Edição n.º 1701

Page 1

JOSÉ SERRANO

Comité intergovernamental da Unesco aprovou cante alentejano

Candidatura considerada “exemplar” na cerimónia que decorreu em Paris

Cantadores de Serpa subiram ao palco da Unesco para cantar “Alentejo, Alentejo”

Processo de candidatura estava a ser construído desde 2011

“Diário do Alentejo” acompanhou os trabalhos em França até à decisão final

SEXTA-FEIRA, 28 NOVEMBRO 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXIII, N.o 1701 (II Série) | Preço: € 0,90

Agora Cante

9 771646 923008

01701

Património Imaterial da Humanidade

PUB


Diário do Alentejo 28 novembro 2014

02

Editorial Sócrates

Vice-versa “Após cinco anos consecutivos conseguindo a distinção e o mérito do galardão, Beja despede-se, sem honra nem glória, da Bandeira Verde…Mais uma pequena machadada na evolução da cidade e do concelho”. José Velez, vereador do PS na Câmara de Beja, Rádio Pax

Paulo Barriga

“O município continua a investir na educação ambiental. É mais importante desenvolver políticas sérias do que ter uma bandeira hasteada. Quando o atual executivo chegou à câmara existia descargas de efluentes públicos na malha urbana, apesar da Bandeira Verde estar hasteada” .

E

xistem duas coisas que derrubam uma nação. Há duas coisas, aliás, que derrubam qualquer um. E por isso também derrubam uma nação que, numa definição ligeira, é apenas um conjunto de muitos, que habitam um mesmo local, falam a mesma língua e que não têm tiques culturais tão diferenciadores quanto isso. As duas coisas que derrubam uma nação, esse conjunto de muitos num mesmo local, que no caso concreto são os portugueses de Portugal: a barriga e a cabeça. Cabendo à barriga, em primeira instância, e quem o diz é o povo, alentar a cabeça: “barriga cheia, cara alegre”. Ou, para quem goste de olhar antes pelo ângulo negativo, “barriga vazia, não tem alegria”. Neste ponto pouco há dizer. Vai para quatro anos que o pouco que apenas entrava na barriga da Nação passou a quase nada. Para nem falar que “o quase”, em tantas barrigas deste covil, deixou de acompanhar “o nada”. Ausentando-se “do nada”, no tal ponto de miséria onde a alegria não entra, como reza o ditado. Mas o habitante da Nação portuguesa é portador de um gene raríssimo e extraordinariamente resistente à desgraça. Deve ser daí que vem a tal locução popular do “fazer das tripas coração”. “Para pior antes assim”, dizem as mulheres quando pedem fiado nas mercearias ou quando, em nome da barriga, humilham a cabeça nas filas da caridade. Mas se é dado ao nativo da nação esse dom invulgar de silenciar os murmúrios da barriga, mesmo quando eles, os murmúrios, geram sinfonia, o mesmo já não acontece quando é a cabeça diretamente atingida. Como hoje acontece com voraz persistência. O estado de imoralidade, de devassidão, de depravação a que chegaram as instituições da Nação não deixa alternativa ao nativo. O delírio, originado pela sequência de escândalos políticos e financeiros ao mais alto nível, é o primeiro sintoma da depressão que acomete coletivamente a Nação. Em cada cavadela, minhoca. Quando por escassos instantes se enchem os pulmões de ar, julgando que a coisa caiu bem no fundo, eis que se abre no imediato novo alçapão. Mais fundo e mais negro que o antecedente. Não há cabeça que aguente isto. Não há nação que resista ao duplo estado aviltante da barriga vazia e da cabeça perdida. A justiça bem pode encher os calabouços com os farrapos da depravação, da ganância e da corrupção imaginando, no seu íntimo, que nada ficará como dantes. Crendo que “uma cabeça perdida deita muitas a perder”. Embora me pareça que isto possa acabar com uma tirada à antiga, à grande e à grega: eles só saberão que nada sabem.

Manuel Oliveira, vereador da CDU na Câmara de Beja, Rádio Pax

Fotonotícia Fotojornalista do “DA” em Londres com ilustrador brasileiro Há um ilustrador e diretor de arte brasileiro, Lucas Levitan, que invade galerias do Instagram. Escolhe fotografias e faz as suas ilustrações interagirem com elas. Lucas Levitan encantou-se por estes dias por duas fotografias da autoria de José Ferrolho, fotojornalista deste jornal, e o resultado é o que se vê agora: um colhedor de pestanas e uma das torres de iluminação do Estádio Flávio dos Santos, em Beja, transformada em mata-moscas. Mas há mais. É que, até agora, Lucas Levitan nunca tinha repetido o autor das fotografias por duas vezes na mesma semana. O Instagram do fotojornalista do “DA” foi, assim, o único a ser “invadido”. E ainda bem, dizemos nós. É que agora Lucas Levitan foi convidado para expor em Londres e vai doar, conjuntamente com os autores das fotografias, 100 por cento do valor à Spinal Research, que procura apoios para a pesquisa de reabilitação de pessoas que sofreram paralisia após-fratura na coluna. Há “invasões” boas. BS Ilustrações de Lucas Levitan (instagram.com/lucaslevitan) Fotos de José Ferrolho (instagram.com/joseferrolho)

Voz do povo Qual é a importância de o cante alentejano ser considerado Património Imaterial da Humanidade pela Unesco? Inquérito de Sandra Sanches

Rogério Simenta 62 anos, aposentado

Paula Santos 50 anos, bibliotecária

Maria Correia 69 anos, enfermeira

Marta Palma 38 anos, solicitadora

É importante, é uma mais-valia para o Alentejo. É uma promoção, é uma divulgação e é um enaltecer das nossas virtudes, daquilo que é nosso e é importante até para os mais jovens, para darem continuidade.

É a identidade dos alentejanos, uma parte da identidade do seu património imaterial e é importantíssimo, sobretudo pela preservação e pela capacidade que isso depois nos vai dar, aos alentejanos no geral, de preservar isso nas novas gerações, que é uma coisa que está a ser feita de uma forma muito isolada. Com a atribuição desse galardão vai ser possível efetivamente definir políticas que garantam que o cante alentejano se perpetuará para as outras gerações.

Eu acho que é muito importante, porque é a divulgação do nosso Alentejo e isso é muito importante, acaba por enaltecer e enriquecer o nosso Alentejo. Eu, pessoalmente, gosto muito de ouvir o cantar alentejano.

Acho interessante, porque é importante para a nossa região, para o nosso Alentejo, se for considerado património, e eu espero que sim, acabará por ser mais divulgado.


Rede social DR

Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 20 SERPA GNR DETÉM SUSPEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

SEXTA-FEIRA, DIA 21 ALMODÔVAR GNR RECUPERA TELEMÓVEIS FURTADOS E DETÉM SUSPEITOS Três homens, entre os 32 e 45 anos, foram detidos pela GNR de Almodôvar por suspeitas do furto de três telemóveis, que foram recuperados pelos militares da força de segurança. Os suspeitos, presentes ao tribunal, foram constituídos arguidos e saíram em liberdade, sujeitos a Termo de Identidade e Residência, informou o Comando Territorial de Beja da GNR. Os telemóveis recuperados têm um valor compreendido entre os 250 e os 700 euros e foram entregues aos seus legítimos proprietários.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 24 ODEMIRA JORNADA TÉCNICA SOBRE “FLORA INVASORA NO SUDOESTE” Uma jornada técnica sobre a flora invasora no sudoeste de Portugal, para identificar as principais espécies e metodologias de controlo e erradicação de plantas invasoras existentes naquela região, realizou-se em Odemira. Segundo a Câmara de Odemira, a promotora, a jornada incluiu a apresentação da problemática local e da plataforma de mapeamento nacional das plantas invasoras e uma saída de campo para identificação das principais espécies daquelas plantas. De acordo com a autarquia, acácia, mimosa, canas ou chorão-da-praia são algumas das espécies invasoras que, sendo oriundas de outras zonas, instalam-se em determinadas regiões, “proliferando e ameaçando as espécies nativas e o equilíbrio dos ecossistemas que ocupam”.

SINES PROMOVIDO RASTREIO VIH/SIDA No âmbito da Semana Europeia do Teste VIH, que decorre até ao dia 28 deste mês, realizou-se um rastreio VIH/SIDA no Jardim das Descobertas, em Sines. A iniciativa foi gratuita e anónima. Trata-se de um projeto da Associação para o Planeamento da Família - Alentejo, em parceria com a Associação Cabo-verdiana de Sines e Santiago do Cacém e a Câmara Municipal de Sines e com cofinanciamento da Direção-Geral de Saúde.

TERÇA-FEIRA, DIA 25 BEJA SETE DETIDOS E APREENSÃO DE HAXIXE QUE SERIA INTRODUZIDO NA PRISÃO DE BEJA A PSP deteve sete pessoas por suspeitas de tráfico de droga e apreendeu 525 doses de haxixe que se destinavam a ser introduzidas no Estabelecimento Prisional Regional de Beja, anunciou a força de segurança. A detenção dos suspeitos, seis mulheres e um homem, entre os 23 e 65 anos e todos de nacionalidade portuguesa, e a apreensão da droga decorreram durante uma ação policial para o cumprimento de seis mandados de busca domiciliária na vila de Aljustrel (Beja) e nas cidades de Olhão (Faro) e Évora, explica a PSP. Segundo a polícia, a ação decorreu no âmbito de um processo de investigação relativo a tráfico de estupefacientes.

A Aris da Planície surgiu em 2011. Surgiu da necessidade sentida por um grupo de técnicos do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental (DPSM) da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) e outros, com o objetivo de melhorar o apoio aos doentes mentais e às suas famílias no distrito de Beja, que na altura se limitava ao trabalho desenvolvido pelo DPSM na área clínica e, sobretudo, ao nível do tratamento. Sentiu-se que, para além deste trabalho do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, era, e é ainda necessário, criar respostas sociais que o complementassem na comunidade (esferas social, familiar e laboral ou escolar). A Aris da Planície tem como objetos principais a criação de respostas sociais (ocupacionais e residenciais) dirigidas especificamente ao doente mental, como a prevenção e a promoção da saúde mental.

Luís Represas trouxe a Beja, ao palco do Pax Julia, o seu novo “Cores”. Um concerto intimista onde celebrou, também, quase 40 anos de músicas e de cumplicidade com o público português. DR

Co m o e q u a n d o s u r g i u a Associação Aris da Planície?

Luís Represas esteve em Beja no sábado

Vin&Cultura cumpre mais uma edição em Ervidel A chuva não fez parar os festeiros que se reuniram em Ervidel, no último fim de semana, para mais uma edição da Vin&Cultura. Como sempre, as adegas deram a conhecer o vinho novo, e na rua ouviu-se o cante e a música popular. DR

O Núcleo de Proteção Ambiental da GNR de Aljustrel recuperou uma águia de asa redonda (Buteo buteo), encontrada por um popular no Monte da Caiada, em Santa Clara-a-Velha, no concelho de Odemira, informou a força de segurança. A ave encontrava-se ferida numa asa, tendo sido entregue ao Parque Natural do Vale do Guadiana, em Mértola.

Presidente da Associação Aris da Planície

Paula Varanda lança livro em Mértola Está, juntamente com a Associação de Pessoas Especiais de Aljustrel, a organiz ar o Encontro de Saúde Mental do Baixo Alentejo. O que se pretende com esta iniciativa?

No domingo, 23, começou em Mértola mais uma feira do livro. O contexto mais que perfeito para o lançamento deste As Andanças da Tília pastora, de Paula Varanda, do projeto Dansul, que aqui diverte o público infantil numa leitura animada. DR

ODEMIRA RECUPERADA ÁGUIA DE ASA REDONDA

3 perguntas a Josefa Coelho

Com a realização do II Encontro de Saúde Menta l do Bai xo Alentejo, a Aris da Planície e a Associação de Pessoas Especiais de Aljustrel (APE) pretendem sensibilizar e informar a população em geral sobre as questões relacionadas com a saúde e a doença mental. E a quem se dirige este encontro, que já vai na sua segunda edição?

Este encontro dirige-se a toda a população, uma vez que o problema é transversal a toda a população.

Vidigueira prestou tributo a Ary dos Santos no domingo José Fanha e Daniel Completo estiveram em Vidigueira para uma homenagem a Ary dos Santos, que escreveu algumas das letras mais emblemáticas da música portuguesa do século XX. Atuou também, para ajudar à festa, o grupo de cante da escola municipal de música. DR

A GNR anunciou que deteve um homem, de 62 anos, por suspeitas de violência doméstica e apreendeu uma arma e 15 munições na casa do suspeito, no concelho de Serpa. A detenção e a apreensão foram efetuadas pelo Núcleo de Investigação e de Apoio a Vítimas Específicas do Comando Territorial de Beja da GNR através de mandados de magistrados do Ministério Público. O homem foi presente a tribunal para primeiro interrogatório judicial e saiu em liberdade com obrigatoriedade de se afastar de imediato da casa da vítima dos seus alegados atos de violência doméstica e proibição de a contactar por qualquer meio.

Bruna Soares

Ninho de Empresas de Ferreira comemorou dois anos O Ninho de Empresas de Ferreira do Alentejo fez dois anos de vida. Uma data celebrada com a iniciativa Semana Aberta (entre 17 e 22) e que contemplou também o lançamento da segunda fase do projeto, já premiado, “Ferreira Empreende”. Eis a foto de família.

Diário do Alentejo 28 novembro 2014

03


Diário do Alentejo 28 novembro 2014

04

Tema de capa

O “Diário do Alentejo” acompanhou, passo a passo, a decisão da Unesco

Os dias do cante em Paris Paulo Barriga Texto José Serrano Fotos enviados especiais

Crónica de uma candidatura anunciada Paris, 26 de novembro 00.10 horas

H

oje é quarta-feira. E isso é um problema levado da breca. Não é que as quartas-feiras não sejam dias tão benignos e indispensáveis como todos os outros. Antes pelo contrário. Mas foi hoje, que é quarta-feira, que ficámos a saber que Portugal fica algures situado entre a Polónia e o Qatar. Um rasgo geográfico improvável que advém da organização do mundo por ordem alfabética. Uma simpatia da Unesco para com os seus estados membros, quando todos eles se juntam em Paris, debaixo do mesmo telhado. Zangas e amuos à parte. Não há nada de especial, e muito menos de reprovável, em ensanduichar Portugal entre a Polónia e o Qatar. O problema é que hoje é quarta-feira e para escrever a palavra Portugal começa-se com um “pê”, que é a décima sexta letra do abecedário, tomando como válida e necessária a existência do “capa” no nosso alfabeto. O que implica também que Portugal apenas será chamado a dizer de sua justiça perante o comité intergovernamental de salvaguarda do património cultural imaterial lá mais para diante. Exatamente na sua alfabética vez. Embora hoje seja quarta-feira.

A sorte, se é que sorte se lhe pode chamar, é que a Polónia, vizinha do lado esquerdo de Portugal na bancada geoestratégica da Unesco, não trouxe qualquer bem para inscrever na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade. Portugal, sim, trouxe o cante. Mas antes do cante soar em Paris temos que saber o que dizem os membros desta sessão, a nona, sobre as festividades da Virgem da Candelária de Puno, que acontecem no Peru. Ou sobre as expressões jocosas que se dizem tradicionalmente no Níger. Ou sobre os rituais em busca da chuva no Irão. Ou sobre a tradição da sauna de fumos na Estónia. Ou tão apenas sobre o reconhecimento da roda de capoeira do Brasil. E hoje é quarta-feira. Bem vistas as coisas ou bem-feitas as contas, antes do cante subir ao palco, os holofotes do comité da Unesco vão pender, primeiramente, sobre 34 bens culturais originários de todas as partidas do mundo (são 45 as nomeações, mas 10 vêm depois do cante ser anunciado, como é o caso da arte da sagacidade no Uzbequistão, e nessa altura já será rija a festa). E depois sim, o aguardado anúncio tão exaustivamente prognosticado desde finais de outubro, quando uma comissão internacional de peritos nestas matérias do imaterial se pronunciou favoravelmente acerca da mundividência dos cantares do Alentejo. O problema, bem se sabe, é que hoje é quarta-feira e talvez o expediente dos trabalhos desta sessão não seja rápido o suficiente para avaliar o cante durante o dia de hoje. O que acontecerá necessariamente amanhã. Mas hoje é que é quarta-feira. Mesmo. Nem terça, nem

quinta: quarta-feira. O dia em que as notícias, as fotografias, os desenhos e tudo o mais que está dentro das páginas deste jornal, inclusivamente esta crónica tão ansiosa como desnecessária, vão para dentro dos rolos da máquina impressora. É assim a vida aflita e alvoroçada do único “diário” do mundo que fecha a edição à quarta e sai à sexta-feira.

Longa se torna a espera 17.00 horas

P

ode não ser ainda hoje que o comité intergovernamental de salvaguarda do património cultural imaterial discuta e aprove, como tudo leva a crer, a candidatura do cante a Património da Humanidade. A coisa começou logo mal pela manhã, com a apreciação da proposta de inclusão na lista da Unesco de uma cerimónia ritual do oásis de Djanet, na Argélia. Mais de duas horas de acesa discussão alteraram a decisão inicial dos peritos internacionais que apontava para a exclusão. A sessão da tarde, que começou às 15 horas locais (14, em Portugal), voltou a atrasar-se com a avaliação da candidatura Chinesa, um festival de tochas da etnia Yi. Desde o almoço que apenas subiram à assembleia dois “bens” imateriais. Faltando ainda 21 propostas antes da portuguesa. Mas esta demora, que pode levar para

amanhã a decisão, não está a desanimar a comitiva nacional, que simbolicamente é representada pelo Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa. Aliás, os cantadores de Serpa têm animado, por várias vezes, os espaços comuns do edifício sede da Unesco. E encantado Paris. Por proposta do “Diário do Alentejo”, os cantores fizeram esta manhã uma breve atuação junto à Torre Eiffel, para delírio dos turistas e dos residentes. Caso a candidatura venha a ser aprovada ainda hoje, o rancho serpense subirá ao palco da Unesco para interpretar a moda original “Alentejo, Alentejo”. Mas a rigorosa planificação desta organização, que alinha a discussão das propostas por ordem alfabética dos países proponentes, faz transparecer que o cante não se fará ouvir ainda hoje pelo mundo fora, como referiu a delegada regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira. A sessão de trabalho diário encerra às 19 horas. Há 21 candidaturas pelo meio. Longa se pode tornar a espera. Notícias boas talvez só lá para amanhã, ao final da manhã.

De quem és tu? 18.00 horas

N

estas coisas do património imaterial costumam designar-se por “bens” as expressões culturais mais representativas dos povos do mundo. Mundializantes. É o caso do cante alentejano. Os cantares do Sul são um “bem” pa-


Diário do Alentejo 28 novembro 2014

05

trimonial, porque sobrevivem e se transformam a cada instante. Porque estão presentes na vida coletiva deste povo. Porque aceitam a mudança e as transformações, não desvirtuando nunca a sua génese, a sua matriz, o seu legado geracional. Mas porque são um “bem”, os cantares têm um detentor legítimo, os grupos corais. Por isso mesmo se arranjou forma de trazer a Paris um rancho de cantadores, o Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa. Afinal, o cante está em festa. E a Unesco reconhece nesta maneira de cantar o valor patrimonial que nós sempre lhe identificámos. O que é justo. Justo é precisamente a designação inversa do tratamento que os grupos corais ainda vão tendo no País e, mais vergonhosamente, no estrangeiro. Os cantadores de Serpa estão em Paris para subir ao palanque grande da Unesco. Mas vieram de autocarro desde a margem esquerda do Guadiana. Os cantadores de Serpa estão na Cidade Luz, mas apenas viram a luz da cidade pelas janelas foscas da camioneta. Os cantadores de Serpa são as estrelas da companhia, mas não têm dignidade para serem convidados para a receção que o senhor embaixador dá hoje em sua casa, precisamente a propósito do cante poder vir a ser inscrito na lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade. Os cantadores de Serpa dormem num pardieiro a mais de uma hora de Paris, enquanto os convidados do senhor PUB

embaixador pernoitem nos hotéis de várias estrelas das zonas “bien” da cidade.

Agora sim, já está! Paris, 27 de novembro 11.17 horas

E

ram precisamente 11 horas e 17 minutos em Paris (menos uma em Portugal) quando o presidente da nona sessão do comité intergovernamental de salvaguarda do património cultural imaterial da Unesco bateu com o martelo na mesa. O cante alentejano já está inscrito na lista patrimonial da Humanidade. A grande verdade é que, excetuando a referência horária, o parágrafo atrás já estava escrito antes do anúncio. Por precaução. Já imaginava que me faltariam as palavras para descrever o que hoje se passou na sala grande da Unesco, em Paris. E elas ainda me faltam, tal a emoção, a desordem, a comoção que ainda agora me assalta. Para tanto, bastou apenas uma palavrinha, “adotado”. Foi adotado o projeto de decisão 9.COM 10.35. Aquele que mostrou ao mundo a grandeza, a beleza, a perenidade do cante alentejano. Aquele jeito de cantar que o mundo inteiro aplaudiu de pé na sala das nações da Unesco.

E depois, as palavras. Primeiro as do presidente da sessão, “uma candidatura exemplar”. Depois da embaixatriz do Brasil em Paris, que se associou com “alegria e emoção” ao reconhecimento dos cantares alentejanos. E, por fim, as do embaixador Morais Cabral que, em nome da comitiva portuguesa, agradeceu a inscrição do cante da lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade, ressalvando a importância deste ato para a salvaguarda da mais emblemática e representativa expressão cultural do Alentejo. Mas o melhor ainda estava para vir. De repente, sobre o palco da Unesco, uma voz começa a levantar-se sozinha, a de Carlos Arruda, logo acudida pelas restantes 20 vozes do Grupo Coral e Etnográfico de Serpa. E como é que hei de contar a beleza deste momento histórico sem me comover novamente? À minha frente, dentro de uma grande nave-anfiteatro, está o mundo inteiro, pasmado, a escutar os 21 homens que vieram de Serpa cantar a moda “Alentejo, Alentejo”. A canção é poderosa, já o sabemos, mas nesta circunstância particular parece que é arrancada bem lá das entranhas da terra. Como se fosse um abalo, um terramoto de harmonia. De perfeição. Poderoso. Obra do divino. Escrevo estas palavras, à pressa, o tempo joga contra nós, junto aos camaradas da Antena 1 e da TSF. Estou com eles metido dentro de um aquário de vidro com vista para a sala. Tenho-os escutado, aos radialistas, ao longo destes dias, a tentar descrever a grandeza do espaço onde decorre até

sexta-feira esta sessão. Grandioso. Imponente. Majestoso. Adjetivos, todos eles, que se tornam insuficientemente pequenos para narrar, com o rigor que o momento exige, a atuação do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, em homenagem ao mundo inteiro. Principalmente agora que as suas modas, que todas as modas, que todos os cantadores do Alentejo, dentro e fora dele, são Património da Humanidade. Não tarda estamos todos de regresso ao Alentejo, à pátria do cante, onde imagino que a emoção tenha sido tão igualmente vigorosa, quanto aquela que aqui nos estremeceu. Nunca, em toda a minha vida, tinha visto tanto “homem feito” com as lágrimas a correrem-lhes pelas faces, atacados pela felicidade, como hoje vi em Paris. E como, por certo, terá acontecido com todos os amigos do cante. Por esses campos fora. Por esse mundo fora. Nota da direção do “DA” Para podermos incluir o anúncio do cante a Património Cultural Imaterial da Humanidade nesta edição, o jornal teve de adiar o seu fecho para quinta-feira, tendo por isso sido impresso mais tarde do que o habitual, o que provocou um atraso na sua chegada aos assinantes. Por o motivo ser de especial interesse para o País, para a região e para todos os alentejanos solicitamos assim a vossa melhor compreensão.


Diário do Alentejo 28 novembro 2014

06

O ponto lançou a estrofe e o alto iniciou a moda. O que é o mesmo que dizer a Confraria do Cante Alentejano, a associação MODA e a Casa do Alentejo, com o patrocínio da Câmara Municipal de Serpa e da Turismo do Alentejo. Foi em maio de 2011, por sugestão do então presidente da Comissão Nacional da Unesco. O coro entrou depois, como manda a praxe, mais ou menos retumbante, mais ou menos decidido, reunindo grupos corais, associações e autarquias. O “Diário do Alentejo” foi às suas páginas recordar três anos e meio de construção de uma candidatura. Texto Carla Ferreira Foto Susa Monteiro

Cante, Património Cultural da Humanidade

Crónica de um reconhecimento anunciado

O

cante já é, sempre foi, de cada alentejano. Dos que por cá permanecem e o revivem em cada festa de família, petisco entre amigos ou celebração coletiva. Dos que tiveram que se ausentar e o cantam como quem se recusa a cortar o cordão umbilical, num amor redobrado à terra mãe, feito também de saudade. Mas hoje o cante é também do mundo, universal. Tão cosmopolita como o também nosso fado, o vizinho flamenco ou os transatlânticos tango e samba, não menos nossos parentes, expressões musicais que já reconhecíamos como representações do pulsar dos respetivos povos e que a Unesco selou como peças deste imenso puzzle que é a alma humana, vertida em cultura. O cante é uma delas, agora também oficialmente. Chegar aqui não era assim tão óbvio nem se adivinhava

PUB

fácil, porque é de toda uma região que falamos, a maior do País, e de um “bem” ao qual estão associados cerca de 150 grupos corais, sem esquecer as respetivas associações e autarquias. Mas a dada altura alguém deu o primeiro passo e o percurso tornou-se irreversível. Embora com altos e baixos, como o próprio cante. Recuemos a maio de 2011, porque é aí que a intenção, esboçada aqui e ali, ganha finalmente a forma de candidatura. São três os promotores: Confraria do Cante Alentejano, associação MODA e Casa do Alentejo, sob patrocínio da Câmara Municipal de Serpa e Turismo do Alentejo. A sugestão, diz a história recente, terá partido do então presidente da Comissão Nacional da Unesco, embaixador Andresen Guimarães, não sendo a isto alheio um projeto anterior, e que nunca chegou a avançar, de seu nome

“Serpa Cidade Criativa”, visando a integração da Cidade Branca na Rede das Cidades Criativas da Unesco, em torno da temática musical e do cante em particular. Estava lançado o mote. Foram constituídas uma comissão executiva, onde se reuniram os promotores, e uma comissão científica, que granjeou uma dezena de académicos de renome, entre eles Rui Vieira Nery e Salwa Castelo-Branco, musicólogos que haviam coordenado o processo de candidatura do fado a Património Cultural Imaterial da Humanidade. Juntaram-se, entretanto, também à equipa o cineasta Sérgio Tréfaut e o fotógrafo Augusto Brázio, ambos com provas dadas nos respetivos mesteres, e ao longo de quase um ano deu-se por concluída a tarefa: preencheu-se o formulário de candidatura do cante a Património Imaterial

da Humanidade da Unesco e prepararam-se os documentos adicionais, entre fotografias, filmes e declarações de apoio, material que veio complementar o trabalho de campo anteriormente realizado. Recorde-se que a candidatura contou, ao mais alto nível, com os apoios formais do Presidente da República, da Presidente da Assembleia da República, do primeiro-ministro, dos bispos do Porto e de Beja, do presidente da Fundação Calouste Gulbenkian e do presidente do Grupo Nabeiro, entre outros. Por cá, no entanto, e praticamente nas vésperas da entrega do documento em Paris, na sede da Unesco, a 30 de março de 2012, ainda as vozes cantavam desafinadas. Com João Rocha, então presidente da Câmara de Serpa, a garantir o apoio, de “forma calorosa” da “maior parte dos grupos corais”, e da generalidade dos municípios, à

exceção de “dois ou três” e, nomeadamente os executivos de Beja e Cuba a apontar o dedo à data da entrega, considerada precoce, e à forma como a candidatura estava a ser organizada, deixando de fora alguns intervenientes, entre grupos corais e autarquias. “O que falhou foi o envolver de outras entidades, com a Câmara de Serpa a querer aparecer isolada como a promotora da candidatura”, chegou a afirmar ao “Diário do Alentejo” Jorge Pulido Valente, então presidente do município da capital de distrito. Paralelamente, também a própria comissão científica se desmoronava. Rui Vieira Nery deixa a presidência e a colega Salwa Castelo-Branco recusa-se a substitui-lo no cargo, alegando, também ela, a necessidade de um maior envolvimento dos praticantes do cante. Tudo isto, associado ao mau “timing diplomático” – no ano


João Proença Presidente da Casa do Alentejo

O cante alentejano e a Casa do Alentejo em que também se propunha a candidatura da dieta mediterrânica, entretanto já classificada pela Unesco – fez abortar o processo, logo em Portugal. O dossiê foi entregue em mãos ao embaixador António de Almeida Ribeiro, da Comissão Nacional da Unesco, e à chefe de gabinete do então ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, mas a decisão estava tomada e a opção governamental era a do adiamento da entrega para 2013. “Para que o cante seja aprovado e que não seja apenas candidato”, como chegou a referir um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. No sucesso, como na frustração, canta-se. É assim, sabemo-lo todos, que um alentejano lida com os imprevistos da vida. E foi assim que se fez ouvir o protesto regional, frente à sede da tutela – com cerca de cinco centenas de cantadores de vários ranchos corais a entoar a mesma moda. Mas a convicção numa candidatura de “qualidade inquestionável” e “tecnicamente inatacável” manteve-se, anunciando a comissão executiva, num comunicado enviado logo depois, que “agora e mais do que nunca é necessário demonstrar a força do cante alentejano”, dando “continuidade” ao trabalho já realizado, num processo que tem que “continuar a ser feito por todos – grupos, autarquias, instituições e pessoas singulares – porque o que nos deve unir é um objetivo comum: a salvaguarda do cante alentejano”. Estávamos em abril, mas 2012 reservaria ainda duas boas notícias, capazes de reacender os ânimos mais murchos. Nos finais do mês de julho, num fim de semana a pedir praia, o embaixador António de Almeida Ribeiro fez questão de descer à cidade de Serpa para assistir à inauguração da Casa do Cante, que considerou “um passo fundamental” no processo da candidatura do cante a Património Cultural Imaterial da Humanidade. Uma presença considerada simbólica, esta do embaixador da Unesco em Portugal, que na altura deixou bem claro o seu apoio à pretensão alentejana, um projeto que “sendo tão caro aos alentejanos”, não deixa de ser um “projeto de Portugal”, disse. Já mais perto do final do ano, PUB

Em abril de 2013, o dossiê dá formalmente entrada na secretaria da Unesco, em Paris, e é aceite. Segue-se mais de um ano e meio de vários melhoramentos e revisões no dossiê inicial, incluindo um “conjunto significativo de declarações individuais dos grupos corais”. quase a chegar a dezembro, o mero apoio da Comissão Nacional da Unesco transformou-se em compromisso. A candidatura do cante alentejano “está em preparação para ser entregue na Unesco no início de 2013”, revelou o diplomata num colóquio internacional em Lisboa, sublinhando que o organismo que dirige “dá mais importância à exigência de qualidade das candidaturas, do que à quantidade”. Uma garantia que surgia justamente um ano depois da aprovação da candidatura do fado a Património Cultural Imaterial da Humanidade, havendo por isso “uma responsabilidade acrescida para apresentar candidaturas coerentes, bem estruturadas e fundamentadas”, avisou. Em janeiro de 2013, ficamos a saber que a Casa do Cante, equipamento da Câmara de Serpa, “chamou a si” o projeto “na sua fase final”. Quem o diz é Paulo Lima, antropólogo que acabava de assumir a direção do espaço e que, em entrevista ao “Diário do Alentejo”, descrevia os termos precisos do “bem” a classificar: “um movimento coral popular que surge no Alentejo, no princípio do século XX, na vila de Serpa, que é autónomo em

si e que faz parte de um movimento maior, que é o movimento orfeónico popular”. Nos primeiros dias de abril do mesmo ano, o dossiê dá formalmente entrada na secretaria da Unesco, em Paris, e é aceite, passando a estar oficialmente na corrida, em representação de Portugal numa lista de bens patrimoniais de todo o mundo. Segue-se mais de um ano e meio de vários melhoramentos e revisões no dossiê inicial, por indicação dos próprios avaliadores, incluindo um “conjunto significativo de declarações individuais dos grupos corais”, chegou a revelar Paulo Lima, que chamava também a atenção para a visibilidade do cante entretanto ganha em todo o processo, como nunca se havia visto até então. “O cante alentejano está no palco”, comentou. E está, e tem estado. Basta evocar, de memória, o crescente interesse das camadas mais jovens na tradição musical da região, que se tem materializado em novos grupos corais, por exemplo, ou a forma como tem sido acolhido, pelo público e pela crítica, o documentário “Alentejo, Alentejo”, de Sérgio Tréfaut, gerado precisamente no âmbito desta candidatura. O cante, de Pias a Cuba, passando por Serpa e por Aljustrel, desfilou no último mês de setembro pelos locais mais nobres e também pelos mais castiços da capital do País, que é hoje um case study em matéria de interesse turístico. O “cante conquistou Lisboa” e isto a propósito da estreia nacional deste documentário, que foi considerado o Melhor Filme Português pelo júri do Festival IndieLisboa 2014 e que, recentemente, foi também premiado num certame internacional na Colômbia. O resto é o que hoje se sabe e o que uma pré-avaliação de um grupo de peritos internacionais, conhecida ainda em outubro e que considerou a candidatura “exemplar”, fazia prever. O cante já é, sempre foi, de cada alentejano. Nos momentos de alegria e de agrura, de recato familiar e de convívio gregário, com vista para a planície ou com o que dela resta nas memórias de infância. Mas hoje ele é também do mundo. E o mundo está hoje, indiscutivelmente, mais rico.

A

Casa do Alentejo integrou, desde o início, a comissão executiva da candidatura do cante alentejano a Património Imaterial da Humanidade. Os estatutos da nossa associação regionalista, fundada em 10 de junho de 1923, definiram objetivos como: promover o desenvolvimento intelectual, moral e material do Alentejo, influenciando os poderes públicos para que se alcancem tais melhorias e também intervir e manter vivas as tradições culturais da região de origem. O apoio e divulgação do cante alentejano foi, desde logo, uma das preocupações anunciadas pelos dirigentes. Em 1926, foi organizado o primeiro orfeão constituído pelos sócios do Grémio. Mas o cante alentejano mais popular e cantado pelos grupos mais ou menos numerosos não foi ignorado. Em maio de 1952, a Casa do Alentejo promoveu um festival de cantares alentejanos no Pavilhão dos Desportos, festival que conseguiu reunir, com grande êxito, 10 ranchos corais vindos do Alentejo. Este pequeno apontamento histórico revela bem a essência do cante, raiz da identidade de ser alentejano, vozes em sincronia que se tornam de todos e formam um património coletivo. A diáspora trouxe consigo essa paixão e a condição dessa pertença alentejana, revelada nos cantos polifónicos interpretados por dezenas de grupos corais, que surgiram na periferia de Lisboa. A Casa do Alentejo continua a ser a associação regionalista que representa em Lisboa o Alentejo e, como orgulhosamente dizemos, é a “embaixada” do Alentejo na capital, “embaixada” conhecida como um lugar com história, cultura e património onde ecoa o cante alentejano. A nossa agremiação tem sido o local privilegiado para as ações de divulgação da candidatura. No passado mês de setembro, a Rota do Cante partiu da Casa do Alentejo e andou por ruas, bairros, praças, restaurantes, monumentos, igrejas, castelos… Foi bonito e emocionante! Lisboa recebeu com carinho os nossos grupos corais alentejanos. Os turistas paravam e emocionavam-se com as vozes poderosas, íntegras, que lhes transmitiam mensagens fortes. O filme “Alentejo, Alentejo”, do realizador Sérgio Tréfaut, projetado num dos salões da nossa casa e visto pelos grupos corais da periferia de Lisboa, foi um dos momentos ímpares. Aí a diáspora criou um clima quente, rubro de emoção, de saudade e de muito orgulho pelo Alentejo, o nosso Alentejo, que não esquecemos. Obrigada, Sérgio Tréfaut. A Unesco aprovou e classificou já como património o fado. No último dia 27, classificou o nosso cante como Património Imaterial da Humanidade. Esta decisão/aprovação mostrará ao Mundo, a Portugal e, particularmente, ao Alentejo, o reconhecimento da identidade e da cultura alentejana. Será com orgulho e alegria que iremos comemorar e partilhar. A direção da Casa do Alentejo sugeriu aos municípios e às freguesias da Área Metropolitana de Lisboa que procurem reunir os grupos corais para que desfilem pelas ruas e praças, partilhando o nosso cante com toda a população. Desta forma, estaremos a transmitir e a espalhar a força e a dignidade do nosso Alentejo.

Diário do Alentejo 28 novembro 2014

07


Diário do Alentejo 28 novembro 2014

08

PUB

Paulo Lima Diretor da Casa do Cante de Serpa

Reajo com prof u nd a a le g r i a . Pessoalmente encerram-se 15 anos de teimosia e de trabalho com várias pessoas e instituições. Enquanto coordenador do dossiê do pedido de inscrição na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade reconhecido pela Unesco é um final muito feliz. Enquanto diretor da Casa do Cante, equipamento da Câmara Municipal de Serpa, promotora solitária desta candidatura iniciada em janeiro de 2013, prova-se a capacidade de uma pequena equipa, preparada para outros desafios, em particular para gerir o Plano de Salvaguarda do Cante. Para quem canta, para o cante e para o Alentejo, é uma monstruosa promoção. Nunca o cante teve esta oportunidade. Doravante, enquanto Património da Humanidade, as portas abrem-se, ou, como “diz” uma nova moda de Natal, “Abram-se lá essas portas…” que o cante vai entrar por esses portais do Mundo adentro. Agora tudo está em aberto. Espero que a legítima gente do cante se assuma, dela beneficie e dela faça o que entenda, porque é dos homens e das mulheres do cante. Foi em sua homenagem que Tomé Pires, eu e Salwa Castelo-Branco trabalhámos ao longo dos últimos 21 meses. Foi uma honra poder trabalhar neste processo. Viva quem canta o cante, viva o cante, viva Portugal!

Francisco Torrão Presidente da Confraria do Cante

O reconhecimento do cante por parte da Unesco não deixa de orgulhar o povo alentejano, que ao longo de largas dezenas de anos sempre pugnou, contra ventos e marés... Esta forma de expressão cultural foi objeto de estudo, desde o século XIX, sem nenhum dos vários musicólogos e etnomusicólogos ter chegado à conclusão de como surgiu. As diversas publicações sobre a matéria são inconclusivas até hoje, significando que irão continuar, cada vez com mais insistência, dada a importância conferida por tão relevante entidade a nível mundial! Nada ficará como dantes, a curiosidade a nível científico surtirá os seus efeitos, com reflexos na melhoria das estruturas de

suporte à sustentabilidade do cante, motivando os agentes, culturais e económicos, e a sociedade no seu todo! O futuro do cante está garantido, basta verificar o entusiasmo da juventude! Formam-se grupos espontaneamente, bastará dar-lhes o devido apoio, sob ponto de vista técnico e organizacional. Quanto aos grupos “tradicionais”, o rejuvenescimento é fundamental – integremos cada vez mais jovens que manifestem disponibilidade, garantindo uma presença contínua (ensaios...). O futuro é bastante risonho! Portugal está de parabéns!

José Francisco Colaço Guerreiro Dinamizador cultural

O reconhecimento pela Unesco da valia para a humanidade, da qualidade e da substância cultural do cante alentejano, é um motivo de grande regozijo para quantos, localmente, já lhe atribuíam um papel de relevo na nossa matriz identitária. Entendemos, porém, que durante o período de organização do processo, e até agora, tem sido desperdiçada uma oportunidade de mobilização dos agentes do cante e do estabelecimento de compromissos e redes de parcerias, aptas a funcionar no tempo que agora se segue. Sem essa comunhão de vontades que dirija as sinergias existentes e as potencialize, o cante permanecerá no estado em que tem vivido, entregue a si mesmo, tropeçando a cada dia nas suas fragilidades, sem futuro e sem esperança acrescida só pelo facto de ser património de toda a humanidade. O galardão vai focar momentaneamente as atenções sobre o cante, mas isso, só por si, não vai implicar benefícios reais para a grande maioria dos seus intérpretes, que são os grupos corais, se não se provocar uma mudança de atitude localmente, consubstanciada num novo modelo organizativo e integrador dos intérpretes da moda. Entendíamos que, antes de o cante ser considerado e reconhecido ao nível planetário, devia tê-lo sido primeiro pelos alentejanos, como património seu, daí resultando benefícios para aquela prática cultural, nomeadamente quanto ao empenho institucionalmente manifestado. É óbvio que, da classificação pela Unesco ora obtida, decorrerão obrigatoriamente alguns compromissos a assumir, mas nem sabemos por quem, já que os municípios foram afastados do processo que conduziu à entrega

da candidatura e a entidade promotora não poderá só por si financiar e assegurar a execução do plano de salvaguarda decorrente do êxito da proposta. Inclusivamente, do ponto de vista estrutural, intriga-nos qual será a sequência deste projeto na medida em que há vários meses foram unilateralmente declaradas dissolvidas as comissões executiva e científica da candidatura, criando-se um vazio estranho em torno da mesma, ficando todo o processo centralizado na Casa do Cante de Serpa. Ora, quando praticamente está tudo para fazer, tendo em vista a desejável dignificação e promoção do cante alentejano, estamos expectantes relativamente à dinâmica que foi gizada e vai ser implementada pela promotora. Certo é que se os grupos continuarem como até agora, entregues à sua sorte, há de sobrar classificação, pois não terá qualquer proveito para a salvaguarda do cante. Aliás, se for perguntado aos grupos corais o que este processo já alterou na sua vida ou contribuiu para minorar as suas dificuldades, com exceção de meia dúzia, todos dirão que não sentiram mudança nenhuma e que ignoram se alguma diferença algum dia sentirão. Tratou-se do cante como uma realidade abstrata, algo etéreo e magnífico que ainda se ouve no Alentejo, mas que não é gerado pela força e alma humana, não sendo os seus atuais protagonistas, quase em absoluto, os grupos corais. Acho mesmo que intencionalmente se ignorou esta realidade, difícil de gerir e de trabalhar.

Tomé Pires Presidente da Câmara Municipal de Serpa

Como é natural, estou - e falo também em nome do município de Serpa – muito orgulhoso com este reconhecimento. Trata-se do reconhecimento do cante alentejano a nível mundial e isso é muito gratificante e muito importante para nós, alentejanos, e para o País. Até porque o cante em todo este processo já ganhou muito, ultrapassou barreiras e alargou fronteiras, rejuvenesceu-se, ganhou novas dinâmicas e já começou a agregar projetos criativos ligados ao património e à cultura. É o reforço da nossa identidade e isso é um ganho imensurável. Temos um sentimento grande de felicidade e de orgulho, pelo que conseguimos fazer


09 Diário do Alentejo 28 novembro 2014

Gabriela Canavilhas Ex-ministra da Cultura, pianista, deputada do PS

O cante alentejano a Património Imaterial de Humanidade

N

e por termos conseguimos chegar até aqui, a este ponto alto, das nossas modas e do nosso Alentejo. Este reconhecimento abre novas portas e tudo vai passar pela dinâmica dos grupos, dos cantadores e das entidades e associações que têm responsabilidade no que respeita ao desenvolvimento deste território. Temos todos, agora, responsabilidades acrescidas, na divulgação, preservação e salvaguarda do cante alentejano. Por isso, a partir daqui é pôr as “mãos à obra” e continuar a trabalhar pelo cante, com o cante e pelo desenvolvimento da nossa região. O mundo olha para nós.

António Ferraz da Conceição

os próximos dias vamos acompanhar com ansiedade e emoção a votação da candidatura portuguesa do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade, que irá decorrer na sede da Unesco em Paris. Para Portugal, esta candidatura é a primeira, entre as várias já apresentadas anteriormente, cujo perfil se enquadra num recorte “regionalista”, ou, se quisermos, cuja essência emana culturalmente de uma região específica do nosso país e a representa, enquanto ícone etnomusicológico. Mas o mais interessante deste nosso cante alentejano – vozes polifónicas à capela, afinadas em intervalos por vezes duros e quase dissonantes, outras vezes tão doces como os figos de verão – sendo um género musical de grande pureza, na verdade transporta consigo muitos séculos de uma herança genética mediterrânica que tem ressonâncias em outras partes do sul da Europa, como na Córsega, na Itália, Sardenha, Turquia e Magrebe. Apesar disso apurou nele, e nessa herança, o sentir e a alma de um povo – os alentejanos, tornando-se em algo de verdadeiramente único no mundo. A importância da sua classificação pela Unesco advém sobretudo do acrescento de responsabilidade que dela decorre: responsabilidade para as instituições públicas nacionais e regionais que ficam obrigadas a zelar pela salvaguarda do cante alentejano, pela sua preservação e divulgação; e responsabilidade para quem o pratica, não o desvirtuando e cuidando de o transmitir condignamente para a geração seguinte. É acima de tudo uma consciencialização coletiva que dignifica o cante e responsabiliza quem o pratica. O património cultural e artístico – material ou imaterial – não é nosso, não é de ninguém em particular. Num determinado tempo histórico, calha-nos apenas ser os seus cuidadores temporários. A esta geração, em 2014, coube a responsabilidade de dotar o cante alentejano de todos os instrumentos legais e institucionais para o tornar Património do Mundo! Que assim seja e que o mundo conheça um pouco da alma do Alentejo através desta sua música extraordinária, cantada por gente extraordinária, resiliente, sensível e sábia. E que, através desta classificação, muitas futuras gerações saibam dar continuidade a esta emocionante tradição, com a mesma autenticidade matricial centenária com que conquistou a atenção da Unesco.

competentes, como o poder autárquico, o turismo, a escola, associações para o desenvolvimento local e regional, empresas e sociedade civil, ajam em conformidade, isto é, entendam de uma vez por todas o significado e as potencialidades do cante para o desenvolvimento cultural e económico da nossa região e, nessa medida, a curto prazo, desenvolvam um plano estratégico de ação integrado e sustentável em estreita colaboração com os agentes do cante para viabilizar o futuro do cante alentejano e da nossa região.

Rui Vieira Nery Musicólogo, responsável pela candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade

Presidente da Cortiçol

É, de facto, uma grande notícia para o Alentejo e para todos os alentejanos, sejam eles conhecedores e apreciadores do nosso cante ou não. Este é um momento único, sobretudo porque esta distinção não se restringe apenas à tradição do cante alentejano: é igualmente o reconhecimento de toda a cultura de um povo e o elogio de uma forma de ser e estar ao longo dos tempos. A perspetiva com que até agora era encarada o cante alentejano dificilmente será a mesma depois da distinção atribuída pela Unesco. Sendo considerado Património Imaterial da Humanidade, o nosso cante terá uma visibilidade - sobretudo mediática - que poucas vezes teve, o que lhe permitirá ganhar um novo impulso. Com isso será também possível chegar às novas gerações. E é aí que reside o grande desafio: manter viva a tradição do cante alentejano entre os mais novos, fazendo-os sentir que cantar à alentejana não é uma coisa apenas dos seus avós e bisavós!

João Rocha Presidente da Câmara de Beja

Reajo com muita satisfação, até porque estive no início desse processo, quando surgiu o desafio do embaixador Fernando Andresen Guimarães ao município de Serpa, para esta candidatura,

em 2011. Na altura, a Câmara Municipal de Serpa avançou com o processo, foram feitas muitas ações e reuniões, conseguimos a adesão da maior parte dos grupos corais e da maioria dos municípios com grupos de cante, de muitas instituições e entidades, bem como de muitas personalidades que apoiaram. E é, em primeiro lugar, para os grupos de cante alentejano que quero deixar os maiores elogios, porque são eles os verdadeiros detentores do cante. Para eles, que conseguiram preservar o cante e fazer a sua divulgação, os maiores parabéns. Em segundo lugar, deixo uma palavra para o município de Serpa que, sempre na coordenação deste processo, conseguiu que este momento fosse possível, e a todos os que colaboraram e contribuíram para que o cante seja Património da Humanidade. Todo o trabalho feito até aqui permite-nos encarar o futuro do cante com otimismo, até porque nos últimos tempos temos vindo a assistir a uma grande motivação por parte dos cantadores, o trabalho feito com as escolas do 1.º ciclo está também a dar frutos, estão a surgir novos grupos de cante, sobretudo constituídos por gente muito nova, criam-se dinâmicas muito interessantes em volta do cante. Trata-se do enriquecimento cultural desta região e é mais um contributo para o desenvolvimento sustentado que queremos construir. Mas este reconhecimento é também uma maior responsabilidade para os cantadores e para todos nós, que temos de ser capazes de continuar este trabalho. Até porque “O Alentejo canta, logo resiste”, segundo as palavras de Sérgio Tréfaut.

José Barros Músico e tocador de viola campaniça (Quatro ao Sul e Navegante)

O cante alentejano nunca esteve tão vivo como está hoje. A grande curiosidade é tentar perceber por que é que, em apenas 10 anos, o estigma do cante estar a definhar e a caminhar para um fim felizmente não se confirmou. Há seis anos atrás, por iniciativa do Inatel, estive em contacto direto com um ensaio-espetáculo de vários grupos corais alentejanos, não em conjunto mas individualmente, na sala de cada um que me foi pedido apreciar, para elaborar depois um parecer musical sobre os grupos visitados: assim foi em Pias, Alvito, Serpa, Ferreira do Alentejo, Peroguarda, Castro, etc. O facto mais evidente que referi foi a idade média avançada de cada grupo visitado; não havia jovens. Mas alguns factos são aqui chamados para compreender o que está na base desta rápida alteração, este fator da idade (havia grupos em que o elemento mais “jovem” tinha mais de 60 anos...). E hoje, além de grupos corais só com adolescentes (até há cinco anos não existiam), alguns dos grandes grupos corais da história do cante contam finalmente com a presença de jovens, alguns de muito valor (por exemplo, na região campaniça de Castro Verde/ Odemira/Ourique) que estão a levar o cante e a motivação dos grupos a uma dimensão que possivelmente o cante alentejano nunca terá tido em

toda a região do Alentejo. A viola campaniça tem também aqui uma fundamental importância para este movimento no cante alentejano. Os jovens que começam pela viola campaniça rapidamente percebem que o cante é fundamental para entender toda a riqueza da sua viola. Hoje, segunda feira, dia 24, e a dias de se saber se o cante alentejano é ou não Património Imaterial da Humanidade da Unesco, sabemos todos nós, que gostamos do cante alentejano: este património cultural português já tem o prémio merecido, a atenção e a participação dos jovens alentejanos.

Paulo Ribeiro Músico

É com imensa alegria que reajo a este reconhecimento, uma distinção que valoriza a nossa cultura e identidade enquanto povo, na medida em que o cante alentejano é seguramente uma das expressões mais representativas e, atrevo-me a dizer, mais consistentes dessa mesma identidade, apesar dos múltiplos obstáculos que tem encontrado pelo caminho. Por outro lado, é um justo prémio e incentivo adicional para os milhares de cantadores, homens e mulheres que ao longo de décadas, formal ou informalmente, no Alentejo e na diáspora, têm mantido acesa esta nossa tradição. Pessoalmente espero, e desejo sinceramente, que depois de celebrarmos esta “boa nova”, as entidades

Estou muito entusiasmado com a classificação do cante como Património I m at e r i a l d a Humanidade pela Unesco. Foi um processo acidentado. Foi necessário parar e refazer a candidatura, mas, apesar de não ter começado bem, a equipa responsável pela elaboração do projeto, nomeadamente o Paulo Lima e a Salwa Castelo Branco, fizeram um ótimo trabalho. Para o futuro é de esperar, tal como aconteceu com o fado, uma enorme visibilidade internacional, mas também uma enorme responsabilidade, quer para o Governo, quer para as autarquias da região, na preservação e divulgação desta nossa memória cultural. Os portugueses, e os alentejanos em particular, estão de parabéns.

Janita Salomé Músico

Apesar da dificuldade de, em certa altura, chegar aos jovens, o cante nunca esteve em perigo. Mas agora a situação é completamente diferente, com uma grande mobilização de gente nova, e a cantar bem. Esta distinção da Unesco deixounos com a criança nos braços, e agora temos de enriquecer e universalizar o cante. Mas atenção: estamos a falar do Alentejo no seu todo, e não só as terras do cante. Há que não ceder à tentação de estreitar as inciativas.


Diário do Alentejo 28 novembro 2014

10

“Cante de Amor” para recolher fundos para a Caritas de Beja

Atual

A Esdmi Solidária, da Escola Secundária C/ 3.º ciclo D. Manuel I de Beja, promove, no dia 4, pelas 21 horas, no auditório do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), o espetáculo de solidariedade “Cante de Amor”, cuja receita e recolha de alimentos reverterá a favor da Caritas Diocesana de Beja. Na iniciativa participarão o Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, Os Ceifeiros de Cuba, Os Ganhões de Castro Verde, os Alentejanos, Paulo Colaço e Mafalda Vasques. Os bilhetes, de dois euros, encontram-se à venda na Escola Secundária D. Manuel I.

Beja atribui mais de 178 mil euros a movimento associativo No âmbito do Programa de Apoio ao Movimento Associativo Desportivo (BejaPramap 2014), segundo a Câmara Municipal de Beja, vão ser atribuídos 119 986 00 euros. Este montante, de acordo com a autarquia, é “17,3 por cento superior ao atribuído em 2013”. A atividade regular do movimento associativo

PUB

da cultura e juventude será apoiada com “51 230 00 euros”. “De referir ainda que, dos cerca de 170 mil euros atribuídos, foram já adiantados 60 mil euros para o desporto e 10 mil euros para a cultura e juventude”. A Câmara Municipal de Beja atribui ainda subsídios de 7150 euros a instituições particulares de solidariedade social do concelho.

Transferência do Hospital de São Paulo

Deputados do PS e PCP questionam ministério da Saúde Os deputados do PS e PCP eleitos por Beja exigem tomar conhecimento do texto do protocolo estabelecido entre a Misericórdia de Serpa e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, para a transferência do Hospital de São Paulo.

P

ara os deputados da oposição eleitos por Beja existem muitas questões ainda por esclarecer no caso da transferência do Hospital de São Paulo, em Serpa, da esfera pública para uma instituição particular. Luís Pita Ameixa (PS), no requerimento apresentado à presidente da Assembleia da República, critica o Ministério da Saúde pelo facto de não ter “havido um processo de diálogo com os trabalhadores, no sentido de os informar da evolução que poderá sofre a sua situação laboral”. Também João Ramos (PCP), nas perguntas formuladas, centra as suas preocupações no futuro dos trabalhadores daquela unidade de

Pita Ameixa

João Ramos

saúde, nomeadamente no que se refere às transferências, cumprimento dos direitos laborais e ao perigo de despedimentos. O deputado comunista lembra que “um dos pontos de divergência entre a ARS do Alentejo e a Santa Casa da Misericórdia se prendia com a transferência de trabalhadores”, tendo-se mesmo chegado a mencionar que “no caso dos 20 enfermeiros existentes, apenas 10 ficariam na unidade”. Mas as questões apresentadas são

mais abrangentes, e Pita Ameixa pretende que o Ministério da Saúde assegure que “a qualidade e prontidão dos serviços de atendimento” vão ser prejudicados e recorda que uma unidade de saúde deste tipo também “deve garantir que o investimento técnico e científico” não são descurados. O deputado socialista, para além do protocolo de cooperação, pretende ainda ter acesso ao estudo económico-financeiro em que esse documento se baseou. AF

Estudo de impacte ambiental

Expansão do terminal de contentores de Sines

O

estudo de impacte ambiental da terceira e quarta fases do projeto de expansão do terminal de contentores do porto de Sines, encontra-se em consulta pública até ao dia 15 de dezembro. A avaliação diz respeito à ampliação do cais do Terminal XXI, que, na terceira fase, fica com capacidade para movimentar anualmente 2,3 milhões de TEU (unidade equivalente a um contentor de 20 pés) e, na quarta fase, aumenta para três milhões de TEU, é indicado no resumo não técnico, a que a Lusa teve acesso. A ampliação do cais implica ainda a extensão do terrapleno e do respetivo molhe de proteção, pode

ler-se no mesmo documento. Atualmente, estão em curso as obras de alargamento do cais de 730 para 940 metros, previstas na segunda fase de expansão, que deixam o porto alentejano com uma capacidade de movimentação de 1,3 milhões de TEU anuais. O investimento respeitante à terceira fase do projeto tem sido negociado, nos últimos meses, entre a PSA Sines, empresa concessionária do Terminal XXI, a Administração dos Portos de Sines e do Algarve e o Governo. A aprovação está também dep e n d e nt e d e D e c l a r a ç ã o d e I mpac te A mbient a l Favor ável ou Condicionalmente Favorável,

emitida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ou pelo secretário de Estado do Ambiente. Em comunicado enviado à Lusa, a APA informa que tal declaração “deverá ser emitida” até 20 de janeiro do próximo ano, data após a qual, não havendo esse documento, o projeto é considerado licenciado. De acordo com a mesma nota, o estudo de impacte ambiental, incluindo o resumo não técnico, está disponível para consulta pública, até 15 de dezembro, na APA, na Comissão de Coordenação e Desenvolv i mento Reg iona l do Alentejo, na Câmara Municipal de Sines e na Internet (www. apambiente).


11 Reguengos de Monsaraz conquistou o título de “Cidade Europeia do Vinho 2015”, numa eleição realizada em Espanha, mais concretamente em Jerez de la Frontera, informou a Entidade Regional de Turismo do Alentejo. A candidatura apresentada pela cidade alentejana, onde se propõe criar ações de valorização da cultura vitivinícola, estreitar sinergias e desenvolver iniciativas promocionais com os agentes do sector, assim como com as restantes regiões de vinho europeias, foi a que se revelou mais estruturante, num concurso à qual também concorreram os vinhos da Bairrada e de Monção/Melgaço. A entrega do título “Cidade Europeia do Vinho 2015” a Reguengos de Monsaraz está agendada para fevereiro de 2015, numa cerimónia a realizar no município agora eleito.

Diário do Alentejo 28 novembro 2014

Reguengos de Monsaraz será “Cidade Europeia do Vinho 2015”

Exposição “A Luz e O Fogo II” em Castro Verde A exposição “A Luz e O Fogo II”, com esculturas de Heitor Figueiredo e fotografias de António Cunha, está patente ao público até ao final deste ano no Fórum Municipal de Castro Verde. Segundo a Câmara de Castro Verde, ao fim de 21 anos, os dois artistas voltam a juntar-se para continuarem um trabalho iniciado na Galeria dos Escudeiros, em Beja, em 1993, com a exposição “A Luz e o Fogo”. Na exposição,

que “retoma o título original, como metáfora da vida”, os dois artistas, de Beja, apresentam fotografias e esculturas que abordam de novo o tema do fogo, “através de uma viagem que vai das mais antigas técnicas associadas à arte do fogo até aos nossos dias”, explica a autarquia. A exposição, organizada pela Câmara de Castro Verde em parceria com o município de Beja, pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9 às 19 horas.

Vídeo-homenagem apresentado no 17.º Encontro da MODA

Marca “Cuba, catedral do cante” lançada amanhã O lançamento de um “vídeo-homenagem” e o 17.º Encontro da MODA – Associação de Cante Alentejano são duas das atividades previstas pela Câmara de Cuba para amanhã, sábado, como forma de celebrar o parecer positivo da Unesco em relação à candidatura do cante a Património Imaterial da Humanidade.

“D

izer que o município de Cuba subscreve e se congratula com os resultados desta candidatura é parco. Como alentejanos, é óbvio o orgulho proveniente de uma classifiPUB

cação desta relevância. Como cubenses, o cante é uma das nossas manifestações culturais mais importantes”, reage a Câmara de Cuba, em nota de imprensa, lembrando que no concelho persistem cinco grupos corais em atividade, um dos quais já octogenário, e a criação recente do coral Bafos de Baco, “composto só por jovens”. Como “traço identitário e diferenciador para o povo de Cuba”, o cante justifica no concelho a criação de uma “marca” própria, que sirva de suporte a uma divisa já existente e que diz “Cuba, catedral do cante”, informa ainda a autarquia. O primeiro momento da afirmação dessa

marca será, justamente, o lançamento de um vídeo de homenagem ao cante, no âmbito do 17.º Encontro da MODA, que tem arranque marcado para as 9 e 30 horas de amanhã, no Centro Cultural de Cuba, e que escolheu como tema para debate o cante no período pós-candidatura, a sua salvaguarda e perspetivas para o futuro. A autarquia lembra também que o “eixo estratégico” Cuba, Catedral do Cante integra igualmente o projeto de implementação do cante nas escolas do município, em “fase de preparação”, e um novo evento, a realizar no final do mês de maio, e que vai adotar o título de Feira do Cante e das Tradições.

Campanha para incentivar comércio tradicional Animação infantil, um carrossel e insuflável para divertimento dos mais pequenos do concelho, aulas de ginástica, zumba e bokwa e demonstração de karaté são atrações que vão marcar o período de Natal em Alcácer do Sal. Segundo a câmara municipal, as iniciativas alusivas à quadra natalícia arrancam já no próximo sábado, quando for ligada a iluminação de Natal em várias artérias da sede de concelho. “Compras de Natal no Comércio Local” é a designação da campanha.

Candidaturas a pós-licenciatura e mestrado do Politécnico de Beja O Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) tem abertas as candidaturas à pós-licenciatura em Especialização em Enfermagem Comunitária e ao mestrado em Engenharia do Ambiente, ministrados na instituição.


Diário do Alentejo 28 novembro 2014

12

Ordem dos Médicos promove debate

Odemira quer combater pobreza e exclusão social A articulação do trabalho de entidades que estão próximas das populações, como autarquias e associações, é a aposta da Câmara Municipal de Odemira para identificar e combater os casos de pobreza e exclusão social existentes no concelho. O município de Odemira identificou idosos, crianças e jovens, imigrantes e famílias como os grupos “problemáticos” e que “inspiram alguns cuidados”, tendo sido criadas, para cada um deles, estruturas de apoio que integram diversas entidades, revelou hoje à agência Lusa a vereadora responsável pela ação social, Deolinda Seno Luís. Em Odemira existem cinco comissões sociais de freguesia, criadas há seis anos: Boavista dos Pinheiros, São Luís, São Salvador e Santa Maria; Colos, Relíquias, São Martinho das Amoreiras e Vale Santiago; Luzianes-Gare, Saboia e Santa Clara-a-Velha; Longueira/Almograve e Vila Nova de Milfontes; São Teotónio.

Moura reforça intervenção na área social A Câmara Municipal de Moura informou, em comunicado de imprensa, que “continua a reforçar a sua intervenção na área social”. O projeto Ágora Social, espaço que reúne diversas respostas de âmbito social e que funcionará nas instalações anexas à antiga Escola Conde Ferreira, na cidade de Moura, foi inaugurado ontem, quinta-feira. Depois de realizadas pequenas obras naquele local, com o intuito de dotar o espaço das melhores condições de funcionamento, a Ágora Social irá iniciar a sua atividade em quatro áreas distintas: Loja Social, Banco do Tempo, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Moura e Gabinete de Apoio à Habitação. PUB

O Conselho Distrital de Beja da Ordem dos Médicos realiza, no dia 3 de dezembro, pelas 21 e 30 horas, mais um debate integrado no ciclo “O interior: estratégias de desenvolvimento e a saúde”. Neste próximo debate, aberto à população como os anteriores, marcarão presença representantes do Partido Social Democrata, nomeadamente os deputados Mário Simões e Ricardo Batista Leite.

Missão Sorriso tem votação a decorrer até ao final de dezembro

Dez projetos à procura de apoio Dez projetos do distrito de Beja encontram-se neste momento a concurso para serem apoiados pela Missão Sorriso Continente. A votação, essa, está a decorrer no site da iniciativa, até ao final do ano. Texto Bruna Soares

“A

limentação saudável sobre rodas”, da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba), foi um dos projetos selecionados para a votação e assenta “na partilha intergeracional de conhecimentos, com vista à promoção do envelhecimento ativo e da prática de uma alimentação saudável na população do Baixo Alentejo”. O intuito é ir ao encontro das populações recorrendo à unidade formativa móvel, de forma a estimular a reintrodução da dieta mediterrânica e de um regresso às origens, com a implementação de hortas de cultivo biológico. A Ulsba concorre também com o projeto “Conhecer melhor a minha Diabetes!”, que pretende, segundo informa, que “as crianças e os jovens com Diabetes tipo 1 possam melhorar o controlo da doença através da gestão do regime terapêutico individualizado e personalizado a cada perfil glicémico conhecido pela monitorização contínua de glicose durante as atividades do quotidiano”. E há ainda mais um projeto que está a votação e que tem a chancela da Ulsba. Trata-se de “Literacia em saúde”. “É nosso objetivo que os utentes aumentem a literacia em saúde para que melhorem a capacidade para tomar decisões fundamentadas, nomeadamente no que respeita à alimentação, exercício físico e cognitivo e prevenção das doenças mais

prevalentes”, explica a Ulsba. “Brigada de Sorrisos”, da Associação Nossa Terra, também recorreu à Missão Sorriso para tentar alcançar apoios para dotar o Casa – Centro de Apoio à Solidão, nomeadamente com equipamentos/mobiliário que permitam criar um espaço de saúde e bem-estar, bem como um espaço para atividades de literacia e educação/informação e ainda um espaço de convívio. “Neste projeto serão dinamizadas diferentes atividades estimuladoras do envelhecimento ativo e da melhoria da qualidade de vida de idosos residentes em meio rural, em situação de isolamento geográfico e social”, explica a Associação Nossa Terra, promotora do projeto. Outro dos projetos do distrito que foi selecionado foi o “Espaço PLAS – Plataforma Social de Odemira”, da responsabilidade da Odemira + - Associação de Desenvolvimento e Promoção de Odemira. “Pretende ser um local de interação institucional onde a prioridade é fortalecer laços, articular e partilhar recursos, nomeadamente através do desenvolvimento de ações coletivas entre entidades de apoio social, a fim de promover a melhoria da qualidade de vida dos idosos”. Na corrida também está o projeto da Fundação de Solidariedade Social Lar e Centro de Dia Nobre Freire, “Sempre a mexer para melhor envelhecer”. O intuito é “promover a saúde e o bem-estar dos idosos integrados em lar e centro de dia, através do desenvolvimento e implementação de um programa de atividades cognitivas e de um programa de atividades físicas, contribuindo para um envelhecimento ativo”. A Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) também é candidata com o projeto “Ruralidades”, uma vez que “reconhece

nos seus idosos o sentimento de solidão, saudade e de desvalorização”. “Ruralidades” pretende “uma regeneração artística nas aldeias” e uma partilha entre diversas idades. Segundo a ADPM, “irá trazer a estes sábios da tradição novas motivações para viver bem no profundo mundo rural”. A Unidade Local de Saúde Litoral Alentejano – Unidade de Cuidados na Comunidade “Saúde na Mira” promove, por sua vez, o projeto “Sopas e aromas”, que visa “promover a alimentação saudável em famílias carenciadas que demonstram hábitos alimentares pouco saudáveis, explicando como efetuar uma boa gestão alimentar”. Pretende-se demonstrar como é “fácil, barato e acessível fazer uma sopa capaz de mudar a saúde”. O nono projeto é da Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva e chama-se “Terceira idade em movimento”, pretendendo oferecer “cuidados a 1300 idosos do concelho de Cuba, de forma a desenvolver, manter e restituir o máximo movimento, atividade, capacidade funcional e saúde ao longo do ciclo de vida”. “Promoção, prevenção e reabilitação, visando maximizar a qualidade de vida, tendo por base a atividade de fisioterapia complementada pelos profissionais de enfermagem e por uma unidade móvel” é o objetivo. E, por fim, mas não por último, o projeto da Cercicoa com a “Unidade de proximidade de reabilitação”. Projeto, este, que visa “assegurar o fornecimento de serviços terapêuticos, no âmbito da psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, arteterapia, hipoterapia e snoezelen, a pessoas em processo de envelhecimento, em situação de grave isolamento social, residentes nos concelhos de Castro Verde, Ourique e Almodôvar”.


Diário do Alentejo 28 novembro 2014

JOSÉ FERROLHO

13

Projeto musical apresentado hoje no Pax Julia

Mestre Cante sem medo do risco “Mestre Cante”, um projeto musical com base em temas do cancioneiro popular com uma roupagem instrumental diferenciada, pretende “universalizar” o género e abrir portas a novas abordagens. O CD de estreia foi apresentado na passada terça-feira, em Beja, numa sessão organizada pelo município local, promotora da iniciativa.

“N

ós não temos medo do risco”. Luís Espinho, juntamente com Buba Espinho, José Emídio e António Caixeiro, um dos quatro mestres do cante, define desta forma o trabalho que juntou ainda, como cantores convidados, Clara Palma, Janita Salomé e Paulo de Carvalho, e contou com a participação dos músicos Cícero Lee (contrabaixo), João Frade (acordeão),

PUB

Tiago Oliveira (guitarras), Rão Kyao (flautas), Rui Veloso (guitarra) e Zé Salgueiro (bateria e percussões). O presidente da Câmara de Beja, João Rocha, disse na ocasião que o apoio do município a este projeto se justifica para que a capital do Baixo Alentejo marque presença “na primeira linha da divulgação e materialização daquilo que nos distingue, nos afirma e faz de nós alentejanos – o cante”. João Rocha integrou este lançamento numa estratégia mais ampla do município, a de tornar Beja uma cidade com “alma criativa”, e anunciou o propósito de fazer ressuscitar “a viola de Beja”. A aprovação do cante, pela Unesco, como Património Imaterial da Humanidade vem lançar novos desafios para o futuro. A sua divulgação e captação de novos públicos é um deles e este trabalho, que cruza várias linguagens musicais – do blues ao rock –, pode ser um instrumento para

levar a canção tradicional alentejana mais longe e a mais gente. Como está escrito na capa do CD, “este projeto musical pretende divulgar a universalidade do cante, fazendo soar modas do cancioneiro popular alentejano com temperos instrumentais de excelência”. O CD inclui 12 músicas, algumas com arranjos mais surpreendentes, como, por exemplo, “O Alentejo na garganta”, um blues alentejano pontuado pela guitarra de Rui Veloso; e outras mais tradicionalistas, como a que fecha o trabalho (“Solidão”), só com recurso a vozes. Pelo meio, a campaniça de José Emídio, a flauta de Rão Kyao e as vozes de Clara Palma (Cantigas do Baú), Janita Salomé e Paulo de Carvalho dão corpo a um projeto que será apresentado, hoje, sexta-feira, às 21 e 30 horas, no Teatro Municipal Pax Julia. AF

Cercibeja promove passeio pedestre noturno pela cidade de Beja No âmbito das comemorações do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, a Cercibeja – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Beja promove na próxima quarta-feira, dia 3 de dezembro, pelas 20 horas, um passeio pedestre noturno com início na praça da República. Durante o percurso de cinco quilómetros serão realizadas, em vários pontos da cidade, iniciativas de âmbito cultural. Os donativos reverterão a favor da instituição. A iniciativa, designada “Noite Colorida”, conta com o apoio da Câmara de Beja.


Ã

Saímos por esses campos fora, fomos a Paris, ao Mundo. Saímos com as vozes arrastadas que carregamos nos genes. Saímos a cantar, como cantamos sempre, quando é Natal, quando é aniversário, quando é festa, quando é dia de petisco. Ou até nos dias mais tristes. O alentejano canta, sempre cantou, em grupo. E por estes dias também. O cante é Património Imaterial da Humanidade. É tão grande o Alentejo, diz a moda. É tão grande que agora todo o mundo ouve o canto das suas gentes. BS

“A revolta com que, em certos meios, se reagiu à prisão de um homem e a “surpresa” que, pelos vistos, lhe está associada sugerem que falamos do Papa Francisco ou, sei lá, do roupeiro do Sporting. Não é o caso. O homem de que se fala é José Sócrates”. Alberto Gonçalves, “Diário do Notícias”, 26 de novembro de 2014

Opinião PEDRO EMANUEL SANTOS

Diário do Alentejo 28 novembro 2014

14

“Há várias manias que tornam a sociedade, sob muitos aspetos, desagradável. E muitos domínios onde a liberdade é menor do que há vinte anos atrás. Mas, no conjunto, a democracia não está tão mal assim”. Paulo Tunhas, “Observador”, 20 de novembro de 2014

A crise e a salvação dos portugueses Beja Santos Jurista

O original não se desoriginaliza! Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

A

quele original foi originalmente originado Por um homem originador O que o tornou Um homem original. Depois de ser conhecido, Aquele original originalmente originado Por um homem originador Começou a perder importância: Apareceram diferentes originais Originalizados por outros homens originadores Também sábios, mais jovens e menos desgastados Do que o homem original originador Que originou um original originalmente originado. E o original originalmente originado Por um homem originador Deixou de interessar, desinteressou Deixou de atrair, desatraiu Deixou de render, desrendeu. E agora? O que fazer? D e s or i g i n a l i z e mo s o or i g i n a l originalizado Por um homem originador! Não! Diz o homem originador Que originou o original originalmente originalizado: O original não se desoriginaliza! Se desoriginalizássemos o original originalmente originado, Original não seria!

P

elo título e pelo que se escreve na contracapa, o livro chama logo à atenção para todos os desventurados da austeridade que esperam por dias melhores: Rica Vida, crise e salvação em 10 momentos da história de Portugal, por Luciano Amaral, Publicações Dom Quixote, 2014. Os portugueses estão reféns de credores, no momento presente, estamos condicionados, atolados na dívida soberana. Mas Luciano Amaral minimiza os desgastes o e desânimo com que nos debatemos, diz que somos um país com um historial de sucesso, temos fio condutor exemplar de sobrevivência às crises políticas, económicas e às suas elites. E traça, da sua lavra, uma perspetiva histórica de 10 momentos que nos fizeram chegar a este presente brumoso e inquietante: tivemos o faroeste (a fundação da nacionalidade), a primeira crise com a escolha de D. João I; fomos até Ceuta e mais além; tivemos um sultão em Lisboa, um rei com olho para a contabilidade que queria saber o que arrecadava das especiarias da Índia; tivemos a segunda crise, com a morte de D. Sebastião e a união ibérica; depois da Guerra da Restauração vivemos a quimera do ouro que foi muito útil para D. João V edificar o Convento de Mafra; a terceira crise foi marcada pelo alvoroço e as rapinas das invasões napoleónicas, parecia que o País ia ser apagado do mapa; seguiu-se a revolução liberal, primeiro ocorreu o cataclismo da guerra civil e depois o fontismo; o rotativismo levou a monarquia ao charco, a república saldou-se em descontentamento geral, chegara a hora de Salazar pôr os seus planos em prática, a que Luciano Amaral chamou o “camponês de Lisboa”; e agora não sabemos para onde vamos, se houver integração orçamental europeia será o fim de Portugal. O autor afiança-nos que o seu livro se destina a um público alargado, tudo se percebe melhor quando as crises económicas se cruzam com o contexto político (que grande novidade!). É brincalhão com os títulos, procura analogias entre o passado e o presente de sabor altamente discutível, algumas passam bem, quando fala dos senhores da Reconquista e das organizações criminosas italianas a propósito de códigos de honra, outras não. Luciano Amaral acha que temos crises existenciais de 200 em 200 anos. E

escreve: “A primeira, a de 1383-1385, aconteceu cerca de 200 anos depois da criação do País; a segunda, de 1580, cerca de 200 anos depois da primeira; a terceira, de 1807, também cerca de 200 anos depois da segunda; e a atual 200 anos depois da terceira. Ignoro se há aqui alguma insinuação providencial, mas a verdade é que foi assim que aconteceu”. Luciano Amaral é historiador, e questiona-se se não tem a dimensão do ridículo ao forjar sem nenhum rigor científico estes pretensos ciclos de Kondratiev à luz da sua imaginação, onde será que este senhor posiciona o Portugal exaurido da Guerra da Restauração, a I República em bancarrota e a subsequente humilhação do empréstimo vigiado que Sinel de Cordes se preparava para assinar, antes da chegada de Salazar e o seu “milagre financeiro”? Se se deu ao trabalho de escrever este livro anedótico para dar como comprovado que temos sobrevivido a muitas crises, o trabalho foi inglório. Livro dececionante.

A Universidade Moderna de Beja Rui Xavier

P

assados alguns anos do encerramento de um projeto educativo que tinha todas as condições para ter sucesso, como os seus alunos humildemente o demonstram, no seu dia a dia laboral, é com alguma magoa e desencanto, mas também com recordações, amizades e afetos, que recordo os tempos que vivi nessa instituição de ensino. Por uma gestão catastrófica que todos sabemos ao que levou, bem como a degradação consecutiva do ensino, terminou essa utopia de ter uma universidade na área do Direito, Gestão, Informática e Investigação Social Aplicada, na cidade de Beja. O corpo docente que integrava os quadros da universidade falava por si, não querendo excluir ninguém, saliento alguns docentes que marcaram e marcam o meu dia a dia profissional, com os ensinamentos que me transmitiram, não só a nível académico, mas também a nível pessoal. Assim sendo, realço os drs. (título totalmente merecido) José Revez, Fernando Condesso, Lynce de Faria, Baltazar de Andrade, Madalena Santos, Maria Manuel Veloso, Sinde Monteiro, André Pereira, Santos Silva, Rafael Gama,

Nuno Castro Luís, Mariana Vargas, sem esquecer o padrinho de curso, Palma Lopes. Realço, de igual modo, todo o pessoal da secretaria, da reprografia, da livraria, do bar, sem eles também não era possível percorrer a caminhada académica que culminou com a atribuição do nosso grau académico. Todos nós, os ex-alunos, carregámos nos primeiros anos de licenciados o rótulo do: “Olha! É da Moderna!”, mas no fim, visto que a nossa vontade e saber superava o preconceito, tivemos o almejado sucesso, detendo colegas a exercer atualmente funções nas mais diversas áreas, desde responsáveis de grandes empresas, magistrados e magistradas, advogados, presidentes de municípios, docentes universitários, inspetores, técni- Por uma cos superiores e gestão bancários. Mas, re- catastrófica alço também que que todos temos exemplos de sabemos ao maus profissionais. Não podemos es- que levou, quecer que não há bem como a a regra sem excec- degradação ção e não vamos ser consecutiva tão “naïfs” de pen- do ensino, sar que o Mundo é terminou perfeito. Recordo-me, co- essa utopia mo se fosse hoje, de ter uma da primeira aula universidade que tive na Ordem na área dos Advogados na do Direito, cidade de Évora, Gestão, quando eu humildemente e outros Informática e colegas de curso Investigação nos apresentámos, Social a expressão dos ou- Aplicada, tros licenciados, na cidade era um autêntico de Beja. poema (modus jocandi), visto que os referidos eram formados nas mais prestigiadas universidades do País (ninguém lhes retira o mérito, antes pelo contrário), mas, surpresa das surpresas, não é que depois na afixação das notas dos exames obrigatórios, nós superámo-los. O ser humano deve ser humilde e ter a noção de que todos os dias está a aprender coisas novas, e não cair no orgulho e no sobranceirismo, mas que tivemos um gosto especial ao olhar para os nossos colegas, tivemos. O preconceito paga-se caro. Podendo cair no saudosismo, mas não esquecendo de que “Quem não tem memória, não tem futuro”, achei por bem dedicar umas linhas à extinta Universidade Moderna de Beja (Mens agit Molem).


Ä

Esta semana na região, como não poderia deixar de ser, praticamente só se falou de cante. Só se ouviu as vozes dos homens e das mulheres que o cantam, em grupos organizados, ou nos que surgem no momento, espontaneamente, sem dia ou hora marcada. As festas repartiram-se por vários locais. Foi grande a homenagem e continua. Apresentação de novos grupos, atuações dos mais antigos, vídeos-homenagem é o que se segue. A bem do cante. BS

Sabe que cuidados de saúde tem direito quando está noutro país?

T

eresa, uma cidadã portuguesa, partiu o tornozelo ao visitar a França. Uma situação desagradável que pode acontecer em qualquer sítio, muito mais quando estamos longe de casa. Mas, pelo menos, Teresa não teve de se preocupar em procurar tratamento. Apenas teve de mostrar o seu Cartão Europeu de Seguro de Doença e o bilhete de identidade para beneficiar de todos os cuidados de saúde de que necessitava. O cartão permitiu-lhe também obter o reembolso das despesas junto da segurança social portuguesa de acordo com os preços franceses. Enquanto cidadão europeu pode receber cuidados de saúde em qualquer país da União Europeia, caso adoeça ou sofra um acidente inesperadamente ao visitar outro país da UE. Tem direito a receber cuidados de saúde públicos nas mesmas condições que os beneficiários do país de acolhimento. Pode pedir o reembolso das despesas tanto no país que está a visitar enquanto aí permanecer como, ao regressar, no país de origem em que se encontra inscrito como beneficiário. Solicite à sua segurança social o Cartão Europeu de Seguro de Doença, antes de partir para o estrangeiro. Pode pedir o cartão em todos os países da União Europeia. Mesmo que não tenha o cartão, tem direito aos cuidados de saúde, podendo solicitar o reembolso do seu pagamento após o seu regresso a casa. Tem também o direito em optar por receber cuidados de saúde previamente determinados noutro país da União Europeia e ser reembolsado no país de origem, total ou parcialmente, em função das circunstâncias. Em alguns casos, poderá ser necessário obter uma autorização prévia da segurança social. A autorização prévia para um tratamento médico previamente determinado não pode ser recusada pela Segurança Social, se tiver de esperar demasiado tempo para o mesmo tratamento no seu país de origem. A União Europeia está a desenvolver a criação de uma rede de saúde de saúde eletrónica entre países europeus. Chama-se eHealth e aqui pode ter acesso a dados clínicos vitais em situações de emergência, melhor qualidade nos cuidados de saúde, alargar os seus conhecimentos médicos especializados. Pode ter acesso a esta rede, em português, nesta morada da Internet: http://ec.europa.eu/health/ehealth/portal/ index_pt.htm Representação em Portugal da Comissão Europeia

Há uma semana mais de 50 trabalhadores do call center da PT foram para o hospital. Vítimas de intoxicação por produtos pesticidas. As notícias não eram animadoras. Esta semana funcionários desse mesmo call center, em Beja, contaram a sua história, os seus dias de trabalho, ao “DA”. Numa reportagem, onde falam das suas condições de trabalho. E as notícias não são mais animadoras. BS

15 Diário do Alentejo 28 novembro 2014

Ã

“É a luta pela subsistência que opõe os seres que procuram a sobrevivência e o bem-estar e fazem depender isso da mesma coisa, em vez de a partilharem, para que todos possam subsistir”. Vitalino Dantas, bispo de Beja, crónica semanal, 24 de novembro de 2014

Cartas ao diretor

Só há um caminho, tiro neles...

“Graças a Deus que sou ateu”

Luís Figueira Beja

José Silva Aljustrel

Nasci dentro da igreja de S. João do Deserto, no chamado Santinho, e vivi a minha adolescência noutra igreja, a de Nossa Senhora do Castelo, ambas na freguesia de Aljustrel. Naturalmente que tive influência, na minha juventude, da religião católica até aos 18 anos. Quando começo a desenvolver a minha consciência, duas questões se me colocavam: quem nasceu primeiro, a matéria ou o espírito? Quando os filósofos tentaram explicar o mundo, a natureza, o homem, tudo o que nos rodeia, enfim, foram levados a fazer distinções. Nós próprios constatamos que há coisas, objetos que são materiais e que vemos e tocamos. Depois, outras realidades que não vemos e não podemos tocar, menos medir, como as nossas ideias. Classificando portanto, assim as coisas. Por um lado temos as que são materiais e por outro, as que são do domínio do espírito, do pensamento, das ideias. Foi por tudo isto que cheguei à conclusão que a matéria existe independentemente da consciência do homem. O espírito e a consciência morre, ao contrário, a matéria apenas se transforma, logo está sempre presente sob outras formas. Ninguém nasce com uma consciência definida. Ela resulta ao longo do nosso crescimento material e espiritual. Quando nascemos e nos vamos desenvolvendo, ninguém sabe o que vai ser na sociedade. Quando começamos a aprender a andar, aprender a ler e a escrever, bem como o contacto com sociedade onde se está inserido. Por várias razões, o ser humano nunca sabe o que vai ser no futuro. Não sabe se nasceu para ser operário, camponês, médico, arquiteto, etc.. Igualmente na religião também não sabe qual vai ser a sua opção. Na minha consciência, que se foi desenvolvendo ao longo do tempo e também com os exemplos que aprendi na sociedade, cheguei à conclusão que sou ateu à minha maneira. Depois de ter lido uma entrevista do presidente da Associação Ateísta Portuguesa, professor Carlos Esperança, o qual afirma que o ateísmo é uma opção filosófica assumida por quem se sente responsável pelos seus atos, preza a vida, a sua e a dos outros, cultiva a razão, confiando no método científico. Os ateus são pessoas que não remetem a questão do bem e do mal para seres incertos, nem têm esperança na existência de uma vida para além da morte. Tudo isto veio dar razão e reforçar a minha consciência entre aquilo que eu penso sobre a matéria e o espírito.

Foi esta a solução que aconselhei há mais de oito anos e que na altura foi vista como uma afronta à sensibilidade dos cidadãos. Foi esta a solução que dei para na altura se reduzir o número de pombos que não me parece que tenha alguma coisa a ver com o que agora existe na cidade. Agora são muito mais e espalhados por todo o lado. Se na altura os havia principalmente em monumentos e casas degradadas, hoje até em edifícios e bairros relativamente recentes existem em quantidades nunca vistas. Está na hora de atuar. Estamos perante um problema de saúde pública que com o arrastar do tempo poderá atingir proporções bem mais graves. Não é matando os piolhos que se acaba com o problema, é matando os pombos. São estes a base do problema. Por muito que custe a muitos dos cidadãos e aos nossos velhinhos que se entretêm a dar-lhes de comer, há que existir coragem política e não tenho dúvidas que o arrastar desta situação é por falta de coragem política. Há oito anos foi esta a forma que referi: contactar as associações de caçadores existentes em redor da cidade, identificar as zonas de alimentação, fornecer cartuchos a essas associações, contactar as entidades responsáveis e com as devidas autorizações legais para o efeito, proceder ao abate dos pombos nos locais identificados e na sua passagem. Beja por ser uma cidade rural e de extensos campos de cultura de cereais, ao contrário de outras cidades, serve apenas de dormitório para estas aves, procurando estas os nossos campos para se alimentarem, sendo um número residual aquelas que não o fazem. Por isso a tal ideia, de há mais ou menos sete anos, das gaiolas com alimentação nos terraços de alguns monumentos se confirmou ineficaz e dispendiosa para os resultados obtidos, por isso foi abandonada, sendo que depois de uma forma camuflada foi posta em prática a minha, no entanto antes disso foram gastos alguns milhares de euros. Comparar a dignidade que um pombo tem de morrer com um tiro ou apanhado numa gaiola, onde lhes foi colocada comida como lugre, transportado numa camioneta para mais de 500 quilómetros, sem água nem alimentação, para depois ser asfixiado por um gás tóxico e posteriormente incinerado, prefiro de longe a primeira onde a morte é rápida e ainda poderá servir de alimentação a alguém. Por tudo isto está na altura de atuar, os problemas com os pombos vão aparecendo por toda a cidade, hoje são piolhos, amanhã poderão ser problemas bem mais graves. A falta de caça numa época como a deste ano, fará certamente com que os caçadores aceitem a ideia de bom grado.

A não ser que se prefira manter os pombos nos nossos monumentos, pois as suas fezes poderão fazer com que algumas pedras se mantenham fixas e assim se mantenham de pé... Entretanto parece que os tiros cruzados vão acertando nos funcionários do edifício da PT Contact de Beja, estes vão caindo que nem tordos...

Martinho Marques Manuel Dias Horta Beja

Martinho Marques é um moço mais novo do que eu. Após o segundo conflito mundial apareci eu. Provavelmente os pais de Martinho confiavam no planeamento familiar, até que Martinho se juntou aos que já cá estavam. Cresceu e foi conhecendo a terra situada entre duas freguesias e onde já existiam alguns montes e moradias. Atravessou cerros e corgos, vales e charnecas sentiu o calor e o frio de ombreiras e soalheiras. Saltando barrancos e caminhos, ouvindo cucos, trigueirões e cotovias. Ainda a monocórdia dos sons de grilos e cigarras e assistia ao lento recolher do rebanho. Por vezes subindo ladeiras ou chapadas. la à procura de um ou outro cabrito tresmalhado. Observava a serenidade do montado, onde apenas se ouvia o murmurar da água ao bater numa pedra que havia ficado entalada na estreiteza de um regato. E daqui nascia o poeta Martinho Marques. Já na Cabeça Gorda e em Albernoa se dizia que na Malhada de Cabreiros havia um moço, muito novo, que lindas quadras fazia. Chegou outro tempo. Sempre o tempo! Que o tempo sem pôr tempo vai correndo, sem tempo, não se vão as coisas vendo. Veio a tropa, vieram as guerras. Cada um foi para seu lado, o Martinho foi para a meteorologia e a mim puseram-me uma espingarda às costas… desenrasca-te. Lembro-me dos pais dele. Do churrião, das muares a ele atreladas e dos animais presos pelas arreatas a uma argola à esquina do Marujo, enquanto esperava o pai que tinha ido fazer um mandado e se calhar beber outro copo com vinho. Da venda sai Marujo furioso. Chamando a atenção para a estrumeira que fazia, proveniente das fezes e da urina dos animais. Circunstâncias várias reuniram-nos. Agora, e para selar tal reaproximação, fizemos uma permuta de livros da qual eu saí beneficiado. Na poesia de Martinho Marques não há coisas. Tudo tem nome. Tudo cabe, tudo tem lugar reservado. Não há excessos nem defeitos. Já lá vai o tempo em que santos da casa não fazem milagres. Martinho Marques é um dos grandes poetas deste País e por acaso se estivesse empatado com alguém, juntar-lhe-ia mais dois itens – o carácter e a humildade e ei-lo de novo na frente, se competição houvesse… Martinho Marques, muitas felicidades.


Diário do Alentejo 28 novembro 2014

16

Reportagem Trabalhadores do call center da PT em Beja denunciam precariedade laboral

Controlados “ao segundo”

J

oão (nome fictício) trabalha há mais de uma década no call center da Portugal Telecom em Beja, onde nas últimas duas semanas se registaram cerca de oito dezenas de casos de intoxicação. Na origem terá estado um pesticida utilizada na desinfestação do edifíco, para eliminar piolhos dos pombos. Face “às poucas ou nenhumas oportunidades profissionais” na região, o call center “surgiu como uma das únicas oportunidades de poder trabalhar e exercer uma profissão”, esclarece João, que foi recrutado por uma empresa de trabalho temporário. Ao longo destes mais de 10 anos a desempenhar as mesmas funções, já “passou” por várias empresas do género pertencentes ao mesmo grupo, sempre a auferir “o salário mínimo”. “De uma forma geral reina o descontentamento [no call center], pois não existe o menor respeito pelas pessoas”, denuncia ao “Diário do Alentejo”, adiantando que caso “sintam [as chefias] que estamos a incomodar, primeiro tentam convencer-nos que fazemos tudo mal, que não cumprimos objetivos, para nos fazer sentir culpados pelo nosso (mau) desempenho, que a culpa é exclusivamente nossa, mesmo que a instrução que gerou tal comportamento tenha sido dada por um supervisor em sala”. Para além disso, “dizem que o cliente (a PT) pretende pessoas que cumpram os objetivos e mostram-nos o tableau e a nossa posição na tabela. E apresentam-nos escutas com as quais tivemos uma nota negativa, e em tom ‘velado’ sugerem a rescisão do contrato como a melhor saída para a situação complicada em que nos encontramos”. E se o vínculo contratual for a “termo incerto”, “não é preciso muito, basta dizerem que já não irão contar connosco no próximo mês”. Tudo é controlado ao segundo, assegura.“O controlo é mais que PUB

O setor dos call centers foi “dos poucos a mostrar um dinamismo notável” nos “últimos quatro anos, em pleno contexto de profunda recessão económica e laboral”, diz a Associação Portuguesa de Contact Centers (APCC), que estima que em Portugal sejam entre “40 a 50 mil” os profissionais dedicados a esta atividade. Em declarações recentes à Renascença, o secretário-geral da APCC, Francisco Cesário, realçava que os call centers, “que não se concentram apenas na zona de Lisboa ou Porto”, mas também em outras regiões do País, assumem “uma relevância social importante ao nível da empregabilidade de muitos dos jovens que aí residem”. No entanto, são frequentes as queixas de precariedade laboral, de trabalho repetitivo controlado ao segundo, de constante pressão para vender. Texto Nélia Pedrosa Ilustração Susa Monteiro muito. Existe uma aplicação que serve para gerir o tempo de login de cada assistente”, sendo possível saber “o tempo de atendimento, de ócio, os logoffs, etc”. E tudo “tem de ser justificado”, mesmo “quando a falha é do próprio sistema”. As idas ao WC, continua o assistente, “são contabilizadas naquilo que deveria ser o tempo de intervalo”, pois “pedir para ir ao WC” pode colocar a pessoa “numa situação complicada”, ou seja, “fica identificada e pode vir a ser considerada para futuras ‘dispensas’”; a avaliação de desempenho “é confusa”, com os critérios “a mudarem de mês para mês”; as regras para a contabilização do banco de horas, “também variam”; as férias são autorizadas “de acordo com as necessidades do serviço”; e mudam-se horários “com o pretexto de que é necessidade de serviço”. E quando “questionados se é um trabalho por turnos, a resposta é não”: “Assim evitam pagar o subsídio de turno. Escudam-se por detrás de justificações jurídicas sem no entanto as indicar ou sequer demonstrar. Dizem: ‘Está no contrato’ e a lei permite. Que podemos ligar para a ACT – Autoridade para as Condições

do Trabalho. No entanto esquecem-se que há regras para o fazer”, afirma João, referindo que as mudanças de horários servem também “como represália (velada) para aqueles que de alguma forma eles entendem estarem a ir contra o sistema”. Tenta-se assim “dificultar-lhes a vida”, atribuindo um horário que torna incompatível equacionar a vida pessoal com a profissional. “Se não se reconhecer que o atendimento é um trabalho desgastante então só posso convidar quem diz o contrário a passar pelo ciclo de integração na empresa. As questões pertinentes são vistas como ameaças, uma afronta à autoridade. Mesmo quando as questões são no sentido construtivo. Simplesmente não querem saber”, adianta, frisando que o papel dos sindicatos, o Sindetelco (Sindicato Democrático dos Trabalhadores das Comunicações e dos Media) e Sintaav (Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomuniações e Audiovisuais), também “não se vê”. E a ACT, conclui, “tem um regime jurídico que pouco lhe permite fazer em termos de provar algo perante uma queixa, e já foram muitas. Vão lá e não detetam nada, nem mesmo com indicações diretas

e concretas. Acho que não têm muita vontade de descobrir coisa alguma. O sistema está montado de tal forma que restringe as autoridades públicas de fazer seja o que for”. João aguarda agora o resultado da auditoria da ACT destinada a averiguar as causas dos vários casos de intoxicação verificados nos passados dias 15 e 17 nas instalações do call center. Mais de 70 trabalhadores foram assistidos na urgência do hospital de Beja e as instalações foram encerradas. Entretanto na quarta-feira, 26, deram entrada nos mesmos serviços, com os mesmos sintomas, mais 21 funcionários. “O meu despedimento é certo desde o dia em que entrei” “Eu sabia que era

um trabalho mal pago, mas pagar o ordenado mínimo é legal, mas nunca pensei que a pressão fosse tanta. Sou controlada ao segundo. Um atraso de um segundo deixa-me com um risco vermelho numa tabela”, diz, por sua vez, Lisa Ferro, 31 anos, que trabalha desde dezembro de 2013 no referido call center, “gerindo reclamações dos clientes, agendando instalações, analisando faturas e vendendo produtos”. Depois de alguns anos a trabalhar

como jornalista num órgão de comunicação social no Algarve, que entretanto encerrou, e de uma breve passagem por um jornal português em Inglaterra, a jovem licenciada em Ciências da Comunicação, ramo Jornalismo, decidiu candidatar-se a uma vaga de assistente de call center, a “única oferta de trabalho que neste momento ainda existe, a par de comercial porta a porta”. Após ser selecionada pela empresa de trabalho temporário Randstad (a “que consta no recibo de vencimento, embora o contrato tenha o logotipo da Tempo-Team, do mesmo grupo empresarial”), seguiu-se um período de formação de três semanas, “que só é remunerada ao fim do primeiro contrato efetivo de trabalho”, e três meses de estágio. Lisa trabalha atualmente das 15 horas à meia-noite, com uma hora de intervalo, levando para casa cerca de 400 euros e mais “cento e qualquer coisa” num cartão de refeição. O contrato, com a duração de seis meses, “é renovado mensalmente”. O “departamento/piso” de Lisa integra “80 a 100 pessoas”, entre assistentes, supervisores e um coordenador geral de piso. Os assistentes trabalham “em bancadas corridas de cerca de cinco pessoas de cada lado, separadas do colega da frente por barreiras de vidro”. Têm “entre os 19, 20 e os 40, 50 anos” e uma “percentagem considerável” é licenciada, diz a jovem. À lista de queixas apresentada por João, Lisa adiciona o facto de o regulamento interno não permitir que os assistentes se levantem, “nem que seja por cinco segundos, para esticar as pernas”, e de nem sempre ser possível usufruir das pausas diárias a que têm direito – três minutos por hora, que são convertidos numa pausa de 24 minutos ou em duas de 12”–, pausas essas “necessárias para a nossa sanidade mental e para a nossa própria produtividade”, dado que “este é um trabalho


Sinttav diz que “limpeza é escassa”

O

Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav), a propósito dos casos de intoxicação verificados no call center de PT de Beja, adianta, em comunicado de imprensa, que “muitos trabalhadores denunciam a falta de higiene na maior parte dos edifícios onde funcionam contact centers”. “A limpeza é escassa e passa, sobretudo, por passar uma esfregona no chão. As posições de atendimento, os teclados e ratos dos computadores raramente são limpos e desinfetados, estando os trabalhadores expostos às bactérias”. Por considerar que se trata de uma matéria “de extrema importância”, a estrutura sindical referiu que tem vindo a fazer “um levantamento no terreno das condições de trabalho nos call e contact center”. De acordo com o Sinttav, entre as situações que “carecem de resolução imediata” neste tipo de locais de trabalho, “estão matérias como a adequação da temperatura do ar condicionado às estações do ano, o reforço das equipas de limpeza e o respeito pelos prazos de segurança no que respeito ao acesso aos edifícios e à exposição a produtos tóxicos”. No que concerne ao call center da PT em Beja, o sindicato considera que “é importante que se chegue a uma conclusão acerca das causas destas intoxicações, de forma a que sejam feitas as diligências necessárias para que não se repitam situações como esta”.

em que estamos oito horas com os olhos postos num computador, com os auscultadores nos ouvidos”, defende. E mesmo que as pausas “sejam aprovadas”, adianta, “o facto de trabalharmos cerca de 300 pessoas num edifício de quatro andares onde existe só um elevador, não deixa muito espaço de manobra para que essas pausas sejam de facto aproveitadas em nosso proveito, porque se perde muito tempo a descer e a subir escadas”. Pessoalmente, diz, nunca teve razões de queixa. Como tem “alguns problemas de saúde”, as suas idas ao intervalo “nunca foram dificultadas”. Mas esta é uma situação que apelida de “extremamente injusta”, uma vez que “as pausas são um direito de todos”. Perante tantas regras rígidas, há quem desista “ainda na formação ou no estágio” ou quem “sofra de episódios de depressão, ansiedade”, havendo mesmo “choros a meio dos turnos”. Lisa diz que existe uma pressão constante para “reduzir a duração das chamadas” e aumentar “o número de vendas e de serviços que conseguimos abranger (questões técnicas, faturação ou administrativas)”. “Apesar de não sermos um departamento em que o objetivo é ligar para o cliente para vender um serviço, sempre que um cliente nos liga temos a obrigação de lhes tentar vender um serviço”, esclarece. No sábado 15, dia em que se verificaram os primeiros sintomas de intoxicação, Lisa estava de folga. Depois de tomar conhecimento da situação, publicou um texto no Facebook, uma espécie de “desabafo pessoal” e não “em nome de todos os funcionários do call center”, sobre as condições em que trabalha. O seu desabafo, que se destinava “a um número limitado de pessoas”, acabou por ser partilhado por vários facebookianos, muitos deles “ligados também ao trabalho de call center noutras empresas, que funcionam precisamente segundo as mesmas normas”. Lisa acredita que a divulgação do seu texto, que “embora não tenha sido muito grande, é um pouco maior do que a normalidade”, é “quase uma sentença” para o seu despedimento. Mas a verdade, diz, é que o PUB

“(...) nunca pensei que a pressão fosse tanta. Sou controlada ao segundo. Um atraso de um segundo deixa-me com um risco vermelho numa tabela”.

é que a ACT, cujo objetivo é proteger as condições em que eu trabalho, tenha estado no local no sábado e tenha achado que aquela situação era normal e que as pessoas podiam voltar no dia a seguir. Tem de haver um controlo mais rigoroso por parte das entidades que têm como obrigação proteger-nos enquanto trabalhadores e garantir que são cumpridas todas as normais legais”.

Lisa Ferro

“Não é o cliente que tem sempre razão, é a máquina” Filipe Pires, 24

seu despedimento “também é certo” desde o dia em que foi contratada. “Ao longo destes 11 meses vi pessoas mais competentes do que eu, com maior facilidade de relacionamento, serem despedidas. Eu compreendo que a PT queira gerar lucros, assim como a Randstad, e que não queira fechar um centro para limpeza. Não compreendo

anos, trabalha no mesmo “piso” de Lisa desde janeiro desde ano, como “assistente comunicacional e gestor de conflito com clientes da PT Comunicações, de acordo com as palavras da entidade empregadora”. O jovem licenciado em Análises Clínicas e Saúde Pública, que tem um contrato “a termo incerto” de oito horas de trabalho diárias, auferindo o salário mínimo, vê-se, no entanto,

“mais como um número na folha de recursos humanos, que pode ser facilmente substituído”. Existindo “um verdadeiro reconhecimento da pressão e desgaste” a que estão sujeitos no local de trabalho, Filipe considera que tem de haver “também condições para que as pessoas recuperem disso mesmo”, uma vez que “depois de uma chamada de meia hora em que só não fomos chamados de pai, o que menos apetece é atender o próximo cliente”. Filipe é muitas vezes aconselhado a “desligarse disso e a simplesmente não se importar”, mas assegura que “é muito complicado fazê-lo quando as situações difíceis se sucedem”. Por isso admite que perante as atuais condições de trabalho, “não são raras as vezes em que me apetece seguir o exemplo de uma das pessoas com quem fiz formação, que ao fim de alguns minutos de atendimento se levantou e virou costas, sem olhar para trás”.

Diário do Alentejo 28 novembro 2014

17

Filipe conhece casos de assistentes que “sofrem bastante com o desgaste” a que estão sujeitos, quer seja “com dores de cabeça frequentes, bastante irritabilidade ou simplesmente o cansaço quase crónico”. No seu caso, por nunca se ter “deixado absorver totalmente” pelo que faz, nunca chegou “ao desgaste psicológico”, mas já teve alguns problemas de saúde, “nomeadamente constipações pelo choque térmico do exterior para o interior do centro [devido ao ar condicionado] e também situações de garganta inflamada pelo mesmo motivo, o que levou a febre e dias de baixa”. A acústica da sala, “que está longe de ser a ideal para um trabalho deste género, porque torna quase impossível falar e ouvir sem interferências” e o facto de poderem ser penalizados “em todas as decisões que vão contra o que está escrito, porque uma lista de procedimentos é vista como uma lei inegável”, são outras queixas do jovem, que já foi penalizado por ir contra essa mesma lista de procedimentos, “preferindo ir de acordo com a minha interpretação do que me é perguntado”. Quando, por coincidência, as duas acabam por ser iguais, “não existe qualquer problema, porque para quem manda o procedimento foi seguido e isso é o mais importante. Quando o ser humano e a máquina discordam, isso é destetado e aí somos chamados à atenção. Porque não é o cliente que tem sempre razão, é a máquina”, afirma. Apesar de tudo, diz que “o ambiente de trabalho é bom, porque as pessoas que o compõem também o são”: “É o trabalho errado com as pessoas certas. É certo que nem sempre a sala está cheia de sorrisos e que por vezes são ditas coisas a quente, mas tudo isso faz parte. Enquanto não nos conseguirem transformar em máquinas (ou colocá-las no nosso lugar), somos humanos. E enquanto formos humanos, havemos de pensar e discordar uns dos outros, o que é normal”. O “Diário do Alentejo” tentou obter alguns esclarecimentos junto da PT, da Randstad e da ACT mas tal não foi possível até ao fecho da presente edição.


18 Diário do Alentejo 28 novembro 2014

Despertar nos nacionais

Os juvenis do Despertar deslocam-se amanhã a Setúbal para cumprirem a 13.ª jornada do Nacional de Juvenis, depois de na última ronda terem perdido em casa com o Lusitano de Évora. Os iniciados jogam em Portimão a partida relativa à 14.ª jornada do nacional, depois do empate (1-1 em Beja) com o Vitória de Setúbal.

Desporto

Moura Vólei Clube

O Moura Vólei Clube disputa na tarde de amanhã, no recinto do CN Ginástica (Parede), a 2.ª jornada do Campeonato Nacional de Seniores Masculinos e, no domingo, será a vez da equipa feminina receber a formação do Alverca para cumprir a 3.ª jornada do Campeonato Nacional de Seniores Femininos.

22.º Crosse dos Cavaleiros Raquel Trabuco (Elvense) e Hugo Correia (Vidigalense) venceram o 22.º Crosse dos Cavaleiros, em Vale de Santiago, prova organizada pelo NDC Odemira. Ana Catarina Dias (Odemira) foi segunda no setor feminino e João Cruz (BAC) o quarto masculino. Mussa Djau (BAC) venceu em juniores. Coletivamente, ganhou a SF Amadora, o Beja AC foi 3.º, o Odemira 5.º, Messejana 7.º, e o Castrense 12.º.

Renascente e Penedo Gordo brilharam na Taça Distrito de Beja Dérbi entre Odemirense e Milfontes põe líder à prova

Castrense fora da taça Uma semana depois de ter perdido a liderança do campeonato, o Futebol Clube Castrense perdeu a sua permanência na Taça Distrito de Beja. O Penedo Gordo também sobressaiu, afastando a equipa do Saboia.

Eis o quadro completo da 9.ª jornada: Vasco da Gama-Saboia; Sporting Cuba-A ldenoven se ; S er pa-S ão Ma rcos; Odem i rense-M i l fontes; C a st rense-Piense; Cabeça Gorda-A lmodôvar; Renascente-Guadiana.

Texto e foto Firmino Paixão

Penedo Gordo em Beja No regresso do Campeonato Distrital da 2.ª Divisão, merecem maior destaque, entre os jogos da 6.ª jornada, a deslocação do Santaclarense a Ervidel e a visita do Penedo Gordo ao Desportivo de Beja. O Campo da Baiôa, em Ervidel, receberá o líder isolado da Série B, invicto e seguro da importância de ali conquistar os três pontos para se distanciar do Alvorada. A formação do litoral tem apenas um golo sofrido e 10 marcados, índices que a equipa de Ervidel irá, por certo, contrariar. Na cidade de Beja jogase para o primeiro lugar, pertença atual dos visitantes, pelo melhor índice de golos marcados. O Desportivo é favorito, pelo fator casa, o Penedo Gordo está numa espiral de motivação e uma potencial igualdade favorecerá as equipas que estão na segunda linha, nomeadamente o Despertar e o Salvadense. Quadro de jogos (6.ª jornada): Série A: Desportivo Beja-Penedo Gordo; Salvadense-Moura B; Amarelejense-Despertar; São Domingos-Beringelense; Série B: Odemirense B-Castrense B; Alvorada-Santaclarense; Naverredondense-Negrilhos. Folga o Messejanense.

A

derrota do Castrense em Milfontes determinou o afastamento do treinador Dav id Guerreiro imediatamente substituído pelo angolano Carlos Machado (Calú), que já liderou a equipa em São Teotónio, onde a equipa de Castro Verde perdeu (1-0) e foi eliminada da Taça Distrito de Beja. No Penedo Gordo, o primodivisionário Saboia empatou a partida mas caiu nas grandes penalidades. Foi ainda na marcação de penaltis que o Milfontes conseguiu a sua manutenção na prova, num jogo em Cuba onde prevaleceu o empate sem golos até à decisão pela habitual lotaria dos pontapés de 11 metros. Fica ainda o registo do trabalho extraordinário a que o São Marcos foi obrigado para ganhar em Beringel, enquanto os restantes resultados estão dentro da bitola de previsões que o estatuto das equipas deixava perceber. Ficaram apurados para a próxima eliminatória as equipas do Odemirense, Vasco da Gama, Guadiana, Penedo Gordo, Renascente, Aldenovense, São Marcos, Milfontes, Naverredondense e Piense, que se jun-

Surpresa O Penedo Gordo eliminou o primodivisionário Saboia

tarão ao Desportivo Beja, Cabeça Gorda, Despertar, Serpa e Amarelejense, isentos desta fase inicial. Resultados (1.ª eliminatória): Odemirense-Salvadense, 4-0; Messejanense-Vasco Gama, 0-6; Guadiana-Santaclarense, 4-0; Penedo Gordo-Saboia, 3-3 (8-7 gp); Renascente-Castrense, 1-0; Aldenovense-Negrilhos, 6-1; Beringelense-São Marcos, 0-2 (ap);

Sporting Cuba-Milfontes, 0-0 (8-9); Naverredondense-Alvorada, 3-2; Piense-São Domingos, 9-0. Dérbi do Rio Mira No domingo regressa o Campeonato Distrital da 1.ª Divisão, com as atenções centradas no dérbi do Rio Mira, determinante para a manutenção, ou perda, da liderança pelo Milfontes.

Rui Gregório, o novo treinador do Moura, tem estreia no próximo domingo

O

Um novo ciclo em Moura

Campeonato Nacional de Seniores regressa à normalidade depois de esgotada mais uma eliminatória da Taça de Portugal, competição onde o distrito de Beja já não tem qualquer representante. A estreia oficial do treinador Rui Gregório no banco do Moura acontecerá no próximo domingo no seu próprio estádio, diante do Lusitano de Vila Real, adversário que esta época tirou os primeiros pontos aos alentejanos (empate 1-1), quebrando um interessante ciclo de vitórias que o então técnico Bruno Ribeiro acumulava desde

a época anterior. O Moura inicia um novo ciclo, com oito jornadas para esbater o diferencial de oito pontos que tem do acesso à fase de promoção, lugares ocupados pelo Operário e Louletano. O Aljustrelense tem mais um jogo difícil pela frente, em Angra do Heroísmo, vem de uma vitória moralizadora sobre o Reguengos, mas a verdade é que o Angrense só perdeu em casa com o Ferreiras e empatou com o Quarteirense. Jogos da 11.ª jornada: Moura-Lusitano Vila Real; Quarteirense-Operário; Angrense-Aljustrelense; Reguengos-Louletano; Ferreiras-Praiense. FP

Estreia Rui Gregório estreia-se oficialmente no banco do Moura


A equipa de seniores femininos do Futebol Clube Castrense venceu a Associação Desportiva Pasteleira (3-2) em jogo relativo à 2.ª eliminatória da Taça de Portugal em Futebol Feminino e qualificou-se para a fase seguinte da prova.

“Ética no Desporto” em Grândola Realiza-se no próximo domingo, no Cine Teatro Granadeiro, em Grândola, uma ação de formação para a “Ética no Desporto”, promovida pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude com o apoio do município local e dirigida a alunos, pais e professores de educação física. A ação decorre entre as 9 e as 17 horas.

Passeio TT em Albernoa

O Clube Todo-o-Terreno “Escalfa Caminhos”, de Albernoa, realiza no próximo dia 6, pelas 9 horas, o XI Passeio TT Entre Vinhas e Montados, evento com percursos de 60 quilómetros (jipes) e 90 quilómetros (motos). As inscrições estão abertas até ao próximo domingo.

Núcleo do Sporting em Beja O Núcleo do Sporting Clube de Portugal em Beja, fundado em 23 de novembro de 1991, assinala amanhã o seu 23.º aniversário, ao mesmo tempo que estreia as novas instalações no Centro Comercial do Carmo. As comemorações iniciam-se às 12 horas com uma visita à nova sede, seguindo-se um almoço numa unidade hoteleira.

Futebol juvenil Distrital juvenis (5.ª jornada) Série A: Aldenovense -B.ºConceição, 2-1; Moura- B a r r a n c o s , 11- 0 ; D e s p o r t i v o B e j a Amarelejense, 6-2; Serpa-Alvito, 1-2. Líder: Moura, 15 pontos. Próximajornada (30/11): B.ºConceição-Alvito; -Barrancos-Aldenovense; Amarelejense-Moura; Desportivo Beja-Serpa. Série B: Castrense-Guadiana, 1-3; Odemirense-Ferreirense, 3-1; Aljustrelense-Milfontes, 1-4; Ourique-Almodôvar, 0-0. Líder: Odemirense, 15 pontos. Próxima jornada (30/11): Guadiana-Almodôvar; Ferreirense-Castrense; Milfontes-Odemirense; Aljustrelense-Ourique. D i s t r i t a l i n i c i a d o s (5.ª j o r n a d a): Renascente-Sporting Cuba, 1-4; Ferreirense-Castrense, 5-0; Milfontes-Odemirense, 0-3; Guadiana-Moura, 0-7; Almodôvar-Despertar, 2-2. Líder: Moura, 13 pontos. Próxima jornada (30/11): Sporting Cuba-Almodôvar; Castrense-Renascente; Desportivo Beja-Ferreirense; Moura-Milfontes; Despertar-Guadiana. Distrital infantis (7.ª jornada) Série A: B.ºConceição-Operário, 2-2; NS Beja-Ferreirense A, 0-1; Cabeça Gorda-Despertar, 1-8. Líder: Despertar, 18 pontos. Próxima jornada (29/11): Desportivo Beja A-Operário; B.ºConceição-Ferreirense A; NS Beja-Despertar A. Série B: Piense-Santo Aleixo, 1-5; Moura A-Vasco Gama, 3-1; Serpa-Aldenovense, 5-5. Líder: Moura, 18 pontos. Próxima jornada (29/11): Amarelejense-Santo Aleixo; Piense-Vasco Gama; Moura-Aldenovense. Série C: Milfontes-Almodôvar, 2-5; Aljustrelense-Renascente, 9-0; Ourique-Castrense, 2-10. Líder: Aljustrelense, 15 pontos. Próxima jornada (29/11): O demirens e -Almodôvar; Milfontes-Renascente; Aljustrelense-Castrense. Série D: Alvito-Beringelense, 19-0; Ferreirense B-Moura B, 6-2; Sporting Cuba-Desportivo Beja A, 6-0. Líder: Ferreirense, 15 pontos. Próxima jornada (29/11): Despertar B-Beringelense; Alvito-Moura B; Ferreirense B-Desportivo Beja B.

Fora da Taça O Ferreirense vira-se agora para o Campeonato Distrital de Futsal

Sporting Ferreirense foi eliminado da Taça de Portugal em Futsal

O título no horizonte... A conquista da Taça Distrito de Beja em Futsal na época passada garantiu ao Sporting Ferreirense a inédita participação na presente edição da Taça de Portugal, onde se estreou na 2.ª eliminatória. Texto e foto Firmino Paixão

O

adversário que lhe coube em sorteio foi a formação lisboeta do “Fonsecas & Calçada”, da segunda divisão nacional, uma equipa mais competitiva e melhor dotada de recursos individuais, que veio ao Pavilhão dos Desportos de Ferreira do Alentejo garantir a sua continuidade na prova com um triunfo inequívoco e justo (0-7) sobre a equipa alentejana. No final da partida, Jesus Neca, treinador do Sporting Ferreirense lembrou: “Sabíamos as dificuldades de uma eliminatória contra uma equipa que é candidata a subir à 1.ª divisão, e contra factos não há argumentos, é uma equipa muito forte, estruturada para ser candidata ao escalão superior, contra a qual tivemos muitas dificuldades, mas saímos da taça com dignidade e a consciência de termos dado o máximo, embora tenhamos que dar os parabéns aos adversários, porque na realidade foram melhores, foram uns vencedores justos”. Terminada esta participação inédita na Taça de Portugal, a equipa concentra agora as suas atenções no plano regional. “Sim, essa é que é a nossa guerra, o campeonato distrital e a taça”, assumiu o técnico. E lembrou: “Talvez sejamos a equipa com o plantel mais reduzido do campeonato, temos 12 jogadores, entre eles dois miúdos que são juniores de primeiro ano, mas estamos mentalizados e espero que esta derrota não afete a equipa,

vamos ter que recuperar psicologicamente os jogadores”. O Ferreirense ocupa o segundo lugar no Distrital de Futsal da AFBeja, atrás do Desportivo da Baronia, mas Jesus Neca afirmou:“Jogamos sempre para ganhar, é para isso que aqui andamos, estamos a três pontos do Baronia, que é uma equipa muito forte, tem a experiência de várias presenças no nacional e ainda não perdeu um jogo esta época. Vêm jogar connosco daqui por duas jornadas e esperamos ganhar-lhes para ficarmos em igualdade de pontos, sabendo que será muito difícil, mas nós trabalhamos todos os dias para sermos melhores do que fomos hoje, para darmos continuidade a este trabalho e atingirmos os nossos objetivos”. Quanto ao plantel, o treinador assegurou: “Temos jogadores com qualidade, miúdos que trabalham sempre no limite. Seis ou sete jogadores que fazem a diferença e os mais jovens que estão a integrar-se bem no grupo e a ganhar entrosamento. Temos que lhes dar espaço na equipa e tempo de jogo, para que no futuro possamos contar mais com eles. O que me preocupa é a eventualidade de castigos e lesões porque fico com menos soluções que os adversários”. A Taça Distrito de Beja é outra das frentes desportivas em que o Sporting Ferreirense está empenhado e o técnico lembrou mesmo: “Na época passada ganhámos a Taça Distrito e a Supertaça, com todo o mérito, e este jogo da Taça de Portugal acabou por ser um prémio para os jogadores, por tudo o que fizeram no passado”, sublinhando:“É importante manter o futsal vivo aqui em Ferreira do Alentejo”. A equipa ferreirense, de resto, é uma das potenciais candidatas ao título, a par do Alcoforado e do Desportivo da Baronia. “Penso que sim, são

as três equipas que terão uma palavra a dizer, deste trio sairá o campeão, espero que sejamos nós, vamos ver, sendo que o Almodôvar, que já está um pouco atrasado, também é equipa capaz de tirar alguns pontos aos candidatos. No entanto, ainda temos muito campeonato pela frente”, concluiu. Outros Resultados: Taça Distrito de Beja em

Futsal (1.ª eliminatória): Leões de Almodôvar-Núcleo Sportinguista de Moura, 10-0; Ourique-Barrancos, 10-2; Luzerna-Baronia, 0-3; Ferreirense-CB Castro Verde (adiado para 10/12). Clubes isentos: Vasco Gama, Alvito, Desportivo Beja e Alcoforado. Taça Distrito Beja Futsal Feminino (1.ª jornada): Alvito-Guadiana, 3-3. Folgou o Desportivo de Beja. Próxima Jornada (13/12): Alvito-Desportivo de Beja. Folga o Guadiana. Taça Distrito Beja Juniores (1.ª jornada): Baronia-Almansor, 3-7; Internacional Évora-Leões de Almodôvar, 2-5. Líder: Almansor, 3 pontos. Próxima jornada (14/12): Almansor-Internacional Évora; Leões Almodôvar-Núcleo Sportinguista de Moura. Agenda do fim de semana: Campeonato Distrital

de Seniores Futsal (7.ª jornada-28/10): Ourique-Baronia; Leões Almodôvar-Luzerna; NS Moura-Alcoforado; Desportivo Beja-Barrancos; Alvito-Vasco da Gama; Ferreirense-CB Castro Verde. Campeonato Distrital de Juniores Futsal (6.ª jornada): Internacional Évora-Baronia; Leões Almodôvar-Núcleo Sportinguista Moura. Campeonato Distrital de Futsal Feminino (3.ª jornada): Desportivo de Beja-Guadiana. Folga o Alvito.

Liga de benjamins (1.ª MOM/5.ª jornada) Série A: Ferreirense-Desportivo Beja A, 2-1; NS Beja-B.ºConceição, 5-2. Classificação: 1.º Ferreirense, 10 pontos. 2.º Desportivo Beja, 9. 3.º Núcleo Sportinguista Beja, 6. 4.º Despertar, 4. 5.º Bairro Conceição, 0. Série B: Vasco Gama-Sporting Cuba, 1-2; Despertar B-Alvito, 3-2. Classificação: 1.º Sporting Cuba, 12 pontos. 2.º Vasco Gama, 7. 3.º Desportivo Beja B, 5. 4.º Despertar B, 4. 5.º Alvito, 0. Série C: Piense-Barrancos, 4-1; Amarelejense-Serpa, 4-7; Moura-Aldenovense, 10-0. Classificação: 1.º Moura B, 15 pontos. 2.º Piense, 9. 3.º Amarelejense, 9. 4.º Serpa, 9. 5º Barrancos, 3. 6.º Aldenovense, 0. Série D: Ourique-Castrense, 3-0; Alvorada-Almodôvar, 3-5. Classificação: 1.º Aljustrelense, 12 pontos. 2.º Almodôvar, 9. 3.º Ourique, 6. 4.º Alvorada, 3. 5.º Castrense, 0. Série E: Boavista-Milfontes, 4-1; Renascente-Sanluizense, 7-1. Classificação: 1.º Juventude Boavista, 9 pontos. 2.º Odemirense, 9. 3.º Milfontes, 9. 4.º Renascente, 3. 5.º Sanluizense, 0.

Futebol do Inatel Agenda (29 e 30/11) Grupo A Ficalho-Safara; Sobral-Povoense. Líder: Ficalho, 10 pts. Grupo B Garvão-Santa Luzia; Relíquias-V. Figueira; Cercalense-Sonega.Líder: V.Figueira, 13 pts. Grupo C S.C.Nova-Sanjoanense; Almodôvar-Sete. Líder: SC Nova 10 pts. Grupo D Quintos-Albernoa; Serpense-São Matias. Líder: Louredense, 8 pts. Grupo E Serrano-Cavaleiro; Pereirense-Malavado; Amoreiras-Longueira.Líder: Serrano, 13 pts. Grupo F Figueirense-S.Vitória; Jungeiros-Vale d’Oca. Líder: Vale d’Oca, 8 pts.

19 Diário do Alentejo 28 novembro 2014

Castrense na Taça de Portugal


20 Diário do Alentejo 28 novembro 2014

Beja Basket Clube joga em Lagoa

O Beja Basket Clube disputa amanhã em Lagoa a 7.ª jornada do Campeonato Nacional da 1.ª Divisão Masculina, depois de na ronda anterior ter batido o Ferragudo, em Beja, por 58-51, naquela que foi a sua terceira vitória na prova. O Beja Basket Clube voltará a jogar no domingo, no Pavilhão Municipal de Beja (17 horas), com o Imortal.

Hóquei em patins 2.ª divisão (10.ª jornada): Salesiana-Alenquer, 4-2; Nafarros-Tomar, 3-2; Biblioteca-Vasco Gama, 1-3; Benfica B-Marítimo, 11-1; Sesimbra-Oeiras, 5-2; Física-Grândola, 5-2; Entroncamento-Alcobacense, 3-3. Líder: Física, 22 pontos; 6.º Grândola, 18; 9.º Vasco Gama, 14. Próxima jornada (29/11): Grândola-Entroncamento.

Andebol nacional

Campeonato Nacional da 2.ª divisão Juvenis Masculinos (1.ª fase Zona 6): Costa d’Oiro-CCP Serpa; 22-19; Zona Azul-Albufeira, 29-24; NA Redondo-Évora AC, 9-28. Líder: Costa d’Oiro, 6 pontos. Próxima jornada (29/11): Albufeira-Costa d’Oiro; CCP Serpa-NA Redondo; Zona Azul-Évora AC.

Hóquei em patins 3.ª divisão (9.ª jornada): CP Beja-Marítimo, 2-5; Estremoz-Cascais, 8-6; Boliqueime-Santiago, 2-4; Campo Ourique-Murches, 8-3; Tojal-Torres, 5-4; Parede-Castrense, 9-7. Líder: Parede, 25 pontos; 7.º Santiago, 10; 10.º Castrense, 7; 12.º CP Beja, 6. Próxima jornada (30/11): Cascais-CP Beja; Santiago-Estremoz; Castrense-Tojal.

Taça de Portugal Zona Azul qualificada para a 3.ª eliminatória

Zona Azul segue na taça e pede um jogo, em casa, com um grande clube

Olhem para nós… A equipa de seniores da Associação Cultural e Recreativa Zona Azul, de Beja, qualificou-se para a 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, derrotando o Almada, no prolongamento de um jogo de emoções fortes. Texto e foto Firmino Paixão

F

oi o segundo jogo oficial da equipa liderada por Carlos Guerreiro e foi, também, a segunda vitória em eliminatórias da Taça de Portugal e, em ambos os casos, com adversários da segunda divisão nacional. Primeiro na cidade de Tavira a equipa bejense derrotou o Vela (21-30) cabendo-lhe em sorte o Almada, outra formação de escalão secundário. Num jogo verdadeiramente emotivo, os bejenses venceram por 31-29 (parciais de 14-13 ao intervalo e 26-26 no final do tempo regulamentar) com recurso a prolongamento (5+5’). Uma vitória justa, que projeta a equipa da Zona Azul para a eliminatória seguinte, em que entram já os clubes da 1.ª divisão nacional. O treinador Carlos Guerreiro foi perentório em considerar: “Foi um grande jogo de andebol, um enorme jogo mesmo, tenho que dar os parabéns à minha equipa, como é óbvio, mas também tenho que felicitar o Almada, porque não é fácil, eles estão na 2.ª divisão, jogaram ontem ao fim da tarde e hoje já estiveram aqui só nove jogadores que deram tudo, por isso, deixo uma palavra de apreço para eles, mas nós fomos enormes”. Avaliando o percurso da sua equipa, que só inicia o campeonato nacional da 3.ª divisão a 6 de dezembro, revelou: “Não tem sido fácil, sincera-

mente, tem sido o ano mais difícil de trabalhar, começámos em setembro e até agora tivemos apenas dois jogos oficiais, é difícil gerir a ansiedade de competir e manter os níveis físicos, por muita confiança que tenhamos no nosso trabalho os jogos é que nos dão o retorno, por isso, apresentarmo-nos aqui com esta intensidade, no segundo jogo oficial, dá muita justiça a esta vitória. Trabalhámos muito, tivemos um pouco de sorte e, se calhar, de azar, porque, eventualmente, não necessitaríamos do prolongamento para nos qualificarmos, mas soubemos sofrer e merecemo-lo”. Projetando o nível de adversário desejado para a próxima etapa da taça a realizar em 17 de janeiro de 2015, Carlos Guerreiro vaticinou: “Queria o Benfica, o Sporting ou o Porto, sabemos que, mais cedo ou mais tarde, teremos que sair da prova, no ano passado fizemos história, fomos até aos oitavos de final, onde o clube nunca tinha estado, jogámos com uma equipa da 1.ª divisão (Ismai) fora de casa, perdemos depois de fazermos muitos quilómetros até à Maia, por isso, espero que venha uma equipa que nos permita ainda sonhar com a possibilidade de irmos mais à frente, ou então, uma equipa dos chamados grandes, em nossa casa, para enchermos o pavilhão”. Realçando o mérito dos seus jogadores, uma equipa de heróis que deixou tudo em campo, o técnico comentou: “Estes heróis são muito jovens, acabámos a jogar com dois juniores na nossa primeira linha, o Rui Bernardino, júnior de primeiro ano, e o André Barrocas, que é de segundo ano, porque marcaram-nos o Hugo Estanque, que é o nosso jogador mais experiente e, portanto, a resposta que eles têm dado tem

sido extraordinária”. E acentuou: “São uns verdadeiros heróis, fazem tudo para virem treinar, trabalhamos bem, treinamos com regularidade, mas falta-nos qualquer coisa, um pequeno clique, acho que estamos a precisar que olhem para nós, se calhar somos a equipa das diferentes modalidades que há mais anos anda a representar a cidade de Beja nos campeonatos nacionais, era bom que olhassem para nós com olhos de quem merece uma aposta para podermos chegar a outros patamares, acho que está na hora de sermos um bocadinho exigentes por tudo aquilo que temos feito”. Não tarda está aí o campeonato, apenas quatro equipas, a Zona Azul, o CCP Serpa, o Redondo e o Lagoa, apurando duas para a fase final, e o treinador confessou: “O campeonato vai ser muitíssimo difícil, como são quatro equipas é uma poule, essa é a mensagem que tenho passado aos jogadores, todas as equipas são muito equilibradas e o facto de termos estado na época passada na fase final e agora já termos ultrapassado duas eliminatórias da taça com equipas de segunda divisão, não nos dá vantagem absolutamente nenhuma, por isso, temos que encarar todos os jogos com o mesmo espírito com que jogámos aqui com o Almada, temos confiança no nosso trabalho e no valor dos jogadores, queremos ocupar uma das duas vagas na fase final, mas não será fácil”. O sorteio da próxima eliminatória ainda não tem data marcada e até lá o Núcleo de Andebol do Redondo, segunda equipa alentejana em prova, ainda terá que jogar com os Marienses (8/12) para saber se acompanha a Zona Azul neste percurso de sucesso na Taça de Portugal.

Magia José Saúde

Sou adepto da fascinação que a vertente desportiva sempre impôs em gerações colaterais. Longe vão os tempos em que o futebol assumia parâmetros comuns a uma juventude que se fi xava nesse gozo inigualável. Porém, o evoluir da temática galgou barreiras e o rol de modalidades agora presenciadas preenchem um espaço infindável no cenário distrital. Jovens com capacidades natas colocam no púlpito a modalidade que oportunamente elegeram. E é nesse mundo de magia que sobressaem valores individuais e coletivos. Puxo a fita de um filme de longa metragem atrás e revejo aquelas tardes de quartas--feiras e de sábados onde a miudagem se recreava com inacabáveis conceitos desportivos. Lembro os convívios entre rapazes e raparigas de diversos estabelecimentos de ensino. Recordo o mundo das corridas. O atletismo, na época, trouxe um outro fulgor ao cosmos estudantil. Havia os mágicos que levavam a rapaziada ao júbilo. Vencedores e vencidos proclamavam, em uníssono, as virtualidades da modalidade preferida. O fundo, o meio-fundo e a velocidade eram distâncias usurpadas por atletas que impunham os seus argumentos nesses contextos. De Beja saíram campeões. Enalteço, com justiça, o campeão mundial Fernando Mamede na distância de 10 mil metros. Hoje, reconhece-se robustez e afirmação no atletismo bejense. A Associação de Atletismo de Beja, não obstante o rol de dificuldades que os clubes enfrentam, por força de uma preocupante situação financeira, ousa, com honra e paixão, levar por diante um conjunto de competições oficiais, onde sobressaem excelentes valores. Importa enaltecer, também, o trabalho realizado pelos clubes que cruzam o seu querer com a magia dos atletas. Diogo Luz (JD Neves), Ana Braga e Isabel Braz (ambas do Beja AC), Patrícia Vaz (FC Castrense) e Henrique Água Doce (BNS Conceição), entre outros campeões, foram os atletas dos escalões de formação que mais títulos conquistaram na época de 2013/2014.


21 Diário do Alentejo 28 novembro 2014

Eurolojas abriu em Beja com produtos variados e todos eles a um euro.

Empresas

Um projeto em constante expansão

Eurolojas: tudo a um euro Beja já conta com uma loja do grupo Eurolojas. Abriu portas no passado dia 22, na rua 5 de Outubro, e é a primeira loja na zona do Alentejo, prometendo desde já ser um sucesso. Publirreportagem Sandra Sanches

E

sta é realmente uma empresa de sucesso. No espaço de um ano o grupo Eurolojas abriu cerca de 20 espaços comerciais no País. Foi no Porto, em S. Roque da Lameira, que o projeto empresarial nasceu e em pouco mais de um ano o sucesso da marca já fez com que a Eurolojas tenha apostado nos franchisados. A marca está em constante expansão. Atualmente marca presença em Ermesinde, Gondomar (S. Cosme, Rio Tinto e S. Pedro da Cova), Porto (S. Roque da Lameira, Antero de Quental e Pereiró), Gaia (avenida da República,

largo dos Aviadores e Avintes), Maia (rotunda do Lavrador, Castelo da Maia e Águas Santas), Matosinhos (Senhora da Horta, Leça da Palmeira e S. Mamede Infesta), Paredes, Lordelo, Coimbra, Beja e Alcácer do Sal. Em breve prevê-se a inauguração de mais quatro lojas. Em Beja o espaço abre pelas mãos de uma empresa familiar, com José Carlos, Vera Galvão e Duarte Rodrigues. Segundo revela José Carlos, a ideia surgiu “da procura de um negócio que pudesse resultar em plena crise” e porque “as pessoas merecem poupar dinheiro”. Assim sendo, o negócio não poderia ser outro. O objetivo é vender “artigos de qualidade e de marcas bem conhecidas a um preço fantástico”. A loja apresenta uma característica comercial única: vender tudo a um euro. Segundo os promotores do espaço em Beja, a Eurolojas traz à cidade um espaço onde o

PUB

Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação

COOPERATIVA AGRÍCOLA DO GUADIANA DE MÉRTOLA

CONVOCATÓRIA Nos termos do art. XXI, n.º 2 dos estatutos, convoco a Assembleia Geral da Cooperativa Agrícola do Guadiana de Mértola para uma reunião ordinária a ter lugar no dia 12 de dezembro de 2014, pelas 15:00 horas, na sala de reuniões da Cooperativa em Mértola, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto 1 - Apreciação e votação do orçamento para o ano de 2014; Ponto 2 - Outros assuntos de interesse para a classe. Nota: Considerando que a Assembleia Geral só pode funcionar regularmente com a presença de mais de metade dos sócios e no pressuposto de que a maioria não venha a verificar-se, convoco desde já para que a mesma se efectue numa hora mais tarde daquela que se indica, ou seja, pelas 16 horas no mesmo local e com os sócios presentes. Mértola, 17 de novembro de 2014. O Presidente da Assembleia Geral Assinatura ilegível

Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação

LIGA DOS AMIGOS DO HOSPITAL DE BEJA

CONVOCATÓRIA Nos termos do ponto 2 do art.º 28.º dos Estatutos da Liga dos Amigos do Hospital de Beja, convocam-se todos os sócios para uma reunião da Assembleia Geral a realizar no dia 17 de dezembro de 2014, em primeira convocatória para as 15.00h, na sala de formação da ULSBA, na rua António Sardinha n.º 15, em Beja, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apreciação e Aprovação do Orçamento e Programa de Ação para 2015; 2. Outras Informações. Se não estiverem presentes, à hora indicada, mais de metade dos sócios com direito a voto, a Assembleia-Geral realizar-se-á meia hora mais tarde, com os sócios presentes. Beja, 20 de novembro de 2014 O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, Joaquim Apolino Salveano de Almeida

consumidor pode encontrar uma enorme variedade de artigos para o dia a dia, como produtos de higiene, limpeza, produtos alimentares, artigos para crianças, material escolar, papelaria, produtos para animais, artigos de decoração, calçado, ferramentas e cosméticos, entre outros. Para além dos preços competitivos – um euro, um produto –, a loja oferecerá novidades em permanência. Será ainda possível comprar “dois, três ou mais produtos” por apenas um euro. A oferta, segundo José Carlos, é variada e apresenta qualidade e para quem não abdica das marcas o espaço tem também à venda as tradicionais e conhecidas marcas comercializadas em qualquer outro espaço comercial. Numa altura fortemente marcada pela crise, José Carlos acredita que este é um “negócio viável”, mas que só fez sentido com a abertura de uma outra loja no Alentejo. O que aconteceu na passada quarta-feira, dia 26, com a inauguração

de um espaço na cidade de Alcácer do Sal. A ideia é expandir o conceito e os promotores do negócio no Alentejo não descartam a hipótese de abrirem novos espaços em outras localidades da região. Ana Catarina Cunha, administradora do grupo empresarial, refere que “este é um projeto que pela qualidade do que vende e pela excelência do atendimento tem gerado uma excelente resposta dos consumidores”. Daí que em Beja também a recetividade ao espaço tenha superado as expetativas criadas pelos promotores. A loja, com apenas 120 metros quadrados de área de venda ao público, encontra-se aberta de segunda-feira a domingo, das 9 e 30 às 19 e 30 horas. A equipa, que se revela entusiasmada com o arranque do conceito em pleno território alentejano, convida a população a conhecer o conceito e o espaço.


22

saúde

Diário do Alentejo 28 novembro 2014

Análises Clínicas

Medicina dentária

Psicologia

Drª Heloisa Alves Proença Médica Dentista Directora Clínica da novaclinica Exclusividade em Ortodontia (Aparelhos) Master em Dental Science (Áustria) Investigadora científica (Kanagawa) Dental University (Japão) Investigadora no Centro de Medicina Forense (Portugal)

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves

Vários Acordos

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE Cardiologistas Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Otorrinolaringologia

Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA ▼

DRA. SÓNIA FERNANDES

Pediatra Consultas no Centro Médico de Beja Largo D. Nuno Álvares Pereira n.º 13 BEJA Marcações pelo telefone 284312230 Estomatologia Cirurgia Maxilo-facial

Marcações pelo 284322446;

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Tel. 284324690 Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA

Pediatria

Terapia da Fala

Consultas em Beja CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq. Tm. 962557043 veraluciarochabaiao@gmail.com

Ginecologia/Obstetrícia

CLÍNICA MÉDICA

MÉDICO DENTISTA

Prótese/Ortodontia Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO

DR. MAURO FREITAS VALE

CONSULTAS DE OBESIDADE

Consultas às 4ª feiras tarde e sábado

Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155

MARCAÇÃO DE CONSULTAS: Diariamente, dias úteis: Tel: 218481447 Lisboa 4ª feiras: 14h30 – 19h

Oftalmologia

e.mail: clinidermatecorreia@ gmail.com Rua Manuel António de Brito nº 4 1ºFte 7800- 544 - BEJA (Edifício do Instituto do Coração, frente ao Continente)

Fisioterapia

CENTRO DE FISIOTERAPIA DE BEJA CONSULTAS DE FISIATRIA Carlos Machado Médico Fisiatra

ISABEL REINA, LDA. Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras

Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

Médico oftalmologista Especialista pela Ordem dos Médicos Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja Consultas de 2ª a 6ª Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

Clínica Geral

TRATAMENTOS DE FISIOTERAPIA Acordos com: ADSE, ADM, SAMS, SAD/PSP, PT/ACS, SS da CGD, SAD/GNR, Comp. de Seguros

Urologia

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503 Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

AURÉLIO SILVA

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29

BEJA

GASPAR CANO

Clínica dentária

Marcações pelo telef. 284328023

JOÃO HROTKO

Tel: 284329134 Beja

UROLOGISTA

de trabalho, A.D.M., S.A.M.S., Planuscard, S.M.P.

Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério da Saúde Generalista

Acordos com A.D.S.E., SAD/

Seguros/Acidentes

Obesidade

DR. A. FIGUEIREDO LUZ

Marcaçõeas pelo tel. 284322778 Rua Sousa Porto, n.º 35 – BEJA

/GNR, CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Allianze,

Otorrinolaringologista Ouvidos,Nariz, Garganta

Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA

Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático Técnicas de Acupunctura

DR. ÁLVARO SABINO

DR. J. S. GALHOZ

Exames da audição

MÉDICA DERMATOLOGISTA

Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves

Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

- Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS

Ouvidos,Nariz, Garganta

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

Centro de Fisioterapia S. João Baptista, Lda

Técnica de Prótese Dentária

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

TERESA ESTANISLAU CORREIA

Fisioterapia

FERNANDA FAUSTINO

Dermatologia

HELIODORO SANGUESSUGA

às 3ªs feiras, a partir das 15 horas pelos Telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA

Rua Manuel António Brito n.º 6-1.º frente 7800-522 Beja Telefone: 284 328 100

Cardiologia

MARCAÇÕES E CONSULTAS

www.novaclinica.pt

Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Neurologia

Dr. José Loff Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral /Implantologia Aparelhos fixos e removíveis VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190

7800-475 BEJA


23

saúde diversos

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TAC) ECOGRAFIA MAMOGRAFIA ECO DOPPLER RADIOLOGIA DENTÁRIA Médicos Radiologistas António Lopes / Aurora Alves Helena Martelo / Montes Palma Médica Neuroradiologista Alda Jacinto Médica Angiologista Helena Manso Convenções:

ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Marcações: Tel. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387 Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

Diário do Alentejo 28 novembro 2014

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA


24

necrologia diversos

Diário do Alentejo 28 novembro 2014

Beja/Cova da Piedade

MISSA

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Fernando Joaquim da Costa Picado Adelino Jacinto Vieira Sua ir mã, Mar ia Amália Vieira, e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 17 de setembro de 2014 e manifestam publicamente o seu agradecimento a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma lhes manifestaram o seu pesar. Para os seus colegas de futebol, do Despertar Sporting Clube de Beja, o seu reconhecimento especial.

7.º Ano de Eterna Saudade Filha, netos e genro participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 29/11/2014, sábado, pelas 18 horas, na igreja de Santa Maria, em Beja, agradecendo desde já a todos os que nela comparecerem.

Corte do Pinto PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

MISSA

António Constantino Luzia João Augusto Leitão das Dores 2.º Ano de Eterna Saudade Esposa, filhos e restante família vêm por este meio comunicar que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 01/12/2014, segunda-feira, às 18 horas, na igreja de Santa Maria, em Beja.

Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO ALDEIA NOVA – ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL DE VILA NOVA DE S. BENTO

MISERICÓRDIA NOSSA SENHORA DE ASSUNÇÃO DE MESSEJANA

CONVOCATÓRIA

CONVOCATÓRIA

Em conformidade com o disposto da alínea a) do art. 30° n.º 2 dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral da Associação Aldeia Nova – Associação de Desenvolvimento Social de Vila Nova de S. Bento, a reunir, em Sessão Ordinária, no próximo dia 17 de dezembro de 2014, pelas 17:30h, no Sítio das Artes, em Vila Nova de S. Bento, com a seguinte ordem de trabalhos: 1-Eleição dos Corpos Sociais da Associação Aldeia Nova para o triénio 2015/2017: a) A apresentação das candidaturas será até as 18:00 horas do dia 2 de dezembro de 2014, na secretaria da Instituição; b) A eleição dos corpos sociais decorrerá entre as 17:30 e 19:30 horas do dia 17 de dezembro de 2014. 2-Outros assuntos. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos Associados com direito a voto, a Assembleia iniciará uma hora mais tarde com qualquer número de Associados presentes. O Presidente da Assembleia Geral Manuel Luís Machado Nunes

Nos termos da alínea a) do n.º 2 do art.º 24 dos Compromissos, e as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei 172-A de 14 de Novembro de 2014, convoco a Assembleia Geral da Misericórdia de Nossa Senhora de Assunção de Messejana para a reunião ordinária, a realizar nas instalações da mesma, no dia 18 de Dezembro de 2014, quinta-feira, pelas 19 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Leitura e aprovação da ata anterior. 2. Apresentação, discussão e votação do plano de actividades e orçamento previsional para 2015, assim como o respectivo parecer do Conselho Fiscal. 3. Eleição dos Corpos Sociais para o quadriénio 2015/2018. Caso à hora marcada não se encontre presente o número legal de irmãos, a Assembleia Geral reunirá uma hora mais tarde (20 horas), em segunda convocatória, com qualquer número de irmãos, nos termos do n.º 1 do art.º 26 dos Compromissos. Messejana, 24 de Novembro de 2014. O Presidente da Assembleia Geral Dr. José Duarte Brando Albino

A família cumpre o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 24/11/2014, aos 104 anos de idade. Na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradece por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma lhes manifestaram o seu pesar.


25

institucional diversos Especialista de problemas de amor Astrólogo Curandeiro

DR. CÂMARA Espiritualista e Cientista

& &

O mais importante da Astrologia é obter resultados bons, rápidos e garantidos a 100%. Dotado de poderes, ajuda a resolver problemas difíceis ou graves em 7 dias, como: Amor, Insucesso, Depressão, Negócios, Injustiças, Casamento, Impotência Sexual, Maus Olhados, Doenças Espirituais, Sorte nas Candidaturas, Desporto, Exames e Protecção contra perigos como acidentes em todas as circunstâncias, aproxima e afasta pessoas amadas, com rapidez total. Se quer prender uma vida nova e pôr fim a tudo o que o preocupa, não perca tempo, contacte o Dr. Câmara e ele tratará do seu problema com eficácia e honestidade.

FACILIDADE DE PAGAMENTO

Consultas à distância e pessoalmente TODOS OS DIAS DAS 8 ÀS 21 HORAS Tel. 284105675 Tm. 968729608 / 933311859 Rua Escritor Julião Quintinha, nº 42 – A – 1º BEJA – ALENTEJO

NÃO EXISTEM PROBLEMAS SEM SOLUÇÃO Grande Medium – Vidente

MESTRE MOUSTAPHA Espiritualista e Cientista 44 ANOS DE EXPERIÊNCIA

O mais importante da astrologia é obter resultados bons, rápidos e garantidos a 100%. Dotado de poderes, ajuda a resolver problemas difíceis ou graves em 7 dias, como: amor, insucessos, depressões, negócios, injustiças, casamento, impotência sexual, maus olhados, doenças espirituais, sorte nas candidaturas, desporto, exames, vício, alcoolismo, droga, tabaco, protecção contra os perigos, como acidentes em todas as circunstâncias, aproxima e afasta pessoas amadas, com rapidez total. Se quer prender a si uma vida nova e pôr fim a tudo o que o/a preocupa não perca tempo contacte o Mestre Moustapha, ele tratará do seu problema com eficácia e honestidade. Consultas à distância e pessoalmente.

Facilidade de pagamento depois do resultado positivo. Se quer melhorar a sua vida sexual Bons resultados

e

Tm. 968783969 Baixa da Banheira

A Associação Sementes de Vida vem agradecer publicamente à EDIA pela organização da Volta Solidária de Alqueva, que decorreu no dia 18 de outubro e cuja receita reverteu integralmente a favor da nossa instituição. A todos os que nela participaram e colaboraram, o nosso Muito Obrigada!

Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação

Diário do Alentejo 28 novembro 2014

Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação

EXTRACTO Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada no dia dezanove de Novembro de dois mil e catorze, no Cartório Notarial titulado pela Licenciada Ana Paula dos Santos Marques, Notária em Santiago do Cacém, com Cartório sito na Estrada do Fidalgo, números 4 e 6, exarada a folhas noventa e sete e seguintes, do respectivo livro de notas para escrituras diversas número cento e cinquenta e dois, foi efectuada uma escritura de justificação, peLa qual: JOSÉ MANUEL MARTINS FERNANDES e mulher MARIA DE FÁTIMA DÂMASO DE MATOS MARTINS FERNANDES, casados no regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua 5 de Outubro, número 39, São Luís, Odemira. DISSERAM: Que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrem, do seguinte imóvel: PRÉDIO URBANO sito em CORTE PINHEIRO, freguesia de São Luís, concelho de Odemira, composto por casas térreas com um compartimento para habitação, com a superfície coberta de cento e sessenta metros quadrados e descoberta de quarenta metros quadrados, a confrontar do Norte com António Bernardino Silva, do Sul com Inácio José, do Nascente com Rua 5 de Outubro e do Poente com Brissos Silva Monteiro, inscrito na respectiva matriz predial urbana em nome do justificante marido sob o artigo 994, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira. Que o identificado imóvel veio à posse dos justificantes por compra verbal a JOSÉ FERNANDES, solteiro, maior, residente que foi na Rua 5 de Outubro, número 39, actualmente já falecido, em dia e mês que não podem precisar do ano de mil novecentos e oitenta e cinco, não tendo nunca tal compra e venda sido reduzida a escritura pública. Que, assim, possuem o sobredito prédio há cerca de vinte e nove anos, posse esta desde sempre exercida em nome próprio, com a consciência de nunca, nem mesmo no acto de aquisição, estarem a prejudicar direitos alheios, com o conhecimento de toda a gente e sem a menor oposição ou interrupção de quem quer que fosse. Que, durante este período de tempo, eles justificantes agiram como proprietários, sem nunca ocultarem esta sua posição, ou serem importunados por quem quer que fosse desde o seu início, usufruindo directamente o referido prédio urbano, considerando-o como coisa sua, constituindo o mesmo a sua casa de morada de família, desta forma o conservando e beneficiando, fazendo nele as obras que com o decurso do tempo se foram tornando necessárias para manter a sua habitabilidade, reparando o telhado, pagando as respectivas contribuições, taxas ou outros encargos legais e dele retirando todos os benefícios próprios de verdadeiros donos. Trata-se por conseguinte, de uma posse caracterizada pela boa fé e exercida de uma forma pública, pacífica e contínua. Que, deste modo, estão reunidos os requisitos para a aquisição, por usucapião, que invocam, do direito de propriedade sobre o mencionado prédio. Está conforme o original. Cartório Notarial titulado pela Licenciada Ana Paula dos Santos Marques, Notária em Santiago do Cacém, aos 19 de Novembro de 2014. A Notária, Ana Paula dos Santos Marques

Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO DE REFORMADOS, PENSIONISTAS E IDOSOS DAS ILHAS DE ARRAIOLOS

CONVOCATÓRIA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

CASA DO ALENTEJO

CONVOCATÓRIA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA Conforme o disposto no artigo 19.°, N.° 1, Alínea C dos Estatutos da Casa do Alentejo, convocam-se os sócios da Casa do Alentejo para a Assembleia Geral Ordinária cujo único ponto é a ELEIÇÃO DOS ÓRGÃOS SOCIAIS PARA O TRIÉNIO 2015/2017, a mesma fica marcada para o dia 6 de Dezembro de 2014 das 12.00h às 20.00h. Lisboa, 21 de Novembro de 2014.

O Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Geral Manuel Bernardino Ramos

Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE ALJUSTREL

CONVOCATÓRIA ASSEMBLEIA GERAL ELEITORAL Nos termos do disposto no n.º 1 do Artigo 30.º do Compromisso da Santa Casa da Misericórdia de Aljustrel e conforme a alínea a) do artigo 59.º A do Dec.lei 72-A/2014, convoco os irmãos a reunirem, em Assembleia Geral Eleitoral, no dia 13 de dezembro de 2014, no período das 15h00 às 17h30, no refeitório do Infantário da Instituição, sito na Avenida 1.° de Maio, em Aljustrel, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto único: - Eleição da Mesa da Assembleia Geral, da Mesa Administrativa e do Conselho Fiscal, para o mandato social do quadriénio de 2015-2018. Notas: 1 - O acto eleitoral processar-se-á ininterruptamente no período horário das 15 às 17 e 30 horas, em “sistema de voto de urna aberta”; 2 - A relação eleitoral dos irmãos no pleno gozo dos seus direitos estará, para consulta, na sede da Instituição, a partir do próximo dia 28 de novembro de 2014. 3 - As listas concorrentes têm de dar entrada na Sede Social da Misericórdia até às 17h00 do dia 09 de dezembro de 2014 devendo conter os nomes completos dos efetivos e suplentes, com declaração de aceitação expressa dos mesmos. 4 - Só serão submetidas a votação as listas que foram apresentadas por um mínimo de cinco irmãos. 5 - Após a contagem e apuramento de votos, os resultados da eleição serão proclamados de imediato. Aljustrel, 24 de novembro de 2014. O Presidente da Assembleia Geral Luís Maria Bartolomeu Afonso da Palma Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação

– Cortes de cabelo à tesoura e à máquina para todas as idades. – Barba à navalha. – Aparos de barba e bigode.

Eu, Vitória da Conceição de Sousa Gomes, na qualidade de Presidente da Mesa da Assembleia Geral, convoco todos os Associados para a reunião de Assembleia Geral ordinária relativa a eleições gerais para o triénio 2015/2017, no dia 13/12/2014, pelas 15 horas, na sede da Associação, para deliberar sobre os seguintes pontos da ordem de trabalhos: Primeiro Ponto: Leitura da Ata da última Assembleia Geral; Segundo Ponto: Eleições dos membros dos Órgãos Sociais para o triénio 2015/2017; Terceiro Ponto: Reconhecimento expresso da impossibilidade ou inconveniência de substituição dos membros dos corpos gerentes que já desempenharam dois mandatos consecutivos, por parte da Assembleia Geral, se for caso disso. A Assembleia Geral funcionará em primeira convocatória com a presença de mais de metade dos associados com direito a voto, ou uma hora depois com qualquer número de presentes, de acordo com o ponto 1, do artigo n.º 31, dos nossos estatutos. Informação aos associados A apresentação de candidaturas far-se-á por meio de listas completas, contendo o nome, número de sócio e cargo a desempenhar, entregues na secretaria da associação e dirigidas à Presidente da Mesa da Assembleia Geral, até às 18 horas do dia 05 de Dezembro de 2014, para posterior afixação da mesma. As Listas apresentadas estarão afixadas na sede desde o dia 06 de dezembro até ao dia da eleição. As eleições decorrerão sob a forma de escrutínio secreto. A tomada de posse dos Órgãos Sociais eleitos terá lugar na Sede da Associação, pelas 15 horas do dia 4 de Janeiro de 2015. Ilha da Boavista, 20 de novembro de 2014.

Nos termos da Legislação em vigor e dos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de São Teotónio CRL, pessoa coletiva n.º 501145370, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Odemira sob o mesmo número, com o Capital Social realizado de 17 471 220 € (variável), convoco os Associados desta CCAM, no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral, no dia 13 de dezembro 2014, pelas 09h 30m, na Sede desta Instituição, sita na Rua 25 de Abril, em São Teotónio, com a seguinte: Ordem de Trabalhos 1. Apreciação e Votação da proposta de Plano de Actividades e Orçamento para 2015. 2. Discussão de outros assuntos de interesse para a CCAM. Notas: Se à hora marcada para a reunião não estiverem presentes metade dos Associados, a Assembleia reunirá, com qualquer número, uma hora depois, nos termos do estabelecido no art.° 25.° dos Estatutos. São Teotónio, 21 de Novembro de 2014.

Esperamos por si

A Presidente da Mesa da Assembleia Geral Victória da Conceição de Sousa Gomes

A Presidente da Mesa da Assembleia Geral Ana Paula Lopes António Vasques

Barbearia da Daniela Venha visitar e conhecer a única barbeira da cidade de Beja, nas Portas de Mértola, em frente ao café Luís da Rocha

CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE SÃO TEOTÓNIO CRL

CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL


26

institucional diversos

Diário do Alentejo 28 novembro 2014

Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO “CANTINHO DOS ANIMAIS DE BEJA”

Assembleia Geral CONVOCATÓRIA Em conformidade com as disposições legais aplicáveis e os estatutos da Associação, convoco todos os sócios para se reunirem em Assembleia Geral, que tgerá lugar pelas 21 horas, do dia 10 de dezembro de 2014, na Casa da Cultura, com a seguinte Ordem de Trabalhos: Ponto 1: Apresentação dos relatórios de contas; Ponto 2: Apresentação do Plano de Actividades para 2015; Ponto 3: Outros assuntos de interesse. Caso se verifique falta de quórum, a Assembleia reunirá e deliberará com a mesma Ordem de Trabalhos, com qualquer número de associados, 30 minutos decorridos da hora marcada na convocatória. Beja, 26 de Novembro de 2014. A Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Geral Susana Philipp Baiôa Monteiro

Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação

COMARCA DE BEJA Beja Inst. Local – Secção Cível – J1

ANÚNCIO Processo: 320/14.7TBBJA Interdição/Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerido: Joaquim Alberto Mendes Fidalgo N/referência: 26202830 Data: 19/11/2014 Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal a ação de interdição/ /inabilitação em que é requerido Joaquim Alberto Mendes Fidalgo, com residência em: Rua Eunice Munhoz, n.º 7, Bairro da Esperança, 7800000 Beja, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. A Juiz de Direito Dra Ana Faustino O Oficial de Justiça Maria Helena Simenta

CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE FERREIRA DO ALENTEJO, C.R.L.

Convocatória da Assembleia Geral Ordinária Nos termos do n.º 2 do artigo 22.º e do artigo 24.º dos estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Ferreira do Alentejo, C.R.L. pessoa colectiva n.º 501057188, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Ferreira do Alentejo, sob o mesmo número, com sede na Avenida General Humberto Delgado, N.º 40, em Ferreira do Alentejo, com o capital social realizado de EUR 7.240.465,00 (variável), convoco todos os Associados desta CCAM, que se encontrem no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se em Assembleia Geral Ordinária a realizar no dia 17 de dezembro de 2014, quarta-feira, pelas 16.00 Horas, na sua sede social, para discutir e votar as matérias da seguinte Ordem de Trabalhos: 1. Discussão e votação da proposta de Plano de Actividades e Orçamento da Caixa Agrícola para o exercício de 2015; 2. Outros assuntos de interesse para a CCAM. Se à hora marcada para a reunião não estiverem presentes mais de metade dos associados, a Assembleia reunirá, com qualquer número, uma hora mais tarde. Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Ferreira do Alentejo, aos 21 de Novembro de 2014. O Presidente da Assembleia Geral Joaquim Pedro Gonçalves Grosso de Oliveira

COMPRA-SE SUCATAS Pequenas e grandes quantidades. Empresas e particulares. Ferro, cobre, latão, chumbo, alumínio, baterias, motores eléctricos. Todo o tipo de máquinas e camiões. Com deslocação. Contactar tm. 912965482

Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação

COOPERATIVA AGRÍCOLA DE BERINGEL, C.R.L. ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

CONVOCATÓRIA Nos termos do Artº 40, nº 2 dos nossos Estatutos, tenho a honra de convocar V. Exa. para a reunião da Assembleia Geral Ordinária que se realizará no Edifício da Antiga Escola Primária de Beringel, pelas 10 horas do dia 22 de dezembro de 2014. Não se verificando a maioria de presenças exigidas pelos Estatutos, funcionará a Assembleia uma hora mais tarde, no mesmo local com qualquer número de Associados presentes e com a seguinte: Ordem de Trabalhos 1. Apreciação e votação do Orçamento e do Plano de Actividades para o Exercício de 2015. 2. Outros assuntos de interesse da Cooperativa. Cooperativa Agrícola de Beringel, aos 24 de novembro de 2014. A Presidente da Assembleia Geral Eng.ª Maria Manuel dos Santos Matos Gamito Ferreira

de garagem e sem qualquer problema, bom estado. À

SERPA Vende-se loja, 40 m2, em centro comercial, loja n.º 2. Contactar tms. 939458038 ou 938356566

PUBLICAÇÃO Catarina Sofia Martins da Costa Silva, Notária com Cartório sito na Rua Alfredo Roque Gameiro, 20 A, em Odivelas, faz saber que no dia dezoito de Novembro de dois mil e catorze, no referido Cartório Notarial, foi celebrada escritura pública de Justificação, lavrada a folhas 7 e seguintes do Livro 253-A: JUSTIFICANTE: Joaquim da Cruz Sardinha Tavares, contribuinte fiscal número 121359980, natural da freguesia de Selmes, concelho de Vidigueira, e mulher Maria Joaquina Horta Tavares Tavares, contribuinte fiscal número 179746448, natural da freguesia de Pedrógão, concelho de Vidigueira, casados sob o regime da comunhão geral, residentes na Rua dos Pastores, lote 86, Pedernais, Ramada, Odivelas, são donos e legítimos possuidores do seguinte bem imóvel: PRÉDIO: Prédio rústico, composto por cultura arvense, com figueiras e oliveiras, com a área de zero vírgula dois mil trezentos e setenta e cinco hectares, confrontado a norte com Herdade dos Gagos, a sul com Sebastião António Gois e Manuel Paixão Carapeto, a poente com Margarida Tavares, e a nascente com próprio, sito em Navalhas, freguesia de Selmes, concelho de Vidigueira, omisso na Conservatória do Registo Predial de Vidigueira, inscrito na matriz da freguesia de Selmes sob o artigo 35, secção A. MODO DE AQUISIÇÃO: por doação meramente verbal feita por Francisco da Rosa Gamurça e mulher Clemência da Rosa Tavares, pais do primeiro outorgante marido, há mais de vinte anos. TESTEMUNHAS: António dos Santos Sul, viúvo, natural da freguesia de Odivelas, concelho de Loures, residente no Bairro do Trigache, casa 26, Famões, em Odivelas, Ana Cristina Paiva Rodrigues de Oliveira Morgado, casada, natural da freguesia de São Sebastião da Pedreira, concelho de Lisboa, residente na Avenida da Liberdade, lote 112, Bairro Trigache Norte, Famões, Odivelas, e Mário Nelson Ramalho Freitas Abreu, solteiro, maior, natural da Guiné Bissau, residente na Rua Alexandre Herculano, lote 25, 3º dto, Ramada, Odivelas. A notária, Catarina Sofia Martins da Costa Silva

Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Beja e Mértola, C.R.L.

Convocatória de Assembleia-Geral Nos termos do nº2 do artigo 22º e do artigo 24º dos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Beja e Mértola, C.R.L., pessoa colectiva nº 501064800, com sede em Largo Eng.º Duarte Pacheco, nº 12, em Beja, matriculada na conservatória do Registo Comercial de Beja sob o mesmo número, com o capital social realizado de € 11.068.000,00 (variável), convoco os associados, no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se em Assembleia Geral, em sessão ordinária, no dia 18 de Dezembro de 2014, na Agência de Beringel, da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Beja e Mértola, CRL, sito na Praça Dr. Carlos Moreira, nº 14, em Beringel, pelas 16:00 horas, para discutir e votar as matérias da seguinte: Ordem de Trabalhos 1. Discussão e votação do Plano de Actividades e Orçamento para o Exercício de 2015; 2. Outros Assuntos de interesse para a Assembleia. O Plano de Actividades e o Orçamento para o Exercício de 2015, estarão à disposição dos Senhores Associados na sede da Caixa Agrícola às horas normais de expediente, durante os oito dias que antecedem a Assembleia-Geral. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos Associados, a Assembleia reunirá uma hora depois, com qualquer número de sócios presentes. A Assembleia reunirá fora da sede social da Caixa devido à inexistência de sala com condições para a realização desta Assembleia. Beja, 25 de Novembro de 2014 O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Dr. Rui Manuel Veríssimo C. Conduto

BEJA VENDE-SE OU PERMUTA-SE Vivenda Nova – Zona VIP T4, 4 casas de banho, garagem 3 carros Tm 961133026

Clínica Autorizada / Escritórios / Salão de Cabeleireiro 7 salas com lavatórios e água corrente. 1º andar com elevador Tm 963589149

VENDO/ALUGO PROCURA-SE Bancário para dividir transporte para Évora.

melhor oferta. Contactar tm. 924199046

CARTÓRIO NOTARIAL DE ODIVELAS DE CATARINA SILVA

ALUGA-SE

VENDE-SE Toyota Hiace de 1998 com 170.000 km. Só um registo,

Diário do Alentejo n.º 1701 de 28/11/2014 Única Publicação

Contactar tm. 924199046

Armazém com 1100 m2 área coberta e 500 m2 de área descoberta no Parque Industrial em Beja. Contactos 917814559 ou 284320624


A Biblioteca Municipal de Grândola recebe a 30.ª edição Feira do Livro que abre ao público hoje, sexta-feira, pelas 19 horas, com propostas que vão dos clássicos da literatura às mais recentes novidades do universo das letras. Até ao dia 8, a Feira do Livro, uma das principais iniciativas de âmbito cultural que a Câmara Municipal de Grândola organiza anualmente, apresenta aos amantes da leitura centenas de livros que traduzem a participação de cerca de 50 editoras. O certame proporciona a aquisição de livros a preços especiais e muitas promoções.

Os “Livros do Dia” nas secções adulto, juvenil e infantil, que apresentam um desconto de 10 por cento sobre o preço de feira, ou um “Fundo de Catálogo” – edições mais antigas de alguns títulos – a preços mais reduzidos, são alguns dos exemplos. A Feira do Livro tem ainda uma programação paralela com uma oficina de ilustração para crianças, sessões de apresentação de livros com a presença dos autores, espetáculos de teatro pela Andante – Associação Artística e Salto no Escuro – Grupo de Teatro de Animação, e o ciclo “Cinema e Literatura”.

Fim de semana Certame recebe também a VIII Feira do Cogumelo e do Medronho

Festival Internacional de Licores e Aguardentes Tradicionais em São Barnabé

T

Encontros Literários do Alentejo em São Teotónio Começa hoje, sexta-feira, em São Teotónio, concelho de Odemira, os Encontros Literários do Alentejo (ELA). A iniciativa começa pelas 16 e 30 horas, com a conversa “O papel da biblioteca na comunidade – A experiência da Biblioteca Municipal de Beja” e, pelas 18 e 30 horas, acontece a inauguração de uma biblioteca local. A noite será animada pelo Teatro de Marionetas Era uma vez, com a peça “Talvez”. Amanhã, sábado, dia 29, pelas 10 horas, acontece a iniciativa “Escrita criativa com sotaque” e “Escrever um conto”. À mesma hora decorre ainda “Percussão corporal”. Na parte da tarde, a partir das 14 e 30 horas, há a iniciativa “Tertuliando”, com vários momentos musicais e de teatro. Há ainda espaço para conversas com escritores e para a evocação da obra de Joaquim Mestre. Os Encontros Literários do Alentejo encerram, pelas 21 e 45 horas, com contadores de histórias. A organização encontra-se a cargo do Clube dos Poetas Vivos, em parceria com outras entidades.

Jovem odemirense apresenta o seu primeiro livro O jovem escritor odemirense Pedro Matos Silva, de 20 anos, vai apresentar a sua primeira obra, Peter Black e a Adaga da Luz, publicado pela Chiado Editora, amanhã, sábado, pelas 16 horas, na Biblioteca Municipal José Saramago, em Odemira. Pedro Matos Silva atualmente estuda na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, no curso de Línguas, Literaturas e Culturas, na variante de Estudos Ingleses e Norte-Americanos. Peter Black e a Adaga da Luz é a sua estreia literária. É um livro de ficção fantástica. Peter Black não é um rapaz normal: é o príncipe do Reino Esmeralda, o Reino dos Feiticeiros. Quando, no dia do seu décimo aniversário, Peter perde os seus pais e irmão mais novo às mãos do terrível Feiticeiro Demonillius, vê-se obrigado a fugir do seu reino. Dez anos depois, após muita solidão e treinos árduos, Peter regressa a casa para assumir finalmente o trono, mas a guerra continua. Uma viagem cheia de magia, lutas, romance e algum erotismo, torna-se numa corrida contra o tempo, testando os guerreiros Esmeralda como nunca antes foram testados.

odos os caminhos vão dar, durante este fim de semana, a São Barnabé, no concelho de Almodôvar, uma vez que é lá que decorre o IV Festival Internacional dos Licores e Aguardentes Tradicionais e a VIII Feira do Cogumelo e do Medronho. A abertura do certame acontece pelas 10 horas e às 10 e 15 horas decorre a conferência “Inovação na produção e utilização do medronho”. No mesmo dia acontece também o colóquio “Desenvolvimento local”. Para a noite encontra-se agendada a atuação de Os Alentejanos e está também previsto um baile. No domingo, pelas 9 e 30 horas, acontece um passeio micológico e está ainda prevista a atividade prática “Propagação de medronheiros” e a sessão os “Frutos estão na rua”, uma ação de degustação. No domingo, pelas 16 horas, acontece ainda um workshop de licores tradicionais, seguindo-se uma visita a um alambique e a atuação do grupo Maravilhas do Alentejo. Durante todo o fim de semana estão previstos diversos momentos musicais, destacando-se a animação de rua. Os mais pequenos visitantes do festival e da feira também não foram esquecidos e a organização, que se encontra a cargo da Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM), da Câmara Municipal de Almodôvar e da Junta de Freguesia de São Barnabé, reservou um espaço dedicado apenas aos mais novos. Em permanência os visitantes podem desfrutar de vários produtos locais, presentes nas tasquinhas e restaurantes, mas também nos locais de venda, e ainda de uma “volta ao mundo em bebidas”. A organização desafia: “A serra esconde segredos e sabe conservar melhor os seus saberes, as suas tradições e as suas memórias. Venha descobrir isso em São Barnabé”.

27 Diário do Alentejo 28 novembro 2014

Grândola recebe Feira do Livro


28 Diário do Alentejo 28 novembro 2014

Letras Idade Média – Castelos, mercadores e poetas

Boa vida Comer Borrego de caril Ingredientes para 4 pessoas: 1,2 kg de borrego; q.b. de azeite; 1 folha de louro; 3 tomates maduros e limpos de pele e grainhas; 4 dentes de alho; 1 cebola; q.b. de caril de boa qualidade; q.b. de sal; q.b. de água; q.b. de pimenta; Sumo de um limão; 1 molho pequeno de salsa; 1 malagueta.

Confeção: Lave o borrego e corte em pedaços. Tempere com sal e pimenta. Leve ao lume um tacho com azeite, cebola picada, alho picado e louro. Deixe refogar um pouco e junte o tomate cortado aos cubos pequenos. De seguida junte o borrego e deixe cozer um pouco com o tacho tapado. Cubra com água e deixe ferver lentamente. Quando estiver quase cozido, junte o caril, salsa picada, malagueta e sumo de limão. Retifique o tempero e sirva com arroz branco. Bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Filatelia Grande Prémio da “Viana 2014” foi para coleção portuguesa

O

Grande Prémio da XXIV Exposição Filatélica Nacional, que se realizou de 5 a 9 deste mês, em Viana do Castelo, foi atribuído à coleção “Portugal and Colonies Pré-Stamp Period”, de Luís Manuel Moreira Barreiros. Esta coleção obteve 96 pontos, a que corresponde a medalha de ouro módulo grande (OG). Luís de Brito Frazão, com a coleção “História Postal de Portugal Continental (Período PréAdesivo)”, conquistou o Grande Prémio e também obteve pontuação compatível com a atribuição de medalha de OG. O grande Prémio de História Postal, também com medalha de OG, foi para os “Carimbos Nominativos não datados usados no período adesivo”, de Pedro Vaz Pereira. Quanto aos prémios de classe, a Itália conquistou um e Portugal os 12 restantes. Eis a sua distribuição: o prémio História Postal foi o conquistado por um filatelista italiano com a coleção “Incoming Transaltlantic Mail from Central-South América to Italy”, de Giorgio Magnani. O de Filatelia Tradicional foi para “Portuguese Índia – The native issues”, de Luís Manuel Moreira Barreiros. Prémio Inteiros Postais para Pedro Miguel Santos Vaz Pereira, com “Postal Stationary of the Portuguese Monarchy”. Prémio Aerofilatelia para José António Oliveira da Costa, com “O Grande Paquete Voador”. Prémio Filatelia Temática para “As Forças Armadas no contexto da Guerra e da Paz”, de José Manuel Ribeiro Marques. O Prémio Classe Aberta foi para a coleção “Do Sonho à Realidade”, de Eduardo Oliveira e Sousa. O Prémio Classe Um Quadro para Isabel Vieira, com “O Correio Marítimo entre Lisboa e Porto (1823-1864)”. O Prémio Literatura Filatélica distinguiu o livro/catálogo “Pré-Filatelia Portuguesa – Marcas Postais” utilizadas no continente (vol. I), do investigador postal Luís de Brito Frazão. A Filatelia Juvenil é uma exceção para a atribuição do prémio de classe, pois para além da classe em geral é ainda atribuído um outro a cada um dos escalões etários a que pertencem os jovens filatelistas. Assim, o Prémio Filatelia Juvenil foi para o “Estudo

A

da emissão base Arquitetura Popular Portuguesa”, de Suzana Ramos Pereira. Para além deste, a mesma jovem obteve o prémio do seu grupo etário (grupo C, 19 – 21 anos) com a coleção “O Presépio, da Origem à Tradição”. O prémio do grupo A (10 – 15 anos) distinguiu o “Estudo da emissão base Profissões e Personagens do século XIX”, de Débora Ramos Pereira, e o do grupo B (16 – 18 anos) foi para A “Pomba Mensageira”, de Gonçalo Silva Barros Miranda Lima. Uma breve consulta pelo palmarés da exposição elucida-nos, sem margem para dúvidas, sobre a alta qualidade das coleções expostas. Às 87 participações em competição foram atribuídas 18 medalhas de ouro módulo grande, 16 de ouro, 12 de prata dourada módulo grande, 11 de prata dourada, nove de prata módulo grande, nove de prata, quatro de bronze prateado e oito de bronze. Note-se que a percentagem de moedas em metal nobre (ouro e prata nas suas diversas apresentações) foi de 86,21, pelo que apenas 13,79 por cento o foram em bronze, metal tido como menos nobre. O corpo de jurados foi constituído pelos portugueses António Borralho, António Cristóvão, João Soeiro, Júlio Ma ia , pelo ju rado italiano Mario Mentaschi e pelo sueco Bjorn Sohrne, este último como jurado observador (jurado aprendiz) e a apreciação das coleções foi distribuída do seguinte modo: Classe Tradicional - João Soeiro, António Cristóvão, Mario Mentaschi e Bjorn Sohrne; Classe História Postal - Mario Mentaschi, João Soeiro, António Cristóvão e Bjorn Sohrne; Classe Inteiros Postais - António Cristóvão, João Soeiro e Mario Mentaschi; Classe Aerofilatelia - João Soeiro, António Cristóvão e Mario Mentaschi; Classe Temática - Júlio Maia e António Borralho; Classe Maximafilia - António Borralho e Júlio Maia; Classe Juventude - António Borralho e Júlio Maia; Classe Aberta - Júlio Maia e António Borralho; Classe Um Quadro – os jurados das Classes apresentadas; Classe Literatura Filatélica António Borralho, João Soeiro, Júlio Maia, António Cristóvão e Mario Mentaschi.

D. Quixote acaba de editar o terceiro dos quatro volumes da história da Idade Média, organizados por Umberco Eco e que conta com a colaboração dos mais reconhecidos medievalistas italianos. Publicado em 2011 em Itália, esta obra, com tradução de Carlos Aboim de Brito e Diogo Madre Deus, tem como mote “Castelos, mercadores e poetas”. Abre com um conjunto de artigos relativos à “História”, após uma introdução assinada por Laura Barletta, que resume os principais sucessos políticos do período estudado seguindo-se-lhe uma análise, por vários autores, de “Os Acontecimentos”, “Os países”, “A economia” e “A sociedade”. Seguem-se os artigos dedicados à Filosofia, introduzidos pelo próprio Eco, especificando-se depois “A circulação do saber e as universidades”, “Filosofia e teologia” e “Saberes e tradições em comparação”. Ciência e tecnologia é o motivo condutor seguinte e é apresentado por Pietro Corsi, aprofundando-se “Ciências matemáticas”, “Física”, “A alquimia e a metalurgia na Europa”, “Saberes do corpo, da saúde e da cura”, “Inovações, descobertas, invenções” e o que se passava, nesta área do conhecimento, “Fora da Europa”. “Literatura e teatro” (especificando-se as questões do humanismo, literatura religiosa, o primado da poesia, o gosto da narração, formas de prosa e o teatro), “Artes visuais” (catedrais na Europa, a escultura em Itália, pintura, temas e protagonistas e nostalgia) e “Música”, são outros dos temas desenvolvidos. Novos modos de olhar a Idade Média implicam uma revalorização do conhecimento do período outrora visto como de “trevas”. O rigor dos textos e a organização, fluida, desta obra, contribuem também para tornar incontornável esta “nova história”. Maria do Carmo Piçarra

Clube Filatélico de Portugal realiza mais um leilão O

CFP realiza amanhã, no auditório do Hotel Roma, o seu 33.º leilão filatélico. São muitas e das mais diversas classes filatélicas, as peças que estarão em praça. A estrela do leilão é o lote 135. Trata-se de um sobrescrito circulado de Vila Pouca de Aguiar para o Porto, franquiado com quatro selos tipo Ceres de 10 C (n.º 401 Afinsa) e que foi porteado à chegada por falta do selo do Imposto Postal dos Jogos Olímpicos de 1928, que naquela data era obrigatório. Geada de Sousa

Umberto Eco D. Quixote 984 págs. 45 euros


29 Diário do Alentejo 28 novembro 2014 PUB

HÁ UM CHEVROLET PARA TODAS AS NECESSIDADES COMO O AUTÊNTICO SUV

CHEVROLET TRAX

www.chevrolet.pt Gama Chevrolet Trax desde €22.290. A imagem apresentada pode conter equipamento disponível mediante custo adicional. A disponibilidade de alguns modelos e versões poderá estar limitada, com prazos de entrega de até 6 meses. Consumo combinado de 4,5 a 6,8 l/100km. Emissão de CO2 de 120 a 158 g/km.


Diário do Alentejo 28 novembro 2014

30

Este espaço pode ser seu!

É verdade, prezado leitor, continuamos à procura de um investidor com vontade de fazer publicidade na nossa página. Este espacinho aqui em cima pode ser seu por 58 milhões de kwanzas por mês ou também pode pagar em sandes de ovos mexidos com salsicha do Continente mais um Ice Tea de Manga – não somos esquisitos! Esta parte da página não é um espaço qualquer – deixemos os nossos fãs falar por nós: “Não Confirmo, nem desminto? Mas que me*** é essa? Tem Cristiano Ronaldo? Rita Pereira com as mamas à vela? Então não interessa…” – diretor do Correio da Manhã; “A Não confirmo, nem desminto é a minha parte favorita do jornal… para forrar a gaiola dos pássaros” – Mário Crespo; “Ahahahahah, o Socas foi preso!” – Manuela Moura Guedes. Do que é que está à espera? Dê visibilidade ao seu negócio! Faça publicidade e habilite-se ao magnífico sorteio de um jantar à luz das velas no varandim do castelo de Beja!

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Caso Sócrates acompanhado minuto a minuto!

Foto da semana

Inquérito Onde é que estava quando soube da detenção de Sócrates?

Na passada segunda-feira, a “Não confirmo, nem desminto” esteve a acompanhar o caso José Sócrates, em direto, através do seu Facebook e do seu Twitter. Deixamos aqui um registo cronológico do que se passou. • José Sócrates já encomendou um calendário com as bombeiras de Portel para colocar na parede da cela.

MANUELA MOURA GUEDES, 58 ANOS Habitante do planeta Blooorrrg

• Desde que Sócrates foi detido que todos os computadores Magalhães só abrem em modo de segurança como forma de protesto.

A h a h a h a h, o h o h o h o h o h o, i h i h i h i h i h i h, ahahahahahahahahaha, peço desculpa, mas, ahahahahahah eheheheheheh, ainda não parei de rir, ihihihihihihihihihiihihihandoarirtantoque,ahahahahahah eheheheheh, tenho dores nos meus quatro estômagos, aahahahahahahahahaha, não possso, uhuhuhuhuhuhuh ahahahahahahah, ai que faço chichi!!!!!

• Candidatura do cante alentejano a Património Imaterial da Humanidade é a única coisa que vai regressar de Paris e não vai ser interrogada pelo juiz Carlos Alexandre. • Juiz Carlos Alexandre acaba de aceder ao Citius através de um Magalhães. • Primeira medida de coação sobre Sócrates: ex-primeiro ministro só pode usar fatos da loja Glamour Contagiante.

ANGELA MERKEL, 60 ANOS Pessoa que nunca se sentou no banco de trás de um Clio

• Juiz Carlos Alexandre ainda está a averiguar até que ponto é que José Sócrates esteve envolvido no processo dos Távoras.

Estava no meu gabinete a jogar dardos contra um cidadão grego da classe média, enfim, a passar o tempo. Mas fiquei muito triste. O meu Josésito não! Ainda se fosse um Mendes Bota ou um Helmut Kohl a ser preso, agora o Soquinhas, não. Ando tão arreliada que estou cheia de dores no meu schnitzel que nem vos digo, nem vos conto. Tenho de ir ter com o meu xamã para ele alinhar os meus schalkes 04. Não me sentia tão triste desde que a Anne Frank se retirou do mundo do espetáculo e do entretenimento. Mais triste só ficarei quando o Portas for ao fundo num dos nossos submarinos…

• Sócrates fica em prisão preventiva. Prisão fechará pátio para que Sócrates faça jogging à vontade. • Sócrates é levado para a prisão em veículo elétrico. • José Sócrates comprometeu-se a manter o beliche de cima quentinho para a chegada de Ricardo Salgado. • Sócrates sai de uma universidade francesa para um estabelecimento prisional em Portugal. O sistema de colocação de Nuno Crato continua a dar cartas. • Comunidade internacional espantada com prisão preventiva de José Sócrates. Sarkozy terá mesmo dito: “Ppffff, amador...”. • Edite Estrela reage com pesar à detenção de José Sócrates, colocando a gramática portuguesa a meia haste. • Cavaco Silva está tão contente pelo facto de José Sócrates ficar em prisão preventiva que até voltou a ter batimento cardíaco.

Já chega de piadas sobre primeiros-ministros. Agora, uma piadola (seca) sobre Passos Coelho!

Detenção de Sócrates: Hollywood prepara filmes sobre antigo primeiro-ministro A detenção do antigo primeiro-ministro, José Sócrates, tem gerado sensação um pouco por todo o lado e também em Santa Bárbara dos Padrões. Hollywood vê neste caso mais uma oportunidade para criar filmes de grande orçamento, com montes de efeitos especiais, versões em 3D e com a participação de José Lello. Alguns dos filmes que estão a ser preparados são: “Assalto ao Freeport”; “Harry Sócrates e o Prisioneiro de Moscavide”; “Apocalipse Sócrates”; “9 semanas e meia no Campus da Justiça”; “O Bom, o Mau e o Sócrates”; “A Volta ao Mundo em 80 processos por corrupção”; “Pára! Ou o Pedro Silva Pereira dispara!”; “Sócrates contra Sócrates”; “A Vida, o Sócrates e as Vacas”. O papel de José Sócrates será interpretado por George Clooney, o de José Lello por Meryl Streep e o de Edite Estrela por Chucky, o Boneco Diabólico.

ADALBERTO MARQUÊS, 26 ANOS Pessoa que se propôs a reconstruir o castelo de Beja com Legos

Estava em casa quando soube da notícia. Mas o que mais me chateou nem foi o caso em si, foi o facto de o Socas ir para Évora! Pronto, tudo o que é importante vai para Évora e Beja fica a ver navios. O que é que foi? A nossa prisão não é suficientemente boa? A estrada para chegar até cá é ruim? É sempre tudo em Évora! Nem um preso famoso tivemos por cá! Um Pistorius ficaria tão bem na prisão de Vila Ruiva, ou um Passos Coelho caía que nem ginjas na prisão de Canhestros, mas nããããõooo. Estamos sempre a ser postos de parte, é o que é…


nada mais havendo a acrescentar... Cante O cante sabe a terra. Os homens e as mulheres que cantam têm na boca a terra mais doce de todas as terras. Quando as vozes dão os braços, nós, indefesos e arrepiados, abrimos-lhes as portas do nosso céu para que elas possam voar no azul alentejano dos nossos sentidos. É tempo de sentir, é tempo de deixar correr este rio de pó e horizontes que temos dentro de nós. É hora de lembrar o passado que nos deu o que somos. É altura de abraçar os nossos avós. É tempo de cuidar das raízes. Os mais velhos entenderão as modas de uma maneira. Mergulham na memória, descem os degraus do tempo, fecham os olhos e às vezes choram. Os mais novos entenderão

as modas de outra maneira. No início talvez se façam fortes, talvez lutem contra o destino, mas depois vacilam, inebriados de lírios roxos do campo, de amores de mãe, de trigueiras de raça, de solidão, sucumbem lentamente, sentem a planura e a musicalidade da pronúncia. Descoberta a sua essência, entregam-se. É que os genes palpitam nos seus corações como borboletas invisíveis. O cante não precisa de instrumentos. O cante vem nu, chega em carne viva, apresenta-se despojado de acessórios. Traz uma boca de terra, uma garganta de orgulho e uma alma imensa. O cante é uma foice de vozes a cortar o silêncio. Vítor Encarnação

quadro de honra Licenciou-se em Relações Públicas e Publicidade. Em 2002 lançou o livro de contos Bocas de Mentol. Foi colaborador da revista “Vidas” e é colaborador do “Diário do Alentejo”. É autor de guiões de programas de televisão e rádio. A voz é a sua principal ferramenta de trabalho. Com ela tem dado corpo a diversas personagens em televisão, rádio, cinema, publicidade, espetáculos. “Contra-informação” (RTP), “5 Para a Meia Noite” (RTP), “Edição Extra” (SIC Radical), e “Memória de Elefante” (RR) são alguns dos exemplos.

A Vida é um Cogumelo Verde apresentado em Beja

A atualidade escrita com humor

A

A Vida é um Cogumelo Verde. E como é a vida vista de um cogumelo verde?

Diria que é muito idêntica à vida vista por outro vegetal qualquer. Desde que lhe atribuamos qualidades especiais. Não necessariamente alucinogénias. A verdade é que o título do livro, bem como a ideia da crónica com o mesmo nome, me foram sugeridos pelo meu filho André, este janeiro, quando tinha sete anos. André – disse-lhe eu, no carro, a caminho do colégio – a vida não é só brincadeira, filho, tens de te concentrar mais na escola. Ao que ele me respondeu: Pai, a vida é um cogumelo verde. Por segundos fiquei pasmado com o peso esmagador da sua resposta. Bonita, equilibrada, misteriosa. Pedi-lhe que me explicasse melhor a ideia. Ele explicou. E convido o leitor a descobrir, no livro, os seus porquês. Um livro, três prefácios. Este livro fala também de coisas sérias, mas a rir? PUB

Este livro parte do convite que o meu amigo Paulo Barriga me endereçou quando assumiu as funções de diretor do “DA” e que era, em traços gerais, escrever uma crónica humorística sobre os temas quentes que iam polvilhando a atualidade. Aceitei cheio de vontade, sem nunca suspeitar que um dia pudesse esse trabalho resultar neste livro. Para ser totalmente sincero, estou muito contente com o objeto publicado propriamente dito. Com as magníficas ilustrações do Hélder Oliveira, os prefácios do Raminhos, Borges e Serafim, as Palavras Cruzadas e a Sopa de Letras. O resto são os meus textos. Mas acho que o leitor não precisa de chegar a eles para se divertir com o livro. A premissa das crónicas parte sempre de um tema dito sério. A abordagem é que ganha, depois, os aromas licorosos de uma certa ironia. Um conjunto de crónicas que levam o leitor do sofá à esplanada. Da praça de Tahrir a Massamá. De Massáma ao Palácio de São Bento, ao Estádio do Benfica. A Beja inevitavelmente?

A Beja, sempre. A minha cidade, que faço todas as vezes questão de destacar, anda sempre comigo. Guardada no meu acervo de recordações, no meu coração. Foi nesta cidade que cresci e que adquiri os valores

Diário do Alentejo 28 novembro 2014

www.diariodoalentejo.pt

Hoje, sexta-feira, espera-se um dia chuvoso. A temperatura deverá oscilar entre os oito e os 15 graus centígrados. Amanhã, sábado, o céu deverá estar muito nublado e no domingo também são esperadas nuvens.

¼ ¹ ¸¹

Luciano Conceição expõe no Museu Municipal de Aljustrel

Bruno Ferreira, 40 anos, natural de Beja

Vida é um Cogumelo Verde é o mais recente livro de Bruno Ferreira, que nasceu, precisamente, das crónicas que escreveu para este jornal. Embora seja a voz a sua principal ferramenta de trabalho, esta não é a primeira vez que o conhecido bejense se arrisca na escrita.

31

PUB

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo João Rocha | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 E-mail comercial@diariodoalentejo.pt | Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 E-mail jornal@diariodoalentejo.pt Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) | Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586) Aníbal Fernandes (CP9429) | Fotografia José Ferrolho (CP4480), José Serrano (CP4400) | DA TV José Gonçalo Farinho | Cartoons e Ilustração Paulo Monteiro, Susa Monteiro Desporto Firmino Paixão | Colunistas Ana Maria Batista, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Maria do Carmo Piçarra, Ricardo Cataluna, Rute Reimão, Vítor Encarnação, Vítor Moraes Besugo | Opinião Ana Paula Figueira, Beja Santos, Bruno Ferreira, Domitília Soares, Filipe Nunes, Francisco Marques, Jaime da Silva Lopes, João Espinho, João Machado, João Mário Caldeira, Luís Covas Lima, Luís Miguel Ricardo, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Ruy Ventura, Sérgio Fernandes, Viriato Teles | Publicidade e assinaturas Ana Neves e Dina Rato | Departamento Comercial Sandra Sanches e Edgar Gaspar | Paginação Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Conversa Trocada, Design e Comunicação (conversatrocada@gmail.com) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP

que hoje me norteiam, foi aqui que fiz os primeiros grandes amigos, que se me começou a desvendar o mundo. Para sempre, e por mais distante geograficamente que me encontre, as suas cores, os seus cheiros, as suas temperaturas são parte integrante do meu código genético. A minha cidade, o meu majestoso castelo de Beja (tratem-no, porra!) são – e para sempre – as minhas grandes referências, testemunhas do meu berçário de valores. A apresentação acontece agora em Beja...

Gosto de dizer que sou alentejano. Mas acontece que – sorte a nossa, alentejanos – o Alentejo representa um terço do País. Por isso mesmo torna-se escasso dizer, por exemplo: “Amanhã vou ao Alentejo”. Qual Alentejo? Esse espaço geográfico maior do que alguns países inteiros? Por isso mesmo recorro à minha identidade. E até porque Beja é a rainha de todo Alentejo, digo simplesmente: “Amanhã vou a Beja”. A minha cidade. Onde não podia deixar de estar presente com o lançamento do meu livro, valha ele o que valer. Porque não me perdoaria a mim próprio. Espero poder reunir todos os amigos da minha cidade neste dia 29, na magnífica Biblioteca José Saramago. Até lá! Bruna Soares

O Museu Municipal de Aljustrel, no âmbito do seu projeto educativo, apresenta hoje, sexta-feira, dia 28, a exposição “Retalhos da Memória”, de Luciano Conceição. Os trabalhos deste messejanense já ilustraram livros e têm sido expostos publicamente através de cenários e panos de fundo para vários eventos culturais no concelho. Já expôs em Messejana e agora apresenta a sua obra e, segundo a Câmara de Aljustrel, “os desenhos retratam bem a sua sensibilidade para com o património e ruralidade da sua região”. A exposição vai estar patente ao público até ao dia 27 de dezembro, na sala de exposições temporárias do Museu Municipal de Aljustrel.

Castro Verde incentiva compras no comércio local O Gabinete de Apoio ao Desenvolvimento da Câmara Municipal de Castro Verde anunciou que vai promover uma iniciativa de dinamização do comércio local intitulada “Ofereça Castro Verde: compre no comércio local”. A iniciativa, sob a forma de concurso, dirige-se a todas as pessoas singulares que realizem compras no comércio local e inscreve-se no plano de ação desenvolvido por este gabinete ao nível do estímulo e revitalização do espaço comercial de Castro Verde. Os estabelecimentos comerciais de Castro Verde aderentes, informa a autarquia, vão estar devidamente identificados com o logótipo do concurso.

Vidigueira promove saberes com história A Câmara Municipal de Vidigueira está a promover o programa Saberes com História, para divulgação dos tesouros do património natural e cultural, reinventando produtos identitários do território e proporcionando experiências únicas de redescoberta aos seus participantes, informou a autarquia. Neste sentido são organizadas várias iniciativas temáticas dirigidas a todas as idades. No próximo dia 6 de dezembro terá lugar a atividade “Mãos no Barro”, na adega Arte do Vinho, a partir das 10 horas.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.