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Saúde à mesa

Saúde à mesa

BigLar Miguel Sutil Adir Sodré, PRESENTE

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ARTISTA DEIXA SEU LEGADO NA ARTE COM EXALTAÇÃO À ' CULTURA E NATUREZA MATO-GROSSENSE

No mês de agosto, uma desfeita do acaso levou embora Adir Sodré cedo demais. Para quem fica, resta a certeza de que sua arte irreverente e sua personalidade inquieta – ou o contrário, já que obra e autor se confundem o tempo todo – jamais serão esquecidos. Adir Sodré sempre foi celebrado, antes mesmo de sua partida. É natural que, daqui para o futuro, ele seja cada vez mais festejado e sua arte enaltecida ainda mais. E não por acaso, seus desenhos e pinturas estão muito presentes no cotidiano

dos mato-grossenses. As cores vivas, tão receptivas e quentes de sua obra anunciam características de um povo enérgico e caloroso. Talvez por isso, seja possível enxergar Adir Sodré e sua arte vertiginosa para onde quer que se olhe, seja nas paredes de restaurantes tradicionais em Cuiabá, lojas, ônibus, lares, publicações, museus, avenidas, viadutos… até em carros, acredite! Interessante lembrar o quão generoso era o artista. Dificilmente, alguém ia à casa de Adir Sodré e não era presenteado. Sempre se saia de lá com algo para se lembrar dele. Sejam suas histórias, música, poesia, afeto, um quadro, um cartão-postal, um desenho. Nem que fosse uma intervenção singela, um desenho feito na hora sobre uma página de revista qualquer. Adir, ou Didi para alguns, era daquelas pessoas que prendiam o olhar. Bem como ocorre com a sua obra, é preciso prestar atenção aos detalhes, sempre tão explícitos e subjetivos ao mesmo tempo. E são tantos detalhes. E tudo está posto de maneira muito direta, mas se você piscar, é tudo tão particular quanto aquele seu sorriso extravagante com a língua esticada até o queixo. Adir Sodré, nascido em Rondonópolis em 1962, começou a pintar aos 14 anos, em Cuiabá. Não demorou muito para que passasse a frequentar o Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso, de onde saiu toda uma geração de geniais artistas plásticos no final da

Homenagem aos 295 anos de Cuiabá

Rai Reis

década de 1970 e início da década seguinte. Um ano após entrar para o Ateliê, Adir já participava de exposições coletivas e integrava, com Gervane de Paula e outros, o grupo renovador da arte mato-grossense. Em suas redes sociais, Gervane manifestou saudades do amigo e relembrou o início da amizade. “Nossa professora de pintura tinha mais alunos, mas foi com Adir que cultivei uma amizade. Com a sua ausência, a arte fica mais triste, porque ninguém tem o deboche saudável que ele tinha. Cabe a nós, que ainda estamos aqui, preencher esse vazio, que, com certeza, não será uma tarefa fácil, para não dizer impossível.” Alegre e multicolorida, sua obra expressa, com muita irreverência, traços da cultura mato-grossense e eleva a níveis vertiginosos a exuberante natureza presente no Centro-Oeste do Brasil. Beirando a insolência e sempre tão extrovertido, seu trabalho ficou conhecido aqui e no exterior por sua versatilidade. Como ele mesmo costumava dizer, “eu chupo Matisse, lambo

Picasso. Cada exposição individual minha é uma coletiva de artistas”. Entretanto, é certo dizer que, se Adir era plural em suas temáticas, seu estilo era único. Sua pintura tem personalidade, sua marca é, sim, o deboche, a ironia abusada e frontal. A crítica de arte e animadora cultural Aline Figueiredo escreveu em seu livro “Macp” que a prática pictórica lhe trazia tanta satisfação que poderia dizer, como Botero, o artista figurativista colombiano, que seus quadros estão terminados “quando chegam a um estado comestível, nos quais as coisas se tornam frutas”. E a partir dos pincéis de Adir Sodré, tudo poderia se tornar fruta, e ir além. Seus cajus, mangas, melancias e bananas nunca eram o que pareciam ser (e, ainda assim, eram só frutas). Suas montanhas poderiam ser seios formosos e superlativos, e, ainda assim, montanhas. Um divertido processo de erotização da natureza em que Eros, o deus grego do amor, era inspiração recorrente. No fim, tudo convergindo para uma explosão de vida e muito bom humor. Em seu trabalho, é constante a repetihistória MARCOU A NOSSA

A arte do pintor e desenhista Adir Sodré faz parte da historia do BigLar. O artista preparou duas obras exclusivas para a inauguração da nossa loja na Avenida Miguel Sutil. Além disso, a obra de Adir Sodré também foi tema da nossa campanha em homenagem aos 295 anos de Cuiabá. Nela, retratamos um pouco da história e dos sabores da cidade através dos pratos pintados pelo artista.

BigLar Miguel Sutil ção de frutos, flores e das indiscretas e divertidas borboletas xeretando em imagens que revelam, quase sempre, uma conotação sexual provocativa. Sodré também se dedicou a retratos de personalidades, sempre com muito bom humor. Mas algo muito presente em sua arte são os traços da cultura e da natureza em Mato Grosso, sempre carregados de irreverência e com um colorido que o firmou como um dos maiores artistas plásticos brasileiros de sua geração, cujo trabalho é reconhecido para além das fronteiras do país do carnaval. Para o próprio Adir Sodré, tanto mais para nós, adeptos, sua arte é um arrebatamento constante. Isso vale tanto para assuntos quanto formatos, seja o erotismo tão presente em sua obra, ou o décor floral exuberante, a vegetação tropical luxuriante, tudo é puro deslumbramento. Quase se pode sentir o perfume das flores, a brisa da noite, o calor úmido da floresta, o deleite do amor. Como bem definiu o multiartista Eduardo Ferreira, Adir Sodré é olímpico. Não dá para esgotar nem resumir sua história. Então, viva Adir Sodré!

A

— POR SHAYLA SILVA —

A VOZ SUPREMA DO BLUES

Divulgação

nova plataforma DE STREAMING

Um dos últimos trabalhos realizados por Chadwick Boseman tem estreia na Netflix ainda este ano. Dirigido por George C., com produção de Denzel A partir de 17 de novembro, os brasileiros contarão com mais uma opção de lazer no sofá de casa. A mais nova plataforma de streaming, Disney+, chega ao país trazendo muitas novidades e, entre elas, está a versão live-action de Mulan, umas das estreias cinematográficas mais aguardadas para este ano, mas que foi cancelada por conta da pandemia. Agora, assinantes terão a oportunidade de conferir a produção diretamente de suas casas. Além do filme da princesa guerreira, o catálogo conta com todos os filmes e séries da Disney ao longo das décadas da empresa, além das produções próprias do streaming que estão por vir, como as séries da Marvel, Falcão e o Soldado Invernal, WandaVision e Loki, animações da Pixar, documentários do National Geographic, e filmes selecionados da 20th Century Studios, Hollywood Pictures, Searchlight Pictures e Touchstone Pictures.

Washington e Todd Black, o filme inédito de Boseman, intitulado aqui no Brasil como “A Voz Suprema do Blues”, é uma retratação de Chicago nos anos 1920, que discute tensões raciais e o blues. Na sinopse, Ma Rainey (Viola Davis, vencedora do Oscar), considerada uma lendária e revolucionária “Mãe do Blues”, trava uma batalha com seu empresário branco pelo controle de sua música, e o ambicioso trompetista Levee (Chadwick Boseman) faz o clima esquentar entre os músicos com uma profusão de verdades e mentiras que mudarão para sempre o rumo da vida de todos. A previsão de estreia na

plataforma de streaming é 30 de dezembro. SEMANA INTERNACIONAL DO CAFÉ

De 18 a 20 de novembro, será realizado, virtualmente, o principal evento nacional dedicado ao café, a Semana Internacional do Café (SIC). O consagrado encontro de cafeicultores, torrefadores, fornecedores, empresários, baristas, proprietários de cafeterias, entre outros profissionais do setor e até mesmo apreciadores é realizado anualmente em Belo Horizonte, mas, na edição deste ano, foi adaptado para garantir a segurança de seus participantes e, para isso, contará com uma plataforma exclusiva. Durante os três dias, a feira oferece exposições de marcas, palestras, painéis, entrevistas, encontros, reuniões, premiações, cursos, além de apresentar quem produz os melhores cafés brasileiros da safra 2020/2021, no concurso Coffee of the Year Brasil. As inscrições são gratuitas e realizadas pelo site https://semanainternacionaldocafe.com.br/br/

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