BOLETIM INFORMATIVO DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS
Editorial
VICENTE DE CARVALHO - GUARUJÁ - MAIO / JUNHO DE 2019 - ANO XVIII - Nº 108
Estamos no segundo semestre do ano. Maio sempre nos lembra Maria, símbolo mais forte da maternidade e refúgio dos desvalidos que imploram por sua intercessão ao Pai. Desvalidos como os milhares de migrantes/retirantes expulsos dos seus próprios lares pela estupidez inconsequente de quem se arvora dono da razão e usa a guerra para impô-la. Cristo está vivo em cada um desses humanos rejeitados. Nós podemos reconhece-lo em cada rosto. Os países que estão mais estabilizados, sonho dos migrantes e refugiados, deveriam, talvez, confeccionar tapetes semelhantes aos que fazemos no chão para a procissão de Corpus Christi e receber com amor e compaixão os irmãos necessitados. A missão dos cristãos nunca foi fácil. A cada dia é um desafio. Mas é de desafios que a vida é feita. Boa leitura. Miguel Rubido
Você O teria reconhecido?
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que mais chamou a minha atenção durante as celebrações da Semana Santa deste ano não foi tanto a cegueira espiritual dos inimigos de Jesus. O próprio Jesus encarregou-se de desculpá-los, dizendo que “não sabiam o que estavam fazendo”. O que mais me deixou perplexo foram as dúvidas e a incompreensão dos amigos mais íntimos do Senhor. Os Apóstolos, ao vê-lo, pensaram ver um fantasma; João Batista mandou perguntar se era ele mesmo o Messias ou se devia esperar por outro; Judas o entregou por apenas trinta moedas de prata; Pedro o renegou diante das insinuações de uma faxineira; Maria Madalena o confundiu com um jardineiro; os discípulos de Emaús passaram horas a fio conversando com ele, imaginando que se tratasse de um forasteiro qualquer. – Não parece estranho? Quem nos leva a compreender um pouco esse mistério é o apóstolo São Paulo, o qual nos assegura que, ao vir ao mundo, o Filho de Deus escondeu de propósito tudo aquilo que poderia revelar sua divindade. “Embora sendo de condição divina, (Jesus) não se prevaleceu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz” (Fil 2,6-8). Sendo assim, não era nada fácil para os conterrâneos
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reconhecê-lo como Deus! Na verdade, Deus aplicou um verdadeiro “drible” em seu Povo Eleito. Enquanto quase todos pensavam que o Messias viria ao mundo uma só vez, já adulto e cheio de poder e glória, Deus determinou que o Messias viesse ao mundo duas vezes, sendo a primeira na forma de uma pessoa pobre e humilde, mas dotada de uma bondade infinita. Sendo assim, era fácil reconhecê-lo como uma pessoa boa; mas era complicado reconhecê-lo como Deus. Imaginamos que Deus quis assim por dois motivos Primeiro: para que Jesus, como homem, mostrasse um caminho de salvação ao alcance de todos os homens. (“Dei-vos um exemplo “humano”, para que assim como fiz eu, façam também vocês” (Jo 13,15). Segundo: para que o Filho de Deus, morrendo na cruz como homem, oferecesse ao Pai um sacrifício divino
e humano ao mesmo tempo, quer dizer, um sacrifício santo e digno da divindade e, ao mesmo tempo, um sacrifício oferecido por um legítimo representante da humanidade. Mas então, por que Jesus mandava calar as pessoas que o reconheciam como Deus e se escondia quando queriam fazê-lo rei? Exatamente por isso. Para que ninguém confundisse a primeira vinda do Messias com a segunda vinda dele. Ser rei glorioso, criador de novos céus e nova terra, só competirá a Jesus por ocasião da sua segunda vinda ao mundo. Na primeira, ele “não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida para a salvação de muitos” (Mt 20,28). Agora dá para entender um pouco mais o que diz São João no início do seu Evangelho: “(O Filho de Deus) veio para os que eram seus, mas os seus não o receberam” (Jo 1,11).
Os migrantes são motivo de orgulho
Brasil tem a população colorida e bonita graças às migrações. Faz cinco séculos que migrantes de outros continentes trouxeram para cá habilidades, conhecimento e inovação e ampliaram a diversidade e enriqueceram a cultura. Com a exceção dos indígenas, todos os habitantes do Brasil tiveram migrantes em sua árvore genealógica. Tristemente, não podemos fechar os olhos ao fato de que algumas autoridades e pessoas públicas consideram os migrantes como escória, vagabundos, criminosos sendo eles mesmos descendentes de migrantes. Atualmente mais de 250 milhões de migrantes tentam encontrar uma terra para se estabelecer. Os motivos para migrar são múltiplos: pobreza, fome, conflitos e mudanças climáticas. Ninguém deixa sua terra com alegria e poucos são os países que acolhem de abraços abertos quem busca um futuro em suas terras. Contudo a médio e longo prazo a migração traz benefícios. O Brasil é um exemplo disso. A história
dos migrantes alemães, italianos e japoneses, só para citar alguns, evidencia como contribuíram não só na economia, mas transferiram para cá também habilidades, conhecimento, inovação e a diversidade cultural e racial que vemos em toda parte. Alguns países com a população em declínio experimentam um processo de revitalização com a juventude dos migrantes e tem neles um respaldo significativo do crescimento econômico. A presença de migrantes com suas diferenças culturais, étnicas e religiosas se constituem no convite à fraternidade, à abertura para quem nos enriquece com suas diferenças, à visão mais ampla do mundo que vai além de nossas fronteiras e abre espaços humanos para o encontro de seres diferentes vivendo em paz. O fato de que muitas pessoas chegam ao Brasil é sinal que temos um país promissor que os atrai e somos uma população de origem migrante aberta e jovial que acolhe o estrangeiro. Missionário Pe. Olmes Milani, CS
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