Ediçao N.º 1622

Page 1

PUB

Este VALE

€1,20 Veja como na página 21

na Postos BP Beja

Pedro do Carmo: O autarca que domou o “monstro” da dívida de Ourique pág. 6 SEXTA-FEIRA, 24 MAIO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N.o 1622 (II Série) | Preço: € 0,90

Quercus alerta para o avanço das pragas no Guadiana e no litoral Quercu

Espécies exóticas ameaçam parques naturais do Alentejo ANTÓNIO CUNHA

DIREITOS RESERVADOS

pág. 10

Mértola de mãos dadas com Chefchaouen

Turismo do Alentejo “rouba” 11 concelhos às Lezírias do Ribatejo pág. 8 Entrevista nas págs. 12/13 PUB

Por ocasião do Festival Islâmico, Mértola e Chefchaouen, Marrocos, voltaram a firmar laços de amizade com a assinatura de um novo protocolo de geminação. Guiados pela lente do fotógrafo António Cunha, passeamos pelas ruas estreitas das duas localidades. E levamos como guias os arqueólogos Cláudio Torres e Santiago Macias. O que nos une é imensamente maior que o mar que nos separa. págs. 16/17

Alunos da Secundária D. Manuel I reinventam a Beja romana pág. 11

Rão Kyao e padre Cartageno em concerto no Pax Julia


Diário do Alentejo 24 maio 2013

02

Editorial Jerónimo

Vice-versa “A perspetiva ideológica da forma como deve ser gerida [a água do Alqueva] acabou por inquinar a discussão. É verdade que o PCP defende esta gestão pública, mas o que em concreto o projeto de resolução prevê é que se equacione a participação dos agricultores e dos regantes. Não compreendemos como é que o PS e PSD [não apoiam esta solução]. João Ramos, 21 de maio, à saída da Comissão de Agricultura e Mar, in Rádio Voz da Planície

Paulo Barriga

Mário Simões reafirmou que a EDIA “deverá envolver as associações de beneficiários na gestão operacional da rede secundária, devendo para isso protocolar ou mesmo contratualizar essas tarefas com as associações de regantes” (…) e chamou a atenção para as desigualdades tarifárias do preço da água que estão a ser praticados entre perímetros em operação, nomeadamente Bloco de Ervidel gerido pela EDIA e o Bloco de Aljustrel gerido pela Associação de Beneficiários do Roxo.

H

á muito tempo que o 19 de maio não sucedia a um domingo. Que é o dia, o domingo, que os líderes comunistas pós-Cunhal emprestam à evocação da memória de Catarina Eufémia. Este ano calhou bem. Jerónimo de Sousa esteve em Baleizão no preciso dia em que correram 59 anos sobre a morte da principal entidade hagiográfica do PCP. Sem a moldura humana de outros tempos, naturalmente. Sem o ímpeto, nem a virilidade das primeiras romagens, obviamente. Mas com um discurso fulguroso, não surpreendentemente. A prédica de Jerónimo, hoje como nunca antes, é de uma validade a toda a prova. E isso é mau sinal. É sinal que o País está a arrasado do ponto de vista moral, social, económico e financeiro. As palavras de Jerónimo falaram disso. É sinal que a independência nacional está por uma unha negra. As palavras de Jerónimo disseram isso. É sinal que o dinheiro tem muito mais valor que a dignidade humana. As palavras de Jerónimo ressalvaram isso. É sinal que a dívida externa está a ser exigida de forma usurária e a ser paga por quem não a contraiu. As palavras de Jerónimo relembraram isso. É sinal que o caminho da austeridade e da carestia é muito mais largo e direito do que o caminho do desenvolvimento económico e da criação de emprego. As palavras de Jerónimo contaram isso. Ou seja: em tempos de crise profunda, as de Jerónimo são as palavras que qualquer cidadão de bom senso quer ouvir e fazer suas. Então, por que carga de água não dispara o PCP eleitoralmente? Será porque as pessoas ainda acreditam que os comunistas comem criancinhas ao pequeno-almoço? Será que alguém ainda teme ir bater com os costados ao Campo Pequeno? Será que as pessoas acham que a cassete encravou no discurso certo para este tempo exato? Será pelo suposto sectarismo vermelho? Será pelo sovietismo? Será? Não me parece! O que sempre faltou e continua a faltar ao discurso de Jerónimo de Sousa, ao discurso do PCP, é apenas um banal danoninho. Um queijinho fresco com sabor a poder. Não basta que as palavras de Jerónimo digam tudo o que todos querem ouvir. Pois nunca passarão disso mesmo: palavras. É necessário que Jerónimo, algum dia, admita que, com elas, com as suas palavras, almeja fazer um programa para governar o País. Mas o verbo governar, conjugado na primeira pessoa, é daquelas palavras complicadas de se pronunciar, mesmo quando o 19 de maio calha a um domingo.

In Rádio Pax, 8 de maio, à saída da Comissão de Agricultura e do Mar

Fotonotícia

Quando o Islão aterra em Mértola. Acontece de dois em dois anos, o Festival Islâmico de Mértola. Durante um fim de semana longo, dezenas de comerciantes, artesãos e artistas das comunidades magrebinas da Península Ibérica sobem o Guadiana até à Vila Museu. E, bem no seu coração, recriam o burburinho mercantil tão característico nas bandas de lá do Mediterrâneo. Em Mértola, por estes dias, disse-o o seu presidente, acontece um dos grandes momentos culturais do Baixo Alentejo. Tenho uma ideia diferente: o que acontece em Mértola é apenas Mértola. A Mértola de todos os dias. Esse notável pedaço da história que continua erguido de branco, dependurado em labirintos sobre o rio, como se o passado fosse agora mesmo. PB Foto de José Ferrolho

Voz do povo O que pensa de um possível aumento da carga horária na função pública?

Inquérito deJosé Serrano

Sónia Moreira, 30 anos, arquiteta

Madalena Ruivo, 59 anos, desempregada

David Soares, 39 anos, assistente social

Rita Brito, 36 anos, assistente técnica

A redução de benefícios dos trabalhadores, ou seja, mais trabalho e menos rendimentos, não refletirá um aumento de produtividade. Estas medidas poderão até funcionar ao contrário do suposto pretendido. Se as pessoas já não andam satisfeitas, mais desmotivadas ficarão. Os sindicatos têm tido alguns resultados satisfatórios. Mas é difícil. Este governo é muito teimoso.

Só poderia não discordar se também aumentassem os salários dos trabalhadores. Assim não. Para haver mais produtividade as pessoas têm de ser bem pagas. Os portugueses querem trabalhar para levantar este país. Mas também querem receber condignamente. Estão-lhes constantemente a retirar direitos que foram ganhos ao longo de muitos anos. Foi para isso que se fez a revolução.

É mais uma daquelas medidas que não resolverá coisa nenhuma. A produtividade está relacionada com a organização e motivação dos funcionários. Aumentar gratuitamente as horas de trabalho não modificará nada. A não ser amplificar o desalento e a frustração que se sentem na sociedade portuguesa. Há uma dificuldade crescente e generalizada de termos esperança no futuro.

Obviamente que não posso concordar. Para mim tudo isto se está a tornar numa palhaçada. É ridículo apresentar uma proposta em que as pessoas trabalhem mais horas e continuem a auferir o mesmo salário ou, inclusive, a receber menos. A função pública tem sido continuamente castigada por este governo. Mais horas de trabalho, mais descontos e mais despedimentos.


Rede social CMB

Semana passada DOMINGO, DIA 19 SERPA INCÊNDIO EM VIATURA PROPAGA-SE A DUAS HABITAÇÕES

A Câmara Municipal de Beja deu início ao novo ciclo das “Semanas Abertas”. Nesta décima quarta edição, a autarquia regressa às freguesias de Beringel e Mombeja “para um reforço do trabalho de proximidade com as freguesias rurais”. Para além “da continuação na aposta na melhoria e resolução de situação no espaço público, entre outras intervenções lavadas a cabo pelos serviços municipais e EMAS”, nesta “segunda volta” vai ser dado um “enfoque especial” ao património imaterial e cultural.

TERÇA-FEIRA, DIA 21 CASTRO VERDE LOCAIS PÚBLICOS VÃO TER INTERNET SEM FIOS GRATUITA Oito espaços públicos da vila de Castro Verde dispõem desde terça-feira de acesso a uma rede de Internet sem fios (wireless) em banda larga, também conhecida como “WI-FI”, à qual os interessados poderão aceder gratuitamente. A Internet “WI-FI” está disponível nas praças do Município, da República, da Liberdade e Adriano Correia de Oliveira, no Parque Infantil, no Centro Coordenador de Transportes, no Parque de Campismo e na Biblioteca Municipal de Castro Verde. O acesso à rede está disponível no âmbito do projeto Castro Wireless, promovido pela câmara e pela junta de freguesia locais, e visa permitir aos interessados registados como utilizadores “acesso gratuito, com mobilidade e rapidez, à Internet” nos locais públicos com cobertura da rede.

BEJA CÂMARA INTEGRA REDE PORTUGUESA DE CIDADES INTERCULTURAIS A Câmara Municipal de Beja, para marcar o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, que se assinalou a 21, adotou a declaração e aderiu à Rede Portuguesa de Cidades Interculturais. O interesse de Beja em aderir à rede “surge na continuidade da adoção de estratégias diversificadas no âmbito da adoção de princípios interculturais”, com trabalhos nas escolas e em áreas como a cultura, dinâmicas sociais, política de habitação e mediação, esclarece a autarquia. A rede, um projeto conjunto do Conselho da Europa e da União Europeia, visa “debruçar-se sobre temas como a cidadania, o associativismo e a imagem e o tratamento mediático dos imigrantes e diversidade em geral”.

VIDIGUEIRA CÂMARA COMPARTICIPA MEDICAMENTOS A IDOSOS No âmbito da sua estratégia de combate às desigualdades sociais, apoiando “os idosos do concelho com baixos rendimentos e encargos pesados com despesas de saúde”, a Câmara Municipal de Vidigueira procedeu à entrega de comparticipação financeira na compra de medicamentos, referente à segunda tranche de 2012, nas freguesias de Selmes, Alcaria da Serra, Vila de Frades, Vidigueira, Pedrógão e Marmelar.

Muitos são os marcos históricos ao longo destes 100 anos, mas foi a sua entrada em funcionamento a 8 de dezembro de 1913, apoiando 21 crianças, que marcou o início do seu percurso ao serviço do concelho de Beja. Após o 25 de Abril, no distrito, foi esta instituição que abriu a primeira creche e o primeiro centro de atividades de tempos livres (ATL). Também foi a primeira do distrito a exercer atividade na área das crianças em risco. Mas o que nos marca, ainda mais, nesta evolução histórica, são as cerca de 500 crianças e os 38 jovens que estão diariamente à nossa guarda e os 108 postos de trabalho que asseguramos, distribuídos pelas nossas respostas sociais: creche, pré-escolar, centros de atividades de tempos livres (CATL), centro de acolhimento A Buganvília e o lar para jovens, evolução que culmina historicamente com a qualidade dos serviços que prestamos e a exigência diária na sua melhoria.

O Pax Julia recebeu a peça “Lar, doce lar”, uma comédia que reúne, pela primeira vez em palco, Joaquim Monchique e Maria Rueff. Uma comédia onde a dupla de atores interpreta diferentes personagens, partilha memórias e confidências e, sobretudo, hilariantes atribulações. IPBEJA

O Centro Infantil Coronel Sousa Tavares comemora este ano 100 anos de existência. Quais os momentos mais marcantes no percurso histórico da instituição?

O “lar, doce lar” de Joaquim Monchique e Maria Rueff

Vito Carioca tomou posse como presidente do IPBeja Vito Carioca tomou posse como presidente do Instituto Politécnico de Beja, cargo para o qual foi reeleito em março último, por maioria absoluta. Vito Carioca, que vai dirigir os destinos do politécnico por mais quatro anos, revelou que são muitas as metas a atingir até 2017. MOMENTOS – ESTÚDIO FOTOGRÁFICO

BEJA XIV SEMANA ABERTA EM BERINGEL E MOMBEJA

Presidente da direção do Centro Infantil Coronel Sousa Tavares

De que forma será assinalado o centenário?

O ano de 2013 está recheado de eventos para comemorar o centenário da instituição. As festas do infantário vão ter sempre momentos em que as crianças assinalam os 100 anos. Mas também vamos ter uma noite de fados, exposições fotográficas e documentais sobre a história do Centro Infantil. O centenário terá o seu expoente máximo num espetáculo a realizar no dia 7 de dezembro no Pax Julia Teatro Municipal, em que os artistas serão todos os que se quiserem associar a esta gala. Aproveito para apelar, aqui, a ex-utentes da instituição para que, artisticamente, venham colaborar na nossa festa.

Evento de solidariedade a favor das crianças da Buganvília Um grupo de empresários do distrito de Beja lançou o desafio e muitos foram os que compareceram ao evento de solidariedade a favor do centro de acolhimento temporário A Buganvília, uma das respostas sociais do Centro Infantil Coronel Sousa Tavares. CMFA

SEGUNDA-FEIRA, DIA 20

3 perguntas a Maria José Ramalho

Tendo em consideração o atual contexto socioeconómico, que dificuldades têm sentido na gestão da entidade?

Seja hoje, ou ontem, não é fácil gerir uma instituição como o Centro Infantil, exclusivamente dependente das comparticipações financeiras da Segurança Social e das mensalidades dos utentes. A sustentabilidade das suas respostas sociais passa por uma gestão integrada e rigorosa, porque não temos quaisquer rendimentos que possam minimizar os elevados custos fixos. Só a gestão conjunta permite a criação de sinergias com benefícios que são vitais à sobrevivência económica de cada uma das valências. São, para nós, inadiáveis, os projetos já aprovados de remodelação da creche, do pré-escolar e do CATL, para modernizar os seus espaços físicos. Mas como dar-lhe exequibilidade se o financiamento tem grandes encargos, ainda que os projetos possam vir a ser apoiados por fundos da União Europeia. Como os custos fixos do Centro Infantil são muito elevados e temos poucos proveitos, devemos dar particular atenção ao seu desempenho económico como condição de sobrevivência futura. Nélia Pedrosa

Fim de Semana Alternativo em Ferreira do Alentejo Exercícios aeróbicos, terapias alternativas, cozinha vegetariana e uma feira da ladra, para comércio de objetos usados, marcaram o 9.º Fim de Semana Alternativo, que decorreu em Ferreira do Alentejo, no âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Museus. CMS

Um incêndio numa viatura, em Serpa, propagou-se a duas habitações, de acordo com fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja. O incêndio provocou a deslocação temporária de quatro pessoas para casa de familiares, por precaução. Fonte do CDOS de Beja acrescentou à Lusa que o fogo consumiu os haveres existentes no “casão”, onde se encontrava a viatura, e parte do recheio das duas casas contíguas a esta estrutura. Os quatro locatários das duas habitações foram deslocados para a residência de familiares, “por uma questão de precaução”, não havendo registo de feridos, segundo a fonte do CDOS. Estiveram envolvidos, no combate ao fogo, oito bombeiros da corporação de Serpa, apoiados por três viaturas.

Jornadas Sénior “mexem” com centenas de idosos de Serpa Uma mega-aula de ginástica na praça da República, em Serpa, marcou o arranque de mais uma edição das Jornadas Sénior. Um evento descentralizado, que levou a todas as freguesias do concelho atividades nas áreas de desporto, bem-estar, saúde, cultura e cidadania.

Diário do Alentejo 24 maio 2013

03


Diário do Alentejo 24 maio 2013

04

Mina da Juliana

Posto médico resiste na aldeia

O

s campos cobertos de trigo e as papoilas abeiram-se à estrada de alcatrão, que muitos reclamam poder ter melhores condições. É esta a estrada que leva até à Mina da Juliana, concelho de Beja. Mas há outros acessos, outras vias de comunicação, que também preocupam, por estes dias, a população da pequena aldeia. É que a Internet também aqui, segundo os habitantes, “não chega nas condições devidas”. “Temos falta da Internet. Só conseguimos aceder através da pen e em imperfeitas condições. Tivemos de improvisar umas caixas, que colocámos fora das habitações, com um router. O sinal é muito fraco. Por cabo dizem-nos que não é possível, uma vez que não os colocaram na nossa aldeia. Ninguém nos ajuda e entendemos que hoje em dia este é um bem que necessitamos”, começa por explicar Cristina Lima, habitante de Mina da Juliana. O afastamento dos portentos da Internet a alta velocidade, ou em velocidade razoável, já motivou, inclusive, a recolha de assinaturas, para que a procura e partilha de informação, o entretenimento, a comunicação, entre tantos outros desígnios, estejam à distância de um clique. “Sentimo-nos ainda mais isolados. Temos autocarro às sete da manhã ou da noite. Não temos mais meios de transporte. Quem tem carro particular pode deslocar-se, que não tem só lhe resta esta opção. A Internet, em condições aceitáveis, ajudar-nos-ia a transportar daqui”, continua Cristina Lima, acrescentando: “É que aqui não há correios, quanto mais multibanco”. Tadeia Guerreiro junta-se à conversa e refere: “A Internet é muito, muito lenta. Ligo o computador, vou à Internet e até que a página abra dá tempo para fazer os afazeres e voltar”. E acrescenta: “A rede de telemóvel também é praticamente inexistente. Onde apanhamos mais rede é ao pé da igreja, para falarmos temos de vir para a rua, para o largo, portanto”. A população de Mina da Juliana é, maioritariamente, idosa e sente-se grata por ainda ter posto médico a funcionar, embora só de 15 em 15 dias. “Graças a Deus ainda temos médica”, diz Francisca Guilhermina, encostada às paredes da pequena habitação que acolhe todos os aflitos que sofrem das maleitas do corpo. “O que faz falta aos mais velhos ainda cá está, que é o posto médico. Agora para a malta nova fazia falta era trabalho e por aqui também não o há”. Da Internet, garante, “pouco ou nada percebe”, mas reconhece que faz falta, sobretudo, “aos mais jovens” que podem

Internet para amenizar o isolamento

Em Mina da Juliana, na freguesia de Santa Vitória, concelho de Beja, reivindica-se uma ligação à Internet rápida, para que, assim, se possa quebrar um pouco o isolamento. Na aldeia o posto médico resiste, a escola já não tem crianças e uma mercearia aqui também não existe. Vales-lhe, garantem, o amor à terra e a paisagem: ora se avista campo, ora se avista água. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

até “ajudar os mais velhos em afazeres necessários”. A vista alcança a albufeira da barragem do Roxo, que se encosta à terra, quase ali parede meias com os quintais, e que trouxe água, embora os homens se queixem que a “agricultura também aqui já teve outra pujança”. “É uma terra agrícola, mas que precisava de ser mais rentabilizada. A barragem deu regadio a outras zonas. Os particulares só tiram daqui uma cevada, um trigo”, considera Emílio Conceição. “As herdades tinham muita gente a trabalhar. Hoje em dia não têm ninguém. Houve muitos terrenos que também ficaram debaixo de água com a construção da barragem e isto foi indo assim e está como está. Vivem aqui umas 80 pessoas”. A carrinha do pão, que irrompe pelas ruas da aldeia quase todos os dias, apita anunciado a chegada do alimento fresco. Homens e mulheres juntam-se no largo das Bicas, no largo da igreja, que todos dizem ser “o património edificado mais emblemático da terra”. O Centro de Convívio a estas horas ainda tem as portas fechadas e a escola primária há muito que não as abre. As crianças deslocam-se diariamente para Santa Vitória. E turistas? “Só lá para os lados do hotel”, diz Emílio Conceição. Refere-se ao hotel que se instalou perto da localidade há uns anos e que, segundo Cristina Lima, “em tempos chegou a trazer outro movimento à terra”. Trata-se, nada mais, nada menos, do Hotel Rural Vila Galé Clube de Campo. “À Mina da Juliana, concretamente, vêm poucos turistas. O hotel não veio dar muito movimento e, inclusive, só tem lá uma pessoa empregada aqui da comunidade”, avança Tadeia Guerreiro. Já a barragem, de acordo com a habitante, “recebe muitos pescadores”. E às vezes também “aparecem uns caravanistas”. E, por estes dias, só a perspetiva de um novo projeto turístico para a aldeia anima os moradores. “Pode ser que assim venha cá mais gente”, dizem. É que a Mina da Juliana, todos reconhecem, “em tempos já teve muita vida”. No tempo em que por aqui viviam muitos. Agora somam-se, pelas contas dos homens e mulheres da terra, menos de uma centena. “Fixar esta população é possível, porque maioritariamente é uma população idosa, atrair mais gente é que, infelizmente, não o é”, lamenta Cristina Lima. Mas há, porém, algo que a todos orgulha: a paisagem que ladeia o local. “É extraordinária, não é”? E as palavras dão lugar à contemplação.


Diário do Alentejo 24 maio 2013

05

Lenda da Mina da Juliana Conta a lenda que os antigos habitantes da aldeia andavam aterrorizados, pois alguém lhes dizia que andava uma jiboia na ribeira. Num dia de verão, conta-se, segundo informações recolhidas no blogue “Aldeagar”, que “o sr. Porfírio encontrou a jiboia no meio do juncal e, como estava muito calor, a dita soprava”. O homem, com medo que tinha do bicho, não se aproximava e só lhe via o lombo. Correu em direção à aldeia, explicando que a tinha visto. O povo, alarmado, reuniu-se e armado dirigiuse ao local. Conta a lenda que “o medo era tanto que mal lhe viam o lombo”. Os homens mais armados decidiram enfrentar o bicho. Três homens combinaram entre si disparar ao mesmo tempo. O animal ao ser atingido agoniou. Qual não foi o espanto quando viram que a dita jiboia era um porco, que pertencia a um lavrador chamado Latas. A lenda deu origem a um conjunto de quadras cujo mote é: “Na Mina da Juliana/ Havia uma jiboia com patas/ Depois de morta foram ver/ Era o varrasco do Latas”.

Casa do Roxo vai nascer na aldeia A Casa do Roxo, um projeto de um jovem casal, irá surgir em Mina da Juliana. A unidade de turismo rural, em modalidade de casa de campo, pretende oferecer um leque diversificado de atividades aos turistas que, maioritariamente, derivam da proximidade à albufeira do Roxo.

Hotel Rural Vila Galé O Hotel Rural Vila Galé Clube de Campo fica a escassos quilómetros de Mina da Juliana. Foi inaugurado em setembro de 2001 e dispõe de 78 quartos e três suites júnior. Tem áreas específicas para reuniões de grupo e empresas. Tem minigolf e proporciona ainda aos turistas passeios pedestres, de moto 4 ou bicicleta. Beneficia ainda da proximidade à albufeira do Roxo para desenvolver atividades desportivas. Está equipada com picadeiro, piscinas e com um clube de saúde, que inclui jacuzzi, piscina interior aquecida, tratamento e massagens, entre outros equipamentos.


Diário do Alentejo dia mês ano

06

É preciso muita disciplina orçamental, muito investimento nos colaboradores, em todos os funcionários, fazê-los aperceber que o município e a gestão do município é de todos e que, efetivamente, tudo tem de ser feito com muita transparência e com muita verdade. Tudo isto sob um espírito de muita autocrítica e de autodisciplina, para que o barco se mantenha no rumo certo”.

Autárquicas2013

Pedro do Carmo avança para o terceiro mandato consecutivo

Ourique abateu metade do “monstro” da dívida Foi a primeira autarquia a braços com um plano de austeridade e contenção. Há quebra-cabeças e o principal esforço financeiro para o município. Aos autarcas reoito anos atrás, a Câmara de Ourique devia aos bancos e aos fornecedores mais de cém-chegados ao pântano da crise, Pedro do Carmo recomenda muita disciplina e 20 milhões de euros. Hoje, revela Pedro do Carmo, esse “monstro” está reduzido autocrítica para que o barco navegue neste “oceano de águas muito turbulentas”. a metade. Mesmo assim, o controlo das finanças públicas continua a ser o grande

Texto Paulo Barriga Fotos José Ferrolho

Se tivesse de avaliar o trabalho desempenhado no último mandato, que nota lhe atribuiria?

Bom, mesmo assim, acho que nenhum está na nossa situação.

Vemos a autarquia como um navio que navega num oceano de águas muito turbulentas. Temos de levar a embarcação pelo rumo certo, temos de saber para onde queremos ir.

Acha mesmo que nenhuma câmara está na situação em que Ourique se encontrava há oito anos atrás?

É correto afirmar que os autarcas tinham uma certa tendência para gastar mais do que aquilo que podiam?

Não sei, desconheço as contas dos outros municípios, mas penso que não deverá haver nenhum nessa situação. Até porque, hoje, a lei e o controlo sobre as autarquias é muito superior ao que existia naquele momento, o que evita que situações tão trágicas aconteçam. No entanto, é preciso muita disciplina orçamental, muito investimento nos colaboradores, em todos os funcionários, fazê-los aperceber que o município e a gestão do município é de todos e que, efetivamente, tudo tem de ser feito com muita transparência e com muita verdade. Tudo isto sob um espírito de muita autocrítica e de autodisciplina, para que o barco se mantenha no rumo certo.

Penso que não seria essa a lógica. O que havia era alguma dificuldade em estabelecer prioridades: queriam fazer estradas, queriam ter melhores serviços sociais, queriam não desiludir as pessoas… e isso, por vezes, é impossível fazer. O mais importante, de facto, é estabelecer prioridades e não fazer muitas obras ao mesmo tempo.

Quem tem de atribuir essa nota é o povo. O nosso trabalho está à vista de todos. Tem sido um trabalho dedicado, permanente, com as pessoas e para as pessoas. Disse, desde o início, que o nosso principal objetivo era controlar a dívida, que apelidei de “monstro”. Neste momento de contra ciclo, a dívida está controlada. Ourique hoje está no bom caminho: aproveita os fundos comunitários, realiza obra, é um concelho conhecido na região e no todo nacional por boas causas, por boas referências, pela criação de eventos, por trazer para a praça pública temáticas interessantes. Nas duas últimas eleições a questão da dívida legada pelo PSD foi, de facto, a grande bandeira eleitoral. Como estão as finanças da autarquia atualmente?

A dívida era de cerca de 20 milhões de euros. Neste momento é menos de 50 por cento desse valor. Nestes últimos oito anos reduzimos para metade a dívida herdada, realizando obra e aumentando o investimento. Não fosse o momento de profunda crise que estamos a atravessar, ainda poderíamos ter a dívida mais baixa e poderíamos ter realizado mais obra. Para além disso, o município de Ourique também é referência em grandes medidas sociais que tem aplicado. O que para nós, é tão ou mais importante do que a realização de grandes obras.

situação com que Ourique já se defronta há oito anos a esta parte?

Apesar de toda essa rigidez orçamental e autocontrolo, os seus adversários políticos acusam-no de andar sempre em festa. Aceita a crítica?

Há oito anos que convivo com a crítica, o que é próprio da democracia. É natural que os adversários políticos façam comentários, mas nunca entro nessas problemáticas. Ourique está num patamar superior que não discute a crítica pela crítica. No entanto, quero dizer que todos os nossos eventos são criados com um espírito de desenvolvimento económico. Ou seja, apelam aos cidadãos, aos ouriquenses, às suas capacidades endógenas. De todos esses eventos, o único que foi criado por este executivo foi a Feira do Porco. Ourique, hoje, é conhecido nacional e internacionalmente pelas referências ao porco alentejano. E todos ganhamos com isso.

Já se respira financeiramente em Ourique?

Nenhum município do País respira, muito menos um município com este encargo. Temos a obrigação, e vamos cumprindo de forma coerente e correta, de pagar ao banco um milhão e meio de euros anualmente. Esse é o nosso serviço da dívida. Que resultou do nosso próprio plano de austeridade e contenção. Ourique entrou em “banca rota” antes mesmo de o País entrar e de muitas outras autarquias. Que receita pode dar para ajudar os seus colegas autarcas que agora estão na

Esta estratégica da autarquia de Ourique em promover o porco alentejano e também as indústrias de transformação é um dos caminhos a seguir para minimizar o efeito da crise económica e social no concelho?

Claramente que sim! É uma aposta, é uma saída para a crise, é uma fileira que encontrámos. Grande parte dos concelhos da região já tinha encontrado a sua própria fileira. Ourique tinha esta, que era um diamante por lapidar, uma pérola. Mas não só de porco alentejano vive Ourique.

Neste momento estamos na primeira linha no que toca à educação e às questões sociais. Recuperámos as escolas, construímos um centro escolar, continuamos a ter equipamentos novos, continuamos com atividades extracurriculares… Temos apoios aos idosos, quer nos transportes, quer na comparticipação municipal de medicamentos… Ourique não deixa nenhuma destas questões para trás e é por isso que pode fazer todos estes eventos porque não fica a faltar nos outros lados. O peso político de José Raul Santos ainda se faz sentir em Ourique?

Bom, isso terá de perguntar às pessoas. O vereador José Raul Santos tem sido colaborante naquilo que entende e tem sido respeitado como tal. É um ouriquense residente que continua, naturalmente, a estar atento às preocupações do município. Como classifica a oposição do PSD na câmara?

Quando pensam que fazem oposição contra o presidente da câmara, não é contra o presidente da câmara é contra os ouriquenses. Quando se tomam atitudes que não são questões políticas nem partidárias, são abaixo-assinados, são cartas anónimas, são queixas para os tribunais, estão a fazer mal é a Ourique, não estão a fazer mal ao presidente da câmara, e isso não é o caminho certo. O caminho certo é ter sempre uma postura pró-ativa, uma crítica construtiva e participar no desenvolvimento do concelho, porque reafirmo e continuo a dizer: o meu partido é Ourique e a minha força são os ouriquenses. Quais são as suas principais linhas programáticas para a próxima campanha?

Sedimentar os projetos que já foram iniciados, sedimentar o controlo das finanças públicas, continuar a apostar no financiamento de todos os projetos de âmbito comunitário e nalguns projetos intermunicipais. Queremos que as pessoas se sintam felizes em Ourique, numa lógica de grande respeito e de grande amplitude democrática onde todos possam ter a sua opinião, onde todos sejam respeitados e onde todos fazem falta.


Conseguirá Pedro do Carmo manter uma autarquia que já estava falida antes mesmo de o País falir?

Diário do Alentejo dia mês ano

07

Bisca Lambida

Os “cacos” de José Raul

Câmara bem gerida

João Espinho

João Machado

N

as Autárquicas de 2009, quando teimosamente se recandidatou à Câmara de Ourique, sabia-se que José Raul dos Santos, depois de ter andado sentado, como deputado (pelo círculo do Porto), nas cadeiras da Assembleia da República, sairia derrotado, mas desconhecia-se até que ponto ele levaria o PSD a uma derrota humilhante. Sempre desejoso de se ver na ribalta, José Raul pensou apenas nos seus interesses pessoais, provocando um divórcio entre Ourique e o PSD. O resultado das eleições foi inequívoco: um contundente 4-1 (em número de vereadores) a favor dos socialistas encabeçados por Pedro do Carmo que assim viu reforçada a sua anterior maioria absoluta (32). Ourique respondeu nas urnas às “trapalhadas” do senhor deputado que, como presidente da câmara, deixou uma “herança” que Pedro do Carmo não deixou de “explorar” politicamente. Entretanto, os novos governadores de Ourique conseguem por as finanças da autarquia no bom caminho e, com uma política de comunicação eficaz, aproveitando o “filão” do porco preto, Pedro do Carmo, entretanto eleito “chefe” dos socialistas do distrito de Beja, recandidata-se para ganhar, pois o PSD local, apesar dos bons esforços, não consegue livrarp de JJosé se dos “cacos” herdados dos tempos m ali uma Raul dos Santos e o PCP tem ei longe votação residual. Não estarei ara seda realidade ao vaticinar para tembro mais uma vitória do PS em Ourique. Resta saber com que dimensão.

PUB

A

vila de Ourique foi durante muitos anos o bastião do PSD no Baixo Alentejo, contudo, os desequilíbrios orçamentais e de cariz económico-financeiro vieram trazer à luz muitas das opções menos corretas que foram preconizadas pelos executivos liderados por este partido. Como todas as localidades mais pequenas, Ourique deve destacar-se pelas suas especificidades e foi essa a grande vitória de Pedro do Carmo quando assumiu a presidência da câmara. Como é obvio, teve um enorme trabalho de consolidação orçamental e mesmo de chegar a acordos com os principais credores do município, criando folga para traçar o rumo que tinha preconizado. Apesar de todas as dificuldades, que foram imensas, Pedro do Carmo apostou no porco alentejano como imagem de marca da vila e conseguiu atrair investimentos e criar sinergias importantes para o desenvolvimento da marca e do concelho que dirige. Pelo que conhecemos em termos públicos, é verdade que a Câmara de Ourique estava praticamente falida, mas aos poucos está a ser revitalizada, deixando para trás a imagem de incumprimento e de desnorte que a caracterizou nos últimos anos de governação do PSD. Do meu ponto de vista, a Câmara de q está a ser bem gerida, g , por p alguém g Ourique

que a conhece muito bem e será muito difícil retirá-la ao Partido Socialista e nomeadamente a Pedro do Carmo. Considero mesmo que será muito pouco provável e espero pessoalmente que renove o mandato.

Pretérito imperfeito Sérgio Fernandes

E

sta foi a pergunta quando em 2005 o PS venceu as eleições neste concelho e que hoje não pode deixar de ser entendida como uma pergunta retórica, na certeza de que a resposta não oferece qualquer dúvida. Ainda que a objetividade deste texto possa ser tolhida pela estreita relação que me liga a tantos e bons amigos ouriquenses, sinto-me acompanhado no juízo que faço sobre a gestão autárquica de Pedro do Carmo e da sua equipa pelos mais de 65 por cento de eleitores que há quatro anos atrás lhe renovaram a confiança. Do trabalho desenvolvido nestes últimos mandatos sobressaem dois traços distintivos: a determinação de quem, desde a primeira hora, se negou a aceitar a calamitosa situação da autarquia como uma fatalidade e o inconformismo de quem, assumindo o saneamento financeiro como condição necessária, sempre o recusou como ambição bastante e suficiente para a sua terra. Dito de outra forma, nestes dois mang ç da dívida datos foi conseguida a redução para menos de m metade, o que u equivale a uma redução milhõ de euros, de 10 milhões ao mesmo tempo que promov o invesse promoveu pú timento, público e privado, inteligente r e reprodutivo, e deu resposta às legítimas expectativas e necessidades da po população. E Em síntese, ge a gestão autárqui dos últiquica mo oito anos mos no concelho de Ou Ourique é o

exemplo claro de como um pretérito imperfeito não implica forçosamente um futuro condicional, ou condicionado. Jogo o valete de ouros para fazer três pontos, tantos quantos os mandatos que, espero, Pedro do Carmo esteja à frente da autarquia de Ourique.

Terra de épicas batalhas Luís Miguel Ricardo

O

urique é terra de épicas batalhas e históricos guerreiros. Em 1139, D. Afonso Henriques venceu os muçulmanos e autoproclamou-se rei. Em 2005, Pedro do Carmo venceu a irresponsabilidade e tornou-se presidente de câmara. Dois tempos diferentes, dois timoneiros distintos, duas vitórias fundamentais para a evolução civilizacional. A primeira valeu a expulsão dos mouros, a segunda o afugentamento de quem já nada tinha para dar ou extorquir ao concelho. Pedro do Carmo “conquistou” um município deprimido e com o futuro hipotecado na falência financeira herdada das gestões anteriores. Mas 2005 foi o ano da mudança. Foi o ano em que o carismático líder do PSD ouriquense trocou a autarquia falida por um “poleiro” na Assembleia da República, saído do círculo eleitoral do PSD Porto, qual brinde da farinha Amparo. Foi o ano em que a população de Ourique despertou para a realidade do concelho e teve a coragem de arriscar a mudança. A mudança teve um rosto. Um rosto que era o garante de trabalho, dedicação, humildade e seriedade. E foi assim que Pedro do Carmo rompeu com os vícios e comodismos do passado, formou uma equipa combativa, arregaçou as mangas e começou a retirar a câmara do charco deprimente em que se encontrava. Engendrou estratégias de pagamento de dívidas, criou mecanismos de apoio às pessoas. Em suma, devolveu a dignidade a Ourique e a esperança aos ouriquenses. Com certeza que Pedro do Carmo conseguirá manter a autarquia, que mais falida do que estava quando ele a tomou nos braços certamente não há de estar.


Diário do Alentejo 24 maio 2013

08

Obras na ciclovia de Beja deverão terminar este mês

Atual

As obras para instalação de guardas de segurança na ciclovia de Beja já arrancaram e deverão terminar até ao final deste mês, num investimento de quase 110 mil euros, anunciou a câmara. Segundo a autarquia, através da empreitada, vão ser instalados cerca de 3 400 metros de guardas de segurança metálicas e mistas (metal e madeira) no exterior da ciclovia, entre a rotunda do Quartel e a rotunda de Lisboa.

Beja recebe “Roadshow Projeto 80” A Escola Secundária Diogo de Gouveia, em Beja, recebe hoje, sexta-feira, o “Roadshow Projeto 80”, um projeto que “está na estrada” até ao próximo dia 27, com o lema “o mundo está a pedir o teu 80”, desafiando cerca de 18 mil jovens estudantes, entre os 13 e os 17 anos, a apresentarem projetos que promovam a sustentabilidade. Participam no roadshow representantes da APA – Agência Portuguesa do Ambiente, da Amb3E, do Instituto Português do Desporto e da Juventude, da Quercus e da Sociedade Ponto Verde, entre outros convidados. Podem candidatar-se ao projeto associações de estudantes do ensino básico e do secundário ou grupos informais de alunos. As candidaturas decorrem até ao dia 31 em www.projeto80.pt.

EMAS apoia instituições de cariz social

ERT do Alentejo absorveu 11 concelhos da Lezíria do Tejo

A EMAS de Beja decidiu criar um fundo de reserva para fins sociais, que durante este ano “vai contribuir objetivamente para suprir algumas das necessidades manifestadas pelas várias instituições do concelho”. Numa primeira fase foram consideradas as solicitações de cinco instituições, tendo sido atribuídos apoios no montante total de 19 829 €: Centro de Paralisia Cerebral (5 200 €), Cercibeja (5 844 €), Fundação Manuel Gerardo de Sousa e Castro (5 890 €), Casa Pia de Beja e Centro de Acolhimento Temporário A Buganvília (2 895 €).

Entidades regionais de turismo devem “ganhar escala e dimensão”

Câmara de Beja subsidia instituições A Câmara de Beja vai apoiar seis instituições sociais do concelho, através de atribuição de subsídios no âmbito da atividade regular ou apoio a investimento, num total de 6 500 euros. As verbas serão entregues aos Dadores de Sangue de Beja, Casa do Povo das Neves, Associação Solidariedade Imigrante, Associação Solidariedade Mombejense e delagação de Beja da Cruz Vermelha.

1.º Troféu Ibérico de Resgate Mineiro Aljustrel recebe nos dias 29 e 30, no âmbito da Feira Ibérica da Indústria Mineira, a 1.ª edição do Troféu Ibérico de Resgate Mineiro que contará com a participação de cinco equipas: grupos de intervenção da Somincor e da Almina (Portugal), brigada de salvamento da Iberpotash e brigada de intervenção da Rio Narcea (Espanha) e Grupo de Resgate Lisheenmine (Irlanda).

Marketing e comunicação autárquica O 23.º Encontro de Marketing e Comunicação Autárquica, vai ter lugar em Odemira, hoje e amanhã, dias 24 e 25, na Biblioteca Municipal José Saramago.

O

secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, defendeu esta semana que as entidades regionais de turismo devem “ganhar escala e dimensão”, mostrando-se contra “a ideia de que cada realidade local merece uma entidade regional própria”. O governante falava à Lusa, em Évora, a propósito das definições das novas cinco áreas regionais de turismo (Porto e Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve), que entraram na passada sexta-feira em vigor. O diploma, publicado na semana passada em “Diário da República”, confirma a redução para cinco dos atuais 11 organismos regionais e a extinção dos polos de desenvolvimento turístico e estabelece limites nas despesas com pessoal. Questionado sobre o caso da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo, que absorveu 11

concelhos da Lezíria do Tejo, o secretário de Estado considerou “importante” fugir da “ideia de que cada realidade local merece uma entidade regional própria”. “Caso contrário, não tínhamos cinco. Tínhamos dezenas e dezenas e nós precisamos é de ganhar escala e dimensão”, agregando em “grandes regiões de turismo que respeitem as várias identidades e marcas dentro do seu território”, realçou. Secretário de Estado em Alqueva Em

março, a Turismo do Alentejo tinha alertado para “uma incongruência” na nova lei e reclamado a sua alteração, por discordar da integração dos concelhos da Lezíria do Tejo na região. O gover na nte ad ia ntou que, num prazo de 60 dias, vão ser a ge nd a d a s a s s e mble i a s - ge r a i s constitutivas das novas entidades regionais de turismo, com a

pa r ticipação de privados, pa ra aprovação de estatutos e marcação de novas eleições. Adolfo Mesquita Nunes iniciou na terça-feira, 21, uma visita de dois dias ao Alentejo para “reconhecimento do território”, organizada pela Turismo do Alentejo, tendo passado pela Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre e Fundação Eugénio de Almeida, em Évora, entre outros locais. Na quarta-feira, o secretário de Estado do Turismo visitou a zona do Alqueva, reuniu-se com autarcas da região e participou num encontro com promotores de projetos turístico residencial do Litoral Alentejano. Sobre a visita, o governante considerou que “a aposta do Alentejo terá sempre de partir dos seus produtos endógenos e do seu território”, sustentando que “só um produto turístico autêntico vence nesta competição global”.

Produção de tomate e uva de mesa

PUB

Japoneses e franceses procuram Alqueva

DR

O

grupo agroalimentar japonês Kagome assinou um memorando de entendimento com a Aicep – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, que prevê um investimento na produção de tomate na zona de Alqueva, avança o “Expresso” na sua edição do dia 18. A Kagome “já comprou uma participação numa empresa portuguesa do setor e vai também construir um centro de investigação na área do tomate”. Ainda de acordo com o semanário, os franceses da Verger du Soleil “acabaram de fechar o mais recente contrato de investimento estrangeiro” na região, sendo que vão produzir, para já, no concelho de Serpa, “uva de mesa e, numa segunda fase, melão”. A empresa irá também “construir uma unidade de armazenamento e transformação de fruta no parque industrial de Serpa”. O edifício deverá ter uma área toral de cerca de quatro mil metros quadrados, incluindo

câmaras frigoríficas, armazéns e linhas de embalamento, além da área administrativa. O investimento deverá permitir a criação de 80 postos de trabalho. O grupo francês, que produz sobretudo em Marrocos e fatura 1 715 milhões de euros por ano, “quer combater a sazonalidade com a aposta em Alqueva, até porque acaba de construir uma parceria com o megagrupo alimentar americano Dole”, acrescenta o jornal. Para o efeito, o grupo admite “comprar produções a alguns agricultores alentejanos, em especial na área dos hortícolas, tanto em regime biológico como convencional”. A região deverá também ser visitada nos próximos dias por produtores brasileiros de cereais e hortofrutícolas, que irão “estudar a possibilidade de realizarem alguns investimentos”. Seminário internacional O Banco

Espírito Santo e a EDIA – Empresa de

Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, promovem hoje, sexta-feira, no Palacete do Hotel Tivoli, em Lisboa, o seminário internacional “Investir no potencial agrícola do Alqueva: oportunidade única a nível europeu”, realizado no âmbito de um programa de captação de investimento estrangeiro agrícola e agroindustrial para a região de Alqueva que está em curso. No decorrer do seminário está prevista a vinda a Portugal de cerca de 30 investidores da Alemanha, Holanda, França, Espanha, África do Sul e Angola para conhecerem “o potencial produtivo e de negócio da região, tirando partido da garantia de água de Alqueva”. A estes convidados internacionais juntam-se empresários agrícolas e parceiros nacionais, alguns dos quais já com investimentos relevantes na região “e responsáveis pelo elevado sucesso do maior projeto de regadio em construção na Europa”, adiantam os promotores.


PUB

José Ribeiro e Castro é o cabeça de lista da coligação PPD-PSD/CDS-PP à Assembleia Municipal de Odemira nas autárquicas. Atualmente a presidir à Comissão Parlamentar de Educação na Assembleia da República, o ex-líder do CDS-PP regressa à Assembleia Municipal de Odemira com “uma candidatura que pretende dar um novo impulso ao Baixo Alentejo e Alentejo Litoral”.

CDU apresenta candidatos em Santiago do Cacém A CDU apresenta hoje, sexta-feira, pelas 20 horas, na Quinta da Cilha, em Santiago do Cacém, os candidatos aos órgãos municipais e das freguesias do concelho. A sessão deverá contar com a presença do secretário-geral do partido Jerónimo de Sousa.

Narra confirmado em Vidigueira

Paulino pela CDU em Almodôvar

O presidente da Câmara Municipal de Vidigueira, o comunista Manuel Narra, vai recandidatar-se ao cargo nas autárquicas deste ano, pela CDU, para tentar um terceiro e último mandato. “Acima de tudo, a minha recandidatura tem a ver com o momento de crise e a necessidade que senti de prosseguir com um projeto social”, justifica Manuel Narra, referindo que, “devido às dificuldades que as populações estão viver, é preciso o Poder Local dar respostas e medidas muito fortes terão que ser tomadas para que não haja uma rutura social nas pequenas comunidades”, como a de Vidigueira. Bacharel em Gestão de Empresas e militante do PCP, Manuel Narra, de 50 anos, lidera a Câmara de Vidigueira desde 2005. José Soeiro, o atual presidente da Assembleia Municipal de Vidigueira, volta a ser também o cabeça de lista da CDU àquele órgão.

O independente Joaquim Paulino, motorista, de 40 anos, é o candidato da CDU à Câmara Municipal de Almodôvar, gerida pelo PSD, nas eleições autárquicas deste ano. A candidatura de Joaquim Paulino foi apresentada no sábado, no decorrer de um almoço com militantes e simpatizantes da Coligação Democrática Unitária.

Francisco Duarte em Castro

Tribunal aceita João Rocha

O presidente da Câmara de Castro Verde, Francisco Duarte, independente eleito pela CDU, vai recandidatar-se ao cargo nas eleições autárquicas de outono para tentar um segundo mandato. “Já tinha demonstrado disponibilidade para me recandidatar e a CDU, depois de um processo interno de auscultação, entendeu que eu era a pessoa que deveria encabeçar a lista à Câmara de Castro Verde e aceitei a indigitação”, explicou. Francisco Duarte, arquiteto, de 63 anos, foi eleito presidente da Câmara de Castro Verde em 2009. Maria Fernanda Espírito Santo é a candidata à Assembleia Municipal de Castro Verde, José Martins à Junta de Castro Verde, Fernanda Felício à Junta de Casével, António José Jerónimo à Junta de Entradas, Ana Luísa Fatana à Junta de Santa Bárbara de Padrões e Alexandra Tomé à Junta de São Marcos da Ataboeira.

O Tribunal de Beja indeferiu a providência cautelar interposta pelo movimento Revolução Branca contra a candidatura de João Rocha à Câmara Municipal de Beja. João Rocha esteve 33 anos na presidência da Câmara de Serpa, pela Coligação Democrática Unitária, e candidata-se este ano à Câmara de Beja, também pela CDU.

Mestre na Assembleia de Castro Filipe Mestre, de 57 anos, é o candidato do PS à presidência da Assembleia Municipal de Castro Verde nas autárquicas. Licenciado em Informática de Gestão, é professor de Informática no ensino secundário e, atualmente, responsável pela biblioteca do Agrupamento de Escolas de Almodôvar.

Sines conhece independentes O Movimento SIM – Sines Interessa Mais apresentou no sábado, 18, os seus cabeças de lista à câmara municipal, assembleia municipal e junta de freguesia. Marisa Santos é a candidata à Câmara Municipal de Sines, Manuel Coelho é o candidato à Assembleia Municipal de Sines e José Raposo à Junta de Freguesia de Sines. O SIM é um movimento independente de cidadãos constituído em 2009.

Esclarecimento sobre a Assembleia Distrital de Beja Em sequência das declarações proferidas por António Sebastião, presidente da Assembleia Distrital de Beja, no passado dia 15 de maio, vem, por este meio, a Câmara Municipal de Beja esclarecer que, neste momento, não tem pagamentos em atraso para com a entidade em causa, não reconhecendo a dívida de 108 mil euros, apresentada pela mesma. O que existe é um diferendo entre as duas partes respeitante ao valor das comparticipações, correndo um processo em tribunal para resolução da situação. Importa ainda referir que o município de Beja tem efetuado todos os meses a transferência correspondente ao valor de 4 709,33euros, conforme deliberação em reunião de câmara de junho de 2012, cumprindo assim integralmente com as suas responsabilidades. Vereadora Cristina Valadas Beja, 21 de maio de 2012

09 Diário do Alentejo 24 maio 2013

Ribeiro e Castro encabeça lista à Assembleia Municipal de Odemira


Pedreiras de Trigaches com atividade suspensa

Diário do Alentejo 24 maio 2013

10

“A biodiversidade em Neves-Corvo” A Somincor e a Lundin Mining promovem nos dias 31 de maio e 1 de junho o workshop “A biodiversidade em Neves-Corvo”, que pretende “dar a conhecer todos os estudos sobre a biodiversidade desenvolvidos desde 1982 em Neves-Corvo”. O seminário, de entrada gratuita,

As “entidades regionais e locais deixaram de apostar na utilização” do mármore das pedreiras de Trigaches “nas obras públicas”, noticiou esta semana a rádio Voz da Planície. Perante este cenário, “as pedreiras estão paradas e deixaram de dar trabalho a muitas pessoas”, apesar de a matéria-prima ser “de elevada qualidade”, como garantem os especialistas. “Em tempos áureos”, o consumo da maior parte dos mármores era assegurado por países como a Alemanha, “mas esse interesse também desapareceu”.

decorrerá no Cineteatro Municipal de Castro Verde (dia 31) e no centro de formação da Mina de Neves-Corvo (dia 1). “18 anos de Parque Natural do Vale do Guadiana”, “Conservação das aves estepárias no Campo Branco: 20 anos de trabalho da LPN”, “A vegetação da região de Neves-Corvo: os valores e os impactes”, “Os impactes

ambientais da Mina de Neves-Corvo”, “Divulgação de biodoversidade de Neves-Corvo – projeto website” e “A convenção das Nações Unidas sobre desertificação: a situação de Portugal”, são alguns dos temas abordados. O workshop integra ainda uma visita de campo à região de Neves-Corvo, a realizar na manhã do dia 1.

José Paulo Martins, da Quercus, numa “visita guiada” aos Parque Naturais do Alentejo

“Invasão de espécies exóticas é um drama” Hoje, 24 de maio, comemora-se o Dia Europeu dos Parques Naturais. O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, entidade que tutela estes espaços onde se preserva a biodiversidade e defende a natureza, não assinala a data porque, em Portugal, cada parque, uma vez por ano, promove o seu “dia aberto”, dando conta das ações desenvolvidas e promovendo visitas pelos territórios à sua guarda. Assim, a 7 de julho o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina abrirá as portas aos visitantes, e depois, a 19 de novembro, será a vez do Vale do Guadiana fazer o mesmo. José Paulo Martins, coordenador da Quercus para o Alentejo, fez para o “Diário do Alentejo” uma breve “visita guiada” pelos dois parques naturais da região e alertou para algumas práticas que podem desfigurar os territórios. A poluição, a introdução de plantas e peixes exóticos, a pressão urbanística são alguns dos perigos que estão à espreita.

no plano de ordenamento seja cumprido. Para além disso, toda aquela costa está a ser invadida por acácias e chorões, plantas exóticas, que as pessoas acham muito bonitas. É um drama que se passa em toda a nossa costa, e que, se não se intervir, vai pôr em causa os valores naturais que ali existem. E o Parque Natural do Guadiana que problemas apresenta? Neste caso não há pressão urbanística…

Texto Aníbal Fernandes Como é que a Quercus olha para a realidade dos Parques Naturais, nomeadamente, nesta situação de crise?

Há questões positivas. Por exemplo os planos de ordenamento, que não tínhamos noutros tempos e que são instrumentos fundamentais. Outra coisa é se estão, ou não, a ser cumpridos e se há pessoal (vigilantes, fiscalização), ou até, na situação de crise que vivemos, se há orçamento. Mas em relação ao novo modelo de gestão, que juntou os Institutos de Conservação da Natureza e da Biodiversidade com as Florestas, e que tem sido um processo lento, estamos na expetativa. Os planos de ordenamento são importantes, mas não são suficientes. É preciso que existam planos de ação para a conservação de determinadas espécies. PUB

Não chega dar autorizações e gerir o dia a dia. Há que ter ações proactivas no sentido de conservar determinadas espécies ou locais. E isso sente-se que há falta, e não vemos que a situação mude. No entanto existem casos em que algo está a ser feito, mas falta fazer mais. E no que diz respeito aos dois parques do Alentejo?

É claro que o Parque Natural do Sudoeste Alentejano é muito mais problemático. A pressão urbanística tem sido atenuada pela crise económica, mas a verdade é que ainda há pouco tempo foi autorizado o projeto turístico da Vila Formosa, em Vila Nova de Milfontes, contra o qual tomámos uma posição pública, pois trata-se de aproveitar um regime de exceção.

E para além das pressões turísticas?

O parque integra numa grande área o Perímetro de Rega do Mira, com regadio e agricultura intensiva que recorre a agroquímicos e, por mais de uma vez, chamámos a atenção para situações em que tem havido alterações de alguns habitats em resultado do seu uso. O plano de ordenamento autoriza, mas o que sentimos é que tem havido falta de acompanhamento e, portanto, vão acontecendo situações que o ultrapassam. Por exemplo, uma boa parte das charcas temporárias mediterrânicas, que são um tipo de habitat importante daquele planalto, estão completamente alteradas, drenadas ou agricultadas. O perímetro de rega às vezes parece uma república independente dentro do parque. O que nós pretendemos é que, pelo menos, o que está

Pois não. Aqui estamos a falar de uma área que está em processo de despovoamento e de desertificação. Os solos são muito pobres e as práticas agrícolas incorretas de muitos séculos levaram a que eles hoje estejam depauperados e esqueléticos. Se falarmos do Guadiana, um elemento fundamental do Parque, sabemos como ele está: um rio extremamente alterado e poluído. Alterado nos seus caudais devido à retenção das imensas barragens que existem por aí acima. E também os seus afluentes apresentam alguma poluição e estão alterados por pequenos açudes e barragens. Neste caso, uma questão importante, e contra a qual nos temos batido, é a presença de espécies exóticas de peixes. Em Portugal, neste momento, temos muito mais espécies exóticas do que autóctones. No Guadiana, muitas das nossas espécies já desapareceram, mas nos afluentes ainda temos alguma coisa interessante, os barbos, as bogas, e o saramugo, um peixe que no

Parque Natural ainda sobrevive em algumas linhas de água. É fundamental que se mantenham os caudais para que o rio tenha algum regime natural, mas também é preciso olhar para a questão dos exóticos. Há que trabalhar muito com os pescadores, porque para eles o que interessa é ter peixe, e quanto maiores forem melhor. A muitos deles não lhes interessa se os achigãs estão a comer os barbos todos... Alguma das espécies está em perigo?

Está o saramugo. É um peixe raríssimo que só existe na bacia do Guadiana e, neste momento, apenas está distribuído por pequenas subbacias. Felizmente, existe um plano de ação do Instituto de Conservação da Natureza, mas é preciso muito mais do que aquilo que se está a fazer para que ele possa sobreviver. A introdução desregrada de exóticos também atinge as outras espécies. E em relação à fauna?

O abandono das práticas agrícolas tradicionais está a condicionar os habitats e a fauna associada. Existem algumas reflorestações com azinheiras, sobreiros e pinhais, mas a verdade é que os solos estão muito degradados, e assim a riqueza biológica da área fica afetada. O combate à desertificação passa muito pela forma como se gere o solo. E basta andar pelo terreno para se ver que há muita mobilização das terras, e isso não é bom.


Almodôvar recebe Congresso Internacional de Recursos Silvestres A Câmara de Almodôvar e a Associação de Defesa do Património de Mértola promovem nos dias 6 e 7 de junho, no Fórum Cultural do Convento de Nossa Senhora da Conceição, em Almodôvar, o Congresso Internacional de Recursos Silvestres, evento organizado pelo Centro de Excelência

No âmbito da Semana do Património, que decorre em Moura até amanhã, sábado, o Lagar de Varas do Fojo receberá a iniciativa “Tertúlias ao sabor do azeite”, que será subordinada ao tema “A oliveira milenar” e que contarão com a intervenção de José Pedro Fernandes de Oliveira. O programa reserva ainda, para amanhã, no largo da Mouraria, a partir das 21 e 30 horas, um

para a Valorização dos Recursos Silvestres. Promovido no âmbito da Estratégia de Eficiência Coletiva “Valorização dos Recursos Silvestres do Mediterrâneo”, o congresso pretende “demonstrar e debater as potencialidades, gestão e valorização dos recursos endógenos dos territórios do Baixo Alentejo e interior algarvio”. Durante o primeiro dia estarão em debate casos internacionais

concerto de viola dedilhada e a atuação de um grupo da secção de Moura do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A Semana do Património é promovida pela Câmara Municipal de Moura, Museu Municipal de Moura, Conservatório Regional do Baixo Alentejo e Ademo – Associação para o Desenvolvimento dos Municípios Olivícolas Portugueses.

11 Diário do Alentejo 24 maio 2013

“Tertúlias ao sabor do azeite” na Semana do Património de Moura

de desenvolvimento territorial associados às potencialidades dos recursos silvestres. A investigação, inovação e novas tecnologias na transformação dos recursos silvestres são tema do segundo dia, data em que também estão agendados workshops sobre mel, plantas aromáticas e medronho. Durante os dois dias terá lugar ainda uma exposição e venda de recursos silvestres.

“Starlet”, de Chris Bergoch e Sean Baker, é o filme que se segue

IndieLisboa regressa a Castro Verde

A

rrancou a 22 do corrente, em Castro Verde, a Extensão do IndieLisboa 2013 – Festival Internacional de Cinema Independente. Na próxima quarta-feira, dia 29, será projetada “Starlet”, uma das mais recentes produções norte-americanas independentes.

Com realização de Chris Bergoch e Sean Baker, o filme conta a história de Jane “que, para onde quer que vá, faz-se acompanhar do seu cão Starlet”. “Leviathan”, realizado por Lucien CastaingTaylor e Véréna Paravel, será apresentado a 5 de junho. “Uma experiência que submerge todos os PUB

Escola D. Manuel I recria Beja romana

Gladiadores na praça da República

O

centro de Beja, entre hoje e amanhã, volta no tempo e recebe uma Feira Romana, organizada pelos alunos finalistas do curso profissional de técnico de turismo da Escola Secundária D. Manuel I. Sendo o resultado de uma prova de final de curso, o objetivo dos alunos foi envolver a escola na sua totalidade. “Temos alunos do 7.º ao 12.º ano de escolaridade, professores e funcionários a trabalhar connosco. Os alunos do curso de mecânica têm estado a construir as liteiras para o transporte do cônsul e de dois homens, os alunos de educação física e matemática trabalham a área dos jogos e os alunos de marketing foram responsáveis pelas várias propostas de cartazes”, revela Lucinda Lourenço, professora e diretora do curso profissional de técnico de turismo. Para o dia de hoje está previsto um desfile de dezenas de alunos que parte da Escola D. Manuel I, passando pelas Portas de Mértola e Museu Regional até chegar à praça da República, onde terá lugar a receção de Pax Julia a Júlio César. Logo a seguir será montada a feira que contará com várias tendas e onde serão vendidos acessórios elaborados pelos professores da escola. Para os dois dias, entre as 11 e as 22 horas, estão previstas várias atividades: “tocadores de bombos, animação de rua, peças de teatro, zona da taberna e jantar romano, o qual será servido pela escola profissional de alvito”, adianta a professora. A recriação será de tal forma próxima dos tempos romanos que “as duas peças de teatro serão apresentadas antes e depois do jantar, justamente para divulgar a tutela política de Júlio César do ‘policirco’, onde desde que a pessoa tivesse comida no prato e espetáculos, não haveria conflitos”, afirma Lucinda Lourenço. Gonçalo Farinho

sentidos e embala uma viagem tempestuosa aos limites da natureza e da força humana que, através das imagens de 12 câmaras GoPro, acompanha as viagens de um barco de pesca em alto mar na costa este dos Estados Unidos”. A extensão de Castro Verde encerra com um conjunto

de projeções, no dia 12 de junho, que incluem “Má Raça”, “Da Vinci”, “Comme Des Lapins”, realizado por Camille Jourdy e Osman Cerfon e “Rhoma Acans”. Todas as projeções estão agendadas para o Fórum Municipal de Castro Verde, às 21 e 30 horas.


DR

12 Diário do Alentejo 24 maio 2013

O padre Cartageno é o maior compositor litúrgico atual, um grande músico e uma pessoa extraordinária”.

Entrevista

Rão Kyao e o Coro do Carmo de Beja em concerto amanhã no Pax Julia

O fã improvável de António Cartageno Um nome numa pauta. Era tudo o que Rão Kyao conhecia do compositor de música litúrgica qu que o vinha “tocando”. E porque Cartageno, Carta o misterioso “grego”, se revelou, revelo afinal, um trasmontano a residir em Beja, quis conhecê-lo e declarar-lhe declarar pessoalmente a sua admiração. admiração Ficaram amigos. E, paulatinamente paulatinamente, vêm desenvolvendo uma cumplicidade cumplic musical que já deu frutos, co como o público bejense terá oportunidade de tesoportu temunhar amanhã amanhã, sábado, num concerto no Pax Julia, a partir das 21 e 30 hora horas. Rão Kyao e o Co do Carmo Coro dde Beja. Um encontro improvável? De todo, gara o famoso rante intérp da flauta intérprete de bambu, bambu que galgou os quatro cantos cant do mundo à procura das raízes mais profundas da música tradicional trad portuguesa. “Teria de acontecer” a entre dois homens que veem na música um veícul veículo privilegiado para chegar a Deus. DR

Texto Carla Ferreira

Como se dá este encontro com o padre António Cartageno e como surgiu a ideia deste concerto conjunto com o Coro do Carmo de Beja?

Eu costumo tocar com um coro, aqui na Parede, conheço vários autores de música litúrgica e sempre fiquei muito tocado com a música de um certo Cartageno, que aparecia nas pautas. Pensava até que este Cartageno seria grego e fui falar com o diretor do coro, que me disse tratar-se de um homem de Alijó, que vivia em Beja, o padre Cartageno [ver caixa]. Achei muita piada. Uma vez, quando fui a Beja atuar no Pax Julia, consegui chegar a ele numa altura em que estava a fazer um ensaio na igreja do Carmo e apresentei-me, dizendo-lhe que era seu fã. Tornámo-nos amigos imediatamente. E agora, quando gravámos o “Sopro de vida”, vim visitá-lo a Beja, para ele me ajudar na execução de certos temas, dele e não só. E a partir daí então é que surgiu a ideia de nós fazermos um espetáculo, o recital em Vila Viçosa no ano passado, que deu origem a esta colaboração. Foi uma alegria muito especial. O padre Cartageno é o maior compositor litúrgico atual, um grande músico e uma pessoa extraordinária. Em que consiste o espetáculo de amanhã, no Pax Julia?

Divide-se em duas partes. Na primeira, eu e o meu organista, o Renato Silva Júnior, vamos tocar temas do meu repertório, entre originais e reinterpretações de música tradicional portuguesa. Na segunda parte, entra então o Coro do Carmo e eu vou tocar com ele uma série de músicas, na sua maior parte composições do padre Cartageno, mas também outras, dos padres Manuel Luís, Manuel Faria e Carlos Silva. Composições que nós gravámos e que o padre Cartageno rearranjou para o coro. Aparentemente é um encontro improvável. Por um lado, a música sacra, de matriz cristã, por outro, as sonoridades de inspiração oriental, que são uma marca da sua música.

No meu percurso sempre foi muito marcante a música de raiz e carácter espirituais. A música espiritual é única em todo o mundo – só há uma – porque tem as componentes daquilo que está ligado à alma. Associa-se a isso o facto de eu ter gravado dois discos de música litúrgica. O “Sopro de Vida – Ao Ritmo da Liturgia”, onde são tocados vários temas ligados ao ano litúrgico; e o “Melodias Franciscanas”, uma série de temas, principalmente do padre Mário Silva. Mas o “Sopro de Vida” é que terá proporcionado o nosso encontro, uma vez que eu nesse disco toco vários temas do padre Cartageno. Só mesmo conhecendo apenas superficialmente o seu percurso é que se pode considerar este encontro improvável…

Exatamente. Mesmo que eu não tivesse gravado

esses dois discos de música litúrgica, um encontro meu com o padre Cartageno seria uma coisa que teria de acontecer. Para mim, é um dos pontos altos daquilo que eu tenho feito e é uma grande alegria e uma honra enormíssima tocar no mesmo espaço que o padre Cartageno, que é uma autêntica lenda viva da música portuguesa. Noutro registo, esta semana esteve em Odemira com o concerto meditativo “Samadhi”. No seu percurso, música e espiritualidade têm andado sempre de mãos dadas?

Estou certo que sim. Costumo dizer que toda a música, na sua essência, tem uma índole religiosa, no sentido mais lato e mais profundo da palavra. E mais puro, porque no fundo é quando o homem anseia chegar ao alto, chegar a Deus. E a música é um dos veículos mais extraordinários para isso. Daí que o povo diga que quem canta reza duas vezes. Meditação e oração estão muito ligadas. Foi isso que o levou a partir para a Índia no final dos anos 70?

A motivação principal foi realmente a música. E depois estudei com um grande flautista, que me ajudou a compreender aquilo que a música tem dentro de si de ligação à espiritualidade. Isso está muito presente na música tradicional indiana e, no fundo, aplica-se extraordinariamente aos grandes compositores de música da nossa tradição cristã. A música indiana interessa-me muito como desenvolvimento das minhas habilidades de músico. E, ao mesmo tempo, para desenvolver um certo pendor contemplativo que a minha música já naturalmente tem. Sou alguém que gosta muito dos momentos de contacto, de alegria e de confraternização que a música permite, algo em que a nossa música popular é tão rica. Mas, ao mesmo tempo, também tenho um pendor grande, que será intuitivo em mim, para a música contemplativa. É uma combinação que o estudo da música indiana me ajudou a desenvolver. Ganhando uma perspetiva nova sobre a música portuguesa?

Sim, a minha intenção não é tocar música indiana. É aplicar certos elementos que eu aprendi na metodologia da música indiana à expressividade portuguesa, introduzindo-lhe outros elementos que a possam enriquecer, enriquecendo também a minha própria experiência musical. Esse contacto ajudou-me a penetrar nas origens da música portuguesa. Há muitas coisas na raiz da nossa música que vêm do nosso encontro com a música árabe, indiana, e que aparecem patentes em muitos temas, como se pode verificar nas recolhas que o Giacometti fez. No fundo, música puramente portuguesa onde nós encontramos essa relação. E essa relação, para mim, é muito interessante no sentido de dar ênfase à riqueza gigantesca que tem a nossa música.


Um trasmontano rendido ao canto religioso do Sul

N

ascido em São Mamede de Ribatua, Trás-os-Montes, numa família de músicos, António Cartageno veio estudar bem cedo, aos 12 anos, para o Seminário de Beja, em cujo órgão aprendeu a dar as primeiras notas. Mais tarde, frequentou o Instituto Gregoriano de Lisboa e, no final da década de 80, parte para Roma, para o Pontifício Instituto de Música Sacra, onde concluiu os mestrados em Canto Gregoriano e Composição Sacra. Antes, no percurso de sacerdote em Beja, depara-se com a riqueza da música popular religiosa do Baixo Alentejo e decide estudar esse património, logo a partir de

1978. Um trabalho levado a cabo pela Comissão Diocesana de Liturgia de Beja, no âmbito do qual foram visitadas mais de 40 localidades em busca de um repertório que foi depois sendo trabalhado e testado pelo Coro do Carmo de Beja, coletivo litúrgico que dirige desde a fundação, em 1976. António Cartageno é também autor de numerosas composições litúrgicas, de que se destacam as cantatas “Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal” e “Santo Agostinho, o cantor da sede de Deus”, e ainda a oratória “Fátima. Sinal de esperança para a humanidade”, que assinalou os 90 anos das aparições na Cova da Iria. CF

Cante alentejano é já “uma música do mundo indestrutível” Fez incursões no fado, várias vezes, e interpretou o folclore nacional. Andou pela China, Índia, Brasil, África…

A própria Amália dizia que a nossa expressão fadista teria vindo dos árabes. É impossível conceber o canto da Amália Rodrigues sem ter em conta a música árabe. E, de facto, tornou-se uma proposta minha rever o percurso dos portugueses no mundo. Estive bastante tempo em Macau e tentei apanhar o espírito do que é que seria uma música portuguesa em Macau. Daí surgiu aquele disco com a Orquestra Chinesa de Macau [“Junção”, 1999]. Gravei também no Brasil o que é que seria o encontro dos portugueses com a música brasileira [“Danças de Rua”, 1987]… Conceber o percurso dos portugueses no mundo, materializado nos Descobrimentos, tornou-se a minha proposta. Uma missão?

Sem pretensão. Se digo missão, parece que estou incumbido de qualquer coisa e não é isso. É uma questão pessoal que me satisfaz e através da qual penso que tenho qualquer coisa a dizer, quando tenho. Sabe que a música não está muito nas nossas mãos. Pode falar-se num percurso em busca das raízes da música tradicional portuguesa?

Sim, acaba por ser uma coisa que me fascina muito. Mas falo da música portuguesa tradicional, porque agora a música portuguesa é concebida um bocado como a música cantada em português. E não tem nada a ver. Estou a falar de uma música que tenha uma raiz melódica e rítmica que se entende como sendo portuguesa e que na realidade tem a ver com estes encontros e com o nosso carácter andarilho. Esta combinação das coisas é que deu origem à nossa música tradicional. Até que ponto está familiarizado com o cante alentejano?

Estou, eu até já gravei com os Ganhões de Castro Verde [“Rão Kyao: Live in Sete Sóis”], veja bem. Mas não sou um conhecedor profundo do cante alentejano; sou grande apreciador, gosto muito, e na realidade é uma riqueza extraordinária da

nossa música, que reflete o tal recitativo que nos vem das áreas do Sul, ao mesmo tempo com uma expressão indelevelmente alentejana. É um canto de muita beleza, de que sou grande fã. E o padre Cartageno, sendo um homem de Alijó, um trasmontano, veio para Beja e acabou por assimilar muito dessa música e do cante alentejano. Há um tema dele, que se chama “Fonte Água Viva”, que para mim é completamente baseado no cante alentejano, mas com a linha melódica riquíssima, sempre característica do padre Cartageno. Que raízes lhe atribui; soa-lhe semelhante a algo que já tenha ouvido nos sítios por onde andou?

Já ouvi coisas que me fazem lembrar. Um certo canto mediterrânico do sul da Itália, da Sardenha. Há qualquer aí. E, na realidade, o cante alentejano é uma música mediterrânica, porque a matriz da nossa música vem-nos realmente da bacia do Mediterrâneo. Nós não estamos na bacia do Mediterrâneo mas estamos. Geograficamente, estamos fora mas a nossa tradição é toda mediterrânica. E, inclusivamente, o próprio Giacometti, um homem que veio da Córsega, dizia que a manifestação mais pura da música mediterrânica era a portuguesa. Isto é extraordinário vindo de um homem que era mesmo do centro do Mediterrâneo. Há uma candidatura já entregue na Unesco para reconhecimento do cante como Património Cultural da Humanidade. O que lhe parece este projeto?

Como é evidente, eu não preciso desse documento. É como um documento que provasse a amizade entre duas pessoas. Para quem precisa do documento, parece-me uma maravilha. Mas para mim, haja ou não documento, o cante alentejano é já uma realidade, como uma música do mundo indestrutível. Já ganhou uma raiz muito forte e o seu lugar ao sol, da mesma maneira que o fado. Mas há essa coisa agora dos patrimónios mundiais, e oxalá ganhe também, mas não vai mudar grande coisa, no sentido da força que já tem. Há realmente grupos muito bons e a música tem uma força própria. Já lá está, será só para confirmá-lo documentalmente.

13 Diário do Alentejo 24 maio 2013

PUB


Diário do Alentejo 24 maio 2013

14

Dar palpites sobre o pós-junho de 2014 é, hoje, face à realidade concreta, um ato grotesco, é alimentar a ilusão de que estamos a resolver os problemas quando, manifestamente, os agravamos. Essa ilusão, essa finta à realidade que o Presidente e os conselheiros ontem, se mais nada se passou, exercitaram, não serve o País, nem hoje nem no hipotético futuro. Pedro Tadeu, “Diário de Notícias”, 21 de maio de 2013

Opinião

Mãe Terra Filipe Nunes Arqueólogo

A

recente reportagem acerca das Maias, a grande festa da primavera em Beja relatada pelo “Diário do Alentejo”, veio demonstrar como celebrar tradições milenares e telúricas é cada vez mais uma prática necessária à nossa atualidade. Pelo seu significado, e pela espiritualidade que invoca, são chamadas da natureza tão essenciais ao indivíduo como às comunidades. A celebração destes ritos da terra (como antes expresso pelo dia da espiga) junta os homens, inevitavelmente mediados pela feminilidade, com a natureza e o desejo de uma boa e harmoniosa fertilidade dos campos. Nestes como noutros casos, a agricultura pede a graça à mercê da natureza que reconhece ser a sua mãe e madrasta, e fá-lo popularmente pese a constante domesticação da religião de que se reveste ou sobre eles possa aparentemente imperar. As tradições populares primaveris, como será esse ancestral paganismo que os festejos dos Santos não escondem pisando no baile o aroma das ervas da ribeira, respeitam elas também uma ruralidade, que não é por ser tradicional que tem de ser parada no tempo. Agradecer a relação e as dádivas da terra pode soar básico e simples. Mas por isso mesmo é importante e essencial. Não sequer reconhecer isso, em nome da complexa cadeia agroindustrial e maquinal imediatez do nosso consumo diário, é que é algo, sim, profundamente ignorante e sem sentido: automático, e logo não natural. Estas celebrações não só nos (re)aproximam da terra, como por ela estamos no campo e interagirmos como vizinhos e amigos. Por boa parte desses motivos ir hoje para o campo é uma necessidade sentida por cada vez mais pessoas. Quer na cidade, imersos pela urgência da luta pela natureza que escasseia, quer no campo neo-ruralizado e marcado por esses referentes urbanos, reemerge a Mãe Terra. Mas esse regresso à terra, essa entidade sacralizada e espiritual, surge em grande parte como uma opção esvaziada do seu lugar e tradições (e quantas vezes de sentido). Dependente do silêncio, da luz e do ar puro, a primazia do regresso à terra surge centrada somente no desenvolvimento espiritual e pessoal, esquecendo ou ignorando o que, e quem, já ali estava antes. Hoje, esquecidas as heranças milenares expressas nas festividades e lugares de encontro ancestrais, nessa recuperação espiritual com a terra, abundam antes as mais diversas referências espirituais, filosóficas e imaginárias. Uma amálgama eco-bio-zen-e-por-aí-diante, que, das religiosidades orientais às comunidades índias, desemboca regra geral numa New Age milenarista. Uma ânsia de espiritualidade que resulta muitas vezes na aceitação fácil, superficial e negligente de entidades abstratas e explicações irracionais do mundo, da natureza e do universo, chegando a tocar o absurdo e sobretudo a encher os bolsos de um lucrativo mercado espiritual, que são o lastro das religiões. Celebrar por isso essas tradições milenares e telúricas pode resultar num exercício necessário à nossa atualidade, precisamente porque reaproxima verdadeiramente as pessoas do lugar. E para quem vem para o campo na procura de uma Mãe Terra e de um lugar de cura, uma oportunidade de se aproximar do lugar, também enquanto espaço partilhado. Pois um lugar, mais do que um pedaço de terra, é um pedaço de gente que o celebra, vive, cultiva, nele nasce, dele

Ã

RÃO KYAO está amanhã em Beja para um concerto no Pax Julia. Só a sua presença, só a sua música, já justificava uma referência. Mas não, este não é um concerto qualquer. É uma homenagem, merecidíssima, que Kyao quis vir prestar a um dos mais prestigiados compositores contemporâneos de música litúrgica: o PADRE CARTAGENO, que dirige o Coro do Carmo de Beja. É saboroso termos gente nossa reconhecida desta forma. PB

Em tempos recentes, as reuniões do Conselho de Estado transformaram-se em jantares de família – frugais, a avaliar pela ementa do de ontem, uma “sopinha” e uma sanduíche -, cujo resultado prático para o futuro do País é igual a zero. Ana Sá Lopes, “I”, 21 de maio de 2013

sai, dele deriva e a ele retorna. O respeito ao lugar mede-se, nesse sentido, precisamente pelo respeito à natureza do lugar, tal como é pelo modo em que nela estabelecemos a mais milenar das nossas relações com a terra, que é a agricultura. Que simplificando: pouco natural tem sido e demasiado mecânica tem prosseguido. Por isso a importância dessa ruralidade calendarizada nas Maias e em outras manifestações populares ritmadas pelas estações e as colheitas. Ocasião de cada um renovar os laços pessoais à natureza, como o renovar dos laços comunitários. Os quais serão mais fortes, quanto maior for a nossa relação individual e coletiva com a terra.

O relógio da vida humana Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

pendermos uns dos outros. Todavia, quantas vezes o tempo é perdido apenas por incúria, por desleixo, até mesmo por inércia. Relembro o filósofo Séneca na sua obra Cartas a Lucílio: “Procede deste modo, caro Lucílio: reclama o direito de dispores de ti, concentra e aproveita todo o tempo que até agora te era roubado, te era subtraído, que te fugira das mãos. Convence-te de que as coisas são tal como as descrevo: uma parte do tempo é-nos tomada, outra parte vai-se sem darmos por isso, outra deixamo-la escapar. Mas o pior de tudo é o tempo desperdiçado por negligência. Se bem reparares, durante grande parte da vida agimos mal, durante a maior parte não agimos nada, durante toda a vida agimos inutilmente”. Sendo o tempo um capital tão precioso procuremos utilizá-lo de forma a preencher as horas de cada dia, de todos os dias, potenciando aqueles momentos que nos fazem felizes. Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

Saudação à UGT e CGTP!

P A

or que é que há gente que quer usar o tempo, para evitar perdê-lo, e outros que só se preocupam em passar o tempo? Por que é que há gente que se queixa que nunca tem tempo e outros que parecem ter todo o tempo do mundo? Por que é que há gente que passa a vida a sonhar com o tempo passado e outros que vivem na expectativa do que está para vir? Na verdade, “o tempo, propriamente dito, não existe (excepto o presente como limite), e, no entanto, estamos submetidos a ele. É esta a nossa condição. Estamos submetidos ao que não existe. Quer se trate da duração passivamente sofrida – dor física, esperança, desgosto, remorso, medo –, quer do tempo organizado – ordem, método, necessidade –, nos dois casos, aquilo a que estamos submetidos, não existe” (Simone Weil). Talvez pelo facto de o tempo não existir, ser intangível, irreal, é-lhe atribuído, correntemente e no dia-a-dia, pouco valor. Apenas quando alguém sente que a morte ameaça a sua vida, aí sim e por princípio, procura fazer tudo para prolongar e preencher, valorativamente, a sua existência, o tempo que lhe resta de vida. Aliás, e tal como Schopenhauer afirmou, a vida da maioria das pessoas “assemelha-se ao mecanismo de um relógio que é colocado em movimento e gira, sem saber porquê: (…) flui de maneira insignificante e fútil, quando vista externamente e quão apática e sem sentido pode parecer interiormente. As quatro idades da vida [infância, adolescência, juventude, velhice] que levam à morte são feitas de ânsia e martírio extenuados, além de uma vertigem ilusória, acompanhada por uma série de pensamentos triviais. (…) E toda a vez que um homem é gerado e nasce, dá-se novamente corda ao relógio da vida humana, para então repetir a mesma cantilena pela enésima vez, frase por frase, compasso por compasso, com variações insignificantes”. E, a uma velocidade sem fim, quase sem se dar por isso, o tempo passa. Passa vertiginosamente, iludindo tantas vezes o momento presente. Quando jovens, a vida assemelha-se a um futuro que nunca vai terminar; já os velhos olham o seu passado, como um todo, considerando-o breve… Tão breve quanto é de facto breve a vida, porém, com a aparência zombeteira de grande duração. No entretanto, no presente, o tempo é gasto, muitas vezes, sem proveito, esquecendo que diariamente todos morremos um pouco. É certo que, “por mais que sejamos o nosso tempo, às vezes somos o tempo de outros e outros são os nossos tempos, às vezes sem querer, às vezes querendo, às vezes dormindo, às vezes acordados” (Cieiri). Esse é o resultado de vivermos em sociedade e de-

José Carlos Albino Agente de desenvolvimento local

reunião de trabalho que juntou as duas centrais sindicais, com uma agenda de procura de acordos para uma Unidade na Ação dos Trabalhadores/as Portugueses/as, é de saudar, mas é só um princípio e não é suficiente. De saudar, porque vivendo nós o maior ataque aos direitos básicos de quem vive do seu trabalho, precisamos que as organizações sindicais saibam, com inteligência e combatividade, corporizar estratégias e caminhos que travem a destruição e empobrecimento em curso e contribuam para a construção de alternativas de desenvolvimento com solidariedade. Mas, agora, exige-se que, de facto, se enterrem erros duns e doutros, o que implica que essa unidade se forje na base, ou seja, que responda aos sentimentos e necessidades concretas das pessoas nos seus locais de trabalho e nas suas comunidades locais. Para tal, será, também, necessário chamar e envolver os sindicatos não filiados nas centrais. E não é suficiente, porque temos milhão e meio de desempregados e sem emprego e dezenas de milhar de micro empresários insolventes, uns e outros as maiores vítimas das tenebrosas políticas em acelerado curso. E sem esquecer os reformados e pensionistas duplamente roubados. É, pois, necessário envolver e mobilizar todas as organizações e movimentos que agrupam, das mais variadas formas, estas pessoas sem espaços de interação. Por último, mas talvez os que farão que a balança penda para o lado da esperança, há que contar com formas de ação e organização dos jovens sem trabalho e/ou mal empregados. Sem paternalismos, é necessário motivar e dar a mão a estas pessoas perdidas nos locais de residência. Para este objetivo, todos somos interpelados a bem agir. Que este início seja sinal de novos e melhores combates, são os meus votos e empenhos! E estes processos de convergência são tão mais importantes, quando considero que uma solução política de progresso e desenvolvimento só será forjada se, impulsionada e empurrada pelo bloco social das imensas vítimas destas políticas de capitalismo selvagem, sob comando dos impérios financeiros globais.


Ã

Ä

Há 50 anos John Deere, Simens, Omo, Palmolive e Colgate...

H

á meio século o “Diário do Alentejo” inseria habitualmente muita publicidade – que chegava a preencher uma boa parte de três das suas quatro páginas. Numa época em que o jornal de Beja publicava poucas fotografias (por razões técnicas), as maiores ilustrações eram precisamente as da publicidade. Havia grandes anúncios, de meia página. Como por exemplo, na edição de 17 de maio de 1963, um aviso da Smeia, uma empresa de venda de equipamento agrícola, sediada em Lisboa, comunicando a todos os interessados que iria realizar demonstrações com máquinas John Deere-Lanz “em terreno gentilmente cedido pelo Snr. Filipe dos Santos Lança, junto à estrada Ferreira-Lisboa e a 2.500 m. de Ferreira do Alentejo”. A publicidade de maior destaque, nas edições diárias dessa primavera, relacionava-se com as actividades agrícolas: um anúncio de um quarto de página, da companhia de seguros Comércio e Indústria, aconselhava a prevenção contra incêndios em searas (“Proteja a sua lavoura com uma apólice agrícola”); um outro, de uma empresa alemã com representações em Lisboa e no Porto, divulgava electrobombas da Siemens; um terceiro, da Herbert Cassels, Lda., também de uma empresa na capital do País, publicitava máquinas de tosquiar “ovelhas e cavalos” – manuais, eléctricas e mecânicas. Os detergentes mais famosos da época também marcavam presença nas páginas do vespertino bejense. Um anúncio de meia página, com a fotografia de uma simpática dona de casa de avental, olhando embevecida para um lençol imaculado, garantia que “Brancura e longa vida só com Omo”. E, em baixo, o slogan que ficou conhecido por várias gerações: “Omo lava mais branco... vê-se logo”. A par dos detergentes, fazia-se também nesse Portugal salazarento (tal como hoje, aliás) a publicidade de sabonetes e pastas de dentes produzidos pelas multinacionais do ramo. Como um anúncio que prometida “Grátis 1 sabonete Palmolive ao comprar 1 dentífrico Colgate, tudo por 10$00”. Havia também anúncios grandes de outros setores de atividade, como um de casas pré-fabricadas fornecidas pela Mague, empresa de construções metalomecânicas com sede em Alverca do Ribatejo. Ou um outro, de material fotográfico “a preto ou a cor” Ferrania, “a imagem da verdade”. O jornal trazia também, é claro, editais de cartórios e tribunais; pequenos anúncios de vendas (ovelhas, sobreiros, restolho, alhos, pára-raios, canetas, livros, revistas mas também propriedades, armazéns, casas, hortas, máquinas agrícolas...); “classificados” dos médicos da terra; e “notícias pessoais” (aniversários, batismos, licenciaturas, mortes). Carlos Lopes Pereira

Diário do Alentejo 24 maio 2013

Todos sabemos que, nesta altura, a produção e o consumo 15 são as únicas pranchas de salvação para a crise. Mais sabemos ainda que, em mercado aberto, essa salvação passa pela proteção da produção e do consumo local. Pelo que não deixa de ser arrepiante escutar a notícia que os MÁRMORES DE TRIGACHES, de elevada qualidade, deixaram de ser extraídos. Se não somos por nós próprios, por quem seremos, afinal? PB

A Câmara de Beja, em articulação com o Conservatório Regional do Baixo Alentejo, quer implementar uma vertente de artes a nível regional. É uma boa notícia não apenas para o tão mal tratado Conservatório, como para as escolas da região que estão associadas ao ENSINO ARTICULADO, especialmente para os alunos que terão um maior leque de opções. Vamos aguardar pela decisão final do Ministério da Educação. PB

Infelizmente, alguém colocou na cabeça dos políticos que eles têm de ter soluções, alternativas, caminhos, objetivos e mesmo certezas. Como cada um tem as suas, não passaremos desta cacofonia. Ou daquele palavreado confuso e vazio que saiu do Conselho de Estado. Ora isto, para a maioria dos cidadãos, atónitos e receosos, já começa a ser muito cansativo. Henrique Monteiro, “Expresso Online”, 21 de maio de 2013

Poemário Rosas no coração Arsénio Guerreiro Colaço

Sou filho de uma Rosa Casei com uma Rosa Com muito amor e paixão. Foi minha fiel companheira Tenho rosas no coração A minha vida inteira. Símbolo da paz são rosas brancas Vermelhas, amor, sentimento profundo Amarelas são rosas santas Rosas dão cor e brilho ao mundo. Na alma, esperança florida Muitas rosas, um jardim. Amor no coração toda a vida Quem cultiva rosas assim. As rosas são uma paixão Na alma e sentimento Se quisermos são oração Sorrindo no pensamento. Abro as minhas janelas Sinto na face, a brisa e o vento... Vejo lindas rosas amarelas No jardim do pensamento Rosas são saudade Não importa o brilho ou cor. Rosas, símbolo de amizade! As rosas produzem amor.

Todos temos que poupar E ir para o trabalho a pé Diz o compadre José Os transportes vão aumentar. Aumenta a carne e o pão As cervejas e o vinho Diz o meu vizinho A lenha e o carvão Na nossa nação As empresas estão a falir Há pouca gente a produzir Anda triste o nosso povo E quando chegar o ano novo Os impostos vão subir. Aumentam nos calçados Aumenta o vestuário Vão baixar os salários A todos os empregados Os tempos estão mudados Só se houve gente queixar Há muita gente a emigrar Para o estrangeiro E pelo País inteiro A crise vai continuar. A crise é mundial Disseram na televisão Está a aumentar a corrupção No nosso Portugal O Governo está a governal mal Devia de se demitir Para outro governo seguir Por melhores caminhos Dizem os novos e os velhinhos O pior está para vir.

Eterna data Nogueira Pardal

Os versos que tens na mão São inspirações amorosas. Porém, só Deus sabe a razão Pela qual todos falam de rosas. No sentimento profundo, Muito amor e carinho. Para todas as rosas no mundo Um abraço e um beijinho.

E tudo aconteceu no mês de abril Um mês de rosas e cravos E foi numa manhã primaveril Que deixámos, enfim, de ser escravos. Chegaram ia alta a madrugada E traziam nas mãos um sonho puro, Nos lábios a canção da alvorada E no peito os caminhos do futuro.

Manuel Nobre

E o povo pressentiu que era verdade O que a farda dos moços nos dizia E veio p’rá rua cantar à liberdade Trocando balas por cravos de a1egria

Os transportes vão aumentar Os impostos vão subir A crise vai continuar O pior está para vir

Cantava-se a chorar e a sorrir, Num coro do tamanho dum país, Acreditava-se agora no porvir Dum povo que sonhava ser feliz.

Digo a qualquer cidadão Vem aí um tempo mau Aumenta o bacalhau E as batatas e o feijão Quando chegar ao verão A nossa vida vai mudar

Passaram anos e hoje qui chegados Não parecemos os mesmos desse dia Em vez de gritar estamos calados Como quem sofre a última agonia.

O pior

Honremos então os moços que vieram

Nessa manhã de sonho e claridade, Respeitemos o pão que nos trouxeram O verdadeiro pão da liberdade. Voltemos a cantar, cravos na mão, De espingardas até, se necessário, Afirmando que não nos roubarão, Nossa vida não será mais um calvário. Capitães de abril todos seremos Na defesa do país que aqui cantamos, Todos os traidores venceremos, Será belo este país que tanto amamos.

Vida João Bico

Vida por destino imposta Vida faz-se a caminhar Vida dará sua resposta Vida na sua forma de pensar. Vida, nos campos fui trabalhar Vida, um sonho com resposta Vida, uma forma de ajudar Vida, por destino imposta. Vida, traumatizante assegurada Vida, parca em alegrias a desfrutar Vida, desgostosa amargurada Vida faz-se a caminhar. Vida um pouco melhorou Vida, atrás o que não importa Vida, no campo ofício optou Vida dará sua resposta. Vida no caminho desejado Vida procura tudo facultar Vida, futuro realizado Vida na sua forma de pensar.

Alentejo Luís Ferreira

Alentejo plano De calma e de revolta, Fogo de calor Num mar de água E não ouvir a dor, E não sentir a mágoa! Cantam em coro E sua voz se eleva A uma voz, Em grupo, ao mesmo tempo, De nós raízes são De sofrimento, Amor e solidão, E nesse momento De vertical paixão Dão ao silêncio luta, E sua voz em coro Rompe a solidão!


Diário do Alentejo 24 maio 2013

16

Geminação Mértola e Chefchaouen, Marrocos, assinaram um novo protocolo de geminação e amizade. Um documento que reforça o tratado firmado pelas duas comunidades em dezembro de 2001. Altura em que António Cunha deu à estampa o álbum Branca e Azul: a pele da taipa. Para assinalar a efeméride recuperamos os textos de Cláudio Torres e de Santiago Macias. Assim como algumas fotos de António Cunha que nos mostram como há tanto que nos une ao outro lado do Mediterrâneo.

Cláudio Torres por esse rio acima

Mértola, vila museu D

epois de algumas horas de viagem a subir o rio, eis que, passada a última curva, branqueja mesmo em frente o casario de Mértola. Vencidos alguns baixios e bordejando margens bravias agitadas por intensa vida selvagem, a visão do aglomerado urbano aparece como uma insólita mancha humana numa paisagem de campos abertos tisnados pelo sol. Esta era também, em tempos mais recuados, a visão dos mercadores romanos que a pulso dos seus remadores vinham buscar os vinhos generosos do Alentejo e, bem mais tarde quase até aos nossos dias, a dos embarcadiços que nas últimas canoas de velas esguias traziam as notícias da capital e os adubos para as terras magras da campanha do trigo. Como entreposto mineiro em tempos pré-históricos (pelo menos desde o séc.V a.c.), como municipium do Império Romano, como capital de um pequeno reino islâmico e como sede temporária da Ordem de Santiago, Mértola foi sempre uma celebrada fortaleza com o seu cosmopolita porto de abrigo, termo do troço navegável do Guadiana. O povoado apertado por detrás das suas muralhas hoje ainda altaneiras e virado para dentro, sobre si

próprio, parece alhear-se de um território que sempre foi o seu termo e que se estende a perder de vista entre estevas e montado. Apenas as águas plácidas e profundas do grande rio amenizam o ar seco da canícula estival e enchem a noite do coachar das rãs e do chapinhar misterioso da vida aquática. Subindo a calçada que partindo da praia fluvial ladeia as rumas ainda majestosas de uma arcaria construída em finais do Mundo Antigo e atravessa a Porta da Ribeira, desembocamos no Largo da Misericórdia. Servindo de antecâmara à Vila Velha este pequeno largo, antes pejado de mercadores de todos os portos que discutiam os seus negócios, contém hoje alguns dos mais significativos equipamentos culturais da antiga cidade. Onde em tempos da “Reconquista” se erguera a capela do Santo Mata moros, guarda-se agora no interior da Igreja da Misericórdia, a memória da sacralização cristã de toda a paróquia num belo conjunto de imagens e alfaias religiosas. Logo em frente e a lembrar o tempo dos vencidos e aproveitando um edifício setecentista de interior porticado, está exposto o mais importante conjunto de arte islâmica do país. Do outro lado da rua, duas

oficinas de artes tradicionais - uma ourivesaria e uma olaria -recuperam e dignificam técnicas e saberes de outros tempos. Ruas estreitas e íngremes, embrenham-se no labirinto urbano onde o avermelhado quente da telha mourisca aliado ao ôcre das barras e ombreiras, destaca e moldura a brancura da cal. Pequenas escadas, ressaltos fortuitos e ângulos esquivos levam-nos ao alto da vila onde se erguem o castelo e a igreja matriz. Neste santuário hoje cristão são percetíveis os sinais de um antigo templo romano e principalmente a volumetria e ornamêntica de uma casa de orações muçulmana construída na segunda metade do século XII. É a única mesquita que em Portugal ostenta as marcas arquitetónicas da sua origem. O castelo, embora integrando alguns elementos da anterior fortaleza islâ mica, foi completamente remodelado pela Ordem de Santiago em finais doséculo XIII. No interior da sua imponente torre de menagem uma pequena coleção lapidar reúne fragmentos arquitetónicos que pertenceram a edifícios, hoje desaparecidos, contemporâneos de uma basílica paleocristã também musealizada e visitável no arrabalde da vila junto da antiga

via romana para Beja. Entre a igreja matriz e o castelejo numa plataforma sujeita há vários anos a trabalhos arqueológicos, foram exumadas algumas casas, que embora apenas no seu embasamento, deixam sugerir a forma como eram habitadas em época islâmica. Numa sucessão de níveis anteriores, uma visita ou local desvenda os pavimentos de um Forum Imperial Romano, um batistério cristão com os seus belos mosaicos do seculo VI e um cemitério da Baixa Idade Média. Estes vários sítios sistematizados em linguagem didática constituem um único museu polinucleado disperso por vários pontos da vila e seus arredores de forma a incluir num mesmo percurso cultural toda a área de povoamento entendida na sua totalidade urbanística, arquitetónica e humana. Vir a Mértola é também assistir e participar no seu programa de recuperaçâo cultural, é tornar-se cúmplice de um esforço em que a identificação e reconhecimento do passado não só dignificam a Vila Museu, como têm desencadeado um processo de sustido desenvolvimento, antes de tudo, favorável e benéfico aos seus habitantes.


Diário do Alentejo 24 maio 2013

17

Santiago Macias nas rotas do Rif

Chefchaouen, cidade branca C

hefchaouen estende-se, branca e imponente, por um dos muitos cerros do Rif, um território montanhoso no Norte de Marrocos. A Chefchaouen chega-se por uma estrada estreita e sinuosa. De Chefchaouen parte-se com pouca vontade, sempre pelo mesmo caminho, encostas abaixo até perto do Estreito de Gibraltar. A memória dos tempos do protetorado espanhol são ali menos visíveis do que nas vizinhas Tetouan e Tânger, mas não faltam os nomes de Granada, Sevilha ou Valencia em restaurantes e hotéis, numa evocação permanente do mito perdido de um Ândalus paradisíaco. Mas o Ândalus está cada vez mais longe e já só os velhos ainda rebuscam na arca das recordações os restos do idioma colonial. A meio do dia não há muitos turistas em Chefchaouen. Por entre o calor, os locais escaparam-se e os turistas desistiram. Uns refugiaram-se nas arcadas que correm o lado norte da praça Uta elHammam, onde há cafés e sombras; os outros já entraram num daqueles restaurantes que ocuparam as velhas casas

senhoriais da medina. Instalados nos salões marroquinos ou nos pátios agora cobertos, veem desfilar com lentidão os perfumes e os sabores do Mediterrâneo. Todos os sons, assim como o calor ou até a noção de tempo foram, por agora, eliminados. A imagem de marca da cidade é a cal, que já lá estava antes da chegada dos turistas e que ainda ali ficará quando todos já tivermos partido. São muros e muros dentro de um longo labirinto, onde a brancura se mistura com o anil, dando às paredes sombras azuis, belas e insólitas. Nos pátios das casas, a cal escorre das paredes, cobre todo o chão e volta a subir do lado oposto. Vultos de mulheres passam no interior, apressando o passo e escondendo a cara mal vislumbram as máquinas fotográficas, puxando as crianças para dentro de casa e esperando que os intrusos desapareçam até tudo voltar a uma quie tude que é, cada vez menos, habitual. A cidade velha está ainda cheia de gente. Um falso silêncio é quebrado de tempos a tempos pelas brincadeiras

Como num filme há muito esquecido veem-se rapazes a correr atrás de arcos, a jogar à macaca ou em disputadas partidas de berlinde. Há vinte anos ainda se brincava assim nas aldeias e vilas do Alentejo. Talvez daqui a vinte anos já ninguém corra atrás de arcos e de berlindes nas ruas brancas de Chefchaouen.

dos mais novos, por sons e chamamentos que estão algures, talvez numa rua mais acima ou num pátio de uma casa. Como num filme há muito esquecido veem-se rapazes a correr atrás de arcos, a jogar à macaca ou em disputadas partidas de berlinde. Há vinte anos ainda se brincava assim nas aldeias e vilas do Alentejo. Talvez daqui a vinte anos já ninguém corra atrás de arcos e de berlindes nas ruas brancas de Chefchaouen. Nas tardes de Chefchaouen há vultos a passar, silenciosamente, pelas ruas da cidade antiga. Talvez algum deles se dirija para uma daquelas oficinas num beco escondido, para a loja de um sapateiro, para o tear de um tecelão, para a olaria onde ainda gira uma roda. Ou para um daqueles lagares artesa nais que se guia pelas normas da tradição e dos gestos mil vezes repetidos. Talvez vá fazer companhia às mulheres da família, ocupadas a lavar a roupa nas margens do Oued Laou, perto da Bab al-Ansar. Ou talvez não. O universo feminino tem os seus mistérios e ninguém está autorizado a quebrá-los.


BTT Por Terras de Mato

Diário do Alentejo 24 maio 2013

18

Grande Prémio Cidade de Beja

A secção de BTT do Clube Recreativo e Desportivo de Cabeça Gorda promove no próximo domingo o IX Raid BTT Por Terras de Mato, simultaneamente a 3.ª edição do Troféu João Bento. A prova tem início às 9 horas, com percursos de 20 quilómetros (guiado), de 45 e 75 quilómetros (ambos de andamento livre) e cerca de 500 atletas inscritos.

O Clube Bejense dos Amadores de Pesca Desportiva promove amanhã, sábado, o XXV Grande Prémio Cidade de Beja em pesca desportiva. A prova realiza-se na concessão de pesca da barragem de Santa Clara do Louredo.

Taça Distrito de Beja em futsal As equipas da Sociedade Artística Almodovarense e o Grupo Desportivo e Cultural de Baronia disputam amanhã a final da Taça Distrito de Beja, em futsal, em jogo a realizar no Pavilhão da Escola de Santa Maria, na cidade de Beja, com início às 18 horas.

Desporto

Futebol juvenil Campeonato Distrital de Benjamins (2.ª fase/9.ª jornada): Castrense-Despertar A, 1-3; Ferreirense-Odemirense, 2-0; Santo Aleixo-NS Beja, 6-3. Classificação: 1.º Despertar A, 22 pontos (campeão distrital). 2.º NS Beja, 16. 3.º Ferreirense, 16. 4.º Santo Aleixo, 12. Odemirense, 11.6.º Castrense, um. Próxima jornada (25/5): Despertar A-Santo Aleixo; Odemirense-Castrense; NS Beja-Ferreirense. Campeonato Distrital de Infantis (2.ª fase/9.ª jornada): Despertar A-Amarelejense, 5-4; Almodôvar-Alvito, 7-2; Odemirense-Despertar B, 5-3. Classificação: 1.º Despertar A, 24 pontos (campeão distrital). 2.º Odemirense, 18. 3.º Almodôvar, 17. 4.º Alvito, sete. 5.º Amarelejense, sete. 6.º Despertar B, seis. Próxima jornada (25/5): Amarelejense-Odemirense; Alvito-Despertar A; Despertar B-Almodôvar.

Campeonato Distrital de Infantis Equipa do Despertar que conquistou o título

Infantis do Despertar conquistaram título de campeões distritais

Os miúdos são uns heróis O Despertar Sporting Clube conquistou o título de campeão distrital de infantis a duas jornadas do termo do campeonato e festejou em casa com um triunfo sobre o Amarelejense. Texto e foto Firmino Paixão

U

m jogo para cumprir calendário e colorir o título de campeão, concordou Jorge Palma, treinador da equipa bejense: “Na verdade foi assim, mas nunca descurando o trabalho de formação e, também, para que os miúdos que foram menos utilizados até aqui tivessem a sua oportunidade. E conseguimos coroar a sua exibição com uma vitória”. Uma equipa

muito jovem que faz o orgulho das hostes despertarianas: “São os meus heróis, sofreram muito durante a época, tiveram que se adaptar a um treinador novo, a novas metodologias de treino, não foi fácil para eles, lutaram do primeiro ao último dia de campeonato. Sem dúvida que são os grandes obreiros deste título porque trabalharam muito para que ele fosse conseguido”. Jorge Palma avaliou ainda a qualidade do campeonato dizendo que “foi muito competitivo”: “Na primeira fase surgiram quatro ou cinco equipas muito fortes, conseguimos fazer a gestão da nossa equipa colocando alguns miúdos nos iniciados para ganharem rotinas de futebol de 11, regressaram com outra maturidade, e se olharmos para os resultados dessa

etapa foram muito equilibrados sempre por diferença de uma bola, mas, felizmente, as coisas caíram para o nosso lado”. E lembrou os propósitos do Despertar: “Formar homens e atletas são os nossos princípios, se conseguirmos aliar as duas coisas é fantástico, não esquecendo que a escola tem um papel fundamental na vida destes miúdos. Trabalharam, estudaram, cresceram e tornaram-se mais homens. Parabéns a todos eles”, concluiu. Os jovens campeões: Luís Soares, Nuno Luís,

Gonçalo Torrão, Ruben Martins, Pedro Bexiga, Diogo Campaniço, Luís Horta, Rui Fachadas, Daniel Mateus, Mário Colaço, Francisco Piçarra e João Ruas. Treinador: Jorge Palma.

Dérbi entre Castrense e Mineiro, e Moura tem via verde para Lagos

Um dérbi insonso A duas jornadas do termo do campeonato a equipa do Moura voltou a perder o segundo lugar e agora aposta tudo na deslocação a Lagos. Mas ainda está entre os melhores cinco terceiros, elegíveis para a subida. Texto Firmino Paixão

O

Moura perdeu em Reguengos e cedeu o segundo lugar ao Esperança de Lagos, que goleou o Vasco da Gama. As equipas mantêm o mesmo número de pontos e jogam entre si no domingo, na disputa do segundo lugar, mas na última ronda o Lagos visita o líder da série e o Moura despede-se, no seu terreno, com o Vasco da Gama. O Montemor venceu e voltou a distanciar-se e desce no domingo até Vidigueira. Na série dos outros despromovidos, repõe-se

aquele jogo onde, já esta época, o Mineiro perdeu o acesso à fase de subida sofrendo um golo nos últimos instantes de jogo. Mas a verdade é que o dérbi não conta para mais nada, é insonso e já se sabe que ambos disputarão a próxima Taça de Portugal.

O Castrense joga em casa, vem de uma robusta vitória em Monte Trigo, mas o Mineiro também está forte e em festa pelos 80 anos de existência e, vindo de uma vitória sobre o Vila Real, não pensará deixar pontos em Castro Verde.

3.ª Divisão – Série F – Subida 8.ª jornada

3.ª Divisão – Série F – Descida 8.ª jornada

Esp. Lagos-Vasco da Gama ...............................................4-1 U. Montemor-Juventude Évora .......................................4-1 At. Reguengos-Moura........................................................3-1

Monte Trigo-Castrense ..................................................... 0-4 Aljustrelense-Lusitano VRSA .......................................... 2-0 GD Lagoa-Sesimbra ............................................................0-1

U. Montemor Esp. Lagos Moura At. Reguengos Juventude Évora Vasco da Gama

J

V

E

D

G

P

8 8 8 8 8 8

4 4 3 2 3 1

1 3 3 3 3 1

3 1 2 3 2 6

15-9 13-6 11-8 9-10 9-10 5-19

39 35 35 29 28 17

Próxima jornada (25/5/2013): Esp. Lagos-Moura, Vasco da Gama-U. Montemor, Juventude Évora-At. Reguengos.

Aljustrelense Castrense Sesimbra Lusitano VRSA Monte Trigo GD Lagoa

J

V

E

D

G

P

8 8 8 8 8 8

5 5 2 2 2 2

2 2 2 2 1 3

1 1 4 4 5 3

12-6 15-3 4-11 4-11 8-12 9-9

30 27 21 19 17 14

Próxima jornada (25/5/2013): Monte Trigo-Sesimbra, Castrense-Aljustrelense, Lusitano VRSA-GD Lagoa.

Taça Dr. Covas Lima (Infantis) 9.ª jornada – série A: Sporting de Cuba-Piense, 5-3; Desportivo de Beja-Aldenovense, 0-5; Serpa-Bairro da Conceição, 8-3; Vasco da Gama-Moura, 1-8. Classificação final: 1.º Moura, 21 pontos. 2.º Ferreirense, 21. 3.º Sporting de Cuba, 18. 4.º Serpa, 16. 5.º Aldenovense, 10. 6.º Piense, nove. 7.º Bairro da Conceição, seis. 8.º Vasco da Gama, seis. 9.º Desportivo de Beja, três. Série B: Milfontes-Alvorada, 11-0; Castrense A-Renascente, 1-7; Aljustrelense-Castrense B, 9-0; Operário-Guadiana, 3-4. Classificação final: 1º Renascente, 20 pontos. 2.º Núcleo Sportinguista de Beja, 19. 3.º Guadiana, 18. 4.º Milfontes, 16. 5.º Castrense A, 15. 6.º Aljustrelense, nove. 7.º Operário, quatro. 8.º Castrense B, quatro. 9.º Alvorada, zero. Moura e Renascente apuraram-se para disputar a final. Taça Distrito de Beja em Futsal (meias finais): Almodovarense-Ferreirense, 3-2 (ap): Baronia-Politécnico de Beja, 5-3. Finalistas: Baronia e Almodovarense. Supertaça do Distrito de Beja (seniores femininos): Ourique-Casa do Benfica de Castro Verde, 2-1. Campeonato Nacional de Juniores (2.ª divisão/fase manutenção/14.ª jornada): Lusitano Vila Real-Moura, 3-3. Classificação final: 1.º Farense, 61 pontos. 2.º Louletano, 53. 3.º Barreirense, 52. 4.º BM Almada, 43. 5.º Olímpico Montijo, 42. 6.º Lusitano Évora, 29. 7.º Lusitano Vila Real, 24. 8.º Moura, 18. Campeonato Nacional de Juvenis (2.ª fase/13.ª jornada): Odemirense-Louletano, 1-2; Despertar-Oeiras, 3-2. Líder: Louletano, 56 pontos. 7.º Despertar, 22. 8.º Odemirense, 13. Próxima jornada (25/5): Louletano-Despertar; Cova Piedade-Odemirense.

Futebol do Inatel Troféu Agência de Beja (1/4 final): Brinches-Faro do Alentejo, 1-0; Sanjoanense-Cercalense, 2-3; Soneguense -Bemposta, 3-4; Quintos-Santa Clara-a-Nova, 1-3. As meias-finais realizam-se na tarde de amanhã, no Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja (campo sintético 2), com o seguinte programa de jogos: Brinches-Cercalense (15 horas) e Bemposta-Santa Clara-a-Nova (17 horas). Taça Fundação Inatel Fase Nacional Zona Sul/1.ª eliminatória (jogos para 25/maio): Saboia-AD Bocal (Lisboa); Louredense-GF Azul e Ouro (Setúbal); Santaclarense-Vale de Milhaços (Setúbal); Almoster (Santarém) -Vale da Oca.


O Aero Clube de Beja promove amanhã, sábado, a segunda edição do Rali Nerbe Aebal/Cidade de Beja, segunda prova pontuável para o Campeonato Regional de Ralis Sul VSH 2013. O rali terá passagens cronometradas por um troço com a extensão de 13,2 quilómetros, na zona de Vale de Rocins, e um percurso total de 147 quilómetros (com as ligações ao troço). A logística da prova será nas instalações do Nerbe/Aebal, local de onde os concorrentes sairão para os troços, com partidas às 13 e 30, 15 e 10 e 16 e 50 horas.

Ana Cabecinha na Taça da Europa O quinto lugar alcançado pela atleta Ana Cabecinha foi um contributo decisivo para a seleção nacional feminina assegurar o 2.º lugar na Taça da Europa de Marcha Atlético disputada na Eslováquia. A atleta alentejana foi a melhor portuguesa,

cumprindo os 20 quilómetros com o registo de 1.31.49 horas. Na prova masculina, com prestação mais modesta da equipa portuguesa (7.º lugar), Dionísio Ventura classificou-se em 28.º nos 50 quilómetros com o tempo de 4.25.37 horas.

Complexo Desportivo Municipal de Almodôvar Árbitro: David Tomé OURIQUE

CB CASTRO VERDE

2

1

Jogaram ainda Susana Castanho Rita Pinela Patrícia Guerreiro Sara Belchior Carina Mendes Raquel Nunes Vanessa Silvério Débora Bento

Jogaram ainda Magda Batista Jéssica Eugénio Catarina Colaço Filipa Caixeiro Verónica Almeida Inês Miguel Carolina Silva Patrícia Vaz

Nádia Lima Inês Álvaro Filipa Guerreiro Ana Gil Ana Martins (cap.) Inês Lopes Raquel Coelho Treinador José Costa

Isabel Peixeiro Filipa Campos Joana Assunção Nicole Costa Jéssica Pacheco CristinaTeixeira(cap.) Ana Rita Batista Treinador Gonçalo Nunes

Marcador: 0-1, por Ana Rita Batista (1’), 1-1 por Ana Martins (27’) e 2-1 por Raquel Nunes (70’).

Futebol feminino Equipa do Ourique foi a vencedora da Supertaça Distrito de Beja em seniores femininos

Ourique venceu uma supertaça quentinha, quentinha em redor do campo

Uma justa conquista As equipas de seniores femininos do Ourique e Casa do Benfica de Castro Verde disputaram a Supertaça do Distrito de Beja, num jogo marcado por lamentáveis incidentes. Texto e foto Firmino Paixão

O

s confrontos verbais e físicos com que terminou a partida disputada no Complexo Desportivo Municipal de Almodôvar não belisca o mérito nem a justiça do triunfo do Ourique Desportos Clube. As duas equipas tiveram, ao longo da época, um percurso diferente, mas os jogos entre si foram sempre bem disputados e renhidos. Se na final da Taça Distrito de Beja, em Aljustrel, entre os mesmos protagonistas, os ânimos já haviam aquecido, na supertaça ferveram e transbordaram para além do aceitável. Os adeptos e as atletas têm de assumir uma postura de maior respeito mútuo e as atletas da Casa do Benfica de Castro Verde, que este ano foram campeãs distritais e ganharam a Taça Distrito, também têm de compreender que a derrota é um dos três resultados possíveis num jogo de futebol. O jogo foi pautado por alguma virilidade, com uma equipa de Castro Verde com maiores valores

individuais, mas muito perdulária nos momentos decisivos, ante um Ourique com a cabeça mais fria, que soube defender e foi eficaz nos momentos que decidiram a conquista do troféu. No final da partida o técnico do Ourique, José Costa, explicou que a estratégia para este jogo foi a mesma que utilizaram na taça: “Talvez o tempo mais fresco nos tenha ajudado um pouco, porque, em termos físicos, a nossa equipa aguentou melhor o jogo, encarando-o de outra forma, com calma e sem o nervosismo que é próprio destes momentos. Todas as nossas jogadoras estiveram bem e a vitória sorriu-nos”, acrescentou. O treinador assumiu ainda as fragilidades da sua equipa: “O setor atacante é a maior debilidade da nossa equipa, estamos bem defensivamente, ocupamos bem os espaços, mas somos muito perdulários no ataque. Tivemos três ou quatro ocasiões em que podíamos marcar e não conseguimos”. Contudo, assegurou que este foi um triunfo importante para consolidar o projeto: “Muito importante mesmo, foi o corolário de um trabalho de nove meses com estas atletas, para que elas atingissem os objetivos. Não viria mal nenhum ao mundo se não tivessem

O jogo foi pautado por alguma virilidade, com uma equipa de Castro Verde com maiores valores individuais, mas muito perdulária nos momentos decisivos, ante um Ourique com a cabeça mais fria, que soube defender. ganho, mas conseguimos este troféu e estamos todos orgulhosos por isso”. Na cabina dos vencidos, havia algum desespero, mas o técnico Gonçalo Nunes acedeu a comentar a ideia de que a sua equipa não esteve ao seu melhor nível: “Por um lado, nós tivemos o controlo do jogo, porque sempre atacámos, mas isso faz parte da nossa filosofia”. E justificou: “A equipa de Ourique, se calhar, tem metade da técnica que a nossa tem, mas

taticamente soube estar em campo e as vitórias conseguem-se assim. Marcaram em duas bolas paradas, fartei-me de dizer às minhas jogadoras para não fazerem faltas no nosso meio campo, não souberam ter esse discernimento”. O treinador felicitou as vencedoras, dizendo, contudo: “Se o Ourique é um justo vencedor ou não, quem costuma ganhar é porque fez para isso, portanto deixo um aplauso à equipa de Ourique, apesar da nossa regularidade durante toda a época ter sido brilhante, a equipa de Ourique também é muito regular desde há três anos, fizeram por ganhar e tenho que lhes dar os parabéns”. Mas questiona a justiça do triunfo, perguntámos? “Não questiono, na medida em que a minha equipa ataca, ataca e acaba por não ter felicidade. Agora, as equipas não se pautam só pelo ataque, temos que saber defender e acho que hoje, pela primeira vez, se calhar, em duas épocas, não vi a minha equipa a querer defender, vi-a a ver bolas a cair na sua defesa e a pensarem que a Carona resolvia a situação e esqueceram-se de lhe dar apoio, e quem joga assim não pode ganhar”. E concluiu: “A derrota acaba por acontecer com alguma justiça, embora eu ache que fizemos o suficiente para ganhar”.

Memórias José Saúde

Contemplam as minhas memórias desportivas que as realidades presentes nada se compadecem com aquelas que outrora conheci. Pela manhã do pretérito domingo, 19, viajei pela cidade de Beja e visualizei atividades desportivas que elevaram ao êxtase as minhas emoções. À tona da cachimónia surgiram-me verdades vividas dos tempos da minha irreverente juventude. Reconheço que dos espaços de antigamente sobressaem agora imagens que teimam em manter-se firmes em mentes não adormecidas. Neste contexto, generalizo essa eficaz empatia que nos transporta também a vivências observadas em localidades espalhadas pelo distrito. Lembro-me dessas remotas manhãs de domingo. A rapaziada, envergando a fatiota domingueira, deambulava pela velha urbe bejense, em grupo, para defrontar a rapaziada do arrabalde, do João Barbeiro, do Chico Pereira, da bairro da Apariça, do Terreirinho, das Alcaçarias, além de outros bairros citadinos. Nesses tempos desportivos de outrora, os espaços da bola eram vigiados normalmente pelo polícia de giro, sabendo-se, no entanto, que com o evoluir dos tempos tudo se simplificou. A expansão imobiliária verificada deixou, apenas, explícitas recordações dessa era já distante. Hoje, a rapaziada desloca-se de carro, equipa-se a rigor, tem sapatilhas e botas de marca, para além de um campo com balizas, não duas pedras que definiam a área do guarda-redes, e disfrutam de equipamentos apropriados. Confesso que me encanta a disponibilidade de gentes que, não obstante a idade, se entregam a uma componente desportiva que lhe traz valores acrescentados. Congratulo-me, implicitamente, com a entrega dessa rapaziada que aos fins de semana disputam jogos a brincar, mas repletos de emoções. A dinâmica constatada naquele campo térreo na mata do bairro dos alemães, em Beja, fez-me reviver velhas memórias. Longe vão os tempos das míticas eiras, do campo da feira ou outros espaços considerados impeditivos. As novas condições deparadas imploram rigor e a malta agradece.

19 Diário do Alentejo 24 maio 2013

Rali Cidade de Beja realiza-se amanhã


Diário do Alentejo 24 maio 2013

20

Torneio Interassociações em Vidigueira no domingo

O IV Torneio Interassociações de Futebol Sub/14, organizado pela Associação de Futebol de Beja, realiza-se no próximo domingo, dia 26, no Estádio Municipal de Vidigueira, com a participação das seleções distritais do Algarve, Beja, Évora e Portalegre. As eliminatórias começam às 10 e 30 horas e a fase final às 16 e 30 horas.

Mineiro comemora 80 anos Fundado em 25 de maio de 1933, o Sport Clube Mineiro Aljustrelense comemora amanhã 80 anos de existência. Nascido na vontade de uma vintena de jovens desportistas locais que participavam em torneios populares, o Mineiro teve o seu primeiro ponto sede no Café do Espanhol e só cinco anos depois conseguiu instalações para se fixar, exatamente no local onde hoje

ainda mantém a sua sede social. Reza o historial do clube tricolor que o branco, azul e vermelho que ainda mantém foram inspiração do adepto Custódio Alhinho e à imagem de um livro de papel de mortalhas de cigarro, depois inscritas numa vagonete mineira, representando a principal atividade económica do concelho e aquela que lhe deu maior simbolismo e mística. O 80.º aniversário será assinalado

com um jantar de gala, durante o qual serão distinguidos os associados com 25 e 50 anos de antiguidade, também o sócio n.º 1, António Eugénio Capeta, e José Duarte Albino, que durante 16 anos exerceu 14 mandatos à frente dos órgãos sociais do clube. O Aljustrelense prestará também o seu tributo às autarquias de Aljustrel e a algumas empresas patrocinadoras.

Taça das Nações de Juniores reuniu seis seleções em Portel

Minigolfe tem capital ao sul A vila de Portel entrou na rota internacional do minigolfe com a realização da Taça das Nações, competição que ensaiou o Campeonato da Europa de Juniores que ali decorrerá entre 7 e 10 de agosto próximo.

desportiva”: “E essa componente desportiva faz-se de uma forma transversal, ou seja, é uma forma de fazermos desporto unindo as pessoas, porque esta modalidade junta netos, pais, avós, dá lugar a todos para participarem dentro do potencial de cada um”. Norberto Patinho revelou ainda: “Temos uma associação (ADA) que pratica a moTexto e foto Firmino Paixão dalidade e participa nas competições nacionais. Há três ou quatro anos que temos aqui provas da seleção da Áustria, que derrotou Taça de Portugal e tivemos também uma das jorPortugal nas finais, venceu a Taça nadas do campeonato nacional. No sul do País, tidas Nações de Juniores em Minigolfe, rando Lisboa, é o único campo onde se pode fazer que decorreu no campo de minigolfe da vila este tipo de provas, mas acho que temos de tentar de Portel com a participação de 80 jogado- encontrar uma forma de não nos limitarmos a asres, em representação da Alemanha, Áustria, sistir e usufruirmos”. Finlândia, Portugal, Suécia e Suíça. O equipamento, revelou o autarca, pode tam“Estão aqui alguns dos melhores pratican- bém ser recreativo e lúdico e as escolas locais vão tes europeus”, sublinhou Analisas Quinta, pre- inserir nas suas atividades de desporto escolar e sidente da Federação Portuguesa de Minigolfe, enriquecimento curricular algumas atividades. acrescentando que: “Isto foi um Norberto Patinho lembrou ensaio para o próximo mês de também que “outras modaCLASSIFICAÇÕES FINAIS EQUIPAS agosto, quando aqui se realizar lidades mais competitivas fa1.º Áustria o Campeonato da Europa, e pe- 2.º Portugal zem uma seriação ao auge, las primeiras impressões que ti- 3.º Alemanha num determinado pico etávemos, e pelo que vimos, foi um 4.º Suécia rio, há uma formação e depois excelente ensaio, exceto o tempo, 5.º Suíça há uma decadência e hoje, por mas isso são coisas que ninguém 6.º Finlândia exemplo, tivemos aqui uma pode controlar. Quanto ao resto, criança muito nova na equipa foi uma organização ao nível do Individuais – juvenis nacional que contribui de uma 1.º Lars Anderegg (Suíça) que de melhor se faz na Europa”. maneira muito forte para que a Avaliando a expressão da 2.º Fábio Lima (Portugal) nossa seleção fosse à final”. modalidade em Portugal, o di- 3.º Tiago Bastos (Portugal) Quanto ao Europeu que rigente referiu: “No sul do País, se disputará entre os dias 7 e juniores femininos sobretudo, ainda tem pouca ex- 1.ª Annika Dellmann (Alemanha) 10 de agosto, em Portel, o aupressão. Há praticantes apenas 2.ª Martina Danner (Áustria) tarca afirmou: “Esse é o dena região de Portel e em Évora. 3.ª Luísa Lobão (Portugal) sígnio principal, esta taça Do Mondego para cima tem foi a prova que antecedeu o grande expressão. Porto, Vizela e juniores masculinos Europeu, não é tão particiLamego são núcleos com grande 1.º Sebastian Ekängen (Suécia) pada quanto o campeonato, dimensão que têm centenas de 2.º Marcel Waleska (Alemanha) porque em todos os países esatletas. Aqui em baixo está um 3.º Jan-Peter Lichtenberg (Alemanha) tamos neste momento no úlpouco mais fraco e estamos neste timo período escolar”. E, pormomento a tentar cimentar aqui que no Europeu o número de algumas coisas, temos o apoio da Câmara de países e atletas irá triplicar, o Norbeto Patinho Portel, que fez este investimento no campo de explicou que “esta taça tem a vantagem de nos minigolfe que é belíssimo. Para nós é dos me- prepararmos em termos de dimensão internalhores da Europa, portanto, vamos tentando cional, para termos uma resposta de qualidade, crescer e espero que assim seja”. porque não será apenas Portel que está em Norberto Patinho, presidente do município causa, nem o município, será o País que vai ter de Portel, justificou que a Taça das Nações surge também o desafio de responder de acordo com na vila “porque existe uma aposta nesta moda- aquilo que são os pergaminhos de alguns paílidade”. E porquê? “Nunca foi praticado mini- ses nórdicos que são fortes nesta modalidade”. golfe, não há uma história desta modalidade As componentes de potenciação do tuem Portel, mas pareceu-nos, devido a uma certa rismo que estas realizações sempre envolparticipação de portuenses, ou de pessoas liga- vem foram, naturalmente, equacionadas e das a Portel, no minigolfe, que seria uma moda- o presidente do município de Portel afirma: lidade interessante”. “Faremos tudo para que os acompanhantes O campo de minigolfe de Portel está implan- tenham programas paralelos, visitas a locais tado numa zona onde existia uma antiga lixeira, do próprio concelho e fora dele e notámos, área que foi requalificada e o autarca lembrou que só com estes seis países, que existiu algum “não foi um investimento demasiadamente ele- dinamismo económico, mostrando o que é vado que não estivesse ao alcance do município e o nosso Alentejo e estimulando o desejo de que pode ter a componente lúdica, mas também cá voltarem”.

A

Portel Campo de minigolge de Portel acolheu a Taça das Nações PUB


institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1622 de 24/05/2013 Única Publicação

MOURA

LEILÃO

(Hotel de Moura)

Praça Gago Coutinho nº1

06 DE JUNHO 2013 • 14h30m

GPS: N 38º08'23.72'', W 7º26'53.22''

INSOLVENTE: MACHADO & BARRADAS, LDA • TRIBUNAL JUDICIAL DE SERPA • PROC. N.º 213/12.2TBSRP - SECÇÃO ÚNICA Por determinação do Exmo. Administrador de Insolvência e de acordo com a Comissão de Credores, vão ser postos em venda extrajudicial, por negociação particular com recurso a leilão, os bens arrolados a favor da massa insolvente.

EMPRESA PARA PRODUÇÃO DE AZEITE VENDIDA NO CONJUNTO Caso se frustre a venda dos bens no conjunto, a venda será feita em separado.

Rua dos Lagares - Vale de Vargo (Serpa) GPS: N 37º59.045', W 7º24.553'

PRÉDIO URBANO - RÉS DO CHÃO E QUINTAL Áreas: Total - 2990,6 m² Coberta - 604,2 m² Descoberta - 2386,4 m² • C.R.P. de Serpa sob o n.º: 463/19930513 - Freguesia Vale de Vargo

VISITAS: No próprio dia das 10h00m às 12h30m

TEGÕES, BÁSCULA, BALANÇA ELECTRÓNICA, TRANSPORTADORES, MOINHOS, PRENSAS HIDRÁULICAS DEPÓSITOS EM INOX , APARELHOS LABORATÓRIO, MOINHOS DE QUATRO GALGAS, ROBOT DE ENCERAR BOMBAS HIDRÁULICAS, TREMONHAS. www.lcpremium.pt info@lcpremium.pt

SEDE: Transv. do Sítio do Espertim, Apartado 98, 6201-909 Covilhã DELEGAÇÕES: LISBOA . ALBUFEIRA . PONTA DELGADA . FUNCHAL

DOWNLOAD DE CATÁLOGO EM WWW.LCPREMIUM.PT INFOLINE: 275 951 420

21 Diário do Alentejo 24 maio 2013

Diário do Alentejo n.º 1622 de 24/05/2013 Única Publicação

CARTÓRIO NOTARIAL DE SERPA

EXTRACTO Certifico para efeitos de publicação que, no dia 22 de Maio de 2013, iniciada a folhas 97 do livro de notas número 35 - A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, pela qual JOAQUIM JANEIRO CARDADEIRO, NIF 145.227.120, e mulher LUZIA FIGUEIRA MOITA DA SILVA CARDADEIRO, NIF 145.227.138, casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Pias, concelho de Serpa, onde residem na Rua D. Maria Vilhena Varela, número 28, alegam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes imóveis denominados Zambujeiro “, sitos na freguesia de Pias, concelho de Serpa: UM – Prédio rústico de cultura arvense de sequeiro e figueiras, com a área de sete mil e quinhentos centiares, que confronta: do norte com Brígida Francisca Palma Bexiga Mariano, do sul com José Bravo dos Santos e outro, do nascente com António Cachola Alcântara, e pelo poente com Joaquim Cardadeiro Vitória, inscrito na matriz sob o artigo 88, da secção T, com o valor patrimonial tributário para efeitos de IMT de €1.415,60, a que atribuem igual valor, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa; e DOIS – Prédio rústico de cultura arvense de sequeiro, olival e figueiral, descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa sob o número quatro mil cento e três, daquela freguesia, inscrito na matriz sob o artigo 30, da secção T, com o valor patrimonial tributário para efeitos de IMT de € 4.273,78, a que atribuem igual valor. Que estes imóveis somam o valor total e atribuído de € 5.689,38. Que o imóvel identificado em DOIS encontra-se registado na aludida Conservatória a favor dos titulares inscritos Joaquim Cardadeirn Vitória, casado com Ludovína Ramalho, Pias, Serpa, pela apresentação dois, de catorze de Maio de mil novecentos e cinquenta e oito, tendo os mesmos, cujo paradeiro de desconhece, sido previamente notificados editalmente, bem como os respetivos herdeiros incertos, através da notificação avulsa, nos termos do artigo noventa e nove, do Código do Notariado, já arquivada neste Cartório como documento número oitenta e dois, do maço referente às notificações avulsas do ano corrente. Que os referidos imóveis indicados em UM e DOIS são pertença dos justificantes por os haverem adquirido por doação verbal efetuada por seus pais e sogros Joaquim Ramalho Cardadeiro e Francisca Caeiro Janeiro, casados na comunhão geral, já falecidos, residentes que foram na dita freguesia de Pias, em dia e mês que ignoram do ano de mil novecentos e noventa e dois, portanto, há mais de vinte anos, não tendo sido celebrada a competente escritura, tendo o imóvel mencionado em DOIS sido adquirido pelos seus referidos pais e sogros Joaquim Ramalho Cardadeiro e Francisca Caeiro Janeiro, por partilha que efetuaram com os demais interessados por óbito dos titulares inscritos – Joaquim Cardadeiro Vitória e Ludovina Ramalho, em dia e mês que ignoram do ano de mil novecentos e oitenta, residentes que também foram na citada freguesia de Pias, desconhecendo-se, porém, qual o Cartório onde foi lavrada a respetiva escritura de partilha, apesar das várias buscas a que se procedeu, encontrando-se, por isso, impossibilitados de, pelos meios extrajudiciais normais, de comprovar aquela transmissão, motivo pelo qual não são detentores de qualquer documento formal que legitime o seu domínio sobre os mesmos imóveis. Porém, desde aquele ano de mil novecentos e noventa e dois e sem interrupção, os justificantes entraram na posse dos identificados prédios rústicos, cultivando-os e usufruindo todas as suas utilidades e suportando os respetivos encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa-fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que os adquiriram por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, documento algum que lhes permita fazer a prova do seu direito de propriedade. Que, desta forma, justificam a aquisição dos aludidos prédios rústicos por usucapião. Está conforme o original. Cartório Notarial de Serpa, a cargo da Notária Joana Raquel Prior Neto, vinte e dois de Maio de dois mil e treze. A Notária, Joana Raquel Prior

Vale €1,20 em abastecimentos superiores a 20 litros

descontos atÉ

6 cÊnt.

1. Válido nos Postos BP Beja Luzias, BP Beja Variante e BP Beja Castilho; 2. Este vale só poderá ser descontado no ato de pagamento de abastecimentos iguais ou superiores a 20 lts., até um máximo de 3 vales por abastecimento (60 lts); 3. Este vale não é acumulável com outras campanhas desconto a decorrer no Posto de Abas-

por litro

tecimento; 4. Este vale só é válido para abastecimentos

desconto em combustÍvel

com cartões: Routex, Azul e de Sócio ACP; 5. Nenhuma

atÉ 31 de maio

em combustíveis cujos pagamentos não sejam efetuados responsabilidade será aceite nos seguintes casos: perda, roubo ou danificação do vale quer tenha sido utilizado ou não; 6. Este vale não pode ser trocado por dinheiro; 7. Válido até 31 de maio de 2013.


saúde

22 Diário do Alentejo 24 maio 2013

Análises Clínicas

Medicina dentária

Psicologia

Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista

Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Exclusividade em Ortodontia (Aparelhos) Master em Dental Science (Áustria) Investigadora Cientifica - Kanagawa Dental School – Japão Investigadora no Centro de Medicina Forense (Portugal)

FERNANDA FAUSTINO

Clínica Geral

Técnica de Prótese Dentária Fisioterapia

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

Centro de Fisioterapia S. João Batista

Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

Oftalmologia

Drª Elsa Silvestre

Drª M. Carmo Gonçalves

DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)

Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência

Ginecologia/Obstetrícia

Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100

Reeducação do Pavimento

Pós Mastectomia

meio aquático

Marcações pelo tel.

Psiquiatria

Acordos com A.D.S.E., CGD,

Multicare, Allianze,

PARADELA OLIVEIRA

Seguros/Acidentes

Psiquiatra no Hospital

de trabalho, A.D.M., S.A.M.S.

de Beja

Marcações pelo 284322446;

Consultas às 6ªs feiras a partir das 8:30 horas na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo tel. 284328023 BEJA

Medis, Advance Care,

Fax 284326341

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.

R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA

Fisioterapia

TERESA ESTANISLAU CORREIA MÉDICA DERMATOLOGISTA

e.mail: clinidermatecorreia@ gmail.com

Cirurgia Maxilo-facial

nº 4 1ºFte

Urologia

Cirurgia Vascular

HELENA MANSO CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES Convenções com PT-ACS CONSULTÓRIOS: Beja Praça António Raposo Tavares, 12, 7800-426 BEJA Tel. 284 313 270 Évora CDI – Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais, 7000 Évora Tel. 266749740

Otorrinolaringologia ▼

Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas

MÉDICO DENTISTA

23 - 1º F (Jardim do Bacalhau)

CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras

Prótese/Ortodontia

Praça Diogo Fernandes,

AURÉLIO SILVA UROLOGISTA

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

BEJA Clínica dentária

Dr. José Loff Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/Implantologia Aparelhos fixos e removíveis

DR. J. S. GALHOZ ▼

7800- 544 - BEJA

(Edifício do Instituto do Coração, frente ao Continente)

DR. MAURO FREITAS VALE

284323028

Dermatologia

Consultas às 4ª feiras tarde e sábado MARCAÇÃO DE CONSULTAS: Diariamente, dias úteis: Tel: 218481447 Lisboa 4ª feiras: 14h30 – 19h Tel: 284329134 Beja

Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia

Consultas segundas, quartas, quintas e sextas

Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja

Urinária

Estomatologia

Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar

Rua Manuel António de Brito

Reabilitação

Estomatologista (OM) Ortodontia

Generalista CONSULTAS DE OBESIDADE

Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155

CÉLIA CAVACO

Psicologia Clínica

Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

DR. JAIME LENCASTRE

ALI IBRAHIM

Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério da Saúde

Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

Hidroterapia/Classes no

Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

Médico oftalmologista

Psicologia Educacional

JOSÉ BELARMINO, LDA.

EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas

FAUSTO BARATA

DR. A. FIGUEIREDO LUZ

Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503

Drª Ana Teresa Gaspar

JOÃO HROTKO

Dr. Carlos Machado

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

Obesidade

Consultas de 2ª a 6ª

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR

Fisiatria

CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas

Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

GASPAR CANO

Oftalmologia

Especialista pela Ordem dos Médicos

CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA

Pélvico

Cardiologistas

VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA

Telef. 284322527 BEJA

Marcações pelo telefone 284321693 ou no local

Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

Terapia da Fala

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106

Vários Acordos

HELIODORO SANGUESSUGA

Directora Clínica da novaclinica

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda.

Neurologia

Medicina dentária

Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

Urologia

APCS

Associação Portuguesa das Crianças Sobredotadas Pólo de Beja

Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO

Luís Payne Pereira Médico Dentista

Consultas em Beja CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq. Tm. 962557043

Consultas em Beja Clínica do Jardim Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

FRANCISCO FINO CORREIA MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS /JOVENS Sede: Escola Superior de Educação de Beja Rua :Pedro Soares 7800- 295 Beja polobejaapcs@sapo.pt

Telm: 966561907


saĂşde

23 DiĂĄrio do Alentejo 24 maio 2013

4#9* 55: % & # 9* % # #

Dra. Heloísa Alves Proença - Ortodontia/Aparelhos

; < = > & # (4?

! " # $ %& ! " '# $ %& ( )* # + , .*/& $ # 0#* 1 2# 3 4/ & 5, # # # 3 6 7084

Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira e Castro – Jaime Cruz MaurĂ­cio EcograďŹ a | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital MamograďŹ a Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan Densitometria Ă“ssea Nova valĂŞncia: Colonoscopia Virtual Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance; Advance Care Graça Santos Janeiro: EcograďŹ a ObstĂŠtrica Marcaçþes: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja e-mail: cradiologiabeja@mail.telepac.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, EndocavitĂĄria, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia MamĂĄria Ortopantomografia AntĂłnio Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria JoĂŁo Hrotko – MĂŠdicos Radiologistas – Convençþes:

Dr. SidĂłnio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabĂĄgica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto PortuguĂŞs de Reumatologia de Lisboa Dr.ÂŞ VerĂłnica TĂşbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ÂŞ Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia ClĂ­nica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. RogĂŠrio Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – ClĂ­nica Geral/ Medicina Familiar Dr.ÂŞ NĂ­dia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. SĂŠrgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja DrÂŞ Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto PortuguĂŞs de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias UrinĂĄrias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ÂŞ LucĂ­lia Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.JĂşlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estĂ´mago, fĂ­gado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ÂŞ Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia RespiratĂłria/Apneia do Sono Dr.ÂŞ Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e AdolescĂŞncia/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ÂŞ Paula Rodrigues – Psicologia ClĂ­nica – Hospital de Beja Dr.ÂŞ LuĂ­sa Guerreiro – Ginecologia/ObstetrĂ­cia Dr. LuĂ­s Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge AraĂşjo – EcograďŹ as ObstĂŠtricas Dr.ÂŞ Ana MontalvĂŁo – Hematologia ClĂ­nica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ÂŞ Ana Cristina Charraz – Psicologia ClĂ­nica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ÂŞ Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ÂŞ Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.ÂŞ Maria JoĂŁo Dores – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Enfermeira Maria JosĂŠ Espanhol – Enfermeira especialista em saĂşde materna/Cuidados de enfermagem na clĂ­nica e ao domicĂ­lio/Preparação prĂŠ e pĂłs parto/amamentação e cuidados ao recĂŠmnascido/Imagem corporal da mĂŁe – H. de Beja Marcaçþes diĂĄrias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nÂş 6, 1Âş B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE HorĂĄrio: de 2ÂŞ a 6ÂŞ feira, das 8 Ă s 19 horas e aos sĂĄbados, das 8 Ă s 13 horas

ClĂ­nica MĂŠdico-DentĂĄria de S. FRANCISCO, LDA. GerĂŞncia de Fernanda Faustino

Av. Fialho de Almeida, nÂş 2 7800 BEJA

Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare

Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387

Rua General Morais Sarmento, nÂş 18, r/chĂŁo; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

MĂŠdica Dentista / Directora ClĂ­nica Mestrado pela Universidade Krems - Ă ustria Investigadora Cientifica na Kanagawa Dental School,JapĂŁo

Dr. Ricardo Gomes - Ortodontia - MĂŠdico Dentista Dra. Vanda Marcelino - Endodontia/Medicina DentĂĄria Geral - MĂŠdica Dentista

Dra. Carla Iwata - Endodontia/Medicina DentĂĄria Geral MĂŠdica Dentista

Dra. Rita Macedo - Odontopediatria/Crianças MÊdica Dentista

Dr. João Rua - Oclusão/ATM/Dores de Cabeça/ Reabilitação Oral MÊdico Dentista - Prof. de Reabilitação Oral no I.S.C.S.E.M

Dr. Pedro Franco - EstĂŠtica DentĂĄria/PrĂłtese Fixa MĂŠdico Dentista

Dr. JoĂŁo Veiga - Implantes/Cirurgia Oral MĂŠdico Dentista / Prof. de Cirurgia Oral no I.S.C.S.S

Dr.ª Catarina Silva - Medicina Dentåria Geral - MÊdica Dentista Dr.ª Ana Tadeu – Medicina Dentåria Geral -

MĂŠdica Dentista

Delmira Regra - Higiene Dentåria/Prevenção - Higienista Oral Pedro Silva e Fernando Pereira - Prótese Dentåria Removível TÊcnicos de Prótese Dentåria

www.novaclinica.pt

Rua Manuel AntĂłnio Brito n.Âş n.Âş6-1.ÂşFRT. Âş6-1.ÂşFRT. 7800-522 780 Beja

Telefone: 284 328 100


necrologia diversos

24 Diário do Alentejo 24 maio 2013

VALE DE ÁGUA

BEJA

BERINGEL

†. Faleceu a Exma. Senhora D. ELVIRA MARIA, de 82 anos, natural de Alcaria Ruiva - Mértola, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 16, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.

†. Faleceu o Exmo. Senhor MANUEL ANTÓNIO ROCHA, de 83 anos, natural de Mombeja - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 19, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

†. Faleceu o Exmo. Senhor JOAQUIM MENDES CRISTINA, de 76 anos, natural de São Sebastião Loulé, viúvo. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 19, da Casa Mortuária de Figueira de Cavaleiros, Ferreira do Alentejo, para o cemitério local.

NOSSA SENHORA DAS NEVES

MOMBEJA

BEJA / SALVADA

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor LUÍS ANTÓNIO JANEIRO VIRIATO, de 68 anos, natural de Mombeja - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria José Rosa Viegas Horta. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 20, da Casa Mortuária de Mombeja, para o cemitério local.

MOITA DO NORTE / QUINTOS

BERINGEL

†. Faleceu o Exmo. Senhor JORGE FRANCISCO EUSÉBIO, de 83 anos, natural de Mértola, casado com a Exma. Sra. D. Maria Bárbara Godinho. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 21, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério da Salvada.

MISSA

Mariana Gertrudes Ramos

Maria Encarnação Vicente

FIGUEIRA DOS CAVALEIROS

†. Faleceu o Exmo. Senhor JOAQUIM CUSTÓDIO ROCHA, de 82 anos, natural de São Domingos - Santiago do Cacém, viúvo. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 16, da Casa Mortuária de Vale de Água, Santiago do Cacém, para o cemitério local.

†. Faleceu o Exmo. Senhor JORGE MANUEL CORREIA CAIXINHA, de 69 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Emília Granzote Góis Caixinha. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 19, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

MISSA

†. Faleceu o Exmo. Reverendíssimo Padre AFONSO MANSO PRATA, de 86 anos, natural de Videomonte - Guarda. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 21, da Capela do Seminário de Beja, para o cemitério desta cidade.

22.º Ano de Eterna Saudade Mais um ano se passou sobre a data em que me deixaste para sempre, mas eu recordo-te todos os dias com eterna saudade. O tempo dificilmente vai passando, mas o mesmo não consegue fazer esquecer a tua imagem do meu pensamento. Peço a Deus Nosso Senhor que te dê o descanso eterno, como boa irmã que foste para mim. Participo a todas as pessoas de minhas relações e amizade que mando celebrar missa por alma da minha saudosa e querida irmã no dia 25/05/2013, sábado, pelas 18 horas, na igreja de Santa Maria, em Beja, agradecendo desde já a todas as pessoas que se dignarem assistir ao piedoso acto.

8.º Ano de Eterna Saudade Pais, tios, primos e restante família participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 24/05/2013, sexta-feira, às 18 e 30 horas, na igreja do Carmo, em Beja, agradecendo desde já a todos os que nela participem.

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA DA ASSUNÇÃO MARTINS, de 97 anos, natural de Beringel - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 22, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

ALUGA-SE CASA T2 Vidigueira

VENDE-SE

Monte Gordo Algarve

Camião em bom

T2 – Novo, per to da

estado, marca Mer-

Renovada recente-

praia, muito bem equi-

cedes Benz, 153

mente, cozinha equi-

Ar condicionado e va-

000km, equipado

pada com fogão, frigorifico, esquentador,

ALUGA-SE ESPAÇO COMERCIAL Zona central de Vidigueira, para qualquer ramos mas equipada

randa.

com tesoura tribas-

T1 – Centro de Monte

culante, travão eléc-

2 quartos, sala, co-

trico e conjunto de

zinha espaçosa, wc,

supermercado.

taipais duplos.

marquise e quintal.

Toda renovada, boa

Zona central.

área disponível.

Gordo, 150 metros da praia, condominio fechado, com piscina. Bons Preços. O Próprio. Contactar tms.: 964117202 /919000350

Contactar tm. 919379873

Vidigueira PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Antónia Maria Pavanito Coxinho Bargado

FÉRIAS

pado, Grandes áreas.

Seu marido, filhas, genros e netos participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 28/05/2013, terça-feira, às 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja, agradecendo desde já a todos os que se dignarem comparecer.

MISSA

José Joaquim Batoque Vaquinhas

†. Faleceu o Exmo. Senhor JOSÉ ANTÓNIO ELIAS, de 77 anos, natural de Quintos - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Guilhermina Maria Venes Paulino Elias. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 22, da Casa Mortuária de Quintos para o cemitério local.

1.º Ano de Eterna Saudade

exaustor.

com algum equipamento para talho e/ou

Contactar

Contactar

tm. 918462305

tm. 924199046

Esposo, filhos, nora, netos, irmãs e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 15/05/2013, e na impossibilidade de o fazerem pessoalmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.


institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1622 de 24/05/2013 Única Publicação

CASA DO ESTUDANTE A Associação Casa do Estudante relembrando o seu fundador Pe. Joaquim Fatela realiza um encontro no próximo domingo, 26 de Maio, em Beja com o seguinte programa: 11.00 horas – Cemitério de Beja, homenagem junto ao túmulo do Pe. Joaquim; 12.00 horas – Missa na Igreja do Carmo (S. João Batista) Beja – sufrágio pelo 1º aniversário da sua partida e por todos os antigos alunos falecidos; 13:15 horas – na Sede da Instituição, para uma refeição breve e tempo de conversa. Beja, 13 de Maio de 2013. A Direção da Casa do Estudante Solicita-se a quem pretender tomar a refeição que confirme junto dos seguintes contactos: E-mail: casa.do.estudante@cabovisao.pt TLM:284 322 036 Diário do Alentejo n.º 1622 de 24/05/2013 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA ZONA AZUL

CONVOCATÓRIA Ao abrigo do art° 27° dos Estatutos, venho por este meio convocar a Assembleia Geral Ordinária a realizar no dia 3 de Junho de 2013, pelas 20,30 horas na Sede do Clube, sita na Rua Frei Manuel do Cenáculo, n°17, em Beja, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS: 1 - Apreciação e votação do Relatório e Contas da Direção referentes ao exercício de 2012. 2 - Apreciação e votação do Plano de Actividades e Orçamento para 2013. 3 - Outros Assuntos. De acordo com o art° 31 ponto 1 dos Estatutos, caso à hora marcada não estejam presentes 50% do número total de associados, a Assembleia Geral reunirá em 2.ª COVOCATÓRIA, 30 minutos mais tarde no mesmo local e dia com igual ordem de trabalhos. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral António Francisco Mestre Raposo

A cargo da Notária Ana Paula Lopes António Vasques CERTIFICO, para fins de publicação que foi lavrada neste Cartório Notarial, no dia de hoje, de quarenta e seis a folhas quarenta e oito do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “Cento e Setenta e Oito - E”, escritura de Justificação, na qual: Rogério Damásio de Jesus e mulher Maria de Lurdes Rodrigues da Costa de Jesus, residentes em Casal Sousas, Apartado 46, Vale da Pinta, Cartaxo, contribuintes fiscais números 139 302 255 e 139 302 263; Declararam que são donos e legítimos possuidores do seguinte imóvel: Prédio Rústico, denominado “Caiada de Cima”, situado na freguesia de Vila Nova de Milfontes, concelho de Odemira, com a área de dois mil metros quadrados, composto de horta, inscrito na respectiva matriz sob parte do artigo 63 da secção G; a confrontar de Norte com Alpendurada e caminho público; Sul, Nascente e Poente com terras de Caiada de Cima de Luís Filipe de Almeida Ribeiro de Menezes; a que se atribui o valor de mil euros; Que este prédio é a desanexar do prédio rústico, denominado “Caiada de Cima”, situado na freguesia de Vila Nova de Milfontes, concelho de Odemira, inscrito na respectiva matriz cadastral rústica sob o artigo 63 da Secção G o qual proveio do 51 da mesma Secção, descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira sob o número dois mil duzentos e vinte e um da dita freguesia, onde se mostra registada a aquisição a favor de Luís Filipe de Almeida Ribeiro de Menezes, casado sob o regime de comunhão de adquiridos com Maria João Cardoso Franco de Sousa Ribeiro de Menezes, por partilha por óbito de seu pai, Ruy Manuel da Silveira Ribeiro e Menezes. Que aquele prédio foi adquirido pelos justificantes em dia e mês que não podem precisar do ano de mil novecentos e setenta e três, por compra meramente verbal, feita a Ruy Manuel da Silveira Ribeiro de Menezes, casado com Ema Ferreira de Almeida Ribeiro de Menezes, não tendo nunca sido celebrada a competente escritura de compra e venda. Que, assim, possuem o identificado prédio há cerca de quarenta anos, em nome próprio, de boa fé, na convicção de serem os únicos donos e plenamente convencidos de que não lesavam quaisquer direitos de outrem, á vista de toda a gente e sem a menor oposição de quem quer que fosse desde o inicio dessa posse, a qual sempre exerceram sem interrupção, vedando-o, amanhando-o, colhendo os seus frutos, retirando dele todas as suas utilidades, tudo como fazem os verdadeiros donos. Trata-se, por conseguinte, de uma posse exercida em nome próprio, de uma forma pública, contínua e pacífica. Que, dado o modo de aquisição invocado se encontram impossibilitados de comprovar o seu direito de propriedade plena pelos meios extrajudiciais normais. Está conforme, nada havendo na parte omitida além ou em contrário do que se certifica. Odemira, 14 de Novembro de 2012. A Notária Ana Paula Lopes António Vasques

OFICINA RECTIFICAÇÕES Õ DE CABEÇAS E DE BLOCOS (Novos preços) TESTAGENS z SERVIÇO DE TORNO z SOLDADURAS EM ALUMÍNIO z

Encamisar blocos orçamentos com ou sem material PREÇOS SEM CONCORRÊNCIA

CASADINHO DESPERTAR SPORTING CLUBE

CONVOCATÓRIA Assembleia Geral Ordinária Nos termos do Artigo 27°, alínea a), e de acordo com o estipulado nas alíneas a) e b) do número 2 do Art.° 21°, ambos dos Estatutos do Despertar Sporting Clube, convoco a Assembleia Geral a reunir em sessão ordinária no dia 30 de Maio de 2013, quinta-feira, pelas 21.00 horas na sede social do Clube, sita na Rua Francisco Miguel Duarte N° 1 em Beja, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1. Apreciação e votação do Relatório de Contas referente ao exercício do ano de 2012. 2. Apreciação e votação do Relatório de Atividades do ano de 2012. 3. Apreciação e votação do Plano de Atividades e Orçamento para o Exercício Económico de 2013/2014. 4. Diversos. Nota: Se à hora marcada não estiverem presentes o número de sócios suficientes, a mesa da Assembleia funcionará meia hora depois com qualquer número de sócios, conforme o ponto 1 do Artigo 24. Beja, 16 de Maio de 2013 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Justino de Matos Engana

Diário do Alentejo n.º 1622 de 24/05/2013 Única Publicação

CARTÓRIO PRIVADO DE ODEMIRA

z

Diário do Alentejo n.º 1622 de 24/05/2013 Única Publicação

25 Diário do Alentejo 24 maio 2013

SOCIEDADE FILARMÓNICA CAPRICHO BEJENSE

Assembleia Geral Ordinária CONVOCATÓRIA Ao abrigo do art.º 182 dos Estatutos, convoco uma Assembleia Geral Ordinária para o dia 3 de Junho de 2013 (segunda-feira), pelas 21h, na sede desta sociedade, com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS: 1. Discussão e votação do Relatório e contas da Direcção, referente aos anos 2010/2011/2012; 2. Eleição dos Corpos Gerentes da Sociedade Filarmónica Capricho Bejense para o triénio 2013/2016. Tal como estipula o artº 18.º dos Estatutos, será concedido antes da ordem do dia, um período de trinta minutos para tratar de quaisquer assuntos não incluídos na mesma ordem de trabalhos, e que a Assembleia reconheça de interesse para a Sociedade. Nos termos do artº 18º, e suas alíneas, dos Estatutos, a Assembleia só poderá deliberar em primeira convocatória, com a presença de metade dos sócios, funcionando sem segunda convocação meia hora depois, com qualquer número de presenças. Beja, 16 de Maio de 2013. O Presidente da Assembleia Geral João da Silva Martins

Diário do Alentejo n.º 1622 de 24/05/2013 Única Publicação

ANÚNCIO A Fundação Joaquim António Franco e Seus Pais, com sede na Rua 5 de Outubro, .º 10, em Casével, 7780-020 Castro Verde. Vende aproximadamente 800 arrobas de cortiça na árvore, nas Herdades do Monte Coito e Aguentinha, sitas na Freguesia de Ourique. Quem estiver interessado é favor entregar a sua proposta em carta

Sítio Horta de St. António Caixa postal 2601 BEJA Tm. 967318516

fechada, até às 17 horas, do dia

ALUGA-SE

VENDE-SE

ESPAÇO DE GARAGEM

EM BEJA Armazém 1000 m2.

CARRO/MOTO (Bairro da Cooperativa Lar para Todos – 5.ª fase)

VENDE-SE OU ALUGA-SE Apartamento T3.

Preço 30€/mês Contactar

Contactar

tm. 963055229

tm. 967897015

SULACCOUNT, LDA

ESTÁGIO PROFISSIONAL ÁREA DE CONTABILIDADE E CONSULTORIA EM GESTÃO HABILITAÇÕES ACADÉMICAS: LICENCIATURA NAS ÁREAS

CANDIDATURAS PARA JORGE.FREITAS@SULACCOUNT.PT

04/06/2013, na morada acima. Para mais informações contacte os n.ºs tel. 286689287 ou 919365363.


Diário do Alentejo 24 maio 2013

26

É ju junt nto ao o rio rio G Gua uadi diana, na fregu gues essiaa de Qu Quin into in tos, to s, conc co ncel elho ho d dee Beeja ja, qu quee quem m vis isit itaa a he it herd rdad adee ad d Vau pod do od der erá ap apre reci re c ar a ci pais pa isag ageem m, a bi biod o iv iver ersi sd si daade e o si silêênc silê ncio quee eenv nvol olve ol ve a ve un u n nid idad id ade ho hotteele hote leir leir ira raa.. Cer erca erca cada cada da por trrês po ês cid id dad aad ades des es his isttó istó óri óri rica cas – Be Beja j , Mé ja M rtol ola e Se Seerp rrp pa –,, co om te temá m ttiica má cas e po cas pont ntos nt oss de inte in ntere tere te ress s e di ss d sttin nto os, a heerrdaad dee prop pr opor por o cciio on na attivvid idad aad des es dee caaçça, ça, a, lig gad a as as ao vi vin vinh nh ho,, gassttro ga tro onó nómi ómi mica cas e bi cas bird bird rdwa watc tcch tchi hiing. ng. ng

Empresas

Investimento no concelho de Beja enriquece oferta do Alentejo

Herdade do Vau, um espaço mágico Publireportagem Sandra Sanches

M

iguel Otto, que adquiriu a propriedade em 2006, essencialmente para a produção de vinho, acabou por, em 2012, acrescentar a componente turística. O que começou por funcionar numa versão soft opening, já acolheu clientes oriundos de toda a parte do mundo. A herdade conta com sete quartos duplos, wc privativos, garrafeira, sala de provas de vinho, duas salas de estar e uma de jantar que se adapta a diferentes ocasiões, uma biblioteca no resto-do-chão e uma livraria um pouco mais tranquila no primeiro andar. A herdade, que possui ainda um forno tradicional, espera, num futuro próximo, fazer pão de lenha à moda antiga, algo que Miguel Otto considera “uma peça importante na

dimensão cultural”. Já no exterior, a piscina, que está na fase final de construção, tem a particularidade de ser coberta de material o mais natural possível, de forma a reduzir o impacto em termos de paisagem. Em fase de crescimento, a herdade está também a preparar as casas do antigo lagar, contando oferecer, a curto prazo, mais dois quartos duplos e um T1 duplo com sala de estar e kitchenet. Percebe-se que a arquiteta Maria Otto tentou, acima de tudo, valorizar a simplicidade e a preservação do espaço. Futuramente, a unidade contará com uma sala de eventos que incluirá música ao vivo, jogos, noite de contos e exposições. A herdade, ainda que com muitas adaptações iniciais, vive de sonhos antigos que Miguel Otto já tinha traçado em outros momentos da sua vida. Porque considera que o Alentejo tem um forte

potencial em turismo de qualidade, refere que o trabalho agora é continuar a sua preservação mas, essencialmente, dinamizar o Alentejo. Com inovações nos seus pequenos detalhes, o proprietário pensou em tudo e atividades é o que não faltam na herdade, desde caça (o verdadeiro perfil do caçador, “não o matador”) a atividades ligadas ao vinho, gastronomia, birdwatching, percursos pedestres e pela vinha, BTT, percursos todo o terreno, pesca no rio e canoagem. A recetividade até à data é bastante positiva, sendo a herdade procurada por famílias com filhos, grupos de caçadores e clientes na terceira idade, ativos e dinâmicos. Os valores praticados são competitivos face à oferta regional, mas para Miguel Otto, mais do que os preços, o que conta é “o valor intrínseco do que se está a oferecer”. E acrescenta: “Existe

um longo caminho a percorrer, sendo que a ideia não é a quantidade mas, iminentemente, a qualidade”. Miguel Otto considera a herdade “minimalista”, pelo que não pretende distrair a atenção das pessoas, mas sim tornar o espaço acolhedor. Porque é da opinião de que a vida é regida em função da atitude com que se encara a mesma, e porque um sorriso pode mudar o quotidiano das pessoas, não hesitou em dar o nome “Riso” ao seu terroir de eleição. E considera que foi neste “paraíso perdido” que encontrou as características para produzir um vinho diferente, peculiar e de qualidade. Para o futuro perspetiva-se um processo de aprendizagem intensivo, e Miguel Otto está consciente de que o retorno do investimento só será visível dentro de oito a 10 anos.

PUB

Diário do Alentejo n.º 1622 de 24/05/2013 Única Publicação


Vais poder assistir a este filme amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas, no Cineteatro de Serpa. Um filme cheio de aventura e muita magia, não fosse a sua personagem principal inspirada no “Feiticeiro de Oz”. Mas se pensas que já conheces a história deixa-te surpreender por este novo argumento.

27 Diário do Alentejo 24 maio 2013

“Oz: Grande e Poderoso” no Cineteatro Municipal de Serpa

Pais Para os pequenotes comerem mais fruta.

Dica da semana Rua com eles Ideias simples, mas que podem fazê-los sair de casa e largarem a televisão.

A Dica desta semana é sobre a artista Rebecca Coles. Um trabalho que tem como base o papel, a tesoura e muita imaginação. Muito inspirado na natureza, sobretudo nos pássaros e nas borboletas, quase podíamos dizer que estão vivas estas esculturas de papel, não pelos seus motivos, mas pela forma e dinâmica que a artista consegue passar para cada uma delas. Podes ver mais em http://www.rebeccajcoles.co.uk/work

A páginas tantas... História de um gato e de um rato que se tornaram amigos tem a assinatura do escritor Luís Sepúlveda e conta com as ilustrações de Paulo Galindro. Uma história comovente que envolve o grande princípio que é a amizade. Max, o rapaz da nossa história, cresceu ao lado do seu fiel gato Mix, mas a vida muda e Max cresce e à medida que o tempo vai passando, o tempo que estão juntos é cada vez menor. Para Mix o tempo também não perdoa e ele vai envelhecendo, chegando mesmo a perder a visão. Mas nem tudo é mau. É aqui que conhece Mex, um pequeno rato que se vai tornar o seu melhor amigo. No tempo que passam juntos, Mex torna-se os olhos de Mix, contando-lhe tudo o que vê. Como diz o autor, “os amigos partilham o melhor que têm”. Podes espreitar um pouco da história e das ilustrações neste vídeo http://www.youtube.com/watc h?v=hO SPd fOiv uk&fe ature=playe r_embedded

À solta Segue este passo a passo e faz com que as tuas flores nunca morram. Vais precisar de lenços de papel, tesoura e limpa cachimbos.


28 Diário do Alentejo 24 maio 2013

Letras

Cultura a sul – Alentejo

É

Boa vida Comer Filetes de cação corados em azeite e alho com migas de feijão manteiga Ingredientes para 4 pessoas: 800 gr. de filetes de cação; sal fino q.b.; pimenta branca q.b.; sumo de 2 limões; 4 dl. de azeite virgem; 1 pão alentejano; 100 gr. de feijão manteiga; 4 dentes de alho; 2 cebolinhas assadas. Confeção: Coloque o feijão de molho de um dia para o outro em água com um pouco de sal. No dia seguinte coza e reserve o feijão e o caldo. Num tacho coloque um pouco de azeite com os alhos picados. Quando estiverem a ficar dourados acrescente fatias de pão sem côdea e regue com um pouco de caldo quente da cozedura do feijão. Desfaça batendo com uma colher. Envolva os feijões cozidos nas migas e mexa com a colher até começarem a descolar-se do tacho. Retifique o tempero. Entretanto, tempere os filetes de cação com sal fino, sumo de limão e pimenta. Leve uma frigideira ao lume com azeite e alho esmagado e aloure de ambos os lados. Leve ao forno a 170.˚ durante cinco minutos. Coloque as migas numa travessa, disponha os filetes por cima e regue com o próprio molho e a cebolinha cortada ao meio. Bom apetite… António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Toiros Notícias para os apaixonados do toureio apeado!

S

ão muitos os aficionados bejenses apaixonados pelas corridas de toiros apedas, ditas “à espanhola”, e que rumam com assiduidade ao lado de lá da fronteira, ou, então, juntam-se em tertúlias para assistirem, através da televisão por cabo, a essas corridas. Para os amantes deste tipo de toureio deixamos hoje um resumo do que de mais importante se tem passado além-fronteiras. Criou-se uma grande expectativa em redor da corrida do passado dia 18, na praça de “Las Ventas”, em Madrid, na qual o diestro Alejandro Talavante iria lidar, em solitário, seis toiros de uma das mais famosas ganadarias espanholas, como é o caso de D. Victorino Martin Andrés, com procedência do Marqués de Albaserrada. Ao longo de uma tarde de frio e vento, cuja lotação esgotou neste 10.º evento da Feira de Santo Isidro, que teve início no passado dia 9, muito pouco de toureio se viu, com um curro de toiros escasso de raça, conduziram a uma tarde sem troféus e assim retiraram a possibilidade de o jovem diestro Talavante poder, nesta sua segunda “encerrona” em “Las Ventas”, alcançar um triunfo. O resultado final foi silêncio, silêncio, ovação depois de aviso, silêncio, silêncio e assobios. José Tomás, que no ano passado só atuou em três corridas, poderá repetir o feito esta temporada, e ao que tudo indica as praças já estão definidas. Tomás é um dos toureiros mais esperados nas arenas, e por aquela que passa esgota. Este ano, e se a informação que corre não mudar, Tomás poderá ser visto em Valência, Málaga e Nimes. Em Málaga tudo aponta para que partilhe ruedo com Padilla e Manzanares. O matador de toiros português Nuno Casquinha atuou na passada sexta-feira, dia 17, numa corrida na localidade de Malco, na Província de Pullo (Perú). Corrida em que partilhou cartel com Juan Carlos Cubas e Wilmer Cajahuanca, frente a toiros de Azursa y Navarrete, e em que Nuno Casquinha foi o triunfador ao sair em ombros após cortar duas orelhas. Do Peru chega ainda a notícia de que na histórica praça de toiros de Palca, considerada uma das principais praças deste país da América Latina, irá ter lugar no domingo, dia 4 de agosto, uma corrida de gala inserida nas celebrações em honra de Santo Domingo de Guzmán. O cartel será composto por três matadores de três diferentes nações, como são Portugal, México e Perú. A representar estes países estarão os matadores Alexandre Pedro “Pedrito de Portugal”, Israel Téllez e Fernando Villavicencio. Serão lidados seis toiros da Ganadaria de Pauca, propriedade de Don Rafael Puga Castro. A terminar fica a triste notícia de que o antigo matador de toiros Pepe Luís Vásquez faleceu no passado domingo, aos 91 anos de idade, vitíma de doença prolongada. O diestro, irmão do também já falecido e toureiro Manolo Vásquez e pai do matador retirado Pepe Luís Vásquez, tomou a alternativa na Real Maestranza de Sevilha em 15 de agosto de 1940, tendo por padrinho Pepe Bienvenida e Gitanillo de Triana de testemunha. Retirou-se das arenas em 1953. Vítor Morais Besugo

um belíssimo contributo para uma reflexão sobre as políticas públicas culturais em Portugal, particularizando, a sul, o caso do Alentejo e entender, melhor, o “lugar da cultura” na sociedade. O livro, que a Colibri edita com o apoio da Casa do Alentejo quando esta comemora os seus noventa anos de atividade, reúne textos de especialistas, criadores e responsáveis por instituições culturais cuja revelante atividade a sul, quer em termos nacionais quer internacionais, deu o mote para os ensaios que foram sendo publicados, desde 2003, na revista Alentejo. António Murteira escreve a abertura, significativamente intitulada “Insubmissão intelectual”, e prossegue, no capítulo I, definindo “O lugar da cultura” quando o tema é o “Alentejo, cultura e sociedades contemporâneas”. “A arte pré-histórica no Alentejo na memória do tempo e o futuro”, assim se intitula o capítulo II; “Cidades do Alentejo. Dois mil anos de história e de cultura”, chama-se o terceiro capítulo a que se sucedem vários capítulos que abrem “A sul” - e que abordam, respetivamente” Literatura, bibliotecas, arquivos”; “Museus, fundações, artes”; “Teatro, marionetas, outras instituições” e “Cante e música”. O capítulo derradeiro, “Casa do Alentejo no coração de Lisboa”, reúne textos sobre o serviço que esta instituição presta, sobre o seu património, além de abordar as associações regionalistas alentejanas existentes em Lisboa e incluir ainda uma “nota de leitura” sobre a revista Alentejo. Tal como o abriu, Murteira encerra o livro com uma nota de despedida que dá cor à capa do livro: “Emergimos na azul e longínqua liquidez do oceano”. Maria do Carmo Piçarra

António Murteira (org.) Edições Colibri 320 pág.s 15 euros

Sónia “Little B” Cabrita – “Little B” Wenzl McGowen (saxofone tenor), Giotto Roussies (Fender Rhodes), Zé Eduardo (contrabaixo) e Sónia “Little B” Cabrita (bateria) + Pedro Gil (guitarra), Marco Martins (baixo acústico) e Arturo Serra (vibrafone). Editora: Edição de autor/AGM Ano: 2012

Jazz Sónia “Little B” Cabrita “Little B”

D

epois de anos a tocar em projetos alheios – sobretudo os ligados a Zé Eduardo (Zé Eduardo Unit, Flajazzados, Fried Neuronium) –, a baterista Sónia Cabrita dá um passo em frente e assume-se como líder e compositora de pleno direito. “Little B”, assim se intitula o registo discográfico de estreia, é também a sua alcunha, que lhe vem dos tempos em que escutava e tentava tocar “Little B´s Poem”, emblema de Bobby Hutcherson, a toda a hora. Acompanhada por um punhado de músicos que bem conhece – o que confere significativo nível de coesão à gravação –, apresenta os seus inegáveis dotes de compositora num conjunto de peças de sabor diversificado, que denotam uma escrita espontânea mas ao mesmo tempo resultado de um longo processo de amadurecimento. O disco abre com uma peça que explicita isso mesmo: “Espontâneo” mostra a líder, desde logo, ao comando das operações (não se leiam imposições ou intrusivos abusos exibicionistas), marcada pelo Fender Rhodes de Giotto Roussies e pelo tenor afirmativo de Wenzl McGowen (dois músicos com quem cresceu musicalmente e se apresentou na primeira edição da Festa do Jazz do São Luiz, em 2003). De atmosfera relaxada, “Inconsciência” revela um lado mais contido da baterista (notável no trabalho com escovas e címbalos), renovados diálogos entre teclista e saxofonista e uma excelente intervenção de Zé Eduardo. “C:B” exibe um vigor rock, sobretudo cortesia da eletricidade injetada pela guitarra de Pedro Gil. Atente-se ainda no delicioso momento protagonizado por Sónia e Marco Martins. O repousado balanço de “80´s” e um saboroso “Pudin” são peças descontraídas e onde a baterista destila competência e sentido de oportunidade. A excelente rendição a “Little B´s Poem” – criativa e a não enviesar e melodia base – conta com o vibrafone luminoso do espanhol Arturo Serra como convidado especial. Há ainda uma peça escondida, tranquila e de estrutura mais fragmentada, com Zé Eduardo magistral na utilização do arco. Uma estreia muito conseguida, a augurar ainda mais altos voos. António Branco


Ana Maria Baptista – Beja Taróloga – Método Maya Gabinete aberto (jardim do Bacalhau) Contacto para marcação de consultas: Telemóvel: 968117086 E-mail: missbeja@yahoo.com Características dos nativos de

Gémeos (21 de maio a 21 de junho)

Este nativo é muito curioso, investigador sem preconceitos e grande admirador das artes. O comunicativo nativo de Gémeos está sempre pronto a prender algo novo. A comunicação é muito importante e considera a inteligência e o sentido e humor indispensáveis em qualquer situação.

Previsões dede março Previsões––Semana Semanade de824a a1430 maio

g

a

Carneiro – (21/3 - 20/4) A sua vida tornar-se-á mais colorida. Cor-derosa talvez seja exagero, mas cinzenta ou preta não será de cer teza. Andará mais alegre e otimista e com vontade de abraçar o mundo. Mesmo na desgraça conseguirá descortinar um lado positivo. Terá doses acrescidas de dinamismo.

Balança – (24/9 – 23/10) De nervos arrumados e saúde à flor da pele, o seu rosto deixará de andar pálido e amarrotado. Estará mais jovem do que nunca. Esquecerá maleitas, deixará de se queixar e de mostrar um ar amargo e desiludido. A alegria e o dinamismo tomarão conta de si e terá sucesso na profissão e no amor.

h Touro – (21/4 – 21/5) Nes ta altura será mais fácil viver consigo. Deixará de repensar nos problemas passados, andará mais alegre, menos nervoso, quase feliz. Será uma agradável companhia. Os seus amigos poderão contar consigo porque sabem que o nativo Touro é fiel na amizade.

i

Filatelia As missões laicas em África na 1.ª República em Portugal

O

livro As Missões Laicas em África na 1.ª República em Portugal, que foi apresentado na semana passada, simultaneamente com a entrada em circulação da emissão de selos com o mesmo nome, abarca um período de três séculos do nosso país. O autor inicia este trabalho com a fundação do Seminário do Grão Priorado de Crato, em Cernache do Bonjardim, por ordem do futuro rei D. João VI. Em 1834 é fechado por ordem de Joaquim António de Aguiar, conhecido por “Mata Frades”, quando este expulsa todas as congregações religiosas de Portugal. Em 1855 o Ministério das Colónias autoriza que as missões da China, que funcionavam no Bombarral, se transfiram para o austero e imponente edifício barroco de Cernache do Bonjardim, fundando aí o Real Colégio de Missões Ultramarinas. Com o congresso de Berlim de 1884/85 assiste-se à invasão de missões estrangeiras que se instalavam nos nossos territórios coloniais, sem necessitarem de qualquer licença e que trouxeram o perigo de desnacionalização do mesmo. Com a implantação da República era publicada, em 1911, a Lei da Separação, que no seu artigo 189.º preconizava a imediata reforma do Real Colégio das Missões Ultramarinas. Em novembro de 1913 seria publicado o decreto 233, que criaria as missões laicas em África, nas colónias de Angola, Moçambique, Guiné e Timor. Contudo, estas apenas foram enviadas a Angola e Moçambique. A reforma do Real Colégio de Missões Ultramarinas veio a acontecer em setembro de 1917, quando foi transformado no Instituto de Missões Coloniais de Cernache do Bonjardim, tendo ficado conhecido

por Instituto de Missões Laicas. Esta foi muito importante na tentativa honesta da República resolver o nosso problema missionário. Neste instituto laico funcionava um curso dos liceus e um outro curso para formar os missionários laicos. Este último tinha a duração de três anos e as suas disciplinas eram todos direcionadas para as necessidades que os missionários laicos iriam encontrar em África. De 1920 a 1926 foram enviadas para Angola 10 missões laicas e para Moçambique quatro, que dariam origem a muitas sucursais. Inicialmente as missões laicas sentiriam muitos problemas na sua instalação e afirmação, mas por volta de 1923 começaram a consolidar a implantação e trabalho. Ensinavam os indígenas a escrever e a falar o português, tinham oficinas onde ensinavam sapataria, marcenaria, latoaria e outros ofícios. Era ainda ensinada aos indígenas a agricultura e a criação de gado. Nalgumas missões chegaram a ser fundados internatos femininos e masculinos. Homens como João Soares, Norton de Matos, Afonso Costa, Brito Camacho, Álvaro de Castro e Abílio Marçal foram os pilares deste movimento reformador, com destaque para o último, que foi o grande impulsionador da reforma do Instituto de Missões Laicas e seu diretor. Estas viriam a ser extintas com a ditadura do Estado Novo. É esta “história” que se conta neste longo estudo apresentado em dois volumes, formato 24x30cm, capa dura, papel couché, riquíssimo em imagens, que têm um papel fundamental para a compreensão do tema. O preço dos dois volumes é de 85 euros e podem ser} pedidos ao autor ou adquiridos em qualquer livraria. Geada de Sousa

Gémeos – (21/5 – 21/6) Não conseguirá fugir aos compromissos mundanos. Numerosos e aborrecidos, serão o seu calvário. Se anda cansado e com os nervos em pé, não se obrigue a exceder-se. Embora muito sociável, o nativo de Gémeos precisa de calma e de dormir bastante para se sentir em forma. Pratique algumas técnicas de relaxamento: ioga, meditação…

b Escorpião – (24/10 – 22/11) Altura muito gratificante para o seu ego. No amor adotará uma nova atitude, um misto de doçura e provocação. A flecha do Cupido será certeira e viverá momentos radiosos. No trabalho será alvo de elogios; competente, trabalhador e exigente. Quanto à saúde, andará viçoso e com boa cara, como se fosse uma criança.

c Sagitário – (23/11 – 21/12) Os bilhetes de avião ou comboio não estarão ainda em seu poder, mas o gosto de viajar já andará no ar. Pois é, esta semana terá, mais do que nunca, necessidade de repouso ou de evasão. Anda cansado, com dores de cabeça, algumas agruras e um es tado de inquietação permanente.

j

d

Caranguejo – (22/6 – 22/7) Continuará a tentar pôr ordem na sua vida interior. No exterior, toda a gente pensará que é muito sólido, muito eficaz e alegre. Ninguém imaginará que no interior estão escondidos alguns complexos e uma enorme timidez. De qualquer maneira, fará um esforço para não se isolar. Quanto à saúde, estará nitidamente melhor.

Capricórnio – (22/12 – 20/01) Este mês andará numa correria para agarrar o presente e, mais difícil, o futuro. Pare, descontraia-se, respire fundo; esse estilo de vida só trará cansaço e desânimo. A profissão é fundamental para o nativo Capricórnio, mas não descure os afetos. O seu corpo agradece-lhe algum exercício físico.

k

e

Leão – (23/7 – 23/8) Esqueça o fascínio e as obsessões do passado. Novas relações surgirão. Dê-lhes a sua confiança e avance. Viva de por tas aber tas aos sentimentos verdadeiros. No trabalho, será eficiente e otimista. No que respeita à saúde, será atreito a gripes e constipações.

Aquário – (21/1 – 19/2) Estará a atravessar uma fase exuberante, com energias anímicas ao mais alto nível. Poderá dedicar-se a várias atividades em simultâneo, desde que as planeie com realismo. Contudo, se não conseguir avaliar o grau de exigência de cada uma, correrá o risco de se exceder no dispêndio de energia.

l

f

Virgem – (24/8 – 23/9) O nativo de Virgem andará nas nuvens. Por isso precisará de um amigo, alguém que converse consigo e a apoie nos seus dramas afetivos. Entretanto, cuide-se e renove-se. Todas as mudanças que conseguir fazer nesta fase terão resultados muito positivos a médio e longo prazo.

Peixes – (20/2 – 20/3) O nativo de Peixes será generoso da cabeça aos pés, ao ponto de se sacrificar por todos os disparates da pessoa que vive com ele. Progressos no trabalho: deixará de gaguejar quando lhe fizerem críticas e será pontual em todas as reuniões. Cuide mais de si e da sua autoestima.

As previsões do horóscopo desta semana podem ser consultadas no programa “O seu signo” disponível em www.youtube.com/diariodoalentejotv ou no MEO kanal em 475533.

Diário do Alentejo 24 maio 2013

29


Diário do Alentejo 24 maio 2013

30

Emmy Curl nas Oficinas em Aljustrel

Emmy Curl apresenta-se hoje, sexta-feira, no Espaço Oficinas, em Aljustrel. O concerto encontra-se agendado para 22 horas e as entradas são livres. Aos 22 anos, Emmy Curl tem aquilo que criadores de todas as idades ambicionam: “um universo próprio, bem desenhado e melhor preenchido”. Em novembro

Fim de semana

a cantora e compositora de Trás-os-Montes, nascida em Vila Real como Catarina Miranda, lança o seu terceiro EP, “Origins”. O EP de estreia, lançado pela Optimus Discos, mostrou-a enquanto dona de uma música delicada e romântica, por vezes agridoce, que a própria define como dream pop.

Jorge Castanho apresenta projeto artístico em Lisboa Jorge Castanho apresenta o seu mais recente projeto artístico, que teve origem no livro Um voo para o deserto de Vassilikos Karagatsis, constituído por esculturas digitais impressas e montadas e por um conjunto de desenhos sobre papel. A inauguração acontece amanhã, sábado, no Espaço Navegantes, Art Research, em Lisboa.

III Encontro de Corais de Castro Verde O III Encontro de Corais de Castro Verde começa já hoje, sexta-feira, no cineteatro municipal. Pelas 21 e 30 horas decorre a iniciativa “Conversas Musicais” com António Victorino D´Almeida. Amanhã, sábado, a partir das 17 e 30 horas, na Basílica Real de Castro Verde, o dia está reservado para o concerto com o Coro Polifónico de Castro Verde, As Ceifeiras de Entradas e Gospel Collective.

Feira do Livro Reutilizado até hoje Acontece, até hoje, sexta-feira, no Instituto Português do Desporto e da Juventude, em Beja, a Feira do Livro Reutilizado. A iniciativa, promovida pelo Núcleo Distrital de Beja da Rede Europeia Anti Pobreza, pela mão de Liliana Nogueira, estagiária do curso profissional de Técnico de Apoio Psicossocial, da Escola Secundária Diogo de Gouveia, pretende envolver os cidadãos e a comunidade educativa de Beja, bem como recolher livros reutilizados junto da sociedade civil e, ao mesmo tempo, promover a leitura e incrementar o bom uso dos livros usados.

ALS na Ordem dos Médicos Está patente, até ao dia 22 de junho, na Ordem dos Médicos, em Beja, uma exposição de ALS, autor de 52 anos, que já realizou algumas exposições e performances. ALS apresenta-se como um funcionário público que, através da sua arte, exprime as “emoções do seu mundo interior, numa convulsão de personagens, onde o imaginário e o real coexistem e o resgatam da rotina do quotidiano, e de uma existência atormentada pelo seu sentido”.

Carlos Belga expõe em Serpa Inaugurou recentemente, no Ateliê Margarida de Araújo, em Serpa, a exposição “Respice”, da autoria de Carlos Belga. A obra gráfica do autor pode ser apreciada até ao dia 22 de junho.

III Jornadas Literárias começam hoje em Montemor-o-Novo

Urbano Tavares Rodrigues é homenageado amanhã

C

omeçam hoje, sexta-feira, e prolongam-se até amanhã, sábado, as III Jornadas Literárias, em Montemor-o-Novo. Este ano, com o tema “Entre o Cante e o Montado”, a iniciativa homenageia Urbano Tavares Rodrigues, que completa 90 anos em novembro. O momento de aclamação, porém, só acontece no segundo dia das jornadas, a partir das 16 horas, com o visionamento do documentário “Adeus à Brisa”, se-

guindo-se o debate “Urbano Tavares Rodrigues, Militante da Liberdade”, com o homenageado (via Skype), António José Melo e Hélder Costa. Segue-se depois a conversa “Urbano, Homem de Letras”, com Eugénio Lisboa, Francisco José Viegas, José Manuel Mendes e Miguel Real. E, por fim, a apresentação do último livro de Urbano Tavares Rodrigues: A Imensa Boca dessa Angústia e outras Histórias. Destaque ainda para uma exposição

internacional sobre o montado e para o assinalar dos 50 anos de vida literária de Almeida Faria. Manuel Alegre, presente na sessão de abertura, hoje, sexta-feira, pelas 14 e 45 horas, irá apresentar o seu mais recente livro Tudo É e não É. Durante as jornadas acontecem ainda vários momentos de música, poesia popular e cinema. A programação inclui ainda uma prova enogastronómica.


31 Diário do Alentejo 24 maio 2013

Sport Lisboa e Benfica vai ter stand na Feira do Melão de Figueira dos Cavaleiros. Adeptos do FC Porto em Beja festejam conquista de título em Beja: foi uma grande festa que juntou todos os seis adeptos. Sportinguistas celebram época de sonho: Benfica não só perdeu o campeonato, como perdeu a Liga Europa, e ainda tiveram a oportunidade de ver jogadores encarnados a chorar. Destaque ainda para a transferência de Maria José Valériopara clube saudita por 300 euros e 10 kebab’s.

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Inquérito FAO considera que insetos comestíveis são alternativa promissora à carne. Alguma vez comeu insetos?

BARNABÉ ARANHIÇO, 52 ANOS Pessoa que foi exorcizada pelo padre Borga

Gémeos recém-nascidos deram as mãos porque ficaram cheios de medo ao saber que iam regressar a casa pelo IP2 Correu mundo a imagem de gémeos, nascidos no País Basco, que deram as mãos poucos instantes depois do nascimento. O nosso enviado especial a San Sebastian, e especialista em incubadoras, conseguiu falar com um dos gémeos que nos explicou o porquê daquele gesto. “Não percebo tanto entusiasmo. Eu nem conheço o outro gajo de lado nenhum. A única coisa que sei é que o tipo tresanda dos pés e tive de o aguentar nove meses

num local com pouca ventilação. Só lhe dei a mão porque ficámos em pânico quando nos informaram que íamos regressar a casa pelo IP2! Bolas, ainda agora nascemos e já nos querem meter em apuros! Já falei com os meus pais, não nos importamos de fazer um desvio por Tenerife, ou assim… Acho que não vou aguentar. E eu que tinha tanta esperança em chegar aos seis meses e ver os meus primeiros dentes…”.

Festival Islâmico foi um sucesso: visitantes chegaram a estacionar o carro em Vila Real de Santo António e foram a pé até Mértola

Idosos alentejanos não apreciaram “Jornal Sénior” porque não tem página de necrologia O ”Jornal Sénior”, publicação lançada recentemente destinada ao segmento das pessoas com mais de 65 anos e à Betty Grafstein, está a causar grande sensação entre os portadores de joanetes e os apreciadores de corridas com andarilhos. Todavia, no Alentejo, os idosos não apreciam o “Sénior”, defendendo que lhe faltam alguns pontos de interesse, como uma página de necrologia, receitas culinárias com aspirinas, dicas para ser uma fada do lar, o suplemento erótico “Avozinhas safadas” e uma coluna de opinião diária sobre os recentes acontecimentos na Guerra Colonial. Apesar da má receção na nossa região, o jornal está a ser um sucesso no resto do País, estando previstas novas edições, nomeadamente uma para maiores de 125 anos, que incluem versões com o novo Acordo Ortográphico, em aramaico e sânscrito.

Realizou-se no passado fim de semana mais uma edição do Festival Islâmico. O evento foi um enorme sucesso, já que contou com a presença de milhares de visitantes de todo o País e também de Arruda dos Vinhos. As ruas de Mértola encheram-se de pessoas interessadas em aspetos da cultura árabe, como o chá, as tâmaras, as banquinhas de venda de popias doces, queijos de ovelha e queijadas de requeijão. Apesar da aparente normalidade, apurámos que as recentes declarações do deputado Carlos Abreu Amorim geraram grande desconforto no festival – recorde-se que o candidato à Câmara de Gaia chamou “magrebinos” aos adeptos do Benfica. Zakaria Sadat, vendedor de sandálias, não calou a sua indignação: “É uma vergonha que um deputado de um país evoluído como Portugal tenha este tipo de reações. Chamar-me magrebino ainda vá que não vá, agora benfiquista é que não admito! A mim, que só tenho olhos para o meu Guadiana de Mértola, clube do qual sou sócio desde que nasci! Magrebino é o tio dele, o Américo Amorim…”, declarou, enquanto recolhia assinaturas para organizar um apedrejamento ao deputado laranja. Esta notícia acabou de receber o Prémio Tolerância da “Revista Al – Merinda” por ser o primeiro texto relativo ao mundo islâmico numa página de humor que não inclui piadas sobre bombistas suicidas.

Eu cá como a toda a hora. As pessoas é que são esquisitas. Uma centopeia, por exemplo, tem muito que comer: 12 pernas dão para o almoço, jantar e ainda levo quatro pernas na marmita para lanchar no trabalho. Há pratos bem bons, como lacraus de fricassé, sopas de zangão e açorda de pirilampos. Este último é o meu preferido, é muito saboroso e bom para comer à noite – um tipo fica com o estômago fluorescente, o que é ótimo para quem gosta de ler à noite sem ligar a luz.

CAROLINA ESCARAVELHO, 34 ANOS Prima bué afastada de Nossa Senhora Nunca comi mas é uma alternativa que me interessa. Ultimamente só ando a comer aquela comida macrobiótica e ando triste e rezingona. As pessoas olham para mim como se a minha alma tivesse abandonado o corpo. Depois de seitan, tofu, pladur e madeira prensada, os insetos parecem-me bem. Agora se não se importa, vou ali acabar de comer bolachas de esferovite com sabor a cola de contacto.

JOAQUINA PULGA, 28 ANOS Pessoa que fez uma lipoaspiração ao cérebro Costumo comer mas só no verão. Geralmente o que faço é, quando conduzo, raspo os mosquitos e traças do para-choques do meu carro. Nos dias de muito calor aquilo grelha no capô e é muito estaladiço, ótimo para acompanhar com chá de besouros. Antes de me deitar, opto por uma joaninha barrada no pão. Esta dieta é ótima para manter esta cinturinha de… vespa! Percebeu? Vespa! Ahahah, que piada que eu tenho…


Nº 1622 (II Série) | 24 maio 2013

9 771646 923008

01622

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 E-mail comercial@diariodoalentejo.pt | Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 E-mail jornal@diariodoalentejo.pt Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) | Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586) | Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Paulo Monteiro, Susa Monteiro Colaboradores da Redacção Aníbal Fernandes, Firmino Paixão | Colunistas António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão Opinião Ana Paula Figueira, Beja Santos, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Domitília Soares, Filipe Pombeiro, Filipe Nunes, Francisco Marques, João Machado, João Madeira, João Mário Caldeira, José Manuel Basso, Luís Covas Lima, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Nuno Figueiredo, Ruy Ventura, Viriato Teles | Publicidade e assinaturas Ana Neves e Dina Rato | Departamento Comercial Sandra Sanches e Edgar Gaspar | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação (alemtudo@sapo.pt) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP

nada mais havendo a acrescentar... Saudade Em São Teotónio descobri a substância da saudade. Andei anos à procura dela em livros, em letras de fado, em abraços de despedidas, em fotografias, em cartas guardadas, em campas de cemitério, dentro da minha tristeza. Tudo em vão. O que eu achava ser a saudade era afinal apenas uma sebastiânica aplicação da nostalgia, uma aprendizagem teórica dessa dor indefinida e intraduzível que nos envolve. Um não sei quê intelectual de pena e desespero. Foi mesmo à minha frente. Eram oito horas de uma tarde que já queria ser noite e por isso os vidros das janelas bebiam a luz abaladiça. Desejando as melhoras ao senhor Artur, mentor do grupo Atar e

Pôr ao Fumeiro, a última canção era-lhe dedicada. Primeiro fez-se um silêncio reverente e depois as mãos uniram-se em palmas e varejaram o silêncio. Agora a saudade tinha corpo, era feita de uma carne antiga, de uma pele dobrada vestindo os ossos que sustentaram décadas de vida, de olhos rasos de todo o mar da Zambujeira, de mãos tentando impedir a maré dos olhos, de lábios beijando nervosamente a letra da canção, de um rosto onde se via o que eu nunca vira em livros, em fados, em abraços, em fotografias, em cartas, em cemitérios, em mim. Era a saudade crua a brotar daquele homem. Era a escuridão a querer entrar. Vítor Encarnação

quadro de honra É arqueólogo de formação e “aprendiz de animador cultural” por vocação. Chefe de gabinete do presidente da Câmara Municipal de Castro Verde e coordenador do Museu da Ruralidade, em Entradas, trabalha na região desde 1986, ano em que saiu definitivamente de Lisboa para Mértola, a convite de Cláudio Torres. “Investigar e olhar a região do Baixo Alentejo na longa duração e depois construir uma grande exposição que representasse a imagética do que não existe” é o projeto que sonha concretizar um dia.

Casas do Sul foi lançado há uma semana no Festival Islâmico

Três amigos ao Sul

V

Como descreve Casas do Sul; é um livro sobre Mértola, ou este Sul é bem mais abrangente?

O Sul, mais do que uma geografia, é para nós uma atitude. Claro que Mértola, vila da Antiguidade fortificando a margem direita do Guadiana e sede de um projeto cultural, é o farol e a âncora. No entanto, este Sul que assumimos nestas “Casas do Sul” é um compromisso com a memória, um respeito pelos gestos de sempre, pelos olhares pausados que traduzem verdade e uma estima incomensurável pelas gentes que transportam e preservam as suas raízes. Que respeitam as nossas raízes. Estas “Casas do Sul” são, por isso mesmo, um repto à necessidade de voltarmos a pôr os pés na terra,

PUB

desfeito que parece estar o sonho neoliberal que nos tem consumido enquanto País. São um convite muito singelo a sorver a simplicidade daquilo que nos cerca, encandeados que andamos com o brilho dos big brothers. O que une estes três autores?

São três pessoas que vêm de geografias diversas (Lisboa, Moura e Beja) e atividades distintas e que vão conhecer-se através do projeto iniciado pelo professor Cláudio Torres em Mértola, no ano de 1983. A partir daí, e ao longo de 30 anos, fomos trabalhando uns com os outros em cenários, contextos, tempos e locais diferentes (Moura, Entradas, Mina de São Domingos, Noudar e Mértola), mas em poucas situações os três juntos. A exceção foi o Museu Paleocristão de Mértola por alturas de 1991. E fomos falando numa relação de profunda amizade e com uma forma muito próxima de olhar a sociedade. Além das linguagens diferentes – a escrita, a fotografia e a ilustração – há diferenças de perspetiva entre os três autores?

O que nos distingue é muito. Não somos

O céu vai estar entre limpo e pouco nublado ao longo do fim de semana e as temperaturas vão voltar aos valores típicos da primavera. Para hoje preveem-se 28 graus de máxima, valor que descerá até aos 24 graus no domingo.

¶ ¶ ¶¶

Santiagro já tem cartaz musical

Miguel Rego, 50 anos, natural de Lisboa

indos de geografias distintas – Lisboa, Moura e Beja – três homens coincidiram em Mértola, no início do anos 80, quando Cláudio Torres aí iniciava o projeto cultural da Vila Museu. Trinta anos passados, os amigos Miguel Rego, Santiago Macias e Manuel Passinhas reencontram-se num livro, que é “um compromisso com a memória” do Sul e um convite a regressar ao essencial.

www.diariodoalentejo.pt

do mesmo clube de futebol, ou do mesmo partido político, não temos a mesma atitude enquanto cidadãos ... Mas, pelo que me toca, existe uma grande admiração pelo Santiago Macias e pelo Manuel Passinhas, sobretudo naquilo que cada um transporta enquanto pessoa e enquanto técnico e no talho como o faz em consonância com a sua vida. Claro que tudo isto faz com que olhemos o “objeto”, ou a “coisa amada” de forma diferente. E é nesse olhar diferente que encontramos o mote para falar e discutir entre nós. Pode ser a beber uma mini (o Passinhas bebe café), no intervalo de coisas menos sérias, comentando o ridículo da senilidade de grandes personagens e rir. Contudo, o mais interessante na nossa relação de amizade é que cada um de nós nunca deixa de dar conta ao outro da sua opinião com receio de ferir suscetibilidades. Estas “Casas do Sul” são o encontro desta forma de ser. Um traz as pessoas, outro a realidade crua da fotografia, o outro o olhar nu riscado a carvão sobre a pedra, a cal, a taipa abandonada. Num tempo de crises, este livro é um encontro entre amigos que vivem ao Sul. No Sul. Olhando a mudança que tarda a Sul. Carla Ferreira

A XXVI Feira Agropecuária e do Cavalo – Santiagro já foi apresentada e começa no dia 31, prolongando-se até ao dia 2 de junho, no parque de exposições. A Câmara Municipal de Santiago do Cacém, organizadora do evento, anunciou que este ano decidiu “baixar o preço dos bilhetes”. Também já são conhecidos alguns dos grupos musicais que vão abrilhantar o certame. Destaque para Diabo na Cruz (dia 31, 22 e 30 horas), para Vitorino, Janita Salomé, Filipa Pais e Grupo Coral dos Cantadores do Redondo (dia 1, 22 e 30 horas) e Xutos & Pontapés (dia 2, 22 e 30 horas). João Manzarra, apresentador, também marcará presença na Santiagro, para uma sessão de autógrafos, no dia de abertura.

Aljustrel Jovem e Criativa É apresentada hoje a 2.ª edição do projeto Aljustrel Jovem e Criativa, uma iniciativa da responsabilidade da junta de freguesia local, em parceria com a Smira. A sessão de apresentação, que terá lugar no pavilhão do Parque de Exposições e Feiras, a partir das 21 e 30 horas, conta com as atuações do Grupo de Danças do Agrupamento de Escolas de Aljustrel e de CC (Carlos Coincas). Haverá ainda fado, música popular e cante coral.

“Um dia com” Cláudia Santos No âmbito da iniciativa “Um dia com...”, o Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo (Cebal) recebe hoje Cláudia Santos para apresentar a palestra “Potencial de compostos derivados de plantas na prevenção da neuro degeneração e declínio cognitivo relacionado com a idade”. A sessão terá lugar no auditório da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Beja, às 11 horas.

Feira da ladra em Grândola O largo Catarina Eufémia (junto aos CTT), em Grândola, recebe amanhã, sábado, a partir das 9 horas, mais uma feira da ladra, um evento que se realiza mensalmente, no último sábado de cada mês. O espaço da feira da ladra está também direcionado “para jovens artesãos que queiram mostrar e vender os seus trabalhos”. A organização é da Câmara de Grândola.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.