Edição 696

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Diário da Cuesta

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO III Nº 696 SEGUNDA-FEIRA , 30 DE JANEIRO DE 2023

Sidney Sheldon

Sidney Schechtel, mais conhecido como Sidney Sheldon, foi um escritor e roteirista norte-americano. Durante sua vida, Sheldon publicou 18 romances; todos alcançaram a lista de mais vendidos do jornal The New York Times. Eles totalizaram 300 milhões de cópias vendidas. É considerado o escritor mais traduzido do mundo. Ganhou o OSCAR como melhor Roteiro Original, em 1947, pelo filme “O Solteirão cobiçado”.(Wikipédia)

Nascimento: 11 de fevereiro de 1917, Chicago, Illinois, EUA. Falecimento: 30 de janeiro de 2007, Eisenhower Health, Rancho Mirage, Califórnia, EUA. Página 2

Faleceu em São Paulo o Monsenhor José

Gilberto Beraldo, irmão mais velho de meu marido

Os católicos mais antigos por certo se lembrarão dele como dirigente dos Cursilhos da Cristandade no Brasil, encargo a que se dedicou de forma profícua por muitos anos. Era um entusiasta e incentivador da conversão à fé em Jesus Cristo, e sempre esteve adiante de seu tempo. Pertencia à Diocese de Botucatu, quando foi chamado para pacificar católicos que não se conformavam com a introdução de modificações litúrgicas no começo dos anos 60, como a colocação da mesa destacada do altar para que o padre rezasse a missa, agora não mais em Latim, voltado para os fiéis, ao contrário de antes. Dono de uma oratória invejável, dedicou sua vida inteira ao sacerdócio engajado somente na conversão dos fiéis às boas práticas da vida cristã. Morava há mais de uma década perto da Igreja de Santa Cecília, onde rezou as santas missas da primeira hora até o ano de 2020, quando a pandemia o impediu de fazê-lo. Em março completaria 91 anos, mas se mantinha com a mente de um Jovem, escrevendo e mandando mensalmente suas cartas evangelizadoras. Fará muita falta. (Lea Beraldo)

Sidney Sheldon

Sidney Sheldon (19172007) foi um escritor e roteirista norte-americano. Considerado pelo Guinness, o escritor mais traduzido no mundo, publicou 18 romances, 250 roteiros para a televisão, seis peças para a Broadway e 25 filmes. É o autor da série para televisão “Jeannie é um Gênio”, apresentada entre 1965 e 1970.

Sidney Sheldon nasceu em Chicago, Illinois, nos Estados Unidos, no dia 17 de fevereiro de 1917. Filho de Otto Schechtel e Natalie Marcus, descendentes de judeus. Seu pai era vendedor e viajava com frequência, o que permitiu o filho morar em várias cidades. Segundo ele, isso o transformou em uma pessoa tímida e um pouco solitária.

Aos 12 anos, escreveu sua primeira peça, que ele também produziu, dirigiu e estrelou. Frequentou a Northwestern University, em Chicago, aonde participava ativamente de debates.

Depois de terminar a faculdade, aos 22 anos, Sidney Sheldon mudou-se para Hollywood com a esperança de entrar no show business. Escreveu alguns roteiros e enviou para diversos estúdios, mas só não obteve resposta de um deles.

Roteirista

Começou a trabalhar até que chegou aos estúdios 20th Century-Fox, onde impressionou a todos com seu talento e logo conseguiu um emprego de roteirista.

Sidney Sheldon escreveu diversos filmes de sucesso, até chegar a TV onde produziu “The Patty Duke Show”, em 1963. Essa série fez muito sucesso durante 03 anos.

A partir daí, Sidney adquiriu experiência para a sua grande obra televisiva: “Jeannie é um Gênio”, transmitida de 18 de setembro de 1965 até 26 de maio de 1970, composta de cento e trinta e nove capítulos. Criou ainda duas outras séries: “Nancy”, nos anos 70, e “Hart to Hart”, nos anos 80

Livros

Sidney Sheldon contava que enquanto trabalhava na TV, ele não tinha a menor vontade de escrever um livro e nem se achava capaz. Em 1969, algumas ideias começaram a surgir, e finalmente acabou escrevendo seu primeiro livro, “The Naked Face”.

Passou então a dizer que adorava escrever livros, pois não havia colaboradores, e ele podia fazer tudo exatamente do jeito que queria. Ele falava:

“Ninguém sabe de onde vem a inspiração”. “Eu acho que a criatividade é um dom. Nós devemos trabalhar muito para desenvolvê-la.”

Pelos seus trabalhos como escritor, ele recebeu um Oscar por “The Bachelor and The Bobby-Soxer”, um prêmio Tony, de teatro, e uma indicação para o Emmy, pelo seu trabalho em “Jeannie”. Recebeu ainda o Prêmio Edgar de literatura de suspense.

Sidney Sheldon publicou 18 romances, 250 roteiros para a televisão, 6 peças para a Broadway e 25 filmes. Oito de seus livros se transformaram em minisséries de sucesso nos Estados Unidos

Sidney e sua terceira esposa, Alexandra Kostoff, viveram entre a Califórnia e um apartamento em Londres. Seu primeiro casamento, com Jane Harding Kaufman em 1945, terminou em divórcio dois anos depois. Teve uma filha, Mary, do seu segundo casamento, com a atriz Jorja Curtright, que morreu em 1985.

Sua atitude em relação à vida era simples: “As pessoas geralmente são negativas e sem coragem. Lembre-se disso: Nada pode impedi-lo quando você estabelece um objetivo. Ninguém pode impedi-lo, a não ser você mesmo. Eu acredito nisso”, afirmava Sidney.

Sidney Sheldon faleceu de pneumonia, em Los Angeles, Estados Unidos, no dia 30 de janeiro de 2007.

Obras de Sidney Sheldon

A Outra Face (1970)

O Outro Lado da Meia Noite (1974)

Um Estranho no Espelho (1976)

Linha de Sangue (1977)

A Ira dos Anjos (1980)

Mestre do Jogo (1982)

Se Houver Amanhã (1985)

Capricho dos Deuses (1987)

As Areias do Tempos (1988)

Memórias da Meia Noite (1990)

O Reverso da Medalha (1991)

As Estrelas Cadentes, 1992

Nada Dura para Sempre (1994)

Manhã, Tarde e Noite (1995)

O Plano Perfeito (1997)

Conte-me Seus Sonhos (1998)

O Céu Está Caindo (2000)

Quem Tem Medo do Escuro? (2004)

O Outro Lado de Mim (2005)

EXPEDIENTE

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

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O QUINTAL DO MEU AVÔ

Elda Moscogliato

O que tinha de modesta a moradia avultava em grandeza o imenso quintal. Era a humilde casa de nossos avós paternos. Uns doze metros se tanto, de frente, por uma riquíssima área que ia, da frente aos fundos, por um inteiro quarteirão. A cada estação das chuvas aumentava-se-lhe, naturalmente, o limite pela cheia do Lavapés procurando vazão para suas águas, em demanda do moinho do Salgueiro. Algum leitor lembra-se ainda disso?

Assegurado o direito de propriedade alargava-se, a cada ano, o plantio do quintal. Aliás, todos os demais que lhe eram vizinhos ou afins, tinham a mesma riquíssima característica : hortas e pomares primorosamente cultivados assegurando na economia do lar a pureza dos produtos, a riqueza alimentícia, a poupança nos orçamentos.

Nosso quintal abastecia um clã já desdobrado em várias famílias. Lá, dava de tudo. Só não deu tâmara, porque ainda no Brasil, não se fizera a experiência do transplante. O horticultor era o vovô. Homem simples, trabalhador incansável, dado ao carinhoso trato da terra. Das suas benditas mãos calosas, do seu arfar suarento, da sua faina de manhã à tarde, vinha-nos a fonte maravilhosa da feliz infância.

O ano inteiro, consoante o calendário do horticultor,

era o eterno trabalho do remanejar, do afofamento dos canteiros, da adubagem, dos alinhamentos, do levantamento das sebes, da arrumação e fortalecimento das estacas. Da semeadura, do transplante, da rega, da poda.

Havia três quintais num só. Divididos por cerca de guarantã, com porteirinha de trinco. No quintal de cima, estava o forno de barro batido, para o pão semanal. Cada fornada, de duas a três dúzias. No outro canto, distante, o galinheiro espaçoso : patos, galinhas, frangos, e o enorme galo vermelho. Bravo. Arisco. Ali era o reino da nona. Nosso linguajar foi sempre bilíngue : vovô, para eles. Nona, para elas.

O pão grande, redondo, polpudo. Cheirava o cheiro bom da massa preparada e sovada no punho, com água, sal, farinha da boa, gordura e ovos. Ovos fresquinhos, colhidos diariamente. Depois, na vasta sala de jantar, modesta e simples, ao redor da mesa grande, as canequinhas de folha de flandres luzentes como prata, uma para cada neto, o café fumegante e a fatia gorda, do pão quentinho.

No quintal do meio, a horta. Horta e pomar separado em duas vastas alas, por uma só latada. As parreiras continuavam destacadas apenas, na vindima, pelo tamanho, pela cor e pelo olorante perfume das mais variadas espécies de uva.

O zum-zum das abelhas, a sombra folhuda do imenso parreiral davam ao imenso corredor perfumado a idílica imagem dos vergeis virgilianos. O vinho era fabricado no porão espaçoso que conservou, por anos a fio, o bafio suculento da borra dos tonéis ali acantonados.

No fundo do quintal, ficavam as bananeiras. E o bambual, onde, no dizer dos adultos – para refrear a traquinagem moleque dos netos – havia cobras jararacas que atraiam as crianças e os passarinhos.

No estio, quando as cigarras estridulavam nos galhos, o passaredo recolhia-se nos ninhos, os sapos coaxavam no brejo e o João de barro gazilava bem no alto do abacateiro, era gostoso ouvir lá embaixo, o doce marulhar do ribeirão enquanto as sombras da noite caiam, de mansinho, acobertando num manto macio e refrescante o trabalho do dia.

Lá no alto da cidade, a torre da velha Matriz anunciava a Ave-Maria Então, nosso avô recolhia-se a casa para o banho refrescante, a camisa de riscadão macia e o jantar frugal. Depois, cachimbo à boca, sorvido às baforadas, sentava-se à cabeceira da mesa. E punha-se a ler o seu Dante.

Diário da Cuesta 3

“Transformers”

Estes dias estive amadurecendo uma ideia e em minha mente surgiu insistentemente aquele filme do carro do ferro velho que está lá esquecido e num momento para defender um garoto ele se transforma num gigante.

Tem nos braços armas e de um momento para outro acabada a disputa retorna ao posto de ferro velho.

Existem momentos que sentimos tanta impotência diante da vida, que nos perguntamos, plagiando o velho e bom Chapolin Colorado “ E agora? Quem poderá nos defender?

E ele, magricelinho na sua fantasia colorida de super herói com aquelas anteninhas balouçantes, aparece gritando “Eu”.

Na verdade mais cria confusão do que defende os injustiçados.

Mas vem para dar esperança com aquele seu martelinho ridículo, que arremeda aquele do poderoso Thor. São desenhos animados ou filmes para crianças e criam aquela ideia nas suas cabeças que um super herói ou um transformer virá mudar a situação.

Ficamos aguardando qual crianças essa atuação como a cavalaria que surge nos últimos momentos quando quase tudo já está perdido para o mocinho do faroeste na sua luta incansável contra os bandidos.

Penso que foi assim nos últimos anos.

Sempre achando que existia um jogo de xadrez sendo jogado num tabuleiro gigante.

O cheque mate sendo aguardado.

Fomos até as últimas instâncias aguardando a cavalaria, achando que ela era valente tal como nos filmes do Roy Rodgers.

Inocentemente acreditando que eram compostas de comandantes valentes, e de coração bom e honesto.

Ledo engano, nunca ouvimos o soar das cornetas e o tropel dos cavalos vindo desabalados. Vimos filmes demais, acreditamos demais.

O carro velho jamais virou um gigante transformer. E ficamos ali boquiabertos, impotentes: plagiando a música: “nus, pelados com as mãos nos bolsos.

A boca ressecou de tanto que ficou aberta, como quando posamos para uma foto, que o fotógrafo demora a tirar, e estamos ali sorrindo bestamente aguardando.

Acordamos do pesadelo, que virou realidade. A ressaca ficou brava.

Alguns dias depois ainda sentimos o gosto amargo na boca.

Cada dia que passa vemos tudo o que mais temíamos acontecer.

Estamos buscando fiapos de força de vontade, escavando montanhas para encontrar alguma esperança.

Dizem que a fé move montanhas.

Quem sabe o carro velho ainda vire um transformer?

Continuo olhando para os céus que andam ainda bem nublados...na espera de um raio de sol.

Diário da Cuesta 4

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