Especial Meio Ambiente

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Jornal do empreendedor

Suplemento Especial

São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de junho de 2011

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Ontem, Dia Internacional do Meio Ambiente, o mundo deveria comemorar. Mas é difícil fazer festa para um Planeta tão sujo, tão contaminado. A data foi aprovada em 1972 numa conferência da ONU, preocupada com a degradação do meio ambiente e os riscos para a sobrevivência da humanidade. Fora algumas ações pontuais aqui e ali, o buraco negro da atmosfera aumenta, os acidentes nucleares se repetem, falta água, o clima enlouquece. Em São Paulo, por exemplo, até respirar é perigoso e os principais rios viraram esgotos. Mas, pelo menos, se discute o uso das sacolinhas plásticos pelo comércio


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sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de junho de 2011

Agliberto Lima/DC-26/10/2010

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que é uma sacolinha plástica, uma só, jogada na rua? O que é uma bituca de cigarro, uma só, atirada ao chão? O que pode sujar o mundo? Algumas cascas de laranja atiradas pela janela do carro em movimento? Quando as pessoas praticam atos como esses, não se dão conta da enormidade do que fazem. Não é uma sacolinha, não é uma bituca, não são algumas cascas de laranja – uma só já é sujeira suficiente, milhões são uma catástrofe. Em uma cidade, melhor, em uma região metropolitana como São Paulo, 20 milhões de habitantes, quarta maior aglomeração humana do mundo, é só fazer as multiplicações devidas e logo vai se notar que não dá para conviver com descuidos em relação ao meio ambiente. Qualquer lixo é uma montanha, qualquer agressão é desmedida. É como destruir a própria casa. Veja o caso das sacolinhas plásticas, que frequentaram o noticiário recente graças ao acordo entre o governo do Estado e a Associação Paulista de Supermercados (Apas). Só as lojas filiadas à Apas utilizam cerca de 2,5 bilhões de sacolas, feitas à base de petróleo. São 2,5 bilhões! Muitas são usadas para acondicionar lixo, muitas são deixadas nas ruas – e várias vezes a chuva vem e leva as sacolas para os bueiros. Entopem as galerias de água e provocam enchentes. Vivemos cercados de rejeitos. Além das sacolas plásticas, existe ainda o lixo doméstico: por falta de programas de reciclagem eficientes amontoa-se em aterros sanitários que se esgotam rapidamente. Durante anos, o Brasil enterrou seu lixo em aterros sanitários, que se esgotaram. Encontrar novos locais, onde se possa dispor o lixo a custos razoáveis, é difícil. A solução seria o aumento da reciclagem, mas isso constitui apenas um problema adicional. Para gerenciar o caso, em 2010, o governo federal promulgou a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (12.305/2010), que inova quanto às responsabilidades dos geradores de resíduos e do Poder Público. Mas o problema ainda não foi resolvido.

Um mundo de boas intenções. Pena: sempre fica só na intenção Reunião tem de monte: tudo se discute, quase nada se resolve. Uma sacola plástica, uma garrafa pet, uma bituca de cigarro - tudo se joga fora para formar montanhas de lixo para as quais não há destinação razoável. A água é pouca, o ar está sujo. Há mata? Desmata. O homem se esquece de que a Terra é sua casa Luiz Carlos de Assis

Entre o céu azul e a cidade de São Paulo, a imensa faixa cinza, a poluição nossa de cada dia

A fumaça mortal Só em São Paulo, fábricas variadas e mais de sete milhões de veículos despejam 88,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, de acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambien-

te. As emissões de veículos subiram 68,2% entre 1990 e 2008. Estudo da Secretaria Estadual de Energia indica que as emissões de CO2 crescerão pelo menos 55% de 2005 a 2020. E, até 2035, elas devem mais que dobrar. Para evitar esse cená-

rio, Bruno Covas, secretário estadual do Meio Ambiente, diz que é necessário investir em transporte público, como metrô e trem, e em hidrovias: "As áreas de transporte e energia são prioritárias". As prioridades, porém, não

se materializam. Até a implementação de um diesel mais limpo não anda. Em 2002, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) aprovou a resolução 315, que obriga o uso do diesel S-50 (50 partes por milhão, ppm, de enxofre). Primeiro, houve dúvidas sobre se a determinação era para todos os veículos ou só para os novos. Em 2008, ficou certo que valia para todos os veículos pesados a partir de 2009. A Petrobras alegou que não havia tempo hábil para aumentar a produção. Agora, que a medida está para entrar em vigor, sabe-se que os postos não investiram em tanques separados e não podem ser punidos porque sua adesão ao programa é voluntária. Mas ainda falta muito para que os transportes no Brasil deixem de ser também um problema ambiental. O País desfez-se de uma malha ferroviária (urbana, inclusive), de tração elétrica, que não polui, ao longo de décadas. Chegou a ter 34.207 km de ferrovias, porém crises econômicas e falta de investimentos em modernização – além de um pendor acentuado pelos veículos de motor a explosão – fizeram a malha encolher para 29.706 km, segundo a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT). Dos 44 sistemas de bondes elétricos no País, que existiram a partir de 1892, com o sistema pioneiro do Rio de Janeiro, hoje não resta quase nada: como linha comercial, só a de Santa Tereza, no Rio; as outras duas que ainda funcionam, Santos e Campinas, são turísticas. Durante o Seminário Mobilidade e Transporte Sustentáveis, no Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, no fim de maio, foi mostrado que corredores de ônibus eficientes reduzem os congestionamentos, o que ajuda a melhorar a qualidade do ar. Do mesmo modo, os investimentos em trólebus, metrô e trem e em qualquer meio de transporte alimentado por eletricidade – que não polui. Um ônibus articulado de doze metros de comprimento, mesmo a diesel, transporta de 70 a 80 pessoas – o que significaria cerca de 70 carros a menos nas ruas, que ocupariam cerca de 350 metros de ruas e colocariam no ar mais gases de efeito estufa.

Vegetação e água em falta Este ano é o Ano Internacional da Floresta, tema do Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho). O programa da ONU prevê uma série de atividade que culminarão na Conferência Global sobre as Florestas (Act Now - Forests for the Future Generations, ou Aja Agora - Florestas para as Futuras Gerações), em setembro, na Finlândia. O Brasil ocupa posição de destaque no mundo, nesse particular. Abriga 478 milhões de hecatres de florestas, ou 12% de toda a cobertura florestal do Planeta. Abriga de 15% a 20% de toda a biodiversidade e 16% da água doce superficial do mundo. O Brasil tem defendido que o incremento da cooperação internacional em matéria de meio ambiente constitui o único caminho para atingir os objetivos acordados no plano global de promoção do desenvolvimento sustentável. A poluição das águas não preocupa menos. Dos ínfimos 2,5% de água doce que existem no mundo, apenas 0,4% estão efetivamente disponíveis em rios, lagos e aquíferos subterrâneos. São 1,39 bilhão de quilômetros cúbicos de água, que com o desmatamento, a poluição e as alterações climáticas pode ser reduzido a um terço nos próximos anos. As medidas contra o fim da água são poucas e pontuais. Há normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para reduzir a vazão de equipamentos sanitários, por exemplo, que não são respeitadas. Em 2004, os moradores de São Paulo tiveram um desconto nas contas de água se atingissem metas de redução – por conta de uma seca. Mas bastou os reservatórios encherem novamente e as campanhas foram rapidamente abandonadas. A concessionária Sabesp, que atende a maior parte dos municípios paulistas, por exemplo, desenvolve atualmente um projeto de R$ 100 milhões para trocar dutos antigos, cuja deterioração provoca vazamentos e perdas de água estimadas em 34% do total produzido. Um terço de toda a água de São Paulo, simplesmente desperdiçada, é muito mesmo.

5 de junho, data para lembrar sempre a atenção e revelavam perigos em potencial. Em seguida à conferência, a ONU criou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A primeira conferência teve seu principal desdobrado duas décadas depois, na Eco 92, também conhecida como Rio 92, nova reunião mundial para discutir os problemas ambientais, no Rio de Janeiro. A partir de 1972, todos os anos são eleitos um país sede e um tema para nortear as campanhas e as atividades. Este ano, é a vez da Índia, uma das economias que mais investe em crescimento verde. E o tema são as florestas. A Índia é um país habitado por 1,2 bilhão de pessoas. Boa parte exerce forte pressão sobre as florestas. Isso ocorre principalmente nas áreas den-

samente povoadas, onde as pessoas cultivam nas margens das florestas e onde as áreas de pastagem contribuem para a desertificação. Para evitar o desmatamento, a Índia introduziu projetos de monitoramento de plantas, animais, água e de outros recursos naturais. Um programa de arborização está melhorando o manejo florestal. E o país estabeleceu boas soluções como um sistema de plantio de árvores. A Índia está desenvolvendo um dos maiores projetos de energia verde no mundo, que vai gerar cerca de 20 mil megawatts a partir da energia solar e 3.000 megawatts a partir de usinas eólicas. A primeira fase do projeto de US$ 50 bilhões terá início no próximo ano. Segundo o Dr. T. Chatterjee, Secretário de Meio Ambiente e Florestas da

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ser humano tem causado ao meio ambiente e os riscos para a sobrevivência da humanidade. Segundo a pauta, a diversidade biológica deveria ser preservada acima de tudo. A data foi a do início da conferência (5 a 16 de junho), que pretendia dar mais visibilidade ao problema ambiental. Então, as proporções não eram alarmantes, mas já chamavam

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oi em 1972. A Assembleia Geral das Nações Unidas abriu sua Conferência sobre Ambiente Humano em Estocolmo, na Suécia, preocupada com a evolução das várias poluições – do solo, do ar, da água – em todo o mundo. A conferência reuniu 113 países, além de 250 organizações não governamentais. A pauta principal abordava a degradação que o

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Índia, "oferecer-se para sediar o Dia Mundial do Ambiente é outra demonstração do seu forte comprometimento em trabalhar com a comunidade mundial para o desenvolvimento sustentável". A comemoração do dia 5 de junho na Índia faz parte dos milhares de eventos que ocor-

rem ao redor do mundo. O Dia Mundial do Ambiente 2011 enfatiza a maneira que as ações individuais podem ter um impacto exponencial, com uma variedade de atividades que vão desde o plantio de árvores a mutirões de limpeza e campanhas verdes nacionais. (LCA)

Presidente Rogério Amato

Pesquisa Fotográfica Mirian Pimentel

Diretor de Redação Moisés Rabinovici

Editor de Arte José S. Coelho

Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira

Diagramação Hedilberto Monserrat

Editor Luciano Ornelas

Arte Alfer e Max

Repórteres Luiz Carlos de Assis

Gerente Executiva de Publicidade Sonia Oliveira Impressão Diário de S. Paulo www.dcomercio.com.br

Editor de Fotografia Alex Ribeiro


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sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de junho de 2011

Um grande desafio para o País: acabar com os lixões

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Paulo Pampolin/Hype

Esses lixões degradados pelo País poluem solo, água e ar. Mas o Plano Nacional de Resíduos Sólidos determina que todos os municípios eliminem lixões a céu aberto e os substituam por aterros sanitários até 2014 zação e educação de sua população", diz Tadayuki Yoshimura, presidente da ABLP. Segundo ele, a erradicação dos lixões é um tema de extrema relevância para se elevar o nível do Brasil na destinação final de resíduos. E uma das grandes soluções para isso será a implementação de 256 aterros regionais (por consórcios de municípios) e de 192 aterros de pequeno porte, com aporte de recursos federais e/ou estaduais e participação da iniciativa privada. Milhões de empregos A lei também obriga o município a se adequar à sistemática da coleta seletiva. As cidades que não adotarem os proc e d i m e n t o s p re v i s t o s a t é Dilvulgação

Tadayuki Yoshimura: "Temos grandes desafios pela frente”

agosto de 2014 deixarão de receber verbas do governo federal. Essa obrigação aumenta os desafios para os pequenos e médios municípios, que ainda usam lixões a céu aberto por não dispor de recursos financeiros nem capacidade técnica para a gestão adequada dos serviços. Se os desafios são grandes, as recompensas também prometem ser. A própria ABLP vislumbra a geração de milhões de empregos para catadores – que serão transformados em agentes de coleta seletiva – caso o governo promova os incentivos fiscais e tributários para estimular empresas e cooperativas. A avaliação é do diretor da ABLP, Walter Capello Júnior: “Só assim os investimentos ne-

cessários serão financeiramente interessantes e só depois disso o setor poderá, de fato, agregar valores à economia nacional”. Segundo ele, não há estímulos tributários para o uso de materiais recicláveis. Logística reversa A logística reversa é o principal instrumento da Política Nacional de Resíduos Sólidos para garantir maior eficácia no descarte e na reciclagem do lixo. As normas para coleta, separação, reaproveitamento e a destinação adequada de alguns produtos - como eletroeletrônicos, remédios, lâmpadas fluorescentes, embalagens em geral e recipientes e sobras de óleo lubrificantes – estão sendo discutidas por cinco grupos de trabalho criados desde o início de maio pelo ministério. O processo da logística reversa responsabiliza as empresas e estabelece uma integração de municípios na gestão do lixo. “Esse é um processo no qual os produtores de um eletroeletrônico, por exemplo, têm de prever toda a reciclagem daquele produto, como será feito o retorno e a destinação ambiental adequada, especialmente de alguns itens que retornem para o ciclo produtivo”, explica a coordenadora de Consumo Sustentável do MMA, Fernanda Daltro. Participam do grupo todos os envolvidos na cadeia, como importadores, fabricantes, distribuidores, comerciantes, o Movimento Nacional de Catadores de Material Reciclável, Estados e municípios. A regras para o descarte dos produtos podem entrar em vigor já no segundo semestre de 2012. Um caso bem sucedido de logística reversa é o das embalagens vazias de agrotóxicos. Mais de oito mil toneladas de embalagens de defensivos agrícolas foram entregues para o descarte ambientalmente correto nos três primeiros meses deste ano, resultado 17% melhor que o registrado no mesmo período do ano passado. (LCA)

O Parque da Ciência em Cidade Tiradentes: lazer e resquícios de Mata Atlântica no extremo leste da cidade

Esta cidade carente de área verde, mais uma ilha de calor

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Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) da cidade de São Paulo informa: dos 1.509 quilômetros quadrados do município, com onze milhões de habitantes, só 16,36% são áreas verdes – 10,24% na zona urbana e 6,12% na zona rural. Isso evidencia a carência de áreas verdes na cidade. A média é de 58,10 metros quadrados por habitante na cidade, melhor em Capela do Socorro (162,18 m2/habitante), pior no Itaim Paulista (0,92 m2/habitante), segundo a SVMA. Relatório de pesquisa da USP mostra que a quantidade de árvores influencia as condições cli máticas dos bairros, melhora o conforto térmico e a umidade do ar. Sem cobertura vegetal suficiente, as cidades de médio e grande porte tendem a se tornar ilhas de calor, ou seja, regiões em que há significativo aumento de temperatura. Desde 2008, a Prefeitura vem implementando um plano chamado "100 Parques". Entre parques estaduais e municipais, há atualmente 77 áreas

espalhadas pela cidade. Os municipais eram 41 no início do projeto. O mais importante e famoso é o parque do Ibirapuera, inaugurado em 1954, para a comemoração do Quarto Centenário de São Paulo. Tem 1,5 milhão de metros quadrados e abriga monumentos como o Obelisco, museus como o de Arte Moderna e instalações como o Planetário – além do viveiro Manequinho Lopes. Outros grandes parques da cidade são o do Carmo, VillaLobos e Anhanguera, onde se pode escutar o canto do sabiá-laranjeira. O programa "100 Parques" inaugurou sua 77ª unidade em janeiro deste ano. É o parque da Ciência, em Cidade Tiradentes, com 187.000 m2, campo gramado, duas quadras poliesportivas, centro de convivência, bancos e mesas para jogos, além de uma sala multiuso. E, claro, árvores. Árvores estão sempre no centro das iniciativas com parques em São Paulo. O parque da Ciência fica na rua Argote, no setor Santa Etelvina com acesso pela rua dos Têxteis, vizinho do

Hospital Cidade Tiradentes. Preserva resquícios de Mata Atlântica e abriga animais como um casal jacuguaçu (com filhote), além de picapaus, tucano de bico verde, sanhaço e sabiá-laranjeira. Tudo isso foi motivo de orgulho do prefeito Gilberto Kassab, na inauguração: "Nós mais que dobramos o número de parques. No início da gestão, tínhamos 15 milhões de m² e temos a expectativa de deixar a cidade com mais de 50 milhões de m² de área verde em parques, o que é extraordinário". O programa de arborização da Prefeitura oferece aos cidadãos mudas de árvores gratuitamente. Qualquer pessoa pode pegar uma muda de árvore sem pagar nada em parques como o do Ibirapuera, Guarapiranga, Eucaliptos, Chico Mendes, Trote, Piqueri, Santa Amélia, Ermelino Matarazzo, Santo Dias, Severo Gomes, Nabuco, Shangrilá, Chácara das Flores, São Domingos, Previdência e Luis Carlos Prestes. Ao pegar a muda grátis, a pessoa recebe também uma apostila sobre plantio e cuidados. (LCA)

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urante mais de vinte anos, tramitou pelo Congresso uma lei que permitiria ordenar e disciplinar a questão do lixo no Brasil. Uma questão importante? Sim, já era em 1989, quando foi apresentado pelo senador Francisco Rollemberg o Projeto de Lei 354, que só viria a ser analisado, discutido, votado e promulgado no ano passado, 2010, com o nome de Lei dos Resíduos Sólidos. Não mudou o lixo, que é o mesmo (só em maior quantidade) que se tinha em 1989. Mudou o alcance da lei, que agora está preocupada com todo e qualquer descarte. A primeira preocupação, entretanto, continua sendo a disposição do lixo. E a meta principal de acabar com os lixões, muitos deles situados em margem de rios e lagoas, poluem solo, água e ar. No solo, o lixo torna-se ambiente propício ao desenvolvimento de transmissores de doenças, sem falar no visual degradante. Na água, altera as características de rios e lagoas pela decomposição da matéria orgânica. No ar, forma gases naturais, originando riscos de migração de gás, eventuais explosões e doenças respiratórias. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu: todos os municípios brasileiros devem eliminar lixões a céu aberto até 2014 e substituí-los por aterros sanitários. Em 2010, apenas 57% dos resíduos urbanos tiveram destinação ambientalmente adequada, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos do Brasil, produzido pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). O Brasil produz 180 mil toneladas de lixo urbano por dia, com o qual gasta, em média, R$ 80 por tonelada com coleta e mais R$ 70 com aterro – R$ 150 por tonelada para se livrar do lixo. "Temos grandes desafios pela frente para fazer com que o Brasil adapte suas infraestruturas, desenvolva sua logística e serviços e avance na conscienti-

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Terra aquecida, um cenário dramático. E a culpa é nossa Algumas consequências do aquecimento global: elevação do nível do mar; eventos meteorológicos extremos, extinção de espécies e variações na produção agrícola; derretimento de geleiras e calotas polares; maior incidência de doenças tropicais

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Kassab, o prefeito Bloomberg, de Nova York, e seus convidados da 4º cúpula do C40 no Ibirapuera

dores do efeito estufa, além de um sistema de medição de emissões. “Espero que isso ajude a desenvolver o plano de combate as mudanças climáticas nas cidades. Por muitos séculos, as cidades foram o berço das grandes ideias” disse Zoellick. O prefeito Gilberto Kassab apontou que os governos nacionais não chegam a um consenso sobre o clima, mas os prefeitos estão buscando saídas. “É nas cidades que os problemas se materializam. É onde estão o lixo, os resíduos, o déficit de saneamento. Enfrentamos isso todos os dias. Precisamos encontrar as soluções para este problema”, disse Kassab. O ex-presidente americano Bill Clinton afirmou que o anúncio do Banco Mundial é importante não só pelos recursos. "Essa iniciativa vai

dar credibilidade.E, afinal, o custo desses projetos podem ser compensados em 17 anos. São projetos caros". A grande estrela do encontro, o prefeito novaiorquino Michel Bloomberg, vai levar a Declaração de São Paulo à Organização das Nações Unidas (ONU). E apontou que o documento também aponta a Conferência da ONU para Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada no Rio de Janeiro em 2012, para apresentar as iniciativas das cidades na área. De acordo com Bloomberg, há muito interesse em investir em projetos técnicos. Na cúpula, ele disse que as cidades precisam ter proficiência técnica para gerir projetos: "Vamos fazer isso em parcerias globais e com os recursos que temos". (LCA)

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ocorrem quando são lançados no ar mais gases de efeito estufa, como o gás carbônico, do que as florestas e os oceanos podem absorver. As consequências não são nada animadoras: o aumento da temperatura global pode elevar o nível do mar e mudar os padrões de chuvas, que podem resultar em enchentes ou secas. Outros efeitos: alterações na frequência e intensidade de eventos meteorológicos extremos, extinção de espécies e variações na produção agrícola. Além desses impactos intensos, como derretimento de geleiras e calotas polares, os climas mais quentes podem aumentar a incidência de casos de peste bubônica (que matou milhões no século 14). Assim como aumentar o número de doenças tropicais, como a malária, a dengue e a disenteria. Seja por causa da piora nas condições de saúde, ou por causa da diminuição do suprimento de água, os países da África sub-saariana, da Ásia e da América do Sul são os mais vulneráveis às conseqüências do aquecimento da Terra. Segundo José Antônio Marengo, pesquisador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, reconhecido internacionalmente, também podem ocorrer eventos extremos como ondas de calor e de frio, furacões e tempestades, que já têm afetado diferentes partes do mundo. Em 2003, houve uma onda de calor na Europa; os furacões Katrina, Wilma e Rita no Atlântico Norte em 2005; um inverno extremo na Europa e na Ásia em 2006. O Brasil sofreu com o furacão Catarina (2004) e a recente seca da Amazônia (2010), considerada a maior dos últimos cem anos. (LCA)

os moldes da Virada Cultura e da Esport i v a , u m a Vi r a d a Sustentável, com eventos, instalações, mostras e um "Homem Reciclável", encerrou uma semana, a passada, toda dedicada ao ambiente em São Paulo. Foi a semana da 4ª Cúpula do C40. A rede congrega as 40 maiores cidades do mundo – em São Paulo, havia pelo menos 57 representadas –, com preocupações específicas quanto a mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. Já houve cúpulas semelhantes em Londres, Nova York e Seul. A quarta edição reuniu prefeitos e representantes de prefeituras de cinco continentes no Sheraton São Paulo WTC Hotel, na Zona Sul. À frente, o prefeito de Nova York, Michel Bloomberg. Esses 57 prefeitos assinaram a Declaração de São Paulo, tanto prática quanto idealista. A Declaração formalizou a reivindicação dos prefeitos por mais espaço na definição de políticas públicas sobre mudanças climáticas. E, ao mesmo tempo pediu acesso a mais financiamento de projetos na área ambiental e mais atenção para a importância das cidades nas iniciativas de adaptação às mudanças climáticas e a mitigação de efeitos. E quer que os governos federais reforcem o poder das prefeituras nas políticas públicas. "É das nossas cidades que vão sair as soluções", disse Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo e anfitrião. A cúpula produziu efeitos imediatos, do lado prático. Presente ao encontro, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, formalizou um acordo para que governos municipais tenham acesso direto a um fundo de US$ 6,4 bilhões da instituição para projetos na área ambiental. O banco vai oferecer auxílio técnico para projetos de redução das emissões de gases causa-

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2007: de acordo com o relatório, a temperatura da superfície terrestre aumentou 0,74º C durante o século 20. Modelos climáticos referenciados pelo IPCC projetam que as temperaturas globais da superfície da Terra podem se elevar até 6,4º C entre 1990 e 2100. Esse aumento foi causado, principalmente, por concentrações crescentes de gases do efeito estufa, como resultado de atividades humanas. Incluem-se entre essas atividades a industrialização, que levou a maior queima de combustíveis fósseis e o desmatamento. Note-se que o efeito estufa não é necessariamente daninho: é um fenômeno natural para manter o Planeta aquecido. As mudanças climáticas e o aquecimento global

As maiores cidades do mundo discutem o clima em São Paulo Patrícia Cruz/LUZ

Danilo Verpa/Folha Imagem-10/12/2009

uando o clima varia em escala global ou em muitos sistemas regionais ao longo do tempo (mudanças de temperatura, precipitação, nebulosidade e outros fenômenos em relação às médias históricas), estamos diante do que se convencionou chamar de mudanças climáticas. Isso pode ser efeito de processos naturais ou decorrentes da ação humana. As formas mais comuns de mudanças climáticas incluem o aquecimento global. É contra efeitos desse tipo que se batem os ambientalistas e em seu nome são lançadas campanhas que sensibilizam – ou se tentam sensibilizar – as mentes de todo o mundo. A ideia é fazer o ser humano reconhecer que a culpa de tudo isso é nossa. O aquecimento global é a maior preocupação quanto às mudanças climáticas. Trata-se do aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra, que ocorre desde meados do século passado e que perdura neste século 21. Isso está expresso no 4º Relatório da Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, de

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Os “correntões”: dois tratores potentes arrastam uma corrente forte e devastam áreas enormes. Em seguida o desmatador bota fogo na área

Amazônia devastada mais depressa. Antes do novo código O desmatamento na Amazônia cresceu 27% apenas nos últimos nove meses, um arrastão. A discussão sobre o novo Código Florestal, já aprovado na Câmara e em tramitação no Senado, provocou a corrida absurda. Afinal, vislumbra-se uma anistia aos devastadores

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o final de maio, a ministra do Meio A m b i e n t e , I z abella Teixeira, recebeu os resultados sobre desmatamento e ficou alarmada. Em resumo, o desmatamento da Amazônia havia crescido muito – 27% nos últimos nove meses. São 1.848 km2 desmatados. O pico aconteceu entre março e abril deste ano, com um estrago de 593 km2 de vegetação nativa, ou 473% mais do que o volume desmatado no mesmo bimestre de 2010. Mato Grosso está no topo desse pódio negativo, com perda de 480,3 km2 de florestas entre março e abril. Representa 80% do desmatamento detectado na Amazônia. É ou não é caso para um gabinete de crise? Foi o que a ministra fez: sob ordens diretas da presidente Dilma Roussef para "sufocar o desmatamento", Isabella Teixeira criou o tal gabinete. Justamente no Ano Internacional da Floresta. As primeiras ações se valem do Exército. As Forças Ar-

madas participam do combate ao desmatamento, em especial no Mato Grosso, atuando no bloqueio da comercialização de madeiras exploradas ilegalmente no Estado, de acordo com o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ramiro Martins Costa. O próprio instituto convocou agentes em todo o Brasil, mais de 500, para atender à emergência. Além disso, as ações em todo o País contam com reforço da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e agentes de institutos ambientais estaduais. Código Florestal, o culpado? Depois do problema instalado, veio a pergunta: se havia monitoramento via satélite e fiscalização do Ibama, se havia Polícia Federal, Instituto da Terra e Polícia Militar, como isso foi acontecer? Responde o senador Paulo Davim, do PVRN: o desmatamento no Brasil vem sendo incrementado com

a eventual perspectiva de anistia a quem cometeu crimes ambientais, presente na discussão do novo Código Florestal, que passou pela Câmara e está no Senado. Também o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado do Mato Grosso (Cipem) informou que o aumento exagerado dos índices de desmatamento "dá a crer que há uma corrida pela devastação com vistas a uma possível anistia, a partir da aprovação do novo Código Florestal". Um ofício assinado pelo secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, Alexander Torres Maia, relata que o Código Florestal criou a expectativa de que não seriam concedidas novas autorizações para desmatamento. Mais: que os proprietários rurais que tivessem desmatado seriam anistiados. "Não há como negar a forte vinculação entre o desmatamento e os processos de discussão da legislação ambiental", diz o ofício, confirmado pelo secretário ao jornal O Es-

tado de S. Paulo. Também o presidente do Fundo de Apoio à Madeira de Mato Grosso, César Mazon, confirmou o que técnicos do Ibama presenciaram: produtores e pecuaristas estão se utilizando de "correntões" – dois tratores potentes arrastam uma corrente forte (45 centímetros de diâmetro de elo) contra as árvores e devastam áreas enormes em pouco tempo. Em um flagrante, no município de Nova Ubiratã (MT), foram apreendidos tratores e correntes. A área desmatada não dispunha de autorização ambiental. Depois do correntão, o desmatador bota fogo na área e, na sequência, semeia grãos ou introduz gado. Em Itaúba, no norte do Mato Grosso, os fiscais identificaram desmatamento de 1.126 hectares na floresta queimada. Perto dali, apreenderam 389 toras de diversas espécies, que estavam em várias esplanadas ao longo dos ramais abertos na floresta para a retirada da ma-

deira ilegal. Fiscais do Ibama apreenderam, só no Mato Grosso, 40 dos 56 tratores de esteira de grande porte recolhidos na Amazônia. Além dos tratores, o Ibama apreendeu 46 mil metros cúbicos de madeira e 76 caminhões, e embargou 27 serrarias e 37.300 hectares de áreas. As multas chegaram a 275 milhões. Crime, corrupção... Há uma série de razões apontadas para tanta devastação. O senador Paulo Davim aponta as limitações no sistema de monitoramento por satélite. De fato, o sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), embora ágil, não registra todo desmate. E, no período de observação, Estados tiveram 80% de seu território coberto por nuvens, o que dificultou o monitoramento, como no Pará. O tamanho exato das áreas desmatadas sairá no relatório do Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazô-

nia (Sistema Prodes), mais preciso. O relatório abrange o período de agosto de um ano a julho do ano seguinte. Deve sair em setembro próximo. E há quem desconfie que a fiscalização não fiscaliza tão bem assim. Um pouco por inação, boa parte por corrupção. No ano passado, a Polícia Federal deflagrou a Operação Alvorecer, no Pará, para investir contra eventuais quadrilhas em prática de crimes ambientais. No curso das investigações, a PF constatou a participação de servidores da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) em uma rede de corrupção. Foram obtidos indícios contra dez pessoas, inclusive um ex-vereador e um ex-funcionário da Sema. Nesse caso, foi constatada aprovação ilegal de vistorias e de licenças para exploração de madeira e planos de manejo, contra propina. Há, também, quem não acredita em desmatamento. Outro s e n a d o r, J a y m e C a m p o s (DEM-MT) afirmou em plenário que seu Estado respeita o meio ambiente e que os exageros constatados se apoiam em fatos isolados: "Para mim, tudo isso é uma farsa. Só existem essas denúncias agora, porque se está discutindo o Código Florestal". (LCA)

Consciência ambiental: esse novo produto do comércio dá lucro Divulgação

tão de resíduos sólidos. Varejo e indústria unem-se para desenvolver projetos conjuntos. Os dois estimulam o consumidor. O consumidor é motivado e motivador, porque é ele que demanda essa preocupação. E os comerciantes correm para entregar produtos com impactos cada vez menores, a preços competitivos. Iniciativas das empresas As empresas correm para não ficar para trás. O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, tem diversas ações no âmbito social com foco na promoção do desenvolvimento humano e há dez anos investe em projetos de reciclagem). "Hoje são algumas lojas nesse conceito. Mas a tendência é

A loja da francesa Leroy Merlin, em Niterói, no Estado do Rio, foi indicada como finalista do maior prêmio de sustentabilidade

que esse número aumente", diz Ligia Korkes, gerente de responsabilidade socioambiental do grupo Pão de Açúcar. A rede americana Wal-Mart tem dois supermercados verdes, no Morumbi e na Granja

Viana, em Cotia. Em 2005 a Wal-Mart definiu uma visão de longo prazo na qual a empresa deve ser suprida 100% por energia renovável; com impacto zero em resíduos; e ofertar mais produtos com diferen-

ciais sustentáveis. Em maio, a loja do "faça você mesmo", a francesa Leroy Merlin, em Niterói, no Estado do Rio, foi indicada como finalista do prêmio GreenBest 2011, o maior prêmio de sustentabilidade do País. Inaugurado em outubro de 2009, foi o primeiro estabelecimento de varejo no Brasil certificado pelo processo Aqua – distinção concedida por meio de auditorias independentes, com processo conduzido pela Fundação Vanzolini. E os pequenos? Mas o pequeno comerciante também tem facilidade de entrar na onda verde, diz Luiz Macedo, da FGV. Em geral, esses pequenos empresários acham

que ambiente é assunto dos grandes. Não é. E o pequeno tem a vantagem de estar bem mais próximo do consumidor. Uma pequena padaria, exemplifica Macedo, pode mostrar a seus clientes que está comprometido com a limpeza. O próprio comerciante começou a perceber – inclusive pela cobrança direta – que o consumidor está mais preocupado com o ambiente. As pessoas não querem ver nenhuma empresa prejudicando a natureza em nome de seu lucro. O problema ambiental, porém, tem de se alicerçar sobre uma boa gestão do negócio. Diz Luís Macedo que a sustentabilidade tem três pilares: financeiro, econômico e ambiental. (LCA) DC

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eitas as contas, de acordo com pesquisas e registros de organizações ambientais, o impacto do varejo no ambiente é de cerca de 8%. Pouco. E olhado por esse ângulo nem seria caso de o comércio se preocupar com o ambiente. Mas nos últimos cinco anos não foi o que se viu. Nos estabelecimentos, verificou-se o crescimento da importância das questões sociais e, em especial, da sustentabilidade. Entre as grandes redes de varejo, há uma tendência de adotar novos equipamentos, que trazem ganhos em relação à economia de recursos naturais. Além disso, as empresas preocupam-se com consumo de água e de energia e com a ges-

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de junho de 2011

Newton Santos/Hype

Associação recomenda mais cuidado nessa discussão Para o superintendente da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo, ainda não houve uma discussão sobre as sacolinhas. Mais do que proibir e gerar impactos econômicos, o importante é discutir a destinação final adequada das sacolas Newton Santos/Hype

P E as cidades começam a proibir sacolas plásticas Cidades como Jundiaí e Belo Horizonte já proibiram. Em São Paulo, a medida entra em vigor dia 1º de janeiro de 2012. Mas a indústria de plásticos fala em desemprego; e alerta que mais útil seria a conscientização do uso da sacola, hoje considerado uma agressão ao meio ambiente

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esde agosto do ano passado, a cidade de Jundiaí deu um passo para tornar o ambiente melhor: baniu as sacolas plásticas – com aprovação de 75% da população. Com a medida, saíram de circulação 80 toneladas de sacos consumidas por mês pelos 300 mil moradores. Essas sacolas estão sendo substituídas por embalagens ecológicas retornáveis ou biodegradáveis. O exemplo de Jundiaí fez florescer um movimento semelhante que pretende abranger todo o Estado. No mês passado, um acordo entre o governo do Estado e a Associação Paulista de Supermercados (Apas) prevê que até meados de novembro não haverá mais sacolinhas nos supermercados paulistas. A Câmara Municipal de São Paulo também aprovou a proibição de sacolas plásticas na cidade, lei que estava em tramitação desde 2007, mas só tomou corpo em meados de maio, encampado pelo vereador Roberto Trípoli, do PV. A

medida entra em vigor no dia 1º de janeiro do ano que vem. Quem desrespeitar a regra poderá ser multado ou até ter a licença comercial suspensa. A proibição valerá para todo o comércio na Capital paulista, não apenas para os supermercados. Leis semelhantes para banir as sacolinhas já existem no Estado de São Paulo, não só em Jundiaí, mas em Sorocaba, Itu e Monte Mór. Em Belo Horizonte (MG), a lei entrou em vigor no dia 18 de abril e prevê multa de R$ 1 mil, valor que dobra na reincidência. Também há leis parecidas em capitais como Cuiabá e Rio de Janeiro. Se depender do Ministério do Meio Ambiente, haverá menos 40% de sacolinhas em todo o País até 2014. E se for por conta das redes de supermercados, a meta é ainda mais ambiciosa: o Wal-Mart quer reduzir as sacolas a 50% até 2013. E o Grupo Carrefour espera chegar em 2014 sem oferecer nenhuma sacola plástica em suas lojas. Se tudo der certo, o Brasil

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reduzirá – e muito – o consumo atual, de cerca de 15 bilhões de unidades por ano, quase 80 sacolinhas por habitante. O objetivo é que, a partir de novembro, o consumidor leve suas próprias embalagens de casa para fazer compras, como já acontece em outros países. Quem não levar, terá de comprar uma sacola, feita de amido de milho (que se decompõe em quatro meses). Cada sacolinha biodegradável custará R$ 0,19. Serão comercializadas, também, caixas de papelão resistente. Para acelerar a ideia, o Ministério do Meio Ambiente lançou em 2009 a campanha "Saco é um Saco". No início deste ano, um balanço da campanha mostrava que, em um ano e meio, cerca de cinco bilhões de sacolas plásticas sumiram de cena. Um problema com a nova campanha resultante do acordo entre governo do Estado de São Paulo e supermercados é que a iniciativa não é coercitiva, depende de adesão. Quem não aderir à causa não terá de pagar qualquer multa. Já a lei municipal prevê multas e até cassação de licença. Em um caso ou outro, há boa vontade das redes de supermercados. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), o gasto com as sacolinhas não sai de graça para o consumidor. As embalagens consomem até 1% do faturamento – um valor alto porque a margem de lucro do setor está entre 3,5% e 4%. Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, entidade ligada ao setor produtivo do plástico no Brasil e divulgador da pesquisa no País, tem opinião contrária: "Os questionamentos no Brasil não têm levado em conta as questões técnicas e ambientais. Se a sacola plástica teve o melhor desempenho na pesquisa, por que proibir o produto?". De acordo com a Plastivida, o governo não ouviu todos os setores, como a indústria. E lembra que um programa de redução, implementado em 2007, diminuiu em quatro bilhões o número de sacolas usadas. Outra solução, bem mais trabalhosa, seria usar sacos feitos com dobradura de jornal. No caso do lixo orgânico, segundo o Instituto Akatu, é só colocar dois ou três sacos de papel para fazer com que o lixo não vaze. Bahiense, da Plastivida, ainda sugere que, em vez de coibir as sacolas plásticas, como tem ocorrido em algumas cidades, é preciso conscientizar a população. Ele defende a necessidade de ensinar os cidadãos a diminuir o consumo de sacolas, reaproveitá-las ao máximo e encaminhá-las para reciclagem sempre que possível. (LCA)

reocupada com o meio ambiente, a Associação Comercial de São Paulo tem uma comissão específica que atua continuamente. Tem programas de conscientização do uso de recursos naturais, apoia cooperativas de catadores e faz campanha pela aplicação correta da coleta seletiva, faz parcerias com entidades e empresas para promover o descarte adequado de materiais. Quanto à questão das sacolinhas, porém, a Associação recomenda cuidado: a questão não é tão simples quanto banir ou não banir as sacolas, diz o economista e superintendente da ACSP, Marcel Solimeo. O principal problema das sacolinhas é que hoje acabam jogadas em qualquer lugar e vão para as bocas de lobo, o que entope as galerias de águas pluviais. Isso provoca enchentes. Eventualmente, as sacolas chegam aos rios e causam danos ambientais. O que, diz ele, leva a uma única conclusão: descarte adequado e reciclagem estão no foco da questão. Mas não se pode falar em banimento pura e simples: "Proibir totalmente pode gerar um impacto econômico ainda mais sério e problemas ainda mais graves, como desemprego e fome". A indústria de plásticos no Brasil reúne quase doze mil empresas, que empregam 350 mil pessoas. Cerca de 94% dessas empresas são de micro e pequeno porte. Só o Estado de São Paulo tem 5.093 empresas e quase metade dos empregados (157 mil).

Solimeo: "Proibir totalmente pode gerar impacto econômico mais sério e problemas graves, como desemprego e fome"

A Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief) já expressou essa preocupação das indústrias que representa, em face do banimento já definidos em outras capitais e que entrará em vigor em São Paulo a partir de janeiro do ano que vem. A média da perspectiva de queda dos negócios nessa área, segundo a Abief, é de 38% dos negócios, o que determinará demissões, certamente. Mais: sem a sacolinha do comércio, as pessoas terão de comprar sacos especiais para o lixo. Para Solimeo, essa não será uma solução viável para as famílias de baixa renda. Ele acha que a solução pode ser implantada em alguns bairros de São Paulo, mas não em todos. Para a Abief, o consumidor terá um gasto médio mental de R$ 15 com o fim das sacolas plásticas nos supermercados. Isso pode ser pesado para famílias de baixa renda. Usar as sacolas biodegradáveis (feitas de amido de milho) que os su-

permercados devem vender a R$ 0,19 por unidade não seria economicamente viável: sai mais caro do que comprar sacos de lixo. O problema, de acordo com Solimeo, é que não houve discussão do tema. Por isso, mais do que proibir e gerar impactos econômicos, o importante é discutir a destinação final adequada das sacolinhas. Ele recomenda que todos os setores envolvidos – ambientalistas, governos, comércio e os fabricantes das sacolas – deve se unir para conversar. Daí pode sair uma solução. Isso pode incluir campanhas de conscientização da população por um uso mais responsável, bem como programas para promover a reutilização e o descarte corretos. Solimeo aponta que a Associação Comercial apoia campanha nesse sentido, participa e orienta, inclusive por meio de palestras: "É um processo lento, mas devemos continuar nessa direção". (LCA)

Todos os problemas sociais e ambientais discutidos aqui, na ACSP ACSP/Divulgação

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oda última quarta-feira de cada mês, ao fim da tarde, reúne-se no 11º andar da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) um colegiado que discute problemas sociais e ambientais. Nesses dias, fala-se sobre recursos naturais, principalmente água e eletricidade, coleta seletiva, descarte de materiais inservíveis, resíduos tecnológicos, inclusão no mercado de trabalho por pessoas como catadores de rua. A cada tema, procura-se encontrar uma solução que possa ser traduzida em programas objetivos. E que possam redundar em qualidade de vida e sustentabilidade, objetivos da Comissão Socioambiental da ACSP. Há muitos anos, a Associação Comercial investe em responsabilidade social, em busca de uma sociedade com mais oportunidades. Ao longo de mais de um século, a instituição sempre acreditou em tudo que continua acreditando: inclusão de jovens e profissionais com deficiência, responsabilidade social com descarte de materiais, uso dos recursos naturais. Não à-toa, a ACSP recebeu recentemente a certificação NBR 16001:2004 Responsabilidade Social. É uma norma que estabelece os requisitos para uma gestão eficaz, com objetivo de assegurar que a instituição mantenha um sistema de gestão de processo para colaborar com o desenvolvimento socioeconômico e ambiental de modo eficiente. O sistema de gestão da ACSP foi auditado e certificado pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini, com con-

ACSP. Entre os trinta expositores, de e n t i da d e s públicas e privadas, estavam a p o s e n t ad o s , a r t esãos, associações e empresas Feira de Produtos Reciclados, promovida pela ACSP d e p e q u eno, médio e sultoria especializada da BSD grande porte. Como representante do óleo de cozinha Consulting. Por isso, é permanente a estava a Ecóleo, a associação busca de meios para melho- voltada à coleta e reciclagem rar os processos e a qualida- de resíduos de óleo comestíde de vida das pessoas – dire- vel. A Ecóleo busca conscienta ou indiretamente envolvi- tizar a população sobre a imdos com a Associação. Um portância de armazenar o dos temas nessas reuniões é a material e levá-los a pontos Feira de Produtos Recicla- de reciclagem. A Sabesp estidos. Em dezembro do ano ma que mais de 20% de seu orpassado, a ACSP realizou a çamento são gastos em dequarta edição, sempre no Pá- sentupimentos causados pelo descarte inadequado do tio do Colégio. A 4ª Feira de Produtos Re- óleo comestível. No início do ano, o Conseciclados, mais uma vez, mostrou que a transformação de lho promoveu o Seminário materiais pode ser um cami- Brasil-Alemanha, com a nho muito bom para promo- participação de 27 jornalisver a sustentabilidade. Fo- tas alemães, em comissão ram apresentados produtos enviada pela Agência Fedee ideias com fins ecológicos, e ral de Educação daquele demonstrados diferentes país. Entre outras atividamétodos de reciclagem para des, eles ouviram da coortransformar o que seria lixo denadora do Conselho, Maem produtos utilizáveis e, ria José Ribeiro, uma explanação detalhada sobre a neaté, comercializáveis. "O lixo é um grande pro- cessidade de reduzir a taxa blema em São Paulo. Cada de desmatamento da florespessoa gera 1,5 kg de lixo por ta amazônica, condição lidia. Temos de quebrar o pa- gada à qualidade ambiental radigma de que a reciclagem d o P l a n e t a . E l a t a m b é m é destinada apenas para o ca- apresentou aos visitantes tador de rua", diz Maria José projetos relativos à proteRibeiro, coordenadora do ção de bacias hidrográficas Conselho Socioambiental da e programas de reciclagem.


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