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DOMINGO
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Recife, 17 de agosto de 2014 N º 230
ROBERTO RAMOS/DP/D.A PRESS
A TRISTE PARTIDA
Às 23h05 do sábado, o avião trazendo os restos mortais de Eduardo Campos aterrissou na Base Aérea do Recife. Os dois filhos mais velhos do candidato a presidente da República ajudaram a levar o caixão para a despedida PODER B1 a B10 popular, na Praça da República. Neste domingo, o pernambucano é o Brasil que o ex-governador sonhou.
caminhos
guia eleitoral
granito
O roteiro das cerimônias
Homenagens darão o tom
A cidade 99% Eduardo
Confira os detalhes das celebrações que deverão reunir um público estimado em 150 mil pessoas. PODER B4
Essa é a expectativa para os primeiros programas da propaganda eleitoral que começa terça-feira. PODER B8
Conheça a cidade do Sertão do Araripe onde dos 3.429 eleitores, apenas 34 não votaram em Campos. PODER B7
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de P E R N A M B UC O DIARIOd Recife, DOM - 17/08/2014
editoria executiva: Humberto Santos, Lydia Barros, Paula Losada e Paulo Goethe editoria de arte: Christiano Mascaro e Erandi Moreira editoria de fotografia: Heitor Cunha, Gil Vicente e Inês Campelo
Último ato Para o adeus ao exgovernador, estimase a presença de cerca de quinhentas autoridades e um público em torno de 150 mil pessoas LUCE PEREIRA (TEXTO) lucepereira.pe@dabr.com.br ARTE DP (SOBRE FOTOS DE ARQUIVO)
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essoas muito simples, acostumadas a lidar com dificuldades severas como se fosse destino enfrentá-las, não se esquecem quando os olhos ou um pequeno gesto do poder público as alcança e, ainda que brevemente, as tira do anonimato. É desta gratidão que se nutre a política brasileira, sobretudo a que se faz no Nordeste, terra com carências e desigualdades do mesmo tamanho. Não seria diferente com o povo da pequena Granito, no Sertão (523 km do Recife), que ainda hoje agradece a Luiz Gonzaga por tê-la citado em um de seus maiores sucessos (Respeita Januário), algo equivalente a um cartão de visitas. Sim. No entanto, as palavras que verdadeiramente soariam como música ao ouvido de pouco mais de 7 mil moradores iriam ser pronunciadas pelo postulante do PSB ao governo do estado, em 2006, Eduardo Campos. Traduzidas ao pé da letra, significavam visibilidade para o município através de obras que fortaleceriam a economia local. Granito acreditou, tornou-se o maior reduto eleitoral do candidato e foi recompensada com o cumprimento de promessas de campanha. De lá para cá, a admiração e a fidelidade dos granitenses ao governador cresceriam na proporção do choque que viriam a ter ante a notícia da morte, na última quartafeira. Desde então, ficaram vazios e em silêncio como deve permanecer a única avenida da cidade, neste domingo. Enquanto a pequena Granito vai agradecer pela última vez, com os olhos grudados na televisão, ao homem que ajudou a melhorar sua autoestima, o palco da verdadeira despedida — o Palácio do Campo das Princesas e o entorno – espera receber cerca de quinhentas autoridades e um público em torno de 150 mil pessoas para os funerais. De acordo com a meteorologia, o do-
mingo será nublado e com possibilidade de chuva, mas as condições do clima, desta vez, não importarão. Faça sol ou caia temporal, recifenses que acreditaram no projeto político de Campos e gente vinda em caravana de muitas partes do estado se juntarão a parentes e amigos para a última homenagem. Na manhã de sexta-feira, a senhora encarregada de cuidar do jazigo da família, no Cemitério de Santo Amaro, era a tristeza e a serenidade em pessoa,
embora estes não pareçam sentimentos que se manifestem ao mesmo tempo. Dizia a um canal de TV que o ex-governador tinha em comum com o avô Miguel Arraes a simplicidade e por isso tudo ali deveria seguir esse princípio. A propósito, característica que foi ressaltada pela família quando decidiu incorporar ao velório do governador os caixões com os restos mortais dos colaboradores de campanha que também faleceram no acidente aéreo, em Santos – o jornalista Car-
los Percol, o repórter fotográfico Alexandre Severo e o cinegrafista Marcelo Lyra. Tudo de acordo com o figurino que fez de Campos um emblema da esperança numa suposta “nova política”, exercida com juventude, fé no futuro. E num espírito de “nova política” não cabe falta de respeito às diferenças, ainda mais numa hora em que todas elas naturalmente se igualam. Será, portanto, momento apenas para breve mergulho e refle ef lexão acerca de lições e aprendi-
zados futuros. Não por acaso, os que se despediram da vida naquele acidente foram dormir certos de que, um dia, o país será melhor e mais justo, uma terra para criar os filhos, como disse o ex-governador em sua última entrevista. Pois que sigam em paz e que no lugar das diferenças sobreviva a conclusão que ajudou a fazer de Fernando Pessoa um dos poetas mais brilhantes de todos os tempos: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”,
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A TRAJETÓRIA DE EDUARDO CAMPOS
Preço recorde Uma Ferrari 250 GTO alcançou o maior preço já pago por um carro. Em um leilão na Califórnia, o automóvel, fabricado na década de 1960, foi vendido por US$ 38 milhões.
Até agora a ficha não caiu para a maioria dos amigos, familiares e admiradores do ex-governador de Pernambuco. Eduardo partiu de forma trágica deixando a esposa, cinco filhos e um legado político admirável.
Dublagem de Frozen
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SEM MEDO DAS ESTRIAS
Mãe e filha fazem sucesso no Facebook com a dublagem da canção Open door, do musical Frozen. O vídeo, gravado dentro de um carro, já teve quase 300 mil compartilhamentos.
Tubarões em Los Angeles
Para incentivar mais mulheres a valorizarem seus corpos, duas mães norte-americanas criaram a campanha “Love your lines”, com fotos no Instagram de mulheres com estrias. O perfil tem mais de 10 mil seguidores.
Baixe gratuitamente o aplicativo, disponível nos sistemas IOS e Android
INTERNET/REPRODUÇÃO
Um vídeo feito por salva-vidas da praia de Manhattan, em Los Angeles, mostra tubarões nadando ao redor de um banhista. Há um mês, um banhista foi atacado na mesma praia.
O título
Jacaré de estimação
Ex-jogadores lembram marca que fez o Íbis virar o pior time do mundo há 30 anos. Assista a videorreportagem de Brenno Costa.
Em Paulista, uma comunidade adotou um jacaré. Confira a história no seu tablet.
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O último encontro
A cidade onde Eduardo teve 99% dos votos BERNARDO DANTAS/DP/D.A PRESS
O Diario de Pernambuco foi a Granito, no Sertão pernambucano, munícipio onde o socialista teve sua maior votação em 2010. POLÍTICA B8
Renata e os cinco filhos saíram de casa, na noite de ontem, para a Base Aérea do Recife, dar adeus a Eduardo Campos, vítima de acidente aéreo. Mais que marido e pai, o ex-governador e candidato à Presidência da República será lembrado por milhares de pessoas neste domingo, antes do enterro marcado para as 17h. POLÍTICA B2 a B10
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Editor: Kauê Diniz Editores-assistentes: Andrea Pinheiro e Glauce Gouveia Editora-assistente de produção: Aline Moura
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Parlamentares vão homenagear socialista
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BRUNO PERES/CB/D.A PRESS
Presidente do Senado, Renan Calheiros, vai propor a entrega da ordem do mérito do Congresso a Eduardo
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por marisa gibson
marisagibson.pe@dabr.com.br diariodepernambuco.com.br
Os últimos passos antes da despedida
As homenagens A participação da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Lula, governadores de estado e líderes políticos de todas as tendências nas últimas homenagens a Eduardo Campos é um aspecto importante. Dá a dimensão do que ex-governador de Pernambuco representava para o país. Porém, mais significativo e, certamente, mais gratificante, é a presença do povo, mostrando o respeito, o carinho e, sobretudo, o reconhecimento, algo que todos os políticos perseguem. Eduardo Campos teve isso em vida. Era respeitado, amado, temido e tinha uma aprovação invejável da população do seu estado. Não eram apenas percentuais de pesquisas de opinião, e ele sabia disso. As pessoas – ricos, pobres, empresários, trabalhadores, – gostavam de abraçá-lo, corriam para apertar sua mão, numa demonstração que ele era um político especial. Não se trata de santificá-lo, após seu desaparecimento. Ao longo de sua vida, o exgovernador teve divergência ácidas, foi criticado em muitos momentos, teve falhas, cometeu erros, mas até seus inimigos se dobravam diante da largueza do seu sorriso e do seu poder político, claro. A simplicidade talvez tenha sido o principal elo dele com o povo. Eduardo era um governante acessível e são muitas as pessoas que têm uma história para contar como personagens ao lado dele. Desde o dia do seu desaparecimento, o estado de Pernambuco não conseguiu voltar à sua normalidade e os gestos mais tocantes partem de pessoas simples, dispostas a varar a noite para garantir um bom lugar, para rezar na missa campal, ver o velório e o enterro. Isso sem direito a área especial, como é reservado às autoridades. O povo, quando quer homenagear seus ídolos vai para a praça, para as ruas, como tantas vezes aconteceu com Eduardo, o político mais jovem de Pernambuco que, praticamente, conseguiu a unanimidade política do estado. A sua morte encerra um capítulo muito interessante e instigante da história política pernambucana, que começou pelas mãos do seu avô, o ex-governador Miguel Arraes, e terminou num dia de tanto simbolismo para o estado – 13 de agosto.
As homenagens a Eduardo vão marcar também os primeiros programas do guia eleitoral, de aliados e adversários, e será o início de uma fase da campanha no estado, em que o emocional prevalecerá sobre o racional. A maior carga,claro, virá do PSB, até porque só a comoção poderá redirecionar as intenções de voto no estado que, por enquanto, favorecem o adversário, o senador Armando Monteiro Neto (PTB). Para que o legado de Eduardo seja preservado, não basta manter a chama no plano nacional com a candidatura da ex-ministra Marina Silva a presidente da República. Até porque, agora, mais do que antes, a vitória de Paulo Câmara para o governo do estado tornou-se uma questão crucial, o que vai exigir um protagonismo da viúva Renata Campos e do filho mais velho João Campos (foto).
Limitação O cenário que será imposto, a partir desta terça-feira, poderá limitará os passos do candidato Armando Neto. O discurso do petebista nem poderá fugir do que já vinha sendo pregado nem deve avançar muito nas críticas, porque do outro lado estará Paulo Câmara, o candidato que Eduardo gostaria de ver eleito. Essa será a mensagem que o PSB passará até o último dia do guia eleitoral, enquanto Armando terá que se agigantar para superar essa comoção e manter a liderança nas pesquisas até o dia da eleição.
Filhos de Eduardo seguiram cortejo em cima do caminhão do Corpo de Bombeiros e ao lado do caixão do pai
Depois de alguns dias de espera, restos mortais de Eduardo Campos chegaram ontem ao Recife para o seu sepultamento
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TERESA MAIA/DP/D.A. PRESS
O legado
ROBERTO RAMOS/DP/D.A PRESS
ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos será sepultado às 17h de hoje, no Cemitério de Santo Amaro. Os restos mortais dele e dos três pernambucanos de sua assessoria vítimas no acidente aéreo da última quarta-feira, foram liberados no final da tarde de ontem, em São Paulo, e chegaram à Base Aérea do Recife às 23h05. Após o desembarque, o caixão do político foi levado por uma comitiva puxada pelo filhos João e Pedro, que estavam vestidos com a camisa que levava a frase Não vamos desistir do Brasil, que se tornou marca de Eduardo Campos. Em seguida, com o caixão já no topo de um caminhão do Corpo de Bombeiros, o cortejo percorreu 11 bairros ao longo de 22km, em três horas, até chegar ao Palácio do Campo das Princesas, onde teve início o velório. Centenas de pessoas já aguardavam a chegada dos caixões e estavam de prontidão desde a tarde de ontem. Foi o caso do garçom Severino da Paz, 48, que, fantasiado, exibia as fotografias que
tirou junto ao político no Galo da Madrugada, há dois anos. “Ele sempre foi uma pessoa simples. Falava com a gente. É meu vizinho, em Apipucos. Falava sempre com ele quando estávamos caminhando naquela área”, conta. “É uma forma de fazer uma última homenagem. Minha esposa já foi e volta pela manhã. Queremos ver Eduardo uma última vez. É despedida, mas ele vai continuar vivo com a gente, sabe?”, garante o auxiliar de serviços gerais da Linha do Tiro, Manoel Francisco dos Santos, 74.
Família
Familiares dos pernambucanos tiveram um momento privado na Base Aérea, onde foram recepcionados pelos militares. O velório teve início assim que os caixões foram dispostos na estrutura montada na frente da Praça da República, onde o público já começou a ter acesso desde as primeiras horas da manhã. Também foram velados no palácio o assessor de comunicação Carlos Percol e o fotógrafo Alexandre Severo. O jornalista será sepultado no início da tarde no Cemitério de Santo Amaro, enquanto o fotógrafo será cremado às 19h. O velório do cinegrafista Marcelo Lyra ocorrerá no Morada da Paz, onde o corpo do olindense será se se-pultado, às 17h.
ROBERTO RAMOS/DP/D.A PRESS
Respeito ao legado Amilton Fonseca venceu a distância Recife - Exu em oito horas de viagem. Na bagagem, apenas fotografias do rei do baião, daquele que, segundo ele, foi o maior defensor de seu legado. “Sou seguidor de Luiz Gonzaga e quem defende a cultura dele merece meu respeito. Ninguém fez isso como Eduardo. Estou aqui porque o nome dele também deve ser respeitado. É uma dor. Uma pena. Ele fez muito”, diz.
Recorde em flores Apenas a morte de grandes nomes faz com que forças-tarefa sejam montadas para dar conta de uma demanda repentina por coroas de flores. De acordo com Manoel Afonso de Moura, florista há 49 de seus 69 anos, de quatro teve que passar para 11 pessoas produzindo os ornamentos flores. “Todos especiais. O mais barato custa R$ 150. Um recorde, superando o do vereador Alcides Teixeira, há mais de 30 anos!”, conta.
Tintas em respeito Homenagem se faz como se quer e como se tem vocação. Foi assim que um grupo de grafiteiros pintou caricaturas e desenhos rústicos com temas sertanejos e envolvendo Eduardo e seu “segundo pai”, Ariano Suassuna. “A ideia é fazer uma grande mostra do quanto ele significa. Um dos filhos dele é fã de grafite. Vamos presenteá-los”, diz o artista plástico Lídio Leão, 30.
Subfi ffiinanciamento na saúde pública Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Consultórios, C. de Saúde e Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do Estado de Pernambuco
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Segundo os cálculos da OMS, em 2013, enquanto no Brasil o gasto público em saúde alcançava US$ 512 por pessoa, na Inglaterra, por exemplo, o investimento públi público lico i em saúde já era cinco vezes maior: US$ 3.031. Em outros países de sistema universal de saúde, a regra é a mesma. França (US$ (U U U 3.819), Canadá (US$ U 3.982), Espanha (US$ U 2.175), 3.813), Alemanha (US$ (U (U (U Austrália Austráli lia i (US$ (U U 4.052) e até a Argentina Arr (US$ 576) aplica mais que o Brasil.
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ALCIONE FERREIRA/DP/D.A PRESS
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Corrente em nome de um legado Família saiu junta com camisas que lembrava frase do pai, acompanhada também de Marina Silva, que deve ser a candidata do PSB WAGNER OLIVEIRA wagneroliveira.pe@dabr.com.br
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viúva Renata Campos e os seus cinco filhos deixaram a casa onde moram, no bairro de Dois Irmãos, por volta das 21h de ontem, em direção à Base Aérea do Recife. Essa foi a primeira vez que a ex-primeiradama do estado apareceu em público desde a morte do marido. Renata carregava numa cadeirinha de bebê o filho mais novo, Miguel, de apenas sete meses, que estava dormindo. Os quatro filhos mais velhos do ex-governador Eduardo Campos estavam usando uma camisa amarela com a frase: Não vamos desistir do Brasil, que foi dita pelo socialista em sua última entrevis-
ta, um dia antes do acidente ocorrido na última quarta-feira. Muitas pessoas que estavam na casa de Renata Campos também vestiam camisas com fotos de Eduardo e frases em sua homenagem. Também deixaram a casa de Eduardo Campos ontem à noite a candidata a vice-presidente pelo PSB, Marina Silva, e a viúva de Carlos Percol,
ONTEM FOI MAIS UM DIA DE ENTRA E SAI DE POLÍTICOS NA CASA DA FAMÍLIA CAMPOS a jornalista Cecília Ramos. Durante todo o dia, a família Campos recebeu a visita de familiares, amigos e políticos que vão prestigiar o velório e o sepultamento do ex-governador do estado (ver quadro). Na saída para a Base Aérea, Renata e Marina não falaram com a imprensa e seguiram no mesmo carro. Pela manhã, dezenas de pessoas da ONG Novo Jeito e da sociedade fo-
ram até a residência de Eduardo Campos todas vestidas com camisas de cor branca. O grupo entrou de mãos dadas na casa da família para prestar solidariedade. À tarde, uma missa foi celebrada no pátio da residência para a primeira comunhão de José Henrique, 9 anos, quarto filho do casal Campos. À tarde, a movimentação também foi intensa na casa do ex-governador. Por lá passaram aliados, como os deputados federais Luiza Erundina (PSB-SP) e Roberto Freire (PPS-SP), e também adversários: o candidato a governador de Pernambuco Armando Monteiro Neto (PTBPE), ao Senado João Paulo (PTPE), além do senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Também estiveram no Recife toda a direção nacional do PSB. O presidente do partido, Roberto Amaral, afirmou que apenas na próxima quarta-feira seriam anunciados os nomes dos novos candidatos a Presidente da República e vice-presidente pela coligação.
Nota de Pesar Foi com imenso pesar que as Empresas Rodobens receberam a notícia da perda súbita do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, grande nome da política nacional e das causas democráticas, além dos membros de sua equipe, Alexandre Severo Gomes e Silva, Carlos Augusto Ramos Leal Filho, Marcelo de Oliveira Lyra e Pedro Almeida Valadares Neto, e dos tripulantes Marcos Martins e Geraldo Magela Barbosa da Cunha, que também faleceram.
Em nome da família Verdi e das Empresas Rodobens, expressamos condolências e nos solidarizamos com os familiares, amigos e admiradores das vítimas.
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Marina deixou a casa de Renata Campos ao lado da viúva do jornalista Carlos Percol
+ saibamais Presenças confirmadas ■
Dilma Rousseff, presidente
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Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente
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Aécio Neves (PSDB) senador e presidenciável
Governadores ■ ■ ■ ■ ■
Beto Richa (PSDB) - Paraná Alberto Pinto Coelho (PP) - Minas Gerais Luiz Fernando Pezão (PMDB) - Rio de Janeiro Geraldo Alckmin (PSDB) - São Paulo Cid Gomes (Pros) - Ceará
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Renato Casagrande (PSB) - Espírito Santo Jaques Wagner (PT) - Bahia Agnelo Queiroz (PT) - Distrito Federal Ricardo Coutinho (PSB) - Paraíba Rosalba Ciarlini (DEM) - Rio Grande do Norte Tião Viana (PT) – Acre
Outros nomes ■
Jorge Alberto Duarte (PSB), vice-governador do Rio Grande do Sul
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Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro
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Deborah Wetzel presidente do Banco Mundial para o Brasil
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Recife, DOM - 17/08/2014
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por denise rothenburg
deniserothenburg.df@dabr.com.br
De lágrimas e de números
Palanque montado em frente ao palácio recebe missa campal de dom Fernando Saburido e tem 56 assentos para familiares e autoridades
Enquanto os socialistas decidem o futuro em meio a dor pela perda de seu maior líder, a presidente-candidata Dilma Rousseff tem outras preocupações em mente. É que desde a semana passada circulam informações de que o está faltando dinheiro para pagar o segurodesemprego e o abono do PIS. Especialistas da área econômica estão em alerta e extremamente preocupados porque nunca houve isso na história recente do país, e o uso de receitas de outras instituições, como por exemplo, a Caixa Econômica Federal pode ser caracterizada como uma Antecipação de Receita Orçamentária (Aro), o que é proibido pela lei de responsabilidade Fiscal. É confusão para mais de metro.
Quem conhece... Renata Campos jura que ela não fugirá da responsabilidade de empunhar a bandeira se for chamada a levar para as ruas o legado de seu marido Eduardo Campos ao longo da campanha. Como ele sempre fazia,ela também é de exercer a política junto com a família.
Os caixões ficarão expostos no hall de entrada do palácio ou na estrutura da missa campal. Do lado esquerdo de Campos, ficará o assessor Percol. À direita, o fotógrafo Severo.
250 policiais e bombeiros darão apoio na área externa do Palácio Corredor de 3m sai da Ponte Princesa Isabel até o rio, na lateral da Praça da República. Público poderá passar pelos caixões, em fila indiana e, então, ocupar a praça.
Ambulância ficará a postos, em frente ao Teatro de Santa Isabel
Os interessados em tirar de Paulo Câmara o papel de candidato a governador podem esquecer. Os pernambucanos que seguiam o legado de Eduardo Campos são unânimes em afirmar que o nome é Paulo e ponto. Afinal, foi ele o escolhido pelo ex-governador.
Nem vem II
ED WANDERLEY edwanderley.pe@dabr.com.br
O presidente do PSB, Roberto Amaral, não escolherá o candidato a vice na chapa de Marina Silva.A escolha passa por Pernambuco e os socialistas não abrirão mão dessa prerrogativa.
Zona de conforto Candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin à reeleição, o deputado Márcio França tem evitado participar das articulações para escolha do vice na chapa de Marina.Sem São Paulo está tudo arrumadinho.
Homenagens Uma fila ontem numa pequena loja de camisetas no shopping do Recife chamava a atenção. É que um grupo de amigos de Eduardo Campos mandou fazer uma camiseta com uma foto do ex-governador estampada ao lado da frase: “Não vamos desistir do Brasil”.
Homenagens II No Bairro da Jaqueira, o comitê central de campanha foi coberto com uma imensa faixa preta.
O mago As rádios pernambucanas não cansam de exibir visões de um tal mago Cleildo, que repete que Marina Silva pode até ser candidata, mas não alterará o quadro.
Observadora A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayale, estará hoje em Recife para os funerais de Eduardo Campos.Sinal de que os americanos acompanham a eleição no Brasil e consideravam Eduardo uma aposta forte nesse processo.
Observadores Os adversários do PSB também não faltarão. A união que Eduardo Campos pensava fazer em vida como uma das bandeiras de campanha se dará no seu adeus.
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Público previsto é de 150 mil pessoas Caravanas de vários municípios do estado e autoridades de metade dos estados brasileiros deverão comparecer ao velório e enterro
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oucos pernambucanos deverão lembrar do ano de 2014, num futuro próximo, sem associálo a grandes perdas para o estado. Neste domingo, o público, estimado em 150 mil pessoas, coloca em evidência a dimensão política do ex-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos. Não por acaso, metade dos governadores do país, bem como todos os candidatos à presidência estarão presentes nas cerimônias que marcam o último adeus ao líder do PSB, bem como caravanas de vários municípios do interior de Pernambuco, que já começaram a chegar à capital. A estrutura para atender tamanho público é um desafio. Cerca de cinco mil pessoas acompanharam o enterro do rei do brega, Reginaldo Rossi, há oito meses. Em julho, o velório do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, realizado no Palácio do Campo das Princesas, teve público de 50 mil pessoas. Dessa vez, será quase três vezes mais gente. A morte de Miguel Arraes mobilizou, em 2005, 60 mil pernambucanos. E se, naquela época, a imagem era a dos chapéus de palha espalhados entre gente simples – viajantes que venceram centenas de quilômetros para estar perto do caixão de quem admiravam–, desta vez, faixas pretas espalhadas pela cidade ou bandeiras expostas país afora já dão o tom do que esperar. Ontem à noite, o Maracatu Piaba de Ouro e o Bloco Líri-
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Temperatura varia de 28° (máxima) a 21° mínima
4mm de chuvas são esperados para todo o dia, que será nublado
17h Enterro em Santo Amaro
Acesso aos corredores laterais do palácio será restrito a familiares
Posto avançado de saúde funcionará no interior do prédio
Autoridades terão acesso à estrutura onde serão realizados o velório e a missa
Deslocamento do Palácio do Campo das Princesas ao Cemitério de Santo Amaro
1- Ponte Princesa Isabel; 2- Rua da Aurora; 3- Av. Mário Melo; 4- Rua Treze de Maio; 5- Entrada principal do Cemitério de Santo Amaro
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co O Bonde deram início às homenagens culturais que devem continuar com blocos carnavalescos que começam a desfilar em frente ao velório, a partir das 6h. Os estacionamentos da Prefeitura do Recife, o Tribunal Regional Federal e o Tribunal Regional do Trabalho es-
tarão disponíveis, oferecendo 1,5 mil vagas. Vinte e uma linhas de ônibus receberão reforço para o Centro do Recife. De acordo com o site ClimaTempo, o dia será quente, com até 28°C, nublado, acompanhado de chuvas rápidas. Apenas 4mm de precipitação, que não devem afastar quem vem
de longe prestar homenagens, a seu modo, por motivos próprios, a uma figura inegavelmente notável - ainda que longe de unânime. E é esse jeito, meio pessoal, de cada pessoa presente que dará a dimensão da perda, muito além de análises políticas ou do histórico do socialista.
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Uma equipe unida FACEBOOK/REPRODUÇÃO
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NANDO CHIAPPETTA/DP/D.A PRESS
A pedido da ex-primeira-dama Renata Campos os corpos dos assessores pernambucanos mortos no acidente que vitimou Eduardo Campos serão velados junto ao do ex-governador. “Foram todos juntos, voltam todos juntos”, determinou ela, ao ser consultada sobre a possibilidade da realização de cerimônia conjunta. O jornalista Carlos Percol, o fotógrafo Alexandre Severo e o cinegrafista Marcelo Lyra compunham o staff da campanha eleitoral do presidenciável socialista. Acompanhavam e documentavam o dia a dia do candidato. O funeral acontecerá em frente ao Palácio do Campo das Princesas, na Praça da República, o que permitirá um adeus mais confortável dos pernambucanos a Eduardo e seus auxiliares. A missa programada para o evento será celebrada pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido.
Percol tinha como marca a atenção e presteza
Marcelo cumpria sua missão sempre de bom humor
Severo foi elogiado pela herdeira da irmã Dulce
Sem tempo ruim
Entrega e generosidade
Sensibilidade à flor da pele
JOSUÉ NOGUEIRA jotanogueira.pe@dabr.com.br
Carlos Percol era o antônimo de mau humor. Via sempre saída para problemas. De qualquer ordem, como frisam os que conviveram com ele. “Tivemos uma amizade de mais de 20 anos. Para ele, não tinha tempo ruim. Nas situações mais difíceis, via o lado bom”, conta o jornalista Carlos Eduardo Santos, companheiro de batente na Prefeitura do Recife. Percol era sinônimo de comprometimento, dedicação. Quando foi gerente de Imprensa no governo do estado - nas duas gestões de Eduardo -, se destacou pela disponibilidade para o trabalho. Dava retorno e oferecia soluções, conforme setoristas do Palácio. O chefe de Percol naquela fase, o ex-secretário de imprensa de Per-
nambuco Evaldo Costa, salienta que desde a campanha de 2006, quando atuaram juntos, já se evidenciava sua disposição. Percol significava ainda afeto para os mais próximos. De Ana Braga, irmã, ouvia-se comumente: “Se ele é bonito por fora, é ainda mais bonito por dentro”. A esposa, jornalista Cecília Ramos, observou, em entrevista na última quinta-feira, que o marido transformava o que fosse ruim em bom. Na certidão de nascimento chamava-se Carlos Augusto Ramos Leal Filho. Tinha 36 anos. Foi secretário de Imprensa da Prefeitura do Recife e em maio passou a integrar a equipe de pré-campanha presidencial de Eduardo Campos. Hoje dá nome à sala de imprensa do estádio do Sport, time do coração.
ANA LUIZA MACHADO anamachado.pe@dabr.com.br
Relatos de admiração à pessoa e ao trabalho do fotógrafo e cinegrafis afista Marcelo Lyra foram expostos no Facebook, depois da tragédia que o vitimou na última quarta-feira. O seu profissionalismo, alegria e generosidade são caracteríticas consideradas unânimes com quem conviveu com ele e por quem sente tanto a perda repentina. Aos 37 anos, Marcelo tinha quase duas décadas de experiência com as câmeras. Atuou no Diario, fez fotos de capa de discos de diversos artistas como Silvério Pessoa e Banda Astronautas. Era amigo das artes. Registrou espetáculos de dança e peças teatrais. Talvez daí a origem da sua leveza. Os problemas da cidade, por sua vez, não lhe passavam des-
SERTÃO
Ouricuri vem até Eduardo Em meio às pessoas que circulavam no Palácio do Campo das Princesas, uma delas se destacou na sexta-feira. Discreto, andando pelos corredores, estava o prefeito de Ouricuri, Cezar de Preto (PMDB). Queria saber detalhes sobre o enterro do ex-governador Eduardo Campos (PSB). Parecia abatido. Eduardo esteve em Ouricuri, no Sertão do Araripe, no dia 9. Foi sua última carreata realizada em Pernambuco, seu ato de maior dimensão política no estado antes de morrer num acidente de avião. Estava ao lado do candidato a governador pelo PSB, Paulo Câmara. O Sertão, curiosamente, foi o alicerce eleitoral do ex-governador na sua primeira vitória. Uma região adotada por Eduardo Campos.
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percebidos. Era crítico, politizado. Não tinha medo de dar suas opiniões. Defendeu o movimento Ocupe Estelita. Era apaixonado por skates. Foi escolhido para registrar as imagens da campanha presidencial de Eduardo Campos e cumpria a missão com o seu bom humor. Silvério Pessoa também usou a rede social para agradecer: “Marcelo Lyra, meu irmão: você sempre esteve nos momentos mais importantes conosco. Vou sentir saudades, mas você fica no meu coração. Obrigado!”. O fotógrafo Hélder Tavares, emocionado, disse à reportagem que guardará na lembraça a imagem de um amigo “generoso, alegre e criativo”. Marcelo deixa a esposa, Paulina Albuquerque, dois filhos e uma legião de amigos.
Alexandre Severo, de severo não tinha nada. Quem o conheceu sabe disso. O sorriso era uma marca e o olhar diferenciado, atributo tão importante para os profissionais de fotografia. Passou pelos três maiores jornais de Pernambuco. Tinha 36 anos e reconhecimento internacional. Suas fotos rodam o mundo. A arte não morre. As histórias sobre ele, no entanto, ficam. Annaclarice Almeida, fotógrafa do Diario e amiga, o encontrou domingo, Dia dos Pais, em um supermercado. Foi a última vez que ele veio ao Recife. “Seve era um cara excepcional. Não conheço uma pessoa que não gostasse dele. Conquistava amigos por onde passava”, contou. A jornalista Patrícia Zaidan relata que ele chamou a atenção da herdeira da Irmã Dul-
ce, Maria Rita Pontes, em Salvador. “A sobrinha da freira candidata a santa comentou sobre a sensibilidade de Severo, a maneira como se envolveu com os pacientes do complexo hospitalar iniciado por Irmã Dulce na Cidade Baixa.” Em uma pauta corriqueira, a entrega de um habitacional, como conta o jornalista do Correio Braziliense João Valadares, ele viu crianças albinas, nascidas em uma família de negros em Olinda. Fez o clique apressadamente e voltou ao local depois, gerando a reportagem “À À flor f lor da pele”, que recebeu menção honrosa no prêmio Vladimir Herzog. Sobre este trabalho, antes da publicação, comentou: “Joãozinho, parece que jornalismo é isso que acabamos de fazer”. Severo era fotógrafo oficial da campanha de Eduardo Campos. (A.L.M)
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A embaixada da dor pernambucana Instituto de Medicina Legal (IML) foi o ponto de encontro de políticos em São Paulo nesses últimos dias de agonia para os pernambucanos JULIANA COLARES Enviada Especial
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ão Paulo – Por quatro dias, a unidade central do Instituto de Medicina Legal (IML) de São Paulo se transformou na embaixada da dor pernambucana em terra paulista. A unidade foi fechada para outros casos que não o do acidente aéreo ocorrido na última quarta-feira, em Santos. Na grade, o símbolo do sofrimento de um estado que chora quatro mortes: uma bandeira de Pernambuco foi amarrada no dia seguinte à tragédia. Ninguém sabe de quem foi o gesto. Quem prestou a homenagem não queria louros. Prendeu as pontas do tecido retangular rapidamente e foi embora sem ser percebido pelos inúmeros repórteres, cinegrafistas e fotógrafos que deram plantão por dias, noites e ma-
drugadas em frente ao IML. A imagem da bandeira, que logo ganhou duas faixas pretas que simbolizam o luto, rodou todo o país e tocou quem ainda não consegue acreditar que tudo isso é verdade. A movimentação no instituto foi intensa nos últimos dias. Políticos e familiares entraram e saíram em busca de informações ou levando documentos para ajudar no trabalho de identificação dos restos mortais. Rostos abatidos, choro, perplexidade. O deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) foi ao IML ainda na quarta-feira acompanhado por uma comitiva de cerca de dez pessoas, incluindo o dentista Fernando Cavalcanti, que por 25 anos atendeu Eduardo Campos. Na saída do IML, tarde da noite, Delgado tinha olheiras profundas e barba por fazer. Quando os jornalistas lhe pediram, ao final de uma breve entrevista, que dissesse seu nome, não se identificou como parlamentar. Disse apenas: “Júlio Delgado, amigo de Eduardo”. Na quinta-feira, o IML recebeu, novamente, uma comitiva ligada ao então presidente do PSB. Estavam lá o can-
LEONARDO BENASSATTO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Bandeira do estado ficou estampada durante alguns dias na frente da unidade do Instituto Médico Legal didato socialista ao governo do estado, Paulo Câmara, o candidato ao Senado Fernando Bezerra Coelho e os deputados federais Júlio Delgado e Beto Albuquerque, entre outros. Entre eles, um ex-assessor de Campos que, aos pran-
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tos, desceu a rampa do IML abraçado ao ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha.
Familiares
O tempo todo chegavam aos jornalistas informações de que familiares das vítimas es-
tariam indo ao instituto. Uma das últimas foi a mãe do fotógrafo Alexandre Severo, Rita Regina da Silva. Abatida, falou com os repórteres que enfrentavam o frio à porta da unidade, à espera de novas informações. Rita fa-
lou o que havia ido fazer lá levar documentos para a necrópsia - e aproveitou para falar um pouco sobre quem era o filho, profissional e amigo querido por muitos no Recife e em São Paulo, onde estava morando.
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artigo >> Geneton Moraes Neto JOSE ROBERTO/DP/D.A PRESS
Lembranças sobre o verão da anistia Julho de 1979. Repórter da sucursal do Recife do jornal o Estado de S.Paulo, o locutor-quevos-fala faz, para a revista Istoé, uma reportagem especial sobre os preparativos para o retorno do mais célebre dos exilados pernambucanos: o ex-governador Miguel Arraes de Alencar. Fui à casa do escritor Maximiano Campos, na Rua Conde de Irajá, no bairro da Torre, para ouvi-lo sobre o grande dia - que se aproximava. Maximiano era genro de Arraes. Ficara decidido que, assim que desembarcasse no Recife, o ex-governador iria para a casa de Maximiano - escolhida como cenário da primeira e concorridíssima entrevista coletiva que Arraes daria em solo pernambucano. Já conhecia Maximiano - romancista, poeta, contista, irmão de um cronista brilhante chamado Renato Carneiro Campos. Escaldado com a hostilidade da imprensa, Maximiano me sussurrou, com
aquele ar meio desconfiado: “Tomara que a matéria não seja contra o Velho....”. Não era. A reportagem pretendia retratar a enorme expectativa gerada - com razão - pela volta de Arraes a Pernambuco, nas asas da anistia. Uma foto da família foi tirada para ilustrar a reportagem. Um filho de Maximiano e Ana Arraes assistia à movimentação com olhos claros e atentos. A legenda da foto, publicada na edição de primeiro de agosto de 79 na Istoé, identifica o menino de quatorze anos - neto de Arraes. Chamava-se Eduardo Campos. Deve ter sido a primeira “notícia” sobre ele. Quem sonharia que um dia ele se candidataria a presidente da República? O próprio Arraes chegaria a ser citado como possível candidato a presidente. Terminaria reconduzido, por duas vezes, pelo voto direto, em 1986 e em 1994, para a mesmíssima cadeira de onde tinha sido retirado pelo golpe militar.
Eduardo Campos viraria herdeiro político do ex-governador. Fez o que se chama de “carreira meteórica”. Estava na pista apostando em voos altíssimos - que poderiam levá-lo, provavelmente em 2018, ao Palácio do Planalto - até que embarcou naquele Cessna Citation, prefixo PR AFA, às 9:20 do dia treze de agosto de 2014 no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. PS: Miguel Arraes voltaria ao Recife no dia dezesseis de setembro de 1979. O pequeno avião que o trouxe do Crato pousou na pista do aeroclube, na zona sul do Recife, às 10:55 da manhã. Era um domingo. Os que o esperavam invadiram a pista - temerariamente. Poderia ter ocorrido um acidente - mas o entusiasmo era maior. A cena foi emocionante: quando saiu do avião, Arraes ergueu o braço direito num primeiro aceno para aquela aglomeração de parentes, amigos, ex-auxiliares, gente
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Geneton relembrou episódio em que esteve com Miguel Arraes e Eduardo Campos que ele não via desde que fora obrigado a deixar o país, enxotado pelos militares que o derrubaram. Logo depois, começou a chuviscar naquela manhã de domingo. Ouvi claramente quando com lágrimas nos olhos - Arraes repetia aos amigos que o abraçavam depois de quinze anos, ao pé da escada do avião: “Não chore! Não chore! Isso não é hora”. A frase abria a reportagem que fiz para o jornal do dia seguinte. “Não chore. Isso não é hora”.
ARQUIVO PESSOAL
Foto recorda encontro com a família Arraes
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Recife, DOM - 17/08/2014
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A cidade que foi 99% eduardista Encravada no Sertão, Granito deu a maior vitória proporcional ao ex-governador Eduardo Campos na eleição de 2006 e chora a morte do líder THIAGO NEUENSCHWANDER thiagocavalcante.pe@dabr.com.br
D
ois dias após a inesperada morte do ex-governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB) em um acidente áereo em Santos, no litoral de São Paulo, a pouco mais de 2.200 quilômetros do local da queda do avião, o pequeno município de Granito, encravado no Sertão do Araripe, vivia o seu luto particular. Em virtude da morte do político pernambucano, o prefeito da cidade, Antônio de Zuíta (PDT) decretou ponto facultativo na quinta e na sexta-feira seguintes à tragédia. O pacato município de pouco mais de sete mil habitantes, que normalmente
já tem um cotidiano para lá de tranquilo, mais parecia uma cidade-fantasma. Difícil imaginar que, naquele local, onde até os cachorros dormem tranquilamente na principal e única avenida da cidade, está o reduto onde Eduardo conseguiu a maior votação proporcional da sua acachapante vitória nas últimas eleições que disputou. Em 2010, de um universo de 3.429 eleitores, apenas 34 não votaram nele na cidade. Durante a manhã da últi-
APENAS 34 , DE 3.429 ELEITORES, NÃO VOTARAM NO SOCIALISTA NA DISPUTA DE 2006 ma sexta-feira, a história da grande popularidade do socialista se misturava à consternação por sua trágica partida entre os poucos habitantes que se dispuseram a sair de casa no “feriado forçado”. Em respeito à morte, todos os
cartazes de campanha foram removidos. “Foi uma perda muito triste para todos nós. Antes da eleição dele em 2006, Granito praticamente era um local abandonado. Mas depois que ele se elegeu, veio à cidade, prometeu que o desenvolvimento chegaria e ele enfim está chegando”, comemorou o motorista Edilson dos Santos. Essa passagem a que ele se refere remonta o ano de 2007, pouco após vencer seu primeiro pleito contra o democrata Mendonça Filho (DEM). Na época, o PT gozava de grande influência ande inf luência em Granito pela gigantesca popularidade do então presidente Lula. Mas com a derrocada de Humberto Costa no pleito estadual, Eduardo acabou angariando esses eleitores. Após a vitória, os investimentos começaram a chegar ao município. Ainda na admininistração do prefeito Ronaldo Sampaio (PMDB), entre os anos de 2009 e 2012, o governo do estado asfaltou um trecho de 23 quilômetros de BERNARDO DANTAS//DP/D.A PRESS
BERNARDO DANTAS//DP/D.A PRESS
Para Edilson dos Santos, Granito era um município abandonado até a gestão de Eduardo rodovia que liga Granito ao distrito de Timorante, em Exu, onde passa a BR-122. Posteriormente, construiu duas academias da cidade, duas pontes que levam às cidades de Serrita e Moreilândia e uma escola de referência, que é a menina dos olhos da cidade. Atualmente, um centro cultural avaliado em mais de R$ 1 milhão está sendo fina-
lizado e deverá ser entregue em poucos meses à população. “Aquelas ruas ali eu asfaltei com recursos do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Municipal, criado por Eduardo. Só faltam umas três ruas na cidade”, vangloria-se Antônio de Zuíta. No ano passado, três anos após obter a maior votação proporcional do estado através dos grani-
tenses, Eduardo voltou ao município e inaugurou a maioria dessas obras. “Foi a última passagem dele por aqui, mas tudo valeu a pena”, completou o gestor. “Rapaz, eu não conheço ninguém que não votou em Eduardo em 2010. O pior de todos aqui é o camarada ali do mercadinho e ele é doido por Eduardo”, lembrou Edilson.
+ saibamais
Evolução do eleitorado de Eduardo nos dois pleitos em Granito 2006 - 1º turno
2006 - 2º turno
Humberto Costa (PT) 1.991 votos 65,8% Eduardo Campos (PSB) 650 votos 21,5%
Eduardo Campos (PSB) 2.788 votos 93,5% Mendonça Filho (DEM) 191 votos 6,4%
Mendonça Filho (DEM) 377 votos 12,4%
2010
Pintura em casa da cidade lembra a antiga aliança que já não existe mais
Eleições deste ano dividem opiniões Que Eduardo é praticamente uma unanimidade no município de Granito, não há qualquer dúvida. Os números falam por si só. Mas quando o assunto é o pleito desse ano para definir quem deverá comandar o Palácio do Planalto, as opiniões se dividem. O prefeito da cidade, Antônio de Zuíta (PDT) é um exemplo. Aliado do ex-governador de Pernambuco desde que o neto de Arraes se elegeu pela primeira vez em 2006, resolveu seguir a orientação nacional do partido para apoiar a dobradinha Dilma-Armando. “Não houve qualquer tipo de ruptura no processo. Eduardo foi um dos grandes governadores da história do nosso estado, mas nós aqui
da região esperávamos um outro nome para conduzir essa continuidade. Além disso, tenho grande afinidade e amizade com Armando e Paulo Rubem Santiago”, justificou o prefeito. Pode até parecer um contrassenso, mas na realidade não é. O ex-governador Eduardo Campos obteve os 99,08% de votação na cidade quando era apoiado em 2010 pelo então presidente Lula. Assim como diversos municípios pequenos da região Nordeste, Granito sofria e ainda sofre com a falta de oportunidades. Com isso, muita ainda gente depende dos programas sociais desenvolvidos para sobreviver. Segundo o Ministério do De-
senvolvimento Social, somente em 2013, o Bolsa Família atendeu 66,81% da população da cidade, beneficiando 1.299 famílias. Frente a esse quadro, muitos dos cidadãos que apoiaram Eduardo em 2010 não titubearam em trocar de lado. “Dilma vai ter muito voto aqui no município. A população já estava dividida e agora mais ainda com a morte trágica de Eduardo. A gente sabe como é no interior. Há muita gente empregada nas prefeituras e em outras instituições públicas, mas a grande maioria ainda depende dessa ajuda que vem do governo federal”, sacramentou a servidora pública Maria Aristéia de Alencar.
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Eduardo Campos (PSB) 3.395 votos 99,08%
Sérgio Xavier (PV) 6 votos
Jarbas Vasconcelos (PMDB) 23 votos
Edílson Silva (PSol) 5 votos
Dados gerais da eleição de 2010 Eduardo venceu em todos os 184 municípioss do estado
Em 50% das cidades, exatas 92, teve votação superior a 90%
Municípios com maior ior vo votação proporcionall em 201 2010 Município
Votos válidos
Votos em Eduardo
% de votos
1º Granito
3.429
3.395
99,08%
2º Calumbi
3.632
3.577
98,48%
3º Betânia
5.375
5.289
98,40%
4º Quixaba
3.534
3.476
98,35%
5º Sta Cruz da Baixa Verde
5.822
5.721
98,26%
6º Carnaubeira da Penha
5.812
5.699
98,05%
7º Jucati
5.151
5.045
97,94%
8º Correntes
7.032
6.887
97,93%
9º Lagoa do Ouro
6.408
6.258
97,65%
10º Flores
9.171
8.952
97,61%
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BLENDA SOUTO MAIOR/DP/D.A PRESS
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CURTA RECONSTITUIÇÃO
Peritos remontam aeronave
Renata convocou reunião para amanhã
No quarto dia de buscas por peças e pistas que possam ajudar na reconstituição da tragédia com a aeronave onde estava o ex-governador Eduardo Campos, cerca de 30 agentes da Polícia Federal e peritos da Aeronáutica trabalharam com
o auxílio de dois técnicos norte-americanos da empresa Cessna, proprietária do jato que caiu na quarta-feira em Santos (SP). Eles também são especialistas em acidentes aéreos. Os bombeiros retiraram mais peças do avião, entre elas uma
Renata vai cair em campo na campanha Em defesa do legado do marido Eduardo Campos, viúva do socialista vai se engajar pessoalmente para eleger Paulo Câmara KAUÊ DINIZ e ROSÁLIA RANGEL politica.pe@dabr.com.br
A
pesar da morte recente do marido Eduardo Campos, Renata Campos vai deixar o luto de lado e se engajar totalmente na campanha para eleger Paulo Câmara ao governo do estado. Ontem, após uma reunião com familiares, ela decidiu convocar a militância do partido e líderes políticos de todas as 21 legendas que compõem a Frente Popular de Pernambuco para uma grande reunião. O encontro servirá de simbolismo para mostrar a união de todos eles em torno do nome de Paulo Câmara e afastar qualquer rumor em relação a uma mudança na cabeça da chapa na disputa estadual. Também será um momento para injetar ânimo na campanha socialista, depois do abatimento pela tragédia com seu maior líder político, e um chamamento para que todos mantenham a dedicação em prol de Câmara. A convocação para o evento, que será realizado amanhã na casa de recepções na Blue Angel, localizada do Derby, às 10h, já circula nas redes sociais conclamando “prefeitos, ex-prefeitos, vice-prefeitos, deputados, candidatos, vereadores, lideranças municipais, lideranças locais e amigos”. A presença mais efetiva de Renata na campanha de Câmara será constante daqui em diante. Ela deverá assumir o papel de liderança que era do marido para fazer valer o desejo de Eduardo Campos em levar o candidato socialista ao Palácio do Campo das Princesas. O PSB tentará mostrar união nesta fase da campanha, valorizando o legado de Eduardo Campos no guia eleitoral e nas atividades de rua. O material de divulgação de Paulo Câmara, por exemplo, continuará com as fotos de Eduardo.
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parte da asa esquerda de quatro quilos – a maior parte do jato encontrada até agora. Sem o áudio da caixa-preta com a conversa entre os pilotos, os peritos do Cenipa consideram fundamental remontar pelo menos parte da aeronave e identificar qual foi seu trajeto a partir da Base Aérea do Guarujá, após a arremetida.
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Recife, DOM - 17/08/2014
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Luto na estreia do guia eleitoral Primeiros programas eleitorais dos candidatos Armando Monteiro e Paulo Câmara, na terça-feira, terão homenagens a Eduardo Campos
ROSÁLIA RANGEL rosaliarangel.pe@dabr.com.br
A
partir da próxima terça-feira, o eleitor em todo o país passa a conviver diariamente com a propaganda eleitoral gratuita. Em Pernambuco, a morte repentina do ex-governador Eduardo Campos (PSB) mudou o cenário e os principais candidatos ao governo estão refazendo seus respectivos programas. A equipe de Paulo Câmara (PSB), afilhado político de Eduardo, foi quem sentiu o maior impacto. A peça de abertura do guia terá uma releitura.
“Estamos de luto. Vamos esperar um pouco”, disse Edson Barbosa, marqueteiro da campanha local. Ele disse ter um prazo até a próxima terça-feira para entregar o programa, uma vez que a participação dos candidatos ao governo no guia será quarta-feira. Até lá, ele espera ter formatado uma nova proposta. Dessa vez, com imagens do velório e enterro do socialista, que acontece neste domingo. O candidato do PTB, Armando Monteiro Neto, principal adversário de Câmara, também vai dedicar parte do horário ao ex-gover-
+ saibamais
O tempo dos candidatos no Guia Eleitoral (Sequência de exibição do primeiro dia) Paulo Câmara (PSB)
281 inserções
nador. Segundo sua assessoria, haverá uma referência a Campos e uma mensagem de conforto aos familiares dele e das demais vítimas que morreram em um acidente aéreo, na quarta-feira, em Santos, São Paulo. Os demais candidatos aos governo do estado: José Gomes (PSol), Pantaleão (PCO), Miguel Anacleto (PCB) e Jair Pedro (PSTU) não farão mudanças em seus programas para acrescentar homenagens a Eduardo. Alegaram o pouco tempo que têm de propaganda e também que as peças já estavam gravadas.
Paulo Câmara (PSB) O primeiro programa do guia eleitoral de Paulo Câmara (PSB) tinha a proposta de mostrar a sintonia entre as campanhas dele para o governo do estado e de Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República. A morte trágica do ex-governador mudou tudo. O que estava pronto perdeu o sentido. A equipe do guia eleitoral voltou à estaca zero. A missão dos profissionais agora é a de vasculhar os arquivos para encontrar as melhores imagens, os melhores momentos, a linha do tempo da vida pública do socialista. Mas a principal emoção do programa a equipe espera captar nas ruas na última despedida do povo a Eduardo Campos. “Nós vamos ter Pernambuco inteiro dentro do Recife”, previu Edson Barbo-
Jair Pedro (PSTU)
01' 06'' 67
José Gomes (Psol)
01' 16'' 03
Miguel Anacleto (PCB)
01' 06'' 67
Armando Monteiro Neto (PTB)
04' 57'' 47
Pantaleão (PCO)
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30 inserções 34 inserções
30 inserções
133 inserções 30 inserções
Inserções partidárias Número de inserções em rádio e TV fora do horário da propaganda eleitoral conforme ordem de apresentação definida pelo
TRE. As peças são veiculadas ao longo do dia nos intervalos da programação das emissoras, com duração de 30 segundos cada.
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ALUISIO MOREIRA/DIVULGAÇÃO
Jair Pedro (PSTU) Vai destacar sua participação nos movimentos populares e a favor dos trabalhadores. O programa também vai centrar fogo nos adversários, mostrando que os principais correntes, que representam os governos estadual e federal, não ouviram as mensagens das ruas e que suas candidaturas estão equivocadas quando falam que vão governar para pobres e ricos porque a realidade das pessoas de classes socais distintas é bem diferente. Vai mostrar, ainda, que candidatura dele tem compromisso com os trabalhadores e as lutas sociais.
Pantaleão (PCO)
sa, marqueteiro da campanha de Paulo Câmara, referindose ao velório e o enterro do socialista. “Tudo pode acontecer. A lágrima de uma senho-
ra, um depoimento de jovem. São com essas pessoas que nós vamos ver a verdade no que Eduardo defendia”, observou Barbosa.
Equipe do candidato Paulo Câmara precisou refazer os programas do guia eleitoral
Armando Monteiro Neto (PTB) O trabalho realizado por Armando Monteiro Neto para tentar chegar ao governo de Pernambuco será mostrado no primeiro programa da coligação petebista. Uma campanha que ele iniciou há muito tempo, segundo a assessoria do candidato. Imagens da receptividade do povo nas ruas irão enriquecer o conteúdo do programa, que será mesclado com informações sobre a carreira política e a experiência administrativa acumulada ao longo da carreira pública dele. Tudo para deixar evidente ao eleitor que Armando é o mais preparado entre os candidatos para governar o estado. A essência da peça publicitária, de acordo com Marcelo Simões, marqueteiro da campanha, será fundamentada na trajetória de vida do
10' 36'' 51
LEO CALDAS/DIVULGAÇÃO
A mensagem do candidato vai tentar difundir em termos nacionais a necessidade da implementação de um governo nos estados e no plano federal voltado para população da cidade e do campo e para o empresariado. O lema da campanha mostrado na propaganda eleitoral será de que “trabalhador não vota em patrão”. Além disso, o candidato vai tratar das bandeiras que defende no programa de governo, a exemplo da melhoria na educação, transporte público, saúde, entre outros.
Miguel Anacleto (PCB) O candidato optou por explorar a questão do poder no Brasil no seu primeiro programa. Vai dizer ao eleitor que o país esteve sempre nas mãos das classes dominantes, não havendo espaço para a intervenção direta da população. Analisa que o modelo brasileiro, “historicamente elitista, excludente e concentrador de renda”, não permite que o povo exerça seu direito legítimo de decidir sobre os destinos do país, restringindo sua participação ao exercício do voto num sistema eleitoral que privilegia apenas os ricos.
José Gomes (PSol)
candidato. Sua atuação como deputado federal e no Senado ganharão destaque, assim como o trabalho realizado no comando da Con-
federação Nacional da Indústria (CNI). Ainda segundo Simões, o programa não terá ataques aos adversários e sim positividade.
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Imagens da receptividade do povo nas ruas vão estar nos programas de Armando Monteiro
O primeiro programa do PSol vai seguir a linha de apresentar os candidatos do partido ao governo, José Gomes, e a vice, Viviane Benevides Cruz (PMN). Mas também definiu como tema central da peça publicitária a dicotomia entre o crescimento econômico e o não desenvolvimento social do estado. As peças vão mostrar ainda algumas cenas externas já que o objetivo é de marcar a discrepância entre crescimento econômico e desenvolvimento social nos últimos anos. Vai enfatizar a diferença do Pernambuco real para o que aparece nas propagandas oficiais e guias eleitorais das grandes campanhas.