Luzia #01

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LUZIA #01

Diego Cruz, Entrevista.

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“Sou fotógrafo por causa da música.” LUZIA: Há quanto tempo você fotografa e como a prática de fotografia apareceu na sua vida? DIEGO: Meu contato com a prática fotográfica começou quando a banda que eu tocava precisou de foto pra ilustrar a capa de uma fita demo. Esse foi o momento chave, devia ter uns 14 anos. De qualquer forma, ainda acredito que o despertar para o interesse por fotografia é anterior ao momento em que começo a praticá-la. Em consequência desse meu envolvimento com música, o assunto que mais fotografei ao longo desses quase 21 anos, sem dúvida, foram as bandas, cantores, instrumentistas e outros artistas da área. Acabo me dando bem com eles porque sou um deles e entendo um

pouco das expectativas e das necessidades desse grupo. Cresci vendo meu pai tocando violão em casa, estudei música, toquei em bandas e naturalmente me expus na adolescência à muitas imagens de músicos por causa das revistas que consumia desse segmento. Meu quarto era adornado por muitos pôsteres das bandas que eu gostava. Talvez daí tenha vindo meu gosto por esse negócio todo. É basicamente assim que inicia meu contato com a foto. Início e principal influência, a música!

atividade de fotógrafo profissional. O mais curioso é que me tornei professor de fotografia antes de me considerar fotógrafo profissional de fato.

LUZIA: Em que momento você se tornou profissional?

Eu era professor de informática no Senac-PE antes de ser fotógrafo profissional e já fotografava com técnicas mais complexas, não vivia de fotografia, mas fotografava bem e naturalmente as pessoas do meu meio me procuravam pra fazer qualquer coisa que se relacionasse com imagem. Acho que houve sim um momento, quando era aluno da graduação em design gráfico da AESO…

DIEGO: Eu não sei se posso classificar isso na minha carreira como um “momento”. Na verdade, existiu uma fase de transição entre minha atividade profissional anterior e a

“Depois que você aprende a usar flash com eficiência, fica fácil montar estúdio em qualquer lugar”. 2


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Posteriormente fui pra uma reunião onde ela me propôs mudança de setor, eu sairia da informática e iria para fotografia… lógico que aceitei. Havia apenas a condição de eu me submeter ao crivo do professor João José que na época estava perto de se aposentar. Então eles me matriculariam em uma turma do JJ e no final ele diria se eu tinha condições de ser professor de fotografia do Senac. Acho que consegui, só saí de lá depois que completei dez anos na empresa e quando achei que conseguiria viver de fotografia e sem o salário que recebia lá.

“Entendi que estava tendo uma oportunidade muito valiosa de ser professor de fotografia numa instituição grande e respeitada, então dali pra frente decidi que poderia me considerar e me posicionar como fotógrafo profissional.”

O professor de Introdução à Fotografia do curso, que era o Roberto Soares, sugeriu uma atividade que consistia em criar imagens que representassem ou que ilustrassem alguma música e nós poderíamos escolher qual música seria. Evidentemente escolhi uma música minha. Era uma música que contava a história de uma garota de programa chamada Maria Isabela. Então me travesti de mulher pra representar a música e fiz uma sessão de autorretrato.

Apresentei o trabalho e talvez o grupo tenha gostado, ganhei uma boa nota e segui a vida. Alguns dias depois recebi uma ligação de uma coordenadora de cursos do Senac dizendo que sua filha era minha colega de turma na faculdade e havia contado sobre um aluno que também era professor do Senac, mas era muito bom em fotografia. O Senac estava precisando de professor de fotografia, daí recebi o convite para uma conversa.

Ainda assim existiu um tempo de transição pra compreensão e domínio de coisas como o mercado, relacionamento com cliente, contabilidade, burocracias com CNPJ, composição de orçamento, administração de fluxo de trabalho etc. Hoje tenho tudo isso na bagagem, mas não deixa de ser uma construção. LUZIA: O que você acha que há de diferente na sua fotografia de retrato? DIEGO: Eu não acho que minha fotografia poderia ser adjetivada 3


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como “diferente” se isso estiver associado ao conceito de “originalidade. Minha fotografia não é original, portanto não é diferente. O que faço no meu trabalho é tentar imitar o que meus fotógrafos preferidos fazem. Acontece que a combinação de todas as referências que tenho se transforma na fotografia que eu faço. Se a pergunta fosse apenas: “o que há na sua fotografia de retrato?” Eu te diria que tem: Alexandre Severo, Alcir Lacerda, Pierre Gonnord, Felix Nadar, Bárbara Wagner, Martin Parr, Diane Arbus e mais um monte de outros ingredientes. LUZIA: A maioria dos fotógrafos tende a se sentir mais confortável utilizando luz natural, a gente percebe que no seu trabalho isso não se aplica tanto, pois você usa bastante o flash para iluminar os modelos. Quais são os motivos?

DIEGO: O flash é uma ferramenta pra iluminar, assim como algumas outras que fazem parte do meu set. Talvez seja a ferramenta mais especial porque me dá possibilidade de imitar qualquer característica de luz natural que o sol não estiver me dando naquele momento. Na verdade, a gente consegue imitar qualquer luz com o flash e isso é indispensável pra o tipo de fotografia que eu faço. Eu não posso, por exemplo, estar diante de um cenário bacana e perder a chance de fazer uma grande foto porque a luz natural não está se comportando como eu preciso. Então, sempre levo o flash para as sessões e só não o uso se a luz natural estiver extraordinária naquele dia, hora e local. Além disso o flash é uma luz de muita força, por isso consigo quase sempre configurar a exposição com ISO100 e/ou diafragmas mais

fechados, consequentemente o resultado são fotos mais nítidas. LUZIA: Quais modelos de flash você está trabalhando hoje? DIEGO: Dependendo do local onde as fotos serão feitas posso escolher entre flash de estúdio, caso haja rede elétrica disponível; ou posso escolher trabalhar com os portáteis com alimentação à pilha caso seja em uma externa. Uso duas tochas de estúdio com 150w cada e dois speedlights da Yongnuo, os YN568EXII. Para os dois tipos disponho de alguns softboxes, sombrinhas e um octa 120cm que é meu preferido. Descobri desde o início dos meus estudos que não existe diferença na qualidade da luz de um flash em relação a outro de outra marca. A diferença é fundamentalmente a potência. Logo, meus flashes não 4


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são os mais caros nem os mais potentes, mas sim aqueles que atendem minhas necessidades e ainda com folga.

DIEGO: Acho que a gente precisa reforçar que todas as pessoas são importantes dentro do seu meio. Não tem nenhum modelo mais famoso que eu já tenha fotografado que tenha me alimentado a vaidade tanto quanto quando fotografo pessoas comuns e elas se sentem representadas pelo retrato. Talvez minha vaidade esteja mais relacionada a satisfação do retratado em se enxergar na foto e usar ela nos seus perfis de rede social, cartaz de show, capa de disco... É interessante que ainda existe um encantamento muito grande de minha parte quando chego na casa de alguém que já retratei e vejo a foto na parede. Não tem vaidade maior pra

LUZIA: A gente sente que uma parte da identidade estética de um fotógrafo tem relação com o equipamento que ele usa. De que forma você acha que sua câmera influência no resultado do seu trabalho? Qual câmera você tem usado e quais suas lentes preferidas? DIEGO: Usei algumas câmeras diferentes nos últimos anos: Nikon D7200, Canon 5DKMII e Canon 70D com as lentes 50mm 1.8, 18-55mm e uma Sigma 35mm Art. E sim, acredito que a ferramenta que a gente usa naturalmente impõe algumas características visuais pra foto, principalmente as lentes… Daí então, a construção da identidade nas minhas fotos acontece através da repetição das ferramentas e de como as utilizo.

Acabo reproduzindo um padrão de comportamento diante das cenas e isso impresso nas fotos soa como uma linguagem. Enxergo esse processo com naturalidade, mas ainda não fechei e talvez não queira ser reconhecido por um único padrão visual… “As

ferramentas vão mudando e ao longo dos anos a gente vai aprendendo técnicas novas, experimentando caminhos menos comuns, as referências mudam, muita coisa muda!” Por isso não gostaria de ficar estigmatizado com um único padrão estético e fazer uma linha de produção com resultados iguais. Quero conversar em idiomas diferentes e sobre temas que me despertem curiosidade. LUZIA: Fotógrafos de retrato assim como qualquer outro profissional de criação têm suas vaidades que são senso comum. A sua maior vaidade, por exemplo seriam as pessoas importantes que você já fotografou?

mim. LUZIA: Tem alguém que você ainda gostaria de fotografar? DIEGO: São 20 anos fotografando e que isso ainda represente que minha carreira tá no começo. Logo, espero ainda fotografar um monte de gente que admiro na música, na política, nas artes etc. Ainda assim posso dizer que os retratos que mais gostaria de fazer são os de minha família, minhas tias e tios, como um inventário genealógico. Acho que tô na responsabilidade de ajudar a contar a história dessas pessoas para as próximas gerações. Sinto isso como necessidade quando ouço alguém falar de um 5


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consagrados, mas principalmente aqueles personagens da cadeia produtiva que vivem do suporte às artes e eu acabo me incluindo no grupo. Técnicos, produtores e todos os outros profissionais que fazem a arte acontecer precisaram ressignificar suas atividades e sei que pra boa parte deles isso não foi fácil. Os eventos de música foram todos suspensos e os artistas tiveram que transformar apresentações ao vivo presenciais em transmissões ao vivo ou gravações dos seus shows pra publicação nas plataformas. O Audiovisual foi basicamente a saída que eu tive pra continuar trabalhando, a demanda do tipo de retrato que eu faço foi quase zerada. Então gravei clipe, coordenei audiovisual em festivais de música, dirigi algumas lives... Isso era algo que já dominava então quando apareceram as oportunidades eu estava preparado.

“Se precisar manipular a imagem faço sem constrangimento, prefiro não censurar a criatividade.”

parente que já morreu e não tem uma foto pra gente sabe como era a figura da pessoa. Tô trabalhando nisso, talvez vire livro. LUZIA: O país está atravessando um momento social e econômico muito difícil por todos os motivos que a gente já sabe. Quais são as maiores dificuldades que o fotógrafo de retratos tem enfrentado diante desse panorama e como especificamente você tem atravessado esse momento?

DIEGO: A gente ainda tá vivendo um período de treva em quase todos os setores da sociedade e isso repercute com muita força em quem está do lado mais frágil do sistema. Não dá pra dizer que cultura não é essencial, cultura é essencial pra manutenção da identidade de um povo, assim como tem sua influência na saúde mental e consequente bem-estar das pessoas, contudo foi uma das áreas que mais sofreram cortes, retaliações e prejuízos nos últimos anos. Não me refiro à grandes artistas já

Não tem sido fácil e muitos negócios relacionados à fotografia enfrentaram e ainda enfrentam dificuldades, além da escassez de trabalho o custo de vida subiu de forma surreal. Aquisição de equipamentos e acessórios virou um pesadelo de frustração em função da alta do dólar. Quase tudo de fotografia é importando e isso acaba sendo castrador tanto pro fotógrafo que precisa substituir seus materiais quanto pra quem quer começar a fotografar. Uma câmera de entrada custando na casa dos quatro mil reais não é convidativa. 6


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LUZIA: O que você considera fundamental pra que um ensaio fotográfico tenha sucesso? DIEGO: Você precisa estar interessado no tema que vai fotografar, esse é um primeiro ponto. Segundo, as condições precisam ser favoráveis e os recursos necessários precisam estar disponíveis. Me refiro principalmente à um cenário que de alguma forma seja inspirador e coerente com o objeto principal da cena; uma luz natural extra-

ordinária ou seus flashes funcionando sem limitações de alimentação; um modelo motivado, confiante e disposto a se entregar ao processo; uma equipe bem remunera, afiada e atenta. Esses são os elementos que julgo essenciais pra um ensaio acontecer com fluidez e eficiência. Tem uma parte do trabalho do fotógrafo retratista que é muito peculiar, a gente precisa conhecer minimamente quem a gente vai fotografar, hoje é muito fácil resolver isso

com as redes sociais. Precisamos ter sensibilidade na interação com o modelo pra não criarmos nenhuma atmosfera de constrangimento ou desconforto. Saber das expectativas do retratado também é importante e invariavelmente uma pesquisa/estudo de referências que ajudem a inspirar na hora de dirigir a cena. Alguns dias antes do trabalho acontecer crio uma pasta e salvo todas as imagens que encontro que podem contribuir inspirando alguma ideia. LUZIA: Você fotografa outros temas com linguagens e técnicas diferentes da fotografia de retrato. Tem algum outro segmento da fotografia que você tem paixão ou gostaria de fotografar mais? DIEGO: Sim, me interesso por outros segmentos como a fotografia documental e de arquitetura. Tenho trabalhado há alguns anos na construção de um ensaio sobre mobilidade com as motos cinquenta cilindradas e outro sobre políticas públicas de habitação periférica. Eu sou oriundo de comunidades e as paisagens desses lugares permeiam meu imaginário afetivo desde sempre. Então sempre que posso passeio por lugares especiais conversando com as pessoas e fotografando as edificações regulares e irregulares desses bairros. É um trabalho de longo prazo porque me interessa perceber e documentar as transformações estruturais da paisagem urbana, isso leva tempo e é uma de minhas inquietações enquanto cidadão. Também tenho um namoro com a fotografia de grandes formatos de paisagens urbanas. Tô acumulando uma série de imagens panorâmicas também dos lugares interessantes que já visitei, mas esses 7


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são projetos que estão mais para o campo da realização pessoal do que profissional. LUZIA: Vinte anos fotografando devem ter proporcionado uma bagagem grande de experiências e aprendizados, ainda assim você se sente tecnicamente desafiado pelo seu trabalho? Você tem pensado em fazer algo novo, diferente do que já fez até agora?

DIEGO: Tem algo no meu trabalho que não muda muito, as ferramentas são as mesmas... câmeras, lentes, luzes etc. Então tecnicamente acabei desenvolvendo intimidade suficiente com os equipamentos pra eles não serem um problema e sim a solução pra realizar a imagem que tá na minha cabeça. Ainda assim alguns desafios são recorrentes e a maior parte deles têm mais relação com as decisões

criativas, por exemplo: onde e como posicionar os modelos no cenário; onde posicionar as luzes e porquê posicioná-las de tal forma... E por ai vai. Chega um momento que você não tem mais problemas de “Como fazer” algo. O problema maior é descobrir “O que fazer”. Criar é mais difícil do que materializar o que já está concebido no campo das ideias.

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Outra parte desafiadora no meu trabalho é a interação com as pessoas. Tento entender o que elas esperam de um retrato quando me contratam e transformo aquilo em uma imagem que represente não só o cliente, mas que também represente o que eu sou enquanto artista. Esse é um desafio que eu gosto. E sobre se estou pensando em fazer algo novo posso responder que essa é uma busca frequente e muito ingrata. A exigência maior do meu trabalho não é de inovação, é de eficiência em comunicar uma mensagem específica, seja a minha mensagem ou a do cliente. E o que penso ser “novo” se resume basicamente às linguagens e técnicas pouco usuais no cenário local.

“Efetivamente não precisa ser algo novo, precisa ser algo desconhecido ou surpreendente.” LUZIA: A fotografia se popularizou como nunca na história a partir das câmeras digitais e dos smartphones que estão cada vez mais poderosos. Como você vê o futuro da fotografia como atividade profissional? O fotógrafo tem futuro no mercado de trabalho? DIEGO: Olha, eu acredito que a fotografia sempre foi popular e querida pela massa. As câmeras digitais e os telefones apenas democratizaram o acesso e deram a possibilidade de qualquer pessoa

fotografar. Se você gosta de fotografia não tem como achar isso ruim. Qualquer tipo de crítica negativa nesse sentido me parece muito mais o desejo de manter a fotografia restrita e elitizada. Isso eu não apoio. Acredito muito mais no poder transformador que a fotografia pode proporcionar pra quem precisa e quer se comunicar ou fazer arte. A gente não deveria querer monopolizar uma dádiva como essa. O mundial da fotografia, não por acaso é a data em que o governo francês tornou pública a patente do daguerreótipo. Então, ela

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“Acho que a fotografia tem mesmo que ser popular e não monopolizada por uma elite.” já nasce como um bem comum e democrático. LUZIA: Elas dizem que não, mas toda mãe tem um filho preferido. Você cultiva um carinho especial por algum retrato específico que já tenha feito? DIEGO: Sim, algumas imagens são mais representativas pra mim do que outras. E não exatamente por serem imagens incríveis em si, mas pela carga de significados que elas têm pra mim. Posso citar uma delas muito querida que é a imagem dos meninos mergulhando no rio. Essa foto tem algumas referências interessantes pra mim e por isso tenho ela com uma das preferidas.

São dois meninos, que não lembro mais o nome, mas sei que eles são da comunidade dos Coelhos. Era um final de tarde e eu tava junto com uma amiga indo fazer uma panorâmica do Porto do Recife. No caminho a gente viu que os meninos estavam fazendo uma série de saltos mortais da plataforma e de um corrimão que dava acesso à ela. Então nos aproximamos e pedimos pra fazer as fotos. Eles aceitaram e começaram a se exibir pra gente com muita alegria... Vendo a sequência algum tempo depois me dei conta que aqueles movimentos eram muito semelhantes aos da capoeira. Eu fui capoeirista quando tinha a faixa etária deles e também me aventurava indo pra um açude treinar os saltos que

a gente fazia nas rodas. Tinha uma identificação afetiva com a cena e a atração por ela foi instantânea. A partir dessa percepção lembrei de um políptico do Miguel Rio Branco, uma sequência de dois meninos jogando capoeira com características visuais muito parecidas com o que eu tinha acabado de fotografar. Estudei um pouco sobre o Miguel na faculdade e sem dúvidas era um fotógrafo que me encantava e influenciava. Portanto, isso ajudou a consolidar um discurso que sempre espalhei pros meus alunos sobre a importância de consumir referências e consumir cultura de maneira geral. 10


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