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SEXTA-FEIRA, 2 MAIO 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1671 (II Série) | Preço: € 0,90
Segundo o último relatório mensal do Instituto do Emprego e Formação Profissional
Há mais de oito mil desempregados inscritos no distrito de Beja Hélder Conduto Da Rádio Castrense à Benfica TV
Sam The Kid Um rapper que “faz parte” do Alentejo
págs. 20/21
pág. 40
JOSÉ FERROLHO
Reportagem nas págs. 4/5
Aeroporto já mexe e espera receber adeptos para a final da Liga dos Campeões págs. 10 e 16/17
Ovibeja solta rebanho pelas ruas
Foi com uma reconstituição das antigas transumâncias de gado que a Ovibeja se apresentou à cidade na última quarta-feira. Dia em que Passos Coelho inaugurou oficialmente a 31.ª edição da grande feira do Sul, prometendo concluir Alqueva até 2015 e reconhecendo que a agricultura é um dos motores da economia. A festa prossegue até domingo sob o lema “Terra Fértil”. pág. 9 e suplemento especial
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Diário do Alentejo 2 maio 2014
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Editorial Música
Vice-versa Apesar de não estarem “definidos” todos os detalhes do próximo quadro comunitário de apoio, o Governo “compromete-se a encetar todos os esforços para concluir Alqueva em 2015”. Pedro Passos Coelho, na inauguração da Ovibeja
Paulo Barriga
A
música é a expressão artística que melhor resiste às crises. Aliás, a música é a expressão artística que de imediato resiste às crises, que as encara com vigor, que as combate de frente e que as ultrapassa. O simbolismo e o papel extraordinário que os baladeiros tiveram na denúncia do Estado Novo e nos alvores da Revolução de Abril é apenas um exemplo, muito localizado até, do vigor que a música atinge em tempos de crise. A música advém da ação. Todas as artes dela advêm, mas a música, esse exercício tão primordial de reproduzir os sons da natureza, é a arma que acompanha o Homem desde o princípio dos tempos. Sim, a música é uma arma. A mais primitiva e inaugural das armas. Temível, por conseguinte. E o mais curioso é que a música fervilha melhor no tempo em que as outras armas artísticas se vão de alguma forma abaixo. Este em que vivemos é um tempo de crise, um tempo musical já se vê. A crise económica tem um impacto imediato e muito pernicioso na produção artística e cultural. Num país como Portugal, onde o mecenato não existe e onde o Estado é indiferente e omisso nesta matéria, as artes, todas as formas de arte, sofrem um encolhimento avassalador e muito preocupante. Principalmente aquelas que mais dependem das ajudas institucionais, como o teatro, o cinema ou a dança. A música também, claro. Mas a música, a música em geral, não é de baixar os braços. Muito pelo contrário. No pior momento económico de que há memória no Portugal democrático, a música portuguesa apresenta um viço e uma criatividade talvez nunca antes alcançados. O caso de Beja, dos músicos de Beja, é emblemático. Nunca como hoje, o panorama musical foi tão efusivo. Da música litúrgica ao hip hop, do cante ao pop e ao rock, do fado aos cantautores, da música popular ao jazz, da clássica aos bailaricos, nunca em Beja se escutou tanta e tão boa música. A pergunta que se coloca é simples: Porquê? A resposta é complexa ou talvez nem exista. Mas uma coisa é certa, na era dos não-subsídios, na era dos não-cachets, na era da penúria a música soa bem alto e bem afinada em Beja. E mais, bem unida. O espetáculo do 25 de Abril, onde se fundiram diferentes grupos e artistas locais num único e inédito projeto, é qualquer coisa de assinalável. Porque pela primeira vez, a um mesmo palco, subiram pessoas dos mais variados quadrantes políticos, origens estéticas, classes etárias para fazer uma coisa muito simples: Música. O que ali se passou, a congregação que ali se deu, deveria servir de exemplo principalmente para os políticos da nossa região. É possível cantarem todos a uma só voz. Porque a música é uma arma, principalmente em tempos de crise.
Pela primeira vez, desde que assumi funções na Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, não nos faremos representar na Ovibeja, nem estará qualquer grupo coral do concelho no stand para a tradicional “boas vindas aos membros do Governo”. Fazemo-lo, com mágoa, para que, com este pequeno gesto, possamos demonstrar a nossa insatisfação e tristeza pela abandono que a nossa região foi sujeita por este Governo. Aníbal Reis Costa, presidente da CM de Ferreira do Alentejo
Fotonotícia Amor. Anda alguém a escrever pela cidade. Furtivamente abrigado nas sombras derramadas pelas claridades pálidas dos candeeiros de ferro. Clandestinamente oculto pela escuridão da lua nova. Propositadamente invisível no seu desígnio de gritar em letras de tinta preta o desvario da sua paixão. Rascunha pelas paredes rasgadas de cal, versos de amor pujante. Delírios carnais tempestuosos. Promessas de um arrebatamento impossível que ao contrário dos demais não extinguirá nunca, uma centelha que seja. Anda alguém pela noite a escrever amor pela cidade. Para que quando o dia nasça se possa acreditar um bocadinho mais que seja. Que o amor, ainda que secreto, triunfará. Texto e Foto de José Serrano
Voz do povo O que espera da Ovibeja deste ano?
Inquérito de José Serrano
Ana Madeira 35 anos, formadora
Manuel Maduro 56 anos, professor
Ana Sousa 35 anos, socorrista (bombeira)
Margarida Raimundo 28 anos, formadora
Venho visitar a feira com um grupo de formandos. Espero que consigamos ver o que o Alentejo tem de melhor. E inovações agrícolas. Temos que aproveitar a água do Alqueva da melhor forma. Espero que esta Ovibeja sirva de impulso a quem aqui pense investir. Numa cidade e região que têm estado um pouco paradas. Para mim é sempre um prazer regressar aqui todos os anos.
Que seja melhor que a do ano passado. Que a crise não se faça notar tanto. Esta feira representa para nós, alentejanos, o símbolo do nosso desenvolvimento. Mostra-nos o que evoluímos. Hoje venho cá com um grupo de alunos. Para que eles vejam as potencialidades da nossa região. Que são muitas. A Ovibeja é uma montra que nos pode e deve galvanizar. É inovação.
Eu espero que seja uma feira muito boa. Porque é a primeira vez que a visito. Vim de Lisboa de propósito para visitar este certame tão conhecido no País. Mas sinceramente não sei o que vou encontrar. Nem tenho ideia do programa. Pelo que eu ouço isto deve ser realmente um espetáculo. E é por isso que eu cá estou. Para ver realmente se isto é um espetáculo ou não.
O mesmo que tenho encontrado nos anos anteriores. Dentro do mesmo registo. Não estou à espera de grandes modificações. Esta feira traz sempre movimento, juventude e alegria. A esta cidade que normalmente tem pouca vida. Esta feira é também um lugar e uma data de encontro. De convívio e diversão entre os amigos.
Rede social DR
Semana passada SEXTA-FEIRA, DIA 25 ALMOGRAVE HOMEM DE 47 ANOS DESAPARECEU NO MAR
SÁBADO, DIA 26 VIDIGUEIRA ENTREGUES 37 BOLSAS DE ESTUDO A Câmara de Vidigueira entregou bolsas de estudo a 37 alunos residentes no concelho que frequentam o ensino superior, num investimento total de cerca de 18 mil euros. Segundo a autarquia, as bolsas foram entregues no Centro Multifacetado e de Novas Tecnologias de Vidigueira, no âmbito das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril.
TERÇA-FEIRA, DIA 29 BAIXO ALENTEJO DETIDO SUSPEITO DE ABUSO SEXUAL DE MENINA Um homem, de 57 anos, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas da prática de crime de abuso sexual de uma criança, numa localidade do Baixo Alentejo. Segundo a Diretoria do Sul da PJ, os factos reportam-se ao início deste ano, sendo a vítima uma menina, atualmente com 14 anos. O suspeito já foi presente a primeiro interrogatório judicial, tendo saído em liberdade sob Termo de Identidade e Residência (TIR), com a proibição de se deslocar à localidade dos factos e de contactar com a menor e seus familiares.
QUARTA-FEIRA, DIA 30 BEJA DIA DA INFORMÁTICA NO POLITÉCNICO Realizou-se, no auditório da Escola Superior Agrária, o “Dia da Informática”, com um programa composto por diferentes temas. A iniciativa contou com a presença de diferentes oradores. O evento foi aberto a toda a comunidade académica, mas teve especial interesse para os alunos da licenciatura de Engenharia Informática, sendo, no entanto, útil para outros alunos dos cursos da área da informática do IPBeja.
MOURA SEMANA DA JUVENTUDE COM DIVERSAS ATIVIDADES A Semana da Juventude, promovida pela Câmara de Moura, que só termina na segunda-feira, envolve diversas atividades para os jovens em todas as localidades do concelho. O programa não esqueceu atividades culturais, lúdicas e desportivas, incluindo a realização de sessões de cinema ao ar livre em todas as localidades e a assinatura de um protocolo entre o município e a Escola Profissional de Moura para a promoção do desenvolvimento de atividades náuticas no Grande Lago Alqueva e respetiva entrega de material. As atividades desportivas como windsurf, paddle e canoagem também não foram esquecidas.
Começou por surgir como uma brincadeira. Antes de constituirmos o grupo já costumávamos cantar, nomeadamente em momentos de convívio. Somos todos amigos e sempre que nos juntávamos o cante alentejano acabava por surgir naturalmente, até porque crescemos com ele e tínhamos este gosto em comum. É um património da região e achámos que poderíamos fazer mais qualquer coisa por ele. A brincadeira tornou-se, assim, mais séria. Pensámos: e se fizéssemos um grupo coral? A ideia depressa ganhou forma e o grupo surgiu em janeiro, ensaiado pelo músico Paulo Ribeiro.
Todos em palco para cantar “Grândola Vila Morena”. A cidade de Pax Julia rendeu-se, na noite de 24, ao “Coletivo Beja”, que reuniu diversos músicos da cidade num espetáculo para comemorar os 40 anos do 25 de Abril. Depois houve fogo-de-artifício. DR
Como surgiu o grupo de cante alentejano Moços da Aldêa?
40 anos do 25 de Abril em Beja
Revolução dos Cravos evocada em Aljustrel A noite de 24 foi de festa em Aljustrel. Um espetáculo musical, que contou com a presença de David Antunes & The Midnight Band, Wand Stuart, CC e Diana Monteiro para assinalar Abril. Na praça da Resistência estoiraram os foguetes. DR
A Assembleia Municipal de Ferreira do Alentejo distinguiu a Santa Casa da Misericórdia, a Sociedade Filarmónica e Recreativa e o clube de futebol da vila com medalhas de mérito municipal. As medalhadas foram entregues numa cerimónia, no pavilhão dos desportos da vila, no âmbito das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril. Segundo a Câmara de Ferreira do Alentejo, as medalhas de mérito municipal, propostas pela autarquia e aprovadas em Assembleia Municipal, visaram “distinguir e reconhecer o trabalho realizado por entidades ou personalidades em prol do concelho”.
Presidente do grupo Moços da Aldêa
Socorreram-se do Paulo Ribeiro para concretizar a ideia?
Tínhamos o gosto e o prazer de cantar, mas sentimos que precisávamos de uma orientação. O Paulo Ribeiro era amigo de elementos do grupo e foi convidado a abraçar este projeto. Em conjunto, hoje, fazemos o grupo coral Moços da Aldêa. Ensaiamos todas as quartas-feiras, em Cabeça Gorda, pois é esta a nossa terra e também foi por ela que criámos este grupo. Achámos que os jovens da aldeia tinham a obrigação de continuar a cantar à alentejana, mas não só pela freguesia, mas também pelo concelho e pelo Alentejo. Somos, assim, 24 jovens de Cabeça Gorda com muito gosto no cante alentejano.
Mértola deu a provar mel, queijo e pão Mértola acolheu a Feira do Mel, Queijo e Pão. Um certame que pretendeu mostrar o que de melhor se produz no concelho. Mas para além das iguarias, também foi muita a música que se ouviu na feira. Para o ano há mais. DR
FERREIRA ENTREGUES MEDALHAS DE MÉRITO MUNICIPAL
3 perguntas a Pedro Batista
Sentiram assim a responsabilidade da herança e de a terem de continuar e transmitir a outros?
Sem dúvida. Achámos que tínhamos esse dever e essa responsabilidade. Contribuímos, como podemos, para que o cante não desapareça. São agora os jovens que também têm a obrigação de continuar a dar alma a esta tradição. Estamos a fazer a nossa parte, mas fazêmo-lo com gosto, porque realmente gostamos mesmo muito de cantar. No ano em que decorre a candidatura do cante a Património Imaterial da Humanidade achámos que deveríamos também nós de dar a nossa contribuição. Queremos contribuir para o rejuvenescimento do cante. Apresentamo-nos pela primeira vez na nossa terra, mas agora já temos outros momentos de atuação marcados e até fora das fronteiras da região. Levamos o cante alentejano por aí. Bruna Soares
Miguel Araújo na Primavera do Campo Branco Miguel Araújo subiu ao palco em Castro Verde no sábado passado, no âmbito da 24.ª edição do programa cultural Primavera no Campo Branco. “Balada Astral”, single de estreia do novo álbum, ecoou no cineteatro. DR
Um homem, de 47 anos e de nacionalidade romena, desapareceu no mar, na praia de Almograve, concelho de Odemira, desde o início da tarde de sexta-feira, tendo sido o alerta dado às 13 e 48 horas às autoridades por populares. Segundo disse à Lusa o comandante da Polícia Marítima e capitão do Porto de Sines, José António Velho Gouveia, o homem, após ter estado a jogar futebol na praia com outras pessoas, terá entrado na água e, pouco depois, desaparecido. As buscas prolongaram-se por vários dias, envolvendo elementos e meios da Polícia Marítima de Sines e do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN).
Entregues medalhas de mérito municipal em Ferreira A Assembleia Municipal de Ferreira do Alentejo distinguiu com medalhas de mérito municipal entidades do concelho. A cerimónia fez parte do programa das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril.
Diário do Alentejo 2 maio 2014
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Diário do Alentejo 2 maio 2014
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Tema de capa
Mais de oito mil desempregados inscritos no distrito de Beja
A vida em suspenso Segundo o último relatório mental publicado pelo Instituto de Emprego
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ois anos e meio. Novecentos e doze dias. Maria Margarida Amador, 54 anos, está desempregada desde o dia 2 de novembro de 2011, poucos meses antes de a Cooperativa Proletário Alentejano, em Beja, onde trabalhou mais de duas décadas como operadora de caixa, ter entrado em processo de insolvência. Depois de três meses sem receberem ordenados, Maria Margarida e os colegas decidiram colocar um ponto final na situação. “Entrámos em contacto com o Ministério do Trabalho que nos disse que podíamos sair com todas as regalias porque eles é que estavam em falha connosco”. Mas tal não aconteceu. Em vez disso foram “coagidos” a assinarem um contrato em que abdicavam “praticamente de quase todos os direitos”, conta. Só assim teriam “acesso ao documento” para entregar no centro de emprego. “Nunca esperei que eles fizessem isso connosco”, lamenta, não conseguindo esconder a desilusão. Entretanto conseguiu recuperar os vencimentos em atraso, assim como os respetivos subsídios. Mas a indemnização, que o tribunal “decretou que fosse um mês por cada ano de serviço”, até hoje nem sinal. Num curtíssimo espaço de tempo, a vida de Maria Margarida deu “uma grande volta”. Como desempregada passou a receber pouco mais de 50 por cento do salário que auferia na Proletário Alentejano, o que, com duas filhas a estudar – uma em Lisboa, que terminou um mestrado em Ciência Política em novembro último; e outra em Beja, que deverá conclui o curso de Enfermagem no próximo ano – obrigou a significativos reajustes orçamentais. “Tem sido muito complicado, mas as coisas vão-se superando. A minha filha mais velha está agora a trabalhar num escritório, no Parque das Nações, mas não na área dela; a que está em Beja faz estágios fora e temos que estar alugando casas e pagando propinas. Conseguimos dar a volta porque o meu marido é administrativo nos Bombeiros Voluntários de Beja e nas horas PUB
e Formação Profissional (IEFP), no final do mês de março encontravam-se inscritos como desempregados no Centro de Emprego e Formação Profissional de Beja, que engloba 13 concelhos do distrito, 8 090 pessoas, sendo que 1 230 procuravam o primeiro emprego e 6 860 um novo emprego. Maria Margarida Amador, 54 anos, está desempregada faz hoje, dia 2, dois anos e meio. Ivone Charneca, sete anos mais nova, foi dispensada, “por extinção do posto de trabalho”, em finais de 2012.
“Velha para o mercado de trabalho e nova para a reforma” A procura ativa de emprego
Texto Nélia Pedrosa Fotos José Serrano
vagas faz serviços de piquete e serviços para Lisboa. Temos conseguido assim superar a diferença de ordenados”, diz. Segundo o último relatório mensal publicado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), no final do mês de março encontravam-se inscritos como desempregados no Centro de Emprego e Formação Profissional de Beja, que engloba os concelhos de Aljustrel,
Almodôvar, Altivo, Barrancos, Beja, Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo, Mértola, Moura, Ourique, Serpa e Vidigueira, 8 090 pessoas, sendo que 1 230 eram candidatos ao primeiro emprego e 6 860 a um novo emprego. Em comparação com o mês homólogo do ano anterior registou-se uma diminuição de 8,9 por cento. Do total verificado no final do mês de março, 3 795 eram homens e 4 295 mulheres.
5 240 desempregados no Alentejo Litoral
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Nestes dois anos e meio em que está inscrita no Centro de Emprego de Beja, Maria Margarida não recebeu qualquer proposta de trabalho. Nem sequer foi chamada para frequentar cursos de formação. Nas apresentações quinzenais obrigatórias é-lhe sempre sugerido que faça pesquisas de emprego, através do portal do Instituto do Emprego e Formação Profissional, nos concelhos de Barrancos e Odemira, o que, para a ex-operadora de caixa, “está fora de questão”.
último relatório mensal publicado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional dá conta ainda de que no Centro de Emprego e Formação Profissional do Alentejo Litoral, que engloba os concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines, no final do mês de março, encontravam-se inscritos como desempregados 5 240 pessoas (285 para primeiro emprego e 4 955 para um novo emprego). Deste total, 2 353 eram do sexo masculino e 2 887 do feminino. Em termos globais, e comparativamente ao mês homólogo do ano anterior, registou-se uma diminuição de 15,9 por cento. No que diz respeito ao tempo de inscrição, 59,9 por cento estavam inscritos há menos de um ano e 40,1 por cento há um ano ou mais. Quanto à idade, a esmagadora maioria dos desempregados inscritos tinha entre 35 e 54 anos (43,5 por cento), seguindo-se os grupos 25-34 anos (23,3 por cento), 55 e mais anos (20,8 por cento) e menos de 25 anos (12,1 por cento).
pelos seus próprios meios – um dos deveres obrigatórios para os desempregados beneficiários de prestações de desemprego – também ainda não deu quaisquer frutos. “Quando vou fazer essa procura de trabalho aqui em Beja, sei que, à partida, as pessoas não precisam de ninguém. Nós temos conhecimento do que está a fechar na cidade. Vou à procura porque sou obrigada, porque se me chamarem [do centro de emprego] tenho de ter, pelo menos, três apresentações de procura de trabalho por mês, os tais chamados carimbos. Com a minha idade acho que já não vou conseguir arranjar nada”. Maria Margarida já se mentalizou. Diz que “é velha para o mercado de trabalho e nova para a reforma”. “Dizem que a partir dos 35 anos estamos velhos. Não consigo dar a volta de outra maneira. Eu, e quem estiver na minha situação, porque está muito difícil arranjar qualquer coisa em Beja, a gente vê que está tudo a fechar. Muitas amigas minhas que trabalhavam comigo e que ficaram na mesma situação, umas mais novas do que eu, acabam já o desemprego agora, em maio, junho, e não têm nada, vão fazer o quê? E algumas são divorciadas com filhos. Eu ainda tenho o meu marido, agora elas que não têm nada, vão fazer o quê, é muito complicado. Eles dizem que o desemprego baixa, mas eu não acredito, as pessoas vão é saindo para os cursos de formação que eles vão
arranjando, e deixam de contar para essas estatísticas, mas são cursos que não têm a mínima importância de ser, é só porque aquele dinheiro tem de ser gasto”. Com o aproximar da data em que deixará de ter direito ao subsídio de desemprego – 1 de janeiro de 2015 – Maria Margarida vai ficando mais apreensiva. Até porque o futuro profissional das duas filhas também é uma incógnita. E apostar na criação do seu próprio emprego – outra das possibilidades que lhe foi apresentada pelo centro de emprego – também não é viável, adianta. “É arriscado. Recebemos o que nos resta do subsídio de desemprego, na totalidade, para investirmos no negócio, mas depois quando o dinheiro acaba como é que fazemos? É a renda da loja, a segurança social, as finanças, o nosso ordenado…” O segredo, assegura, é ir vivendo “um dia de cada vez” e manter-se ocupada: “Quando o desemprego terminar, porque vou ficar sem nada, aí vai ser complicado, mas até lá… eu não sou muito pessimista e acho que é um dia de cada vez e então depois logo vamos ver como é que as coisas se vão resolver. Vai ser o que Deus quiser”. Ivone Charneca, 47 anos, que foi dispensada em finais de 2012 de uma empresa de material informático, “por extinção do posto de trabalho”, não consegue manter o mesmo espírito. Muito provavelmente porque trabalhou quase sempre em situações precárias, intercalando contratos de pequena duração com programas ocupacionais através do centro de emprego. E maioritariamente ao serviço do Estado, na Conservatória do Registo Predial e Comercial de Beja, o que a deixa mais revoltada. “Foram à volta de sete anos da minha vida sempre assim. Quando acabava o programa ocupacional faziam-me um contrato, quando terminava o contrato regressava pelo centro de emprego. Nunca houve concursos externos a que pudesse concorrer. Perdi anos da minha vida ali”. Seguiram-se mais cinco anos no desemprego, mas sem receber qualquer subsídio, até que foi contratada pela referida empresa de material informático. Quatro anos depois, nova desilusão. Entretanto, em março do ano passado, depois de sete meses em casa, foi chamada para trabalhar nas residências Vidas Coloridas da Cercibeja – Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Beja, ao abrigo de um contrato empregoPUB
Maria Margarida Amador
Ivone Charneca
Dos 8 090 desempregados inscritos no final de março, 4 502 estavam nessa situação há menos de um ano e 3 588 eram desempregados de longa duração, ou seja, com tempo de inscrição igual ou superior a um ano.
inserção, com a duração de um ano, em que, para além do subsídio de desemprego, recebia um complemento de 20 por cento do Indexante de Apoios Sociais, o que corresponde a 83 euros, mais subsídio de alimentação e transporte. O contrato chegou ao fim em meados do mês passado. Ivone está em casa há cerca de sete semanas. “Entre a espada e a parede” No dia em que
falou connosco tinha ido, “de livre e espontânea vontade” ao Centro de Emprego de Beja tentar perceber se é possível voltar a ser contratada pela Cercibeja, ainda que através de “uma outra portaria”. Apesar de não ser um trabalho de carácter
05 Diário do Alentejo 2 maio 2014
8 090
é o número de desempregados que estavam inscritos no Centro de Emprego e Formação Profissional de Beja no final do mês de março. Para além destes, estavam colocadas em programas ocupacionais para desempregados (programas de emprego ou formação profissional) 4 299 pessoas.
permanente, sempre permite acrescentar cerca de 200 euros ao valor do subsídio de desemprego. Duzentos euros que neste momento já estão a fazer uma “falta enorme”. “Fui inteirar-me disso e perguntar que outras ofertas de trabalho existem, e responderam-me que não têm nada para oferecer às pessoas, só cursos, uns de 25 horas, outros de 50, mas o que têm é eletrónica, eletricidade, bate chapas. Não há ofertas, as empresas em Beja estão conforme estão, as poucas que havia têm fechado”. Ivone sente-se “entre a espada e a parede”. O filho mais velho deu início recentemente a um estágio nas Minas de Neves Corvo, em Castro Verde, o que acarreta mais despesas em combustível. Ainda tem de “socorrer” a mãe, porque a reforma que recebe não chega para pagar o lar onde vive. A construção civil, setor onde trabalha o marido, “está pelas ruas da amargura, como toda a gente sabe”. “Eu nunca sei o dia da amanhã, estou sempre à espera de me acontecer qualquer coisa. É uma instabilidade e uma ansiedade que não tem explicações, tenho dias que nem sei”. Apesar de tudo, Ivone mantém “uma esperançazinha”, porque tem consciência do seu valor, embora se sinta por vezes “inútil” pela precaridade a que está sujeita. O subsídio de desemprego termina em setembro de 2015. Ainda de acordo com o mesmo relatório mensal publicado pelo IEFP, dos 8 090 desempregados inscritos no final de março, 4 502 estavam nessa situação há menos de um ano (55,6 por cento) e 3 588 eram desempregados de longa duração, ou seja, com tempo de inscrição igual ou superior a um ano (44,4 por cento). No que respeita à idade, a grande maioria tinha entre os 35 e os 54 anos (3 502 – 43,3 por cento), seguindo-se os grupos etários 25-34 (23,8 por cento), 55 e mais anos (17,3 por cento) e menos de 25 anos (15,6 por cento). Estavam ainda colocados em programas ocupacionais para desempregados (programas de emprego ou formação profissional) 4 299 pessoas (1 706 homens e 2 593 mulheres). Empregos disponíveis comunicados pelas entidades empregadoras ao centro de emprego eram 237. Ao longo do mês de março, inscreveram-se no Centro de Emprego e Formação Profissional de Beja 796 desempregados (97 para primeiro emprego e 699 para novo emprego), número que representa um decréscimo de 19,7 por cento face ao mesmo mês do ano transato. Foram ainda colocados, durante o mês em análise, 136 desempregados.
06 Diário do Alentejo 2 maio 2014
O “Diário do Alentejo” está a socorrer-se das suas próprias páginas para recordar os momentos que precederam e que se seguiram ao 25 de Abril de 1974. Sem qualquer intuito científico, histórico ou sociológico, pretendemos apenas dar a conhecer aos nossos leitores a forma como um pequeno diário de província olhava para a região, para o País e para o mundo há precisamente 40 anos. E uma das grandes conclusões que podemos retirar desta revisitação é que por vezes, afinal, a história repete-se.
Diário de uma Revolução (5) Paulo Barriga
O 1.º de Maio que não coube na praça da República
J
á aqui se tinha dito que o 25 de Abril, nas páginas do “Diário do Alentejo, já se fazia sentir em março. Mas a sua verdadeira celebração aconteceu em maio. No 1.º de Maio. Que foi uma quarta-feira, em 1974. Uma data que o jornal assinalou no dia seguinte, em virtude de a Junta de Salvação Nacional ter elevado a feriado nacional o Dia do Trabalhador. Uma “inovação” que paralisou por completo o País e que, em todo o Alentejo, se fez notar com um fulgor nunca antes visto. Mas para os jornais, parar a laboração nesta ocasião não era propriamente uma novidade. Há já vários anos que o 1.º de Maio era celebrado como o Dia do Tipógrafo. Em Beja, a manifestação popular do 1.º de Maio esteve aprazada para a praça da República. Mas rapidamente se percebeu que o largo central da cidade era curto para albergar tamanha multidão. Numa “reunião de democratas” ocorrida na tarde de 29 de abril, na Sociedade Filarmónica Capricho Bejense, presidida pelo dr. Melo Borges, por unanimidade se decidiu passar o comício para a zona fronteira às piscinas municipais, com início às três da tarde. O repórter do “DA” registou um momento até há bem pouco tempo impensável no Portugal marcelista: “Milhares (quantos?) de pessoas se concentraram na capital sulalentejana para homenagear as forças armadas e festejar a queda do fascismo, essa tenebrosa nódoa que manchou a História de Portugal, agora redimida”. O palanque de oradores foi improvisado na “carroceria de duas camionetas”, ornamentadas com “vasos de flores, predominando os cravos vermelhos”. Antes dos discursos, vários columbófilos de Beja promoveram uma largada de pombos e a banda filarmónica de Cuba executou ao seu jeito o hino nacional. Celso Pinto de Almeida, em nome da Comissão Democrática Distrital, foi o primeiro orador da longa tarde de discursos, sendo que um dos momentos mais ovacionados, para além da chegada dos elementos das forças armadas ao local, foi a chamada ao palco de Mariana Janeiro, trabalhadora rural de Baleizão, que fora repetidamente torturada pela PIDE. Aliás, a semana informativa que mediou
o 25 de Abril e o 1.º de Maio de 1974, ficou acima de tudo marcada pelas notícias que davam conta da destituição dos órgãos políticos do Estado Novo e pela extinção do seu aparelho repressivo, em particular da polícia política. Os agentes da então designada Direção Geral de Segurança e também os seus informadores acabaram por ser o objeto primeiro da revolta popular contra o regime recém-desfeito. Melo Garrido, na sua “nota do dia” 30 de abril, opõe-se contra as tentativas de “justiça sumária”, defendendo um julgamento “justo” para estes elementos. Porque, escrevia o diretor do “Diário do Alentejo”, “mão serão os pides detidos os únicos e os maiores responsáveis da série hedionda de
crimes desumanos” praticados sobre o povo português. Certo é que o clima de “caça às bruxas” era inevitável. O povo estava na rua fulgurosamente, tinha como nunca antes tivera o direito à palavra, perdia o medo, respirava por fim os odores da liberdade de expressão e de manifestação. Na rúbrica “Zunzuns das Portas de Mértola”, que iria marcar por muitos anos as páginas do “DA”, eram constantes os apelos à calma e à ordem e, acima de tudo, o desmentido de boatos em relação a detenções de elementos da PIDE. Boatos que levaram inúmeras pessoas a socorrem-se do próprio jornal para anunciar a sua inocência. O primeiro dos quais foi
Fernando António Dias que, em anúncios publicados entre o final de abril e os inícios de maio, declarava que nunca esteve ligado “à famigerada organização da PIDE, que sempre condenei e sempre fui devoto á causa do socialismo pela qual meu pai há 40 anos vinha lutando pelo bem-estar do povo português”. Declarações deste género repetiram-se amiúde ao alongo do ano nas páginas do “DA”. Mas esta foi também a semana da euforia, a semana zero da democracia portuguesa, a semana da criação e da legalização dos partidos políticos, a semana em que grande parte dos exilados políticos tornou a Portugal, a semana em que o PS apresenta a sua declaração de princípios e em que o PCP inaugurou a sua sede em Beja, na Rua Ancha. Enfim, depois de muitos anos de quase nada, esta foi a semana do início de tudo o resto. A semana em que o realizador António Faria decidiu filmar para a TV um documentário sobre a “Tragédia de Baleizão”. Um filme sobre a vida e morte de Catarina Eufémia, camponesa assassinada pela GNR a 19 de maio de 1954 e cuja memória foi “expressivamente evocada no 1.º de Maio em Beja”. Mas a grande homenagem à ceifeira de Baleizão ainda estava para vir, mas esse é um filme para os próximos episódios do “Diário do Alentejo”. As mais significantes primeiras páginas do “Diário do Alentejo” publicadas em Abril de 1974 estão em exibição na galeria de exposições temporárias do Museu Regional de Beja, na rua dos Infantes, até 22 de maio.
07 Diรกrio do Alentejo 2 maio 2014 PUB
Manuel Dias Horta apresenta livro no sábado
Atual PCP acusa Governo de atacar SNS na região
Chapada Acima/Chapada Abaixo, um livro de contos e crónicas de Manuel Dias Horta, vai ser apresentado amanhã, sábado, no auditório da ExpoBeja. Participam na apresentação Cláudio Lima, Paulo Barriga e Luís Covas Lima. A apresentação enquadra-se no âmbito da 31.ª edição da Ovibeja.
JOSÉ SERRANO
Diário do Alentejo 2 maio 2014
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A Direção Regional do Alentejo (DRA) do PCP considera que “o Governo PSD/CDS ataca de forma violenta o Serviço Nacional de Saúde (SNS), procurando desferir-lhe um duro golpe com a publicação da Portaria 82/2014 de 10 de abril”. “Além de pretender desmantelar a rede hospitalar, estas medidas vão contribuir para um maior isolamento das populações do Alentejo, além de intensificar a desertificação da região”, defende o PCP. Segundo DRA do PCP, “a concretizar-se a execução desta portaria, o Alentejo vê desaparecer dois hospitais distritais (Elvas e Serpa), assim como a desqualificação dos hospitais agora classificados para nível I (Portalegre, Beja e Litoral Alentejano), além de até dezembro de 2015 perderem a valência de obstetrícia, o que implica o encerramento das suas maternidades. Também o Hospital Central Espírito Santo, em Évora, perderá a pediatria e algumas das valências indicadas para o nível II não existem neste hospital, por exemplo neurocirurgia”.
Seguros dos voluntários com “reforço importante”
Bombeiros querem que empresas de risco financiem atividade
PS de Castro Verde contra fecho de maternidade Os eleitos do PS na Assembleia Municipal de Castro Verde informaram, em comunicado de imprensa, que fizeram aprovar uma moção “Em Defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, onde manifestam a sua forte oposição contra o encerramento da maternidade do hospital de Beja. Os socialistas dizem que “o fecho da maternidade está previsto pela Portaria n.º 82/2014, de 10 de abril, que representa um violento ataque ao SNS e ao direito constitucional à saúde, tendo como objetivo o desmantelamento da rede hospitalar pública”.
CDU apresentou moções em Beja A CDU apresentou, no dia 28, na Assembleia Municipal de Beja, três moções. Uma sobre a água, outra sobre o hospital de Beja e ainda outra sobre o IPBeja e o encerramento das escolas. Os eleitos fizeram ainda uma saudação ao 25 de Abril e ao 1.º de Maio. PUB
A Liga Portuguesa dos Bombeiros (L PB), a Associação Nacional de Municípios e o ministro da Administração Interna acordaram “um reforço importante” nos valores das apólices dos seguros que cobrem a atividade dos soldados da paz. Já quanto à questão do financiamento das corporações de voluntários, a Liga propõe três fontes de receita: o Estado, as autarquias e as empresas.
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acordo alcançado para o aumento das indemnizações aos bombeiros em caso de morte ou invalidez, e o montante disponível para tratamentos foi anunciado, esta semana, pelo ministro da Administração Interna, Paulo Macedo, durante a cerimónia de entrega às corporações de bombeiros de 600 equipamentos portáteis para operarem na Rede SIRESP – Sistema Integrado de Redes de Emergência
e Segurança de Portugal. Rodeia Machado, vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, considera o acordo “importante” para a salvaguarda dos voluntários e realça os valores encontrados: mais 11 por cento nos casos de morte ou invalidez e mais 400 por cento em despesas com tratamentos. “Em caso de morte ou invalidez permanente, os valores passam de 225 para 250 vezes o salário mínimo nacional. No que diz respeito aos tratamentos, o valor passa de 20 para 100 vezes o salário mínimo nacional previsto na apólice de seguro”, disse Miguel Macedo que garantiu a entrada em vigor desta medida já no próximo período crítico de incêndios florestais. Já a questão do financiamento das associações de bombeiros voluntários continua em aberto. A LPB pretende que as verbas de apoio à atividade resultem da comparticipação de três fontes: o Estado (com a
maior fatia), as autarquias (com base em critérios definidos) e as empresas. Rodeia Machado disse ao “Diário do Alentejo” que a proposta, “em teoria”, conta com o apoio do ministro Carlos Macedo, mas “é preciso passar da teoria à prática”. O dirigente da LPB e presidente da Associação Humanitário dos Bombeiros Voluntários de Beja explicou que as empresas que apresentam, “por via da sua atividade, um risco elevado para a ocorrência de incêndios, como, por exemplo, a Refer”, devem ser chamadas a participar no financiamento da atividade dos Bombeiros. Rodeia Machado refere ainda que é importante que a comparticipação das autarquias seja definida por lei, de forma a não deixar ao livre arbítrio dos executivos autárquicos a atribuição, ou não, de apoios financeiros. AF
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António José Seguro, secretário-geral do PS, visitou, na quarta-feira, a partir das 19 horas, já depois do fecho desta edição do “Diário do Alentejo”, a 31.ª edição da Ovibeja. A vinda do líder socialista ao certame foi anteriormente divulgada pelo Gabinete de Comunicação do PS. Os socialistas consideram que “este certame tornou-se, ao longo dos anos, na maior feira de atividades económicas do sul do País”.
JOSÉ SERRANO
Deputada e candidata da CDU visita o distrito Inês Zuber, deputada e candidata da CDU ao Parlamento Europeu, visita no domingo, dia 4, o distrito. Pelas 10 e 30 horas, em Beringel, está agendado um encontro com entidades da freguesia e uma iniciativa porta a porta. A deputada participará, depois, num almoço em Ferreira do Alentejo, seguindo para uma visita à Ovibeja. Pelas 18 horas, estará em Aljustrel, no largo junto ao mercado municipal, para um encontro com a população. A visita encerrará em Entradas, no concelho de Castro Verde, onde participará num jantar.
Abertura oficial da Ovibeja trouxe Governo ao Alentejo
Passos Coelho garante Alqueva em 2015 A 31.ª edição da Ovibeja abriu oficialmente, na quarta-feira, dia 30, e contou com a presença de Passos Coelho, primeiro-ministro e Assunção Cristas, ministra da Agricultura. O certame vai prolongar-se até ao domingo, dia 4.
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urante a cerimónia de abertura, Castro e Brito, presidente da ACOS – Agricultores do Sul, entidade organizadora do certame, afirmou: “De há algum tempo a esta parte, a agricultura tem vindo a assumir uma importância crescente no discurso político, recuperando de um papel quase marginal, para que tinha sido relegada”. E acrescentou: “A sociedade começa a perceber que no campo também se produz. E produz-se bem, gerando riqueza, criando emprego, fixando populações, contribuindo, enfim, para o esforço coletivo em que Portugal se encontra envolvido de recuperação da sua economia”. Castro e Brito, perante o olhar atento de Passos Coelhos, disse que o primeiro-ministro está a “cumprir” o que prometeu há dois anos na Ovibeja, nomeadamente no que diz respeito ao Alqueva. Mas lamentou, contudo, que o projeto de uma escola
profissional, criado há cerca de seis anos pela ACOS, “nunca tenha sido, infelizmente, compreendido nem objeto de qualquer empenho por parte da tutela”. E disse: “Sem pessoas, sem jovens e sem novos quadros técnicos especializados não haverá futuro para que se possa desenvolver e remunerar o histórico investimento no regadio de Alqueva”. O presidente da ACOS alertou ainda o primeiro-ministro para o facto de também a associação de agricultores se ter empenhado na criação de um projeto destinado a fomentar o cluster do azeite que, em sua opinião, “é indispensável para a estruturação de um setor com um potencial exportador significativo”. “Curiosamente este projeto não conseguiu obter financiamento no âmbito do quadro comunitário que agora termina”, disse. Passos Coelho, por sua vez, disse que, embora todos os detalhes do próximo quadro comunitário de apoio ainda não estejam “definidos”, o Governo “compromete-se a encetar todos os esforços para concluir Alqueva em 2015”. Para o primeiro-ministro a agricultura “está num momento muito forte em Portugal” e, em sua opinião, “é fundamental para o desenvolvimento
do País”, mas também para “a vitalidade dos territórios e para o crescimento do emprego”. Para o Governo “a agricultura é um setor de futuro e de grande valor acrescentado”, até como “comprova o aumento das exportações agroalimentares em 7, 8 por cento em 2013”. Passos Coelho reconheceu ainda o papel da Ovibeja, considerando-a uma “grande feira” e enalteceu os temas este ano em destaque, nomeadamente a inovação agrícola e a vertente de agronegócios. “A Ovibeja é uma boa e justa mostra ao País dos resultados da agricultura do Alentejo”, disse o governante. Também João Rocha, presidente da Câmara Municipal de Beja, marcou presença no ato oficial de abertura da feira e realçou o trabalho que está a ser feito “em conjunto”, para que haja “uma mudança e inovação no Alentejo”, tendo em vista o desenvolvimento regional. O autarca aproveitou, no entanto, a oportunidade para defender, contudo, que é importante criar condições para este desenvolvimento possa acontecer, mas também para que se consigam fixar as pessoas, realçando a importância do “IP8, do IP2, da eletrificação da linha do Alentejo e do aeroporto de Beja”.
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António José Seguro visitou feira no dia de abertura
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Encontro de Coros de Beja em maio
O Coro de Câmara de Beja promove, no dia 17, o XXVI Encontro de Coros de Beja. O espetáculo acontecerá pelas 21 e 30 horas no Pax Julia Teatro Municipal. O encontro, para além do coro anfitrião, dirigido pelo maestro Pedro Vasconcelos, contará com a participação do Grupo Coral da Filarmónica de Sines, Coro “Vox Maris” de Cascais e Grupo Coral de Viatodos.
Workshop “Otimizar para vencer” na Cimbal A marca Autarquia 360.º, em conjunto com a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal), vai realizar, na terça-feira, 6, pelas 10 horas, no auditório da Cimbal, em Beja, o workshop “Otimizar para vencer”. “Este evento nasce do reconhecimento dos desafios que as organizações autárquicas têm
Pita Ameixa diz que Federação Portuguesa de Futebol quer utilizar infraestrutura
Facebook da ERT no top Um estudo, que recolheu dados entre 1 de janeiro e 31 de março, revelou que “o Alentejo é uma das regiões turísticas com mais seguidores na rede social Facebook, com mais de 90 mil fãs”. Segundo o estudo, efetuado pela E.Life Portugal, empresa pioneira e especialista em Inteligência de Mercado e Gestão do Relacionamento nas Redes Sociais, que comparou a performance de sete páginas de regiões de turismo de Portugal, “com 388 publicações, 23 mil gostos, 1000 comentários e quarto mil partilhas”, o mural do Facebook da ERT é um dos mais “interativos e mais falados na rede”.
Arsénio Fialho no Cebal A iniciativa “Um dia com…”, do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo (Cebal), recebeu, na segunda-feira, 28, Arsénio Fialho, professor do Departamento de Bioengenharia do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa. PUB
que enfrentar atualmente, exigindo que estas sejam cada vez mais eficazes e eficientes, que prestem serviços altamente qualificados capazes de responder adequadamente às exigências e expectativas dos cidadãos e ainda dominar instrumentos financeiros de apoio ao desenvolvimento do concelho”, explica a organização.
Aeroporto de Beja na Final da Liga dos Campeões Luís Pita Ameixa, deputado do PS, esteve na segunda-feira no aeroporto de Beja. O eleito socialista reuniu-se com o diretor da infraestrutura para fazer o ponto de situação do projeto e revelou, em comunicado de imprensa, que “a Federação Portuguesa de Futebol solicitou ao Governo facilidades especiais de voos noturnos relacionados com a final UEFA da Liga dos Campeões, que se realiza no Estádio da Luz, em Lisboa, no dia 24 de maio”.
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egundo o socialista, “dadas as interdições no aeroporto de Lisboa, poderia, em alternativa, o aeroporto de Beja desempenhar neste contexto um papel relevante de utilização e movimentar muitas centenas de passageiros nessa ocasião, aproveitando também para se dar a conhe-
cer e prestigiar”. O PS adianta, assim, que “não deixará de questionar o Governo sobre esta autorização extraordinária de utilização, que seria tão relevante para Beja”. O deputado considera ainda que “a chegada do primeiro voo semanal proveniente de França pode configurar uma nova etapa
na utilização comercial do aeroporto”. E, neste sentido, afirma: “O projeto do aeroporto de Beja, como indutor de desenvolvimento local, continua válido, ainda que o atual executivo PSD/CDS o tenha desprezado”. “A principal dificuldade do projeto está na publicidade negativa que tem sido lançada sobre o mesmo e, infelizmente, pelo próprio Governo”, considera. Para Pita Ameixa, “outra dificuldade assinalável está na deficiente acessibilidade ao aeroporto, mais uma vez com a responsabilidade do Governo, que inviabilizou, já em fase adiantada, a construção da autoestrada”.
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Segundo o Instituto Nacional de Estatística
Aljustrel é o concelho onde as exportações mais cresceram Na última década, o concelho de Aljustrel foi aquele onde as exportações mais cresceram, percentualmente, em todo o País, revelou o Instituto Nacional de Estatística.
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“Jornal de Negócios”, numa das suas últimas edições, explica que o renascimento do setor mineiro é apenas uma parte da explicação e refere que existem outros negócios a florescer, todos eles só possíveis devido a Alqueva. No vídeo disponibilizado no site da publicação económica, o presidente da
Câmara de Aljustrel, Nelson Brito, garante que o município não quer viver exclusivamente à sombra das minas, mas não descarta a oportunidade de aproveitar o potencial “ambiental e turístico” deste setor. No entanto, o autarca vê com bons olhos a diversificação das atividades económicas. A reportagem aponta como exemplo duas das maiores empresas do concelho: a Llópis, que explora o maior amendoal da Europa, exportou 100 por cento da sua produção e tem como objetivo aumentar 10 vezes a área plantada; e a Transáqua, que
produz tubos para condutas de água, grande parte deles para os mercados do Norte de África. Nelson Brito diz querer ajudar à transformação do panorama empresarial do concelho, mesmo que para isso tenha de mudar o paradigma da atuação dos autarcas. “Pode-se sempre dizer que isto não é da competência das autarquias, mas hoje, fruto dos tempos, aquilo que são as competências do município, não no papel, mas de facto, é fazer diplomacia económica e captar investimento para o seu território”, afirmou.
Prémios Sines Tecnopolo entregues
Estudantes querem filtrar microplásticos dos oceanos
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inco estudantes da Universidade Nova de Lisboa estão a desenvolver um equipamento que, instalado em embarcações, filtra os microplásticos existentes nos oceanos, com o qual venceram um prémio de ideias de negócios e que pretendem comercializar Venceram um concurso de ideias de negócios, na categoria “Mar e energias”, promovido pelo Sines Tecnopolo, estrutura com sede em Sines que funciona
como incubadora de empresas e presta serviços de consultadoria e formação. Para a equipa, a estadia de uma semana na Energy Excelerator, incubadora de empresas do Havai (Estados Unidos da América), vai ser “muito importante”. No mesmo concurso, venceu, na categoria “Criar Futuro(s)”, o projeto EcoInCer, dos empreendedores Erika e Filipe Davim, de Aveiro, que visa a
transformação das escórias resultantes da incineração do lixo urbano em matéria-prima para as indústrias da cerâmica e do vidro. A dupla ganhou o direito a passar uma semana numa incubadora da rede europeia de apoio a empresas (Entreprise Europe Network) e aponta a Itália como destino preferencial, por ser “o motor da cerâmica mundial”.
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A Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (Ulsla) ficou entre as cinco melhores instituições públicas hospitalares do País na categoria “Doenças dos Órgãos Genitais Masculinos”, uma das áreas de trabalho em urologia. Os resultados pertencem, segundo a Ulsla, “ao estudo divulgado recentemente pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (ENSP – UNL), sobre a ‘Avaliação do Desempenho dos Hospitais Públicos (Internamento) em Portugal Continental’”, referente ao ano de 2012.
JOSÉ SERRANO
Ulsla entre as cinco melhores em urologia
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A Federação Nacional de Professores (Fenprof) solicitou ao ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, que o ministério divulgue a lista de escolas em que foi feita “a remoção de amianto na interrupção letiva da Páscoa”. A Fenprof quer ainda saber se “em cada uma delas foi feita a remoção total ou parcial”. A Fenprof afirma que “é preciso resolver este problema” e que “o procedimento adotado é um sinal importante que foi dado”. Mais, informa a federação, que logo que tenha a informação pretendida torná-la-á pública, o que, decerto, em sua opinião, “contribuirá para atenuar a preocupação das comunidades escolares”.
JOSÉ SERRANO
Fenprof quer saber quais as escolas onde foi removido amianto
Sindicatos comemoraram 1.º de Maio
Conselho Superior da Magistratura
Juiz presidente da comarca de Beja não tomou posse Os juízes presidentes das comarcas de Beja, Coimbra, Évora, Faro, Lisboa e Coimbra, nomeados pelo Conselho Superior da Magistratura (CSM) no passado dia 9, mas impugnados por outros magistrados preteridos na escolha, não foram empossados no cargo, na cerimónia oficial que teve lugar em Lisboa na passada quarta-feira, dia 30. O lugar de juiz presidente da comarca de Leiria também ficou vago por falta de candidatos ao lugar.
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“Diário do Alentejo” sabe que na passada semana o juiz José António Penetra Lúcio, nomeado
para a comarca de Beja, já manteve contatos com a instituição, mas, conforme demos conta na nossa última edição, a reforma judiciária prevista para entrar em funcionamento no próximo dia 1 de setembro já estaria de alguma forma comprometida devido a problemas logísticos e de recursos humanos. O facto de o magistrado indicado para Beja ver agora a sua nomeação suspensa “provisoriamente” pelo CSM vem reforçar a ideia de que tal dificilmente acontecerá na data prevista. Convém lembrar que os presidentes de comarca, agora nomeados, irão liderar os novos órgãos de gestão das 23 novas instâncias centrais, em conjunto com
o procurador coordenador e o administrador judiciário. A esta nova entidade cabe preparar a transição entre o velho e o novo modelo judiciário, prevendo a lei que deveriam estar em funções seis meses antes do começo da reforma. No entanto, fonte do Ministério da Justiça, citado por vários órgãos de comunicação social, garante que o Governo continua a “trabalhar para garantir as metas estabelecidas”. Isto poderá querer dizer que se irá assistir, no futuro próximo, a uma justiça administrada a duas velocidades, já que 16 dos 23 juízes presidentes das novas comarcas tomaram efetivamente posse. AF
A União dos Sindicatos do Distrito de Beja (CGTP/IN) realizou um conjunto de iniciativas no distrito de Beja para assinalar os 40 anos do 1.º de Maio em liberdade. Ontem, quinta-feira, dia 1, aconteceu uma concentração em Beja, seguida de um desfile, onde não faltaram intervenções alusivas à data e animação musical. As comemorações continuaram em diversas barragens da região, nomeadamente no Enxoé, no Roxo e na Rocha, com piqueniques, animação musical e intervenções sindicais. Para os sindicalistas, “é um momento de particular importância para os trabalhadores e para o povo português, em que o Governo do PSD/ /CDS continua um ataque cerrado aos direitos e garantias laborais e sociais conquistados com a revolução do 25 de Abril”.
Orçamento Participativo já se iniciou em Odemira A Câmara de Odemira já iniciou um novo ciclo do Orçamento Participativo, podendo ser apresentadas propostas, até ao final de junho, para investimentos de interesse coletivo, no valor máximo de 125 mil euros. As propostas vencedoras, num montante global de 500 mil euros, serão integradas no Orçamento Municipal de 2015. A autarquia tem agendadas assembleias participativas para debater o processo, esclarecer dúvidas e para apresentar propostas. O Orçamento Participativo de Odemira tem por objetivo “contribuir para uma maior aproximação entre as políticas públicas e os cidadãos”.
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Largo D. Nuno Álvares Pereira, 12 7800-018 Beja Tel. (+351) 284 327 602 Fax (+351) 284 327 604 Email geral@hospedariadonamaria.pt www.hospedariadonamaria.pt wwww.facebook.com/hospedariadonamaria
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Sines apresenta projeto Marlisco
A Câmara Municipal de Sines promove, na quarta-feira, dia 7, duas apresentações do projeto Marlisco. Trata-se de um projeto europeu que pretende aumentar a consciência social sobre os impactes do lixo marinho e possíveis soluções para o problema. Às 10 e 30 horas, no Centro de Artes de Sines, realiza-se uma apresentação para alunos e professores. Pelas 15 horas, no salão nobre dos paços do concelho, tem lugar uma apresentação para o público em geral.O projeto Marlisco (Marine Litter in Europe Seas: Social Awareness and Co-Responsibility) é um projeto europeu financiado pela Comissão Europeia no âmbito do 7.º Programa-Quadro (FP7) para a Investigação & Desenvolvimento. Em Portugal é coordenado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova Lisboa.
Rede Corredor Azul vai manter-se ativa A Rede Corredor Azul, que envolve 10 concelhos alentejanos, obteve, desde a sua criação, um financiamento global de oito milhões de euros de fundos comunitários e vai manter-se ativa para prosseguir a cooperação estratégica na região. Recorde-se que, entre os municípios envolvidos, estão dois concelhos do litoral alentejano, nomeadamente Santiago do Cacém e Sines. “Independentemente de as Redes Urbanas para a Competitividade
Furnas, no concelho de Odemira, conseguiu galardão
Santiago associa-se à “Wings for Life World Run” A Câmara de Santiago do Cacém anunciou que se vai associar, este domingo, à prova desportiva “Wings for Life World Run”, disputada em Portugal e noutros 34 países do mundo com o objetivo de angariar fundos para a investigação das doenças da espinal medula. A prova, explicou o município, tem a particularidade de decorrer a uma escala global, com início exatamente à mesma hora nos cerca de 35 locais por todo o mundo, estando a partida em Portugal marcada para a praia da Comporta (Grândola), às 11 horas. Outra particularidade da competição é o facto de o vencedor ser o que conseguir continuar a correr depois de todos os outros desistirem ou serem apanhados pelo carro-meta, que inicia a sua marcha 30 minutos após a partida, a uma velocidade de 15 km/hora. O evento tem como objetivo angariar fundos para o financiamento da investigação científica com vista à procura de cura para as doenças na espinal medula.
Ação em Alcácer para importância da massa hídrica A Universidade Sénior de Alcácer do Sal vai receber hoje, sexta-feira, uma ação de sensibilização sobre a massa hídrica no corpo humano, divulgou a câmara municipal. A iniciativa, aberta a toda a população, vai debater questões como a importância e influência da água na saúde e no bem-estar, tendo como orador o professor Júlio Nunes. “Beber água é essencial, pois, mais de dois terços do corpo humano são constituídos por este elemento”, alertou o município, explicando que a água “regula a temperatura corporal, ajuda o organismo a remover toxinas e transporta nutrientes pelo corpo”.
e Inovação (RUCI) continuarem a ser um instrumento de política pública no próximo período de programação de fundos da União Europeia, entende-se que os domínios estratégicos continuam a justificar a cooperação”, afirmou o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá. Os municípios envolvidos são, para além de Santiago do Cacém e Sines, Arraiolos, Borba, Elvas, Estremoz, Montemor-o-Novo, Vendas Novas, Vila Viçosa e Évora.
Bandeira azul no Alentejo em 27 praias e uma fluvial O galardão bandeira azul vai começar a ser hasteado em junho e já estão definidas as praias contempladas este ano. No Alentejo, 27 praias e uma fluvial, espalhadas por sete concelhos podem ostentar a bandeira. A praia das Furnas, em Odemira, é a novidade. Na região assinalou-se ainda a reentrada da praia do Farol.
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bandeira azul vai ser atribuída a 298 praias, das quais 18 fluviais, e a 17 marinas, o que representa uma subida em termos globais, a nível de praias, de oito por cento, anunciou o presidente do galardão. José Archer sublinhou que em 2014 se ultrapassou, pela primeira vez, a marca dos 300 galardões atribuídos por todo o
País, entre praias e marinas. Na comparação entre 2013 e 2014 houve uma subida de cerca de oito por cento nos galardões atribuídos a praias, já que se passou de 277 para 298. A nível de marinas, a subida foi de 21 por cento. O responsável manifestou a satisfação pelo “empenho muito grande” dos municípios em cumprirem os requisitos, sobretudo depois de o inverno rigoroso que se registou, lembrando que o galardão prevê o cumprimento de 30 requisitos, dos quais “26 são imperativos” e o “pré-requisito quanto à qualidade da água”. A entidade faz uma avaliação na altura do início da época balnear e uma monitorização ao longo do verão para comprovar o respeito pelos requisitos. O presidente da Bandeira Azul admitiu
que o galardão envolve “custos e investimentos avultados”, mas recordou que os “retornos são quase imediatos”, graças à maior circulação de pessoas pelos locais, assim como atividade económica. No Alentejo, 27 praias e uma fluvial, podem hastear a bandeira azul, estando na lista sete concelhos e uma praia nova: Furnas. Nesta região, assinalou-se a reentrada do Farol. O tema eleito para ser desenvolvido em ações de sensibilização nas praias, marinas, embarcações recreativas, este ano, é “Poluição nos Oceanos: esclarecer, planear e agir”. Estão planeadas 712 atividades. As cerimónias de hastear das primeiras bandeiras azuis de 2014 acontecem a partir de junho e Mértola é das primeiras a hastear a sua bandeira, no dia 6.
Programa LiFE+ aprovou projetos
Saramugo recebe financiamento da Europa
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Comissão Europeia aprovou, na quarta-feira, dia 30, o financiamento de 225 novos projetos no âmbito do programa LIFE+, o fundo da União Europeia (UE) para o ambiente, quatro dos quais em Portugal no valor de 6,6 milhões de euros. Os projetos selecionados foram apresentados por beneficiários dos 28 estados-membros e abrangem ações nos domínios da
conservação da natureza, das alterações climáticas, da política ambiental e da informação e comunicação sobre a problemática ambiental na UE. Representam um investimento total de cerca de 589,3 milhões de euros, dos quais 282,6 milhões serão financiados pela União Europeia. No âmbito do programa LIFE+ Natureza,
foram selecionados três dos projetos, no valor global de 5,3 milhões de euros. Um dos projetos da LPN é respeitante às populações de saramugo (uma espécie de peixe) na bacia do Guadiana e o outro tem como objetivo criar os instrumentos de base que assegurem um aumento da população da águia-imperial ibérica em Portugal e, posteriormente, da população total da Península.
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500 000 Mais de meio milhão de leitores passaram na última semana pelo Facebook do “Diário do Alentejo” e a nossa edição impressa continua a ser líder de audiências entre os jornais regionais do Alentejo. Todos juntos somos um jornal melhor.
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Aeroporto
Primeira rotação para o aeroporto bejense oriunda do mercado francês
Descolar em Paris, aterrar em Beja
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átrio está imaculado, silencioso e praticamente vazio. Não se ouve burburinho de vozes, num emaranhado de línguas, como seria costume num aeroporto, e as malas não rolam ruidosamente nas lajes em direção aos taxistas a aguardar no exterior. Nada disto é típico. Todo o equipamento parece ainda por estrear. E o próprio painel informativo não oferece grandes dúvidas. Não há partidas previstas e a chegada, dentro de minutos, pelas 10 e 13 horas, é só uma: a do voo n.º 50313 B, proveniente do aeroporto Charles de Gaulle, Paris. Além dos jornalistas, que se alinham já junto à porta das chegadas, dos três socorristas de serviço e do próprio diretor do aeroporto de Beja, Pedro Beja Neves, vislumbram-se apenas alguns bejenses anónimos a vaguear pelo espaço. Maria e Marcelino Prata, ambos reformados, não têm nenhum familiar ou amigo entre os 96 passageiros gauleses que estão prestes a pôr os pés em território português, alguns pela primeira vez. Não vêm, portanto, dar um abraço de boas-vindas a ninguém. “Viemos só ver. Tínhamos um bocado de tempo e aproveitámos. Serve de passeio”, confessam. Maria chegou há pouco de um passeio de Páscoa com a filha em Paris e, depois de observar a população francesa no seu próprio habitat, quis agora espreitar a reação da “população francesa em Beja”. “Realmente é uma pena não haver mais voos, partidas, chegadas, enfim, outro movimento”, lamenta. Marcelino lembra PUB
Estreou-se na segunda-feira, 28, uma operação de voos charter semanais entre Paris e Beja, que vai decorrer até outubro e que promete representar um acréscimo de 40 mil dormidas para a região. Num aeroporto que ainda cheira a novo, de tão pouco usado, a chegada do voo n.º 50313 B, proveniente do aeroporto Charles de Gaulle, teve honras de acontecimento jornalístico. E atraiu a curiosidade de mirones e de defensores acérrimos da infraestrutura bejense. Um aparato que apanhou de surpresa os 96 turistas franceses, por estes dias a banhos na Península de Troia. Texto Carla Ferreira Fotos José Serrano
as viagens que já fez e não é capaz de apontar um sítio onde a paisagem seja “tão bonita como aqui”. Desfaz-se em elogios para com a região onde tem raízes e vive e só consegue encontrar uma explicação para tão pouco movimento em três anos de funcionamento do famigerado aeroporto de Beja: 245 movimentos de aeronaves, a maioria de operações charter não regulares, através de sete companhias aéreas e num total de 6624 passageiros. Em suma, um espaço sem movimento na maioria dos dias. “Só não chegam mais aviões porque também não há vontade política. Temos aqui boas condições em
termos de ambiente natural, enquanto que na maior parte do globo está já tudo devorado, urbanizado”, justifica. E acrescenta: “E aqui temos a originalidade das coisas e todas as condições – a boa gastronomia, o bom vinho… Temos polos como Alqueva e toda a nossa parte litoral e depois não há correspondência de voos em relação às riquezas que temos. Parece-me que não há vontade política”. A porta abre-se finalmente e chegam os primeiros passageiros. Disparam-se flashes, apontam-se câmaras e microfones. Quem por ali passasse, incauto, poderia suspeitar da chegada de
alguém famoso. Um craque mundial do futebol, uma estrela de cinema, uma diva da canção, quem sabe. Mas não. Os que agora desembarcam em plena planície aparentam ser cidadãos comuns e, na sua grande maioria, a gozar os seus anos de reforma. Visivelmente atarantados com o aparato, vão respondendo às perguntas mas claramente pouco sabem sobre o destino Alentejo, em concreto. “O meu plano de férias é o sol e conhecer Portugal”, confessa um senhor de bigode, com um ar bonacheirão. “Aqui faz bom tempo e quero conhecer o vosso bonito país e comer coisas boas”, responde uma senhora que diz ter vizinhos portugueses onde vive. De polo azul com o logótipo da empresa, os funcionários da GPS Tour, o operador turístico responsável por esta operação, já estão à espera para fazer a chamada. Perguntam pelo “nom” e “prénom” e riscam na lista, encaminhando para os dois autocarros que já estão à espera. O dia está risonho e a paisagem primaveril não desilude. Tudo parece corresponder às expetativas deste grupo de turistas, o primeiro de vários que, até outubro, embarcarão de Paris tendo como destino final o Alentejo. Neste caso concreto, 92 passageiros dirigem-se a Troia, na parte costeira do concelho de Grândola, entre o rio Sado e o oceano Atlântico. Os restantes quatro rumarão até ao Algarve. A operação é promovida por um operador turístico português, especialista no destino
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al como António Silva, que foi ao aeroporto “ver os aviões”, como diz a canção, também Pedro Beja Neves, diretor da infraestrutura, continua a “acreditar firmemente no aeroporto de Beja”. “A ANA [Aeroportos de Portugal] acredita firmemente no desenvolvimento deste aeroporto, mas, como sempre temos dito, é uma tarefa que leva tempo, que se faz passo a passo”, disse na ocasião aos jornalistas, considerando esta primeira rotação oriunda do mercado francês como, justamente, “mais um passo que a região dá,
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Uma “porta de entrada” em Portugal no sentido de se afirmar como destino turístico por excelência, a nível mundial”. E enquanto “parte” do processo de dinamização turística do Alentejo, o terminal civil de Beja, acrescentou, tem cumprido o seu papel, que é o de ser “uma porta de entrada, uma infraestrutura de apoio”. “Estamos cá para que a primeira imagem que os turistas retêm sobre Portugal seja, de facto, uma imagem positiva, bonita, de eficácia, e penso que, nesse aspeto, temos cumprido sempre”, concretizou o diretor do aeroporto de Beja. CF
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Portugal no mercado francês e aquele que mais visitantes franceses atrai até território nacional. O diretor, António Duarte, não pôde estar presente para acolher este que será o primeiro de vários voos charter semanais da operação entre Paris e Beja. Mas Vítor Silva, responsável pela Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (Arpta), que apoiou a operação, foi um dos que fez parte da comitiva de boas-vindas. E que aproveitou para realçar a importância desta iniciativa que, “se tudo correr bem, poderá representar um acréscimo de 40 mil noites [room nights, segundo a gíria turística] para o mercado alentejano”, informou, lembrando que a mesma operação, no ano passado, embora através de voos para Lisboa, “representou um acréscimo de 20 mil noites de franceses no Alentejo”. Aliás, a Arpta já “há vários anos” que apoia operações semelhantes, “com operadores e deslocação aérea”, embora a maioria delas tenha entrado em território nacional através do aeroporto de Lisboa. A exceção foi a operação de voos charter Londres-Beja que arrancou em maio de 2011 e que se manteve, com uma periodicidade semanal, até outubro do mesmo ano, num total de mais de 800 passageiros. “Fomos nós que estivemos por detrás dessa operação, promovida pelo operador turístico britânico Sunvil”, lembra Vítor Silva, explicando, no entanto, que o papel da Arpta é tão-só “trazer turistas para o Alentejo”. “É uma aposta nossa que estas operações, que têm como destino final o Alentejo, se façam para o aeroporto de Beja, embora o nosso ‘negócio’ não seja aeroportos, mas sim room-nights”. Quanto ao produto turístico aqui em causa, estamos a falar do “destino típico de sol e mar”, embora, durante as temporadas – entre sete e 14 dias – estejam também previstos “circuitos pelo interior”, em que haverá uma componente cultural e patrimonial mais acentuada. Saliente-se também que esta operação resulta de um contrato entre a GPS Tour e a PRO BTP, um fundo de proteção social dos trabalhadores da construção civil, uma estrutura “vertical”, que abarca desde os patrões até aos empregados e que, por isso, “representa mais de três milhões de lares franceses”. “É uma operação que, à partida, estava garantida”, conclui Vítor Silva. Os dois autocarros arrancam e o átrio das chegadas regressa ao silêncio original. Nada de
Os que agora desembarcam em plena planície aparentam ser cidadãos comuns e, na sua grande maioria, a gozar os seus anos de reforma. Visivelmente atarantados com o aparato, vão respondendo às perguntas mas claramente pouco sabem sobre o destino Alentejo, em concreto. “O meu plano de férias é o sol e conhecer Portugal”, confessa um senhor de bigode, com um ar bonacheirão.
diferentes linguajares sobrepostos, nem de malas trolley a riscar o pavimento. Apenas o posto de controlo da PSP se mantém aberto, bem como a dependência de uma empresa de aluguer de automóveis. Cá fora, os defensores inabaláveis do aeroporto de Beja não desarmam. Os que não chegaram a tempo de assistir à aterragem, como Luísa e António Silva, casal de moradores nas proximidades de Beja, controlam agora, através de uma rede de segurança, os movimentos do staff junto ao avião na pista, na esperança de o ver descolar. “Vim só ver, moro aqui perto e gosto muito de aviões”, confessa Luísa, que só se sentou num para ir até à ilha da Madeira e que não se importava nada de ir mais longe. Se possível saindo dali mesmo, da pista de Beja. “O meu sonho é ir ao Brasil e também a Londres. Não perdi ainda as esperanças”, diz, com um sorriso. O marido, por seu turno, ficou “muito entusiasmado” com este primeiro voo Paris-Beja, e correu logo a partilhá-lo nas redes sociais. É um otimista e tem uma fé inabalável na infraestrutura bejense que, como é sabido, resulta do aproveitamento civil da Base Aérea n.º11 e de um investimento de 33 milhões de euros. “Tenho fé que isto se desenvolva no futuro. Isto é o aeroporto mais seguro de Portugal. Disso não tenho dúvidas nenhumas, porque eu assisti à construção desta pista, forneci material para aqui. Até pode vir um tremor de terra que esta pista não racha”, garante António Silva, agora reformado. A solução seria termos “um governo que se interessasse por Beja”, defende, e não entende por que é que “eles não querem tirar o movimento a Lisboa – querem tudo para lá, nem que derrubem casas para fazer mais um terminal”. A meio do caminho entre o Algarve e Lisboa, o aeroporto de Beja, sublinha, está no sítio certo tendo em conta que “nem toda a gente quer vir a Portugal só para ver praias”: “Temos o sol, o campo, os animais, há as caminhadas, ou seja, há muitas maneiras de fazer turismo”. Uma confiança que não poderia ser traduzida em melhor metáfora. “Isto é como tudo. O lume antes de pegar tem que ser soprado. Isto custa a pegar, mas quando pegar nunca mais se apaga”, conclui.
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Esta notícia [possível encerramento da maternidade em Beja], apesar de já não surpreender, não deixa de representar uma nova derrota para o Baixo Alentejo e para toda a região. (…) cercear as regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos de serviços públicos indispensáveis são verdadeiras “machadadas de morte”. Editorial do “Correio Alentejo”, 25 de abril de 2014
Opinião
Troika. Saída limpa, jogo sujo Bruno Ferreira Humorista
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té há bem pouco tempo era de uma tristeza atroz a cinzenta paleta de saídas que tínhamos disponíveis quando tínhamos de sair: havia a despercebida saída pela porta do cavalo, a rápida saída à pressa, a disfarçada saída de fininho, a aflita saída de emergência… e pouco mais. Tudo era assim até que Passos Coelho, a propósito da saída da troika, veio abrir-nos todo um novo horizonte de novas e coloridas saídas: a saída limpa, ou saída à Irlandesa, versos a saída suja, isto é, com recurso a um programa cautelar. Ora, por qualquer uma destas saídas, entenda-se a forma como nos vamos ter de orientar quando a troika sair do país de bolsos cheios. Ou saímos de forma limpa, vulgo, à Irlandesa – que é uma excelente promoção para todo um povo que passa assim a ser visto de forma assaz higiénica – ou saímos mascarrados com a fuligem de um programa cautelar. Mas cautela: o programa cautelar garante à partida juros bem mais limpos do que o autofinanciamento da saída limpa. Uma coisa é certa: se Angela Merkel não simpatiza com um programa cautelar para Portugal é porque Portugal devia ter um programa cautelar. Até porque, como diz o provérbio, “cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém”. Será então, esta apregoada saída limpa, que permitirá ao País remover as suas nódoas – mesmo as mais difíceis – deixando-o limpo e perfumado? Por falar em limpeza, ao fim e ao cabo, esta pode mesmo ser a saída: aquilo de que o País precisa é de um banho. E não é de um duche, é mesmo de um banho de emersão: uma boa barrela. Onde se esfregue a pátina das políticas dos últimos anos. E veja-se ao ponto a que a coisas chegaram, que com o estado atual do país, nem temos de nos preocupar se o bebé for com a água do banho. Porém, com tantos e tão inovadores tipos de saída é urgente começar a promovê-los. Já se sabe que a concorrência beneficia a escolha e todos esperamos novos atributos para as saídas, como a agradável saída com cheiros e sabores, como a saída do sempre popular extrato de Aloé Vera, ou a saída à base de Óleo de Abacate e Manteiga de Karité, só para ajudar a saída a escorregar melhor. Mas também muito apreciadas são as saídas dotadas de poderosas ações branqueadoras e limpeza a fundo e com poder super desengordurante. Esteja, pois, atento, estimado leitor consumidor, porque estes podem ser tipos de saídas com bastante saída. Mas eis que a meio da discussão das saídas sai a notícia de que afinal a saída da troika de Portugal vai demorar mais 44 dias. O fim de junho é agora a data que substitui o tão aguardado 17 de maio. Porquê, pergunta o interessado leitor. Talvez o senhorio, Passos Coelho, não tenha analisado convenientemente as condições do contrato de permanência da troika que, no fundo, deve ser muito semelhante aos normais contratos de arrendamento. O Conselho Europeu justifica este atraso com a “necessidade de avaliar de forma cabal o cumprimento do programa de ajustamento”. E isto quer dizer o quê? Pois bem, quando o inquilino deixa o apartamento há uma cláusula no contrato que diz qualquer coisa como isto: “o arrendatário obriga-se a manter em bom estado de conservação o local arrendado, ressalvado o desgaste proveniente da sua normal e prudente utilização e do
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O OVIEBEJA é um caso de estudo assinalável. Ao longo dos seus 31 anos de idade conseguiu o feito mais notável que alguma vez alguém ousou imaginar: unir o Alentejo, todo o Alentejo deste mundo, e, acima de tudo, devolver, ainda que por cinco dias, a autoestima aos bejenses. E este facto, antes mesmo dos negócios que lá se fazem, da diversão ou do folclore político, é quase coisa digna de registo. Em papel timbrado. PB
A valorização do Parque de Feiras e Exposições de Beja, enquanto equipamento âncora da área do desenvolvimento económico do concelho e da região, é um dos nossos compromissos. João Rocha, “Revista Ovelha”, abril de 2014
decurso do tempo”. Quer isto dizer que a troika está obrigada, por lei, a entregar o país tal como este se encontrava quando recebido, assegurando que o mesmo não apresenta estragos e que, por isso, não é preciso ativar a cláusula que a obrigaria a ter de pagar caução. Mas… estará o país tal como recebido pela troika em abril de 2011? O que lhe parece, astuto leitor? Bem me parecia. Assim sendo, e independentemente do género de saída que vieram a experimentar, caros senhores da troika, a porta da rua é a serventia da casa.
A escada da democracia Ruy Ventura Poeta e ensaísta
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ou de uma aldeia situada a sete quilómetros de Castelo de Vide, vila onde nasceu e está sepultado o capitão Fernando Salgueiro Maia. Exerço o ministério docente numa escola do concelho de Setúbal onde, pela última vez, deu aulas o poeta e cantor José Afonso. Esta proximidade física poderia ter nulo significado no meu olhar sobre o nosso país e a sua forma de governo. Acontece, contudo, que tenho entre os meus familiares próximos alguém que participou ativamente nas operações militares que levaram à queda da ditadura de Thomaz e Caetano. Sucede que sou descendente de um ex-militante de um dos partidos que fundou a democracia portuguesa, homem que prontamente abandonou a sua filiação quando se deu conta de que essa organização política, cujos estatutos visam a construção do bem comum, era sobretudo um instrumento de promoção pessoal, de tráfico de influências e, talvez, de corrupção. Estes exemplos poderiam não ter exercido qualquer influência sobre o meu pensamento. Dá-se todavia o caso de eu ser, desde a adolescência, um leitor assíduo daquele texto basilar onde se afirma que o salário dos trabalhadores clama quando não é pago com justiça, sobretudo quando aqueles que o deveriam entregar vivem “na terra, entregues ao luxo e aos prazeres, cevando assim os [seus] apetites”. A estas palavras daquele Sant’ Iago, cognominado “o justo”, habitueime ao longo dos anos a juntar a mensagem de Jesus Cristo, sobretudo quando nos aconselha a sermos simples como as pombas e astutos como as serpentes. Ressoam ainda hoje as suas bem-aventuranças: “Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados… Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus”. Ressoam ainda as suas imprecações: “[…] ai de vós, ricos, porque recebestes a vossa consolação! Ai de vós, os que estais agora fartos, porque haveis de ter fome!”. Não me comoveria hoje tanto, quando recordo e evoco os heróis cívicos que Portugal e os lusitanos talvez ainda não tenham merecido (Maia, Zeca e tantos outros…), se não tivesse nos meus alicerces esta tradição multissecular. Talvez não me angustiasse do mesmo modo, quando vejo a existência dos portugueses retroceder até padrões civilizacionais indignos, se a mensagem do cristianismo (e também de muito do judaísmo) não ecoasse tanto em mim e, desse modo, não soubesse que o mundo está a ser governado pelos servos de Mamon, cujo objetivo, lentamente conseguido, é transformar as imperfeitas democracias (não há democracias perfeitas, porque são humanas) em descaradas, embora hipócritas, plutocracias, reduzindo-nos à servidão. É que não se pode adorar ao mesmo tempo a Deus e
ao dinheiro… Todos temos o dever de pôr em prática um exame de consciência. Que queremos de nós, da sociedade, do mundo? Que fazemos/faremos para alcançar essa meta? Quanto temos praticado em sentido contrário? Tinha quatro meses quando ocorreu a revolução de 25 de Abril de 1974. E embora, um ano ou dois mais tarde, gritasse que o povo estava com o MFA, só a leitura e a meditação de toda a tradição humanista e judaico-cristã me levou a ter consciência de quanto são inseparáveis a democracia e uma verdadeira dignidade humana, de quanto são faces da mesma moeda a liberdade e a responsabilidade, de que “tudo nos é permitido, mas nem tudo nos convém”, como escreveu São Paulo. Desejo, assim, a democracia – e não a demagogia ou a libertinagem – porque sei que não podemos ser livres sem beleza, bondade e verdade, que não pode haver igualdade sem uma justa redistribuição e um correto usufruto dos bens materiais e imateriais, que não existe fraternidade sem referência a uma paternidade e maternidade comuns, como bem viu recentemente o papa Francisco. Estes são valores judaico-cristãos, que Saint-Martin e a revolução francesa apenas revisitaram e atualizaram. Penso que só os concretizaremos quando realmente se praticar a proposta de Leão XIII na sua encíclica “Rerum Novarum”: “[…] não é justo que o indivíduo ou a família sejam absorvidos pelo Estado, mas é justo, pelo contrário, que aquele e esta tenham a faculdade de proceder com liberdade, contanto que não atentem contra o bem geral e não prejudiquem ninguém”. Embora confiantes e esperançados na força do ser humano quando se liberta de quanto o prende e estupidifica, temos de estar muito preocupados, pois vivemos um tempo em que nem os governados são para o governo nem o governo para os governados; todos são instrumentos nas mãos do poder ilegítimo financeiro, sem rosto, que mata sem hesitar, que reduz milhões à miséria social, moral e espiritual. Assim se justifica a promoção da penúria material, a estimulação do consumismo acéfalo e desenfreado, a alienação dos cidadãos pela valoração de um relativismo ético e de uma ignorância sobranceira que incitam a preguiça boçal, a agressão descarada e a barbárie mais assustadora. Tudo isto se passa em Portugal e também noutros países. Mas neste retângulo em que nos foi dado viver temos ainda um sistema político-social que se desfaz, porque nele abundam seres que não promovem o bem comum porque não podem, não querem ou não sabem fazê-lo. Há sinais de esperança, é certo. Há sempre sinais de esperança… Felizmente há portugueses, crentes e não-crentes, que discretamente dão resposta à exortação publicada em 1963 por santo Ângelo José Roncalli. O bom papa João XXIII, na encíclica “Pacem in Terris”, incitou “todas as pessoas de boa vontade”, principalmente os católicos, a “participarem ativamente na vida pública” e “contribuírem para a obtenção do bem comum de todo o género humano e da própria comunidade política; e [a] se esforçarem […] para que as instituições de finalidade económica, social, cultural e política sejam tais que não criem obstáculos, mas antes facilitem às pessoas o próprio melhoramento, tanto na vida natural como na sobrenatural”. Que melhor desejo posso ter para as próximas décadas de democracia em Portugal? As palavras desde grande santo espicaçam-nos. Espicaça-nos também outro grande cristão, o enorme escritor Raul Brandão (e com ele termino): “Espero pelo dia […] em que acabe a exploração do homem pelo homem. Espero pelo dia em que a instrução seja realmente gratuita e obrigatória para todos – e o ensino religioso. […] Espero o dia em que o homem compreenda que o supérfluo é um crime. Mais justiça e mais pão para todos. Mais Deus para todos.” Deverá ser esta a nossa meta, em todos os dias do nosso futuro. Só assim valerá a pena sermos cidadãos nesta sociedade, nesta pátria, neste mundo.
Em Portugal as comemorações livres e plurais do 1.º DE MAIO apareceram somente após o 25 de Abril de 1974. Antes dessa data, o Dia do Trabalhador era assinalado de forma restrita e muito arriscada. Hoje, sair para a rua no 1.º de Maio voltou a fazer todo o sentido. Principalmente quando há uma profunda mudança de paradigma no nosso País. À falta de trabalho, a palavra de ordem, infelizmente, pertence hoje aos desempregados. PB
Há 50 anos 1.º de Maio de lutas
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a véspera, o “Diário do Alentejo” anunciava que “por ser o dia de feriado anual da classe tipográfica e a exemplo dos anos anteriores, não se publicará amanhã o nosso jornal”. O vespertino bejense só voltou a sair a 2 de maio de 1964. Com más notícias: “Um morto e vários feridos em manifestações realizadas na capital – Segundo um comunicado do Ministério do Interior, que a Emissora Nacional deu a público, ontem, em Lisboa, houve um morto e vários feridos durante manifestações e distúrbios que se registaram ao fim da tarde.” A Censura fascista não permitiu que houvesse informação adicional sobre o Dia Internacional dos Trabalhadores. Mas os leitores do “Diário do Alentejo” ficaram pelo menos a saber que, tal como em anos anteriores, a resistência antifascista continuava a combater a ditadura e, numa data emblemática como a do 1.º de Maio, não deixava de organizar greves e protestos. Mas, na sua edição de maio de 1964, o “Avante!”, órgão do Partido Comunista Português que circulava clandestinamente, dava pormenores que a imprensa censurada calava. “A classe operária comemorou o 1.º de Maio”, informava na primeira página o jornal dos comunistas, que publicava também com grande destaque uma síntese do relatório de Álvaro Cunhal intitulado “As tarefas do Partido na Revolução Democrática e Nacional”. SobreosacontecimentosdoDiadoTrabalhador, escrevia o “Avante!”: “A jornada do 1.º de Maio de 1964, a despeito da acção terrorista do governo, contra os trabalhadores e o povo, constituiu mais uma grande manifestação da unidade da classe operária em luta pelas suas reivindicações. Constituiu mais uma reafirmação da sua posição de vanguarda na luta do povo português contra a ditadura fascista. (…) A classe operária e as massas trabalhadoras, seguindo as palavras de ordem do Partido Comunista, realizaram mais uma grande jornada de luta pelo pão e trabalho, pela paz em Angola e na Guiné, pela amnistia, pela liberdade e pela democracia.” O jornal informava que “estas aspirações foram gritadas pelos trabalhadores, pelos jovens e pelas mulheres que enfrentando valentemente as brutalidades da PIDE e demais forças repressivas, armadas até aos dentes, se manifestaram aos milhares nas ruas de Lisboa no 1.º de Maio!”. E confirmava, sem pormenores, que “neste dia mais uma vez correu o sangue generoso dos antifascistas portugueses!”. O “Avante!” relatava que, além das manifestações na capital, tinha havido greves e concentrações, reclamações e abaixo-assinados em diversos pontos do País. Citava “as lutas dos operários da CUF do Barreiro, dos gráficos de Lisboa, da fábrica de pólvora da Amora, dos mineiros de Aljustrel, dos pescadores de Matosinhos e do Algarve, dos estivadores das Gafanhas, dos trabalhadores rurais do Alentejo e das Beiras, dos camponeses da Quarteira, dos operários da construção civil do Porto.” Corajosas lutas, essas e outras, que permitem que hoje celebremos o 1.º de Maio em liberdade e continuemos a lutar… Carlos Lopes Pereira
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Efetuou-se esta semana a primeira ligação aérea regular entre Paris e Beja. Um avião repleto de turistas franceses, quase todos eles com guia de marcha para Troia, chegou ao terminal aéreo bejense. O que deveria ser uma boa notícia, a somar a pequenas outras conquistas desta estrutura, para muitos não passa de uma ANEDOTA. Mas neste caso, como em tudo na vida, é bom relembrar o tal ditado que fala em rir por último. PB
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A Ovibeja é um evento com uma ligação muito forte ao setor do turismo e às dinâmicas turísticas porque atrai milhares de visitantes que movimentam a economia local, quer através das dormidas, quer através das refeições. Em suma, é um evento que beneficia muito o Alentejo. António Ceia da Silva, “Revista Ovelha”, abril de 2014
Cartas ao diretor na sua leitura, fui reforDesobediência çandoAoamergulhar minha admiração por esta região e suas gentes, sendo na sua essência pescivil soas humildes e trabalhadoras. Hugo Silva Carulo Beja
Parafraseando Hannah Arendt, a desobediência civil ocorre quando “um número significativo de cidadãos se convence de que os canais normais para mudanças já não funcionam, ou que as queixas não serão ouvidas nem terão qualquer efeito, ou então, pelo contrário, o Governo está em vias de efetuar mudanças e se envolve e persiste em modos de agir cuja legalidade e constitucionalidade estão expostos a graves dúvidas”. Neste sentido, é a desobediência civil uma figura que se encontra ancorada ao Direito de resistência, que mereceu acolhimento constitucional, estando consagrado no artigo 21.º da Constituição da República Portuguesa. Resulta tal honraria do facto de ser a desobediência civil uma representação do regime político baseado na liberdade, que funciona como “arma” de arremesso contra a injustiça, o arbítrio, a ilegalidade e a inconstitucionalidade perpetuado por qualquer Governo. Ora, salvo o devido respeito e melhor opinião, parece-me óbvio, que, a violenta austeridade a que os portugueses foram submetidos, por parte de um overno subserviente, com tiques de vedetismo, e enroupado de arrogância, que viola sem nenhum pejo as mais elementares regras de um verdadeiro Estado de direito democrático, exige de todos nós, a firmeza na defesa dos ideais democráticos, lançando mão de entre outros instrumentos, à desobediência civil. Enquanto, não se relembrarem aqueles “senhores” que, não deve o governo comandar o povo, mas sim o povo comandar o governo, devemos lutar até à exaustão. Por mais que tentem deturpar a opinião pública, inegável é o facto de que: O povo os elege, o povo lhes dá o pão. Que o bom de Abril, nunca caía em esquecimento.
O orgulho em ser alentejano e aljustrelense Manuel José Vargas Aljustrel
Há dias uma amiga aconselhou-me a ler o livro Stories do Alentejo, cujo conteúdo é composto por 13 contos alentejanos que nos conduzem aos recônditos lugares (sinónimo de desertificação) e às tradições mais genuínas e dialetos do nosso querido Alentejo.
Como alentejano preservo na memória Mértola e a tapada de São Domingos, a feira tradicional de Castro Verde, o castelo de Beja, a praia da Zambujeira do Mar… Mas, permitam-me agora, evidenciar a minha terra natal. Aljustrel e os seus “mineiros” que sempre lutaram pela sua dignidade e por respirarem democracia, lutando com todas as suas forças no combate à ditadura (prepotência, arrogância) que conduziu o nosso país ao obscurantismo, durante quase meio século. Homens cuja identidade se traduz numa só palavra, “idoneidade”, e são por isso uma referência para o presente e para as gerações vindouras. Doravante, será importante os nossos governantes e a classe política, em regra geral, reverem-se na referida “palavra”, e se tal vier a acontecer, jamais os portugueses duvidariam das suas promessas, e orgulhar-se-iam dos responsáveis por este País. Relativamente à origem e todo o historial da vila é de realçar a atividade mineira, a sua população e os ex-libris, tais como: a mina e o seu museu, a chaminé transtagana, a represa, os moinhos, a barragem do Monte Ruas, a Ermida de Nossa Senhora do Castelo, o campo das minas em Vale d’Oca (bairro mineiro), palco de grandes emoções desportivas e de confraternizações, atualmente ao abandono, a igreja matriz… Aljustrel, antigamente denominada Al.lustre pelos árabes, aos quais foi conquistada, no século XIII em 1234, no reinado de D. Sancho II, por Dom Paio Peres Correia e os cavaleiros da Ordem de Santiago de Espada, cuja primeira exploração da mina remonta ao período do neolítico (tempo pré-histórico caracterizado pela indústria da pedra polida) testemunhada pelos utensílios que hoje se conhecem (achados arqueológicos). Todavia a Vila Mineira, como também é conhecida, já foi outrora uma cidade romana, chamada Vipasca na época da romanização. Apesar da evolução sócio-temporal, o cartão de visita continua a ser, na minha opinião, a Ermida da Nossa Senhora do Castelo, na qual se tem uma vista parcial, mas privilegiada da vila, em quase toda a sua plenitude. E segundo o dizer de alguns, existiu, numa das colinas que a ceream, um “castelo de taipa batida”, do qual nada existe. É suporto terem lá habitado trabalhadores da mina no tempo dos árabes, de onde surgiu a pequena ermida e onde terá aparecido a Nossa Senhora. No entanto não poderei esquecer S. João do Deserto “antigo bairro mineiro” com as suas águas medicinais, desde temos longínquos, às quais se atribuem
características e poderes curativos, nomeadamente ao nível dermatológico (eczemas). Por fim, falar de Aljustrel, lugar aprazível que agrada ao visitante, é conhecer todo o seu espólio e essencialmente pessoas hospitaleiras, solidárias, pacíficas e com tradições antifascistas.
Liberdade José Severino Gomes Beja
Tem raízes na nossa natureza animal e desabrocha na nossa mente como uma necessidade vital. Qualquer ser vivo, se o prenderem, fica obcecado só com isto: recuperar a sua liberdade. Por isso, um dos castigos que os homens impuseram uns aos outros sempre foi retirar-lhes a liberdade – a pena de prisão continua muito popular no mundo. Tal como o oxigénio, só se sente a sua falta, verdadeiramente, quando escasseia. Os políticos de todos os tempos têm entusiasmado os povos com promessas de liberdade. Acontece que o exercício do poder é contrário à liberdade, por natureza. E o político que promete liberdade, quando tiver o poder, não dará mais liberdade, mas menos. Inventará novas formas de cercear as liberdades, mesmo que continue a fazer o discurso libertário, que não passará de retórica. Ninguém pode ser realmente livre, dada a nossa condição de seres dominados por necessidades sempre renovadas e obrigados a lutar contra circunstâncias que nos ultrapassam. Mas alguma liberdade podia ser respeitada a cada um pelas instituições políticas, com o Estado à cabeça. Infelizmente não é assim: O controle é cada vez maior, facilitado pelos meios informáticos e as telecomunicações. O cidadão moderno é cada vez menos livre e isso vai agravar-se, dada a natureza do Estado (avidez insaciável pelo controle do cidadão) e os meios cada vez mais poderosos de que dispõe. Mesmo assim, é sempre simpático comemorar o Dia da Liberdade – o 25 de Abril. Comemoremos, não o bem que temos, mas o bem que desejamos. Viva a liberdade! Quem assistiu à Revolução dos Cravos (25 de abril de 1974) jamais esquecerá a bebedeira de liberdade que o povo então viveu. A alegria indescritível e o entusiasmo daqueles meses por um presente intenso e a promessa de um futuro melhor serão sempre recordados com uma funda emoção. Sou um desses felizardos (tinha 13 anos).
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Entrevista
Hélder Conduto, jornalista natural de Aljustrel, é o chefe de redação da Benfica TV
O “reforço” que entrou em todos os jogos do Benfica Foi na Rádio Castrense, apenas com 13 anos, que começou ter passado pelas redações desportivas da TSF, Sport TV, a fazer os primeiros relatos de futebol. Natural de Aljustrel, SIC e RTP/Antena 1. Mas é na BTV que, aos 37 anos, Hélder fã incondicional do Mineiro, onde foi praticante de hóquei, Conduto se diz “profissionalmente realizado”. No ano da Hélder Conduto é, há cerca de um ano, o chefe de reda- conquista do 33.º título nacional pelo Benfica, a entrevista ção e o rosto principal da Benfica TV (BTV). Canal que “rere com o jornalista que celebrou a vitória encarnada em an anvolucionou” com isenção e profissionalismo, depois de tena, pela madrugada fora. Texto Paulo Barriga Consideras que a tua contratação também veio reforçar o “plantel” do Benfica nesta época desportiva?
[sorriso] Acho que fui um reforço importante para o sucesso da Benfica TV [BTV]. Estou enquadrado na BTV, não mais do que isso. No Benfica o mais importante são os adeptos, os atletas, os treinadores e os dirigentes. Cada um no seu devido lugar. Sentes que a BTV foi mais um elemento em campo nesta época vitoriosa do Benfica?
Lá está, quem olha apenas a árvore, não vê a floresta. O Benfica é uma das maiores marcas de Portugal no mundo, por isso tem hoje uma estrutura altamente profissional. É uma organização impressionante, de grande dimensão, com um líder, Luís Filipe Vieira, que tem desenvolvido um trabalho notável e que fala por si. Aquilo que percebi, desde o primeiro dia em que entrei na BTV, foi que no “universo Benfica’’ todos fazem parte das vitórias e das derrotas. Mas cada um tem o seu papel na sua área. A BTV tem cumprido bem a sua missão, temos essa convicção que é reforçada pelos resultados
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e pela opinião pública e publicada. Ainda recentemente, num encontro que reuniu as televisões de clubes em Itália, a BTV foi apontada como um case study. y É vista como um exemplo pioneiro e de sucesso em todo o mundo porque reunimos condições para transmitir a Premier League e os jogos do Benfica em casa. Existe uma harmonia evidente entre o futebol profissional e a BTV. Porém, não consigo medir o impacto que o sucesso da BTV teve no rendimento da equipa. Acima de tudo, o mérito dessas vitórias deve ser atribuído à equipa liderada pelo Jorge Jesus e ao presidente do Benfica. Enquanto jornalista, como encaras esta passagem da RTP para uma estação institucional como a BTV?
A minha liberdade é inalienável! Sou o mesmo de sempre! A seriedade, a dignidade, o profissionalismo, a competência, não se perdem com uma “mudança de camisola’’, por mais radical que seja. Um bom jornalista faz bem o seu trabalho em qualquer lado. Um mau jornalista nunca deixará de ser mau, seja onde for. Eu estava bem e confortável na RTP/Antena 1, que tudo fez para me segurar, até porque era
importante para a empresa em ano de Mundial de Futebol. Mas eu gosto de desafios e nem sempre escolho o caminho mais fácil. Senti que seria ainda mais útil para o projeto que me foi apresentado pelo Benfica e assumi o risco. A vida é curta para não aproveitarmos estas oportunidades. Para já, estou satisfeito com a mudança. Porém, faltaria à verdade se dissesse que não há diferenças, toda a gente as percebe. Eu era uma mais-valia na redação da RTP/Antena 1 na relação com as fontes e na procura de notícias em primeira mão, na vida de todos os clubes e da seleção. Na BTV, esse trabalho está circunscrito ao Benfica. Consegui abrir o critério editorial da BTV, mas o Benfica é sempre assunto dominante por razões óbvias. De resto, na preparação dos jogos, das emissões, dos programas, das reportagens, das entrevistas, na gestão da equipa (enquanto chefe de redação), é tudo igual. As técnicas de jornalismo aplicadas são as mesmas. Normalmente, os comentários e as análises da Benfica TV ganham algum ímpeto “tendencioso”. Alguma vez sentiste que o “calor dos acontecimentos” pudesse estar, de alguma forma, em derrapagem com as regras deontológicas dos jornalistas?
Os comentários aos jogos do Benfica em casa, na atual BTV, são tendenciosos? Até admitia que fossem porque estamos a falar de um canal de clube, mas a verdade é que não são! É uma observação injusta e infundada. Eu só posso falar pelo meu tempo na BTV. A mudança de paradigma na BTV desde o início desta época é demasiado evidente. O projeto BTV só tem sustentabilidade se tiver credibilidade, e foi nesse âmbito que integrei a BTV. Se não fosse credível a BTV não tinha alcançado mais de 300 mil assinantes em menos de um ano. Os comentários (e as transmissões) são sérios e honestos, nada ficam a dever aos de outra estação qualquer. A questão que se coloca em relação a qualquer jornalista não é se tem clube (porque todos têm clube, mas poucos têm coragem de assumir), mas sim: é ou não sério? É ou não honesto? É ou
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não credível? Faz bem ou mal o seu trabalho? Tem ou não qualidade e competência? Estamos a falar de uma área que desperta muitas paixões e isso retira espaço à racionalidade e abre caminho a pensamentos perversos. Quem trabalha para o público de massas não pode agradar a toda a gente, e tem que conviver com a crítica.
Aceito que critiquem o meu estilo, que façam um reparo a um erro técnico, mas não admito que coloquem em causa a minha seriedade! Isso não aceito! Sugiro que vejam (de facto) as minhas narrações, os meus programas ou, por exemplo, a entrevista que fiz ao presidente do Benfica e as dúvidas que possam existir são facilmente dissipadas. Em suma, tenho-me conseguido equilibrar, sem derrapagens, e o que faço na BTV poderia passar noutro canal qualquer, sem problemas ou pruridos. É correto afirmar que nesta tua transição para a Benfica TV se perdeu um pouco do jornalista e se ganhou um grande adepto?
de “português” neste plantel do Jorge Jesus?
Todos gostaríamos de ter mais jogadores portugueses nas equipas nacionais, mas são sinais dos tempos. Depois da Lei Bosman, as fronteiras do futebol europeu abriram-se e é comum ver as grandes equipas com uma maioria de jogadores estrangeiros nos seus plantéis. Não se pode olhar apenas para o Benfica, vejam o que se passa no Porto, no Chelsea, no Manchester City, no Arsenal, no Inter... É muito difícil segurar em Portugal os melhores jogadores portugueses, porque os clubes precisam de vender os seus passes; por outro lado, esses jogadores têm a legítima ambição de experimentar campeonatos mais fortes e com contratos mais aliciantes. Apesar disso, o presidente do Benfica já anunciou que o jogador português e da formação vai ter cada vez mais espaço no plantel principal. Nesta época já é possível detetar os primeiros reflexos dessa política e, paulatinamente, a equipa principal vai ser alimentada por mais jogadores portugueses e da formação. O Benfica teve de recuperar nos últimos anos o tempo perdido na área da formação, e os resultados já estão a aparecer. Seja como for, parece-me que a estratégia do Benfica é clara e correta: deteção de talentos, valorização e projeção desses “ativos’’, rentabilidade desportiva e depois financeira com a venda dos passes. Fala-nos um pouco do teu percurso enquanto jornalista, desde os tempos dos relatos na Rádio Castrense?
Estive a trabalhar até de madrugada, a apresentar a emissão especial da Benfica TV, foi uma jornada de trabalho longa e intensa que começou de manhã cedo. No dia seguinte, poucas horas depois, logo pela manhã já estava a trabalhar outra vez porque temos que fazer televisão 24 horas por dia.
Comecei com 13 anos, na Rádio Castrense, e estou eternamente grato ao António José Brito que me deu essa oportunidade em 1990. Sem essa experiência, não teria a carreira que construí. Depois, aos 18 anos, quando entrei na faculdade, em Lisboa, o Carlos Júlio, que era correspondente da TSF no Alentejo, abriu-me a porta para um estágio na TSF, e depressa integrei os quadros da TSF onde permaneci até 2006. Paralelamente à rádio, fiz um percurso na televisão. Entre 1998 e 2000 estive nos primeiros anos da Sport TV, depois de 2000 a 2006 mudei-me para a SIC. Em 2006 recebi uma proposta da RTP/Antena 1 onde estive até julho de 2013. Depois, aceitei o desafio da Benfica TV. É um percurso que me enche de orgulho, a trabalhar ao lado dos melhores profissionais deste país. Sinto-me realizado. E mais, escolhi sempre o meu destino, ou seja, apareceram sempre convites e desafios que me permitiram evoluir. Mudei sempre por minha vontade, porque tive propostas, mas deixei sempre as portas abertas de onde saí. É um privilégio fazer aquilo de que gosto e que sempre sonhei fazer.
Falaram-se muitas línguas nesta vitória do Benfica. Consideras que faltou um pouco mais
Quais as melhores memórias que guardas desses tempos?
Não, eu sou jornalista. A Benfica TV contratou um jornalista, um profissional, e não um adepto. Como analisas esta época do Benfica, nomeadamente a vitória no campeonato nacional?
Foi uma vitória com mérito, da melhor equipa. O presidente, Luís Filipe Vieira, foi corajoso ao manter o treinador. Por sua vez, Jorge Jesus, que é um grande treinador, retribuiu essa confiança com ótimos resultados. E depois, é bom sublinhar que o Benfica tem um excelente plantel, que resulta de um forte investimento. Como é que celebraste esta vitória?
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Guardo boas e gratas memórias, foram tempos extraordinários onde aprendi muito. Aproveito para agradecer a todas as pessoas com quem trabalhei e convivi na Rádio Castrense. Foi uma ótima escola, fiz de tudo: relator, repórter, pivô, técnico, noticiários, entrevistas, programas de informação e entretenimento (música), enfim… tudo isto entre os 13 e os 18 anos. Na Rádio Castrense sempre me ajudaram, sempre tiveram paciência comigo e o ambiente era formidável. O que conquistei até hoje, também é dessas pessoas. Guardo muitas cassetes de há 20 e tal anos, e com menos meios do que hoje fazíamos emissões formidáveis, com conteúdo forte. E a razão é simples: havia paixão pela rádio, e isso fez despertar uma geração de muito talento e que utilizava a criatividade. Não me refiro apenas à Rádio Castrense, mas às rádios locais de um modo geral. Tenho muito orgulho e saudade desses tempos. A cassete do meu primeiro relato aos 13 anos, ao lado do António José Brito e do Carlos Peres, está bem guardada em casa e, de vez em quando, gosto de ouvir e emociono-me porque foi um dos dias mais importantes da minha vida. Aquelas tardes desportivas com relatos em vários campos, em campos pelados, onde fazíamos o relato em sítios inóspitos, ficam eternamente na memória.
minha região interessa-me sempre. Continuo atento, sobretudo, ao meu Mineiro Aljustrelense que está em contraciclo com outros clubes. A crise económica e social tem deixado marcas nos clubes do nosso Alentejo. Infelizmente, os clubes regionais foram contagiados pelo despesismo, pela irresponsabilidade e pela megalomania que durante muitos anos dominou os clubes nacionais. Por outro lado as autarquias “fecharam a torneira’’, e muitos clubes estavam dependentes dos apoios das juntas e câmaras municipais. Por exemplo, é triste assistir à queda dos clubes das principais cidades da região: Beja e Évora. Faço votos para que recuperem depressa o espaço que perderam. Tenho muitas saudades dos grandes duelos e das grandes equipas do Mineiro, Desportivo de Beja, Moura, Castrense, Serpa, Ferreirense, Cuba, Piense, Almodôvar, Ourique, Odemirense… Relatei e assisti a centenas de jogos no distrito de Beja, vi grandes equipas e grandes jogadores no nosso Alentejo. Hoje há menos qualidade, menos paixão, menos gente nos campos e muitas dificuldades financeiras. Mas deixo uma palavra de coragem e incentivo a todos os que desinteressadamente dão algum do seu tempo aos clubes, coletividades e associações desportivas. É o altruísmo desses homens e mulheres que mantém vivo o desporto no Alentejo, que por sua vez proporciona momentos de alegria e de lazer a muita gente.
Como é que te treinavas para fazer os relatos dos jogos?
E o Mineiro Aljustrelense, ainda é o clube do teu coração?
Até aos 13 anos puxava pela imaginação e fazia relatos fictícios para os amigos. Ainda hoje muita gente me fala desses momentos. Quando eu era criança, em Aljustrel, organizavam-se excursões para acompanhar as equipas de hóquei em patins nos jogos fora. Normalmente, eu ia para a frente do autocarro e pegava no microfone para animar a malta, com os meus relatos fictícios. A paixão pelo desporto, em particular pelo futebol, nasceu comigo. Com seis ou sete anos eu sabia os nomes dos jogadores de todas as equipas . Depois a brincadeira tornou-se numa coisa séria, até hoje. Continuas a acompanhar o futebol regional?
Claro, eu sou alentejano com muito orgulho e a
Mineiro sempre! Sou aljustrelense de “alma e coração’’ e tenho muito orgulho no meu clube, nas minhas raízes onde tenho a família e os amigos. Vivo intensamente o Mineiro e sofro à distância, porque infelizmente não me sobra tempo como gostaria para assistir aos jogos. Esta época só vi um jogo ao vivo, mas vibrei com a nossa subida. Grande Mineiro! O Mineiro é um clube com alma, que se confunde com a vila. A paixão pelo Mineiro em Aljustrel nunca vai deixar morrer o clube. Contudo, o Mineiro não se resume ao futebol. Espero que o hóquei em patins volte a ter a pujança que já teve noutros tempos. Joguei hóquei em patins no Mineiro e esse percurso foi muito importante na minha formação como homem e desportista. Uma última pergunta: achas que esta será a época do “pleno” do Benfica?
Tem todas as condições para ganhar todas as provas nacionais, até hoje nenhuma equipa ganhou na mesma época: campeonato, Taça de Portugal e Taça da Liga. Se isso acontecer será uma época extraordinária do Benfica. Seja como for, não se pode desprezar o Rio Ave.
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O súbito enchimento da barragem, em 1968, não poupou a Mina da Juliana. Não de uma forma tão radical e dramática como algum tempo depois, em Vilarinho das Furnas, e mais recentemente na Aldeia da Luz, uma parte da aldeia foi invadida e as suas casas destruídas pelas águas”.
Mina da Juliana – uma história de resistência 1.ª parte : A resistência
FOTOS JOSÉ SERRANO
Aldeia
N
o a no de 1948, uma jovem professora deslocava-se para a Mina da Juliana, onde ensinava na escola primária, através de difíceis caminhos rurais que atravessavam montados e barrancos, num carro de mulas puxado pelo seu ainda mais jovem irmão [uma nota pessoal: a professora era minha tia e seu irmão meu pai]. Somente no ano seguinte, 1949, se dá início à construção da estrada municipal entre a Mina e Santa Vitória, sede da freguesia, minimizando o isolamento dos habitantes dessa aldeia. Não durou vinte anos, essa estrada. A construção da Barragem do Roxo, levou a que tivesse de ser desenhada uma outra, um pouco mais extensa e com um traçado menos reto, já que a primeira seria “engolida” pelas águas, tal como a sua primeira ponte, junto a Santa Vitória e o Monte da Corte Ripais, que ficava bem perto e que foram ambos submergidos. No caso do monte, foi mesmo construído um novo, um pouco mais acima do anterior. O súbito enchimento da barragem, em 1968, não poupou a Mina da Juliana. Não de uma forma tão radical e dramática como algum tempo depois, em Vilarinho das Furnas, e mais recentemente na Aldeia da Luz, uma parte da aldeia foi invadida e as suas casas destruídas pelas águas. Alguns dos habitantes foram alojados em casas de familiares, outros em tendas do exército que tiveram de ser instaladas no local, outros optaram por deixar a sua terra e procurar nova vida, em Portugal ou no estrangeiro. Depois do encerramento da quase totalidade das minas, era mais um rude golpe na vida dos habitantes dessa pequena e isolada localidade, que via muitos dos seus filhos sairem para enfrentar o futuro noutras paragens. Mas, tal como no resto do País, a Mina da Juliana “renasceu” em 1974, com o 25 de Abril e a liberdade conquistada. E, principalmente, com a implantação de um poder local novo, democrático, e que vai contribuir para que as pequenas comunidades não desapareçam do mapa, destino a que estavam condenadas no tempo da ditadura. Terá sido um dos momentos mais emocionantes que vivi, logo após a implantação
JOSÉ SERRANO
José Filipe Murteira Professor
da democracia, a ligação da luz elétrica na Mina Juliana, em 1976. Todos os presentes, começando pelos seus habitantes, os que se tinham deslocado propositadamente para assistir aquele momento histórico (como eu), os novos autarcas (recordo sobretudo o José Carlos Colaço, primeiro presidente da Câmara de Beja democrática), viveram de forma intensa e emocionada, os primeiros raios de luz que saíam dos candeeiros que passavam a iluminar aquelas ruas e das portas e janelas das habitações até então iluminadas a petróleo. Ainda fruto do 25 de Abril, os habitantes
da Mina da Juliana, tal como milhares de outros do Alentejo, depositaram, mais tarde, as suas esperanças na Reforma Agrária, concretizada com a formação da UCP Vanguarda do Alentejo, sedeada em Santa Vitória, mas que incluía algumas grandes propriedades próximas, como a Faleira ou a Malhada. Uma população que, nas eleições realizadas após o 25 de Abril, sempre votou maioritariamente à esquerda, via nessa transformação revolucionária, uma janela de esperança para uma vida melhor e para uma aldeia mais desenvolvida e com melhores condições para todos.
Com o fim da Reforma Agrária, verifica-se uma nova vaga de emigração, interna e externa, de muitos trabalhadores que perderam o seu trabalho. Mais um conjunto de “mineiros” que engrossa uma diáspora que se espalha pela Europa (França), América (Canadá) e pelo nosso país (curiosa é a existência de uma significativa colónia de originários da Mina da Juliana, em Praias do Sado, no Concelho de Setúbal). Não obstante esta sangria que se tem verificado ao longo de décadas, a população da Mina da Juliana, ainda que vá diminuindo, a exemplo do que acontece um pouco por
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todo o interior, tem dado provas de uma resistência que deve ser enaltecida e que tem evitado o fim da localidade, quer quando se verificou o fim da atividade mineira, quer quando as águas da barragem destruíram casas e outras construções destinadas a várias atividades económicas.
E
ssa resistência tem sido reconhecida pelos órgãos do poder local – Câmara Municipal e Junta de Freguesia – e, graças a esse reconhecimento, a Mina da Juliana teve nas últimas décadas a valorização que os seus habitantes merecem : o abastecimento de água e o saneamento básico, as ruas asfaltadas, o centro de convívio e o posto médico, o parque infantil e até um campo de futebol (quando, na década de 80 do século passado, as águas da barragem recuaram drasticamente e os jovens da terra quiseram – e conseguiram – participar no campeonato distrital do Inatel). O problema a seguir foi quando a barragem voltou a encher, inundando o campo, deixando apenas metade das balizas à vista. Por outro lado, foi a construção do importante complexo agro-turístico nas imediações que trouxe uma outra aspiração: a construção da estrada até Albernoa e ao IP2, até então um caminho de terra batida sem condições e que hoje liga as três localidades (Albernoa, Mina (e Monte) da Juliana e Santa Vitória), uma aspiração de décadas, permitindo o fluxo dos residentes, visitantes e turistas. Mesmo com a escola encerrada e com as crianças a terem de se deslocar para a escola do 1.º ciclo de Santa Vitória, a Mina da Juliana tem a possibilidade de receber a Biblioteca Andarilha que, a partir da “biblioteca-mãe”, aí se desloca duas vezes por mês, levando os livros, os jornais, a cultura e, sobretudo, o afeto, para combater o isolamento. E é para comemorar esse espírito de resistência e de amor à sua terra, que os residentes e os naturais que vivem fora, organizam, de há alguns anos a esta parte, um encontro, onde convivem, se divertem e, sobretudo, se reencontram, ao fim de muitos anos de afastamento. Costuma ser em agosto e é divulgado no grupo de amigos criado no Facebook, onde basta procurar por Mina da Juliana. Não será, por isso, por acaso, que na excelente reportagem publicada em maio de 2013, neste mesmo jornal, da autoria de Bruna Soares e com as fotos do José Serrano, que, para além da reivindicação da reparação da estrada para a sede da freguesia, se exige “uma ligação à Internet rápida, para que, assim, se possa quebrar um pouco o isolamento”. Em nome da história da Mina. Em homenagem à resistência dos seus habitantes, antigos a atuais.
Distrital de Futsal
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A 24.ª jornada do Campeonato Distrital da AF Beja realiza-se nesta sexta feira, com o seguinte quadro de jogos: Leões Moura-CDBeja; Alvito-CB Castro Verde; Luzerna-Almodovarense; Vasco Gama-Ourique; Ferreirense-NS Moura.
Desporto
Futebol juvenil Manutenção 2.ª Divisão 12.ª Jornada Despertar-P.Novo, 2-1. Próxima jornada (3/5): Olhanense-Despertar.
Despertar-CD Beja, 4-1. Líder: Despertar, 15 pts. Próximajornada(4/5):Odemirense-CD Beja; Despertar-Castrense.
Nacional de Iniciados Manutenção 12.ª Jornada Despertar-Esp.Lagos, 5-0. Próxima jornada (11/5): São Luís-Despertar; Odemirense-Imortal.
Distrital de Iniciados 2.ª Fase – 5.ª Jornada Aljustrelense-Serpa, 3-2; Moura-Almodôvar, 3-1. Líder: Moura, 15 pts. Próxima jornada (4/5): Serpa-Almodôvar; Moura-Aljustrelense.
Distrital de Juvenis 2.ª Fase – 5.ª Jornada Castrense-Odemirense,
Liga de Benjamins 9.ª Jornada B.Conceição-Alvorada,4-0; Boavista-
3 -2 ;
Sanluizense, 4-0; Renascente-CDBeja A, 1-7; Ferreirense-V.Gama, 3-1; Aldenovense-Alvito, 4-4; Serpa-Moura A, 1-1; NS Beja-Cab.Gorda, 0-3; Moura-Aljustrelense, 5-2; Piense-Ourique, 5-0; Almodôvar-Milfontes, 3-1; Sp. Cuba-Ferreira A, 0-4; Odemira-Despertar,1-3. Próxima jornada (3/5): Alvorada-Boavista; Despertar B-B.º Conceição; Sanluizense-Renascente; Vasco Gama-Aldenovense; Castrense-Ferreirense B; Alvito-Serpa; Piense-NS Beja; Cabeça Gorda-Moura; Ourique-Aljustrelense; Milfontes-Sporting Cuba; CDBeja A-Almodôvar; Ferreira A-Odemira.
A derrota do Aldenovense em Pias confirmou oficialmente a despromoção
Parabéns, campeões! O percurso irrepreensível da equipa do Sport Clube Mineiro Aljustrelense será coroado domingo, no Municipal de Aljustrel, com a imposição das faixas aos campeões distritais da 1.ª Divisão da AF Beja. Texto e foto Firmino Paixão
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a penúltima reta do campeonato (faltam duas jornadas) os responsáveis do Aljustrelense vão aproveitar o derradeiro jogo da equipa no seu terreno para coroarem os novos campeões. O adversário será o Piense, um dos finalistas da Taça Distrito de Beja. O Mineiro terminará a prova no terreno do Vasco da Gama, única equipa que o derrotou no seu próprio recinto. As decisões estão tomadas, os tricolores sobem ao Nacional de Seniores, Aldenovense e Bairro da Conceição regressam à segunda distrital, agora cumpre-se o calendário. E, nessa medida, os jogos terão reduzida relevância, até porque são pouco previsíveis grandes alterações na arrumação das equipas na tabela. Olhando para a jornada anterior sobressaem, sobretudo, os triunfos obtidos fora de casa, no caso a vitória do Aljustrelense em Cuba, do Serpa em Milfontes e do Odemirense em São Marcos. A vitória do Cabeça Gorda merece sublinhado especial pela dimensão do resultado, bem como o segundo triunfo do Bairro da Conceição neste campeonato. Os resultados completos da 24.ª jornada foram os seguintes: Milfontes-Serpa, 1-2; São Marcos-Odemirense, 1-3; Sporting Cuba-Aljustrelense, 1-3; Piense-
Campeões Jogadores do Sport Clube Mineiro Aljustrelense vão receber as faixas
Aldenovense, 4-1; Vasco Gama-Guadiana, 3-1; Cabeça Gorda-Castrense, 4-0; Bairro Conceição-Rosairense, 2-1. Classificação: 1.º Aljustrelense, 66 pontos. 2.º Vasco da Gama, 54. 3.º Odemirense, 53. 4.º Castrense,
48. 5.º Milfontes, 44. 6.º Serpa, 38. 7.º Piense, 36. 8.º Cabeça Gorda, 34. 9.º Sporting Cuba, 28. 10.º Rosairense, 28. 11.º Guadiana, 22. 12.º São Marcos, 16. 13.º Bairro Conceição, 10. 14.º Aldenovense, 7. Próxima jor-
nada (4/5): Milfontes-Rosairense; SerpaSão Marcos; Odemirense-Sporting de Cuba; Aljustrelense-Piense; Aldenovense-Vasco da Gama; Guadiana-Cabeça Gorda; Castrense-Bairro Conceição.
Almodôvar surpreendeu União de Montemor com empate a três bolas
Amarelejense empatou em Beja e deixou Saboia isolado no comando
A liderança em decisão
O Saboia está na 1.ª Divisão
O
Moura e o União de Montemor vão lutar, no próximo domingo, pelo primeiro lugar da Série H. O Almodôvar jogará a penúltima partida da época no seu reduto, recebendo a formação do Esperança de Lagos. O Montemor viajará no domingo para Moura, onde entrará com os mesmos 35 pontos que a equipa anfitriã. Mas, depois da brilhante vitória na Cova da Piedade e para dar continuidade ao ciclo de resultados positivos, o treinador Bruno Ribeiro quer a equipa projetada para o primeiro lugar da série. O Almodôvar marcou três golos (tinha quatro em toda a segunda fase) no 1.º de Maio, em
Montemor-o-Novo, e ganhou motivação para vencer o Esperança de Lagos na penúltima partida que jogará junto do seu público. Resultados da 11.ª jornada: U. Montemor-Almodôvar, 3-3; Barreirense-Quarteirense, 1-0; Louletano-Esperança Lagos, 3-1; Cova Piedade-Moura, 2-3. Classificação: 1.º U. Montemor, 35 pontos. 2.º Moura, 35. 3.º Louletano, 30. 4.º Cova Piedade, 28. 5.º Quarteirense, 28. 6.º Barreirense, 26. 7.º Esperança Lagos, 14. 8.º Almodôvar, 9. Próxima jornada (4/5): Barreirense-Louletano; Almodôvar-Esperança Lagos; Moura-União Montemor; Quarteirense-Cova Piedade. FP
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remonição? Talvez não. Mas estava lá escrito, para memória futura, que a jornada era decisiva e que a conjugação de resultados podia def inir as posições. O Amarelejense pontuou em Beja e o Saboia está promovido. O Saboia venceu em São Teotónio e deixou a equipa do Renascente a seis pontos de distância. Como faltam disputar duas jornadas e nos jogos entre si (0-0 e 1-2) a vantagem é da equipa de José Venâncio, a conclusão é que o Saboia Atlético Clube está na 1.ª Divisão Distrital. Despertar e Renascente (que vem a Beja na última jornada) lutarão pela segunda vaga. Antes,
talvez na tarde de amanhã, com a visita do Despertar a Saboia, pode conhecer-se o novo campeão deste escalão. Na tarde de amanhã a equipa do Amarelejense, que recebe o Renascente, pode ser determinante numa eventual antecipação das decisões, dependendo do que o Despertar conseguir fazer na sua difícil deslocação ao campo do líder da prova. Resultados da 4.ª jornada: Despertar-Amarelejense, 0-0; Renascente-Saboia, 1-2. Classificação: 1.º Saboia, 10 pontos. 2.º Despertar, 7. 3.º Renascente, 4. 4.º Amarelejense, 1.Próxima jornada (3/5): Saboia-Despertar; Amarelejense-Renascente. FP
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Castrense Equipa de seniores femininos
Supertaça de Seniores Femininos disputou-se em Cuba
Atletismo Equipa do Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira
Uma tripleta para o Castrense
Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira é exemplo de grande vitalidade
Uma missão para cumprir O
Uma inquestionável referência no quadro associativo do seu concelho, o Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira nasceu em 1 de maio de 1976 e afirmou-se pela sustentabilidade dos seus projetos desportivos. Texto e foto Firmino Paixão
O
Crosse dos Cavaleiros de Santiago, o Circuito de Atletismo de Odemira e, mais recentemente, as Brisas do Atlântico são projetos desportivos multidisciplinares de reconhecida qualidade associados ao Núcleo odemirense. Raul Lourenço, presidente da coletividade, folheia aqui algumas páginas que retratam o passado, o presente e perspetivam o futuro deste clube que atualmente acolhe as modalidades de natação e atletismo.
Mas o associativismo no concelho de Odemira tem dado provas de grande robustez e diversidade…
O associativismo no nosso concelho é forte, mas motivar as pessoas para trabalharem de forma voluntária, às vezes, não é fácil. E para se conseguirem resultados na vertente competitiva é preciso muita disponibilidade. Qual é a atual expressão do clube em termos de atletas no ativo?
No atletismo temos cerca de 25 atletas nas várias categorias e na natação são cerca de 30 nadadores em atividade regular. Quanto a atletas com bons registos a nível regional e nacional, temos alguma dificuldade porque não temos verbas para os captar e manter aqui; nós damos muito apoio a todos os nossos atletas, mas não atribuímos qualquer compensação financeira.
Como está a atividade do Núcleo?
Estamos bem, temos uma equipa de natação que nos tem dado alguns bons resultados a nível regional e temos uma equipa de atletismo cada vez mais forte. Vamos tentar apostar mais nos jovens, promover a renovação apostando na captação de mais benjamins, infantis e iniciados. Temos uma equipa com saúde mas, nos escalões jovens, gostaríamos de ter mais gente a praticar atletismo. Outras modalidades, não estão no vosso horizonte?
O Núcleo é uma coletividade multidisciplinar. Sempre primou por promover várias modalidades desportivas. Já tivemos voleibol e basquetebol. O atletismo sempre fez parte das nossas atividades, agora temos a natação e, naturalmente, estamos disponíveis para acolher outras modalidades, assim surjam pessoas disponíveis para as abraçar e para se empenharem no seu desenvolvimento. Hoje em dia isso não é fácil.
Os constrangimentos financeiros limitam a ambição?
Não é só por isso, é uma questão de princípio, achamos que qualquer tipo de compensação desmotivaria muitos dos outros que são do pelotão. Também valorizamos o atleta do pelotão, fazer essa discriminação é sempre complicado, já vimos alguns clubes do distrito com muita dif iculdade em fazer essa gestão. Investir numa época para fazer uma equipa forte, mas depois nas épocas seguintes não manter a consistência necessária e as coisas correrem mal. E nós, desde 2006, que conseguimos ter sempre pelo menos 25 cinco atletas em atividade regular. Que benefícios tiram da pista de atletismo existente em Odemira?
Temos alguns atletas para as disciplinas de pista e até participámos recentemente nos Campeonatos Nacionais de Pista de Veteranos em Pombal. Tentamos estimular a participação na pista, mas os atletas
veteranos, às vezes, são um pouco preguiçosos para a pista. Ainda assim, temos campeões nacionais em Pista Coberta na Estafeta de 4x200 (veteranos+ 35) e nos 3000 metros planos, além de vários lugares de vice-campeão nacional.
Esses foram os resultados mais expressivos no vosso historial?
Sim, mas temos vários campeões regionais de pista, o Pedro Poeira foi duas vezes campeão regional dos 800 metros, a Ana Dias, atualmente a nossa melhor atleta feminina, estará entre as três melhores atletas alentejanas; é a mais jovem, a que tem conseguido maior destaque e que tem dado maior visibilidade ao Núcleo. Que apoios têm para manterem uma atividade tão intensa?
O nosso concelho é, maioritariamente, dominado pelo f utebol; existe, atualmente, a intenção de mudarmos essa tendência. O atletismo tem sido muito apoiado pelo município de Odemira, que tem olhado para o nosso esforço e para o nosso empenho. Temos sentido, da parte do município, o retorno da nossa dedicação, traduzido em apoio efetivo. Não temos um grande orçamento, mas conseguimos uma gestão equilibrada. Q u e s onh o tê m os dirig e nte s do Núcleo que gostariam de ver concretizado?
Queremos manter esta missão de proporcionar atividade física a toda a gente. Gostaríamos de levar atletas aos grandes pódios nacionais, mas vamos com calma, vamos trabalhando passo a passo, nesta caminhada que queremos duradoura. Depois, temos o sonho de vermos a nossa sede requalificada. Existe um projeto que vamos candidatar com o apoio do município e acreditamos que esse sonho, mais tarde ou mais cedo, se concretizará.
Futebol Clube Castrense venceu a formação do Futebol Clube de Serpa pela marca de 11-0 e conquistou a Supertaça de Seniores Femininos, troféu que juntou à Taça Distrito de Beja e ao título distrital. “Conseguimos concretizar todos os objetivos que tínhamos delineado para esta temporada”, comentou a capitã da equipa de Castro Verde depois de ter recebido o troféu. “A jogadora confessou que “temos uma equipa com muito talento, poderemos alcançar algo mais, se formos para um patamar superior e é isso que tentaremos fazer porque aqui já conquistámos tudo o que havia para conquistar”. Cristina Teixeira anunciou depois que “esperamos competir a outro nível, jogar Futebol de 11 num campeonato nacional, seria muito bom para as nossas jogadoras mais novas. Vamos fazer por isso, já foi entregue um projeto, vamos ver se o Castrense volta a apostar em nós nesse patamar que nós tanto desejamos”, concluiu a campeã. Ana Pinto, líder da equipa de Serpa, aceitou a derrota dizendo que “o Castrense tem um conjunto de boas jogadoras, nós tivemos muitas dificuldades, estarmos aqui como finalistas da Supertaça acabou por ser um prémio para nós, porque no campeonato não tivemos hipóteses”. FP
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João Letras venceu no Torrão
O ciclista João Letras, da Casa do Benfica de Almodôvar/ Peçamodovar, venceu o 19.º Grande Prémio de Ciclismo do Torrão, uma prova com a distância de 78,7 quilómetros que reuniu um pelotão com centena e meia de ciclistas, na categoria de Open Masters. A equipa almodovarense venceu, também, coletivamente.
João Letras ganhou Challenge em Évora O Grandfondo Challenge Évora 2014 reuniu cerca de 900 atletas para cumprir duas provas com as distâncias de 90 e 170 quilómetros, esta ganha pelo jovem cubense João Letras (Casa do Benfica de Almodôvar/Peçamodovar), que levou consigo para o pódio os colegas de equipa João Portela (2.º) e Rui Rodrigues (3.º).
“Sempre Jovens”: envelhecimento ativo em linha com alimentação cuidada
Boccia é mero pretexto para mais e melhor saúde O Torneio Municipal de Boccia Sénior, realizado na cidade de Beja, reuniu mais de uma centena de participantes numa competição onde se uniram esforços pela inclusão social e pelo envelhecimento ativo. Texto Firmino Paixão Fotos José Serrano
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ma centena de atletas seniores, oriundos de sete freguesias do concelho de Beja, participaram no Torneio Municipal Boccia Sénior 2014 que abriu o programa “Sempre Jovens”, iniciativa cofinanciada pelo Instituto Nacional para a Reabilitação e inserida no calendário anual da Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência que, ao nível local, teve, entre outros parceiros, o apoio do município de Beja, do Centro de Paralisia Cerebral de Beja e, especialmente, da Unidade de Cuidados na Comunidade de Beja, da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba). Os objetivos perseguidos, a divulgação da modalidade e o bem-estar físico e psicológico dos concorrentes, foram plenamente conseguidos, desde logo pela surpreendente adesão dos seniores do concelho, atestou o enfermeiro João Dias, da Unidade de Cuidados na Comunidade: “O torneio foi um sucesso, as pessoas estiveram sempre presentes e a parte final foi muito emocionante, aliás, os técnicos da Federação ficaram bastante agradados, apesar da preocupação pelo elevado número de participanPUB
tes que nos obrigou a fazer cerca de 250 jogos, mas sentimos sempre que as pessoas estavam ali com uma interação muito forte e que se sentiram alvo de muita atenção e carinho”. O torneio, de resto, é uma ação que está ancorada a uma forte componente de convívio entre os seniores, concordou o técnico, reforçando a ideia de que “o Boccia surge para dar essa resposta. Sabemos da preponderância que tem a atividade física no envelhecimento ativo, estamos a falar de seniores com mais de 65 anos, mas sabemos que existem outros aspetos fundamentais”. Por isso, explicou João Dias, “para o envelhecimento ser mais saudável temos que trabalhar, nomeadamente o aspeto emocional, o pensamento, o raciocínio e por aí fora”. Não sendo uma atividade física exigente, o Boccia pode ser praticado de pé ou sentado mas, sublinhou o especialista em reabilitação, “é muito exigente em termos de estratégia, em termos do pensamento e do raciocínio; depois, todo o processo de socialização que o jogo implica e que vai-se tornando um vício. As pessoas vão gostando, continuam a praticar e isso faz com que trabalhem todas as vertentes que nós queremos em termos do que é o envelhecimento ativo”. O objetivo global não se esgota nesta competição anual, que promove a solidariedade entre gerações através da atividade física. João Dias explicou mesmo que “o torneio é apenas uma pequena gota, porque para chegar até aqui existe um trabalho muito intenso, um empenhamento de várias organizações
e de outros profissionais, nomeadamente os professores de Educação Física que trabalham nas comunidades e a quem recorremos para desenvolvermos estes projetos”. A montante do torneio, revelou João Dias, “existe uma atividade enquadrada no Clube da Saúde, projeto que este ano ganhou a Missão Sorriso, em que fomos financiados com 10 000 euros”. O valor será aplicado na criação de um ginásio comunitário, em Albernoa, permitindo que a população usufrua de forma gratuita e sustentada de condições para a prática de atividade física. Por tudo isto, insistiu o técnico da Ulsba, “o Torneio de Boccia neste dia é só uma gota de água que resulta de um trabalho muito mais sustentado e organizado. Costumo dizer que o Boccia é aquela cola que mantém as pessoas agregadas ao projeto”, deixando ainda a mensagem de que os seniores “também devem ir a aulas de alimentação, a consultas e a sessões com psicólogos, e a consultas com os enfermeiros de família. Está tudo articulado, centramo-nos um bocado no Torneio do Boccia, que é muito estimulante, mas existe muito mais além disso, e os nossos seniores, neste processo, têm mais direitos do que deveres. O único dever que queremos que os idosos cumpram é estarem presentes nas sessões que lhes planeamos, o resto são direitos”. Os vencedores da fase concelhia acederão a uma etapa nacional de qualificação, ainda que, para o técnico da Unidade de Cuidados na Comunidade, a competição não seja importante, mas João Dias assume que “ela existe, está
lá e as pessoas gostam mas, para nós, o que conta é que todos adiram a estes projetos e participem, porque o que lhes estamos a dar é um bem impensável. Não sabemos, à partida, qual a dimensão dos resultados que isto pode provocar nas pessoas, mas sabemos que serão muito positivos, porque a boa gestão de atividade física e de uma alimentação cuidada são duas componentes que previnem mais de 60 por cento das doenças”. “Significa que estamos a dar às pessoas uma oportunidade de serem saudáveis, e é isso que nos preocupa, que sejam ‘Sempre Jovens’”, concluiu.
Resultados Femininos: 1.ª Mariana Quirino – Lidador (Beja); 2.ª Maria Mendes JF Sta. Vitória. 3.ª Maria Bárbara Peixeiro – UF Albernoa/ Trindade. 4.ª Maria Gregório – Clube Gin. Masculinos: 1.º António Vargas – Lidador (Beja); 2.º Francisco Gregório – Clube Gin; 3.º Manuel Ribeiro – Lidador (Beja). 5.º Arlindo Cavaco (Univ.Sénior).
Zona Azul recebe o Loures
O Centro de Cultura e Recreio de Santana da Serra (Ourique) promove no próximo domingo, pelas 9 horas, a prova “BTT Rota das Papoilas”, competição com percursos de 15 (passeio guiado), 30 e 50 quilómetros. As inscrições são limitadas a 150 concorrentes.
Challenger Cegonhas do Sado A Associação Desporto Aventura BTT Team Cegonhas do Sado, de Alcácer do Sal, realiza no dia 4 de maio o 9.º Challenger 2014, evento multidisciplinar com um troço de seis quilómetros de canoagem no rio Sado, seis quilómetros de Corrida e 35 quilómetros de BTT. A concentração das equipas (de três elementos) faz-se na margem sul do rio Sado e o início da prova está marcado para as 9 horas.
Futebol feminino José Saúde
Os últimos 40 anos de liberdade em Portugal introduziram uma chama imensa de prazeres desportivos numa população que se resignava ao poder político que dominava todos os movimentos exercidos pelo mais desprevenido cidadão que ousasse desafiar as oblíquas normas do Estado Novo. Porém, a partir do momento em que o povo unido entoou as suas vozes, libertas de cautelosas prudências, a avalanche das modalidades desportivas ganhou corpo e o fenómeno divulgou-se. Soltos de hipócritas fronteiras que se apresentavam restritas às cores governamentais, os clubes, associações, ou coletividades que se dedicavam, também, ao mundo desportivo, ganharam asas e toca a colocar a cereja ao cimo do bolo, demonstrando à plebe que é na união que reside o fator capital para elevar a temática ao rubro. Sabendo-se que os ventos mudaram, somos, hoje, confrontados com as mais díspares circunstâncias desportivas
Kayak Polo Associação Pagaia Sul, de Beja, conquistou o 2.º lugar nesta segunda etapa do nacional
Associação Pagaia Sul, de Beja, terminou a competição em 2.º lugar
Coimbra teve mais encanto... O Clube Fluvial de Coimbra venceu a segunda etapa do Campeonato Nacional de Kayak Polo disputada na Piscina Olímpica de Beja. A Associação Pagaia Sul, que acolheu o evento, obteve o segundo lugar. Texto e foto Firmino Paixão
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uinze equipas, oriundas de todo o País, com mais de uma centena de atletas, vieram à cidade de Beja disputar os campeonatos nacionais da 1.ª e 2.ª divisões de kayak polo, nas categorias de Seniores e Sub/21. O Clube de Canoagem de Setúbal, o Paço d’Arcos, o Fluvial de Coimbra, o Amora e o Pagaia Sul competiram na primeira divisão e, na segunda, às equipas B do Paço d’Arcos, Setúbal e Coimbra juntaram-se o Fronteirense, o Alhandra, o Náutico de Fão e o Arcos de Valdevez. A equipa B do Paço d’Arcos venceu neste escalão. A Pagaia Sul disputou quatro jogos nas eliminatórias (perdeu com Amora e Coimbra, empatou com Setúbal e ganhou ao Paço d’Arcos) e quatro nos apuramentos, onde já conseguiu ganhar a Amora e repetiu os restantes resultados. Na água e com a camisola do Paço d’Arcos, esteve também o selecionador nacional da modalidade que, no final, comentou a jornada revelando que “a competição está diferente, a introdução dos novos moldes competitivos originou maior competitividade e, sobretudo, mais equilíbrio”. Considerou ainda que “foi uma boa jornada de kayak polo, muito equilibrada, com várias equipas a ganhar jogos de forma inesperada e com muita influência na classificação, o que é muito bom para a modalidade”. Quanto à equipa da casa, parceira da Federação Portuguesa de Canoagem na organização desta fase competitiva, João Ribeiro sublinhou que “a Pagaia Sul, de Beja, esteve muito bem na prova, conseguiu o segundo lugar, o que é muito bom, Coimbra também se apresentou muito bem nesta segunda
fase, depois de na primeira não ter conseguido os seus intuitos, julgo que são candidatos e tudo isto contribui de forma relevante para a evolução do kayak polo, porque estão a aparecer mais equipas nos lugares da frente”. O responsável nacional pelas seleções referiu também que “este plano de água da Piscina Olímpica de Beja é muito bom, é excelente mesmo, as piscinas olímpicas antigas e descobertas são muito boas para a modalidade, e esta tem uma boa área circundante, uma zona de aquecimento muito boa e depois há todo um espaço muito agradável, bonito e acolhedor, é de facto uma mais-valia”. Participando ativamente na competição, João Ribeiro não deixou de fazer observar outros atletas selecionáveis: “Segui atentamente todos os jogos, mas o atual grupo de trabalho já está comigo há três anos, é um grupo que já se conhece muito bem; no entanto, houve aqui vários jogadores que mereceram uma observação mais atenta, quer nos Seniores, quer nos Sub/21, de forma a escolhermos o grupo para o próximo estágio, que ainda não tem local definido, gostávamos que fosse no Alentejo, em Beja ou em Ferreira do Alentejo, mas sabemos que será no mês de maio”. Em maio também, mas nos dias 10 e 11, a Piscina Municipal de Ferreira do Alentejo acolherá a Taça de Portugal de Kayak Polo e João Ribeiro explicou que “já é uma tradição a Taça de Portugal disputar-se em Ferreira, é também um sítio espetacular para jogar e é um local que neste momento já tem a fama de ser a sede da Taça”, concluiu. O campeonato nacional prossegue em Coimbra (14 e 15 de junho) e terminará em Arcos de Valdevez a 19 e 20 de julho. Classificações (2.ª Fase): 1.º CF Coimbra A, 22. 2.º Pagaia Sul Beja, 11. 3.º CC Setúbal A. 9. 4.º Paço d’Arcos A, 8. 5.º Amora A, 5. Campeonato Nacional: 1.º CC Setúbal, 31. 2.º CF Coimbra, 30. 3.º Paço d’Arcos A, 21. 4.º Pagaia Sul Beja, 19. Amora A, 11.
A Zona Azul e o Grupo Sportivo de Loures disputam amanhã à tarde no Pavilhão de Santa Maria, em Beja (17 e 30 horas), a partida correspondente à 9.ª jornada do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão de Seniores Masculinos, em andebol. Na ronda anterior os bejenses venceram em Magos por 23-24.
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que nos remetem para imaculadas paixões. Cito, designadamente, o futebol feminino. O tempo em que as mulheres assumem um papel determinante no seio social e desportivo, bem como na sua verdadeira autodeterminação. Sintetizo, particularmente, as competições bejenses. Neste contexto, enalteço, em particular, a final no passado sábado da supertaça distrital da AF Beja onde, no Campo de Jogos Dr. Augusto Amado Aguilar, em Cuba, a formação de Castro Verde venceu a turma do FC Serpa por um folgado 11-0. Acresce que a equipa orientada, tecnicamente, por Gonçalo Nunes, venceu todos os jogos onde participou nas competições regionais, registando-se, literalmente, o pleno na época desportiva de 2013/2014. 40 anos de Abril que revelaram colaterais alegrias desportivas. Aliás, as portas que Abril abriu estruturaram, inquestionavelmente, a igualdade das mulheres quer na sua condição social, quer no universo desportivo. 40 anos que deram nova luz ao mundo e que materializaram a emancipação, em definitivo, da mulher.
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BTT Rota das Papoilas
saúde
28 Diário do Alentejo 2 maio 2014
Análises Clínicas
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Medicina dentária
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Psicologia
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Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA
Cardiologia
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RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486
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Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA
Neurologia
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JOÃO HROTKO
DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO
Especialista pela Ordem dos Médicos Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja
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Médico oftalmologista
Consultas de 2ª a 6ª Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA
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Fisioterapia
Técnica de Prótese Dentária
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HELIODORO SANGUESSUGA
MARCAÇÕES E CONSULTAS às 3ªs feiras, a partir das 15 horas pelos Telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA
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Oftalmologia
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CÉLIA CAVACO
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(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa) Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA
Fisioterapia
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Centro de Fisioterapia S. João Batista
CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA
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DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid) CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia
Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático
Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja
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Acordos com A.D.S.E., CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Allianze, Seguros/Acidentes de trabalho, A.D.M., S.A.M.S. Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA
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Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190
Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023
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Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA
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HELENA MANSO ▼
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DR. ÁLVARO SABINO Otorrinolaringologista Ouvidos,Nariz, Garganta
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Rua António Sardinha, 23-25 7800-477 Beja Tel. 284 321 517
Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Tel. 284324690 Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA
Largo D. Nuno Álvares Pereira n.º 13 BEJA Marcações pelo telefone 284312230
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DR. J. S. GALHOZ Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA
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Centro Médico de Beja
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DR. MAURO FREITAS VALE
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CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TAC) ECOGRAFIA MAMOGRAFIA ECO DOPPLER RADIOLOGIA DENTÁRIA Médicos Radiologistas António Lopes / Aurora Alves Helena Martelo / Montes Palma Médica Neuroradiologista Alda Jacinto Médica Angiologista Helena Manso Convenções:
ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Marcações: Tel. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387 Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA
Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt
29 Diário do Alentejo 2 maio 2014
Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA
30 Diário do Alentejo 2 maio 2014
necrologia MISSA
Paulo Jorge do Carmo Peneque 5.º Ano de Eterna Saudade “Estarás sempre no meu coração. Descansa em paz.” A mãe Sua mãe recorda com profunda e eterna saudade o seu querido filho, no quinto ano do seu falecimento, ocorrido em 03/05/2009.
MISSA
Graciete Adelina Gomes Conceição Aires 10.º Ano de Eterna Saudade Passa hoje, 2 de maio de 2014, o 10.º aniversário da morte de Graciete Adelina Gomes Conceição Aires, e, para que a sua memória seja lembrada e honrada, o seu marido manda celebrar missa neste dia, na igreja do Carmo, em Beja, pelas 18 e 30 horas, agradecendo a todos a sua presença neste ato solene.
MISSA
Vítor Manuel Guerreiro Tareco 1.º Ano de Eterna Saudade Mãe, esposa, filhos, irmã e restante família comunicam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no 1.º ano do seu falecimento, dia 10/05/2014, sábado, às 18 e 30 horas, na igreja do Carmo, em Beja, agradecendo desde já a todos os que comparecerem no ato religioso.
Selmes AGRADECIMENTO
Esperança de Deus Catarino 11.º Ano de Eterna Saudade Seus filhos, netos, nora e genro participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que mandam celebrar missa por alma da sua saudosa extinta no dia 04/05/2014, domingo, pelas 12 horas, na igreja do Carmo, em Beja, agradecendo desde já a todos os que se dignarem assistir ao piedoso ato.
MISSA
Joaquim António Martins Louro
PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
AGRADECIMENTO E MISSA DE 7.º DIA
Nasceu a 15.11.1931 Faleceu a 24.04.2014 Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradece por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar.
AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Tm.963044570 – Tel. 284441108 | Rua Das Graciosas, 7 | 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira
“Não existe partida para Aqueles que permanecerão Eternamente em nossos Corações” Esposa e filhos de JOSÉ MARIA PEREIRA, proprietário do Restaurante Alentejano, em Beja, cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 23/04/2014 e, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, manifestam por este meio, reconhecidos, o seu profundo agradecimento a todas as pessoas que estiveram presentes neste momento de dor e partida ou que de outro modo demonstraram o seu pesar.
Esposa, filhos, nora, genros, netas e restante família de JOSÉ ALEXANDRE PACHECO COVAS LIMA agradecem reconhecidamente a todos os que se dignaram acompanhar o funeral do seu familiar, bem como a todas as pessoas que demonstraram o seu carinho e amizade. Participam que será celebrada missa de 7.º dia, no dia 2 de maio, sexta-feira, pelas 18 e 30 horas, na igreja do Carmo, em Beja, e agradecem desde já a quem se dignar assistir a esta celebração.
Maria Helena Guerreiro Passarinho Amaral 4.º Ano de Eterna Saudade Pais, irmãos, avó e sobrinho participam a todas as pessoas de suas relações e amizades que mandam celebrar missa por alma da sua ente querida no dia 08/05/2014, quinta-feira, pelas 18 e 30 horas, na igreja do Carmo, em Beja, agradecendo desde já a todos os que se dignarem a assistir.
necrologia diversos
31 Diário do Alentejo 2 maio 2014
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Policlínica dos Moinhos de Santa Maria, Lda. Rua Manuel Augusto Soares Correia Nº2 7800-387 Beja Contactos: 284388278 / 960174262
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Dando cumprimento ao disposto no artigo 40° do Decreto-Lei n° 64/2007, de 14 de março, e ainda na versão que lhe foi dada Decreto-Lei n° 99/2011, de 28 setembro, torna-se público que, por despacho de 09/04/2014 da Senhora Diretora do Centro Distrital de Beja do Instituto da Segurança Social, lP, proferido ao abrigo do preceituado no artigo 21º do mesmo diploma, foi determinada a caducidade da licença de funcionamento do estabelecimento do apoio social com fins lucrativos, que exercia actividades de apoio social na resposta social de Creche, denominado “O Abelhinha”, propriedade de Abelha Voadora, Lda, sito em Rua Padre António Vieira, n.° 6-6A em Beja, a pedido da entidade por ter cessado a atividade. A reabertura do estabelecimento contrariando este despacho, faz incorrer o proprietário em crime de desobediência previsto e punido na alínea b) do artigo 348º ao Código Penal. 10 de abril de 2014.
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Em menos de dois meses, a Caritas Diocesana de Beja angariou cerca de dois mil litros de azeite que serão doados a pessoas em “situação de exclusão e vulnerabilidade social”, referem os responsáveis pela iniciativa. Com o nome “Azeite solidário, uma gota de esperança”, a iniciativa foi lançada no passado dia 27 de fevereiro, no âmbito da campanha “Uma só família humana, alimentos para todos” da Caritas Internacionalis e tem como objetivo “angariar cerca de três mil litros de azeite” para pessoas desfavorecidas. Atualmente a iniciativa conta com a colaboração de “nove empresas produtoras de azeite” da região de Beja e pretende desenvolver ideais como a “solidariedade, edificação do bem comum, partilha, responsabilidade social, trabalho de equipa e parceria”.
Empresas
Herdade das Servas organiza workshop de fotografia
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Parque industrial conta com novo espaço
John Deere instalou-se em Beja John Deere abriu no passado dia 28, no Parque Industrial de Beja, e promete satisfazer o cliente que opte pela compra do seu produto. Máquinas, ceifeiras e alfaias, entre muitas outras, chegaram à cidade de Beja munidas de alta qualidade e muita tecnologia. Publirreportagem Sandra Sanches
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o mercado há cerca de 34 anos, a empresa Tractomoz possuí uma sede em Estremoz e filiais em Évora, Coruche e Ferreira do Alentejo. Representante da marca John Deere, instalou-se, recentemente, no Parque Industrial de Beja e tem como principal objetivo “satisfazer e facilitar a vida do agricultor”. A ideia surge pelas mãos de Luís Mendes, responsável pelo espaço, mas também João Mendes, que, para além de ser pai de Luís, é o administrador. Trazer para a cidade de Beja um espaço dotado de máquinas da mais alta tecnologia, aliada à qualidade e assistência que prestam, é, sem dúvida, a estratégia. Segundo Luís Mendes, a “ideia é procurar novos clientes, novas culturas”. Não é novidade que a mecanização da agricultura evoluiu muito desde que as primeiras máquinas chegaram ao País, mas a vinda das máquinas agrícolas dotadas de tecnologia parecem facilitar não
só a vida no campo, como também a qualidade de vida dos próprios agricultores. Uma empresa atenta ao mercado e aos novos agricultores, que cada vez mais surgem incentivados pela água do Alqueva. São as culturas de regadio que, até há bem pouco tempo, eram inexistentes na região e que têm vindo a surgir cada vez mais. Com um cenário favorável ao desenvolvimento de novas culturas, a John Deere instalou-se na região com novidades e soluções para o novo cliente. Ceifeiras, tratores, alfaias de forragem, tecnologia não faltam. Tratores que vão desde os 20 aos 400 cavalos, sistemas de guiamento automático, entre outras novidades, permitem agora ao agricultor uma maior rapidez e rentabilidade do cultivo. Estas máquinas, desenhadas e fabricadas na Alemanha e na América do Norte, têm valores que também surpreendem pela positiva o cliente que por lá passa. Apesar de representar outras marcas, como Sola, Galucho, Herculano, Lagarde, Compar, Perfect, entre outras, as vendas parecem incidir maioritariamente na John Deere. Desengane-se quem pensa que o espaço apenas assenta na venda destas máquinas. Na base dos valores desta empresa está a qualidade e a assistência técnica que prestam ao cliente, visando a sua satisfação. Um espaço físico com atendimento personalizado e um departamento de
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Caritas angaria dois mil litros de azeite
peças. Também o cliente pode contar com o serviço de oficina: reparações, manutenções e revisões, quer no espaço, quer ao domicílio. Ao entrar o cliente “não esbarra com a mercadoria”, refere Luís Mendes. “O cliente entra, circula e encontra os seus artigos de forma fácil e cómoda, através de sistemas de GPS demonstrados em forma de caixas que orientam o cliente na sua procura”. Das 8 e 30 às 12 e 30 e das 13 e 30 às 17 e 30 horas a ida ao espaço não é em vão. A pensar no restante público, Luís Mendes pensou em tudo. Artigos de merchandising completam as prateleiras das estantes ali expostas com vários artigos: brinquedos (tratores, alfaias), bonés, cintos e cinzeiros, entre outros. A concorrência, essa, existe, mas parece ser algo que não amedronta o empresário. Luís Mendes considera que “existe espaço para todos” e, em sua opinião, “cada vendedor deve defender o seu produto e o cliente é, sem dúvida, quem deve decidir”. Uma empresa que investiu cerca de 750 mil euros e que criou quatro postos de trabalho diretos na região, mas que se diz preparada para os “dias menos bons” a que qualquer negócio está sujeito. Otimista está este responsável, que se revela preparado para trabalhar com o novo agricultor que está a surgir no mercado.
É já no próximo dia 31, entre as 11 e 30 e as 18 horas, que a herdade das Servas promove um workshop de fotografia. Com a duração de seis horas, este é um workshop para amantes de fotografia de todos os níveis de conhecimento. Será realizado um teste de aptidão para definir qual a temática a abordar e de acordo com o interesse e experiência de cada participante. A formação incide sobre grandes marcas como Canon, Panasonic, Sony e Samsung. O valor do workshop, com prova de vinhos e almoço incluído, é de 70 euros. A inscrição é obrigatória e pode ser feita através de info@herdadedasservas.com ou pelo número 284 322 949.
Turismo do Alentejo e Ribatejo promove ações de formação A Turismo do Alentejo e Ribatejo promoveu na passada semana duas das cinco ações de formação dirigida aos técnicos das autarquias que vão trabalhar diretamente com as mesas interativas instaladas nos postos de turismo do território. A iniciativa decorreu em Évora, Portalegre, Beja, Grândola e Santarém e teve como objetivo dar a conhecer aos profissionais as múltiplas funcionalidades da mesa, assim como os métodos de manuseamento e carregamento de conteúdos. De salientar que foram também apresentados os objetivos da Rede de Informação Turística do Alentejo – RITA, um projeto que integra a instalação das mesas mas também a atualização da informação dos mupis concelhios e a criação de uma rede interativa entre postos de turismo e as plataformas de informação da Entidade Regional de Turismo.
Alentejo no top de destinos turísticos para maio A região Alentejo é uma das escolhas do portal de viagens britânico AOL Travel para destino turístico a escolher em maio. O portal internacional aconselha o Alentejo para turistas que procuram destinos calmos, “apreciadores de paisagens, vinhos, castelos medievais e vilas caiadas de branco”. O portal classifica ainda a região como uma “excelente escapadela”. Ao lado do alentejo surgem propostas para outros destinos de topo como a Grécia, as Bahamas ou as Seychelles.
Cereais respondem de forma positiva à melhoria das condições climatéricas As previsões agrícolas do INE – Instituto Nacional de Estatística, a 31 de março, apontam para uma resposta positiva dos cereais devido à melhoria das condições climatéricas, prevendo o INE “uma subida generalizada dos rendimentos unitários destas culturas, exceto no centeio que deverá manter a produtividade de 2013”. Confirmam-se ainda previsões de um substancial aumento da produção de azeite na ordem dos 50 por cento face à campanha anterior.
Filme da Turismo Alentejo premiado em festival internacional O filme promocional “Alentejo, tempo para ser feliz”, da Turismo Alentejo, foi premiado durante o sétimo Festival Tourfilm – RIGA 2014 que decorreu na Letónia. O filme alentejano lançado em 2013 conquistou o terceiro prémio da categoria que anualmente premeia filmes promocionais de produtos, cidades, países ou regiões turísticas.
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Ovibeja a não perder
Este fim de semana a sugestão vai inteirinha para a Ovibeja. Se já tiveste oportunidade de a visitar em anos passados, sabes do que falamos. Se não, não vais querer perder a oportunidade de descobrir um espaço que apresenta muito mais de que “Todo o Alentejo deste Mundo”. Exposições, carrocéis, espetáculos e festa, muita festa, vão estar à tua espera. Diverte-te.
Pais A chegada da primavera e do tempo quente devolve à mesa cores e sabores variados. É verdade que atualmente podemos encontrar todas estas fruta durante o ano inteiro, mas nada melhor que comê-las no tempo certo. Aproveitem!
Pela tua mão Liberdade Quero ser Peixe para nadar E o coral encontrar. Cavalo para correr E os campos percorrer; Pássaro para voar E a LIBERDADE encontrar. Carolina Costa, 10 anos, 5.º C Texto produzido na aula de Português sob a docência de Maria Isabel Montes.
A páginas tantas... Recentemente editado pela APCC - Associação para a Promoção Cultural da Criança, Os pássaros do escritor e ilustrador Afonso Cruz, conta-nos uma história simples que de tão simples que é torna-se complexa ao pensarmos como este escritor que tem alma de pássaro. “O António que vive numa casa debaixo de uma árvore, completamente ao contrário dos ninhos que ficam em cima, disse-me: As asas são as pétalas dos pássaros. Um gaio explicou-lhe isso muito bem, mesmo muito bem: Um pássaro a voar é um arbusto em flor. E um pássaro branco, que voava por entre os meus pensamentos, acrescentou: o vento é um voo sem pássaro“.
Dica Esta semana trazemos-te o trabalho da artista espanhola que e continuam as páginas Também editado pela mesma Associação temos um livro escrito por David Machado e ilustrado por Gonçalo Viana . Subscrevemos as palavras do escritor «As ilustrações do Gonçalo Viana são mesmo bonitas e fico muito feliz por fazer parte deste projecto. A APCC está a conseguir fazer uma coisa que muitas editoras portuguesas não conseguem nem estão interessadas em fazer: uma colecção original e eclética, com livros infantis escritos e ilustrados apenas por autores portugueses e um cuidado enorme com a qualidade (do texto, da ilustração, da paginação, do papel). É uma pena que só esteja à venda em duas livrarias do País (FNACs, uma Lisboa, outra no Porto).
na sua página do instagram conta com quase 40 mil seguidores. Sandra Suárez usa a arte como uma forma de diversão, com as suas máscaras personifica personagens como o Egas e o Becas da extinta série Rua Sésamo, o Capuchinho Vermelho e tantas, mas tantas personagens que chegamos a perder-nos. Fá-lo por diversão, segundo a artista “Às vezes esquecemo-nos de fazer as coisas que nos divertem. Deixar de lado as obrigações e as preocupações e brincar.” No seu blog vais encontrar muitas outras sugestões que a artista escolhe a dedo e que são uma inspiração. http://artedemirar.blogspot.pt/
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Letras O leopardo
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Boa vida Paula Oliveira – “Just in Time” Paula Oliveira (voz), António José de Barros Veloso (piano), Bernardo Moreira (contrabaixo) e Manuel Jorge Veloso (bateria) + Afonso Pais (guitarra), Bruno Santos (guitarra), Claus Nymark (trombone), Desidério Lázaro (saxofone tenor), Diogo Duque (trompete), Gonçalo Sousa (harmónica), Jeffery Davis (vibrafone), João Moreira (trompete), Jorge Reis (saxofone alto), Luís Cunha (trombone), Pedro Moreira (saxofone tenor) e Ricardo Toscano (saxofone alto). Editora: @HotClube Ano: 2014
Comer Frango assado no forno com limão e oregãos Ingredientes: 1 frango inteiro; q.b. de sal grosso; q.b. de pimenta branca moída; 120 gr. de banha de porco; 6 dentes de alho; 2 cebolas; sumo de três limões; 4 dl. de vinho branco; q.b. de água; q.b. de orégãos; 1 molho de agrião. Confeção: Depois do frango arranjado e limpo, esfregue-o com uma pasta feita com banha, sal, pimenta, alhos picados, cebolas picadas e sumo dos limões. Deixe ficar assim de um dia para o outro no frigorífico. Aqueça o forno a 160ºC e leve a assar num tabuleiro durante mais ou menos uma hora. Regue com o vinho branco e, sempre que necessário, adicione água para ir formando o molho. Antes de servir, polvilhe com orégãos. Acompanhe com salada de agrião temperada a seu gosto. Bom apetite…
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
Jazz Paula Oliveira “Just in Time”
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ust in Time” corresponde à materialização de dois projetos há muito pensados, mas só agora concretizados. Desde logo, o desejo acalentado por Paula Oliveira de gravar, em nome próprio, um disco apenas constituído por standards provenientes do rico manancial que continua a ser o cancioneiro norte-americano do século XX. A experiente cantora – que tem vindo a desenvolver atividade em diversos campos, do jazz à pop, passando pela música tradicional portuguesa, – nunca antes gravara em inglês e queria mergulhar no baú dos clássicos intemporais, que são uma espécie de barro do jazz, de tão metamorfoseáveis. Também o vetusto Hot Clube de Portugal (HCP) – instituição patriarcal do jazz entre nós – pretendia ter a sua própria etiqueta discográfica, sonho longevo acabado de se tornar realidade sob a direção de Inês Cunha. O disco agora lançado – uma caixa de grande formato, contendo dois CD´s, um DVD e um conjunto de sete postais com textos de António Curvelo – em boa hora cumpre ambos os desígnios. E fá-lo recorrendo a um trio base de figuras históricas do jazz em Portugal, que a cantora elegeu como parceiros ideais – após escutá--los, certa vez, numa jam session no Hot – para empreender esta viagem sonora ao passado, registando 17 temas, uns sobejamente conhecidos, outros nem tanto. Assiste-se aqui à reunião de metade do lendário Quarteto do HCP, a primeira formação constituída por músicos portugueses de jazz (em rigor apenas três, o quarto era o saxofonista barítono belga Jean-Pierre Gebler) a apresentar-se fora de portas, no festival de Comblain La Tour, na Bélgica, em agosto de 1963. Um deles é Manuel Jorge Veloso, baterista e compositor, mas também, e sobretudo, um dos mais prestigiados críticos e divulgadores nacionais de jazz. Foi figura pioneira na televisão, produzindo e apresentando na RTP, entre 1962 e 1971, “TV Jazz”. Na Antena 2, o seu “Um Toque de Jazz” deixou marcas na formação auditiva dos jazzófilos nacionais. Mas a vida tem destas coisas: ao fim de tantos anos este é o primeiro disco em cuja gravação participa na qualidade de músico. O outro é o contrabaixista Bernardo “Binau” Moreira (pai de outro Bernardo, de Pedro e João,
todos músicos que dispensam apresentações), engenheiro civil e antigo presidente da direção do HCP, que vai para mais de 30 anos não tocava “a sério” num contrabaixo. Ao comando das 88 teclas está António José de Barros Veloso, carinhosamente apelidado no meio como “Dr. Jazz”, médico de profissão e pianista amador que, ainda hoje, anima jam sessions na Praça da Alegria. A estes juntam-se, como músicos convidados, alguns dos mais relevantes representantes de diferentes gerações do jazz nacional, naquela que é uma verdadeira montra de excelência. O critério para a escolha de cada um deles parece ter passado pela adequação das suas características às dos temas, no sentido de lhes acrescentar substância e uma abordagem distintiva. A partir de uma base mais alargada, o repertório foi sendo sucessivamente depurado, em função da forma como o grupo se sentia confortável, ou não, na sua interpretação (as limitações físicas, admitem os próprios, também acabariam por pesar nas decisões). Mais do que qualquer intenção de inovar – não será esse, certamente, o propósito desta gravação –, os aspetos mais decisivos são o modo espontâneo e o indisfarçável gozo – quase tangível – que sentem ao tocar esta música, sobretudo tempos lentos, assumidamente mainstream até ao âmago. A voz madura e equilibrada de Oliveira, num pico de forma, naturalmente domina. Ouça-se o hiper-romantismo de baladas como “I Don´t Stand A Ghost Of A Chance” (com o trompete noturno de Diogo Duque, jovem em claro processo de ascensão), “I´ll Be Seeing You” (contribuição notável do superlativo vibrafonista Jeffery Davis, que bisa na bela leitura de “Spring Is Here”), “You Don´t Know What Love Is” ou “Autumn in New York”, com o fraseado fluido de Desidério Lázaro no saxofone tenor. Nota também para o swing gracioso de “Baubles, Bangles and Beads” (canção porventura menos conhecida, retirada do musical “Kismet”, estreado na Broadway em 1953), que conta com a intervenção do trombonista Luís Cunha, e o balanço sereno de “Here´s That Rainy Day”, para o qual concorre o elegante saxofone alto de Jorge Reis. Encerra o programa uma versão sombria de “The Peacocks”, com o trompete de João Moreira e uma notável prestação de Veloso baterista. Quem levantar questões sobre o interesse de revisitar, hoje, estes standards, facilmente encontrará a resposta durante a audição de “Just in Time” que, de facto, vem mesmo a tempo. António Branco
ascido no final do século XIX, o príncipe de Lampedusa só nos últimos 30 meses da vida – morreu em 1957 – se dedicou a escrever o romance histórico que, por muito tempo, existiu apenas na sua imaginação. Quando o fez, nele dispôs sabedoria – sobre a história e a política italiana de meados do século XIX – e o seu conhecimento da alma humana. São essas qualidades, além das descrições magníficas sobre a sociedade italiana em mutação – “É preciso que tudo mude, se quisermos que tudo fique como está”, é a famosa máxima de Dom Fabrizio Corbera, príncipe de Salina –, o modo como se entretece vida íntima e pública e a complexidade das personagens composta que definem a genialidade de O leopardo. Depois de uma versão revista e integral deste clássico ter sido editada anteriormente pela Teorema, a D. Quixote repõe uma obra que se encontrava esgotada. Esta nova edição revista, inclui prefácio e notas de Gioacchino Lanza Tomasi (filho adotivo de Lampedusa), que esclarecem como se processou a primeira edição (e as edições subsequentes) desta obra, que foi, ainda em vida do autor, rejeitada por duas grandes editoras italianas. Popularizado pela genial adaptação cinematográfica realizada por Visconti, em que Burt Lancaster assina o desempenho da sua vida como Fabrizio e em que Alain Delon e Claudia Cardinale – belíssimos, ambos – representam a união de duas classes numa Itália em convulsão, O leopardo é fundamental em qualquer biblioteca. Filme e livro não se anulam antes se potenciam e, se partilham o enredo, projetam sensibilidades de dois autores geniais. Maria do Carmo Piçarra
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Filatelia Os 100 Anos de Correio no Concelho de Viana do Castelo, mais um trabalho de investigação de Miranda da Mota
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iranda da Mota, colecionador especializado, expositor, estudioso e investigador de filatelia tradicional e de história postal de Portugal e das colónias portuguesas, presenteou a filatelia portuguesa com mais um notável trabalho de investigação postal. Trata-se de um estudo exaustivo sobre os 100 Anos de Correio no Concelho de Viana do Castelo, que decorreram entre 1880 e 1980, onde o autor dá a conhecer o que de mais significativo ocorreu relativo à história dos correios na região de Viana do Castelo durante o período de 100 anos, que vai de 1880 a 1980. O objetivo essencial da obra tem a ver com a defesa e a preservação do património filatélico e a compreensão das mudanças nas comunicações postais. Mereceu especial atenção a criação e a extinção de estações, caixas e postos de correio, bem como as marcas postais usadas pelo correio nas 40 freguesias desse concelho durante 100 anos. Este trabalho de estudo e investigação está dividido em duas partes. A primeira, dedicada às freguesias, refere dados estatísticos relativos à população, densidade
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populacional e taxa de analfabetismo visando a melhor compreensão do movimento de criação/ /supressão das estações e dos postos de correio durante esse período. Para tal, o autor elaborou quadros e mapas temáticos onde estão assinaladas as áreas de cada freguesia e se mostra a variação da população, da densidade populacional e da taxa de analfabetismo no período de 1880 a 1980. Na segunda parte é caracterizada a evolução dos serviços do correio instalados nas freguesias e são mostradas marcas administrativas e postais aí usadas, algumas das quais inéditas. São apresentadas ainda imagens de peças circuladas que documentam o uso das marcas postais bem como imagens
exteriores de estações de correio e de recetáculos para a correspondência. No período em análise, é exposta a evolução da nomenclatura relativa à organização e ao tipo de serviços prestados pelo correio e a sua relação com a categoria da estação, caixa ou posto. A obra está publicada a cores, tem 130 páginas em formato A5 e é uma edição da Câmara Municipal de Viana do Castelo inserida no projeto editorial dos “Cadernos Vianenses”. É extenso e extremamente rico o curriculum filatélico de Miranda da Mota: é presidente do Inexfip – Instituto de Expertização de Filatelia Portuguesa, membro da Association Internationale des Experts en Philatélie [AIEP] e membro do Expert Team da Fédération Internationale de Philatélie [FIP]; é o coordenador técnico dos catálogos especializados Afinsa de Selos de Portugal e das Colónias Portuguesas. É jurado nacional de filatelia tradicional, história postal e literatura filatélica e autor dos livros Selos Clássicos de Portugal (2006) e Portugal – Portes Internos de Correspondências Franquiadas 1853-2009 (20099 e coautor do livro Portugal Ceres – Variedades de Cliché (1992) e autor de inúmeros artigos filatélicos publicados em diversas revistas nacionais e internacionais. Foi o primeiro diretor (2000) da revista “Convenção Filatélica” da Associação Nacional de Jornalistas e Escritores Filatélicos (Anjef) e sub-diretor (1993) de “A Filatelia Portuguesa do Clube Nacional de Filatelia” (CNF) e jurado nacional de filatelia tradicional, história postal e literatura filatélica. No campo do associativismo Miranda da Mota é membro de associações nacionais e internacionais e desempenhou vários cargos e funções em clubes filatélicos, tendo-lhe sido atribuídos vários prémios de que se destaca o da Ordem de Mérito Filatélico da Federação Portuguesa de Filatelia (2004). Geada de Sousa
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Ana Paula Figueira na biblioteca de Serpa
Sem óculos cor-de-rosa, da autoria de Ana Paula Figueira, e com ilustrações de Susa Monteiro, vai ser apresentado amanhã, sábado, dia 3, na Biblioteca Municipal de Serpa. A apresentação ficará a cargo de Luís Afonso, cartunista. Sem óculos cor-de-rosa é um livro infantil para todos os públicos. A obra faz uma viagem pelo Alentejo desde o início do século passado até aos nossos dias.
Fim de semana
Cantora desvenda “There´s a flower in my bedroom”
Luísa Sobral sobe ao palco hoje em Castro Verde
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uísa Sobral vai fazer ouvir a sua música hoje, sexta-feira, dia 2, em Castro Verde. É a partir das 21 e 30 horas, no cineteatro municipal, que Luísa Sobral, autora de “The cherry on my cake”, o seu primeiro disco, se apresentará em palco. Recorde-se que o seu primeiro álbum foi disco de platina. E cerca de 100 concertos depois a cantora lisboeta desvenda “There´s a flower in my bedroom”, o seu segundo trabalho. Um novo álbum que reflete o amadurecimento da artista com, segundo a organização, “um irresistível punhado de canções que já conquistou o público nacional”. O êxito do single “Mom says” ou as colaborações com Jamie Cullum, António Zambujo e Mário Laginha aquecem gargantas e corações nos concertos daquela que já é um dos valores mais seguros da música portuguesa. Os bilhetes para assistir ao concerto de Luísa Sobral já estão à venda no Posto de Turismo de Castro Verde. A organização encontra-se a cargo da Câmara Municipal de Castro Verde.
Gastronomia e poesia na Casa do Alentejo A Casa do Alentejo, em Lisboa, recebe amanhã, sábado, o almoço gastronómico e temático “Migas e Letras”. A Casa do Alentejo adianta, em comunicado de imprensa, que “se trata de uma degustação de três espécies de migas, entremeadas com a poesia alentejana”. A iniciativa conta com a colaboração de especialistas, entre eles cozinheiros, enólogos e estudiosos da poesia alentejana.
Festas de Maio em Amoreiras-Gare Estão a decorrer, até domingo, as Festas de Maio e a 10.ª Feira do Interior do Concelho de Odemira, em Amoreiras-Gare, na freguesia de São Martinho das Amoreiras. Destaque para a exposição de artesanato e produtos regionais, com dezenas de artesãos a trabalhar ao vivo, nas várias artes e ofícios. A animação musical será uma constante, bem como a gastronomia e o convívio. Para hoje, sexta-feira, dia 2, estão agendadas várias atividades direcionadas para as escolas. À noite acontecerá
um baile. Amanhã, sábado, dia 3, pelas 11 horas, está programada a atuação de artistas e poetas populares. Pelas 15 horas terá início o 9.º Festival de Cantares ao Desafio/Improviso. À noite Ruben Baião animará a festa. No último dia, domingo, entre outras atividades, a tarde está reservada ao cante. As festas terminarão com a tradicional tourada alentejana.
Festa das Santas Cruzes em Vila Nova de São Bento Vila Nova de São Bento, no concelho de Serpa, está a celebrar a Festa das Santas Cruzes até segunda-feira, dia 5. Para hoje, sexta-feira, estão agendados diversos momentos religiosos e, pelas 21 e 30 horas, acontece o desfile de ranchos corais e visita às Santas Cruzes. A noite será animada por Fábio Lagarto. Amanhã, sábado, a Bandinha da Alegria animará o recinto, bem como a fanfarra dos Bombeiros Voluntários da Vidigueira e os Bombos Ritm’Artes. Há ainda desfile de Tunas Académicas. São ainda vários os momentos religiosos que acontecerão ao longo do dia e à noite há um espetáculo com José Barros, seguindo de fogo-de-artifício. Um porco
assado juntará os visitantes e locais no largo da igreja e a noite segue com espetáculos musicais. No domingo mais momentos religiosos marcarão o dia e a animação e o convívio também serão uma constante. A festa, essa, prolonga-se até segunda-feira.
Casa do Governador acolhe “Oito artistas noutro lugar” “Oito artistas noutro lugar” é o título da exposição que está patente, até ao dia 23, na Casa do Governador, no castelo de Beja. Uma mostra de oito artistas contemporâneos nacionais que pretende, segundo informa a Câmara de Beja, “conjugar práticas artísticas, diluir as suas fronteiras, explorar o espaço difuso, deixando de lado as questões temáticas, disciplinares e de fácil entendimento”. O público terá a oportunidade de apreciar os trabalhos dos artistas, Ana Bezelga, Ana Pais Oliveira, Catarina Santos, Daniela Nunes, João Louro, Mariana Baldaia, Teresa Canto Noronha e Vítor Caos. A exposição apresenta o trabalho de Miguel Sousa Ribeiro, aluno do curso de Artes Plásticas e Multimédia no IPBeja, e é o resultado do seu estágio curricular no Museu Jorge Vieira.
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Passos Coelho na abertura da Ovibeja incentiva bois a pedir fatura para ficarem habilitados ao sorteio do Audi O primeiro-ministro de Portugal, e cantor de músicas do Paulo de Carvalho no SingStar, esteve presente na inauguração de mais uma edição da Ovibeja. Os presentes puderam confirmar, mais uma vez, que o homem que preside aos destinos do País não tem lábio superior, nem cauda bifurcada, apesar do cheiro a enxofre. Foi um líder do PSD muito simpático aquele que esteve presente em Beja, distribuindo cumprimentos, abraços e beijos da morte a pensionistas. Mas o marido da Laura surpreendeu tudo e todos quando começou a conversar com alguns animais, nomeadamente com os bovinos, como nos confidenciaram alguns animais: “Fiquei completamente banzo!”, exclamou Hércules, boi de 478 quilos da Ganadaria Está Bem Abelha. “Passou o tempo a falar de como era importante pedir fatura, mesmo das rações que comemos!”, explicou, Zeus, boi de 523 quilos da Ganadaria Lá Fora Mama-as. “O mais impressionante foi quando começou a vender o Audi que podíamos ganhar no sorteio – parecia que estava na Feira dos Usados de Vila Azedo: ‘Ah e tal, com um CD no retrovisor fica um espetáculo, tem espaço no banco de trás para três vacas e na mala cabe um porradaria de ferraduras! ‘Ahahah, não me ria tanto desde que vi a Merkel naquele anúncio da ‘Vaca que ri!’”, declarou Vulcano, boi de 654 quilos da Ganadaria Há Azar?
Voos Paris/Beja inaugurados: funcionários do aeroporto de Beja foram particularmente antipáticos para que os turistas franceses se sentissem em casa Foi na passada segunda-feira que chegou a Beja o primeiro avião vindo do aeroporto Linda de Suza em Paris, depois de ter feito escala em Barcelona, Madrid, Badajoz, Mourão, Amareleja, Serpa, Baleizão e Porto Peles. Nesse dia, os funcionários do aeroporto de Beja receberam instruções para se portarem como franceses típicos: os homens chegaram ao trabalho de bicicleta, com uma baguete debaixo do braço e vestidos como o Marcel Marceau; as mulheres vinham vestidas de Marie Antoinette, a fumar, com os seus filhos vestidos de pequeninos Pierrot’s, também a fumar. Os turistas gauleses adoraram a receção, como nos confirmou a senhora Simone Croissant: “Estou encantada, je suis passade d’um tode! Todos tão antipáticos e snobs como lá em casa! Comme dans la maison! Estou ansiosa por conhecer Beja, em especial o Castelo de Beja, ou como chamamos em França, une Tour Eiffel en pierre, e o Luiz da Rocha, le café diabète. Estou desconfiada que esta ligação aérea vai ser mais benéfica para os dois países desde a ida do Chalana – le Eusébio avec moustache – para o Bordéus, ou a ida de José Sócrates para Paris, le George Clonney de la Covilhã pour Paris!”, afirmou.
Instagram: Ovelhas tiram fotos aos fardos de palha gourmet que comem durante a Ovibeja É caso para dizer que a moda das selfies e das fotos de comida já chegou (mesmo) a todo o lado. Uma investigação conjunta “Não confirmo, nem desminto”/engenheiro Sousa Veloso descobriu uma nova tendência no Instagram: há ovelhas na Ovibeja que postam fotos de palha gourmet que comem durante o evento! As ovelhas postam fotos de pratos como palha em redução de tinto das Pias, palha gratinada numa cama de rúcula e espinafres salteados, palha confitada com palha de caviar, palha de fricassé, palha recheada com torresmo do rissol, palha frita em azeite com moelas e acompanhada de vinho verde de Cuba e McPalha com batatas fritas palha. A utilizadora mais popular desta rede social é a ovelha @Lãnzinha2012 que já tem mais de três milhões de seguidores. Ela utiliza hashtags como #aOvibejaélinda #comidanaOvibejarules e #oCastroBritoémaissexyaovivo.
Última Hora: “Não confirmo, nem desminto” não será publicada em maio devido ao rapto do seu autor por piratas somalis na praia de Quintos É verdad e, prezad o leitor, a “Não confirmo, nem desminto” fará uma pausa forçad a durante o mês de maio. Ao que parece, o autor desta página – sim, esse homem-moderadamente- obeso- embora-extremamente-sensual – foi raptado na praia de Quintos por piratas da Somália enquanto molhava os calos nas margens do ma… do rio. A Polícia Judiciária está a investigar o caso e, segundo apurámos, o rapto terá sido ordenad o por Geada de Sousa que confidenciou a amigos ser o mandante. “É para ver se esse engraçadinho para de mencionar o meu nome para efeitos humorísticos, como é o caso do que se passa nesta peça!”, declarou. Na redação do jornal jorravamse lágrimas de dor e sofrimento, tendo como expoente máximo dessa desilusão o seu diretor. Paulo Barriga, ao saber deste infeliz acontecimento, terá dito as lendárias palavras: “Mas quem é esse fulano?”. No próprio governo há quem queira fazer algo sobre este assunto mas só depois das Europeias, por considerar que agora não é tempo de discutir esta e outras questões sérias como o aumento do salário mínimo, a castração química de unicórnios e o referendo sobre se os partos devem ser em casa ou no hospital. A página estará de regresso no mês de junho. Aos nossos quatro leitores, apresentamos as nossas desculpas.
39 Diário do Alentejo 2 maio 2014
PSD Beja: Depois de publicar cartaz que dizia ”Devolver Portugal aos portugueses” e “Adeus Troika!”, o partido laranja prepara novo cartaz para depois das Europeias, com as frases “Devolver Portugal à Troika” e “Adeus portugueses!”. Segundo o deputado Pita Ameixa, a Federação de Futebol quer utilizar o aeroporto de Beja para a final da Liga dos Campeões. Ao que apurámos, os responsáveis federativos acreditam que esta infraestrutura aeroportuária é a única no País com espaço suficiente para receber o ego de Cristiano Ronaldo.
Nº 1671 (II Série) | 2 maio 2014
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nada mais havendo a acrescentar... Onde Era uma vez tu e eu. Nesse país das maravilhas não havia despertadores e o tempo dormia a sono solto a nossos pés. Eu gostava tanto quando a tua pele me acordava os braços. Preguiçosas, as pupilas das minhas mãos abriam-se lentamente e eu piscava os meus dedos cegos pelo sol do teu sorriso a pino. Assim que despertávamos tínhamos logo tanto para contar um ao outro. Tantas palavras meigas. Estou tão feliz. Dormi tão bem. Sonhei com tanta coisa boa. Principalmente contigo. Não nos queixávamos de cansaço nem de dores de cabeça e a ideia de cada dia não era um sacrifício e uma náusea. Eu gostava tanto quando as manhãs eram doces e eu me levantava
sem esforço nenhum para te fazer o pequeno-almoço. Parece-me até que havia mais pássaros a cantar à janela do nosso quarto. Agora, acabada a fantasia, o alarme do telemóvel rasga as manhãs e acorda o tempo que já não temos. Estamos tão cansados. Não dormimos nada. Só sonhámos com coisas parvas. A nossa pele é um silêncio enrugado preso no esquecimento dos nossos braços. Onde estão as nossas mãos que já não assomam à passagem da nossa nudez? Onde estão os dedos, dantes nómadas, dantes vadios, sem poiso certo no teu e no meu corpo? Onde estamos nós, se não estamos aqui deitados ao lado um do outro? Vítor Encarnação
quadro de honra Samuel Mira (Sam The Kid), 34 anos, natural de Lisboa Foi um dos principais responsáveis pelo crescimento do hip hop nacional e já tinha gravado outros, mas o álbum “Beats Vol 1: Amor” acabaria por convencer, definitivamente, todos. Gravou em casa, em formato de cassete, mini-disc, CD e até em vídeo. Foi em 2001 que conseguiu um contrato discográfico com uma editora. Já subiu a dezenas de palcos, tem projetos a solo e em colaboração com tantos outros artistas. Com álbuns considerados pela crítica dos melhores, em anos diferentes, é um dos nomes maiores do hip hop português.
Novos discos deverão sair no final do ano
“Sempre senti que também faço parte do Alentejo”
S
am The Kid, como é conhecido o famoso rapper, é um artista autobiográfico e percebeu que sabia rimar desde muito cedo, pois desde os tempos da escola primária que fazia tudo em verso. Depois percebeu ainda que tanto o seu pai, como o seu avô, também tinham essa aptidão. Veste, como faz questão de frisar, uma e outra vez, a camisola de Chelas, um bairro lisboeta. Acontece que a sua família paterna é de Entradas e acontece ainda que Samuel Mira sempre sentiu que também faz parte do Alentejo. A apetência para rimar de onde veio?
Desde que me lembro de escrever, que sempre tive uma paixão por rimas, fazia as composições da escola primária em verso. Era natural, para mim. Mais tarde apercebi-me que tanto o meu pai, como o meu avô materno e familiares do lado da minha mãe, também tinham essa aptidão em comum.
biografia sua?
Escrevo, realmente, muito sobre mim e depois partilho com o público. Mas, na realidade, é uma coisa comum em muitos rappers, e em muitos poetas também. E até posso concluir que eu estou a escrever a minha própria biografia aos poucos, em capítulos diferentes. Por isso, tudo o que eu gostaria que fosse escrito, sou eu que o estou a escrever. Apenas não em formato de livro. Participa em muitos projetos coletivos, considera que no estilo hip hop é onde existe mais partilha?
Sim, considero, de longe. Tanto colaboramos entre nós, rappers, como com outros géneros musicais. E isso não se vê em mais género musical nenhum, pelo menos na quantidade de colaborações e parcerias. Eu, por exemplo, podia fazer uma compilação todos os anos, só com as minhas participações, sem exagero. E há algum disco para breve?
É um rapper autobiográfico? O que gostaria que fosse escrito numa PUB
Sim, tenho um disco instrumental pronto e um álbum em conjunto com o
Mundo Segundo, dos Dealema, no qual estamos a rimar e a produzir os dois. Sairão, ambos, lá para o final deste ano. Mantém alguma ligação com o Alentejo?
Sim, claro. A minha família paterna é de Entradas e passo lá muitas vezes. Apesar de vestir a camisola de Chelas, que é o meu bairro em Lisboa, sempre senti que também faço parte do Alentejo. Uma segunda casa, por assim dizer. O Alentejo dava um bom poema rap?
Na realidade, mais do que os sítios, são as pessoas que me inspiram, as relações entre elas, e a influência do habitat no seu comportamento e modo de vida. E também é muito importante saber do que se fala. Viver e respirar o que se escreve. A tal escrita biográfica que me identifica. Senão vou parecer aqueles jornalistas que visitam um local, só de passagem, e vão escrever sobre ele, sem saber realmente o que é viver lá. Isso não é a minha cena. Bruna Soares
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Hoje, sexta-feira, dia 2, o céu deverá apresentar-se limpo em toda a região. A temperatura oscilará entre os 11 e os 25 graus centígrados. Amanhã, sábado, também não são esperadas nuvens e no domingo o sol brilhará.
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O livro O porco, com sua licença nomeado para “Melhor do Mundo” O porco, com sua licença, da autoria de Maria Antónia Goes, foi selecionado para o galardão Gourmand World Cookbook como finalista em competição com sete outros livros, nomeadamente de Finlândia, França, Hong-Kong, Islândia, Países-Baixos, Espanha e Reino Unido. Recorde-se que em competição estiveram livros de 187 países. O prémio “Melhor do Mundo” será revelado no dia 21 de maio, no âmbito da Cook Book Fair, em Pequim.
Napoleão Mira tem novo livro e apresenta-o em Entradas Coração D’ Interiores, com crónicas e estórias alentejanas, é o novo livro de Napoleão Mira. E a obra, essa, vai ser apresentada numa icónica praça, em Entradas, no concelho de Castro Verde, no dia 10, pelas 17 horas. “Este é o meu terceiro livro. Um livro em forma de mim, do que sinto, do que me rodeia. Um livro sempre com o Alentejo como pano de fundo. Depois de um romance, regresso ao registo assumidamente autobiográfico que, de certa maneira, é um género que me apraz”, diz o autor. Napoleão Mira garante, assim, que está de regresso a um “território preferencial: o dos afetos”. O escritor assegura ainda: “Coração D’Interiores, como o nome induz, é uma porta escancarada para a casa que habito. Para a intimidade do que escrevo. Para aquilo que tenho de mais sagrado. Para a minha memória”.
Encontro Ibérico de Plantas Aromáticas e Medicinais em Beja Realiza-se, no dia 28, em Beja, o II Encontro Ibérico de Plantas Aromáticas e Medicinais. O encontro, organizado pela Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM), é dirigido a produtores, compradores, universidades, entidades de investigação, organizações públicas e privadas, estudantes e todos os interessados em plantas aromáticas e medicinais. “No momento em que a fileira ganha cada vez mais expressão no território, o encontro visa discutir a sustentabilidade, a competitividade e o futuro da fileira das aromáticas”.
ILUSTRAÇÃO SUSA MONTEIRO
Sexta-feira, 2 maio 2014, Nº 1671 (II Série)
02 Diário do Alentejo | 31ª Ovibeja 2 maio 2014
Penso que o Governo terá que ouvir também aqueles que no interior são representativos dos agricultores e do setor agrícola. O que não tem feito até este momento”.
Manuel Castro e Brito acredita que Alqueva está concluído em 2015
“O despovoamento do interior é em parte devido às péssimas políticas agrícolas” Como descreveria a Ovibeja a uma pessoa que nunca a tivesse visitado?
Com o slogan da própria feira: “Todo o Alentejo deste mundo”. Será muito difícil que a Ovibeja não continue por muitos anos e por muitas gerações. Como assim?
A Ovibeja está bem alicerçada pela sociedade da região em geral. Tem já uma história importante e é um projeto que venceu. A Ovibeja não é uma feira efémera, que se faz hoje e que amanhã logo se vê. Há uma filosofia por detrás da Ovibeja que é a defesa dos interesses desta região e quem não o reconhece está alheado ou não pertence a esta região. Em diferentes ocasiões percebeu-se algum desânimo do Castro e Brito em relação aos poderes instituídos, ao seu alheamento face à Ovibeja. As coisas hoje estão diferentes?
Se os poderes instituídos, nalgumas circunstâncias, não mostram estima por esta feira, o problema é deles. Nesse caso não estão a cumprir a sua missão, porque se qualquer poder se abstrair desta realização, não está a trabalhar bem, não está a trabalhar para o que foi mandatado, que é a defesa das pessoas que vivem aqui, dos seus empregos, da sua qualidade de vida. A Ovibeja é muito isso, é uma feira empresarial que capta negócios, chama a atenção para as oportunidades que esta região tem para se desenvolver e para ter negócios nas várias áreas e, claro, também na agricultura. A Ovibeja começou por ser uma exposição de ovinos e hoje o seu lema é “Terra Fértil”. O que mudou na região durante estes 31 anos, nomeadamente no que diz respeito à agricultura?
A agricultura é um setor muito evoluído, apesar de ser conotado como conservador. Eventualmente é o setor mais evoluído que temos. Todos os projetos empresariais sentem várias dificuldades do ponto de vista humano, de financiamento, de mercados. Mas não têm um problema que a agricultura tem: o estado do tempo. O clima não é condicionante do sucesso para as outras empresas, mas para a agricultura é fundamental. É muito difícil fazer agricultura, no entanto os maiores investimentos feitos neste momento no País são de facto neste setor.
“Terra Fértil” é o lema da 31.ª edição da Ovibeja. Mas é também o mote para a mudança estruturante que a agricultura do Alentejo está a sofrer nos tempos que correm. Manuel Castro e Brito, diretor da feira, fala em grandes inovações num setor tradicionalmente conotado como conservador. Mas apesar de os tempos serem de mudança e até de alguma euforia em torno do regadio, a Ovibeja, segundo Castro e Brito, não abandona a sua matriz original: as culturas de sequeiro e a pecuária em regime extensivo. O presidente da ACOS refere mesmo que estes setores agrícolas tradicionais deveriam ser os maiores beneficiários das verbas provenientes da nova Política Agrícola Comum. Quanto à Ovibeja, “é um projeto que venceu” e que “vai continuar por muitas gerações”. Entrevista Paulo Barriga Fotos José Ferrolho
Está a falar de Alqueva?
Existe no Alentejo um investimento público muito grande com uma vertente agrícola e energética importante. Mas a vertente de regadio do Alqueva também demonstra um investimento brutal da parte dos agricultores. Mudar explorações de sequeiro para regadio carece de um investimento muito grande. Houve uma modernização ao longo destes 31 anos e estamos na fase de produzir, de transformar, de comercializar e de conseguir mais-valias. Esta é a nova fase do projeto e é um grande desafio que a agricultura desta região está a enfrentar já com resultados muito positivos nalguns sectores. O foco da Ovibeja também mudou para a questão do regadio… No atual panorama que papel é deixado à agricultura tradicional?
As explorações de sequeiro, as produções em extensivo na parte da pecuária, os cereais e os montados com coberto para pastoreio das várias espécies animais, têm também acompanhado esta evolução. Houve a modernização das explorações, com novas máquinas, com novas estruturas, cercas, armazéns, pontos de água para abeberar os animais… E também tem evoluído na questão de os agricultores se juntarem para comercializar. Enfim, as coisas vão a seu tempo, embora me pareça que falta uma nova etapa, que é a formação profissional dos agricultores ou das pessoas que trabalham nas explorações agrícolas. De qualquer forma, hoje em dia é bem evidente uma agricultura a duas velocidades no Alentejo…
Cada exploração agrícola tem as suas características e cada produção não substitui a outra. Todos fazemos falta e há muitos agricultores que mantêm a suas explorações de sequeiro e de criação de gado e têm também de aproveitar a disponibilidade da água para investir em culturas de regadio, embora essas requeiram ainda mais investimento. A agricultura dita tradicional depende mais das políticas agrícolas e nomeadamente dos subsídios comunitários. Esta reforma da Política Agrícola Comum (PAC) foi vantajosa para Portugal?
Não sabemos. Sabemos que o relatório da nova PAC foi redigido pelo doutor Luís Capoulas Santos, eurodeputado, um homem com muita experiência no setor da agricultura, que foi
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ministro da Agricultura, e que conhece os agricultores, diria, quase um por um. Mas uma coisa é a política que sai da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu, que a aprova, a outra coisa é a abordagem de cada Estado membro, que tem uma palavra a dizer sobre estas políticas, podendo beneficiar mais uns setores do que outros. Quanto a mim, seria bom que se optasse por beneficiar as explorações agrícolas que têm mais problemas e que têm menos possibilidades, como é o caso da agricultura de sequeiro e da pecuária extensiva. Por falar em pecuária extensiva, a Ovibeja recriou as antigas transumâncias de gado e também promoveu uma espécie de manifestação com ovelhas pintadas. Estas iniciativas querem, de alguma forma, mostrar à opinião pública que há uma crise profunda no setor da pecuária no Alentejo?
Sim, é essa a situação. Há uma crise na pecuária de extensivo, mas principalmente na pecuária dos ovinos e caprinos, dos pequenos ruminantes. E isso é grave. Este tipo de explorações requer mão-de-obra especializada e o nosso interior está deserto, as pessoas têm ido embora e essa crise na pecuária é um dos reflexos do êxodo populacional. Devo dizer que o facto de não termos mais pessoas no interior também é devido às péssimas políticas agrícolas que foram feitas em anteriores governos, de há muitos anos a esta parte. PUB
E como é que classifica as políticas agrícolas do atual Governo?
Tenho que dar uma nota muito positiva à coragem que o senhor primeiro-ministro teve quando decidiu que o regadio de Alqueva era para cumprir até 2015. Continua a acreditar nessa promessa?
Continuo a acreditar que o primeiro-ministro vai fazer todos os possíveis para que essa data se mantenha. No restante, penso que o Governo terá que ouvir também aqueles que no interior são representativos dos agricultores e do setor agrícola. O que não tem feito até este momento. Está a falar da questão da gestão da água de Alqueva?
Estou a falar em todas as questões onde deveríamos ter opinião e não nos é dada a possibilidade de a termos. Falo como presidente da Federação dos Agricultores do Baixo Alentejo, que é uma instituição que deveria ser ouvida e que deveria pertencer aos fóruns decisivos para o progresso da agricultura desta região. Fóruns políticos, obviamente. Essa é uma crítica à CAP?
Não é crítica nem à CAP, nem à Confagri, nem à CNA, nem a nenhuma cúpula. De facto, o modelo da representatividade dos agricultores tem de ser revisto para bem da agricultura. O que é que isso implica?
Existe uma portaria que dá o poder à EDIA, que é uma empresa pública, de gerir a água dos agricultores durante sete anos. Na altura demos a nossa opinião. Pensamos que ninguém gere melhor a água que os utilizadores, neste caso os agricultores. Isto vigora em todo o mundo, não é um exclusivo nosso. Aliás, em Portugal sempre foi assim. Houve uma mudança para entregar essa gestão a uma entidade pública. Obviamente que não estamos de acordo.
Implica que não continue este paradigma que vem do Estado Novo… Assim não chegamos lá, de certeza absoluta. Não respondeu à questão da gestão da água de Alqueva…
Existe uma portaria que dá o poder à EDIA, que é uma empresa pública, de gerir a água dos agricultores durante sete anos. Na altura demos a nossa opinião. Pensamos que ninguém gere melhor a água que os utilizadores, neste caso os agricultores. Isto vigora em todo o mundo, não é um exclusivo nosso. Aliás, em Portugal sempre foi assim. Houve uma mudança para entregar essa gestão a uma entidade pública. Obviamente que não estamos de acordo. O bom senso vai prevalecer e muito rapidamente essa situação será ultrapassada. E em relação ao preço da água?
A água é o fator preponderante do regadio. E se o preço da água, como fator de produção, não for comportável não se faz regadio. Nessa altura, todo o projeto, todo este investimento, terão sido em vão. Uma última pergunta sobre o Parque de Feiras e Exposições de Beja. Em que pé estão as relações com a autarquia?
A ACOS fez uma proposta à Câmara Municipal de Beja para a gestão do Parque de Feiras e Exposições e para a sua manutenção. A bola, neste momento, está do lado de lá.
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Exposição de fotografia mostra “Ovisões”
Este ano a Ovibeja tem patente, no pavilhão das Lãs, a exposição fotográfica “Ovisões”. Trata-se, segundo a organização, “de um olhar heterogéneo de fotógrafos da 30.ª edição”. Uma viagem, em fotografia, à edição do ano passado, recuperando os melhores momentos e pelo olhar de quem fotografa a feira. Pela lente de vários fotógrafos a atual Ovibeja recupera, assim, a edição anterior.
Resialentejo quer resíduos da Ovibeja na reciclagem A Resialentejo anunciou que este ano “quer tornar a Ovibeja mais verde” e para isso vai lançar este ano a “Operação Ovelha Verde”. Esta iniciativa pretende desafiar os participantes a separar os resíduos recicláveis produzidos durante o certame, através da disponibilização de sacos para a separação e de um sistema de recolha específico para os mesmos. A Resialentejo espera com esta iniciativa desviar de aterro os resíduos que são produzidos durante a Ovibeja e encaminhá-los para reciclagem, tornando este evento mais verde e amigo do ambiente. JOSÉ FERROLHO
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Transumância alertou para a redução de efetivo no setor
300 ovelhas campaniças nas ruas de Beja No dia de abertura da 31.ª edição da Ovibeja um rebanho de 300 ovelhas campaniças passeou-se pela cidade de Beja. Tudo porque a ACOS, em parceria com o Dphad, recordaram a rota da transumância.
U
m rebanho composto por mais de 300 ovelhas de raça campaniça atravessou a cidade no dia de abertura da Ovibeja, quarta-feira. Nada mais, nada menos que a recriação de uma antiga rota de transumância existente em Beja, com o objetivo de “ir ao encontro da riqueza do património cultural e histórico, trazendo à cidade um dos mais ricos legados das raízes do campo”. Uma parceria entre a ACOS – Agricultores do Sul e o Departamento
do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (Dphad). As ovelhas fizeram um percurso pelas ruas da cidade e chegaram à avenida principal da feira, onde se realizou uma cerimónia de bênção do gado. Para José António Falcão, historiador e investigador, “há uma ligação fundamental entre a atividade pecuária e a fundação de alguns dos principais santuários do território. Uma estreita articulação entre o património edificado, as vias privilegiadas para os rebanhos – as canadas reais – e a prática religiosa, tendo como pano de fundo o desenvolvimento da região”. Trata-se, assim, segundo a organização, “de um património que também é de fé e que se liga ao Caminho de Santiago”. Recorda a ACOS que “o Baixo
Alentejo é uma região moldada pela atividade pecuária, outrora destino de extensos rebanhos de ovinos transumantes, provenientes da serra da Estrela ou de áreas serranas espanholas que a partir, sensivelmente, do século XIII aqui vinham passar o período de inverno”. Neste momento, porém, segundo a organização, “o setor da ovinicultura no Alentejo está em descrendo e, embora ainda concentre metade do efetivo nacional, a região tem vindo a reduzir cerca de 20 mil fêmeas por ano (entre 2000 e 2009), o que representa uma perda aproximadamente de 30 por cento do efetivo”. E é esta questão que, durante a iniciativa, assegura a organização, “esteve implícita na transumância que inaugurou o certame”.
O pavilhão da pecuária este ano vai ser preenchido com 300 animais. Ovelhas de raças autóctones, como campaniça, merina branca, merina preta, merina precoce, mas também outras vão estar em exposição. Também cabras serpentinas e demais vão marcar presença. Os bovinos da região também não foram esquecidos, mas na Ovibeja também haverá outros presentes na mostra de gado. Há ainda porcos e burros.
05 Diário do Alentejo | 31ª Ovibeja 2 maio 2014
Pavilhão da pecuária com mais de 300 animais
Mértola enaltece valores naturais A Câmara Municipal de Mértola marca mais uma vez presença na Ovibeja, que decorre até ao dia 4. Segundo a autarquia, “o espaço do município será dedicado à promoção dos recursos e oferta turística do concelho”. Este ano, no stand intitulado “Naturalmente, Mértola!”, é dado “particular destaque aos valores naturais do concelho e à sua vasta oferta de atividades de turismo de natureza, como birdwatching, pedestrianismo, caça e pesca, BTT e parapente”.
Inovação agrícola e agrobusiness em destaque
“Terra Fértil – Mostra de Inovação Agrícola e Agrobusiness” é o tema central da 31.ª edição da Ovibeja. Destaque para a reconversão agrícola, para as novas culturas, para a inovação e investigação, para a agricultura de precisão, para o agronegócio e para o marketing rural.
JOSÉ SERRANO
“Terra Fértil” é o tema central da feira
“A
s alterações estruturantes, que têm vindo a ser operadas na agricultura fruto, em grande medida, da persistência e do investimento dos agricultores, são reveladas através da apresentação e demonstração de inovações agrícolas em várias categorias e áreas de atuação”, explica a ACOS. Os projetos apresentados em “Terra Fértil” relacionam-se, assim, com a reconversão agrícola operada por via do regadio de Alqueva, mas não só. “A inovação agrícola e agrobusiness vão ao encontro da valorização e aperfeiçoamento de toda a cadeia de valor dos produtos e serviços agroalimentares que começa nas pessoas que fazem da agricultura o seu modo de vida, também enquanto guardiões da natureza, e termina na melhoria da comunicação de todo o processo ao público em geral e ao consumidor”, garante a organização. No pavilhão Sabor Alentejo, com recurso a meios audiovisuais e multimédia, pode fazer-se uma viagem pelas inovações que estão a decorrer no Alentejo. Transversais a toda a feira, a inovação agrícola e os agronegócios criam pontos de contacto em diferentes espaços, de entre os quais se destaca a alameda principal e o Campo da Feira, uma zona de demonstração do que de melhor se faz ao nível produtivo, de investigação e de equipamentos agrícolas.
“Hortas reais no espaço virtual, forragens hidropónicas e pastagens semeadas bio diversas, culturas de microleafs, de uvas sem grainhas, de papoilas para a indústria farmacêutica, amendoins, ervas aromáticas, pérolas de azeite, cogumelos gourmet, vinho com pegada de carbono nula, sabonetes de mel e leite de cabra serpentina”, são, de acordo com a organização, “apenas alguns dos muitos produtos em destaque”. Este espaço vai contar com testemunhos de
agricultores locais que apostaram na inovação, por exemplo no olival, hortícolas de regadio e romã, entre outros. O projecto “Terra Fértil” compreende, neste sentido, além de produtos inovadores, projetos de investigação e de inovação, agricultura de precisão e fatores de produção, exemplos de excelência de associativismo, cooperativas e infraestruturas. Apresentação de projetos, demonstração e degustação de produtos, debates e workshops PUB
Concurso internacional de azeite
Prémios entregues no sábado aos vencedores
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á são conhecidos os azeites portugueses selecionados no 4.º Concurso Internacional de Azeite Virgem Extra – Prémio Ovibeja que foram distinguidos. Os melhores azeites portugueses selecionados pelo júri internacional são provenientes de Beja, Ferreira do Alentejo, Vila Velha de Ródão, Pernes, Azambuja, Suçães, Sabrosa, Alferrarede, Valpaços e Lisboa. Os prémios vão ser entregues aos vencedores amanhã, sábado, dia 3, pelas 13 horas. Os espanhóis, que entregaram 44 amostras, arrecadaram uma medalha de ouro,
duas de prata, uma de bronze e ainda cinco menções honrosas. A Itália arrecadou duas medalhas de ouro e ainda uma medalha de bronze na categoria de Verde Ligeiro. Ao Chile coube também uma medalha de bronze, na categoria Frutado Verde Ligeiro. No pavilhão Sabor Alentejo os visitantes podem participar em provas comentadas por especialistas, de forma gratuita. A organização adianta que todos os interessados podem dirigir-se ao local para solicitar informações relativamente às provas acima referidas.
são, segundo a organização, “outras formas de ‘Terra Fértil’ ir ao encontro dos visitantes da feira”. Os projetos inovadores vão ser submetidos, através de concurso, à apreciação dos visitantes que poderão votar nos da sua eleição. O projeto “Terra Fértil” foi concebido com o apoio de vários parceiros, de entre os quais se realçam o Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo, o Instituto Politécnico de Beja e o Centro Operativo e Tecnologia de Regadio.
Provas equestres em destaque
Diário do Alentejo | 31ª Ovibeja 2 maio 2014
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As provas equestres são já uma tradição no certame e, este ano, à semelhança das edições anteriores, também vão realizar-se. Destaque para a jornada do Campeonato Nacional de Equitação do Trabalho, para o Concurso Nacional de Saltos e Obstáculos e para a Jornada do Campeonato Nacional de Horseball.
Vidigueira promove-se na feira O município de Vidigueira está presente, através de um stand promocional, na 31.ª edição da Ovibeja, que se realiza, em Beja, até domingo, informou a autarquia. Além da promoção das potencialidades turísticas do concelho, será ainda apresentado aos visitantes o programa dos principais eventos a decorrer em Vidigueira durante este ano intitulado “Cinco dias, Cinco Eventos”.
Gabriel o Pensador e Os Aurora já atuaram
Buraka Som Sistema e o espetáculo do Fator X animam as restantes noites Os espetáculos musicais atraem centenas de visitantes à Ovibeja e, este ano, a organização apostou em Gabriel o Pensador, Buraka Som Sistema, Tango Paris, Os Aurora e no espetáculo “Factor X”. Os dj da Antena 3 também dão música ao público da maior feira agropecuária do Sul do País.
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Ovibeja é um dos principais palcos da cidade e por ele já passaram muitos artistas locais, nacionais e internacionais. Este ano, a noite de abertura, na quarta-feira, dia 30, ficou a cargo de Gabriel o Pensador. O músico brasileiro veio mostrar a sua música ao Alentejo e era um dos nomes mais aguardados pelo público. Ontem, quinta-feira, dia 1, foi noite dedicada aos talentos locais. Tango Paris abriram a festa, seguiram-se Os Aurora. Os bejenses Eduardo Monteiro e João Carrasqueira, juntamente com David Silva e Tiago Araújo, encheram o palco principal, partilhando com o público temas nacionais. Mas as animadas “Ovinoites” prosseguem e hoje, sexta-feira, dia 2, é a vez de os Buraka Som Sistema subirem, pelas 22 e
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30 horas, ao palco. O novo álbum do grupo, que só sairá oficialmente em junho, será, segundo a ACOS, desvendado em primeira mão aos visitantes, pois vão ser estreadas algumas músicas. A ACOS assegura que os Buraka Som Sistema trazem a Beja muitas novidades na bagagem e que o documentário “Off the Beaten Track ”, realizado por João Pedro Moreira, e que estreou no Festival de Cinema
de Londres, poderá também passar na Ovibeja, mostrando o percurso que levou os Buraka Som Sistema desde a Amadora aos palcos de todo o mundo. “Bem conhecidos pelas suas per formances ao v ivo, com bastante energia em pa lco, com efeitos visuais únicos, os Buraka Som Sistema são considerados como f undadores do novo som electrónico kuduro progressivo. A banda portuguesa, cuja batida selvagem
do kuduro angolano nos clubes de Lisboa, se concretizou como Bura ka Som Sistema, teve como primeiro grande sucesso a música ‘Yah!’, em 2006, com a participação de Petty e Kalaf, seguindo-se novo sucesso com ‘Wawaba’”, recorda a organização. A noite de hoje, sexta-feira, encerrará com a atuação de Antena 3 Dj (Sugus + The Fox). Amanhã, sábado, dia 3, pelas 22 e 30 horas, destaque para
a atuação do espetáculo “Fator X”. O programa televisivo da SIC vai trazer ao certame os participantes que fizeram a diferença, destacando-se a presença dos finalistas e, entre eles, a do grande vencedor Berg. A noite será, assim, marcada por um espetáculo que promete muitas surpresas. A noite também ficará marcada pela atuação de Antena 3 Dj, desta feita com Guga e Rui Estêvão aos comandos.
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08 Diário do Alentejo | 31ª Ovibeja 2 maio 2014 PUB