Ediçao N.º 1557

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D. Manuel Franco Falcão (1922-2012) Faleceu o bispo emérito de Beja pág. 12

SEXTA-FEIRA, 24 FEVEREIRO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXX, N.º 1557 (II Série) | Preço: € 0,90

António Dieb é o novo presidente da Ccdra e tem na vice-presidência Joaquim Grilo e Rui Mendes

Baixo Alentejo fora da presidência da Comissão de Coordenação Regional JOSÉ FERROLHO

pág. 6

Senhora da Graça de Padrões

A mina lá no fundo... As três chaves para o futuro do Alentejo

Serpa recebe Feira do Queijo do Alentejo

O sociólogo Elísio Estanque, natural de Rio de Moinhos, Aljustrel, considera que o futuro do Alentejo passa pela conjugação da agricultura, do turismo e do património. E pela regionalização. Entrevista exclusiva ao “DA”. págs. 16/17

Começa hoje a Feira do Queijo do Alentejo, com muita animação e produtos regionais. Num ano em que os custos de produção aumentaram, os produtores do queijo Serpa prometem manter os preços. pág. 7

A Senhora da Graça de Padrões está exatamente do lado de lá do desenvolvimento. A mina de Neves-Corvo observa-se, ao fundo, das janelas da aldeia, já no concelho de Castro Verde. Mas na outra banda, na de Almodôvar, o que chega são os abanões dos rebentamentos, uma lagoa de águas rejeitadas e alguns mineiros que procuram o único restaurante do povoado. 4/5

Beja inaugurou loja social Abriu recentemente no Mercado Municipal de Beja a primeira loja social da cidade. Um espaço onde se comercializam brinquedos e vestuário a preços simbólicos. E cujos resultados revertem para causas sociais. pág. 9


Diário do Alentejo 24 fevereiro 2012

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Editorial Malmequeres

Vice-versa O presidente da Câmara de Castro Verde, Francisco Duarte, defendeu que “por tradição só são cumpridas as tolerâncias de ponto oficiais” e que “a autarquia não faz grandes investimentos nesta altura do ano, logo, e não se verificando qualquer impacte na economia local, não se justificava encerrar as portas”, na terça-feira de Entrudo.

Paulo Barriga

Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara Municipal de Beja, disse que “as portas do município estão fechadas ao público [no Carnaval], mas o executivo vai estar a trabalhar”.

N

o único romance que fez de Clara Pinto Correia uma escritora à séria, o Adeus Princesa, nalgum instante da narrativa existe uma ligeira passagem onde a autora fala da perversidade. E que ela, a malvadez, grande parte das vezes está muito bem camuflada. Escondida dos olhos de quem olha sem reparar, sem ver, sem querer ver. No caso do livro, escondida entre os malmequeres. A perversidade disfarçada sob a alegre existência das pequenas florzinhas que cobrem na primavera os campos do Alentejo. Uma imagem singela que resume grandemente o psicodrama da rapariga aldeã que, em desespero, assassina o seu namorado alemão. Ou, tão recentemente, a desgraça da rua de Moçambique. Mas não é pela perversão que hoje nos valem os malmequeres: é por eles próprios, igualmente perversos. Enganados pelo clima que faz, que ainda não é o deles, desataram já a exibir aqui e ali o seu resplendor. Sem respeito pelas estações, desobedecendo à hierarquia do tempo, transgredindo o momento, que não é o seu. Por enquanto. Os malmequeres são como os meteorologistas da televisão: sol de inverno é sinónimo de bom tempo. Mas este solzinho de fevereiro, que permitiu impunemente que as bailarinas brasileiras desfilassem em tanga nos corsos de Carnaval, este solzinho apetitoso, traz, agarrado ao seu benevolente aconchego, o tal brilho enganador que até faz os malmequeres despontarem fora de tempo. Tal como os dias vão passando, 2012 será um ano de seca severa. O que, no Alentejo, que apenas sobrevive dos serviços da cidade e da agricultura nos campos, se apresenta como um cenário sinistro, a juntar ao catastrófico atoleiro económico e financeiro para onde empurraram o País. A chegada antecipada dos malmequeres à charneca é o anúncio adiantando que a catástrofe se pode abater ainda com mais vigor sobre o Alentejo. Este ano. Alguém deveria fazer chegar um ramalhete de margaças à ministra da Agricultura, agora quando ela tiver que recorrer a dinheiros extraordinários para fazer face aos malefícios do “bom tempo”. E para lhe recordar que a natureza é assim mesmo, implacável. Restando ao homem alguma pa se precaesperteza para a ver por antecipação. Dizia-se, durante larmilhõ de euros, gos milhões p isso que que era para servia o Alqueva. N era? Não

In vozdaplanicie.ptt

Fotonotícia

De costas voltadas. Já houve governos que não lhe resistiram. Ao Carnaval. E esta, apesar de a troika ter vindo namoriscar as nossas algibeiras por estes dias, foi, talvez, a maior reprovação pública coletiva à coligação que atualmente governa Portugal. Apesar de Passos Coelhos ter ordenado o fim da tolerância de ponto para o Entrudo, a maioria das autarquias do País decidiu contrariá-lo. E os diferentes corsos carnavalescos tiveram verdadeiros banhos de multidão. Como foi o caso da vila de Cuba onde, na terça-feira, milhares de pessoas prestaram homenagem à folia. A imagem vale por mil palavras. A população, de costas voltadas para as políticas governamentais, presta mais atenção às bailarinas desnudadas. A isto se chama produtividade. À portuguesa. PB Foto de José Serrano

Voz do povo Já reparou no mau cheiro que por vezes se sente na cidade de Beja?

Inquérito de Ângela Costa

Rosária Serafim, 68 anos, reformada

João Pacheco, 62 anos, reformado

Fernando Godinho, 35 anos, lojista

Maria Nunes, 55 anos, funcionária de um lar

Sim, há dias em que cheira bastante. Umas pessoas pensam que é do matadouro e outras dizem que é aí de um lagar, mas acho que ninguém sabe de onde vem esse cheiro. Há dias em que se sente muito e o cheiro incomoda, claro que incomoda.

Um mau cheiro na cidade? Não sei, nunca reparei. Mas por acaso há pouco senti um cheiro que parecia de carne queimada, um cheiro esquisito, mas nem liguei muito. Não sei, ainda não me apercebi bem, mas por acaso anda aí qualquer coisa sim, mas não sei o que é.

Sim, ali da parte da Sapju. Penso que seja dali. De vez em quando nota-se muito. Quando está ativo e voltado para os lados da cidade é um bocado incómodo. Penso que o cheiro virá dali, mas também como trabalho ali perto se calhar noto mais. Aqui no centro da cidade não sei se se nota tanto.

Umas vezes cheira bem outras vezes cheira mal, mas isso é normal. O cheiro que se sente às vezes vem do matadouro. Mas Beja é uma cidade muito limpinha. Só que temos o matadouro e quando o vento está dali já se sabe, o mais natural é que cheire mal.


Semana passada

Rede social

QUINTA-FEIRA, DIA 16

BEJA REALIZADA AUTÓPSIA DE ALEGADO HOMICIDA A autópsia ao cadáver do alegado homicida de Beja foi efetuada na segunda-feira durante a manhã no Instituto de Nacional de Medicina Legal (INML), em Lisboa, confirmou fonte daquele organismo, sem revelar pormenores sobre a mesma. O relatório final da autópsia realizada na delegação do Sul ao corpo de Francisco Esperança “demorará algum tempo a ficar concluído”, tanto mais que “foram pedidos exames complementares”, nomeadamente toxicológicos, que levarão várias semanas. De qualquer forma, o INML rejeita fornecer qualquer informação sobre o resultado da autópsia, cujas conclusões serão enviadas diretamente ao Ministério Público, entidade que supervisiona a investigação sobre a morte e que solicitou a perícia médico-legal, correndo o processo em segredo de justiça. A fonte do INML escusou-se também a confirmar se a morte terá sido provocada por suicídio, como foi admitido pelas autoridades. O corpo de Francisco Esperança foi encontrado na sexta-feira enforcado na cela do Estabelecimento Prisional de Lisboa, para onde tinha sido transferido na quinta-feira à tarde, por alegada falta de condições de segurança na cadeia de Beja.

TERÇA-FEIRA, DIA 21 ALENTEJO MAIS DE 150 RESTAURANTES NA SEMANA GASTRONÓMICA DO PORCO Mais de 150 restaurantes do Alentejo participam na Semana Gastronómica do Porco, a decorrer até dia 29 em toda a região. A iniciativa dedicada à carne de porco é a primeira de um ciclo de semanas gastronómicas que a Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo vai levar a cabo este ano na região.“Nós queremos preservar a gastronomia e tudo o que seja valorizar os nossos produtos endógenos e o porco alentejano é, claramente, uma base importante da cozinha regional”, justificou o presidente da ERT do Alentejo, Ceia da Silva, que adiantou que a Turismo do Alentejo vai desenvolver ao longo do ano um conjunto de semanas gastronómicas, exclusivamente dedicadas, além do porco, ao borrego, tomate e gaspachos, ervas aromáticas e caça.

BEJA TRIBUNAL DECRETA PRISÃO PREVENTIVA DE MULHER FERIDA QUE TINHA BOLOTAS DE HAXIXE O Tribunal de Beja decretou a prisão preventiva da mulher, de 56 anos, suspeita de tráfico de droga, ferida num despiste automóvel, no domingo, no concelho de Ferreira do Alentejo. Fonte da GNR adiantou que a suspeita vai ser entregue ao Estabelecimento Prisional de Odemira no cumprimento da medida de coação que lhe foi aplicada, enquanto aguarda julgamento. A mulher foi um dos dois sobreviventes do despiste, que provocou também três vítimas mortais, na Estrada Nacional (EN) 259, junto a Santa Margarida do Sado. Tendo sofrido ferimentos no acidente, a mulher, em cujo organismo foram detetadas bolotas de haxixe, foi transportada para o Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, e, depois, evacuada para o Hospital de S. José, em Lisboa. No total a suspeita expulsou do organismo “125 bolotas de haxixe”, o que corresponderá a “cerca de um quilo” daquela droga. O outro ferido, um jovem de 23 anos, igualmente transportado para o Hospital de S. José, “não tinha droga no estômago” e negou estar ligado ao tráfico de estupefacientes.

Criminatologista

Quando for grande quero ser smurf ou será estrumpfe?

Como se pode explicar um crime tão violento como o que aconteceu em Beja?

A cidade de Beja, ainda sob o efeito traumático do caso da rua de Moçambique, resolveu o Carnaval logo na última sexta-feira. Com o tradicional desfile dos meninos das escolas.

Não é possível explicar assim a ‘quente’ este episódio trágico. Não tem regra, não tem parâmetros de comparação, não tem, ao nível das motivações, exemplo do passado que possa ser seguido. É, por enquanto, uma terrível surpresa e um grande choque. Os poucos sinais que se percebem, testemunhados por terceiros e sem controlo técnico, sugerem um complexo de emoções e sentimentos que raramente atingem estes limites – revolta, ódio, amargura, narcisimo, arrogância, desprezo absoluto pelo valor da vida. Mas isto é uma impressão. Não é uma conclusão. Com os dados de que dispõe, consegue traçar um perfil do criminoso?

Como já expliquei conhece-se muito pouco. A maior parte das notícias, como acontece sempre perante crimes hediondos, são especulativas, sem nenhuma sustentação rigorosa. É o território do ‘diz-se que’ que vale quase nada ou nada mesmo. Só o tempo pode traçar este perfil. O tempo e o trabalho de um psicólogo que se interesse pelo caso, e seguramente vai aparecer esse perito, pois, do ponto de vista científico, é um caso fascinante. Conhece outros crimes, ocorridos em Portugal, comparáveis a este?

Não, não conheço. Há 25 anos houve um caso mais ou menos parecido que ficou conhecido pelo caso da praia do Osso da Baleia, em que o assassino matou as filhas, a mulher e julgo que o namorado de uma das filhas. Mas fugiu. Não manteve as aparências de vida nem encenou qualquer representação de que tudo era normal. No caso de Beja existem dois elementos perturbadores: a catana e a omissão/ /guarda dos cadáveres. Despedaçar alguém à catanada não é a mesma coisa que disparar uma arma. É um ato muito mais íntimo, demorado, diria lascivo no que respeita ao prazer da posse da vida dos outros e do poder de gerir as suas mortes. Mas também é verdade que a presença dos cadáveres revela que não tinha a intenção de se desfazer deles, como se esperasse a descoberta e o desejo de punição. É um mistério. Só o tempo vai conseguir dar as respostas que a nossa perplexidade de hoje não encontra.* Alberto Franco

* Francisco Esperança suicidou-se de 16 para 17, já depois desta entrevista ter sido feita.

Sim, eu é que sou a rainha do Carnaval de Cuba Milhares de pessoas sairam às ruas de Cuba, na passada terça-feira, para assistir a um dos mais concorridos corsos carnavalescos do Baixo Alentejo. Haja bom tempo. CLÁUDIA VILARES/FACEBOOK

SEGUNDA-FEIRA, DIA 20

3 perguntas a Moita Flores

O rato Mickey e a rata Minnie não têm idade Foi no domingo que a Vidigueira se encheu com as partidas do Entrudo e com a arruada carnavalesca. Aqui, as principais figuras são da terra e os travestis são os reis da festa. MANUEL MARTINS/FACEBOOK

A Câmara Municipal de Grândola colocou à disposição dos habitantes do concelho uma biblioteca itinerante, com mais de mil títulos, com o objetivo de “fortalecer os hábitos de leitura” e aproximar as gerações através da cultura e do conhecimento. Através desta iniciativa, as populações têm acesso gratuito a livros de vários géneros, jornais, revistas, DVD, Internet e a ações de promoção do livro e da leitura. A Biblioteca Itinerante de Grândola percorre, rotativamente, de segunda a quinta-feira, os vários locais e freguesias daquele concelho alentejano.

Frio, mas isto está lá algum frio, por acaso? Em Almodôvar, a tradição do Carnaval voltou a cumprir-se com uma arruada pelas ruas da vila. O que não faltou foi o samba, as bailarinas e muita, muita gente a observá-las. MANUELA JONES/FACEBOOK

GRÂNDOLA MUNICÍPIO LEVA CULTURA ÀS POPULAÇÕES COM BIBLIOTECA ITINERANTE

Sim, somos mesmo cabeçudos, e depois? Sines tem um dos maiores e mais concorridos desfiles carnavalescos do País. E muito do seu sucesso parte do empenho e da animação, que é geral, da população local.

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Diário do Alentejo 24 fevereiro 2012

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❝ Sra. da Graça de Padrões

Se não fosse a mina já aqui não estava nenhum. Nem aqui, nem nos arredores. Foi a melhor coisa que apareceu de Lisboa para baixo. E talvez em todo o Portugal. Isto tem sido grande trabalho, a mina”. José Colaço

A aldeia que se habituou a abanar com os rebentamentos no interior da terra

A sombra da mina

M

atilde, simplesmente Matilde, porque não terá outro nome ou porque não o quererá dizer, maneja com as mãos marcadas pelos 79 anos que já lhe passaram pelo corpo a agulha, que vai atravessando o tecido gasto e coçado de dois panos de cozinha. Sentada à porta de sua casa, ao lado da máquina de lavar roupa, porta de casa branca, barras azuis, como tantas outras na aldeia, passa os panos uma e outra vez pelas mãos. Assomando-se à sua porta sem beiral, a vista que avista é soberba. Os olhos seguem, primeiro, por um caminho velho, ladeado por um muro de pedras caídas e oliveiras centenárias. Os olhos seguem livres por aquele caminho, detendo-se, subitamente, na cidade industrial que se ergue paredes-meias com a casa e a aldeia de Matilde: as minas de Neves-Corvo. A presença dos pavilhões azuis da mina; o som cadenciado e monocórdico das máquinas; o fumo que vai saindo das chaminés; e as estruturas de aspeto industrial dominam os montes e toda a paisagem em torno de Senhora da Graça de Padrões. E marca-lhe o ritmo e o pulsar. E, de uma forma mais profunda do que se possa imaginar, tal como entra pelas entranhas da terra, entra por dentro destas pessoas. Para Matilde, a abertura da mina não trouxe, nem traz, nada de bom. “Acabaram com as águas, havia aí furos que acabaram. Às vezes cheira muito mal e, com os disparos, as paredes dão. As da minha casa, não, que já são velhas. Mas para quem trabalha ali é bom”. Matilde não adianta muito mais da conversa, entre uma risada ou outra. Por timidez ou receio de quem fala com estranhos, a conversa de Matilde termina, invariavelmente, em silêncios abruptos e sorrisos, enquanto limpa a conversa como quem limpa um prato com um dos panos de cozinha que traz nas mãos. A conversa depressa termina. Matilde vai caminhar com umas colegas, algo que não fazia quando era nova. “Antigamente não passeávamos, tínhamos que trabalhar. Agora como já somos velhotas… Bem, agora vou dar o passeio que já tenho as camaradas à minha espera”. Dito isto, Matilde lá vai à sua volta. Mesmo ali ao lado, fica a igreja da aldeia. José Colaço, com 84 anos, faz parte de um grupo de cinco homens, de idades consideráveis, que por ali estão sentados. Qualquer conversa sobre a terra desemboca na mina e nas vantagens e desvantagens que trouxe, mesmo que não comece por aí. “Isto é um sossego, não há quase ninguém. Essa é a maior diferença que encontro”. Os tempos são bem diferentes do antigamente e José Colaço aponta o que ainda vai mantendo viva a aldeia. “Se não fosse a mina já aqui não estava nenhum. Nem aqui, nem nos arredores. Foi a melhor coisa que apareceu de Lisboa para baixo. E talvez em todo o Portugal.

Há muito que o concelho de Almodôvar reclama direitos provenientes da exploração mineira de Neves-Corvo, como a derrama, sem sucesso. O argumento, que muitas vezes surge, é o da exploração incidir numa freguesia do concelho, onde se situa, também, a barragem construída para a mina e onde é depositado o desperdício fruto da extração. Em Senhora da Graça de Padrões, indiferentes a estas questões, a sombra da mina vai marcando os dias dos que por lá vivem. Texto Marco Monteiro Cândido Fotos José Ferrolho

Os dois caminhos À superfície, motorizadas. No subsolo, máquinas gigantescas

Sorriso Um convite irrecusável para entrar no único comércio da aldeia, um restaurante

Isto tem sido grande trabalho, a mina”. No mesmo grupo, Vitorino da Silva, com 86 anos, atira em tom de desafio. “Foi uma coisa boa que veio para aqui mas fez muito mal à terra. Roubou-nos a água toda. Eu tinha um poço com 13 metros. No fim do verão dava para enterrar uma pessoa. Agora vai lá, está como este chão: seco”. Do outro lado do grupo, José Colaço arremata a conversa. “Esse poço tinha 13 metros, os da mina têm mil”. Em relação aos rebentamentos que se fazem ouvir e sentir na aldeia, e que acontecem três por dia, de oito em oito horas, Vitorino explica, divertido, como se sentem os tremores. “Em se pondo duas garrafas ao pé, à noite soam conversando. Nem todas as noites, mas às vezes soam ralhando uma com a outra”. Vitorino, bem disposto, ainda confessa que não tem força nenhuma nas pernas, mas que “de língua ainda não tem dúvida”. Aldeia calma e pacata, o único comércio é um restaurante, propriedade de Matilde Pereira, emigrante que voltou à terra há 26 anos, depois de quase 20 passados na Suíça. Por esta hora, a sala do restaurante está vazia. A hora do almoço já passou e, com ela, o movimento. Apesar da sua clientela ser pessoal que trabalha na mina ou que vem de fora, mas sempre relacionado com a mina, Matilde reconhece que a sua aldeia está muito diferente do que era. “Cada vez temos menos pessoas. Temos muita gente idosa e jovens temos poucos. Ainda me encontro a trabalhar porque estou ao lado das minas”. Para Matilde Pereira, o movimento da mina é que ainda lhe permite ter o restaurante aberto, sublinhando a importância da mesma para os concelhos em redor. “Se não fosse a mina, mal de nós”. Ali bem perto, Manuel Colaço vai carregando e empilhando a lenha cortada. Como em todas as aldeias do Alentejo, reconhece que a falta de gente é o grande problema de Senhora da Graça de Padrões. “Em termos de população temos muito menos e trabalhos também não há. O pessoal que temos é muito pouco, os jovens saem todos e mantêm-se aqui os velhos”. Mais uma vez, a conversa esbarra na mina. “As nossas casas podem-se considerar destruídas porque somos abanados três vezes por dia, há vinte e tal anos. Isto começou em 1984. Grandes estragos que faz na estrutura das casas. Eu tenho na minha casa estragos bem visíveis: vigas partidas, pilares que racham, reboco partido. Há dias em que a intensidade dos rebentamentos é elevadíssima”. Para Manuel, a angústia paira como uma sombra que lhe tolda o discurso, influenciado pelos rebentamentos, o cheiro a enxofre e a seca dos furos provocados pelas minas. “Isto já vem de há muitos anos e vamos morrer com isto na garganta porque ninguém faz aqui nada. Eles levam daqui o dinheiro e nós ficamos sem nada”. Será que Matilde já regressou do passeio?


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José Faustino Sezinando Presidente da Junta de Freguesia de Senhora da Graça de Padrões

Que balanço faz do tempo à frente da junta?

Faço um balanço positivo, tem corrido tudo normalmente. Temos feito aquilo que estava programado. Não se faz mais porque as verbas são muito poucas, é uma freguesia relativamente pequena, mas que tem à volta de 400 eleitores. A extensão da freguesia também não é muito grande, mas temos Graça de Padrões, que é a sede, Semblana e Monte da Caiada, além de mais alguns montes. Quais os principais problemas da freguesia?

Até nem há grandes problemas. O maior problema é a falta de verbas, que não chegam. Como não temos muitas verbas temos um protocolo com a câmara que nos fornece muita coisa, presta-nos muitos serviços. Certos serviços, como arranjos de caminhos, basta-nos mandar ao presidente de câmara e ele faz.

A freguesia de Senhora da Graça de Padrões tem uma particularidade. Quem procurar pelo edifício da junta de freguesia na aldeia de Senhora da Graça de Padrões não o vai encontrar. E se perguntar a algum habitante local será, certamente, encaminhado para Semblana, aldeia vizinha, a três quilómetros de distância. Chegados a Semblana, o edifício do lado direito, com os seus azulejos vaidosos, não engana: Junta de Freguesia dea Senhora da Graça de Padrões. Em Semblana. Apesar da sede de freguesia ser Graça de Padrões, o edifício da junta está sedeado em Semblana, o maior aglomerado populacional da freguesia. Segundo o presidente da junta, José Faustino Sezinando, esta situação materializou-se entre os anos de 1983 e 1985. “Antigamente não havia instalações da junta e o presidente era aqui de Semblana. A junta funcionava na casa do presidente. Visto que cederam este terreno, o presidente, como era daqui, construiu aqui a sede da junta e aqui ficou”. E se, na altura, a população mostrou alguma contrariedade, conformou-se por não haver terreno para a construção. Passados cerca de 30 anos, já ninguém estranha. “Encaram isto de forma normal. Habituaram-se. Até porque só neste mandato é que têm um presidente de Graça de Padrões, normalmente são presidentes de Semblana”.

As minas de Neves-Corvo Apesar de estar sedeada no concelho de Castro Verde, mais precisamente na freguesia de Santa Bárbara de Padrões, a Sociedade Mineira de Neves-Corvo (Somincor) tem uma importância tremenda na economia do concelho de Almodôvar. A operar mesmo ao lado de Senhora da Graça de Padrões, a Somincor foi constituída em 1980, três anos após a descoberta de um depósito de sulfuretos maciços de metais como cobre e zinco. Estando localizado na Faixa Piritosa Ibérica, o jazigo de Neves-Corvo é constituído por cinco massas de sulfuretos maciços: Neves, Corvo, Zambujal, Lombador e Graça. A Somincor é hoje uma das empresas com maior volume de negócios a operar em território nacional.

O que tem esta freguesia de peculiar?

É uma freguesia que se distingue das outras porque já foi sede de concelho. A freguesia de Senhora da Graça de Padrões, em tempos remotos, mil oitocentos e qualquer coisa, era a Vila de Padrões. Santa Bárbara de Padrões, do concelho de Castro Verde, pertencia ao concelho de Padrões. É uma das freguesias mais antigas do concelho de Almodôvar. Como é a relação com a mina de Neves-Corvo?

É uma relação normal. Só que esta freguesia, da mina, não tem nada. Não temos nada, nem derrama, nem coisa nenhuma. A maior parte do minério sai desta freguesia, do subsolo da Graça dos Padrões. A mina estende-se muito para dentro da freguesia, a maior parte do minério que está a sair agora pertence à freguesia de Graça de Padrões. Só que a mina e o poço da mina estão no concelho de Castro Verde. E a barragem dos rejeitados está dentro da freguesia. Todo o material que não é bom, que não é minério, rejeitados, vem parar à freguesia de Graça de Padrões. E que impacto ambiental tem isso na vida da freguesia?

Tem muito, mesmo muito. E mesmo ao nível das habitações, há muitas habitações degradadas. Com os disparos aquilo treme tudo. Na minha habitação, quando há os disparos, aquilo vibra tudo, parece um tremor de terra. Na freguesia está tudo contra aquilo. Em princípio porque a freguesia não recebe nada da Somincor e é o impacto que aquilo dá, cheiros, químicos que vão para as águas. Inclusivamente, a Graça de Padrões ficou sem água, a água que vem é só da rede. Se formos abrir um furo não temos uma pinga de água.

Diário do Alentejo 24 fevereiro 2012

Quando a junta de freguesia não está onde deveria estar

A freguesia em números Senhora da Graça de Padrões é uma das oito freguesias do concelho de Almodôvar. Com uma área de cerca de 35 quilómetros quadrados, tem a ribeira de Oeiras como fronteira natural com a freguesia de Santa Bárbara de Padrões, concelho de Castro Verde, tendo constituído com esta, até ao século XVIII, o concelho de Padrões. Com cerca de 400 habitantes, e uma densidade populacional de 11 habitantes por quilómetro quadrado, para além da aldeia de Senhora da Graça de Padrões, a freguesia é composta por Monte da Caiada e Semblana, sendo este o maior aglomerado populacional.


Diário do Alentejo 24 fevereiro 2012

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Simões não comenta nomeações para a Ccdra

Mário Simões, presidente da distrital de Beja do PSD e deputado dos social-democratas na Assembleia da República, perante o fato de não haver baixo alentejanos entre os nomes indicados para a direção da Comissão de Coordenação e de Desenvolvimento Regional do Alentejo, recusa que isso represente “menos força do Baixo Alentejo”. O deputado diz que não faz

“esse tipo de leituras” e não comenta as nomeações do Governo. No entanto, recorda que não é caso inédito e que “durante o governo de Durão Barroso” aconteceu o mesmo cenário. Lembra ainda que o órgão em causa é composto por um presidente, dois vices e dois vogais, sendo um deles – Fernando Caeiros – do distrito de Beja e indicado pelas associações de municípios.

Atual António Dieb é o novo presidente da CCDR Alentejo

António Dieb é desde segunda-feira o novo presidente da Comissão de Coordenação e de Desenvolvimento Regional do Alentejo (Ccdra), substituindo no cargo o economista João Cordovil. Licenciado em Sociologia pela Universidade de Évora, António Dieb tem 4 6 anos e possui o curso de mestrado em Gestão – Especialização em Recursos Humanos. Texto Carlos Júlio

C

omo vice-presidentes foram nomeados Joaquim Roberto Grilo, economista, proveniente da Região de Turismo do Alentejo, da área do PSD, e Rui Pires Mendes, licenciado em Investigação Social Aplicada e funcionário da Ccdra, onde ocupava a chefia de recursos humanos, considerado próximo do CDS/PP. Neste novo desenho da direção da Comissão de Coordenação Regional, e ao contrário do que era habitual, não está representado o distrito de Beja, o que, para alguns setores, “representa uma derrota em toda a linha do PSD do Baixo Alentejo”. António Dieb e Rui Mendes estão ligados ao distrito de Évora e Roberto Grilo ao distrito de Portalegre, embora trabalhasse também em

Évora. Desde sempre ligado ao PSD, o novo presidente da Ccdra foi um dos fundadores da Comissão Académica de Évora (uma estrutura da JSD para intervenção política nas universidades) chegando, ainda na década de 80, a presidente da Associação de Estudantes da Universidade de Évora. Desde 2005 ocupa o cargo de único vereador social-democrata na Câmara Municipal de Évora e, depois de uma passagem pelo setor dos seguros, desempenhava desde 1999 as funções de diretor-geral do Cevalor, o Centro Tecnológico para o Aproveitamento e Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais, em Borba. Apesar de muitos correligionários seus o imaginarem mais como deputado na Assembleia da República (um “velho sonho do Dieb”, diz um militante do PSD eborense, “onde poderia ter muito mais visibilidade do que o atual deputado Pedro Lynce”), dado os seus “dotes de oratória e de tribuno”, poderá ser um “bom presidente da Ccdra”. Silvino Alhinho, professor e também militante do PSD em Évora, reconhece em António Dieb características como a “transparência, a persistência e a combatividade, mas também o apaziguamento, uma vez que sabe ouvir e

DR

Baixo Alentejo perde peso na Comissão de Coordenação Regional

António Dieb Presidente da CCDR Alentejo

trabalha bem em equipa, embora muitas vezes esteja habituado a decidir solitariamente”. “Conseguiu apaziguar a guerra de tendências no PSD de Évora, enquanto esteve à frente da distrital e poderá desempenhar bem este cargo uma vez que, por debaixo da faceta de político, existe um técnico experimentado”, diz. Diferente é a opinião de outros intervenientes políticos locais, que consideram que “esta é apenas uma etapa no percurso de António

Dieb”: “Se quer outros voos mais altos, dentro da máquina partidária, este é um caminho que tem que fazer”. A nomeação de António Dieb surge num momento em que muitos admitiam a hipótese da escolha para a presidência da Ccdra recair em António Costa da Silva, presidente da distrital de Évora do PSD, e um dos “políticos em ascenção a nível distrital”. As fontes contactadas pelo “Diário do Alentejo” indicam que o facto

deste ocupar a presidência da distrital foi “inibidor da nomeação” e que, “será natural que, depois da reformulação dos cargos diretivos dos programas comunitários a nível regional, Costa da Silva seja nomeado pelo Governo gestor do Inalentejo”, programa em que já desempenha funções como coordenador de um dos eixos. O “Diário do Alentejo” tentou contactar o novo presidente da Ccdra mas tal não foi possível até ao fecho desta edição. No entanto, em entrevista há um ano e meio ao semanário “Registo”, que se publica em Évora, António Dieb traçava de si um retrato “de diálogo”. Único vereador do PSD na Câmara de Évora, face aos três eleitos da CDU e aos três eleitos pelo PS, Dieb considerava que o seu posicionamento como “fiel da balança” tinha a ver “antes de mais, com assegurar o normal funcionamento da câmara, impedindo que ela fique presa a lógicas partidárias e eleitoralistas, mesmo que isso signifique perder votos, e nunca ter a presunção de pensar que as minhas ideias têm que ser impostas aos outros”. E acrescentava: “Acho mesmo que várias ideias diferentes, quando pensadas e ponderadas, serão certamente muito melhores de que uma ideia imposta por alguém”.

DR

João Basto vai ser o novo presidente da EDIA

O

engenheiro agrónomo João Basto, de 40 anos, vai ser o novo presidente do conselho de administração da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), adiantou fonte do Ministério da Agricultura. A restante equipa do futuro conselho de administração da EDIA, que irá substituir o atual, liderado por Henrique Troncho, será “fechada nos próximos dias”, disse a fonte. Segundo a mesma fonte, o novo conselho de administração da EDIA deverá tomar posse após a próxima reunião da assembleia geral da empresa.

João Basto é licenciado em Engenharia Agronómica pelo Instituto Superior de Agronomia, da Universidade Técnica de Lisboa, e tem o MBA pela Universidade Nova de Lisboa e formação pós-graduada especializada em Liderança e Decisão. Segundo informações do Ministério da Agricultura, João Basto apresenta, no seu currículo profissional, “uma diversificada experiência, sempre ligada ao setor empresarial agrícola e agroalimentar”. “Mais recentemente”, João Basto desempenhava a função de managing director (diretor administrativo) das empresas

SIM – Macau Industrial Company LTD e BICA – Food Products Trading Company (Macau). Na BICA – Food Products Trading Company, frisa o ministério, João Basto “foi responsável pela montagem e gestão da mais moderna indústria de café na Ásia”. Além de sócio fundador de várias empresas comerciais e de prestação de serviços para o setor agroalimentar, João Basto também foi diretor de projetos e assessor do conselho de administração da empresa Mantero, entre 1996 e 2002, e responsável de negócios para a Europa e Bacia Mediterrânea da empresa CIFO, do grupo Heinz.


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Esta feira acaba por proporcionar o contacto direto com o consumidor, o que é muito bom”. José Guilherme, produtor e membro da comissão diretiva da Confraria do Queijo Serpa

É o número de rouparias existentes atualmente em Serpa, segundo a Confraria do Queijo Serpa. Em toda a região demarcada, que vai desde a fronteira até ao litoral, contabilizam-se 30 queijarias.

Pita Ameixa confrontou ministra da Agricultura O deputado do Partido Socialista eleito pelo círculo de Beja, Pita Ameixa, confrontou a ministra da Agricultura com a situação de seca do Baixo Alentejo, circunstância que afeta as culturas de inverno e a pecuária, existindo também risco para o regadio dado o baixo nível das barragens e um maior consumo. O deputado frisou ainda “o abandono do Alqueva por parte do Governo”. Para Pita Ameixa, “em causa está a ausência de medidas que mitiguem os problemas causados pela situação de seca”.

Seca preocupa o deputado Mário Simões

Feira do Queijo do Alentejo começa hoje

Serpa terra forte do queijo Serpa organiza anualmente a Feira do Queijo do Alentejo e em destaque, como não poderia deixar de ser, está o produto mais afamado do concelho: o queijo Serpa. A qualidade é por excelência a regra e o produto que leva o nome de Serpa além-fronteiras quer afirmar-se ainda mais, tanto no mercado interno, como no externo. Texto Bruna Soares Foto José Serrano

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Feira do Queijo do Alentejo, em Serpa, arranca hoje, sexta-feira, e até domingo, último dia do certame, promete dar a conhecer o afamado queijo produzido no concelho, mas também outros queijos de renome a nível nacional. Nem só de queijo, no entanto, vive este evento e, durante o fim de semana, muitos produtos podem ser apreciados no Parque de Feiras e Exposições, até porque este ano, segundo a Câmara Municipal de Serpa, que organiza a feira em parceria com diversas entidades do concelho e da região, o número de “expositores aumentou” e a oferta, essa, é muita e variada. Para os produtores, esta é uma oportunidade única para darem a conhecer o que de melhor se produz no concelho, mas também para expandirem o seu negócio. “Esta feira acaba por proporcionar o contacto direto com o consumidor, o que

é muito bom”, considera José Guilherme, produtor e membro da comissão diretiva da Confraria do Queijo Serpa, entidade que pretende dinamizar este produto e, ao mesmo tempo, envolver mais empresários. Em Serpa contabilizam-se, atualmente, 15 rouparias (queijarias) certificadas e no total, de acordo com a Confraria do Queijo Serpa, em toda a região demarcada do queijo Serpa, que vai desde a fronteira até ao litoral, contabilizam-se mais de 30. “Continuamos a dar a conhecer o que de melhor sabemos fazer e a primar pelo aumento da qualidade”, defende o produtor, lembrando, no entanto, que “os custos de produção, derivados de diversos aumentos, subiram”. O preço do queijo Serpa, porém, mantém-se inalterado. “Ainda não sentimos a necessidade de aumentar o preço e, embora os custos de produção tenham aumentado, para já a taxa de IVA mantém-se nos seis por cento, tal como acontece com o leite, e vai dando para manter o produto ao mesmo preço”. Os produtores tentam, ainda assim, trocar as voltas à crise e criar novas dinâmicas que permitam dar ainda mais a conhecer o produto mais afamado de Serpa e a exportação já é uma realidade. “A conjetura atual está a sentir-se em todas as áreas e notase que existe uma quebra de mercado. As pessoas consomem menos”, afirma José Guilherme. E neste sentido, diz, não se

poderá descurar nunca a qualidade característica deste produto, até porque, em sua opinião, “todos têm a ganhar se o produto final for melhor”. “O queijo Serpa tem melhorado muito nos últimos anos. Quem o produz tem cada vez mais cuidado. Os rebanhos, por exemplo, são mais controlados e há uma maior assistência às rouparias”, explica. Serpa sabe valorizar o seu produto de excelência e no certame que lhe dá destaque não vai faltar animação, gastronomia, colóquios, demonstrações de tosquias de ovelhas, ateliês, teatro, show-cooking, e demonstrações equestres, entre outros. O cante alentejano, outra das característica da Cidade Branca, também vai estar em evidência; porém, há ainda espaço para outras referências musicais, até porque, de acordo com a Câmara Municipal de Serpa, “o recinto do certame terá durante os três dias atividade permanente com música e animação circulante”. Segundo a autarquia, “a gastronomia típica do concelho poderá ser degustada no espaço das tasquinhas, que terá animação todas as noites, com cante alentejano pelos grupos corais do concelho”. Amanhã, sábado, destaque para a transmissão em direto do programa da RTP “A Festa é Nossa”. Este ano durante a feira, de acordo com a Câmara Municipal de Serpa, “será ainda lançado o concurso de fotografia denominado ‘Património (I)Material’”.

Mário Simões, deputado do PSD eleito pelo círculo de Beja, questionou, durante a audição da Comissão Parlamentar Agricultura e Mar, a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, sobre o problema da seca. O deputado, entre outros assuntos, quer saber se o Governo equaciona a possibilidade de criar um plano nacional de combate à seca.

“Os Verdes” querem que no Carnaval seja feriado O Grupo Parlamentar “Os Verdes” entregou na terça-feira, na Assembleia da República, um projeto de lei que procede à alteração do Código do Trabalho, no sentido de incluir a terça-feira de Carnaval no elenco dos feriados obrigatórios.

“Primeiro o local” continua em Moura A Câmara Municipal de Moura prossegue com a iniciativa de descentralização “Primeiro o local”. As freguesias de Santo Amador e de Safara acolheram o executivo da autarquia e os habitantes tiveram a oportunidade de serem atendidos por técnicos da Câmara de Moura, nomeadamente nas áreas de obras municipais, urbanismo e ambiente, ação social, cultura, movimento associativo e desporto.

Sines contra abate de árvores A vereadora do Ambiente da Câmara Municipal de Sines, Cármen Francisco, reuniu-se com o secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, e o diretor regional das Florestas, Carlos Ramalho, com o intuito de transmitir a preocupação da autarquia “com o abate maciço de árvores que se tem vindo a verificar no município de Sines”.


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Santiago assinala o Dia da Mulher

A Câmara Municipal de Santiago do Cacém vai comemorar o Dia da Mulher, que se assinala a 8 de março, com uma mega aula de hidroginástica. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na secretaria das piscinas municipais. No mesmo dia realiza-se ainda uma aula dedicada aos mais jovens habitantes do concelho.

“Fé nos Burros” na Ovibeja A 29.ª edição da Ovibeja, que este ano se realiza entre 27 de abril e 1 de maio, continua em marcha e, segundo a ACOS – Agricultores do Sul, a organização encontra-se a preparar a iniciativa “Fé nos Burros”, que leva à Ovibeja quatro burros para atividades dirigidas especialmente às crianças. Há ainda espaço para uma exposição fotográfica, para um filme e para um debate sobre este velho companheiro do homem.

Reclamações de ruído diminuíram

Alentejo menos barulhento As preocupações com o ruído, maioritariamente levadas a cabo pelas autarquias, parecem estar a ter efeitos no Alentejo. O número de reclamações desceu. Ruído do tráfego e de estabelecimentos noturnos, segundo especialista, são os que afetam mais a população. Texto Bruna Soares Foto José Ferrolho

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ruído, resultante de várias atividades, é muitas vezes motivo de incómodo e a melhoria da qualidade do ambiente acústico é cada vez mais uma preocupação, tanto para as autarquias como para as populações. De acordo com Vítor Raminhos, diretor técnico do Laboratório da Alacústica, “no Alentejo este não é um problema crescente”. E explica: “Muito tem sido feito, sobretudo por parte dos municípios, uma vez que na sua generalidade tomaram as medidas adequadas para controlo e minimização dos incómodos causados pelo ruído”. O número de reclamações de ruído por incomodidade, apresentadas por particulares, de acordo com o técnico, “tem vindo a diminuir no Alentejo”. “Em 2009 chegaram às comunidades intermunicipais e associações de municípios do Baixo Alentejo, Alentejo Litoral e Alentejo Central, reencaminhadas pelas autarquias, cerca de 20 reclamações, que deram origem à realização de medições acústicas. Este número tem vindo a decrescer e, em 2011, baixou para cerca de metade”, assegura Vítor Raminhos. As reclamações apresentadas ocorrem, na sua generalidade, na sequência do funcionamento de

estabelecimentos noturnos, festas públicas e particulares, nomeadamente feiras, queima das fitas, receção ao caloiro e concertos ao ar livre, entre outros. Segundo o técnico do único laboratório acústico privado acreditado na região Alentejo, “nos distritos de Beja e Évora, é no período escolar que ocorre o maior número de reclamações”. No litoral alentejano, por sua vez, a maioria das reclamações acontece, sobretudo, “no verão”. No Alentejo os principais fatores que contribuem para a poluição sonora são “o ruído de tráfego rodoviário”, bem como algumas “atividades ruidosas permanentes, principalmente as que acontecem no período noturno”. “Podemos ainda acrescentar o ruído ferroviário em algumas localidades, o ruído de algumas indústrias, embora sejam poucas, e o ruído de vizinhança, sendo que esta última diz respeito às autoridades policiais e não carece de medição acústica”, afirma Vítor Raminhos. Para o técnico, porém, “a minimização da exposição ao ruído está a ser feita”, sobretudo “com a aplicação da legislação em vigor”, lembrando que “hoje a construção é completamente diferente daquilo que se fazia há uns anos atrás, onde é obrigatório existir um projeto acústico da especialidade”. No que diz respeito ao ruído que mais afeta as populações (estabelecimentos noturnos e tráfego), no entanto, na opinião de Vítor Raminhos, “ainda há muito a fazer para minimizar o seu impacto”. O ruído, para além do incómodo que causa, pode causar interferência na comunicação, provocar perda de atenção, concentração e de rendimento, bem como transtornos durante o sono, danos no ouvido e stress, entre outros.


Um operário da construção civil faleceu na quarta-feira, vítima de uma queda, quando se encontrava a trabalhar no piso superior de uma vivenda, em Zambujeira do Mar, no concelho de Odemira. O acidente ocorreu cerca das 9 e 15 horas, e o homem, cuja idade não foi revelada, teve morte

imediata, com o corpo a ficar caído numa zona de difícil acesso. Os Bombeiros de Odemira deslocaram-se ao local com a viatura de Suporte de Vida Imediato, bem como o delegado de saúde e representantes da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) para investigar o sucedido.

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Operário da construção civil faleceu em Zambujeira

Parceria São parceiros da Câmara Municipal de Beja e da Fundação de São Barnabé no projeto da loja social a delegação de Beja da Cruz Vermelha Portuguesa, a Caritas Diocesana de Beja, o Banco de Voluntariado, o Centro Distrital de Segurança Social, a Comissão Social Interfreguesias Urbanas, a Comissão Social Interfreguesias Rurais, o Centro Social do Lidador e associação Sementes de Vida.

JOSÉ FERROLHO

Os Elétricos são uma das bandas que fazem parte da programação cultural de Odemira Odemira deu a conhecer a programação cultural deste semestre e, de acordo com autarquia, “está agendado para o dia 17 de março um concerto com a banda Os Elétricos, que dá uma nova roupagem ao swing, ao fado, aos blues e ao rockabilly dos anos 40 e 50”. As comemorações do 25 de Abril, com bandas rock, música pop, um festival de folclore e a atuação da fadista Carminho, e um concerto, em maio, de Luísa Sobral, que vai apresentar o seu álbum ‘The Cherry on my Cake’, são outros dos pontos altos da programação cultural.

Prova hípica Atlantic Tour junta em Grândola 150 cavaleiros em representação de 21 países

Lucros da loja social de Beja revertem para causas sociais

Vestuário e brinquedos a preços simbólicos Os donativos, novos ou em segunda mão, podem ser entregues na loja social, na Fundação de São Barnabé ou no gabinete de desenvolvimento social da câmara, sito na rua de Angola (antiga escola primária n.º5). São depois “selecionados, lavados e engomados, no caso do vestuário”, e etiquetados, “para que fiquem em condições de serem vendáveis na loja”.

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estuário e calçado, acessórios, bijutaria e brinquedos são alguns dos artigos (doados) disponíveis na loja social Entre (e) Ajude, inaugurada há pouco mais de uma semana no espaço comercial n.º 8 do Mercado Municipal de Beja e aberta à comunidade em geral. O projeto, que pretende “dar resposta a necessidades essenciais e prioritárias das famílias mais vulneráveis”, surgiu “de uma parceria realizada no âmbito da rede social do concelho”, explica a coordenadora do gabinete de desenvolvimento social da Câmara Municipal de Beja, a entidade coordenadora. A gestão está a cargo da Fundação de São Barnabé. Laura Rodrigues frisa, no entanto, que se pretendia um projeto inovador, que não se sobrepusesse “a respostas já existentes em Beja, em termos de doação de vestuário, sapatos, brinquedos

ou outros artigos, como as da Caritas Diocesana e da delegação da Cruz Vermelha”, daí que os artigos disponíveis sejam vendidos a preços simbólicos, revertendo depois os lucros das vendas para causas sociais. “Pretendíamos ter um espaço onde fossem trabalhadas as questões dos deveres, da responsabilidade social. As pessoas em situação de vulnerabilidade ou de carência económica não vão buscar os bens, como roupas, brinquedos, pequenos eletrodomésticos ou outros equipamentos, de forma gratuita, mas sim pagando um preço simbólico. Assim, ao adquirem a preços simbólicos também estão estas famílias a contribuir para uma causa social, porque o lucro que possamos vir a ter com a loja social será aplicado a causas sociais, que serão definidas anualmente pela parceria técnica”, e fundamentadas no diagnóstico social e na realidade local, diz a responsável. Os donativos, novos ou em segunda mão, destinados a preencher as prateleiras da loja social, podem ser entregues na mesma, na Fundação de São Barnabé ou no gabinete de desenvolvimento social da autarquia, sito na rua de Angola (antiga escola primária n.º5). São depois “selecionados, lavados e engomados, no caso do vestuário”, e etiquetados, “para que fiquem em condições de

serem vendáveis”, adianta a coordenadora. A autarquia dispõe ainda de um armazém também no mercado municipal que poderá acolher “eletrodomésticos e até mobiliário”. A loja Entre (e) Ajude está aberta às segundas, quartas e sextas-feiras, entre as 10 e as 13 horas, sendo o seu funcionamento assegurado pela Fundação de São Barnabé. Laura Rodrigues revela, no entanto, que “se sentiu, desde a implementação do projeto, a necessidade de alargar o horário da loja ao sábado da manhã, período em que a afluência ao mercado municipal de Beja é maior”. “Estamos a ver se algum voluntário pode assumir a abertura da loja nesse dia”, adianta, acrescentando que existe ainda a possibilidade de se poder “estabelecer alguma articulação com o banco de voluntariado” e de contar “com a disponibilidade das utentes do Centro Social do Lidador para assegurar a abertura” do espaço. Cada cliente, após efetuar a sua primeira compra, preenche uma pequena ficha, que visa “fazer a caraterização das pessoas que procuram os serviços da loja”. “Queremos traçar um perfil e ver quem é que adquire os artigos para ajudar a causa social e quem é que tem efetivamente necessidade de comprar a preços simbólicos”, conclui Laura Rodrigues. Nélia Pedrosa

Um total de 150 cavaleiros, em representação de 21 países, participa na Atlantic Tour 2012, uma das maiores e mais longas provas hípicas do calendário europeu, que decorre na zona da Comporta, Grândola, até 18 de março. “Ao longo de um mês de provas, nove das quais pontuáveis para o ranking internacional, 450 cavalos e 150 cavaleiros, em representação de 21 nações, estarão em prova na ‘cidade equestre’ da Comporta”, realçou a organização. A Atlantic Tour, com um prize money total de 365 mil euros, regista uma “crescente adesão de participantes”, o que os promotores atribuem a várias potencialidades de Portugal, nomeadamente ao clima ameno, longas horas de sol ou às excelentes condições técnicas proporcionadas. PUB


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Criação de lar em Garvão obtém parecer favorável

O Conselho Local de Ação Social (CLAS) de Ourique decidiu, por maioria, dar parecer favorável à criação de um lar de terceira idade na freguesia de Garvão, um projeto a promover por uma associação de solidariedade social local. Desta forma, o CLAS, do qual a Câmara de Ourique é promotora, considera “a importância

Casting de modelos para catálogo “Mértola está na Moda” A Merturis e a Câmara Municipal de Mértola lançam a iniciativa “Mértola está na moda!” com o objetivo “de promover o comércio local e Mértola como destino turístico”. A ação “compreende a realização de um catálogo de moda com

Acessibilidades e infraestruturas em debate A Associação para a Defesa do Património Cultural de Beja e o Movimento Beja Merece vão organizar um seminário temático sobre as infraestruturas existentes na região, intitulado “Alentejo, Quadratura do Desenvolvimento”, onde “deverão ser debatidas as características da cada uma das infraestruturas, assim como a sua contribuição para o desenvolvimento da região e do País”. A iniciativa terá lugar na próxima segunda-feira, dia 27, pelas 14 horas, no anfiteatro da Escola Superior de Educação de Beja. Em cima da mesa estarão temas como “Porto de Sines, porta da Europa” (Luís Cabral Arroz), “Alqueva e aproveitamento económico” (João Martins), “Aeroporto de Beja” (Pedro Beja Neves), “Acessibilidades ferroviárias e rodoviárias” (Manuel Margarido Tão), “Turismo” (Vítor Silva, da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo) e “Ordenamento do Território” (João Figueira de Sousa, da Universidade Nova de Lisboa).

de reforçar a rede de equipamentos sociais no concelho”, explica o município. A criação do novo lar, a cargo da Futuro de Garvão – Associação de Solidariedade Social, vai permitir dar “continuidade a um amplo plano de apoio social desenvolvido pela autarquia a todos os níveis das respostas sociais”.

fotografias tiradas em locais de interesse turístico, recorrendo a modelos femininos e masculinos com residência no concelho de Mértola que vestirão roupas, calçado e outros acessórios provenientes da coleção primavera-verão do comércio local”, explica a autarquia. Os interessados em participar no casting de modelos,

que terão de ter residência no concelho de Mértola e idade compreendida entre os 16 e os 65 anos, deverão inscrever-se até hoje, 24, nas instalações da Merturis. O júri do casting será constituído por um fotógrafo de moda, uma produtora de moda e um elemento do conselho de administração da Merturis.

Ex-funcionário da ADB condenado a três anos e meio de prisão

Peculato dá pena suspensa

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m ex-funcionário da Assembleia Distrital de Beja, que desviou 95 mil euros da instituição, foi condenado, por um crime de peculato, a três anos e meio de prisão suspensa, mas sujeita ao pagamento de indemnização. Na sentença, lida no final da semana passada no Tribunal de Beja, o juiz considerou a matéria de facto “provada” e condenou Francisco Ferro, de 54 anos, por um crime de peculato, a uma pena de três anos e seis meses de prisão suspensa por igual período. A suspensão da pena fica “sujeita ao cumprimento de obrigações”, ou seja, o arguido, seis meses após o trânsito da sentença em julgado, terá que apresentar à Assembleia Distrital de Beja uma proposta de pagamento

de uma indemnização cível à instituição. A indemnização, de 95 214,45 euros, a quantia total que o arguido desviou, terá que ser paga em prestações mensais, cujo valor, “sem ser irrisório”, terá que ser proporcional aos rendimentos do arguido. Caso a proposta seja aceite pela Assembleia Distrital de Beja, o arguido terá que provar em tribunal, durante todo o restante prazo de suspensão da pena, o cumprimento do pagamento à instituição das prestações que forem vencendo. Segundo a sentença, Francisco Ferro, entre 2003 e 2010, quando exercia as funções de coordenador técnico da Assembleia Distrital de Beja, desviou diversas quantias em dinheiro e que depositou em várias contas bancárias em seu nome e da sua mulher.

“O arguido agiu livre e conscientemente, querendo e conseguindo fazer suas” as várias quantias, num total de 95 214,45 euros, refere a sentença. Durante o processo, a Assembleia Distrital de Beja pediu uma indemnização cível, que o arguido não contestou. O arguido confessou em audiência o pedido de indemnização cível, o que foi julgado válido e, por isso, ficou arredada da sentença a decisão a esse respeito, subsistindo apenas a responsabilidade criminal. A Assembleia Distrital de Beja, após ter detetado que Francisco Ferro estava a desviar dinheiro da instituição, suspendeu o funcionário e instaurou-lhe um processo disciplinar, que conduziu à exoneração das suas funções.

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JOSÉ SERRANO/ARQUIVO

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I Semana Aberta da Câmara de Beja na freguesia de São Matias

Centro de formação de pilotos custa 202 milhões de euros

Coreanos na base de Beja

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Base Aérea n.º 11, em Beja, pode vir a alojar uma escola de pilotos militares sul-coreanos. O Ministério da Defesa já confirmou a existência de conversações com as autoridades de Seul. A Coreia do Sul pretende construir em Portugal um centro de formação para pilotos para o avião a jato supersónico T-50, produzido pela Indústria Aeroespacial Coreana (KAI). Uma fonte do Ministério da Defesa sul-coreano revelou que as negociações com o PUB

Governo português se iniciaram em 2011 e visam criar condições para formar, durante três décadas, 200 alunos por ano, num investimento total de 202 milhões de euros. O major Paulo Mineiro, do gabinete de comunicação da Força Aérea Portuguesa (FAP), disse ao “Diário do Alentejo” que numa primeira fase a FAP desempenhou o “papel de facilitador”, ao receber os militares asiáticos, acompanhando-os no terreno. No entanto, neste momento, o assunto está a ser discutido ao nível dos ministérios da Defesa e da Economia.

O Ministério da Defesa português já confirmou os contactos e várias visitas de militares sul-coreanos quer à cidade, quer à BA11. A Rádio Voz da Planície já tinha noticiado uma primeira deslocação, em julho de 2011, à qual se seguiu outra em dezembro passado. Por seu lado, uma delegação portuguesa também já se deslocou à Coreia do Sul. A instalação deste equipamento em Beja trará para a região cerca de três centenas de famílias, o que representará um impacto positivo importante na economia local.

A freguesia de São Matias, no concelho de Beja, está em foco esta semana, durante a II Semana Aberta promovida pela câmara e dedicada ao acompanhamento daquela zona do concelho, no âmbito das diversas áreas de atuação dos serviços da autarquia. A iniciativa prolonga-se até amanhã, sábado, e visa “garantir uma aproximação cada vez mais efetiva do executivo e dos serviços aos seus munícipes”, justifica a câmara municipal. Uma exposição sobre o “Património Natural do Concelho de Beja”, na sede da junta de freguesia, a realização do atendimento do executivo ao munícipe e intervenções pelas divisões de Obras Municipais e de Zonas Verdes são algumas das iniciativas que decorreram em São Matias, ao longo da semana.


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alentejano D. Manuel Falcão D. Manuel Franco Falcão faleceu na noite da passada terça-feira. No paço episcopal de Beja. Tinha 89 anos. Nasceu a 10 de novembro de 1922. Sofria de insuficiência renal. Mas nem a idade avançada, nem a doença o afastaram de trabalhar. Um só dia que fosse. Escrevia. Gostava de escrever. Sempre. Como se as letras o chamassem, como a fé o chamou para a Igreja ainda muito jovem. Era licenciado em engenharia mecânica. Mas não fez carreira por aí. Mal terminou a licenciatura entrou para o seminário. Foi ordenado sacerdote em 1951. A 29 de junho. No preciso dia da ordenação do atual papa Bento XVI. Em 1966 foi eleito bispo titular de Tepete. E passou a auxiliar o cardeal patriarca de Lisboa. Sem nunca deixar de escrever para os órgãos de comunicação da Igreja. Tinha uma paixão desmedida pelo jornalismo. Ao ponto de, em 2004, facultar aos jornalistas a sua Enciclopédia Católica Popular. Um apurado prontuário dos termos usados na e pela Igreja destinados aos profissionais da comunicação. Vinte anos antes chegara ao Alentejo. Era natural de Lisboa. Agora vinha para Sul, nos alvores da revolução, em outubro de 1974, chegava a Beja como bispo coadjutor de D. Manuel dos Santos Rocha. Contata incessantemente com as populações e com os novos poderes resultantes de Abril. Abre laços de cooperação e de fraternidade, numa região e num tempo histórico que ninguém preveria. Torna-se bispo da Diocese de Beja em 1980. Até janeiro de 1999, quando resigna. A sua última entrevista concedeu-a ao “Diário do Alentejo”. Em setembro de 2011. Por ocasião dos 60 anos da sua ordenação. E nela, como em tantas outras que tivemos a sorte de partilhar, tornou a falar da fé que move os alentejanos. Uma fé distinta. Uma forma diferente de olhar o mundo e o universo. Mas uma religiosidade muito marcante. Tal como a dos primeiros cristãos, dizia, que lutavam pela partilha de bens entre os mais pobres. Foi também pela partilha que se deixou ficar por Beja. O bispo que gostava de ser jornalista. PB

“Um dia com... Iola Duarte” no Cebal

No âmbito da iniciativa “Um dia com…” o Cebal recebe, hoje, sexta-feira, Iola Duarte, investigadora auxiliar do Laboratório Associado Ciceco, da Universidade de Aveiro, que irá apresentar o seu trabalho intitulado “Metabolómica: aplicações e perspetivas em saúde e toxicologia”, no auditório da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Beja, pelas 12 horas.

Candidatura do cante a Património da Humanidade

Rui Nery demitiu-se do conselho científico Rui Vieira Ner y demitiu-se da presidência do Conselho Científico do Cante a Património da Humanidade. Vieira Nery, numa carta enviada a Carlos Medeiros Laranjo, diretor-executivo da candidatura, explica que esta demissão se deve a razões inerentes à própria candidatura, mas que também está relacionada com questões de saúde.

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a carta a que o “Diário do Alentejo” teve acesso, Nery diz que “todo o processo de preparação dos conteúdos desta candidatura foi até agora conduzido exclusivamente pela comissão executiva, tendo a comissão científica sido confrontada com um formulário já em fase final de preenchimento”. Pode ainda ler-se: “Face à intenção reiterada dos respetivos proponentes de apresentarem a candidatura até 31 de março deste ano, não vejo que a comissão científica possa sequer ter a oportunidade de introduzir até lá atempadamente no processo em

curso as correções de fundo que me pareceriam indispensáveis. Para o musicólogo, “tal como neste momento está concebida, a candidatura do cante enferma de vários dos problemas que causaram a rejeição de inúmeras candidaturas nestes dois últimos anos pela Unesco”. E considera: “A apresentaç ão exclusiva mente pela Câmara de Serpa de uma candidatura de um género cuja prática transcende largamente o âmbito geográfico deste concelho levantará certamente dúvidas justificadas”. Rui Nery frisa ainda que “a preparação da candidatura do cante não foi acompanhada de um processo amplamente participativo envolvendo as comunidades que praticam o género, designadamente na identificação das características do género e do seu património, o que será inevitavelmente questionado pelo Secretariado, pelos peritos do Corpo Subsidiário e pela Comissão Intergovernamental”. De acordo com o musicólogo, “o cante alentejano não está inserido

em nenhum inventário português de Património Cultural Imaterial, nem – mais uma vez – o processo em curso de solicitar a sua inscrição no inventário nacional está a ter qualquer input das comunidades envolvidas”. Ru i Ner y a rg u menta ta mbém que “a insistência voluntarista numa apresentação dentro de pouco mais de um mês exclui por completo esse trabalho”. O musicólogo conclui: “Não posso em consciência assumir qualquer responsabilidade (mesmo que remota, dado o papel meramente simbólico desempenhado pela comissão científica neste processo) por uma candidatura por cuja legitimidade de princípio sempre tive o maior entusiasmo mas em cuja formulação final não me reconheço e a que receio prever um resultado desnecessariamente negativo”. Nas últimas semanas, o “Diário do Alentejo” tentou contatar, sem sucesso, o diretor executivo da candidatura, Carlos Medeiros.

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Recriação teatral da Guerra das Laranjas

Reaberta polémica de Olivença

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alcaide de Olivença (presidente da autarquia local), Bernardino Píris, decidiu comemorar a Guerra das Laranjas, facto que recorda a batalha que levou à anexação nunca reconhecida internacionalmente, nem resolvida entre Portugal e Espanha. O objetivo é fazer a recriação teatral daquele episódio histórico, ocorrido em 1801, quando Olivença foi anexada por Espanha. A polémica voltou à tona e o Grupo dos Amigos de Olivença (GAO) exortou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, a solicitar a “anulação” da parte de Espanha da “megaprodução hostil” para comemorar a Guerra das Laranjas, prevista para aquela localidade. Também seis deputados socialistas pediram ao Governo para tentar impedir a iniciativa, lembrando que o “assunto” de Olivença é

“reconhecidamente delicado e tem-se revestido de cuidados especiais”, para “evitar ferir suscetibilidades históricas e nacionais”. A pergunta está assinada pelos socialistas Maria de Belém Roseira, Alberto Martins, Paulo Pisco, Basílio Horta, Gabriela Canavilhas e Laurentino Dias. Os deputados consideram que “seria avisado uma intervenção no sentido de impedir a realização da reconstituição da Guerra das Laranjas, para evitar melindres diplomáticos e nas populações de Olivença e nas de outros municípios vizinhos em Portugal”. Contactado pela Lusa, o presidente do GAO saudou a iniciativa dos seis parlamentares do PS e defendeu que “esta megaprodução, que é hostil, deve ser anulada”, merecendo a intervenção diplomática de Paulo Portas. “O ministro devia ter uma posição

muito mais ativa. O mínimo que pode fazer é pedir pública e objetivamente, não de uma maneira sub-reptícia, clandestina ou em jogos de bastidores, a anulação da megaprodução”, desafiou. Para o GAO, que considera que, posteriormente, “a questão de Olivença deve ser posta em cima da mesa diplomática”, a recriação histórica “é uma provocação”. “Vemos esta festa como uma tentativa de alienação da própria população de Olivença, porque a querem pôr a celebrar a sua derrota e a dos seus antepassados, e uma provocação à posição tradicional de Portugal, que não reconhece a ‘espanholidade’ de Olivença”, argumentou. Sobre esta matéria, a Lusa telefonou também para o Ayuntamiento de Olivença, mas não foi possível contactar o alcaide Berdardino Píriz Antón.


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Perfil José Brito, o moiral que transforma a cortiça

O guardador de rebanhos

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o cimo de um cerro, o cerro mais alto dos cerros que por ali há, está um moinho abandonado, de paredes caídas, com um eucalipto dentro. Ao sabor do vento, as folhas do eucalipto fazem as vezes das velas do antigo moinho. No cerro mais alto de todos os outros, o vento sopra desvairado, uma corrente de ar aberta por todos os lados. É aí, junto ao antigo moinho, que fica a malhada, como lhe chama José Brito, onde dorme este moiral de Entradas. José Brito, moiral que antes foi ajuda e que, aos 40 anos, já anda nesta vida desde os 19, tornou-se guardador de rebanhos “por falta de trabalho, por falta de emprego e por gostar de andar com o gado”. De conversa fácil e ar bem-disposto, confessa que é um trabalho que só se faz quando se gosta, porque quem não gosta não o aguenta. A solidão é um dos motivos, apesar de, antigamente, ser pior. “Já passei mais tempo sozinho do que passo agora. Os filhos agora precisam que a gente esteja mais tempo ao pé deles. São mais aéreos e temos que estar mais em cima deles”. Se no passado chegou a passar semanas sem ir a casa, agora o máximo que fica são dois dias e duas noites. Mesmo assim, confessa que às vezes sente-se sozinho. E é nesses tempos mortos que dá azo à imaginação e à criatividade. “Vou arranjando uns chocalhos, fazendo uns trabalhos em madeira enquanto estou ao fogo”. O retratar, em cortiça e madeira, aspetos da vida rural começou há cerca de oito anos. E ganhou força com a ajuda dos filhos de José. “Os professores dos moços queriam um trabalho feito para eles levarem para a escola para fazerem uma exposição. Eu já lá tinha umas coisas, mas comecei a fazer. Eles levaram um cucharro e um tarro em cortiça. Depois continuei a fazer e a aperfeiçoar-me”. A história é simples e mais do que qualquer pretensão artística é uma forma de o moiral ir ocupando os períodos mortos da sua profissão. Por isso, a exposição dos seus trabalhos é encarada como uma coisa perfeitamente normal. “Não é por isso que faço estas coisas”. Já a forma como lhe aparece a inspiração para criar, em cortiça ou madeira, as miniaturas sobre o mundo rural, também é muito simples. “Eu penso o que vou fazer. Umas são coisas que vejo, outras que me dizem, que oiço falar. Por exemplo, o lavrar com charruas, eu já não conheci isso”. A malhada onde José dorme nada mais é do que um atrelado, do próprio, feito em zinco, albergue de duas modestas divisões: uma cozinha e um quarto. Se a cozinha é

No Museu da Ruralidade, em Entradas, freguesia de Castro Verde, está patente a exposição “Quadros da Vida Rural e Real”, miniaturas feitas em cortiça por José Brito, moiral de profissão, que retratam aspetos do mundo rural. Uma forma de enganar a solidão do tempo que teima em passar enquanto vai guardando rebanhos. Texto Marco Monteiro Cândido Fotos José Serrano

um pequeno espaço, com fogão e uma mesa, o quarto ainda é mais pequeno. Pouco espaço sobra da cama e da mesa de cabeceira. A cama estreita denuncia a solidão das noites, escuras como breu, não fosse o fogo que vai ardendo junto à entrada ou o candeeiro a gás. Junto à cabeceira da cama uma espingarda. Apesar de nunca ter tido problemas, nem sequer gostar de mexer em armas, José diz que tem ali uma amiga. “Era bem medroso quando era moço, mas agora não sou. Passou”. Por cima da cama uma janela, parapeito privilegiado para os campos à volta, parece retirada do Guardador de Rebanhos original, de Fernando Pessoa. A porta da sua casa improvisada está sempre aberta, de dia e de noite. “Só a fecho quando não estou aí e é para as galinhas não pularem lá para dentro e fazerem alguma cagadela”. No verão José não dorme neste seu pequeno apartamento móvel. “Nessa altura durmo aí debaixo de uma azinheira. Leva-se meia dúzia de mantas, faz-se um moitão de palha e dorme-se lá”. Se no verão a dormida faz-se diretamente sob as estrelas, porque a altura do ano assim o permite, no inverno a história é outra. Mesmo no seu atrelado de zinco o frio é muito. “Tenho apanhado aqui friezas! No outro dia estava a fazer um

“Já passei mais tempo sozinho do que passo agora. Os filhos agora precisam que a gente esteja mais tempo ao pé deles. São mais aéreos e temos que estar mais em cima deles”.

trabalho em madeira, sobre os reis, para a mocita levar para a escola. Queriam que os pais ajudassem e disse-lhe que fazia. Eram aí 10 da noite e pensei em deitar-me, que já estava frio. Tinha um belo fogo, ainda aqueci as pernas e pensei: os pés já aquecem debaixo das mantas. Qual aquecem! Bati frio toda a noite!”. Ainda recentemente, nos dias em que as temperaturas desceram muito “quando houve essas geadas grandes”, às quatro da manhã, quando foi à casa de banho, o frio era tanto que teve que fazer fogo para se aquecer.

“Aproveitei, fiz uma torradinhas, estive comendo e vi passar o comboio”. A linha que passa a poucas centenas de metros do posto de vigia de José é a que trilha os caminhos da mina de Neves-Corvo. Quanto à casa de banho, o moiral olha em redor, pelos campos salpicados de cores, animado. Afinal de contas, “é a maior que há”. “O autoclismo é que está avariado mas, isso, a gente muda de poiso. O melhor que há é a casa de banho”. Quando ainda só tinha dois filhos, era hábito estes virem com a mãe passarem o fim de semana com José. Agora os tempos são outros. O casal tem mais um filho e a mulher de José já não está tão disposta a acompanhá-lo. “A minha mulher foi criada nisto, no campo. Andava atrás do pai, de monte em monte, de malhada em malhada. Agora já não, mas quando nos juntámos gostava de andar atrás de mim. Já está mais habituada a estar lá em casa”. As diferenças na vida de moiral são muitas desde que José começou nesta vida. Se hoje a mulher já não o acompanha tanto, se vai mais vezes a casa ou se os filhos o visitam devido à curiosidade natural das crianças em relação à vida no campo, muitas outros aspetos estão, também eles, diferentes. “Quando comecei, já nesse tempo, isto não era nada em relação a anos atrás. Mas agora, então, ainda está muito mais diferente. A começar logo pelas cercas, que não havia. Se não fosse isso, não podia estar aqui, tinha que estar junto à estrada. Assim, não preciso e estou aqui o dia inteiro. O gado dorme por onde anda e antes tínhamos que o puxar para junto da gente para cuidar. Agora, as mudanças de gado também são feitas de camião. E antigamente tinha aqui um burro, agora tenho ali uma data de cavalos”. Dito isto, aponta para a sua carrinha com tração às quatro rodas, com os cavalos escondidos sob o capot, enquanto solta uma gargalhada. Da malhada onde o moiral dorme, que fica no alto do cerro mais alto da herdade da Forpeja ou Flopeja, José nunca percebeu bem qual o nome, não se veem as ovelhas. Estão mais ou menos encobertas pela ondulação do terreno. O rebanho tem 400 cabeças grandes, “mais as crias”, que estão a ser guardadas por Nero, um rafeiro alentejano robusto e grande, com dois anos e cor de ceara dourada. O dia vai passar devagar, com o solposto a marcar o fim da jorna para José. Essa tem sido a hora do jantar, o que acontece por volta das seis da tarde. A partir daí, só a noite e o silêncio, o frio, o fogo e as miniaturas de José lhe farão companhia.


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Sou ateu até à medula dos ossos – saí assim. Estou por isso em condições privilegiadas para dizer que hoje morreu alguém que mais se aproximou da ideia que faço de um santo: D. Manuel Falcão, bispo emérito de Beja. José Navarro de Andrade, http://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/, 21 de fevereiro de 2012

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Faleceu D. MANUEL FALCÃO. O bispo emérito de Beja que chegou à diocese, como auxiliar, nos alvores da Revolução, em 1974. Homem de consensos e de partilha, depressa entendeu a rara religiosidade dos alentejanos e, por isso, deixa na região uma marca inconfundível no relacionamento da Igreja com as instituições e com as populações. E saudades. PB

Efeméride

Opinião

A verdade das coisas feitas!

Florival Baiôa Monteiro Movimento Beja Merece

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Baixo Alentejo já teve, há muito, uma importância grande na economia nacional, através da produção agrícola e mineira. Após a litoralização demográfica e económica a sua importância foi-se esbatendo com alguns sobressaltos cíclicos e depara-se, neste momento, com uma enorme crise, talvez maior do que aquela que trouxe os homens da troika a Portugal, provocado pelo desemprego, falta de investimento, abandono e emigração das camadas mais jovens para outras regiões e países. Para quem passeia nas ruas da cidade de Beja, olhando os pormenores de uma cidade com um coração histórico, repara, facilmente, no abandono de muitos prédios de habitação e, ainda mais, nas lojas que foram obrigadas a fechar, por quebra fatídica dos seus negócios. Não há gente, não há dinheiro, logo não há vendas, e o inevitável é a procura de esperança noutras bandas onde o sol parece que brilha mais. Parece que entrámos num estado de coma, onde o rosto já não move os músculos para um sorriso e as pernas têm tendência a ficar ainda mais coladas às pedras que pisa. Parece, muito estupidamente, que não existe amanhã e que a cidade poderá ficar como aquelas que víamos nos filmes de cowboys, onde rolavam ao sabor dos ventos as ervas secas do deserto. Digo estupidamente, e repito estupidamente! Porque existem nesta região baixo alentejana condições infraestruturais como não acontecia há séculos, que poderão proporcionar maior emprego, maior dinâmica económica e maior capacidade sociocultural. Estão reunidas, ou quase, todas as condições que possibilitem a instalação de empresas de serviços, de produção industrial e agrícolas. O Alentejo pela primeira vez tem água para a agricultura, só falta, parece-me, concluir o regadio para Beja, depois disso o que nos falta para poder seguir o caminho da produção de horticulturas e de outras produções agrícolas? Empresários agrícolas dinâmicos? Boas terras? Gente para trabalhar? Não se formaram tantos jovens na ESABeja disponíveis para empreender novos caminhos e novos rumos agrícolas? Seguramente que as pessoas ligadas à agricultura saberão com estas novas condições encontrar caminhos que proporcionem uma nova vida e um novo ciclo para as zonas rurais. Temos o porto de águas profundas de Sines, uma porta aberta para a Europa e com capacidade para receber navios de grandes dimensões. Uma porta para a Europa e para o Mundo. Já temos um aeroporto, alvo de caricatura de muitos órgãos de informação, mas que é o aeroporto mais barato da história da Europa e que tem uma enorme capacidade para instalar empresas de manutenção, desmantelamento e estacionamento de aeronaves, podendo criar algumas centenas ou, mesmo, milhares de empregos. Sem falar das capacidades para o transporte de cargas e passageiros, como primeira ou segunda opção, tanto me faz, o que interessa é que se aproveite o que está feito. Se rentabilize o dinheiro que foi gasto, sem necessidade de novos grandes investimentos, como é o caso.

Fevereiro de 1975 Também estão a recomeçar as obras para as acessibilidades rodoviárias, com ligação a Lisboa e a Sines, que permitirão maior segurança e rapidez de transportes de mercadorias e pessoas. O senhor secretário dos Transportes disse-nos em reunião de trabalho que a eletrificação do troço entre Beja e Casa Branca seria prioritária e logo que existissem verbas seria uma realidade. Falta a parte da ligação ao Algarve, também fundamental, mas deu-se um primeiro passo. Temos todas as condições para crescer, para nos desenvolver-nos, ter gente e olhar o sorriso de novo nos rostos desta gente que MERECE mais atenção. O que nos falta? Talvez falar todos com uma voz e pôr toda a nossa capacidade criativa à solta, para que os nossos jovens, filhos e netos possam usufruir desta terra que tem muito para contar e para ver… até para os turistas! Não é por nada que o movimento Beja Merece (também pode ser Baixo Alentejo e Alentejo Litoral) organiza o seminário Alentejo4, a Quadratura do Desenvolvimento, porque nós MERECEMOS.

Humildade, uma ilustre desconhecida Manuel António Guerreiro do Rosário Padre

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tema da humildade é recorrente em muito do que escrevo, porque a tentação de viver sem ela é grande e também bate à minha porta. Escrevo, antes de mais, para mim, e depois em jeito de partilha, para quem quiser ler o conteúdo destas linhas. Uma primeira afirmação que se me afigura fazer é que a humildade não pode ser uma espécie de amuleto que orgulhosamente se ostenta e com o qual se esgrime, do género: “tenho muito orgulho em ser humilde”. Ela é sim, e antes de mais, uma prova de inteligência, na medida em que nos faz compreender que, quanto mais avançamos, e temos dado passos de gigante, mais nos apercebemos daquilo que nos escapa, e dos desafios que se desenham à nossa frente. Só quem vive noutra constelação poderá considerar que nunca se engana e sabe sempre tudo. Pensar assim é partir, obviamente, de um pressuposto errado; e as conclusões só podem ser, erradas! Esse é um dos perigos do subjetivismo e do relativismo: a perda da objetividade e do realismo. Os outros e o mundo deixarão de ser o que são, para serem como a minha subjetividade, os imagina e avalia. É esta a lógica das seitas, quaisquer que elas sejam. Se aplicássemos mais a humildade em tantas situações da nossa vida pessoal, familiar, social, profissional, eclesial, quantos problemas se evitariam, quantas feridas, físicas, psicológicas ou morais, teriam adequado tratamento… Às vezes, para não se seguir o caminho da humildade, e se querer justificar o injustificável, entra-se na lógica interminável do vale tudo. A humildade é omnipresente na mundividência cristã: Cristo assumiu-a na sua encarnação e na Cruz, e propõe-na como caminho para os seus discípulos. A fé, autêntica, ao levar-nos a Deus, e ao trazê-l´O até nós, deveria tornar-nos forçosamente mais humildes, uma vez que à luz da Luz as “nódoas” são mais visíveis. Que a Quaresma deste ano nos convença a exercitarmo-nos nos caminhos renovadores da humildade.

O PCP reformula a sua proposta de reforma agrária por imposição da luta dos assalariados rurais

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PCP apresenta-se em abril de 1974 com uma proposta de reforma agrária tal como tinha sido definida no VI Congresso de 1965 e na qual se defende “a expropriação dos latifúndios e das grandes explorações capitalistas” e a distribuição destas terras por assalariados rurais e pequenos agricultores que as explorariam individualmente ou em regime cooperativo, não se excluindo a possibilidade da terra expropriada vir a ser explorada diretamente pelo Estado. Esta posição que mantém em aberto diversas soluções quanto ao destino a dar às terras expropriada revela a tomada de consciência de dois aspetos. O primeiro relaciona-se com a constatação de que existem diferenças de interesses entre os assalariados do Sul e do Norte do País, pois, como refere Álvaro Cunhal, “o assalariado rural do Sul pensa e sente como um proletariado e não como um camponês (...). O assalariado rural do Norte, na generalidade, continua a pensar ainda como um camponês, um proprietário, um produtor independente (...)” (1). O segundo prende-se com a contradição existente entre o que deveriam ser as propostas do PCP no quadro da “Revolução Democrática Nacional”, que defende, e as aspirações dos trabalhadores agrícolas alentejanos. Se, por um lado, no contexto da “Revolução Democrática Nacional” o que faz sentido é propor a divisão e distribuição da terra expropriada, por outro há a consciência de que esta medida não corresponde aos interesses dos assalariados rurais. Este impasse teórico será resolvido pelo movimento social dos assalariados rurais. De facto, a luta pela garantia de emprego, que obrigam o Estado a intervir nas explorações agrícolas que não cumprem o contrato coletivo de trabalho e desenvolvem atos de sabotagem económica, fazem o PCP alterar a sua conceção de reforma agrária, a qual surge delineada na I Conferência dos Trabalhadores Agrícolas do Sul, realizada em Évora, a 9 de fevereiro de 1975. A partir daqui, para o PCP a reforma agrária faz-se na luta pelo pleno emprego dos assalariados rurais e não pela divisão das terras expropriadas. Alguns dias mais tarde, as conclusões saídas do I Encontro dos Pequenos Agricultores do Baixo Alentejo, promovido pelo PCP e realizado em Beja a 16 de fevereiro de 1975, reafirmam a conceção de reforma agrária saída de Évora, ou seja, exploração da terra expropriada em cooperativas de produção ou em herdades coletivas do Estado. Constantino Piçarra

(1) Álvaro Cunhal, relatório da Atividade do Comité Central ao VI Congresso do PCP, Lisboa, Edições Avante, 1975.


O Governo bem se esforçou para evitar que a troika nos visse disfarçados neste CARNAVAL. Mas a grande maioria das autarquias e da população do País respondeu-lhe nas ruas, em alegre desobediência, brincando, como sempre o fez. Até na Assembleia da República houve quem aparecesse disfarçado. Isto sem contar com as máscaras que por lá abundam. Todos os dias. PB

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15 É uma forte machadada na candidatura do cante alentejano a Património da Humanidade, a saída do projeto por parte de RUI VIEIRA NERY. A poucos dias da entrega dos documentos na Unesco, cabe aos promotores unirem esforços rapidamente e em força ou arranjarem uma boa desculpa para apresentar a sua pretensão apenas daqui a um ano. PB

Cartas ao diretor O país dos pastéis de nata José Fernando Batista Aljustrel

Iconografia pacense Breve reparo ao notável “Guia de Museus do Alentejo”

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e se faz alguma coisa é porque se faz… se não se faz, dever-se-ia ter feito. Nunca ninguém parece ficar satisfeito com o que se vai fazendo. Será também o nosso caso ao virmos aqui, através do “Diário do Alentejo”, criticar, ainda que no melhor sentido, uma das publicações que mais gosto, o notável “Guia de Museus do Alentejo”, editado pela ERT, Turismo Alentejo, em 2010, com coordenação editorial de Ana Seixas Palma e textos de Celso Mangucci. Ao longo de 80 páginas o autor dedica as primeiras 30 à contextualização histórico-artística dos diferentes períodos que marcam, desde a pré-história a evolução dos três distritos alentejanos, até ao termo de Beja, com Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines. Destaca o megalitismo do Alto Alentejo e a escrita do sudoeste peninsular no Baixo Alentejo, assim como os testemunhos valiosos do período romano em toda a província; valoriza as incontornáveis coleções visigótica, em Beja, paleocristã e islâmica, em Mértola, da lucerna, em Castro Verde, e praticamente toda a arte cristã sobre suportes diversos, diferentes técnicas, escolas e períodos. Depois, por ordem alfabética, um rol de 34 localidades, essencialmente sedes de concelho, são contempladas com uma descrição sumária dos seus museus e núcleos museológicos, onde as fotografias bem reproduzidas das obras de arte seduzem o turista a ocupar culturalmente o seu precioso tempo. Sinceramente, se tivéssemos aceite o convite para realizar este roteiro museográfico não o faríamos melhor, embora, talvez, o valorizássemos um pouco mais quanto às coleções do Museu Regional de Beja, instituição que melhor conhecemos. No fundo, é provável que viéssemos também a cometer algumas lacunas noutros locais. Indo diretamente ao assunto da crónica, sobre o reparo ao “Guia de Museus do Alentejo”, consideramos que é lamentável a inexistência de um simples mapa do País, só para situar o Alentejo, e um outro mais elaborado desta região. Um grafismo simples, utilizando formas geométricas e cores, permitir-nos-ia situar de imediato, num golpe de vista, as manchas civilizadoras dos diferentes períodos históricos. Faltou abordar, na contextualização e na referência específica ao Museu Regional de Beja, a Idade do Bronze, que distingue Beja de qualquer outra região do País, assim como a riqueza da sua azulejaria, sem paralelo no resto da província. Por outro lado, a janela de Mértola, soror Mariana Alcoforado e as suas “Lettres Portugaises” conjugam-se no historial das mais belas cartas de amor algumas vez escritas por uma mulher a um homem, sendo responsáveis por um inestimável número de visitantes à cidade e ao museu. Julgamos que, pelo menos, um pequeno desdobrável com o mapa do Alentejo poderia vir ainda a ser integrado, como complemento turístico, nos exemplares por vender. Caso esteja on line, a correção será mais fácil de operar e cremos que ajudará bastante o turista que nos queira honrar com a sua presença. Portanto, apesar do reparo que fazemos, o “Guia de Museus do Alentejo” é obra digna, bem documentada, de texto claríssimo e sucinto, de fácil consulta, e pode ser adquirido pelo preço quase simbólico de cinco euros, nas diversas áreas de turismo nacionais. Leonel Borrela

O filme é conhecido, é sempre o mesmo e já não provoca excitações. As urgentes reformas estruturais necessárias para o País ter uma economia que crie riqueza e postos de trabalho continuam na gaveta. O Estado continua na mesma. Na justiça não há nada de realce; políticos, patrões e sindicatos não se entendem. É um déjà vu. É por estas e por outras que já ninguém se espanta quando o ministro das Finanças organiza uma mega conferência sobre as grandes reformas estruturais. Deve ser bonito ouvir intervenções dos maiores crânios da pátria sobre o que é necessário para a economia deixar de ser um pesadelo e ser uma realidade positiva. Acabada esta ilusão reformista, mais uma de muitas que nos embalaram durante meses, tudo o que resta é austeridade, subida de impostos e mais pobreza. Podem zombar do ministro da Economia, mas os pastéis de nata (e de bacalhau, digo eu) são duas pérolas neste pobre país à beira mar plantado…

Para quando a reparação das pontes?

Diário do Alentejo 24 fevereiro 2012

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ervidelenses para se deslocarem à sede do concelho têm que ir por Montes Velhos e percorrer quase o dobro da distância e se necessitarem de ir à sede do distrito têm que ir por Ferreira do Alentejo. Por aí a viatura faz mais uns 12 quilómetros para cada lado. Têm ainda a alternativa de ir pela aldeia de Mombeja, mas aí a estrada é mais estreita e não irá poupar muitos quilómetros. Esperemos para ver o resultado! Até quando?

Da ideologia do “piegas” José Carlos Albino Messejana

Face ao discurso do primeiro-ministro Passos, em que alerta e aconselha para que nós, portugueses, não sejamos “piegas”, para além de verberar o insulto, há que identificar a ideologia que lhe está associado. Passos veste o fato de pai severo, mas amigo e crente na sua persuasão, a bem de Portugal. Mensagens semelhantes li e ouvi quando se apregoava a necessária “bravura” para combater na Guerra do Ultramar, a bem da nação. Este fato é desenhado por ideologia conservadora, autoritária e paternalista. Desprezando e menorizando o ser humano. Este fato não tem lugar em democracia. Que o primeiro-ministro se retrate é o mínimo que se exige. Ou quer assumir o fato que exibiu?

Conversas indiscretas

Vitorino da Palma Cavaco Ervidel

José Fernando Batista Aljustrel

Todos os ervidelenses, aljustrelenses e não só, isto é, todos aqueles que atravessam a ponte do Roxo com alguma frequência, na Estrada Nacional n.º 2, entre Ervidel e Aljustrel, já se aperceberam há vários anos que aquela ponte está sinalizada a indicar aos condutores algo de anormal (eu desconheço qual a anomalia, só os técnicos o saberão). Como é lógico essa anomalia vai-se agravando com o decorrer do tempo, com as infiltrações de água, a trepidação provocada pela circulação do trânsito, especialmente de veículos pesados, pois não existe ali qualquer sinalização a proibir a circulação de veículos a partir de determinada tonelagem, isto não falando em sismos que já têm ocorrido após a deteção da anomalia, de pequena intensidade, pois alguns deles quase que não nos apercebemos da sua existência. Aquela ponte foi construída no ano de 1932. Com 80 anos, calculo que já tenha sido reparada, mas se aconteceu terão sido reparações de pequena envergadura. Também quem circula na Estrada Nacional n.° 18, entre Ervidel e Beja, nota que a ponte situada na zona denominada Chaminé dos Passarinhos se encontra sinalizada há anos, nos dois sentidos de marcha, a indicar anomalia, sendo fácil de compreender que a mesma não se encontra em boas condições de circulação para suportar a afluência de trânsito que aquela estrada tem. Todos os veículos que por ali circulam, até mesmo ligeiros, têm obrigatoriamente que pisar o risco contínuo existente no pavimento sobre a ponte que se situa entre uma curva e contracurva. Ao pisar o risco contínuo, o condutor comete uma infração ao regulamento do Código da Estrada. A entidade que tem a responsabilidade na reparação destas pontes estará à espera que aconteça alguma desgraça como a que aconteceu há anos na queda da ponte de Entre-os-Rios, para depois ordenar que sejam feitas obras? Todos sabemos que a situação atual é de crise financeira (não devem ser gastas verbas desnecessariamente), mas nestes dois casos podem ocorrer acidentes graves com cidadãos inocentes que por ali circulem, o que deve ser evitado. Por outro lado, imaginemos que aquelas pontes vão ruir na mesma altura (oxalá que não aconteça), os

A conversa entre o ministro das Finanças português e o seu colega alemão gravada pela TVI em Bruxelas é pouco menos que devastadora, não apenas para a sua imagem, mas também para o seu governo. A postura de subserviente do ministro português contraria o que durante meses o Governo nos quis vender, cortando salários e pensões a torto e a direito. Quando alguém falava sobre a flexibilização do programa da troika o primeiro-ministro nunca cedeu, dizendo que não era preciso. Afinal, o vídeo da TVI mostrou-nos que não é bem assim. Flexibilizar o nosso programa de ajustamento? Claro que sim, responde o ministro das finanças alemão, perante um Vítor Gaspar muito agradecido perante a natural superioridade do seu homólogo das finanças. Mais tempo e dinheiro e pagar apenas parte da dívida, dizem os alemães; e quem somos nós para dizer que não, quando quem manda já diz que sim? Afinal, senhor primeiro-ministro, os portugueses aceitaram resignados, embora revoltados, a austeridade, porque tinha que ser, afinal, não tem que ser assim. Conversas indiscretas…

Ira diabólica José A. Ramos Monte da Caparica, Almada

O terrível crime acontecido em Beja por um ex-bancário aldrabão e agora “triassassino” revela mais uma vez que o diabo se serve de pessoas más para fazerem mal. Ele tem milhares de demónios que seduzem, que enganam espíritos de gente fraca e má, de qualquer categoria social, para se cumprir sua vontade na terra, que é matar e enganar, porque é mentiroso desde o princípio da criação, como disse Cristo a respeito dele. Os psicólogos não crentes no mundo espiritual não poderão entender como um homem é capaz de assassinar três pessoas da sua família e até animais sem precisar disso. Foi só ira diabólica! Realmente o inimigo do homem pode usar qualquer pessoa para o mal, desde que seja descrente e ignorante das coisas de Deus!


Diário do Alentejo 24 fevereiro 2012

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❝ Entrevista

É um erro que os governos queiram sempre destruir o que foi feito para trás [centro Novas Oportunidades]. O que está bem devia ser aproveitado”.

Entrevista ao sociólogo aljustrelense Elísio Estanque

O futuro do Alentejo tem três pontas O futuro do Alentejo passa pela conjugação das vertentes agrícola, turística e patrimonial, por uma regionalização adequada e um programa desenvolA classe média portuguesa está de facto em risco de empobrecimento, dado que está a ser a principal vítima das políticas de austeridade. Na verdade, dos cortes salariais da função pública (até 10 por cento) desde janeiro de 2011 aos cortes do subsídio de Natal em 2011 e de férias e Natal em 2012, passando pelos aumentos do IVA e outros impostos, das taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde, das restrições nas deduções do IRS em matérias diversas, a classe média – em especial os assalariados do setor terciário e da administração pública –, que no caso de Portugal adquiriu algum poder de compra à custa do estado social, com a expansão dos sistemas públicos de educação, saúde, poder local, etc., conseguindo com isso oportunidades de um emprego estável e com um conjunto de direitos reconhecidos, está agora a sofrer na pele (ao lado dos segmentos mais pobres e dos desempregados em geral) os efeitos destas políticas restritivas, vendo-se assim impedida de continuar a fazer face a despesas, como prestações de casa e outros bens que foram entretanto adquiridos com recurso ao crédito. A classe média assalariada (pelo menos boa parte dela) está “com a corda na garganta”, endividada, sobreendividada, a fazer empréstimos novos para pagar os mais antigos, a recorrer à Caritas às escondidas, a vivenciar a frustração da sua pobreza envergonhada. Como deve o Estado acudir aos novos pobres?

A melhor forma de acudir e combater a pobreza tem de ser estimulando o crescimento económico e a criação de emprego. As políticas públicas e o RSI – Rendimento Social de Inserção constituem ferramentas que o estado social deve continuar desenvolver; mas uma coisa são políticas ativas de criação de emprego e de combate à pobreza e à exclusão, outra coisa é a orientação “caritativa” que trata os mais carenciados como mendigos e indigentes. E infelizmente é esta última mentalidade que parece estar em crescimento. Penso que precisamos com a maior urgência de um programa de estímulo ao emprego jovem, ao emprego qualificado, um programa que premeie não só as empresas que apostem na inovação tecnológica e nas boas práticas – que reconheçam os direitos sociais mais elementares – mas também aquelas que integrem redes de cooperação

vimentista que combine as mais-valias da região com o sentido de inovação. A fórmula é apresentada ao “Diário do Alentejo” por Elísio Estanque, sociólogo e professor de Estudos Sociais na Universidade de Coimbra. Nascido em Rio de Moinhos, Aljustrel, Elísio Estanque tem estudado temas como classes sociais e desigualdades, relações laborais, sindicalismo e movimentos sociais. O seu último livro, A Classe Média: Ascensão e Declínio, tenta explicar a fragilidade da classe média portuguesa, hoje “a principal vítima das políticas de austeridade”. Texto Alberto Franco DR

A classe média, tal como a conhecemos nos últimos anos, está a desaparecer?

com universidades, centros tecnológicos e programas ativos de apoio ao crédito e ao autoemprego dos mais jovens e mais qualificados. Mas não há políticas de crescimento sem investimento público. A austeridade não resolve o problema da economia. Antes pelo contrário, agrava-o. O estado social português, nascido após o 25 de Abril, foi demasiado ambicioso?

O Estado sempre funcionou para os portugueses como uma instância que personifica o poder. O salazarismo ajudou a projetar uma ideia algo distorcida do poder do Estado. Afirmou-o como uma entidade cuja autoridade e cujos recursos são inabaláveis. Tornou-se uma forma de “sacralização” do poder institucional. Os tiques de centralização e de autoritarismo têm muito que ver com isso. No pós-25 de Abril a despesa pública disparou e em diversos períodos usou-se e abusou-se dos recursos públicos como fórmula decisiva para se ganharem eleições. Por outro lado, a partir dos anos 80 do século passado, a entrada de volumosos “fundos estruturais” e ao mesmo tempo a penetração do Estado por poderosos interesses privados criou um conjunto de relações promíscuas, permitindo que em muitos setores os recursos públicos fossem usados de forma descontrolada; e isso continuou a acentuar-se mesmo numa fase em que o crescimento económico já era muito débil. Em suma, o Estado e os diversos governos (com destaque para os governos de Cavaco Silva) não se cansaram de aliciar os portugueses ao endividamento, ao individualismo e ao consumismo, requisitos que então pareciam levar a um enriquecimento rápido. Pura ilusão que se desfez no ar. Tudo foi demasiado rápido. Não o verdadeiro enriquecimento, que só aconteceu para uns quantos negociantes e sobretudo para especuladores ligados à banca e à economia financeira. Os “bons alunos” que quisemos ser aquando da entrada na UE e depois na adesão à moeda única, correspondeu a uma retórica de facilitismo, enquanto a nossa indústria, a agricultura e as pescas estavam a ser devastadas. Essas opções foram em larga medida erradas. E o modo como as aplicaram foi precipitado. Não salvaguardámos devidamente o interesse nacional e os sucessivos governos foram incapazes de traçar um verdadeiro programa de desenvolvimento e modernização do País. Porém, importa reconhecer os muitos progressos que ocorreram no País – que são conquistas da


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democracia – como o demonstram os indicadores da educação, da ciência e da saúde, para além da modernização geral das comunicações, das vias de transporte e das infraestruturas. O problema é que isso não se traduziu em ganhos de competitividade na economia. Um dos sintomas da crise que atravessamos é o descrédito da classe política e dos partidos, especialmente dos que passaram pelo poder. De que forma podem os governantes recuperar o capital de confiança perdido?

Eu entendo que os partidos políticos não estão a ser capazes de se abrirem à sociedade, à juventude e de se renovarem. A prova disso é que em cada estudo de opinião os cidadãos (portugueses e europeus em geral) revelam a sua perda de confiança em relação às instituições democráticas e à classe política. Ainda recentemente uma sondagem revelava que apenas 54 por cento dos portugueses consideram que a democracia é o melhor regime político e só cerca de 10 por cento das pessoas confiam nos partidos e nos sindicatos. Isso é muito significativo e preocupante. Penso que isso só se combate com mais transparência, com declaração de interesses e vigilância democrática sobre quem assume cargos públicos, com recurso à democracia participativa, à iniciativa dos cidadãos (mais importância às petições, mais referendos, mais orçamentos participativos no poder local, etc.) e também é necessário rever e alterar a lei eleitoral, dando mais margem de escolha aos eleitores, nomeadamente na escolha seletiva dos candidatos a deputados, como forma de combater os seguidismos e as oligarquias no seio dos partidos e das instituições. Círculos uninominais podem também ajudar. Ao mesmo tempo que criticam os políticos, os portugueses resignam-se e aceitam os sacrifícios por eles impostos. Não há aqui uma contradição?

Há muitas contradições. Desde logo, por exemplo, a questão da “cunha” ou do “padrinho”, que toda a gente condena nos políticos, mas que muitos praticam na sua vida quotidiana. Há de facto uma cultura de fatalismo e resignação, mas isso também tem limites. Quer no pós-25 de Abril de 1974, quer na 1.ª República, quer mesmo nos últimos tempos, temos assistido a fortes manifestações de indignação e de protesto público. Seria muito importante que se estimulasse mais o exercício da cidadania ativa, para começar no poder local, estimulando mais o associativismo e as iniciativas de base, como o cooperativismo e a economia solidária do terceiro setor. O atual modelo partidário, que vem desde 1974, permanece válido ou carece de renovação?

Carece de renovação, sem dúvida. Adaptação de estatutos, maior envolvimento dos militantes de base em eleições “primárias” (na escolha dos candidatos), mas sobretudo mais debate aberto, onde militantes e eleitores

A tradição agrícola e o latifúndio não se renovaram e a Reforma Agrária não teve, infelizmente, a continuidade que o povo alentejano merecia. Recentemente, o grande investimento da barragem de Alqueva foi uma grande promessa, mas até agora está por cumprir, quer no que respeita à rede de regadio que era suposto promover, quer no que respeita ao desenvolvimento turístico da região possam refletir e debater as questões sociais e comunitárias que dizem respeito a todos. E o modelo de concertação social em vigor?

Há dificuldades de diálogo e a cultura da negociação também é frágil em Portugal. Cada parte, em geral, quer ter o poder todo ou a razão toda do seu lado. O mundo não é a preto e branco. É complexo e contraditório. Ninguém tem a razão toda do seu lado. Precisamos de consensos e compromissos, mas isso requer que todas as partes façam cedências. O consenso é isso. Senão é apenas a vontade do mais forte. E o que acontece é que muitas vezes temos um simulacro de concertação. Foi o que aconteceu recentemente com o campo laboral: chega-se à mesa da negociação mas o essencial já está previamente decidido. Assim, estamos

a contribuir para mais crispação e para pôr em risco a coesão social. O que lhe parece o recente encerramento de alguns centros Novas Oportunidades?

Sou contra. Acho um disparate. Mesmo admitindo que há coisas a corrigir e a melhorar, que é preciso mais rigor e mais algum controlo, o programa Novas Oportunidades foi no geral muito positivo. Ajudou à qualificação e reconhecimento das competências profissionais de largos milhares de portugueses. É um erro que os governos queiram sempre destruir o que foi feito para trás. O que está bem devia ser aproveitado. Qual o futuro de regiões de forte interioridade, como é o caso do Alentejo?

Portugal já é há mais de meio século uma sociedade dual (como lhe chamou o professor Adérito Sedas Nunes, o fundador da sociologia portuguesa), com grandes desequilíbrios entre o mundo rural e as principais metrópoles, entre o interior e o litoral. Ora, esse desequilíbrio agravou-se muito nas últimas décadas sem que entretanto tivessem sido criados e implementados projetos de desenvolvimento sustentável baseados em conhecimento inovador e com potencialidades para fixar as gerações mais jovens e mais qualificadas. O Alentejo é um desses casos. A tradição agrícola e o latifúndio não se renovaram e a Reforma Agrária não teve, infelizmente, a continuidade que o povo alentejano merecia. Recentemente, o grande investimento da barragem de Alqueva foi uma grande promessa, mas até agora está por cumprir, quer no que respeita à rede de regadio que era suposto promover, quer no que respeita ao desenvolvimento turístico da região. E creio que o futuro do Alentejo passará pela conjugação dessas duas vertentes: agricultura e turismo – ou talvez três, somando-lhe o património. Um turismo de qualidade mas que não pode ser apenas elitista ou dependente dos campos de golfe. Deve envolver as populações e revitalizar as comunidades locais, nomeadamente oferecendo-lhes cultura e promovendo a própria cultura e tradições locais. Precisamos de uma regionalização

adequada que descentralize poderes e estimule os agentes locais. Precisamos de um programa desenvolvimentista com capacidade de gerar projetos e redes, orientados para a governança (isto é, congregando esforços diversos, de agentes públicos e privados e dinamizando o associativismo de base local) que saiba combinar a enorme riqueza patrimonial e paisagística da região alentejana com o sentido de inovação, que atraia investimento e emprego para fixar a juventude e estimular o crescimento económico. Para preparar a sua tese de doutoramento trabalhou numa fábrica de calçado. Como foi essa experiência?

Eu trabalho desde os 16 anos e conclui o meu curso como trabalhador-estudante, em Lisboa. Mas realmente nunca tinha trabalhado numa fábrica. Essa experiência junto do operariado do calçado em São João da Madeira (1996), onde fiz questão de, durante três meses, cumprir todos os horários da empresa e onde desempenhei diversas tarefas na linha de montagem, foi para uma experiência extremamente rica. O grupo operário transporta consigo uma inteligência de experiência feita, que muitas vezes foi desarmante e pôs em causa alguns dos meus preconceitos (de classe média…). Esse mergulho no mundo da indústria permitiu-me perceber melhor o potencial e capacidade criativa das pessoas. Entendi melhor a importância das lideranças, e da falta delas. A análise do setor industrial do calçado permitiu-me compreender como uma atividade económica pode ser inovadora em tecnologia mas muito conservadora na gestão de recursos humanos. Compreendi melhor o modo como se combinam a atividade industrial e a pequena agricultura familiar, o lado formal e informal na gestão das organizações. O paternalismo e autoritarismo patronais, presentes no setor, refletem também a estreita ligação entre a vida na empresa e a comunidade: os laços pessoais, familiares e de vizinhança, que existem naquela região, ajudam a explicar o porquê de um setor tão competitivo mas onde ainda se praticam salários extremamente baixos e abusos de poder muito preocupantes.


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Desportivo e Odemirense na frente dos iniciados

Vitória dilatada do Desportivo de Beja, líder da prova, frente ao Milfontes, mantendo a vantagem de um ponto sobre o Odemirense, que também ganhou expressivamente ao Negrilhos. Só estas duas equipas serão capazes de chegar ao título, tal a diferença de pontos para o terceiro classificado. Resultados da 15.ª jornada: Despertar-Almodôvar, 2-0; Desportivo de Beja-Milfontes, 4-0; Odemirense-Negrilhos, 5-0; Amarelejense-Guadiana, 2-3; Serpa-Moura, 1-1; Ourique-Ferreirense, 0-2. Folgou o Bairro da

Conceição. Classificação: 1.º Desportivo de Beja, 43 pontos. 2.º Odemirense, 42. 3.º Moura, 31. 4.º Serpa, 31. 5.º Despertar, 27. 6.º Amarelejense, 20. 7.º Almodôvar, 18. 8.º Guadiana, 17. 9.º Milfontes, 14. 10.º Ferreirense, 13. 11.º Bairro da Conceição, nove. 12.º Ourique, seis. 13.º Negrilhos, cinco. Próxima jornada (26/2): Almodôvar-Desportivo de Beja; Milfontes-Odemirense; Negrilhos-Amarelejense; Guadiana-Serpa; Moura-Ourique; Ferreirense-Bairro da Conceição. Folga o Despertar.

Taça Fundação Inatel Os sorteios para a segunda fase da Taça Fundação Inatel, em futebol, vão realizar-se no dia 5 de março, pelas 19 horas, na delegação de Beja daquela fundação e os jogos estão agendados para o fim de semana seguinte (10/11 março). Agenda 25 e 26/fevereiro: Série B – Nave Redonda-Luzianes; Relíquias-Colense;

Desporto

Amoreiras Gare-Pereirense. Série C: Figueirense-Beringelense; Faro do Alentejo-Jungeiros; Mombeja-Penedo Gordo; Santa Vitória-São Matias. Série D: Neves-Serpense; Ficalho-Salvadense; Quintos-Sobral d’Adiça; Louredense-Brinches. Série E: Santa Clara-a-Nova-Aldeia Fernandes; Alcariense-Almodovarense; Albernoense-Trindade; Sanjoanense-Sete.

Um jogo de tudo ou nada para o Moura

Juventude não pode ganhar O jogo do próximo domingo entre o Moura e o Juventude de Évora pode ser determinante para as aspirações da equipa sul alentejana. Este é obrigatório ganhar.

ção, seguindo-se o Monsanto, o Tourizense e o Moura. Ora são estes adversários que a formação de Joaquim Mendes tem que ultrapassar para poder sonhar com a sua continuidade na segunda divisão. E o primeiro teste é já com o Juventude, um jogo que é obrigatório vencer. O Moura perdeu no último domingo na Sertã (2/1) e não pode esbanjar mais pontos, sobretudo no seu terreno. O Atlético de Reguengos é outro dos alentejanos a lutar pela tranquilidade, mas está em penúltimo lugar (perdeu em casa com o Oriental há oito dias) e desloca-se a Sintra para jogar com o 1.º de Dezembro, onde qualquer resultado positivo ajudaria os mourenses. Uma nota final para sublinhar o mau momento do Estrela de Vendas Novas que andou tantas jornadas no topo da tabela e, ultimamente, tem vindo a cair na tabela, o que levou o técnico Carlos Vitorino a abandonar o comando da equipa.

Texto e foto Firmino Paixão

O

Juventude de Évora, adversário do Moura na jornada do próximo domingo, é uma das equipas que os mourenses têm que ultrapassar na tabela para poderem pensar na manutenção. Estamos em presença de duas equipas que nas últimas jornadas têm feito percursos inversos: os eborenses a fugir da linha de água (apesar da derrota do passado domingo em casa com o Mafra) e os mourenses a mergulhar nela. As equipas estão separadas por três pontos, sendo que o Juventude é o primeiro clube acima da linha de despromo-

Nacional da 2.ª Divisão Moura tem que ganhar ao Juventude de Évora

Aljustrelense a dois pontos da manutenção

Na esperança de vencer o Lagos

O

Esperança de Lagos é o próximo adversário do Aljustrelense numa jornada em que o Despertar volta a sair para jogar em Sesimbra. Uma jornada de elevada dificuldade. O Aljustrelense mantém-se abaixo da linha de manutenção automática e no domingo tem mais uma difícil partida frente ao Esperança de Lagos, equipa que está no segundo posto da tabela, já com a manutenção garantida, à

semelhança do líder Farense. Faltam três jornadas para se concluir a primeira fase do campeonato. O Mineiro tem o Lagos em casa, o Despertar em Beja e a receção ao Sesimbra. A equipa tem 25 pontos, está com menos dois que o Montemor, que é o sexto classificado, mas tem a concorrência do Messinense. Recorde-se que os primeiros seis classificados terão logo assegurada a manutenção no final desta fase, jogando depois para a subida de

divisão. Os últimos seis discutirão a manutenção na prova. Em ambos os casos levam para a segunda fase metade dos pontos. Daqui deriva a importância de ganhar ao Esperança de Lagos, tendo como primeiro objetivo alcançar o sexto lugar e, como segundo, amealhar o maior número de pontos. São contas que o Despertar já não faz, porque apenas persegue uma primeira vitória no campeonato, mas não nos parece que o terreno do Sesimbra, atual

Nacional 2.ª Divisão 20.ª jornada

Nacional 3.ª Divisão 19.ª jornada

Distrital 1.ª Divisão 18.ª jornada

Juventude Évora-Mafra .....................................................1-2 Pinhalnovense-Caldas ...................................................... 2-0 Fátima-Estrela Vendas Novas...........................................2-1 Louletano-1.º Dezembro ...................................................1-1 At. Reguengos-Oriental.................................................... 0-3 Monsanto-Tourizense ........................................................2-1 Carregado-Torreense .........................................................1-2 Sertanense-Moura..............................................................2-1

Farense-Messinense ...........................................................3-2 Fabril-Despertar ................................................................. 2-0 Pescadores-Lagoa.............................................................. 0-0 U.Montemor-Redondense................................................1-1 Esp.Lagos-Sesimbra .......................................................... 2-0 Quarteirense-Aljustrelense ............................................. 2-0

Aldenovense-Ferreirense ................................................ 5-0 Vasco da Gama-Guadiana .................................................4-2 S.Marcos-Odemirense ...................................................... 0-2 Desp.Beja-Sp.Cuba ............................................................ 1-0 Milfontes-Panoias ...............................................................2-1 Almodôvar-Castrense ........................................................1-2 FC Serpa-Rosairense...........................................................2-2

Torreense Fátima Pinhalnovense Oriental Carregado Mafra Louletano Sertanense E. Vendas Novas 1.º Dezembro Juventude Évora Monsanto Tourizense Moura At. Reguengos Caldas

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20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20

12 11 12 11 10 9 8 8 8 6 6 4 4 5 3 2

6 5 1 3 6 8 6 5 4 5 3 8 7 3 7 5

2 4 7 6 4 3 6 7 8 9 11 8 9 12 10 13

36-16 29-20 31-22 36-14 38-23 24-13 19-19 25-23 27-21 18-18 19-29 17-27 17-28 17-41 18-34 11-34

42 38 37 36 36 35 30 29 28 23 21 20 19 18 16 11

Próxima jornada (26/2/2012): Moura-Juventude Évora, Mafra-Pinhalnovense, Caldas-Fátima, Estrela Vendas Novas-Louletano, 1.º Dezembro-At. Reguengos, Oriental-Monsanto, Tourizense-Carregado, Torreense-Sertanense.

Farense Esp.Lagos Quarteirense Fabril U.Montemor Messinense Sesimbra Aljustrelense Pescadores Lagoa Redondense Despertar

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19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19

14 11 11 10 8 8 7 7 6 5 4 0

5 3 1 2 5 4 6 4 5 6 2 3

0 5 7 7 6 7 6 8 8 8 13 16

42-13 34-19 24-20 30-24 21-18 23-22 23-23 29-31 22-25 11-17 15-27 5-40

47 36 34 32 29 28 27 25 23 21 14 3

Próxima jornada (26/2/2012): Farense-Fabril, Messinense-U. Montemor, Aljustrelense-Esp.Lagos, Lagoa-Quarteirense, Redondense-Pescadores, Sesimbra-Despertar.

Castrense Milfontes Ferreirense Aldenovense FCSerpa Vasco da Gama Panoias Odemirense Rosairense Almodôvar Desp.Beja S.Marcos Guadiana Sp.Cuba

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18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18

14 13 9 10 8 9 8 8 7 6 5 4 4 2

4 2 4 0 5 1 3 2 4 4 3 4 1 1

0 3 5 8 5 8 7 8 7 8 10 10 13 15

41-7 36-15 32-29 29-17 26-22 40-26 22-25 26-24 24-27 30-30 19-25 18-42 20-49 15-40

46 41 31 30 29 28 27 26 25 22 18 16 13 7

Próxima jornada (26/2/2012): Ferreirense-Desp.Beja, Odemirense-Aldenovense, Rosairense-S.Marcos, Guadiana-Milfontes, Panoias-Almodôvar, Castrense-FCSerpa, Sp.Cuba-Vasco da Gama.

quinto classificado, seja propício a que isso venha a acontecer. Do fim de semana vêm as derrotas, ambas por duas bolas a zero, do Aljustrelense em Quarteira e do Despertar no reduto do Fabril. Alguns dos resultados foram benévolos para os mineiros, porque não permitiram o afastamento dos adversários mais diretos. São exemplos o empate caseiro do Montemor e a derrota do Sesimbra. Firmino Paixão

Distrital de Juvenis Despertar goleou em Moura Triunfo surpreendente do Despertar no terreno do Moura com um resultado volumoso. Os bejenses reforçaram assim a liderança e deram sinais de estar à beira de conquistar o título nesta categoria. O Moura está agora ameaçado pelo Desportivo de Beja na luta pelo segundo lugar. Resultados da 19.ª jornada: Boavista-Desportivo de Beja, 0-4; Castrense-Aljustrelense, 10-0; Sporting de Cuba-Aldenovense, 0-0; Moura-Despertar, 0-4. Classificação: 1.º Despertar, 21 pontos; 2.º Moura, 15; 3.º Desportivo de Beja, 15; 4.º Aldenovense, 13; 5.º Castrense, nove; 6.º Aljustrelense, seis; 7.º Boavista, três; 8.º Sporting de Cuba, um. Próxima jornada (4/3): Desportivo de Beja-Aljustrelense; Castrense-Aldenovense; Sporting de Cuba-Despertar; Boavista-Moura.


Cédula de treinador – A Associação de Futebol de Beja tem em curso um processo de regularização documental para os treinadores habilitados com cursos de futebol de 11 ou futsal, que, por imperativo legal, devem solicitar naquele organismo o reconhecimento da cédula de treinador, num processo que decorre até ao próximo dia 31 de maio.

O Centro de Cultura Popular de Serpa joga amanhã, sábado, no Pavilhão Carlos Pinhão, em Serpa, pelas 15 horas, a 2.ª jornada da 2.ª fase do Campeonato Nacional da 1.ª Divisão de Iniciados Masculinos, frente à equipa do Ginásio do Sul.

Canoagem de Milfontes – Os atletas Carlos Marques (júnior) e Inês Esteves (sub/23) do Clube Náutico de Milfontes concluem hoje, no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho, um estágio de preparação para os Campeonatos da Europa de Canoagem (velocidade) que se realizarão em Portugal no próximo mês de julho.

Castrense lidera e nada acontece

Campeonato em ritmo de cruzeiro O Campeonato Distrital da 1.ª Divisão entrou no último terço. O Castrense gere a vantagem, o Milfontes é segundo e pouco mais há para dizer. Estará tudo decidido? Texto e foto Firmino Paixão

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que dizer de um campeonato em que o líder ganha que se farta (está invicto e só tem quatro empates) e tem uma vantagem de cinco pontos sobre o segundo classificado? Que está decidido? Não! Talvez esteja numa fase de menor competitividade. Mas a culpa é, em primeira instância, do Castrense, que tem um técnico ganhador e uma equipa que não sabe perder; depois, dos adversários que não são capazes de lhe ganhar. Alguns dos plantéis que se apresentaram cheios de ambição no início da temporada claudicaram ou estão em declínio. Veja-se o Ferreirense, já a 15 pontos do topo da tabela, e o Odemirense a 20. Eram candidatos? O Milfontes mantém a chama acesa, vai cumprindo à espera de um deslize da formação de Castro Verde, mas, pelos vistos, pode esperar sentado. O próximo adversário do líder é o Serpa, que tem altos e baixos e vem de um empate caseiro (e vá lá…) num jogo em que era favorito. O Milfontes jogará em Mértola e, por certo, regressará à praia com os três pontos na bagagem. No rodapé da tabela, o Sporting de Cuba mantém-se como principal candidato à despromoção, os outros lugares (ou a fuga deles) estão a ser alvo de disputa entre o Guadiana, o São Marcos e o Desportivo de Beja.

Distrital O Sporting de Cuba perdeu em Beja e mantém-se no último lugar

Uma nota para o trabalho que Carlos Simão está a realizar à frente do Aldenovense, colocando a equipa, em poucas semanas, no quarto lugar, mas apenas a um ponto do terceiro. Faltam seis jornadas para se concluir

o campeonato e a maior regularidade, porque é isso que vence as provas, tem, em vários itens, a assinatura do Castrense, que é a equipa mais realizadora (41 golos), a menos batida (sete) e a única invicta.

Liderança volta a estar em leilão

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Piense e o Cabeça Gorda, as duas equipas que têm alternado no comando do Campeonato Distrital da 2.ª Divisão, e que são os grande candidatos à subida de divisão, têm mais uma jornada de acrescida dificuldade. O Ferrobico joga em casa com o Renascente de São Teotónio, uma equipa que ainda está na corrida

Vladimiro Manuel Calceteiro Serafim

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Vladimiro foi um dos bons esquerdinos que passou pelo futebol bejense. Começou a jogar futebol na geração pós “Escolas do Feliciano”. Iniciou-se aos 16 anos, no já longínquo ano de 1954, como júnior do Desportivo de Beja. Ingressou depois no Despertar, fazendo-se acompanhar do seu amigo Bacala (outra referência dessa altura) e ali permaneceu duas épocas conseguindo o título de campeão. De regresso ao Desportivo, integrou a equipa que durante várias épocas se manteve na segunda divisão nacional. Vladimiro sublinha o exemplo de dedicação de alguns dirigentes dessa época, recordando nomes como Zeca Pereira e os doutores Maltêz e António Covas Lima, mas lembra que a massa associativa também apoiava incondicionalmente o clube. Privou com treinadores de grande valor e entrega ao clube. Cita exemplos de Manuel Trincalhetas, Camiroagua e Óscar Tellechea. Prolongou a sua carreira por uma dúzia de anos e passou o testemunho ao filho Quim, antigo jogador do Vitória de Setúbal, clube que ainda hoje defende como técnico dos juniores. Aos 75 anos, e já sem atividade desportiva, Vladimiro tem na amizade e no humor a receita para a sua jovialidade.

(2) SPORTING DE CUBA/VASCO DA GAMA Favoritismo claro da equipa de Vidigueira mesmo jogando em casa do seu vizinho.

Piense tem saída difícil

Vem aí mais uma jornada interessante. O Piense tem um teste difícil porque não é fácil ganhar em Saboia, mas o obstáculo do Cabeça Gorda não é fácil de ultrapassar.

Hoje palpito eu...

por um lugar ao sol e que, no Campo José Agostinho de Matos, tudo fará para não se distanciar mais das equipas da frente. O líder desce para Saboia, sexto classificado com menos seis pontos que o Piense, e os prognósticos são, quanto baste, reservados, porque não tem sido fácil ganhar naquele campo (aliás, em casa o Saboia só perdeu um jogo e foi com o Renascente). Face a este cenário, e porque a diferença entre o Piense e o Cabeça Gorda é apenas de um ponto, é fácil prever que podemos ter nova mexida no topo da tabela. À espreita da sua oportunidade temos

ainda o Amarelejense e o Bairro da Conceição, empatados em pontos e a quatro do comandante da prova, portanto, em condições privilegiadas de entrarem na discussão do título. O Bairro jogará em São Luís e é favorito; o Amarelejense joga em Vale de Vargo e nem por isso, porque a formação de Joaquim Páscoa, a jogar em casa, tem que se lhe diga. O calendário completo da jornada é o seguinte: Messejanense-Alvorada; Vale de Vargo-Amarelejense; Sanluizense-Bairro da Conceição; Barrancos-Ourique; Cabeça Gorda-Renascente; Saboia-Piense. Firmino Paixão

(2) GUADIANA/MILFONTES O Milfontes tem uma boa equipa e tem feito um campeonato muito interessante. (X) PANOIAS/ALMODÔVAR Vai ser um jogo muito equilibrado entre duas equipas que perseguem a melhor posição na tabela. Os pontos podem ser repartidos. (1) CASTRENSE/SERPA Apesar do interessante campeonato que o Serpa tem vindo a fazer, o líder joga em casa. (1) ROSAIRENSE/SÃO MARCOS Os visitados são favoritos, estão melhor que o São Marcos e jogam no seu terreno. (X) ODEMIRENSE/ALDENOVENSE O Odemirense tem vindo a perder algum fôlego, ao contrário do seu adversário que está a melhorar a produção. É jogo de empate. (1) FERREIRENSE/DESPORTIVO DE BEJA O Ferreirense está melhor apetrechado que o Desportivo de Beja pelo que não terá grande dificuldade em construir mais uma vitória.

19 Diário do Alentejo 24 fevereiro 2012

Andebol Serpa joga com o Ginásio do Sul


Diário do Alentejo 24 fevereiro 2012

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Associação Columbófila prepara treino

A Associação Columbófila do Distrito de Beja realiza amanhã, sábado, o segundo treino para a preparação da campanha desportiva 2012, com soltas desde Campo Maior para a zona Centro Leste (170 quilómetros) e Elvas para a zona Sul (155 quilómetros).

Na Rota do Casqueiro O Grupo Kotas Bike Team, de Vila Nova de Santo André, realiza no próximo dia 26 a 3.ª Maratona de BTT Na Rota do Casqueiro, prova que terá percursos com 40 (meia maratona) e 80 quilómetros (maratona). A partida

Hóquei em Patins Dois derbies alentejanos Joga-se amanhã a 15.ª jornada do Campeonato Nacional de Hóquei em Patins da 3.ª Divisão, com o calendário a proporcionar a realização de dois jogos entre quatro das cinco turmas alentejanas que disputam a prova. No Pavilhão de Aljustrel o Mineiro recebe a formação do Hóquei de Santiago. Em Castro Verde o Castrense joga com o Estremoz. O Hóquei de Grândola desloca-se a Boliqueime. Na jornada do fim de semana sobressai a goleada sofrida pela equipa do Castrense no Pavilhão de Grândola com a turma orientada por Luís Cavaco, a perder por 20/0. Na mesma ronda o aljustrelense foi derrotado no recinto do Lisbonense por 4/2. Na 2.ª Divisão Nacional o Hóquei de Sines, vindo de uma derrota tangencial em Sintra (6/4), vai jogar amanhã em casa com o Sporting Clube de Portugal, líder da zona Sul. Os jogos realizam-se às 18 horas.

Basquetebol Beja Basket em Quarteira A equipa do Beja Basket Clube joga no próximo domingo no Pavilhão Laura Ayres, em Quarteira, com a equipa dos Tubarões, mais uma jornada, a décima segunda, do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão de Basquetebol. A jornada completa-se com os jogos entre o Ferragudo e o Clube de Basquetebol de Tavira e o Atlético de Reguengos e Salesianos. Descansa a formação do Clube de Basquete de Albufeira. A prova é liderada pelos Salesianos, de Évora, com 17 pontos, seguido do Ferragudo (16 + um jogo) e BBC (15).

Atletismo III Memorial Ana Rita Amaro Realiza-se na tarde de amanhã, na pista de atletismo do Complexo Desportivo Fernando Mamede, na cidade de Beja, o V Campeonato Distrital de Lançamentos Longos (argola, disco dardo, martelo e foguete) e o III Memorial Ana Rita Amaro. As provas iniciam-se às 14 horas e são destinadas apenas a atletas federados. A organização pertence à Associação de Atletismo de Beja, com a colaboração do município bejense.

Convívio de “traquinas” amanhã em Moura

será dada às 9 horas, na avenida de Santiago, na cidade de Vila Nova de Santo André. Estão confirmados cerca de 500 concorrentes, entre eles Sandra Araújo (campeã nacional de maratonas) e Vítor Gamito (vencedor da Volta a Portugal em Bicicleta em 2000).

Realiza-se amanhã, no Estádio do Moura Atlético Clube, o segundo convívio de “traquinas”, numa organização daquele clube, com o apoio da Associação de Futebol de Beja. Participarão as equipas do Piense, Moura (duas), Amarelejense e Serpa (duas).

Zona Azul recebe o Náutico A Zona Azul joga amanhã à tarde, no Pavilhão da Escola de Santa Maria, pelas 17 horas, com a formação do Náutico do Guadiana, de Vila Real de Santo António, em partida referente à 19.ª jornada do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão de Seniores Masculinos Zona Sul, prova que os bejenses lideram isolados.

Época desportiva está em curso

Columbofilia bejense em alta Os alados já treinam nos céus do distrito de Beja e a primeira prova oficial será no dia 10 de março, com solta desde a povoação espanhola de Talarubia (velocidade e yearlings).

pombos de muita qualidade e técnicas evoluídas. No ano passado veio para o distrito de Beja um columbófilo que no ano anterior tinha sido campeão no distrito de Évora, no último ano veio também para cá um columbófilo holandês que estava entre os grandes valores da columbofilia mundial, espera-se que isso se revele uma mais-valia para a evolução da modalidade.

Texto e foto Firmino Paixão

O

distrito de Beja foi na época 2011/2012 o mais representativo na seleção nacional que esteve presente na Exposição Ibérica de Avilés (Espanha), onde conquistou dois títulos e outras classificações bem honrosas. Os columbófilos sul alentejanos estão a merecer o devido reconhecimento por essa sustentada evolução e pelos níveis de qualidade a que elevaram as suas colónias. José Lampreia, presidente da Associação Columbófila do Distrito de Beja, refere que o mais difícil é manter este patamar qualitativo e sustenta que os êxitos se devem aos columbófilos, aos dirigentes das coletividades, delegados de solta e meteorologista. Muito otimista quanto aos resultados da próxima campanha, Lampreia enumerou os desafios da associação para os próximos tempos: uma sede social e garagens para a frota de camiões. Que expectativa tem para a próxima temporada?

As expectativas são enormes porque existem vários candidatos aos campeonatos distritais, existem alguns candidatos aos campeonatos nacionais, e agora, mais do que nunca, existem campeões nacionais. Como nos últimos anos têm existido pombos e columbófilos

E têm surgido novas coletividades ou novos columbófilos? Columbofilia José Lampreia Presidente da Associação do Distrito de Beja

premiados a nível nacional, a expectativa tem que ser elevada, porque as pessoas como já ganharam acreditam que é possível repetirem esses sucessos e conquistarem mais resultados de bom nível. As equipas reforçaram-se, cada um deposita enorme esperança no seu plantel, pelo que esperamos uma campanha muito competitiva. O calendário foi consensual e é equilibrado?

É um calendário muito aproximado do que foi nos últimos anos. As soltas decorrem, sensivelmente, nos mesmos locais, vamos ter sete provas de velocidade, sete de meio-fundo e sete de fundo, será um campeonato geral com 21 provas. Há cerca de 20 anos que existe este figurino no nosso distrito. É um bom calendário, tem bons locais de solta. Na última exposição nacional o distrito de Beja teve 14 pombos entre os melhores nacionais, pombos de sete coletividades do distrito, o que deixa perceber que qualquer columbófilo, de qualquer coletividade, está apto a conseguir bons resultados.

A columbofilia do distrito está a voar bem alto?

Nos últimos dois anos temos voado bem alto, temos sido o distrito mais representativo na seleção nacional, passámos de parentes pobres da columbofilia ao distrito mais temido a nível nacional. Em dois anos consecutivos temos sido o distrito que coloca mais pombos na seleção nacional. Tenho sentido muita admiração da parte da federação e das outras associações distritais. Estão estupefactos com os nossos resultados, mais até do que os nossos columbófilos. Existe um reconhecimento exterior enorme. Beja estava pouco cotada e agora assume-se com grande potência na columbofilia portuguesa. Existem novas colónias bem-sucedidas, em claro rompimento com um passado em que havia alguns columbófilos que ganhavam recorrentemente?

Tínhamos três ou quatro campeões crónicos no distrito, que continuam a ser candidatos e campeões, mas surgiram outras equipas bem estruturadas, com

Têm surgido alguns novos praticantes, mas também têm desistido bastantes. A modalidade teve um decréscimo entre os cinco e os seis por cento, mas encaramos isto com alguma normalidade, porque pensamos que acontece o mesmo nos outros distritos em outras modalidades desportivas face aos constrangimentos financeiros que existem. A associação está equilibrada?

A associação está bem, mas pretendemos que esteja sempre melhor. Debatemo-nos com um problema que é a falta de uma sede própria. Neste momento temos um buraco escuro, temos tentado junto do município a cedência de um espaço que nos garanta algumas condições, mas não tem sido fácil. Temos outro problema que é a falta de garagens para os camiões, mas esse foi atenuado com o aluguer de um espaço em Pias para que os carros estejam à sombra no verão e também agradecemos ao Nerbe o facto de nos permitir ter as viaturas num espaço fechado. Estes são os nossos grandes anseios para o futuro mais imediato.

Futsal

Beja joga com Santarém e Castelo Branco

R

ealiza-se nos próximos dias 2, 3 e 4 de março, na cidade de Évora, o Torneio Interassociações Sub/20 em futsal. A seleção bejense ficou integrada no grupo quatro da zona Sul, tendo como adversá-

rios os conjuntos de Santarém e Castelo Branco. Na primeira jornada jogarão Santarém e Beja, na segunda Castelo Branco e Santarém, e, no último dia, Beja e Castelo Branco. O gabinete técnico da AFBeja

divulgou, entretanto, o lote de atletas que pode integrar a seleção do distrito, os quais já treinam sob orientação do técnico António Costa (ex-treinador do Operário de Rio de Moinhos). Os atletas convocados são os seguintes: Manuel

Folgoa (Baronia); Rui Seco, Rodrigo Pereira, Libânio Melenas e Luís Marques (Vila Ruiva); Ruben Bento, Hugo Isidro e João Bate (Alcoforado); João Pires (Alfundão); Pedro Santos, Filipe Casinha (Associação Surdos de Beja).


Diário do Alentejo 24 fevereiro 2012

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Equipa do CCD do Bairro da Conceição (Beja)

Equipa do Clube Desportivo de Beja (A) RESULTADOS

Equipa do Clube Desportivo de Beja (B)

Equipa do Sp. Clube Figueirense (Figueira de Cavaleiros)

Equipa do Despertar Sporting Clube (Beja)

Equipa do Sporting Clube Ferreirense (B)

1.ª jornada: Ferreirense A-Despertar, 0-0; Ferreirense B-Beringelense, 5-2; Figueirense-Bairro da Conceição, 4-1; Desportivo Beja A-Desportivo Beja B, 4-0. 2.ª jornada: Beringelense -Bairro da Conceição, 0-1; Despertar-Ferreirense B, 0-0; Desportivo Beja A-Ferreirense A, 2-0; Figueirense -Desportivo Beja B, 7-1. 3.ª jornada: Ferreirense B-Desportivo Beja A, 3-3; Bairro da Conceição -Despertar, 5-0; Figueirense -Beringelense, 4-3; Ferreirense A-Desportivo de Beja B, 1-1. 4.ª jornada: Despertar-Figueirense, 2-2; Desportivo Beja A-Bairro da Conceição, 0-0; Ferreirense A-Ferreirense B, 0-2; Beringelense -Desportivo Beja B, 5-1. 5.ª jornada: Bairro da Conceição-Ferreirense A, 0-0; Figueirense-Desportivo Beja A, 0-1; Beringelense -Despertar, 2-1; Ferreirense B-Desportivo Beja B, 5-1. 6.ª jornada: Desportivo Beja A-Beringelense, 1-1; Ferreirense-Figueirense, 1-2; Ferreirense B-Bairro da Conceição, 1.1; Despertar-Desportivo Beja B, 5-1. 7.ª jornada: Figueirense -Ferreirense B, 2-4; Beringelense-Ferreirense A, 3-3; Despertar-Desportivo Beja A, 0-2; Bairro da Conceição -Desportivo Beja B, 8-0. Calendário dos Convívios: Moura e Bairro da Conceição (25/2); Milfontes (4/3); Pias (17/3; Aljustrel e Beja Desportivo (18/3); Amareleja /24/3); Milfontes (1/4); Beja Despertar (7/4); Rosário e Serpa (21/4); Beja Desportivo (25/4); Odemira e Beringel (1/5).

Equipa da União Desportiva e Cultural Beringelense

Equipa do Sporting Clube Ferreirense (A)

1.º Encontro decorreu em Ferreira do Alentejo

“Traquinas”, mas bons de bola Oito equipas e cerca de 70 jovens jogadores em representação de seis clubes animaram o convívio de “traquinas” realizado em Ferreira do Alentejo. Texto e fotos Firmino Paixão

O

Estádio Municipal de Ferreira do Alentejo recebeu o primeiro de uma série de 15 convívios de “traquinas” (miúdos nascidos em 2003 e 2004), que até ao próximo dia 1 de maio irão decorrer em vários locais do distrito. Trata-se de encontros desportivos sem qualquer espírito competitivo, como acentuou Pedro Xavier, vice-

-presidente da Associação de Futebol de Beja, lembrando que “o importante destes encontros é estimular a prática desportiva, fazer com que os miúdos ganhem gosto pelo futebol e proporcionar-lhes um saudável convívio entres todos os jogadores”. O dirigente sublinhou ainda: “Tivemos uma boa adesão, começámos este projeto no ano passado

e, este ano, temos já três zonas com 14 clubes a participar, é muito bom, para segundo ano de atividade pensamos que é positivo”. Quanto à atividade no escalão de “petizes” (nascidos em 2005 e 2006), Xavier adiantou: “Os ‘petizes’, nesta época, também podem jogar nos convívios de ‘traquinas’, mas está no nosso horizonte criar um modelo de convívio

só para os ‘petizes’, à semelhança do que já fazem outras associações”. O convívio organizado pelo Sporting Clube Ferreirense contou com a presença de duas equipas do clube anfitrião, duas do Desportivo de Beja e ainda com o Sporting Figueirense, Beringelense, Despertar e Bairro da Conceição. O próximo convívio realiza-se no dia 4 de março, em Milfontes.


saúde

Sexta-feira, 24 FEVEREIRO 2012 Nº 1557 (II Série)

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Análises Clínicas

Medicina dentária ▼

Psicologia

Neurologia

Consultas de Neurologia

Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista

Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Cardiologistas Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Exclusividade em Ortodontia (Aparelhos) Master em Dental Science (Áustria) Investigadora Cientifica - Kanagawa Dental School – Japão Investigadora no Centro de Medicina Forense (Portugal)

Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar Consultas segundas, quartas, quintas e sextas Marcações pelo tel. 284323028

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.

Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia

DR. A. FIGUEIREDO LUZ Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério de Saúde

CONSULTAS DE OBESIDADE

Consultas de 2ª a 6ª

Rua Capitão João Francisco

Generalista

de Sousa, 56-A – Sala 8

Vários Acordos

Pneumologia

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

HELIODORO SANGUESSUGA

DOENÇAS PULMONARES ALERGOLOGIA Sidónio de Souza

Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

Ex-Chefe Serviço Hospital Pulido Valente Consultas às 5ªs feiras Marcações: tel. 284 32 25 03 CLINIPAX Rua Zeca Afonso, nº 6 1º B - BEJA

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

JOSÉ BELARMINO, LDA. Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)

CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas

DOENÇAS

Marcações pelo tm. 919788155

JORGE ARAÚJO Assistente graduado de ginecologia e obstetrícia ULSB/Hospital José Joaquim Fernandes Consultas e ecografia 2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras, a partir das 14 e 30 horas Marcações pelo tel. 284311790 Rua do Canal, nº 4 - 1º trás 7800-483 BEJA

Fisioterapia

CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA

Fisioterapia

Centro de Fisioterapia S. João Batista Fisiatria Dr. Carlos Machado Psicologia Educacional Elsa Silvestre Psicologia Clínica M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação dos Músculos do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia

Medicina dentária ▼

Luís Payne Pereira

Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

Clínica Dentária

Dr. José Loff Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/ Implantologia Aparelhos fixos e removíveis

Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA

VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas

FERNANDO AREAL MÉDICO

Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq.

Consultor de Psiquiatria

Tel. 284 321 304 Tm. 925651190

Consultório

7800-475 BEJA

Rua Capitão João Francisco Sousa 56-A

MÉDICO DENTISTA

Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

Clínica Geral

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503 Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

Urologia

AURÉLIO SILVA UROLOGISTA

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

BEJA

Tel. 284320749

Otorrinolaringologia ▼ Terapia da Fala

Urologia

DR. MAURO FREITAS VALE

HORÁRIO: Das 11 às 12.30 horas e das 14 às 18 horas pelo tel. 218481447 (Lisboa) ou Em Beja no dia das consultas às quartas-feiras Pelo tel. 284329134, depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito, nº 4 – 1º frente 7800-544 Beja (Edifício do Instituto do Coração, Frente ao Continente)

GASPAR CANO

Consultas em Beja Clínica do Jardim

1º esqº 7800-451 BEJA

Estomatologia Cirurgia Maxilo-facial ▼

DRA. TERESA ESTANISLAU CORREIA

Médico Dentista

Acordos com A.D.S.E., ACS-PT, CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Seguros Minis. da Justiça, A.D.M.F.A., S.A.M.S.

Psiquiatria

Marcação de consultas de dermatologia:

NERVOSO

DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia

Dermatologia Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

DO SISTEMA

DR. J. S. GALHOZ

FRANCISCO FINO CORREIA

Ouvidos,Nariz, Garganta

MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS

Exames da audição

Prótese/Ortodontia CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

Marcações pelo telef. 284325059

Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

Obesidade

Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.

Técnica de Prótese Dentária

Ginecologia/Obstetrícia

FAUSTO BARATA

Especialista pela Ordem dos Médicos

Consultório Centro Médico de Beja Largo D. Nuno Álvares Pereira, 13 – BEJA Tel. 284312230

FERNANDA FAUSTINO

Médico oftalmologista

Neurologista do Hospital dos Capuchos, Lisboa

Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106

Oftalmologia

JOÃO HROTKO

DRª CAROLINA ARAÚJO

Directora Clínica da novaclinica

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda.

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA

TERAPEUTA DA FALA

CATARINA CHARRUA Consultas e domicílios de 2ª feira a sábado Tm: 967959568


saúde PSICOLOGIA ANA CARACÓIS SANTOS – Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais; – Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional; – Métodos e hábitos de estudo GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

_______________________________________ Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz Maurício Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Óssea Nova valência: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance. Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cardiologiabeja@mail.telepac.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia Electrocardiograma com relatório António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas – Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SADPSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE,

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (dificuldades específicas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/ Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Médico Interno de Psiquiatria – Hospital de Santa Maria Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de Beja Dr.ª Isabel Martins – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica / Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Joana Freitas – Cavitação, Lipoaspiração não invasiva,indolor e não invasivo, acção imediata, redução do tecido adiposo e redução da celulite Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específica e não específica. Voz/Fluência. Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja

ADVANCE CARE

Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490 Tms. 924378886 ou 915529387

Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Fax 284 322 503 Tm. 91 7716528 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja clinipax@netvisao.pt

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Diário do Alentejo 24 fevereiro 2012


institucional diversos

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Diário do Alentejo 24 fevereiro 2012 Diário do Alentejo nº 1557 de 24/02/2012 Única Publicação

Diário do Alentejo nº 1557 de 24/02/2012 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE CASTRO VERDE

COOPERATIVA AGRÍCOLA DO GUADIANA DE MÉRTOLA

MOÇÃO

CONVOCATÓRIA

Sobre a reforma administrativa (Extinção de Freguesias)

Nos termos do art. XXI, n.º 2 dos estatutos, convoco a Assembleia Geral da Cooperativa Agrícola do Guadiana de Mértola, para uma reunião ordinária a ter lugar no dia 28 de Março de 2012 pelas 13.30 horas na sala de reuniões da Cooperativa em Mértola, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto 1 – Apreciação e votação do parecer do conselho fiscal; Ponto 2 – Apreciação, discussão e votação do relatório e contas da Direcção relativos ao exercício de 2011; Ponto 3 – Quaisquer outros assuntos de interesse, para a classe. (1) (1)- No Pressuposto de que à hora marcada não se encontrem o Número de sócios suficientes, para a realização da referida Assembleia fica desde já marcada a mesma,1 hora mais tarde com qualquer número de sócios presentes. Mértola, 09 de Fevereiro de 2012.

A proposta de lei da reorganização administrativa do território das freguesias aprovada pelo Conselho de Ministros em 2 de Fevereiro mantém, ao contrário do que se procura fazer crer, o essencial dos objectivos fixados pelo governo e expressos no “Documento Verde da Reforma da Administração Local”. Esta proposta – cuja consequência seria a do aprofundamento das assimetrias e perda de coesão (territorial, social e económica), o abandono ainda maior das populações, o acentuar da desertificação e da ausência de resposta aos interesses populares e à satisfação das suas necessidades, vai ao arrepio do aprofundamento e da participação democrática nas nossas comunidades. A proposta do governo, para a concretização dos seus objectivos, substitui agora o conceito de «critérios» pelo de «parâmetros» e fixa quotas de redução que obrigatoriamente têm de ser concretizadas, em 50% para as “freguesias urbanas” ou sedes de concelho e 25% para as “freguesias rurais”, atribuindo a “competência” para decidir em concreto sobre a redução às assembleias municipais. A Câmara Municipal de Castro Verde, rejeita ser cúmplice e promotora da liquidação de freguesias no Concelho e delibera enviar a presente tomada de decisão à Assembleia Municipal para eventual posição sobre esta matéria. A presente Moção foi aprovada por unanimidade em reunião de Câmara realizada a 15 de Fevereiro de 2012. Castro Verde, 15 de Fevereiro 2012. O Presidente Francisco José Caldeira Duarte

EXPLICAÇÕES – Dou explicações de Espanhol – Faço traduções com o par Português/ Espanhol Contacto: 934047165 linguas.iberia@gmail.com

Diário do Alentejo nº 1557 de 24/02/2012 Única Publicação

COOPHECAVE, COOPERATIVA DE HABITAÇÃO ECONÓMICA DO CONCELHO DE CASTRO VERDE, C.R.L.

CONVOCATÓRIA Nos termos dos estatutos, convoco a Assembleia Geral da COOPHECAVE, Cooperativa de Habitação Económica do Concelho de Castro Verde, C.R.L., a reunir em sessão ordinária na sede da COOPHECAVE, sita na Rua de Beja nº 5 em Castro Verde, no dia 9 de Março de 2012, pelas 21 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1.º Apreciação e votação do relatório e contas do exercício de 2011; 2.º Eleição dos corpos sociais para o biénio de 2012 e 2013; 3.º Outros assuntos de interesse. NOTA: Se à hora marcada não estiverem presentes, pelo menos metade dos associados, dar-se-á início aos trabalhos uma hora depois, com qualquer número de sócios. Castro Verde, 17 de Fevereiro de 2012

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JUNTA DE FREGUESIA DE PIAS

EDITAL

O Presidente da Assembleia Geral Manuel Pereira Cortes Cavaco

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Sebastião Colaço Canário

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Diário do Alentejo nº 1557 de 24/02/2012 Única Publicação

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EXUMAÇÃO DE CADÁVERES José Augusto Martins Moreira Presidente da Junta de Freguesia de Pias faz saber que: Nos termos do Art.° 14 do Capitulo IV do Regulamento do Cemitério e tendo passado mais de doze anos sobre a data da inumação dos cadáveres abaixo mencionados, sepultados do cemitério de Pias, foi resolvido proceder à sua exumação, pelo que se convidam os familiares ou responsáveis dos falecidos a entrarem em contacto com a Junta Freguesia de Pias no prazo de trinta dias a fim de ser acordada a data em que terá lugar a exumação e o destino a dar às ossadas. Findo que seja o prazo fixado no presente aviso, sem que os interessados promovam qualquer diligência, será feita a exumação, considerando-se abandonadas as ossadas existentes. Junta de Freguesia de Pias, 14 de Fevereiro de 2012. O Presidente da Junta de Freguesia José Augusto Martins Moreira N.º da campa 1485 1491 1497 1499 1501 1503 1517 1525 1527 1532 1536 1546 1550 1557 1560 1627 1628 1632 1639 1640 1653 1664 1667 1668 1670 1671 1675 1682 1683 1685 1686 1689 1690 1691 1697 1699 1704 1712 1717

Nome Joana Guerreiro Vaz Etelvina Couto Pereira José Pazes Cerejo Genoveva Carrasco José Manuel Palma António Rosa Avoila Manuel Francisco Castelhanito Ana Luísa Francisco Maria Cardoso Fialho Ana Tiago Pós de Mina Isabel Rosa Caeiro Bárbara Catarina Pós de Mina Catarina Maria Guerreiro Clara da Conceição Avoila Luzia da Cruz Costa Vicente Matias Borges Bandarrinha Maria Rita Grenhas José da Cruz F. Guitas e Úrsula da Conceição Rosa Bárbara Janeiro Ramalho Joaquina Braga Caramelo Manuel Bravo dos Santos José Batista do Carmo Cachola Úrsula Quintiliana Borralho Amândio dos Reis Salvadinho José Cachola Alcântara Custódio Gonçalves António Farinho Grou dos Reis Helena de Jesus Fialho Borralho Óca Úrsula Arrabaço Medeiro José Angélica Vicente Francisco António Moison Estevão Cardadeiro Caeiro Manuel Seixas Nunes Maria Luísa Martins Joaquim Rosairinho Ramalho Francisca José Madaleno Maria de Jesus Sousa Maria Medeiros António José Guerreiro Nunes


institucional diversos necrologia Diário do Alentejo nº 1557 de 24/02/2012 Única Publicação

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Diário do Alentejo 24 fevereiro 2012

Vidigueira PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

CÂMARA MUNICIPAL DE CASTRO VERDE

EDITAL N°23/2012 FRANCISCO JOSÉ CALDEIRA DUARTE, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO CONCELHO DE CASTRO VERDE: Torna Público, que esta Câmara em sua reunião realizada no dia 15 do corrente mês, após ter decorrido as formalidades legais, aprovou nos termos do artigo 27º do Decreto-Lei n° 555/99, de 16 de Dezembro, na redação conferida pelo Decreto-Lei n° 26/2010 de 30 de Março, o aditamento ao alvará de loteamento n° 2/2001, em nome de Manuel Francisco Matoso Costa, contribuinte fiscal n° 137232691, residente na Rua do Estanque nº 9 em São Marcos da Ataboeira, através do qual é licenciado alteração ao polígono de implantação previsto com uma nova mancha e aumentar a área de construção máxima admitida em mais 6 m2, que passa de 222m2 para 228 m2, do lote nº 2, sito na Rua do Moinho em São Marcos da Ataboeira, Concelho de Castro Verde, pertencente a Eliana Silvestre Sousa Tomé e Nelson Duarte Medeiro da Silva, inscrito na matriz predial urbana da respectiva freguesia, sob o art. 641 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Castro Verde, sob o número 338/20011126/São Marcos da Ataboeira. Área abrangida pelo Plano Director Municipal em espaço urbano, classificado como área de expansão. Não têm qualquer incidência nos restantes parâmetros urbanísticos e mantém-se o anteriormente aprovado no processo de loteamento urbano nº 3/2001. Para constar se publica este e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume, sede da Junta de Freguesia de São Marcos da Ataboeira, bem como num jornal de âmbito Regional. Paços do Município de Castro Verde, aos dezassete dias do mês de Fevereiro de dois mil e doze. O Presidente Francisco José Caldeira Duarte

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ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SERPA

EDITAL SARA DE GUADALUPE ABRAÇOS ROMÃO, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SERPA TORNA PÚBLICO: de acordo com o estipulado no nº 3 do artigo 84º da Lei nº 169/99, de 18 de setembro, com a redacção dada pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de janeiro e artigos 16º e 38º do Regimento da Assembleia Municipal de Serpa, que no próximo dia 29 de Fevereiro de 2012, pelas 18 horas, na sala de sessões da Câmara Municipal realizar-se-á uma sessão ordinária deste Órgão Deliberativo, cuja ordem de trabalhos é a seguinte: 1. PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA 1.1 Apreciação e votação da ata nº 6/2011 1.2. Resumo do Expediente 1.3. Intervenção dos membros da Assembleia Municipal 2. PERÍODO DE “ORDEM DO DIA” 2.1. Relatório da Atividade Municipal (Artigos 53º e 68º da Lei nº 169/99, de 18/09, com a redação da Lei nº 5-A/2002, de 11 de janeiro) Relatório nº1/2012 2.2. Relatório de Execução de 2011 da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Serpa 2.3. Proposta de recrutamento excecional de trabalhadores para ocupação de postos de trabalho do Mapa de Pessoal da Câmara Municipal de Serpa 3. PERÍODO DE INTERVENÇÃO DO PÚBLICO E, para constar, se publica o presente edital e outros de igual teor, que vão ser afixados nos locais públicos do costume. Serpa, 17 de fevereiro de 2012. A Presidente da Assembleia Municipal Sara de Guadalupe Abraços Romão

&

ALUGA-SE V2 EM VIDIGUEIRA Toda renovada,

Benvinda de Jesus

Cátia de Jesus Faleceram em 13/02/2012

José Luís Caixão Cró

Faleceram a Exma. Sra. D. Benvinda de Jesus Casadinho Zambujo Camacho Esperança, de 53 anos, casada, natural de Ferreira do Alentejo, a Exma. Sra. D. Cátia de Jesus Zambujo Esperança, de 28 anos, solteira, natural de Beja, e a menina Maria Tomás Zambujo Esperança de 4 anos, natural de São Sebastião da Pedreira, Lisboa. Os funerais a cargo desta Agência realizaram-se no passado dia 15/02/2012 das Casas Mortuárias de Beja para o cemitério desta cidade. Os seus familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradecem por este meio, reconhecidamente, a todas as pessoas que se dignaram acompanhar as suas entes queridas à sua última morada ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar.

Esposa, filho, nora e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 16/02/2012, e na impossibilidade de o fazer individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de qualquer forma manifestaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA DO POVO, LDA. Rua da Cadeia Velha, 15 e 19 | 7800-143 BEJA | Tel. 284311170 | Tm. 914905679 | 966453121

Diário do Alentejo nº 1557 de 24/02/2012 Única Publicação

NERBE/AEBAL – ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DO BAIXO ALENTEJO E LITORAL ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DO NERBE/AEBAL – ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DO BAIXO ALENTEJO E LITORAL Convocam-se os associados do NERBE/AEBAL – Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral, para a reunião em epígrafe: Dia: 29 de Fevereiro de 2012 Hora: 14.00 Horas Local: Rua Cidade S. Paulo – Beja (sede) Ordem de Trabalhos: 1. Apreciar e votar o Relatório, Balanço e Contas do Exercício de 2011 2. Apreciar o Parecer do Conselho Fiscal 3. Tomada de Posse dos Corpos Sociais do NERBE/ AEBAL para o triénio de 2012/2014 Não estando presentes mais de metade dos sócios com direito a voto, a Assembleia Geral Ordinária reunirá em segunda convocatória, trinta minutos depois da hora marcada para a primeira, com qualquer número de sócios. Beja, 15 de Fevereiro de 2012. O Presidente da Assembleia Geral Comendador Leonel António Cameirinha Os documentos referidos em 1, encontrar-se-ão atempadamente à disposição dos Senhores Associados, na sede, para consulta.

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ASSEMBLEIA GERAL CONVOCATÓRIA Nos termos do artigo 377º do Código das Sociedades Comerciais, é por este meio convocada a Assembleia-geral Ordinária da Carnovina, Agrupamento de Produtores Agro-Pecuários, S.A., para reunir no dia 28 de Março de 2012, pelas 15 horas, na sua sede social, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto Um - Deliberar sobre o Relatório de Gestão e as Contas relativas ao exercício de 2011; Ponto Dois – Deliberar sobre a proposta de aplicação de resultados; Ponto Três - Deliberar sobre outros assuntos do interesse da Sociedade. Serão colocados à disposição dos accionistas, na sede social, no prazo legal, as propostas a submeter pelo Conselho de Administração à Assembleia-geral e demais elementos de informação preparatórios. Requisitos da participação e exercício do direito de voto: nos termos do artigo 12º dos Estatutos, a Assembleia-geral é constituída por todos os accionistas titulares de pelo menos cinquenta acções, registadas ou depositadas em seu nome, na sede social ou em instituição de crédito, com a antecedência mínima de dez dias sobre a data da respectiva reunião, correspondendo um voto a cada conjunto de cinquenta acções. Os accionistas possuidores de um número de acções inferior a cinquenta poderão agrupar-se de forma a complementar esse número fazendo-se então representar na Assembleia-geral, por qualquer um dos agrupados. Qualquer accionista poderá fazer-se representar por outro accionista ou procurador, mediante carta a apresentar ao presidente da mesa até ao início da Assembleia. Cada accionista, na Assembleia-geral, só poderá representar dois outros accionistas, no máximo. No caso de existirem acções em contitularidade, os contitulares terão de ser representados por um deles ou por representante comum. Beja, 22 Fevereiro de 2012 O Presidente da Mesa da Assembleia-geral José do Rosário Oleiro Maltez

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Diário do Alentejo 24 fevereiro 2012

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BEJA

SALVADA

NOSSA SENHORA DAS NEVES

ALGUEIRÃO – MEM MARTINS / SINTRA

†. Faleceu o Exmo. Sr.

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

FRANCISCO MANUEL DE MATOS, de 89 anos, natural de Salvada - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Francisca Rosa. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 16, da Casa Mortuária de Salvada, para o cemitério local.

ISAURINDA MARIA DOS SANTOS, de 69 anos, natural de Ourique, casada com o Exmo. Sr. Manuel Batista Vitorino. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 17, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

MARIA ANTÓNIA CORREIA, de 87 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 17 da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

†. Faleceu o Exmo. Sr. JORGE ARNALDO SILVÉRIO DUARTE de 63 anos, natural de Santa Isabel - Lisboa, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 18, da Igreja de São Miguel de Sintra, para o cemitério de Alto de Chão Frio - Sintra.

BEJA

CABEÇA GORDA

BEJA

BEJA

Faleceu o Exmo. Sr. José Miguel Martins da Silva Santos de 40 anos solteiro, natural de Salvador, Beja. O funeral, a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 21 de Fevereiro da casa mortuária de Vila Verde de Ficalho para o cemitério local. À família enlutada apresentamos as nossas cordiais condolências. AGÊNCIA FUNERÁRIA BARRADAS, LDA. Rua do Outeiro nº 21 Vila Nova de S. Bento Telm: 967026828 - 967026517

Elvira de Jesus Pinto Nasceu 15.08.1921 Faleceu 20.02.2012

Faleceu a Exma. Sra. Elvira de Jesus Pinto, natural de Selmes, casada com o Exmo. Sr. Alexandre José. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 21, da casa mortuária de Selmes para o cemitério local. À família enlutada apresentamos as nossas condolências

AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA.

PARTICIPAÇÃO, AGRADECIMENTO E MISSA

†. Faleceu a Exma. Sra. D,

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

†. Faleceu o Exmo. Sr.

†. Faleceu a Exma. Sra. D.

INÊS LEANDRO PARREIRA, de 85 anos, natural de Corte do Pinto - Mértola, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 18, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

MARIA CATARINA MESTRE RAPOSO, de 78 anos, natural de Cabeça Gorda - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 19 da Casa Mortuária de Cabeça Gorda, para o cemitério local.

ANTÓNIO MANUEL LEANDRO, de 80 anos, natural de Faro do Alentejo Cuba, casado com a Exma. Sra. D. Alexandrina Rosa Entradas. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 20, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

ERMELINDA DE MATOS CALEIRO, de 90 anos, natural de Barrancos, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 21, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

BEJA

BEJA

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. ANTÓNIO FRANCISCO CARAPINHA, de 85 anos, natural de Garvão - Ourique, casado com a Exma. Sra. D. Maria Leopoldina Leonardo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 21, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

†. Faleceu o Exmo. Sr. OLIVÉRIO DUARTE PALMA VASQUES MENDES, de 45 anos, natural de Santiago Maior - Beja casado com a Exma. Sra. D. Maria Teresa Perpétua Mendes Vasques. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 21, da Igreja Paroquial do Carmo para o cemitério de Beja.

†. Faleceu o Exmo. Sr. ANTÓNIO DA CONCEIÇÃO SALVADOR, de 84 anos, natural de Santa Maria da Feira - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Teresa Felisberto Baganha Salvador. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 22, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

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MISSA

Manuel Augusto do Rosário

†. Faleceu o Excelentíssimo Reverendíssimo D. MANUEL FRANCO FALCÃO - Bispo Emérito de Beja, de 89 anos, natural de Lisboa. O funeral a cargo desta Agência realizouse no passado dia 22, da Sé Catedral de Beja, para o cemitério desta cidade.

N. 09/09/1920 F. 19/02/2012 Sua esposa, filhos, nora, netos, cunhados, sobrinhos e restantes familiares participam a todas as pessoas de suas relações e amizade o falecimento do seu ente querido. Agradecem reconhecidamente a todos os que se dignaram acompanhá-lo à sua última morada ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. Mais informam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no próximo sábado, dia 25/02/2012, sábado, pelas 18.30 horas na Igreja do Carmo em Beja.

Maria Joaquina Faias Estanqueiro 13º Ano de Eterna Saudade Seu esposo, filho, irmãos, cunhados, sobrinhos e restante família participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 26/02/2012, domingo, às 18h 30m na Igreja da Sé em Beja, agradecendo desde já a todos os que nela participem.

MISSA

Vidigueira MISSA

Maria Cláudia Franco Martins

António Manuel Cambita

9º Ano de Eterna Saudade Seu esposo, filhos e restante família participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 26/02/2012, domingo, às 19 horas na Igreja de Nossa Senhora do Monte Carmelo, no Centro Paroquial do Salvador em Beja, agradecendo desde já a todos os que nela participem.

25/02/2012 12º Ano de Eterna Saudade Esposa, filho, nora, neta e restante família participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 24/02/2012, sexta-feira, às 17.00 horas na Igreja de São Francisco em Vidigueira, agradecendo desde já a todos os que comparecerem no piedoso acto.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências. Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

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Odemira conta com a 6.ª edição do projeto Bdteca, que se destaca entre os cinco principais eventos do género e integra um vasto conjunto de atividades. Desde a Feira do Comic Book e da BD, que se vai estender até ao dia 17 de março, até à exposição de trabalhos do diretor da Bedeteca de Beja, Paulo Monteiro, que pode ser vista até ao fim deste mês. Consulta o programa próprio em www.cm-odemira.pt

Dominó Belga Talvez até tenhas um dominó em casa, mas sugerimos-te que faças tu o teu próprio com pedras que encontres no caminho para a escola, ou até mesmo durante as tuas férias. Uma variante deste jogo chama-se “dominó belga”. Começa a jogar-se com sete peças e o princípio é o mesmo do dominó tradicional mas neste caso o jogador tem de tentar que a soma seja múltiplo de cinco. Ganha quem tiver maior pontuação.

A páginas tantas ... Lobo Grande e Lobo Pequeno de Nadine Brun-Cosme e Olivier Tallec, editado pela Livros Horizonte, é um livro simplesmente mágico do princípio ao fim, não só pela sua história como pelas ilustrações. Um Lobo Grande que vive desde sempre debaixo de uma árvore, julgando ter tudo o que necessita, não se apercebe da solidão que o rodeia e da fragilidade que isso lhe traz. Um dia, lá muito ao fundo, um pequeno ponto azul chama-lhe a atenção. À medida que se aproxima o Lobo Grande vê que é outro lobo. Um lobo, o Lobo Pequeno, azul, que se vai sentar mesmo debaixo da sua árvore. Mas o que acontecerá? Apenas te vamos contar que se trata de uma história de amizade onde a partilha está presente.

Dica da semana A dica desta semana ensina-te uma vez mais a reciclar. Muitos são os produtos, como vegetais ou carne, que vêm em embalagens feitas de esferovite que servem de material para fazeres as tuas próprias gravuras. Faz o teu desenho e com a ajuda de uma faquinha de corte contorna-o. Com um rolo de tinta passa pelo teu desenho e imprime-o numa superfície a teu gosto.

27 D Diário do Alentejo 224 fevereiro 2012

Odemira aos quadradinhos


28 Diário do Alentejo 24 Fevereiro 2012

O Bolt é um galgo adulto, muito meigo e sociável com pessoas e outros animais. Em breve será vacinado e poderá ser adotado. Com o seu ótimo temperamento será um companheiro espetacular para toda a família. Em virtude de ter sido abandonado por não ser bom para a caça, só será dado para ser cão de companhia. Contactos: 962432844; sofiagoncalves.769@hotmail.com

Boa vida Comer Canja de perdiz com pão alentejano torrado Ingredientes para 6 pessoas: 3 perdizes, 100 gr. de toucinho salgado, 1 linguiça de porco alentejano, 1 molho de salsa, q.b. de sal grosso, 240 gr. de arroz carolino, q.b. de água, 1 molho de hortelã, fatias de pão alentejano torrado.

Confeção: Coloque ao lume uma panela com água, salsa e sal. Coza as perdizes, o toucinho e a linguiça. Retire as carnes quando estiverem cozidas. Desfie as perdizes, corte o toucinho aos cubos e a linguiça às rodelas. Entretanto passe o caldo por um passador de rede e coza o arroz. Quando o arroz estiver quase cozido, junte as carnes e ramos de hortelã. Retifique os temperos e sirva sobre fatias de pão torrado. Bom apetite… Nota: Em vez de perdiz pode confecionar este prato com outro tipo de ave. Este prato pode ser servido como entrada ou como prato principal.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Filatelia O pão (VII) Alfaias agrícolas (cont.)

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urante muitos séculos, e até aos nossos dias, após o capinar dos terrenos com o uso da gadanha, o sacho, a enxada, o arado e a charrua foram, praticamente, as únicas alfaias utilizadas para revolver a terra. A máquina a vapor de Papin, inventada em 1690, bastante cedo, foi adaptada à agricultura, pois os primeiros tratores agrícolas, no sécúlo XIX, funcionavam a vapor. A versão com motor de combustão só surgiu no início do século XX. A sementeira e a colheita No imaginário de to-

dos nós está bem presente a imagem das sementeiras. O semeador, de seira a tiracolo, em passada curta e num gesto mecânico, atirava o seu braço para a frente e para o lado e ia largando as sementes. Para a sua colheita, certamente colhidas uma a uma, ou em pequenos molhos, o homem primevo também soube inovar. Adapta os materiais de que dispõe, a madeira e o sílex, e cria a foice. Este instrumento com a lâm i na em sí lex permite-lhe cortar melhor e mais rapidamente as espigas. Melhoria significativa foi a substituição da lâmina primitiva pela de ferro. Ainda no século XIX aparecem as primeiras ceifeiras mecânicas que, tal como o trator, também são a vapor. Perduraram até aos nossos dias, até serem substituídas pelas de motor a combustão. O trator e a ceifeira mecânica, constantemente aperfeiçoados, originaram uma verdadeira revolução agrícola, permitindo, com muito menor esforço, uma mais rápida preparação do terreno e recolha do grão. Entre selos, bilhetes-postais, marcas postais e franquias mecânicas são muitas as peças portuguesas que reproduzem os instrumentos agrícolas que vimos citando. Também o ato de lançar as sementes à terra está representado em dois carimbos, um usado em Évora e o outro em Santarém. O arado, o trator e a ceifeira mecânica figuram em carimbos usados em Beja em 1982 e 1983.

Vladimir Nabokov Teorema 261 págs.

Letras Glória

Q

uando a revolução soviética começa, Martin Edelweiss está a passar férias com a mãe, na Crimeia. É lá que se confronta com o medo que tem, desde criança, de não ser suficientemente corajoso. É lá, entre banhos na praia e festas estivais burguesas, que se inicia nas paixões juvenis. Educado à inglesa pela mãe, Martin acabou de perder o pai e não tem ainda a noção de ter perdido mais do que a infância privilegiada que lhe alimentou a paixão pelos comboios, de luxo, em que atravessou a Europa para as férias em Biarritz. Quando embarca para refugiar-se na Suíça, onde vive o tio Edelweiss, são ainda as paixões – e algumas memórias – que o agitam. A viagem, de perda, transforma-a na viagem da sua iniciação sexual, na Grécia. Segue-se um curto interlúdio nos Alpes antes do ingresso em Cambridge, este já depois de conhecer Sonia. Pele branca, olhos negros, Sonia – emigrada russa cuja família acolhe Martin em Londres – não parece ter nada de especial. Tem, porém, o dom de perturbar Martin. A paixão por Sonia é o fio condutor numa juventude vivida em registo memorial e fantasioso por Martin. Escrito em 1930 – quando o próprio autor saíra da juventude – Glória é um dos primeiros romances de Nabokov e foi escrito numa das cidades que lhe serviu de fundo, Berlim. As coincidências biográficas são frequentes mas, escreve Nabokov no prefácio, o que importa na obra nada tem a ver com isto e tem tudo a ver com o modo fantasioso como Martin vive e como os seus desejos se vão cumprindo: ele é o herói a quem tudo vai correndo de feição. Sonia é a heroína que o desafia e por causa da qual embarca numa viagem surpreendente. Glória é editada pela Teorema a partir da versão inglesa do livro (escrito em alemão), a qual foi feita pelo filho de Nobokov, Dmitri, e revista pelo próprio. Maria do Carmo Piçarra

Geada de Sousa

Petiscos Um pássaro que vem do frio

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echemos a caça por este ano. E vamos fechá-la em beleza. Porque o sujeito da nossa atenção de hoje é uma rica peça de caça, porque é um lindo pássaro e finalmente porque com ele – melhor dizendo, com eles – se fazem uns belíssimos pitéus. De sua graça solene e científica turdus philomelos, chamamos-lhes tordos, normalmente no plural. Primeiro porque são pequenos, depois porque é também no plural que os encontramos, muitos e em bando. Infelizmente esta classificação, “muitos”, vai sendo cada vez mais uma flor de estilo, quiçá literário, porque já não são o que eram, em quantidade. E tantos mataram e tantas vezes – devo confessar que não percebo o que faz um verdadeiro caçador matar 1 200 tordos numa manhã – que estiveram próximos de se tornarem uma peça rara. De facto ainda são frequentes mas quem se arroga o respeitável título de caçador tem que saber que uma dúzia de tordos bem mortos, depenados, limpos, cozinhados com esmero e comidos com amigos é uma caçada mais gratificante que aquelas que se faziam com centenas de caixas de cartuxos que se consumiam em tiroteios infindáveis. Milhares de tordos ficaram por apanhar ou foram jogados fora depois de caçados só porque davam – e dão – muito trabalho a depenar. Assim, com “caçadores” destes, até eu facilmente me juntava aos meninos, ditos, ambientalistas que não fazem ideia do que são animais ou campo ou animais no campo. Livres como o vento. Sabem o que são canários dentro de gaiolas ou cães e gatos capados dentro de casa. E já não é mau. Faça-lhes as devidas honras. Depene-os. Vai ver que enche um alguidar só com as penas dum e passará a perceber donde vem a ideia quentinha dos “edredons”. E assim também se entende como é que estes fracos seres enfrentam em voo temperaturas de 20 e 30 graus centígrados negativos. Estão protegidos. São em seguida passados em cima de álcool a arder – cuidado com as roupas e as crianças – para acabar com a penugem, limpos e postos em vinho branco. No dia seguinte vão a estufar, muito lentamente, com muita cebola, alho, azeite e tiras finas de toucinho. A meio põe-se cenoura às rodelas grandes, não muita. Acaba-se juntando vinho branco e quando ferver acrescenta-se arroz carolino bem lavado. Devo confessar que, embora sendo esta a receita clássica, eu a faço duma maneira ligeiramente diferente. Isto porque os tordos têm uns ossos terríveis para engasgar e já apanhei uns sustos com uns amigos que os comeram descuidadamente, o que é fácil com o arroz. Faço tudo como descrevi mas o juntar do vinho para cozer é em panela de pressão. Quinze minutos depois de apitar, abro a panela, deixo-os arrefecer e desosso-os à mão. Se não for assim, é muito difícil. Só então com o caldo, o refogado e os pássaros desossados, junto o arroz e deixo cozinhar até estar pronto. Mas o arroz bastante em cru, pouco passado, é fundamental. Uma morte gloriosa para um pássaro que veio do frio. António Almodôvar


O mundo do vinho em 10 artigos Número 2: Copos e decantação

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ualquer copo de vinho deve ter uma base (para apoio), uma haste (para agarrar e rodar o copo) e um balão, cálice ou bojo (para receber o vinho). Em Portugal, a proposta de copos de vinho na restauração é, de um modo geral, pouco acertada. Mais uma vez, cabe a todos os leitores e consumidores o esforço de exigência e a pedagogia que levará à melhoria da qualidade dos tão importantes recipientes, agora que as opções de compra já incluem preços para todas as bolsas. Os requisitos dimensionais mínimos para a seleção dos copos deverão ser: a) Capacidade do bojo ou balão entre 25 cl e 35 cl, o que permite o preenchimento com vinho até um terço da altura, garantindo assim a sua rotação e a consequente libertação aromática. Todos os vinhos têm aroma e merecem ser valorizados. b) Embocadura convergente. Trata-se da concentração cónica (fechada) da curvatura até à

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Já se encontra on line e de acesso gratui to o novo guia “Copo & A lma, 319 Melhores V inhos para 2 012 ”. Só tem de entrar em w w w.w-anibal .com e conferir. No A lentejo des tacou-se o vinho tinto regional alentejano Senses, S yrah de 2 0 0 9 .

Um dos vinhos que mais me impressionou na recente prova cega que deu origem ao meu “Guia Popular de V inhos”, edição 2 012 , já nas livrarias e nos supermercados, foi o tinto regional alentejano Herdade da Farizoa, seleção do enólogo, de 2 0 0 9 . Compra segura em qualquer prateleira.

borda. Favorece a perceção aromática e tem um uso mais universal. c) Altura do balão ou bojo entre nove e 11 cm. O vinho deve preencher apenas um terço da altura do bojo. Os consumidores que pedem “o copo cheio” vão diminuindo. Em Inglaterra indica-se a quantidade de 125 ml para a venda de vinho a copo. d) Barriga esférica. A curvatura em tulipa é mais universal do que o formato cónico de barriga. Também tem vantagens na leitura cromática do vinho. e) Qualidade do vidro. Uma forma fácil de detetar defeitos grosseiros no balão do copo é a leitura de uma folha escrita através do copo lentamente rodado. A maior parte das pessoas, mesmo as do ofício, conf unde deca ntação com areja mento. A primeira ação deve ser ev itada ao

máximo. O vinho é um produto natural. Com o envelhecimento, alguns vinhos podem ganhar uma borra fina, também natural e inofensiva. É verdade que o vinho de uma garrafa com borra pode revelar um aspeto turvo e pouco atrativo. Ao decantarmos esse néctar podemos libertar precipitadamente alguns aromas finos mas sensíveis da evolução. Por outro lado, estamos a dar ao vinho um oceano de oxigénio, alterando bruscamente as regras sensoriais do seu habitat na garrafa. O arejamento deve ser efetuado sempre que um vinho nos pareça que está pouco expressivo de aromas. Nesse caso deve-se verter violentamente o vinho da garrafa para o decantador, promovendo a rutura das ligações químicas através da agitação e de uma oxidação benévola. Aníbal Coutinho

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Onde estiver, quando quiseral

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Diário do Alentejo 24 Fevereiro 2012

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Iniciativa Passeios de Beja visita arte pública

A iniciativa Passeios de Beja vai ter uma nova sessão ao longo da tarde de amanhã, sábado, sob o tema “Arte Pública” e conduzida pela escultora Noémia Cruz. A concentração está marcada para as 15 horas, no largo D. Nuno Álvares Pereira, junto à Pousada de São Francisco, local onde agora se encontra instalado o

Fim de semana

Monumento ao Prisioneiro Político Desconhecido, do escultor Jorge Vieira. O passeio prossegue pelo painel de azulejos O Lugar da Água, conjunto escultórico do largo de São João, Memorial a Jorge Vieira e chega ao fim com Memorial à Mulher Alentejana, numa “abordagem à arte contemporânea instalada na cidade”.

Poesia na Biblioteca Municipal de Cuba A poetisa Fátima Marinho vai estar esta noite em Cuba, a partir das 21 horas, para apresentar o seu novo livro, Ama-me sem me suportares. O lançamento tem lugar na biblioteca municipal, revelando uma obra “onde os afetos servem a poesia que deles se serve para ser o que é”, explica a autora.

Hoje à noite em Beja

Sérgio de regresso ao Pax Julia

U

m mês depois de ter visitado a cidade, a propósito do lançamento de um livro de ilustrações que comemora os seus 40 anos de canções, Sérgio Godinho está de regresso a Beja, para um concerto no Pax Julia Teatro Municipal. Hoje, sexta-feira, a partir das 21 e 30 horas, no ano em que passam quatro décadas sobre a edição de “Os Sobreviventes”, o primeiro longa duração da sua carreira. De volta à estrada, o mais emblemático cantautor português ainda vivo traz na bagagem “Mútuo Consentimento”, o seu mais recente disco. Onze faixas novinhas em folha, onde podemos reconhecer – em faixas como “O Acesso Bloqueado”, “Bomba-Relógio”, “Eu vou a Jogo” ou “Em Dias Consecutivos” – uma atualização de temas mas a mesma mestria na arte de contar histórias através da música. Ao vivo, acompanhado da banda cúmplice Os Assessores, Sérgio Godinho promete encadear as novidades com os temas que já todos sabem de cor mas cuja mensagem não perdeu, de todo, a pertinência. Uma noite certamente “sem acesso bloqueado” e “em mútuo consentimento”.

“A crise” segundo Luís Afonso para ver em Castro Inaugurada ontem, quinta-feira, a exposição “A crise”, que reúne mais de 100 tiras do cartunista Luís Afonso sobre o assunto que mais ocupa os portugueses nos dias que correm, vai estar patente na Biblioteca Municipal de Castro Verde até ao próximo dia 24 de março. Considerado um dos mais conceituados cartunistas portugueses, o aljustrelense Luís Afonso expõe nesta mostra trabalhos publicados entre 2008 e finais de 2010, em periódicos como “Público”, “Jornal de Negócios” e revista “Sábado”, numa narrativa que aborda dois tipos de crise: a internacional, “cíclica”, e a nacional, “aparentemente crónica”.

Um dia no museu com Mariana Alcoforado O Museu Regional de Beja acolhe ao longo do dia de hoje, entre as 10 e as 24 horas, a iniciativa “No museu com… Mariana Alcoforado”, organizada pelos alunos do curso profissional de Técnico de Turismo da Escola Secundária D. Manuel I. O evento, com entrada gratuita, decorrerá em sessões regulares, de hora a hora, centrando-se na recriação da vida da freira de Beja desde que ingressou no Convento de Nossa Senhora da Conceição, nas famosas cartas que terá escrito ao marquês de Chamilly e no que seria a vivência conventual à época. A encenação é completada com uma mostra e venda de doçaria conventual, no claustro do convento, preparada pela casa de chá “As Maltesinhas”.

Livro de tributo a Saldanha Sanches apresentado em Beja Domitília Soares e Luís de Sousa, coordenadores do livro Em memória de Saldanha Sanches – Transparência, Justiça e Liberdade, vão estar amanhã, sábado, pelas 17 horas, na Biblioteca Municipal de Beja, para uma apresentação pública desta obra de tributo ao fiscalista falecido recentemente. O livro reúne contributos “de vários companheiros, colegas e amigos igualmente comprometidos nesta batalha infindável pela justiça, transparência e liberdade”, tais como José Adelino Maltez, Maria José Morgado, Elena Burgoa, Carlos Pimenta ou Paulo Morais.


Apesar dos tempos de dificuldades, milhares de alentejanos saíram à rua para festejar o Carnaval. E com o objetivo de gozar a vida e deitar para trás das costas todas as frustrações, a esmagadora maioria dos jovens alentejanos decidiu mascarar-se de “pessoa com trabalho”, com destaque para as máscaras de “sucateiro de Ovar”, “caixa de robalos” ou “administrador do BPN e/ou EDP”. Trata-se de uma evolução em relação a anos anteriores em que proliferavam máscaras piegas como as de Pierrot e de quadro do menino da lágrima.

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facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Seca: Agricultores alentejanos vão processar São Pedro Parece que chegou a hora de dizer “basta!”. Depois da intenção manifestada pela Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (Faaba) de processar o Estado português pelo incumprimento da promessa de conclusão do projeto Alqueva em 2013, uma investigação conjunta Não confirmo, nem desminto/

/Anthimio de Azevedo descobriu que esta organização também vai processar São Pedro, culpabilizando-o pela seca. Fonte da Faaba explicou-nos os motivos: “Já não bastava a senhora Cristas, agora é a vez de São Pedro não respeitar o acordo que assinou com os agricultores alentejanos. Aposto que até segue as diretrizes

da ministra e nem usa gravata lá no Céu só para nos fazer pirraça. Só espero que até ao verão chova alguma coisa, mas que não seja à bruta, e depois caia uma daquelas cargas de água que estraga tudo! No ano passado um dilúvio levou-me as plantações de cannabis e a minha humilde coleção de jipes Mercedes…”.

Centro de recuperação de Santo André salva quatro grifos da fome e agora devolve-os à natureza onde vão ter larica Quatro grifos estiveram a ser tratados e recuperados no Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André e foram libertados pela Quercus ao pé da ribeira de Terges e Cobres. Contudo, há quem conteste esta decisão, em particular os próprios grifos, conforme se pode comprovar pela carta enviada para a nossa redação pelos próprios animais, através de um pombo-correio seu primo: “Pá, sim senhor, temos a agradecer aos senhores da Quercus, mas não percebemos esta decisão. Como sabem, somos aves necrófagas, só nos alimentamos de coisas mortas: pequenos animais, como os ratos ou esquilos, a Cinha Jardim, a carreira do Paco Bandeira, a economia regional… Mas em Santo André tínhamos os melhores ratos mortos de porco preto, manicure, Sport TV, queijinhos de cabra morta... E agora libertam-nos sem dar sequer um pré-aviso de 30 dias como exige a lei. Vocês sabem como é que as coisas estão lá fora? Anda tudo aflito, ninguém tem de comer. Temos conhecimento de ratos que vasculham os frigoríficos e despensas portuguesas e saem de lá chorando…”.

Faço servicinhos em troca de comida

ano Novo edifício rom é único ja encontrado em Bearquise em alumínio a uma m r vestígios surpreendentes: pois ainda conserv vela

re ndo o nosso Beja não param de ifício romano. Segu As escavações em ed o tr ou to er ob pois ainda conpública foi desc no mundo inteiro ico ún é do junto à praça da Re ha ac vo este no , teria sido enas do subsolo”, ínio. Ao que parece um comentador em “c al em cus Silvae. ise qu ar serva uma m nome Hanibal Cava u se de o an m ro ão ceita de bolo-rei proeminente cidad aco e a primeira re a residência de um áb ro ei im pr o do ntra aca com o nome No edifício foi enco contraram uma pl en m bé m ta s go eólo da história. Os arqu mo se encontra da rua onde o mes gustus) (Via Caius Cesar Au ascistiae. e a referência antif

Centro Novas Oportunidades encerrado no Alentejo revolta-se com decisão porque tinha curso de tunning prestes a começar Alguns centros Novas Oportunidades do Alentejo estão a ser encerrados, deixando vários trabalhadores e formandos desamparados. Segundo apurámos, um centro em particular está a pensar apresentar queixa na União Europeia, pois já tinha um curso de tunning prestes a começar. As disciplinas de Técnicas de colocação de CD no espelho retrovisor, Introdução à pintura berrante, Manutenção de equipamento áudio comprado na Feira de Castro, Calibragem de pneus bué largos e Como manter um aspeto chunga I e II, aprovadas pelo Ministério da Educação e pela Liga dos Amigos do Tunning de Safara, ficarão, deste modo, sem efeito.

Inquérito Costuma ir à Feira do Queijo do Alentejo, em Serpa? JEREMIAS ALMECE, 34 ANOS Pessoa que fez uma reconstituição da batalha de Aljubarrota com queijinhos frescos Nunca faltei a uma edição. Tenho uma devoção ao queijo Serpa como o Vítor Gaspar tem devoção ao défice. A minha mãe queixa-se que lá em casa temos a Feira do Queijo o ano todo. Basta ir para a variante andar durante duas horas a pé e quando descalço as sapatilhas cheira a Feira do Queijo de Castelo Branco. Fora do prazo, digo eu…ihihih!!!

A VACA QUE RI, IDADE INDEFINIDA Animal que se vendeu aos obscuros interesses da indústria do queijo

SPEEDY GONZÁLEZ, QUASE 60 ANOS Filho mexicano do Topo Gigio e da Miss Piggy

Não sei se seria muito bem-vinda. Ouvi dizer que os produtores de queijo do Alentejo acham que eu sou a reencarnação de Satanás e que cospem cada vez que dizem o meu nome. Não tenho culpa que a minha empresa ganhe uma pipa de dinheiro a fabricar uma coisa que se assemelha a massa de vidro. Mas este ano estou com vontade de ir, pois vai estar lá o homem que lançou a minha carreira e a da Beatriz Costa: o Júlio Isidro.

Hombre, claro que vou estar presente. Mas essa coisa de acharem que os ratos só comem queijo é uma treta: sempre que vou à Feira do Queijo como uma linguiça de Montoito. Queijo só de Nisa, e tem de ser fresquinho. ¡Ay! ¡Ay! ¡Ay! Agora, não passo sem um secreto de porco preto de Barrancos. É o meu doping. Onde é que acham que vou buscar esta genica? ¡Arriba! ¡Arriba! ¡Ándale! ¡Ándale!


Nº 1557 (II Série) | 24 fevereiro 2012

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | PRACETA RAINHA D. LEONOR, 1, 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 comercial@diariodoalentejo.pt Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 jornal@diariodoalentejo.pt | Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586), Ângela Costa (estagiária) Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro | Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido | Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas Aníbal Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão | Opinião Ana Paula Figueira, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso, Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Nuno Figueiredo Publicidade e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação (alemtudo@sapo.pt) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Grafedisport, SA – Queluz de Baixo | Distribuição VASP

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Hoje, sexta-feira, espera-se céu limpo. A temperatura vai oscilar entre os quatro e os 19 graus centígrados. Amanhã, sábado, o sol deverá brilhar em toda a região e no domingo não são esperadas nuvens.

Educadora lança livro para crianças

Uma girafa que ensina a tolerância

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ducadora de infância e conhecedora de várias formas de expressão artística, da dança às artes plásticas, Alexandra Graça acaba de lançar A Girafa Maria. Um livro para crianças em que, “de forma lúdica, despretensiosa e alegre”, pretende transmitir valores essenciais como “a tolerância e o respeito”. A escrita é um prolongamento natural das suas outras formas de expressão artística, a dança e as artes plásticas?

Sem dúvida. As primeiras histórias que escrevi tinham como objetivo serem coreografadas, porque nessa fase da minha vida dava aulas de iniciação à dança e ao movimento. Posteriormente, ao integrar o “Papa Livros”, clube de leitura para pais e filhos da Biblioteca Municipal de Beja, senti-me cada vez mais motivada a passar para o papel aquilo que estava na minha imaginação. Muitos dos personagens dos meus textos são alvo de criação ao nível das artes plásticas – é o caso da girafa Maria. Passar da palavra para a criação e execução das personagens através da escultura, modelagem, trapologia ou mesmo da ilustração permite-me dar-lhes alma e de certa maneira “vida”, tal como o Gepetto fez com o Pinóquio. Que girafa é esta e que mensagem pretende transmitir através dela aos pequenos leitores?

Baseada numa pessoa que conheci, com este mesmo nome, criei uma personagem que aglutina alguns dos traços de personalidade que me levaram a admirá-la. Refiro-me especificamente à sua simplicidade, ao seu otimismo, sentido de humor e essencialmente à perspetiva positiva que PUB

Alexandra Graça,

46 anos, natural de Beja Tem formação académica nas áreas de Educação de Infância, Serviço Social e Sociologia e atualmente desempenha funções na equipa de intervenção precoce de Beja. É “uma apaixonada pelas artes”, às quais tem dedicado grande parte da sua vida, nomeadamente à dança e às artes plásticas. Tal como Gepetto fez com Pinóquio, também Alexandra costuma dar vida às personagens dos seus textos para crianças em peças de escultura, modelagem, trapologia ou mesmo de ilustração. Já expôs em variadíssimos locais, do Museu da Presidência da República à Pousada de São Francisco, em Beja.

tinha relação à vida e às pessoas, características que penso que são fundamentais em qualquer ser humano. Por outro lado, esta história pretende transmitir aos pequenos leitores que a diferença, mesmo que física, nunca poderá ser entendida como um impedimento à aceitação do outro e à tolerância, na medida em que o que é verdadeiramente importante é a verdadeira essência de cada um. Quando escrevo normalmente coloco em destaque os afetos pois considero que são essenciais no desenvolvimento das crianças. Em síntese, a história da girafa Maria pretende, de forma lúdica, despretensiosa e alegre, transmitir valores essenciais como a tolerância e o respeito. É educadora de infância. Que ensinamentos vai buscar a esta experiência quando escreve para crianças?

Nos últimos seis anos, tenho exercido funções numa equipa de intervenção precoce, o que me permitiu ver e sentir outras formas de viver a infância – menos comuns e normalmente marcadas pelo sofrimento. Considero que a minha experiência, já longa, como educadora de infância foi um elemento fundamental e inspirador nesta minha incursão pelos caminhos da literatura infantil. Quando na nossa prática pedagógica contamos histórias a crianças muito pequenas, verificamos facilmente quais são as que mais lhes agradam e por norma preferem as que têm ritmo, musicalidade e humor. Talvez por isso opte por escrever poesia ou prosa poética. Sei que a minha escrita é bastante despretensiosa, aproximando-se bastante da estrutura e configuração das histórias do nosso cancioneiro poético infantil. Carla Ferreira

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Estação Imagem/Mora 2012 Candidaturas até final de março O Prémio de Fotojornalismo Estação Imagem/Mora 2012 vai, a partir deste ano, abrir a participação aos fotógrafos galegos. É o resultado natural de uma colaboração iniciada em 2011 com a exposição no Festival de Fotografia Proxecta dos trabalhos vencedores da edição do ano passado. Luís Vasconcelos, presidente da Estação Imagem, disse ao “Diário do Alentejo” que “os galegos ficaram muito satisfeitos com esta decisão” e espera que os profissionais da Galiza participem em número significativo. O Prémio Estação Imagem é uma parceria com a Câmara Municipal de Mora e destina-se a todos os fotojornalistas que trabalhem em Portugal, Galiza ou qualquer um dos Palop. O prazo de entrega dos trabalhos é o dia 31 de março, sendo este ano “mais fácil concorrer”, já que “o método de inscrição foi simplificado”, conta Luís Vasconcelos, que chama a atenção para a grande qualidade do júri internacional que, a partir de 12 de abril, irá apreciar as obras a concurso. Preside ao órgão Emilio Morenatti, da Associated Press (AP), eleito fotojornalista do ano em 2010, pela National Press Photographers Association, e melhor fotojornalista da imprensa em 2008, pela Pictures of the Year International (POYi); Frédérique Babin, que integrou durante nove anos o departamento de fotografia do “Libération”; Patrick Baz, editor para o Médio Oriente da Agence France Press (AFP), membro do júri do World Press Photo deste ano; Marion Duran, editora de fotografia da revista “Newsweek” desde julho 2011; Pablo Juliá, fotojornalista desde 1980 do jornal “El País” e diretor do Centro Anadaluz de la Fotografia, em Sevilha; e Arianna Rinaldo, membro do júri do World Press Photo em 2009. A cerimónia de entrega dos prémios está marcada para 14 de abril, dia em que será presentado, na Casa da Cultura de Mora, a exposição e o livro da bolsa que o júri de 2011 atribuiu a Paulo Alegria, para desenvolver o projeto “Cultura Magra”, um trabalho que pretende retratar o associativismo cultural, desportivo e recreativo no concelho de Mora. Os trabalhos que forem distinguidos em 2012 serão vistos, pela primeira vez, numa exposição a ser montada no Centro Português de Fotografia, na cidade do Porto, a 16 de junho. Os interessados podem consultar o regulamento no site da organização em http://estacao-imagem.com/.


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