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Oceanos Missão cumprida na Antártica

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Transgênicos Semana do Consumidor: O T da questão

Revista

Florestas Chegou a hora de zerar de vez o desmatamento


diário de bordo Nossa capa: © Greenpeace/Jiri Rezac

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Amazônia

Gostaria de agradecer a todos vocês que nos apoiaram e possibilitaram a consolidação de conquistas importantes em 2007, como o lançamento do pacto pelo desmatamento zero na Amazônia, nossa presença contundente na reunião do clima em Bali e a rotulagem dos óleos transgênicos da Bunge e Cargill. No entanto, nada de baixar a guarda. Temos sim que continuar juntos e alertas em 2008, um ano que será decisivo para a Amazônia, para a biossegurança brasileira e para nossa matriz energética, com leis e políticas públicas nessas áreas sendo definidas para as próximas décadas. A recente liberação do milho transgênico mostra que os interesses econômicos e corporativos de setores poderosos estarão mais do que nunca tentando impor as regras do jogo e se sobrepor aos interesses gerais. É preciso que a defesa do meio ambiente assuma uma estratégia de mestre neste complexo jogo de xadrez, revertendo os lances do adversário em conquistas para o meio ambiente. Precisamos, por exemplo, da força de todos vocês para fazer frente à tentativa do lobby ruralista de votar no Congresso um projeto de lei que legaliza enormes áreas sem florestas, anistia desmatadores e reduz para 50% a área que tem que ser protegida em cada fazenda amazônica. Queremos reverter essa iniciativa perversa e criar uma oportunidade ímpar para consolidar em lei a medida provisória do Código Florestal, que, em 1996, fixou em 80% a área de reserva legal na Amazônia. E, no esteio do pacto entre a sociedade civil, órgãos do governo como o BNDES e estados para zerar o desmatamento, mudar o paradigma de desenvolvimento na região.

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© Greenpeace/Rodrigo Baleia

A hora e a vez de zerar o desmatamento

Baleias Do mar à terra, pelas baleias

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Institucional Brasileiros associaçam a marca à

Frank Guggenheim Diretor Executivo Greenpeace Brasil

preservação do meio ambiente

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Transgênicos Consumo consciente: o ‘T’ da questão

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Entrevista Marcos Palmeira

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Nuclear Um elefante branco incomoda muita gente

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Energia Todo o poder às renováveis

Cartas e expediente 2

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O Greenpeace é uma organização independente que faz campanhas utilizando confrontos não-violentos para expor os problemas ambientais globais e alcançar soluções que são essenciais a um futuro verde e pacífico. Nossa missão é proteger a biodiversidade em todas as suas formas, evitar a poluição e o esgotamento do solo, oceanos, água e ar, acabar com as ameaças nucleares e promover a paz. Não aceitamos doações financeiras de governos, partidos políticos e empresas como forma de garantir nossa independência.

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amazônia

© Greenpeace/Rodrigo Baleia

A hora e a vez de zerar o desmatamento Zerar o desmatamento na Amazônia é essencial para o que Brasil saia da incômoda quarta posição entre os países que mais poluem o clima no mundo.

O Brasil terminou o ano de 2007 cantando vitória sobre o desmatamento da Amazônia. No dia 6 de dezembro, o governo anunciou uma queda na derrubada da floresta pelo terceiro ano consecutivo, baseado em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O desmatamento havia caído no período entre 31 de julho de 2006 e 1º de agosto de 2007 para pouco mais de 11 mil quilômetros quadrados, 20% a menos em relação à taxa verificado no mesmo período anterior. Autoridades brasileiras foram à Conferência da ONU sobre mudanças climáticas em Bali, naquele mesmo mês de dezembro, com 4

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esse trunfo na manga. Era tudo o que queriam para desfazer a pressão que havia para que o Brasil assumisse compromissos e metas de redução de emissões por conta do desmatamento. A realidade, no entanto, era bem outra – só o governo não sabia. “Claro que comemoramos a queda no desmatamento. Mas sabíamos que um fator importante inibiu a destruição da floresta naquele período: a queda dos preços de alguns produtos agropecuários. Com baixo capital, os produtores não tinham como investir no desmatamento”, conta Sérgio Leitão, diretor de Políticas Públicas. “Nosso medo era a der-

rubada da floresta voltasse assim que os preços fossem realinhados. E foi o que aconteceu”. Leitão entende que, diante dos números mostrados, não há como fugir da realidade. “Temos de ser mais duros na cobrança por medidas efetivas e de planejamento, a curto, médio e longo prazo”. O Pará continua sendo o estado que mais destrói a região: foram 5.569 quilômetros quadrados de floresta destruída no período – praticamente 50% do desmatamento de toda a Amazônia brasileira entre julho de 2006 e agosto de 2007. O Mato Grosso não fica atrás – dos 36 municípios que mais des-

mataram a Amazônia em 2007, anunciados pelo governo, 19 são do estado governado por Blairo Maggi, também conhecido como “Rei da Soja”. Agora que o governo brasileiro caiu na real e viu que a derrubada da floresta amazônica continua uma grande ameaça para a região, se deu conta também de que os últimos bons resultados não se devem apenas às próprias ações de prevenção promovidas por autoridades governamentais, mas também estavam ligadas ao mercado internacional de commodities. É hora de tomar as rédeas da situação. “Para que o esforço de conter

o desmatamento seja eficiente, é preciso, antes de mais nada, transformar em lei a medida provisória do Código Florestal, consolidando no arcabouço jurídico do País a reserva legal de 80% para o bioma Amazônia. Parece óbvio e redundante, mas enquanto a legislação que define o que pode ser usado e o que precisa ser preservado for provisória, será impossível ter vitórias definitivas na luta contra o desmatamento”, completou Paulo Adário, coordenador da campanha da Amazônia. Para o Greenpeace, este seria um passo importante dentro da proposta do Pacto pelo Fim do

Desmatamento da Amazônia, apresentado pela organização ambientalista junto com outras oito ONGs. “Nossa proposta prevê a utilização de recursos que já estão na economia brasileira para, em sete anos, conseguirmos zerar o desmatamento na Amazônia”, explica Leitão. O aporte seria de R$ 7 bilhões por parte do governo federal – um bilhão por ano para viabilizar a proposta. Além de ações junto ao poder público, o Greenpeace continua trabalhando com o setor privado na implementação e monitoramento da moratória da soja. O compromisso da Abiove (Associação Brasileira das

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Arte

partir desta próxima safra que a indústria da soja passa a ter um papel decisivo em quebrar o ciclo de destruição da Amazônia e impedir que a fronteira agrícola avance floresta adentro.

A tora de tauari trabalhada por Siron será apresentada na Alemanha durante a Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU.

A primeira tentativa de mostrar ao mundo o horror do desmatamento foi com uma castanheira, coletada pelo Greenpeace na região de Castelo dos Sonhos, oeste do Pará. “Com autorização do Ibama, recolhemos a árvore abatida para levá-la a outras regiões do Brasil com finalidade cultural e educativa”, conta André Muggiati, um dos coordenadores da exposição itinerante “Aquecimento Global: Apague essa Idéia”. Só que, diante da reação violenta de madeireiros da região, não foi possível concluir o trabalho. A segunda tentativa, desta vez bem sucedida, foi com outra árvore de uma área de desmatamento ilegal, no município de Lábrea, no sul do Amazonas. As duas toras de tauari, espécie típica da Amazônia, foram transportadas e expostas em Copacabana, no Rio de Janeiro, no Parque Villa Lobos, em São Paulo, e no Parque da Cidade, em Brasília. “Escolhemos lugares onde há uma grande visitação pública para mostrarmos aquela árvore queimada como símbolo do desmatamento e da grande quantidade de CO2 que é despejada na atmosfera com a conversão das florestas”. Em dezembro de 2007, após percorrer mais de 6 mil quilômetros, as toras de tauari foram entregues ao pintor, desenhista e escultor Siron Franco, em Goiânia, que fez uma intervenção artística na árvore. “Optei por deixá-la intacta, da maneira que a vi pela primeira vez em Brasília, a convite do Greenpeace. Inseri monitores por dentro e imagens da beleza da floresta e de sua destruição são reveladas através de aberturas circulares irregulares que lembram as provocadas por brocas. As imagens tentam traduzir o perigo que corremos com a destruição da floresta e de sua biodiversidade”, explica Siron. O Greenpeace vai levar o monumento para a 9a reunião da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU, que será realizada em maio, em Bonn, na Alemanha. “Queremos chamar a atenção das pessoas que vivem distantes da Amazônia sobre a importância da floresta não apenas na manutenção do equilíbrio climático global, mas também para a biodiversidade do planeta”, finaliza André. 6

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REDUZINDO EMISSÕES Zerar o desmatamento na Amazônia é essencial para o que Brasil saia da incômoda quarta posição entre os países que mais poluem o clima no mundo – 75% das emissões brasileiras de carbono acontecem por conta da derrubada da floresta. Mas para que isso se concretize, é preciso que o governo brasileiro priorize a criação de uma Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC), que tem como objetivo principal o fim dos desmatamentos e queimadas, a consolidação e expansão das áreas protegidas na floresta e o estímulo à recuperação das áreas já desmatadas, além da substituição gradativa de combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia. “O Brasil é bom em fazer leis e ruim em implementá-las. Temos que fazer com que essa política nacional seja robusta, visionária e justa, resultando em proteção efetiva da floresta e na mudança para uma matriz energética renovável para o País”, disse Marcelo Furtado, diretor de campanhas. Os primeiros sinais de que 2008 poderá ser realmente o ano em que o Brasil dará os passos decisivos necessários para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa aconteceram em Bali. Apesar da frustração pelo resultado geral da Conferência da ONU sobre o clima, Furtado viu alguns avanços na participação brasileira no encontro. “O grande fator positivo foi que os países em desenvolvimento, entre eles Índia, África do Sul, China e Brasil, finalmente se comprometeram a estabelecer metas – ainda que voluntárias. Anteriormente, o discurso era que

tínhamos o direito de poluir para crescer e, somente depois, discutir essa história de metas. Essa mudança de postura dos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, foi extremamente positiva”, disse Furtado. Ele comemorou ainda o fato do tema desmatamento ter entrado no debate político. Bali, no entanto, deixou a desejar na discussão do Protocolo de Kyoto pela pouca importância que os representantes dos países reunidos ali deram ao último documento do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU. “No mesmo ano em que os cientistas do IPCC ganharam o Prêmio Nobel por alertarem sobre o papel fundamental da humanidade no aquecimento global, foram relegados a uma nota de rodapé no documento final da Conferência da ONU sobre o clima, em Bali”, lamenta Furtado. E engana-se quem pensa que a culpa foi apenas dos Estados Unidos de George W. Bush. “Canadá, Austrália, Rússia e outros países também ignoraram o estudo porque, se o tema fosse incorporado às discussões em Bali, todos teriam que se comprometer com prazos e metas mais ambiciosos. Ao diminuir a importância do relatório do IPCC, deixaram de lado a urgência, deixando tudo muito solto”, diz Furtado. O Greenpeace também apresentou, durante a Convenção de Bali, uma proposta para trazer mais recursos e ajudar os países em desenvolvimento a vencer o

desafio de combater o desmatamento. “Sugerimos mecanismos econômicos que valorizem a floresta em pé e que tenham como pressupostos a redução do desmatamento e os serviços ambientais prestados por estes importantes ecossistemas”, explica Adário. “Até hoje, houve uma preocupação muito maior com a emissão de gases industriais e de energia do que com a questão das florestas dentro do regime de clima. Em 2008, nosso grande desafio é conscientizar as pessoas de que a floresta em pé vale mais do que derrubada. Na Amazônia, no Brasil, no mundo”. A floresta vale muito mais se for mantida em pé, e por isso o governo tem que adotar mecanismos para reduzir o desmatamento e incentivar serviços ambientais prestados por estes importantes ecossistemas.

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© Greenpeace/Daniel Beltrá

de 2006. Uma área desmatada leva, em média, dois anos para ser ocupada pela soja – o que explica o fato de não ter sido encontrado o grão plantado em novos desmatamentos. Mas é a

itinerante

© Greenpeace/Vinícius de Castro

Indústrias de Óleos Vegetais) e de suas associadas, responsáveis pela comercialização de 92% da soja no Brasil, é de não comprar grãos produzidos nas áreas desmatadas após julho


Depois de quatro meses no mar protegendo diversas espécies de baleias contra os baleeiros japoneses, chegou a

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© Greenpeace/Jiri Rezac

hora de defendê-las em terra.

A ilegalidade cometida pelos japoneses na Antártica não se resumiu à caça de baleias. Eles também reabasteceram o naviofábrica Nisshin Maru em pleno Santuário - fato que testemunhamos e tentamos impedir com nosso bote.

De outubro a fevereiro, o navio Esperanza do Greenpeace confrontou a frota baleeira do Japão para impedir a matança de jubartes, minkes e fins, espécies ameaçadas de extinção. Durante duas semanas, ficamos na cola do navio-fábrica Nisshin Maru e dos arpoadores, evitando a morte de mais de 100 baleias no Santuário da Antártica. Mas chegou a hora de aportar e assim o Esperanza retornou à terra firme com nossos ativistas. Engana-se porém quem pensa que a luta terminou. Agora é hora de concentrar esforços para a reunião da Comissão Internacional Baleeira (CIB), que acontece em junho no Chile. “A pressão que criamos na Antártica será agora transferida para ações em terra, com manifestações nas ruas e trabalhos políticos voltados para a reunião da CIB em Santiago”, explica Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de Baleias do Greenpeace que esteve a bordo do Esperanza. “Vamos lutar pela criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul e pressionar o Japão para encerrar de uma vez por todas a caça de baleias.”

baleias

Do mar à terra, pelas baleias

Os protestos pacíficos do Greenpeace na Antártica receberam atenção especial no Japão, onde a população já começa a questionar porque o governo patrocina a caça às baleias – que tem fins comerciais (venda da carne) mas vive sob o disfarce de ‘pesquisa científica – com dinheiro de impostos da população japonesa. Um pouco antes de começar a expedição na Antártica, a tripulação do Esperanza participou de uma audaciosa pesquisa científica não-letal no sul do Oceano Pacífico, batizada de A Trilha das Grandes Baleias, pela qual se provou que não era preciso disparar um único arpão para se fazer ciência. Os resultados dessa pesquisa podem ser conferidos na página http://www.greenpeace.org/ brasil/oceanos/a-trilha-dasgrandes-baleias. Japoneses contra a caça A população japonesa está cada vez mais consciente de que os argumentos de seu governo para a manutenção da caça às baleias são, no mínimo, cínicos. Se é ciência que realmente buscam no Santuário de Baleias

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© Greenpeace/Jiri Rezac

institucional

Brasileiros associam a marca Greenpeace à preservação do meio ambiente

O navio Esperanza, do Greenpeace, conseguiu impedir que mais de uma centena de baleias fossem mortas no Santuário da Antártica por baleeiros japoneses.

com você para nos apoiar nessa campanha! Confira em nosso site (http://www.greenpeace.org/ brasil/oceanos/) como ajudar a proteger as baleias!

Quer saber detalhes da campanha de baleias do Greenpeace Brasil? Então leia o blog de Oceanos http://www.greenpeace.org/ brasil/oceanos/blog-de-oceanos E no Canal das Baleias há inúmeros vídeos da expedição do Esperanza na Antártica: http://www.greenpeace.org/brasil/ oceanos/video-canal-das-baleias

Em pesquisa feita pela IPSOS – empresa que analisa dados baseados em entrevistas – foi desenvolvido um estudo para avaliar a imagem do Greenpeace junto à população brasileira e, também, avaliar o impacto das ações que até o momento construíram sua história. “Em outubro de 2004 realizamos uma pesquisa similar e agora, em outubro de 2007, a repetimos, com resultados significativos”, comemora Clélia Maury, diretora de Marketing do Greenpeace Brasil. O estudo foi realizado por meio de uma abordagem quantitativa com entrevistas pessoais, utilizando questionário ad hoc (pesquisa feita sob encomenda, ou seja, a partir das necessidades específicas de cada cliente), composto por perguntas abertas e fechadas, de 25 minutos. “O

perfil estudado foi composto de homens e mulheres, de 15 anos ou mais de idade, classes ABCD, residentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Belém e Brasília”, conta a diretora de Marketing. Os resultados indicam que há uma maior conscientização dos brasileiros em relação aos problemas que o país atravessa como desmatamentos, poluições e efeitos de gases estufa. O nome Greenpeace é constantemente associado a essa preocupação e, também, como a instituição que mais fixa o nome na cabeça de quem conhece a marca, com alto conhecimento espontâneo da população. A evolução da marca, de 2004 para 2007, passou de 5,98% para 19% em conhecimento espontâneo entre as organizações

não-governamentais de diversos setores e manteve o 2º lugar, atrás da Unicef. Segundo Clélia, se partirmos para o conhecimento estimulado, o Greenpeace saiu do 5º lugar em 2004 para o 2º lugar nesta nova pesquisa. “Somos a segunda organização ambientalista mais lembrada pelas pessoas”. Outro fator a ser comemorado refere-se ao conhecimento da população sobre as ONGs ambientalistas, que aumentou de 20% em 2004 para 55% em 2007. Estes números permitem fazer uma projeção mais otimista quanto ao futuro. É o que deseja a diretora de comunicação do Greenpeace Brasil, Gladis Éboli. “Esperamos que essa melhora no grau de conhecimento da marca Greenpeace e do ambientalismo em geral resulte em ações efetivas para preservar o futuro do planeta”.

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da Antártica, então porque rotular milhares de caixas a bordo do navio-fábrica Nisshin Maru como “carne de baleia” e não “experimento XYZ”? E se há pesquisa científica sendo feita sem que baleias sejam mortas, então por que manter um programa baleeiro desse tipo? O descontentamento da população japonesa ficou ainda mais evidente depois da divulgação de uma pesquisa encomendada pelo Greenpeace e lançada em fevereiro. Ela revelou que a maioria dos japoneses era contra a caça no Santuário da Antártica. Segundo o levantamento feito pelo Centro de Pesquisa Japonesa, empresa da Gallup International Association, 71% do povo japonês não apóia a caça de baleias em águas internacionais. “O governo japonês não pode ficar por muito tempo insensível aos apelos internacionais e de seu próprio povo, que quer o fim do programa de caça às baleias o quanto antes”, afirma Leandra, que liderou a pesquisa científica da Trilha das Grandes Baleias a bordo do Esperanza. “Eles tentam maquiar a matança de animais ameaçados de extinção de todos os jeitos, mas além de não convencer a ninguém, também não apresentam resultados de sua pretensa ‘pesquisa’. Está cada vez mais difícil para eles justificarem a caça.” O Greenpeace atuará firmemente em 2008 para aprovar na próxima reunião da CIB, no Chile, o fim definitivo da caça às baleias no mundo e também a criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul, que seria o terceiro do planeta – já existe um na Antártica e também no Oceano Índico. Contamos

A loja virtual do Espaço Greenpeace ampliou suas vendas on-line. Internautas de outros Estados brasileiros também podem adquirir nossos produtos, ecologicamente corretos e de baixo impacto ambiental. “Os mais de 200 itens à venda – entre eles bonés, mochilas, bijuterias, acessórios, entre outros – podem ser comprados, via internet, e serão entregues em qualquer local do Brasil”, explica a diretora de Marketing do Greenpeace Brasil, Clélia Maury. Para ela, “essa é uma grande oportunidade para que todos os brasileiros possam obter produtos de qualidade, com preços acessíveis. Assim, disponibilizamos mais um canal de divulgação de nossas idéias e ações, ajudando a disseminar o conceito de sustentabilidade por todo o país”.

www.espacogreenpeace.com.br |

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os óleos Liza e Soya. Foi uma vitória e tanto, mas apenas o primeiro passo de uma longa caminhada. Estamos empenhados para que todos os produtos que contenham transgênicos sejam rotulados, e não apenas duas ou três marcas de óleo. A lei assim exige; o consumidor também. “Só assim os brasileiros vão poder realmente exercer seu direito de escolha, que é garantido por lei, e também contribuir para o meio ambiente, evitando a compra de um produto que causa tantos problemas ambientais”, afirma Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de Engenharia Genética do Greenpeace. A rotulagem para produtos

© Greenpeace/Ivo Gonzalez

transgênicos

fabricados com matéria-prima transgênica se torna ainda mais necessária e fundamental depois que o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), que reúne 11 ministérios do governo federal, autorizou em fevereiro a liberação comercial de duas variedades de milho geneticamente modificado – o Liberty Link da Bayer e o MON 810 da Monsanto. Ambos têm sido questionados na Europa, onde alguns países já levantaram pesadas barreiras contra eles, mas no Brasil infelizmente encontraram terreno fértil. “Os ministros do Conselho cometeram o mesmo erro de cientistas da CTNBio ao ignorarem tantos documentos importantes que

Ativistas se acorrentaram em frente à sede da Vigor em São Paulo para pressionar a empresa a prestar informações sobre a matéria-prima que usa em seus produtos.

© Greenpeace/Patrícia Cruz

Uma das cenas mais comuns em qualquer mercado é o consumidor conferindo o rótulo do produto que deseja comprar. É nele que estão as informações básicas, do total de calorias à presença de glúten, que muitas pessoas não podem consumir, passando pela possibilidade de reciclagem da embalagem ao local de fabricação. Mas um dado importante vinha sendo sonegado há pelo menos quatro anos: se o produto foi fabricado com matériaprima transgênica. Desde 2004 vigora no Brasil o Decreto de Rotulagem, que prevê a inclusão de um triângulo amarelo com o T preto no meio nos rótulos de todos os produtos fabricados com 1% ou mais de organismos geneticamente modificados. É um direito do consumidor saber se o que está comprando contém transgênicos, e um dever da empresa informar sobre o fato. Mas nenhuma empresa cumpriu a lei de imediato. Levou quase quatro anos para isso acontecer, e mesmo assim apenas depois de uma denúncia do Greenpeace feita em 2005, que gerou uma ação na Justiça promovida pelo Ministério Público de São Paulo em 2007. O juiz bateu o martelo e obrigou duas grandes produtoras de óleo de soja, Bunge e Cargill, a rotularem seus principais produtos – entre eles, dois líderes de vendas nos mercados,

Produtos da Bunge e da Cargill à venda num supermercado do Rio de Janeiro foram rotulados como transgênicos para que o consumidor saiba o que está comprando.

colocam em dúvida a segurança desses milhos. Alguns países europeus proibiram nos últimos meses a comercialização desses produtos justamente por conta dos problemas apontados por essa documentação”, aponta Gabriela Vuolo. França e Alemanha estão na lista de países europeus que proibiram o plantio de milho transgênico. “A biossegurança brasileira está desde já ameaçada e nos resta agora cobrar com firmeza o governo e as empresas para que identifiquem todos os produtos fabricados a partir de matéria-prima transgênica. A população tem o direito de saber exatamente o que está consumindo”, diz Vuolo. O Guia do Consumidor, onde estão listados os produtos que podem conter ingredientes transgênicos e os que não contém, foi atualizado e reformulado e pode ser conferido em nosso site: http://www.greenpeace.org/brasil/transgenicos/consumidores/ guia-do-consumidor-2. Durante a Semana do Consumidor, entre os dias 8 e 15 de março, grupos de voluntários do Greenpeace realizaram uma série de atividades em diversas capitais

brasileiras para alertar as pessoas sobre seu direito de escolher produtos não-transgênicos e os riscos que essa tecnologia traz ao meio ambiente. Já está mais do que na hora das empresas respeitarem a Lei de Rotulagem e também o desejo das pessoas de promoverem o consumo consciente, uma das melhores formas de protegermos nosso planeta. CONTAMINAÇÃO TRANSGÊNICA O Greenpeace lançou no final de fevereiro, juntamente com o grupo GeneWatch UK, o relatório Registros de Contaminação Transgênica 2007, com casos identificados durante o ano em 23

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países do mundo. Enquanto que a contaminação transgênica aumenta em escala global, as empresas de biotecnologia seguem impunes. A maior parte dos casos registrados envolve cultivos de arroz e milho, mas também inclui soja, algodão, canola, mamão papaia e até peixes. De 1996 até o presente, já foram registrados 216 eventos de contaminação em 57 países.

Confira o novo Guia do Consumidor, com a lista de empresas e produtos que podem ou não usar matériaprima transgênica. http://www.greenpeace. org/brasil/transgenicos/ consumidores/guia-doconsumidor-2 O Sumário Executivo, em português, do relatório está em http://www.greenpeace. org/brasil/documentos/ transgenicos/sumarioexecutivo-do-registro

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entrevista

Marcos Palmeira é fã de carteirinha de produtos

orgânicos e há anos que só consome o que for plantado e colhido segundo os mandamentos da agroecologia. Quando comprou uma pequena fazenda na região serrana do Rio de Janeiro, há mais de 10 anos, não tinha a menor idéia do que era tudo isso, mas aos poucos foi se deixando seduzir. “Descobri o mundo maravilhoso da sustentabilidade”, diz o ator, que hoje produz quase 60 itens, entre verduras, legumes, frutas e laticínios. Confira a entrevista que Marcos Palmeira concedeu para a Revista do Greenpeace. A íntegra pode ser acessada no seguinte link: http://www.greenpeace.org/brasil/transgenicos/ entrevistas/org-nicos-bom-para-a-sa-de-e

Orgânicos: bom para a saúde e para o planeta GP - Quando você começou a se dedicar à agroecologia? A questão ambiental pesou na decisão? Por que? Marcos Palmeira - Quando eu comprei a fazenda, pensava apenas em produzir leite, sem me preocupar em ser ou não orgânico por pura falta de informação. Ao notar que os produtores de verdura não consumiam o próprio produto, percebi que algo estava errado. Então resolvi correr atrás de informações sobre agroecologia. Foi quando conheci o Sr. João Carlos Ávila, da Associação de Biodinâmica (ABD), e desco14

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bri então o mundo maravilhoso da sustentabilidade, onde o foco principal deve ser o solo e não a planta. A partir daí foquei a minha vida na agroecologia e hoje tenho um sócio, o engenheiro agrônomo senegalês Aly Ndjai, que me dá todo o suporte para que a fazenda produza mais sem afetar a sua preservação. Só a agroecologia permite isso - preservando a natureza, aumento minha produtividade. O que você produz em sua fazenda atualmente? Quem são os seus principais clientes? R - Hoje produzimos uma va-

riedade de quase 60 itens, entre verduras, legumes, frutas e laticínio, que são vendidos para a rede de supermercados Zona Sul, do Rio de Janeiro, que é minha parceira desde que comecei a trabalhar com a agroecologia. Eles entregam a domicílio e alguns pontos de venda querem fazer uma feira livre com esse tipo de produto orgânico.

produtor de açúcar orgânico do mundo, de suco de laranja, e por aí vai... A agroecologia não depende de espaço, depende do entendimento do proprietário sobre os benefícios que a sua propriedade a partir do momento que adota esse sistema, além da certeza de que sua terra será produtiva para o resto da vida!

Qual a maior vantagem do produto orgânico sobre o convencional? R - São várias as vantagens do produto orgânico em relação ao convencional. Consumindo produtos orgânicos, você não só esta fazendo bem para a sua saúde como também ajuda na preservação do planeta e na fixação do homem no campo. É um produto ético - e ética é coisa rara hoje em dia.

Em casa, consome apenas orgânicos? Se não, qual a proporção? R - Em casa consumo 100% orgânico. Não é fácil, mas eu consigo - junto o que produzo com o que consigo comprar fora.

A agroecologia é viável em larga escala ou se resume à pequena produção? Por que? R - A agroecologia é viável em qualquer tamanho de propriedade. Ela pode perfeitamente ser feita em larga escala. Se não fosse assim, o Brasil não seria o maior

No geral, o brasileiro se alimenta bem? Melhorou ou piorou nos últimos anos? R - O brasileiro se alimenta bem porque come pouco produto industrializado. Pela falta de condições financeiras, ele acaba recorrendo a produtos caseiros, o que faz com que sua alimentação seja relativamente boa. Mas eu acho que ainda falta salada e legumes na alimentação. Ainda consumimos muito amido, principalmente

“Consumindo produtos orgânicos, você não só esta fazendo bem para a sua saúde como também ajuda na preservação do planeta e na fixação do homem no campo. É um produto ético - e ética é coisa rara hoje em dia.”

da batata e do pãozinho. O que você sente falta no cardápio do brasileiro? Ele é equilibrado? R - No cardápio sinto falta de mais verduras, mais frango caipira. Mas no geral, comemos bem no Brasil. É possível viver hoje apenas consumindo produtos orgânicos? R - Não é possível viver hoje apenas de produtos orgânicos por uma total falta de distribuição desse produto e de um incentivo maior ao produtor, o que torna o preço mais caro em relação ao produto convencional. Nós produtores orgânicos precisamos respeitar milhões de regras de produção, enquanto que o produtor convencional ainda vive de uma relação de exploração, onde quem vende nem sempre é quem produz, mesmo que esse tenha nota fiscal de produtor. O brasileiro se adaptaria bem a uma dieta prioritariamente de produtos orgânicos? Por que? R - Claro que se adaptaria, porque não seria uma dieta. Orgânico não é diet, nem light. Orgânico é tudo que é produzido preservando a natureza, sem utilização de hormônios de crescimento, por exemplo. É uma produção que respeita a época dos alimentos, dando sustentabilidade ao produtor. E com os alimentos orgânicos podemos fazer qualquer receita. Eu como feijoada orgânica, empadão orgânico, lasanha orgânica, etc...

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Um grande, sujo e desengonçado elefante branco está prestes a despertar de seu longo sono e promete trazer muitos incômodos financeiros e de segurança ao Brasil. O Programa Nuclear Brasileiro (PNB), congelado há duas décadas por falta de dinheiro, tarifa competitiva ao consumidor e soluções para os rejeitos radioativos, foi reativado no ano passado com o anúncio da construção da usina nuclear Angra 3 sem que o governo brasileiro tenha respondido satisfatoriamente à sociedade como vai resolver as muitas questões ainda pendentes. As autoridades podem até tentar camuflar os altos custos de construção, manutenção, seguro contra acidentes e descomissionamento (desmontagem e armazenamento de

© Greenpeace

A usina nuclear Angra 2 só foi concluída em 2000, depois de anos de atraso e orçamentos estourados. E quem pagou a conta foram os consumidores de energia.

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todos os componentes radioativos) de Angra 3, mas no que depender do Greenpeace,o governo vai ter que se explicar. Com o lançamento do relatório “Elefante Branco: os verdadeiros custos da energia nuclear”, revelamos à sociedade que são os consumidores de energia que vão pagar os altos custos da aventura nuclear brasileira, por meio dos muitos subsídios que Angra 3 demandará para entrar em funcionamento – sem falar no impacto ambiental de incalculável proporções. O relatório, lançado neste mês de março, é baseado em um estudo econômico encomendado pelo Greenpeace à especialistas da Universidade de São Paulo (USP) para decifrar a matemática usada pelo governo para apresentar Angra 3 como um empreendimento economicamente viável. O que nosso relatório aponta é justamente o contrário: o projeto de construção da terceira usina nuclear brasileira se baseia em premissas financeiras irreais e ignora fatores fundamentais de segurança e custos de manutenção e de armazenamento de lixo radioativo. O elefante branco foi maquiado para parecer apetitoso à iniciativa privada e aos consumidores de energia. Não é uma coisa ou outra.

© Greenpeace/Eric Peleias

incomoda muita gente

“O Brasil tem um imenso potencial para fontes alternativas de energia, mercado em franca todo o mundo graças a incentivos governamentais. Se o governo brasileiro insistir em investir bilhões de reais num projeto como Angra 3, podemos perder o bonde da história e ficar para trás no desenvolvimento desse mercado limpo e renovável de geração de energia”, critica Beatriz. O relatório Elefante branco: os verdadeiros custos da energia nuclear traz ainda referências a outros documentos importantes lançados pelo Greenpeace nos últimos anos como o [R]evolução Energética, The Economics of Nuclear Power, Cortina de Fumaça: As emissões de gases estufa e outros impactos da energia nuclear, além de um panorama mundial dos programas nucleares e um histórico do programa nuclear brasileiro, nascido na década de 1940.

Leia aqui o relatório “Elefante Branco: os verdadeiros custos da energia nuclear”: http://www.greenpeace.org/ brasil/documentos/nuclear/ elefante-branco-o-verdadeiro

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nuclear

Um elefante branco

“A construção das usinas Angra 1 e Angra 2 foi marcada por atrasos no cronograma, orçamentos bilionários estourados e total falta de transparência governamental, algo que é bem comum em todos os projetos nucleares realizados mundo afora”, lembra Beatriz Carvalho, da campanha antinuclear do Greenpeace Brasil. “Este novo estudo mostra que os subsídios com Angra 3 podem chegar a R$ 4 bilhões. Ao jogar luz sobre os verdadeiros custos do programa nuclear brasileiro, reforçamos a urgência de discutirmos seriamente qual o modelo energético que queremos para o futuro do país.” O estudo técnico foi elaborado por pesquisadores liderados pelo professor Miguel Edgar Morales Udaeta, do Instituto de Energia Elética (IEE) e do Grupo de Energia do Departamento de Energia e Automação Elétricas da Escola Politécnica, ambos da USP. O grupo de pesquisadores analisou, por exemplo, a base de cálculo adotada pela Eletrobrás para compor a tarifa que o consumidor final pagará pela energia gerada por Angra 3, além dos riscos financeiros do projeto. O que se descobriu é que o governo ocultou gigantescos subsídios para tornar o projeto competitivo no mercado energético nacional. Em outras palavras: dinheiro público que poderia estar sendo usado em projetos mais limpos e seguros, como de energia eólica ou pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), está sendo enterrado em um empreendimento caro e perigoso, que não se sustenta dos pontos de vista energético ou financeiro e ainda impede o desenvolvimento de um mercado de energias renováveis no país.


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Todo o poder às renováveis

“Acabei de receber minha carteira de colaboradora do Greenpeace e, para minha surpresa, meu coração se encheu de orgulho de fazer parte de um grupo tão especial. Fiquei com pena de só poder contribuir com pouco mas, pensando bem, decidi que os pequenos são tão importantes quanto os grandes e o que interessa é o engajamento, é dar o exemplo aos filhos. Valeu, pessoal!”

No ano passado, com o relatório ‘[R]evolução Energética’, o Greenpeace mostrou o caminho das pedras para aumentar a parcela das fontes renováveis de energia na matriz elétrica brasileira até 2030. Agora, cabe ao Congresso Nacional discutir e aprovar uma lei que estabeleça incentivos financeiros e estruturais que facilitem o acesso da energia renovável à rede elétrica brasileira. Sem incentivos, o que já é realidade em diversos países do mundo continuará apenas um distante sonho no Brasil. “Estamos trabalhando por uma lei que garanta prioridade a essas fontes no sistema interligado nacional, fomentando assim o setor de renováveis no país”, explica Ricardo Baitelo, especialista em energia do Greenpeace Brasil. “Para pressionar o governo e mobilizar formadores de opinião, o Greenpeace está apoiando a realização de seminários específicos sobre o tema em Brasília e no Nordeste. Os eventos devem reunir técnicos, especialistas, autoridades do executivo e do legislativo para discutir modelos legais e formas de incentivo”. A matriz energética brasileira é principalmente baseada em hidrelétricas de grande escala. Quando se fala em energias renováveis, refere-se à energia eólica, solar, hídrica de pequeno porte e biomassa, ou seja, um modelo de geração descentralizado, mais próximo dos centros consumidores e, portanto, de menor escala. Hoje essas fontes ainda representam uma parcela muito pequena da matriz elétrica nacional, principalmente por falta de incentivo do poder público, que não foi capaz de estabelecer regras claras para a comercialização dessa energia nem atrair investidores do setor. Estudos do próprio governo federal mostram queo potencial de energia solar e eólica brasileiro é imenso. “Além disso, se considerarmos o crescimento das usinas sucroalcooleiras e o subsequente aproveitamento do bagaço de cana, a geração de eletricidade a partir de biomassa também pode ser expressiva”, explica Ricardo. Não há como garantir, mas o ideal seria que essa lei fosse votada na Câmara dos Deputados ainda este ano, apesar da agenda cheia do legislativo em 2008 por conta das eleições municipais. Posteriormente, a lei também deverá ser votada no Senado Federal.

Nora Guedes, por email.

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Os investimentos em fontes renováveis de energia vêm crescendo ano após ano em todo o mundo, e o Brasil tem um grande potencial nesse mercado.

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Ativista do Greenpeace foi preso por policiais americanos em janeiro desde ano quando protestava em Washington contra o governo Bush, que atrasou a inclusão do urso polar na lista de espécies ameaçadas de extinção devido ao aquecimento global. O urso ativista remava um bote num pequeno lago próximo ao prédio do Departamento do Interior dos Estados Unidos quando foi detido.

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