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“Transformers”

Maria De Lourdes Camilo Souza

Estes dias estive amadurecendo uma ideia e em minha mente surgiu insistentemente aquele filme do carro do ferro velho que está lá esquecido e num momento para defender um garoto ele se transforma num gigante.

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Tem nos braços armas e de um momento para outro acabada a disputa retorna ao posto de ferro velho.

Existem momentos que sentimos tanta impotência diante da vida, que nos perguntamos, plagiando o velho e bom Chapolin Colorado “ E agora? Quem poderá nos defender?

E ele, magricelinho na sua fantasia colorida de super herói com aquelas anteninhas balouçantes, aparece gritando “Eu”.

Na verdade mais cria confusão do que defende os injustiçados.

Mas vem para dar esperança com aquele seu martelinho ridículo, que arremeda aquele do poderoso Thor. São desenhos animados ou filmes para crianças e criam aquela ideia nas suas cabeças que um super herói ou um transformer virá mudar a situação.

Ficamos aguardando qual crianças essa atuação como a cavalaria que surge nos últimos momentos quando quase tudo já está perdido para o mocinho do faroeste na sua luta incansável contra os bandidos.

Penso que foi assim nos últimos anos.

Sempre achando que existia um jogo de xadrez sendo jogado num tabuleiro gigante.

O cheque mate sendo aguardado.

Fomos até as últimas instâncias aguardando a cavalaria, achando que ela era valente tal como nos filmes do Roy Rodgers.

Inocentemente acreditando que eram compostas de comandantes valentes, e de coração bom e honesto.

Ledo engano, nunca ouvimos o soar das cornetas e o tropel dos cavalos vindo desabalados. Vimos filmes demais, acreditamos demais.

O carro velho jamais virou um gigante transformer. E ficamos ali boquiabertos, impotentes: plagiando a música: “nus, pelados com as mãos nos bolsos.

A boca ressecou de tanto que ficou aberta, como quando posamos para uma foto, que o fotógrafo demora a tirar, e estamos ali sorrindo bestamente aguardando.

Acordamos do pesadelo, que virou realidade. A ressaca ficou brava.

Alguns dias depois ainda sentimos o gosto amargo na boca.

Cada dia que passa vemos tudo o que mais temíamos acontecer.

Estamos buscando fiapos de força de vontade, escavando montanhas para encontrar alguma esperança.

Dizem que a fé move montanhas.

Quem sabe o carro velho ainda vire um transformer?

Continuo olhando para os céus que andam ainda bem nublados...na espera de um raio de sol.

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