“O Cardo” Quando em Beja existia um jornal dedicado às letras págs. 16/17
João Paulo Campaniça em disco para crianças
A. Murteira
A cultura alentejana num só livro págs. 6/7
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SEXTA-FEIRA, 25 OUTUBRO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1644 (II Série) | Preço: € 0,90
Proposta de Orçamento do Estado para 2014 não poupa as autarquias
Câmaras do distrito de Beja recebem menos 2,5 milhões de euros JOSÉ FERROLHO
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Viver isolado com a GNR por perto Há 454 idosos assinalados na base de dados do programa “Apoio 65”
Antigamente, ter um guarda a rondar a porta não era sinal de boas notícias. Hoje, para quem está só, para além de uma garantia de segurança, pode ser também uma fonte de conforto e apoio moral. Que o digam os 454 idosos que constam da base de dados do programa Apoio 65 – Idosos em Segurança, rota que se espalha pelos concelhos de Beja, Cuba, Vidigueira e Alvito. págs. 4/5
Diário do Alentejo 25 outubro 2013
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Editorial Jovens
Vice-versa “A CDU reduz as oportunidades dos munícipes participarem nas reuniões da Câmara, muito particularmente os das freguesias rurais. Há um retrocesso no processo de descentralização”, Jorge Pulido Valente, vereador do PS, em comunicado enviado
Paulo Barriga
E
steve em Beja esta quartafeira o secretário de Estado do Desporto e Juventude. Esteve em Beja e vai correr todo o País ao abrigo do “Roteiro do Associativismo”. Que é uma espécie de volta a Portugal em busca dos jovens, dos poucos jovens, que ainda por cá resistem. E que, para além de resistirem, conseguem sobreviver socialmente fora das redes sociais eletrónicas. Não é uma tarefa fácil esta, a que Emídio Guerreiro se propõe. O movimento associativo, em geral, está moribundo. Excluíndo os grandes clubes deportivos, as pessoas deixaram de ir à bola com as associações. Deixaram, por razões de entropia da sua vida banal. É aborrecido partilhar o bem comum. É pouco aliciante exercer a cidadania onde ela mais exuberantemente se manifesta, nas associações, quando a própria cidadania e coesão social lhes é negada pelos seus governantes. Mas se o movimento associativo, em geral, está de rastos, o associativismo juvenil é uma miragem. Principalmente nas regiões do interior do País. É o próprio secretário de Estado destas coisas que afirma não compreender o seguinte “fenómeno”: o associativismo jovem vai minguando de intensidade de Norte para Sul. Ainda para mais quando os mecanismos e programas governamentais para o apoiar são idênticos em toda a amplitude da geografia portuguesa. Uma das respostas a este “fenómeno” terá a ver com o desinvestimento efetivo que as maiores autarquias do Alentejo (Beja e Évora) fizeram nesta matéria durante os últimos anos. O que é uma verdade inabalável. Outra razão terá a ver com a falta de meios e com a péssima comunicação que existe entre as delegações regionais do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e a comunidade jovem. Neste momento, para todo o distrito de Beja, o IPDJ dispõe apenas de sete funcionários. Tem umas instalações faraónicas quase ao abandono. E sabe que a rúbrica para o desporto, o recreio e o lazer do presente Orçamento do Estado vai levar uma talhada de mais de sete milhões de euros. Mas a principal razão para o “fenómeno” ainda não compreendido pelo secretário de Estado é outra, e simples: não há jovens. O País rural e interior está a envelhecer a passos largos e quase irremediáveis. A falta de oportunidades e o desânimo abatem-se colossalmente sobre os que teimam em ficar. Já que a grande maioria deles, principalmente os mais qualificados, tem feito as malas a um ritmo avassalador. Emídio Guerreiro bem se pode esforçar na sua busca pela empreendedora juventude portuguesa. Mas o conselho que lhe damos é que não deixe de procurar nas gares dos aeroportos. Nomeadamente na zona das partidas. Na próxima edição do “DA” publicamos uma entrevista exclusiva com o secretário de Estado do Desporto e Juventude.
“Quando se considerar oportuno serão realizadas reuniões nas freguesias rurais. O executivo da CDU irá às freguesias rurais para tratar de assuntos que dizem respeito a cada freguesia em particular e não para tratar de assuntos do concelho em geral, conforme acontece nas reuniões de câmara”, Manuel Oliveira, vereador da CDU, em declarações à Rádio Pax
Fotonotícia Estranho vandalismo no IPBeja É no mínimo insólito aquilo que se passou no Instituto Politécnico de Beja na madrugada de segunda-feira, 21. Dezassete viaturas pertencentes à frota do estabelecimento de ensino, entre automóveis e autocarros, foram vandalizadas e ficaram com os vidros partidos. Destruição, pura e dura, sem roubos associados. E sem rasto aparente de quem possa ter sido o autor/autores. Que, depois de arrasar o pátio interno do IPBeja, ainda se deu/deram ao trabalho de saltar o muro, para o parque da Escola Superior de Saúde, para arremessar contra mais duas viaturas aí estacionadas. Uma destruição intencional, suspeita a PSP de Beja, que aos primeiros sinais também se inclina para alguém que “conhece bem o local e as viaturas”. E que, muito claramente, terá querido enviar um “recado”. Qual e a quem é o que as autoridades continuam a investigar. CF Foto de João Domingos
Voz do povo Portugal trata bem os seus velhos?
Inquérito de José Serrano
Maria Barrocas 69 anos, reformada
Luís Soares 41 anos, bancário
Natacha Lemos 40 anos, desempregada
Eu sou aluna da universidade sénior. E lá aprendi uma coisa muito bonita: nós não temos que depender incessantemente dos outros. O envelhecimento ativo é uma conquista da humanidade. Por isso, enquanto indivíduos, temos de ser, de agir. E não acomodarmo-nos aos demais em demasia. Mas também sinto que deveria existir muito mais respeito por quem é mais velho.
Fazendo uma comparação com outros países, provavelmente sim. Pelo menos julgo haver uma preocupação por parte do Estado português para que isso possa acontecer. Mas talvez os devesse olhar de forma mais justa. Não tratar melhor uns que outros. Também as famílias têm o desejo de cuidar bem dos seus velhos. Para que se sintam tratados com todo o respeito que merecem.
Não. Esquece-se muito dos idosos. Considera-os um problema. Despeja-os em lares. Deixa-os abandonados em hospitais, em casa. Não tem qualquer consideração pelos sentimentos dessas pessoas mais velhas. É uma questão que queremos esconder, que não queremos ver. Existe muita solidão nas pessoas idosas. Muitas morrem sozinhas e ninguém dá conta que deixaram de existir.
Teresa Martins 52 anos, funcionária de call center
Acho que não. O Governo não pensa em cuidar, só em poupar. Houve na história uma altura terrível em que punham pessoas em camaras de gás. Estamos quase lá novamente. Os idosos sentem-se sem esperança alguma. Pensando unicamente no dia em que vão partir. É muito triste, levar uma vida inteira a pensar que se vai usufruir na velhice. Chegar lá e isso não ser possível.
Rede social
Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 17 BARRANCOS GALERIA DOS PRESIDENTES DA CÂMARA INAUGURADA A Galeria dos Presidentes da Câmara Municipal de Barrancos, composta por fotografias em quadros dos autarcas que lideraram o município, foi inaugurada, no salão nobre do edifício dos Paços do Concelho. A galeria foi inaugurada no âmbito da cerimónia de comemoração dos 500 anos do Foral Manuelino de Noudar, que incluiu o descerramento da placa comemorativa da efeméride e dos quadros com as fotos dos autarcas.
SEXTA-FEIRA, DIA 18 CASTRO VERDE HOMEM DETIDO POR CAÇAR EM LOCAL PROIBIDO A GNR deteve um homem, de 40 anos, por caçar em local não permitido, no concelho de Castro Verde, e apreendeu duas espingardas de caça, anunciou a guarda. O homem, que estava a caçar a menos de 100 metros de uma linha férrea, foi detido no âmbito de uma operação de fiscalização da caça, explica a GNR. Durante a operação, a GNR apreendeu também 23 cartuchos e uma perdiz, a qual foi entregue a uma instituição de solidariedade social local. Segundo a GNR, o homem foi entretanto libertado, constituído arguido, sujeito à medida de coação de Termo de Identidade e Residência e notificado para comparecer no Tribunal Judicial de Ourique.
SÃO TEOTÓNIO GNR DETEVE DOIS HOMENS SUSPEITOS DE FURTO A GNR de São Teotónio, no concelho de Odemira, deteve dois homens, de 19 e 27 anos, por suspeita de terem sido os autores de um roubo a uma residência em Quarteira, no Algarve. Foram apreendidas três armas, dois carregadores, 147 munições diversas, uma máquina fotográfica, alguns artigos em ouro e 390 euros. Os detidos foram, depois, libertados, constituídos arguidos e sujeitos à medida de coação de Termo de Identidade e Residência, anunciou a GNR.
DOMINGO, DIA 20 SANTIAGO BOMBEIROS COMEMORAM 100 ANOS A Associação dos Bombeiros Mistos de Santiago do Cacém comemorou o seu centésimo aniversário. O dia festivo começou logo pela manhã com o hastear das bandeiras, a romagem ao cemitério e a celebração de uma missa, seguida de desfile apeado e motorizado pelas ruas da cidade. Da parte da tarde, foram inaugurados o monumento de homenagem ao bombeiro, de autoria do mestre Eugénio Macedo, dedicado à causa da vida por vida, e a exposição sobre os cem anos da associação, com instalação a cargo de Raquel Ventura. O presidente da Câmara Municipal, Álvaro Beijinha, presidiu à sessão solene durante a qual foram condecorados bombeiros com medalhas de dedicação e assiduidade.
TERÇA-FEIRA, DIA 22 ALMODÔVAR DESPISTE MATA HOMEM DE 78 ANOS Um homem de 78 anos morreu na sequência do despiste de um veículo ligeiro de mercadorias que conduzia, na zona de Almodôvar. Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja indicou que a vítima foi transportada para o Serviço de Urgência Básica (SUB) de Castro Verde, onde foi declarado o óbito. O despiste ocorreu numa estrada municipal perto de Corte Zorrinho, no concelho de Almodôvar.
3 perguntas a Ruy Ventura Autor de Literatura Tradicional da Serra de São Mamede (Castelo de Vide, Marvão e Portalegre)
Como surgem os dois volumes de Literatura Tradicional da Serra de São Mamede (Castelo de Vide, Marvão e Portalegre)?
Os dois primeiros cadernos são a concretização de um projeto que acalento há quase duas décadas, desde que comecei a recolher em várias localidades desses municípios muitos textos quase em vias de desaparecimento. É um tesouro que não poderia esfumar-se... Sendo uma região riquíssima em património imaterial, muito felizmente já publicado, precisava de ver reunidos contributos dispersos, não só para devolver às populações a sua tradição, como também para pôr à disposição dos investigadores esse material devidamente organizado. Além disso, tenho em mão uma quantidade impressionante de recolhas inéditas, efetuadas durante os três anos em que lecionei a cadeira de Literatura Oral no Instituto Politécnico de Portalegre. O trabalho foi interrompido com a minha saída da instituição, mas era preciso organizar e divulgar todo esse arquivo, que conta talvez com milhares de textos. Tendo surgido o convite da parte da presidente do Instituto de Estudos de Literatura Tradicional, professora Ana Paula Guimarães, e da responsável pela Apenas Livros, dra. Fernanda Frazão, aceitei deitar mãos à tarefa com muito gosto. O primeiro edita romances religiosos. O segundo edita orações, benzeduras, ensalmos, esconjuros e orações parodiadas. Seguir-se-á um terceiro?
Os dois primeiros cadernos já estão à venda em várias livrarias e no sítio da Apenas Livros, na Internet. As provas do terceiro, que publicará boa parte das lendas de Castelo de Vide, Marvão e Portalegre, foram entregues esta semana e já estão no prelo. Para já sairão estes três, que receberam financiamento do IELT/Universidade Nova de Lisboa e de fundos da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Se tudo correr bem, em 2014 serão organizados outros, que publicarão nomeadamente romances tradicionais, romances vulgares, cancioneiro e contos.
Feira da Caça de Mértola em direto na TVI Mértola recebeu, no fim de semana passado, a Feira da Caça. Na sua quarta edição o certame recebeu a visita do programa da TVI “Somos Portugal”, que dali fez a sua transmissão em direto, mostrando o que de melhor tem o concelho. A área cinegética em destaque.
Feira secular de Castro Verde A feira secular que se repete, ano após ano, no terceiro fim de semana de outubro, voltou a animar Castro Verde. Um frenesim de gente pelas artérias da vila. E este ano, no domingo, até a SIC por lá andou a transmitir o programa “Portugal em Festa”.
Inauguração da 18.ª Galeria Aberta Foram conhecidos os trabalhos dos 183 participantes da 18.ª Galeria Aberta, em Beja. Foi assim a inauguração da exposição de Artes Plásticas, que pode ser apreciada até ao dia 15 de novembro na Galeria dos Escudeiros, no Santa Casa da Misericórdia e no castelo.
Teatro do Mar apresentou “A Magia das Águas” O que exigiu este projeto de recolha?
Como disse, foi um projeto construído ao longo de cerca de 20 anos. Exigiu a recolha junto de vários informantes em muitas localidades da região e a transcrição de textos a partir de bibliografia (alguma muito difícil de encontrar). O trabalho não teria sido no entanto tão completo se eu não tivesse contado com a colaboração de vários colectores que tinham os seus textos na gaveta, como por exemplo Maria do Carmo Alexandre, Maria Tavares Transmontano, Maria Guadalupe Alexandre, Maria da Liberdade Alegria e vários alunos meus da Escola Superior de Educação de Portalegre, cujos trabalhos guardei. Recentemente, tive de proceder a novas transcrições de parte do espólio e à classificação dos textos. Resta-me dizer que esta iniciativa é um caminho, não uma meta. Bruna Soares
“A Magia das Águas” no Pátio das Artes, em Sines, pela companhia Teatro do Mar. Embora a criação esteja vocacionada para os mais pequenos dirigiu-se a todos os públicos. A história de dois pescadores que tentam encontrar oferendas para uma princesa sereia.
Concerto da Banda de Música da Força Aérea Foi na quinta-feira, dia 17, já depois do fecho da edição passada do “Diário do Alentejo”, que a Banda de Música da Força Aérea subiu ao palco do Teatro Municipal Pax Julia, em Beja. O espetáculo integrou-se nas comemorações do 49.º aniversário da Base Aérea n.º11.
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Na estrada com a GNR de Beja: programa Idosos em Segurança
A visita dos“guardas bons” Antigamente, ter um guarda a rondar a porta não era sinal de boas notícias.
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dia amanheceu com uma chuva insistente que só daria tréguas lá pela hora do almoço. A rota está definida: monte da Chantuga e Mina da Juliana, ambos na freguesia de Santa Vitória, concelho de Beja. E o carro ligeiro, modelo antigo e um chiar no arranque que denuncia muitos anos de uso, segue o seu caminho a partir da sede do Comando Territorial de Beja da GNR, pouco passa das nove horas. Ao volante, o cabo Carlos Marques tenta não pensar no caminho de terra batida que tem pela frente e na lama que, por esta hora, já deve estar formada. Com sorte, não haverá problemas. No banco do pendura, senta-se a guarda principal Ana Costa. Ambos integram a Secção de Programas Especiais de Beja e, a seu cargo, sem mais ajudas, têm os programas Escola Segura, Comércio Seguro e, no caso, o Apoio 65 – Idosos em Segurança, um universo muito sensível que abrange 454 idosos a viver sozinhos e/ ou isolados, espalhados pelos concelhos de Beja (301), Cuba (três), Alvito (84) e Vidigueira (66). Hoje, como desde há três semanas, os militares levam consigo, excecionalmente, uma psicóloga estagiária que os escolheu como intermediários para a aplicação de um questionário. A presença e o sorriso de Lúcia Espinho, que está a trabalhar para a Ser Vida – Associação para a Promoção da Saúde e Bem Estar são, por isso, uma lufada de ar fresco bem-vinda. No monte da Chantuga não se vê vivalma e não é pelo aguaceiro que se abate. De facto, dos 70 residentes que chegou a ter, só já sobram sete. Dois casais, duas crianças, e Eufrásia Mauzinho, de 81 anos, que se surpreende com a visita e se apressa a mandar entrar a equipa, sem se importar com as marcas das solas molhadas na tijoleira impecável. Lúcia Espinho quer “avaliar as necessidades globais do idoso”, tendo em vista um futuro projeto de voluntariado de vizinhança no concelho de Beja, e traz por isso uma bateria de questões sobre áreas que vão desde o estado de saúde (mental também) à autonomia, física e económica, e às condições de habitabilidade, passando pelo estado de espírito. Eufrásia, que trabalhou no campo mas chegou a fazer o “exame do 2.º grau”, abre-lhe a vida como um livro, não se envergonhando com as questões do foro mais íntimo. Casou aos 34 anos, não chegou a ter filhos, e é para os sobrinhos, já homens, que direciona todo o seu enlevo maternal. Repete frases de memória; recua, sem pestanejar, de 20 para 1, e de dezembro para janeiro; e até desfia, sem se deixar abalar, a suas maleitas: as hérnias, a osteoporose, as artroses “da cabeça aos pés”. Mas, inevitavelmente, a pergunta teria que chegar: “Sente muito a solidão?”. E Eufrásia encolhe-se em lágrimas, lembrando o companheiro que faleceu há menos de um ano, no Natal passado. “Deus quis assim”, resigna-se e
Hoje, para quem está só e/ou isolado geograficamente, para além de uma garantia de segurança, pode ser também uma fonte de conforto e apoio moral. Que o digam os 454 idosos que constam da base de dados do programa Apoio 65 – Idosos em Segurança, rota que se espalha pelos concelhos de Beja, Cuba, Vidigueira e Alvito e que os agentes Carlos Marques e Ana Costa, do Comando Territorial de Beja da GNR, conhecem já como a palma das mãos. Foi com eles, os “guardas bons”, que passámos uma manhã. Texto Carla Ferreira Fotos José Ferrolho
confessa que é o seu maior medo, muito maior do que as burlas ou os assaltos que os agentes tentam prevenir com a sua passagem: “A solidão assusta-me mais. Não tenho medo de aqui estar sozinha. Faz-me é falta mais convívio, gostava de ter mais companhia, por exemplo aqui na rua”. Distraem-na a lida da casa, as galinhas e os três cães, e a vizinha do lado que, para afastar o silêncio, comprou um papagaio. Muito falador, por sinal, se não o pressionarem para mostrar as façanhas, conta Eufrásia, já mais refeita. É a deixa perfeita que cabo Marques aproveita para o “raspanete” da ordem. “Reparei numa coisa que não deve fazer. A chave estava do lado de fora da porta. Já lhe tinha dito isso da outra vez mas você continua a fazer o mesmo. Os vizinhos, se quiserem visitá-la, batem-lhe à porta, mas se vier alguém mal-intencionado não lhe bate à porta”. Eufrásia envergonha-se como uma criança repreendida mas enternece-se com a preocupação. À abalada, despede-se com um sentido “vão passando por cá”. De novo na estrada, os agentes seguem rumo à Mina da Juliana, muito atentos aos buracos e à lama do caminho, não vá o diabo tecê-las e o carro ficar por ali atascado. “A Mina é sempre assim”, comenta a guarda principal Ana Costa, apontando para as ruas vazias à chegada. Maria Antónia Conceição, de 88 anos, é a próxima visitada. Encontramo-la na companhia do filho, que passou para tratar das goteiras na cozinha. Também ele já não vai para novo – tem 67 anos. Está viúva há 10 anos e ainda é autónoma na comida e na higiene, apesar das muitas queixas, sempre que se senta ou levanta da cadeira. “Hoje estou muito choca”, responde, quando comentam sobre o seu estado abatido. Maria Antónia não andou à escola. Não admira, portanto, que responda 1913 quando lhe perguntam em que ano está. Até porque não há outros sinais de demência que suscitem preocupação. De tristeza, sim, e de desvalorização da vida. “Estou cá a mais. Quando mais depressa morrer melhor”, repete, mas a equipa guarda um antídoto perfeito para estes pensamentos envenenados. Falam-lhe nos dois netos, no bisneto pequeno e no outro que está para nascer. Ilumina-se. Levanta-se, derreada, e regressa com um saco de onde tira a sua última entretenga: forras para cadeirinha de bebé. “E também estou a fazer umas luvinhas”, acrescenta. Se há conclusão que parece óbvia para a equipa do programa Idosos em Segurança, há praticamente quatro anos no terreno, é que as mulheres estão em maioria no que toca a situações de solidão e/isolamento. E se a natureza parece tê-las preparado para resistir mais, talvez não as tenha dotado dos mecanismos para resistir melhor. “Há mais viúvas do que viúvos, é um facto. Mas as mulheres ficam muito
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deprimidas, enquanto que os senhores convivem uns com os outros, saem mais de casa, jogam à carta, vão para o centro de convívio. As senhoras não, ficam em casa e entregam-se à depressão”, observa a guarda Ana Costa, explicando que, a seguir à solidão, a precariedade económica coloca-se como o “mais flagrante e grave” dos problemas encontrados. O colega cabo Marques interrompe para retirar um exemplo entre as “situações bastante graves” com que se têm deparado. “Tivemos um casal, que vivia em Quintos, sem filhos nem familiares por perto, e o senhor, com 91 anos, sofria de Alzheimer e estava praticamente acamado. Chegou a cair da cama algumas vezes durante a noite, e ela, com 85 anos, não podia ajudá-lo”. Para além da habitual palavra de conforto, a equipa dessa vez foi mais longe. Conseguiu uma cama articulada, através da Liga dos Amigos do Hospital de Beja, e fez também o transporte e a montagem. Mas, adverte o agente, “isto não é serviço nosso, é mais uma vontade nossa de ajudar as pessoas porque, por vezes, elas não têm mesmo ninguém por perto”. À dupla da Secção de Programas Especiais de Beja da GNR cabe “fazer a sinalização e, conforme a carência que o idoso tem, encaminhá-lo, ou para o gabinete de ação social da respetiva câmara, ou para a segurança social”, lembra Ana Costa. Mas isso é o que ditam as regras do serviço, no papel. As regras humanas são outras e, uma vez no terreno, não há como ficar indiferente. “Às vezes, naqueles cinco ou 10 minutos que passamos com eles, despejam completamente a vida deles, desde que eram miúdos. E só o simples facto de nós sabermos ouvi-los para eles é tudo, é o suficiente”. Estas visitas e a cumplicidade que se foi estabelecendo, paulatinamente, entre idosos e agentes da GNR, tem ajudado também a alterar a imagem que tradicionalmente se tinha da corporação. No tempo da sua meninice, ter um guarda à porta não costumava ser bom sinal. Hoje quer dizer segurança, apoio. “Nós somos considerados os guardas bons. Normalmente ninguém gosta dos guardas e os idosos, quando nos veem chegar, dizem ‘estes são os guardas bons’ e estão constantemente a pedir para voltarmos”, comenta Carlos Marques, visivelmente realizado na missão que executa. Segue-se Manuela Marcelino, de 80 anos e viúva há dois, na ronda pela Mina da Juliana. Aproveita a visita dos guardas para tirar dúvidas sobre a última conta do telefone fixo, que considera demasiado alta para o uso que lhe tem dado. Carlos Marques e Ana Costa examinam o documento e detetam a origem do problema. Há registos de telefonemas para telemóveis e números PUB
Famílias “reunidas” pela crise
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ão é preciso uma análise muito detalhada aos dados recolhidos no questionário que vem aplicando há três semanas, para perceber o que parece óbvio a quem se disponha a ouvir e a olhar nos olhos. “Os idosos estão muito deprimidos. No global, é aquilo que eu retiro logo. E às vezes não é por estarem sozinhos, porque alguns até têm familiares a viver por perto”, conclui Lúcia Espinho, psicóloga, que considera importante “um outro tipo de apoio”, para além daquele, obviamente necessário, que as instituições de solidariedade social podem prestar atualmente, e que se prende essencialmente com a alimentação e com a higiene. “E nós, associação Ser Vida, gostávamos muito de trazer esse contributo para combater a tristeza, a infelicidade, a depressão”, acrescenta a estagiária, dando conta de um novo motivo de preocupação para os idosos, fruto das mudanças de vida que a crise vem ditando. Os agentes acenam a cabeça, em concordância, e confirmam o fenómeno. “Os próprios filhos, e netos, por ficarem desempregados, e até por perderem as suas casas, que não conseguiram pagar ao banco, têm vindo a recolher-se na casa dos pais e avós. E aquela pequena quantia de reforma, que não chega para pagar um lar, tem que dar para todos”, remata Carlos Marques.
de concursos televisivos. Manuela tem três filhos, um deles desempregado e presença frequente em casa. Sabe o que tem a fazer mas não se adianta em comentários e só pede que lhe aumentem a parca reforma de trabalhadora rural para fazer face às despesas, que são muitas: os medicamentos para a gota, a dentadura que nunca chegou a comprar, as infiltrações no quarto. Fora isso, sente-se bem. “Tenho sido sempre amiga de conviver com as pessoas”, comenta, e confessa que não tem medo de estar sozinha em casa. “Tenho é medo de ficar doente porque não tenho filhas que cuidem de mim”, remata. Antes de abalar, o cabo Marques descreve o que tem sido o mais recente conto do vigário e alerta a idosa para que abra bem o olhos e não se deixe iludir por “estranhos bem falantes e bem vestidos”: “Se alguém vier aqui, como bancário, para fazer a troca de notas de cinco, 10, 20 e até 50 euros, que perderam a validade, não se deixe enganar, é uma burla. E cuidado também com os que dizem que são da Segurança Social e que estão aqui para lhe aumentar a reforma. Isso é mentira. Abra primeiro o postigo, confirme quem é, e nunca diga que está sozinha”. A acompanhar a advertência, um folheto com dicas de prevenção de burlas, onde consta o precioso contato telefónico do Comando da GNR de Beja. Manuela ouve, atenta, e guarda o papel, cautelosamente. Em comparação com outras zonas, a área de jurisdição deste programa, em Beja, não tem sido pródiga em casos de burla e muito menos em ocorrências com uso de violência, comentam os agentes, satisfeitos. Mas isso não é motivo para que se baixe a guarda no trabalho de prevenção. Segue-se a última visita da manhã, outra viúva que a partir de agora passará a constar da base de dados do programa Idosos em Segurança. É sempre assim, em cada ronda. “O número vai aumentando. Sempre que fazemos uma visita, somos avisados pelas vizinhas de alguém que também está sozinho”, esclarece Carlos Marques. Bárbara Fernandes, com 73 anos, está viúva há quatro, desde que o seu segundo companheiro faleceu. Tirando pequenas nuances, é um decalque das outras mulheres viúvas de Mina da Juliana: saúde frágil, antiga trabalhadora rural, e auferindo uma pequena reforma, gasta quase exclusivamente nos muitos medicamentos de que necessita. “Sou uma pessoa muito doente”, repete vezes sem conta, deixando escapar alguma mágoa pelo distanciamento dos três filhos, que vivem fora e não telefonam o bastante. “Queria saúde, que não tenho, e alegria. E também um aumento da reforma, que não me dá”, desabafa, atrasando a despedida. Visivelmente sem muita vontade de ver abalar o carro dos “guardas bons”.
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As particularidades identitárias do Alentejo, uma região bem portuguesa e ao mesmo tempo ibérica e universal, constituem o resultado conjugado e sedimentado, ao longo dos tempos, da pré-história, da história e das circunstâncias geográficas”.
Entrevista
António Murteira organiza livro sobre a cultura no Alentejo
Nós, os Alentejanos Quase meia centena de intelectuais e de agentes culturais do Alentejo É possível identificar uma cultura a sul?
Como escrevo no texto de abertura, “Insubmissão intelectual”, sabemos que o território conceptualizado como Alentejo, no decorrer da Reconquista e do processo de formação de Portugal, é portador de um património e de uma cultura pré-histórica e histórica com quarenta mil anos. Integrando contributos criativos do sapiens do Paleolítico e do Neolítico, passando pelo greco-romano, pelo cristão e pelo islão medievais, até ao homem dos períodos moderno e contemporâneo. E apresentando componentes que outras regiões da Europa não conheceram, ou não conheceram com a mesma intensidade, como a componente atlântica-americana, a orientalizante e a árabe-berbere ou a africana. As circunstâncias geográficas e climatéricas, e a profunda dialética com os estados ibéricos, fornecem os outros ingredientes diferenciadores. O que nos diferencia culturalmente das outras regiões do País?
A sul do Tejo, e particularmente no Alentejo, a geografia, a história ou ainda o tipo de grande propriedade e de subsistema agrário, o povoamento e a urbanização concentrada do território, cunham particularidades que dão à cultura portuguesa, nesta vasta região, matizes especiais. Temos duas cidades classificadas como Património Mundial, as cidades de Évora, com dois mil anos de história, de fundação romana, e a cidade de Elvas, de fundação árabe-berbere. E temos outros centros urbanos antiquíssimos e belos, com mais de dois mil anos, como é o caso da cidade de Beja. No que respeita à natureza, além de um território interior plano e aberto, de fácil entrada para os povos vindos da Europa e da Ásia, temos uma bela e extensa frente oceânica, onde se situa a cidade atlântica e portuária de Sines. E em nenhuma outra região do País temos como dominante um coberto florestal mediterrânico, como o nosso montado de sobro e de azinho. E uma gastronomia que acaba por ser o resultado da nossa condição geográfica e histórica, acrescentadas de uma enorme criatividade das gentes da região. E há o cante. Esse grito de alma, ascético, íntimo e universal. Até a história recente apresenta alguns particularismos. Nenhuma outra região do País sofreu o martírio infligido às nossas gentes pelo latifúndio, pelos grandes agrários. Como nenhuma outra viveu os dias luminosos, fraternos, complexos e criativos da Reforma Agrária e do Poder
participaram nesta espécie de “livro verde” da cultura alentejana. António Murteira, diretor executivo da revista “Alentejo”, é o organizador desta coletânea que predente aprofundar o debate em torno da culura e do património desta vasta região continental. Um território muito singular onde a geografia, a história e o regime fundiário influneciam fortemente a maneira de pensar do homem que o habita. Uma das conclusões fundamentais que ressalta da leitura de Cultura a Sul – Alentejo é a necessidade de se criar uma “carta cultural estratégica” para a região. Texto Paulo Barriga
Local Democrático. E isto deixa traços no pensamento e na cultura. Quando fala em cultura, neste livro, está a evidenciar a produção cultural no Alentejo ou está a realçar as particularidades identitárias da região?
As particularidades identitárias do Alentejo, uma região bem portuguesa e ao mesmo tempo ibérica e universal, constituem o resultado conjugado e sedimentado, ao longo dos tempos, da pré-história, da história e das circunstâncias geográficas. Não há particularidades identitárias, além das geográficas, que não emanem da atividade económica, social e cultural dos seres humanos. É por isso que tenho a convicção de que todas as sociedades e todos os homens são cultos. São cultos no sentido em que detêm um conjunto de valores, de conhecimentos e de aptidões, que lhes permitem viver em determinada época histórica e lugar geográfico. É por isso que sempre tive e continuo a ter a convicção de que é preciso combater, decididamente, toda e qualquer expressão ou teoria racista. Teorias e expressões racistas que estão de novo a encontrar eco na Europa e nos Estados Unidos da América. E depois há a educação. E cultura e educação formam um binómio interativo e muito poderoso, transformador das mentalidades e das sociedades. Não é por acaso que as elites no poder, em todas as épocas históricas, procuram apropriar-se e conduzem com mão férrea a educação, as universidades… E quanto à produção cultural no Alentejo?
Quanto à produção cultural no Alentejo, num outro texto meu, intitulado “Alentejo
Renascimento cultural que potenciará, sem dúvida, a produção cultural. As autarquias são os principais agentes promotores culturais da região. Considera que fazem um bom trabalho a este nível, ou falta dar também aqui um salto qualitativo?
O livro, nos seus diversos textos e autores, realça o insubstituível papel – na cultura, no património, na educação - que tem o Poder Local Democrático, erguido pelas populações e pelos autarcas, no contexto da Revolução de Abril. Como do livro se depreende, há que continuar a defender e potenciar esse património, dar-lhe utilidade e projeção. Com as pessoas e para as pessoas, com as comunidades, com os criadores e os autores. Numa perspetiva de democracia cultural. Outro aspeto que o livro levanta é o do perigo de, em alguns casos, os escritores, os artistas, os criadores, não encontrarem, aos diversos níveis do poder, os interlocutores com a qualificação e a visão necessárias. É algo pessimista em relação à massificação da cultura. Escreve mesmo que a cultura vigente cria uma espécie de «buraco negro» nas sociedades. Pode concretizar melhor?
- Cultura e Sociedades Contemporâneas”, inserido neste livro, abordo, de certa forma, a questão que me coloca ao considerar que com a Revolução de Abril vivemos um autêntico renascimento cultural no Alentejo, como no País. E concluo, também, que com a contrarrevolução que estamos a enfrentar, esse renascimento cultural, em todas as suas componentes e expressões, está a ser condicionado e destruído. Assim sendo, derrotar as classes sociais atualmente no poder, portadoras do vírus letal do neoliberalismo, anti-humano e antissocial, constitui uma prioridade para que possamos reequacionar e concretizar um novo renascimento cultural no Alentejo e em Portugal.
Creio poder responder socorrendo-me de dois grandes intelectuais e escritores, um português, falecido recentemente, o outro sírio, que, felizmente, continua vivo e a escrever. No livro Cultura a Sul – Alentejo, o meu querido amigo Urbano Tavares Rodrigues assina um texto cujo título, só por si, responde a essa questão: “Populismo e destruição da cultura na sociedade de mercado”. Quando recentemente esteve em Portugal o sírio Ali Ahamed Said Esber, conhecido por Adonis, e considerado um dos maiores poetas e escritores contemporâneos, afirmou, em entrevista conduzida pelo jornalista João Céu e Silva, no “Diário de Notícias”, que “o Ocidente atual deve ser repensado porque mudou muito e mesmo a posição dos intelectuais perante os problemas da nossa modernidade sofreu uma regressão e uma asfixia no espaço político por conta da atividade comercial. Nos últimos anos, sobretudo os Estados Unidos, transformaram o mundo num mercado e numa caserna em vez de o fazerem uma universidade e um mundo onde houvesse espaço criativo.” Concorda com a Ana Paula Amendoeira quando ela afirma que a política cultural
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está cada vez mais orientada para o consumo turístico?
Concordo com o essencial do texto que a Ana Paula publica neste livro. Que é um texto riquíssimo. E partilho a sua opinião de que “ cultura não é turismo e cultura de massas não é cultura popular.” Como concordo com a opinião expressa no texto de Aurora Carapinha quando ela cons i d e r a “q u e o turismo é sempre um sucedâneo.”
Uma carta cultural estratégica pode acolher as grandes ideias e consensualizar importantes projetos para uma política cultural para o Alentejo, política cultural que atualmente não existe. Como não existe a nível nacional. Nem sequer um Ministério da Cultura temos. Nem um por cento do Orçamento do Estado é destinado à cultura”.
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Em traços gerais, o que pretende quando propõe a elaboração de uma carta cultural estratégica para o Alentejo?
Uma carta cultural estratégica pode acolher as grandes ideias e consensualizar importantes projetos para uma política cultural para o Alentejo, política cultural que atualmente não existe. Como não existe a nível nacional. Nem sequer um Ministério da Cultura temos. Nem um por cento do Orçamento do Estado é destinado à cultura. Uma carta cultural estratégica pode potenciar o desenvolvimento de abordagens e de linguagens inovadoras e rigorosas que emanem dos quarenta mil anos de cultura e património no Alentejo e daquilo que formos capazes de sonhar para o presente e para o futuro. Uma carta cultural estratégica pode estimular os intelectuais, os artistas e os escritores, a dialogarem entre si e a lançarem mão de novas linguagens estéticas e de novos posicionamentos
éticos, que respondam às humanas interrogações e anseios que percorrem os indivíduos e as sociedades. Uma carta cultural estratégica pode partir da experiência e do envolvimento de cada município e de cada comunidade, potenciar e elevar essa experiência e esse saber a um patamar mais abrangente, mais amplo, e esteticamente mais ambicioso. E existe potencial para uma carta cultural estratégica para o Alentejo?
Nós temos bons exemplos de que podemos alcançar esse patamar de valorização estética e de projeção nacional e internacional, sempre que trabalhamos numa perspetiva de democracia cultural. Temos, por exemplo, o projeto desenvolvido em Mértola, pelo Campo Arqueológico, onde além dos núcleos museológicos, que percorrem diversos grandes períodos e épocas históricas, foi recentemente criado um centro de investigação, com uma biblioteca que “é a maior biblioteca especializada do País – são 80 000 volumes ligados ao Mediterrâneo e ao Islão. O que torna Mértola incontornável para quem queira, hoje, estudar o Islão. Temos os projetos desenvolvidos pelas câmaras municipais de Évora e de Elvas que conduziram à classificação destas cidades como Património Mundial, conferindo-lhes acrescidas responsabilidades na valorização do património e projeção nacional e internacional. Temos o projeto desenvolvido pela Câmara de Serpa, em cooperação com outras autarquias e entidades, entre elas os grupos corais e a Casa do Alentejo, que possibilitou a apresentação da candidatura do cante alentejano a Património Imaterial da Humanidade. Temos a Universidade de Évora e os Institutos Politécnicos de Beja e de Portalegre. E temos outros projetos culturais e educativos que funcionam ou poderiam funcionar. Alguns dos quais têm sido dificultados ou mesmo boicotados, como é caso do projeto do Rui Horta, “Espaço do Tempo” ou o caso do Centro Dramático, criado em Évora pelo Mário Barradas. E poderemos equacionar novos projetos culturais com impacto a nível nacional e internacional, como, por exemplo, um projeto de estímulo à criação de conteúdos na região; um projeto para uma feira/bienal do livro de língua portuguesa no Alentejo; um projeto sobre a vida e a arte no Paleolítico e no Neolítico, e outros. Sem dúvida, o Alentejo tem um enorme potencial e uma enorme força histórica e estética.
Assalto à mão armada em Nossa Senhora das Neves
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Na madrugada da última quarta-feira, por volta das duas da manhã, três indivíduos encapuçados e vestidos de negro assaltaram à mão armada uma mulher de 63 anos, residente em Nossa senhora das Neves, Beja. A vítima foi surpreendida na sua residência, ameaçada com uma arma de fogo, amordaçada e atada à cama. A Polícia Judiciária está a investigar a ocorrência que rendeu aos assaltantes cerca de dois mil euros em dinheiro e perto de uma dezena de euros em peças de ouro.
Atual
Reforma Judiciária
Tribunal de Mértola substituído por uma secção de proximidade
T
ribuna l de Mértola deverá ser subst it u ído por u m a se c ç ão de proximidade. É pelo menos esta a informação que consta na última proposta do Ministério da Justiça para a Reforma Judiciária, a que a Lusa teve acesso, que mantém a extinção de quase meia centena de tribunais com algumas alterações dos concelhos visados e a substituição por mais secções de proximidade. A Câmara Municipal de Mértola está contra esta decisão. O documento aponta para a extinção de 47 tribunais, menos dois do que a proposta conhecida há um ano,
um número que contempla os que encer r a m def i n it iva mente e aquele s que serão substituídos por secções de proximidade. Comparando com a proposta anunciada há um ano, o número de tribunais a encerrar passa de 26 para 22 e o número de secções de proximidade aumenta de 23 para 25. Na lista definitiva de encerramentos constam os tribunais, entre outros, de Sines e Portel. Para além de Mértola, na região, também o tribunal de Alcácer do Sal será substituído por uma secção de proximidade.
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Ciência e Tecnologia dos Alimentos A componente de sustentabilidade territorial, associada à valorização do território através da promoção de atividades de investigação, desenvolvimento, inovação e internacionalização empresarial, dotação em infraestruturas ou a especialização em atividades económicas de alto valor, apresentam impacto no desenvolvimento de toda a região transfronteiriça. O IPBeja e o projecto A2 Transfer (Transferência de Novas Tecnologias na Indústria Agro-Alimentar, uma iniciativa enquadrada no Programa Operacional de Cooperação Territorial Espanha-Portugal 2007-2013 (POCTEP), co-financiado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e dinamizada pela ADRAL), constituiu uma oportunidade para dar a conhecer a produtores/empresários do Alentejo e de Andaluzia as práticas de investigação e de experimentação desenvolvidas. A investigação e a experimentação devem acompanhar a inovação e as melhoras práticas de produção de forma a reforçar o valor estratégico e económico do setor agroalimentar. Neste âmbito, têm sido desenvolvidos estudos por investigadores do Departamento de Tecnologias e Ciências Aplicadas do IPBeja e uma empresa na área da transformação do Porco Alentejano, no sentido de comparar a qualidade da presa de porco ibérico congelada em diferentes formas de acondicionamento, relativamente à carne refrigerada, e, simultaneamente, avaliar o processo de congelação. Para além deste projecto, outros têm sido desenvolvidos na área das conservas de peixe, paté de porco, peito de frango pré preparado, entre outros. A somar a estes exemplos, é de referenciar o protocolo celebrado pela EDIA e o IPBeja, no sentido de alguns docentes do Departamento de Tecnologias e Ciências Aplicadas prestarem apoio científico aos estagiários do Projecto ARA – Aldeias Ribeirinhas do Alqueva - no desenvolvimento de novos produtos alimentares. Entre esses destacam-se: o paté de peixe do rio e as queijadas. Por último, fazemos referência ao Theolea - creme para barrar à base de chocolate negro e azeite virgem DOP - produto desenvolvido em 2010/2011, na Escola Superior Agrária, com o apoio de alunas da licenciatura de Engenharia Alimentar. Este produto foi um dos finalistas no concurso internacional FOO&DT, a decorrer na Alimentaria 2011. Neste momento o creme está a ser produzido pela Empresa Mestre Cacau com marca própria e com a marca “Casa Lucena”, na exportação, através de uma parceria com esta empresa. Este creme foi recentemente submetido ao “Nutrition Awards”, promovido pela Associação Portuguesa dos Nutricionistas. O apoio à comunidade é claramente uma das vertentes estruturantes de ação das Instituições de Ensino Superior, particularmente as situadas em regiões de menor densidade demográfica e empresarial como a nossa. Silvina Ferro Palma, Diretora do Departamento de Tecnologias e Ciências Aplicadas do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja
Mário Simões
Tomé Pires
ARS e Misericórdia à beira do acordo
Câmara de Serpa contra concessão do Hospital O presidente da Câmara Municipal de Serpa, Tomé Pires, contestou a transferência do hospital da cidade para a Santa Casa da Misericórdia, considerando que tal poderá levar à perda de serviços. Mário Simões, deputado do PSD, confirma que acordo com a ARS Alentejo está quase concluído.
A
Câmara de Serpa é totalmente contra “a transferência do Hospital de S. Paulo para qualquer instituição privada, seja ela qual for, nomeadamente para a Santa Casa da Misericórdia”, disse o autarca. Segundo Tomé Pires, “a posição da autarquia, não põe em causa a Santa Casa da Misericórdia de Serpa, que desenvolve bem o seu trabalho no concelho”. O que está em causa é a transferência do hospital, um serviço público, para uma entidade privada ou instituição particular de solidariedade social (IPSS). “O que não queremos mesmo é que o hospital deixe de estar sob a alçada do Ministério da Saúde, porque é uma competência do Estado”, frisou. O autarca defendeu que o Hospital de S. Paulo deve continuar sob a alçada do Ministério da Saúde, dando cumprimento ao direito à saúde para todos, consagrado na Constituição. Segundo Tomé Pires, à semelhança do que costuma acontecer com serviços públicos que são privatizados, “a transferência do Hospital de S. Paulo para a Santa Casa da
Misericórdia de Serpa poderá levar à perda de serviços atualmente prestados”. “A haver uma transferência, o hospital, muito provavelmente, irá ter outros serviços mais no âmbito das atuais competências das Misericórdias e para dar respostas a determinadas situações que não são comparáveis às dadas por um hospital público”, disse. Mário Simões na ARS Alentejo Entretanto,
Mário Simões reuniu-se, na segunda-feira, dia 21, com o presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARS). O deputado do PSD, em declarações à Rádio Pax, criticou a falta de “sensibilidade por parte da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) para resolver a situação” face à “dívida avultada” da Ulsba, acrescentando que o Hospital José Joaquim Fernandes se depara com “equipamentos obsoletos que podiam ser modernizados”. Mário Simões disse ainda que está a ser montada uma rede de Unidades de Cuidados Continuados para dar uma “resposta célere e com muita qualidade” às necessidades neste campo, e anunciou que em breve será conhecido um novo documento estratégico de política de saúde para o Baixo Alentejo. O deputado falou também do contrato de concessão da exploração do Hospital de S. Paulo à Santa Casa da Misericórdia de Serpa, e confirmou que o acordo apenas está dependente de “pormenores”.
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JOSÉ SERRANO
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Barrancos Contribuintes necessitam de recorrer a dois transportes e demoram cerca de três horas para chegar a Beja
Sindicato denuncia fecho de repartições
Finanças abertas até ao final do ano para cobrar dívidas Cerca de metade das repartições de finanças vão fechar por exigência da troika. O alerta é do Sindicato dos Trabalhadores do Impostos (STI), confirmado na televisão por Marques Mendes, ex-presidente do PSD e atual comentador da TVI. No distrito de Beja, a percentagem sobe para os 85 por cento. Doze das 14 repartições existentes são consideradas dispensáveis. Autarcas e deputados já protestaram, mas o Governo mantém o silêncio. Rui Teixeira, responsável distrital do STI, diz que o fecho apenas se concretizará a partir de janeiro. Texto Aníbal Fernandes*
N
a proposta de Orçamento de Estado para 2014, o Governo prevê um perdão dos juros das dívidas fiscais, como forma de angariar receita extraordinária. Esse período termina a 20 de dezembro. Rui Teixeira, do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, está convencido que o fecho das repartições só irá começar depois do fim do ano, de forma a não prejudicar esse objetivo. “Começarão pelas mais fáceis, e depois irão às outras”, prevê o sindicalista que lamenta o “conformismo” generalizado das pessoas perante o sistemático fecho dos serviços públicos no interior. Há duas semanas, o STI denunciou uma alegada intenção do Governo em fechar 154 repartições de finanças em todo o País. Marques Mendes, que tem antecipado várias decisões do executivo no seu comentário político semanal na SIC, lembrou que a medida consta do memorando de entendimento com a troika, e estava previsto ter começado em 2012. Como tal não aconteceu, durante a sexta avaliação, o Governo comprometeu-se a encerrar metade até ao fim do resgate, em junho de 2014. Em Beja, apenas ficariam a funcionar as repartições de finanças da capital de distrito e de Odemira. Num distrito em que as distâncias entre os aglomerados
urbanos são grandes e os transportes públicos são pouco mais do que inexistentes, percebe-se a preocupação generalizada. “Não acreditamos” Um contribuinte de Barrancos que necessite de recorrer aos serviços das Finanças do Estado, se não tiver transporte próprio, terá um longo e demorado caminho pela frente: uma hora e um quarto de viagem até Moura, num autocarro da Barranquense, seguido de outro tanto a bordo de um da Rodoviária do Alentejo, até Beja. Se tudo correr bem, e se apanhar o primeiro transporte a sair de Barrancos, pelas 6 horas e 50 minutos, chegará a Beja cerca de três horas depois… António Tereno, o presidente da câmara, considera que “não tem sequer lógica pensar no fecho de uma repartição de finanças que, sendo do município, não tem qualquer custos para o erário público”. O autarca lembra que Barrancos dista cerca de cem quilómetros da cidade de Beja, e não acredita que esta situação, agora denunciada pelo STI, possa vir a ser concretizada. “Não acreditamos, e vamos lutar com todos os meios para que não se torne realidade”, disse. Entretanto, vários autarcas já tomaram posição pública contra o fecho das repartições de finanças. É o caso de Nelson Brito, de Aljustrel, e Francisco Duarte, de Castro Verde, que consideram inaceitável que os habitantes tenham de se deslocar a outros concelhos para tratarem de assuntos fiscais. Segundo os autarcas, os concelhos de Castro Verde e de Aljustrel, sobretudo devido à indústria mineira, têm repercussões muito fortes em termos fiscais e, por isso, não há justificação para o encerramento dos respetivos serviços de Finanças. Nelson Brito acusa o Governo de votar o interior ao abandono, “porque, cada vez mais, há um Estado a convidar os habitantes a não pensarem na sua vida no interior do País”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Aljustrel. Para o autarca a extinção de serviços públicos
não é uma política correta e contraria a coragem das pessoas que querem viver no interior, frisando que as pessoas que irão ficar sem um serviço local de finanças deveriam gozar de alguma discriminação positiva em termos de pagamento de impostos. Também o presidente da Câmara de Castro Verde, Francisco Duarte, defende que o sistemático fecho de serviços públicos corresponde a uma vontade clara de matar o interior do País e não de redução das despesas e de equilíbrio das finanças públicas. Deputados questionam governo João
Ramos, deputado do PCP eleito por Beja, quer que o Ministério das Finanças esclareça se “o Governo já tem em sua posse a proposta de reorganização elaborada pela estrutura dirigente da Autoridade Tributária e Aduaneira” e se “confirma a intenção de encerrar serviços concelhios no distrito de Beja”. Em caso afirmativo, o deputado do PCP exige saber “quantos”, “como será assegurado o direito dos cidadãos ao acesso a este serviço público de proximidade” e se “estes encerramentos implicam despedimento de trabalhadores do setor”. Por seu lado, Luís Pita Ameixa, deputado do PS, pretende que o ministério de Maria Luís Albuquerque diga quais os “critérios” para o fecho destes serviços públicos e se serão “iguais para todo o território ou haverá diferenciações”. O socialista pretende ainda saber o que está previsto no distrito de Beja “quanto a cada um dos Serviços de Finanças” e qual o futuro da Direção Distrital de Finanças. O deputado José Luís Ferreira, do grupo parlamentar Os Verdes, considerou que esta medida é “um autêntico golpe na qualidade dos serviços prestados aos cidadãos do distrito de Beja” e pretende também saber “como será assegurado o direito dos cidadãos ao acesso a este importante serviço público de proximidade” e se “estes encerramentos implicam despedimento de trabalhadores do setor”. * com Lusa
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Dia Europeu do Enoturismo em Vidigueira
No âmbito das comemorações do Dia Europeu do Enoturismo, a Câmara Municipal de Vidigueira vai organizar, em parceria com a Associação Vitifrades, a iniciativa “Explore o universo do vinho”, que decorrerá nos dias 9 e 10 de novembro. Estão agendados workshops, conversas, tertúlias, visitas e venda de produtos locais. A Adega de Vitifrades também abre as suas portas para comemorar o São Martinho, com petiscos e vinho sobre a mesa.
Agricultura e alterações climáticas em debate na EDIA A Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), gestora dos 120 mil hectares de regadio do Alqueva, dos quais 68 mil hectares estão em exploração, organizou, na segunda-
feira, uma conferência para analisar e debater o binómio agricultura – alterações climáticas “de forma profícua”. A conferência contou com a participação dos professores Filipe Duarte Santos e José Manuel Lima Santos, os quais falaram, respetivamente, sobre “As
alterações climáticas – os desafios e os riscos presentes e futuros” e “Agricultura e alterações climáticas em Portugal”. A conferência “Os desafios da agricultura num contexto de alterações climáticas” decorreu no auditório da EDIA.
Inverno traz riscos acrescidos
Rede Urbana Corredor Azul recebeu nova visita
Câmara de Beja lançou simulador de custos de taxas
A Rede Urbana Corredor Azul, constituída pelos municípios de Santiago do Cacém, Sines, Arraiolos, Borba, Elvas, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Vendas Novas e Vila Viçosa, recebeu, na semana passada, novamente uma comitiva de diplomatas, representantes de entidades nacionais de apoio ao desenvolvimento económico e empresarial e comunicação social. A visita, com a duração de dois dias, teve como objetivo “aprofundar o conhecimento do território e das empresas aqui instaladas e estreitar laços comerciais e parcerias com mercados e setores estratégicos”. Da comitiva fizeram parte representantes do Brasil, República Federal da Alemanha, Colômbia e Reino Unido e outras entidades estratégicas.
A Câmara de Beja lançou um novo serviço on line que permite a munícipes, através do portal da autarquia na Internet, simular e calcular as taxas a pagar por um determinado pedido ou serviço a prestar pelo município. Segundo a Câmara de Beja, o simulador de taxas é “mais um pequeno grande passo, que permite assumir a autarquia administrativamente mais fácil, mais ágil e mais próxima da população”.
O presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo exigiu a adoção efetiva das medidas, já decididas em tribunal, para minimizar danos ambientais e eliminar riscos para pessoas causados pelo abandono de obras da A26.
Odemira promove percurso pedestre
“H
Beja tem seis novos contentores de lixo em profundidade A cidade de Beja tem seis novos contentores de lixo em profundidade, conhecidos por molok, que foram instalados pelo município na zona residencial da Urbanização dos Moinhos de Santa Maria. Os novos contentores, que são “mais funcionais e resistentes” e substituem vários contentores devido à sua “elevada” capacidade de armazenamento, foram instalados nas ruas Francisco Sá Carneiro (três), Fernando Pessoa (um), José Moedas (um) e Carlos Pinhão (um), explica a Câmara de Beja. Segundo a autarquia, os contentores “são mais ecológicos e higiénicos, já que a tampa está sempre fechada, o que evita os maus cheiros, e, como os resíduos são armazenados em profundidade, a temperatura no interior é mais baixa, o que faz com que o processo de decomposição seja mais lento”.
Na quarta-feira, dia 30, a Câmara Municipal de Odemira vai promover uma visita turística pelo percurso pedestre de São Domingos, na freguesia de São Luís, no âmbito do “Visitar Odemira”, um programa de visitas turísticas pelo concelho dirigidas aos empresários, técnicos do setor turístico, estudantes de turismo e jornalistas. O ponto de encontro será no largo da Igreja, em São Luís, partir das 9 horas. Depois da caminhada, pelas 12 horas, haverá uma visita à Loja do Mundo Montado, também em São Luís. Esta loja abriu em setembro e constitui um ponto de informação turística e apoio ao caminhante, com venda de artesanato tradicional e produtos regionais gourmet.
João Ramos contra Orçamento do Estado O deputado do PCP por Beja considerou que a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2014 ataca o distrito, que continua a ser alvo de desinvestimento, e evidencia a incapacidade do Governo resolver problemas locais. Segundo o deputado, a proposta, em discussão, evidencia a incapacidade (ou desinteresse) do Governo PSD/CDS-PP.
Abandono da A26 ouve a decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja e há um relatório da Agência Portuguesa do Ambiente, que confirma graves problemas nas zonas das obras abandonadas. Agora, o lógico, aceitável e que desejamos há muito tempo é que sejam efetivamente adotadas as medidas para garantir a segurança de pessoas e bens”, disse à Lusa Aníbal Costa. Segundo o autarca, “o relatório da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) dá razão à Câmara de Ferreira do Alentejo e confirma a decisão do tribunal e os motivos que levaram a autarquia a iniciar um processo judicial para obrigar o Estado a tomar medidas contra riscos causados no concelho pelo abandono de obras da A26”. “Agora, o importante é que, efetivamente, a decisão do tribunal e o relatório da APA se traduzam em medidas concretas no terreno”, frisou o autarca. Em julho deste ano, o tribunal julgou totalmente procedente a providência cautelar interposta pela Câmara de Ferreira do Alentejo e condenou o Estado e a subconcessionária da A26 a adotarem medidas para minimizar danos ambientais e eliminar riscos para as populações do concelho de Ferreira do Alentejo causados pelo abandono de obras da autoestrada. A condenação aplica-se à Estradas de Portugal, aos ministérios da Economia e do
Ambiente e à SPER - Sociedade Portuguesa de Exploração Rodoviária, a subconcessionária da subconcessão Baixo Alentejo, que integra a A26, que deveria ligar Sines a Beja. O tribunal condenou ainda os ministros da Economia e do Ambiente e os presidentes da Estradas de Portugal e da SPER a pagarem uma multa, no valor diário de 9 por cento do salário mínimo nacional em vigor, até ao dia em que for feita prova de que as 22 medidas foram integralmente adotadas. Depois, os ministérios da Economia e do Ambiente recorreram da decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja para o Tribunal Central Administrativo do Sul e aguardam decisão. Segundo a edição de segunda-feira do “Jornal de Negócios”, a Agência Portuguesa do Ambiente, no relatório de uma auditoria pedida pelo Ministério do Ambiente, considera que há graves problemas de segurança e deficiências na acessibilidade e na mobilidade nas zonas das obras de construção de lanços da A26 que foram suspensas. No relatório, já enviado para o Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja, a APA refere que se trata de situações que merecem atenção e, em alguns acasos, exigem intervenção imediata e prioritária, refere o jornal. No âmbito de um acordo entre a Estradas de Portugal e a SPER relativo à renegociação do contrato da subconcessão Baixo Alentejo, foram suspensos os trabalhos de construção dos lanços da A26 entre Relvas Verdes e Grândola e entre Santa Margarida do Sado e Beja.
João Rocha distribui pelouros
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Socialistas sem atribuições
O
novo executivo CDU da Câmara de Beja reuniu-se pela primeira vez na terça-feira e o presidente distribuiu os pelouros da autarquia pelos quatro eleitos pela coligação, tendo os três vereadores da posição ficado sem pastas. Segundo a Câmara de Beja, o presidente da autarquia, João Rocha, ficou com os pelouros de Área Administrativa e Financeira, Gabinete de Estratégia e Desenvolvimento, Serviços Jurídicos, Turismo e Património Cultural, Ordenamento e Obras por Empreitada e Gabinete de Comunicação Integrada. João Rocha designou o vereador Vítor Picado como vice-presidente da Câmara de Beja e atribuiu-lhe os pelouros de Educação
e Bibliotecas, Gabinete de Desenvolvimento Social, Obras e Limpeza Urbana, Serviço Municipal de Proteção Civil e Serviços de Trânsito. A vereadora Sónia Calvário divide com João Rocha o pelouro Turismo e Património Cultural e coordenará as áreas de Recursos Humanos, Gestão Cultural e Juventude e Desporto. O vereador Manuel Oliveira fica com responsabilidades na área de Ambiente e Espaços Verdes e divide três pelouros com João Rocha, ou seja, Ordenamento e Obras por Empreitada, Gabinete de Estratégia e Desenvolvimento e Turismo e Património Cultural, sendo este último também dividido com Sónia Calvário.
A partir de segunda-feira, dia 28, o Serviço de Atendimento da Segurança Social de Beja passa a dispor de um sistema de marcação telefónica, em simultâneo com o atendimento sem marcação. Assim, os cidadãos passam a beneficiar de um atendimento na hora certa, bastando, para o efeito, ligar o 808 266 266, dias úteis, das 9 às 17 horas, e
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agendar com antecedência o atendimento para o dia e a hora mais convenientes. As marcações para atendimento já estão disponíveis. Segundo informação disponibilizada, “o sistema de atendimento por marcação possibilita aos cidadãos a comodidade de serem atendidos na data e hora previamente agendadas, sem terem de permanecer em filas de espera”.
Diário do Alentejo 25 outubro 2013
Segurança Social com sistema de marcação telefónica
Transferências do Orçamento de Estado para os municípios (2013/2014)
Proposta do Orçamento do Estado para 2014
Câmaras do distrito com menos 2,5 milhões de euros
A
proposta de Orçamento de Estado para 2014, que se encontra em discussão na Assembleia da República, prevê um corte de cerca dois milhões e meio de euros nas transferências para os municípios do distrito de Beja. Este valor representa 2,5 por cento dos 96 777 783 euros que os 14 concelhos receberam no ano transato. Em termos absolutos Beja é o município que mais sofre com 283 579 euros a menos para gastar (10 318.021 em 2013 / 10 034 442 em 2014), continuando Odemira a ser aquele que mais PUB
transferências recebe do Orçamento do Estado (13 467 198 / 13 307 895). Perto dos nove milhões de euros seguem-se Mértola (10 068840 / 9 791 198), Serpa (9 801 858 / 9 531 914) e Moura (9 096 323 / 8 845 883), respetivamente, com menos 277 742, 269 944 e 250 440 euros. No patamar abaixo deste valor, entre os oito e os cinco milhões de euros, aparecem Almodôvar (7 863 101 euros, menos 216 835 euros), Ferreira do Alentejo (6 006 160 euros, menos 170 260 euros), Aljustrel (5 314 355 euros,
Em milhões de euros
menos 150 675 euros), Ourique (5 815 881, menos 164 902 euros) e Castro Verde (5 285 043 euros, menos 149 914 euros). Abaixo dos quatro milhões de euros surgem Vidigueira (3 818 084 euros, menos 108 178 euros), Barrancos (2 982 425 euros, menos 84 571 euros), Alvito (2 976 080 euros, menos 84 440 euros) e Cuba (2 966 406 euros, menos 84 068 euros). Entretanto, hoje, em Coimbra, reúne-se o Conselho Geral da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) para analisar
a redução das transferências para as autarquias, entre outros temas. Um dos que está a criar mais polémica entre os autarcas é a obrigação prevista no OE para 2014 dos municípios aplicarem parte das receitas resultantes do aumento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), num fundo de apoio municipal, no pagamento das dívidas registadas até ao primeiro semestre de 2013 a fornecedores, na redução do endividamento de médio e longo prazo do município e na capitalização do Fundo de Investimento Municipal. AF
Diário do Alentejo 25 outubro 2013
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Ourique apresentou vídeo promocional do concelho
Filme da ERT premiado em Cannes O filme promocional “Alentejo, tempo para ser feliz”, uma iniciativa da Entidade Regional de Turismo (ERT), conquistou o Golfinho de Prata na categoria “Filmes de Turismo”, num festival que decorreu em Cannes (França). O spot, lançado em fevereiro, venceu o galardão no Cannes
Santiago editou livro premiado
A Câmara de Ourique lançou um novo filme institucional para promover as tradições, potencialidades e oportunidades e a qualidade de vida que “marcam” o concelho e para “captar investimento e atrair população”. Trata-se de um filme promocional do concelho, o qual “se empenha numa estratégia de desenvolvimento económico, social e ambiental em benefício das pessoas” e está
Corporate Media & TV Awards, evento anual que premeia os melhores filmes corporativos, vídeos on line e documentários de todo o mundo. “Alentejo, tempo para ser feliz” retrata, em jeito de fábula, “as múltiplas emoções que os turistas podem vivenciar no território”, recordou a Turismo do Alentejo. Para a ERT, este prémio
O Gabinete de Apoio ao Desenvolvimento da Câmara de Castro Verde começou a dinamizar um projeto para fomentar o empreendedorismo em alunos do 4.º ano de escolas do ensino básico do concelho. Segundo a autarquia, o projeto, com sessões quinzenais nas escolas, “visa fomentar a criação de ambientes de aprendizagem motivadores que promovam a capacidade de iniciativa, de gerar e aplicar ideias” dos alunos, para que estes possam desenvolver “uma maior criatividade e autoconfiança”.
Roteiro do Associativismo em Vidigueira No âmbito do Roteiro do Associativismo, o secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, esteve, na quarta-feira, em Vidigueira, para visitar a associação juvenil GAMA. A associação fez uma apresentação pública no Centro Multifacetado de Novas Tecnologias, seguindo-se uma visita à sua sede. O GAMA – Grupo de Amigos da Serra do Mendro do Alentejo é uma associação de desenvolvimento local sem fins lucrativos, que tem desenvolvido a sua ação primordialmente nos campos da educação e monitorização ambientais, levantamento do património edificado, prospeção do património arqueológico e dinamização cultural do concelho.
“traduz bem, não só a excelência do vídeo, mas também a capacidade da região promover a multiplicidade da sua oferta de forma inovadora e diferenciadora”. No mesmo festival, outro filme do Alentejo, intitulado “Two Steps To Freedom”, da Rota Vicentina, conquistou também um Golfinho de Prata.
Embaixada lança concurso aos estudantes do 10.º ano da região
Noruega desafia alunos alentejanos a refletir sobre a água
A Câmara Municipal de Santiago do Cacém editou o livro O prazer dos estranhos, de Rui Herbon, vencedor da edição de 2012 do Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca. A obra, que Rui Herbon assinou com o pseudónimo Blumenau, foi escolhida de entre 46 originais de autores lusófonos que participaram na iniciativa, informou o município. O júri que atribuiu o prémio, no valor de cinco mil euros, era constituído pelo jornalista e crítico literário João Morales, pelo vice-presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Correia Tavares, e por Helena Cabral, professora.
Castro fomenta empreendedorismo
“preocupado em captar investimento e atrair população”, explica o município. Segundo a autarquia, o filme é parte integrante da estratégia de comunicação do município, em execução e “pretende relevar o orgulho dos ouriquenses e é também virada para o exterior, afirmando, nas diferentes formas e meios, as capacidades e os interesses no concelho de Ourique, como uma terra que tem orgulho e futuro”.
O tema da água é de primordial importância quando se fala em alterações climáticas, e sobretudo em regiões onde a sua falta mais se faz sentir. Por isso, o concurso “Operação Gota a Gota”, promovido pela embaixada da Noruega em Portugal, tem como destinatários todos os alunos do 10.º ano das escolas da região Alentejo. Texto Carla Ferreira
A
embaixada da Noruega em Portugal escolheu a região Alentejo para o lançamento de um concurso escolar visando o tema da adaptação dos povos às alterações climáticas. O anúncio foi feito no início do mês, no âmbito de uma “aula aberta” que decorreu na Escola Secundária de Montemor-o-Novo, e na qual participou o próprio embaixador da Noruega em Lisboa, Ove Thorsheim. O concurso dá pelo nome de “Operação Gota a Gota” e a escolha recaiu sobre o Alentejo, dado tratar-se de “uma das zonas de Portugal onde as alterações climáticas – nomeadamente em relação à água – têm maior impacto”, explicou ao
“Diário do Alentejo” Arild Ulset, responsável pelo EEA Grants na embaixada norueguesa, justificando que, na região, se sucedem “períodos de seca a outros de chuva abundante, o que tem efeitos nas populações a todos os níveis: nas infraestruturas, na agricultura, na saúde, no património”. O desafio à comunidade escolar alentejana integra o programa AdaPT, cujo intuito é apoiar projetos de adaptação às alterações climáticas em Portugal, que, por sua vez, faz parte do mecanismo financeiro EEA Grants, de que Noruega é o maior contribuinte. O concurso dirige-se aos alunos do 10.º ano de todas as escolas da região, devendo os trabalhos (texto, powerpoint ou vídeo) ser entregues pelas escolas até ao próximo dia 25 de novembro. A melhor reflexão sobre a temática “Adaptação às alterações climáticas – A escassez e o excesso de água” será premiada com um computador portátil, para o autor, e um computador de secretária, para a respetiva escola. “Os investigadores, mas também nós, como entidade promotora do EEA Grants, somos da opinião de que uma parte do trabalho a fazer
para promover uma consciência ambiental é, sobretudo, um trabalho de alteração de comportamentos e mentalidades. Na escola, nos grupos de amigos, em casa. É uma forma nova de estar na vida”, considera Arild Ulset, apontando a faixa etária escolhida como estando já “familiarizada com esta problemática que está incluída nos curricula de Biologia”. “Ouvir os jovens, saber o que pensam, para além das discussões científicas existentes, e, sobretudo o que estão dispostos a fazer em prol de um bem comum, que é viver mais e melhor perante aquilo que o planeta nos oferece” é o que pretende a embaixada norueguesa com este concurso, resume Arild Ulset. Deste modo, e em torno da temática da abundância e do excesso de água, o que se propõe aos alunos alentejanos é “uma reflexão original sobre o tema, uma solução que estivessem dispostos a pôr em prática”, ou “um estudo de um caso local de que tenham conhecimento ativo”. E a recetividade ao desafio, como se pôde constatar na aula aberta em Montemor-o-Novo, tem sido “enorme e entusiasmante”, conclui Arild Ulset.
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I Festival Dansul em Mértola, Castro Verde e Beja
Novembro, mês da dança contemporânea
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Telefone: 284 323 104
dança contemporânea vai passar por três salas do distrito ao longo do próximo mês, no âmbito da primeira edição do Festival Dansul, uma iniciativa do projeto homónimo, iniciado em 2008. Mértola (Cineteatro Marques Duque), Castro Verde (Cineteatro Municipal) e Beja (Teatro Municipal Pax Julia) acolhem assim, entre 2 e 28 de novembro, propostas de artistas convidados do circuito profissional nacional, a estreia da nova criação da companhia Dansul, e o resultado da residência em Castro Verde de uma jovem coreógrafa. Os espetáculos, destaca a organização, serão “acompanhados de ações complementares, como oficinas, ensaios abertos, introduções nas escolas, conversas com os artistas e algumas celebrações”. Nesta programação, cabe à
companhia anfitriã a criação “Não dançarás como antes”, descrita como uma “dança oriental-ocidental contemporânea inspirada na experiência feminina de temas como o encantamento, o trabalho, a fertilidade, a luta e a paixão”, e com apresentações em Mértola, a 2 e 3, em Beja, a 28, e em Castro Verde, a 29. Peter Michael Dietz apresenta-se a solo (a 6, em Mértola, e a 9, em Castro Verde) com uma reflexão sobre a desvalorização do trabalho artístico em “I (don’t) belong here, believe me”. Diz a sinopse que, “sem dinheiro para contratar atores e bailarinos, um homem faz o espetáculo a solo e com a ajuda do público” e “entre movimentos, falas e action-painting, pergunta-se: quanto vale o trabalho artístico?”. Por seu turno, Sofia Silva propõe “A cabra bailarina” (Mértola, dia 13;
Castro Verde, dia 14; e Beja, dia 26), uma reflexão sobre o confronto entre a vontade própria, “o espírito animal”, e as “normas absurdas” da dança clássica ou do género feminino. Por Marina Nabais, chega a Beja, no dia 21, a criação “O avesso”, que coloca em palco dois bailarinos numa viagem ao interior do corpo, explorando os seus limites “ao som de cantos, numa instalação feita com a presença dos espetadores”. O projeto Dansul – Dança para a Comunidade no Sudoeste Alentejano, que em 2013 tem como parceiras as autarquias de Mértola, Beja e Castro Verde, continua assim, através deste festival, que é uma “inovação” no seu percurso, o objetivo de “integrar a dança contemporânea na oferta dos recintos culturais da região, através da produção local e acolhimento a artistas nacionais”.
Música
13 Diário do Alentejo 25 outubro 2013
Quero que as crianças ganhem interesse por este instrumento tão tradicional da nossa região. Quero que conheçam o seu som, que se cheguem a ele”.
João Paulo, músico bejense, a solo
“Ananin Ananão” para divulgar a campaniça João Paulo, músico bejense, fez um disco infanto-juvenil, até porque este, garante, é o público mais “crítico e mais sincero”. Um disco infantil para divulgar e preservar a viola campaniça, mas também para enraizar o gosto, desde tenra idade, pelo instrumento. Para que a tradição, essa, não se perca. “Ananin Ananão”, eis o primeiro disco a solo de João Paulo. Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolho
J
oão Paulo, músico bejense, é conhecido por integrar o grupo Adiafa, por fazer parte de projetos musicais como Baile Popular e por participar em vários discos, entre eles “Cabeças no Ar”, Avis Rara”, “Jorge Vadio”, entre outros. Agora, porém, apresenta-se a solo e com um trabalho dedicado à música infanto-juvenil. “Ananin Ananão” é o seu mais recente trabalho e surge das lengalengas que ouviu na sua infância. E emerge da sua dedicação à viola campaniça ou viola do Alentejo, ou não fosse este o instrumento que o acompanha nesta sua nova aventura. Até porque o seu principal objetivo é divulgá-lo junto das gerações mais novas e, desta forma, contribuir para a sua preservação. “Quero que as crianças ganhem interesse por este instrumento tão tradicional da nossa região. Quero que conheçam o seu som, que se cheguem a ele”, explica João Paulo. Há alguns anos que o músico tinha este trabalho na gaveta. “Até agora ainda não o tinha conseguido gravar”, garante. Na verdade, candidatou este projeto à Gestão dos PUB
Direitos dos Artistas (GDA) e conseguiu apoios. “Só assim, com esta oportunidade, este trabalho conseguiu sair da gaveta, se não fosse isso ainda teria de ficar por lá mais um tempo”, confessa. Este é um disco que remete para as personagens imaginárias, para as brincadeiras, para o universo infantil e nele participaram também Jorge Benvinda (Virgem Suta), João Nunes (guitarra), Gabriel Costa (estúdio, baixo, piano…) e Joaquim Simões (fagote), entre outros. “Acaba por ser também um disco familiar, que conta com a participação da minha mulher, da minha filha, da minha afilhada, mas também um disco de
amigos”, avança João Paulo. O projeto já foi apresentado em Beja, no Pax Julia Teatro Municipal, e as críticas, essas, adianta: “Foram positivas”. “Foi uma pequena apresentação, mas que correu muito bem e que serviu, sobretudo, para tirar algumas conclusões”. “Ananin Ananão” é precisamente o nome do primeiro tema do disco e João Paulo perspetiva fazer uma grande apresentação do trabalho, embora adiante, que este ano, tal já não “será possível”. “Gostaria de juntar todos os músicos que participaram no disco em palco e preparar também algumas surpresas para as crianças”, avança.
É a primeira vez que se dirige ao público infanto-juvenil e defende: “Os músicos têm de estar preparados para tocar e compor, mas estou, inevitavelmente, na expetativa. Agora, não tenho qualquer dúvida de que as crianças são as nossas melhores críticas, as mais sinceras, porque se não gostarem não gostam mesmo”. João Paulo garante que quer “divulgar a viola campaniça de uma forma engraçada” e que “todos os espetáculos são preparados nesse sentido, de modo a que os miúdos se interessem”. “Não sei se, futuramente, este projeto se poderá transformar em algo mais, só tempo o dirá”, afirma. João Paulo quer ainda “apresentar este trabalho na região”, direcionando-o muito para as escolas, mas também fora dela. “Queria tentar mostrá-lo a todas as crianças do País. Este é um disco que é todo para oferta, que não é para vender. Vou fazer propostas às autarquias, tentar chegar às escolas, nomeadamente através de espetáculos, de modo a que as crianças possam conhecer estas músicas”, diz João Paulo. E acrescenta: “Tive algum cuidado quando escrevi os temas do disco, embora não tenha sido só eu a escrever, mas houve esse cuidado, para que as crianças se identificassem facilmente com as letras”. O disco já está a tocar em algumas rádios, nomeadamente nas regionais e o objetivo de João Paulo é que “chegue tão longe quanto possível e ao ouvido das crianças”. “Seria bom que nos espetáculos as crianças já estivessem familiarizadas com as músicas”, diz. “Ananin Ananão” é o mais recente sonho de João Paulo ou não fosse este disco também uma fantasia concretizada e que leva, inevitavelmente, o público também para o mundo dos sonhos, para as vivências infantis. É, assim, um disco direcionado para os mais novos, mas que pode tocar também os adultos, ao recordarem a sua infância. “Foi na minha infância que me baseei, mas adaptando também algumas situações para os tempos atuais, para que as crianças de agora entendam a mensagem”, conclui. Objetivo final? Transmitir o gosto pela viola campaniça.
Diário do Alentejo 25 outubro 2013
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A nossa democracia precisa de continuar a purificar-se, lavando-se de clientelismos, de profisionais do slogan e meros pregoeiros de promessas. João Aguiar Campos, citado pelo jornal “A Defesa”, 16 de outubro de 2013
Opinião
A Era do Vazio, por Gilles Lipovetsky
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ANTÓNIO MURTEIRA, que é o diretor executivo da revista “Alentejo”, da Casa do Alentejo de Lisboa, acaba de editar pelo Colibri uma vasta coleção de textos e de ideias sobre a cultura na denominada região histórica do Alentejo. Trata-se de um exercício plural, abrangente e, a espaços, polémico, sobre as questões da identidade, pensamento e organização coletiva de um povo. Do nosso povo. PB
Paulo Portas chegou, falou e disse: “Os pobres não se manifestam, nem vão à televisão”. Por antinomia, deduz-se que quis afirmar: quem se manifesta são os ricos, assim como são eles que vão à televisão. Como sabemos que o presidente do CDS-PP não é tolo, inclinamo-nos para a triste e dura hipótese de que ensandeceu. Batista-Bastos, “Diário de Notícias”, 23 de outubro de 2013
Mulher Luís Covas Lima Bancário
Do Rato ao Altis são cinco minutos a pé
A P N
Mário Beja Santos Jurista
ublicado em 1983, e em Portugal em 1989 (Relógio d’Água), este conjunto de ensaios de um reputado filósofo e sociólogo francês, Gilles Lipovetsky ganhou logo enorme popularidade internacional, sentia-se que estabelecia um olhar original sobre a ascensão do individualismo. Lipovetsky encontrava novas relações sobre a sedução, um poderoso regulador do consumo, das organizações e até dos costumes; procurava explicar a desafetação social e as suas manifestações de apatia. As grandes narrativas conflituais, as tensões absolutas, radicais, tinham praticamente desaparecido. Como ele escreveu: “A oposição do sentido e do não-sentido deixou de ser dilacerante e perde a sua radicalidade perante a frivolidade ou futilidade da moda, dos tempos livres, da publicidade. Na era do espetacular, as antinomias duras, as do verdadeiro e do falso, do belo e do feio, do real e da ilusão, do sentido e do não-sentido, esbatem-se”. Quem diz individualismo fala implicitamente em narcisismo. Há cada vez mais a sensação de que se vive no presente e apenas no presente. E o narcisismo é público e privado: “Nos nossos sistemas narcísicos, o indivíduo adula os seus superiores para avançar na carreira, deseja mais ser mais invejado do que respeitado, e a nossa sociedade, indiferente ao futuro, apresenta-se como uma selva burocrática onde reina a manipulação e a concorrência de todos contra todos (…) As relações humanas, públicas e privadas, tornaram-se relações de dominação, relações conflituais assentes na sedução fria e na intimidação”. A Era do Vazio, Ensaios sobre o Individualismo Contemporâneo, com prefácio de Manuel Maria Carrilho, Edições 70, 2013, ocupa agora lugar ao lado de títulos posteriores que são fundamentais para entender a sociedade de consumo do nosso tempo. Na sua reflexão sobre a sociedade de consumo, mostrou-se profundamente crítico: fora um erro ter anunciado o fim da sociedade de consumo quando se tornava claro que o processo de personalização ia alargar todas as fronteiras, modificar todos os conceitos de vida, era já percetível que estávamos todos condenados a consumir cada vez mais objetos e informações, desportos e viagens, música e cuidados médicos. Sociedade da bonomia, do ecletismo, sociedade humorística, sociedade de consumo e do hiperconsumo, da cultura-mundo, do ecrã global, dos tempos hipermodernos. “Com a ordem individualista, os códigos de sangue são desinvestidos, a violência perde toda a dignidade ou legitimidade social, os homens renunciam maciçamente a usar a sua força privada para resolver os seus diferendos (…). O Estado moderno criou o indivíduo socialmente desligado dos seus semelhantes, mas em contrapartida cria, pelo seu isolamento, a sua ausência de belicosidade, o seu medo da violência, as condições contantes de desenvolvimento da força pública”. Num posfácio escrito em 1993, Lipovetsky voltou a acentuar a mudança anatómica da cultura, a reformatação da família, a afinação do hedonismo, concluindo: “Narciso continua a ser narciso, encarnação emblemática do nosso tempo centrípeto. A vaga de fundo da segunda revolução individualista ainda não fez mais do que começar”.
motivação para escrever sobre a mulher não se prende com qualquer evocação a uma efeméride nem tão pouco com qualquer dia comemorativo em sua honra. Decorre de um estado de alma, sentido e que me convida a descrever e a enaltecer um ser, a mulher. A família, seja qual for a sua “composição”, continua, apesar de tudo, a ser uma das bases fundamentais da sociedade dos dias de hoje. Ainda que a partilha de funções e de responsabilidades entres homens e mulheres no seio de uma família seja, nos tempos atuais, uma sadia e promotora realidade, a mulher, quer se queira ou não, continua a ser um elo fundamental. Mas a mulher é um elemento primordial não só na família mas, acima de tudo, na sociedade e no mundo que nos rodeia contribuindo, decisivamente, para a harmonia do espaço que habitamos. Por isso, é com orgulho e gratidão que me rendo à mulher. Os papéis que assume são mais do que muitos e, cada vez mais em, crescendo. Pensemos na mulher/estudante, na mulher/profissional, na mulher/amiga, na mulher/mãe, na mulher/avó, na mulher/educadora, na mulher/esposa, na mulher/responsável pela gestão da casa (a expressão “doméstica” caiu em desuso e em desgraça), na mulher/companheira de diversão… poderíamos não parar de enumerar todos estes “papéis”. Mas o certo é que toda e qualquer mulher, em algum momento ou ao longo da sua vida, “representa” sempre todos e cada um destes papéis, contínua, alternada ou intercaladamente. A devoção, a capacidade de superação e a determinação na procura incessante de valores são atributos que lhe conferem um estatuto singular nas nossas vidas. Com ela vivemos, com ela aprendemos. No mundo atual, onde as dificuldades imperam, vamos sentindo um problema de ordem social sem paralelo e é com a participação da mulher que vão sendo atenuadas, em muito, as dificuldades do dia a dia. A orientação, a coordenação e a decisão para o percurso de vida que nos resta, sem esquecer o trilho a seguir para os filhos, são vividos na primeira pessoa e de forma É costume dizer intensa. que não existem É costume dizer que não insubstituíveis, existem insubstituíveis, mas mas é tempo é tempo de reconhecer o pade reconhecer pel diferenciador da mulher na sociedade. É um privilégio ter o papel a minha mulher, o que muito diferenciador aprendi com a minha mãe, da mulher sem esquecer as minhas avós. na sociedade. Recordo a avó que me responÉ um privilégio dia: “Querido, estou bem, mas ter a minha mulher, cheia de não presto”. quando o que muito aprendi lhe perguntava se estava bem com a minha mãe, de saúde. Lição de vida. As gerações passadas e presem esquecer sentes muito devem a quem as minhas avós. sempre os conduziu, os orientou e sempre lhes quis o bem. O futuro será mais risonho se seguirmos o exemplo da mulher.
Marcos Aguiar Licenciado em Psicologia
a noite de 29 de setembro de 2013, enquanto António Costa celebrava na sua sede de campanha, no Hotel Altis, a vitória arrasadora nas eleições para a Câmara de Lisboa, António José Seguro encontrava-se na sede nacional do Partido Socialista, no Largo do Rato,
a cinco minutos a pé. Ora, se até estavam a poucas centenas de metros um do outro, porque não se deslocou Seguro ao Altis para celebrarem juntos uma grande vitória do PS? Que ilações podem tirar os militantes (e a generalidade dos portugueses) do imobilismo de Seguro face a um acontecimento que deveria ter merecido entusiamo da sua parte? Não seria este um ótimo tónico para aproximar as fações desavindas no partido, com vista ao reforço de uma alternativa sólida a um Governo que há muito deixou de ter condições para o ser? Não terá sido excelente para o PS que o mapa autárquico, à exceção do Alentejo, tenha ficado predominantemente pintado de cor-de-rosa? Não foi Lisboa a maior e mais simbólica dessas vitórias? Observando o comportamento de Seguro neste período pós-eleições, somos levados a concluir que esta vitória teve pouca ou nenhuma importância para o secretário-geral do PS, ainda que, objetivamente, a mesma tenha significado um varrimento do consórcio PSD/PP do mapa autárquico, num sinal evidente de descontentamento das pessoas face às políticas governamentais dos últimos dois anos. Aparentemente, desta vez, nem o PS, nem os partidos no Governo, tiraram conclusões dos resultados eleitorais, ou seja, da vontade expressa democraticamente pelos portugueses e pelas portuguesas nas urnas de voto. Para melhor se compreender o paradoxo desta situação, estabeleça-se um paralelo com as autárquicas de 2001, recordando o célebre episódio do “pântano democrático”, em que o então primeiro-ministro, António Guterres, se Aparentemente, demitiu por falta de condidesta vez, nem ções para governar, após um o PS, nem os desastre eleitoral análogo ao que aconteceu agora. partidos no Se do lado dos derrotados, Governo, tiraram face à conjuntura atual, até conclusões se percebe a ausência de “ondos resultados das de choque”, já na ala dos eleitorais, vencedores, uma única leitura ou seja, da pode explicar tamanha letarvontade expressa gia: Seguro, que até já disse democraticamente (e passo a citar): “…legislativas são corrida de fundo…”, pelos deixou-se ficar quieto porque portugueses percebeu que, para os lados e pelas da capital, a distância que seportuguesas para a praça do Município do nas urnas de voto. Palácio de São Bento começa a ser cada vez mais curta – bem ao jeito de um velocista, como António Costa!
Há 50 anos Quando Beja entrou na Guerra Fria
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écnicos alemães visitaram os trabalhos de construção da Base Aérea de Beja”, informava o “Diário do Alentejo” de 24 de outubro de 1963. Na primeira página dessa edição, a notícia dava pormenores em linguagem mais ou menos cifrada: “Acompanhada de um major da Aeronáutica Portuguesa, deslocou-se ontem de tarde a Beja, em visita aos trabalhos de construção da Base Aérea, uma missão de técnicos da Aviação Alemã. Ontem, em Lisboa, continuaram no Departamento da Defesa Nacional as conversações entre oficiais portugueses e os membros da Missão do Ministério da Defesa da República Federal da Alemanha, integrados nos contactos de cooperação estabelecidos entre as autoridades militares dos dois países. Um dos principais assuntos da agenda de trabalhos diz respeito á concessão de facilidades de treino e logísticas feita pelo nosso País ás Forças Armadas alemãs, através da utilização da Base Aérea em construção próximo de Beja, para treino de pilotos de aviões a jacto. As conversações devem prolongar-se até aos primeiros dias de Novembro próximo.” Na véspera, o jornal bejense publicara uma outra notícia em tom oficial, intitulada “Conversações militares luso-alemãs”, fornecendo mais alguns dados. Explicava que se encontrava em Lisboa uma delegação alemã integrada por vários generais e altos funcionários, cujos nomes indicava. E mais: “Aproveitando a visita dessa missão, deslocou-se também ao nosso País, em curta viagem de repouso, o sr. Volkmar Hopf, subsecretário de Estado da Defesa, do Governo de Bonn, que seguiu para o Algarve, onde permanecerá até ao dia 3 de Novembro.” O governante alemão teria depois um encontro com o ministro da Defesa Nacional, general Gomes de Araújo. A notícia revelava ainda que “o nosso País concedeu facilidades de treino e logísticas, no âmbito da N.A.T.O., às Forças Armadas alemãs, através da utilização do aeródromo em construção nas proximidades de Beja, para treino de pilotos de aviões a jacto.” Descodificando: o Portugal fascista de Salazar autorizou a Alemanha e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN, em português, ou NATO, em inglês), capitaneada pelos Estados Unidos, a instalar em Beja uma base militar, tal como já tinha cedido aos norteamericanos a Base das Lajes, nos Açores. No clima de Guerra Fria que se vivia então (desde o fim da 2.ª Guerra Mundial), clima de confronto entre as super-potências da época, os Estados Unidos e a União Soviética, a existência de uma base da NATO em Beja significava que, em caso de conflito militar – incluindo uma guerra nuclear – Portugal estaria envolvido... Carlos Lopes Pereira
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Será difícil encontrar no presente ORÇAMENTO DO ESTADO uma única medida que possa sugerir alguma satisfação. Cortes, austeridade, desmoralização económica e social é o que nos aguarda. E quando alguma coisa ainda funciona neste País, as autarquias locais, eis que o Governo da catana volta à carga sobre elas. Só no distrito de Beja, os cortes para as autarquias rondam os 2,5 milhões de euros... PB
O esforço brutal que tem vindo sucessivamente a ser exigido aos Portugueses já escedeu a fronteira do impossível, tendo ultrapassado há muito o limite vermelho estabelecido pelo Paulinho das feiras. Carlos d’Almeida, “Diário do Sul”, 23 de outubro de 2013
Cartas ao diretor papa não era, como os outros, idolatras As notícias e marianos. Eles que deviam saber pela Bíblia Sagrada que só Jesus Cristo, o fide um dia lho de Deus (e não os santos e santas inJosé A. Ramos Caparica
Terão que ser inquietantes, preocupantes ou negativas, mais uma vez, as notícias nos jornais deste dia 14 de outubro de 2013? É a “caça ao homem para descobrir Maddie” ou seja, Madeleine McCann, a menina inglesa desparecida no Algarve em 3 de maio de 2007. Quer dizer que em mais de seis anos nem a polícia portuguesa nem a inglesa conseguiram descobrir o criminoso (ou criminosos) deste malfadado, desditoso acontecimento. É o diretor de investimentos de um banco a considerar que “2014 ainda não serão o ponto de viragem determinante para recuperar a confiança dos mercados. E que Portugal depende mais da Europa e dos credores do que o Orçamento de 2014. É o dr. Mário Soares (no escrito de um leitor do “CM”) como “um dos maiores burgueses da sociedade portuguesa com uma fundação que gasta dinheiro dos portugueses sem retorno”. Realmente este homem, esquecendo-se (talvez efeitos da idade) que tem também telhados de vidro, agora atira pedras a quem não é do seu partido. Esquece-se que ele com outros políticos assinaram a entrada do país na CE. Esqueceu-se (coitado) que depois do 25 de Abril, ele, com outros ministros, deram a independência à pressa às províncias ou colónias africanas, quando deviam saber que aqueles povos de diferentes raças e partidos, não estavam ainda preparados. O resultado foram mais mortes, roubos e crimes. Outra notícia de hoje: “O Ministério da Saúde acusado de ignorar recomendações de 2011 – quase 30 milhões gastos na Cruz Vermelha”. Que o Estado poderia ter poupado em três anos, se os doentes tivessem sido tratados em hospitais do Serviço Nacional de Saúde. “É mais fácil gastar do que poupar…”. A poupança do Governo “função pública – corte nos salários entre 3,5 e 15 por cento”, está no cabeçalho também da informação deste dia. Ainda outra notícia do dia: “Cerimónia em Roma – 300 mil fiéis veneram Senhora de Fátima”. E na página central de um jornal “Fátima é rainha do mundo”. “Santuário encheu-se com mais de 200 mil”. “Parques cheios e estradas com filas de carros”, “queimadas 21 toneladas de velas”; “Papa Francisco incensa a imagem da Virgem de Fátima, no Vaticano”. E eu que pensava que este
ventados pelos homens) é o único medianeiro, intermediário, entre Deus e os Homens. Com tantas injustiças e descalabros, só espero no reino futuro de Cristo na Terra.
O ensinamento de Malala Manuel José Felício Vargas Aljustrel
Vivemos numa sociedade desumanizada e onde continuamos a dar grande relevância a tudo aquilo que tem uma vertente belicista. A prepotência, a agressividade, o autoritarismo com o nosso semelhante, só nos conduz a um mundo de incongruências, transportando-nos para um fosso cada vez mais sem solução, quer ao nível social como regional, não contribuindo para uma sociedade onde a igualdade de oportunidades seja uma realidade. Ao longo da estrada da vida, todos nos deparamos com um processo educativo, a socialização, que embora permita vários padrões, todos deveriam convergir para reforçar o elo da humanização. Assim, partilhar experiências é algo que se assegura como primordial para o desenvolvimento e enriquecimento pessoal, independentemente das várias faixas etárias. Em Portugal, onde o semblante das pessoas anda cabisbaixo, por razões que é do conhecimento de todos, penso que chegou a altura certa de não nos resignarmos à demagogia e mentira, lutando pela defesa legítima dos nosso direitos adquiridos, através de uma forma pacífica, onde retrate a indignação global do povo português. Estou a lembrar-me daquela criança paquistanesa, de seu nome Malala, que com uma enorme coragem disse categoricamente: – “Uma criança, um professor, um livro e uma caneta poderão mudar o mundo”. São palavras de ensinamento e ao mesmo tempo de reflexão para todos, essencialmente para os governantes de cada País, pois é através da educação que podemos melhorar o presente e preparar o futuro. Pessoalmente, continuo a acreditar que ainda é possível ter esperança num mundo fraterno, onde todos tenham direito à educação, não havendo lugar para a guerra, a fome e a falsidade. Um mundo onde as gerações vindouras possam respirar liberdade e democracia.
Carteira Profissional Europeia
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Parlamento Europeu aprovou novas regras que preveem a criação de uma Carteira Profissional Europeia. Esta carteira, que terá a forma de um certificado eletrónico, vem simplificar e acelerar os procedimentos para trabalhar em toda a União Europeia. Os profissionais com diplomas específicos vão passar, assim. a ter mais facilidade no reconhecimento de qualificações e, por isso, mais oportunidades para trabalhar no território da União Europeia. A diretiva estabelece ainda regras sobre o reconhecimento de estágios profissionais realizados noutro estado-membro. De acordo com a nova legislação, um profissional que pretenda estabelecer-se noutro estado-membro poderá pedir às autoridades do seu país que deem início ao processo, em vez de enviar o pedido às autoridades do país estrangeiro, como acontece atualmente. Das cerca de 800 profissões regulamentadas na UE (aquelas que exigem uma qualificação ou um diploma específico para se poder exercer a profissão), apenas sete beneficiam de reconhecimento automático em todos os estados-membros: médicos, dentistas, farmacêuticos, enfermeiros, parteiras, veterinários e arquitetos. Para tornar o sistema das profissões regulamentadas mais transparente, a diretiva prevê a criação de uma base de dados, acessível ao público, de profissões regulamentadas. A tarefa ficará a cargo da Comissão, a partir da informação enviada pelos estados-membros. Depois de ser formalmente aprovada pelo Conselho e publicada no Jornal Oficial da UE, os estados-membros terão dois anos para transpor a diretiva para a legislação nacional.
Representação em Portugal da Comissão Europeia
15 Diário do Alentejo 25 outubro 2013
Lá no norte da Europa há um país que percebeu a importância que a água tem para uma região tão distante como o Alentejo. Trata-se da NORUEGA. Cuja embaixada em Portugal acaba de lançar aos alunos do 10.º ano das escolas da região um concurso sobre a primordial importância da água, nas regiões onde a sua falta mais se faz sentir. O que mais se pode dizer sobre o assunto? Obrigado, talvez! PB
DR
Ã
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O texto que já estão lendo não deve ter nada a ver com a história de coisa nenhuma, nem da literatura nem dos novos nem
Diário do Alentejo 25 outubro 2013
do Sul. Quando muito, poderá relacionar-se com a história do sonho, se alguma vez se lembrarem de uma história para isso, ou poderia constar dos anais da rebeldia e da tentação de alguns se associarem a outros, por sentirem que o sopapo se dá tanto melhor quantos mais forem a dá-lo e é mais fácil de apanhar quanto mais separado dos outros cada um estiver”.
Memória
Restos vitais da época d’“O Cardo” Martinho Marques Professor aposentado
O
texto que se apresenta e é há muito uma promessa (não apenas a mim próprio, mas também ao director do “Diário do Alentejo”), obedece à ortografia que existia no tempo que ele evoca e não tem, como outras vezes, a preocupação de estar de acordo com todos os acordos. Não teve um parto veloz nem, agora que nasceu, foi assistido pela parteira da facilidade. Sendo uma evocação, quase sempre o fui trocando por escrita sobre o daninho presente e, mesmo agora, que ele finalmente parece em fase de conclusão, faço-o a remoer o tempo que passou desde o tempo que ele evoca até aos dias de hoje, em que é o quotidiano que nos vai amotinando e criando a sensação de, desde então, o eleger ter sido, sobretudo, fazer entrega do país aos bichos. A promessa de escrita consistia em recordar esse tempo de há pouco mais de 30 anos, logo a seguir à promessa de um país entregue a todos, em que aproximadamente uma vintena de jovens que escreviam responderam ao convite do Pires Campaniço e formaram aquilo que se chamou a ANES – Associação de Novos Escritores do Sul. O texto que já estão lendo não deve ter nada a ver com a história de coisa nenhuma, nem da literatura nem dos novos nem do Sul. Quando muito, poderá relacionar-se com a história do sonho, se alguma vez se lembrarem de uma história para isso, ou poderia constar dos anais da rebeldia e da tentação de alguns se associarem a outros, por sentirem que o sopapo se dá tanto melhor quantos mais forem a dá-lo e é mais fácil de apanhar quanto mais separado dos outros cada um estiver. O pai da ideia e o grande timoneiro do projecto foi o Pires Campaniço, que para ele me veio aliciar uma noite, talvez em 79, achando-me então no antigo Liceu de Beja (que na altura já não tinha o nome), quando eu aí circulava a leccionar Matemática e, entre outros, me apontavam o defeito de facilmente me sujar de giz, antes de me acudir a minha velha bata, de cor igual ao da matéria branca que me manchava a farpela. O que é certo é que, com ele, comigo e com mais uns tantos, que, sobretudo, ele conhecia ou ia conhecendo e convidava, avançou, com a aprovação dos estatutos e o registo notarial, ocorrido em 29 de Janeiro de 1980, depois de uma primeira tentativa em que, perante os mais de três contos necessários, nos despedimos “apressadamente com os nossos melhores cumprimentos”, porque a associação “vivia do nosso autofinanciamento e, na altura, estava nas lonas” (como, alguns meses depois, escreve com desassombro o primeiro presidente da direcção da ANES). O que ele então escrevia continuou a ser verdade, do princípio ao fim da vida daquela associação. Ela nunca deixou de estar nas lonas. Tão fielmente, que tal até devia constar dos estatutos. Tanto quanto me recordo, só duas entidades lhe concederam subsídios, a título excepcional: a Fundação Calouste Gulbenkian e o então Governador Civil de Beja, cujo nome não me ocorre, mas de cuja simpatia nos ficaram ressonâncias. A mais de trinta anos de distância, não sei se o afastamento me dá objectividade ou pena de não possuir sequer metade da esperança que tinha então numa tal iniciativa e que, já por esse tempo, eu não achava muito avantajada. Daí que tenha hoje muitas dúvidas sobre a atitude daquelas entidades que na altura duvidavam ainda mais do que eu e não abriram lá muito os cordões à bolsa. De algumas actividades havidas com o objectivo de
divulgação da ANES, lembro particularmente uma em que estive presente e que, decorrendo em Évora, foi bastante concorrida, principalmente por nela participar um coral alentejano, que não deixou em casa os seus familiares. Mas o que mais recordo do convívio entre alguns dos vários membros da ANES é das assembleias gerais, que decorriam em Beja, onde os sócios se concentravam uma vez por ano e que, apesar de nem todos comparecerem, eram aproveitadas para a festa do almoço, sempre a melhor das decisões tomadas e onde “os bebedores de sumos” perdiam face aos outros bebedores, que zombavam dos primeiros, por apenas em sumos se assumirem. Em geral, participavam o Pires Campaniço, dos mais novos e já com vários títulos publicados (Heróis da Planície, Um dia na vida de José Mira, Urbano Tavares Rodrigues, escritor da fraternidade, Viagem ao Império do Pensamento Burguês e A Cítara Ardente); o António Joaquim Linhaça, velho amigo de Santa Clara do Louredo e do grupo de Teatro da Capricho, dos primeiros anos da década de 70 do século passado, um tempo em que até era difícil representar um simples auto do António Aleixo, quer o “Auto do Curandeiro” quer o “Auto do ti Jaquim” e que, mal houve Abril, nos fez chegar os seus “Subterrâneos Cantares”, a preceder a publicação de vários outros livros de contos e de poemas; o Francisco de Sousa Borges, colega poeta do Liceu de Beja, então já a residir na área de Lisboa, e que em 76 fizera publicar os seus Poemas Possíveis; o Prates Miguel, alentejano que vinha de Ansião, a terra de um outro poeta (Políbio Gomes dos Santos), que então já produzira os poemas de Marés Vivas e nos estava apontando as suas saborosas Prosas da Charneca; o grupo da beiraTejo, com o qual vinha sempre a alegria e alguma insurreição e que incluía o António de Matos Pereira, originário de Moura e adorador d’As águas livres do Ardila, que plasmara em livro com este título, o Carlos Alberto Correia (o último presidente da direcção da ANES, após a demissão de Pires Campaniço), que nos deu por esse tempo Penélope e outras esperas, e o António Monginho, cronologicamente o menos novo, pai da escritora Julieta Monginho, cujo nome aprendi anos depois, o mais contido dos três, e do qual guardo, além da grata recordação desse convívio, os livros Tudo o que me dói, Entre o vento e o orvalho e As palavras antropófagas”, para além de uma obra colectiva – Cantares de Amigo.
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ecordo ainda a senhora que assinava Maria Beatriz e, a partir de certa altura, gente mais nova, como o Joaquim de Oliveira Caetano e o António Vilhena, ilustre historiador de arte e poeta e autarca, respectivamente, aos quais não sei se preside algum arrependimento por terem frequentado um dia este ciclo de assembleias, que poderão ter sido muita coisa, mas pouco deviam ter para poderem ser prestigiantes. Provavelmente, também algumas vezes terão estado presentes o António Paizana e o jovem Jorge Castanho, depois de, às tantas, com Francisco Alvito, colaborarem abundantemente na ilustração d’ “O Cardo”, jornal da associação, de que, ao todo, saíram cinco números, entre Novembro de 1980 e Junho de 1982, os primeiros dos quais (3) com direcção de Pires Campaniço, até que se demitiu, creio que com a consciência de que a sua demissão e as condições existentes, quer de financiamento, quer de dispersão geográfica e heterogeneidade dos intervenientes, inevitavelmente levariam ao óbito do projecto, que foi murchando, murchando, até que finalmente se finou. Com menor assiduidade, nalgumas assembleias terão também participado outros, cujos nomes não registo, por temer confundir a sua presença certa em páginas d’ “O Cardo” com a eventual presença em assembleias gerais.
O que a memória não guarda e eu não arrisco afirmar guarda-o “O Cardo”, de que guardo em minha casa, não só os cinco números oficiais, com uma impressão normal em tipografia, mas também um outro, policopiado em stencil, que precedeu de perto a edição legalizada do título. Excluindo alguns pseudónimos referentes a gente que assinava também com os próprios nomes, nos cinco números principais d’“O Cardo” assinam textos, entre poucos mais, Ana Garrido, Ana Paula Costa, Antónia Maria Canivete, António Linhaça, António de Matos Pereira, António Monginho, António Paizana, Avelino de Sousa, Carlos Alberto Correia, Cunha Abrantes, Fernanda Rafael Afonso, Fialho Barreto, Francisco de Sousa Borges, Helena Guerreiro, José António Falcão, José David Rosa, Luciano Barbio, Luís Filipe Maçarico, Manuel Afonso Costa, Manuel Tapadinhas, Martinho Marques, Oliveira Caetano, Pires Campaniço, Prates Miguel e Rui Narciso. A meu ver, de qualidade muito desigual, apesar de, em certas vezes, sujeita a joeiramento, que nem sempre obedeceu ao que certo bom senso aconselhava nem satisfez toda a gente, da escrita publicada deixo exemplos.
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ogo na primeira página do primeiro número, uma chamada sensacionalista para o (único) editorial, na página 3, afirmava que “Afinal “eles” existem e lançam o único jornal português exclusivamente literário”. Ainda no primeiro número, “Pintores questionam uma sociedade que tem 10 museus e 100 quartéis” era título da entrevista de Pires Campaniço ao pintor Kira. Nos números 2 e 3, longamente, o director apresentava a sua tese sobre a autoria das cartas de Soror Mariana Alcoforado, afinal “uma questão sem discussão”. Textos de Antunes da Silva e de Fernando Grade, “convidados de honra”, integravam também os dois números inaugurais do jornal. Os rostos dos números 4 e 5, junto a desenhos a negro de António Paizana, ostentando as palavras “Em tempo de seca as flores / poderão ser apenas ângulos agudos / Primeiro, dêem-nos água / Depois peçam-nos flores” e “Se morrermos será por asfixia” eram prenúncio do final d’ “O Cardo”... Mas, porque começamos a sentir o excesso de pormenor na alusão, número a número, ao jornal, que em geral foi incluindo trabalhos de poetas populares e textos evocativos de escritores algo esquecidos do Sul, passaremos a lembrar apenas uma ou outra passagem mais marcante ou mais admirável de alguns colaboradores. Comecemos por citar a ironia de Carlos Alberto Correia naquela época em que a TV a cores estava a começar em Portugal: Últimas notícias do rádio conta-dores foi hoje fuzilado ao alvorecer por um pelotão de bons consumidores o senhor fulano de tal indivíduo perigosamente associal que se negou a comprar um novo televisor a cores sistema pal E a de Oliveira Caetano: Quem ganhou a corrida foi a maçã de Newton e o papagaio de Franklin (a lógica aristotélica desistiu a meio)
Diário do Alentejo 25 outubro 2013
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Noite fechada partias teus passos rasgando as trevas a pobre mochila escondias entre carapetos e estevas. Expunhas-te a um tiro sempre que passavas o rio para mais que rendas e café contrabandeares miséria e frio. E a de Avelino de Sousa, na sua poesia “Vem, trovador branco da esperança”: Contorna a fresca face da manhã, a face febril da tarde, o frágil fosso da noite, meu vagabundo de todos os espaços! Para além de alguns excertos do belo poema elegíaco de Manuel Afonso Costa (“Na morte de Amélia”): Esperei das tuas mãos à entrada da floresta uma flor para cobrir o corpo e sei que me esperaste em todas as esquinas da cidade em vão [...] Mas Fevereiro era um punhal à deriva pronto para doer. Ainda procurei por ti disseram que tinhas ido rumo à morte e não virias cedo E de outro, exemplificando o lirismo e a ironia do poeta António Monginho:
Lembremos também a escrita de António de Matos Pereira, tratando a marginalidade de um seu conterrâneo: Trabalha pouco, mas come ainda menos.
Porém perderia o direito à vida todo aquele que recusasse a sua gradual e perene transformação.
Convocado para a guerra – enlouqueceu, diante das lutas pessoais pela riqueza – fugiu, convidado a fazer família – casou com o universo.
A estabilidade só seria permitida aos mortos.
[...] Fez testamento: Deixa Portugal a D. Afonso Henriques. E a de António Linhaça, acerca do trabalho forçado do contrabando: Sigo-te até à fronteira onde a fome te levou improvisado contrabandista do pão que te faltou. PUB
Devia haver um caminho para fugir à morte. Aquele que procurasse a VIDA accionaria o mecanismo da eternidade e achar-se-ia implantado no seio de outros vivos que aceitassem a imunidade contra a morte.
Sem esquecer os cenários rurais de António Vilhena, na sua primeira fase alentejana: Os rios correm a juros nas margens dos latifúndios Sob os limos há já peças de roupa descoradas A tocar a finados nos campanários da água Como os sinos das aldeias orquestrando os óbitos Com os nomes do Tóino do Manel do Ortigão do Sortes Nem a síntese exemplar de Luís Filipe Maçarico: O clips é o dente
de aço que não permite desencontros entre duas formas de abordar um só assunto. Nem os antigos contextos das ceifas feitas a braços, dados por Francisco Borges: O sol faísca nos olhos. As águas fogem dos pegos. Botas que arranham restolhos ramalham nos cardos secos. Caem espigas, ficam molhos abandonados nos regos. Já não há brilho nos olhos, mas só feridas nos dedos. Nem tampouco uma das várias quadras de Prates Miguel (muito ajustada aos tempos que vivemos): Se um homem não põe o dedo na ferida Mais tarde ou mais cedo É a própria vida Que lhe põe a ferida no dedo. Com pena nossa, omitimos, por serem mais extensos e bem pouco susceptíveis de completa apreensão, se não transcritos na íntegra, alguns textos em prosa de Prates Miguel (extraídos de Prosas da Charneca e de Na barra da vida) e de Manuel Tapadinhas (Na hora das Confissões), dois óptimos narradores que não voltei a ler desde essa altura. De todos os antigos companheiros, alguns deles estão próximos e deles vamos sabendo, ainda que não se mostrem. Outros, de perto ou de longe, volta e meia salientam-se. Outros, nem tanto, talvez por terem sido muito moderados na aposta que fizeram em si próprios ou por terem entendido que a vida literária ou social é demasiadamente limitada, se comparada com a Vida. Doutros ainda, as notícias não voltaram a chegar. A todos os que nos lerem, e a quem deixamos comovido abraço, sugerimos que acrescentem ou corrijam este texto sobre esse tempo d’ “O Cardo”, em que, erradamente ou não, todos nós, mais ou menos, procurávamos lugar para a nossa escrita nesse país caminhante, onde então pouco pensávamos que, mais tarde ou mais cedo, todos nós iríamos ficar pelo caminho. Então, também certamente nenhum imaginaria que, decorridos trinta e tantos anos sobre a nossa desventurada aventura, neste país que se seguiu ao outro, mais desencaminhado que outra coisa, nem sequer lugar houvesse para muitas das pessoas e não fosse nada fácil escrever sobre o passado, tendo sempre atravessado na cabeça e a emperrar-nos as mãos o doloroso presente.
Odemirense recebe Vila Real
Diário do Alentejo 25 outubro 2013
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A deslocação do Despertar a Lagos e o jogo entre o odemirense e o Lusitano de Vila Real fazem parte do quadro de jogos da 9.ª jornada do Nacional de Iniciados. Na ronda anterior as duas equipas alentejanas encontraram-se em Beja, com a vitória do Despertar por 3/0.
Desporto
Futebol juvenil TAÇA MELO GARRIDO Iniciados 2.ª jornada Série A Moura-Ferreirense, 10-0 B.Conceição-Aldenovense, 2-6 Despertar-Serpa, 1-1 Líder: Moura, 6 pontos Próxima Jornada (27/10) Aldenovense-Moura Ferreirense-Alvito Serpa-Bº Conceição Série B Castrense-Desp.Beja, 0-7
Guadiana-Aljustrelense, 4-0 Líder: Desp.Beja, 6 pontos Próxima Jornada (27/10) Aljustrelense-Castrense Desp.Beja-Almodôvar
Próxima Jornada (27/10) Amarelejense-Serpa Sporting Cuba-Despertar Moura-Santo Aleixo Alvito-Desp.Beja
TAÇA ARMANDO NASCIMENTO Juvenis 2.ª jornada
Série B Aljustrelense-BºConceição, 4-1 Odemirense-Castrense, 1-2 Almodôvar-Ourique, 5-0 Líder: Castrense, 6 pontos Próxima Jornada (27/10) Castrense-Aljustrelense Bº Conceição-Milfontes Ourique-Odemirense
Série A Serpa-Sporting Cuba, 4-0 Alvito-Despertar, 0-6 Sto.Aleixo-Amarelejense, 0-2 Desp.Beja-Moura, 3-0 Líder: Despertar, 6 pontos.
O Odemirense espera assegurar a manutenção no Nacional de Iniciados
Privilegiamos a formação Os Iniciados do Odemirense, que disputam o Campeonato Nacional de Iniciados, recebem no domingo a formação do Lusitano de Vila Real, um jogo que o técnico Pedro Almeida espera vencer.
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conquista de pontos que permitam subir na classificação é o objetivo claro do treinador Pedro Almeida numa prova em que não espera facilidades. “É um campeonato muito difícil, há aqui duas variáveis importantes, muitos dos nossos atletas jogavam Futebol de 7, é um salto muito complicado para os miúdos, também os jogadores que já eram Iniciados competiam num patamar que
não tem nada a ver com o Nacional”. Além disso, refere, “o Odemirense joga, exclusivamente, com os jogadores que vai formando, devido à localização do nosso concelho temos dificuldade em ir buscar alguns atletas que nos poderiam tornar a equipa mais competitiva e mais madura”. Pedro Almeida explica as dificuldades no recrutamento. “Jogamos apenas com a prata da casa, contrariamente a outros clubes que conseguem equipas mais competitivas, porque aos atletas da sua formação, juntam outros valores formados em clubes vizinhos”, ainda assim, diz o treinador, “temos tido alguns resultados mais negativos do que esperávamos, embora, em alguns jogos, sintamos que as derrotas são mais pesadas do que a
realidade o jogo”. Foi isso também que aconteceu em Beja, explicou. “Na minha opinião, e sem pôr em causa a vitória do Despertar, penso que os números (3/0) foram exagerados, mas sofremos o primeiro aos 17 segundos de jogo, tínhamos a noção das dificuldades, conhecendo as mais valias que tem a equipa do Despertar e nós apresentámos menos três titulares. Contudo, não era isso que nos fazia não pensar que poderíamos ter um resultado positivo. Digamos que o jogo começou com 1-0 e não com 0-0 habitual”. Quanto à manutenção no Nacional, o treinador disse: “Temos a noção de que será muito difícil, mas temos esse propósito como uma das metas dos jogadores, dos técnicos e da direção, tudo faremos para
conseguirmos a manutenção”. Pedro Almeida enumera as dificuldades revelando que “muitos dos jogadores tiveram um percurso em que, ano após ano, ganharam cerca de 85 por cento dos jogos. Como o nível competitivo é mais baixo, a formação pode até nem ser tão aprimorada, mas sinto que este patamar pode servir para o crescimento mais acelerado dos atletas, aproveitando o facto de estarem a jogar contra emblemas de que são de outros patamares nacionais”. Sublinha, contudo, que “associado ao resultado desportivo, está a essência da formação e o Odemirense orgulhase de ter uma postura em que privilegia muito a formação do homem, em detrimento da formação prioritária do futebolista”.
Recrutamento Odemirense joga com a “prata da casa” mas quer manter-se no Nacional de Iniciados
O líder joga em Vila Nova de São Bento e o Serpa visita o Castrense
Despertar e Desportivo de Beja reencontram-se no patamar mais baixo
Castrense recebe o Serpa
São Domingos vence Desportivo
Simultaneamente com a 3.ª eliminatória da Taça de Portugal realizaram-se cinco partidas da 5.ª jornada do Campeonato Distrital da A.F.Beja. Aljustrelense e Guadiana disputaram ontem a jogo em atraso.
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alta só disputar-se o jogo entre o Sporting de Cuba e o Piense, para que a 5.ª jornada fique completa. Nos jogos, entretanto, realizados marcaram-se 14 golos, dois do Vasco da Gama, em São Marcos, um pelo Rosairense, em Vila Nova de São Bento, naqueles que foram os dois triunfos
fora de casa. Nove golos foram repartidos entre o Serpa e o Milfontes que golearam o Bairro da Conceição e o Cabeça Gorda, respetivamente. Na partida mais importante da jornada, o Odemirense venceu o candidato Castrense, que averbou a segunda derrota consecutiva na prova. No domingo o campeonato regressa à normalidade, com o líder no terreno do Aldenovense e o Serpa de visita ao Castrense. Vasco da Gama e Cuba repõem as velhas rivalidades. O Milfontes vem ao Bairro da Conceição e o Odemirense joga na Vila Museu. Cabeça Gorda e São Marcos jogam entre si e o Rosairense recebe o Piense. FP
O Despertar e o Saboia são os líderes isolados e só com vitórias, nas duas Séries da Taça de Honra da 2.ª Divisão da A.F.Beja.
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manhã em Beja os históricos Desportivo e Despertar repõem antigas rivalidades, mas no patamar mais baixo do futebol regional. Resultados da 3.ª jornada: Série A: Beringelense-Despertar, 1-4; Amarelejense-Moura B, 1-2; Desportivo Beja-São Domingos, 1-2; Vasco Gama B-Negrilhos, 4-1. Classificação: 1.º Despertar, 9 pontos. 2.ºs São Domingos
e Moura B, 6. 4.ºs Vasco Gama B e Desportivo Beja, 4. 6.ºs Amarelejense e Beringelense, 3. 8.º Negrilhos, 0. Próxima Jornada (26/10/): Despertar-Desportivo; Moura-Beringelense; Amarelejense-Vasco Gama; São Domingos-Negrilhos. Série B: Naverredondense-Saboia, 0-3; Sanluizense-Messejanense, 1-1. Folgaram Renascente e Fernandes. Classificação: 1.º Saboia, 9 pontos. 2.ºs Renascente e Fernandes, 3. 4.ºs Messejanense e Sanluizense, 1. 6.º Naverredondense, 0. Próxima jornada (26/10): Saboia-Renascente; MessejanenseNaverredondense. FP
Grupo A Brinches-Salvadense, 0-1 Barrancos-Louredense, 0-4 Pen.Gordo-L.Serpense, 6-0 Trindade-Quintos, 6-1 Líder: Penedo Gordo, 3 pontos Próxima jornada (27/10) Brinches-Barrancos Salvadense-L.Serpense Quintos-Penedo Gordo Louredense-Trindade
Hoje apito eu... Grupo B Albernoense-Figueirense, 1-0 Vale Figueira-Vale da Oca, 4-4 Alvorada-Mombeja, 4-0 AC Cuba-Santa Vitória, 1-0 Folgou o Faro do Alentejo Líder: Alvorada, 3 pontos Próxima jornada (27/10) Faro Alentejo-V.Figueira Mombeja-Albernoense Vale da Oca-AC Cuba Santa Vitória-Alvorada Folga o Figueirense
Grupo C Sanjoanense-Sta. Clara Nova, 1-1 Santaclarense-Sete, 4-1 Serrano-Almodovarense, 6-1 Alcaria Ruiva-Bemposta, 2-2 Líder: Serrano, 3 pontos Próxima jornada (27/10) Sanjoanense-Santaclarense Sta Clara Nova-Almodovarense Bemposta-Serrano Sete-Alcaria Ruiva
Grupo D Cavaleiro-Luzianes, 0-1 Cercalense-Pereirense, 1-0 Amoreiras Gare-Longueira, 2-1 Soneguense-Relíquias, 1-4 Folgou o Santa Luzia Líder: Relíquias, 3 pontos Próxima jornada (27/10) Santa Luzia-Cercalense Longueira-Cavaleiro Pereirense-Soneguense Relíquias-Amoreiras Gare Folga o Luzianes
José Dinis Gorjão
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Equipa Os onze que estiveram perto de fazer história
Capitães Tito e Carlos Estebaínha cumprimentam-se
Aljustrelense, 0 Desportivo das Aves, 1 Estádio Municipal de Aljustrel Árbitro: Bruno Paixão (Setúbal) Assistentes: António Godinho (bancada) Rui Cidade (peão). 4.º Árbitro: José Dinis Gorjão Aljustrelense: Fábio Reis; Nuno Martins, Marcos, Nuno Alves e Rui Pirralho (Williams, 45); Paulo Serrão, Carlos Estebaínha (cap.) e Nelson Raposo; Bruno Conduto (Diamantino, 74), João Nabor (José Feio, 56) e Adão Treinador: Vítor Rodrigues Desportivo das Aves: Rui Faria; Luisinho (Luís Manuel, 81); João Paulo; Romaric e Jorge Ribeiro; Tito (Cap.), Diogo Pires e Jorginho; Pedro Pereira (Vasco Rocha, 65), Poulson (Renato, 72) e Andrew. Treinador: Fernando Valente Ao intervalo: 0-1 Marcador: Pedro Pereira (26m) Disciplina: Amarelos a Rui Pirralho (3’), Diogo Pires (33’), Nuno Martins (66’) e Nelson Raposo (90+2’).
Legenda Bruno Conduto teve forte oposição de Romaric para entrar na área do Desportivo das Aves
Aljustrelense e Piense já foram eliminados da Taça de Portugal
Aves voaram baixinho Numa partida em que a equipa do Mineiro Aljustrelense revelou grande caráter, só a falta de sorte dos tricolores impediu que o Desportivo das Aves fosse obrigado a esforço suplementar para vencer a eliminatória.
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resistência dos alentejanos à desvantagem no marcador durou 26 minutos. O Aves teve uma supremacia natural, não muito vincada, e só a falta de sorte dos locais não levou o jogo para prolongamento. Os visitantes fizeram um jogo paciente, esperando pelo erro do adversário e marcaram o tento da vitória na sequência de um lance de bola parada. Os visitantes deixaram uma imagem muito pálida do real valor e o seu triunfo teve um certo sabor a injustiça, porque Marcos, na primeira parte, e Nelson Raposo, aos 90 minutos, falharam as oportunidades mais flagrantes do jogo. O prolongamento justificaria o mérito, a ousadia e o labor dos alentejanos, uma equipa do escalão regional, que encarou o adversário com grande atitude e saiu da Taça de Portugal de ca-
beça erguida. As declarações do técnico do Aves, Fernando Valente, elucidam: “Saio daqui meio envergonhado, temos obrigação de mostrar outra postura, somos uma equipa da 2º. Liga, com jogadores a quem não falta nada, é-nos exigido que, independentemente do adversário, a equipa faça muito mais do que fez aqui hoje”. Ainda sublinhou: “O que se passou aqui foi uma lição de uma equipa do regional, que certamente tem alguns jogadores que não deviam estar neste escalão e, se calhar, eu tenho alguns que em vez de estarem na 2.ª Liga deviam estar no regional”. Valente assumiu que “podia arranjar aqui uma série de desculpas, mas não seria justo. Parabéns ao Aljustrelense, pela boa organização, e ao seu treinador pela estratégia e pela intenção de querer ganhar. Saio daqui com mais uma lição de vida, também vim debaixo, por isso temos que dar valor a equipas que, trabalhando a este nível, são dignas e têm muita qualidade”. Vít or R o d r i g u e s , t é c n ic o d o Aljustrelense, disse: “Estou satisfeito, sei que os jogadores do Mineiro são atletas a
quem a vida não proporcionou melhores oportunidades, por esta, ou por aquela razão, mas são fantásticos na forma como assumem o seu compromisso com a camisola que vestem, e hoje mostraram que o seu lugar pode ser numa equipa de outra dimensão. Assistimos a um jogo entre uma equipa profissional e outra equipa com jogadores que saem da Mina e vêm treinar”. Rodrigues reiterou: “Saímos de cabeça erguida, tenho aqui um grãozinho, porque senti que com um bocadinho de sorte podíamos ter chegado mais à frente, mas saímos com dignidade, foi bom desfrutarmos este momento. Agora vamos concentrarmos no grande objetivo que temos, na nossa missão, como nós lhe chamamos, que é levar o Mineiro Aljustrelense de regresso aos campeonatos nacionais”, concluiu. A 3.ª Eliminatória da Taça de Portugal foi madrasta para as equipas alentejanas que ainda permaneciam na prova. Além do Aljustrelense, foram também eliminados o Piense, que perdeu em Fafe (6/0), o Grandolense, derrotado na Sertã (2/0) e o Gafetense, eliminado pelo Braga (0/2).
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Inatel – 1.ª jornada
voluntarismo em apitar os jogos interturmas do Desporto Escolar, fê-lo ganhar gosto pela arbitragem, condição que acrescentou ao hábito diário de ler jornais desportivos, retendo conhecimentos que lhe valeram a alcunha de “enciclopédia do futebol”. O José Dinis foi, talvez, um dos precursores do ciclo de juventude que, nos últimos tempos, chegou à arbitragem bejense. Tirou o curso da A.F.Beja com 16 anos, surpreendido por ser gratuito, e levou com ele outros amigos. “Fiz-me homem a apitar”, revelação sincera de quem está grato ao que a arbitragem lhe tem dado “Já conheci quase todas as ilhas, todo o sul do País e o Alentejo em pormenor”. Nascido há 28 anos, em Santo Aleixo da Restauração, é sargento do Exército Português e alimenta o sonho de pisar um palco da 1.ª Liga, mas diz, com reservas, “sei que as hipóteses são poucas, há muitos árbitros com qualidade, mas não desistirei de trabalhar para esse objetivo”. Nos 13 anos que já leva de arbitragem pisou durante quatro épocas os palcos da 3.ª Categoria Nacional, sete épocas na 1.ª Distrital, uma na 2.ª e outra como estagiário. Ser eleito “O Árbitro do Ano”, por cinco vezes, na “Gala da Rádio Castrense”, é uma das melhores recordações da carreira “Teve um sabor especial ver o meu trabalho reconhecido pelos críticos especializados”. No sentido inverso, o pior momento, foi assistir a uma bárbara agressão a um colega “tentei protegêlo das agressões do atleta e levá-lo rapidamente para o balneário”. Quanto lhe apontam erros, o José Dinis assume-os. “Quando os jogadores me confrontam – Então não viu a falta? - respondo que, se calhar me enganei, que não vi, que vou colocar-me melhor”. No final dos jogos faz uma reflexão crítica com os assistentes. “Não há ninguém mais crítico com o meu trabalho do que eu próprio”. No diagnóstico à arbitragem bejense, Dinis Gorjão diz que “está de boa saúde, está rejuvenescida, mas ainda precisa de mais juventude” e conclui com a afirmação de que “hoje em dia, só o talento não chega é preciso muito trabalho e dedicação”.
Patinagem Artística em Beja
Diário do Alentejo 25 outubro 2013
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O Clube de Patinagem de Beja vai realizar no próximo fim de semana, 26 e 27, o “II Torneio de Patinagem Artística João Magalhães”. O evento contará com a participação de duas centenas de patinadores do Alentejo e Algarve e decorrerá no Pavilhão Municipal João Serra Magalhães.
Serpa recebe o Vela Tavira O Centro de Cultura Popular de Serpa recebe amanhã, pelas 15 horas, no Pavilhão Carlos Pinhão, a formação do Vela de Tavira, em jogo a contar para a 7.ª Jornada do Nacional de Juvenis da 1.ª Divisão. Na ronda anterior, o Serpa, 7.º classificado, jogou no Pavilhão da Luz e perdeu com o Benfica por 37/14.
Curso de Árbitros de Voleibol
A Associação de Voleibol do Alentejo vai realizar um Curso de Árbitros Estagiários, cujas ações vão decorrer em Castro Verde (Fórum Municipal e Pavilhão de Desportos), nos dias 26/27 e 2/3 novembro. Arnaldo Rocha e Rui Carvalho, dois formadores da modalidade, serão os orientadores do curso.
Zona Azul recebe o Sines Zona Azul e Andebol Clube de Sines disputam amanhã na cidade de Beja (17 horas) o jogo relativo à 2.ª jornada do Nacional de Seniores da 3.ª Divisão. À mesma hora, em Serpa, o Centro de Cultura Popular recebe os Olhanense. Na ronda inaugural Olhanenses e Zona Azul empataram (29/29) o Sines venceu o Náutico e o Serpa folgou.
José Manuel Rações quer o Piense na primeira metade da classificação
Confiamos no nosso trabalho O Piense Sporting Clube estava, há duas épocas, na segunda divisão distrital e, na última temporada, cotou-se como a quinta melhor equipa do escalão principal e venceu a Taça Distrito de Beja. Texto e foto Firmino Paixão
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projeção e a visibilidade ganha pela equipa treinada por José Manuel Rações na última temporada suscitaram expectativas muito positivas em redor do emblema de Pias. O próprio técnico reconhece que “a época foi muita positiva, fizemos um bom campeonato, com uma equipa que não estava tão recheada como aquelas que ficaram à nossa frente, mas também fizemos uma boa temporada na Taça do Distrito, troféu que acabámos por vencer”. Por isso, a atual classificação do Piense no presente campeonato, gera algum desconforto, depois de dois empates caseiros e uma derrota pesada em Milfontes, situações que o treinador aqui explica e promete inverter. O que se passa esta época com o Piense? Não iniciámos a época da melhor maneira, as coisas não tem corrido muito bem. Não sei se ainda estamos deslumbrados com o que fizemos na última temporada, mas ainda não caímos na realidade que este campeonato será mais difícil, porque há equipas muito boas e todas elas estão um pouco mais atentas ao Piense. Temos que trabalhar mais, estamos a sofrer demasiados golos e como não marcamos muitos. Certamente que as coisas irão melhorar. O objetivo não vai além da permanência nesta divisão? Sim, é isso, e não passa pela minha cabeça que não o consigamos. Se o Piense andar um dia a lutar pela não despromoção deste campeonato, certamente que eu já não estarei no clube. Com estes jogadores temos que jogar para a primeira metade da tabela. Essa é a minha convicção, é por isto que eu aqui estou. Mas se um dia sen-
Manutenção Equipa do Piense que tem como objetivo a manutenção na 1.ª Divisão Distrital
tir que não estou em condições de contribuir para essa estabilidade, como não vivo do futebol e sou uma pessoa muito equilibrada, serei o primeiro a dizer que algo terá que mudar. Estou na terceira época no Piense, sei que os treinadores vivem de resultados, mas não estou agarrado ao lugar. O Piense já está a sete pontos do líder da prova … Parece que estamos a pôr em causa tudo o que conseguimos no ano passado. Mas temos que ter confiança no que fazemos, nos jogadores que temos e no trabalho que temos vindo a fazer. É verdade que, em alguns momentos, as coisas não nos têm sorrido da melhor maneira, e quando é assim as partes negativas vêm ao cimo. Mas vamos tentar que tudo melhore rapidamente. O que é possível inverter e por onde vai começar? Primeiro que tudo é a equipa não sofrer tantos golos. Isso é fundamental e é o que pretendo nas minhas equipas, que sofram poucos golos. Temos que estar mais concentrados, temos cometido alguns erros infantis, alguma coisa terá que mudar para
que tudo corra melhor. O que tem este plantel de diferente do que teve na época anterior? Acho que plantel deste ano até é mais equilibrado. Não é tão forte como outros que andam aí no nosso campeonato, mas é mais equilibrado, temos mais soluções e isso faz com que tenhamos mais confiança e daqui para a frente as coisas terão que mudar, porque acreditamos no trabalho que estamos a fazer. Saíram da Taça de Portugal na 3 .ª elim ina t ó r ia , d e pois do brilharete frente ao Cernache? Penso que este deslumbramento de início de época também está um pouco relacionado com o jogo da Taça que ganhámos ao Cernache. Passámos a eliminatória com uma equipa muito difícil e isso empolgou a estrutura do Piense. Na deslocação a Fafe sabíamos as dificuldades que íamos encontrar, uma equipa profissional e muito forte, a competir num escalão superior. Não é isto que serve aos pequenos clubes, as equipas de escalão inferior deviam jogar sempre em casa, para nós foi muito mau e desgastante, uma deslocação
enorme ao norte do País, foi apenas um fim de semana diferente, mas a nível desportivo não correu bem, porque defrontámos uma grande equipa. Aljustrelense e Castrense são candidatos assumidos, mas existirão mais clubes a lutar por esse desígnio? Esses são os mais sérios candidatos à subida de divisão, até pelos recursos que têm. Mas não podemos esquecer o Milfontes e o Odemirense, nem podemos ignorar o Serpa e o Vasco da Gama. Quando acabar este campeonato estas serão as primeiras equipas da classificação. Mas também sabemos que há outras excelentes equipas neste campeonato. O Piense é um clube apetecível para qualquer treinador? Sim. Quando vim para o Piense encontrei um clube que pouca gente já respeitava dentro do campo. Hoje o clube está diferente, é mais respeitado. Tem uma boa organização e é apetecível para qualquer treinador ou qualquer jogador que o queira representar. Qualquer pessoa que venha para cá será sempre bem recebida e terá as melhores condições para fazer o seu trabalho.
Mudanças José Saúde
À quarta jornada do campeonato distrital da 1.ª divisão da AF Beja, ouviu-se o primeiro toque a rebate no que concerne a mudanças de treinadores no seio dos filiados que disputam o escalão máximo do futebol sul-alentejano. No FC Castrense saiu Mário Tomé e para o seu lugar entrou David Guerreiro. Segundo consta a decisão do acumular de duas derrotas consecutivas da equipa de Castro Verde, a primeira em casa com o Aljustrelense (2-0) e a outra no reduto do Odemirense (1-0), levou Mário Tomé à sua resolução no comando técnico de um conjunto que, a meu ver, faz parte do lote de candidatos aos lugares supremos da tabela classificativa. Claro que existem objetivos previamente traçados, logo as exigências traçam planos de uma outra dimensão. Esta época já vimos o Castrense atuar e concertámos de imediato ilações de uma equipa que considerámos de uma outra galáxia, tendo em conta um outro lote de conjuntos que lutarão, certamente, para fins quiçá antagónicos. Ou seja, pela almejada manutenção. Lembrando esta última fase do Castrense, a minha opinião reside sobre um clube que paulatinamente ganhou uma enorme consistência, sendo comum as suas presenças no futebol nacional. Castro Verde tornou-se uma vila conhecida e as suas infraestruturas desportivas evoluíram desalmadamente no tempo. Sabe-se, também, que a entrega dos dirigentes ao emblema sediado em pleno Campo Branco, foi sempre imaculada e com o sentido do dever cumprido. Carlos Alberto, atual presidente, é um homem que conhece de fio a pavio as lides futebolísticas regionais. Sabe, e bem, que o campeonato é feito de imprevistos, por isso é tempo para não jogar a toalha ao chão e colocar a fasquia de acordo com o real valor do plantel contratado. David Guerreiro herdou um grupo de jogadores maduros que cumprirão os propósitos aconselhados pelos responsáveis no princípio da época.
institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1644 de 25/10/2013 Única Publicação
Diário do Alentejo n.º 1644 de 25/10/2013 Única Publicação
CARTÓRIO NOTARIAL DE SERPA
Venda de Moradia Em Processo de Insolvência
EXTRACTO Certifico para efeitos de publicação que, no dia 16 de Outubro de 2013, iniciada a folhas 58 do livro do notas número 37 - A, deste Cartório, foi lavrada urna escritura de justificação, pela qual Carlos Alberto Bule Martins Alves, casado, natural da freguesia de Salvador, concelho de Serpa, onde reside na Rua Manuel da Fonseca, número 7, como vice-presidente da Câmara Municipal de Serpa e em representação do MUNICÍPIO DE SERPA, NIPC 501.112.049, com sede em Serpa, na Praça da República, alega que o seu representado é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, dos seguintes Imóveis sitos no concelho de Serpa: UM – Prédio urbano de rés-do-chão e logradouro, destinado a serviços, com a superfície coberta de oitenta e dois vírgula cinquenta metros quadrados e superfície descoberta de mil cento e treze vírgula cinquenta metros quadrados, denominado “Escola Acoça Lobos”, sito na União das Freguesias de Serpa (Santa Maria e Salvador), que confronta: do norte, do nascente e do poente com prédio rústico 18, secção N, e pelo sul com Estrada Municipal 514, presentemente inscrito na matriz sob o artigo 2963 (anteriormente artigo 2034), com o valor patrimonial de €11.070,00, a que atribui igual valor; DOIS – Prédio urbano de rés-do-chão e logradouro, destinado a serviços, com a superfície coberta de oitenta e dois vírgula cinquenta metros quadrados e superfície descoberta de mil cento e treze vírgula cinquenta metros quadrados, denominado “Escola de São Brás”, sito na União das Freguesias de Serpa (Santa Maria e Salvador), que confronta; do norte, do sul e do poente com prédio rústico 4, secção L, e pelo nascente com Estrada de São Brás, presentemente inscrito na matriz sob o artigo 2961, (anteriormente artigo 2033), com o valor patrimonial de € 11.470,00, a que atribui igual valor; TRÊS – Prédio urbano de rés-do-chão e logradouro, destinado a serviços, com a superfície coberta de oitenta e dois vírgula cinquenta metros quadrados e superfície descoberta de mil cento e quarenta e sete vírgula cinquenta metros quadrados, denominado “Escola Monte Jardais”, sito na União das Freguesias de Serpa (Santa Maria e Salvador), que confronta: do norte e do sul com prédios rústicos 25 e 18, ambos da secção KK, do nascente com prédio rústico 18, da secção KK, e pelo poente com prédio rústico 25, da secção KK, presentemente inscrito na matriz sob o artigo 3939 (anteriormente artigo 3975), com o valor patrimonial de € 11.630,00, a que atribui igual valor; QUATRO – Prédio urbano de rés-do-chão e logradouro, destinado a serviços, com a superfície coberta de oitenta e dois vírgula cinquenta metros quadrados e superfície descoberta de mil e noventa e cinco vírgula cinquenta metros quadrados, denominado “Escola da Vendinha”, sito na União das Freguesias de Serpa (Salvador e Santa Maria), que confronta: do norte, do sul e do poente com prédio rústico 4, da secção DD presentemente inscrito na matriz sob o artigo 3937 (anteriormente artigo 3973) com o valor patrimonial de € 11.590,00, a que atribui igual valor; CINCO – Prédio urbano de rés-do-chão e logradouro, destinado a serviços, com a superfície coberta de oitenta e dois vírgula cinquenta metros quadrados e superfície descoberta de mil cento e cinquenta vírgula cinquenta metros quadrados, denominado “Escola Monte Sobral”, sito na União das Freguesias de Serpa (Salvador e Santa Maria), que confronta: do norte e do sul com Caminho Municipal 1067, do nascente o do poente com prédio rústico 83, da secção BB, presentemente inscrito na matriz sob o artigo 3935 (anteriormente artigo 3971), com o valor patrimonial de € 11.630,00, a que atribui igual valor; SEIS – Prédio urbano de rés-do-chão e logradouro, destinado a serviços, com a superfície coberta de oitenta e cinco metros quadrados e superfície descoberta de mil e oitenta metros quadrados, denominado “Escola Monte do Mota”, sito na União das Freguesias de Vila Nova de São Bento e Vale de Vargo, que confronta: do norte com prédio rústico 66, da secção H, do sul e do poente com prédio rústico 56, da secção H, e pelo nascente com prédio rústico 68, da secção H, presentemente inscrito na matriz sob o artigo 1594 (anteriormente artigo 905), com o valor patrimonial de €12.320,00, a quo atribui igual valor; SETE – Prédio urbano de rés-do-chão e logradouro, destinado a serviços, com a superfície coberta de oitenta e dois vírgula cinquenta metros quadrados e superfície descoberta de mil cento e sessenta e sete vírgula cinquenta metros quadrados, denominado “Escola dos Sopos”, sito na União das Freguesias de Vila Nova de São Bento e Vale de Vargo, que confronta: do norte com Caminho Municipal 1098, do sul, nascente e poente com prédio rústico 72, da secção T, presentemente inscrito na matriz sob o artigo 3031 (anteriormente artigo 3229), com o valor patrimonial de € 12.040,00, a que atribui igual valor; OITO – Prédio urbano de rés-do-chão e logradouro, destinado a serviços, com a superfície coberta de oitenta e dois vírgula cinquenta metros quadrados e superfície descoberta de mil cento e catorze vírgula cinquenta metros quadrados, denominado “Escola João de Matos de Cima”, sito na União das Freguesias de Serpa (Salvador e Santa Maria), que confronta: do norte e do nascente com Estrada Municipal 520, e pelo sul e poente com prédio rústico 23, da secção HH, presentemente inscrito na matriz sob o artigo 3938 (anteriormente artigo 3974), com o valor patrimonial de € 11.610,00, a que atribui Igual valor; e NOVE – Prédio urbano de rés-do-chão e logradouro, destinado a serviços, com a superfície coberta de oitenta e dois vírgula cinquenta metros quadrados e superfície descoberta de mil e noventa e quatro metros quadrados, denominado “ Escola Monte Figueira” sito na freguesia de Pias, que confronta: do norte, do sul, do nascente e do poente com prédio rústico 9, da secção JJ1, inscrito na matriz sob o artigo 2710, com o valor patrimonial de €12.920,00, a que atribui igual valor. Que estes imóveis somam o valor patrimonial total e atribuído de cento e seis mil e duzentos e oitenta euros, e não se encontram descritos na Conservatória do Registo Predial de Serpa. Que, desde tempos imemoriais os referidos imóveis têm sido reputados por toda a gente como pertencente ao domínio privado do Município de Serpa, os quais, através dos seus órgãos representativos, desde sempre e seguramente há mais de trinta anos, tem estado na posse dos mesmos, posse essa que sempre exerceu, com conhecimento e à vista de todos, sem qualquer oposição e ininterruptamente, sendo pois, titular de posse pública, pacífica e contínua que dura há mais de trinta anos, pelo que adquiriu para o seu domínio privado os identificados imóveis por usucapião, encontrando-se, dado o modo de aquisição, impossibilitado de comprovar o seu direito de propriedade perfeita pelos meios extrajudiciais normais. Que, desta forma, Justifica para o seu representado a aquisição dos mencionados imóveis por usucapião. Está conforme o original. Cartório Notarial de Serpa, a cargo da Notária Joana Raquel Prior Neto, dezasseis de Outubro de dois mil e treze. A Notária, Joana Raquel Prior Neto
21 Diário do Alentejo 25 outubro 2013 Diário do Alentejo n.º 1644 de 25/10/2013 Única Publicação
Insolvência de José Paulo Ragageles Machado e Outros Proc. n.º 65/13.5TBBJA 2.º Juízo do Tribunal Judicial de Beja Norberto Amazonas do Nascimento, na qualidade de Administrador da Insolvência, vai proceder à venda, na modalidade de negociação particular, mediante a apresentação de propostas em carta fechada, do prédio urbano, sito na Rua da Padaria, n.º 20, freguesia de Salvador, concelho de Beja, com a área de 54 m/2 cobertos e 3 m/2 descobertos, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja, sob o número 98 e inscrito na respectiva matriz sob o artigo 1181. Valor base: € 31.500,00 Descrição do bem a vender: Prédio em propriedade horizontal para habitação composto por Prédio urbano, sito na Rua da Padaria, n.º 20, freguesia de Salvador, concelho de Beja, com a área de 54,85 m/2 cobertos e 2,9 m/2 descobertos, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja, sob o número 98 e inscrito na respectiva matriz sob o artigo 1181, em óptimo estado de conservação. Condições da venda Os interessados deverão remeter as propostas através de carta fechada ao cuidado do Administrador da Insolvência, para a Pt.ª Fernando Pessoa, n.º 14, 1.º Dt.º, 2900-364 Setúbal, com a indicação, no exterior, de “Proposta” e do processo a que se destinam, até ao dia 31/10/2013. As propostas terão de conter, sob pena de serem excluídas, os seguintes elementos: identificação do proponente/nome ou denominação social; morada, número de contribuinte (NIF), telefone, e-mail caso disponham, identificação do processo e valor oferecido por extenso em euros. Deverão ser acompanhas de cheque caução no montante de 20% do valor da proposta. O bem será vendido no estado físico e jurídico em que se encontra, livre de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do promitente comprador todos os custos inerentes à compra, nomeadamente, as obrigações fiscais. O anúncio da proposta vencedora terá lugar no dia 15/11/2013, às 12,00 horas aquando da abertura das propostas, na morada do bem e na presença dos proponentes que queiram estar presentes. A adjudicação do bem será feita à proposta de maior valor superior ao valor base; havendo propostas de igual valor, e sem prejuízo do disposto no artigo164º nºs 2, 3 e 4 do CIRE, proceder-se-á a uma licitação apenas entre esses proponentes. No acto da escritura, a realizar no prazo máximo de noventa dias correntes, será liquidado o remanescente mediante cheque visado ou bancário. O referido bem poderá ser mostrado até ao dia 11/11/2013 aos interessados mediante marcação prévia para o telefone número 918 333 795 ou por e-mail (norbertoamazonas@hotmail.com). O administrador da insolvência
Diário do Alentejo n.º 1644 de 25/10/2013 Única Publicação
ASSOCIAÇÃO DE BENEFICÊNCIA DE PEDRÓGÃO DO ALENTEJO
CONVOCATÓRIA Ao abrigo e no cumprimento do disposto nos artigos 12º n.º1, 13º nºs 1 e 2, convoca-se a Assembleia Geral desta Associação, e todos os seus associados no pleno gozo dos seus direitos, para comparecerem nas instalações da Associação de Beneficência de Pedrógão do Alentejo – ABPA, no dia 09 de Novembro de 2013, (Sábado) pelas 09 horas com a seguinte ordem de trabalhos: Período antes da ordem do dia – Assuntos relacionados com o funcionamento da ABPA-Diversos Ordem do Dia PONTO UM: Apreciação e aprovação do Orçamento para o ano de 2014; PONTO DOIS: Apreciação e aprovação do Plano de Ação para o ano de 2014; Nota: Se há hora marcada não estiverem presentes a maioria dos sócios a assembleia iniciar-se-á às 10 horas. Pedrógão do Alentejo, 21 de Outubro de 2013.
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VILA ALVA
CONVOCATÓRIA Convocam-se todos os membros da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva, para uma Assembleia Geral Ordinária, a realizar no dia 15 de novembro de 2013, pelas 20:30 horas, no edifício do Centro Cultural de Vila Alva, com a seguinte ordem de trabalhos: Período antes da ordem do dia 1. Apresentação, discussão e votação do Plano de Ação e Orçamento para o ano de 2014. 2. Outros assuntos de interesse da misericórdia. Se à hora marcada não estiverem presentes e mais de metade dos irmãos, a Assembleia reunirá meia hora depois, em segunda convocatória desde que estejam presentes, pelo menos os 3/4 dos irmãos. Vila Alva, 24 de outubro de 2013. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Izalindo João Corchado Marques Diário do Alentejo n.º 1644 de 25/10/2013 Única Publicação
COOPERATIVA AGRÍCOLA DE BEJA E BRINCHES, C.R.L.
1.ª E 2.ª CONVOCATÓRIA De harmonia com o preceituado no art. 33 n.º 1 dos nossos Estatutos, convoco os Senhores Cooperadores para assistir à reunião da Assembleia Geral Ordinária desta Cooperativa, que deverá realizar-se no seu estabelecimento principal sito em Monte Acima, s/n em Brinches pelas 14H30 do dia 7 de Novembro de 2013. Não se encontrando presentes o número de Cooperadores indicado no art. 36 n.º 1, fica desde já marcada a 2.ª convocatória para a reunião que se efetuará uma hora depois (15H30), no mesmo local, funcionando com qualquer número de Cooperadores ou seus representantes, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apreciação e votação do orçamento e plano de actividades para o exercício de 2014. 2. Eleição dos Corpos Sociais para o triénio 2014 a 2016. 3. Outros assuntos de interesse. Beja, 21 de Outubro de 2013. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Dr. Luís Carlos Ferreira de Mira Coroa
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22 Diário do Alentejo 25 outubro 2013
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Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt
23 Diário do Alentejo 25 outubro 2013
medicina geral e familiar Dr. Luís Capela
endocrinologia|diabetes| obesidade Dr.ª Luisa Raimundo
urologia
ࠜ࠽ࡄ࠷࠲࠲࠳߯
(disfunção erétil / doença prostática / incontinência urinária)
Dr. Luis Calado
ginecologia|obstetrícia|colposcopia Dr.ª Ana Ladeira
otorrinolaringologia
(vertigens / oncologia da cabeça e pescoço)
Dr.ª Dulce Rocha Nunes
psiquiatria e saúde mental Dr. Daniel Barrocas
Diversos Acordos
psicologia clínica
CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO Neurocirurgia
▼
DANIEL MAYMONE Neurocirurgião – Cirurgia da Coluna Vertebral Hérnia Discal / alterações degenerativas (artrósicas): canal estreito e/ou dos canais de conjugação / listesis; tumores benignos intraraquidianos (meningiomas, neurinomas, etc) Técnicas c/ microscopia, s/ ou c/ instrumentação, técnicas mínima/ invasivas; Técnicas percutâneas (agulha) para tratamento de: - hérnia discal (quando indicado) = nucleólise c/ radiofrequência ou ozonoterapia (tratamento paliativo); - dor facetária (artrósica) – desenervação das facetas c/ radiofrequência; - Vertebroplastia / cifoplastia – tratamento de fracturas osteoporóticas, angiomas vertebrais, etc; Cirurgia do síndrome do canal/túnel cárpico (exequível, c/ anestesia local, na CLINIBEJA, em Beja).
CONSULTAS (e pequena-cirurgia) NO ALENTEJO:
ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas – Convenções:
ULSBA (SNS)
ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387
Dr.ª Maria João Póvoas
psicologia educacional Dr.ª Silvia Reis
terapia da fala Dr.ª Vera Baião
podologia
(hiperqueratoses / pé diabético / micoses / onicocriptoses)
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cirurgia vascular
. Dr.ª Helena Manso
neurocirurgia
ࠜ࠽ࡄ࠷࠲࠲࠳߯
Dr. Daniel Maymone
pneumologia| consulta do sono Dr.ª Eulália Semedo
medicina dentária
Dr. Jaime Capela (implantologia) Dr.ª Ana Rita Barros (ortodonƟa) Dr. António Lopes
prótese dentária
Téc. Ana João Godinho
cirurgia maxilo-facial Dr. Luís Loureiro
pediatria do desenvolvimento Dr.ª Ana Sofia Branco
psicomotricidade|apoio pedagógico Dr.ª Helena Louro
BEJA: CLINIBEJA Unidade Médica e Cirúrgica R. António Sardinha, 23 – tel: 284 321 517; tlm: 961 341 105 Mail: clinibeja@gmail.com > Acordos c/ Seguradoras e Sub-Sistemas LOCAL DOS ACTOS CIRÚRGICOS (e Consultas): HOSPITAL DA ORDEM TERCEIRA – em Lisboa (ao Chiado) 213 230 300/213 230 398 > Acordos c/ Seguradoras e Sub-Sistemas
Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA.
exames audiológicos|próteses auditivas Audiograma|Timpanograma
Gerência de Fernanda Faustino Acordos:
cessação tabágica
SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA
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Tratamento SoŌ-laser Facilitas Rua António Sar Rua António Sardinha, 23 7800-447 Beja Telefone: 284 321 517 | Móvel: 961 341 105 | Fax: 284 327 331 tel: 284 321 517 | tlm: 961 341 331 www.clinibeja.com clinibeja@gmail.com| www.clinibeja.com dinha 23, 7800-447 Beja|clinibeja@gmail.com
necrologia diversos
24 Diário do Alentejo 25 outubro 2013
MISSA
José Fernando Ravasco da Palma Guerreiro 4º Ano de Eterna Saudade A sua família participa a todos as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido, no dia 02/11/2013, sábado, pelas 12.00h na igreja Matriz em Ferreira do Alentejo, e agradece desde já a todos os que nela participarem.
Vila de Frades AGRADECIMENTO
Maria Jacinta Furão Nasceu 19.11.1921 Faleceu 22.10.2013 Sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradece por este meio a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou de outro modo manifestaram o seu pesar. AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Tm.963044570 – Tel. 284441108 Rua Das Graciosas, 7 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira
ASSINATURA Praceta Rainha D. Leonor, Nº 1 – Apartado 70 - 7801-953 BEJA • Tel 284 310 164 • E-mail publicidade@diariodoalentejo.pt Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail jornal@diariodoalentejo.pt Desejo assinar o Diário do Alentejo, com início em _______________, na modalidade que abaixo assinalo: Assinatura Anual (52 edições):
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AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral
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institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1644 de 25/10/2013 Única Publicação
JUSTIFICAÇÃO Cartório Notarial de Beja Notária Lic Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima Certifico narrativamente, para efeito de publicação que, neste cartório e no livro de notas para escrituras diversas número 102-A, de folhas 51 a folhas 53, se encontra exarada uma escritura de justificação notarial, outorgada hoje, na qual António José de Brito Baião, NIF 161115004, divorciado, natural da freguesia de Beringel, concelho de Beja, residente na Rua Dr. Covas Lima, número 54, em São Matias, Beja, se declara com exclusão de outrem, dono e legítimo possuidor dos seguintes imóveis: 1. Um quarto indiviso de um prédio misto denominado “Vale Verde”, sito na freguesia de São Matias, concelho de Beja, com a área total de cento e cinquenta e sete hectares e cinco mil centiares, cultura arvense, inscrito na matriz rústica sob o artigo 54 da Secção C e na matriz urbana sob o artigo 207 (rés do chão destinado a habitação); Que o referido prédio está descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob o número duzentos e setenta e nove de treze de novembro de mil novecentos e noventa e sete, com a aquisição da referida fração aí registada a favor de Margarida Rosa Martelo, que também usava Margarida Rosa Ramalho Martelo, pelas inscrições resultantes das apresentações números dois e oito, respetivamente de um de outubro de mil novecentos e quarenta e de seis de junho de mil novecentos e sessenta e dois; 2. Prédio rústico denominado “Apariça”, composto por cultura arvense, com a área de doze hectares e duzentos e cinquenta centiares, sito na freguesia de São Matias, concelho de Beja, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 73 da seção D, a confrontar por norte com Herdade de José Jacinto Remédios Salvador, sul com Manuel António Saramaga Peste, nascente com António José de Brito Baião e de poente com Quinta das Almeidas, omisso na Conservatória do Registo Predial de Beja. Mais certifico, que o justificante alega que o direito de uma quarta parte prédio identificado em 1 e a totalidade do prédio identificado em 2, foram por ele adquiridos, no estado de divorciado, no ano de mil novecentos e oitenta e sete, por compra verbal que fez à referida Margarida Rosa Ramalho Martelo, atualmente falecida, inexistindo, portanto, qualquer título formal para registar o seu direito na Conservatória competente; Que, em consequência da compra que efetuou está na posse da mencionada fração, e do referido prédio, em nome próprio há mais de vinte anos, pagando os respetivos impostos e cultivando-o, tudo isto ininterruptamente, sem violência ou oposição de quem quer que seja e à vista de toda a gente. Está conforme o original na parte a que me reporto. Beja, nove de outubro de dois mil e treze. A Notária Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima
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Diário do Alentejo 25 outubro 2013
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Quebra Padrão abriu em Beja
Situada nas portas de Mértola, abriu em Beja a loja Quebra Padrão, um espaço totalmente dedicado ao lar que vai desde a oferta de utensílios de cozinhas, wc´s até aos artigos de decoração. Segundo refere a proprietária Susana Simões, “95 por cento dos produtos são de origem nacional”. A responsável, também empresária do pronto a vestir Susana e Márcia, diz “existir na cidade falta de oferta nesta área, pelo que não hesitou em abrir portas”. Adianta que a recetividade até à data tem sido “bastante positiva” e oferece ao cliente um ambiente
Empresas
acolhedor, familiar e saudável. A praticar também atendimento por marcação, bem como a prestar serviço de aconselhamento decorativo, Susana Simões consciente da crise que o País atravessa de tudo faz para facilitar o cliente: facilita o pagamento até oito vezes sem juros através da Credima, pratica um horário alargado e até os preços que pratica parecem combater a atual conjuntura económica. O espaço, ainda que muito recente, a curto prazo, pretende dar a conhecer aos clientes showrooms com oferta para o lar.
EMAS de Beja integra programa “Comenius Regio” A empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS) de Beja integra o programa internacional “Comenius REGIO”, juntamente com a EDIA e o agrupamento de Escolas 1 da cidade. Fruto de uma candidatura da Câmara de Beja ao projeto “Renew Our Future (Recyclabe Energy with Natural Efficiency and Water: Our Future)”, o programa tem como principal objetivo a realização de um intercâmbio entre Portugal e Polónia na área das energias renováveis. Trata-se de um “projeto que marcará e contribuirá para a defesa do meio ambiente”.
Nissan de portas abertas em Beja
Baza B azzaaar ar Mar ar d dee Pa Palh ha é um ma lo loja ja que colo co oca ca à dis ispos posiçãão po do d os seus seus se us clie liientes prro p od duto utto u oss go ou urmet et,, produ pro pr odut od utto oss trad o radicion ra nai as po p o orrt r tug ugu gue uesseess,, pro odu d to os biio b ollóg ógiccoss, tto odo d s el eless ccaarate rateri ra terriizad te zado dos peela la su ua o orrriig igiin nal aliid dadee e ssu upe upe perriio orr quaalida dade de,, prrivvili eg e iand iando, ia ndo, nd s mp se prree q qu ue pos ue ossí s veel, prod pr o u uttoss art rteesan esan a ai ais, s, loca lo caiss e naaciio ona nais is.. is
Bazaar Mar de Palha garante produto cem por cento tradicional
Abriu em Beja Bazaar Mar de Palha O espaço Bazaar Mar de Palha localizado no centro histórico da cidade é sem dúvida um dos principais polos de atração turística. De portas abertas à comunidade em geral, o espaço distingue-se como uma preciosidade do comércio tradicional. Publireportagem Sandra Sanches
I
naugurado no início do mês corrente, o Bazaar Mar de Palha está localizado na rua das portas de Aljustrel, em Beja. Envolvido numa fragrância de aromas e sabores, o Bazaar Mar de Palha disponibiliza um conjunto de produtos regionais e tradicionais de qualidade que, segundo os responsáveis, Liliana Reina e José Reina, “são de qualidade superior”. São produtos de facto diferentes: a cerveja totalmente artesanal, sem corantes nem conservantes que respeita o fabrico artesanal chega diretamente do norte do País. As compotas em bisnagas de vários sabores, e vindas diretamente de Famalicão, assim como as compotas de Vila Maria e o mel de Vila Nova de São Bento. Os botânicos para o Gin e as famosas bolachas de manteiga, canela e baunilha da casa de Juste, são produtos que enriquecem as prateleiras daquele espaço. O azeite de Prado e as
azeitonas também têm o seu lugar marcado. As conservas da marca Campos Santos e os licores da fazenda do Cré – alfarroba, café e poejo, são licores que outrora foram premiados pelo seu fabrico que respeita o método artesanal. Os chás biológicos, cujo selo deixa transparecer a exclusividade da marca, e as especiarias da marca Alecrim aos Molhos, também biológicos. São chás de outono e chás de inverno que também marcam território no espaço. Mas nem só de produtos gourmet, tradicionais e biológicos vive este Bazaar, pois a vertente do artesanato urbano e o trabalho de olaria são ofertas que os responsáveis dizem também “promover”. As tábuas de madeira utilizadas pelo chefe britânico Jamie Oliver, fabricadas em Portugal, na vila de Pernes, em Santarém, pelas mãos experientes de funcionários da Gradirripas, uma microempresa portuguesa, esgotaram na primeira semana que o espaço abriu as suas portas. Para os mais saudosistas, a secção de produtos da Antiga Barbearia de Bairro disponibiliza o creme de barba, a taça, os pincéis de pelo de texugo e até mesmo a navalha antiga. Totalmente portugueses são também os sabonetes feitos a partir do leite de burra e as peças de decoração feitas a partir de seixos recolhidos na zona de Lagos. Da olaria de Óbidos, e criadas
pela artista Sónia Borga, vêm peças pintadas e vidradas com diversas formas, muitas dão lugar a fios, porta-chaves e loiças. A oferta dos acessórios e da bijuteria parecem complementar a toilette da secção da roupa ali exposta, num estilo vintage. As marcas são espanholas e a roupa ajustada a qualquer ocasião. O atendimento, sem dúvida, familiar, cuja simpatia se completa com o profissionalismo dos responsáveis. E o espaço, esse, já foi visitado por muitos, até mesmo turistas. E porque sem um mercado tradicional “perdemos as raízes”, o casal optou por se instalar no coração da cidade ao invés da periferia, mesmo conscientes que as vendas “não sejam as mesmas”. Descontentes com o afastamento da população do centro para as grandes superfícies comerciais, apelam para que se “procure mais o comércio tradicional”, de forma a “preservar a raiz do mesmo”. Um espaço diferente, com um conceito diferente, e os responsáveis referem: “Beja já merecia algo assim”. A maior recompensa que o casal diz poder agora receber é o apoio da população, pois “visitar o espaço, não é uma vinda em vão. Conhecer e dar valor ao que é nosso e português é sem dúvida fator imperativo para um renascer do comércio tradicional”.
Foi no passado fim de semana que a Boutigest Nissan promoveu um fim de semana de portas abertas, o primeiro de muitos que o concessionário espera desenvolver. Decorreu nas instalações da Nissan, em Beja, e o grande objetivo foi sem dúvida apresentar os novos modelos Nissan Note Nissan e Micra. Num momento de convívio entre clientes fixos e novos clientes, os novos modelos foram apresentados repletos de novidades tecnológicas: o escudo de proteção inteligente Nissan e a câmara de visão 260 graus são algumas das novidades que um dos modelos tem para lhe oferecer. O fim de semana ofereceu, na compra de uma viatura nova três anos de manutenção e cinco anos de garantia.
Melhores Vinhos do Alentejo A Confraria dos Enófilos do Alentejo organizou a primeira edição do “Concurso Melhores Vinhos do Alentejo”, cujos premiados foram conhecidos na passada sexta feira. A iniciativa teve como objetivo distinguir a qualidade de produção do Alentejo e dar a conhecer aos consumidores o que de melhor é produzido na região. O concurso foi aberto aos vinhos produzidos no Alentejo e foram admitidos no mesmo três tipos de vinho: branco, rosado ou rosé e tinto. Os vencedores do prémio de Excelência – talha de ouro foram o Conde D´Ervideira Reserva Branco 2012 da Ervideira, o Caiado Rosé 2012 da Adega Mayor e o Poliphonia Signature Tinto 2010 da Granacer. Dezoito outros vinhos arrecadaram a Medalha de Ouro e seis a medalha de Prata.
Setor agroalimentar aposta em Macau para chegar à China As várias empresas portuguesas do setor agroalimentar que participam na Feira Internacional de Macau, à semelhança de anos anteriores, procuram encontrar parceiros locais que distribuam os seus produtos no território, tendo em perspetiva a entrada no mercado chinês. A SonaeMC marca presença pela primeira vez no Pavilhão de Portugal do certame, com o objetivo de encontrar importadores e distribuidores alimentares que estejam interessados nos seus produtos refere Rui Rodrigues, diretor de exportação. A mesma estratégia é seguida pela Probar que se estreia também na Feira Internacional de Macau com vista a entrar no mercado asiático, depois da Europa, Brasil, Angola e África do Sul, para onde já exporta. A 18.ª feira Internacional de Macau que decorre até domingo no resort The Venetian dedicada ao tema “Cooperação – Chave para oportunidades de negócio”, conta com a participação de mais de 80 empresas portuguesas dos setores do agroalimentar, imobiliário, construção, energia, recursos naturais, indústrias criativas, banca, entre outros.
Os alunos das escolas do 1.º ciclo do Ensino Básico do concelho de Vidigueira começaram a ter atividades extra curriculares promovidas pela autarquia em parceria com o Agrupamento de Escolas de Vidigueira. Segundo a Câmara de Vidigueira, o programa inclui seis atividades, ou seja, Expressão Plástica, Expressão Dramática, Expressão Musical, Atividade Física e Desportiva, Oficina de Ciências e Clube do Livro. A Câmara de Vidigueira vai também alargar as atividades de expressão motora aos alunos do pré-escolar das localidades de Selmes, Vila de Frades e Pedrógão do Alentejo.
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Atividades extra curriculares em Vidigueira
A páginas tantas...
Pais lanches assustado-
res, ou não, apenas divertidos
Pela tua mão A PEGA E O PAPAGAIO Era uma vez um papagaio que vivia numa casa grande, perto de uma floresta. A sua dona era rica e adorava joias, principalmente rubis. O papagaio já farto de nada fazer, resolveu planear uma fuga. Então o papagaio pensou antes de partir: -Tenho de levar dinheiro para ter uma vida boa como aqui, mas como posso fazer isso? Então o papagaio olhou em seu redor e viu o rubi preferido da sua dona. Decidiu roubá-lo e, assim, partiu para a floresta. Enquanto voava, o papagaio estava feliz por poder comprar o que quisesse com o rubi. Entretanto já cansado de voar, o papagaio pousou. E sem ele saber uma pega olhava para ele, pois pretendia o rubi. A pega achava-se esperta, foi ter com ele e elogiou-o: - Mas que divinas penas que tem! Pode dar uma volta? - Oh! Obrigada! Claro que dou uma volta! – respondeu o papagaio. O papagaio todo vaidoso deu uma volta. Quando a pega se preparava para roubar o rubi, o papagaio com as suas grandes penas da cauda deixou cair o rubi para um buraco. A pega ficou infeliz juntamente com o papagaio, vendo que não o conseguiriam encontrar. MORAL DA HISTÓRIA: NÃO QUEIRAS SER FELIZ COM A INFELICIDADE DOS OUTROS. Matilde Sofia de Carvalho Chaves, 10 anos. 5º C - Escola Básica de Santiago Maior Texto recriado na disciplina de Português sob a docência de Maria Isabel Montes
Este livro está a chamar-te, não ouves?, é o título da mais recente edição da editora Planeta Tangerina e faz parte da coleção de Cantos Redondos. Escrito por Isabel Minhós Martins e ilustrado por Madalena Matoso é um livro para ser descoberto com as mãos e com todos os sentidos. Os livros guardam vozes, que falam, cantam, há mesmo as que gritam, mas também as que sussurram. Aqui há uma voz que insistentemente chama o leitor e parece querer levá-lo a algum lugar. Para descobrirmos temos de atravessar florestas, rios e tempestades e pouco a pouco seguir as pistas que nos são deixadas pelo caminho. No fim desta viagem descobrimos que a amizade não se faz a correr, que é um longo caminho. Um amigo exige tempo.
Dica da semana À solta
fantasmas para guardar doces ou simplesmente para decoração.
Entre 1916 e 1925, Paul Klee, pintor e poeta suíço (1879-1940), fez cerca de 50 fantoches para o seu filho Felix, dos quais 30 ainda existem. Klee usava materiais que tinha em casa como tomadas, escovas e até cascas de nozes para executar as cabeças destes fantoches. As primeiras roupas foram executadas por Sasha Morgenthaler (1893-1975), a famosa criadora de bonecas que receberam o seu nome, as bonecas Sasha (Sasha Dolls). Originalmente eram produzidas uma a uma, mais tarde em série, mas o seu grande objetivo ao criar estas bonecas (rapariga, rapaz ou bebé) era transmitir o olhar e o movimento e a inocência de uma criança. Com o tempo Paul Klee acaba por assumir esta tarefa sozinho. Bonecos despretensiosos, alguns até grotescos, mas que expressavam a relação intima com o filho.
Diário do Alentejo 25 outubro 2013
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Boa vida Comer Canja de perdiz com pão alentejano torrado Ingredientes para 6 pessoas: 3 perdizes, 100 gr. de toucinho salgado, 1 linguiça de porco alentejano, 1 molho de salsa, q.b. de sal grosso, 240 gr. de arroz carolino, q.b. de água, 1 molho de hortelã, fatias de pão alentejano torrado.
Confeção: Coloque ao lume uma panela com água, salsa e sal. Coza as perdizes, o toucinho e a linguiça. Retire as carnes quando estiverem cozidas. Desfie as perdizes, corte o toucinho aos cubos e a linguiça às rodelas. Entretanto passe o caldo por um passador de rede e coza o arroz. Quando o arroz estiver quase cozido, junte as carnes e ramos de hortelã. Retifique os temperos e sirva sobre fatias de pão torrado. Bom apetite…
Letras
Ervas, usos e saberes
M
estre Zé Salgueiro nasceu em 1919 e conheceu uma mudança radical no Alentejo. As condições de vida das famílias rurais melhoraram, desde que, criança ainda, tinha que faltar à escola, em Montemor-o-Novo para ajudar a família nas tarefas do campo que lhe garantiam a subsistência mas o que desapareceu, por outro lado, foi o Alentejo dos campos todos trabalhados, da azeitona e da fruta colhida das árvores. Certas variedades de plantas comestíveis deixaram de ser cultivadas e é mesmo duvidoso que existam ainda. Quanto ao percurso de mestre Zé, após ter completado a primária, foi aguadeiro em feiras e vendeu sardinhas pelos montes da região. Foi sapateiro, depois, atividade que deixou aos 50 anos para dedicar-se exclusivamente à recolha, secagem e venda de plantas medicinais cujo conhecimento lhe foi passado pela mãe. Desde criança nunca descurou essa aprendizagem com que viu curar maleitas de pessoas mas também dos animais, pelos pastores e por ferreiros. Em1998 a associação de desenvolvimento local Marca desafiou-o a compilar o seu conhecimento. Este livro que agora conhece a sua quinta edição e em que Mestre Salgueiro foi fotografado, para a capa, por José Manuel Rodrigues – é, pois, uma recolha fundamental sobre ervas, tratamentos e mezinhas usadas no Alentejo desde tempos imemoriais e cujo conhecimento estava em vias de desaparecer. É, pois, uma obra fundamental em qualquer biblioteca alentejana e inclui um belo texto biográfico, assente pelo próprio, em que não só transparece a força da alma deste alentejano mas que os anos que tem pela frente não são de ajuste de contas mas de projetos de vida. Fundamental. Maria do Carmo Piçarra
Nota: Em vez de perdiz pode confecionar este prato com outro tipo de ave. Este prato pode ser servido como entrada ou como prato principal.
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
José Salgueiro Edições Colibri/Marca – ADL 422 páginas 20 euros
Toiros Forcados – cabeças de cartaz
E
steve anunciado para a praça de toiros do Montijo ,nos dias 2,3 e 17 de novembro, um inédito Concurso de Pegas, onde os toiros sairiam à arena, onde seriam parados por bandarilheiros e de imediato pegados pelos grupos anunciados. Entretanto, várias críticas se fizeram ouvir e o empresário João Pedro Bolota, organizador deste evento, e também ele grande forcado e antigo cabo dos amadores de Alcochete, voltou atrás para evitar mais especulações e alterou o formato do espetáculo para Festival Taurino, onde os grupos se mantinham, mas desta vez com os toiros a ser lidados por cavaleiros. Mas dos cavaleiros contactados poucos aceitaram o convite para atuar nesse festival, por este ocorrer já “fora da temporada”, assim voltou tudo ao princípio e o espetáculo vai mesmo realizar-se mas com o nome de “Demonstração de Pegas”. Aceitaram este desafio os grupos de forcados do Ribatejo, Montijo, Azambuja, Chamusca, Arronches e Arruda, T.T do Montijo, Ap. Barrete Verde de Alcochete, Alandroal, Monforte, Salvaterra e Monsaraz, que atuarão repartidos pelos dias 2 e 3 e depois os três vencedores de cada dia, voltam a atuar no dia 17. Assim, o empresário João Pedro Bolota (“Aplaudir”) manterá os três espetáculos que anunciara na Monumental do Montijo, com o preço geral de cinco euros e a participação de 12 grupos de forcados que pegarão 18 toiros sem serem lidados por cavaleiros, apenas por bandarilheiros. E quanto aos que criticam o formato, afirma que vai esperar pelo resultado dos espetáculos e falar apenas depois. Será certamente um espetáculo inédito no qual acredito que será uma experiência em que o objetivo principal será a exaltação do Forcado Amador que hoje em dia é quem leva mais público às praças de toiros. Vítor Morais Besugo
Aceitaram este desafio os grupos de forcados do Ribatejo, Montijo, Azambuja, Chamusca, Arronches e Arruda, T.T do Montijo, Ap. Barrete Verde de Alcochete, Alandroal, Monforte, Salvaterra e Monsaraz, que atuarão repartidos pelos dias 2 e 3 e depois os três vencedores de cada dia, voltam a atuar no dia 17.
Ana Maria Baptista – Beja Taróloga – Método Maya Contacto para marcação de consultas: Telemóvel: 968117086 E-mail: missbeja@yahoo.com
ESCORPIÃO
Características dos nativos , nascidos entre 24 de outubro a 22 de novembro : Regidos por Marte e Plutão, símbolos de poder, os nativos de Escorpião têm uma personalidade forte e magnética. São dotados de uma apurada sensibilidade e de um alto grau de misticismo. Sendo de um signo de Água, encaram a vida com profundidade e sentem com muita intensidade emocional.
Previsões para a semana de 25 a 31 de outubro
Filatelia A invasão de Goa, Damão e Diu (VII) O Correio – violação da Convenção de Genebra
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Carneiro – (21/3 – 20/4) Manifestará ambição e saberá comunicar como um político de sucesso. Os resultados serão visíveis: convites para ocupar novos e aliciantes cargos e o apoio incondicional de todas as pessoas que trabalham consigo. No amor, será um autêntico nativo de Carneiro, investirá à direita e à esquerda e será o centro das atenções.
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Balança – (24/9 – 23/10) De nervos arrumados e saúde à flor da pele, o seu rosto deixará de andar pálido e amarrotado. Propostas românticas aparecerão de todos os lados. Mesmo no emprego terá gente atrás de si e ninguém será capaz de lhe atirar com um “não”. Com energias tão fortes, encontrará o caminho certo para a autoestima e para a inevitável e ambicionada promoção.
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a análise dos sobrescritos provenientes do Alfa Detenu’s Camp, na cidade de Pondá, o maior dos campos de detenção, que temos na nossa coleção, ou que temos observado nas páginas dos leilões filatélicos, encontrámos apenas a rubrica de três censores (assunto que desenvolveremos mais à frente). Este pequeno número de censores, limitou, como é óbvio, a censura prévia à correspondência, recebida, ou expedida, por quase 2.000 prisioneiros, pois era aproximadamente este o número de militares ali internados. Embora o artigo 71.º da Convenção de G enebra , preveja a dificuldade da Potência detentora em arranjar tradutores, em Goa tal problema não se punha, pois havia milhares de funcionários públicos que dominavam a língua portuguesa e, certamente, nestes milhares haveria quem não morresse de amores pelas autoridades portuguesas e não se importariam de desempenhar o papel de censor. Neste aspeto, a expedição de correio, estávamos perante uma clara violação do artigo acima citado, pois ele determina que cada prisioneiro pode enviar seis mensagens por mês (duas cartas e quatro bilhetes). O mesmo artigo determina que, se a correspondência dirigida aos prisioneiros de guerra tiver de ser limitada, esta decisão não poderá ser tomada senão pela potência de que dependem (Portugal), eventualmente a pedido da potência detentora (União Indiana), o que, apesar da falta de diálogo por parte das autoridades portuguesas, tal não parece que alguma vez tivesse sido ventilado, pois nunca o encontrámos referido na diversa literatura que consultámos. Sobre este assunto Licínio Moreira, no dia 21 de janeiro, escreveu no seu diário que os três sacos de correspondência chegados a este campo no dia 18, têm vindo a ser distribuídos todos os dias a conta-gotas. É que o efetivo de tradutores é reduzido e, por isso, a sua entrega aos respetivos destinatários torna-se morosa (2). Se, como escreveu o autor, o efetivo de tradutores é reduzido, tal parece
indiciar que havia, apenas, um censor em cada sessão de trabalho. Fosse ou não fosse assim, o que é certo é que a demora na entrega da correspondência era real. Sobre a morosidade da correspondência, a Convenção de Genebra também se pronuncia, pois no artigo que temos vindo a citar, também se determina que as cartas e bilhetes deverão ser dirigidos pelos meios mais rápidos de que disponha a potência detentora, não podendo ser demoradas nem retiradas por motivos disciplinares. O carimbo “ Internees Mail Free Postage/ Goa (Índia) ” e os censores Para
marcar a correspondência expedida pelos prisioneiros as autoridades indianas utilizaram o carimbo com a legenda em letras maiúsculas e em duas linhas, “INTERNEES MAIL FREE POSTAGE/ GOA (ÍNDIA) ”; para a sua aposição era utilizada tinta de cor violeta. Para além desta marca administrativa, toda a correspondência expedida pelas “vias legais” era previamente censurada. O censor rubricava o verso dos sobrescritos. Como consta no início desta filatelia, nos exemplares que observámos, encontrámos apenas a rubrica de três censores. Quanto à cor da tinta utilizada, encontramos o azul na rubrica de dois censores. A mesma rubrica de um destes censores, mas aplicada na face do sobrescrito e a vermelho, encontrámola numa outra carta saída de Pondá. Curiosamente esta carta, apesar de censurada, não apresenta o carimbo acima descrito. A rubrica do terceiro censor (também a vermelho) encontrámola numa carta proveniente de Portugal e que foi dirigida a um oficial português internado no campo de Pondá. Ilustração: Carta expedida de Portugal para o campo de Pondá; apresenta na frente a rubrica do censor, a vermelho. MOREIRA, Licínio - De Goa a Lisboa – Diário de um prisioneiro de guerra, pág. 54 Ibidem, pág. 62
Geada de Sousa
Touro – (21/4 – 21/5) E ncon t rará a ju ven t ude de espír i t o. Apaixonar-se-á pelas novas tecnologias, procurará devorar o mundo sofregamente, vestir-se segundo as últimas tendências e conviver com pessoas muito mais novas. Viverá com o seu tempo, com o seu ritmo. Deixará de ruminar nos velhos problemas e sorrirá à vida.
i Gémeos – (22/5 – 21/6) No campo amoroso choverão propostas românticas e grandes hipóteses de encontrar uma alma gémea. No trabalho, conquistará regalias de exceção, pondo em prática as suas artes diplomáticas. Romântico e encantador, atrairá atenções. As suas energias encontrar-se-ão em harmonia.
j Caranguejo – (22/6 – 22/7) Andará como o tempo; a instabilidade, a chuva, e o cinzento do céu farão de si uma pessoa melancólica e taciturna. Fecharse-á na sua carapaça protetora e só pensará em hibernar. Mas nos dias de sol será outro; alegre e otimista. Amará com outro ardor, sorrirá à vida e ninguém imaginará que será sol de pouca dura.
k Leão – (23/7 – 23/8) Neste momento, o nativo Leão transformar-se-á em raposa. Procurará novos amigos. Tornar-se-á mais subtil, menos impulsivo. Temperará o seu espírito de contradição e a agressividade. Astucioso e diplomata, triunfará nos negócios e na profissão. No amor, será mais ambíguo e traiçoeiro. Mas à mínima provocação, voltará a ser igual a si: uma fera.
l Virgem – (24/8 – 23/9) Quem é que lhe disse que não era interessante? A sua falta de confiança, obviamente. Olhe-se ao espelho com outros olhos. Apesar do seu ar tímido e reservado e de uma estatura inferior à dos modelos, tem par tes do corpo esplêndidas. Arranje-se, erga a cabeça e prepare-se para seduzir. No rosto, especialmente, bastará sorrir com a alma.
Escorpião – (24/10 – 22/11) Por esta altura, será um individuo forte: beleza, dinamismo, inteligência, vontade de arriscar. Mas sob a máscara implacável de guerreiro, baterá um coração romântico. Arrumada a indispensável espada, gostará de fazer amor à luz das velas, de rodear-se de rosas encarnadas e cores quentes, de ler poemas, trabalhar a sua sensibilidade.
c Sagitário – (23/11 – 21/12) O fogo do nativo Sagitário afugentará os maus espíritos. Carregado de ótimas energias conseguirá seduzir o amor dos seus sonhos e não permitirá obstáculos. No trabalho, será um autêntico rastilho de criatividade. Conseguirá dar vida a novos projetos e modernizar os métodos de atuação dos seus colaboradores. Quanto à saúde, terá de descansar para equilibrar os seus humores.
d Capricórnio – (22/12 – 20/01) Será anjo ou diabo? Ninguém saberá ao cer to. Às vezes gostará de proteger, de ajudar e pacificar; outras, será implacável, vingativo, quase cruel. Esta atitude trar-lhe-á problemas com as pessoas à sua volta que perderão a paciência. Felizmente, no trabalho conseguirá camuflar o seu dualismo através de empenhamento e criatividade.
e Aquário – (21/1 – 19/2) Meterá água quando lhe fizerem perguntas sobre o seu passado. Não resistirá ao desejo de mentir. Nada de muito importante, mas você adorará desestabilizar o outro. Essa não é a melhor maneira de chamar a atenção sobre si. Em vez de brincar com o amor, procure ateá-lo com uma comunicação franca e honesta. Se o fizer, terá momentos de ardor inesquecíveis.
f Peixes – (20/2 – 20/3) Nesta altura, a sua beleza dormente será despertada. Preocupar-se-á com a higiene da vida: procurará comer menos e melhor; andará mais a pé, abandonará vícios como o tabaco e o álcool, dormirá as horas que o corpo pede. Deixará de andar cansado, perderá quilos supérfluos. A sua confiança triplicará. Irá melhorar a sua aparência a todo o custo.
Diário do Alentejo 25 outubro 2013
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Feira da Ladra anima Ferreira do Alentejo
Ferreira do Alentejo recebe amanhã, sábado, mais uma edição da Feira da Ladra, desta feita integrada nas comemorações do 9.º aniversário do Museu Municipal. Os vendedores vão instalar as suas bancas na rua Conselheiro Júlio de Vilhena, junto ao museu e à biblioteca. São esperados, tal como em outras edições, vários vendedores e interessados nos artigos já usados.
Fim de semana
História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é ministrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.
Espetáculo de dança
“Soliloquy about Wonderland” sobe ao palco do Pax Julia
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Pax Julia Teatro Municipal, em Beja, recebe amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas, o espetáculo de dança “Soliloquy about Wonderland”, pela Vórtice Dance Company. “Retrata muitas situações do quotidiano às quais todos reagimos de forma instintiva e semelhante. Coisas da vida, sobre as quais já alguém falou num discurso perdido, algures, e que se ficou por isso mesmo”, explica a companhia. Nada mais, nada menos, que um retrato sobre “a inevitabilidade da morte, problemas de solidão, problemas de coração, problemas ambientais, problemas que não seriam fatais se simplesmente ouvíssemos”. Durante a apresentação, segundo a companhia, “o público desfrutará de momentos verdadeiramente intimistas, contrastantes com outros de puro gozo, em que as personagens se vestem de glamour num ambiente noturno e de festa”. Uma metamorfose que poderá ser vista como “uma terapia, alternativa às desilusões e à incapacidade de, sozinhos, suplantarmos a tristeza do mundo. Mas há sempre uma esperança, uma luz que se mantém acesa mesmo debaixo de chuva intensa”. A direção encontra-se a cargo de Cláudia Martins e de Rafael Carriço.
XII Feira do Livro de Aljustrel
XIII Fim de semana da Juventude de Salvada
Apresentação de livro na Sociedade 1.º de Janeiro em Castro Verde
A Feira do Livro está de regresso a Aljustrel. A 12.ª edição do certame, que começa hoje, sexta-feira, prolongar-se-á até terça-feira, dia 29, no Parque de Exposições e Feiras. Segundo a Câmara Municipal de Aljustrel, “milhares de obras de todos os estilos literários vão ser apresentadas ao público, que como já é costume, além de satisfazer o seu gosto pela leitura, aproveita também este evento para adquirir livros a preços mais convidativos, nomeadamente para oferecer no Natal”. O certame, à semelhança de edições anteriores, será marcado por diversos momentos culturais, destacando-se a apresentação do livro Guiné-Bissau: As minhas memórias de Gabu – 1973/74, da autoria de José Saúde, a atuação de A Moda Mãe e a peça de teatro “O fogo é nosso amigo”, da responsabilidade da companhia Vicenteatro. Durante a feira, estará ainda patente a exposição de fotografia “Obsessão”, da autoria da aljustrelense Cláudia Banza. A feira do livro decorre em simultâneo com a Feira Nova de Outubro, que se realiza este fim-de-semana.
Começa hoje, sexta-feira, em Salvada, no concelho de Beja, o XIII Fim de semana da Juventude. A primeira noite da iniciativa arranca com um baile animado por Fábio Lagarto, seguindo-se a atuação de Just Colors Dance. Amanhã, sábado, Side Walk, pelas 22 horas, sobem ao palco e, posteriormente, Los Cuatro Vientos animam a segunda noite do XIII Fim de semana da Juventude. O programa, porém, só ficará completo com a atuação do DJ André Cruz. O domingo é dedicado ao público infantil, com a apresentação dos “Tampinhas”.
Amanhã, sábado, dia 26, na Sociedade Recreativa e Filarmónica 1.º de Janeiro, em Castro Verde, é apresentado o livro Guia de Remédios Naturais para Crianças, da autoria de Sofia Loureiro. A apresentação, que contará com a presença da autora, contemplará ainda a palestra “Saúde Natural e Crianças (Hábitos saudáveis e prevenção e terapias naturais) ”. No final haverá um jantar vegetariano para todo os presentes.
Festa da Batata-doce em Cavaleiro
Rui A. Pereira inaugura exposição em Serpa
Cavaleiro, no concelho de Odemira, recebe este fim de semana a Festa da Batata-doce. Para além da venda do produto e de produtos de doçaria, haverá também um debate sobre a batata-doce e as suas variedades. A iniciativa é promovida pelo Centro Desportivo e Cultural do Cavaleiro e, para além da iguaria em destaque, há artesanato, animação de rua, música e bailes. A festa realiza-se em paralelo com a feira anual do Cavaleiro.
Amanhã, sábado, pelas 18 horas, no Atelier Galeria Margarida de Araújo, em Serpa, é inaugurada a exposição/obra gráfica “Tempos”, de Rui A. Pereira. A mostra estará patente ao público até ao dia 16 de novembro. A exposição inclui, ainda, o lançamento do livro da autoria de Rui A. Pereira, Tempos, bem como a projeção do filme “Quebrar” e ainda um momento musical.
31 Diário do Alentejo 25 outubro 2013
Estudo revela que bolachas Oreo são tão viciantes como a cocaína: viciados fazem desmame com pão de rala Estabelecimento prisional de Beja tem 50 prisioneiros a mais: Governo quer colocá-los na mobilidade especial facebook.com/naoconfirmonemdesminto
Castro Verde decreta sete dias de luto após a passagem de José Castelo Branco pela vila Foram momentos de terror os que se viveram em Castro Verde. Esqueçam incêndios, tremores de terra e exibições do Benfica – aquilo a que se assistiu, naquela vila alentejana, foi o verdadeiro cenário dantesco. José Castelo Branco, figura do jet set, marchand, espécie de ser vivo que Darwin nem imaginava que pudesse existir depois de consumir LSD, esteve em Castro Verde com o programa Portugal em Festa, da SIC, que acompanhou a feira. Pessoas em choque confidenciaram à nossa página o pânico vivido durante aqueles dias: «Olhe, foi o nosso 11 de setembro! Só me apetecia jogá-lo para dentro da mina de Neves Corvo e fechar as portas! A gente nem percebia se era homem ou mulher, chamava bicha a tudo o que mexia e a mulher dele tinha a expressividade de um hamster na menopausa… Só lhe posso dizer que ele se cruzou comigo, cumprimentou--me e no final deu-me dois beijinhos… Tinha tanto betume na cara e perfume que fiquei intoxicado. Passei a noite no hospital de Beja a soro. E o pior foi quando me meteram numa sala com a televisão ligada no programa!» – explicou-nos Jorge Alcagoita, residente em Castro. Segundo consta, a catástrofe terá atingido proporções de tal modo graves que a Proteção Civil esteve prestes a decretar o alerta vermelho com receio de que os habitantes não tivessem as vacinas em dia para lidar com a figura do jet set. Já a Câmara de Castro, em comunicado, «decretou 7 dias de luto» e a «proibição da transmissão de mais programas de domingo à tarde com música do diabo».
Historiador revela que Vasco da Gama gostava mais da Vidigueira mas vivia em Sines porque era mais fácil fazer a revisão à caravela Na última edição do “Diário do Alentejo” foi feita uma reportagem sobre Vasco da Gama e o facto do seu legado ser disputado por Sines e pela Vidigueira. A nossa página quis aprofundar este tema e falou com Matias Wikipedia, historiador licenciado pela Universidade de S. Miguel do Pinheiro, com um mestrado em História da Açorda Alentejana, pela Universidade de Faro do Alentejo, que nos revelou detalhes de uma investigação que está a levar a cabo para a sua tese de doutoramento, a realizar no Instituto de Ciências Sociais de Panóias: «É um erro afirmar que Vasco da Gama era mais ligado a Sines ou à Vidigueira. Isso variava com a maré… Sempre que queria fazer a revisão à caravela, era para Sines que ia. Uma vez disseram-lhe que podia fazê-la na praia de Messejana e foi para lá que ele foi… Chegou até a levar a caravela numa carroça da Vidigueira até Messejana, apenas para descobrir que afinal não havia praia, e que o mecânico era um sapateiro. Foi a última vez que o embarrilaram. Foi aí e numa loja dos chineses… De resto, Vasco da Gama fazia uma vida normal, dividindo-se pelos dois sítios: para votar, comprar laranjas, e assistir a uma boa matança do porco, era na Vidigueira; revisão à caravela, ler poemas do Al Berto, comer uma boa chaputa e fazer a hemodiálise, era em Sines.» – concluiu.
Investigação Não confirmo, nem desminto
Inquérito
Cavaco Silva não se lembra do BPN porque come muito queijo de Nisa
Inquérito: Assistiu à tomada de posse de João Rocha como novo presidente da Câmara de Beja?
Mais um exclusivo mundial da Não confirmo, nem desminto, a página de humor do “DA” que, fazendo o 60 Minutes parecer o Prós e Contras, já o habituou a um jornalismo de excelência. Uma investigação realizada pelo nosso enviado especial ao Palácio de Belém revelou, finalmente, o motivo dos esquecimentos de Cavaco Silva – a ingestão excessiva de queijo de Nisa. A confirmação desse facto já nos foi dada por um laboratório científico de Corte Vicente Anes (o mesmo que também concluiu que a melhor maneira de tirar nódoas de azeite era com sangue de girinos), e também pela Dona Coisinha, governanta da presidência, que nos confidenciou: «É rara a noite em que não se levanta e assalta a despensa… O queijo de Nisa não dura mais do que um dia. Ele é pão com queijo, bolo-rei com queijo, Nutella com queijo, marcha tudo! Até os ratos saem de lá chorando!». Mas o problema não termina aqui. Ao que apurámos, Cavaco Silva é recorrentemente encontrado a deambular pelos corredores do palácio evidenciando sinais de confusão e amnésia. Segundo consta, nessas alturas, o presidente não se mbra do BPN, lembra não recoece a sua nhece posa, esesposa, ece-se da quece-se nstituiConstituiçãoo na casa d e b aann h o e até connde o Dufunde te Lima com arte o Lima Duarte.
GUIDA BOM GOSTO, 81 ANOS Pessoa que emoldurou a entrevista de José Sócrates ao Expresso Fui à tomada de posse e achei aquilo um bocado chato. Faltou lá um Sérgio Rossi, uma Rebecca, um José Malhoa, ou alguém que espevitasse aquilo! Podia ter tido a apresentação de uma Serenela Andrade, ou mesmo de um Fernando Mendes… E nem sequer houve oferendas de chouriços e biscoitos, nem prémios de 40 mil euros. Olhe que até uma conferência de imprensa do Vítor Gaspar tinha mais animação.
JORGE PULIDO VALENTE, 58 ANOS Ex-autarca Olá a todos e a todas. Mas houve eleições? Tomada de posse? O que é isso? Não me lembro… (Mensagem enviada através do meu iPad que comprei bué baratinho. Não imprima esta mensagem. Lembre-se das árvores e essas tretas…)
DOLORES FORTE DE PENICHE, 132 ANOS pessoa que atingiu a idade que tem porque bebe um copo de vinho tinto diariamente Assisti e não me sentia tão feliz desde que expulsámos as tropas de Napoleão do nosso País. Foi tudo muito bonito! Pode ser que a nossa cidade evolua e ande para a frente… Isto está tão mau que até me assusta! Faz-me lembrar o tempo em que ainda recebia em sestércios. Mas tenho esperança que isto dê a volta. «Tudo vale a pena quando a alma não é pequena», como me dizia o Fernando Pessoa. Pessoalmente!
Nº 1644 (II Série) | 25 outubro 2013
9 771646 923008
01644
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nada mais havendo a acrescentar... A hora muda amanhã à noite Uma mulher madura não quer ter pressa porque traz em si o néctar da vivência. É miolo, convergência, recheio, sinopse, essência, fulcro. É um diospiro a amadurecer lentamente. Até rachar e verter. Quer ir devagar, descer a espiral e aproximar-se progressivamente do ponto. Quer que o marido trepe, um a um, os degraus da volúpia e não se apresse a contornar as esquinas do gemido e que, principalmente, saiba esperar nas margens do deleite. E que depois, quando ela estiver pronta, ele saiba que é ali o tempo de ele lhe rebentar as cascas do silêncio. Isto são sonhos e devaneios, trucidados pela voragem da vida.
Agora, os corpos secam muito antes de ser noite. Secam logo à hora de jantar, bocejam à hora da sobremesa, adormecem antes da cama. Dormem vestidos de cansaço, esquecem como é bom sobrar uma almofada. Os homens não sabem que as mulheres trazem uma bússola dentro de si, um mapa nos olhos, um caminho na voz que definitivamente eles não percebem. Não se entendem. Sonham em turnos distintos. Um vai e o outro vem. Um quer silêncio para não gritar. O outro grita porque não suporta o silêncio. E o silêncio é uma cobra que os mata por asfixia. A hora muda amanhã à noite. E nós, meu amor, em que noite mudamos nós?. Vítor Encarnação
quadro de honra Licenciada em Filosofia, pela Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa, com mestrado em Estudos Portugueses – Culturas Regionais Portuguesas (Fcsh-UNL) e doutoramento em Ciências Sociais – Estudos Portugueses (UNL), tem vindo a desenvolver trabalho de investigação em território nacional, com destaque para o Alentejo, em Espanha (Extremadura e Andaluzia) e também na Índia (Estados do Sul Maharastra, Goa, Karnataka e Kerala). Tem publicados diversos livros e artigos.
Ana Paula Fitas coordena projeto de desenvolvimento cultural
“Terras do Endovélico”
A
Em que consiste o Centro de Estudos do Endovélico?
O centro é um projeto de desenvolvimento cultural, criado pela Câmara de Alandroal, com o objetivo de valorizar, promover e divulgar o legado patrimonial concelhio que deu origem à designação que, progressivamente, se denota e afirma como símbolo e expressão identitária do seu território: “Terras do Endovélico”. De caráter multidimensional, este centro tem desenvolvido a sua atividade a partir do estudo associado do património arqueológico e etnológico do concelho, na perspetiva da promoção de um desenvolvimento integrado capaz de aprofundar, valorizar e divulgar o conhecimento sobre a cultura material e imaterial local e regional em que se inscreve, ao mesmo tempo que concretiza atividades e cria instrumentos capazes de contribuir para a dinamização do tecido social comunitário. PUB
Que importância teve esta divindade, na região, durante o período romano?
A importância do culto a Endovellicus, durante o período romano, é evidenciada pelo espólio de 200 lápides epigrafadas, dedicadas à divindade, referenciadas e estudadas por José Leite de Vasconcelos no 2.º volume da sua notável obra Religiões da Lusitânia, publicado em 1905. Culto local de dimensão relevante ao ponto de, com destaque para os séculos I e II d.c., lhe ter rendido inequívoco e massivo culto a população que sustentava na região a ocupação romana do território. O sítio de São Miguel da Mota, onde se encontrou este espólio e outro de natureza estatuária, é considerado único. Em que fase está a criação do Centro Interpretativo do Endovélico?
O centro interpretativo é um projeto que se pode sintetizar através da definição do seu objeto: a criação de um espaço museológico capaz de funcionar como centro promotor e difusor das dinâmicas de turismo cultural e ambiental do concelho. O projeto já ultrapassou a fase de apresentação pública do seu estudo prévio. Pretende-se que a este centro esteja associada uma rede de polos museológicos, cuja criação é
Hoje, sexta-feira, deverá chover em toda a região. A temperatura oscilará entre os 16 e os 20 graus centígrados. Amanhã, sábado, o céu deverá apresentar-se nublado e no domingo são esperadas poucas nuvens.
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Colóquio em Serpa sobre 500 anos do foral
Ana Paula Fitas, 50 anos, natural de Évora
na Paula Fitas é a coordenadora do Centro de Estudos do Endovélico, um projeto de desenvolvimento cultural, criado pela Câmara de Alandroal, com o objetivo de promover e divulgar a dimensão patrimonial associada ao território que hoje se designa por “Terras do Endovélico”.
www.diariodoalentejo.pt
considerada relevante para a dinamização de um território socio-demograficamente deprimido. A Câmara de Alandroal e a Edições Colibri lançaram recentemente o primeiro número da revista “Cadernos do Endovélico”. Quais são os temas mais marcantes deste primeiro número?
Os “Cadernos do Endovélico” têm como objetivo permitir a publicação dos resultados do trabalho do Centro de Estudos, de forma a garantir a rentabilização e disseminação do saber produzido e transmitido no contexto dos nossos trabalhos e garantindo que o mesmo se não perde na voragem dos anos e dos dias. Sem prejuízo da gratificante qualidade de outros títulos e abordagens, destaco os estudos do prof. doutor Victor Gonçalves sobre as placas de xisto, o ponto de situação da equipa que tem trabalhado sobre o sítio e o espólio de São Miguel da Mota, constituída por C.Fabião, Amílcar Guerra e Thomas Schattner, e as intervenções da dra. Mónica Rolo sobre a Necrópole Romana da Rouca, do prof. doutor Moisés Espírito Santo sobre o Santuário a Endovélico e do prof doutor Luís Jorge Gonçalves sobre as estátuas romanas de São Miguel da Mota. Nélia Pedrosa
A Câmara Municipal de Serpa promove hoje, sexta-feira, um colóquio intitulado “Nos 500 Anos do Foral Manuelino de Serpa”. O evento decorre na Biblioteca Municipal Abade Correia da Serra e é organizado pela Câmara de Serpa, com o apoio do Instituto Prometheus. Após a sessão de abertura, que está agendada para as 10 horas, intervêm, segundo informação disponibilizada pela autarquia, o historiador João Paulo Oliveira e Costa, com uma comunicação sobre “D. Manuel I, um rei reformista”; Silvestre Lacerda, responsável do Arquivo Nacional da Torre do Tombo (“Os forais. Modos de fazer e estruturar”); e Maria Helena Nunes, que falará da “Conservação e restauro do foral de Serpa”. Para a tarde estão agendadas as comunicações da historiadora Manuela Santos Silva (“Ligados pelo foral: o concelho de Serpa e o reino de Portugal”); da arqueóloga Ana Sofia Antunes (“Uma leitura do sistema defensivo da vila de Serpa no tempo de D. Manuel I”); e da historiadora da arte Ana Pagará (“Notas preliminares à arquitetura religiosa do século XVI em Serpa”). O encerramento do colóquio está previsto para as 17 horas.
Michel Giacometti em destaque nas Oficinas em Aljustrel As Oficinas de Formação e Animação Cultural, em Aljustrel, recebem, até ao dia 15 de novembro, a exposição “Para uma memória de Michel Giacometti”. Cedida pela Câmara de Cascais / Museu da Música Portuguesa – Casa Verdades de Faria, e integrada nas comemorações de “Outubro mês da música”, esta exposição, segundo a Câmara Municipal de Aljustrel, “apresenta os trabalhos e projetos mais relevantes desenvolvidos por este etnomusicólogo, e dá a conhecer os documentos que tanto contribuíram para a defesa, salvaguarda, valorização e divulgação da cultura de tradição oral e da cultura tradicional, nomeadamente da portuguesa”.