Da 1634

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Este VALE

Ricardo Campaniço

António Figueira Mendes Aníbal Cordeiro

António Candeias

Manuel Graça Dias

Francisco Duarte

António José Brito

Mário Mota Lopes

Os candidatos às câmaras de Grândola e Castro Verde apresentam-se págs. 6/7

€1,20 Veja como na página 25

na Postos BP Beja

SEXTA-FEIRA, 16 AGOSTO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1634 (II Série) | Preço: € 0,90

Impugnações e alertas do Bloco de Esquerda originam decisões contraditórias em Beja e em Alcácer do Sal

Tribunais rejeitam Vítor Proença e aceitam Pulido Valente e João Rocha JOSÉ FERROLHO

pág. 9

Urbano Tavares Rodrigues 1923-2013

Festival Andanças regressa ao Alentejo págs. 16/17

Carregueiro: Estação para lado nenhum págs. 4/5

Tropas de Moura na reconquista do Brasil pág. 32 PUB

A poucos meses de completar 90 anos, faleceu, na última sexta-feira, no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, o escritor e ensaísta Urbano Tavares Rodrigues. Com mais de 60 anos de carreira literária, boa parte dela dedicada ao Alentejo que o viu crescer, Urbano é hoje recordado nas páginas do “DA” pelas palavras do escritor Mário Cláudio e do jornalista Viriato Teles. Editorial e págs. 20/21


Diário do Alentejo 16 agosto 2013

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Editorial Urbano

Vice-versa Em conformidade com os artigos constitucionais 48.º (direito-dever de participação na vida pública), artigo 50.º (direito de acesso aos cargos públicos) e artigo 118.º (princípio da renovação), o tribunal decide que não há elementos que permitam concluir “um ambiente de diabolização dos agentes políticos que completam três mandatos consecutivos” e se pretendem recandidatar. Sentença do Tribunal de Lisboa sobre a candidatura de Fernando Seara, in “Público”

Paulo Barriga

O tribunal justifica a decisão [de impedir candidatura à CM da Guarda] com o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, proferido em junho, que determina, em função do artigo 118.º da Constituição (princípio da Renovação), que a limitação de mandatos refere-se a “qualquer autarquia do território nacional e não apenas àquela onde o presidente de câmara ou de freguesia cumpriu os três mandatos consecutivos”.

T

inha tanto de urbano como tinha de rural, o Urbano. Apesar de ter passado toda a sua vida adulta em grandes cidades, cosmopolita, mundividente, humanista, Urbano Tavares Rodrigues foi mordido em criança pelo bicho do campo. Uma ferradela que lhe contaminou o sangue, o ser, a palavra, para todo o sempre. A sua obra literária, vasta e diversa, é a melhor evidência de como a infeção sofrida nos campos de Moura, no Alentejo para lá do Guadiana, na “terra vermelha”, como lhe chamou, jamais teve cura. Não é um contágio inédito, este que correu nas veias de Urbano e que nos seus livros perdurará para todo o sempre. O Alentejo costuma gerar essa seiva umbilical que se agarra aos seres que o habitam, que alguma vez o habitaram, como as marcas de um ferro em brasa. Pode-se abalar, tantos que abalaram e continuam a abalar, mas não se pode fugir dele. Nunca. Esta terra pode ser pouco fértil em alimento, estéril, até, mas é farta em sentimentos. Afetuosa, no mais rude e áspero sentido do termo. Urbano, o bom escritor bom, sabia-o. Sentia-o. Aliás, como Brito Camacho sempre sentiu, imensamente, mesmo nos corredores do poder, os torrões dos cabeços de Aljustrel sob a sola dos seus botins. Como Manuel da Fonseca, mesmo na maior espelunca lisboeta, nunca perdeu de vista o cerro grande de Santiago do Cacém ou os cantares empastados de vinho dos homens do Sul. Como Fialho de Almeida, mesmo inebriado pelas luzes dos teatros e pelas plumas e lantejoulas das coristas, alguma vez terá olvidado os cavadores, os ceifeiros ou os vindimadores do seu “país das uvas”. Há qualquer coisa de primordial e de catártico neste quinhão de terra. Um azougue cujos polos atraem com uma força extraordinariamente inversa ao desânimo que faz partir. Foi assim com Urbano Tavares Rodrigues. É assim com todos nós.

Sentença do Tribunal da Guarda sobre candidatura de Álvaro Amaro, in “Público”

Fotonotícia

Vivós noivos. O filho do meio do presidente da Comissão Europeia casou no passado sábado à tarde na capelinha de Nossa Senhora do Castelo, em Aljustrel. Foram mais os mirones que propriamente os convidados que se decidiram a subir ao cimo do mais alto cerro da vila mineira, debaixo de uma daquelas calmas de derreter picaretas. Diz, quem viu, que a noiva Luísa encantou o noivo Guilherme e todos os presentes com um vestido da autoria do estilista bejense Filipe Faísca. O padre Feytor Pinto uniu as almas. E os convidados, como o tio Aníbal Cavaco, começaram a chegar mais pela fresca ao check point que foi montado junto à aldeia do Carregueiro, na estrada que dá acesso à herdade do Gavião. Coisas de agosto no Alentejo, em pleno verão. PB Foto de Alfredo Rocha/Tiago Caramujo

Voz do povo Considera útil o dinheiro gasto em campanhas políticas?

Inquérito de José Serrano

Francisco Santos 72 anos, agricultor

Maria São Brás 62 anos, professora aposentada

Maria do Anjo 65 anos, aposentada

José Piteira 45 anos, professor

Eu sou anti-partidos. Há já muitos anos que não voto. O partido em que votava acabou por não fazer nada de positivo. Desiludiu-me. Por isso acho inútil o dinheiro que se gasta nas campanhas. Na medida em que os políticos ainda não deram provas de fazer um bom trabalho. Quem quiser que aceite a informação que eles querem transmitir. Eu não lhe dou grande importância.

Com conta, peso e medida é útil. Porque transmite, juntamente com alguma especulação, informação aos eleitores. Mas é claro que não concordo com os exageros. Tem que haver redução nas despesas. Se todos nós temos que ter contenção nas nossas vidas, os candidatos autárquicos também o deviam demonstrar. Os extras folclóricos em tempos de crise devem ser eliminados.

Nem todos gastam o mesmo. Porque nem todos têm o mesmo dinheiro. Isso é injusto. Alguns partidos não mereciam gastar nem metade do dinheiro que têm para a campanha. Muitas das vezes em informação que deixa muito a duvidar. E não nos podemos esquecer que as campanhas políticas são pagas por todos nós. A mim, que sou aposentada, roubam-me eternamente.

Tem de haver algum investimento. No sentido de informar as pessoas e passar a mensagem dos vários partidos. Mas atendendo à situação do País exige-se uma redução substancial. Até agora, para além das fotografias dos candidatos à câmara, nada sabemos de concreto sobre cada um dos projetos. Na política atual, a mensagem é relegada para segundo plano. Em detrimento da imagem.


BEJA CÂMARA PERMITE PAGAMENTO DE RENDAS ATRAVÉS DE MULTIBANCO A Câmara de Beja anunciou que os munícipes já podem proceder ao pagamento de rendas através de multibanco, no âmbito do processo de modernização administrativa da autarquia. Tal como já acontecia com outros serviços, agora os habitantes podem pagar desta forma as rendas de habitação, de quiosques, de ocupação de espaços municipais ou de concessões do mercado. O mesmo acontece com as rendas correspondentes ao pavilhão microempresas e ainda as rendas de edifícios, esclareceu a câmara municipal, adiantando que, brevemente, será ainda possível efetuar o pagamento por multibanco da renda mensal das hortas urbanas e ainda do parque de estacionamento da avenida Miguel Fernandes. A medida pretende “garantir uma maior proximidade ao munícipe” e proporcionar-lhe “maior comodidade”.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 12 ODEMIRA GNR APREENDE DROGA E DETÉM 27 SUSPEITOS DE TRÁFICO DURANTE O SUDOESTE A GNR deteve 27 pessoas por tráfico de estupefacientes e apreendeu vários tipos de droga durante uma operação realizada nas imediações do Festival Meo Sudoeste, na Zambujeira do Mar (Odemira), anunciou o Comando Territorial de Beja. Para além das detenções, os militares fizeram 74 apreensões de droga. Da apreensão constam 1 283 doses de haxixe, 20 de canábis, 28 de cocaína, 70 de MDMA, 97 comprimidos de ecstasy e 28 plantas de canábis. A GNR deteve ainda uma pessoa por condução em estado de embriaguez, outra por injúrias a um militar da força de segurança e outra por alegado furto. A operação da GNR nas imediações do festival envolveu diariamente cerca de 70 militares, de várias áreas: segurança pública, investigação criminal, segurança rodoviária e segurança ambiental. O Comando Territorial de Beja foi reforçado, durante este período, por elementos da Unidade Nacional de Trânsito e da Unidade de Intervenção da GNR.

VIDIGUEIRA CÂMARA ATRIBUI SUBSÍDIOS ÀS ASSOCIAÇÕES No âmbito da sua política de apoio ao associativismo, a Câmara Municipal de Vidigueira procedeu à entrega de subsídios às associações do concelho.

QUINTA-FEIRA, DIA 15 OURIQUE INAUGURADA REQUALIFICAÇÃO DA RIBEIRA DE SANTANA DA SERRA A Câmara de Ourique inaugurou a primeira fase da requalificação da ribeira em Santana da Serra, dentro do perímetro urbano, “concretizando os anseios de mais de duas décadas da população local, num projeto de intervenção que promove a segurança e a saúde públicas, de valorização ambiental e que potencia a zona envolvente como um novo espaço de lazer ao serviço das pessoas”, esclarece a autarquia. O projeto agora cofinanciado pelo InAlentejo/QREN/UE em 85 por cento, num valor total de 230 446 euros, enquadra-se num plano estratégico do município “de valorização do território do concelho, de criação de infraestruturas, de promoção da qualidade de vida e de respeito pelas comunidades locais, aproveitando os fundos comunitários como fatores de desenvolvimento e de melhoria na gestão dos recursos financeiros da autarquia”.

(Biblioteca Municipal de Beja/ José Saramago)

Em que contexto surge a campanha “O meu livro foi o teu livro” e a quem se destina?

A distribuição de manuais escolares já utilizados é uma prática da Biblioteca Municipal de Beja/José Saramago desde há cerca de cinco anos e destina-se a todas as pessoas que residem no concelho de Beja. No entanto, desde 2012 esta campanha surge de uma forma mais estruturada, fruto de uma parceria com a Loja Social, entretanto criada pelo município de Beja, que se associa ao Movimento Nacional de Reutilização de Livros Escolares, dando assim uma dimensão nacional a esta campanha. O objetivo da campanha é social e ecológico. Por um lado, ao criar um movimento de reutilização dos manuais escolares promove uma utilização ecológica dos recursos, dando prioridade de acesso às famílias mais carenciadas. Por outro lado, contribui para a preservação do ambiente, pelo facto dos manuais não passíveis de serem utilizados serem entregues para a Campanha do Banco Alimentar “Papel por alimento”. A campanha de 2013 teve início no dia 24 de junho e termina no dia 30 de outubro. Como está a decorrer em termos de recetividade, quer ao nível da entrega de manuais, quer de pedidos?

O facto de esta campanha ter tido uma grande recetividade no ano passado levou à criação da expectativa para este ano, e logo que terminou o ano letivo as pessoas começaram a perguntar quando poderiam entregar os manuais. Até ao início de agosto já foram entregues na Biblioteca e na Loja Social cerca de 1 750 manuais escolares, sendo que nestes ainda estão incluídos os manuais que se destinam à reciclagem, e já foram recebidas 61 inscrições/pedidos. O balanço desta campanha ao nível de comparação com o ano de 2012 só é possível no final da mesma. É possível traçar o perfil das famílias que se inscreveram até ao momento para receberem os manuais escolares?

A campanha em curso, à semelhança do ano passado, visa responder às solicitações registadas presencialmente na Loja Social ou por via eletrónica – email e Facebook, sendo que a partir de 15 de agosto se inicia a entrega dos manuais por ordem de inscrição e de acordo com os livros disponíveis em stock. Contudo, é dada prioridade aos casos sinalizados pelos parceiros locais, de modo a garantirmos a resposta às situações de maior vulnerabilidade social e económica. Em 2012 o balanço da campanha foi muito positivo e conseguimos dar resposta a cerca de 400 livros pedidos a nível concelhio e nacional. Nélia Pedrosa

Gonçalo Lampreia vence Concurso Nacional de Guitarra Gonçalo José Isqueiro Lampreia, de 12 anos, natural de Safara e aluno do Conservatório Regional do Baixo Alentejo – Moura, foi o grande vencedor do 9.º Concurso Nacional 2013 de Guitarra Clássica, que decorreu recentemente em Ourém (Fátima).

Concertos do Meo Sudoeste vistos por 154 000 pessoas O Festival Meo Sudeste, que decorreu na Zambujeira do Mar, teve uma plateia de 154 mil pessoas, durante os cinco dias de espetáculos, e 23 mil campistas. Snoop Dogg, Pitbull, Richie Campbell, Janelle Monáe e Fatboy Slim foram alguns dos músicos presentes em palco.

Festa de São Romão recria ida à praia A tradicional ida à praia da população que residia nas freguesias rurais e montes do concelho de Santiago do Cacém voltou a ser recriada na Festa de São Romão. A recriação esteve a cargo dos ranchos da Queimada e Ninho de Uma Aldeia de S. Bartolomeu da Serra.

Fórum de Moura ofereceu “artes comunicantes” Poesia, música, teatro e filmes documentais foram algumas das propostas da quarta edição do Festival de Artes Comunicantes, promovida pelo Teatro Fórum de Moura. Apesar de se ter registado uma menor afluência, o balanço é “muito positivo”, diz a organização.

“Partilhar o cosmos” na vila mineira do Lousal Astrónomos amadores e profissionais juntaram-se no Centro de Ciência Viva do Lousal, Grândola, no âmbito da Astrofesta, para, durante duas noites, observarem “o universo”. “Partilhar o cosmos” foi o mote escolhido para esta edição, que incluiu palestras e passeios.

Diário do Alentejo 16 agosto 2013

RÁDIO PLANÍCIE

Paula Santos

DR

O Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Aljustrel deteve três pessoas por suspeita de tráfico de droga. Segundo a GNR, a ação envolveu buscas em residências e em veículos que permitiram a detenção dos três suspeitos, com idades entre os 22 e os 46 anos, e a apreensão de 576 doses de heroína, 37 de cocaína e 47 de haxixe, duas plantas de canábis, um automóvel, uma consola e 118,41 euros.

(Gabinete de Desenvolvimento Social/Loja Social – Projeto Entre(e)Ajude);

DR

ALJUSTREL DETIDOS POR SUSPEITA DE TRÁFICO DE DROGA

Rede social

DR

QUINTA-FEIRA, DIA 8

03

DR

Semana passada

3 perguntas a Laura Rodrigues


Diário do Alentejo 16 agosto 2013

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Carregueiro

Comboios já não passam na terra com pouco mais de 80 habitantes

Aldeia estação espera por mais gente Carregueiro fica a escassos quilómetros de Aljustrel e a terra que cresceu

A

estação encontra-se vazia. Não há quem parta em direção a lado algum. Como também não há quem regresse à terra, pelo menos de comboio. A linha está desocupada e as ervas crescem entre os carris. O povo de Carregueiro, no concelho de Aljustrel, atravessa-a sem olhar para ambos os lados, embora ainda haja quem não tenha perdido o hábito. “Foram muitos anos. Anos sem fim a passarem aqui os comboios, um corrupio deles e agora nenhum”, explica Ismael Soares, que encostou o seu negócio, o único que sobrevive em Carregueiro, precisamente à linha. “Eramos mais de uma mão cheia de comerciantes, quando o Carregueiro era Carregueiro, uma aldeia muito dinâmica, que não havia, de norte a sul, quem não a conhecesse”, avança, enquanto espera por fregueses. O sol, embora os ponteiros do relógio ainda marquem poucas horas do dia, queima os poucos que se atrevem a assomar à rua. Tantos outros saíram ainda mais cedo para trabalhar e há ainda que contabilizar os que rumaram a Sul para aproveitar o areal e o mar do Algarve, segundo contam os vizinhos. “Está a ver ali aquela série de casas? Estão todas desocupadas. Pertencem à CP. Há ainda aí mais umas quantas de particulares à venda, mas pedem muito dinheiro por elas, mas tão ali umas que foram compradas, por um casal de Lisboa e por um casal estrangeiro. Pode ser que futuramente

junto à linha de caminho-de-ferro já não vê parar nem partir comboios. As cheias dos anos 90 ainda estão na memória de todos, mas agora há um espaço verde que está a crescer no local, para contentamento da população, que só reclama mais gente para viver na aldeia. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

mais gente venha para aqui”, atira uma das poucas transeuntes que passa. A conversa, porém, é interrompida pelo som da flauta transversal de Ricardo Silva. Aborreceu-se de passar, rua acima, rua abaixo, na sua bicicleta, em plenas férias escolares. E por momentos só se ouve o som do seu instrumento misturado com o chilrear dos pássaros, ali em plena rua, onde poucos carros passam. “É uma terra agradável, pacata, onde todos se conhecem”, defende José Pires, morador, sem desviar o olhar do jornal desportivo que folheia. “Falta aqui gente e trabalho. É o que temos cá falta. Esta terra, em tempos, já teve outra pujança, agora está muito mais parada”, confessa. E justifica: “A agricultura morreu um bocado por estas paragens. Antes cada monte tinha mais de cinco homens a trabalhar e hoje não tem nenhum. O sustento de Carregueiro ainda é a mina de Aljustrel e a de Castro Verde”. “A terra perdeu movimento nos anos em que a estrada, que seguia em direção ao

Juventude Crianças e jovens de férias escolares entretêm-se na aldeia

Algarve, deixou de passar dentro da localidade e foi desviada”, recorda Ismael Soares. Agora, lá em cima, na estrada que passa ao lado de Carregueiro, passam carros em direção a Aljustrel, em direção a Castro Verde e tantas outras paragens. “Há uns que entram e param, mas a maioria segue viagem, não há muito que ver aqui”, diz Ismael, que, ainda assim, não se queixa dos clientes certos que chegam à procura de petisco. “Temos uns bons presuntos, uns bons queijos e paios. Fazemos umas tapas e depois temos cabeças assadas, caracóis, conforme”, propaguei-a. E cá em baixo, junto à linha, pouco movimento se avista. A contrastar com a circulação que se vislumbra na estrada que liga Aljustrel a Castro Verde. E é de lá que se avista a mais recente obra que está em marcha em Carregueiro. “Um jardim e hortas comunitárias”, dizem os habitantes. “Está a ficar engraçado o espaço verde”, considera Isabel Camacho, habitante de Carregueiro. Trata-se, na verdade, do projeto que

População Número de habitantes tem diminuído

prevê a requalificação da área urbana afetada pelas cheias dos anos 90, aquelas que ainda estão na memória da população. “Foram dias difíceis para a nossa terra”, recordam os moradores. E de tão difíceis que foram até preferem deles não falar. A ribeira galgou as margens e essas memórias preferem saltá-las também. “Já derrubaram as casas que na altura foram destruídas, e que por ali foram ficando, está só ali uma ou duas, porque ainda não se conseguiu chegar a acordo com os proprietários. A zona está a ser toda beneficiada e requalificada. Será, futuramente, um espaço de lazer”, explica José Pires. “É bom para a população e para as crianças que ficam ali com uma boa área para brincar e toda arranjada”, defende Isabel Camacho. A aldeia ainda conta com crianças, mas não em número suficiente para manter a escola aberta, que há muito fechou. E António Contreiras, habitante de Carregueiro, pega na deixa para expressar a sua opinião. “Quando as escolas encerram nas aldeias, as aldeias acabam por perder. Os casais jovens não se fixam e a população de Carregueiro está maioritariamente idosa, tal como acontece em tantas outras aldeias do Alentejo e do País”, resume. Os ponteiros avançam e Ricardo Silva volta a trocar a flauta pela bicicleta e agora o que se ouve é a buzina do carro do pão, que chega fresco, ainda a tempo da hora de almoço. As mulheres assomam-se à rua, de bata envergada, recolhem o bendito alimento e fogem do calor.


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Manuel Ruas Presidente da Junta de Freguesia de Aljustrel

Esta a ser concluída uma obra na área afetada pelas cheias de 1997...

É uma obra desejada pela população, em nosso entender prioritária desde essa altura e, sobretudo, após o loteamento e construção das habitações do bairro da Cruz Vermelha. Era urgente reabilitar aquela zona que, para além da imagem de abandono e degradação, estava a tornar-se um local propício a situações menos adequadas. Irá nascer um espaço verde, onde serão instaladas hortas comunitárias, zonas de lazer e convívio. Serão também aí desenvolvidas atividades de carater lúdico-pedagógicas, envolvendo os alunos das nossas escolas numa prática de defesa do meio ambiente e de contacto direto com aspetos ligados à agricultura, uma espécie de parque temático, onde a exploração da natureza é o objetivo principal. Pretende-se que neste espaço seja integrado um projeto mais abrangente e dinamizador de atividades que criem desenvolvimento e, naturalmente, propagação do bem-estar coletivo.

Monte dos Poços instalou-se em Carregueiro O agroturismo Monte dos Poços, situado próximo da aldeia de Carregueiro, é uma das mais recentes unidades turísticas do concelho de Aljustrel. Dispõe de nove quartos duplos, piscina, quinta pedagógica, salão de refeições, tenda para eventos, cozinha industrial, entre outras valências. E são muitas as atividades que o monte tem ao dispor dos clientes, destacando-se, entre outras, atividades de lazer ao ar livre, passeios de balão e de bicicleta, percursos pedestres e observação de aves. Aqui organizam-se ainda jantares e almoços de grupo e várias atividades para empresas.

Saúde chega sobre rodas A viatura da Unidade Móvel de Saúde, que resulta de uma parceria entre a Câmara de Aljustrel, a Administração Regional de Saúde do Alentejo e a Unidade Local de Saúde, foi criada para assegurar uma maior acessibilidade da população, principalmente dos mais idosos, aos cuidados de saúde e apoios sociais. Em Carregueiro a Unidade Móvel de Saúde presta cuidados de enfermagem e atendimento social aos munícipes.

Quais são as principais dificuldades?

Prendem-se com o envelhecimento da população, uma vez que os jovens não têm condições de se fixar. Esta aldeia tem características muito especiais, que se prendem, de alguma forma, com os terrenos em volta que são maioritariamente pertença da Soporcel e os restantes de particulares. Durante largos anos não se providenciou criar condições urbanísticas que atraíssem a fixação de famílias. Consideramos o Carregueiro uma localidade estratégica para o crescimento. A não passagem de comboios tem afetado a terra?

Os comboios sempre tiveram um papel importante na vida da terra e das pessoas. Com o tempo e a evolução dos transportes, estes serviços começaram a diminuir e, consequentemente, o número de comboios. Nos últimos anos algumas composições transportavam apenas duas ou três pessoas o que levou a Refer a extinguir os serviços, encerrando a estação. A diminuição do número de linhas e encerramento de estações deve-se à falta de estratégia dos vários governos e responsáveis regionais, que não consideraram a importância do transporte ferroviário como uma mais-valia. Toda a economia local foi afetada. O que pode ajudar a dinamizar a aldeia?

É urgente dinamizar a urbanística, clarificando zonas de terrenos urbanizáveis através da execução de plano de pormenor, melhorar a rede de transportes públicos, e outras iniciativas que venham a ser consideradas catalisadoras de criar condições de fixação de pessoas e de melhoria das condições de vida dos que já lá habitam. Outro aspeto fundamental para o desenvolvimento da zona é a quantidade e qualidade da água, pelo que deve ser feito um estudo de alternativas com vista ao abastecimento direto através do lençol freático existente na zona.

Filho de Durão Barroso casou próximo da aldeia A herdade do Gavião, próxima de Carregueiro, foi o local escolhido para acolher o copo de água, no fim de semana passado, do casamento de Guilherme Barroso, filho de Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, e de Luísa de Sousa. Segundo a população, “a terra ficou a beneficiar porque conseguiu-se, embora pouco, beneficiar o pouco comércio e as unidades hoteleiras”. Recorde-se que nesta herdade organizam-se, normalmente, caçadas, que, durante o ano, também ajudam a dinamizar a pequena aldeia.


Grândola E, num repente, o Partido Socialista partiu-se em três. Após a saída para o banco Montepio Geral de Carlos Beato, as guerrilhas internas dentro do PS pela sua sucessão não se fizeram sentir. Os socialistas avançam com Ricardo Campaniço, mas, por conta própria, vão a votos o antigo vice-presidente da edilidade, Aníbal Cordeiro, e o presidente da Junta de Melides, António Candeias. Sempre com a CDU à espreita de reconquistar a autarquia pelo antigo presidente António Figueira Mendes.

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1 - Quais as grandes “linhas de força” da sua candidatura? 2 - Até que ponto a saída de Carlos Beato, e o aparente “estilhaçar” do PS, pode influenciar a eleição em Grândola? 3 - O que será um bom resultado eleitoral para a sua candidatura?

AutárquicasGrândola Ricardo Campaniço

António Figueira Mendes

Aníbal Cordeiro

António Candeias

Candidato do PS

Candidato da CDU

Candidato Independente

Candidato Independente

Natural de Torres Novas, 40 anos, engenheiro técnico agrário. É vice-presidente da Câmara Municipal de Grândola e dos Bombeiros.

Natural de Grândola, 70 anos, gerente. Foi presidente da Câmara Municipal de Grândola entre 1976 e 1989.

Natural de Grândola, 54 anos, licenciado em Engenharia Civil. Foi presidente da AM e vice-presidente da Câmara de Grândola.

Natural de Melides, 63 anos, reformado. Foi presidente da Junta e da Assembleia de Freguesia de Melides.

Não há nenhum “estilhaçar” do PS

Clima de divisionismo e de tensão

Processo de tentativa de aniquilação política

Auditoria rigorosa às finanças autárquicas

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A forma como o concelho de Grandola foi gerido nos últimos anos criou entre os grandolenses um clima de divisionismo e de tensão, que nem nos primeiros anos da Revolução existiu. Tensão que até entre a mesma família política está latente. O aparecimento de três candidaturas à câmara municipal, de pessoas que até há pouco tempo estavam na órbita do chamado “novo ciclo”, é disso o melhor exemplo. De modo que uma das linhas de força da minha candidatura vai ser o reconciliar e unir os grandolenses! Conforme tem sido afirmado por muita gente, sou o único candidato que está em condições de fazer isso. Precisamos de estar unidos para vencer a situação difícil em que nos encontramos. Depois, o combate à pobreza, ao isolamento e à exclusão social. Somos um concelho rural, com uma área significativa, com muita população idosa a viver em situações precárias, para a qual temos que encontrar respostas. A falta de emprego, sobretudo para os jovens, é um outro problema grave que enfrentamos. A revitalização do centro histórico de Grândola é uma outra medida que apostaremos com muita força. Reforçar o apoio à atividade cultural faz igualmente parte das nossas prioridades. Tudo isto só é possível se intensificarmos o desenvolvimento sustentado. Isso pressupõe a dinamização de todas as atividades económicas do concelho de forma integrada.

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Queremos reforçar o rumo de desenvolvimento e de bem-estar que o concelho de Grândola percorreu nos últimos anos e iniciar um novo caminho para que este território ganhe cada vez mais o futuro. Comprometemonos a: Promover o desenvolvimento e o crescimento económico da região; valorizar o mundo rural, apoiando o desenvolvimento agrícola e florestal; reforçar o desenvolvimento social, educativo, cultural e desportivo; cuidar do ambiente e dos espaços verdes; promover a cidadania e a participação ativa dos cidadãos; qualificar e simplificar o serviço público autárquico; promover o maior rigor das contas públicas; incentivar a economia local; privilegiar o planeamento do nosso território; promover a fixação dos jovens e de famílias incentivando a criação de empregos estáveis e qualificados; continuar a afirmar Grândola, enquanto símbolo dos ideais mais nobres do 25 de Abril; e criar dinâmicas de desenvolvimento local.

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Antes de mais, uma correção necessária. Não há nenhum “estilhaçar” do Partido Socialista. A minha candidatura reúne a esmagadora maioria dos militantes e simpatizantes locais do PS e o apoio de um conjunto cada vez mais vasto de pessoas de todos os quadrantes políticos e de independentes de sempre. Quanto à sua pergunta: o povo do concelho está preocupado com o futuro e não com o passado! Por isso o que nos importa é esclarecer as pessoas em relação ao projeto que defendemos e ao rumo de futuro que temos de prosseguir. A população do concelho não se deixa iludir por promessas sem sentido, nem por candidaturas sem projetos nem ideias. Nos tempos difíceis que estamos a viver as pessoas querem mais ação e menos conversa. E, porque não querem o regresso ao passado, sabem que a minha candidatura é a única capaz de assegurar um futuro de prosperidade e de bem-estar para o nosso povo.

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Concorremos para vencer em todos os órgãos a que nos candidatamos. A nossa vitória é a vitória do povo do concelho.

Creio que vai influenciar, não só porque a forma como o dr. Carlos Beato saiu foi muito criticada pela população, mas também por ter criado uma situação de mau estar e de conflito entre dois dos atuais candidatos que sempre estiveram consigo, na esperança de serem os seus sucessores. O lançamento de um outro candidato com o seu empenhamento veio trazer um dado novo, que só no dia 29 de setembro veremos que sementes deixou o dr. Carlos Beato...

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Um bom resultado é ganhar!

O nosso projeto verdadeiramente independente, e sem qualquer amarração partidária, transporta uma grande ambição que é ajudar a tornar Grândola num dos melhores concelhos de Portugal. Efetivamente esta é a minha e a nossa ambição, a qual assenta em dois grandes pilares: solidariedade e desenvolvimento. Tendo em conta este infeliz quadro social que temos pela frente, só pode haver uma resposta política adequada, uma política de solidariedade para e com as pessoas, incrementando mais políticas sociais, dando mais justiça aos impostos municipais e taxas camarárias, fortalecendo os apoios ao nosso movimento associativo, reivindicando mais qualidade para as nossas unidades de saúde, abrindo todas as portas aos jovens e nunca esquecendo aqueles que no passado contribuíram para o engrandecimento do nosso concelho. Solidariedade que também se deve estender aos agentes económicos locais, estando totalmente disponível e empenhado para consertar ações com os representantes do comércio, da indústria, da agricultura, com vista a alavancar a nossa economia, assumindo desde já um compromisso para com os nossos agentes económicos relativamente ao prazo de pagamento, o qual não poderá ultrapassar os 30 dias. Assim, durante o próximo mandato autárquico, é nossa intenção construir o Centro de Investigação Empresarial de Grândola, CIEG, junto ao nó IC1/IC33. Cabe ao povo avaliar e julgar todo este processo, nomeadamente no que a mim diz respeito, ou seja, a tentativa de aniquilação política. Como o povo não gosta de ver os seus filhos maltratados, julgo que irá exprimir no próximo dia 29 de setembro, nas urnas, o seu enorme desencanto, desgosto e até revolta por tudo o que aconteceu.

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Um bom resultado para a minha candidatura é aquele que o povo da minha terra entender querer dar-me. Saberei sempre, de uma forma humilde, democrática e responsável, aceitar o resultado do ato eleitoral.

Desde logo gerir, com muito mais rigor e transparência, os recursos obtidos, de forma a que os mesmos sejam aplicados com toda a visibilidade em ações de maior e melhor utilidade em benefício de todos os munícipes. É para mim uma grande preocupação o estado financeiro em que se encontra a Câmara Municipal de Grândola. Por isso, e se for eleito, irei mandar proceder a uma auditoria rigorosa ao estado financeiro da autarquia. Nos últimos 40 anos perdeu-se a quase totalidade do tecido industrial e produtivo no concelho de Grândola. Não se criaram as condições adequadas para a instalação de empresas industriais, logísticas e até comercias. Não se criou emprego nem riqueza para o concelho. É nesta área que iremos fazer incidir os nossos esforços de forma a recuperar este significativo atraso. Na atual conjuntura é importantíssimo dar especial atenção às famílias carenciadas, aos jovens e aos idosos.

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A gestão política levada a cabo pelo Partido Socialista e pelo dr. Carlos Beato levou a que, na atual conjuntura, existam duas candidaturas independentes. É minha total convicção que estas nunca existiriam se o processo de escolha do candidato representante do PS fosse selecionado em devido tempo, de forma clara e transparente. Esta situação, sem nenhuma sombra de dúvida, vai influenciar os resultados eleitorais. Quem é verdadeiramente democrata sabe que estas são as regras. Vivemos na terra da liberdade, portanto temos a obrigação de respeitar esse sentimento.

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Naturalmente será o de ter sido escolhido para trabalhar em conjunto com a minha equipa, em prol do desenvolvimento do meu concelho com a vontade clara de trazer para a minha terra mais desenvolvimento, riqueza, harmonia, amizade. Fazer de Grândola uma referência, um exemplo de boa gestão e aproveitamento de todos os seus recursos, que são extraordinários.


07 Diário do Alentejo 16 agosto 2013

Castro Verde É uma das câmaras que sempre esteve na esfera do PCP e das suas coligações. É uma das câmaras que o Partido Socialista sempre ambicionou conquistar. Num dos concelhos socialmente mais equilibrados do Alentejo, e muitas vezes tido como exemplar, os socialistas fazem avançar o antigo jornalista António José Brito, aguardando algum deslize por parte da candidatura da CDU que repete a eleição do arquiteto Francisco Duarte, que sucedeu a Fernando Caeiros no destino da autarquia castrense. 1 - Que avaliação faz do desempenho do atual executivo municipal? 2 - Onde é necessário investir prioritariamente em Castro Verde? 3 - O que será um bom resultado eleitoral para a sua candidatura?

Castro Verde

Manuel Graça Dias

Francisco Duarte

António José Brito

Mário Mota Lopes

Candidato do BE

Candidato da CDU

Candidato do PS

Candidato do PSD/CDS-PP

Natural de Beja, 84 anos, reformado bancário. Escritor e poeta.

Natural de Lisboa, 63 anos, licenciado em Arquitectura. É presidente da Câmara Municipal de Castro Verde.

Natural de Entradas, 43 anos, jornalista. É presidente da assembleia geral do Lar Frei Manoel das Entradas.

Natural de Amareleja, 48 anos, licenciado em Direito. É professor do ensino básico.

Terminou um ciclo Contra as promessa marcado pela prepotência demagógicas e populistas

Câmara tem visão política ideológica

Executivo “deixou cair” economia e emprego

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Defendemos cinco pilares para o desenvolvimento de Grândola. Em primeiro lugar, a democracia local. Em segundo lugar, queremos dotar Grândola de serviços públicos de qualidade, serviços autárquicos com condições de acesso por parte das populações, a criação de um gabinete de apoio jurídico, prestar especial atenção aos problemas da educação, pela abertura do centro de saúde durante 24 horas diárias, pela gestão pública de serviços essenciais como a água, saneamento e recolha de resíduos sólidos ou pela melhoria da rede transportes públicos, de modo a servir as populações independentemente do calendário escolar. Em terceiro lugar, a qualidade de vida e a sustentabilidade ambiental. Em quarto lugar, responder à emergência social com medidas de combate à carência alimentar, com a criação de uma bolsa municipal de habitação e de uma bolsa municipal de hortas municipais, onde possa ser desenvolvida uma prática agrícola de autoconsumo. Em quinto lugar, finalmente, vamos bater-nos pelo desenvolvimento local e pela criação de emprego.

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Encerrou-se um ciclo na vida municipal de Grândola, que foi marcado pela figura do seu presidente, pelo espírito centralizador e prepotente diante da mínima contrariedade. Tanto assim que conseguiu a proeza de gerar, a partir da sua vereação, três candidaturas diferentes, a maioria delas encabeçadas por vereadores desavindos com o presidente. Mesmo depois de abandonar a presidência e a vereação, antes que o seu mandato terminasse, continua, ao que parece, a reunir e a influenciar as decisões de órgãos a que já não pertence. A auscultação das populações, a participação democrática foi claramente desvalorizada.

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Um bom resultado é sempre a votação que os eleitores entendam conceder-nos. Claro que quando nos candidatamos é para vencer, nem podia ser de outra forma.

No quadro adverso que foi imposto ao País, e em particular ao desempenho da autarquias locais, considero o balanço da atividade autárquica no mandato 2010/2013 francamente positivo. Durante este mandato foram realizadas obras que representam um investimento superior a 13 milhões de euros, entre as quais destaco: a construção do Centro Escolar n.º 2, em Castro Verde, do Lar de Santa Bárbara de Padrões, de 16 fogos para habitação social em Castro Verde, do troço da M 394 entre Entradas e São Marcos da Ataboeira, a recuperação da Fábrica Prazeres & Irmão para aí instalar a secção de Castro Verde do Conservatório Regional do Baixo Alentejo, as eletrificações rurais… Quero referir ainda o trabalho desenvolvido no apoio ao desenvolvimento económico, no setor da ação social, na educação e no ensino, nas áreas da cultura (Museu da Ruralidade) e do desporto. Continuar a desenvolver iniciativas com vista à promoção e diversificação da atividade económica, nomeadamente a implementação do Ciebal. Continuaremos a dar uma atenção especial à área social (sobretudo visando os idosos, os desempregados e os mais carenciados) sem descurar o trabalho desenvolvido noutros setores (educação, cultura, desporto…), cuja excelência é unanimemente reconhecida.

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Obviamente a vitória da CDU em todos os órgãos autárquicos do concelho! Confiamos que os castrenses não cairão em promessas demagógicas e populistas, saberão reconhecer o trabalho desenvolvido durante mais de 37 anos em que a CDU tem sido o poder local democrático em Castro Verde e, mais uma vez, irão votar maioritariamente na CDU para continuar a trabalhar em prol do desenvolvimento sustentável do concelho e pela melhoria das condições de vida das suas populações.

Nos últimos cinco anos, depois de Fernando Caeiros sair da câmara municipal, o concelho estagnou e a câmara tem uma visão política muito ideológica, assente nas orientações do PCP. Essa atitude está a impedir que, por exemplo, na área económica, se trabalhe com empenho e estratégia em alternativas à atividade mineira. Na ação social, a ineficácia é tanta que, num período complicado como o que vivemos, o atual presidente não conseguiu reunir uma única vez com as instituições de solidariedade social (IPSS) do concelho para assumir uma estratégia comum. Na câmara, a falta de coordenação do trabalho é crescente e os trabalhadores andam completamente desmotivados. Em síntese: este poder está cansado e precisa de ser substituído por uma nova geração, mais criativa e com novas energias e ambições! Queremos que Castro Verde se assuma como ponto central dos concelhos de Ourique, Almodôvar, Mértola e Aljustrel. Castro Verde é o “coração” deste território e tem de saber capitalizar essa geografia e a influência económica e social que o concelho tem. Assumimos esse desafio! Vamos criar um espaço e ter políticas ativas para acolhimento de empresas e para aproveitar aquilo a que chamamos a “fileira” da mina (em Neves-Corvo operam quase 30 empresas). Vamos promover a agricultura como setor decisivo em concertação com a atividade mineira. Propomos a construção de um pavilhão multiusos que, depois, nos permita apostar na promoção de eventos públicos de diferentes áreas, contribuindo para a dinamização da economia local (restaurantes, hotéis, comércio). Em conjunto com as IPSS teremos uma ação social mais competente e coordenada, capaz de ajudar as pessoas que mais precisam!

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Só há um bom resultado: ganhar as eleições!

O concelho tem vivido à sombra de uma grande empresa, a Somincor, que se sabe tem recursos finitos, um dia vai encerrar ou diminuir a atividade. O que se esperaria era que o executivo municipal não tivesse esquecido a área social por excelência, que está na base de uma qualquer sociedade desenvolvida, o emprego. Ao deixar cair o desenvolvimento económico e o emprego desligou-se da sorte de mais de 300 desempregados inscritos no centro de emprego, sem falar dos que emigraram e dos não inscritos. A gestão moderna de um município tem de ter em cima da mesa todos os aspetos relativos à melhoria das condições de vida do concelho, educação, saúde, turismo, apoio à terceira idade, desenvolvimento económico e emprego. Esquecer o emprego é esquecer o primeiro instrumento de desenvolvimento de um concelho e foi isso que aconteceu a este executivo. O executivo afirma que tinha essa preocupação, mas não criou um único posto de trabalho, temos de admitir que falhou o seu objetivo.

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Já ultrapassámos largamente os 300 desempregados, sem que nada tivesse sido feito no concelho para tentar reverter essa situação, isso obriga-nos a encarar esta área como prioritária. Criar emprego para os desempregados e para os que vão entrar no mercado de trabalho. É agora que temos de instalar as empresas que vão proporcionar os empregos para as crianças e jovens que daqui a cinco, a 10 anos, vão entrar no mercado de trabalho. Se não fizermos nada, os mais de 300 desempregados atuais vão multiplicar-se num futuro próximo.

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Estamos preparados para assumir a responsabilidade pela governação do concelho. O bom resultado é aquele que resultar da votação esclarecida dos munícipes.


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É coerente a impugnação das candidaturas de Pulido Valente e de João Rocha, em nome da moralização da atividade política, quando, em Beja, o Bloco de Esquerda não se apresenta a votos e apanha a onda de um movimento de cidadãos?

Bisca Lambida

“Salada” sem frutos

Alerta sem valor jurídico

Duque e sena triste

Alertar, alertar, alertar

João Espinho

João Machado

Sérgio Fernandes

Luís Miguel Ricardo

O

Bloco de Esquerda concorre de forma camuflada às eleições Autárquicas no concelho de Beja. Sendo o principal impulsionador do movimento Por Beja com Todos, esta forma camuflada acaba por não surtir qualquer efeito, sendo poucos os que não relacionam aquele movimento com o Bloco de Esquerda. Apesar de alguns dirigentes bloquistas afirmarem, com pouca convicção, diga-se, que o Bloco e o grupo de cidadãos independentes nada têm a ver um com o outro, a realidade é que a mistura é evidente, muito por culpa dos ativistas do BE que souberam aproveitar a criação de um movimento de cidadãos para se apresentarem a eleições sem o carimbo partidário, tentando angariar votos nos núcleos de descontentes com a “partidocracia”. Obviamente que esta salada não vai dar nem grandes frutos nem trazer nada de novo ao ambiente político bejense. Veja-se o caso do pedido de impugnação que o BE queria apresentar (e profusamente anunciado pelos dirigentes bloquistas) contra as candidaturas de João Rocha e Pulido Valente. O protesto, que se ficou por um “alerta”, deverá ter incomodado o cabeça de lista dos “independentes”, que escreveu “não quero ganhar na secretaria”. Isto faz parecer que as águas estão separadas. Não estão. O que se passa é que o Bloco quer “mandar” nos independentes e, no seio destes, alguns não estão pelos ajustes. Regressando ao frustrado pedido de impugnação, que visava combater os dinossauros, não se percebe oia um candidato por que razão o Bloco apoia umula vários anos que, no seu currículo acumula ca. Não será tamde atividade como autarca. m dinossauro? Em bém Lopes Guerreiro um esclarresetembro as coisas ficarãoo mais esclareem. cidas. As urnas não mentem.

O

alerta lançado pelo Bloco de Esquerda de pouco ou nada vale neste cenário de impugnação das candidaturas de Jorge Pulido Valente e João Rocha. Não passa disso mesmo, de um alerta e do meu ponto de vista, sem qualquer valor jurídico. A questão da impugnação colocou-se há algum tempo e se não foi atempadamente esclarecida pela Assembleia da República já o deveria ter sido por parte do Tribunal Constitucional. Não me vou pronunciar acerca da Lei de limitação de mandatos, pois já o fiz por diversas vezes, contudo, entendo que este já não é o momento para alterar nada. Podem ser criados aqui diversos imbróglios jurídicos que irão afastar cada vez mais as pessoas da política. Não é salutar que continuemos neste registo e que as candidaturas sejam ensombradas por estes fantasmas. É o momento da política e não do poder judicial. Esse já passou e não conseguiu ou não quis tomar decisões em tempo útil. Nada que me surpreenda, pois é o espelho da justiça em Portugal. Alertar não chega... É preciso mudar as mentalidades de um país inteiro.

C

omo quem não tem cão caça com gato, o Bloco de Esquerda não se fez rogado e, não podendo, por não apresentar candidatura oficial, impugnar as candidaturas do PS e do PCP, saiu à caça com alertas!... Ora, importa recordar que a lei confere a possibilidade de suscitar a impugnação de uma qualquer candidatura não apenas aos partidos políticos concorrentes mas também aos “primeiros proponentes de grupos de cidadãos eleitores”, bem como a qualquer candidato na eleição em causa. Ou seja, qualquer elemento das listas do movimento Por Beja com Todos – e são tantos os que acumulam com a condição de militante do Bloco de Esquerda – poderia, se verdadeiramente o quisesse, ter suscitado a impugnação das candidaturas do PS e PCP, com a vantagem de ter poupado a nossa inteligência à argumentação do voluntarioso líder distrital dos bloquistas, nos termos da qual “impugnar” e “alertar” são, juridicamente, uma única e mesma coisa… mais coisa, menos coisa. Mais do que uma contradição estamos perante uma despudorada dissimulação a que não falta a necessária camuflagem de valores e princípios. A tão propalada ética bloquista cedeu lugar ao tacticismo eleitoral; a “moralização da vida política” segue dentro de momentos… Tendo descartado o duque de ouros na vaza anterior, jogo, desta feita, a sena de paus, triste.

À

luz do conteúdo da lei de limitação de mandatos, que restringe a três os mandatos sucessivos de uma mesma pessoa aos cargos de presidente de câmara ou freguesia, os dois candidatos em causa reúnem “quase” condições para se sujeitarem aos desígnios da polémica lei. Digo “quase”, porque quer um, quer outro, astuta ou ocasionalmente interromperam um dos mandatos e dessa forma confundiram e baralharam a aplicação da lei. Noutras jogatinas já me pronunciei sobre o tema da impugnação de candidaturas. Vivemos num regime democrático onde ninguém é imposto a ninguém. As derrotas e as vitórias eleitorais e a hipotética ascensão ao poder resultam da vontade popular, expressa de forma secreta e livre. Pelo que, a verdadeira impugnação, a existir, deve provir da comunidade e não de oportunistas manobras de bastidores. O papel do Bloco de Esquerda em Beja é muito limitado. Não tendo uma candidatura explícita não pode impugnar o que quer que seja, restando-lhe alertar as autoridades para aquilo que o partido considera uma ilegalidade. A presença de elementos do BE numa lista independente poderia abrir espaço para a impugnação surgir por essa via, contudo, por mais do que uma vez, o cabeça-de-lista do movimento independente frisou que não tenciona ganhar protagonismo na “secretaria”. Assim sendo, parece que ao BE não resta muito mais do que guardar a impugnação no saco e alertar, alertar, alertar… em nome da moralização polído interesses partidários (?). tica (?), em nome dos


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de setembro é o dia limite para o Tribunal Constitucional, em reunião plenária, deliberar sobre a validade das candidaturas dos chamados “dinossauros autarcas”

Leia o noticiário completo sobre as próximas eleições Autárquicas em www.diariodoalentejo.pt e na nossa página no Facebook Tribunais de Beja e Alcácer com decisões contraditórias

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Rocha e Pulido, sim Proença, não O Tribunal de Beja não deu provimento à intenção do Bloco de Esquerda (BE) de impedir as candidaturas de Pulido Valente (PS) e João Rocha (CDU) à câmara municipal da capital de distrito. Já o Tribunal de Alcácer do Sal considerou o candidato da CDU à presidência da câmara local, Vítor Proença, inelegível. No resto do País, os juízes de Lisboa e Évora aceitaram os nomes de Fernando Seara (PSD) e Carlos Pinto de Sá (CDU), mas os seus colegas de Tavira, Castro Marim e Guarda recusaram as candidaturas dos nomes propostos pelo PSD.

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al como o “Diário do Alentejo” noticiou na última edição, com a entrega das listas nos tribunais de comarca, teve início o prazo de cinco dias em que qualquer candidatura ou partido político podia contestar judicialmente os nomes apresentados. O BE recorreu ao direito que a lei lhe permite enquanto partido político e alertou contra a alegada violação à lei de limitação de mandatos dos cabeças-de-lista do PS e da CDU, respetivamente Jorge Pulido Valente e João Rocha, e de Vítor Proença, também da CDU, em Alcácer do Sal. As decisões dos dois tribunais foram contraditórias, e abrem, agora, a possibilidade de reclamação por parte de quem não se sinta confortável com as sentenças. No entanto, o BE, que não se apresenta com listas próprias em Beja, só pôde, legalmente, fazer um alerta. “Fizemos um alerta ao tribunal, ao abrigo da lei eleitoral, ou seja, demos conhecimento oficioso ao juiz desta situação, que não foi tida em conta. Não podíamos fazer mais do que isso”, referiu Alberto Matos. “Aguarda-se que o Tribunal Constitucional (TC) se pronuncie sobre estas matérias e, se houver uma decisão para uma candidatura no País, valerá para todas as outras, faz jurisprudência”, realçou o dirigente do BE. Ao contrário em Alcácer Já o Tribunal de Alcácer do Sal considerou o candidato da CDU à presidência da câmara local, Vítor Proença, inelegível no âmbito do pedido de impugnação do BE. “A juíza julgou verificada a situação de inelegibilidade do cidadão cabeça de lista pela CDU”, informou fonte do tribunal. O candidato comunista não prestou

declarações sobre o assunto, mas o coordenador da Direção da Organização Regional do Litoral Alentejano (Dorla) do PCP, Manuel Valente, garantiu que o partido irá “recorrer da decisão”. Candidatos apresentam-se A pouco mais de um mês das Autárquicas que se realizam a 29 de setembro, são várias as sessões de apresentação de candidaturas. Esta semana, em Alcácer do Sal, o CDS-PP apresentou a professora Maria Teresa Noronha e Castro como candidata à câmara municipal, neste momento liderada pelo PS. Mais para o interior, a Coligação PPD/ /PSD-CDS/PP Juntos Pela Vidigueira apresentou na quarta-feira, 14, os candidatos aos órgãos autárquicos do concelho. A candidatura, que é encabeçada por José Maldonado, concorre à câmara municipal, assembleia municipal, assembleias de freguesia de Vidigueira, Vila de Frades, Selmes e Pedrogão do Alentejo. No mesmo concelho, a CDU, que recandidata Manuel Narra ao cargo de presidente do município, inaugurou no passado sábado, 10, a sua sede de campanha que se localiza no largo Frei António das Chagas. José Soeiro é o cabeça de lista à assembleia municipal de Vidigueira na lista dos comunistas. Mais a norte, em Alvito, PSD e CDS-PP também se apresentam coligados na lista Construir o Futuro, encabeçada por Manuel Maria Barroso. A apresentação dos candidatos teve lugar no sábado, 10. No dia 14, em Almodôvar, foi a vez do grupo de cidadãos Independentes Por Almodôvar, que integra no segundo lugar da lista à câmara municipal o atual presidente António Sebastião, apresentar os nomes dos candidatos a todos os órgãos autárquicos do concelho. Ex-ministro inaugura sede de campanha do PS O economista e ex-minis-

tro da Economia e da Inovação entre 2005 e 2009, Manuel Pinho, inaugurou na terça-feira, 13, em Aljustrel, a sede de campanha da candidatura do PS. O economista participou ainda na segunda sessão do Fórum Aljustrel 2020, com o tema “Desenvolvimento Económico e Emprego”, e visitou a empresa mineira Almina, S.A. e a sede do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira, acompanhando o candidato do PS à Câmara de Aljustrel, Nelson Brito. Em Serpa, sem a presença de nenhum

ex-governante, o candidato socialista local, Noel Farinho, também inaugurou a sua sede de campanha na rua Capitães de abril. “Afinar estratégias, preparar iniciativas e esclarecer dúvidas” foi o principal objetivo de uma reunião que a candidatura Noel Farinho 2013 realizou com os primeiros candidatos a todos os órgãos autárquicos do município de Serpa. Candidaturas às assembleias de freguesia

A secção do Partido Socialista de Torrão apresenta amanhã, sábado, pelas 19 e 30 horas, no jardim público da vila, os candidatos à Câmara Municipal de Alcácer do Sal (lista encabeçada por Torres Couto); à Assembleia Municipal de Alcácer (Duarte Lynce de Faria) e à Junta de Freguesia de Torrão (Décio Rodrigues Fava). A sessão deverá contar com a presença da presidente da Federação de Setúbal do PS, Madalena Alves Pereira. No dia a seguir, domingo, 18, em Panoias, a comissão coordenadora da CDU – Coligação Democrática Unitária apresenta os candidatos à assembleia de freguesia. A sessão, que terá lugar às 17 e 30 horas, no Centro de Trabalho de Panoias, contará com as participações de António Colaço e António João Zacarias, cabeças de lista da CDU à Câmara e à Assembleia Municipal de Ourique, respetivamente. Durante a semana, no dia 13, o PS apresentou a lista completa de candidatos à União das Freguesias de Castro Verde e Casével. A lista é liderada por António José Paulino, numa candidatura que conta, no segundo lugar, com José Carlos Brito, que há quatro anos foi candidato à Junta de Freguesia de Casével. A candidatura do PS no concelho de Castro Verde relembra que, apesar da lei em vigor [no âmbito da Reorganização Administrativa do Território das Freguesias], assumiu que “a freguesia de Casével vai continuar e aquela vila do nosso concelho manterá no futuro todos os serviços, competências e capacidade política”. Os socialistas também apresentaram, na passada sexta-feira, dia 9, no mesmo concelho, mas em Santa Bárbara de Padrões, os candidatos à Assembleia de Freguesia. A lista é liderada por Gabriela Pereira, de 40 anos, técnica oficial de contas, colaboradora da empresa Iniciativa Positiva/Esdime e dirigente da Associação Seara de abril, entidade responsável pelo novo Lar de Santa Bárbara.

Telefone: 284 323 104


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Câmara de Moura cede espaço à Rodoviária do Alentejo

A Câmara Municipal de Moura cedeu um espaço, na Universidade Sénior local, à Rodoviária do Alentejo, para que a empresa transportadora de passageiros instalasse um ponto de venda de bilhetes, o qual já está a funcionar. “Com esta medida, a autarquia pretende facilitar aos munícipes a aquisição dos bilhetes num local próximo da paragem dos autocarros”, justificou a câmara. A cedência foi feita a título não oneroso, ou seja, sem quaisquer custos para a Rodoviária do Alentejo.

Centro Social de Baleizão recebe apoio extraordinário A Câmara de Beja aprovou a atribuição de um subsídio

Atual Escola de Palma não encerra no próximo ano letivo Os “argumentos apresentados pela Câmara de Alcácer do Sal levaram a Direção Geral de Estabelecimentos Escolares a manter a escola do 1.º Ciclo de Palma em funcionamento no próximo ano letivo, estando inclusivamente a turma já constituída”, revela a autarquia. A hipótese de encerramento da escola tinha sido colocada pelo Ministério da Educação. O município argumentou “que aquela é uma escola com íntima e importante ligação à comunidade local e que o seu eventual encerramento isolaria os alunos do ensino pré-escolar que ali permaneceriam, sendo também prejudicial para a população de Palma, que perderia aquele elemento de dinamização” e que “a transferência das crianças para a cidade de Alcácer do Sal não apresenta benefícios pedagógicos, nem a autarquia dispõe de circuito para efetuar o transporte, já que tal implicaria recolher crianças em Palma, Monte Novo e Quinta do Ouvidor”. PUB

ao Centro Social Nossa Senhora da Graça, em Baleizão, no “valor equivalente à renda a receber pelo aluguer de terreno para instalação de estaleiro de empreiteiro de obras da EDIA, no valor total de 9 000 euros”. A decisão “foi tomada tendo em conta a situação

financeira atual daquele centro, os postos de trabalho existentes e, sobretudo, o importante trabalho social realizado e a sua importância para a comunidade”, esclarece a autarquia, adiantando que “o facto de a referida entidade ter agora uma nova direção com uma nova dinâmica e empenhamento em reerguer e dar sustentabilidade ao centro social”, contribui também para esta decisão.

Câmara de Beja mantém-se contra criação de mega-agrupamentos

Conselho de Educação adiado por falta de quórum

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reu n ião ex t raord i ná r ia do Conselho Municipal de Educação, convocada com “carácter de urgência” pela Câmara de Beja para a última quarta-feira, 12, foi adiada por falta de quórum. A reunião tinha como objetivo, entre outros, diz a autarquia, “analisar e tomar uma posição sobre a grave situação que está a ser criada com a redução de horários, colocando mais de duas dezenas de professores em horário zero, com perspetiva de mobilidade especial”. Uma situação que, acrescenta a câmara, “vem, infelizmente, dar razão à autarquia no que respeita ao seu desacordo

e protesto relativamente à criação dos mega-agrupamentos, que em nada beneficiam o sistema educativo e que têm consequências nefastas para todos, alunos e professores”. A reunião serviria ainda para fazer o balanço do último ano letivo, uma vez que tal não foi possível em tempo útil, devido “às greves”, adiantou ao “Diário do Alentejo” o vereador José Velez, relembrando que “a Câmara Municipal de Beja, tal como o Conselho Municipal de Educação, tem uma posição claramente contra a criação dos mega-agrupamentos”, sendo que “alguns receios” inicialmente

manifestados [aquando da criação dos mega-agrupamentos] “estão agora, infelizmente, a serem confirmados”. “Somos definitivamente contra os mega-agrupamentos. Não quer dizer que não haja locais nem zonas do País onde isso possa ser normal e até pacífico, admito que sim. Aqui em Beja não. E começamos a ter cada vez mais informação de coisas a correrem mal, nomeadamente nos primeiros (mega-agrupamentos criados] do norte”, diz. O aumento do número de alunos por turma, a possível redução de professores e de pessoal auxiliar são situações que a autarquia considera preocupantes.


A EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva recebeu luz verde do Tribunal de Contas “para avançar com um conjunto de novas empreitadas no valor de 200 milhões de euros, destinadas a alargar a atual área de regadio”, noticiou esta semana o “Económico” on line. Os alvos “são as zonas de S. Pedro, Baleizão e Cinco Reis e Trindade, envolvendo oito blocos de rega, num total de 20 mil hectares”, revelou à publicação fonte oficial da empresa. As empreitadas deverão arrancar até ao final do ano.

Hospital de Serpa deverá passar para a Misericórdia até ao final do ano Até ao fim do ano, a gestão de seis hospitais de pequena dimensão do Norte, Centro e Alentejo, entre eles o de Serpa, deverá passar para as misericórdias, noticiou o “Jornal de Notícias” na semana passada. Segue-se, em 2014, mais quatro, todos

da região Norte. No total, são 28 os hospitais nacionalizados, depois do 25 de Abril, e cuja mudança de tutela está a ser estudada por um grupo de trabalho criado no âmbito da Administração Central do Sistema de Saúde. O jornal garante que a transferência não trará mudanças para os utentes, já que os hospitais continuam a integrar o Serviço

Nacional de Saúde. Só a gestão passa para entidades sociais. Já para os profissionais que trabalham nestes hospitais, os que sejam funcionários públicos podem optar por permanecer vinculados ao Estado ou transferirem-se para as misericórdias. Os profissionais com contrato individual de trabalho serão transferidos.

Documento de “nova geração” em discussão até 23 de setembro

Revisão do PDM de Beja O Plano Diretor Municipal de Beja (PDM) está a ser revisto e já se encontra em discussão pública, até ao dia 23 de setembro. Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, considera “que é um instrumento essencial para o desenvolvimento”.

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stá em discussão pública a revisão do Plano Diretor Municipal de Beja (PDM). Até ao dia 23 de setembro, a revisão, acompanhada do parecer final da comissão de acompanhamento e demais pareceres, bem como o relatório ambiental, pode ser consultada na Divisão de Planeamento e Ordenamento (DPO), nos Serviços Técnicos da Câmara Municipal de Beja. Encontra-se ainda também disponível para consulta nas freguesias rurais do concelho.

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Segundo a Câmara Municipal de Beja, “os interessados poderão apresentar, por escrito, reclamações, observações, sugestões ou pedidos de esclarecimento, até ao termo do referido período”. Para Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara Municipal de Beja, “este é um instrumento de extrema importância para o desenvolvimento do concelho de Beja”. E recorda que “este plano de nova geração, contrariamente ao que acontecia nos planos da primeira geração, que se direcionavam para o ordenamento, restrições e proibições, vira-se para a o desenvolvimento e para estratégias que possam permitir o progresso económico e social do concelho”. De acordo com o autarca, “este plano será decisivo para o desenvolvimento de projetos estruturantes para o concelho e até para a região”.

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Alqueva avança com 200 milhões em obras de regadio

Após a conclusão do período da discussão pública, será efetuada, de acordo com informação disponibilizada pela Câmara Municipal de Beja, “uma análise pelos serviços da autarquia das reclamações, observações, sugestões ou pedidos de esclarecimentos entrados, sendo elaborado o relatório de ponderação, o qual será submetido à apreciação do executivo municipal”. Relatório, este, que “irá conter a justificação técnica para a aceitação ou recusa das reclamações, observações, sugestões ou pedidos de esclarecimentos apresentados e que, em caso positivo, serão inseridos na proposta de revisão do PDM antes da sua publicação”. O plano será, depois, remetido à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR Alentejo) para parecer final, o qual deverá ser emitido no prazo máximo de 10 dias.

Cimbal volta a exigir IP2 e IP8 O conselho executivo da Cimbal deliberou, em reunião realizada na segunda-feira, 12, “reiterar uma vez mais a necessidade da retoma urgente” das obras do IP2 e IP8 “sob pena de se avolumarem os danos humanos e financeiros e os prejuízos para o desenvolvimento da região”. O conselho executivo explica que a decisão foi tomada tendo em conta “a situação de impasse que continua a arrastar-se no que respeita à retoma das obras do IP2 e IP8 e perante as informações prestadas pelo senhor presidente do conselho de administração da Estradas de Portugal, em audiência realizada no passado dia 6 de maio, e recentemente através de informação escrita”. Na mesma reunião, o conselho deliberou ainda “manifestar junto da Associação Nacional de Municípios Portugueses a sua estranheza e discordância face ao acordo celebrado” entre o Governo e a referida associação “sobre as propostas de lei de Finanças Locais e de Atribuições e Competências das Autarquias Locais e Entidades Intermunicipais, subscrito em 24 de julho de 2013”.


Flores de Primavera, de Ervidel, apresentam novo CD

A Junta de Freguesia de Ervidel e As Flores de Primavera lançam no domingo, 18, o novo CD daquele grupo coral feminino, intitulado “Mulher alentejana”. Com 13 modas, “algumas do cancioneiro, mas a maioria originais do grupo, o CD é uma forma de valorizar e perpetuar a riqueza do cante alentejano, como património vivo, imaterial”, refere a autarquia. A cerimónia de lançamento terá lugar no Centro Cultural de Ervidel – Freguesia de Unidade, pelas 18 e 30 horas, e contará com a participação do autor dos textos que acompanham o CD, o antropólogo António Lains Galamba.

Alcácer dos 5 Sentidos propõe viagem de barco à descoberta das salinas da Batalha Navegar a bordo de um galeão do sal, descobrir salinas e campos de arroz, participar em passeios temáticos e observar aves são algumas das propostas do programa turístico da Câmara de

Alcácer do Sal, “Alcácer dos 5 Sentidos”, para o segundo semestre do ano. A próxima atividade está agendada para amanhã, dia 17, e consiste “numa viagem de barco à descoberta das salinas da Batalha e da exploração desde produto que deu nome à cidade”. Com ponto de encontro na margem sul de Alcácer,

Noite Branca em Aljustrel

Tradições em Canhestros

A Piscina Municipal de Aljustrel recebe no dia 23, a partir das 22 e 30 horas, mais uma edição da Noite Branca – Pool Party, promovida pela câmara municipal local. O evento conta com a participação dos Dj residente Rui Miguel e Dj Monchique & Sandro Sax live act.

Canhestros recebe até domingo, dia 18, a Feira Reviver Tradições. O certame decorre no recinto multiusos da aldeia. Hoje há jogos tradicionais e as atuações de Catarina Narciso (21 horas) e do Dj Holly (2 horas). Amanhã há passagem de modelos e espetáculos com Popo e Banda (22 horas) e Ana Portugal (meia-noite). No último dia, domingo, atuarão o Grupo Coral Instrumental de Peroguarda (19 e 30 horas) e André Godinho (20 horas).

Borlas na piscina e no cineteatro No âmbito das comemorações do Dia Internacional da Juventude, e à semelhança dos anos anteriores, os jovens até aos 30 anos de idade terão entrada gratuita nas piscinas municipais descobertas de Beja e nas iniciativas a realizar no Pax Julia, até amanhã, sábado (inclusive), numa iniciativa da câmara municipal. A autarquia anuncia ainda que o Cartão Jovem Municipal de Beja estará disponível a partir da próxima semana e que a primeira parte do Programa de Incentivos à Fixação de Jovens – FIXE – será lançada também nos próximos dias.

o percurso tem início pelas 10 horas a bordo do galeão “Pinto Luísa”, com a duração de cerca de uma hora, terminando em Cachopos. Pelas 11 e 30 horas será efetuado o transbordo dos passageiros para terra, onde se encontram autocarros para o transporte dos participantes até à salina da Batalha.

JOSÉ FERROLHO

Diário do Alentejo 16 agosto 2013

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“Summer Exhibition 2013” A associação cultural Cultivamos Cultura, de Odemira, tem patente ao público, até ao dia 10 de setembro, a exposição “Summer Exhibition 2013”. A mostra é comissariada por Marta de Menezes e apresenta “projetos desenvolvidos na Cultivamos Cultura em diálogo com obras de artistas que estão neste momento a desenvolver residências artísticas na associação”.

CE aprovou projeto de dois milhões

Charcos temporários do Sudoeste vão ser conservados

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Os charcos temporários da Costa Sudoeste, um habitat prioritário “que se encontra cada vez mais ameaçado devido à sua fragilidade ecológica e desconhecimento do seu valor natural”, vão ser conservados, no âmbito de um projeto de dois milhões de euros aprovado pela Comissão Europeia.

A

Comissão Europeia aprovou o projeto LIFE+ “Conservação de Charcos Temporários na Costa Sudoeste de Portugal”, o LIFE Charcos, que visa “a conservação de um habitat prioritário, os charcos temporários mediterrânicos, que se encontra cada vez mais ameaçado devido à sua fragilidade ecológica e desconhecimento do seu valor natural”. As formas de gestão do território, “nomeadamente a intensificação da agricultura industrializada, constituem um dos principais e mais recentes fatores de declínio deste habitat”. O projeto é coordenado pela Liga para a Proteção da Natureza, em parceria com a Universidade de Évora, a Universidade do Algarve, o Centro de Ciências do Mar, a Câmara Municipal de Odemira e a Associação de Beneficiários do Mira. De acordo com os promotores, a singularidade “deste habitat está associada à diversidade e peculiaridade de organismos que

alberga. A flora e fauna associada são muito específicas e adaptadas à alternância de condições extremas de encharcamento ou secura, de acordo com a altura do ano, pois os charcos temporários são zonas húmidas em que a permanência da água depende da precipitação anual e das condições hidrogeológicas locais”. O LIFE Charcos será implementado “no Sítio de Interesse Comunitário da Costa Sudoeste da Rede Natura 2000, parcialmente coincidente com o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, mais propriamente nas charnecas do concelho de Odemira e planalto de Vila do Bispo, por aí se encontrarem alguns dos principais núcleos de charcos temporários a nível nacional”, adiantam ainda os responsáveis, acrescentando que “espera-se que com este projeto se reduza drasticamente a tendência de declínio dos charcos temporários que se tem verificado até agora – e que é estimada em 52 por cento nos últimos anos apenas para o concelho de Odemira – e que se consigam recuperar charcos em estado de conservação desfavorável”. O projeto, que decorrerá até dezembro de 2017, é financiado a 75 por cento pelo Programa LIFE – Natureza da Comissão Europeia, tendo um orçamento global de cerca de dois milhões de euros.


Os jogadores Jorge Caeiro (ex-São Marcos), Carlos Franco (ex-Serpa), Valter Lopes (ex-Rosairense), José Mestre (ex-Aljustrelense), Abílio (ex-Vasco da Gama), Romaneiro (ex-Sporting Viana) e João Pepe (ex-Cabeça Gorda) são reforços já conhecidos na formação do Castrense que continuará sob o comando do técnico Mário Tomé.

Desporto

Aljustrelense tem plantel quase fechado

Daniel Correia (ex-Rosairense), João Nabor (ex-Reguengos), José Feio (ex-Vasco da Gama) e Rui Pepe (ex-Castrense) são os reforços que o Mineiro Aljustrelense pôs à disposição do técnico Vítor Rodrigues. A equipa estreia-se em 1 de setembro com o Casa Pia, na 1.ª eliminatória da Taça de Portugal.

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Castrense com sete reforços

Cabecinha foi oitava em Moscovo Ana Cabecinha foi a melhor das três atletas portuguesas que concorreram aos 20 quilómetros marcha atlética nos Campeonatos do Mundo de Atletismo/Moscovo 2013. A prova foi ganha pela russa Elena Lashmanova, campeã olímpica e recordista mundial, com o registo de 1.27.08h. Ana Cabecinha conseguiu o 8.º lugar com o tempo de 1.29.17h, à frente da atual campeã nacional dos 20 quilómetros, Inês Henriques (11.ª), e de Vera Santos (17.ª).

Presidente da AF Beja lança um olhar cauteloso sobre a época 2013/14

“Queremos que seja uma boa época” Com a próxima época desportiva já num horizonte próximo, a Associação de Futebol de Beja prepara as suas provas competitivas, com o regresso da 2.ª Divisão Distrital e a eleição de um novo conselho de arbitragem.

momento, quase que estamos a substituir-nos ao Estado. E os outros fazem o quê? Vivem dos jovens que nós formamos e não lhes dão continuidade em termos desportivos. Os nossos clubes têm que pagar taxas de organização de jogos, no Inatel não pagam, mas acabamos por ser todos nós, contribuintes, através do dinheiro que é dado à fundação, que suportamos os custos dos seus jogos. Isto é que é concorrência desleal.

Texto e foto Firmino Paixão

O

defeso foi um tempo para “contar espingardas” com a fundação Inatel e, para já, a inscrição de 12 clubes no Distrital da 2.ª Divisão, alguns deles resgatados à concorrência, recoloca a prova no quadro competitivo regional, embora com menos equipas do que desejava o executivo liderado por José Luís Ramalho, que fez cedências no enquadramento em duas séries e uma campanha promocional de redução de custos. O dirigente perspetiva, com moderado otimismo, as principais variáveis que podem influenciar a próxima temporada desportiva. Que expetativas tem para a próxima época?

Temos feito tudo para que seja uma boa época desportiva, mas as dificuldades são muitas. Deparámo-nos com muito boa vontade da maioria dos dirigentes desportivos mas, quando chega a hora da verdade, as coisas às vezes são um bocado diferentes, as dificuldades financeiras vêm à superfície e as coisas não acabam nem como eles queriam, nem como nós desejaríamos. Não se filiaram novos clubes, mas regressam outros que estavam sem atividade, o que é um sinal positivo?

Na verdade inscreveram-se novos clubes, mas também há outros que deixaram de praticar. Podemos concluir que o futsal cresceu consideravelmente e no futebol feminino também existe essa tendência, PUB

Nos escalões de formação haverá normalidade?

Este ano vamos ter mais atletas, as inscrições cresceram bastante, só em juniores é que teremos, apenas, seis equipas inscritas, mas em quase todos os restantes escalões teremos que fazer duas séries. José Luís Ramalho Presidente da Associação de Futebol de Beja

embora alguns clubes estejam ainda hesitantes. A grande novidade é o regresso da 2.ª Divisão…

Sim, mas eu não gostaria de cantar vitória antes do tempo. Até as equipas estarem inscritas mantenho alguma reserva, tenho consciência das dificuldades, não pelos custos, porque os baixámos consideravelmente, mas, principalmente, pela falta de apoios aos clubes. Neste momento os clubes não têm os apoios autárquicos que seriam necessários e da parte da sociedade civil também não existem. Recuperaram equipas que na época passada competiram no Inatel…

Reunimo-nos por todo o distrito e convidámos todos os clubes. Muitos garantiram que participariam, mas muitos também estão, ou vão estar, a eleger novos corpos sociais. Mas tivemos situações agradáveis, a Aldeia dos Fernandes, o São

Domingos, o Saboia que, apesar de ter sido campeão do Inatel, voltou para nós, o Nave Redonda, o São Luís, mas é verdade que uma boa parte desses clubes põe a condição da existência de duas séries. Também reduziram os encargos com as inscrições?

Realmente houve uma campanha promocional com redução de custos, nós estamos aqui para defender o futebol, os sócios fizeram alterações em várias taxas, baixámos as taxas dos jogos de seniores e as de formação pagam uma taxa mais reduzida, dividindo por todos os custos do futebol no nosso distrito. Uma campanha promocional não configura também concorrência desleal perante o Inatel?

Pelo contrário, continuo a afirmar que se existe aqui alguma concorrência desleal é da outra parte. Nós estamos a fazer isto porque formamos jovens, e as outras entidades não o fazem. Neste

A 1.ª Divisão, com o regresso de alguns históricos, será empolgante?

É pena que alguns históricos ainda estejam fora dos nossos campeonatos, mas pensamos que vai ser um campeonato muito aliciante e esperam-se até grandes dérbis. O que espera dos clubes que estreiam este ano o Campeonato Nacional de Seniores?

Esperamos, e desejamos, que tenham uma participação condigna em termos de representação da nossa associação, mas também desejamos que os seus objetivos desportivos se possam concretizar, sabendo que alguns destes clubes possam ter metas mais ambiciosas. Outra novidade foi a eleição de um novo conselho de arbitragem?

Penso que se vai abrir um novo ciclo, é essa a minha convicção, não querendo com isto dizer que, sendo um ciclo com novas pessoas e ideias diferentes, não deixe de ser a continuidade da aposta na formação da arbitragem para que os nossos árbitros possam continuar a dignificar a região.


Maratona de Natação em Aljustrel

Diário do Alentejo 16 agosto 2013

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Com o intuito de incentivar os munícipes à prática de uma vida saudável, o município de Aljustrel promove amanhã, sábado, ao longo do dia, nas piscinas municiais, a tradicional maratona de natação, dirigida a pessoas de todas a idades e em que se pretende que pelo menos numa das pistas esteja sempre um nadador.

2.ª Divisão A F Beja O campeonato regressa nesta época com 12 clubes divididos em suas séries. Estão inscritos o Desportivo de Beja, Despertar, São Domingos, Naveredondense, Saboia, Beringelense, Negrilhos, Messejanense, Amarelejense Renascente, Sanluizense e Aldeia dos Fernandes. Barrancos e Ourique, que tinham pré-inscrição, desistiram da prova.

Festival Hípico na Feira de Grândola

Por ocasião da Feira de Agosto Turismo e Ambiente, que decorrerá em Grândola entre os dias 21 e 26, realiza-se no dia 24, sábado, pelas 15 e 30 horas, no picadeiro do Parque de Feiras e Exposições, o 17.º Festival Hípico.

Paulo Paixão no Aldenovense O treinador Paulo Paixão, 33 anos, que na época passada conduziu os juvenis do Desportivo de Beja ao título distrital e à conquista da Taça Joaquim Branco, será o técnico da equipa principal do Atlético Aldenovense, que competirá no Distrital da AF Beja.

RESULTADOS Juniores masculinos: 1.º Alexander Dahlstedt (Suécia). 2.º Jan Anderegg (Suíça). 3.º Marcel Waleska (Alemanha). Portugal: Tiago Bastos (16.º), Luís Silva (21.º), André Machado (44.º), Fábio Lima (48.º). Rui Oliveira (50.º), André Ferreira (51.º), Bernardo Silva (52.º).

Juniores Selecionador nacional, António Pinto, observou as tacadas dos seus atletas

Seleção portuguesa no Europeu de Juniores

Minigolfe encanta Portel O Parque de Minigolfe de Portel recebeu pela segunda vez, este ano, uma competição internacional da modalidade. O sucesso da organização foi comum e amplamente reconhecido pelas delegações internacionais. Texto e fotos Firmino Paixão

A

vila de Portel recebeu, entre os dias 7 e 10, o Campeonato Europeu de Juniores de Minigolfe 2013, uma modalidade que ali possui um magnífico complexo, com condições que, pela sua excelência, mereceram a confiança da Federação Internacional da modalidade, para que, depois do ensaio geral que foi a organização da Taça das Nações, em maio último, ali se realizasse mais uma grande prova internacional, em singulares masculinos/femininos e equipas, que contou com a presença de cerca de 80 atletas em representação das seleções nacionais da Áustria, Alemanha, Portugal, República Checa, Rússia, Suécia e Suíça. A seleção portuguesa, que na Taça das Nações (com um PUB

regulamento que obriga a equipas mistas) tinha conseguido um histórico segundo lugar, desta vez não evitou o último lugar da tabela. Ainda assim, o selecionador nacional da modalidade, António Pinto, revelou ao “Diário do Alentejo” que tem a certeza que os objetivos foram atingidos. E justificou: “Talvez tenhamos colocado a fasquia um bocadinho alta, devido ao grande desempenho na Taça das Nações, embora os moldes fossem diferentes, mas aí conseguimos um bom segundo lugar, que ficou na história do minigolfe em Portugal como a melhor classificação conseguida até hoje”. O técnico sustentou ainda: “Neste campeonato europeu também atingimos os objetivos, porque desde 2010 que não conseguíamos colocar dois atletas portugueses nos play off, e isso foi extraordinário”. António Pinto assumiu ainda: “As diferenças entre os nossos níveis competitivos e os adversários são enormes, por isso achamos que o desempenho da nossa equipa esteve acima da média, relativamente à realidade do nosso minigolfe”. O responsável pela equipa portuguesa sublinhou também os benefícios desta experiência competitiva para os jovens lusos,

Juniores femininos: 1.ª Annika Dellmann (Alemanha). 2.ª Karolina Jandová (R.Checa). 3.ª Martina Danner (Áustria). Portugal: Luísa Lobão (20.ª), Ana Lopes (22.ª), Amara Silva (23.ª) Tânia Monteiro (24.ª). Equipas masculinas: 1.º Alemanha. 2.º Suécia. 3.º República Checa. 4.º Suíça. 5.º Rússia. 6.º Áustria. 7.º Portugal. Equipas femininas: 1.º Áustria. 2.º Alemanha. 3.º Suécia. 4.º República Checa. 5.º Rússia. 6.º Portugal.

assumindo: “O que nos falta, realmente, é mais competição internacional, temos campeonatos regionais e nacionais, e não temos grande experiência internacional, conseguimos reunir a seleção uma vez por ano, enquanto as grandes potências do minigolfe têm competições semanais ao longo de todo o ano. Isso dá-lhes um impressionante traquejo em comparação com a nossa realidade, e depois reflete-se em competição e na hora das grandes decisões. Mas é a realidade que temos e é com ela que temos que contar”. Nota elevada para o acolhimento local, atribuído por todas as delegações e, naturalmente, pelo selecionador português, confessando que: “A hospitalidade das pessoas em Portel foi, também, uma mais-valia para a nossa seleção, porque a simpatia das pessoas da terra foi excelente, fomos muito bem recebidos e estivemos sempre bem acompanhados, sempre mimados por onde passámos, assim dá gosto”, concluiu António Pinto. Pistas com excelente qualidade O presidente da Câmara de

Portel, Norberto Patinho, anfitrião deste campeonato da Europa organizado em parceria com a Federação Portuguesa de Minigolfe, confirmou que a competição “correu muito bem”: “Desta vez foram mais países, em termos desportivos julgo que a competição foi excelente e em termos de clima deu para que estes países vissem o que é suportar temperaturas elevadíssimas”. E sublinhou: “O balanço final foi muito positivo e as impressões que colhi, junto dos responsáveis das equipas, foi de satisfação total e de terem ficado bem impressionados com a nossa região, sobretudo encantados pela forma como foram acolhidos”. No plano desportivo, o autarca acentuou: “As opiniões também convergiram na qualidade das nossas pistas e à sua dificuldade competitiva, que aguça ainda mais a vontade de fazer melhor, e, por tudo isto, só temos que estar muito satisfeitos e pensamos que prestigiámos a região, prestigiámos a Federação Portuguesa de Minigolfe, que está muito satisfeita com a forma com isto decorreu”. Norberto Patinho recordou ainda: “Conseguimos a fixação desta prova em Portel num concurso feito anualmente na Federação Internacional e que, perante as condições oferecidas por cada país, assim escolhe um ou outro. Nós ganhámos aquela primeira etapa e agora provámos que somos capazes de organizar da forma como era exigível, e isso deixa-nos muito satisfeitos e na esperança de que, para além desse reconhecimento, fique a formigar também a perspetiva de que os nossos jovens e as nossas gentes aqui de Portel adiram mais à modalidade”. A “prática do minigolfe é transversal às famílias, dos netos aos avós, não é muito onerosa, pode crescer e espero que este campeonato tenha ajudado a que a equipa que já joga com as cores da ADA (Associação Desenvolvimento Ação Social e Defesa do Ambiente) venha a ter mais praticantes”, concluiu o autarca.


BTT em Ferreira do Alentejo A Associação Ferreira Ativa – Movimento Associativo de Ferreira do Alentejo realiza no próximo dia 8 de setembro uma prova de BTT por equipas num percurso aproximado a 50 quilómetros. As equipas deverão ter um mínimo de três elementos. As inscrições estão abertas até dia 2 de setembro.

Opinião Alentejo quer a Volta a Portugal em prejuízo da Alentejana? – A justa causa da ausência

X Raid BTT Trilhos do Baco A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vidigueira, em parceira com a Associação de Atividades de Ar Livre Trilhos de Baco, promove, no fim de semana, o X Raid BTT Trilhos de Baco. O evento começa amanhã, sábado, às 21 horas, com um passeio guiado de 20 quilómetros, e prossegue no domingo, a partir das 9 horas, com provas de 40 e 70 quilómetros, integradas no raid.

Firmino Paixão

O

ciclismo é a marca do mês de agosto. Este é o mês e o tempo da Volta a Portugal em Bicicleta que, este ano, veio para a estrada celebrar as suas bodas de diamante, num ano em que também a mítica Volta a França assinalou o centenário. Não deixa de ser marcante e bastante significativo que as principais provas da modalidade, Volta à Espanha e Giro de Itália incluídos, tenham tamanha longevidade. O ciclismo é um desporto que não deixa ninguém indiferente. O seu caráter popular, e a peculiaridade de ir às portas das pessoas despertar as suas emoções e acordar os seus sentimentos, confere-lhe assinaláveis créditos em que nenhuma outra modalidade desportiva consegue pontuar. É por isso que, chegado este tempo, ansiamos conhecer os caminhos da volta, os pontos de partida e chegada do pelotão para aí estarmos a oferecer os nossos aplausos aos heróis de cada etapa. As últimas edições da prova não têm contemplado o sul do País, uma região geográfica que representa mais de um terço do continente lusitano. Isso entristece-nos, dói-nos, toca-nos o mouro orgulho de sulistas e a dignidade de sermos alentejanos e estarmos, aparentemente, a ser ignorados por quem traça os percursos de tão empolgante prova desportiva. Não nos custa legitimar as opiniões de quem acha que a prova se deveria chamar de Volta a “meio” Portugal, por lhes ser, recorrentemente, negado o acesso a essa plateia de excelência que é a berma da estrada, de onde se aplaudem e incentivam todos os corredores. Haverá outra PUB

modalidade em que todos, sublinho todos, os protagonistas são aplaudidos e acarinhados de forma igual? Também me dói que a principal prova portuguesa não toque, sequer, as fronteiras do meu Alentejo, mas compreendo as razões de tal ausência e partilho-as no sentimento de que possamos compreender a lógica das prioridades. O tecido empresarial na região é ténue, quase inexistente e incapaz de suportar sucessivas e frequentes solicitações para patrocínios que neste caso envolvem umas dezenas de milhares de euros. Na primavera temos a Volta ao Alentejo, e ela representa a nossa identidade, promove a nossa terra, as nossas gentes, a nossa cultura e, invariavelmente, é veículo de divulgação dos nossos anseios, além de que quase tudo o que nela se investe tem retorno na própria região. Merece, por tudo isso, lugar de topo na hierarquia de prioridades das entidades, públicas ou privadas, que ainda vão podendo contribuir para a sua realização. Impensável seria cabimentar apoios simultâneos para a Alentejana e para a Volta a Portugal. Confortemo-nos, então, com o conhecimento de que a Volta a Portugal só acontece a norte do Tejo, porque no Alentejo, e no Algarve, felizmente, existem provas que são nossas e que não queremos perder. Uma etapa da Volta a Portugal é um acontecimento efémero, a Volta ao Alentejo tem cinco etapas pela região, percorrendo, numa semana, as nossas vilas e aldeias, para gáudio do nosso povo. Preservemos e valorizemos “a Alentejana” mesmo que, eternamente, vejamos passar ao lado as bicicletas da “portuguesa”.

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Regresso José Saúde

O Clube de Patinagem de Beja (CPB) anunciou o regresso da equipa de seniores às competições nacionais de hóquei em patins. Quem conhece o interior desta componente desportiva sabe perfeitamente que o vazio sentido nestas últimas duas épocas deixou, com certeza, em aberto este retorno, bastasse porém que as condições reencontradas suscitassem uma plena segurança. Aliás, na minha perceção, a substância do hóquei em Beja foi, incessantemente, praticada na velha Pax Julia, não obstante as prosaicas condições deparadas pelos atletas. A realidade observada do hóquei bejense ao longo do tempo deixou explicitamente vincada que a competição sempre se pautou pelo positivismo e as cores do Beja continuamente hasteadas no mais pacato ringue nacional. Obviamente que o passado recente do CPB, no que concerne à equipa principal, subscreve-se com uma passagem pelo escalão secundário, uma originalidade que trouxe valias acrescentadas, a que se adiciona um inexcedível apoio da massa associativa e população em geral aos respetivos hoquistas. O pavilhão municipal, agora denominado, justamente, João Serra Magalhães, um saudoso homem que outrora deixou explícita a sua enorme vontade em levar por diante uma causa à qual se entregou de corpo e alma, registava, por norma, colossais fluxos humanos. Vítor Luzia, atual presidente do CPB, fazendo jus a uma experiência conhecida, o hóquei, lançou mãos ao trabalho e eis o emblema a competir, em seniores, no palanque nacional. Adiante-se que nesta proposta tem a coadjuvá-lo Carlos Ramos, um homem que trabalha no terreno a composição do próximo plantel. Resta adiantar que na zona sul, 3.ª Divisão, os adversários do CPB são: HC Santiago, GC Odivelas, CD Boliqueime, Parede FC, GDS Cascais, FC Castrense, AA Amadora, HC Vasco da Gama e SL Benfica B. Assim sendo, trago a boa nova que a equipa sénior do CPB está de regresso ao trabalho e, logicamente, à competição.

Diário do Alentejo 16 agosto 2013

O Clube BTT Odemira, em colaboração com o município local e a Federação de Triatlo de Portugal, organiza no próximo dia 1 de setembro o 1.º Duatlo BTT de Odemira. O evento será aberto a populares e terá uma prova aberta super sprint com 2,5 quilómetros de corrida/10 quilómetros de BTT/ um quilómetro de corrida, e uma prova sprint com cinco quilómetros de corrida/20 quilómetros de BTT/2,5 quilómetros de corrida, a contar para o Circuito Regional Sul.

FP

1.º Duatlo BTT Odemira


16 Diário do Alentejo 16 agosto 2013

“Ficar neste local depende da relação criada com a comunidade. Se as pessoas não acreditarem que o festival lhes pertence, não vale a pena continuar”. Ana Martins

Uma das filhas, que vive em Lisboa, telefonou-lhe há dias para saber o que é que se estaria a passar na terra. “Isto pode ser uma boa coisa para a terra”. José Mendes Brás

Reportagem

Associação PédeXumbo organiza 18.ª edição do festival em Póvoa e Medas

Andanças regressa às origens no Alentejo

O

relógio bate as 10 horas da manhã quando chegamos a Nossa Senhora da Graça de Póvoa e Meadas. Nas ruas pouca gente se vê. Não é de estranhar. Estamos em agosto, o calor já se faz sentir e, mais importante do que isso, esta freguesia do concelho de Castelo de Vide, segundo o Censos de 2011, regista apenas 600 habitantes. À primeira vista, a vila é grande demais para as pessoas que aqui vivem. Algumas centenas de metros percorridos, num largo, o café Oásis revela algum movimento. Ao balcão os clientes dividem-se entre o café da manhã e as apostas no Euromilhões que promete um prémio chorudo. Perguntamos qual a direção a seguir para a barragem que ostenta o nome da terra. Manuel Janeiro, dono do estabelecimento, indicanos o caminho. A conversa não fica por aí. A menos de duas semanas do início do Andanças, queremos saber se nota na vila algum movimento fora do habitual. Que sim, responde. “Já andam por cá umas pessoas, há uns tempos, à procura de casas para alugar”, justifica. O movimento no restaurante também deve ter aumentado, porque Janeiro mostra-se otimista em relação ao evento. Quer-lhe parecer que este irá ter mais impacto que outros “que por aí se têm visto”, como, por exemplo, as novelas ou encontros de motards. A ligação à comunidade é uma imagem de marca do Andanças. Segundo Ana Martins, coordenadora do PédeXumbo e responsável,

Começa segunda-feira, dia 19, e prolonga-se até domingo, 25. Uma semana inteira de Andanças, que é o mesmo que dizer: música e alegria, natureza e ecologia, cinema e teatro, gastronomia e artesanato, reflexão e debate, e dança. Muitas danças. A associação Péde Xumbo, com sede em Évora, depois de 18 anos a montar o festival por terras do norte, regressa ao Alentejo. Na próxima semana todos os caminhos irão dar à barragem de Póvoa e Meadas, em Castelo de Vide. Uma festa, que também é um tempo de reencontros, para os muitos milhares de fiéis, de todas as idades, que o festival já conquistou. Texto Aníbal Fernandes Fotos Jorge Traquinas

no terreno, pela montagem do festival, as pessoas “ao princípio estranham” que alguém de fora chegue e as queira envolver num projeto deste tipo. No entanto, “toda a gente está a participar” e a integração é “pacífica”. Depois de mais de uma década com o arraial montado em São Pedro do Sul, na freguesia de Carvalhais, os organizadores do festival resolveram fazer uma espécie de ano sabático e, em 2012, realizaram apenas o Andanças 24. Um dia inteiro de música e dança em Celorico da Beira. Entretanto, já tinham recebido mais de 30 propostas de autarquias, um pouco de todo o País, para voltarem a montar o festival com o perfil habitual. Depois de muito calcorrearem decidiram-se por Castelo de Vide. Mais propriamente por um surpreendente espaço verde por detrás do paredão da barragem de Póvoa e Meadas, no distrito de Portalegre, respondendo, afirmativamente, ao

Barrangem de Póvoa e Meadas Castelo de Vide foi o concelho escolhido

município que, em conjunto com a junta de freguesia local, são parceiros do evento. Ficava, assim, consumado um regresso às origens, no Alentejo. Ou quase. O primeiro Andanças, ao tempo chamado Festival Internacional de Danças Populares, viu a luz do dia em 1995, no Teatro Garcia de Resende, em Évora. O conceito evoluiu, deixando os espaços indoor para abraçar a natureza, marca que desde então é o DNA do festival. Na “carta de compromisso” da PédeXumbo a “ligação e respeito pela natureza” é o segundo de 10 pontos. Primeiro aparece a “alegria, bem-estar, e celebração da vida. Valorização da vida e da sua diversidade; Cuidar da felicidade, saúde, e bem-estar das pessoas; Cooperação, boa vontade e atitude positiva; Valorização do trabalho que tem como recompensa o prazer de construir algo em conjunto; Música e dança como formas de sociabilização e celebração

da vida; Viver com alegria, paixão e motivação”. Esta proposta assenta em quatro pilares essenciais – social, cultural, ambiental e económico. O último impõe que grande parte da mão de obra necessária à montagem do festival, iniciada em fevereiro, seja do concelho de Castelo de Vide. Os restantes são voluntários que ao fim de semana, ou roubando alguns dias de férias, largam os seus ofícios habituais (médicos, juristas, professores, estudantes) para se dedicarem às tarefas necessárias: limpeza do terreno, pinturas, montagem de casas de madeira e palcos. Pela mesma ordem de razão, e para reduzir a pegada ecológica, grande parte dos alimentos que serão consumidos durante a semana de 19 a 25, serão apanhados nas hortas das redondezas. A cozinha, onde pontificará a gastronomia da região orientada por cozinheiras locais, produzirá cerca de 4

7.ª Arte Cinema ao ar livre no paredão da barragem

000 refeições diárias. A ajudar estará um grupo de meia centena de voluntários. Aliás, grande parte dos serviços são assegurados por eles, desde o “bengaleiro de instrumentos” – um espaço para guardar violas, tambores ou instrumentos de sopro que a organização incentiva os participantes a trazerem consigo para a festa –, à “Casa dos Sonhos” – um local onde as criança com idade para dormir a sesta podem ser adormecidos pelos pais e, depois, vigiados por assistentes especializados. Na nossa visita ao terreno fomos vendo e ouvindo pequenas coisas que nos remetem para a “carta de princípios”. Catarina Serrazina, responsável pelo contato com os media falanos de uma forma de “comunicação participativa” que a organização vai implementar este ano. Trata-se de desafiar os festivaleiros a revelarem os seus estados de alma através da escrita, da fotografia ou do desenho. Estas participações serão disponibilizadas, nomeadamente através do site, para que todos os possam consultar. Isso não impede que, diariamente, seja editado um jornal em papel, com as informações úteis e necessárias. No entanto, não será preciso abater muitas árvores por causa desta publicação. De cada número serão apenas impressos oito exemplares, que depois saltarão de mão em mão. São os princípios três e quatro em ação: “Cultura de comunicação e participação” e “Simplicidade e criatividade”. Mais à frente Catarina chama-nos à atenção para umas torneiras


17 Diário do Alentejo 16 agosto 2013

750 voluntários para sete dias de festival

A

adaptadas a uma estrutura de madeira. Explica-nos que a organização incentiva os participantes a andarem com uma caneca de forma a, sempre que tiverem sede, a possam saciar num destes locais. “A água é de boa qualidade”, assegura. Outra coisa não seria de esperar. O Parque Natural da Serra de São Mamede é o poiso do festival, e as nascentes da região são reconhecidas. Nada que tenha impedido, apesar de alguns constrangimentos próprios destes santuários ecológicos, que as estruturas de apoio aos “andantes” – sanitários, palcos, refeitório, pontes, plateia de cinema – estejam prontos a tempo e horas. Espaço Alentejo A região onde o festival se realiza vai ter um espaço próprio. Não numa ilha isolada, mas integrada em tudo o resto e devidamente sinalizada para “dar visibilidade à cultura e identidade alentejana”, diz Ana Martins. Gastronomia, artesanato, cinema e música alentejana marcarão presença, a par da Reforma Agrária que será tema de debate e reflexão. Acresce que os residentes no distrito de Portalegre têm acesso ao festival, pagando apenas sete euros por dia. Neste caso, os bilhetes têm de ser adquiridos no local, sendo necessário apresentar um documento oficial comprovativo da morada. Os restantes festivaleiros poderão bailar, durante uma semana, pagando 105 euros, ou, em alternativa 25 euros por dia. E para o ano, há mais? “Ficar neste local depende da relação criada com a comunidade”, afirma a coordenadora do PédeXumbo. No final do festival farão reuniões de avaliação. É fácil perceber que não gostam de se “sentirem intrusos”: “Se as pessoas não acreditarem que o festival lhes

lcídio e António são eletricistas contratados pela organização. No dia da reportagem do “DA” estavam de folga, mas tinham trocado os “busca-polos” pelas enxadas e andavam, voluntariamente, a endireitar um terreno onde seriam montadas as casas de madeira para os artistas. Ao seu lado, chegados apenas há algumas horas, Joshua e Laurent tentavam acompanhar o ritmo e entrar na dança dos portugueses. O primeiro é belga, o segundo francês, respetivamente estudante de Belas Artes, em Gens, e informático, em Berlim. Viajaram para Portugal de carro e resolveram, a caminho de Lisboa, passar no Andanças, para ver como paravam as modas. Gostaram da onda e meteram braços ao trabalho. A ideia é ficar pelo festival uns dias durante a montagem, dar um pulo à capital e regressar à barragem de Póvoa e Meadas quando os sons se fizerem ouvir. Todos os anos chegam ao Andanças mais de 1 500 propostas de trabalho voluntário. Infelizmente, apenas 750 são selecionados “para darem corpo a uma equipa que coloca o festival de pé e o realiza, durante sete dias, num ambiente ímpar”, diz-nos Ana Martins, que sente dificuldade em definir o voluntário-tipo, tão diferentes são as idades e as ocupações profissionais de cada um deles. Uma coisa é certa: quem for ao Andanças irá cruzar-se com eles, quer na cantina a lavar pratos, no parque de estacionamento, no apoio aos campistas ou de serviço aos palcos. Como dizem no site do festival “até a recolha de lixo se faz com um sorriso. Há um problema? Resolve-se”.AF

Voluntários A organização recebe 1 500 propostas por ano

pertence, não vale a pena continuar”, concluiu. O moinho do avô José Mendes Brás é o presidente da Junta de Freguesia de Póvoa e Meadas. Diz que quem acionou o “motor de arranque” para a vinda do Andanças para o concelho foi a Câmara Municipal de Castelo de Vide, mas pela conversa sente-se que está entusiasmado. Depois de vários anos a trabalhar na zona de Lisboa, regressou à terra onde nasceu, e onde exerce, há 16 anos, o cargo de presidente de

Montagem As autarquias disponibilizam trabalhadores

junta. Está, portanto, na reta final do seu último mandato. Fala-nos da zona onde estão a montar o festival e de um moinho que por lá ainda resiste. “Era do meu avô”, revela. Um dia, na década de 50, este seu antepassado “depois de ter comido uma sopa de peixe bem regada” vendeu-o por 60 contos (120 euros) e mudou o rumo de toda a família. Ele e os pais mudaram-se para Ponte de Sor, seguindo-se a tropa e a Central de Cervejas onde assentou praça até se reformar. Uma das filhas, que vive em Lisboa, telefonou-lhe há dias para saber o que é que se estaria a passar na terra. Isto porque no local onde trabalha, uma loja dos CTT, o corropio para comprar bilhetes para o Andanças de Póvoa e Meadas não parava. Talvez tenha sido aí que este autarca à beira da segunda reforma tomou consciência de que “isto pode ser uma boa coisa para a terra”. Desde aí tem tentado motivar toda a gente para colaborar com o festival. É preciso pôr a mexer o padeiro, o supermercado e o restaurante, já para não falar nos hortelãos das redondezas. É que o festival pode ser a cereja no topo do bolo dos mandatos que cumpriu e que, confessa, “tem pena” de não poder continuar.

De tudo como na farmácia

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s albicastrenses Amato Lusitano e os alentejanos Aqui Há Baile são apenas duas das dezenas de bandas presentes nos vários palcos do festival e que oferecem cerca de 400 atividades. Enquanto os primeiros se propõem misturar música erudita com o folk tradicional, os segundos juntam os sons das valsas mandadas do litoral alentejano ao funaná brasileiro. A variedade de sons, estéticas e origens é uma das marcas deste evento que disponibiliza meia dúzia de palcos para que a dança se concretize, em simultâneo, entre as 9 e 30 horas e as 4 e 15 horas. As oficinas de aquecimento, relaxamento e dança realizam-se nos palcos Socalcos, Mimosas, Menires, Carvalhos e Recantos. Os concertos ficam reservados para os palcos X e Flutuante. No anfiteatro poderão ser apreciados projetos emergentes e “espetáculos de experimentação artística”. Um festival para as famílias Ana Martins fez questão de dizer ao “Diário do Alentejo” que este “é um festival de famílias” e, na verdade, podemos assegurar que os espaços em preparação dedicados a esta vertente são muito generosos. O programa específico para os mais novos revela concertos, oficinas de dança, oficinas de aquecimento e relaxamento, bailes, teatro, circo, hora do conto, oficinas de instrumentos, concertos de embalar… Mas há muito mais para fazer no espaço do Andanças. Porque, mais do que ver e ouvir, os participantes são chamados a participar: experimentação e improvisação musical para músicos e não músicos (Associação Lud in); o Espaço Fogueira, para histórias, música e contos tradicionais; Espaço Cinema (no paredão da barragem); o Bosque das Palavras, dedicado a conversas, tertúlias, debates e ref lexões várias; oficinas de instrumentos, bioconstrução e gastronómica, esta última num forno tradicional.

Os artistas Os bailes que terão lugar nos seis palcos serão animados, entre outros, pelos Tribal Jaze (França), Origem Tradicional (Portugal), ou Traballo (Itália). Quem se quiser iniciar (ou praticar) na mais famosa das danças argentinas pode juntar-se ao Lisboa em Tango, mas pode também aproveitar a presença do Fórro de Lampião, ou da oficina de hip hop orientada por António Silva. Mú, Pa r a sz t a Pé , C osmic Gong e Rodrigo Viterbo são alguns dos nomes que se apresentam em concerto, e o filme “O Outro Lado sou Eu”, de Gonçalo Oliveira, uma das fitas que serão passadas no grande ecrã. Mas há mais, muito mais. Nas conversas no Bosque das Palavras “Belivar é o que está a dar”, diz Andressa Oliveira, enquanto José Lima nos desa f ia pa ra u ma of icina de malabarismo. Pode ainda optar por construir fardos de pa lha, com Catarina Pinto, ou participar nos “Encontros do Umbigo”, de Miguel Bento, do Pramod. Entre os espetáculos de animação de rua, a organização destaca os Tsigunz Fanfara Avantura, uma trupe que “é uma ponte entre as artes do Oriente e do Ocidente, o jovem e o velho, entre o fogo e a água, os ritmos quentes de Mallorca com a liberdade Gypsy e o Ordnung alemão. Com inveja do talento e da cultura cigana, Tsigunz recria as melodias nacionais dos Balcãs, Turquia, Oriente Médio e Índia, para mais tarde profaná-los com as conquistas da música do século XXI. Eles combinam latões tradicionais e percussões com a tecnologia desenvolvida no Japão e fabricada na China. Tudo isso é transferido para o solo da Polónia, com as tradições da escola polonesa de jazz e referências à melodia eslava”. Com tanta e variada oferta, muito ficou para dizer sobre o Andanças 2013. Para os interessados, recomenda-se uma visita ao site oficial do festival em www.andancas.net.


Diário do Alentejo 16 agosto 2013

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O cante não tem pai nem mãe, deixemo-nos de rivalidades, surgiu, é um filho pródigo, nascido ao som do dito, façamos os possíveis para que as gerações futuras tenham orgulho desta dádiva. Francisco Torrão, “Memória Alentejana”, primavera/verão 2013

Opinião

Formação profissional – a nova realidade Luís Miguel Ricardo Editor

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m junho de 2011 a coligação PSD/ /CDS-PP forma governo e a formação profissional conhece uma nova realidade. Primeiro alvo, as Novas Oportunidades. Um assunto que gerou discórdias durante a campanha eleitoral. Enquanto para uns representava uma estratégia de conferir justiça e promover a igualdade de oportunidades entre os cidadãos, para outros, uma metodologia popularucha para premiar a ignorância dos portugueses, distribuindo diplomas ao desbarato e contribuindo para o despesismo público. Em dezembro desse ano, o programa começou a ser desmantelado e a dignidade dos portugueses, que aderiram ao mesmo, a ser desrespeitada. O IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional) foi a primeira a abortar o programa, lançando no desemprego centenas de técnicos e formadores e castrando os sonhos de milhares de cidadãos que se encontravam em processo de reconhecimento, validação e certificação de competências. Um ano depois, em dezembro de 2012, o novo Ministério da Educação e Ciência, com o objetivo de ocupar os professores com horário “zero”, arquitetou um concurso de colocação de professores e formadores no IEFP. Um concurso com dois pesos e duas medidas. Os professores colocados ficariam com as regalias da função pública e os outros (professores não colocados e formadores) seriam contratados através de recibo verde (trabalhador independente), mas em regime de exclusividade. Uma invenção bizarra recheada de ilegalidades que mereceu o parecer da Provedoria de Justiça, sugerindo ao executivo a anulação do concurso. Mas o autismo governamental imperou. Contudo, o tiro saiu pela culatra. Os professores com horário “zero” preferiram a “zona de conforto” às problemáticas ações de formação desenvolvidas nos centros do IEFP. E as vagas, que em boa parte foram manipuladas abusivamente pelas instâncias locais (com a entrevista a valer 50 por cento do resultado final e a dar espaço para as simpatias pessoais (?) ou partidárias (?) se sobreporem às competências dos candidatos, dando origem a um role de reclamações e a consecutivas atualizações das listagens, de que é exemplo o Centro de Formação Profissional de Beja, que só após a meia-dúzia de listas conseguiu encerrar o processo de recrutamento), acabaram por ser preenchidas por professores desempregados e formadores, ambos contratados em regime de recibo verde, sem quaisquer regalias, e com a permanente ameaça de dispensa (de que é exemplo o despacho publicado no “Diário da República” de 12 de julho de 2013, que dá prioridade aos professores do MEC na ministração de formação no IEFP). No Centro de Formação Profissional de Beja foram contratados 27 formadores com uma carga horária de 30 horas semanais, 120 horas mensais, pagos a 14,4 euros à hora. O que dá uma despesa fixa de 1 728 euros por formador, 46 656 euros mensais. Não seria uma exorbitância se estes profissionais estivessem a desempenhar as competências para as quais foram contratados, acontece que em seis meses de funções o centro em causa colocou no terreno meia-dúzia de ações de formação e os elementos contratados estão a “queimar” horas em atividades desnecessárias e desajustadas aos seus conhecimentos.

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O festival ANDANÇAS, que durante mais de uma década decorreu na aldeia do Carvalhal, em São Pedro do Sul, e que esteve em vias de desaparecer, ressuscita este fim de semana no Alentejo. O lugar de Nossa Senhora da Graça de Póvoa e Meadas, Castelo de Vide, acolhe assim o maior encontro de danças do mundo que se realiza em solo português. Que sejam bem-vindos à nossa terra os “endançarinos” e a Associação PédeXumbo. PB

Em muitas localidades do Alentejo onde a prática do cante estava bem viva no seio da comunidade, a situação atual é já de urgência, colocando o trabalho de salvaguarda na ordem do dia, como condição necessária para evitar a perda irrecuperável deste nosso património. Francisco Lourenço Teixeira, “Memória Alentejana”, primavera/verão 2013

Por mera curiosidade, até dois anos antes existia nesta entidade um CNO (Centro de Novas Oportunidades) cuja equipa era formada por três técnicos e 10 formadores que custavam aos fundos comunitários do POPH (Programa Ocupacional Potencial Humano), no máximo, 17 000 euros mensais, mas que para o novo executivo constituía um “cancro financeiro” para o País. Essa mesma equipa conseguia atingir e superar os objetivos definidos pelo programa estratégico nacional; certificava competências e atribuía certificados totais e parciais, conforme os conhecimentos dos candidatos; apostava na inovação (metodologias e-learning); e contribuía para a satisfação dos cidadãos, permitindo-lhes ascender nas carreiras profissionais e realizarem-se intelectualmente. Dois anos depois o CNO já não existe. Com a sua extinção acabaram os processos de RVCC, as certificações dos portugueses, a oferta formativa de vanguarda. Dois anos depois existe uma equipa que custa ao País mais 29 656 euros mensais, que não desenvolve formação, e cujos profissionais vivem as agruras de um futuro incerto. Ampliando o caso de Beja para uma dimensão nacional facilmente se entende o desinvestimento nas pessoas e o investimento no nada. E se transferirmos o caso da formação para outras valências da sociedade, consciencializamo-nos do rumo absurdo para onde Portugal está a ser empurrado.

Onde está o Nirvana? Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

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objectivo do Budismo é alcançar o Nirvana, o lugar onde reina a abs o lut a t r a nq u i l id a d e . Independentemente da filosofia de vida de cada um, penso que todos buscamos atingir o “nosso” Nirvana, com esta ou outra qualquer designação que lhe queiramos atribuir. No dia-a-dia e, particularmente durante as férias, aquele período em que não temos de ir para o emprego, trabalhar, e que deve ser destinado ao relaxamento do espírito e ao repouso do corpo, ou seja, ao revigoramento. Como escreveu Steinbeck “a arte do descanso é uma parte da arte de trabalhar”. Constato, todavia, que se popularizou um “singular” conceito de férias: ir para a praia (o Algarve colhe ainda uma notável preferência) ou ir para o estrangeiro e fazer compras. Se, por qualquer motivo, as pessoas não têm este tipo de oportunidade, então dizem simplesmente que não têm férias. A supremacia do consumo, atrevia-me a dizer! Mas há mais. Confessava-me recentemente uma amiga: “Este ano não tenho dinheiro para ir para fora. Terei de ficar apenas pelo Algarve, o que já não é nada mau. Mas estou farta daquilo! É sempre a mesma coisa... Acho que o que eu precisava mesmo era ter férias de mim!” Com efeito, para descansar não basta apenas “fugir” para longe ou para muito longe… mudar de ares! Quando não estamos em paz connosco, é inútil procurar essa paz num qualquer lugar para além de nós próprios. Para mim as férias, independentemente do lugar onde ocorrem, são aqueles momentos em que me consigo libertar do que me atrapalha, em que faço o que me apetece e não o que tenho obrigação de fazer, em que me permito apenas sentir com prazer o que me rodeia, em que tudo parece fazer sentido. Em que volto a ser criança. Aqueles momentos em que me sinto feliz! Idealizar as férias é torná-

las quiméricas. A perfeição não existe! Eu também estou prestes a entrar de férias. E vou em busca do Nirvana! Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

Simbologia política Jaime da Silva Lopes Investigador em Ciência Política

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signo político é determinante na corrente de influências sobre o poder. No mínimo, o que nos traz à política é a vontade de melhorar um pouco do mundo. Porém, a reciprocidade, a quem a estabilidade usurpou o devido lugar de essência nas democracias, obriga a que haja persuasão e, no limite, atração para com essa vontade. Os indivíduos associados possibilitam essas conquistas. Aliás, a formação de grupos distingue também os que têm uma razão de ser dos que têm uma vontade de ser. Porque os grupos produzem uma razão para a sociedade. Aqui, situamos a necessidade de os distinguir, entre razões, com os apelos metafóricos e as alusões marcantes. E são diferentes pelas razões socio-históricas que os levaram a prolongar uma defesa de ideias num corpo partidário, e pela liberdade de proposta, como o fazem os grupos políticos de cidadãos. Os grupos de cidadãos eleitores surgem como independentes do plano partidário, mas não estão aparte do universo político. São caraterizados pela necessidade de inclusão política, quando a maioria dos movimentos tem um perfil minoritário, e porque contornam o cerco da partidocracia, quando os partidos exercem um domínio institucional, exclusivo e fechado. Esta conquista da cidadania não passou ainda de uma bênção dada se o seu papel está confinado a um processo mais dispendioso, num exercício que devia ser privilegiado, e descaraterizado como opção no voto, limitando a sua afirmação. Mas, acima de tudo, expõe uma delimitação do universo de ação e os receios da sua propagação, o que configuraria uma condição de relevo para outras implantações regionalistas. Porém, a sua identidade impermanente pode ser respeitada, para lá do cumprimento da missão histórica ou do dever de coerência nos estudos do futuro. O que não nos impõe uma redefinição do conceito de partido, nomeadamente sobre a durabilidade. Todavia, uma simbologia que ganhe o momento e permita a assunção de diferentes identidades políticas parece uma resposta válida aos problemas de identificação para o eleitorado. Os instrumentos que servem este efeito são um composto de facilidade e simplicidade: um processo de surgimento, formação e exposição facilitado; e, assim, a afirmação simplificada, anexando a capacidade identitária, no momento do reconhecimento eleitoral. Trata-se, precisamente, de aceitar a nova simbologia, e a sua livre exposição, como fenómeno nas sociedades, e que fundamenta em parte o movimento independente local. Possibilitará que se crie uma razão política, conferindo o direito natural de estar ‘como um partido’, e de chegar a ser, ‘como um partido’, um grupo que influencia os outros grupos. Nada disto é possível se não vivermos o símbolo político e se não acreditarmos que, a cada momento da melhor sociedade possível, estamos a ver o que pensamos.


“O MEU LIVRO FOI O TEU LIVRO” é o mote para a campanha de reutilização do livro escolar que a Biblioteca e a Loja Social de Beja têm em marcha no presente ano letivo. Uma iniciativa de louvar, que se repete, aliás, em diferentes localidades, mas que evidencia o estado de carência a que chegaram milhares de famílias portuguesas. Ajudar não custa nada, principalmente quando o poder central deixou de ajudar. PB

Há 50 anos A História não perdoará Hiroxima e Nagasaqui

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a edição do “Diário do Alentejo” de 7 de agosto de 1963, José Moedas assinava na sua coluna “Imagens ao acaso” um corajoso artigo de opinião sobre Hiroxima e Nagasaqui. Sublinhe-se que o texto, escrito há meio século – quando Portugal estava já envolvido na guerra colonial nas frentes de Angola e da Guiné –, foi publicado desafiando a Censura fascista que, evidentemente, não gostava de quaisquer críticas aos “amigos” norte-americanos. E muito menos de referências a massacres, chacinas, genocídios e outros crimes contra a Humanidade. Conhecendo os catastróficos resultados para os trabalhadores e a maioria do povo da actual governação do País e relendo hoje o jornalista José Moedas, reforçamos a convicção de que nisto de moedas há as boas e as que nada valem: “Horas depois de ter sido formalmente assinado em Moscovo o acordo tripartido sobre a proibição dos ensaios nucleares, noticiava-se que, em Hiroxima, recordando o trágico lançamento da primeira bomba atómica, era observado um minuto de silêncio em memória das 78 mil vidas ceifadas pela deflagração de 6 de Agosto de 1945. Comentando o tratado nuclear de Moscovo, o antigo presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, que deu ordem para o lançamento dos primeiros engenhos atómicos, advertiu que os americanos devem estar sempre em guarda ao negociarem com os comunistas. ‘Eles são capazes de todos os estratagemas’ – disse. Recúbito, no seu cadeirão de verga, o ex-presidente da Casa Branca parece ter esquecido outras coisas bem mais dolorosas: Hiroxima e Nagasaqui, os mortos e os que viram a carne cair do corpo como farrapos; o aviador que enlouqueceu só por pensar que, no cumprimento de uma ordem dos poderes superiores, contribuíra (sem saber) para a horrenda tragédia; e os que ainda hoje sofrem pela perda de pais, irmãos e parentes. Aliás, Truman também esqueceu um facto muito importante que a História nunca perdoará: o saber-se antecipadamente que já não havia necessidade de tamanha chacina humana, porque os aliados tinham a vitória assegurada mais dia, menos dia. O grande mal de muitos governantes é julgarem que, alguma vez, a História se deixa ludibriar pelas suas subtilezas, mesmo que, na hora derradeira de lucidez, surja o inevitável ‘acto de contrição’. Não, Hiroxima e Nagasaqui nunca poderão ser esquecidas! E o ex-presidente Truman ou sabe disso – ou devia sabê-lo.” Carlos Lopes Pereira

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E assim vão as glórias de Portugal. Depois de diferentes impugnações a candidatos autárquicos pelo País fora, eis chegada a hora de os TRIBUNAIS se pronunciarem sobre a matéria. Mas como as nossas leis são tantas, tão palavrosas e tão impenetravelmente ruins, não há juiz que consiga ter opinião idêntica sobre matéria igual. Pelo que, continua alegre e feliz a saga da aplicação da lei que limita os mandatos. PB

O cante é o tropo mais expressivo da identidade do Baixo Alentejo, razão porque deve ser salvaguardado. Neste sentido, as autarquias devem ter um papel incontornável na sua preservação, através de apoios pecuniários e logísticos que são necessários para levar a cabo os seus desempenhos performativos. José Orta, “Memória Alentejana”, primavera/verão 2013

Cartas ao diretor anos para um insucesso e absentismo escoGibraltar lar, que ainda hoje continua a vigorar em Augusto António Amado Almada

Mais uma vez Gibraltar anda nas bocas do mundo. Segundo a diplomacia espanhola, “a brincadeira acabou”. Isto porque o governo do rochedo britânico impôs medidas que afetaram pescadores espanhóis. A retaliação não se fez esperar, e Madrid está a impor restrições várias, incluindo uma espécie de pesada portagem, a quem, de Espanha, se dirige ao território. A imprensa, nomeadamente a portuguesa, noticia o facto. Alguma dela faz uma “radiografia” do caso, com datas e tudo (começando com a ocupação do território em 1704). Duas coisas são absolutamente inexplicáveis, mas não são referidas. Na verdade, ninguém de bom senso entende como pode Madrid usar argumentos que rejeita no caso de Ceuta e Melilla, e, mais contraditoriamente ainda, se nega a aplicar em Olivença. Por outro lado, a imprensa portuguesa consegue ignorar a contradição espanhola em algo que devia ser evidente para ela: o caso de Olivença, um território em litígio entre Portugal e Espanha, e sujeito a uma intensa espanholização, por vezes bastante impiedosa, desde 1801. Território no qual, curiosamente, um grupo luta pela recuperação da cultura portuguesa. Talvez haja aqui uma sintonia com a política economicista do Estado português, denunciada por sindicatos... e que pode deixar sem professores portugueses 700 oliventinos. Mas... é melhor é não falar nisso. A responsabilidade histórica por estas estranhas omissões não assusta, pelos vistos, os defensores do politicamente correto. Estranha maneira de pensar....

Sobre o ensino Manuel José Vargas Aljustrel

Após a revolução dos cravos de 1974, Portugal sofreu enormes mudanças, das quais na educação. Passámos de um ensino elitista para um ensino de massificação. O ensino passou a ser obrigatório e gratuito, e por isso todos tiveram direito a estudar, aprendendo um programa educativo comum a todos. Desde logo, perante tal situação, surge o primeiro obstáculo, uma vez que o referido programa não ia, de modo algum, ao encontro dos interesses de todos os intervenientes. Então o que fazer perante tal facto: optar por um ensino programa ou um ensino projeto? A morosidade de uma decisão por parte do ME neste âmbito contribuiu ao longo dos

certos estabelecimentos de ensino. Em minha opinião, o melhor seria adaptar desde já um paradigma básico comum a todos durante alguns anos. Terminado esse ciclo de anos com aproveitamento, o aluno optaria pelo programa cognitivo ou então pelo projeto profissionalizante, onde ambos permitissem um ensino diferenciado, respeitando o ritmo de aprendizagem dos intervenientes. A frase: “Somos arquitetos da nossa própria vida” espelha o meu pensamento relativamente à temática em causa, da qual sou um defensor acérrimo em termos de futuro. De realçar que atualmente há já algumas escolas que se aproximam deste tipo de ensino. Mas afinal, é assim tão difícil de compreender que viver em sociedade é saber respeitar o padrão social e a identidade dos cidadãos? Por tudo isto, permitam-me salientar o papel dos docentes dentro deste contexto, que, apesar de todas as vicissitudes que encontram no caminho, tentam sempre contorná-las visando somente o caminho do sucesso, em conjunto com a comunidade educativa. E o que dizer da nota de ingresso “14 valores”, que é necessário para ser professor? Sem comentários… Não será mais significativo e consensual obter uma nota positiva, gostar de crianças, estender-lhes as mãos e caminharem juntos diariamente, rumo ao objetivo pretendido? Isto é, cidadãos ativos e participativos contribuindo para uma sociedade democrática, mais solidária e humana, onde as assimetrias sejam erradicadas no futuro. Perante o desempenho dos docentes, realço a sua idoneidade, bem como a pedagogia/estratégias utilizadas no terreno diariamente. Nesta altura, muitos dos leitores já equacionaram: – Por que não fala ele do Governo e da sua flexibilidade, para valorizar o sistema educacional? A pergunta é pertinente, mas tenho por hábito menosprezar o que não tem credibilidade. Ninguém poderá melhorar o sistema educativo com decretos-lei desfasados da realidade, tendo a sua essência uma vertente unicamente economicista. É altura de não nos resignarmos a tudo o que nos querem oferecer, onde imperam promiscuidades inesperadas e incompatíveis. É necessário uma postura que permita ser a chave que abra a porta atrás da qual se encontra o sucesso. Será bom relembrar que este sucesso unirá a valorização pessoal e o interesse da comunidade.

Ser consumidor na União Europeia

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a compra de um produto na União Europeia tem direito a dois anos de garantia. Dentro desse período pode pedir a reparação ou a substituição do produto e, caso aquele não possa ser reparado ou substituído num prazo razoável ou sem causar inconvenientes, poderá ser reembolsado. A legislação europeia garante-lhe também a segurança de alimentos que adquire. A rotulagem europeia permite-lhe saber o que está a comprar e é por isso que pode encontrar designações como “denominação de origem protegida”, “indicação geográfica protegida” ou “especialidade tradicional garantida”. A UE tem também um logotipo que identifica os produtos biológicos. Nos brinquedos, produtos elétricos e telemóveis, a marca “CE” indica que esse produto cumpre todos os requisitos em matéria de segurança, saúde e proteção do ambiente. Nos países da UE existem centros europeus do Consumidor, nos quais pode obter informações sobre os seus direitos enquanto consumidor, mas também conselhos e apoio em caso de queixas ou de litígios transfronteiriços. Em Portugal, o centro fica situado em Lisboa. Pode encontrar mais informações nesta página da internet: http://cec.consumidor.pt/

Representação em Portugal da Comissão Europeia

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Cabe aqui uma pequena nota para a generosidade de Urbano que sempre se manifestou na compreensão, na atenção e no incentivo em relação aos escritores mais jovens ou principiantes a quem nunca recusou um prefácio, uma apresentação, ou uma palavra sempre amável de incentivo. Mário de Carvalho

Mário de Carvalho apresentou na Universidade Nova de Lisboa a comunicação sobre Urbano Tavares Rodrigues que agora recuperamos. Um texto fundamental que o “DA” publicou em 2008, altura em que juntou os dois escritores na casa de Urbano, sob o olhar atento do fotógrafo José Ferrolho. Nesta edição de homenagem ao autor de Bastardos do Sol, damos a conhecer também um artigo do jornalista Viriato Teles.

“Diário do Alentejo” recupera comunicação do escritor Mário de Carvalho

Urbano, escritor-cidadão

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ma certa manhã de 1959 o meu pai ia ser julgado pelo tribunal plenário de Lisboa, acusado de fazer parte de uma perigosíssima célula do Partido Comunista Português chamada “organismo das cooperativas” e que agrupava pacatos lojistas, contabilistas e comerciantes da Baixa, carregados de “animus conspirandi” pelo subversivo propósito de derrubar o regime a golpes de livro de razão, estralejos de contas-correntes e fulminar de fardos de fazenda. No corredor do Tribunal da Boa-Hora que dá para a belíssima sala, forrada de azulejos e de austeras madeiras, onde funcionava o Tribunal Plenário de Lisboa – uma das vergonhas indeléveis da magistratura portuguesa – havia um pequeno grupo constituído pelos familiares das vítimas que aguardava a chamada para a audiência. Nem todos se conheciam, as pessoas entreolhavam-se com desconfiança, porque os agentes da pide que se preparavam para sobrelotar os poucos lugares da assistência, se imiscuíam entre as famílias, a ouvir as conversas. Dois desconhecidos chegaram ao pé de minha mãe, cumprimentaram-na e depois apertaram-me a mão, com um calor vibrante e uma simpatia solidária, ostensiva. Eram Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues. Tinham sido arrolados pela defesa como testemunhas abonatórias do meu pai, que era escritor e, por qualquer razão processual iam dispensados. Antes de saírem fizeram questão de nos procurar e de nos manifestar o seu aberto e caloroso apoio. Pode parecer estranho eu estar a evocar, neste local e quase 50 anos depois, este contacto fugaz de que Urbano provavelmente não mais se lembrou. Foram certamente muitas as vezes que se deslocou ao tribunal Plenário, a abonar os méritos de resistentes caídos naquelas malhas. Mas faço-o porque eu nunca mais me esqueci, tanto mais que aquele nome, declarado de uma forma clara e desassombrada, era o do escritor que lá em casa admirávamos e de que eu que fui leitor precoce. Nem ele pode imaginar a honra e a surpresa que representaram para mim aquela apresentação e aquele aperto de mão e aquele gesto de desafio. Era, em pessoa, o autor de A pedrada no Charco e d’A Noite Roxa de que julgo recordar a capa da primeira edição, de uma sugestão erótica onírica e febril, e que incluía esse admirável conto “Jornada sem regresso” que ainda conservo, num volume antológico de 1959, já muito usado, com uma capa amarelada, de Figueiredo Sobral, coberta de fotografias de escritores. Mais tarde, nas tumultuosas associações académicas dos anos Sessenta, no movimento estudantil que eu vivi com empenho e sofreguidão, as secções culturais e as iniciativas de cultura, eram só por si, um ato de resistência, uma maneira de mostrar que em tempos cinzentos e mesquinhos do fascismo quem estava atento e promovia os valores do espírito era a

juventude e não o regime. Quem tomava a iniciativa e acesso à cultura éramos nós, e não eles. Qualquer pequena ação repercutia, ampliava-se a dimensões épicas, reforçava a consciência de uma luta comum, e contribuía a seu modo para cimentar e unir uma frente que viria a ter consequências decisivas na Revolução de Abril de 1974. Nós sabíamos que quando se tratava de um colóquio, de uma mesa redonda, de uma intervenção pública, Urbano Tavares Rodrigues estava sempre disponível, desde que estivesse em Portugal e fora da cadeia. Recordo-me de várias ocasiões em que Urbano partilhou connosco do seu saber e da sua curiosidade, mas tratasse-se de qualquer tema literário (lembro-me particularmente de um colóquio sobre o Nouveau Romain, num dos pequenos anfiteatros da faculdade de Direito), ou de um lema suficientemente vago e genérico que nos permitisse apenas dialogar iludindo a

repressão, a ocasião era sempre interpretada por todos – e bem – como um protesto de cidadania que impúnhamos a quem nos roubava a cidadania. Entretanto íamos sabendo dele, e doutros intelectuais, a informação circulava nos meios estudantis mais atentos, as notícias das prisões, dos exílios, das injustiças do regime e, em especial, a exclusão laboral e a absoluta rasura do seu nome após a atribuição do prémio Camilo Castelo Branco ao escritor angolano Luandino Vieira que suscitou uma resposta violenta e desmedida do regime. Queria deter-me aqui um instante para que considerassem o extremo sofrimento que podia causar a um escritor na plena força da sua criatividade, um intelectual de vastos recursos de inteligência e capacidade de comunicação, ser completamente ostracizado, o nome varrido, sendo-lhe atribuído um estatuto de não existência.

Uma coisa era ser-se um miúdo como eu, de 17 ou 20 anos, sempre com a família disposta a amparar no caso do tombo da correria ser mais duro, mas, ainda assim, com uma vida inteira pela frente e podendo pagar bem os preços de uma atividade ruidosa para que havia bom corpo e nenhuma responsabilidade – pelo menos responsabilidade que tivesse de ser medida. Outra coisa era o risco de uma carreira amputada, os livros apreendidos, o nome censurado, o emprego negado, para quem já não estava na fase das correrias juvenis, já não tinha o anteparo dos pais e não podia dar-se ao luxo de provocar sistemática e ostensivamente a repressão. Para nós, jovens e aguerridos estudantes estas personalidades, que nós conhecíamos à distância e de que seguíamos atentamente as notícias, tinham qualquer coisa de lendário e exemplar. Talvez exagerássemos ou forçássemos a nota, quando versões de episódios da vida literária lisboeta em que elas intervinham circulavam de grupo em grupo ou de café em café. A capacidade de sedução do Urbano era proverbial, bem como a generosidade, o bom coração e a coragem física, sem recear a exposição e o confronto, em situações que só reforçavam a nossa admiração por ele. E nesta apreciação não havia qualquer exagero. Logo após o 25 de Abril, vim a ter o prazer e o privilégio de um contacto mais aproximado com o Urbano nas voltas da revolução, em intenso combate político. Comprovei uma vez mais a valentia que o levava sem hesitações para situações de risco físico, a extrema amabilidade e cuidado no trato, a elegância e o ponderado da expressão, o tato e o respeito pelos outros com que sempre abordava qualquer problema, o claro delineamento de uma posição refletida que não cedia aos fanatismos nem ao slogan de efeito, sem embargo do de um procedimento sempre marcado pela lealdade. A vasta informação, a finura da abordagem, a atenta curiosidade que o mantinha então, como agora, informado e atualizado sobre as modernas correntes da literatura da arte e do pensamento levavam-no ao domínio de áreas variadas e amplíssimas do saber, que sempre deixaram confundidas os meus pobres relances teóricos. Sem embargo de uma fina e sempre elegante ironia, no decurso de todos estes anos em que temos privado melhor, posso garantir que nunca ouvi do Urbano uma palavra de maledicência sobre outros (não escasseariam as boas ocasiões…) e seria necessário um tremendo esforço de memória, porventura desesperado, para encontrar alguém que não gostasse dele. Cabe aqui uma pequena nota para a generosidade de Urbano que sempre se manifestou na compreensão, na atenção e no incentivo em relação aos escritores mais jovens ou principiantes a quem nunca recusou um prefácio, uma apresentação, ou uma palavra sempre amável de incentivo. Tampouco o bom conselho, nunca negado, de quem muito sabe e não hesita em partilhar o saber. Desde muito cedo que acompanho a obra multifacetada de Urbano que se tem repartido pelo teatro, pela crítica, pela tradução, pela poesia, pela reportagem, pelo apontamento de viagem, pela crónica, pelo ensaio, pelo conto, pela novela e pelo


Viriato Teles

E tudo será luz Viriato Teles Jornalista

romance, e creio que não enumero tudo. Não há, provavelmente em Portugal outro escritor tão plurifacetado, tão interveniente e tão atento. Eduardo Lourenço no prefácio à segunda edição do livro de contos Casa de Correção sustenta que “ninguém na nossa geração escreveu mais à flor do tempo que Urbano Tavares Rodrigues” e remata o mesmo texto, referindo o “virtuose dos rituais onde o seu tempo e o tempo de muitos outros se fixou com (…) depurada eficácia”. A presença dos grande controvérsias e discussões dos nossos dias está assinalada não apenas nas intervenções ensaísticas e nas comunicações que Urbano vem fazendo ao longo dos anos, mas tem reflexos na própria obra ficcional em textos sempre inovadores, sempre renovados, que contém a expressão das correntes mais vivas no movimento das ideias e das letras da contemporaneidade. Encontramos nos textos mais antigos traços do neorrealismo, com a presença de uma ruralidade que se afirma pela linguagem e também pelo inconformismo com uma ordem social abusiva, da angústia existencial de personagens amarguradas e divididas que exprimem o mal de viver de uma burguesia desencontrada consigo própria, traços de modernidade como o romance feito de retalhos, de flashes, de colagens, em que a linha narrativa se dispersa e reparte por vários olhares, várias vozes, várias personae, encontramos marcas de romance epistolar, com a observação intimista e magoada dos dias, de par com histórias que optam pela sequência linear do princípio, meio e fim. Urbano mostra-se à-vontade a lidar com diversos ambientes e personagens e desenvolto nos vários géneros, desde o fantástico até ao romance quase policial. Há histórias na primeira pessoa, histórias na terceira pessoa, histórias a múltiplas vozes, há pontos de vista de homem, pontos de vista de mulheres, há personagens da burguesia, há personagens do povo, há velhos e jovens, uma galeria inesgotável que capta a história do nosso viver e da nossa literatura, que ora se conta, ora se mostra. Se quisesse de entre um conjunto tão vasto, variegado e rico, destacar alguns sinais recorrentes eu arriscar-me-ia a indicar: O Alentejo, por vezes reminiscente da infância e adolescência, com falas, tipos sociais de várias épocas, paisagens, sabores, recordações. Os amores e desamores. As árduas relações entre homem e mulher, com os seus enigmas, desencontros, paradoxos, indefinições, sempre repassadas por uma inconfundível marca de erotismo, não raro perturbador. A crítica social e as preocupações éticas, a empenhada visão do mundo, numa lúcida observação crítica que nunca se sobrepõe, no entanto, ao livre encadear das situações e à adequação de comportamento das personagens. Um agudo sentido do quotidiano – o presente está refletido nos comportamentos, objetos, obsessões, marcas, diálogos, tiques geracionais. Os problemas sociais e existenciais de cada época vem referenciados em cada livro, com as suas especificidades, mentalidades circunstâncias politicas, comportamentos, atitudes e perplexidades. Tenho a consciência de que, se as pobres coisas que eu escrevo valerem alguma coisa, nelas têm boa parte os escritores de gerações anteriores, que enformaram as minhas leituras desde cedo e que me transmitiram o património duma língua e duma literatura, acrescentada pelo seu talento e pelo seu saber. Despertaram a minha curiosidade, partilhando comigo a sua. Por isso lhes estou reconhecido. Mas também estou reconhecido pelas provas de coragem que deram e pelo exemplo que deixaram, com custos de renúncia e de sofrimento, na sua resistência contra a indignidade e na sua afirmação de cidadania e frontalidade. Chamei a este texto “O escritor cidadão” porque é em Urbano Tavares Rodrigues que eu saúdo a união do talento literário, da curiosidade intelectual e do amor pela liberdade.

O

A capacidade de sedução do Urbano era proverbial, bem como a generosidade, o bom coração e a coragem física, sem recear a exposição e o confronto, em situações que só reforçavam a nossa admiração por ele. E nesta apreciação não havia qualquer exagero.

meu mundo encolheu um pouco mais, esta semana. Tudo acaba, já se sabe, e os amigos não duram para sempre, nem mesmo quando o são para sempre. É assim, também, como todas as pessoas genuinamente boas que nos iluminam a existência. Homens e mulheres de quem, tantas vezes, acreditamos que nunca nos vão morrer, que hão-de estar sempre aqui, ao nosso lado, gratificando-nos a vida e ajudando-nos a encontrar-lhe um sentido. Urbano Tavares Rodrigues, que agora se nos foi, era um desses seres raros. Muitos, e muito melhor do que eu, podem dar testemunho das imensuráveis qualidades do homem, do militante, do escritor, do pedagogo, do resistente, e nenhum deles pecará por exagero. Por estes dias, o Armando Baptista-Bastos, o Mário de Carvalho, o António Costa Santos, lembraram com muita justiça alguns episódios vividos da coragem física e moral de Urbano. E são tantas as histórias que se lhe conhecem: de como enfrentou um bando de pides, estraçalhando-lhes uma cadeira nos respectivos coiros; ou da vez em que cabeceou um outro, à porta do Teatro Vasco Santana, que lhe apontava uma pistola ao peito; ou de como nunca se deixou vergar pela intimidação e a dor. Tantos episódios que aqui não cabem, mas de que me lembro desde que me lembro dele. E lembro-me dele desde muito cedo. Desde, pelo menos, quando aos quinze anos li pela primeira vez um livro seu – para mim marcante e que, de algum modo, seria até um impulso mais para entrar no ofício a que queria (e viria a) dedicar-me: Os Insubmissos, escrito um ano depois de eu ter nascido e que retratava com rigor e assombro a realidade em vigor, as grandezas e as misérias de um grupo de gente igual a alguma gente dos sonhos e dos jornais desse tempo. Desde muito cedo que Urbano fazia parte dos nomes admirados lá de casa – em boa parte graças à ligação que tinha com amigos próximos do meu Pai, como Mário Sacramento – e a sua grandeza intelectual e humana era-nos apresentada como um exemplo de dignidade e de coragem a ter em conta e a seguir. No entanto, só muitos anos e bastantes livros mais tarde o meu caminho haveria de cruzar com o dele, ainda que nunca tenha feito parte dos seus amigos chegados e nem sequer tivéssemos um convívio grande. Mas aquele Urbano d’Os Insubmissos acompanhou-me a vida toda – e reencontrei-o sempre no homem generoso e afável que vim a conhecer. “O que importa, acima de tudo, num homem, não é ser de esquerda ou de direita, é a sua qualidade humana”, diz uma das personagens deste romance, “Ernesto”, que o narrador descreve – afinal, como se falasse de si próprio: “A gratidão era para ele sagrada, como a amizade”. Assim era, também, para Urbano. Um dia, vão lá quase dez anos, dei-lhe a ler um livro que tinha acabado de publicar, sobre Che Guevara e a sua Utopia, e perguntei-lhe se estaria disponível para o apresentar, numa sessão pública em Lisboa. Tive o cuidado de dizer desde logo que não se tratava de uma abordagem linear à figura do guerrilheiro e que, ao invés, incluía testemunhos e pontos de vista diferentes sobre a Revolução Cubana, por vezes opostos àquilo em que ambos (ele e eu, eventualmente de modo diferente) acreditávamos. Respondeu-me – e depois escreveu-o – com a generosidade de cidadão inteiro e dialogante que o caracterizava: “Isso enriquece o livro, não lhe retira valor nem autenticidade”. Urbano era isto. E era mais. Era também o homem que, prestes a chegar aos 90 anos e ao inevitável fim da vida, mantinha intacta a certeza de que os princípios a que dedicou tudo tinham valido a pena. E que, apesar da idade e dos desencantos, se recusava a desistir de lutar por um mundo melhor. Como escreveu no belíssimo texto que servirá de nota introdutória ao derradeiro romance, Nenhuma Vida (ainda inédito, a publicar no fim deste ano): “Daqui me vou despedindo, pouco a pouco, lutando com a minha angústia e vencendo-a, dizendo um maravilhado adeus à água fresca do mar e dos rios onde nadei, ao perfume das flores e das crianças, e à beleza das mulheres. Um cravo vermelho e a bandeira do meu Partido hão-de acompanhar-me e tudo será luz”. Em Urbano, tudo foi luz. A vida, os amigos, as mulheres, o sorriso, as causas. Com a sua partida, o meu mundo ficou sem dúvida mais pequeno. Mas também mais iluminado. Porque ele existiu e lutou e amou e acreditou. Por opção pessoal, o autor não segue no novo acordo ortográfico.

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Urbano era isto. E era mais. Era também o homem que, prestes a chegar aos 90 anos e ao inevitável fim da vida, mantinha intacta a certeza de que os princípios a que dedicou tudo tinham valido a pena. E que, apesar da idade e dos desencantos, se recusava a desistir de lutar por um mundo melhor.


saúde

22 Diário do Alentejo 16 agosto 2013

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Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.ª Maria João Dores – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr.ª Joana Leal – Medicina Tradicional Chinesa/ Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

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ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

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Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare

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23 Diário do Alentejo 16 agosto 2013


24 Diário do Alentejo 16 agosto 2013

necrologia diversos

MISSA

Vidigueira AGRADECIMENTO

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Maria Felismina Martins

Beatriz Custódia da Palma

Sua família cumpre o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 31/07/2013 e, na impossibilidade de o fazer individualmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

Sua família cumpre o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida ocorrido no dia 04/08/2013 e, na impossibilidade de o fazer individualmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Corte do Pinto PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

António Manuel Guerreiro

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Sua família cumpre o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 06/08/2013 e, na impossibilidade de o fazer individualmente ,vem por este meio agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

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A sua família participa que será celebrada missa do

Nasceu a 15.01.1938 Faleceu a 10.08.2013

30.º dia na igreja da Sé, no dia 20 de agosto de 2013, pelas 18 e 30 horas. Desde já agradece a todos os que nela participarem.

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institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1634 de 16/08/2013 Única Publicação

25 Diário do Alentejo 16 agosto 2013

Diário do Alentejo n.º 1634 de 16/08/2013 Única Publicação

CARTÓRIO NOTARIAL DE SERPA

EXTRACTO Certifico para efeitos de publicação que, no dia 5 de Agosto de 2013, iniciada a folhas 69 do livro de notas número 36- A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, pela qual MARIA DO ROSÁRIO COSTA BARÃO GALAMBA, NIF 133.598.942, devidamente autorizada por seu marido António Rebocho Galamba Barão, NIF 137.837.321, casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Vila Nova de São Bento, concelho de Serpa, residentes na Rua Serra da Arrábida, número 76, Redondos, Fernão Ferro, concelho do Seixal, alega que é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio urbano de rés-do-chão e quintal, sito em “Beco do Rocio”, da freguesia de Vila Nova de São Bento, concelho de Serpa, que confronta: do norte com João Drago, do sul com Jerónimo José Toucinho, do nascente com Beco do Rossio, e pelo poente com Maria do Carmo Toucinho, descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa sob o número quatro mil setecentos e setenta e um, daquela freguesia, inscrito na matriz sob o artigo 918, com o valor patrimonial de € 990,11, a que atribui o valor de cinco mil euros. Que apesar do citado imóvel se encontrar registado na mencionada Conservatória, quanto a sessenta e sete/oitenta e quatro avos indivisos a favor de António Rosa, casado com Maria Francisca, Ana da Conceição Rosa, casada com João Martins Perdigão, Francisco Rosa, casado com Francisca Chaparro, Maria do Carmo, casada com Augusto Luiz, Antónia Rosa, casada com Bento Fraquesa, na proporção de um/sétimo para cada um, Ana Maria Pica, solteira, maior, na proporção de um/vinte e oito avos indivisos, e de Maria do Rosário Rosa, casada com José Mouralinho, na proporção de um/vinte e um avos indivisos, todos com morada em Aldeia Nova de São Bento, Serpa, pela apresentação três, de trinta e um de Maio de mil novecentos e cinquenta e oito, quanto a três/vinte e oito avos indivisos a favor de António Soares Pica, Maria Carrasco Pica, e Gertrudes Soares Pica, solteiros, menores, todos com morada em Aldeia Nova de São Bento, na proporção de um/vinte e oito avos indivisos, pela apresentação cinco, de dez de Julho de mil novecentos e cinquenta e oito, não incindindo sobre os restantes dois/vinte e um avos indivisos, qualquer inscrição de transmissão, domínio ou posse, desconhecendo-se actualmente o paradeiro dos ditos titulares inscritos, tendo os mesmos e respectivos herdeiros incertos sido previamente notificados editalmente, nos termos do artigo noventa e nove, do Código do Notariado, através da notificação já arquivada neste Cartório como documento número quarenta e sete, no maço referente às notificações avulsas do ano corrente, o mesmo imóvel é pertença da justificante. Que o citado imóvel veio à sua posse, ainda no estado de solteira, maior, tendo posteriormente casado com o dito António Rebocho Galamba Barão, por o haver adquirido na totalidade aos titulares inscritos já atrás indicados, sendo os referidos António Soares Pica, Maria Carrasco Pica e Gertrudes Soares Pica, já de maior idade, através de compra verbal, realizada em dia e mês que ignora do ano de mil novecentos e oitenta, tendo pago o ajustado preço, não tendo sido celebrada a competente escritura pública, motivo pelo qual não é detentora de qualquer documento formal que legitime o seu domínio sobre o mesmo. Porém, desde aquela data de mil novecentos e oitenta e sem interrupção, que a ora justificante entrou na posse do referido imóvel, habitando-o e usufruindo todas as suas utilidades e suportando os respectivos encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo, por isso, uma posse pública, pacífica, contínua e de boa-fé que dura há mais de vinte anos, pelo que o adquiriu por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição. documento algum que lhe permita fazer a prova do seu direito de propriedade. Que, desta forma, justifica a aquisição do referido imóvel por usucapião. Cartório Notarial de Serpa, a cargo da Notária Joana Raquel Prior Neto, cinco de Agosto de dois mil e treze.

CÂMARA MUNICIPAL DE BARRANCOS

EDITAL N.º 24/2013 (Publicitação das transferências concedidas pela Câmara Municipal de Barrancos no 1.º Semestre/2013)

ANTÓNIO PICA TERENO, Presidente da Câmara Municipal de Barrancos, torna público, nos termos e para cumprimento do disposto na Lei n.º 26/94, de 19 de Agosto, os benefícios concedidos no 1.º semestre de 2013. Listagem das transferências concedidas BENEFICIÁRIO

MONTANTE TRANSFERIDO 2.960,47 1.995,00 2.448,00 19.740,00 60.000,00 5.611,82

Agrupamento de Escolas de Barrancos Agrupamento de Escolas de Barrancos Assembleia Distrital de Beja Associação Barranquenha p/ Desenvolvimento Associação Barranquenha p/ Desenvolvimento Associação Municípios Baixo Alentejo e Alentejo Litoral Associação Municípios Baixo Alentejo e Alentejo Litoral Associação de Municípios Alentejanos p/Gestão do Ambiente Associação de Reformados de Barrancos Associação Humanitária B.V. Barrancos Associação Humanitária B. V. Barrancos

12.928,80

Refeições Escolares Protocolo Pavilhão Comparticipação Protocolo Ação Social PAREL Projetos em parceria – comparticipação Comparticipação

Associação Humanitária B. V. Barrancos Associação Nacional de Municípios Portugueses Associação Nacional de Municípios Portugueses Barrancos Futsal – Associação Desportiva e Cultural Lar Nossa Sr.ª da Conceição de Barrancos Sociedade Filarmónica Barranquense

12.000,00 2.352,00 4.218,00 1.800,00

Comparticipações diversas (projetos/juros empréstimos) Banco de Medicamentos Protocolo de Colaboração Protocolo – Equipa de Intervenção Permanente Contrato Programa (Apoio Saúde) Encargos com Seguros BVB Quotização Contrato – Programa - PAMAL

34.200,00 7.500,00

Protocolo Ação Social Contrato – Programa - PAMAL

TOTAL DAS TRANSFERÊNCIAS CORRENTES Aguas Públicas do Alentejo, SA Associação Humanitária dos B.V.B. Junta de Freguesia de Barrancos Lar Nossa Sr.ª da Conceição de Barrancos

…….............................. 27.680,78 21.600,00 19.611,48 48.000,00

€210.834,95 Projecto – Comparticipação Protocolo POVT Protocolo Protocolo Obras Pares

……...........................

€116.892,26

A Notária Joana Raquel Prior Neto

9.928,93

OBSERVAÇÃO

4.651,93 14.250,00 14.250,00

TOTAL DAS TRANSFERÊNCIAS CAPITAL

…….......................

TOTAL: (CORRENTES + CAPITAL)

€327.727,21

Câmara Municipal de Barrancos, 07 de agosto de 2013 O Presidente da Câmara Dr. António Pica Tereno

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em combustíveis cujos pagamentos não sejam efetuados responsabilidade será aceite nos seguintes casos: perda, roubo ou danificação do vale quer tenha sido utilizado ou não; 6. Este vale não pode ser trocado por dinheiro; 7. Válido até 31 de julho de 2013.

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26 Diário do Alentejo 16 agosto 2013

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Após ter terminado o primeiro semestre de 2013 com 40 lojas abertas em Portugal, o Meu Super, rede de lojas alimentares franchisadas da Sonae, anuncia o lançamento do seu site em www.meusuper.pt. Neste novo espaço na Internet os clientes vão ter, a partir de agora, a oportunidade de encontrar a loja Meu Super que se encontra mais perto de si, informação

sobre abertura de novas lojas, campanhas promocionais em vigor e produtos que se encontram à venda em cada uma das lojas desta insígnia. Poderá também encontrar sugestões de dezenas de receitas para as suas refeições, das entradas aos pratos de peixe ou carne, passando pelas sobremesas, sopas e pratos vegetarianos.

27 Diário do Alentejo 16 agosto 2013

Meu Super lança site

Empresas Repsol recolhe cerca de 150 toneladas de roupa no primeiro semestre do ano No âmbito de uma parceria com a Associação Humana, uma organização de ajuda humanitária internacional, a Repsol recolheu em Portugal, durante o primeiro semestre do ano, cerca de 150 toneladas de roupa e calçado. Esta iniciativa decorreu em vários postos de abastecimento Repsol, nos quais estão presentes contentores de recolha onde os clientes, ou quem se dirija aos postos, poderá deixar roupa e sapatos. O resultado desta recolha irá agora apoiar a Associação Humana na realização de reciclagem e reutilização têxtil, gerindo a roupa usada com o objetivo de proteger o meio ambiente e ainda impulsionar projetos de cooperação, não só a nível nacional mas também em África, Ásia e América Central.

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Comércio local “vende relativamente bem”

Em tempos de crise, minimercados ainda conseguem lucrar Um espaço de conversa, um atendimento familiar e um ambiente calmo, aliado a grandes promoções, parece ser a estratégia adotada pelos minimercados que até à data dizem ainda “vender relativamente bem”. Publireportagem Sandra Sanches

É

nas grandes superfícies que se consegue oferecer uma maior variedade de produtos, mas o certo é que grande parte da população ainda prefere realizar as suas compras nos minimercados. Evitar as filas de espera, o barulho das máquinas e uma oferta maior do que a que o cliente realmente necessita são, na grande maioria, os motivos que levam os clientes ao comércio local. O jovem empresário Marco Marcelino, proprietário de um minimercado junto à Rodoviária em Beja, diz ter os seus clientes habituais. O cliente tipo, para além das “mulheres-a-dias”, que por ali passam para fazerem as compras das casas onde trabalham e que regressam no final da tarde para realizarem as suas, são os vizinhos, conhecidos, amigos e

familiares. Marco Marcelino diz que não enriquece com o negócio, mas adianta que se sobrevive “com o cliente que aqui vem”. Tempos mortos existem, principalmente após o almoço, mas o proprietário aproveita-os sempre da melhor forma, mais que não seja para limpar o espaço ou repor algum artigo. Com vista a atrair novos clientes, ou pelo menos a manter os habituais, o minimercado Sempre Fresca continua a crescer. António Barão, o irmão Francisco Barão e o cunhado Rogério Barão – os proprietários do espaço – estão fortemente empenhados em combater uma crise que parece estar para ficar. Com quatro lojas espalhadas pela cidade de Beja, em meados de setembro irão inaugurar mais um espaço, desta vez em Mértola. Abriram a primeira loja em novembro de 1997. O seu lema é a proximidade com o cliente e com os produtos regionais, o que, para António Barão, “é logo uma vantagem em relação às grandes superfícies comerciais”. Para o empresário, as grandes superfícies são, sem dúvida, uma grande ameaça, pois conseguem uma margem diferente, mais que não seja nos preços, no entanto, revela que a

“oferta excessiva” acaba por fazer o cliente gastar mais. António Barão diz oferecer também bons preços, com a mais-valia de conhecer o seu cliente, permitindo que o mesmo pague no dia seguinte. António Barão nota ainda que o cliente “aprendeu a consumir, não desperdiçando”, o que, por um lado é bom, mas para o comércio não é tão lucrativo: “Já não se compram quilos de fruta, agora fazem-se sortidos, uma banana, duas maças… aprendeu-se a comprar”, diz. Mas se para estes comerciantes as grandes superfícies podem ser uma ameaça, na periferia da cidade as coisas parecem funcionar de forma diferente. Ana Carla, proprietária do espaço Nova Escolha, na aldeia de Trigaches, explora o espaço há cinco anos. Para a comerciante, a grande ameaça são os vendedores ambulantes, no entanto, não baixa os braços e diz que de tudo faz para combater as oscilações nas vendas. O cliente aproveita as promoções e acaba por comprar em quantidade. A margem de lucro é reduzida, mas é a forma que encontra “para acarinhar os clientes”, revela.

Parceria leva ruinas romanas de Troia a 550 mil pessoas Cerca de 550 mil pessoas vão ser convidadas a visitar gratuitamente as milenares ruínas de Troia, no concelho de Grândola, no âmbito de um protocolo entre a empresa responsável pelo monumento e uma associação mutualista. Com esta parceria vai ser possível divulgar e promover o monumento junto dos cerca de 550 mil associados daquela instituição. Segundo refere João Madeira, diretor geral do Troiaresort, “visitar é a melhor forma de preservar um espaço”. O protocolo prevê, entre outros “benefícios”, que os associados do Montepio visitem gratuitamente as ruínas e inclui também um apoio financeiro para o “desenvolvimento” do trabalho científico realizado.

Alentejo com forte potencial de Melhor Região Turismo Nacional O Alentejo pode vir a ser distinguido como Melhor Região de Turismo Nacional, nos prémios Publituris Portugal Travel Awards 2013, em que concorre com a região Norte e Porto, região Centro, Lisboa, Algarve e Madeira. A primeira fase do apuramento para seleção dos três finalistas de cada categoria arrancou na passada semana. De entre as 16 categorias vão ser premiados os melhores do turismo nacional, num evento que se realiza a 19 de setembro, no espaço Montes Claros, em Monsanto, a partir das 19 horas. De referir que os prémios Publituris Portugal Travel Awards 2013 celebram este ano a sua 10.ª edição.


Noites de Santa Maria apresentam banda eslovena Alice Blue

Diário do Alentejo 16 agosto 2013

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No âmbito da iniciativa Noites de Santa Maria, promovida pela Junta de Freguesia de Santa Maria da Feira (Beja), a praça da República recebe amanhã, sábado, a banda eslovena Alice Blue, que se encontra em digressão pelo País a apresentar o seu álbum de estreia. O espetáculo, com entrada livre, terá início pelas 22 horas. A primeira parte será assegurada pelo duo de Beja October Station.

Boa vida Frango do campo com cerveja preta, mostarda e salsa

Confeção: Corte o frango em pedaços, tempere com sal e deixe repousar durante quatro horas no frigorífico. Num tacho coloque azeite e quando estiver quente core o frango de todos os lados. Depois de corado, e no mesmo tacho, junte cebola picada, alho picado, cenoura cortada aos cubos e presunto cortado aos cubos. Adicione a cerveja preta e deixe ferver até evaporar o álcool. Cubra com água quente e deixe cozinhar, lentamente, com o tacho tapado. Junte a mostarda e retifique o tempero. Polvilhe com salsa picada. Sirva com arroz branco e legumes cozidos. Bom apetite… António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Toiros Beja voltou a encher na festa de Tito Semedo

N

a noite em que assinalava 104 anos de vida, a praça de toiros de Beja voltou a abrir as suas portas para festejar os 20 anos de alternativa de Tito Semedo, com o público a corresponder e a preencher três quartos fortes das bancadas da Varela Crujo. Noite de emoções, logo nas cortesias, escutou-se um minuto de profundo silêncio em memória de José Marias Cortes… Lidaram-se seis toiros “Passanha” com apresentação irrepreensível, mas algo reservados nas lides, a não transmitirem a emoção pretendida para os “tendidos”. Abriu praça o maestro João Moura frente ao “Passanha” mais pesado da noite com 565 quilos, que, apesar de complicado, permitiu ao maestro realizar uma lide ao seu estilo, com boa brega e ferros bem ao estribo. Rui Salvador, que viu o seu toiro sair diminuído, pelo que lidou o sobrero, que saiu em terceiro lugar. O cavaleiro de Tomar, que cumpria nesta noite 29 anos de alternativa, teve uma lide de menos a mais, mas já nos habituou a vê-lo crescer com as dificuldades, a assim foi, após sofrer um forte toque na montada, puxou da rua raça e terminou à Rui Salvador… Tito Semedo, em noite de festa, veio à procura do triunfo e, com mérito, conseguiu-o. Foi esperar o segundo “Passanha” da noite à porta dos “sustos”, embora a sorte não resultasse, visto o toiro sair distraído e a procurar um lugar para saltar as tábuas, mas Tito provocou-lhe a investida e deixou-

As Mulheres dos Césares – sexo, poder e política no Império Romano

A

Comer

Ingredientes para 4 a 5 pessoas: 1 frango do campo, q.b. de sal grosso, q.b. de azeite, 2 cebolas, 2 cenouras, 4 dentes de alho, 150 gr. de presunto, 2 garrafas com cerveja preta, 1 dl. de mostarda, 1 molho pequeno de salsa, arroz cozido, legumes cozidos.

Letras

-lhe o primeiro comprido no seu sítio. Depois, com labuta e conhecimento, deu a volta a um toiro que procurava refúgio em tábuas, para deixar bons ferros e a comprovar, em Beja, o bom momento que atravessa. Ana Batista veio ao coração do Baixo Alentejo mostrar que têm que contar com ela e que o desaire do Campo Pequeno já está ultrapassado. Frente a um “Passanha” reservado, Ana mostrou arte para superar as dificuldades, não virou a cara à luta cravando ferros em terrenos de compromisso. Uma noite que esperamos marque o reencontro de Ana Batista com as boas atuações. “Mia” Brito Paes, toureiro com fortes laços a esta praça, tendo o seu avó, dr. António Brito Paes, sido o primeiro cavaleiro a tirar a alternativa nesta praça, precisamente a 10 de agosto de 1960, realizou uma atuação dentro do seu timbre, com sortes bem preparadas e frontais. Quando começou a faltar toiro, recorreu aos violinos que chegaram com entusiasmo às bancadas. Mia teve o mérito de saber sair na altura certa, embora fosse muito o público a pedir “mais um”. Fechou a noite o mais novo da dinastia Moura: Miguel está bem montado e tem um talento invulgar. Entregou-se e, frente a um toiro com problemas de visão, saiu por cima, com o público a prestar-lhe grande ovação. No capítulo das pegas a noite foi brilhante, com os grupos a não facilitarem nas suas escolhas, e todas a pegas a serem consumadas à primeira tentativa. Mais brilhante o grupo de Cascais pela

dificuldade dos toiros. Por Montemor, abriu praça João Romão Tavares, que, após um brinde aos céus, fechou-se com braços de ferro e nem a “voltareta” que o toiro deu o fez soltar. Seguiu-se o outro João Tavares, que consumou sem problemas uma pega brindada ao homenageado Tito Semedo. Fechou a atuação da rapaziada de Montemor o forcado Filipe Mendes, que brindou à glória bejense e ícone da forcadagem João Caixinha uma pega com técnica e, como todas as restantes, bem ajudada e rematada com eficácia pelo rabejador. Pelos “alentejanos” de Cascais, o cabo Joel Zambujeira abriu a noite com uma pega cheia de técnica a mandar em todos os momentos desta. Esta pega foi brindada com emoção ao grupo de Montemor. Seguiu-se Bruno Cantinho, que também brindou a Tito Semedo uma pega de “coração” com o toiro a parar a meio da viagem e a medir o forcado, mas este não descompôs, aguentou e consumou com valentia. Fechou praça Ventura Doroteia, que, após brindar a Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, concretizou a melhor pega da noite, a suportar vários derrotes, mas sempre com os braços fechados a cadeado. Ao intervalo foi descerrada uma placa comemorativa dos 20 anos de alternativa de Tito Semedo. Dirigiu a corrida com critério o delegado técnico tauromáquico Agostinho Borges, assessorado pelo médico veterinário dr. João Infante. Embolação e ferragem exemplar a cargo da dupla Simões e Alcachão. Vítor Morais Besugo

investigadora Annelise Freisenbruch assina um trabalho paciente e cuidado que revisita a história política do Império Romano reequacionando o papel que as mulheres – esposas, mães, filhas e amantes – tiveram nos grandes dramas da corte romana. Cronologicamente esta revisitação aprofunda-se com César Augusto e o papel de Lívia embora a influência de Cleópatra e Octávia sejam, naturalmente, consideradas. Se Lívia foi, durante muito tempo, um modelo das virtudes da matrona familiar, a história de Roma está cheia de referências, melhor ou pior fundamentadas, a atos de maquiavelismo e luxúria por parte das mulheres em torno dos Césares. É nesse sentido que a autora retoma a história de Júlia, que terá coberto o pai de vergonha ao embriagar-se e ter comportamentos sexualmente promíscuos; ou a de Popeia, a amante de um César que terá persuadido este a assassinar a própria mãe que contrariava a união de ambos; assim como a de Domícia, que terá traído o marido, imperador, com um ator antes de conspirar para matá-lo; e ainda Fausta, que terá tentado seduzir o enteado antes de planear a morte deste, depois de ser repudiada. Freisenbruch assume que nunca se poderá esclarecer quem foram realmente Lívia (que terá eliminado todos os rivais do filho Tibério) ou Messalina, que continua a ser sinónimo de promiscuidade sexual. Apesar de tudo, o seu trabalho com as fontes disponíveis – algumas recentes, que continuam a ver a luz do dia em escavações nos territórios do antigo Império Romano – é sério e oferece uma perspetiva interessante, no feminino, de um período fundador da história antiga. Maria do Carmo Piçarra

Annelise Freisenbruch Texto. 520 págs. 24,90 euros


29 Diário do Alentejo 16 agosto 2013

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Filatelia A invasão de Goa, Damão e Diu (III) Os campos de prisioneiros

N

a manhã do dia 19 ainda se combate em terra e no mar. O aviso Afonso de Albuquerque bate-se galhardamente, na baía de Mormugão, respondendo ao fogo de dois contratorpedeiros e três fragatas, tendo provocado grandes danos em duas fragatas, antes dele próprio ser atingido por um impacto que destruíu a torre diretora e feriu com gravidade o seu comandante. Depois de encalhado na baía, a tripulação procurou refúgio em terra e é aprisionada pelas 13 horas do dia 19(1). No dia 27 de dezembro é internada no campo de Pondá. A agonia do Afonso de Albuquerque foi presenciada pela tripulação da lancha Sírius, que também atuava naquelas águas. A sua ação foi nula, pois a sua metralhadora é inútil perante as unidades que a atacam, pelo que o seu comandante a afunda e, com a sua tripulação, consegue chegar a um cargueiro que os deixa em Carachi de onde, por via aérea, seguem para Lisboa. Quanto à lancha “Vega” que patrulhava as águas do distrito de Diu, e cuja tripulação sofreu três mortos e dois feridos e, escreveu páginas que honram a tradição da Armada Portuguesa, as suas peças de fogo atingiram três aviões, desconhecendo-se os danos que provocou(2). Após a sua rendição, a tripulação fica prisioneira na antiga Penitenciária existente no interior da Fortaleza de Diu. Alguns dias depois embarcaram no navio Nova-Delhi para Mormugão (Goa); aqui, foram transferidos para barcaças de transporte de minério com destino a Borim de onde foram em camionetas para o campo de Pondá. À medida que as forças invasoras vão ocupando o terreno, os militares portugueses capturados, ou ficam nas suas unidades, como prisioneiros, aguardando transferência para um

dos campos de internamento, ou são transferidos para campos de detenção provisórios, que pouco a pouco foram sendo encerrados. De início foram criados quatro campos com caracter definitivo; por motivos extraordinários, que noutra filatelia referiremos, um outro foi aberto. O campo de Navelim (Distrito de Goa), que chegou a ter 450 internados, por falta de condições mínimas foi encerrado um mês depois(3). O Alfa Detenu’s Camp, naquelas que foram as instalações do DEI – Departamento de Engenharia da Índia, na cidade de Pondá (Distrito de Goa); paredes meias com este campo e apenas separado por arame farpado, havia um outro, construído pelos prisioneiros que já estavam em Pondá e que foi ocupado pelo pessoal do Agrupamento António da Silveira que estava estacionado no Distrito de Diu(3). O “C” Charlie Paw Comp.ª naquele que até aí tinha sido o quartel das forças portuguesas em Alparqueiros, junto à cidade de Vasco da Gama. E, a Penitenciária existente no interior da Fortaleza de Diu. Em janeiro e para albergar os onze militares que tentaram fugir, do campo de Alparqueiros, num cargueiro de minério, foi aberto o campo do Forte da Aguada, na baía com o mesmo nome e cujas instalações haviam sido utilizadas no tempo colonial como prisão para os condenados por crimes militares, políticos e mesmo de delito comum. Ilustração: carta expedida, do Alfa Detenu’s Camp, com a marca, a violeta, “ INTERNEES MAIL FREE POSTAGE/ GOA (ÍNDIA)”, e no verso a rubrica do censor. 1) MORAIS, Carlos Alexandre de – A Queda da Índia Portuguesa, Crónica da Invasão e do Cativeiro, 2.ªed. pág. 185 - 191 2) ibidem, pág. 273 3) ibidem, pág. 276

Geada de Sousa


Gru – O Maldisposto, o vilão mais doce da história do crime

Diário do Alentejo 16 agosto 2013

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Se viste o primeiro filme de Gru – O Maldisposto não podes perder este novo filme, onde vais ver o que as três meninas conseguiram fazer com um dos maiores vilões da história. E, claro, o exército dos Mínimos faz-nos rir do princípio ao fim. Se estás perto de Brinches, Serpa, não faltes. Dia 21, no Centro Cultural de Brinches, às 15 horas.

Pais Nos últimos temos visto a maioria das crianças a jogarem Angry Birds. Até o mercado foi inundado por estes pássaros que em diferentes aventuras têm um único propósito: acabar com uns porcos que não lhes facilitam a vida em nada. Deixamos aqui algumas ideias para os reproduzir nos lanches dos vossos filhos.

À solta Já pouco se veem as crianças a fazerem corridas de carrinhos de madeira ou rolamentos, mas esta pode ser uma boa solução para recuperar brincadeiras antigas.

Dica da semana A Dica desta semana convida-te a explorar o inspirador trabalho e blogue da ilustradora italiana Tiziana Romanin. Um trabalho de uma delicadeza único. Vê os puzzles, não há um igual. Numerados e assinados são um presente especial para alguém ainda mais especial. A nossa sugestão é que te inspires no seu trabalho e possas tu criar os teus próprios puzzles. http:// tizianaromanin.blogspot.fr/

A páginas tantas... Editado no final de 2012 pela Caminho, Uma cadela amarela e vários amigos dela volta a juntar a dupla Manuela Castro Neves e Madalena Matoso. Em jeito de rima, a narrativa reúne à beira-mar uma série de animais, num total de 10. A conversa começa com um macaco e, claro, com a cadela amarela. Não sabemos bem do que falam, mas o ambiente criado por Madalena Matoso sugere-nos que se estão a divertir. Pouco a pouco outros animais vão surgindo, uma gata persa, um cavalo, uma cabra, um porco, uma raposa, entre outros. Uma conversa que se desenrola entre miados, balidos e até mesmo grunhidos. Juntate a esta conversa que está cheia de irónicos pormenores.


Nas paredes do restaurante Espelho d’Água, que fica situado no parque da Cidade de Beja, estão dependuradas pinturas da artista plástica Dina Baltazar, até ao dia 6 de outubro. Não é necessário ser cliente do restaurante para visitar esta mostra que, segunda a autora, é uma “narrativa pictórica que percorre espaços oníricos, simbólicos, assim como lugares da paisagem alentejana”. Para ver de terça a domingo, entre as 12 e as 22 horas.

DR

Fim de semana

Folclore na praça de Alvito O programa Animar a Praça, que decorre na praça da República de Alvito desde o início de julho, cumpre esta noite, depois das 21 e 30 horas, mais uma etapa com a atuação do Rancho Folclórico de Fazendas de Almeirim. Pela noite fora há baile popular animado por Manuel António.

Um milhão de flores de papel em Ermidas-Sado

Origamis à moda alentejana

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Ganhar coragem em Mértola Está a decorrer desde ontem e vai até ao próximo domingo mais uma edição do programa Mértola Radical. Esta noite, a partir das 22 horas, na Mina de São Domingos, está agendada uma caminhada noturna. Amanhã, sábado, só para corajosos, o dia alvorece na serra de Alcaria Ruiva, com batismos de voo em parapente. Mas durante todo o dia há bugge jump, em Mértola, e “catapulta humana”, na Mina de São Domingos, onde está igualmente previsto um passeio de canoagem noturna. No domingo torna a haver batismos de voo em parapente, em Alcaria, e “catapulta humana”, na Mina.

As ruas estão cheias em Serpa Termina amanhã o programa cultural Noites de Rua Cheia que tem animado as diferentes localidades do concelho de Serpa durante os meses de julho e agosto. Com espetáculos sempre a começar às 22 horas, amanhã é dia de escutar Zeca e os Pelintras (A-do-Pinto), Os Alentejanos (Vila Nova de São Bento), Francisco Pepe Jorge (Hortinha) e Low Cost (Santa Iria). Esta noite tocam os Trigo Roxo, em Pias, e os Low Cost, em Brinches.

Cinema ao relento em Castro “Os estagiários”, uma comédia hilariante do realizador norte-americano Shawn Levy,

passa esta noite, a partir das 21 e 30 horas, no Anfiteatro Municipal de Castro Verde. Trata-se de mais uma iniciativa do programa cultural de verão Noites ao Relento 2013.

O cinema português anda em movimento em Grândola Promover o cinema português junto das populações que vivem fora dos grandes centros urbanos ou que habitam em vilas e aldeias onde não existe uma programação regular de cinema, recriando em alguns sítios as exibições de filmes ao ar livre, é o principal objetivo do Cinema Português em Movimento, promovido pelo Instituto do Cinema e Audiovisual. Até setembro, o Cinema Português em Movimento passa por várias freguesias do concelho de Grândola, com sessões de cinema gratuitas, sempre às 21 e 30 horas. Este sábado e domingo, no Cine Granadeiro Auditório Municipal, em Grândola, são exibidos dois filmes: “Em câmara lenta”, de Fernando Lopes e “O país do desejo”, de Paulo Caldas.

esde março último que a população de Ermidas-Sado, Santiago do Cacém, anda numa verdadeira roda viva. Velhos e novos não perdem um instante que não seja na preparação das Festas de Santa Maria. Festejos que se iniciaram há duas décadas a esta parte e que têm a particularidade de confrontar os visitantes com mais de um milhão de coloridas flores de papel. As Festas de Santa Maria são já um marco incontornável da programação cultural do Alentejo Litoral. O organização espera que, durante o fim de semana, mais de 25 mil pessoas acorram àquela localidade para apreciar o embelezamento das ruas com toneladas de papel multicolor convertidas em flores de todo o género e feitio. A organização das Festas de Santa Maria diz que, para lá do resultado final e dos festejos em si, esta é uma altura importante “para fomentar o convívio entre ermidenses de várias gerações”, uma vez que há vários meses a esta parte todos se juntam em garagens, armazéns e habitações particulares para conceber o maior número de flores possível. A par das ruas floridas, o programa das Festas de Santa Maria contempla ainda zonas de tasquinhas, sessões de sinema, um espaço infantil e, claro, um workshop sobre a execução de flores e ornamentações em papel, “cujo objetivo”, refere a organização, “é ensinar aos mais novos todos os saberes e segredos desta arte, a fim de dar continuidade a esta festa tradicional”. Não é por mero acaso que o lema das festas é “a arte em um milhão de flores de papel.” As festas começaram a 13, mas neste fim de semana ainda há oportunidade para escutar Maria Lisboa (hoje, sexta-feira), Pedro Miguéis (amanhã) e, para domingo, está agendada uma “noite jovem” com a atuação dos Roadies e dos Balboa Conections – Dj Set. A organização está a cargo da Comissão de Festas de Santa Maria, com o apoio da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Junta de Freguesia de Ermidas-Sado, Adies, Cruz Vermelha, paróquia de Ermidas e Futebol Clube Ermidense.

31 Diário do Alentejo 16 agosto 2013

Pinturas no Espelho d’Água


Nº 1634 (II Série) | 16 agosto 2013

9 771646 923008

01634

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nada mais havendo a acrescentar... Maré vazia Quando a maré vazou, o mar esqueceu-se de levar toda a água com ele. Essa água perdida do rebanho de ondas juntou-se e inventou um mar pequenino que só dava pelo joelho das crianças. Tudo estava no seu lugar. Tudo parecia harmonioso, definitivo, irrevogável. Quem dera que o tempo parasse e a vida ficasse assim para todo o sempre. À beira desse mar de faz de conta, uma criança, daquelas que ainda dizem a idade mostrando o número de dedos, fortificara um metro quadrado de areia. Uma outra criança, daquelas que usam fralda debaixo dos calções de banho, invadiu a fortificação e derrubou a parede frontal. Quando viu o seu castelo parcialmente destruído, a primeira criança

chorou. A avó da ofendida galgou cegamente a areia e de dedo em riste interpelou a criança da fralda que nesta altura já tomara conta de todo o castelo. O pai do novo príncipe saltou da toalha e enfrentou o inimigo do reino. E logo ali se debateram princípios éticos e jurídicos. Os filhos são a imagem dos pais. E dos avós. A liberdade acaba quando começa a dos outros. Há uma coisa chamada propriedade privada. Há espaços públicos. Tenha vergonha. Tenha mas é você. Você tem a mania que é esperto. Isto não vai ficar assim sua mal-educada. Prevejo mais um difícil caso para o Tribunal Constitucional. Vítor Encarnação

quadro de honra Nasceu em Beja, a 13 de novembro de 1976. Em 1997 concluiu a licenciatura em História, ramo Património Cultural, na Universidade de Évora. Efetuou o mestrado em Museologia e Património Cultural na Universidade Nova de Lisboa, que terminou em 2003. Trabalha como técnica superior de História desde 2000, na Câmara Municipal de Moura. Publicou, em 2005, Azeite de Moura, um Património com História. Foi coautora do e-book O Foral Manuelino de Moura 1512-2012, em 2012.

A reconquista do Rio Grande do Sul

Uma história “única e irrepetível”

M

Como surge Gaturamo – Os Regimentos da Europa na Reconquista do Rio Grande do Sul?

Esta edição é o resultado de uma longa pesquisa em arquivos portugueses e brasileiros, e que teve como ponto de partida um manuscrito, redigido pelo cirurgião-mor que acompanhou as tropas de Moura, Bragança e Estremoz desde a saída do Rio de Janeiro em 1774 até à reconquista do Rio Grande do Sul em 1776. Este documento do século XVIII relata pormenorizadamente não só toda a campanha militar, como o modus vivendi das tropas na exploração de um território desconhecido, tratando-se de um documento precioso que despoletou o interesse pelo tema em causa. PUB

Nesta reconquista esteve ativamente empenhado, entre outros, o corpo militar de Moura. Que importância tinha esta tropa no panorama nacional na altura?

O regimento de Moura, principalmente desde as guerras da restauração, atinge uma posição de destaque. O tenente-general Bohn é incumbido da reorganização do exército brasileiro e vai selecionar em Portugal tropas de elite, os regimentos de Moura, Bragança e Estremoz, que serviram como modelo às tropas da Colónia. No entender de Bohn, estes três regimentos seriam os melhores e mais bem preparados, justificando a deslocação em 1767 destes homens, que, uma vez no Rio de Janeiro, encetam duros treinos militares com as tropas locais. A disciplina e o rigor imperavam, fazendo com que a dureza dos treinos levasse a numerosas deserções entre os militares. Este é um livro que acaba por desvendar também um pouco da história do concelho de Moura e, consequentemente, da região…

Acima de tudo traz à luz do dia um episódio esquecido da história de Portugal e do Brasil (colónia). Já não existia memória quer em Moura, Estremoz ou Bragança desta gloriosa campanha

Para hoje, sexta-feira, são esperados 35 graus de máxima e 18 de mínima. O sol deverá brilhar em toda a região, à semelhança do que acontecerá amanhã, sábado. No domingo o céu deverá estar limpo.

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“Memória Alentejana” dedica caderno especial ao cante

Marisa Bacalhau, natural de Beja, 36 anos

arisa Bacalhau mergulhou na pesquisa, consultou centenas de arquivos portugueses e brasileiros e trouxe à luz do dia o que considera “um episódio esquecido da história de Portugal e do Brasil (colónia)”. Gaturamo – Os Regimentos da Europa na Reconquista do Rio Grande do Sul fala da gloriosa campanha militar dos regimentos de Moura, Bragança e Estremoz, na altura consideradas tropas de elite. Fala da campanha militar que culimou com o resgate aos espanhóis, em 1776, do Rio Grande do Sul.

www.diariodoalentejo.pt

militar que culminou com o resgate aos espanhóis, em 1776, do Rio Grande do Sul, território por eles ocupado em 1763. Retira do anonimato muitos dos 2 300 soldados enviados para o Brasil, cujos nomes, por motivos variados, constam dos documentos da época. Muitos ficaram por lá, constituíram família e, como não poderia deixar de ser, muitos pereceram às mãos do inimigo. Que marcas deixaram, em sua opinião, estes homens na cultura e história de Portugal, mas também do Brasil?

Todos imprimiram um cunho particular naquelas terras e naquelas gentes, escrevendo uma página da História de forma única e irrepetível. Apesar dos feitos conseguidos, eles não foram reconhecidos na época, provocando grande amargura ao próprio tenente-general Bohn: “Os únicos regimentos portugueses no Brasil que talvez merecessem alguma recompensa foram tratados com a maior indignidade...o próprio público parece nos ter esquecido...”. Cabe-nos agora honrar estes acontecimentos e estes homens, sabedores que somos do seu valor, conhecendo todos os feitos por eles levados a cabo através deste livro, impedindo que mais uma vez o tema seja esquecido. Bruna Soares

A última edição da revista “Memória Alentejana”, cuja capa reproduz uma pintura de António Galvão, apresenta um caderno especial, de 22 páginas, dedicado ao cante, contendo um conjunto “de artigos de especialistas, ativistas, investigadores do cante”, nomeadamente António Cartageno, Francisco Teixeira (MODA), Francisco Torrão (Confraria do Cante), José Francisco Colaço Guerreiro, João Mário Caldeira, Jorge Moniz, José Orta, Margarida Morgado, Paulo Ribeiro e Pedro Mestre. Inclui ainda depoimentos de Maria Vitória Afonso e Domingos Montemor e um poema inédito de Urbano Tavares Rodrigues. A revista, que é editada pelo CEDA – Centro de Estudos Documentais do Alentejo, dedica ainda o seu caderno inicial a Castro Verde, apresentando, por exemplo, uma entrevista ao presidente da câmara Francisco Duarte, textos sobre cante da autoria do vereador da Cultura Paulo Nascimento, assim como artigos sobre o Museu da Ruralidade, por Miguel Rego, e sobre a proteção da natureza, por Rita Alcazar, da Liga da proteção da Natureza.

Feira da Caça Maior regressa a São Teotónio São Teotónio recebe entre os dias 30 de agosto e 1 de setembro, no recinto da Faceco, a segunda edição da Feira da Caça Maior do Concelho de Odemira, uma iniciativa da Câmara de Odemira em colaboração com as associações de caçadores do concelho. As entradas são gratuitas. O certame vai contar com a presença de stands de empresas e associações do setor, exposição de cães de matilha e de troféus, momentos de debate e gastronomia. No plano musical destaque para as atuações dos grupos Atar e pôr ao Fumeiro, Canta São Teotónio, Ceifeiras do Malavado, Grupo Coral de São Luís e ainda de Fil Costa, Silvino Campos, Miguel Carreira, Bráulios e Eulália Nunes. Esta segunda edição da Feira da Caça Maior “visa dar continuidade à promoção de uma atividade com grande dinamismo no concelho de Odemira, que tem extraordinárias condições cinegéticas e é destino de eleição para muitos adeptos da caça”, afirma a autarquia.


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