Este VALE
João António Palma
Ricardo Colaço
António Manuel Bota
Joaquim Paulino
Constantino Piçarra
Manuel Narra
José Miguel Almeida
José Manuel Maldonado
Os candidatos às câmaras de Almodôvar e Vidigueira apresentam-se págs. 6/7
€1,20
na Postos BP Beja
Veja como na página 21
SEXTA-FEIRA, 26 JULHO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1631 (II Série) | Preço: € 0,90
Clube da rua do Sembrano à beira de abandonar futebol sénior e de desistir do nacional de juvenis
Dívidas ao Estado inviabilizam solução diretiva para o Desportivo A Reforma Agrária já custou ao Estado mais de 200 milhões Editorial e pág. 10
Micro-Reserva Biológica de Colmeais em Beringel
Todas as flores do Alentejo
Algures perto de Beringel, mas longe dos olhares dos curiosos, existe um verdadeiro “santuário” natural. É a Micro-Reserva Biológica dos Colmeais. Um espaço gerido pela Quercus onde crescem mais de 150 espécies de flora, muitas delas raras ou ameaçadas. Entre elas a raríssima Linaria Ricardoi ou 11 diferentes “qualidades” de orquídeas selvagens. Uma raridade para ver (apenas) no “DA”. págs. 16/17
Câmara de Beja aprovou PDM ao fim de nove anos pág. 12
Ordem de Malta apoia caminhos alentejanos de Santiago pág. 13
Hermeto Pascoal: O “bruxo” da música brasileira em entrevista págs. 18/19
Gasparões e Rouquenho: Aldeias irmãs em Ferreira do Alentejo págs. 4/5
JOSÉ FERROLHO
pág. 20
Diário do Alentejo 26 julho 2013
02
Editorial Sem-terra
Vice-versa Jorge Pulido Valente quer “dar um novo impulso à aceleração económica do concelho de Beja, através da dinamização e da captação de investimentos nos principais setores económicos que o executivo PS tem vindo a dinamizar”. 23 de julho de 2013, in Lusa
Paulo Barriga
Carreira Marques, mandatário da candidatura da CDU, frisou que os comunistas, nos anos em que dirigiram a Câmara de Beja, não fizeram “obras de fachada”, e (…) criticou Pulido Valente por apresentar, por exemplo, os três centros escolares como uma obra sua no último boletim municipal, [nem] respeitar os compromissos assumidos com o Conservatório Regional e a Assembleia Distrital.
O
Estado Português voltou a ser intimado pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem a compensar as “vítimas” da Reforma Agrária em milhão e meio de euros. Em números grossos, já indemnizámos os latifundiários expropriados em qualquer coisa como 240 milhões de euros. Isto sem contar com a devolução integral, ou quase, das terras intervencionadas nos calores da revolução. O que é fruta. É mesmo muita fruta. Tanta fruta que não podemos deixar de perguntar o essencial: a Reforma Agrária foi um equívoco? Não, não foi! Na sua mais genuína essência, a Reforma Agrária foi um salto civilizacional. Para diante. No seu mais puro íntimo, a Reforma Agrária foi um poema coletivo. Libertador. Foi uma janela de esperança que se abriu sobre a charneca. A Reforma Agrária não foi um erro. O que não quer dizer que não tivessem existido erros na Reforma Agrária. Existiram. E muitos. O primeiro dos quais teve a ver com a definição dos protagonistas. Fez-se a Reforma Agrária para os trabalhadores rurais, num tempo histórico e social onde eles já rareavam, em função da mecanização das culturas de sequeiro. O que levou a uma importação algo folclórica de “mão de obra” na cintura industrial de Lisboa. A terra, parte dela, não foi bem para quem a trabalhava. Este refluxo migratório levou a outro erro crasso: à politização extrema, por vezes cega, das intervenções agrárias. Os jovens “revolucionários” que chegavam em bandos ao Alentejo não tinham conhecimento do campo, do meio físico e social, da cultura local. Vinham apenas em busca de uma pitada de aventura, esses missionários da revolução. E, por isso mesmo, se cometeu outro erro gritante: a ocupação sem critérios, impulsiva, tantas vezes injusta e discricionária e desnecessária, de certas propriedades. E aqui se chegou ao erro fundamental da Reforma Agrária: o uso da terra não é bem a mesma coisa que a posse da terra. A total impreparação para a gestão das explorações, que foi aligeirada pela centralização de muitas cooperativas populares em unidades coletivas, levou ao desânimo, ao cansaço, ao abatimento, à desistência. Mas os erros que se cometeram na implementação da Reforma Agrária não se comparam, nem de perto nem de longe, aos que se cometeram com o seu desmembramento. E o resultado está à vista, em milhões de euros. Quanto ao resto, os sem-terra do Alentejo tinham razão: a terra deve estar nas mãos de quem a quer trabalhar. Ontem. Como ainda agora.
24 de julho de 2013, in Rádio Pax
Fotonotícia
Sem Sombra na Presidência. O Presidente da República recebeu esta semana, em audiência, o diretor do Departamento Histórico e Artístico da Diocese de Beja. José António Falcão foi chamado a Belém para “prestar contas” sobre a edição deste ano do Festival Terras Sem Sombra, que tem o alto patrocínio da Presidência da República. Para além dos merecidos elogios, Falcão escutou na voz de Cavaco Silva incentivos para a continuação deste festival de músicas sacras e apelou ao envolvimento da comunidade civil e das autarquias para a continuação do bom-sucesso do mesmo. Cavaco quer ainda que o Terras Sem Sombra aposte mais na promoção dos produtos regionais e na valorização das dinâmicas locais. Nada que não aconteça já hoje num dos mais consistentes e preenchidos festivais de música religiosa da Península Ibérica. PB Foto de Presidência da República
Voz do povo Vai de férias?
Inquérito de José Serrano
Bárbara Luz, 50 anos, empresária
Ana Filipe, 55 anos, desempregada
Eu e o meu marido costumamos fazer férias repartidas. Pelos fins de semana. Saímos na sexta e regressamos na segunda-feira. Mas este verão vamos para o Algarve uma semana completa. As férias são importantes. Para descansar a cabeça, respirar novos ares, ver outras pessoas. Recarregamos baterias e vimos mais dispostos a encarar um novo ano. Que se adivinha difícil.
Vou em setembro. Uma semana em Pedras d´el Rei, ao pé de Tavira. Para a casa de uma pessoa nossa amiga. Já há muitos anos que para lá vamos. Nesses dias, eu e o meu marido procuramos sobretudo descansar e distrairmo-nos. Ver pessoas, almoçar fora. Dias sem stress, preocupações ou trabalhos. O tempo de não ter férias já acabou. Esperemos que não regresse novamente.
Fátima Franco, 47 anos, técnica de atendimento ao cliente
Este ano o mais provável é não ir. E tenho ido todos os verões. Para Portimão e Monte Gordo. Sem qualquer problema ou dificuldade. Mas de há dois anos para cá as coisas têm-se vindo a complicar. Desemprego, cortes salariais. No ano passado já fizemos um grande esforço económico para sair. Sinto-me triste por não poder proporcionar aos meus filhos uns dias na praia.
Luís Lebre, 23 anos, estudante
Já há quatro ou cinco anos que costumo passar uma semana de férias no algarve. Em Monte Gordo ou Faro. Com os meus amigos. Ou vamos para casa do meu avô ou para um parque de campismo. Nesses dias procuro a boa disposição, o sol, as praias. E noitadas até de manhã. Se pudesse iria de férias até Las Vegas. Jogar poker nos casinos.
Rede social DR
Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 18 OURIQUE IDOSOS RECEBEM APARELHOS DE TELEASSISTÊNCIA
O município de Odemira apresentou um filme promocional do concelho, em São Teotónio, no âmbito da inauguração da 23.ª edição da Feira das Atividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira (Faceco). “Planície, serra e mar, num Alentejo singular” é o título do filme promocional. Trata-se de uma iniciativa que se insere na estratégia do município de Odemira para a promoção turística do concelho, onde se enquadra também a campanha “Melhores Praias de Portugal”.
SÁBADO, DIA 20 SINES CÂMARA INAUGUROU NOVA SEDE DO SERVIÇO DE MÚSICA A Câmara de Sines inaugurou as novas instalações da Escola das Artes do Alentejo Litoral – Serviço de Música, no largo Poeta Bocage. A nova sede ocupa o edifício da Câmara Velha requalificado para este fim no âmbito do Programa de Regeneração Urbana de Sines. O edifício da Câmara Velha passará a ser o centro das atividades pedagógicas do serviço de música da Escola das Artes, mantendo-se a antiga estação de caminhos-de-ferro em utilização como apoio. Segundo o município, o novo edifício garante à escola condições físicas para um bom acolhimento dos alunos e professores de música e outras atividades artísticas. A escola beneficiará também do espaço exterior do largo Poeta Bocage requalificado como extensão ao ar livre para as suas atividades, nomeadamente em audições e pequenos concertos.
SEGUNDA-FEIRA, DIA 22 BEJA POLITÉCNICO OFERECE SEMANA DE FÉRIAS A 50 ALUNOS DO SECUNDÁRIO O Instituto Politécnico de Beja, em parceria com a revista “Fórum Estudante”, voltou a oferecer “uma semana de férias a 50 alunos do ensino secundário”. A iniciativa Agroweek 2013 – Semana dedicada à agricultura, desenvolvimento sustentável e ambiente, que decorre até sábado, 27, tem como objetivos “sensibilizar os mais novos para as problemáticas associadas a temas sensíveis para o desenvolvimento do País” e “dar a conhecer a oferta formativa da instituição”. Ao longo da semana os jovens participaram num conjunto variado de atividades, nomeadamente apanha de fruta, passeios de cavalo, condução de máquinas agrícolas e passeios de barco no Alqueva, entre outras.
TERÇA-FEIRA, DIA 23 ENTRADAS MUSEU DA RURALIDADE CELEBROU DOIS ANOS DE ATIVIDADE O Museu da Ruralidade, em Entradas, assinalou esta semana dois anos de atividade. Ao longo deste período, o espaço museológico “tem apostado na diversidade das iniciativas que organiza, tocando os mais diversos públicos e, acima de tudo, tem apostado na valorização do património das nossas gentes, de forma a sensibilizar as pessoas para a necessidade da salvaguarda e valorização do património cultural”, refece a Câmara de Castro Verde. Documentários, palestras e cante coral foram algumas das propostas do programa de comemorações.
A loja social surge enquadrada no Eixo 2 – Intervenção Familiar e Parental, do Contrato Local de Desenvolvimento Social de Serpa (CLDS). O CLDS é um programa financiado pela I. Segurança Social IP, que tem como promotor a Câmara Municipal de Serpa e como entidade gestora a Rota do Guadiana – ADI. O CDLS procura promover parcerias que facilitem o desenvolvimento de ações visando a capacitação do território e seus atores locais. A loja social, inserida num projeto mais amplo, pretende ser um espaço de atendimento social que procurará dar uma resposta imediata às famílias mais carenciadas do concelho de Serpa, de forma a garantir que as mesmas tenham acesso a diversos bens, procurando melhorar a sua qualidade de vida. Aposta num trabalho constante em rede, para conseguir uma maior proximidade junto de quem mais precisa. Atualmente a loja já conta com um número significativo de parceiros, que pretendemos alargar. São parceiros da loja social todas as juntas de freguesia do concelho, Flor do Enxoé, Centro Social e Paroquial de Brinches, Centro Social de São Jorge e Nossa Senhora das Pazes, lar São Bento, Aldeia Nova – ADS, creche e jardim de infância Nossa Senhora da Conceição, Associação Ser Vida, Casa do Povo de Pias e Associação Santa Filomena, de Brinches.
A Cercibeja – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Beja recebeu uma viatura adaptada oferecida pela Fundação Montepio, no âmbito do projeto “Frota Solidária”, que contemplou mais 20 instituições de solidariedade social do País. DR
Em que contexto surge a Loja Social de Serpa, inaugurada no final da semana passada?
Fundação Montepio ofereceu viatura à Cercibeja
Tiago Conceição arrecadou mais um prémio O alvitense Tiago Conceição arrecadou um certificado de excelência. Foi em Leipzig, na Alemanha, no decorrer do WorldSkills, campeonato mundial da formação profissional. Presentes estiveram mais de 1 000 jovens provenientes de 52 países. DR
ODEMIRA MUNICÍPIO APRESENTOU FILME PROMOCIONAL
Coordenador do SerpaEnReDe – CLDS
Escola das Artes do Alentejo Litoral tem nova sede A Escola das Artes do Alentejo Litoral – Serviço de Música, de Sines, tem novas instalações, ocupando agora o edifício da Câmara Velha. O novo edifício garante à escola condições físicas para um bom acolhimento dos alunos e professores e outras atividades artísticas. DR
SEXTA-FEIRA, DIA 19
3 perguntas a Filipe Vitória
A quem é que se destina esta nova resposta social?
A loja social procurará suprir as necessidades imediatas das famílias/beneficiários carenciadas/os, idosos com fracos recursos, crianças e jovens que apresentem necessidades básicas de subsistência. Os beneficiários poderão ser sinalizados pelos parceiros da loja social ou qualquer pessoa que se encontre em situação de vulnerabilidade económica e social poderá dirigir-se diretamente à loja ou a qualquer parceiro nosso para solicitar o apoio pretendido. Será posteriormente feita a análise social de cada caso.
São Teotónio recebeu 23.ª edição da Faceco São Teotónio recebeu mais uma Faceco – Feira das Atividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira. Mónica Ferraz, Os Azeitonas e Emanuel foram as atrações musicais do certame, que acolheu ainda o programa da SIC “Portugal em festa”. DR
Trinta e cinco idosos da freguesia de Ourique receberam aparelhos de teleassistência, através de uma iniciativa da junta de freguesia, para combater o isolamento e garantir segurança e acesso a cuidados de saúde da população envelhecida. Segundo a Câmara de Ourique, os aparelhos telefónicos têm quatro números de serviços de saúde e forças de segurança memorizados e os idosos, premindo uma tecla, podem efetuar a chamada de ajuda pretendida.
Que tipo de bens serão disponibilizados e de que forma são angariados?
Inicialmente pretendemos disponibilizar vestuário, têxteis, calçado, equipamento doméstico/eletrodomésticos, brinquedos/material didático, mobiliário, livros e materiais escolares, entre outros. Procuraremos angariar estes materiais através de campanhas de recolha junto da população e dos agentes económicos do concelho e não só, e com o auxílio das parcerias e dos voluntários. Nélia Pedrosa
Jogos aquáticos na praia da Tapada Grande A praia fluvial da Tapada Grande, em Mina de São Domingos, Mértola, recebeu mais uma edição dos jogos aquáticos. Um evento inserido na candidatura da “Bandeira Azul” e que visa sensibilizar os banhistas para a prevenção ambiental e promover o convívio.
Diário do Alentejo 26 julho 2013
03
Diário do Alentejo 26 julho 2013
04
Gasparões e Aldeia do Rouquenho Aldeias vizinhas integram a freguesia de Ferreira do Alentejo
Dois lugares que já foram autênticas “minas” de tomate
S
aindo de Ferreira do Alentejo em direção a Aljustrel, e cortando à direita como quem segue para Alvalade, a paisagem que se oferece ao viajante é quase exclusivamente de olival. 1 246 hectares mais concretamente, como informa, em números visíveis da estrada municipal 526, o investidor que ali apostou e assentou arraiais na herdade do Sobrado. Este manto de oliveiras, detido pelos espanhóis do Grupo Âncora, é das raras oportunidades de trabalho no setor agrícola numa terra que já foi forte na produção de tomate. Os negócios que sobrevivem à entrada de Gasparões, aldeia que hoje não deverá chegar aos 300 habitantes, são herança desses tempos risonhos. Antónia Rocha, dona de um snack-bar que leva o nome da família, sabe exatamente a razão que levou marido a abrir ali uma oficina, há mais de 30 anos. “Nessa altura, havia trabalho a montes. O meu marido chegou a trabalhar dias inteiros e não dava conta”. Veio depois a mercearia e, mais tarde, o café, que beneficiava da “passagem” no tempo em que funcionavam ali nas redondezas duas fábricas de tomate, uma em Montes Velhos, outra no caminho para Canhestros. “Hoje o negócio está péssimo. Vende-se um bocadinho de manhã, outro bocadinho à hora do almoço e à tarde já é pouco. É mesmo só as pessoas da terra”, desabafa. É por essa razão que Milene Rocha, de 34 anos, é das poucas representantes da sua faixa etária em Gasparões. Algarve ou Lisboa foram alguns dos destinos que escolheram os seus colegas de escola, conta, sublinhando a “sorte” que tem de poder trabalhar no negócio de família. “Trabalho, aqui na aldeia, só mesmo no campo, no olival, e sobretudo no inverno. Porque os agricultores trabalham o
Há por aqui quem tenha conhecido o desenvolvimento graças à exploração de minas de cobre. Mas Gasparões e Aldeia do Rouquenho, aldeias vizinhas e irmãs na freguesia de Ferreira do Alentejo, suspiram é pelos tempos em que os tomateiros se estendiam por aqueles campos, em hectares e hectares tingidos de vermelho. Hoje o que há é olival a perder de vista e uma reduzida oferta de emprego que se esgota na campanha da azeitona. Mas o associativismo ainda mexe nestes aglomerados empobrecidos de gente e a capela, quase pronta, é bem a prova disso. Texto Carla Ferreira Fotos José Serrano
ano todo com o pessoal efetivo da casa e só na campanha da azeitona é que metem pessoal de fora”, sendo que poucos são mesmo da terra. “Vêm pessoas de países estrangeiros fazer a campanha do inverno”, acrescenta a mãe, Antónia. Sendo um lugar tão pequeno, mesmo se lhe juntarmos a vizinha e irmã Aldeia do Rouquenho, à distância de pouco mais de um quilómetro, é de louvar o movimento associativo que ali se desenvolve. A Associação de Caçadores dos Gasparões, com 12 anos de existência, inaugurou a sua sede no passado mês de junho, numa altura em que reúne 94 sócios. Também o grupo coral Desfrutar Destinos, de Aldeia do Rouquenho e Gasparões, comemorou recentemente três anos de vida e abriu portas, na mesma data, a uma nova sede, partilhando a efeméride com vários outros grupos corais da região. Resta a Associação Sociocultural dos Gasparões
e Aldeia do Rouquenho que, mesmo tendo perdido dinamismo com o tempo, está prestes a cumprir um dos seus sonhos mais caros: uma capela própria, para os serviços religiosos. A obra está quase pronta; prevê-se que, para o próximo ano, as portas possam estar abertas. “Fazíamos muitos bailes, muitas festinhas para arranjar dinheiro para a capela. Agora, com a crise, fazemos os bailes e não temos ninguém e então estamos parados. Mas ainda deu para juntarmos à volta de quatro mil contos, quando se começaram as obras”, informa Rosa Santinhos, de 58 anos, membro da associação e antiga produtora de tomate, que chegou a “fazer” cinco hectares e a dar trabalho a mais de 10 pessoas, por altura da apanha. Hoje está desempregada. Rosa aponta para a fachada, junto da qual o chão ainda é de terra solta e entulho, e confessa que se lembra de ouvir falar do projeto da capela quando ainda frequentava a escola
primária. É uma aspiração bem antiga, portanto. “Falta-nos o chão da igreja, os bancos, as imagens”, acrescenta, explicando que não é por falta de espaço próprio que os fiéis deixam de assistir à missa, todos os sábados. É que, entretanto, improvisou-se uma capelinha no casão que serve de sede à associação e o pároco de Ferreira do Alentejo vai ali celebrar missa uma vez por semana. Avançando na estrada municipal, logo se segue a Aldeia do Rouquenho. O mesmo casario indistinto, sem o típico largo nem outro local a que se possa chamar centro. No café, à entrada, o serralheiro Mateus Maia, de 66 anos, bebe qualquer coisa antes do almoço. Comenta que só os nomes distinguem os dois lugares um do outro, o que não deixa de ser curioso quando “as pessoas, aqui como lá, são cada vez menos”. “A juventude que estudou, como os meus filhos, para tirar proveito dos estudos teve que abandonar a terra, senão teria que ir trabalhar para as oliveiras, que é o único trabalho que há”, explica. A filha foi para Beja, o filho mora em Lisboa, e Mateus mantém-se onde estão as ruas raízes, conservando a serralharia, mas em “part-time”. Nem o corpo já tem o vigor de antigamente nem o volume de trabalho se assemelha ao que havia quando montou a oficina, há 30 anos. “Isto era uma zona em que se faziam hectares e hectares de tomate, havia trabalho por todo o lado e para toda a gente e muito movimento nesta estrada”. Haverá muitas razões para explicar a morte desta cultura que ocupava tantas famílias, mas Mateus Maia fica-se por esta: “Os preços dos produtos agrícolas baixaram; e os adubos são mais caros, assim como os pesticidas e os herbicidas. Ora, as pessoas foram-se jogando para trás”.
Diário do Alentejo 26 julho 2013
05
Alexandre Machado Presidente da Associação de Caçadores dos Gasparões e da Associação Sociocultural dos Gasparões e Aldeia do Rouquenho.
Qual a sua perceção em relação à evolução demográfica de Gasparões nos últimos anos?
A população diminuiu. Vão morrendo algumas pessoas mais idosas e nascimentos há muito poucos. Só num caso ou noutro, esporadicamente, é que chega aqui alguém novo para viver. São mais as pessoas, entre os 20 e os 30 anos, que abandonam a aldeia e vão para a sede de concelho do que o contrário. Andamos entre os 250 e os 300 habitantes, entre as duas aldeias e mais os montes que gravitam aqui na zona. De que é que vive a comunidade?
Praticamente só da agricultura. Temos aí três ou quatro pessoas que trabalham na mina de Neves-Corvo, mas direi que 80 por cento está na agricultura ou são reformados. De investimentos agrícolas, fora os olivais dos espanhóis, não há nada. A herdade do Sobrado é um exemplo, mas não é um grande empregador de pessoas aqui da aldeia. Contrata muita gente na altura da apanha da azeitona, mas estrangeiros, nomeadamente pessoas do Leste, que nessa época do ano ficam a pernoitar em diversos montes aqui perto. A caça, que também está representada numa associação, é uma atividade importante para a terra?
Há muitos caçadores aqui. E houve uma altura, há 12 anos, em que sentimos necessidade de criar uma associação e de termos processos cinegéticos ordenados. Somos 94 sócios, não todos daqui, como é evidente, e temos uma área de processos cinegéticos de cerca de oito mil hectares. O que traz algum dinamismo para a terra, na época venatória, entre 15 de agosto e fins de fevereiro. Às quintas, domingos e alguns sábados, mexe um bocado com a aldeia. Temos uma sede nova, feita de raiz, que levou oito anos a construir e que foi inaugurada há mais ou menos um mês. Também é presidente da Associação Sociocultural dos Gasparões e Aldeia do Rouquenho.
Sim, mas essa tem menos dinamismo. Embora seja mais antiga, tem pouca atividade. Tem um bom espaço, um casão da Câmara de Ferreira, mas em termos de movimentação deixa muito a desejar, o que tem muito a ver com a idade avançada da maioria das pessoas da aldeia. E quando digo aldeia, refiro-me às duas, embora os nomes sejam diferentes. A construção da capela é uma aspiração muito antiga. Quando eu vim para cá morar, há 30 anos, já ouvia falar na construção da capela. Penso que para o ano fica concluída, com dinheiro angariado pela associação e com a ajuda da Câmara de Ferreira do Alentejo. O que mais falta faz a Gasparões?
Como aldeia, não podemos dizer que está mal servida. É evidente que, se houvesse outras infraestruturas, seria o ideal. Agora a junta está a fazer ali um pequeno jardim, que vem também dinamizar um pouco a vida da terceira idade, que passa a poder usufruir daquele espaço verde; temos um polidesportivo mas já há uns anos que está subaproveitado, porque também não há jovens praticantes... A aldeia não tem população para aspirar a outras condições.
Educar para o ambiente na antiga escola primária Gasparões acolhe, desde 2009, um centro de educação ambiental que permitiu dar vida à escola primária esvaziada de crianças e que, em 2011, foi distinguido, a nível nacional, pela Clínica da Educação, uma instituição especializada em serviços de apoio a crianças com dificuldades de aprendizagem e suas famílias. O projeto, que nasceu como uma das várias medidas do programa municipal Ferreira Sustentável, começou a sua atividade como ecocentro de compostagem caseira, apostado em promover a recolha seletiva de resíduos, a sua valorização orgânica e a redução do depósito em aterro. Tratava-se de uma parceria entre o município de Ferreira do Alentejo e o Centro de Estudos Vasco da Gama, do Instituto Politécnico de Beja, que teve a duração de dois anos, findo os quais se decidiu alargar o âmbito das atividades desenvolvidas. É assim que ganha o estatuto de centro de educação ambiental, mantendo a temática da compostagem como pano de fundo mas explorando outras temáticas ambientais. Através, nomeadamente, de experiências laboratoriais, atividades demonstrativas de energias renováveis, ateliês de reciclagem, sessões de compostagem, jogos pedagógicos e atividades práticas na horta e no jardim de aromas. O público preferencial tem sido o escolar, do ensino básico ao secundário, passando também pelo superior, mas registam-se também visitas de grupos de idosos e da comunidade em geral.
Almodôvar O foco autárquico está centrado neste pequeno concelho. Após uma inesperada cisão interna dentro do PSD local, que liderou a câmara nos últimos três mandatos, a equipa de António Sebastião decidiu avançar para as Autárquicas 2013 com uma lista de cidadãos independentes, agora liderada pelo atual vice-presidente da câmara, João António Palma. O PSD corre o risco de perder a única câmara que detinha no distrito. E o PS está à espreita de retomar um concelho que “foi seu” durante 21 anos.
Diário do Alentejo 26 julho 2013
06
1 - O que considera fundamental mudar em Almodôvar? 2 - Como encara o desmembramento do PSD local e que reflexos poderá essa situação ter no resultado eleitoral? 3 - O que será um bom resultado eleitoral para a sua candidatura?
AutárquicasALMODÔVAR João António Rodrigues Palma
Ricardo Colaço
António Manuel Bota
Joaquim Paulino
Candidato independente
Candidato do PSD
Candidato do PS
Candidato da CDU
Natural de Almodôvar, 51 anos, licenciado em Direito. Atualmente é vice -presidente da Câmara de Almodôvar
Natural de Almodôvar, 38 anos. Atualmente é presidente da Junta de Freguesia de Almodôvar e da concelhia do PSD
Natural de Almodôvar, 45 anos. Formado em Literatura Inglesa, mestre em ensino de Inglês e professor do ensino superior
Natural da freguesia de Santa Bárbara de Padrões, 40 anos. Motorista da Rodoviária do Alentejo
Consolidar a estratégia de desenvolvimento
Colocar Almodôvar na agenda nacional
Almodôvar parou no tempo
Política de verdade e de honestidade
1
1
1
1
Não existem mudanças de fundo a realizar em Almodôvar, existe sim necessidade de continuar a melhorar e a aprofundar o assinalável trabalho desenvolvido nos últimos 12 anos pelo executivo camarário, que tornou o município de Almodôvar numa referência na gestão autárquica a nível nacional, por ter realizado um avultado investimento que soube conjugar com uma invejável situação financeira. Porém, queremos consolidar uma estratégia de desenvolvimento já iniciada, que, valorizando os recursos locais, impulsione uma dinâmica de empreendedorismo e inovação. Na área social, há margem para otimizar e intensificar a nossa ação. Na educação, no desporto e associativismo poderemos progredir, melhorando as parcerias e apoios que prestamos às escolas e associações do concelho. Nas áreas da cultura e património iremos potenciá-las enquanto fatores de desenvolvimento do concelho e criação de emprego.
2
O desmembramento do PSD local é o resultado de um processo mal conduzido de escolha dos candidatos, onde os interesses pessoais, o oportunismo e o carreirismo se sobrepuseram aos do concelho, por isso houve que escolher entre os interesses menos claros que a “máquina partidária” nos queria impor e a continuidade de um relevante projeto que ao longo de 12 anos temos vindo a desenvolver. Mas a nossa escolha inequívoca foi e sempre será Almodôvar. Estou certo que os almodovarenses farão a sua opção em nome dos princípios e valores que sempre temos defendido, que são a credibilidade, a estabilidade e a confiança.
3
Será ganhar com maioria todos os órgãos a que nos candidatamos, ou seja, Câmara e Assembleia Municipal, bem como as seis juntas de freguesia.
Almodôvar tem que passar a ser um concelho sustentável e muito mais solidário, vocacionado para o crescimento económico; para a preservação e divulgação do seu imenso património histórico; para a incrementação do turismo, nomeadamente o turismo de natureza, ecológico e gastronómico; para a incrementação das suas indústrias características; para a fixação e criação de emprego dos jovens; para a criação de infraestruturas que permitam melhorar as acessibilidades, o saneamento e os serviços públicos a todo o concelho; tem que passar a ser um território ordenado, capaz de cativar turistas e fixar residentes; tem que ser um concelho gerador de mais trabalho e de mais riqueza; em suma, Almodôvar tem que ser capaz de se colocar na agenda nacional com as suas imensas potencialidades a todos os níveis. Este é o nosso objectivo e a nossa determinação!
2
Não existe desmembramento do PSD de Almodôvar. Com efeito, o número de militantes do PSD é hoje maior do que era há um ano atrás, tendo saído, recentemente, apenas um único militante que irá integrar as listas do PS. Em contrapartida, filiaram-se vários novos militantes, o que é um sinal de vitalidade do partido no concelho. A única situação em curso é um processo disciplinar instaurado a meia dezena de militantes pelo conselho de jurisdição distrital, o que não configura nenhum desmembramento do partido. O PSD está a crescer porque as pessoas entendem que o trabalho que queremos desenvolver coloca o interesse dos cidadãos à frente de quaisquer interesses pessoais. Ao contrário do que algumas pessoas têm passado para a opinião pública, o PSD está mais unido do que nunca.
3
Um bom resultado eleitoral vai ser, sem dúvida, termos o maior número de mandatos para a Câmara Municipal de Almodôvar, para a Assembleia Municipal e ganhar a maioria das freguesias do concelho.
Almodôvar parou no tempo. Ao analisar os últimos 12 anos de trabalho deste atual executivo, apercebemo-nos que as grandes obras ficaram feitas ou planeadas pelo PS até 2001 e que depois destas terminadas, a estratégia seguida foi executar obras de manutenção, descurando, com uma ou outra exceção, as obras que teriam preparado Almodôvar para o futuro. Precisamos de inovar e de criar outras alternativas ao emprego mineiro e melhorar as condições de vida no concelho. Precisamos de condições para que os nossos jovens regressem após o término da universidade e se sintam amparados para o empreendedorismo. Precisamos de ter uma política social muito abrangente para os nossos idosos e para os carenciados, precisamos de respeitar e valorizar os funcionários públicos, mas precisamos também de ser missionários em busca de investidores que aumentem e diversifiquem o tecido empresarial no nosso concelho. É urgente criar condições para que o meio rural fique mais próximo da vila e os nossos agricultores e produtores locais possam regularmente escoar os produtos da nossa terra. Temos de valorizar o passado mas precisamos de criar infraestruturas modernas que permitam a realização de eventos diversos para atrair turismo.
2
O desmembramento do PSD é um problema que não nos diz respeito. Claro que a equipa do Partido Socialista está atenta à realidade local e analisa este desmembramento como sendo o resultado da instabilidade interna do PSD, talvez porque nele existam elementos que antes defendiam um partido, passaram depois para outro e que agora nem um nem outro já serve.
3
Para nós um bom resultado traduz-se na vitória do Partido Socialista com maioria absoluta no dia 29 de setembro de 2013.
É fundamental e urgente mudar em Almodôvar as políticas que se têm praticado nos sucessivos mandatos É necessário a mudança com uma política de verdade e honestidade. Tendo como ponto fundamental uma política de mais ação social.
2
O desmembramento do PSD no meu ponto de vista só demonstra a sede do poder de alguns políticos, esquecendo-se e deixando para segundo plano os interesses do povo do concelho de Almodôvar. Em relação aos reflexos que esta mesma situação ira provocar nos resultados eleitorais será uma divisão do PSD. Espero que no final a escolha do povo seja a mais justa e consciente.
3
Um bom resultado para a CDU seria a eleição de um vereador porque é extremamente importante a CDU ter voz na assembleia, como já teve, para dizer não quando necessário e levar situações que talvez nunca tenham sido debatidas e que são de extrema importância.
07 Diário do Alentejo 26 julho 2013
Vidigueira Começou por ser socialista, com a eleição de Manuel Trindade Reis nas primeiras Autárquicas, mas passou por um amplo “reinado” comunista, entre 1979 e 2001, com as sucessivas eleições de Carlos Góis. O PS retomou a câmara no mandato seguinte, por António Mendonça, para a perder, na eleição seguinte, para o atual presidente, em 2005. Resta a dúvida se Manuel Narra conseguirá evitar esta rotatividade PS/PCP. Numa eleição em que o PSD/CDS-PP se apresenta reforçado. 1 - Quais são as “linhas de força” da sua candidatura? 2 - Em que áreas pode o concelho de Vidigueira melhorar substancialmente? 3 - O que será um bom resultado eleitoral para a sua lista?
VIDIGUEIRA
Constantino Piçarra
Manuel Narra
José Miguel Almeida
José Manuel Maldonado
Candidato do BE
Candidato da CDU
Candidato do PS
Candidato do PSD
Natural de Vila de Frades, 54 anos, professor, doutorando em História Contemporânea, foi diretor da Biblioteca de Almodôvar
Natural de Vidigueira, 50 anos, bacharel em Gestão de Empresas. Atualmente é presidente da Câmara de Vidigueira
Natural de Vidigueira, 38 anos, fundador da VitiFrades. É presidente da direção da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito
Natural de Vidigueira, 45 anos, bancário. Membro do Clube Futebol Vasco da Gama e da Associação Trilhos de Barro
“Democratizar” a democracia local
Apostar na economia e no emprego
A identidade do nosso concelho é única
É necessário fixar os jovens na nossa terra
1
1
1
1
De entre o muito que é preciso mudar no concelho de Almodôvar, três aspetos surgem como decisivos: desenvolver o concelho, criar emprego, atrair e fixar população. Proceder à requalificação ambiental que melhore a qualidade de vida dos munícipes e “democratizar” a democracia local. A estas três vertentes uma outra se impõe por força da política desastrosa, para não dizer criminosa, do Governo PSD/CDS. Trata-se de um conjunto de medidas de emergência social, como isentar da taxa da água as famílias mais carenciadas. De entre o primeiro aspeto parece-nos fundamental o aproveitamento económico da parte serrana do concelho, em estreita articulação com o incremento do turismo e uma política de preservação da natureza. Ilustrativo desta visão é o museu natural e etnográfico “Saberes da terra” que propomos. Um museu vivo, repartido por seis núcleos, que sem grande encargo para o orçamento municipal criará cerca de 40 postos de trabalho. No âmbito da segunda linha de atuação destacamos a proposta que fazemos de intervenção na ribeira de Cobres, visando a regularização do caudal no troço que passa junto da vila de Almodôvar e a requalificação de toda a zona envolvente. Orçamento participado, Assembleia Municipal descentralizada e gestão municipal menos presidencial e mais coletiva são medidas centrais do aprofundamento da democracia local que propomos.
2
O desmembramento do PSD de Almodôvar, em duas listas, é o resultado da luta pelas mordomias que o poder pode propiciar.
3
Um bom resultado eleitoral é mantermos e reforçarmos a representação na Assembleia Municipal e elegermos para a Assembleia de Freguesia de Almodôvar. Aspiramos e julgamos possível a eleição de um vereador.
A nossa candidatura procura seguir uma linha de continuidade do que foi executado nos últimos oito anos. Se, num primeiro mandato, a nossa atenção teve como pilar principal a educação, onde requalificámos todo o parque escolar do concelho e que tem como ex-libris a escola nova EB 2,3 construída em Vidigueira, aspiração desta população há mais de uma década, o segundo mandato assentou num conjunto de medidas sociais que visavam compensar as populações do ataque brutal que sofreram fruto das imposições da troika e do memorando de entendimento assinados pelo PS,PSD e CDS. Para este mandato, o pilar principal que vai absorver a nossa atenção será a economia e a criação de emprego. O município, por si só, não tem capacidade para resolver a totalidade do problema, mas, em conjunto com outras entidades públicas, será possível trilhar um caminho que sirva os interesses da população do concelho.
2
Ninguém espera que, face ao momento que o País atravessa, alguém tenha a ousadia de vir prometer às pessoas melhorias substanciais nas condições de vida que hoje têm. Seria, com certeza, um discurso mentiroso e as pessoas estão fartas de mentiras e promessas que nunca se realizam. A nossa candidatura ao longo destes anos tem uma postura clara. O que prometemos? Nada! E a nossa linha de pensamento traduz-se no “melhor que prometer é fazer”. É sempre assim que nos apresentamos perante o eleitorado.
3
Ganhar, naturalmente. E, ganhando, o maior vencedor do ato eleitoral será o povo do concelho de Vidigueira.
A nossa candidatura assenta em dois pilares fundamentais: o desenvolvimento económico e a ação social. Em nosso entender, o desenvolvimento de actividades económicas pode e deve ser a ferramenta para a promoção da empregabilidade das pessoas. O nosso concelho possui recursos naturais de qualidade e potencialidades diversas, as quais deverão servir de base à emergência de iniciativas em sectores tão distintos como a agricultura e a indústria, passando pelo turismo e serviços, capazes de criarem emprego e fixarem população, sobretudo os jovens.
2
Em cinco áreas fundamentais. O emprego: preocupa-nos bastante o desemprego, em especial o desemprego jovem. A saúde: a melhoria dos cuidados de saúde deve ser uma preocupação de qualquer autarca. A segurança: temos conhecimento de empresários que abandonam a sua atividade pela insegurança dos seus bens. A preservação das tradições: a identidade do nosso concelho é única, é um ativo endógeno que devemos potenciar como mais-valia para a promoção turística do concelho. O apoio aos movimentos associativos: vamos estimular o movimento associativo, esteja quem estiver à frente das respetivas entidades.
3
O projeto autárquico que apresentamos, cujo lema é “Há outro caminho”, define-se como um projecto alternativo, amplo e inclusivo, em prol da mudança de paradigma no concelho de Vidigueira. Só poderá ser implementado com uma vitória do Partido Socialista nas próximas eleições Autárquicas. Um bom resultado é, necessariamente, a vitória no próximo dia 29 de setembro.
As linhas de força desta candidatura centram-se essencialmente em três áreas, sendo que as mesmas se completam: área económica e empresarial, social e da saúde e área da cultura. Esta minha candidatura visa, essencialmente, a mudança do rumo que este concelho está a tomar. Temos que interligar o município, enquanto força de representação do seu povo, e os munícipes. As pessoas têm o direito de perceber o que se faz e qual o seu objectivo. As nossas gentes são o que de mais importante temos, e é para elas que temos de trabalhar. Aos nossos jovens que estão em início de profissão temos que lhes dar todo o apoio necessário para os fixar na nossa terra. O seu contributo, a sua energia e empreendedorismo vão ajudar a Vidigueira a recuperar o tempo perdido.
2
É hoje unânime que sem crescimento económico não existirá crescimento social e cultural. O concelho tem, por isso, que crescer essencialmente na área económica. Devemos estar junto dos empresários, cedendo-lhes espaços próprios, com infraestruturas e com a logística necessária ao desenvolvimento dos seus negócios. Na vertente cultural, pretende-se a regeneração dos eventos próprios tais como as suas feiras: a tradicional e as temáticas. A feira de São Tiago é um evento cultural das nossas gentes, com passado e tradição em que o comércio e o lazer sempre estiveram interligados. Devolveremos este evento à Vidigueira, não por saudosismo, mas sim por identidade. Queremos ainda divulgar o património, criando ações promotoras de dinamismo, animação e conhecimento.
3
O nosso objetivo será no dia 29 sermos eleitos para governar os destinos da Vidigueira e das suas gentes. É necessário esta mudança, o povo merece transparência, rigor, seriedade, idoneidade e, acima de tudo, liberdade.
Diário do Alentejo 26 julho 2013
08
PUB
PSD/CDS-PP apresentaram candidatura a Ourique
A coligação PSD/CDS-PP “Juntos por Ourique”, apresentou na terça-feira, 23, a sua candidatura aos órgãos autárquicos do concelho. Recorde-se que Sérgio Marçal é o cabeça de lista à câmara municipal.
Beja
“Novo impulso” de Pulido Valente
O
presidente da Câmara de Beja, o socialista Pulido Valente, que se recandidata a um segundo mandato, quer dar “novo impulso” à sua estratégia de desenvolvimento do concelho, sobretudo à “aceleração económica”, através da captação de investimentos. Numa primeira vertente, o autarca
explicou que quer “dar um novo impulso à aceleração económica do concelho de Beja, através da dinamização e da captação de investimentos nos principais setores económicos que o executivo PS tem vindo a dinamizar”, ou seja, agricultura, agroindústria, aeronáutica, turismo, ambiente e energia.
CDU inaugurou sede de campanha
A
coordenadora concelhia de Beja da CDU inaugurou na terça-feira, no largo de São João, em Beja, a sede de campanha da candidatura. No decorrer da inauguração foram ainda
apresentadas as listas da CDU aos órgãos municipais e as duas listas de candidatos às uniões de freguesia da cidade: Santiago Maior/São João Batista e Santa Maria da Feira/Salvador.
Ferreira do Alentejo
CDU apresenta candidatos
A
coordenadora concelhia da CDU de Ferreira do Alentejo apresenta amanhã, sábado, pelas 20 horas, na casa do povo, os candidatos aos órgãos autárquicos do concelho, para as eleições do próximo dia 29
de setembro. A iniciativa terá início com um jantar convício, a que se seguirá a apresentação dos candidatos, encerrando com animação musical a cargo do grupo de música popular portuguesa Ventos Alentejanos.
Aljustrel
Nelson Brito aposta na continuidade
N
elson Brito, que se recandidata à presidência da Câmara de Aljustrel, afirmou, durante o jantar/convívio de apresentação dos cabeças de lista do PS à câmara e assembleia, que pretende “dar continuidade reforçada a um trabalho realizado por pessoas competentes, íntegras e dedicadas, que contribuíram, nos últi-
mos quatro anos, para tornar o concelho de Aljustrel numa terra ainda melhor para se viver”. Durante a cerimónia, que contou, segundo a organização, “com a participação de 700 apoiantes”, o candidato “assumiu, igualmente, como grande desígnio, o de estancar e inverter a sangria de população que o concelho vive há cinco décadas”.
Festa na apresentação da CDU
A
CDU apresentou na passada sexta-feira, 19, os seus candidatos a todos os órgãos autárquicos do concelho de Aljustrel nas eleições de 29 de setembro. Recorde-se que o vereador Manuel Camacho volta a ser o candidato
da coligação à câmara e que José Godinho, que dirigiu durante vários anos a autarquia, é o cabeça de lista à Assembleia Municipal. Participaram no evento os artistas António Manuel Ribeirio e Paulo Ribeiro e a banda 4.ª Série.
Castro Verde
CDU termina ciclo de apresentações
A
CDU apresentou no final da semana passada a sua candidatura aos órgãos autárquicos do concelho de Castro Verde. A sessão marcou o início de um ciclo de
apresentações descentralizadas pelas freguesias do concelho, que terminará hoje, sextafeira, em Casével. A iniciativa terá lugar no centro cultural, pelas 21 e 30 horas.
Bisca Lambida
A cadeira do poder é apetecível
O exercício do poder é atrativo suficiente
Relação básica entre escassez e escolha
João Espinho
João Machado
Sérgio Fernandes
presidência de uma câmara municipal continua a ser atrativa em todos os sentidos pois cria uma projeção muito significativa para quem se candidata. O exercício do poder é, por si só, um atrativo suficiente para “chamar” a estas funções muitas pessoas que têm a ânsia de dirigir e de projetar a sua imagem em termos pessoais. Mais do que em quaisquer outras eleições, nas autárquicas vota-se em pessoas sem muitas vezes se olhar aos partidos e as escolhas que se fazem nem sempre são as mais adequadas devido à inexistência de programas concretos ou de uma visão estratégica para a região. Concordo em absoluto com a responsabilização pessoal dos eleitos locais e de todos aqueles que, direta ou indiretamente, gerem a administração pública (seja ela central ou local) porque estamos a falar de dinheiro dos contribuintes que deve ser bem aplicado e não alvo de jogos partidários, e muitas vezes pessoais, menos transparentes. Face ao contexto que atravessamos, as autarquias encontram-se completamente estranguladas e a sua margem de manobra é cada vez mais reduzida. Neste sentido, as opções políticas que são tomadas devem ser muito bem ponderadas sob pena de colocar em risco muito dos objetivos definidos de redução dos passivos e do controlo do endividamento das autarquias. Ser presidente de câmara, nos dias de hoje, não é fácil mas continua a ser muito apetecível.
ivemos tempos de reconhecidas dificuldades em que é clara a necessidade de rever determinados paradigmas, a começar pelo da gestão autárquica. É decisivo dar início a um novo ciclo, caracterizado por uma nova visão e uma nova atitude na gestão da coisa pública ao nível local. A lógica de uma câmara omnipresente, da qual tudo e todos dependem, tem de dar lugar a um novo modelo no qual a autarquia assume para si o papel de agente indutor da iniciativa dos cidadãos e empresas, sendo este o caminho para garantir a solidez do desenvolvimento da comunidade, essencial à melhoria das condições de vida das populações. Por outro lado, a situação difícil que o País atravessa, as dificuldades por que passam as populações, mas também os constrangimentos orçamentais com que se debate a generalidade das autarquias impõem a necessidade de absoluto rigor na gestão dos dinheiros públicos, cada vez mais escassos. Hoje, mais do que nunca, o “custo de oportunidade”, que o prémio Nobel (1986) americano James Buchanan Jr. definiu como a expressão da “relação básica entre escassez e escolha”, deve estar presente em qualquer decisão dos responsáveis autárquicos. Cada cêntimo deve ser gasto na certeza plena de que nenhuma outra opção seria suscetível de representar maiores benefícios para a comunidade. Este é o cenário de grande exigência
O
bviamente que o cargo de presidente de câmara deve ter muita coisa boa para oferecer, caso contrário ninguém se candidataria a: – presidir a uma empresa falida; – ver a sua vida particular devassada; – ter a perspetiva de vir a ser um presidiário por decisões políticas tomadas e fundamentadas em pareceres técnicos indiscutíveis; – ser alvo de invejas e de “holofotes pidescos”; - perder vida própria; - deixar de ser um cidadão normal para passar a ser “mais um malandro de um político”; – ter que diariamente ouvir adjetivos pouco elegantes; etc… Admito que haja alguns (não muitos) que acreditam que podem contribuir para uma sociedade melhor, para uma cidade mais bonita, para uma região mais próspera. Há-os, sem dúvidas, aqueles que abraçaram o serviço público como missão de vida e trabalham abnegadamente tendo como finalidade única o bem-estar das populações eleitoras. São raros, é verdade, e é por isso que o nosso regime vai apodrecendo, sendo já os tribunais a tomarem decisões que caberiam exclusivamente ao poder político, numa promiscuidade que não vai trazer nada de bom a um país que, por variadas razões, caminha aceleradamente para o abismo. Enfim, a cadeira do poder é apetecível, muitas das vezes pelas piores razões. O que é pena. Jogo o duque de paus, pois não arrisco a. perder uma carta mais alta.
A
V
09 Diário do Alentejo 26 julho 2013
Ser presidente de câmara é um cargo atrativo quando, hoje em dia, as autarquias estão muitíssimo limitadas em termos de competências e de orçamentos e quando os autarcas são responsabilizados pessoalmente pelos seus atos?
que espera não apenas os candidatos a presidente de câmara mas todos os candidatos aos órgãos autárquicos, um cenário que exige empenho e entrega reforçados. Numa justa homenagem às largas dezenas de milhar de mulheres e homens que se apresentam como candidatos nas eleições do próximo dia 29 de setembro, jogo o rei de paus.
“Carrada de fezes” intrínseca à Humanidade Luís Miguel Ricardo
D
esde os primórdios da Humanidade que os homens se gladiam entre si pela conquista do poder. Ter poder é ter protagonismo, é intervir diretamente na teia social, é ter mais responsabilidades perante si e os outros, é ter o reconhecimento público e, em regimes democráticos, é ser alvo de todas as críticas. Em suma, uma “carrada de fezes” permanente, mas que o masoquismo intrínseco à natureza humana sempre ambicionará. Apesar do esvaziamento de competências, do emagrecimento de recursos e dos constantes casos de responsabilização pessoal da figura presidencial que se verificam na atualidade, o cargo de presidente de câmara continua a ser, a nível regional/local, um dos ícones máximo do poder. E só por esse facto já representa uma ambição para o Homem. Depois, há uma panóplia de outras motivações que complementam o desejo de ser presidente de câmara: promoção pessoal e trampolim para outros “voos” na política nacional ou internacional; apego à terra e às pessoas e vontade de alavancar oos concelhos rumo ao progr ressso; servir os int gresso; interesses estratégicos das forças partidárias; en entre outras motivações mais singulares. Po or todos estes es fatores, e para bem das Por regiões e das ppessoas, que necessitam de alguém que as represente e se debata pelos seus intere interesses em esferas políticas mais abrangente abrangentes, as cadeiras das presidênccias ci as camarária camarárias dificilmente ficarão sem candi candidatos que as ambicionem ocu ocupar.
Diário do Alentejo 26 julho 2013
10
Vasco Morais de Almeida solidário com forcados de Cuba
Atual
O candidato à Câmara Municipal de Cuba pelo PSD/ /CDP-PP, Vasco Morais de Almeida, está preocupado “com a situação em que se encontra o Grupo de Forcados Amadores de Cuba”. O candidato, que se reuniu recentemente com o cabo José Horta, refere, em comunicado, que “o Grupo de Forcados Amadores de Cuba foi rejeitado por parte da Associação
João Custódio é o candidato do PSD à Câmara de Sines O presidente da concelhia de Sines do PSD, João Custódio, vai ser o candidato do partido à presidência do município, liderado por um movimento independente, nas eleições autárquicas de 29 de setembro. Segundo um comunicado de imprensa, a candidatura de
Campaniço em Grândola Ricardo Campaniço, atual vice-presidente da Câmara de Grândola e cabeça de lista à autarquia, pelo PS, apresentou no final da semana passada a sua candidatura. Raúl Bizarro encabeça a lista à Assembleia Municipal. Sob o lema “Grândola sempre primeiro”, as candidaturas “renovam o novo ciclo aberto pela vitória de Carlos Beato, nas listas do PS, em 2001”. PUB
João Custódio, 39 anos, já foi aprovada pela comissão política de secção de Sines do PSD. João Custódio, natural de Sines, é empresário no setor das pescas e está ligado à concelhia social-democrata desde 2002, sendo a segunda vez consecutiva que se candidata à presidência da câmara.
Tribunal Europeu condena Portugal a nova indeminização
Paredes desiste de Alcácer
Reforma Agrária já custou ao Estado 200 milhões ARQUIVO FOTOGRÁFICO DO “DIÁRIO DO ALENTEJO”
O presidente da Câmara de Alcácer do Sal, Pedro Paredes, eleito pelo PS, anunciou na sexta-feira, 19, a desistência da sua recandidatura a um terceiro mandato, por um movimento independente, nas Autárquicas, alegando dificuldades no processo.“A lei complica demasiadamente as candidaturas independentes, que na prática são prejudicadas em relação às que são sustentadas pelos partidos. Não conseguimos ultrapassar esses problemas de arranque, pelo que a minha candidatura não avança”, justificou. Pedro Paredes anunciara a sua decisão de se recandidatar por um movimento independente no início deste ano, após saber que o PS, partido pelo qual foi eleito nos dois últimos mandatos, não o iria apoiar nas Autárquicas deste ano. Em 2009, o autarca já não teve o apoio da comissão política concelhia socialista de Alcácer do Sal, mas a Federação Distrital de Setúbal e a direção nacional do partido “impuseram” o seu nome. Desta vez, todas as instâncias do PS se puseram de acordo para apresentar como candidato à liderança do município o antigo líder da UGT José Torres Couto.
Nacional de Grupos de Forcados”, situação que cria alguma incerteza quanto ao futuro. Vasco Morais de Almeida considera “a revitalização do grupo um aspeto fundamental para a dinâmica cultural da vila de Cuba, já que o grupo é o fator de agregação da juventude” e mostra-se “sensibilizado e empenhado na resolução desta questão”.
– Agricultores do Alentejo, “só é pena que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) tenha tomado estas decisões uma geração depois”. Segundo o dirigente dos agricultores, “é uma vergonha” que a situação tenha demorado tanto a resolver. Isto só é possível, acrescenta, porque Portugal, apesar de ser um estado de direito, parece “uma república das bananas”. No entender de Castro e Brito, estas decisões “são de toda a justiça” e vêm repor alguma equidade entre o setor agrícola e outras áreas económicas indemnizadas em “devido tempo”. Para o presidente da ACOS fica assim mais uma vez provado que, em Portugal, “a agricultura é a última coisa que conta”. Para José Soeiro, antigo dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas do Distrito de Beja,
estamos perante uma “injustiça” só possível porque o PS e o PSD foram alterando as leis a favor dos antigos proprietários. Para o ex-deputado do PCP, “as ocupações não nasceram do abstrato. Elas nasceram devido a atos de sabotagem, destruição de culturas e efetivos pecuários praticados pelos proprietários, gente que era contra o processo do 25 de Abril” e que, assim, são agora “premiados”. Segundo o jornal “Público”, a herdade dos Pinheiros, em Ferreira do Alentejo, é uma das beneficiadas com o acórdão do TEDH com a verba de 729 mil euros. Recorde-se que a família Silvestre Ferreira, que em 1975 se radicou no Brasil, já tinha recebido, há dois anos, cerca de um milhão e 150 mil euros pela mesma ocupação. Segundo o advogado das famílias, Bernardo Albino, no Tribunal de Estrasburgo estão ainda a ser julgados mais de uma dezena de casos. O jurista considera que “o Estado Português foi completamente irresponsável quando alterou os critérios das indemnizações dos últimos casos da Reforma Agrária”, permitindo aos proprietários reclamarem mais compensações. Esta decisão do TEDH vem elevar para mais de 10 milhões o valor das indemnizações pagas desde 2000. Ainda segundo o mesmo jornal, este valor não inclui nem a devolução das herdades (feita quase na totalidade), nem outras indemnizações recebidas, anteriormente, pelos latifundiários, o que elevará a fatura para mais de 240 milhões de euros. Os ministérios da Justiça e da Agricultura não comentaram a decisão do tribunal, mas, em casos anteriores, o Estado Português não tem recorrido das sentenças.
Narra na mira do PS Vidigueira
Os pilares de Miguel Bento
A comissão política concelhia de Vidigueira do PS acusa o atual presidente da câmara, Manuela Narra, da CDU, de utilizar a iniciativa “Vidigueira – Cidade do Vinho 2013” para “promoção pessoal e política”. Os socialistas adiantam, em comunicado, que “a mais que evidente associação da sua imagem, patente nos cartazes que promovem a ‘Cidade do Vinho’, comprova a utilização desta iniciativa para fins de promoção pessoal e portanto política”. “O rosto da ‘Cidade do Vinho’ não se circunscreve ao sr. presidente da Câmara de Vidigueira. O rosto da ‘Cidade do Vinho’ é o das mulheres e homens que, ao longo de várias gerações, trabalharam em prol do desenvolvimento deste setor, fundamental e vital para a economia do concelho de Vidigueira”, adianta a comissão concelhia.
A estratégia de desenvolvimento social e económica que o candidato da CDU à presidência da Câmara de Mértola, Miguel Bento, se propõe concretizar “assenta em quatro grandes pilares”, divulgou a comissão coordenadora da CDU. São eles: “Medida casa, de apoio técnico e financeiro à reabilitação urbana; Medida Mértola prá-frente, de apoio técnico e financeiro à criação líquida de postos de trabalho por parte das empresas já existentes nos sectores de maior potencial endógeno; Medida investe jovem, de apoio técnico e financeiro à criação de novas empresas por parte dos jovens do concelho, através de uma bolsa anual; e Medida câmara amiga, com forte incidência no domínio da proteção social, com um renovado apoio às IPSS do concelho, e uma atenção especial à população idosa”.
Reforma Agrária Herdade da Lobata, em Serpa, 1976
O processo de liquidação da Reforma Agrária já custou ao Estado Português mais de 200 milhões de euros, e a fatura promete aumentar. Esta semana o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem proferiu um acórdão que obriga Portugal a indemnizar várias famílias, no valor de 1,5 milhões de euros. Texto Aníbal Fernandes
T
rinta e sete anos depois da Lei Barreto (1977), quando se iniciou o processo de extinção da Reforma Agrária, Portugal continua a pagar indemnizações às famílias dos proprietários das terras intervencionadas. Para Castro e Brito, presidente da ACOS
Vidigueira Cidade do Vinho 2013 presente na Expofacic
11
IPBeja e Vale da Rosa assinam protocolo que permite aos alunos terem propinas pagas O Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) e a empresa Vale da Rosa assinaram na semana passada um protocolo que permite aos alunos terem um ano de propinas pagas. Summerfield 2013 é o nome da iniciativa conjunta que irá
permitir “a aproximadamente 20 alunos” do IPBeja “terem as propinas pagas (equivalente ao valor das propinas de um ano letivo), com base na ocupação de tempos livres nas férias de verão, na principal atividade do Vale da Rosa”. A empresa assegurará ainda “um apoio para início do ano letivo e o transporte entre a residência do IPBeja e
Diário do Alentejo 26 julho 2013
Vidigueira, Cidade do Vinho 2013, está presente na edição deste ano da Expofacic – Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Cantanhede, que decorre até ao dia 4 de agosto. Segundo a Câmara de Vidigueira, a Cidade do Vinho 2013 está presente na feira através de um espaço próprio com iniciativas para divulgar os produtores de vinho do concelho.
a propriedade em Ferreira do Alentejo”. Ao IPBeja “caberá garantir o alojamento dos estudantes numa das suas residências, assegurar a alimentação durante a iniciativa e organizar a dimensão cultural e formativa que esta deverá contemplar nas áreas da gestão de recursos humanos e empreendedorismo”.
Portal é considerado “um pilar de desenvolvimento”
Bejadigital visitado por três milhões
O
portal Bejadigital registou, desde que está on line, há cerca de sete anos, mais de três milhões de visitantes. Fruto do esforço conjunto de 13 municípios pertencentes à Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (Ambaal) e de 14 organizações locais e regionais, com o apoio do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento (POSC), o Bejadigital foi criado com o objetivo de “combater a infoexclusão, ou seja, a falta de acesso dos cidadãos às novas autoestradas da informação”, constituindo-se também como “um instrumento fundamental na demonstração para o exterior de todas as potencialidades da região” e disponibilizando “informação útil para quem pretenda investir na região”, facilitando “o contacto com as instituições em causa”. PUB
“O portal, apesar de já ter mais de sete anos, é muito atrativo, na medida em que disponibiliza informação muito atualizada. Talvez seja por esta atualização da informação que os visitantes nos procuram desta forma tão significativa, porque reconhecem neste instrumento um pilar de informação e divulgação das potencialidades da região. O portal é, de facto, um pilar de desenvolvimento”, afirma Orlando Pereira, coordenador da Ambaal, realçando que “findo o período de financiamento, em 2008”, no âmbito do POSC, foi possível “dar continuidade ao projeto”, “que não requer uma estrutura muito pesada”, uma vez que “os grandes investimentos [produção de conteúdos digitais, construção de plataformas digitais, desenvolvimento das infraestruturas digitais camarárias e qualificação dos
recursos humanos em novas tecnologias] já tinham sido feitos”. O responsável realça ainda, no quadro da parceria do projeto Bejadigital, a criação, “em estreita colaboração com a Adral – Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo”, do BejaBiz – o Portal Empresarial do Baixo Alentejo, “dedicado a prestar apoio e informação a empresários e empreendedores deste território em articulação com a rede de gabinetes de desenvolvimento económico da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) e dos municípios associados”. Com um vasto leque de informação, “o utilizador poderá percorrer todos os concelhos do Baixo Alentejo e aceder a informação estatística, a conteúdos de formação, ferramentas e informação atualizada sobre o tecido empresarial do Baixo
Alentejo”. Em termos futuros, Orlando Pereira diz que, entre outros objetivos, pretende-se “aperfeiçoar o portal Bejadigital; aprofundar a modernização da infraestrutura tecnológica de cada município para apoio às novas aplicações; divulgar os serviços junto dos munícipes; avançar com uma campanha de web marketing do portal; disponibilizar novos conteúdos; e alargar a rede comunitária de banda larga”. Pretende-se ainda “implementar alguns sistemas, nomeadamente compras eletrónicas, servidor de pagamentos, gestão de informação geográfica e um canal web TV, que poderá vir a ser desenvolvido com os parceiros”. O portal “disponibiliza informação em português, inglês e castelhano”.
Diário do Alentejo 26 julho 2013
12
Câmara de Almodôvar inaugura mercado municipal
A Câmara Municipal de Almodôvar inaugura amanhã, sábado, pelas 10 horas, o recém requalificado mercado municipal, “uma obra há muito reivindicada pela população do concelho”. O projeto, que foi “inteiramente” financiado pela autarquia e “que representou um esforço global superior a 600 mil euros”, visa “impulsionar o investimento e a dinamização do comércio local, mantendo a promoção de uma melhor qualidade de vida dos habitantes do concelho”.
Jovens de Mértola viajam para Londres Terminam hoje, sexta-feira, as inscrições para a tradicional viagem cultural destinada a jovens residentes no concelho de Mértola, promovida pela câmara, e que este ano tem como destino a cidade de Londres. A escolha “teve em conta as sugestões dos participantes na edição anterior”, adianta a autarquia. A viagem, que se realizará entre 3 e 6 de outubro,
Beja combate “pobreza crítica” A equipa do Contrato Local de Desenvolvimento Social Mais (CLDS+) de Beja iniciou funções esta semana para combater a “pobreza crítica”, garantir “maior proteção” a crianças, jovens e idosos do concelho e fornecer respostas adequadas a calamidades. A convite da Segurança Social, a Câmara de Beja integrou e está a promover o CLDS+ no concelho, o qual se designa “Mais Futuro” e é coordenado e executado pela Alentejo XXI – Associação de Desenvolvimento Integrado do Meio Rural, explica a autarquia. Segundo o município, a equipa do “Mais Futuro”, de acordo com um plano de ação, irá articular e executar ações em parceria para “promover a inclusão social dos cidadãos”.
Vidigueira tem poucos compromissos A Câmara Municipal de Vidigueira anunciou esta semana que “é um dos municípios com menor volume de compromissos por pagar até ao final do ano económico”, situando-se “em sétimo lugar” a nível nacional, segundo o “Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2011 e 2012”. Em comunicado, a autarquia realça que “em 2011 o município registava um honroso vigésimo primeiro lugar, mas em 2012 o município está num brilhante sétimo lugar, sendo a primeira câmara a consegui-lo no Alentejo”. PUB
tem um limite de 55 participante e destina-se a jovens entre os 16 e os 30 anos de idade, residentes no concelho. As inscrições estão abertas na divisão de Cultura, Desporto e Turismo da Câmara de Mértola e deverão ser efetuadas pelo próprio ou pelo encarregado de educação, caso se trate de menores de idade. As normas de participação estão disponíveis em www.cm-mertola.pt.
Discussão pública em agosto após nove anos de revisão
Nova versão do PDM de Beja
A
nova versão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Beja foi aprovada pela câmara e deverá entrar em discussão pública em agosto, após concluído o “calvário” do processo de revisão do documento, que durou nove anos. Trata-se de “um alívio grande”, porque o processo da terceira revisão do PDM de Beja “foi um autêntico calvário que demorou nove anos, embora tivesse estado suspenso durante três anos e meio”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Beja, Jorge Pulido Valente (PS). A nova versão do PDM e a submissão a discussão pública foram aprovadas na última reunião extraordinária da Câmara de Beja “por unanimidade”, pelos quatro eleitos do executivo PS e dos três vereadores da oposição CDU. A aprovação da nova versão do PDM “é de uma
importância extrema”, já que se trata de “um instrumento fundamental para o ordenamento e o planeamento do território e estratégico para a intervenção do município e de todos os parceiros no desenvolvimento” do concelho de Beja, disse o autarca. “Mais do que uma revisão, trata-se, praticamente, de um novo PDM, que foi elaborado segundo as normas da segunda geração de PDM e serve muito bem os interesses de todas as áreas e todos os atores locais e elenca um conjunto de projetos estruturantes para o desenvolvimento do concelho”, frisou. Segundo o autarca, a discussão pública da nova versão do PDM de Beja, que irá durar 30 dias úteis, deverá começar durante o próximo mês de agosto, após a publicação do aviso em “Diário da República”. Após a fase de discussão pública, a Câmara de Beja
irá “avaliar a pertinência dos contributos” e efetuar eventuais alterações ao documento, cuja versão final será submetida à aprovação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo. A primeira versão do PDM de Beja, que entrou em vigor na segunda metade da década de 80 do século XX, foi revista em 2000 e, quatro anos depois, o então executivo CDU da autarquia decidiu promover uma nova revisão do instrumento de planeamento, processo que arrancou em 2004. Num comunicado de imprensa, os vereadores da oposição CDU na Câmara de Beja referem que “não há grande vantagem” para o concelho, munícipes e para os agentes económicos na entrada em vigor da nova versão do PDM. Segundo os vereadores da CDU, a nova versão do
PDM, além de “alguns reajustamentos nas zonas de expansão habitacional e na criação/definição de zonas de atividades económicas”, “na prática” e “em matéria de condicionantes”, sobretudo as relativas à Reserva Ecológica Nacional (REN), “é em tudo muito semelhante” à atual. Por isso, os vereadores comunistas questionam “se não seria mais correto suspender mais uma vez o processo de revisão” do PDM e “relançá-lo quando houvesse as condições para efetivamente rever o conteúdo do plano”. No entanto, os vereadores comunistas explicam que votaram favoravelmente a nova versão do PDM, porque, “no essencial, a caracterização, o diagnóstico e a estratégia de desenvolvimento” do concelho de Beja que constam no documento “já tinham sido aprovados” pelo anterior executivo CDU.
Obras de supermercado estão a decorrer “com celeridade”
Sonae cria cerca de 100 postos de trabalho em Sines
U
ma nova superfície comercial com seis lojas da Sonae vai criar cerca de 100 postos de trabalho em Sines, estando as obras de construção a decorrer “com celeridade”, disse à Lusa o presidente do município. No sítio na Internet da Sonae, a empresa anuncia a abertura das novas lojas, não indicando a data prevista para tal, e convida os interessados a formalizarem a sua candidatura a cargos de vendedores, operadores e responsáveis de loja, chefes de vendas e optometristas. A infraestrutura está a
ser instalada à entrada da cidade, na área comercial onde já existem dois supermercados, abrangida pelo Plano de Pormenor da Cidade Desportiva. O terreno, de cerca de 27 000 metros quadrados, foi vendido pela Câmara Municipal de Sines à Sonae Retail Properties, que gere o património imobiliário de retalho da Sonae, em novembro do ano passado, por mais de 2,5 milhões de euros. Para o presidente do município, Manuel Coelho, trata-se de um investimento “muito bom” para a cidade, sobretudo pela criação de emprego, que é “muito
significativa”. O autarca explicou que “uma quantidade impressionante” de habitantes de Sines se desloca a cidades localizadas a várias dezenas de quilómetros de distância, como Grândola e Setúbal, para fazer compras em lojas destas marcas. “Estas pessoas deixarão de ter necessidade de sair de Sines”, sustentou, antevendo também que residentes em localidades vizinhas, como Porto Covo, Vila Nova de Santo André e Santiago do Cacém, começarão a comprar naquela superfície comercial. Manuel Coelho afirmou
não recear a concorrência que o novo equipamento vai trazer às “médias superfícies” e acreditar que “se criam mais postos de trabalho do que aqueles que se possam reduzir”. A população ficará certamente a ganhar, defendeu, com a “diversidade” e a “concentração” da oferta num único espaço, além da previsível redução dos preços. No entender do autarca, o pequeno comércio, sobretudo cafés, pastelarias e restaurantes, também “pode beneficiar” com a visita a Sines de habitantes de outras terras.
Entradas recebe entre hoje, sexta-feira, e domingo, na avenida de Nossa Senhora da Esperança, mais uma edição das Noites em Santiago. Durante três dias, Entradas será palco de diversas iniciativas culturais, como exposições, música, animação de rua, tourada, artesanato, celebrações religiosas e bailes. O programa integra ainda as comemorações do aniversário do Museu da Ruralidade e do polo da biblioteca. Destaque, no plano musical, para as atuações dos bejenses Anonimato (hoje), Quim Barreiros (amanhã) e grupo Banza (domingo).
Gastronomia e artesanato nas Tasquinhas de São Luís A localidade de São Luís, no concelho de Odemira, recebe entre hoje, sexta-feira, e domingo, a 15.ª edição das Tasquinhas de São Luís, uma iniciativa que é considerada pelo município “uma referência no roteiro de verão do
concelho” e onde os petiscos e a animação são os ingredientes principais. As atividades irão decorrer no largo da Junta de Freguesia de São Luís, a partir das 19 horas, com entradas gratuitas. As Tasquinhas de São Luís proporcionam aos visitantes uma incursão pela gastronomia alentejana, onde não
Diocese de Beja e Ordem de Malta celebram acordo
Caminho de Santiago no Alentejo vai tornar-se “acessível a todos”
A
Diocese de Beja e a organização humanitária Ordem de Malta vão colaborar para tornar o Caminho de Santiago de Compostela no Alentejo “acessível a todos” e apoiar os peregrinos, os quais têm aumentado “substancialmente”. Através de um acordo “inovador”, com o lema “Tornar acessível o Caminho de Santiago a todos”, e que foi assinado ontem, quinta-feira, em Santigo do Cacém, as duas instituições querem “criar condições, no terreno, para a orientação e o acolhimento dos peregrinos”, que têm aumentado “substancialmentenosúltimosanos”,explica o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (Dphadb), em comunicado de imprensa. Segundo o Dphadb, a Ordem Soberana e Militar de São João do Hospital de Rodes
e de Malta, conhecida como Ordem de Malta, realiza “um notável trabalho ao serviço dos peregrinos” do Caminho de Santiago, uma “experiência que se pretende estender a novos territórios do Alentejo”, através do acordo, que prevê também a valorização do património espiritual e material da Ordem de Malta, que “assumiu uma presença muito importante no Alentejo”. O Caminho de Santiago, designação das várias vias usadas pelos peregrinos que seguem em direção à catedral de Santiago de Compostela, na região espanhola de Galiza, remonta ao século IX e atravessa toda a Europa, “desde os confins da Rússia e da Escandinávia até à bacia do Mediterrâneo e às costas das Ilhas Britânicas”, explica o Dphadb. O caminho foi classificado
como o primeiro Itinerário Cultural Europeu pelo Conselho da Europeu, em 1987, e, alguns anos mais tarde, a Unesco outorgou-lhe o estatuto de Património Cultural da Humanidade, primeiro em Espanha (1993) e depois em França (1997), “algo que se pretende alargar a outros países europeus”, refere o Dphadb. Portugal é “um segmento privilegiado” da “vasta rede cultural” do Caminho de Santiago, a qual está “presente ao longo de quase todo o território continental”, frisa o Dphadb, que, durante a última década, tem desenvolvido um “intenso trabalho de redescoberta” do itinerário no Alentejo. O trabalho, que tem vindo a ser dirigido pelo diretor do Dphadb, José António Falcão, e a contar com a participação de
especialistas de universidades e museus portugueses, franceses, irlandeses, espanhóis e alemães, está a produzir “frutos significativos, permitindo trazer à luz do dia monumentos, obras de arte e documentos de arquivo há muito esquecidos”. Definido o trabalho científico, é necessário criar condições para a orientação e o acolhimento dos peregrinos, frisa o Dphadb, explicando que, neste sentido, tem vindo a dialogar com instituições que possam prestar apoio a quem segue a pé, de bicicleta ou a cavalo para a Galiza, mas também para outros santuários, como Fátima ou Nossa Senhora de Aires (Viana do Alentejo). A cooperação envolve autarquias, paróquias, associações, corporações de bombeiros, confrarias e santas casas da misericórdia.
faltarão os enchidos, queijos, vinhos e doces e outros petiscos tradicionais. O artesanato local será também uma constante nos três dias. A iniciativa é uma organização da Sociedade Recreativa e Musical Sanluizense, que conta com o apoio da Junta de Freguesia de São Luís e da Câmara de Odemira.
Beja aprovada ao “Comenius Regio” A candidatura da Câmara de Beja ao abrigo do programa “Comenius Regio”, que visa um intercâmbio entre Portugal e a Polónia na área das energias renováveis, foi aprovada, obtendo um apoio de 40 mil euros. Segundo a autarquia, a candidatura, que foi aprovada pela Agência Nacional para a Gestão do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida e ficou em 5.º lugar no ranking, resulta de uma parceria com a Empresa Municipal de Água e Saneamento, a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva e o Agrupamento de Escolas n.º 1 de Beja. “A troca de ideias para um caminho comum entre Portugal e a Polónia” na área das energias renováveis é um dos objetivos do projeto, que irá terminar a 31 de julho de 2015, explica a autarquia.
Câmara doa terrenos ao IPBeja A Câmara de Beja já concluiu o processo administrativo necessário à cedência por doação dos terrenos onde estão situadas as escolas superiores e as duas residências de estudantes do Instituto Politécnico da cidade. A situação “representa o culminar de um processo que se arrasta há vários anos e que, finalmente, teve solução”.
Autarquia recupera Clube Bejense A Câmara de Beja vai avançar com a recuperação da cobertura do edifício do Clube Bejense, num investimento de 103 mil e 600 euros. As obras no edifício municipal, situado na rua do Sembrano, já foram adjudicadas. A autarquia contraiu um empréstimo bancário de 109 mil euros para financiar a empreitada.
Pavilhão de Sines vale 4,5 milhões O novo pavilhão de desportos de Sines, um investimento de cerca de 4,5 milhões de euros, está praticamente pronto e será inaugurado no início de agosto. A construção do equipamento, que começou em maio do ano passado, está concluída. Faltam os acessos e a ligação da energia elétrica.
PUB
JOSÉ CÂNDIDO CHÍCHARO & FILHO, LDA.
PROMOÇÕES ATÉ MENOS 40%
Rua D. Afonso III, Ed. Toyota, Apart 76 7800-050 Beja Tel. 351284311410/12 Fax 351 284 311 419 jcctoyota@mail.telepac.pt FRANCISCO FERNANDES (chefe de vendas)
Telemóvel +351 961 338 937
13 Diário do Alentejo 26 julho 2013
Anonimato e Quim Barreiros nas Noites em Santiago
Telefone: 284 323 104
Ã
14
Ã
Diário do Alentejo 26 julho 2013
A 15.ª edição do Festival Músicas do Mundo chega amanhã à noite ao fim. Verdadeira maratona de 43 espetáculos que reuniu em Sines músicas e músicos das sete partidas do mundo, o FMM é, por certo, o principal festival de verão no Alentejo. Um acontecimento desta natureza resulta, necessariamente, do esforço coletivo. Mas nunca é exagerado relembrar o seu mentor: CARLOS SEIXAS. PB
Talvez fosse melhor… …agendar eleições antecipadas. Todas no mesmo dia: Autárquicas, Legislativas e Presidenciais. Um “reset” total ao sistema. Luís Afonso, Bartoon, “Público”, 22 de julho de 2013
Opinião
A demissão de Vítor Gaspar Bruno Ferreira Humorista
A
primeira semana de julho de 2013 ditou o descalabro do que restava da credibilidade política e económica do País. O povo indignou-se com a demissão de Vítor Gaspar, o ministro das Finanças, pai da austeridade, tio do memorando, afilhado da troika, enteado do resgate e compa-
dre dos mercados. Até aqui todos os portugueses indignados, todos os portugueses de acordo. Mas é aqui que a minha indignação se torna diferente da do resto dos portugueses. Porque para todos os portugueses, exceto eu próprio, havia já o acumular de uma raiva assassina contra o ministro. Ninguém conseguiu manter as suas economias, os seus rendimentos a salvo do holocausto gaspariano que se abateu sobre a vida económica e social do País. Gaspar lixou a vida a 9 999 999 portugueses que sofreram irremediavelmente com as suas políticas. E de um momento para o outro desistiu de brincar ao Excel, voltando costas a uma população que deixou na miséria. Todos menos eu. Até ao dia 1 de julho, eu era o único português que apoiava freneticamente a continuidade de Vítor Gaspar. Eu e o Passos Coelho. Porque até a mulher de Gaspar certamente o quereria ver fora daquele poleiro antes que lhe depenassem o marido. Mas porquê este meu discurso desconcertantemente apologético da continuidade de Vítor Gaspar? Sim, eu sei que o leitor de óculos de massa levou um corte na sua pensão e não vai ter subsídio de férias. E que o jovem de camisa aos quadrados não consegue emprego. E que a senhora que me lê com os rolos cor-de-rosa na cabeça subiu de escalão no IRS porque no ano passado vendeu mais três queijadas de requeijão no café cuja renda já mal consegue pagar. E que o leitor careca e anafado teve de fechar a sua PME e despedir quatro pessoas. E uma delas até era a miúda mais boazona do bairro. Eu sei isso tudo. E que o País está como está, que o Gaspar não cortou na despesa, foi em vez disso aos nossos bolsos para aumentar a receita, mas caramba, o homem a mim dava-me trabalho! Eu era até dia 1 de julho o único português do País que tinha mais trabalho graças a Vítor Gaspar! Esta é a verdade. E até posso enumerar a quantidade de trabalhos de que, assim de repente e em poucos segundos, me consigo lembrar: O Contra Poder (SIC Notícias), onde dava voz ao seu boneco “Vítor Rapar”; o 5 Para a Meia-noite (RTP1), onde por diversas vezes interpretei o seu boneco; os anúncios para uma seguradora, com a voz dele, o ano passado; gravações de atendimento telefónico para empresas com a voz dele, ao ritmo do seu discurso arrastado e envolvendo inúmeras graçolas com as palavras “buraco”, “colossal” e outras. New Business para agências de publicidade… O Jumbo! Meu Deus, a campanha do Jumbo! Não vai haver mais! E tão bem que corria desde o Natal do ano passado ali, na televisão, na rádio, com a Maria e os miúdos a poupar pelos hipermercados da cadeia, de Norte a sul do País. Pois bem, caro leitor, esta é a minha indignação pela demissão de Vítor Gaspar. Depois de conseguir estragar
Na próxima terça-feira, dia 30, tomam posse os novos corpos sociais da Entidade Regional de Turismo do Alentejo. António Ceia da Silva foi reeleito, para um mandato de cinco anos, presidente de uma entidade que agora se viu alargada a mais 11 municípios da Lezíria do Tejo. CEIA DA SILVA, que já tinha um território imenso para “promover”, transforma-se agora num verdadeiro globetrotter do turismo do Sul. Nada que já antes não acontecesse. PB
a vida a todos os portugueses, só faltava eu para tramar um país inteiro. Antes de se demitir certamente terá pensado: “bem, alastrei o buraco a toda a gente. Jovens, reformados, gente em idade ativa, ceguinhos e desdentados. Mas para ser mesmo colossal, só falta um… “E enquanto esfregava as mãos terá soltado uma gargalhada demoníaca. Dez milhões de almas. É de homem. Agora resta-me juntar-me ao coro de protestos contra o ex-ministro. Não contra as suas políticas falhadas. Mas porque ele se demitiu e me deixou humoristicamente órfão. O que é de uma crueldade colossal.
As ausências de Deus, por António Loja Beja Santos
De um buraco abaixo da clavícula jorrava, a cada batida do coração, um repuxo de sangue que me atingiu a cara, os óculos e me escorreu para o nariz e para a boca. Sustentei-o debaixo dos braços e pousei-o devagar sobre as folhas das árvores, no meio da picada, enquanto toda a companhia assumia posições de defesa. Nunca consegui esquecer o sabor do sangue ainda quente e o cheiro adocicado e logo nauseabundo que me invadiu as narinas. Disse-lhe uma mentira piedosa: – Vem aí o enfermeiro. Vais ficar bem! Já mandei vir o helicóptero… Espero que ele tenha acreditado, nos breves segundos que levou a morrer. É um tempo sem relógio. É toda a eternidade de um fim que parece nunca chegar. Morreu a esvair-se em sangue que ninguém poderia estancar”. Livro inesquecível, qualquer que seja a guerra que levamos em nossos dias.
Basta pum basta!
T H
rata-se de uma reedição há muito esperada As ausências de Deus (por António Loja, Âncora Editora, 2013) faz parte do rol das obras fundamentais da literatura da guerra da Guiné. O autor explica o que o motivou, inesperadamente, a voltar à guerra: “Trinta anos passados sobre o fim da minha participação na guerra colonial na Guiné tinha a ilusão de que esta pertencia apenas ao meu passado. E, de repente, no pós-operatório de uma cirurgia num hospital de Coimbra, ela regressou. No dia a dia do ambiente hospitalar o sono fez ressuscitar, nas pessoas que encontrei nos corredores, os meus companheiros de combate, os soldados europeus e africanos que lutaram ao meu lado ou contra nós, os homens, mulheres e crianças que passaram por mim na selva africana, que regressaram ligados a episódios ocasionais da vida presente e ganharam corpo na minha vivência de paciente em recuperação (…) São essas recordações que, naquele ambiente hospitalar, decidi passar para o papel”. “O ruído do motor de um frigorífico, numa sala vizinha do corredor onde, no hospital, faço a minha caminhada diária, levou-me de repente a recordar o motor da LDG (lancha de desembarque grande) que, diretamente do Uíge, nos transportou de Bissau para Buba. Fomos transferidos para a lancha de desembarque e, através do que nos parecia um impenetrável e complicado labirinto de rios e canais naturais, depois de algumas horas de navegação, com o sol alto, cerca de uma hora da tarde, chegámos a Buba”. A prosa de António Loja pauta-se pela intensidade com que transmite as emoções, em vez de brunir aquelas expressões que ornam a brutalidade dos acontecimentos, é seco e remete para os seus sentimentos toda a explosão de dor, assim: “Não teve tempo de dizer-me que havia uma mina na picada porque, na certeza enganosa de que o terreno que antes calcara estava livre, colocou o pé sobre outra, que já tinha passado sem notar e que explodiu com violência. Mamadú ficou desfeito, literalmente, em pedaços espalhados pela picada e escorrendo de ramos das árvores; e Abdulai, que vinha logo atrás, foi apanhado por um estilhaço que o atingiu na parte superior do tórax. Deu dois passos na minha direção, dizendo: – Ai, meu capitão! Meu capitão!
Ana Paula Figueira Docente do ensino superior
á muito tempo que rapamos o fundo ao tacho mas hoje [dia 11 de Julho] as palavras da senhora Presidente da Assembleia da República foram claramente representativas da dimensão pessoal destes líderes políticos que nos estão a governar. Paradoxalmente, num sistema que se diz democrático, em que a eleição é feita pelo povo, no caso, pela sua maioria. Inacreditável! Obsceno! Ridículo! Quando mais de uma centena de pessoas exigiam, nas galerias da casa da democracia, a demissão do Governo, e após a sua evacuação pela polícia, Assunção Esteves criticou o protesto e colocou a possibilidade de rever as regras de acesso da população às ditas galerias. Mas não ficou por aí: declarou ainda que eles não foram eleitos para ser coagidos e desrespeitados. Resolveu concluir com uma citação de Simone de Beauvoir, por sinal, aplicada aos algozes nazis: “Não podemos deixar que os nossos carrascos nos criem maus costumes.” Uma escolha muitíssimo infeliz da segunda figura do Estado português. Quando chegamos a este ponto parece-me que já não há nada a acrescentar. Tudo o que possa ser dito e feito para procurar manter uma fingidiça paz social é deitar mais trampa no processo. Depois da demissão do senhor ministro das Finanças, dr. Vítor Gaspar, entendia que as eleições seriam a melhor alternativa, não obstante os riscos que comportam; depois da comédia trágica protagonizada pelo dr. Paulo Portas ainda mais firmei a minha opinião; hoje, se bem que procure ver nas palavras de ontem do senhor Presidente da República “Entendam-se”, julgo que isso já não é possível! Gosto de procurar descortinar o lado positivo dos acontecimentos e situações; todavia, existem alturas em que urge enxergar que é preciso pôr um ponto final e começar de novo. Aprender! Penso que estamos exactamente nesse ponto. Só me vem à cabeça Almada e o seu “Manifesto anti-Dantas”. E deixo aqui apenas a frase de começo: “Basta pum basta!” Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico
Cartas ao diretor Viva a poesia Ana Maria Correia das Neves Beja
Há 50 anos “Rabugices” e perniciosas dúvidas e confusões
U
m texto de opinião, denunciando um erro ortográfico no enunciado de um exame no Liceu de Beja, destacava-se na primeira página da edição do “Diário do Alentejo” de 20 de julho de 1963. O artigo, não assinado, intitulava-se “Uma ‘rabugice’...” e era assim: “Ontem, ao ser conhecida a prova de ditado dos exames de admissão ao Liceu, estabeleceu-se uma grande perturbação, não só entre os jovens escolares como entre as respectivas professoras e as pessoas de família que os acompanhavam. O texto inseria a palavra rabujento quando a grande maioria das pessoas que sobre o assunto se pronunciaram tinham a opinião de que deve ser rabugento. De facto, assim está escrito, não só no qualificado dicionário de J. Almeida e Costa e Sampaio e Melo, como no ‘Vocabulário Ortográfico Resumido da Língua Portuguesa”, publicado pela Academia de Ciências de Lisboa, de harmonia com o Acordo Luso-Brasileiro de 1945. Parece, pois, não haver dúvidas sobre a grafia correcta e oficial da palavra em questão: rabugento. Como explicar, porém, a maneira como apareceu escrita no texto do ditado de ontem? Tudo parece indicar que se trata de uma autêntica ‘rabugice’ do professor que, na tranquilidade das repartições centrais, elaborou o ponto. O que é lastimável e não se pode compreender é que faltas como esta se passem precisamente em exames para crianças, estabelecendo, nos seus cérebros em formação, perniciosas dúvidas e confusões.” A mesma edição do jornal abria com um outro artigo de opinião, este da autoria de Cândido Marrecas, sobre a “Ânsia de publicidade”. Começava assim o texto: “São sinais flagrantes do nosso tempo – procura-se viver na rua, ‘vir no jornal’, ter o retrato estampado numa ilustração, chamar a atenção do público, andar nas ‘bocas do mundo’... Aquele recato que era recomendável às pessoas bem formadas, perdeu-se! Nem há modéstia que o imponha, nem as exigências do nosso tempo o aconselham. Hoje, o frenesim da publicidade tomou aspectos de vesania colectiva! Para ela trabalham milhares de pessoas empenhadas em ‘caçar a nota inédita’, surpreender o escandalozinho em primeira mão, gritar aos quatro ventos a novidade que há-de surpreender o Mundo! (...)”. Era assim a imprensa bejense há 50 anos – já com polémicas ortográficas e com denúncias do frenesim da vida moderna... Carlos Lopes Pereira
O dia 26 de junho era aguardado com alguma expectativa. Às 18 horas [no Liceu de Beja], nós e Martinho Marques combinámos celebrar a palavra poética. O encontro decorreu em ambiente fraterno, emotivo, informal, ainda que todos nós tivéssemos total consciência de se se tratar de um ser humano dotado de grande força criativa, multifacetado, bem consigo próprio e com o outro, conhecedor e amante do amor – daí senti-lo e expressá-lo tão realisticamente. A sua poesia põe em evidência o doce encantamento da Mulher e o tema do Amor; também apresenta poemas irónicos ou sarcásticos onde critica e denuncia as pseudo virtudes sociais. E, assim, a tarde decorria…tão gostosamente embalados pela voz de Martinho ao ler os seus “pedaços de papel”, alguns inéditos. Nesta linha de pensamento, atrevo-me a sentir e comparar o estado de espírito deleitoso em que nos encontrávamos e… o eu poético do soneto de Martinho… A seguir tocou-se música – a viola tocada por Fernando Pardal, intercalada com a leitura expressiva de uma voz doce iluminada pelos verdes olhos, sim são verdes de uma clareza quase diáfana, os olhos de Filipa Figueiredo que prendeu, imediatamente, a atenção de todos. Aquelas melodias quebraram o cansaço de um dia rotineiro de trabalho na escola. E, de repente, eis que Fátima Sousa ergue a sua voz inquieta, frenética, consciente e tece algumas considerações acerca da vida e obra da personalidade visada. Como nos habituou, soube, magistralmente e, desculpem-me a hipérbole, retratar fidedignamente esta figura matemática, apaixonante e peculiar que nunca nos deixa saciados com a sua poesia. Seguidamente, ecoaram vozes alternadas cujo som mais se assemelhava a pequenos gritos de revolta, de força, de energia, de vitalidade, de liberdade tão prementes na escrita de Martinho Marques!... Finalmente, os colegas Fernando Carvalheiras e Marisa Freitas apresentaram uma performance, a partir de um poema de Martinho, igualmente aplaudida. São de salientar as intervenções de Francisco Queiróz que as rematou, considerando ser Martinho Marques “o Fernando Pessoa contemporâneo, no aspeto da versificação raciocinada”. Olho e vejo, todos, a dirigirem-se para perto da porta da biblioteca, como se se de uma nuvem acéfala se tratasse: “O que seria, agora?” Viu-se, então, Martinho Marques retirar um pano negro que protegia, numa coluna da estrutura da Biblioteca, o decalque a preto de um soneto seu inédito, oferecido à biblioteca! Que maravilha! Bem hajas, Martinho que enriqueceste a nossa “Casa”!
Depois de termos “alimentado” tão bem o espírito, a coordenadora da Biblioteca Escolar, Emília Polaco, a equipa educativa da mesma, e a sua incansável assistente, serviram-nos um lanche que deixou em gáudio os nossos cinco sentidos. Obrigado, também, aos colegas que, embora já disfrutando a sua merecida aposentação, continuam a ser assíduos à Biblioteca Escolar e dão o seu contributo nestes eventos culturais.
é dura e exigente para todos. É ainda mais difícil porquanto os sacrifícios exigidos não resultam em soluções verdadeiras, mas sim em mais défice e mais divida e desemprego. Mas a crise política que vivemos é ainda mais incompreensível que as próprias palavras de Cavaco Silva. E no seu conjunto não se lhes pode negar a importância de eleições antecipadas quer Cavaco entenda, ou não…
O indecifrável Terror em Cavaco Silva Milfontes Nicolau Gonçalves Beja
Leitora identificada Vila Nova de Milfontes
O que nos diz Cavaco Silva – Presidente da República e agente político com quase 40 anos de experiência – é muito mais do que ouvimos. Na verdade o enigma das suas declarações são um propósito e não uma deficiência. O que não se consegue decifrar é exatamente aquilo que Cavaco quer que não seja decifrável, pelo menos enquanto ganha espaço e tempo, lavando as mãos como Pilatos de uma crise em que é corresponsável. Tão grave quanto Cavaco Silva ter apresentado uma solução que não é solução, ter arrastado a crise que diz querer resolver com a sua proposta e gerar dúvida e describilidade a um processo já de si pouco fiável, é o facto do Presidente da República não sentir necessidade de esclarecer o que na sua intervenção/proposta não está claro para o comum dos portugueses! Porque é importante que os portugueses entendam! E também os partidos e “agentes políticos” a quem se destina a mensagem em especial!... Esta intenção de estender a não perceção da realidade é um sinal claro de que Cavaco deseja a dúvida e a confusão, que não quer clarificar nem sequer resolver coisa nenhuma. Ou seja, é um presidente da República que intervém não intervindo, que age não agindo, que deseja manifestar sentido de Estado ignorando o Estado! Que quer compromisso, sem se querer comprometer! Pode ser difícil para alguns aceitar a indecifrável solução de Cavaco Silva. Mas não o será para quem, de boa-fé, queira reconhecer a Cavaco a constante diabolização do sistema de que faz parte, ou até a engenhosa capacidade do professor para circular entre as gotas da chuva. Se existe conclusão que os portugueses deverão tirar de tudo isto é que a responsabilidade a exigir aos “agentes políticos” começa, necessariamente, pela responsabilização de Cavaco Silva. Infelizmente o Presidente da República mais incapaz e impreparado para lidar com uma crise desta dimensão. E o que o PR não diz, pelo contrário, é que o “papão” do segundo resgate é uma realidade negociada em segredo e há vários meses pelo Governo em “plenitude de funções”, por si suportado e defendido desde sempre. E que por si só não é nem pode ser uma condição para se suspender a democracia, retirando a legitimidade ao povo para intervir. A crise económica que vivemos
Com a chegada do verão, chegam também a Vila Nova de Milfontes os tão aguardados turistas. A sua vinda é de todo uma mais-valia para a economia local, o que constitui uma série de vantagens para as pessoas que ali residem durante todo o ano. Todos os habitantes estão preparados para os receber. Porém, na última quinzena de julho dos últimos anos, tem-se assistido a um “filme de terror” tendo em conta o ambiente que ali se vive, especificamente neste período temporal. Centenas de jovens e petizes de tenra idade (muitas vezes com idade inferior a 12 anos) deambulam rua acima, rua abaixo, provocando desacatos, atos de vandalismo e barulho noite após noite. Além dos distúrbios causados, é um flagelo social assistir a crianças que fumam e bebem compulsivamente até atingirem o limiar máximo de embriaguez aos olhos de toda a gente e sem adultos por perto. Além na notória desordem vivida diariamente, o “cartão de visita” para quem está alheio a tudo isto e ali chega para passar as suas férias, tem uma visão clara do “caos”. Os pais “despacham” as suas “crias” para fora do “ninho” nesta época, cedendo-lhes as casas sazonais, ou alugando casas no mercado paralelo para que os seus filhos ali se possam instalar e passar duas semanas de divertimento e liberdade total, sem sinal notório da sua presença e da responsabilidade parental. Estes jovens, facilmente identificáveis, envergam casual uniforms (o mesmo modo de vestir, por isso todos idênticos), aglomeram-se junto dos estabelecimentos comerciais que vendem álcool a preços acessíveis, que respeitam as exigências legais da sua venda, mas que os jovens chegando ao exterior entregam aos mais novos, e percorrem o mesmo trilho todos os anos, o que constitui uma situação extremamente fácil de identificar. Apesar de ser uma situação previsível, iniciou-se mais uma quinzena em que tudo está na mesma, adivinham-se 15 dias sem dormir, sem ordem, e tudo está montado para se assistir a um filme non-sense, onde predomina a gritaria até de madrugada, caixotes do lixo incendiados e revirados, jovens que sucumbiram aos excessos “arrumados” a passeios, carros danificados, e a tudo isto se assiste impavidamente, esperando que os 15 dias passem, pois para o ano há mais.
Diário do Alentejo 26 julho 2013
15
16 Diário do Alentejo 26 julho 2013
“Não gostamos muito de vedações, mas teve mesmo de ser. Passavam pelo local motas todo-o-terreno e a própria população depositava ali animais mortos. Encontrámos muito lixo espalhado e não tivemos alternativa”. José Martins
Natureza
Micro-Reserva Biológica dos Colmeais em Beringel
O paraíso da flora É ali para os lados de Beringel que há a Micro-Reserva Biológica dos Colmeais, gerida pela Quercus, que adquiriu o espaço para preservar uma diversidade botânica assinalável com a presença de algumas espécies raras e ameaçadas. Mais de 150 espécies de flora, entre elas a Linaria
N
a freguesia de Beringel, concelho de Beja, há uma micro-reserva biológica, apelidada de Colmeais. Foi a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, através do seu núcleo regional, que após uma pesquisa exaustiva na região, resultando na aquisição do terreno situado na freguesia de Beringel, que a integrou na sua rede. Quatro hectares, constituídos por uma pequena área de azinhal, uma área maior de olival tradicional, com algumas árvores centenárias, e uma área de prados húmidos, que se situam na vizinhança de uma pequena linha de água. Uma diversidade de habitats, e aqui tão perto. Uma área que se pintalga de diversas cores, consoante as estações do ano. Um verdadeiro espetáculo, oferecido pela natureza, em estado puro, e, felizmente, preservado. Mas antes vamos aos fundamentos que levaram à constituição da Micro-Reserva Biológica dos Colmeais. “Anteriormente já diversos estudos tinham apontado para a importância botânica da região”, começa por explicar ao “Diário do Alentejo” José Martins, da Quercus. E acrescenta: “Já há algum tempo que era conhecida esta riqueza entre as localidades de Beringel, Mombeja e Peroguarda, nos limites entre os concelhos de Beja e Ferreira do Alentejo”. A explicação? “A diversidade de solos
Madressilva (Lonicera implexa)
Ricardoi, um endemismo da região. É aqui também que está o maior número de orquídeas, com 11 espécies assinaladas. Mas há mais. Foi na micro-reserva que se instalou a melhor população de cigarra verde. Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolho
presentes, a transição climática e a distribuição de relevos”. Tudo isto, na verdade, traduz-se, segundo a Quercus, “numa diversidade botânica assinalável com a presença de algumas espécies raras, mas também ameaçadas”. “Não podemos deixar de frisar que esta área esteve para ser integrada na Rede Natura 2000, acabando, porém, por não ser classificada”, lembra José Martins. Foi então necessário, no entender da Quercus, avançar para a preservação, até porque, de acordo com a Associação Nacional de Conservação da Natureza, é preciso não esquecer “a expansão de pedreiras que estão instaladas na vertente norte da serra do Mira, a intensificação agrícola que está a ter lugar, tendo em conta o desenvolvimento do projeto de regadio de Alqueva, bem como a expansão do olival intensivo, com grande recurso a herbicidas”. Fatores, estes, que segundo a Quercus, “estão a fazer desaparecer uma parte importante desta biodiversidade, pondo mesmo em risco algumas espécies raras”.
A juntar a tudo isto, segundo José Martins, “muitas vezes os proprietários não têm noção da riqueza que têm nos seus terrenos. Não sabem que existem, por exemplo, ali espécies raras. Quando o trator passa, tudo o que existe desaparece. Nestes locais, onde existe grande biodiversidade, é preciso que haja uma gestão ativa para a preservação dos valores naturais. Neste sentido, ou adquirimos o terreno, o que muitas vezes é complicado, ou temos de proceder a uma contratação para gerirmos esses espaços”. Foi com o intuito de preservar esta riqueza que a Quercus criou a Micro-Reserva Biológica dos Colmeais, adquirindo o terreno, em Beringel, que passou a ser um espaço de conservação. “Ao adquirirmos o terreno garantimos uma gestão de longo prazo”, afirma José Martins. Para a diversidade de habitats no local, contudo, contribuiu o facto de não haver mobilização de solos nem aplicação de herbicidas há vários anos, o que leva a que nele existiam várias das raridades
Centaurium sp. (sem nome comum)
assinaladas para a região e condições para que outras aqui possam ser estabelecidas no futuro. Na Micro-Reserva Biológica dos Colmeais estão presentes, de acordo com José Martins, “mais de 150 espécies de flora”. E se há muitas a assinalar, uma delas, pela sua importância, é a Linaria Ricardoi, um endemismo da região de Beja. “É uma raridade. Havia um projeto de conservação desta espécie e começámos a verificar que se encontrava já em poucos sítios. Não poderíamos estar à espera que desaparecesse. Está aqui em grande força. Para dar uma ideia, neste momento, este sítio vale mais, como sítio de Rede Natura, que não é, do que o sítio de Rede Natura que foi criado no concelho de Cuba por causa da preservação da Linaria, que quase já lá não deve existir”, avança o representante da associação. Para além da Linaria, porém, encontram-se outras raridades e motivos de orgulho em Beringel. Como é o caso da Cynara Tournefotii e a Echium Boissieri, cujos talos podem atingir quase três metros de altura. Sem esquecer, claro, a Adonnis Annua Sppp Annua e a Linaria Hirta. “Há um dado muito curioso também a assinalar. No contexto regional este é o local onde detetámos o maior número de
Diário do Alentejo 26 julho 2013
17
orquídeas”, afirma José Martins. Na verdade, até ao momento, estão assinaladas 11 espécies existentes. “Estas micro-reservas são muito adequadas para flora, porque para proteger uma população de uma espécie, um, dois ou três hectares pode ser o suficiente para se terem milhares de pés e ter uma certa diversidade genética. Para animais, já depende muito. Um, dois ou três hectares podem não ser suficientes. Ao nível da fauna, porém, a área é rica em invertebrados. Avistamos, porém, também ali peneireiros cinzentos, mochos galegos, temos tocas de texugos, as raposas certamente que por ali passam, entre outros”. O mais curioso, no entanto, é que, durante um estudo realizado pela Faculdade de Ciências, considerou-se que na microreserva está “registada a melhor população do cicadídeo Euryphara Contentei (Cigarra Verde) ”. “Outro grande valor a acrescentar a esta micro-reserva”, considera a Quercus. Agora a grande preocupação da Associação Nacional de Conservação da Natureza é a gestão e a manutenção do espaço e a Quercus começou por ter de vedar o espaço. “Não gostamos muito de vedações, mas teve mesmo de ser. Passavam pelo local motas todo-o-terreno e a própria população depositava ali animais mortos. Encontrámos muito lixo espalhado e não tivemos alternativa”, afirma o representante da associação no distrito. E acrescenta: “O local também se encontra apetrechado com várias aromáticas e as pessoas sempre se habituaram a ir lá colhê-las e, por vezes, acabavam por destruir outras espécies. Mas não só. Na altura da apanha dos cogumelos perdiam-se também, por exemplo, muitos bolbos de orquídeas. É complicado vedar o campo, porque as pessoas sempre se habituaram a passear nele, mas neste caso teve mesmo de ser, em nome da conservação e da preservação de um património natural de todos nós”. As medidas de gestão passam também
Delphinium gracile (sem nome comum)
Cardo-penteador (Dipsacus comosus)
“Há um dado muito curioso também a assinalar. No contexto regional este é o local onde detetámos o maior número de orquídeas”, afirma José Martins. Na verdade, até ao momento, estão assinaladas 11 espécies existentes.
Lomelosia simplex (sem nome comum)
pela proteção das azinheiras, de modo a ampliar o bosquete aí existente, mas também pela revitalização das oliveiras, numa ótica de conservação e não de produção. A Quercus adianta ainda que se intervém no “controle de silvados junto à linha de água e no controle de erosão numa das vertentes a Oeste”. “Basicamente é isto que estamos a fazer. A limpar o olival e alguns caminhos. Estamos a fazer a gestão para manter as espécies e favorecer algumas, como é o caso da Linaria. Se há espécies que precisam de sol, não devemos deixar que outras, por exemplo, lhes façam sombra. Mas a micro-reserva está num certo equilíbrio. Há a dinâmica anual da tal sucessão das espécies”. Faz-se, assim, a gestão diferenciada de diversas parcelas, de modo a fomentar as populações das espécies alvo. Quanto a visitas à reserva, elas podem existir, contudo, segundo José Martins, “são muito controladas”. “Não estamos, digamos, de portas abertas. A área poderá ser visitada, mas está particularmente vocacionada para visitas de estudo, nomeadamente de especialistas, de estudantes da área. No entanto, têm de ser muito bem orientadas”, explica o representante da Quercus. Porquê? Para evitar que existam danos na flora a proteger.
Echium boissieri
Diário do Alentejo 26 julho 2013
18
“Por vocês e pela música sou capaz de morrer”. Foi com estas palavras que Hermeto Pascoal regressou ao palco do Festival Músicas do Mundo, no passado sábado, depois de ter proporcionado uma das mais embaraçosas situações no palco de Sines. Enfurecido com a suposta antecipação do final da sua atuação, o “albino louco”, como lhe chamava Miles Davis, chegou-se ao microfone e gritou: “Este festival é uma merda”. Depois de esclarecido o “equívoco”, Hermeto ainda regressou para uma última música de um concerto que, até ao momento, tinha conquistado por completo o público do FMM.
Entrevista
Hermeto Pascoal esteve em Sines para demonstrar que mesmo as coisas ruins têm um lado bonito
“A minha música parece o vento passando” Para assinalar os 15 anos do Festival Músicas do Mundo, que decorre até amanhã, 27, em Sines, a organização tornou a convidar alguns dos nomes que marcaram a história do encontro. Como é o caso de Hermeto Pascoal. O “mago” da música de improvisação brasileira a quem Miles Davis chamava “crazy albino”. Aos 77 anos, e com largas dezenas de milhar de músicas no seu repertório, Hermeto regressou a Portugal para exibir o seu “lado mais intuitivo”, a criança que há em si. O “Diário do Alentejo” escutou-o em palco e, mais tarde, durante uma entrevista onde Hermeto Pascoal não deixou de relembrar o tempo em que dava concertos na natureza para os peixes ou para os passarinhos. O tempo em que acompanhava Tristão da Silva à sanfona, nas rádios do Brasil. Ou mesmo os tempos conturbados que hoje assolam o Brasil.
Apenas às crianças e aos poetas é oferecido esse dom de partilhar e de entender a natureza. Considera-se mais um poeta musical ou uma eterna criança?
Acho que sou os dois, ao mesmo tempo. Mas o lado da criança sempre conviveu comigo. Antes de falecer, a minha mãe disse-me assim: “Nunca te vi homem”. E eu respondi: “Como, mamãe? A senhora já tem netos”. E ela disse: “Não é nesse sentido, você está sempre brincando, você está sempre alegre, brinca que nem criança”. E é verdade, é uma coisa de mim mesmo. Eu sou uma criança. Enquanto eterna criança o que gostaria de ser quando fosse grande?
Quando eu crescesse, se crescesse, gostaria de voltar a ser criança sempre (risos). Como classifica a sua música? Enquadra-a no universo do jazz, da música de improvisação pura e dura ou da música dita contemporânea…?
A minha música está dentro de todos esses contextos, só que é tocada com mais variações harmónicas e rítmicas do que qualquer um deles. Isso é muito importante para mim. O que eu chamo de mãe da música é a harmonia. É dela que vem toda aquela vontade de fazer as coisas, a inspiração. Até o ritmo, entendeu? É da harmonia que sai justamente o ritmo, os temas, as músicas, as melodias. A harmonia é tão rica que é ela a árvore que dá os frutos. Aí, quando você vai compondo a música, cada fruto daquela árvore é uma nota musical. Sai, sai, sai, sai e se espalha... Assim como uma árvore cheia de pássaros, um rio cheio de peixes… Tudo isso é harmonia, e daí vão saindo as coisas. Há um público muito fiel aos sons do Hermeto Pascoal, mas nos seus concertos, como aconteceu aqui em Sines, muitas pessoas são surpreendidas pela primeira vez com as suas sonoridades. Em cima do palco, ou mesmo em conversas posteriores, como observa a reação das pessoas que se iniciam no seu universo musical?
É uma coisa espetacular, divina. Eu gosto de tocar para todos os públicos. Mas se me derem a escolher entre um público de músicos teóricos ou um público assim na beira da lagoa, do rio, eu escolheria esse público. O público vem sentir as coisas e os teóricos vêm para confirmar. E isso é completamente fora do meu jeito de ser. Sou 100 por cento intuitivo. Aprendi teoria aos quarenta e tantos anos, mas o que predomina em mim é justamente a intuição. Como lhe surgiu a ideia de fazer música na e com a natureza?
Texto Paulo Barriga Fotos José Manuel Rodrigues
Eu nasci na própria natureza. Até aos 14 anos estava no mato. Na minha terra não tinha luz, a minha música era junto com os animais, desde o
Diário do Alentejo 26 julho 2013
19
Improvisos As fotografias que acompanham esta entrevista foram obtidas por José Manuel Rodrigues. Também ele experimentalista da arte do olhar, José Rodrigues, que em 1999 foi galardoado com o Prémio Pessoa, tem patente ao público, no Centro de Artes de Sines, até 29 de setembro, uma mostra “quase” retrospetiva da sua obra, intitulada “Improvisos”. Uma exposição onde se encontram trabalhos desde o tempo da fundação do “movimento” “Perspektief”, Roterdão, anos 1970, até aos dias de hoje, no Alentejo.
onze e meia da noite e logo correu a telefonar para o produtor. Queria que eu fosse escutar as músicas com ele. Mas como eu ia regressar ao Brasil no dia seguinte, fui ter com ele nessa mesma noite. E ele disse: “Por amor de Deus, estou impressionado com a variedade de estilos e de ritmos”… Essa variedade é, afinal, a própria essência musical do Hermeto…
A minha música parece o vento passando. Então o Miles Davis ficou encantado justamente por isso. Já percebemos que o fundamento da música, o coração, a alma está na harmonia…
Você não pode mexer na melodia, no tema de ninguém. Agora na harmonia, como eu falei, a harmonia é a mãe da música, porque a harmonia é a única que você pode mudar, pegar a música de qualquer pessoa, como eu peguei o “Desafinado”. Fiz arranjos… O Tom Jobim já tinha falecido, mas eu me lembrei dele quando terminei a música. “Agora sim Tom”, pensei, “agora está desafinado”. Costumam chamar-lhe bruxo ou mago. De onde lhe vêm estas alcunhas? Vêm do seu aspeto ou tem mais a ver com a própria construção artística do Hermeto?
cavalo, o burro, todo o tipo de animal. Todos eles são sensíveis, sensibilíssimos. Os peixes… É incrível você chegar na beira do rio, tocando num instrumentinho feito no mato, com pedacinho de cana, e você olhar e ver os peixes chegando, ver os sapos chegando… Isso é uma coisa dos céus e eu fui crescendo assim.
um gravador eu escrevo. A natureza é o mundo no qual a gente vive.
O seu público eram os bichos?
O mundo está como está por causa da política, né? Já no começo do mundo, no começo da terra, começaram a separar os povos através das religiões. Parece que a gente não veio para aqui, para o planeta, para nos abraçarmos e ficarmos sorrindo uns para os outros, dividindo a vida, o dinheiro, tudo. Como é possível que alguns andem de bolsos cheios de dinheiro e os outros na rua passando fome? Tudo isso que nós vivemos, os culpados são os políticos que até hoje não aprenderam a partilhar o mundo. No Brasil não é diferente, tá essa briga…
Tinha uns lugares que eu ia tocar e parecia que estava combinado. Fazia um show debaixo de uma árvore, dava duas notas, já enchia a árvore de pássaros, já estavam acostumados. Da primeira vez, dei duas notas e os pássaros saíram, foram embora, depois se habituaram, gostaram. Qualquer tipo de animal, pode ser o mais feroz do mundo, acalma com a música. Normalmente, a música produzida por humanos é sempre uma representação da natureza. É correto afirmar que, no seu caso, a música é a própria natureza?
A gente tem uma visão da natureza como se fosse uma coisa só do campo, dos matos. Eu digo: A natureza é onde você está bem, onde você estiver vivendo bem. Mesmo numa grande metrópole, quando temos uma boa perceção, conseguimos sentir coisas boas. Aqueles sons que repartia com os animais, tudo aquilo, me cansaria também se não tivesse outras variações. Então, eu acho que a natureza é uma coisa infinita. Claro que temos sempre a nossa essência e essa, para mim, está justamente no lugar onde nasci, em Lagoa de Canoa, no estado de Alagoas. Foi lá, no meio da natureza, que despertou para a música?
Sim, foi lá que apurei a intuição. Para mim, escutar o som de um carro, a buzina de um carro, se tiver de escrever num papel eu escrevo a nota daquela buzina, reproduzo aquele som, se não tem
Enquanto amante da natureza, mais humanizada ou em estado natural, e enquanto brasileiro, como é que olha para o avanço brutal da desmatação do Brasil, que é, de alguma forma, o grande pulmão do planeta?
O Brasil é um país de profundos contrastes sociais, económicos, geográficos. Como observa os atuais protestos de cidadãos nas ruas do seu país?
A intenção é boa, mas eu não creio que na prática esteja sendo boa. Acho que deviam ter mais cuidado. Devemos protestar por uma coisa que a gente precisa, tem muita coisa errada, os políticos ganham num dia o que eu ganho num ano, não merecem ganhar tanto dinheiro, a gente paga muita coisa para eles, então devemos protestar contra isso. Agora, não se pode chegar e meter pedra numa loja. Isso atrapalha as próprias ideias que estão se propondo. Mas a gente sabe que são pessoas que se infiltram nas manifestações. E, em parte, a culpa é de quem votou. Somos obrigados a votar, mas não somos obrigados a votar naquelas pessoas. Vamos é tomar cuidado para não voltar a errar.
Todas as coisas ruins que eu estou vendo eu as transformo em coisas bonitas, porque também do ruim, se você tem uma energia boa, você passa a tirar uma coisinha boa. Com esta perceção que Deus me deu, consigo sempre tirar o lado bom das coisas. De entre o seu vasto repertório de milhares de músicas, já compôs algum tema acerca da situação atual do Brasil?
Não, mas acaba tendo. Não faço letras, mas tenho músicas que escrevo pensando em coisas dessas. Mas quando eu penso nisso, todas as coisas ruins que eu estou vendo eu as transformo em coisas bonitas, porque também do ruim, se você tem uma energia boa, você passa a tirar uma coisinha boa. Com esta perceção que Deus me deu, consigo sempre tirar o lado bom das coisas. Ao longo da sua carreira tocou em festivais com os mais sonantes nomes do jazz, estou a lembrar-me de Miles Davis (que lhe chamava “crazy albino”), Dizzy Gillespie, Chick Corea ou Stan Getz. Como é que eles receberam a sua música?
Quando gravei o meu disco de orquestra em Nova Iorque levei as fitas na casa do Miles Davis. Ainda não tinha saído o disco mas eu fui lá porque me disseram que o Miles estava querendo escutar o trabalho. Ele botou a fita para tocar por volta das
Tem a ver justamente com o meu lado assim de não fazer o esperado. Eu faço sempre surpresas, a música me surpreende e eu passo aquilo que ela me surpreende para as pessoas. Então esse lado, fica no lado mágico. O mágico tem aquele dom, ele pega um negócio e aquilo desaparece, mas se você quiser aprender com ele, ele te ensina. Mas na minha maneira de ser não dá, o que eu fiz agora não posso te ensinar depois, a não ser que esteja escrito. Conhece os cantares polifónicos do Alentejo?
Não, não. Você sabe que quando a gente vem, a gente vem correndo, toca aí e tem de ir embora. Gostaria de ficar por aí pelo menos umas semanas para conhecer de perto… Antigamente tocava acordeão na rádio para acompanhar os cantores que iam daqui de Portugal e de vários países tocar no Brasil. Eu me lembro muito de um cantor, jovem, na época, eu tinha os meus 14 anos e ele já devia estar com uns 20, que era o Tristão da Silva. Naquele tempo, ele cantava muito bem, cantava bonito, e eu tocava os acordes que eu queria e ele não reclamava de nada. Isso não me esquece. Eu tocava do meu jeito e eles gostavam. Sempre toco como eu sinto as coisas. Sou autodidata, ser autodidata é mesmo isso. A sua música está em constante mutação…
Sim, o improviso que os americanos fazem no jazz é uma coisa quase estudada na escola. A minha maneira de improvisar, aquela que eu passo para o grupo, é justamente como se tivesse dando esta entrevista. Estamos conversando, você me pergunta e eu digo para você as coisas. Mas as coisas têm sempre um floreio, uma fantasia que surge na hora e que é irrepetível. Se você escutar a gente tocar uma música hoje e amanhã você escutar a mesma música, você sente que tem algo diferente, assim como eu sou diferente de ontem, caso contrário não estaria acompanhando a evolução dos tempos.
Hidroginástica gratuita na Piscina de Beja
Diário do Alentejo 26 julho 2013
20
No âmbito do Programa Férias de Verão 2013, promovido pela Câmara de Beja e pela ACR Zona Azul, decorre até ao final de agosto, na piscina municipal descoberta, uma aula de hidroginástica com inscrições gratuitas. As atividades realizam-se às terças e quintas-feiras, entre as 19 e as 20 horas.
Desporto
Eleições intercalares na arbitragem de Beja
Realiza-se na próxima terça-feira, 30, o ato eleitoral intercalar para o conselho de arbitragem da Associação de Futebol de Beja. A única lista de candidatos submetida à assembleia-geral é composta por Vítor Madeira (presidente), José Fernandes e Luís Cabral (vice-presidentes), Carlos Vidonho, Henrique Cuiça e Mário Batista (vogais), António Moita e Luís Palminha (suplentes).
Aurélio e Márcio no Moreirense Os jogadores Luís Aurélio (ex-Tondela) e Márcio Madeira (ex-Portimonense) são dois dos embaixadores do Baixo Alentejo na segunda liga de futebol profissional que assinaram compromisso com o Moreirense. Luís é o irmão gémeo de João Aurélio, que atua há seis épocas no Nacional, e Márcio é filho de Vítor Madeira, bejense que se notabilizou no Vitória de Setúbal.
Jovens pescadores alentejanos
CAP do Baixo Alentejo em força nos Mundiais de Pesca
O
s jovens pescadores alentejanos Ivo Figueira e Luís Fernandes, ambos at letas do Clube Amadores de Pesca do Baixo Alentejo, com sede em Alvito, estão este fim de semana em França para disputarem os Campeonatos do Mundo de Juvenis, Juniores e Esperanças. As provas realizam-se sábado e no domingo na cidade de Rieux, na Bretanha gaulesa. As provas vão disputar-se no canal de St. Jean La Poterie, no rio Vilaine, um curso de água com importância determinante na navegação fluvial da região bretã, que nasce em Juvigné e desagua no oceano Atlântico na localidade de Pénestin. As espécies disponíveis para captura são as abletes, plaquetes, gardons e bremes. Ivo Figueira, atleta juvenil, natural de Beja, integra a seleção nacional na qualidade de campeão nacional em título, enquanto Luís Fernandes, jovem natural de Viana do Alentejo, se qualificou na terceira posição do Nacional de Juniores em Água Doce. A pesca desportiva alentejana fica de olhos postos no sucesso destes seus brilhantes pescadores. FP
Incerteza do passivo impede eleições no Desportivo de Beja
Uma troika de salvação... À distância de três anos do centenário da fundação, o Clube Desportivo de Beja dá sinais de profunda agonia, com a mais que provável supressão do futebol sénior e a renúncia a um campeonato nacional de juvenis. Texto Firmino Paixão
A
s portas da velha sede do Clube Desportivo de Beja, à rua do Sembrano, voltaram a abrir-se para mais uma assembleia geral, marcada após fortes indícios de que um grupo de antigos atletas do clube se apresentaria a sufrágio para encetar um processo de recuperação de um dos mais antigos e prestigiados emblemas do Baixo Alentejo. Ao ainda presidente da mesa da assembleia geral, Rogério Palma Inácio, juntaram-se Florival Graça e Rui Fernandes, sobreviventes de sucessivas comissões administrativas. Uma troika de salvação que tem andado com o clube às costas e que ainda dá a cara por ele, mantendo a porta aberta, apesar dos crescentes sinais de agonia. Os troféus e diplomas alinham-se pelas paredes do salão nobre da sede. Bocados de história, recordações de rostos e imagens de gente que através dos tempos ajudou a construir uma grandiosa obra que ameaça ruir. Foi-lhe conferido estatuto de utilidade pública, reconhecido mérito municipal, grau ouro, pelo município de Beja, a medalha de bons serviços desportivos do Ministério da Educação, o diploma de mérito do Governo Civil do Distrito de Beja, distinções que sobram, à míngua de homens que enfrentem o desafio de não deixarem morrer o Desportivo de Beja, campeão nacional da 3.ª divisão na época de 94/95, sob orientação do “magriço” Jaime Graça.
Na última época desportiva, aquela em que a equipa principal caiu para o escalão mais baixo do futebol regional, o clube ainda movimentou 188 atletas, em oito diferentes escalões. Mantém o contributo ativo de cerca de 400 associados, apesar da meia dúzia que subiu as escadas para a última reunião magna. Mas, afinal, o que afasta as pessoas do clube? O medo do passivo? Rogério Palma Inácio assegura: “O montante das dívidas está mais do que determinado e não é nada que possa impedir o funcionamento normal do clube”. E explica: “Existe um passivo oficial com base nas dívidas a entidades oficiais, isso está identificado, são algumas dezenas de milhares de euros, não é nada por aí além”. E, perante a nossa insistência, quantifica: “Digamos que as dívidas oficiais do clube não excederão nunca o montante de 40 mil euros”. Quanto ao aparecimento de novos credores, penhoras ou processos de execução, e recorde-se que Palma Inácio falou em passivo oficial, o ainda dirigente explica: “A questão de novos credores está desmistificada, desde 2010 que não existem novas dívidas, têm sido liquidadas ou negociadas, todas as dívidas existentes são anteriores a 2010, nada que impeça que o clube seja gerido de uma forma tranquila”. Ainda assim, não existe quem se aventure a dar corpo a uma direção e o líder da mesa da assembleia lamenta: “Tínhamos expetativas em torno da entrada de um grupo alargado de elementos para a comissão administrativa, que permitiriam constituir uma direção, acabou por não se concretizar e pronto, o clube vai continuar com os elementos que estavam na anterior comissão e mais alguns acabam de se disponibilizar, mas o futuro está garantido, temos atletas, temos treinadores, corpo médico, faltam, sobretudo, dirigentes”.
Mas que futuro tem o Desportivo de Beja já na próxima temporada? Palma Inácio lembra: “Já tivemos a garantia de que vai continuar todo o futebol de sete, uma equipa de iniciados em futebol de 11 e o futsal. Em relação aos restantes escalões – juvenis, juniores e seniores –, ainda vamos fazer um último esforço até ao início da época, tentando assegurar, pelo menos, dois desses três escalões”. Palma Inácio recusa aceitar a suspensão do futebol sénior como sinal de declínio e explica: “Excetuando aquele período em que celebrou um protocolo abdicando da formação, será talvez a época em que o clube tem menos equipas a competir e isso podia evidenciar declínio, mas eu digo que não. Repare que estamos há dois anos a apostar forte no futebol de 7, temos dezenas de jovens que, a médio prazo, poderão fazer regressar o clube aos bons velhos tempos”. Mas a inexistência de futebol sénior belisca o prestígio e a tradição do emblema: “Sim, não vou camuflar isso”, diz o dirigente. Acentuando: “Talvez seja inédito na história do clube, e é uma situação que me entristece bastante. Também foi decidido não participar no Nacional de Juvenis, mas essa renúncia tem a ver, apenas, com questões financeiras”. E a escassos três anos da data de fundação do antigo Luso, o mais antigo emblema dos que se uniram para criar o Clube Desportivo de Beja, e que lhe emprestou o dia de fundação, fica a garantia: “O problema do Desportivo é a falta de pessoas que queiram ter paciência, gosto e alguma disponibilidade, mas ele não fechará as portas, tenho dito várias vezes que só o abandonarei quando fizer 100 anos, até lá, esta troika, pelo menos na parte que a mim me diz respeito, estará presente até ao centenário do Clube Desportivo de Beja”.
O Clube de Futebol Benfica, o Grupo Sportivo Loures e o Moura Atlético Clube disputam amanhã, sábado, a Taça Cidade de Moura, competição que serve para apresentação do plantel mourense aos associados. Os jogos terão a duração de 45 minutos e terão início às 17 e 30 horas.
Milfontes venceu no Nacional de Futebol de Praia
O Praia de Milfontes concluiu a sua participação no Nacional de Futebol de Praia com um triunfo sobre o Sesimbra, conseguido através do desempate em grandes penalidades, após uma igualdade a quatro golos no tempo regulamentar. Sesimbra e Vitória de Setúbal apuraram-se para a segunda fase da prova.
VENCEDORES DA ULTRA MARATONA ATLÂNTICA MELIDES/TROIA 2005 – Pedro Pessoa (3.11.21h) Chantal Xervelle (4.26.48h) 2006 – Pedro Pessoa (3.15.58h) Amélia Costa (4.56.30h) 2007 – Eusébio Rosa (2.51.11h) Chantal Xervelle (3.44.55h) 2008 – Eusébio Rosa (3.14.03h)
Ultra Maratona Atlântica Gema Borgas e Eusébio Rosa, recordistas da prova
21 Diário do Alentejo 26 julho 2013
Taça Cidade de Moura em futebol
Verónica Correia (4.20.57h) 2009 – Custódio António (3.03.41h) Chantal Xervelle (3.5732h) 2010 – Eusébio Rosa (3.00.40h) Chantal Xervelle (4.22.56h) 2011 – Eusébio Rosa (3.08.01h) Gema Borgas (3.42.44h) 2012 – Eusébio Rosa (2.46.30h)/ Gema Borgas (3.33.48h)
Ultra Maratona corre-se na espuma das ondas entre Melides e Troia
À procura de novos recordes A 9.ª Ultra Maratona Atlântica Melides-Troia realiza-se no domingo, 28, sob o signo dos recordes, quer ao nível do número de concorrentes, quer na diversidade de países que asseguram a sua internacionalização. Texto e foto Firmino Paixão
O
s 43 quilómetros que separam a praia de Melides da praia do Bico das Lulas, em Troia, pela orla marítima, serão percorridos por mais de 400 atletas de 11 nacionalidades, assegurando um número recorde de participações e o elevado leque de países representados: Alemanha, Eslovénia, Espanha, França, Inglaterra, República da Irlanda, Bélgica, Brasil, Itália, Moldávia e Portugal. Trata-se de uma prova de aventura, única em PUB
Portugal e na Europa, corrida na espuma das ondas, considerada de elite pelo nível de exigência a que expõe os atletas, apenas seniores e veteranos, que aceitam este desafio, organizada pela divisão de Desporto da Câmara Municipal de Grândola. A prova terá mais uma vez como patrono o campeão da maratona dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, Carlos Lopes, que acompanhará a corrida. A Ultra Maratona Atlântica Melides-Troia terá início às 9 horas na praia de Melides e os atletas vão dirigir-se, sempre à beira-mar, pelas praias da Aberta Nova, Galé, Pinheiro da Cruz, Pego, Carvalhal, Comporta e Soltroia, concluindo a corrida da praia do Bico das Lulas, em Troia, onde os primeiros atletas chegarão, previsivelmente, cerca das 11 e 45 horas, ou seja, duas horas e 40 minutos depois da partida. Entre as particularidades da prova, que são várias, destaca-se
o facto de a sua calendarização ser feita em função das marés, procurando diminuir a dureza que lhe está associada, uma vez que aos atletas será fornecido, apenas, um litro de água durante toda a corrida, devendo, à partida, serem portadores de outro abastecimento que considerem essencial. O percurso é todo um extenso palco de invulgar beleza e qualidade ambiental que os organizadores promovem anualmente, revelando-se, naturalmente, um dos grandes objetivos do certame e pilar sobre o qual a autarquia desenhou esta importante realização desportiva. O enquadramento da serra da Arrábida, a norte, e o recorte das sucessivas praias douradas onde a moldura humana refresca, aplaude e incentiva os atletas, são inquestionáveis mais valias da Ultra Maratona, potenciando o desenvolvimento turístico da frente atlântica que delimita, a oeste, o concelho da Vila Morena, habitualmente sede de
grandes realizações desportivas. A história da Ultra Maratona elege Eusébio Rosa como seu maior herói, ponderadas a cinco vitórias (três consecutivas) que já conseguiu, o facto de ter sido ele a baixar o registo horário aquém das três horas e ao não menos relevante facto de possuir o recorde da distância, conseguido no ano passado com o registo de 2.46.30 horas. Eusébio Rosa, 44 anos, é um atleta veterano, natural da Costa da Caparica, treinado por uma equipa que inclui Alberto Chaíça, o maratonista de Ervidel. Não está, por hora, confirmada a sua presença na edição deste ano, mas confirmadíssima está a inscrição da espanhola Gema Martin Borgas, dupla vencedora e recordista da Ultra Maratona que virá desde Barruecopardo com camisola do Atlético de Salamanca tentar mais um triunfo ao desalojar a belga Chantal Xervelle do trono de tetra vencedora da prova.
Diário do Alentejo 26 julho 2013
22
Futebol infantil: Copa Alentejo 2013
A 2.ª edição da Copa Alentejo – Torneio de Futebol Infantil organizado pela Imagem 4, Desportivo de Beja e Casa do Benfica de Vendas Novas, terá a jornada de abertura, na cidade de Beja, no próximo dia 14 de setembro. O torneio dirige-se às categorias de petizes, traquinas, benjamins e infantis. As inscrições estão abertas.
Motards José Saúde
Almodôvar O Desportivo de Almodôvar já prepara a sua estreia no Nacional de Seniores, com sete reforços e alguns ensaios agendados. As novidades no plantel de David Guerreiro são Marco Hortense, André Vaz (ex-São Marcos), Miguel Ferreira (ex-Imortal), Fábio (ex-Almodovarense), João Pacheco, Nuno Guerreiro e Nelson Horta (todos ex-Rosairense) e os jogos particulares em casa com o Lagos (27/7) e o Ferreiras (31/7)
Voando mais a norte, ou mais a sul, o columbófilo bejense não dá tréguas
São “Ameixa(s)” contadas... O histórico columbófilo bejense José Ameixa foi o vencedor absoluto da campanha desportiva 2013 da Associação Columbófila do Distrito de Beja. A Sociedade Columbófila Asas de Beja foi a melhor coletividade. Texto e foto Firmino Paixão
J
osé Tomás Piçarra Ameixa, o carismático columbófilo do Asas de Beja, foi o vencedor absoluto da campanha 2013, ainda que não tenha conseguido nenhum primeiro lugar nas diversas variantes de voo, mas a regularidade dos seus voadores projetou a colónia para o topo da geral distrital. António Ninhos, columbófilo mourense que preside à associação regional da modalidade, venceu o grande fundo, Jorge Trigacheiro (Asas de Beja) liderou no fundo, a sociedade serpense Reis & Ventura ganhou o meio fundo e na velocidade triunfou a sociedade Coelho & Guerreiro, das Asas Verdes de
Castro Verde. Ameixa ganhou também a geral na zona norte (antiga centro leste) e Os Inseparáveis, de Aljustrel, venceram a geral da zona sul. No plano coletivo assinala-se a habitual hegemonia da Sociedade Columbófila Asas de Beja, com triunfo na zona norte e na geral, ao mesmo tempo que a coletividade castrense Asas Verdes conseguia vencer a zona sul. O campeão absoluto José Ameixa, 63 anos, faz questão de repartir o mérito com o descendente João, atual gestor da colónia dizendo: “O meu filho é que devia pronunciar-se porque é ele, atualmente, o maior protagonista, eu limito-me, apenas, a ajudá-lo”. Mas concorda que com ele partilha a experiência e o saber que provêm de muitos anos
numa modalidade com grande tradição na família Ameixa. E assume: “O meu João, provavelmente, já me ultrapassou no conhecimento de certas técnicas”. O columbófilo bejense diz não ter feito a campanha que desejava e qualifica-a, apenas, de razoável, admitindo: “Há outras pessoas a concorrer, que se dedicam e, algumas vezes, temos que perder para elas, porque também têm o seu valor, isso é normal e salutar”. Lembrando que nos últimos concursos de maior distância recebeu sete pombos com ferimentos, José Ameixa refere: “Foi uma campanha difíci difícil, perderam-se muitos pombos, não sei se foi a meteorologia ou a linha de voo, que fez com que iisso acontecesse, mas perderam-se alguns dos mequ andavam em lhores pombos que col concursos”. O columbófilo sublinha, no entanto, qque tiveram “um bocado de sorte”, porque, antes da campanha, tirou “uma boa dúzia das melhores ave aves para a reproaind hoje estaria a dução, senão ainda chorar por alguns deles”. Sobre as nova novas linhas de voo, Ameixa diz que “a opinião generacolumb lizada dos columbófilos é discormu dante, porque muitos concursos habi passam por habitats de grandes rapin existentes no aves de rapina sul de Espa Espanha e isso contribui, seg seguramente, para a grande perda de pombos”. E lembra: “Não vejo qque isso tenha a ver ccom justiça, eu gan ganhava com as outr linhas de voo tras e agora ganho na mesma, mas isso deve-se à grande qualidade e quantidades da minha colónia”. E remata lembrando que na Sociedade Asas de Beja houve concorrentes que perdera mais de 100 deram pombos. Uma discussão que fica assim em aberto, uma vez que o calendá calendário 2013 não difere muito ddo que os alados cumpriram este ano.
Classificações DISTRITAL – GRANDE FUNDO 1.º António Ninhos (Moura). 2.º António Miguel (Asas Beja). 3.º Asas de Valverde (Ervidel). Fundo 1.º Jorge Trigacheiro (Asas de Beja). 2.º José Ameixa (Asas de Beja). 3.º José Lampreia (Cabeça Gorda). Meio fundo 1º Reis & Ventura (Serpa). 2º Brito, Sota & Carapinha (Serpa). 3.º José Lampreia (Cabeça Gorda). Velocidade 1.º Coelho & Guerreiro (Castro Verde). 2.º José Lampreia (Cabeça Gorda). 3.º Pedro Rosa (Castro Verde). Geral 1.º José Ameixa (Asas de Beja). 2.º José Lampreia (Cabeça Gorda). 3.º Manuel Teixeira & Fermentopão (Asas de Beja). ZONA NORTE – GRANDE FUNDO 1.º António Ninhos (Moura). Fundo 1.º Jorge Trigacheiro (Asas de Beja). Meio fundo 1.º Brito, Sota & Carapinha (Serpa). Velocidade 1.º José Lampreia (Cabeça Gorda). Yerlings (borrachos): José Luís Dores (Asas de Beja), 1.º em meio fundo, velocidade e geral. Geral 1.º José Ameixa (Asas de Beja). ZONA SUL – GRANDE FUNDO 1.ºAsas de Valverde (Ervidel). Fundo 1.º Asas de Valverde (Ervidel). Meio fundo 1.º Dupla de Entradas (Castro Verde). Velocidade 1.º Coelho & Guerreiro (Castro Verde). Yerlings (borrachos): Nuno Alves (Asas Azuis/ Ferreira Alentejo), 1.º em meio fundo, velocidade e geral. Geral 1.º Os Inseparáveis (Aljustrel). GERAL COLETIVIDADES 1.º Asas de Beja. 2.º SC Serpa. 3.º CRD Cabeça Gorda. 4.º SC Casa Povo Pias. 5.º SC Asas Verdes (Castro Verde). 6.º SC Mourense. 7.º SC Asas Azuis (Ferreira Alentejo). 8.º ACR Zona Azul. 9.º SC Aljustrelense. 10.º SC Estrela Alentejana (Ervidel). 11.º SC Ouriquense. 12.º CC Asas Almodôvar. 13.º SC Asas Alentejanas (Beringel). 14.º SCFC Vale Vargo. 15.º SC Asas Litoral Alentejano (B. Pinheiros). 16.º CC Asas Fernandenses (Aldeia Fernandes). 17.º SC Casa Povo Ferreira Alentejo. 18.º SC Odemira.
Desafiam longos quilómetros de asfalto de forma simplista e sobretudo desportiva. O calor, mesmo intenso, bem como as fortes bátegas de água sentidas em certas ocasiões e que arrepiam o perspicaz aventureiro, não obedecem a eventuais adversidades propostas pelo tempo aos amantes das máquinas de duas rodas que galgam fronteiras para participarem em concentrações que defendem como de essenciais. As suas indumentárias são interessantes. Primam pela originalidade. Adornam as suas máquinas com efeitos únicos. Nunca fui um galanteador deste misterioso mundo de velocidade sobre duas rodas. Gosto, porém, de toda a sua envolvência. A sinceridade como o motard apresenta a sua última novidade encantame. Encanta-me também os alaridos timbres de uma infindável conversa entre companheiros de azáfamas idênticas e a intensidade dos convívios. A firmeza das amizades. De grupos organizados que se deslocam sobre o alcatrão. O roncar dos motores. As Yamaha, Honda, Kawasaki, Ducati, BMW, Aprilia, Harley, entre muitas outras marcas de renome, apresentam-se como motivo de orgulho para gentes que se entregam a infindáveis momentos de lazer e de prazer. Olho o calendário motard de 2013 e ressaltam-me os vários encontros que o distrito de Beja confere aos ilustres homens e mulheres que teimam em preencher as suas agendas de imaculados e salutares encontros neste cantão lusitano que dá por nome Alentejo. Os grupos de motard de Vidigueira, Beringel, Beja, Almodôvar, Moura e muitos outros, lá têm o seu nome inscrito no respetivo almanaque desportivo nacional. Existem simultâneos convívios de outros grupos de motards que, ultimamente, se afirmaram no palco de uma modalidade que cresce desalmadamente no tempo. Desportivamente aprecio os estridentes sons dos motores das motos e da configuração airosa como a família motard chega afavelmente ao seio de uma comunidade que se depara com um dia hilariante e de prazeres indubitáveis.
institucional diversos ELEIÇÕES PARA AS AUTÁRQUICAS LOCAIS 2013 O grupo de cidadãos eleitores “Movimento Independente Mértola” vem nos termos estatutários e para os efeitos do artigo 21.º da Lei n.º 19/2003, de 20 de junho, comunicar que constitui mandatário financeiro: José Carlos Raposo Rodrigues Celorico Palma.
23 Diário do Alentejo 26 julho 2013
Diário do Alentejo n.º 1631 de 26/07/2013 Única Publicação
ASSOCIAÇÃO DE MULHERES DO CONCELHO DE MOURA
CONVOCATÓRIA
Assembleia Geral Extraordinária Ao abrigo do art.º 27.º n.º 3 e 28.º dos Estatutos desta Associação, covocam-se todas as associadas para se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, que se realizará na Sede da Associação, dia 13 de agosto de 2013, pelas 20 e 30 horas. Ordem de trabalhos: 1 – Alteração dos Estatutos. 2 – Outros assuntos de Interesse da Associação. Moura, 22/07/2013
A Presidente da Mesa da Assembleia Geral Vânia Susete dos Santos Marujo
BODAS DE OURO 28/07/1963 - 28/07/2013
Maria Eduarda Ameixa Aguiar Serafim Vladimiro Manuel Calceteiro Serafim Votos de parabéns dos filhos, noras, netos e neta!!
CASEIROS VENDE-SE Na freguesia de São Martinho das Amoreiras, concelho de Odemira. Sendo o r/ch zona comercial e o 1º. andar zona habitacional. Situada no cruzamento das vias para Santana da SerraSantaClara/Monchique-Odemira-Ourique. Contactar Tm. 934179789
Casal oferece-se com experiência em todo o tipo de trabalho agrícola. Boas referências. Contactar tm. 960322208
Astrólogo Curandeiro
DR. CÂMARA Espiritualista e Cientista
RECTIFICAÇÕES DE CABEÇAS E DE BLOCOS (Novos preços) z TESTAGENS z SERVIÇO DE TORNO z SOLDADURAS EM ALUMÍNIO
Encamisar blocos orçamentos com ou sem material PREÇOS SEM CONCORRÊNCIA
CASADINHO Sítio Horta de St. António Caixa postal 2601 BEJA Tm. 967318516
ALUGA-SE ESPAÇO COMERCIAL Zona central de Vidigueira, para qualquer ramos mas equipada com algum equipamento para talho e/ou supermercado. Toda renovada, boa área disponível. Contactar tm. 924199046
VENDE-SE Camião em bom estado, marca Mercedes Benz, 153 000km, equipado com tesoura
Apartamento T1 em Vila Real de Santo António. Todo equipado/mobilado. Junho/Julho/ Agosto/ Setembro. Semanas/Quinzenas. Contactar tms. 967155844/963438626
Especialista de problemas de amor
OFICINA z
ALUGA-SE
&
O mais importante da Astrologia é obter resultados bons, rápidos e garantidos a 100%. Dotado de poderes, ajuda a resolver problemas difíceis ou graves em 7 dias, como: Amor, Insucesso, Depressão, Negócios, Injustiças, Casamento, Impotência Sexual, Maus Olhados, Doenças Espirituais, Sorte nas Candidaturas, Desporto, Exames e Protecção contra perigos como acidentes em todas as circunstâncias, aproxima e afasta pessoas amadas, com rapidez total. Se quer prender uma vida nova e pôr fim a tudo o que o preocupa, não perca tempo, contacte o Dr. Câmara e ele tratará do seu problema com eficácia e honestidade.
ATENÇÃO JOVENS BEJA Empresa de Comércio e Serviços recruta:
5 PESSOAS (m/f) c/ ou s/ experiência. Marque entrevista informativa pelo
FACILIDADE DE PAGAMENTO
284 076 200 ou 936 237 702
Consultas à distância e pessoalmente TODOS OS DIAS DAS 8 ÀS 21 HORAS Tel. 284105675 Tm. 968729608 / 933311859 Rua Escritor Julião Quintinha, nº 42 – A – 1º BEJA – ALENTEJO
aprovadatituderecrutamento@sapo.pt
♥
VENDE-SE BEJA Espaço para pequeno comércio ou escritório, bem situado (rua Dr. Brito Camacho, 15-17), bom preço. Casa para comércio na travessa do Cêpo, n.º 15, r/c e 1.º andar. Contactar tm. 966390656
ALUGA-SE Apartamento T1 em Vila Real de Santo António. Todo equipado/mobilado. Junho/Julho/ Agosto/ Setembro. Semanas/Quinzenas. Contactar tms. 967155844/ 963438626
COMERCIAL Precisa-se de comercial M/F para a venda de sacos plásticos e papel personalizados. Contatos: 256899370 geral@jbrandao.eu ALUGA-SE ALGARVE FÉRIAS Apartamento T1 em Albufeira/Montechoro. À semana ou quinzena. Barato. Contactar tm. 960385473
tribasculante, travão eléctrico e conjunto de taipais duplos. Contactar tm. 919379873
ARRENDA-SE OU VENDE-SE Apartamento no centro da cidade de Beja (Por-
ALUGA-SE CASA T2
Vidigueira Renovada recentemente, cozinha equipada com fogão, frigorífico, esquentador, exaustor. 2 quartos, sala, cozinha espaçosa, wc, marquise e quintal. Zona central. Contactar tm. 918462305
tas de Mértola), para
Vale €1,20 em abastecimentos superiores a 20 litros
descontos atÉ
6 cÊnt.
1. Válido nos Postos BP Beja Luzias, BP Beja Variante e BP Beja Castilho; 2. Este vale só poderá ser descontado no ato de pagamento de abastecimentos iguais ou superiores a 20 lts., até um máximo de 3 vales por abastecimento (60 lts); 3. Este vale não é acumulável com outras campanhas desconto a decorrer no Posto de Abas-
escritórios/consultórios,
por litro
tecimento; 4. Este vale só é válido para abastecimentos
salão de cabeleireiro ou
desconto em combustÍvel
com cartões: Routex, Azul e de Sócio ACP; 5. Nenhuma
estética, etc.. Contactar tm. 966393485
atÉ 31 de julho
em combustíveis cujos pagamentos não sejam efetuados responsabilidade será aceite nos seguintes casos: perda, roubo ou danificação do vale quer tenha sido utilizado ou não; 6. Este vale não pode ser trocado por dinheiro; 7. Válido até 31 de julho de 2013.
saúde
24 Diário do Alentejo 26 julho 2013
Análises Clínicas
▼
Medicina dentária
Psicologia
▼
▼
Dr.ª Heloisa Alves Proença Médica Dentista Directora Clínica da novaclinica
Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA
Cardiologia
▼
RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486
MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE
Exclusividade em Ortodontia (Aparelhos) Master em Dental Science (Áustria) Investigadora Cientifica - Kanagawa Dental School – Japão Investigadora no Centro de Medicina Forense (Portugal)
Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA
FERNANDA FAUSTINO
Vários Acordos
Fisioterapia
(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)
FAUSTO BARATA
ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar
Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA
JOSÉ BELARMINO, LDA. Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA
DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)
Acordos com A.D.S.E., CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Allianze, Seguros/Acidentes de trabalho, A.D.M., S.A.M.S. Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA
Psiquiatria
Psiquiatra no Hospital
Estomatologista (OM) Ortodontia
de Beja
▼
CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.
CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras
▼
Estomatologia
Consultas às 6ªs feiras a partir das 8:30 horas na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo tel. 284328023 BEJA Urologia
Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690
DR. MAURO FREITAS VALE
Consultas em Beja CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq.
Prótese/Ortodontia
MÉDICO DENTISTA
Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA
▼
Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério da Saúde Generalista CONSULTAS DE OBESIDADE
Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155
Dermatologia
▼
MÉDICA DERMATOLOGISTA Consultas às 4ª feiras tarde e sábado MARCAÇÃO DE CONSULTAS: Diariamente, dias úteis: Tel: 218481447 Lisboa 4ª feiras: 14h30 – 19h Tel: 284329134 Beja
▼
e.mail:
CÉLIA CAVACO Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100
▼
Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral /Implantologia Aparelhos fixos e removíveis Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190
7800-475 BEJA
MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS
Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO
Tm. 962557043
▼
DR. A. FIGUEIREDO
TERESA ESTANISLAU CORREIA
Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA
VÁRIOS ACORDOS
FRANCISCO FINO CORREIA
Cirurgia Maxilo-facial
▼
Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503
Dr. José Loff
DR. JAIME LENCASTRE
▼
▼
GASPAR CANO
Oftalmologia
Obesidade
LUZ
Consultas de 2ª a 6ª Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA
▼
PARADELA OLIVEIRA
Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833
25r/c dtº Beja
Especialista pela Ordem dos Médicos Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja
Clínica dentária
284323028 Rua António Sardinha,
Terapia da Fala
Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático
CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA
Consultas segundas, Marcações pelo tel.
DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO
Médico oftalmologista
MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR
Centro de Fisioterapia S. João Batista
Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia
quartas, quintas e sextas
▼
▼
JOÃO HROTKO
Fisioterapia
EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas
Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia
Oftalmologia
HELIODORO SANGUESSUGA
Clínica Geral
Técnica de Prótese Dentária
Ginecologia/Obstetrícia
▼
CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA
Rua Manuel Antó António de Brito n.º n.º 6 – 1.º 1.º frente. 78007800-522 Beja tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106
CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas
Cardiologistas
Neurologia
clinidermatecorreia@ gmail.com Rua Manuel António de Brito nº 4 1ºFte
Cirurgia Vascular
▼
HELENA MANSO CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES Convenções com PT-ACS CONSULTÓRIOS: Beja Praça António Raposo Tavares, 12, 7800-426 BEJA Tel. 284 313 270 Évora CDI – Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais, 7000 Évora Tel. 266749740
7800- 544 - BEJA
(Edifício do Instituto do Coração, frente ao Continente)
Urologia
▼
AURÉLIO SILVA UROLOGISTA
Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023
BEJA Otorrinolaringologia ▼ Medicina dentária
DR. J. S. GALHOZ Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA
Luís Payne Pereira Médico Dentista Consultas em Beja Clínica do Jardim Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975
▼
saúde
Dra. Heloísa Alves Proença - Ortodontia/Aparelhos Médica Dentista / Directora Clínica Mestrado pela Universidade Krems - Áustria Investigadora Cientifica na Kanagawa Dental School,Japão
Dr. Ricardo Gomes - Ortodontia - Médico Dentista Dra. Vanda Marcelino - Endodontia/Medicina Dentária Geral - Médica Dentista
Dra. Carla Iwata - Endodontia/Medicina Dentária Geral Médica Dentista
Dra. Rita Macedo - Odontopediatria/Crianças Médica Dentista
Dr. João Rua - Oclusão/ATM/Dores de Cabeça/ Reabilitação Oral Médico Dentista - Prof. de Reabilitação Oral no I.S.C.S.E.M
Dr. Pedro Franco - Estética Dentária/Prótese Fixa Médico Dentista
Dr. João Veiga - Implantes/Cirurgia Oral Médico Dentista / Prof. de Cirurgia Oral no I.S.C.S.S
Dr.ª Catarina Silva - Medicina Dentária Geral - Médica Dentista Dr.ª Ana Tadeu – Medicina Dentária Geral -
Médica Dentista
Delmira Regra - Higiene Dentária/Prevenção - Higienista Oral Pedro Silva e Fernando Pereira - Prótese Dentária Removível Técnicos de Prótese Dentária
www.novaclinica.pt
Rua Manuel António Brito n.º n.º6-1.ºFRT. º6-1.ºFRT. 7800-522 780 Beja
Telefone: 284 328 100
CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas –
Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.ª Maria João Dores – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr.ª Joana Leal – Medicina Tradicional Chinesa/ Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt
Convenções:
ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA
Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387
Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare
Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA
25 Diário do Alentejo 26 julho 2013
26 Diário do Alentejo 26 julho 2013
necrologia diversos MISSA
António Henrique Campos Quinta Queimada Campaniço 18 Anos de Eterna Saudade Filho, A vida foi injusta e cruel, levou-te sem razão, para mim a vida sem ti nunca mais foi igual,filho do meu coração. Seus pais e irmãs participam que será rezada missa pelo seu eterno descanso no dia 26/07/2013, sexta-feira, às 18 e 30 horas, na igreja do Salvador, em Beja, agradecendo desde já a todas as pessoas que comparecerem no piedoso ato.
BERINGEL MISSA
MISSA
Arlindo Jerónimo Charuto
FÉRIAS ALBUFEIRA Apartamento T1 com piscina e parqueamento, totalmente mobilado e com climatização. B o a l o c a l i z a ç ã o. Aluga-se à semana ou quinzena, mês de agosto. Contactar tm. 966341735
Faleceu em 28/07/2012 A saudade eterniza a presença de quem se foi. Com o tempo essa dor aquieta-se. Transforma-se em silêncio que espera pelos braços da vida um dia REENCONTRAR… Saudades da esposa, filhos, netos e genro Comunica-se que será celebrada missa pelo seu eterno descanso, no 1.º ano do seu falecimento, dia 28/07/2013, domingo, às 12 horas, na igreja do Carmo, em Beja, e agradecem desde já a todas as pessoas que nela comparecerem.
Maria Custódia Caracinha Bento Coxilha
António Jacinto Bento Lourenço Coxilha
28/07/2012
09/09/1996
Querida filha, faz dia 28 de julho 12 meses que tu partiste para sempre, mas para mim são 13, foi a última vez que eu te vi com vida, dia em que fizeste os teus 45 anos, a 23 de junho. Estavas feliz da vida como eu nunca te tinha visto, havia qualquer coisa que te assombrava, não sei a razão para o sucedido, partiste, foste ao encontro do pai que bem novo nos deixou para sempre. Partiram cedo demais Jamais os esqueceremos O amor é mais forte que a morte E o nosso amor por vocês será eterno Deus os tenha em bom lugar, um beijinho de todos nós, nunca serão esquecidos. Ámen. Será celebrada missa por vossas almas, domingo, dia 28/07/2013, pelas 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja.
AGRADECIMENTO E MISSA DE 30.º DIA
MISSA
AGRADECIMENTO E MISSA
ALUGO Casa de férias, com 3 quartos, Algarve, Manta Rota. Semana ou quinzena. A partir de 350 euros. Contactar tm. 967040763
PRECISA-SE Cabeleireira com bastante experiência e carteira profissional. Contactar tm. 969430311
Maria Custódia Galrito Cheira Sua sobrinha e neta participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 03/08/2013, sábado, pelas 18 e 30 horas, na igreja do Carmo, em Beja, agradecendo desde já a todos os que comparecerem ao ato religioso. Mais agradecem a todo o pessoal do Lar da Quinta do Charro pelo carinho que sempre demonstraram durante a sua estadia.
Felicidade Marta Mariano Mãe, Há sete anos desde que partiste Sentimos muita saudade Do sorriso, das carícias Da tua enorme bondade Marido, filhos e restante família informam que a missa pelo 7.º ano do seu falecimento terá lugar hoje, dia 26 de julho, às 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja.
Manuel Joaquim Figueira A sua família agradece a todos os que, de uma maneira ou de outra, manifestaram o seu pesar ou o acompanharam à sua última morada. Participa igualmente que será celebrada missa do 7.º dia na igreja do Carmo, dia 27 de julho de 2013, pelas 18 e 30 horas. Desde já agradece a todos os que nela participarem.
A Biblioteca Municipal de Aljustrel promove uma série de atividades para as crianças do concelho. Se tens entre três e 14 anos está atento à sua programação, porque todos os dias são dias diferentes. Podes acompanhar o programa em https://www. facebook.com/bibliotecamunicipalaljustrel
27 Diário do Alentejo 26 julho 2013
Viva Aljustrel nas férias de verão
Dica da semana
À solta
Quando o calor aperta o melhor é ficares no fresquinho da tua casa. Uma caixa de cartão, fita adesiva e muita imaginação e é brincadeira a valer. Observa a imagem e vê como também é fácil de arrumar.
Esta semana vamos à descoberta do mundo fantástico do ilustrador Brian Wildsmith. Mal abrimos o link (http://www.brianwildsmith. com/) somos invadidos por maravilhosas criaturas que além de encherem o céu, enchem-nos o coração de cores. Não é dos sites mais brilhantes com funcionalidades de que tu gostas tanto, mas é eficaz e ficamos a conhecer bem o seu universo. Aconselhamos-te a descobrir, não fosse este artista acreditar que os livros infantis são de uma importância vital no subconsciente das crianças, formando e fortalecendo o seu lado visual, a juntar a isto a explosão de cor que carateriza o seu trabalho.
A páginas tantas... Escolher um livro pode parecer fácil, mas temos publicado acima de tudo o que de novo há no mercado, mas desta vez vamos recuar um pouco e regressamos ao universo dos irmãos Grimm. Talvez digas que essas histórias são para meninos pequeninos, mas a verdade é que os livros que te chegam às mãos com a história do Capuchinho Vermelho, do Flautista de Hamelin, da Branca de Neve, entre muitas outras, são adaptações das verdadeiras histórias dos Grimm, e que na maioria das vezes até são sombrias e assustadoras. Por isso nada melhor que trazer-te um livro editado pela Paleta de Letras, com o traço de Benjamin Lacombe. Não são páginas alegres, mas quase podemos ouvir o bater do coração ou ouvir o som dos corvos. Se és destemido aproveita esta sugestão. http://www.benjaminlacombe.com
Pais Esta semana trazemos uma forma de aproveitar as meias que andam sem pares. Um mistério difícil de resolver, mas todos temos meias que por vontade própria desapareceram. Aproveite esta ideia antes de se desfazer da que sobrou.
Melides recebe Festival do Ar
Diário do Alentejo 26 julho 2013
28
Música, desportos aquáticos e outras atividades vão animar a praia de Melides, no concelho de Grândola, durante a 6.ª edição do Festival do Ar, que decorre entre 2 e 4 de agosto. Para além dos habituais batismos de kitesurf e parapente, o evento conta este ano com as presenças de José “Occa” Rodrigues no surf e Rúben Gamito no skate, num mini half pipe que será também
aberto ao público. O festival inclui atividades para o público, como mergulho acrobático, salto negativo, slide e balão de ar quente, mas também um espaço para os mais novos, com insufláveis, jogos tradicionais e área para recreação artística. Quando à “banda sonora”, destaque para Dj Ride, campeão mundial de scratch, que atua no dia 2, e para os Kyodai, no dia 3.
Boa vida Comer
Letras
Salada de tomate com atum e rúcula
A Princesa de Clèves
A
quele que é considerado o primeiro romance psicológico da história da literatura é um marco da afirmação das mulheres na vida cultural a partir do século XVII, quando os salões literários assumem um papel fundador na criação do espaço público moderno, tal como o concebe e estudou Habermas. Não será excessivo, pois, realçar o modo como a psicologia da mulher é basilar na constituição de um autêntico espaço de debate de ideias e de afirmação do espírito. Publicado anonimamente em 1678, este clássico narra a história de mademoiselle de Chartres, uma aristocrata que frequenta a corte de Henrique II com a expectativa de um bom casamento, social e financeiramente. Quando, porém, intrigas da corte provocam um relativo desinteresse pela jovem, esta aceita o conselho da mãe e casa-se com um admirador fiel mas pouco empolgante, o príncipe de Clèves. Pouco tempo após o casamento conhece o duque de Nemours e apaixona-se por ele. No dilema íntimo da princesa de Clèves – entre a fidelidade e o desejo, questiona-se sobre se o seu dever é para com o marido ou se deve entregarse ao homem que ama – assenta, pois, a psicologia do romance de Madame de La Fayette. A escrita subtil da autora tece magistralmente a análise psicológica da heroína além de compor diálogos de uma enorme perspicácia e intemporalidade. A magistral descrição do ambiente da época é outra das valias da obra.
Ingredientes para 4 pessoas: 12 tomate s madu ros médios; 150 gr. de milho cozido; 50 gr. de pimento verde assado; 50 gr. de pimento vermelho assado; 4 latas de atum; 1 cebola; 4 dentes de alho; 1 molho de coentros; q.b. de sal fino; 200 gr. de rúcula. Confeção: Lave os tomates e corte-os aos cubos para um recipiente. Junte os pimentos às tiras, a cebola, os alhos picados, os coentros picados e o sal fino. Envolva. Quando tudo estiver bem envolvido, acrescente o atum e retifique o tempero. Depois de tudo misturado, prove e sirva sobre a salada de rúcula. Bom apetite. Nota: Se gostar, pode envolver tudo com maionese.
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
Toiros Tito Semedo: 20 anos de toureio
A
ntónio Afonso Palma Nobre Semedo – Tito Semedo – nasceu em Coimbra a 17 de agosto de 1969 e reside, desde tenra idade, em Santana da Serra, sendo filho do saudoso e prestigiado médico António Semedo. Apresentou-se em público na praça de toiros de Coruche a 18 de agosto de 1981; tirou a prova de cavaleiro praticante a 20 de junho de 1987, na praça de Albufeira; a alternativa teve lugar na praça de toiros de Beja a 10 de agosto de 1993 e foi seu padrinho o cavaleiro Joaquim Bastinhas e testemunhas Joaquim Veríssimo e João Salgueiro. Atualmente é apoderado por José Luís Zambujeira. Tito Semedo, que também é um excelente equitador, tem visto cavalos com o ferro da sua coudelaria a serem cobiçados por outras figuras da tauromaquia e a serem considerados pela crítica especializada como dos melhores cavalos de toureio, como é o caso recente do “Santo Estevão” e do “Descarado”, este agora adquirido pela casa Moura. O toureiro é ainda um dos poucos criadores da raça bovina garvonesa. Tito Semedo, que em 2012 atuou por 23 ocasiões, prepara-se para assinalar
Maria do Carmo Piçarra
oficialmente, no próximo dia 9 de agosto (sexta-feira, às 22 horas), na praça de toiros José Varela Crujo, em Beja, os seus 20 anos de alternativa. O cartel será composto pelos cavaleiros João Moura, Rui Salvador, Tito Semedo, Ana Batista, Brito Paes e Miguel Moura, e pelos grupos de forcados de Montemor e Cascais. Lidam-se seis imponentes toiros da ganadaria Passanha. Vítor Morais Besugo
A Princesa de Clèves Madame de La Fayette Dom Quixote 208 pág.s 17,90 euros
29 Diário do Alentejo 26 julho 2013
PUB
Filatelia A invasão de Goa, Damão e Diu (II)
E
m 4 de maio do ano passado e, sob este título, publicámos o que seria a primeira de várias “Filatelia” dedicadas à invasão, na madrugada do dia 18 de dezembro de 1961, do então chamado Estado Português da Índia. Pela escassez de espaço que à época dispúnhamos, o que não nos permitiu tratar aquele assunto com a profundidade necessária, interrompemos a sua publicação. E porque hoje o espaço de que dispomos é outro, voltamos de novo ao tema, o qual dividiremos nos seguintes capítulos: A Invasão, Os campos de prisioneiros, As tentativas de fuga, O Correio – Cruz Vermelha Internacional, O Correio – violação da Convenção de Genebra, O carimbo “INTERNEES MAIL FREE POSTAGE/ GOA (ÍNDIA)” e os censores, O Correio – violação da Convenção Postal Universal e O repatriamento. A Invasão Embora a invasão propriamente dita tenha acontecido na madrugada do dia 18, as escaramuças fronteiriças provocadas pelas forças da União Indiana já haviam começado há dias. Segundo A Queda da Índia Portuguesa, Crónica da Invasão e do Cativeiro (1), a guarnição do posto de polícia de Sinquervale, pela violência de um ataque na madrugada do dia 15, foi obrigada a retirar para Doromarogo (Goa N-NE). Em Damão, pelas 02 horas do dia 18 (de dezembro) e, sem serem detetadas, as tropas indianas atravessaram a fronteira a N-NE do território e cerca das 04, todos os postos inimigos localizados ao longo da fronteira, abriram simultaneamente fogo contra as nossas posições (2). A invasão de Diu inicia-se pelas 01 e 30, horas com o ataque ao posto de polícia de Gogolá. Pelas 17 e 30 o comandante do Agrupamento António da Silveira toma a decisão de se render e, para o efeito, envia uma delegação ao inimigo (3). Apesar das escaramuças do dia 15, a invasão, em força, do território do Distrito de Goa, deu-se por volta das 04 horas, quase em simultâneo, em três frentes. Pelo Norte, em direção a Bicholim e Baía da Aguada; pelo leste, por Pondá e baía de Mormugão; pelo sul, por Canácona em direção a Margão. Sobre a caótica situação militar que então se vive, Correia de Lima (4) refere que no dia 19 foi com o governador fazer uma visita às linhas de defesa na região de Vasco da
Gama e encontraram soldados sem comando e com armas; soldados com comando e sem munições; artilheiros de carabina atrás de muros; cozinheiros a guarnecer metralhadoras antiaéreas; a tropa local a desertar; soldados sem armas a pedir boleia para a cidade. O Plano Sentinela elaborado para tentar dar resposta à invasão e, sempre contestado, por ser irrealista, foi acionado pelas 04 e 30 horas. Entre outras instruções, determinava que era para Vasco da Gama que iriam recuar os militares do centro e do sul de Goa; era nesta cidade, que no dia 19, se encontrava o general Vassalo e Silva. Perante a superioridade numérica e de meios bélicos das forças invasoras e, sem meios materiais e humanos para deter o seu avanço, o cenário mais lógico que se adivinhava para as forças portuguesas era a rendição. O general Vassalo e Silva, em reunião realizada pouco depois das 12 horas do dia 19, com os oficiais presentes no Agrupamento Vasco da Gama, decide-se pela rendição, que formaliza, dirigindo-se pouco depois para o quartel de Alparqueiros onde apresenta a rendição ao oficial mais graduado, um coronel (5). Note-se que por esta altura já se tinham rendido às forças da União Indiana algumas unidades portuguesas e sido feitos muitos prisioneiros, nomeadamente a unidade do Forte da Aguada, cujos elementos foram amarrados (incluindo o comandante) e transportados em camionetas para Betim, de onde seguiram para a Messe do Altinho em Pangim, onde já se encontravam outros prisioneiros. Eram 07 e 30 horas do dia 19 (6). Por não possuir os meios necessários à sua defesa e, para evitar um bombardeamento que dizimaria a população civil, a guarnição da cidade de Goa, a leste de Pangim, também se rende (5). Ilustração: carta expedida, por prisioneiro, do Alfa Detenu’s Camp, na cidade de Pondá, com o carimbo retangular, a cor violeta, “INTERNEES MAIL FREE POSTAGE/ GOA (ÍNDIA)” e no verso a rubrica do censor. 1) MORAIS, Carlos Alexandre de – A Queda da Índia Portuguesa, Crónica da Invasão e do Cativeiro, 2ªed. pág. 88. 2) Ibidem, pág. 216. 3) Ibidem, pág. 258. 4) LIMA, António Correia – O Fim dos Séculos – Goa, Damão e Diu, pág. 327. 5) A Queda da Índia Portuguesa, Crónica da Invasão e do Cativeiro, pág.169. 6) Ibidem, pág. 152.
Geada de Sousa
Chega ao fim este fim semana o 14.º Festival Noites na Nora, edição que integra este ano o II Encontro Internacional de Danza Duende. Nesse âmbito, a proposta da noite de hoje, sexta-feira, é o espetáculo “Satra”, pela companhia de dança Pálinka, formada por cinco artistas apaixonadas pela música e danças ciganas ou romani, bem como por uma miríade de outros estilos de dança, música e formas artísticas. Amanhã, sábado, dá por encerrado o festival serpense o Trio Alcatifa, que promete pôr todos a ondular o ventre no “Bailarico dos Orientes”. Ambos os espetáculos têm início pelas 22 e 30 horas.
Dança cigana e “bailarico” oriental encerram Noites na Nora
Fim de semana Inaugurada no último domingo, 21, vai estar patente até novembro a exposição “Aldeia dupla”, um conjunto de imagens sobre o processo de submersão da aldeia de Luz, iniciado com o encerramento das comportas da barragem de Alqueva, em fevereiro de 2002. A mostra, que reúne os autores Benjamim Enes Pereira, António Carrapato e Miguel Proença, vai ocupar espaços públicos, como a junta de freguesia local, a Sociedade Recreativa Luzense, o Café da Lousa e a Padaria Grilos, e o próprio Museu da Luz em três salas temáticas: Sala da Água, Sala da Luz e Sala da Memória, onde está em exibição o documentário “A minha aldeia já não mora aqui”, de Catarina Mourão.
Juventude em festa em Ervidel Artes marciais, torneio de futebol, canoagem, cinema, paintball, BTT, festas temáticas e música são algumas das propostas da VI Semana da Juventude de Ervidel, que arrancou no último dia 22 e termina no domingo, 28. A iniciativa é organizada pela junta de freguesia local e promete ainda para hoje, sexta-feira, a partir das 22 horas, um concurso de talentos inspirado no programa televisivo “Ídolos” e uma festa havaiana. Amanhã, sábado, o dia começa, pelas 9 horas, com uma feira da ladra, reservando uma sunset party, no jardim da Liberdade, a partir das 18 horas, e um concerto noturno com a banda Xeque Mate. No domingo, há festa da espuma e animação com insufláveis e pinturas faciais.
Comemorações da Batalha de Ourique Decorrem até à próxima quarta-feira, dia 31, as comemorações da Batalha de Ourique no concelho homónimo. Hoje, sexta-feira, há arraial no castelo, baile com o Duo Kontraste e animação musical com a banda Os Saramagos. Amanhã, sábado, será um dia bem preenchido, com a III Mostra de Produtos da Nossa Terra, no antigo quartel dos bombeiros, logo a partir das 8 horas, o 56.º aniversário do Grupo Coral de Ourique, com desfile e atuação de vários grupos corais da região, e o tradicional Almoço dos Ouriquenses, pelas 13 horas, no pavilhão da Escola EB 2/3 de Ourique. “À descoberta das ruas e lugares de Ourique” é o tema de uma caminhada noturna, com arranque pelas 21 e 30 horas de dia 31, junto ao Quiosque Tony.
“Diabo a 7 Show” no Teatro Pax Julia Entretenimento, música, magia e comédia vão encontrar-se no cenário de um talk show televisivo, concebido para a peça “Diabo a 7 Show”, que sobe hoje ao palco do Pax Julia Teatro Municipal, pelas 21 e 30 horas. Ana Viriato é a apresentadora, os Per7ume, autores de temas como “Intervalo”, “Mudo” e “Versos de Amor”, são os convidados musicais, e Miguel 7 Estacas o comediante de serviço.
História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é ministrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.
Festival Músicas do Mundo, em Sines, termina amanhã, sábado
Museu e aldeia de Luz com nova exposição
FMM encerra com “músicos globais” Skip & Die
O
Festival Músicas do Mundo (FMM), em Sines, já leva uma semana de concertos e prepara-se para os últimos dois dias da edição comemorativa dos seus 15 anos de vida. O programa de hoje, sexta-feira, tem início pelas 18 e 30 horas, com os Gaiteiros de Lisboa a atuar no castelo, e só terminará madrugada dentro (os últimos concertos do dia estão agendados para as 2 e 45 horas), com a promessa de um fim de dia tropical, a cargo dos colombianos Bomba Estéreo, na avenida da Praia. Uma paleta de seis nomes, da qual se destaca, na categoria de “regressados” aos palcos da cidade atlântica, o indiano Trilok Gurtu, acompanhado do jovem pianista arménio Tigran Hamasyan DR
Diário do Alentejo 26 julho 2013
30
(21 e 45 horas), e o argelino Rachid Taha, que sobe ao palco do castelo pelas 23 e 15 horas. Pelas 20 horas, no palco da praia, poderá ver-se Winston McAnuff & Fixi, uma dupla franco-jamaicana, e, já depois da meia-noite, no castelo, a big band japonesa Shibusa Shirazu Orchestra, que está pela primeira vez em solo sineense. A fadista Cristina Branco é, por sua vez, a convidada a inaugurar o desfile de concertos no derradeiro dia, amanhã, sábado (18 e 30 horas, no castelo). Seguem-se os chineses DaWangGang (20 horas, avenida da Praia), os tuaregues Tamikrest e a rapper norte-americana Akua Naru (ambos no castelo, a partir das 21 e 45 horas), um trio de estreias
no FMM, que antecede o regresso a Sines do nigeriano Femi Kuti. Para encerrar em grande uma edição marcada pelo “maior programa de música” da história do festival, com 43 espetáculos no total, os “músicos globais” Skip & Die (na foto) vão animar a madrugada no palco da avenida. Uma banda liderada pela carismática sul-africana Cata Pirata, cujas canções carregam em si um universo transnacional, não só pelas várias línguas usadas (uma delas o português), como também pela diversidade de sonoridades: hip-hop, eletrónica, tradição africana, Índia, América Latina, Balcãs, Médio Oriente. Para um festival que se orgulha de não ter fronteiras, um encerramento a condizer.
31 Diário do Alentejo 26 julho 2013
Bebé real: Câmara de Barrancos oferece cheque-bebé a Kate e a William para os convencer a fixarem-se no concelho. Volta a Portugal em Bicicleta volta a não passar pelo sul do País: Organização conta regressar ao Alentejo e aproveitar as estradas da região para provas de BTT. facebook.com/naoconfirmonemdesminto
Inquérito Ficou entusiasmado/a com o nascimento do bebé real no Reino Unido?
NÁDIA JEITOSA, 36 ANOS Pessoa profunda
Exemplo de cartaz a usar na próxima campanha eleitoral
Campanha da CDU na Vidigueira baseia-se na temática “Onde está o Narra?” A polémica chegou à Vidigueira, e tudo por causa de um cartaz referente à “Vidigueira, cidade do vinho 2013” que ostenta uma imagem de corpo inteiro de Manuel Narra. Os responsáveis pela campanha de (re)candidatura do autarca à câmara local já vieram explicar o que se passou. “As pessoas não percebem nada… O objetivo era recriar aquela história do ‘Onde está o Wally?’, substituindo o Wally pelo nosso presidente e colocando-o perto do que é realmente
importante. Já temos cartazes preparados do Narra ao pé do Taj Mahal, junto à Torre Eiffel, com Barack Obama, acompanhado pelo pai da Fanny, enfim, tudo do mais normal… Essa conversa de que há culto da personalidade em Vidigueira é completamente falsa!”, explicaram, enquanto cancelavam iniciativas como a inauguração da avenida Manuel Narra, da Bolsa de Valores Manuel Narra e das ruínas de Manuel Narra (antigas ruínas de São Cucufate).
Ministros condenados a pagar 43 euros por dia por paragem das obras na A26: Santos Pereira defende que não pode pagar pois ficou no desemprego
Condutores da Rodoviária do Alentejo pedem subsídio para aparar as patilhas
O Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja deferiu a providência cautelar interposta pela Câmara de Ferreira do Alentejo, relativa à suspensão das obras da autoestrada Sines-Beja (A26), decisão que deixou os ministros à beira de um ataque de nervos. Contudo, segundo consta, os ministérios e o Governo já estarão a preparar a sua defesa. Uma investigação conjunta “Não confirmo, nem desminto”/Marinho Pinto/IP2 descobriu que, no que a Álvaro Santos Pereira diz respeito, o Governo pretende argumentar que este não deverá pagar monetariamente a pesada multa por ter acabado de entrar no mundo do desemprego – fica em aberto, todavia, a possibilidade de o mesmo vir a pagá-la em pastéis de nata, edições do “Borda d’Água” e chapéus da Polícia Montada do Canadá –; já para a ministra da Agricultura a situação é mais delicada, tendo em conta o estado avançado da sua gravidez – consta que ela ficou tão zangadaque,numacessodefúria,ashormonasfalarammaisaltoeteráditoospalavrões“bolas”e“chiçapenico”.Emsuadefesa,oGovernoirátentaralegarquenão deverá pagar a coima por pertencer a uma família numerosa e isso significar um rombosignificativonoseupé-de-meiaparacomprarfraldasetetinas.
Depois dos condutores da Carris terem pedido um subsídio mensal de 12 euros para cortar o cabelo, é agora a vez dos seus colegas da Rodoviária do Alentejo fazerem uma exigência semelhante – um subsídio bimensal para aparar o seu bem capilar mais precioso e alentejano, como nos explicou um representante dos trabalhadores: “Isto não tem nada a ver com aquela mariquice dos tipos da Carris… Isto é mesmo uma coisa importante. Depois do subsídio do brushing, da mise e do restaurador Olex, este subsídio é da mais elementar justiça! Um tipo não pode andar todo desgrenhado… Eu, se não faço uma permanente por mês, fico a parecer o José Cid depois de um incêndio. E as patilhas são ainda mais importantes, até porque são a primeira coisa em que o passageiro repara. O nosso objetivo é sermos como o mítico Antunes, o condutor com as melhores patilhas da empresa… Aquele homem podia ter protagonizado um anúncio da Pantene – era um Fangio a conduzir e um Fangio capilar!”
Não me diga nada, ando completamente doi-da! Amei esta cena do nascimento! Esta coisa de nascer e de agora ir tipo, crescer, é completamente fora de série, nunca visto! Desde o nascimento da minha chinchila Priscila Marlene que não andava tão contente! Se pudesse ver o bebé, fazia-lhe bilu-bilu-bilu na barriginha e agarrava-me a ele como o Passos ao lugar…
JEREMIAS DESESPERO, 46 ANOS Pai de 12 Por amor de Deus, como é que alguém ainda pode pensar em ter filhos!? E olhe que eu só me apercebi disso da segunda vez em que tive trigémeos… A verdade é que quando são pequeninos ainda se aguentam, depois crescem, pensamos que é mais fácil mas é exatamente o contrário: eles sabem o que têm de fazer, mas não fazem… Depois são as birrinhas, é tentar puxar fogo ao cabelo da irmã, é fritar o iPhone do pai em óleo de girassol, é querer sair do Governo e depois ficar…
LAURA CONFORMADA, 28 ANOS Mãe e criadora de cagarras Fiquei muito contente. Até comprei um babygrow que tinha impressa a mensagem “Sim, sou o bebé real, e não terei de trabalhar um dia da minha vida!” e já o mandei para o William e a Kate. As crianças são seres incríveis! Eu tenho duas que fazem com cada travessura: agora brincam com o próprio cocó! Eu deixo-as, é importante estimular a criatividade… E a minha mais nova faz uns cinzeiros que são um mimo…
Nº 1631 (II Série) | 26 julho 2013
9 771646 923008
01631
PUB
FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 E-mail comercial@diariodoalentejo.pt | Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 E-mail jornal@diariodoalentejo.pt Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) | Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586) Aníbal Fernandes (CP9429) | Fotografia José Ferrolho (CP4480), José Serrano (CP4400) | DA TV José Gonçalo Farinho | Cartoons e Ilustração Paulo Monteiro, Susa Monteiro Desporto Firmino Paixão | Colunistas Ana Maria Batista, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Maria do Carmo Piçarra, Ricardo Cataluna, Rute Reimão, Vítor Encarnação, Vítor Moraes Besugo Bisca Lambida Luís Miguel Ricardo, João Espinho, João Machado, Sérgio Fernandes Opinião Ana Paula Figueira, Beja Santos, Bruno Ferreira, Domitília Soares, Filipe Nunes, Francisco Marques, Jaime da Silva Lopes, João Mário Caldeira, Luís Covas Lima, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Ruy Ventura, Viriato Teles | Publicidade e assinaturas Ana Neves e Dina Rato | Departamento Comercial Sandra Sanches e Edgar Gaspar | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação (alemtudo@sapo.pt) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP
nada mais havendo a acrescentar... Montado O montado é a casa das árvores. As azinheiras abrem a porta da sombra. E os homens cansados de planície entram. E os porcos sôfregos entram. E os pássaros ainda com restos de azul nas asas entram. E os lagartos em brasa entram. E quando tudo dorme, o silêncio pastoso e oco entra. E então as cigarras mais os seus timbales entram e põem-se à janela dos troncos cantando para não deixarem coalhar o silêncio. O montado é uma paisagem em brasa levantada do chão. Às vezes em noites sem lua, a desoras, a pele do montado arrepia-se. Por ele vagueiam as almas dos montarazes. Irrompem dos corgos, embrulhados em capotes, cinco dias de barba, sopas de açorda de poejo nas bocas caladas,
ramos de hortelã da ribeira na orelha, cigarros acesos no breu do rosto, canivetes afiados na algibeira, desconhecendo letras tamanho dos sobreiros mais altos, fazendo quadras à vida. Descobridores de túberas, pucarinhas, ninhos e tocas, nómadas de botas cardadas, errantes entre este mundo e o outro, agarrados a cajados, guiando porcos, atravessando barrancos debaixo de um céu de aço líquido, pesando com os olhos negros a camada de bolota que as azinheiras inventam na ponta dos braços. Hão de ficar por ali como fantasmas tristes, caminhando lonjuras com o alforge cheio de sombras. Até ser dia. A saudade é um fruto de casca grossa. Vítor Encarnação
quadro de honra © JORA CARDAN, 2013
Frequenta o segundo ano do curso de doutoramento, na área de Fotografia, na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, como bolseira de investigação da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Mestre em Arte e Multimédia – especialização em Instalação e Performance e licenciada em Design de Comunicação também pela faculdade de Belas-Artes. Expõe regularmente desde 2006. É cofundadora da Richard Long – estrutura de arte performativa. É cofundadora da revista literária “Cràse”.
Artista ouriquense tem exposição na Moldávia
A arte como traço de união entre homem e mundo
A
fundo a questão da consciência do presente: do chamar a si do presente, do acesso ao aberto, do acesso à plenitude suprema que nós identificamos com o acto criador. Um tempo que se confunde com a morte, ou com o antes da vida, o presente como uma suspensão do tempo. A arte é para nós um traço dessa união entre homem e mundo.
Como define o projeto “Do abismo ao aberto”?
O “corpo” parece ser a “problemática” central deste projeto. Que importância tem o corpo para o seu trabalho?
Trata-se de uma investigação artística de natureza teórico-prática, de carácter experimental e fundo poético, que cruza fotografia e performance. O que quer dizer quando fala em “ato fotográfico como performance”?
Pretende-se, com esta justa posição ao campo da performance, alargar o campo de estudo do medium fotográfico, trabalhando, para isso, nos limites daquilo que o define e no cruzamento com o campo da performance. É nosso objetivo produzir uma prática fotográfica centrada na afirmação do acto fotográfico como performance, esta tem como
PUB
O corpo, carne do mundo, é em nós existo pela/na physis. O ato artístico é tempo-lugar-ação-possibilidade do corpo colocar a physis em acto. A physis, no sentido grego do termo, é entendida como o fundamento do ser do homem, como o fundo comum de tudo o que existe, como a vida. Afirma-se, assim, que o objecto cruza o interior do sujeito em acto e, por sua vez, o sujeito atravessa o invisível do objecto. Tratando-se de um acto que põe em presença um visível e um invisível. Através deste ato pretende-se restaurar a ligação com o mundo sensível, perdida mercê da descontinuidade intrínseca ao nosso
As previsões para hoje, sexta-feira, apontam para céu limpo, com uma temperatura máxima de 27 graus. Amanhã, sábado, o céu deverá apresentar-se com períodos de muito nublado e, no domingo, pouco nublado.
¶ ¶ ¶¶
Feira de Agosto em Grândola
Ana Nobre, 29 anos, natural de Ourique
fotografia como performance é o tema de estudo e a base da investigação artística que Ana Nobre está a desenvolver no seu curso de doutoramento, na faculdade de Belas-Artes de Lisboa. “Do abismo ao aberto” é o título do seu projeto que atualmente está em exposição em Chisinau, capital da Moldávia.
www.diariodoalentejo.pt
aparato racional. Quando e como surgiu a possibilidade de expor em Chisinau, capital da Moldávia?
Apesar da sua fase inicial, “Do abismo ao aberto” conta já com dois momentos de apresentação pública. O primeiro aconteceu em 2009 na cisterna do Antigo Convento de São Francisco, actual Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, o segundo em Chisinau, em 2011, no espaço ARThotel, com o título “Agora que aceitamos o vazio”. Desde então, ficou em aberto a possibilidade de voltar a Chisinau, a convite da Associação Oberlith e do ksa:k – Centro para a Arte Contemporânea. Esta exposição teve também o apoio de várias instituições, nomeadamente do programa Spaces, fundado pela União Europeia, e da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Como é que ganhou esta “paixão” pela fotografia?
A criação é um ato de amor e é contínua (Simone Weil, 1960). Paulo Barriga
Os Xutos & Pontapés encerram os espetáculos noturnos da Feira de Agosto deste ano, que acontece entre 21 e 26 de agosto, em Grândola, onde também atua o brasileiro Gabriel o Pensador. A inauguração, no dia 21, do palco principal da centenária Feira de Agosto, Turismo e Ambiente cabe a José Perdigão, que apresenta as músicas do seu mais recente álbum, “Sons Ibéricos”, e conta com a participação especial de José Cid. Na noite seguinte, cerca de 60 músicos da banda da Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense dão um espetáculo que junta temas clássicos, interpretados por uma soprano, e ligeiros, com adaptações de músicas pop/rock. O espetáculo de sexta-feira leva a Grândola Richie Campbell e a The 911 Band, com um repertório reggae e soul. O rapper brasileiro Gabriel o Pensador, cujo álbum mais recente, “Sem Crise”, chegou a Portugal em abril, anima o palco principal na noite de sábado. No domingo, a proposta da Câmara de Grândola, que promove o certame, é um festival de folclore. A edição de 2013 da Feira de Agosto é encerrada, no dia 26, com o concerto de Xutos & Pontapés.
Camarão do rio em Alcácer Alcácer do Sal recebe entre hoje, sexta-feira, e domingo, na avenida dos Aviadores, a terceira edição do Festival do Camarão do Rio Sado. O evento, promovido pela Junta de Freguesia de Santiago com o apoio da Câmara de Alcácer do Sal, tem como objetivo “dar a conhecer e promover este petisco tão aclamado por quem visita esta cidade”.
Faleceu Manuel Figueira Manuel Figueira, antigo proprietário do pronto-a-vestir Chapelaria Modelo, faleceu no sábado, 20, aos 79 anos de idade, vítima de doença prolongada. Manuel Figueira integrou os órgãos sociais da Rádio Pax e as direções da ACOS – Agricultores do Sul, Santa Casa da Misericórdia e Associação do Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja. À família enlutada, o “Diário do Alentejo” apresenta as mais sentidas condolências.