Edição N.º 1633

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Este VALE

Nelson Brito

Manuel Camacho

António Miguel Batista

António João Valério

Natália Caeiro

Manuel Maria Barroso

António Pica Tereno

Fernando Durão

Os candidatos às câmaras de Aljustrel, Alvito e Barrancos apresentam-se págs. 6/7

€1,20

na

Veja como na página 25

Postos BP Beja

SEXTA-FEIRA, 9 AGOSTO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1633 (II Série) | Preço: € 0,90

Eleições para a Câmara de Beja podem vir a ser “decididas” no Tribunal Constitucional

Bloco de Esquerda impugna candidaturas de Pulido Valente e João Rocha JOSÉ FERROLHO

pág. 9

Cantinho dos Animais: Estrangeiros adotam cães abandonados Presidente da Associação Animal defende pitbull Mandela João Mário Caldeira “telefona” ao cão que matou bebé

S. Sebastião dos Carros: A menos populosa sede de freguesia do distrito págs. 4/5

Comandante da GNR alerta para degradação das instalações da Guarda pág. 10

Mariana Mortágua: É de Alvito a nova deputada do Bloco pág. 32

Festival Meo Sudoeste: Zambujeira do Mar é a capital do rock pág. 31

Esta é a altura do ano em que mais animais de estimação são abandonados pelos donos. As férias grandes e a crise económica estão a contribuir para a lotação dos canis. O Cantinho dos Animais, que existe em Beja desde 1998, tem mais de uma centena de cães à sua guarda. A boa notícia é que há famílias italianas, suecas e alemãs que não se importam de ficar com eles. págs. 16/17


Diário do Alentejo 9 agosto 2013

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Editorial Agosto Paulo Barriga

Vice-versa [Se o TC vetar os nomes] já não será possível ao PS e à CDU, no concelho de Beja, colocar outros candidatos em primeiro lugar, subindo a cabeça de lista Vítor Picado e José Velez.

A limitação de mandatos é para a mesma câmara. Não faz sentido que um cidadão seja privado dos seus direitos. Jorge Pulido Valente, 29 de março, in “Diário do Alentejo”

Não me devem tirar o direito de participar na vida política do País. Quem tem o direito de recusar o João Rocha é o povo de Beja. João Rocha, 12 de junho, in “Diário do Alentejo”

João Paulo Ramôa, 30 de junho, in Rádio Pax

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ntes é que era bom. A expressão, neste caso, não é bem de taxista. Este “antes” não recua propriamente até ao tempo de Salazar. Vai apenas até há dois anos atrás. E não tem a ver com as políticas que então se faziam. Mas sim com as políticas que não se faziam. Agosto. Agosto era o mês das tréguas. A politicagem abalava de férias para a praia dos Tomates ou para a Manta Rota. E deixava o povão a chapinhar nas marés-baixas da pré-época futebolística. Tranquilamente. Sem sobressaltos. Nem parvoíces. Tomates e Manta Rota. Não sei se alguma vez se estudou a toponímia das férias dos políticos. Mas há qualquer coisa de revelador no nome destes destinos veraniços. Bom, certo é que o que antes era bom hoje já não o é. A pasmaceira política dos agostos de ontem cedeu lugar ao terror. Passos Coelho inaugurou no último agosto uma nova modalidade de calor: a canícula do bordão. Foi em agosto, no agosto do ano passado, que ele e a sua jovem guarda avançaram sorrateiramente sobre os impostos, sobre a taxa social única, sobre os subsídios de férias e de Natal… Enfim, sobre as barriguinhas desnudas e desprevenidas do bom povo. Uma traição sem precedentes. Não apenas pela malandrice em si, mas sobretudo pela época em que ela se deu. Não se faz tanto mal a tanta gente de uma só vez e para todo o sempre, justamente numa altura destas. Em agosto. No nosso querido mês de agosto. Voltou a ser agosto, outra vez. Passos Coelho está a banhos na Manta Rota (a praia é boa e o nome veste-lhe bem). Teme-se o pior, portanto. As pensões de reforma vão levar nova esfoladela. Os funcionários públicos vão para o olho da rua. Milhares de professores marcham para os centros de emprego. E não tarda cá teremos a troika para reavaliar, duas vezes numa só, o nosso exemplar desempenho. Há qualquer coisa de sinistro nisto de sermos os bons alunos da austeridade. Pelo menos de estranho, há. Os bons e os maus alunos costumam ser avaliados pelo seu empenhamento letivo entre setembro e junho. Passos Coelho cabula os deveres todos de uma só penada no insuspeito mês agosto. Nem Miguel Relvas foi tão lesto a tirar o curso como Passos Coelho é a afundar o País. Em agosto. Na Manta Rota.

Fotonotícia De Zico a Mandela. Esta é a primeira fotografia do “novo” Mandela que a Associação Animal fez publicar na sua página do Facebook, depois de ter recolhido o “velho” Zico no canil intermunicipal de Beja. Mandela terá tomado o banho que foi negado ao Zico e foi presente a um médico-veterinário da “maior confiança” da Animal. Fez exames médicos, bebeu, comeu e, pasme-se, “neste momento está a comportar-se como um cão”. Uma revelação surpreendente sobre um animal, de raça potencialmente perigosa, que esteve envolvido na morte de uma criança em janeiro último, e que levou agora os tratos que essa mesma criança humana jamais poderá receber. “Está a comportar-se como um cão”, dizem-nos na Animal. Estranho seria que andasse, ao bom jeito de Mandela, a fazer discursos sobre os direitos do homem ou sobre a igualdade racial. PB Foto de Associação Animal

Voz do povo O que pensa de a Volta a Portugal em Bicicleta não passar no Alentejo?

Inquérito de José Serrano

Joaquim Manuel 68 anos, aposentado

José Correia 58 anos, serralheiro

Arnaldo Ramos 60 anos, eletricista

António Barrelas 64 anos, aposentado

Para ser Volta a Portugal tem que passar por todas as províncias. Se ela não passa por metade do País como é que é Volta a Portugal? Deviam era chamar-lhe volta ao Centro ou ao Norte. Se acham que é muita quilometragem para uma prova só, façam várias. Em cada uma das regiões. A Volta ao Algarve, a Volta ao Alentejo…Se é Volta a Portugal é para todos. E assim não é.

É a Volta ao Norte. O Sul não participa, não é volta a Portugal. Antes, ainda iam ao Algarve. Porque havia uma equipa de lá. Agora já nem sequer lá vão. Os patrocínios estão todos lá em cima. E onde há patrocínios é onde eles passam. Nós aqui também gostamos de ciclismo. E se a Volta passasse cá a emoção era outra. E podíamos ir ver os ciclistas passar na estrada.

Acho errado. Só passam onde há dinheiro. Como aqui não há dinheiro, nem trabalho, nem obras, não vêm cá. A prova devia era chamar-se a Meia Volta a Portugal em Bicicleta. O Estado e as câmaras deviam subsidiar o ciclismo para que isto não acontecesse. Era importante para a região. Ainda me lembro de ver o Joaquim Agostinho a cortar a meta. Ali em frente aos bombeiros.

Se não vêm nem ao Alentejo nem ao Algarve não é a Volta a Portugal. É uma meia volta ao País. Desta maneira retira muita da emotividade que a competição podia e deveria ter. A Volta passa onde há mais empresas, e maior poder económico. Que é lá para o Norte. Partem de Lisboa porque é a capital. É uma realidade triste. Penso que esta prova tem de ser repensada.


Rede social

Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 1 BEJA E MOURA PSP FAZ DUAS DETENÇÕES EM OPERAÇÕES STOP Duas operações Stop, levadas a cabo pelo Comando Distrital de Beja da PSP, visando sobretudo a condução sob o efeito do álcool, resultaram na detenção de dois indivíduos do sexo masculino, em Beja e Moura. O primeiro, de 54 anos, conduzia com uma taxa de alcoolémia de 1,51 g/l; o segundo, de 30 anos, acusava uma taxa de alcoolémia de 1,42 g/l. As operações envolveram 18 elementos policiais e resultaram também no levantamento de um auto de contraordenação a um indivíduo do sexo masculino, de 24 anos, por conduzir com taxa de alcoolémia de 1,17 g/l (Beja), o mesmo tendo acontecido em Moura a um indivíduo do sexo masculino, de 42 anos de idade.

SEXTA-FEIRA, DIA 2 BEJA HOMEM DETIDO POR SUSPEITA DE TRÁFICO DE DROGA A PSP deteve um homem, de 40 anos, em Beja, por suspeita de tráfico de droga e apreendeu 16 525 doses de haxixe, anunciou a força de segurança em comunicado de imprensa. O homem, já “referenciado pela prática de crimes similares”, foi detido às 21 horas durante uma fiscalização de rotina da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial do Comando Distrital de Beja da PSP. Além da droga, a PSP apreendeu um automóvel ligeiro de mercadorias, um computador portátil e 96,87 euros em dinheiro. O suspeito foi presente no sábado, 3, no Tribunal Judicial de Ourique para interrogatório e eventual aplicação de medidas de coação.

SANTIAGO DO CACÉM BOMBEIROS DISTINGUIDOS PELO MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA A Associação dos Bombeiros Mistos de Santiago do Cacém recebeu do Ministério da Administração Interna, por ocasião do seu 100.º aniversário, a Medalha de Mérito de Proteção e Socorro, de grau ouro e distintivo azul. Em despacho publicado, a distinção reconhece à corporação o “exemplar percurso da sua existência ao serviço da comunidade e da proteção e socorro de populações com uma atuação sempre caracterizada pelo heroísmo, pela abnegação e pela solidariedade para com o próximo”. A Câmara de Santiago, que já havia condecorado a associação com a Medalha de Mérito Municipal, em 2005, “congratula-se” com mais esta distinção, e o presidente dos Bombeiros Mistos de Santiago do Cacém, Nuno Braz, considera a atribuição “uma justa homenagem a todos os que pertencem à associação, e aos santiaguenses, por verem uma associação da sua terra comemorar 100 anos e ser reconhecida a este nível”.

SÁBADO, DIA 3 OURIQUE HOMEM ENCONTRADO SEM VIDA NA BARRAGEM DE MONTE DA ROCHA O homem com cerca de 74 anos que estava desaparecido na barragem de Monte da Rocha foi encontrado já sem vida às 21 e 05 horas, pelas equipas de busca, compostas por elementos de várias corporações de bombeiros e elementos da Guarda Nacional Republicana (GNR). Fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja disse à Lusa não ter informações sobre as possíveis causas do acidente e explicou que o alerta do desaparecimento do indivíduo foi acionado às 17 e 35 horas. As buscas começaram por ser feitas nas margens da barragem e na água, tendo posteriormente chegado ao local mergulhadores da Força Especial de Bombeiros (FEB) para efetuar as buscas aquáticas.

TERÇA-FEIRA, DIA 6 BEJA CÂMARA DISCUTE ORÇAMENTO PARTICIPADO DE 2014 A Câmara Municipal de Beja promoveu a primeira reunião pública para a elaboração do orçamento participado em 2014. No encontro, aberto à população, foram apresentados os resultados do inquérito on line já realizado e feito o enquadramento económico e financeiro, incluindo os compromissos transitados e as limitações orçamentais.

3 perguntas a Rita Silva

presidente da direção da Associação Animal

“Não está provado que o cão é agressor”

Desfile de jovens belezas nas piscinas de Aljustrel O programa de animação de verão Quartas à Noite cumpriu mais um serão com a passagem de modelos “Aljustrel Moda Jovem”. Um desfile, no anfiteatro da Piscina Municipal, que deu a conhecer as “carinhas larocas” da vila mineira.

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Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja deliberou entregar provisoriamente à Associação Animal o cão cruzado de pitbull, que se encontrava no canil de Beja depois de ter atacado uma criança de 18 meses, em janeiro, que acabaria por falecer. A guarda provisória, que decorre de uma providência cautelar interposta pela Animal, depois de a veterinária municipal de Beja ter decidido o abate do cão, estender-se-á até ser julgada a ação principal, ainda sem data marcada. Fechado há sete meses numa jaula de três metros quadrados, numa ala especial para cães perigosos, suspeita-se que o estado do animal se pode ter agravado, pelo que Rita Silva, presidente da Animal, defende um tratamento especializado. Primeiro, explica, “vai para um hospital fazer um check-up geral. Desconfiamos que pode ter problemas de saúde”. Depois, conclui, “não excluímos o recurso a um comportamentalista animal e a uma especialista em recuperação de animais agressores”. Tal como sucede com todos os animais resgatados pela associação, o cão vai agora ser rebatizado: “Vamos chamá-lo Mandela, porque tal como o líder sul-africano este cão também é um símbolo de liberdade”.

Ler na praia da Tapada Grande E porque o tempo quente também pode ser uma oportunidade para pôr as leituras em dia, a Câmara de Mértola instalou, na praia fluvial da Mina de São Domingos, uma biblioteca de praia. Livros, jornais e revistas, para desfrutar entre um banho e uma bebida fresca.

Nova rua Padre Joaquim Fatela em Beja Beja tem uma nova rua, no loteamento das Alcaçarias. A via foi batizada com o nome “Padre Joaquim Fatela”, numa homenagem ao sacerdote que fundou a Casa do Estudante, em Beja. Câmara municipal e grupo de antigos alunos estiveram juntos nesta cerimónia.

Esta entrega provisória do cão Zico à Associação Animal parece-vos, para já, o desfecho mais justo da vossa luta para impedir o abate do animal?

Pires de Lima foi conhecer Milfontes

Sim, parece-nos. O que pode a associação fazer, neste momento, por um cão com este perfil de agressor e com este passado de envolvimento numa morte?

O ministro da Economia, Pires de Lima, registado em pleno Trilho dos Pescadores, da Rota Vicentina. O governante recém-empossado visitou Vila Nova de Milfontes na terça-feira, 6, e veio acompanhado do secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes.

Não está provado que o cão é agressor, nem que esteve envolvido numa morte. Aliás, foi por não estar provado que a juíza no-lo entregou. A possibilidade de abate ainda terá que ser decidida em tribunal. Qual será a solução mais benéfica para todos?

A solução mais benéfica será a de que ele fique em paz, a recuperar do trauma de oito meses encerrado numa jaula sem poder sair. Em todo o caso, isso será uma decisão que caberá ao tribunal, com base na supervisão que fará do nosso trabalho. Carla Ferreira

Sines comemorou Dia dos Avós A criançada foi visitar os amigos com mais idade, em mais uma comemoração do Dia dos Avós, em Sines. Velhos e novos trocaram experiências e brincadeiras, nos vários espaços seniores da cidade. E até se deu um animado pé de dança.

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São Sebastião dos Carros

Na sede de freguesia menos habitada da região residem menos de 30 pessoas

Heróis do silêncio Já não chegam às três dezenas, os habitantes de São Sebastião dos Carros, Mértola. A aldeia não tem qualquer estabelecimento ou coleti-

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arros é coisa que não se vê com muita abundância em São Sebastião. Nem carros, nem pessoas, nem qualquer tipo de movimento que vá muito para lá daquele que o vento convoca nas copas das árvores. Que também são poucas. O silêncio é, por certo, uma das maiores abundâncias destas paragens. E, quebrá-lo, é um ato de genuína felicidade. Seja pelas buzinas de sopro dos vendedores ambulantes, pelo raro chiar das molas dos automóveis no empedrado das ruas ou pelos estalidos de bronze do sino grande da igreja. Que apenas é agitado quando alguém morre. Ou quando, para mostrar as capacidades acústicas da sineta, Manuel Gomes, que tem 64 anos e é funcionário da junta, “por brincadeira lhe prega meia-dúzia de esticões na corrente”. Como hoje mesmo aconteceu, pelas 11 da manhã, num rebate que não despertou a curiosidade nem chamou a atenção de ninguém. “A freguesia está muito desertificada”, diz Jorge Domingues, 39 anos, residente na aldeia vizinha de Vargens e que será o último presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião dos Carros. Nas eleições de setembro a freguesia passará a integrar a União de Freguesias de São Pedro de Sólis, São Miguel do Pinheiro e São Sebastião dos Carros. Uma “fartura” de território, pontuado por dezenas de povoados, que passará a contar com um milhar de eleitores. Uma mudança que parece não agradar muito ao autarca local, mas que não é propriamente inédita. São Sebastião dos Carros, inclusive, já transitou do concelho de Mértola para o de Almodôvar, já foi anexado à freguesia de São João dos Caldeireiros, já teve civilidade própria e, na mais recente reforma territorial, até retirou a São Pedro de Sólis a localidade de Via Glória. Que, nos tempos que correm, é o maior centro populacional da freguesia: 100 habitantes. Confuso? Claro que sim. Mas não tão confuso e misterioso como a própria toponímia da região. Onde pontuam lugares chamados de Papa Leitinho, Papa Leite, Via Glória ou mesmo São Sebastião dos Carros. Dos carros? Para tudo na vida há uma explicação e para “este assunto” também a há. Quem o diz é Manuel Gomes, que é natural de Boizões, e que guarda na memória o que lhe ensinaram os mais velhos: “existiam aqui dois abegões que eram irmãos e tinham uma taberna. Era uma grande indústria nessa altura. Toda a gente do concelho vinha aqui amanhar as carrinhas de bestas

vidade abertos ao público. As festas em honra do padroeiro já não saem à rua por falta de gente. Ruas onde o saneamento básico apenas chegou este ano. A camioneta da carreira somente lá passa uma vez por semana. E a igreja celebra missa unicamente uma vez por mês. Cá está o Alentejo no mais puro e profundo estado de isolamento e desertificação humana. Texto Paulo Barriga Fotos José Serrano

Luís Palma O mel de rosmaninho de Via Glória é exportado para a Alemanha e para a França

Rui Palma Todos os dias coze 300 pães na sua padaria de Boizões

e foi daí que ficou o nome de carros”. São Sebastião dos Carros está no epicentro da região do bom pão tradicional alentejano. O esqueleto de uma gigantesca ceifeira-debulhadora, que está defunta junto à entrada Sul da aldeia, sugere que, em tempos, o cultivo do trigo terá sido a grande fonte de subsistência da população. E a fábrica de moagem arruinada que recebe quem vem de Norte parece querer indicar que o ciclo do pão se completava por estas paragens. Isto para nem falar das dezenas de moinhos de vento que pontuam os cerros ou da azenha dos Alferes, na ribeira do Vascão, um raro complexo moleiro do século IX com três diferentes linhas de moagem. Mas hoje, o trigo que se deita à terra é apenas para dar ao gado ou para alimentar a caça. Pelo que os padeiros da freguesia têm que ir bater a outras freguesias para comprar farinha. É o caso de Rui Palma, 40 anos, que tem uma padaria familiar em Boizões onde, todos os dias, coze 300 pães que faz chegar ao concelho de Mértola e ao Algarve. “Nisto do pão não há segredos”, refere o padeiro, “o que fazemos é juntar massa azeda em vez de fermento industrial”. Ora cá está o grande segredo que também é aplicado em cada quilo de massa cozida que sai da padaria de Via Glória. A atividade económica da freguesia resume-se a pouco mais. Construção civil, alguma agricultura, caça – Luís Champalimaud tem uma coutada com aeródromo no monte Belo – e apicultura. Aliás, em Via Glória, existe uma interessante melaria, pertencente à família de Luís Palma, 60 anos, que dá trabalho a quatro pessoas. Luís Palma especializou-se na produção de mel de rosmaninho, vai para 30 anos, e, desde então tem conseguido manter um produto de elevada qualidade que é exportado quase na totalidade para a Alemanha e para a França. “Não trabalhamos para as grandes superfícies. Desvalorizam o nosso produto, não lhes dão valor”, acusa. Mas nesta altura acabou a campanha do mel. E a azáfama na melaria de Luís Palma devolveu o silêncio a Via Glória e a toda a freguesia de São Sebastião dos Carros. Um silêncio tão ou mais sepulcral que o interior das igrejas de São Bartolomeu da Via Glória ou de São Sebastião. Que são dois pedaços de fé caiados de branco no cimo dos serros. Fechados com as sete chaves que Susete Madeira, 58 anos, doméstica, guarda na algibeira da bata.


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Jorge Domingos Presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião dos Carros

Como tem evoluído a população em São Sebastião dos Carros?

Atualmente temos cerca de 200 pessoas em toda a freguesia. A Via Glória terá pouco mais de uma centena de habitantes, São Sebastião já não chega aos 30 habitantes, Boizões tem 32 habitantes, Vargens anda nos 25 habitantes e depois temos sete pessoas no Monte dos Carros e duas em Pires Alves. Os montes de Papa Leite e Papa Leitinho já não estão habitados. De há largos anos a esta parte, a população tem vindo sempre a baixar nesta freguesia. Poucos casais novos há que vão ficando por aqui. Quais são as atividades económicas da freguesia?

A não ser a construção civil, e muito pouco, as pequenas empresas que existem são duas padarias, uma melaria, que ainda cria alguns postos de trabalho na altura da extração do mel; temos duas salsicharias que não estão a funcionar a tempo inteiro, e temos uma rouparia que emprega quatro pessoas, tudo familiares. Depois há alguma agricultura e a caça.

Moinho de Alferes

Existe algum estabelecimento aberto ao público aqui na sede de freguesia?

Fica a apenas quatro quilómetros da aldeia de São Sebastião da Via Glória e é um verdadeiro tesouro perdido na margem esquerda da ribeira do Vascão. Pelo menos é o que dizem. Porque, hoje em dia, visitá-lo é um verdadeiro poema, apenas compreensível para quem se fizer transportar numa viatura de tração às quatro rodas. Apesar de ter sido recuperado pela Associação de Defesa do Património de Mértola, há alguns anos atrás, e de estar sinalizado e incluído no “Roteiro Ciclo do Pão”, chegar até ao Moinho de Alferes não é coisa para todos. A erma localização da azenha e as péssimas condições de acesso fazem com que os atos de vandalismo ali se repitam, degradando uma estrutura moleira cujas origens remontam ao século IX. O moinho, de forma invulgar, tem três linhas de moagem, em função do assinalável caudal da ribeira que o atravessa e é ainda composto pela habitação do moleiro, por estruturas para guardar animais, um espaço na várzea e forno de pão. Isto para nem falar da envolvência que, ao que consta, é perfeitamente paradisíaca e repleta de espécies animais protegidas. Uma visita imperdível, para quem pode.

Não. Passam sempre por aqui vendedores ambulantes. Vem o padeiro, o peixeiro, o merceeiro… Qualquer tipo de loja. Hoje vai tudo às portas das pessoas. Tínhamos uma Sociedade, que fechou vai para seis anos. O pessoal que está à frente dessas coisas vai ficando velho, outros vão-se embora e os mais novos têm de governar a vida noutros lados e não podem dar seguimento às coisas. A Via Glória é o “grande” centro populacional da freguesia?

A Via Glória tem mais pessoal que o resto de toda a freguesia. É o povo maior. Ainda tem lá uma Sociedade e uma mercearia. É onde está a melaria, uma padaria e uma salsicharia. Nos Boizões há a outra padaria e salsicharia… É o que há por cá. Sente que São Sebastião está a morrer aos poucos?

A freguesia está muito desertificada. Talvez devido à falta de trabalho e a algumas condições… Este ano já fizemos cá o saneamento básico. Mesmo sendo a sede de freguesia não havia essas condições. As pessoas não arranjavam as casas porque não tinham esgotos… é muito difícil viver assim. Nalguns povos, as pessoas têm casas de familiares e não as arranjam porque as condições não são as melhores. Só este ano é que chegou o saneamento a São Sebastião dos Carros?

Só este ano é que foi cá posto. Na Via Glória já foi há cinco anos. Nem os Boizões, nem as Vargens, nem os outros povos mais pequenos ainda têm saneamento. São obras muito grandes e de muito investimento. Com os cortes orçamentais nas juntas e na câmara, isto está mau para se fazerem obras.

“Termas”de Papa Leite A freguesia de São Sebastião dos Carros é constituída pela aldeia sede, por Via Glória, Boizões, Vargens, Monte dos Carros, Pires Alves, Monte do Belo, Papa Leite e Papa Leitinho. Há vários anos que estes dois últimos lugares de estranha toponímia estão ao abandono. Os habitantes mais velhos das cercanias dizem que o Papa Leitinho era habitado pelos trabalhadores rurais e que, no Papa Leite, apenas pernoitavam os proprietários das terras e os seus convidados. Mas é precisamente em Papa Leite que existe uma fonte termal cuja água é elogiada na cura de reumatismos e más-digestões. A junta de freguesia chegou mesmo a construir uma banheira e um vestiário para os “termalistas” que se afoitavam nas sulfúreas e “malcheirosas” águas de Papa Leite. Mas esse “complexo” foi tomado pelo mato. E hoje resiste apenas na memória dos anciãos.


Aljustrel Foi até 2009 um dos principais bastiões comunistas do distrito de Beja. Mas nas últimas Autárquicas, de forma algo surpreendente, uma equipa de jovens autarcas do Partido Socialista conseguiu inverter o curso político naquele concelho mineiro. Nelson Brito torna a recandidatar-se pelo PS contra Manuel Camacho, o candidato da CDU derrotado no último ato eleitoral. Facto curioso é que a CDU, nas Legislativas de 2011, tornou a ser a força mais votada no concelho. O que deixa no ar alguma imprevisibilidade quanto à próxima eleição.

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1 - Aljustrel é dos concelhos com menos desemprego na região. Que papel tem ou pode vir a ter a câmara nesta matéria? 2 - Quais são as principais “linhas de força” da sua candidatura? 3 - A CDU perdeu a câmara para o PS nas últimas Autárquicas, mas foi a força mais votada nas Legislativas. Como antevê o desfecho eleitoral em Aljustrel?

1 - Em que áreas deve o próximo executivo municipal de Alvito apostar forte? 2 - Por que razão se empenham tanto os partidos políticos num concelho tão pequeno como Alvito? 3 - O que será um bom resultado eleitoral para a sua candidatura?

AutárquicasAljustrel

Alvito

Nelson Brito

Manuel Camacho

António Miguel Batista

António João Valério

Candidato do PS

Candidato da CDU

Candidato do PSD/CDS-PP

Candidato da CDU

Nasceu na Alemanha, 37 anos, licenciado em Direito. É o atual presidente da Câmara Municipal de Aljustrel.

Natural de Aljustrel, 57 anos, engenheiro técnico eletrotécnico. É vereador na Câmara de Aljustrel e membro da concelhia do PCP.

Natural de Beja, 27 anos, engenheiro civil. Reside em Montes Velhos e é diretor de obra no novo lar da Santa Casa de Aljustrel.

Natural de Alvito, 56 anos, professor de História. É presidente da Junta de Freguesia de Alvito desde 2009.

Ao lado das soluções e não dos problemas

Aljustrel perdeu infinidade “Pretendo combater de oportunidades os interesses instalados”

“Maioria absoluta seria excelente”

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A Câmara Municipal de Aljustrel tem-se assumido, a este nível, fundamentalmente como um agente catalisador dos processos de desenvolvimento no território do concelho, criando um bom clima económico, estimulando e acolhendo bem as intenções de investimento que vão surgindo, gerando condições para que os investidores, as empresas e outras organizações se “sentem à mesma mesa” e acreditem que têm no município de Aljustrel um parceiro privilegiado. Colocamo-nos sempre do lado das soluções e não dos problemas, como tantas vezes aconteceu no passado em Aljustrel. O município, enquanto entidade que dialoga e tem relações com todo o expecto de organizações que “vivem” no território, tem também a missão de colocar o desenvolvimento económico sustentável no topo das suas prioridades, a par dos pilares estratégicos da ação social e educação. Foi isso que fizemos nos últimos quatro anos.

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Queremos assumir um desígnio de longo prazo, que se traduz no estancar da sangria de população que o concelho vive há cinco décadas. Para tal continuamos a apostar nos três pilares que definimos como estratégicos há quatro anos: promoção da educação, qualificação e formação; promoção do desenvolvimento social solidário e promoção do desenvolvimento económico e emprego. Queremos assumir ainda a promoção de intervenção cultural concelhia, de qualidade, global e para todas as pessoas.

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Sei que a CDU sempre teve uma grande implantação no concelho de Aljustrel – é um facto histórico. Mas também sei que o povo de Aljustrel desenvolveu ao longo da sua longa história uma profunda cultura democrática que lhe permite discernir claramente aquilo que espera dos seus representantes políticos. Sei que fiz tudo o que estava ao meu alcance para honrar a missão que me foi confiada pela população e acredito que as pessoas saberão no dia 29 de setembro avaliar esse trabalho.

O concelho de Aljustrel, neste momento, possui efetivamente uma das mais baixas taxas de desemprego do Alentejo. Tal facto deve-se, sobretudo, à reativação da exploração mineira. A câmara deverá ter um papel fundamental na atração de investimentos, promovendo os seus recursos, mas, sobretudo, criando as condições objetivas para a fixação de atividades duradouras e rentáveis.

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As principais linhas de força do nosso projeto passam pela valorização do papel das instituições do concelho vocacionadas para as áreas sociais; reforçar a descentralização de recursos financeiros e técnicos para as freguesias rurais; encetar uma verdadeira política de juventude, estimulando a sua permanente participação sem tutelas; reforçar a ligação entre os eleitos e todos os trabalhadores da autarquia; lutar para que a freguesia de Rio de Moinhos volte a ter autonomia própria; concluir o Plano Diretor Municipal e elaborar um estudo de salvaguarda ambiental da vila de Aljustrel; e, por fim, estimular o envolvimento efetivo de todos os munícipes.

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Efetivamente a CDU no concelho de Aljustrel possui uma base eleitoral consolidada. Há quatro anos, em virtude de alguns erros da nossa parte e mercê de um apelo forte e ousado do nosso principal adversário, perdemos as eleições por uma escassa margem. Atualmente o panorama, do nosso ponto de vista, é radicalmente diferente. Ou seja: as promessas eleitorais propaladas ficaram aquém do prometido, o concelho de Aljustrel perdeu uma infinidade de oportunidades, por falta de ambição ou por impreparação dos novos eleitos. O eleitorado de Aljustrel hoje poderá constatar dois projetos de governação local bem distintos e, com base nesta evidência, estamos plenamente conscientes que maioritariamente a população de Aljustrel voltará a confiar nas equipas que se apresentam às eleições locais por parte da CDU.

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Presentemente, Aljustrel é dos concelhos com menos desemprego na região porque felizmente o setor mineiro está em plena atividade, em virtude da valorização momentânea dos metais. No entanto, Aljustrel não pode estar maioritariamente dependente da mina, porque, embora exista um enorme filão de minério por explorar, pode haver desinvestimentos económicos e desinteresses de outra ordem que colocarão em causa toda a economia em torno da atividade mineira. O papel da câmara é atrair e incentivar investimento nos diversos setores de atividade, de modo a melhorar e expandir o tecido empresarial do concelho de Aljustrel, com o objetivo de criar mais emprego. É com base nestas premissas que pretendo criar o balcão do empreendedor no município de Aljustrel.

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As linhas de força da minha candidatura assentam na seriedade, capacidade e competência, no intuito de fazer mais e melhor por Aljustrel. Pretendo combater os interesses instalados, apresentando uma candidatura verdadeiramente desprovida de interesses pessoais, interessando-me apenas pelas pessoas e pelo concelho de Aljustrel. É por tal uma candidatura de rutura com as políticas habituais, constituindo-se como uma verdadeira “pedrada no charco”.

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Eventuais previsões sem dados palpáveis são apenas especulações. Um possível indicador para responder a esta questão será analisar os dados estatísticos dos portais web das eleições Autárquicas 2013, em que os resultados atuais se traduzem numa ligeira vantagem da minha candidatura, no entanto, são meros dados estatísticos que pouco ou nenhum peso terão no objetivo final. Os eleitores são soberanos nas suas escolhas, apenas eles decidirão o desfecho eleitoral. Conto com todos!

A conjuntura económica e social do País é preocupante. A situação do nosso concelho não é menos. A grande aposta centrar-se-á nestas áreas. Desenvolvimento económico – importa potencializar todos os recursos, desde a agricultura, passando pelo património humano, natural e cultural, com particular enfase no turismo. Temos de tornar o concelho atrativo para o estabelecimento de empresas através da oferta de condições favoráveis à fixação de empresários; temos de melhorar a nossa imagem, receber bem quem nos visita e apostar naquilo que nos individualiza… Passos dados nestas áreas facilitam o emprego e ajudam a melhorar a condição social. O bem-estar das nossas comunidades constituirá outra área privilegiada da nossa atuação. Os idosos, os jovens e as famílias fragilizadas economicamente merecerão particular atenção. Este projeto de desenvolvimento dedica uma atenção especial à educação, à cultura, ao desporto, à qualidade dos serviços da câmara, à qualidade de vida e ao reforço do associativismo, onde se centra grande parte do dinamismo das nossas comunidades. A concretização deste projeto passa pela participação dos cidadãos na vida comunitária e no reforço dos instrumentos de aprofundamento da democracia.

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Os partidos interessam-se por todos os concelhos. Não me parece que haja um particular interesse por Alvito, para além da contagem final. A vitória de uma ou outra força vai pesar na política nacional; mesmo regionalmente um concelho a mais reforça o protagonismo do partido ou coligação vencedora.

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A vitória em todos os órgãos autárquicos será um bom resultado. Quanto mais expressiva, melhor. Uma maioria absoluta seria excelente. Para isso temos uma equipa empenhada, temos propostas de futuro para o concelho e confiamos nas pessoas.


07 Diário do Alentejo 9 agosto 2013

Alvito e Barrancos São os concelhos menos populosos do Baixo Alentejo, mas é sobre eles que costumam recair os holofotes das noites eleitorais autárquicas. A imprevisibilidade dos resultados nestes concelhos tem sido uma constante ao longo da história democrática portuguesa. Se é verdade que, em Barrancos, as coligações do PCP apenas perderam em 2001 para o PS, não menos certo é que as contagens finais costumam ficar por uma “unha negra”. Já Alvito é o mais “instável” dos concelhos. Já foi liderado pelo PCP, pelo PS, pelo PSD e até por um movimento de cidadãos independentes. O que deixa tudo em aberto. 1 - Que medidas imediatas são necessárias para encurtar o isolamento de Barrancos? 2 - Que futuro se pode esperar para o mais periférico dos concelhos do Baixo Alentejo? 3 - Como antevê o desfecho eleitoral em Barrancos?

Barrancos

Natália Caeiro

Manuel Maria Barroso

António Pica Tereno

Fernando Durão

Candidata do PS

Candidato do PSD/CDS-PP

Candidato da CDU

Candidato do PS

Natural de Alvito, 61 anos, licenciada em Línguas e Literaturas Modernas. Tem formação em Marketing e Jornalismo Empresarial.

Natural de Alvito, 56 anos, licenciado em Filosofia e doutorado em Pedagogia. É assessor da CIG, da Presidência do Conselho de Ministros.

Natural de Barrancos, 64 anos, licenciado em Hitória. É presidente da Câmara Municipal de Barrancos.

Natural de Barrancos, 51 anos, desempenha funções na Autoridade Tributária e Aduaneira, em Moura.

Apostar forte na sustentabilidade

Incompetência e laxismo na gestão do bem-público

“A nossa maior prioridade É necessário promover são as pessoas” o “produto Barrancos”

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Ao próximo executivo não restará alternativa que não seja potenciar o desenvolvimento económico do concelho. Captar novos investimentos, a par do apoio e dinamização dos poucos existentes, é a única forma de criar emprego e fixar população. O nosso território tem potencial agrícola, até agora desaproveitado. A aposta no regadio é determinante para o desenvolvimento económico do concelho e para a criação de emprego. “Construir o futuro” passa, também, por conservar e mostrar o património que temos e que, em vários casos, tem sido demasiado mal tratado pelos anteriores executivos. Reforçar Alvito como um polo de formação profissional de excelência, através da ampliação da oferta da escola profissional em áreas até agora não exploradas, é um projeto que consideramos importante. Mas, para se assumir como motor de toda esta transformação, é necessário que a câmara municipal reorganize os serviços, no plano administrativo e operacional, com a participação dos trabalhadores do município.

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As medidas imediatas que poderiam encurtar o isolamento de Barrancos com o resto do País passariam quase que impreterivelmente pela melhoria das acessibilidades entre Barrancos-Moura-Beja e Barrancos-Mourão-Évora, eixos estratégicos da maior importância. Uma profunda intervenção na EN 258 e na EN 386 resolveria parte dos problemas de isolamento com que nos debatemos. Para os barranquenhos é muito triste e indigno que do lado de Espanha haja excelentes vias de comunicação e do lado Português estejamos abandonados pelos sucessivos governos há décadas e dependentes de favores. Por outro lado, continuaremos a empenhar-nos na dinamização do Parque Empresarial de Barrancos – novo e pronto a acolher investidores – o nosso principal desafio! Apostaremos também fortemente no turismo ligado à natureza e ao património, uma vez que Barrancos tem todas as potencialidades nesta área podendo impulsionar consideravelmente a economia local.

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O próximo executivo de Alvito deve apostar forte na sustentabilidade do concelho, promovendo-o a nível nacional e internacional através de um vasto leque de atividades e certames que atraiam visitantes, desenvolvendo o turismo cultural e recreativo, procurando atrair empreendimentos para as margens do concelho de Alvito da barragem de Odivelas. Deve garantir um apoio permanente à cultura e à requalificação do património construído, incluindo os centros históricos das duas vilas, as entradas e os eixos viários, desenvolvendo assim a mobilidade e as acessibilidades. Deve também apostar forte na economia, apoiando a formação de empresas sustentáveis através da criação de um centro empresarial e de uma via verde para a constituição das mesmas. Também a agricultura deve ser uma prioridade com a implementação de uma cooperativa de pequenos produtores com escoamento assegurado dos seus produtos no mercado nacional e internacional. Por último, mas talvez o mais importante, deve garantir o apoio social, médico e medicamentoso às famílias mais carenciadas e a promoção da saúde e do lazer com a construção de um parque geriátrico de manutenção que inclua circuitos e aparelhos para o exercício físico.

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Porque Alvito é bonito, um diamante em bruto que deve ser devidamente lapidado. Mas está atrasado e por isso é um desafio para os partidos políticos que se preocupam em promover o desenvolvimento das terras e das suas gentes.

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Ganhar em todos os órgãos autárquicos.

Não sei se os partidos se “empenham tanto”, pois as evidências não permitem confirmar tal ideia. No nosso caso temos estudado a realidade, quer no plano das dificuldades quer, sobretudo, na ótica das potencialidades. Porém, o vocábulo empenho não terá a mesma interpretação quando essa leitura decorre da observação da ação da CDU e do PS no concelho. A gestão da CDU na câmara municipal foi um desastre e na junta de freguesia constata-se uma semelhante linha de incompetência e laxismo na gestão do bem-público. Digamos que o maior empenho da CDU foi em se digladiar com o PS pela titularidade do atual presidente dessa junta de freguesia, para que este se apresentasse como candidato à presidência da câmara nas próximas eleições, primeiro pelo PS e, depois, pela CDU. Foi, de facto, um (des)empenho muito triste a que se assistiu!

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O nosso bom resultado eleitoral será ganhar! Ganhar em todos os órgãos a que nos candidatamos.

O futuro de Barrancos será aquilo que os barranquenhos decidirem. Da parte da equipa da CDU tem havido uma luta diária e permanente para que nada falte às gentes de Barrancos. Não pactuamos com os poderes quando se trata de defender Barrancos e a sua população. Despimos a camisola como já o fizemos e vestimos sempre a do nosso concelho. É importante para nós estabelecer prioridades, e a nossa maior prioridade serão as pessoas que vivem em Barrancos; e o nosso desafio constante será criar condições de emprego e fixação das mesmas no território, nesta terra única que é Barrancos.

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O resultado das próximas eleições será seguramente o do reconhecimento do trabalho de uma equipa que gere há oito anos de forma cuidadosa e empenhada os destinos de Barrancos. Acreditamos nas pessoas e na nossa terra!

Em primeiro lugar as acessibilidades que servem Barrancos. Se repararmos, nada foi feito até hoje para dignificar a estrada que liga a fronteira com Espanha, no tocante à imagem inicial que os estrangeiros poderão ter ao depararem-se com a diferença de qualidade entre uma e outra. Por muito que custe, o concelho tem de lutar, e as entidades que o representam, para “persuadir” e convencer as entidades centrais da necessidade na execução das obras necessárias entre Safara e Barrancos e entre Amareleja e Barrancos. E para tal teremos de provar às referidas entidades que o concelho está “vivo” e com capacidade para atrair investimento. Outro ponto tem a ver com a promoção turística. Sabendo que Barrancos tem condições inexcedíveis e belas paisagens, há que promover o turismo, quer rural, quer de habitação, através de acordos com entidades e investidores do setor. Devemos promover o “produto Barrancos”, as suas qualidades, e estabelecer parcerias com investidores nacionais e internacionais. Vou ser sucinto em relação a essa pergunta, pois o futuro é uma incógnita, mas com “trabalho”, “dedicação” e “amor” à causa pública, poderemos provar que também é possível trazer grandes benefícios para Barrancos. Relativamente à periferia, Barrancos deverá combater para ser um elo de ligação entre os agentes económicos transfronteiriços, tendo em vista o retirar, daí, dividendos e mais-valias na criação de emprego nesta terra. Que é o grande problema atual, além da perda sistemática de população ativa.

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Como em qualquer localidade com poucos eleitores, o desfecho é imprevisível. No entanto, a nossa candidatura, sem meios de coação, infelizmente utilizados por quem está no poder local, vai focar a sua mensagem na verdade e na credibilidade dos homens e mulheres que compõem as nossas listas. Esperamos e estamos convictos na vitória nas eleições.


Diário do Alentejo 9 agosto 2013

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Apesar de suspender a decisão judicial que impedia a candidatura de Fernando Seara, o Tribunal Constitucional ainda não se pronunciou sobre a matéria de facto: a lei da limitação dos mandatos. Ainda vai em tempo útil para o fazer? Que implicações concretas poderá ter esta demora?

Bisca Lambida

Ror de imbróglios

Vergonha nacional

Eu é que sou o presidente

João Espinho

João Machado

Sérgio Fernandes

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or exclusiva culpa do poder legislativo – leia-se por culpa da inaptidão dos deputados – o processo eleitoral autárquico de 2013 pode ficar marcado por um ror de imbróglios que, para o bem e para o mal, terão que ser os tribunais a resolver. Não consigo compreender esta “demissão” de deveres por parte dos deputados da nação que, ao criarem uma lei repleta de vírgulas e preposições, camuflando os verdadeiros objetivos da mesma, arranjaram um problema que só não se tornará grave porque vivemos num país chamado Portugal, onde tudo é possível e as leis só se cumprem nas partes que interessam aos poderes instituídos. Já aqui falámos sobre a lei da limitação de mandatos mas agora, a um mês e meio das eleições, as ambiguidades da lei não estão esclarecidas e prevê-se que venha a ser o Tribunal Constitucional (TC) a decidir sobre o que fazer às candidaturas protagonizadas por indivíduos que fizeram das autarquias os seus empregos para a vida. A coisa, num país a sério, já tinha sido resolvida: o tal dito TC tinha pegado na lei, dava-lhe dois golpes fatais e devolvia-a -a quem, voluntária ou involuntariamente, não a soube elaborar, com as habituais recomendações emitidas do Palácio Ratton com ar fúnebre pelos juízes-conselheiros. Depois, os deputados, justificando os seus vencimentos, fariam o que lhes compete: uma lei expurgada de ambiguidades que não deixasse uma só linha para ser interpretada ao sabor dos ventos que correm. A democracia ficaria grata.

A

suspensão desta decisão é lamentável pois apenas vem adensar ainda mais o clima de incertezas em relação à lei de limitação de mandatos, que, na minha opinião, é bem clara. Esta demora irá implicar que muitos dos candidatos apenas vejam as suas situações esclarecidas depois das eleições autárquicas, o que é manifestamente negativo para o eleitorado pois pode estar a votar em alguém que meses depois poderá deixar o cargo. Ao tribunal coube a decisão de esclarecer e não o está a fazer em tempo útil para todos... Em relação a este assunto entendo melhor ser telegráfico, pois é mais uma vergonha do panorama nacional atual.

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onsidero que toda esta polémica se resume a uma imensa trapalhada, pouco edificante para qualquer das partes envolvidas. Seja qual for o resultado final, ninguém fica bem na fotografia. Não ficam os partidos que aprovaram a lei em 2008 (PSD, PS e BE), os mesmos que manifestam hoje entendimentos diferentes sobre a sua interpretação e que, confrontados com a necessidade de uma clarificação, se recusaram a fazê-la, adotando cada um a interpretação que melhor serve os seus interesses eleitorais imediatos. Não esteve bem o Presidente da República ao não conseguir, ou não querer, no âmbito do seu magistério de influência ou no exercício dos seus poderes constitucionais, promover a clarificação da lei, interpelando a Assembleia da República para a necessidade de uma clarificação ou suscitando a intervenção atempada do Tribunal Constitucional. Aqui chegados, será o Tribunal Constitucional a ter a palavra final, em sede de recurso de decisão dos tribunais de comarca, única circunstância em que pode ser chamado a intervir no âmbito do processo eleitoral autárquico, sendo que o prazo limite para decidir sobre os recursos que venham a ser interpostos termina cinco dias antes do início da campanha eleitoral… Ou seja, é bem possível que lá para setembro as máquinas partidárias andem pelas ruas a distribuir material de propaganda com a fotografia de alguém que já não é candidato e que a expressão popularizada por

um dos personagens criados por Herman José ganhe uma nova atualidade: afinal, eu é que sou o candidato a presidente da junta!... É pois inevitável assistir a esta cena triste com o duque de ouros.

Converter “de” em “da” Luís Miguel Ricardo

A

lei da limitação de mandatos, sua interpretação ou deturpação, tem trespassado e assombrado o cenário pré-autárquicas. Lembramos que por detrás da polémica está a proposição “de” – presidente de câmara – que põe o foco na pessoa, impedindo-a de acumular mais de três mandatos consecutivos à frente de uma câmara ou freguesia; mas que, por força das vontades, dos interesses individuais e partidários, muitos querem converter em “da” – presidente da câmara – que coloca o foco na entidade, impedindo-a de ter o mesmo candidato mais de três mandatos seguidos à frente da entidade, mas libertando a pessoa para outras frentes (outros concelhos). Depois dos tribunais judiciais se terem pronunciado sobre algumas candidaturas, seria mais do que oportuno conhecer-se uma decisão do Constitucional, a decisão que submeteria todos os candidatos à mesma interpretação da lei. A demora que se verifica tem consequências para todo o cenário eleitoral que se avizinha. Instabilidade nos candidatos “suspeitos”, com o risco de não chegarem ao fim da contenda; possibilidade de refazer listas e reimprimir documentação; perda de credibilidade das candidaturas junto dos eleitores. Tudo isto, resulta resultado de uma lei mal redigida interpre (?) ou mal interpretada (?) e de um Tribunal C ns Co n titucional que, como garante máximo dos Constitucional direitos e deveres das instituições e dos cidadãos, deveria ter te intervindo num tempo espaaço oport e espaço oportunos, evitando este cenário de suspeição que paira sobre as eleições autárquicas.


09 Diário do Alentejo 9 agosto 2013

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Este é o número total de eleitores no distrito de Beja. 373 são cidadãos de países que integram a União Europeia e 58 de outras nacionalidades. Na capital de distrito encontram-se recenseados 30 261 eleitores, dos quais 23 são estrangeiros.

Leia o noticiário completo sobre as próximas Eleições Autárquicas em www.diariodoalentejo.pt e na nossa página no Facebook Bloco de Esquerda avança com impugnações às candidaturas de Pulido Valente e João Rocha

Candidaturas do PS e CDU em Beja nas mãos dos tribunais Por exemplo: no caso de Beja, para apresentar uma lista à câmara municipal, seria necessário recolher 1 441 assinaturas de eleitores recenseados no concelho (30 261 eleitores a dividir por três vezes o número de vereadores da câmara). PSD em todos os concelhos Pela primeira vez, em eleições au-

João Rocha e Jorge Pulido Valente Bloco de Esquerda quer impugnar candidaturas da CDU e do PS

Terminou no passado dia 5 o prazo para a apresentação das listas concorrentes às Autárquicas de 29 de setembro. Os trunfos foram lançados pelos partidos e listas de cidadãos, mas a aprovação de alguns candidatos está, em alguns casos, dependente da decisão do Tribunal Constitucional. O Bloco de Esquerda anunciou que vai requerer a impugnação de 11 candidatos em todo o País, dois dos quais em Beja: Jorge Pulido Valente e João Rocha. O mesmo acontece com Vítor Proença, em Alcácer do Sal.

como candidatos à presidência da Câmara de Beja, o processo de aprovação das listas na capital de distrito só deve estar concluído em meados de setembro. O mesmo cenário é previsível em Alcácer do Sal e Évora, onde o BE também apontou baterias contra os candidatos da CDU, respetivamente Vítor Proença e Carlos Pinto de Sá. O primeiro apresenta-se ao sufrágio depois de ter cumprido três mandatos à frente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, enquanto o segundo transita de Montemor-o-Novo para a capital do distrito, após duas décadas como presidente do município vizinho da cidade do templo de Diana.

tárquicas, o PSD consegue apresentar listas em todos os concelhos do distrito de Beja, com a ressalva de Barrancos, em que apenas concorre para a assembleia municipal. O presidente da distrital, Mário Simões, diz que é um sinal “que mostra a vitalidade e responsabilidade da atual estrutura” dirigente laranja baixo-alentejana. O PSD vai a votos em 12 dos 14 concelhos do distrito coligado com o CDS/PP, e sozinho em Serpa e Almodôvar. O Bloco de Esquerda apresenta candidatos à câmara municipal em três concelhos de Beja, e em Santiago do Cacém, e Grândola. Constantino Piçarra e Guida Ascensão, são, respetivamente, cabeça de lista às autarquias de Almodôvar e Serpa. No litoral alentejano, António Nobre concorre em Grândola, João Madeira, em Santiago do Cacém, e Ana Loureiro, em Odemira. Em Santiago do Cacém, o partido liderado por Paulo Portas (CDS/PP) apresenta a candidatura de Mateus Guerreiro à câmara municipal. O Partido Popular não conseguiu fechar listas autónomas em Serpa e em Almodôvar. Até ao fecho desta edição, o “Diário do Alentejo” confirmou candidaturas independentes em Alcácer do Sal (Pedro Paredes), Grândola (Aníbal Cordeiro), Almodôvar (João Palma), Beja (Lopes Guerreiro) e Sines (Marisa Santos). PUB

Texto Aníbal Fernandes Fotos José Ferrolho

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om a entrega das listas, teve início o período de cinco dias em que foi possível tentar impugnar uma candidatura ou pedir a inelegibilidade de um candidato. A lei prevê que, no dia 12, o juiz do tribunal da comarca se pronuncie sobre a regularidade do processo, a autenticidade dos documentos e a elegibilidade dos membros das listas. Em caso de ser apontada alguma falha, os partidos dispõem de três dias para corrigir as irregularidades processuais das candidaturas ou substituir as candidaturas inelegíveis, após o que as listas definitivas serão afixadas pelo tribunal. Os partidos e os movimentos de cidadãos podem, então, reclamar das decisões para o próprio juiz que terá de responder até dia 23, mandando afixar a relação de todas as candidaturas admitidas, no dia 26. Quem não vir aprovadas as suas reclamações ainda pode, até 28 de agosto, recorrer das decisões do juiz da comarca para o Tribunal Constitucional (TC), que, reunido em plenário, no dia 9 de setembro, deliberará definitivamente e comunicará a sua decisão ao juiz respetivo. No caso do TC declarar inelegível algum candidato, ele será substituído pelo nome seguinte da lista.

Bloco impugna Com a impugnação do Bloco de Esquerda (BE) aos nomes de João Rocha (CDU) e Jorge Pulido Valente (PS)

Candidaturas ordenadas Um dia depois de as candidaturas

terem sido apresentadas, os juízes procederam ao sorteio da ordem pela qual os símbolos dos partidos vão aparecer nos boletins de votos. No concelho de Beja a sorte decidiu que o PS aparecerá em primeiro, seguido pela coligação PSD/CDS e pela CDU. A lista de independentes “Por Beja com Todos” fechará o boletim de voto. Lopes Guerreiro, candidato à presidência da Câmara de Beja pela lista de independentes, entregou, segunda-feira de manhã, o processo de candidatura no tribunal da cidade. No entanto, a lista que conta com o apoio do BE, não conseguiu o número de assinaturas necessárias para se apresentar em todas as freguesias do concelho, limitando-se a concorrer às duas uniões de freguesias urbanas, Baleizão, Neves e São Matias. O movimento independente “Por Beja com Todos”, em comunicado, protesta contra “as adversidades de uma democracia que teima em criar barreiras à participação democrática de cidadãos para que possam concorrer às eleições”. Na nota de imprensa, o movimento informa que recolheu “sete por cento de assinaturas do eleitorado de Beja”. A lei prevê que para que um conjunto de cidadão se possa candidatar às eleições autárquicas terá de recolher um número de assinaturas correspondente ao número de eleitores recenseados, a dividir por três vezes o número de membros do órgão local a que se refere a candidatura.

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Diário do Alentejo 9 agosto 2013

JOSÉ SERRANO

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Atual

Estradas de Portugal lança concurso público

10 milhões para a conservação de estradas no distrito

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Estradas de Portugal (EP) lançou o concurso público para a “conservação corrente das estradas que integram a rede rodoviária” sob a sua alçada no distrito de Beja, cujo valor base é de 10 650 000 euros, anunciou na terça-feira, 6, a empresa pública. O concurso visa “a contratação de trabalhos de requalificação e manutenção, no decorrer do triénio 2013 – 2016, a executar nos 1 332 quilómetros de vias e nas 346 obras de arte (pontes, viadutos e outras travessias) que constituem a rede” da EP no distrito, adiantou a empresa em nota de imprensa. Entre as intervenções previstas contamse a requalificação e manutenção de pavimentos, bermas e valetas, passeios, nós, interseções, ilhéus e separadores; reposição e adequação da sinalização e outros equipamentos de proteção e segurança rodoviária; estabilização e conservação de taludes e da

rede de vedação; reparação e manutenção de obras de arte, e diversas atividades ambientais como poda de árvores e limpeza de terrenos adjacentes à plataforma rodoviária. Trata-se de um dos 18 concursos públicos lançados este mês pela Estradas de Portugal, um por distrito, com um valor global base de 141 milhões de euros, e cujo objetivo é “a contratação dos trabalhos de requalificação e manutenção dos mais de 14 mil quilómetros que constituem a rede rodoviária nacional sob sua jurisdição”. A empresa pública recorda também que, de momento, encontra-se em execução o Contrato de Conservação Corrente referente ao triénio 2010-2013, iniciado em agosto de 2010 e no âmbito do qual “foram já executados até junho deste ano, no distrito de Beja, trabalhos no valor de aproximadamente nove milhões de euros”.

PCP já questionou o Governo e APG exige “tomada urgente de medidas”

Comandante da GNR alerta para instalações degradadas

Organismo reuniu-se pela primeira vez

Conselho consultivo da Ulsba

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conselho consultivo da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) fez a sua primeira reunião no passado dia 29 de julho, segundo informou o conselho de administração da Ulsba. O encontro contou com a participação de todos os membros do órgão, “à exceção do representante da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo [Cimbal], que não esteve presente nem se fez representar”, acrescenta a administração da Ulsba, informando que a ata da reunião será oportunamente di-

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vulgada. O conselho consultivo da Ulsba, presidido por Joaquim Machado Caetano, integra o médico Carlos Sousa e a enfermeira Elisabete Bailão, enquanto profissionais designados pela administração, Joaquim Falé Curro, enquanto representante dos trabalhadores, António Marciano Lopes, da Administração Regional de Saúde do Alentejo, José Maria Pós-de-Mina, da Cimbal, e Maria Lisalete Pombeiro, representante da Liga dos Amigos do Hospital José Joaquim Fernandes.

A maioria dos 35 postos da GNR da região precisa de obras, sendo que o quartel de Beja é o que se encontra em piores condições, alertou o responsável pelo Comando Territorial de Beja da GNR, coronel Garrido Gomes, por ocasião do quarto aniversário da unidade.

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Comando Territorial de Beja da GNR comemorou, no passado dia 1, o seu 4.º aniversário, numa cerimónia em que foi dado um alerta para o estado de degradação das instalações dos militares. Segundo o comandante, coronel Garrido Gomes, a maioria dos 35 postos da região precisa de obras de adaptação e remodelação, sendo que o quartel de Beja é o que se encontra em piores condições, requerendo um maior investimento. Numa sessão em que estiveram presentes os deputados eleitos por Beja, Garrido Gomes confessou também que as viaturas de patrulhamento e intervenção são outra preocupação, com os veículos – alguns parados – a acusar o desgaste resultante da dimensão do comando. Contudo, 82 por cento das viaturas estão operacionais, esclareceu. Na sequência da chamada de atenção, o deputado do PCP eleito por Beja, João Ramos, remeteu ao Ministério da Administração Interna (MAI) na passada sexta-feira, dia 2, uma pergunta sobre as instalações da GNR no distrito, “problema”, aliás, por “várias vezes abordado pelo grupo parlamentar do PCP” junto da tutela.

Segundo o parlamentar, o cerne da questão diz respeito ao facto de a sede do comando se encontrar instalada num edifício que é propriedade da Diocese de Beja “e com graves deficiências de manutenção”. Nesse sentido, questiona o Governo no sentido de confirmar se de facto “estão a decorrer conversações entre o MAI e a Diocese de Beja, tendo em vista a requalificação do edifício onde está instalado o Comando Territorial de Beja da GNR”, e de saber se “estão garantidas as condições de financiamento” para a referida intervenção. A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) veio entretanto também a público expressar a sua admiração “pela coragem e sentido de responsabilidade” demonstrados pelo responsável da unidade, coronel Garrido Gomes, que “fez nota das graves carências existentes”, e exigir ao Governo a “tomada urgente de medidas no que toca ao investimento em instalações e meios auto”. A delegação Sul da APG/GNR tem vindo a alertar, desde novembro de 2012, após uma volta ao dispositivo do Comando de Beja e de um ciclo de reuniões com algumas autarquias do distrito, “para a gravidade da degradação e desadequação da maioria das instalações”, tendo mesmo identificado, adianta a estrutura, “locais de serviço sem o mínimo de condições de habitabilidade e dignidade, quer para os profissionais, quer para os cidadãos que acorrem aos serviços da Guarda”. CF


No mês em que se assinala o Dia Internacional da Solidariedade, o município de Aljustrel volta a promover a iniciativa “Agosto Solidário” com o objetivo de contribuir para o banco de alimentos da Loja Social. Assim, a cada terça-feira deste mês (13, 20 e 27) as entradas na Piscina Municipal de Aljustrel são gratuitas, mediante a entrega de um bem alimentar, como arroz, massa, leite, farinha, açúcar, bolachas, óleo e azeite ou ainda conservas, salsichas, feijão, grão e cereais, entre outros.

Assunção Esteves inaugura Feira de Agosto em Grândola A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, preside, no próximo dia 21, pelas 17 e 30 horas, à cerimónia de inauguração da Feira de Agosto, Turismo e Ambiente, uma das mais antigas e maiores feiras francas do País, que se realiza em Grândola até dia 26. O certame, que atraiu à Vila Morena mais de 100 mil visitantes na edição anterior,

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“Agosto Solidário” em Aljustrel a favor da loja social

regressa ao Parque de Feiras e Exposições, com entrada livre, prometendo seis dias de feira franca, expositores, zona do artesanato, mostra de associações e produtos regionais, tasquinhas, festival hípico, tourada, cortejo marialva e um cartaz com grandes nomes da música nacional e internacional. Richie Campbell (dia 23), Gabriel O Pensador (dia 24) e Xutos e Pontapés (dia 26) são os cabeças de cartaz em 2013.

JOSÉ SERRANO

Esteve para ser extinto na nova reforma

Tribunal de Almodôvar mantém-se e estende jurisdição a Castro

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Investigação resulta no registo de uma patente

IPBeja trata resíduos das queijarias Foi aprovada, no último dia 26 de julho, uma patente resultante de um trabalho de investigação no Instituto Politécnico de Beja, que permitirá “que águas residuais de queijarias deixem de ser um problema para o meio ambiente”, divulgou o estabelecimento de ensino.

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patente, com a designação “Tratamento de Águas Residuais da Indústria de Queijo, Mediante Processos em Série de Precipitação Química, Neutralização Natural e Biodegradação Aeróbia”, resulta de uma investigação desenvolvida nos laboratórios da Escola Superior Agrária do IPBeja, no âmbito de uma tese de doutoramento da aluna Ana Rita da Silva Prazeres, em pareceria com a Universidade da Extremadura, e orientada pela professora Fátima Carvalho, do instituto bejense.

A água residual de queijarias, refere o IPBeja em comunicado, é “uma água que apresenta uma elevada carga orgânica, incluindo alto teor de gorduras e salinidade muito elevadas”, e com uma “carga poluente até 30 vezes a da água residual doméstica”, sendo que, devido à ineficácia dos tratamentos atualmente existentes, o que acontece, na maioria das vezes, é “a sua descarga sem tratamento prévio”. Este método, agora registado, permite que “com apenas um reagente, um agitador e o CO2 do ar”, seja possível solucionar o problema das águas residuais de queijarias e “transformar as queijarias em sistemas de Descarga Zero, com produção de dois subprodutos com mais-valias: uma água tratada compatível com a utilização em fertirrega e um corretivo agrícola rico em matéria orgânica, fósforo e azoto”.

Anuário Financeiro dos Municípios

Mértola em 26.º lugar

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Câmara Municipal de Mértola ocupa o 26.º lugar no ranking global dos municípios de pequena dimensão que, nos últimos três anos, tiveram melhor desempenho financeiro, segundo revelam os resultados apresentados no Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, editado pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. Na lista de municípios com maior grau de execução da receita cobrada em relação à receita prevista, em 2011 e 2012, Mértola encontra-se em 13.º lugar, “com uma taxa de execução de 89,4 por cento, em 2012”, sublinha uma nota do município, que dá também conta de um

14.º lugar no que respeita ao ranking dos municípios com menor índice de dívidas a fornecedores relativamente às receitas do ano anterior. “Destacamos, relativamente a este índice, o facto de o município de Mértola ter registado uma evolução crescente em relação aos anos anteriores”, refere ainda a autarquia. Finalmente, na lista dos municípios com menor prazo médio de pagamentos, Mértola está em 33.º lugar, com um prazo de 13 dias. Uma avaliação que, segundo a câmara, é “o reconhecimento do rigor financeiro de Mértola e o resultado do esforço para cumprir as obrigações junto dos munícipes e fornecedores”.

Tribunal de Almodôvar, que esteve amaçado de extinção no âmbito da reforma judiciária, não só vai manter-se, como alargará a sua área geográfica de competências, divulgou o município local no fim da passada semana, mostrando “grande satisfação” pelo acolhimento dado à sua proposta de reorganização do mapa judiciário, que impede assim “o encerramento” do tribunal, “bem como a diminuição das suas valências”. Recorde-se que a proposta apresentada à ministra da Justiça traduz-se “na integração da área geográfica do concelho de Castro Verde na jurisdição e competência territorial de uma secção ou tribunal de competência PUB

genérica a criar em Almodôvar”, refere a câmara, sublinhando que, não só ficam salvaguardados e defendidos os interesses de Almodôvar, como também fortalecida a sua posição. E além disso, conclui, “sem nunca descurar os princípios orientadores adotados no ‘Ensaio para a Reorganização da Estrutura Judiciária’”. Com a extinção proposta em 2012, o que se propunha era a manutenção do Tribunal de Mértola, cuja jurisdição se estenderia à atual comarca de Almodôvar, medida que foi imediatamente “repudiada” pelo município local, tendo em conta o seu “total desajustamento da realidade geográfica, demográfica, económica e social do concelho”.


Diário do Alentejo 9 agosto 2013

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Associação Engenho e Arte comemorou 20 anos

A Engenho e Arte – Associação para a Defesa e Valorização de Messejana comemorou no sábado, dia 3, o seu 20.º aniversário, numa fase em que as suas atenções se viram para o projeto do novo infantário “que esperamos possa tornar-se realidade dentro em breve”, refere a direção da instituição. Criada em 1993 para promover e valorizar o património da vila e da freguesia de Messejana e para dar resposta a necessidades de apoio social, a associação tem desenvolvido a sua atividade principal em torno sobretudo do Centro de Apoio à Pequena Infância (CAPI), nas valências de creche e pré-escolar, apoiando 30 crianças e respetivas famílias.

Festa de São Romão recria ida a banhos

O melhor do interior de Odemira mostra-se em Saboia

Recriar a ida à praia da população que residia nas freguesias rurais e montes do concelho é o grande objetivo da Festa de São Romão, na praia da Costa de Santo André, que começa hoje, sexta-feira, e termina no domingo, 11. Amanhã, sábado, pelas 11 horas, serão recriados os banhos com os elementos do Rancho Folclórico da Queimada (Valinho da Estrada), atividade que se repete no domingo, à mesma hora, a cargo do Rancho Folclórico Ninho de Uma Aldeia, de São Bartolomeu da Serra. Durante os três dias de festa, os participantes podem visitar a exposição temática “Um olhar sobre Santo André”, bem como a exposição e venda de artesanato, frutas e doçarias regionais e a quermesse. As iniciativas decorrem no estacionamento da praia da Costa de Santo André, numa organização da junta de freguesia local, com o apoio da Câmara Municipal de Santiago do Cacém.

O interior do concelho de Odemira vai estar em festa, entre os próximos dias 14 e 18, com mais uma edição da Faces – Feira das Atividades Culturais e Económicas de Saboia. À semelhança das edições anteriores, a Faces contará com dezenas de expositores de várias atividades económicas e uma forte componente de artesanato, com os artífices da zona a mostrar as suas habilidades ao vivo. Será também “um espaço de debate, gastronomia, animação e convívio, com inúmeros espetáculos musicais, com especial relevo para a música tradicional”, revela a organização, a cargo da Associação Humanitária D. Ana Pacheco de Saboia, em parceria com a Comissão Fabriqueira da Igreja Paroquial de Saboia e o Saboia Atlético Clube, e com os apoios do município de Odemira e Junta de Freguesia de Saboia, entre outras entidades locais. A inauguração oficial está agendada para as 19 horas da próxima quinta-feira, dia 15.

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Em Castro Verde, explorou-se uma mina de barite, quase desconhecida

Memórias da Mina de São Sebastião Poucos hoje saberão mas no espaço onde anualmente se realiza, em Castro Verde, a Feira de São Sebastião ou do Pau Roxo, existiu uma mina de bário, ou barite, uma das primeiras explorações do género em Portugal cuja memória começa agora a ser resgatada. Memórias de uma Mina – Rossio de São Sebastião (Castro Verde), publicado recentemente, é um “primeiro contributo” nesse sentido, explica o autor, Miguel Rego.

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caba de ser publicado, numa edição da Câmara Municipal de Castro Verde e da Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo (Adral), o livro Memórias de uma Mina – Rossio de São Sebastião (Castro Verde), considerado o “primeiro contributo para a construção da história” desta que terá sido uma das primeiras explorações de barite em Portugal e que jaz hoje sob o terreiro onde, anualmente, a 20 de janeiro, se realiza a Feira de São Sebastião ou do Pau Roxo, nos arredores de Castro Verde. O estudo, da autoria de Miguel Rego, diretor do Museu da Ruralidade, em Entradas, insere-se no âmbito da participação da autarquia de Castro Verde no Projeto de Cooperação Transnacional Atlanterra, integrado no Programa Operacional de Cooperação Transnacional Espaço Atlântico 2007-2013, que envolveu igualmente os municípios de Grândola, Mértola, Aljustrel e Almodôvar, bem como a Adral e o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG). A escolha deste pequeno filão, cujo primeiro

registo oficial data de 1867, num território onde predominam as grandes minas e, na maioria, de pirite ou manganês, prende-se, em primeiro lugar, justifica o autor, com a “necessidade urgente de evocação da memória e de questionamento da história”, quando a maioria dos chamados “atores” da mina já desapareceu, levando consigo, sem registo, a sua parte da história. A segunda razão tem a ver com o “desconhecimento da existência da mina de São Sebastião”, já que, adianta Miguel Rego, “poucos são os cidadãos que sabem que a atividade mineira é de há muitas centenas de anos a esta parte, para não dizer milhares, uma realidade do concelho de Castro Verde, que não se iniciou com o projeto de Neves-Corvo, no início dos anos 80 do século passado”. Por último, Miguel Rego justifica o trabalho como um desafio que lança a historiadores, investigadores e museólogos, para que procurem “conciliar a memória oral com os documentos arquivados e inventariados”, sem descurar o necessário trabalho de dinamização e divulgação. O livro reúne, assim, sete entrevistas com homens que trabalharam na Mina de São Sebastião em vários períodos da vida, mas sobretudo durante a infância e adolescência, e vai também beber à documentação existente no Arquivo Histórico Municipal de Castro Verde e nos arquivos do LNEG. “Lado a lado, a memória oral e o documento escrito. Não em confronto, mas complementando-se”, resume o autor, adiantando que este é também o “esqueleto” de uma exposição a inaugurar no Museu da Ruralidade, em Entradas. CF


O Piense Sporting Clube, um dos representantes da AF Beja na 1.ª Eliminatória da Taça de Portugal, fará a apresentação do plantel 2013/14 aos seus associados, no próximo dia 31, pelas 17 horas, num jogo de caráter particular frente aos Oriolenses.

PLANTEL 2013/2014

Desporto

Guarda-redes Marco Hortense João Sousa Duarte Guerreiro

Núcleo Sportinguista de Moura elegeu órgãos

Defesas Rodrigo Revés Pedro Pacheco Nuno Guerreiro (exRosairense) Bruno Fernandes Paulo Sequeira Nelson Rocha

O Núcleo Sportinguista de Moura elegeu os órgãos sociais para o novo mandato, reconduzindo Francisco Cravo na presidência da assembleia-geral e Francisco Manta na direção, enquanto o conselho fiscal passou a ser presidido José Antelmo Serrado. O núcleo mourense mantém atividade regular nas modalidades de atletismo, futsal, pesca desportiva e natação.

Daniel Sequeira Médios André Martins Ruben Vaz Jorge Pereira Filipe Venâncio André Vaz (ex-São Marcos),

Ricardo Nogueira Nelson Horta (ex-Rosairense) Avançados Mário Saleiro Luís Barradas Jorge Batista André Dias

13 Diário do Alentejo 9 agosto 2013

Piense apresenta-se a 31 de agosto

João Pacheco (ex-Rosairense) Miguel Ferreira (ex-Imortal) Fábio (ex-Almodovarense) Treinador David Guerreiro

Clube Desportivo de Almodôvar Plantel para a época 2013/2014

Almodôvar promete um futebol bonito e sem esquemas superdefensivos

A confiança mora em Almodôvar O Almodôvar promete uma boa temporada. Futebol espetáculo, golos e a constante procura por vitórias. O treinador assume que, transmitindo confiança ao grupo, incorpora a determinação que atrairá o sucesso. Texto e foto Firmino Paixão

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avid Guerreiro, treinador do Almodôvar e um dos protagonistas desta história inédita que está a ser lavrada nos pergaminhos do clube fundado em 1981, enfrenta a prova com expetativas moderadamente positivas, justificando que “há sempre algumas reticências, vamos entrar num campeonato nacional, uma competição inédita na história do clube, mas vamos com ambição de darmos o nosso melhor em todos os jogos e tentarmos fazer um campeonato que honre a nossa camisola” e avisa que “vamos sem qualquer pressão, tudo o que vier será uma boa aprendizagem, mas entraremos em todos os jogos para ganhar, como tem sido hábito nas equipas onde tenho estado”. Afinal, trata-

se de um ano de estreias, o campeonato, o clube e o técnico. “Como treinador é a estreia mas como jogador já tive a felicidade a este nível. Será um campeonato que nos obrigará a crescer e a tentarmos, dentro do nosso amadorismo, sermos o mais profissionais possível”, refere David Guerreiro. Satisfeito com o desempenho da equipa nos ensaios já realizados, David lembra que “esses jogos valem o que valem, mas fiquei satisfeito, não tanto pelos resultados, mas pelos níveis físicos e a qualidade de jogo que a equipa já mostrou”. O plantel foi reforçado em pontos estratégicos, está praticamente fechado e “se, entretanto, aparecer uma oportunidade fora do normal, naturalmente que aproveitaremos”. O treinador acrescenta que “temos uma equipa com base em jogadores do distrital; se lá competíssemos garanto que seríamos novamente candidatos ao título”, no entanto, refere que tem a noção que vai “para uma prova nacional com uma equipa jovem e inexperiente, mas isso não me faz recear nada, porque a motivação dos atletas às vezes prevalece sobre es-

ses fatores”. A questão fundamental, lembra David Guerreiro, é que “não queríamos que esta promoção hipotecasse o futuro do clube, não queríamos que o Almodôvar durasse apenas mais um ano, mas que continue a sua política de formação. Quando assim é, temos que abdicar de ir buscar este, ou aquele, jogador que, teoricamente, tivesse mais qualidade, contratando reforços dentro da filosofia e do perfil que identificamos, quer como homem, quer como jogador, é essa a preocupação que nos orienta”. Os objetivos estão perfeitamente identificados: “passam apenas por garantirmos a manutenção, não seremos candidatos à descida apesar de sabermos que, teoricamente, seremos a equipa menos conceituada da série, mas não é isso que nos amedronta”. A estreia é com o Ferreiras, um emblema que já representou e que diz ser “um clube bastante organizado, bem orientado, uma equipa que está junta há algum tempo e que tem muita qualidade”. Na segunda ronda virá o derby com o Moura, assim comentado pelo treinador: “É

um jogo muito apetecível, o Moura anda há alguns anos nos nacionais, é uma equipa forte, temos que encarar esse jogo com a máxima seriedade, mas não temos nada a provar a ninguém, temos só que mostrar a nós próprios que temos qualidade para este patamar e que podem contar com o Almodôvar para jogar sempre futebol de ataque, bonito, futebol com golos, sem estarmos fechados na grande área como, provavelmente, esperarão”. Quanto ao adversário da Taça (Ninense), “é bom jogar em casa, para evitarmos uma viagem de quinhentos e tal quilómetros, é um adversário desconhecido, mas será um jogo a eliminar e tentaremos chegar o mais longe possível”. Um momento histórico Confiança é

também o sentimento de Fernando Palma, presidente do clube, expressa na afirmação de que “atendendo ao que tem sido este início de temporada e ao realismo dos nossos objetivos desportivos, a confiança reina nas hostes almodovarenses, no sentido em que acreditamos num bom desempenho”. Sobre a moderação do orçamento, o dirigente afirmou

que “outra coisa não poderia acontecer, temos a noção plena de que para fazer face às exigências financeiras da nossa participação neste campeonato houve necessidade de fazermos um esforço adicional em termos orçamentais. Definimos esse valor mínimo aceitável para podermos pôr em prática uma estrutura e um plantel e é com essa lógica moderada, e prudente, que vamos encarar a época desportiva”. Fernando Palma pediu ao grupo de trabalho “muita motivação e uma grande vontade em representar as cores do Almodôvar, e que esse trabalho e essa forma de estar possam trazer alguns resultados positivos, que permitam dignificar o clube, o concelho e a região e, em certa medida, tentarmos a melhor classificação possível”. Sobre o momento histórico que o clube vive, lembrou que “é uma boa oportunidade para todos os que estão envolvidos neste projeto, também para a massa associativa desfrutar de um campeonato competitivo, certamente superior ao que estávamos habituados, e, por isso, também, um momento de grande satisfação para todos”.


Diário do Alentejo 9 agosto 2013

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Europeu de Minigolfe em Portel

O Campeonato da Europa de Juniores de Minigolfe decorre em Portel até ao próximo sábado, com a participação de 11 equipas representativas de Portugal, Suécia, Eslováquia, Áustria, Dinamarca, Finlândia, Grã Bretanha, Rússia, Suíça e Alemanha. A competição decorre no Parque de Minigolfe de Portel.

Ana Cabecinha em Moscovo A marchadora alentejana Ana Cabecinha integra a seleção nacional que competirá nos Campeonatos do Mundo de Atletismo, que se realizam entre os próximos dias 10 e 18, na cidade de Moscovo. Ana Cabecinha participará na prova de 20 quilómetros de Marcha Atlética.

Almodôvar e Ferreiras Jogam na 1.ª jornada do Campeonato Nacional de Seniores

Moura Atlético Clube Tem maior experiência competitiva nos nacionais

Faltam 15 dias para o arranque do Campeonato Nacional de Seniores

Seja bem-vindo, senhor futebol O histórico Moura e o recruta Almodôvar afinam pontaria para a estreia do Campeonato Nacional de Seniores, terceiro patamar competitivo do futebol português e primeiro não profissional, embora seja apelidada de antiga segunda divisão. Texto e fotos Firmino Paixão

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Aljustrelense, Castrense e Piense, as restantes equipas do distrito de Beja que disputam provas nacionais, nomeadamente a Taça de Portugal, prova onde se inscreve também a participação de outras formações da região, têm o regresso planeado para os próximos dias. Conhecidos os adversários, olhemos para os emblemas e os prováveis índices de dificuldade que os mesmos, previsivelmente, poderão oferecer às equipas transtaganas. Vejamos já a Taça de Portugal, troféu de que o Vitória de Guimarães é atual detentor, mas cuja primeira edição se disputou na longínqua época de 1938/39, com o triunfo da Académica de Coimbra. A 1.ª eliminatória da Taça disputa-se no dia 1 de setembro, com jogos a partir das 16 horas, e nela participam todas as equipas do Campeonato Nacional de Seniores (80 clubes), os vencedores das taças distritais e regionais da época anterior (18 clubes) e os

primeiros classificados da fase de despromoção da extinta 3.ª Divisão Nacional (25 clubes). Ou seja, naquilo que nos diz respeito, o Moura, Almodôvar, Piense, Aljustrelense e o Castrense. Quis o sorteio que, entre as 35 equipas isentas desta fase preliminar, se incluísse o Piense, o vencedor da Taça Distrito de Beja, conjuntamente com outros alentejanos: Juventude de Évora, O Grandolense, União de Montemor e os Oriolenses. A 1.ª Eliminatória terá 44 jogos, entre eles, Sousense-Moura, Almodôvar-Ninense, Aljustrelense-Casa Pia e Vila Cortez-Castrense. Duas equipas jogarão em casa e duas terão deslocações de médio/longo curso, indiciando que a filosofia de regionalização no Campeonato Nacional de Seniores (CNS) não se aplicou à Taça de Portugal, onde os clubes entraram todos no mesmo saco, sem preocupações de racionalização dos recursos financeiros. O Moura é uma das equipas que terá que viajar, e fá-lo-á para a localidade de Jancido/Gondomar, sede da União Desportiva Sousense, formação do mesmo escalão competitivo, que na época passada foi 7.ª classificada na Zona Centro no Nacional da 2.ª Divisão B. O Castrense é o segundo viajante, com deslocação para Vila Cortez do Mondego, freguesia do concelho da Guarda, clube que foi vencedor da taça distrital e 4.º

classificado do campeonato regional. Quanto aos anfitriões, temos o Desportivo de Almodôvar, estreante absoluto em competições nacionais, a receber a Associação Desportiva Ninense, oriunda de Nine/Famalicão, campeão distrital da AF Braga em 2012/2013, que competirá esta época na Série A do CNS. Finalmente, o Mineiro Aljustrelense terá em sua casa o histórico e conhecido Casa Pia, equipa que na época passada se classificou no 9.º lugar da Zona Sul da 2.ª Divisão B. Mas a participação de equipas alentejanas não se restringe apenas ao distrito de Beja, pelo que temos ainda os seguintes jogos em que intervêm clubes da região: O Elvas-Barreirense; Atlético de Reguengos-Varzim e GafetenseVianense. Veremos quem sobrevive e disputará a 2.ª eliminatória já agendada para o dia 22 de setembro próximo. Campeonato Nacional de Seniores

Passemos ao Ca mpeonato Nacional de Seniores, competição cuja 1.ª fase começará dentro de 15 dias e será disputada por 80 equipas, enquadradas em oito séries de 10, com um calendário de 18 jornadas. Como já se disse, aqui e noutras ocasiões, Moura e Almodôvar (incluídas na Série H) são duas das quatro equipas alentejanas em prova, a par do União de Montemor (Série H) e de O Elvas (Série G). Os Oriolenses,

campeões distritais da AF Évora, renunciaram à sua presença na prova (substituídos pelo Perafita/ Porto), mantendo-se, tão-só, na Taça de Portugal, enquanto vencedores da Taça Distrito de Évora. As duas primeiras equipas de cada uma das oito séries disputarão a 2.ª fase (a partir de 16/2/2014), repartidas em duas séries de oito clubes, com jogos a duas voltas. Os vencedores de cada série, logo promovidos à 2.ª Liga, disputarão o título nacional, os segundos classificados jogarão entre si, em duas mãos, para encontrarem a terceira equipa a subir ao escalão superior. As equipas que se classificarem do 3.º ao 8.º lugares agrupar-se-ão em oito séries, com oito equipas, sendo imediatamente despromovidas aos regionais as que terminarem esta fase nos últimos dois lugares (7.º/8.º) enquanto os 6.ºs classificados jogarão uma derradeira eliminatória (a duas mãos) para despromover mais quatro clubes. As equipas da Série H dispensam apresentações. O grupo inclui emblemas sobejamente conhecidos e até alguns históricos, pelo que deixamos apenas nota dos jogos da primeira jornada e o destaque para o dérbi entre o Moura e o Almodôvar marcado para a 2.ª ronda (8/9). 1.ª Jornada (25/8): União de Montemor-Louletano; Almodôvar-Ferreiras; Barreirense-Moura; Esperança Lagos-Cova Piedade; Pinhalnovense-Quarteirense.

Atlético Aldenovense José Saúde

Depois de uma fase algo incerta, colocando-se em causa a constituição de uma lista para honrar a continuidade da histórica coletividade da AF Beja, eis que na terra soou o toque a rebate e o pressuposto problema entretanto deparado foi, de facto, ultrapassado. Neste contexto, é minimamente aceitável que conjeturemos o velho adágio popular que a união faz a força, resultando desse esforço conjunto da família do Clube Atlético Aldenovense merecidas convicções. Conhecendo a realidade, assim como a forma semântica pela qual a agremiação se afirmou no universo desportivo regional, jamais ousei admitir que em Vila Nova de São Bento não surgisse à estampa um leque de homens da bola para levarem a Carta a Garcia e reporem a ordem diretiva num emblema com história. Afirmo, agora, que o novo elenco tem como presidente da direção José Quaresma, conhecido vulgarmente pelo Zé Algarvio, antigo jogador do Atlético, sendo coadjuvado por dirigentes que conhecem a fundo a realidade do clube. A metodologia de trabalho avançada pelo elenco diretivo, época 2013/2014, passará, sobretudo, pelo regresso às origens, ou seja, à mística, ressalvando-se no essencial a aposta em jogadores da formação, prata da casa, que preencherão o palanque do plantel sénior. É óbvio que o futebol juvenil está salvaguardado, sendo que a prioridade da equipa principal se enquadrará com a certeza verificada. Louvo a filosofia assumida pelos exequíveis dirigentes que arregaçaram as mãos a um trabalho que se apresenta árduo, mas que selaram fileiras em defesa do seu Atlético. O problema do impasse está superado, a direção já trabalha e os objetivos subsequentes explicitamente ponderados. Resta sensibilizar o povo que o trabalho feito pelos anteriores dirigentes merece, também, justos aplausos. Todos foram, são e serão executáveis mensageiros de um clube que jamais se afastou da sua verdadeira dimensão.


A edição de 2013 da Volta a Portugal em Bicicleta, edição comemorativa das “bodas de diamante” da prova, está na estrada desde a passada quarta-feira e prolonga-se até dia 18, com um percurso de 10 etapas entre Lisboa e Viseu, que não inclui as regiões do Alentejo e Algarve. Iniciaram a prova cerca de 160 ciclistas de 17 equipas.

Cicloturismo em Santa Vitória

3.ª Divisão de Futsal O Campeonato Nacional da 3.ª Divisão em Futsal, prova em que vão competir as equipas alentejanas do Baronia, Independentes de Sines e Alcáçovas, inicia-se a 28 de setembro e a ronda inaugural terá os seguintes jogos: Alcáçovas-Baronia e Independentes-Sonâmbulos.

Realiza-se no próximo dia 25, em Santa Vitória, o 2.º Passeio de Cicloturismo “Ilídio do Rosário”, prova que evoca a memória do antigo ciclista natural da freguesia. O passeio, organizado pela Associação Ciclo Crescente, tem um percurso com a extensão de 55 quilómetros e partida às 9 horas.

15 Diário do Alentejo 9 agosto 2013

Volta a Portugal em Bicicleta

Nacional de Iniciados O Odemirense e o Despertar já conhecem os seus adversários para o Campeonato Nacional de Iniciados, competição que vai ter a primeira jornada a 1 de setembro, com os jogos Odemirense-Esperança de Lagos e Despertar-São Luís.

O Clube Atlético Operário merece apoio e carinho para o seu projeto

Andamos de trouxa às costas O Centro Popular de Trabalhadores – Clube Atlético Operário nasceu em 1974, embalado pelo espírito da Revolução de Abril. Mais do que um polo de associativismo, o clube tem uma missão junto do agregado populacional mais ocidental da cidade – o bairro do Pelame. Texto e foto Firmino Paixão

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ma sede modesta, acol hedora e f unciona l, onde o convívio é fraterno e maior o desejo de afirmação de uma coletividade que pretende consolidar o seu estatuto no universo associativo do concelho. O bar refresca a mente, na parede da sala de convívio a foto dos fundadores retrata a memória do que foram os tempos em que aproveitavam os intervalos das suas atividades de operariado para se reu-

nirem no campo do Seminário a jogarem futebol e a cantarem o seu Alentejo. O bairrismo está latente, mas a população não ultrapassará mais do que o meio milhar de almas, mesmo depois das novas construções. Um quilómetro exato abaixo da ponte sobre o caminho de ferro, uma estrada térrea e estreita leva-nos à sede do Operário. Hoje existem outros caminhos, mas este é o mais direto, além da alternativa pedonal de atravessamento da linha que serve de fronteira entre as denominadas Alcaçarias e o Pelame. O espaço social foi cedido pelo município. Amplo e multifuncional, inclui um espaço de terra batida delimitado por duas balizas, onde os miúdos ensaiam lances e aperfeiçoam técnicas. Está ali quase tudo para um polidesportivo, falta o olhar e a vontade de quem decide e pode executar. Os anfitriões foram Nuno

Estevens, presidente do clube, Luís Lebre, responsável pela área desportiva, e António Azedo, um dos fundadores do Operário, que lembrou outros parceiros que puseram a obra de pé, como os irmãos Lobo, o Lemos, o Freitas, Zé Barata, Zé Ga landinho, Monteiro, Rodrigues, Francisco Azedo, o Casaca, enfim, todos eles operários empreendedores de uma obra que ainda hoje perdura, albergando 118 associados e oferecendo prática desportiva a cerca de duas dezenas de jovens atletas, numa função social que Nuno Estevens considera “extremamente importante porque promove uma boa interação entre os miúdos, permitindo que convivam e desenvolvam as suas competências desportivas e humanas”. O dirigente assume que “somos verdadeiramente um clube de bairro, uma coletividade onde se respira muito bairrismo, não se fecha

Clube Atlético Operário António Azedo, fundador, Nuno Estevens, presidente, e Luís Lebre, coordenador desportivo

a porta a ninguém, mas a nossa atividade é, essencialmente, dirigida às pessoas deste bairro e é com elas que temos desenvolvido o clube”. Estevens explica que as maiores dificuldades “são as limitações financeiras para a nossa logística; temos duas carrinhas que já não são novas e precisam de alguns arranjos, é a manutenção, são os seguros, uma panóplia de encargos que não para de aumentar”. Os apoios, revela “são escassos, menores que as dificuldades. Temos a exploração do bar que é a única receita fixa, e os apoios institucionais, entre eles o do município”. O futebol é, de momento, a única prática desportiva do clube, formando sem olhar a resultados. “O importante é oferecermos a possibilidade dos miúdos praticarem desporto e promover o seu desenvolvimento enquanto atletas e homens”, assegura. O Clube Atlético Operário

passou por um período de inatividade e em 2003 foi reativado, lembra Luís Lebre, o diretor desportivo e treinador dos miúdos. Nessa altura “andámos alguns anos com uma equipa sénior a jogar no Campeonato do Inatel, mas isso era financeiramente incompatível com os nossos recursos, porque treinávamos no bairro da Conceição e tínhamos que pagar a taxa de ocupação do campo (27 euros hora/dia e 40 euros hora/noite), eram valores insuportáveis para as nossas disponibilidades e terminámos essa atividade”. Viraram-se então para a formação, constituindo uma equipa de Infantis a competir na AF Beja, mas o treinador sublinha que “atualmente não temos miúdos que cheguem para uma equipa; temos uma campanha de captação aberta por toda a cidade, para ver se conseguimos recrutar alguns jogadores. Trabalhar com os miúdos a custo zero, não cobramos rigorosamente nada, damos todas as condições, pagamos inscrições, seguros, equipamentos, almoçam connosco, sem qualquer encargo para os pais, a quem agradecemos a confiança que depositam em nós para cuidarmos dos seus filhos e proporcionar-lhes uma prática desportiva”. Um espaço para dinamizarem a atividade é uma das prioridades, porque, acentua Luís Lebre, “é difícil andarmos com a trouxa às costas, é quase uma vida de caracol, nunca sabemos se podemos treinar, estamos muito condicionados à disponibilidade dos espaços e à meteorologia”. E é por isso que confessa: “os miúdos são os verdadeiros campeões; embora os resultados sejam negativos, é uma alegria ver a garra e a forma como sentem a camisola do clube e o orgulho de aqui jogarem”. Razões de sobra para o fundador, António Azedo, sentir “um orgulho enorme do Clube Atlético Operário”. “Valeu a pena termos fundado este clube, infelizmente, nem todos os fundadores continuam entre nós, mas a continuidade desta obra é, também, uma homenagem à sua memória”, conclui.


16 Diário do Alentejo 9 agosto 2013

“O nosso grande problema é conseguir todos os meses assegurar que temos dinheiro para pagar as despesas. Nós queremos ou tentamos salvar todos os animais”. Ana Monteiro

Reportagem

Abandono de cães aumenta com crise e férias de verão

A luta diária do Cantinho dos Animais O Cantinho dos Animais de Beja, uma associação sem fins lucrativos criada em 1998 com a missão de “ajudar animais abandonados, perdi-

D

epois de dois anos a viver no canil do Cantinho dos Animais de Beja, e de uma primeira tentativa de adoção falhada, Rodinhas, um cão de médio porte e ar pachorrento, parte no próximo dia 31, rumo à Suécia, onde tem uma nova família à sua espera. Os irmãos Olie e Trevo de um ano, que foram deixados ao abandono com poucos meses de idade, e Paloma, uma cadela adulta que entrou no canil em 2011, seguirão também dentro de pouco tempo para aquele país nórdico. Estas são apenas algumas estórias de adoção com “final feliz” que permitem à associação sem fins lucrativos manter, nos últimos anos, “um número mais ou menos estável” de “inquilinos” – embora “elevado” –, levando a que haja um equilíbrio “entre as entradas e as saídas”. “Embora haja muitos animais que são abandonados e que acabamos por recolher, também temos, felizmente, bastantes adoções”, diz a presidente da associação. As adoções para a Suécia, e também para a Alemanha e Itália, que representam “35 a 40 por cento do total de adoções”, são feitas por intermédio de associações de animais dos referidos países, que colaboram há anos com o Cantinho dos Animais. Em território nacional, a maior parte dos cães é adotada por famílias “de Beja e redondezas”. No ano passado foram adotados, no total, mais de 130 animais. O Cantinho dos Animais de Beja, que está instalado num espaço cedido pela câmara municipal, tem atualmente 100 cães no canil e 15 em famílias de acolhimento temporário. O ideal, afirma Ana Monteiro, “seria 75 no canil”. Apesar do número elevado de animais acolhidos, número esse que tem tendência para aumentar nos meses que antecedem as férias de verão, a jovem presidente garante que os animais “estão confortáveis”: “Diria que já temos alguns animais a mais para a qualidade que gostaríamos, mas também não é uma lotação que possamos dizer que os animais não estão confortáveis”, diz, frisando que “há dois meses apareceram vários cachorros pela cidade e ao portão do Cantinho e, também, muitos pedidos de ajuda”. Ana Monteiro aponta como possíveis razões para esse aumento as férias de verão e, também, as dificuldades económicas das famílias: “O verão é sempre um período em que as pessoas se esquecem que têm de arranjar uma solução para os animais que têm [e que não podem levar consigo]. Depois é também pela crise que agora estamos a atravessar, se bem que

dos, maltratados ou indesejados pelos donos”, tem atualmente 100 cães no canil e 15 em famílias de acolhimento temporário. Um número “elevado”, com tendência para aumentar nos meses que antecedem as férias de verão, mas que se tem mantido “mais ou menos estável” devido às adoções. Entre 35 a 40 por cento dos cães são adotados por famílias suecas, alemãs e italianas. Rodinhas, Olie, Trevo e Paloma são os próximos a seguir viagem. Texto Nélia Pedrosa Fotos José Ferrolho

há pessoas que fazem tudo por tudo para conseguirem manter os seus animais e nós, por vezes, tentamos também ajudar, dentro das nossas possibilidades, algumas pessoas que têm dificuldades. Alguma ajuda a nível de veterinários e alimentação. Há um hipermercado de Beja que nós dá algumas sacas de ração de quebras – ração que não pode vender porque as sacas estão rasgadas ou porque estão quase fora de prazo – e nós temos duas ou três pessoas a quem damos apoio. Temos pouco mas há quem tenha ainda menos”. Cães são “atirados por cima do portão” da associação A esmagadora maioria dos ani-

mais a cargo do Cantinho dos Animais é encontrada na rua, ao abandono, às vezes pelos próprios voluntários da associação. Em menor número são deixados “atados” na vedação do antigo canil municipal, paredes meias com a associação, ou “atirados por cima do portão”. Menos frequente, “porque o abandono é crime [coima pode ir de 500 a 3 740 euros] e as pessoas têm um pouco de pudor”, realça a dirigente, são os casos em que os donos batem à porta para entregarem os cães em mão, “uma solução ainda assim muito mais aceitável do que abandonar o animal num sítio qualquer”, acrescenta. Neste último caso, “a não ser que seja uma situação mesmo urgente”, o Cantinho pede ao dono que “aguente algum tempo”, enquanto tenta arranjar uma nova família. Alguns destes donos tentam entregar “companheiros de uma vida inteiro”, porque já “estão velhos” e pensam que a associação “pode eutanasiá-los ou ajudar de outra forma”, conta Ana Monteiro. “A verdade é que nós lutamos todos os dias para ajudar aqueles que não têm ninguém. Mas em alguns casos acabamos por os aceitar”, continua a presidente, reforçando que as “prioridades são os cães que estão abandonados e que, à partida, não têm ninguém, ou que estão feridos, num estado de magreza extrema ou com excesso de parasitas. Esses não podemos recusar de maneira nenhuma”. E ultimamente são muitos os casos graves que têm surgido, o que aumenta significativamente as despesas mensais fixas – em média gastam 800 euros em alimentação e 1 000 a 2 000 em “vacinações, esterilizações, desparasitantes, medicamentos”. “Temos vários casos complicados. Mas neste momento temos três contas elevadas para pagar nos veterinários: uma cachorra, a Estrelinha, que está internada em Lisboa.


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Foi-lhe diagnosticado um traumatismo craniano e foi operada, e se calhar a conta será de 600 ou 700 euros. Outro caso foi um cão de caça, o Nico, que também já estava num estado muito debilitado, mas não conseguiram descobri o que era. Ainda foi para Lisboa para ver se era um problema neurológico, mas tivemos que optar por eutanasiá-lo porque não tinha hipóteses de se salvar. E um outro é o Simanito, um cão que estava há cerca de um ano no canil e que, de repente, começou a ter um comportamento algo estranho nos movimentos. Foi internado em Lisboa e, embora não se tenha chegado bem à conclusão do que tem, já está melhor e está agora numa família de acolhimento, em Beja”. Facebook ajuda a angariar donativos Nestes

casos mais problemáticos, a rede social Facebook acaba por revelar-se uma preciosa ajuda. A associação opta por fazer peditórios para “casos concretos”, colocando a fotografia do animal e apresentando “o orçamento do veterinário”. “As pessoas assim dão porque sabem para o que é. É mais fácil do que pedir dinheiro em geral para a associação”, diz Ana Monteiro. A Estrelinha, por exemplo, já tem uma página própria no Facebook – Ajuda para a Estrelinha – com atualizações sobre o seu estado de saúde. Através do Facebook a associação também consegue “adotantes” e “famílias de acolhimento temporário para casos de animais que estiveram internados e que precisam de uma assistência diferente”. O Cantinho desenvolve ainda algumas campanhas de recolha de donativos e de adoção em superfícies comerciais da cidade, “quando tem voluntários disponíveis”, e na Ovibeja; e promove o Concurso de Cães de Raça Indefinida no primeiro sábado a seguir ao Dia Mundial do Animal – que se assinala a 4 de outubro. Conta também com as quotas dos associados (20 euros por ano), sendo que “pagantes serão cerca de 550”; com os apoios dos apadrinhadores (são cerca de 30, que contribuem com um valor mensal destinado a um cão em específico); com as vendas efetuadas “numa espécie de loja on line” que disponibiliza artigos confecionados pelas voluntárias; e, mais recentemente, com donativos provenientes de uma campanha de venda de tomate promovida pela Acer Campestre – Agricultura e Consultoria. A associação tem ainda acordos estabelecidos “com alguns veterinários da cidade, uma farmácia e uma loja de venda de produtos veterinários”, que fazem “algumas reduções nos preços praticados”. Ideias para angariar dinheiro para o Cantinho não faltam, assegura a presidente da associação. Faltam sim voluntários (ver caixa). “O nosso grande problema é conseguir todos os meses assegurar que temos dinheiro para pagar as despesas. Nós queremos ou tentamos salvar todos os animais”, desabafa.

Adoção responsável Os cachorros e cães

Voluntários precisam-se

O

Cantinho dos Animais de Beja conta atualmente com “15 voluntários ativos”, que se repartem por várias tarefas, entre alimentação dos cães, administração de medicação, idas ao veterinário, limpeza do canil, recolha de cães abandonados, gestão da rede social Facebook e dos associados, divulgação dos animais do canil e de outros, participação em campanhas e organização de eventos e produção de material para venda. Carlos Maia é o voluntário com mais anos de casa: 13. “O que me fez ser voluntário é a paixão por animais”, afirma, adiantando que é chocante ver os “animais atados à rede [junto ao portão da associação]” e “ter de levá-los ao veterinário, às vezes em péssimo estado”: “Como estou aqui há 13 anos já vi muita coisa. Isto é uma luta constante, já pensei em desistir várias vezes, mas isto para mim é um vício”. O alemão Siegfried Krauss, há 30 anos a viver em Beja e voluntário no Cantinho há mais de dois, diz, por sua vez, que chegou à associação por intermédio de outro voluntário. “Vai-se começando, vai-se fazendo mais, até se estar tão dentro que já não se consegue sair”, refere, lamentando “a indiferença” com que as pessoas tratam os animais, tentando livrar-se “de cães que, entre aspas, já não são capazes”: “Para quem está dentro disso, que gosta de cães, ver as pessoas tratar [os animais] como coisas, sem valor, é o que mais choca”. Apesar disso, Siegfried Krauss considera que se tem vindo a assistir, em Portugal, “a uma grande melhoria”: “Faz tudo parte de uma grande campanha de várias associações, os telejornais falam disso, o Facebook é uma grande ajuda, a situação está melhorando mas não está perfeita, longe disso. Continua a haver cães abandonados, maus tratos animais, mas vai melhorando”. “Já tivemos mais voluntários ativos, mas as pessoas, por motivos pessoais ou porque estão cá a estudar e quando acabam o curso vão embora”, deixam a associação, diz Ana Monteiro. Por isso deixa o apelo: para além dos donativos “que fazem sempre falta”, são bem-vindos alguns voluntários, ainda que tenham “só um tempinho”, para ajudar “nas atividades fixas” da associação ou então para “receberem algum cão em família de acolhimento temporário”.NP

de porte pequeno são os mais procurados para adoção junto do Cantinho dos Animais, devido à ideia, “errada” frisa Ana Monteiro, “de que um cachorro é mais fácil de educar do que um cão adulto”, quando “um cão adulto pode ser educado tal e qual como um cachorro, desde que tenha o treino adequado”, explica. Mas um cachorro “não é fácil de manter”, alerta a dirigente, adiantando que “nem toda agente tem paciência para um cachorro”: “Há pessoas que acabam até por devolver os cães passado algum tempo, porque roeu qualquer coisa, porque estraga ou porque faz chichi, não tendo a noção da responsabilidade que é ter um cachorro”. Os de grande porte são por vezes escolhidos “para montes, para cão de guarda”. Os de médio porte e com mais idade acabam “por se manter mais tempo no canil”, mas, em situação alguma, são vistos como “casos perdidos”, assegura Ana Monteiro. “Nós temos cães que sabemos que são muito difíceis de adotar, mas nunca serão eutanasiados só por isso. Até porque já tivemos cães cegos, cães com graves problemas de saúde e que foram adotados. Sabemos que, embora seja difícil, não é impossível e então não desistimos desses casos”. Ainda “há relativamente pouco tempo” foi adotado “um cão que tinha 14 anos”, o que deixou os voluntários felicíssimos. “[As pessoas que fazem estas adoções] sabem que aquele cão não vai viver assim tantos anos, mas, por outro lado, sabem que estão a dar uma oportunidade àquele animal de ter um final de vida como deve ser”, salienta a dirigente. O processo de adoção de um cão à guarda do Cantinho dos Animais tem início com o preenchimento de um questionário, em que são solicitadas algumas informações sobre a futura família. Após a adoção, segue-se um período de adaptação e visitas domiciliárias, “para ver em que condições é que está o cão”. Embora mais raras, “há situações que não correm bem”, revela Ana Monteiro, “e as pessoas não podem manter o animal. Uns porque nem sequer dão tempo suficiente [para o animal se ambientar], mas aí também achamos que não vale a pena insistirmos mais, outros porque realmente não funciona, pode acontecer. Aí devolvem os animais e há já esse acordo com a associação caso alguma coisa corra mal”, esclarece a dirigente, que deixa alguns conselhos para quem está a pensar adotar um amigo de quatro patas: “A primeira coisa é pensar bem se quer, e se toda a família também. Depois tem que se ter em consideração que, para além de um cão poder viver anos, quando se vai de férias precisa-se de uma solução, saber o que é que se faz ao cão. E ter em conta os gastos diários, como alimentação, desparasitação, vacinas”, mas também outros gastos caso “o cão precise de outros tratamentos veterinários, de uma operação”.


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Os alentejanos e as alentejanas devem partilhar a valorização da luta pela liberdade, dos valores do trabalho, honestidade e competência com provas dadas, para fortalecerem esses valores e rejeitar os que praticam uma política contra a região e o seu povo. Diamantino Dias, “Diário do Sul”, 7 de agosto de 2013

Opinião

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Perto de 40 por cento dos cães abandonados que vão parar ao canil do CANTINHO DOS ANIMAIS, de Beja, estão a ser adotados por famílias na Suécia, Alemanha e Itália. O que reforça ainda mais o trabalho, já de si notável, que os voluntários desta associação sem fins lucrativos e com parcos recursos estão a desenvolver desde 1998. Serão sempre poucos os elogios e o apoio que podemos oferecer a esta gente. PB

Cave canem

Verão quente ou morno?

João Mário Caldeira Professor aprosentado

José Carlos Albino Agente de desenvolvimento local

C V onversa telefónica entre um canis lupus familiaris badaladíssimo nos órgãos de informação nacionais e estrangeiros com direito a fotografia e um desconhecidíssimo homo sapiens a banhos numa praia do Algarve) – É de Beja?... Estou a falar com o senhor Zico pitbull? – Está sim senhor... Só que hoje sou mais conhecido por outro

nome... – Como assim, senhor Zico? – Uma questão de justiça... Uma reparação que esperava há muito... – Mas a mudança de nome... – Passaram a chamar-me Mandela... Mandela pitbull... Como sabe, o senhor Mandela passou grande parte da vida na prisão por se opor à discriminação que a maioria negra sofria na África do Sul... – E então?... – Hoje é um dos homens mais admirados do planeta. – E o senhor?... – Tal como ele, fui vergonhosamente condenado a sete meses de prisão no canil municipal de Beja até o tribunal da cidade vir a terreiro mandar-me soltar... Assim, como a senhora dirigente da Associação Animal fez favor de reconhecer, sou, ao lado de Mandela, um indiscutível símbolo de liberdade... – Deve, então, ter-se sacrificado muito por uma causa, pelo menos tão nobre como a daquele... As comparações não se fazem ao acaso... – Assassinei uma criança... Um menino intrometido que à noite, às escuras, tropeçou comigo na cozinha da casa dos meus donos e dos seus pais... Um ser desastrado ainda em formação... Não se acorda uma pessoa a meio do sono, não é verdade? – Está a brincar... – Setenta e oito mil pessoas já vieram a público defender-me através de uma petição on line... – Mas defender de quê? – Do abate a que estava condenado... Então um animal de raça como eu, que nunca fez mal a ninguém durante oito anos, tantos como a minha idade, é logo condenado por prevaricar a primeira vez? Se ataquei é porque tive motivo forte para o fazer... –? – Na petição que me livrou da pena de morte e me restituiu a liberdade tudo foi bem explicadinho: “Se não se abatem pessoas por cometerem erros, por roubarem, por matarem... Então também não o façam com os animais!”... –? – Já lá vão os tempos em que um animal era tratado como um animal... – Mas o senhor não se sente culpado?... – Essa pergunta é descabida, meu senhor, e poderia condená-lo por formulação de juízos errados e desrespeito animal. Não sabe que eu pertenço a uma raça perigosa cujos donos são sempre os últimos responsáveis pelos nossos atos? Acha que eu mordia o crânio do rapaz pondo-lhe os miolos à mostra se eles me tivessem entregue a um comportamentalista animal que me ensinasse boas maneiras? – Não sei o que lhe diga... Estou um pouco confuso!... – O senhor e muitos como o senhor... Talvez não lhe fizesse mal umas aulas de reeducação... – Se calhar, senhor Mandela... – Disse, ao desligar, a inferior criatura que passava férias no Algarve inseguro da sapiência que ao longo dos séculos adquiriram os seus iguais por esse mundo fora.

eio-me esta pergunta à cabeça, à conta do “verão quente de 75” que constitui um marco na vida política portuguesa na pós-democracia do 25 de Abril, nos longíssimos anos do dealbar do último cartel do século passado, o XX. Nessa altura “uns e outros” carregaram baterias de estratégias e energias para os combates políticos, perante o extremar dos campos em contenda. Passados quatro meses “uns” venceram e os “outros” perderam, e esse desenlace teve consequências que galgaram o século, ou seja, definiram o caminho do País durante quase 40 anos. Não vem à conversa o juízo sobre vencidos e vencedores e, é óbvio, que os tempos sociopolíticos são substancialmente diferentes, mas, hoje, considero que, também, há dois campos em confronto, cada vez mais extremados, e que a breve trecho haverá um desenlace que marcará a nossa vida durante décadas. O que é diametralmente diferente é que hoje temos um “verão morno”. Hoje não vejo, e menos sinto, que se estejam a carregar baterias de novas energias e, muito menos, de estratégias que ultrapassem um trimestre. E esta constatação é menos grave para o campo que joga na defesa do “atual estado das coisas”, pois está dentro do castelo, sendo gravíssimo para o campo que, à roda, tenta cercar o castelo, sem saber o que fazer, quando à beira de se poder assaltar ou negociar a rendição dos donos do castelo. Se o dito tem, de facto, aderência com a realidade da nossa sociedade e seus protagonistas, fica o alerta para tomarmos consciência da exigência dos desafios que temos pela frente, sendo que é conveniente que nos vamos vendo ao espelho. Mas, se houver disposição e energias para carregar baterias de ideias que vão transformando as voltas aos que rodeiam o castelo, direi presente e ativo!

O lindo estado da reforma do Estado Viriato Teles Jornalista

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á tresanda, o discurso do momento na comunicação social mais ordeira, sobre a “falência das contas públicas”, como justificativo para todas as malfeitorias que o Governo tem vindo e promete continuar a praticar sobre os portugueses em geral e os funcionários públicos em particular – uma vez mais, como tantas outras ao longo da história, apresentados como a encarnação viva do demo, a cuja “improdutividade” se devem todos os infortúnios do País. Desta vez calhou-me em desdita uma prosa de Bruno Proença, ao que sei um jovem e ladino director-executivo do “Diário Económico”, do passado dia 30 de Julho: “Quer mais erros, mais impostos ou mudar o Estado?”, interroga-se o articulista, antes de remeter para o relatório do Tribunal de Contas, onde se conclui agora o que qualquer português de inteligência mediana já percebeu há muito tempo: que “os contribuintes estão hoje a pagar os erros de política orçamental do passado” e que “Portugal chegou à pré-falência e teve que recorrer à troika por uma sucessão de asneiras políticas cometidas por diferentes governos”. Pura verdade. Escreve Bruno Proença: “O documento do Tribunal de Contas permite perceber que estamos hoje a pagar a

miopia dos ministros das Finanças, quando decidiram passar os fundos de pensões de várias empresas – CTT, ANA, NAV, CGD, PT e BPN – para a Caixa Geral de Aposentações (CGA) para garantirem as metas orçamentais. Manuela Ferreira Leite, Bagão Félix e Vítor Gaspar, quando estiveram no Terreiro do Paço, usaram esta receita extraordinária para safarem a execução orçamental mas provocaram um buraco nas contas públicas no futuro”. E acrescenta, um pouco mais adiante: “Estes políticos cometeram dois pecados capitais. Por um lado, pensaram apenas no curto prazo e em ‘salvar’ a sua imagem política por mais uns meses. No longo prazo, logo se vê. O resultado está à vista: os contribuintes estão hoje afogados em impostos para resolver problemas do passado. Por outro lado, não foram capazes de falar verdade aos portugueses. As receitas extraordinárias apenas servem para maquilhar os desequilíbrios orçamentais. É uma estratégia pouco transparente que não resolve nada. Para isso, são necessárias medidas estruturais, que mudem o paradigma da Administração Pública”. Ora e em que devem consistir tais “medidas estruturais”? Gente de bem pensaria numa reorganização profunda dos meios humanos e materiais do Estado, de modo a (re)colocá-los ao serviço da comunidade a que pertencem. Mas o Governo, perante uma árvore onde um galho se quebrou, acha que resolve o problema deitando abaixo a árvore. Bruno Proença aplaude e dá como (bons) exemplos “o novo regime de mobilidade [leia-se: de facilitação dos despedimentos] e a passagem do horário no Estado para 40 horas semanais”, que entende serem “medidas que dão instrumentos aos dirigentes públicos para introduzirem racionalizações e poupanças permanentes no Estado”. Medidas, adverte, que vão encontrar resistência, mas Proença acha que “os portugueses têm [de] responder a uma questão: [se] querem mais medidas temporárias como os fundos de pensões que empurraram Portugal para a falência, ou medidas difíceis mas estruturais que permitem resolver o problema das contas públicas”. Por outras palavras: o problema das contas públicas resolve-se, acha ele, desempregando alguns milhares de funcionários. Proença não explica como acontecerá esse milagre, pois salta à vista que tal medida terá como contrapartida imediata uma diminuição das receitas fiscais (os funcionários públicos pagam impostos, como todos nós – quer directos, a partir dos salários que auferem, quer indirectos, através do consumo), e o aumento proporcional das prestações sociais. Para além do que acontecerá às pessoas, claro, mas isso já se percebeu que importa pouco. Ao lindo estado a que chegámos, o governo responde com uma “reforma do Estado” – para que, mudando alguma coisa, tudo só não fique na mesma porque ficará com certeza muito pior. O rapaz não explica como fará o Governo para ultrapassar este novo buraco que a política demolidora em curso vai abrir, mas eu já sei: continuará a cortar todos os direitos e a delapidar todas as conquistas sociais dos portugueses, indiferente aos danos que possa causar e às vidas que possa destruir. A bem da “recuperação da economia” e da “redução do défice” e do “regresso aos mercados”, os únicos objectivos que contam para estas criaturas sem alma nem coração nem nada. E o pior, evidentemente, é que Portugal não sairá na falência e o problema das contas públicas continuará por resolver. Será aliás cada vez maior, ao ritmo a que o governo se liberta dos seus activos e faz crescer os passivos, que vão acumular-se e tornarão Portugal um país (ainda mais) dependente por várias gerações. Afinal, exactamente o mesmo problema – agravado – que Proença detectou no relatório do Tribunal de Contas: o recurso a “receitas extraordinárias [que] apenas servem para maquilhar os desequilíbrios orçamentais” porque os governantes continuam a pensar “apenas no curto prazo e em ‘salvar’ a sua imagem política por mais uns meses”. Nada que espante. Afinal, os que agora prometem tirar-nos do buraco são exactamente os mesmos que lá nos meteram. As “medidas difíceis, mas estruturais” que têm de ser tomadas (e há muitas medidas para tomar, pois claro), são outras, e só seriam possíveis se o governo mudasse. E como não muda, está visto que terá de ser mudado. Rapidamente, antes que o País se afogue. Por opção pessoal, o autor não segue o acordo ortográfico


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Há 50 anos Moedas e a Jayne Mansfield na “Playboy”

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os anos Sessenta do século passado, José Moedas escrevia com regularidade no “Diário do Alentejo” uma coluna intitulada “Imagens ao acaso”, na qual comentava assuntos do Alentejo, do País e do Mundo. Na edição de 6 de agosto de 1963, abordava uma questão delicada, tendo em conta que na época a Censura fascista zelava pelos “bons costumes” e pela “moral” dos portugueses. Contava o jornalista bejense, com humor, um episódio sobre fotografias da artista Jayne Mansfield publicadas pela revista “Playboy”, nos Estados Unidos. Ora leiam o texto, intitulado “Era só para exportação!”: “Estas coisas só acontecem na América. E entendemos que é lá que acontecem muito bem. Há lugar para tudo, incluindo os estrondosos ‘falhanços’ do Cabo Canaveral. Mas vamos ao caso. Em Chicago, o juiz de um tribunal local – segundo uma agência noticiosa – rejeitou a tese do advogado de defesa de Hugs Hefner, director da revista ‘Playboy’, e decidiu que ele terá de ser julgado por ter publicado ‘fotografias obscenas’ da actriz Jayne Mansfield. A revista publicou, num dos seus números, oito páginas de fotografias em que Jayne Mansfield aparece completamente despida. O advogado de defesa tentou, sem êxito, convencer o juiz de que não havia obscenidade no facto, uma vez que se tratava de ‘nus artísticos’. Entretanto, a artista anunciou, em Houston, que vai processar a revista ‘Playboy’ por ter publicado as fotografias nos Estados Unidos. ‘Essas fotografias destinavam-se apenas a ser publicadas na Europa. Eu não tinha autorizado a sua publicação nos Estados Unidos’ – declarou. Como se vê, a senhora Mansfield não se importa nada de se apresentar nuazinha, mas entende que só os europeus é que a devem ver. Questão de simpatia, talvez...”. Na mesma coluna de opinião, dividida em três temas, José Moedas comentava o problema da reintegração profissional dos jovens que regressavam à Metrópole depois de cumprirem o serviço militar no Ultramar; e criticava o Plano de Rega do Alentejo, então em discussão. Carlos Lopes Pereira

Diário do Alentejo 9 agosto 2013

19 Um cão, qualquer cão, será sempre um cão. Tentar atribuir sentimentos e outras qualidades humanas a um animal irracional não é apenas descabido, como incompreensível. É o que agora está a fazer, de forma canina e radical, a ASSOCIAÇÃO ANIMAL em relação ao cão que matou um bebé em Beja, em janeiro último. Como descabido é o rebatismo do bicho para o nome Mandela. PB

O GOVERNO avançou esta semana com um corte de 10 por cento nas pensões do Estado. Supostamente em nome da equidade. Igualdade e justiça que não se verifica, por exemplo, em relação às reformas dos juízes e dos diplomatas. O que é, deveras, confrangedor. Neste país de miséria nunca ninguém se lembra de fazer “equidade” para cima, equiparando as reformas do privado às do Estado. Por que será? PB

Vão-se gastar 48 milhões nesta campanha eleitoral autárquica pelo financiamento do Estado. Não aceito esta poluição na política, é preciso mais ecologia na política. Não aceito esta forma de fazer política. A política tem que ficar mais barata ao erário público e ser feita de outra maneira: menos intromissão, menos espalhafato, mais ideias, mais suavidade, menos imposição, menos lugares e mais sentido de Estado. Joaquim Jorge, “Público”, 5 de agosto de 2013

Poemário Fátima, o altar do mundo Arsénio Guerreiro Colaço

Nossa Senhora de Fátima O Altar do nosso Mundo Ela tem um olhar meigo Sincero e muito profundo Nossa Senhora de Fátima É de todos os portugueses Uma Mãe especial pois é a Mãe de Jesus, a nossa Mãe Universal Nossa Senhora é a Mãe de todos os seus filhos Dando-nos carinho e mimos em qualquer ocasião! É com devoção e amor que rezamos uma oração e porque somos peregrinos, estás em nosso coração. Perguntamos a Nossa Senhora a razão pela qual, às vezes não aceitamos o que dentro de nós sentimos? Tu que és mãe certamente estás contente com orgulho de o ser! Porque também és mulher melhor vais compreender se tens algo para dizer... Uma amiga vou convidar sobre Nossa Senhora falar Como mulher e mãe que é sei que acredita e tem fé. Com amizade, lealdade e amor diga uma palavra, faz favor!

Recasados António Ferreira dos Santos Machado

Após novo casamento Que uniu dois falsos amantes Quem vai ter maior tormento É quem sempre sofreu antes Estavam muito zangados Agora tudo mudou Porque a zanga não passou De arrufos de namorados Estão novamente casados É de festa este momento Ainda maior ternurento Com Cavaco a abençoar Ninguém os vai separar Após novo casamento Vamos ver se é verdadeiro

Casamento Desta vez tanta paixão Se esta sagrada união Vai ser para a vida inteira A nossa pobre carteira Sem ter outro nem diamantes Vai pagar os desplantes Dessa comitiva toda Convidada para a boda Que uniu dois falsos amantes Para os noivos são só rosas São também para os padrinhos Ao povo restam os espinhos Para adornar mãos calosas Estas ideias manhosas Que dizem criar aumento Apenas dão rendimento A quem vive repimpado É o povo tão explorado Quem vai ter maior tormento Em lua cheia de mel Está o grande capital Para quem trabalha é normal Ser lua nova de fel Neste eterno carrocel De crescentes e minguantes Os gulosos estão radiantes Pois se acabar o consórcio Quem vai pagar o divórcio É quem sempre sofreu antes

Vencer o tempo Francisco S. Palma

Não sei do tempo Só sei que não vai voltar Espero novo tempo Para este tempo abalar Há tanto tempo Que passo a espreitar Com outro tempo Tinha mais tempo, para respirar Mas este tempo De tanto penar Não é bom tempo É tempo de acabar Só com outro tempo Se pode viver Mas com este tempo Ninguém consegue sobreviver Tu que resolves o tempo presente Extermina-te neste momento Para outros já és insolvente Só tu, não vês, teu deslumbramento Deslumbramento, salta-o para bem longe Não lhes dês mais cumprimento Senão a paz, não irá longe Mas a guerra pode estar mais perto

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casamento civil é reconhecido em todos os países da União Europeia, mas as regras variam de país para país: – Os direitos e obrigações no que diz respeito ao seu papel, por exemplo, enquanto pai ou ao nome de casado; – A relação entre o casamento civil e o casamento religioso (nalguns países são equivalentes, noutros não); – Os requisitos para que duas pessoas se possam casar (o casamento entre pessoas do mesmo sexo é autorizado apenas em alguns países). Caso tenha casado num país da União Europeia que não é o seu país de residência, é aconselhável registar o casamento no consulado do país onde vive. Se for trabalhar para outro país da UE, o seu cônjuge tem direito a viver consigo, independentemente da nacionalidade. O mesmo é aplicável às uniões de facto. Se for viver com o seu parceiro de facto para outro país da UE, esse país tem de facilitar a entrada e a residência do mesmo, desde que possa provar que vivem juntos ou que têm uma relação duradoura. Em alguns países da UE pode oficializar a sua relação sem se casar, concluindo uma parceria registada ou parceria civil. As diferenças entre os países da UE neste domínio são muitas, quer no que diz respeito às modalidades previstas, quer quanto ao grau de reconhecimento das parcerias formalizadas no estrangeiro.

Representação em Portugal da Comissão Europeia


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FOTOS JOSÉ FERROLHO

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Carta ao diretor Memórias do início da minha juventude, com alguns factos anto-posteriores

A Sociedade Capricho Bejense e o professor Agostinho da Silva Manuel Ramos Lampreia Beja

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o desabrochar da minha juventude, aspirando a acercar-me da cultura que se disseminava nas sociedades de recreio, frequentei a Capricho, quer para participar nos bailes, quer nas festas, propriamente específicas. Como animador principal, contribuía a alegria vivaz de Patrocínio Patrício e seus colegas, rapazes e raparigas, bem motivados para tal função. O animador Patrocínio Patrício era filho do proprietário da tipografias que existia na rua dos Ferreiros, perto da pastelaria Quirino, onde, por altura da Páscoa, fabricavam amêndoas de chocolate e de açúcar, num grande caldeirão de cobre preso ao teto por duas cordas laterais, tendo uma braseira por debaixo. Enquanto as amêndoas iam rebolando, tendo o caroço de amêndoa como base, as amêndoas iam aumentando de volume. Cada amêndoa grande, de chocolate, custava cinco tostões e para conseguirmos comê-las tínhamos que as partir com um martelo, envolvendo-as num lenço ou num pano branco. Nessa rua existia também um santuário com uma luminária permanente, a azeite, com a inscrição latina “In signo vinces”. Ficava a um canto, devidamente protegido, por ferros, situando-se atrás da Igreja de Santa Maria, onde fui batizado e fiz a primeira comunhão. Para além do prazer, vivenciado nos bailes e pelos conhecimentos aí feitos, recordo, com saudade, os da Pinha, pelo colorido das fitas de seda que proporcionariam a abertura da mesma, construída em contraplacado, com as suas divisões interiores, onde ficavam acoitados os prémios “surpresa”, na parte central, incluindo uma pomba branca e alguns periquitos. Esta ficava ao centro da sala, encontrando-se tudo festivamente decorado, com a orquestra e os apresentadores no palco.

Tudo decorria num frenesim de entusiasmo, com as mães e as filhas sentadas em cadeiras, à volta da sala, e junto às paredes, os rapazes aguardando início das músicas para dançar, ao mesmo tempo que se avaliavam, psicologicamente, se teriam “coragem” de ir pedir par, a esta ou àquela rapariga, cuja formusura a fazia destacar das outras. Para tanto, tornava-se necessário despir a inibição que se colara ao corpo. Passados que eram os primeiros 30 minutos de dança, fazendo destacar os mais hábeis dançarinos; escolhidos e inscritos os pares para a dança da Pinha, iniciava-se a solenidade, e, durante a mesma, os pares haviam de escolher uma das argolas, ligadas às fitas de seda, de cores diversas, que acionavam a abertura da “pinha”, que depois se cruzavam várias vezes, encontrando-se o par dos “monarcas”. Coroados os reis, debaixo de uma grande ovação, haveriam de dançar uma música distinta, finalizando com a receção de todas as prendas que a “pinha” continha, retiradas perante o espetáculo do voo das aves. No baile que se fazia continuar, alguns dançarinos mais entusiastas e integrados iriam pedir a cedência da rainha e o rei, democraticamente, escolheria outras damas. O baile prosseguiria com jogos variados e rifas de objetos que foram ofertados à festa da Pinha. Prosseguiria a festa até às primeiras horas da madrugada, carecendo os dançantes de recorrer ao bar para reforço energético. A massa associativa da Sociedade Capricho Bejense provinha especialmente do trabalho, quer republicana, quer democrática, não escondendo as suas mundividências políticas, não descurando nunca a vigilância aturada da ditadura salazarista, com os seus esbirros a que deram o nome de PIDE. A direção integrava o meu amigo de infância e vizinho na rua das Casas do Quinita, perto das Portas de Moura, o Francisco Serrano, a quem chamávamos “Chico Bibe”, e que quando saí da velha Pax-Julia era gerente da chamada Adega Funda, assim apelidada dado o seu grande desnível subterrâneo, com as suas grandes talhas enfileiradas, havendo que se descer por uma escada de madeira.

A

segunda rubrica, mencionada na proposta destas minhas linhas, o filósofo Agostinho da Silva, aclara os interesses culturais e políticos da Capricho Bejense. Se faço referência aos interesses políticos, é porque se dizia que o professor e filósofo Agostinho da Silva tinha abandonado o ensino por se ter recusado a assinar a declaração do decreto 27 003. Esta dizia, globalmente: “Declaro, pela minha honra, que não sou comunista e juro que jamais fomentarei ideias subversivas”. Ao fazê-lo, afirmara que não o era mas poderia vir a sê-lo. O professor Agostinho da Silva apresentara-se com o seu vestuário modesto, tendo na sua frente a grande sala de festas, com as cadeiras completamente lotadas, com a maioria dos ouvintes, de pé, a ocuparem os espaços aos lados e atrás.

Ao lado do professor, sentados a uma mesa, estava o apresentador que, ao fazê-lo, se pusera de pé. Tratava-se do aluno da faculdade de Direito Fernando Silva, irmão da minha colega liceal, Maria Fernanda Silva, filhos do dr. Henriques Silva, grande republicano e advogado muito respeitado entre os seus pares. O apresentador, com os olhos a brilhar, denunciando uma euforia mental, disse que resumia as suas palavras para a chamada de concentração que observava, em todos, para o mundo de conceitos que iriam aprender da parte do professor Agostinho da Silva. – Será como estivésseis a auferir do bálsamo de um jardim, onde as mais belas flores dum cromatismo hilariante, perfumassem tudo e todos. Depois destas brevíssimas palavras, agradeceu ao professor, em nome da Sociedade Capricho Bejense, e deu-lhe a palavra. O filósofo Agostinho da Silva disse, então, que iria explanar o seu trabalho sobre a biografia do pedagogo Pesta A massa associativa Lozzi, da Escola de Genève, onde sediavam os pedagoda Sociedade gos de mais alta valência do Capricho mundo da pedagogia. Bejense provinha Fê-lo numa linguagem faespecialmente cilmente compreensiva por do trabalho, quer todos os assistentes ouvintes. republicana, quer Ressaltando o que havia de extraordinariamente humano, democrática, não escondendo as suas no múnus do biografado, não se serviria de quaisquer nomundividências tas escritas, nem tampouco de políticas, não datas. descurando Após mais de 40 minununca a vigilância tos de discurso oral, salienaturada da ditadura tando sempre o que havia de mais luminoso na vida do pesalazarista, com dagogo Pesta Lozzi, em favor os seus esbirros do ilumismo e contra o ocula que deram o tismo e a ignorância. nome de PIDE. Ao terminar, fez-se ouvir uma revoada de palmas, durante alguns minutos e agradecimentos expressos de viva voz. – O que se sabia então do filósofo Agostinho da Silva, para além do seu saber dialético? Era, declaradamente, cultor do “ser” e não do “ter”, defendia a sabedoria […] desde a velha Grécia à Idade Moderna, editando muitas dezenas de pequenos volumes e cadernos culturais, que entregava a editores selecionados. Mas o facto de defender o psicologismo do ser, não deixaria de reportar a pretensão de um grupo dos seus pares, na filosofia que mostravam defender uma aludida “filosofia portuguesa”. – Cheguei a ouvi-lo, diretamente, no gabinete de trabalho do dr. José Marinho, que ocupava o setor da “filosofia da educação”, ao lado do meu, no Centro de Investigação da Psicologia e Pedagogia, da Fundação Calouste Gulbenkian. Ao escrever-lhe a pedir as suas edições mandara-me todos os volumes disponíveis, não se preocupando com a faturação.


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21

D

aí dizer-me que, ao partir para o Brasil, onde estivera longos anos, e, pela correspondência que travara com o seu colega José Flórido, que publicara em 1995 o livro intitulado Um Agostinho da Silva, editado pela Biblioteca Ulmeiro, passou a ter como mentores filosóficos a obra do padre António Vieira e do poeta Fernando Pessoa. Passou a acreditar num providencialismo capaz de ajudar quem é justo, em oposição à sociedade consumista, optando sempre em viver pobre. E não deixaria de afirmar que Jesus Cristo afirmara não ter vindo trazer a paz mas a espada. E o homem não foi feito para trabalhar mas sim para criar. Agostinho fora um rústico que nunca se divorciou do PUB

Passou a acreditar num providencialismo capaz de ajudar quem é justo, em oposição à sociedade consumista, optando sempre em viver pobre. E não deixaria de afirmar que Jesus Cristo afirmara não ter vindo trazer a paz mas a espada. E o homem não foi feito para trabalhar mas sim para criar. Agostinho fora um rústico que nunca se divorciou do mundo. “Ter a cabeça nas nuvens mas os pés bem assentes na terra”.

mundo. “Ter a cabeça nas nuvens mas os pés bem assentes na terra”. A sua vocação foi sempre ser marinheiro. Norteava-se pela sabedoria do Evangelho. Tornou-se um apóstolo de Cristo e um percursor de Fernando Pessoa e do padre António Vieira. Vi-o pela última vez na casa mortuária dos Jerónimos e vim a saber que o Museu da Marinha possuía uma representação de Agostinho da Silva, envergando uma farda de oficial da marinha. Do meu espólio bibliográfico de Agostinho da Silva, participei à dra. Maria Paula dos Santos, digna diretora da Biblioteca Municipal José Saramago, de Beja, que cedesse parte à biblioteca da Sociedade Capricho Bejense, dado que já doei a minha biblioteca, com mais de três mil livros à Biblioteca Municipal de Beja. Para a Lia Maria Fernandes, com o afeto de sempre


saúde

22 Diário do Alentejo 9 agosto 2013

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Dra. Heloísa Alves Proença - Ortodontia/Aparelhos Médica Dentista / Directora Clínica Mestrado pela Universidade Krems - Áustria Investigadora Cientifica na Kanagawa Dental School,Japão

Dr. Ricardo Gomes - Ortodontia - Médico Dentista Dra. Vanda Marcelino - Endodontia/Medicina Dentária Geral - Médica Dentista

Dra. Carla Iwata - Endodontia/Medicina Dentária Geral Médica Dentista

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Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.ª Maria João Dores – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr.ª Joana Leal – Medicina Tradicional Chinesa/ Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

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23 Diário do Alentejo 9 agosto 2013


necrologia diversos

24 Diário do Alentejo 9 agosto 2013

Beja PARTICIPAÇÃO

Beja MISSA

Júlio Luís Vicente Vargas Esposa, filha, genro, netas e restante família cumprem o doloroso

Agradeço ao Dr. Sousa Martins continuar a proteger-me a mim e à minha família. ARMM

António Custódio Engrossa Rosa 6.º Mês de Eterna Saudade

Agradeço a S. Judas Tadeu as boas graças concedidas. ARMM

Mãe, irmã, sobrinha e cunhado participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso, no dia 9 de agosto, sexta-feira, pelas 18 e 30 horas, na igreja do Carmo, em Beja, agradecendo desde já a todos que nela participarem.

dever de participar o falecimento do seu ente querido, ocorrido no dia 05/08/2013, e, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.


institucional diversos

25 Diário do Alentejo 9 agosto 2013

Diário do Alentejo n.º 1633 de 9/08/2013 Única Publicação

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ou estética, etc..

Abertura do período de discussão pública da revisão do Plano Diretor Municipal de Beja Jorge Pulido Valente, Presidente da Câmara Municipal de Beja, torna público, nos termos do artigo 77º, nº 3 e 4 do Decreto-Lei nº 380/99, de 22 de setembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei nº 46/2009, de 20 de fevereiro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 181/2009, de 7 de agosto, que se encontra aberto por um período de 30 dias úteis, a decorrer entre 12 de agosto e 23 de setembro o período da discussão pública da revisão do Plano Diretor Municipal de Beja. Durante o referido período, a proposta de revisão do Plano Diretor Municipal, acompanhada do parecer final da comissão de acompanhamento e demais pareceres emitidos, bem como o relatório ambiental, estarão disponíveis para consulta na Divisão de Planeamento e Ordenamento (DPO), localizada no Edifício dos Serviços Técnicos da Câmara Municipal de Beja, Rua de Angola nº 5, nos dias úteis e no horário das 9:00 h às 12:30 h e das 14:00 h às 16:00 h, e no sítio da internet do município (www.cm-beja.pt). Os interessados poderão apresentar, por escrito, reclamações, observações, sugestões ou pedidos de esclarecimento, até ao termo do referido período, dirigidas ao Presidente da Câmara Municipal de Beja, utilizando para o efeito o impresso próprio que pode ser obtido na Divisão de Planeamento e Ordenamento (DPO) ou no sítio da internet do município, enviadas para o endereço postal: Praça da República, 7800-427 Beja ou através do endereço de correio eletrónico: dpo@cm-beja.pt ou ainda, entregues pessoalmente na referida Divisão de Planeamento e Ordenamento ou Balcão Único de Atendimento. Mais se informa que, atentas as novas regras urbanísticas constantes da revisão do PDM, os procedimentos de informação prévia, comunicação prévia e de licenciamento ficam suspensos a partir da data fixada para o início do período da discussão pública e até à data da entrada em vigor da revisão do PDM, em conformidade com o artigo 117º do Decreto-Lei nº 380/99, de 22 de setembro, na sua atual redação. Beja, 2 de agosto de 2013 O Presidente da Câmara Municipal, Jorge Pulido Valente

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26 Diário do Alentejo 9 agosto 2013 Diário do Alentejo n.º 1633 de 9/08/2013 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1633 de 9/08/2013 Única Publicação

CARTÓRIO PRIVADO DE ODEMIRA

CARTÓRIO PRIVADO DE ODEMIRA

A cargo da Notária Ana Paula Lopes António Vasques

A cargo da Notária Ana Paula Lopes António Vasques

CERTIFICO, para fins de publicação que foi lavrada neste Cartório Notarial, no dia de hoje, de folhas dezanove a folhas vinte e uma do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “Cento e Oitenta e Seis - E”, escritura de Justificação, na qual: Fernando Sobral de Campos e mulher Maria Noélia Loução Guerreiro de Campos, casados sob o regime de comunhão de adquiridos, residentes em Ribeira do Seissal de Baixo, Colos, Odemira, contribuintes fiscais números 129 080 624 e 199 360 375; Declararam que são donos e legítimos possuidores do seguinte imóvel: Prédio Rústico, denominado “Courela do Monte Branco”, situado na freguesia de Colos, concelho de Odemira, com a área de dez mil e duzentos metros quadrados, composto de cultura arvense; inscrito na respectiva matriz sob parte do artigo 33 da secção O; a confrontar de Norte com herdeiros de José Inácio Guerreiro Pacheco; Sul com Joaquim Maria Loução; Nascente com Ana Cristina Silva Brito Mira e Orlando Raposo de Brito Pacheco e a Poente com caminho; Que este prédio é a desanexar do prédio misto, denominado “Courela do Monte Branco”, situado na freguesia de Colos, concelho de Odemira, inscrito na respectiva matriz cadastral rústica sob o artigo 33 da Secção O, pendente de rectificação e na matriz urbana sob o artigo 549, descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira sob o número sessenta da dita freguesia. Que aquele prédio foi adquirido pelos justificantes em dia e mês que não podem precisar do ano de mil novecentos e oitenta e nove, por compra meramente verbal, feita aos herdeiros de José Fernandes de Brito Pacheco, não tendo nunca sido celebrada a competente escritura de compra e venda. Que, assim, possuem o identificado prédio há cerca de vinte e quatro anos, em nome próprio, de boa fé, na convicção de serem os únicos donos e plenamente convencidos de que não lesavam quaisquer direitos de outrém, á vista de toda a gente e sem a menor oposição de quem quer que fosse desde o inicio dessa posse, a qual sempre exerceram sem interrupção, vedando-o, desmantando-o, cutivando-o, colhendo os seus frutos, retirando dele todas as suas utilidades, tudo como fazem os verdadeiros donos. Trata-se, por conseguinte, de uma posse exercida em nome próprio, de uma forma pública, contínua e pacífica. Que, dado o modo de aquisição invocado se encontra impossibilitados de comprovar o seu direito de propriedade plena pelos meios extrajudiciais normais. Está conforme, nada havendo na parte omitida além ou em contrário do que se certifica. Odemira, 12 de Julho de 2013. A Notária Ana Paula Lopes António Vasques

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CERTIFICO, para fins de publicação que foi lavrada neste Cartório Notarial, no dia vinte e quatro de Outubro de dois mil e doze, de folhas quarenta e nove a folhas cinquenta e cinco do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “Cento e Setenta e Sete - E”, escritura de Justificação, na qual: UM - Joaquim Sobral da Silva, casado sob o regime de comunhão de adquiridos com Gertrudes Gil Caleiro Moreno, residente em Casa Nova Pereiro Grande, Relíquias, Odemira, NIF 131 383 787, declarou que é dono e legitimo possuidor do seguinte imóvel: Prédio misto, denominado “Casa Nova do Pereiro Grande”, situado na freguesia de Relíquias, concelho de Odemira, com a área de seis mil e setenta e cinco metros quadrados, composto de cultura arvense, oliveiras, sobreiros, poço e chiqueiro para suínos e casa rés-do-chão, para habitação, com a superfície coberta de setenta e dois vírgula cinco metros quadrados, inscrito na matriz rústica sob parte do artigo 48 da Secção N e na matriz urbana sob o artigo 1184, a confrontar de Norte com herdeiros de Jacinto Inácio da Silva e mulher Maria Francisca Sobral; Sul com linha de água; Nascente com “Monte da Cerca” de Manfred Strey e a Poente com “Pereirinho”; a desanexar do Prédio Misto, denominado “Casa Nova do Pereiro Grande”, situado na freguesia de Relíquias, concelho de Odemira, com a área de vinte e oito mil duzentos e cinquenta metros quadrados, composto de cultura arvense, montado de sobro, sobreiros, oliveiras e casa de rés-do-chão, para habitação, com a superfície coberta de setenta e dois vírgula cinco metros quadrados, inscrito na matriz cadastral rústica sob o artigo 48 da Secção N e na matriz urbana sob o artigo 1184, descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira sob o número seiscentos e cinquenta e um da dita freguesia; por o haver comprado a verbalmente a Manuel da Silva e por escritura a Joaquim Manuel da Silva e mulher e a Guilherme Manuel da Silva e mulher; DOIS – A) Joaquim Sobral da Silva, casado sob o regime de comunhão de adquiridos com Gertrudes Gil Caleiro Moreno, residente em Casa Nova Pereiro Grande, Relíquias, Odemira, NIF 131 383 787; B) Maria Luísa Sobral da Silva e Silva, casada sob o regime de comunhão de adquiridos com Vital Sobral da Silva, residente em Rua da Oliveira, lote 60, 1º esquerdo, Quinta da Palmeira, Albufeira, NIF 125 572 395; C) Isaltina Sobral da Silva Pedro, casada sob o regime de comunhão de adquiridos com Ilídio Maria Pedro, residente em Rua Branco Rodrigues, número 2, Aljustrel, NIF 142 031 364; D) Ermelinda Sobral da Silva Loução, casada sob o regime de comunhão de adquiridos com Henrique da Silva Loução, residente em Rua Francisco António Bento, lote 226, Pinhal Novo, Palmela, NIF 130 248 509, declararam que são donos e legítimos possuidores, em comum e sem determinação de parte ou direito, do seguinte imóvel, que lhes ficou a pertencer por sucessão de seus pais, Jacinto Inácio da Silva ou só Jacinto da Silva e Maria Francisca Sobral: Prédio Rústico, denominado “Casa Nova do Pereiro Grande”, situado na freguesia de Relíquias, concelho de Odemira, com a área de cinco mil duzentos e quinze metros quadrados, composto de cultura arvense, oliveiras, sete sobreiros, poço e tanque de reserva de água, inscrito na matriz rústica sob parte do artigo 48 da Secção N, a confrontar de Norte com Fernanda Inácia da Silva Guerreiro Graça, herdeira de Guilhermina Inácia da Silva; Sul com Joaquim Sobral da Silva; Nascente com herdeiros de Maria Inácia Nunes da Silva Matias e a Poente com “Pereirinho”, a desanexar do mesmo imóvel acima identificado; Que neste prédio se encontra construído um prédio urbano, composto de casa de rés-do-chão, para habitação, com a área coberta de trinta e dois vírgula quarenta metros quadrados, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 829, pelo que adquiriu a natureza de misto; TRÊS - Fernanda Inácia da Silva Guerreiro Graça, casada sob o regime de comunhão de adquiridos com Mário António Soares Graça, residentes em Thorbeckerstr. 4, 49080 Osnabruck, Alemanha, NIFS 195 174 445 e 185 829 040, declarou que é dona e legítima possuidora, do seguinte imóvel, que lhe ficou a pertencer por sucessão de seus avós, Guilhermina da Silva, que também usava Guilhermina Inácia da Silva e José Inácio; Prédio Rústico, que passou a denominar-se “Casa Nova do Pereiro Grande”, situado na freguesia de Relíquias, concelho de Odemira, com a área de cinco mil duzentos e vinte e cinco metros quadrados, composto de cultura arvense, oliveiras, quatro sobreiros e poço, inscrito na matriz rústica sob parte do artigo 48 da Secção N, a confrontar de Norte com herdeiros de Manuel Artur da Silva e herdeiros de Encarnação Maria da Silva; Sul com herdeiros de Jacinto Inácio da Silva; Nascente com herdeiros de Maria Inácia Nunes da Silva Matias e a Poente com herdeiros de Manuel Artur da Silva, a desanexar do mesmo imóvel acima identificado; Que neste prédio se encontra construído um prédio urbano, composto de casa de rés-do-chão, para habitação, com a área coberta de quarenta e nove metros quadrados, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 1066, pelo que adquiriu a natureza de misto; QUATRO - A) Júlio Maria Francisco, casado sob o regime de comunhão geral de bens com Felisbela da Silva Maria, residente na Rua do Alentejo, número 66, 1º direito, Baixa da Banheira, Moita, NIF 110 496 175; B) Bárbara Maria Antónia dos Santos, viúva, residente na Avenida Capitães de Abril, número 8, 2º direito, Baixa da Banheira, Moita, NIF 135 675 359; B)-1) Deolinda de Jesus Santos Francisco, divorciada, residente na Praceta Fernão Lopes, número 3, 2º direito, Baixa da Banheira, Moita, NIF 180 061 283; C)-1) Bárbara Nobre Rodrigues Silva, viúva, concelho de Odemira, residente na Rua Mamadu Sissé, número 376, 5º andar C, Olivais Sul, Lisboa, NIF 162 718 411; C)-2) Julieta da Encarnação Rodrigues da Silva, solteira, maior, residente em Rua Álvaro de Campos, número 11, rés-do-chão frente, Bons Dias, Odivelas, NIF 189 622 776;

C)-3) Anabela Rodrigues da Silva, divorciada, residente em Rua Mamadu Sissé, número 376, 5º andar C, Olivais Sul, Lisboa, NIF 187 597 120; D) Inácia da Silva Francisco e marido António Joaquim Maria da Silva, casados sob o regime de comunhão geral de bens, residentes em no Largo do Palácio de Coimbra, número 3 A, Barreiro, NIFS 148 320 830 e 118 440 080; E) Maria da Silva Francisco Guerreiro e marido Manuel José Guerreiro da Silva, casados sob o regime de comunhão geral de bens, residentes em Pereiro Grande, Caixa Postal 7506, Relíquias, Odemira, NIFS 109 292 316 e 109 292 138; F)-1) Idalina da Silva Francisco Conceição, viúva, residente na Rua das Beiras, número 4, 3º esquerdo, Baixa da Banheira, Moita, NIF 117 581 038; F) - 2) Rui Manuel Silva da Conceição, NIF 189 804 467, casado sob o regime de comunhão de adquiridos com Paula Cristina Rodrigues Miguel Conceição, NIF 190 079 711, residente em Rua Bernardino Augusto Xavier, número 41, 2º esquerdo, Baixa da Banheira, Moita; F-2)Ana Isabel Silva da Conceição Ascensão, casada sob o regime de comunhão de adquiridos com Francisco António Pinheiro Ascensão, residente em Praceta Almada Negreiros, lote 2, 3º direito, Alhos Vedros, Moita, NIF 206 586 710; G) Luís Francisco da Silva, casado sob o regime de comunhão de adquiridos com Maria da Graça Soares Ramos da Silva, residente na Rua Francisco Miguel, lote 2, 1º direito, Baixa da Banheira, Moita, NIF 138 050 945, declararam que: A) São donos e legítimos possuidores, em comum e sem determinação de parte ou direito, do seguinte imóvel, que lhes ficou a pertencer por sucessão de seus pais e avós, Encarnação Maria da Silva e Manuel José Francisco: Prédio Rústico, denominado “Casa Nova do Pereiro Grande”, situado na freguesia de Relíquias, concelho de Odemira, com a área de quatro mil quatrocentos e dez metros quadrados, composto de cultura arvense, oliveiras, seis sobreiros e poço, inscrito na matriz rústica sob parte do artigo 48 da Secção N, a confrontar de Norte com herdeiros de Manuel Artur da Silva; Sul com herdeiros de Maria Inácia Nunes da Silva Matias e Fernanda Inácia da Silva Guerreiro Graça; Nascente com estrada e “Portela da Eirona” de herdeiros de Francisco José Joaquim e a Poente com Fernanda Inácia da Silva Guerreiro Graça; a desanexar do mesmo imóvel acima identificado; B) São donos e legítimos possuidores, em comum e sem determinação de parte ou direito, do seguinte imóvel, que lhes ficou a pertencer por sucessão testamentária de sua tia Maria Inácia Nunes da Silva Matias: Prédio Rústico, denominado “Casa Nova do Pereiro Grande”, situado na freguesia de Relíquias, concelho de Odemira, com a área de sete mil trezentos e vinte e cinco metros quadrados, composto de cultura arvense, oliveiras, sobreiros, azinheira, inscrito na matriz rústica sob parte do artigo 48 da Secção N, a confrontar de Norte com herdeiros de Encarnação Maria da Silva; Sul com “Monte da Cerca” de Manfred Strey; Nascente com Estrada e “Portela da Eirona” e a Poente com herdeiros de Jacinto Inácio da Silva e Fernanda Inácia da Silva Guerreiro Graça, que constitui a parte restante do imóvel acima identificado; Que neste prédio se encontra construído um prédio urbano, composto de casa de rés-do-chão, para habitação, com a área coberta de sessenta e três metros quadrados, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 811, pelo que adquiriu a natureza de misto; Que em dia e mês que não podem precisar do ano de mil novecentos e setenta e seis, os então proprietários daquele prédio misto com os vinte e oito mil duzentos e cinquenta metros quadrados, a saber: 1) Encarnação Maria da Silva e marido Manuel José Francisco; 2) Guilhermina da Silva e marido José Inácio; 3) Manuel da Silva e filhos Joaquim Manuel da Silva e Guilherme Manuel da Silva; 4) Jacinto da Silva e mulher Maria Francisca Sobral e 5) Maria Inácia Nunes da Silva Matias e marido Joaquim Matias, procederam verbalmente à divisão de coisa comum, para pôr termo à situação de compropriedade, fraccionando aquele prédio misto, nos CINCO prédios, atrás identificados, tendo sido adjudicado um a cada um deles; Que a necessária escritura de divisão nunca chegou a realizarse, não possuindo os justificantes qualquer título para efectuar o registo a seu favor na competente Conservatória, dos prédios acima referidos, tendo desde logo, os prédios acima identificados, ficado perfeitamente demarcados e as suas estremas delineadas, tendo aqueles a quem ficaram a pertencer, passado a detê-los, como prédios distintos e autónomos, respeitando rigorosamente as suas estremas, demarcações e divisórias, com tal exclusividade e independência, como se de coisa sua se tratasse e na convicção de exercerem um direito próprio, encarregando-se da sua administração, designadamente, tratando e amanhando as terras, procedendo à limpeza, conservação e colheita dos frutos das várias árvores existentes em cada um deles, utilizando as respectivas pastagens, fazendo obras de conservação e restauro na parte urbana, deles retirando todo o proveito. É assim tal posse pacífica, pública e contínua e durando há mais de vinte anos, faculta-lhes a aquisição do direito de propriedade dos citados prédios por USUCAPIÃO, direito que pela sua própria natureza, não pode ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial. Trata-se, por conseguinte, de uma posse exercida em nome próprio, de uma forma pública, contínua e pacífica. Que, dado o modo de aquisição invocado se encontram impossibilitados de comprovar o seu direito de propriedade plena pelos meios extrajudiciais normais. Está conforme, nada havendo na parte omitida além ou em contrário do que se certifica. Odemira, 01 de Agosto de 2013. A Notária Ana Paula Lopes António Vasques


O centro de terapia Halovida, em Beja, está a disponibilizar à população em geral consultas de acompanhamento especializado com dietistas e nutricionistas. O programa Perda de Peso – Dieta3Passos é uma abordagem nutricional que tem como principais objetivos a perda de peso, bem como o desenvolvimento de novos hábitos alimentares mais saudáveis e que asseguram a manutenção de peso no futuro. O programa Perda de Peso – Dieta3Passos, que conta com 73 pontos dispersos de norte a sul do País, já se encontra disponível no centro Halovida, em Beja.

Empresas

27 Diário do Alentejo 9 agosto 2013

Halovida disponibiliza consultas com dietistas e nutricionistas

Área de milho aumenta no Alentejo

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De acordo com a Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis), a área cultivada com milho em Portugal passou de 94 784 hectares, em 2012, para 101 766 hectares, em 2013, o que representa cerca de 40 por cento do total da área cultivada de cereais. De referir que o Alentejo foi a região onde se verificou um maior aumento, sobretudo na área do Alqueva, seguindo-se a região de Lisboa e Vale do Tejo. Este ano foram semeados 146 719 hectares com milho, dos quais 101 766 hectares de milho para grão e os restantes para silagem. A Anpromis salienta “o significativo esforço de investimento efetuado pelos produtores nacionais”, que permitiu aumentar a área nacional em 9 307 hectares em três campanhas agrícolas. Numa área cultivada total de cereais de 359 670 hectares, o milho representa a cultura com maior expressão, seguindo-se a aveia, os trigos, o triticale e o arroz.

Portugal Telecom apoia família de Leiria com nova casa

Cores fluorescentes ditam a moda neste verão

Rosa Fucsia disponibiliza tendências fluores Rosa Fucsia é o mais recente espaço inaugurado na cidade de Beja. Uma loja que combina artigos como roupa, calçado e bijuteria e um espaço multimarcas que garante ao cliente uma oferta diferente da existente na cidade. Publireportagem Sandra Sanches

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uma estação marcada por uma tendência muito vistosa, na roupa, malas, sapatos, acessórios, maquilhagem e vernizes, a moda fluorescente parece ter vindo para ficar. Rosa Fucsia, inaugurado em maio passado, também parece ser um espaço que veio para ficar. A disponibilizar diversos artigos – malas, sapatos, roupa e bijuteria – para ambos os sexos, é um espaço que se identifica acima de tudo com Carla Dionísio, a proprietária. Rosa Fucsia, que marca por um ambiente colorido, descontraído e informal, demonstra uma decoração minimalista com o objetivo de que o espaço seja, acima de tudo, acolhedor e os clientes se sintam verdadeiramente em casa. A empresária, formada em gestão de

empresas, decidiu avançar para esta ideia que, segundo parece, já era “um bichinho que cutucava cá dentro” e o nome Rosa Fucsia não vem ao acaso, pois são os fluorescentes que parecem também marcar a distinção desta loja. Carla Dionísio afirma que tenta acima de tudo dar aos bejenses, e à população em redor, a oferta que os mesmos procuram ao sair da cidade, tentando ao mesmo tempo combater os gastos acrescidos com o combustível e a alimentação ao ir-se comprar fora. Apesar da instabilidade meteorológica e de alguns contratempos que surgiram aquando da abertura da loja, Carla Dionísio não baixou os braços e refere que “85 por cento claramente” dará para quantificar a recetividade dos clientes até à data. É notória a dedicação que Carla Dionísio dedica ao espaço e a preocupação que demonstra em dar a conhecer as novidades aos clientes. A praticar preços para todas as bolsas, diferencia o seu espaço de entre os demais pela inovação. Num espaço que não ultrapassa os 90 metros quadrados, a proprietária pratica um horário acessível, a pensar nos que trabalham até mais tarde (das 10 e 30 às 13 e 30 horas e das 15

às 19 e 30 horas). Questionada quanto ao cliente tipo que procura estas tendências, a proprietária diz “surpreender-se todos os dias”. Pessoas que nunca pensou ter no seu espaço são hoje já clientes da casa. Uma estação marcada pelos fluores vem quebrar a era dos tons opacos e traz de volta o charme das cores, aquelas que há algum tempo atrás eram consideradas berrantes e agora marcam território no guarda-roupa deste ano. Desengane-se quem pensa que estes tons cítricos e reluzentes apenas marcam território este verão. Segundo a proprietária, o inverno próximo também será uma estação que marcará pela diferença com fluores. Na Rosa Fucsia, parece que a próxima estação será cheia de novidades adaptadas ao vestuário, mais que não seja em pequenos detalhes que a moda oferece. Carla Dionísio não deixa de apelar à população para que visite o espaço e conheça os mais variados artigos, que descreve como “uma tendência intemporal” e sobretudo apela para que se compre cá dentro, numa lógica de protecionismo local, pois só assim se conseguirá ajudar o comércio local e devolver a Beja o “brilho que esta cidade já teve em outros tempos”.

A Portugal Telecom, no seguimento da sua política de responsabilidade social, entregou no passado dia 22, a uma família de Leiria, a primeira de nove casas que serão entregues em vários locais do País a famílias que se encontram em situação de carência económica. Realizado um levantamento das necessidades existentes junto de várias autarquias, as restantes casas serão entregues nos municípios de São Brás de Alportel, Peniche, Ourém e Odemira. O investimento da Portugal Telecom na comunidade tem como premissa o respeito pelos valores das sociedades onde está inserida e baseia a sua atuação no compromisso de contribuir para a melhoria das condições de vida de todos, nomeadamente através de programas de sensibilização para inclusão social.

Fundação Montepio oferece viatura à Cercibeja A Fundação Montepio, no âmbito do projeto “Frota Solidária”, ofereceu mais 21 viaturas especiais a 21 instituições de solidariedade social, entre elas a Cercibeja. A iniciativa de entrega das viaturas, que teve lugar em Setúbal, já respondeu às necessidades de mobilidade de 103 instituições de solidariedade social. O presidente do Montepio, António Tomás Correia, sublinha a importância da “Frota Solidária”, salientando a utilidade dos veículos oferecidos e a sua capacidade para “satisfazerem necessidades muito importantes das instituições”, destacando também a dimensão humana, a responsabilidade social e o modo como o Montepio se relaciona com as outras instituições do setor social.


Aljustrel a dançar nas Noites de Verão

Diário do Alentejo 9 agosto 2013

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Os tradicionais bailes de verão na praça da Resistência, em Aljustrel, prosseguem até ao fim do mês todos os sábados, a partir das 22 horas, prometendo um “pé de dança” à volta do mastro. Amanhã, sábado, o serão será abrilhantado pela acordeonista e vocalista Vânia Silva, e, no próximo dia 17, será a vez da acordeonista Rita Melo animar a praça. Segue-se, a 24, a organista

Vera Mónica, e o encerramento das Noites de Verão, agendado para dia 31, com um baile a cargo de Cláudio Rosário. Estas festas constituem ainda, para além da diversão e convívio, “uma oportunidade para ajudar as diversas associações e coletividades do concelho, que nestas ocasiões exploram os serviços de bar e quermesse”, informa a câmara local.

Boa vida Comer

Letras Nação e narrativa pós-colonial I – Angola e Moçambique (ensaios)

Perna de porco na frigideira com oregãos Ingredientes para 4 a 5 pessoas: 1 kg. de perna de porco, q.b. de sal grosso, 5 dl. de vinho branco alentejano, 10 dentes de alho, 2 folhas de louro, q.b. de azeite, q.b. de orégãos, q.b. de batata frita e salada, 2 limões. Confeção: Depois da carne lavada e limpa corte em pequenos cubos. Numa tigela tempere com sal grosso, dentes de alho cortados às rodelas, vinho branco e as folhas de louro. Reserve no frigorífico, no mínimo, 24 horas. Leve uma frigideira ao lume com azeite quente e frite a carne lentamente, até ficar macia. Retire a carne para uma travessa, polvilhe com orégãos e envolva tudo. Acompanhe com batata frita caseira e salada a seu gosto. Decore com rodelas de limão. Bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Toiros Praça de Toiros de Beja – 104 anos de história

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oi há 104 anos, precisamente a 9 de agosto de 1909, que se inaugurou a praça de toiros de Beja. Havia cerca de 30 anos que não se realizavam corridas de toiros da capital do Baixo Alentejo e então, por iniciativa do grande aficionado e abastado lavrador bejense Rafael António Madeira, ergueu-se o atual tauródromo bejense. Anteriormente tinha existido uma praça em madeira no Terreirinho das Peças, onde atualmente está edificado um lar para a terceira idade, mas os primeiros festejos taurinos em Beja realizavam-se na praça da República, onde existe ainda o antigo touril. O cartaz da inauguração da atual praça era composto pelo cavaleiro José Casimiro e pelo novilheiro espanhol António Burgo “El Malagueño” e os forcados eram de Évora, comandados então por Manuel Barbas. Foram lidados oito toiros de Joaquim Mendes Núncio. Logo no dia seguinte, a 10 de agosto, realizou-se outra corrida, com o mesmo cartel mas com toiros de Tomaz Muleto. Em maio do ano seguinte surgem como empresários Joaquim Amado Soudo, Lourenço Morgado e Januário Luíz, que organizam corridas a 28 e 30. Em 1927 regista-se um marco importante na história da praça de Beja com a realização de uma corrida com toiros de morte, onde atuaram o cavaleiro João Branco Núncio e os novilheiros espanhóis Mariano Rodriguez e Joaquim Gomez que mataram toiros de Joaquim Mendes Núncio. Rafael António Madeira, que construiu e organizou as corridas inaugurais, faleceu em 1914, ficando a praça sobre a alçada dos seus herdeiros que, pouco aficionados, descuraram com o tauródromo. Assim, e devido a esse desmazelamento, a praça foi mandada encerrar em 1936 por ter

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sido coniderada imprópria para a realização de espetáculos taurinos, decisão que se prolongou até 1938, ano em que foi vendida em hasta pública a Luciano Gonçalves Fialho e Manuel Mestre Lampreia. Mais tarde, a metade pertencente a este último passou para D. Helena Garcia Pulido e, posteriormente, para o dr. Covas Lima. A parte de Luciano Fialho foi adquirida por Luís Vilhena e Francisco Lopes Vasquez. Atualmente, e desde 1988, a praça é propriedade do cavaleiro tauromáquico Tito Semedo e da sociedade formada por Quintano Paulo, António Sousa e “Cachapim”, que a gerem alternadamente por períodos de dois anos. Em 1939 a praça sofreu melhoramentos procedendo-se à construção de 37 camarotes, e para a corrida de “reinauguração” saíram à arena de Beja, a 10 de agosto, os cavaleiros João Núncio e D. Vasco Jardim, acompanhados pelos forcados do Vale de Santarém de Edmundo de Oliveira que lidaram toiros de João Torres Vaz Freire. Segue-se depois a época de esplendor da praça bejense com a empresa T.I.P.I.C.A. a organizar sete festejos em 1954. Em 1988, a praça de toiros de Beja passa a designar-se por praça José Varela Crujo, numa homenagem ao malogrado cavaleiro bejense falecido em 1987, após vários anos em coma, em virtude de uma colhida em 11 de agosto de 1983 no Campo Pequeno, e após ter toureado a 10 de agosto em Beja, sendo assim essa a sua última corrida completa. Ao longo dos anos vários cavaleiros elegeram a praça de Beja para tirar a alternativa, sendo o primeiro o dr. António Brito Paes, em 1960, seguindo-se Joaquim Veríssimo, em 1986, João Infante e Luís da Cruz, em 1988, e Tito Semedo, em 1993. Vítor Morais Besugo

primeiro volume de Nação e narrativa pós-colonial reúne ensaios escritos pelos investigadores de um projeto homónimo – sediado no Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento do ISEG e o qual beneficiou do apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia - além de colaboradores convidados como Ana Paula Tavares, Manuela Ribeiro Sanches, Inocência Mata, etc. Os ensaios assentam, em geral, na análise da literatura angolana e moçambicana pré e pós-independência destes países para analisar a emergência específica do conceito de nação como reação ao proposto pela colonização portuguesa. Inspirada por Said – mas não só – a tese subjacente é a de que a sensibilidade do escritor coadjuva a criação da ideia de “nação”, “num trajeto entre a memória, a história, entre a espacialização territorial e a viagem”. A obra inicia-se com textos de análise em torno dos temas da história (e da memória) e, num segundo “andamento”, aborda os temas da viagem, antes de detalhar estratégias discursivas e debater o estado das teorias. Finalmente, encerra com propostas de uma biblioteca pós-colonial, enformadas naturalmente pelos interesses de pesquisa dos seus proponentes que enunciam os mesmos antes de proceder a recensões curtas das obras destacadas. Trata-se de um estudo incontornável para os estudiosos dos Palop que se interessam pelos estudos culturais e pós-coloniais mas também de um obra que poderá interessar a um público mais vasto pela análise que propõe de obras de autores como Castro Soromenho, Pepetela, Mia Couto ou Ruy Duarte de Carvalho. Maria do Carmo Piçarra Ana Mafalda Leite et al. (org.) Ed. Colibri 444 págs.


Filatelia Os bombeiros portugueses na filatelia em livro

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literatura filatélica portuguesa é hoje enriquecida com a edição de uma obra do tema bombeiros, cuja falta já se fazia sentir, no universo dos colecionadores desta temática. É seu autor Francisco Matoso Galveias, filatelista que há muito se apaixonou por este tema, e que é possuidor de uma das maiores coleções portuguesas deste assunto. O livro é apresentado hoje, na Biblioteca Municipal Vicente Campinas, em Vila Real de Santo António. O livro fala-nos da história dos bombeiros portugueses e apresenta-nos uma listagem exaustiva dos vários produtos filatélicos, que ao longo dos anos têm sido produzidos pelos Correios de Portugal, pelo que é simultaneamente um livro de história e um catálogo desta temática filatélica. O assunto é tratado nos seguintes capítulos: “Um pouco de história”; “As formas de franquia”; “As obliterações”; “Os santos padroeiros”; “As peças filatélicas e a montagem de uma coleção” e “Os grupos de filatelia em Associações de Bombeiros”. Matoso Galveias achou por bem incluir dois prefácios: um, assinado por Jaime Marta Soares, comandante e presidente do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses; e o outro, por Pedro Vaz Pereira, presidente da direção da Federação Portuguesa de Filatelia – APD (FPF). O presidente da Liga dos Bombeiros, embora reconhecendo que, atualmente, a função do selo já não é a mesma de outros tempos, devido à utilização, cada vez mais frequente, de outros meios mais práticos e mais rápidos que o envio de uma carta, o pequeno quadrado ou retângulo continua a ter um enorme sentido e, com certeza, continuará a tê-lo em termos culturais, em termos artísticos, em termos estéticos. E acrescenta que a PUB

filatelia permanece como um veículo, um instrumento, um suporte de criação que muitos artistas também escolheram para expressar a sua leitura da história, os valores, a sua visão do mundo e muitos símbolos e esteios da civilização, entre os quais naturalmente encontramos os bombeiros portugueses. O presidente da direção da FPF, Vaz Pereira, reconhecendo o meritório trabalho que o autor desde há muitos anos tem dedicado à investigação filatélica, admite o grande valor do tema apresentado e acrescenta que o autor efetua um estudo exaustivo e de grande qualidade da vida e história dos bombeiros portugueses, relatando-nos o percurso destes, com relevo para a excelente peça que nos apresenta logo a iniciar este estudo temático. Esta história começa nos primórdios da atividade dos bombeiros

em Portugal, desconhecida de grande parte dos filatelistas portugueses. Deixemos a palavra a Vaz Pereira, pois ele, melhor do que ninguém, sabe do que fala e por isso escreveu: “o autor efetua um estudo exaustivo e de grande qualidade da vida e história dos bombeiros portugueses, relatando-nos o percurso destes, onde relevo a excelente peça que nos apresenta logo a iniciar este estudo temático. Esta história começa nos primórdios da atividade dos bombeiros em Portugal, desconhecida de grande parte dos filatelistas portugueses. Depois segue-se um desenrolar do estudo das franquias e igualmente da investigação histórica relativa ao tema, que cada emissão filatélica nos apresenta (…), enriquecendo historicamente este trabalho, faz ainda a ligação entre ilustres portugueses que estiveram ligados aos bombeiros exercendo cargos de relevo, como foi o caso do ator António Silva, que foi comandante dos bombeiros voluntários da Ajuda – Cruz Verde. Aborda ainda diversas áreas que se relacionam diretamente com a atividade do bombeiro (…). Neste trabalho é apresentado um conjunto notável de peças postais, que de forma clara e fundamental ilustram todo o trabalho e que lhe dão uma compreensão notável. As marcas postais, onde se destacam excelentes flâmulas, ocupam também um lugar fundamental neste importante estudo temático. A sua ordenação é importante para entendermos em como é reconhecida a ação dos bombeiros em Portugal, por todos os setores da nossa sociedade”. O presidente da FPF conclui o seu prefácio afirmando que esta extensa e notável obra temática é na realidade de uma grande valia, não só para os bombeiros portugueses e a sua história, mas igualmente para a filatelia de Portugal, e uma obra obrigatória em qualquer biblioteca filatélica, e que o autor sempre nos habituou a estudos de grande qualidade e honestidade e este não foge à sua linha habitual e que é na realidade um trabalho de excelência, que será sempre uma obra de referência na filatelia portuguesa e na vida dos bombeiros de Portugal. Parabéns ao autor pela excelente obra com que nos presenteou. Geada de Sousa

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“Cadeiras” do cartonista Sam expostas em Serpa

Uma exposição para todas as idades é o que o município de Serpa propõe com “Cadeiras”, de Sam. Samuel Torres de Carvalho foi um importante cartonista, ficando conhecido apenas por Sam, aliás, nome com que assinava as suas tiras. Após a sua morte, a Câmara Municipal de Serpa adquiriu o seu espólio com vista a criar um museu do humor e do absurdo. Aproveita e vem conhecer um pouco da sua obra. Mais informações em www.cm-serpa.pt

Pais Destes gelados vamos abusar. Porque são bons e porque o tempo faz apetecer. E uma ideia para os pais que querem mudar o quarto dos mais pequenos sem grandes custos.

Dica semana Dica da semana À solta Nós, os humanos, conseguimos dar volta a muitas situações, mas em relação ao tempo somos completamente incapazes e, apesar de o verão ir a meio, decidimos deixar-te este à solta, para ires preparando a chegada da nova primavera e com ela a possibilidade de um passarinho fazer ninho na tua casa. Um truque é colocares pedacinhos de noz para os atrair. Boa sorte.

Todas as semanas procuramos trazer-te um Na maioria das vezes temos escolhido para a Dica o auartista diferente. Não é fácil. E dizemos isso tor ou ilustrador do livro que destacamos, mas, a verdade porque existem tantos e tão bons que a escolha é que nestas nossas viagens pela mundo da Internet tetorna-se muitas vezes difícil. Hoje trazemos-te o mos descoberto trabalhos de artistas mais ou menos destrabalho da no australiana Luka Va. Vais encontrar conhecidos, entanto, fabulosos. Já tínhamos trazido o imensos desenhos de preguiças, segundo trabalho desta artista russa, mas desde essa altura que Luka sempre era abordada seguimos o seu que blogue e não podíamoshavia deixar de alguém lhe perguntava se não mostrar-teque o que anda a fazer. Divertido, original, é uma lufada de ar fresco. Já agora, tinha nenhum desenho com este aproveita explora ooblogue pois vais enanimal. eExplora site desta contrar dicas para outros artistas. artista e vê com um simpleshttp:// zilasaule.livejournal.com/ lápis azul os desenhos que faz. http://www.luk.lt

Páginas tastas A Maior Casa do Mundo é o mais recente livro da editora Kalandraka e fala-nos de um pequeno caracol, que o seu sonho era um dia, quando crescesse, poder ter a maior casa de todos os caracóis. O pai, o mais sensato dos caracóis daquela couve, contou-lhe uma história que em tudo se parecia com o seu sonho, mostrando-lhe que, por vezes, as coisas pequenas são mais fáceis de transportar. Leo Lionni é o autor-ilustrador desta história e que já nos habituou a uma linguagem de uma grande riqueza tanto a nível de texto como de imagem. Delicia-te com esta história.


Fado de mar e de tanto amar

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Fim de semana

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A fadista Dora Maria, que se iniciou nas tunas universitárias femininas de Beja, regressa amanhã à noite à cidade que a viu nascer para a música. Dora Maria, que será acompanhada à viola por João Chora, à guitarra portuguesa por Bruno Mira e ao acordeão por Bernardo Fouto, trará ao palco do Teatro Municipal Pax Julia, a partir das 22 horas, o espetáculo “Mar de tanto amar”.

Divas da música na Comporta A Adega da Comporta, concelho de Grândola, recebe amanhã, sábado, a partir das 22 horas, um espetáculo musical de tributo às divas do pop/rock Cher, Madonna e Tina Turner. Antes de os DJ residentes levarem os veraneantes pela madrugada fora, ainda há tempo para escutar os acordes da banda nacional Klepht.

Festival Meo Sudoeste 2013

Zambujeira dos sons

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esde quarta-feira que a herdade da Casa Branca, nas cercanias de Zambujeira do Mar, está a dar música aos seguidores do maior festival de verão do País. O Meo Sudoeste 2013, que em cima da largada perdeu uma das cabeças de cartaz, Solange Knowles, irmã de Beyoncé, acabou por ganhar uma nova estrela para o concerto de encerramento do palco principal: Anselmo Ralph, o atual “menino bonito” da R&B, soul e quizomba angolanos. Mas antes de Anselmo Ralph encerrar as hostilidades no domingo, ainda há uma verdadeira maratona de música para ver e ouvir junto ao canal de rega do Mira. Já esta noite, no palco Meo, há boas vibrações com Pete Tha Zouk, Fatboy Slim, Janelle Monáe, Donavon Frankenreiter e Tiago Bettencourt. Para o palco Santa Casa, por onde vão passar apenas sons nacionais, estão agendadas as atuações de Frankie Chavez e DAMA. A “moche room” abre com os Karetus e encerra com Goldierocks e no “moche vibrations” os últimos sons são para os Skalibans. Sábado é dia gordo com a presença no palco principal de Calvin Harris e Cee Lo Green, a que se seguem os Expensive Soul e Kika. No palco tuga, João Só e Kumpania Algazarra. Na “moche room”, Mind Da Gap e o DJ set Orelha Negra, entre outros e, para acabar a noite no “moche vibrations”, The Uprising. Os festivaleiros dizem adeus ao Sudoeste no domingo, 11, com Anselmo Ralph no palco Meo. Mas antes ainda terão tempo para escutar DJ Ride, Snoop Lion e Orelha Negra em formação de palco. Salto e Ana Free apresentarão credenciais no palco Santa Casa e, pela madrugada fora, muita música que terá um ponto final com as atuações de Tiago Santos e Sativa.

A praça de Alvito está animada A banda Sem Limite atua esta noite, a partir das 21 e 30 horas, na praça da República, em Alvito. Esta é mais uma iniciativa ao abrigo do programa “Animar a Praça” que a junta de freguesia local, em articulação com a Câmara de Alvito, está a levar a efeito nas noites de fim de semana dos meses de julho e agosto.

O rock está de volta ao Enxoé Quando ainda não proliferavam como cogumelos os festivais de música no verão, nos anos 80 e 90, era na barragem do Enxoé, Serpa, que se matava a fome de

música ao vivo no Alentejo. No seguimento desses primeiros encontros musicais, a Câmara de Serpa lança este fim de semana a primeira edição do festival “Sons ao La(r)go”. Um programa recheado de bandas e músicos da casa. Hoje, a partir das 20 horas, sobem ao palco os To Kinqs, os Low Cost e os Brainstorm (todos de Serpa) e os Anonimato, de Beja, que estão de regresso 20 anos depois de se iniciarem. Pela noite dentro, a música é para dançar com os DJ Dark, Shock e G_luft. Amanhã, sábado, há

atividades desportivas e lúdicas durante todo o dia e, assim que cair a noite, há tempo para escutar os N1H5, de Ficalho, e os Horses for Courses, de Vila Nova de São Bento, e Zeca e os Pelintras, também de Ficalho. Os concertos terminam com a atuação dos Blind Zero, embora a noitada se prolongue com os DJ Wolf, João Rosa e Peter Petta.

Castro passa as noites ao relento Todas as sextas-feiras de agosto, a Câmara de Castro Verde oferece espetáculos de música, teatro e cinema ao ar livre. São as “Noites ao relento 2013” que, esta noite, a partir das 21 e 30 horas, levam à praça da República daquela vila a música popular do Grupo Cruzeiro.

Por esse Mira acima Amanhã, sábado, às 15 horas em ponto, há uma bela oportunidade para se ficar a conhecer melhor um dos rios menos poluídos da Europa, o Mira, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. A proposta é subir o rio desde a foz até à vila de Odemira, num passeio de barco organizado pela autarquia local e pela empresa DUCA. A partida está agendada para o cais da Fateixa, em Vila Nova de Milfontes. Os passeios custam entre 12,5 e 20 euros.

Passear pelas igrejas e conventos de Beja Prossegue amanhã, logo pelas 10 da manhã, o programa de visitas temáticas que a Câmara de Beja tem vindo a proporcionar há largos meses a esta parte. O percurso para este sábado será pelos conventos e igrejas da cidade, com partida no convento de São Francisco (na foto) e chegada à igreja dos Prazeres. Pelo meio, um belo conjunto de descobertas em torno do património religioso edificado de Beja.


Nº 1633 (II Série) | 9 agosto 2013

9 771646 923008

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nada mais havendo a acrescentar... Férias A casa foi marcada pela Internet. É a moda. Dantes ia-se ver a casa, mas agora isso já não é necessário. Faz-se uma visita guiada pelas assoalhadas no monitor do computador e transferese o valor on line. É uma limpeza e, convenhamos, uma comodidade. Estranhamente, ao contrário das fotografias, não se consegue ver o mar da sala de estar e aquela chaminé da churrasqueira também não se vislumbrava a expelir o fumo dos frangos junto a uma janela dos quartos. Descarregadas as infinitas tralhas, o carro foi expulso das imediações, talvez de madrugada se consiga arranjar um lugar ali mais perto. De manhã o supermercado está

a abarrotar de gente, os nervos sobem pelas prateleiras acima, explodem nas filas intermináveis para pagar meia dúzia de papossecos e cem gramas de fiambre. E depois os prédios despejam pessoas e chapéus de sol e pranchas e carrinhos de bebé e colchões de ar e sacos de praia. E as pessoas com as infinitas tralhas a tiracolo, às costas, nas mãos, apressam-se nas ruas que vão dar à praia. É preciso chegar cedo para conseguir um lugar no paraíso. E as pessoas deitam-se obsessivamente na areia horas a fio para que o sol confirme na pele que passaram férias na praia. No fundo é isto que a gente leva desta vida. Vítor Encarnação

quadro de honra PAULETE MATOS

Mariana Mortágua, 27 anos, natural de Alvito Fez o ensino secundário na Escola D. Manuel I, em Beja. É licenciada e mestre em Economia pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (Iscte). Está a tirar o curso de doutoramento em Economia na Universidade de Londres. Tem algumas publicações em português e em inglês sobre a crise, entre elas Dividadura – Portugal na crise do euro e Isto é um assalto, em coautoria com Francisco Louçã.

Jovem de Alvito substitui Ana Drago

“A vida política não se esgota na Assembleia da República”

M

ariana Mortágua, natural de Alvito, vai substituir a deputada do Bloco de Esquerda (BE) Ana Drago na Assembleia da República. A jovem mestre em Economia, coautora de várias publicações sobre a crise, considera que ser deputada “é uma forma importante de exercício da atividade política” mas garante que “a vida política não se esgota na Assembleia da República”.

Ser deputada era algo a que aspirava?

Ser deputada é uma forma importante de exercício da atividade política. Penso que algumas das leis que o Bloco já fez aprovar na assembleia (como a criminalização pública da violência doméstica) bem como os debates que soube criar (como o da precariedade no trabalho) são bem demonstrativos da importância do parlamento enquanto espaço de confronto e de mudança. Mas a vida política não se esgota na Assembleia da República. Devemos valorizar outras formas de intervenção cívica e democrática, e não esquecer que a política é possibilidade de decidirmos coletivamente sobre a sociedade que queremos. Acho que vale a pena aspirar a uma “repolitização” e PUB

democratização das instituições e dos espaços da vida política, tão desgastados pela forma como se tem exercido o poder em Portugal. Ser deputada é uma das formas de o fazer, mas não é a única. No seu entender, quais são os grandes desafios que se lhe colocam no desempenho das suas novas funções, tendo em conta o atual contexto socioeconómico e político?

O grande desafio para a esquerda é mostrar que em democracia não existem inevitabilidades. A política de austeridade, imposta em nome da dívida, está visivelmente a arrastar o País para uma situação de emergência económica e social, sem cumprir aquilo a que se propôs: pagar a dívida. É urgente travar este austericidio e criar as bases para uma viragem estratégica do País. Não poderemos investir na recuperação de salários, na educação, na produção, enquanto partes cada vez mais significativas do orçamento público são canalizadas para o pagamento de juros (muitas vezes especulativos). E não podemos aspirar a um novo ciclo de crescimento e emprego enquanto esse investimento não for feito.

Por outro lado, sem crescimento a dívida nunca será paga. É um ciclo vicioso. Temos um governo que aceita rasgar todos os contratos com o seu povo sem nunca pôr em causa os que assinou com os interesses financeiros. É urgente inverter esta ordem de prioridades, só esta inversão pode garantir uma saída para esta crise que não implique mais empobrecimento. Faz falta um debate sério e aberto sobre o rumo estratégico da nossa economia, sobre o país que queremos. O Bloco de Esquerda está empenhado nesse processo. Mas para que ele possa acontecer de facto, temos de nos libertar da chantagem das inevitabilidades. Quando é que surgiu o seu interesse pela política?

Lembro-me de estar na primeira classe e ir reclamar com a câmara municipal porque a passadeira em frente à escola estava mal colocada. No secundário, e durante vários anos, fiz ativismo numa ONG [organização não governamental] antirracista e pelos direitos humanos. O Bloco surgiu como a continuação natural deste interesse, como o espaço de todas as causas em que acredito. Nélia Pedrosa

www.diariodoalentejo.pt

As previsões para hoje, sexta-feira, apontam para céu limpo, com uma temperatura máxima de 36 graus. O céu deverá manter-se limpo também no sábado e no domingo e são esperados 37 graus de temperatura máxima.

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Semana do Gaspacho e da Tomatada até dia 12 Inaugurada na segunda-feira, 5, a Semana Gastronómica do Gaspacho e da Tomatada vai prosseguir até ao próximo dia 12, envolvendo cerca de uma centena de restaurantes da região. A iniciativa, promovida pela Turismo do Alentejo, assume como objetivo “divulgar os restaurantes, a qualidade gastronómica e a excelência dos produtos endógenos, assim como impulsionar o setor da restauração”. Recorde-se que o produto gastronomia e vinhos é um dos principais motivos de visita à região e que a Entidade Regional de Turismo está a implementar o programa “Alentejo Bom Gosto”, que visa valorizar e requalificar a gastronomia regional. A lista dos restaurantes aderentes pode ser consultada em http://www.visitalentejo.pt .

Dois dias de Agosto Jovem em Vidigueira As Piscinas Municipais de Vidigueira voltam a receber, entre os próximos dias 12 e 13, a iniciativa Agosto Jovem, promovida pela câmara local no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Juventude. Além das atividades de desporto e lazer, que decorrem ao longo de todo o dia (aqua run e dynamic bungee, entre outras), o certame reserva um programa musical de que fazem parte, logo na primeira noite, as bandas e o Dj Ordem Nula, Ortigões, Freddy Locks e Christian F. No serão de terça-feira, 13, que será precedido por uma animação ao pôr do sol, a cargo do Dj HM, atuam Daddy Jack Banda, os bejenses Anonimato e, para encerrar, o Dj Seven.

Emanuel e Tordo em Ourique As Festas de Santa Maria chegam a Ourique já na próxima quarta-feira, dia 14 e véspera de feriado, e apresentam-se com dois nomes de peso. O cantor popular Emanuel atua logo na primeira noite, pelas 23 horas, no pavilhão multiusos, com entrada paga (três euros); e o músico de intervenção Fernando Tordo tem encontrado marcado com os ouriquenses a 15, também pelas 23 horas, num espetáculo de acesso gratuito que terá lugar na praça D. Dinis. Caminhadas noturnas, passeio equestre, largada, noite de fados, bailes e cerimónias religiosas completam mais uma edição das Festas de Santa Maria.


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