Jul/Ago/Set 2008

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Oceanos

jul - ago - set | 2008

Revista

Nova campanha aponta desafios e soluçþes

Voto Verde Do local para o global

Nuclear Entrevista Marcelo Furtado, novo Diretor Executivo

greenpeace.org.br

Angra 3, um atraso anunciado


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© Osmar Luiz Junior/Instituto Laje Viva

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Amazônia Queimadas na Amazônia

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Clima & Energia Em meio à discussão, geleiras derretem

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Oceanos Mar à vista

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O Green na web

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Institucional

Este ano está sendo muito especial para mim porque, além de completar 18 anos de Greenpeace, assumi o cargo de Diretor Executivo da organização no Brasil. Me considero honrado, sortudo e com prazo de validade. Honrado por ter sido escolhido e pela confiança que tiveram em me colocar na direção do Greenpeace, com um processo aberto e transparente. Sortudo porque herdo uma organização estruturada e preparada para dar outro salto qualitativo. É gratificante poder assumir o leme de um barco em plenas condições de encarar as mais difíceis tempestades. Obrigado Frank Guggenheim por sua contribuição. Quero agora contribuir para construir o próximo Greenpeace, ampliando o escopo e a intensidade de nossa ação na defesa do meio ambiente. Vamos promover mudanças concretas e preparar a próxima geração que vai liderar o Greenpeace. Meu compromisso será ampliar o escopo e a intensidade de nossa ação na defesa do meio ambiente, promover mudanças concretas e preparar a próxima geração que vai liderar o Greenpeace. Para isso, preciso de uma equipe que ouse, pense, aprenda e ensine. Que valorize cada vez mais nossos colaboradores, pois sem vocês é impossível transformar idéias em ações. Importante também entender que nossa capacidade de transformação está diretamente ligada à nossa capacidade de mobilizar corações e mentes. Temos que trabalhar duro para vencer os desafios ambientais que assumimos com outros cidadãos deste planeta. Agradeço a confiança e conto com empenho, tolerância e fé de todos. Pois fazer é fundamental.

© Greenpeace/Rodrigo Baleia

diário de bordo Nossa capa: As Áreas Marinhas Protegidas garantem a recuperação de espécies ameaçadas pela ação do homem. Fernando de Noronha, PE.

Caras e caros,

Abraços, Marcelo Furtado Diretor Executivo Greenpeace Brasil

Voto verde: do local para o global

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Entrevista Marcelo Furtado

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Nuclear Atraso nuclear

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Transgênicos Na contramão da preferência nacional

Cartas e expediente

O Greenpeace é uma organização global e independente que promove campanhas para defender o meio ambiente e a paz, inspirando as pessoas a mudarem atitudes e comportamentos. Nós investigamos, expomos e confrontamos os responsáveis por danos ambientais. Também defendemos soluções ambientalmente seguras e socialmente justas, que ofereçam esperança para esta e para as futuras gerações e inspiramos pessoas a se tornarem responsáveis pelo planeta.

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amazônia © Greenpeace/Rodrigo Baleia

Queimadas

na Amazônia

Queimar a floresta é uma das formas mais baratas para abrir áreas de pasto quando não chove na Amazônia. Do total de focos de calor registrados no país pelo Inpe até o dia 22 de agosto, 64% ocorreram na região.

Quatro horas da madrugada, noite cerrada ainda, e os cartógrafos do Greenpeace já estavam com os olhos grudados na tela do computador. É por volta desse horário que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) do governo federal faz a primeira atualização dos mapas dos focos de queimadas em todo o país, registrados dia-a-dia por seus quatro satélites. Esse monitoramento foi a base da operação Queimadas na Amazônia, do Greenpeace, para detectar os incêndios no bioma responsáveis por parcela significativa do desmatamento nos meses de julho a outubro. Queimar a floresta 4

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é uma das formas mais baratas para abrir áreas de pasto quando não chove na Amazônia, o que explica porque, do total de focos de calor registrados no país pelo Inpe até o dia 22 de agosto, 64% (5.754 focos) ocorreram na região. Para trazer essa realidade para mais perto de quem está longe da fumaça, o Greenpeace passou uma semana varrendo e documentando, por terra e por ar, uma das regiões mais atingidas pelas queimadas entre os estados do Mato Grosso e Pará, explica Marcio Astrini, membro da campanha Amazônia da organização. Baseada em Alta Floresta (MT), a operação ocorreu entre os dias

23 e 29 de agosto e teve como principal objetivo a produção de material audiovisual e fotográfico. Contou com a atuação de 15 ativistas na região da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, uma unidade de conservação localizada em Novo Progresso (PA), próxima à rodovia BR-163. Com 1,3 milhão de hectares, a Flona do Jamanxim contabilizou 162 focos de incêndio em agosto - quase a metade do total registrado na região durante o período - e lidera o ranking nacional de focos de calor em Unidades de Conservação. Para fazer os sobrevôos, era preciso esperar que a densa


© Greenpeace/Alberto César

Novos desafios da

Moratória da Soja

Embora dados recentes indiquem um aumento no desmatamento, após três anos consecutivos de queda, o monitoramento feito pela Moratória da Soja para a safra 2007/2008 não encontrou plantios de soja em áreas recém desmatadas. Porém, nos sobrevôos que o Greenpeace realiza regularmente foram identificados novos desmatamentos dentro ou próximos de fazendas produtoras de soja e, por isso, houve a necessidade de se estender o prazo da Moratória até 2009. Ao longo desse terceiro ano da Moratória, os principais desafios são impulsionar o cadastro e licenciamento das propriedades rurais e aprovar um sistema de rastreabilidade que permita às empresas comprovarem a origem da soja. Adicionalmente, o Grupo de Trabalho da Soja aguarda a produção, pelo IBGE, do mapa do bioma em escala 1:250.000 para melhorar o delineamento do monitoramento.

colcha de fumaça que durante a noite cobriu a região, se dissipasse com o calor do sol. Já a preparação para a documentação em solo era mais complexa. A equipe, composta por operadores de logística, fotógrafos, cinegrafistas, rádio-operadores, ativistas e pilotos, tinha que levar em conta o fato de que o Greenpeace não é bem-vindo na região, onde os criminosos ambientais detêm grande parte do poder. Por prudência, conta Marcio Astrini, a viagem para Alta Floresta (MT), Guarantã do Norte (MT) e Novo Progresso (PA) foi meticulosamente planejada, com esquema de segurança e detecção de rotas de fuga em caso de necessidade. Utilizando um sofisticado sis-

tema de transmissão de imagens por satélite, a equipe fez uma primeira tentativa de transmitir ao vivo o espetáculo dantesco da floresta em chamas no Jamaxim no dia 27 de agosto. A experiência, frustrada por conta de problemas técnicos, foi repetida com sucesso no dia 29, dessa vez em uma área em Nova Bandeirantes (MT), um dos 36 municípios da Amazônia que mais desmataram em 2007. A operação Queimada na Amazônia produziu centenas de fotos e imagens, que estão disponíveis para o público tanto no site do Greenpeace (http://www. greenpeace.org/brasil/amazonia/ florestas-em-fogo ) quanto em um documentário. “Com essa operação, queremos levar a realidade da destruição da Amazônia mais

perto das pessoas. O desmatamento é o principal vetor das mudanças climáticas e da ameaça à biodiversidade no Brasil. Traz enormes prejuízos econômicos, incentiva o trabalho escravo e conflitos agrários, e é responsável pelos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. Temos que acabar com isso”, afirma Marcio Astrini.

Veja vídeos, mapas e fotos da destruição da floresta amazônica em: http://www.greenpeace.org/ brasil/amazonia/florestas-em-fogo

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Em meio à discussão, geleiras derretem Enquanto as geleiras derretem em velocidade recorde, ambientalistas, cientistas e governantes discutem as novas definições sobre as regras que indicarão as políticas de combate ao aquecimento global a partir de 2012, quando se encerra a primeira fase do Protocolo de Kyoto. Se tudo correr bem, as novas metas de reduções de emissões de gases de efeito estufa serão definidas no encontro da Convenção sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas, que será realizado em dezembro de 2009 em Copenhagen (Dinamarca). Diante da pouca vontade política demonstrada pelos países ricos, em especial os que compõem o G-8 (EUA, Canadá, Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Rússia e Japão), em assumir 6

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metas mais ambiciosas de redução das emissões, é preciso que a população comece um processo de pressão sobre seus governos para que as negociações atinjam resultados satisfatórios. No Brasil, que tem se posicionado contra metas para os países em desenvolvimento, o Greenpeace tem reforçado suas campanhas propositivas, com propostas de alternativas energéticas para a mitigação da emissão de gases, e pressão sobre o governo. É preciso estar atento ao processo de elaboração de um Plano Nacional de Mudanças Climáticas, que vem se arrastando a passo de tartaruga e sofrendo, internamente, inúmeras pressões contrárias, explica Marcelo Furtado, diretor executivo da organização. Segundo Furtado, o governo

brasileiro já tem subsídios suficientes para elaborar suas políticas. Nesse sentido, o Greenpeace colaborou ativamente com a elaboração de um documento da Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, com propostas como o Desmatamento Zero, expansão de projetos de energias renováveis e instrumentos de eficiência energética. É preciso que o governo comece urgentemente a trabalhar. “Agora, queremos mais ação do governo para zerar o desmatamento na Amazônia e fazer a Revolução Energética que o planeta tanto precisa. A sociedade precisa participar da elaboração de compromissos de metas, enquanto nós adotamos uma política agressiva de pressão e mobilização”, afirma Furtado.

© Greenpeace/Jiri Rezac

clima&energia Iceberg flutua no Oceano Antártico: enquanto os países mais industrializados do mundo demoram em aceitar o fato de que precisam assumir metas mais ambiciosas de redução de emissões de CO2, as geleiras dos pólos derretem em velocidade recorde.


oceanos © Osmar Luiz Junior/Instituto Laje Viva

Mar A rica biodiversidade dos oceanos está ameaçada pela falta de áreas marinhas protegidas, pela pesca predatória e pelas mudanças climáticas. Em seu relatório À Deriva, o Greenpeace identifica os problemas e soluções para garantir o futuro dos mares.

à vista

A imensidão dos oceanos - constatada pelo cosmonauta soviético Yuri Gagarin, primeiro homem na órbita da Terra que nos anos 1960, emocionado, revelou ao mundo que o planeta é azul – durante muito tempo foi uma espécie de carta branca para as intervenções humanas. Os mares eram vistos como fornecedores inesgotáveis de peixes e suas águas salgadas aparentavam ter a capacidade de dissipar, como por mágica, esgotos residenciais, vazamentos de óleo e qualquer outro tipo de poluição. A fauna e a flora pareciam poder se recompor infinitamente. Ledo engano. Os oceanos são mais frágeis do que se poderia imaginar e precisam de cuidados.

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De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), 76% das espécies marinhas comercializadas estão ameaçadas de extinção porque foram pescadas além de seu limite de reposição natural. No Brasil, segundo o Ministério do Meio Ambiente, esse índice chega a 80%. A quantidade de áreas marinhas protegidas no planeta é desproporcional ao equilíbrio que 8

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precisa ser resgatado. Em todo o mundo, existem cerca de cinco mil áreas protegidas, parece muito, mas é menos de 1% dos oceanos. Em águas brasileiras, esse total é ainda menor (0,4%). São 20 unidades de proteção integral e 20 de uso sustentável no país. Dados alarmantes como esses exigem respostas rápidas e pronto engajamento da sociedade civil. Com esse objetivo, o Greenpeace

lançou em agosto deste ano campanha direcionada à preservação dos mares brasileiro. O trabalho foi iniciado no país com a publicação do relatório À Deriva – Um Panorama dos Mares Brasileiros, lançamento do vídeo O Mar É Nosso?, inauguração da exposição sensorial Entre Nessa Onda no túnel sensorial e uma campanha publicitária que inclui peças para jornais, revistas e cinema.


Cerca de 400 pessoas formaram um banner humano na atividade de engajamento público realizada em agosto no Parque Villa-Lobos (SP) para o lançamento da campanha de oceanos. Integrantes da União dos Escoteiros do Brasil, voluntários do Greenpeace, da SOS Mata Atlântica, da EcoSurf e da Surfrider Foundation se juntaram ao público que passeava no parque para desenhar no chão a palavra ‘socorro’ e uma grande onda. A criançada se divertiu com voluntários fantasiados de baleia, polvo, estrela-do-mar, tubarão e tartaruga, e também com Regina, uma baleia inflável de 15 metros.

© Greenpeace/Rodrigo Baleia

Panorama dos mares

“Os oceanos estão muito presentes no nosso cotidiano, mas a maior parte das pessoas não se dá conta disso e associam os mares somente ao lazer da praia”, diz Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de Oceanos do Greenpeace. A primeira parte do trabalho tem o objetivo de informar e convocar a sociedade para um engajamento urgente pela conservação da biodiversidade marinha.

O relatório À Deriva – Um Panorama dos Mares Brasileiros foi o ponto de partida de todo o material da campanha de oceanos. Mais de 40 profissionais da área foram entrevistados para a elaboração do estudo. Um dos problemas apontados pelos especialistas é o aquecimento global. Com o aumento da temperatura dos oceanos e o derretimento das geleiras, perde-se a biodiversidade, o nível do mar aumenta e as zonas costeiras correm perigo. A pesca predatória foi outra ameaça citada pelos especialistas. O desafio do setor é encontrar maneiras de manter a produção, sem ultrapassar a capacidade natural de reposição dos estoques pesqueiros. O relatório também indica soluções. “Uma das saídas é a criação de áreas marinhas protegidas, que são espaços naturais reservados para garantir a reposição das espécies marinhas”, diz Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha.

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Acampanha, está focada em quatro temas básicos dos oceanos: áreas marinhas protegidas (AMPs), pesca predatória e estoque pesqueiro, mudanças climáticas e oceanos, e política nacional para oceanos. O almirante Ibsen de Gusmão Câmara, um dos 46 especialistas ouvidos pela equipe do Greenpeace para a elaboração do relatório À Deriva, ressalta que as pessoas não conhecem os problemas do mar, alguns gravíssimos como a ameaça existente hoje a 30% dos corais do mundo. “Isso é muito preocupante porque os corais abrigam ¼ das

espécies marinhas. Outra preocupação é o desaparecimento de 20% dos manguezais do mundo. Aqui no Brasil, estamos destruindo nossos manguezais para criar camarão”, afirma. Leandra Gonçalves acredita na criação de áreas marinhas protegidas, espaços naturais reservados para garantir a reposição das espécies marinhas, como peças fundamentais na preservação dos oceanos. O Greenpeace recomenda que 40% dos oceanos sejam reservas marinhas e o Brasil tem muito a contribuir para que possamos chegar a essa meta. “Para que essas e outras medi-

das tornem-se realidade é necessário o desenvolvimento de uma Política Nacional de Oceanos efetiva”, avalia Leandra. “O descaso do governo brasileiro com o bioma marinho não está relacionado à falta de órgãos gestores, mas sim à falta de coordenação entre eles. Há uma sobreposição de poderes”, afirma. A campanha pelos mares brasileiros é uma expansão do trabalho de conservação dos oceanos que o Greenpeace desenvolve internacionalmente desde 1974, quando a organização fez a sua primeira campanha em defesa das baleias.

Todos os

sentidos

A instalação “Entre nessa onda” é uma das principais ferramentas de sensibilização da população na luta pela conservação dos oceanos. Ao entrar no túnel de aproximadamente 30 metros de comprimento, os visitantes passam por quatro cenários diferentes relativos ao mar, ambientados com sons e cheiros. No primeiro espaço, praias urbanizadas, lixo e aromas remetem ao litoral brasileiro. O destaque do segundo trecho é a pesca. No terceiro cenário estão retratados os impactos do aquecimento global nos oceanos, como branqueamento de corais e aumento do nível do mar. O visitante entra em contato, com o mar ideal no quarto ambiente, que mostra como o bioma reage quando existe uma política de proteção marinha. Ao final, é exibido o vídeo O Mar É Nosso? O túnel foi exibido primeiro em São Paulo, depois segue para outras cidades do país. 10

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© Greenpeace/Rodrigo Baleia

pelos oceanos

Conheça detalhes dos quatro temas do relatório À Deriva Áreas Marinhas Protegidas, Estoques Pesqueiros, Clima e Política Nacional. http://www.greenpeace.org.br/onda


saiba mais

internet © Greenpeace/Rodrigo Baleia

Cinzas ao vivo Documentamos e expomos as queimadas e o desmatamento na Amazônia diretamente da região. Numa FLORESTA EM FOGO - Imagens produzidas e transmitidas ao vivo no meio da floresta amazônica mostraram ao mundo transmissão online mostramos a triste realidade da destruição provocada pelas queimadas. in loco a maior ameaça à nossa biodiversida de e fator principal de nossa contribuição ao aquecimento global. Cerca de 75% das emissões brasileiras de gases do efeito estufa vêm dos desmatamentos e queimadas. Preparamos ainda uma página especial em nosso site, Queimadas na Amazônia, com galeria de fotos e vídeos da região, além de mapas que mostram a evolução da destruição da floresta no Brasil e os focos das queimadas em tempo real. Confira e deixe lá o seu comentário!

Entre Nessa Onda!

Messias nuclear

Escorpiões do ar

Com uma grande atividade no Parque Villa-Lobos (SP), lançamos a campanha de Oceanos do Greenpeace, com direito a relatório e vídeo sobre a atual situação dos mares.

O Messias chegou à presidência do Ibama e não trouxe boas notícias. Entre suas principais ações foi dar licença prévia às obras de Angra 3. Nós não deixamos a história passar em claro e fomos ao Rio protestar. Saiba como foi na página de nuclear.

Os escorpiões do rock abraçaram para valer a causa ambiental. Integrantes do grupo alemão Scorpions sobrevoaram conosco parte da floresta amazônica e ficaram impressionados com a beleza e a destruição da região. Durante os shows no Brasil, mostraram em um telão imagens produzidas pelo Greenpeace para uma de suas músicas e exibiram no palco faixas pelo fim do desmatamento da floresta.

7 Pecados Capitais dos Transgênicos Com o Brasil cada vez mais aberto aos transgênicos - a CTNBio aprovou mais uma espécie de algodão geneticamente modificado -, é bom você saber do que se trata. Visite a página da campanha e saiba quais os principais problemas da tecnologia, quem são os mais afetados, quais os riscos à biodiversidade.

Grilagem na Amazônia O Plano de Aceleração da Grilagem (PAG) ganhou vida no Congresso e foi sancionado pelo presidente Lula. A destruição na Amazônia anda a passos largos... Veja o vídeo que produzimos alertando sobre o processo de ocupação ilegal da região.

Para acessar todo o conteúdo desta página, entre em:

http://www.greenpeace.org/ brasil/institucional/o-greenna-web

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institucional

Voto verde

do local para o global

Mudanças

climáticas e energias renováveis

• Definir plano municipal sobre mudanças climáticas com metas de redução de gases do efeito estufa; • Proibir, por legislação municipal, a instalação de indústrias nucleares, de mineração, beneficiamento e enriquecimento de urânio; • Acabar com subsídios e incentivos locais a empreendimentos relacionados à produção de combustíveis fósseis ou nucleares; • Instalar aquecedores solares de água nos prédios construídos pelos programas habitacionais municipais; • Investir em programas e ações de eficiência energética; • Criar programa para favorecer o uso de bicicletas nas cidades, com instalação de bicicletários públicos em estações de ônibus, metrô, trens e barca.

Florestas

e recursos hídricos

• Proibir órgãos públicos de consumir madeira que não tenha origem comprovada e legal. • Incentivar de forma sustentável a fabricação e aquisição de produtos tradicionais da floresta amazônica; • Estabelecer programas de pagamento à prestação de serviços ambientais que promovam o fim dos desmatamentos; • Criar programas de proteção ou recuperação de florestas nativas e outras vegetações para garantir a proporção de 24 metros quadrados de floresta por habitante; • Estabelecer em lei a obrigatoriedade do plantio de pelo menos uma árvore para cada lote ou a cada 12 metros.

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Quando as populações das mais de cinco mil cidades brasileiras forem às urnas em outubro deste ano, escolherão bem mais que seus representantes na política local. A ação de prefeitos e vereadores interfere tanto na realidade do município como na global. Incluir o tema meio ambiente nas decisões municipais é importante para vencermos os desafios ambientais que temos pela frente. No intuito de fomentar a discussão e mobilizar todos os setores da sociedade, o Greenpeace elaborou uma série de sugestões que podem ser adotadas em qualquer município do país. A seguir algumas das nossas propostas. O material completo pode ser acessado em http://www.greenpeace.org/brasil/plataforma2008 e enviado de lá para os candidatos.

Transgênicos • Exigir a rotulagem e identificação de produtos alimentícios contendo organismos geneticamente modificados (OGMs), que permita ao consumidor a correta informação sobre o que está consumindo; • Excluir do cardápio da merenda escolar e dos serviços de saúde alimentos contendo OGMs; • Exigir que bares, restaurantes e lanchonetes informem a seus clientes sobre a utilização de alimentos contendo OGMs; • Oferecer condições especiais para a comercialização da produção agrícola orgânica.


© Greenpeace/Migue

l Schincariol

As notícias sobre nossas equipes de Diálogo Direto e voluntários terão um espaço especial a partir desta edição. A coluna Em Ação foi criada para que todos os colaboradores possam acompanhar um pouco do que vem sendo por esse pessoal Brasil afora. Este espaço é mais uma forma de reconhecimento da importância do trabalho de quem emprega seu tempo e talento para a organização.

Oceanos • Obrigar que obras e instalações de empreendimentos na zona costeira do país só sejam autorizadas caso apresentem estudos sobre a elevação do nível do mar; • Estabelecer critérios de sustentabilidade para a produção e consumo de pescados nas compras públicas; • Inserir nos currículos da rede municipal de ensino conceitos básicos sobre os oceanos (oceanografia).

Temas

diversos

• Tornar empresas responsáveis pela destinação final de seus produtos, materiais e embalagens (sistemas de logística reversa); • Criar pontos de coleta de resíduos eletro-eletrônicos; • Criar Código Municipal Ecológico de construções sustentáveis para diminuir consumo e impactos ambientais.

DD NÃO PÁRA O Programa Diálogo Direto, do Greenpeace, participou em 2008 de mais de 45 eventos em 23 cidades por todo o Brasil. Abordou mais de 25 mil pessoas, atuando como extensão das campanhas da organização e divulgando as soluções propostas. E a agenda de atividades não pára! Em outubro, a equipe acompanha a exposição “Meia Amazônia Não”, nos dias 28, 29 e 30, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. A mesma exposição participará também da EcoVale, evento do Sindicato dos Engenheiros, nos dias 11 e 13 de novembro, no Vale do Paraíba (SP). NA ONDA A campanha de oceanos tem sido a principal atividade das agendas dos voluntários. Eles têm ajudado nos lançamentos regionais da campanha e no monitoramento da instalação sensorial “Entre nessa onda”. E já que o assunto é água salgada, vale um registro para a participação dos grupos do Rio de Janeiro e Salvador no Clean up Day, no dia 20 de setembro. Trata-se de um grande multirão, do qual várias entidades ambientais participam. Enquanto limpam as praias, os voluntários informam sobre a importância dos oceanos para nossas vidas.

Os processos de seleção de novos voluntários são abertos periodicamente. Todos os colaboradores são convidados a participar. | 13


entrevista Formado em engenheira química, Marcelo Furtado, 44 anos, acabou de atingir a “maioridade” no Greenpeace. Há 18 anos atua na organização, começando como Diálogo Direto (DD) nos Estados Unidos. Ajudou na coordenação de políticas públicas para a América Latina, participou de campanhas internacionais contra a energia nuclear e transgênicos, foi diretor de Campanhas do Greenpeace Brasil e, agora, diretor executivo.

© Greenpeace/Rodrigo Baleia

Em sua nova fase, Marcelo quer engajar os brasileiros na luta ambiental, promover alianças estratégicas com outros setores da sociedade e formar a nova geração de ativistas do Greenpeace.

Confira a entrevista que ele concedeu à Revista do Greenpeace:

“Maior ameaça ambiental no Brasil ainda é a apatia das pessoas” GP - Como foi seu primeiro contato com o Greenpeace? Marcelo Furtado - O primeiro contato foi como telespectador, em 1985, vendo imagens do noticiário da TV sobre o afundamento do Rainbow Warrior. Quatro anos depois, eu estava numa ‘república’ de amigos na Alemanha, que eram colaboradores do Greenpeace. Presenciei uma reunião em que discutiam o que a organização tinha feito naquele ano e se eles aumentariam ou não a sua contribuição anual. Eles me contaram um pouco sobre o Greenpeace e as coisas legais que a organização fazia no mundo. Em 1990, fui para os Estados Unidos e acabei trabalhando meio período na área de captação de recursos do Greenpeace, que 14

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é o Diálogo Direto que temos hoje no Brasil. Fiquei um ano e sai, voltando em 1992 para atuar na campanha contra a poluição industrial. A partir de então, trabalhei ininterruptamente no Greenpeace, em diversas. Qual sonho pretende ver realizado no Greenpeace nos próximos anos? A maior ambição que qualquer diretor de organização tem é tocar o coração e mentes das pessoas, e conseguir engajar os brasileiros nessa luta pela bandeira ambiental. E fazer alianças estratégicas com parceiros da sociedade civil e do setor privado ou público, que muitos não imaginariam ser possíveis. Vamos ter que inovar, porque temos pouco tempo e um desafio enorme pela frente.


© Greenpeace/Ricardo Beliel

Marcelo Furtado participou em 2006 da marcha com mais de mil pessoas realizada em Santarém (PA) contra a destruição causada na floresta amazônica pelas plantações de soja. A marcha terminou em frente a um terminal graneleiro da Cargill na cidade.

Também temos que fazer a diferença na área de captação de recursos. É fundamental que a sociedade brasileira financie organizações que defendem os interesses da sociedade. O Greenpeace tem uma característica única de não aceitar dinheiro de governos e empresas, e por isso temos que mostrar às pessoas que esse investimento é muito importante. Afinal, é um investimento em seu próprio futuro. Outra ambição minha é formar a próxima geração do Greenpeace. Quero deixar um legado na organização de pessoas preparadas, experientes, vibrantes e audaciosas, que vão tocar o Greenpeace com irreverência, criatividade e, principalmente, verdade. Sem se incomodar em destoar do discurso do grande grupo, mas fazer o discurso do que é justo, ético e correto, porque é isso que vai levar a gente para ver a luz no fim do túnel.

O Brasil está mais consciente em termos ambientais? Com certeza, mas falta ainda mobilização. A crise das mudanças climáticas é muito séria. Ela não é mais uma discussão ambiental, mas sobre padrão de desenvolvimento. A pergunta que está sendo feita para a sociedade, no Brasil e no mundo, é: qual o desenvolvimento que queremos e como devemos fazê-lo para crescer e garantir um futuro para esse planeta. É fundamental que o brasileiro deixe de ser um espectador, mesmo que informado do que está acontecendo, para se tornar um cidadão. A diferença entre um e outro é que o cidadão age, interfere no processo. Instrumentalizar esse cidadão para que ele possa agir em defesa do meio ambiente é um papel fundamental do nosso trabalho, por meio de nossas campanhas, da nossa comunicação e de nosso ativismo.

Você alguma vez se desiludiu com a causa ambiental? O ambientalista, em geral, tem que ser um bicho otimista. Eu não me lembro de ter acordado um dia sequer e perdido a esperança. Acordo todos os dias extremamente animado por essa luta, há 18 anos. As dificuldades são impostas diariamente no caminho de quem faz a luta pela preservação ambiental e se você aceitar esse bloqueio, fica paralisado. E se fica paralisado, deixa de cumprir seu papel. Por isso é importante transformar essa dificuldade em desafio e, melhor ainda, em oportunidade. Porque às vezes uma situação de crise apresenta uma oportunidade para fazer novas alianças, abordagens e com isso construir cenários e oportunidades alternativas. Qual o papel da organização na discussão ambiental no Brasil hoje? Muita gente vê o Greenpeace como um grupo respeitado e temido. Isso vem da nossa habilidade de fazer as coisas bem feitas. E para fazer bem feito a gente precisa contar com as pessoas. A coisa mais importante que temos na organização não são os barcos, os equipamentos de rapel, os computadores, nem os contatos. São as pessoas que topam fazer ação direta, que topam se expor e dar a cara para bater num debate, são as pessoas que mandam mensagens de protesto pelo computador. No fundo, a maior ameaça ambiental no Brasil é o brasileiro se tornar apático e deixar de se preocupar com a agenda ambiental. O nosso maior papel sempre será mobilizar as pessoas e acabar com a apatia. Incentivar a mobilização para que as pessoas usem sua voz para mudar esse país e o planeta.

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nuclear

o s a r t A do

Angra 3 nem saiu do papel e já está atrasada - ainda bem! O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, bem que queria iniciar a construção da terceira usina nuclear brasileira em 1º de setembro, mas vai ter que esperar a liberação da licença de instalação do Ibama, que ainda não saiu. De acordo com o Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, falta cumprir 60 exigências para autorizar o início das obras. A mais polêmica delas é sobre a construção de um depósito definitivo para o lixo nuclear. Minc não tem perdido oportunidades para esbravejar que a licença só sai se a Eletronuclear, empresa responsável pela construção e operação da usina, equacionar a questão do lixo radioativo. Diante do problema, o setor nuclear está jogando essa batata quente de um lado para o outro. A Eletronuclear é responsável pelo gerenciamento de resíduos de baixa radioatividade, já a CNEN, precisa solucionar os problemas do lixo de media e alta atividade. “O setor nuclear e o Ministro Lobão sabem que é impossível 16

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cumprir essa condicionante porque em lugar nenhum do mundo existe solução definitiva para os resíduos radioativos. Resta saber se o MMA vai ceder à pressão”, disse Rebeca Lerer, coordenadora da campanha de energia do Greenpeace. Mesmo as usinas nucleares consideradas mais modernas já são marcadas por atrasos e orçamentos estourados. Os reatores EPR (Reator Pressurizado Europeu), tidos pela indústria como ícones da renascença nuclear no mundo, já estão com o cronograma atrasado. As obras da usina Olkiluoto 3, na Finlândia, estão atrasadas em dois anos e meio, e os custos já dobraram, atingindo € 5 bilhões. Na França, a construção do EPR foi interrompida pela autoridade de segurança nuclear francesa, após apenas seis meses de trabalho, devido a problemas crônicos de segurança e com isso também vai ficar pronta fora do prazo estipulado. Além dos atrasos de cronograma, a energia nuclear também é atrasada como forma de geração de energia. “É lamentável que o

© Greenpeace/Gilvan Barreto

© Gree

npeace

a i c n anu

governo Lula tenha optado por investimentos em energia nuclear em um país com a abundância de recursos renováveis como o Brasil. Temos todas as condições de criar pólos tecnológicos de fontes limpas como sol, biomassa e vento e assumir a vanguarda mundial” afirma Rebeca Lerer. O governo se rendeu a uma visão do século passado, seduzido pelo poder perigoso da energia atômica. Nessa escolha quem perde mais é a sociedade, que hoje vai pagar os custos de construção de Angra 3 e que vai continuar arcando com os custos do gerenciamento dos rejeitos radioativos a perder de vista. Para piorar, o governo insiste no erro e anuncia a construção de mais quatro usinas no Nordeste. Faz também planos para obter a auto-suficiência na


© Greenpeace/Pierre

Gleizes

Ativistas do Greenpeace protestam contra a co nstrução da usina nuclear EPR de Flamanville, na França.

Modelo de problemas Ativistas do Greenpeace em frente à sede do Ibama, em manifestação contra o licenciamento de Angra 3, concedido pelo novo presidente do órgão, Roberto Messias.

produção de combustível nuclear para todos os novos reatores até 2014. Se isso acontecer, a mineração de urânio terá que ser ampliada, aumentando também os custos, riscos e impactos associados à geração de energia nuclear no Brasil. A mineração do urânio é a primeira etapa de uma série de impactos da energia nuclear, que só aumentam durante todo o ciclo de produção do combustível. O processo culmina com a produção de rejeitos radioativos que saem dos reatores nucleares. Quanto mais usinas forem construídas, mais lixo, insegurança e desprezo às leis ambientais teremos no país. ”O governo federal está atropelando a legislação ambiental brasileira, fruto de tanto debate e luta da sociedade. Ao impor ao

Problemas de custo e de prazo são tradição na indústria nuclear. Nem mesmo obras de usinas consideradas ‘modelos’, como as EPRs da França e da Finlândia, escapam dessa sina. Vendidas ao mundo como supra-sumo dos reatores nucleares, Flamanville e Olkiluoto 3 acumulam atrasos nas obras, estouros nos orçamentos propostos e problemas de segurança que revelam a sua verdadeira e frágil face. Os trabalhos na usina francesa de Flamanville estão nove meses atrás do cronograma oficial, devido a problemas de concretagem. O mesmo problema foi verificado nas obras do reator finlandês Olkiluoto 3, que está dois anos atrasado. O rombo no orçamento é de mais de 2 bilhões de euros, além de diversos problemas de segurança, constatados em documentos confidenciais obtidos pelo Greenpeace em agosto. Ambas as obras gastam fortunas e não entregarão o que prometem - energia barata e segura. Por isso deveriam ser paralisadas o quanto antes, para que seja possível investir em projetos de energia renovável e eficiência energética.

Ibama e ao Ministério do Meio Ambiente uma solução técnica para a decisão política de ressuscitar o programa nuclear brasileiro, o governo desconsidera os impactos ambientais e as alternativas disponíveis nos país. O licenciamento ambiental acaba sendo o único canal de discussão da sociedade, mas que acontece sob o peso de uma decisão já tomada”, lamenta Rebeca.

Conheça em detalhes os problemas de Angra 3 e demais usinas nucleares em construção no mundo em http://www.greenpeace.org/ brasil/nuclear

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transgênicos

cartas & e-mails

Na contramão

da preferência nacional

“Fico feliz em ser um colaborador dessa grande organização. O GREENPEACE é o que surgiu de mais importante sobre a defesa do meio ambiente em particular sobre a nossa imensa Amazônia. Quero ressaltar o desempenho e a luta travada contra todos setores que vem degradando a nossa Amazônia, parabéns aos nossos heróis ambientalistas, estou com vocês para o que der e vier.”

Na contramão da preferência de consumo da população brasileira e de empresas do setor de alimentos, o Brasil abriu mais um pouco sua porteira aos transgênicos, com a liberação comercial em agosto do algodão Liberty Link da Bayer Cropscience. Os cientistas da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) preferiram novamente ignorar dados e evidências dos riscos associados aos organismos geneticamente modificados (OGMs) e também o mercado consumidor no país. “Essa aprovação do algodão da Bayer coloca em risco toda a agrobiodiversidade do país, especialmente no semi-árido, área rica em variedades silvestres”, avalia Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de Engenharia Genética do Greenpeace. “O Brasil está potencializando os riscos de contaminação do campo e da alimentação de sua população, ignorando seu próprio setor produtivo e consumidores.” A sociedade civil e algumas empresas têm, ora individualmente, ora em parceria, procurado soluções para enfrentar o cenário que lhes nega o direito de não consumir transgênicos. Com o governo liberando OGMs e empresas desrespeitando a lei de rotulagem, negando ao consumidor a informação sobre seus produtos, o jeito é se defender em iniciativas como o Guia do Consumidor do Greenpeace (com a lista de empresas que não usam transgênicos) ou a Asssociação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange). “Há uma crescente demanda por produtos livres de transgênicos, o que abriu espaço para uma associação como a nossa, que trabalha com uma larga escala de produtos não-transgênicos, dentro de uma sustentabilidade produtiva, ambiental e social”, afirma Osires de Melo, gerente de desenvolvimento de mercado de uma das maiores produtoras brasileiras de soja, integrantes da Abrange. Empresas como Arcor, Yakult e, mais recentemente, Hershey’s também já indicaram que preferem o mercado de não-transgênicos. Com isso podem figurar na lista verde do Guia do Consumidor, garantindo a proteção ambiental, produtiva e de consumo do país.

Professor Hidemberg Barroso de Oliveira, em comentário no site do Greenpeace.

Você também pode mandar seu comentário, dúvida ou sugestão. Participe! Para nos contatar: REVISTA DO Greenpeace Rua Alvarenga, 2331 Cep: 05509 006 São Paulo SP ASSOCIAÇÃO CIVIL GREENPEACE Conselho diretor

Consumidora faz compras em supermercado no Rio de Janeiro que foi alvo de ação do Greenpeace para alertar sobre produtos que não trazem informações sobre o uso de organismos geneticamente modificados.

Presidente Conselheiros

Diretor executivo Diretor de campanha da Amazônia Diretora de comunicação Diretora de marketing e captação de recursos Diretor de políticas públicas

Marcelo Sodré Eduardo M. Ehlers Marcelo Takaoka Pedro Leitão Raquel Biderman Furriela Marcelo Furtado Paulo Adario Gladis Éboli Clélia Maury Sérgio Leitão

REVISTA DO GREENPEACE É uma publicação trimestral do Greenpeace

Editor Redatores

Designer gráfico Impressão

Jorge Henrique Cordeiro (mtb 15251/97) Tica Minami Caroline Donatti Vânia Alves Danielle Bambace Verena Glass Gabi Juns D’lippi

Este periódico foi impresso em papel reciclado em processo livre de cloro. Tiragem: 33 mil exemplares.

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Mulher chinesa circula de bicicleta por Pequim, na China, com um cachecol transparente sobre seu rosto para evitar a pesada poeira do ar da cidade. A poluição atmosférica é um dos principais problemas da capital chinesa e ganhou as manchetes do mundo com a realização dos Jogos Olímpicos. O Greenpeace lançou durante o evento o relatório China Após as Olimpíadas: Lições de Pequim, avaliando as medidas tomadas pelo governo chinês para tornar a cidade menos cinza.

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