Jornal do empreendedor
São Paulo, quinta-feira, 19 de abril de 2012
Paulo Pampolin/Hype
ESPECIAL TELECOM
Com o celular e a banda larga móvel, hoje é possível pagar contas, comprar, fazer um curso a distância, navegar na internet e até falar. Com a chegada da quarta geração (4G) de telefonia, as possibilidades serão ainda maiores.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ESPECIAL
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Mercado brasileiro
cresce mais que a média mundial No ano passado, as vendas de smartphones bateram recorde e o acesso à banda larga móvel dobrou
CARLOS OSSAMU
O
s números divulgados recentemente sobre o desempenho da telefonia móvel no Brasil mostram um setor com crescimento vertiginoso. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o País fechou o mês de março com 250,8 milhões de linhas ativas na telefonia móvel e teledensidade de 128 acessos por 100 habitantes. São 205,2 milhões de linhas prépagas e 45,5 milhões no planos pós-pago em operação no País. No mesmo período, foram habilitadas 3,2 milhões de novas linhas. Os terminais 3G (banda larga móvel) totalizaram pouco menos que 52 milhões de acessos no mês passado, segundo dados da agência.
SMARTPHONE Já uma pesquisa da empresa de consultoria IDC Brasil mostrou que o mercado brasileiro de smartphones bateu recorde em 2011 e chegou à marca de 9 milhões de aparelhos vendidos. Houve um aumento de 84% em relação ao ano de 2010, quando o País comercializou 4,8 milhões de smartphones. De acordo com o estudo da IDC, existem diversos fatores que influenciaram este forte crescimento do mercado: a
ampliação de portfólio de celulares inteligentes por parte dos fabricantes, a oferta de pacote de dados, o subsídio para a compra de smartphones por parte das operadoras, o crescimento da participação do varejo na venda destes dispositivos e o próprio avanço da tecnologia. "Hoje, existem aparelhos com preços mais acessíveis, oferta de pacotes de dados até para celulares pré-pagos, e uma demanda muito grande ligada às redes sociais e à mobilidade. Isso impulsiona as vendas e a migração de telefones celulares convencionais para smartphones, o que indica que neste ano teremos um mercado bastante aquecido", opina Bruno Freitas, analista de mercado da consultoria IDC Brasil. A expectativa da IDC é de que sejam vendidos 15,4 milhões de smartphones em 2012, número que é 73% maior
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do que o alcançado em 2011. No ano passado, foram vendidos 17 smartphones por minuto nas lojas de todo o País. Em 2012 este número deve saltar para 29 aparelhos por minuto. "Em 2011, o Brasil passou de 16º no ranking mundial de smartphones para a 10ª posição. Segundo os estudos da IDC, em 2016 o País será o 4º colocado no ranking", diz Freitas. O u t r o e studo, desta v e z d a e mpresa Huawei com a consultoria Teleco, afirma que os acessos ao serviço de banda larga móvel (3G) dobraram no ano passado, saltando de 20,6 milhões em 2010 para 41,1milhões no fim de 2011, segundo dados apurados pela Anatel. Isso significa que o ritmo de adoção da internet móvel no Brasil é muito superior à média mundial – o crescimento da banda larga
móvel no mundo no mesmo período foi de 26,2%. Em relação a área de cobertura das redes 3G, o estudo indica que 84% da população brasileira já é atendida pelo serviço de banda larga móvel. Isso, segundo a Teleco, supera a meta estabelecida pela Anatel, que deveria ser atingida somente em 2016. No entanto, ainda há desigualdade na distribuição da rede: os Estados mais carentes de cobertura são Maranhão, Piauí e Tocantins, que apresentam menos de 60% da população coberta pelo serviço de internet móvel.
COPA DO MUNDO Já a projeção para o crescimento do serviço no Brasil este ano é otimista. O estudo indica que os acessos à internet móvel podem chegar à marca de 73 milhões, ou seja, também podem quase dobrar como no ano anterior. Para 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, quando a demanda pelo serviço deve ser alta, o númer o d e a c e ssos pode chegar a 124 milhões de usuários.
Venda porta a porta ganha um aliado Com o Akatus Mobile, o smartphone ou tablet se transforma em um terminal POS e a Akatus ainda garante o recebimento para o vendedor
O
uso de cartão de crédito vem crescendo ano a ano. Segundo a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), esse meio de pagamento movimentou R$ 670 bilhões no ano passado e a expectativa para este ano é de forte expansão, principalmente pela ascensão das classes C e D e o aquecimento do consumo interno. Na outra ponta, há um enorme contingente de profissionais, muitos deles autônomos e empreendedores individuais, que não tem como operar com esse meio de pagamento. Quase sempre aceitam os pagamentos em dinheiro ou cheque, que é preciso depositar, pode ser devolvido por falta de fundos e ainda há o risco de perda ou roubo. Para atender esse público, a Akatus
(www.akatus.com), empresa que faz intermediação de pagamentos online (nos moldes do PayPal, PagSeguro, MoIP, etc.), lançou o Akatus Mobile. Segundo Marcos Bueno, CEO da empresa, somente o mercado de vendas diretas movimenta mais de R$ 26 bilhões por ano – são vendedores de cosméticos, utensílios domésticos, vestuário, livros, etc. "Esses profissionais não têm acesso ao POS para receber pagamentos com cartão", afirma Bueno. A solução desenvolvida pela empresa transforma smartphones e tablets com sistemas Android e Apple iOS (iPhone e iPad) em terminais POS. A Akatus também garante a segurança da transação, tanto para o consumidor, quanto para o vendedor. "O consumidor tem a garantia de que ninguém terá acesso aos dados do cartão, pois a
operação é segura e criptografada, e o pagamento pode ser parcelado em até 12 vezes. Já o vendedor poderá aceitar todos os cartões do mercado e terá certeza de que receberá pela venda", diz Bueno. A Akatus faz a análise da operação, checa os dados do cartão e do consumidor e assume o risco de eventual fraude. Bueno explica que, na hora do pagamento, há duas maneiras de fazer essa operação: digitando os dados do cartão ou acoplando ao smartphone/ tablet um leitor de cartões. O consumidor deverá ainda assinar na tela do aparelho. Isso caracteriza uma compra presencial, evitando o chargeback, que é o não reconhecimento da compra pelo titular do cartão. O comprador também deve fornecer informações como CPF, número de telefone e email, como ocorre em uma
compra online. "Após a validação do pagamento, um comprovante é enviado ao consumidor e ao vendedor", diz o executivo. Para ter acesso ao serviço, o cliente deverá se cadastrar no site da Akatus, escolhendo entre as categorias vendedor (pessoa física) ou empresarial (pessoa jurídica). Em seguida, será preciso fazer o login no site e enviar os documentos solicitados para validação da conta. O próximo passo é baixar o aplicativo, que é gratuito. Não há mensalidade, a Akatus é remunerada com um percentual nas vendas. São três planos disponíveis: para recebimento após 30 dias, a taxa é de 3,99% sobre a operação; após 12 dias; 4,99%; e para recebimento imediato, a taxa sobe para 6,4%. "Essas taxas são semelhantes às cobradas pelas operadoras de cartão",
afirma Bueno. "A plataforma Akatus proporciona efetivos benefícios tanto para vendedores quanto para compradores. Os vendedores contarão com a flexibilidade de trabalhar com todas as formas de pagamento, a garantia que não haverá fraude em nenhuma das transações e três opções de pacotes de recebimentos. Já os compradores terão maior segurança na transação,
pois os dados financeiros e pessoais não são repassados ao lojista, além de maior rapidez, pois não precisam preencher um cadastro a cada compra", completa Bueno. "Acreditamos que os empreendedores individuais, como os vendedores porta a porta, representarão grande parte do nosso volume de transações", diz. (C.O.)
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Evandro Monteiro/Hype
Pague a conta com o
celular
Depois do dinheiro de plástico, em forma de cartões, o mundo agora entra na era da carteira eletrônica, em que o telefone celular foi eleito a principal ferramenta
E
m Nova York, ao invés de pegar a carteira para pagar a conta do táxi, o passageiro apenas aproxima o celular de um dispositivo; no mesmo instante, do outro lado do mundo, em Seul, Coreia do Sul, um jovem parado em frente a uma máquina que vende refrigerantes (vending machine) discou um número e a latinha acabou de cair; e em São José dos Campos, interior de São Paulo, uma mulher acaba de pagar a conta na cafeteria com o seu celular. O que essas pessoas estão fazendo em diversas partes do mundo é usar uma aplicação chamada mobile payment, ou simplesmente m-payment, que transforma o celular em uma carteira eletrônica, aposentando o dinheiro e os cartões de plástico. E essa tecnologia não é exclusividade de países ricos ou em desenvolvimento. Em Uganda, as transações via celular movimentaram US$ 2,7 bilhões no ano passado, segundo a operadora MTN, uma das maiores do país. A Mastercard está mundialmente empenhada em desenvolver soluções de mobile payment. No ano passado, juntamente com a gigante da internet Google e outros parceiros, ela anunciou o lançamento nos EUA do Google Wallet, baseado na tecnologia NFC, e desde 2010 mantém um projeto em São José dos Campos, interior de São Paulo, batizado de MasterCard Mobile, que usa o SMS (mensagem curta de texto) para pagamento de pequenos valores e recarga de celulares.
TENDÊNCIA Segundo explica Luiz Guilherme Roncato, vice-presidente de Plataformas Inovadoras da Mastercard, basicamente são duas tecnologias que estão impulsionando o mpayment no mundo: o NFC, sigla para Near Field Communication (comunicação por proximidade), em que basta aproximar o celular do terminal para fazer o pagamento, e o SMS, em que toda a operação é feita por troca de mensagens. "A tecnologia NFC envolve aparelhos mais sofisticados, como smartphones, e por isso é voltada para usuários de maior renda. Já o SMS está presente em qualquer tipo de
Newton Santos/Hype
Acima, sistema de pagamento payWave, da Visa, baseado na tecnologia NFC. Ao lado, Luiz Guilherme Roncato, da Mastercard: parceria no Google Wallet.
aparelho e tem grande potencial para compras de pequenos valores, como em feiras livres, venda porta a porta, delivery, chaveiros, táxis e até médicos e dentistas", diz. Em São José dos Campos, o projeto conta com a participação da operadora de telefonia Vivo, o Banco Itaú e a Redecard. Com cerca de 1.300 es-
tabelecimentos cadastrados, podem usar o sistema portadores de cartões Mastercard (débito e/ou crédito) do Banco Itaú que sejam clientes da operadora Vivo. Eles devem instalar em seus aparelho um chip (SimCard), que armazena os números dos cartões. Para efetuar o pagamento, o consumidor digita o número do aparelho da loja e a sua senha, os dados são criptografados e enviados para uma central, que valida a operação e envia mensagens de confirmação para o lojista e para o consumidor. Em breve, a Mastercard e os demais parceiros devem divulgar um balanço desse projeto. O que o vice-
presidente da Mastercard adiantou é que a aplicação mais usada é a recarga de aparelhos celulares pré-pagos. Já no mercado americano, o Google Wallet, que usa a tecnologia de aproximação NFC, está em operação e aos poucos deve chegar ao Brasil. O Google Wallet foi projetado para funcionar com a rede PayPass da Mastercard – um serviço para comerciantes que aceita pagamentos com apenas um toque. O Google Wallet é aceito em mais de 124 mil lojas cadastradas pelo PayPass nos EUA, e em mais de 311 mil lojas no mundo todo.
APOSTA NO NFC Para a Visa, os Jogos Olímpicos de Londres, em julho, serão um imenso laboratório para testar sua tecnologia de mpayment, baseada na plataforma payWave. Juntamente com a Samsung, a Visa anun-
Agência bancária na palma da mão
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arado no meio do trânsito, na sala de espera do aeroporto ou enquanto está almoçando em um restaurante, qualquer cliente de um banco pode acessar sua conta corrente, consultar saldo, fazer transferências e até pagar uma conta. O número de correntistas que estão usando o celular ou o tablet para realizar operações bancárias cresce de forma vertiginosa. Uma pesquisa divulgada em meados do ano passado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) deu amplo destaque para o crescimento do mobile banking, que saltou de 1,3 milhão de usuários para 2,2 milhões, um crescimento de 72% em apenas um ano. O banco Itaú Unibanco informa que ultrapassou a marca de 1 milhão de downloads para seus aplicativos de mobile banking. Desde o lançamento, o aplicativo para iPhone foi o mais baixado, com cerca de 540 mil downloads; seguido pelas ferramentas para celulares com sistema Android, com 260 mil; para iPad, com 180 mil; BlackBerry, com 130 mil;
para Nokia, com 30 mil; e para tablets com sistema Android, que foram baixadas mais de 7 mil vezes. Segundo Ricardo Guerra, diretor de Sistemas de Canais de Atendimento do banco, a popularidade destas ferramentas no banco cresceu muito ao longo de 2011. Até fevereiro do ano passado, o Itaú Unibanco registrava 200 mil downloads por mês. Em julho esse número já chegava aos 630 mil. O lançamento de aplicativos para novas plataformas e a popularização dos smartphones são as explicações para este fenômeno. "Temos apresentado novas funcionalidades para aplicativos já existentes, como o leitor óptico de código de barras para iPhone e para Android, sempre buscando mais comodidade e conveniência a nossos clientes", diz Guerra. "Quando desenvolvemos novas ferramentas de mobile banking, buscamos sempre aproveitar as particularidades de cada aparelho para entregar conveniência e praticidade na relação do cliente com o banco.
ciou uma aliança para instalar mais de três mil terminais de pagamento contactless (sem contato) nas arenas olímpicas. Usando um celular criado pela Samsung para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, o usuário precisará apenas ativar o aplicativo da Visa e selecionar a opção "pagar", e aproximar o aparelho do terminal de pagamento. Segundo Marcelo Sarralha, diretor de Produtos da Visa Brasil, o payWave é baseado no sistema NFC, uma tecnologia aberta, consagrada e aprovada pela indústria financeira como a mais confiável para o mobile payment. "Essa tecnologia é usada com sucesso nos EUA. Em Nova York, o metrô e os táxis aceitam pagamento contactless com a nossa tecnologia", observa o executivo. "Ela é ideal para pagamento de pequenos valores. O usuário pode configurar, por exemplo, um valor de R$ 50 para es-
tar disponível para pagamentos. Ao tomar um café ou comer um lanche, ele acessa o aplicativo, selecionar 'pagar' e aproxima o celular do dispositivo, sem precisar fazer uma discagem ou digitar uma senha, tornando o processo muito mais rápido". Para o executivo, o sistema contactless é altamente oportuno em lugares com grande movimentação e volume de pagamentos, onde invariavelmente se formam filas, como pedágios, padarias, estádios de futebol, cinemas e lanchonetes. Um mercado com grande potencial é o de vending machine, que ainda não decolou por causa do incômodo e risco do uso de dinheiro. "Muitas vezes, o cliente não tem dinheiro disponível no momento, ou a nota está velha e a máquina não aceita. E uma máquina carregada de dinheiro se torna alvo para ladrões", observa. (C.O.)
O mobile banking é o canal de serviços que mais cresce nos bancos, permitindo diversas operações pelo celular ou tablet Além disso, nosso foco é entregar aplicativos de fácil uso, para que o cliente consiga realizar suas operações de maneira simples."
EM TODO LUGAR Presença. Este é o slogan do banco Bradesco, que sintetiza bem a vantagem do mobile banking. O banco passa a estar presente na vida do cliente em qualquer lugar que ele esteja. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Bradesco informou que os aplicativos do Bradesco para dispositivos móveis alcançaram a marca de 1,2 milhão de downloads em fevereiro. Atualmente, o Bradesco contabiliza 450 mil usuários ativos, aqueles que fizeram algum tipo de transação no Bradesco Celular nos últimos três meses. O campeão de downloads é o aplicativo Bradesco, que oferece acesso à conta, realiza pagamentos e transferências, tem a chave de segurança e o leitor de código de barras integrados, entre outros serviços. Disponível para os sistemas operacionais iOS (iPhone e iPod
Touch), Android, Windows Mobile, Windows Phone 7.5 e BlackBerry, o número de downloads deste aplicativo ultrapassa 755 mil. Recentemente, o banco lançou o aplicativo Bradesco Net Empresa Celular. Com ele, é possível autorizar transações de pagamentos e transferências, além de consultar saldos das contas de Pessoas Jurídicas. O Bradesco também desenvolveu um aplicativo leitor de telas, que permite ao cliente com deficiência visual ouvir as informações apresentadas no celular e, com a ajuda desse recurso, acessar a conta e fazer diversas transações bancárias, o que contribui significativamente para sua autonomia. Esse aplicativo é compatível com celulares que possuem sistema operacional Symbian S60 ou Windows Mobile. No Bradesco, a mobilidade foi inserida em 2000, quando o banco lançou a primeira versão de mobile banking. A instituição, por meio da tecnologia Wap 1.0, oferecia consultas a extratos da conta corrente. (C.O.)
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Convocada para a
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A banda larga móvel 4G deve entrar em operação já no próximo ano e vai melhorar substancialmente o acesso à Internet por dispositivos móveis
Copa do Mundo de 2014 MAX
O
conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou o edital de licitação das faixas de frequência destinadas à Internet móvel de quarta geração (4G). A previsão é de que na primeira quinzena de junho ocorra o leilão com as empresas interessadas em prestar o serviço. O edital estabelece que a faixa a ser adotada para a tecnologia LTE (Long Term Evolution) no Brasil será a de 2,5 GHz. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), todas as cidades-sede da Copa das Confederações de 2013 devem ser atendidas até o fim de maio de 2013 com a telefonia celular 4G. Nas capitais e municípios com mais de 500 mil habitantes, a telefonia 4G deve chegar até maio de 2014, enquanto as cidades com mais de 100 mil moradores deverão ter o serviço até dezembro de 2015.
TECNOLOGIA
por exemplo, que tem um alcance bem maior", diz Tude. Porém, esta faixa de 700 MHz está reservada hoje às empresas de radiodifusão, mas é disputada ferozmente pelas operadoras de telefonia. As empresas de radiodifusão argumentam que a expansão da TV pública só será possível com o uso da faixa de 700 MHz, capaz de abrigar 18 canais. Já as operadoras dizem que o espectro é importante para melhorar os serviços de telefonia. Uma definição sobre isso só será tomada a partir de 2016, quando termina o prazo para a migração da TV analógica para digital. Para Tude, de um modo geral, os usuários serão beneficiados com a implantação da
rede 4G, pois haverá melhora nos serviços prestados. "Usuários que hoje trafegam muitos dados pela rede estarão naturalmente migrando para a 4G, aliviando a rede 3G, que vai trafegar apenas voz. Os EUA já estão desativando as redes 2G, o que no futuro irá acontecer no Brasil", comenta o consultor. João Paulo Bruder, analista de Telecom da empresa de consultoria IDC, observa que a tecnologia 3G ainda não está presente em todas as regiões do País, atendendo a pouco mais de 80% da população. Há regiões, principalmente as mais afastadas dos centros urbanos, onde não há serviço de internet móvel. "Por essa razão o governo vai realizar o leilão do espectro de 2,5 GHz para a telefonia 4G juntamente com a frequência de 450 MHz, voltada para a internet e telefonia rural. Quem levar um terá de levar o outro", diz. Em sua opinião, a banda larga móvel 3G deixa muito a desejar no Brasil. "A rede 3G pode oferecer velocidade de até 3,6 Mbps, mas na prática fica em apenas 1 Mbps, já que esse link é compartilhado por mui-
tos usuários. O sinal também varia muito, dependendo da região e se há obstáculos físicos no entorno, como prédios e morros", explica. "Por isso a navegação na internet pela chamada banda larga móvel ainda é ruim, dificultando até mesmo assistir um vídeo no Youtube", diz Bruder. Para ele, vídeo será a grande aplicação da telefonia 4G. Luciano Coca/Chromafotos
A telefonia celular 4G terá um papel importante para o sistema de banda larga móvel. Quem usa hoje um modem 3G conectado ao notebook, ou mesmo um tablet 3G ou smartphone, sabe como é difícil navegar na Internet, assistir um vídeo, baixar um programa, etc. – a velocidade do sinal varia muito dependendo do local e é de longe inferior à da banda larga fixa. Na opinião de Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, especializada em telecomunicações, não há tanta urgência em se fazer a licitação agora, o governo poderia esperar mais um ano, que mesmo assim haveria tempo de a telefonia 4G ser implantada para a Copa de 2014. "Isso daria um fôlego maior para as operadoras este ano, já que elas ainda estão investindo na ampliação de sua rede 3G. Somente a Vivo e Claro possuem hoje a tecnologia HSPA+, que aumenta a velocidade de transmissão de dados das redes 3G", argumenta Tude. Segundo ele, a faixa de frequência escolhida de 2,5 GHz também não é a ideal, pois é a mais cara, pois exige a instalação de mais Estações Rádio Base (ERB), por conta do alcance do sinal. "O ideal seria o espectro de 700 MHz, como ocorre nos Estados Unidos,
EM OPERAÇÃO O Brasil já tem uma rede banda larga 4G LTE em funcionamento. No fim do ano passado, a Sky lançou o serviço em apenas algumas regiões do Distrito Federal, mas a empresa promete expandir para outras localidades. Apesar de ser uma rede 4G, as velocidades oferecidas não são compatíveis com essa tecnologia: apenas 2 Mbps e 4 Mbps – mesmo assim, mais do que oferece a banda larga móvel 3G hoje. Ocorre que o serviço não é móvel. A conexão é feita através de um modem 4G de mesa (idêntico ao usado na banda larga a cabo), que funciona sem fio (wireless). Esse modem capta o sinal da internet e
O ideal seria o espectro de 700 MHz, como ocorre nos Estados Unidos, por exemplo, que tem um alcance bem maior EDUARDO TUDE, PRESIDENTE DA CONSULTORIA TELECO o distribui para o computador sem a necessidade de cabos. A distribuição do sinal não é feita por satélite, mas por antenas LTE. Como o modem não tem fio, o usuário até poderia transportá-lo para outro endereço e assim usar a internet
em outra máquina, mas no contrato o cliente se compromete a não fazer isso. Assim, o usuário deve avaliar se essa tecnologia vale a pena, já que a banda larga fixa oferece muito mais velocidade e os preços estão caindo. (C.O.)
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Na Estácio, o livro é eletrônico Os alunos recebem um tablet para ter acesso ao material didático, que é atualizado via rede Wi-Fi ou pela rede 3G da operadora Claro
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as universidades b r a s i l e i r a s , é c omum o professor indicar a leitura de determinado capítulo de um livro. Dificilmente os alunos compram o livro apenas para ler uma parte dele. O que normalmente se faz é tirar fotocópias das páginas, o que fere a Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98). Na universidade Estácio, esse problema foi resolvido com o uso do tablet. Os alunos recebem todo material didático de forma eletrônica, em concordância com as editoras. Esta iniciativa já tem três anos e aos poucos vem sendo ampliada. "Antes, por meio de um acordo com a ABDR (Associação Brasileira de Direitos Reprográficos), os alunos tiravam cópias autorizadas dos livros indicados pelos professores. Pensamos em uma maneira de disponibilizar esses conteúdos na forma eletrônica", conta Pedro Graça, diretor de Mercado da escola. Segundo conta, as primeiras opções avaliadas foram a de entregar os conteúdos eletrônicos em pen drives ou usar leitores de e-books (livros eletrônicos). Mas aí surgiram os tablets, que oferecem mais conforto para a leitura e permitem a navegação na internet. Os primeiros cursos que receberam os equipamentos foram os de Direito (RJ e ES) e Gastronomia (RJ). Hoje, os tablets são distribuídos para os alunos de Direito, Engenharia e Arquitetura de todo o País, Gastronomia (BH, RJ e SP), Hotelaria (RJ e SP) e Administração (GO e PA). "Já entregamos em torno de 6 mil equipamentos e mais 6 mil serão entregues até o fim do ano", afirma Graça. Os tablets são da Semp
Divulgação
Dispositivos móveis precisam de proteção Cada vez mais os usuários estão acessando a internet de smartphones e tablets, aumentado os riscos de invasões e roubos de informações
Os alunos recebem os tablets gratuitamente. Já foram distribuídos 6 mil equipamentos e outros 6 mil serão entregues este ano.
Toshiba e oferecem conexão Wi-Fi e possuem chip 3G da operadora Claro. No campus, os alunos podem navegar na internet por meio da rede Wi-Fi da escola. O acesso passa por um filtro, barrando páginas de conteúdos impróprios, como pornografia. Fora do campus, o aluno tem acesso somente às páginas da universidade, de forma gratuita, para baixar apostilas. "Se quiser, o aluno pode assinar um plano com uma operadora e colocar o seu chip 3G para navegar na internet mais livremente", diz Graça. Por razões de segurança, periodicamente é pedido o número de matrícula do aluno e a senha para acessar o tablet. "Muitos já tentaram desbloquear o aparelho e até agora não conseguiram. Este ano teremos um grande teste, pois os alunos de Engenharia estarão recebendo os tablets e eles são mais afinados com tecnologias", observa o diretor de Mercado da Estácio. Em breve, a universidade de-
ve criar uma rede social para que os alunos possam debater os livros propostos pelos professores. "Será possível compartilhar anotações de trechos do livro, expor opiniões, postar vídeos, indicar links sobre o tema, etc, diz Graça.
PLATAFORMA Essa aplicação implantada na Estácio com o uso de tablets só foi possível com o uso da plataforma Acesso fácil, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Eldorado, de Campinas (SP). Trata-se de uma plataforma digital para distribuição de conteúdos, que permite enviar aplicativos, jogos, livros eletrônicos, arquivos de áudio e vídeo para qualquer dispositivo conectado à internet. Com base na tecnologia FOTA (Firmware Over The Air), remotamente o administrador da rede pode acessar o tablet e instalar e desinstalar programas, alterar configurações e enviar arquivos. (C.O.)
E
m meados de setembro, a atriz norte-americana Scarlett Johansson teve seu smartphone invadido por hackers e fotos íntimas suas foram divulgadas na internet. Posteriormente, o invasor foi identificado e preso. O episódio levantou novamente a questão da segurança dos smartphones e tablets. Com a popularização desses dispositivos móveis, os fabricantes de antivírus e sistemas de segurança intensificam as ofertas de soluções que impedem invasões e que também localizam e bloqueiam os aparelhos. A Symantec desenvolveu soluções para a crescente demanda por proteção em sistemas móveis. Caso o usuário perca o smartphone, com o Norton Mobile Security instalado no aparelho é possível bloquear o seu uso, saber a sua localização e até apagar todas as informações armazenadas. Para tanto, basta enviar, de outro aparelho, um SMS para o próprio número com um código de bloqueio. Se desejar, ao enviar outro SMS, a cada dez minutos o dispositivo roubado (caso tenha GPS) mandará informações para o Google Maps, indicando sua localização. Caso o aparelho não seja encontrado, como última providência, um SMS deve ser enviado solicitando para que todas as informações sejam apagadas. Para tablets, a Symantec desenvolveu o Norton Tablet Security. Como não há serviço de SMS neste tipo de dispositivo, o usuário que teve
o equipamento roubado deve acessar o site da Symantec e solicitar o seu travamento e geolocalização, caso haja GPS instalado. Quando o tablet se conectar à internet, ele automaticamente entra em contato com o site do fabricante e recebe a ordem dada. É possível, inclusive, tirar fotos de quem o está utilizando. A AVG é outra empresa que oferece soluções de segurança para dispositivos móveis. Ela oferece o AVG Mobilation, nas versões gratuitas e Pro (R$ 35 por ano), que podem ser baixadas no site http://www.avgbrasil.com.br/antivirus para-android. Voltado para smartphones e tablets com sistema Android, além de oferecer proteção para códigos maliciosos, o produto também localiza o aparelho em caso de perda ou roubo, bloqueia o dispositivo e apaga todas as informações. "Os usuários de micros desktops e notebooks já estão conscientes da importância de um sistema de proteção, como antivírus e firewall. Já para quem usa dispositivos móveis, que também acessam a internet, ainda falta essa cultura", opina Mariano Sumrell, diretor de Marketing da AVG Brasil. Ele explica que o aplicativo de localização se chama Phone Locator e ajuda a localizar o aparelho pelo Google Maps, enviando a localização pelo GPS, que pode ser ativado remotamente no endereço www.avgmobilation.com. (C.O.)
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Uma revolução no jeito de
comprar O código QR permite fazer compras online pelo celular, pagar contas e também é usado em ações de marketing
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comércio eletrônico vem crescendo rapidamente no Brasil e este ano deve movimentar em torno de R$ 25 bilhões. Em geral, o econsumidor está em casa ou no trabalho quando faz uma compra online. Muitos consumidores preferem as lojas físicas, onde é possível tocar o
ta é sim. A empresa desenvolveu a plataforma PDV Cross Channel e uma loja virtual em um espaço físico deverá ser inaugurada ainda neste primeiro semestre na Grande São Paulo. Furtado explica que o consumidor deverá ter um celular com câmera e um aplicativo instalado. Os produtos à ven-
Paulo Pampolin/Hype
Denis Furtado: em breve, uma loja virtual em um espaço físico. produto, mas desanimam quando pensam no trânsito que precisam enfrentar para ir à loja ou simplesmente falta tempo. Será que uma modalidade de compra intermediária, mesclando o que há de melhor do virtual com o presencial, funcionaria? Para Denis Furtado, diretor executivo da That One Consulting, a respos-
da terão um código QR (Quick Response), um diagrama em 2D que funciona como um código de barras, mas com capacidade de armazenar muito mais informações (por exemplo, um texto com mais de 4 mil caracteres alfanumérico). "Uma mãe, que esteja esperando o filho sair da aula de natação, pode fazer suas com-
pras no supermercado e receber as mercadorias em casa", comenta o executivo. A escola de natação precisa apenas de um espaço para que o supermercado monte um painel com fotos dos produtos e seus respectivos códigos QR. "Outro nicho que queremos explorar é o de lojas sazonais, já que o investimento em uma loja física, com os produtos expostos e estoque, é muito grande", diz Furtado. Segundo ele, a grande vantagem do código QR é que qualquer celular com câmera pode fazer a leitura, ao contrário do código de barras, que necessita de scanner acoplado ou câmeras de melhor resolução. Um grande case nesta área é o da Home Plus, uma subsidiária da rede britânica de supermercados Tesco. A Home Plus tinha o objetivo de ampliar suas vendas, mas sem investir na abertura de lojas. Ela observou os coreanos, que trabalham muito e não têm tempo de ir às lojas. A empresa instalou uma loja virtual nas plataformas do metrô de Seul, com painéis iluminados que exibem os produtos em tamanho real, para facilitar a visualização e atrair o olhar dos consumidores. Para comprar os produtos, basta fotografar os códigos QR, que são reconhecidos e as mercadorias são re-
lacionadas num carrinho virtual, como no e-commerce. Em 24 horas as mercadorias são entregues, como se o consumidor tivesse feito a compra em uma loja virtual.
NA PROPAGANDA
Divulgação
No alto, as jogadoras de volei de praia Zara Dampney e Shauna Mullin. Acima, loja virtual da Home Plus nas plataformas do metrô de Seul.
Mobile learning: linha direta com a educação A penetração do celular em todas as camadas da sociedade faz dele a ferramenta ideal para o ensino a distância, e as operadoras estão de olho neste mercado
L.C. Leite/Luz
Alexandre Fernandes: a Vivo saiu na frente com o Kantoo English, hoje com 3 milhões de usuários.
Fabio D'Castro/Hype
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esde o início da telefonia móvel no Brasil, entretenimento sempre foi a aplicação favorita dos usuários – toques divertidos, joguinhos, papel de parede, etc. O usuário amadureceu e uma nova onda começou: a do mobile learning, o celular como ferramenta educacional. Quem saiu na frente foi a Vivo com o Kantoo English, em 2009, um curso de inglês via celular, desenvolvido pela israelense La Mark. No Brasil, o serviço é exclusivo para clientes da Vivo e custa R$ 3,99 por semana, com direito a certificação de conclusão após o usuário passar por um exame. Posteriormente, a operadora lançou outras modalidades do curso, como o Kantoo Basic, Plus, Voice, Online, Words e Spanish, com preços que vão de R$ 1,99 a R$ 6,99 por semana. Segundo Alexandre Fernandes, diretor de Inovação, Produtos e Serviços da operadora, o Kantoo já possui mais de 3 milhões de usuários. "Quantas pessoas querem aprender inglês e não podem, seja porque o curso é caro ou pela falta tempo?", pergunta Fernandes. "Hoje, todo mundo tem um aparelho celular, o preço do
Mobile learning: as operadoras Vivo, Claro e TIM oferecem cursos de inglês pelo celular
curso é acessível e o usuário pode aprender a qualquer hora", argumenta o executivo, lembrando as oportunidades que a Copa do Mundo de 2014 irão trazer para taxistas, garçons, vendedores e outros profissionais que estarão recebendo turistas estrangeiros. No Kantoo English, o usuário tem à disposição 250 exercícios interativos, mais de 3 mil frases, 2,6 mil arquivos de áudio, 1,2 mil palavras de vocabulário, 800 imagens, além de comunidade de relacionamento e jogos em inglês. A plataforma permite a possibilidade de o usuário praticar tanto a fala quanto a escuta, escrita e leitura do inglês. Tudo isso por intermédio de sessões curtas, de alguns minutos, com praticidade e conveniência, na hora e no local que ele quiser.
CONCORRÊNCIA
lançou um curso de língua inglesa. Trata-se do A operadora Claro é a mais TIM+Inglês, baseado em nova a entrar neste mensagens de texto (SMS), segmento, graças a uma com conteúdo interativo e parceria com a EF personalizado. O curso conta Englishtown, e acaba de com quatro níveis de lançar o Claro Línguas. aprendizado, do aluno Para se inscrever, basta ser iniciante ao curso avançado, cliente de qualquer um dos sendo uma ferramenta planos da Claro (pré-pago, interessante para quem quer pós-pago ou Controle), e aprender a língua ou apenas seguir um dos seguintes treinar e relembrar o que já passos: enviar uma sabe. Para descobrir o seu mensagem com a palavra nível, o cliente deve realizar "linguas" para 411 ou acessar um teste. A partir daí, já o site WAP do celular pelo começa a receber as aulas endereço m.clarolinguas. personalizadas para seu nível com.br ou ainda o site de conhecimento e fazer www.claroideias.com.br/linguas. exercícios para testar o que A contratação também está está sendo aprendido. disponível pelo atendimento Por um custo de R$ 0,99 ao cliente 1052. semanais, os clientes de Os preços dos pacotes planos pré e pós-pagos da variam de R$ 1,99 a R$ 9,90 operadora terão à disposição por semana, mas o cliente dicas, aulas e exercícios pode testar o serviço sobre a língua inglesa gratuitamente por uma divididos nos níveis iniciante, semana. básico, intermediário e A operadora TIM também avançado. (C.O.)
Esses recursos logo chamara a atenção dos departamentos de marketing das empresas e dos publicitários, que viram grande potencial nessa ferramenta. No fim do ano passado, a dupla britânica de vôlei de praia Zara Dampney e Shauna Mullin, patrocinadas pelo site de apostas Betfair, capitalizou o sucesso que seus bumbuns faziam nas transmissões dos jogos e imprimiu um código QR nos biquínis. Quando fotografados por um smartphone com o aplicativo, o usuário tem acesso à campanha publicitária do site. No Brasil, o primeiro anúncio publicitário a utilizar o código QR foi publicado pela Fast Shop em dezembro de 2007. Mais tarde a cerveja Nova Schin publicou um anúncio com o código em junho de 2008 e a Claro fez uma campanha utilizando o Código QR em novembro de 2008. Outras aplicações mais úteis para o cotidiano das pessoas foram criadas. O Banco do Brasil permite que seus clientes paguem boletos com seus celulares usando o código QR. Quem tem o iPhone até consegue pagar suas contas fotografando o código de barras, mas os demais usuários tinham de digitar aquela imensa sequência de números impressos nos boletos. Agora, com o leitor de código QR Code desenvolvido pelo Banco do Brasil, basta fotografar o código para o aplicativo identificar os dados do boleto para o pagamento. Esse recurso também calcula automaticamente os encargos, nos casos em que o título estiver vencido. O aplicativo pode ser baixado gratuitamente na App Store da Apple, para celulares iPhone, ou no Android Market. "As empresas brasileiras que apostarem e investirem no desenvolvimento e utilização de QR Code terão muito sucesso. Essa tecnologia ainda tem muito que se difundir no Brasil. Esperamos que o mercado comece a utilizar o QR Code não só para ações promocionais, mas também para conteúdos pessoais e informativos", diz Valdomiro Souza, gerente de produção da Pure Bros, integradora de soluções de mobilidade. Ele cita um estudo sobre a utilização de QR no mundo, que listou os produtos em que o código 2D estão mais propenso a serem escaneados: comida e bebida, 35%; saúde e beleza, 18%; livros, 13%; DVDS, 12%; e eletrônicos, 10%. Assim, os conteúdos mais informativos e usuais têm mais chance de serem consumidos. Segundo Souza, entre os exemplos de utilização de QR Code mais usual e informativo está o recebimento de SMS ou e-mails com conteúdo sobre um determinado assunto de interesse do receptor. "O desafio é criar maneiras de utilizar a tecnologia de forma criativa, para que ela se torne mais atrativa para os usuários", diz. (C.O.)