Revista Papo Reto - incompleta

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sumário Reportagem de Capa: 14 Será que eu sou inteligente? Em algum momento você já deve ter se perguntado isso. Vida Dura: Trabalho em grupo: 5 Um por todos ou todos por um? Como resolver os problemas que aparecem quando a gente mais precisa de união. Perfil: Quando uma amizade faz toda a diferença 6 Primeiro da classe: Eu, Pesquisador? 7 O jovem e a cidade: Cidadania 9 Opinião - O que precisa para melhorar o trânsito em Curitiba? Politizando: Grêmio pra quê? 10 Diplomação: Já pensou em fazer Gastronomia? 13 Em desenhos: Passado e Presente 19 Não é de hoje que o aumento da passagem rende tanta confusão Se eu soubesse 21 Aproveite um pouco da herança mais valiosa que você vai receber na sua vida. E escute quem já passou por tudo isso e muito mais Professor nota 10: 22 Você precisa conhecer a Professora Malú Rocha Educação Ambiental: Eu vou ter aulas de 23 Educação Ambiental? Conectados: O cursinho onde você estiver 24 Conheça dois professores que podem te ajudar O jovem e a cidade: Cotidiano 28 Opinião – Onde você gosta de ir com seus amigos para se divertir? Cult! 30 COLUNAS Fazer o Bem com Aline Lima 8 CoLuna com Tonio Luna 29 Ponto pra você com Ingrid Decker 33


EDITORIAL

pontapé inicial Criada a partir de um Trabalho de Conclusão de Curso, a revista jovem Papo Reto nasce em meio a inúmeros desafios. Um deles é proporcionar a você novos meios e plataformas para compreender o mundo em que vive e tirar o máximo proveito de suas experiências educacionais. A revista Papo Reto é um veículo de comunicação diferenciado. Já que não vê você como um simples consumidor de mídia, produtos, moda e entretenimento. Transmite boas práticas de cidadania, orientação profissional, educação e informações úteis e adequadas ao seu tempo. Um cidadão informado tem capacidade de agir e tomar suas próprias decisões. De ouvir e ser ouvido. Nessa edição de estreia trazemos exemplos de vida, como a história de luta e determinação em prol da educação da professora Malú Rocha e da revira volta que foi a vida do estudante Alisson de Aquino. Convidamos você também a viajar com a gente pelo tour virtual e conhecer os professores mais acessados no You Tube. Que tal voltar no tempo e saber o que os mais velhos fariam de diferente se pudessem voltar a sua idade? E não deixe de ler a coluna dos nossos colaboradores, tenho certeza que você vai se identificar! No jovem e a cidade, você é o protagonista. Saiba a opinião dos jovens sobre os mais variados temas. O infográfico mostra as semelhanças entre a Revolta do Vintém e o Movimento Passe Livre. Vai tentar vestibular pra quê? O perfil profissional desta edição apresenta o curso de Gastronomia. A especial do mês traz uma dúvida muito comum: Será que sou inteligente? Não deixe de ler! As Editoras.

FOTO REPRODUÇÃO/ DESKTOP WALLPAPER 4 ME


VIDA DURA

TEXTO E FOTO | FRANCIELI FERNANDA

trabalho em grupo: UM POR TODOS OU TODOS POR UM?

Kevyn Douglas e Thaís Nascimento, alunos do Colégio Estadual Tenente Sprenger

Tem aluno que treme só de ouvir falar em trabalho em grupo, mas eles não vão acabar nunca, é sério! E se você pensar que ninguém constrói nada sozinho vai ver que os trabalhos em equipe são mais normais na vida de profissionais do que para estudantes. É uma estratégia para que todos se acostumem desde cedo a lidar com as diferenças e a desenvolver suas capacidades em busca de um objetivo em comum. Liliamar Hoça é pedagoga e admite que a integração entre o pessoal é mesmo um desafio, mas também explica que “é uma chance do aluno aprender a ouvir, a respeitar a opinião do outro, a refletir sobre suas próprias ideias e ajudar os outros.”. Desta forma, quem mais se beneficia com este modelo de atividade, são os alunos que encontram dificuldade para aprender. Heloísa Urcino também é da área e concorda com Liliamar sobre o lado bom do trabalho coo-

perativo: ”Em toda a turma existe aquele aluno que não consegue se desenvolver individualmente, em muitos casos é por pura timidez, vergonha mesmo. E um trabalho em equipe facilita muito para ele. Através do contato com o outro e com o auxílio dos colegas ele acaba por entender a matéria”. Conflitos Quando o trabalho não anda, todo mundo quer “jogar a culpa nas costas dos outros” e às vezes, para se salvar, é preciso assumir o controle e tomar uma atitude, como fez Thaís Nascimento, aluna do Colégio Estadual Tenente Sprenger. Depois de não conseguir nem se reunir com a equipe, decidiu mudar: “alguém sempre arrumava uma desculpa para não vir. Então mudei para outro grupo. Mas percebi que eles não sabiam como resolver os cálculos de física e acabei ajudando tudo mundo. Dividimos as tarefas: enquanto uma pesquisava, outra fazia as contas

e logo o trabalho estava pronto.” Seu colega Kevyn Douglas, já passou por coisa parecida e acha injusto quando os professores ficam sem saber sobre a divisão de tarefas entre a equipe: “tem aluno que recebe nota por nada e a gente acaba não falando nada para não perder a amizade”. A intervenção do professor nestes casos pode ser a melhor coisa para “chacoalhar” a equipe e, ás vezes, ele mesmo precisa dividir as tarefas e acompanhar de perto o desenvolvimento do trabalho. Mas as brigas também ajudam a resolver problemas e fortalecem relações, Heloisa diz que a intervenção dos professores também tem limite, “o melhor é que eles aprendam a trabalhar em grupo, a ouvir e muitas vezes a ceder. E que tem mais, não adianta só ouvir, né?” alerta a pedagoga. Sem stress! O segredo para se dar bem em trabalhos em grupos é planejar sempre e distribuir as tarefas de acordo com a facilidade de cada um, e todos participam. É quando se descobre o líder, o organizador, o comunicador e o pesquisador. A união e a comunicação em uma equipe fazem toda a diferença para um trabalho bem feito. No mais, é bom cuidar do conteúdo também. Para que a pesquisa não passe de uma cópia. Mas, quem disse isso? LEV VYGOTSKY. Psicólogo soviético. Vygotsky fez extraordinárias descobertas sobre a natureza da aprendizagem, o desenvolvimento, o pensamento, a fala e o jogo. Em seus estudos sobre o desenvolvimento intelectual, atribuía papel fundamental às relações sociais nesse processo.


PERFIL

Um amigo meu Assim como todos os seus colegas do Colégio Estadual João Bettega, Alisson Thomaz de Aquino, 24 anos, na época com 16, não via a hora de terminar o Ensino Médio, arrumar logo um emprego e quem sabe fazer um curso de informática. As aulas de todo dia eram uma tortura, trabalho braçal obrigatório: “eu não tinha dificuldade com a matéria, só me sentia desmotivado para estudar e levar aquilo tudo a sério. Ás vezes eu nem queria ir pra aula.”. Além da falta de vontade, Alisson tinha outros interesses que o faziam pensar em outras coisas, ele só queria saber da menina do segundo ano, a Bruna. De tocar violão, jogar bola e sair com a galera. Galera um pouco reduzida, tudo bem. Mas com “amigos verdadeiros”, como ele diz. Tão verdadeiros, que o Renan, - melhor aluno do colégio, diga-se de passagem -, provocou tanto o Alisson que o convenceu a entrar junto com ele num cursinho lá do centro. “Acho que ele quis, na verdade, uma companhia. Unir o útil ao agradável, sabe? Um amigo para ir junto com ele.” Mas o tal do cursinho custava dinheiro e o próximo desafio de Renan seria convencer seu Antônio, o pai do Alisson, a bancar mensalidade e

TEXTO ELISA SCHNEIDER | FOTO ARQUIVO PESSOAL

ainda o ônibus, é claro. “Chegamos na frente da minha casa e meu pai estava lá sentado, como sempre fazia. Olhando o movimento. Então o Renan começou a explicar tudo, preço, distância e principalmente como ia ser bom se eu conseguisse passar no vestibular.” Alisson se lembra até hoje de como foi simples a reação de seu pai, que com poucas palavras aceitou a proposta de Renan. E na outra semana partiram os dois para o centro todos os dias depois da aula no João Bettega. Para quem nunca tinha visto uma sala tão cheia de gente, o primeiro dia de cursinho foi assustador. Mas aquele jeito diferente dos professores ensinarem matemática fez com que Alisson quisesse desesperadamente a mesma coisa que seus 300 colegas: uma vaga na Federal. A surpresa, é que depois disso, ele virou bom aluno até no colégio: “Parece que as matérias começaram a ficar mais fáceis. Me identifico muito com matemática

por causa disso, passei a entender melhor e me esforçar mais.” As 17 anos, Alisson foi aprovado no curso de Matemática Industrial na UFPR. Mas a vida deu muitas voltas e com o tempo ele descobriu que gostava mais de áreas relacionadas com a informática mesmo. Depois de fazer uma prova interna da Federal, ele conseguiu uma vaga no Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Quer saber o que é isso? Pergunta pra ele: alissonthomaz@hotmail. com. A mudança foi tão boa, que Alisson hoje é funcionário efetivo do banco HSBC e de lá não pretende sair tão cedo. Ah! E o Renan? Ele simplesmente esteve entre os oito primeiros colocados em um dos cursos mais concorridos do Paraná, senão do Brasil, o concurso público para ingresso na Polícia Militar pela UFPR. E pode chamar ele agora de Tenente Renan Douglas Pereira.

“Só me sentia desmotivado para estudar e levar aquilo tudo a sério. Às vezes eu nem queria ir pra aula”


PRIMEIRO DA CLASSE

ILUSTRAÇÕES DIVULGAÇÃO/ WALLPOPER

EU, PESQUISADOR ? Para ser um pesquisador, antes de tudo é preciso ter muita dedicação, ser inovador, curioso, persistente e muito observador para encontrar soluções para os problemas que afetam a sociedade. Para isso não é preciso criar projetos mirabolantes ou os que

Como faço um projeto de pesquisa? 1.Faça um plano de pesquisa

2. Ache o problema: Todo o trabalho de pesquisa se inicia na busca da solução de um problema. Para isso, observe a sua volta e procure descobrir o que precisa ser resolvido.

3. Orientador: Ao longo do desenvolvimento do projeto você pode contar com a ajuda de um orientador . Pode ser um dos seus professores. Ele vai te orientar na busca pelas melhores referências e na metodologia de pesquisa.

requerem muito investimento, muitos projetos premiados foram desenvolvidas de forma simples, mas nem por isso deixaram de ser grandes ideias. Você sonha em ser um pesquisador, mas não sabe por onde começar? A gente te dá uma mãozinha!

4. Referências: Procure outras pesquisas já realizadas sobre o tema que você escolheu.

5.Justifique: De que forma o problema que você quer resolver é importante para a sua comunidade, país ou mundo? 6.Materiais: Para desenvolver um projeto de pesquisa você vai utilizar algum método para a coleta de dados e informações. Eles variam desde um simples questionário a equipamentos de laboratórios.

DADOS: CARTILHA DO PRÊMIO JOVEM CIENTISTA

Agora que você já sabe como desenvolver um projeto de pesquisa, não fique parado e mãos à obra! Lembre-se que talvez a sua ideia não dê certo logo na primei-

ra vez, mas não desista, continue tentando, isso também faz parte de ser um pesquisador. Quem sabe você não se torna o próximo Charles Darwin?

7.Método: Pense nos métodos que você vai utilizar na sua pesquisa.

8.Desenvolvimento: Depois de realizada a pesquisa e com a hipótese para solucionar o problema em mãos é hora de começar os experimentos e observações para ver se sua hipótese está correta ou se você vai ter que reformulá-la.

9.Registro e análise: Durante a pesquisa anote tudo o que observar. Essas informações são importantes para que você analise se esses dados confirmam ou não sua hipótese.


FAZER O BEM

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VOLUNTARIADO: UMA ESCOLHA QUE VEM DO CORAÇÃO Para ser voluntário é preciso ter muita força de vontade e tempo. Porque você tem que se dedicar muito ao que faz. E isso é feito por amor, já que não cobramos nada por isso. Esta ajuda é de grande valor para milhares de pessoas que precisam de outras. Ajudar é fácil e pode ser feito de várias formas. É só escolher a atividade que queremos realizar de acordo com as nossas preferências e tempo disponível. Ajudar é, sem dúvida, a função mais importante do voluntariado. Apesar de fazermos isso sem ganhar nada em troca, temos várias compensações. Na nossa vida profissional, por exemplo, esse

tipo de ação pode contar muitos pontos a nosso favor. Muitas empresas procuram por funcionários que, além de trabalhar com dedicação e responsabilidade, se preocupam com a comunidade em que vivem e estão dispostos a fazer trabalhos para melhorar a vida das pessoas. Pensando nisso, muitas delas oferecem oportunidades, através de ajuda e apoio financeiro, para que seus colaboradores coloquem em prática práticas cidadãs em favor de outras pessoas. Agora, se você deseja começar um trabalho voluntário por conta própria, pode procurar ONGs e instituições sem fins lucrativos para dar uma forcinha. Em Curitiba

existe o Centro de Ação Voluntária (que pode ser acessado no site: acaovoluntaria.org.br), que divulga locais que precisam de pessoas que estejam dispostas a ajudar. E engana-se quem pensa que trabalho voluntário não nos dá nada em troca: ganhamos muita experiência, capacidade de ajudar o próximo e a alegria de saber que nosso trabalho é importante para a vida de alguém.

Aline Lima – Jornalista e contadora voluntária de histórias na APACN


O JOVEM E A CIDADE

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A I N A D CIDA

que está O que você acha elhorar o m ra a p o d n a lt fa ba? “Eu acho que os mototrânsito de Curiti

“Para melhorar o trânsito de Curitiba todos os ônibus deveriam ter canaletas próprias, não só para os biarticulados. Pode ser que isso facilitaria a vida dos motoristas”. Luiz Henrique - 16 anos, 2ºano, E.M.

ristas têm que ter mais responsabilidade, mais consciência e pensar mais no próximo”. Felipe Gonçalves Rocha 17anos, 2ºano, E.M.

“Mais ônibus para atender a população e guardas nas ruas para melhorar a segurança”. Eduarda Cristina 14anos, 1ºano, E.M

“Tudo. Deveria ser mais rápido. Ter mais canaletas, porque a gente demora muito para chegar no Colégio e tem que sair muito cedo de casa. Deveria ter também mais sinalização em alguns lugares. E melhorar a segurança, principalmente.” Bruna Maia – 15 anos, 1ºano E.M. “Acho que as pessoas precisam aprender a ter mais consciência.” Huadson Higor - 18 anos, 3ºano E.M.

“Mais sinalização, canaletas e mais ônibus também. Tenho que sair de casa duas horas antes de começar a aula. Saio daqui 18h20min e chego em casa 21:30. Quando está chovendo fica pior ainda.” Mariana da Costa - 14 anos, 1ºano E.M.


POLITIZANDO

TEXTO ELISA SCHNEIDER FOTOS DIVULGAÇÃO/ ACERVO PESSOAL

AVANÇA CEP! Grêmio do Colégio Estadual do Paraná é exemplo de vontade política e participação ativa Defender os interesses de mais de cinco mil colegas é a missão desta turma que, mesmo com pouca estrutura, se vira para fazer valer os direitos de todos. Tudo isso na base de muita conversa e criatividade. Jhonatan do Vale, 17 anos, é vice-presidente do grêmio estudantil do Colégio Estadual do Paraná e mostra que a vontade política do jovem depende de incentivo e de muita informação: “Somos alunos também e o grêmio é para advogar pelos alunos. A gente enxergava erros no colégio que precisavam ser concertados. Todo mundo entrou nessa com a ideia de fazer algo melhor pelo Colégio, mesmo que seja um mínimo detalhe. E é por isso que nossa gestão leva o nome ‘Trazer Diferença’”. Diferença que não é tão simples assim de acontecer. Porque política tem a ver com democra-

cia, e ela só existe se todos puderem participar das tomadas de decisões. O grêmio é livre dentro do colégio, mas precisa negociar com a diretoria, com professores e funcionários para fazer as coisas acontecerem. E imagina fazer isso dentro de um colégio tão grande quanto o CEP? Foi essa a surpresa de Rafael Deina, 16 anos, quando viu que não seria tão fácil “Trazer Diferença”: “O nosso maior problema é a burocracia. Você não fala ‘vou fazer isso’ e faz. Você tem que convencer muita gente primeiro e acaba demorando para alguma coisa acontecer.” Isso o faz lembrar de quando os políticos são cobrados por coisas que prometeram e não entregaram, e isso já aconteceu no grêmio também. “Este é um colégio tradicional”, diz Alessandra Seer, de 16 anos, “nós estamos aqui para representar a voz dos alunos e nem sempre ela bate com o que a diretoria pensa, e ás

vezes, temos que nos defender”, completa. Foi o que aconteceu com algumas propostas de campanha, muitas delas se perderam por falta de concordância. E apesar da demora e dos impasses, Jhonatan considera a relação do grêmio com os demais setores do colégio “amigável”, até porque muitos professores se envolvem diretamente com os projetos e acrescentam ainda mais conhecimento para a experiência vivida por eles. Sem conversa fiada Uma das questões mais enfatizadas pelos membros deste grêmio é o compromisso de politizar os demais alunos do colégio e deixar coisas boas para o pessoal mais novo. Por isso, todos os projetos e orientações de sentido político são feitas com a ajuda da professora Rosa, de sociologia, e uma boa dose de interesse da galera. “Foi nesse ano que a gente começou a


conhecer política, que a gente começou a ir a movimentos, a interagir com essa parte de governo, de política, de Estado. E a partir daí, queremos mesmo conhecer a política para ajudar o colégio e ajudar a gente mesmo”, justifica Jhonatan, que pretende que os próximos alunos que assumirem o grêmio continuem com essa meta. Redes Sociais Para Rafael, o que contribui bastante para tornar mais fácil a cobrança dos outros alunos em cima do grêmio são as redes sociais: “temos uma página no Facebook , então você não precisa se identificar. É muito mais fácil do que o contato pessoal. Chegar e falar para a pessoa: ‘ Eu não tô gostando’ é difícil. Acho que as cobranças ficaram bem maiores pelo fato das redes sociais darem mais liberdade para isso.” Alessandra concorda com Rafael mas atribui a maioria das reclamações à falta conhecimento dos alunos para valorizarem aquilo que não podem ver: “falta um pouco de conhecimento para as pessoas saberem como a gente fez para conseguir realizar um projeto. Por quantas licitações a gente passou, por quantos memorandos, por quantos encaminhamentos, por quantas reuniões até conseguir alguma coisa, nem que seja pequena. Tem toda uma burocracia.” Conquistas Por mais difícil que seja, o pessoal já conseguiu mudar várias coisas no CEP desde o início do ano e, inclusive, deu continuidade aos projetos iniciados em 2012. Como a reforma dos armários utilizados pelos alunos, programação especial na Semana Cultural trazendo o evento Otaku, de elementos da cultura japonesa, uma feira de idiomas modernos e um dia especial para o skate. Além disso, toda quarta-feira é dia de música ao vivo no intervalo! Mas a reforma do estúdio de rádio continua em negociação...

Um pouco de cada um Ao todo e no papel, apenas no papel. O grêmio do CEP é composto por 22 membros, dos quais, muitos deles deixaram de participar e nunca mais deram as caras. Conheça agora três dos bravos parceiros que continuam na luta e participaram desta matéria:

Jhonatan do Vale, 17anos, 3º EM – Vicepresidente “Sou vice-presidente do grêmio e em parceria com a minha colega, a presidente Évora, cuidamos mais da parte administrativa do grêmio. A gente costuma separar os projetos e dividir com os outros membros. Mas como uma gestão nem sempre se compromete, acabamos fazendo o que precisa e assim vamos seguindo. Na teoria, minha função seria cuidar para que tudo saia bem entre as gestões, diretoria e demais apoios.“ Alessandra Seer, 16 anos, 3º EM Diretora Social “Como Diretora Social minha principal função é promover a interação do grêmio com os alunos e com a comunidade também. Temos projetos que envolvem hospitais, doações e trabalho voluntário. Acho que com o meu cargo acabei me aproximando mais da comunicação com os alunos e com a manutenção da página no Facebook, além da criação de alguns projetos que acabei me identificando, como o evento de skate, que é inédito no colégio.” Rafael Deina, 16 anos, 3º EM - Diretor Cultural “Sou Diretor Cultural do grêmio. Trabalho bastante com a ‘Escolinha de Artes’. Tudo o que é relacionado a arte ou a eventos culturais eu tenho que organizar. Claro, tem ajuda de todo mundo. Porque ninguém trabalha sozinho. Por exemplo, o Intervalo Musical, que acontece toda a quarta-feira, o festival de teatro e a Semana Cultural. Sou o maior contato com a ‘Escolinha de Artes’. Que é um projeto do governo, criado em 1950 e essa é a única que continua funcionando no molde original. Oferecemos diversas oficinas, artes plásticas, teatro e música.”



DIPLOMAÇÃO

TEXTO FRANCIELI FERNANDA FOTOS ELISA SCHNEIDER

COZINHEIRO, Saiba mais sobre o curso que vem ganhando cada vez mais SIM! espaço nas Universidades e no mercado de trabalho Renata Keiko dá aulas de gastronomia há três anos. Apesar de gostar de cozinha desde criança, foi no curso de turismo que ela começou a investir na carreira: “Na época em que eu fiz o curso, ainda tinha uma resistência, me diziam: ‘nossa você vai ser cozinheira’. Mas como era o que eu gostava, procurei me especializar. Faz seis anos que trabalho com Gastronomia e cada vez me apaixono mais”, diz Renata. O curso está em alta no mercado e na mídia. Hoje, em todo evento existe um espaço dedicado à Gastronomia, que inova aquele antigo conceito de praça de alimentação. A nova tendência trouxe mais opções e charme para estes espaços. E não é a toa que as Universidades estão investindo no curso que, no caso do Tecnológico, tem duas vertentes: a prática, onde o aluno aprende os princípios da cozinha; e a teórica, sobre gestão de restaurantes. Perfil do aluno Na sala de aula tem gente de todas as idades. Pessoas que trabalham há muito tempo na área, e outras que estão conhecendo ago-

ra a profissão. Tem gente que ama cozinhar, enquanto outros não têm muita certeza se gostam. É normal. Habilidades desenvolvidas O aluno de Gastronomia aprende a ser disciplinado na cozinha, com cuidados com o uso do uniforme até as técnicas em si. Aprendendo a base de cada técnica, sai do curso apto para fazer uma especialização. Para os alunos que já tem uma noção de gastronomia o curso se revela um ótimo complemento. Bacharel ou tecnólogo? O curso de tecnologia em gastronomia tem duração de dois anos, o de bacharelado, quatro. O curso de tecnologia é mais focado

para o mercado de trabalho e, dá ao aluno, possibilidades tanto de trabalhar dentro da cozinha como na área de gestão. Já o bacharelado, que tem duração de quatro anos, explora uma grade muito maior de matérias e dá oportunidade de especialização. Mercado de trabalho Como a procura tem sido grande, os profissionais estão sendo mais valorizados e tem bastante emprego na praça. Mas os horários são meio puxados. É preciso trabalhar a noite, nos finais de semana e feriados. Renata considera a oferta de empregos em Curitiba satisfatória, o que deve aumentar ainda mais durante a Copa do Mundo no ano que vem.


PRIMEIRO DA CLASSE

TEXTO ELISA SCHNEIDER ILUSTRAÇÕES DIVULGAÇÃO

SERÁ QUE EU SOU INTELIGENTE? Aproveitar ao máximo a capacidade do seu cérebro não é fácil, mas com algumas dicas é possível se tornar mais eficiente. Saiba, afinal, o que é inteligência e como atitudes simples podem melhorar seu desempenho.

Em algum momento da vida você já deve ter se perguntado isso, mas a resposta pode ser mais simples do que parece. Pra começar, precisamos entender que ser inteligente não significa ser gênio em matemática ou aprender tudo de primeira. Ser inteligente é ter capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, compreender ideias, linguagens e de aprender. Mas como todas as pessoas são diferentes, a inteligência delas também: cada um tem a sua. Fomos procurar um neurologista que entende tudo sobre o assunto, o Dr. Marcelo Mariano da Silva, para ver até onde fatores internos e externos interferem no desenvolvimento da nossa inteligência e capacidade de aprendizado. Segundo ele, além de influências genéticas e dos hábitos cotidianos, fatores culturais também podem ser responsáveis pelo nível de inteligência de cada um. “O cérebro pode sofrer influência da idade, do convívio social, de doenças prévias, das condições de nascimento, alimentação e hábitos

do sono”, explica. Esses níveis de inteligência existem e já foram comprovados cientificamente por pesquisadores como o norte americano Howard Gardner, que detectou sete tipos de habilidades comuns a quem possui maior desempenho cerebral. Suas descobertas mexeram com as estratégias pedagógicas e hoje sugerem uma nova forma de avaliação nas escolas. Para ele, testar o Q.I de uma pessoa não é suficiente para avaliar sua capacidade mental, pois os testes tradicionais levam em conta apenas a vertente lógico-matemática, avaliando mais o aluno pelo que ele não é do que pelo que realmente é. A psicopedagoga, Cristiane Bredow, acredita que existem pessoas que só vão descobrir seu tipo de inteligência na fase adulta, caso contrário, podem ficar se sentindo inferiores pelo resto da vida. E diz com segurança: “dificuldades de aprendizagem podem ser causadas por situações emocionais ou transtornos que podem ser tratados, mas não por falta de inteligência”.


Os sete tipos de inteligência, segundo Howard Gardner: Lógico-matemática Nessa inteligência lidamos com uma série de raciocínios onde somos capazes de reconhecer problemas e resolvê-los. Está ligada a sensibilidade para padrões, ordem e sistematização.

Motora Destreza no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos.

Espacial Capacidade para perceber, de forma precisa, o mundo visual e espacial.

Linguística É a habilidade que temos para nos comunicar. Na inteligência linguística temos sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras e entendemos as diferentes funções da linguagem.

Musical Na inteligência musical apreciamos, compomos ou reproduzimos uma peça musical. Nela percebemos temas musicais, ritmos e sons.

Interpessoal Habilidade para entender as necessidades do outro e responder adequadamente a elas.

Intrapessoal Capacidade que temos de entender as nossas próprias emoções, sentimentos, sonhos e ideias. Nos reconhecer.

ELES TAMBÉM SOFREM... Depois de conhecer estudantes de todo tipo, Cristiane pode dizer que “o aluno que tem inteligência a cima da média sofre tanto quanto aquele que está abaixo dela. O primeiro, porque absorve com facilidade a proposta do professor e acha tudo muito simples e o segundo, por ter sua trajetória escolar marcada pela lentidão e pela

dificuldade.” Para ela, os professores devem se atentar para diminuir as diferenças em sala de aula: ”Aconselho todos os professores a terem ‘cartas na manga’ nestas situações. Como propor atividades cada vez mais complexas para os alunos avançados e complementar o ensino de quem apresenta dificuldade”.

Elas têm por característica se organizar e combinar de formas diferentes em cada um na busca de soluções de problemas e na criação de produtos. Embora independentes, essas inteligências dificilmente funcionam de maneira isolada.


Detectando problemas Problemas relacionados a inteligência precisam ser detectados na infância. Porém, nem todos os pais aceitam que os filhos tenham alguma dificuldade de aprendizagem o tempo vai passando e o problema se agravando cada vez mais. Cristiane Bredow afirma ainda que a negligência cria jovens desorientados em relação ao planejamento de sua rotina de estudos,

em suas relações de trabalho e até na escolha do curso superior: “é aquele aluno que entra em diversos cursos e não consegue se identificar com nenhum, atrasando sempre o sonho da formatura”. É muito comum também aceitar essas dificuldades e assumi-las para sempre, achando que ‘não tem jeito mesmo’. Como em matemática, quem não consegue avançar, certamente deixou lacunas no passado por timidez ou falta de interesse.

Sentindo-se pra baixo Na fase da escola encontramos diversas situações em que a nossa capacidade intelectual é posta a prova, porém nem sempre correspondemos ao esperado. Esses acontecimentos podem deixar marcas profundas na nossa vida. Eis algumas delas:

O adolescente, já adulto, lembra das notas baixas e colegas mostrando os dez no boletim e rindo;

Trabalho em grupo em que o adolescente sente vontade de expor sua opinião, porém não é aceita;

Idas ao quadro para resolver problemas e a professora mostra o erro diante de toda a classe;

O aluno estuda a madrugada inteira, mas chega na hora da prova e dá branco total;

Seminários de apresentações de trabalho em que o adolescente tímido é prejudicado em sua nota por ler o texto e não ter coragem de encarar a professora;

Crianças e adolescentes com bloqueios de aprendizagem sendo retirados da sala de aula para fazer uma prova em forma de exclusão e não de inclusão e auxílio.


Turbinado O desempenho do cérebro pode ser potencializado através de algumas técnicas específicas. Mas antes, é preciso descobrir qual delas vai ser melhor para você. Mas o Marcelo e a Cristiane passaram algumas recomendações que valem para todos. Leia mais: Ler algo do seu interesse, durante dez minutos, logo após o tempo dedicado ao estudo, é uma boa dica para relaxar e não ficar tenso. Assim, o cérebro ganha tempo de armazenamento, sem pressão e sem acúmulo de conteúdo.

Memória A memória está vinculada com a atenção ou a falta dela. Possuímos uma engrenagem no cérebro que vai determinar a forma como captamos as informações a nossa volta e como faremos uso delas. Ela possui três fases básicas: Atenção e absorção de conteúdos: Nessa fase, precisamos prestar atenção no ambiente em que estamos inseridos e mandar informação para a memória curta. Memória curta: É ela quem decide se a informação que lhe foi passada será descartada após a execução ou será enviada para a memória longa e armazenada. Organizando: Depois de acolhida, as informações são ordenadas de acordo com suas “caixinhas”. Segundo Cristiane, se você não tem atenção suficiente, a engrenagem não funciona como deveria, ou seja: “uma pessoa muito inteligente, mas que possui o Déficit de Atenção, esquecerá vários detalhes, dos mais simples aos mais importantes.”

Faça uma rotina diária de estudos: Crie hábitos de estudos. Escolha um local para estudar que seja tranquilo sem a interferência de pessoas ou eletrônicos ligados. Faça isso sempre no mesmo período do dia. Seja curioso: Não se limite a conhecer assuntos só do seu interesse, vá em busca dos mais variados tipos de temas. Durma bem e se alimente de forma saudável: Dormir pelo menos oito horas por dia é fundamental para que os neuros

E a pílula da inteligência? Marcelo diz que várias medicações podem ser chamadas de pílulas da inteligência. São medicações que melhoram a concentração e a memória: “Deve sempre ser indicada para pessoas que apresentam dificuldade seguida de prejuízo acadêmico, social ou profissional da falta de concentração e atenção. São produtos que ajudam o individuo a desen-

Curiosidade Um dos tipos mais raros de inteligência é a musical. Pessoas com este perfil tem uma grande facilidade para escutar músicas e sons em geral e ainda identificar diferentes padrões e notas musicais. Eles conseguem ouvir e processar sons

descansem e voltem a atividade diária. pois é justamente durante este período que trabalhamos a memória e nos recuperamos para ter uma boa concentração. Consuma frutas e verduras, prefira alimentos com vitaminas e sem cafeína. Florais também ajudam na concentração e memorização. Fique atento ao estilo de vida: Consumir bebidas alcoólicas diminui a potencialização dos seus neurônios. Além disso, praticar esportes, evitar tabagismo e situações estressantes também contribui bastante.

volver um raciocínio mais minucioso e explorar ao máximo da inteligência”. Mas o uso destes medicamentos pode causar também efeitos colaterais indesejáveis, como dores de cabeça, falta de apetite, insônia e irritabilidade. Eles devem ser usados com restrições apenas por pessoas que apresentam sinais de doenças cardíacas e psiquiátricas.

além do que a maioria das pessoas consegue, sendo capazes também de criar novas músicas e harmonias inéditas. São pessoas que parecem ‘enxergar’ através dos sons. Esse tipo de inteligência explica porque determinadas pessoas capazes de aprender a tocar instrumentos musicais sozinhos.





SE EU SOUBESSE

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

“O jovem precisa saber o que deseja de si mesmo e da vida. Sua pesquisa pessoal deve iniciar com a definição de quais são os dons e talentos que possui. Aprimore-os. Reforce sua pesquisa dentro de você mesmo. Se você não tiver iniciativa pessoal para ajudar a si mesmo, então não poderá esperar ajuda de ninguém. Você pode obter aqui e ali conselhos diversos. Mas sua vontade deve ser uma propriedade pessoal. Se esperar sempre pelo outro, sempre será o segundo. Jamais o primeiro que toma a iniciativa e assume a responsabilidade pelas consequências.” Paulo Jorge Pedra, profissional liberal

Com certeza teria sido menos “aborrecente”, me empenhado mais nos estudos e começado a trabalhar mais cedo. Tenho a plena consciência de que sou o que sou hoje devido às minhas escolhas e experiências passadas e sou feliz como sou, no entanto acredito que se tivesse me empenhado mais nos estudos e começado a trabalhar antes, poderia ter amadurecido e me tornado responsável mais cedo o que não me tornaria “menos feliz”. Sheila Tsukuda, 32 anos, advogada

“Na minha época de estudos a educação era rígida. Éramos muito reprimidos. Não tínhamos muita liberdade nem para escolher o que vestir. Isso se refletiu na nossa falta de criatividade e segurança. Se eu tivesse a liberdade, segurança que os jovens têm agora para decidir o próprio caminho, eu teria saído de casa para ir trabalhar e teria feito uma faculdade mais cedo, o que só ocorreu mais tarde por causa dessa repressão.” Uilse Terezinha Prestes de Pádua, 67 anos, professora aposentada de português e Inglês.


PROFESSOR NOTA 10

TEXTO E FOTO ELISA SCHNEIDER

ROCHA SIM, PEDRINHA NUNCA! Maria Luíza Moreira da Rocha Diniz Lacerda é professora de coração que, apesar do nome de princesa, é uma guerreira e tem muita história pra contar. E uma delas tem a ver com a maior luta pela democracia que aconteceu no Colégio Estadual do Paraná (CEP). Por causa disso e de seu comprometimento com a educação, recebeu em 2010 o prêmio Pablo Neruda de Direitos Humanos. Parece até ficção, porque é difícil acreditar que em 2007 o CEP viveu um período parecido com a ditadura militar. Na época, ordens inquestionáveis, tensão política e problemas de relacionamento criaram um clima de desconforto entre professores e funcionários do Colégio. Foi quando os próprios alunos se levantaram contra a diretora, Maria Madselva Ferreira Feiges, e passaram a exigir eleições diretas para o cargo. Esse episódio ficou conhecido como “Primavera CEP”. Malu Rocha, como é conhecida por todos, explica que foi uma

época em que o grêmio do Colégio virou arqui-inimigo da direção e a enfrentou após a última gota de paciência que restava. Só para ter uma ideia, houve uma ameaça de bomba no local e a diretoria deu ordens para trancar todos os banheiros que eram utilizados pelos quase três mil alunos. A ordem não foi cumprida pelos funcionários e um deles acabou afastado. Como a diretoria era escolhida pela Secretaria da Educação, a gestão dependia simplesmente da personalidade do indicado para o cargo. Antes disso, o desejo pelas eleições sempre existiu, mas a luta ficou feia mesmo depois de tantos absurdos. Aclamada pelos alunos, Malu comprou briga com muita gente grande e teve seus passos seguidos pela polícia, seu direito de entrar no CEP vetado, armações que quase prejudicaram sua imagem e o consequente desemprego. “Eu tentava assumir aulas em outros colégios, mas os diretores não me aceitavam. O caso já estava na mí-

dia e ninguém queria se comprometer”, conta. Foi apenas em 2010 que as eleições foram autorizadas e hoje Malu Rocha faz parte da chapa eleita e exerce o cargo de Assessora da Direção Geral do colégio. Mas mesmo não estando dentro da sala de aula, onde lecionava Português, tenta estar sempre perto do pessoal que, inclusive, indicou Malu para esta matéria. Ela foi, certamente, a maior personagem da luta pela democracia no CEP, mas enfatiza que os responsáveis pelas mudanças foram os alunos porque foram capazes de interferir em sua realidade: “Eu tenho uma preocupação muito grande com a função social da escola, que é fazer com que o jovem mude a sociedade com sua nova cultura”. E finaliza defendendo o ensino tradicional, “Se a escola não aplica as normas vigentes, os alunos não verão problema naquilo que está errado. Porque é na escola que o jovem aprende a desrespeitar as regras maiores”.


ECO PAPO

TEXTO ELISA SCHNEIDER

a educação ambiental em pauta na sala de aula A preocupação com o meio ambiente não é apenas uma moda. A obrigatoriedade da Educação Ambiental nas escolas existe desde 1999, mas ainda existem muitos obstáculos para a sua incorporação. Saiba quais são esses desafios e como você pode contribuir com a preservação do meio ambiente, com a especialista Patrícia Zeni de Sá. É possível medir o impacto ambiental que um aluno de Ensino Médio causa? Sim, é possível. Um site bem interessante para calcular a “pegada ecológica” de qualquer pessoa é o site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais em: www. suapegadaecologica.com.br. Após cálculo, recebemos dicas para diminuir nosso impacto ambiental sobre o planeta. Qual é a proposta para estimular jovens a mudar suas escolhas, ter atitudes mais sustentáveis e ainda agir em sua comunidade? Demonstrar para através de vídeos, imagens e reportagens os impactos que todos nós causamos para o planeta, mesmo com as pequenas atitudes que já fazem parte do nosso cotidiano. “A História das Coisas”, disponível no YouTube, mostra a re-

alidade da extração, produção, uso e destino final dos produtos que certamente iremos utilizar ao longo da vida. O vídeo iria servir de incentivo para que ele pense sobre tudo o que faz desde o momento que acorda até quando vai dormir. Com isso, ele verá a quantidade de recursos naturais que utiliza e desperdiça. Tendo essas informações, ele vai perceber o quanto suas escolhas influenciam para o aumento da poluição no planeta. Qual é o maior desafio para incorporar a Educação Ambiental nos colégios? Mudar a atitude das pessoas mais velhas. Elas apresentam maior resistência em mudar suas atitudes cotidianas. Colégios comprometidos com o meio ambiente recebem algum tipo de apoio especial? Seja ele financeiro ou estrutural. Sim. A Escola Estadual Papa João XXII é um exemplo disso. Desde o início deste ano existe o projeto de Educação Ambiental, o EcoPapa. A partir dele participamos da IV Conferência Nacional InfantoJuvenil pelo Meio Ambiente, uma iniciativa do MEC. Agora a escola passa a receber auxilio do

Governo Federal para tornar a escola mais Sustentável. Hoje, a educação ambiental é aplicada nos Colégios como complemento de outras matérias. Esse é o formato ideal? Acredito que esta é a melhor forma, mas para que isso realmente aconteça é necessário que os professores tenham um treinamento, que recebam cursos de capacitação para trabalhar com o tema. Nessa minha trajetória, verifico que poucos professores são qualificados e abordam temas relacionados à Educação Ambiental em suas aulas. Os professores recebem algum tipo de treinamento para isso? E como seria e preparação profissional para quem quer atuar nessa área? Nunca soube de algum curso relacionado à Educação Ambiental. Os que existem são para professores de Ciências e Biologia, o que não torna a Educação Ambiental interdisciplinar. Penso que todos os professores, indiferente da disciplina, necessitam de cursos de capacitação em Educação Ambiental, e devem ser contínuos, não pontuais.


CONECT@DOS

da sala para a Com aulas din창micas pelo YouTube, professores conquistam alunos do Brasil inteiro

WEB


TEXTO FRANCIELI FERNANDA | FOTOS ARQUIVO PESSOAL

“Tenho certeza que as vídeo aulas, em breve, serão lembradas como uma das poucas coisas realmente revolucionárias que aconteceram na educação em nosso país”

Nesta sala de aula quem decide como e quando vai estudar é você. Esta é a proposta dos professores Paulo Jubilut e Ivys Urquiza que, através de vídeo aulas, estão conquistando uma galera no Youtube e atualizando sempre uma comunidade que não para de crescer no Facebook. O canal do site Biologia Total traz uma série de vídeos dinâmicos e descontraídos que atraem mais de 800 mil visualizações por mês. Para Paulo, esse sucesso só tem um segredo: atender as necessidades dos alunos, “acredito que as vídeo aulas geram tantos resultados porque estão resolvendo algum problema que eles

têm.” Já o tio Ivys, do Física Total, vai mais longe a aposta na revolução do ensino: “tenho certeza que as vídeo aulas, em breve, serão lembradas como uma das poucas coisas realmente revolucionárias que aconteceram na educação em nosso país”. Revolucionárias porque são descontraídas e bem humoradas, no maior estilo “bate papo”, mas sem perder o conteúdo. Os temas são sempre relacionados com atualidades e assuntos do mundo jovem. E sempre que surgir uma dúvida, eles procuram atender o pessoal pelas redes sociais mesmo. Para o professor Paulo, um dos motivos do sucesso está no formato que as vídeo aulas tem: “eu acho que o motivo do sucesso é não ter imitado o ambiente escolar. A escola é a mesma há tempos, não muda. Então tudo o que é diferente disso, eles acabam gostando. Também por estar na mídia que eles usam”. E se você também quer conhecer esse jeito diferente de estudar, fique ligado em youtube.com/fisicatotal e youtube.com/user/jubilut.


TOUR VIRTUAL: O mundo ao alcance de um click O Tour virtual é a maneira mais rápida, fácil e barata de conhecer lugares distantes. Através dele você viaja até para o outro lado do mundo sem sair do lugar. Essa tecnologia pode ser acessada pela internet e é adaptada para celulares, monitores e Televisores. A experiência dá uma noção bem próxima da realidade, como se você estivesse mesmo no local. Essa impressão é causada principalmente porque o conteúdo é totalmente interativo. “Com o tour virtual você pode interagir com o ambiente de forma intuitiva. Não

é um vídeo onde tem que assistir de modo linear, pode interagir com o ambiente de forma a ativar suas experiências sensoriais”, é o que explica Ricardo Macedo, idealizador de projetos. Em uma visitar virtual por um museu, por exemplo, você pode direcionar os locais por onde deseja percorrer e clicar em uma obra de arte para visualizar mais de perto e observar seus detalhes e quem sabe, no futuro, conhecer pessoalmente o local. Por sua interatividade, o método pode ser aproveitado em

sala de aula. Já pensou poder ver direitinho como é o Palácio do Planalto em Brasília, por dentro e por fora? Com certeza essa aula seria bem mais interessante. Ficou curioso para saber como funciona? Então faça um teste e conta pra gente! É só entrar no linkhttp://www.senado.gov.br/senado/visitavirtual/flash/index_senado.html.para conhecer o Palácio do Planalto. Agora se você prefere os museus, pode acessar esse link e ver todas as exposições do MON de 2008 até 2013: http://www.tourvirtual360.com.br/mon/

LEGENDA: 1. Marca do Senado Federal 2. Ponto virtual: permite a visualização 360° do ambiente 3. Hotspot: link de acesso para outra informação. 4.Estão subdivididos em três modelos: a)hotposts: utilizados para abertura de imagens com legendas b) textos explicativos com mouse ouver, c) arquivos em PDF com explicações mais complexas e detalhadas 5. Mapa em 3D para localização no espaço físico 6. Pop up: janela com texto explicativo sobre o local 7. Ícone que permite a função tela cheia 8.O sistema funciona no ambiente web ou multimídia. 9. textos das janelas pop up narrados.



O JOVEM E A CIDADE

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

ade Qual lugar da cid de ir para se você mais gosta migos? distrair com os a

o n a i d i Cot “Gosto de ir ao shopping Barigui e ao parque Barigui, são os melhores e ficam perto da minha casa.” Tisbe de Souza - 15 anos, 1ºano, E.M.

“No shopping Mueller para ver algum filme. Quando o tempo tá bom gosto do Parque São Lourenço e Barigui para aproveitar o sol e passar o tempo”. Karoline Merencio - 16 anos, 3º ano E.M.

“No Muller, Estação e Curitiba. Vou também aos parques Tanguá e Bacaheri, e na casa dos meus amigos também. São lugares onde a gente consegue se divertir. Eu gosto”. Matheus Henryque – 14 anos, 1ºano, E.M. “Vou ao shopping por causa do cinema e da praça de alimentação. Prefiro o Mueller, o Estação e o Curitiba.” Fabio Nazário – 16 anos, 2ºano E.M.

“Shoppings e parques. Costumo ir ao Mueller, nos parques São Lourenço e Tanguá.” Amanda Pepplow, 15 anos, 1º ano E.M. “Normalmente eu vou ao museu. No MON porque lá tem um espaço verde bem legal. É bom para tocar violão, fazer um piquenique. Mas vou ao shopping e ao teatro também”. “Victória Renee – 16 anos, 3ºano E.M.



CULT! Seja no cinema ou em espaços públicos a arte sempre ensina uma nova maneira de ver o passado e de analisar o presente. Aproveite essas dicas culturais para ter mais conhecimento sobre os livros do vestibular da UFPR, a cidade e seu tempo.

FOTOS DIVULGAÇÃO/ REPRODUÇÃO

VAI LÁ! Vestiba EnCena Com adaptações divertidas para o teatro das obras literárias que vão cair no vestibular da UFPR, o espetáculo Vestiba EnCena promete levar para o palco peças com informações valiosas sobre as características das obras e de seus autores, além de explorar período histórico em que se inserem. Teatro Barracão, Rua Treze de Maio, 160. Informações: www.teatrobarracaoencena.com.br

Novas leituras para os clássicos

“Lucíola”- José de Alencar (1862) Recém-chegado ao Rio de Janeiro, Paulo, um jovem pernambucano, vai à uma festa a convite de um amigo. Lá conhece Lucíola, uma bela prostituta por quem se apaixona e com quem começa a viver um caso de amor. Filme: “Lucíola, O Anjo Pecador”, de Alfredo Sternheim (1975).

Novas leituras para os clássicos “Inocência” - Visconde de Taunay (1872) Inocência é uma jovem muito bonita que vive com o pai em uma fazenda no Sertão de Santana do Paranaíba. Quando Inocência adoece, seu pai chama o médico Cirino para fazer seu tratamento. E como era de se esperar, os dois se apaixonam. Mas ela já estava prometida para um tal de Manecão. E Inocência encontra no pai o maior obstáculo para viver esse amor. Adaptações para o cinema Filme: “Inocência” – Luiz de Barros e Fernando de Barros (1949) e “Inocência”, de Walter Lima Jr. (1983).


ARTE POR AÍ Brunno Covello/ Divulgação FCC

Bienal Internacional de Curitiba No ano em que completa 20 anos, a Bienal Internacional de Curitiba exibe, entre os dias 31 de agosto e 1º de dezembro, obras de 150 artistas do mundo inteiro em mais de 100 espaços pela cidade. Na edição deste ano, a Bienal dá atenção especial à arte urbana e performances artísticas, além de promover ações educativas com voltadas à formação de professores e alunos, distribuição gratuita de material educativo, palestras e mesas redondas abertas ao público. Para mais informações acesse: www.bienaldecuritiba.com.br/

Exposição Curitiba Protesta A exposição fotográfica “Curitiba Protesta” mostra o trabalho de fotojornalistas que acompanharam os principais dias de manifestações na cidade ocorridos no mês de junho. Agenda: 15 de agosto a 03 de novembro: 3º, 4º, 5º e 6º feira, sábado e domingo. Horário: das 9:00 às 19:00horas (terça a sexta-feira) e das 9:00 às 15:00horas (sábado, domingo e feriado) Local: Memorial de Curitiba: Salão Brasil Ah! É de graça!

Trabalho de Rua Vários espaços públicos de Curitiba vão receber apresentações de artistas em trabalho de rua. Todos vão poder assistir atrações de música, teatro, circo e artes visuais ao ar livre! Toda 2ª, 3ª, 4ª,5ª e 6ª feira. Do meio-dia às 14:00 horas e das 17:00 às 19:00 horas Locais: Pça. Rui Barbosa, Pça. Carlos Gomes, Pça. Osório, Pça. Santos Andrade e Pça. Zacarias.

Apresentações musicais A Rua da Cidadania do Pinheirinho é palco de apresentações musicais de alunos e professores da Fundação Cultural de Curitiba. As atrações acontecem a cada quinze dias, sempre às sextas-feiras. O espaço é aberto também para artistas locais com composições próprias. Toda sexta-feira das 8:15 às 8:35



PONTO PRA VOCÊ

FOTOS ARQUIVO PESSOAL/ INGRID DECKER

Esporte porque... Quando o assunto é esporte, existe uma amplitude enorme para abranger. Além do bem estar que atividades físicas podem proporcionar, a prática traz uma evolução constante, tanto para o desenvolvimento corporal, quanto para a formação da personalidade. De acordo com o Doutor em Fisiologia do Exercício da UTFPR, Júlio Cesar Bassan, praticar exercícios aprimoram a coordenação motora, o convívio social e a noção de ganhar ou perder: “O esporte pode evitar que somatize o estresse advindo do seu dia-a-dia, como uma válvula de escape”, desta forma, incorpora-se também a prevenção ao uso de drogas. Ainda nessa amplitude, o esporte abrange a questão de inclusão social, possibilitando a igualdade: “Quando você coloca pra jogar futebol numa cancha na praia, o sujeito pode ser de classe A ou de uma favela, mas correndo atrás da bola eles são iguais, têm o mesmo prazer”, explica o Vice-Presidente da Associação Paulista de Psicologia Esportiva, Marco Ferreira, que também afirma que da mesma maneira, um indivíduo com alguma deficiência física é capaz de influenciar toda a sua comunidade participando de paralimpíadas, por exemplo. Pode-se dizer que o Brasil está na década do esporte, se preparando para receber a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos Rio-2016. Está na hora de promover e experimentar os benefícios que a prática de diferentes esportes pode proporcionar. Sinta o prazer de deslizar sobre as ondas surfando ou o vento no rosto enquanto pedala a bicicleta. Comemore um gol ou conquiste aquela manobra tão difícil de fazer no skate. Seja qual for sua modalidade, sinta a adrenalina e a emoção, inclua o esporte na sua rotina e garanta sua qualidade de vida.

Eduardo Costa

Surfista Ingrid Decker

Ingrid Decker

Milla Knesse, Campeão brasileira de Kite surf

Arquivo Pessoal

Ingrid Decker: Jornalista esportiva que acredita que o esporte é um importante instrumento de mobilização social.


FALA AIH! A “Papo Reto” é uma revista feita só para você e por isso queremos sua opinião para torna-la cada vez melhor. Este espaço vai trazer sua dúvida, sua sugestão e até sua reclamação! Gostou? Então, escreve aih!!

paporeto .revista @gmail.com




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