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Recife, 15 de agosto de 2014 N º 227
À ESPERA DE EDUARDO
Ainda abalados com a tragédia, amigos, familiares e correligionários do ex-governador começaram a preparar, ontem, o velório e o enterro. A expectativa é de que as cerimônias recebam um público acima de 80 mil pessoas. Não se sabe ao certo os dias, mas o governador João Lyra, que está em São Paulo, estima que o sepultamento poderá ser domingo às 16h. PODER B2 a B11 BLENDA SOUTO MAIOR/DP/D.A PRESS
BLENDA SOUTO MAIOR/DP/D.A PRESS
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A DOR IMENSA DE PERNAMBUCO O sofrimento estava no rosto da população, desde familiares das vítimas, como Ana Braga e Cecília Ramos, respectivamente irmã e viúva do ex-assessor Carlos Percol, e Guel Arraes, tio de Eduardo Campos, até admiradores dele, como o ambulante Paulo Salada, que foi até a frente da casa de Eduardo e colocou para tocar a música Madeira que Cupim não Rói. PODER B3 NELSON ALMEIDA/AFP
Rescaldo e investigações
Bombeiros passaram o dia recolhendo destroços. Trabalho continua hoje. As causas do acidente ainda estão sendo investigadas. PODER B4
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LEONARDO BENASSATTO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Corpos ainda no IML de São Paulo
A pedido da viúva do ex-governador, os restos mortais dos quatro pernambucanos mortos no acidente só serão liberados do IML ao mesmo tempo. PODER B5
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Editor: Kauê Diniz Editores-assistentes: Andrea Pinheiro e Glauce Gouveia Editora-assistente de produção: Aline Moura
POLÍTICA
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Zé Maria mantém campanha
Candidato do PSTU à Presidência foi o único dos presidenciáveis que não suspendeu sua agenda
KARLOS GEROMY/OIMP/D.A.PRESS
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Preparação para o adeus Cerimonial do Palácio do Campo das Princesas estima que mais de 80 mil pessoas estarão presentes no velório do ex-governador e dos seus assessores
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O sentimento é de tristeza para cada um de nós pernambucanos, brasileiros. Ele foi uma pessoa que sonhou em ver um Brasil melhor” Luiz Carlos da Silva, comerciante
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ALINE MOURA alinemoura.pe@dabr.com.br
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inda em choque com a notícia da morte prematura do ex-governador Eduardo Campos (PSB), quarta-feira, em Santos (SP), amigos, familiares e correligionários começaram a preeparar, ontem, o velório e o enterro do ex-presidenciável. A expectativa é de que as cerimônias recebam um público acima de 80 mil pessoas, maior que o do enterro do ex-governador Miguel Arraes, seu avô. Eduardo morreu num acidente de avião na mesma data que Arraes faleceu, em 2005, aos 88 anos. Eduardo tinha 49. Os preparativos com a cerimônia coincidiram com as visitas que aumentaram no Palácio do Campo das Princesas, quando populares começaram a passar pelo local para saber notícias de Eduardo e dos amigos que estavam no mesmo voo e morreram. Somente ontem, no Cemitério de Santo Amaro, onde o ex-governador será enterrado no mesmo jazigo do avô, houve um acréscimo de 500 visitantes. Subiu para 1,5 mil, segundo o chefe da Divisão de Necrópoles do Recife, Petrus Tejo. Muitos foram lá interessados em saber o local exato do túmulo, que fica na quadra 32, lote 1, em terra batida, rodeado odeado de flo f lores vermelhas. Um túmulo simples, ao estilo de Arraes e
de Eduardo, que nunca foram de ostentações. Não haverá outros enterros neste dia. Apesar de terem estado em lados opostos nesta eleição, o enterro de Eduardo contará com a presença do ex-presidente Lula, seu amigo, e da presidente Dilma Rousseff, que ligou para o deputado federal
EXPECTATIVA É QUE ENTERRO OCORRA AINDA NESTE DOMINGO À TARDE João Paulo (PT) confirmando a vinda ao estado. Perplexidade tem sido comum nas ruas do Recife. Desde quarta-feira é comum ver pessoas paradas em frente às televisões de lojas de eletrodomésticos, com mãos na boca e no queixo vendo notícias sobre a morte trágica do ex-governador. Os bares e restaurantes es ficar ficaram silenciosos na quar-
Organização em ritmo acelerado
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Fiquei sabendo quando cheguei da escola. Foi uma situação inacreditável. Minha família estava toda chorando” Driela Pâmela, estudante
O cerimonial do Palácio do Campo das Princesas acredita que o funeral de Eduardo Campos (PSB) pode paralisar a capital do estado, nove anos depois da morte do seu avô, o ex-governador Miguel Arraes. O desastre foi tão chocante que até mesmo os adversários estão silenciosos e solidários. Os aliados estão inconsoláveis. Ao lado do exgovernador, morreram quatro assessores e dois pilotos. O enterro está sendo preparado como um ritual. Cerca de 200 homens da Prefeitura do Recife limparam as ruas próximas ao Cemitério de Santo Amaro, podaram árvores, trocaram lâmpadas e taparam alguns buracos.
De acordo com o secretário de Imprensa do governo do estado, Ivan Maurício, após a identificação dos corpos, em São Paulo, o avião com os restos mortais de Eduardo e dos seus amigos, como Carlos Augusto Percol e Alexandre Severo, aterrissará na base aérea de Pernambuco. O caixão seguirá em um carro aberto do Corpo de Bombeiros até o Palácio, que já começou a ter as imediações isoladas. Depois do velório e da missa de corpo presente, o corpo de Eduardo seguirá em cortejo até o cemitério, repetindo o ocorrido em 2005, na ocasião da morte de Miguel Arraes. (João Vítor Pascoal)
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ta e ontem, como se não houvesse clima de festejos. No esteio dessa comoção, a ex-primeira dama Renata Campos pediu que houvesse uma missa de corpo presente fora do Palácio do Campo das Princesas, na Praça da República, onde as pessoas possam ver a cerimônia, sem o aperto das acomodações do prédio antigo. O ato religioso será realizado pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido. No local, o mesmo onde Eduardo fez o discurso de despedida de sete anos e quatro meses de governo, serão proferidas as palavras do adeus. Não se sabe ao certo o dia do enterro, porque até ontem à noite os corpos não haviam sido identificados. Mas o governador João Lyra (PSB), que está em São Paulo, estima que pode ser no domingo às 16h, caso os restos mortais sejam identificados por DNA e transportados para o Recife ainda amanhã.
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Circulação de populares aumentou em frente ao Palácio, que recebeu fotos e flores em homenagem ao ex-governador
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Veja como ficaram as ruas do Recife no dia seguinte ao trágico acidente
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Vídeo mostra as condições dos jazigos no cemitério de Santo Amaro
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Luiz Carlos diz que toda a família chora. Em Santo Amaro, jazigo de Arraes e Eduardo ganha flores
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O endereço da saudade
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Me preocupava em zelar muito por essas pontes, para que eu pudesse vê-los (Lula e Eduardo) novamente conversando sobre o Brasil” José Múcio, ministro do TCU
BLENDA SOUTO MAIOR/DP/D.A PRESS
LARISSA RODRIGUES larissarodrigues.pe@dabr.com.br
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clima de consternação tomou conta da Rua Luiz da Mota Silveira, em Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife, ontem. Lá, está localizada a casa do ex-governador Eduardo Campos, que morreu na última quarta-feira vítima de um acidente com o jato que o levava para Santos, em São Paulo. No endereço, a ex-primeira-dama de Pernambuco Renata Campos passou o dia recebendo a solidariedade e o conforto dos amigos. Muitos entravam e saíam do local em silêncio, algumas vezes com os olhos marejados. Outros, ficavam assustados com a quantidade de repórteres à espera de informações. Mas uma reação era comum a todos os que foram à casa dos Campos, a comoção diante da tragédia que tirou prematuramente a vida do solialista e de sua equipe de assessores. À tarde, no local, uma missa foi rezada pelo Frei Rinaldo e o padre Luciano Brito. Durante a celebração, que durou cerca de 50 minutos, chegaram à casa o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, e o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB). O padre Luciano Brito conversou com a imprensa e disse que o clima dentro da casa era de oração. Além disso, ele relatou que a ex-primeira-dama estava serena e sempre
Cineasta Guel Arraes, tio de Eduardo, chegou do Rio de Janeiro para se juntar à família com o filho mais novo no colo, Miguel. “A gente confortou a família com a fé”, disse. Segundo o padre, um dos filhos de Campos, Pedro, de 18 anos, leu uma passagem bíblica durante a cerimônia. No período da manhã, mais de cem pessoas haviam ido à residência prestar condolências. Eram deputados, secretários, amigos e familiares. Renata Campos fez questão de receber todos e os que es-
tiveram com ela admiraram a força demonstrada no momento. Um dos parentes comentou, em reserva, que ela pediu para que a casa ficasse cheia, preferiu evitar ficar só e, assim, abriu as portas aos mais próximos. Entre as pessoas que foram prestar solidariedade à Renata Campos, estavam o cineasta Guel Arraes, tio de Eduardo, o ministro do TCU José Múcio o ex-secretário de im-
prensa do estado Evaldo Costa, os deputados federais Luciana Santos (PCdoB) e Augusto Coutinho (SDD), os deputados estaduais Aluísio Lessa (PSB), André Campos (PSB) e Zé Maurício (PP) e Laura Gomes (PSB) e seu esposo, o vice-prefeito de Caruaru, Jorge Gomes (PSB). Depois chegaram a viúva do ex-prefeito do Recife Pelópidas Silveira, Marilu Silveira, e a viúva de Miguel Arraes, Magdalena Arraes.
“O PSB está sem chão” JÚLIA SCHIAFFARINO juliaschiaffarino.pe@dabr.com.br
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Eu dizia que não fazia questão de perdê-lo (Percol) para Eduardo, porque era uma admiração mútua” Cecília Ramos, jornalista
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Confira reportagem sobre a movimentação em Dois Irmãos Fotografe o QR code ao lado com o software leitor do seu celular
No estado que até a semana passada era conhecido por ter um dos principais candidato à Presidência da República, a política saiu de cena. Pelo menos por enquanto. Durante todo o dia e noite de ontem a movimentação na casa do ex-governador Eduar-
do Campos foi intensa. Além dos familiares e amigos, muitos caciques socialistas, mas eles evitavam falar sobre política e futuro. “O PSB está sem chão”, repetia. Presidente estadual da sigla e amigo pessoal da família, Sieleno Guedes passou o dia na residência. Sempre que questionado sobre qualquer assunto
político respondia, curtamente: “Esse não é o momento”. O coordenador da campanha de Campos no Nordeste, Cláudio Procópio, pediu respeito à dor da família. “As pessoas que estão pressionando deveriam ter respeito a esse momento”. Sobre o quadro da corrida para o Palácio do Campo das Princesas o silêncio se repetia.
gente deve aproveitar para fazer o bem, porque eu só vi de Percol o bem”. Sobre o acidente, ela enfatizou: “Foi porque tinha que ser, não adianta procurar explicação”. Ela disse ter falado com Percol na madrugada anterior. “Eduardo estava extremamente realizado. Percol estava no melhor momento da vida dele. Eles só falavam como estavam bem, felizes.” Cecília Ramos estava casada com Percol há quatro meses e, logo depois, o marido se engajou na campanha de Campos. “Eu dizia que não
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“Não vamos falar de política porque esta não é a hora e, sobretudo, porque ele não tinha substituto”, ressaltou o deputado federal Inocêncio Oliveira (PR). Único a falar sobre política, o irmão do exgovernador, advogado Antônio Campos, defendeu o nome de Marina Silva na disputa para a Presidência. BLENDA SOUTO MAIOR/DP/D.A PRESS
“Foi porque tinha que ser” “Ele transformava o que fosse ruim em bom”. Essa foi uma das frases usadas pela jornalista Cecília Ramos em uma entrevista emocionada sobre o marido, o jornalista Carlos Percol, concedida, ontem, em frente à casa do exgovernador Eduardo Campos (PSB). Percol morreu na última quarta-feira junto com Campos no acidente aéreo em Santos (SP). Tentando transformar a dor em força, com o objetivo de deixar uma mensagem positiva aos que pudessem ouvi-la, Cecília Ramos também afirmou que “a
“Cupim não Rói”
fazia questão de perdê-lo (Percol) para Eduardo, porque era uma admiração mútua. Eles eram uma dupla. Ele (Percol) estava tão feliz que a felicidade dele era a minha”. (L.R.)
Emocionada, Cecília Ramos lamenta perda de marido
Em uma moto com uma caixa de som completamente tomada por adesivos de campanha com fotos de Eduardo Campos, o ambulante Paulo Salada prestou uma homenagem, ontem, ao pernambucano. Por volta das 8h colocou para tocar, na frente da casa do socialista, a música Madeira que Cupim não Rói, de Capiba. A melodia costumava embalar atos políticos do ex-governador.
O pedreiro de casa
Mesmo sabendo que não poderia entrar, Wellington Ferreira, fez questão de passar em frente à casa de Eduardo Campos. Levou pendurada ao peito uma foto dele ao lado do ex-governador. Wellington trabalhou na construção da residência do socialista. Era ajudante de pedreiro e depois foi chamado pela família para fazer os acabamentos na obra.
Motorista desde Arraes
“É uma perda sem tamanho. Eu perdi um amigo, eu perdi um ‘cába’ que adotou um cara mais velho que ele como filho.” Assim o motorista de Eduardo Campos, Everaldo Procópio, que também foi motorista de Miguel Arraes, definiu a dor que sentia. Ele passou todo o dia de ontem na residência da família, prestando assistência em tudo o que pode.
ALLAN TORRES ESP DP/D.A PRESS
A família Campos, desde a última quarta-feira, vem recebendo amigos e aliados em sua residência, no bairro de Dois Irmãos
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Corposs liberados Corpo liber ao me mesm smo o tempo t
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A pedido da viúva de Eduardo, Renata Campos, restos mortais dos ocupantes do jatinho serão liberados todos juntos
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De onde são co colet letaada dass as amos amostr traas (vítima (vítimas) s)
A identificação dos corpos
por ordem ordem de facilidade de manipulação
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70cm
é o tamanho das partes do corpo em que deve ser realizado exame de DNA, segundo protocolo da Interpol
músculo mús culo sangue intrac intracar ardíac díaco o osso dentee dent cabelo
*Coleta depende de *Coleta disponibilidade e condição condição da amos amostr traa e pas passsa pelo proc pr ocediment edimento o a seguir seguir,, a partir partir do pas passso 3
JULIANA COLARES ENVIADA ENVIAD A ESPE E SPECIAL CIAL
A
pedido da viúva viúv de Eduardo Eduar do Campos, Cam Renataa Campos, nat Cam os corpos de todos todos os ocupantes ocupant do avião que que caiu em Santos, Sant na última quar quartta-f a-feira, serão liberados ber ados ao mesmo tempo. t Os res esttos mort mortais das quatro q vítimas pernambucanas pernambucanas - EduarEduar do Campos, Campos, Carlos Augusto A Ramos Leal Filho, Filho, Alexandre Alex Sevver Se eroo Gomes e Silva Sil e Marcelo de Oliveir Oliveir eira Lyra - seguirão juntos juntos até o Recife. R O gover ernador nador de Per Per ernambuco, João Lyr yraa Net Netoo (PSB), afirmou af que o traslado traslado dos corpos deverá de ser feit feitoo em aeronaves aer da Força Aérea Aérea Brasileir Brasileir asileira (FAB). “Dilma me falou falou por telefone, t colocando à disposição todos t os serviços que que podem ser feitos f pelo gov gover erno no federal, f inclusive os aviões aviões da FAB”, F disse. Cinquent Cinq uentaa pessoas estão es trabalhando diuturnamente diutur no IML de São Paulo Paulo para par agilizar o processo processo de liberação liber dos res esttos mort mortais - 34 desses são peritos. perit os. Ontem Ontem à noite, noit o gover ernador nador de São Paulo, P Geraldo Alckmin Alckmin (PSDB), conf confir irmou que o material material genético g de parent entes es das sete sete vítimas já se encontraava no IML de São Pauencontr P lo para para ajudar ajudar no reconhecir mentoo dos res ment resttos mortais. “Só vamos vamos saber precisapr mentee no sábado pela manhã ment se foi foi complet completado todo o tra-
balho e dizer o horário que deve haver a liberação. Se tiver completado, no começo da noite estaria tudo liberado”, comentou Alckmin. O último que faltava era do piloto Geraldo Magela, mas um avião com um perito foi enviado ontem para a cidade mineira de Governador Valadares para fazer a coleta de material genético de parentes de primeiro grau do piloto. Em entrevista concedida em frente ao IML, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) disse que, no caso de Eduardo Campos, não há necessidade de envio de amostra de sangue ou saliva de familiares para São Paulo. O IML do Recife pode processar esse material e enviar apenas as informações genéticas para São Paulo, onde está sendo conduzido o trabalho de identificação.
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Movimentação dos pernambucanos no IML
48 horas
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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO
é o prazo para que os corpos comecem a ser liberados
Perfi erfill genétic genéticoo
2 perfis
1. COLET OLETA A Retir etira-s a-see amos amostr traa da muco mucosa bucal, buc al, por rasp raspag agem, em, com um “ suabe”
genéticos devem ser confrontados. Um retirado das vítimas, outro de amostras de familiares
99,99%
é o índice que deve ser atingido entre perfis de DNA para que seja considerado identificado
2. ARMAZENAMENT ARMAZENAMENTO O
5. AMPLIFICAÇÃO
A amo amosstr traa é coloc colocada ada num papel papel tipo FTA, FTA, que mantém a amos amostr traa em temper temperatur aturaa ambiente ambiente
Material é colocado em solução “Multiplex”, num termociclador, uma máquina que vai aumentando e diminuindo a temperatura para provocar a multiplicação do código de uma região específica do DNA
3. EX EXTR TRAÇÃO AÇÃO
6. AMPLIFICAÇÃO
Amostr Amos traa rec recebe ebe soluçõe soluçõess bas baseeadas em re resina magnética magnética e pas passsa por três equipament equip amento os (c (centrífug entrífuga, a, termomix e es estant tantee magnética) magnética) par paraa quebra quebra do núcleo das células. células.
Um sequenciador identifica e decodifica o código já multiplicado e traça um perfil genético, uma espécie de mapa, único para cada pessoa
4. QU QUANTIFIC ANTIFICAÇÃO AÇÃO
7. COMPARAÇÃO
Solução é coloc colocada ada num equipament equipamento o conhecido como como “PCR em ttempo empo re real” al”,, que av avalia a quantidade de DNA na amosstr amo traa e se se é suficiente suficiente par paraa o proc pr ocediment edimento o pret pretendido endido
Com perfil da vítima e da família, verifica-se se há coincidência. Carregamos 50% do código genético de nosso pai e 50% de nossa mãe. Verifica-se, nesse caso, se metade de cada “mapa” avaliado corresponde a um nível de 99,99% para atestar a identificação.
EDITORIA EDIT ORIA DE ARTEDP ARTEDP
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Aliadoss de Eduar Aliado Eduar duardo na porta do IML de São Paulo
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Na expectativa da caixa-preta O aparelho contem gravações das duas gr últimas horas de voo do jato que caiu matando sete pessoas em Santos, entre elas, o presidenciável do PSB
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O funcionamento de Vants no Brasil representa um perigo especialmente se localizado próximo a uma área de tráfego aéreo” Carlos Camacho , Comandante e especialista em segurança de voo
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omeçou a análise, em Brasília, da caixa-preta da aeronave que levava Eduardo Campos a Santos. Com o equipamento, o intrincado quebra-cabeça que é a investigação de um acidente aéreo tende a ser montado mais rapidamente. Até agora, os dados disponíveis aos técnicos da Aeronáutica, responsável por identificar as causas do desastre, incluem tempo ruim, visibilidade limite de 3 mil metros e ventos de 12km/hora - condições que podem ter dificultado o pouso. Além disso, notificações feitas pela própria Força Aérea Brasileira (FAB) ao piloto da aeronave mostram perigos adicionais no local, como uma área reservada a veículos aéreos não tripulados (Vants), presença de urubus e um guindaste de 128 metros. De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Aeronáutica, a caixa-preta do Cessna 560 XL contém apenas dados de voz, registros do que a tripulação conversou e outros sons captados dentro da aeronave. O modelo não tem gravador de dados do voo, como é comum em aviões maiores. O equipamento registrou as duas últimas horas de áudio do jato. Primeiro, os peritos analisam as condições fí-
RICARDO NOGUEIRA/AFP
sicas da caixa-preta, para depois decodificá-la, de fato, por meio de um software. O sindicato que representa pilotos pedirá uma apuração sobre o limite de horas voadas da tripulação. O piloto havia postado em uma rede social que estava cansado e trabalhando muito.
Colisão
As informações do aparelho poderão indicar também se houve alguma colisão em voo, hipótese aventada por especialistas na área depois da divulgação dos alertas feitos pela própria Aeronáutica nas notas técnicas aos pilotos. Embora a FAB tenha se recusado a informar quem é o solicitante da área reservada para Vants a 19,5km da pista de pouso da base aérea de Santos, fez as vezes de interlocutor dele. Disse, em nota emitida na noite de ontem, que, segundo essa pessoa ou empresa cuja identidade foi preservada, não houve voo de qualquer equipamento tripulado remotamente na região. Pelo Notam, o setor destinado aos drones começou a funcionar em 11 de agosto e ficará ativo até 31 do mesmo mês. As buscas pelos últimos vestígios de restos mortais das vítimas do acidente serão retomadas hoje. Integrantes da Polícia Federal e da Aeronáutica também fazem perícia no lugar da tragédia.
NELSON ALMEIDA/AFP
Trabalho na área onde caiu o jatinho será retomado na manhã de hoje
+ saibamais // O QUE PRECISA SER INVESTIGADO O ACIDENTE
Possíveeis causa Possív causa usass (Hipóte (Hipóteses)
Motivos que confirmam a hipóte hipótese
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■ Motivos que de desscartam a hipóte hipótese
Colisão com com outra outra aerona aeronavve Informaçõe Inf ormaçõess da população deram conta deram conta que o avião avião teria teria colidido com com outra outra aerona aeronavve, de menor porte porte, que teria teria explodido no ar. ar. ■
■ Nenhum outro outro veículo veículo aéreo aéreo
foi reportado reportado como como abatido abatido,, dessap de apar arecido ecido ou com com problemas problemas.. Avião caiu caiu em menos menos de 20 20 segundo segundoss Queda do tipo “na própria sombr ombra” a”,, abrupta e vertic vertical, al, em ve vez de planada
Pane mecânica ■ A po posição sição em que o avião avião des desceu indica indica
que houve houve queda abrupta, como se se o sist sistema inteir inteiro o de voo voo par paras assse de funcionar e houvee regis houv registr tro o de problemas problemas na decolag decolagem em dessta aerona de aeronavve, em 16 16 de junho, junho, no aeropor aeropor-to de Londrina Londrina (PR).
Pásssar Pás aro o na turbina
■ Ha Havia via uma áre área re reserv ervada ada
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par araa voo voo de Veículo eículoss Aér Aéreo eoss Não Tripulado ripuladoss (VANT), (VANT), entr entree 11 e 31 de ago agosto. Um deles deles poderia ter ter atingido uma turbina. ■ A FAB afirma que exis existia tia o avis aviso o
■ A manut manutenção enção anual do avião avião es esta tavva em
Peças afundaram afundaram até quatro quatro metro metros no solo solo,, o que indica indica que o avião avião caiu caiu de nariz
Drone na turbina
da pos possibilidade de voo voo de drone droness, mas a região região fica ficava a 20 20 Km da bas asee aére aérea. “T “Tant anto o páss pássar aro os como como drone dr oness teriam teriam re restos na própria turbina. A perícia identifica identifica facilment acilmente” e”,, afirma o pro professor de Ciências Aer eronáutic onáuticas as da PU PUC/R /RS S
dia, as assim sim como como a re revisão de 100 100 horas horas de voo oo.. “O piloto piloto es esta tavva muito muito tranquilo tranquilo quando arremet arr emeteu, eu, não houve houve qualquer tipo de avis aviso o de problemas problemas - sequer sequer o “Ma “Mayy Da Day” y”,, que o termo de emergência emergência quando há sinais que o avião cairá” cairá”,, lembr lembraa o especialis especialista ta em avia avia-ção de São Paulo Paulo,, Geor Georg ge Sucupira. Sucupira.
Urubus “ing “ingerido eridos” s” são umas das caus causas as mais comuns comuns de acidentees e podem caus acident causar ar danoss a motor dano motorees de aviõe aviõess Na hora hora do acidente acidente, cho chovia, via, e páss pássar aro os não co costumam vo voar nesssas condiçõe ne condiçõess. “Além diss disso, por ali, são mais comuns comuns gaiv gaivotas otas e mesmo mesmo com com danos danos - e apenas uma turbina - a aerona aeronavve teria teria condiçõe ondiçõess de continuar continuar vo voando” ando”,, diz Humberto Humberto Branc Branco o, vic vice-pr e-preesi si-dentee da Associação de Piloto dent Pilotos e Pr Proprietário oprietárioss de Aer erona onavves. ■
Desorientação do piloto *Caixa-pr *Caix a-preta eta
■ Um dos dos piloto pilotos havia havia regis registr trado ado sinais de fadig fadigaa nunu-
Aer erona onavve era era equipada equipada com com “Voic “V oicee Rec Recor order” der”,, que gra grava os sons sons emitidos emitidos na cabine cabine.. Dec ecodific odificadas adas,, as gra gravaçõe açõess revelarão as con convver erssas do piloto piloto e podem re revelar as caus causas as do acidentee. O proc acident proceesso dura, dura, em média, 30 dias. dias.
ma rede rede social social e o es estr treesse pro provoc ocado ado por se se tratar tratar de uma camp campanha anha eleitor eleitoral al podem ter ter atrap atrapalhado alhado o sens enso o esp espacial acial do piloto piloto. Dentr entro o da nuvem, nuvem, poderia ter perdido perdido a direção direção e forçado forçado demais a curva, curva, dei dei-xando as asas asas na vertic vertical al e pro provoc ocando ando queda brusc brusca. Os piloto pilotos tinham, somado omadoss, 35 anos anos de experiên experiên-cia e o interv intervalo alo entre entre a nav nave arremet arremeter er e cair cair foi foi de ■
poucos segundo pouco segundoss. No contat contato o com com a Torr orree de Contr Contro ole,, o piloto le piloto so soava tranquilo tranquilo e a par par da situação. situação. “Nor “Nor-malmentee, não há apenas um motivo malment motivo um avião avião cair cair.. Pode ter ter acont acontecido ecido tudo junto: junto: um problema problema após arremet arr emeter er,, mau tempo tempo,, tr traf afeg egar ar por áre área de serr serra, a, com pouca pouca visibilidade e o piloto piloto cans cansado ado faz fazer er uma manobraa brusc manobr brusca… Um conjunt conjunto o. Mas é uma pos possibili sibili-dade,, como todas dade todas as outras outras.. Apenas a inv investig tigação ação concluída pra pra dizer” dizer”,, completa Villas Boas Boas.. SILVINO SIL VINO/DP /DP
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por marisa gibson
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A nova corrida Sem Marina Silva concorrendo à Presidência da República dificilmente haverá segundo turno na eleição; sem Eduardo Campos, Pernambuco sai da cena nacional e se recolhe ao plano regional, e os socialistas pernambucanos podem perder o controle do PSB. Esses são três motivos suficientemente fortes para que o irmão do ex-governador Antônio Campos tenha, em pleno luto, divulgado carta defendendo o nome da ex-ministra para encabeçar a chapa do partido na sucessão presidencial. Essa é a dinâmica da política. O impacto da morte de Eduardo ainda não passou, mas o prazo de dez dias, a partir de sua morte, para que o PSB registre uma nova chapa no Tribunal Superior Eleitoral, começa a expor a disputa interna dentro do partido. A possível candidatura de Marina a presidente da República é o meio mais seguro de se manter brilhando a aura de Eduardo ao longo da campanha e, dessa forma, assegurar à legenda uma votação significativa levando a disputa para o segundo turno. Não é à toa, também, que o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), primeiro politico de peso nacional a dar apoio à candidatura de Eduardo, tenha saído da toca e, seguindo a tese do senador gaúcho Pedro Simon, defendido a candidatura da ex-ministra a presidente. Essa é a única forma de travar uma possível vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno, e pode ser boa ou péssima para Aécio Neves. Até agora, quem menos falou foi Marina Silva, cujo projeto tático foi se abrigar no PSB, enquanto, estrategicamente, esperava pela oficialização da Rede como partido. Nesse processo, ela foi aceita de braços O estado de abertos por Pernambuco Eduardo, escolhida candidata a pode sair vice-presidente, da cena nacional mas nem por isso conviveu em e se recolher harmonia com ao plano regional muitas lideranças da sigla. Esses com prejuízos socialistas políticos e evidentemente estão de orelhas administrativos em pé diante da possibilidade da exministra encabeçar a chapa presidencial do PSB. E muitas interrogações já se impõem. Se Marina for candidata, quem será o vice? Um pernambucano? Os acordos feitos por Eduardo, tanto no plano nacional como estadual serão cumpridos? Como vão se comportar os aliados no estado, que se aproximaram da chapa majoritária da Frente Popular diante da perspectiva de Eduardo ser eleito presidente ? Como ficarão as alianças com o PSDB, partido para o qual Marina torce o nariz? Outro problema a se considerar é que no PSB não há uma gradação qualitativa em termos de liderança. O partido cresceu numericamente mas seus líderes, em sua maioria, ainda são anões políticos se comparados ao talento de Eduardo, o que prejudica qualquer solução a curtíssimo prazo. Para Pernambuco, as perdas vão além do âmbito do PSB. A chama local da legenda pode ser mantida pelos familiares do ex-governador, a exemplo do filho João Campos, que já teve uma candidatura a deputado federal ensaiada. O estado, porém, pode sucumbir em termos nacionais. O prefeito Geraldo Julio é um iniciante e sobre o futuro governador pairam muitas incertezas. Armando Monteiro Neto (PTB) tem muito mais estrada que o seu oponente Paulo Câmara, mas ninguém sabe como o eleitorado pernambucano se comportará diante da morte de Eduardo. Os dois podem até surpreender na cena nacional, mas uma candidatura de um pernambucano brilhante a presidente da República, isso, sim, vai demorar.
Um partido e um discurso órfãos do líder
OSWALDO REIS/ESP.CB/D.A PRESS
País perde uma de suas principais lideranças e a aposta da renovação política. Integrantes do PSB ainda assimilam tragédia PAULO DE TARSO LYRA e JOÃO VALADARES politica.df@dabr.com.br
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morte precoce de Eduardo Campos não deixou órfãos apenas os cinco filhos do ex-candidato do PSB ao Palácio do Planalto. A queda do avião em Santos (SP) representa um baque no discurso de renovação da política brasileira, priva o PSB do seu principal nome — responsável pela coesão e pela ascensão política do partido no cenário nacional —, e deixa um vácuo de liderança política em Pernambuco, o sétimo maior colégio eleitoral do país, com cerca de 6,5 milhões de eleitores. Paradoxalmente, o mesmo personagem político que encarnava, no imaginário popu-
lar, a representação concreta de uma nova forma de fazer política, acabou atuando de maneira centralizadora em sua trajetória, reforçando o sentimento de orfandade que agora domina as pessoas próximas a ele. “Exceção feita aos dois ex-presidentes Lula e FHC, nenhum político atual tinha uma capacidade de prever situações, montar cenários e articular ideias e propostas como Eduardo”, compara
SOCIALISTA FOI RESPONSÁVEL POR AGREGAR O PARTIDO NACIONALMENTE Carlos Mello, cientista político e professor do Insper. Ao longo da atual campanha, Eduardo criticava arduamente a atual gestão da presidente Dilma Rousseff, mas fazia questão de pontuar os avanços alcançados pelo país nos governos Lula e FHC. “Ele era um líder extremamente inteligente, com uma visão de Brasil e com a capacidade
de ressaltar tudo de bom que aconteceu no Brasil nesses últimos 20 anos”, declarou o senador e candidato ao governo do Distrito Federal pelo PSB, Rodrigo Rollemberg. Ele destacou que, no atual front em que a batalha política se desenvolve, são raros os personagens que focam a disputa apenas no campo das ideias, sem resvalar para as questões pessoais. Essa qualidade de Eduardo já tinha sido destacada por FHC, que ressaltou a ausência que o socialista fará ao debate. Eduardo também fará falta ao PSB, que perde seu maior expoente. “Ele era uma liderança nata, que aglutinou o partido”, disse Rollemberg. “Não temos alguém, em nossos quadros, com a capacidade de liderança, de definição de rumos e diretrizes como ele”, elogiou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Como presidente do partido, Eduardo conduziu com maestria – em vários momentos, com mão de ferro – os caminhos percorridos pela legenda que herdou do avô, Miguel Arraes.
Rollemberg credencia Eduardo Campos como uma liderança nata
“
Não temos alguém, em nossos quadros, com a capacidade de liderança como ele” Júlio Delgado, deputado federal (PSB-MG)
“Vazio” em Pernambuco Pernambuco segue perplexo, sem acreditar que o “indestrutível Eduardo” está fora de cena. Eleito e reeleito governador com mais de 80% dos votos, três vezes escolhido como o administrador estadual mais bem avaliado do país, Eduardo Campos elegeu
um secretário como prefeito do Recife (Geraldo Julio) e consolidou outro — Paulo Câmara — com seu sucessor no estado. “O vazio é muito grande. Estamos atordoados para saber como vai ser preenchido”, resumiu o ex-secretário e líder do governo na Assem-
bleia Legislativa de Pernambuco, Waldemar Borges. Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Marcos Loreto lembra que Pernambuco tinha dois ex-governadores fortes — Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Mendonça Filho (DEM) — e que, hoje, todos es-
tavam ao lado de Campos. “Na geração de até 50 anos, é difícil encontrar alguém como ele. Ele tinha uma convicção muito forte de que seria presidente. A convicção era tão grande que a gente acabava achando que ele ganharia no primeiro turno.”
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Primeira divergência entre PSB e Rede
ALEXANDRE SEVERO/PSB/DIVULGAÇÃO
Integrantes dos dois grupos têm opiniões grupo diferentes sobre o momento de discutir a substituição de Eduardo Campos nessas eleições JULIANA COLARES ENVIADA ESPECIAL
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PSB e a Rede adotaram posturas diferentes, neste primeiro momento, em relação às discussões sobre os rumos da corrida presidencial. O governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PSB), afirmou que as discussões internas já começaram e que, apesar da dor, é preciso tomar uma decisão rapidamente. Na Rede, a orientação de Marina Silva é de só falar sobre candidatura após os sepultamentos. “Apesar do momento de grandes dificuldades, nós temos dois prazos: o legal e o político. O legal são os dez dias (previstos na legislação eleitoral para substituição de um candidato, em caso de falecimento). O político é que nós teMarina Silva tem dito que o tema sucessão presidencial não deve entrar em discussão antes do sepultamento do ex-governador mos que ter consciência que o guia eleitoral começa dia 19. tados serão ouvidas. “O legado Nós temos que ter a decisão do governador Eduardo Camos obstáculos do partido (PSB) e estamos co- pos é muito forte nesse moConfira os problemas que a ex-ministra de Lula, idealizadora da Rede, meçando a conversar”, afir- mento. A questão da unidade precisa superar para se tornar a sucessora de Eduardo Campos mou João Lyra Neto, na saída dos partidos, da Rede e do PSB, do Palácio dos Bandeirantes, eu tenho a impressão de que Alianças regionais onde se reuniu, na tarde de vai prevalecer. Tenho absoluta Marina terá de abandonar o discurso purista que adotou em algumas coligações para aceitar os acordos fechados ontem, com o governador de certeza que o PSB vai encontrar pelo PSB São Paulo, Geraldo Alckmin o melhor caminho para a suAgronegócio cessão de Eduardo Campos”. (PSDB). Quando a aliança foi formalizada, Marina rechaçou uma aproximação do PSB com produtores rurais, deixando preNo fim da tarde, na saída do Lyra afirmou que já comevalecer o discurso ambiental. Terá que reconstruir as pontes çou a tratar do assunto com o Instituto de Medicina Legal vice-presidente da legenda, Ro- (IML) de São Paulo, o porta-voz PSDB berto Amaral. Mas, em comu- da Rede, Walter Feldman, disA ex-ministra ficou incomodada com os elogios mútuos e a política de aproximação entre Eduardo Campos e Aécio Neves. Se quiser ter expectativas em um eventual segundo turno, precisará essa relação com os tucanos nicado distribuído ontem à se que “Marina tem recomenimprensa, Amaral disse que, dado que, até o sepultamenFuturo da Rede pelo luto, o PSB “recolhe-se, to, nós não tenhamos nenhum Às vésperas da convenção que homologou a candidatura, a direção da Rede disse que o projeto de criação do partitipo de disneste modo seguia incólume. E acrescentava que, tão logo o TSE concedesse o registro, o grupo migraria para a outra legenda. curso ou demento, irma- GOVERNADOR O que muda nesse novo cenário em que ela se torna cabeça de chapa no processo do PSB bate sobre o nado com o JOÃO LYRA ACHA Discurso religioso desdobrasentimento Vice de um candidato a presidente extremamente católico, Marina terá de superar o rótulo de evangélica se desejar mento polítide seus mili- QUE É HORA DE ampliar o número de eleitores nos demais segmentos religiosos FALAR SOBRE co”. Segundo tantes e da soele, a Rede ciedade brasi- SUBSTITUTO Rejeição interna não está traleira, cuidanMarina terá de vencer a desconfiança de setores do PSB, que a viam como estrangeira. E superar o discurso daquedo tão somente das homena- tando do assunto nem com o les que, inspirados pelos irmãos Cid e Ciro Gomes (que deixaram o PSB para filiar-se ao Pros), defendem o apoio à reeleição de Dilma gens devidas ao líder que par- PSB. “Nós da Rede falamos com tiu”. Por fim, Amaral diz que Marina ontem (quarta-feira) e a direção do partido “tomará, ela pediu que isso não fosse quando julgar oportuno, e ao tratado agora. O momento é de seu exclusivo critério, as deci- chorar os mortos e de nos soAPOIO A MARINA sões pertinentes à condução lidarizarmos com a família”. Feldman aposta na continuido processo político-eleitoral”. “Ontem, Lyra esteve com os dade da aliança com os sociadeputados Beto Albuquerque listas. Ele lembrou que a coliacompanhou em sua trajetória, Além do governador de Pernam- tônio mandou carta ao PSB: (RS), Julio Delgado (MG) e com gação é encabeçada pelo PSB, buco, João Lyra, outro socialista “...A nossa família tem mais de externo a minha posição pessoal a senadora Lídice da Matta mas enfatizou que os rumos apresentou, ontem, sua posição 60 anos de lutas políticas em de- que Marina Silva deve encabeçar (BA), em São Paulo. Quando da disputa eleitoral devem ser a favor do debate em torno do fesa das causas populares e de- a chapa presidencial da coligaperguntado se a escolha de Ma- decididos pela coligação como nome que substituirá Eduardo mocráticas do Brasil. O meu avô ção Unidos pelo Brasil liderada rina Silva para cabeça de cha- um todo. “Nós acreditamos Campos na corrida pela Presi- Miguel Arraes foi preso e exilado, pelo PSB, devendo a coligação, pa seria uma decisão natural, que ela (a aliança programátidência da República: o advoga- não se curvando à ditadura mili- após um debate democrático, esLyra respondeu que “a posição ca) vai se manter, com caractedo partido será tomada quan- rísticas diferentes, mas com do Antônio Campos, irmão de tar. Eduardo Campos continuou colher o seu nome e um vice que do forem feitas todas as conver- muita qualidade para que a Eduardo, que também defendeu o seu legado com firmeza de pro- una a coligação e some ao debasações”. “Marina é um grande gente possa apresentar algo te que o Brasil precisa fazer nesque esse nome seja o de Marina pósitos... nome, sem dúvida que é, mas novo ao Brasil. Nós acreditaSilva.Ambos apresentam discur- Como filiado ao PSB, membro do se difícil momento, em busca de o partido vai conversar, discu- mos que as pessoas fazem parsos que destoam da posição do Diretório Nacional com direito a dias melhores. Tenho convicção tir e amadurecer essa decisão te de um coletivo. Eu acredito PSB nacional, apresentada em voto, neto mais velho vivo de Mi- que essa seria a vontade de e anunciar o mais rapidamen- que nós vamos poder provar isnota oficial à imprensa. Depois guel Arraes, presidente do Insti- Eduardo...” te possível, apesar da dor que so agora. Sem Eduardo Camde conversar reservadamente tuto Miguel Arraes - IMA e único estamos vivendo”, disse. Se- pos é possível nós mantermos com lideranças partidárias, An- irmão de Eduardo, que sempre o Trecho de carta de Antônio Campos gundo o governador de Per- os sonhos inspirados na pri-
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nambuco, as principais lideranças do PSB em todos os es-
meira conversa (entre Campos e Marina)”, afirmou.
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Indispensável nos bastidores Ex-primeira-dama Renata Campos, discreta, sempre atuou nas articulações políticas ao lado de Eduardo e pode contribuir para as decisões partidárias
ROSÁLIA RANGEL rosaliarangel.pe@dabr.com.br
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amiliares, amigos e aliados políticos são unânimes em dizer que Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos, está bastante sofrida, mas serena. A forma como a ex-primeira-dama enfrenta a dor da morte precoce do marido revela força e o estilo discreto, um traço marcante de sua personalidade. Em casa, ao lado dos filhos, filhos, tem recebido as pessoas desde o momento em que a notícia da morte de Eduardo foi confirmada, na manhã da última quarta-feira. Para tentar protegê-la, auxiliares mais próximos pensaram restringir um pouco a entrada, mas ela não permitiu. “Se as pessoas estão vindo é porque gostam dele (Eduardo), então deixem entrar”, disse. Ela completa 47 anos na próxima segunda-feira.
A discrição de Renata é per- um padrão de primeira-dama. ceptível. De perfil reservado, Depende da personalidade e não gosta de falar muito, prin- história de vida da pessoa. Eu cipalmente com a imprensa. mesma não me vejo enquaEsse papel cabia ao marido, drada a nenhum tipo de pamas ela estava sempre por per- drão”, afirmou Renata, em to. No governo, construiu um uma entrevista concedida ao caminho diferente para exer- Diario, em 2011. Ela é econocer o papel de primeira-dama mista e concursada do Tribufora dos padrões tradicionais. nal de Contas do Estado. Não ocupou cargos, mas exerIsso, no entanto, não quer ceu a função de forma ampla. dizer que ela ficava de fora Era presença das decisões constante nas RENATA CAMPOS É políticas e adreuniões, nos ECONOMISTA E ministrativas. eventos ofiAo contrário, ciais e nas via- CONCURSADA DO Renata era TRIBUNAL DE gens do ex-gouma das pesvernador. En- CONTAS DO ESTADO soas mais outre ações de vidas por governo comandou o Progra- Eduardo. Quando requisitada ma Mãe Coruja, de atendimen- pelo marido ou por outra pesto a gestantes e a Fenearte. soa da equipe, aconselhava, “Não me vejo como primei- orientava, opinava. O papel ra-dama, mas como a militan- de conselheira política, na vite política que sempre fui, des- são de alguns aliados, contide a adolescência. Até porque, nuou exercendo na campanão acho que tenha que haver nha para Presidência da Re-
Filho pode seguir caminho do pai ROSÁLIA RANGEL rosaliarangel.pe@dabr.com.br
Uma frase dita por João Campos, 20 anos, filho do exgovernador Eduardo Campos, reacendeu a ideia de o jovem seguir os passos do pai na política. “Perdi um pai e um líder, mas tem que se dar um jeito para que a bandeira dele não caia porque os ideias dele são o futuro do Brasil”. O desejo de João foi revelado ontem ao primo Joaquim Pinheiro, que esteve na residência da família, no bairro de Dois Irmãos, no Recife. A possibilidade de João Campos entrar para a política não é um assunto novo no
núcleo socialista. Em 2011, o Diario publicou matéria mostrando que a presença dele nas reuniões de governo, no período em que Eduardo comandou o estado, chamava a atenção dos correligionários. Apostavam nessa tese não apenas pelo interesse dele pelas ações administrativas e políticas, mas por conta da semelhança com o caminho trilhado pelo pai. Com a mesma idade do filho (18 anos), Eduardo se interessou pela política acompanhando os passos do avô, o ex-governador Miguel Arraes. Este ano o nome de João
Campos foi especulado para disputar uma cadeira na Câmara Federal, seria o candidato natural do espólio dos votos da avó, Ana Arraes, exdeputada federal e atual ministra do Tribunal de Contas da União (TCU). O projeto não foi adiante porque o jovem optou por continuar os estudos no curso de Engenharia Civil. Também pesou o desentendimento com a prima a vereadora do Recife, Marília Arraes (PSB). Ela reclamou do estilo centralizador de Eduardo Campos, o que incluia a indicação de João Campos para ocupar o cargo de coor-
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denador da Juventude Socialista. Diantee do conflit conf lito, João divulgou nota dizendo que precisava se preparar mais para fazer jus à herança política do bisavô e do pai, colocando assim um ponto final na polêmica. Nas campanhas local e presidencial, João estava atuando nos bastidores. Por diversas vezes viajou com o pai. Agora, com a trágica morte de Eduardo Campos, os aliados lembram que ele herdou o jeito fácil do ex-governador de conversar com as pessoas e o pensamento de que é possível fazer mais pelo Brasil.
pública. Por isso, acredita-se que ela poderá contribuir nas decisões partidárias, apesar de estar abalada pela perda. O nome de Renata chegou a ser cogitado como provável candidata a deputada federal neste ano, para herdar o espólio de Ana Arraes, ministra do TCU e ex-parlamentar. Possibilidade que foi descartada. Mãe de cinco filhos (Eduarda (22), João (20), Pedro (18), José (9) e Miguel, (de apenas sete meses), Renata não titubeou quando precisou mudar para São Paulo, onde Eduardo manteve o quartel-general da campanha. Estava diante de mais um desafio do marido, com quem viveu por mais de 30 anos. Mesmo com tantos compromissos (políticos e administrativos), nunca deixou que a agenda atribulada de Eduardo atrapalhasse o convívio dele com a família. Mantinha os filhos sempre por perto.
Renata Campos sempre disse que se viu como militante e que atua como tal
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Não me vejo como primeira-dama, mas como a militante política que sempre fui, desde a adolescência” Renata Campos, ex-primeira-dama de Pernambuco
PSB/DIVULGAÇÃO
João Campos (de verde) é o segundo filho de Eduardo
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Um tempo para trégua Paulo Câmara e Armando Monteiro estão de luto até a próxima semana e vão ter que refazer estratégias ALINE MOURA alinemoura.pe@dabr.com.br
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morte prematura do ex-governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB) deve tornar a campanha eleitoral deste ano atípica em Pernambuco. Os candidatos ao governo do estado pelo PSB e PTB, respectivamente Paulo Câmara e Armando Monteiro Neto, vão ter de começar do zero. Os dois terão de sentar com seus grupos políticos, refazer estratégias e montar novos discursos. Tudo de forma muito dosada, porque qualquer detalhe pode fazer a diferença e pegar mal diante do eleitor num momento tão delicado. Adversário de Paulo Câmara, candidato do PSB na disputa para o Palácio do Campo das Princesas, Armando está pisando em ovos. Ele can-
celou a agenda de campanha por sete dias, suspendeu a distribuição de material publicitário e a reunião de militantes no seu comitê. A ordem para os aliados foi de silenciar e respeitar a dor da família do ex-governador, de quem já foi próximo. Os correligionários de Armando dizem que ele não vai precisar mudar radicalmente o discurso no palanque, porque não vinha desconstruindo a imagem de Eduardo por
CANDIDATOS AO GOVERNO DO ESTADO ESTÃO CAUTELOSOS APÓS MORTE onde passava, especialmente no interior. Os socialistas inclusive reclamam, dizendo que Armando “esconde” Dilma e ainda é visto como candidato de Eduardo no interior. O receio de Armando, contudo, é de como será montado o discurso do adversário e qual o impacto que a morte trágica do ex-governador
vai provocar na emoção dos eleitores. Até a última pesquisa do Ibope, Eduardo Campos estava em terceiro lugar na disputa pela Presidência e perdia para Dilma Rousseff (PT) inclusive em Pernambuco. Armando despontava como favorito contra Câmara. Como ficará, agora, é uma incógnita. O fator novo dessa campanha é a comoção e esse sentimento, agora, favorece Paulo Câmara. Até mesmo a presença constante de Dilma e de Lula no estado, que era dada como certa pela cúpula nacional do PT, deve ser reavaliada. Lula e Dilma estavam magoados com Eduardo, com as críticas que o ex-governador vinha fazendo ao governo petista. Os dois, inclusive, tinham como questão de honra ganhar a eleição em Pernambuco, por conta do rompimento com Eduardo. Algo que pode perder o sentido. No campo do PSB, a orientação também é de silenciar sobre a campanha nesse momento, porque existe a possibilidade de a tropa se unir após morte do líder, mas tam-
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bém de recuar. O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), evitou falar sobre política, porém deu sinais de como deve ser o tom da campanha a partir de agora. “As questões políticas serão definidas no tempo certo e, com certeza honrarão a trajetória de vida desse líder que perdemos”, disse, em coletiva. Já o presidente estadual do
PSB, Sileno Guedes, contou que estava sem chão. Das lideranças que integram a Frente Popular, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) foi o único que falou de forma mais incisiva sobre a disputa eleitoral. Frisou que esse era um momento de “chorar e de trabalhar”, para não deixar esmorecer os ideais levantados por Eduardo Campos.
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Geraldo Julio acredita que Pernambuco irá honrar trajetória de Eduardo na campanha
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TSE nega pedido do Partido Verde pouco mais de tempo e tranDias Toffoli rejeita quilidade para se organizar ação para adiar o e adaptar seus programas de início do horário divulgação política previstos eleitoral gratuito, em lei”, diz o texto assinado pelo candidato. Pelas regras mas ressalta que da Justiça Eleitoral, o PSB tem a medida não 10 dias para indicar um novo está descartada candidato. Porém, tanto o partido quanto Marina Silva, NAIRA TRINDADE vice na chapa socialista, avinairatrindade.df@dabr.com.br saram que só vão falar no aspresidente do Tribu- sunto após o sepultamento nal Superior Eleitoral das vítimas, no domingo. Na proposta, Jorge argu(TSE), Dias Toffoli, nementava que a mudança siggou, no fim da noite de ontem, pedido do presidenciá- nificaria “respeito ao luto das vel do PV, Eduardo Jorge, pa- famílias atingidas” e ao “pera adiar o início da propagan- sar do povo brasileiro”. “Podeda eleitoral gratuita na rádio ríamos levar em considerae na tevê. No entanto, afir- ção, mas nem posso falar ismou que a possibilidade pode so em nome da Corte, porque ser considerada pela Corte ca- a Corte é um colegiado. Isso so haja consenso entre as le- poderia ser analisado na hipótese de um gendas. “A lei eventual condetermina o PROPAGANDA senso de tomomento de ELEITORAL SERÁ das as caminício do hoINICIADA NA panhas”, disrário gratuito PRÓXIMA se Toffoli. no rádio e na Apesar da TERÇA-FEIRA televisão, decisão do bem como as demais datas do calendário TSE, a hipótese levantada peeleitoral, não sendo possível lo PV ainda pode ser analisasua alteração para atender a da pelas legendas. “Não paspedido isolado, formulado por sou pelo PSB a ideia de proteuma única agremiação parti- lar. Ainda não analisamos esdária”, diz trecho da decisão. sa proposta. O momento é diNo documento protocola- fícil até para analisar essa hido no TSE, Eduardo Jorge su- pótese”, afirmou o deputado geria adiar, de 19 para 23 de pela legenda Júlio Delgado agosto, a largada dos candida- (MG). Os dois principais contos na propaganda gratuita. correntes, PSDB e PT, também “O objetivo é permitir que a afirmaram não ter um posicoligação que tinha Eduardo cionamento a respeito da alteCampos à frente possa ter um ração do calendário eleitoral.
PAULO DE ARAÚJO/CB/D.A PRESS
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Presidente do TSE disse que o adiamento pode ainda ser considerado pela Corte
Homenagens na Câmara Em Brasília, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, havia convocado sessão solene em homenagem a Eduardo Campos e Pedro Valadares para a próxima terça-feira, às 15h, mas chegou à conclusão de que seria cedo e adiou o ato para setembro. Ele pretende conversar com familiares das vítimas e fazer uma grande deferência a eles. “Será uma justa homenagem da Câmara dos Deputados a dois ex-deputados: Pedro Valadares, que foi colega
nosso, um parlamentar atuante; e essa figura que era Eduardo Campos, uma liderança nacional que conquistou a todos nós e que mostra porque foi um grande governador de Pernambuco. Queremos fazer uma homenagem do tamanho que eles merecem”, concluiu o deputado. Campos começou a carreira política em 1986, quando abriu mão do mestrado que faria nos Estados Unidos para se envolver na campanha que elegeu o avô Miguel Arraes
como governador de Pernambuco. Em 1990, entrou oficialmente na vida política ao ingressar no Partido Socialista Brasileiro (PSB) e foi eleito deputado estadual. Aos 29 anos, elegeu-se para a Câmara dos Deputados com 133 mil votos e licenciou-se para integrar o governo do avô. Em 1998, foi eleito pela segunda vez deputado federal, com 173.657 votos, a maior votação de Pernambuco. Em 2003 assumiu pela terceira vez uma vaga no Congresso.
Programa será preservado O deputado Júlio Delgado disse que o PSB pretende usar, como homenagem, o mesmo programa gravado por Eduardo e Marina na semana passada. No filme, de 2 minutos, a ex-senadora apresenta Eduardo ao Brasil. Ela abre a peça sozinha para dizer que optou pela aliança para não “assistir à decadência do país”. Na
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sequência, justifica o fato de não ser a candidata a presidente e diz que optou por um “acordo programático” com o PSB após não conseguir o registro da Rede Sustentabilidade. Nesse momento, Eduardo se apresenta ao povo ao lado de Marina. Outras homenagens são esperadas nos programas dos
concorrentes. O presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG) avisou que pretende gravar um tributo a Eduardo. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o responsável pela homenagem na publicidade do PT. Lula deve gravar uma mensagem “breve” para ser exibida na propaganda de Dilma Rousseff.
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Reverências a Campos se espalharam ontem pelo país. O pedido feito por ele para que as pessoas não desistam do Brasil foi o mote das homenagens
RICARDO FERNANDES/DP/D.A PRESS
Em nome de Eduardo e pelo ideal O
rações, ações, flor f lores e música marcaram as homenagens prestadas ontem às vítimas do acidente com o Jato Cessna 560XL na manhã de quarta-feira, em Santos, que resultou na morte do candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, quatro profissionais da equipe dele e dois pilotos. Autoridades programam novos atos públicos para as próximas semanas. Em Santos, jovens militantes do PSB reuniram-se próximo ao local do acidente, cantaram o Hino Nacional, fizeram orações e depositaram f lores. Houve ainda uma menflor sagem escrita no chão da Praça Vereador Matsunaro Uehara Taro, onde o grupo estava reunido, com os dizeres #nãodesistiremosdoBrasil. O pedido foi feito pelo político, algumas horas antes da tragédia,
No jogo do Santa Cruz de ontem, no Arruda, torcedores levaram bandeiras e cartazes em homenagem a Campos em uma entrevista à TV Globo. “É uma singela homenagem para Eduardo. Ele era uma pessoa muito próxima da militância e uma grande liderança. Essa perda foi um baque”, disse David Ramalho, secretário estadual da Juventude do PSB em São Paulo. A militante Miuky Meng, 24 anos, era uma das mais comovidas e chorou durante todo o ato. “Para a juventude do partido, essa é um perda
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muito difícil porque ele era presidente nacional do partido e seguia a linha do avô Miguel Arraes de acreditar nos jovens. Ele, inclusive, era um líder jovem. Perdemos um líder quando, pela primeira vez na história do nosso partido, tínhamos um projeto nacional. Minha última memória foi de uma conversa que tive com ele há menos de um mês. Ele disse que a mudança do país se daria pe-
las mãos dos jovens. São palavras que nunca vou esquecer”, lamentou.
Futebol
Os times do futebol pernambucano também prestaram deferência a vítimas do acidente. Na próxima partida – contra o Luverdense, no sábado, às 16h, na Arena Pantanal, pela Série B do Brasileiro – , os jogadores do Náutico usarão estampada na camisa uma fai-
xa preta com a frase: “Não vamos desistir do Brasil” e o rosto do político e torcedor. Campos, que era torcedor do Náutico, também foi lembrado pelos times pernambucanos rivais, Sport e Santa Cruz, que publicaram mensagens de luto em seus sites oficiais. No dia da tragédia, todos os jogo de futebol fizeram um minuto de silêncio em respeito aos mortos no acidente. (Do Correio Braziliense)
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