de decorrentes, uns do
despesa em alguns setores, ou do desnível de certos preços internos e internacionais, o que leva a uma
política
tarifária
de
proteção
a
indústria nacional e a um proces
so de Substituição de importações. Tal conjunto dc atividades exi girá a aplicação de recursos vul tosos que. em algumas circunstànconstitui
cias
investimentos
de
presenta também, não resta dú vida, crescente ingerência do po der público na vida econômica, justificada pelos objetivos ante riores analisados.
No entanto, não deixo de apre
sentar um aspecto discutível: da me.sma forma que a economia de mercado apresenta imperfeições e falhas, a marcante e inadequa da intervenção estatal está eivada de insuficiências e problemas de várias ordens: dificuldades de es tímulo atrofiam a eficácia do goempresário; todo o verno como regime centralizado exige o de-
senvolvimento de uma formidável burocracia para
a transmissão de
informações que envolve custos e ocasiona riscos de emperramento do setor; dada a centralização, os
de ação para se alcançar a esta
erros
nao
bilidade de preços. Verificam-se cortes de crédito a empresas que
se
problema chamado da “rea-
selho
Interministerial
de
Preços
(CIP). Alguns princípios são for mulados para fortalecer e siste matizar a ação do referido Conselho no controle de preços. Cer1
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proporção entre o capital e a mãode-obra é aconselhável a partici
do o setor privado a recorrer ao Estado nos momentos difíceis, e
pação empresarial do governo. Nas
a grande centralização de medi das, bem como a descontinuidadc administrativa, sugerem limita
de “trabalho intensivo” os defei tos da intervenção estatal são in toleráveis. Dai as restrições, em
ções à participação do Estado no setor empresarial que, por certo, serão apresentadas e discutidas
algumas circunstâncias, à ingerên cia do Governo na atividade eco
por competentes especialistas, li gados aos vários setores econô
nômica.
Na experiência brasileira a tra dição paternalista, que tem leva¬
micos.
alta rentabilidade reflexa, induti va a prazo médio ou longo. Re
do crédito seletivo vem sendo ado tado no Brasil como instrumento
desrespeitam os controles do Con
Digesto Econômico
o
são compensados; tsm-
limentação”.
No sistema de mer-
cado esta é provida pela relação “lucro-falência”. A empresa estatal
parece
escapar
quando ineficiente,
à
punição.
Sem
recursos
extras para resolver sua situação deficitária.
Em setores de alta
0-
BRASIL:- A BAYER NO BRASIL — Há 78 anos no País, a Bayer do Brasil Indústrias Químicas tem hoje duas unidades operacionais, uma em São Paulo, bairro do Socorro, e outra em Belfort Roxo, Rio de Janeiro, aiem de duas minas: a Comisa em Campo Formoso (Bahia), e Mibay, em ?an ®na do Parnaíba (São Paulo), além de filiais espalhadas por várias cida e
brasileiras. Na fábrica de Socorro são produzidos desde tuberculostaucus até produtos para serem usados no combate a doenças que °
gado e a lavoura. Na fábrica do Rio de Janeiro, localizada em Be a empresa produz vários tipos de ácidos, materia-pr^a para a o
’
ção de inseticidas, além de taninos sintéticos, corantes orgaíni os e P dutos auxiliares para a borracha, indústrias têxteis, de pape ® ^ presa vem desenvolvendo novos projetos, visando
dos mercados em expansão e dos centros produto^s ^ mJ^íáKriDesse modo, está construindo na área industrial de Piassaguer , u , . ca para a produção de TDI (di-isocianato de tolueno), materiajinrna basica para a fabricação de espumas de poliuretano, com capaci ^ e ^ i 15 mil t/ano, além da fabriação de outros produtos químicos básicos como o ácido sulfúrico, com capacidade para 140 mil t/ano. Adquiriu, ainda, um
terreno no Centro Industrial de Aratu para a mstalaçao de uma segunda
fábrica de defensivos para a lavoura e inseticidas domesticas, ob]_etivando atender aos consumidores do norte e nordeste. A <^e produção da abrica de Belfort Roxo também sofrerá aumento substancial em sua capa
cidade de produção de dicromatos, ácido crônico, acido ^oridrmo, coran
tes, parathion e ácido sulfúrico. A Bayer participa da Tibras-Titamo do Brasil, que produz diversos tipos de dióxido de titânio, pigmentos utilizados na preparação de tintas e esmaltes; da Brasivil Resinas Sintéticas, que pro duz PVC em Ribeirão Pires, São Paulo; e da Indústria e Comercio Trorion, pioneira no País na produção de espumas de poliuretano.
I
Dic:i:sto Econômico
148
ESTADOS UNIDOS:- RETALHADORA COMPACTA “COME” LIXO
Á paisagem nas gravuras medicas
A Tri-Paktor Mobile Shredder/Compactor é uma nova unidade co
letora de lixo que “come” plástico, drena líquidos e comprime o lixo. Trata-se do único mecanismo móvel desse tipo encontrado no mercado, capaz de retalhar o lixo, extrair o excesso de líquidos o compactar os componentes sólidos até o ponto de origem. A máquina move-se sobre rodas e é de grande utilidade em hospitais, escolas, hotéis, edifícios de apartamentos e escritórios. O excesso de líquido pode ser drenado para qualquer coletor externo. A máquina “mastiga” vidro, metal, madeira, papelão, papel e possui um volume de redução de até 20 vezes, depen
antigas A. BERNARDES DE OLIVEIRA
As ilustrações dos textos cientí ficos
almejam
dendo do tipo de lixo. o-
desse
papel
nhos
elucidativos em
nuscritos ESTADOS UNIDOS:- NOVA FIBRA SUPERABSORVENTE — Uma
de Hopewell está se desenvolvendo paralelamente às atuais instalaçõe» da companhia para a produção de uma versão do CMC solúvel em água e, segundo os planos da Hercules a nova fábrica deverá entrar em funcionamento no final de 1976. o-
BRASIL:- VEÍCULO INSPIRADO NO BAMBU — José Pyles, fun
cionário da estrada de ferro turística que liga Campos de Jordão a Pin-
damonhangaba, no percurso que faz diariamente para o trabalho^ do cen tro desta última cidade até o balneário Reino das Águas Claras, começou a pensar em como faria um barco dispondo dos outros. Olhando de trem a paisagem, teve a^ idéia de fazê-lo de bambu. “Por ter gomos que po
dem servir como bóias”, diz José Pyles, “o bambu permitiría que o barco
flutuasse bem”. “Mas, apesar dessa virtude inegável do material, Pyles acabaria substituindo-o pelo plástico, conservando, porém, o princípio original. E hoje, tem o protótipo de um barco de 3,95 por l,42m, pesando 69 kg capaz de se transformar numa providencial tábua de salvação no caso de ser destruído. E à espera de alguma irxdústria que queira inves tir na idéia.
encontram-se
dedicados
metria quer
fibra superabsorvente, capaz de comportar 45 vezes o seu peso em água, foi desenvolvida pela Hercules Inc., que iniciou agora a construção de loma instalação de produção de “milhões de libra/ano” em Hopewell, Vir gínia. Quimicamente, a fibra denominada “Aqualon” é uma cai*boximetilcelulose (CMC) biodegradável e insolúvel em água. Sob a forma de
uma fibra (e não em forma de pó como os absorventes CMC anteriores), 0 novo produto pode ser processado em equipamento têxtil convencional para tecidos formados e suas principais aplicações incluem fraldas, pro dutos higiênico-sanitáriose vestimentas médicas. A fibra não libera água sob pressão e, consequentemente, suas aplicações estão limitadas a pro dutos para serem usados uma só vez, como no caso das fraldas. A fábricv
torná-los
mais
acessíveis, encerram um fim di dático. são funcionais. Em busca
dese
velhos ma
arte
7ia
medicina.
quer à geo
à astronomia ou à
astrologia. O recurso expandiu-se com o correr dos anos para alcançar
tram-se
com
mais
relação
aos
padrões
ampla aplicação na atualidade, dado o espirito prático dos livros
vos delicados e belas composiçoes
modernos e a dominante preocu
da quotidiana.
pação
com
0
melhor
aproveita
mento do tempo. O fato de existirem livros mé
nados de gravuras com paisagens, é algo. digno de despertar a aten ção pelo fato de, à primeira vis ta, parecer descabido semelhan
te detalhe em figuras destinadas apenas a esclarecer os textos.
Sóbre o assunto desejamos aqui tecer alguns comentários susci tados pela preliminar pergunta: A paisagem, brotada de súbito e imprevistamente nas figuras da antiga medicina, terá apenas sentido de um mero enfeite?
liberdade
em
clássicos,
aparecem nos seus murais moti com temas da natureza e da vi Justamente célebre é a tumba
o
pista cego. onde se vê. acima da densa vegetação formada pelos papiros
e
canicos com
ninhos
e
elegantes desenhos estilizados de patos em revoada num céu diáfano {La Peinture Égi/ptienne. ovos,
da coleção “Les Grands Siècles de
la Peinture", de Skira. 1954. pg.
68 - 72). Fiq- 1- Esta composição
paisagística possui co;
acha-se
no
cunho místi-
túmulo
r .
de Nakht, com a figura do har
dicos dos séculos XVI a XVIII or I
0 autor. 2jro/essor de medicina du rante quase meio século, faz eru dita incursãx) pelos domínios da
para
acompanhar o espirito do morto lembrando-lhe um dos seus exer
cícios favoritos, a caça. Não se trata de testemunhar à posterida
Para melhor situar a questão seja-nos permitida breve incur são na história da paisagem den
de os hábitos e costumes da cor te faraônica, apenas ressalta da
tro das artes pictóricas. Remota é sua origem. Na se gunda metade do sec. XV a. C.. quando os artistas egipcios mos-
co-religiosa, traduzida pela representação esquemática dos com ponentes do quadro distanciado
pintura tumular a feição mági-
Dic:i:sto Econômico
148
ESTADOS UNIDOS:- RETALHADORA COMPACTA “COME” LIXO
Á paisagem nas gravuras medicas
A Tri-Paktor Mobile Shredder/Compactor é uma nova unidade co
letora de lixo que “come” plástico, drena líquidos e comprime o lixo. Trata-se do único mecanismo móvel desse tipo encontrado no mercado, capaz de retalhar o lixo, extrair o excesso de líquidos o compactar os componentes sólidos até o ponto de origem. A máquina move-se sobre rodas e é de grande utilidade em hospitais, escolas, hotéis, edifícios de apartamentos e escritórios. O excesso de líquido pode ser drenado para qualquer coletor externo. A máquina “mastiga” vidro, metal, madeira, papelão, papel e possui um volume de redução de até 20 vezes, depen
antigas A. BERNARDES DE OLIVEIRA
As ilustrações dos textos cientí ficos
almejam
dendo do tipo de lixo. o-
desse
papel
nhos
elucidativos em
nuscritos ESTADOS UNIDOS:- NOVA FIBRA SUPERABSORVENTE — Uma
de Hopewell está se desenvolvendo paralelamente às atuais instalaçõe» da companhia para a produção de uma versão do CMC solúvel em água e, segundo os planos da Hercules a nova fábrica deverá entrar em funcionamento no final de 1976. o-
BRASIL:- VEÍCULO INSPIRADO NO BAMBU — José Pyles, fun
cionário da estrada de ferro turística que liga Campos de Jordão a Pin-
damonhangaba, no percurso que faz diariamente para o trabalho^ do cen tro desta última cidade até o balneário Reino das Águas Claras, começou a pensar em como faria um barco dispondo dos outros. Olhando de trem a paisagem, teve a^ idéia de fazê-lo de bambu. “Por ter gomos que po
dem servir como bóias”, diz José Pyles, “o bambu permitiría que o barco
flutuasse bem”. “Mas, apesar dessa virtude inegável do material, Pyles acabaria substituindo-o pelo plástico, conservando, porém, o princípio original. E hoje, tem o protótipo de um barco de 3,95 por l,42m, pesando 69 kg capaz de se transformar numa providencial tábua de salvação no caso de ser destruído. E à espera de alguma irxdústria que queira inves tir na idéia.
encontram-se
dedicados
metria quer
fibra superabsorvente, capaz de comportar 45 vezes o seu peso em água, foi desenvolvida pela Hercules Inc., que iniciou agora a construção de loma instalação de produção de “milhões de libra/ano” em Hopewell, Vir gínia. Quimicamente, a fibra denominada “Aqualon” é uma cai*boximetilcelulose (CMC) biodegradável e insolúvel em água. Sob a forma de
uma fibra (e não em forma de pó como os absorventes CMC anteriores), 0 novo produto pode ser processado em equipamento têxtil convencional para tecidos formados e suas principais aplicações incluem fraldas, pro dutos higiênico-sanitáriose vestimentas médicas. A fibra não libera água sob pressão e, consequentemente, suas aplicações estão limitadas a pro dutos para serem usados uma só vez, como no caso das fraldas. A fábricv
torná-los
mais
acessíveis, encerram um fim di dático. são funcionais. Em busca
dese
velhos ma
arte
7ia
medicina.
quer à geo
à astronomia ou à
astrologia. O recurso expandiu-se com o correr dos anos para alcançar
tram-se
com
mais
relação
aos
padrões
ampla aplicação na atualidade, dado o espirito prático dos livros
vos delicados e belas composiçoes
modernos e a dominante preocu
da quotidiana.
pação
com
0
melhor
aproveita
mento do tempo. O fato de existirem livros mé
nados de gravuras com paisagens, é algo. digno de despertar a aten ção pelo fato de, à primeira vis ta, parecer descabido semelhan
te detalhe em figuras destinadas apenas a esclarecer os textos.
Sóbre o assunto desejamos aqui tecer alguns comentários susci tados pela preliminar pergunta: A paisagem, brotada de súbito e imprevistamente nas figuras da antiga medicina, terá apenas sentido de um mero enfeite?
liberdade
em
clássicos,
aparecem nos seus murais moti com temas da natureza e da vi Justamente célebre é a tumba
o
pista cego. onde se vê. acima da densa vegetação formada pelos papiros
e
canicos com
ninhos
e
elegantes desenhos estilizados de patos em revoada num céu diáfano {La Peinture Égi/ptienne. ovos,
da coleção “Les Grands Siècles de
la Peinture", de Skira. 1954. pg.
68 - 72). Fiq- 1- Esta composição
paisagística possui co;
acha-se
no
cunho místi-
túmulo
r .
de Nakht, com a figura do har
dicos dos séculos XVI a XVIII or I
0 autor. 2jro/essor de medicina du rante quase meio século, faz eru dita incursãx) pelos domínios da
para
acompanhar o espirito do morto lembrando-lhe um dos seus exer
cícios favoritos, a caça. Não se trata de testemunhar à posterida
Para melhor situar a questão seja-nos permitida breve incur são na história da paisagem den
de os hábitos e costumes da cor te faraônica, apenas ressalta da
tro das artes pictóricas. Remota é sua origem. Na se gunda metade do sec. XV a. C.. quando os artistas egipcios mos-
co-religiosa, traduzida pela representação esquemática dos com ponentes do quadro distanciado
pintura tumular a feição mági-
Dicksto
150
da imagem natural, mas rico em significado simbólico. Ainda
com sentido
oculto mas
agora inspirado nas convicções filosóficas, é o que encontramos nas paisagens chinesas que sur giram no período Tsoung Ping iLa Peinture Chinoise, da cole-
Econômk t>
pintura filósofo
linha para os olhos do maoista a riqueza plás
tica real
da densa floresta,
caudaloso,
das
colinas
e
do
Dicesto Econômico
lõl
rio
monta
nhas imponentes. A paisagem era. então, uma síntese vista sob luz de um sentimento filosófico in
tenso. Concepção por muitos séculos
1
prevalecente c ainda hoje
I /*
Aílribué à Kou K'ai-tche (né veis 345), copie du XIF
XIII® siècle: La nymphe de la rivière Lo. Section d'um rouleau horizontal — H, 24 cm.). 'Washingíon. Freer Gallery of Art. Figura 2 ●
70. Landscape. Wall-painting. From íhe firsi century A. D. Home, Villa Albani Figura 3
Chasse aux oiseaux. détail — Thère, tombo de Nalchi (n.^ 52) Figura 1 i‘
ção
"Les Tresors
de
VArt"
de
Skira, 1960, pg. 27). A pintura de A ninfa do rio Lo é formada de imagens 2) apoiar-se no raizes vão cujas nominada
(Fig.
taoismo.
e
colinas
Rochedos, não
árvores,
mantêm
entre
rios
si
relações de proporções nem de es
paço, sugerem apenas a idéia do concerto universal do homem com o cosmo. Feita no sec. IV essa ._»Ék
com
efeitos sobre
modernos
pin
tores.
Murais de Pompéia e da antiga Roma exibem algumas belas pai sagens onde é realçada a vida idilica dos campos e o deleite das atividades agro-pastoris. Tal co mo fez Augusto que para incen tivar a vida campestre encomen
dou a Virgílio um poema cheio de sedução — as geórgicas — assim
Dicksto
150
da imagem natural, mas rico em significado simbólico. Ainda
com sentido
oculto mas
agora inspirado nas convicções filosóficas, é o que encontramos nas paisagens chinesas que sur giram no período Tsoung Ping iLa Peinture Chinoise, da cole-
Econômk t>
pintura filósofo
linha para os olhos do maoista a riqueza plás
tica real
da densa floresta,
caudaloso,
das
colinas
e
do
Dicesto Econômico
lõl
rio
monta
nhas imponentes. A paisagem era. então, uma síntese vista sob luz de um sentimento filosófico in
tenso. Concepção por muitos séculos
1
prevalecente c ainda hoje
I /*
Aílribué à Kou K'ai-tche (né veis 345), copie du XIF
XIII® siècle: La nymphe de la rivière Lo. Section d'um rouleau horizontal — H, 24 cm.). 'Washingíon. Freer Gallery of Art. Figura 2 ●
70. Landscape. Wall-painting. From íhe firsi century A. D. Home, Villa Albani Figura 3
Chasse aux oiseaux. détail — Thère, tombo de Nalchi (n.^ 52) Figura 1 i‘
ção
"Les Tresors
de
VArt"
de
Skira, 1960, pg. 27). A pintura de A ninfa do rio Lo é formada de imagens 2) apoiar-se no raizes vão cujas nominada
(Fig.
taoismo.
e
colinas
Rochedos, não
árvores,
mantêm
entre
rios
si
relações de proporções nem de es
paço, sugerem apenas a idéia do concerto universal do homem com o cosmo. Feita no sec. IV essa ._»Ék
com
efeitos sobre
modernos
pin
tores.
Murais de Pompéia e da antiga Roma exibem algumas belas pai sagens onde é realçada a vida idilica dos campos e o deleite das atividades agro-pastoris. Tal co mo fez Augusto que para incen tivar a vida campestre encomen
dou a Virgílio um poema cheio de sedução — as geórgicas — assim
Dic:k-sto
152
EcoNüMrco
I
Dighsto
153
Ecü.sò.mico
O mural proporções das gentes, da Vila Albina, em Roma, sec. I, é bom exemplo desse tipo de pai sagem. Ai estão pastores, gado, árvores, templos, rios e barcos, e. ao longe, a cidade. Não há pro priamente perspectiva a não ser pelas dimensões relativas das fi-
s.
religiosas com as figuras sacras em lugar de honra, seja em tex tos leigos onde se destacam os se nhores feudais com seus caste los e domínios. Destinados a ba
rões e potentados esses preciosos manuscritos participam do re quinte e da riqueza dos ambien-
■V
.A.’
■
->
-6^
r
!.
/.
■
í O
Figura 4
também as paisagens rurais desépoca poderão conter um idên
sa
tico
apelo.
O tema
paisagístico
destaca-se como centro da com posição e escapa da subalterna
posição de enquadrar figuras hu manas ou ocupar fundos vazios ou neutros. Embora fantasiosa a
paisagem adquire foros de assun¬
to diferenciado. Encerrando preito de gratidão pelas benesses da terra ou dotada da força de um convite
ao
trato
das
coisas
do
campo, a paisagem romana trans mite uma mensagem de conota ção sócio-econômica — o retorno à terra em detrimento das lides bélicas, para onde iam largas
guras, germe da representação do relevo. Fig. 3.
Perseguindo a evolução da pai sagem na pintura vamos encon trá-la ricamente expandida nas miniaturas
dos
manuscritos
me
dievais. Quase sempre formam o fundo decorado, seja para cenas
tes
onde
serão
conservados. A
arte da iluminura é, por isso, no bre, esmerada, cheia de ouro e de vivas cores. Raramente a pai
sagem importa; dela nada mais se pede além do papel de segun do plano decorativo e atraente. No entanto, é na arte da ilumi-
Dic:k-sto
152
EcoNüMrco
I
Dighsto
153
Ecü.sò.mico
O mural proporções das gentes, da Vila Albina, em Roma, sec. I, é bom exemplo desse tipo de pai sagem. Ai estão pastores, gado, árvores, templos, rios e barcos, e. ao longe, a cidade. Não há pro priamente perspectiva a não ser pelas dimensões relativas das fi-
s.
religiosas com as figuras sacras em lugar de honra, seja em tex tos leigos onde se destacam os se nhores feudais com seus caste los e domínios. Destinados a ba
rões e potentados esses preciosos manuscritos participam do re quinte e da riqueza dos ambien-
■V
.A.’
■
->
-6^
r
!.
/.
■
í O
Figura 4
também as paisagens rurais desépoca poderão conter um idên
sa
tico
apelo.
O tema
paisagístico
destaca-se como centro da com posição e escapa da subalterna
posição de enquadrar figuras hu manas ou ocupar fundos vazios ou neutros. Embora fantasiosa a
paisagem adquire foros de assun¬
to diferenciado. Encerrando preito de gratidão pelas benesses da terra ou dotada da força de um convite
ao
trato
das
coisas
do
campo, a paisagem romana trans mite uma mensagem de conota ção sócio-econômica — o retorno à terra em detrimento das lides bélicas, para onde iam largas
guras, germe da representação do relevo. Fig. 3.
Perseguindo a evolução da pai sagem na pintura vamos encon trá-la ricamente expandida nas miniaturas
dos
manuscritos
me
dievais. Quase sempre formam o fundo decorado, seja para cenas
tes
onde
serão
conservados. A
arte da iluminura é, por isso, no bre, esmerada, cheia de ouro e de vivas cores. Raramente a pai
sagem importa; dela nada mais se pede além do papel de segun do plano decorativo e atraente. No entanto, é na arte da ilumi-
Dicíusto Econômico
154
nura onde se vai encontrar talvez
a primeira representação da na tureza na pintura francesa: tra ta-se texto
da miniatura que oma o das obras de Aristóteles
equanime participação de todos em prol de uma vida comunitária mais feliz. Há notável esponta neidade na composição criada pe la imaginação do artista não de
onde se acham dispostos com gra
todo alheio aos segredos ainda não desvendados da perspectiva, como bem demonstra a projeção das sombras das portas e jane las da casa ao fundo. Embora se
ça e precisão seus componentes
possa admitir uma mensagem ai
traduzidas por Nicole Oresme e da lavra de iluminador da Escola de Paris (sec. XTV). A miniatura
(Fig. 4) representa uma paisagem
lo5
Dioesk) Econômico
I
lí?"
t fv.
Figura 7 !<
Figura <
7 ●
peculiares
camponeses,
animais
no trabalho do arado e do trans
ifi;
porte, rebanhos com o cão pas
'A
tor, a lavoura e a casa
de sede.
Essa paisagem possui especial in teresse por ter o título de “Bonne Démocratie., cuja justificativa o .(P*
artista
V
religiosos e leigos reunidos em de
■
fl‘
<
fornece
com
o
grupo
de
contida a pureza de concepção natural é tão destacada que jus to será considerá-la como a pri meira paisagem francesa, confor me sugere Delaissé (Miniatures Mediévales, Ed. des Deux-Mondes, Genebra, 1959, pg. 72). Nesta
bate aberto acerca da boa condu
altura da sua evolução
a paisa gem está envolta pelo sentido da
ta dos negócios agrários, com a
propaganda.
8
Dicíusto Econômico
154
nura onde se vai encontrar talvez
a primeira representação da na tureza na pintura francesa: tra ta-se texto
da miniatura que oma o das obras de Aristóteles
equanime participação de todos em prol de uma vida comunitária mais feliz. Há notável esponta neidade na composição criada pe la imaginação do artista não de
onde se acham dispostos com gra
todo alheio aos segredos ainda não desvendados da perspectiva, como bem demonstra a projeção das sombras das portas e jane las da casa ao fundo. Embora se
ça e precisão seus componentes
possa admitir uma mensagem ai
traduzidas por Nicole Oresme e da lavra de iluminador da Escola de Paris (sec. XTV). A miniatura
(Fig. 4) representa uma paisagem
lo5
Dioesk) Econômico
I
lí?"
t fv.
Figura 7 !<
Figura <
7 ●
peculiares
camponeses,
animais
no trabalho do arado e do trans
ifi;
porte, rebanhos com o cão pas
'A
tor, a lavoura e a casa
de sede.
Essa paisagem possui especial in teresse por ter o título de “Bonne Démocratie., cuja justificativa o .(P*
artista
V
religiosos e leigos reunidos em de
■
fl‘
<
fornece
com
o
grupo
de
contida a pureza de concepção natural é tão destacada que jus to será considerá-la como a pri meira paisagem francesa, confor me sugere Delaissé (Miniatures Mediévales, Ed. des Deux-Mondes, Genebra, 1959, pg. 72). Nesta
bate aberto acerca da boa condu
altura da sua evolução
a paisa gem está envolta pelo sentido da
ta dos negócios agrários, com a
propaganda.
8
Dic;ksic»
156
Até agora as paisagens são pin tadas
dentro
dos .estúdios
como
fruto da criatividade fustigada pela observação da natureza e submetida
aos
da sensibilidade
ci é disso clássico exemplo
se na
trabalhava
ao ar livre.
gens
recomendadas
pelos mes
(Lio-
Fittura ... scritta da Rafaelle Du Fresne. Giacomo Langlois, Pari-
)
da
arte.
entre
demia de Veneza. Fig. 7. análise do quadro ouçamos
Tratado de la Pintura y dei PaiPeladan. saje Sombra y Luz
240) :
diz Gombrich “Na
(loc. cit.
estranha
luz
de
vem personagens — não apenas como um fundo; por seu próprio mérito, como o verdadeiro tema do quadro, lá está.” Ao apreciar
como existe hoje em dia e pode ser
visto,
conforme
o testemu
nho de Gombrich (The Story of Art. The Phaidon Press, London, 1950, pg. 175-176). A paisagem tem então um valor documental; serve para designar um local; re trata um aspecto da região na época; marca, por fim, a liberta ção do artista em relação aos câ nones de classicismo reinante.
Muito tardou para que outros seguissem a trilha aberta por Wintz.
A barreira da autoridade
magistral era difícil de transpor. Na época quem o acompanhou foi
"ícones
Anatomicae”.
Iliis-
discípu
de Ticiano.
2) Casserius, J. — De humani corporis fabrica, Merian, Frank furt, 1632. Figuras desenhadas
Figura 9
\
Tab.I.-
raios
quando vamos nos deparar com a primeira paisagem tirada do na
quer, mas o de Genebra, com o
tulo
trador Stephan Kalkar. lo
Para o que pg. 239-
e
maciço do Monte Salève atrás, tal
De humani
ou
Joaquin Gil, Buenos Aires, 1944). Em pleno Renascimento é
1444, do Museu de Genebra (Fig. 5J. O lago no segundo plano des se quadro não é um lago qual y
história
Vesalius. A.
tros, com um quadro célebre. "A Tempestade”, circo. 1508. da Aca
gi, 1651; e, Leonardo da Vinci —
tural no quadro de Conrad Wintz,
1)
157
Qor})Oris fabrica, J. Oporini, Ba siléia, 1543. edição feita com as xilogravuras originais sob o ti
Gallery de Londres", uma vista tirada da campina toscana. Fig. 6.
tres. O texto de Leonardo da Vin-
não
Basta atentar às formulas e pre ceitos para a feitura das paisa
nardo da Vinci — Trattato delia
\
Antonio Pollaiuolo (1429 1498) ao colocar no seu famoso "O Mar tírio de S. Sebastião “National
Contudo só cm Giorgione (1478 - 1510) assume a paisagem sua plena valorização como tema pic tórico. Esse artista, a quem ape nas cinco quadros podem com certeza ser atribuidos. projetou-
tista
r
remanejamentos individual. O ar-
Djciíisto Econômico
Econômico
trovões
ce
a
da
tempestade
paisagem
onde
aparese
mo-
mos a tela sentimos a terra, as árvores, a luz, o ar e as nuvens.
r
as figuras humanas com casas e pontes, num todo que exprime a realidade da própria natureza, diz
Gombrich.
que
prossegue:
“Desde então a pintura deixou de ser tão somente desenho colori do. Tornou-se uma arte com seus
segredos e recursos”. Aproximamo-nos. assim. dos tempos em que surgem as ilustra ções dos livros médicos inicialmen te aludidos no inicio desta exposi ção. Dando por encerradas as divagações preliminares, passemos, sem mais delongas, ao assunto.
Pela ordem cronológica citare mos exemplos tirados diretamen te dos .seguintes livros:
1
Dic;ksic»
156
Até agora as paisagens são pin tadas
dentro
dos .estúdios
como
fruto da criatividade fustigada pela observação da natureza e submetida
aos
da sensibilidade
ci é disso clássico exemplo
se na
trabalhava
ao ar livre.
gens
recomendadas
pelos mes
(Lio-
Fittura ... scritta da Rafaelle Du Fresne. Giacomo Langlois, Pari-
)
da
arte.
entre
demia de Veneza. Fig. 7. análise do quadro ouçamos
Tratado de la Pintura y dei PaiPeladan. saje Sombra y Luz
240) :
diz Gombrich “Na
(loc. cit.
estranha
luz
de
vem personagens — não apenas como um fundo; por seu próprio mérito, como o verdadeiro tema do quadro, lá está.” Ao apreciar
como existe hoje em dia e pode ser
visto,
conforme
o testemu
nho de Gombrich (The Story of Art. The Phaidon Press, London, 1950, pg. 175-176). A paisagem tem então um valor documental; serve para designar um local; re trata um aspecto da região na época; marca, por fim, a liberta ção do artista em relação aos câ nones de classicismo reinante.
Muito tardou para que outros seguissem a trilha aberta por Wintz.
A barreira da autoridade
magistral era difícil de transpor. Na época quem o acompanhou foi
"ícones
Anatomicae”.
Iliis-
discípu
de Ticiano.
2) Casserius, J. — De humani corporis fabrica, Merian, Frank furt, 1632. Figuras desenhadas
Figura 9
\
Tab.I.-
raios
quando vamos nos deparar com a primeira paisagem tirada do na
quer, mas o de Genebra, com o
tulo
trador Stephan Kalkar. lo
Para o que pg. 239-
e
maciço do Monte Salève atrás, tal
De humani
ou
Joaquin Gil, Buenos Aires, 1944). Em pleno Renascimento é
1444, do Museu de Genebra (Fig. 5J. O lago no segundo plano des se quadro não é um lago qual y
história
Vesalius. A.
tros, com um quadro célebre. "A Tempestade”, circo. 1508. da Aca
gi, 1651; e, Leonardo da Vinci —
tural no quadro de Conrad Wintz,
1)
157
Qor})Oris fabrica, J. Oporini, Ba siléia, 1543. edição feita com as xilogravuras originais sob o ti
Gallery de Londres", uma vista tirada da campina toscana. Fig. 6.
tres. O texto de Leonardo da Vin-
não
Basta atentar às formulas e pre ceitos para a feitura das paisa
nardo da Vinci — Trattato delia
\
Antonio Pollaiuolo (1429 1498) ao colocar no seu famoso "O Mar tírio de S. Sebastião “National
Contudo só cm Giorgione (1478 - 1510) assume a paisagem sua plena valorização como tema pic tórico. Esse artista, a quem ape nas cinco quadros podem com certeza ser atribuidos. projetou-
tista
r
remanejamentos individual. O ar-
Djciíisto Econômico
Econômico
trovões
ce
a
da
tempestade
paisagem
onde
aparese
mo-
mos a tela sentimos a terra, as árvores, a luz, o ar e as nuvens.
r
as figuras humanas com casas e pontes, num todo que exprime a realidade da própria natureza, diz
Gombrich.
que
prossegue:
“Desde então a pintura deixou de ser tão somente desenho colori do. Tornou-se uma arte com seus
segredos e recursos”. Aproximamo-nos. assim. dos tempos em que surgem as ilustra ções dos livros médicos inicialmen te aludidos no inicio desta exposi ção. Dando por encerradas as divagações preliminares, passemos, sem mais delongas, ao assunto.
Pela ordem cronológica citare mos exemplos tirados diretamen te dos .seguintes livros:
1
Dk;ksto Econômico
158
de Giovanni Battista Cremonini e de Jacobo Robusti, o Tintoret-
lhante riqueza de execução e a projeção do autor, discípulo de Ticiano. eram condições dignas de
to.
atrair a
por
Odoardo Gravuras
Fialetti, discípulo em
cobre
de
Fran-
Tables of
Skeleton
John
and
Muscles.
and
Paul Knapton, London, 1749. Figu ras desenhadas e gravadas em co-
r
atenção
dos amantes
cesco Valegio. 3) Albinus, B.S.
dos curiosos e
da arte. Estudando-
as com 0 devido cuidado foi que Willy Wiegand (in Three Vesaliaii Essai/s, The Macmillan C.o. New York. 1952. pg. 27-42) pôde
'
i?‘
I <
●
f]
bre por Jan Vandelaer, de Leyden, discípulo de Folkema, van der Gouwen e Gerard de Lairesse.
As planchas miológicas da ana tomia de Vesalio, afora seu valor
artístico e perfeição morfológica, acham-se ornamentadas com pai
sagens
notáveis
pelos
detalhes
e elegância dos contornos. Seme-
-
..
comprovar dois achados surpre endentes, a saber: Primeiro, as paisagens formavam uma larga vista panorâmica, quando as planchas eram dispostas uma ao lado da outra em ordem numérica
decrescente. Segundo, foi possí vel identificar detalhes que de nunciaram seguramente ter o ar-
Dicksto Econômico
159
Dk;ksto Econômico
158
de Giovanni Battista Cremonini e de Jacobo Robusti, o Tintoret-
lhante riqueza de execução e a projeção do autor, discípulo de Ticiano. eram condições dignas de
to.
atrair a
por
Odoardo Gravuras
Fialetti, discípulo em
cobre
de
Fran-
Tables of
Skeleton
John
and
Muscles.
and
Paul Knapton, London, 1749. Figu ras desenhadas e gravadas em co-
r
atenção
dos amantes
cesco Valegio. 3) Albinus, B.S.
dos curiosos e
da arte. Estudando-
as com 0 devido cuidado foi que Willy Wiegand (in Three Vesaliaii Essai/s, The Macmillan C.o. New York. 1952. pg. 27-42) pôde
'
i?‘
I <
●
f]
bre por Jan Vandelaer, de Leyden, discípulo de Folkema, van der Gouwen e Gerard de Lairesse.
As planchas miológicas da ana tomia de Vesalio, afora seu valor
artístico e perfeição morfológica, acham-se ornamentadas com pai
sagens
notáveis
pelos
detalhes
e elegância dos contornos. Seme-
-
..
comprovar dois achados surpre endentes, a saber: Primeiro, as paisagens formavam uma larga vista panorâmica, quando as planchas eram dispostas uma ao lado da outra em ordem numérica
decrescente. Segundo, foi possí vel identificar detalhes que de nunciaram seguramente ter o ar-
Dicksto Econômico
159
lO
160
161
Dicksto Econômico
Econümic»
gens dos fundos envolvendo as fi
iV
guras
humanas
como
que
para
integrá-las no seu seio. A Fig. 9. em
tamanho
natural,
tem
seu
canto inferior ampliado para me
I
lhor
mostrar
ção
e a
(Fig. 10/.
a
finura
beleza Com
de
o mesmo
tão ampliadas cenas de planchas (Fig. 11).
í'
execu
da composição fito
es
outras
As imagens anatômicas de Albinus são surpreendentes por se acharem embrenhadas em plena selva, onde não falta sequer um rinoceronte. O livro é um pesado in-folio com estampas de página inteira, verdadeiras obras de ar te. (Figs. 12 e 13).
da apresentação Depois resta-nos exemplos acima,
ponder a pergunta geradora des-
4
Il|
t
1^/
í
«
/
,1
Fijura 12
tista se valido dos aspectos da re gião de Pádua, cidade em cuja Universidade
Vesálio
lecionara
anatomia. A Fig. 8 demonstra claramente o fato pela compara
ção dos arredores atuais de Pá dua e as semelhanças com parti cularidades das gravuras. O livro de Cassério é, com mui ta razão, considerado um dos maia belos da história da anatomia.
Os
-*
s
personagens sõo de incomum gra ciosidade e possuem um caráter de participação ativa tão realista que simulam impressionantes for mas vivas. Como a Fig. 9 beix mostra, a preparação anatômica
V) u I t
i
é exibida com dignidade e atitu de sugestiva de um mártir vo luntário
em
benefício
da
ciência.
Ao lado desse aspecto profunda mente romântico, há as paisa-
dos res-
l
lO
160
161
Dicksto Econômico
Econümic»
gens dos fundos envolvendo as fi
iV
guras
humanas
como
que
para
integrá-las no seu seio. A Fig. 9. em
tamanho
natural,
tem
seu
canto inferior ampliado para me
I
lhor
mostrar
ção
e a
(Fig. 10/.
a
finura
beleza Com
de
o mesmo
tão ampliadas cenas de planchas (Fig. 11).
í'
execu
da composição fito
es
outras
As imagens anatômicas de Albinus são surpreendentes por se acharem embrenhadas em plena selva, onde não falta sequer um rinoceronte. O livro é um pesado in-folio com estampas de página inteira, verdadeiras obras de ar te. (Figs. 12 e 13).
da apresentação Depois resta-nos exemplos acima,
ponder a pergunta geradora des-
4
Il|
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1^/
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/
,1
Fijura 12
tista se valido dos aspectos da re gião de Pádua, cidade em cuja Universidade
Vesálio
lecionara
anatomia. A Fig. 8 demonstra claramente o fato pela compara
ção dos arredores atuais de Pá dua e as semelhanças com parti cularidades das gravuras. O livro de Cassério é, com mui ta razão, considerado um dos maia belos da história da anatomia.
Os
-*
s
personagens sõo de incomum gra ciosidade e possuem um caráter de participação ativa tão realista que simulam impressionantes for mas vivas. Como a Fig. 9 beix mostra, a preparação anatômica
V) u I t
i
é exibida com dignidade e atitu de sugestiva de um mártir vo luntário
em
benefício
da
ciência.
Ao lado desse aspecto profunda mente romântico, há as paisa-
dos res-
l
162
te
DIoesto Econômico
debate:
São meros ornatos as
paisagens destas planclias? A es ta acrescentamos, agora, mais ou tra questão: Nelas ter-se-á feito sentir algumas das influências atuantes nas paisagens antigas?
mesmo conhecido as paisagens das diversas épocas e autores, apenas pretendemos propor a existência de certos impulsos pro fundos semelhantes e que de al
Sem imaginar tenham os artis tas das figuras anatômicas ne
guma forma agiram tanto num como noutro caso. Um quadro auto-explicativo poderá melhor
cessariamente
traduzir nosso pensamento.
se
inspirado
ou
O EXECUTIVO E A TECNOCRÁCIA TERCIO SAMPAIO FERRAZ JUNIOR
A
S
atuais
manifestações
em
torno das propostas de ins titucionalização de um poder moderador representado pe las Forças Armadas, embora
tenham alcançado o nível de de bates do Congresso Nacional, não parecem despertar muito entu siasmo como solução ao chamado impasse institucional brasileiro. Já se falou, pejorativamente, em "soluções
cerebrinas”,
tiradas
um colete jurídico qualquer.
da Faculdade de Direito
da
Uni
versidade de São Paulo, e "mag na
cum
lapide”
Gutenherg,
da
Universidade
de Mainz, Alemanha Federal.
de
vel do Judiciário.
anatômica
poderes e é dele que trata este
China
Filosófico-religiosa
Roma
Sócio-econômica
o
Medieval
Propagandista
o
o
Cassério
o tema da chamada divisão dos
A teoria clássica da divisão dos poderes em Legislativo, Execu tivo e Judiciário foi construidd com um claro acento anti-hierár quico. Sua finalidade básica era explodir a concepção monobloco
do poder político, que fazia residir
a soberania na figura convergente una e suprema de um único so
religiosa e/ou política Renascimento
berano. Vesálio
Dividindo-se
o
poder,
pensava-se, era possível garantir
Albino
te legitima no plano do Executivo e fortemente neutralizada no ní Nos
quadros
ideológicos
do
chamado Estado de Direito, a neu
tralização do Judiciário era uma peça
chave na efetivação do prin-
cípio da divisão dos poderes, A relação de equilíbrio e reciproci dade que devia existir entre eles exigia uma força capaz de controlá-los de um modo isento de paixoes.
Neste sentido falava Mon-
tesquieu do Judiciário como um poder de certo modo nulo. mas constituía, não obstante, a que
uma progressiva separaçao entre
mais alta
cia, estabelecer condições para a
nos contudo, reconhecer que, de todas de fundar o equi as tentativas
política e direito e, em consequên
documental
Artística pura
jj/p/essor
propostas, a questão fere de perto
Mágico-religiosa
Giorgione e seguidores
é
Presença na paisagem
Egito
(Wintz — Pollauiollo)
autor
Já se
artigo.
Naturalista —
O
assistente de Filosofia do Direito
didos. regulava-se. no fundo, a 'influência da política na admi nistração, vista como legitima no âmbito do Legislativo, parcialmen
— Sentido profundo da paisagem —
Mensagem oculta
política.
disse também ser preferível um poder moderado a um moderador, numa evidente sugestão de que o poder moderador seria essencial mente uma espécie de super-poder. Sem entrar nos detalhes das
QUADRO SINÓTICO
Época, lugar ou criador
Reflexões em torno de poderes e da posição dos técnicos na esfera
salvaguarda
dos
direitos funda-
mentais do cidadão.
Em nome do
equilíbrio entre os poderes divi-
autoridade nos goverÉ possivel. constitucionais,
líbrio dos poderes numa neutrali-
162
te
DIoesto Econômico
debate:
São meros ornatos as
paisagens destas planclias? A es ta acrescentamos, agora, mais ou tra questão: Nelas ter-se-á feito sentir algumas das influências atuantes nas paisagens antigas?
mesmo conhecido as paisagens das diversas épocas e autores, apenas pretendemos propor a existência de certos impulsos pro fundos semelhantes e que de al
Sem imaginar tenham os artis tas das figuras anatômicas ne
guma forma agiram tanto num como noutro caso. Um quadro auto-explicativo poderá melhor
cessariamente
traduzir nosso pensamento.
se
inspirado
ou
O EXECUTIVO E A TECNOCRÁCIA TERCIO SAMPAIO FERRAZ JUNIOR
A
S
atuais
manifestações
em
torno das propostas de ins titucionalização de um poder moderador representado pe las Forças Armadas, embora
tenham alcançado o nível de de bates do Congresso Nacional, não parecem despertar muito entu siasmo como solução ao chamado impasse institucional brasileiro. Já se falou, pejorativamente, em "soluções
cerebrinas”,
tiradas
um colete jurídico qualquer.
da Faculdade de Direito
da
Uni
versidade de São Paulo, e "mag na
cum
lapide”
Gutenherg,
da
Universidade
de Mainz, Alemanha Federal.
de
vel do Judiciário.
anatômica
poderes e é dele que trata este
China
Filosófico-religiosa
Roma
Sócio-econômica
o
Medieval
Propagandista
o
o
Cassério
o tema da chamada divisão dos
A teoria clássica da divisão dos poderes em Legislativo, Execu tivo e Judiciário foi construidd com um claro acento anti-hierár quico. Sua finalidade básica era explodir a concepção monobloco
do poder político, que fazia residir
a soberania na figura convergente una e suprema de um único so
religiosa e/ou política Renascimento
berano. Vesálio
Dividindo-se
o
poder,
pensava-se, era possível garantir
Albino
te legitima no plano do Executivo e fortemente neutralizada no ní Nos
quadros
ideológicos
do
chamado Estado de Direito, a neu
tralização do Judiciário era uma peça
chave na efetivação do prin-
cípio da divisão dos poderes, A relação de equilíbrio e reciproci dade que devia existir entre eles exigia uma força capaz de controlá-los de um modo isento de paixoes.
Neste sentido falava Mon-
tesquieu do Judiciário como um poder de certo modo nulo. mas constituía, não obstante, a que
uma progressiva separaçao entre
mais alta
cia, estabelecer condições para a
nos contudo, reconhecer que, de todas de fundar o equi as tentativas
política e direito e, em consequên
documental
Artística pura
jj/p/essor
propostas, a questão fere de perto
Mágico-religiosa
Giorgione e seguidores
é
Presença na paisagem
Egito
(Wintz — Pollauiollo)
autor
Já se
artigo.
Naturalista —
O
assistente de Filosofia do Direito
didos. regulava-se. no fundo, a 'influência da política na admi nistração, vista como legitima no âmbito do Legislativo, parcialmen
— Sentido profundo da paisagem —
Mensagem oculta
política.
disse também ser preferível um poder moderado a um moderador, numa evidente sugestão de que o poder moderador seria essencial mente uma espécie de super-poder. Sem entrar nos detalhes das
QUADRO SINÓTICO
Época, lugar ou criador
Reflexões em torno de poderes e da posição dos técnicos na esfera
salvaguarda
dos
direitos funda-
mentais do cidadão.
Em nome do
equilíbrio entre os poderes divi-
autoridade nos goverÉ possivel. constitucionais,
líbrio dos poderes numa neutrali-
;rirt
" Dicksto Econômico
Dioksk) Ecx)nòmico '
zaçao deste tipo. somente uma — a Revolução Americana — foi bem sucedida. Com todos os percalços, ela conseguiu até hoje o estabele cimento de um organismo políti co que, até certo ponto, prescindia da violência
e se
diante
o auxílio
tuicão.
Em que
nhecimento
a
instaurava me
de
uma
Consti-
pese este recoclássica
divisão
dos poderes parece acompanhar os diversos regimes políticos até a atualidade, aparecendo, com re cuos e estratégias, nas suas diferentes constituições. O
mundo
atual,
contudo,
mu
dou o sentido do principio, pondo-o a serviço de uma mera dife renciação burocrática da admi nistração. Mantém-se a divisão e a neutralização política do Judi
ciário, mas apenas como fachada formal de controle de decisões, transferindo-se o problema de como manter o equilíbrio e a reci procidade dos poderes para outras esferas ciai.
t 4
k/-
e
instâncias da
vida so-
Nas complexas sociedades
controle
destas
Não é preciso
ir muito longe
desenvolvimento
fantástico
O escândalo dos documentos
rante o êxito técnico do Executi\'o. De outro lado, porém, as decisões
i
reforma, como uma saída, talvez, crático. O caso brasileiro é. assim,
tivo que tenta ditar as regras do jogo político sem fazer política, téc
nica dos interesses que coordena e organiza.
corrida com o tempo, a questão é antecipar-se ao futuro. Daí o aparecimento e crescimento, na vida política, de novos mecanis mos de controle, como a tecnolo
equilíbrio e reciprocidade dos po deres, era fundada num evento do passado: na tradição, nos ideais
de justiça, na cultura do povo. na
em
argumento
lembrado
nome
por
de
um
Hanna
uma nação sem matar gente. A fórmula tecnológica gera. contu do, um problema político que ela não consegue neutralizar: o dile ma entro a necessidade de tomar
para o seu estrangulamento buro um exemplo típico de um Execu
executado
Arendt. comum a todas as tecnoc.racias: não se pode fazer uma omeleta sem quebrar ovos, nem
do constantemente na sua própria
neutralidade
espécie de filtro político que ga
os
do custo o que tinha sido propos to: ganhar a guerra. E isto era
para o impacto tecnológico das decisões, ou do Judiciário, falan
na
de violên
inclusive
cutivo americano, era fazer a to
dos institutos de planejamento ligados aos Ministérios, em com paração com a tímida atuação do legislativo através de Comissões técnicas nem sempre preparadas
respaldado
tificados.
mostra que a questão, para o Exe
Basta ver entre nós. a hipertrofia política do Ministério da Fazenda o
mações que os endereçados das de
secretos do Pentágono, nos EUA, sobre a guerra do Vietnã, bem nos
para sentirmos a presença da tec nologia nos Executivos modernos.
e
uma tarefa a executar. E para realizá-la. todos os meios são jus cia.
decisões.
Esta neut<ralização tecnológica do Executivo, porém, coloca novos problemas. A neutralização po lítica do judiciário, chave para o
;
decisões ótimas e a presença fan tasmagórica dos totalitarismos, em suas diversas matizações, por de trás delas.
À luz deste quadro, a chamada crise
institucional
brasileira
ga
nha mais um aspecto a ser con.siderado. De um lado, a situação de país em desenvolvimento, que nos é própria, parece exigir uma
modelo fortemente hierarquizado,
órgão técnico, por exemplo através
nico é um homem preocupado com
transformar-se
A.:
ÀxJlL
Uma
administrativas, por exemplo, o aumento do salário mínimo, a re gulamentação das cartas de recompra, a restrição do crédito e o controle da evasão turística de di
visas dependem inevitavelmente da criação de consenso e coope
ração concreta entre os atingidos, o
acaba por ser conseguido
que
através de arranjos e compensa
ções políticas que desneutralizam de novo a esfera executiva.
Assim, as recentes propostas de um
Poder Moderador, ao lado dos
tradicionais,
parecem
ser
uma
tentativa de contornar o dilema. Ele deveria assegurar a neutrali¬
tecnológica do Executivo, fórmula, talvez, mais está numa zação
vel justamente porque mais flexivel
que
os
atuais instrumentos
representados pelos Atos Institu me
suportar, sob pena de perder sua eficiência técnica. Diante desta
em
pretender
fornecer,
contudo, que a fórmula não supri-
se num evento do futuro, num fim proposto, a ser alcançado. O téc
ao
poderiam
tração de cargas que ela não pode regra de eficiência, a manutenção
um caráter politicamente neutro,
cisões
separação crescente entre ativida de política e administrativa, jus tamente para aliviar a adminis
dignidade e na grandeza dos ne gócios humanos. Já a tecnologia é um processo sem passado, que só olha para frente. Por isso a neutralização tecnológica funda-
do Executivo. Este assume, assim, -
1
erigindo a tecnologia como crité rio máximo das suas decisões e do
de hoje, o problema do equilíbrio passou a ser um problema de pre visão, e não de controle do já su cedido. Num mundo que aposta
gia econômica, e sociológica que fez com que o papel atribuído ao Judiciário passasse para o plano
i
de seus órgãos de planejamento,
165
de instrumentos
como o A-5
re
presenta uma concentração ins titucional de todas as ações e pro cessos
decisórios,
dentro
de
um
num único núcleo, capaz de rea lizar um corte prévio nas infor-
cionais.
o
Não
se
pode
esquecer.
dílema das modernas tecno-
cracias, apenas o institucionaliza. Daí, provavelmente, a repercussão esquiva que as propostas alcan çam junto às classes políticas tra dicionais e mesmo junto ao go verno, 'incerto, ainda, sobre os ru mos que deve dar ao chamado
processo de distensão progressiva.
;rirt
" Dicksto Econômico
Dioksk) Ecx)nòmico '
zaçao deste tipo. somente uma — a Revolução Americana — foi bem sucedida. Com todos os percalços, ela conseguiu até hoje o estabele cimento de um organismo políti co que, até certo ponto, prescindia da violência
e se
diante
o auxílio
tuicão.
Em que
nhecimento
a
instaurava me
de
uma
Consti-
pese este recoclássica
divisão
dos poderes parece acompanhar os diversos regimes políticos até a atualidade, aparecendo, com re cuos e estratégias, nas suas diferentes constituições. O
mundo
atual,
contudo,
mu
dou o sentido do principio, pondo-o a serviço de uma mera dife renciação burocrática da admi nistração. Mantém-se a divisão e a neutralização política do Judi
ciário, mas apenas como fachada formal de controle de decisões, transferindo-se o problema de como manter o equilíbrio e a reci procidade dos poderes para outras esferas ciai.
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k/-
e
instâncias da
vida so-
Nas complexas sociedades
controle
destas
Não é preciso
ir muito longe
desenvolvimento
fantástico
O escândalo dos documentos
rante o êxito técnico do Executi\'o. De outro lado, porém, as decisões
i
reforma, como uma saída, talvez, crático. O caso brasileiro é. assim,
tivo que tenta ditar as regras do jogo político sem fazer política, téc
nica dos interesses que coordena e organiza.
corrida com o tempo, a questão é antecipar-se ao futuro. Daí o aparecimento e crescimento, na vida política, de novos mecanis mos de controle, como a tecnolo
equilíbrio e reciprocidade dos po deres, era fundada num evento do passado: na tradição, nos ideais
de justiça, na cultura do povo. na
em
argumento
lembrado
nome
por
de
um
Hanna
uma nação sem matar gente. A fórmula tecnológica gera. contu do, um problema político que ela não consegue neutralizar: o dile ma entro a necessidade de tomar
para o seu estrangulamento buro um exemplo típico de um Execu
executado
Arendt. comum a todas as tecnoc.racias: não se pode fazer uma omeleta sem quebrar ovos, nem
do constantemente na sua própria
neutralidade
espécie de filtro político que ga
os
do custo o que tinha sido propos to: ganhar a guerra. E isto era
para o impacto tecnológico das decisões, ou do Judiciário, falan
na
de violên
inclusive
cutivo americano, era fazer a to
dos institutos de planejamento ligados aos Ministérios, em com paração com a tímida atuação do legislativo através de Comissões técnicas nem sempre preparadas
respaldado
tificados.
mostra que a questão, para o Exe
Basta ver entre nós. a hipertrofia política do Ministério da Fazenda o
mações que os endereçados das de
secretos do Pentágono, nos EUA, sobre a guerra do Vietnã, bem nos
para sentirmos a presença da tec nologia nos Executivos modernos.
e
uma tarefa a executar. E para realizá-la. todos os meios são jus cia.
decisões.
Esta neut<ralização tecnológica do Executivo, porém, coloca novos problemas. A neutralização po lítica do judiciário, chave para o
;
decisões ótimas e a presença fan tasmagórica dos totalitarismos, em suas diversas matizações, por de trás delas.
À luz deste quadro, a chamada crise
institucional
brasileira
ga
nha mais um aspecto a ser con.siderado. De um lado, a situação de país em desenvolvimento, que nos é própria, parece exigir uma
modelo fortemente hierarquizado,
órgão técnico, por exemplo através
nico é um homem preocupado com
transformar-se
A.:
ÀxJlL
Uma
administrativas, por exemplo, o aumento do salário mínimo, a re gulamentação das cartas de recompra, a restrição do crédito e o controle da evasão turística de di
visas dependem inevitavelmente da criação de consenso e coope
ração concreta entre os atingidos, o
acaba por ser conseguido
que
através de arranjos e compensa
ções políticas que desneutralizam de novo a esfera executiva.
Assim, as recentes propostas de um
Poder Moderador, ao lado dos
tradicionais,
parecem
ser
uma
tentativa de contornar o dilema. Ele deveria assegurar a neutrali¬
tecnológica do Executivo, fórmula, talvez, mais está numa zação
vel justamente porque mais flexivel
que
os
atuais instrumentos
representados pelos Atos Institu me
suportar, sob pena de perder sua eficiência técnica. Diante desta
em
pretender
fornecer,
contudo, que a fórmula não supri-
se num evento do futuro, num fim proposto, a ser alcançado. O téc
ao
poderiam
tração de cargas que ela não pode regra de eficiência, a manutenção
um caráter politicamente neutro,
cisões
separação crescente entre ativida de política e administrativa, jus tamente para aliviar a adminis
dignidade e na grandeza dos ne gócios humanos. Já a tecnologia é um processo sem passado, que só olha para frente. Por isso a neutralização tecnológica funda-
do Executivo. Este assume, assim, -
1
erigindo a tecnologia como crité rio máximo das suas decisões e do
de hoje, o problema do equilíbrio passou a ser um problema de pre visão, e não de controle do já su cedido. Num mundo que aposta
gia econômica, e sociológica que fez com que o papel atribuído ao Judiciário passasse para o plano
i
de seus órgãos de planejamento,
165
de instrumentos
como o A-5
re
presenta uma concentração ins titucional de todas as ações e pro cessos
decisórios,
dentro
de
um
num único núcleo, capaz de rea lizar um corte prévio nas infor-
cionais.
o
Não
se
pode
esquecer.
dílema das modernas tecno-
cracias, apenas o institucionaliza. Daí, provavelmente, a repercussão esquiva que as propostas alcan çam junto às classes políticas tra dicionais e mesmo junto ao go verno, 'incerto, ainda, sobre os ru mos que deve dar ao chamado
processo de distensão progressiva.
●
/
-
j.
Dicesto
166
ò ■í-
\
D-':
período 197Õ-1980, segundo o presidente da companhia. Cerca de dois terços dos gastos serão feitos na Holanda, onde a DSM_ ampliai*á o seu complexo em Limbourg e está considerando a construção de uma nova fábrica em Delfzijl no norte do país. Cerca de USS 500 milhões serão gastos nos Estados Unidos para duplicar a capacidade de caprolactama (para 150.000 toneladas/ano) e ampliar as instalações de fertilizantes da Nipro, Inc. na Geórgia. No Reino Unidos, a DSM também prossegue com a construção de uma nova fábrica de caprolactama em Flixborough, onde
uma unidade foi destruída por uma explosão no ano passado. Estão pla nejadas expansões para as fábricas de caprolactama no Brasil e no Mé xico, nas quais a DSM tem participação minoritária. Diz ainda o pre sidente, que a companhia diminuiu os esforços para controlar seus esto ques de matéria-prima devido ao fornecimento de petróleo ter voltado ao normal. A DSM, contudo concordou em princípio em unir-se a duas companhias para explorar o gás natural descoberto na plataforma con tinental holandesa. A companhia participa, também, com 40%, em um projeto que construirá um gasoduto para transportar o gás natural do Mar do Norte para a costa holandesa. o-
^ JAPÃO:- RESFRIAMENTO A SECO DE COQUE — Uma técnica so
viética para resfriamento de coque, que economiza energia, passará a ser utilizada no Japão, em 1977, quando a Kawatetsu Chemical Industry Go. inaugurar uma unidade de 185 t/hora. Projetado e construído pela Ishikawajima-Harima Heavy Industries, o sistema resfraido o coque de lOOO^C para menos de 25QoC por meio de um fluxo de contra-corrente de gás inerte, em uma torre de resfriamento. As caldeiras recuperam este calor que se perde na atmosfera, no resfriamento convencional por vaporização de água. A unidade da Kawatetsu gerará cerca de 100 t/hora de vapor de 6-psig.
'Ã 'f
oV
AUTOCRACIA SEM PROPRIEDADE
(GATX). A companhia afirma que os custos para os usuários do novo sistema seria de 15 — 20% inferior aos custos da utilização de vagõestanques convencionais. O sistema da GATX é um trem-tanque” com man gueiras de interligação, válvulas especiais e dispositivos medidores que permitem uma série de vagões ser cheia ou esvaziada num fluxo contínuo a partir de uma única conexão, A firma diz que uma equipe de dois ho mens pode carregar oü descarregar 20 vagões contendo 463.000 galões de produto líquido em cerca de duas horas e meia e um trem de 80 vagões em cerca de 8 horas. Estas taxas são cerca de seis vezes mais rápidas do que a carga e a descarga convencionais, . V
,
r
.y
THE ECONOMIST
N
O meio desta década dos 1970
vai-se tornando
gradualmen
te claro que a propriedade dos meios de produção não é
mais uma fonte do poder po lítico e econômico, e agora pode, na verdade, representar em am
bos os aspectos uma fonte de imComo a compreensão potência, disso falha, é possível que fique a seu cargo uma quantidade de planejamentos de negócios atuais — bem como a eterna demagogia politica. A primeira consequen-
Os meios ãe produção analisados A pela grande revista inglesa, propriedade em questão, numa idéia para dehate
sussustar a s perdas pendendo a venda de linhas que não dão lucro, o secretário do co
mércio recomendaria seu presi dente para um titulo de nobreza. Os fabricantes da Datsun sofrem
desqualificações políticas contra a
cia mais importante pode ser o começo do fim das grandes corpo
tomada
rações multinacionais.
mente no país onde possuem os
O FIM DAS MULTINACIONAIS O
mais
evidente
resultado re
cente do que os homens de ontem chamam agora de mau poder me-
corporações multinacionais, é que as compa so-econômico
das
nhias americanas foram, por uma
década, injuriadas por terem dei xado acessível à Europa (e parti cularmente
ESTADOS UNIDOS:- TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE LÍQUIDOS —Um novo método para carregar, transportar e descarregar líquidos a granel foi desenvolvido pela General American Transportation Corp.
.
I
Econômico
HOLANDA:- A DSM INVESTE EM EXPANSÃO — O gigante quí mico holandês a DSM gastará perto de USS 3 bilhões em expansão no
!<<●
...
à
Inglaterra),
uma
proporção da indústria da fabri
cação de carros, o que tem sido considerado
cada
vez
um ato de caridade.
mais
como
Agora que a
Chrysler, finalmente, precisa encerrar uma operação britânica na qual está perdendo"Tnilhões, cha mam a isso “colocar uma pistola na cabeça do primeiro ministro”. Se uma companhia como a Datsun que apenas vendeu à Inglaterra carros feitos no exterior, quiser
de decisões sensatas, so
meios de produção, porque de vol ta ao Japão, é politicamente im possível para eles evitarem as
perdas despedindo todos os tra
balhadores que desejem.
Ao longo dos próximos anos a
compreensão desse problema infiltrar-se-á nas grandes comissões
de corporações, Enquanto o padrão das três décadas passadas foi tentar manter a propriedade e controlar os subsidiários estran
geiros, 0 padrão das próximas dé cadas será esperar que seja mais satisfatório possuir'as fábricas que
empreguem trabalhadores sindica lizados que operam o “know how vendido pelas corporações a estas fábricas num negócio autorizado ou numa embalagem definitiva mente proveitosa. Isto deslocará, inicialmente,
a boa
sorte
da
im
portação americana e de outras tecnologias avançadas dos países
●■5
●
/
-
j.
Dicesto
166
ò ■í-
\
D-':
período 197Õ-1980, segundo o presidente da companhia. Cerca de dois terços dos gastos serão feitos na Holanda, onde a DSM_ ampliai*á o seu complexo em Limbourg e está considerando a construção de uma nova fábrica em Delfzijl no norte do país. Cerca de USS 500 milhões serão gastos nos Estados Unidos para duplicar a capacidade de caprolactama (para 150.000 toneladas/ano) e ampliar as instalações de fertilizantes da Nipro, Inc. na Geórgia. No Reino Unidos, a DSM também prossegue com a construção de uma nova fábrica de caprolactama em Flixborough, onde
uma unidade foi destruída por uma explosão no ano passado. Estão pla nejadas expansões para as fábricas de caprolactama no Brasil e no Mé xico, nas quais a DSM tem participação minoritária. Diz ainda o pre sidente, que a companhia diminuiu os esforços para controlar seus esto ques de matéria-prima devido ao fornecimento de petróleo ter voltado ao normal. A DSM, contudo concordou em princípio em unir-se a duas companhias para explorar o gás natural descoberto na plataforma con tinental holandesa. A companhia participa, também, com 40%, em um projeto que construirá um gasoduto para transportar o gás natural do Mar do Norte para a costa holandesa. o-
^ JAPÃO:- RESFRIAMENTO A SECO DE COQUE — Uma técnica so
viética para resfriamento de coque, que economiza energia, passará a ser utilizada no Japão, em 1977, quando a Kawatetsu Chemical Industry Go. inaugurar uma unidade de 185 t/hora. Projetado e construído pela Ishikawajima-Harima Heavy Industries, o sistema resfraido o coque de lOOO^C para menos de 25QoC por meio de um fluxo de contra-corrente de gás inerte, em uma torre de resfriamento. As caldeiras recuperam este calor que se perde na atmosfera, no resfriamento convencional por vaporização de água. A unidade da Kawatetsu gerará cerca de 100 t/hora de vapor de 6-psig.
'Ã 'f
oV
AUTOCRACIA SEM PROPRIEDADE
(GATX). A companhia afirma que os custos para os usuários do novo sistema seria de 15 — 20% inferior aos custos da utilização de vagõestanques convencionais. O sistema da GATX é um trem-tanque” com man gueiras de interligação, válvulas especiais e dispositivos medidores que permitem uma série de vagões ser cheia ou esvaziada num fluxo contínuo a partir de uma única conexão, A firma diz que uma equipe de dois ho mens pode carregar oü descarregar 20 vagões contendo 463.000 galões de produto líquido em cerca de duas horas e meia e um trem de 80 vagões em cerca de 8 horas. Estas taxas são cerca de seis vezes mais rápidas do que a carga e a descarga convencionais, . V
,
r
.y
THE ECONOMIST
N
O meio desta década dos 1970
vai-se tornando
gradualmen
te claro que a propriedade dos meios de produção não é
mais uma fonte do poder po lítico e econômico, e agora pode, na verdade, representar em am
bos os aspectos uma fonte de imComo a compreensão potência, disso falha, é possível que fique a seu cargo uma quantidade de planejamentos de negócios atuais — bem como a eterna demagogia politica. A primeira consequen-
Os meios ãe produção analisados A pela grande revista inglesa, propriedade em questão, numa idéia para dehate
sussustar a s perdas pendendo a venda de linhas que não dão lucro, o secretário do co
mércio recomendaria seu presi dente para um titulo de nobreza. Os fabricantes da Datsun sofrem
desqualificações políticas contra a
cia mais importante pode ser o começo do fim das grandes corpo
tomada
rações multinacionais.
mente no país onde possuem os
O FIM DAS MULTINACIONAIS O
mais
evidente
resultado re
cente do que os homens de ontem chamam agora de mau poder me-
corporações multinacionais, é que as compa so-econômico
das
nhias americanas foram, por uma
década, injuriadas por terem dei xado acessível à Europa (e parti cularmente
ESTADOS UNIDOS:- TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE LÍQUIDOS —Um novo método para carregar, transportar e descarregar líquidos a granel foi desenvolvido pela General American Transportation Corp.
.
I
Econômico
HOLANDA:- A DSM INVESTE EM EXPANSÃO — O gigante quí mico holandês a DSM gastará perto de USS 3 bilhões em expansão no
!<<●
...
à
Inglaterra),
uma
proporção da indústria da fabri
cação de carros, o que tem sido considerado
cada
vez
um ato de caridade.
mais
como
Agora que a
Chrysler, finalmente, precisa encerrar uma operação britânica na qual está perdendo"Tnilhões, cha mam a isso “colocar uma pistola na cabeça do primeiro ministro”. Se uma companhia como a Datsun que apenas vendeu à Inglaterra carros feitos no exterior, quiser
de decisões sensatas, so
meios de produção, porque de vol ta ao Japão, é politicamente im possível para eles evitarem as
perdas despedindo todos os tra
balhadores que desejem.
Ao longo dos próximos anos a
compreensão desse problema infiltrar-se-á nas grandes comissões
de corporações, Enquanto o padrão das três décadas passadas foi tentar manter a propriedade e controlar os subsidiários estran
geiros, 0 padrão das próximas dé cadas será esperar que seja mais satisfatório possuir'as fábricas que
empreguem trabalhadores sindica lizados que operam o “know how vendido pelas corporações a estas fábricas num negócio autorizado ou numa embalagem definitiva mente proveitosa. Isto deslocará, inicialmente,
a boa
sorte
da
im
portação americana e de outras tecnologias avançadas dos países
●■5
m !!■ IJ» I
i-^4
V
168
que têm sido, até agora, os mais subservientes (Inglaterra, alguns E.C.C. paises, Brasil. Singapura), em aceitar as multinacionais, para os países que até aqui foram os mais cruéis na demanda exclusiva
de negócios licenciados ou de em presas de risco associados (Japão, paises comunistas, Médio Oriente,
) Iay
das pequenas companhias ti^ansnacionais
começara,
O
mo de negócio ideal será o de pe quenos grupos de sistemas de pla nejadores que organizam psla te lecomunicação 0 último programa de aprendizado computado, sobre do
excessivamente
sindicalizado)
Eventualmente, todavia, os paises mais populares para exportar tec nologia serão os que têm classes empresariais locais (por exemplo, muitos imigrantes chineses, pa quistaneses ou judeus) que po dem livrar as indústrias do pro tecionismo dos sindicatos e assirn torná-las prontas para a reabsor-
adextráveis,
Como primeiro exemplo disto, ^
organizados
dos Unidos como uma indústria florescente — prejudicando assim grandes firmas eletrônicas européias e japonesas, já que a Amé rica pode agora, computar e auto matizar a produção eletrônica, uma vez que não há mais sindi catos americanos de trabalhado
res em eletrônica. Alguns empre sários nos Estados Unidos come çaram a perceber isso.
Enquanto esteve em moda, até agora, uma companhia alardear quantos operários emprega, será moderno, no futuro, alardear — como por exemplo, Marks e Spencer fizeram por muito tempo — que quantidade de trabalho ela reduziu em favor de outras Com
panhias.
A marcha em direção
com
sub-contrato na África Ocidental ou Paquistão. Nos países ricos, as companhias esquivar-se-ão de se cas grandes, com estratos sobre estratos de administração, e co meçarão a tornar-se confedera ções de empresários mais livres.
poder. Na política britânica, am bos os partidos. Conservador e Trabalhista, admitem, ainda, que o estado expande seu poder político, apoderando-se da propriedade pública das alturas dominantes
1
tornou-o
passa inteiramente gnp britânicos .
Trabalhista
atual.
não
sando
novamente
de
preci
aplacar
os
das
pelo setor privado, e sobre jsso o
governo tem um firme controle,
enquanto que 60% passa pelo se tor público sobre o qual o goyer110, de qualquer forma, não tem
praticamente um contrôle algum. da Mr. Wh\'nne Godley. agora,
Universidade de Cambridge e an-
torno do Tesouro na seO último govermana passada.
tes
no
o
ram
em
Trabalhista de 1964-1970 reiiaindústria
cionalizou
a
minante
altura
do
aço.
preso
ao Tesouro,
salientou
recentemente. que. no ultimo ano, Tesouro Britânico “perdeu
bilhões
aproximadamente _ , ●
£5 a
metade da arrecadaçao do impos
priedade do Aço Britânico atri
to de renda do últmio ano — porque o setor público gastou dinheiro que ninguém pretendia gastar ser impedido por ninguém.
dade que, na segunda-feira, anun ciou ter perdido £ 125m, ein seis meses, tornou mais fácil nesta se mana. para um gabinete angus
É fácil para uma organização mover ação contra sub-contratan-
nesta sema-
ou outros intrusos, interrompendo
sobre
a
lhe
desse
economia,
mais
Pode
na, dizer aos agentes do_IMF que afogassem suas concepções erra
das
í
Atualmente cerca do 40%
agentes do IMF que se acotovela-
esquemas, facilitou,
vão fosse uma indústria de pro teria sido tão bloqueado no con-
serviços sociais privados)
tiado, evitar o corte de queridos
suía as minas de carvão. Se o car
cada vez mais da ala eli¬
querda. O governo
buída ao Estado Britânico proprie
No último ano, o governo Con servador caiu do poder porque pos
futuros governos Trabalhistas
serem
muito mais ingovernável pela es-
alguém supor agora, qne a pro
ignoram acontecimentos recentes.
a
reita?
poder
Conservadores
Mr. Heat
realidade,
afim de que a ocupação desta do
I
atacam esta suposta expansão do poder de estado e os Trabalhistas a saudam. Ambas as suposições
priedade privada,
os
Na
lançado contra a educação e os
governo britânico que. como novo proprietário de tantos dos nossos capitais, está-se tornando, desse modo. cada vez mais sem
Os
Britsh Leyland Britânica, forçará
brutal machado está prestes a ser
Voltemos em seguida, para os governos — ou pelo menos para o
nacionalização da que será perpe tuamente geradora de perdas —
governável por parte da direita.
está. outra vez, decidido a criar
y\
naram culpar Lord R\der com os geradores de perdas a ponto de não compreender que a proprieda de do estado do peso morto das in dústrias presentemente nacionali zadas. vai impedir os governos Trabalhistas de seguirem cada vez mais suas políticas sociais e que a
dos sindicatos, tornou o pais in
mais desemprego cortando despe sas de importantes esquemas (um
DECADENTES ALTURAS
economia.
consequente fortalecimento
apenas,
tornarem organizações hierárqui
da
o
inevitável do poder do monopólio
por um
provável que a indústria eletrô
nica americana que. desde a dé cada de 1950 tem sido entregue ao exterior, volte logo para os Esta
Alguns Tories deduziram' dai. com indignação, que a monopolização dos picos industriais da economia,
como fazer alguns (no rico mun produtos para 2.000 trabalhadores
ção pelos países ricos, outra vez.
fronto perdido por ele. Em alguns estágios passados das greves do carvão, ou uma parte dos proprietários ou um grupo de mineiros teria feito uma rendição parcial.
mecanj.';-
paises espinhosos como a Argélia.
169
JJ>ICKsTO ]^C:ONÔMICO
Digesto Ecokômico
sobre
a expansao do crédito
doméstico? Haverá alguém tão jejuno com exceção dos que determi-
Isto decorre de que a propriedade ou 0 emprego direto atualmente, significa, ausência de contrôle.
tes, clientes, pagadores de taxas
ordens ou elevando encargos. Não
é mais fácil manter o contrôle so bre empregados diretos porque
eles podem ser controlados ape nas mediante baixa de instruções
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V
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que têm sido, até agora, os mais subservientes (Inglaterra, alguns E.C.C. paises, Brasil. Singapura), em aceitar as multinacionais, para os países que até aqui foram os mais cruéis na demanda exclusiva
de negócios licenciados ou de em presas de risco associados (Japão, paises comunistas, Médio Oriente,
) Iay
das pequenas companhias ti^ansnacionais
começara,
O
mo de negócio ideal será o de pe quenos grupos de sistemas de pla nejadores que organizam psla te lecomunicação 0 último programa de aprendizado computado, sobre do
excessivamente
sindicalizado)
Eventualmente, todavia, os paises mais populares para exportar tec nologia serão os que têm classes empresariais locais (por exemplo, muitos imigrantes chineses, pa quistaneses ou judeus) que po dem livrar as indústrias do pro tecionismo dos sindicatos e assirn torná-las prontas para a reabsor-
adextráveis,
Como primeiro exemplo disto, ^
organizados
dos Unidos como uma indústria florescente — prejudicando assim grandes firmas eletrônicas européias e japonesas, já que a Amé rica pode agora, computar e auto matizar a produção eletrônica, uma vez que não há mais sindi catos americanos de trabalhado
res em eletrônica. Alguns empre sários nos Estados Unidos come çaram a perceber isso.
Enquanto esteve em moda, até agora, uma companhia alardear quantos operários emprega, será moderno, no futuro, alardear — como por exemplo, Marks e Spencer fizeram por muito tempo — que quantidade de trabalho ela reduziu em favor de outras Com
panhias.
A marcha em direção
com
sub-contrato na África Ocidental ou Paquistão. Nos países ricos, as companhias esquivar-se-ão de se cas grandes, com estratos sobre estratos de administração, e co meçarão a tornar-se confedera ções de empresários mais livres.
poder. Na política britânica, am bos os partidos. Conservador e Trabalhista, admitem, ainda, que o estado expande seu poder político, apoderando-se da propriedade pública das alturas dominantes
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passa inteiramente gnp britânicos .
Trabalhista
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praticamente um contrôle algum. da Mr. Wh\'nne Godley. agora,
Universidade de Cambridge e an-
torno do Tesouro na seO último govermana passada.
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Trabalhista de 1964-1970 reiiaindústria
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ao Tesouro,
salientou
recentemente. que. no ultimo ano, Tesouro Britânico “perdeu
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priedade do Aço Britânico atri
to de renda do últmio ano — porque o setor público gastou dinheiro que ninguém pretendia gastar ser impedido por ninguém.
dade que, na segunda-feira, anun ciou ter perdido £ 125m, ein seis meses, tornou mais fácil nesta se mana. para um gabinete angus
É fácil para uma organização mover ação contra sub-contratan-
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na, dizer aos agentes do_IMF que afogassem suas concepções erra
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Atualmente cerca do 40%
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vão fosse uma indústria de pro teria sido tão bloqueado no con-
serviços sociais privados)
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cada vez mais da ala eli¬
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buída ao Estado Britânico proprie
No último ano, o governo Con servador caiu do poder porque pos
futuros governos Trabalhistas
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muito mais ingovernável pela es-
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ignoram acontecimentos recentes.
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reita?
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Conservadores
Mr. Heat
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atacam esta suposta expansão do poder de estado e os Trabalhistas a saudam. Ambas as suposições
priedade privada,
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Na
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governo britânico que. como novo proprietário de tantos dos nossos capitais, está-se tornando, desse modo. cada vez mais sem
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Britsh Leyland Britânica, forçará
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Voltemos em seguida, para os governos — ou pelo menos para o
nacionalização da que será perpe tuamente geradora de perdas —
governável por parte da direita.
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dos sindicatos, tornou o pais in
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DECADENTES ALTURAS
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consequente fortalecimento
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inevitável do poder do monopólio
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provável que a indústria eletrô
nica americana que. desde a dé cada de 1950 tem sido entregue ao exterior, volte logo para os Esta
Alguns Tories deduziram' dai. com indignação, que a monopolização dos picos industriais da economia,
como fazer alguns (no rico mun produtos para 2.000 trabalhadores
ção pelos países ricos, outra vez.
fronto perdido por ele. Em alguns estágios passados das greves do carvão, ou uma parte dos proprietários ou um grupo de mineiros teria feito uma rendição parcial.
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Digesto Ecokômico
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a expansao do crédito
doméstico? Haverá alguém tão jejuno com exceção dos que determi-
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Dic;iísto Ecosômico
— e baixar instruções a pessoas ●
\
●
ressentidas
de
se
te, são os que sofrem mais golpes de estado; igualmente, alguns
considerarem
subordinadas, não funciona mais.
países em que o controle da im prensa é usurpado por sindicatos ou cooperativas ou publicitários, tornar-se-ão mais anti-cooperati vos, ou mais contra a publicidade. Como a imprensa tem de perten cer ou pelo menos ser financiada por alguém, e, até hoje, tem sido mais frequentemente financiada
A IMPRENSA DE NOSSOS TEMPOS
' , r ' ■ e
-.1'
r
I
Uma indústria particularmente atingida pelo fato de que a propriedade, agora, significa perda de influência, é a imprensa. Em to dos os países a corrente de opinião corre atualmente, com mais força contra quaisquer interesses que porventura sejam caridosos bastante para possuir os seus jor
violentamente
s
nhando influência desse modo. o
despertar da compreensão de que propriedade é agora um anticorpo para influenciar, está aprofun dando a crise financeira média. Assim, os jornais por toda a parte pedirão subsídios do governo. Isto
anti-grandes-ne-
que
os
contínuo
subsídios
permitirão
um
super
fornecimento
de
idiosincrasías; países onde os jor nais pertencem ao governo vigen-
i
de frustrações, oferece exemplos exatamente contrários àquela te
1) aumento puro e simples dos produtos: em l.o de dezembro de
imprensa,
Eis a lista dos sofreram esse au
extra, a garrafa de meio litro pas sou de 3 rublos e 12 kopecs para
4 rublos e 12 kopecs, ou seja, houve um aumento de 31% (o custo
de produção da vodca, monopólio do Estado, vai pouco além de 2
kopecs — um rublo equivale a cem kopecs —; a venda de vodca a 8 rublos e 24 kopecs pressupõe
temente, um ceritro comercial em New York City. O centro funcionará escritório de prestação de informações para os clientes da um
sintética
^
verá concentrar-se na venda de fibras de qualidade nos Estados Unidos, sendo que a ênfase inicial será dada ao Leavil — uma fibra “vinyon’’
:
umidade.
com características inerentes de resistência às chamas e absorção de a
cons-
'
tem sessenta anos de existência e
se. Os comunistas não só não proporcionam nenhum bem aos
povos que submetem, como ainda os afligem com males que o neocapitalista está enfrentando com exito.
Publicado no Ouest’\ Paris.
“Est
de preço, sem que
produtos que mento: no caso das conservas de peixe, o preço duplicou: vodca
ESTADOS UNIDOS:- MONTEDISON NO MERCADO DE FIRRAcs
trução de unidades produtoras de fibras nos Estados Unidos.
cificamente soviéticos bastam pa ra explicar a alta dos preços no mercado interno oficial, aumento
pela
carão o contrário.
Contudo, a firma não tem planos imediatos para
Mas a economia soviética, que já
a população tivesse sido avisada
lucros tais que explicam, em par
te, porque a luta contra o alcoolis
y, — 6,5 bilhões de dólares — em 1974. Fiavio Valentino, vice-presidente I executivo da Montedison dos Estados Unidos, diz que a companhia deV
0
preço do petróleo e o das ma térias-primas —, os fatores espe
viam mudado
e que foi responsável por cerca de 10% das vendas totais da companhia
,
pressões inflacionárias
Os economistas soviéticos semvre ajirmaram que a inflação é mal do sistema econômico capitalista.
deram comprovar que, de um dia
bajulação para o estado. Signifi
;■ Montefibre, uma ramificação da Montedison que produz fibra
as
para outro, numerosos artigos ha
NORM-AMERICANO - A Montedison, da ítáto, iS “andf investida no mercado de fibras norte-americano ao inaugurar recencomo
provocam
3
LAZITCH
1973, os habitantes de Moscou pu
í
t ^
que
de duas maneiras diferentes:
o-
C '
externa
cimentos de 197475, se registram
jornais, conduzindo todos eles a mais barulho, mas não é verdade que subsídios significarão mais
Beaverbrook, Thomson) voltam-se mais, aceradamente, contra suas
EM tomar em consideração as causas objetivas de origem
que, se nos ativermos aos aconte
é economicamente insensato por
gócios; países onde os jornais pertencem a senhores da imprensa idiosincrática (Springer, Hearst,
A inflação na economia sovieHca BRANKO
pelo povo que pensava estar ga
nais. Países em que os jornais pertencem a grandes negócios (co mo a Itália), estão-se tornando
● 1
1
mo não é levada a cabo pelo Es
tado com o devido vigor). O qui
I
lo de caviar, por sua vez, passou
de 19 para 39 rublos; o do salmão,
de 11 para 22 rublos; os casacos
de 120 para 240, rublos; os artigos
«
de prata aumentaram 50% e os preços dos diamantes, do ouro e dos casacos de pele dobraram nes ta ocasião.
2) O aumento sob o pretexto de melhora da qualidade: neste particular, foram inúmeras as al terações, em 1974, desde a alimen
tação até os carros.
O método é
de uma simplicidade que confun
de, digna do “primeiro país que suprimiu a exploração do homem pelo homem”: um produto com
o preço antigo é substituido por produto absolutamente idêntico, mas apresentado como novo e a um preço superior. Co mo o produto “antigo” é retirado da venda, o cliente não tem outro outro
remédio ti
novo”.
se não o de
adquirir
o
170
r <
Dic;iísto Ecosômico
— e baixar instruções a pessoas ●
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ressentidas
de
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te, são os que sofrem mais golpes de estado; igualmente, alguns
considerarem
subordinadas, não funciona mais.
países em que o controle da im prensa é usurpado por sindicatos ou cooperativas ou publicitários, tornar-se-ão mais anti-cooperati vos, ou mais contra a publicidade. Como a imprensa tem de perten cer ou pelo menos ser financiada por alguém, e, até hoje, tem sido mais frequentemente financiada
A IMPRENSA DE NOSSOS TEMPOS
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Uma indústria particularmente atingida pelo fato de que a propriedade, agora, significa perda de influência, é a imprensa. Em to dos os países a corrente de opinião corre atualmente, com mais força contra quaisquer interesses que porventura sejam caridosos bastante para possuir os seus jor
violentamente
s
nhando influência desse modo. o
despertar da compreensão de que propriedade é agora um anticorpo para influenciar, está aprofun dando a crise financeira média. Assim, os jornais por toda a parte pedirão subsídios do governo. Isto
anti-grandes-ne-
que
os
contínuo
subsídios
permitirão
um
super
fornecimento
de
idiosincrasías; países onde os jor nais pertencem ao governo vigen-
i
de frustrações, oferece exemplos exatamente contrários àquela te
1) aumento puro e simples dos produtos: em l.o de dezembro de
imprensa,
Eis a lista dos sofreram esse au
extra, a garrafa de meio litro pas sou de 3 rublos e 12 kopecs para
4 rublos e 12 kopecs, ou seja, houve um aumento de 31% (o custo
de produção da vodca, monopólio do Estado, vai pouco além de 2
kopecs — um rublo equivale a cem kopecs —; a venda de vodca a 8 rublos e 24 kopecs pressupõe
temente, um ceritro comercial em New York City. O centro funcionará escritório de prestação de informações para os clientes da um
sintética
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verá concentrar-se na venda de fibras de qualidade nos Estados Unidos, sendo que a ênfase inicial será dada ao Leavil — uma fibra “vinyon’’
:
umidade.
com características inerentes de resistência às chamas e absorção de a
cons-
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tem sessenta anos de existência e
se. Os comunistas não só não proporcionam nenhum bem aos
povos que submetem, como ainda os afligem com males que o neocapitalista está enfrentando com exito.
Publicado no Ouest’\ Paris.
“Est
de preço, sem que
produtos que mento: no caso das conservas de peixe, o preço duplicou: vodca
ESTADOS UNIDOS:- MONTEDISON NO MERCADO DE FIRRAcs
trução de unidades produtoras de fibras nos Estados Unidos.
cificamente soviéticos bastam pa ra explicar a alta dos preços no mercado interno oficial, aumento
pela
carão o contrário.
Contudo, a firma não tem planos imediatos para
Mas a economia soviética, que já
a população tivesse sido avisada
lucros tais que explicam, em par
te, porque a luta contra o alcoolis
y, — 6,5 bilhões de dólares — em 1974. Fiavio Valentino, vice-presidente I executivo da Montedison dos Estados Unidos, diz que a companhia deV
0
preço do petróleo e o das ma térias-primas —, os fatores espe
viam mudado
e que foi responsável por cerca de 10% das vendas totais da companhia
,
pressões inflacionárias
Os economistas soviéticos semvre ajirmaram que a inflação é mal do sistema econômico capitalista.
deram comprovar que, de um dia
bajulação para o estado. Signifi
;■ Montefibre, uma ramificação da Montedison que produz fibra
as
para outro, numerosos artigos ha
NORM-AMERICANO - A Montedison, da ítáto, iS “andf investida no mercado de fibras norte-americano ao inaugurar recencomo
provocam
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LAZITCH
1973, os habitantes de Moscou pu
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que
de duas maneiras diferentes:
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externa
cimentos de 197475, se registram
jornais, conduzindo todos eles a mais barulho, mas não é verdade que subsídios significarão mais
Beaverbrook, Thomson) voltam-se mais, aceradamente, contra suas
EM tomar em consideração as causas objetivas de origem
que, se nos ativermos aos aconte
é economicamente insensato por
gócios; países onde os jornais pertencem a senhores da imprensa idiosincrática (Springer, Hearst,
A inflação na economia sovieHca BRANKO
pelo povo que pensava estar ga
nais. Países em que os jornais pertencem a grandes negócios (co mo a Itália), estão-se tornando
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mo não é levada a cabo pelo Es
tado com o devido vigor). O qui
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lo de caviar, por sua vez, passou
de 19 para 39 rublos; o do salmão,
de 11 para 22 rublos; os casacos
de 120 para 240, rublos; os artigos
«
de prata aumentaram 50% e os preços dos diamantes, do ouro e dos casacos de pele dobraram nes ta ocasião.
2) O aumento sob o pretexto de melhora da qualidade: neste particular, foram inúmeras as al terações, em 1974, desde a alimen
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O método é
de uma simplicidade que confun
de, digna do “primeiro país que suprimiu a exploração do homem pelo homem”: um produto com
o preço antigo é substituido por produto absolutamente idêntico, mas apresentado como novo e a um preço superior. Co mo o produto “antigo” é retirado da venda, o cliente não tem outro outro
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se não o de
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172
I ■ -
DIckstü ]Oi:oNÒMico
O iornal dos sindicatos, Trud, assinalou, em 11 de julho de 1974, o uso desse método — revelação excepcional na controlada impren
,
sa soviética — na Lituania:
“As
donas de casa de Vilna compra vam,
●
satisfeitas,
pãezinhos
a
13
kopecs por unidade e bolos de ca
nela a 11 kopecs. Agora, as lojas já não os vendem. Em seu lugar, oferecem bolos mais caros, mas I
que não são melhores. Eis outros exemplos: durante os últimos seis anos, na Lituania, as mesas de
cozinha
aumentaram 8 rublos e
34 kopecs; as cadeiras, 1 rublo ● ● e 25 kopecs; os aparadores, 15 rublos e 75 kopecs. O aumento
-desses preços correspondem a uma melhora de qualidade?
\ í
^
-
_ Juntamente com o chefe ad junto dos serviços de comercio da cidade de Vilna, o chefe do ser
viço de organização do comércio e 0 chefe dos peritos comerciais, chegamos à conclusão de que o mobiliário de cozinha não se'di ferencia em nada do que era vendido anteriormente. Só difere 0 preço. Os empregados no comércio citaram-me muitos outros exemplos de artigos novos que custam em geral, mais caro do que os vendidos antes.
“As empresas da indústria da alimentação deixam, às vezes, to talmente de fabricar produtos ba
ratos, constantemente solicitados pela população.
Em consequên
cia, os preços médios dos produ tos alimentícios aumentaram, em dois anos, de 2.080 para 2.330 rubros a tonelada,... Durante o
Dlcf-.s-io Econômico
ano passado, o ministério da In
dústria da Alimentação homolo
\
gou 50 projetos de preços, dos quais 13 foram mudados pelo co mitê; foram igualmonte revistos 43 dos 238 projetos de preço.s pro postos pelo ministério da Indústria
uma
dona
de outubro:
dc
casa.
21. custava 5.500 rublos:
foi
cuo: durante o inverno, os toma tes valem 9.26 dólares o quilo. Co¬ nhecendo estes preços, compreen de-se facilmente porque se vêem georgianos que chegam de avião — 0 preço dos transportes é rela
“aperfeiçoado”, mas quase idênti
letea cheia de tomates (chegam a
co ao Fiat-125. o que provccou a
“Há
transportar 30 quilos); vendendoos. ganham mais do que um ope
{
alguns
7.500.
Conforme já i
da
bastante
pagar
neira,
sobe
0
custo
que mudem os preços”.
produtos
encontram
que
no mercado
mitado aos produtos alimentícios. Os camponeses e as cooperativas vendem
Hun
vida sem
hesitam
O professor Nove explica o fun cionamento e amplitude deste mercado, nos seguintes termos: “Os preços oficiais são fixos. To davia, existe um mercado livre li
nos
mercados
urbanos
a
preços que refletem mais ou me nos livremente a relação entre a oferta e a procura. Quando os gê neros alimentícios escasseiam nos armazéns do Estado, aumentam
os preços no mercado livre. Em 1972. estes últimos preços supe ravam em 60%, aproximadamente, o índice dos preços oficiais” (The
Desta ma
de
não
oficial.
dio escasseia e aquilo que nos ofe caro.
mas acontece
dinheiro e
mais pelos
não se
dadeiro sentido de inflação neste país. O mais barato desapareceu. 0 que corresponde a um preço mé é o mais
pessoas adquiriam, no mercado kolkoziano, boa parte de seus pro
que algumas pessoas dispõem de
gria. ao preço de 2,83 rublos o quilo, cujo custo vai a 3,40 rublos por cada frango limpo. É o ver
receu
demonstramos, as
dutos alimentícios;
escolher entre o frango a 2.65 ru blos 0 quilo ou os frangos impor e
O
majoração de quase 369c; de fa to. de 5.500 rublos, passou para
de do vendido a 1,75 deixa muito a desejar. Atualmente, temos de
Dinamarca
um aumento dc 669c.
substituído, nos últimos me ses de 1975. por um novo modelo
rublos, desapareceu e a qualida
da
foi subs
Zhiguli — imitação do Fiat-124 —
no
anos, acostumanio-nos a comprar o quilo de carne de vitela a 1.20 rublos. Agora, este preço simples mente desapareceu e o mais baixo da vitela é de 2 rublos o quilo. Além disso, antes a carne valia seu preço, enquanto agora o qui lo de carne é um quilo de ossos... Tome também como exemplo o frango. Costumavamos comprá-lo por pre.ços que variavam entre 1,15, 1,75 e 2,65 rublos o quilo: agora, o frango menos caro, a 1.15
tados
na primavera, os morangos e as cerejas são vendi
presenta
declarou
início
A mesma técnica de inflação oculta se aplica aos automóveis soviéticos. O Volga. modelo GAZtituído por outro modelo. GAZ-24, que custa 9.150 rublos, o que re
Leve”.
O mesmo método é impregado em Moscou. Segundo o corres pondente do Internaiional Hcrald Trihune (8 de outubro dc 1974),
173
I
Times, 30 de outubro de 1974).
Às vezes, esta diferença entre os preços
oficiais
e os
livres é
ainda
maior:
dos a 4.68 dólares o quilo em Mos-
tivamente baixo — com uma ma-
.
rário em um mês. A
Gazeta
Literária,
em artigo
publicado a 17 de julho de 1974,
referiu-se às facilidades que têm nos kolkobes e entre cs kolkozianos os traficantes de todos os ti-
pos de artigos, cuja honestidade
deixa multo a desejar: “É justa- mente nos kolkozes, que dispõem de dinlieiro com maior liberdade, onde se fazem bons negócios. Mui tos dos que por lá aparecem não têm emprego definido, mas outros contam com uma ocupação preci sa. em particular certos responsá veis por empresas conexas, que se
deixam corromper. E a via mais
irregular, as
absolutamente ilegal, é
vezes considerada legítima ha
vida corrente de um distrito... Existe dinheiro nas caixas do kolkoze e o malandro oferece um ál
bum de fotografias, mostrando o
presidente na primeira página ou propõe a decoração do clube, um tapete para o escritóro ou uma pe dra rosada para o Palácio da Cul tura — tudo furtado —, mesmo nos casos em que o simples ladri lho teria sido suficiente... E se a
t
'TU
172
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viço de organização do comércio e 0 chefe dos peritos comerciais, chegamos à conclusão de que o mobiliário de cozinha não se'di ferencia em nada do que era vendido anteriormente. Só difere 0 preço. Os empregados no comércio citaram-me muitos outros exemplos de artigos novos que custam em geral, mais caro do que os vendidos antes.
“As empresas da indústria da alimentação deixam, às vezes, to talmente de fabricar produtos ba
ratos, constantemente solicitados pela população.
Em consequên
cia, os preços médios dos produ tos alimentícios aumentaram, em dois anos, de 2.080 para 2.330 rubros a tonelada,... Durante o
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ano passado, o ministério da In
dústria da Alimentação homolo
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casa.
21. custava 5.500 rublos:
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cuo: durante o inverno, os toma tes valem 9.26 dólares o quilo. Co¬ nhecendo estes preços, compreen de-se facilmente porque se vêem georgianos que chegam de avião — 0 preço dos transportes é rela
“aperfeiçoado”, mas quase idênti
letea cheia de tomates (chegam a
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“Há
transportar 30 quilos); vendendoos. ganham mais do que um ope
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encontram
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mitado aos produtos alimentícios. Os camponeses e as cooperativas vendem
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vida sem
hesitam
O professor Nove explica o fun cionamento e amplitude deste mercado, nos seguintes termos: “Os preços oficiais são fixos. To davia, existe um mercado livre li
nos
mercados
urbanos
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preços que refletem mais ou me nos livremente a relação entre a oferta e a procura. Quando os gê neros alimentícios escasseiam nos armazéns do Estado, aumentam
os preços no mercado livre. Em 1972. estes últimos preços supe ravam em 60%, aproximadamente, o índice dos preços oficiais” (The
Desta ma
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não
oficial.
dio escasseia e aquilo que nos ofe caro.
mas acontece
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mais pelos
não se
dadeiro sentido de inflação neste país. O mais barato desapareceu. 0 que corresponde a um preço mé é o mais
pessoas adquiriam, no mercado kolkoziano, boa parte de seus pro
que algumas pessoas dispõem de
gria. ao preço de 2,83 rublos o quilo, cujo custo vai a 3,40 rublos por cada frango limpo. É o ver
receu
demonstramos, as
dutos alimentícios;
escolher entre o frango a 2.65 ru blos 0 quilo ou os frangos impor e
O
majoração de quase 369c; de fa to. de 5.500 rublos, passou para
de do vendido a 1,75 deixa muito a desejar. Atualmente, temos de
Dinamarca
um aumento dc 669c.
substituído, nos últimos me ses de 1975. por um novo modelo
rublos, desapareceu e a qualida
da
foi subs
Zhiguli — imitação do Fiat-124 —
no
anos, acostumanio-nos a comprar o quilo de carne de vitela a 1.20 rublos. Agora, este preço simples mente desapareceu e o mais baixo da vitela é de 2 rublos o quilo. Além disso, antes a carne valia seu preço, enquanto agora o qui lo de carne é um quilo de ossos... Tome também como exemplo o frango. Costumavamos comprá-lo por pre.ços que variavam entre 1,15, 1,75 e 2,65 rublos o quilo: agora, o frango menos caro, a 1.15
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na primavera, os morangos e as cerejas são vendi
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declarou
início
A mesma técnica de inflação oculta se aplica aos automóveis soviéticos. O Volga. modelo GAZtituído por outro modelo. GAZ-24, que custa 9.150 rublos, o que re
Leve”.
O mesmo método é impregado em Moscou. Segundo o corres pondente do Internaiional Hcrald Trihune (8 de outubro dc 1974),
173
I
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Às vezes, esta diferença entre os preços
oficiais
e os
livres é
ainda
maior:
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.
rário em um mês. A
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Literária,
em artigo
publicado a 17 de julho de 1974,
referiu-se às facilidades que têm nos kolkobes e entre cs kolkozianos os traficantes de todos os ti-
pos de artigos, cuja honestidade
deixa multo a desejar: “É justa- mente nos kolkozes, que dispõem de dinlieiro com maior liberdade, onde se fazem bons negócios. Mui tos dos que por lá aparecem não têm emprego definido, mas outros contam com uma ocupação preci sa. em particular certos responsá veis por empresas conexas, que se
deixam corromper. E a via mais
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absolutamente ilegal, é
vezes considerada legítima ha
vida corrente de um distrito... Existe dinheiro nas caixas do kolkoze e o malandro oferece um ál
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presidente na primeira página ou propõe a decoração do clube, um tapete para o escritóro ou uma pe dra rosada para o Palácio da Cul tura — tudo furtado —, mesmo nos casos em que o simples ladri lho teria sido suficiente... E se a
t
.
DiciiSTO Econômico
174
:
milicia
consegue
desmascarar os
vigaristas, as autoridades do dis trito evitam, em geral, que esses clientes ou cúmplices dos kolko-
zes sejam processados. Alguns ca maradas do distrito, tanto por es
crito como oralmente, estimulam
os presidentes dos kolkozes a com prarem no mercado negro, para encobrir,
assim, sua propna ne
gligência e sua inércia.” Mas como é alimentado esse mercado negro de artigos indus trializados? De um lado, graças às
de contrabando reaf■ ●' importações llzados por estrangeiros que via jam para a URSS com a intenção
^
9''
deliberada de deixar neste país
uma grande parte do que levam em sua bagagem ou por meio dos soviéticos que podem ir ao exte rior.
?.●
COMO SE FAZ CONTRABANDO
t.
As "margens de lucro”, se assim
f,
as podemos chamar, são enormes.
Um relógio Seiko, que custa 70 dó-
\ '
51;* y
tí ■' .
*
:
f"’ '
' lares
no
Ocidente,
vende-se
em
Moscou por 324 dólares; um par de “levi’s jeans” autênticos custa
130 dólares e a gravação em fita Jesus Cristo Sumagnética de
perstar” eleva-se a 100 dólares. É
verdade que o rublo praticamente não é conversível no mercado in-
ternacional e que os compradores
soviéticos, ao trocar seu dinheiro, . sofrem grandes perdas. Ao cambio
l . oficial, 0 rublo vale 6,25 francos, K
'
entretanto, os marinheiros soviéticos que
desembarcam
em um
|> porto francês contentam-se em ^ . poder trocá-lo por um franco. 4.
Tudo
isso
sem
falar
em
Digesto Econômico
uma
A INFLAÇÃO SEGUNDO
i
mercadoria” recente, que superou todos os recordes: a edição russa de O Arquivèlago Qulag. que se vende entre 60 e 80 rublos nos
O nome de Ota Sik é hoje bas
<
do artigo da Gazeta Literária: “Na fábrica de refrigeradores de Minsk.
alguns encarregados do armazém, tipos sem escrúpulos, carregam em um caminhão 39 refrigeradores em lugar dos 36 anotados; como. por caminhões carregados e não na saida, a produção é controlada por unidade, as três que vão a mais se destinam tranquilamente aos especuladores... Em uma
11
ti \ ●1
4’ - *
I
ambulantes. Segundo suas próprias declarações, não tiveram nenhu
.1
teci
do por 100 mil rublos! E essa loja não fica em pleno deserto, nem na tundra; está situada na cidade de
Leningrado.. . Em Riazan, foi pre sa uma ladra:
era
a diretora
de
abastecimentos de um jardim de infância. Dos 150 quilos de laran jas que recebia, apenas 10 quilos eram
efetivamehte
crianças,
pois ela
destinados
às
apropriava-se
dos restantes. Também recebia, uma tonelada de batatas, mas pa
ra as crianças só iam 50 quilos., ■
■ ...^1
I
ÍG
Checo antes de 1939, esteve inter nado. durante a guerra, no campo
sas páginas, a análise do fenôme-
de concentração
carreira teve inicio
países do Leste (esta obra foi recentemente publicada em francês
depois do “golpe” de fevereiro de
pela editora Gallimard, sob o tí-
de
do
Mathausen;
1948, que deu a totalidade do po der na Checoslováquia aos comu nistas. fato conhecido como “gol pe de Praga”. Especializado em economia política, tornou-se a partir daquele ano. chefe da Se ção econômica da Escola Superior do partido e, mais tarde, diretor do Instituto de Economia. No ano
seguinte, foi-lhe conferida a dire ção da comissão econômica do Co mitê Central, daquele passou a ser suplente mesmo em 1958 e mem
Destacou-se entre os inspirado res da “primavera de Praga”, pe
hesitação em ceder várias cente nas de metros de tecido raro, a um preço mais alto, aos especuladores
Weg (ed. Hoffmann und Campe),
no qual se encontra, em cinco den-
membro
bro titular em 1962.
grande loja a gerente, senhora Skornvakova, não teve a menor
';q
PC
conhecido:
sua brilhante
A segunda via que alimenta o mercado negro é o roubo. Repro duzimos vários exemplos do cita
tificações da chamada economia
socialista. Em 1973, escreveu outro livro, Argumento -lur den dritten
OTA SIK
tante
portos de Riga e Odessa, mas que, em Moscou, se paga entre 150 e 160 rublos, ou seja, o salário de um engenheiro.
ma dificuldade em vender o
175'.
lo que a assumia o cargo de vicepresidente do governo em abril de 1968, a fim de tratar especialmen
te da organização da economia do país. Por sorte sua, encontrava-se no
exterior no dia 21 de agosto de 1968, quando ocorreu a interven ção militar soviética. Atualmente, é professor de economia nas uni
versidades
suiças das
Basiléia e
no inflacionário a economia dos
tulo La troisiéme tJoie”,. isto é, “O
também
existir na
economa
co
segundo a qual a inflação é um
fenômeno especificamente capitalista,
mas ;
que na
também na crença de economia dirigida o ,ativo _
e o passivo, tanto da populaçao como das administra-ções e das instituições são planejados e calno
o apoio de números, balanço de contas, Utilizado
se
o
culados, com
isto pela propaganda, apresentaargumento de que na econo-
mia socialista não existe, de for ma alguma, a inflação. Mas exis te” (pág. 98). A seguir, demonstra que os ín dices oficiais oferecem uma ima
gem ilusória da realidade, mas que a população, por sua parte, não se .Segundo o escri
comunista acerca dos erros e mi§-
da de marieira significativa” (pág.
i-iV-V— íA
u
.L
'
munista pode surpreender, no Oci dente, certos adeptos da economia dirigida. Isto não é apenas o re sultado da propaganda oriental,
tado em francês, por A. Fayard, em 1969), que é a melhor análise até hoje feita por um economista
Ota Sik publicou o livro A ver
I ●* ;
mo livro: “O fato de a inflação
tor checo, as causas da inflação nos países socialistas são cinco: 1) “A massa salarial, prevista no balanço de contas e no Plano, é a maior parte do tempo supera
dade ‘sobre a economia checa (edi
i*jii ■
terceiro caminho”). Observa Ota Sik neste seu ulti
deixa enganar.
de Saint-Gall.
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.
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vigaristas, as autoridades do dis trito evitam, em geral, que esses clientes ou cúmplices dos kolko-
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Moscou por 324 dólares; um par de “levi’s jeans” autênticos custa
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entretanto, os marinheiros soviéticos que
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Digesto Econômico
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A INFLAÇÃO SEGUNDO
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mercadoria” recente, que superou todos os recordes: a edição russa de O Arquivèlago Qulag. que se vende entre 60 e 80 rublos nos
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do artigo da Gazeta Literária: “Na fábrica de refrigeradores de Minsk.
alguns encarregados do armazém, tipos sem escrúpulos, carregam em um caminhão 39 refrigeradores em lugar dos 36 anotados; como. por caminhões carregados e não na saida, a produção é controlada por unidade, as três que vão a mais se destinam tranquilamente aos especuladores... Em uma
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Leningrado.. . Em Riazan, foi pre sa uma ladra:
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abastecimentos de um jardim de infância. Dos 150 quilos de laran jas que recebia, apenas 10 quilos eram
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apropriava-se
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I
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Checo antes de 1939, esteve inter nado. durante a guerra, no campo
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de concentração
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países do Leste (esta obra foi recentemente publicada em francês
depois do “golpe” de fevereiro de
pela editora Gallimard, sob o tí-
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Mathausen;
1948, que deu a totalidade do po der na Checoslováquia aos comu nistas. fato conhecido como “gol pe de Praga”. Especializado em economia política, tornou-se a partir daquele ano. chefe da Se ção econômica da Escola Superior do partido e, mais tarde, diretor do Instituto de Economia. No ano
seguinte, foi-lhe conferida a dire ção da comissão econômica do Co mitê Central, daquele passou a ser suplente mesmo em 1958 e mem
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tificações da chamada economia
socialista. Em 1973, escreveu outro livro, Argumento -lur den dritten
OTA SIK
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portos de Riga e Odessa, mas que, em Moscou, se paga entre 150 e 160 rublos, ou seja, o salário de um engenheiro.
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175'.
lo que a assumia o cargo de vicepresidente do governo em abril de 1968, a fim de tratar especialmen
te da organização da economia do país. Por sorte sua, encontrava-se no
exterior no dia 21 de agosto de 1968, quando ocorreu a interven ção militar soviética. Atualmente, é professor de economia nas uni
versidades
suiças das
Basiléia e
no inflacionário a economia dos
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gem ilusória da realidade, mas que a população, por sua parte, não se .Segundo o escri
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munista pode surpreender, no Oci dente, certos adeptos da economia dirigida. Isto não é apenas o re sultado da propaganda oriental,
tado em francês, por A. Fayard, em 1969), que é a melhor análise até hoje feita por um economista
Ota Sik publicou o livro A ver
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deixa enganar.
de Saint-Gall.
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t
J)ir.rsTO
Di(;i;sio Er.oNÒ.Mico
176
99). E é regra quase geral que, próximo do fim de cada mês, seja porque os objetivos do Plano não
enormes baixas na produção pre vista...” Sik aponta o exemplo da Checoslováquia. o total das
foram alcançados, seja porque se recebeu ordens de superá-los, o controle do Plano exige que se realizem horas suplementares, que se trabalhe sábado e domingo, etc. Isto acarreta, evidentemente, au mentos de salários, mas, como
construções não acabadas, na épo ca de Novotny, elevou-se a 220
sempre se concede prioridade na produção à indústria pesada, a consequência é que tal aumento da massa salarial não corresponde
tos inacabados aumenta, sendo os
a um crescimento equivalente dos bens de consumo. Assim, estabe lece-se um desequilíbrio entre a oferta e a procura, entre o poder aquisitivo e a quantidade de bens
disponíveis. AS TENSÕES INFLACIONÁRIAS 2)
“O aumento da produtivida de é, em grande parte, realizado de forma artificial, posto que em numerosos países do bloco orien tal 0 aumento fictício seja mais
importante do que 0 real” (pág. 100).
Este aumento fictício leva
Os aumenà seguinte situação: tos de salários, obtidos em conse quência da produtividade estatís tica, aumentada de acordo com o Plano, não são garantidos median
te a alta correspondente da pro
dução material”. 3) A falta de execução do Pla no representa papel decisivo, es pecialmente no setor dos investi mentos ...
Os salários devem ser
pagos de acordo com o Plano, mas o pagamento com atraso dos in vestimentos
produtivos
acarreta
milhões
de
coroas
checas,
1
planos médios de construção duas ou mais vezes mais longos do que nos países industriais do Ociden te” (pág. 101). 4) “As disposições estruturais desempenham um importante pa pel 110 desenvolvimento da infla
Al¬
ção... Na realidade, a estrutura concreta da produção, e portanto da oferta, não concorda com a es
ou
empresas
qual
clientes
necessitam
entre
os
põem-se em crculação meios de aquisição superiores à quantidade de produtos oferecidos aos com-
no
mercado,
pradores.
A superioridade consi-
derável da procura com relaçao à oferta provoca, inevitavelmente, uma
tensão
inflacionária,
cujo
efeito sobre os preços só pode ser contido mediante meios coerciti vos. os quais, no atual estado de coisas, já não são suficientes pa-
mento e outros materiais de cons
trução. viagens para o exterior etc., mas também artigos de nc-
ia
funcionar plenamente.
,
® mm
nf
to de polpa: dióxido de cloro/cloro, oxigêmo, f residual, na primeira aplicaçao desta especie na ind
oxigênio como
oxidante, disperso por tubulação no
"cheLpeake
iktetfrar estas
energia, para branqueamento, uso bactencida e tratamento de agua r^esi dual terciário. Antes de adotar o oxigênio para o processamento a Chesapeake Corp. of Virginia havia atingido o ponto onde a niadeiia em sua ái4a de obtenção era 45% pinho e 55% madeira dura; assim, a companhia
em uma
clientes
jamento que se supõe ser total,
encontrar
ela está em posição de explorar e comercializar a produção de polpa por
quantidade determinada são ad quiridos, pois a experiência faz recear uma queda da produção em um dos anos próximos. Assim, aumentam
em
quantidades suficientes, os produ tos ou serviços de que necessita, vê-se obrigada a acumular e a aguardar que se ofereça aquilo de que precisa. Entre as mercado rias cuja oferta é insuficiente fi guram. antes de tudo, os produ tos de consumo a longo prazo, co mo carros, habitações, móveis, ci
dem
oxiccnin e n nroducão de baixo custo de ozona para ter melhor fator de
Em particular, os pro que, no momento, os
não
elevada”
enjen^ia Co. vistas ao futuro ,a companhia já concluiu os plano_s gênio no seu foAio de cal para reduzir as emissões de odoi. Alem disso,
a
procura cresce de maneira cons tante mais rapidamente do que a oferta. dutos de
relativamente
oxidar licor negro, no primeiro sistema deste tipo ^
ta de distribuição, mas também a prova de um desenvolvimento al no
dessas
tria de polpa e papel Em West _Point, Virgínia, a Virginia introduziu o uso de oxigênio de alta pureza ^ | quear polpa comercial de madeira dura_ de alta quahda , uílnaueamenpreendimento comercial do mundo a utilizar ^ . rioro- tratar água
suas necessidades. Isto não é ape nas 0 sinal de um sistema dirigis-
inflacionário,
falta
a uma "pou
ESTADOS UNIDOS:- OXIGÊNIO NA POLPA E PAPEL ~ ^
de produção —, inclusive se esses produtos não correspondem às
tamente
A
(pág. 105). Vemos, pois. que em regime so cialista, não obstante um plane- '
de após-guerra, que vinculou a tonelagem local das ao processamento do aço por oxigênio, pode ter sua
As empresas
outras
diária.
o-
executam globalmente seus pla nos e os produtos são, na maio ria, arrebatados pelos “clientes” comércio
pança”
aparece inscrito entre as despe sas. Quando as pessoas não po
sendo
tro, a quantidade de investimen
—
cessidade
mercadorias obriga
5) Todos os anos. o balanço de contas, o aumento da poupança
“De um ano para ou
trutura da procura.
177
portanto, também, insensivelmen te, os créditos para os estoques”.
que 0 total da renda nacional che gava. naquela época, a 280 bilhões de coroas.
Ec:onòmico
achou ncessário desenvolver um produto que utihzasse uma maior quanti dade da madeira dura disponível. A unidade de branqueamento a oxigênio
da Chesapeake tem produzido uma média diaria de 2<5 toneladas de polpa e tem operado ao nivel ou acima de sua capacidade inaxima piojetada de
os
330 toneladas/dia.
produtos que não são utilizados e, jL
J)ir.rsTO
Di(;i;sio Er.oNÒ.Mico
176
99). E é regra quase geral que, próximo do fim de cada mês, seja porque os objetivos do Plano não
enormes baixas na produção pre vista...” Sik aponta o exemplo da Checoslováquia. o total das
foram alcançados, seja porque se recebeu ordens de superá-los, o controle do Plano exige que se realizem horas suplementares, que se trabalhe sábado e domingo, etc. Isto acarreta, evidentemente, au mentos de salários, mas, como
construções não acabadas, na épo ca de Novotny, elevou-se a 220
sempre se concede prioridade na produção à indústria pesada, a consequência é que tal aumento da massa salarial não corresponde
tos inacabados aumenta, sendo os
a um crescimento equivalente dos bens de consumo. Assim, estabe lece-se um desequilíbrio entre a oferta e a procura, entre o poder aquisitivo e a quantidade de bens
disponíveis. AS TENSÕES INFLACIONÁRIAS 2)
“O aumento da produtivida de é, em grande parte, realizado de forma artificial, posto que em numerosos países do bloco orien tal 0 aumento fictício seja mais
importante do que 0 real” (pág. 100).
Este aumento fictício leva
Os aumenà seguinte situação: tos de salários, obtidos em conse quência da produtividade estatís tica, aumentada de acordo com o Plano, não são garantidos median
te a alta correspondente da pro
dução material”. 3) A falta de execução do Pla no representa papel decisivo, es pecialmente no setor dos investi mentos ...
Os salários devem ser
pagos de acordo com o Plano, mas o pagamento com atraso dos in vestimentos
produtivos
acarreta
milhões
de
coroas
checas,
1
planos médios de construção duas ou mais vezes mais longos do que nos países industriais do Ociden te” (pág. 101). 4) “As disposições estruturais desempenham um importante pa pel 110 desenvolvimento da infla
Al¬
ção... Na realidade, a estrutura concreta da produção, e portanto da oferta, não concorda com a es
ou
empresas
qual
clientes
necessitam
entre
os
põem-se em crculação meios de aquisição superiores à quantidade de produtos oferecidos aos com-
no
mercado,
pradores.
A superioridade consi-
derável da procura com relaçao à oferta provoca, inevitavelmente, uma
tensão
inflacionária,
cujo
efeito sobre os preços só pode ser contido mediante meios coerciti vos. os quais, no atual estado de coisas, já não são suficientes pa-
mento e outros materiais de cons
trução. viagens para o exterior etc., mas também artigos de nc-
ia
funcionar plenamente.
,
® mm
nf
to de polpa: dióxido de cloro/cloro, oxigêmo, f residual, na primeira aplicaçao desta especie na ind
oxigênio como
oxidante, disperso por tubulação no
"cheLpeake
iktetfrar estas
energia, para branqueamento, uso bactencida e tratamento de agua r^esi dual terciário. Antes de adotar o oxigênio para o processamento a Chesapeake Corp. of Virginia havia atingido o ponto onde a niadeiia em sua ái4a de obtenção era 45% pinho e 55% madeira dura; assim, a companhia
em uma
clientes
jamento que se supõe ser total,
encontrar
ela está em posição de explorar e comercializar a produção de polpa por
quantidade determinada são ad quiridos, pois a experiência faz recear uma queda da produção em um dos anos próximos. Assim, aumentam
em
quantidades suficientes, os produ tos ou serviços de que necessita, vê-se obrigada a acumular e a aguardar que se ofereça aquilo de que precisa. Entre as mercado rias cuja oferta é insuficiente fi guram. antes de tudo, os produ tos de consumo a longo prazo, co mo carros, habitações, móveis, ci
dem
oxiccnin e n nroducão de baixo custo de ozona para ter melhor fator de
Em particular, os pro que, no momento, os
não
elevada”
enjen^ia Co. vistas ao futuro ,a companhia já concluiu os plano_s gênio no seu foAio de cal para reduzir as emissões de odoi. Alem disso,
a
procura cresce de maneira cons tante mais rapidamente do que a oferta. dutos de
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oxidar licor negro, no primeiro sistema deste tipo ^
ta de distribuição, mas também a prova de um desenvolvimento al no
dessas
tria de polpa e papel Em West _Point, Virgínia, a Virginia introduziu o uso de oxigênio de alta pureza ^ | quear polpa comercial de madeira dura_ de alta quahda , uílnaueamenpreendimento comercial do mundo a utilizar ^ . rioro- tratar água
suas necessidades. Isto não é ape nas 0 sinal de um sistema dirigis-
inflacionário,
falta
a uma "pou
ESTADOS UNIDOS:- OXIGÊNIO NA POLPA E PAPEL ~ ^
de produção —, inclusive se esses produtos não correspondem às
tamente
A
(pág. 105). Vemos, pois. que em regime so cialista, não obstante um plane- '
de após-guerra, que vinculou a tonelagem local das ao processamento do aço por oxigênio, pode ter sua
As empresas
outras
diária.
o-
executam globalmente seus pla nos e os produtos são, na maio ria, arrebatados pelos “clientes” comércio
pança”
aparece inscrito entre as despe sas. Quando as pessoas não po
sendo
tro, a quantidade de investimen
—
cessidade
mercadorias obriga
5) Todos os anos. o balanço de contas, o aumento da poupança
“De um ano para ou
trutura da procura.
177
portanto, também, insensivelmen te, os créditos para os estoques”.
que 0 total da renda nacional che gava. naquela época, a 280 bilhões de coroas.
Ec:onòmico
achou ncessário desenvolver um produto que utihzasse uma maior quanti dade da madeira dura disponível. A unidade de branqueamento a oxigênio
da Chesapeake tem produzido uma média diaria de 2<5 toneladas de polpa e tem operado ao nivel ou acima de sua capacidade inaxima piojetada de
os
330 toneladas/dia.
produtos que não são utilizados e, jL
'
I.
' 'II
MÉXrCO:- PATENTES DE PRO-W DUTOS
FIAÇÃO
SER
QUÍMICOS
BANIDAS
—
PODERÃO
Os
temores
o Problema Demográfico: Quatro Bilhões de Habitantes
de
que a tecnologia estrangeira venha a dominar a indústria mexicana es
E
TECELAGEM
CAMPO BELO
S.A.
tos
no
BRASILEIRA
r
)
Fios Mistos Compostos de Fibras Sintéticas e
O
volumoso
do
Telegr.: Belcampo CEP 04603 - SP
ainda, com um volume relativa
dc seres humanos.
mente -pequeno, mas quando
atual geração estiver com sesse7i-
a
farmacêuticos, fertilizantes, pesticidas, indústrias de alimentos e agrí
●
tes.
cado pelo
patentes
xa. A nova legislação exigiría que
A população do planeta dei
xa de ser uma realidade para tornar-se um imaginário — ou, estranhamente, uma “realidade ima ginária”.
Isso não impede que esse “incon
i'icas e políticas do mundo em que
vivemos.
Mas antes de examiná-los vamos
tentar um esforço no sentido de nos representar o que significa
associadas com marcas mexicanas e
de 4 bilhões de homens, colocan do-a, antes de mais nada, na con
permitiría
ao
proscrever
tinuidade da história demográfica.
marcas registradas e marcas de fá
Vamos começar com alguns da dos do passado — próximo o.u re moto — que melhor permitirão
brica em favor
governo
de
sob nomes genéricos.
comercialização
bitantes.
O artigo do escritor e
O Estado de S. Paulo , do qual, data venia, transcreve (<
mos, coloca a questão em termos mundiais
. nulação da Europa, na época de
realmente essa monstruosa cifra
marcas estrangeiras
deveremos ter a população aluci nante de oitocentos milliões de ha
veis”, que podem ser organizados em repertórios, e que estão já — mesmo em segredo — gerando a
efeitos
fossem
certas
de hoje estiverem na maturidade,
apreender o drama desse aumen
cause
maior parte das expressões histó-
^
ta ajios, e quando os nasciturnos
“concebí
cebível”
passe, o governo estabelecería a ta
61-2151
sada, a cifra de quatro bilhões
pulação do nosso planeta aca
jornalista Gilles Lapouge, pum-
as
as negociações chegarem a urn im
Próx. da Av. Ibirapuera
ba de alcançar, iia semana pas
ceber o número de seus semelhan
eliminaria
(BROOKLIN PAULISTA) V
' i,
Segundo a O.N.Ú. (o mundo já atingiu à, amedrontadora cijra ãe quatro hilliões de habitantes, tendendo a crescer, cada vez mais. Nessa estatística, o Brasil entra,
j
lei
Av. Vereador José Diniz, 3821
Especiais - Novidades
bulosa do que esta? Segun cálculos mais exatos do os possíveis, estima-se que a po
de produtos e processos químicos e
A aprovação parece certa,
com a maioria das cláusulas intatas.
cola, tecnologia de controle ambien tal e energia nuclear. Ao invés dis so, as empresas privadas teriam a permissão de tirar “certificados de inventores” que lhes permitiríam re ceber “royalties”, mas as forçariam a colocar a tecnologia à disposição de quem quisesse pagar por ela. Se
Naturais - Fios
H
AVERÁ informação mais fa
Número terrível, diante do qual 0 espírito vacila e se percebe im potente. Número que ultrapassa nossa própria capacidade de con cebê-lo; a este ponto chegamos: 0 homem não consegue mais con
A nova ií-.
México.
i
cumento foi enviado ao Congresso Mexicano no princípio de dezembro de 1975 pelo presidente Luis Echeverria.
INDÚSTRIA
GILLES LAPOUGE
tão por trás da nova lei de proprie dade industrial proposta recente mente, a qual viria a eliminar a pro teção de patente para certos produ
to exponencial de homens: a po-
Napoleão, era de 200 milhões de pessoas; um secul[o depoiis; em
1914, tinha chegado a 600 milhões,
A
cidade-mamute do mundo. —
Londres,
tinha em 1800 — há de dois séculos, portanto, um milhão de habitantes, número menos
de
uma
cidade média, hoje — e
Paris, na mesma época, contava
com meio milhão de pessoas (São
Luiz, em 1976). A Humanidade levou um milhão
de anos para chegar ao número atual. Ora, caso essa curva não
'
I.
' 'II
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FIAÇÃO
SER
QUÍMICOS
BANIDAS
—
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Os
temores
o Problema Demográfico: Quatro Bilhões de Habitantes
de
que a tecnologia estrangeira venha a dominar a indústria mexicana es
E
TECELAGEM
CAMPO BELO
S.A.
tos
no
BRASILEIRA
r
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Fios Mistos Compostos de Fibras Sintéticas e
O
volumoso
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Telegr.: Belcampo CEP 04603 - SP
ainda, com um volume relativa
dc seres humanos.
mente -pequeno, mas quando
atual geração estiver com sesse7i-
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farmacêuticos, fertilizantes, pesticidas, indústrias de alimentos e agrí
●
tes.
cado pelo
patentes
xa. A nova legislação exigiría que
A população do planeta dei
xa de ser uma realidade para tornar-se um imaginário — ou, estranhamente, uma “realidade ima ginária”.
Isso não impede que esse “incon
i'icas e políticas do mundo em que
vivemos.
Mas antes de examiná-los vamos
tentar um esforço no sentido de nos representar o que significa
associadas com marcas mexicanas e
de 4 bilhões de homens, colocan do-a, antes de mais nada, na con
permitiría
ao
proscrever
tinuidade da história demográfica.
marcas registradas e marcas de fá
Vamos começar com alguns da dos do passado — próximo o.u re moto — que melhor permitirão
brica em favor
governo
de
sob nomes genéricos.
comercialização
bitantes.
O artigo do escritor e
O Estado de S. Paulo , do qual, data venia, transcreve (<
mos, coloca a questão em termos mundiais
. nulação da Europa, na época de
realmente essa monstruosa cifra
marcas estrangeiras
deveremos ter a população aluci nante de oitocentos milliões de ha
veis”, que podem ser organizados em repertórios, e que estão já — mesmo em segredo — gerando a
efeitos
fossem
certas
de hoje estiverem na maturidade,
apreender o drama desse aumen
cause
maior parte das expressões histó-
^
ta ajios, e quando os nasciturnos
“concebí
cebível”
passe, o governo estabelecería a ta
61-2151
sada, a cifra de quatro bilhões
pulação do nosso planeta aca
jornalista Gilles Lapouge, pum-
as
as negociações chegarem a urn im
Próx. da Av. Ibirapuera
ba de alcançar, iia semana pas
ceber o número de seus semelhan
eliminaria
(BROOKLIN PAULISTA) V
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Segundo a O.N.Ú. (o mundo já atingiu à, amedrontadora cijra ãe quatro hilliões de habitantes, tendendo a crescer, cada vez mais. Nessa estatística, o Brasil entra,
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Av. Vereador José Diniz, 3821
Especiais - Novidades
bulosa do que esta? Segun cálculos mais exatos do os possíveis, estima-se que a po
de produtos e processos químicos e
A aprovação parece certa,
com a maioria das cláusulas intatas.
cola, tecnologia de controle ambien tal e energia nuclear. Ao invés dis so, as empresas privadas teriam a permissão de tirar “certificados de inventores” que lhes permitiríam re ceber “royalties”, mas as forçariam a colocar a tecnologia à disposição de quem quisesse pagar por ela. Se
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Número terrível, diante do qual 0 espírito vacila e se percebe im potente. Número que ultrapassa nossa própria capacidade de con cebê-lo; a este ponto chegamos: 0 homem não consegue mais con
A nova ií-.
México.
i
cumento foi enviado ao Congresso Mexicano no princípio de dezembro de 1975 pelo presidente Luis Echeverria.
INDÚSTRIA
GILLES LAPOUGE
tão por trás da nova lei de proprie dade industrial proposta recente mente, a qual viria a eliminar a pro teção de patente para certos produ
to exponencial de homens: a po-
Napoleão, era de 200 milhões de pessoas; um secul[o depoiis; em
1914, tinha chegado a 600 milhões,
A
cidade-mamute do mundo. —
Londres,
tinha em 1800 — há de dois séculos, portanto, um milhão de habitantes, número menos
de
uma
cidade média, hoje — e
Paris, na mesma época, contava
com meio milhão de pessoas (São
Luiz, em 1976). A Humanidade levou um milhão
de anos para chegar ao número atual. Ora, caso essa curva não
180
DI(;i'sto Econômico
sofra, um desvio, no ano 2.000 esta remos com seis bilhões.
Mais números destinados a pro
duzirem vertigens; a índia, esfo
Estado indiano
de Punjab deci
um ano de prisão,
Erança;
direito
onze
potência, diante, de um lado, do conceito matemático do número infinito de homens, e, de outro, dos remanejamentos políticos a que essa realidade implacavel mente obrigará.
Essa a primeira abordagem voluntariamente grosseira —
a
que é preciso de resto corrigir e.sclarecendo que esse crescimento é
privilégio dos países pobres, dado que os ricos conseguiram estran gular a explosão demográfica —
estrangulá-la aliás um pouco bem demais.’
A China é uma exceção: a inte
ligência de seus dirigentes, a fle xibilidade dos cidadãos, souberam manipular bem a situação, Em troca, tudo o que costumamos cha mar de “terceiro mundo” é inun dado por uma maré montante de nascimentos: certos países se recusam a admitir o perigo, como
se hipnotizados por uma serpen
te.
Outros tomam algumas
pro-
videncias, mas o barroquismo des sas medidas, sua posição surrea
lista, são testemunhas da incapa cidade das sociedades para
en
frentar, o desafio. Assim, há ape nas, alguns dias soube-se que 0
asiático toma providências pare ceiro filho implica a suspensão do de
não
vai
181
declará-los.
dado
que 0 terceiro o levará direto pa
Outro Estado
cidas; em Singapura, ter um ter
a Tailandia tinha
filhos
diu que 0 fato do um casal ter um terceiro filho será passível de
meada, vê a cada quatro anos sua população crescer em um número que iguala a população de toda a milhões de habitantes em 1911 hoje tem 32 milhões. Poderiamos mencionar números indefinida mente; todos levariam ao mesmo resultado — o medo, a nossa im
üiGESTO Eco^●ô^^co
trabalhar.
(1
Acho que não é preciso mais ilustrações para nos convencermos
ra a prisão. Mais ainda: uma das chagas dos países pobres é a cons tituída pelas crianças abandona das. que rolam pelas ruas de ci dades monstruosas como Calcutá e nas aldeias. Ora. com a nova
lei.
o
de seu absurdo; como é que a mãe, persa, fará para amamentar o be
ser
regra.
bê
cos métodos que os países pobres usam para prevenir a explosão; o aborto com autorização médica, os contraceptivos. a esterilização de homens e mulheres, ou a pílula,
criminoso?
E
não
prender também
seria
bom
a criança,
que
tremos, algumas medidas aplica
foram
e são objeto de violentas campanhas, Mas essas campanhas todas se chocam com tabus religiosos ou tradicionais, com a
das no Terceiro Mundo são deli
rantes;
na
índia,
em
suprimir
sociais.
a
íamilias
um
por
exemplo, os direitos
segurança social, das numerosas o que para
europeu
soa
a
pura
loucura,
^;l
na medida em que. na Europa, as medidas sociais se destinam pre cisamente às familias grandes. Dentro do mesmo louco raciocínio,
Note-se. a esse respeito, que certos pesquisadores se pergun tam se o exemplo dos animais, ou das sociedades primitivas, não po a resolver essas dería ajudar
membros.
■questões. na pré-história
AS TERRÍVEIS CONSEQUÊNCIAS Todas
essas
medidas
paradoxais:
não
íão
Podemos I
elas se arris
mas. Por exemplo, a índia, nesse momento, começa a fazer um recenseamento de sua população ci vil, essencial para a economia
uma
boa
idéia
mitivos ainda existentes, como os
boshÍ7na7is
do
sudoeste
africano,
pesquisados pelo etnólogo Jean Ziegler: “Os grupos paleolíticos
O censo, que funciona
escreve
na França desde o fim da Idade Média (Philippe, o Belo). será
muito
realizado em 70 mil cidades india
nas. Ora, é evidente que qualquer homem que tenha mais de dois
fazer
do homem pré-histórico estudan do certos grupos totalmente pri
cam a ter consequências negrissi-
moderna.
ingenuidade das populações do campo, que só um pais bem orga nizado como a China soube supe rar.
a índia só concederá facilidades de crédito às famílias de poucos
apenas
crianças vai
Claro que esses não são os úni
cometeu a imprudência de nascer? Mesmo sem ir a esses ex
pensa-se
abandono de
í ■ (
ele
limitados,
eram grupos Praticavam o
ter constante a relação entre po pulação e alimentação disponível”. Portanto, uma seleção suicida im posta pelos grupos humanos des de sua gênese (como acontece com
os bos?ii7na7is até hoje) — e sobre a qual assim conclui Ziegler: “Um dos primeiros atos sociais repeti dos — e, portanto, institucionali zados — foi um ato de destruição — mais ainda: de auto-destruição. Ê preciso insistir no fato de que estamos em presença de infanticídios em perspectiva”. (Alguém ousará acrescentar que — embora a por meios menos sangrentos pena de prisão decretada pelos in^dianos, em Punjab, obedece ao
mesmo
modelo suicida?).
Continuando na pesquisa, pode
riamos chegar também aos ani mais. que também conhecem me canismos de controle de natalida de; os mais drásticos são os usa
dos pelos leniingues, pequenos roedores das timdras, que, a cada
trinta e quarenta anos. se afogam aos milhões, no mar, para
que o
resto da espécie subsista.
Outras populações animais, mais refinadas, tem métodos diferentes:
como os
se tornam
ratos, cujas fêmeas
automaticamente esté.
reis quando amontoadas em gaio
las em grande número. Alguém poderá observar
que
aqui se trata de bichos, nao de
homens, e que esses instintos re
guladores que permitem às femeas
agir sobre a sua faculdade de pio-
infanticídio. Matavam, em regra todos os prisioneiros, à exce ção das mulheres jovens e das
criação, chegando mesmo a anu
crianças, porque era preciso man-
nas.
lá-la em caso de fome, não tem
aplicação nas sociedades huma Ora, certos estudiosos atuais
i
180
DI(;i'sto Econômico
sofra, um desvio, no ano 2.000 esta remos com seis bilhões.
Mais números destinados a pro
duzirem vertigens; a índia, esfo
Estado indiano
de Punjab deci
um ano de prisão,
Erança;
direito
onze
potência, diante, de um lado, do conceito matemático do número infinito de homens, e, de outro, dos remanejamentos políticos a que essa realidade implacavel mente obrigará.
Essa a primeira abordagem voluntariamente grosseira —
a
que é preciso de resto corrigir e.sclarecendo que esse crescimento é
privilégio dos países pobres, dado que os ricos conseguiram estran gular a explosão demográfica —
estrangulá-la aliás um pouco bem demais.’
A China é uma exceção: a inte
ligência de seus dirigentes, a fle xibilidade dos cidadãos, souberam manipular bem a situação, Em troca, tudo o que costumamos cha mar de “terceiro mundo” é inun dado por uma maré montante de nascimentos: certos países se recusam a admitir o perigo, como
se hipnotizados por uma serpen
te.
Outros tomam algumas
pro-
videncias, mas o barroquismo des sas medidas, sua posição surrea
lista, são testemunhas da incapa cidade das sociedades para
en
frentar, o desafio. Assim, há ape nas, alguns dias soube-se que 0
asiático toma providências pare ceiro filho implica a suspensão do de
não
vai
181
declará-los.
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que 0 terceiro o levará direto pa
Outro Estado
cidas; em Singapura, ter um ter
a Tailandia tinha
filhos
diu que 0 fato do um casal ter um terceiro filho será passível de
meada, vê a cada quatro anos sua população crescer em um número que iguala a população de toda a milhões de habitantes em 1911 hoje tem 32 milhões. Poderiamos mencionar números indefinida mente; todos levariam ao mesmo resultado — o medo, a nossa im
üiGESTO Eco^●ô^^co
trabalhar.
(1
Acho que não é preciso mais ilustrações para nos convencermos
ra a prisão. Mais ainda: uma das chagas dos países pobres é a cons tituída pelas crianças abandona das. que rolam pelas ruas de ci dades monstruosas como Calcutá e nas aldeias. Ora. com a nova
lei.
o
de seu absurdo; como é que a mãe, persa, fará para amamentar o be
ser
regra.
bê
cos métodos que os países pobres usam para prevenir a explosão; o aborto com autorização médica, os contraceptivos. a esterilização de homens e mulheres, ou a pílula,
criminoso?
E
não
prender também
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bom
a criança,
que
tremos, algumas medidas aplica
foram
e são objeto de violentas campanhas, Mas essas campanhas todas se chocam com tabus religiosos ou tradicionais, com a
das no Terceiro Mundo são deli
rantes;
na
índia,
em
suprimir
sociais.
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íamilias
um
por
exemplo, os direitos
segurança social, das numerosas o que para
europeu
soa
a
pura
loucura,
^;l
na medida em que. na Europa, as medidas sociais se destinam pre cisamente às familias grandes. Dentro do mesmo louco raciocínio,
Note-se. a esse respeito, que certos pesquisadores se pergun tam se o exemplo dos animais, ou das sociedades primitivas, não po a resolver essas dería ajudar
membros.
■questões. na pré-história
AS TERRÍVEIS CONSEQUÊNCIAS Todas
essas
medidas
paradoxais:
não
íão
Podemos I
elas se arris
mas. Por exemplo, a índia, nesse momento, começa a fazer um recenseamento de sua população ci vil, essencial para a economia
uma
boa
idéia
mitivos ainda existentes, como os
boshÍ7na7is
do
sudoeste
africano,
pesquisados pelo etnólogo Jean Ziegler: “Os grupos paleolíticos
O censo, que funciona
escreve
na França desde o fim da Idade Média (Philippe, o Belo). será
muito
realizado em 70 mil cidades india
nas. Ora, é evidente que qualquer homem que tenha mais de dois
fazer
do homem pré-histórico estudan do certos grupos totalmente pri
cam a ter consequências negrissi-
moderna.
ingenuidade das populações do campo, que só um pais bem orga nizado como a China soube supe rar.
a índia só concederá facilidades de crédito às famílias de poucos
apenas
crianças vai
Claro que esses não são os úni
cometeu a imprudência de nascer? Mesmo sem ir a esses ex
pensa-se
abandono de
í ■ (
ele
limitados,
eram grupos Praticavam o
ter constante a relação entre po pulação e alimentação disponível”. Portanto, uma seleção suicida im posta pelos grupos humanos des de sua gênese (como acontece com
os bos?ii7na7is até hoje) — e sobre a qual assim conclui Ziegler: “Um dos primeiros atos sociais repeti dos — e, portanto, institucionali zados — foi um ato de destruição — mais ainda: de auto-destruição. Ê preciso insistir no fato de que estamos em presença de infanticídios em perspectiva”. (Alguém ousará acrescentar que — embora a por meios menos sangrentos pena de prisão decretada pelos in^dianos, em Punjab, obedece ao
mesmo
modelo suicida?).
Continuando na pesquisa, pode
riamos chegar também aos ani mais. que também conhecem me canismos de controle de natalida de; os mais drásticos são os usa
dos pelos leniingues, pequenos roedores das timdras, que, a cada
trinta e quarenta anos. se afogam aos milhões, no mar, para
que o
resto da espécie subsista.
Outras populações animais, mais refinadas, tem métodos diferentes:
como os
se tornam
ratos, cujas fêmeas
automaticamente esté.
reis quando amontoadas em gaio
las em grande número. Alguém poderá observar
que
aqui se trata de bichos, nao de
homens, e que esses instintos re
guladores que permitem às femeas
agir sobre a sua faculdade de pio-
infanticídio. Matavam, em regra todos os prisioneiros, à exce ção das mulheres jovens e das
criação, chegando mesmo a anu
crianças, porque era preciso man-
nas.
lá-la em caso de fome, não tem
aplicação nas sociedades huma Ora, certos estudiosos atuais
i
Dkíksto Econômico
182
se perguntam se esses instintos não
farão na verdade
parte
do
patrimônio genético do Homem, sendo básicos em sua natureza, e tendo sido encobertos, afogados,
pela cultura, muito cedo na sua história. Em que se baseiam esses estudiosos? Em observações fei tas com povos muito primitivos; um dos fatos mais perturbadores é 0 seguinte: foi possível estabe
tam as crianças “de sobra”, é por não poderem atuar sobre o segun o aumendo fator da equação to da produção de alimentos. Ora,
peus, as muUieres passavam a procriar em número absolutamen te anormal — e meninos em nú mero muito maior do que meninas — 0 que poderia levar à seguinte conclusão:
dialmente
vam
os
invasores
brancos,
euro-
a população, ameaça
reconhecida
183
êxodo rural ameaça o mundo de
crianças dos tropicos, ameaçadas
senvolvido e o subdesenvolvido
hoje de retardamento rnental e cegueira. Note-se aqui que essa visão apocalíptica não é só do ho mem de esquerda, generoso, que é
mesmo tempo. Dumont
a tecnologia moderna já permite atuar sobre. ele. Há até certos economistas de prestigio que se
perguntam, hoje. se a “aposta industrial do Ocidente já não te rá sido superada, em parte — e se os países desenvolvidos não deveríam reconverter parte de .seus meios para o setor agrícola. — ou. pelo menos fazer algo que parasse a evasão de terras eni proveito da indústria. Aliás, é o qiic acaba de fazer em um artigo de enorme repercussão, um agrônomo do autoridade mun
lecer que, em vários paises selva gens, no momento em chega-
Dick-sto Econômico
ao
O paradoxal é que
lance
esse
alarma
no
exato momento em que se anun
cia uma superprodução de alimen tos na Europa: de vinho, por
exemplo, mas mais ainda de leite, desde que, atualmente, a Europa
possui
em
duzentas
estoque um milhão e mil
toneladas
de
leite
cm pó. O raciocínio cie Dumont c sim-
pes: ele se apóia na constatação de que o mundo tem fome, e que
o déficit alimentar dos países sub desenvolvidos, já dramático, ten de
a aumentar.
Se o ritmo não
cair. prevê-se uma crise de fome
René
da pela violência dos brancos, respondia pondo no mundo ho mens — ou seja, futuros guerrei
Dumont — especialista em ques
terrível, já no fim de nosso século.
tões agrícolas do Terceiro Mundo,
ros.
sas na China Popular,
O atual déficit alimentar do Ter ceiro Mundo, sobretudo em ce reais. é de 40 milhões de tonelalas — e está aumentando. Segun
Muitos outros fatos surpreen
dentes foram recolhidos dentre os povos mais selvagens, e certos pe ritos se perguntam se os meca
nismos — enferrujados, no ho mem moderno — não poderão ser “consertados” — como se conser
ta um relógio, por exemplo, a fim. de que passem a funcionar de novo.
PICÇÃO-CIENTÍFICA? Sonhos, ficção científica, pseu-
e que já conduziu várias pesqui em
Cuba.
na África — missões em que esse progressista, amigo dos antigos povos oprimidos, jamais hesitou em dizer verdades amargas sobre os erros e perigos de certos planos desenvolvimentistas ívale a pena lembrar, entre outros, seu grande livro UAfrique Noire est mal partie”). u
René Dumont, logo depois da
contudo outra coordenada, a não ser descurada: se o homem paleo-
guerra, pregava o êxido rural. Achava ele que o próprio aumento da produção alimentar exigia esse êxodo ou seja a criação de grandes empresas agrícolas em vez das pequenas propriedades ru rais familiares, e a introdução de uma mecanização intensiva nos meios de produção. Hoje em dia
lítico, ou hoje os hosfiimans, ma-
ele
docíentificismo — talvez tudo isso;
mas 0 estranho — e que diz muito quanto à angustia do homem diante de seu crescente número
— é que essas coordenadas de pes
quisa estejam já traçadas. Existe
sustenta
a
tese
contrária:
o
do a FAO, o déficit terá dobrado em 1985. Ora, só os países alta mente
industrializados
estarão
aptos a “galvanizar” suas produ
ções de cereais — Estados Unidos, União Soviética, França etc. — e ainda terão de fazer com que sua
produção aumente, para salvar o Terceiro
Mundo.
tes, milhares vivem de forma re duzida, porque seus cerebros fo ram danificados, seu crescimento
retardado, sua vitalidade diminuí da pela insuficiência de alimen tação. Oitocentos milhões dentre eles são analfabetos. A duração media da vida nos países subde senvolvidos
é
inferior
anos à dos paises ricos.
em
vinte
Um terço
da população mundial retém se-
te-oitavos da renda mundial. Os outros dois terços têm de se con tentar com o oitavo restante . Diagnostico infelizmente exato, que o espetáculo do Nordeste brasileiro
só
confirma:
Nos
sete
Estados que compõem o Nordeste 1974
Mas há ainda outra dificuldade:
seria preciso que os países do Ter ceiro Mundo pudessem comprar esses excedentes de cereais. Du mont dá a isso duas respostas: pri
meiro, constatando que a monta nha de leite em pó de que a Euro pa não sabe mais o que fazer bas taria para fornecer o complemen
para 70 milhões
sofrem de fome e desnutrição. Vinte a vinte e cinco por cento de seus filhos morrem antes de fazer cinco anos. Entre os sobreviven
do Brasil — dizia um relatório de
O OUTRO PROBLEMA
to proteico
Dumont: ela é compartilhada por um homem ligado ao sistema ca pitalista, Robert Mac-Namara, que dizia há um ano: “Metade dos dois bilhões de seres humanos que Vivem nes paises subdesenvolvidos
de
“uma boa parte das crian-
cas morre
antes de completar çin-
co anos, de subnutrição. Centenas de milhares de outras ficam cegas,
por falta de proteínas”. Mas René Dumont não se enachando que a solução será dada pela caridade dos ricos; pri meiro, porque os ricos não são ge nerosos, mas ignobilmente avaros, gana
u
Dkíksto Econômico
182
se perguntam se esses instintos não
farão na verdade
parte
do
patrimônio genético do Homem, sendo básicos em sua natureza, e tendo sido encobertos, afogados,
pela cultura, muito cedo na sua história. Em que se baseiam esses estudiosos? Em observações fei tas com povos muito primitivos; um dos fatos mais perturbadores é 0 seguinte: foi possível estabe
tam as crianças “de sobra”, é por não poderem atuar sobre o segun o aumendo fator da equação to da produção de alimentos. Ora,
peus, as muUieres passavam a procriar em número absolutamen te anormal — e meninos em nú mero muito maior do que meninas — 0 que poderia levar à seguinte conclusão:
dialmente
vam
os
invasores
brancos,
euro-
a população, ameaça
reconhecida
183
êxodo rural ameaça o mundo de
crianças dos tropicos, ameaçadas
senvolvido e o subdesenvolvido
hoje de retardamento rnental e cegueira. Note-se aqui que essa visão apocalíptica não é só do ho mem de esquerda, generoso, que é
mesmo tempo. Dumont
a tecnologia moderna já permite atuar sobre. ele. Há até certos economistas de prestigio que se
perguntam, hoje. se a “aposta industrial do Ocidente já não te rá sido superada, em parte — e se os países desenvolvidos não deveríam reconverter parte de .seus meios para o setor agrícola. — ou. pelo menos fazer algo que parasse a evasão de terras eni proveito da indústria. Aliás, é o qiic acaba de fazer em um artigo de enorme repercussão, um agrônomo do autoridade mun
lecer que, em vários paises selva gens, no momento em chega-
Dick-sto Econômico
ao
O paradoxal é que
lance
esse
alarma
no
exato momento em que se anun
cia uma superprodução de alimen tos na Europa: de vinho, por
exemplo, mas mais ainda de leite, desde que, atualmente, a Europa
possui
em
duzentas
estoque um milhão e mil
toneladas
de
leite
cm pó. O raciocínio cie Dumont c sim-
pes: ele se apóia na constatação de que o mundo tem fome, e que
o déficit alimentar dos países sub desenvolvidos, já dramático, ten de
a aumentar.
Se o ritmo não
cair. prevê-se uma crise de fome
René
da pela violência dos brancos, respondia pondo no mundo ho mens — ou seja, futuros guerrei
Dumont — especialista em ques
terrível, já no fim de nosso século.
tões agrícolas do Terceiro Mundo,
ros.
sas na China Popular,
O atual déficit alimentar do Ter ceiro Mundo, sobretudo em ce reais. é de 40 milhões de tonelalas — e está aumentando. Segun
Muitos outros fatos surpreen
dentes foram recolhidos dentre os povos mais selvagens, e certos pe ritos se perguntam se os meca
nismos — enferrujados, no ho mem moderno — não poderão ser “consertados” — como se conser
ta um relógio, por exemplo, a fim. de que passem a funcionar de novo.
PICÇÃO-CIENTÍFICA? Sonhos, ficção científica, pseu-
e que já conduziu várias pesqui em
Cuba.
na África — missões em que esse progressista, amigo dos antigos povos oprimidos, jamais hesitou em dizer verdades amargas sobre os erros e perigos de certos planos desenvolvimentistas ívale a pena lembrar, entre outros, seu grande livro UAfrique Noire est mal partie”). u
René Dumont, logo depois da
contudo outra coordenada, a não ser descurada: se o homem paleo-
guerra, pregava o êxido rural. Achava ele que o próprio aumento da produção alimentar exigia esse êxodo ou seja a criação de grandes empresas agrícolas em vez das pequenas propriedades ru rais familiares, e a introdução de uma mecanização intensiva nos meios de produção. Hoje em dia
lítico, ou hoje os hosfiimans, ma-
ele
docíentificismo — talvez tudo isso;
mas 0 estranho — e que diz muito quanto à angustia do homem diante de seu crescente número
— é que essas coordenadas de pes
quisa estejam já traçadas. Existe
sustenta
a
tese
contrária:
o
do a FAO, o déficit terá dobrado em 1985. Ora, só os países alta mente
industrializados
estarão
aptos a “galvanizar” suas produ
ções de cereais — Estados Unidos, União Soviética, França etc. — e ainda terão de fazer com que sua
produção aumente, para salvar o Terceiro
Mundo.
tes, milhares vivem de forma re duzida, porque seus cerebros fo ram danificados, seu crescimento
retardado, sua vitalidade diminuí da pela insuficiência de alimen tação. Oitocentos milhões dentre eles são analfabetos. A duração media da vida nos países subde senvolvidos
é
inferior
anos à dos paises ricos.
em
vinte
Um terço
da população mundial retém se-
te-oitavos da renda mundial. Os outros dois terços têm de se con tentar com o oitavo restante . Diagnostico infelizmente exato, que o espetáculo do Nordeste brasileiro
só
confirma:
Nos
sete
Estados que compõem o Nordeste 1974
Mas há ainda outra dificuldade:
seria preciso que os países do Ter ceiro Mundo pudessem comprar esses excedentes de cereais. Du mont dá a isso duas respostas: pri
meiro, constatando que a monta nha de leite em pó de que a Euro pa não sabe mais o que fazer bas taria para fornecer o complemen
para 70 milhões
sofrem de fome e desnutrição. Vinte a vinte e cinco por cento de seus filhos morrem antes de fazer cinco anos. Entre os sobreviven
do Brasil — dizia um relatório de
O OUTRO PROBLEMA
to proteico
Dumont: ela é compartilhada por um homem ligado ao sistema ca pitalista, Robert Mac-Namara, que dizia há um ano: “Metade dos dois bilhões de seres humanos que Vivem nes paises subdesenvolvidos
de
“uma boa parte das crian-
cas morre
antes de completar çin-
co anos, de subnutrição. Centenas de milhares de outras ficam cegas,
por falta de proteínas”. Mas René Dumont não se enachando que a solução será dada pela caridade dos ricos; pri meiro, porque os ricos não são ge nerosos, mas ignobilmente avaros, gana
u
184
Dir.i sTO
Ecosômico
liiapelavelmente egoistas; e depois porque, como disse Mao Tsé-tung (o que vale também para as revo luções), é o próprio país que tem de criar suas condições de desen volvimento. Só que, completa ele, é preciso ainda que os países ricos
produtos dos países pobres. A coi sa já foi feita, graças a Deus. em relação ao petróleo — mas é pre
consintam em modificar as regras atrozes do atual sistema, de modo
Dumont acrescenta ainda outros
que os pobres possam entrar na corrida.
ciso que o preço de todas as ma térias-primas sofra altas seme lhantes”.
18&
DI(;i:sto Econômico
evidentemente os Estados Unidos,
que disporá nesse domínio de uma hegemonia absoluta caso a Euro pa não tome medidas para frear o êxodo rural, para aumentar sua
produção de alimentos e reestru ro Mundo”.
Seria preciso, sem dúvida, ma tizar um pouco essas análises de Dumont — mas sua atitude pro vocante não nos pode fazer esque
preparando para 1990 pondo fogo
na floresta amazônica para aí criar gado. é um fato suficiente mente eloquente (que fique bem claro que essa política justifica as idéias de Dumont só em certos pontos — 0 massacre de um pa
trimônio
ecológico
desse
tipo
é
um crime de lesa-humanidade).
fortuna, tem de efetuar a supre ma loucura de. no coração de Nova
máquinas, nem escritório, datilócompleto.
Voltamos assim ao problema da solvência dos países pobres. Quan
do perguntamos a Dumont: “Mas de que serve aumentar a produção de trigo se os países pobres não ti verem dinheiro para comprá-lo?”, o agrônomo francês respondeu: “Será então preciso aumentar, em proporções enormes, os preços dos
trumento
da soberania econômica
nao sera — portanto política mais o aço, como hoje, ou auto móveis, ou a indústria dos com putadores: será o trigo. O chefe político mundial será o Estado ' que dispuser dos maiores exceden tes de cereais. Ora, esse país — sera podemos dizê-lo desde já
lidade
de habitantes, mas porque o triun fo do modelo industrial e urbano das
ao ponto qrie
mercadorias
mais
pre
ciosas, hoje, é — estupidamente
sinais — o espaço, Vêem-se já Há poucos disso em toda parte, anos. o sinal exterior de luxo, pa ra um banco ou uma pessoa, era
O
próprio
das que funcionam como drenos encarregados de esvaziar de sangue o corpo mais profundo do
país. uma nação que sofre tam bém de uma crise de espaço?
uma agricultura “densa” está li gada ao problema demográfico
não por já contar com 4 bilhões
homens.
da mais selvagem industrialização, e pela abertura de grandes estra
que
por outra passarela — a do espa ço. O mundo não tem só fome: E está também super povoado,
dos
Brasil — dono de uma das mais formidáveis reservas de espaço do mundo — não se tornou, por meio
que
esvaziou o campo
O que mais nos falta.
em que se
Por outro lado. a ressurreição de
uma
vazio
minúscula porção de mundo amontoa a quase tota-
nessa
uma
cereais, os rebanhos; “num futuro muito próximo, o verdadeiro ins
O
grafas ou mesas: nada.
Essa
O PROBLEMA DO ESPAÇO
A QUESTÃO BÁSICA
ou
um homem que queiram ostentar
Ao menos nas cidades — ou seja,
cer que tudo isso foi já não só con firmado. como até mesmo supe rado pelos fatos. Que certa pode rosa empresa alemã esteja já se
I
Estados Unidos, uma empresa
York. possuir um “espaço”: um lu gar em que não haja nada. nem
turar suas relações com o Tercei argumentos a fim dc convencer os países desenvolvidos a aumen tar suas lavouras, a produção de
exibir um quadro de Cézanne ou de Rembrandt. Hoje em dia, nos
superpovoaçao
merecería
discussão mais ampla, por-
amontoar gente é um fato tem corolários em todas as
direções: para as velhas nações
européias, por exemplo, a sobre carga não é só em termos de es-
: ■ também de tempo: esses paço, mas países estão saturados de Histó
ria. a ponto de não poderem mais nem gerir sua herança, apesar de
seus maravilhosos museus. Sobrecarga mental. porque as noções da ciência contemporânea sao exces
sivas para uma vida humana. Do mínio da morte: quem já viveu não tem piedade, deseja a destruiçao (o problema da redução de ar-
184
Dir.i sTO
Ecosômico
liiapelavelmente egoistas; e depois porque, como disse Mao Tsé-tung (o que vale também para as revo luções), é o próprio país que tem de criar suas condições de desen volvimento. Só que, completa ele, é preciso ainda que os países ricos
produtos dos países pobres. A coi sa já foi feita, graças a Deus. em relação ao petróleo — mas é pre
consintam em modificar as regras atrozes do atual sistema, de modo
Dumont acrescenta ainda outros
que os pobres possam entrar na corrida.
ciso que o preço de todas as ma térias-primas sofra altas seme lhantes”.
18&
DI(;i:sto Econômico
evidentemente os Estados Unidos,
que disporá nesse domínio de uma hegemonia absoluta caso a Euro pa não tome medidas para frear o êxodo rural, para aumentar sua
produção de alimentos e reestru ro Mundo”.
Seria preciso, sem dúvida, ma tizar um pouco essas análises de Dumont — mas sua atitude pro vocante não nos pode fazer esque
preparando para 1990 pondo fogo
na floresta amazônica para aí criar gado. é um fato suficiente mente eloquente (que fique bem claro que essa política justifica as idéias de Dumont só em certos pontos — 0 massacre de um pa
trimônio
ecológico
desse
tipo
é
um crime de lesa-humanidade).
fortuna, tem de efetuar a supre ma loucura de. no coração de Nova
máquinas, nem escritório, datilócompleto.
Voltamos assim ao problema da solvência dos países pobres. Quan
do perguntamos a Dumont: “Mas de que serve aumentar a produção de trigo se os países pobres não ti verem dinheiro para comprá-lo?”, o agrônomo francês respondeu: “Será então preciso aumentar, em proporções enormes, os preços dos
trumento
da soberania econômica
nao sera — portanto política mais o aço, como hoje, ou auto móveis, ou a indústria dos com putadores: será o trigo. O chefe político mundial será o Estado ' que dispuser dos maiores exceden tes de cereais. Ora, esse país — sera podemos dizê-lo desde já
lidade
de habitantes, mas porque o triun fo do modelo industrial e urbano das
ao ponto qrie
mercadorias
mais
pre
ciosas, hoje, é — estupidamente
sinais — o espaço, Vêem-se já Há poucos disso em toda parte, anos. o sinal exterior de luxo, pa ra um banco ou uma pessoa, era
O
próprio
das que funcionam como drenos encarregados de esvaziar de sangue o corpo mais profundo do
país. uma nação que sofre tam bém de uma crise de espaço?
uma agricultura “densa” está li gada ao problema demográfico
não por já contar com 4 bilhões
homens.
da mais selvagem industrialização, e pela abertura de grandes estra
que
por outra passarela — a do espa ço. O mundo não tem só fome: E está também super povoado,
dos
Brasil — dono de uma das mais formidáveis reservas de espaço do mundo — não se tornou, por meio
que
esvaziou o campo
O que mais nos falta.
em que se
Por outro lado. a ressurreição de
uma
vazio
minúscula porção de mundo amontoa a quase tota-
nessa
uma
cereais, os rebanhos; “num futuro muito próximo, o verdadeiro ins
O
grafas ou mesas: nada.
Essa
O PROBLEMA DO ESPAÇO
A QUESTÃO BÁSICA
ou
um homem que queiram ostentar
Ao menos nas cidades — ou seja,
cer que tudo isso foi já não só con firmado. como até mesmo supe rado pelos fatos. Que certa pode rosa empresa alemã esteja já se
I
Estados Unidos, uma empresa
York. possuir um “espaço”: um lu gar em que não haja nada. nem
turar suas relações com o Tercei argumentos a fim dc convencer os países desenvolvidos a aumen tar suas lavouras, a produção de
exibir um quadro de Cézanne ou de Rembrandt. Hoje em dia, nos
superpovoaçao
merecería
discussão mais ampla, por-
amontoar gente é um fato tem corolários em todas as
direções: para as velhas nações
européias, por exemplo, a sobre carga não é só em termos de es-
: ■ também de tempo: esses paço, mas países estão saturados de Histó
ria. a ponto de não poderem mais nem gerir sua herança, apesar de
seus maravilhosos museus. Sobrecarga mental. porque as noções da ciência contemporânea sao exces
sivas para uma vida humana. Do mínio da morte: quem já viveu não tem piedade, deseja a destruiçao (o problema da redução de ar-
186
Dicesto Econômico
mas nucleares ou não etc.); sobre carga de informações — um dos mais temíveis. Só na França, te mos mais de cem jornais diários.
— como Jorge Luís Borges, que ex
A imprensa difunde mais de 4 bi
plica em um poema
lhões de exemplares por dia.
espelho, precisamente porque o espelho duplica o número já en
A
agência France Presse emite mais de 500 mil palavras diárias. Só de ●ciências naturais, temos mais de -cem revistas, das quais cinquen ta dedicadas à zoologia. No mun
jo de procriação — fantasma que alguns dos escritores de hoje tra duzem
de uma
louquecedor
de
maneira
barroca
seu ódio ao
seres
humanos:
“Assim os vejo, os espelhos — diz Borges — elementares executores cando 0 mundo, repetindo o ato de engendrá-lo. insones e fatídi
blema da classificação de todas ●essas sobrecargas mentais.
UMA POLÍTICA SUICIDA
EFEITO PSICOLÓGICO
cam, sem dúvida, as políticas de mográficas quase suicidas de cer
amontoadas, que a superpopula ção provoca a nível psicológico. Os
efeitos
aparecem
cada
vez
mais, nos .consultórios dos psica nalistas
fantasmas inéditos, gritos de homens nas megalópo-
les, gritos e fantasmas que cres cem paralelamente ao aumento
do homossexualismo, masculino e feminino,
como se
se quisesse
a
toda força dissociar o. ato sexual
de suas consequências biológicas,
como se, no inconsciente, o ho mossexual
quisesse
controlar
a
explosão demográfica. Não vemos se multiplicar, em
países avançados como a França, o número de mulheres jovens que se
declaram
resolutamente
con
trárias à idéia de terem um filho, que seja? Como se o medo da superpopulação bloqueasse o dese-
Sem
inteiramente
concordar
com essas previsões, permitimonos ainda assim perguntar se esse
praça, à totalidade de seus con cidadãos. Mas essa é uma noção a que devemos opor seu contrário:
governo de nossas sociedades. Não há pensador político que não in sista na relação entre um número reduzido de pessoas e as possibi-
desde a Antiguidade, os pensado res gregos associavam a violên cia dos regimes asiáticos (Ciro,. Dario) ao grande número de ho mens que compunha esses povos sem rosto, contrastando com a
lidades de justiça e liberdade —
minuscula
número enlouquecedor de pessoas não chegará mesmo a modificar o
de uma antiga sentença, multipli
do inteiro existem aproximada mente 9 mil jornais diários, mais ●de 70 mil títulos de publicações fenômeno que se sobrepõe ao pro
Falta ainda ver a violência que esse grande número de pessoas
187
Dicesto Econômico
cos.”
Fantasmas
que também expli
tos países mais evoluídos do pla neta — e que tem por horizonte o famoso grau zero” demográfico para o qual tandem Ev»’'opa- e América do Norte.
Pela primeira vez depois do fim da Segunda Guerra, a Alemanha registra menos nascimentos do que mortes: e a Dinamarca é a. imagem mais acabrunhante dum mundo
que
se
recusa à vida:
o
número de abortos dobrou em três anos,
e
apesar
dessa
astenia
e
da riqueza do país, o governo apli ca uma legislação tos rígida.
antinascimen-
Alguns pensadores traçam um quadro apocalíptico do ano 2000, que verá alguns pequenos territó rios ricos, habitados por velhos tristes e exaustos, equipados com canhões e armas nucleares, ten tando resistir aos ataques das hor das esfaimadas a seus palácios dourados.
donde,
de
democracia.
cidade
que,
era
pequenos números. São reflexões que Claude Levi-Strauss
O IDEAL
A
Grécia,
geograficamente
ideal
de
Platão
con
tava apenas 5040 homens (e mais
dividida
pátria
dos
o etnólogo desenvolveu
há alguns anos, meditando sobre O a superpopulação do mundo,
Rousseau
grande malogro da índia — diz
achava que cidade ideal seria aquela em que qualquer homem pudesse se dirigir, no forum, na
dade, apesar da genialidade de
as
mulheres,
claro),
e
ele nos ensina algo: tornan¬ do-se muito populosa, uma socie
<1
186
Dicesto Econômico
mas nucleares ou não etc.); sobre carga de informações — um dos mais temíveis. Só na França, te mos mais de cem jornais diários.
— como Jorge Luís Borges, que ex
A imprensa difunde mais de 4 bi
plica em um poema
lhões de exemplares por dia.
espelho, precisamente porque o espelho duplica o número já en
A
agência France Presse emite mais de 500 mil palavras diárias. Só de ●ciências naturais, temos mais de -cem revistas, das quais cinquen ta dedicadas à zoologia. No mun
jo de procriação — fantasma que alguns dos escritores de hoje tra duzem
de uma
louquecedor
de
maneira
barroca
seu ódio ao
seres
humanos:
“Assim os vejo, os espelhos — diz Borges — elementares executores cando 0 mundo, repetindo o ato de engendrá-lo. insones e fatídi
blema da classificação de todas ●essas sobrecargas mentais.
UMA POLÍTICA SUICIDA
EFEITO PSICOLÓGICO
cam, sem dúvida, as políticas de mográficas quase suicidas de cer
amontoadas, que a superpopula ção provoca a nível psicológico. Os
efeitos
aparecem
cada
vez
mais, nos .consultórios dos psica nalistas
fantasmas inéditos, gritos de homens nas megalópo-
les, gritos e fantasmas que cres cem paralelamente ao aumento
do homossexualismo, masculino e feminino,
como se
se quisesse
a
toda força dissociar o. ato sexual
de suas consequências biológicas,
como se, no inconsciente, o ho mossexual
quisesse
controlar
a
explosão demográfica. Não vemos se multiplicar, em
países avançados como a França, o número de mulheres jovens que se
declaram
resolutamente
con
trárias à idéia de terem um filho, que seja? Como se o medo da superpopulação bloqueasse o dese-
Sem
inteiramente
concordar
com essas previsões, permitimonos ainda assim perguntar se esse
praça, à totalidade de seus con cidadãos. Mas essa é uma noção a que devemos opor seu contrário:
governo de nossas sociedades. Não há pensador político que não in sista na relação entre um número reduzido de pessoas e as possibi-
desde a Antiguidade, os pensado res gregos associavam a violên cia dos regimes asiáticos (Ciro,. Dario) ao grande número de ho mens que compunha esses povos sem rosto, contrastando com a
lidades de justiça e liberdade —
minuscula
número enlouquecedor de pessoas não chegará mesmo a modificar o
de uma antiga sentença, multipli
do inteiro existem aproximada mente 9 mil jornais diários, mais ●de 70 mil títulos de publicações fenômeno que se sobrepõe ao pro
Falta ainda ver a violência que esse grande número de pessoas
187
Dicesto Econômico
cos.”
Fantasmas
que também expli
tos países mais evoluídos do pla neta — e que tem por horizonte o famoso grau zero” demográfico para o qual tandem Ev»’'opa- e América do Norte.
Pela primeira vez depois do fim da Segunda Guerra, a Alemanha registra menos nascimentos do que mortes: e a Dinamarca é a. imagem mais acabrunhante dum mundo
que
se
recusa à vida:
o
número de abortos dobrou em três anos,
e
apesar
dessa
astenia
e
da riqueza do país, o governo apli ca uma legislação tos rígida.
antinascimen-
Alguns pensadores traçam um quadro apocalíptico do ano 2000, que verá alguns pequenos territó rios ricos, habitados por velhos tristes e exaustos, equipados com canhões e armas nucleares, ten tando resistir aos ataques das hor das esfaimadas a seus palácios dourados.
donde,
de
democracia.
cidade
que,
era
pequenos números. São reflexões que Claude Levi-Strauss
O IDEAL
A
Grécia,
geograficamente
ideal
de
Platão
con
tava apenas 5040 homens (e mais
dividida
pátria
dos
o etnólogo desenvolveu
há alguns anos, meditando sobre O a superpopulação do mundo,
Rousseau
grande malogro da índia — diz
achava que cidade ideal seria aquela em que qualquer homem pudesse se dirigir, no forum, na
dade, apesar da genialidade de
as
mulheres,
claro),
e
ele nos ensina algo: tornan¬ do-se muito populosa, uma socie
<1
pp 188
J3I(;i;sto Iícionômico
seus pensadores, só se perpetua através de um regime de servidão. Quando os homens começam a se sentir limitados por seus espaços geográficos, sociais e mentais, aparece uma solução simples, que os
seduz
facilmente:
recusar
de
que Ser
as imagens
fazemos de nós mesmos, do filosófico, da E.s.sència hu
1930 a 1950. simbo
lizando um século em cujo curso sua população dobrou, não mais surgem como resultados de uma aberração doutrinária, de um ho mem ou grupo de homens: vejo
aí. de preferência, o sinal prenun ciador de uma evolução para um mundo acabado, do qual, a me nos de grandes decisões, não nos
livraremos. A Asia é um exemplo: e o que me assusta, é que nela vejo a imagem de nosso futuro,
Toda
a
filo.sofia
ocidental
se
fundamenta no indivíduo, no “eu”, de Aristóteles e Platão até Des cartes — sem esquecer os concei
tos bíblicos o cristãos que põem o H.omem no centro de tudo — com
todos os efeitos conhecidos sobre o “sentido da História”, consubs tanciai à filosofia do “eu”.
E de fato. essa filosofia ociden tal foi gerada por homens que
pertenciam
a
sociedades
minus-
cuias, um mundo em que o núme ro de indivíduos era de
uma
or-
dem concebível (os gregos sabiam que a terra era povoada por um grande número de pessoas — mas era um mundo selvagem, precisa mente
Ao contrário do que é vazio, ainda aprecio o reflexo — fugidio que seja — de uma era em que
uma espécie de animais aperfei
a espécie era feita à medida de seu universo, e onde existia uma relação adequada entre o exercí
Nos
permitiremos,
depois
de
Levi-Strauss, acrescentar uma pergunta. Talvez os quatro bi
lhões de homens existentes hoje provoquem,
no
fundo
de
nossas
consciências, perturbações ainda mais graves, pelo reflexo de irrea lidade que esse número monstruo
so joga em todas as nossas repre¬
territórios
em que
viviam
seres que não eram homens, mas çoados.
os
sociedade
“bárbaros”, humana,
restos
Os
contavam-se pelos dedos;
da
Homens
conhe
ciam-se todos, cada um tinha um rosto, um “destino”
losofia
fgrega ou
o que a fi
cristã)
chama
de “ser” ou de “alma”. Mas hoje. essas palavras — ser, destino, al ma,
indivíduo,
personalidade
—
todos esses termos que organizam a psique ocidental, e que geram sua política e comandam sua His
tória — que significado lhes resta num planeta onde — o sabemos agora — existem quatro bilhões de
“eus”?
GARCIA
PESAR de suas graves defi ciências e fraquezas, e talvez por causa da agitação de nos sa época, a ONU tem. sido de
O SER E O NADA
antecipada na América de popu lação índia.
cio da liberdade e seus signos”.
RODRIGUES
mana.
a
qualidade humana a uma parte da espécie. Por algumas dezenas de anos, os poupados viverão bem; em seguida, será necessário um novo expurgo. Sob essa luz. os acontecimentos de que a Europa foi teatro
sentações. nn todas
alguma mundo.
utilidade
Portanto,
é
para
o
lamentável
que, há vários anos, a imprensa e os altos funcionários do país que é 0 seu principal financiador, os EUA. venham expressando, de
forma cada vez mais frequente e enérgica, condenações pelo que está sucedendo naquela organiza ção. Tais condenações são tão frequentes c numerosas que so mente será possível citar algumas. Em 14 de julho de 1975, HeniT Kissinger. secretário de Estado dos EUA. de acordo com o texto
de um comunicado de imprensa,
TREVINO
O autor traça um quadro sombrio da América Latina, prevendo-lhe regimes totalitários. Não parti lhamos dessa visão, na linha do autor. È outra nossa tese. A América Latina não encontra seu
caminho, por pretender institu cionalizar regime que teve exito na
América
saxonica,
em
lugar
de procurar seu próprio modelo. De
“Este
e
Oeste",
Paris
sustentáculos da organização, per derem confiança nela....; os que buscam manipular os membros da
ONU por meio de abusos de proce dimento, poderão herdar uma
“advertiu o Terceiro Mundo de que seu país poderá reduzir sua contribuição financeira à ONU se aquele grupo continuar a utilizar
casca
vazia”,
Washington tem as nações atrasa
a entidade como “lugar de con frontação”, e não como “tribunal
mente o nome de países em de-
Como se vê. as palavras acima mostram em que baixo conceito
das,' às quais se dá hoje piedosa-
de entendimento”.
Em seu mais
senvolvimento.
duro
o
importante é que Kissinger fez a ameaça de que seu país está con
ataque
acusou
os
sobre países
assunto...
não-alinhados
de estarem apelando para “votos sectários, resultados inócuos e tá
Contudo.
0 mais
siderando a possibilidade de aban donar a ONU. para não agir em comum com governos demagógi-
ticas arbitrárias”, na ONU. O pa pel da assembléia geral da ONU. como válvula de segurança e como instrumento de cooperação inter nacional, está em perigo. A in
é apenas uma opinião do secre
fluência moral que a assembléia deve exercer acha-se enfraqueci da, e poderá desaparecer se alguns países, especialmente os principais
compartilhado pelo Congresso dos EUA, que há pouco reduziu de 100
cos e irresponsáveis,
E esta não
tário de Estado, pois, segundo a mesma fonte, “o ponto de vista de Kissinger é. aparentemente,
para 77 milhões de dólares o mon-
pp 188
J3I(;i;sto Iícionômico
seus pensadores, só se perpetua através de um regime de servidão. Quando os homens começam a se sentir limitados por seus espaços geográficos, sociais e mentais, aparece uma solução simples, que os
seduz
facilmente:
recusar
de
que Ser
as imagens
fazemos de nós mesmos, do filosófico, da E.s.sència hu
1930 a 1950. simbo
lizando um século em cujo curso sua população dobrou, não mais surgem como resultados de uma aberração doutrinária, de um ho mem ou grupo de homens: vejo
aí. de preferência, o sinal prenun ciador de uma evolução para um mundo acabado, do qual, a me nos de grandes decisões, não nos
livraremos. A Asia é um exemplo: e o que me assusta, é que nela vejo a imagem de nosso futuro,
Toda
a
filo.sofia
ocidental
se
fundamenta no indivíduo, no “eu”, de Aristóteles e Platão até Des cartes — sem esquecer os concei
tos bíblicos o cristãos que põem o H.omem no centro de tudo — com
todos os efeitos conhecidos sobre o “sentido da História”, consubs tanciai à filosofia do “eu”.
E de fato. essa filosofia ociden tal foi gerada por homens que
pertenciam
a
sociedades
minus-
cuias, um mundo em que o núme ro de indivíduos era de
uma
or-
dem concebível (os gregos sabiam que a terra era povoada por um grande número de pessoas — mas era um mundo selvagem, precisa mente
Ao contrário do que é vazio, ainda aprecio o reflexo — fugidio que seja — de uma era em que
uma espécie de animais aperfei
a espécie era feita à medida de seu universo, e onde existia uma relação adequada entre o exercí
Nos
permitiremos,
depois
de
Levi-Strauss, acrescentar uma pergunta. Talvez os quatro bi
lhões de homens existentes hoje provoquem,
no
fundo
de
nossas
consciências, perturbações ainda mais graves, pelo reflexo de irrea lidade que esse número monstruo
so joga em todas as nossas repre¬
territórios
em que
viviam
seres que não eram homens, mas çoados.
os
sociedade
“bárbaros”, humana,
restos
Os
contavam-se pelos dedos;
da
Homens
conhe
ciam-se todos, cada um tinha um rosto, um “destino”
losofia
fgrega ou
o que a fi
cristã)
chama
de “ser” ou de “alma”. Mas hoje. essas palavras — ser, destino, al ma,
indivíduo,
personalidade
—
todos esses termos que organizam a psique ocidental, e que geram sua política e comandam sua His
tória — que significado lhes resta num planeta onde — o sabemos agora — existem quatro bilhões de
“eus”?
GARCIA
PESAR de suas graves defi ciências e fraquezas, e talvez por causa da agitação de nos sa época, a ONU tem. sido de
O SER E O NADA
antecipada na América de popu lação índia.
cio da liberdade e seus signos”.
RODRIGUES
mana.
a
qualidade humana a uma parte da espécie. Por algumas dezenas de anos, os poupados viverão bem; em seguida, será necessário um novo expurgo. Sob essa luz. os acontecimentos de que a Europa foi teatro
sentações. nn todas
alguma mundo.
utilidade
Portanto,
é
para
o
lamentável
que, há vários anos, a imprensa e os altos funcionários do país que é 0 seu principal financiador, os EUA. venham expressando, de
forma cada vez mais frequente e enérgica, condenações pelo que está sucedendo naquela organiza ção. Tais condenações são tão frequentes c numerosas que so mente será possível citar algumas. Em 14 de julho de 1975, HeniT Kissinger. secretário de Estado dos EUA. de acordo com o texto
de um comunicado de imprensa,
TREVINO
O autor traça um quadro sombrio da América Latina, prevendo-lhe regimes totalitários. Não parti lhamos dessa visão, na linha do autor. È outra nossa tese. A América Latina não encontra seu
caminho, por pretender institu cionalizar regime que teve exito na
América
saxonica,
em
lugar
de procurar seu próprio modelo. De
“Este
e
Oeste",
Paris
sustentáculos da organização, per derem confiança nela....; os que buscam manipular os membros da
ONU por meio de abusos de proce dimento, poderão herdar uma
“advertiu o Terceiro Mundo de que seu país poderá reduzir sua contribuição financeira à ONU se aquele grupo continuar a utilizar
casca
vazia”,
Washington tem as nações atrasa
a entidade como “lugar de con frontação”, e não como “tribunal
mente o nome de países em de-
Como se vê. as palavras acima mostram em que baixo conceito
das,' às quais se dá hoje piedosa-
de entendimento”.
Em seu mais
senvolvimento.
duro
o
importante é que Kissinger fez a ameaça de que seu país está con
ataque
acusou
os
sobre países
assunto...
não-alinhados
de estarem apelando para “votos sectários, resultados inócuos e tá
Contudo.
0 mais
siderando a possibilidade de aban donar a ONU. para não agir em comum com governos demagógi-
ticas arbitrárias”, na ONU. O pa pel da assembléia geral da ONU. como válvula de segurança e como instrumento de cooperação inter nacional, está em perigo. A in
é apenas uma opinião do secre
fluência moral que a assembléia deve exercer acha-se enfraqueci da, e poderá desaparecer se alguns países, especialmente os principais
compartilhado pelo Congresso dos EUA, que há pouco reduziu de 100
cos e irresponsáveis,
E esta não
tário de Estado, pois, segundo a mesma fonte, “o ponto de vista de Kissinger é. aparentemente,
para 77 milhões de dólares o mon-
Dicesto Econômico
190
tante de sua contribuição à UNESCO”.
A esse respeito, há algo ainda mais
significativo.
Na
mesma
data, foi publicada outra infor mação originária de Washington,
que dizia, ao pé da letra:
“Desde
1968, não foi ratificado um único
tratado sobre direitos humanos. Parece que, depois de ter encabe
çado a luta para defendê-los, os
de
tudo.
Também
defendem FL-
dei Castro, elogiando-o com a má xima
veemência,
como
o
fazem
OicESTO Econômico
19i
dade diante de um auditório que percebe que tudo é fingido,
Co-
meço a sentir que o desprezo do
políticos e, até mesmo, chefes de
mundo é cada vez mais merecido”.
Estados latino-americanos, calan do ou desculpando os crimes que ele cometeu, não só no principio de seu desgoverno, como também
Moynihan íalava conoretamente sobre um comunicado da confis
hoje, quando o terror segue im perando em Cuba. onde, nestes últimos tempos,
políticos
abrigar
que
os
são de descolonização da ONU, no qual, a pedido do de Cuba, pre tendia condenar os EUA — como aconteceu, por grande maioria
conti
pelo fato de manter bases milita
nuam sendo apanhados, foi ne cessário aumentar, em grande es
res nas ilhas Virgens, no Caribe,
cala, o número dos cárceres e dos campos de concentração.
Sul e ao governo de minoria bran
Sem dúvida, tal mudança é de
AS ACUSAÇÕES DE MOYNIHAN
plorável; mas, a que se deve ela? A resposta é óbvia e os fatos em que se baseia, evidentes, embora
Quanto à atitude que os defen sores “revolucionários” e “progres
pondeu, indignado, o diplomata; “São mentiras... Mentiras!”, esclarecendo, a seguir, que seu país “mantém, nas ilhas Virgens, um serviço de navegação e salva-vidas com 3 homens do serviço de guar da-costas, cujo armamento con siste numa espingarda, um escri tório de administração da guarda-costeira e uma embarcação de
ÉUA se tivessem transformado no país mais recalcitrante em darlhes seu apoio...; é deplorável sa ber que se negam a ratificar al guns desses documentos que antes apoiaram tão entusiasticamente”.
prisioneiros
para
Na ocasião a que nos referimos,
semelhante atitude do Congresso norte-americano tenha provocado uma onda de condenações e gritos histéricos da facção vermelha la tino-americana. Consistem em
sistas” dos direitos humanos man
que essa facção utilizou-se duran
seguições de que foram e conti nuam sendo, vítimas milhões de pessoas anônimas, para não falar
te anos dos direitos humanos co
mo arma de luta, calunia, injuria
e desprestígio das nações, grupos € personalidades que se opõem ao
têm em relação à Rússia, seus sa télites europeus, e a China, nada é preciso dizer, pois nunca se sou
be que tenham condenado as per
de casos universalmente conheci
posto diariamente à repulsa pela violação dos direitos humanos.
dos, como os de Solzhenitsyn, Sakharov, etc. Mas prossigamos com a atitude dos EUA em relação à ONU, isto é, em relação à maioria dos delegados que nela impõem seus pontos de vista. Pois bem.
Não
em 11 de dezembro de 1975, o di
fascismo vermelho.
Assim,
verbi gratia,
o regime
chileno do general Pinochet é ex
interessa
esclarecer
se
há
nisso exagero, ou não. O impor tante é saber que, sob o governo de Salvador Allende, cometeramse, no Chile, numerosos assassínios políticos e abusos de diversos ti pos, embora os comunistas, os comunistas e os “progressistas” e seus seguidores o endeusem acima
plomata norte-americano que re presentava seu país na organiza ção, Patrick Moynihan, condenou o que ali acontece em termos inusitadamente antidiplomáticos afirmando que a “assembléia che
gou a transformar-se num teatro do absurdo.
Pretendemos serie-
e
porque
*‘dá apoio
à África
do
ca da Rodésia, através do Pacto do Atlântico Norte”, ao que res
27 metros, destinada à busca e resgate, equipada com um canhão
de ^nçar cabos”; informou, de outro lado, que os amigos dos EUA no Caribe e na América La
tina disseram aos primeiros que “não temem que a soberania, a in dependência e a integridade ter ritorial de suas nações estejam ameaçadas por essas instalações e
pelos 14 homens que as guarne cem”.
Moynihan também afirmou, na
ONU, que a delegação norte-ame ricana
recebeu
indireta
dos
que se não
uma
advertência
patrocinadores
recomendasse
de
a ado-
ção pelo conselho do relatório so bre a descolonização teria de en frentar “uma redação mais enér gica da resolução e um retorno alinguagem de 1974”. ameaça à qual o representante dos EUA res pondeu: “Não nos submeteremos a canalhices dessa especie, somos uma nação de homens e mulhe res livres. “Não foi por nos assus tarmos com facilidade que manti vemos essa liberdade durante dois séculos. Os EUA desejam anun
ciar que,
depois dessa votação,
não querem que nenhum membroIhes venha com explicações, como aconteceu antes, de que seu nome-
figurou entre os dos co-patrocinadores sem o seu conhecimento, quenão havia lido o relatório, ou que
não sabia no que estava votando-
Esse jogo acabou": O antecedente envergonha qual quer latino-americano que se res Somente
peite,
pode ser conce-
bido pelos irresponsáveis comu nistas cubanos de Fidel Castro. E.-
somente pode ser' apoiado pelos, progressis-
“pequenos-burgueses’
tas, ressentidos e também irres ponsáveis
que,
veremos
como
adiante, são- donos e senhores de muitos governos do Terceiro Mun do em geral, e da América Lati— na, em particular. Principalmente
considerando-se
maçoes
não
que
as
afir-
indignadas de Moynihan
foram
refutadas
com
fatos.
por ninguém, na ONU; mas, sem dúvida, provocaram a indignação de certos delegados. Mas,
dir-se-á,
como as conde
nações à ONU que mencionamos procedem de um governo, pode:
■
i
Dicesto Econômico
190
tante de sua contribuição à UNESCO”.
A esse respeito, há algo ainda mais
significativo.
Na
mesma
data, foi publicada outra infor mação originária de Washington,
que dizia, ao pé da letra:
“Desde
1968, não foi ratificado um único
tratado sobre direitos humanos. Parece que, depois de ter encabe
çado a luta para defendê-los, os
de
tudo.
Também
defendem FL-
dei Castro, elogiando-o com a má xima
veemência,
como
o
fazem
OicESTO Econômico
19i
dade diante de um auditório que percebe que tudo é fingido,
Co-
meço a sentir que o desprezo do
políticos e, até mesmo, chefes de
mundo é cada vez mais merecido”.
Estados latino-americanos, calan do ou desculpando os crimes que ele cometeu, não só no principio de seu desgoverno, como também
Moynihan íalava conoretamente sobre um comunicado da confis
hoje, quando o terror segue im perando em Cuba. onde, nestes últimos tempos,
políticos
abrigar
que
os
são de descolonização da ONU, no qual, a pedido do de Cuba, pre tendia condenar os EUA — como aconteceu, por grande maioria
conti
pelo fato de manter bases milita
nuam sendo apanhados, foi ne cessário aumentar, em grande es
res nas ilhas Virgens, no Caribe,
cala, o número dos cárceres e dos campos de concentração.
Sul e ao governo de minoria bran
Sem dúvida, tal mudança é de
AS ACUSAÇÕES DE MOYNIHAN
plorável; mas, a que se deve ela? A resposta é óbvia e os fatos em que se baseia, evidentes, embora
Quanto à atitude que os defen sores “revolucionários” e “progres
pondeu, indignado, o diplomata; “São mentiras... Mentiras!”, esclarecendo, a seguir, que seu país “mantém, nas ilhas Virgens, um serviço de navegação e salva-vidas com 3 homens do serviço de guar da-costas, cujo armamento con siste numa espingarda, um escri tório de administração da guarda-costeira e uma embarcação de
ÉUA se tivessem transformado no país mais recalcitrante em darlhes seu apoio...; é deplorável sa ber que se negam a ratificar al guns desses documentos que antes apoiaram tão entusiasticamente”.
prisioneiros
para
Na ocasião a que nos referimos,
semelhante atitude do Congresso norte-americano tenha provocado uma onda de condenações e gritos histéricos da facção vermelha la tino-americana. Consistem em
sistas” dos direitos humanos man
que essa facção utilizou-se duran
seguições de que foram e conti nuam sendo, vítimas milhões de pessoas anônimas, para não falar
te anos dos direitos humanos co
mo arma de luta, calunia, injuria
e desprestígio das nações, grupos € personalidades que se opõem ao
têm em relação à Rússia, seus sa télites europeus, e a China, nada é preciso dizer, pois nunca se sou
be que tenham condenado as per
de casos universalmente conheci
posto diariamente à repulsa pela violação dos direitos humanos.
dos, como os de Solzhenitsyn, Sakharov, etc. Mas prossigamos com a atitude dos EUA em relação à ONU, isto é, em relação à maioria dos delegados que nela impõem seus pontos de vista. Pois bem.
Não
em 11 de dezembro de 1975, o di
fascismo vermelho.
Assim,
verbi gratia,
o regime
chileno do general Pinochet é ex
interessa
esclarecer
se
há
nisso exagero, ou não. O impor tante é saber que, sob o governo de Salvador Allende, cometeramse, no Chile, numerosos assassínios políticos e abusos de diversos ti pos, embora os comunistas, os comunistas e os “progressistas” e seus seguidores o endeusem acima
plomata norte-americano que re presentava seu país na organiza ção, Patrick Moynihan, condenou o que ali acontece em termos inusitadamente antidiplomáticos afirmando que a “assembléia che
gou a transformar-se num teatro do absurdo.
Pretendemos serie-
e
porque
*‘dá apoio
à África
do
ca da Rodésia, através do Pacto do Atlântico Norte”, ao que res
27 metros, destinada à busca e resgate, equipada com um canhão
de ^nçar cabos”; informou, de outro lado, que os amigos dos EUA no Caribe e na América La
tina disseram aos primeiros que “não temem que a soberania, a in dependência e a integridade ter ritorial de suas nações estejam ameaçadas por essas instalações e
pelos 14 homens que as guarne cem”.
Moynihan também afirmou, na
ONU, que a delegação norte-ame ricana
recebeu
indireta
dos
que se não
uma
advertência
patrocinadores
recomendasse
de
a ado-
ção pelo conselho do relatório so bre a descolonização teria de en frentar “uma redação mais enér gica da resolução e um retorno alinguagem de 1974”. ameaça à qual o representante dos EUA res pondeu: “Não nos submeteremos a canalhices dessa especie, somos uma nação de homens e mulhe res livres. “Não foi por nos assus tarmos com facilidade que manti vemos essa liberdade durante dois séculos. Os EUA desejam anun
ciar que,
depois dessa votação,
não querem que nenhum membroIhes venha com explicações, como aconteceu antes, de que seu nome-
figurou entre os dos co-patrocinadores sem o seu conhecimento, quenão havia lido o relatório, ou que
não sabia no que estava votando-
Esse jogo acabou": O antecedente envergonha qual quer latino-americano que se res Somente
peite,
pode ser conce-
bido pelos irresponsáveis comu nistas cubanos de Fidel Castro. E.-
somente pode ser' apoiado pelos, progressis-
“pequenos-burgueses’
tas, ressentidos e também irres ponsáveis
que,
veremos
como
adiante, são- donos e senhores de muitos governos do Terceiro Mun do em geral, e da América Lati— na, em particular. Principalmente
considerando-se
maçoes
não
que
as
afir-
indignadas de Moynihan
foram
refutadas
com
fatos.
por ninguém, na ONU; mas, sem dúvida, provocaram a indignação de certos delegados. Mas,
dir-se-á,
como as conde
nações à ONU que mencionamos procedem de um governo, pode:
■
i
Digkstu
192
muito bem ser que obedeçam a razães exclusivamente politicas. Mas não.
Não é apenas um go
verno que tem hoje péssima opi nião da ONU, ou que a considera desvirtuada,
Em telegrama pro-
cedente de Estocolmo, dizia-se li-
Econômico
cientista e contestatàrio russo, Andrei Sakharov, comparecesse a ela, devido a proibição do Cremlin, o que implica numa acusa ção à ONU de estar sendo mani pulada por Moscou. O quadro que esboçamos de
declaração
forma breve ficaria incompleto se
conjunta hoje (12 de dezembro)
não lembrássemos que. também na ONU. os delegados do Terceiro
reados com o Prêmio Nobel afir maram que a ONU não fez “qua se nada para que os Estadosmembros respeitem seus acordos sobre os direitos humanos, e ins
Mundo e do mundo "socialista” utilizaram essa tribuna interna
teralmente:
“Numa
publicada nesta Capital, 46 lau
taram a opinião pública mundial a apoiar e estimular os esforços das organizações que lutam pela
aplicação desses direitos, A organização internacional perdeu —
diz o comunicado — sua eficácia € seu prestígio. Nela são pronun ciados discursos sem significado,
porque as palavras democracia, li
berdade, verdade, justiça ficaram
desprovidas do conteúdo”. OS INVEJOSOS E RESSENTIDOS A seguir, a informação que cita mos diz que, no referido comuni cado, seus signatários afirmaram que 0 princípio da não-interven-
ção serve unicamente à ONU para salvar as aparências, e termina
explicando que “a declaração con junta dos 46 premiados foi difun
dida com a finalidade de coinci dir com as cerimônias deste ano de entrega do Prêmio Nobel”,
coincidência que, a nosso ver, não
pode ter sido casual, mas foi pre
meditada para que ocorresse nos
momentos em qus a maior evi dência da cerimônia em questão foi a impossibilidade de que
0
r*
UiGi-si o Econômico
de os representar, mas sim aos povos do Terceiro Mundo, em ge ral e, repetimos, da América La tina. em particular? Naturalmen te, é o iiltimo caso e, no que se re fere a quase todas as nações la tinas da América, explicaremos a causa especifica, ainda que, para fazè-lo. tenhamos de reportarnos um pouco Na
cional para identificar, em bene
tuais.
prazem
os EUA tratem o
totalitarismo cubano não como é, mas como uma democracia; para exigir que a riqueza mundial seja I
equitativamente” entre os povos desenvolvidos e os subdesenvolvidos — isto é, entre os que trabalharam muito e os tudo que pouco trabalharam I
embora tenha havido também su
de uma espécie de luta de classes entre as nações. Perguntar-se-á por que. na ONU, se apresentaram como do nos e senhores, por grande maio ria, homens que levaram a orga
roupa
está na influência, pretensamen te marxista, que. por intermédio
porque
obstáculo
à
constituem o maior
realização
do
ora
com
franqueza,i ora
de
rando que se está sendo mento do comunismo.
instru
Pois bem, há mais
um sé
de
culo Marx e Engels lançaram ao mercado político a teoria de que o capitalismo, por causa de suas
contradições internas e por meios violentos ou pacíficos, mas quase sempre pelos primeiros, teria que converter-se,
fatal
e
necessaria
mente. num regime socialista e coletivista. em que a propriedade privada dos meios de produção e da moeda não mais existiría, sendo
a riqueza nacional administrada pelo proletariado, em primeiro lu gar, e depois, por toda a socieda de. a partilha dos benefícios eco nômicos e das distinções sociais teriam tendências igualitárias e, numa palavra, a exploração e a opressão do homem pelo homem desapareceríam. Nas doze ou treze
décadas que
transcorreram depois de tal pro
fecia, 0 desenvolvimento histórico desmentiu-a totalmente, mas, ape
sar disso, inúmeros membros da
pequena burguesia de todas as la
titudes e, especialmente, dos paises
russo de conquista do mundo. Mas também, porque, no plano psico
to,
a
do Terceiro Mundo, continuam
considerá-la válida. baseiam-se, nao no
mento
do
Para tan-
conheci-
verdadeiro marxismo,
chas contra a nação mais pode
fato de que primeiro a mas no Rússia e depois as nações do cha
rosa e mais rica do mundo.
mado “mundo socialista” preten
dos e os invejosos dirijam suas fle
1
ra,
forma encoberta, ou mesmo igno
sonho
lógico, é natural que os ressenti
contra atualmente. Terá sido obra dos delegados que participam dessa tribuna internacional? Ou,
dos governos, que enviam tais
se com-
a
suja das grandes potências (eu femismo que, na realidade, é qua se sempre aplicado aos EUA),
EUA,
nização à situação na qual se en
delegados com a pretensão não
a ONU.
denunciar
a propaganda antiimperialista” que é promovida, em escala mun dial. pelos centros políticos do co munismo. O alvo principal é os
converter a ONU numa arena
ca
em
dos intelectuais e de certos orgãos da chamada “grande imprensa”, exerce sobre as referidas pessoas
frágios negativos dos Estados in dustrializados que, sem dúvida, consideram, como qualquer pes soa normal, que se está pretenden
contrário, é reflexo da políti-
invocando
para o que. como é obvio, apro veitam-se de certos episodios his tóricos do passado, embora estes sejam irreversíveis, No plano ideológico, a origem e a causa
“redistribuída
ao
cons-
tantemente como muitos políticos, funcionários públicos e intelec
para pedir que
do
ao passado.
América Latina vê-se
fício das mais retrogadas nações árabes, o sionismo com o racismo;'
isso aprovado pela organização, com esmagadora maioria de votos,
193
Como
também é explicável que, dada a ignorância que se tem, em geral, sobre o verdadeiro marxismo, tal
coisa seja feita sob a sua bandei¬
dem que se realizaram as previ sões do esquema marxista de evo lução da humanidade, pretenden do ainda que neles se registraram
4
Digkstu
192
muito bem ser que obedeçam a razães exclusivamente politicas. Mas não.
Não é apenas um go
verno que tem hoje péssima opi nião da ONU, ou que a considera desvirtuada,
Em telegrama pro-
cedente de Estocolmo, dizia-se li-
Econômico
cientista e contestatàrio russo, Andrei Sakharov, comparecesse a ela, devido a proibição do Cremlin, o que implica numa acusa ção à ONU de estar sendo mani pulada por Moscou. O quadro que esboçamos de
declaração
forma breve ficaria incompleto se
conjunta hoje (12 de dezembro)
não lembrássemos que. também na ONU. os delegados do Terceiro
reados com o Prêmio Nobel afir maram que a ONU não fez “qua se nada para que os Estadosmembros respeitem seus acordos sobre os direitos humanos, e ins
Mundo e do mundo "socialista” utilizaram essa tribuna interna
teralmente:
“Numa
publicada nesta Capital, 46 lau
taram a opinião pública mundial a apoiar e estimular os esforços das organizações que lutam pela
aplicação desses direitos, A organização internacional perdeu —
diz o comunicado — sua eficácia € seu prestígio. Nela são pronun ciados discursos sem significado,
porque as palavras democracia, li
berdade, verdade, justiça ficaram
desprovidas do conteúdo”. OS INVEJOSOS E RESSENTIDOS A seguir, a informação que cita mos diz que, no referido comuni cado, seus signatários afirmaram que 0 princípio da não-interven-
ção serve unicamente à ONU para salvar as aparências, e termina
explicando que “a declaração con junta dos 46 premiados foi difun
dida com a finalidade de coinci dir com as cerimônias deste ano de entrega do Prêmio Nobel”,
coincidência que, a nosso ver, não
pode ter sido casual, mas foi pre
meditada para que ocorresse nos
momentos em qus a maior evi dência da cerimônia em questão foi a impossibilidade de que
0
r*
UiGi-si o Econômico
de os representar, mas sim aos povos do Terceiro Mundo, em ge ral e, repetimos, da América La tina. em particular? Naturalmen te, é o iiltimo caso e, no que se re fere a quase todas as nações la tinas da América, explicaremos a causa especifica, ainda que, para fazè-lo. tenhamos de reportarnos um pouco Na
cional para identificar, em bene
tuais.
prazem
os EUA tratem o
totalitarismo cubano não como é, mas como uma democracia; para exigir que a riqueza mundial seja I
equitativamente” entre os povos desenvolvidos e os subdesenvolvidos — isto é, entre os que trabalharam muito e os tudo que pouco trabalharam I
embora tenha havido também su
de uma espécie de luta de classes entre as nações. Perguntar-se-á por que. na ONU, se apresentaram como do nos e senhores, por grande maio ria, homens que levaram a orga
roupa
está na influência, pretensamen te marxista, que. por intermédio
porque
obstáculo
à
constituem o maior
realização
do
ora
com
franqueza,i ora
de
rando que se está sendo mento do comunismo.
instru
Pois bem, há mais
um sé
de
culo Marx e Engels lançaram ao mercado político a teoria de que o capitalismo, por causa de suas
contradições internas e por meios violentos ou pacíficos, mas quase sempre pelos primeiros, teria que converter-se,
fatal
e
necessaria
mente. num regime socialista e coletivista. em que a propriedade privada dos meios de produção e da moeda não mais existiría, sendo
a riqueza nacional administrada pelo proletariado, em primeiro lu gar, e depois, por toda a socieda de. a partilha dos benefícios eco nômicos e das distinções sociais teriam tendências igualitárias e, numa palavra, a exploração e a opressão do homem pelo homem desapareceríam. Nas doze ou treze
décadas que
transcorreram depois de tal pro
fecia, 0 desenvolvimento histórico desmentiu-a totalmente, mas, ape
sar disso, inúmeros membros da
pequena burguesia de todas as la
titudes e, especialmente, dos paises
russo de conquista do mundo. Mas também, porque, no plano psico
to,
a
do Terceiro Mundo, continuam
considerá-la válida. baseiam-se, nao no
mento
do
Para tan-
conheci-
verdadeiro marxismo,
chas contra a nação mais pode
fato de que primeiro a mas no Rússia e depois as nações do cha
rosa e mais rica do mundo.
mado “mundo socialista” preten
dos e os invejosos dirijam suas fle
1
ra,
forma encoberta, ou mesmo igno
sonho
lógico, é natural que os ressenti
contra atualmente. Terá sido obra dos delegados que participam dessa tribuna internacional? Ou,
dos governos, que enviam tais
se com-
a
suja das grandes potências (eu femismo que, na realidade, é qua se sempre aplicado aos EUA),
EUA,
nização à situação na qual se en
delegados com a pretensão não
a ONU.
denunciar
a propaganda antiimperialista” que é promovida, em escala mun dial. pelos centros políticos do co munismo. O alvo principal é os
converter a ONU numa arena
ca
em
dos intelectuais e de certos orgãos da chamada “grande imprensa”, exerce sobre as referidas pessoas
frágios negativos dos Estados in dustrializados que, sem dúvida, consideram, como qualquer pes soa normal, que se está pretenden
contrário, é reflexo da políti-
invocando
para o que. como é obvio, apro veitam-se de certos episodios his tóricos do passado, embora estes sejam irreversíveis, No plano ideológico, a origem e a causa
“redistribuída
ao
cons-
tantemente como muitos políticos, funcionários públicos e intelec
para pedir que
do
ao passado.
América Latina vê-se
fício das mais retrogadas nações árabes, o sionismo com o racismo;'
isso aprovado pela organização, com esmagadora maioria de votos,
193
Como
também é explicável que, dada a ignorância que se tem, em geral, sobre o verdadeiro marxismo, tal
coisa seja feita sob a sua bandei¬
dem que se realizaram as previ sões do esquema marxista de evo lução da humanidade, pretenden do ainda que neles se registraram
4
194
Dicesto Econômico
todas as previsões pelo citado esquema.
anunciadas
APÁTICOS E CRUÉIS O fato de ter havido na Rússia
uma revolução que liquidou a pro priedade privada e que, na opi nião de seus líderes, partidários e simpatizantes, estabeleceu o so
cialismo, como
prova,
segundo
eram corretos
dizem,
os anúncios
de Marx e Engels sobre a evolu ção da sociedade capitalista e seu fatal desaparecimento. Não é verdade, porque o regime que sur giu do golpe de Estado bolchevique e de todos os movimentos que, nos diversos países, seguiram o programa de Lenin, nada têm a ver com o socialismo autêntico, constituindo
um
totalitarismo
cruel e opressivo, somente compa rável ao que Hitler estabeleceu na Alemanha nazista. Com efeito, na pretensa União de Repúblicas Socialistas
poder
está
mãos
de
Soviéticas uma
burocracia
O regime soviético não pratica internacionalismo
proletário, pois não passa de um imperialismo militarista e retró
grado, que nem sequer pode ser com
o
uma
classe privilegiada cujos mem bros, embora não sejam indivi dualmente donos de grandes ri quezas. em conjunto controlam, dirigem e desfrutam da parte do leão da riqueza que. teoricamente,
pertence
à
nação,
imperialismo
econômico capitalista, parecendose mas com os imperialismos pri
sua morte defensor do sistema de
uma atitude parecida com a de
que ele e Lenin foram os principais artifices. ao qual, quando muito, chamou de “Estado operário de generado” e que. até às vésperas
seus irmãos de classe da maioria Sem dos paises industrializados,
de seu falecimento negou consti tuísse a burocracia soviética uma
guem erigir-se como lideres de
pelo Estado; mas, como uma e o outro sempre foram pretextos so ciais e politicos, na prática tudo o que forma tal riqueza é, de fato, propriedade da burocracia.
do
Estado
não é a de “todo
turais.
bstituida pela propriedade coleti-
Trotsky, apesar de ter sido até à
Tão
e desumano é soviético”, autodenominado de “socialista”, que o
retrógrado
totalitarismo
que
lhes
convêm.
tos culminantes, a massa dos sin
dicatos operários demonstra com fatos que não simpatiza com o
Estado se faz socialista na medida
entrada de Castro e de seus asse-
em que deixa de ser propriedade do Estado. Ao contrário, quanto
mais claro, enérgico e eloquente,
se opõe, como guardião da proprie
mitivos da Antiguidade. A pro priedade dos meios de produção e de troca foi, de fato, completamen te abolida na URSS, mas não su-
munistóides
o povo”, a não ser na medida em que desapareceram os privilégios e as distinções sociais... Em ou tras palavras, a propriedade do
dores, assegurando sua submissão,
o
Estado
do
soviético
povo.
mais
se
eleva
duramente
dade,
a esse povo, e mais clara
mente
se
socialista
coloca contra o
da
propriedade
os
operários
carater
esta-
das naçõeai indus
não
acreditam
nele
socialismo” à moda russa. _ Isto
sucedeu em Cuba. por ocasião da das
em
Havana,
No Chile foi
pois no princípio do caótico governo de Salvador AUende, os disindicais
conseguiram
apoiassem aqueque os sindicatos ;
Por ttídas essas características do chamado “socialismo soviético”, trializadas
u
rigentes
tizada”.
e
voltaram-lhe as costas, até o pon to de apesar do que disse recen
temente Solzhenitsyn e da ajuda
I
conse
Mas, quando chegam os momen
acima
I
burgueses
ao referir-se ao estatismo do go verno russo, afirmou: “A proprie
mais
a empresa que lhes convier, além de que. ao contrário do que acon tece igualmente nas nações de mocráticas, não têm direito à gre ve nem contam com os meios ju rídicos e associativos que, nas de mocracias, são coisas óbvias e na
guns pequenos
seus sindicatos, dirigindo-os, por certo tempo, pelos caminhos co- .
E esta burocracia, como todas as classes privilegiadas que a Histó ria registra, explora os trabalha
sia e nos demais paises que se ajustam ao seu modelo outro pa trão que não seja o Estado, faltalhes até a relativa liberdade que o capitalismo lhes confere de servir
dúvida, há ocasiões em que al
classe à parte, Trotsky diziamos, dade
representada
balhadores, não havendo na Rús
gundo as palavras do sábio e contestatário russo Andrei Sakharov.
comparado
burocracia
de
dirigentes apáticos, hipócritas, cruéis e pequenos burgueses”, se
decantado
a
nas
o
II
0
construir
sem que eles tenham qualquer ins trumento de defesa, por meio das leis e demais disposições que dita e faz cumprir, pela força do exér cito e da polícia. Quanto aos tra
ÍURSS),
absolutamente
va e democrática de todos os in tegrantes da sociedade, mas sim por um coletivismo burocrático que é junto com o resto, a causa de
195
Dicesto Econômico
dos capitalistas dos EUA, por exemplo, nesses paises as grandes organizações sindicais constituem a vanguarda da luta contra o re gime russo, criticando a classe ca pitalista e o seu próprio governo por tal ajuda.
BUROCRATAS E ESQUERDISTAS
Por seu turno, o proletariado das nações da América Latina tem
le regime; mas, à medida que o
tempo avançou e as dificuldades do pais cresceram, as orpnizaçoes sindicais chilenas viram-se diante dos fatos e não há duvida de que as grandes greves que rea lizaram, até mesmo contra em
presas do Estado, constituiram um fator importante, não so para a tomada de consciência
to contra AUende, como também
queda final deste. No Uruguai, os discípulos de
para a
Emilio Frugoni, que dirigiam a
poderosa central sindical daquele país, um belo dia trairam o seu
mestre e se declararam castristas. Mas não apoiaram os tupamaros. E quando o governo uruguaio — que, de um civilismo exemplar te ve de passar a um quase milita
rismo — decidiu exterminar aque-
194
Dicesto Econômico
todas as previsões pelo citado esquema.
anunciadas
APÁTICOS E CRUÉIS O fato de ter havido na Rússia
uma revolução que liquidou a pro priedade privada e que, na opi nião de seus líderes, partidários e simpatizantes, estabeleceu o so
cialismo, como
prova,
segundo
eram corretos
dizem,
os anúncios
de Marx e Engels sobre a evolu ção da sociedade capitalista e seu fatal desaparecimento. Não é verdade, porque o regime que sur giu do golpe de Estado bolchevique e de todos os movimentos que, nos diversos países, seguiram o programa de Lenin, nada têm a ver com o socialismo autêntico, constituindo
um
totalitarismo
cruel e opressivo, somente compa rável ao que Hitler estabeleceu na Alemanha nazista. Com efeito, na pretensa União de Repúblicas Socialistas
poder
está
mãos
de
Soviéticas uma
burocracia
O regime soviético não pratica internacionalismo
proletário, pois não passa de um imperialismo militarista e retró
grado, que nem sequer pode ser com
o
uma
classe privilegiada cujos mem bros, embora não sejam indivi dualmente donos de grandes ri quezas. em conjunto controlam, dirigem e desfrutam da parte do leão da riqueza que. teoricamente,
pertence
à
nação,
imperialismo
econômico capitalista, parecendose mas com os imperialismos pri
sua morte defensor do sistema de
uma atitude parecida com a de
que ele e Lenin foram os principais artifices. ao qual, quando muito, chamou de “Estado operário de generado” e que. até às vésperas
seus irmãos de classe da maioria Sem dos paises industrializados,
de seu falecimento negou consti tuísse a burocracia soviética uma
guem erigir-se como lideres de
pelo Estado; mas, como uma e o outro sempre foram pretextos so ciais e politicos, na prática tudo o que forma tal riqueza é, de fato, propriedade da burocracia.
do
Estado
não é a de “todo
turais.
bstituida pela propriedade coleti-
Trotsky, apesar de ter sido até à
Tão
e desumano é soviético”, autodenominado de “socialista”, que o
retrógrado
totalitarismo
que
lhes
convêm.
tos culminantes, a massa dos sin
dicatos operários demonstra com fatos que não simpatiza com o
Estado se faz socialista na medida
entrada de Castro e de seus asse-
em que deixa de ser propriedade do Estado. Ao contrário, quanto
mais claro, enérgico e eloquente,
se opõe, como guardião da proprie
mitivos da Antiguidade. A pro priedade dos meios de produção e de troca foi, de fato, completamen te abolida na URSS, mas não su-
munistóides
o povo”, a não ser na medida em que desapareceram os privilégios e as distinções sociais... Em ou tras palavras, a propriedade do
dores, assegurando sua submissão,
o
Estado
do
soviético
povo.
mais
se
eleva
duramente
dade,
a esse povo, e mais clara
mente
se
socialista
coloca contra o
da
propriedade
os
operários
carater
esta-
das naçõeai indus
não
acreditam
nele
socialismo” à moda russa. _ Isto
sucedeu em Cuba. por ocasião da das
em
Havana,
No Chile foi
pois no princípio do caótico governo de Salvador AUende, os disindicais
conseguiram
apoiassem aqueque os sindicatos ;
Por ttídas essas características do chamado “socialismo soviético”, trializadas
u
rigentes
tizada”.
e
voltaram-lhe as costas, até o pon to de apesar do que disse recen
temente Solzhenitsyn e da ajuda
I
conse
Mas, quando chegam os momen
acima
I
burgueses
ao referir-se ao estatismo do go verno russo, afirmou: “A proprie
mais
a empresa que lhes convier, além de que. ao contrário do que acon tece igualmente nas nações de mocráticas, não têm direito à gre ve nem contam com os meios ju rídicos e associativos que, nas de mocracias, são coisas óbvias e na
guns pequenos
seus sindicatos, dirigindo-os, por certo tempo, pelos caminhos co- .
E esta burocracia, como todas as classes privilegiadas que a Histó ria registra, explora os trabalha
sia e nos demais paises que se ajustam ao seu modelo outro pa trão que não seja o Estado, faltalhes até a relativa liberdade que o capitalismo lhes confere de servir
dúvida, há ocasiões em que al
classe à parte, Trotsky diziamos, dade
representada
balhadores, não havendo na Rús
gundo as palavras do sábio e contestatário russo Andrei Sakharov.
comparado
burocracia
de
dirigentes apáticos, hipócritas, cruéis e pequenos burgueses”, se
decantado
a
nas
o
II
0
construir
sem que eles tenham qualquer ins trumento de defesa, por meio das leis e demais disposições que dita e faz cumprir, pela força do exér cito e da polícia. Quanto aos tra
ÍURSS),
absolutamente
va e democrática de todos os in tegrantes da sociedade, mas sim por um coletivismo burocrático que é junto com o resto, a causa de
195
Dicesto Econômico
dos capitalistas dos EUA, por exemplo, nesses paises as grandes organizações sindicais constituem a vanguarda da luta contra o re gime russo, criticando a classe ca pitalista e o seu próprio governo por tal ajuda.
BUROCRATAS E ESQUERDISTAS
Por seu turno, o proletariado das nações da América Latina tem
le regime; mas, à medida que o
tempo avançou e as dificuldades do pais cresceram, as orpnizaçoes sindicais chilenas viram-se diante dos fatos e não há duvida de que as grandes greves que rea lizaram, até mesmo contra em
presas do Estado, constituiram um fator importante, não so para a tomada de consciência
to contra AUende, como também
queda final deste. No Uruguai, os discípulos de
para a
Emilio Frugoni, que dirigiam a
poderosa central sindical daquele país, um belo dia trairam o seu
mestre e se declararam castristas. Mas não apoiaram os tupamaros. E quando o governo uruguaio — que, de um civilismo exemplar te ve de passar a um quase milita
rismo — decidiu exterminar aque-
Dicesto Econômico
194
todas as previsões pelo citado esquema.
anunciadas
de ter havido na Rússia
uma revolução que liquidou a pro priedade privada e que, na opi nião de seus líderes, partidários e simpatizantes, estabeleceu o so
cialismo, como
prova,
eram
segundo
corretos
os
dizem,
anúncios
de Marx e Engels sobre a evolu ção da sociedade capitalista e seu fatal desaparecimento. Não é verdade, porque o regime que sur giu do golpe de Estado bolchevique e de todos os movimentos que, nos diversos países, seguiram o programa de Lenin, nada têm a ver com o socialismo autêntico, constituindo
um
totalitarismo
cruel e opressivo, somente compa rável ao que Hitler estabeleceu na Alemanha nazista. Com efeito, na pretensa União de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o poder mãos
está absolutamente nas de uma burocracia de
“dirigentes apáticos, hipócritas, cruéis e pequenos burgueses”, se gundo as palavras do sábio e contestatário russo Andrei Sakharov.
O regime soviético não pratica o
decantado
va e democrática de todos os in
tegrantes da sociedade, mas sim por um coletivismo burocrático
APÁTICOS E CRUÉIS O fato
Dicesto Econômico
que é junto com o resto, a causa de construir a burocracia uma
classe bros.
privilegiada embora
não
cujos
mem
sejam
indivi
dualmente donos de grandes ri quezas. em conjunto controlam, dirigem e desfrutam da parte do leão da riqueza que, teoricamente, pertence à nacao. representada pelo Estado; mas, como uma e o outro sempre
balhadores, não havendo na Rús
sia e nos demais países que se ajustam ao seu modelo outro pa trão que não seja o Estado, falta-
lhes até a relativa liberdade que o capitalismo lhes confere de servir
internacionalismo
a empresa que lhes convier, além
proletário, pois não passa de um
de que, ao contrário do que acon tece igualmente nas nações de mocráticas, não têm direito à gre ve nem contam com os meios ju
imperialismo militarista e
retró
grado, que nem sequer pode ser comparado com o imperialismo econômico capitalista, parecendose mas com os imperialismos pri
mitivos da Antiguidade. A pro priedade dos meios de produção e de troca foi, de fato, completamen te abolida na URSS, mas não su bstituída pela propriedade coleti¬
rídicos e associativos que, nas de mocracias, são coisas óbvias e na turais.
Tão retrógrado
e desumano é ■soviético”, au todenominado de “socialista”, que o
totalitarismo
Trotsky, apesar de ter sido até à
uma atitude parecida com a de
X
que ele e Lenin foram os principais artífices, ao qual, quando muito, chamou de “Estado operário de generado” e que, até às vésperas de seu falecimento negou consti
seus irmãos de classe da maioria Sem dos países industrializados,
●I
tuísse
a burocracia soviética uma
dade do Estado não é a de
“todo
o povo”, a não ser na medida em que desapareceram os privilégios e as distinções sociais... Em ou tras palavras, a propriedade do
o que forma tal riqueza é. de fato, propriedade da burocracia.
sem que eles tenham qualquer ins trumento de defesa, por meio das leis e demais disposições que dita e faz cumprir, pela força do exér cito e da polícia. Quanto aos tra
sua morte defensor do sistema de
ao referir-se ao estatismo do go verno russo, afirmou; “A proprie
foram pretextos so
dores, assegurando sua submissão,
-S
classe à parte, Trotsky diziamos,
ciais e politicos, na prática tudo
E esta burocracia, como todas as classes privilegiadas que a Histó ria registra, explora os trabalha
195
Estado se faz socialista na medida
em que deixa de ser propriedade do Estado. Ao contrário, quanto F
mais
o
Estado
acima do
soviético
povo.
mais
se
eleva
duramente
se opõe, como guardião da proprie dade, a esse povo, e mais clara mente se coloca contra o carater
socialista
da
propriedade
esta-
tizada”.
Por tódas essas características do chamado “socialismo soviético”,
os operários das naçõeq indus trializadas não
acreditam
nele e
voltaram-lhe as costas, até 0 pon to de apesar do que disse recen temente Solzhenitsyn e da ajuda dos capitalistas dos EUA, por exemplo, nesses países as grandes organizações sindicais constituem a vanguarda da luta contra o re gime russo, criticando a classe ca
dúvida, há ocasiões em que alguns pequenos
burgueses
guem erigir-se
como lideres
seus
dirigindo-os, por
sindicatos,
conse
de
●
■;í A
●
certo tempo, pelos caminhos CO7. munistóides que lhes convêm.
‘
Mas, quando chegam os momen
tos culminantes, a massa dos sin dicatos operários demonstra com > fatos que não simpatiza com o ● .1 socialismo” à moda russa. _ Isto sucedeu em Cuba, por ocasião da it
entrada de Castro e de seus asseNo Chile foi cias em Havana,
mais claro, enérgico e eloquente, ■ princípio do caótico gode Salvador Allende, os dirigentes sindicais conseguiram pois
no
f
verno
que os sindicatos apoiassem aque le regime; mas, à medida que o tempo avançou e as dificuldades
do pais cresceram, as organiza ções sindicais chilenas viram-se diante dos fatos e não ha duvida de que as grandes greves que realizaram,
presas do fator
,
até mesmo contra em-
Estado, constituiram um
importante, não só para a
tomada
de consciência do exerci-
to contra Allende, como para a
queda final deste.
No
os
Uruguai,
tambem
discípulos
de
Emilio Frugoni, que dirigiam a
poderosa central sindical daquele
por tal ajuda.
país, um belo dia traíram o seu niestre e se declararam castristas.
BUROCRATAS E ESQUERDISTAS
E quando o governo uruguaio —
1
Por seu turno, o proletariado das nações da América Latina tem
que, de um civilismo exemplar te ve de passar a um quase milita-
i
rismo — decidiu exterminar aque-
pitalista e o seu próprio governo
Mas não apoiaram os tupamaros.
^
'
Dicesto Econômico
194
todas as previsões pelo citado esquema.
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de ter havido na Rússia
uma revolução que liquidou a pro priedade privada e que, na opi nião de seus líderes, partidários e simpatizantes, estabeleceu o so
cialismo, como
prova,
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segundo
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os
dizem,
anúncios
de Marx e Engels sobre a evolu ção da sociedade capitalista e seu fatal desaparecimento. Não é verdade, porque o regime que sur giu do golpe de Estado bolchevique e de todos os movimentos que, nos diversos países, seguiram o programa de Lenin, nada têm a ver com o socialismo autêntico, constituindo
um
totalitarismo
cruel e opressivo, somente compa rável ao que Hitler estabeleceu na Alemanha nazista. Com efeito, na pretensa União de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o poder mãos
está absolutamente nas de uma burocracia de
“dirigentes apáticos, hipócritas, cruéis e pequenos burgueses”, se gundo as palavras do sábio e contestatário russo Andrei Sakharov.
O regime soviético não pratica o
decantado
va e democrática de todos os in
tegrantes da sociedade, mas sim por um coletivismo burocrático
APÁTICOS E CRUÉIS O fato
Dicesto Econômico
que é junto com o resto, a causa de construir a burocracia uma
classe bros.
privilegiada embora
não
cujos
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sejam
indivi
dualmente donos de grandes ri quezas. em conjunto controlam, dirigem e desfrutam da parte do leão da riqueza que, teoricamente, pertence à nacao. representada pelo Estado; mas, como uma e o outro sempre
balhadores, não havendo na Rús
sia e nos demais países que se ajustam ao seu modelo outro pa trão que não seja o Estado, falta-
lhes até a relativa liberdade que o capitalismo lhes confere de servir
internacionalismo
a empresa que lhes convier, além
proletário, pois não passa de um
de que, ao contrário do que acon tece igualmente nas nações de mocráticas, não têm direito à gre ve nem contam com os meios ju
imperialismo militarista e
retró
grado, que nem sequer pode ser comparado com o imperialismo econômico capitalista, parecendose mas com os imperialismos pri
mitivos da Antiguidade. A pro priedade dos meios de produção e de troca foi, de fato, completamen te abolida na URSS, mas não su bstituída pela propriedade coleti¬
rídicos e associativos que, nas de mocracias, são coisas óbvias e na turais.
Tão retrógrado
e desumano é ■soviético”, au todenominado de “socialista”, que o
totalitarismo
Trotsky, apesar de ter sido até à
uma atitude parecida com a de
X
que ele e Lenin foram os principais artífices, ao qual, quando muito, chamou de “Estado operário de generado” e que, até às vésperas de seu falecimento negou consti
seus irmãos de classe da maioria Sem dos países industrializados,
●I
tuísse
a burocracia soviética uma
dade do Estado não é a de
“todo
o povo”, a não ser na medida em que desapareceram os privilégios e as distinções sociais... Em ou tras palavras, a propriedade do
o que forma tal riqueza é. de fato, propriedade da burocracia.
sem que eles tenham qualquer ins trumento de defesa, por meio das leis e demais disposições que dita e faz cumprir, pela força do exér cito e da polícia. Quanto aos tra
sua morte defensor do sistema de
ao referir-se ao estatismo do go verno russo, afirmou; “A proprie
foram pretextos so
dores, assegurando sua submissão,
-S
classe à parte, Trotsky diziamos,
ciais e politicos, na prática tudo
E esta burocracia, como todas as classes privilegiadas que a Histó ria registra, explora os trabalha
195
Estado se faz socialista na medida
em que deixa de ser propriedade do Estado. Ao contrário, quanto F
mais
o
Estado
acima do
soviético
povo.
mais
se
eleva
duramente
se opõe, como guardião da proprie dade, a esse povo, e mais clara mente se coloca contra o carater
socialista
da
propriedade
esta-
tizada”.
Por tódas essas características do chamado “socialismo soviético”,
os operários das naçõeq indus trializadas não
acreditam
nele e
voltaram-lhe as costas, até 0 pon to de apesar do que disse recen temente Solzhenitsyn e da ajuda dos capitalistas dos EUA, por exemplo, nesses países as grandes organizações sindicais constituem a vanguarda da luta contra o re gime russo, criticando a classe ca
dúvida, há ocasiões em que alguns pequenos
burgueses
guem erigir-se
como lideres
seus
dirigindo-os, por
sindicatos,
conse
de
●
■;í A
●
certo tempo, pelos caminhos CO7. munistóides que lhes convêm.
‘
Mas, quando chegam os momen
tos culminantes, a massa dos sin dicatos operários demonstra com > fatos que não simpatiza com o ● .1 socialismo” à moda russa. _ Isto sucedeu em Cuba, por ocasião da it
entrada de Castro e de seus asseNo Chile foi cias em Havana,
mais claro, enérgico e eloquente, ■ princípio do caótico gode Salvador Allende, os dirigentes sindicais conseguiram pois
no
f
verno
que os sindicatos apoiassem aque le regime; mas, à medida que o tempo avançou e as dificuldades
do pais cresceram, as organiza ções sindicais chilenas viram-se diante dos fatos e não ha duvida de que as grandes greves que realizaram,
presas do fator
,
até mesmo contra em-
Estado, constituiram um
importante, não só para a
tomada
de consciência do exerci-
to contra Allende, como para a
queda final deste.
No
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Uruguai,
tambem
discípulos
de
Emilio Frugoni, que dirigiam a
poderosa central sindical daquele
por tal ajuda.
país, um belo dia traíram o seu niestre e se declararam castristas.
BUROCRATAS E ESQUERDISTAS
E quando o governo uruguaio —
1
Por seu turno, o proletariado das nações da América Latina tem
que, de um civilismo exemplar te ve de passar a um quase milita-
i
rismo — decidiu exterminar aque-
pitalista e o seu próprio governo
Mas não apoiaram os tupamaros.
^
'
196
Dicj;.sto
Kconômíco
les funestos aventureiros, o pro
incultos, os funcionários e empre
letariado não moveu um dedo. Na
gados do Estado, bastante instruí dos, os professores, a oficialidade
Argentina, o sindicalismo operá rio
não é comunista. No Brasil, não. No México, idem embora existam pequenos núcleos sindicais dirigidos por comunistas. também
E assim em toda a América Lati
na. Portanto, nesta não será pelo caminho do apoio ativo do prole tariado que o comunismo poderá conquistar o poder, embora em al gumas nações da região seja pos sível uma ajuda por omissão, ina tividade ou cretinismo político dos sindicatos. Por que via, portanto, poderá o totalitarismo, com eti queta comunista ou não, chegar
ao poder no conjunto de nações de que falamos, ou, pelo menos, num bom número delas? mos uma explicação.
Tente
Marx, Engels e Lenin despre zaram sempre, olimpicamente, a pequena burguesia urbana, basean
do-se na crença errônea de que, nas sociedades contemporâneas, sua constituição de classe se po larizaria, cedo ou tarde, em pro letariado e burguesia, motivo pe lo qual os demais estratos sociais não deveríam contar muito ou na da em sua evolução histórica. Erro crasso.
Na América Latina e em quase tòdos os outros países subdesen volvidos, durante as últimas dé cadas, a pequena burguesia urba na
cresceu
aceleradamente
em
número e influencia social e po lítica. As principais categorias ou subdivisões que a constituem são:
os intelectuais, os políticos oficialistas
mais ou
menos
cultos
ou
Dlt:i-:sro
ria. quando a batuta é erguida pe los intelectuais e por aqueles mem bros dos grupos citados que jul gam ter informações sobre pro
dos exercitos. os lideres sindicais,
os empregados
das
I
empre
ou separados, têm muito menos peso específico-do que as classes
tido de civilidade, pelo qual. nas eleições, faz respeitar seu voto, e
I
dire
ção, todos os grupos ou categorias
e
os
numerosos
nas.
Toda essa gente tem como de nominador comum as tendências, inerentes ao burocratismo e a in clinação para o lado de onde su-
(sobre a revolu-
tornaram-se coisa cor
É natural, pois o traba
lho dos intelectuais se reduziu sempre, em grande parte, a em
Estado levou os espíritos da Eu ropa ao seguinte artigo de fé: o
eles, 0 fazem — ainda que seja.
sindicais
No transcorrer dos
escreveu: “A monstruosa razão de
Não, mas, dentre
Y
além
do
anterior,
tivermos
em conta que, segundo os estudio sos do fascismo de todas as cores,
a pequena burguesia foi, na Itália e na Alemanha, quem formou as
í(
belezar a vida dos burgueses’. E, durante a guerra européia, em março de 1917, Romain Rolland
lução, não por que atuem preme
deres
o
hostes de seus respectivos totalitarismos, e que. na Rússia, a cas ta dominante, ainda que proletá
rente.
da evo
jornalistas que vendem suas pe
ocidentais,
norte-americanos e de outras na
dos intelectuais
América Latina não é assim, e re
nários e os empregados governa
potenciais
cionalidades;
çao russa)
da
mentais, em muitas nações os li
grandes
chamado mundo socialista se for talece cada vez mais.
burguesia.
últimos anos, os gritos de alarma
o emite de acordo com os interes ses nacionais.
por algo assim como um instinto político — parte dos intelectuais, os políticos oficialistas, os funcio
indivíduos e grupos que formam
Se.
grosso do povo, que tem alto sen
que a formam.
sultou contraproducente, pois, graças às suas denuncias, essa gente pensou que era possível e conveniente pertencer à referida “nova classe”, uma vez que, de vido ao cretinismo poütico das
a pequena
Assím, por exemplo, o escritor russo Máximo Gorky declarou, em 1920, a um grupo de intelectuais
cam 0 rumo histórico, ao lado do
ditadamente, numa mesma
nem nunca, tais informações
0 de fazer o mundo compreender a infamia do comunismo, sobretu do à pequena burguesia e aos in telectuais latino-americanos, re
OS RÓTULOS PARA DISFARÇAR
burguesa e proletária, as quais, por seu relacionamento coopera tivo ou de luta, são as que mar
guesia assinale o sentido
Mas nem ho
passaram do superficial e, em tro ca, sempre se deixaram levar pelo oportunismo, que é inerente aos
ciantes e os artesãos médios e pe quenos, etc. Nos países desenvol vidos, todos esses grupos juntos
sulta natural que a pequena bur
blemas universais.
je.
sas privadas, os jornalistas, os pequenos proprietários, os comer
Nos países subdesenvolvidos
197
põem que nascerá o sol da Histó
os profissionais e técnicos de vá rias especialidades, o clero cató
lico,
Econômico
homem não tem ideal mais alto do que o de converter-se em ser vidor da comunidade. E a comu nidade é definida como sendo o
Estado”. Ou seja, a permanente inclinação para o lado dos pode rosos que de alguma forma satis
fazem suas ambições.
Tal incli
nação chega a tal grau que o li vro de Milovan Djilas, intitulado A Nova Classe, escrito com a tin
ta do heroísmo e cujo objetivo foi
ria na origem, coriverteu-se logo, como vimos, em pequena burgue
sia; por tudo isso. é natural, insis timos, que as influentes pequeno-
burguesias latino-americanas, no
poder ou ainda fora dele, simpa
tizem com a essência do fascismo, do totalitarismo comunista ou, pelo menos, com
a
tendência to-
talitária, seja ou não comunista, isto é, com qualquer tipo de totalitarismo.
Sendo assim, em muitos países da Améiica Latina e de quase to do
o
Terceiro
Mundo,
vive-se
atualmente um dos maiores pa radoxos da História. O de que a pequena burguesia, desprezada por Marx, Engels e Lenin, teria em
suas mãos o leme do Estado, da economia e dos mais importantes
4
196
Dicj;.sto
Kconômíco
les funestos aventureiros, o pro
incultos, os funcionários e empre
letariado não moveu um dedo. Na
gados do Estado, bastante instruí dos, os professores, a oficialidade
Argentina, o sindicalismo operá rio
não é comunista. No Brasil, não. No México, idem embora existam pequenos núcleos sindicais dirigidos por comunistas. também
E assim em toda a América Lati
na. Portanto, nesta não será pelo caminho do apoio ativo do prole tariado que o comunismo poderá conquistar o poder, embora em al gumas nações da região seja pos sível uma ajuda por omissão, ina tividade ou cretinismo político dos sindicatos. Por que via, portanto, poderá o totalitarismo, com eti queta comunista ou não, chegar
ao poder no conjunto de nações de que falamos, ou, pelo menos, num bom número delas? mos uma explicação.
Tente
Marx, Engels e Lenin despre zaram sempre, olimpicamente, a pequena burguesia urbana, basean
do-se na crença errônea de que, nas sociedades contemporâneas, sua constituição de classe se po larizaria, cedo ou tarde, em pro letariado e burguesia, motivo pe lo qual os demais estratos sociais não deveríam contar muito ou na da em sua evolução histórica. Erro crasso.
Na América Latina e em quase tòdos os outros países subdesen volvidos, durante as últimas dé cadas, a pequena burguesia urba na
cresceu
aceleradamente
em
número e influencia social e po lítica. As principais categorias ou subdivisões que a constituem são:
os intelectuais, os políticos oficialistas
mais ou
menos
cultos
ou
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ria. quando a batuta é erguida pe los intelectuais e por aqueles mem bros dos grupos citados que jul gam ter informações sobre pro
dos exercitos. os lideres sindicais,
os empregados
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ou separados, têm muito menos peso específico-do que as classes
tido de civilidade, pelo qual. nas eleições, faz respeitar seu voto, e
I
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ção, todos os grupos ou categorias
e
os
numerosos
nas.
Toda essa gente tem como de nominador comum as tendências, inerentes ao burocratismo e a in clinação para o lado de onde su-
(sobre a revolu-
tornaram-se coisa cor
É natural, pois o traba
lho dos intelectuais se reduziu sempre, em grande parte, a em
Estado levou os espíritos da Eu ropa ao seguinte artigo de fé: o
eles, 0 fazem — ainda que seja.
sindicais
No transcorrer dos
escreveu: “A monstruosa razão de
Não, mas, dentre
Y
além
do
anterior,
tivermos
em conta que, segundo os estudio sos do fascismo de todas as cores,
a pequena burguesia foi, na Itália e na Alemanha, quem formou as
í(
belezar a vida dos burgueses’. E, durante a guerra européia, em março de 1917, Romain Rolland
lução, não por que atuem preme
deres
o
hostes de seus respectivos totalitarismos, e que. na Rússia, a cas ta dominante, ainda que proletá
rente.
da evo
jornalistas que vendem suas pe
ocidentais,
norte-americanos e de outras na
dos intelectuais
América Latina não é assim, e re
nários e os empregados governa
potenciais
cionalidades;
çao russa)
da
mentais, em muitas nações os li
grandes
chamado mundo socialista se for talece cada vez mais.
burguesia.
últimos anos, os gritos de alarma
o emite de acordo com os interes ses nacionais.
por algo assim como um instinto político — parte dos intelectuais, os políticos oficialistas, os funcio
indivíduos e grupos que formam
Se.
grosso do povo, que tem alto sen
que a formam.
sultou contraproducente, pois, graças às suas denuncias, essa gente pensou que era possível e conveniente pertencer à referida “nova classe”, uma vez que, de vido ao cretinismo poütico das
a pequena
Assím, por exemplo, o escritor russo Máximo Gorky declarou, em 1920, a um grupo de intelectuais
cam 0 rumo histórico, ao lado do
ditadamente, numa mesma
nem nunca, tais informações
0 de fazer o mundo compreender a infamia do comunismo, sobretu do à pequena burguesia e aos in telectuais latino-americanos, re
OS RÓTULOS PARA DISFARÇAR
burguesa e proletária, as quais, por seu relacionamento coopera tivo ou de luta, são as que mar
guesia assinale o sentido
Mas nem ho
passaram do superficial e, em tro ca, sempre se deixaram levar pelo oportunismo, que é inerente aos
ciantes e os artesãos médios e pe quenos, etc. Nos países desenvol vidos, todos esses grupos juntos
sulta natural que a pequena bur
blemas universais.
je.
sas privadas, os jornalistas, os pequenos proprietários, os comer
Nos países subdesenvolvidos
197
põem que nascerá o sol da Histó
os profissionais e técnicos de vá rias especialidades, o clero cató
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Econômico
homem não tem ideal mais alto do que o de converter-se em ser vidor da comunidade. E a comu nidade é definida como sendo o
Estado”. Ou seja, a permanente inclinação para o lado dos pode rosos que de alguma forma satis
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Tal incli
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burguesias latino-americanas, no
poder ou ainda fora dele, simpa
tizem com a essência do fascismo, do totalitarismo comunista ou, pelo menos, com
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talitária, seja ou não comunista, isto é, com qualquer tipo de totalitarismo.
Sendo assim, em muitos países da Améiica Latina e de quase to do
o
Terceiro
Mundo,
vive-se
atualmente um dos maiores pa radoxos da História. O de que a pequena burguesia, desprezada por Marx, Engels e Lenin, teria em
suas mãos o leme do Estado, da economia e dos mais importantes
4
Dicesto Econômico
198
aspectos da vida social, cultural e politica, devido ao fato de que as classes capitalista e proletária são
Por tudo isso. e até o ponto em que, com espírito objetivo e cien tifico se pode fazer provisões so
fracas. Como a sua tendência é inevitavelmente totalitária, enca
bre o futuro da América
minha-se para o totalitarismo mais ou menos “puro” pela via da burocratização estatal, mediante 0 fomento da inflação e a nacio nalização (estatização) dos ban cos, das mais variadas empresas industriais e comerciais e, inclu sive, da agricultura.
a formam será o totalitarismo pe-
Sobre o Planejamento Americano JAMES
Latina,
p
queno-burguês e burocrático, que essência
comunismo,
se
identifica
com
o
não importando
que
se disfarce com os rótulos do
na
cionalismo. do antiimperialismo, do revolucionarismo. do esquerdismo
e
até
mesmo
da
democracia.
Trabalhadores
Wassily Prêmio -o-
fornecimento de matéria-prima para a fábrica de processamento da semen te da leguminosa. Pretende vender o farelo do guar corno alimento alterna tivo para gado, nas épocas de seca, comercializar o amido no mercado in terno e externo, além de exportar a semente para o mercado internacional.
Nobel.
Auto-Unidos
e
ganhador
do
economista,
avisa
“Em uma economia mo
derna. planejamento não é uma matéria de preferência ou ideolo gia. mas uma necessidade Imedia
BRASIL:- LEGUMINOSA — GUAR CHEGA AO BRASIL — Mais uma
de nylon em São Bernardo do Campo e está instalando uma de poliester em poços de Caldas e, ao pleitear o ingresso no Distrito Agro-Industrial de Jaiba, expôs como seus propósitos o incentivo à plantação do guar pelos fazendeiros do norte mineiro e a montagem de uma estação experimental em Jaíba, para funcionar como centro demonstrativo e fonte parcial de
de
Leontief.
ram-nos;
empresa, a Celanese do Brasil, formaliza a sua participação no Distrito Agro-Industrial de Jaíba. Sua carta-consulta foi aprovada pela Ruralminas, capacitando-a apresentar, no prazo de quatro meses, o projeto definitivo para o plantio e industrialização da leguminosa “guar”. Na sua carta-consulta, a Celanese demonstra o seu propósito de introduzir no Pais a leguminosa guar (frutificada em vagem), originaria da índia e Paquistão e que pode ser plantada em regiões secas e quentes. É utilizada, tradicio nalmente, como alimento humano e animal, possuindo alto teor de pro teínas e de amido, tendo ainda aplicação industrial. Seu processamento leva a dois produtos principais, o amido — empregado em vários setores industriais — e farelo — normalmente vendido às fábricas de rações e cria dores de gado. Plantado em grande escala, atualmente, na índia, Paquistão
e EUA, em terras do tipo leve, arenoso e de baixa capacidade de retenção de água, o guar pode alternar-se com algodão ou arroz, de modo a reduzir os custos de pjantação. Sua adaptação às condições regionais já foi defida em experimentos realizados em Pirapora e Janaúba, enquanto que pes quisas nos EUA demonstram que, plantado à base de irrigação — como ocorrerá em Jaíba —, o guar poderá render um mínimo de duas a três vezes mais do que em condições normais. A Celanese do Brasil tem fábrica
BANNER
EDIDOS de planejamento na cional — o esforço coordena do para antecipar e prevenir problemas nacionais — estão mais uma vez fora do pais. O Comitê de Iniciativa para Planejamento Econômico Nacio nal. encabeçado juntamente por Leonar Woodcock, presidente dos
0 porvir da maioria dos paises que
na
A.
ta”.
E os Senadores Hubert H. Hum
phrey e Jacob Javits englobaram os argumentos do comitê em um projeto. 0 Ato de Crescimento
Equilibrado e de Planejamento Econômico, de 1975. Destinado a realizar o “Cresci
mento Equilibrado o t
I
t
Bem-estar
Econômico” e
Econômico”,
o
pro
jeto estabelecería, na Casa Bran ca, uma Comissão de Planejamen to Econômico, de três membros. Essa comissão reuniria e divulga
JUNIOR
Mais um trabalho sobre o ■plane jamento ãa economia americana, assunto sobre o qual publicamos
artigos em número anterior.
Este
foi publicado no “Neio York Times”.
Teriamos seguramente melho res prognósticos, mais coordena
ção e ação politica mais sadia. Essas instituições, ambas, pública e das corporações, que agora pla nejam para nós. não são respon sáveis todo.
frente à nação como um Falta porém, visão e res
ponsabilidade democrática ade quada às razões do Comitê de Ini ciativa e ao projeto de HumphreyJavits.
Em primeiro lugar, se tivéssemos objetivos e políticas estabelecidos de um modo sistemático, deveria
mos prosseguir através de amplo
planejamento social e econômico
não apenas planejamento eco nômico: mas este projeto é apenas
ria informação econômica, reveria
meia medida, por ser limitado somente ao estabelecimento da direção econômica.
e coordenaria os programas e as atividades relacionadas com pla
Mas mesmo se o projeto fosse revisto para fazer face a esta ob
nejamento
jeção,
do
Governo
e
desen
uma
seria,
ainda,
falho
na
sua retrógrada aderência à uma agência realizadora. A legislação
volvería um plano de crescimento econômico equilibrado — tudo em conjunção com outras agências de
de Humphrey-Javits embora crias
planejamento e o público, sob re visão do Congresso e do Presi
se, um outro centro de poder, den tro do ramo executivo, este, por
dente.
negociar com a economia, possui-
l:
Dicesto Econômico
198
aspectos da vida social, cultural e politica, devido ao fato de que as classes capitalista e proletária são
Por tudo isso. e até o ponto em que, com espírito objetivo e cien tifico se pode fazer provisões so
fracas. Como a sua tendência é inevitavelmente totalitária, enca
bre o futuro da América
minha-se para o totalitarismo mais ou menos “puro” pela via da burocratização estatal, mediante 0 fomento da inflação e a nacio nalização (estatização) dos ban cos, das mais variadas empresas industriais e comerciais e, inclu sive, da agricultura.
a formam será o totalitarismo pe-
Sobre o Planejamento Americano JAMES
Latina,
p
queno-burguês e burocrático, que essência
comunismo,
se
identifica
com
o
não importando
que
se disfarce com os rótulos do
na
cionalismo. do antiimperialismo, do revolucionarismo. do esquerdismo
e
até
mesmo
da
democracia.
Trabalhadores
Wassily Prêmio -o-
fornecimento de matéria-prima para a fábrica de processamento da semen te da leguminosa. Pretende vender o farelo do guar corno alimento alterna tivo para gado, nas épocas de seca, comercializar o amido no mercado in terno e externo, além de exportar a semente para o mercado internacional.
Nobel.
Auto-Unidos
e
ganhador
do
economista,
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“Em uma economia mo
derna. planejamento não é uma matéria de preferência ou ideolo gia. mas uma necessidade Imedia
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de nylon em São Bernardo do Campo e está instalando uma de poliester em poços de Caldas e, ao pleitear o ingresso no Distrito Agro-Industrial de Jaiba, expôs como seus propósitos o incentivo à plantação do guar pelos fazendeiros do norte mineiro e a montagem de uma estação experimental em Jaíba, para funcionar como centro demonstrativo e fonte parcial de
de
Leontief.
ram-nos;
empresa, a Celanese do Brasil, formaliza a sua participação no Distrito Agro-Industrial de Jaíba. Sua carta-consulta foi aprovada pela Ruralminas, capacitando-a apresentar, no prazo de quatro meses, o projeto definitivo para o plantio e industrialização da leguminosa “guar”. Na sua carta-consulta, a Celanese demonstra o seu propósito de introduzir no Pais a leguminosa guar (frutificada em vagem), originaria da índia e Paquistão e que pode ser plantada em regiões secas e quentes. É utilizada, tradicio nalmente, como alimento humano e animal, possuindo alto teor de pro teínas e de amido, tendo ainda aplicação industrial. Seu processamento leva a dois produtos principais, o amido — empregado em vários setores industriais — e farelo — normalmente vendido às fábricas de rações e cria dores de gado. Plantado em grande escala, atualmente, na índia, Paquistão
e EUA, em terras do tipo leve, arenoso e de baixa capacidade de retenção de água, o guar pode alternar-se com algodão ou arroz, de modo a reduzir os custos de pjantação. Sua adaptação às condições regionais já foi defida em experimentos realizados em Pirapora e Janaúba, enquanto que pes quisas nos EUA demonstram que, plantado à base de irrigação — como ocorrerá em Jaíba —, o guar poderá render um mínimo de duas a três vezes mais do que em condições normais. A Celanese do Brasil tem fábrica
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EDIDOS de planejamento na cional — o esforço coordena do para antecipar e prevenir problemas nacionais — estão mais uma vez fora do pais. O Comitê de Iniciativa para Planejamento Econômico Nacio nal. encabeçado juntamente por Leonar Woodcock, presidente dos
0 porvir da maioria dos paises que
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A.
ta”.
E os Senadores Hubert H. Hum
phrey e Jacob Javits englobaram os argumentos do comitê em um projeto. 0 Ato de Crescimento
Equilibrado e de Planejamento Econômico, de 1975. Destinado a realizar o “Cresci
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I
t
Bem-estar
Econômico” e
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jeto estabelecería, na Casa Bran ca, uma Comissão de Planejamen to Econômico, de três membros. Essa comissão reuniria e divulga
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Mais um trabalho sobre o ■plane jamento ãa economia americana, assunto sobre o qual publicamos
artigos em número anterior.
Este
foi publicado no “Neio York Times”.
Teriamos seguramente melho res prognósticos, mais coordena
ção e ação politica mais sadia. Essas instituições, ambas, pública e das corporações, que agora pla nejam para nós. não são respon sáveis todo.
frente à nação como um Falta porém, visão e res
ponsabilidade democrática ade quada às razões do Comitê de Ini ciativa e ao projeto de HumphreyJavits.
Em primeiro lugar, se tivéssemos objetivos e políticas estabelecidos de um modo sistemático, deveria
mos prosseguir através de amplo
planejamento social e econômico
não apenas planejamento eco nômico: mas este projeto é apenas
ria informação econômica, reveria
meia medida, por ser limitado somente ao estabelecimento da direção econômica.
e coordenaria os programas e as atividades relacionadas com pla
Mas mesmo se o projeto fosse revisto para fazer face a esta ob
nejamento
jeção,
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Governo
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uma
seria,
ainda,
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sua retrógrada aderência à uma agência realizadora. A legislação
volvería um plano de crescimento econômico equilibrado — tudo em conjunção com outras agências de
de Humphrey-Javits embora crias
planejamento e o público, sob re visão do Congresso e do Presi
se, um outro centro de poder, den tro do ramo executivo, este, por
dente.
negociar com a economia, possui-
l:
Dicksto
200
Econômico
ria o potencial para eclipsar o Te souro, a repartição da Administra ção e Orçamento e o Conselho de
presentação garantida, devem, também, tê-la os consumidores e
Consultores de Economia,
bies” de interesse público e os grupos não oficiais de planeja mento particulares. Aiém disso, a
(O Comitê de Iniciativa espera
que a comissão esteja “no centro da nòssa vida econômica e politica”, — seu presidente “o chefe consultor do Presidente da Repu
blica para negócios econômicos”). Mesmo que a comissão, cabe acrescentar, fosse autorizada a coligir informações de outras agências e a divulgá-las à “em presa privada”, isso não a autori zaria a obrigar a produção de in formações por parte do setor pri vado.
E.
sem tal informação,
é
impossível uma previsão de longo alcance.
O projeto solicita também, a partic,*pação no processo de pla
interesses circunvizinhos. os ‘iob-
comissão deveria submeter os re
latórios do planejamento-impacto ao público, com especificação das consequências do plano aberto pu blicamente à avaliação e desafio. Pinalmente, o projeto estabeleceria
outra
inconcebível
agência de Governo.
uma
Não se pode
esperar que somente este estatuto corrija os defeitos do inteiro pro cesso governamental. Mas ele pre-
cisamente não permitiria o alar gamento da estrutura das agên cias executivas que se reunem se cretamente, são bombardeadas com conflitos de interesses e abor
nejamento, dos reais interessados
dadas por todos os lados por “Íobistas” irresponsáveis perante o
que teriam a maior vantagem em
público e que manobram seus mé
adotar planos nacionais ás suas necessidades locais. No momento exato em que nossas instituições estão esclerosadas e quando tan
todos em segredo.
tos grupos de interesses são de nunciados como irresponsáveis, este estatuto os sacramentaria mais tarde como sócios do Gover
contribuição marcante, confiando a primeira agência pública genui namente
executiva
ao
Governo
Federal.
no. A comissão, por exemplo, de
Para a maior parte do povo, o conceito de planejamento evoca o espectro de administração centra
presentantes de negócios, do tra fossem
competentes,
em
virtude
da prática ou da experiência, para
lizada e coerciva.
Continuará a
ser assim, a menos que o poder
fornecer conselho à comissão sobre
executivo seja posto em cheque, a
pontos de vista e opiniões de vas
menos que os interesses investidos
tos segmentos do povo”.
sejam colocados em guarda e a menos que decisões sejam toma
Entretanto,
se
os
grandes
ne
gócios e 0 trabalho devem ter re-
r
Os autores deste projeto per deram sua chance de dar uma
veria procurar o conselho de “re
balho e do público em geral, que
i
das em aberto.
Banco S.A.
Dicksto
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presentação garantida, devem, também, tê-la os consumidores e
Consultores de Economia,
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(O Comitê de Iniciativa espera
que a comissão esteja “no centro da nòssa vida econômica e politica”, — seu presidente “o chefe consultor do Presidente da Repu
blica para negócios econômicos”). Mesmo que a comissão, cabe acrescentar, fosse autorizada a coligir informações de outras agências e a divulgá-las à “em presa privada”, isso não a autori zaria a obrigar a produção de in formações por parte do setor pri vado.
E.
sem tal informação,
é
impossível uma previsão de longo alcance.
O projeto solicita também, a partic,*pação no processo de pla
interesses circunvizinhos. os ‘iob-
comissão deveria submeter os re
latórios do planejamento-impacto ao público, com especificação das consequências do plano aberto pu blicamente à avaliação e desafio. Pinalmente, o projeto estabeleceria
outra
inconcebível
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uma
Não se pode
esperar que somente este estatuto corrija os defeitos do inteiro pro cesso governamental. Mas ele pre-
cisamente não permitiria o alar gamento da estrutura das agên cias executivas que se reunem se cretamente, são bombardeadas com conflitos de interesses e abor
nejamento, dos reais interessados
dadas por todos os lados por “Íobistas” irresponsáveis perante o
que teriam a maior vantagem em
público e que manobram seus mé
adotar planos nacionais ás suas necessidades locais. No momento exato em que nossas instituições estão esclerosadas e quando tan
todos em segredo.
tos grupos de interesses são de nunciados como irresponsáveis, este estatuto os sacramentaria mais tarde como sócios do Gover
contribuição marcante, confiando a primeira agência pública genui namente
executiva
ao
Governo
Federal.
no. A comissão, por exemplo, de
Para a maior parte do povo, o conceito de planejamento evoca o espectro de administração centra
presentantes de negócios, do tra fossem
competentes,
em
virtude
da prática ou da experiência, para
lizada e coerciva.
Continuará a
ser assim, a menos que o poder
fornecer conselho à comissão sobre
executivo seja posto em cheque, a
pontos de vista e opiniões de vas
menos que os interesses investidos
tos segmentos do povo”.
sejam colocados em guarda e a menos que decisões sejam toma
Entretanto,
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Os autores deste projeto per deram sua chance de dar uma
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Mecanismo
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Inflação c capital dc risco — G. I-lacnlzschcl A grande lição do Vale do Paraíba — Barros Os corretivos sociais Verdades confirmadas — Livro grande c otimista
Queiroz
125
Marcoiuics
137
Eerreira
155
...
167
Eanfani
169
Barca
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Razões particulares c coletivas — Franceseo Eorle Smith
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Paul
A.
Snmuclson
-A ngriculiura como base no desenvolvimento brasileiro lliareisio üierrcnbacli de Souza Santos
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- O futuro das cidades — Barbara Ward
Serviços dc Gcrontologia c Geriatria — A. Bornardes de Oliveira . 199
Observações sobre a China Conumlsta — I — Durval Rosa Borges A divisão do mar — Tbe Economist
NoroostQ SA PInnaJomento, PromoçAo o Son/lçoa
Norüüvto Sorviçou Técnicou h Aoronoouérin
77
Solução política para Italpu — üelavio Mareondes Eerraz
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para conter a inflação — Carlos
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Estallzação dos Bancos Comerciais
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231
O impacto das exportações agrícolas sobre n economia brasileira — Sérgio P. Mellão
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N.o 250 - Juliio-Agosto de 1976 ● Ano XXXIII
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